Diário do Comércio - outubro 2006

Page 1

Ano 81 - Nº 22.224

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 01h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Brasil começa dividido a guerra do 2º turno O norte e o nordeste com Lula, o sul, sudeste e centro-oeste com Alckmin: assim dividido o Brasil volta às urnas em 29 de outubro para eleger um presidente que unifique o País. Ambos prometem uma campanha "propositiva". Mas prevê-se uma guerra. Eleições, páginas 3 a 9 Caetano Barreira/Reuters

Patrícia Santos/AE

Serra, absoluto no 1º turno Afif, a grande surpresa de SP O tucano derrota Mercadante com mais de 12 milhões de votos. "Eleitores disseram sim à minha biografia e não às tramóias". Págs. 5 e 6

A enxurrada de votos obtidos pelo candidato da coligação PSDB-PFL ao Senado mostra que o petista Eduardo Suplicy não é mais imbatível. Pág. 4 Divulgação

Sebastião Moreira/AE

Sonho de liberdade Peugeot apresenta seu conversível. Liu Jin/AFP

O chinês Schumacher Ele pode completar a festa no Brasil. Esporte HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 15º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 15º C.

Primeiras imagens da tragédia do Boeing Cena do desastre que matou todos os ocupantes do avião da Gol: o trem de pouso, destroçado, na mata da Serra do Caximbo, em MT. Começou o resgate dos corpos e sobram mistérios. Por que o choque com o Legacy? Planos de vôo foram descumpridos? Sensores falharam? C 4


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

PALESTRA PODE CUSTAR ATÉ R$ 25 MIL

Divulgação

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

ivulgaçã

Fotos: D

DO EVEREST AO DIA-A-DIA DAS EMPRESAS Atletas e profissionais que passaram por experiências extremas ajudam a transmitir motivação aos funcionários

C

hegar ao topo da maior montanha do mundo, o Monte Everest, no Nepal, pode parecer uma experiência por demais exótica para o ambiente corporativo. A motivação de quem se propõe a essa escalada, no entanto, desperta o interesse de muitas empresas, pelas lições exemplares que ela oferece. Afinal, expedições do gênero demandam, além de milhares de dólares, intenso preparo físico e obstinação suficiente para superar dificuldades de toda ordem – incluindo a de se manter vivo, sob o drástico efeito de altas altitudes e dezenas de graus abaixo de zero. No Everest, até se chegar ao momento do ataque ao cume, última etapa rumo ao topo dos seus 8.850 metros, o alpinista permanece dois meses na montanha, em um sobe-e-desce que se presta à necessária aclimatação. Fora os preparativos logísticos da expedição. A cirurgiã plástica Ana Elisa Boscarioli, primeira mulher brasileira a chegar ao topo do Everest, em maio deste ano, já começa a ser procurada por empresas e entidades interessadas nos relatos da sua experiência. "Era um sonho." Realizá-lo significou, por dois anos, dividir a rotina de médica com a intensificação dos treinamentos, testados em corridas de aventura, maratonas, provas de triathlon e expedições vitoriosas, como as que realizou ao cume do Acongágua (6.962 metros) e do Cho Oyo, no Tibet (8.201 metros). "Não há nada impossível. Depende de programação, determinação e de manter o foco", diz. Quando sentia-se cansada dos treinamentos, Ana Elisa lembrava-se da filha de seis anos e de querer voltar viva da montanha. Assim, esquecia o cansaço e voltava a treinar. Os novos desafios,

Não há nada impossível. Depende de programação, determinação e foco.

Ana Elisa Boscarioli, a primeira mulher do País a chegar ao topo do Everest completar o circuito dos sete picos e tornar-se palestrante, empreitada em formatação. Endom arketing – Nesse mercado, os palestrantes mais cobiçados chegam a cobrar R$ 25 mil. O preço médio gira em torno de R$ 10 mil, diz o especialista em endomarketing, Saul Bekin. Ele recomenda que, da mesma forma que as empresas se esforçam para atrair e reter clientes, deveriam se preocupar com a conquista dos seus funcionários. E avalia que os empresários brasileiros evoluíram na percepção dessa necessidade, mas ainda têm um longo caminho a percorrer até a situação ideal. A palestra é um dos recursos para tornar mais eficientes as chamadas ações de endomarketing. Quem se utiliza dele, busca palestrantes que agreguem estilo, incentivo ou inspiração na busca de melhor en-

gajamento, conceitua Bekin. Histórias como as de Ana Elisa seduzem pelo ineditismo, são exóticas, "mas o efeito não acontece por mágica". O desafio é ter alguém na empresa que saiba fazer essa analogia. Rodrigo Raineri transita nos dois universos. Ele conta que a procura por palestras para o mundo corporativo intensificou-se depois que ele escalou o Aconcágua pela face sul. A Grade VI, criada por ele há 11 anos, além da especialização em turismo de aventura, lhe dá retaguarda nos chamados outdoor trainings (ações externas encomendadas pelas empresas). "Formatamos o trabalho conforme a necessidade da empresa", conta Ranieri. Há muitos aspectos que podem ser destacados. Chegar ao topo de uma montanha envolve planejamento, perseverança, uma certa dose de capacidade para sonhar, mas também executar, aceitar desafios, correr riscos, ter perseverança, relaciona o alpinista. Custo – Pequenas empresas não podem simplesmente desculpar-se pela falta de verba para não investir no endomarketing. Trabalhar com agências de turismo ecológico é uma das alternativas para faturamentos que não comportam pagar R$ 10 mil por uma palestra, sugere Bekin. "Essas agências têm pessoas que praticam esportes como rapel, corrida de aventura, com boas histórias para contar." Dividir as despesas com outras empresas é outra opção, além de algumas oportunidades gratuitas. Como as oferecidas pela Endeavor, em São Paulo. A instituição, voltada ao empreendedorismo, promove workshops gratuitos todas as quartas-feiras, destinados às pequenas e médias emp re s a s . I n s c r i ç õ e s n o s i t e www.endeavor.com.br. Fátima Lourenço

o

Para escalar o Monte Everest, Ana Elisa Boscarioli teve de fazer treinamentos intensos para garantir a sobrevivência

Agências de turismo ecológico têm praticantes de esporte de aventura. Saul Bekin, especialista em endomarketing


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Cada vez mais a criança quer ser surpreendida pela tecnologia. Aires José Leal Fernandes, da Estrela

60% DOS BRINQUEDOS CUSTARÃO ATÉ R$ 30

INDÚSTRIA VAI ENVIAR PARA O VAREJO 12% A MAIS DE PEÇAS EM 2006, EM COMPARAÇÃO AO ANO PASSADO Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

BRINQUEDOS HI-TECH INVADEM O COMÉRCIO Celulares, games de mão, MP3, bonecas que vão muito além de falar. Tudo para agradar a garotada.

O

Dia das Crianças está chegando e as 317 empresas de brinquedos no Brasil estão a todo vapor para enviar para as lojas até 12% a mais de produtos em relação à mesma data de 2005. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o setor espera faturar 4% a mais que no ano passado, quando o brinquedo estava, em média, 3,5% mais caro. De acordo com a Abrinq, 60% dos brinquedos este ano custam até R$ 30. Mas a maior aposta, segundo as redes Ri Happy e PB Kids, são os brinquedos com mecanismos que interagem com as crianças. Mas, se contar os tênis com rodinhas e aparelhos de telefonia celular, presentear a criançada em 2006 pode ultrapassar em muito esse valor estimado. Na Ri Happy, uma boneca

da Mattel é a grande vedete. Ananda demonstra alegria ou tristeza por meio de expressões do rosto e fala 800 frases diferentes. Por R$ 799,99 – ou R$ 1 por frase – a rede acredita que a boneca se transforme em sensação entre as meninas maiores de oito anos. Entre as menores, as bonecas Polly e Barbie, as duas também da Mattel, fazem mais sucesso. A Ananda não é o único brinquedo tagarela disponível na Ri Happy: o Yumel, da Grow, possui mais de mil frases na memória e programa de inteligência artificial com sensores de som, toque e posição. Sai por R$ 292. Já para os meninos, games de mão, aparelhos de MP3 e carros de controle remoto seguem imbatíveis entre os preferidos. Inovação – "O consumidor infantil está mais exigente e acompanha com naturalidade

Brinquedos com forte apelo tecnológico são os destaques dos lançamentos para o Dia das Crianças 2006

Yumel 'fala' mais de mil frases

a evolução dos conceitos, por isso os fabricantes apostam cada vez mais em novidades e artifícios para agregar inovação a seus produtos", diz Ricardo Sayon, gerente comercial da Ri Happy. A rede espera vender 5% a mais em relação ao mesmo período de 2005, segundo Sayon. O segundo semestre do ano, com as duas datas mais importantes para a Ri Happy – Dia das Crianças e Natal – é responsável por 70% do faturamento anual da rede. Já a PB Kids espera alcançar

Peças clássicas também têm espaço na RiHappy

um aumento nas vendas em torno de 10%, se comparado com o mesmo período do ano passado. O tíquete médio de todas as 37 lojas da rede deve aumentar de R$ 60 para R$ 95 neste período. Essa expectativa deve-se aos lançamentos de produtos para a data. A rede

reforçou o estoque de suas lojas com um volume 5% maior que o do ano passado, sendo que aproximadamente 30% dos produtos são nacionais e 70%, importados. Como acontece com a concorrente Ri Happy, na PB Kids as grandes apostas para a data

são as bonecas, animais, laptops, com mecanismos que agregam tecnologia. Um Intercomunicador, por exemplo, é vendido a R$ 69,90, e tem dois canais para a criança falar e ouvir ao mesmo tempo. O diretor de marketing da Estrela, Aires José Leal Fernandes, diz que a empresa está "feliz e otimista". O motivo da alegria é o desempenho superior em 2006 – foi registrado um aumento de 20% nos pedidos. Segundo Fernandes, a coleção está mais forte, com 180 lançamentos, e mais equilibrada (antes, ele diz, era mais feminina). "Além disso, o trabalho da Polícia Federal e da Receita, coibindo a entrada de brinquedos piratas, fez com que a indústria brasileira recuperasse participação. Hoje, o mercado atua em um ambiente mais saudável", diz o diretor. Brinquedos espertos – A empresa aposta nos brinquedos tecnológicos, os "smart toys", tendência internacional, segundo Fernandes. A linha Baby Amore, cujas bonecas têm diversos movimentos de expressão facial, e o avião XTwin (R$ 150, na Ri Happy), com sua base de isopor e controle via rádio são algumas das novidades. "Cada vez mais a criança busca ser surpreendida pela tecnologia." Um acordo entre fabricantes de brinquedos brasileiros e chineses, que começou a vigorar em meados de agosto, diz que as importações da China – até 2010 – ficarão limitadas a até 40% do mercado total. Se a demanda crescer, porém, a exportação chinesa pode aumentar proporcionalmente. Kety Shapazian Além dos produtos do portfólio da marca Gelateria Parmalat, há a aposta no suco de uva orgânico Fotos: Divulgação

Alexandre Bouza, da Kibon: marcas consagradas viram sorvetes

Temporada dos sorvetes Fabricantes vão investir mais em marketing este ano para divulgar lançamentos

A

pesar de o clima nas últimas semanas se comportar como uma caixinha de surpresas, os fabricantes de sorvete estão anunciando as novidades para a temporada de verão – com expectativa positiva de vendas. As 26 lojas da Gelateria Parmalat no Brasil vão receber as novidades em novembro. Serão três: uma feita com uva itália, uma sobremesa típica italiana e outro produto que ainda está sendo desenvolvido. Esses dois últimos são tratados como segredos na empresa. "O suco de frutas é orgânico e vem do Rio Grande do Sul", diz o gerente de negócios da Parmalat, Walter Barbosa. A expectativa é de que o faturamento registrado na estação quente fique entre 12% e 15% maior que o do ano anterior. Barbosa não está preocupado com as variações climáticas. "A maioria de nossas lojas fica em shoppings, onde a temperatura é sempre amena." A Gelateria Parmalat possui uma loja própria no Shopping Higienópolis, em São Paulo, e mais 25 franquias. "Vamos abrir mais duas unidades em outubro – uma em Recife (PE) e

outra em João Pessoa (PB)." Transformação – Algumas marcas já conhecidas de chocolates e chicletes também poderão ser apreciadas geladas no próximo verão. A aposta é da Kibon e a novidade é fruto da parceria com a Kraft Foods e Cadbury. O Kibon Diamante Negro, o Kibon Laka e o Kibon Aciloco (chiclete Bubaloo) são alguns dos lançamentos. Além disso, a companhia criou uma linha sem açúcar ou gordura e retirou a gordura trans (que aumenta os níveis do mau colesterol) de todos os itens – é o caso do Kibon Carte D'Or Zero, que mescla sorvete de chocolate e baunilha com calda de chocolate. E o sorvete de banana e mamão foi desenvolvido à base de leite e frutas naturais, sem gordura trans. O total de investimentos da empresa para lançar os 13 produtos foi de R$ 37 milhões. "Neste verão aumentaremos o número de lançamentos e investimento em marketing para lembrar aos consumidores que o sorvete é uma opção saudável, nutritiva e divertida de alimento", diz diretor de marketing da Kibon, Alexandre Bouza. Segundo ele, o período

quente, que vai de novembro a fevereiro, é o mais importante para a Kibon e concentra 50% de consumo de sorvetes. À venda –Outra empresa grande do setor, a Sorvetes Nestlé, já colocou suas 25 novidades da próxima estação à venda. A empresa lançou também embalagens colecionáveis para sorvetes de dois litros e 14 novos sabores. "A temporada de verão é a mais importante para o setor e estratégica para a Nestlé. Representa 65% das vendas do ano", diz o diretor da área de sorvetes, Luiz Oddone. A empresa está apostando também na transformação de barras de chocolates em sorvete, como Charge, Prestígio e Crunch em cones, e Alpino, Chocolate Classic (o mais vendido), Soproloco (infantil) e Mega Amêndoas em picolés. O biscoito Passatempo vai virar produto gelado e será vendido em potes de 90 ml. As sobremesas também ganharam versões especiais: Torta de Limão Moça, Pavê de Chocolate Moça e Torta Napolitano. Os produtos têm 600 gramas. Para manter a forma, o La Fruta, que é sem gorduras. Neide Martingo


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

162

IPVA DE BARCOS EM XEQUE NO STF

mil reais foi quanto o Estado de São Paulo arrecadou com o IPVA de barcos no ano passado.

PROJETO QUE PEDE TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA SERÁ VOTADO AMANHÃ EM COMISSÃO NO SENADO

DE OLHO NO IMPOSTO: DIA D NO SENADO Milton Mansilha/LUZ

Joeldson Alves/AE

comissão e tudo leva a crer que o PL será aprovado", diz. Na Câmara dos Deputados, a receptividade da proposta também deve ser positiva. O vice-líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Arnaldo Faria de Sá, é favorável. "A aprovação do PL é importante porque o povo brasileiro precisa se conscientizar do tamanho da carga tributária embutida nos produtos que ele compra". Até mesmo os representantes do partido do governo na Câmara vêem com bons olhos o projeto. O líder do PT na Casa, Henrique Fontana, aposta que a aprovação trará mais

Nacional. "Acredito que haverá total apoio político com relação ao projeto 'De Olho no Imposto', até porque ele representa a força de mais de 1,5 milhão de cidadãos", lembra Afif. Movimento – No final de maio, 35 caixas com as listas de adesões – no total, 1,564 milhão – foram entregues por cerca de 200 empresários ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que subscreveu o projeto. Somente no Estado de São Paulo, desde 17 de janeiro, a caravana do movimento percorreu mais de 400 municípios paulistas e avançou para os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro. A internet também incentivou a conscientização tributária. Pelo site www.deolhonoimposto.org.br, o

A

manhã, às 11h30, será votado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA), do Senado Federal, o projeto de lei que estabelece a obrigatoriedade de as notas fiscais discriminarem o valor dos tributos incidentes no consumo de mercadorias e serviços. Se aprovado pela CMA, o PL n° 174/2006 será encaminhado diretamente para a Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado ainda este ano, a nova legislação entra em vigor em 2007. O projeto de lei regulamenta o parágrafo quinto do artigo 150 da Constituição Federal, que diz: "A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços". De acordo com o texto do PL, os valores que deverão ficar expostos na nota fiscal serão apurados e fornecidos, semestralmente, por instituição de âmbito nacional idônea, voltada à apuração e análise de dados econômicos. Apoio – O parecer do relator do projeto na CMA, senador Leomar Quintanilha (PC doB -TO), é favorável à aprovação do projeto de lei. "O importante é a população tomar conhecimento dos tributos que paga. Conversei com alguns parlamentares da

transparência aos contribuintes. "Qualquer medida que permita ao contribuinte saber o quanto paga de tributos no dia-a-dia é extremamente benéfica", diz Fontana. Segundo uma pesquisa realizada, em abril de 2005, pela Ipsos/Opinion a pedido da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), 74% dos brasileiros não sabem o que é imposto. A partir daí, nasceu o movimento De Olho no Imposto, liderado pelo presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, que, mais tarde, resultou na elaboração do PL n° 174/2006 no Congresso

IPVA DE BARCOS PERTO DO FIM EM SP Procuradoria paulista desiste de autuar inadimplentes, antes de decisão final no STF

A

Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai sugerir à Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP) que os agentes fiscais não sejam obrigados a lavrarem autos de infração contra contribuintes que não recolhem o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para embarcações e aeronaves. A informação é do procurador chefe da execução fiscal, Clayton Eduardo Prado, que não vê sentido autuar, nesses casos, já que os débitos não são inscritos na dívida ativa. Em setembro de 2005, após entendimento do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a cobrança de IPVA sobre aeronaves é inconstitucional, a PGE orientou os procuradores a não entrarem com recurso de apelação quando houvesse decisão favorável ao contribuinte. "Com um Judiciário tão abarrotado, não devemos contribuir com mais recur-

sos", afirma Clayton Prado. Desse modo, a Fazenda paulista estará abrindo mão de uma arrecadação que seria representativa se todos pagassem e se houvesse um controle por parte do governo. Segundo o responsável pela Coordenadoria de Arrecadação Tributária da Sefaz-SP, Henrique Shiguemi, embarcações e aeronaves são registradas em órgãos federais, como o Tribunal Marítimo e o Registro Aeronáutico Brasil, dos quais o fisco não tem acesso aos bancos de dados. A cobrança do tributo em São Paulo, nos dois casos, tem rendido muito aos cofres do governo. No ano passado, as embarcações geraram uma arrecadação de R$ 162 mil e as aeronaves, de R$ 67 mil. Em 2004, foram R$ 4 mil provenientes de embarcações e R$ 54 mil das aeronaves. No ano anterior, foram recolhidos R$ 56 mil das embarcações e R$ 65 mil de aeronaves. "É irrisório", diz Prado. Supremo – Recentemente, o

julgamento de um recurso extraordinário (RE 379572) questionando a incidência do IPVA sobre embarcações foi interrompido com pedido de vista do ministro Cezar Peluso. Por cinco votos a um, a disputa está favorável ao contribuinte, que questiona decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que considerou constitucional a cobrança. A expectativa de Prado é de que a decisão do STF seja desfavorável ao fisco. Em 2002, os ministros Ellen Gracie e Celso de Mello, dois dos cinco que faltam votar agora, foram favoráveis à tese da não cobrança e entenderam que embarcações e aeronaves não são veículos automotores. Até 2000, as autuações eram mantidas pelo Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), mas após o julgamento do STF em 2002, o TIT passou a cancelar as autuações para quem deixava de recolher o IPVA nesses casos. Adriana David

Haverá total apoio político com relação ao projeto, pois representa a força de mais de 1,5 milhão de cidadãos. Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da ACSP.

Qualquer medida que permita ao contribuinte saber o quanto de tributos paga no dia-adia é extremamente benéfica. Henrique Fontana, líder do PT na Câmara

movimento registrou mais de 12 mil adesões. No site de relacionamentos Orkut, a comunidade De Olho no Imposto superou o marco de 600 adesões virtuais . Isso, além do Impostômetro (disponível pelo site www.impostometro.com.br), que registrou a cifra de R$ 600 bilhões em tributos arrecadados desde janeiro. Laura Ignacio


6

Nacional Tr i b u t o s Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Agravamento de crise política e indefinições podem gerar alta do dólar no próximo ano.

ALTERAÇÃO DE TENDÊNCIAS EM SETEMBRO

EM SETEMBRO, O DÓLAR SUBIU, O OURO BAIXOU, E AS INFLUÊNCIAS ELEITORAIS NÃO PARARAM POR AÍ

O

ELEIÇÕES MEXEM COM MERCADO período pré-eleitoral e as recentes denúncias contra membros do Partido dos Trabalhadores resultaram, em setembro, na alta do dólar em relação ao real e na desvalorização do ouro, metal que registrava uma das melhores rentabilidades entre os investimentos durante o primeiro semestre deste ano. A moeda americana fechou setembro com elevação de 1,21%. A cotação da última sexta-feira ficou na casa dos R$ 2,17. Já o ouro, cuja valorização até julho deste ano era de 11%, registrou uma queda de 2,29%. No acumulado do ano, o metal registra a alta de 36%. Fundos DI – Na avaliação do administrador de investimentos Fabio Colombo, os Fundos DI são uma boa opção no atual cenário de queda de inflação futura e redução do juro real. No fechamento de setembro, o produto registrou uma variação positiva entre 0,8% e 1,10%. O ganho sofrerá influência da taxa de administração cobrada do gestor. Colombo indica ao investidor, de acordo com o volume de sua operação, a procurar taxas de, no máximo, 2%. Os Fundos de Renda Fixa, com uma rentabilidade entre 0,90% e 1,15% (também com influência da taxa de administração) em setembro, na avaliação do administrador de investimentos, foram uma alternativa aos aplicadores. Já a Bolsa de Valores de São

Nicky Loh/ Reuters

Paulo (Bovespa) fechou o mês com uma alta de 0,70% no Ibovespa, principal indicador de mercado de ações brasileiro, aos 33.060 mil pontos. O patamar foi avaliado como "justo" por Fabio Colombo. Futuro – Em outubro, o analista prevê que o mercado continuará atento aos rumos da economia dos EUA. Os principais pontos de atenção são a inflação do país, os indicadores de crescimento e a expectativa sobre a decisão do Federal Reserve (FED, o banco central norte-americano) para a taxa de juros. Outro ponto de atenção é o preço do barril de petróleo, cujo rumo da cotação pode indicar uma desaceleração da economia global. Quanto ao ouro, Colombo destaca o mau desempenho do metal em setembro e indica sua compra apenas como forma de diversificação de investimento. O analista lembra que fatores eleitorais, como uma indefinição da equipe de governo a partir de 2007, além de um possível resultado negativo para o presidente Lula no caso do dossiê contra o PSDB, podem contribuir com uma evolução da volatilidade do mercado acionário e uma alta inesperada da cotação do dólar. As bolsas internacionais apresentaram grande volatilidade em setembro. Colombo espera um processo de desaceleração após um reajuste dos preços "inflados", tanto no curto quanto no médio prazo.

Ouro é bom, mas com cautela

O

lhando somente para a rentabilidade, o ouro apresentou um dos melhores retornos ao aplicador ao longo deste ano. No primeiro semestre, o metal registrou uma valorização de 11%, percentual superior a qualquer outro produto disponível no mercado. Os administradores de investimento, no entanto, recomendam cautela para o investidor interessado em ouro na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F). De acordo com Clodoir Vieira, da Corretora Souza Barros, o metal realmente pode ser visto como uma boa opção, mas não para o aplicador iniciante. Isso porque, segundo ele, a negociação do ouro não é tão simples como parece. O analista indica para o investidor de perfil moderado uma carteira de no máximo 10% em ouro, deixando o resto aplicado em renda variável e fixa. (DF)

O ouro vinha muito bem, levou um tombo em setembro, mas acumula mais de 35% de alta no ano

Davi Franzon

NOVIDADES A Renault vai produzir cinco novos modelos no País até 2009, entre eles a versão perua do Mégane

Ó RBITA

FATURAMENTO As receitas mundiais da Ernst & Young subiram para US$ 18,4 bilhões até junho.

COMPULSÓRIOS PARA A PRODUÇÃO

D

epois de uma estréia fraca em 2003, os recursos do compulsório dos bancos começam a chegar nas ruas. Hoje, cerca de R$ 900 milhões – metade do total de 2% de depósitos à vista, estão emprestados. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) estima que, dentro de três anos, 100% dos depósitos à vista estarão emprestados. Entretanto, segundo o coordenador do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, Almir da Costa Pereira pouco desse dinheiro é

destinado ao microcrédito produtivo. "Por enquanto, esses recursos vão para o crédito ao consumidor." Isso acontece, explica, porque as regras oficiais não facilitam esse tipo de empréstimo. Há consenso no governo, porém, de que isso deve mudar. Nas próximas semanas, um decreto deverá alterar os limites de crédito para R$ 10 mil (hoje é R$ 5 mil) e de renda para R$ 120 mil (hoje é R$ 60 mil). "Com isso, vamos mudar o destino dos recursos", diz Pereira. (AE)

FIM DO BOOM

CADASTRO

D

epois de lucrar com a alta das commodities por mais de três anos, o Brasil vai enfrentar a desaceleração nos preços dos principais produtos de sua pauta de exportação. E o impacto dessa queda de preços, aliado à retração do dólar, pode custar US$ 10 bilhões do saldo comercial em 2007, segundo projeções de Fábio Silveira, economista da RC Consultores. Na opinião de economistas, chegou ao fim o boom de preços das commodities. (AE) A TÉ LOGO

A

medida provisória que regulamentará o cadastro positivo "deve ganhar as ruas na semana que vem". A informação é do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. O cadastro positivo, anunciado no início do mês junto com outras medidas, é uma das apostas do governo para atacar os elevados custos do crédito e reduzir os spreads bancários, à medida que melhora o nível de informação do sistema financeiro em relação aos clientes que têm bom histórico de pagamento. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Investimento produtivo deve crescer, diz BNDES

L

BC prevê superávit comercial de US$ 30 bi em 2007

L

Petrobras é qualificada para licitação na Líbia


DCARRO

Prisma, o novo sedan de pequeno porte da GM. A montadora lança o modelo esta semana, em São Paulo.

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Para todos os gostos

Fotos: Divulgação

SALÃO 2006

6

Vai ter até carro chinês na feira do Anhembi, que começa dia 19 ALZIRA RODRIGUES

U

m dos diferenciais do 24º Salão Internacional do Automóvel, que acontece em São Paulo entre os próximos dias 19 e 29, será a apresentação do Chana, o primeiro carro chinês a ser comercializado no mercado brasileiro. O veículo será distribuído pela Districar, que já representa, no País, a coreana SsangYong. A empresa ainda não divulgou material do veículo porque aguarda, primeiro, a sua homologação na Cetesb, para depois oficializar sua venda local. O Chana, produzido pela montadora ChanGan Auto, é um utilitário pequeno, do tipo da Towner, veículo já comercializado no Brasil pela coreana Asia Motors. Com presença crescente no mercado de autopeças, os chineses vinham prospectando o mercado brasileiro de veículos há algum tempo, mas só agora está sendo oficializada a chegada deles ao País. Feito aqui - Entre os modelos nacionais que estão tendo vendas iniciadas neste final de ano, destaque para o Prisma, sedan que a General Motors apresenta à imprensa esta semana, em São Paulo, e que será uma das atrações no seu estande no Salão do Automóvel, que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Com 86 mil metros contínuos de exposição, a feira terá 120 participantes, com a presença de 31 marcas. O público poderá ver desde carros nacionais que estão chegando ao mercado, até modelos estrangeiros e carros conceitos, que antecipam o futuro do setor. O Prisma foi 100% criado e desenvolvido pela engenharia da General Motors no Brasil e utiliza, segundo a empresa, o inovador motor 1.4 litro, que tem potência de 97 cavalos, com álcool, e 89 cv, no

uso de gasolina. O novo veículo, que está sendo produzido na fábrica da GM de Gravataí, no Rio Grande do Sul, participará do segmento dos sedãs não populares, ou seja, com motorização acima de 1.0 litro. Essa categoria vem registrando crescimento expressivo no mercado brasileiro, tendo dobrado o volume de vendas nos últimos três anos. Utilitários esportivos - Além do chinês Chana, a Districar também vai mostrar as novidades da coreana SsangYong, entre as quais o novo Rexton II, que comporta até sete pessoas, e os inéditos Kyron e Actyon. O Kyron, na versão Xdi 200 XVT, é um utilitário esportivo de menor porte que o Rexton, destinado a cinco pessoas. Tem motorização alemã, com sistema common rail, turbo diesel e intercooler, 2.0 litros, 4 cilindros, 16 válvulas e potência de 145 cavalos. Poderá ser adquirido com câmbio manual ou automático de 4 velocidades, tração 4x2, 4x4 (normal) e 4x4 (reduzida). O Actyon é outro utilitário, com as mesmas características técnicas do Kyron, porém com linhas mais arrojadas e joviais. A marca SsangYong está presente no Brasil desde 2001.

Acima, o utilitário esportivo Murano, que a Nissan vai vender no Brasil. Ao lado, o Chana, o primeiro veículo chinês que será comercializado no País. O modelo, da marca ChanGan, será distribuído pela Districar.

quanto outras montadoras procuram dar um "ar" off-road a seus carros, a Jeep transformou o seu modelo em um rápido e potente esportivo com a qualidade de desempenho da SRT Tecnologia de Rua e Competição, que faz ele andar bem também na cidade. Com motor 6.1 litros, vai custar R$ 249,9 mil. O grupo Daimler-Chrysler também mostra no Anhembi o 300C SRT8, norte-americano, e toda a linha de carros Mercedes-Benz AMG. A japonesa Nissan aproveita o Salão para apresentar o sport utility Murano, que tem câmbio automático e motor V6 3.5 litros, que desenvolve 234 cavalos de potência máxima. A marca também mostrará o novo Sentra e o carro conceito Zaroot, que tem por proposta adiantar como será o utilitário do futuro. Conversível - Líder de vendas no segmento de conversíveis na Alemanha, o Volkswagen Eos será uma das estrelas do Salão do Automóvel (veja matéria sobre conversíveis nas páginas 6 e 7). Lançado na Europa em maio, o modelo é re-

Mais fora de estrada - A Daimler-Chrysler, assim como a SsangYong, também investe pesado no segmento fora de estrada. Vai expor a nova família Jeep, que estará disponível para vendas na rede de concessionárias da marca a partir do final do salão. Tem o Jeep Grand Cherokee Overland, com preço entre R$ 200 mil e R$ 210 mil, e o Jeep Commander, o primeiro com espaço para até sete passageiros, que será vendido com preço na faixa de R$ 237,9 mil. Ainda que apresentado apenas estaticamente, outro lançamento da marca Jeep é Grand Cherokee SRT8. En- A Daimler-Chrysler expõe a nova família Jeep


8

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Somos um movimento que prega o bom humor contra tudo que vemos de canalhice e corrupção. Sérgio Morinson, idealizador do movimento "Rir para não Chorar".

CONFUSÕES MARCARAM O DIA DA VOTAÇÃO

Protestos de eleitores com narizes de palhaço, bebedeira de mesários e trapalhadas de candidatos e seus parentes fizeram parte das eleições.

Quase perdi

André Dusek/AE

O

Curiosidades Inês Campelo/AE

A viúva e pensionista do INSS Ieda Souza Ramos em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília

Protesto com nariz de palhaço

candidato a deputado federal pelo PTC, Clodovil Hernandes, teve que se dirigir a outra seção quando chegou para votar na escola Doutor. Esteves da Silva, na cidade de Ubatuba, litoral de São Paulo. O título de eleitor do candidato havia sido transferido para uma escola de outro bairro, próximo à sua residência, mas ele alegou que não sabia disso. Após o contratempo, o apresentador votou em três minutos. "Isso é Brasil, quase perdi um voto", brincou. Apesar de algumas pesquisas apontarem o candidato entre os mais votados do Estado, Clodovil disse estar tranqüilo e quer esperar pela apuração. Após o almoço, o candidato seguiu para São Paulo, onde ficará hospedado em um hotel até o fim da apuração. Wendell Marques/ Ag. O Globo

Tia de Lula vota nulo

V

estida com sua melhor roupa – um costume cor-de-rosa, enfeitada com jóias douradas – Corina Guilhermina da Silva, 77 anos, tia do presidente Lula e sua parenta mais próxima em Caetés (PE), onde ele nasceu no agreste pernambucano, gastou cinco minutos para votar. Entrou na seção eleitoral às 10 horas, deixou as impressões digitais do polegar direito na ficha e dirigiu-se para a urna eletrônica. Na hora de escolher o presidente, marcou o número 38 e confirmou com a tecla verde. Voto nulo. Não adiantou um fotógrafo de Recife soprar o número 13, nem duas mesárias tentarem ajudá-la a distância. Uma mensagem na tela advertia que o número estava errado, mas Corina prosseguiu. Ela nem percebeu que o sobrinho perdeu seu voto. "Enquanto eu viver, voto no Lula, porque ele é honesto e eu não acredito nessas coisas que andam dizendo contra o governo", afirmou, ao voltar para casa, no Sítio Poços de Caetés a cerca de seis

quilômetros da cidade. Irmã do pai de Lula, que tinha uma gleba de pouco mais de 13 hectares, ali ao lado, na Várzea Comprida, Corina vive com o marido, José Caetano da Silva, da aposentadoria, um salário mínimo para cada um. O casal planta milho e feijão para complementar a renda. Ruth, a neta de 17 anos que faz companhia aos avós, não sabe ler nem escrever uma sílaba porque Corina não deixa que ela freqüente uma escola vizinha. A casa tem luz, televisão e geladeira, mas não tem banheiro. "A gente vai ali no mato", informa José Caetano, apontando umas moitas no quintal. Outra tia do presidente Lula, Maria, mora em Venturosa, na mesma região de Garanhuns, município ao qual pertencia Caetés quando ele nasceu em 1945. A maioria dos primos que deixou lá – mais de 40, contando as novas gerações – são parentes por parte da mãe. "Ninguém tira essa eleição de Lula", previa José Florêncio Filho, o Duda, 68 anos, um dos primos mais próximos. (AE)

D

istribuir nariz de palhaço em diversas zonas eleitorais. Esta foi a maneira encontrada por um grupo de manifestantes para protestar contra a corrupção e a falta de ética na política. O movimento "Rir para não Chorar", de acordo com o seu idealizador, Sérgio Morinson, não tem coloração política. "Somos um movimento que prega o bom humor contra tudo o que vemos de canalhice e corrupção", explicou. O grupo distribuiu centenas de narizes de palhaço em diversas zonas eleitorais na capital paulista. Chegaram quase a ser agredidos por militantes dos candidatos, que se sentiam atingidos pela manifestação. O

Antônio Milena/AE

Corina pensa que votou no sobrinho, mas na verdade votou 38. Nulo.

Marcus Thomé e Adriana Abreu na votação em SP. E mesários manifestam seu desagrado

Vanderlei Alemida/AFP

engenheiro Fábio Martins, de 26 anos, que votou na mesma seção do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello, usava o nariz de palhaço. Marco Aurélio disse à imprensa que o protesto do eleitor reflete o contexto do país em que há "um quadro de escândalos e de decepção". (AE)

Aniele Nascimento/AE

Diego Padgurschi/Folha Imagem

Nadine Torres (dir.), Nanci Murati e Cristiane Previdi participam do protesto em Curitiba

Celso Pitta, candidato a deputado Estadual, afasta-se de eleitor com nariz de palhaço

Fernando Barbosa/AOG

Fura fila

S

everino Cavalcanti, 74 anos, candidato a deputado federal pelo PP de Pernambuco, passou à frente da fila de eleitores que aguardavam para votar, usando a prerrogativa de candidato. Dentro da seção, atrapalhou-se na hora de votar, chegando a pedir a ajuda dos mesários e de sua filha, Ana Cavalcanti, que é candidata à reeleição como deputada estadual, também pelo PP de Pernambuco. Severino Cavalcanti disse estar confiante em sua vitória nas eleições deste ano. Assessores de Severino afirmaram que ele espera ter ainda mais votos nesta eleição do que as obtidas por ele em 2002, quando alcançou 82 mil votos. O candidato evitou o contato da imprensa ao longo da manhã e não comentou o assalto sofrido

por seu filho na última sextafeira (29). Superintendente Regional de Agricultura, José Maurício Cavalcanti, de 50 anos, foi baleado na perna ao tentar fugir de um assalto quando saía do trabalho, no Recife. O filho de Severino foi socorrido e já teve alta médica.

Compra de voto Balão arisco

O

empresário Adriano Silva foi preso na manhã de ontem acusado de comprar votos para seu irmão, o candidato a deputado estadual pelo Acre, Raimundo Gomes da Silva (PMN), conhecido como Doutor Silva. Segundo a Política Federal, o empresário tinha R$ 1 mil e aliciava eleitores em Sobral, na periferia de Rio Branco.

E

quipes do Paraná que fiscalizavam a propaganda eleitoral irregular tentaram por várias horas capturar um balão pelas ruas de Curitiba. Ninguém conseguiu alcançar o artefato, que trazia propaganda do candidato a governador Roberto Requião (PMDB). Requião só teve apreendido um boneco com sua figura que circulava pela cidade.

Clodovil após conseguir votar

Um Collor preso

O

vereador Fernando James (PRTB-AL), filho do ex-presidente Fernando Collor de Mello, foi detido ontem pela manhã em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió (AL). A prisão foi efetuada por soldados das tropas federais. Ele estava em uma caminhonete repleta de material de campanha do pai, candidato ao Senado pelo PRTB (que foi eleito). Ao passar por uma barreira montada pelo Exército, acabou detido. James foi encaminhado à Polícia Federal por determinação da juíza Maísa Cesário, que minimizou a importância da prisão. "Isso acontece a toda hora. Ele não foi o único", disse a juíza. Fernando James foi liberado à tarde e vai a responder a inquérito para apurar se fez propaganda de boca-de-urna. O ex-presidente Collor, eleito senador de Alagoas, afirmou que está preparado para voltar a Brasília, 14 anos depois do impeachment. "Sou querido (em Brasília), não tenho problemas com ninguém."

Calibrados

E ELEITORA DE MAIS DE UM SÉCULO – Embora a lei eleitoral brasileira determine que o voto é facultativo para idosos, Olga de Almeida, de 104 anos, usa seu direito e faz questão de comparecer às urnas.

Índios sequestram mesários

U

ma tribo indígena, da etnia Colinas, tomou como reféns, no sábado, sete integrantes de uma equipe da Justiça Eleitoral no Amazonas e exigia como pagamento do resgate comida e gasolina. Em poder dos índios estava também uma urna eleitoral

da seção de Juruá, no Amazonas, na qual iriam votar 300 eleitores. O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, informou que as sete pessoas foram libertadas no domingo pela manhã, graças à intervenção da Fundação Nacional do

Índio (Funai). Faziam parte da equipe seqüestrada quatro mesários, dois policiais militares e um técnico, que transportavam a urna para o local de votação. Ao ser perguntado se as exigências dos índios haviam sido atendidas, Fontoura Filho respondeu: "Não temos esse papel social de fornecer comida." (AE)

m Belo Horizonte a Polícia Militar foi acionada na manhã de domingo porque um mesário compareceu para trabalhar numa seção eleitoral da capital mineira apresentando sinais de embriaguez. Segundo os policiais, o mesário Arnaldo Rodrigo Pereira de Souza, 25 anos, chegou ao local carregando uma garrafa de aguardente e demonstrando não ter nenhuma condição de conduzir as tarefas da votação. A garrafa de pinga foi apreendida. Em Maceió, mesário Edson Argemiro também foi levado pela polícia por chegar bêbado à mesa de votação e provocar tumulto. "Mas eu bebi só até três horas da manhã", disse. "Não sei por que chamaram o caburão".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

0,629

por cento é a rentabilidade média prevista para as aplicações em poupança que vencem dia 2 de outubro.

29/9/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 27/09/2006 27/09/2006 27/09/2006 27/09/2006 27/09/2006

P.L. do Fundo 9.072.388,16 1.450.016,71 7.808.167,61 15.689.002,16 1.286.604,13

Valor da Cota Subordinada 1.198,347754 1.093,044117 1.161,197735 1.121,155546 1.099,401363

% rent.-mês 1,8699 1,4451 1,2780 7,4778 3,5247

% ano 22,6595 9,3044 16,1198 12,1156 9,9401

Valor da Cota Sênior 0 1.086,540783 1.099,976273 0 0

% rent. - mês 0,9565 1,0421 -

% ano 8,6541 9,9976 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O JEITINHO BRASILEIRO NAS URNAS

9 Irreverência até na hora do voto.

Alex Ribeiro / DC

No dia em que os brasileiros foram às urnas para escolher seus governantes, não faltaram cenas inusitadas em todo o País. Os políticos envolvidos em corrupção e em escândalos eleitorais também apareceram para votar.

DIA DO VOTO

Emerson de Souza / AE

VOTO LIVRE – Presos votam por trás das grades em Porto Alegre (RS). Pedro Vilela / AOG

JUMENTO – O candidato Wadão do Jegue chega com o seu animal de estimação para votar em plena Avenida Paulista. José Meirelles Passos /AOG

Wilton Junior /AE

JEFFERSON – Voto em Heloísa. Pablo de Luca / AE

DEDOS – Adilson Aguiar (BH) declara voto em Lula. Tom Cabral / AE

PAU-DE-ARARA – Eleitores desembarcam de um caminhão para votar em São José de Tapera (AL).

COLLOR – Eleito em Alagoas.

Marcelo Nogore / AE

PENTEADOS – Polícia controla militantes com perucas no Recife.

FRENTE E VERSO – Vestindo camisetas personalizadas, grupo defende a não-reeleição do presidente Lula e pede o fim da corrupção.

OS INVESTIGADOS Sérgio Castro / AE

Joel Silva / Folha Imagem

Sérgio Cavallo / Folha Imagem

Valéria Gonçalvez / AE

JOSÉ DIRCEU

ANTONIO PALOCCI

JOÃO PAULO CUNHA

RICARDO BERZOINI

O ex-ministro e deputado federal cassado votou na zona Sul de São Paulo. Um dos protagonistas do escândalo do mensalão, ele defendeu que a compra do dossiê Vedoin por petistas não seja investigada em comissão interna do partido.

O ex-ministro e candidato a deputado federal pelo PT, votou pela manhã em Ribeirão Preto (SP) e manteve silêncio sobre o pedido de prisão preventiva contra ele por peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara e candidato a deputado federal votou em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi absolvido da acusação de ter recebido R$ 50 mil do esquema do mensalão, que era gerenciado pelo publicitário Marcos Valério.

Na saída do local de votação, na zona Sul da cidade, o presidente nacional do PT respondeu à provocação de um eleitor. "Está metendo muito a mão lá?", perguntou o eleitor. "Eu não sou o que você pensa", respondeu Berzoini, fechando a cara.


8

Tr i b u t o s Empresas Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

23 EMPRESAS CHINESAS ESTÃO NA LISTA DA FORTUNE

As 500 maiores companhias da China respondem por mais de 77% do PIB do país

Jonson Lee/Reuters

China luta para ter marcas conhecidas mundialmente Empresas chinesas fazem parte da lista das 500 maiores do mundo, porém suas marcas ainda são desconhecidas da população mundial. O jornal China Daily propõe um esforço do governo e do setor privado chinês para reverter a situação.

V

Estação de Beiijing, na China, centro de compras para pessoas do mundo inteiro, que conhecem produtos, mas não sabem quais são as marcas.

Comerciais exportadoras

ocê conhece alguma marca chinesa? É questão de tempo. Uma pesquisa feita pelo China Brand Research Institute, e divulgada no final de agosto, revelou que a economia que mais cresce no mundo não tem nenhuma marca global. Dias depois, o China Daily, jornal estatal em língua inglesa, publicou editorial lamentando o fato, e indicando diretrizes às "empresas chinesas gigantes". A pesquisa foi feita com 2.629 executivos, de mais de 40 países, que visitaram a China Export Commodity Fair, um evento bianual que é realizado em Guangzhou. Apenas três marcas chinesas foram citadas pelos entrevistados: Glanz, de produtos da linha branca; Younger, de roupas; e Anxi Tieguanym, um chá produzido em Anxi, na província de Fujian. O China Daily comentou o resultado da pesquisa em editorial do dia 05 de setembro. As informações são relevantes pois ajudam a entender melhor o "comunismo à chinesa" (apud Deng Xiao-ping). A artigo, intitulado de "Not only size matters" (algo como "Só o tamanho não resolve"), destacou que as 500 maiores empresas da China ficaram impressionamente grandes. Juntas, tiveram receita de US$ 1,8 trilhão, ou 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês de 2005. Na semana anterior, já havia sido divulgada a lista das 500 maiores companhias do país, uma relação que convida a uma comparação com a Fortune Global 500, lista visada

no mundo inteiro. Impacto – De acordo com o China Daily, as empresas do país responderam ao impacto da globalização tornando-se maiores e mais fortes, uma estratégia que foi endossada pelo governo. O novo ranking ilustra o quanto China cresceu. Em 1995, apenas três companhias do gigante asiático estavam listadas entre as 500 maiores da Fortune. Agora, 23 se qualificaram para o ranking Fortune Global 500 em termos de receitas, com 19 sendo ao final relacionadas na seleção da revista para 2006. Sinopec, a gigante chinesa de petróleo, encabeça a lista entre as maiores. Subiu do 31º lugar no ano passado para a 23ª posição neste ano. O editorial do jornal China Daily, contudo, ponderou sobre o tamanho das empresas chinesas em comparação a outras companhias internacionais e lembrou que a competividade não depende apenas do tamanho da empresa. "É preciso admitir, há ainda uma considerável distância entre o tamanho das nossas gigantes e o das líderes globais", destacou. As receitas conjuntas das 500 maiores chinesas representam apenas 9,3% das receitas das Global 500 da Fortune, e 19,4% das 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Marcas – Uma distância ainda maior existe entre as marcas chinesas e as de grandes empresas estrangeiras. Enquanto nenhuma marca do país asiático foi incluída na lista das 100 maiores mundiais, as empresas americanas detêm muitas

das marcas mais valiosas do mundo. Só a Coca-Cola, líder da lista, foi avaliada em US$ 67 bilhões, cerca de um décimo do PIB da Índia. Microsoft e a IBM vêm a seguir, no segundo e terceiro lugares. O China Daily pediu urgência na construção de estratégias para competitividade global das marcas chinesas. "Quer queira-se, quer não, enquanto a economia chinesa cresce rapidamente, e se abre mais, as grandes empresas domésticas serão cada vez mais desafiadas pelos competidores externos. Mesmo as grandes estatais, que atualmente gozam de uma condição de monopólio, não serão uma exceção." Adaptação – Para sobreviver a uma competição cada vez mais intensa, as empresas chinesas, segundo o jornal, devem adaptar-se ao novo ambiente de negócios o mais rapidamente possível. "E por causa de seu tamanho e influência, o sucesso das grandes empresas domésticas será crucial para o desenvolvimento sustentável da nossa economia." A nova lista das 500 maiores ajuda a entender a força das empresas chinesas. A expansão rápida lhes permitirá benefícios da economia de escala. Mas o amplo crescimento não lhes garantirá competitividade, se ele não for seguido de esforços no sentido de promover o marketing de marcas, a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, e outros aspectos chaves dos quais a lucratividade de uma companhia depende, concluiu o editorial.

N gócios

Paulo (Ciesp), segue no próximo domingo, dia 8, missão empresarial ao Uruguai e à Argentina. Tratase da primeira iniciativa do gênero entre as instituições. A delegação é formada por 20 empresas paulistas de diversos segmentos. O programa da viagem prevê seminários sobre as potencialidades de São Paulo, seguidos de Rodadas de Negócios com contrapartes locais e complementado por visitas técnicas. No Uruguai, a missão recebe o apoio da Embaixada do Brasil e do Serviço de Promoção Comercial (Secom), que encarregou-se da organização do seminário, de identificar contrapartes e ainda do agendamento da visita ao Porto de Montevidéu e à Zona Franca. Em Mendoza, o parceiro das organizadoras é o Promendonza, entidade governamental, que responde pelas ações de promoções no exterior da província.

Prêmio para ações ambientais

&

oportunidades

N

a próxima sexta-feira, dia 6, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), em parceria com a São Paulo Chamber of Commerce, promove a reunião-almoço "Aspectos tributários das operações com comerciais exportadoras e importadoras". Robert Schoueri, vicepresidente da Facesp, destaca a importância das comerciais importadoras e exportadoras para viabilizar as operações de negócios internacionais das pequenas e médias indústrias. Segundo ele, em todas as partes do mundo, as comerciais desempenham esse relevante papel, enquanto que, no Brasil, elas são discriminadas. Para debater o tema com os presentes está confirmada a participação de Luis Eduardo Schoueri, advogado

tributarista e professor da Universidade de São Paulo, com larga experiência em assuntos tributários e fiscais. A reunião acontece na sede da ACSP, à Rua Boa Vista, 51 -12º andar, a partir das 12h30. A presença pode ser confirmada pelo telefone: (11) 3244-3500, com Teresa, ou pelo e-mail: tneuma@acsp.com.br.

Missão ao Uruguai e à Argentina

L

iderada pelo governador de São Paulo, Cláudio Lembo, e com organização da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e do Centro das Indústrias do Estado de São

Samuel Dirceu

A

Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-México está com inscrições abertas para o IV Prêmio Bramex Ambiental, nas categorias: comunidade, inovação e ambiente natural, com a premiação em cada categoria para empresas de portes pequeno, médio e grande. Na categoria comunidade, serão analisadas ações voltadas para o ser humano. Em inovação, serão analisados projetos de desenvolvimento de tecnologias ambientais, representados por equipamentos e produtos. A categoria ambiente compreende iniciativas voltadas para a preservação da natureza, tanto do reino animal quanto vegetal. A Câmara lembra que a responsabilidade ecológica passou a fazer parte da agenda internacional, assim como a inclusão social. O prazo para participação vai até o próximo dia 10. Inscrições devem ser feitas na sede da Câmara, à Alameda Casa Branca, 806, 5º andar, conjunto 52, São Paulo. Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


C idades ZÔO, POR TRÁS DAS JAULAS DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

1

Se o animal estiver nervoso, é preciso deixar que se acalme. Sou cauteloso e não abuso da sorte. Luis Barbosa, enfermeiro

Veterinários, tratadores e biólogos trabalham duro nos bastidores, desde logo cedo, para que o público possa encontrar animais saudáveis, alegres e bem tratados Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

Kelly Ferreira

S

exta-feira com sol em São Paulo. No Parque Zoológico, uma multidão de quase 12 mil crianças disputa espaço para ver os animais. Algumas gritam imitando os bichos ou chamando-os. Na medida do possível, araras, elefantes, girafas, ursos, leões e tigres tentam manter a tranqüilidade e a normalidade de seu hábitat, se alimentando, dormindo e brincando. Quem passeia pelo zôo paulistano, não imagina o trabalho que biólogos, veterinários, enfermeiros e tratadores têm diariamente para manter o bem-estar das aves, répteis e mamíferos. O dia no parque começa cedo. Pela manhã, antes de os portões abrirem, é preparada a alimentação dos animais. Na cozinha, verduras, legumes, frutas e sementes, produzidas na fazenda do próprio zoológico, em Araçoiaba da Serra, são separadas, lavadas e cortadas. O cardápio de cada animal é preparado cuidadosamente, com ingredientes e quantidades específicas. Tudo é elaborado por nutricionistas. Assim que fica pronta, a comida é colocada em bandejas higienizadas e separadas por espécies. Biotério – Além de frutas, verduras e ração, alguns bichos comem animais vivos, como pintinhos, porquinhos-da-índia, codornas, grilos, baratas, tenebrios, ratos e camundongos. Todos eles são criados no biotério, habitado por mais de 320 porquinhos-da-índia, 3.500 pintinhos e 7 mil ratos. O controle de limpeza é rigoroso. Antes de entrar no local é preciso limpar os sapatos com um bactericida. Lá, o controle de contaminação é tão grande, que animais que fogem das gaiolas deixam de ser presas para outros bichos. "Quando esses animais, principalmente os ratos, fogem, perdemos o controle sobre sua saúde. É por isso que ele não vai para a alimentação de outros animais, para evitar a contaminação", explica a estagiária em biologia do biotério, Matilde Costa Lima. Além de frutas e verduras, o zôo também produz a ração. A fábrica, ao lado da cozinha, tem capacidade para fazer quatro tipos do produto e cerca de 40 toneladas por mês. A produção é auto-suficiente e somente as carnes vêm de fora, de frigoríficos. Depois de prontas, as bandejas são levadas para os recintos dos animais. A partir daí, quem comanda a situação é o tratador. Alimentação – Raphael Pereira de Lima tem 19 anos e uma grande responsabilidade: alimentar macacos, hipopótamos, leões e girafas. Quando começou a trabalhar no zoológico, há cinco meses, ele diz que sentiu medo. "No começo, apesar de não haver contato com o animal, tinha medo. Tremia até com o rugido do leão. É muito forte", disse. Raphael trata de Zagallo, uma girafa macho, com quem o contato é mais próximo do que com os felinos. O tratador ultrapassa a grade que separa o animal do público e leva a bandeja. Zagallo não perde tempo para começar a comer, sem se importar com a presença do tratador. Nessa hora, sem medo, Raphael arrisca um carinho na cabeça do animal. "Ele é muito tranqüilo", afirmou. Além da girafa, Raphael também alimenta os macacos, na ilha dos primatas. Lá, o trabalho é um pouco mais demorado. Primeiro pela quantidade de animais, depois, porque eles querem brincar sempre que alguém chega perto. Ao encostar, alguns já pulam no barco. "É preciso tomar cuidado. São danados", contou. Diferente do que acontece no recinto da girafa, outros animais não têm contato com o tratador. Ou seja, onde o tratador está, o animal não está. E vice-versa. O isolamento é feito por meio de portas de guilhotina. "O mesmo acontece na hora em que alguns deles são alimentados no cambeamento – uma espécie de dormitório para alguns animais, como leões e tigres. Não há contato entre tratador e animal. Nos recintos em que é necessária a presença do tratador, como no do elefante, por exemplo, entramos sempre com proteção. Partimos do princípio que eles são animais selvagens e que precisamos respeitá-los", disse a veterinária Paloma Bosso. Enriquecimento – Outro trabalho feito diariamente por biólogos e veterinários é o enriquecimento ambiental. Ou seja, atividades que aguçam os sentidos olfativos, visuais, palativos, auditivos e táteis dos animais. De acordo com a veterinária Paloma, o projeto foi criado em 2002 para que os bichos tenham, em cativeiro, situações cada vez mais próximas das que teriam nos hábitats naturais. "No cativeiro, a vida deles se resume a comer dormir e ficar expostos. Os alimentos vêm cortados. Eles não têm de caçar. Com o enriquecimento ambiental colocamos os bichos em situações onde precisam se movimentar, pular e cheirar para achar a comida", explicou Paloma. As atividades no enriquecimento são variadas. Vão desde esconder os alimentos em caixa de ovo, tambores, canos PVC, garrafas pet, lista telefônica, bolas feitas com mangueira de bombeiros, pele de cobra até espelhos nos recintos, trilhas com cheiro de essências, sons de chuva e vocalização de outros animais. "Eles passam

Dirceu e o misturador de ração

Tratador alimenta macaco-aranha na ilha dos primatas, no zôo. Comida é preparada com as máximas condições de higiene.

Joaquim prepara as cenouras

Verduras e legumes são produzidos pelo próprio zôo

Carol, a bebê tamanduá, tem de tomar leite a cada 4 horas

Paloma alimenta leão-marinho

Caminhão com produto que será usado no preparo de ração

Matilde examina pequenos ratos que servirão de alimento

Veterinárias cuidam de tartaruga

Tainá, um tigre branco, não tem contato direto com o tratador na hora da alimentação. Animal é selvagem e poderia atacar.

por muito estresse. O público grita e os animais passam a ter um comportamento diferente por conta do estresse e por não terem o que fazer. Andam de um lado para outro, arrancam as próprias penas. Com atividades, eles ficam mais tranqüilos e não desenvolvem problemas de articulação por falta de movimento", disse. Mamíferos – No setor de mamíferos, Carol, uma tamanduá-bandeira de apenas três meses, é a atração principal. Abandonada pela mãe, que elevou um susto numa mata em Jabuticabal, ela está sendo criada pelos funcionários do zôo. Carol, que até a semana passada se alimentava apenas com leite na mamadeira, começou a dar suas primeiras "linguadas" em um cupin-

zeiro. Para não ficar sozinha no zôo – ela precisa ser alimentada a cada quatro horas – à noite ela vai para a casa de um funcionário. "Ela é uma fofa. Mas, precisamos ter cuidado para não mimá-la. Não podemos nos esquecer que ela é um animal silvestre. Brincamos com a Carol, mas só quando ela quer. Não podemos tratá-la como um animal de estimação, se não ela ficará apegada e não irá querer nenhum parceiro", disse a bióloga Maristela Leiva. Veterinária – Na área veterinária a rotina também é agitada. Todos os animais – exceto os grandes, como elefante e girafa, que são atendidos nos recintos – recebem vacinas, fazem exames laboratoriais e de raio X e são internados no

Girafa ganha comida e carinho

setor. Ao todo são sete veterinários, além de enfermeiros. Assim como nos recintos, não há contato com os animais no ambulatório. Tudo é feito com muito cuidado. Antes de serem medicados, os bichos são colocados em uma jaula de contenção com uma balança. "É preciso pesar para saber a quantidade de medicamento. Depois ele vai para outra jaula para ser examinado ou medicado", disse a veterinária Suzana Hirata. Para o enfermeiro Luis Barbosa, não há perigo desde que haja respeito. "Se o animal estiver nervoso, é preciso deixar que se acalme. Eles têm muita força e podem usar isso contra nós. Um urso já conseguiu arrancar um ferro da grade. Sou cauteloso e não abuso da sorte", disse.


2

Distritais Urbanismo Compor tamento Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

CONSULTAS COM VIDENTES PODEM SER ONLINE

Na vida real, o ser humano foi feito para casar. Aílton Amélio da Silva, professor da Faculdade de Psicologia da USP

Paulo Pampolin/Hype

FELIZES PARA SEMPRE

Pai Francisco Borges de Oxóssi, à esquerda, começou a atender vítimas de desilusões amorosas no viaduto do Chá. Hoje, estabelecido, faz consultas por telefone, webcam ou pessoalmente. E garante: "Trago o seu amor de volta, igual cola em você". Para o psicólogo Aílton Amélio da Silva, professor da USP (na foto do centro), os videntes funcionam como uma espécie de “água com açúcar" para a tristeza do ser humano. Segundo ele, "a carência é uma situação insuportável para o homem. É por isso que 90% de toda a humanidade se casa pelo menos uma vez". A cigana Lorrayni Barreiro, na foto abaixo: "Se eu fosse uma adivinha, ganharia na Sena. As pessoas nos procuram quando estão realmente tristes. É maravilhoso poder ajudálas", afirma.

Leonardo Rodrigues/ Hype

EMPRESAS QUE VENDEM AMOR Solidão, desilusão, foras. Tudo isso tem cura mediante o pagamento de pequenas taxas. Empresas especializadas garantem amor para quem perdeu o namorado ou a namorada. Por telefone ou ao vivo. Vanessa Rosal

M

orrer de rir das piadas dele. Sentir o coração palpitar quando ela se aproxima. Gostar das mesmas coisas, sair para dançar, planejar uma vida a dois. Quem nunca sonhou com o final “...e viveram felizes para sempre”, que atire a primeira pedra. Na vida real, o ser humano foi feito para casar. A afirmação é do especialista em relacionamento amoroso da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo, Aílton Amélio da Silva. Baseada em projetos científicos, a idéia defendida pelo estudioso vai ao encontro de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): cerca de 90% dos brasileiros se casam antes dos 30 anos. Segundo Aílton, 37% dos namoros começam entre pessoas que já se co-

nhecem; 32% com alguém apresentado por um conhecido em comum; 20%, por paquera entre desconhecidos e 11% via internet. “O relacionamento amoroso anda de mãos dadas com a felicidade. Pessoas solitárias ficam sujeitas à depressão, alcoolismo e doenças”, afirma. Literatura – Em 1930, Carlos Drummond de Andrade escreveu a obra “Quero me casar”, na qual o personagem procura insistentemente por uma noiva. “Depressa, que o amor não pode esperar”, diz a poesia. O psicólogo da USP explica que essa necessidade é mais psicológica do que física. “A carência é uma situação insuportável para o ser humano. É por isso que 90% de toda a humanidade se casa pelo menos uma vez”.

As pessoas se apegam tanto ao sentimento, que quando o relacionamento amoroso termina, entram em depressão. A escritora Dóris Fleury observou amigos nessa situação e criou o conto “Noturno em lenços de papel”, que descreve o sofrimento da personagem em traços tragicômicos. “Me arrasto até o banheiro e me vejo no espelho: virei monstro. Nariz vermelho, olhos vermelhos, rosto inchado. Se ele me visse desse jeito, aí sim é que saía correndo”, conta o texto de Dóris. “Eu também já sofri desse jeito. Quem nunca sofreu? Mais tarde você olha para a situação, e acha até engraçado ter sofrido tanto – e ter pago tanto mico”, diz a escritora. De acordo com o psicólogo Aílton Amélio da Sil-

Cartas: parte do arsenal usado para garantir amor a clientes carentes ou deprimidos

va, é normal ficar triste. “O tempo pode curar o sofrimento. Mas se demorar demais, e a pessoa continuar deprimida, precisará buscar ajuda”. Ajuda alternativa – Pensando nos dramas que atingem o ser humano de forma tão devastadora, algumas pessoas se dedicaram a desenvolver um mercado no mínimo curioso: o da vidência. Esqueça aqueles métodos antigos, quando o mago jogava búzios ou lia o baralho cigano nos fundos de sua casa para trazer de volta a pessoa amada. Hoje em dia, eles estão organizados. Possuem equipe especializada e até central de atendimento. Sem falar na tecnologia que possibilita consultas online por meio de mensagens instantâneas e webcam.

Aos 26 anos, Francisco Borges de Oxóssi comemora o sucesso de sua empresa, a Vidente do Amor, fundada em 2003. “As pessoas me consideram um pai de santo moderno, porque eu também faço consultas pela internet”, diz. Atualmente a empresa possui 43 funcionários para atender 60 clientes por dia. A maioria liga à procura de conselhos sobre a vida amorosa. Por telefone, a conversa é valiosa: R$ 1,99 o minuto. Pessoalmente, Borges cobra R$ 60, independentemente do tempo que a pessoa fique na sala. “Além dos telefonemas, eu atendo cerca de 40 clientes ao vivo”. Borges garante acabar com o sofrimento de quem o procura. Um dos anúncios feitos pela empresa em revistas e jornais da cidade promete: “Trago o seu amor de volta, igual cola em você”. Nesse exemplo, além dos R$ 60 da consulta, o cliente se compromete a pagar mais R$ 400, caso o resultado seja positivo. “O que move a pessoa não são as coisas materiais, mas os sonhos: seja de ter alguém, de amar ou de compartilhar uma vida a dois. Por meio dos sonhos, tudo ganha uma força maior”. Viaduto – Falar em amor não é tarefa fácil para o empresário. Aos três anos, foi abandonado pela mãe e viveu numa creche da Febem, até ser adotado por um casal que o ensinou a cultivar a cultura tribal africana. Perdeu o pai adotivo quando tinha 13 anos e a mãe, quando tinha 15. “Sempre trabalhei, desde cedo. Cheguei a ter uma empresa de contabilidade e comecei a exercer meu verdadeiro dom no viaduto do Chá. Lá eu atendia todas as quartas-feiras”, diz. Hoje, Borges possui um cadastro de 44 mil clientes. Ao todo, ele já atendeu 60 mil pessoas. No ano que vem, pretende abrir uma filiais no Rio e em Belo Horizonte, aumentando a carteira de funcionários para 72. “Somos uma empresa que cresce 25% ao ano e 32% a mais do que o mercado em geral”. A maioria dos clientes está em São Paulo. “É a cidade do tra-

Marcelo Soares/Hype

balho. Mas as pessoas aqui também amam. Quando termina o horário de trabalho e a pessoa volta para casa, se sente muito sozinha”. O projeto deu tão certo que a Vidente do Amor já procura parceiros para abrir franquias pelo Brasil. E não precisa ser vidente para trabalhar com Borges. “Basta ser um bom administrador e gostar de esoterismo. Os profissionais para atendimento, nós forneceremos”, explica Borges. O valor inicial para abrir uma franquia da em-

presa é R$ 10 mil, fora os custos com obras civis, elétricas e hidráulicas. Depois, o franqueado deverá pagar 4% do faturamento bruto da loja e mais 2% para fins publicitários. Previsões ciganas – Há 18 anos, a cigana Lorrayni Barreiro fundou a Encanto Cigano. Como Borges, mantém uma equipe de profissionais para o atendimento telefônico. O minuto da consulta custa R$ 1,99. “As pessoas nos procuram quando estão realmente tristes. É maravilhoso poder ajudá-las”, diz.

Lorrayni não gosta de ser chamada de adivinha. “Se fosse, acertaria na Sena. Uma das minhas lições é: respeitar o próximo sem julgar as pessoas”. Tanto tempo no mercado fez Lorrayni perceber a solidão das pessoas. “Ninguém tem mais tempo de sentar e conversar. Isso é triste. A Encanto Cigano está aí para ouvir quem quiser ser ouvido. Odeio ‘cambalacho’ e se estamos há 18 anos no mercado é porque temos credibilidade”. A novidade é a forma de pagamento. Os clientes podem usar todos os cartões de crédito ao terminar a consulta por telefone. Água com açúcar – A jornalista C. R. é adepta do esoterismo. Sempre que está triste no amor, procura a ajuda de um profissional da área. “Quando meu namoro terminou e eu estava trocando de emprego, minha vida virou de ponta cabeça. Busquei ajuda e hoje estou bem melhor. Gosto de seguir os conselhos que os pais de santo e as ciganas me passam”, diz. Já a escritora Dóris Fleury não acredita em ajuda esotérica. “As pessoas procuram videntes e ciganos porque gostam de se iludir. Esses profissionais lhes dão ilusões. De repente, num momento em que você está mal, isso pode até te ajudar um pouco. Mas, com o tempo, você aprende com a vida, e fala: agora estou nessa situação horrível, mas vai passar”. Para o psicólogo da USP, Aílton Amélio da Silva, os videntes funcionam como “água com açúcar” para a tristeza do ser humano. “Na hora da dor, resolve. Mas depois, é preciso tratar com remédio de verdade, e isso só é possível através da psicologia e, nos casos mais extremos, com psquiatria”, finaliza.


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Para Roberto Nappo, subprefeito substituto, por uma questão cultural, as pessoas não se preocupam com a regularização de seus imóveis comerciais

Compor tamento Urbanismo Distritais Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Defendemos a regularização para que o comerciante possa trabalhar dentro da legalidade. Douglas Formaglio

LICENÇA PODE SAIR EM 15 DIAS

Palestra ensina a regularizar imóvel Na Lapa, arquiteta mostrou o que é necessário para deixar a documentação em dia. A falta de licença pode acarretar o fechamento do estabelecimento. Fotos: Rafael Hupsel/Luz

R

egularizar um imóvel, seja residencial ou comercial, é mais simples do que muitos imaginam. Mas não deixa de ser trabalhoso. Além de ser um requisito básico para a obtenção da licença de funcionamento, a falta da regularização pode acarretar, inclusive, a interdição de um estabelecimento. Para discutir esse tema e orientar os empreendedores da região, a Distrital Lapa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu a palestra Regularização de Imóveis, apresentada pela supervisora de Uso do Solo e Licenciamento da Subprefeitura da Lapa, a arquiteta Clara Aparecida Silva. Segundo Clara, obter o licenciamento de um imóvel é muito simples. O interessado deve obedecer duas condições básicas: IPTU e Regularidade do imóvel atualizados. A regularidade em questão envolve uma planta de anistia ou uma planta regularmente aprovada pelos órgãos competentes Com a

posse de dosubprefeito cumentos coacredita que mo o CNPJ, o existe um núCCM e o Conmero expressitrato Social, a vo de pontos licença fica comerciais na pronta em L a p a s e m l ia prox im ad acença de funmente 15 cio namen to, dias, após visum reflexo do A arquiteta Clara Silva, da Subprefeitura da Lapa, afirmou que obter a licença de um imóvel é simples toria no local que acontece realizada por na cidade. técnicos. Na opinião do superintentrega o termo", explicou a ar- não se preocupam muito com a "O interessado também po- quiteta da subprefeitura. regularização de seus imóveis dente da Distrital Lapa da de solicitar um Termo de ConEmpecilhos – As causas da comerciais. Elas geralmente ACSP, Douglas Formaglio, as sulta, sem compromisso, para falta de regularização, e, conse- priorizam os investimentos na principais causas que impeverificar junto à Prefeitura a qüentemente, da licença de fun- estrutura e na comunicação vi- dem os comerciantes de regupossibilidade da instalação de cionamento de um empreendi- sual dos estabelecimentos. A larizarem seus imóveis são a certo estabelecimento em de- mento são diversas. Para o sub- falta de tempo e os custos tam- alta burocracia e o desconheciterminado local. Se afirmativo, prefeito substituto da Lapa, Ro- bém contribuem para essa si- mento do processo necessário com a apresentação de alguns berto Nappo, trata-se de uma tuação", afirmou. Apesar de não de regularização. "Como ocordocumentos, a Prefeitura en- questão cultural. "As pessoas dispor de dados concretos, o re no mercado informal, a bu-

Hoje I Pinheiros – A distrital promo-

ve cerimônia de premiação e abertura da exposição do 19º Salão de Artes de Pinheiros. Às 19h30. Shopping Eldorado, 3º piso, Teatro das Artes, avenida Rebouças, 3.970.

Amanhã I Vila Maria – A distrital promo-

ve Café com Negócios. Às 8h30. Confirmar presença pelos telefones 6954-6303/6957-5686 e 6955-7646 com Alessandra ou Alessandro ou pelo e-mail dvilamaria@acsp.com.br I Ex terior - O vice-presidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior, com a participação de Luiz Fernando Machado Ferreira, executivo do Banco Central, que falará sobre Os novos Rumos do Brasil no Mercado de Câmbio. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Jabaquara– A distrital realiza reunião sobre o Natal Iluminado, com a presença do subprefeito do bairro, Cassio Freire Loschiavo, e convida escolas, entidades, comunidade e empresários a par ticiparem do evento. Às 19h30.

Quarta I Lapa – A distrital realiza reu-

nião do núcleo setorial de profissionais de Recursos Humanos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 10h. I Lapa – A distrital realiza reu-

GIr

Agendas da Associação e das distritais

nião do núcleo setorial de profissionais de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 19h. I Mooca – A distrital realiza reunião com a palestra Doença dos rins na terceira idade, ministrada pelo nefrologista Carlos Antonio do Nascimento. Confirmar presença pelos telefones: 66942730/6693-7329 ou pelo e.mail dmooca@acsp.com.br. Às 19h. I Santo Amaro – A distrital realiza reunião com a palestra da AES Eletropaulo Isso é da sua conta. Às 19h30. Haverá coquetel. RSPV: 5521-6700

Formaglio: o objetivo da palestra foi mostrar que não há necessidade de contratar um profissional para exercer os trâmites legais na Prefeitura

rocracia é tanta que o empreendedor fica numa situação de constrangimento. Ou ele espera meses para obter a licença de funcionamento ou ele abre as portas sem a documentação. Entretanto, defendemos estritamente a regularização, para que o comerciante, o industrial e o prestador de serviços possam trabalhar confortavelmente dentro da legalidade, sem correr riscos". Segundo Formaglio, o principal objetivo da distrital com a palestra foi mostrar aos empreendedores da região que não há necessidade de contratar um profissional para exercer os trâmites legais junto à Prefeitura. No entanto, o superintendente reconhece que os recursos humanos dos setores de análise dos documentos são escassos e comprometem, muitas vezes, os prazos dos julgamentos. "Pretendemos encurtar e facilitar as relações entre os empreendedores e a Prefeitura", concluiu. André Alves

Quinta I Chamber – Reunião do Con-

selho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce da entidade, coordenada pelo vice-presidente Alfredo Cotait Neto. Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Abilio Borin. I Penha – A distrital realiza reunião ordinária com a posse do novo conselheiro Fernando Cintra Antonácio. Às 19h.

Sexta I Tributos - O vice-presidente

da Facesp, Robert Schoueri, coordena reunião de Comerciais Importadoras e Exportadoras com palestra de Luis Eduardo Schoueri, advogado tributarista e professor titular da USP, sobre Aspectos tributários das operações com comerciais expor tadoras e impor tadoras. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre.

Natal em Santo Amaro

C

A Distrital Santo Amaro realizou a primeira reunião da comissão do Natal Iluminado 2006, com a coordenação de Donizetti Felício da Silva. Foram traçados os objetivos e anotadas sugestões para a iluminação deste ano.

Café – A distrital realizou também o 15 º Café com Negócios, coordenado pelo superintendente, Aloysio Luz Cataldo. Compareceram cerca de 60 empreendedores e a gerente da Unidade Novos Associados da ACSP, Marina Bavaresco.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nas páginas 6 e 7, o Salão do Automóvel em São Paulo, que mostra o novo Chevrolet Prisma. O de Paris está na página 8.

DCARR São Paulo, 2 de outubro de 2006

Nº 140 Divulgação

307 CC

A LIBERDADE É CONVERSÍVEL PÁGINAS 4 E 5


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

O direito de ir e vir, pedalando or que não usar mais as bicicletas para ir e voltar do trabalho? Uma situação típica no dia-a-dia dos centros urbanos é o congestionamento no trânsito, que interfere diretamente na locomoção das pessoas e em sua qualidade de vida. O debate sobre como melhorar o trânsito passa por um controle maior do tráfego de carros. A elevada quantidade de veículos se deve à preferência dada ao transporte rodoviário. Há carência na oferta do transporte coletivo, o que faz com que muitos prefiram o deslocamento individual. Propostas para diminuir os congestionamentos e tornar mais ágil a locomoção das pessoas não faltam. A discussão passa por uma concepção maior, que é a ocupação planejada e a transformação das cidades em verdadeiros espaços públicos. Nesse sentido, uma alternativa de transporte, adotada inclusive em algumas capitais estrangeiras, é a bicicleta. Esse é o caso de Amsterdã (Holanda), que tem 730 mil moradores para 600 mil bicicletas e que conta com mais de 400 km de ciclovias. Mas não é preciso ir tão longe. Curitiba tem 120 km de ciclovias, que ligam 20 parques e bosques. Existe na cidade (1,7 milhão de habitantes) uma frota de 121 mil bicicletas. O Rio de Janeiro adota medidas para incentivar o uso das “magrelas” desde a Conferência Internacional do Meio Ambiente (Rio 92) . A utilização das bicicletas demanda uma série de ações por parte das administrações públicas, incluindo a construção de

P

índice FOBIA DE DIRIGIR - 3 Treinamento para pessoas já habilitadas ajuda a lidar com fobias.

SALÃO DE SÃO PAULO - 4 e 5 As novidades que vão invadir o mercado nacional durante o Salão.

CAPA - 6 e 7 Peugeot 307 CC: o prazer de andar em um conversível.

MERCADO - 8 PT Cruiser e New Beetle, mais baratos e crescendo em vendas.

SALÃO DE PARIS - 12 A festa da indústria automobilística francesa no Paris Motor Show.

aGenDa 3 de outubro

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores realiza coletiva de imprensa, às 11h30, na sede da entidade (Av. Indianópolis, 1967) para divulgar o balanço de vendas de setembro.

5 de outubro

O presidente da Renault do Brasil, Jérôme Stoll, divulga planos para o Brasil no período 2007/2009. O evento será no Hotel Sofitel, no Ibirapuera, em São Paulo, às 8h.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

ciclovias e ciclofaixas. Há ainda outras ações necessárias para garantir a segurança dos ciclistas, como a criação de sinalização específica, de estacionamentos e de rotas adequadas. Além disso, é importante realizar campanhas de educação no trânsito. Estudo elaborado pela CET e SPTrans aponta que dos 23,4 milhões de viagens diárias na capital paulista, 130 mil envolvem bicicletas (deslocamentos a pé são 8 milhões e por carro, 5,1 milhões). Mostra ainda algumas das vantagens da bicicleta, como baixo custo na aquisição e manutenção, reduzido impacto ambiental, contribuição à saúde do usuário e agilidade no deslocamento. Apesar disso, o uso da “magrela” no País ainda é reduzido. Segundo o Ministério das Cidades, as bicicletas são usadas em apenas 7% dos deslocamentos urbanos e metropolitanos. Cada vez mais fica clara a necessidade de se viabilizar meios de transporte que representem uma alternativa para a locomoção das pessoas, de modo a desmontar a lógica predominante hoje em dia de que os centros urbanos devem privilegiar o transporte viário. Um exemplo disso é Guarulhos, que inaugurou recentemente a primeira faixa exclusiva para bicicletas, próxima ao Aeroporto de Cumbica. A iniciativa servirá de teste para a formação de um plano cicloviário, que prevê a criação de novas pistas a partir de sugestões da própria população. Eduardo Tavarez, gerente da Unidade de Negócios Bicicleta da Pneus Levorin

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

DCARRO

3

MERCADO/AUTOINFORME

Preço cai, vendas explodem A procura pelo PT Cruiser quadruplicou. O New Beetle vende 24 carros/mês, contra apenas um em 2005.

C

om versões reestilizadas e mais baratas, o PT Cruiser, da Chrysler, e o New Beetle, da Volkswagen, passaram de objetos de imagem das suas marcas para produtos importantes nos catálogos das empresas. Ambos foram "ressuscitados" no mercado brasileiro, depois de passarem anos com um volume de venda pífio. Em 2005, o PT Cruiser, versão Limited, vendeu apenas 323 unidades, ao preço de R$ 96,5 mil. No início deste ano a Daimler-Chrysler deu uma leve reestilizada no carro e lançou a versão Classic, mais barata, custando cerca de R$ 20 mil a menos que a Limited. Com o novo preço (R$ 76 mil), suas vendas simplesmente quadruplicaram. No acumulado de janeiro a julho, o PT Cruiser já soma 699 unidades. A evolução de vendas do New Beetle é mais gritante. Até o ano passado o carro era vendido apenas por encomenda, nem era citado na tabela oficial de preços da montadora. Custava US$ 29,9 mil e vendeu quatro unidades em 2003, sete em 2005 e quinze no ano passado. Neste ano, no acumulado de janeiro a julho, o New Beetle, com preço bem mais baixo (US$ 24,6 mil) já vendeu 166 unidades. Ou seja, a média mensal, que era de 1,2 unidades no ano passado, subiu para quase 24. Posição das marcas - Novos produtos, preço mais baixo e capacidade de oferta são, sem dúvida, ingredientes importantes para garantir a posição de uma marca no mercado. Num ano em que o setor automobilístico cresce acima das expectativas, nem todas as montadoras estão acompanhando a média de vendas no varejo. Sem condições de atender a procura por seus carros - já que a produção da fábrica de Camaçari está no limite - a Ford, por exemplo, está perdendo participação. É a marca com o pior desempenho entre as principais montadoras no concorrido segmento de carros e comerciais leves. Entre as montadoras que cresceram acima da média do mercado este ano o destaque é a Citroën, que apresenta um volume de vendas 39,02% maior do que o registrado no ano passado. Com tal expansão, equivalente a quase quatro vezes a média da indústria automotiva brasileira, a marca foi a que obteve melhor desempenho este ano. A Peugeot, segunda empresa com maior crescimento nos oito primeiros meses de 2006, vendeu 17,5% a mais que no

Versão Classic do PT Cruiser chegou custando R$ 20 mil a menos que a Limited. O carro caiu no gosto do brasileiro e o mercado reagiu.

mesmo período de 2005. A seguir vem a Volkswagen, que teve o melhor desempenho entre as grandes. A Volks cresceu 16,34% e ficou bem acima da média, assim como as duas japonesas (Honda e Toyota) e a General Motors, que apresentaram aumento na faixa dos 14%. A Fiat, cada vez mais sólida na liderança, não conseguiu, por outro lado, crescer no mesmo nível do mercado. A marca italiana vendeu 10,03% a mais em 2006, índice ligeiramente menor que a média geral do mercado (10,5%).

Divulgação

O New Beetle pode ser encontrado agora por US$ 24,6 mil. Antes, custava US$ 29,9 mil.

GRIFE JAPONESA

Nissan: vestindo pessoas A Nissan inaugurou na concessionária Caltabiano (Av. das Nações Unidas, 7885 - SP), sua primeira loja de vestuário, acessórios e equipamentos para carros de seus clientes e apaixonados pela marca. "A Nissan Store é uma unidade de negócios independente. Nós contamos com uma consultoria especializada que realiza diversos estudos de gestão de marca e de mercado para assegurar o sucesso do novo empreendimento", explica o diretor de Vendas e Marketing da Nissan Mercosul, Nélio Bilate. O executivo explica que o cliente da marca não quer mais simplesmente adquirir um veículo. Ele espera encontrar um novo ambiente que ofereça a toda sua família a oportunidade de fazer parte do

"mundo Nissan". A grife da marca japonesa tenta aliar o melhor do design dos seus veículos com as últimas tendências da moda. Para criar as coleções verão e inverno, a empresa reuniu um experiente grupo de estilistas. As peças estarão disponíveis nas modelagens masculina, feminina, unissex e, futuramente, infanto-juvenil. A linha verão contará com 47 itens, distribuídos em três linhas: “Nissan Basics”, com um vestuário básico e acessórios; "Nissan Technology”, que utiliza peças com alta tecnologia embarcada; e “Nissan Heavy User”, voltada para praticantes de esportes radicais. Além do ponto-de-venda de São Paulo, a Nissan planeja abrir, ainda neste ano, mais duas lojas: no Rio de Janeiro e em Curitiba.


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Sempre elegante, o 307 CC mostra linhas que agradam aos mais críticos e causam reações das mais diversas

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

DCARRO

5

do exterior. Os bancos são muito confortáveis e seguram o corpo do motorista mesmo em curvas mais afoitas. O painel de instrumentos tem design esportivo. Com um comprimento total de 4,36 m, o modelo apresenta bom espaço para quatro felizardos.

AO VENTO

4

Peugeot 307 CC (cupê cabriolet), belo, com ou sem capota, aberta ou fechada em segundos. O vento não atrapalha, mesmo com o carro chegando aos 100 km/h. Perfeito para o verão que promete altas temperaturas. Divulgação

A primavera chegou com suas flores. E o verão, que promete ser quente, vem em seguida. Para curtir tudo isto, nada melhor que um belo conversível. ANTONIO FRAGA

prazer do bom ar-condicionado.

S

O belo 307 - Entre os conversíveis disponíveis no Brasil, um dos mais atraentes é o Peugeot 307 CC. Com o novo design adotado por toda a linha 307, o CC ganhou na parte dianteira a enorme entrada de ar frontal em formato oval no pára-choque, com uma grade formada por filetes cromados, que recebem os dois faróis de neblina em desenho circular integrado a eles. O capô, feito em alumínio, é mais curto que o modelo anterior e tem sua superfície lisa, com duas únicas dobras laterais. Tudo muito elegante e harmonioso. Os faróis de xenon grandes e alongados. Na traseira também um novo design com novas lanternas, sob um vidro liso vermelho, dotado de uma "máscara" cromada na mesma cor, que produz um efeito imitando leds. Por dentro, revestido de couro de boa qualidade, reafirma o apelo esportivo

ó quem já teve o prazer de andar num conversível sabe o quanto é bom. Principalmente num belo design e luxo. A sensação de liberdade que um automóvel com a capota "arriada" proporciona é muito similar à de uma motocicleta. O carro tem vantagens: não tomba fácil e se chover, fizer frio, é só fechar a capota e ouvir música. Mas a alegria tem limite: com um sol de 40 graus prometido para o verão, poucos são os que aguentam ficar à mercê do astro rei. Para os corajosos, óculos escuros, chapéus ou bonés e protetores solares. Aos demais, o

Sol, flores, e muito prazer ao volante

Baixando a capota - Mas chega a hora de curtir o que um verdadeiro conversível pode oferecer. Com um simples acionamento do botão localizado no console central entre os bancos dianteiros a capota rígida escamoteável, com comando eletro-hidráulico, se abre em apenas 25 segundos. O belo cupê se transforma num maravilhoso conversível. E lá vamos nós acelerar o Peugeot 307 CC. E é aí que se tem toda a dimensão do prazer e quanta descontração este carro pode oferecer. Com este tempo de início de primavera, com dias bonitos e o ar mais fresco, o que sobra é só alegria. Por onde se passa o carro chama a atenção. É impossível ser anônimo. Os olhares variam de contemplação pela beleza que passa, ao fuzilamento por inveja. Mas apesar de ser um pecado, faz sentido: um pobre mortal que está trabalhando duro, descarregando um caminhão de refrigerante, com centenas de caixas para entregar o dia todo, vê um espetáculo daqueles, tem o direito de ficar com raiva. Mas, c'est la vie. O motor tem muito bom rendimento, tanto na cidade quanto na estrada, e não depõe contra os irmãos da família 307. Vale a pena ressaltar que os conversíveis são reforçados na sua estrutura. Sem ela, eles simplesmente "quebram" no meio. Por isso são mais caros e pesados. Têm 190 quilos a mais que os hatchs e 130 a mais do que as peruas. Na estrada o prazer aumenta. O Peugeot 307 CC com motor 2.0 litros de 16 válvulas, 143 cavalos de potência máxima, acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos e atinge máxima de 206 km/h. A transmissão é automática seqüencial, desenvolvida para a marca francesa pela Porsche. Na estrada, é possível manter os 100 km/h sem que o vento incomode os passageiros dos bancos dianteiros, pois ele é jogado para cima, não entrando no habitáculo e nem fazendo uma revolução nos cabelos. O mesmo, e seria quase que impossível, não ocorre com os passageiros dos bancos traseiros. Mas pense comigo: estão numa mordomia, fazendo parte de um seleto grupo de sortudos e ainda queriam não receber ventinho. É demais e um ventinho no rosto faz bem para arejar as "idéias". Preço do prazer: R$ 145.500. Mais barato? Tem - Para quem quer ter quase todos estes prazeres, com um motor um pouco maior, mas com o mesmo sol - afinal, ele nasceu pra todos, né? - tem o Peugeot 206 CC , que custa só (?!) R$ 84 mil. Mas é conversível.

O interior abriga quatro pessoas com conforto que oferece arcondicionado para quando São Pedro se manifestar com chuvas

O câmbio, automático que pode se transformar em manual foi desenvolvido pela alemã Porsche e seu motor 2.0 o leva até quase 210 km/h. De 0 a 100km/h, faz em 10,7 segundos.


8

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

SALÃO

Paris, como sempre, é uma festa CÉLIA MURGEL/MOTORCAR

A

77ª edição do Paris Motor Show ou "Mondial de L´Automobile" abriu suas portas no sábado (30/09). Para este ano são esperados perto de 2 milhões de visitantes que, até o próximo dia 15, verão as principais novidades da indústria automobilística. Cerca de 500 marcas de 30 países mostrarão avant-premières mundiais, concepts e muitos destaques. Como todos os anos há muitos carros conceitos à espera do público. Na Renault, por exemplo, destaque para o Nepta, com 5 metros de comprimento, onde as portas no estilo asa-de-gaivota são abertas eletronicamente. Na Opel, a estrela é o superesportivo WTCC Ultra, baseado no modelo de corrida da marca. O C-Métisse chama a atenção no estande da marca francesa Citroën. Ele conta com motorização híbrida e um sistema inédito de abertura das portas. Há, ainda, o luxuoso francês Peugeot 908 RC. Tem também a aposta da Ford, o iosis X (assim mesmo, tudo em minúsculas), protótipo de um crossover que faz a sua estréia neste Salão de Paris. Os visitantes, entretanto, não verão apenas carros conceitos. Há muitos modelos que estarão nas ruas nos próximos anos, como a quarta geração do Mitsubishi Pajero, a terceira geração do Honda Civic, uma adiante da lançada com grande sucesso no mercado brasileiro. Já o Alfa Romeo 8C Competizione tem data marcada para chegar ao mercado, no primeiro semestre de 2007. O Lamborghini Gallardo Nera, os novos Volkswagen Touareg e Touran, o Porsche 911 Targa 4S, o Ford Mondeo Wagon, o Audi R8, o

Como acontece de dois em dois anos, o Paris Motor Show abre suas portas repleto de novidades da indústria automobilística. Os concepts brilham como sempre. Nesta página, um passeio por Paris. Divulgação

Um Chevrolet em cinco idiomas

M6, o "jato" da alemã BMW

BMW M6, o Citroën C4 Picasso e a Maserati GranSport Contemporary Classic também virão em 2007. Isto sem contar com muitos modelos que já estão sendo comercializados pelos fabricantes. 8C Competizione - Uma das atrações do Salão está no estande da Alfa Romeo, o 8C Competizione. O modelo, inspirado no carro-conceito apresentado pela marca no Salão de Frankfurt em 2003, lembra os saudosos clássicos Giulia TZ e o 33 Coupé Stradale, mas a nova motorização não é nada romântica: a "barata" acomoda sob seu capô um potente motor central dianteiro 4.7 V8, desenvolvido pela também italiana Maserati, capaz de rugir 450 cavalos de potência a 7.000 rpm e 47,93 mkgf de torque máximo a 4.750 rpm. Audi R8 - Outro destaque da mostra de Paris e o maior da Audi é o R8. O veículo, que começa a ser produzido em série no segundo trimestre de 2007, é considerado dos mais velozes do mundo. Concebido para reinar nas pistas de corrida, o Audi R8 acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos. Final? Mais de 350 km/h. Rápido, não?

Lamborghini Gallardo. Veneno puro.

Metisse, da toda bela Citroën

Pompa: Maserati GS Contemporary

Civic Type R, geração à nossa frente

Alemão, sueco, coerano, japonês e australiano - O concept-car Chevrolet WTCC Ultra é um dos destaques de Paris e um legítimo representante da Torre de Babel. Superesportivo, o modelo está pronto para ser apresentado, mas não para rodar pelas ruas. Seu projeto, que foi criado na GM da Austrália, passou por mais quatro países até tornar-se realidade: desenvolvido na Alemanha e Suécia, teve o motor produzido na Coréia e o protótipo montado no Japão.

Alfa 8C Competizione. Saudosismo?

Outlander, conceito Mitsubishi

Kia Pro Cee, bom desenho coreano

Peugeot 908 RC, outro belo francês

Audi R8, foguete a mais de 300 km/h

Nome difícil deste Nissan: Qashqai

iosis, o desafio do protótipo Ford

Toyota Yares. Pode vir para o Brasil.


São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 2006

DCARRO

7

SALÃO 2006 Fotos: Divulgação

Os coreanos Actyon (ao lado) e Kyron (abaixo), da SsangYong, chegam para disputar o segmento de utilitários esportivos. O conversível no canto da página é o Eos, que a Volks promete colocar à venda em meados do próximo ano.

Vá de metrô

A sultado do carro-conceito Concept C. Seu grande atrativo é poder se transformar de cupê para conversível em apenas 20 segundos, em um processo totalmente automático. Produzido em Portugal, o conversível da marca alemã deverá vir para o Brasil em meados do próximo ano. A Volks também vai mostrar o novo Polo, lançado recentemente nas versões hatch e sedan. A montadora também apresenta a versão esportiva Polo GTI. Outro nacional que terá destaque na feira do Anhembi é o Peugeot 206 Escapade, versão offroad que começa a ser vendida este mês. Colaborou Anderson Cavalcante

Alcantara Machado Feiras e Promoções vai promover a campanha "Vá de metrô" para incentivar as pessoas a não irem de carro para o Salão do Automóvel. "Haverá transporte público gratuito saindo da Estação Tietê (linha Norte-Sul)", destaca o diretor da feira, Evaristo Nascimento. O ônibus circular, que sai em frente ao Estação Shopping, começa a funcionar uma hora antes da abertura e só pára uma hora após o fechamento do evento. O objetivo da campanha é ao menos amenizar os tradicionais congestionamentos que acontecem nas imediações do Pavilhão de Exposições do Anhembi

sempre que há um evento do gênero. O estacionamento tem 7.500 vagas mas, principalmente nos fins de semana, formam-se longas filas para se conseguir um espaço para deixar o carro. Realizado de dois em dois anos, o Salão do Automóvel já está em sua 24ª edição, completando 46 anos de história. Evaristo Nascimento espera um público entre 520 mil e 530 mil visitantes. "Esse número tem se mantido estável até por conta da questão de trânsito na região. Por isso vamos incentivar ainda mais o uso do metrô". Horário e ingressos - Das 13h às 22h entre os dias 19 e 28, e das 11h às 19h no dia 29, quando a entrada será autorizada até as 17h. Adultos e maiores de 12 anos

pagam R$ 25; crianças de 5 a 12 incompletos, R$ 15; menores de 5 anos e maiores de 65, grátis. A organizadora não aceita cartões de crédito. Dicas de visita - Com cerca de 400 veículos em exposição, é preciso ter disciplina para conseguir "olhar" tudo. Os próprios organizadores dão algumas dicas para quem for ao Anhembi: 1) Use sapatos confortáveis (no caso de mulheres, evite salto alto) para caminhar e, assim, visitar toda a mostra; 2) Veja na planta os expositores que deseja visitar e trace uma rota; 3) Planeje o horário; se puder, opte pelo período das 14h às 17h nos dias da semana e utilize o metrô.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

EFEITOS DA NOVA CRISE POLÍTICA

C

o dossiê Vedoin azedou o humor da oposição. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) recolhe assinaturas para criar uma CPI sobre o repasse de recursos públicos para ONGs. Pelo menos dois envolvidos no escândalo (Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda) são ligados a ONGs que receberam vultosas quantias do governo federal nos últimos anos. Não se depreenda daí que a governabilidade do segundo mandato esteja necessariamente comprometida. Apesar das dificuldades, não se pode subestimar a força de um presidente reeleito. O desgaste do PT pode lhe dar mais liberdade para formar o ministério, dando aos partidos que o apóiam participação proporcional

Reprodução/AE

Cresce a corrupção. Ea economia encolhe.

política gerou temores no mercado. Até que ponto, pergunta-se, o dossiê Vedoin poderá comprometer a governabilidade de Lula? A primeira mudança a registrar é que o risco político aumentou, reduzindo o já exíguo espaço para aprovação de reformas no Congresso. Observe-se também que o governo corre o risco de ser minoria no Senado. Somemse a isto os processos de cassação de parlamentares e as novas investigações a cargo do Ministério Público. Temos um quadro pouco auspicioso para o início do novo governo. Como se não bastasse, os grampos nos telefones do TSE despertaram a ira dos tribunais superiores. A pedido da oposição, o TSE abriu investigação sobre o envolvimento do presidente Lula na compra do dossiê contra os tucanos. Além de tudo isso,

ao seu peso parlamentar. Lula terá condições de atrair o apoio de parcelas expressivas do PMDB e de partidos de centro-direita (PP, PTB e PL), assegurandose de razoável sustentação no Congresso. que o recente escândalo reforça é a probabilidade de um cenário medíocre para a economia brasileira, nos próximos anos. A energia necessária para desarmar a armadilha fiscal que nos condena a taxas insuficientes de crescimento será desviada para infindáveis negociações com os aliados e a oposição. Debilitado, o novo governo terá menor capacidade de reação a eventuais choques externos ou a um agravamento do risco político doméstico.

O

TRECHOS DA CARTA POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

JOÃO DE SCANTIMBURGO CAMPANHA PELA LIBERDADE

De janeiro de 2007 a janeiro de 2010 ROBERTO FENDT

C

omo estará a economia em janeiro de 2007, quando tomar posse o presidente eleito? A resposta, "o futuro a Deus pertence", embora a única correta, não atende à natural curiosidade humana de antecipar-se ao que vem. Além disso, essa resposta é inútil, porque os desígnios divinos são imperscrutáveis. A outra resposta, "mais do mesmo", certamente não acertará na mosca, mas pode pelo menos servir de base para ajudar a formar a opinião de cada um. Economistas do setor privado, trabalhando com indicadores antecedentes, traçam o quadro de um cenário básico para o primeiro semestre de 2007, baseado no comportamento das tendências de algumas variáveis-chave observadas no decorrer deste ano. A primeira delas é o ritmo de crescimento do PIB. A esse respeito, o quadro é claro e já está dado, e seu número mais eloqüente é o do crescimento do primeiro semestre deste ano sobre o primeiro semestre de 2005. Crescemos apenas 2,2% nessa base de comparação. Se os números positivos do IPEA — instituição de pesquisa do Ministério do Planejamento — se confirmarem, cresceremos este ano 3,3%. Com base nesses números, entraremos 2007 crescendo muito pouco; apenas um pouco mais que a da metade da taxa de crescimento dos países africanos! Quanto à inflação, que até agora surpreendeu por estar abaixo da meta este ano, tudo indica que tenderá a acelerar-se um pouco no início de 2007. A razão é simples: inflação é um fenômeno monetário; a base monetária — papel-moeda em poder do público, mais reservas do sistema bancário — está crescendo 16% nos últimos doze meses. Não é consistente tamanha expansão monetária com a manutenção da atual taxa de inflação. Ou o governo reduz de forma significativa a liqüidez ou a inflação aumenta. Finalmente, se o cenário de enfraquecimento dos preços no mercado externo se materializar ainda no primeiro semestre de 2007, teremos também uma redução significativa no saldo da balança comercial e, em decorrência, do saldo do balanço de pagamentos. O que fará o novo

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

governo? Se tiver juízo, criará as condições para a retomada do crescimento acelerado pelo governo a ser eleito em 2010. Deixará uma "herança benfazeja" para o sucessor. Se não o fizer, continuaremos patinando. O leitor perguntará o porquê desse julgamento apressado com relação ao crescimento nos próximos quatro anos. A resposta é simples: o setor elétrico não permitirá um crescimento maior que 4% ao ano em 2007-2010, sem criar riscos de desabastecimento; a taxa de poupança, em 20% do PIB, também não é consistente com crescimento mais acelerado que 4% ao ano. Como retomar o crescimento?

S

ão quatro os desafios econômicos: primeiro, reduzir a dívida pública como proporção do PIB. Isso permitirá liberar recursos para investimento pelo setor privado, assegurando ao País tornar-se um pólo de atração de mais recursos externos, única maneira de tornar o total dos investimentos compatível com a taxa de crescimento de países bem sucedidos, como Chile e Coréia; segundo, uma redução também expressiva da taxa de juros real — isto é, a taxa de juros descontada a expectativa de inflação futura — para tornar rentáveis os investimentos; terceiro, reduzir os gastos correntes do governo para permitir a retomada do investimento público em infra-estrutura; finalmente, começar a reduzir a carga tributária, que sufoca tanto o empresário como o cidadão. O desafio institucional é ainda maior: restabelecer o Estado de Direito, aí incluído o respeito ao direito de propriedade; desregulamentar a economia, para que a criatividade empresarial possa aumentar a produção e o emprego; enfim, tirar um pouco de nossas costas o peso de um governo corrupto, gastador e ineficiente. Se fizer tudo isso, o próximo governo entrará para a história, pela herança que deixará. Caso contrário, e se deixar tudo como está, deixará uma herança, desta vez verdadeiramente maldita. Deixo ao leitor passar o julgamento que achar apropriado.

S e tiver juízo, o novo governo criará as condições para o crescimento em 2010

Como o brasileiro vê seus deputados

O custo político diminuirá o espaço das reformas

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

o Brasil, não há sinais evidentes de adesão a qualquer aventura anti-libertadora. A circulação do pensamento e as instituições democráticas estão solidamente firmadas no pensamento e na conduta dos brasileiros. Há cerca de vinte anos teve fim o governo dos generais, que muito fizeram pelo desenvolvimento, mas sacrificando as liberdades e as manifestações de pensamento no Brasil. Estamos em nova fase da vida nacional e é nessa que queremos permanecer.

N Céllus

omo pontificava o saudoso Magalhães Pinto, "política é como uma nuvem, está assim e quando se olha de novo, mudou". Quem poderia prever que um escândalo envolvendo o PT e o governo Lula eclodiria na reta final da campanha? O dano político foi considerável. Lula se dedicava, até então, a uma delicada operação para apaziguar os ânimos da oposição e para criar um ambiente propício ao diálogo com setores do PSDB e até do PFL. Com o escândalo do dossiê Vedoin, desfizeram-se as probabilidades de êxito dessa empreitada. Em lugar de pacto, fala-se hoje de impeachment ou de impugnação da candidatura. A inesperada turbulência

ARTHUR CHAGAS DINIZ

A

Folha de S. Paulo publicou um caderno especial sobre a visão que os brasileiros têm sobre o Congresso Nacional. Os resultados, ainda que esperados, são confirmatórios da alienação de boa parte do eleitorado brasileiro. Esses brasileiros estão respondendo a questões embasadas em uma legislatura onde, dos 91 suspeitos de participar de operações ilegais de corrupção, 65 tentam a reeleição. Fora a constatação do custo absurdo do funcionamento da Câmara dos Deputados que prevê gastos para 2006 de R$ 2,9 bilhões, ou seja, R$ 5,7 milhões por parlamentar, a casa apresenta o inacreditável rateio de 35 funcionários por deputado. As pesquisas sobre a qualidade do Congresso mostram que 48% dos eleitores acham que ele é regular, bom ou ótimo, apesar dos escândalos como o do mensalão e o dos sanguessugas, para citar os mais difundidos. O que é chocante é constatar que 83% e 81% dos respondentes toA

maram conhecimento do mensalão e dos sanguessugas, respectivamente, e apenas 8% dizem que o partido em que votaram está envolvido no mensalão, o que briga com a distribuição percentual dos partidos no Congresso e – o que é pior – nos conduz a pensar que os eleitores não deram importância aos desvios éticos cometidos por deputados que elegeram.

A

pesar de 62% não saberem em quem votar para deputado federal, 45% acham que os congressistas eleitos terão desempenho melhor do que os atuais. Finalmente, um dado que confirma as expectativas: uma reprovação de 48% aos atos dos congressistas por parte dos eleitores com nível superior e renda mensal igual ou maior do que 10 salários mínimos. Nos extratos de renda mais baixa, a condenação cai para 29% (renda mensal até 2 salários mínimos). ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

penas 8% sabem que o partido em que votaram está envolvido no mensalão

um seminário realizado em São Paulo no mês de agosto, Guilherme Afif Domingos pôs em destaque as vantagens do regime liberal, com o qual podem todas as nações em fase de expansão e de desenvolvimento chegar ao patamar onde já se encontram as grandes nações democratas do nosso tempo. Temos dado contribuição freqüente do zelo que pomos na liberdade do pensamento. Temos adotado diretivas editoriais que nos acautelem na defesa dos grandes princípios, que vêm através dos anos e dos séculos preocupando homens públicos letrados e grandes nomes e, mesmo, cidadãos comuns que querem viver em paz com sua própria consciência. É uma árdua tarefa essa que nos incumbe uma instituição como a Academia Brasileira de Letras, na sua responsabilidade moral pela difusão do pensamento livre, pelo respeito e pelas opiniões dignas de se manifestarem.

N

ão vemos no horizonte nenhum perigo para o Brasil. Estamos na ONU e defendemos os direitos humanos votados para assegurar a grandeza da pessoa humana. É para isso tudo que existe a revista Digesto Econômico, que circula com a bandeira da liberdade e da grandeza de pensamento.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Não há sinais

evidentes de adesão do Brasil a qualquer aventura anti-libertadora


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Política

Renato Weil / Folha Imagem

Dobradinha festiva: abraçado ao governador eleito Aécio Neves, Geraldo Alckmin avança e garante novo pleito.

3 Se antes a tese da refundação do PT era uma alternativa, agora é uma necessidade. Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais.

Daniel Kfouri / AFP

Déficit: Lula não ultrapassou nas urnas os 50% dos votos válidos.

BRASIL DECIDE: VAI TER O 2º TURNO O País nunca teve uma eleição tão ampla. Nem tão tranqüila. E definiu, pelas urnas, que o presidente só será conhecido a partir do próximo dia 29 de outubro.

A maior eleição da história do País, envolvendo 126 milhões de eleitores e a escolha do presidente da República, 27 governadores, 27 senadores (renovação de um terço da Casa), 513 deputados federais, todas as 26 Assembléias Estaduais e mais a Câmara Distrital de Brasília, transcorreu sem grandes problemas. O eleitorado brasileiro decidiu ontem, ao fim de uma votação tranqüila e apuração rápida, mas tensa, que haverá 2° turno nas eleições presidenciais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguia ir além dos 48,7% dos votos – e a contagem nas áreas onde é mais forte já estava praticamente concluída. Um crescimento considerável de seu rival tucano, Geraldo Alckmin, que chegava aos 41,4%, deteve a enorme vantagem que o presidente apresentava nas pesquisas e jogou a decisão para daqui a quatro domingos, no dia 29. Sem surpresas, o tucano José Serra confirmou a vitória em 1° turno em São Paulo, com 58,12% do total, contra 31,5% do petista Aloizio Mercadante. Mas houve reviravoltas – e a maior delas veio da Bahia, onde Jacques Wagner, do PT, ganhou em 1° turno (53,4% dos votos) contra o favorito, o atual governador Paulo Souto (PFL). Também surpreendeu, no Rio Grande do Sul, a virada da tucana Yeda Crusius (PSDB), que saltou de terceira nas pesquisas para a mais votada (32,9%). Faltava definir se Olívio Dutra (PT) ou o governador Germano Rigotto (PMDB) a enfrentará no 2° turno. Depois de votar de manhã, em São Bernardo do Campo, o presidente Lula foi para Brasília, onde passou o dia reunido com alguns ministros, entre eles Tarso Genro e Dilma Rousseff. "Estamos confiantes, porque o Brasil tem o destino traçado", disse ele antes de embarcar em Cumbica. Alckmin votou, acompanhou os candidatos José Serra e, em Belo Horizonte, o governador Aécio Neves, até suas seções eleitorais, e avisou, confiante, que no 2° turno "a ética vai vencer a corrupção". Nos Estados, o PMDB garantiu 4 governadores, contra 4 do PT e outros 4 do PSDB. E enquanto o PT já discutia como sair da crise em que afundou com o dossiê Vedoin, o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, repetiu a advertência já feita nas últimas semanas: que as eleições "não são um fato consumado". Ou seja, qualquer político, mesmo eleito, poderá ser julgado e punido por erros cometidos no passado. (AE)

PETISTAS JÁ DISCUTEM A 'REFUNDAÇÃO DO PT'

F

ragilizado por sucessivos escândalos, da crise do mensalão ao dossiê Vedoin, o PT iniciará um acerto de contas interno logo após as eleições. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que é preciso agir rápido para reerguer o PT e evitar que a sigla seja destruída. "Se antes a tese da refundação do PT era uma alternativa, agora é uma necessidade", argumentou. "O partido terá de discutir a leveza com que tratou a questão da ética pública nos últimos anos e mudar o seu estilo de direção. Não pode mais ser um apêndice do Palácio do Planalto." Os últimos escândalos envolvendo petistas assanharam as facções do PT, que falam sem cerimônia em antecipar a escolha da nova cúpula partidária. A última eleição ocorreu há apenas um ano e o mandato do presidente do PT, deputado

Ricardo Berzoini (SP), vai até 2008. "Passada a eleição, os demônios do PT se soltam. Então, precisamos ter alguém credenciado para segurar os demônios, senão qualquer coisa vira disputa interna", comparou um dirigente do partido. A guerra no PT promete ser cada vez mais ruidosa. Uma das arenas do embate será o Congresso do partido, previsto para o segundo semestre de 2007. Para o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, o problema da legenda é "um grupo de dirigentes que não aprendeu nada com a crise de 2005". Ex-assessor de Lula, Frei Betto também defende a "refundação" do PT. "É muito grave o partido não apurar as denúncias de desvios éticos, quando já o fez em se tratando de divergências políticas, chegando às raias da expulsão", disse Frei Betto. (AE)

ALCKMIN LULA LAMENTA SURPREENDE E JÁ OS ERROS SONHA COM A VAGA DE SUA CAMPANHA Tucanos já têm estratégia para chegar ao Planalto

G

e r a l d o A l c k m i n chegada de Olívio em segundo (PSDB) vai continuar lugar facilitou as coisas para desfraldando a ques- Alckmin, que não terá de pedir tão ética no 2° turno, mas o seu votos contra o governador principal objetivo será quebrar Germano Rigotto (PMDB). a hegemonia do adversário Outro estado onde ele fará Luiz Inácio Lula da Silva (PT) campanha forte é em Pernamno eleitorado de baixa renda e buco – o governador Mendonapresentar-se como opção real ça Filho (PFL), sucessor de Jarpara essas faixas. Já Lula ainda bas Vasconcelos, foi para o 2° não tem uma estratégia discu- turno com Eduardo Campos tida: "Nossa estratégia é ga- (PSB), aliado de Lula. Por duas nhar", disse ontem o coordena- razões as polarizações natudor da campanha, Marco Au- rais dos estados onde vai haver rélio Garcia. 2° turno vão ajudar a campaAlém de repisar a questão nha de Alckmin, diz o coordeética – com uma agressividade nador de seu programa de goque dependerá dos desdobra- verno, João Carlos Meirelles. mentos do escândalo do dossiê Por um lado, o PT não terá Vedoin e das reações do adver- nenhum candidato forte no 2° sário –, Alckmin procurará turno dos estados mais expresmostrar ao eleitorado mais po- sivos; por outro, em todos os bre que seu programa de go- estados os candidatos tendeverno e sua capacidade geren- rão a se dividir: se um ficar com cial são capazes de melhorar a Lula, o outro penderá para Alvida dessas pessoas. ckmin e vice-versa; desta forPara seus estrategistas, não ma, Alckmin, que no 1° turno dá para continuar banão teve apoios firtendo apenas na tecla mes em muitos estaética, porque Alckdos, agora terá em min precisará tirar todos onde houver votos de Lula para O que vai 2° turno ao governo. vencer e essa questão Alternativa – Mas funcionar (para os tucanos acredinão sensibiliza o eleitorado de renda e es- a eleição do tam muito na contratucano) é a colaridade baixas. posição de uma alAliados livres – contraposição ternativa real a Lula No 2° turno, o PSDB de uma figura que, segundo eles, mobilizará importem biografia, prot a n t e s l i d e r a n ç a s nova (Alckmin) grama e realizações aliadas que se elege- a uma figura para mostrar. "Daram no 1° turno com velha (Lula). qui para a frente será votações consagraAlberto um embate concendoras, como José Sertrado em dois candiGoldman ra (SP), Aécio Neves datos, sem nenhuma (MG), Teotônio Viledispersão", afirma la Filho (AL), André Meirelles, lembranPuccinelli (PMDB-MS), Mar- do que Lula terá a desvantaconi Perillo (GO) e Jarbas Vas- gem de não ter cumprido o faconcelos (PMDB-PE), os qua- voritismo, que tanto alardeou, tro primeiros governadores e de vencer no 1° turno. os dois últimos senadores eleiO PSDB definiu mais rápido tos com grandes votações. que o PT a busca de apoios. HoJarbas e Puccinelli são do je, Alckmin procurará CristoPMDB, mas estiveram incon- vam Buarque (PDT), que fez dicionalmente vinculados à uma campanha muito próxicampanha de Alckmin. Todos ma do tucano. O vice-governaeles serão convocados para dor eleito de São Paulo, Alberpercorrer o País com o tucano. to Goldman, disse que o PSDB Um outro estilo será aplicado vai se engajar na campanha de em estados onde aliados de Al- Alckmin no 2° turno. Ele acreckmin foram para o 2° turno. dita nas alianças, mas lembra Ele se engajará na campanha que o eleitor "é independente". de Yeda Crusius, que é do Para ele, o que vai funcionar é a PSDB e surpreendentemente contraposição de uma "figura conseguiu ir para o 2° turno nova" (Alckmin) a uma "figura com Olívio Dutra (PT). Lá, a velha" (Lula). (AE)

Presidente convoca ministros para discutir 2º turno.

O

presidente Luiz Iná- nando a "maturidade" dos bracio Lula da Silva já in- sileiros e o "momento glorioso" dicou que pretende se para a democracia. Seus auxilivrar dos "companheiros-pro- liares, no entanto, admitiram o blema" e reformar o partido nervosismo no comitê da camque ajudou a fundar. "Não é panha depois do escândalo possível que a gente continue provocado por petistas que convivendo com tanta crise tentaram comprar, por R$ 1,75 sem fazer nada", disse Lula, milhão, um dossiê contra o em conversa reservada. On- candidato do PSDB ao govertem ele convocou uma reunião no paulista, José Serra. Bate-boca - Alguns eleitores com a coordenação política do governo, no Palácio da Alvo- se irritaram com os detectores de metal instalados na entrada rada, em Brasília. Ao vice-presidente José da escola, uma exigência da Alencar e aos ministros Dilma Presidência da República. Rousseff (Casa Civil), Tarso Houve tumulto e empurraGenro (Relações Institucio- empurra quando Lula entrou nais), Márcio Thomaz Bastos na seção, uma sala acanhada (Justiça), Luiz Dulci (Secreta- para o turbilhão de fotógrafos ria-Geral da Presidência) e e cinegrafistas. Guido Mantega (Fazenda), Alegaram que a Lei Eleitoral Lula lamentou a infinidade de proibia que os jornalistas usaserros cometidos pelo PT du- sem o crachá com a inscrição rante a campanha contra o can- Campanha Lula, adornado pedidato do PSDB, Geraldo Al- la estrela do PT. Para evitar ckmin, e culpou o partido por mais discussão, os petistas cederam. À saída, o suas dificuldades. presidente posou paA reunião comera fotos junto com çou no fim da tarde e poucos eleitores que prosseguiu até a noitiveram acesso às inste. Mantega tentou Não é talações da escola, amenizar a crise no convidados por intecomando da campa- possível grantes do PT. nha. "Sustos políti- que a gente A poucos metros cos são normais", continue desconversou. De convivendo dali, em frente do Condomínio Resimanhã, no entanto, o com tanta presidente procurou dencial Hill House - o prédio onde Lula fica demonstrar confian- crise sem ça na vitória, ao che- fazer nada. quando está em São gar para votar em Luiz Inácio Bernardo -, a empolSão Bernardo do Lula da Silva gação também era pouca. Nada de banCampo, no ABC deiras ou faixas, copaulista, berço polímo na eleição de tico do PT e da CUT. "Estamos confiantes em que 2002. Sob uma chuva fina, apeo Brasil tem um destino traça- nas 15 pessoas marcaram pondo", afirmou Lula, ao sair da to diante do edifício de Lula, na 70ª seção da Escola Estadual tentativa de vê-lo. Vizinha do presidente, a Dr. João Firmino Correia de Araújo. Vestido com uma ja- aposentada Catharina Delle queta branca, indicando com Donna, de 72 anos, era uma das os dedos o "L" de Lula, o presi- que não arredavam pé do ludente foi recebido com um gar. Ela não se deixou abalar misto de aplausos e vaias, mas pelo envolvimento de petistas em escândalos. "A sujeira vem a claque era maior. logo cedo, o presidente fez de muito longe, está aí há muium apelo aos eleitores para to tempo e fica difícil conserque pusessem o "sonho" nas tar", desculpou. "Lula sofreu urnas, permitindo a seu gover- traição como a gente sofre no no "consolidar", num novo dia-a-dia", emendou a auxiliar mandato, as mudanças "de de cozinha Luciene Oliveira que o Brasil tanto precisa". Santos, que também estava no Diante das câmeras, Lula re- grupo de fãs. Todos, porém, focorreu a frases habitualmente ram embora sem avistar o preusadas em eleições, mencio- sidente e candidato. (AE)


4

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Vamos acabar com essa frescura de atribuir todas as desgraças a Alagoas. Heloísa Helena

PSB, PDT, PPS, PL e PC do B EM CRISE

Tasso Marcelo /AE

HELOÍSA PODE FICAR NEUTRA NO 2º TURNO Senadora reassume o posto para fortalecer o PSol até o fim de seu mandato.

S

impática e com ar descontraído, a senadora Heloísa Helena, candidata do PSol à Presidência da República, votou às 8h45 na 185.ª Seção Eleitoral de Maceió. Na entrevista que deu aos jornalistas enquanto aguardava a vez de entrar na sala de votação, ela disse que terminava a campanha de cabeça erguida e que sua maior esperança nas eleições deste ano era "não ver a vitória do banditismo político, da roubalheira e da corrupção". Levando no colo a afilhada Clara Ramos, Clarinha, de seis anos, a candidata foi reticente ao falar sobre qual será o comportamento de seu partido no 2° turno. "Por enquanto posso apenas dizer que vamos ter uma posição definida", afirmou. É provável que a definição seja anunciada amanhã. A senadora deixou claro no decorrer da entrevista que seu maior desejo é a derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusa de estar à frente de uma organização criminosa travestida de partido político. Mas, como ela também não mostrou afinidade com Geraldo Alckmin, do PSDB, existe a possibilidade de não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos, deixando militantes e simpatizantes livres para escolher. Heloísa deixou à mostra a possibilidade da opção pela neutralidade quando comentou: "Nossos eleitores são homens e mulheres livres, com li-

berdade de escolha." Indagada sobre uma pregação ao voto nulo, preferiu não responder. Ao comentar a eleição de Fernando Collor de Mello, do PRTB, para o Senado, a candidata disse que os eleitores de Alagoas votaram no ex-presidente sob o efeito da onda de

Vamos saber de mensaleiros, sanguessugas e velhos oligarcas comprometidos com o quê de podre existe espalhado pelo Brasil. Heloísa Helena corrupção que teria tomado conta do governo Lula: "Na periferia de Maceió, muitas pessoas me diziam que o Lula roubou mais do que o Collor e continuou no Palácio do Planalto. Talvez o povo de Alagoas tenha feito um protesto." Heloísa chamou de "frescura" o fato de a mídia dar a impressão de que as velhas oligarquias políticas só agem em Alagoas: "Vamos acabar com essa frescura de querer atribuir todas as desgraças ao povo de Alagoas. Vários estados brasileiros estão votando em gente acusada de corrupção. Vamos fazer o levantamento de todos os estados, para saber de mensaleiros, sanguessugas, velhos

oligarcas comprometidos com o quê de podre que existe espalhado pelo Brasil." A senadora chegou às 7h30 ao bairro de Riacho Doce, lugar onde morou quando era casada com Stanley Carvalho, pai de seus filhos Ian e Sacha. Mas ela não foi diretamente para a longa fila de eleitores que àquela hora já estava formada diante do grupo escolar. Passou antes pela casa de uma antiga amiga, no outro lado da rua. Enquanto conversava, dois primos dela entraram para fila para guardar lugar e a chamaram pelo celular quando já estavam na porta da sala de votação. Depois de votar e exibir o "v" de vitória para fotógrafos e cinegrafistas, Heloísa embarcou com os dois filhos e um amigo num Ford Fiesta e saiu dirigindo na direção de Palmeira dos Índios, a 130 quilômetros de Maceió. Explicou que ia levar Ian, de 20 anos, para votar. Também pretendia descansar e rever parentes na cidade onde ela passou parte da infância e a adolescência. Força – Agora, sem tribuna política em Alagoas ou no plano federal, ela diz que vai voltar a ensinar no curso de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas. Apesar das incertezas e do risco de perder espaço na política, a senadora acha que valeu a pena. Ela retoma hoje suas atividades no Senado. É provável que sua principal tarefa política seja o fortalecimento do PSOL. (AE)

Candidata do PSol à Presidência, Heloísa Helena, acompanhada de sua afilhada, ao votar em Alagoas.

NY TIMES DESTACA INCERTEZAS

A

dianteira de Lula nas pesquisas foi o destaque na manhã de ontem no site do jornal "The New York Times". Na matéria, assinada pelo polêmico correspondente Larry Rother, o destaque era o novo escândalo que respingou sobre o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que serviu de pano de fundo para a eleição em que "os brasileiros irão decidir se ele é ou não digno de um segun-

Roberto Jayme/AE

PARTIDOS PERDEM DIREITOS COM NOVA CLÁUSULA

P

CRISTOVAM: PDT SERÁ REFERÊNCIA

O

candidato do PDT à presidência, Cristovam Buarque, procurou mostrar confiança de que seu partido irá ultrapassar a cláusula de barreira. E acredita que, passada a eleição, o PDT partirá para a tarefa de se transformar num partido de referência, numa alternativa para o País. "Outros partidos são conservadores, não têm vigor transformador." O candidato foi votar ontem no Colégio Leonardo da Vinci, Asa Norte de Brasília, aparentando uma disposição de quem ainda tinha muitos votos a conquistar. Chegou às 10h40 no local de votação, ganhou três rosas vermelhas, beijou criancinhas e cumprimentou eleitores. Submeteu-se a uma rápida fila e às 10h40 já havia

completado sua votação. Mas somente uma hora depois deixou o colégio. Neste período, acompanhado pela mulher, Gladys e pela filha mais nova, Paula, deu entrevistas, cumprimentou vários eleitores e percorreu várias salas de votação. Cristovam Buarque falou sobre o 2º turno entre Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. "Isso é muito positivo, o eleitorado terá mais tempo para discutir e avaliar o debate entre os candidatos", afirmou. Cristovam não quis antecipar para quem vai dirigir seu apoio no 2º turno. Repetiu que a decisão será de seu partido. "Temos tempo ainda para discutir isso. Certamente iremos escolher o candidato com maior compromisso com

a democracia e, é claro, com a educação", disse. O candidato vestia uma camiseta preta por cima de uma camisa branca, com uma bandeira do Brasil e os dizeres "Educação e Progresso". Antes de deixar o colégio, entregou a camiseta a um jovem que estava em frente ao local de votação. Na saída, encontrou o candidato do PT Sigmaringa Seixas. Ato heróico – Os resultados das urnas indicavam que Cristovam não deve ultrapassar os 3% dos votos válidos. Mesmo assim, ele não economizou frases para mostrar que não se arrependeu em entrar para a disputa eleitoral. "Disputar a presidência é um ato heróico, mas é também um gesto de amor", disse. "Vivi uma luade-mel com meu País." (AE)

depoimento de Alckmin, durante coletiva de imprensa para correspondentes internacionais. "O segundo turno seria inevitável por conta da rejeição do eleitorado com o novo escândalo e com a corrosão da credibilidade do presidente", teria dito Geraldo Alckmin. A matéria destacou a fala de Lula, em que se compara a Jesus Cristo, por ter sido "traído" por pessoas próximas; e a ausência no debate da "Rede Globo". (AE)

pífio na disputa para a Câmara dos Deputados. Com isso, perdem o direito de funcionamento parlamentar pleno, como a participação nas comissões permanentes, CPIs e cargos de liderança. Terão 1 minuto de TV, anualmente, e apenas 1% do Fundo Partidário. O PC do B deverá manter os mesmos 12 deputados. O PV deverá garantir oito vagas na Câmara, uma a mais do que as que tem hoje. Mas também insuficiente para superar a cláusula de barreira, que

exige votação para eleger no mínimo 27 deputados. O PSol não acompanhou a votação de Heloísa Helena, que obteve mais de 6% da votação nacional. Ficará com apenas duas vagas na Câmara, cinco a menos do que atualmente. O PRB do vice José Alencar ficará com duas vagas. O PSB calculava que faria pouco mais de 10 deputados. O PDT de Cristovam Buarque e o PL tendiam também a ficar com número semelhante ao dos socialistas. (AE)

Milton Mansilha / AE

Cristovam Buarque defende 2º turno para que denúncias contra o PT no caso do dossiê sejam esclarecidas

artidos tradicionais como PSB, PDT, PPS, PL e PC do B não conseguiram superar a cláusula de barreira de 5% da votação em todo o País e pelo menos 2% em nove estados, que começa a vigorar a partir desta legislatura. Os caçulas PSol da senadora Heloísa Helena (AL), e PRB, do vice-presidente José Alencar, tiveram desempenho

do mandato", diz o artigo. Além do favoritismo de Lula, a matéria também destacou as incertezas causadas pelo recente escândalo dos dossiês, que envolveu colaboradores próximos do presidente e membros de sua campanha. A reportagem descreveu os principais adversários de Lula: o candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e os antigos aliados Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT). Ainda falou sobre o

A VOLTA DAS CÉDULAS – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o número de urnas eletrônicas substituídas totalizou 3.284, o que representou apenas 0,91% do total. No município de Buriti dos Lopes, localizado a 281 Km ao norte de Teresina, em uma das seções foi necessário voltar à votação por cédulas de papel. A urna eletrônica substituta também não funcionou.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

Scarlett Johansson, atriz norteamericana nomeada pela revista Esquirer como a mulher mais sexy do mundo, questiona por que não pode ser admirada por seus outros atributos.

Alberto Pizzoli/AFP

OUTUBRO

E o meu cérebro? Meu coração? Meus rins e minha bexiga?

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

02 Nascimento do comediante norte-americano Groucho Marx (1890-1977)

O RIENTE MÉDIO T ECNOLOGIA

Israel deixa o Líbano

O 'Google' das doenças Pesquisadores da Universidade Harvard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Instituto de Câncer DanaFarber projetaram em conjunto o protótipo de um banco de dados apelidado de "mapa de conectividade" – uma ferramenta da computação que compara padrões genéticos das doenças com os efeitos que as mais diferentes drogas têm nas células. O objetivo é encontrar possíveis novos tratamentos. "É como se fosse um 'Google' que procura conexões entre drogas e doenças", explica Todd Golub, diretor do

programa de câncer do Broad Institute, do MIT, e um dos autores do estudo. "Só que, em vez de digitar palavras em uma caixa de busca, o pesquisador listaria genes. Com um clique ele receberia uma seleção de drogas que estão ‘conectadas’ com os genes que ele ofereceu, assim como o Google daria uma lista de sites que casam com uma pesquisa", afirmou à reportagem Justin Lamb, também do Broad Institute e co-autor do trabalho publicado amanhã na revista científica Science. www.sciencemag.org

F ERIADO Frederic J. Brow/AFP

País chegou a mandar 30 mil soldados para o Líbano durante ofensiva

T

ropas de Israel praticamente abandonaram na madrugada de ontem suas posições no Líbano, uma cláusula-chave no cessar-fogo de 14 de agosto que pôs fim a mais de um mês de guerra com o Hezbollah. O chefe da missão de paz da ONU no sul do Líbano, general Alain Pellegrini, disse que "significativo progresso foi alcançado" e afirmou esperar que a retirada seja completada ainda esta semana. Segundo o general, o Exército de Israel só manteve algumas tropas em Ghajar, uma dividida vila fronteiriça. Agora, argumentou a portavoz israelense Miri Eisin, o Estado judeu "espera que o Líbano faça sua parte na trégua", definida pela resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Is-

rael quer que o Líbano mantenha a guerrilha do Hezbollah fora do sul do país e a desarme. Eisin adiantou que Israel vai manter vôos de observação sobre o Líbano – uma potencial fonte de tensão já que o governo libanês e a ONU consideram os vôos uma violação das fronteiras. A Força Interina da ONU no Líbano levantou a questão várias vezes com Israel exigindo a suspensão dos vôos, informou o porta-voz da força Alexander Ivanko. As disputadas Fazendas de Chebaa, perto da fronteira entre Israel, Líbano e Síria, ainda estão sob ocupação das tropas israelenses. Israel diz que o território é da Síria, mas os sírios afirmam que a área pertence ao Líbano. A resolução 1701 pede ao secretário-geral da ONU que delimite a fronteira.

Depois que Israel abandonou suas posições na cidade de Marwaheen oficiais de inteligência libaneses chegaram ao local. Um grupo de sete libaneses, entre eles mulheres e crianças, fincaram uma bandeira do Líbano no topo de uma construção de dois andares. Invasão – Israel enviou 30 mil soldados para o Líbano logo depois que guerrilheiros do Hezbollah capturaram dois soldados israelenses e mataram outros oito numa ação na fronteira em 12 de julho. A invasão foi seguida por mais de 30 dias de bombardeios israelenses por terra, mar e ar em todo o Líbano. O Hezbollah respondeu lançando milharess de foguetes contra o norte de Israel. Mais de 850 libaneses e 150 israelenses foram mortos no conflito, que terminou em 14 de agosto. (AE)

B ELEZA

Nova miss mundo é tcheca A tcheca Tatana Kucharova, de 18 anos, foi coroada Miss Mundo 2006, em cerimônia realizada na Polônia. A brasileira Jane Sousa Borges Oliveira ficou em quinto lugar. A final foi transmitida ao vivo para 200 países e pela primeira vez aconteceu em um país do antigo bloco comunista, hoje membro da União Européia (UE). Janek Skarzynski/AFP

Bob Strong/Reuters

B RAZIL COM Z

L

Brasileiros no Azerbaijão

Multidão em frente ao portão da Paz Celestial, em Pequim, comemora o 57º aniversário da República Popular. O feriado atrai milhões de chineses ao lugar.

Sain Diniyev, técnico da seleção do Azerbaijão, convocou três brasileiros naturalizados para os jogos de seu selecionado válidos pelas eliminatórias da Euro 2008, contra Portugal e Bélgica. São eles: o zagueiro Ernani Pereira, o meia André Ladaga e o atacante Leandro Gomes. Os três jogadores jogam no Baki Baku, clube da capital do País, Baku. A seleção do Azerbaijão pega Portugal no próximo sábado e a Bélgica quatro dias depois. (AE)

M EDICINA

Nova febre se globaliza Embora não mate, provoca febre, dor de cabeça, fadiga, náusea, vômitos, urticária e dores musculares e nas articulações. Não há medicamentos nem vacinas específicas e, por isso, os cientistas recomendam que casos suspeitos sejam imediatamente notificados para um rastreamento da transmissão do vírus. Áreas tropicais ou subtropicais dos EUA, como a costa do golfo do México, o Havaí e as ilhas Virgens, estariam particularmente sob risco no país. Há 340 casos da CHIKV confirmados na Europa e cerca de 180 mil casos suspeitos na Índia.

S AÚDE

L

Pessoas que visitam partes da África e da Ásia estão voltando a seus países com um novo vírus transmitido por mosquitos, que causa a febre de Chikungunya (CHIKV). Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a doença pode se instalar em novas áreas. Em 2006, algumas pessoas voltaram para a Europa, os EUA, o Canadá e os territórios franceses da Martinica e da Guiana com a febre e houve grandes surtos da doença em ilhas do oceano Índico e na Índia, segundo o relatório norte-americano. O vírus surgiu na Tanzânia em 1953.

BANHO QUENTE - Banhistas posam para foto enquanto nadam em termas de água quente na Lagoa Azul, perto de Grindavik, na Islândia. A cor azul da água é resultado de minerais e uma alga encontrados no local. D ESIGN

E M

C A R T A Z

VISUAIS

Telas de Maurício Kuhlmann, inspirados em HQs. Galeria Choque Cultural. Rua João Moura, 997, Pinheiros. Telefone: 3061-4051. Grátis.

Arte fractal scultura, origami, arquitetura se misturam nas obras do designer Richard Sweeney, recentemente vencedor do prêmio DKNY de novos designers. O britânico aproveita as formas tridimensionais e os mais diversos tipos de papel para criar desde miniaturas até estruturas gigantescas que podem servir de cenário para performances artísticas. Sempre com a intenção de reproduzir imagens que lembrem fractais.

E

www.richardsweeney.co.u

Jogo de sombra e luz e técnica de dobradura compõem a arte de Richard Sweeney

G @DGET DU JOUR

Negócios com a África

uma vela, as luminárias projetam sombras interessantes, como essa árvore. Por US$ 47,00. www.perpetualkid.com/index.asp? PageAction=VIEWPROD&ProdID=1655

A TÉ LOGO

Um artigo publicado na semana passada na revista médica Archives of Internal Medicine aponta que muitos problemas de saúde não são resolvidos porque os pacientes param de tomar remédio antes do que deveriam. Segundo os pesquisadores, a decisão pode ser letal quando as drogas têm como alvo problemas cardíacos e diabetes. Foi necessário apenas um mês de alta hospitalar para que 1 em cada 8 pacientes de ataque cardíaco parasse de tomar os remédios receitados, de acordo com estudo envolvendo 1.521 pessoas. Os pacientes cardíacos que pararam de tomar três remédios comprovados aspirina, beta bloqueadores e estatinas - tiveram o triplo da chance de morrer no ano subseqüente do que os pacientes que continuaram com as pílulas. F AVORITOS

Projetor de sombras Uma luminária original que projeta uma paisagem em forma de sombra. Assim são os projetores de uma série especial disponível no site Perpetual Kid. Com o uso de

Medicamentos abandonados

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Papa teria liderado "acobertamento de casos de pedofilia", segundo documentário da BBC.

L

Buenos Aires inicia restrição a fumantes em bares, restaurantes, casas noturnas e shoppings.

L

Escândalo sexual abala republicanos antes das eleições legislativas nos Estados Unidos.

O site Coletivos de Empresários e Empreendedores AfroBrasileiros (Ceabra) reúne uma série de informações para empresários afrobrasileiros e para aqueles que têm interesse em fazer negócios com países africanos. Indicadores sociais, informações sobre os países do continente, dados sobre cultura, lazer e esporte, além de uma incubadora de empreendimentos podem ser conhecidos em detalhe no site. www.ceabra.com.br


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleição Estadual CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 "Do nosso lado, não haverá nenhuma baixaria. José Serra

EM SÃO PAULO, PSDB LEVA NO 1º TURNO.

Fernando Donasci / Folha Imagem

Eleito no primeiro turno, José Serra afirmou que os eleitores de São Paulo disseram "não" às "tramóias", referindo-se ao PT. E comprometeu-se a ajudar Geraldo Alckmin a vencer no dia 29 de outubro.

"Farei um governo papular, baseado no desenvolvimento econômico. E desenvolvimento significa emprego", disse o governador eleito.

MERCADANTE: A CULPA É DO DOSSIÊ André Porto/ Folha Imagem

O

candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, admitiu a derrota para José Serra. Ele atribuiu o resultado ao envolvimento de membros do PT no escândalo do dossiê Vedoin. Visivelmente abatido, Mercadante fez uma rápida declaração à imprensa na sede de seu comitê, na Capital paulista, e prometeu conceder uma entrevista coletiva hoje. "Minha campanha não evoluiu como eu tinha planejado. Acho que o envolvimento de alguns petistas nesse lamentável episódio do dossiê prejudicou de forma decisiva a campanha", afirmou. "Seguramente, se não tivesse ocorrido esse episódio, eu estaria aqui me preparando para o segundo turno. Seria uma nova campanha uma nova etapa que eu acho que contribuiria muito para qualificar o debate em torno do futuro de nosso estado", acrescentou. Mercadante cumprimentou

"Não fosse o episódio, eu estaria no segundo turno", disse o petista.

Serra publicamente pela vitória, mas advertiu que vai acompanhar atentamente e de forma presente o governo do tucano e o cumprimento das promessas feitas em campanha. Ele citou como exemplos o compromisso de colocar dois professores em cada sala de aula, a ampliação das linhas de metrô e a melhoria do trem me-

tropolitano, a duplicação da Rodovia dos Tamoios, o fim das filas na área de saúde e atuação na área de segurança pública que qualificou como "um enorme desafio". O candidato petista fez diversos agradecimentos. À militância petista disse ser o maior patrimônio do partido e a grande força motora de sua

campanha. Ele agradeceu aos deputados do PT e do PC do B que o acompanharam e ao coordenador de sua campanha Paulo Frateschi, também presidente estadual do PT, à sua candidata a vice-governadora, Nádia Campeão, a seus assessores e a sua família. Ele fez agradecimentos especiais à exprefeita Marta Suplicy, ao senador Eduardo Suplicy e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição. Mercadante também agradeceu aos jornalistas que acompanharam sua campanha. Porém, criticou alguns veículos de comunicação, sem citar quais, dizendo que a linha editorial deles nem sempre representou exatamente o que acontecia nas ruas. "Eu tenho certeza de que esse capítulo da história brasileira também vai trazer uma série de aprendizado a todas as instituições democráticas do País", afirmou. "A nossa luta continua", acrescentou. (AE)

PRÓXIMA ETAPA: ELEIÇÃO NACIONAL Paulo Pampolin / Hype

"A

gora a eleição nacional zerou. Vai começar de novo, e nos próximos dias vamos nos dedicar a ajudar o Geraldo (Alkmin) a ganhar no segundo turno". Feliz com essa possibilidade, o candidato da coligação Compromisso com São Paulo (PSDB- PFL-PPS-PTB) ao Senado por São Paulo, Guilherme Afif Domingos acompanhou as apurações ontem por um telão, junto com sua esposa Silvia, com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), com o secretário Estadual do D es e n vo lvimento Esse resultado Social, Rog é r i o (mais de Amato, lí8 milhões de deres polívotos) mostra ticos e amigos. que fizemos o Apesar projeto certo, a de se manaliança certa, ter à frente com as d o c a n d ipessoas dato do PT, senador certas" Guilherme Afif E d u a r d o S u p l i c y, Domingos d e s d e o início das apurações até quase 21h, e depois perder por um pequena margem, ele manteve sempre uma postura tranqüila. Confirmada a vitória apertada do petista, Afif lembrou que saiu de 3% das intenções de votos para, em menos de 45 dias de campanha, chegar bem próximo de um candidato até então considerado "imbatível". "Esse resultado mostra que fizemos o projeto certo, a alian-

SERRA: VITÓRIA EM SP FOI UM 'NÃO' AO PT

E

m sua primeira entre- votação, Serra, que liderou a vista coletiva como eleição de ponta a ponta, recugovernador de São sou-se a comentar seu novo Paulo, o candidato do governo e disse que preferiria PSDB, José Serra, disse que a esperar a apuração. "Minha exsua vitória foi uma resposta pectativa é de vitória, mas vados eleitores paulistas às "tra- mos aguardar até a apuração móias" dos adversários. "São dos resultados", afirmou. Paulo votou na minha biograPor isso, Serra falou pouco. fia, na campanha limpa", afir- Ressaltou a importância das mou Serra. eleições no País e disse estar O tucano prometeu um go- confiante num segundo turno na disputa presiverno que tenha como prioridade o desenvoldencial. "Hoje não falam candidatos. Hoje vimento econômico e a geração de emprego. E fala o povo através das urnas e do voto ainda disse que vai aju- O 2º turno d a r o c a n d i d a t o d o dará mais consciente. Quem PSDB à Presidência, tempo para manda é o povo que Geraldo Alckmin, a vai decidir o destino confronto do Brasil, do Estado derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Sil- melhor de de São Paulo e do Congresso", afirmou. "A va (PT) no segundo idéias." turno, no dia 29. "O José Serra expectativa é de que o PSDB conseguiu o que governador vá para o segundo turno. Isso tinha se proposto: vencemos em São Paulo e seria bom não apenas para o Brasil, mas invertemos o quadro nacional." também para ter mais tempo Serra votou na zona Oeste para confronto melhor de da Capital, e deixou a zona i d é i a s . " E g a r a n t i u q u e o eleitoral sob aplausos de elei- PSDB não usará de baixaria tores e acompanhado por tuca- para vencer. "Do nosso lado, nos de peso, como o ex-presi- não haverá nenhuma baixadente Fernando Henrique ria." Serra passou o dia em casa, Cardoso e Geraldo Alckmin, o candidato. "A minha expecta- no Alto de Pinheiros, que amativa é de vitória no primeiro nheceu cercada pela imprensa. O entra-e-sai de tucanos e asturno", afirmou. A entrada e saída de Serra do sessores começou logo pela local foram tumultuadas devi- manhã. Sua filha, Verônica, do ao grande número de repór- acompanhada do filho Pedro, teres, fotógrafos e cinegrafis- de 3 anos, e do marido, foram tas. Em meio ao empurra-em- os primeiros a chegar. Logo depurra, o ex-prefeito, que foi re- pois foi a vez do vice-candidacepcionado na porta da escola to ao governo paulista, o depupelo prefeito Gilberto Kassab tado Alberto Goldman; alguns (PFL) e secretários municipais, deputados estaduais e, por teve que ser isolado por um fim, Alckmin e a mulher, Lu, e cordão de seguranças. Fernando Henrique. Depois de votar, Serra foi Serra levou 56 segundos para registrar seus votos e, ao sair com a filha até o Colégio Porto da urna, fez o tradicional "v" de Seguro, no Morumbi, e voltou vitória para as fotos em frente à para casa, de onde acompaurna. nharia a apuração. A festa da vitória estava proFHC e Alckmin aguardaram do lado de fora. Na contramão gramada para o final da noite, do clima de euforia que tomou quando a apuração estivesse o Colégio Santa Cruz durante a praticamente concluída. (AE)

QUÉRCIA: PMDB SE FORTALECE Comemoração: Kassab, Afif e Burti se confraternizam pelos resultados. E programam o 2º turno. Paulo Pampolin / Hype

ça certa, com as pessoas certas", afirmou Afif. "Me sinto hoje muito honrado e agradecido pelo apoio recebido do governador eleito José Serra (PSDB) e dos partidos que me apoiaram", acrescentou. "A coligação se portou de forma muito solidária, o que explica meu excelente resultado", resumiu o candidato. Afif lembrou que está retornando à política com um desempenho expresso nos mais de 8 milhões de votos recebidos nesta eleição. "Estou me reinserindo na vida pública do meu Estado e do País em excelente companhia, com um time competente e sério comandado por Serra", concluiu.

Boas novas: Afif recebe cumprimentos dos amigos em seu retorno.

O

candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, espera que o partido saia fortalecido das eleições. "Acreditamos que vamos aumentar a nossa bancada federal e estadual do PMDB em São Paulo", declarou Quércia depois de votar na Escola Estadual Padre Medeiros de Sabóia, em Santo Amaro, na zona Sul da cidade de São Paulo. Quércia votou acompanhado da candidata do PMDB ao Senado, Alda Marco Antônio. Quércia disse que, após os resultados, vai discutir com o PMDB quem teria o apoio do partido no segundo turno: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

candidato à reeleição, ou o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. "Acredito que as coisas têm de ser avaliadas depois do resultado eleitoral", disse. “Se o partido optar pelo governo, vamos apoiar o governo. Se quiser apoiar a oposição, vamos cumprir”. Ele disse ainda que espera que o partido tome essa decisão unido, caso haja o segundo turno para o pleito presidencial. Quércia embarcou para Nova York no final da tarde de ontem, onde foi visitar o filho que estuda nos Estados Unidos. Os três dias que deve passar na cidade, em companhia da mulher, servirão para refletir sobre o destino do PMDB no cenário da política nacional. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

DOISPONTOS -11 11

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

indústria do álcool solicita do governo federal o aumento da mistura do álcool anidro à gasolina de 20 para 25%, o que representará a significativa melhoria das condições ambientais, especialmente nas grandes cidades, além da possibilidade de diminuição do preço do derivado do petróleo. Conforme o levantamento da produção da safra canavieira de 2006/07, haverá a fabricação suficiente do combustível ecológico, a fim de atender à demanda interna (atualmente de 1 bilhão de litros mensais), bem como às exportações, estimadas em cerca de 3 bilhões de litros neste ano. Ademais, a elevação em causa de mais 5% representaria a venda adicional de 600 milhões de litros de álcool, até o final de abril de 2007, quando terá início o novo período de safra. Seria oportuno, igualmente, que o governo deliberasse sobre a implantação do sistema de financiamento dos estoq u e s d o á l c o o l produzido, o que não acontece desde o ano de 2004. A operação ficou conhecida como warrantagem:a colheita agrícola é processada em seis meses e a venda em doze, obrigando o industrial ao armazenamento do energético, assumindo totalmente o ônus financeiro do depósito. A mistura do álcool à gasolina foi reduzida para 20%, no início deste ano, após a majoração do preço nas destilarias e aumento significativo das exportações. O conceituado jornal americano The New York Times tem dedicado matérias à produção alcooleira do Brasil, reputan-

A

G Haverá álcool

suficiente para a demanda interna (1 bilhão de litros mensais), bem como para a exportação (3 bilhões de litros neste ano). G Apesar dos

impostos cobrados nos EUA e do recuo do preço do petróleo, a exportação do álcool brasileiro continuará competitiva, graças à eficiente indústria alcooleira. G A Petrobrás pode

participar da indústria do álcool e do biodiesel

do-a uma das mais eficientes, promissoras e competitivas do universo. Para o editorialista, Thomas Friedmam, após a sua recente visita ao Brasil, a era do petróleo não irá se encerrar porque faltará petróleo, mas sim porque o combustível fóssil subirá tanto, que serão desenvolvidas alternativas e substitutivos viáveis e econômicos, como é o caso do álcool da cana, do milho ou qualquer biomassa.

s metamorfoses ocorridas, recentemente, na indústria sucroalcooleira do Brasil transformaramna na condição de setor estratégico, ligado à soberania nacional, no momento que a energia representa o insumo primordial para o desenvolvimento das empresas e dos povos. Há dias, o presidente da grande nação americana, George W. Bush, proclamava a imp re s c i n d i b i l i d a d e d e maior produção do álcool e do biodiesel nos EUA e no resto do mundo, como soluções pragmáticas para a redução do consumo do petróleo e melhores condições ambientais e da saúde da população, devido ao uso em grande escala dos combustíveis fósseis. No entanto, a imposição de taxas governamentais nos EUA obstaculam as maiores exportações do álcool de cana brasileiro para a América. Apesar dos tributos cobrados (US$ 0,54 centavos por galão), graças à eficiente e competitiva indústria alcooleira brasileira, mesmo recuando o preço do barril do ouro negro a US$ 40, o que é inviável, o álcool do Brasil continuará concorrente. Argentinos, da mesma forma, estão desejosos de promover a produção do álcool em larga escala, no norte do país, onde estão localizadas as suas usinas de cana, nas províncias de Jujuy, Salta e Tucuman. À semelhança dos americanos, embora a produção com aproveitamento do milho seja mais cara, os empresários argentinos pretendem construir cerca de 40 destilarias, liderados pela Maizan, uma entidade que congrega a cadeia produtiva do milho.

A

Após as eleições brasileiras poderá haver um reajuste dos combustíveis, embora a gasolina brasileira já se encontre quase 10% mais cara do que a americana ou de outros países, em decorrência da subida do preço do barril (outubro US$ 67/barril) e aumento do dólar. O último reajuste da gasolina, entre nós, ocorreu em 10 de setembro de 2005, com o aumento de 10% para a gasolina e 12% para o diesel. Os analistas mais reputados consideram provável que o petróleo supere os US$ 70/barril no final do ano. Daí, a possibilidade do aumento de 6% a 7% nos postos após o período eleitoral. A Petrobrás, com o seu firme propósito de transformação numa das maiores empresas mundiais de energia (eletricidade, gás natural, petróleo e derivados, biomassa e biodiesel) poderá ajudar a indústria privada na estruturação do mercado interno e contribuir para o aumento das exportações. Com efeito, existe na nossa principal empresa estatal um forte movimento de participação na indústria do álcool e do biodiesel, como sócia dos empresários brasileiros. Com a produção de 375 milhões de toneladas anuais de cana-de-açúcar, 17 bilhões de litros de álcool e 26 milhões de toneladas de açúcar, o Brasil poderá, sem dificuldade, aumentar a área agrícola plantada, em face da disponibilidade existente de áreas agricultáveis, tecnologia nacional, mão-de-obra abundante e condições climáticas altamente favoráveis. LUIZ GONZAGA BERTELLI É DIRETOR DE ENERGIA DA FIESP

Investimento, urgente avaliação do perfil e da magnitude do investimento público precisa articular o papel do Estado na economia com o padrão de financiamento do setor público no Brasil. Ao que tudo indica, para que a economia brasileira possa alcançar níveis mais elevados e sustentados de crescimento, é preciso ampliar os investimentos públicos em infra-estrutura de transportes, especialmente, na manutenção e aumento da malha viária, no aparelhamento dos portos e na redução de seus respectivos custos. Este tipo de investimento terá impactos expressivos sobre os custos dos produtos e sobre a inflação, bem como aumentará a competitividade das exportações brasileiras. O menor dinamismo da economia mundial nos próximos anos certamente exigirá maior capacidade competitiva dos países, para sustentarem suas participações no comércio internacional. Além disso, parte do investimento deve estar focado na adequação da

A

G O menor

dinamismo da economia mundial nos próximos anos exigirá maior capacidade competitiva G É preciso ampliar os investimentos em infra-estrutura de transportes, telecomunicações e energia G O aumento

desses investimentos requer uma nova equação para as finanças públicas. G A reforma da Previdência, ainda que importante, não é instrumento de curto prazo.

capacidade energética, de modo a evitar interrupções indesejadas no processo de crescimento. Outra área importante é aquela relacionada à infra-estrutura de telecomunicações, devido à sua profunda relação com a eficiência produtiva e os processos de inovação tecnológica. Entretanto, o aumento desses investimentos requer uma nova equação para as finanças públicas. Dadas as enormes carências sociais do País, parece pouco desejável e razoável que se pretenda fazer o ajuste de curto prazo nos programas de transferência de renda ou mesmo nas rubricas de educação e saúde. A reforma da previdência, ainda que importante, não pode ser pensada como instrumento de curto prazo, devido aos seus elevados custos iniciais e às suas implicações sociais. Por isso, dois outros pontos deveriam ser alvo de atenção. O primeiro refere-se ao controle das despesas de custeio através do aumento da eficiência na gestão da máquina. Porém, seus efei-

tos imediatos são pequenos. O segundo ponto se refere aos gastos com juros. inflação de 2006 deve ficar próxima de 3%, talvez menos, indicando que houve excesso do BC na condução da Selic. Por um lado, os juros altos restringem o investimento privado e limitam o crescimento do PIB. Por outro, sobrecarregam os encargos da dívida pública. Assim, a política monetária restritiva atua contra o ajuste fiscal e diminui a capacidade de investimento público. Por isso, é necessário que a taxa de juros tenha uma velocidade de queda mais intensa. Isto faria com que a taxa de crescimento do país fosse maior e os gastos com juros menores. Tal fato, reduziria o tamanho do superávit necessário para estabilizar a relação dívida/PIB, o que aumentaria a capacidade de investimento do setor público.

A

CLÁUDIO ROBERTO AMITRANO É PROFESSOR DO CENTRO DE ESTUDOS DE CONJUNTURA DA UNICAMP.

ANTONIO DELFIM NETTO

O PRÓXIMO, POR FAVOR... próximo presidente da República terá que dedicar uma atenção muito especial ao setor agrícola, que vive uma das piores crises dos últimos tempos. O clima não ajudou nesses três anos nas regiões sul e sudeste e o governo menos ainda, com a sua imprudente, imprevidente (tanto variam as previsões de crescimento do PIB!) e desnecessária política monetária. Devido à super valorização do Real, produzida pela "mão pesada" dessa política, os preços agrícolas têm sido extremamente comprimidos, tornando muito difícil ao agricultor sobreviver com um mínimo de rentabilidade. Se de um lado isso beneficia as populações mais pobres, notavelmente nas áreas urbanas, de outro produz o empobrecimento

O

agricultura tem demonstrado que é o setor mais produtivo da economia brasileira e, por alguns anos, se mostrou o mais rentável. Mas, talvez por isso mesmo, é a maior vítima da espoliação determinada pela política monetária. Nos últimos dez anos a agricultura ajudou o Brasil a superar alguns dos problemas mais dramáticos que restringiam o crescimento O apagão energético de 2001, que incrivelmente "surpreendeu" a governança tucana e produziu uma queda estimada de 2% do PIB, foi um deles: se a produção agrícola não tivesse reagido naquele ano e no seguinte, nem mesmo o pífio crescimento do final do segundo mandato teria sido alcançado. Já no atual governo, as exportações do setor agropecuário foram o principal instrumento da libertação do Brasil da vulnerabilidade externa resultante de erros muito

A

Ed Ferreira/AE

PERSPECTIVAS

De olho no álcool

que não terá sucesso realmente significativo na recuperação da oferta de empregos sem que a economia volte a crescer de forma robusta. E menos ainda deve imaginar que é possível fazer o desenvolvimento transferindo renda do setor agrícola para o setor urbano, a não ser quando existem ganhos excepcionais de produtividade.

do produtor e das comunidades que dependem do seu trabalho. Com a renda diminuída e o patrimônio ameaçado, o agricultor vai produzir menos. que o governo tem que prestar atenção é que num futuro muito próximo a oferta de alimentos vai diminuir. No momento em que isso acontecer, os preços vão subir e seu crescimento se dará numa velocidade muito maior do que a constante redução de preços, que tanto vem ajudando a combater a "carestia". Ao sentar naquela cadeira em Brasília, o presidente terá que pensar mais ou menos o seguinte: se eu deixar a agricultura se ferrar, adeus Fome Zero , adeus BolsaFamília ... e o salário mínimo jamais voltará a comprar duas cestas básicas como atualmente. Na medida em que a alta de preços dos alimentos chegar na mesa do trabalhador, adeus também à aprovação popular... Se pensar um pouco mais , vai perceber

O

parecidos de política monetária nos dois mandatos anteriores. É preciso agradecer à agricultura a circunstância que, livre do constrangimento externo, o próximo presidente terá menos um problema a embaraçar o desenvolvimento brasileiro. Não apenas agradecer: terá que lembrar isso em cada um dos 1.461 dias de seu mandato. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA

FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br

G Num futuro

muito próximo, a oferta de alimentos vai diminuir e os preços vão subir rapidamente. O novo governo tem que prestar atenção nisso.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

omunista, quando quer caluniar alguém, não precisa inventar crimes: atribui-lhe um dos seus, e pronto. Resolve dois problemas de uma vez: queima a reputação do infeliz e ainda esconde as suas próprias culpas sob as cinzas do cadáver. Isso é assim desde os tempos de Lênin. O método é simples, prático, brutal e descarado. Tão descarado que a platéia, recusando-se instintivamente a acreditar que alguém seja mau o bastante para usá-lo, cai no engodo de novo e de novo e de novo. O exemplo mais espetacular, em escala nacional, foi aquele que citei aqui no artigo anterior: o hiperbolismo retórico dos Dirceus e Mercadantes, na CPI de 1993, transformando os Anões do Orçamento em gigantes do crime e acusando-os de montar "um Estado dentro do Estado", coisa que ia muito além das possibilidades e até da imaginação daquelas diminutas criaturas, tudo para camuflar a montagem de um genuíno "Estado acima do Estado", obra-prima de maquiavelismo, que o próprio PT já ia construindo com a ajuda das mais ricas e temíveis organizações criminais do continente, e cuja potência continua e continuará produzindo efeitos devastadores, pouco influindo nisso o resultado das eleições de ontem. No plano internacional, exemplos ainda mais edificantes brotam em profusão cornucópica. O caso mais célebre talvez tenha sido a matança de 20 mil oficiais poloneses num campo de prisioneiros da II Guerra, executados por nada, por frescura, por divertimento. Os soviéticos levantaram a denúncia no Tribunal de Nuremberg. O mundo ficou chocado ante as fotos de cadáveres que não paravam de surgir do fundo da floresta de Katyn. Anos depois, vieram provas concludentes de que os autores do massacre tinham sido os próprios acusadores. Notem bem o detalhe: haveria escassez de crimes praticados pelos nazistas, para que os soviéticos tivessem de lhes emprestar um? Não, é claro. Mas a coisa parece que está no sangue: é uma comichão, uma volúpia irresistível, uma compulsão avassaladora. O gostinho da dupla mentira leva esses sujeitos ao orgasmo. Não é delicioso, por exemplo, xingar os judeus em todos os jornais do mundo e depois sair choramingando que eles são os donos da mídia? É melhor que sexo. O sujeito fez isso uma vez, não quer parar nunca mais. Por isso mesmo, essa conduta não se limita aos comunistas professos. Ela espalhou-se na esquerda em geral ao ponto de constituir um reflexo condicionado, um estilo de vida, um modo de ser, um traço permanente da cultura "progressista". Mais recentemente, veio a onda de denúncias contra os padres pedófilos. Foi uma tempestade mundial, uma epidemia planetária. Por toda parte, os homens comprometidos com o voto de castidade pareciam não ter outra ocupação na vida senão bolinar meninos. Mas havia na acusação alguns detalhes estranhos. Desde logo, embora na quase totalidade dos casos as vítimas fossem do sexo masculino, as palavras "homossexual", gay ou mesmo "pederasta", que era o termo técnico exato para descrever a conduta dos criminosos, não aparecia nunca no noticiário. Nunca mesmo. A uniformidade global da omissão sugeria que os pedófilos eram pedófilos não por serem homossexuais, mas por serem padres. A idéia subjacente era persuadir o público de que a culpa de tudo estava no cristianismo, não numa cultura anticristã intoxicada de estímulos a toda sorte de sacanagem lícita ou ilícita, cultura

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

A arte da acusação invertida JB Neto/Ag. O Globo

Reprodução

C

Lênin

Marco Aurélio Garcia

Comunista, quando quer caluniar alguém, não precisa inventar crimes: atribui-lhe um dos seus, e pronto. Isso é assim desde os tempos de Lênin.

Os soviéticos denunciaram a morte de 20 mil oficiais poloneses num campo de prisioneiros da II Guerra. Anos depois, vieram provas de que os autores do massacre tinham sido os próprios acusadores.

O gostinho da dupla mentira leva esses sujeitos ao orgasmo. Não é delicioso xingar os judeus em todos os jornais do mundo e depois sair choramingando que eles são os donos da mídia? da qual a própria mídia internacional era a expressão mais vasta e permanente. A intenção canalha tornava-se ainda mais evidente porque o número de pedófilos entre os padres era muito menor do que entre os assistentes sociais da ONU, uma classe politicamente correta que havia devastado duas gerações de meninos na África e na Ásia, com o agravante cruel de aproveitar-se da situação local de miséria e dependência, própria a induzir as vítimas a que se submetessem a qualquer exigência despótica em troca de comida e abrigo. Ora, estes casos eram divulgados apenas em livros, em sites de organizações filantrópicas e em pesquisas acadêmicas: nem uma palavra so-

bre os campeões mundiais do abuso de menores aparecia naqueles mesmos jornais e noticiários de TV que ostentavam tanta indignação contra os padres. A seletividade deformante era tão óbvia, que tinha de haver alguma perversão maior por trás de tudo. Só entendi o fenômeno quando li o livro do repórter Michael S. Rose, Goodbye, Good Men: How Liberals Brought Corruption into the Catholic Church ( Wa s h i n g to n D C , R e g n e r y, 2002). Era a história de como organizações ligadas ao movimento gay haviam infiltrado psicólogos nos seminários, durante duas décadas, para que vetassem o ingresso de homens vocacionalmente dotados para o sacerdócio e, em contrapartida, dessem preferência a candidatos homossexuais. Fontes citadas pelo autor: os próprios psicólogos, muitos deles arrependidos de haver colaborado com essa maldade descomunal. A operação havia mudado radicalmente a composição do clero americano, produzindo artificialmente a situação que depois seria imputada à Igreja Católica pelos próprios autores do crime. É claro que esse efeito não depende de um acordo prévio, de uma conspiração entre os planejadores originais e a mídia que anos depois completa a operação. Nesses casos, pode-se contar sempre com aquilo que Willi Munzenberg, o gênio comunista da desinformação midiática, chamava "criação de coelhos". Basta dar o empurrão inicial, e o resto vem pelo automatismo imitativo - o processo mental mais característico do "proletariado intelectual" que espalha as modas culturais. Hoje em dia qualquer engenheiro social de quinta categoria domina a técnica de gerar esses efeitos. O mundo cultural está agora repleto não somente de coelhos, mas de milhões de pequenos Willis Munzenbergs com orelhas de coelho. Por meio deles a arte de usar os próprios crimes como instrumento de difamação dos inimigos deixou de ser privilégio da elite comunista para tornar-se patrimônio geral da esquerda. E não venham com a bobagem de que estou contando isso por "preconceito", "homofobia" ou coisas assim. Jamais abri mi-

nha boca para criticar as preferências sexuais de quem quer que seja. Apenas não sou idiota o suficiente para confundir preferência sexual com crime. Muito menos crime comum com uma operação de calúnia em larga escala, montada como camuflagem perversa de uma trama ainda mais perversa voltada contra a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. A desvantagem do ardil é que, pela sua própria tendência de reproduzir-se mecanicamente ad infinitum, ele só serve para ludibriar ignorantes. Quem conheça a história do movimento comunista logo acaba apreendendo a fórmula do truque e reagindo ao automatismo com outro automatismo: onde quer que ouça um comunista acusando alguém de qualquer coisa, já sabe que alguma o comunista fez. O outro pode também ter feito, mas não é por isso que o comunista o acusa. É porque ele próprio fez, e quase com certeza fez pior. Posso testemunhar que, no meu caso, esse reflexo imunizante jamais falhou: todas as vezes que busquei algum crime por trás do discurso de acusação esquerdista, encontrei. E em geral encontrei mais de um. O sr. Marco Aurélio Garcia acaba de me fornecer mais um exemplo, ao chamar de "violação da Justiça e da vontade popular" a divulgação das imagens do dinheiro usado na compra do dossiê anti-PSDB, comparando o episódio ao seqüestro do empresário Abílio Diniz em 1989, quando, diz ele, os malvados direitistas "tentaram identificar seqüestradores com o PT" por meio de uma foto dos delinqüentes com camisetas do partido. A inversão é patente, para quem se lembra do caso. Quem “identificou o PT com os seqüestradores” não foi a foto. Não foram os direitistas. Foi o próprio PT, com a desavergonhada campanha que moveu para proteger e libertar os bandidos. Essa campanha mobilizou rapidamente todo o beautiful people paulista, a tropa inteira das garotas-propaganda do comunismo local, mostrando a importância política que a causa tinha para o partido, tradicional amigo do MIR chileno, a quadrilha dos seqüestradores.

Maior prova de cumplicidade não poderia haver. Cumplicidade não quer dizer necessariamente ajuda material na execução do delito, nem participação nos seus lucros financeiros. Dar suporte político ao crime é crime, e o suporte dado pelo PT aos seqüestradores de Abílio Diniz repetiu-se igualzinho no seqüestro de Washington Olivetto. No ano seguinte ao do primeiro seqüestro, a aliança do PT com organizações criminosas foi formalizada com a fundação do Foro de São Paulo, que articula ações políticas com a prática de delitos para a vantagem mútua dos dois braços da revolução comunista, o “legal” e o “ilegal”. Quando veio o caso O l i ve t to, a m o b i l i z a ç ã o d o

Dar suporte político ao crime é crime, e o suporte dado pelo PT aos seqüestradores de Abílio Diniz repetiu-se igualzinho no seqüestro de Washington Olivetto, praticado pela mesma gangue.

O PT está, sim, envolvido com narcotráfico e seqüestros, está envolvido com as Farc, com o MIR, com tudo quanto é bandido esquerdista no continente.

Investigar o delegado que divulgou o crime, em vez dos delinqüentes que o praticaram, não foi invenção do sr. Garcia, mas de outro ainda mais farsante e malicioso do que ele.

apoio político foi mais rápida e eficiente, porque já estava tudo pré-arranjado no Foro. O PT estava tão profundamente comprometido com os autores do seqüestro, que além de socorrê-los na mídia e na Justiça ainda tratou de livrar a cara da organização armada a que pertenciam, dizendo que eram “exmembros” dela, mentira que uma vez passado o perigo foi desmascarada por um dentre eles mesmos, Mauricio Norambuena, ao informar que era, sim, membro da quadrilha e não um extraviado free lancer como o rotulavam seus protetores petistas para descaracterizar a origem comunista do crime. Mais impressionante ainda foi a operação montada para proteger da justiça brasileira o falso padre Olivério Medina, no intuito de que não esclarecesse em público o que havia revelado a amigos numa festa petista: que havia trazido dinheiro das Farc para a campanha do PT em 2002. O PT está, sim, envolvido com narcotráfico e seqüestros, está envolvido com as Farc, com o MIR, com tudo quanto é bandido esquerdista no continente. Se ganha ou não dinheiro com isso, é indiferente. Ganha politicamente, e sabe que ganha. Isto já basta para qualificálo, acima de qualquer possibilidade de dúvida, como beneficiário de uma série interminável de crimes hediondos, como o partido mais criminoso que já existiu neste país. O sr. Garcia sabe de tudo isso, e se ele vier com desconversa esfrego-lhe no nariz os documentos do Foro de São Paulo que provam a unidade estratégica das ações empreendidas em escala continental por partidos legais de esquerda e organizações criminosas, tudo sob o comando direto do delinqüente-mor, fundador e mentor da porcaria toda, Luís Inácio Lula da Silva. Um detalhe especialmente elegante da fala do sr. Garcia é a singela cara de pau com que ele sugere que a "vontade popular" é não saber nada sobre o dinheiro do dossiê antitucano. Informar os eleitores é insultá-los. Mentir para eles, mantê-los na ignorância como menores de idade, isto sim é que é respeitá-los. Cabeça de comunista é assim. Não se contenta com a perversão. Parte logo para a inversão. E não estou falando de inversão sexual, que é um fenômeno corriqueiro na sociedade. Comunista não se satisfaz com tão pouco: quer praticar veadagem é com o traseiro dos outros. O traseiro da pátria. O traseiro da humanidade. Mas, no caso de agora, a inversão da ordem dos fatores não começou com o sr. Garcia, nem se limitou à esfera verbal. Investigar o delegado que divulgou o crime, em vez dos delinqüentes que o praticaram, não foi invenção do sr. Garcia, mas de outro ainda mais farsante e malicioso do que ele. Outros ainda piores fizeram o mesmo no caso Celso Daniel. Como é possível que, com tantas testemunhas assassinadas e tantas provas da operação-abafa arranjada pelo PT, a relação entre uma coisa e outra ainda não tenha sido esclarecida? Se foi o partido queridinho de Fidel Castro que mandou matar o boquirroto Daniel e deu sumiço nas testemunhas, que é que poderia haver de estranho nisso, sendo esse partido tão repleto de terroristas e assassinos treinados pelo serviço secreto mais homicida do continente, que já matou mais de cem mil pessoas em Cuba sob os aplausos - se não com a colaboração pessoal - desses mesmos indivíduos? Para gente como Fidel Castro, dar cabo dos inconvenientes é simples questão de rotina. Por que não o seria também para seus discípulos?


4

Transpor te Urbanismo Acidente Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Mais informações sobre o acidente com o Boeing 737-800 da Gol em www.dcomercio.com.br

ANAC ADMITIU OFICIALMENTE O CHOQUE DOS AVIÕES

NENHUM SOBREVIVENTE

Nota da Aeronáutica informou que os 155 passageiros do Boeing 737-800 da Gol, acidentado sexta-feira, morreram. Resgate dos corpos já começou e deve levar 8 dias. Força Aérea Brasileira

O

Comando da Aeronáutica, em nota divulgada por volta das 23h de ontem, afirmou que nenhum dos 155 ocupantes do vôo 1907 da Gol, que caiu na última sexta-feira em plena selva, em Mato Grosso, sobreviveu. O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, também em nota, lamentou a constatação e afirmou que, agora, a prioridade é prestar assistência às famílias "deste trágico acidente". Durante a tarde, os primeiros relatos das equipes de buscas da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército indicavam que "só por um milagre" seriam encontrados sobreviventes . Ontem, até o fechamento desta edição, dois corpos haviam sido localizados e transportados para a base aérea da Serra do Cachimbo, no Pará. O resgate total dos corpos deve durar até oito dias. Familiares de passageiros fizeram ontem um protesto no Aeroporto de Brasília, contra o isolamento a que foram submetidos, desde o acidente. Colisão – A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou ontem que houve uma colisão entre o Boeing 737-800 da Gol e o jato Legacy, fabricado pela Embraer. A conclusão, segundo a diretora da Anac, Denise Abreu, só foi possível depois que técnicos da comissão montada para investigar as causas do acidente começaram a ouvir o conteúdo das duas caixas-pretas do Legacy, que estão em São José dos Campos (SP). "As informações dessas caixas ainda precisam ser cruzadas com as caixas-pretas do Boeing, que ainda não foram recuperadas. Ao mesmo tempo, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou já ter uma idéia de como pode ter ocorrido o acidente entre o Boeing e o Legacy. As investigações estão no início. Não há, portanto, como reconstruir a cena da tragédia, mas, considerados os indicadores preliminares, o Legacy deve ter atingido o avião da Gol na seção traseira, na altura da cauda. "No choque, o jato teria atingido o profundor e o estabilizador horizontal do avião", disse o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero. "Sem essas peças, o aparelho perde o controle e cai de bico, no sentido vertical." De raspão – O profundor e o estabilizador compõem o leme, determinando a posição da proa do avião. O impacto entre as duas aeronaves não foi grande. Uma evidência disso é que o Legacy pousou na base aérea da Serra do Cachimbo (PR), praticamente intacto. Sofreu uma pequena avaria no winglet, uma extensão da asa.

Três perguntas fundamentais

O

Na selva: equipe de resgate da FAB e do Exército desce de rapel até a fuselagem do Boeing 737-800, que caiu em Mato Grosso na sexta-feira Reprodução/TV Globo

s peritos da Aeronáutica deverão responder a três perguntas para explicar as causas do acidente: o que levou a tripulação do Legacy a mudar de rota, por que não responderam aos alertas por rádio feitos pelo operadores do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta-1) e por que os equipamentos anticolisão das aeronaves conhecidos como TCAS, não deram o alerta. Uma das hipóteses é a de que o piloto do Legacy pode ter desligado o transponder. O equipamento emite sinais para outros aviões e para os radares sobre a localização de uma aeronave. Toda vez que uma delas decola, recebe com seu plano de vôo um código que é inserido no transponder. É por meio desse código que os radares conseguem saber onde cada avião está no céu. Caso o transponder seja desligado, o sistema anticolisão deixa de funcionar. Quanto ao fato de o Legacy não ter respondido aos alertas dos operadores do Cindacta-1, uma resposta possível é que o alcance do rádio não fosse suficiente para atingir o avião. Pode também ter sido causada por alguma interferência eletromagnética na região ou por uma rádio pirata. Por fim, os oficiais da FAB ainda consideram que a explicação mais provável para que o Legacy tenha saído de sua rota seja a ocorrência de uma turbulência. (AE)

Equipe de resgate transporta corpo encontrado junto ao avião da Gol Rodrigo Paiva/Folha Imagem

Pouca informação: familiares de vítimas protestaram ontem contra a Gol

O jatinho pegou o Boeing de raspão. Acredita-se que o Legacy tenha atingido uma parte vital do aparelho. "Provavelmente pegou o sistema elétrico e hidráulico do estabilizador", disse o brigadeiro Pereira. No ar, o sistema mantém o avião equilibrado, em vôo horizontal.

Destroços do Boeing foram encontrados a um quilômetro de distância do local onde foi localizada a fuselagem do avião, na reserva indígena de Capoto Jarinã, no Alto Xingu – região de difícil acesso e de mata densa – em Mato Grosso, na divisa com o Pará. O fato de os

Força Aérea Brasileira

Reprodução/AE

Ponta da asa esquerda do Legacy danificada

Passageiros do Legacy quando embarcavam

fragmentos estarem tão longe do local do acidente levou a especulações de que o avião perdeu partes durante a descida descontrolada. "Não há motivo aparente para supor que o aparelho tenha se desmanchado no ar", diz Newton Soler Saintive, engenheiro da aeronáutica, especialista em aerodinâmica. Na vertical – Há outros indí-

cios que comprovam que o avião teria caído na vertical ou, ao menos, em ângulo agudo. "O 737 não arrastou árvores da densa floresta durante a queda", diz Pereira. O avião da Gol voava a 821 km/h, quase na mesma velocidade do jatinho. O Boeing, na hora do acidente, estava a 11.212m de altitude. Se estivesse na rota original, o Legacy trafegaria a 10.909m. O Boeing não explodiu no ar. O piloto da Gol desligou os motores durante a queda para evitar incêndio. "O recurso é muito comum numa situação de emergência, pois pode haver vazamento de combustível. O Boeing também não explodiu ao bater no chão. A fuselagem foi encontrada no meio da floresta, de ponta-cabeça, com o trem de pouso virado para o ar, reforçando a tese da queda na vertical. Embraer – Na Embraer, fabricante brasileira do jato executivo Legacy 600, há temores de que o equipamento TCAS 2000, que deveria ter soado um alarme para evitar a colisão com o Boeing da Gol, tenha falhado. Há ainda a possibilidade de o piloto do jatinho, Joe Lepore, que prestava serviço para a empresa Excel Air Services, compradora do Legacy, ter desligado o equipamento, mas

as hipóteses somente serão confirmadas com o detalhamento das informações da caixa preta do Legacy. Indenizações – Existe ainda o receio, se forem confirmadas irregularidades no equipamento, de que a Embraer tenha de pagar todas as indenizações às famílias das vítimas da Gol. Por via das dúvidas a empresa já teria contratado reforços para sua equipe de advogados no sentido de acionar a empresa fornecedora do equipamento TCAS 2000. As chances praticamente nulas de haver sobreviventes abrem a discussão sobre como os familiares dos 155 passageiros do vôo 1907 devem agir para receber indenizações. As companhias aéreas têm um seguro obrigatório fixado em R$ 14 mil e podem oferecer outro de responsabilidade civil, de valor variável – sem contar os danos morais à família, calculados por um juiz. A questão divide advogados. Regina Manssur, que representou 3 das 99 famílias de vítimas do acidente com o Fokker-100 da TAM, em 31 de outubro de 1996, afirmou que os parentes devem mover ação contra a Gol, mesmo que as investigações ainda não apontem responsabilidades. (Agências)


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

1 As pessoas não deixam de comprar nem quando tem votação. Lourdes Faria, loja Ítem1

O CLIMA ERA ELEITORAL, MAS OS CONSUMIDORES SE EMPOLGARAM MESMO FOI COM O COMÉRCIO ABERTO

COMÉRCIO FATURA NO 1º TURNO

N

o final de semana, nhos Fernando, Márcio Eduaros eleitores/con- do Gavranic, disse que o movisumidores dividi- mento no final de semana foi ram o tempo entre melhor do que o registrado no a votação e as compras. Na dis- período anterior. "As vendas puta dos candidatos, quem subiram cerca de 30%. As pesvenceu foram os lojistas. Ao soas não puderam viajar, em contrário do que muitos espe- razão das eleições e resolveravam, as ruas e os shoppings ram comprar. Mas, se não fosse ficaram lotados no sábado e no o Dia das Crianças, o resultado domingo. Principal procura: não seria tão positivo", avapresentes para o próximo Dia liou. Segundo Gavranic, pasdas Crianças. saram pela loja, ontem, mais Com o título de eleitor na de mil pessoas. mão e uma sacola na outra, a Bom Retiro – A Rua José supervisora de tecnologia Vi- Paulino, no Bom Retiro, tamviane Salvatori passeava do- bém foi tomada por uma mulmingo com amigas. "Compra- tidão. "O clima frio não ajuda, mos tênis, jogos de lençol e va- no final de mês as pessoas não mos levar mais itens. O dia está têm dinheiro, mas as vendas ótimo para compras". estão indo bem – devem ser Na Rua 25 de março, princi- 30% maiores em relação ao fipal ponto de comércio popu- nal de semana anterior", disse lar de São Paulo, o movimen- o locutor da Universo das Calto registrado foi o de sempre: cinhas, Anderson Costa. caótico. Nem a chuvinha esA gerente da Item I, especiaporádica afugentou a popu- lizada em roupas femininas, lação. Era quase impossível Lourdes Farias, registrou o caminhar ou escolher os pro- mesmo índice de crescimento. dutos. Havia até performan- As amigas e bancárias Fernance de um ator numa loja de da Zanovali e Cibele de Bonito, fantasias, com clima de filme de Campinas, viajaram esped e t e r ro r. N e m Paulo Pampolin/ Hype cialmente para precisava tanto, comprar no sábao público já estado. Já o dentista va concentrado Devanil Ferlin nas compras. trouxe a família Os eleitores e de Fernandópoos consumidores lis, a 570 km de foram disputaSão Paulo, para dos; preços conparticipar de uma vidativos nas lofesta de formatuO dentista Devanil jas, apelos de ra e também para Ferlin veio do interior candidatos nas gastar. "Vamos para gastar na cidade ruas – um carro voltar hoje (dode som carregava mingo) cedo. Se quatro metros de busto gigan- não fosse a eleição, ficaria em te de uma candidata. E inúme- São Paulo até a noite", disse. ros cabos eleitorais distriShoppings – Como o Tribubuíam seus santinhos. nal Superior Eleitoral (TSE) liPresentes – A bióloga Ana berou o funcionamento do coCarolina Saraiva Cota esco- mércio no domingo, muitos eslheu o sábado para comprar tabelecimentos abriram as porbrinquedos para os primos, na t a s e o s l o j i s t a s n ã o s e Armarinhos Fernando. Gas- arrependeram. Às 17 horas de tou R$ 60. "O sábado é das com- ontem, quem foi ao shopping pras; o domingo fica livre para ABC encontrou o estacionaa votação", disse. O motorista mento lotado. A mesma situaCristiano Rosati fez parte da ção aconteceu no shopping multidão que apareceu no sá- Center Norte. bado na 25 de Março. "ComNa Puc, loja de roupa infantil, prei caixas de som para o meu a publicitária Camila Santana carro. Sempre vale a pena visi- levou sapatinhos para o primo. tar a região", disse. "Paulista gosta de comprar". A A artista plástica Márcia empresária Maria Aparecida Pellegrini e seu filho, o comer- Saffhauser optou por calças ciante Péricles Pellegrini, fa- jeans para o sobrinho. "Sei que ziam "espionagem" na região. criança gosta de brinquedos, "Vou abrir uma loja e o melhor mas as roupas são necessárias. lugar para aprender a fazer "A gerente da loja, Amanda bons negócios é a 25 de mar- Góes da Fonseca, disse que não ço", afirmou Péricles. esperava tanto movimento. Neide Martingo O gerente geral da Armari-

"Queima" em loja de departamentos: mais 30% de vendas

V

éspera de eleição é mostruário ficaram 60% boa hora de fazer mais baixos. A facilidade no saldão. Dia 30, sába- pagamento foi outro atratido, foi a data escolhida pelo vo: os usuários do cartão ExExtra e Extra tra terão até 70 Eletro para dias para parealizar uma gar, sem juros. promoção esQuem preferiu Em razão das pecial. Aprocheque préximadamente eleições, as pessoas datado teve até m i l i t e n s f oo dia 20 de denão viajaram e ram vendidos zembro para o aproveitaram a com até 60% pagamento, promoção. de desconto com juros de nas seções de Luis C. Costa, Extra 4,99% ao mês. i n fo r m á t ic a , A previsão têxtil, bazar, da rede, confireletroeletrônicos e eletrodo- mada à noite, era obter aumésticos. mento de 40% no fluxo de Outras linhas de merca- clientes e de 30% nas vendas. dorias, como malas, foram "Em razão das eleições, as oferecidas com descontos de pessoas não viajaram e apro50%. A mala de viagem mais veitaram a promoção", afirem conta valia R$ 19,90. Os mou o diretor do Extra, Luis produtos fora de linha ou de Carlos Costa. (NM)

Fotos: Leonardo Rodrigues/ Hype

Viviani Salvatori (ao lado), como muitos outros consumidores no dia de eleições, trazia o título de eleitor na mão e uma sacola de compras na outra. Os lojistas disseram que o movimento cresceu 30% em relação ao último final de semana. Um dos principais motivos de compra é o próximo Dia das Crianças, no dia 12.

Paulo Pampolin/ Hype

A publicitária Camila Santana (ao meio) aproveitou o dia para gastar no shopping. A mesma coisa fez a empresária Maria Aparecida Saffhauser (dir.) A bancária Fernanda Zanovali (acima) veio de Campinas no sábado. Com o aumento das vendas, os lojistas se sentiram vitoriosos já no primeiro turno.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Não saiu gol, mas o empate foi bom. Temos de manter esse ritmo.” Fabão, zagueiro

almanaque Celso Unzelte

O ADEUS DEFINITIVO DE PELÉ Arquivo Celso Unzelte

Há 29 anos, Pelé despedia-se definitivamente do futebol. Acima, ele aparece com a camisa do extinto New York Cosmos, dos Estados Unidos, equipe que defendeu nos dois últimos anos de carreira. No dia 1º de outubro de 1977, Pelé vestiu a camisa do Cosmos durante o primeiro tempo e a do Santos no segundo. Os americanos (reforçados por craques como Beckenbauer) ganharam por 2 a 1, com um gol do próprio Pelé.

AS OUTRAS DESPEDIDAS Além dessa, a carreira de Pelé foi marcada por outras três grandes despedidas. Para a Seleção Brasileira ele deu adeus duas vezes: em 11 de julho de 1971, depediu-se do público paulista fazendo o gol brasileiro no empate com a Áustria, por 1 a 1, no Morumbi. Uma semana depois, no dia 18, deu a volta olímpica no Maracanã no empate por 2 a 2 com a Iugoslávia. Do Santos, Pelé despediu-se na Vila Belmiro, em 2 de outubro de 1974, saindo de campo durante vitória sobre a Ponte, 2 a 0.

OS JOGOS DEPOIS DO PROFISSIONALISMO Após sua retirada oficial do futebol, Pelé voltou aos gramados oito vezes. Em 1978, jogou duas partidas pelo Fluminense, durante uma excursão à Nigéria. Em 1979, vestiu a camisa do Flamengo, no amistoso beneficente em que o rubro-negro goleou o Atlético-MG por 5 a 1. Em 1980, Pelé participou do jogo Cosmos 3 x 2 Astros da Liga Americana, na despedida de Beckenbauer, e marcou um gol. Em 1983, nova participação em jogo beneficente: Seleção do Sudeste 1 x 2 Seleção do Sul, com mais um gol. Entre veteranos, Pelé jogou as partidas Ex-Atletas do Cosmos 2 x 6 Cosmos, em 1984; e Seleção Brasileira de Masters 3 x 0 Seleção Italiana, em 1987. Sua última aparição deu-se em sua festa de 50 anos, em 1990: Amigos de Pelé 2 x 1 Seleção Brasileira, jogo realizado em Milão.

"Pelé disse love, love, love." (Caetano Veloso, compositor, na música Love, Love, Love. Ele se referia às palavras ditas pelo Rei do Futebol ao público presente no Giants Stadium, em Nova York, no jogo Cosmos 2 x 1 Santos, no dia de sua despedida do futebol.)

Esporte

Temos de manter essa vantagem de qualquer maneira.” Muricy Ramalho

FRENTE TRICOLOR Orlando Kissner/AE

C

inco pontos. É esta a (boa) diferença que separa o tricolor São Paulo do também tricolor Grêmio na liderança do Campeonato Brasileiro. Trata-se, agora, de uma distância real. Apesar de não ter havido rodada no final de semana por conta das eleições, no sábado São Paulo, AtléticoPR, Internacional e Paraná cumpriram seus jogos atrasados da 17ª rodada. Agora, portanto, todos os participantes do campeonato voltam a ter o mesmo número de jogos disputados: 26. Enquanto no Beira-Rio, em Porto Alegre, o Inter fez 3 a 2 no Paraná e conseguiu chegar ao terceiro lugar, ultrapassando o Santos e ficando a um ponto do Grêmio, o São Paulo voltou da Arena da Baixada, em Curitiba, com um ponto, conquistado no empate por 0 a 0. O lado bom para o Tricolor paulista é que aumentou um pouco sua vantagem na liderança. O lado ruim é que, além de continuar sem vencer o Atlético no campo do adversário, o São Paulo também segue com um fraco desempenho fora de casa, com apenas quatro vitórias em 13 jogos fora. “Podíamos ter conquistado um melhor resultado, só que não foi dia de a bola entrar. O empate acabou sendo bom”, avaliou o volante Josué logo após a partida. “Claro que o objetivo era conquistar os três pontos, mas jogar na Arena da Baixada é muito difícil. O resultado de empate acabou sen-

Com o 0 a 0 de sábado diante do Atlético, em Curitiba, o São Paulo segue com boa vantagem. O vice-líder é o Grêmio, com cinco pontos a menos

do bom”, afirmou também o técnico Muricy Ramalho, que comemorou e já evitou um possível clima de euforia de seus atletas. “Ainda temos 36 pontos para disputar. Não tem essa de administrar vantagem. Claro que, se empatarmos fora e vencermos todas em casa, teremos grandes chances de títu-

lo.” O treinador não escondeu, contudo, estar indignado com a pressão sofrida pelo estreante atacante Edgar, vindo do Joinville. “Criaram uma expectativa muito grande sobre o garoto. Ele até foi razoável, mas temos de mudar esta maneira de analisar.” O São Paulo volta a jogar na

quarta-feira, contra o Vasco, no Morumbi. E terá força máxima, inclusive com a volta de Rogério Ceni e Alex Silva, que não jogaram no Paraná. Aloísio parece estar recuperado de contusão na coxa esquerda e deve enfrentar o time carioca. Segundo Muricy, ele deverá ser o parceiro de Leandro: “Eu

gosto do Leandro atuando no ataque, sem posição fixa, e correndo pelos lados do campo para servir os companheiros. Ele é mais ponta-de-lança do que armador. Não o quero pensando o jogo e armando jogadas, pois essas não são as suas principais características. Ele sabe fazer gols”.

Ricardo Saibun/AE

Com ares de favorito

N

os últimos dias, o objetivo do Santos foi esquecer o vexame de Buenos Aires, onde perdeu por 3 a 0 para o San Lorenzo, pela Copa Sul-Americana. E o time parece não só ter conseguido isso como já assume ares de favorito ao título brasileiro. Os santistas vão para o clássico olhando para os corintianos de cima para baixo, sem medo de assumir o favoritismo. Como se a fatura dos três pontos na próxima quinta-feira à noite, no Pacaembu, fosse apenas o exercício de um direito. O direito de um time com altos e baixos no campeonato, mas que jamais esteve fora do bloco dos cinco primeiros colocados, e que encara um adversário sob permanente ameaça de rebaixamento. O técnico Vanderlei Luxemburgo minimizou o resultado negativo da última quarta-feira e deixou claro que sua meta é manter o time na luta para ser campeão nacional ou, no mínimo, garantir vaga na Copa Li-

bertadores de 2007. Isso sem contar a sede de vingança contra o desafeto Leão, que o derrotou por 2 a 0 quando ainda era o técnico do São Caetano, no jogo contra o Santos pelo primeiro turno do Brasileiro. A certeza de vitória começa pelo explosivo goleiro Fábio Costa, com a autoridade de quem já foi campeão brasileiro tanto pelo Santos, em 2002, quanto pelo Corinthians. Conhece, portanto, os dois lados do clássico. “Vamos jogar com inteligência e sem a preocupação de mostrar um futebol bonito”, afirma. Por saber que qualquer provocação externa causa estragos no emocional dos corintianos, o camisa 1 santista não perdeu a oportunidade de alfinetar o time em que se sagrou campeão brasileiro em dezembro do ano passado e que agora não consegue se afastar da zona do rebaixamento. “Esse será um jogo importante para os dois clubes. Para um, porque está na luta pelo título; para o

Para o goleiro Fábio Costa, será o jogo de um time que luta pelo título contra outro em “situação incômoda”

outro, porque tenta se livrar de uma situação incômoda.” Para o goleiro, o clássico entre Santos e Corinthians já é o de maior rivalidade entre os clubes paulistas. “Talvez porque os dois clubes são os que mais ganharam títulos nos últimos anos, chegando a quase

todas as decisões.” Fábio Costa afirma, também, que tem sentido o clima de vitória no dia-adia com os jogadores. E destaca a importância do meio-campista Zé Roberto — poupado da viagem à Argentina — para dar tranqüilidade aos jogadores mais jovens.

“Zé Roberto chegou há pouco tempo, mas já acrescentou muito”, testemunha o titular do gol do Santos. “Não só dentro de campo, mas principalmente no amadurecimento dos jogadores mais novos que formam atualmente nossa equipe”, completa o goleiro.

Filipe Araújo/AE

Hora de acertar o ataque

V

Com o 0 a 0 de sábado, o São Paulo segue sem jamais ter derrotado o Atlético Paranaense na Arena da Baixada, em Curitiba. Agora, em oito jogos lá realizados desde a reformulação total do estádio, em 1998, aconteceram seis vitórias atleticanas e dois empates.

Foi também em um dia 1º de outubro, só que em 1988, que o Brasil perdeu a final do Torneio Olímpico de Futebol dos Jogos de Seul, na Coréia do Sul. A antiga União Soviética venceu por 2 a 1 e ficou com a medalha de ouro, deixando os brasileiros com a prata. Um título que o Brasil busca até hoje.

1

Contra o Santos, Leão deverá testar Amoroso mais avançado

inte e cinco gols marcados em 26 jogos. Ou seja: menos de um, em média, por partida. Esses números fazem do Corinthians o pior ataque do Campeonato Brasileiro até aqui. Justamente por isso, o técnico Emerson Leão deverá dedicar atenção especial a este setor nos dias que antecedem o clássico contra o Santos, marcado para quinta-feira, no Pacaembu. Nos treinos, ele verá se sua maior aposta — Amoroso como atacante fixo — pode ser ou não a solução. “Com o Amoroso na frente, acredito que o nosso potencial ofensivo será reforçado”, disse o técnico. “É isso o que espero. Vamos ver nos treinamentos.” Amoroso já declarou que não gosta de atuar à frente em um

esquema 3-6-1. Sua preferência é ficar se movimentando na intermediária e surgindo de surpresa. Ainda mais depois que declarou de maneira aberta um dos grandes problemas corintianos: “A bola não chega lá na frente. Nós temos de corrigir esse detalhe o mais rapidamente possível. Nós do ataque nos deslocamos e a bola demora a vir. Quando chega, estamos marcados demais”. Depois de verificar as estatísticas corintianas, o treinador se assustou. Além da média pífia, das 26 partidas que o Corinthians jogou no Brasileiro, em nada menos do que dez a equipe deixou o gramado sem conseguir marcar um único gol. Para Leão, está claro que, além da mexida no ataque, o

meio-campo também precisará criar bem mais. Por isso, no clássico diante do Santos, ele deverá escalar Rosinei, originariamente um meia, na ala direita. O objetivo é ocupar o espaço deixado por aquele setor com as suspensões do lateraldireito Eduardo Ratinho e o meia Carlos Alberto. “O Rosinei tem características que fazem com que possa a p ro v e i t a r n a t u r a l m e n t e aquele espaço do campo. Ele poderá ajudar muito o Corinthians nesse clássico”, acredita Leão. Mesmo precisando de gols e de pontos para melhorar sua situação na tabela, o Corinthians atuará com três zagueiros. Com a suspensão de Betão, Leão quer dois jogadores ao lado de Marinho. André Leone e Sebá serão testados.


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

EMPRESAS TROCAM JUVENTUDE POR EXPERIÊNCIA

17,9

por cento foi a queda dos desempregados com mais de 40 anos na região metropolitana de São Paulo.

DEPOIS DE ANOS RELEGADOS AO "GRUPO DA TERCEIRA IDADE", QUARENTÕES VOLTAM AO MERCADO Fotos: Paulo Pampolin/Hype

COM MAIS DE 40 ANOS E DE VOLTA À ATIVA

Passei por vários testes e estou aqui até hoje. Poderia viver com minhas reservas, mas estava apertado. Teresa Fiore, consultora literária da Siciliano

No auge da capacidade profissional, as pessoas que perdiam o emprego perto dos 40 anos sentiam dificuldade em encontrar uma recolocação. Esse cenário começa a mudar: mais empresas passaram a priorizar a experiência no lugar da força física característica dos mais jovens – item que era um mito na Quando o interesse vira hora da contratação trabalho FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda. - Requerido: Dacoi Confecções Ltda. - Rua Rodrigues dos Santos, 423 - 01ª Vara de Falências

AVISOS DE LICITAÇÕES Teresa Fiore: recolocação profissional depois de aposentada, durante aula em um grupo de terceira idade PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 073/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de cones para sinalização viária. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 19/10/ 2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 24/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:30 horas às 11:30 horas do dia 24/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0007-36, inscrição estadual 115.304.303.112 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de nº 671480 (em branco). (29/09 e 02, 03/10/2006)

AVISO AOS ACIONISTAS

O

mercado de trabalho finalmente descobriu que competência nada tem a ver com idade. Depois de anos optando sempre pelos mais jovens, os recrutadores perceberam que jovialidade só é questão fundamental para trabalhos ligados à força física – cada vez mais escassos. Segundo pesquisa da Fundação Seade, entre agosto do ano passado e agosto deste ano, caiu 17,9% o número de desempregados na região metropolitana de São Paulo que têm mais de 40 anos. Em agosto de 2005, a taxa de desemprego dessas pessoas era de 10,6%. No mesmo mês deste ano, o índice ficou em 8,7%. Pa-

ra se ter uma base de comparação, a queda no desemprego entre os que têm entre 18 e 24 anos foi de apenas 2,7% no mesmo período e, entre os que estão na faixa entre os 25 e 39 anos caiu 0,8%. "Os profissionais com mais idade estavam sendo deixados de lado apenas por questões culturais. Agora, o mercado os redescobriu", afirma Gilberto Guimarães, diretor da consultoria em recursos humanos BPI e professor do Ibmec São Paulo. Segundo ele, isso ocorre porque a indústria deixou de ser o principal gerador de empregos no País e o setor de serviços, que passou a ocupar a liderança na geração de ocupações (com quase 60% das con-

tratações), oferece empregos que não exigem força física. Além disso, o professor diz que as micros e pequenas empresas aproveitam para contratar os mais velhos. "Quem está com 50 ou 60 anos hoje, formou-se, fez cursos de especialização e está se aposentando em plena capacidade física e intelectual. Por isso, pequenas empresas querem aproveitar esses profissionais", diz Guimarães. Ele afirma que, aposentado, o profissional já tem a vida estável e pode ganhar menos ou ter salário flutuante. Boa experiência – Mas não são só as micros e pequenas empresas que entraram nessa onda. A rede Pão de Açúcar, por exemplo, tem senhoras

maiores de 40 anos em seu quadro de funcionários desde 1999. Elas trabalham como consultoras ou hostess. Outra empresa que aderiu aos profissionais mais experientes foi a Siciliano. Como projeto piloto em 2003, a rede de livrarias criou o programa consultor literário, que aproveita a experiência de pessoas acima de 50 anos para ajudar os consumidores e outros vendedores. O projeto deu tão certo que está sendo expandido. "Atualmente, dez lojas têm consultores literários, até o fim do ano, teremos mais 15 e, no final de 2007, o projeto é ter consultor em todas as nossas 62 lojas", explica a gerente de marketing da Siciliano, Fernanda Santos. Esses profissionais são homens e mulheres, sempre aposentados de outras atividades, que gostam de ler e entendem de literatura. "Também é importante que sejam sedentos de conhecimento, porque eles têm que saber as novidades e auxiliar os mais jovens." O salário é o mesmo de um vendedor, mas a carga horária é inferior: seis horas por dia, cinco dias por semana. "Os consumidores adoram a atenção e o atendimento diferenciado que eles proporcionam", afirma Fernanda. Teresa Fiore é uma dessas consultoras literárias. Avisada em sua aula de hidroginástica no Sesc Consolação (a Siciliano buscou profissionais em locais que recebem pessoas da terceira idade) que a livraria queria contratar aposentados, candidatou-se à vaga em 2003. "Passei por vários testes e estou aqui até hoje", diz. Ela foi em busca do trabalho para complementar a aposentadoria. "Poderia viver com minhas reservas, mas estava apertado." O único problema, diz ela, é o horário – das 13h30 às 19h30, de quarta-feira à domingo. "Fui trabalhar de fim de semana depois de velha. Meu cineminha já era", conta, rindo. O dia que vai parar? "Vou trabalhar até o fim dos meus dias." Fernanda Pressinott

EDITAIS Edital referente às eleições da Aberimest Em atendimento ao § 3° do artigo 14 do estatuto, informo que as eleições gerais da Aberimest-Associação Brasileira das Empresas e Profissionais das Telecomunicações, serão realizadas no dia 22 de novembro de 2006 , das 9 às 13 horas, na Rua Brigadeiro Galvão 921,sobreloja-Barra Funda-São Paulo-Capital e nos outros estados, nas localidades onde as regionais estão em funcionamento. Foram registradas as seguintes chapas-únicas denominadas de" Integração": Diretoria Nacional - chapa presidida pelo Sr. Reinaldo Santos. Diretorias Regionais: São Paulo-chapa presidida pelo Sr. Kleber Resende Castilho; Minas-Gerais- chapa presidida pelo Sr. Augusto César Pirassinunga; Rio de Janeiro-chapa presidida pelo Sr. Sérgio Rocha Lima; Centro-Oeste-chapa presidida pelo Sr. Marcos Marques M.Maia; Nordeste-chapa presidida pelo Sr. Carlam Bezerra Sales; Sul- chapa presidida pelo Sr. Roger Scapini e Norte- chapa presidida pelo Sr. Dennis Bentes de Sousa. São Paulo, 22 de setembro de 2006. Vander Luiz Stephanin - Presidente Nacional

ERRATA

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

CONVOCAÇÃO CAMP SÃO MIGUEL PAULISTA - CÍRCULO DE AMIGOS DO MENOR PATRULHEIRO

CONVOCAÇÃO O Conselho Deliberativo do CAMP São Miguel Paulista - Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro, convoca seus sócios para a Assembléia Geral Extraordinária que será realizada no dia 18 de outubro de 2006, na sede do Lions Clube à Rua Jorge Moreira de Souza, nº 45 em São Miguel Paulista, às 19:00 horas em primeira chamada ou em segunda chamada às 19:30 horas, para deliberar sobre a extinção da entidade e o destino específico de seu patrimônio, de conformidade com seu Estatuto Social. (02 e 03/10/2006)

AVISO DE LICITAÇÃO


2

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Ele tem suas idéias, e vai nos ajudando.” Dininho, do Palmeiras, sobre o novo técnico

PALMEIRAS TREINA PARA ENFRENTAR VICE-LÍDER

PAUSA BEM-VINDA paSse livre U Aflição são-paulina m dos maiores beneficiados com a pausa no Campeonato Brasileiro foi o novo técnico do Palmeiras, Marcelo Vilar. Ele assumiu a equipe interinamente no dia 23, véspera do clássico contra o São Paulo, após o pedido de demissão de Tite. E somente na última semana, depois de efetivado, pôde trabalhar melhor com seus novos comandados. “Vamos passar nossa visão nesses 10 dias”, disse. “Esse descanso é frutífero para todos.” Vilar comandou poucos treinos táticos e técnicos, mas trabalhou bastante a parte física do elenco, sob o comando do preparador Fábio Mahseredjian. Muitos atletas aproveitaram para entrar em forma e se recuperar de contusão. Casos de Enílton, Francis, Edmundo, Daniel, Marcinho e Valdívia. “O importante é recuperar todos os jogadores para estar à disposição do treinador para mais uma decisão”, avaliou Paulo Baier. Enfrentar o vice-líder da competição na próxima quarta-feira não será a única dificuldade do Palmeiras. O time tenta também melhorar seu retrospecto jogando longe do Palestra Itália: em 14 jogos, conquistou apenas três vitórias. Vilar prega respeito ao adversário e não poupa elogios ao Grêmio. “É um time forte, jovem, com bom conjunto”, comentou. “Não será fácil superá-los. Vão jogar em casa e estão embalados pela segunda posição do Brasileiro.” O treinador, contudo, não deve se fechar na defesa para segurar

Djalma Vassão/AE

um empate, pois os três pontos afastariam a equipe um pouco mais do descenso e provariam que a decisão da diretoria em efetivá-lo foi correta. “Minha responsabilidade agora está maior”, confirmou Vilar. Edmundo não reclamou uma única vez para cumprir sem dificuldades as puxadas sessões de exercícios no treina-

mento de sábado. O técnico Marcelo Vilar o quer inteiro contra o Grêmio, na quarta-feira. Edmundo está liberado para o jogo de Porto Alegre e é uma das principais apostas do time. Até sexta, o atacante era dúvida por conta de incômoda dor no ombro esquerdo, mas, pelo que treinou sábado, deve enfrentar os gaúchos.

Roberto Benevides

O

Vilar aprimora parte física do time

SÉRIE B Guarani entra na zona de rebaixamento

U

ma goleada sofrida em casa, por 4 a 1, no sábado, para o Marília. Com esse resultado, o Guarani passou a ocupar a zona de rebaixamento da Série B, em 17º lugar. Dedimar, duas vezes, Márcio Richardes e Alex Afonso marcaram os gols do MAC, que, agora, é o oitavo colocado. Alex Afonso fez o gol de honra do Guarani. Com o resultado — que foi a primeira vitória do Marília fora de casa nos últimos cinco meses e a quinta seguida do Guarani —, o técnico Luís Carlos Barbieri pediu de missão do cargo. Será substituído por Vaguinho Dias, que já havia treinado o Guarani neste ano mas, com a mudança de presidente no clube, saiu durante a Copa do Mundo. Outro paulista que continua ocupando a zona de rebaixamento é a Portuguesa, ainda a última colocada. Nesta rodada, no entanto, a Lusa amenizou um pouco sua crise, ao derrotar o Náutico, então líder da competição, na sexta-feira, por 1 a 0, no Canindé. O gol, de cabeça, foi marcado pelo zagueiro Leonardo Silva. Nesse jogo, a Portuguesa estreou seu novo técnico, Vágner Benazzi, que substituiu o demissionário Candinho. Na terça-feira, o Paulista foi a Florianópolis e perdeu para o Avaí por 1 a 0. No entanto, a equipe de Jundiaí ainda ocupa a zona de classificação, em quarto lugar. É que na sextafeira seus mais diretos perseguidores não conseguiram vencer. Enquanto o Coritiba, mesmo jogando em casa, no Estádio Couto Pereira, não foi além de um 0 a 0 com o Santo André, o América de Natal perdeu para o Remo, em Belém, por 2 a 0. Também na sexta-feira, o

sábado dos jogos adiados desde a 17ª rodada foi bom para o São Paulo, melhor para o Internacional. O líder empatou por 0 a 0 com o Atlético Paranaense, em Curitiba, e ganhou mais um pontinho de folga em relação ao vice-líder Grêmio. Os colorados, em casa, bateram o Paraná por 3 a 2, subiram para o terceiro lugar, apenas um ponto atrás dos gremistas, e continuam na briga pelo título brasileiro. O sábado colorado foi ruim para o Santos, rebaixado automaticamente para o quarto posto, e deve preocupar os sãopaulinos, incapazes mais uma vez de mostrar bom futebol fora de casa. O Atlético Paranaense tentou pouco, mas tentou, ainda que apenas em contra-ataques, mas o São Paulo não tentou nada, limitando-se ao burocrático toque de bola de um lado para o outro. O resultado em Curitiba traduz o jogo: 0 a 0. Em Porto Alegre, o Inter começou com tudo, fez 3 a 0 em meia hora e tratou de descansar no segundo tempo, para desespero da torcida, que se afligiu com os dois gols do Paraná, mas saiu do Beira-Rio convencida de que o Brasileirão ainda é um sonho possível, embora difícil, antes do embarque para o Mundial que será disputado em dezembro no Japão. Os cinco pontos de vantagem sobre o Grêmio - e seis sobre o Inter - são uma considerável reserva de que disporão os sãopaulinos no último terço do campeonato, mas não bastam para tranqüilizar Muricy Ramalho. Ele sabe muito bem que o time precisa aprender a impor seus interesses nos seis jogos que ainda terá de fazer fora de casa - contra Fluminense, Grêmio, Figueirense, Santos, Goiás e Paraná. E isso não parece fácil, viu-se novamente no 0 a 0 em Curitiba. Não é à toa que o São Paulo tem 82% de aproveitamento em casa, como o Grêmio, e 46% fora. É verdade que o Grêmio é ainda mais desastrado como visitante, com apenas 33% de aproveitamento, e também terá de fazer seis jogos fora de casa. A vantagem do vice-líder é que vai receber no Olímpico o São Paulo, dia 22, e o Inter, no dia 5 de novembro. Vencendo estes dois confrontos, o Grêmio terá se vingado deste sábado que o deixou mais longe do São Paulo e trouxe o Inter para mais perto.

LINHA DE FRENTE

NOVOS ARTILHEIROS

Ao final da 26ª rodada, o Brasileirão de 2005 tinha a seguinte linha de frente: 1º - Corinthians; 2º - Inter; 3º - Flu; 4º - Goiás; 5º - Palmeiras. E o campeonato acabou assim: 1º - Corinthians; 2º Inter; 3º - Goiás; 4º - Palmeiras; 5º - Flu. Completadas 26 rodadas em 2006, os cinco da frente são: 1º - São Paulo; 2º - Grêmio; 3º - Inter; 4º - Santos; 5º - Paraná. O campeonato de 2005, com 22 times, teve 42 rodadas. O atual, com 20 times, terá 38 rodadas. Faltam disputar apenas 12.

A vitória do Internacional sobre o Paraná por 3 a 2 ficará marcada pela autoria dos seus gols, todos de zagueiros: dois de Fabiano Eller e um de Índio. Não é usual, mas os gols de zagueiros têm sido uma marca deste Campeonato Brasileiro. Do total de 686 gols em 26 rodadas, eles fizeram 69, bem mais do que os 45 marcados por volantes e quase tantos qunto os 70 marcados por laterais. Cada vez mais produtivos no ataque, os zagueiros do Brasil ainda contribuíram com dez dos 19 gols contra marcados até agora no campeonato.

*Com Agência Estado e Reuters Ituano, a outra equipe paulista que joga a Série B, conseguiu um importante resultado, ao derrotar o São Raimundo, em Manaus, por 1 a 0. Com o resultado mais a derrota do Guarani, a equipe de Itu conseguiu afastar-se um pouco mais das últimas colocações. Já os amazonenses caíram para 18º. 27ª rodada Gama 1 x 2 Ceará Avaí 1 x 0 Paulista Portuguesa 1 x 0 Náutico Remo 2 x 0 América-RN Coritiba 0 x 0 Santo André CRB 4 x 3 Brasiliense Vila Nova 1 x 1 Atlético-MG Sport 4 x 2 Paysandu São Raimundo 0 x 1 Ituano Guarani 1 x 4 Marília Classificação

P

V

S

GP

1 Sport

46

13

16

41

2 Náutico

45

13

11

44

3 Atlético-MG

45

12

15

44

4 Paulista

41

11

8

40

5 Coritiba

41

11

5

40

6 América-RN

40

13

2

41

7 Avaí

39

11

-3

26

8 Marília

38

10

9

39

9 Santo André

38

9

-3

32

10 Brasiliense

37

11

10

43

11Paysandu

37

10

-1

37

SÉRIE C Barueri é o único paulista entre os oito classificados

O

Grêmio Barueri será o único representante do Estado de São Paulo na fase final da Série C, em que oito equipes jogarão em turno e returno e as quatro primeiras subirão para a Série B do ano que vem. Jogando pelo Grupo 28, no sábado, a equipe de Barueri fez 1 a 0 no também classificado Criciúma e garantiu a primeira colocação. Já desclassificado, no Grupo 27, o Noroeste fez 2 a 1 na Anapolina, em Bauru. Os outros classificados são: Bahia-BA e Ferroviário-CE (Grupo 25), Vitória-BA e Treze-PB (Grupo 26), BrasilRS e Ipatinga-MG (Grupo 27). No Grupo 25, o AnanindeuaPA luta para recuperar os 6 pontos que perdeu na Justiça Desportiva e ficar com a vaga do Ferroviário-CE.

12 CRB

36

10

-1

43

RESULTADOS: Grupo 25 - Ananin-

13 Gama

34

10

-10

37

deua 3 x 2 Ferroviário-CE; Bahia-BA

14 Vila Nova

34

9

-4

35

1 x 0 Rio Negro-AM. Grupo 26 - Vi-

15 Ituano

33

8

-2

34

tória-BA 3 x 0 Tuna Luso-PA; River-PI

16 Remo

31

9

-12

33

0 x 1 Treze-PB. Grupo 27 - Noroeste-

17 Guarani*

30

8

-11

34

18 São Raimundo

30

7

-10

26

19 Ceará

30

5

-10

30

20 Portuguesa

27

6

-15

27

*Perdeu 3 pontos no STJD.

SP 2 x 1 Anapolina-GO; Ipatinga-MG 2 x 0 Brasil-RS. Grupo 28 - J. Malucelli-PR 0 x América-MG; Grêmio Barueri-SP 1 x 0 Criciúma-SC.


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Espanhol Sul-Americana Seleção Futebol europeu

3 Dedicamos esta vitória a Eto'o, e torcemos para que ele se recupere logo." Gudjohnsen, do Barcelona

SÁBADO TEM BRASIL X KUWAIT

Leandro Marins/AE

DE OLHO EM 2014 A

Seleção Brasileira embarca nesta quarta-feira para o Kuwait, onde, no sábado, enfrentará a equipe local no quarto amistoso sob o comando de Dunga. De lá, a delegação viajará para Barcelona, local do amistoso com o Equador na terça-feira da próxima semana, dia 10. Os dois jogos são considerados importantes pelo técnico para a continuação das experiências com novos jogadores tanto que Helton, Daniel Alves, Adriano eLucas do Grêmio, foram convocados pela primeira vez -, mas servem também aos propósitos políticos da CBF de sensibilizar ou-

tras federações nacionais para a candidatura do Brasil a sede da Copa do Mundo de 2014. Na quinta-feira da semana passada, a campanha andou no front interno: os presidente Ricardo Teixeira, da CBF, e Jo-

seph Blatter, da FIFA, reuniram-se com Lula em Brasília para tratar do apoio do governo à empreitada. Ricardo Teixeira, segundo o site da CBF, "saiu entusiasmado do encontro ao ver a disposição do pre-

Dida dá adeus à Seleção

O

goleiro Dida, titular na Copa da ASlemanha, avisou à comissão técnica que não quer mais jogar na Seleção, segundo revelou Dunga ao Esporte Espetacular, da TV Globo. "Ele tem seus motivos e

tomou esta decisão. Não queremos nenhum jogador que não sinta prazer em vestir a camisa da Seleção. Além do corpo, nós queremos a alma, o coração e a mente em nossa equipe", acrescentou o técnico.

sidente da República na viabilização do projeto". OS CONVOCADOS - Goleiros: Gomes (PSV Eindhoven) e Helton (Porto). Laterais: Maicon (Internazionale), Daniel (Sevilla), Marcelo (Fluminense) e Adriano (Sevilha). Zagueiros: Lúcio (Bayern de Munique), Juan (Bayer Leverkusen), Luisão (Benfica) e Alex (PSV Eindhoven). Meio-campistas: Edmílson (Barcelona), Gilberto Silva (Arsenal), Dudu Cearense (CSKA), Elano (Shakhtar Donetsk), Lucas (Grêmio), Daniel Carvalho (CSKA), Kaká (Milan) e Ronaldinho Gaúcho (Barcelona). Atac antes: Robinho (Real Madrid), Fred (Lyon), Vagner Love (CSKA) e Rafael Sobis (Betis).

Dunga: mais testes contra Kwait e Equador e torcida por Copa no Brasil

SUL-AMERICANA

Empate magro

Empate no duelo contra a Argentina

Felix Ordoñez/Reuters

B

No segundo jogo seguido de Ronaldo, Real ficou no 1 a 1 com o Atletico

R

onaldo fez ontem sua segunda partida pelo Real Madrid na temporada, depois de mais de dois meses afastado dos campos por causa de uma cirurgia no joelho esquerdo, mas não ajudou a equipe a evitar o empate por 1 a 1 no clássico com o Atletico de Madrid, resultado que fez a equipe perder uma posição no Espanhol - tem 11 pontos, dois a menos que os líderes Barcelona e Valencia e um atrás do Sevilla, todos vencedores neste fim de semana. Assim como em sua primeira partida, a goleada por 5 a 1 sobre o Dínamo de Kiev, pela segunda rodada da Liga dos Campeões, Ronaldo entrou no segundo tempo, no lugar do holandês Van Nistelrooy. Teve pouco mais de 10 minutos para jogar e não conseguiu empatar a partida, que teve o Atletico saindo na frente com Mista, aos seis minutos de jogo, e Raúl empatando aos 38 minutos da

primeira etapa - o mesmo Raúl que foi protagonista de polêmica durante a semana, ao não ser convocado para a seleção espanhola para jogos contra a Suécia e a Argentina. Antes da partida, os jogadores do Real entraram em campo com uma camisa que trazia mensagem de apoio ao lateral Cicinho, que sofreu uma cirurgia no joelho e só volta a jogar daqui a oito meses. O Barcelona manteve a liderança com uma vitória de virada por 3 a 1 sobre o Athletic Bilbao, no País Basco, que ajudou a afundar o rival para o penúltimo lugar. Gudjohnsen e Saviola definiram a vitória da equipe, mostrando que estão prontos para fazer com que o torcedor sinta pouca falta do camaronês Eto'o, que também teve o joelho operado, por causa de lesão sofrida contra o Werder Bremen, na Liga dos Campeões, e só deve voltar a jogar em março.

ITÁLIA

ESPANHA

Atalanta 1 x 1 Reggina Torino 0 x 4 Lazio Milan 0 x 0 Siena Roma 1 x 0 Empoli Cagliari 1 x 1 Internazionale Fiorentina 3 x 0 Catania Messina 0 x 1 Livorno Sampdoria 3 x 2 Parma Udinese 0 x 0 Ascoli Chievo 0 x 1 Palermo

Athletic Bilbao 1 x 3 Barcelona La Coruña 2 x 0 Real Sociedad Espanyol 0 x 0 Osasuna Mallorca 1 x 2 Villarreal Racing Santander 1 x 1 Celta Real Madrid 1 x 1 Atletico Madrid Huelva 2 x 0 Betis Sevilla 1 x 0 Getafe Zaragoza 2 x 2 Levante Valencia 4 x 0 Gimnastic

rasileiros e argentinos terminaram empatados a primeira série de confrontos pelas oitavas-de-final da Copa SulAmericana: foram dois empates, nos jogos disputados no Brasil, e uma vitória para cada país, nas partidas em território argentino. A situação mais confortável entre os brasileiros é do Atlético-PR, que venceu um time misto do River Plate por 1 a 0, em pleno Monumental de Núñez, e joga por um empate em casa na partida de volta, na próxima semana. Já o Santos, derrotado por 3 a 0 pelo San Lorenzo, precisará golear por pelo menos quatro gols de diferença na Vila Belmiro. Corinthians e Fluminense jogarão na Argentina, contra Lanús e Gimnasia, respectivamente, em busca de empates com gols.

ALEMANHA

FRANÇA

Borussia Dortmund 2 x 2 Hannover Alemannia Aachen 2 x 1 Bochum Arminia Bielefeld 3 x 1 Energie Cottbus Eintracht Frankfurt 2 x 2 Hamburgo Nurnberg 1 x 1 Mainz Werder Bremen 3 x 0 Borussia Mönchen Wolfsburg 1 x 0 Bayern Bayer Leverkusen 3 x 1 Schalke Hertha 2 x 2 Stuttgart

INGLATERRA

Sochaux 0 x 1 Lyon Lille 1 x 0 Nice Lorient 0 x 0 Troyes Monaco 2 x 1 Le Mans Sedan 1 x 0 Rennes Valenciennes 2 x 0 Bordeaux Auxerre 1 x 0 Nantes Olympique 3 x 0 Toulouse Nancy 2 x 1 Lens Saint-Etienne 1 x 0 PSG

PORTUGAL

Bolton 2 x 0 Liverpool Charlton 1 x 2 Arsenal Chelsea 1 x 1 Aston Villa Everton 1 x 1 Manchester City Sheffield 2 x 1 Middlesbrough West Ham 0 x 1 Reading Blackburn 2 x 1 Wigan Manchester United 2 x 0 Newcastle Tottenham 2 x 1 Portsmouth hoje: Watford x Fulham

Naval 2 x 1 Beira Mar Belenenses 0 x 2 Boavista Acadêmica 1 x 3 Nacional Marítimo 2 x 1 Amadora Benfica 4 x 1 Aves hoje: Sporting x União Leiria hoje: Vitória Setubal x Paços Ferreira hoje: Braga x Porto Classificação

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

P

V

SG

GP

1 Hertha

10

2

6

10

1 Lyon

22

7

14

20

1 ManchesterUnited

16

5

10

14

1 Porto

12

4

9

10

2 Nuremberg

10

2

4

7

2 Olympique

19

6

12

16

2 Chelsea

16

5

8

12

2 Naval

10

3

2

6

3 Werder Bremen

10

3

3

12

3 Nancy

15

4

4

9

3 Bolton

14

4

4

7

3 Sporting

9

3

3

6

4 Bayern

10

3

2

7

4 Saint-Etienne

14

4

2

12

4 Portsmouth

13

4

8

9

4 União Leiria

7

2

1

5

5 Schalke 04

10

3

1

7

5 Lille

13

4

3

13

5 Everton

13

4

6

12

7

2

1

5

6 Alemannia Aachen

9

3

1

10

6 Lens

13

4

2

12

6 Aston Villa

13

3

5

9

6 Boavista

7

2

3

9

Paços Ferreira

7 Borussia Mönchen.

9

3

-2

6

7 Le Mans

12

3

0

12

7 Reading

13

4

2

9

7 Braga

7

2

1

3

8 Bayer Leverkusen

8

2

2

10

8 Auxerre

12

3

-1

10

8 Arsenal

11

3

4

8

8 Benfica

7

2

1

6 4

9 Eintracht Frankfurt

8

1

2

8

9 Toulouse

12

3

-1

9

9 Blackburn

11

3

-1

8

9 Marítimo

7

2

0

10 BorussiaDortmund

8

2

0

7

10 Bordeaux

12

4

-2

10

10 Liverpool

10

3

0

8

10 Nacional

6

2

0

4

11 Energie Cottbus

8

2

-1

7

11 Valenciennes

11

3

-1

9

11 Manchester City

8

2

-3

6

11 Belenenses

5

1

0

3 7

12 Stuttgart

8

2

-3

10

12 Lorient

10

2

0

9

12 Fulham

8

2

-4

5

12 Beira-Mar

5

1

-2

13 Arminia Bielefeld

7

2

0

9

13 Sochaux

9

2

-3

10

13 Newcastle

7

2

-4

6

13 Vitória Setúbal

4

1

-2

2

14 Mainz

7

1

-1

6

14 PSG

8

2

-3

8

14 Tottenham

7

2

-6

2

14 Acadêmica

3

0

-3

6

15 Wolfsburg

6

1

-2

3

15 Sedan

7

1

-3

9

15 Wigan

5

1

-2

6

15 Aves

2

0

-6

3

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

16 Hamburgo

5

0

-1

7

16 Monaco

7

2

-3

8

16 West Ham

5

1

-4

6

16 Amadora

1

0

-8

1

1 Roma

12

4

8

10

1 Barcelona

13

4

9

13

17 Hannover

5

1

-8

7

17 Troyes

6

1

-3

7

17 Middlesbrough

5

1

-6

6

2 Palermo

12

4

3

12

2 Valencia

13

4

8

10

18 Bochum

4

1

-3

6

18 Nantes

6

1

-5

7

18 Sheffield

5

1

-6

4

3 Internazionale

11

3

3

10

3 Sevilla

12

4

7

12

19 Rennes

6

1

-5

5

19 Watford

3

0

-3

4

4 Messina

8

2

2

6

4 Real Madrid

11

3

6

8

20 Nice

4

1

-7

6

20 Charlton

3

1

-8

5

Udinese

8

2

2

6

5 Atlético Madrid

10

3

4

8

6 Empoli

8

2

2

5

6 La Coruña

10

3

3

7

7 Siena

8

2

0

5

Huelva

10

3

3

7

8 Livorno

8

2

0

4

8 Zaragoza

7

2

3

11

9 Atalanta

6

1

1

4

9 Getafe

7

2

0

3

10 Sampdoria

6

1

0

9

10 Villarreal

7

2

-1

5

11 Catania

5

0

-4

6

11 Osasuna

7

2

-1

4

12 Milan*

3

3

4

5

12 Levante

7

2

-4

6

13 Cagliari

3

0

-2

4

13 Mallorca

5

1

-2

3

14 Ascoli

3

0

-3

3

14 Celta

4

1

-3

6

15 Torino

2

0

-7

3

15 Espanyol

4

1

-4

2

16 Chievo

1

0

-4

5

16 Gimnastic

4

1

-6

4

17 Parma

1

0

-8

3

17 Betis

3

1

-2

6

18 Lazio*

-2

3

4

8

18 RacingSantander

2

0

-5

3

19 Reggina*

-10

1

-2

7

19 Athletic Bilbao

2

0

-8

3

20 Fiorentina*

-13

2

1

6

20 Real Sociedad

1

0

-7

4

*Punições: Milan, -8 pontos; Lazio, -11; Reggina, -15; Fiorentina, -19


Tênis Vôlei de Praia Fórmula 1 Fórmula 3

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Com certeza nós perdemos aqui uma grande oportunidade." Fernando Alonso

DECISÃO DEVE FICAR PARA INTERLAGOS

A

vitória na China aumentou as chances de Michael Schumacher ter uma despedida perfeita no GP do Brasil, daqui a três semanas. Ele assumiu a liderança do Mundial de Pilotos pela primeira vez no ano: tem 116 pontos, assim como Alonso, mas uma vitória a mais (7 contra 6). É verdade que o octacampeonato do alemão pode sair no domingo que vem, no GP do Japão, mas só uma combinação garante o título: a vitória, somada ao fato de Alonso não pontuar. Assim, é bem provável que, pelo segundo ano seguido, a decisão seja no Brasil. Quem diz o próprio Schumacher: "Acredito que vamos ter de esperar até a última corrida para ter uma decisão. Estou esperando ansiosamente." A vitória, debaixo de chuva, teve a cara de Schumacher, que largou em sexto lugar, mas também contou com a ajuda de Alonso, que errou numa escolha de pneus, e também da Renault, que atrasou o espanhol em mais de 10 segundos numa de suas paradas nos boxes. "Fui para a corrida pensando em conter os estragos. Ter vencido tornou tudo ainda melhor'', disse Schumacher, que desta vez não pôde contar com a ajuda de seu escudeiro, Felipe Massa, que largou em penúltimo, por causa de uma quebra de motor, e abandonou a 11 voltas do fim, quando já estava na zona de pontuação. Alonso, ao contrário, teve ao lado o bom trabalho de Giancarlo Fisichella, que conseguiu

Claro Cortes IV/Reuters

SCHUMACHER NA FRENTE segurar os demais oponentes durante boa parte da prova e chegou em terceiro, e devolveu à Renault, por um ponto, a vantagem no Mundial de Construtores. Mesmo assim, o chefe da equipe, Flavio Briatore, saiu bastante insatisfeito: "Nesta corrida, o principal sentimento foi de frustração". O inglês Jenson Button chegou em quarto com sua Honda, à frente da McLaren de Pedro de la Rosa. Rubens Barrichello, que havia largado em terceiro, chegou em sexto, seguido por Nick Heidfeld e Mark Webber, que conseguiu encerrar a série de 10 corridas consecutivas sem marcar pontos da Williams.

(BRA/Ferrari), 62; 5. Raikkonen (FIN/McLaren), 57; 6. Button (ING/Honda), 45; 7. Barrichello (BRA/Honda), 28; 8. Montoya (COL/McLaren), 26; 9. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 22; 10. R. Schumacher (ALE/Toyota) e De la Rosa (ESP/McLaren), 18; 12. Coulthard (ESC/Red Bull) 14; 13. Trulli (ITA/Toyota), 12; 14. Villeneuve (CAN/BMW Sauber) e Webber (AUS/Williams), 7; 16. Kubica (POL/BMW Sauber), 6; 17. Rosberg (ALE/Williams), 4; 17. Klien (AUT/ Red Bull), 2; 18. Liuzzi (ITA/Toro Rosso), 1.

Alemão vence o GP da China e assumiu a liderança, e a decisão deve ser apenas no Brasil, em 22 de outubro

CONSTRUTORES: 1. Renault, 179; 2. Ferrari, 178; 3. McLaren, 101; 4. Honda, 73; 5. BMW Sauber, 35; 6. Toyota, 30; 7. Red Bull, 16; 8. Williams, 11; 9. Toro Rosso, 1.

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

mo um "pai". Nesse intervalo, Guga trabalhou com o argentino Herman Gumy, mas jogou muito pouco, já que há dois anos tenta se recuperar da segunda cirurgia no quadril. Na semana passada, anunciou a saída de Gumy dizendo que precisava buscar "novos desafios". Chegou até a contratar o fisioterapeuta Nilton Petroni, o Filé, conhecido por colaborar em processos de recuperação de Romário e Ronaldo. O último jogo de Guga foi em duplas (com André Sá) na disputa da Copa Davis, na semana passada (quando o Brasil perdeu por 3 a 1 para a Suécia). Em simples, disputou apenas uma partida este ano, derrota para o desconhecido André Ghem na primeira rodada do Brasil Open, na Costa do Sauípe.

Na luta para voltar ao topo, Guga anunciou no fim de semana que voltará a ser treinado por Larri Passos

uês rtug Vila o P o a Vinh vento d 0 5 n , Co R$ 22

Vinho do Porto Senador R$ 27,90

Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90

no talia c I o Vinh cati-Do Fras 16,50 R$

Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50

R

icardo e Emanuel foram eliminados nas semifinais da etapa de Vitória do Circuito Mundial de Vôlei de Praia pelos norte-americanos Gibb e Rosenthal, mas fizeram festa pelo tetracampeonato da competição, conquistado graças à derrota dos rivais Márcio e Fábio Luiz para os alemães Brink e Dieckmann - que conquistaram ontem o título da etapa. "Nossa dupla sempre tenta se aprimorar, e a presença de rivais tão fortes nos motiva ainda mais", disse Emanuel. No feminino, as campeãs por antecipação Juliana e Larissa conquistaram a 350ª vitória da dupla na decisão, 2 a 1 contra Ana Paula e Leila.

J

Vinho Italiano Chianti R$ 29,90

eno Chil ja o h n Vi rta Vie ernet Ca re/Cab ené 4,90 m r Ca R$ 1

“MANIA DE VENDER BARATO”

Lambrusco R$ 11,50

uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2

uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 , 49 R$ 6

Couteiro Mor R$ 26,90

ames Blake conquistou ontem seu quarto título na temporada, ao bater o croata Ivan Ljubicic por 2 a 0 (6/3 e 6/1), em 55 minutos de jogo. De quebra, o norte-americano deve assumir o sexto lugar no ranking mundial, ficou próximo de garantir vaga na Masters Cup, que reunirá os oito melhores do mundo em novembro, na China, e ainda acabou com um tabu contra Ljubicic - até então, havia sofrido quatro derrotas para o croata. Em Palermo, na Itália, o italiano Filippo Volandri encerrou um jejum de dois anos sem títulos ao bater na decisão o equatoriano Nicolas Lapentti por 2 a 1 (5/7, 6/1 e 6/3). Com a conquista, ele pode ficar entre os 30 primeiros do ranking.

Só BEBIDAS

Preços Promocionais

Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90

runo Senna obteve um quarto e um sexto lugares nas duas últimas provas da temporada da Fórmula 3 inglesa. Ficou em terceiro lugar na temporada, o que ficou, segundo ele, dentro de seus planos. "Foi um ótimo resultado", disse o sobrinho de Aryton Senna, que perdeu duas provas por causa de um acidente. "Faz parte do automobilismo, você precisa aproveitar as situações e vencer sempre que possível." Bruno começa amanhã uma série de testes pela GP2, categoria em que correrá em 2007 Nelsinho Piquet foi o vicecampeão deste ano.

Blake ganha quarto torneio na temporada

Jorge Gontijo/AE

G

B

Ricardo e MUNDIAL DE PILOTOS: 1. M. Schumacher (ALE/Ferrari) e Emanuel Alonso (ESP/Renault), 116; 3. Fisichella (ITA/Renault), 63; 4. Massa levam o tetra

De volta ao começo ustavo Kuerten voltará a ser treinado por Larri Passos, em sua busca para voltar à elite do tênis. O anúncio, feito durante o fim de semana, será explicado por ambos numa coletiva amanhã, em Florianópolis. Os dois trabalharam juntos por mais de dez anos, período em que o brasileiro viveu a melhor fase de sua carreira no circuito profissional - ocupou por 43 semanas o primeiro lugar do ranking mundial, lista da qual é hoje o 1.125º colocado, e conquistou 20 títulos no circuito da ATP, sendo três títulos de Grand Slam, em Roland Garros (1997, 2000 e 2001) e o Masters Cup de Lisboa, em 2000. A parceria começou quando Guga tinha 15 anos, e durou até março de 2005. O tenista sempre se referiu ao treinador co-

Bruno Senna termina ano em 3º na F-3

Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00

Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90

uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 , 5 R$ 2

Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO

PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.

www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO

DC

4


6

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Política CPI

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

CLIMA DE FERIADO MARCOU A VOTAÇÃO EM SÃO PAULO

Não tenho mais interesse por política. Marcos Vieira Farias, 17 anos, que não votou.

Rafael Hupsel / LUZ

O eleitorado de São Bernardo do Campo viveu ontem a agonia de uma reversão nas pesquisas e o 2º turno pela frente. E até adiou a tão esperada festa da vitória.

NO REDUTO PETISTA, TEMOR E APREENSÃO POR LULA. PT no peito: Claudomiro Lopes, o Tatu, já serviu Lula e ontem exibia a estrela do partido na lapela de maître do restaurante São Judas Tadeu. Luiz Prado / LUZ

ELEIÇÃO? NEM PARECIA. N

ão fossem algumas apreensões de propagandas eleitorais e ações pontuais de boca-de-urna, talvez nem se percebesse que ontem era dia de eleição. A tranqüilidade deu o tom das votações em São Paulo. Mesmo quem aproveitou a ocasião para protestar fez isso de maneira divertida. No colégio São Luís, no Jardim Paulista, a enfermeira Maria Claudete Milan usava nariz de palhaço. “Tenho vergonha dos políticos e da política brasileiros. Ver toda a cúpula do PT envolvida em corrupção me decepcionou demais”. Cenas de eleitores caracterizados de palhaços se repetiram em toda São Paulo e pelo País. “É como diz o Luiz Prado / LUZ ditado: temos que rir para não chorar. A gente vê todo o dia escândalos de mensalão, sanguessugas e dossiês. Mas além do nariz de palhaço, estou vestida de preto, num sinal de luto pelo Brasil”, explicou a funcionária pública Regina Paulo Pampolim / Hype Helena Rocha Soares, ao deixar seu colégio de votação, no bairro da Liberdade. Ela contou com o apoio da maioria de eleitores que encontrou no caminho das urnas. E até distribuiu a quem pedia alguns narizes Regina Helena que trazia na bolsa. Soares (no alto) O estudante Heverton protesta. E Anita Marcos Vieira Farias, de 17 (acima) renova anos, havia tirado o título esperança. de eleitor no ano passado, apesar de não ser obrigado a votar. Mas preferiu abrir mão de seu direito. “Não tenho mais interesse por política”, disse. O rapaz, contudo, marcou presença do lado de fora de um dos colégios eleitorais para ajudar um amigo no serviço de plastificação de títulos eleitorais. Os dois improvisaram um pequeno comércio, com cartazes colados nas paredes anunciando o serviço. “A expectativa é fazer cerca de 300 plastificações até o final do dia”, disse o comerciante André Pires. Houve também quem fizesse questão de votar a qualquer custo. A aposentada Anita Henrique Baroni, de 70 anos, já atingiu idade para dispensa da obrigação do voto, mas foi. “Quero ver se melhora a situação. Os preços e impostos estão altos”, justificou. O grande número de candidatos fez com que muitos eleitores recorressem às listas disponíveis nos colégios eleitorais. “É muito cargo de uma vez só. E as listas de candidatos são muitos longas”, reclamou o funcionário público Nelson Gutierrez. Sujeira – A mini-reforma eleitoral, que alterou as regras para esta eleição, fez com que as ruas ficassem muito mais limpas do que em pleitos passados. Ainda assim, não acabou com a sujeira eleitoral. Mas em relação ao ano passado os garis comemoraram. Algumas propagandas tiveram que ser retiradas das ruas pela Polícia Militar, que passava com uma Kombi recolhendo os materiais. (FV e LI)

Medo de errar: Nelson Gutierrez consulta a lista de candidatos antes de votar. Luiz Prado / LUZ

M

ilitantes do PT e do, mostrando que ele é uma amigos do presi- pessoa simples". Tatu não sabe quando podedente Luiz Inácio Lula da Silva rá rever novamente o presiem São Bernardo, na região do dente. Ele lembrou que desde ABC, não escondiam ontem a que Lula e a primeira-dama preocupação de o presidente Marisa Letícia foram residir disputar o 2º turno contra o tu- em Brasília, deixaram de frecano Geraldo Alckmin. A ex- qüentar o restaurante. Quanpectativa era de vitória certa do o casal vem a São Bernardo, no 1º turno, mas as pesquisas geralmente aos finais-de-sedivulgadas na véspera deixa- mana, faz os pedidos por teleram todos com as orelhas em fone. Lula pede sempre o mespé. Por precaução, até as come- mo prato: frango à passarimorações que estavam progra- nho. "O Lula agora é um pesmadas foram suspensas. soa caseira e gosta de pratos "Quem fez um governo pa- simples. Com ele não tem fresra beneficiar os cura", garante. História – O pobres merece se reeleger. Lá PT de São Bernardo orgulhano Nordeste, por exemplo, se de ter construído a primeininguém mais O Lula agora é uma passa fome gra- pessoa caseira ra sede do partido, ainda na déças ao Bolsa - Fae gosta de pratos mília", garante cada de 80, com recursos de mio maître do res- simples. Com taurante São Ju- ele não tem litantes, entre d a s T a d e u , frescura. eles, Lula. Passados mais de Claudomiro LoClaudomiro Lopes, 20 anos, a exempes, o Tatu, que maître plo do restauexibia na lapela do smoking a r a n t e S ã o J ud e u s , o p re s iestrela petista ao receber os clientes. dente pouco visita o local. Sua última passagem foi anO restaurante é uma principais opções da chamada "Rota tes da eleição de 2002. Fora Ludo Vinho e do Frango" em São la, o PT vive um dos piores moBernardo. De acordo com o mentos de sua história. Na maître, os 64 garçons da casa eleição de 2004, o candidato a votaram em massa no petista. prefeito, deputado Vicente Tatu votou cedo e já ao meio- Paulo da Silva, o Vicentinho, dia no batente. Ele soube por foi surrado nas urnas pelo amigos que o presidente havia atual prefeito, William Dib votado no meio da manhã e já (PSB), que venceu no 1º turno estava voando para Brasília. com mais de 70 % dos votos. Para completar o quadro, as O maître recordou o último encontro com Lula: em junho denúncias do mensalão – comquando o restaurante organi- pra de deputados da base gozou a festa de lançamento de vernista em troca de votos – e o sua candidatura à reeleição a dossiê contra os tucanos compedido do PT. "Ele fez questão prometeram ainda mais a imade cumprimentar as pessoas gem do PT na cidade. que estavam aqui trabalhanSergio Kapustan

Rafael Hupsel / LUZ

Hora também de faturar: amigos trabalham na plastificação de títulos eleitorais. Paulo Pampolin / Hype

Fora: policiais militares retiram propaganda irregular na zona leste.

Em dupla: Gonçalo Valdivino e Andréa Lira em militância explícita.


segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 É inacreditável. Eu estou estarrecido. Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA)

POUCAS SURPRESAS. A MAIOR, NA BAHIA.

Joa Souza / AE

EM DEZ ESTADOS, DECISÃO FICA PARA O 2º TURNO

REVIRAVOLTA NA BAHIA. E JACQUES WAGNER LEVA.

N

Rio Grande do Sul foi a surpresa: Yeda Crusius vai disputar com Olívio Dutra.

D

ez Estados brasileiros terão 2º turno para governador. A disputa no Rio Grande do Sul foi a surpresa da corrida eleitoral. A candidata do PSDB Yeda Crusius, foi a mais votada pelo eleitorado gaúcho, tendo obtido 32,9% dos votos válidos. Olívio Dutra (PT), que ficou co 27,39% dos votos, será o adversário da tucana no dia 29 de outubro. O atual governador e tido como favorito, Germano Rigotto (PMDB), ficou em terceiro lugar, frustrando as expectativas de uma disputa com Olívio Dutra no 2º turno. No Rio de Janeiro, a disputa no próximo turno será entre Sérgio Cabral (PMDB) e Denise Frossard (PPS). Cabral recebeu 41,42% dos votos válidos e Frossard, 23,78%. Marcelo Crivella (PRB) ficou com 18,54% da preferência do eleitorado

fluminense e acabou fora da disputa deste ano. O Estado de Santa Catarina também irá para o 2º turno. O pleito será disputado por Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que registrou 48,90% dos votos válidos, e Esperidião Amin (PP), que recebeu 32,77% dos votos catarinenses. No Paraná , a disputa será entre o atual governador Roberto Requião (PMDB), que teve 42,81% dos votos, e Osmar Dias (PDT), com 38,60%. Os maranhenses também irão novamente às urnas no dia 29: a vaga será disputada por Roseana Sarney (PFL) e Jackson Lago (PDT). Já os paraenses escolherão entre Almir Gabriel (PSDB) e Ana Julia (PT). Já na Paraíba, o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) enfrentará Zé Maranhão (PMDB). A disputa foi acirrada: 49,67% dos paraibanos vo-

taram pela reeleição de Cunha Lima, e 48,74% votaram em Maranhão – números até o fechamento desta edição. O Centro-Oeste também terá 2º turno. Em Goiás, o atual governador Alcides Rodrigues (PP) tentará sua reeleição contra o Senador Maguito Vilela (PMDB). Rodrigues ficou com 48,22% dos votos, contra 41,17% de Maguito. Mendonça Filho (PFL) disputará a reeleição no Estado de Pernambuco contra Eduardo Campos (PSB). Mendonça Filho teve 39,32% dos votos válidos e Campos, 33,81%. Também tentando a reeleição, Vilma Faria (PSB) terá como adversário Garibaldi Filho (PMDB) no Rio Grande do Norte neste 2º turno. Até agora o Brasil tem 4 governadores petistas, 4 tucanos, 4 peemedebistas, 2 do PPS , 1 do PSB, 1 do PDT e 1 do PFL.

Jacques Wagner: vitória tranqüila no 'eterno' reduto de ACM.

VITÓRIA DE PRIMEIRA

C

om poucas surpresas, o novo mapa dos governadores que venceram em 1º turno delineou-se cedo, ontem. Antes de meia-noite muitos já comemoravam à solta. Era o caso do tucano José Serra, que não encontrou dificuldades em assumir o Palácio dos Bandeirantes e responder pelo comando do mais poderoso Estado da federação, à frente do petista Aloizio Mercadante. O ninho tucano também estava em festa em Minas Gerais: Aécio Neves ganhou fácil do petista Nilmário Miranda, com 77% dos votos válidos. Foi tranqüilo também para o Paulo Hartung (PMDB), que

obteve 77,27% dos votos no Espírito Santo. Com 62% do eleitorado, Cid Gomes (PSB) ficou com o governo cearense. O petista Marcelo Déda surpreendeu em Sergipe: teve 52,46% e agora governará o menor Estado brasileiro. Outros vencedores em 1º turno foram: Waldez Goes (PDT) no Amapá; Ivo Cassol (PPS), em Rondônia; Ottomar de Souza (PSDB) em Roraima; Binho Marques (PT), no Acre; Blairo Maggi (PPS) no Mato Grosso; André Puccinelli (PMDB), no Mato Grosso do Sul; Wellington Dias (PT), no Piauí; Teotônio Vilela Filho (PSDB), em Alagoas; José Roberto Arruda (PFL), no Distrito Federal.

em os orixás previam a reviravolta nas eleições para governador no Estado da Bahia. O ex-ministro do Trabalho do governo Lula, Jacques Wagner (PT), foi eleito já em 1º turno, com cerca de 53%, derrotando o candidato Paulo Souto (PFL), que apontava como favorito até um dia antes da eleição. Em todas as pesquisas realizadas, o pefelista aparecia como primeiro colocado na disputa, e com larga folga. Considerada uma das grandes surpresas da eleição, a vitória de Jacques Wagner representa, do outro lado da balança, uma das maiores derrotas na história política do senador baiano Antônio Carlos Magalhães. "É inacreditável. Eu estou estarrecido", confessou o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), ao tomar conhecimento da pesquisa de bocade-urna que apontou a vitória de Wagner no 1º turno ainda no início da noite. Para ACM, a derrota foi dupla: Rodolfo Tourinho, indicado por ele à revelia do PFL, perdeu para João Durval (PDT), pai do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

UMA CAMPANHA TENSA PELA FRENTE

O

para continuar subindo. Tal possibilidade abre caminho para uma campanha mais dura. Geraldo pode contar ainda com fatos novos e comprometedores da campanha petista. Somente a suspeita de que isso pode acontecer agrega muita tensão. Lula terá que responder à altura para não ser tragado pela campanha e terá que se desdobrar para conter seu gênio e ser duro sem perder a ternura. Ambos serão testados ao limite em situações diferentes. Para Lula, a campanha mais difícil de sua vida. Alckmin, pelo seu lado, não tem nada a perder, mas sabe que tem muito a ganhar. Outros fatores contribuem para a agressividade potencial da campanha, além do risco de novas revelações sobre o dossiê Tabajara. Setores mais radicais do mundo político de Lula correm o risco de serem desalojados do governo. Podem não aceitar pacificamente a possibilidade de fracasso. Seria um fator adicional de tensão? É difícil afirmar com precisão. Assim, os candidatos, a imprensa, o TSE e os partidos envolvidos terão que ter muita responsabilidade para que a disputa não seja de baixo nível nem agressiva. A democracia brasileira agradece o segundo turno. Mas, temos que ter responsabilidade para conduzi-lo com respeito ao jogo democrático. COMENTÁRIO DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR

G O dossiê

Tabajara mudou o rumo da campanha e pode não ter esgotado a capacidade de surpreender negativamente a opinião pública. Lula terá que se desdobrar para conter seu gênio e ser duro sem perder a ternura.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

PAIXÃO E ASSASSINATO

A mágica do segundo turno BENEDICTO FERRI DE BARROS

À

s 21h40 de domingo, apurados 84,49% dos votos, Lula tinha 49,56% dos resultados e Alckmin 40,67. Faltavam apurar cerca de 15% dos votos. Com mais 0,44% e um voto, Lula seria vencedor no primeiro turno. Fui dormir. Acordei com a proclamação do ministro Marco Aurélio de que haveria segundo turno. Quem diria? É que nesses 15% restantes faltavam apurar cerca de 15 milhões de votos de São Paulo. Mas não foi São Paulo que infligiu essa derrota a Lula. A metrópole paulistana e o interior do Estado são uma réplica e uma síntese do Brasil. Nenhum outro lugar do País é mais brasileiro, no sentido de que nossa população é um mosaico caleidoscópico de todos estados da Nação. Assim, foi o Brasil que disse não à declaração de Lula de que venceria no primeiro turno. Haverá, se é que existe alguma, poucas demonstrações mais reconfortantes quanto à maturidade cívica do povo brasileiro, genericamente considerado boboca em questões políticas. Inclusive por todas as agências de pesquisa, nenhuma das quais previa tal resultado. Como entender fato tão auspicioso? Vamos fazer um breve passeio lúdico pela História e a experiência humana. Como São Paulo é uma réplica miniaturizada do Brasil, a Grécia clássica era uma miniatura do Olimpo, a terra dos seus deuses, que ficava ali pertinho. O Olimpo era, por sua vez, uma réplica antecipada do Brasil, uma terra jovial e permissiva, onde inexiste o pecado e se aceita quase tudo. Menos uma coisa: o que os deuses chamavam de hybris, a soberba. Pois a soberba levava o homem a se pretender um deus e concorrer com eles. (Como Lula, que depois de se proclamar igual aos melhores brasileiros de todos os setores, não havendo mais nenhum mortal que o superasse, veio a citar Jesus.) É evidente que o resultado miraculoso do primeiro turno não pode ser creditado unicamente ao karma de Lula. Objetivamente, o PT e suas figuras contribuíram com o possível e até o inve-

rossímel para tanto. Culminando com a inominável e cretina armação do dossiê Vedoin, que levou o próprio Lula a chamar seus companheiros de aloprados. Isto não passou, entretanto, do coroamento das ilegalidades e dos desatinos, falcatruas, fraudes e crimes de todo desgoverno Lula-petista, o que, desde a primeira hora, levou seus melhores intelectuais a repudiarem o que vinha sendo feito, e na segunda hora à deserção de algumas de suas figuras mais expressivas, como Cristovam Buarque e Heloísa Helena. Inexiste em língua nenhuma vocábulo que exprima a natureza psicodélica, extra-terrestre, macunaímica do que foram esses quatro anos. Mas é palmar que uma personalidade primária, carismática, messiânica, inteligente, espertíssima, megalomaníaca, etilizada e descompromissada com a verdade, que nunca soube de nada porque nunca assumiu nem exerceu o governo, não poderia ter senão aloprados como companheiros de jornada.

O

desmanche que catabolizou todos os quadros petistas, dando à sigla do Partido dos Trabalhadores o significado de Partido dos Traidoresnão passa de uma projeção natural da personalidade de seu führer vermelho. O povo eleitoral pode não ter compreendido nada dos rolos labirínticos que envolveram todo o governo Lula – que mesmo especialistas tiveram dificuldade de compreender e de explicar. Mas uma foto da montanha de R$ 1,7 milhões juntada por petistas explica tudo o que é preciso saber. É cedo para se tirar todas as múltiplas conclusões sobre a fase política que vivemos, o que virá pela frente e o que já deixamos para traz. Coisas dessa magnitude, como o não dado pelo povo brasileiro às pretensões e profecias de Lula, demandam um tempo de digestão, um desdobramento de seqüelas, um espaço de perspectiva de que não dispomos. Mas já temos a essência, que é o segundo turno.

A montanha de R$ 1,7 mi juntada por petistas explica o que é preciso saber

R adicais podem ser desalojados do governo

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

eclarou a mãe da advogada Carla Cepollina, a também advogada Liliana Prinzivalli, que sua filha não mediu a distância que a separava do coronel Ubiratan Guimarães. Com efeito, a diferença etária enorme entre o coronel Ubiratan e Carla foi mostrada pelas reportagens com bastante firmeza. Talvez tenha existido na atração exercida pelo coronel o latin lover que ela conhece bem, embora já tenha passado pela idade do casamento, ou por isso mesmo. Nunca se sabe o que as mulheres escolhem, principalmente em matéria de paixão. Este é um caso que iria para as páginas internas dos jornais se não fosse a posição de comandante da Polícia Militar e o título de advogada criminalista. Causou comentários abundantes na mídia e nos círculos sociais a inclinação da advogada pelo coronel.

D

Céllus

segundo turno na eleição presidencial é resultado de acidentes de percurso cometidos pela coordenação de campanha de Lula e pelo PT. Sem o episódio Tabajara e tendo ido ao debate da Rede Globo, Lula provavelmente teria vencido a disputa em primeiro turno. Geraldo Alckmin surpreendeu na reta final. Conquistou mais de 20 pontos em um mês. Mesmo assim, não fez uma boa campanha. Sua publicidade não empolgou, só foi agressivo quando não tinha mais jeito. Chegou a ser desenganado pela cúpula tucana, que achava que ele não ia decolar. A ocorrência de segundo turno se deve mais às derrapadas de Lula e menos aos méritos de Geraldo Alckmin. Nas atuais circunstâncias, o resultado está em aberto. É uma nova campanha, onde surpresas podem acontecer. A diferença de menos de 10% entre Lula e Alckmin pode ser pulverizada nas próximas semanas. Na simulação da mais recente pesquisa Datafolha, a diferença seria ainda menor: 5%. Lula, pelo seu lado, pode acertar a sua campanha, parar de cometer erros e ser beneficiado pela ausência de fatos novos críticos. Por outro lado, apesar do favoritismo de Lula, a volatilidade dos acontecimentos pode reverter tal situação. Tudo pode acontecer. Mas vale ressaltar que Lula sai com alguma vantagem. O Conselheiro Ayres dizia que o inesperado tinha voto decisivo na assembléia dos acontecimentos. Do início do ano para cá, tivemos a queda do Palocci, o escândalo das sanguessugas, os ataques do PCC, a crise com a Bolívia e, finalmente, o dossiê Tabajara. Este, totalmente criado nas hostes petistas, mudou o rumo da campanha. E, pior para Lula, pode não ter esgotado a sua capacidade de surpreender negativamente a opinião pública. Fica claro que, por conta da conjuntura, não será uma campanha fácil. Geraldo chega ao segundo turno embalado pelos erros e trapalhadas do PT. Terá que ser mais agressivo

Metendo muito a mão lá em Brasília? ARTHUR CHAGAS DINIZ

O

candidato à reeleição Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT e presumidamente envolvido com o episódio do dossiegate, foi surpreendido por um eleitor que lhe perguntou candidamente: “Metendo muito a mão lá?”, referindose a Brasília. Berzoini, que foi afastado da chefia da campanha de Lulla no dia 20 de setembro por suposto envolvimento com o R$ 1,7 milhão apreendido com petistas na compra do dossiê, preferiu descartar a possibilidade de largar a presidência do PT e comentar o segundo turno: “Vamos comparar as realidades do País nos governos FHC e Lulla”. Berzoini quer se afastar da discussão da moralidade e da ética do governo petista que sempre foi a bandeira distintiva do Partidão e que, por razões óbvias, não serve mais como argumento eleitoral. B

S

e descartarmos a taxa de percepção de corrupção do governo Lulla, comparada à de FHC, e, ainda, se descontados os brutais aumentos de despesas administrativas e a conseqüente carga tributária, os dois governos – Lulla e FHC – são muito semelhantes. A própria privatização que FHC promoveu não foi por convicção. Foi por sobrevivência. Quem não se lembra dos gigantescos déficits das estatais do aço, da telefonia, dos fertilizantes, da petroquímica e de inúmeras atividades lideradas equivocadamente pelo Estado brasileiro? O voto em Alkmin, para aqueles que desejam menos impostos e menos governo, não é objeto da eleição em curso. Tudo o que se discute é dignidade. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

erzoini não quer falar em moralidade e ética. Quem vota em Alckmin quer.

emos aí, perfeitamente esclarecido pela polícia paulista, o amor entre uma advogada e um militar, ambos vindos de meios sociais diferentes. Não conhecia, nem de nome, a advogada e o coronel, embora este tivesse figurado no passado nas páginas dos jornais, por ocasião do julgamento da invasão do Carandiru, quando foram mortos 111 detentos e a culpa recaiu sobre o coronel na sua totalidade. Das atividades jurídicas da família de Carla não tenho notícia nenhuma, nem tinha mesmo visto a advogada em qualquer atividade forense. O que importa assinalar é que esses crimes, como o praticado pela advogada contra o coronel Ubiratan, estão fora de moda, embora ainda aconteçam, inexplicáveis numa sociedade excessivamente liberal, aberta aos ventos dos costumes modernos, que são tolerantes, segundo o Código Civil em vigor. Encerrando esse comentário, deixo claro que o assassinato e o romance do coronel Ubiratan foram, na minha opinião, comentados suficientemente.

T

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Crimes como

o da advogada contra o coronel Ubiratan estão fora de moda, inexplicáveis numa sociedade excessivamente liberal


4

A

Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças

balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 4,428 bilhões em setembro. As exportações no mês totalizaram US$ 12,549 bilhões, com média diária de US$ 627,5 milhões, e as importações somaram US$ 8,121 milhões, com média diária de US$ 406,1 milhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações cresceram 23,9% em relação a setembro de 2005, enquanto as importações subiram 35% no mesmo período. Na comparação com agosto, as vendas externas cresceram 5,8%. As compras subiram 2,3%. No ano, o superávit comercial é de US$ 34,002 bilhões. As exportações em 2006 somam US$ 100,713 bilhões, com média diária de US$ 535,7 milhões, um aumento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2005. As importações no ano totalizam US$ 66,711 bilhões, com média diária de US$ 354,8 milhões, o que representa um aumento de 24% ante o período de janeiro a setembro de 2005. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou que o setor de material de transporte, que engloba de aviões a autopeças, será o carro-chefe das exportações neste ano, com um total embarcado de US$ 20 bilhões. A nova meta de US$ 135 bilhões em exportações não será alcançada apenas pela eleva-

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

34

100 EMPRESAS PARTICIPARÃO DO RANKING IBI

bilhões de dólares é o superávit comercial acumulado pelo País neste ano.

A VENDAS EXTERNAS EM ALTA

ÍNDICE VAI MEDIR INOVAÇÃO

Para o secretário de Comércio Exterior, Valter C Armando Meziat, riscos de ampan ato/AB r queda nas exportações estão descartados.

O Índice Brasil de Inovação vai destacar as empresas que mais investem em tecnologia e lançamentos de novos produtos. Primeira lista sai no primeiro trimestre de 2007.

ção dos preços das commodities no mercado internacional, m a s p o r c re s c i m e n t o d a s quantidades embarcadas. Nas suas contas, em valor, as vendas externas crescerão 15%. Em volume, haverá expansão entre 5% e 6%. De acordo com Meziat, o segundo trimestre deste ano foi marcado pela redução no volume embarcado de mercadorias. Houve quedas de 3,3% em abril, de 4,2% em maio, e de 0,2% em junho. Mas, em julho e agosto, essa tendência foi invertida, com aumentos nas quantidades exportadas de 9,1% e de 6,4%, respectivamente. Até setembro, a média de expansão das vendas externas foi de 3%, em volume, e de 11%, em valor.

Armando Meziat: material de transporte é carro-chefe do País

O comportamento de 2006 foi diferente da tendência que prevaleceu no período de 2002 a 2005, quando as exportações aumentavam 30% em valor e 55% em volume. Meziat observou que a evolução das exportações brasileiras continua significativa e que os embarques não serão afetados por riscos externos, como o desaquecimento da economia dos Estados Unidos ou queda nos preços das commodities. (AE)

ATAS Multigrain Comércio Exportação e Importação S.A. CNPJ/MF nº 02.250.783/0001-97 - NIRE 35300317297 Extrato da Ata da Assembléia Geral Extraordinária Data, Hora e Local: 27/07/2006, 09 hs, na sede social. Presenças: Totalidade do capital social. Mesa: Sr. Paulo Roberto Moreira Garcez - Presidente, Sr. Miguel Rodés Faus - Secretário. Deliberações Tomadas por Unanimidade: Instalada a Assembléia e procedida a leitura da Ordem do Dia, dando início à sua discussão, foi deliberado, por unanimidade de votos, o seguinte: (i) A alteração do Artigo 5º do Estatuto Social para que as ações não mais possuam valor nominal. Em conseqüência desta deliberação, fica alterada a redação do caput do Artigo 5º do Estatuto Social; (ii) Extinção do Conselho de Administração, como órgão de administração social, ficando alterados os Artigos 8 ao 21 do Estatuto Social. Encerramento: Nada mais. Presidente - Paulo Roberto Moreira Garcez. Anexo I - Estatuto Social da Multigrain Comércio Exportação e Importação S.A. - CNPJ/MF nº 02.250.783/0001-97 - NIRE 35300317297 - Cap. I Denominação, Sede, Filiais, Objeto Social e Duração - Art. 1º - A sociedade girará sob a denominação de Multigrain Comércio Exportação e Importação S.A., que se regerá pelo disposto no presente Estatuto Social e pelas demais disposições legais aplicáveis. Art. 2º - A Sociedade tem sede e foro na Cidade de São Paulo/SP, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.900, 6º and., conj. 611, Itaim Bibi, CEP 04538-132, podendo, criar, alterar e extinguir filiais, depósitos, armazéns, escritórios e quaisquer outros estabelecimentos do seu interesse no país e no exterior. Art. 3º - A Sociedade tem por objeto: (a) comércio nos mercado interno e externo (importação e exportação) de produtos agrícolas, especialmente grãos vegetais e seus derivados, de fertilizantes, suas matérias-primas e seus subprodutos e de defensivos agrícolas; (b) exploração de serviços auxiliares aos transportes aquaviários; (c) serviços auxiliares ao transporte rodoviário de cargas em geral; (d) serviços auxiliares ao transporte de cargas em geral (logística de transporte ou agente de transportadoras); (e) agenciamento marítimo e operador portuário; (f) serviços de depósito; (g) logística de depósito; (h) consultoria de transportes em geral; (i) constituir ou participar, sob qualquer modalidade, de outras sociedades, consórcios ou entidades, cujos objetos sociais sejam direta ou indiretamente, vinculados, acessórios ou instrumentais ao objeto da Sociedade; (j) industrialização e beneficiamento, por conta própria ou de terceiros, de produtos agrícolas e seus subprodutos, de fertilizantes e seus derivados, de matérias-primas em geral e de defensivos agrícolas e (k) administração de bens próprios. Art. 4º - A Sociedade possui prazo indeterminado de duração. Cap. II - Capital Social e Ações - Art. 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado é de R$ 6.000.000,00 por 6.000.000 de ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, que poderão ser representadas por cautelas, certificados ou títulos simples ou múltiplos. § 1º - Cada ação ordinária nominativa é indivisível em relação à Sociedade e conferirá direito a 01 voto nas Assembléias Gerais. § 2º - Observadas as disposições legais aplicáveis, a Sociedade poderá emitir ações preferenciais que, se e quando emitidas, não terão direito a voto, sendo-lhes assegurada prioridade no reembolso do capital social, sem prêmio, em caso de liquidação da Sociedade e direito a dividendo mínimo equivalente ao montante previsto, no Art. 31 deste Estatuto. Art. 6º - Em caso de aumento de capital social em decorrência de utilização de reservas ou fundos legais e estatutários, por deliberação da Assembléia Geral, serão distribuídas, proporcionalmente, novas ações da espécie, classe e forma já possuídas pelo Acionista. Art. 7º - Toda e qualquer ação será alienável, a qualquer tempo, aos acionistas ou a terceiros. Cap. III - Administração Social - Diretoria - Art. 8º - A administração da Sociedade competirá à Diretoria, com os poderes conferidos pela lei aplicável e pelo presente Estatuto. Art. 9º - O mandato dos membros da Diretoria será de 1 ano, admitida a reeleição, ficando estabelecido que os membros eleitos permanecerão no cargo até a eleição e posse de seus sucessores, que deverá ocorrer na segunda Assembléia Geral Ordinária seguinte à sua nomeação. Art. 10º - A remuneração anual global da Diretoria, se houver, será fixada pela Assembléia Geral, cabendo ao Diretor-Presidente nesta incluídos os benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor de seus serviços no mercado, salvo se a Assembléia Geral estabelecer que estes não farão jus a nenhuma remuneração pelo exercício de suas funções. Art. 11 - Os membros da Diretoria tomarão posse mediante assinatura de termo de posse no Livro de Atas da Diretoria, permanecendo sujeitos aos requisitos, impedimentos, deveres, obrigações e responsabilidades previstos nos Artigos 145 a 158 da Lei nº 6.404/76, ficando dispensados de prestar caução em garantia de suas gestões. § Único - Os membros da Diretoria deverão ser pessoas naturais residentes no País e de reconhecida capacidade técnica e administrativa. Art. 12 - A Diretoria será composta por, no mínimo, 2 e no máximo 7 membros, acionistas ou não, sendo um o Diretor-Presidente, eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo a mesma Assembléia Geral que os eleger, nomear o seu Presidente. Art. 13 - A Diretoria eleita, convocada por qualquer um de seus membros, reunir-se-á sempre que necessário, observando-se o quorum de presença mínima da maioria dos membros eleitos. § 1º - Das reuniões da Diretoria serão lavradas atas no livro próprio, assinadas por todos os presentes, e as deliberações serão tomadas por maioria absoluta de seus membros eleitos. § 2º - À exceção do disposto no Art. 13 e § primeiro acima, nos casos de criação, alteração e extinção de filiais, escritórios e quaisquer outros estabelecimentos do seu interesse no país e no exterior, as deliberações poderão ser tomadas apenas pelo Diretor-Presidente ou por 2 dos Diretores eleitos, sendo desnecessária a convocação dos demais membros da Diretoria para tais deliberações. Art. 14 - Compete à Diretoria: I - Orientar os negócios da Sociedade; II - Elaborar o Relatório Anual de Administração, bem como as Demontrações Financeiras, para posterior encaminhamento à apreciação da Assembléia Geral Ordinária, juntamente com o parecer dos auditores independentes e do Conselho Fiscal quando for o caso; III - Deliberar sobre a destinação do lucro do exercício, a distribuição de dividendos e, quando necessário, o orçamento de capital, para posterior encaminhamento à apreciação da Assembléia Geral Ordinária de acionistas; IV - Autorizar a criação e o encerramento de filiais, sucursais, agências, depósitos, armazéns, escritório de representação ou qualquer outro tipo de estabelecimento no País e no exterior, na forma do parágrafo segundo do Artigo 13. Art. 15 - Compete ao Diretor-Presidente: I - Presidir as reuniões da Diretoria; II - Coordenar o processo de tomada de decisão da Diretoria; III - Elaborar, junto com os demais diretores, o Relatório Anual de Administração e levantar as demonstrações financeiras; IV - Conceder licenças aos membros da Diretoria, e designar outros Diretores como seus substitutos. Art. 16 - A representação da Sociedade, ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, inclusive na assinatura de documentos que importem em responsabilidade para esta, deverá ser realizada na forma dos Artigos 17 a 21 do Estatuto Social. Art. 17 - O Diretor-Presidente e um Diretor em conjunto; quaisquer dois Diretores em conjunto; um Diretor em conjunto com um procurador com poderes bastantes; ou 1 ou mais procuradores da Sociedade com poderes bastantes, em conjunto ou isoladamente, conforme for estabelecido no respectivo instrumento de mandato; terão poderes para prática dos seguintes atos e todos os demais que não estiverem previstos nos Artigos 18 a 20 deste Estatuto, exceto aqueles cuja prática esteja sujeita à prévia autorização da Assembléia Geral em decorrência de expressa disposição legal ou nas hipóteses previstas no Art. 21: I - Representar a Sociedade ativa e passivamente; II - Emitir notas promissórias, letras de câmbio e títulos de crédito em geral; III - Firmar contratos e assumir obrigações em geral; IV - Movimentar contas em bancos, podendo, para tanto, emitir e endossar cheques, transigir, firmar compromissos; sacar, endossar para caução ou desconto, ou aceitar duplicatas e quaisquer títulos de crédito; V - Prestar fiança ou aval, cauções, endossos de favor, constituir ônus reais ou atos de semelhante natureza, sobre bens móveis ou imóveis da Sociedade, inclusive ações, quotas e outros direitos, perante terceiros, em negócios compatíveis com o objeto social e também autorizar a prática de tais atos pela Sociedade para garantir o cumprimento de obrigações assumidas perante terceiros pelas empresas coligadas, controladas, controladoras ou afiliadas e/ou controladas pelos acionistas; VI - Adquirir quaisquer bens imóveis ou móveis, incluindo debêntures, quotas, ações, ou quaisquer direitos a eles relativos; VII - Alienar, a qualquer título, quaisquer direitos, bens móveis ou imóveis da Sociedade, inclusive para fins de integralização de capital de suas controladas, coligadas, subsidiárias ou afiliadas; VIII - Emitir duplicatas e endossá-las para cobrança bancária, caução e/ou desconto, endossar cheques para depósito em conta da Cia., firmar contratos de câmbio. Art. 18 - Um Diretor, isoladamente, ou um procurador, com poderes específicos, poderá prestar depoimento ou esclarecimentos em Juízo e em todos os demais órgãos integrantes do Poder Judiciário e quaisquer órgãos da administração pública. Art. 19 - Um Diretor, isoladamente, ou um procurador, com poderes expressos, poderá: I - Requerer e retirar certidões de qualquer espécie em nome da Outorgante, assinando os papéis necessários para tais fins, solicitar regularização e compensação de recolhimentos quando efetuados indevidamente (em maior ou menor valor) e demais obrigações acessórias instituídas perante quaisquer repartições e entidades públicas federais, estaduais e municipais, Delegacias da Receita Federal e suas agências, postos fiscais e estaduais, INSS, CREA, Juntas Comerciais e demais órgãos da administração pública e/ou privados; II - Representar a Sociedade perante a Caixa Econômica Federal (CEF) no que se refere aos recolhimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), solicitação de saldos e extratos de contas de funcionários, cadastros e alterações no PIS (Programa de Integração Social) de empregados; III - Tratar de assuntos, direitos, obrigações e interesses da Sociedade relacionados às admissões, demissões e manutenção de contratos de trabalho de seus funcionários perante os órgãos e repartições competentes, inclusive Ministério do Trabalho, DRT’s (Delegacias Regionais do Trabalho) e TRT (Tribunal Regional do Trabalho), Sindicatos de Classe no que se refere à RAIS e CAGED, firmando as CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), livros de inspeção, fichas de registro de empregados, contratos de trabalho, aditivos contratuais e suas rescisões e quaisquer outros documentos relacionados; IV - Representar a Sociedade perante qualquer repartição, autarquia ou sociedade de economia mista, federal, estadual ou municipal, desde que não seja para assumir obrigações pela Sociedade ou exonerar terceiros perante esta; e V - Praticar todos os atos necessários para abertura, fechamento, suspensão, reativação, extinção de filiais da Sociedade, acompanhamento de processos e cumprimento de exigências, encaminhando documentos, assinando livros fiscais, requerimentos e pedidos de registro e outros procedimentos administrativos perante os órgãos competentes, tais como, Secretarias da Fazenda, Delegacias da Receita Federal, Juntas Comerciais e Prefeituras Municipais. Art. 20 - A Sociedade poderá constituir procuradores para representá-la isoladamente ou em conjunto com um Diretor ou com outro procurador, conforme for determinado no mandato. Os procuradores serão sempre nomeados para fins específicos e por prazo certo, salvo quando se tratar de poderes ad judicia ou para a defesa dos interesses da Sociedade em processos administrativos. A nomeação far-se-á pelo Diretor-Presidente em conjunto com um Diretor, por dois Diretores em conjunto, exceto para os casos do Artigo 19 em que a nomeação poderá ser feita apenas pelo Diretor-Presidente ou por um diretor, isoladamente. Art. 21 - A prestação de fiança, aval, cauções, oneração de bens móveis e imóveis, endossos de favor ou atos de semelhantes natureza gratuita em nome da Sociedade perante terceiros fora dos casos previstos no inciso V do Artigo 17, deverá ser previamente autorizada pela Assembléia Geral.” Cap. IV - Conselho Fiscal - Art. 22 - A Sociedade terá um Conselho Fiscal não permanente composto por 3 membros, acionistas ou não, eleitos pela Assembléia Geral que deliberar sobre sua instalação e que lhes fixará os honorários, respeitados os limites legais, sendo certo que qualquer acionista poderá, a qualquer tempo, requerer a instalação do Conselho Fiscal. § 1º - Os membros do Conselho Fiscal terão as atribuições que lhes são conferidas por lei. § 2º - Os Conselheiros poderão renunciar expressamente ao seu direito de remuneração, devendo esta renúncia constar na ata que deliberar a sua instalação. Cap. V - Assembléia Geral - Art. 23 - As Assembléias Gerais serão convocadas pelo Diretor-Presidente, por dois Diretores, pelo Conselho Fiscal ou pelos acionistas, nos casos previstos em lei. § Único - Os trabalhos das Assembléias serão dirigidos por mesa composta de Presidente e Secretário escolhidos pela maioria dos acionistas presentes. Art. 24 - Só poderão tomar parte e votar na Assembléia Geral os acionistas cujas ações estejam inscritas em seu nome, no registro competente, até 3 dias antes da data marcada para a sua realização. Art. 25 - As Assembléias Gerais da Sociedade serão ordinárias ou extraordinárias, realizando-se, ordinariamente, nos quatro primeiros meses seguintes ao encerramento do exercício social, de acordo com o Artigo 132, Lei nº 6.404/76 e posteriores modificações; e extraordinariamente, sempre que necessário. Art. 26 - Todas as deliberações da Assembléia Geral, ressalvadas as hipóteses especiais previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco. Cap. VI - Exercício Social, Lucros e Dividendos - Art. 27 - O exercício social terá início em 1º de janeiro e terminará em 31 de dezembro de cada ano. Ao final de cada exercício social deverá ser preparado um balanço geral, bem como as demais demonstrações financeiras, observadas as disposições legais vigentes e as disposições deste Artigo. § Único - A Sociedade poderá levantar balanços semestrais ou trimestrais com o objetivo de distribuir os dividendos intermediários. Art. 28 - Observado o disposto neste Capítulo, o lucro líquido apurado no exercício terá a seguinte destinação: (a) A parcela de 5% será deduzida para a constituição da reserva legal, que não excederá 20% do capital social; (b) Os acionistas terão direito a um dividendo anual mínimo de 25% do lucro líquido; (c) O saldo remanescente, depois de atendidas as disposições contidas nos itens anteriores deste artigo, terá a destinação determinada pela Assembléia Geral de Acionistas, com base na proposta da Diretoria. Art. 29 - A Sociedade poderá declarar, por deliberação da totalidade dos membros da Diretoria, dividendos intermediários: (a) À conta do lucro apurado em balanços semestrais, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante de reservas de capital de que trata o parágrafo primeiro do Artigo 182 da Lei nº 6.404/76. (b) À conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. § Único - Os dividendos intermediários distribuídos nos termos deste artigo serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório. Art. 30 - A Sociedade poderá pagar aos acionistas, mediante aprovação da totalidade dos membros da Diretoria, juros sobre o capital próprio, os quais poderão ser imputados ao dividendo mínimo obrigatório ou prioritário. Cap. VII - Liquidação Art. 31 - A Sociedade será liquidada nos casos previstos em lei, sendo a Assembléia Geral o órgão competente para determinar a forma de liquidação e nomear o liquidante. Decidirá ainda a Assembléia, sobre a instalação do Conselho Fiscal, para funcionar no período de liquidação, nomeando os seus membros. Cap. VIII - Disposições Gerais e Transitórias - Art. 32 - A Sociedade deverá observar os acordos de acionistas arquivados em sua sede, devendo a Diretoria abster-se de registrar transferências de ações e o Presidente da Assembléia Geral abster-se de computar votos contrários aos seus termos. Art. 33 - Os casos omissos no presente Estatuto Social serão resolvidos ou regidos segundo a legislação em vigor que for aplicável. Estatuto Social consolidado na AGE de 27/07/2006, às 09h. Mesa: Paulo Roberto Moreira Garcez - Presidente; Miguel Rodés Faus - Secretário. JUCESP nº 243.274/06-3 em 12/09/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Uniemp – Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa, lançaram na última sextafeira, em Campinas, o Índice Brasil de Inovação (IBI). O indicador será usado para formar um ranking das empresas que mais investem em inovações tecnológicas e desenvolvimento de novos produtos. A primeira lista sai no início de 2007, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com o coordenador do programa, o pesquisador do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, André Furtado, inicialmente o IBI será aplicado para as indústrias da área de transformação. "A nossa idéia é classificar as cinco primeiras colocadas em quatro ou cinco setores diferentes. A participação será espontânea e os dados fornecidos para análise serão mantidos em sigilo", disse o pesquisador. As empresas que não estiverem no ranking não terão os nomes divulgados, garantiu a coordenação. Para Furtado, a iniciativa da universidade e do Instituto é importante tanto para as empresas – pois elas também terão como avaliar seu

Divulgação

desempenho na área de inovação e situá-lo em relação ao seu segmento de atuação –, "quanto para André Furtado: o governo e análise e sigilo as agências de fomento, que contarão com um instrumento que poderá auxiliar na definição de políticas públicas". Para a primeira edição, a coordenação do IBI espera a participação de pelo menos 100 empresas. A partir da primeira publicação, a divulgação deve acontecer de dois em dois anos. Entrar no ranking não tem

custo. Mas as próprias indústrias devem providenciar o questionário respondido da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) de 2003 com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e juntar os dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA 2003) que ajudarão a compor o índice do ranking. Também entra na composição o número de patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). "Outro ponto que será considerado na avaliação das empresas é o impacto econômico das atividades de inovação", observou Furtado. Mário Tonocchi

UE anuncia amanhã nova política comercial

T

emendo as conseqüências negativas de uma paralisia por alguns anos nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), a União Européia (UE) anuncia amanhã sua nova política comercial até 2010. O foco estará nos acordos bilaterais para abrir mercados, principalmente com a Ásia, ainda que o entendimento com o Mercosul não esteja sendo esquecido. Ao mesmo tempo em que Bruxelas anuncia seu novo projeto, o governo alemão prepara discretamente as bases para que a Europa e os Estados Unidos iniciem a negociação da criação de uma área de livre comércio entre os dois pilares da economia mundial. A estratégia será anunciada pelo comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, ciente das limitações na OMC para que um acordo seja fechado em 2007. O objetivo, portanto, seria a de instaurar uma ofensiva diplomática para conseguir que países reduzam suas barreiras aos produtos europeus, principalmente os mercados emergentes. Mandelson admitirá que terá de fazer certas concessões na área agrícola, mas espera que os ganhos no setor de serviços, industriais e de investimentos possam compensar os eventuais prejuízos. Entre as prioridades da UE, o acordo com o Mercosul, que aguarda dez anos, não será esquecido. Em novembro, os dois blocos se reúnem, mas os europeus evitam dar sinais de que trarão uma nova oferta de abertura de seu mercado. Diplomatas brasileiros ainda admitem que os problemas enfrentados na OMC entre os países e que geraram o impasse desde julho são os mesmos na agenda entre o Mercosul e a UE, o que torna difícil esperar por um resultado imediato. Não por acaso, Bruxelas espera ver a abertura de novos canais de negociação, com a Índia, China, Cingapura e Tailândia, além de Rússia. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Política LULA PEDE

3 Se eu tivesse bola de cristal, só faria aquilo que me desse mais votos. Luiz Inácio Lula da Silva

Paulo Whitaker / Reuters

SOLUÇÃO PARA CASO DO DOSSIÊ O presidente e candidato do PT diz que quer o "mistério" desvendado e chegou até a defender a divulgação das fotos do dinheiro que seria utilizado por petistas para negociar a compra dos documentos. "Fico pedindo a Deus para que não me aconteça nada até desvendar este mistério", disse. Ele, no entanto, não culpou o PT pelo episódio. "Não posso condenar a família toda porque um membro cometeu um desatino, porque meia dúzia de pessoas acredita em Papai Noel", afirmou.

N

a primeira aparição pública após o resultado das urnas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou de estratégia, deixando de tratar a questão do dossiê Vedoin como tentativa golpista da oposição. E avisou: quer que a história seja desvendada, pois quer saber "quem arquitetou essa obra de engenharia, que serviu para atirar no próprio pé". No saguão do Palácio da Alvorada, Lula deixou de lado os ataques à imprensa e defendeu a exibição das fotos do dinheiro usado para comprar o dossiê contra tucanos. "Fico pedindo a Deus que não me aconteça nada até desvendar este mistério", disse. "O fato concreto é que tinha o dinheiro, tinha as fotografias que poderiam ter sido mostradas no dia em que foram feitas, ou quando bem entendessem." Apesar de criticar a operação dossiê, Lula não responsa-

bilizou o PT por inteiro pelo episódio. "Não posso condenar a família toda porque um membro cometeu um desatino, porque meia dúzia de pessoas acredita em Papai Noel e fantasia", afirmou. "Quem aceita negociar com bandido vira bandido também". Lula agradeceu pelos votos recebidos e não culpou o PT ou o caso do dossiê pela realização de segundo turno: "Não venci porque faltou voto", disse. "Mas não faltarão votos para ganhar no segundo turno". Ao lado do vice-presidente José Alencar, Lula afirmou que "nem sempre a sabedoria popular permite ganhar no primeiro turno", e avisou que disputará o segundo turno "com a mesma força do primeiro". Lula não fez críticas aos eleitores que votaram em candidatos incluídos em denúncias de irregularidades. "As pessoas eleitas não foram condenadas pela Justiça, puderam concorrer e se elegeram", afir-

mou Lula, que poupou até mesmo o ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito senador por Alagoas. "O Collor está há 14 anos de castigo. Pela experiência, espero que ele apresente bons projetos", disse o ex-adversário de Collor nas eleições de 89. Lula avalia que o segundo turno será importante para consolidar a vontade da maioria dos eleitores e admitiu que poderá, de fato, participar de debates nesta segunda fase da campanha. "Espero que idéias e programas de governo sejam debatidas", afirmou o presidente, sem expressar opinião sobre a sua ausência no debate do primeiro turno: "Se eu tivesse uma bola de cristal, só faria o que me desse votos." Ao comentar as pesquisas que o apontavam como vitorioso no primeiro turno, Lula disse que não há eleição ganha. "Respeito as pesquisas, mas nunca as levo ao pé do letra", afirmou o presidente, acres-

O petista decidiu falar abertamente: "O fato concreto é que tinha o dinheiro, tinha as fotografias."

centando que a pesquisa é apenas o retrato do momento. Ele afastou a possibilidade de se licenciar do cargo para disputar o segundo turno das eleições. "É possível fazer campanha sem deixar o exercício da presidência". Lula disse que fará viagens de campanha nos finais de semana e aproveitará os dez minutos do seu programa eleitoral gratuito, além dos debates, para ganhar votos. "Nesta fase, você não precisa fazer tanto esforço físico, é mais um esforço intelectual". Pobres e ricos – Perguntado sobre se ele seria o candidato dos pobres e Geraldo Alckmin a opção dos eleitores ricos, Lula respondeu: "Se fosse simples eu já teria ganho as eleições. Não é assim que um candidato se apresenta". Para Lula, os empresários, os trabalhadores e as empresas ganharam no seu governo. Ele disse que é um presidente para 190 milhões de brasileiros, e que não abre mão de priorizar

a população mais pobre. Lula destacou ainda que a sua missão agora "é cuidar de convencer o povo". Para isso, o presidente buscará aliados. Alguns deles, disse, já são previsíveis, como é o caso do candidato do Eduardo Campos, do PSB, que foi para o segundo turno e disputará o governo de Pernambuco com Mendonça Filho, do PFL. "Nós trocaremos apoios", disse. Heloísa Helena – Sobre a recusa da candidata derrotada do PSol, Heloísa Helena, em apoiar a candidatura do PT no segundo turno, Lula disse que já está satisfeito com o fato de a candidata já ter liberado seus eleitores para votarem em qualquer candidato. "Foi uma decisão sóbria", afirmou. Durante a entrevista, Lula estava acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e do coordenador nacional de campanha, Marco Aurélio Garcia. (AE)

Antônio Gaudério / Folha Imagem

ALCKMIN VAI ATRÁS DE CRISTOVAM E HELOÍSA

N

Reprodução

presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati. Citou que já recebeu no primeiro turno adesão de peemedebistas de Santa Catarina, Rondônia, do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PE) e de André Pucinelli (MS). O tucano insistiu que as alianças terão de ser em torno de um projeto de governo. Alckmin deve contar também com o maior engajamento de fortes lideranças de seu partido na campanha. Segundo ele, os governadores eleitos José Serra, em São Paulo, e Aécio Neves, em Minas Gerais, já se dispuseram a viajar com ele

A

pesar do interesse do PSDB no seu apoio no segundo turno das eleições, a candidata derrotada do PSol à Presidência, Heloísa Helena, disse ontem que o seu partido ficará neutro na questão. A senadora liberou os militantes para a votação do dia 29. "Eu não vou pedir às pessoas para fazer nada. Eles são livres para fazer o que bem quiserem. Nossos eleitores são maduros para decidir. Esta é uma disputa entre quase iguais", disse Heloísa Helena, que esteve ontem na cidade de Palmeira do Índios, em Alagoas. Ex-petista, Heloísa Helena é forte crítica dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dizendo que são "dois lados da mesma moeda". Apesar de se declarar contra a reeleição de Lula, ela também ataca Geraldo Alckmin por considerá-lo um dos "moleques de recado do mercado financeiro".

APOIO DO PDT SERÁ DECIDIDO AMANHÃ

O

dura, que é a descrença. E no segundo turno, o que pesa é a rejeição. E a minha rejeição é menor", disse o tucano. Apesar da vitória do presidente Lula no Nordeste, Alckmin se mostrou confiante em uma reversão. "Temos tudo para crescer no Nordeste". Alckmin seguiu para Brasília, para discutir ainda ontem as novas estratégias de campanha com os partidos da coligação PSDB-PFL. (Reuters)

candidato do PDT à Presidência, Cristovam Buarque, afirmou que seu partido deverá decidir amanhã qual candidato deverá apoiar no segundo turno das eleições presidenciais. Embora tenha repetido várias vezes que seguirá a orientação do PDT, Cristovam deixa escapar uma simpatia maior pelo candidato Alckmin. "Lula carrega um passado de esquerda, mas um presente conservador, sem vigor transformador. O Alckmin carrega uma visão mais elitista. Mas carrega a idéia de alternância do poder, que é uma coisa positiva", afirmou. Cristovam, que conquistou 2,5 milhões de votos, reconheceu que o apoio não é garantia da transferência de votos. (AE)

esse mesmo clima está em todo o governo". Para Kirchner, um eventual sumiço de Lula do cenário eliminaria um aliado "progressista" no qual apoiar-se nas negociações internacionais. Os industriais argentinos, que desde 1999 esperneiam contra uma suposta "invasão" de produtos brasileiros no mercado local, haviam conseguido arrancar do governo Lula uma série de concessões, que implicaram em acordos "voluntários" de autorestrição de exportações das

empresas brasileiras. Manchetes na Argentina – A eleição brasileira do último domingo foi a manchete do jornal "Clarín", o principal do país: "Em dramática eleição, o presidente arranhava os 50% dos votos". O tradicional e sóbrio "La Nación" trouxe o destaque: "O suspense continuará até o fim do mês". O jornal também indicou que a redução da vantagem que Lula tinha sobre Alckmin semanas atrás mostra que, entre os eleitores brasileiros, "a tolerância não é infinita". (AE)

A campanha tucana está de olho nos votos obtidos pelos dois candidatos derrotados no primeiro turno. a largada do segundo turno das eleições presidenciais, Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que irá procurar os partidos em busca de apoio. Na primeira entrevista formal após as eleições, Alckmin disse ter conversado por telefone com Cristovam Buarque (PDT) e que vai procurar a senadora Heloísa Helena (PSol). "As conversas devem ser partidárias", ponderou o tucano. Alckmin citou ainda o PMDB e disse que o partido vem sendo procurado pelo

HELOÍSA NÃO VAI APOIAR NINGUÉM

Em um restaurante por quilo em São Paulo, o ex-governador defendeu que as conversas sejam partidárias.

em campanha pelo país. Para Alckmin, o segundo turno é "uma nova eleição". Ele adiantou que o tom da campanha tucana será propositivo, e prometeu também realizar "política com ética". "Senti nas ruas o crescimento da confiança na nossa candidatura e tenho certeza que agora essa confiança vai crescer ainda mais", afirmou Alckmin, adiantando que vai comparecer aos debates.

O candidato passou o dia em seu comitê de campanha em São Paulo, almoçou em um restaurante por quilo em frente ao escritório e, nos poucos metros que caminhou no bairro do Itaim, região nobre da capital paulista, recebeu cumprimentos, deu autógrafos e posou para fotos. Ele conta com a rejeição menor que a de Lula para vencer as eleições de 29 de outubro. "Ultrapassamos uma barreira

ARGENTINA TORCE POR LULA

A

confirmação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que disputar o segundo turno das eleições presidenciais provocou um calafrio na nuca dos integrantes do governo argentino. O presidente Néstor Kirchner e seu gabinete, que até a semana passada estavam confiantes em relação a uma eventual vitória de Lula, agora preocupam-se por uma eventual vitória de Geraldo Alckmin, do PSDB.

Eles temem que, com a hipotética chegada ao poder do candidato tucano, a Argentina tenha complicações para continuar desfrutando a política condescendente do presidente Lula com as exigências comerciais argentinas. O Sub Secretário de Integração e Mercosul da Chancelaria argentina, Eduardo Sigal, declarou à imprensa que "não existe dúvida alguma da conveniência da vitória de Lula. Kirchner já o disse, e


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

7

VAREJO REAGE EM SETEMBRO

mil é o número de lojas que vendem pela internet no Brasil. No Liquidaweb, entraram 15 delas.

ACSP REGISTRA CRESCIMENTO DE 3,5% NAS CONSULTAS AO SCPC E DE 4,9% NO USECHEQUE EM SETEMBRO Milton Mansilha/LUZ - 01/06/2006

MOVIMENTO NO VAREJO AUMENTA. MAS AINDA É POUCO. Leonardo Rodrigues/Hype

O

comércio varejista apresentou crescimento de vendas a prazo e à vista em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. No primeiro caso, a expansão foi de 3,5% e reflete o número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Já o pagamento à vista, medido pelas consultas ao UseCheque, apresentou crescimento de 4,9%. Na comparação com o mês de agosto de 2006, entretanto, setembro apresentou retração no volume de consultas junto aos dois serviços da ACSP, com indicação de queda de 10,1%, no crediário, e de 11,2% no pagamento com cheque. É um comportamento normal para o mês, explica o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, Emílio Alfieri. "Setembro contou com o feriadão (7 de Setembro) e não tem datas fortes. Em agosto houve o Dia dos Pais", justifica. Um olhar sobre a evolução dos números ao longo deste ano aponta para um bom desempenho no movimento do crediário, com expansão acumulada de 3,3% nos primeiros nove meses. No caso das vendas à vista (com cheque), o acumulado chega a 6,2%. Expectativa – A alta de 3,5% em setembro, comparada aos meses de agosto e julho, aponta melhora no movimento do crediário, "mas ainda está abaixo do esperado", segundo análise do diretor da ACSP, Marcel Solimeo. Ele espera um movimento mais favorável ao varejo no último trimestre, "tanto em função da sazonalidade (Dia das Crianças e Natal), como da queda das taxas de juros (há mais duas reuniões do Comitê de Política Monetária, o Copom) e da melhora da renda". Solimeo considera que o crescimento das vendas nesse período pode ser da ordem de 4% a 5%. Mas na Brinquedos Laura, do Shopping Paulista, a proximidade do Dia das Crianças ainda não impactou positivamente nas vendas. O gerente da loja, Marcelo Moraes Ma-

Aziz (acima): 20% mais vendas. Nas lojas de brinquedo: expectativas

5ª edição do Liquidaweb vende 35% mais

A

rin, explica que o movimento só começou a melhorar nos últimos dez dias do mês. "As vendas do setembro foram iguais às de agosto", afirma. Ao contrário de outros segmentos de negócio, a Brinquedos Laura detecta aumento das vendas em julho, durante as férias escolares. Muitas das pessoas que não viajam, levam o filho para passear no shopping, explica o gerente. Segundo sua análise, o ano de 2005 não pode ser usado como base de comparação para o desem-

penho da marca. As vendas naquele período ficaram acima da média. As deste ano, segundo ele, estão muito aquém da expectativa. Para incrementar as vendas do Dia das Crianças, a loja incorporou-se ao calendário promocional que o centro de compras preparou para a data; aumentou o mix de produtos, ações individuais de marketing direto e mudanças na vitrine para atrair a clientela. Efeito eleição – Para a Woodlouse, especializada em rou-

IPCA pode ficar abaixo de 3% Além de nova redução na inflação, analistas apostam em mais um corte na Selic

O

mercado financeiro já projeta uma taxa de inflação inferior a 3% para este ano. Na pesquisa semanal sobre as expectativas do mercado, divulgada ontem pelo Banco Central (BC), a previsão para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2006 caiu de 3,03% da pesquisa anterior para 2,98%. Para o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles, a divulgação do IPCA de setembro na próxima sexta-feira definirá se ainda há espaço para nova queda das projeções. "Se vier um índice muito abaixo do 0,16% esperado, pode ser que tenhamos novas reduções das estimativas", disse o economista. Teles, no entanto, acha pouco provável que o IPCA termine o ano abaixo de 2,5%, piso da meta de inflação deste ano. "O que estamos vendo nos Top 5 (o grupo de cinco instituições que mais acertam as

projeções de inflação) são as estimativas oscilando em torno de 2,8% a 2,85%", comentou Teles. Ao divulgar o Relatório Trimestral de Inflação na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, disse que havia 20% de probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso de 2,5% da meta oficial, conforme os cenários de referência e de mercado usados como base para a realização das projeções de IPCA. A queda da previsão detectada na pesquisa divulgada ontem não foi suficiente, entretanto, para mudar a aposta predominante do mercado financeiro para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 17 e 18. Para a maioria, o espaço para o corte na Taxa Selic, a taxa básica de juros, permanece mesmo em 0,5 ponto percentual. Nesta hipótese, a taxa passaria dos atuais

14,25% para 13,75% ao ano. Depois disso, segundo a expectativa do mercado, os juros poderiam ser cortados em mais 0,25 ponto percentual no fim de novembro. Assim, a taxa terminaria 2006 em 13,5% ao ano. Nesse cenário, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria apenas 3,09% neste ano. O percentual projetado pelo mercado financeiro é menor que os 3,5% estimados na semana passada no Relatório de Inflação do BC. (AE)

A alta de 3,5% aponta melhora no movimento do crediário, mas ainda está abaixo do esperado. Marcel Solimeo, diretor da ACSP

Setembro também é bom fora de período eleitoral, pois o varejo que vendeu no Dia dos Pais vem se abastecer. Carlos Aziz, proprietário da Woodlouse

pas masculinas, setembro foi "excelente", conforme palavras do fundador da loja, Carlos Aziz. Ele explica que em ano eleitoral, o movimento do mês cresce 20% na comparação com setembro de anos sem eleição. A grande alavanca é a procura por ternos. "Setembro também é bom fora de período eleitoral, pois o varejo que vendeu no Dia dos Pais vem se abastecer", explica Aziz. Ele tem carteira de 8 mil varejistas cadastrados, além de outros 6 mil consumidores fi-

nais. Para o ano, o empresário projeta crescimento de 13% a 14% sobre 2005. Inadimplência – A análise dos registros e cancelamentos de inadimplência junto ao SCPC mostram uma ligeira tendência de alta. "Ela prejudica e afeta um pouco mais o uso do cheque, mas ainda não é alarmante", explica o economista Emilio Alfieri. A inadimplência líquida de setembro é de 5,1%. Em 2005, no mesmo período, era de 4,9%.

Liquidaweb, que oferece produtos com descontos de até 50% para as vendas pela web, provou em sua quinta edição que o brasileiro simpatiza com o comércio eletrônico e já utiliza o computador para adquirir produtos sem receio ou desconfiança. Tanto que as lojas que participaram da última edição, que ocorreu de 27 a 29 de setembro, venderam um volume sete vezes maior do que o montante do mesmo período do ano passado. Segundo o consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net), Gastão Mattos, o faturamento das lojas de varejo online aumentou 35% nos três dias de promoção. "O aquecimento tradicional de vendas para as festas de final de ano sempre começa mais cedo na web." Ele lembrou que no Brasil, existem 7 mil lojas de varejo online, mas apenas 15 empresas participaram da promoç ã o . E n t r e e l a s A m e r i c anas.com, Comprafácil, Extra, Magazine Luiza, Submarino, ShopTime e Pernambucanas. Juntas, essas lojas representam 80% de todo o faturamento do comércio eletrônico no País. De acordo com Mattos, o ecommerce não chega a representar 2% do movimento total do varejo. "Esse número vem crescendo aos poucos. Comprar pela internet é uma questão de hábito. Nosso objetivo é mostrar ao brasileiro as vantagens das compras online."

Fátima Lourenço

Vanessa Rosal

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Leandro Martins/Agif/AE

Ele [Dida] nos contatou e disse que não estava mais em seus planos jogar pela seleção. Ele teve seus motivos. E não queremos quem não tenha prazer em jogar pela seleção. De Dunga, técnico da seleção, sobre Dida, goleiro do Milan, que não aceitou o convite para jogar pelo Brasil.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

3 Dia do Latino-Americano Dia do Petróleo Brasileiro

I NTERNET T ÊNIS

Imune ao terror

Felipe Christ/Fotonotícias/AE

Estudo indica que a web resistirá a ataques terroristas

A Velha parceria de volta Gustavo Kuerten e o técnico Larri Passos confirmaram: esta de volta a parceria de maior sucesso do tênis brasileiro. Depois de pouco mais de um ano e meio separados, os dois voltaram a treinar juntos em quadra na semana passada. O objetivo de Guga é reerguer sua carreira depois de cair várias posições no ranking mundial. Guga ganhou 20 títulos no circuito internacional sob o comando do Larri, entre eles o tricampeonato de Roland Garros e a Copa do Mundo, em Lisboa, e chegou a liderar o ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) por quase um ano. Agora, precisa dar duro para recuperar as posições e o tempo perdido. Para ficar entre os cem primeiros do mundo, Guga deve somar 400 pontos, ou

seja, ganhar pelo menos oito títulos de torneios da série challenger ou ainda fazer campanhas razoáveis em 18 competições da ATP. Até mesmo o entusiasmado Larri Passos, sorridente e bem-humorado com a volta do pupilo ao seu lado, mostrou-se cauteloso. "Preciso saber ainda se tenho uma Ferrari nas mãos, ou um Gordini ou um DKV", disse ontem Larri. "É duro saber de cara quantos cavalos tem o Guga. Mas se ele for dormir às 10 da noite, cansado dos treinos e pular da cama cedo com vontade de treinar e jogar, tenho certeza de que vai dar a volta por cima". "É o momento de buscar algo a mais", afirmou o tenista. "Minha meta é voltar a um bom nível, no topo", comentou, otimista, Guga.

paranóia norteamericana com o terrorismo é tanta que eles quiseram testar a possibilidade de os terroristas destruírem a comunicação pela internet. O resultado estudo, feito na Universidade de Ohio e divulgado no Brasil pela Agência Fapesp, foi tranquilizador. Na hipótese de ataque na internet nos EUA, a rede continuaria funcionando ainda que diversos pontos de fossem destruídos simultaneamente. Embora a qualidade da conexão seja afetada drasticamente numa eventualidade dessas, o estudo mostra que o problema só afetaria atividades "supérfluas" da rede, como a troca de clipes de vídeo ou músicas, mas e-mails leves continuariam a trafegar sem problemas. "Há tantas conexões na rede

que seria muito difícil localizar alvos suficientes, e alvos certos, para poder provocar danos sérios na estabilidade da rede mundial", disse Morton O’Kelly, um dos autores do estudo. Os pesquisadores usaram cinco dos mais de 30 grandes backbones comerciais no país e três dessas estruturas centrais de distribuição de tráfego que atendem à comunidade acadêmica. Depois, simularam falhas em partes da rede, para ver o que ocorreria com a conectividade da internet entre 946 pares de cidades. Os resultados variaram de acordo com o número de falhas e com as partes afetadas. Para a maioria das cidades, quedas em dezenas de nós específicos não provocaram diferença significativa na estabilidade. Um exemplo destacado foi a

dupla Boston-Seattle, as cidades mais distantes uma da outra na pesquisa. Apesar de separadas por um grande espaço geográfico, as duas ficaram em 147º lugar na lista dos 946 pares em relação à confiabilidade. O motivo é que foi verificado um elevado número de caminhos diferentes pela internet que ligam as duas importantes cidades. Ainda que diversos deles fossem interrompidos, os sinais digitais usariam rotas alternativas para trafegar entre Massachusetts e Washington. O estudo reforça um dos motivos que estimularam, no fim da década de 1960, a criação da Arpanet, a rede que originou a atual. A idéia era implantar uma rede de comunicação que continuaria funcionando mesmo com a eventualidade de um ataque atômico em parte dela.

Jagadeesh Nv/Reuters

T ECNOLOGIA

Einstein, agora na versão robô

E M

Convenções Jacob K. Javits, em Nova York, e que apresenta uma seleção dos últimos avanços tecnológicos. Sua cabeça, de aparência humana, foi desenhada pela empresa Hanson Robotics, e seu corpo pela divisão Hubo dos Laboratórios Kaist, na Coréia do Sul, especializados na área de robôs humanóides.

ALEGRIA CONTRA TODOS OS MALES - Em Misore, na Índia, a população saiu às ruas ontem para celebrar o festival anual dedicado a Dussera. Chamado de festival da alegria, o evento dura dez dias e comemora a vitória do bem sobre o mal.

MÚSICA Silenciadores de genes N OBEL

Martin Oeser/AFP

F AVORITOS

Suporte para facas 'vudu'

Tudo sobre diabetes

L

www.diabetes.org.br

L

PageAction=VIEWPROD&ProdID=1597

B RAZIL COM Z

Laboratório da violência A revista alemã Der Spiegel publica na sua edição desta semana uma reportagem sobre a violência em São Paulo. Para a revista, a capital se tornou "O Laboratório da Violência" e os ataques do PCC são um sinal de que o crime organizado já constitui um poder paralelo capaz de controla a cidade. "A violência divide a sociedade, separa os ricos dos pobres e sedimenta as camadas sociais", diz a reportagem. Para provar isso, a reportagem ouviu moradores de uma favela e freqüentadores da loja de luxo Daslu.

Um grupo de cientistas japoneses identificou uma molécula responsável por fazer mamíferos se sentirem saciados, um possível novo alvo para pesquisa de drogas contra obesidade. Os pesquisadores da Universidade Gunma, que relatam a descoberta no site da revista Nature, dizem que o composto, batizado de nestafatina-1, age no hipotálamo, estrutura cerebral ligada a memória e emoções. Injetando a molécula no cérebro de ratos, os cientistas notaram que os animais passaram a comer menos. M EDICINA

Exame de sangue detecta câncer

Andrew Fire e Craig Mello: descoberta ajudará a combater a aids

uma via promissora para tratar uma série de doenças. "Estávamos tentando manipular os genes e descobrimos que algumas coisas eram capazes de desligá-los com bastante eficácia ... Conhecer os genes não significa saber o que eles fazem, portanto se você começa a desligá-los começa a aprender o que eles fazem." As descobertas podem le-

var a formas de interromper a expressão gênica em doenças como o câncer, contendo o crescimento do tumor. "A descoberta já está sendo usada em ensaios clínicos para doenças virais, oftalmológicas e cardiovasculares metabólicas", disse Bertil Fredholm, integrante da Assembléia do Nobel do Instituto Karolinska, em Estocolmo. (Reuters)

Cientistas franceses anunciaram no domingo os resultados preliminares de um novo teste para detectar câncer de pulmão num congresso anual da Sociedade Européia de Oncologia Médica. O teste distingue o câncer de pulmão de outras doenças pulmonares como enfisema. O novo teste funciona detectando proteínas produzidas por células cancerosas no sangue. Essas células produzem tipos e quantidades diferentes de proteínas no sangue, o que lhes dá um perfil de proteína único. Os pesquisadores teorizam que essas assinaturas de proteínas poderiam ser detectadas muito antes de aparecerem os sintomas do câncer de pulmão. L OTERIAS Concurso 158 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

L

www.perpetualkid.com/index.asp?

O site da Sociedade Brasileira de Diabetes reúne uma série de informações, para o público e para os profissionais de saúde, sobre a doença. Na área destinada aos pacientes e o público em geral é possível encontrar desde dicas de alimentação e nutrição até um histórico da doença e uma série de perguntas mais freqüentes com as respostas adequadas, informações sobre leitura e sites que podem dar ajuda extra para quem precisa lidar com todos os tipos de diabetes.

O Ex Voodoo Knife Set é um suporte para facas com estilo, e passa uma clara mensagem para o (a) namorado (a). Ande na linha, senão... Cerca de US$ 70,00 no site Perpetual Kid.

s norte-americanos Andrew Fire e Craig Mello são os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2006 pela descoberta de um mecanismo que desliga os genes, o que pode representar um caminho em potencial para novos tratamentos de doenças como a aids, a cegueira e o câncer. Fire, 47, e Mello, 45, estão entre os cientistas mais jovens da história recente a ganhar o prêmio, de US$ 1,37 milhões. O trabalho deles, publicado em 1998 e mostrou que uma fita dupla de ácido ribonucleico, ou RNA, o mensageiro genético da célula, é capaz de "silenciar" genes específicos num processo chamado interferência de RNA (RNAi). A interferência de RNA rapidamente se transformou numa área importante de pesquisa para empresas farmacêuticas e de biotecnologia, que a encaram como

O

G @DGET DU JOUR

A Barbie, que em seus quase 50 anos já foi dona-de-casa, roqueira, executiva e inclusive astronauta, agora será engajada, com o lançamento de uma nova versão criada para conscientizar a população sobre o câncer de mama. Segundo a Mattel, a fabricante da boneca mais famosa do mundo, a idéia é educar as crianças sobre o câncer de mama e atuar como arrecadadora de fundos para uma fundação especializada na doença. A "Pink Ribbon Barbie" vestirá traje rosa com uma fita que simboliza a luta contra o câncer de mama.

Molécula anti-obesidade

C A R T A Z

A cantora Célia e Quinteto em Branco e Preto. No programa, canções de Noel Rosa (em auto-retrato). Tom Jazz. Avenida Angélica, 2331. Telefone: 3255-3635. 22h. R$ 40.

Barbie contra o câncer de mama

S AÚDE

L

O inconfundível rosto de Albert Einstein "ganha vida" no primeiro robô que anda, capaz de expressar surpresa, alegria, tristeza e ira, uma invenção que estréia em uma conferência tecnológica realizada em Nova York. A máquina bípede com o rosto do famoso cientista, pode ser vista em ação no NextFest, evento organizado pela revista Wired no Centro de

M ARKETING

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Na Europa, quase metade da população desconhece os modos de disseminação da aids O governo americano quer que o Brasil receba maior número de refugiados colombianos Se Hugo Chávez fosse candidato a presidente da Argentina, estaria eleito, mostra pesquisa

02

07

08

09

10

11

12

15

16

17

18

19

20

22

23


4

Câmara Senado Dossiê Brasília

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Os parlamentares envolvidos não foram condenados. Eles tinham, portanto, o direito de disputar as eleições. Luiz Inácio Lula da Silva

DELEGADO NEGA MANOBRA POLÍTICA

EDMILSON PEREIRA BRUNO DIZ QUE AGIU A MANDO DA CONSCIÊNCIA

Eymar Mascaro

Vento a favor

FOTOS NÃO TINHAM FINS T ELEITORAIS, DIZ DELEGADO.

O

delegado da Polí- no, o inquérito estava sob secia Federal Edmil- gredo de justiça, mas as fotos son Pereira Bruno não. Ele negou ter recebido diafirmou que não nheiro em troca do repasse das teve motivação política para fotos para a imprensa. "Se eu divulgar, na última sexta-feira, recebesse dinheiro, iria repaso CD contendo as fotos do di- sar isto para vários repórteres. nheiro apreendido, que seria Eu estaria rico, hoje", ironizou. usado por Gedimar Pereira Ele manteve a versão que diPassos e Valdebran Padilha vulgou à imprensa na última para comprar um dossiê, con- sexta-feira, quando afirmou tra o então candidato tucano, que um dos CDs com fotos suJosé Serra. Bruno citou o minis- miu do seu escritório. Explicou tro Marco Aurélio Mello, pre- que entregou dois CDs para a sidente do Tribunal Superior imprensa e que havia pedido Eleitoral, para justificar sua aos jornalistas que repassasatitude. "O ministro foi muito sem as fotos para todos os cofeliz quando disse: 'A publici- legas. Bruno disse que dispodade é regra, o sigilo é exce- nibilizará os seus sigilos banção'", afirmou. "O que eu fiz, cário e telefônico e reafirmou tantos outros fizeram, tantas ser apartidário. "Alguma vez operações da Polícia Federal alguém me viu com alguém do foram divulgadas. Acho que o PT ou do PSDB? Eu sou uma cunho político estaria sendo pessoa apartidária. Tenho midado, ao não Reprodução / AE n h a c o n sdivulgar as ciência tranfotos". qüila e agi "Eu assudentro da mi ter vazaminha função como do as informações. Um delegado da PF", disse. v az am en to c o m o m u iO delegado insinuou tos outros ocorreram e q u e d i v u lmuitos ou- À vista: Bruno assume o vazamento. gou as fotos tros vão para se proocorrer. O que é relevante no teger de algo que qualificou de momento é a origem do di- "uma armadilha". "O que eu nheiro. É isto que dá o cunho posso temer é uma covardia, político à coisa e não o vaza- querem me imputar coisas que mento de algumas fontes". não fiz", acrescentou. "Eu fiz Questionado por que partici- sozinho, por consciência e não pou da perícia no Banco Cen- motivado para ser herói, ou tral e na Caixa Econômica Fe- paladino da Justiça e sim para deral, se estava fora do caso, o cumprir o meu dever, como delegado limitou-se a dizer: delegado da Polícia Federal e "Isto eu não posso dizer, mas até mesmo para evitar alguma foi isto que motivou tudo para armadilha que poderia ser feique eu divulgasse as fotos". ta contra mim". O delegado entende que fez "Se quiserem me punir, que um bem para a sociedade. "Vo- punam dentro dos ditames da cês acham que a sociedade tem lei. Mas, se me julgarem culpadireito de saber a verdade? Se, do, 80% da PF vai ter que ressim, eu agi certo. Se não, eu agi ponder pela mesma coisa que errado", opinou. Segundo Bru- fiz", ameaçou. (AE)

rês forças políticas emergem das urnas em São Paulo: Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, e Guilherme Afif Domingos, do PFL. Alckmin levou a eleição presidencial para o 2º turno, enquanto Serra se elegeu governador já no 1º turno. Já o empresário e presidente licenciado da Associação Comercial alcançou 44% dos votos, perdendo por uma diferença de apenas quatro pontos para o candidato do PT, Eduardo Suplicy. A votação de Afif é o reconhecimento do eleitor ao trabalho desenvolvido pelo empresário, defendendo o contribuinte de uma cobrança escorchante de impostos.

Arquivo / AE

MÃOS À OBRA

Outros tempos: o presidente e o ex trocando ataques, em 1989.

LULA E COLLOR: DEU 'NAMORO'.

A

o comentar a eleição para o Senado do expresidente Fernando Collor de Mello (PRTB) por Alagoas, o presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva disse acreditar que o seu ex-adversário possa realizar um trabalho excelente no Senado. "Collor já estava há 14 anos de castigo. Com a experiência de presidente, ele poderá fazer um trabalho excepcional no Senado – disse Lula. O presidente também comentou o fato de os parlamentares envolvidos em escândalos de corrupção – o "mensalão" denunciado pelo exdeputado Roberto Jefferson, a chamada "máfia dos sanguessugas" criada para acompra de ambulâncias com preços superfaturados, a atuação dos "vampiros" e, mais recentemente, o esquema montado para a compra de

um dossiê contra o PSDB – terem sido eleitos ontem. Para Lula, essas pessoas ainda não foram condenadas e, nessas condições, tinham todo o direito de concorrer às eleições e de serem votadas, como qualquer cidadão. "As pessoas (os parlamentares envolvidos) não foram condenadas. Elas tinham, portanto, o direito de disputar as eleições. E não sou eu quem vai questionar o voto de ninguém. Eu não conheço eleitor de primeira e segunda categoria", ressaltou Lula. Relação antiga – O "namoro" do candidato petista com o ex-presidente Fernando Collor teve avanços, embora não tenha sido articulado formalmente. Ainda empolgado com a própria eleição, Collor disse que pode – e deve – apoiar o presidente Lula no 2º turno. Ele admitiu que poderá até pedir aos seus eleitores votos para o petista, mas sem subir em palanques ao lado do presidente: "Nem tanto ao mar nem tanto à terra", disse Collor. (AE)

A VOLTA DA PROPAGANDA ELEITORAL

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

Tema

Avaliação da conjuntura política pós-eleições Palestrantes • Guilherme Afif Domingos Presidente • Amaury de Souza Cientista Político Dia: 9 de outubro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar

A

propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão poderá ser retomada ainda nesta semana. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que, pela lei, basta que se cumpra um intervalo de 48 horas após a promulgação oficial do resultado do 1º turno. Os candidatos que disputarão o 2º turno das eleições para a Presidência da República e governos estaduais poderão veicular seus programas até o dia 27 deste mês, dois dias antes de os eleitores voltarem novamente às urnas, no dia 29. Período – O tempo da propaganda será dividido igualmente entre os candidatos, sendo que primeiro serão veiculados os programas da eleição presidencial e depois da eleição para governo estadual, que acontecerá em 10 Estados (GO, MA, PA, PB, PR, PE, RJ, RN, RS e SC). A ordem de veiculação da propaganda de cada partido ou coligação no primeiro dia será sorteada pelo TSE e pelos Tribunais Regionais nos estados e alternada nos dias seguintes. Cada candidato, seja a presidente ou a governador, terá 20 minutos de programa por dia, divididos em dois blocos, mais 7 minutos e meio diários de inserções. No rádio, a propaganda será às 7 horas e às 12 horas e na TV, às 13 horas e às 20h30, inclusive aos domingos.(AE)

Motivado como sempre, Afif já está preparado para ser um dos comandantes da campanha de Geraldo Alckmin no 2º turno. O empresário já anunciou que irá para a linha de frente da campanha.

SEQÜÊNCIA

Alckmin vai continuar explorando os pontos mais fracos de Lula, que estão localizados no campo ético. O tucano vai continuar falando sobre os escândalos que abalaram a estrutura do governo Lula, como mensalão, sanguessugas e, ultimamente, o caso do dossiê contra tucanos.

ATAQUE

O tucano espera aumentar sua votação em Minas, agora que Aécio Neves já se reelegeu governador, com 77% dos votos. É importante intensificar a campanha no estado, que tem um colégio eleitoral de 13 milhões de votos.

que obteve 2,5 milhões de votos. Dissidente do PT, Cristovam deve dar seu apoio ao tucano porque ainda está magoado com a forma como foi tratado e defenestrado pelo PT. Cristovam foi demitido do ministério de Lula por telefone.

NEUTRALIDADE

Heloísa Helena (PSol) está inclinada a se manter neutra na eleição do 2º turno. A senadora, no entanto, será procurada por tucanos para dar seu apoio a Alckmin. Heloísa Helena foi expulsa do PT por ter-se colocado contra o governo Lula no Senado, principalmente na votação da reforma da Previdência.

DIFERENÇA

O PT não esperava que Alckmin ganhasse de Lula em São Paulo com uma diferença de quase 20 pontos. O tucano alcançou 55% dos votos no Estado, contra 36% do petista. Para compensar, Lula venceu Alckmin nos outros três estados do Sudeste, Rio, Minas e Espírito Santo.

EM CIMA

DERROTA

O grande perdedor na Bahia foi o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL). O velho cacique apostava todas as fichas de que seu candidato, Paulo Souto, sairia vitorioso já no 1º turno. Mas quem venceu no 1º turno foi o exministro Jaques Wagner.

DIVISÃO

O candidato ao governo do Paraná pelo PDT no 2º turno, Osmar Dias, deve anunciar seu apoio a Geraldo Alckmin, enquanto Roberto Requião (PMDB) deve fixar sua imagem vinculada a Lula. Detalhe: o tucano ganhou a eleição, e bem, nos estados do Sul do País, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

DIFICULDADE

O PFL acha muito difícil que seu candidato ao governo de Pernambuco, Mendonça Filho, vença Eduardo Campos (PSB) no 2º turno. Isto porque o candidato socialista tem o apoio de Lula, que alcançou 66% dos votos no Nordeste. O PFL não queria ter como adversário no 2º turno o candidato do PSB.

TRABALHISTAS

Alckmin confia no apoio do PDT, sobretudo de Cristovam Buarque,

Lula perdeu a eleição para Alckmin em todos os estados do Sul e CentroOeste, mas ratificou sua liderança no Nordeste, vencendo nos nove estados da região. A surpresa ficou por conta do Amazonas: lá, Lula obteve sua maior vitória, 78% dos votos. Mas perdeu no Acre, governado por Jorge Viana, do PT.

ERRO

O PT acredita que a vitória de Lula em Minas poderia ter sido mais ampla se os petistas não tivessem se aliado a Newton Cardoso. Exgovernador, Newton se candidatou ao Senado pelo PMDB e foi batido por Eliseu Resende, apoiado por Aécio Neves.

APOIO

O medo dos alckimistas era que Yeda Crusius (PSDB) passasse para o 2º turno na eleição de governador do Rio Grande do Sul com Germano Rigotto (PMDB). Fora do 2º turno, Rigotto pode agora apoiar Alckmin. Pelo menos este é o sonho dos tucanos. Yeda Crusius vai disputar o 2º turno com Olívio Dutra, do PT.

REVIRAVOLTA

O PT quer fazer uma reciclagem no partido nos estados do Sul. O partido achou pífia a votação de Lula na região. Lula começou a perder a liderança no último mês de campanha, a começar do Rio Grande do Sul, estado em que o partido chegou a dar as cartas nas últimas eleições.


6

Nacional Empresas Legislação Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

52

ASSÉDIO COMEÇA A TER JURISPRUDÊNCIA

por cento das mulheres sofrem assédio sexual no trabalho, de acordo com a OIT.

Divulgação

ASSÉDIO SEXUAL, DOS FILMES À REALIDADE

D

epois de perder o cargo que almejava, um homem é surpreendido por uma reunião íntima, à noite, marcada pela nova chefe com segundas intenções. Porém, ao rejeitá-la, é acusado de assédio sexual. A cena pode ser familiar para quem assistiu ao filme "Assédio Sexual", protagonizado por Demi Moore e Michael Douglas. Mas, ao contrário do que acontece na tela do cinema, é o público feminino que mais sofre com esse crime. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que 52% das mulheres brasileiras já sofreram assédio sexual. A violência desse crime não termina com as "chantagens" para coagir a vítima. A maior "injustiça" do assédio sexual, na opinião da advogada Lílian Dal Secchi, do escritório Maluly Jr. Advogados, está na necessidade de se provar que foi vítima de tal constrangimento que, normalmente, acontece a portas fechadas. Isso porque o ônus da prova cabe à suposta vítima. Os exemplos mais co-

muns de comprovação são bilhetes, mensagens telefônicas, presentes e relatos de testemunhas. "O problema é que, normalmente, essa abordagem é feita de forma verbal e restrita, o que dificulta a sustentação documentada da acusação em um processo", diz a advogada. A falta de comprovação já propiciou que empresas ganhassem ações na Justiça. "Por se tratar de uma acusação séria e muito delicada, os tribunais tomam muita cautela na apuração do fato. O assédio sexual precisa estar bem evidenciado para que a sentença seja favorável à vítima", comenta. Ações – Duas decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) mostram a linha seguida pela Justiça. Em uma delas, o juiz Luiz Otávio Renault deu ganho de causa para uma empresa por falta de provas da reclamante. O magistrado ressaltou que, como o assédio sexual é um crime que acontece secretamente, os tribunais passaram a avaliar a conduta do suposto agressor com outros funcionários para verificar se o comportamento

A atriz Demi Moore (ao lado), no filme "Assédio Sexual" constrange um colega de trabalho.

Cesar Diniz/ Digna Imagem

dele é similar. E, como não havia "qualquer elemento de prova que corroborava com as assertivas da reclamante", decidiu negar a indenização. Em outra decisão, a juíza Lucilde D'Ajuda de Almeida, descaracterizou a denúncia de assédio sexual por considerar que "galanteios ou simples comentários de admiração, ainda que impróprios, se exercidos sem qualquer tipo de pressão, promessa ou vantagem, não configuram o assédio". Por outro lado, também existem jurisprudências no Brasil e em outros países favoráveis às vítimas. Um dos casos mais famosos envolveu o presidente da Toyota dos Estados Unidos, Hideaki Otoka. O executivo pediu demissão após ser acusado de assédio sexual por uma

ex-secretária, que pediu indenização de US$ 190 milhões na Justiça de Nova York. No Brasil, o TRT da 9ª Região acatou o pedido de indenização por danos morais de uma funcionária que conseguiu comprovar, por meio de bilhetes, que o seu diretor "manifestou a intenção de manter relações sexuais com ela tecendo comentários sobre o seu corpo". De acordo com o tribunal, "o assediante deixou claro, de forma constrangedora para a recorrida, quais suas pretensões". Em seu depoimento, a vítima declarou que se sentia humilhada ao ouvir expressões como "gostosa". Uma juíza do TRT da 2ª Região, ao julgar um recurso do sócio de uma empresa de calçados de São Paulo, afirmou

É preciso que fique claro que a vítima foi chantageada. Adriana Correra Calvo, advogada que "exigir prova cabal e ocular é simplesmente inviabilizar a prova em juízo, e assim contribuir para que ilicitude de tanta gravidade continue ocorrendo". Entre as testemunhas estava até a esposa do acusado, o que levou a magistrada a registrar que "o recurso chegava a ser desrespeitoso e impertinente". Márcia Rodrigues

É CRIME. PODE DAR CADEIA OU INDENIZAÇÃO.

O

crime de assédio sexual foi integrado ao Código Penal em 2001. Desde então, quem comete esse ato ilícito está sujeito à detenção de um a dois anos. Segundo a advogada Adriana Calvo, para que o crime seja caracterizado é preciso comprovar chantagem por parte do assediador. "Cantadas ou insinuações, por mais que sejam constrangedoras, não implicam em acusação de assédio sexual. É preciso que fique claro que a vítima foi chantageada sexualmente para poder continuar no emprego, por exemplo", explica a advogada. Indenização– Por estar vinculado à relação de trabalho, o assédio sexual também é passível de indenização por danos morais. Não é só o assediador que pode ser processado criminalmente. A empresa também pode ser acionada pela Justiça do Trabalho. Como não existe previsão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) sobre indenizações relacionadas ao assédio sexual, as ações que tramitam na Justiça pedem reparação por danos morais. Há também os pedidos de rescisão indireta do contrato de trabalho – situação em que o empregado pede sua demissão e tem direito a todas as verbas rescisórias, como se tivesse sido demitido. Existem, ainda, processos pedindo descaracterização de demissão por justa causa. (MR)

REFIS EM VIGOR, REDUÇÃO DE MULTAS E JUROS DO ICMS ATRASADO governador Cláudio Lembo sancionou a Lei 12.399/2006, aprovada pela Assembléia Legislativa, que estabelece a redução de multas e juros para o recolhimento integral do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em atraso. Trata-se do Programa Especial de Pagamento de Débitos Fiscais, que envolve dívidas (inscritas ou não na dívida ativa) apuradas até 31 de dezembro de 2005. A lei foi publicada na edição do último sábado do Diário Oficial. Prazos– A redução das multas pode chegar a até 90%, e dos juros até 50%, se o recolhimento for efetuado até o próximo dia 31. Para o pagamento até 30 de novembro, a redução do valor das multas é de 80% e para o recolhimento até 22 de dezembro, de 70%. Em todos esses casos, a redução dos juros é de 50%. Será publicada na edição de hoje do Diário Oficial uma resolução conjunta do secretário da Fazenda e do Procurador Geral do Estado indicando os procedimentos e condições para os contribuintes interessados em aderir ao programa. A resolução deverá conter, entre outros itens, procedimentos para o cálculo e recolhimento do imposto. O contribuinte deverá efetuar o cálculo por consulta ao Posto Fiscal Eletrônico da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP) www.pfe.fazenda.sp.gov.br. Se o cálculo não puder ser feito dessa forma, o contribuinte poderá solicitá-lo me-

O

diante requerimento a ser protocolado nas unidades fiscais da Secretaria da Fazenda até as seguintes datas: até 18 de outubro (para o recolhimento até 31/10/06); de 1 a 14 de novembro (para o pagamento até 30/11/06); e de 1 a 13 de dezembro (para o recolhimento até 22/12/06). Os modelos dos requerimentos estão no texto da resolução, que também estabelecerá os documentos necessários que devem ser anexados ao requerimento de cálculo. Devido ao atraso na assinatura da lei, foram feitos vetos ao inciso I, do artigo 1º, que tratava do prazo para recolhimento – inicialmente previsto para o dia 30 de setembro –, com redução de 100% do valor das multas e 50% dos juros. O governador vetou também o artigo 2º e seus incisos. Estímulo – A lei, de iniciativa do Poder Executivo, atende a uma série de solicitações de entidades representativas dos contribuintes no sentido de criar condições para reduzir a inadimplência e estimular o pagamento de tributos estaduais em atraso. Essa lei abrangerá, inclusive, obrigações tributárias decorrentes de benefícios fiscais irregulares. A Sefaz-SP estima que a arrecadação adicional decorrente da quitação dos débitos do ICMS em atraso, mesmo com descontos, deve chegar a R $ 5 0 0 m i l h õ e s . C e rc a d e R$ 125 milhões serão repassados aos municípios, como prevê a legislação (DC)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

será como antes nesse país. Nas palavras de FHC, Lula pode ter ainda popularidade, mas não tem mais o respeito.

Carta aberta aos órfãos da razão Robson Fernandjes/AE

otei nulo e votarei novamente. Ninguém que se candidatou é inocente, ninguém. Não daria meu voto para nenhum deles. Porém, votar no Lula é muita alienação, e é a prova de que nosso país nunca irá para a frente, porque a democracia é injusta conosco, já que mais da metade da população é praticamente ignorante. Prova disso é que o Lula já ganhou uma vez e pode ser que ganhe novamente... Não digo nada sobre corrupção, pois qualquer um que estiver lá poderá roubar-nos. Não há critérios para evitar

V

isso. Nós achamos que sabemos de tudo o que está nos acontecendo. Que todas essas coisas sobre dossiê, etc., são verdade. Mas não sabemos de nada. A má mídia nos deixa ignorantes, ela faz com que acreditemos no que ela deseja. Então, não é porque a televisão está dizendo que o Lula fez isso e aquilo que não votarei nele. Quando ele ganhou a eleição, há quatro anos , fiquei tão indignado que achei que alguém iria tomar alguma providência para tirálo do poder. O presidente não irá mudar a situação do País em termos de corrupção. Pois é uma bola de neve tão grande que mesmo

Jesus, se eleito, não conseguiria fazer milagres. Porém, nosso presidente é a imagem do país. E, realmente, o Lula não poderia demonstrar melhor a nossa imagem: um país de ignorantes e analfabetos... Um país hipócrita. Que cobra de nós uma gradução (senão uma pós) para que não tenhamos um emprego minimamente decente, e que elege um presidente que não sabe o que fala e não tem nem segundo grau, e ainda se gaba disso, numa verdadeira apologia à ignorância. Continuem votando no Lula. E tenham orgulho dessa

Não é porque a televisão está dizendo que o Lula fez isso e aquilo que não votarei nele. De qualquer maneira, meu voto é nulo.

ignorância. De qualquer maneira, meu voto é nulo. E qualquer um que ganhe não fará mais diferença para mim. Mas acho no mínimo muuuuuuuuuito engraçado que o Lula consiga chegar ao segundo turno ou mesmo se vier ganhar a eleição. Imagine se sua empresa tivesse um setor de RH tão ruim quanto o sistema eleitoral, onde qualquer analfabeto poderia se candidatar ao maior emprego de todos. Ela já teria falido. Assim como o Brasil... VICTOR CESPON PRIVAT, WEBMASTER E CIDADÃO INDIGNADO VICTORPRIVAT@HOTMAIL.COM

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

“quase” mais uma vez definiu a sorte do G Alckmin contou m um tempo muito curto, a oposição terá país, ampliando o espaço de tempo que os com a sorte de, descobrir uma forma de exigir que a Juscandidatos têm para continuarem a colo- na última hora, tiça revele honestamente os reais culpacar suas propostas. Lula já cantava de galo e fesdos dos crimes eleitorais do primeiro turno. alguns milhares tejava o ovo antes que a galinha o botasse. AlckDeve buscar forma de provar que a autoridade de eleitores min contou com a sorte de, na última hora, alguns máxima do País é responsável, por ação ou por milhares de eleitores colocarem a mão na cons- colocarem a mão omissão, pelos desfalques que sua equipe de na consciência ciência e resolverem apostar no “menos pior”. praticou. Deve exigir que Lula diga onde foi paFechadas as cortinas do primeiro ato, arquite- e resolverem rar o dinheiro do valerioduto, onde foram parar tam-se os planos para o segundo, com alguns ele- apostar no alguns bilhões e de onde apareceu o dinheiro mentos da mídia televisiva já quase que exigindo menos pior. do dossiê? que tudo transcorra sem a chamada guerra (ou o Como pode se beneficiar de tudo sem saber de que chamam de "guerra"), que é chamar a atenção G Já estão nada? Deve explicar como seu filho ficou miliodos eleitores para o que de pior aconteceu duran- apelando para nário da noite para o dia e, principalmente, porte a gestão do opositor. Ou seja, já estão apelando que Alckmin que mente tanto. Lula irá novamente comparar para que Alckmin e a população esqueçam os es- e a população seus feitos com os do ex-presidente Fernando cândalos, as falcatruas, as ironias e as irresponsa- esqueçam os Henrique e nos bastidores colocará sua tropa bilidades cometidas pelo então governo Lula. para tentar inverter os fatos. escândalos, Lógico que o brasileiro não é chegado à guerra. as falcatruas, O debate de idéias deve Alguns adoram quebrar bens públicos, ou prefeprevalecer na disputa, ironias e rem o confronto nos dias de futebol. Outros sermas não podemos nos vem de massa de manobras para grupos políticos irresponsabilidades esquecer que Lula coe invadem propriedades. Sempre tivemos aque- cometidas pelo piou e copia as idéias les que, cobertos pelas mazelas políticas, prefe- então governo Lula contidas nos prograrem desviar verbas do governo. Mas na sua maiomas do adversário, ria os brasileiros são honestos, trabalhadores, ain- G A oposição deve como fez com FHC. da que inconscientes politicamente e dependen- exigir que Lula diga Por isso a população tes da mídia para tomar suas decisões. espera que haja o cononde foi parar o A tal "guerra" a que alguns simpatizantes do Lula dinheiro do fronto, e que mais se referem seria o uso das imagens e fatos que mos- valerioduto, onde que explicar Lula tram o envolvimento dos membros do governo Lu- foram parar alguns assuma parte da la nas falcatruas denunciadas pelas CPIs que toma- bilhões e de onde culpa que lhe cabe ram todo o tempo de seu governo. Seria a necessi- veio o dinheiro do e diga porque não dade de explicar para a população que enquanto puniu seus assesdossiê? Lula fazia turismo, o País foi entregue à sua tropa de sores, comprovaelite, que tratou de, “em seu nome”, promover a ded a m e n t e p a r t i c ivassa. Logicamente, Lula não viu nada e p a n t e s d o s e s q u epor isso mesmo tem medo de compamas denunciados. recer aos debates, e como terá que JOÃO PATRÍCIO fazê-lo começa por movimenjbpatric@unisys.com.br tar seus simpatizantes a tentarem engambelar o adversário e o povo, até invertendo o ônus da culpa. O que não deixa de ser uma tática suja de guerra.

O

E

stá aberta a avenida para o Brasil resgatar, uma vez mais, a moralidade pública a partir da defenestração de quem não soube honrar a confiança recebida. A corrupção, o desgoverno, o despautério, superaram a esperança. De outro lado, cabem registrar dois elogios. O primeiro, para a fala do presidente do TSE na noite do sábado anterior ao pleito, em cadeia nacional de rádio e televisão. No chamamento que fez ao voto, Marco Aurélio Melo foi direto, contundente e claro: "Não vote em quem você não contrataria para trabalhar na sua casa, na sua empresa. Não vote em quem fizer boca de urna, porque, se ele desrespeita a lei antes de ser eleito, imagine depois". Nunca havia visto e ouvido antes tamanha definição e precisão em linguagem popular por parte de autoridade maior da lei eleitoral. O segundo é para o candidato Cristovam Buarque. Ele pôs na agenda da discussão nacional o item educação como prioridade. Pelo número de votos, fica claro o quanto ainda é preciso andar para que o Brasil dê a importância que a educação merece. Mas sua presença na defesa dessa bandeira foi um passo grandioso em favor da educação.

E

PAULO SAAB SEMPRE SÃO PAULO os momentos históricos mais importantes, a voz política do Estado de São Paulo, da cidade de São Paulo, se faz presente. Assim foram tantas vezes, como em 1932, e agora, em 2006, com a votação bandeirante permitindo a realização do segundo turno na eleição presidencial. O fato é histórico porque, ao impedir a reeleição de Lula no primeiro turno, os paulistas ofereceram ao Brasil, especialmente às áreas mais pobres, onde Lula teve mais votos, a oportunidade de conhecer mais profundamente o quanto a gestão petista está custando de atraso ao País e como Lula transformou o governo brasileiro em quartelgeneral dos companheiros e apaniguados, sem medidas em sua ânsia de manter-se no poder a qualquer preço. O presidente Lula vai ter que dizer agora em qual das duas posições ele vai ficar: um presidente alienado, ignorante de tudo que se faz nos bastidores de seu governo, onde o lamaçal da imoralidade pública cobriu os tapetes dos palácios, ou um presidente conivente com tudo isso e beneficiário do verdadeiro assalto que se fez ao Estado brasileiro, pela ação de membros de seu governo e até um filho promovido a próspero empresário no período de sua gestão.

N

população brasileira, notadamente a massa alienada das informações e dependente da bolsaesmola de Lula, que deseja essa gente dependente do governo (de preferência o seu) eternamente, pelo mecanismo do segundo turno, vai ser melhor informada. Lula não poderá mais fugir dos debates e terá, agora, frente a frente, que se explicar de tudo que até agora negou. Mesmo que seja reeleito em segundo turno, o que já é mais uma possibilidade do que uma certeza, mais do que uma perspectiva, uma ameaça ao bom senso, nada mais

A

nota destoante foi à votação recebida por nomes petistas envolvidos até o pescoço com as acusações de improbidade e falta de ética que estarão na próxima legislatura no Congresso Nacional. A sapiência do eleitorado ainda não chegou perto do discernimento que separa, no voto proporcional, o joio do trigo. Também a votação de Afif, do PFL, expressiva, forte, foi uma advertência aos institutos de pesquisa (entre outros casos não detectados antes) e ao próprio PT, de que o eleitor de São Paulo quer mudanças.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G Os paulistas

deram ao Brasil a oportunidade de conhecer o quanto a gestão petista atrasa o País.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Saio fortalecido das urnas com uma enorme votação, mas sem esquecer que ela é fruto de um trabalho solidário das militâncias do PSDB, PFL, PPS e PTB. Guilherme Afif Domingos

O NOVO QUADRO POLÍTICO DE SÃO PAULO

SERRA E GOLDMAN INICIAM NEGOCIAÇÕES SOBRE NOVO GOVERNO José Patricio/AE

José Serra começa a articular seu governo. Tucano graúdo, o governador eleito é peça importante para Alckmin conquistar o Planalto.

O

Serra, Kassab e Afif: aliados unidos em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência.

mais a mesma forma do início da campanha. Projeção nacional – Serra, com um grande recall nacional por conta da eleição de 2002, é o convidado ilustre, porém o mais reticente. Ele não morre de amores pelo colega, adversário no início deste ano na disputa interna pela candidatura nacional. A pendenga entre eles também passa pela aspiração de Serra em ser presidente da República. Como não conseguiu ser o indicado pelo partido nesta eleição, ele almeja candidatar-se em 2010, mas encontra Aécio Neves, que tem a mesma pretensão, em seu caminho. Por esses obstáculos, uma costura de apoio integral neste 2° turno passa pela indicação de Alckmin sobre quem terá seu apoio. Os dois atuais governadores querem, ainda, o compromisso do colega de que não tentará, caso saia vitorioso das urnas no próximo dia 29, nenhum artifício para garantir a reeleição ou o prolongamento de mandato. Ronda nas cabeças tucanas a conta de que, com Serra, Alckmin poderia abrir 15 milhões de votos no Estado de São Paulo – 3,5 milhões a mais que o registrado neste 1° turno. (Agências)

CÂMARA MUNICIPAL PERDE SETE VEREADORES

A

Câmara Municipal de São Paulo mostrou novamente ser um dos principais trampolins políticos em ano de eleição. Em março de 2007, nada menos do que sete vereadores deixarão o Legislativo Municipal para ocupar cargos na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara Federal, em Brasília. O PSDB foi o partido com o maior número de vereadores eleitos: José Aníbal e William Woo como deputados federais, enquanto que Marcos Zerbini e Ricardo Montoro ajudarão a compor a bancada governista na Assembléia do recém-eleito governador José Serra. Entre os vencedores tucanos, destaque para a volta ao cenário nacional de Aníbal, que já foi deputado federal. Pelos lados da bancada petista na Câmara Municipal, apenas o ex-secretário de Habitação na gestão de Marta Suplicy, Paulo Teixeira, foi eleito deputado federal. No PFL, Jorge Tadeu Mudalen retorna à Brasília para o quarto mandato. Já Carlos Gia-

nazzi levará o PSol para a Assembléia Legislativa, deixando a vaga para um suplente de seu antigo partido, o PT. Enquanto o dia de ontem foi de comemoração para sete vereadores, outros ficaram desapontados. A ex-vj da MTV , Soninha Francine (PT) e o ex-judoca e medalhista olímpico, Aurélio Miguel (PL) não atingiram os votos necessários para deputado federal. Ainda no PT, Chico Macena também não foi eleito como estadual. O único candidato a um cargo majoritário saído da Câmara, Carlos Apolinário (PDT), retorna. Jooji Hato (PMDB), o ex-jogador de futebol Ademir da Guia (PL) e Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB) completam a lista dos vereadores que darão continuidade aos seus mandatos. A Câmara Municipal é pródiga em lançar nomes políticos de expressão: Eduardo Suplicy, José Eduardo Cardozo, Luiza Erundina, Paulo Kobayashi e Jânio Quadros são alguns exemplos que saíram de lá. Ivan Ventura

AFIF ENTRA NA CAMPANHA PARA ELEGER ALCKMIN

V

ai começar tudo de novo. "Será uma outra eleição. Esperem de tudo nesse jogo", alertou ontem Guilherme Afif Domingos, da coligação "Compromisso com São Paulo" (PSDB, PFL, PPS e PTB), que obteve 8,3 milhões de votos na disputa por uma vaga no Senado Federal. "Geraldo Alckmin (PSDB) entra na disputa presidencial em linha ascendente e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na descendente, o que mostra que em algum momento elas vão se cruzar", observou Afif. Nesse caminho muita coisa pode acontecer, segundo ele, "pois há uma quadrilha que está no poder, embora formalmente afastada, que sempre foi acariciada". Avaliação – "Dessa gente pode-se esperar de tudo, desde quebrar o sigilo bancário de um humilde caseiro até arrumar um dossiê contra o José Serra", insistiu Afif. "Foi assim que o PT aparelhou o Estado brasileiro. Por isso temos agora que ir mostrando e denunciando o descalabro do desvio da máquina pública para uso político", justificou. Ao mesmo tempo, Guilherme Afif revela que vai "apresentar propostas para redirecionar essa máquina, para atender as necessidades concretas da população". Ele acrescentou que isso será apresentado no trabalho que "inicia neste momento para ajudar Alckmin a chegar à

MARTA ASSUME CAMPANHA DO PT EM SÃO PAULO

D

errotado em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai trocar a coordenação local da campanha. Sai o presidente do diretório estadual do PT, Paulo Frateschi, e entra Marta Suplicy. Os petistas apontam três motivos: o fraco desempenho em São Paulo; o PT paulista está no centro do escândalo da compra do dossiê e Marta saiu fortalecida da eleição, elegendo todos os seus candidatos a deputado estadual e federal. (AOG)

Presidência da República". Para tanto ele conta, inclusive, com o "peso" dos seus votos depositados pelos eleitores. "Saio fortalecido das urnas com uma enorme votação, mas sem esquecer que ela é fruto de um trabalho solidário das militâncias do PSDB, em conjunto com o PFL, PPS e PTB", destacou. Afif lembrou que depois de 16 anos afastado da política retornou num momento especial. "Escolhi o melhor momento e a melhor companhia para voltar", afirmou. Ex-deputado federal e excandidato à Presidência da República, o empresário atingiu a marca de 43,7% dos votos depositados pelo eleitorado paulista nas urnas no último dia 1º. Com a performance, acabou perdendo para o favorito Eduardo Suplicy (PT) por uma margem de pouco mais de 700 mil votos. "Eu só não tive mais votos por causa do problema do número", disse Afif. Por pertencer ao PFL, utilizou o número 252 na disputa. Enquanto isso, o governador eleito José Serra e o candidato à Presidência Geraldo Alckmin disputaram com o número 45, do PSDB. Afif disse acreditar que uma quantidade relevante de eleitores anulou o voto por engano no momento em que digitou 45 para o Senado, com o intuito de apoiar o candidato da coligação. Sergio Leopoldo Rodrigues

Joyce Cury/Folha Imagem

governador eleito de São Paulo, José Serra, se encontrou na tarde de ontem com o seu vice, Alberto Goldman, para discutir a formação de sua equipe no Palácio dos Bandeirantes. A reunião ocorreu na casa de Serra, no Alto de Pinheiros, zona Oeste da capital. Além de Goldman, estiveram presentes os tucanos Walter Feldman e Chico Graziano. Graziano levou mudas de árvores frutíferas (de pêssego, ameixa, acerola, pêra, maçã, jabuticaba e manga), que foram plantadas no quintal da casa. "É uma maneira de atrair meu neto para cá. Ele é louco para pegar coisas em árvores. Chico, que é nosso teórico e prático da agricultura, quem trouxe. Não foi promessa, mas está associado, porque plantar é uma coisa para o futuro", afirmou o governador eleito. Serra disse ainda que não conseguiu dormir à noite. Segundo ele, o pó de guaraná que tomou antes de ir para a festa do PSDB e a excitação da vitória não o deixaram dormir. Ele contou que passou a noite na internet, conferindo o resultado das eleições pelo País, e só conseguiu dormir pela manhã. Em seguida, aproveitou para ligar para os amigos que perderam as eleições, mas não quis dar nomes. O governador eleito afirmou que, até o 2° turno, vai dividir seu tempo entre a campanha nacional e a transição do governo estadual e que, se necessário, viajará com Geraldo Alckmin pelo País. "Não sou comandante, sou militante, ressaltou, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem

CHOQUE ROSA – A estratégia da candidata Dárcy Vera foi bem aceita pelo eleitorado. Sua campanha abusou dos tons rosados e fez dela a mulher mais bem votada para a Assembléia Legislativa de São Paulo. Com 140 mil votos, a agora eleita deputada estadual transitou pelas ruas de Ribeirão Preto, onde foi vereadora, e região em uma Kombi chamativa. Além da cor e da feminina abelha mascote, Vera – que já tentou essa vaga em 2002 – fez mudanças estruturais e até instalou uma cadeira especial no teto do veículo. Tudo para poder ser vista e ter um contato mais próximo de seu público.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

4,8

por cento foi o aumento no número de títulos do setor industrial protestados no mês de setembro.

2/9/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 28/09/2006 28/09/2006 28/09/2006 28/09/2006 28/09/2006

P.L. do Fundo 9.405.193,54 1.451.059,94 7.814.485,48 15.703.424,15 1.288.496,03

Valor da Cota Subordinada 1.199,378746 1.093,933678 1.162,184316 1.122,186159 1.101,017989

% rent.-mês 1,9575 1,5276 1,3640 7,5766 3,6770

% ano 22,7650 9,3934 16,2184 12,2186 10,1018

Valor da Cota Sênior 1.000,000000 1.087,116562 1.100,611028 0 0

% rent. - mês 1,0100 1,1005 -

% ano 8,7117 10,0611 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Va r e j o Game Ser viços Fotografia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

mpresas brasileiras de todos os portes imprimiram no ano passado um oceano de páginas em máquinas que não lhes pertencem. De acordo com estudo da IDC Brasil, foram quase oito bilhões de páginas impressas pelo sistema de outsourcing – em tradução literal, recursos externos. Mais simples, ainda, a conhecida

Divulgação

Luciano Crippa, analista do IDC: "Esse tipo de serviço tornou-se prioridade para as empresas, pela promessa de redução de custos.

terceirização. Esse mercado registrou em 2005 crescimento histórico desde seu início no País, chegando a um aumento de 42,5% sobre o resultado de 2004. Os fatores que levaram ao crescimento recorde são vários e vão dos grandes contratos firmados em 2005 pelos setores de manufatura e financeiro, até a queda do preço dos equipamentos, causada pela baixa do dólar como pela estabilização econômica – além do acirramento da disputa entre os fornecedores. Até 2010, segundo o IDC, o número de páginas via outsourcing deve dobrar para 17 bilhões. Para Luciano Crippa, analista do IDC, esse tipo de serviço tornou-se prioridade para as empresas nos últimos anos, pela promessa de redução de custos. "A contratação deste tipo de prática passou a ser um teste para as demais terceirizações", observa ele. Tendência - De acordo com outro estudo de demanda realizado pelo IDC no início de 2006, IT Investment Trends, das 500 maiores empresas 41% já terceirizam a impressão. Do restante, 20%

pretendem terceirizar até o final deste ano, com destaque para grandes contratos no setor financeiro e na indústria. A s t e n dên ci a s a p onta m que o outsourcing de impressão tenha sua demanda muito aumentada. Mas a saturação do serviço nas grandes companhias acabará criando abertura também nas médias empresas, talvez até nas pequenas, além de queda no valor dos contratos, que agregam mais funcionalidades e serviços, como o GED (gerenciamento eletrônico de documentos) e o workflow, entre muitos outros. São esperadas novas vias na prestação destes serviços, com antigos distribuidores ou canais de comercialização de serviços tornando-se revendas de valor agregado (VAR) na terceirização de impressão. Cuidados ao escolher - O estudo "Brazil Printing Outsourcing 2006" foi baseado em pesquisas com todos seus fornecedores e canais no País. Alguns especialistas em terceirização, entretanto, alertam os empreendedores para a necessidade de avaliar com cuidado os fornecedores do serviço, para evitar dores de cabeça no futuro. "Outsourcing é semelhante à globalização. Não tem como negar. E como tudo que representa modernidade gerencial quem chegar à frente tem melhores oportunidade para se desenvolver e competir", avalia Roni Franco, especialista em gestão de outsourcing e sócio-diretor da Trevisan Services. De acordo com o executivo, "Alguns CIOs e CEOs defen-

8

dem que tudo bilhões de páginas que não é da foram impressas especialidade pelo sistema da empresa de outsourcing tem de ser terno ano passado. ceirizado. Porém, há quem diga também que não se deve passar tudo para a terceirização para não se perder o controle. Por outro lado, a defesa pelo outsourcing no setor de TI é quase foi o aumento de unânime e vem ganhando forimpressões registrado ça nas grandes, médias e pequenas organizações de negó- sobre o resultado do ano cios em todo o mundo". anterior, 2004. Fundamental - Para Vittorio Danesi, diretor-superintendente da Simpress, líder no mercado de soluções de das 500 maiores impressão e empresas já gestão de terceirizam a d o c u m e nimpressão. tos – mais de 80 mil equipamentos instalados no País – há alguns pilares de sustentação e requisitos fundamentais para o sucesso de um outsourcing de impressão, que devem ser testados e avaliados pelo contratante junto ao fornecedor: do restante pretendem "Deve-se checar a habilidaterceirizar até o final de logística bem desenvolvida para garantir a oferta de supri- deste ano, com destaque mentos e a troca eventual de para o setor financeiro peças; infra-estrutura de assistência técnica com a mesma e a indústria. qualidade de atendimento em todo território nacional; capacidade tecnológica do fornecedor - que deve possuir software para análise da produção, medição de SLA (nível de serviço) – e bilhetagem", orienta o executivo.

42,5%

41%

20%

Rachel Melamet

Controle suas impressões. Teste gratuito. assar diante de uma impressora, em empresas de qualquer porte, e observar aquela montanha de papel nos cestos de lixo, resultado de cópias mal feitas e sem controle, causa má impressão, literalmente. Mesmo que o papel vá para reciclagem, fica aquela sensação de impotência diante do desperdício e a vontade de encontrar uma solução para o problema. Controlar o sistema de impressão, evitando gastos desnecessários com papel, tinta e toner, é a proposta do PaperCut NG, uma solução de gerenciamento de impressão desenvolvida por programadores australianos a partir de 1997 e que hoje tem milhões de usuários em mais de 60 países. A solução está chegando ao Brasil através da representante exclusiva InterAmericana. O sistema opera em múltiplas plataformas, permite acesso ao seu código fonte e acompanha o crescimento das

necessidades do usuário. Pode ser implementado de diversas maneiras, através do controle de cotas ou pagamento por uso, por exemplo. Sua administração é 100% baseada na web, permitindo controle administrativo em qualquer lugar do mundo. "Trata-se de uma solução extremamente fácil de ser implantada, que reduz de forma efetiva os custos de impressão, eliminando desperdícios", explica Antônio Marcelo Guarizzo, diretor-presidente da InterAmericana, que representa o PaperCut NG com exclusividade para o mercado brasileiro. Integrado e sigiloso - De acordo com o executivo, a solução trabalha integrada com os servidores de impressão já existentes, passando a monitorar instantaneamente e em tempo real tanto os usuários como as impressões, com uma administração flexível. O PaperCut NG intercepta o

uso da impressora no nível dos servidores, calculando o custo pelo uso e deduzindo-o de uma conta central associada ao usuário. Os administradores podem definir cotas e agendar alocação de créditos por intervalo de tempo. Permite ainda utilizar ferramentas para controlar impressão pré-paga para uso por clientes, usuários ou estudantes. O uso de impressora é calculado por custo por página com opções para cor, tamanho e impressão dupla. No ambiente de negócios, ele pode ser implementado em modo silencioso, permitindo somente aos gerentes acesso aos dados para análise. Nas instituições de ensino, ele pode aplicar restrições, fazendo com que usuários que excedam seus créditos tenham acesso negado aos recursos de impressão ou à internet, ao mesmo tempo em que fornece dados sobre a impressão por departamento ou por faculda-

de. Em qualquer caso, o acesso aos relatórios de atividades é imediato, e eles podem ser disponibilizados em pdf, html e Excel. Apesar da simplicidade de operação, o PaperCut NG pode monitorar redes com mais de 20 mil usuários, com a opção de uso de diversos bancos externos de dados como Mic ro s o f t S Q L S e r v e r, P o s tgreSQL ou qualquer outro de uma extensa lista fornecida. A solução apresenta suporte total para múltiplos servidores de impressão e monitoramento de impressoras locais. Teste grátis - Uma versão para avaliação por 40 dias está disponível para download no s i t e w w w. i n t e r a m e r i c ana.com.br. Quem tiver menos de cinco usuários registrados no sistema de impressão pode continuar usando a solução gratuitamente após o teste. Mais informações pelo telefone (11) 3872-7988 (RM)

Controle remoto digital para câmeras Pro-View Wireless Remote Display WRD-100 é o mais novo lançamento para os usuários de câmeras digitais reflex (DSLR) e para quem tem câmeras reflex tradicionais para filmes 35 mm. Vem equipado com uma microcâmera de vídeo de 2.4 GHz, que substitui o visor óptico da máquina, transmitindo as imagens para o monitor colorido do controle remoto. Dessa forma, você vê exatamente o que a câmera está registrando. Para focalização, o WRD-100 já vem com um botão que torna possível para o usuário ajustar o foco. O aparelhinho não tem cabos e permite monitoração a uma distância em torno de 900 metros. Você pode capturar imagens de animais, fotos em close-up e

Ana Maria Guariglia

Da Austrália para o Brasil, um sistema de gerenciamento de impressão que promove a economia e evita o desperdício.

Do restante deste total, 20% pretendem terceirizar a impressão até o final do ano

DAS 500 MAIORES EMPRESAS, 41% JÁ TERCEIRIZARAM.

Não imprima mais nada. Deixe o trabalho para terceiros. Muito mais impressões impressões terceirizadas em 2005: 8 bilhões. Até 2010, diz o IDC, esse número deve dobrar.

9

macro, além de registros de reportagens jornalísticas. Em esportes, é muito comum usar o controle, sobretudo, com a

Fotos difíceis? O monitoramento com o Pro-View Wireless facilita a vida de fotógrafos amadores e profissionais.

modalidade saltos de vara. A câmera é deitada sobre o solo, perto do local onde os atletas colocam a vara. Apesar de ser uma posição

crítica, é possível criar excelentes enquadramentos. Com disparos contínuos, recurso que a maioria das digitais e

equipamentos reflex possui, dá para ter uma sucessão completa do salto. O monitor do WRD-100 é de 2,5 polegadas e funciona com bateria alcalina de 9V. Para capturar o que se imaginar, paga-se US$ 480. Mais informações: www.pro viewsite.com. (AMG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

1

Divulgação

Informática Celulares de terceira geração, aptos a receber sinais de televisão digital, são destaque na Futurecom

TELEFONIA, TV MÓVEL, BANDA LARGA, WI-FI, WiMAX

Tudo convergindo Telecomunicações em foco na Futurecom : Florianópolis recebe o maior evento da América Latina, com 140 expositores, 200 palestras e 19 painéis.

Bárbara Oliveira á começou em Florianópolis o maior evento de telecomunicações da América Latina, a Futurecom 2006, que reúne até a próxima quinta-feira cerca de 140 expositores, 19 painéis especiais e 200 palestrantes entre representantes do governo, CEOs, VPs e executivos das maiores operadoras e fornecedoras de tecnologia de comunicação do mundo para debaterem tendências políticas e estratégicas do setor. Temas como a convergência dos serviços fixos e móveis, TV digital, IPTV, telefonia IP, 3ª geração de telefonia móvel, banda larga, Wi-Fi e Wimax, regulamentação e o desafio das empresas para ampliar receitas com os novos serviços

agregados, serão os destaques desta edição 2006. A expectativa dos organizadores é de receber mais de seis mil participantes brasileiros e estrangeiros para a feira e para o seminário internacional nos próximos três dias. Até o astronauta Marcos Pontes estará lá. Ele falará, nesta quarta-feira, sobre sua preparação e experiência no projeto rumo ao espaço com o tema "Convivendo com o risco". Debates – Neste ano, entre os assuntos relevantes do evento, está o debate entre as teles e as tevês por assinatura sobre o ingresso das operadoras de telefonia fixa no mercado da Net e da TVA e em áreas onde as teles já têm concessão. Pela primeira vez, haverá a participação de representan-

Caixa acústica e subwoofer da Sony: para amplificar o som do celular da marca.

Divulg

omo é um evento de telecom, os celulares devem ser o grande destaque. Nos estandes os visitantes poderão ver não só as novidades que chegam para o Natal brasileiro, mas também as tendências em design e tecnologia que despontam lá fora. A Motorola terá os seus novos Motokrzr K1, o W220, o Motofone F3 e o MotoRizr, recém lanMotorola: o çados nos Estados Unidos, além w220 será do recente smartphone MotoQ. lançado em outubro ao preço Os coloridos MotoRazr V3i e MotoPebl U6 também integram de R$ 299,00 o portfólio da Motorola. Acessórios como fones Bluetooth e alto-falantes para amplificar o som dos aparelhos com funções musicais têm, igualmente, espaço reservado em todos os estantes dos fabricantes. Uma casa conectada com soluções para IPTV, também será demonstrada pela Motorola. A Samsung exporá seus lançamentos asiáticos recentes, a família Ultra Editon – Ultra 6, Ultra 9 e Ultra 12, cujos números indicam a espessura aproximada em milímetros dos telefones. Todos eles, além de muito finos, trazem memória de 80 MB, Bluetooth e acesso à internet em banda larga. O aparelho P906, da marca coreana, tem telinha horizontal wide view de 2,2 polegadas (ela Alto-falante para celulares da gira para ficar nessa posição) e Motorola

ação

Seu celular novo pode estar aqui

Ultra 6 da Samsung: o mais fino

70 MB de memória, e está em fase de lançamento no Brasil ao preço de R$ 1.399. Outros modelos – A Gradiente levará quatro modelos da linha GF (970, 950, 760 e 500), desde o mais high tech com 2 Mpixel e 15 níveis de zoom até os mais simples, com câmera VGA. A previsão é de que estejam no mercado até novembro. E a Sony aproveita para lançar os acessórios para seus telefones musicais Walkman, que já venderam mais de 3 milhões de unidades no mundo. São amplificadores e headsets Bluetooth compatíveis com os celulares da marca, e os novos modelos W710 (uma linha mais esportiva), o W950i, com 4 GB de memória, o smartphone M600 e os aparelhos com a marca Cyber-shot de 3.2 megapixel (suficientes para impressão em 20 x 25 cm) e que, praticamente, substituem as câmeras digitais mais simples. (BO)

tes das TVs por assinatura na Futurecom. O presidente da Net Serviços, Francisco Valim, falará sobre Comunicação e Entretenimento: a Convergência dos Serviços com a Inovação dos Aparelhos Fixos e Móveis, outro assunto sensível às teles, já que as tevês por assinatura também estão vendendo telefonia IP e internet aos seus assinantes (triple play). A Telefônica planeja oferecer, até o fim do ano, seu serviço de tevê via satélite DTH (Direct To Home), com um conversor digital e para os quais não existem restrições em relação ao controle de capital nem ao fato de ser uma operadora fixa. Soluções para TV móvel também serão destaque em Florianópolis. No estande da Qualcomm, por exemplo, se-

rão expostos celulares de terceira geração – para redes WCDMA e EV-DO – aptos para receberem sinais da TV digital, utilizando o padrão japonês ISDB-T, a ser adotado no Brasil. A infra-estrutura e apoio técnico para essa demonstração são do laboratório de TV Digital da Universidade Mackenzie. Também poderemos ver aparelhos com a tecnologia proprietária da Qualcomm, a MediaFLO, um sistema de transmissão multimídia a ser lançado nos Estados Unidos neste ano, além dos chipsets multimodo para permitir o funcionamento dos celulares em várias redes como CDMA2000, GSM/GPRS, WCDMA e HSDPA (essas duas últimas de 3G e 3,5 G, já existentes na Ásia, Europa e EUA).

A expectativa dos organizadores é de receber mais de 6 mil participantes


8

Finanças Empresas Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

O grão de trigo representa para os moinhos 70% dos custos de produção da farinha.

SAFRA BRASILEIRA DE TRIGO SERÁ 50% MENOR

Reajuste do trigo ameaça preço do pãozinho

Fabrizio Bensch/Reuters

Com problemas na safra, o preço do trigo sofreu um aumento médio de 5% e o repasse ao consumidor pode ser inevitável. Importação também deve crescer.

C

om a queda da safra muito baixos. Não dá para aude trigo provocada mentar agora e daqui 90 dias p e l a g e a d a e n t re voltar aos valores de hoje", agosto e setembro afirma Pereira. O trigo repreno Sul do País, que reduzirá a senta 70% dos custos de proprodução em 50% este ano – de dução da farinha. 5 milhões de toneladas para A indústria de massas tamcerca de 2,5 milhões de tonela- bém já recebe a farinha com audas – a cadeia produtiva come- mento e, para a presidente da Associação ça a se movimentar e já é Brasileira da Indústria de possível veriMassas Alificar o aumenmentícias to no preço da As padarias vão tentar (Abima), farinha de trisegurar os preços. Só go. Segundo o Eliane Kay, o deve aumentar o re p a s s e v a i presidente da pãozinho de quem Associação ocorrer naturalmente. Brasileira da está praticando Indústria da E mesmo valores muito baixos. com essa elePanificação e Alexandre Pereira, Confeitaria vação dos da Abip preços, os ( A b i p ) , A l exandre Pereip ro d u t o re s não estão ra, os moinhos estão vendendo o grão com contentes. De acordo o presidente da Associação Brasileira um aumento médio de 5%. "Mas as padarias vão tentar da Indústria de Trigo (Abitrisegurar os preços e não repas- go), Samuel Hosken, os agrisar nada para o consumidor. Só cultores querem mais aumendeve aumentar o pãozinho de to. Aguardam para vender a quem está praticando valores tonelada do grão a R$ 450. Ho-

Leonardo Rodrigues/Hype

je, nos poucos negócios que estão sendo fechados com produtores do Rio Grande do Sul e Paraná, o preço da tonelada varia entre R$ 420 e R$ 435. Importação – Com os problemas de safra, a importação de trigo deve aumentar. Os cálculos indicam que o País deve comprar do exterior cerca de 8 milhões de toneladas para atingir as 10,4 milhões de toneladas necessárias para suprir o mercado interno. Mas como a Argentina não terá grão suficiente para atender o Brasil – a safra argentina teve redução de 16 milhões de toneladas para 13,5 milhões de toneladas – será preciso ampliar a negociação com outros países, como Estados Unidos e Canadá. Do país vizinho, é provável

que venham 6,5 milhões de toneladas a US$ 180 a tonelada. O produto norte-americano virá com um preço superior a esse. O Canadá vende o trigo a US$ 210 a tonelada. Além ser mais caro, o trigo proveniente desses países sofre incidência da Tarifa Externa Comum (TEC) e adicional da Marinha Mercante, que totalizam entre 12% e 15% do valor do grão. Em valores, o Brasil importa da Argentina anualmente cerca de US$ 800 milhões de trigo, mas este ano a importação deve subir para US$ 1 bilhão. Pessimismo – O consultor de trigo da Safras & Mercados, Élcio Bento, é pessimista em relação à produção nacional. Para ele, o Brasil não produzirá mais de 2 milhões de toneladas de trigo este ano. Sobre os preços, Bento acredita que os moinhos brasileiros não vão elevar tanto os valores dos produtos porque podem perder espaço para moinhos do exterior. A farinha estrangeira costuma chegar com preço 40% inferior à nacional. Porém, segundo a Abitrigo, as entradas irregulares de farinha da Argentina, que causavam essa queda no preço, estão controladas. Adriana David

Problemas de geada afetaram as plantações em toda América do Sul. Padarias e indústrias tentam segurar os aumentos nos preços dos produtos e buscar alternativas de fornecimento.

Receita fiscaliza farinha importada Órgão passou a analisar produto vindo da Argentina para evitar fraudes

A

s 200 amostras analisadas de pré-mistura de farinha de trigo que entraram no Brasil vind a s d a A rg e n t i n a d e s d e agosto estavam irregulares. A constatação é da Receita Federal que tem fiscalizado caminhões e contêineres que declaram trazer pré-mistura para pagar menos imposto, mas que, de fato, trazem farinha de trigo sobre a qual incide mais imposto. "A Receita Federal tem feito um excelente trabalho de fiscalização

para coibir a fraude. A Argentina tem pressionado o Brasil a relaxar a fiscalização. Mas a questão não é política", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Samuel Hosken. Bons frutos – A Receita insiste e colhe resultados. Segundo Hosken, nos últimos dias, a incidência de fraude, realizada desde 2002, foi reduzida. Para ele, a solução para acabar com as irregularidades seria o governo ar-

gentino igualar os percentuais de imposto da pré-mistura e da farinha. Desde 2002, a Argentina passou a tributar a pré-mistura exportada em 5% e a farinha de trigo em 20%. O objetivo do país vizinho é proteger a indústria local. A entrada de farinha de trigo estrangeira de maneira irregular no Brasil acaba afetando a indústria nacional, que não consegue concorrer com os preços praticados pelos contrabandistas. (AD)

Evento une cadeia produtiva de leite Expomilk reune produtores e engenheiros no Centro Imigrantes, em São Paulo

D

e olho nas exportações de produtos lácteos e em melhorias técnicas para o setor, produtores e engenheiros participam entre hoje e sexta-feira da Expomilk 2006 (15ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite) no Centro de Exposições Imigrantes na capital paulista. Com foco no pequeno e no médio produtor, que respondem por 32% da produção nacional, o evento

terá desde palestras sobre a escolha de uma boa vaca leiteira até como garantir a rentabilidade com a produção de leite. Além de exposições de

raças bovinas, caprinos também estarão presentes no evento e em número dez vezes maior que em 2005. Serão 500 animais. "O objetivo é fazer da Expomilk um evento cada vez mais completo, com todas as raças que compõem a cadeia do leite", afirmou Cristina Bertelli, coordenadora de eventos do Agrocentro Empreendimentos e Participações, promotora da feira. Uma das palestras de hoje é sobre bubalinocultura leiteira, que tem crescido mais de 30% ao ano. (AD)


10

Game Periféricos Fotografia Equipamentos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

TENDÊNCIAS DA GRANDE FEIRA MUNDIAL DA IMAGEM

As reflex ganham maiorida de por serem atraentes não só para profissionais, mas para aficionados que desejam qualidade.

Fotos Ana Maria Guariglia

Impressoras Epson: recursos.

Impressoras e Cartões de Memória mpresas como Epson e HP lançaram um grande número de impressoras, com vários recursos para a impressão. A Epson trouxe a série Picture Mate PM 240, PM280, R360, R2400, entre outras. O destaque foi é RX640 que scaneia, faz cópias de fotos, filmes e slides com 3.200 dpi e possui um monitor de 2,5 pol. Outro destaque é a Gemini 3, impressora para grandes formatos com estabilizador de imagens. A HP apresentou a Designjet Z2100 também para grandes formatos. Os cartões de memória superaram as espectativas, como os de 16 GB da SanDisk, da linha Extreme III CompactFlash, com velocidade de 20 MB por segundo, especial para arquivos RAW (negativo digital) e para profissionais armazenarem não só imagens, mas vídeos demonstrativos e textos (www.sandisk.com). Aproveitando o aniversário de dez anos, a Lexar apresentou cartões de 8 GB e JumpDrive de 2GB, para armazenar diversos tipos de arquivos. (AMG)

PHOTOKINA Chegou mesmo a vez das câmeras digitais reflex

Ana Maria Guariglia Enviada especial à Alemanha urante cinco dias, de 26 de setembro a 1º de outubro, a cidade de Colônia, na Alemanha, sediou uma das mais importantes feiras do mundo dirigidas à fotografia: a Photokina. No evento, nada menos que 1.600 estandes de empresas de 45 países ocuparam uma área de 280 mil metros quadrados. Todas as tecnologias estavam presentes e competindo. O segmento mais badalado de câmeras foi a das digitais reflex ao lado das compactas recheadas de recursos. Segundo o especialista Don Sutherland, as reflex estão ganhando maioridade por serem atraentes não só para profissionais, mas para os aficionados que desejam qualidade e, óbvio, muito mais megapixels para armazenar suas memórias. "É certo que certo que as reflex custam um pouco mais, mas têm mais recursos, como o estabilizador de imagens, sistemas de limpeza do sensor CCD, fotos seqüenciais mais rápidas e baterias que duram uma infinidade". Uma das vedetes foi a EOS Rebel XTi, lançada pela Canon, com 10,1 MP. Parece uma jóia com seu corpo prateado. Vem com objetiva zoom EF-S 18/55 mm e possui removedor interno de pó para manter sempre limpo o sensor - o EOS Integrated Cleaning System -, e ainda, um filtro resistente ao pó. O preço sugerido é de US$ 900. Outra vedete, a Nikon D80, também com 10 MP, está substituindo a D70, com sensor CCD e adotando um sistema de flash sem fio. Pode aceitar cartões de memória acima de 4 GB e, segundo os dirigentes da

As reflex custam um pouco mais caro, mas oferecem mais recursos.

Nikon dos EUA, foi desenhada para profissionais que tiram fotos sociais, como casamentos. Deverá chegar ao mercado norte-americano com preço acima de US$ 1.500 (mais de R$ 3.000, antes dos impostos). Ao lançar a S5 Pro, a Fujifilm declarou que o equipamento recebe "luzes invisíveis", na verdade, são os espectros de luzes ultravioleta e infravermelha, usadas em aplicações artísticas e experimentais. A S5 vem com um Super CCD de dois tamanhos, cada um com 6,1 MP, sensibilidade ISO 3.200 e o recurso de prever - durante um minuto - a foto a ser tirada. O preço não foi informado. Entre as alemãs, o destaque foi para a Leica M8, construída exatamente como a tradicional 35 mm, a série M que começou nos anos 50 e foi um dos grandes sucessos da indústria alemã. Agora, ela vem com 10,31 MP, introduzindo o que de melhor se distinguiu na série: a qualidade óptica na reprodução das imagens. O modelo está em fase teste pelo Diário do Comércio. A Olympus trouxe para a Photokina a sua E-400, com 10 MP e também com sistema de limpeza do sensor, feito por um filtro de ondas supersônicas. Ela usa cartão xD e pode tirar de três a cinco fotos consecutivas por segundo. Já está

sendo considerada a menor reflex do mercado. Mais duas aparecem na lista, a K10D SLR, da Pentax, e a Alfa Digital, da Sony. A Pentax K10D tem capacidade de resolução de 10,2 MP, corpo à prova d'água e à prova de temperaturas altas ou baixas. Possui sistema Real Image Engine para que as fotos apresentem fidelidade e cores reais. Compactas esbanjam recursos e resolução A briga entre as compactas é grande. Cada uma alardeia mais recursos. Mas, pelo menos em um ponto são iguais: resolução e recursos. A Panasonic, por exemplo, lançou a 6 MP Lumix DMC-FX3 com objetiva Leica. Vem com o Mega OIS, estabilizaddor de imagem e ISO 1600. O zoom óptico é de três vezes, de 35 a 105 mm, medida das câmeras tradicionais 35 mm. Sua aparência lembra uma jóia para ser guardada a sete chaves. Já a Nikon enfatizou em seu estande a Coolpix S10, com o sistema VR para reduzir vibrações das imagens, e a Kodak, a EasyShare Z710. Por sua vez, a Fujifilm apresentou a FinePix F31fd, primeira câmera de bolso com recurso de reconhecimento de rosto. Toda vez que você fotografar qualquer assunto e um rosto (ou mais) estiver presen-

te, ela reconhecerá de forma automática e o colocará em foco com exposição adequada. Esse sistema tem funcionamento rápido, menos de 0,06 seg. O monitor tem 2,5 pol, flash inteligente e capacidade de resolução de 6,3 MP. A U1000 é uma das compactas da Olympus, com 10 MP, corpo à prova d'água, zoom óptico de três vezes. Sua novidade é a tecnologia BrightCapture, ideal para cenas de baixa luminosidade, funcionando inclusive para videoclipes. Possui compensação para que as fotos não saiam tremidas e tem 20 modos de exposições automáticas e bateria de Lítio. Uma das atrações da Casio japonesa foi Exilim Zoom EXZ850. Pesando apenas 130 gr, tem 8,1 MP, zoom óptico de três vezes, e oito de digital, podendo alcançar zoom de 24 vezes. Faz videoclipes, tem lente macro de aproximação, grava voz e vem com bateria de Lítio (o preço não foi divulgado). No estande da Sony, o sucesso foi a câmera Cyber-shot T50, com tela de 3 pol sensível ao toque. Tem 7,2 MP e DoubleAnti-Blur Technology, para manter a câmera firme em sua mão. A objetiva é Carl Zeiss, com zoom óptico de três vezes e digital de seis. O monitor vem com memória interna de 56 MB, u m a d a s maiores entre as compactas digitais disponíveis no mercado. A jornalista Ana Maria Guariglia viajou a convite da Digipix, Elgin, Wisephoto, Noritsu e T.Tanaka.

Novidades em minilaboratórios s minilaboratórios para copiagem de fotos estão mais aperfeiçoados para oferecer o máximo de serviço. As impressoras caseiras continuam um bom recurso, mas não chegam a ter a qualidade dos trabalhos em lojas especializadas e com minilaboratórios . Um exemplo vem dos novos produtos lançados pela Noritsu como o QSS 3502, o QSS 3502 e o QSS 35. Trazem o que há de melhor na tecnologia de cópias e, para os lojistas, têm fácil operação e rápida produção. Com o sistema AccuSmart, oferece qualidade das reproduções e fidelidade de imagens. Aceitam cartões, CDs, DVDs e possuem scanners, bom para quem não tem mais negativos de fotos. A Kis/Photo Me também apresentou extensa linha de minilabs. Destaque é o DKS 1670, com sistema de álbum PhotoBookPro. É um software configurado para facilitar a vida do lojista e do cliente. A Kodak apresentou o Easy Share Photo Printer 350, que se conecta sem uso de fios. A Fujifilm, o frontier 590, minilab para lojistas. (AMG)

Minilaboratórios: Fujitsu Frontier 590, para lojistas.


2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O Active tem capacidade para 192 portas para serem utilizados como ramais comuns ou como VoIP, conforme a necessidade.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Já existem, em todo o Brasil, mais de 60 operadoras de VoIP, segundo especialistas

SOLUÇÕES DE REDUÇÃO DE CUSTO: TODOS QUEREM.

telefonia celular, aliada ao entretenimento e à produtividade, é destaque da Futurecom para o consumidor final, mas o mercado corporativo não terá do que se queixar, pois haverá muitas novidades também em hardware, softwares e soluções de comunicação para as grandes operadoras e empresas de médio porte. A LógicaCMG, fornecedora global de serviços de TI, focará sua participação nos chamados premium services, responsáveis por agregar valor às empresas. Entre eles estão os conteúdos multimídia dos telefones móveis, com grande potencial de crescimento a partir da implantação das redes 3G no Brasil. Um dos serviços premium é o videomail, baseado em plataforma IP. É uma aplicação que responde à chamada quando a pessoa está ocupada com o telefone desligado ou fora de área. Se o celular de quem está chamando for compatível com o serviço, em lugar de ouvir um recado, o i n te r l o c ut o r visualiza um vídeo gravado ou pré-selecionado c o m s a u d ações de artist a s , m e n s agens bemhumoradas ou de trabalho. O videomail já é muito utilizado entre as operadoras de redes velozes WCDMA na Europa e Ásia. Outro serviço que a LogicaCMG mostrará é o portal de mídia em que as operadoras oferecem conteúdos exclusi-

Agregar valor, reduzir custos. Na Futurecom, empresas de telefonia celular apostam em novidades para empresas e consumidores finais. vos de vídeos aos clientes e acessados por PCs, set-top boxes e telefones móveis. Os usuários selecionam o conteúdo na rede da operadora com a ajuda de um menu interativo e enviam informações para os amigos por mensagens de texto. Isso gera maior receita à empresa. A plataforma da LogicaCMG é baseada em arquitetura IP para redes de terceira geração. Soluções em VoIP de redução de custos com telefonia também ganharam popularidade nas empresas brasileiras de qualquer porte. A receptividade a esse tipo de tecnologia é tanta que já existem no Brasil mais de 60 operadoras VoIP, segundo a Teleco (www.telecom.com.br) , especializada em telecom. Embalada pelo interesse nesse segmento, a Leucotron vai mostrar alguns produtos como o PABX Active IP, um aparelho híbrido que mescla a telefonia convencional com VoIP, e permite às empresas incorporarem essa tecnologia sem mexer na estrutura física já existente. O Active IP tem capacidade para 192 por-

tas e o cliente decide se vai utilizar como ramais comuns ou como VoIP. O ChipCell é outra solução que direciona para um único tronco celular as ligações realizadas de telefone fixo para o móvel. As ligações que antes seriam de uma linha fixa para celular passam a ser de móvel para móvel, reduzindo os custos das chamadas. O Skyvoice Phone, lançado do ano passado, é um adaptador USB e permite o uso de um telefone convencional nas chamadas feitas pela internet via Skype. Todos os produtos estarão no estande da Leucotron. Terminais móveis F1000 com cobertura Wi-Fi e facilidades de uma central IP serão apresentados pela Dígitro Tecnologia. A fabricante de equipamentos de telecom mostra ainda seus adaptadores ATA que conectam telefones convencionais a uma conexão de rede local para ligações DDD e DDI a custo zero, além dos novos aparelhos IP para comunicação entre a matriz e suas filiais, via rede. Em software VoIP, a Dígitro lançará o FaleWeb, aplicativo para PCs que

dispensa o telefone. Agenda móvel – Um dos maiores problemas enfrentados por consumidores na hora da troca do celular é manter sua agenda de contatos do aparelho antigo. A novidade da VeriSign para as operadoras é o Backup Plus, um software de backup automático para agendas telefônicas. Através de uma interface Web, o usuário gerencia e mantém seus contatos atualizados com o seu telefone móvel. O aplicativo permite importar e exportar a agenda para outros programas e dispõe de ferramentas avançadas, como o comando kill que apaga tudo pela própria Web, se for o caso. A Microsoft, por sua vez, lançará programas de integração de todos os sistemas das operadoras e o Customer Care Framework de automatização do software de relacionamento com o cliente em call centers, portais e interfaces de mobilidade. Os terminais magrinhos conhecidos como thin clients são econômicos e práticos para empresas que precisam reduzir seus custos com a compra de equipamentos, energia e atualizações de softwares, já que os clients compartilham a capacidade e os recursos do servidor central. O usuário que estiver trabalhando com um processador de textos num terminal desses estará rodando o aplicativo armazenado no servidor, por exemplo. A ThinNetworks, de Brasília, apresentará seus novos modelos TC-Net, com visual mais moderno e compacto e o sistema operacional TC-Net OS, com recursos para upgrade de softwares e configurações de permissão de usuários, além de alguns aplicativos para uso local como navegador e protetor de telas. Bárbara Oliveira

A música embala lançamentos da Nokia: além de celulares, a fabricante lançou um serviço online com a colaboração de gravadoras independentes e de David Bowie. stão cada vez mais tê- GSM. Vale lembrar que a Nonues os limites entre o kia não vai mais fabricar celumundo da internet, a in- lares para CDMA que tem um dústria de eletrônicos de con- grande mercado nos Estados sumo e a mobilidade total. Unidos, por isso a fabricante Pensando nisso é que a Nokia aposta no N75 para tentar conanunciou, na semana passada vencer o usuário jovem a migrar para a rede em Nova York, um novo pacoGSM com a compra te de celulares do novo aparelho. multimídia e A memória interna c o n v e rg e n t e s é de 40 MB, mas o da família NSeN75 armazena até ries e com previ1.500 canções se tisão de chegada ver a capacidade ao mercado expandida com o mundial até o cartão de 2 GB final do ano. A microSD, além nova linha de de aceitar vários cinco aparelhos formatos de dá ênfase ao encompressão de tret en im en to arquivos. O dismusical, graças play frontal de a maior capaci1,3" exerce a dade de armafunção de um zenamento dos guia musical e o celulares, às teclas navegador dee software dedicadicado da Nodos, e a um serviço kia mostra as musical exclusivo, o Nokia N75 para GSM: memória de 40MB. páginas da Music Recommenders – uma comunidade online Web, permitindo ainda notíalimentada com arquivos mul- cias em RSS. Dispõe de uma câmera de 2 timídia recomendados por especialistas de gravadoras in- Mpixel para impressão de fodependentes do mundo todo, tos em boa qualidade (1600 x e cujo padrinho é nada menos 1200 pixels) e dá ao usuário a d o q u e o r o q u e i r o D a v i d possibilidade de capturar víBowie. O artista dará suas di- deos de até 500 minutos. Preço cas musicais no site e compar- estimado é de US$ 350. Outro modelo tudo-em-um tilhará esse serviço com os internautas cadastrados. O site da família NSeries é o N95, um estará pronto até o fim do ano multimídia com design deslino endereço www.musicre- zante. O teclado aparece em commenders.com, para o Rei- uma das pontas e as teclas deno Unido e Austrália, por en- dicadas deslizam na direção oposta, enquanto o display fiquanto. O menor aparelho da família ca no modo paisagem plena. O NSeries é o N75 para rede N95 tem câmera de 5 Mpixel e Divulgação

Divulgação

Te l e c o m Celular Te l e f o n i a Vo I P

suporte para redes móveis de N91, N73 e N70, já existentes, alta velocidade WCDMA e ganhou inovações como mais HSDPA, já existentes na Euro- capacidade de armazenamenpa, Ásia e Estados Unidos. Es- to e features musicais, ou seja, sas redes velozes facilitam o incluem teclas dedicadas de download de músicas, envio acesso às músicas e um softwade fotos e vídeos para outras re para facilitar a sincronizapessoas e recebimento de e- ção e o gerenciamento das faimail ou navegação na internet, xas. O N70 e o N73 estão com porque a transferência de da- memórias de 1 e 2 GB, respecdos acontece de forma rápida, tivamente, enquanto que o em média, a 3.6 megabits por N91 vem, agora, com disco rígido de 8 GB, segundo. Além capaz de guardisso, o N95 dar até 6 mil t r a z G P S e mcanções de butido e um pouco mais de aplicativo de 3 minutos e em m a p a s re g i of o r m a t o nais para quem eAAC+ a 48 precisa localiquilobits por zar hotéis, ressegundo. Se o taurantes, enformato escocontrar rotas lhido for o específicas e AAC a 128 serviços de kbps, o volumais de 100 me de arquipaíses. Os mavos cai para 2 pas e gráficos mil canções. O do celular apaaparelho tem recem em 3D. O ainda conexão sistema operaBluetooth. O cional é o SymN73 também bian, com t r a z u m a c âb ro w s e r p rómera de 3.2 prio da Nokia, Mpixel e lenpermitindo ao tes Carl Zeiss e usuário baixar fones de ouvie instalar do estéreo. Os softwares e três modelos acessar seus redão acesso à cursos também Web, rádio FM v i a Wi - F i . O com um diretório de N95 estará disponíNokia N95: estações e ao site Muvel a partir do primultimídia com sic Recommenders, meiro trimestre de câmera de da própria Nokia, a 2007 ao preço médio 5 MPixel e GPS ser lançado no último de US$ 700. embutido. trimestre. (BO) A família dos

O TC Net, da Thin Networks, tem visual compacto com upgrade de softwares e configuração de permissão de usuários.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

1 Os participantes do mercado irão acompanhar atentamente os discursos. Marco Melo, economistachefe da Ágora Senior

BRASIL PERDE US$ 3,5 BILHÕES POR ANO COM CORRUPÇÃO NO GOVERNO População sofre com fraudes: há menos empregos, renda, infra-estrutura do País é precária e preços sobem

O

brasileiro paga caro pelo aumento da corrupção no País. Segundo estudo do coordenador da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fernandes, a perda de produtividade provocada por fraudes públicas no Brasil alcança os US$ 3,5 bilhões por ano. "Da mesma forma que estradas e portos bem estruturados melhoram a produtividade do País, instituições ineficientes diminuem o ganho da nação", afirma. Ele explica que o prejuízo foi calculado com base em dados do Banco Mundial (Bird) sobre educação e investimentos de 109 países, além de índices de percepção de corrupção da organização não-governamental Transparência Internacional. Na avaliação do professor da FGV – que lançará hoje o livro Ética e Economia, em São Paulo –, com as péssimas qualidades das leis, da governabilidade e do ambiente de negócios, as empresas hesitam em investir no País e deixam de

Mercado reage bem ao segundo turno das eleições

gerar emprego e renda. Obras – Para se ter uma idéia do tamanho do prejuízo, basta comparar os recursos destinados ao Ministério dos Transportes. Até agosto, R$ 5,3 bilhões foram gastos em infraestrutura de transportes (estradas, hidrovias, ferrovias e portos) –, bem abaixo da perda de produtividade anual calculada em US$ 3,5 bilhões, equivalentes a R$ 7,5 bilhões, convertidos pelo dólar a R$ 2,17. Segundo Fernandes, em apenas dois escândalos recentes da história do Brasil (o superfaturamento do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e o dos sanguessugas), a população perdeu US$ 150 milhões. "Com esse dinheiro, seria possível construir 200 mil casas populares e abrigar 800 mil pessoas", calcula. Para ele, muito dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura é desviado pela corrupção. Assim, o Estado perde força e suas políticas de investimentos são enfraquecidas. O resultado está no Índice de

O

segundo turno, os candidatos utilizarão um tom mais agressivo. Os participantes do mercado irão acompanhar atentamente os discursos", disse o economista-chefe. O resultado (para os mercados) pode ser positivo, mas com grande volatilidade, como de costume. Opinião semelhante tem a analista responsável pelo Brasil na agência de classificação de risco Standard & Poors, Lisa Schineller. Ontem, ela disse que a realização do segundo turno na eleição presidencial não terá um impacto econômico sobre a avaliação do País, mas salientou que, "no geral, os mercados não gostam de incertezas e o segundo turno poderá causar uma pequena volatilidade nas próximas semanas". "Mas os fundamentos econômicos do Brasil estão muito mais fortes e isso limitará qualquer volatilidade." Olhar favorável – Mesmo assim, na opinião dos analistas, os investidores tendem a olhar "favoravelmente" para Alckmin, já que uma possível eleição do tucano representaria um novo "fôlego" para os anseios do mercado, como a re-

tindo o custo da corrupção, como se fosse um imposto", diz. Africanização – O professor afirma que, além de aumentar as incertezas, as fraudes públicas elevam práticas oportunistas. "Como alguns cometem atos ilícitos e não são punidos, outros também adotam armas corruptas para competir." Na avaliação dele, há uma fragilidade sistêmica no Brasil, um processo de "africanização". Dados da ONG Transparência Internacional mostram que o Índice de Percepção de Corrupção do Brasil é semelhante ao de países como Belize, Sri Lanka, Peru, Kuwait e Colômbia. Os mais seguros são Finlândia, Dinamarca, Cingapura e Suíça. Os piores no quesito fraude pública são Bangladesh, Paraguai e Indonésia. Para o professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, um fator que eleva a corrupção no Brasil é o número de mediadores no sistema. Da União até o destino, o dinheiro passa por várias mãos, facilitando a fraude. (AE)

Jonne Roriz/AE

Otimismo moderado na Bolsa Movimentação de operadores na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) ontem: sem grandes mudanças

Analistas não esperam mudanças significativas mercado financeiro reagiu de forma positiva ao resultado das eleições presidenciais, que será decidida em segundo turno no dia 29 de outubro. Segundo analistas, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja considerado amigável nos mercados, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, é visto como ainda mais favorável à austeridade fiscal e outras reformas. Para o economista-chefe da corretora Ágora Senior, Marco Melo, a possibilidade de um segundo turno não estava embutida nos preços dos ativos brasileiros na última sexta-feira. "O que o mercado embutiu nos preços foi a vitória de Lula no primeiro turno", disse. Ele afirmou que uma eventual vitória de Alckmin no dia 29 de outubro, combinada com mudança nas cadeiras do Congresso, pode criar condições para atitudes mais agressivas em direção às reformas. Tal sensação fará com que os ativos brasileiros pareçam mais atraentes. Melo advertiu, entretanto, para a perspectiva de volatilidade. "Na disputa pelo

Competitividade Global 20062007 do Fórum Econômico Mundial, divulgado na semana passada. O Brasil caiu nove posições no ranking internacional, de 57ª para 66ª colocação, abaixo dos demais países que formam o chamado grupo Bric (Rússia, Índia e China). Efeitos – De acordo com o Fórum, o desempenho do Brasil se deve, principalmente, a dois fatores: indicadores macroeconômicos e institucionais. "A corrupção traz efeitos graves para a competição dos mercados", afirma o diretorexecutivo da Transparência Brasil, Claudio Abramo. Segundo ele, o efeito é lamentável, já que menos investimentos significam menos emprego, renda e piora do bem-estar da população. O economista Reinaldo Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acrescenta que a corrupção aumenta o risco e a incerteza no ambiente de negócios do País. "Os preços dos bens e serviços acabam embu-

visão dos marcos regulatórios, principalmente os dos setores de telefonia e energia. Carlos Sampaio, economista da Faculdade de Economia e Administração (Fea) da USP, ressaltou que os investidores creditam a Alckmin uma gestão de maior controle sobre os gastos públicos e uma possível retomada das privatizações. Sampaio destacou a expectativa sobre um modelo exeqüível para as Parcerias Público-Privadas (PPPs). "O investidor tem como exemplo as concessões das rodovias paulistas e a adequação do mesmo modelo para o metrô paulistano. Uma vitória tucana levaria, em tese, o mesmo modelo para a esfera federal", avaliou. Debate político – As três semanas até o segundo turno servirão para comparação das duas propostas de governo. Sampaio afirmou que não deve haver grandes choques durante esse intervalo já que, pelo

No geral, os mercados não gostam de incertezas e o segundo turno poderá causar uma pequena volatilidade nas próximas semanas. Lisa Schineller, analista da Standard & Poors menos no campo monetário, os dois candidatos não apresentam grandes divergências no modelo de execução. Para o chefe de análise da Itaú Corretora, Flávio Conde, o escândalo do dossiê ou qualquer outra "bomba" política terá impacto somente nos números do presidenciável envolvido. Mesmo assim, Conde não vê uma desaceleração da economia brasileira, seja queda da Bolsa de Valores de São

Paulo ou alta inesperada do dólar, motivada por fatores ligados a Alckmin ou Lula. O analista é taxativo ao dizer que somente uma elevação dos juros na economia norte-americana e redução do consumo naquele país impactariam negativamente nas contas brasileiras. "O modelo econômico será o mesmo, sem grandes mudanças. O investidor não tem motivos para apreensão ou euforia exageradas." Sinais – Análise da Planner Corretora de Valores indica valorização de empresas de infraestrutura, energia, telefonia e saneamento. Os setores possuem forte influencia governamental e passariam por grandes mudanças caso Alckmin vença no segundo turno. No final do pregão de ontem, os papéis da Cesp tiveram a maior valorização do dia, de 7,69%, os da Eletrobrás subiram 4,44%, e os da Sabesp, 2,69%. Davi Franzon/Agências

A

Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em alta, com otimismo moderado diante do segundo turno da eleição presidencial. O resultado das urnas aliado à divulgação de indicadores norte-americanos dentro da expectativa fez o mercado acionário ficar em terreno positivo. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), chegou a subir para 37.316 pontos, mas recuou e terminou o pregão com alta de 1,67%, aos 37.057 pontos. As ações mais beneficiadas foram a de setores regulados, como o de energia elétrica: o índice das companhias desse ramo teve elevação de 2,26%. Os títulos brasileiros negociados no exterior terminaram o dia em alta. O A-Bond subiu 0,18%, para 110,15% do valor de face, e o Global 40 teve alta de 0,31%, para 130,75%. O risco-País recuou 0,86%, para 231 pontos. No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda pelo quinto dia consecutivo. A moeda americana terminou cotada a R$ 2,158, com recuou de 0,86%. No ano, o dólar apresenta desvalorização de 7,18%. (AE)


O custo da corrupção US$ 3,5 bilhões/ano O cálculo do coordenador da Escola de Economia da FGV, Marcos Fernandes, leva em conta a perda de investimento, renda e emprego. E 1 Fotos: Reprodução

Ano 81 - Nº 22.225

São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Crescem vendas no varejo

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

E5

O BRASIL DIVIDIDO José Cruz/ABr

Eduardo Nicolau/AE

Nova estratégia Alckmin quer de Lula: debater e Heloísa, PMDB e acabar com Cristovam os "mistérios" na campanha O tucano Geraldo Alckmin revelou ontem que já conversou por telefone com Heloísa Helena (PSol) e que vai agora procurar Cristovam Buarque (PDT). "As conversas devem ser partidárias", explicou. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, é quem está cuidando dos contatos com o PMDB. O 1º turno deixou o Brasil dividido entre o vermelho petista (Norte e Nordeste) e o azul tucano (Sul, Sudeste e Centro-Oeste). A vitória será de quem unificar o País. Página 3

Sebastião Moreira/AE

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 17º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 17º C.

Familiares visitam o local. Cem corpos já encontrados.

E o Legacy voou para a trombada Estava a 37 mil pés e não a 36, como deveria. Piloto diz que cumpria seu plano de vôo. C 1

Trégua do gás vale para o 2º turno A nacionalização da Petrobras pela Bolívia, congelada para não atrapalhar a reeleição de Lula, deverá esperar o 2º turno. Agora por um outro motivo: ambos os presidenciáveis vão querer mostrar quem será o mais duro com a Bolívia. C 4 DC

Na primeira aparição depois do resultado das urnas, o presidente deixou de tratar a questão do dossiê contra os tucanos como tentativa golpista. Avisou: quer que o "mistério" seja desvendado. Decidiu falar abertamente: "O fato concreto é que tinha o dinheiro, tinha as fotografias". Ao lado do vicepresidente José Alencar (foto), afirmou que "nem sempre a sabedoria popular permite ganhar no 1º turno". E admitiu que, agora, participará de debates. Página 3

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

1 Mais informações sobre o acidente com o Boeing 737-800 da Gol em www.dcomercio.com.br

LEGACY ESTAVA EM ROTA DE COLISÃO Primeiras informações técnicas dão conta de que o jato executivo Legacy voava a 37 mil pés de altitude, a mesma do Boeing da Gol. Cem corpos foram localizados ontem. Sebastião Moreira/AE

O

jato executivo Legacy, fabricado pela Embraer, que se chocou no ar com o Boeing 737-800 da Gol, na sexta-feira, deveria mudar a altitude de sua rota ao passar por Brasília. Ele vinha no eixo São José dos Campos-São PauloBrasília a 37 mil pés, mas, a partir da capital federal, o jato deveria descer a 36 mil pés. Se o choque ocorreu a 37 mil pés, era o Legacy que não deveria estar voando por ali . O choque das aeronaves derrubou o Boeing e causou o pior acidente da história do País, com 155 mortos. As caixas-pretas do avião da Gol e cem corpos de vítimas foram encontrados ontem na selva. A razão pela qual o Legacy não poderia estar a 37 mil pés é a organização do espaço aéreo brasileiro. Dependendo do sentido em que trafega o avião, ele deve usar níveis de altitude pares ou ímpares. No caso do jato, vendido pela Embraer para a empresa americana ExcelAire, a viagem até Brasília era feita em uma direção que determinava um nível ímpar (37 mil pés). Entretanto, ao passar pela capital federal em direção a Manaus (AM), a direção mudou. Assim, a aeronave deveria passar para um nível par (36 mil pés). Versão – O problema é que o Grupo de familiares de passageiros do vôo 1907 da Gol esteve ontem no local do acidente, em Mato Grosso. Apesar das dificuldades, as buscas por corpos continua piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paul Paladine, que co- Ailton de Freitas/Agência O Globo - 30/09/2006 mandavam o Legacy, disseram perdeu uma válvula com infor- plano do avião da Gol previa à polícia de Mato Grosso que timações. A leitura dos dados das vôo a 37 mil pés de altura, e o nham autorização da torre de duas caixas deve demorar 15 do Legacy, a 36 mil pés. SeBrasília para efetuar o plano de dias e a interpretação dos dados, gundo o brigadeiro, as caixasvôo a 37 mil pés de altitude (11 com conclusões definitivas, pretas do Boeing, que já estão mil metros) de São José dos em Brasília serão enviadas mais algumas semanas. Campos (SP) até Manaus, onde Segundo o comandante da amanhã aos Estados Unidos fariam escala antes de seguir paAeronáutica, brigadeiro Luiz para serem decodificadas por ra os Estados Unidos. Os depoiCarlos da Silva, os corpos en- equipes da Boeing. Segundo mentos foram prestados no docontrados ontem estavam pró- o ministro da Defesa, Waldir mingo, em Cuiabá, ao delegado ximos uns dos outros e a cerca Pires, representantes do goAnderson Garcia, que trabalha de 1 quilômetro do local onde verno brasileiro acompanhano inquérito sobre o acidente. foi encontrado o trem de pouso rão a análise nos EUA. Oficiais da Aeronáutica nedo avião. O ministro da Defesa, Jornalista – O jornalista Joe gam ter havido a autorização Waldir Pires evitou fazer previ- Sharkey, do "New York Times", para que o Legacy fizesse toda são sobre o dia em que os corpos que estava a bordo do Legacy, a viagem a 37 mil pés. Eles afircomeçarão a ser resgatados. postou ontem em seu blog que mam que é impossível que isso "Queremos trazê-los o mais rá- estava "atônito por ter sobrevitenha ocorrido, pois seria copido possível", disse. Segundo o vido", e preocupado porque os mo autorizar alguém a trafecomandante da Aeronáutica, dois pilotos e um executivo da gar na contramão. "A partir de uma nova clareira terá de ser Excelaire ainda estavam detiBrasília, há mudança de proa", aberta, mais próximo do local dos. O jornalista escreveu que disse um deles. A proa é a direem que estão os cem corpos, pa- depois do pouso de emergência, ção, o sentido em graus que um Equipes de resgate carregam corpos encontrados junto aos destroços do Boeing 737-800 ra que eles sejam retirados. De- todos os passageiros e tripulanavião percorre em relação ao pois, os corpos serão levados tes do Legacy foram detidos e norte. Da proa zero até a proa cy foi alertado pelos controla- lisão, chamado TCAS, não fun- o comandante e o co-piloto. Es- para Brasília. interrogados na base aérea e na 179 graus, os níveis de altitude dores de vôo do Centro Inte- cionou. Os dois aviões tinham tão gravados nela os momenAltitude – O brigadeiro Luiz polícia por cerca de 36 horas. são ímpares. Da proa 359 à grado de Defesa Aérea e Con- esse sistema, que acusa a apro- tos finais de 10 ou 15 minutos, Carlos da Silva Bueno, inforDisse que, até o pouso, ninproa 180 graus, os níveis de al- trole de Tráfego Aéreo (Cin- ximação de outra aeronave. anteriores ao choque até a que- mou ontem à noite, em entre- guém sabia o que havia batido titudes são pares. dacta-1), com sede em Brasília, Ele é acoplado a outro apare- da do Boeing. A outra contém vista, que nenhum dos dois na aeronave. Segundo SharDe Brasília para Manaus, a de que estava na rota errada, lho, o transponder, que emite os dados do vôo, como veloci- aviões envolvidos no acidente key, todos ficaram profundaproa é 260 graus. Por ser um nú- mas não respondeu aos avisos. sinais para que os radares con- dade e altitude. havia solicitado ou recebido mente abalados pela perda dos mero par, isso significa que um Enquanto isso, o Boeing da Gol trolem a posição de cada avião. As caixas-pretas ficam na autorização para mudar a altu- 155 passageiros do vôo 1907. avião deve voar em 36 mil ou 38 era controlado pelo Cindacta- Uma hipótese levantada por cauda porque é o ponto dos ra do vôo. O brigadeiro disse "Nós agora sabemos que nasmil pés. Nunca em 37 mil pés, 4, com sede em Manaus. pilotos é de que nuvens den- aviões que mais resiste a impac- que "alguém deve ter saído do cemos de novo", disse. (AE) como alegou o piloto do Legacy. Mais informações sobre o No momento da colisão, o sas, com carga eletromagnéti- tos. Uma delas (a que contém plano (original) de vôo." Para quem vem de Manaus, a Boeing estava a cerca de 200 ca, tenham prejudicado o fun- dados do vôo) sofreu avaria e Segundo o brigadeiro, o acidente na página 3 proa é 80 graus. Assim, o nível quilômetros do ponto onde cionamento do TCAS. O prode altitude é passaria a ser blema com essa hipótese é que, ímpar. Ou seja, controlado pe- a 37 mil pés, não há nuvens o Boeing só polo Cindacta-1. densas o suficiente para prejuderia estar a 35 Só a partir des- dicar o sistema. "A caixa-preta mil, 37 mil ou se ponto é que vai dizer o que houve", disse Estou atônito por ter 39 mil pés - o os controlado- um dos oficiais. sobrevivido. Nós plano do vôo O delegado Anderson Garr e s d o s C i nagora sabemos que 1907 marcava dactas se co- cia, que trabalha no inquérito, 37 mil. m u n i c a r i a m informou que espera os laudos e nascemos de novo. Carta – Os para que um informações das torres de conJoe Sharkey, jornalista oficiais da Aeentregasse o trole sobre as causas da colisão. do "The New York ronáutica chavôo ao outro. À polícia, os pilotos afirmaram Times", que estava a mam a atenção O m e s m o que o equipamento anticolisão bordo do Legacy, em seu para outro faocorria com o da aeronave estava ligado e não blog na internet. to: de São José Legacy. Am- emitiu nenhum alerta sobre a dos Campos, bas as aerona- aproximação do Boeing. "Os pide onde partiu v e s e s t a v a m lotos alegaram que seguiram a o Legacy, para Brasília, a proa é na área de intersecção dos dois rota do plano de vôo e não viram de altitude ímpar. É isso que ex- centros, mas não haviam che- o avião da Gol. Só após pousaplica o fato de o jato da ExcelAi- gado ao momento de troca. rem na Base Aérea do Cachimre ter recebido em sua carta de Torres – Os oficiais não des- bo é que ficaram sabendo do devôo a instrução para trafegar a cartam a possibilidade de um saparecimento do avião." 37 mil pés. Mas essa altitude de- erro do controle de vôo de MaCaixa-preta – As equipes de veria mudar em Brasília. Em ou- naus, autorizando uma subida buscas encontraram ontem, tras palavras, era o Legacy, e não do Boeing sem que tivessem em Peixoto de Azevedo (MT), o Boeing, que deveria alterar a percebido o Legacy, mas consi- a cauda do Boeing da Gol, com rota. Esses dados devem ser re- deram essa uma das "mais re- as duas caixas-pretas do avião gistrados pelo piloto no compu- motas hipóteses para explicar e cem corpos mutilados nas tador da aeronave, antes da de- os fatores que contribuíram proximidades. As caixas-precolagem, para que o piloto auto- para o acidente". tas já estão em Brasília. Uma, mático funcione corretamente. A grande dúvida entre eles é em bom estado, grava as vozes Segundo os oficiais, o Lega- saber por que o sistema antico- da cabine do avião, onde ficam


2 -.ECONOMIA/LEGAIS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

ATAS

RETIFICAÇÃO

COMUNICADOS RODOBENS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS LTDA. (CNPJ/MF nº 04.459.836/0001-00), estabelecida na Rua Cincinato Braga, nº 340, 16º andar, conjunto 161, parte B, Bela Vista, São Paulo – SP., e RODOBENS TRANSPORTES ADMINISTRADORA E CORRETORA DE SEGUROS LTDA. (CNPJ/MF nº 04.459.852/0001-00), estabelecida na Rua Cincinato Braga, nº 340, 16º andar, conjunto 161, parte A, Bela Vista, São Paulo – SP., através de seus representantes legais, infraassinados, vêm comunicar que, em razão de incêndio criminoso ocorrido no imóvel localizado na Av. Coronel Silvério da Cunha Lacerda, nº 290, Centro, Cedral – SP., conforme apurado em perícia técnica realizada pelo Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo, cujo laudo encontra-se juntado aos autos do inquérito policial respectivo, imóvel este utilizado pelas signatárias para arquivo de documentos, foram destruídos, além de parte do referido prédio, inúmeros documentos dentre os quais podemos citar fiscais, contábeis, trabalhistas, etc., conforme relação apresentada através de requerimento protocolado junto à Delegacia de Polícia Civil da Cidade de Cedral, Estado de São Paulo.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2175/06/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Jardim Vista Alegre II – Rua Arroio do Meio, s/ nº - Jardim Vista Alegre - Brasilândia - São Paulo/SP – 90 - R$ 16.762,00 – R$ 1.676,00 – 09:30 – 20/10/2006. 05/2176/06/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Prof. Orlando Geribola – Rua Sociedade Esportiva Palmeiras, 10 - Jardim Helena - Osasco/SP – 90 - R$ 18.113,00 – R$ 1.811,00 – 10:30 – 20/10/2006. 05/2202/06/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio escolar - EE Prof. João Alvarenga – Rua João Niero, 744 - Jardim Andrade - Pedreira/SP – 120 - R$ 34.427,00 – R$ 3.442,00 – 14:00 – 20/10/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 04/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 19/10/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

CONVOCAÇÕES CAMP SÃO MIGUEL PAULISTA - CÍRCULO DE AMIGOS DO MENOR PATRULHEIRO

CONVOCAÇÃO O Conselho Deliberativo do CAMP São Miguel Paulista - Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro, convoca seus sócios para a Assembléia Geral Extraordinária que será realizada no dia 18 de outubro de 2006, na sede do Lions Clube à Rua Jorge Moreira de Souza, nº 45 em São Miguel Paulista, às 19:00 horas em primeira chamada ou em segunda chamada às 19:30 horas, para deliberar sobre a extinção da entidade e o destino específico de seu patrimônio, de conformidade com seu Estatuto Social. (02 e 03/10/2006) Instituto Nacional de Qualidade Judiciária

CNPJ – 06.006.518/0001-19 Assembléia Geral Ordinária - Convocação O Instituto Nacional da Qualidade Judiciária – INQJ, sito à Rua Carlos Comenale, 263, conjunto 2, Cerqueira César, São Paulo/SP, em atendimento ao Capítulo III - Seção II - Artigo 14 do seu Estatuto e Artigo 6 do Regimento Interno, convoca seus associados para Assembléia Geral, a realizar-se às 16 horas do dia 18/10/2006, na sua sede, com o objetivo de eleger os seus conselhos Deliberativo e Fiscal para a gestão de 2006 a 2009. São Paulo, 3 de outubro de 2006. Elizabeth Leão. Presidente.

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0007-36, inscrição estadual 115.304.303.112 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de nº 671480 (em branco). (29/09 e 02, 03/10/2006)


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Te l e c o m Celular Vo I P Comunicação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

INDIANA SEGUROS INVESTE US$ 160 MIL EM TELEFONIA IP

A adoção da tecnologia em 15 filiais reduzirá em 40% os gastos com ligações em um ano

480 ramais via internet Carlos Ossamu Indiana Seguros ( w w w . i n d i ana.com.br) é uma das seguradoras que mais tem investido em tecnologia. A empresa acaba de concluir um projeto de telefonia IP, no qual foi investido US$ 160 mil. Agora, as 15 filiais em todo o País passam a trabalhar 100% com essa tecnologia, que deverá proporcionar uma redução de 40% nos gastos com ligações telefônicas dentro de um ano. A seguradora levou quase dois anos para a instalação da tecnologia e foram necessárias três etapas para a conclusão do projeto. Na primeira fase, iniciada em janeiro de 2005, houve a migração de 55% dos aparelhos, com a instalação de uma central telefônica com capacidade para 1,5 mil pontos e a reestruturação da central de distribuição da rede de dados. Cerca de 70% dos telefones da matriz foram substituídos e instalados 20 softphones para call center. Nessa etapa, também foi efetuada a conversão de todo o sistema da filial de Florianópolis (SC). Redução de gastos – O superintendente de Informática da Indiana, Reinaldo D'Érrico, observa que, além da diminuição dos gastos com telecomunicações, há uma melhoria operacional significativa. "A grande vantagem é que a telefonia IP converge serviços de dados, voz, fax e vídeo. É uma tecnologia confiável e aprimora a comunicação a distancia entre as unidades da seguradora", completa. A segunda fase de instalação, realizada em julho do ano passado, compreendeu a passagem dos aparelhos convencionais nas filiais de Goiânia, Brasília, Salvador e Recife, bem como a expansão para 75% do processo de conversão na matriz. A etapa final, iniciada em junho e concluída em setembro, completou a instalação em todas as filiais. Ao iniciar a readequação da rede e a migração do sistema, a Indiana possuía 385 ramais. Agora o número chega a 480. "A companhia está com infra-estrutura e tecnologia padronizadas, que dispõem de inúmeros benefícios a um custo muito menor. Até o momento, conseguimos uma redução de 25% nas despesas de telefonia, mas esse número diz respeito ao período em que atuamos com tecnologia mista, ou seja, uma parte em IP e outra com telefonia convencional. O ganho será bem maior", explica D'Errico.

A Indiana Seguros investe em telefonia IP. O projeto levou dois anos para ser concluído e resultou na instalação de uma rede de 480 ramais.

Em 15 minutos, uma apólice: a entrada do seguro na era virtual. grande orgulho da Indiana Seguros foi ter sido a primeira seguradora nacional a emitir uma apólice totalmente online, incluindo assinatura digital. O fato ocorreu no dia 9 de dezembro de 2004 e o segurado foi Daniel Soares, que gastou apenas 15 minutos para renovar o seguro do seu automóvel. Segundo D'Errico, emitir um seguro sem papel é a grande tendência. Agora, além daquelas perguntas de praxe, o corretor vai perguntar se o cliente possui um e-CPF. Caso afirmativo, a assinatura da apólice pode ser feita online, agilizando todo o processo, que antes podia levar até 15 dias. Para emitir o seguro, o corretor realiza o processo normal de preenchimento de proposta e simulação de prêmios. Ao finalizar essa etapa, e com a concordância do cliente, ele faz a conexão via internet com a Indiana. A assinatura digital e o contrato são validados e retorna ao corretor, um processo que demora apenas alguns minutos. O segurado precisa assinar um documento com o seu perfil e se ele também tiver o e-CPF, isso pode ser feito eletronicamente. Caso contrário, o corretor pode enviar por fax, para que o segurado retorne o documento assinado, como ocorre normalmente. Um outro detalhe é que, no CD que o segurado recebe, além da apólice e do manual do usuário, caso o pagamento seja parcelado e ele não tenha optado por débito automático no banco, é possível imprimir os boletos ou pagá-los via internet banking, já que há a numeração do documento. (CO)

Divulgação

MOBILIDADE Solução que acessa caixa postal a qualquer momento foi a escolha da Indiana para agilizar negócios

D'Errico: "A telefonia IP converge serviços de dados, voz, fax e vídeo. Aprimora a comunicação a distância na seguradora".

utra aposta da empresa é a mobilidade. Funcionários da área comercial e alguns executivos estão usando o smartphone Motorola MPx220. Esses aparelhos funcionam como uma central de comunicação de voz e dados. "Esses usuários estão sempre em trânsito, visitando os

clientes, que são os corretores de seguros. Por outro lado, o principal meio de comunicação que eles têm para fechar negócios é o e-mail. Assim, eles tinham de voltar para o escritório, perdendo um tempo considerável", comenta D'Errico. A questão era justamente encontrar uma solução que

permitisse a esses profissionais acessar a caixa postal do e-mail a qualquer hora e em qualquer lugar, além de responder as mensagens. Rapidez – "Optamos por uma solução da TIM, baseado no smartphone Motorola MPx220. Ele permite baixar as mensagens de e-mail no celular e respondê-las

por voz, gravando a mensagem e anexando o arquivo no formato .wav. O sistema é muito rápido e fácil de operar", afirma D'Errico, acrescentando que uma das resistências dos usuários em relação à uma solução de mobilidade é a digitação de textos, pois os teclados dos aparelhos são muito pequenos. (CO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

terça-feira, 3 de outubro de 2006

É preciso levar o Talebã a uma forma de governo transparente Bill Frist, líder republicano dos EUA

Internacional

Segundo turno joga areia no projeto de gás de Morales

Tim Shaffer/Reuters

Se Alckmin vencer, nacionalização poderá complicar

A

indefinição eleito- tratos com a Petrobras, enral no Brasil com- quanto negociava com outras plica a nacionaliza- multinacionais, como a espação dos hidrocar- nhola Repsol-YPF, a francesa bonetos na Bolívia, porque po- Total e a britânica British Gas. de impedir um acordo sobre os Mas Lula "não ganhou ainda preços do gás natural no prazo a reeleição e não pode se arrisfixado por ambos os países, car a perder votos por causa da disseram, ontem, fontes políti- Bolívia, ao contrário de Alckcas e econômicas bolivianas. min, que durante toda a camA campanha do segundo panha exigiu pulso firme com turno entre o presidente Luiz a Bolívia", disse Vacaflor. Inácio Lula da Silva e o candiEmbora tenha passado o úldato tucano Geraldo Alckmin timo mês garantindo que não coincidirá com a fase decisiva ampliaria o prazo de negociada negociação de novos con- ção, o governo boliviano agora tratos entre La Paz e as petro- já fala em mudar o calendário. leiras estrangei"Um segundo ras, entre elas a turno no Brasil Petrobras, ampliaria o promaior investicesso de negodora do setor. ciação entre a Pe"As eleições As eleições de trobras e a YPFB de domingo no domingo produziram (estatal local)", Brasil produzidisse o ministro o pior momento para ram o pior moda Presidência, mento para ne- negociar e o que pode Juan Ramón gociar, nem Lula ocorrer é os prazos se Quintana. nem a Petrobras modificarem O influente sepodem fazer nador governisHumberto Vacaflor, ta Antonio Pereconcessões à Boanalista boliviano do admitiu que lívia em plena campanha, e o "uma situação melhor que pofavorável teria derá ocorrer é que os prazos se sido a reeleição do presidente modifiquem", disse o analista Lula no primeiro turno". "As Humberto Vacaflor. conversações serão mais difíO governo boliviano do pre- ceis, embora as condições tesidente Evo Morales decretou nham de ser postas só pela Boem maio a nacionalização dos lívia." Fernando Messmer, líhidrocarbonetos e determinou der da maior bancada de opoque todas as petroleiras que s i ç ã o n o C o n g r e s s o , n ã o operam no país negociem no- descartou "uma mudança vos contratos até 28 de outu- drástica" das condições, se Albro. O segundo turno das elei- ckmin vencer. Com a nacionações brasileiras acontece no lização, a Petrobras precisa nedia 29 de outubro. gociar não só novos contratos, Confiança – Aparentemen- mas a transferência do controte confiando que seu amigo le das duas refinarias do país, Lula venceria no primeiro tur- que passaram para as mãos da no, Morales aceitou no mês estatal brasileira em uma pripassado adiar para 9 de outu- vatização feita em 1990 pelo bro a fase final de novos con- governo boliviano. (Reuters)

Helicóptero da polícia da Pensilvânia cerca escola, no meio rural, onde um homem fez reféns alunas com idades variando de seis a 13 anos

Terror e morte em colônia Amish Homem invade escola no condado de Lancaster, nos Estados Unidos, e mata três pessoas AFP

N

o quarto ataque armado a escolas dos Estados Unidos em menos de uma semana, Charles Roberts, de 32 anos, matou, ontem, três pessoas (duas alunas e Rede de tevê mostra área da escola uma auxiliar de ensino) e feriu outras oito em uma escola de um único cômodo no interior de uma comunidade rural Amish da Pensilvânia. O invasor suicidou-se. Os amishes são religiosos cristãos protestantes que levam uma vida simples, não utilizam aparelhos eletrônicos nem lêem jornal ou vêem tevê. O atirador, que não pertencia à comunidade, invadiu a escola pela manhã, quando 27 alunos – 15 meninos e 12 meninas, com idades variando entre seis e 13 anos – estavam no prédio. Armado com uma espingarda e uma pistola automática, Roberts dominou todos os alunos, professores e funcionários e amarrou todas as meninas com fita adesiva ao quadro negro. Depois de libertar uma funcionária grávida e outras três mulheres que tinham crianças de colo, passou a disparar contra as meninas, principalmente na cabeça, caracterizando uma execução. Uma aluna e a auxiliar de ensino, um pouco mais velha do que Tim Shaffer/Reuters as alunas, morreram na hora. Outra aluna morreu nos braços de um agente policial. O número de mortos da chacina pode aumentar, pois, segundo a polícia, o estado de duas das alunas feridas é considerado crítico. "Só por um milagre não perderemos duas garotas que sobrevivem graças a aparelhos", disse o chefe da polícia do Condado de Lancaster, Jeffrey Miller. Horror – Alguns meninos receberam tiros nos braços. O atirador se matou depois de estar cercado pela polícia. "A cena do crime é Grupo de homens da religião Amish horrorosa", prosseguiu

Miller. Lancaster, onde se localiza a comunidade Amish, fica a 100 quilômetro da capital da Pensilvânia, Filadélfia. Roberts, pai de três filhos e sem passagem pela polícia, dirigia um caminhão que transportava leite para a comunidade. Segundo Miller, ele deixou uma carta para a família dizendo que se vingaria por "algo que ocorreu há 20 anos". Sua mulher prestou depoimento à polícia, ontem. O incidente na Pensilvânia foi o mais recente de uma série de ataques a escolas que têm chocado os EUA nos últimos dias (ver quadro). Segundo a pesquisadora da Universidade de Princeton Katherine Newman, autora de Rampage: The social roots of school shootings (pela tradução, Desordem: As raízes sociais dos ataque a escolas), a seqüência se deve a um efeito de imitação, entre pessoas desequilibradas psicologicamente. "Quando houve o massacre de Columbine, em abril de 1999, muitas pessoas diziam: ‘Eu farei a mesma coisa’", disse Katherine, por telefone. (AE)

SUCESSÃO ONU

HOMEM INVADE RESIDÊNCIA DE BLAIR

ministro de Assuntos Exteriores da Coréia do O Sul, Ban Ki-Moon, voltou a

voz da polícia de Londres. m invasor armado com Apesar de ter se descoberto uma faca foi preso, U ontem, após escalar um muro que o homem carregava uma

despontar como favorito para a sucessão de Kofi Annan nas Nações Unidas, e já tem quase assegurada sua eleição como oitavo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em outra votação informal e indicativo realizada no Conselho de Segurança, Ban voltou a monopolizar, com o apoio de 14 países, a maioria dos votos, em relação aos outros cinco candidatos que se apresentaram oficialmente para a disputa. (AE)

e entrar em uma área reservada da residência oficial do premiê britânico Tony Blair, informou a polícia. O homem foi detido nos fundos da propriedade da rua Downing, número 10. "Ao chegar do outro lado, ele foi imediatamente confrontado por um oficial e preso depois de uma luta", disse o porta-

Ó RBITA PRESSÃO

Bush, dos EUA, e Putin, da Rússia, querem manter pressão sobre o Irã.

faca, a polícia disse não considerar que o incidente tenha ligações com terrorismo. As razões do invasor ainda não ficaram claras. "Estamos satisfeitos de que em momento algum o primeiroministro tenha sofrido perigo", disse o porta-voz. O homem foi preso para prestar depoimento. (Reuters)


2

Compor tamento Urbanismo Distritais Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Testes visuais, de HIV, gravidez, pressão arterial e níveis de glicemia sanguínea totalizaram 1609 procedimentos.

160 ESTUDANTES FORAM VOLUNTÁRIOS

Divulgação

discute Jabaquara na feira da saúde Penha mudanças 80% da população atendida no evento não têm informação sobre hipertensão Divulgação

U

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

E

Durante a feira, foram realizados cerca de 4 mil procedimentos

ficação de pressão arterial e dos níveis de glicemia sanguínea totalizaram 1609 procedimentos. Galeria – A Distrital Jabaquara inaugurou, no início do mês, a galeria de fotos de exsuperintendentes em comemoração aos 10 anos da sede. Estiveram presentes mais de 90 pessoas, entre diretores e amigos fundadores, empresários, presidentes de entidades e da OAB Jabaquara/saúde. O evento foi presidido pelo superintendente em exercício, José Paulo Pereira Fonseca Ta-

vares. Foram homenageados com as fotos o fundador da sede, José Everardo Rodrigues Cosme, e Victoria Ayroza Saracchi, ex-superintendente. Jantar – A diretoria executiva e o conselho diretor da distrital realizaram um jantar para comemorar os 10 anos de inauguração da sede. O encontro aconteceu na Churrascaria Chalé dos Pampas e contou com a presença de 46 convidados. Participaram amigos, empresários da região e representante da Subprefeitura do Jabaquara.

m reunião extraordinária, a Distrital Penha da ACSP discutiu as modificações realizadas no trânsito em ruas centrais do bairro. Técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transportes (SPTrans), entidades locais e moradores debateram, principalmente, o percurso dos ônibus (bairro/cidade/bairro) que foram retirados do contrafluxo da avenida Penha de França, entre as ruas Caquito e Henrique de Souza Queiroz. Os coletivos passaram a fazer o trajeto pelas ruas Carlos Meira, Rodovalho Junior e Henrique de Souza Queiroz. Segundo moradores dessas ruas, a passagem dos ônibus está provocando transtornos, principalmente por causa do excesso de velocidade perto da portaria da Escola Estadual da Penha. Os representantes de entidades locais, entendem que as mudanças foram benéficas para evitar colisões e riscos de atropelamentos no trecho em que os coletivos trafegavam no contrafluxo – e nas conversões que faziam à esquerda e à direita – na Penha de França, mas concordaram com a necessidade de realização de novos estudos para implantações de possíveis alternativas para o trajeto. A técnica da CET Neide Arake disse que foram feitos estudos antes das modificações, mas que é possível aperfeiçoar o tráfego local, inclusive com a instalação de equipamentos e de sinalização que diminuam os riscos e disciplinem a movimentação dos veículos e também dos pedestres. O técnico da SPTrans Aderoaldo Nascimento ouviu as críticas sobre o excesso de velocidade dos coletivos na descida da ruas Carlos Meira e prometeu orientar os motoristas para que dirijam com mais cuidado naquele trecho, bem como em frente ao colégio. Participaram das discussões sobre o trânsito na Penha o coordenador do Fuspe (Fórum Urbanístico da Penha, Reinaldo Martinez Ruiz; Angela Maria Calábria; Mauro Inácio Alves; Enir de Oliveira; Paulo Roberto Mourão, chefe de gabinete da Subprefeitura da Penha; Ornélia Tolosa; Marco Antonio Jorge, superintendente da distrital; e Carlos Alberto Angeli, engenheiro da CET.

uês rtug Vila o P o a Vinh vento d 0 5 n , Co R$ 22

Vinho do Porto Senador R$ 27,90

Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90

no talia c I o Vinh cati-Do Fras 16,50 R$

Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50

Vinho Italiano Chianti R$ 29,90

eno Chil ja o h Vin rta Vie ernet Ca re/Cab ené ,90 m Car R$ 14

Distrital realizou também palestra sobre energia

A

Distrital São Miguel, e m p a rc e r i a c o m o Banco Itaú, realizou o Happy Hour de Negócios, coordenado pelo superintendente, José Parziale Rodrigues. O evento teve a participação de mais de cem pessoas. O gerente do Banco Itaú Marcelo Rubens Ruiz Moreno apresentou uma série de produtos oferecidos pela instituição e divulgou a abertura de uma nova agência, na avenida Tenente Laudelino Ferreira do Amaral, 550, na Vila Jacuí. Conta – A distrital, em parceria com a AES Eletropaulo e o Grupo 1 de Jornais, realizou a palestra Isso É da Sua Conta, co-

ordenada pelo diretor-geral da AES Eletropaulo, Charles Lenzi, e pelo diretor da Regional Leste, Radamés Mainardi. O objetivo do evento foi desenvolver um relacionamento direto com a comunidade e divulgar a atuação da AES Eletropaulo na região, buscando a melhoria no atendimento. O superintendente da distrital, José Parziale Rodrigues, considerou o encontro importante, pois facilitou o acesso da população a importantes informações e dicas de segurança. E a concessionária pôde também obter um retorno da população sobre o trabalho desenvolvido na região.

Butantã em ação de cidadania

A

Distrital Butantã da ACSP e o Rotary Clube do bairro, com o apoio da Subprefeitura do Butantã, realizaram, no mês passado, a 4 ª Feira da Saúde e Cidadania do Butantã. O evento aconteceu no estacionamento do Carrefour Raposo Tavares. Apesar da chuva durante o dia, foram montadas 100 tendas e realizados mais de 10 mil atendimentos à população. Entre os serviços prestados estavam: medição de pressão arterial, exame de glicemia e co-

lesterol, emissão de Carteira de Trabalho e Cédula de Identidade, corte de cabelo, atendimentos em dermatologia e odontologia e demonstração do trabalho do Instituto Butantan, entre outras atividades. Durante o evento houve apresentação de grupos musicais. A abertura teve a presença do Subprefeito do Butantã, Maurício de Oliveira Pinterich, do presidente do Rotary, Arnaldo Tadeu Poço e do superintendente da distrital, José Sérgio Toledo Cruz.

Divulgação

Feira da Saúde aconteceu no estacionamento do Carrefour

“MANIA DE VENDER BARATO”

Lambrusco R$ 11,50

uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2

uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 , 49 R$ 6

Couteiro Mor R$ 26,90

Negócios em São Miguel

Só BEBIDAS

Preços Promocionais

Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90

Parziale, superintendente, durante a realização do Happy Hour

Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00

Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90

uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 , 5 R$ 2

Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO

PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.

www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO

DC

m levantamento realizado pelos organizadores da 3ª edição da Feira de Saúde e Cidadania promovida pela Universidade Ibirapuera – em parceria com a Distrital Jabaquara e com a Supervisão Municipal de Saúde da Cidade Ademar – revelou que 80% da população atendida no evento não possuem informação sobre os riscos da hipertensão e dos mecanismos de controle da pressão arterial. Seiscentas pessoas responderam ao questionário. Cerca de 85% dos participantes da feira tinham entre 41 e 60 anos, faixa onde se concentra os casos mais agudos de hipertensão. Aproximadamente 160 estudantes do curso de enfermagem da universidade trabalharam como voluntários, oferecendo serviços de medição de arterial, exames para detecção de diabetes e testes de acuidade visual, entre outros. Durante a feira, foram realizados cerca de 4 mil procedimentos nas áreas de saúde, estética, orientação jurídica e psico-pedagógica. Os testes de acuidade visual, HIV, gravidez, veri-

no trânsito


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Temos de estar atentos ao que os pequenos estão fazendo de inovador. Afonso Braga, Burger King

REDE DEVE INVESTIR R$ 43 MILHÕES ATÉ 2009

Paulo Pampolin/Digna Imagem

BURGER KING FORTALECE MARCA NO PAÍS Rede começa a estender atuação no Nordeste e Sul do Brasil. No Sudeste, só o Estado de Minas Gerais receberá investimentos de R$ 25 milhões em cinco anos e São Paulo terá 50 lojas até 2009.

Investir em campanhas publicitárias regionais é estratégia de marketing da rede Burger King

CONSTRUÇÃO A construtora Gafisa comprou a Alphaville Urbanismo SA, a Ausa.

Ó RBITA

CPMF A partir do dia 9, as aplicações feitas antes de outubro de 2004 deixam de pagar o imposto.

ACIDENTE PROVOCA QUEDA DE AÇÕES DA GOL

A

s ações da Gol tiveram negociação intensa e sofreram queda acentuada ontem no primeiro pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após a notícia do acidente com o vôo 1907, em que morreram 155 pessoas, conforme a Força Aérea Brasileira. Os papéis da companhia aérea fecharam em baixa de 1,85%, a R$ 73,6. Nos primeiros minutos de negócio, chegaram a cair 4,65%, para R$ 71,51. O Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) fechou em alta de 1,67%.

Para um analista que acompanha o setor, a queda brusca dos papéis da Gol foi um reflexo do mercado e tende a ser absorvida nos próximos dias. O especialista no setor da Itaú Corretora, Tomás Awad, também descarta um abalo relevante nos resultados da Gol, e concorda que a demanda não será afetada. De acordo com a Bovespa, os papéis iniciariam em

baixa de quase 6%, o que os levou automaticamente a leilão e retardou sua abertura para às 10h18. Segundo a bolsa, o limite de oscilação para as ações de alta liquidez como as da Gol é de 3%, entre um negócio e outro. As ordens na préabertura estavam acima desse limite e se deu início ao leilão, que durou 5 minutos. Depois disso, a operação foi prorrogada por 13 vezes, por um minuto cada. As extensões se deveram, segundo a Bovespa, a ordens colocadas no final do tempo. Quando finalmente abriram, as ações caíam 3,3%. (Reuters)

COMÉRCIO

CHINA

URUGUAI

E

conomia monetária, mercado cambial, taxas, balanço de pagamentos internacionais e Direito Aduaneiro estão entre os temas abordados pela 11ª de Comércio Internacional e Cãmbio, do mestre em Economia Bruno Ratti, que está sendo lançado pela Edições Aduaneiras. O trabalho é direcionado para empresários e estudantes da área e apresenta, de forma didática, gráficos, tabelas e organogramas para facilitar a leitura. A nova edição analisa ainda a integração econômica internacional, como o Mercosul e União Européia. (DC) A TÉ LOGO

O

governo brasileiro iniciou processo de investigação de dumping contra seis produtos chineses: óculos de sol, armações de óculos, escovas de cabelo, alto-falantes, árvores de Natal e bolas de enfeites de Natal. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, disse que, se for comprovado dano aos fabricantes nacionais, o governo irá impor sobretaxas aos produtos da China. A abertura das investigações de dumping já foi publicada no Diário Oficial da União. (AE)

R

epresentantes do Uruguai e dos EUA iniciaram ontem negociações sobre um possível acordo comercial, que tem provocado forte dissidência dentro do governo de coalizão do presidente Tabaré Vázquez. Os partidos de esquerda que fazem parte do governo têm acusado o presidente Vázquez de ceder a soberania nacional aos EUA em troca de um acordo. Já o governo tem argumentado que aumentar o comércio com os EUA vai estimular o crescimento no longo prazo ao país, de 3,4 milhões de habitantes, que se recupera da crise de 2002. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Bancos retomam briga para conquistar cliente com juros menores

L

Gradiente conquista espaço no setor de telefonia celular

L

Eleição brasileira complica nacionalização do gás na Bolívia

S

ó no último ano, o mercado de fast food cresceu 12% no Brasil. Número suficiente para que a rede Burger King aposte ainda mais na expansão de suas unidades pelo País. Para competir com franquias maiores, como McDonald's e Bob's, a estratégia é investir em propaganda barata e direcionada, como os outdoors, e ir se difundindo pelo Brasil por meio das cidades mais importantes de cada região geográfica. Desde novembro de 2004, quando a rede chegou ao Brasil, foram inauguradas 16 unidades , que se espalham por São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. Até o final do ano, Porto Alegre, Recife e Curitiba devem receber também lojas da rede de fast food. Cada região ou estado do País tem lojas de franqueados diferentes, que ficam responsáveis pela expansão da rede naquele ponto do País, segundo o gerente de marketing do Burger King Brasil, Afonso

É claro que as marcas maiores causam preocupação, mas qualquer lanchonete que prepare hambúrguer é concorrente direta. Afonso Braga

Carlos Braga. Em São Paulo, o plano é ter 50 lojas até o final de 2009. Nesse projeto de expansão, estão sendo investidos R$ 43 milhões. Minas Gerais também deve receber atenção especial da rede, com investimento de R$ 25 milhões em cinco anos, para inauguração de um número ainda incerto de unidades. "Dependendo do retorno financeiro que as lojas abertas em outros Estados nos mostrarem, podemos direcionar grandes investimentos a essas regiões também", diz Braga. Não é somente a

concorrência das grandes redes, como Bob's e McDonald's, que faz o Burger King lançar mão de tamanho investimento. "É claro que as marcas maiores causam preocupação, mas qualquer lanchonete que prepare hambúrgueres é considerada concorrente direta", afirma Braga. "Temos de estar atentos ao que os pequenos e os grandes estão fazendo no que diz respeito à inovação, campanhas publicitárias e investimentos em geral." Por ainda não estar presente no Brasil inteiro, apesar de ser uma grande companhia, os executivos do Burger King têm de pensar na empresa como fragmentada. "Isso acontece principalmente na hora de pensarmos no plano de mídia", explica Braga. "Contratar espaços em rede nacional é rasgar dinheiro, ainda mais porque não temos tantos recursos para investir em propaganda como tem o McDonalds", diz. "A melhor opção são os outdoors fixados nas regiões que abrigam as lanchonetes." Sonnaira San Pedro


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Celular Vo I P Comunicação Livro

terça-feira, 3 de outubro de 2006

EMPRESA NORUEGUESA ABRE ESCRITÓRIO NO BRASIL

A Tandberg, em 90 países, é responsável por 40% do mercado mundial de videoconferência.

Divulgação

TELEAUDIÊNCIA TELEMEDICINA TELE... A Tandberg expande sua operação de videoconferência no País. Quer os grandes e, também, os pequenos clientes, em especial em São Paulo.

Um produto intermediário

Por meio da videoconferência, empresas conseguem reaver seu investimento nos equipamentos em média em seis meses, com preços que variam de US$ 2 mil a US$ 50 mil, em média.

Cyro Fiúza om clientes de pequeno, médio e grande porte sobretudo em São Paulo, a norueguesa Tandberg está anunciando a abertura de seu primeiro escritório no Brasil. Projetos de teleaudiência do Tribunal de Justiça do Estado e de telemedicina no Hospital das Clínicas e na Faculdade de Medicina na USP estão em pleno funcionamento. Escritórios e clínicas de profissionais liberais, como advogados e médicos, têm procurado os equipamentos de videoconferência em alta definição, que também apresentam amplo uso para outros setores como por exemplo o comércio, indústria, bancos, empresas de tecnologia da informação, telecomunicações, saúde e setor

público. Expansão – A abertura do escritório local expande a atuação da Tandberg para 90 países, responsáveis pela fatia de 40% do mercado mundial do setor de videoconferência, segundo informação da empresa. "O mercado de videoconferência no Brasil cresce consistentemente, pois o sistema oferece uma nova forma das pessoas se comunicarem. Temos hoje 20 fóruns com sistemas de teleaudiência instalados. Apenas em São Paulo, são 500 fóruns, sem contarmos os de outros Estados", exemplifica André Queiroz, gerente geral da Tandberg no País, para mostrar o potencial de crescimento do setor. Rick Snyder, presidente da Tandberg Américas, garante que "um investimento em videconferência se paga em mé-

dia em seis meses, com preços que variam de U$ 2,000 a U$ 50 mil para os equipamentos top de linha". Esse retorno sobre o investimento (ROI) ajuda a explicar o crescimento anual de 25% da empresa nos últimos anos, para uma média mundial que já é boa, de 22% para o segmento, segundo dados da consultoria Frost & Sullivan. Benefícios – Os benefícios, segundo André Queiroz, são outros além da relação custobenefício e do retorno sobre o investimento anunciado pelo executivo norte-americano. "Um juiz pode fazer 15 audiências num único dia, com a segurança para a população de não precisar transportar os presos até os fóruns". Com as soluções de videoconferência, afirma o executivo, além de reduzir custos com viagens no poder público e no segmento

privado, as empresas aproximam pessoas e aceleram a tomada de decisões, aumentando a eficiência do trabalho. "Outro grande benefício é que a videoconferência apresenta um índice de retenção de 75%, muito superior ao obtido apenas com uma conferência feita com o uso da telefonia". Segundo o gerente geral, a estratégia da empresa está baseada em ações para difundir a tecnologia a partir de exemplos de sucesso no Brasil – como os casos de teleaudiência do Judiciário e de telemedicina da USP –, e também em parcerias estruturadas com revendedores certificados, integradores de TI e telecomunicações. Em todo o mundo, a Tandberg tem parcerias fechadas com companhias de grande porte como IBM, Microsoft, Cisco, Nortel e Avaya.

Saiba como funcionam as memórias do computador Tido como máquinas inteligentes, os PCs são tão burros como qualquer máquina. Guido Orlando Júnior maior desafio da ciência que desenvolve computadores é torná-los o mais parecido possível com os seres humanos. Pesquisas em robótica evoluem a passos de formiga, tal a complexidade do cérebro humano, que é considerada a mais avançada "máquina" de processamento que existe. Não estou falando em velocidade ou capacidade de processamento de milhões de operações por segundo, mas sim no poder de gerenciar muitas coisas ao mesmo tempo, sem entrar em colapso. Pense no simples ato de dirigir. Qualquer motorista tem que realizar 11 operações simultâneas e tomar decisões em uma fração de segundo: olhar para frente, diagonal esquerda, diagonal direita, espelho retrovisor interno, retrovisor externo direito e esquerdo, acelerar, brecar, acionar o pedal de embreagem, mudar as marchas e controlar a velocidade e relógios do painel, além de estar atento aos outros motoristas que estão por perto. E cada operação dessas desencadeia uma infinidade de comandos do cérebro, que também garante a atenção do condutor do veículo. Estou falando tudo isso ape-

nas para explicar três memórias que em um PC comum tem. Existem muitas dúvidas a respeito e constantemente sou perguntado sobre elas. Você verá que existe certa semelhança entre os tipos de memória de um computador e o cérebro humano. Com a diferença de que no micro elas estão separadas e no nosso, acoplada em uma unidade só. É verdade que ele ganha na velocidade de processamento, mas está aí para isso mesmo: facilitar e realizar o que não somos capazes de fazer com o nosso. Memória ROM A sigla quer dizer Read Only Memory, ou seja, Memória Somente de Leitura. Ela é responsável pelo "instinto" do computador, assim como temos o nosso. Ao ligar uma máquina, você sempre vê aquelas letras em uma tela preta, que nunca presta atenção. A memória ROM está trabalhando para ver se tudo está de acordo para poder prosseguir. Se não estiver, pára e não continua. Para nós seria o mesmo, caso em vez de dormirmos fôssemos desligados. Nossa "memória ROM" iria verificar primeiro se conseguiríamos respirar, se o coração está batendo, se os órgãos estão funcionando e tudo o mais está bem. Uma pessoa que por infelicidade sofreu algum trauma e ficou com alguma deficiência motora ou teve algum sentido comprometido, teve essa parte do cérebro afetada. Da mesma forma, se uma porta de impressora ou USB pára de funcionar, certamente é na memória ROM que pode se encontrar o defeito. Memória RAM Random Access Memory, ou em português, Memória de Acesso Aleatório. Esse tipo de memória é bem parecido com

nossa parte equivalente do cérebro. Nela fica armazenado tudo o que serve para um determinado momento e que pode ser descartado sem grandes conseqüências. Quando você liga o computador, imediatamente o sistema operacional seja ele qual for -, é carregado para a memória RAM. Da mesma forma, quando você abre um editor de textos, esse programa é carregado, ocupando outro espaço da memória. É por isso que, quanto maior a memória RAM, mais rápido é o computador. Claro que o processador influencia, mas essa é outra história. Com nosso cérebro é a mesma coisa. Nós também possuímos uma área do cérebro que funciona exatamente assim. Imagine algumas ações corriqueiras que acontecem todos os dias. Você acorda de manhã e vai escovar os dentes. Seria como se você carregasse para a memória o programa "Escovar Dentes 1.0", equivalente a um editor de textos. Após o término da ação ele é descartado, da mesma maneira que você fecha seu editor de textos quando termina seu trabalho. Memória de massa É o velho e conhecido HD, ou disco rígido. Nele é onde são armazenados o sistema operacional, programas e arquivos, para serem utilizados posteriormente e quando você quiser. Aqui é que as semelhanças com nosso cérebro são mais visíveis. Um HD sem sistema operacional não é nada e precisamos instalar algum nele, para que possa ser útil. Da mesma forma, quando nascemos, não temos sistema operacional. Temos os instintos, mas nosso cérebro está "vazio" de informações. Da mesma forma, ocorre com o HD.

Diferente do computador, em que o sistema operacional é instalado todo de uma vez, o nosso vai sendo "instalado" ao longo dos anos. Andar, falar, idioma básico, cultura, reconhecimento de coisas corriqueiras e tantas outras ações automáticas fazem parte de nosso sistema operacional, que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Já outras, necess i t a m o s aprender e armazenar para posterior resgate, quando forem necessárias. É como um arquivo de editor de textos ou planilha eletrônica. A s e m elhança é tão grande que, assim como os discos rígidos se esgotam e necessitam ser trocados por maiores ou adicionados mais um ao sistema, com nosso cérebro aconteceria quase a mesma coisa, caso pudéssemos colocar mais um cérebro em nosso corpo e tivéssemos a capacidade de armazenamento que os HD têm. Como somos infinitamente mais inteligentes que os computadores, não deixamos nosso cérebro lotar e lançamos mão de agendas para armazenar números de telefones, receitas alimentares e coisas que não precisamos guardar, pois somente as utilizaremos apenas de vez em quando. Da próxima vez que ficar em frente ao computador, lembrese de uma coisa: ele é nada comparado a você e a seu cérebro — em todos os sentidos.

m dos produtos intermediários apresentados pela Tandberg no Brasil é o sistema Centric 1700 MXP, com câmera HD, monitor integrado widescreen LCD de 20", capacidade de trabalhar wireless, firewall, e com compartilhamento de apresentações em PC. Em uma rápida apresentação em show room montado pela empresa, verifica-se que é possível trabalhar com a tela aberta no computador e uma janela lateral com as imagens da videoconferência. O suporte para stream duplo também permite a exibição simultânea dos participantes do encontro e das apresentações dos trabalhos. O controle remoto, por sua vez, traz recursos de um aparelho celular, que permite manipular o vídeo ao mesmo tempo em que faz as chamadas dos diversos pontos que participarão da conferência. A comercialização deste e de outros aparelhos continuará sendo feita pelos canais de v e n d a q u e h á t rê s a n o s j á atuam no País. Atualmente, a Tandberg conta com dois grandes distribuidores certificados no Brasil, a Mude e a TES. A Tandberg foi fundada em 1933 na Noruega para fabricar receptores de rádio. Com o crescimento, passou a fabricar também monitores de TV e posteriormente equipamentos de computação. Atuando independentemente, existem hoje a Tandberg Videoconferencing, Tandberg TV, Tandberg Data, Tandberg Storage e Tandberg Education. (CF)


terça-feira, 3 de outubrode 2006

Urbanismo Polícia Acidente Ambiente

INVASÃO 150 sem-teto invadiram um condomínio semiacabado na zona leste da cidade.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Os comandantes de grandes companhias são absolutamente corretos e mantêm o transponder sempre ligado.

PASSAPORTES DE PILOTOS SERÃO APREENDIDOS

SOTERRADOS Dois operários morreram soterrados ontem em obra em Santo André.

Ó RBITA Newton Santos/Hype

Transponder do Legacy poderia estar desligado A hipótese é de um técnico em controle de vôo. Caixa-preta do jato indicará se houve a contravenção.

O

IPIRANGA HOMENAGEIA BURTI presidente em exercício O presidente em exercício da da Associação Comercial Associação Comercial de São O de São Paulo (ACSP), Alencar Paulo (ACSP), Alencar Burti, Burti (foto), foi homenageado pela Distrital Ipiranga com uma placa de prata, durante a comemoração do aniversário de 422 anos do bairro e 100 anos do Clube Atlético Ipiranga, na sexta-feira. A placa foi entregue pelo atual e ex-superintendente da distrital, respectivamente, Antônio Jorge Mansur e Reinaldo Bitar. Burti destacou a força da distrital Ipiranga como um pólo que concentra as lideranças locais e irradiador de ações que visam o desenvolvimento econômico e social da região. "Além de ser um instrumento de civismo para preservar a memória e os valores maiores da comunidade", enfatizou. Jorge Mansur lembrou a influência do bairro na vida da cidade. "O nosso bairro é um marco histórico para o País, com suas tradições e importância econômica", disse Mansur. Para Reinaldo Bittar o Ipiranga não é apenas um importante pólo comercial, mas também uma referência para o turismo. O presidente do Clube Atlético Ipiranga, Odair Oberle, mostrou as marcas deixadas pelo Clube neste século de existência na atividade social e cultural do bairro.

foi homenageado pela Distrital Ipiranga da ACSP com uma placa de prata, durante a comemoração do aniversário de 422 anos do bairro e 100 anos do Clube Atlético Ipiranga, na sexta-feira passada. A placa foi entregue pelo atual e exsuperintendente da Distrital, respectivamente, Antônio Jorge Mansur e Reinaldo Bitar. Burti destacou a força da Distrital Ipiranga como um polo concentrador das lideranças locais e irradiador de ações que visam o desenvolvimento econômico e social da região. "Além de ser um instrumento de civismo para preservar a memória e os valores maiores da comunidade", enfatizou. Jorge Mansur lembrou a influência do bairro na vida da cidade de São Paulo. "O nosso bairro é um marco histórico para o País, com suas tradições e importância econômica", disse Mansur. Para Reinaldo Bittar o Ipiranga não é apenas um importante pólo comercial, mas também uma referência para o turismo. O presidente do Clube Atlético Ipiranga, Odair Oberle, mostrou as marcas deixadas pelo clube neste século de existência na atividade social e cultural do bairro. (SLR)

BINGO

AMERICANO

PM prendeu ontem três polícia civil esclareceu o homens que tentavam desaparecimento do A A assaltar um bingo em norte-americano Raymond Pinheiros, zona oeste. O trio levou cerca de R$ 10,5 mil do local mas, durante a fuga, jogou o dinheiro pela rua. A polícia conseguiu recuperar apenas R$ 1,4 mil. Os policiais prenderam um dos ladrões na saída do bingo. Os outros conseguiram fugir do local, mas foram presos logo em seguida, já sem o dinheiro.

James Mierrel, que chegou ao Brasil em março para passar o aniversário com a então namorada Regina Filomena Rachid. Ela e outros dois homens seqüestraram e mataram o compositor norteamericano. Ele foi dopado com sonífero, obrigado a contar as senhas bancárias e depois foi enforcado. (AE)

Marcos Xavier/AE

identificador eletrônico transponder do jato executivo Legacy, da Embraer, provavelmente estava desligado no momento do choque com o Boeing 737-800, da Gol. Nesse caso, embora o jato não tenha desaparecido dos radares do Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), de Brasília ou de Manaus, passou a não ter mais identificação eletrônica, aparecendo nas telas como se fosse um sinal fantasma. Depois de algum tempo nessa condição, o Comando da Aeronáutica pode enviar caças armados para interceptar o intruso. "No espaço aéreo da Amazônia são muito comuns os chamados ‘alvos falsos’ e, estando com o transponder desligado Lepore (camiseta branca) e Paladine (de boné), embarcando de Cuiabá para São José dos Campos ele estaria não identificado a qualquer tipo de radar, dos aeroportos ou de outros aviões De acordo com o técnico ouFolha de Pinheiro/Agência O Globo em vôo na mesma área", afir- vido pela Agência Estado, o Lemou um técnico ligado à ope- gacy estava sob regime RVSM, ração do sistema de gerencia- um padrão que exige autorizamento do Destacamento de ções das torres para mudança Tráfego e Controle Aéreo do de altitude. "Se o piloto não reAeroporto Eduardo Gomes cebeu essa autorização, ele po(Detecea-EG), o principal ter- de, sim, ter desligado o transminal do Amazonas. ponder para mudar a altitude a Segundo a fonte, a caixa- seu gosto sem ser identificado preta do Legacy deve indicar pelos radares " Ele considera se houve a contravenção, "fre- pouco provável que possa ter qüente em aviões executivos havido falha de comunicação ou táxis aéreos, que não cum- entre as estações do Cindacta prem rotas code Manaus e merciais. Os Brasília. Destroços do monomotor Minuano que caiu ontem no Maranhão c o ma n d a nt e s P a s sa p o rde aviões de tes – O juiz grandes comTiago Souza O piloto pode, sim, ter p a n h i a s a éNogueira de desligado o reas, como a Abreu, de Peitransponder para Gol, são absoxoto de Azea manhã de ontem, do de Ponta de Santana, onmudar a altitude, sem lutamente vedo, do Maquando o coman- de a aeronave caiu, dissecorretos nesto Grosso, dedante Júlio César ram que puderam ouvir o ser identificado pelos ses detalhes terminou onRibeiro começava os proce- barulho do momento que a radares. vitais e mantem, a pedido dimentos de pouso do mo- aeronave se chocou com o Técnico de controle de t ê m o t r a n sdo Ministério n o m o t o r E m b r a e r solo. Não houve testemuvôo que não se ponder semPúblico, a EMB720C Minuano, prefixo nha ocular do acidente. identificou pre ligado." apreensão do PT-EKA, uma explosão arParte da asa esquerda do " O p ro b l epassaporte rancou uma das asas da ae- avião caiu no quintal de Ivama é grave, dos americaronave, que caiu a dois qui- nilde Tavares Freitas, que pouco divulgado, e é necessá- nos Joe Lepore e Jan Paladine, lômetros da cabeceira da estava em casa no momento rio muito cuidado ao tratar do piloto e co-piloto do Legacy. pista do aeroporto de Pi- do acidente. "Eu estava coassunto – mas trata-se de uma Abreu atendeu ao pedido de nheiro, a 100 quilômetros de meçando a fazer o almoço situação real: pilotos de aviões medida cautelar do promotor São Luís, no Maranhão. quando ouvi um vizinho particulares ou corporativos de Peixoto de Azevedo, AdriaO acidente aconteceu por gritando que um avião estaadotam esse tipo de procedi- no Roberto Alves. A decisão da volta das 9h e, além do pilo- va caindo. Logo depois oumento irregular para chegar a Justiça de Mato Grosso tem o to, estavam a bordo Eliovar viu um barulho. Era a asa altitudes não autorizadas e as- objetivo de impedir que os pide Jesus Santos e Jorge Ma- caindo", contou. sim poupar combustível", dis- lotos deixem o País sem serem ximiliano Costa Campos, Os homens que estavam se. "Com o transponder do Le- ouvidos mais uma vez sobre as porta-valores de uma em- no aeroporto de Pinheiro pagacy desligado, o controlador circunstâncias do maior acipresa de segurança contra- ra receber os malotes de diteria acesso apenas ao que cha- dente aéreo do País. Segundo o tada pelo Banco do Brasil nheiro conseguiram salvar mamos de plot, um ponto na documento, é "imprescindível para levar dinheiro para dois deles, mas a maior parte tela, um alvo que pode ser fal- a permanência dos representaabastecer os caixas eletrôni- das cédulas transportadas no so, que não apresenta os códi- dos no território nacional a fim cos da região. Nenhum dos avião se perdeu no incêndio gos de altitude, direção e velo- de que seja verificada a autenocupantes sobreviveu. que se seguiu após a queda cidade que o transponder ticidade das informações por Os moradores do povoa- ou foi roubada. (AE) transmite o tempo todo." eles prestadas". (AE)

Três morrem no Maranhão

N


terça-feira, 3 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


8

Eleição Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Isso não é garantia de que vamos ter um parlamento mais qualificado Antonio Augusto de Queiroz

ALTA RENOVAÇÃO, NA CÂMARA E NO SENADO.

O CONGRESSO NÃO É MAIS AQUELE Na Câmara, a renovação foi de 48%, com fortalecimento do PT, que só fica atrás do PMDB em termos de representação. No Senado, dos 27 eleitos 21 são estreantes, o que significa uma renovação de 78%. Na média, a mudança no Congresso foi de 45% – quase a metade. Laycer Tomaz/Ag. Câmara

D

esgastada por denúncias de corrupção, a Câmara federal terá uma renovação de 48% em 2007. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), os eleitores brasileiros elegeram 246 novos deputados e reelegeram 267, totalizando 513. A renovação surpreendeu o próprio DIAP que, antes da eleição, previa uma renovação de até 62%. De acordo com Antonio Augusto de Queiroz, diretor do departamento, três fatores contribuíram para a renovação ficar abaixo da estimativa: o tempo curto de campanha na TV e no rádio; as restrições à propaganda eleitoral de rua (proibição de brindes e faixas) e o desgaste da classe política. "Muita gente desistiu de se candidatar porque tinha medo de ser cobrado por parentes e amigos. Como, depois de tantas denúncias na política, a pessoa decidira se candidatar? Isso pesou muito", avalia Queiroz. O diretor do Diap acrescecenta que não há garantia de que a renovação vá melhorar a qualidade do Legislativo. Conforme Queiroz, dos 246 deputados que deixaram a Câmara, 35 – entre eles, Delfim Netto (PMDB-SP), Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), destacam-se por ter preparo e experiência. "Na verdade, criou-se um ambiente na opinião pública em favor da renovação, mas isso não é garantia de que vamos ter um parlamento mais qualificado". Jogo de forças – A futura composição da Câmara (veja a tabela acima) revelou uma tendência antecipada por analistas – o PMDB teria a maior bancada (elegeu 89 representantes) e se tornaria o fiel da balanç a – e u m a s u r p re s a : o P T elegeu 83 deputados, transformando-se na segunda força à frente do PSDB e PFL. Até domingo, especialistas previam um encolhimento significativo do PT por conta dos escândalos do mensalão – pa-

Plenário: novos ocupantes para as velhas cadeiras.

ao longo da campanha. A mesma sorte não teve o Professor Luizinho. Absolvido pelo Congresso no escândalo do mensalão, não conseguiu, no entanto, manter o cargo. Também não foi reeleita a deputada Angela Guadagnin, que dançou no plenário para comemorar a absolvição do deputado João Magno (PT-MG), acusado de envolvimento no mensalão. Magno não se reelegeu. E ela dançou no pior sentido. O PSDB elegeu 65 deputados, cinco a menos que em 2002. Atualmente, em função de troca de partido, os tucanos têm 59 deputados. A fraca votação para os candidatos do PSDB surpreendeu a maioria dos analistas, que previa a eleição de, no mínimo, 70 deputados tucanos em função da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência e da expectativa de desgaste do PT. O PFL também elegeu 65 deputados. Em 2002, o partido elegeu 84 representantes, mas não conseguiu mantê-los na sigla e hoje conta com 64. Segundo os cálculos do Diap, o PP elegeu 42 representantes, o PSB 27, o PDT 24, o PL 23, o PTB 22 e o PPS 21. Os demais partidos, como PV e PCdoB, por exemplo, não conseguiram ultrapassar a cláusula de barreira, ou seja, não conseguiram obter 5% dos votos nacionais e 2% dos votos em nove estados e devem perder espaço político.

gamento de propina a deputado da base governista em troca de votos – e do dossiê contra lideranças do PSDB. "A eleição mostrou que a base de apoio do PT está mudando. Em vez de receber o apoio do movimento social organizado, vimos agora pessoas beneficiadas pelos programas sociais do governo Lula, como Bolsa Família, votando em representantes do partido, o que é uma novidade", reflete o professor Aldo Fornazieri, da Escola de Sociologia e Política. O PMDB saiu fortalecido das urnas em relação ao pleito de 2002, quando elegeu 75 deputados – a bancada atual conta com 78 deputados em função de adesões posteriores. É bom lembrar: o partido, por falta de unidade, não lançou candidato a presidente, optando por eleger governadores, deputados e senadores. Já a bancada do PT passa dos atuais 81 deputados para 83. O número é inferior à eleição de 2002, quando a "onda Lula" elegeu 91 deputados. Entre os eleitos estão o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o expresidente da Câmara João Paulo Cunha, o ex-presidente do PT José Genoino, o atual presidente do partido Ricardo Berzoini, o deputado José Mentor, todos paulistas, e o exdeputado Paulo Rocha (PA). Todos envolveram-se em escândalos e por conta disso mantiveram-se longe de Lula

Em função da cláusula de barreira, eles perdem direito a ocupar a presidência de comissões, e terão uma redução drástica na participação do Fundo Partidário e do tempo de propaganda na TV. As lideranças desses partidos terão de examinar formas de fusão ou de aliança entre si para obter alguma representatividade no Congresso. Outra saída é trocar de partido. Sem novidade – Na avaliação de especialistas, a disputa entre PT-PSDB na eleição presidencial vai continuar no próximo ano, independente de quem se eleger. Dessa maneira, o próximo presidente terá que compor com o PMDB se quiser governar com alguma tranqüilidade. "Nenhum presidente governa sem fazer coalizão. Como não há reforma política, qualquer tipo de articulação depende dele. A sua caneta terá um papel importante na articulação e esse fato não é novidade no Brasil", avalia o professor David Fleischer, da Universidade de Brasília (UNB). Senado – O Senado renovou um terço de suas cadeiras (27 de um total de 81). Dos 27 eleitos, 21 são estreantes, representando uma renovação de 78%. O Senado muda parcialmente a cada quatro anos Em 2006, um terço; e em 2010 o restante. Na média, o Congresso foi revonado em 45%, diz o Diap. Sergio Kapustan com AE

também ficou de fora do tatame político dessa vez. Candidato à reeleição pelo PL de São Paulo, teve 57.083 mil votos e ficou em 94 lugar. "O Aurélio Miguel hoje é um político. E o

leitor passou a julgar esse político, e esqueceu das suas vitórias como esportista", observa Figueiredo. Mas na festa da democracia tornou-se difícil achar coerên-

Milton Mansilha / LUZ

Alan Marques / Folha Imagem

Divulgação

Marcos Fernandes / LUZ

Milton Mansilha / LUZ

Newton Santos / Digna Imagem

Marcos Fernandes / LUZ

Beto Barata / AE

rior. A estratégia de partir para novas localidades, por exemplo, elegeu nomes como João Paulo Cunha (PT) e Valdemar da Costa Neto (PL). "O candidato (Fleury) tem tradição no mundo político e estava na mídia desde o plebiscito das armas no ano passado mas se descuidou", afirmou. Com o tema da segurança pública tão explorado a nãoreeleição de Romeu e Robson Tuma foi a maior surpresa, de acordo com Figueiredo. "Com uma plataforma e nomes tão fortes não dá para explicar esse resultado. Só um grande erro na estratégia de campanha poderia deixá-los de fora", explicou o especialista. A escolha do partido também é fundamental. Candidatos conhecidos se elegem facilmente em partidos fracos, porque não têm que disputar a vaga com candidatos fortes, o que ocorre em partidos grandes. "A Soninha teve 44.953 mil votos e não foi eleita pelo PT. Se tivesse a mesma votação pelo PV teria vaga garantida", exemplificou. O ex-judoca Aurélio Miguel

Edu Garcia / AE

N

o último domingo a m á x i m a s e c o n f i rmou: eleição é uma caixinha de surpresas. Candidatos célebres e figurinhas carimbadas da política nacional como o ex-ministro e deputado Antônio Delfim Neto (PMDB-SP), o ex-governadorLuiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) e os herdeiros do sobrenome Tuma, Romeu e Robson (PFL, ambos) e André Franco Montoro Filho (PSDBSP) foram defenestrados. O economista Delfim Netto sempre teve espaço na mídia e votos em todo o território estadual, mas segundo o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), Rubens Figueiredo, errou ao priorizar os eleitores da capital. "Ele não tem reduto eleitoral específico, o que poderia até ajudar sua candidatura caso tivesse feito uma campanha tradicional, percorrendo o interior. Mas contou somente com sua popularidade em São Paulo". Na opinião do cientista, o exgovernador Fleury Filho também errou em não procurar parceiros em cidades do inte-

Adriano Machado

ILUSTRES DERROTADOS

cia entre os eleitos e os rejeitados. O País puniu pelo voto diversos nomes envolvidos em escândalos e corrupção, como Ney Suassuna, Professor Luizinho, Severino Cavalcanti e

Eles são famosos, já tinham larga experiência na vida pública, mas foram rejeitados. Alguns deles: Ângela Guadagnin, Celso Pitta, Havanir, Severino Cavalcanti, Soninha, Fleury Filho, Aurélio Miguel, Professor Luizinho, os irmãos Tuma e até Delfim Netto.

Ângela Guadagnin, tirando deles uma vaga, mas elegeu outros acusados, como Valdemar da Costa Neto, Antonio Palocci e José Genoíno. Flávia Gianini


6

Proteja-se: este livro ensina como evitar os perigos dos bate-papos e sites de relacionamento na internet.

Vo I P Comunicação Livro We b

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Os pais precisam orientar os filhos que entram nas salas de bate-papo sobre a exposição de suas vidas

NAVEGUE SEM ATRAIR CIBERCRIMINOSOS

um mundo em que as pessoas, assustadas com a violência, se enclausuram em seus lares e acham que suas famílias especialmente os filhos - estão protegidas de assaltos, estupros, pedofilia e até de assassinatos, divertindo-se na frente do computador em salas de bate-papo, programas de mensagens instantâneas e fazendo "amigos" em sites de relacionamento, a crescente onda de crimes cibernéticos é uma ameaça real. No recém lançado livro "Bate-Papo na Net sem Segredos Manual de Sobrevivência para Filhos, Pais e Educadores" (Editora Érica, 176 págs, R$ 39,50), o autor Aury Rondon, casado e pai de três filhas, sem fazer terrorismo mas com os pés no chão em relação aos perigos da super-exposição das pessoas na web, fornece orientações úteis para filhos, pais, educadores e para todos que utilizam a internet. Com uma linguagem simples e sem exagerar nos detalhes e termos técnicos, Rondon apresenta os principais recursos das salas de bate-papo existentes nos portais dos provedores mais acessados do Brasil e dá dicas de como se comportar, destacando entre outros a importância do apelido e da linguagem utilizada – que podem passar uma idéia errada das intenções ou da verdadeira personalidade de quem etá teclando. O livro também traz as tabelas dos emoticons (as imagens

Como evitar as armadilhas da web

que identificam a própria pessoa ou resumem seus sentimentos) disponíveis nos provedores e comunicadores instantâneos e reprodução das telas das salas de chat, com instruções de como acessar e utilizar recursos como copiar e colar textos e músicas.

Cuidado com você! – No capítulo sobre "Segurança pessoal e do computador", além de destacar procedimentos básicos que os pais devem ter para evitar problemas para as crianças e adolescentes que estão iniciando suas cyber vidas, o autor faz um alerta aos interÉ FOGO Parece que virou moda laptop pegar fogo. Dell, Apple, Fujitsu e agora a Toshiba.

nautas adultos, especialmente os principiantes na web. "Tome cuidado, em primeiro lugar, consigo mesmo, pois entrar no bate-papo porque se sente carente ou solitário demais é perigoso. Pode fazer algo de que irá se arrepender depois. Se você se interessou por alguém, troque apenas e-mail ou o número do programa de comunicação instantânea (por exemplo, MSN ou ICQ) Se trocar o número de telefone, dê preferência ao celular ou peça o telefone e ligue você para a pessoa ou, ao fornecer seu número, tenha identificador de chamadas, e sua segurança está garantida. Lembre-se de que a probabilidade de problemas é igual à de conhecer alguém em qualquer outro lugar. O identificador de chamadas inibe os que gostam de passar trotes ou os que são insistentes, chatos." Saindo das frias – Sobre sobre os comunicadores instantânos, os sites de relacionamento e as redes de amizade, como, Orkut, Multiply, MySpace, Beltrano e até o YouTube (compartilhamento de vídeos), Aury Rondon dá o passo-a-passo de como usar cada um deles, como montar seu perfil ideal, como identificar quando alguém está mentindo sobre si mesmo nos perfis e até postando fotos falsas. O autor, que é contabilista e consultor empresarial, também ensina como fazer compras seguras on-line e acessar informações que, sempre, ficam registradas no PC. Rachel Melamet

@ Ó RBITA

RECALL Segundo o blog Engadget, a Toshiba faz recall de 840 mil baterias defeituosas.

Por João Magalhães Captura de tela

APPLE

PIRATA

gora é que a internet vai ferver: a Apple quer restringir o uso dos termos "pod" e "podcast" para todas as empresas, mesmo as que não desenvolvem produtos relacionados com o mercado do áudio digital. A Podcast Ready e myPodder já foram ameaçadas de processo pela marca da maçã, que exigiu também que sejam mudados os nome do Profit Pod e TigthPod, apesar de nenhum deles pertencer à área de áudio.

uer saber qual é o prejuízo para as empresas em cada software, música ou filme baixados ilegalmente da internet? O site Things of Interest oferece uma calculadora especial, a Piracy Calculator. Ela pode fazer as contas para você. Digamos que alguém pirateou três filmes e um Macromedia Studio pirateados, por exemplo, dão um rombo de 1009 dólares (mais de R$ 2.000). Link: http://qntm.org/forgot

INSETO ma lacraia de 40 metros apareceu em imagem de um bosque na Alemanha, no Google Maps. Logo surgiram várias teorias: há quem ache que o inseto pousou na lente do scanner. Outros acreditam que é resultado de experiências genéticas de nazistas. Veja e dê sua opinião: http://maps.google. com/ maps?hl=en&t=k&q= Germany&ie=UTF8&z=18&ll =48.85 7699,10.205451&spn= 0.002404 ,0.006738&om=1& spn=0.0024 04,0.006738&om=1

GRÁVIDA antástica descoberta: Mona Lisa estava grávida, quando foi pintada. É a conclusão de cientistas que fizeram a mais completa digitalização tridimensional da obra prima de Leonardo Da Vinci. "Graças a exploração com raio laser podemos descobrir um finíssimo véu sobre o vestido, acessório típico das mulheres que estavam para dar à luz à época", revelou Michel Menu, do Centro de Investigação e Restauração dos Museus da França. Link: http://www. 20minutos.es/ noticia/1562 75/0/mona/lisa /gioconda/

DESAFIO ue tal listar as 43 coisas que você mais gostaria de fazer na vida e depois relatar como elas vão indo? Essa é a proposta do site 43Things, rede social que está em franco crescimento. O site já conta com mais de 497 mil participantes. 43Things tem ainda um ranking, em que a proposição mais popular é "ter coragem". perguntinha: por que 43 e não dez ou 50 coisas? Os donos da idéia não explicam. Link: http://br.43things.com/

O BLOG DE MOZART Biblioteca Britânica oferece no site Online Gallery a versão digital de 30 páginas e 75 introduções musicais de um diário do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. O documento original, adquirido dos herdeiros do escritor Stefan Zweig, em 1986, inclui 145 trabalhos escritos por Mozart,

de fevereiro de 1784 até sua morte, em dezembro de 1791, incluindo peças famosas como "As Bodas de Fígaro" e "A Flauta Mágica". No lado esquerdo de cada página, Mozart acrescenta informações sobre quando cada obra foi concluída, sua instrumentação e quem a interpretou pela primeira vez. Segundo Rupert Ridgewell,

diretor da seção de música da Biblioteca Britânica, o documento proporciona entendimento único sobre a mente criativa de um gênio. O Online Gallery tem outras raridades como o original de "Alice no País de Maravilhas", de Lewis Carrol, com ilustrações do autor. Link: http://www.bl.uk/online gallery/ttp/ttpbooks.html


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Livro We b Va r e j o Game

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação

Sensores infravermelhos em lojas: registrando tudo que os consumidores fazem, até a direção do olhar.

O objetivo é uma fórmula que preveja quantos compradores passam por determinado ponto da loja

ELETRÔNICA MELHORA O MARKETING IN-STORE

Sergio Kulpas Pioneering Research for an In-Store Metric (Pesquisa Pioneira para Avaliação de Marketing In-Store, ou P.R.I.S.M.). Trocado em miúdos: o uso de sensores para seguir o comportamento do consumidor durante a compra

7

uantos consumidores viram o anúncio da promoção no corredor de massas? Para responder essa e outras perguntas de anunciantes em relação ao consumo no varejo, um grupo de empresas criou uma iniciativa tecnológica inédita. No experimento em testes, sensores infravermelhos monitoram o movimento dos compradores em supermercados, registrando até a direção do olhar das pessoas. A nova ferramenta está sendo desenvolvida nos EUA por um grupo de empresas que inclui gigantes como Procter & Gamble, Coca-Cola, 3M, Kellogg, Miller e a rede Wal-Mart , e os testes estão sendo co ndu zid os em dez lojas selecionadas de Wal-Mart, A l be r t s o n' s , Kroger e Walgreen. O projeto foi batizado de Pioneering Research for an In-Store Metric (Pesquisa Pioneira para Avaliação de Marketing InStore, ou P.R.I.S.M.). Essa colaboração entre alguns dos maiores anunciantes dos EUA e a grande rede de supermercados, mais empresas de tecnologia e agências de publicidade, ressalta a importância cada vez maior do chamado 'in-store marketing'. Em uma época na qual as pessoas têm menos tempo para ler jor-

Para monitorar até o olhar do consumidor nais e revistas e ver TV, a publicidade focalizada dentro do próprio ambiente de compras se torna estratégica para as empresas de bens de consumo. Já há bom tempo a tecnologia está presente em avaliações de marketing interno. Os varejistas contam o número de compradores que entram e saem das lojas, e o registro em código de barras permite avaliar que itens são comprados e com que freqüência. Mas as empresas de produtos de consumo sentem que precisam de mais informações para avaliar se suas campanhas dentro das lojas estão funcionando como deveriam. Dados importantes, como o número de pessoas que passaram pelo corredor da promoção mas não compraram. Para atender a essa necessidade de dados, o In-Store Marketing Institute criou esse experimento que usa o que há de mais avançado em sensores infravermelhos para avaliar o comportamento dos consumidores. As empresas que patrocinam a pesquisa esperam res-

ponder várias perguntas -- incluindo quais gôndolas e corredores são os preferidos. Com esse tipo de informação, os fabricantes e comerciantes poderão planejar melhor suas campanhas dentro das lojas. Os varejistas vão ganhar se puderem apresentar dados confiáveis sobre hábitos de consumo, possivelmente atraindo investimentos publicitários que normalmente seriam canalizados para outras mídias. Os sensores, discretamente instalados nos corredores e gôndolas, captam a passagem das pessoas. Além do sistema eletrônico, o estudo envolve a participação de dezenas de observadores humanos, que tomam notas sobre o comportamento dos consumidores. O grupo de pesquisa reuniu os dados de sensores e observadores para criar uma fórmula cujo objetivo é prever quantos compradores passam por determinado ponto da loja em um horário específico. Combinando esses dados com outras informações sobre as compras, o estudo pode fornecer uma

avaliação imediata da eficácia das campanhas dentro da loja. Executivos das empresas participantes acreditam que esses números de tráfego interno podem tornar as campanhas bem mais atraentes para os consumidores. Segundo o diretor global de marketing da Procter & Gamble, James Stengel, o objetivo é estabelecer u m a f e r r amenta eficaz que ajude a indústria como um todo. É claro que o s s e n s o re s i nf ra ve rm elhos não são infalíveis. Não podem diferenciar entre um consumidor em determinado corredor por interesse ou apenas cortando caminho. Os sensores podem contar em dobro um mesmo cliente indeciso, indo e voltando. Mas os responsáveis pela pesquisa acreditam que esses casos serão exceção, caindo dentro da margem de erro aceitável. O projeto foi apresentado a representantes do setor varejista nos EUA em 27 de setembro, durante o evento In-Store Marketing Expo em Chicago. O modelo de avaliação prevê o movimento do consumidor por categoria ou área na loja, por modelo de comércio, por dia da semana e horário. James Stengel, da Procter & Gamble, diz ainda que o projeto pode criar potencial novo para varejistas e anunciantes. Estudo completo: h t t p : // w w w. i n s t o re m a r k et e r . o r g / a r t i c l e s / d etails.php?id=6000 sergiokulpas@gmail.com

Circuitos podem falhar ou registrar a passagem da mesma pessoa duas vezes pela mesma gôndola. Mas os criadores acham que isso cai na margem de erro.


8

We b Va r e j o Game Câmera

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de outubro de 2006

O SOM REPRODUZ TIROS E MOTORES DOS AVIÕES

Além das metralhadoras, é possível lançar mão de foguetes como poderosas armas secundárias.

Captura de tela

Manobras audaciosas em estratégias ousadas são o ponto forte do game que faz o jogador se sentir dentro das batalhas na Segunda Guerra Mundial

Um vôo emocionante Pilotar um avião é o sonho que invade a imaginação de todos. Agora, ele pode se tornar realidade no game Blazing Angels.

Por Fábio Pelegrini e existe um gênero de jogo quase que exclusivo são os de simuladores de vôo. Nele, ou o jogador é fascinado pelo jogo ou simplesmente o odeia. Se isso já não bastasse, esse público é extremamente exigente quanto a qualidade dos gráficos e efeitos de pilotagem, sempre buscam os games o mais próximo do real possível. Não é à toa que muitos jogadores de Flight Simulator, simulador de vôo da Microsoft, são pilotos de verdade e que jogam, até mesmo, como uma forma de treinamento – evidentemente guardadas as devidas proporções. É claro que o fato de saber pilotar um avião virtual não lhe dará tanta base para pilotar uma aeronave real, mas que é emocionante, não tenha dúvida. Para chegar nessa qualidade de realismo, o game traz normalmente controles muito

c o m p l e x o , s e n d o p re c i s o aprender diversos comandos e ter habilidade no teclado para usar recursos que vão desde soltar os freios até abaixar o trem de pouso. A Ubisoft buscou uma forma de unir duas qualidades ao seu lançamento de simulação de combate aéreo, Blazing Angels – Squadrons of WWII: o realismo exigido pela categoria e facilidade de se controlar as aeronaves. Essa tentativa tem uma explicação bem simples: a maioria dos gamers que curte jogos de guerra, não tem muita paciência para ficar decorando teclas – principalmente nos momentos de adrenalina. O jogador quer pegar e jogar, sem muitas complicações, desfrutando de sensações aéreas interessantes, muita ação e dos belos gráficos. Evolução - Blazing Angels, distribuído pela Electronic Arts no Brasil, leva o jogador a viver sua transformação de um piloto novato a um veterano, à medida que ele e seus companheiros de esquadrão participam das mais lendárias batalhas aéreas durante a Segunda Guerra Mundial. Durante as batalhas é possível ver um grande número de aviões em combate e de veículos terrestres. Com diversos modos de jogo, inclusive mul-

tiplayer, o gamer tem a possibilidade de pilotar modelos de aeronaves típicas dessa guerra, como o americano P-51, o japonês Zero e o inglês Spitfire. Apesar de o game não ser muito complicado, para os iniciantes o modo de campanha é uma das principais formas de treinar e o mais indicado para entender como funcionam os comandos. Já os outros modos para um jogador prometem testar suas habilidades de piloto. O Standalone Modes, por exemplo, é para aquele jogador mais ousado e que não quer saber de uma campanha completa, mas que deseja uma partida rápida e emocionante, como um duelo entre ases e combates aéreos tipo arcade. O poder bélico também é amplo. Além das poderosas metralhadoras é possível utilizar foguetes como uma arma secundária ou os poderosos bombardeiros – um círculo é exibido no solo para indicar com precisão onde as bombas serão lançadas, facilitando a tarefa de atingir seus alvos e não desperdiçar munição. Para identificar seus companheiros, um inteligente sistema de interface o auxilia durante os vôos: a mira da aeronave muda de cor para indicar seus inimigos e amigos. De todos os recursos, Bla-

zing Angels se destaca pela tecnologia gráfica. Seus cenários são ultra-realísticos, com grande número edifícios por local, aviões com texturas de alta definição e sistema de danos avançado. As imagens são tão realistas que nos leva a acreditar que estamos realmente sobrevoando os locais por onde nossas aeronaves sobrevoam. São efeitos visuais bonitos, como o reflexo do sol na fuselagem do avião e o realismo da fumaça saindo por traz da aeronave. Som e presença - Para um game desse gênero, o som é tão importante quanto a imagem. Os efeitos sonoros são um dos grande responsáveis pela imersão do jogador nessa aventura. Eles reproduzem com grande qualidade desde o som das metralhadoras ao barulho dos motores e de explosões. A comunicação de rádio também merece destaque e dá uma pitada de emoção à partida. A trilha sonora é de primeira e completam a emoção com que vivemos as missões. Novamente podemos ver como houve uma preocupação para levar o melhor ao jogador. O modo online é outro ponto positivo – um combate com os amigos é muito emocionante. O multiplayer permite que até 16 jogadores combatam entre

si, utilizando 10 modos de jogo (Dogfight, Aces High, Seek & Destroy, Onslaught, Bombing Run, Kamikaze, Historical Missions e Capture the base) em três gêneros – cooperativo, individual ou esquadrão. Da Batalha da Inglaterra aos céus de Berlim, passando pelos combates mortíferos sobre o Pacífico e no Norte da África, suas habilidades como piloto vão escrever a história enquanto você lidera seu esquadrão — batizado Blazing Angels — à vitória.

SERVIÇO Blazing Angels – Squadrons of WWII Distribuído pela Electroni Arts Telefone de atendimento ao consumidor: (11) 5505-1173 Configuração mínima do sistema: Windows 2000 ou XP, processador Intel Pentium IV 1 GHz, 256 MB de memória RAM, leitor de DVD de 2X, 6 GB de espaço em disco rígido, placa de vídeo aceleradora 3D com 64 MB e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c Idioma: Software em inglês, manual em português Faixa etária: 16 anos Preço sugerido: R$ 99,90

Fotos de qualquer ângulo Ana Maria Guariglia A S10 consegue captar qualquer movimento com suavidade

om sistema VR (Vibration Reduction), a S10 da Nikon é uma compacta que permite tirar fotos de qualquer ângulo que você imaginar. Percebemos nos testes que ela congela

as imagens em alto movimento, mas não deixa aquela aparência dura do congelamento. A S10 capta os movimentos com suavidade para mostrar que havia agitação no momento em que a foto foi tirada. Essa qualidade foi possível observar nas imagens que foram fei-

Ana Maria Guariglia

Os movimentos são captados com realismo pela S10 da Nikon

tas durante um show com bailarinos no estande da própria Nikon. A camerazinha mostrou que o VR é funcional, mesmo que tudo se movimente com muita rapidez. A resolução é de 6 MP, tem painel de cristal líquido de 2,5 pol, capacidade de zoom de dez vezes e objetiva de 38/380 mm bastante luminosa, facilitando as fotos em locais de pouca luz. O VR também é usado durante o uso do zoom. Possui também um sistema batizado pela Nikon de Pictmotion, que permite combinar imagens com filmes, música e visualização automática para ver show de slides na própria câmera. Como a FinePix F31fd da Fuji, reconhece o rosto (ou

A máquina é compacta e tem resolução de 6 MP, além de zoom de 10 vezes

rostos) que está na cena e, de forma automática, ajusta a exposição e o foco corretamente. Para saber mais: www.nikon.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

3

Política ALCKMIN COMEÇA

Eu não vou quebrar o septo nasal, nem esbofetear ninguém. Mas peço que não me procurem e não procurem ninguém do PSol. Heloísa Helena

Orlando Brito / Divulgação

A CONSOLIDAR FUTUROS APOIOS Entre outros já acertados, o tucano recebeu ontem o reforço eleitoral de Anthony e Rosinha Garotinho para atrair o eleitorado fluminense. Outro apoio declarado foi o do governador cearense Lúcio Alcântara, a quem se atribuía maior simpatia por Lula. Em casa: Alckmin recebe a visita (e a adesão) do casal Garotinho e as manifestações de Michel Temer.

PDT CONDICIONA REIVINDICAÇÕES EM TROCA DE APOIO

O

PDT já apresentou ao candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, uma pauta de reivindicações ligadas à legislação trabalhista como exigência para declarar apoio no 2º turno da eleição. Fontes do partido declararam que o presidente do PDT em São Paulo, deputado eleito Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, conversou na segunda-feira com Alckmin e reivindicou "algumas garantias" do tucano para manifestar apoio. Segundo as mesmas fontes, Alckmin aceitou as exigências e deverá fechar um acordo com o presidente nacional do

PDT, Carlos Luppi, nas próximas horas, a ser anunciado entre hoje e amanhã. Os pedetistas querem que Alckmin assegure, caso vença a eleição, que não enviará uma reforma trabalhista ao Congresso Nacional que diminua direitos dos trabalhadores. As propostas nasceram na Força Sindical, segunda maior central de trabalhadores do País e que volta essa semana a ser presidida por Paulinho, mantendo laços estreitos com o PDT. O PDT admite a necessidade de a legislação ser "atualizada", contanto que não se alterem garantias como 13º salário, abono salarial de férias, licença maternidade, entre outros itens. Comércio – Outra condicionante de apoio apresentada ao tucano foi a de envio pelo Executivo de uma legisla-

ção ao Congresso para regulamentar exclusivamente o trabalho do comércio aos domingos. Sindicalistas alegam que os comerciários têm sofrido pressão para trabalhar os sete dias da semana, com regime de folgas funcionando de forma irregular, sem datas estabelecidas. A última proposta é de a extensão, aos trabalhadores terceirizados, dos direitos assegurados àqueles que têm registro em carteira. Na visão de sindicalistas, a terceirização da mão-de-obra tem provocado demissões e a redução de vencimentos e benefícios para trabalhadores formais, sobretudo no meio industrial e de serviços. Cristovam Buarque, candidato do PDT à Presidência derrotado no 1º turno, ainda não se pronunciou publicamente sobre o apoio. (AE)

André Dusek / AE

"Agora é que os nomes vão surgir", disse. Maia também cobra que Alckmin apresente propostas mais concretas e específicas para os estados. Segundo ele, o trabalho do tucano é bem conhecido no Estado de São Paulo, onde foi governador, mas falta enfatizar o que ele pretende fazer pelas demais regiões do País. Até agora, segundo Maia, as propostas foram muito genéricas. "É preciso mostrar o compromisso com cada Estado", observou. O pefelista acha que o tom da campanha deve ser diferente, agora. "Querem reforçar a tese da apresentação do currículo, do perfil ético. Tenho dúvidas se isso produz resultados depois de três ou quatro programas". Para ele, Alckmin deveria passar uma imagem mais natural para se aproximar do eleitor. "Aquele corte de teleprompter tira calor. Falando, o candidato impacta mais", opinou. (AE)

Para ministro a ameaça de mais um governo tucano reforçará o voto em Lula.

O HELOÍSA AVISA AOS CANDIDATOS: 'NÃO ME PROCUREM, NEM AO PSOL'.

A

tura Alckmin neste 2º turno. Temer destacou que a candidatura de Alckmin deverá ter os votos do PMDB do Rio de Janeiro e de todo o País. Alckmin agradeceu o empenho e o apoio que vem recebendo de uma parcela do PMDB e destacou que esses apoios são muito importantes para o crescimento de sua campanha. No ataque – Essa polidez e cordialidade, no entanto, deveriam se restringir à costura política, e não à campanha, sugeriu ontem o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, do PFL. "Alckmin tem que desconstruir o governo (Lula)", avaliou, em entrevista ao programa Broadcast Ao Vivo. Para ele, o tucano deve também tratar de tirar a taxa de confiança do governo focando nos erros do primeiro mandato, que incluem os vários escândalos de corrupção. Maia acredita ainda que novos dados da crise do dossiê devam vir à tona e isso poderá favorecer Alckmin.

TARSO CONFIA NA MIGRAÇÃO DE VOTOS PARA LULA

Jaques Wagner, governador eleito pela Bahia (PT): integrado à campanha pela reeleição do presidente.

senadora Heloísa Helena (AL), que foi candidata a presidente pelo PSol, reafirmou ontem que o partido não vai apoiar nenhuma legenda que esteja disputando o 2º turno. "Eu não vou quebrar o septo nasal, nem esbofetear ninguém. Mas peço que não me procurem e não procurem ninguém do PSol. Publicamente, ninguém do partido vai poder dizer a quem vai apoiar", afirmou Heloísa. Ela esteve reunida com os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS), da Executiva do partido. O grupo decidiu que o PSol não vai ter candidato no 2º turno porque as propostas não representam os ideais definidos pelo partido. Heloísa Helena disse, no entanto, que não vai fazer nenhum pedido específico aos simpatizantes do PSol porque eles são livres e poderão votar como quiser. A senadora chegou a pedir aos representantes do PT e do PSDB que não a procurem e disse que os representantes do

O

candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, recebeu ontem o apoio formal do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, presidente do PMDB fluminense, e da esposa, a atual governadora do Est a d o , R o s i n h a G a ro t i n h o (PMDB), para o 2º turno das eleições presidenciais. "Quero agradecer o apoio, pois apoio se recebe e se agradece e não nos foi solicitado nada que não o compromisso com a agenda de crescimento do Brasil", disse Alckmin, em resposta às críticas ácidas que este apoio vem causando entre alguns tradicionais aliados, como o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL). O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), que acompanhou o casal Garotinho, assegurou que a maioria de seu partido vai apoiar a candida-

Roberto Stuckert Filho/ Ag. O Globo

Senadora Heloísa Helena em seu gabinete com a Executiva do PSol

PSol estão proibidos de dar qualquer declaração oficial sobre o 2º turno. Sobre os eleitores, Heloísa Helena ironizou: "E eu sou uma vaqueira para liberar meu gado? Meus eleitores são livres. Eu não tenho que liberar ninguém. Agora, o PSol é um partido e precisa ter uma posição política", disse Heloísa. Ao decidir que o PSol não apoiará nenhum dos candida-

tos presidenciais, ela ressaltou, contudo, que isso não significa que o partido esteja lavando as mãos ou em cima do muro. "Nós estamos no chão, no combate, no campo de batalha, fazendo o que temos a obrigação de fazer, ou seja, dizendo que as duas candidaturas representam o mesmo projeto neoliberal e nós não vamos rasgar doze anos de militância política em dois dias." (AOG)

governo começou o ataque ao adversário Geraldo Alckmin (PSDB - PFL) na disputa pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT - PRBPCdoB). Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, deu o tom do que deve ser o debate daqui para frente: acusações mútuas de corrupção. Em entrevista no Palácio do Planalto, Tarso afirmou que o PSDB ainda tem que explicar as denúncias de compra de votos, para aprovar a emenda de reeleição, e as tentativas de abafar a criação de CPIs durante o governo Fernando Henrique Cardoso. "O presidente Lula está sequioso por esse debate, que não teve oportunidade de fazer no primeiro turno", afirmou Tarso. "A nós interessa esse debate ético. Vamos ter oportunidade de verificar quem teve coragem de investigar e cortar na própria carne". Apesar de não falar em nome da campanha, já que é um membro do governo, o ministro mostrou que vai entrar na linha de frente dos ataques. A linha principal é tirar do passado as denúncias de corrupção que surgiram no governo Fernando Henrique Cardoso, e não apenas a compra de votos para a reeleição, mas escândalos que resultaram no fechamento da Sudam e da Sudene e as suspeitas nas privatizações de empresas de telefonia. A lista já havia sido dada no dia anterior pelo ex-

Gustavo Miranda / Ag. O Globo

Tarso Genro à caça de votos

ministro e deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE). "Os partidos, quando estão no governo, têm a obrigação de investigar profundamente cas o s d e c o r ru p ç ã o , m e s m o quando tenham pessoas próximas ou do partido, coisa que o PSDB não fez", acusou. "Passou a mão por cima da corrupção quando esteve no governo, não teve coragem de fazer nenhuma investigação profunda, bloqueou todas as CPIs", disse, acusando também o candidato Geraldo Alckmin de abafar CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo, quando era governador do Estado. Justificativa – Questionado sobre o apoio de figuras polêmicas, como o deputado federal Jader Barbalho (PMDBPA), acusado de corrupção nos casos da Sudene e que hoje integra o conselho político da campanha de Lula, e até o expresidente Fernando Collor

(PRTB) – eleito senador por Alagoas e que declarou apoiar Lula no 2º turno – o ministro respondeu que "as pessoas não podem ser impedidas de tomar posições". "Sempre falei no PMDB, que é um partido dividido, e que deve se unificar internamente para participar do próximo governo. E queremos que seja no nosso governo", disse. "São pessoas independentes. O ex-senador Jader foi peça importante no governo FHC. Suassuna (o senador Ney Suassuna) foi ministro do governo FHC. Antônio Carlos Magalhães, tão acusado, até violou o painel, foi grande defensor do governo FHC", disse. Perguntado repetidamente sobre os elogios feitos por Lula a Collor, o ministro preferiu fingir que não tinha ouvido. Lula vai se reunir hoje com os governadores aliados eleitos no 1º turno e que terão papel importante na campanha de reeleição nos estados. Segundo Tarso, o petista Jaques Wagner, eleito governador da Bahia, e Ciro Gomes terão um papel importante no Nordeste. O Sul e o Sudeste também terão um tratamento especial. Tarso disse ainda acreditar que a maioria dos votos do PSol, do PDT, inclusive os votos de protesto e em branco, migrarão para Lula. "As pessoas se deram conta. Pelo amor de Deus, será que tem a possibilidade de o FHC voltar? Elas estão pasmadas e irão votar no Lula", disse Tarso, em mais um ataque. (Agências)


Planalto Congresso Ciência Política Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Sou apaixonado por política desde a infância. Idjawala Maricci Moura candidato de 21 anos

REELEIÇÃO DE LULA SÓ DEPENDE DELE

LULA SÓ DEPENDE DO 'MITO' LULA, DIZ JAGUARIBE. Para o cientista político, apenas o presidente é responsável por sua reeleição. Marco Antonio Teixeira/AOG

O

aumento, manutenção ou redução dos votos para uma reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 2° turno dependem menos das alianças que fizer e mais dele mesmo e da sua imagem, na opinião do decano do Instituto de Estudos Políticos e Sociais (Iepes) e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Hélio Jaguaribe. "Lula é o porta-voz do mito Lula", disse em entrevista à Agência Estado. "Há acordo de todos os analistas que Lula era o favorito e perdeu votos porque o escândalo do dossiê afetou a própria imagem do presidente e atingiu sua credibilidade. É difícil prever o que vai acontecer daqui para frente", declarou. PhD em ciência política pela Universidade de Mainz, na Alemanha, e ex-professor das universidades americanas Harvard, Stanford e MIT, Jaguaribe avalia que a questão mais importante agora é o comportamento dos eleitores de Lula. Se Lula mantiver os eleitores que votaram nele no 1° turno, mesmo que aqueles que votaram em Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) prefiram o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, Lula deve se reeleger. Jaguaribe acha que "não terá nenhuma influência" na eleição presidencial o apoio do candidato ao governo do Rio mais votado no 1° turno, senador Sérgio Cabral (PMDB), a Lula. Da mesma forma, minimiza o efeito que o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, possa ter ao apoiar Alckmin. "A influência do Garotinho se reduz a bolsões do interior".

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Eymar Mascaro

Hora de cooptar

A ALIENADOS coordenação nacional da A campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, ontem em nota, que "buscará, com firmeza e com humildade", ganhar a confiança e o voto dos eleitores que, no 1° turno, se abstiveram, votaram em branco ou nulo. Essa parcela de votos, que no 1° turno chegou a 25,16%, ou cerca de 30 milhões de eleitores, é considerada por analistas políticos como "a taxa de alienação eleitoral". Na nota, a coordenação de Lula diz ainda que buscará o voto de eleitores que apoiaram outras candidaturas. "Inclusive aqueles do nosso adversário" e agradece àqueles que votaram na reeleição do presidente. (Reuters)

BRETANHA i mp re ns a A b r i t ân i c a voltou a abor-

Lula era o favorito e perdeu votos porque o escândalo do dossiê afetou a imagem do presidente e atingiu sua credibilidade. Hélio Jaguaribe Segundo o cientista político, "Cabral está apoiando Lula com o objetivo de atrair para o 2° turno o apoio do Crivella (terceiro candidato mais votado para governador, bispo Marcelo Crivella, do PL, aliado de Lula) contra a Denise Frossard (candidata do PPS)". Sobre política externa, Ja-

guaribe declarou ter a impressão de que caso Alckmin seja eleito "será mantida a ênfase no Mercosul mas não a ênfase na América do Sul como um todo". Como o Mercosul é parte da América do Sul, argumenta, "os efeitos práticos disso em quatro anos serão pequenos". (AE)

Reprodução

4

dar ontem a eleição presidencial no Brasil, com destaque ao crescimento da candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB. "Ele era criticado por ser entediante, chato e tido como uma carta fora do baralho, mas o conservador Geraldo Alckmin conquistou o direito de uma disputa política com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, após um crescimento de última hora em seu apoio ter suspendido as esperanças do governante de obter a reeleição no 1° turno", disse o diário "The Independent". Segundo o jornal, "o 2° turno vai resultar em outro mês de campanha intensa e brutal. (AE)

SANGUE NOVO esmo que a política e seus escândalos venha M desestimulando que novos

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

Tema

Avaliação da conjuntura política pós-eleições Palestrantes • Guilherme Afif Domingos Presidente • Amaury de Souza Cientista Político Dia: 9 de outubro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar

nomes entrem na disputa eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral registrou onze candidatos com 21 anos (idade mínima para assumir um cargo de deputado) concorrendo a uma vaga nas Assembléias Legislativas estaduais. Dentre os mais jovens, o goiano Idjawala Maricciri Moura, que pleiteava uma vaga pelo PTB de Goiás, era o primeiro da lista. Com 112 votos, ele não foi eleito, mas não desistiu e quer ser candidato para vereador em 2008. "Sou apaixonado por política desde a infância", disse. (AE)

ACERTO s advogados do PT e do O PSDB entraram ontem em acordo para começar a veicular o horário eleitoral gratuito do 2° turno para a disputa presidencial no próximo dia 12 de outubro. De acordo com a legislação eleitoral, a propaganda em rádio e televisão pode ser iniciada 48 horas após a proclamação do resultado da apuração dos votos do 1° turno, o que aconteceu na noite de segunda-feira. Contudo, os partidos negociaram um atraso na data por recomendação dos coordenadores e publicitários de suas campanhas. Eles querem mais tempo para cuidar da produção dos novos programas e traçar novas estratégias de convencimento do eleitor. (AG)

direção do PSDB se encarregou de reivindicar o apoio de outros partidos a Geraldo Alckmin, entre os quais o PDT. Independentemente do desenrolar das conversações, o presidente do PDT de São Paulo, Paulinho Pereira, já admitiu apoiar o candidato tucano. O PSDB está atrás também da ala do PMDB sob a liderança do deputado Michel Temer. Alckmin já telefonou para Cristovam Buarque e deve correr atrás ainda da senadora Heloísa Helena. Cristovam admite apoiar o tucano, mas diz que a decisão é partidária, enquanto Heloísa Helena deve manter a neutralidade.

REINÍCIO

Lula e Alckmin se reuniram com os coordenadores de suas campanhas e reiniciaram ontem mesmo as campanhas no 2º turno. Os dois trocaram farpas e começaram a traçar as diretrizes. Eles não querem perder tempo.

CARA A CARA

Lula mudou a estratégia da campanha e decidiu participar de debates com Alckmin. O primeiro deve ocorrer domingo na TV Bandeirantes. Na campanha de 1º turno, o petista fugiu do confronto direto com os adversários. Lula reconhece que errou ao não comparecer aos debates, em especial o último antes das eleições, realizado pela TV Globo.

MAIS VOTOS

O coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB), admite que o candidato dobrará sua votação no Nordeste. Alckmin e coordenadores vão intensificar a campanha na região. Lula alcançou 66% da votação no Nordeste no 1º turno.

NÚCLEO

Os tucanos foram surpreendidos pela derrota de Paulo Souto (PFL), que era o candidato favorito à reeleição ao governo da Bahia. Acham que terão dificuldade de melhorar a votação de Alckmin na região. A Bahia é o 4º maior colégio do País, com nove milhões de eleitores.

MANÁ

A campanha de Lula na Bahia será facilitada com a vitória de Jaques Wagner para o governo do Estado, ainda no no 1º turno. A vitória do ex-ministro foi uma das maiores surpresas das eleições, porque os institutos de pesquisas apontavam vitória de Paulo Souto, também no 1º turno.

PROBLEMA

Outro problema para Alckmin no Nordeste é Pernambuco, que tem um colégio de 5,7 milhões de eleitores. Lula deve vincular sua campanha no Estado à de Eduardo Campos (PSB), que vai disputar o 2º turno de governador com o pefelista Mendonça Filho.

RECURSO

Os tucanos vão pedir maior empenho ao senador eleito por Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Jarbas não teria se empenhado a fundo na campanha de 1º turno porque não queria se indispor com Lula. Já eleito, Jarbas pode ser peça importante da campanha de Alckmin no estado.

REAÇÃO

Alckmin acha que pode melhorar sensivelmente sua votação no Ceará, agora que Cid Gomes (PSB) já se elegeu governador. Tasso Jereissati, presidente do PSDB, teria apoiado Cid Gomes por baixo do pano e acha que está na hora de apresentar a fatura ao socialista.

AVANÇO

A meta dos tucanos é ampliar – e bem – a votação de Alckmin em Minas, o 2º maior colégio do País, com l3 milhões de votos. No 1º turno, Lula alcançou 46% dos votos mineiros e Alckmin, 36%. Detalhe: a diferença era maior, mas o tucano se recuperou no estado nos últimos 15 dias de campanha.

EMPENHO

Alckmin confia no empenho de Aécio Neves, que foi reeleito governador em Minas com 75% dos votos. Aécio já teria se comprometido a não só fazer campanha no seu estado, como quer viajar com Alckmin por outras regiões. O mesmo deve acontecer em relação a José Serra.

CRESCIMENTO

Apesar de ter conseguido 55% dos votos em São Paulo, contra 36% de Lula, os tucanos desejam aumentar a votação de Alckmin no Estado, aproveitando a ajuda de José Serra, já eleito governador. Foram os votos dos eleitores paulistas que levaram Alckmin ao 2º turno.

VISÃO

O prefeito do Rio, César Maia (PFL), está sinalizando com melhor desempenho de Alckmin no estado na campanha do 2º turno. Alckmin deve fazer a campanha acoplado à de Denise Frossard (PPS), que disputa o 2º turno com Sérgio Cabral, candidato do PMDB. O Rio tem 11 milhões de eleitores.

AMPLIAÇÃO

A tática dos tucanos é ampliar a vantagem de Alckmin entre os 20 milhões de eleitores dos três estados do Sul – Rio Grande, Paraná e Santa Catarina. No 1º turno, o tucano obteve boa vitória sobre Lula na região. No Rio Grande do Sul, Alckmin vai contar com a colaboração de Yeda Crussius, que concorre no 2º turno com o petista Olívio Dutra, candidatos a governador.


quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Dessa vez, o senhor (Eduardo Suplicy) teve uma votação apertada e perigosa. Seria por causa do seu estilo? Antônio Carlos Magalhães

DISPUTA GANHA NOVOS CONTORNOS

Patrícia Santos / AE

Roberto Jayme /AE

De volta à Câmara, Valdemar Costa Neto pode perder o mandato.

Na primeira aparição depois da derrota, ACM promete 'volta triunfal'.

REELEITOS, PORÉM CASSÁVEIS. Valdemar da Costa Neto (PL-SP) e Paulo Rocha (PT-PA) correm o risco de serem cassados ao assumir.

E

leitos no domingo passado, os deputados Paulo Rocha (PTPA) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que fugiram no ano passado de processos de cassação, renunciando aos seus mandatos, poderão ter apenas adiado seus julgamentos. Os processos de perda de mandato contra os dois, apontados pela CPMI dos Correios de terem se beneficiado com o esquema do mensalão, poderão ser reabertos assim que eles tomarem posse no dia 1º de fevereiro do próximo ano. Na Câmara há precedentes que, por serem decisões tomadas repetidas vezes, formaram um entendimento de que deputados que praticaram fatos que ferem o decoro parlamentar em mandatos anteriores podem ser julgados ao reassumirem um novo mandato. Foi assim, por exemplo, no caso do deputado Pinheiro Landim. Em janeiro de 2003, o deputado renunciou ao mandato, que estava em seu último mês, para evitar o processo de cassação depois que foi acusado pela Polícia Federal de suposto envolvimento na com-

pra de habeas corpus em tribunais superiores para quadrilha de traficantes. Com a renúncia, o processo foi arquivado. Em fevereiro de 2003, Landim assumiu um novo mandato para o qual fora eleito em outubro de 2002, mas, assim que tomou posse, o então presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), determinou o desarquivamento da sindicância contra o parlamentar feita anteriormente e, mais uma vez para fugir da cassação, Landim renunciou ao mandato que acabara de assumir. Outro caso foi do deputado Talvane Albuquerque (AL). Ele foi cassado em abril de 1999, dois meses depois de assumir o seu segundo mandato como deputado federal. No processo, Albuquerque era suspeito de envolvimento no assassinato da deputada Ceci Cunha, ocorrido quando ele exercia o primeiro mandato. No entendimento da Câmara, os processos de cassação contra os deputados Paulo Rocha e Valdemar Costa Neto poderão ser reabertos pelo presidente da Casa, pela Mesa ou por um partido político. (AE)

RIGOTTO FICA NEUTRO

O

governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), divulgou nota ontem em que sinaliza uma posição de neutralidade, por enquanto, em relação à disputa do 2º turno. No breve comunicado, Rigotto afirma "que seu propósito, assim como do governo, neste momento, é não participar do processo eleitoral do segundo turno". Rigotto acrescentou que seu objetivo é concluir o mandato e trabalhar com "seriedade, determinação e responsabilidade". A posição foi emitida depois de uma reunião da executiva estadual do PMDB com as bancadas federal e estadual em que os parlamentares do partido manifestaram ampla preferência pelo apoio aos candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo gaúcho, Yeda Crusius. "Nós não colhemos posição, colhemos pensamentos, que foram nesse sentido", relatou o presidente regional da

legenda, senador Pedro Simon. Simon ressaltou que a reunião foi suspensa sem que o partido adotasse posição para que fosse possível conversar com o governador – que não participou dela – e ampliar a análise. O senador recebeu um telefonema do ministro de Relações Internacionais, Tarso Genro, e outro de Alckmin. Simon confirmou que o Palácio do Planalto prefere a neutralidade do PMDB gaúcho – considerando que o 2º turno reproduz, no Estado, a disputa nacional, com Olívio Dutra (PT), contra a candidata tucana. Rigotto disputou a reeleição e obteve 27,12% dos votos válidos. Perdeu a vaga para o 2º turno para Olívio pela diferença de 16 mil votos. O adversário do PT recebeu 27,39% dos votos válidos e Yeda liderou a contagem, com 32,90%. (AE)

ACM QUER VINGANÇA

O

senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) destilou toda a sua ira contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após seus apadrinhados políticos perderem para o PT e aliados as eleições na Bahia. A vitória de Jacques Wagner (PT) para o governo baiano pôs fim a 16 anos de "hegemonia carlista". Seus afilhados políticos Paulo Souto, candidato derrotado ao governo estadual, e Rodolpho Tourinho, que disputava a vaga no Senado, foram derrotados nas urnas. A surpresa fez com que ACM anunciasse que terá uma "volta triunfal". "Daqui a pouco, vossas excelências vão ver o desastre do governo baiano e a volta triunfal do carlismo", disse. Antônio Carlos gerou suspense no Senado ao dizer que falaria da tribuna. Obcecado por vingar-se do partido de Lula, ele prometeu trabalhar até o fim para eleger Gerado Alckmin (PSDB). "Chamo atenção do Nordeste

e até mesmo da minha Bahia para que nós impeçamos essa eleição tão danosa para o país e coloquemos um homem honrado no poder, o exgovernador Alckmin", disse. Para piorar, ACM foi provocado pelo senador Eduardo Suplicy (PT), recémeleito por São Paulo. " Será que não foi o exagero nas suas ofensas contra o presidente Lula que dificultou (a sua vitória na Bahia)?", questionou Suplicy, referindo-se aos ataques de ACM a Lula, que o chamou de "bêbado" e "ladrão". A resposta foi rápida: "Se vossa excelência, que é do PT, tem diálogo difícil com o presidente e seu partido, como posso dialogar com esse grupo de seu partido que não é o seu? Agora, vossa excelência, mesmo com seu estilo, sempre foi um homem com uma popularidade imensa em São Paulo. No entanto, dessa vez, o senhor teve uma votação apertada e perigosa. Seria por causa do seu estilo?", devolveu ACM à Suplicy. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

23,4

por cento foi o crescimento do número de cheques sustados por roubo ou extravio em setembro

3/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 29/09/2006 29/09/2006 29/09/2006 29/09/2006 29/09/2006

P.L. do Fundo 9.419.735,20 1.451.659,92 7.813.864,20 18.177.906,22 1.290.293,45

Valor da Cota Subordinada 1.201,271438 1.094,322649 1.161,958834 1.120,362616 1.102,553882

% rent.-mês 2,1184 1,5637 1,3444 7,4018 3,8216

% ano 22,9588 9,4323 16,1959 12,0363 10,2554

Valor da Cota Sênior 1.000,577066 1.087,692521 1.101,246144 0 0

% rent. - mês 0,0577 1,0635 1,1588 -

% ano 0,0577 8,7693 10,1246 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


8

Finanças Empresas Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Suely Jubram leva até três dias montando encomendas especiais, que custam a partir de R$ 300.

VASOS ELABORADOS CUSTAM MAIS DE R$ 1 MIL

Flores deixam de ser presentes de última hora

Fotos: Paulo Pampolim/Hype

Arranjos elaborados e inusitados transformam a mais antiga forma de agrado

A

florista Suely Jubram define sua loja, a Design em Flor, como uma "floricultura entre aspas". É uma das poucas do ramo em São Paulo que aposta na diferenciação, agregando produtos e serviços. O resultado é uma verdadeira butique de flores. Manutenção semanal em casas, lojas e empresas, decoração de jantares e festas, cursos de formação em arte floral, espécies raras, arranjos em vasos de cristal ou cachepôs de porcelana são alguns dos serviços e produtos oferecidos. Suely e sua sócia (e filha) Luciana Jubram são formadas em arte floral por escolas internacionais que possuem professores itinerantes. Esses mestres vieram a São Paulo para dar aulas a elas no passado e, hoje, vêm atender os clientes da Design em Flor. Os cursos duram quatro módulos. E cada módul o , s e g u n d o S u e l y, é u m a "imersão" de quatro dias. Especialistas em esculturas florais, as sócias demoram até três dias para montar encomendas especiais – com preços a partir de R$ 300. "Meu cliente sabe que vai encontrar aqui algo diferente", diz Suely, que não vende nada que seja muito

Flores podem servir como embalagem de presentes mais requintados, como jóias e bolsas

Espécies diferentes são arrumadas como obras de arte

comercial, como cachepôs de madeira, por exemplo. A Design em Flor é afiliada à rede Florist's Transworld Delivery (FTD), um pool de floriculturas ao redor do mundo. Quando alguém no Japão quer mandar flores a uma pessoa em São Paulo, a central da FTD repassa o pedido à loja de Suely, que entrega a encomenda. Os clientes escolhem os arranjos a partir de fotos em um álbum feito justamente para padronizar as encomendas. Arranjos Mas a Design em Flor não é a única loja do ramo diferente na cidade. Quem estiver à procura de arranjos criativos que não encontrará em nenhum outro lugar vai adorar a Nina Vila, na Vila Madalena. A proprietária, Nina (que não quis dar o sobrenome), conta que sempre buscou ser diferente ao dar presentes e levou isso para sua atividade. "Dar o que todo mundo dá, como uma camiseta, não tem emoção alguma."

Porta-retratos são escondidos embaixo das flores, nos cachepôs

Emoção, então, é o que não pode faltar nos arranjos que Nina monta há três anos em sua loja. Buquê de flores (com água em um celofane) dentro de bolsa de juta e arranjos que escondem porta-retratos (R$ 135) são duas das encomendas mais pedidas na Nina Vila. No caso do porta-retrato, a pessoa presenteada só descobre a foto escondida quando as flores, que foram espetadas em uma espuma, morrem e são arrancadas. "A flor passa a ser a embalagem do presente", revela Nina, que não gosta de trabalhar com muita flor em estoque. "Prefiro comprá-las frescas quando a encomenda é fechada." O ideal é que o pedido seja feito com dois dias de antecedência. Nina também faz manutenção em empresas, casas e consultórios. Outras floriculturas que merecem destaque são a Sta. Gemma, na Vila Nova Conceição, e a Flor em Vaso, cujas prateleiras em Moema exibem mais de 300 modelos de vasos assinados por designers brasileiros como Bernardo Kraniansky e Elvira Schwartz. Alto padrão O florista Job de Proença Filho, da Flor em Vaso, só trabalha com produtos A1. Traduzindo: são flores de leilão que podem ser exportadas porque não há defeito nelas.

Proença Filho as arruma de forma bastante natural em vasos com água. Para evitar acidentes, cada vaso possui uma caixa proporcional ao seu tamanho, contendo uma forma que o segura em pé. Na floricultura, entre literalmente centenas de opções, há desde peças simples de vidro – "quem ganha sempre vai achar um lugar em casa para colocar, porque o vaso não briga com a decoração" – com preços a partir de R$ 21, até uma peça de cristal italiano com fio de prata que custa R$ 1,5 mil. "O que faço é muito simples, mas acaba agradando porque a simplicidade também é legal", diz Proença Filho, que raramente mistura tipos de flores. "Valorizo muito a beleza individual de cada espécie. Tem gente que me fala 'nossa, nunca vi esta flor'. Não viu porque ela estava escondida entre outras flores", diz. Kety Shapazian

SERVIÇO Design em Flor: (11) 3051-3838 Nina Vila: (11) 3819-2850 Flor em Vaso: (11) 5051-0026 Sta. Gema: (11) 3842-9480

Floricultura em exposição

A

Fiaflora ExpoGarden Feira Internacional de Paisagismo, Jardinagem e Floricultura, considerada a maior do setor na América Latina, abre sua 9ª edição hoje para profissionais do ramo e, neste fim de semana, para o público. Até domingo, os expositores prometem levar ao evento diversas espécies de plantas, flores e folhagens, além de

novos equipamentos e ferramentas para manutenção e plantio, e objetos para decoração. Cada expositor teve à sua disposição uma área de 25 metros quadrados para desenvolver seus ambientes. O ingresso custa R$ 15. Endereço: Centro de Exposições Imigrantes, quilômetro 1,5 da Rodovia dos Imigrantes. (KS)

Nina sempre gostou de dar presentes diferentes e transformou isso em um negócio


Mais espertos que o Leão 32% dos tributos arrecadados em 2005 (ou R$ 234,5 bilhões) foram desviados para a corrupção, mostra estudo do IBPT. E 1

RESTITUIÇÃO EXPRESSA DO LEÃO A restituição do Imposto de Renda terá que ser feita no mesmo ano da declaração. É a lei 41/2004, em votação. E1 Ano 81 - Nº 22.226

São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Heróis no NYTimes Suspeitos no Brasil

Força Aérea Brasileira/Reuters

Força Aérea Brasileira/Divulgação

"Vocês são heróis: salvaram nossas vidas" - disse um dos passageiros do Legacy a seus dois pilotos, na descrição do jornalista a bordo, Joe Sharkey, publicada no Times. Mas os "heróis" tiveram ontem seus passaportes apreendidos no Brasil. Conduziram o jatinho na rota da morte de 155 pessoas no Boeing da Gol, mais alta do que deveria, e ainda estavam com o transponder mudo. A tragédia: C 1 e C 2 A caixa preta do Boeing, que é laranja (dir.), foi encontrada, danificada e sem uma parte. Abaixo, os passaportes retidos.

Reprodução/Polícia Federal/AE

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Paulo Pampolin/Hype

Cruzeiros, uma festa de dólares 330 mil turistas no verão. E 3

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 32º C. Mínima 17º C.

Flores, agora obras de arte

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 18º C.

Tratadas com requinte, viram belos presentes. E alegram o comércio. E 8

Caça aos votos dos derrotados Geraldo Alckmin recebe apoio do casal Garotinho, enquanto o PDT de Cristovam Buarque (na foto, com Heloísa Helena) condiciona sua adesão.

Lula terá Jaques Wagner como grande cabo eleitoral na Bahia e está confiante na migração de votos. Já o PSol é taxativo: não apóia nenhum candidato. Págs. 3, 4, 5 e 8


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

1

13

milhões de casas populares poderiam ser construídas com o dinheiro desviado

ESTUDO MOSTRA QUE, DA ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS NO ANO PASSADO, 32% FORAM PARA OS RALOS DO DESPERDÍCIO

CORRUPÇÃO LEVA R$ 234,5 BI DO LEÃO Patrícia Cruz/LUZ

E

studo do Instituto Brasileiro de Planejam e n t o Tr i b u t á r i o (IBPT) mostra que o País perde, todos os anos, o equivalente a 32% de sua arrecadação tributária com corrupção e ineficiência na administração da máquina pública. Considerando o valor total desembolsado pelos contribuintes no ano passado – R$ 732,8 bilhões –, o desperdício chegou a R$ 234,5 bilhões. Com esse dinheiro seria possível levar água e esgoto encanados e tratados às casas de todos os moradores do País. Custo da obra: R$ 220 bilhões, segundo estimativa da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe). O suplício de quem trafega por estradas esburacadas também seria resolvido com a aplicação correta de recursos públicos. Pelas contas da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), os governos federal e estaduais teriam verba suficiente para recuperar os 156 mil quilômetros da malha atual e, ainda, para assegurar sua manutenção por cerca de 60 anos consecutivos. Os R$ 234,5 bilhões também poderiam ser empregados na construção de 13 milhões de moradias populares (ao custo unitário de R$ 17 mil) ou de 19,5 milhões de salas de aula equipadas (a R$ 12 mil, em média, cada uma). Denúncias – Para chegar a esses números, o IBPT pesquisou 22.158 casos envolvendo notícias na imprensa, denúncias e processos efetivamente constituídos pelos Tribunais de Contas, registrados nos últimos 17 anos. Dos casos já julgados por órgãos da administração pública federal, estaduais e municipais dos três

Amaral: "Uma verdadeira praga"

poderes, em 32% houve comprovação de corrupção ativa ou desleixo administrativo. "A corrupção é uma verdadeira praga. Consome boa parte das riquezas do País", disse o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral. O levantamento do instituto considera escândalos novos e antigos. Começa nos anos 90 com PC Farias, passa pelos precatórios, o "propinoduto" do Rio, as denúncias nas privatizações até os atuais sanguessugas e "mensaleiros", entre

Andrea Felizolla/LUZ

outros. Da amostra total, cerca de 3 mil se referem a ações civis públicas por improbidade. Nepotismo – O IBPT fez ainda uma distinção. O desperdício não passaria apenas pela corrupção – "uma palavra bonita para dizer roubo", diz Amaral. Foi catalogada também na forma de superfaturamento de obras públicas e de desvio de finalidade. Aqui, entram o nepotismo, obras inacabadas e o uso de impostos "carimbados" para finalidades diversas (como recursos da CPMF que, em vez de seguirem para a Saúde, acabam engrossando as estatísticas de superávit primário). Como nunca conseguem fechar as contas, os governos municipal, estadual e federal têm apelado cada vez mais para o aumento de impostos. Tanto que a carga tributária, que equivalia a 29,21% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1990, chegou a 37,82% no ano passado. A previsão para este ano é crescer mais um ponto percentual. O presidente do IBPT estima que essa mordida poderia voltar para os 29% se o País desse jeito na corrupção. (AG)

Vem aí o Corruptômetro

D

epois do "Impostômetro", painel eletrônico instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e que registra em tempo real a arrecadação total de impostos, vem aí o "Corruptômetro". Esse é o nome dado ao serviço que o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) promete colocar na internet até o dia

25 deste mês. A idéia é mostrar quanto o País perde com a corrupção e a ineficiência administrativa, e como esses recursos poderiam ser melhor aproveitados. Para o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, é preciso acabar com a letargia atual. "As pessoas passaram a achar normal cifras como R$ 1 milhão, e não são", disse. (AG)

Devolução do IR deve ser rápida

F

oi aprovado, ontem, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o projeto de lei n° 41/2004, que obriga o governo a devolver o Imposto de Renda (IR) retido a maior na fonte no mesmo ano da declaração. Segundo a secretaria da CAE, como a matéria foi aprovada em decisão terminativa, se um décimo dos senadores, no mínimo, não entrar com recurso, o projeto de lei segue direto para votação pela Câmara dos Deputados Federal. Se a nova legislação for aprovada ainda neste ano, as normas começam a valer em relação ao

recolhimento do Imposto de Renda no exercício de 2007. O texto do projeto de lei determina ainda que se a restituição for efetuada após o prazo, seu valor será acrescido de juros de 0,33% por dia de atraso, limitados a 20%. Dispositivo – Outro dispositivo impõe que o fisco não pode deixar de cumprir o prazo para restituição alegando a existência de procedimento fiscal para apurar a exatidão da declaração, "o que não impede o lançamento posterior pela Receita Federal de eventuais diferenças verificadas". O projeto de lei também es-

tabelece que o prazo para devolução do IR não se aplica às restituições decorrentes de processos que estão sob investigação e de declarações entregues ou retificadas após o prazo para isso. Em julho deste ano, o Unafisco Regional de São Paulo, que representa os auditores fiscais, entrou com ação em nome dos associados pleiteando que a restituição do IR seja corrigida pela taxa básica de juros (Selic) a partir de 1° de janeiro do exercício da apuração do tributo. Desde 1995, o montante devolvido ao contribuinte é atualizado a partir de maio. (LI)

O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, diz que senadores estão sendo pressionados por telegramas

Senadores negociam votação rápida do Supersimples Divulgação

A

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa pode ser votada nesta semana no Congresso. Desde ontem, o presidente do S e n a d o , R e n a n C a l h e i ro s (PMDB-AL), mantém conversas com os líderes da Casa para negociar a votação do texto previamente à apreciação das 17 medidas provisórias que trancam a pauta no Senado. Antes da votação da nova lei, entretanto, o relator Luiz Otávio (PMDB-PA) precisa emitir um parecer definitivo e favorável ao projeto, o que depende da adoção de uma posição por Calheiros e líderes do Senado sobre o tema. Além disso, as 12 emendas apresentadas – na sua maioria pelo senador Marcos Guerra (PSDB-ES) – têm de ser rejeitadas para que a matéria não seja apreciada novamente pelos deputados. "Se alguma emenda for aceita, o projeto de lei terá que voltar à Câmara, e isso pode postergar a aprovação para o ano que vem", alerta o consultor do Sebrae nacional, André Spínola. Segundo a assessoria política do relator da matéria, ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Luiz Otávio apresentou um parecer preliminar, que foi tanto favorável ao texto como à rejeição de todas as emendas. Uma delas obriga as empresas de menor porte a contribuírem para o chamado sistema S (Sesc, Sesi, Senac e Senai). Estima-se uma perda de R$ 10 milhões em contribuições para o

Senador Luiz Otávio, relator da Lei

sistema caso a lei seja aprovada sem essa alteração. Supersimples – A Lei Geral foi aprovada em setembro pela Câmara dos Deputados por 308 votos favoráveis e apenas seis contrários. Conhecida como Supersimples, a nova legislação prevê a unificação da base de cálculo dos tributos federais, estaduais e municipais, que deverão ser recolhidos mensalmente. No comércio, por exemplo, de acordo com a receita bruta anual da empresa, a alíquota variará de 4% a 11,61%. Além disso, o projeto de lei simplifica a abertura e fechamento das empresas. A Frente Empresarial pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa está pressionando o Senado desde a semana passada. Segundo Alencar Burti, presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), as entidades ligadas

ao movimento enviaram telegramas ao presidente do Senado e aos líderes da Casa. "Estamos mobilizados para mostrar a importância da Lei Geral como meio de formalizar milhões de empresas e até de restaurar a credibilidade do Poder Legislativo perante a sociedade", afirma Burti. Refis – Uma das maiores expectativas diz respeito ao novo parcelamento de débitos, inserido no texto. Com ele, os débitos tributários poderão ser diluídos em 120 vezes. "A medida é interessante por três motivos: o prazo para entrar no Refis 3 já expirou, o valor da parcela mínima no Refis 4 é mais compatível com o caixa dessas empresas e é possível incluir tributos estaduais e municipais", informou a consultora do Cenofisco, Renata Ferrarezi. Laura Ignacio


2

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

3,5

MUDOU A FORMA DE PREENCHER A DACON

bilhões de reais foi quanto o ICMS rendeu aos cofres do governo paulista

VENDAS DO COMÉRCIO E IMPORTAÇÕES PUXARAM ARRECADAÇÃO DE SETEMBRO DO GOVERNO ESTADUAL

SÃO PAULO ARRECADA R$ 3,87 BILHÕES Dacon: prazo vence na sexta-feira

A

s cerca de 12 mil grandes empresas do País que tiveram, em 2005, receita anual bruta superior a R$ 30 milhões têm até sexta-feira para entregar o

Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon) relativo aos meses de janeiro a agosto de 2006. O programa já está no site www.receita.fazenda.gov.br.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 3 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Santa Cruz Factoring Sociedade de Fomento Comercial Ltda - Requerido: Honda Componentes da Amazônia - Rua Sena Madureira, 1.500 - 2ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda - Requerido: Dautec Indústria e Comércio Ltda - Rua Joaquim Nunes Teixeira, 106 - 2ª Vara de Falências Requerente: Ricardo Barbosa de Carvalho - ME - Requerido: Dipese Distribuidora de Peças e Serviços Ltda - Rua das Dálias 330 - 2ª Vara de Falências Requerente: Klabin S/A - Requerido: Granja Saito S/A - Rua Bentrano, 537 - 1ª Vara de Falências Requerente: Acorp do Brasil Importação e Exportação Ltda - Requerido: SAT Computers Comércio Ltda - Rua Teodoro Sampaio, 1.020 - 10º andar - Conj. 1.005 - 2ª Vara de Falências Requerente: FBM Fomento Mercantil Ltda - Requerido: Polytech Distribuidora Industrial Ltda - EPP - Av. Salim Farah Maluf, 269 - 2ª Vara de Falências Requerente: Auto Posto Biritiba Ussu - Requerido: CN Terraplenagem e Construções Ltda - Rua Curupace, 155 - 1ª Vara de Falências Requerente:Tecelagem Guelfi Ltda - Requerido: Vem K Confecções Ltda - Rua Mendes Junior, 581 - 1ª Vara de Falências Requerente: Interest Factoring Ltda - Requerido: Metalcompo Comercial Ltda - Rua Eugênia de Carvalho, 1.524 - 2ª Vara de Falências Requerente: Fácil Serviços Comerciais Ltda - EPP - Requerido: Eloflex Indústria e Comércio de Mangueiras e Conexões Ltda - Rua Dias da Silva, 286 - 2ª Vara de Falências

De olho no Imposto na pauta do Senado Reunião com líderes do Senado vai definir nova data para analisar o projeto de lei

O

projeto de lei que estabelece a obrigatoriedade de as notas fiscais discriminarem o valor dos tributos incidentes na compra de mercadorias e serviços não foi votado, ontem, pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA), do Senado. Apesar de o PL estar na pauta, a reunião da comissão foi cancelada por falta de quorum. Segundo a secretaria da CMA, até o fim do dia de hoje, haverá reunião dos líderes do Senado com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDBAL), para elaboração da pauta até o 2° turno das eleições. Se aprovada ainda neste ano, a nova legislação, originária do movimento De Olho do Imposto, liderado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP),

entra em vigor em 2007. Caixas de assinaturas – No final do mês de maio, 35 caixas com as listas de adesões à campanha – no total 1,564 milhão de assinaturas – foram entregues ao presidente do Senado, que subscreveu o projeto. Somente no Estado de São Paulo, desde 17 de janeiro a caravana do movimento percorreu mais de 400 municípios e avançou para os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro. A internet também incentivou a conscientização tributária. Pelo site www.deolhonoimposto.org.br, o movimento registrou mais de 12 mil adesões. No site de relacionamentos Orkut, a comunidade De Olho no Imposto superou o marco de 600 adesões virtuais. Laura Ignacio

O

governo do Estado de São Paulo arrecadou R$ 3,87 bilhões em setembro, o que representa um crescimento real (deflacionado pelo IGP-DI) de 3,1% se comparado ao mês anterior e de 6,1% em relação ao mesmo período de 2005. No acumulado do ano, a receita tributária apresentou aumento de 7,7% em relação a igual período de 2005. A maior contribuição veio do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por R$ 3,5 bilhões do total arrecadado. Na comparação com agosto, a arrecadação desse imposto subiu 3,5% . Em relação a setembro de 2005, a expansão foi de 5,1%. As importações continuaram contribuindo para o bom desempenho do ICMS no total arrecado em setembro, apesar de o crescimento ter sido inferior ao registrado no mês passado. Essas operações totalizaram 18,2% dos recolhimentos, ante 20% obtidos no mês de agosto. "A diferença se dá porque, em setembro, tivemos três dias úteis a menos do que em agosto, o que reflete diretamente na arrecadação, já que o reco-

lhimento do ICMS sobre importação é feito no ato do desembaraço da mercadoria", diz o assessor de Política Tributária da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Pedro Paulo Cardoso de Mello. Comércio – Outro reforço no incremento da receita tributária estadual partiu do comércio, que registrou aumento de 9,1% na arrecadação do ICMS até o final de agosto. Na indústria, a expansão foi menor, de apenas 5,4%, o que deixou a arrecadação atrás do conjunto de atividades com preços administrados – combustíveis, energia e telecomunicações – que registraram alta de 7%. "O mês de setembro já expressa um pouco a tendência de crescimento na arrecadação do ICMS a partir de agora, por conta das compras de fim de ano", afirma Mello. A arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), de R$ 110,9 milhões, representou expansão de 19,7% na comparação com agosto e de 15,7% em relação a setembro de 2005. O incremento se deve, entre outros fatores, à elevação dos preços dos veículos novos e usados. Márcia Rodrigues

ATAS

Bradesco Capitalização S.A. o

CNPJ n 33.010.851/0001-74 - NIRE 35.300.331.354 Grupo Bradesco de Seguros Ata da 68 Assembléia Geral Extraordinária e 67a Assembléia Geral Ordinária realizadas cumulativamente em 30.3.2005. a

Data, Hora e Local: Aos 30 dias do mês de março de 2005, às 16h, na sede social, na Rua Barão de Itapagipe, 225, parte, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ. Quorum: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Bradesco Vida e Previdência S.A., única acionista da Sociedade. Verificou-se também a presença dos senhores Marcos Suryan Neto, Diretor, e José M. Matos Nicolau, representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Marco Antônio Rossi; Secretário: Lúcio Flávio Condurú de Oliveira. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Ordem do Dia: Assembléia Geral Extraordinária: I) examinar propostas da Diretoria para: 1. cancelar 236 ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, existentes em tesouraria, representativas do seu próprio Capital Social, sem redução deste; 2. aumentar o capital social no valor de R$134.421,33, elevando-o de R$134.865.578,67 para R$135.000.000,00, mediante a capitalização de parte do saldo da conta “Reserva de Lucros - Reserva Estatutária de 2003”, sem emissão de ações, de acordo com o Parágrafo Primeiro do Artigo 169 da Lei no 6.404/76; 3. alterar o Estatuto Social, no Artigo 3o transferindo o endereço da sede social da Rua Barão de Itapagipe, 225, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, para Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; no Artigo 7o reduzindo de 9 (nove) para 5 (cinco) o número máximo de membros da Diretoria; no Parágrafo Primeiro do Artigo 8o aprimorando a redação; no Artigo 10, incluindo Parágrafo Único, adaptando-o ao disposto nas Circulares SUSEP nos 234 e 249, respectivamente de 28.8.2003 e 20.2.2004, e Carta-Circular SUSEP/DECON/GAB/No 06/03, que regulamentam a atribuição de funções aos Diretores da Sociedade por áreas de atividades, relacionadas às responsabilidades técnica; administrativa-financeira; pelos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; pelos controles internos; e de Relações com a SUSEP; II. reformular a Convenção do Grupo Bradesco de Seguros, destacando a alteração da denominação para Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, a saída da filiada Bradesco Saúde S.A. e a mudança da denominação da filiada União Novo Hamburgo Seguros S.A. para Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros, procedendo-se em seguida à sua consolidação. Assembléia Geral Ordinária - 1. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2004; 2. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2004 e a distribuição de dividendos; 3. eleger os membros da Diretoria; 4. fixar o montante global anual da remuneração dos Administradores, de acordo com o que dispõe o Estatuto Social. Deliberações: Assembléia Geral Extraordinária: aprovadas: a) sem qualquer alteração ou ressalva, as propostas da Diretoria, registradas na Reunião daquele Órgão, de 18.3.2005, a seguir transcritas: “I. cancelar 236 ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal, existentes em tesouraria, representativas do seu próprio Capital Social, sem redução deste; II. aumentar o capital social no valor de R$134.421,33, elevando-o de R$134.865.578,67 para R$135.000.000,00, mediante a capitalização de parte do saldo da conta “Reserva de Lucros - Reserva Estatutária de 2003”, sem emissão de ações, de acordo com o Parágrafo Primeiro do Artigo 169 da Lei no 6.404/76; III. alterar o Estatuto Social, no Artigo 3o transferindo o endereço da sede social da Rua Barão de Itapagipe, 225, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, para Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; no Artigo 7o reduzindo de 9 (nove) para 5 (cinco) o número máximo de membros da Diretoria; no Parágrafo Primeiro do Artigo 8o aprimorando a redação; no Artigo 10, incluindo Parágrafo Único, adaptando-o ao disposto nas Circulares SUSEP nos 234 e 249, respectivamente de 28.8.2003 e 20.2.2004, e Carta-Circular SUSEP/ DECON/GAB/No 06/03, que regulamentam a atribuição de funções aos Diretores da Sociedade por áreas de atividades, relacionadas às responsabilidades técnica; administrativa-financeira; pelos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; pelos controles internos; e de Relações com a SUSEP. Se aprovadas as propostas o Artigo 3o, o “caput” do 6o, o Artigo 7o, o Parágrafo Primeiro do 8o e o Parágrafo Único do Artigo 10 do Estatuto Social passarão a vigorar com a seguinte redação: “Art. 3o) A Sociedade tem sede e foro na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, no município e comarca de São Paulo, Estado de São Paulo. Artigo 6o) O Capital Social é de R$135.000.000,00 (cento e trinta e cinco milhões de reais), dividido em 451.623 (quatrocentas e cinqüenta e uma mil, seiscentas e vinte e três) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal. Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 3 (três) a 5 (cinco) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente, 1 (um) Diretor Geral de Capitalização e de 1 (um) a 3 (três) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Parágrafo Primeiro - Dependerá de prévia autorização do Conselho de Administração do acionista controlador direto ou indireto: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Art. 10) Parágrafo Único - A Assembléia Geral designará dentre os Diretores da Sociedade os que devam ocupar as funções específicas instituídas pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, quais sejam: I. Diretor Responsável pelas Relações com a SUSEP: responderá pelo relacionamento com a Autarquia, prestando, isoladamente

ou em conjunto com outros Diretores, as informações por ela requeridas; II. Diretor Responsável Técnico: supervisionará as atividades técnicas, englobando a elaboração de produtos, respectivos regulamentos, condições gerais e notas técnicas, bem como os cálculos que permitam a adequada constituição das provisões, reservas e fundos; III. Diretor Responsável Administrativo-Financeiro: supervisionará as atividades administrativas e econômico-financeiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais; IV. Diretor Responsável pelo Cumprimento do Disposto na Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, que Dispõe sobre os Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores: terá a incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância das disposições estabelecidas na referida Lei e respectiva regulamentação complementar; V. Diretor Responsável pelos Controles Internos: terá a incumbência de adotar estratégias, políticas e medidas voltadas à difusão da cultura de controles internos, mitigação de riscos e zelar pelo cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis.”; b) a reformulação da Convenção do Grupo Bradesco de Seguros, destacando a alteração da denominação para Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, a saída da filiada Bradesco Saúde S.A. e a mudança da denominação da filiada União Novo Hamburgo Seguros S.A. para Bradesco Auto/ RE Companhia de Seguros, a qual passa a fazer parte integrante desta Ata, como Anexo. Assembléia Geral Ordinária: 1. aprovadas, sem reservas, as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2004, de conformidade com a publicação efetivada em 28.2.2005, no “Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro”, páginas 57 a 60, e em 25.2.2005 no “Jornal do Commercio”, páginas A-21 e A-22; 2. aprovada a proposta da Diretoria registrada na Reunião daquele Órgão, de 18.3.2005, para destinação do lucro líquido do exercício e distribuição de dividendos, conforme segue: “Tendo em vista que esta Sociedade obteve no exercício social encerrado em 31.12.2004 lucro líquido de R$296.849.942,65, propomos que seja destinado da seguinte forma: R$14.842.497,13 para a conta “Reserva de Lucros – Reserva Legal de 2004”; R$2.007.445,52 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Estatutária de 2004”; e R$280.000.000,00 para pagamento de dividendos, os quais já foram pagos por deliberação da Diretoria, conforme segue: R$153.154.800,00 em 31.1.2005 e R$126.845.200,00 em 22.2.2005. Propomos também a transferência do saldo da conta “Lucros Acumulados” para a conta “Reserva de Lucros – Reserva Estatutária de 2004”, no valor de R$9.649,71.”; 3. para composição da Diretoria, foram reeleitos, com mandato de 1 (um) ano, até 30.3.2006, os senhores: Diretor-Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68; Diretor Geral de Capitalização: Norton Glabes Labes, brasileiro, casado, securitário, RG 3.594.614-3/SSP-SP, CPF 111.610.008/87; Diretores: Samuel Monteiro dos Santos Júnior, brasileiro, casado, advogado, RG 2.700.826-IFP/RJ, CPF 032.621.977/34; Marcos Suryan Neto, brasileiro, divorciado, securitário, RG 12.925.794-SSP/SP, CPF 014.196.728/51; e Ivan Luiz Gontijo Júnior, brasileiro, casado, advogado, Registro no 44.902/ OAB, CPF 770.025.397/87, todos com domicílio naAvenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP, sendo que permanecerão em suas funções até que os nomes dos Diretores que forem eleitos em 2006 recebam a homologação da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e seja a Ata arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores reeleitos preenchem as condições previstas na Resolução no 65, de 3.9.2001, alterada pela CNSP no 74, 13 de maio de 2002, da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, e declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal. Deliberaram, também, de conformidade com o disposto nas Circulares SUSEP nos 234, de 28.8.2003 e 249, de 20.2.2004, ratificar as seguintes designações: a) senhor Norton Glabes Labes, Diretor, para responder pela Área Técnica de Capitalização, de conformidade com o disposto na Resolução CNSP 65/2001 e como Diretor de Relações com a SUSEP, de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003; b) senhor Samuel Monteiro dos Santos Júnior, Diretor, como responsável Administrativo-Financeiro pela supervisão das atividades administrativas e econômico-financeiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais - Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003; c) senhor Marcos Suryan Neto, Diretor, como responsável pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância das disposições sobre os crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores - Circular SUSEP no 200, de 9.9.2002 e como responsável pelos Controles Internos - Circular SUSEP no 249 de 20.2.2004; IV) fixados: a) o montante global anual da remuneração dos Administradores, no valor de até R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), a ser distribuída em Reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social; b) a verba de até R$1.000.000,00 (um milhão de reais), destinada a custear os Planos de Previdência dos Administradores. Na seqüência dos trabalhos, disse o senhor Presidente que, em face da mudança da sede da Sociedade para São Paulo, SP, nos termos do Parágrafo Terceiro do Artigo 289 da Lei no 6.404/76, doravante, as publicações previstas em lei serão efetuadas nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que para as deliberações tomadas, o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem, inclusive pelo representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Assinaturas: Presidente: Marco Antônio Rossi; Secretário: Lúcio Flávio Condurú de Oliveira; Administrador: Norton Glabes Labes; Acionista: Bradesco Vida e Previdência S.A., representada por seus Diretores, senhores Marco Antônio Rossi e Lúcio Flávio Condurú de Oliveira; Auditor: José M. Matos Nicolau. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Bradesco Capitalização S.A. aa) Norton Glabes Labes, Ivan Luiz Gontijo Júnior. Certidão - Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 136.915/06-1, em 24.5.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

ERRATA - DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

COMUNICADO

CONVOCAÇÃO

COMUNICADO COMUNICADO

“CHURRASCARIA OS GAUDÉRIOS LTDA” localizada na Av. Moreira Guimarães, nº 964, inscrita no CNPJ nº 55.238.836/0001-10 e IE nº 111.441.245.114, torna público que foram roubados em 01/10/2006 os equipamentos emissores de cupons fiscais Bematech caixas 04 e 05 de números de fabricação BE0306SC95540500271 e BE0306SC95540500272 respectivamente, conforme Boletim de Ocorrência de nº 8117/2006, lavrado no 27º Distrito Policial. São Paulo, 01 de outubro de 2006. 04,05,06/10/06

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMUNICADO: REF.: Pregão Presencial n.º 48/0062/06/05 - Objeto: AQUISIÇÃO DE CADEIRA GIRATÓRIA - CD 04 Em razão da modificação da especificação técnica, comunicamos que a sessão de processamento do Pregão foi adiada para às 14:00 horas do dia 18/10/2006 e será realizada no Auditório da sede da FDE, Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo/SP, ocasião em que serão recepcionados os Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação”, após o credenciamento dos interessados que se apresentarem para participar do certame. Solicitamos às empresas que já adquiriram anteriormente o edital obterem a sua versão atualizada.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

1

Pelas regras, nenhuma aeronave pode voar com o transponder desligado. Quando isso acontece, o avião é considerado suspeito.

Paulo Liebert/AE

Investigações já levam a três certezas, diz Infraero

O que se sabe até agora é que o jatinho estava fora de rota e voou, pelo menos por algum tempo, com o transponder desligado. Esse equipamento do Legacy, no entanto, funcionava normalmente. Ontem, os passaportes dos dois pilotos americanos foram apreendidos e os dois primeiros corpos chegaram ao IML. Nos EUA, texto no NYT chama de heróis os pilotos do Legacy e gera protestos de leitores, muitos deles brasileiros.

A

Lula Marques/Folha Imagem

s investigações iniciais do acidente envolvendo um Boeing 737-800 da Gol com um jato executivo Legacy, ocorrido na sexta-feira, na região do Alto Xingu, matando 155 pessoas, já permitem falar em três certezas, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero): 1) o jatinho estava fora de rota; 2) o jatinho voou, pelo menos temporariamente, com o transponder desligado; 3) o transponder do jatinho não apresentou nenhum tipo de avaria mecânica. Além disso, um avião trafegando na fronteira entre dois Cindactas fica Familiares das vítimas no IML de Brasília. Eles foram tirar sangue para realização de exame de DNA. Militar com sacos pretos usados para embrulhar corpos mais, e não menos vigiado. As três certezas Sebastião Moreira/AE foram enumeraPassaportes – Policiais fede- tinha expectativa de que a idenrádio, os supervisores dos Cindas ontem à Agêndactas conversam por uma li- rais apreenderam ontem, no tificação pudesse ocorrer hoje cia Estado pelo brinha quente, ou seja, uma linha Rio, os passaportes dos norte- mesmo. Uma possibilidade regadeiro José Cardireta de telefone, sempre que americanos Joseph Lepore e mota, na avaliação dos parentes los Pereira, presiJan Paul Paladino, piloto e co- dos passageiros. há algum problema no ar." dente da Infraero. A Torre de Controle (TWA), piloto do jato Legacy. A ordem Até o fim da tarde, o IML tiNos Estados que dá instrução apenas num partiu da Justiça do Estado do nha reunido a identificação Unidos, elogio de raio de 5 milhas do aeroporto, é Mato Grosso e teve como obje- das digitais de 40 dos passageijornalista a pilotos o terceiro vigitivo evitar que ros do vôo. Todos de Brasília. O do Legacy criou eles deixem o instituto dispunha também de l a n t e a é re o . polêmicas no The Tem radares, País antes de dados de outros cinco passaNew York Times serem reinqui- geiros. Ontem pela manhã, facomo as salas Antes de voar, todo (ver texto na pág. 2) de controle do miliares das vítimas iam em ridos. Pelas regras de C o r p o s – grupos ao Instituto Médico LeAPP, e monitoaparelho passa por 50 proteção ao vôo, ração visual. Dois corpos de gal fornecer dados para facilihoras de teste de vôo. O nenhuma aeronave p a s s a g e i r o s tar a identificação de corpos de " N ã o p o d eLegacy estava com o pode voar com o que estavam passageiros. mos desconsitransponder transponder deslino Boeing 737derar um posAlém da descrição, sinais cafuncionando. gado. Quando isso 800 da Gol, que racterísticos, roupas ou adorsível erro de acontece, o avião é c om un i ca çã o caiu sexta-feira nos, familiares forneceram Brigadeiro José Carlos Helicóptero da FAB deposita 19 corpos, levados em uma rede, na fazenda Jarinã considerado susna Serra do Ca- sangue, para uma eventual entre o piloto e Pereira, presidente peito. "Em três mio operador chimbo, chega- comparação do DNA. O presida Infraero nutos a identificação da aeronar a m h o j e à s dente do IML reivindicou caque monitorave, que aparece em branco na teva o jato." 17h40 no Insti- minhões com refrigeração pala do operador de vôo, fica amaCaixas – Em nota, a Agência tuto Médico Legal de Brasília. ra acomodar os corpos que rela, o que significa aeronave Nacional de Aviação Civil Os corpos, de um homem e de chegassem da Serra do Caem alerta", disse. (Anac) informou que estão uma mulher, apresentavam as chimbo. (AE) Pereira admite que sempre "bastante danificadas" as duas digitais intactas. O presidente Na página 2, mais informações existe a possibilidade de uma caixas-pretas do Boeing 737-800 do instituto, José Souza Bezerra, sobre o acidente aéreo aeronave apresentar um defeito da Gol. A nota informa também de fabricação, mas problemas que foi formalizada hoje a criacom um transponder defeituoção da comissão de investigaso, acrescentou, são difíceis. ção do acidente e que as duas "Antes de voar, todo aparelho caixas-pretas já foram entrepassa por 50 horas de teste de gues aos seus integrantes. vôo. Quando decolou de São JoA comissão é formada por sé, o Legacy estava com o transseis membros fixos. Os seis são ponder funcionando", afirmou representantes do Comando da categoricamente o brigadeiro. Aeronáutica, da Anac, dos faO mais provável, e comum de bricantes das aeronaves e dos acontecer, é o piloto ter desligamotores, de entidades de classe do o transponder. "Ele pode ter Pereira, ex-piloto de caça e de sagens. Os outros vigias são os e peritos internacionais. A cofeito isso para não ser detectado aeronaves de grande porte. Centros Integrados de Defesa missão, presidida pelo coronel pelos operadores de vôo", adO transponder é um aparelho Aérea e Controle de Tráfego da Aeronáutica Rufino da Silva mite o presidente da Infraero. de segurança, um radar especial Aéreo (Cindactas). No Brasil, Ferreira, terá 40 dias para apreQuando o transponder é desli- que fornece ao controlador de há quatro. O acidente aconte- sentar seu relatório sobre o acigado, na tela de comando de vôo, localizado numa cabine em ceu justamente na fronteira en- dente e suas causas. controle, além da identificação terra, todas as informações em tre o Cindacta 1 (Brasília) e o Segundo a nota da Anac, "foi de alerta, em amarelo, o que se tempo real sobre o aparelho. Cindacta 4 (Manaus). "Uma encontrada apenas uma parte vê é apenas um pontinho, imaHá três grandes postos de vi- aeronave que trafega numa do registrador de voz, faltando gem primária emitida pelo ra- gias do céu. O primeiro deles é área-limite não está fora de ob- a unidade de armazenamento dar. "(Nessas condições), o ope- o APP, o Controle de Aproxi- servação, ao contrário, é du- de dados. Essa unidade é esrador não sabe a altura, a velo- mação. Cada aeroporto tem plamente vigiado", diz o briga- sencial para a análise, e conticidade ou mesmo o tipo de ae- um. Ali, os controladores mo- deiro José Carlos Pereira. nuam as buscas por ela, na Serronave que está ali", explicou nitoram decolagens e aterris"Além da comunicação via ra do Cachimbo (MT)."


quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Finanças Nacional Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CRUZEIROS GERARAM 14 MIL EMPREGOS EM 2005

3 O impacto econômico da chegada de cruzeiros aos portos brasileiros foi de R$ 245,6 milhões no último verão.

NESTA TEMPORADA DE VERÃO, 11 TRANSATLÂNTICOS DEVEM APORTAR NO BRASIL LOTADOS DE PASSAGEIROS

NAVIOS VÃO ATRAIR 330 MIL TURISTAS Fotos: Divulgação

O

Pelo menos 100 mil assentos aéreos também são utilizados para chegar ao ponto de partida dos navios

Campanha tenta elevar vendas de cervejas às quartas-feiras

B

eber para comemorar a vitória do time; beber, para esquecer a derrota. É essa, basicamente, a idéia da campanha que o Grupo Pão de Açúcar está lançando em parceria com a Ambev para aumentar o consumo de cerveja. O objetivo é aproveitar as duas maiores paixões do brasileiro: futebol e cerveja, para que os bons resultados de vendas do produto nos finais de semana possam se repetir às quartasfeiras, quando também são realizadas as partidas. O projeto, que será implantado nas lojas da bandeira Extra, nasceu com o balanço de vendas de cerveja positivo durante a Copa do Mundo. Em junho, o consumo cresceu mais de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. "Entre sexta-feira e domingo são realizadas 75% das vendas de cerveja da semana. O nosso desafio é aumentar a freqüência da comercialização", afirmou o diretor de bebidas do Grupo Pão de Açúcar, Sérgio Castro.

"Escolhemos a quarta-feira porque é dia de jogo. E fica bem no meio da semana, quando o consumidor/torcedor pode aproveitar para relaxar, assistir a uma partida e se preparar para enfrentar os dias que o separam do sábado e domingo, seja em casa, com os amigos ou em um bar", disse o gerente de Categoria Líquida do Extra, Robson Parreira de Matos. Pesquisas – Segundo dados da Ambev, o interesse dos telespectadores garante o sucesso da ação de marketing: pesquisas do Ibope feitas no primeiro semestre deste ano registraram picos de audiência de 33 pontos às quartas-feiras; nos domingos, o número é de 26 (cada ponto de audiência representa 500 mil aparelhos de televisão ligados). A quarta-feira foi escolhida também porque nesse dia há promoções no Extra, como a venda especial de hortifrutigranjeiros. "De terça para quarta-feira o fluxo de pessoas aumenta 30%", detalhou Ma-

GREVE Os sindicatos de bancários farão greve a partir de amanhã por tempo indeterminado.

MICROSOFT

A

Microsoft entrou com apelação contra a multa de 280,5 milhões de euros (US$ 356,4 milhões) imposta pela Comissão Européia em julho, por conta do descumprimento de uma regra de concorrência em 2004. A apelação foi apresentada para a Justiça de primeira instância de Luxemburgo, a segunda mais alta corte da União Européia. A Microsoft afirma que tem tentado cumprir a decisão de 2004, mas a Comissão diz que a empresa tem protelado. Além dessa multa, a Microsoft já foi punida em 497 milhões de euros pela Comissão em março de 2004. (Reuters) A TÉ LOGO

Ó RBITA

tos. A expectativa dos executivos do Extra é de que as vendas de cerveja cresçam 20% na semana. Na quarta-feira, quando ocorrem 7% das vendas da semana, o aumento pode chegar a 200%, índice que deve ser alcançado em 30 dias. Campanha – Além da campanha na televisão, haverá informações nas lojas, com folhetos. Eles vão explicar quais serão as marcas que custarão até 12% menos, a exemplo do que ocorre nos sábados e domingos (as promoções serão sempre de duas marcas de cerveja e uma de refrigerante). As lojas menores do Extra vão ganhar um estádio de quatro metros quadrados – e as maiores, de oito metros quadrados. O ambiente terá bandeirolas, grama e traves, além dos nomes dos times que vão jogar. A ação começa nas lojas de São Paulo, segue para o Rio de Janeiro na semana que vem; e nas demais praças, até o final do ano. Neide Martingo

COMBUSTÍVEL A RC Consultores mostra que o preço da gasolina no Brasil é 15% maior do que no exterior.

CONTRATOS DE PETRÓLEO EM QUEDA

O

s contratos futuros de petróleo fecharam em queda forte na New York Mercantile Exchange (Nymex) e na Intercontinental Exchange ICE, de Londres. Na Nymex o nível dos contratos para novembro foi o mais baixo desde fevereiro. Na Nymex, os contratos de petróleo

bruto para novembro fecharam a US$ 58,68 por barril, queda de US$ 2,35; a mínima fIcou em US$ 58,49 e a máxima, em US$ 61,15. Na ICE, os contratos do petróleo Brent fecharam a US$ 58,43 por barril, em queda de US$ 2,02, com mínima em US$ 58,29 e máxima em US$ 60,58. (AE)

LEILÃO DA NOSSA CAIXA

A

Nossa Caixa fará no próximo dia 14, às 10 horas, um leilão de imóveis em São Paulo. Serão vendidos 433 imóveis na capital, litoral, Grande São Paulo e interior, que totalizam R$ 22,8 milhões. São casas, apartamentos,

prédios, fazendas, sítios e terrenos. Será o quinto leilão da instituição financeira. Informações sobre o leilão estão disponíveis no site da Nossa Caixa: www. nossacaixa.com.br e do leiloeiro oficial www.nossoleilao.com br. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

País crescerá a taxas inferiores à média dos emergentes, aponta Credit Suisse

L

Justiça determina redução de preços do aço pela Belgo Mineira

L

Anatel quer separação de empresas de redes e de serviços de telecom

s navios de cruzei- de Viagem (Abav-SP), Juarez Empresas de Turismo do Estaros já estão a cami- Cintra. "Temos um mercado la- do de São Paulo (Sindetur-SP), nho da costa brasi- tente de 5 milhões de brasilei- Ilya Hirsch. "Além de atrair leira para transitar ros dispostos a navegar e pre- mais estrangeiros para os despor aqui durante todo o verão. cisamos investir muito ainda tinos nacionais, motiva outras E as expectativas dos executi- neste segmento para atingir- armadoras a incluírem o Brasil vos do setor mostram que os mos todo esse potencial." em suas rotas mundiais." Não restam dúvidas de que bons ventos sopram a favor Gastos – Mas o movimento dos 11 transatlânticos que cru- o mercado está em franco cres- dos cruzeiros não fica somente zarão o litoral e até a Bacia cimento. Há dez anos, apenas no mar. A maioria dos roteiros Amazônica. Sedois transatlânticos percormarítimos parte gundo a Associados portos de ção Brasileira de Santos e do Rio de R e p re s e n t a n t e s Janeiro e muitos de Empresas Maturistas vêm de r í t i m a s ( A b r eoutras regiões do m a r ) , e n t re n oPaís, como Sul e vembro e março, Nordeste. "Na 330 mil turistas época em que os devem embarcar navios estão na para um cruzeiro, costa brasileira, número 45% no mínimo 100 maior que o da mil assentos aétemporada passareos são ocupada. Isso significa dos por passageig e r a ç ã o d e e mros que se locopregos, lucro para movem até o poras cidades que esto de partida da tão nos roteiros viagem", diz Ilya. dos transatlântiIsso sem contar cos, aumento do os gastos dos pasfluxo de turistas Número de cruzeiros deve aumentar 45% este ano sageiros dos tranestrangeiros no satlânticos quanPaís e maior arrecadação de ta- riam nosso litoral na tempora- do do desembarque em destixas e impostos pelo governo. da de verão. Entre novembro nos turísticos durante a viaImpactos – Os impactos eco- de 2006 e março de 2007, passa- gem, como passeios em terra nômicos totais da atividade na rão por aqui 11 navios, e a ex- firme, refeições nos restaurantemporada 2005/2006 foram pectativa é de que todos apor- tes locais e pagamentos de day de R$ 245,6 milhões em gera- tem lotados de passageiros. use em resorts para aproveitar ção de renda e a criação de 14 "Isso significa a divulgação do o dia também do lado de fora mil empregos. "Isso porque Brasil como importante desti- das embarcações. É um negóembarcaram 230 mil pessoas, no turístico internacional, já cio que segue de vento em ponúmero que deve subir para que as companhias marítimas pa tanto para quem embarca 330 mil no próximo verão", diz divulgam no mundo todo sua como para os que dão assistêno diretor de Cruzeiros da Asso- lista de roteiros", afirma a vice- cia a partir do continente. Sonnaira San Pedro ciação Brasileira das Agências presidente do Sindicato das


4

Compor tamento Polícia Acidente Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Há muita exigência da atenção do piloto e das torres por conta desses buracos negros. Aurélio Régis, piloto e instrutor de vôo

ANTENAS APENAS DIMINUÍRAM O PERIGO

Espaço aéreo da Amazônia possui buracos negros

Reprodução/TV Globo

Piloto e instrutor de vôo diz que aeronaves podem ficar invisíveis no radar por espaços de até 150 quilômetros Ailton de Freitas/Agência O Globo

Texto no NYT provoca revolta na internet

A

versão do jornalista do jornalista e do jornal e a americano Joe Shar- falta de informações sobre o key para o maior aci- que ocorreu dentro do jato dente aéreo do Brasil revol- Legacy antes da colisão. Meia hora depois, o jornal tou internautas brasileiros e americanos. Sharkey publi- retirou a reportagem e o fócou uma crônica em seu blog rum da primeira página do e uma reportagem no jornal portal. Uma hora antes, a ree no site do "The New York portagem do jornal brasileiro Times". A tragédia é coloca- O Estado de S. Paulo solicitou da em segundo plano, em entrevista com a porta-voz do detrimento do "susto" que Times, Diane McNulty. "Isso ele levou sobrevoando a não teve a intenção de desviar a atenção da tragédia", infor"selva brasileira". O que mais revoltou os lei- mou. "Esta é uma trágica pertores foi o elogio heróico feito da de vidas e nossos pensapor Sharkey aos pilotos do mentos e sentimentos estão Legacy: eles agiram "como com todas as pessoas afetahomens de infantaria, traba- das pela tragédia." lhando juntos, do jeito que foDeplorável – "Que diabos ram treinados para fazer". o Legacy fazia a essa altituAlém disso, os de?", escreveu um internautas lameninternauta do Titaram a preocupames que se identificou como O’Doção de Sharkey sobre o destino da tri- ...nossos nahue. Outro parpulação do jato, os pensamentos t i c i p a n t e d o f ópilotos americanos estão com as r u m , P a u l Schlieben, levanJan Paladino e Joe pessoas Lepore. Outros tou seis questionaafetadas pela mentos a respeito participantes criticaram o fato de o tragédia. do Legacy. jornalista escrever A maior parte Diane que o jato foi atinMcNulty, das críticas é engido pelo Boeing, porta-voz do dereçada a Sharmesmo sabendo NYT key e ao jornal. "Isque o que ocorreu so é, para dizer o mínimo, deploráfoi o contrário. Fórum – Um dos mais res- vel ", escreve Guilherme peitados jornais do mundo, Martins. "Por que o sortudo o "Times" convidou os leito- jornalista não esperou um res a enviar histórias sobre pouco mais para publicar "experiências assustadoras sua reportagem?", pergunem vôos", em seu portal na tou Alexandre R. internet, logo abaixo do artiNo mesmo espaço, a go de Sharkey. mensagem de número 85, Na primeira página do antecedida de vários ataportal, além da reportagem, ques, é assinada por Caroliintitulada "Colidindo com a ne Sharkey, filha do jornamorte a 37 mil pés, e sobrevi- lista, que lamentou o destivendo", havia outro título a n o d o v ô o 1 9 0 7 d a G o l . respeito da retenção do pas- "Não há palavras para dessaporte dos pilotos america- crever o sentimento por esnos do Legacy e nenhuma sa tragédia e não há dúvida menção ao drama dos paren- de que os passageiros do tes das vítimas do vôo 1907. Legacy sentem um misto Até as 17 horas de ontem, de exultação por terem so137 mensagens de internau- brevivido e devastação ao tas haviam sido deixadas no saberem do acidente com o fórum do "Times" – 42 ques- Boeing 737-800", escreveu tionavam o artigo, a postura Caroline. (AE)

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

Zona morta – Segundo Régis a expressão buraco negro, da perda da onda eletromagnética pelos radares dependendo do ângulo da aeronave, pode ser substituída por zona morta, mas não por cone de silêncio. "Os cones de silêncio são espaços de não identificação de sinal rádio-navegação, nas freqüências NDB e VOR." A reportagem procurou o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sipam), que instalou antenas na região, para saber qual o alcance em quilômetros de cada UV, o número delas e a explicação sobre os buracos negros. A assessoria de imprensa informou que qualquer informação só poderia ser dada pela equipe de investigação montada em Brasília e não em Manaus. A assessoria de imprensa em Brasília disse que nenhuma informação seria dada, exceto em coletivas em Brasília. (AE)

Só BEBIDAS

Preços Promocionais

Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90

uês rtug Vila o P o a Vinh vento d 0 5 n , Co R$ 22

Vinho do Porto Senador R$ 27,90

Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90

no talia c I o Vinh cati-Do Fras 16,50 R$

Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50

Vinho Italiano Chianti R$ 29,90

eno Chil ja o h Vin rta Vie ernet Ca re/Cab ené ,90 m Car R$ 14

“MANIA DE VENDER BARATO”

Lambrusco R$ 11,50

uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2

uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 , 49 R$ 6

Couteiro Mor R$ 26,90

Helicóptero perto do local do acidente. Região tem zonas mortas.

Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00

Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90

uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 , 5 R$ 2

Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO

PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.

www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO

DC

O jornalista Joe Sharkey, que estava no jato Legacy, da Embraer

O

espaço aéreo da Amazônia tem inúmeros buracos negros, espaços de até 150 quilômetros (100 milhas náuticas), em que aeronaves podem ficar invisíveis aos radares, distância que varia de acordo com a localização de cada Unidade de Vigilância (UVs) ou antenas. A informação é do piloto e instrutor de aviação há 12 anos, Aurélio Régis, de 36 anos, com 4,5 mil horas de vôo sobre a região amazônica. "Lá a aviação já foi mais perigosa do que é hoje, antes do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) ter espalhado antenas pela região. Porém, ainda há muita exigência da atenção do piloto e das torres por conta desses buracos negros, quando alguma antena não alcança o limite da outra por um breve período", disse. A explicação de Régis é que, se alguma UV da jurisdição de um centro de controle de área (torre) falhar, fazendo a aeronave entrar num desses buracos negros, haverá um plot intermitente no radar da torre, um ponto que aparece e desaparece, um "alvo falso", dando uma indicação incorreta de altimetria (altitude) do avião. "Esses plots nos radares também surgem quando o transponder de uma aeronave está desligado, não só quando entram em buracos negros", explica. "Daí, na hipótese de uma aeronave estar com o transponder desligado, ela não é visível pelas torres de controle ou pelo TCA (sistema de alerta anti-colisão) da aeronave que estiver voando próximo". De acordo com Régis, contudo, há radares de algumas torres, especialmente na área de fronteira da Amazônia, onde cruzam os ares os aviões com tráfico de drogas, que detectam aeronaves mesmo com o transponder desligado. O piloto não quis opinar sobre qual das duas possibilidades seria a mais aceitável no acidente com o Boeing e o Legacy. Disse, contudo, que havia três rotas possíveis naquela área do acidente para o avião da Gol, a UZ6, a UA315 e a UW9. Para o Legacy, a UZ6 ou a UA317. "A rota que se confunde para os dois é a UZ6, mas os dois aviões tomavam rumos opostos e portanto, no caso o Legacy, voaria em altitudes pares como, por exemplo, 30 mil pés, e o Boeing em altitudes ímpares, como 35, 37 mil pés".


4

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

VALORIZAÇÃO DO REAL PREJUDICOU INDÚSTRIA

81,5

por cento foi a utilização da capacidade instalada das indústrias no mês de agosto.

INDÚSTRIA INTERROMPE SEQUÊNCIA DE TRÊS MESES DE ALTA E FECHA AGOSTO COM DESACELERAÇÃO

CNI PREVÊ CRESCIMENTO MODERADO

A

Confederação Nacional da Indústria ( C N I ) p re v ê u m crescimento moderado das vendas do setor em 2006. Os indicadores de agosto, divulgados ontem pela entidade, mostraram que as vendas industriais, que indicam o faturamento real das empresas, interromperam uma seqüência de três meses de alta e registraram queda de 1,13% em relação a julho, descontados os efeitos sazonais. O economista da CNI Paulo Mol afirmou que a valorização do real frente ao dólar, ao prejudicar as exportações, impediu um crescimento maior do faturamento das indústrias, o que explica, em grande parte, a queda do indicador em agosto. No acumulado do ano, as vendas registram uma ligeira queda, de 0,08%, em relação aos oito primeiros meses de 2005. Mol lembrou que as exportações representam, em média, 25% do faturamento do setor industrial. Os números divulgados pela CNI mostram ainda uma dispersão no comportamento da atividade econômica. Por isso, segundo Mol, fica difícil estimar o comportamento da indústria no segundo semestre deste ano. Enquanto as vendas caíram em agosto, os indicadores ligados ao ritmo da produção mostraram-se praticamente estáveis. As horas trabalhadas cresceram 0,11% e o nível de em-

lina, até junho de 2007, quan- dias, o que é suficiente para ANP quer do a colheita da próxima sa- determinarmos mudanças fra começará a fazer efeito. O na mistura", pondera Arevitar nova estudo considerou a deman- denghy. O estudo faz parte de de gasolina no período, uma ofensiva da ANP no crise do álcool da com uma mistura de 20% mercado de álcool, que até es-

O prego subiu 0,21% na comparação com julho. A utilização da capacidade instalada das fábricas ficou em 81,5%, apenas 0,3 ponto percentual abaixo de julho, demonstrando não haver risco de pressão sobre a oferta de produtos. "Esse comportamento surpreende. Há um processo de descompressão da política monetária (redução de juros), que deveria estar tendo impacto favorável na atividade econômica", afirmou o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. "A economia está meio de lado na entrada deste trimestre. Nos últimos dois meses, ela deu uma certa estabilizada", avaliou. Segundo Castelo Branco, a grande surpresa positiva neste ano é o indicador de empregos, que cresce há nove meses consecutivos. No entanto, a CNI ainda não consegue explicar claramente o descom-

passo entre os dados de emprego e o de horas trabalhadas. O primeiro cresceu 1,6% de janeiro a agosto deste ano, enquanto as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,05% no mesmo período. Castelo Branco acredita que pode ter havido maturação de investimentos – que aumentaram a produção, mas não ampliaram o número de horas trabalhadas – ou a substituição de empregados provisórios ou de horas extras por empregos permanentes. A CNI espera uma intensificação da produção industrial, ainda que moderada, até novembro, para atender à maior demanda de fim de ano. Historicamente, o indicador sobe entre os meses de agosto e novembro. O impacto no faturamento das indústrias, no entanto, vai depender do comportamento do câmbio até o final do ano. (AE)

Brasil terá álcool suficiente para enfrentar a entressafra de cana-de-açúcar sem grandes pressões nos preços. A conclusão é do primeiro estudo sobre demanda de álcool anidro e gasolina feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em um trabalho para evitar a repetição da crise do início deste ano. Na semana passada, o preço do álcool combustível atingiu o menor nível desde janeiro, a R$ 1,545 por litro, em média, nos postos do País. O valor é 22% menor do que o pico do ano, em abril. Segundo as projeções da ANP, o mercado brasileiro vai consumir cerca de 5,1 bilhões de litros de álcool anidro, que é misturado à gaso-

de anidro, percentual vigente desde 1º de março, quando o governo decidiu reduzir a mistura para conter a escalada dos preços. "O mercado está garantido, de acordo com a safra atual, e teremos tranqüilidade de preços", afirma o superintendente de abasteciment o d a A N P, R o b e r t o A rdenghy. Ele frisa, porém, que o estudo não considera eventuais aumentos na exportação de álcool, que poderiam desequilibrar a relação entre oferta e demanda. Nesse caso, seriam necessárias novas reduções no percentual de anidro na gasolina para evitar disparada de preços. "Mas hoje temos condições de prever quanto vai se exportar em um prazo de 90

te ano era mais ligado a autoridades da agricultura do que à regulação do setor de combustíveis. A agência já determinou a adição de corante para evitar fraudes com o anidro e o detalhamento das vendas dos usineiros. Segundo Ardenghy, se não houver grandes volumes de exportações, o estoque atual permite um aumento do percentual de álcool na gasolina para até 22%, sem grandes impactos no preço final do produto. A mudança na mistura é pleiteada pelos usineiros, que reclamam da queda de preços. Segundo a ANP, o preço médio no País chegou a R$ 1,986 por litro, em março, mas já estava em R$ 1,545 por litro na semana passada. Em São Paulo, R$ 1,253. (AE)

Paulo Whitaker/Reuters

ENERGIA Vendas de carros em alta

Fenabrave estima que serão comercializados 1,62 milhão de veículos em 2006

O

presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, projeta um crescimento de 11% para o mercado de automóveis de passeio e comerciais leves em 2006, na comparação com 2005, quando o mercado apresentou licenciamento de 1,62 milhão de veículos. Se confirmada a previsão, o resultado deverá consagrar 2006 como o segundo melhor ano da história do segmento automobilístico. Para 2007, a expectativa é de uma redução do ritmo, com crescimento de 8%. A projeção leva em conta um aumento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. "Essa é uma previsão conservadora e poderá ser modificada com a consolidação do novo governo, seja quem for eleito", comentou. Segundo o executivo, mesmo com um ritmo de cresci-

Consumo está em elevação

mento menor, o ano de 2007 deverá ser o melhor da história, ultrapassando o recorde de 1997, quando foram licenciados 1,873 milhão de automóveis de passeio e veículos comerciais leves. Impostos – De acordo com Reze, entre os entraves para uma expansão maior do setor estão os altos tributos que incidem sobre os automóveis. Segundo a entidade, 30,6% do preço de venda do carro tipo 1.0 é referente a impostos. No caso dos modelos 1.6 a 1.8, o percentual é de 34,6%. Para os automóveis 2.0, a tributação é de 36,6%. No caso dos comerciais leves, como os modelos utilitários esportivos SUV (minivans e versões de peruas), a tributação chega a 48,60%. "Na Europa, a tributação média é de 14%, o que, se fosse aplicado no Brasil, aumentaria o acesso do consumidor brasileiro", disse Reze.

Dias úteis – A queda de 11,04% no licenciamento de veículos de passeio e comerciais leves, registrada em setembro, em relação a agosto, deveu-se ao número menor de dias úteis do mês passado e não mostra uma tendência, avaliou Reze. O executivo destacou que, no acumulado do ano, o setor re g i s t ro u c re s c i m e n t o d e 11,16%. "A economia não se alterou em nada, apesar das eleições, o que é muito bom para o setor", comentou. Na opinião do presidente da Fenabrave, o Brasil está numa rota de estabilização, "o que dá maior tranqüilidade para o empresariado". Segundo o executivo, o crescimento do setor está atrelado à redução da taxa de juros, à ampliação nos prazos de financiamento e ao lançamento de novos produtos pelas montadoras. (AE)

O

consumo nacional de energia elétrica em setembro atingiu 47.011 megawatts (MW) médios, com aumento de 3,54% em relação ao consumo registrado em setembro do ano passado, segundo dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O resultado de setembro está abaixo do observado em julho e agosto, quando o crescimento ficou em 5,5% e 4,8%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, supera o observado no segundo trimestre, quando a expansão do consumo registrou alta de cerca de 2% sobre igual período de 2005. Os dados do ONS mostram que a região Norte continua liderando a expansão do consumo, com aumento de 7,67% em relação a setembro de 2005, enquanto na região Sudeste o crescimento foi de 2,97%. No Nordeste o aumento foi de

3,31% e no Sul, de 4,13% sobre setembro do ano passado. No ano (janeiro a setembro), houve aumento de 3,72% no consumo nacional em relação aos primeiros nove meses de 2005, com a região Norte registrando expansão de 8,65%, o Sudeste, de 3,39%, o Norte, de 3,84% e o Nordeste, de 2,73%. Em relação ao mês anterior (agosto), os dados do ONS apontam uma queda de 1,4% no consumo mensal em setembro. A retração mais acentuada foi observada no Sul, onde atingiu 3,08%. No Sudeste, que representa 62% do consumo nacional, a queda de setembro em relação a agosto foi de 2,01%, registrando movimento semelhante ao observado em abril, quando o consumo na região recuou em relação ao mês anterior. Até mesmo na região Norte os dados do ONS apontam queda em setembro, com variação negativa de 0,75% em relação ao mês ime-

diatamente anterior. Até o primeiro semestre, o consumo de energia elétrica na região Norte estava registrando alta de dois dígitos, embalado pela forte expansão das indústrias eletrointensivas. A queda de setembro indica um arrefecimento nesse movimento. A única região que apresentou crescimento no mês passado (em relação a agosto), foi o Nordeste, com aumento de 2,82%. No sábado, a região registrou recorde histórico no consumo instantâneo (horário de pico), atingindo 8.768 MW. O aumento do consumo no Nordeste coincide com a safra de cana-de-açúcar, que gera aumento de demanda de energia pelas usinas, o que deve prosseguir até dezembro. Em valores absolutos, o consumo do mês passado ficou cerca de 1.600 MW médios acima do registrado em setembro de 2005, abaixo das projeções oficiais para o setor. (AE)


quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO Lojas de artesanato mostram estilos diferenciados e atraem clientes de todos os gostos

ODEBRECHT RETOMA AS SUPEROBRAS

Fotos: Newton Santos/ Hype

O CHARME E O ESTILO QUE SÓ SE ENCONTRAM NA VILA MADALENA

Artesanato com bossa, aconchego, roupas descoladas, produtos kitsch... só Marca registrada da Vila são as lojinhas de artesanato bem humorado, ao lado dos bares e cafés.

Produtos são diferenciados

A artesã Gabriele Ciro Costa fornece objetos "descolados"

É

chamada de vila, tem cara de vila, mas é um dos lugares mais descolados e procurados de São Paulo. Com nome de mulher, o bairro da Vila Madalena oferece bares, livrarias, restaurantes e agrada pessoas dos mais diferentes estilos. O que dá o tom característico ao bairro são as lojinhas que vendem de tudo, principalmente artesanato. São a marca registrada do lugar. Os produtos, 100% brasileiros, misturam tendências de praia e caipira, peças "estilosas" e "kitsch". Alguns itens nem têm muita utilidade – servem mesmo para agradar à alma. E não é fácil resistir... As lojas têm estilo e variedade, mas com poucas unidades de cada item. A maioria dos negócios é montada em casas que foram residências. Com isso, a decoração é aconchegante – parece que tem gente morando e que os produtos estão em uso. Há objetos pendurados no teto, jardim, na cozinha, na entrada. Esse é o visual que só existe na paulistana Vila Madalena. Caipira chique– A frente da Ôoh de Casa é recuada da calçada. As peças vendidas vêm de várias partes do Brasil, principalmente Minas Gerais – e formam o estilo "caipira chique". Na entrada, o consumidor vê bijuterias, espelhos, vasos, bolsas, peças para decoração. No quintal, há móbiles infantis pendurados nas árvores e casas de passarinho. As tapeçarias foram colocadas na antiga garagem. "Os clientes são agradáveis. Dá prazer trabalhar na Vila Madalena", diz a vendedora Luana Desie. Segundo ela, tanta diferenciação dá resultado: o faturamento da loja deverá ser 50% maior neste ano em relação ao que foi registrado em 2005. Já a proprietária da Feira

Luana gosta do clima da loja Ôoh

Bossa: Madona de olhar lânguido

Moderna, Suely Galdino, comemora dois anos de funcionamento da casa, que vende roupas, itens para decoração e oferece também bar, café e restaurante. As máscaras, brinquedos, tapetes, camisas e vestidos – desenhados pela própria Suely – estão pendurados no teto da loja. "O bairro é democrático. O público vai desde o popular até o elitizado. Mas as pessoas são mais sensíveis à arte. Seria muito difícil reproduzir esse clima em qualquer outro bairro. Só a Vila Madalena – é marca registrada", diz Suely. A fachada da Bendito Seja, que vende principalmente oratórios, é marcante. A chita,

tecido colorido e bem bra ro, é usada com arte – há f em toda a frente da cas santos e oratórios, feito mais de 20 fornecedores d do o País, custam entre R$ R$ 180 – prova de que, na Madalena, há artigos par dos os bolsos. Eles estão e lhados dentro da loja e em capela montada ao lad imóvel – com uma im baiana na porta, e uma or pintada no muro: "Bendit o feijão, o samba, bendita ginga, a arte, a tua presen "Em dois anos, triplica as vendas. As pessoas go de produtos diferentes qualidade", afirma a gere designer, Luciana Hadda Oratórios – A artesã e rinária Gabriele Ciro Co ao mesmo tempo, consum ra e fornecedora da Vila M lena. Ela faz oratórios em C po Grande, onde mora, e ao bairro vender seus pr tos e comprar o que lhe ag "As peças da Vila Madalen gem ao padrão dos shopp onde os consumidores co cem bem os produtos e f saturados. A vida notur diurna do bairro é encan ra e com segurança. Não isso por nada", diz. E ela faz um comentário agrada a muita gente. "A dedora deixa todos à von Não fica andando atrá cliente por toda a loja."

Neide Mar

SERVIÇO

Ôoh de Casa Rua Fradique Coutinho, Tel. (11) 3815-9577 Feira Moderna Rua Fradique Coutinho, 1. Tel. (11) 3812-7431 Bendito Seja Rua Inácio Pereira da Ro 141. Tel. (11) 3819-0885

Paulo Pampolin/ Hype

Odebrecht vai construir quatro hidrelétricas

Consumimos mais queijo e menos leite

O

consumo de queijos no Brasil deve crescer 5% em 2006. A expectativa é da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), que participa da Expomilk (15ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite), que está sendo realizada até sexta-feira no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Segundo a diretora de marketing da Abiq, Silmara de Andrade Figueiredo, o consumo brasileiro de queijos aumentou por causa da melhoria de renda da população, da estabilização dos preços do produto e também devido ao crescimento dos canais de food service, como lanchonetes, e do uso de pratos prontos. Em 2005, foram produzidas 545 mil toneladas de queijo, sendo 95% os chamados queijos cotidianos, como mussarela, prato, minas frescal, requeijão e queijo ralado, e 5% os denominados queijos finos, como gorgonzola, estepe e gouda, que recebem todo o esforço de vendas da indústria. A produção desses alimentos

A

Silmara de Andrade Figueiredo, da ABIQ: consumo concentrado

gerou vendas de R$ 3,5 bilhões para 2,5 mil fabricantes. Pouco per capita –Comparado com outros países, o Brasil ainda consome pouco laticínios. Os maiores apreciadores de queijo no mundo são os gregos, com 30 quilos por pessoa ao ano, seguidos pelos franceses, com 24 quilos ao ano. Por aqui, são ingeridos apenas 3,7 quilos per capita anualmente, enquanto na Argentina esse número é de 11 quilos. "Na verdade, o consumo é ainda mais baixo, pois os três quilos estão concentrados nas classes A e B", afirma Silmara. Enquanto o mercado de queijos desponta no Brasil, o setor de leite de modo geral continua estável há uma déca-

da. De 1986 a 2006, o consumo se manteve em 138 quilos por pessoa ao ano. "Entre os produtos lácteos, o queijo é o mais sensível a ter aumento de consumo com a elevação da renda da população", diz o diretor de marketing da Láctea Brasil (Associação para o Progresso do Agronegócio Lácteo), Marcelo Pereira de Carvalho. Segundo ele, com a maior competitividade e dinamismo da economia, surgem mais oportunidades de consumo. "Hoje, os lácteos competem com outras opções de consumo, como celular e DVD. A pessoa não dispensa o celular, mas prefere não comprar iogurte por achar caro", afirma. Adriana David

Construtora Norberto Odebrecht vai investir US$ 10 bilhões nos próximos dez anos em projetos de infra-estrutura no Brasil e no exterior. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, que destacou o megaprojeto de construção de quatro hidrelétricas no Rio Madeira, na região amazônica, com custos previstos de US$ 5 bilhões para cada uma delas. Além de geração de energia elétrica, os projetos abrangem também a criação de uma malha hidroviária e obras de infra-estrutura de transportes ao longo de 4 mil quilômetros, ligando o Brasil à Bolívia e ao Peru. "O projeto Madeira será o maior investimento privado em infra-estrutura do mundo" afirmou o empresário, de 37 anos de idade, neto do fundador da construtora, Norberto Odebrecht. Nascida na Bahia, em 1944, a Odebrecht foi responsável por grande número de obras públicas nas áreas de energia e

transportes. Com a redução dos investimentos públicos em infra-estrutura, voltou-se para o exterior. Agora, com a economia estabilizada e a perspectiva de o governo retomar os investimentos, a empresa voltou a olhar o alto potencial de negócios do Brasil. Consórcio – Para tocar e viabilizar as obras no Rio Madeira, a companhia está montando um consórcio junto com Furnas, bancos de investimentos e fundos de pensão. À frente do consórcio estará a Odebrecht Investimentos em Infra-estrutura (OII), empresa criada no ano passado para cuidar da estruturação financeira de projetos de grande porte no Brasil e em outros 18 países em que a construtora está presente atualmente. Com faturamento previsto de US$ 3 bilhões para este ano — mais de 70% dele vindos dos negócios fora do Brasil — a empresa quer aproveitar o bom momento vivido pela construção civil no País e voltou a investir mais fortemente no mer-

cado local. Os negócios construção residencial rendido entre R$ 300 milh R$ 400 milhões por ano. A ordem, agora, é usar o centivos ao setor, para do esse faturamento. "Noss pectativa é faturar R$ 1 b por ano só na área imobili disse Marcelo Odebrecht Miami – As operaçõe empresa no exterior têm rantido sucesso financ desde o início da décad 1990, quando a Odebrech gressou no mercado mais petitivo do mundo, os Est Unidos. Hoje, a companhi tém a liderança no mercad construções no sul da Fló com uma série de obras vão de aeroportos e estra estádios e hotéis. O mais recente empree mento será inaugurad próxima quinta-feira. É o nival Center, um complex ra espetáculos na região tral de Miami, que cu US$ 450 milhões. Só na F da, a empresa deve faturar te ano US$ 200 milhões. (A


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO DESEMPREGO ESTÁVEL, BOM SINAL

A

om este aumento da renda e da ocupação em agosto, o crescimento médio da massa de salários de janeiro a agosto é de 6,2%, ante mesmo período de 2005. Este crescimento é resultado de um aumento de 4,2% na renda e de 2% na ocupação (que coincide com a média histórica de crescimento da população ocupada). Projetando um aumento tímido da ocupação

Emprego com carteira assinada: o único que cresceu

utro aspecto positivo dos resultados é que continua crescendo o número de pessoas ocupadas no setor formal, que já representa 46% da população ocupada. Dentre as aberturas da população ocupada nos critérios da PME (com carteira, sem carteira, conta própria, empregadores e não remunerados), o emprego com carteira assinada é o único que cresce na média dos últimos 12 meses, à taxa de 4,8%. Neste contexto, o movimento que se delineia de crescimento na desocupação pode estar relacionado, em parte, ao aumento da renda e

O

BELA ELEIÇÃO

Sem investimento não há crescimento

C

Luludi/AE

grandes conclusões com base neste último resultado, o fato é que já se pode observar, nos últimos meses, uma leve tendência de melhora no mercado de trabalho, em termos de ocupação, após o baixo dinamismo observado a partir da segunda metade de 2005.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

da formalização do mercado de trabalho. Ou seja, o crescimento da desocupação, e conseqüente resistência à queda na taxa de desemprego, pode não ser uma notícia de todo ruim, porque reflete em parte o aumento da procura de trabalho em um mercado que está mais atraente.

Céllus

pesquisa mensal de emprego de agosto, divulgada pelo IBGE, trouxe resultados positivos. A estabilidade da taxa de desemprego (10,6% em agosto ante 10,7% em julho) foi uma boa notícia, já que a sazonalidade para agosto é de alta. Ainda, o crescimento da renda em agosto (0,7%) devolveu toda a queda ocorrida em julho. Ao dessazonalizar as séries de ocupados e desocupados, nota-se que em agosto o emprego seguiu crescendo, enquanto houve queda no número de pessoas desocupadas, após três meses consecutivos de alta. Com isso, a taxa de desemprego dessazonalizada caiu 0,3% em agosto. Embora a margem de erro da pesquisa não permita

nos próximos meses e estabilidade da renda no atual patamar, haveria um crescimento médio da massa de 6,4% em 2006, superior ao resultado de 2005 (5,0%). Este é um dos principais motivos que sustentam um cenário de crescimento significativo do consumo das famílias, inclusive, bastante acima do crescimento do PIB, tanto para 2006 como para 2007. ANÁLISE DE GUILHERME MAIA, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA

G O aumento da massa salarial é um dos principais fatores que sustentam o cenário de crescimento do consumo das famílias, neste e no próximo ano.

O emprego com carteira assinada cresceu 4,8%

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

ROBERTO FENDT

O

s jornais deram grande destaque à queda do investimento público: nos quase quatro anos do atual governo, os investimentos alcançaram (em valores atualizados) 34,7 bilhões de reais, valor praticamente idêntico aos 34,5 bilhões de reais investidos somente nos dois últimos anos do governo anterior. Há um bom motivo para a preocupação com a queda do investimento: não se observam países crescendo sem investir. Uma rápida olhada na experiência recente dos países bem sucedidos na arrancada para o crescimento mostra isso, como já tivemos ocasião de apontar neste espaço: entre 1996 e 2005, a China cresceu em média 8,9% ao ano e investiu 35,3% do PIB; a Índia cresceu em média 5,6% ao ano e investiu 22,7% do PIB; os números para a Coréia do Sul são, respectivamente, 4,4% ao ano e 32% do PIB; o Chile cresceu 4,2% ao ano e investiu em média 23,3% do PIB. Alguém dirá que só o investimento não explica totalmente o desempenho dos países no tocante ao crescimento. Os próprios números mostram isso. Concordo. A rentabilidade do investimento é mais alta em países em que o capital é mais escasso, como é o caso da China e da Índia, que dispõem ainda de uma enorme reserva de mão-deobra a incorporar no setor moderna de suas economias, um "exército industrial de reserva", para usar a expressão tão cara aos marxistas. Mas a observação dos números mostra também outro fato: nenhum dos países mencionados investe menos que 22% do seu PIB. Se todos esses países crescem mais que nosso pífio crescimento médio de 2,6% ao ano, entre as diversas causas certamente está o fato de que investimos menos de 20% de nosso PIB. E nesse percentual raquítico, o investimento público é quase inexistente: ao longo do atual governo foi de 15% do PIB, em quatro anos, o que equivale a menos de 4% do PIB por ano. E a maior parte do dinheiro foi gasto em manutenção dos investimentos existentes. O investimento público é importante porque cria condições para o investimento privado. A in-

fra-estrutura do país quase sempre não atrai o volume necessário de investimentos privados, aqui e alhures: a taxa de retorno do ponto de vista do investidor não se compara com a taxa de retorno em outras atividades no setor privado. Além disso, como a atual administração revela escasso apreço pelo direito de propriedade, ninguém se dispõe a investir em infra-estrutura. Os exemplos são inúmeros e à vista de todos para reproduzi-los aqui.

D

iante desse quadro de estagnação do investimento público em infra-estrutura, alguém poderia perguntar por que o atual governo age como o cachorro do hortelão, no provérbio espanhol, "que não come nem deixa comer". Se não investe, por que não deixa e não incentiva o setor privado a investir, dando as necessárias garantias de que o direito de propriedade será respeitado? Será um sonho de uma noite de verão fazer essa pergunta? Se for, que tal pedir uma resposta para essa outra: por que foram repassados mais de 13 bilhões de reais a ONGs, entre janeiro de 2001 (portanto, ainda no governo passado) e setembro deste ano, como apurou o site Contas Abertas? Esse valor é praticamente equivalente à média do total investido pelo governo federal nos primeiros três anos da atual administração. O total repassado a ONGs este ano é praticamente igual ao investido pelo governo. N ão estou negando que muitas dessas ONGs prestem inestimáveis serviços. A questão é: com o atual governo, tudo abre caminho para o desvio de recursos e a corrupção. Que controles se dispõem sobre os gastos dessas ONGs? Serão todas sérias ou iguais à que usou os recursos para custear a invasão e depredação do Congresso Nacional? A retomada do crescimento é tarefa trabalhosa. Há inúmeras restrições institucionais ao crescimento, mas sem investir não se cresce e, sem investimento em infra-estrutura, não se potencializa o investimento privado. O novo governo mudará esse quadro e retomará o crescimento?

O total repassado às ONGs é igual ao total investido pelo governo

Constrangimento sem efeito JORGE HENRIQUE ZANINETTI

E

m seu artigo 155, inciso XII, a Constituição Federal estabelece que cabe à lei complementar regular a forma como (mediante deliberação dos estados e do DF) isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Nestes termos, a Lei Complementar n.º 24/1975 estabelece que as isenções ou quaisquer outros tipos de benefícios fiscais relativos ao ICMS somente poderão ser concedidos ou revogados por meio de convênio celebrado e ratificado pelas unidades da federação. Nesse contexto, no intento de obstar a produção de efeitos em território paulista de benefícios fiscais concedidos unilateralmente por outras unidades da federação, a Secretaria da Fazenda do Governo do Estado de São Paulo publicou o Comunicado CAT-SEFAZ/SP n.º 36/2.004, por meio do qual somente admite o creditamento escritural, por parte dos contribuintes paulistas, do ICMS efetivamente recolhido na operação interestadual anterior. Contudo, ainda que se entenda como ilegal qualquer incentivo fiscal de ICMS instituído por instrumento diverso dos chamados Convênios, não é juridicamente admissível que as autoridades fazendárias de qualquer estado determinarem a inaplicabilidade de seus efeitos econômicos por meio de atos administrativos quaisquer, dentre os quais os chamados Comunicados. Com

efeito, qualquer estado que se julgue passível de lesão em decorrência da aplicação de legislação e/ou norma infralegal de outra unidade da federação pode e deve, a bem do Direito e da Justiça, buscar guarida judicial, no caso, por meio do ajuizamento de Adin junto ao STF.

E

m outras palavras, é competência originária do STF julgar Adin contra lei estadual, não cabendo ao estado supostamente “ofendido” esquivar-se de tal enfrentamento jurídico e também, por assim dizer, político, e, ao invés disso, tergiversar, e simplesmente lançar mão de condutas menos corajosas, a partir das quais passe submeter seus próprios contribuintes a constrangimentos ilegais no sentido compeli-los a evitar reflexos econômico-fiscais locais supostamente advindos de práticas calcadas em normas que entenda inconstitucionais. Nesse contexto, entendemos que o citado comunicado paulista não deva produzir efeitos legalmente válidos, dada a absoluta incompetência do Poder Executivo do Estado de São Paulo para editar atos de tal teor sem o prévio amparo de uma decisão do Supremo Tribunal Federal no que tange à inconstitucionalidade do benefício fiscal correlato. JORGE HENRIQUE ZANINETTI, TRIBUTARISTA DO ESCRITÓRIO TOZZINI, FREIRE, TEIXEIRA E SILVA

A s restrições impostas ao crédito do ICMS podem ser contestadas por Adin

DEMOCRÁTICA amos ao lugar comum: o mundo pode se curvar ante o Brasil. Demos uma lição de comportamento democrático do norte ao sul do País, numa nação continental com mais de 100 milhões de eleitores. Falamos, freqüentemente, de países modelarmente democráticos como a Suíça e os EUA, dois extremos, e nos esquecemos de um imenso país não classificado entre as democracias representativas do mundo contemporâneo – o Brasil. Pode se imaginar o que é fazer a democracia funcionar no dia do pleito, tão diversificado, e os votos aparecerem sem fraude, numa nação avariada por sucessivas notícias de crimes praticados por partidos políticos e por mandatários eleitorais.

V

povo tem um meio para fazer justiça, na compreensão dos deveres cívicos que lhe incumbe, e esse foi aplicado com oportunidade nas urnas. Agiu admiravelmente bem o Superior Tribunal Eleitoral e os tribunais regionais . A polícia supervisionou a ordem, mas não teve a motivação de intervir, pois o eleitorado se comportou estupendamente bem, não precisando dar provas de não compreender o comportamento dos eleitores, que era de profundo civismo e compreensão do dever. Uma lição de democracia que damos ao mundo. Estamos no nível dos EUA, da Índia, e, por que não, de pequenos países que são emblemas de grande civismo e de grande respeito eleitoral pela vontade do povo. O Brasil pode se colocar ao lado das grandes nações democráticas, e também das pequenas , pois foi convenientemente levado até o fim o direito de consulta à opinião pública, que não decepcionou os que nela creram. Orgulhemo-nos, portanto, do nosso modelo democrático, que abarca todo um povo num país extenso e com absoluto respeito da legalidade.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Orgulhemo-

nos do nosso modelo democrático, que abarca todo um povo num país extenso, com absoluto respeito da legalidade.


quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Ambiente Compor tamento Polícia Transpor te

TÚNEL A CET interdita hoje, das 23h30 às 5h, o túnel Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

NOVE BANDIDOS PARTICIPARAM DO ASSALTO

25 DE MARÇO A rua 25 de Março será fechada aos carros, a partir de segunda-feira, entre 10h e 18h.

Ó RBITA Custódio Coimbra/Agência O Globo

Ladrões tinham uma, metralhadora, fuzil, revólveres 38, espingarda calibre 12, pistolas e munição.

Assalto em Limeira teve falsa grávida e jóia na cueca Negociação para libertação de reféns durou quase nove horas. Um policial militar foi morto na operação.

T TUBARÃO AO MAR

onfinada em um aquário do restaurante Mio, em Ipanema, no Rio, uma jovem fêmea de tubarão-lixa (foto), espécie em extinção, não vai mais impressionar os clientes do estabelecimento. Em uma operação que durou cerca de quatro horas, o peixe foi devolvido ontem ao mar do litoral fluminense, uma semana após o Instituto Ecológico Aqualung ter recebido a denúncia e alertado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

C

Renováveis (Ibama) sobre a irregularidade. A transferência, iniciada às 6h, envolveu cinco pessoas entre técnicos do órgão ambiental e biólogos do Aqualung. Após ser retirado do aquário o peixe, que tem 1 metro de comprimento e idade variando entre 4 e 5 anos, foi acondicionado em uma caixa de transporte com água salgada e, de lá, seguiu para a Marina da Glória, de onde embarcou em uma traineira em direção à Ilha Rasa, a 17 km da praia de Ipanema. (AE)

SOTERRADO EM OBRA DO METRÔ m operário morreu e U outro ficou ferido em desabamento nas obras da Linha 4 do Metrô, na esquina da rua Oscar Freire com a avenida Rebouças. O acidente aconteceu por volta das 17h30 de ontem. Segundo os bombeiros, o operário ferido, teve escoriações e foi levado para o Hospital das Clínicas. Segundo Marco Antônio Boncompagno, gerente do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, a terra se desprendeu de uma das paredes de um novo túnel

antes de a área de proteção ter sido concluída. O acidente aconteceu em um túnel a 25 metros de profundidade, com 23 metros de comprimento. A escavação acontecia no sentido avenida Paulista. Por causa do desabamento, as obras foram suspensas ontem à noite. A Linha 4 do Metrô foi planejada para ligar a estação da Luz, no Centro, à Vila Sônia, na zona sul. A estação Oscar Freire está prevista para ser entregue em 2012. A linha terá 12,8 km e 11 estações. (Agências)

erminou por volta das 2h30 de ontem a tentativa de assalto à fábrica de jóias e folheados a ouro De Carvalho, em Limeira, a 150 quilômetros de São Paulo. Um policial militar foi morto, os reféns foram libertados e a quadrilha formada por oito homens e uma mulher se entregou após nove horas de tensa negociação. A ação dos criminosos começou perto das 18h de segunda-feira, quando homens invadiram a empresa vestindo coletes com a inscrição Polícia Federal. Outros membros da quadrilha já estavam no prédio e imobilizaram 34 pessoas, incluindo o dono da empresa, clientes e funcionários. "Eles queriam dinheiro, jóias e ouro", disse o delegado seccional da cidade, Aparecido Capello. Eles estavam preparados para uma guerra e carregavam um arsenal: uma metralhadora e um fuzil de uso exclusivo das Forças Armadas, dois revólveres 38, uma espingarda calibre 12, quatro pistolas e uma grande quantidade de munição. "Instantes depois da invasão, alguém conseguiu acionar o alarme, chamando a polícia", contou o delegado. Com a chegada dos policiais houve tiroteio e o PM Wagner Modesto, de 37 anos, morreu ao ser atingido por um tiro na cabeça. "As ameaças dos marginais podiam ser ouvidas pelas rádios nos carros", contou o taxista André Pedro, que levou um passageiro até o local do seqüestro. O comandante da PM Flávio Defieri lamentou a morte do policial, que estava há 15 anos na corporação. "Não imaginávamos o poder de fogo que os bandidos tinham. Pensamos que a ocorrência seria menor."

Mário Roberto/Futura Press

Oito dos bandidos que participaram do assalto à fábrica de jóias Mário Roberto/Futura Press

Quadrilha, que se rendeu na madrugada, tinha um arsenal

Exig ências - Os bandidos exigiram que o helicóptero da PM parasse de sobrevoar o local e pediram a presença de jornalistas. Por volta de 22h, os reféns começaram a ser trocados por pacotes de cigarro e refrigerantes. O bando chamou dois advogados, em troca de duas grávidas que passavam mal. Uma delas, Maria Aparecida da Silva, de 30 anos, foi presa ao ser apontada como integrante da quadrilha. Luís Roberto de Araújo Júnior também fingiu ser um dos reféns e acabou detido. Conhecido como Júnior Jóia, que já disputou uma vaga de vereador na cidade, ele levava 3 qui-

los de ouro escondidos na cueca e nas meias, segundo a policia. A quadrilha se rendeu após a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da capital. Segundo o delegado Capello, que auxiliou nas negociações por meio de um celular, é provável que os criminosos sejam da região. Ele informou que o grupo conhece bem a cidade e a rotina da empresa. Vários deles já tinham passagem pela polícia por seqüestro, cárcere privado e latrocínio. A polícia de Limeira identificou os seguintes integrantes da quadrilha, que estão presos: Hélio Ferraz Gonçalves, Fabrí-

cio Rodrigo dos Santos, Eliel Martins Guimarães, Moisés Fernando dos Santos Bezerra, Carlos Antônio de Souza Fontes, André Luiz Xavier, André Luiz Galhardo, Luís Roberto de Araújo Júnior, além da única mulher do grupo Maria Aparecida da Silva. P e r s e g u i ç ão – Uma perseguição policial na madrugada de ontem acabou com cinco assaltantes presos. Por volta das 4h45, os bandidos tentavam fugir da polícia, mas foram detidos após bater os carros que ocupavam dentro de dois túneis da capital. O grupo foi surpreendido quando furtava uma loja de artigos esportivos importados na rua Adolfo Tabacow, no Itaim-Bibi, zona sul. Dois criminosos carregavam um Palio branco com os produtos do crime quando perceberam a presença dos policiais. Os ladrões fugiram. Dentro da loja, os comparsas perceberam a movimentação dos companheiros e se dividiram em três carros para fugir – além do Palio, os bandidos também dirigiam um Gol e uma picape Fiorino. Cada veículo tomou um caminho diferente e foi perseguido por uma equipe da polícia. O plano de fuga acabou frustrado quando os bandidos perderam o controle dos carros. O Palio bateu no túnel Ayrton Senna, na zona sul, e o Gol, que levava três criminosos, acabou batendo no túnel Cidade Jardim, também na zona sul. Só o motorista da Fiorino conseguiu fugir. Em outra perseguição, em em Santo Amaro, três bandidos tentaram escapar em um Corsa roubado. No tiroteio, dois criminosos foram atingidos. Um deles foi levado ao PS Pedreira, onde morreu. (Agências)

Leonardo Soares/Agência O Globo

709 DETENTOS LIBERADOS Justiça Estadual liberou a saída de 709 detentos A do Instituto Penal Agrícola (IPA) de São José do Rio Preto (SP), para passar o feriado do Dia das Crianças fora das celas. A saída está marcada para o dia 11 e retorno no dia 16. O Ministério Público tenta evitar que pelo menos 40 desses detentos sejam impedidos de sair. "São presos que na última saída, do Dia dos Pais, não foram aos endereços que indicaram onde estariam", disse o promotor das Execuções de

Rio Preto, Antonio Baldin. Ele obteve sentença do Tribunal de Justiça obrigando que os pedidos de saídas sejam feitos individualmente. A intenção era dificultar as saídas, o que não aconteceu porque todos pedidos foram feitos individualmente e estavam em acordo com os critérios que autorizam a saída temporária. O promotor, no entanto, afirma que vai pedir a fiscalização para saber se os presos vão mesmo estar mesmo nos endereços indicados nos pedidos. (Agências)

Estudante muda versão para crime

O

Adriano Saddi, ao lado de policiais, quando se apresentou ontem

estudante de Direito Adriano Saddi Lima Oliveira, de 23 anos, acusado de ter contratado pistoleiros para matar a própria mãe, se apresentou à Polícia ontem pela manhã. Em depoimento no Denarc, ele alegou inocência. O estudante mudou sua versão no sábado, após ter inicialmente admitido à polícia ter decidido matar a mãe, Marisa Saddi, de 46 anos, depois que ela cancelou a procuração que lhe dava o direito de administrar os bens. A confissão foi feita na quin-

ta-feira passada, três dias antes da eleição, o que impossibilitou a prisão de Adriano. Ele disse que encomendou o crime porque não queria entregar à mãe uma mesada maior. O estudante temia que Marisa usasse o dinheiro para sustentar o namorado, um advogado de 55 anos. A confissão foi gravada", disse o delegado Cosmo Stikovics, do Denarc. A mãe recebia R$ 15 mil de mesada e chegou a pedir R$ 60 mil. Ela emprestou dinheiro ao namorado, o que provocou a ira do filho. (Agências)


8

Congresso Planalto Eleição estadual CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

MARTA ASSUME CAMPANHA DE LULA EM SP

SERRA ESCOLHE O SEU PRIMEIRO SECRETÁRIO

NOS ESTADOS Fábio Gonçalves/AE

Mauro Ricardo Costa, que coordena as finanças do município, já aceitou o convite. Outros nomes vêm por aí. Eduardo Nicolau / AE

O

governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), bateu o martelo quanto ao primeiro integrante do seu secretariado. Para cuidar da gestão do dinheiro do Estado, escolheu o atual secretário de Finanças do município, Mauro Ricardo Costa. Ainda não se sabe se Costa deixará a prefeitura antes de 1º de janeiro para fazer a transição. O convite foi aceito prontamente por Costa, que integrou o núcleo estratégico da gestão Serra na prefeitura. Auditor fiscal, ele trabalha com Serra desde os tempos do Ministério da Fazenda no governo de Fernando Henrique Cardoso. Costa também passou pelo Ministério da Saúde, quando Serra foi ministro. Na prefeitura, o secretário foi responsável por colocar as contas em dia e encontrar alternativas financeiras para que Serra tivesse recursos para pôr suas promessas em prática - já que o município passava por grandes dificuldades financeiras, com empresários batendo à porta cobrando pagamentos atrasados. Com o seu plano de ajuste nas contas - renegociação de contratos e redução de despesas -, Serra conseguiu acabar com as taxas do lixo e da luz esta para quem não tem ilumi-

O tucano convenceu Cláudio Lembo a cancelar o leilão da Nossa Caixa.

nação pública na rua. Outro secretário municipal cotado para se transferir para o Palácio dos Bandeirantes é Aloysio Nunes Ferreira. Na prefeitura ele é o responsável pela articulação com o Legislativo. Por isso, é tido como provável titular da Casa Civil. O deputado Walter Feldman, que foi secretário das Subprefeituras, também deve ir para o Estado. O agrônomo Francisco Graziano, ex-presi-

dente do Incra no governo FHC, deve assumir a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Transição – Serra almoçou ontem com o governador Cláudio Lembo (PFL) no Palácio dos Bandeirantes para discutir o período de transição entre suas gestões. Da parte de Lembo, os coordenadores da transição foram escolhidos: o chefe da Casa Civil, Rubens Lara, e o chefe-ad-

junto, José Eduardo de Barros Poyares. Serra deve anunciar os seus nos próximos dias. É provável que seja o coordenador do seu plano de governo, Hubert Alquéres. Conselhos – Além das 23 secretarias existentes em São Paulo, Serra pretende criar quatro conselhos que definirão ações estratégicas, e que estarão integradas entre as várias áreas do governo. A medida é inspirada na gestão do exgovernador Franco Montoro, quando Serra foi secretário do Planejamento e participou de todos os núcleos. Esses conselhos se reuniriam uma vez por semana e seriam divididos por áreas de atuação: social, finanças, infraestrutura e desenvolvimento econômico. O método já foi colocado em prática por Serra na Prefeitura de São Paulo. Nossa Caixa – Embora afirme que não teve a menor influência no caso, Serra conseguiu cancelar o leilão de ações da Nossa Caixa, que estava programada para o dia 16. A venda ajudaria a reduzir o déficit do Estado, que hoje está em R$ 560 milhões. Lembo mudou de idéia após o encontro com Serra. "Creio que não é o momento. Temos de deixar para Serra as hipóteses de um trabalho futuro", justificou o governador. (AE)

Maurício de Souza / AE

MARTA ASSUME A CAMPANHA EM SÃO PAULO Embora não tenha concorrido a nenhum cargo eletivo, a ex-prefeita paulista Marta Suplicy mostrou bom desempenho no apoio a colegas de partido e, com isso, passa a substituir Paulo Frateschi em SP.

E

stá decidido: a ex-prefeita da capital paulista, Marta Suplicy, será a nova coordenadora da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo. A informação foi dada ontem pela própria assessoria de imprensa da campanha de Lula, em Brasília. Marta vai substituir o presidente do diretório estadual do PT, Paulo Frateschi, e terá agora a responsabilidade de buscar mais votos para Lula justamente no maior colégio eleitoral do País. Não se trata de uma tarefa

fácil. Bem ao contrário. São Paulo é o maior reduto eleitoral do principal adversário do candidato-presidente e onde o tucano Geraldo Alckmin tem amplo reconhecimento da população, em especial nas classes de maior poder aquisitivo. Para se fortalecer no 2º turno, Lula precisaria ampliar consideravelmente sua base no Estado, ainda que a sua carreira política tenha começado nas hostes sindicais, no ABC paulista, no regime militar. Com raízes mais regionais, Alckmin começou a crescer na política de maneira bem me-

O

A

o lado do candidato do PMDB ao governo fluminense, Sérgio Cabral Filho, o presidente Lula fará seu primeiro teste no 2° turno do Rio na quinta-feira, em um ato público que reunirá prefeitos e parlamentares. Lula encontrará no Estado, onde teve 49% dos votos, uma disputa marcada por acusações e dissidências. Ontem, a candidata do PPS, deputada Denise Frossard, acusou Cabral, vitorioso no 1° turno, de trocar apoios por cargos no gover-

com o casal Anthony e Rosinha Garotinho, aliado de Cabral. Nas palavras do prefeito, é "um erro grave", "um verdadeiro desastre". Neutro no 1° turno, Cabral afirmou que o apoio a Lula "era natural, por conta da identidade de cunho popular". Poucas horas após suas declarações em favor do presidente, Garotinho e Rosinha fecharam o apoio a Alckmin. Maia não perdoou. Em entrevista, disse que o casal sofre "desgaste terminal" na política fluminense e o apoio vai tirar votos de Alckmin. (AE)

de Belo Horizonte, PT NÃO QUER prefeito Fernando Pimentel, já trabalha para dissociar NEWTON Newton do presidente, candidato à reeleição. EM MINAS Segundo ele, o ex-

D

governador tem uma rejeição muito alta, principalmente na capital mineira. "É constatado. Ele tem uma rejeição alta, pesou na nossa chapa", afirmou Pimentel. Newton, no entanto, já faz planos para participar efetivamente do 2º turno presidencial. Ele atribuiu sua derrota nas urnas ao que chamou de "profundo abuso da máquina pública" em favor do candidato do PFL. (AE)

Reunião de esforços: Marta passa a comandar as ações em São Paulo.

nos turbulenta, como prefeito da cidade de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Vice-governador na gestão de Mário Covas, acabou assumindo o Palácio dos Bandeirantes com a morte dele e lastreou sua carreira na austeridade administrativa. Nome forte – A indicação de Marta Suplicy para o comando da campanha de Lula veio das eleições no 1º turno. Ao acompanhar o senador Aloizio Mercadante em suas caminhadas pelas ruas da periferia paulista, ele muitas vezes se viu no constrangimento de ser prete-

rido pelos eleitores em favor dela. Outra demonstração de força da ex-prefeita ocorreu na campanha de seu ex-secretário Rui Falcão. Ele recebeu 183 mil votos e foi o deputado estadual mais votado do PT. Falcão deixou para trás até o deputado federal campeão de votos do PT paulista – João Paulo Cunha (177 mil votos). Ela também ajudou a eleger cinco dos 15 deputados federais do PT, entre eles José Mentor, Gilmar Tatto, Devanir Ribeiro, Ricardo Zaratini e Antonio Palocci em seus votos na capital. (Agências)

Petistas pedem a troca da atual direção do partido e a punição dos envolvidos na compra do dossiê de prática", disse Jilmar Tatto, ele próprio terceiro vicepresidente do partido. Tatto, eleito deputado federal no domingo, é aliado da ex-prefeita Marta Suplicy e ligado à tendência PT de Massas. Marta, que não concorreu a postos nesta eleição, está em alta no partido por seu engajamento nas campanhas deste ano. Depois que o dossiê derrubou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, do comando geral da campanha de Lula, o alvo seguinte foi o coordenador da campanha no Estado de São Paulo, Paulo Frateschi, substituído pela ex-prefeita.

estadual. "A deputada TEMPERATURA no está desequilibrada", reagiu o peemedebista. Já o POLÍTICA prefeito César Maia atacou do candidaSOBE NO RIO atoaproximação tucano Geraldo Alckmin

errotado na disputa para o Senado, o exgovernador de Minas, Newton Cardoso, disse que vai "lutar" para que o PMDB mineiro continue ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 2º turno da eleição nacional. Os petistas consideram bem-vindo o apoio dos peemedebistas. Porém, o coordenador da campanha de Lula no Estado, o

NO PT, PRESSÃO POR RENOVAÇÃO estrago na candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pela tentativa de compra de um dossiê contra tucanos aponta para a troca da atual direção do PT e para a punição dos militantes envolvidos no caso, de acordo com comentários de petistas ligados ao governo e a outras tendências que compõem a legenda. "O dossiê foi um desastre e acho que a direção executiva estadual e nacional deveria renunciar para recompor a direção. Devemos dar uma resposta à sociedade, mostrar que o PT não aceita este tipo

Frossard: Cabral trocou apoios por cargos no governo estadual.

"A ida de Lula ao segundo turno selou o destino de Berzoini no partido", disse um integrante do PT na noite de domingo, quando a contagem dos votos apontava para nova disputa com o tucano Geraldo Alckmin. Aliados ainda mais próximos ao presidente Lula, representados no partido pela ala Campo Majoritário, também dispararam chumbo contra os petistas responsáveis pelo dossiê, que veio a público 15 dias antes do 1º turno das eleições. Recémsaído do primeiro encontro com o presidente ontem, após a vitória surpreendente ao governo da Bahia pelo PT,

Jacques Wagner disse que o partido terá de renovar sua direção, diminuindo o peso da sessão paulista do partido. "Nós acabamos de eleger três governadores no Nordeste e isso vai ter que pesar nas definições do partido", pregou. "O PT vai passar por um processo de oxigenação depois do segundo turno", afirmou, completando que é preciso retirar militantes que adotam uma política contrária ao PT. Setores da esquerda também já cobraram explicações de Berzoini, caso do secretário-geral, Raul Pont, da Democracia Socialista. (Agências)

Chico Porto / AE

Ex-ministros lutam por votação histórica de Lula em Pernambuco

culpa na sede do PC do B, no CAMPOS E bairro da Boa Vista, em ReEle disse que ambos COSTA VÃO cife. vão lutar para que Lula cona "medalha de ouro" em APOIAR LULA siga Pernambuco. "Isso significa

O

ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) assumiu sozinho a responsabilidade pela derrota na disputa do Governo de Pernambuco e já incorporou sua candidatura ao ex-ministro Eduardo Campos (PSB), que disputa o 2º turno das eleições estaduais. Costa e Eduardo Campos declaram ontem apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e estarão juntos na próxima sexta-feira na campanha de reeleição do presidente, nas cidades de Juazeiro e Petrolina da Bahia. O ex-ministro fez seu mea

que o Estado dará ao presidente a maior votação do País", afirmou. No 1º turno, 70% dos pernambucanos votaram em Lula. Do outro lado, a campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, será integrada com a candidatura do governador-candidato Mendonça Filho (PFL), embora com diferentes estratégias. No plano estadual, a estratégia é de confronto direto de Mendonça Filho com Campos. No âmbito nacional, o palanque do pefelista será de Alckmin, quando o tucano estiver em visita ao Estado. (AE)


6

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

AÇÕES DA GOL SE RECUPERAM NA BOVESPA

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

1,88

por cento foi a alta das ações da Gol no segundo pregão após o acidente com o avião da companhia

DEPOIS DO IMPACTO DO PRIMEIRO TURNO, PETRÓLEO E METAIS DITARAM O SOBE E DESCE DO MERCADO

POLÍTICA PERDE PESO NO MERCADO Marcelo Soares/Hype

P

assado o impacto imediato do primeiro turno das eleições presidenciais, a política perdeu peso na formação de preços do mercado, embora continue sendo monitorada pelos investidores, o que deve se estender até a conclusão do processo eleitoral. Ontem, os preços dos ativos financeiros variaram de acordo com as cotações do petróleo e das commodities metálicas nos mercados internacionais. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) devolveu os ganhos da segunda-feira, empurrada pela queda das ações da Petrobras e Vale do Rio Doce. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, fechou na mínima do dia, em baixa de 1,67%, aos 36.437 pon-

tos. Com esse resultado, a bolsa passou a acumular ligeira baixa de 0,03% em outubro e alta de 8,92% em 2006. O movimento financeiro ficou em R$ 2,162 bilhões. O mercado de juros pôs a emoção de lado e corrigiu, especialmente nos contratos longos, parte do otimismo considerado exagerado na segunda-feira. Na Bolsa de Mercador i a s & F u t u ro s ( B M & F ) , o contrato DI para janeiro de 2008 encerrou com taxa de 13,47%, ante 13,48% na segunda-feira. O DI janeiro de 2007, encerrou a 13,69% ante 13,71%. No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou em alta de 0,74%, cotado por R$ 2,174. Gol – No segundo pregão após o acidente com o Boeing 737-800, que caiu matando 155

pessoas, as ações da Gol se recuperam. No meio da tarde de ontem, as ações preferenciais da empresa eram negociadas em alta de 2,37%, a R$ 75,64, mas depois de ligeira queda, encerraram o pregão de ontem com alta de 1,88%. Na segundafeira, as ações haviam fechado em queda de 1,85%, a R$ 73,61. Queda – As ações da Eletrobrás, que na segunda-feira subiram com a ida de Geraldo Alckmin ao segundo turno, tiveram um dia morno. As ordinárias fecharam em alta de 0,5%, mas as PNA caíram 0,28%. Já as ações da Petrobras ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa. Petrobras ON caiu 4,71% e as PN recuaram 4,22%. As cotações da Vale, por sua vez, caíram 3,64% no fechamento de ontem. (Agências)

CNI diz que BC errou a mão na Selic O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou ontem que o Banco Central (BC) "errou a mão" no ritmo de redução da taxa básica de juros (a Selic). Para ele, a queda dos juros deveria ter sido mais rápida e feita com maior intensidade. "A evolução da inflação abaixo da meta e a revisão para baixo do crescimento econômico mostram claramente que a

'desinflação' da economia foi forte demais", avaliou. Na segunda-feira, a pesquisa semanal do BC sobre as expectativas do mercado financeiro mostrou que os analistas reduziram a previsão de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2006, de 3,03% para 2,98%. O relatório de inflação da semana passada prevê variação de 3,4% para este ano, enquanto o centro da meta do governo é de 4,5%.

"Projeção de inflação abaixo da meta não é uma evolução muito positiva porque impõe um custo para a sociedade, que é o de crescer menos. Nesse sentido, o Banco Central poderia ser mais célere na queda dos juros", afirmou Castelo Branco. Crescimento – A CNI revisou a previsão de crescimento da economia neste ano de 3,7% para 2,9%. O Banco Central reduziu de 4% para 3,5%. (AE)

Spinelli (ao centro): opção de compra de cotas do clube de investimento com cartões de crédito ou débito

Compra de cotas de clubes de investimento com cartão

A

adoção de meios de pagamento eletrônicos, como os cartões de crédito e de débito, pelo consumidor brasileiro já foi incorporada até pelas corretoras de valores. Desde o final de setembro, a Corretora Spinelli tornou disponível a compra de participações em seus clubes de investimento por esses meios. A adoção veio depois da bem sucedida operação com cartões de débito que, segundo o diretor da corretora, Nelson Spinelli Neto, barateou o custo de investimento dos seus cotistas em até 75%, principalmente com a redução de burocracia. A operação é válida para a bandeira Visa e os investidores pagam uma taxa de administração de 3% para aplicações com cartão de crédito, e de 2% nas operações de débito. Com a alternativa do crédito, o investidor pode comprar sua

participação e parcelar o pagamento, dando a primeira parte à vista e debitando a segunda na fatura do cartão. Esse fôlego pode resultar em elevação da participação do aplicador no produto escolhido. Spinelli Neto avalia que a nova opção de pagamento permitirá maior controle do aplicador sobre suas operações, já que ocorrerá uma concentração dos gastos. "O aplicador poderá identificar todas as suas operações na fatura: quanto ele investiu naquele mês e projetar suas próximas iniciativas. Pode comparar seus gastos com os investimentos e planejar uma migração de um para o outro", explica o executivo. Alvo – Para Spinelli Neto, o produto, pelo menos nessa fase inicial, terá aceitação maior nas camadas mais jovens de investidores, pois es-

sa fatia é familiarizada com a concentração dos gastos na fatura do cartão de crédito. O público feminino também é um dos "alvos" do produto. Usuárias do plástico para grande parte de suas operações – no débito, elas representam 52% das operações realizadas; no crédito, esse número corresponde a 45,4% – agora, afirma Spinelli Neto, "elas também poderão participar de um clube de investimento utilizando sua 'ferramenta' preferida de consumo". Experiência – A adoção do pagamento por meio do cartão de crédito, explica o executivo, ocorreu após uma experiência de seis meses com o plástico na opção de débito. Interessados no modelo da corretora podem acessar o portal da empresa para clubes de investimento: www.spinclubes.com.br. Davi Franzon

Marcos Fernandes/LUZ

Renato Abucham (à frente), diretor da Comissão de Comércio Exterior da ACSP e Luiz Fernando Ferreira, da FGV: prorrogação da MP é positiva, mas ainda não trouxe efeitos práticos

MP cambial prorrogada por 60 dias

A

Medida Provisória (MP) 351 de 3 de agosto de 2006, que visa a modernizar o mercado de câmbio no Brasil, foi prorrogada ontem por mais 60 dias. Empresários e especialistas do setor exportador e importador, reunidos ontem na Comissão de Comércio Exterior (CCE) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), viram a iniciativa com bons olhos. Considerada "uma aspirina para o paciente na UTI", porém, a MP ainda não surtiu efeitos na prática, "pois as empresas estão inseguras para operar nas novas regras pela da falta da regulamentação", ressaltou o exportador Roberto Ticoulat. "A 351 ainda não aconteceu de fato", afirmou. O professor de câmbio da Fundação Getúlio Vargas do Rio (FGV-RJ), Luiz Fernando Machado Ferreira, reconheceu a falta da regulamentação, mas destacou que a MP 351 representa um grande avanço na

abertura cambial do País, com implicações na redução de custo para as empresas exportadoras, o fim do controle cambial e multas cambiais, além da simplificação de processos. Durante palestra na CCE, Machado Ferreira detalhou e qualificou de "benéficas" as principais medidas adotadas pela MP, tais como o fim da cobertura cambial (os recursos obtidos em moeda estrangeira na exportação de produtos e serviços podem ficar 100% numa conta no exterior), fim da caracterização de sonegação de cobertura cambial, fim do calote cambial no âmbito do Banco Central (BC) e fim da multa de importação. Ele acrescentou que as mudanças na legislação infralegal também foram positivas ao simplificar diversas rotinas e procedimentos cambiais que representavam custos operacionais para as empresas. Destacou ainda que a MP conferiu maior mobilidade de capitais,

flexibilizando o mercado de câmbio, embora não tenha acabado com o monopólio cambial, mantido nas mãos do BC. Finalmente, o professor esclareceu que há um estudo que mostra "o desejo" de que o pagamento da CPMF sobre 70% do valor depositado no exterior – medida muito criticada pelos empresários – atinja 100% em quatro anos. Timidez – Para Renato Abucham, coordenador da CCE, a MP representa um avanço, mas muito "tímido" em relação aos países concorrentes do Brasil. Para Abucham, a legislação cambial continua complexa e burocrática, o suficiente para elevar o custo da operação para os exportadores e importadores. A palestra foi promovida pela Number One, empresa de corretagem, consultoria e logística, que disponibilizou seu site para dirimir dúvidas sobre a MP 351 (www.number.com.br). Sergio Leopoldo Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Quero passar cada noite dos próximos três meses saindo com uma atriz famosa diferente. Você sabe: Hale Berry numa noite, Salma Hayek na outra, e depois caminhar na praia de mãos dadas com Leonardo DiCaprio.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

Odd Andersen/AFP

Do ator norte-americano George Clooney, revelando um "plano" para confundir os paparazzi, em declarações à revista Vanity Fair.

OUTUBRO

2 -.LOGO

4 Recolhimento de ICMS. IRRF e IPI Dia Mundial dos Animais

C ONFLITO NUCLEAR T URQUIA

Ameaça coreana

Seqüestrador queria asilo político O turco Hakan Ekinci seqüestrou ontem um avião com 107 passageiros e seis tripulantes a bordo que seguia da Albânia para Istambul e forçou o aparelho a aterrissar na Itália, onde se rendeu e libertou todos os passageiros ilesos. O seqüestro teria como objetivo conseguir que o papa Paolo Dimitri/AFP Bento XVI, que vai à Turquia no mês que vem, conseguisse asilo político para Ekinci na Itália. O seqüestrador entrou na cabine do piloto no momento em que a tripulação estava ocupada, segundo relato de passageiros, e disse que tinha um cúmplice a bordo. Ele obrigou o avião, que estava no espaço aéreo grego, a mudar de rota inicialmente a aeronave iria de Tirana, na Albânia, para Istambul,

na Turquia - e queria pousar em Roma. Mas o piloto argumentou que não havia combustível suficiente, e o avião acabou aterrissando em Brindisi, no sul da Itália. O Boeing 737-400 da Turkish Airlines foi escoltado por dois aviões militares italianos até o aeroporto de Brindisi, que foi fechado. O seqüestrador estava desarmado e se entregou após um curto período de negociações. Constatou-se, então, que ele agia sozinho. Ninguém foi ferido. Segundo a tevê turca, o seqüestrado seria um cristão convertido, que não queria cumprir o serviço militar obrigatório por objeção de consciência. Ele teria mandado uma carta ao papa em agosto, pedindo ajuda.

Coréia do Norte anuncia que fará teste nuclear

O

governo norte-coreano anunciou ontem que realizará um teste nuclear para reforçar seu sistema de defesa. "A ameaça extrema de uma guerra nuclear dos EUA, de sanções e pressões obrigam a Coréia do Norte a efetuar um teste nuclear, um processo essencial para reforçar nosso poder de dissuasão nuclear como medida de defesa", dizia a nota assinada pelo Ministério de Relações Exteriores do país. O anúncio, que não fixou uma data para o teste, causou a reação imediata da Coréia do Sul e do Japão, e foi qualificado de "ação provocativa" e "ameaça inaceitável" pelos EUA. Desde 2003, os três países, ao lado de

Rússia, China tentam convencer a Coréia do Norte a abandonar seu programa atômico. No entanto, Pyongyang abandonou as conversações no ano passado e se recusa a retomá-las até que os EUA levantem o embargo econômico que estrangula as finanças do país. Washington mantém congeladas contas bancárias da Coréia do Norte em paraísos fiscais ao redor do mundo. O ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, qualificou o anúncio de "absolutamente imperdoável" e advertiu que Tóquio reagirá "de modo grave" se o teste for realizado, segundo informou a agência de notícias Kyodo. O governo sulcoreano, por seu lado, aumen-

tou o nível de alerta. "Ampliamos o nossas medidas de segurança ante a ameaça e já começamos a discutir o assunto com os países envolvidos", informou a chancelaria sul-coreana. Analistas norte-americanos estimam que a Coréia do Norte tenha recursos materiais e tecnológicos para construir de quatro a seis bombas atômicas, mas têm dúvidas sobre a capacidade do país de obter mísseis de longo alcance capazes de atingir os EUA, como Pyongyang alega ter. Em 5 de julho, a Coréia do Norte realizou provas com sete tipos de mísseis - um deles de longo alcance - que, teoricamente, poderiam transportar ogivas nucleares. (AE)

Mark Wilson/AFP

G UERRA

Al Qaeda cria jogo para matar Bush A rede terrorista Al Qaeda criou e começou a distribuir em sites islâmicos na internet um jogo eletrônico no qual o vitorioso será aquele que conseguir assassinar o presidente dos EUA, George W. Bush. No jogo, intitulado The Night of Bush Capturing (A noite da captura de Bush), o jogador, caracterizado como combatente islâmico, deve cumprir seis missões. Uma das mais difíceis é invadir um quartel dos soldados norteamericanos antes de matar o presidente. Além de Bush, outros personagens do cenário político mundial considerados "inimigos" do Islã aparecem no jogo – entre eles, o premiê britânico, Tony Blair, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld. E M

C A R T A Z

ESCULTURA

A RTE Helvio Romero/AE

L

Organizadores dão os últimos retoques na montagem de uma das obras da 27ª Bienal de São Paulo, que será aberta ao público no próximo dia 7, no Parque do Ibirapuera.

L

N OBEL

Dobradinha leva prêmio de Física Os cientistas americanos John C. Mather e George F. Smoot venceram o Prêmio Nobel de Física de 2006 por um trabalho que ajudou a consolidar a teoria do Big Bang e a entender melhor a origem das galáxias e das estrelas. Os cientistas dividirão o prêmio de Cerca de US$ 1,4 milhão pela confirmação da "radiação de corpo negro", uma radiação cósmica de fundo que seria uma espécie de eco do Big Bang, a explosão que teria dado origem ao Universo, anunciou em Estocolmo a Real Academia Sueca de Ciências. Mather, de 60 anos, e Smoot, de 61, conseguiram observar o Universo em seus estágios iniciais, chegando

Larry Downing/Reuters

B RAZIL COM Z

Compra-se a Amazônia Dida Sampaio/AE

John Mather

F AVORITOS

Controle remoto para o iPod

Em busca da casa própria

Acaba de ser lançado no mercado o iJet, um plug-in interessante para os fanáticos por iPod. O acessório permite controlar o MP3 player a longa distância. Custa US$ 35.

A Nossa Caixa leiloará este mês 433 imóveis no Estado de São Paulo. O leilão acontece no dia 14 de outubro, na capital, e inclui casas, apartamentos, prédios, fazendas, sítios e terrenos. Dados como número do lote, endereço do imóvel, estado de ocupação, descrição, preço mínimo, área, além de outras observações referentes a cada imóvel podem ser consultadas no site da Nossa Caixa. As informações sobre local e horário do leilão também estão no site.

www.thinkdifferentstore.com/ product_info.php/products_id/2052

Obras da escultora Alina Cubas Fonteneau. Entre as 10 peças de fibra de vidro apresentadas, Yin-Yang (foto). Galeria Arte Aplicada. Rua Haddock Lobo, 1406. Telefone: 3062-5128. Das 10h às 19h. M EIO AMBIENTE

Ozônio atinge nível de 2000

Floresta Amazônica perde 13 milhões de hectares por ano

britânico estaria consciente de que a idéia ainda está num estágio inicial e que poderá causar problemas com o governo brasileiro, já que a maior parte da Amazônia se encontra no País. Os detalhes divulgados pelo jornal britânico são de que a proposta prevê a criação de um organismo internacional que compraria a Amazônia e depois venderia "ações" a investidores. No início deste ano, Johan Eliasch, um empresário sueco multimilionário que vive na Grã-Bretanha e é vice-tesoureiro do Partido Conservador comprou 400 mil acres na Amazônia por 8

milhões de libras esterlinas. Ontem, após saber da divulgação da notícia, David Miliband, classificou o noticiário como "distorção" dos fatos. A publicação causou mal-estar na delegação brasileira que participa de uma reunião conjunta do G-8 com Brasil, China e Índia e África do Sul, em Monterrey, no México. O britânico garantiu aos brasileiros que a imprensa inglesa distorceu suas idéias, que ele nunca se falou em privatização da floresta amazônica e que não faria nenhum tipo de proposta que ferisse a soberania brasileira sobre a Amazônia.

O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida superou as expectativas iniciais dos cientistas para este ano quando, esperava-se, ele atingiria a segunda maior extensão já registrada - e, em vez disso, empatou com o maior de todos os tempos, atingindo uma área de mais de 28,5 milhões de quilômetros quadrados, segundo nota divulgada ontem pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU. A área desse "buraco" - uma perda na espessura da camada, durante o inverno do Pólo Sul - é a mesma registrada no ano recorde de 2000, mas com um número de moléculas de ozônio presentes no buraco ainda menor do que há 6 anos. O "déficit de massa" é de 39,8 milhões de toneladas. L OTERIAS Concurso 493 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 02

03

17

24

27

35

11

14

27

Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 01

Indiana Indra Nooyi, da PepsiCo, é eleita pela Fortune a executiva mais poderosa dos EUA Aberta em Frankfurt, na Alemanha, a maior feira de livros do mundo com 7.272 expositores

L

www nossacaixa.com.br

O

L

G @DGET DU JOUR

s rumores que circulam por anos pela internet sobre uma possível "privatização" da Amazônia foram confirmados no início desta semana por uma revelação do jornal britânico The Daily Telegraph. Segundo o jornal, o governo britânico elaborou um "extraordinário esquema para acabar com a mudança do clima global" que prevê transformar a Floresta Amazônica num monopólio internacional e cada uma das árvores seria vendida a um grupo ou a um indivíduo interessado. O plano de privatização teria sido apresentado pelo secretário de Meio Ambiente britânico, David Miliband, num encontro no México esta semana. O esquema, que teria a aprovação do primeiro-ministro britânico Tony Blair, sob a justificativa de que a Amazônia perde cerca de 13 milhões de hectares anualmente devido ao desmatamento indiscriminado. Teriam participado do encontro, segundo o Telegraph, pelo menos 20 países que são os maiores consumidores de energia mundial. O governo

L

George Smoot

a "apenas" 380.000 anos de sua origem, o que é considerado pouco em termos astronômicos. Os cientistas observaram ondulações na luz que ajudaram a demonstrar como as galáxias se formaram através dos tempos. "Eles não provaram a teoria do Big Bang, mas deram uma importante base de sustentação a ela", explicou Per Carlson, presidente do comitê de física da Fundação Nobel. "É uma das maiores descobertas do século. Eu diria que a maior. Ela aumenta nossa compreensão sobre nosso lugar no universo", comentou.

Roy Kalschmidt/Reuters

DIA SEGUINTE - Jovens caminham até a casa de uma das meninas mortas pelo atirador Charles Carl Roberts numa escola da comunidade amish na Pensilvânia. Ontem, o número de vítimas chegou a cinco. Foi o 3º ataque a tiros em escolas nos EUA em uma semana.

Pelo menos 50 pessoas morreram ontem em episódios de violência ocorridos no Iraque

05

06

Concurso 1659 da QUINA 35

40

47

49

53


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

E

A Lei Geral da Micro e Pequena M Empresa deve ser aprovada pelo AUTA Senado sem alteração?

P

As lideranças do Senado querem aprovar o Super Simples ainda nesta semana. O ante-projeto prevê um Refis para o parcelamento de dívidas com o Fisco, o que favorece quem está inadimplente e na informalidade. Por outro lado, dispensa a contribuição para o Sistema S, que está pressionando para a retirada do parágrafo 3º ao artigo 13. Mas se houver emendas, o projeto voltará para a Câmara.

SIM

NÃO

O projeto de lei já foi discutido pela sociedade e envolveu a opinião de todas as entidades de classe que representam as pequenas empresas. Além disso, a proposta foi discutida também no meio político e debatida em workshops e seminários. Ou seja, ela está mais que discutida. A proposta é benéfica em três pontos: simplificação da burocracia enfrentada pelos empreendedores, racionalização dos impostos, com alíquotas de acordo com o faturamento de cada empresa (englobando oito tributos) e estímulo à inovação, através do qual a lei determina que pelo menos 20% dos recursos de tecnologia de órgãos e de entidades públicas deverão ser destinados às micro e pequenas empresas. Pelo menos a médio prazo, toda a sociedade sairá recompensada com a Lei Geral.

Se considerarmos quem já está no Simples, não existe um grande benefício do ponto de vista da tributação. Há também dúvidas sobre a aplicabilidade da lei no ICMS e ISS já em 2007. Entre os pontos que precisariam ser mudados está a universalização do novo regime para todas as prestadoras de serviços. No novo texto permanece a discriminação de algumas atividades, desprezando o princípio da conceituação da microempresa e da empresa de pequeno porte apenas pelo elemento receita. O Simples está sendo descaracterizado. Com a nova lei, teríamos cinco tabelas diferentes para tributação das microempresas e empresas de pequeno porte, em função do tipo de receita. De positivo podem ser ressaltadas as novas regras sobre inscrição e baixa de empresas, bem como o alvará provisório e a baixa da empresa após 3 anos de inatividade.

JOSÉ LUIZ RICCA,

JOSÉ CONSTANTINO DE BASTOS JÚNIOR, ASSESSOR DA

DIRETOR-SUPERINTENDENTE DO SEBRAE-SP

PRESIDÊNCIA DO SESCON-SP

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Ieda Souza Ramos, viúva e pensionista, protesta em frente ao Alvorada no domingo de eleições/André Dusek/AE

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

SEM GRAÇA G A mãe de todas

as mazelas brasileiras chama-se impunidade. Queremos a punição daqueles que zombam do povo, acobertando delitos. Queremos que o manto da impunidade seja retirado. GAqui a esperança está derrotando o medo, o atraso, a ignorância, a mediocridade e a miséria. G São Paulo votou

a favor da possibilidade real de alterar o quadro de pobreza do País.

S

ó a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado das mediocridades, escreveu o escritor José de Alencar. O povo de São Paulo decidiu a favor do Brasil. Os paulistas votaram a favor da esperança. Aqui a esperança está derrotando o medo, a mediocridade, a ignorância, o atraso e a miséria. O segundo turno para escolha do presidente não é apenas a escolha de um homem, mas sim a escolha feita pela razão e pelo sentimento de que só haverá crescimento econômico e distribuição de rendas se houver consciência de que “pai de pobres” é aquele que quer manter a miséria, para poder manipular e ganhar eleições. São Paulo votou a favor da possibilidade real de alterar o quadro de pobreza do país, não para mantê-la. Não se elimina a pobreza com mensalão, com desvio de dinheiro público, com sanguessugas e máfia de vampiros, dossiês, quebra de sigilo de caseiros, com aparelhamento do Estado por pessoas sem competência e tantas outros métodos anti-democráticos, que se arrastaram nesses últimos quatro anos de governo PT. Qualquer que seja o resultado do segundo turno, o país está dividido entre aqueles que querem a permanência do atraso e aqueles que desejam o crescimento econômico e social como alavanca para a redução da miséria. Os que votam pelo atraso sonham com o socialismo, com a eliminação do livre princípio da iniciati-

va privada; sonham com as benesses de um Estado gigantesco que oprime os cidadãos, esquecem-se que o Muro de Berlin caiu em 1989 e que revelou ao mundo as mazelas de um socialismo no qual o Estado faz tudo, manda em tudo e empobrece as pessoas. Queremos - esse foi o recado das urnas - menos Estado, queremos reforma política com voto distrital, mais empreendedores, menos burocracia, menor carga tributária, investimento em infra-estrutura, menores juros; mais educação e saúde. Queremos que o trabalho de cada cidadão seja a alavanca do progresso. Não queremos um Estado-patrão, que dando migalhas submete o cidadão a humilhações, pois o sentimento dos brasileiros é de que somente o trabalho traz dignidade. mãe de todas as mazelas brasileiras chama-se impunidade. Queremos a apuração de todas as infrações à lei. Queremos a punição daqueles que zombam do povo, acobertando fatos delituosos, queremos que o manto da impunidade seja retirado e se puna aqueles que iludem o povo. Queremos saber a origem do dinheiro do dossiê. Sem isso estaremos submetidos ao atraso. A chama da esperança continua acessa.

A

ANTONIO VIOTTO NETTO, SUPERINTENDENTE DA ACSP, DISTRITAL MOOCA NETTO1822TERRA.COM.BR

OLAVO DE CARVALHO DE QUEM É A FESTA? e algo as eleições de domingo demonstraram, foi a monstruosa desproporção entre a esquerda e seus concorrentes, que se tornou cláusula pétrea da regra do jogo político entre nós. A diferença começa nos objetivos mesmos: a esquerda quer e faz tudo para destruir seus adversários, arruinar sua reputação, excluí-los da política, derrubá-los de sua posição social e econômica e assassiná-los psicologicamente, de modo que percam até o desejo de se reerguer um dia. Eles, em resposta, contentam-se com disputar votos muito polidamente, muito delicadamente, com todo o cuidado de não ferir a dignidade do concorrente esquerdista e de preservá-lo intacto para as eleições seguintes. A esquerda, contra eles, usa tudo e mais alguma coisa. Eles, até quando

S

G O bom-

mocismo de Alckmin é a imagem perfeita do descompromisso ideológico autocastrador que gera e destrói os Collors e os Magalhães. têm nas mãos uma carga de TNT suficiente para fazer em cacos o prestígio esquerdista, tratam de fazê-la explodir em algum recinto limitado, onde não machuque a estrutura de poder da esquerda, muito menos as bases da sua hegemonia ideológica, mas apenas alvos individuais selecionados, sem dano para o conjunto. O pouco de maquiavelismo impiedoso que se usou contra políticos esquerdistas nos últimos vinte anos veio sempre do PSDB, no fim das contas, ele próprio um partido de esquerda, sem qualquer divergência ideológica séria com os demais que vieram do berço comum, a resistência esquerdista ao regime militar. Pior ainda: a esquerda luta em todas as frentes, buscando e obtendo o total domínio cultural, moral e psicológico da sociedade, enquanto seus

adversários abdicam de tudo isso e consentem docilmente em brincar de política como meninos bem comportados, num campo sociológico previamente delimitado pelo inimigo, de acordo com as regras estabelecidas por ele e amoldando-se passivamente (ou até inconscientemente) aos valores e metas que ele escolheu. ualquer vitória eleitoral, nessas condições, é uma bolha de sabão que se desfaz ao primeiro vento mais forte. Poder político sem hegemonia é castelo no ar, é fogo-fátuo, é aparência de poder sem fundamento na realidade social. Fernando Collor e Antonio Carlos Magalhães são exemplos notórios: confiantes na popularidade pessoal, julgavam-se indestrutíveis. Não resistiram ao primeiro soco. Caíram porque não tinham plano estratégico, substantividade ideológica e respaldo cultural. Tinham apenas uma boa propaganda eleitoral. O bom-mocismo de Geraldo Alckmin, recusando-se a dizer uma palavra contra o Foro de São Paulo, é a imagem perfeita do descompromisso ideológico autocastrador que gera e destrói os Collors e os Magalhães. Alckmin pode até elegerse, talvez, aproveitandose de circunstâncias momentâneas que o favorecem. Seis meses depois, estará na lata de lixo da história ou lambendo os pés de seus inimigos em troca de uma sobrevivência. Na verdade, tudo o que o PT perdeu nestas eleições, perdeu em favor de outros partidos de esquerda, inclinados no momento a ostentar distância da sujeira petista, mas que quase infalivelmente voltarão às boas com o lulismo ao primeiro sinal de perigo geral para a esquerda. On revient toujours à ses premiers amours e um divórcio de mero oportunismo, é ainda mais instável que um casamento de ocasião.

Q

uando uma população como a de São Paulo, repudiando o lulismo e até tendo o bom senso de dar ao candidato conservador Guilherme Afif uma votação expressiva, põe tudo a perder elegendo senador um mentecapto no qual só se pode votar por piedade, está na hora de a “direita” lembrar que antilulismo não é antipetismo, e antipetismo não é antiesquerdismo. Do jeito que as coisas vão, até uma derrota de Lula pode representar no fim das contas uma vitória geral da esquerda. O luto político na casa de Dona Marisa pode ser festa no Foro de São Paulo.

Q

OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Milton Mansilha/Luz

"O curso mexeu com nossa cultura de falta de perspectiva" Erick Israel, bartender

Pista de decolagem V Jovens dão início à vida profissional por meio de projeto de qualificação no ramo de alimentos, bebidas e hotelaria.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

oar não é um privilégio apenas de pássaros e aviões. Quem entra no restaurante Congonhas Grill no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pode não perceber, mas ali dentro dois jovens estão alçando vôo para realizar seus sonhos. Eles fizeram parte do projeto Bartender, composto de curso profissionalizante e estágio e agora estão trabalhando e continuam se preparando para crescer em sua profissão. O projeto da Diageo, fabricante de bebidas premium, foi criado há cinco anos e está abrindo inscrições para mais uma turma. Já capacitou 1,2 mil jovens e, deste total, 80% já conseguiram trabalho nos setores de alimentos, bebidas, entretenimento e hotelaria. (veja matéria ao lado). Quem aproveitou esta opor-

Nos melhores hotéis da cidade

C

Erick e Bruna: esforço e empenho na construção de uma carreira profissional.

tunidade e já trabalha na área é o jovem Erick Pereira de Paula Sar Israel. Com apenas 19 anos, ele está transformando as perspectivas profissionais e profissionais que tinha até agora, pois já foi contratado pelo Congonhas Grill. Estudante de escolas públicas desde a infância, o rapaz conta que o curso "mexeu com a cultura de falta de perspectiva profissional que a gente tem ". Apesar das dificuldades que passou, Erick sempre sempre se interessou por diversos temas ao mesmo tempo e, inicialmente, pensou em ser seminarista. "Queria seguir algo tradicional e já lia muita coisa a respeito de religiões antigas. Acabei fazendo um curso de antropologia religiosa porque os rituais sempre me fascinaram. Entretanto, também queria fazer biologia. Por isso, entrei na Universidade Paulista

(Unip), mas não pude continuar o curso por falta de dinheiro", contou. Quem o levou ao Aprendiz foi uma amiga. Erick pretendia fazer o curso de teatro, mas não havia mais vagas e como as inscrições para as próximas turmas ainda não haviam sido abertas ele assistiu a uma apresentação sobre o curso de bartender e ficou interessado. Dúvidas – No início do curso, o jovem hesitou porque durante os três ou quatro primeiros dias houve apenas apresentações tanto dos alunos quanto dos professores e pouco se falou do conteúdo propriamente dito. Quando as aulas começaram, Erick viu que "tinha uma chance de entrar no mundo". E utilizou sua capacidade de adaptação para aprender mais, mas ressaltou que muitas vezes não dava certo. "Acho que já tinha esta capacidade de adaptação e o curso me ensinou a me adaptar sem quebrar a cara", diz ele. O entusiasmo aumentou quando às lições teóricas e práticas de atendimento ao cliente, elaboração de bebidas e funcionamento do restaurante e até como lidar com clientes difíceis foram adicionadas as aulas de inglês ministradas em parceria com a Cultura Inglesa. Agora, o Erick está tentando obter uma bolsa nesta instituição de ensino para aprofundar seus conhecimentos do idioma. Quanto ao futuro, ele planeja vôos mais altos. Erick pretende trabalhar e estudar em Londres. Seu sonho é voltar a estudar antropologia religiosa no Trinity College e, quem sabe, gastronomia para se especializar na área em que já está trabalhando. Superação – Vencer a timidez e obter uma formação pro-

fissional sólida. Estas foram as conquistas que Bruna de Andrade Moraes obteve ao concluir o curso do Projeto Bartender. Aos 19 anos e com o Ensino Médio concluído, ela havia participado apenas de um curso de orientação profissional e comunicação do Cidade Escola Aprendiz. "Nunca tinha feito nenhum curso, nem de inglês ou informática, porque não podia pagar por eles. Por isso, escolhi primeiro o de orientação. Já tentei o Enem e não me classifiquei e pensei também em uma bolsa em um cursinho, mas quando vi o anúncio do curso de bartender no mural, me interessei porque me lembrei deles nos bares que já freqüentei", diz. Agora, já contratada pelo Congonhas Grill, Bruna já está procurando um curso de inglês e outros relacionados às funções de atendimento que está desempenhando no restaurante. Ela ainda não pensa em uma faculdade, mas seus horizontes já estão se ampliando "O curso me ajudou a superar a timidez e agora quero me aperfeiçoar mais", conclui. Paula Cunha

Jovens em ação no aeroporto

apacitar jovens de baixa renda para o mundo do trabalho e ampliar suas perspectivas de vida. Este é o objetivo do Projeto Bartender, criado há cinco anos pela Diageo, fabricante de bebidas, e que já capacitou 1,2 mil profissionais em todo o Brasil. Ele está criando a sua oitava turma, com um curso de seis meses de duração e um estágio em restaurantes e hotéis. A meta é colocar no mercado de trabalho rapazes e moças de 18 a 24 anos, com o Ensino Médio completo e renda de até dois salários mínimos. A coordenadora do projeto, Fátima Honório, explica que a iniciativa já colocou no mercado de trabalho 80% dos jovens que passaram pelo programa e que as aulas e o treinamento são ministrados em parceria com organizações não governamentais capacitadas para executar esta tarefa. Em São Paulo, um dos parceiros é o Cidade Escola Aprendiz. Segundo Fátima, o curso de seis meses de duração é totalmente gratuito e os profissionais que ministram as aulas são voluntários. "Os alunos recebem três horas diárias de aula referentes à area de alimentos e bebidas, além de informática, empreendedorismo, apresentação pessoal, qualidade no atendimento a clientes, inglês, coquetelaria, saúde etc. Com todas estas informações, queremos que nossos alunos se transformem em multiplicadores de informações e estão mais habilitados durante o estágio de 60 horas pelo qual passam após o curso", explica. A coordenadora acrescenta que o curso oferece, também, palestras para as famílias dos alunos uma vez por mês sobre temas como prevenção contra a violência doméstica, mercado de trabalho e empreendedorismo. O objetivo é fazer com que toda a família tenha consciência de que pode transformar a sua vida. "Temos alunos que já estão trabalhando em restaurantes como o Fasano e em hotéis como o Unique. Atribuímos estes bons resultados à estruturação dos cursos e a supervisão oferecida durante o estágio para estes jovens", diz. Inscrições para novas turmas: até sexta-feira, das 14h às 17h na r. Padre João Gonçalves, 168. (PC)

Um olhar especial

T

raduzir a evolução pela qual o Terceiro Setor passou nos últimos anos e analisar por que ele se tornou um dos principais instrumentos de transformação da sociedade brasileira são alguns dos objetivos do livro "Um Sensível Olhar Sobre o Terceiro Setor", organizado por Eudosia Acuña e publicado pela Summus Editorial. Com textos de especialistas na área e também em educação, legislação, publicidade e marketing, o volume tem o objetivo de não apenas relatar experiências de profissionais e organizações não governamentais como também estabelece quais os limites de atuação e definir o que pode ser considerado como ação social. Cada profissional convidado escreveu sobre o seu campo de atuação. Assim, destacamse, entre outros, os textos "Legislação e Terceiro Setor", de Eliana Matayóshi Yamaguti, e "Voluntariado", da própria or-

Reprodução

A evolução do Terceiro Setor

ganizadora do volume, Eudosia Acuña Quinteiro. No primeiro, descreve-se a evolução das associações e entidades que atuavam em ações de inclusão social e que necessitavam seguir uma legislação específica para que pudessem funcionar e as dificuldades para cumprir estas exigências. O texto descreve, também, a evolução do Ter-

ceiro Setor na última década e as transformações da legislação que rege a sua atuação. Engajamento – Em O Voluntariado, a organizadora do livro discorre a respeito das diversas categorias de voluntários que atuam em todo o país e o papel fundamental que assumiu na maioria das ONGs que desenvolvem projetos de inclusão social. Ressalta a necessidade do comprometimento destas pessoas com as causas que abraçam e de compreensão dos objetivos da entidade que escolhem para atuar. Em outros capítulos, como Meio Ambiente e Comunicação, por exemplo, há gráficos e tabelas que auxiliam o leitor a compreender como atuam e avaliam suas ações. Engajados no espírito dos militantes de diversas ONGs, os autores de todos os textos comprometeram-se a doar os recursos obtido com a venda do livro para o Grupo Socorrista Irmão Alberto. (PC)


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

GM DO BRASIL SAI DO VERMELHO E LANÇA PRISMA

Acionistas aprovam venda de participação da Airbus para EADS por US$ 3,50 bilhões.

DEPOIS DE SETE ANOS DE RESULTADOS NEGATIVOS, MONTADORA CONSEGUE EQUILIBRAR CONTAS

GM DO BRASIL VAI FECHAR NO AZUL GÁS As distribuidoras de gás natural tiveram reajuste de preço de 6,94% desde o dia 1º .

BOLÍVIA

O

ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, confirmou ontem que se encontrará no dia 9 com o ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, para retomar as negociações sobre a nacionalização do setor boliviano de petróleo e gás. (AE)

Ó RBITA

PISO SALARIAL PARA APOSENTADOS

A

Comissão Especial Mista do Salário Mínimo do Congresso aprovou ontem, por unanimidade, o relatório final que estabelece uma política permanente de reajuste e vincula os aumentos anuais dos aposentados ao concedido ao piso. O documento estabelece que a elevação COMBUSTÍVEIS anual para o mínimo não pode ser inferior ao repasse queda das cotações do da inflação do ano anterior, acrescido do dobro da petróleo no mercado ampliação do Produto internacional nos últimos Interno Bruto (PIB) do meses não deve provocar a mesmo período. O parecer redução do preço da passará agora por votação gasolina e do diesel no Brasil neste ano. A opinião é nos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados. de analistas do mercado A decisão tomada pela financeiro. A gasolina está Comissão Mista do Salário entre 15% e 20% mais cara do Congresso é "uma do que no exterior. (AE)

A

A TÉ LOGO

PIRELLI A Pirelli pagou US$ 1,5 bilhão por 4,77% que a Banca Intesa S.A. detinha da Olimpia.

irresponsabilidade completa que quebra o País", na avaliação do economista do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Fabio Giambiagi. As contas dele apontam para um aumento das despesas com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), do equivalente a 8% do (PIB) de hoje, para 15,7% do PIB em dez anos. "Como política permanente, é desastroso." O cálculo para a projeção do aumento das despesas com o INSS leva em conta um aumento anual de 3,5% do PIB, com o número de aposentados crescendo na mesma proporção. Se persistir a definição do relatório, o reajuste real será em torno de 7% ao ano. (Agências)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Brasil será o maior consumidor mundial de café em dez anos

L

TV digital abrirá espaço para novas redes de televisão

L

Light investe R$ 100 milhões em novo sistema de gestão comercial

D

epois de sete anos no prejuízo, a General Motors do Brasil deverá fechar 2006 no azul. Não será um resultado expressivo, mas mostra uma tendência positiva para a empresa, segundo o vice-presidente da montadora, José Carlos Pinheiro Neto. Apesar de não revelar números, o executivo explicou que a melhora no balanço é resultado de um forte trabalho de redução de custos iniciado há alguns anos. "Tivemos que reduzir os custos para enfrentar a enorme competição do setor tanto no mercado interno quanto nas exportações", afirmou. Há quatro anos, havia apenas quatro montadoras instaladas no Brasil e, atualmente, já são 17. Os resultados negativos da empresa, no entanto, se devem a diversas razões. O dólar extremamente desfavorável à exportação é um deles, segundo Pinheiro Neto. "Nenhuma exportação atualmente é vantajosa. Independentemente do modelo, o resultado é negativo." A previsão da montadora é de obter neste ano uma receita de US$ 1,6 bilhão com exportação, mesma cifra alcançada no ano passado. O volume, no entanto, deverá cair entre 25% e 30%, ante as 208 mil unidades vendidas ao mercado externo

em 2005. "Elevamos o preço dos produtos em 30% em média para compensar o câmbio e a conseqüência disso foi a redução das vendas em volume", afirmou o executivo. Expectativa – Segundo Pinheiro Neto, a expectativa é de que o volume se mantenha estável em 2007, quando o mercado financeiro prevê dólar cotado a R$ 2,40. Para o vice-presidente da GM do Brasil, a exportação só volta a ser interessante para a empresa a partir de um dólar a R$ 2,70. Segundo ele, com a moeda a R$ 2,60 já conseguiria empatar seu resultado. O executivo fez questão de frisar, no entanto, que o fechamento de fábricas não faz parte da estratégia de recuperação da empresa. "Desligamos 900 funcionários em São José dos Campos (SP), mas contratamos 970 em Gravataí e estamos em fase de contratação de 300 novos engenheiros para a unidade de São Caetano do Sul." Segundo Pinheiro Neto, os engenheiros de desenvolvimento da GM no Brasil trabalham atualmente no projeto do Hummer 3, com volante do lado direito. O automóvel deverá ser produzido na África do Sul e ser vendido nos mercados da Europa que utilizam esse tipo de direção. "Estamos em um mercado globalizado."

Estudos – Segundo Pinheiro Neto, há vários grupos de estudos na empresa avaliando formas para melhorar o desempenho da montadora. Estender o modelo de produção de Gravataí (RS) para as outras unidades é uma delas. O complexo, que agrupa 21 sistemistas, que trabalham na entrega "just in time" para a companhia, é extremamente automatizado e conta atualmente com 150 robôs nas linhas de produção. A unidade gaúcha, assim como a de São Caetano do Sul, trabalha a plena capacidade. Já a planta de São José dos Campos mantém certa ociosidade. O índice não foi revelado pelo executivo. "Estamos adequando a produção de acordo com a necessidade e comportamento do mercado", garantiu. Não à Renault – Tamb ém ontem, nos Estados Unidos, o presidente mundial da General Motors, Rick Wagoner, afirmou que o Conselho de Administração da montadora rejeitou por unanimidade, e sem abstenções, a estruturação de uma aliança com as montadoras Renault e Nissan. "Após uma discussão abrangente, o Conselho determinou que a estrutura de aliança proposta por Renault-Nissan não estava entre os melhores interesses dos acionistas da GM", disse Wagoner. (Agências)

Divulgação/AE

Prisma é a nova aposta

A

pós 18 meses e investimentos de US$ 240 milhões, utilizados no desenvolvimento do produto e na duplicação da capacidade da unidade de Gravataí (RS), onde o modelo será produzido, a General Motors (GM) apresentou ontem o seu novo sedã, o Prisma, com motor 1.4 flex. O modelo é uma aposta da empresa para elevar sua participação no mercado de veículos pequenos, um segmento que cresce 60% ao ano no Brasil. De acordo com o diretor de marketing da

Modelo demorou 18 meses para ser desenvolvido

empresa, Samuel Russel, a expectativa é de que o novo modelo alcance um volume de vendas entre 2 mil e 2,5 mil unidades ao mês até o final do ano. "O que deve atrair o consumidor no primeiro momento é a

novidade, mas em uma segunda fase deve contar a relação custo benefício", afirmou. O Prisma será do segmento dos veículos sedãs não populares, com motorização acima de 1.0 litro. (AE)

PROCTER & GAMBLE CONCLUI COMPRA DA GILLETTE Divulgação

O

lançamento da campanha de 30 anos dos produtos da linha Gillette Prestobarba que aconteceu ontem em São Paulo foi considerado um multievento. Além da apresentação da nova campanha publicitária para reforçar a marca, e do concurso que sorteará diversos prêmios, a Procter&Gamble (P&G) anunciou oficialmente a conclusão da aquisição da Gillette e a fusão das filiais brasileiras das duas empresas. A P&G passou a oferecer aos consumidores 300 marcas em mais de 160 países. Dessas marcas, 22 faturam mais de US$ 1 bilhão anualmente, o que a transformou na maior companhia de bens de consumo do mundo. Com a aquisição, a P&G espera elevar ainda mais suas vendas líquidas, que registraram expansão de 20% em relação a 2005, para um total de US$ 68 bilhões no ano fiscal que se encerrou em junho de 2006. Mais três categorias de produtos passam para o casting da marca: aparelhos e cuidados para barbear e depilar, higiene oral e baterias. No Brasil, a empresa assume o con-

Claudia Raia e Edson Celulari protagonizam a campanha de 30 anos

trole de quatro unidades fabris: duas em São Paulo, nas cidades de Louveira e Anchieta, uma em Salvador (BA) e outra em Manaus (AM). Marca reforçada – O diretor de Marketing da Gillette, Luís Fernando Quintano, explicou que a campanha publicitária de comemoração pelos 30 anos da marca Gillette Prestobarba tem o objetivo de reforçá-la junto aos consumidores. A escolha do casal de atores Edson Celulari e Cláudia Raia para protagonizar os comerciais tem o objetivo de fixar as vantagens do uso da linha de pro-

dutos tanto para homens quanto para mulheres. Concurso –Em outra ação comemorativa, a P&G lançou o concurso "Gillette Prestobarba. Há 30 anos com você e nos próximos 30 também!". Serão 31 prêmios distribuídos em sorteios nos dias 16 de outubro, 14 de novembro e 20 de dezembro. São dez automóveis Celta Life 1.0 FlexPower, além do sorteio que oferece R$ 1 mil por mês durante 30 anos na forma de Certificado Ouro. O investimento total da promoção supera R$ 1 milhão. Paula Cunha


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Empresas Nacional Tr a b a l h o Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

400 MIL BANCÁRIOS ENTRAM EM GREVE

5

29,6

por cento das brasileiras ocupadas sustentam suas casas

JÁ SÃO 2, 7 MILHÕES AS CHEFES DE FAMÍLIA NO BRASIL, 20,9% A MAIS QUE HÁ QUATRO ANOS, SEGUNDO IBGE

MULHERES ASSUMEM CONTAS DA CASA Marcos D'Paula/ AE

O Bancários pararam em sete estados ontem e estenderão hoje a greve, por aumento salarial, para todo o Brasil.

Bancários param hoje M ais de 1,3 mil bancários da base de São Paulo e Osasco aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de hoje, após rejeitarem, em assembléia realizada ontem à noite na Quadra dos Bancários, a proposta de reajuste salarial de 2,85% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a greve começará nas ruas do centro, irá para a Paulista e demais bairros. "O objetivo é dar visibilidade à categoria e forçar uma nova rodada de negociação, com aumento real e melhora no valor da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR)", afirmou o presidente do sindicato, Luiz

Cláudio Marcolino. A categoria, que tem 400 mil trabalhadores no País e 106 mil na base de São Paulo e Osasco, reivindica, além da reposição da inflação, 7,05% de aumento real e Participação nos Lucros ou Resultados de 5% do lucro líquido distribuído igualmente entre os trabalhadores, mais um salário bruto e R$ 1,5 mil. A data-base é 1º de setembro. Melhora – No dia 26, os bancários fizeram paralisação nacional de 24 horas. Com isso, a Fenaban ofereceu 2% de reajuste, e valor da PLR nas mesmas regras do ano passado: 80% do salário mais R$ 816 (com a aplicação do índice). A novidade foi o adicional de R$ 500 para funcionários de bancos que tiverem aumento

no lucro líquido acima de 25%, em relação ao ano passado. Na reunião de terça-feira, convocada a pedido do Comando Nacional dos Bancários, além dos 2,85%, a Fenaban ofereceu os 80% do salário mais R$ 823 de PLR, e subiu o adicional para R$ 750, para funcionários de bancos com lucros 20% maiores. Passeata – Hoje às 17h, a categoria fará passeata que sairá da Praça Patriarca e percorrerá as ruas do centro para avaliar o movimento e decidir se a greve continua na sexta-feira. Para os consumidores, a Fenaban recomenda que, nos dias de greve, utilizem caixas eletrônicos, telefone, internet ou estabelecimentos comerciais como lotéricas. (Agências)

Outras tendências também sáveis ganhavam menos de número de mulheres que pagam pelo levam à situação retratada na t rê s s a l á r i o s m í n i m o s e m m e n o s 7 0 % d a s pesquisa, segundo ela: a redu- agosto, na parcela da populadespesas da casa ção do número de filhos e a ção ocupada feminina em geestá em crescimento no País. "mudança nos arranjos fami- ral esse percentual sobe para Pesquisa realizada pelo Insti- liares", já que muitas mulheres 81,6%. No grupo das trabalhatuto Brasileiro de Geografia e vivem sozinhas com os filhos, doras com cinco salários míniEstatística (IBGE) nas seis sem um cônjuge. Pela pesqui- mos ou mais, há mais chefes principais regiões metropoli- sa, 50,6% vivem sem cônjuge e da casa (12,7%) do que ocupatanas mostra que já são 2,7 mi- com filhos; 24,4% vivem com das em geral (10,4%). lhões as mulheres que susten- cônjuge; e 17,5% vivem sós. Mercado – Apesar das noParadoxo – A pesquisa mos- vas tendências, os domicílios tam o lar. Elas trabalham principalmente em serviços do- tra ainda um paradoxo nesse sustentados pelas mulheres mésticos, educação, saúde e grupo de ocupadas, que reúne têm rendimento bem inferior administração pública. ao mesmo tempo baixa escola- aos providos pelos homens, Em agosto de Agência Brasil acompanhando 2006, período ao a característica qual se refere a que ainda perpesquisa, entre siste no mercado as 9,06 milhões de trabalho. Em agosto, a renda de mulheres ocupadas nas total em domicílios cujos princiseis regiões, 29,6% eram respais responsáponsáveis pelo v e i s e r a m h osustento dos mens chegava a seus domicílios, R $ 2 . 11 6 , 2 8 , percentual sumuito superior perior aos 28,7% ao rendimento apurados em de, em média, agosto de 2002. R$ 1.503,99 apurado em domicíEm quatro anos, Famílias se modificam e há mais mulheres pagando as contas o número de lios sustentados mulheres que estão nessa si- ridade e salários acima da mé- pelas mulheres. tuação cresceu 20,9%. Apenas 29% das trabalhadodia. Enquanto 55,8% da popuEmancipação – Luciene Ko- lação ocupada feminina nas ras que sustentam seus domizovitz, analista da pesquisa, seis regiões metropolitanas cílios possuem carteira assinadisse que o aumento da parti- têm 11 anos ou mais de estudo, da. A maior parte delas está cipação das mulheres como esse percentual cai no caso es- vinculada a ocupações sem principais responsáveis pelas pecífico das mulheres que são carteira ou trabalham por condespesas é uma tendência que responsáveis pelo orçamento ta própria, ambas formas de invem se consolidando nos últi- familiar: 45,2%. Além disso, serção consideradas informais mos anos. A mudança está re- 38,4% delas não concluíram o pelo IBGE. A informalidade lacionada a alterações sócio- ensino fundamental. reflete o alto percentual culturais, como a própria Por outro lado, enquanto (21,9%) das que trabalham em emancipação feminina. 78,6% das principais respon- serviços domésticos. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

TURISMO - 1

´

BRASILIA

Jorge Arcejo/Folha Imagem/28-01-2006

Rafael Neddermeyer/AE

PRESIDENTE LULA: UM EXEMPLO DE TURISTA Apesar de serem oficiais e cheias de cerimônias, as inúmeras viagens que Lula colecionou durante o governo são de causar inveja a qualquer um. Pág. 4

O roteiro cívico

E m época de eleições, nada mais interessante que viajar ao coração do País e conhecer de perto a chamada cidade projetada – ou, como ficou conhecida nos últimos tempos, 'terra dos mensalões' –, onde nossos políticos decidem o futuro desta nação verdeamarela. O roteiro cívico pela capital do País ainda tem uma pitada de turismo religioso e muita mordomia num resort de luxo. Págs. 2 e 3

Dudu Lima/AE

PONTOS IMPERDÍVEIS: Congresso Nacional (acima), aberto à visitação a semana inteira, assim como o Palácio da Justiça (abaixo). O belo Palácio da Alvorada (no pé), residência oficial do presidente, só abre para visitas externas. Ao ar livre, outros monumentos, como o Memorial a Juscelino Kubitschek (ao lado), criado por Oscar Niemeyer Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Joedson Alves/AE

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Pelos monumentos da capital do País Toda projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, Brasília encanta por seus monumentos. Comece a visita pelo seu centro, a Praça dos Três Poderes, e explore os lugares onde o futuro do Brasil é decidido Por Ivan Ventura

P

Ailton de Freitas/Agência O Globo

Rafael Neddermeyer/AE

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Ailton de Freitas/Agência O Globo

De cima para baixo: turistas visitam o Salão Oval do Palácio do Planalto, onde o presidente se reúne com seus ministros; a imponente Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, projetada por Niemeyer; a Torre de TV, que ficou famosa por ser o melhor ponto para se ter uma vista panorâmica da cidade. Aos seus pés a vista já é interessante, imagine, então, o visual lá de cima

ara uma cidade que abriga os nomes mais conhecidos da política nacional, nada mais apropriado que uma valorização ao turism o c í v i c o b r a s i l e i ro . E s s a é Brasília – a capital do País e do pequeno Estado do Distrito Federal –, inicialmente conhecida como a cidade projetada e hoje com o jocoso apelido de terra dos mensalões. De certa forma um paradoxo entre justiça e injustiça, já que a nossa capital abriga boas atrações de entretenimento. A história do surgimento da cidade é cercada por misticismo, algo que orgulha os mais de 2 milhões de habitantes da cidade. Conta a lenda que Dom Bosco (santo italiano, nascido em 1815 e fundador da Ordem dos Salesianos) teve em agosto de 1883 um de seus famosos sonhos e o descreveu da seguinte forma: "Entre os paralelos 15º e 20º havia uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente, uma voz assim falou: '...quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível...'". Muitos diziam que era uma clara referência à Brasília (a cidade realmente está localizada entre os paralelos 15 e 20) e lá existe o Lago Paranoá. Em contrapartida, vale destacar que o lago é artificial e em dezembro de 1956, antes mesmo do início da construção do Plano Piloto da cidade, ficou pronta a Ermida Dom Bosco, às margens do Lago Paranoá, exatamente na passagem do paralelo 15. Misticismo à parte, a mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília foi idealizada durante uma promessa de campanha de Juscelino Kubitschek: em 4 de abril de 1955, o ex-presidente disse em um comício eleitoral que mudaria o endereço da residência oficial e o local de trabalho do presidente. Já eleito, ele apresentou a proposta ao membros do Congresso Nacional, aprovado por unanimidade. Logo teve início um concurso que escolheria o melhor desenho arquitetônico de Brasília. O vencedor foi o arquiteto Lúcio Costa que, aliás, tem um museu em sua homenagem na cidade, localizado no subsolo da Praça dos Três Poderes, o ponto central da cidade. Lá é possível descobrir, por exemplo, que o plano piloto escolhido foi produzido às vésperas do encerramento do concurso e entregue na última hora, literalmente. Avião? – Outra história contada aos freqüentadores do museu é que Costa não queria participar do concurso, mas foi persuadido da idéia por amigos. E mais uma curiosidade: o arquiteto detestava a comparação da cidade a um avião, hoje enraizada na cultura da população local. Certa vez, confrontado com a comparação, ele disparou: "é apenas uma cruz, onde no centro está localizado os Três Poderes (Judiciários, Legislativo e Executivo)". Na planta original, o corpo do avião é Avenida dos Ministérios e as asas os Eixos Norte e Sul da cidade. Principalmente por conta da mudança da capital para Brasília, Juscelino também foi homenageado e tem um memorial próprio. Projetado por Oscar Niemeyer e idealizado pela eterna companheira do ex-presidente, Dona Sarah Kubitschek, o memoLeopoldo Silva/AE

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Evana Clicia Lisbôa Sutilo Editora Ilustrações Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

rial está localizado na Praça do Cruzeiro, no Lado Oeste da cidade. Lá, os curiosos pelo ex-presidente podem ver roupas que foram usadas por elea, além de vestimentas de Dona Sarah (entre elas a usada na posse e na inauguração da cidade), objetos pessoais, fotos, textos da época e ainda o caixão onde está conservado o corpo do próprio Juscelino. Índio – Em frente ao memorial de JK, os turistas patriotas ainda podem visitar o Museu do Índio, onde são contadas histórias de tribos que habitam ou habitaram o País. A mostra vitalícia revela os objetos rudimentares de caça, cozinha, fotos, entre outras informações. É garantia de revelações aos curiosos sobre os primeiros e legítimos brasileiros antes do descobrimento e povoamento do Brasil. Além de visitas ao passado, as pessoas podem testemunhar os atuais rumos do nosso País. Para isso basta visitar os corredores dos prédios dos Três Poderes, também com portas abertas aos turistas. O Congresso pode ser visitado nos sete dias da semana, mas deve-se observar os horários de visitação que mudam de acordo com o dia. Já o Palácio da Justiça está aberto de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Por fim, o acesso ao Palácio do Planalto só pode ser feito com visitas agendadas. E não esquecer da maior bandeira brasileira que existe no país, hasteada na Praça dos Três Poderes, e com trocas (com direito a muita pompa militar) nos domingos de manhã. Tem ainda o cardápio principal do passeio cívico, ou seja, o local de trabalho das pessoas que gerenciam o Brasil. É o caso da residência oficial do presidente da República, o Palácio da Alvorada – nesse caso, aberto apenas para visitas externas. E fique atento a um fato curioso: os turistas não precisam entrar na residência oficial para saber se o presidente está ou não no local. Basta observar os dois mastros em frente ao palácio: se duas bandeiras (a nacional e a do presidente) estiverem hasteadas, o presidente está em casa. Se só a bandeira brasileira estiver tremulando no alto, o presidente está viajando. Para variar... Igrejas – Outro destaque da cidade é o chamado turismo religioso. Brasília é abrigo de diversos templos religiosos e dos mais variados estilos arquitetônicos. Dentre elas, a mais conhecida é a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Inaugurada em maio de 1970 e projetada por Oscar Niemeyer, o visitante mais atento tem a impressão de que a arquitetura do lugar assemelhase aos principais elementos da Santa Ceia: o cálice, a coroa de Jesus Cristo e o pão. Nos registros históricos da época da inauguração, Niemeyer teria negado a semelhança com os três elementos, alegando que "apenas criava obras abstratas, nada concreto". Mas que parece, parece... Por último, mas não menos importante, pois poderia ser o marco zero do passeio por Brasília está a plataforma de 75 metros de altura, construída para servir de mirante e agora denominada como a Torre de TV. Dali é possível enxergar a Praça dos Três Poderes, o Lago Paranoá, a Catedral... É o local ideal para se ter uma idéia completa do roteiro cívico da cidade. Viagem oferecida pelo Quality Resort Lakeside

Rose Saconi/AE

Celso Júnior/AE

Sérgio Dutti/AE

De cima para baixo: a Praça dos Três Poderes, que é o ponto central da capital do Distrito Federal – o centro do que os locais costumam chamar de avião (o projeto da cidade lembra uma aeronave). O Memorial a Juscelino Kubitschek, obra de Niemeyer, com um pôr-dosol alaranjado ao fundo, conhecido por sua beleza. E os belos vitrais da Igreja Dom Bosco


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

TURISMO - 3

Roberto Castro/AE

Paranoá: a praia brasiliense Artificial, o lago ficou conhecido como 'o oásis em meio ao cerrado' – um lugar ideal para a prática de esportes aquáticos e passeios em família

Cartão-postal e patrimônio ambiental da cidade, o lago é referência para atividades de lazer, recreação, turismo e esporte, principalmente o windsurfe. Hoje, ganhou status de uma das maiores marinas do Brasil

"O

mar de Brasília é o céu", a f r a s e d o a rquiteto e idealizador do plano piloto de Brasília, Lúcio Costa, realmente reflete a realidade hidrográfica de Brasília, mas difere quando confrontado com a representatividade do artificial Lago Paranoá. O local é um oásis em meio ao cerrado. O mar dos brasilienses, curiosamente detém o título de terceira

maior marina do Brasil. E como todo mar, o lago é um bom lugar para banhos de sol e perfeito para prática de esportes aquáticos – entre eles o windsurfe, um esporte que utiliza uma vela acoplada a uma prancha de surfe. Falar do Paranoá é praticamente contar a história de Brasília. Para conhecer essa história, o turista deverá começar a aventura pela igreja de Dom Bosco, às margens do lago. O

local foi construído em homenagem ao tal santo italiano que teria visualizado a Capital Federal em um sonho. Em seu relato sobre o sonho, há também referência a um lago. A tal visão foi decodificada como uma clara referência a Brasília e o lago Paranoá. É visitar e tirar a própria conclusão da veracidade da história. Barragem – A única certeza, porém, é que os primeiros registros oficiais apontam que a

criação do lago, para compor a paisagem da nova capital, vêm dos estudos realizados pela Comissão de Localização da Nova Capital do Brasil, mais especificamente da Subcomissão de Planejamento Urbanístico, em 1955. Desses estudos resultou a proposta de implantação de um lago em torno da cidade, por meio da construção de uma barragem no Rio Paranoá. O fechamento da barragem do Rio deu-se em 1959 e com as

águas das nascentes veio o lago. A idéia do lago, além de contemplar a função de diluidor de efluentes, abriu as possibilidades de lazer, recreação, esporte, turismo, geração de energia e composição paisagística de Brasília. Depois de pronto, passou a ser considerado como o maior patrimônio ambiental da escala bucólica da cidade. Passados 47 anos da construção do Paranoá, o lago ganhou o status de uma das

maiores marinas do Brasil graças aos ilustres visitantes que a cidade abriga. Os deputados, senadores e alguns poucos funcionários da capital federal mais abastados importaram seus barcos e lanchas, hoje atracados às margens do lago. Quem viaja a bordo de barcos como os cataramãs podem constatar essas inúmeras embarcações – verdadeiros sonhos de consumo da maioria da população. (I.V.)

Fotos: Divulgação

RAIO X

COMO CHEGAR A partir de São Paulo, o trajeto até Brasília pode ser feito pela TAM e Gol. Pela TAM (tel.11/4002-5700, www.tam. com.br) a viagem ida-e-volta sai a partir de R$ 399. Pela Gol (tel. 2125-3200 ou 0300/7892121, www.voegol.com.br) o mesmo trajeto custa a partir de R$ 318. ONDE DORMIR Quality Hotel & Suítes Lake Side: SHTN, lt 2, Asa Norte, tel. (61) 3035-2100, site www.atlanticahotels.com.br. Alvorada Hotel: SHS Q 4, bloco A, sl Sl, Asa Sul, tel. (61) 33221122, www.alvoradahotel. com.br. Ótima opção de hospedagem às margens do Lago Paranoá. Diária a partir de R$104 por casal, com café. Blue Tree Park Hotel: SHTN, lt 1-B, Asa Norte, tels. (61) 34247000 ou 3429-8000, site www.bluetree.com.br. É um luxuoso hotel padrão cinco estrelas que, com o Blue Tree Towers Brasília, forma o Complexo Blue Tree Alvorada. É considerado o maior complexo hoteleiro de Brasília, com mais de 800 apartamentos. Diária a partir de R$130 por casal, com café. ONDE COMER E BEBER Brasil Vexado: Clsw 105, bloco C, lojas 118/120, Sudoeste, tel. (61) 3233.4443. O restaurante funciona há cinco anos e oferece típica comida nordestina . A especialidade é a carne de sol servido em quantidades para 1, 2 ou 4 pessoas. Alice: Ql.11, conjunto 9, casa 17, Lago Norte. Com uma ótima adega de vinho, oferece cozinha francesa. Babel: Comercio Local Sul, quadra 215, bloco A, Ij.37. Orestaurante se especializa em cozinha contemporânea. Bargaço: Comercio Local Sul, quadra 405, bloco D, Ij.36, Especializado em comida baiana.

Com todo luxo, a 2 quilômetros do Palácio do Alvorada

Ó

timas hospedagens e especialistas em cuidados com o corpo são características e o cartão de visita do Quality Resort Lakeside, localizado as margens do Lago Paranoá e a menos de 2 km do Palácio da Alvorada – a residência oficial do presidente. O que chama a atenção no empreendimento é o recéminaugurado Golden Spa, considerado um dos melhores e mais bem aparelhados centros estéticos do País. O Golden Spa conta com profissionais experientes, equipamentos de ponta para dezenas de tratamentos e dispõe ainda de uma vista privilegiada para o Lago Paranoá. Lá existe desde a tradicional drenagem linfática até a talassoterapia, que utiliza algas, sais minerais e outros elementos do mar em banhos de imersão. Outro tratamento dife-

renciado é a fangoterapia – método que conta como componente terapêutico o fango, espécie de argila medicinal extraída do fundo do Lago da Patagônia. A carboxiterapia, última novidade no tratamento da celulite, também já faz parte do cardápio. O Quality Resort Lakeside, inclusive, oferece diárias que dão acesso aos serviços do spa por preços a partir de R$ 290, com hospedagem, avaliação física, nutricional e fisioterápica, além de refeições no bistrô terapêutico. Também integram o pacote atividades alongamento, caminhada, musculação, hidroginástica, aula de tênis, dança de salão e palestras sobre bem-estar. Tratamentos faciais e corporais – como a massagem facial relaxante e a limpeza de pele – podem ser incluídos à parte, com preços que variam de R$ 40 a R$ 190.

O moderno spa é um dos principais atrativos do complexo

À beira do Lago Paranoá, o resort oferece boas acomodações e completa infraestrutura, com piscinas e quadras

De passagem – Outra opção é o pacote apenas para aqueles turistas de passagem por Brasília. Uma boa dica é aproveitar os pacotes matutinos (Golden Morning) ou vespertinos (Golden Afternoon), ambos a partir de R$ 380. Outras opções, por R$ 550, são o Day Spa Desintoxicante – programação de um dia com direito a ginástica, drenagem facial, gomage,

entre outros tratamentos – e o Day Spa Wellness, com a mesma duração e mais indicado para os que desejam priorizar o relaxamento. Além da vista maravilhosa do Lago Paranoá, os hóspedes podem se aventurar em um dos esportes náuticos praticados na região, graças à marina disponibilizada dentro da unidade. Piscinas, duas quadras

de tênis, uma quadra poliesportiva, um campo de areia e bicicletas para passeios também estão disponíveis no complexo. O empreendimento oferece traslado gratuito com van de luxo para a Esplanada dos Ministérios e principais pontos turísticos e shoppings de Brasília, bem como internet banda larga como cortesia nos apartamentos. (I.V.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

CURIOSIDADE

Seguindo os passos do presidente Com uma média de quase três países diferentes visitados por mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um exemplo de turista viajado. Nos três primeiros anos de governo foram nada menos que 85 visitas aos cinco continentes. No rol de destinos, dos vizinhos da América do Sul aos mais exóticos, como Botsuana, na África Por Renata Neves

Q

uem é que não gostaria de conhecer quase 50 países diferentes em apenas três anos? Até mesmo o mais caseiro dos viajantes ficaria tentado com uma proposta desse tipo. E, por mais impossível que ela pareça, ela é real para pelo menos um brasileiro: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só nos três primeiros anos de governo, Lula visitou 48 nações. Se contarmos as re-

petições, foram 85 visitas a outros países, média de 2,6 países a cada mês, de acordo com o novo livro Viagens do Presidente, da Editora Record. "Senhoras e senhores, atenção. Daqui a pouco estaremos chegando. O problema é que ninguém sabe aonde exatamente". A frase, de Lula, foi dita em janeiro de 2004, no trajeto de Mumbai, na Índia, a Genebra, na Suíça, mas poderia ter ocorrido em centenas de outras ocasiões. Como bem retratam os jornalistas e autores do

livro Eduardo Scolese e Leonencio Nossa, Lula não gosta de ficar no gabinete dependente de fax, telefone e internet. Gosta de contato físico, de olho no olho, tête-à-tête. Segundo dados disponíveis no site do Palácio do Planalto, por ano, Lula viajou à África ao menos uma vez, cerca de dez vezes para a América Latina e fez entre três e quatro viagens para a Europa. Isso sem falar nas viagens nacionais – em média um município a cada quatro dias. Ucrânia,

Emirados Árabes, Líbia, São Tomé e Príncipe, Damasco, Guatemala, Gabão, Áustria, Namíbia, além dos mais conhecidos Itália, Espanha, Portugal, Estados Unidos e os irmãos da América do Sul são alguns dos destinos visitados. Na lista de viagens do presidente consta até o registro de uma visita à cidade de Gaborone, em Botsuana, país africano pouco conhecido. Ainda de acordo com o site, o ano que o presidente mais viajou para o exterior foi o

primeiro ano de governo, 2003, com 35 viagens. Seguido de 2005, com 29 viagens. Por 14 vezes o presidente decolou do Brasil rumo à Europa e por quatro vezes à África. Em uma delas, uma das viagens mais longas de seu mandato, começou a visita pela Itália, seguindo para Camarões, Nigéria, Gana, GuinéBissau e Senegal. Na América do Sul foram cerca de 40 viagens. Lula visitou todos os países do continente. Os recordistas de visitas

são Argentina, sete vezes, Venezuela e Peru, com cinco passagens, e Paraguai, Colômbia e Bolívia, com quatro viagens. O presidente também foi a alguns países árabes e para a Ásia, onde visitou a Coréia, o Japão, a Índia e a China. E se tudo correr como demonstram as pesquisas, Lula não irá parar por aqui. “É a viagem que eu gostaria de fazer”, declarou Lula ao comentar a decolagem do astronauta brasileiro Marcos Pontes ao espaço. É esperar para ver.

VOLTA AO MUNDO Conheça alguns dos destinos visitados por Lula CAIRO (EGITO)

AGRA (ÍNDIA)

MOSCOU (RÚSSIA)

Jorge Aracejo/Folha Imagem/28-01-2006

Alan Marques/Folha Imagem/08-12-2003

Eduardo Knapp/Folha Imagem/18-10-2005

Álbum de família: casal presidencial em visita às históricas pirâmides

P

o u c o s s e c a n d i d a t ariam a cruzar o Oceano Atlântico para conhecer uma metrópole acelerada, de trânsito caótico e população pouco menor que São Paulo. Mas as mais remotas aulas de História indicam que Rio Nilo é uma palavra mágica. E quem se importa que ele esteja hoje cercado de altos prédios empresariais? Nenhum arranha-céu é capaz de tirar o fascínio do Egito e de sua capital, Cairo. Definitivamente, não dá para subtrair do Egito sua natureza abundante, seu deserto, seu Rio Nilo e suas pirâmides. Elas somam cerca de 80, mas o que todo mundo quer ver são as pirâmides de Gizé –

"V

ir aqui e não vir ao Taj Mahal era como não vir à Índia", disse o presidente quando esteve no país, em janeiro de 2004. E não é só Lula que pensa assim. O maior monumento dedicado ao amor do mundo recebe 10 milhões de turistas todo o ano, sendo 2,5 milhões de estrangeiros. O maior símbolo da Índia fica na cidade de Agra, a 200 quilômetros da capital Nova Déli, e levou mais de 20 anos para ser construído. Mas nem só de Taj Mahal vive Agra. Também deve constar

CUZCO (PERU) Flávio Florido/Folha Imagem/24-05-2006

A

s roupas coloridas que o presidente Lula vestiu quando visitou Cuzco, em dezembro de 2004, são apenas uma pequena amostra da diversidade cultural do Peru. E a cidade que um dia foi a capital do império inca não poderia ser melhor destino para quem quer mergulhar na história e no misticismo peruanos. Cuzco significa em quéchua "umbigo do mundo" e não à toa. Era dali que por volta do século 13, no auge do império inca, partia toda a rede que ligava a América do Sul, toda área que hoje corresponde a países como Chile, Colômbia, Equador, Bolívia e Argentina. Uma visita à cidade, no entanto, exige paciência. Paciência para se aclimatar aos 3.400 metros acima do nível do mar.

T

Quéops, Quéfren e Miquerinos – que ficam a cerca de dez quilômetros do Cairo. As antigas tumbas dos faraós medem cerca de 140 metros de altura e foram construídas há mais de 4 mil anos. A mais antiga de todas elas, Quéops, foi construída com mais de 3 milhões de blocos de pedras – todas perfeitamente encaixadas. Isso sem falar na Esfinge, uma das obras mais antigas da humanidade que foi recentemente restaurada. Também não deixe de conhecer o Museu de Antiguidades Egípcio, criado em 1858, que guarda milhares de relíquias, entre múmias, sarcófagos, papiros, móveis e objetos da vida cotidiana dos faraós.

No coração da Praça Vermelha, com a Catedral de São Basílico ao fundo Com Marisa, nos jardins do Taj Mahal

Lula participa de cerimônia com presidentes em sítio arqueológico

Depois de algumas xícaras de mate de coca, servidas em abundância nos aviões, aeroportos e hotéis, parta para a Plaza de Armas, onde é explícito a mistura de estilos. Não se decepcione, por exemplo, ao

saber que a catedral, a Igreja da Companhia de Jesus e o palácio do governo ocupam hoje o espaço onde um dia foi um templo inca. A reciclagem arquitetônica fez da cidade um lugar ímpar e inspirador.

LONDRES (INGLATERRA) rês dias em Londres, como fez o presidente Lula, não bastam. Como vivenciar uma metrópole que tem cartões-postais tão díspares como o Palácio de Buckingham e uma roda gigante? Ou que transmite na TV as badaladas de seu Big Ben? É assim que a BBC anuncia o começo de seus noticiários todos os dias. Mas Londres tem muitas outras peculiaridades. E não estamos falando dos milhares de pubs e brechós, bom programa para qualquer hora. Londres tem mais de 300 museus e galerias de arte, tem a catedral São Paulo e os parques Hyde e Greenwich, o Picadilly

Lula Marques/Folha Imagem/07-03-2006

e, é claro, a troca de guarda inglesa. Quer um conselho? Vá com tempo de sobra.

Na carruagem real, com a rainha Elizabeth e o príncipe Philip: 'passeio' para poucos

no roteiro uma visita ao Forte de Agra, uma mini-cidade dentro de Agra, às margens do Rio Yamuna. Com tempo, vá até Fatehpur Sikri, a cidade fantasma. Imperdível.

A

Rússia é o maior país do mundo, mas não hesite em começar esta descoberta por Moscou, mais especificamente, pela Praça Vermelha. O local, que por décadas serviu como palco para o desfile do exército bolchevique, concentra alguns dos principais atrativos do país: o Kremlin, a

Catedral de São Basílico e o corpo embalsamado de Lenin. Da sede do poder russo, o Kremlin, partem as principais vias da cidade. Ao ver concluída a catedral, no século 16, o czar Ivan, o Terrível, mandou cegar o arquiteto que a projetou para que nunca mais construísse nada parecido.

TMC debate comissão e falta de lugar com companhias aéreas

E

nquanto alguns esperam, outros agem. Nesse caso, as sete maiores agências de viagens corporativas do País, agrupadas na TMC Brasil, uma dissidência do Favecc, não esperaram serem chamadas pelas empresas aéreas para negociar comissão, debater a falta de lugares nos aviões e saber os planos de crescimento e de parceria com as agências brasileiras. Bernardo Feldberg, presidente da entidade, que, apesar de pequena em número de associados representou vendas de R$ 3,3 bilhões em 2005 (o Favecc, com 27 associados, vendeu R$ 3,7 bilhões), já reuniu os vice-presidentes da TAM e da Gol, Wagner Ferreira e Tarcísio Gargioni, e oito empresas aéreas estrangeiras, exatamente as que mais têm venda com a entidade: American Airlines, Air France, Lufthansa, United, British Airways, Continental, Tap e Delta. O foco da reunião foi a mudança na comissão, que tratou também de outros problemas do diaa-dia. Estavam presentes, Bernardo Feldberg, da Carlson Wagonlit e presidente da TMC Brasil, Laura Dias, da CWT, Serafim Oliveira, da Avipam, Reifer de Souza Júnior e Antonio Cubas, da Maringá, Carlos Marcos Soares Durães, da BBTur, Nelson Spielmann, da BTI, José Marques, da Amex Business Travel, e Eduardo Vasconcellos, da Kontik. O presidente da TMC disse que as reuniões foram bastante satisfatórias, com bom diálogo e boas perspectivas de crescimento da oferta de assentos a médio e longo prazos. Comissão zero – Com relação à comissão, os associados da TMC dizem estar preparados para a comissão zero, já que muitos clientes já trabalham com o management fee (tarifas netas e contrato

de prestação de serviços com as empresas-clientes), mas pedem que se houver mudança, que seja avisada com antecedência e que seja para todos os segmentos, para que haja um processo único. Segundo Feldberg, como há muitos "vasos comunicantes" no turismo, a comissão (zero ou não) unificada é a melhor solução. Ele dá o exemplo das tarifas de operadoras que acabam aparecendo em outros segmentos, ou os Estados que pagam 9%/10% e os que pagam 6%/7%, e ainda as tarifas web, que chamam a atenção do passageiro, mas não pagam comissão. Segundo ele, são casos de regras diferentes para canais ou regiões diferentes, que trazem problemas ao mercado. No primeiro semestre deste ano, as sete agências TMC Brasil venderam R$ 1,626 bilhão em produtos turísticos (contra R$ 2 bilhões das 27 agências do Favecc). Hotelaria – A hotelaria é outra preocupação da TMC. Segundo o presidente, as grandes contas correntes já estão exigindo notas fiscais eletrônicas das TMCs (travel management companies), mas a hotelaria ainda está amparada pela lei, para usar os talões antigos. Para ele é preciso uma mudança imediata e conscientização por parte dos hotéis. E também o estímulo ao pagamento com cartão de crédito, que resolve o problema. Dos R$ 3,3 bilhões de vendas em produtos turísticos das sete agências da TMC Brasil, 20% são referentes à parte hoteleira, ou cinco milhões de pernoite ao ano. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Esta lei fará com que este país seja um lugar seguro para todos George Bush, presidente dos Estados Unidos

Internacional ISRAEL AFP

EUA e México separados por um muro de 1.200 km Não há como evitar a migração de mexicanos para os EUA por meio de leis ou obstáculos físicos Felipe Calderón, presidente recém-eleito do México

O projeto de lei já havia sido aprovado na sexta-feira passada pelo Congresso americano e foi a única medida que sobreviveu a uma tentativa de realizar uma reforma das leis migratórias americanas. O controle da migração de mexicanos não pára aí. A lei aprovada ontem por Bush prevê, ainda, um controle ao longo de toda a fronteira terrestre e marítima. Reação – Antes mesmo da aprovação, o governo mexicano havia reagido à idéia. Vicente Fox encaminhou uma nota ao presidente norte-americano pedindo que vetasse a lei. Os Estados Unidos prometeram, na última terça-feira, analisar com cuidado o pedido. Mas de nada adiantou.

Bush acabou confirmando a posição do Congresso. Após tomar conhecimento da decisão de Bush, o chanceler mexicano Luis Ernesto Derbez classificou a aprovação da lei como uma afronta à relação entre os dois países. a reação do presidente eleito Felipe Calderón, cuja posse está prevista para 1º de dezembro, não foi diferente. Para Calderón, não há como evitar a migração de mexicanos para os EUA por meio de leis ou até por obstáculos físicos, como o muro. Apesar da aprovação da lei por Bush e também dos recursos disponíveis para a construção do muro, especialistas americanos dizem que o total de US$ 1,2 bilhão não seria suficiente para a construção, cuja obra demandaria entre US% 6 a US$ 8 bilhões. Estimativas dão conta de que mais de 450 mil pessoas cruzem, todos os anos, a fronteira do México em direção aos EUA de forma ilegal. A forma de conter essa migração vinha sendo discutida amplamente nos últimos meses, mas ganharam força com a aproximação das eleições do Legislativo, previstas para o próximo dia 7 de novembro. (Agências)

Reuters

A

pesar do pedido do governo mexicano, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aprovou, ontem, o projeto de lei que autoriza a construção de um muro na fronteira sul com o México. Na última sexta-feira, o texto passou pelo Congresso americano, que também o aprovou. Ele faz parte de medidas dos EUA que visam conter a imigração ilegal de mexicanos pela fronteira terrestre ou marítima. O projeto, que faz parte da reforma das leis migratórias dos EUA, é bastante polêmico. Para a construção do muro, cuja extensão deverá ser de 1.200 quilômetros, o presidente norte-americano liberou uma verba de US$ 1,2 bilhão. Segundo Bush, os recursos ajudarão a melhorar a tecnologia disponível para a vigilância na zona. Seriam adquiridos radares de terra e câmeras de raios infravermelhos para monitorar a migração. Após a aprovação, George Bush teria dito que é justamente isso que as pessoas querem no país, saber que os EUA estão modernizando a fronteira para poder protegê-las melhor.

Antônio Milena

É o que prevê a lei aprovada ontem pelo presidente americano George W. Bush

OS MUROS DAS DISCÓRDIAS – A continuação da construção do muro que separa o distrito de Jerusalém de palestinos foi aprovado em abril último (primeira foto, no alto). A Grande Muralha da China (foto acima), que se estende por cinco mil quilômetros de leste a oeste no norte da China, atravessando quatro províncias, foi erguida para funcionar como uma proteção de dinastias chinesas contra a invasão dos hunos. Hoje, é considerada uma das sete maravilhas do mundo. Já o Muro de Berlim (foto ao lado), derrubado em 1989, dividiu por quase 30 anos a Alemanha em dois blocos, além da cidade de Berlim em Ocidental e Oriental.

Irã propõe turismo atômico Mahmoud Ahmadinejad quer mostrar que programa iraniano tem fins pacíficos Reuters

O

governo do Irã vai abrir suas instalações nucleares. Não para os Estados Unidos ou países que compõem o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou ontem que promoverá o que chamou de "turismo atômico": irá organizar visitas de turistas estrangeiros a suas instalações nucleares, segundo informações da agência oficial de notícias do Irã, a Irna. A proposta, insólita e ao mesmo tempo provocativa, não é apenas uma forma de responder às insistentes acusações dos Estados Unidos ao Irã, que, segundo os EUA, teriam a intenção de desenvolver a bomba atômica. O governo de George W. Bush tem exigido que o Irã suspenda os tra-

Ahmadinejad: proposta insólita

balhos de enriquecimento de urânio. Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a dizer que não suspenderá os trabalhos. Tour – Ao mesmo tempo em que voltou a defender seu direito de continuar com seu programa nuclear, Ahmadinejad informou que abrirá as instalações para visitantes. A idéia se-

ria a de mostrar ao mundo inteiro que os trabalhos de enriquecimento de urânio que vêm sendo desenvolvidos pelo Irã não têm fins bélicos. O diretor nacional da Organização da Herança Cultural, Esfandyar Rahim-Moshaei, disse que o presidente iraniano quer, com a proposta, provar que as atividades têm finalidade pacífica. Ontem, Rahim-Moshaei teria dito a jornalistas que o Irã já estaria se organizando para encontrar uma forma para que turistas tenham acesso às instalações nucleares, apesar de não ter detalhado quais as instalações que seriam abertas para visitação. O anúncio foi feito dias após o Conselho de segurança d ONU ter determinado que Teerã suspenda o programa de enriquecimento de urânio. (Agências) Reuters

CORÉIA governo chinês pediu O anteontem que a Coréia do Norte "mantenha a calma e a contenção", após o anúncio na quarta-feira, da intenção norte-coreana de realizar um teste nuclear. Em comunicado do Ministério das Relações Exteriores, o governo chinês pediu que a situação seja resolvida pelo diálogo, "e não tomando medidas que piorem a situação". A China é país que mantém melhor relações com o regime nortecoreano.Ontem, um funcionário da Defesa dos Estados Unidos disse, sob anonimato, que os americanos detectaram atividades em locais que podem ser campos de testes da Coréia do Norte. Um movimento pouco usual de veículos e outros sinais indicariam os preparativos no país. Os EUA já haviam condenado a medida.

Ó RBITA

VISTO Comissão Européia anunciou ontem que A recomendará aos países da União Européia (UE) a imposição de exigência de visto para viagens de diplomatas americanos aos países do bloco, porque os EUA recusam-se a oferecer livre trânsito aos diplomatas das 25 nações que compõem a UE. Friso Roscam Abbing, porta-voz da UE, disse que os ministros da Justiça e do Interior dos 25 países do bloco debaterão hoje a recusa americana em conceder livre trânsito aos diplomatas de Chipre, Grécia, Malta

CONDOLLEZA secretária de Estado americana, Condoleezza A Rice, deu um apoio decisivo ao presidente palestino, Mahmud Abbas, do partido laico Fatah, que está em uma difícil queda-de-braço com o grupo islâmico Hamas, do primeiro-ministro Ismail Haniye. "Sentimos uma grande admiração por você e sua gestão", disse Rice a Abbas, em uma visita a Ramallah. Na Arábia Saudita, Rice criticou o governo de Haniye por não reconhecer o Estado de Israel. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

9

3,60

por cento foi a alta do Ibovespa, principal índice de Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ontem.

4/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 02/10/2006 02/10/2006 02/10/2006 02/10/2006 02/10/2006

P.L. do Fundo 9.413.332,34 1.452.657,32 7.804.270,62 18.198.365,08 1.288.202,56

Valor da Cota Subordinada 1.200,405130 1.095,159207 1.160,165780 1.121,623561 1.100,767220

% rent.-mês -0,0721 0,0764 -0,1543 0,1125 -0,1620

% ano 22,8701 9,5159 16,0166 12,1624 10,0767

Valor da Cota Sênior 1.001,156366 1.088,270802 1.101,883792 0 0

% rent. - mês 0,0579 0,0532 0,0579 -

% ano 0,1156 8,8271 10,1884 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Suplemento Especial/São Paulo, 5 de outubro de 2006

O guia da

boa saúde E o guia começa pela prevenção, o segredo da boa saúde: por isso, cada vez mais planos de saúde e hospitais investem pesado na receita de que é muito mais barato e eficiente prevenir doenças do que gastar em consultas, tratamentos e internações. Este caderno especial mostra a tendência de alguns planos de investir em hospitais e laboratórios próprios com o objetivo de prevenir, os serviços à disposição (da categoria luxo àqueles que se dedicam às classes menos favorecidas ou às pessoas com mais de 50 anos), um moderno Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional, a excelência de hospitais particulares e o avanço da medicina brasileira, referência em algumas especialidades, como a cirurgia plástica. Além da medicina alternativa, dos banhos terapêuticos à acupuntura.

Rogério Albuquerque/AFG

Laboratórios também investem no controle de qualidade. Na foto, o aparelho de tomografia computadorizada do Delboni Auriemo (unidade Morumbi), um dos maiores do País


10

Nacional Tr i b u t o s Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

VINHO

Divulgação

Rosana e Omizzolo resolveram apostar tudo na produção de vinhos de alta qualidade no Sul do Brasil

CASAL TROCA BOM EMPREGO POR VINÍCOLA PRÓPRIA

N LETREIRO

A

o nomear a vitivinícola de Cordilheira de Sant'Ana, o casal Rosana e Omizzolo quis dar ao vinho uma identidade e lembrar o consumidor onde a bebida é produzida. "Como a cultura da uva e a elaboração do vinho estão ligadas à terra, o nome também tinha que estar", diz a sócia da empresa. A região onde está o terroir Palomas, antigamente, era montanhosa. Com o tempo, a ação do vento causou as formações dos cerros, como o de Palomas. (KS)

Diferentes vinhos produzidos

SERVIÇO Quem quiser saber mais sobre os vinhos produzidos por Rosana e Omizzolo pode acessar o site www.cordilheiradesantana. com.br. O casal recebe turistas interessados na produção dos vinhos. Para visitas, é preciso ligar para (55) 9973-2620.

Em 24 hectares de área plantada, a vinícola produz vinhos a partir de seis variedades de uvas

RETORNO DO INVESTIMENTO SERÁ EM DEZ ANOS

ão demora muito para o ouvinte se sentir inebriado pela conversa do casal Rosana Wagner e Gladistão Omizzolo. Ex-executivos da multinacional francesa Pernoud-Ricard, eles decidiram sair da empresa para tocar seu próprio negócio – uma vitivinícola no Rio Grande do Sul, a Cordilheira de Sant'Ana. Ambos deixaram para trás carreiras promissoras para investir na região mais pobre do estado, segundo Rosana. Detalhe: não existe previsão de retorno do investimento de R$ 2 milhões antes de dez anos. Só para se ter uma idéia do emprego que os dois tinham, a Pernoud-Ricard, que fabrica o whisky Chivas, é a segunda maior empresa de bebidas do mundo. No ano passado, lucrou mais de 600 milhões de euros e cresceu 32%. Omizzolo e Rosana sempre trabalharam com vinho. Ele foi estudar enologia com apenas 15 anos em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e depois se formou em farmácia bioquímica. Nas férias, trabalhava na vinícola Aurora. De lá, saiu direto para a Seagram do Brasil, onde ficou por 28 anos. Em 2001, quando a Pernoud-Ricard comprou a Seagram, Omizzolo continuou na empresa. Rosana, por sua vez, ao terminar a faculdade de engenharia química, foi trabalhar na National Distillers do Brasil. Conheceu o futuro marido quando a Seagram comprou a Almadén, em 1989, e passaram a trabalhar juntos – ele foi chefe dela por 14 anos. Em 1999, viraram sócios ao montar o projeto Campanha Gaúcha na região de Palomas, no município de Sant'Ana do Livramento. Casaram-se há quatro anos. Cacho perfeito "A experiência – Gladistão foi o primeiro a levar uva para Petrolina – e diversos estudos avalizaram que o melhor lugar para o plantio de uvas no País é a região próxima à fronteira com o Uruguai", diz Rosana. Diferentemente da maioria das vinícolas brasileiras, que surgiram a partir de negócios familiares sem que houvesse a chance da escolha do t er roi r ideal, a Cordilheira de Sant’Ana – a 10 quilômetros da fronteira – nasceu com o único objetivo de um dia obter o cacho de uva perfeito. Bento Gonçalves, a outra região produtora de vinho no

A região de Palomas, onde ficam as videiras da Cordilheira de Sant´Ana, é geograficamente perfeita para a plantação de uvas de qualidade. O local está em linha com Nova Gales do Sul, na Austrália, e Stellenbosh, na África do Sul. Divulgação

Fotos: WValente/AFG

Rio Grande do Sul, ao contrário da Campanha Gaúcha, surgiu devido à grande concentração de imigrantes italianos. Qualidade A expressão francesa terroir designa o conjunto de condições de cultivo que influenciam a qualidade do vinho. A região de Palomas, por exemplo, está a uma altitude média de 200 metros e a 31º de latitude sul. Grandes regiões vinícolas, como Nova Gales do Sul, na Austrália, e Stellenbosh, na África do Sul, estão no mesmo paralelo, entre 30º e 50º ao norte e 30º e 50º ao sul. Bento Gonçalves está fora dessa faixa. "Nosso projeto foi muito bem planejado", conta Rosana. Mas o casal não foi o único a levar a sério o estudo de zoneamento agroclimático para a cultura da videira, feito em

EMPREENDEDORES O casal cuida de todos os passos da produção e, depois, degusta os vinhos junto. Divulgação

Rosana e Omizzolo investiram mais de R$ 2 milhões

1973 pela Universidade de Davis, na Califórnia (EUA), em parceira com a Universidade Federal de Pelotas e a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul. A Cordilheira de Sant'Ana tem como vizinhas duas concorrentes: Almadén, da Pernoud-Ricard, e Santa Colina, da japonesa Hombo. Em 24 hectares de área plantada (de um total de 46), o casal produz seis variedades de uva – as tintas cabernet sauvignon, merlot e tannat, e as brancas chardonnay, gewurztraminer e sauvignon blanc. A adega de produção de vinhos tem uma área de 750 metros quadrados e uma capacidade de estocagem de 155 mil litros. Tecnologia Abusando da tecnologia, todos os equipamentos e tanques são de aço inoxidável, o sistema de refrigeração e remontagem dos vinhos é automático e computadorizado, há também barris de carvalho e cave para envelhecimento do vinho. Rosana diz, no entanto, que

de nada adianta tecnologia se não houver boa matéria-prima. "Temos todos os cuidados para alcançar uma excelente maturação. O vinhedo é como um filho, é preciso estar sempre com ele." O casal controla a poda de inverno, a fertilização e a poda verde. "Decidimos tudo." Além disso, quantidade e qualidade, dizem, não trabalham juntas quando o assunto é vinho. "Em termos de viticultura, quando você quer fazer um vinho nobre, é importante a baixa produtividade da uva", explica Rosana. A primeira safra de vinhos foi lançada no ano passado. Os brancos Chardonay e Gewuztraminer e os tintos Cabernet Sauvignon e Merlot já estão disponíveis em alguns endereços de São Paulo, como nos empórios Essen House e Narciso e nos restaurantes Bendito Seja!, North Grill e Café Journal. Cada garrafa custa R$ 42. As compras também podem feitas pelo site da Cordilheira. Kety Shapazian

SEGREDO

S

egundo o casal Rosana Wagner e Gladistão Omizzolo, paciência e dedicação são fundamentais para ter sucesso em qualquer empreendimento, mas principalmente no deles. "Onde você ouviu um empresário esperar dez anos pelo retorno financeiro?", pergunta Rosana. "Isso, no Brasil, não existe. Os investidores querem retorno imediato", diz a empreendedora. Até agora, ela e o marido não tiram remuneração alguma da Cordilheira. "Mas a gente acredita no que está fazendo. E esse é o nosso maior trunfo", completa. (KS)

PEDRA

A

maior dificuldade, dizem os sócios da Cordilheira de Sant´Ana, é mostrar que o Brasil tem potencial para produzir vinhos finos. "Na cabeça do brasileiro, vinho bom é vinho importado. Os nacionais ainda não têm reconhecimento do público ou da crítica", reclama a sócia Rosana. Os impostos nas alturas também são um problema. "A competição é desleal porque os impostos são muito altos – eu pago de 47% a 52% de imposto para o governo. Já os importados conseguem entrar no Brasil sem o famoso 'custo-País'", reclama seu marido, Omizzolo. (KS)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: WValente/AFG

Menos de um mês de vida e Sophia já recebe a visita de médicos e enfermeiras em casa: assim é o Baby Care, um programa preventivo de assistência domiciliar para recém-nascidos

Atendimento em casa, um bom negócio para todos A assistência médica domiciliar (home care) é um setor em franco crescimento. Segundo um médico, isto se deve ao envelhecimento da população e à necessidade dos planos de saúde de reduzir custos Maristela Orlowski

A

pequenina Sophia mal completou um mês de vida e já recebe visita de médico e enfermeira em casa, embora sua saúde esteja perfeita. Na verdade, a enfermeira oferece orientações gerais à mãe, como estímulo ao aleitamento materno, medidas de higiene e cuidados com o curativo do coto umbilical. Já o pediatra avalia o bebê a fim de detectar possíveis doenças que possam ser tratadas precocemente. A iniciativa faz parte do Baby Care, um programa preventivo de assistência domiciliar para recém-nascidos, cujo objetivo é reduzir atendimentos de emergência e internação no primeiro um ano de vida por meio de orientações aos pais sobre os cuidados com o bebê. Ampliar a adesão ao aleitamento materno e o índice de vacinação também são metas do programa, que dispõe uma central de atendimento 24 horas para tirar dúvidas e forne-

cer orientações. Para a mãe de Sophia, a secretária-executiva Luciana Martins da Silva, de 34 anos, o auxílio de profissionais experientes ajuda a esclarecer dúvidas e elucidar crendices: "Não sou mãe de primeira-viagem, pois já tenho uma filha de 4 anos e 9 meses, a Vitória. Mas, mesmo assim, aprendi muita coisa que não sabia anteriormente". Luciana, que não conseguiu amamentar a primeira filha por conta de uma mastite, comenta que, desta vez, recebeu bastante orientação da enfermeira e fez tudo certinho. "Minha sogra dizia para colocar ducha de água quente nos seios para o leite sair, quando, na verdade, tem de usar compressa de água fria para 'desempedrar' o seio e favorecer a saída do leite. Também pensava que tinha que deixar o bebê mamar 15 minutos em cada peito. O certo é alternar os seios em mamadas de 30 minutos, para aproveitar bem o leite. Achei o máximo esse programa oferecido pela minha empresa", afirma Luciana, funcionária da Volkswagen.

Mercado promissor A assistência médica domiciliar ou home care dividida em internação domiciliar e atendimento domiciliar -, embora exista há mais de doze anos no sistema privado de saúde, é um setor em franco crescimento. Para o diretorexecutivo do Núcleo Nacional de Assistência Domiciliar (Nead) e diretor-técnico da Home Doctor, dr. Ari Bolonhezi, a expansão do setor é consistente, efetiva e real: "O potencial é fantástico devido a dois fatores: o envelhecimento da população e a necessidade dos planos de saúde de reduzir custos". Segundo o especialista, para a maioria dos casos, manter um paciente em casa é mais barato que no hospital. Dependendo da patologia do paciente e do hospital de origem, a redução dos custos pode chegar a 40%. "Esse tipo de serviço traz inúmeros benefícios tanto para os pacientes como para os hospitais e seguradoras. O paciente tem mais conforto e sua recuperação é rápida, há mais leitos disponíveis nos hospitais, o serviço médico torna-se mais

Luciana e o médico Dácio Damiani, do Baby Care

ágil e os convênios direcionam melhor os gastos". Segundo estimativas, pessoas acima de 50 anos são as que mais utilizam serviços de home care. No entanto, os planos atingem todas as faixas etárias, já que existem programas específicos para cada idade. Corporativo Outra tendência é atuar em programas de prevenção de doenças e promoção de saúde como forma de evitar ou adiar complicações futuras, principalmente no meio corporativo. De acordo com Bolonhezi, dentro do leque de soluções

em gestão de saúde, a Home Doctor também faz consultoria e análise de carteiras empresariais ou mesmo de operadoras de saúde, através da avaliação de risco e sinistro. "O objetivo é traçar o perfil dos usuários e dividi-los em grupos, propondo ações direcionadas a cada um. Conseguimos identificar usuários que não têm problemas de saúde, mas que necessitam apenas de programas educativo-preventivos, e também aqueles que geram altos custos". Estima-se que entre 15% e 20% dos usuários de uma carteira sejam responsáveis pelo uso de 70% a

80% dos recursos, ou seja, poucos gastam muito. "As empresas estão cada vez mais preocupadas com a redução de custos em saúde e com a qualidade de vida de seus colaboradores. Nessa área de prevenção, oferecemos uma série de programas para gestantes, recém-nascidos, idosos, doentes crônicos, como diabéticos, cardiopatas, hipertensos, pulmonares etc". Segundo Bolonhezi, atualmente, a Home Doctor conta com cerca de 55 clientes corporativos, dentre operadoras de saúde e empresas em geral. Sabesprev, Votorantin e Volkswagen são alguns deles.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ESPECIAL - 3

Planos de saúde, o sucesso de um desafio Mais de duas mil empresas de planos de saúde movimentaram mais de R$ 12 bilhões no ano passado. O índice de satisfação dos clientes é alto e as empresas continuam a investir pesado em hospitais próprios Ricardo Padue/AFG

Marcelo Min/AFG

Vanessa Rosal

O

setor de saúde é um dos mais desafiadores da nossa economia. Os números comprovam isso: mais de duas mil empresas de planos de saúde, seguros-saúde e planos de autogestão disputam um mercado de 42 milhões de vidas. As informações são da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), entidade que une, organiza e regula o segmento. Em 2005 os planos de saúde movimentaram R$ 12,41 bilhões, cerca de R$ 2 bilhões a mais do que no ano anterior. O crescimento tímido, mas significativo, vai de encontro com as estratégias utilizadas pelas empresas do setor. Hoje em dia existe todo tipo de produto nas prateleiras das operadoras de saúde. Os planos foram adequados aos diferentes bolsos: desde os pacotes de grife até os desenvolvidos para atender as classes C e D. A Samcil é exemplo disso. Fundada em 1960, sustenta o título de primeira empresa do setor a ser instalada no Brasil para atender as classes mais baixas da população. Com 590 mil beneficiários, segue na contramão do mercado. Enquanto os demais planos de saúde engordam a carteira com clientes corporativos, a operadora dá ênfase para a pessoa física. Segundo o diretor Mauro Bernacchio, 70% dos beneficiários fazem parte dos planos individuais e familiares: "Conseguimos manter essa porcentagem graças ao programa de medicina preventiva que melhora o nível de saúde dos nossos clientes". Muitas empresas já oferecem esse benefício aos funcionários e a concorrência é muito difícil: "Conquistar a pessoa física é mais fácil do que fazer a empresa trocar de plano de saúde. Mesmo assim, o objetivo é equilibrar nossa carteira, 50% empresas e 50% pessoas físicas". Trabalhar com prevenção foi uma estratégia que deu certo. Bernacchio exemplifica com a diabetes, doença crônica que não tem cura: "Nesse caso, o tratamento é feito com um grupo de profissionais, e não apenas um médico". A Samcil oferece endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta e assistente social, no caso dos clientes sem condições financeiras para comprar os remédios necessários: "Para esse público fornecemos o medicamento de graça. É mais barato controlar a doença do que sustentar uma internação". Bom para o cliente, bom para a empresa: no ano passado, a Samcil registrou faturamento de R$ 340 milhões.

Hospitais próprios Apenas no período entre 2004 e 2005, o número de hospitais pertencentes às operadoras de saúde subiu de 488 para 591 - um salto de 21%. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entidade ligada ao governo responsável pela fiscalização dos planos de saúde. Com uma rede hospitalar própria, as empresas garantem controlar melhor os gastos com procedimentos médicos. Assim como a maioria das empresas de planos de saúde,

No Hospital e Maternidade Modelo, da Samcil, são registradas por mês aproximadamente sete mil consultas no pronto-socorro, 500 cirurgias, 700 internações e 300 partos. Mauro Bernacchio informa: 70% dos beneficiários fazem parte de planos individuais e familiares

a Samcil investe na construção de hospitais próprios como estratégia para diminuir custos e melhorar a qualidade. São seis hospitais, que atendem clientes Samcil e também da concorrência: "Cerca de 25% do público atendido em As dez maiores empresas em número de clientes, segundo a ANS: 1 - AMIL (RJ) 2 - MEDIAL SAÚDE (SP) 3 - GOLDEN CROSS (RJ) 4 - AMESP (SP) 5 - AMICO – DIXAMICO (SP) 6 - PRO-SAUDE – SAMCIL (SP) 7 - HAP VIDA (CE) 8 - GRUPO HOSPITALAR (RJ) 9 - PROMÉDICA (BA) 10 - SEMEG (RJ)

nossos hospitais são de outros planos de saúde", diz Bernachhio. Um bom exemplo de sucesso é o Hospital Maternidade Modelo. Há 52 anos ele se mantém como um dos mais tradicionais da capital paulista e está localizado na região central da cidade de São Paulo.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Mensalmente são registradas aproximadamente sete mil consultas no pronto-socorro, além de 500 cirurgias, 700 internações e 300 partos. O hospital dispõe de 150 leitos, 20 deles na UTI adulto e 12 na UTI neonatal; cinco consultórios para atendimento no prontosocorro; duas salas no Centro Obstétrico e um Centro Cirúrgico com sete salas equipadas para a realização de diversos tipos de cirurgias vasculares, neurológicas e pediátricas. Em setembro, mais um hospital será inaugurado em São Paulo. Resultado de um investimento de R$ 48 milhões, o Hospital Santa Bárbara, da Blue Life, é especializado em tratamentos e exames sofisticados, tem 12 andares e fica a uma quadra da avenida Paulista, uma das regiões mais nobres da cidade. Outro exemplo: apenas na capital paulista, a operadora DixAmico tem 18 unidades clínicas e hospitalares. Das consultas, 65% são feitas na rede própria - apenas 35% em hospitais ou consultórios particulares. A proporção é a mesma no caso das internações.

Repórteres Maristela Orlowski Vanessa Rosal Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Diagramação Lino Fernandes

Editor Luciano Ornelas

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Chefe de reportagem Arthur Rosa

Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Bons resultados Com 42 anos de atuação no mercado, a Medial Saúde faturou R$ 857 milhões em 2005, registrando crescimento de 29% em relação ao ano anterior. Atende 840 mil pessoas, sendo 560 mil em planos empresariais e 250 mil em planos individuais e familiares. A operadora deve ser a quarta companhia do setor de saúde a ter ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A primeira foi a

Samcil, que lançou ações em 1970, mas fechou capital em meados dos anos 80. A segunda foi a Dasa, líder no ramo de medicina diagnóstica e saúde preventiva da América Latina. Seguindo todos esses exemplos, a operadora de planos odontológicos Odontoprev também abrirá capital. Pesquisa Uma recente pesquisa de opinião nacional

encomendada pela ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar, em cumprimento ao seu Contrato de Gestão - revelou que 84% das pessoas que utilizam planos de saúde no Brasil estão felizes com os serviços oferecidos pelas operadoras: 22% disseram estar muito satisfeitas e 62% satisfeitas. Para 2006, o reajuste autorizado pela ANS para as mensalidades dos planos de saúde é de 8,89%.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: WValente/AFG

Os segurados Marta Moreno e Felicíssimo Catugy nos laboratórios da Prevent Sênior: o plano para a terceira idade deu certo porque investiu na prevenção

O bom negócio de investir na terceira idade A Prevent Sênior apostou num segmento temido pelos planos de saúde e acertou. Hoje tem 55 mil usuários com mais de 50 anos e continua a crescer. Prioridade à prevenção é uma das fórmulas de sucesso

E

le seguiu na contramão do mercado e apostou no segmento mais temido pelos planos de saúde: a terceira idade. Há dez anos o executivo Fernando Parrillo criou o Prevent Senior, voltado exclusivamente para pessoas com mais de 50 anos. Deu certo. Hoje a empresa comemora uma carteira recheada de 55 mil usuários e já fala em atingir 80 mil no próximo ano: "A idéia é dar prioridade à prevenção e não à medicina curativa. O tratamento tem que ser diferenciado". A filosofia da Prevent Senior é baseada na frase "quanto mais você usa, menos você precisa". Por isso, as mensalidades são bem menores do que

as cobradas num plano convencional. Uma pessoa com mais de 60 anos, por exemplo, pode contratar os serviços oferecidos pela empresa de Parrillo por R$ 242: "Em outro plano de saúde não sairia por menos de R$ 700". A fórmula é simples: "O trabalho de prevenção diminui a necessidade de internações e cirurgias, que são os maiores gastos dos planos de saúde hoje em dia". A manutenção da saúde só traz retorno financeiro com o tempo. Ao contrário das demais operadoras, que faturam nos primeiros meses em razão da carência, na Prevent o resultado positivo chega após seis meses. Junto com ele vem a satisfação dos números favoráveis. Segundo Parrillo, o sistema utilizado pela empresa di-

minui 60% a taxa de internação e 40% a taxa de óbito de pessoas com mais de 50 anos. Com isso, a companhia ganha uma vantagem extra - e fundamental. Outro destaque é a atuação

de médicos com especialização em geriatria. De acordo com o diretor executivo da Prevent, nos demais planos de saúde, nem sempre há profissionais capacitados para atender ao público da terceira idade: "Eles merecem cuidados especiais. Nós oferecemos também fisioterapeutas e psicólogos experientes, já que a depressão é uma doença natural nas pessoas com mais de 50 anos". Antes de criar a Prevent Sênior, Parrillo era motorista de ambulância e seu irmão, o médico que acompanhava os pacientes durante a remoção: "Começamos a perceber que o idoso precisava de tratamento diferenciado". Para atender à demanda da carteira de clientes, a empresa

conta hoje com três hospitais próprios. Até o final de 2007 outros três serão inaugurados: "Além disso, contamos com os serviços de 16 hospitais conveniados e ambulatórios espalhados por toda a cidade". Satisfação A chilena Marta Moreno, 70 anos, há 30 vive no Brasil. Na semana passada fez alguns exames no laboratório central da Prevent Sênior, no bairro da Bela Vista, em São Paulo: "Vou operar minha catarata nas próximas semanas. O fato de a empresa ser especializada me deixa muito mais calma. Sou cliente há seis anos e sempre fui muito bem atendida". A satisfação também estava presente no jeito alegre de um senhor que tem a palavra feliz

até no nome. Aos 83 anos de idade, Felicíssimo Pimentel esbanjava saúde e disposição por onde passava: "Aqui eu recebo mais do que tratamento médico. Eu recebo amor, carinho, e atenção", disse, enquanto distribuía doces para as recepcionistas da empresa. Ambos fazem parte da faixa etária que mais busca pelos serviços da Prevent Senior. Segundo o executivo Fernando Parrillo, 60% dos clientes são pessoas com mais de 60 anos. Desse total, 40% têm mais de 70 anos: "Temos de cuidar da saúde dessas pessoas e conscientizá-las sobre a importância da prevenção. Elas precisam se acostumar a fazer exames com freqüência para ter uma vida mais saudável". (VR)

Um plano de saúde especial, com muito luxo

S

O plano da Lincx é caro, mas seus clientes - a maioria empresariais - têm à disposição hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês e São Luís e médicos como Adid Jatene, David Uip ou Fúlvio Pillegi er atendido rapidamente pelos melhores hospitais ou receber em casa a visita de alguns dos méd i c o s m a i s requisitados da atualidade são os diferenciais que muitos brasileiros sonham ao contratar um plano de saúde. Voltada para a classe A e B+, a Lincx oferece serviços requintados para quem não abre mão do luxo. Se desembolsar R$ 2.940 por mês, por exemplo, uma pessoa de 40 anos poderá usufruir o mais seletivo plano

Paulo Pampolin/Hype

existente no País. Segundo o presidente da Lincx, dr. Sílvio Corrêa da Fonseca, os clientes não têm do que reclamar: "Oferecemos o que há de melhor no mercado. Temos os médicos mais requisitados do Brasil em cada segmento, que são remunerados adequadamente". Na lista de opções oferecidas pela empresa destacamse hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês e São Luís. O corpo clínico é formado por renomados profissionais, como Adib Jatene, Da-

vid Uip e o cardiologista clínico Fúlvio Pillegi. A Lincx surgiu em 1994 e se fortaleceu com a experiência de Fonseca, que já tinha trabalhado em outra empresa do segmento voltada para a classe A: "Contei com o apoio de três amigos da época da faculdade para realizar este sonho". Naquela época, os principais clientes da empresa eram pessoas físicas. Hoje em dia os planos empresariais formam a grande maioria, representam 75% de toda a carteira da Lincx. O motivo pelo empenho no foco corporativo é a dificuldade de se trabalhar com planos de pessoa física, regulados pela Lei 9.656, da Agência Nacional de Saúde (ANS), que estipula um teto para os reajustes anuais das mensalidades. Este ano, por exemplo, a ANS já limitou o aumento em 8,89%: "Com esses problemas, os planos de saúde não querem atuar com pessoa física", explica o presidente da instituição. A estratégia para atingir mais mercado nos planos corporativos é ampliar o número de credenciamentos com o intuito de aumentar a competitividade: "Queremos atingir várias camadas dentro da empresa". Clientes como o Colégio Porto Seguro, Daslu, Fasano e Vivara mostram o alto padrão de atendimento: "Temos também planos mais simples para funcionários

Sílvio Fonseca: "Temos os médicos mais requisitados do Brasil, remunerados adequadamente"

que estejam abaixo da diretoria e da presidência". Em 2004 a Lincx atendia onze mil pessoas. No ano passado o número de clientes saltou para 18 mil. Segundo Fonseca, um dos motivos de tanto sucesso é a simplicidade e o relacionamento da empresa com as pessoas: "Abolimos a burocracia. Aqui o cliente tem acesso à diretoria em qualquer dia e horário". Para promover esses diferenciais, 45 senhoras da alta classe circulam pela cidade: "Elas comercializam o produto. Um charme". A previsão de crescimento este ano é de 58% no número

de usuários e 27% no faturamento da Lincx - deve chegar a R$ 82 milhões. Para 2007, o faturamento poderá subir para R$ 100 milhões. Um dos atrativos é a carteira de clientes pessoas físicas. Faustão, Marília Gabriela, João Dória Júnior, Vanessa Menga e Maria Rita escolheram o plano mais requintado da empresa para cuidar da saúde: "Não investimos muito em publicidade. Quando se faz um bom trabalho, a indicação é a melhor forma de crescer". Boa ação A Lincx, que também traba-

lha com projetos sociais, ganhou este ano o prêmio Top Social 2006 organizado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) pelo projeto "Pela vida, contra as drogas", numa parceria com a rádio Jovem Pan. Desde a implantação, em 2002, o projeto já atendeu cerca de 163 mil pessoas: "Essa é também uma de nossas preocupações. Ajudamos as pessoas dependentes a largar as drogas. Toda empresa, principalmente as voltadas para a saúde, precisam ter um bom lado social", completa Fonseca. (VR)


6

Empresas Nacional Energia Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

BLOCO PODERÁ PRODUZIR 9 MIL BARRIS POR DIA

Mais óleo leve em Santos A Petrobras confirma existência de óleo leve na bacia de Santos, em região de alta produtividade e qualidade. Volume do reservatório ainda será avaliado.

Petrobras informou ontem que testes confirmaram a existência de óleo leve na bacia de Santos, em uma área cuja descoberta de indícios de petróleo foi anunciada em julho. O poço,

65

situado sob uma lâmina de água de 2.140 metros, está localizado a uma distância de cerca de 250 quilômetros da costa Sul da cidade do Rio de Janeiro e a 280 quilômetros da refinaria Duque de Caxias.

por cento é a fatia da Petrobras no consórcio de exploração formado também pela British Gas e Petrogal

Qualidade – Segundo a empresa, que já havia considerado histórica a descoberta, por ser a primeira a ultrapassar uma camada de sal de mais de 2 mil metros, o local tem um reservatório de alta produtividade e qualidade, com graduação 30 graus API. O bloco é explorado por um consórcio formado pela Petrobras (65%), British Gas (25%) e Petrogal (10%). Esta última é controlada pela Galp Energia. Em comunicado, a estatal brasileira informou que serão necessários investimentos adicionais para perfuração do primeiro poço de extensão, para avaliar o volume total do reservatório encontrado, mas o valor não foi divulgado. Nos testes, a vazão inicial foi de 4,9 mil barris por dia de petróleo e 150 mil metros cúbicos de gás diários. Segundo comunicado da Galp Energia em Portugal, o bloco poderá chegar a produzir 9 mil barris diários e 250 mil metros cúbicos de gás natural diariamente. Estratégia – A busca por óleo leve e gás faz parte da nova estratégia da Petrobras, anunciada junto com o Plano Estratégico da companhia para o período 2007-2011, de priorizar a descoberta dos dois produtos. Atualmente, o óleo leve corresponde a 11% da produção total da Petrobras, volume que deve dobrar em cinco anos. De acordo com o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, Wagner Victer, o bloco onde está localizado o poço na bacia de Santos fica integralmente no território fluminense, "em área frontal aos municípios do Rio de Janeiro, Mangaratiba e Angra dos Reis, aos quais futuramente serão pagos os royalties e participações especiais", analisou Victer. "Esta é uma das maiores descobertas do Brasil dos últimos anos no litoral fluminense, e poderá ser utilizada a infra-estrutura já existente, como portos de apoio offshore, em Niterói e em Angra dos Reis", afirmou Victer. (Reuters)

País terá de usar energia nuclear

O

País terá necessidade de utilizar fontes de energia térmica para atender a toda a demanda até 2030, entre elas a nuclear. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que somente as usinas hidrelétricas não serão suficientes para abastecer o mercado nacional. Ele participou ontem do seminário "Programa Nuclear Brasileiro: Energia Segura, Ambiente Preservado, Negócios para a Indústria", realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Para crescer, o País precisa de energia. Em qualquer um dos cenários precisaremos de outras fontes e, felizmente, o Brasil tem biomassa, gás, carvão e a possibilidade de nuclear também. E a gente vai analisar a questão da nuclear", afirmou o presidente da EPE. Quanto à construção de Angra 3, indicada no plano decenal de energia, Maurício Tolmasquim afirmou que será uma decisão do presidente da República. "A construção de Angra 3 é uma questão que tem de ser debatida." O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, explicou que o País possui a sexta reserva de urânio no mundo e tem condições de ser a segunda reserva. Ele disse ainda que o Brasil está entre os países que detêm o ciclo completo de urânio. A troca do gerador de vapor da usina nuclear de Angra 1 vai permitir o aumento da vida útil da usina em 20 anos. (AG)


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Empresas Finanças Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

SOJA: CONAB DIVULGA HOJE ESTIMATIVA DE SAFRA

30,85

milhões de toneladas é a projeção da próxima safra de açúcar no Brasil

MANTIDOS OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS, O IPC DEVE FECHAR 2006 EM 1,6% NA CAPITAL PAULISTA

FIPE REDUZ PREVISÃO DE INFLAÇÃO Leonardo Rodrigues/Hype

O

Soja: 56 milhões de toneladas na próxima safra

A

safra 2006/2007 de soja do Brasil deve atingir 56 milhões de toneladas, na melhor das estimativas, na opinião de corretores dos principais estados produtores. Uma média das previsões das fontes consultadas por telefone aponta uma safra brasileira de 52,7 milhões de toneladas, número inferior à colheita anterior, que foi de 53,41 milhões de toneladas. O Brasil, que é o segundo maior produtor no mundo, atrás dos Estados Unidos, conhecerá hoje a primeira estimativa da safra 2006/07 realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Vai ter menos área, menos tecnologia e menos adubo. Num clima dos sonhos, teríamos uma produção de 54 milhões de toneladas", afirmou o corretor Antônio Sartori, da Brasoja, do Rio Grande do Sul. Sartori argumentou que o fenômeno El Niño deve reduzir a intensidade de chuvas no Centro-Oeste brasileiro – a principal região produtora do País – e afetar a produtividade. Para a corretora paulista América, a área de soja deve ter uma redução de 5% nesta safra, principalmente em decorrência de uma queda no plantio nessa região. De acordo com a corretora Labhoro, do Paraná, o câmbio é um fator que "complica" a produção. "O Centro-Oeste vai ter uma redução de área acentuada, o que pode ser tão prejudicial quanto a redução de tecnologia. O custo do frete é alto e o produtor está descapitalizado", afirmou o diretor da Labhoro, Ginaldo de Sousa, que prevê uma redução de até 8% na área de plantio. (Reuters)

0,4

Queda na taxa de inflação na capital paulista depende do comportamento do preço dos combustíveis

Cesta básica sobe em 11 capitais

O

preço médio da cesta básica aumentou em setembro, em relação ao mês anterior, em 11 das 16 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada ontem, as elevações mais significativas no conjunto de produtos alimentícios essenciais ocorreram no Rio de Janeiro (5,22%) e nas capitais da região Sul do País: Florianópolis (3 69%), Porto Alegre (3,47%) e Curitiba (2,51%). O comportamento, em setembro, pôs fim a uma seqüência de três meses em que o preço médio da cesta básica diminuiu em 14 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. No mês passado, São Paulo, com 1,46%, Brasília, com 0,48%, e Belo Horizonte, com 0,58%, também seguiram a tendência de alta. Na outra ponta, so-

mente cinco capitais apresentaram recuo no preço da cesta: Belém (-0,58%), João Pessoa (-0,75%), Aracaju (-0,82%), Natal (-1,02%) e Fortaleza, com a baixa de 2,56%. Quedas – Apesar do movimento de alta verificado em setembro, as 16 capitais pesquisadas acumularam, entre janeiro e setembro de 2006, variações negativas. As quedas mais expressivas foram constatadas em Curitiba (-10,49%), Aracaju (-9,82%) e Vitória (9,55%). A menor retração ocorreu em Salvador (-0,76%). São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília apresentaram quedas de 6,18%, de 8,29% e 8,37%, respectivamente. Nos últimos 12 meses até setembro, o recuo no preço dos produtos básicos foi verificado em Fortaleza (-4,75%), Aracaju (-1,56%) e Natal (-1,28%). Em São Paulo, a cesta acumulou queda de 0,14%, enquanto, no Rio de Janeiro, houve alta de

Cana: produção de 418 milhões de toneladas

O

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou para o ano 2006/2007 uma safra de 418 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Brasil. Isso representa um aumento de 8% em relação à safra anterior. Técnicos do departamento no Brasil revisaram levemente para baixo sua estimativa de produção, mas ainda esperam um crescimento devido ao aumento das áreas de plantio e às condições favoráveis do tempo. Já a produção de açúcar no País foi estimada em 30,85 milhões de toneladas, uma alta de 15% sobre o ano anterior. As vendas externas do produto foram estimadas em 19,55 milhões de toneladas. Segundo o relatório do órgão, a produção de açúcar na China deve subir 12%, passando para 11,15 milhões de toneladas na mesma temporada. Já as importações são estimadas em 1,1 milhão de toneladas. Ainda de acordo com o USDA, a produção de açúcar da Austrália deverá cair para 4,95 milhões de toneladas em 2006/2007, devido à redução na área plantada, tempo adverso e doenças que afetaram as lavouras daquele país. As exportações de etanol, impulsionadas por expressivas vendas para os EUA, devem crescer em 500 milhões de litros, para 3,1 bilhões de litros em 2006/2007. A produção total de etanol foi estimada em 16,61 bilhões de litros. (Reuters)

coordenador do Ín- sagem entre os preços da gasodice de Preços ao lina comercializada nos EstaConsumidor (IPC) dos Unidos e os praticados no da Fundação Insti- Brasil, embora não se comprotuto de Pesquisas Econômicas meta com um percentual. Mas, (Fipe), Paulo Picchetti, revisou no mercado, segundo o econoontem sua projeção de inflação mista da Fipe, calcula-se uma para 2006 na capital paulista de diferença em torno de 10%. 2% para 1,6%. Essa taxa, no enA previsão de Picchetti para tanto, está condicionada à ma- a taxa de inflação no final do nutenção dos preços dos com- ano considera a pequena probabilidade de o IPC-Fipe atinbustíveis até o final deste ano. Neste caso, a diferença de 0,4 gir na média mensal do último ponto percentual entre a previ- trimestre deste ano alta de são anterior e a atual ficaria co- 0,40%, que faria com que o índice fechasse mo margem para a Petro2006 com vab r a s t r a b ariação de lhar, porque, 1,88%, muito mesmo se topróximo da previsão ando esse espaço fosse utiliterior, de 2%, ponto percentual é a já que, entre zado, a infladiferença entre a ção anual ainjaneiro e setembro deste da ficaria aprevisão anterior para baixo do piso ano, o acumuo índice de inflação e lado é de da meta de inflação, esti0,68%. a atual, projetada em Para o mês pulada para o 1,6% na capital. Índice de Pred e o u t u b ro , ços ao ConsuPicchetti trabalha com m i d o r A mplo (IPCA), uma previsão medido pelo Instituto Brasilei- inicial de 0,2%, que ficaria ro de Geografia e Estatística abaixo do IPC de 0,25% veri(IBGE) no País, que tem como ficado em setembro. De acorcentro 4,5%, com tolerância de do com o coordenador, o im2 pontos percentuais para ci- pacto das tarifas sobre o índima ou para baixo. A inflação ce esperado para outubro é de medida na cidade de São Paulo 0,1 ponto percentual. Além representa mais de um terço de desta influência, Picchetti toda a inflação nacional. afirmou que há espalhado enPicchetti lembrou que o rela- tre os preços dos alimentos e tório trimestral de inflação, di- d o g ru p o S a ú d e , m a i s 0 , 1 vulgado na semana passada, ponto percentual de contritrata de forma explícita a defa- buição positiva. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

0,95% e, em Brasília, de 2,28%. Entre os produtos, o de maior peso na cesta básica, a carne bovina, apresentou alta em 13 capitais. Os aumentos mais expressivos foram verificados no Rio de Janeiro (7,02%), Recife (6,39%), Florianópolis (5,77%) e São Paulo (4,45%), enquanto as reduções ocorreram em Vitória (-0,36%), Porto Alegre (-1,16%) e Salvador (-1,22%). No acumulado do ano, a carne subiu em 14 localidades, com destaque para Florianópolis (11,86%), Recife (11,81%) e Brasília (10,14%). (AE)


8

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FLUXO CAMBIAL É O MAIOR DESDE MAIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

5,134

bilhões de dólares foi o saldo positivo do fluxo cambial brasileiro em setembro

PRESIDENTE DO BC AFIRMA QUE NÃO CONHECE ESTUDO EM ANDAMENTO PARA CORREÇÃO DA CADERNETA

MEIRELLES NEGA MUDANÇA NA POUPANÇA

O

Marcos Fernandes/LUZ - 02/06/2006

presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou ontem não ter conhecimento sobre estudos que tratem de mudanças na correção da poupança pela Taxa Referencial (TR). "Que eu tenha conhecimento, não", afirmou o presidente do BC ao ser questionado sobre as notícias veiculadas na imprensa brasileira em torno dessas mudanças, propostas por entidades do setor imobiliário. Questionado se a queda dos juros gera um problema de migração excessiva de investidores para a poupança, Meirelles respondeu que "isso é uma especulação". Ele informou que esteve ontem em uma reunião normal de trabalho com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ocorria semanalmente às terças-feiras e agora, segundo Meirelles, passou para as quartas-feiras. Sobre a adoção de quaisquer novas medidas por parte da equipe econômica, o presiden-

te do BC deu a resposta padrão: "Que eu saiba, não." A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda também informou que não está na pauta o tema da mudança na remuneração da TR, que influencia a caderneta de poupança e também o financiamento imobiliário. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também negou o suposto estudo. Boato – Reportagem de ontem no jornal Valor Econômico informava que a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) esteve no Ministério da Fazenda na semana passada para propor a mudança no cálculo da TR, de modo a diminuir a rentabilidade da poupança para evitar uma migração de recursos de fundos de investimento para a poupança, o que levaria a um aumento forte na oferta de crédito imobiliário, pois 65% dos recursos da caderneta têm que ser aplicados no segmento. (AE)

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de US$ 200 milhões para a Daymler Chrysler do Brasil. Segundo nota divulgada pelo banco, os recursos, concedidos pela linha de financiamento

BNDES-Exim Préembarque, serão destinados à exportação de caminhões, chassis e plataformas para ônibus, motores a diesel, cavalo mecânico e ônibus. A empresa emprega 13,2 mil pessoas e exporta ônibus, caminhões e motores para mais de 70 países. (AE)

Economia mundial vai crescer menos

A

Meirelles: migração de investidores para a poupança por conta da queda dos juros seria especulação

Fluxo cambial positivo em setembro

O BNDES financia Daymler Chrysler O

fluxo cambial de setembro ficou positivo em US$ 5,134 bilhões, de acordo com informações divulgadas ontem pelo Banco Central (BC). Em igual mês do ano passado, ele havia ficado negativo em US$ 1,298 bilhão. Em agosto último, o resultado positivo do fluxo tinha sido de US$ 1,291 bilhão. O resultado de setembro é o maior desde os US$ 7,504 bilhões apurados em maio deste ano. No período de janeiro a setembro, o fluxo cambial está

positivo em US$ 32,047 bilhões. No mesmo período do ano passado, ele estava positivo em US$ 9,491 bilhões. Fluxo financeiro – Já o fluxo financeiro, de acordo com os dados do BC, ficou negativo em US$ 366 milhões no mês passado. O total de ingressos pelo segmento financeiro do mercado de câmbio ficou em US$ 14,516 bilhões em setembro. As saídas, por sua vez, ficaram em US$ 14,882 bilhões. Nas saídas estão contabilizadas as compras de dólares

feitas pelo Tesouro Nacional para o pagamento de compromissos da dívida externa. Em setembro do ano passado, o fluxo financeiro ficou negativo em US$ 4,322 bilhões, com US$ 9,693 bilhões de entradas e US$ 14,015 bilhões de saídas. No segmento comercial, o fluxo de setembro ficou positivo em US$ 5,501 bilhões, maior valor desde os US$ 7,330 bilhões de maio deste ano. As contratações de câmbio para exportação no mês passado ficaram em US$ 12,522 bilhões. Pelo lado das importações, as contratações ficaram em US$ 7,022 bilhões. Em setembro do ano passado, o fluxo comercial tinha sido positivo em US$ 3,023 bilhões, com US$ 9,764 bilhões de câmbio para exportação e US$ 6,741 bilhões para importação. No acumulado de janeiro a setembro, o fluxo comercial está positivo em US$ 41,972 bilhões. O BC informou ainda que, no mês passado, a posição de câmbio dos bancos ficou comprada em US$ 2,419 bilhões. Em agosto, ainda estava vendida em US$ 979,4 milhões. Isso mostra que, em setembro, o BC não comprou todo o fluxo cambial de US$ 5,134 bilhões. (AE)

economia mundial continuará a crescer nos próximos 18 meses, mas em um ritmo mais moderado, avaliou ontem o chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria. Ele afirmou que os quatro riscos à perspectiva são preços do petróleo, desequilíbrios em conta corrente, fim da bolha imobiliária e o retorno ao protecionismo comercial. "As principais economias da OCDE, incluindo países europeus, devem continuar no caminho do crescimento durante os próximos 18 meses, mesmo que seja um pouco mais fraco", disse em discurso à assembléia parlamentar do Conselho da Europa. "Os mercados emergentes continuarão a ter excelentes resultados. China e Índia, em particular, continuarão como importantes motores do crescimento mundial." Em setembro, a OCDE, grupo que reúne 30 países com economias de destaque, previu que o G-7 teria crescimento médio de 3% neste ano. EUA – Também ontem, dados divulgados sobre os Estados Unidos mostraram que a economia norte-americana perdeu força em setembro, aumentando as apostas de que é pouco provável que o Federal Reserve, o banco central norteamericano, eleve a taxa de juro novamente e que pode reduzíla no próximo ano para dar nova energia para a economia. O crescimento do setor de serviços desacelerou para seu patamar mais baixo em mais de três anos no mês passado, enquanto dados do setor privado sugeriram que as companhias estavam contratando trabalhadores no último mês de forma consistente, mas nada espetacular. Outro relatório mostrou que as encomendas à indústria ficaram praticamente estagnadas em agosto. O índice de atividade de serviços caiu para 52,9 em setembro, ante 57 em agosto. (Reuters)


Ano 81 - Nº 22.227

R$ 0,60

São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Presidente libera R$ 1,5 bi por MP (O CANDIDATO LULA AGRADECE )

São Paulo dos tucanos vai receber R$ 19,1 milhões para melhorar a sua segurança. Minas, R$ 58 milhões. São os dois maiores colégios eleitorais do País. E isso 11 dias depois de um corte de R$ 1,6 bilhão nas despesas do governo federal. A MP foi assinada ontem (foto), dia em que Lula tratou pessoalmente de sua campanha eleitoral. "As pessoas de fé não farão essa leitura", a de que o presidente está ajudando o candidato, disse o ministro Paulo Bernardo. Página 8

Maurício Lima/AFP

O apoio de Garotinho sai caro Denise Frossard retira apoio ao saber da aliança de Garotinho com Alckmin. Cesar Maia também sai da campanha do tucano (na foto, com Serra e Aécio) e quer atrair Clodovil para o PFL. Página. 3 Gustavo Miranda/Agência O Globo Reprodução: MSNBC

Brasília para turista

JoedsonAlves/AE/5/4/2006

Precisamos ter cuidado com as evidências coletadas pelas autoridades brasileiras sobre o acidente Joe Sharkey (foto), jornalista do NYTimes e passageiro do Legacy, à NBC

LAMENTÁVEL ! Waldir Pires, ministro da Defesa do Brasil

Inquérito da PF vai investigar pilotos Um passeio pela capital do País, onde as atrações, como o Palácio do Alvorada (foto), tem a assinatura de Oscar Niemeyer. Boa Viagem

Joseph Lepore e Jean Paladino, que pilotavam o Legacy que atingiu o Boeing da Gol, podem até ser processados por homicídio culposo. C 1, C 2 e Opinião

Turismo atômico O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, provoca os EUA: não quer inspeções do Conselho de Segurança da ONU a instalações nucleares do país, mas quer abri-las para turistas estrangeiros. A idéia é mostrar que o Irã enriquece urânio para fins pacíficos. C 4

O muro de Bush

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 18º C.

Especial: caderno de saúde Planos investem em hospitais (foto) visando a prevenção.

DC

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 16º C.

Os exportadores brasileiros chegaram em 23º lugar entre os que pagam propina para fechar negócios. A lista de 30 países foi feita pela ONG Transparência Internacional. E 1 e Opinião, pág. 7

Rogério Albuquerque/AFG

O governo mexicano bem que tentou demovê-lo, mas o presidente americano George Bush acaba de aprovar a construção de um muro na fronteira sul com o México, mais um para a galeria de "muros da vergonha". O paredão tem o objetivo de conter a imigração ilegal. C 4

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Alan Marques/Folha Imagem

1 Mais informações sobre o acidente com o Boeing 737-800, da Gol, em www.dcomercio.com.br

Equipes de resgate continuam os trabalhos de localização e remoção dos corpos dos passageiros que estavam a bordo do Boeing 737-800 da Gol. Os corpos estão sendo transferidos para Brasília, onde serão identificados.

PF abre inquérito e pode acusar pilotos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, que pilotavam o Legacy que se chocou com o avião da Gol, poderão ser processados por homicídio culposo ou dolo eventual

O

s pilotos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino poderão ser processados por homicídio culposo ou dolo eventual e atentado contra a segurança de transporte aéreo. A Polícia Federal (PF) instaurou ontem, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), inquérito paralelo ao da Polícia Civil de Mato Grosso para apurar se os dois estariam testando o jato Legacy com manobras arriscadas ao bater no avião da Gol, que caiu na floresta, matando seus 155 passageiros. Foi o mais grave acidente aéreo ocorrido no País. Ontem, em comunicado divulgado no início da tarde, a Força Aérea Brasileira (FAB) reiterou que não existe confirmação em relação a possíveis responsáveis pelo acidente. "Seria prematuro atribuir possíveis responsabilidades ou estabelecer qualquer juízo de valor e tecer comentários neste momento, uma vez que as investigações estão em andamento", acrescentou a nota. Hoje, representantes da PF, do Ministério Público Esta-

Reprodução de TV

dual e Federal e da Polícia Civil definem, em Cuiabá, os procedimentos para definir a competência de quem irá investigar criminalmente os responsáveis pelo acidente. Altitude – Nos inquéritos abertos, as polícias Federal e Civil já sabem que o jato Legacy não estava na altitude prevista no plano de vôo registrado, que deveria ser de 36 mil pés, mas a 37 mil pés, mesma altitude do Boeing da Gol. A ordem para atingir esta altitude, o equivalente a dez mil metros, teria sido dada pela torre de controle de tráfego aéreo de Brasília, disseram os pilotos à polícia. O inquérito será concluído em 25 dias. Ontem, o delegado responsável, Luciano Inácio, começou a analisar os depoimentos dos sete tripulantes do Legacy e trabalhadores rurais de Peixoto de Azevedo (MT), que teriam visto o Boeing cair na mata fechada. O delegado aguarda para os próximos dias a documentação da Federal Administration Agency (FAA), a agência americana de aviação, e da empresa americana de táxi aéreo Ex-

Ed Ferreira/AE

Equipe do IML de Brasília aguarda chegada de corpos para exames

celAire, onde Lepore e Paladino trabalham. A reportagem da Agência Estado apurou que os dois não têm a habilitação específica exigida para pilotar aviões da Embraer. Laudos – Outros documentos que estão sendo aguardados são os laudos sobre as rotas, planos e mapas de vôos do Legacy e do Boeing da Gol. Provas colhidas pelos peritos da Secretaria de Segurança Púb l i c a d e M a t o G ro s s o , d a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira (FAB) no local da queda do avião, a 40 quilômetros da Fazenda Jarinã, em Peixoto de Azevedo, também serão anexadas ao inquérito, informou o delegado Luciano Inácio. Uma das principais indagações em ambos os inquéritos é se os pilotos teriam desligado o transponder, equipamento que mantém a aeronave dentro dos radares. No depoimento à polícia em Cuiabá, Lepore e Paladino afirmaram categoricamente que não viram nos radares a aproximação do Boeing 737-800 da Gol. Perceberam apenas um choque contra o Legacy como se fosse uma batida de automóvel. Duas horas depois, na Base Aérea da Serra do Cachimbo ficaram sabendo do acidente que matou 155 pessoas. Na sexta-feira, o delegado responsável pelo inquérito na PF, Renato Sayão Dias, estará em Brasília para coletar informações sobre o acidente em órgãos de aviação civil como a Anac. Em seguida, definirá quem vai depor. Os dois pilotos podem ser ouvidos. Representantes da Gol e do Controle de Tráfego Aéreo também devem ser ouvidos. (AE) Mais informações na pág. 2

Lepore (de camiseta branca) e Paladino (de boné), piloto e co-piloto do Legacy que se chocou com o Boeing


2

Polícia Compor tamento Acidente Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Nós precisamos ter cuidado com as evidências coletadas pelas autoridades brasileiras. Joe Sharkey, jornalista

REPÓRTER VOLTAVA PARA OS EUA NO LEGACY

Ed Ferreira/AE

Ministro da Defesa lamenta declarações de jornalista Repórter que estava no Legacy diz que, no Brasil, os pilotos americanos correm "algum tipo de perigo"

Só 38 corpos foram resgatados até agora

A

pós cinco dias de buscas num ambiente extremamente hostil as equipes de resgate só conseguiram retirar da floresta 38 dos 155 corpos das vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol. A chuva que castiga a região há semanas deu uma trégua ontem, mas os trabalhos esbarraram em outras dificuldades. A principal delas é a precariedade dos sistemas de comunicação à disposição da Força Aérea Brasileira na área. A demora no resgate das vítimas levou ontem ao local o médico Marco Antônio da Silva Guimarães, de 43 anos, que perdeu dois familiares no acidente – a sobrinha Rose Campos Magalhães, que viajava de Manaus para Brasília com o filho Pedro, de 3 anos. Guimarães elogiou o empenho dos militares que atuam nas buscas na mata e o trabalho dos peritos na identificação dos corpos. Mas ficou chocado com a precariedade técnica da operação, na qual faltam equipamentos até de comunicação entre as equipes espalhadas na mata e na sede operacional, na Fazenda Jarinã, a cerca de 30 quilômetros do local da queda. Ele considerou também pequeno o número de militares na operação. "É visível a falta de investimentos, de equipamentos e de pessoal." O médico foi embora ontem da fazenda. Dificuldade – Apenas 2 dos 38 corpos retirados da selva já estão no Instituto Médico-Legal de Brasília. Mais 16 seguiram ontem, transportados por um avião Búfalo da FAB. As equipes já encontraram 55 vítimas na mata, mas o trabalho de retirada é difícil porque os militares têm de abrir pequenas áreas na mata onde são encontrados os corpos. O helicóptero precisa pousar em cada local desses para depois reunir os corpos em uma clareira. O objetivo é correr contra o tempo para retirar da mata o maior número de vítimas, já em processo de decomposição. "É importante ressaltar que as buscas por outros locais

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

com mais corpos continuam sendo feitas e são prioridade também", afirmou o tenentecoronel Leônidas Medeiros. Desconfiança – Peritos da Aeronáutica acreditam que o jato Legacy teria enganado os controladores de vôo do Cindacta 1, em Brasília, provocando a maior tragédia da aviação civil do País. As informações mostrariam que os pilotos americanos do Legacy voaram com o transponder desligado. O transponder identifica o avião no radar e integra o sistema de alerta anticolisão. Se desligado, impede que controladores de vôo vejam os aviões. Mais grave e misterioso: a Aeronáutica quer saber por que o piloto do jato não atendeu aos inúmeros chamados que a torre do Cindacta 1 fez até o momento do choque. Quer saber também como, após a colisão, não só o transponder voltou a funcionar como o piloto passou a chamar a torre, narrando o choque com um objeto não identificado pelo mesmo rádio que não havia atendido até então. "Muito provavelmente, ele havia diminuído o volume do rádio. Ele (o avião) começou a ser chamado pela torre de Brasília e não respondia. A resposta veio, como por milagre, após o impacto", disse um oficial. Outro fator que pode ter contribuído para o acidente é uma improvável falha de comunicação. A regra é cumprir o plano de vôo. Para alterá-lo, é preciso pedir autorização. Assim, a torre entendia que o Legacy não ia descumpri-lo. Ele estaria em sua aerovia e não havia por que avisar ao Boeing sobre a existência de alguém em sua rota. A comissão de familiares dos passageiros que estavam a bordo do Boeing deve se encontrar no fim da tarde de hoje com representantes da Associação de Vítimas de Acidentes Aéreos. A reunião, marcada para 18h, deverá ocorrer no hotel onde parte dos familiares das vítimas do avião da Gol está hospedada em Brasília. (AE)

E

Só BEBIDAS

Preços Promocionais

Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90

uês rtug Vila o P o a Vinh vento d 0 5 n Co R$ 22,

Vinho do Porto Senador R$ 27,90

Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90

no talia c I o Vinh cati-Do Fras 16,50 R$

Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50

Vinho Italiano Chianti R$ 29,90

eno Chil ja o h Vin rta Vie ernet Ca re/Cab ené ,90 m Car R$ 14

“MANIA DE VENDER BARATO”

Lambrusco R$ 11,50

uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2

uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 , 49 R$ 6

Couteiro Mor R$ 26,90

Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00

Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90

uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 , 5 R$ 2

Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO

PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.

www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO

DC

Familiares de vítimas do acidente aéreo chegam ao IML de Brasília

Reprodução MSNBC

m entrevistas concedidas ontem a duas cadeias de televisão norte-americanas, a NBC e a CNN, o jornalista americano Joe Sharkey (veja íntegra das entrevistas em www.dcomercio.com.br), que colabora para uma coluna de turismo do jornal The New York Times, pôs sob suspeita as investigações brasileiras sobre a colisão entre o Legacy, em que ele viajava, e o Boeing 737-800 da Gol, que caiu no Mato Grosso após o choque, matando 115 pessoas. Sharkey classificou como péssimo o controle aéreo na região e disse que os pilotos do Legacy não tiveram nenhuma comunicação por rádio após o choque. Ontem à noite, questionado pela TV Globo sobre as recentes declarações do jornalista Sharkey (esquerda) durante entrevista concedida à NBC. Jornalista estava no Legacy que bateu no Boeing. Joe Sharkey, o minis- Reprodução/ Polícia Federal/AE tro da Defesa do Branas mortas, e existe um histósil, Waldir Pires, disrico de controle de tráfego aése uma única palareo atroz naquela zona". vra: "Lamentável". Questionado pela CNN se E m e n t re v i s t a à havia acompanhado a comuRede Globo antes de nicação dos pilotos com as voltar aos EUA, torres de comando brasileiSharkey havia conros, Sharkey disse: "Não, não tado que os pilotos houve nenhum (contato)... encontraram a base eles não tinham controle de a é re a d a S e r r a d o tráfego aéreo. Estávamos nuCachimbo usando ma zona onde a única coisa mapas, sem ajuda da que puderam fazer foi consetorre de comando. guir enviar um mayday (chaPerguntado sobre os mado de emergência) que foi pilotos do jato que captado por um avião de carestão sob investigaga em algum lugar daquela ção, Sharkey disse região. Eles não poderiam... que é preciso ter pa- Passaportes do piloto Joseph Lepore e o do co-piloto Jean Paul Paladino não houve nenhuma converciência e esperar para ver Beto Barata/AE sa do controle de tráfego aéqual é a verdadeira história reo, que eu saiba. Eles esta"Perigo" – "Nós precisamos vam por conta própria. Sei ter cuidado com as evidênque estavam a 37 mil pés porcias coletadas pelas autoridaque estive na cabine cinco mides brasileiras sobre o acidennutos antes do impacto, e te". Joe Sharkey afirmou ainnão... não senti que tivésseda acreditar que os pilotos do mos descido nem nada". jato, que ficaram com os pas"Bang " – Perguntado sobre saportes retidos no Brasil, o que fazia momento antes da correm "algum tipo de pericolisão, o jornalista disse: go". Mas não fez nenhum co" Estava trabalhando num mentário adicional sobre essa laptop. Estava bem sobre a asa, questão. a asa esquerda onde... cuja ponO jornalista Joe Sharkey era ta foi ceifada. Eu estava trabaum dos cinco passageiros do lhando com a persiana abaixaLegacy, que nada sofreram. da. Ouvi um bang. Não foi um Ele veio ao Brasil como freebum, foi um bang, como quanlancer para fazer uma repordo se passa com o carro em vetagem sobre o mercado de Legacy 600, fabricado pela Embraer, com a asa avariada locidade moderada sobre um aviação no País, a convite da buraco. Senti um solavanco e empresa norte-americana por leitores e internautas que depois, que havíamos atingi- depois não senti mais nada O que adquiriu a aeronave. participaram de um fórum do um 737. Agora, quanto às avião permaneceu estável. LeNo New York Times, Sharkey aberto pelo NYT na internet. especulações nos jornais bra- vantei a persiana e meu coração disse que os pilotos Lepore e "Furor" – Para a rede de te- sileiros, existe um enorme fu- saltou. Acabava de ver o dano Paladino ''foram como ho- levisão CNN, ontem, o jorna- ror no Brasil. Acho que deve- chocante na asa, no... pelo memens de infantaria, trabalhan- lista disse: "Em primeiro lu- mos esperar para ver qual é a nos quatro pés (1,20m) dela tido juntos, do jeito que foram gar, preciso deixar claro o pe- história real O espaço aéreo nham sido cortados. Depois, eu treinados para fazer'', descre- sar que todos nós que estáva- amazônico é notório pelas ficaria sabendo que parte da veu. Seus elogios aos pilotos m o s n o j a t o e x e c u t i v o condições precárias de con- causa havia sido seriamente foram fortemente criticados sentimos ao saber, três horas trole de tráfego aéreo. Há zo- danificada". (Agências)


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Urbanismo Compor tamento Ve r ã o Memória

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

ENCERRAMENTO SERÁ EM 25 DE FEVEREIRO DE 2007

A medida deverá proporcionar redução de 4% a 5% no consumo de energia no horário de pico de consumo.

Paulo Bravos/DiárioSP/Agência O Globo

FRENTE FRIA Secretaria Nacional de Defesa Civil alertou para a aproximação de uma frente fria que provocará fortes chuvas em várias regiões do País. Hoje e amanhã, chuva deverá atingir os estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A Defesa Civil informou que há risco de temporal com chuva forte, descargas elétricas e rajadas de vento de até 70 quilômetros por hora, e não descartou a possibilidade de granizo. Existe risco de alagamentos, deslizamentos de terra e de pedras. Os alertas foram baseados em informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe). (AE)

A Ó RBITA

PALACE II Sersan - Sociedade de Terraplenagem A Construção Civil e Agropecuária, empresa responsável pela construção do edifício Palace II, do Rio, está proibida de vender seus bens imóveis ou móveis. O objetivo é garantir que a empresa conserve fundos para indenizar as vítimas do desmoronamento do prédio. A decisão é do Superior Tribunal de Justiça, que confirmou a posição do Tribunal de Justiça do Rio. (AE)

CAMELÔS ENFRENTAM GCM confusão às 8h e às 12h30. A ma operação de retirada U briga começou a pós o início de barracas irregulares da operação. O guardas na Ladeira da Memória, no Anhangabaú, no Centro, terminou em confronto entre camelôs e guardas-civis metropolitanos. Houve

deveriam retirar 225 bancas, mas os ambulantes se revoltaram porque não recuperaram seus bens.

Horário de verão começa após segundo turno Relógio será adiantado uma hora em 5 de novembro

U

m decreto presidencial publicado ontem no Diário Oficial da União confirmou que o horário de verão começará à meia-noite de 5 de novembro, com encerramento a zero hora de 25 de fevereiro de 2007. Normalmente o horário de verão começa em outubro, mas, desta vez, por causa das eleições, teve que ser adiado para o primeiro fim de semana depois do segundo turno. O horário de verão será instituído nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. A medida deverá proporcionar uma redução de 4% a 5% no consumo de energia no horário de pico de consumo,

entre 19h e 22h. Essa economia equivale a cerca de 2 mil megawatts (MW). A estimativa, formulada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), foi divulgada pelo Ministério de Minas e Energia. Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitou ao Executivo que a mudança nos relógios fosse feita somente após o segundo turno das eleições, para não atrapalhar o processo eleitoral no País. Pelos cálculos do ONS, nas regiões sudeste e centro-oeste a previsão é de que haja uma redução do consumo no horário de pico de 1.560 MW, o equivalente a duas vezes o consumo de Brasília no horário de maior carga. No sul , a redução deverá ser de 530 MW, o que corresponde a 80% do consumo de Porto Alegre no horário de pico.


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

O PT não pode conviver com práticas desse tipo. Dilma Roussef, sobre o dossiê.

MARTA QUER LULA NO ATAQUE AO PSDB

NUM MOMENTO DECISIVO DAS ELEIÇÕES, O PRESIDENTE LULA DISTRIBUI VERBAS PARA INVESTIMENTOS. Parte dos recursos será destinada a projetos em colégios eleitorais onde o candidato Lula não se saiu bem, casos de São Paulo e Minas Gerais. O governo nega que a medida tenha outros interesses. Mas há 11 dias havia anunciado corte de despesas no valor de R$ 1,6 bilhão.

Gustavo Miranda / AOG

MP AGORA LIBERA R$ 1,5 BILHÃO PARA ESTADOS

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem uma medida provisória (MP) liberando R$ 1,5 bilhão para nove ministérios. Parte das verbas foi distribuída de forma dirigida para atingir áreas onde Lula foi mal nas urnas no último domingo. São Paulo, por exemplo, receberá R$ 19,1 milhões para equipar a Polícia Federal (PF) e montar uma central de inteligência contra o crime organizado. A segurança é um conhecido ponto fraco do governo de São Paulo. Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País e onde a vantagem de Lula sobre o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) ficou abaixo da esperada, foi aquinhoado com cerca de R$ 58 milhões, destinados a obras rodoviárias. A liberação do dinheiro vem 11 dias depois de o Poder Executivo federal anunciar um corte de R$ 1,6 bilhão nas despesas. Segundo o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, o corte foi feito com base numa projeção de receitas e despesas para o restante do ano. Bernardo também negou que a liberação tenha sido de-

cidida com o intuito de ajudar a campanha eleitoral de Lula. "As pessoas de boa fé não farão essa leitura", disse. Ele insistiu que a liberação foi feita com base em critérios técnicos. "Nós não paramos o governo por conta das eleições", afirmou. Para demonstrar que as liberações não tiveram fim eleitoreiro, Bernardo afirmou que mais de um terço dos recursos, R$ 540 milhões, sairá dos cofres públicos para atender a uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Em maio, o TCU determinou que fossem efetuados os pagamentos devidos à Caixa Econômica Federal (CEF) por serviços prestados na gestão de convênios no âmbito de ministérios como o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Outro quinhão elevado, de R$ 300 milhões, vai para a Receita Federal reforçar os programas de arrecadação e fiscalização. O Ministério da Previdência Social receberá R$ 160 milhões para melhorar o atendimento aos beneficiários nos postos e o sistema de processamento de dados. Segundo Bernardo, o governo retirou verbas dos projetos mais atrasados para injetá-las nos mais acelerados. (AE)

COMEÇA A MOBILIZAÇÃO

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com governadores eleitos, ontem, no Palácio da Alvorada, disse que pretende fazer uma campanha no segundo turno com "maior participação popular", e pediu aos aliados que não desarmem os palanques nos Estados. "Se vocês pensavam em tirar férias, podem esquecer", brin-

cou Lula. "Não desmontem sequer a estrutura das campanhas de vocês, porque vamos fazer agora uma campanha de maior participação popular", acrescentou. Estratégia – Na casa do ministro das Comunicações, Hélio Costa, dezesseis ministros se reuniram para traçar uma estratégia de atuação no segundo turno da campanha.

Lula destinou R$ 19 milhões para a Polícia Federal em São Paulo, onde a segurança pública é o ponto fraco do candidato Geraldo Alckmin. Sérgio Castro / AE

MARTA: ESTRATÉGIA É COMPARAR PT E PSDB

E

A ex-prefeita quer promover um "debate ético" com os tucanos.

DILMA PEDE PUNIÇÃO AOS ENVOLVIDOS NO DOSSIÊ

A

expulsão do PT dos militantes que participaram da tentativa de compra de um dossiê contra tucanos foi defendida ontem pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e por integrantes da sigla. "O PT não pode conviver com práticas desse tipo. Não é condizente com as tradições do partido. Pode ter havido erros, mas não significa que o partido está morto", disse Dilma. "Todos os que querem

preservar essa história de lutas do PT têm de ser favoráveis a medidas graves, sérias e de expulsão de todos os que se provarem envolvidos", completou a ministra. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, convocou para a próxima sexta-feira reunião extraordinária da Executiva do partido para debater o resultado das eleições. As punições e expulsões aos envolvidos devem constar da pauta. Mais moderada, a exprefeita Marta Suplicy, coordenadora da campanha de Lula em São Paulo, declarou que "tudo tem que ser apurado e depurado. O importante é que a polícia investigue."

m sua primeira entrevista como coordenadora da campanha em São Paulo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) deixou claro que o discurso será de comparação entre o governo Lula e as administrações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. "Nós podemos fazer esse debate ético porque nós limpamos. Nós não pomos em baixo do tapete", afirmou Marta, que assumiu ontem o cargo. Marta apontou alguns dos temas que deverão ser resgatados na corrida presidencial. Entre eles, estão a compra da reeleição, as privatizações no governo FHC, a dificuldade de abertura de CPIs em São Paulo e as denúncias que envolveram a Nossa Caixa. A ex-prefeita também sinalizou que o PT atacará alguns

dos problemas enfrentados por Alckmin durante sua gestão no Estado, como a questão da segurança pública. "Quem não teve competência para resolver o problema da Febem, como é que vai cuidar do Brasil?", questionou. Seguindo a mesma linha, ela aproveitou para criticar o fato de Alckmin ter aceito o apoio dos peemedebistas Anthony e R o s i n h a G a ro t i n h o . " Q u e aliança é essa?", indagou. Marta disse ainda que sua principal meta na coordenação da campanha será a de reduzir a diferença entre as votações obtidas por Lula e Alckmin no Estado na primeira etapa de votação. Em São Paulo, Lula teve 36,77% dos votos e Alckmin, 54,2%. De acordo com ela, uma das principais apostas nesse sentido será levar a militância para as ruas, para pedir votos pela reeleição do presidente. "O PT é muito bom de rua", afirmou.

PREVISÕES ÓBVIAS PSB APÓIA LULA

A

nalistas argentinos avaliaram ontem que o futuro presidente do Brasil terá que realizar reformas estruturais, baixar as taxas de juros e aperfeiçoar as políticas sociais. Guillermo Mondino, diretor de estratégia de Lehman Brothers, acredita que o Brasil está pronto para fazer as reformas necessárias.

O

PSB confirmou ontem o apoio da legenda, em todo o País, à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi tomada pela Executiva Nacional, que se reuniu em Brasília. No primeiro turno das eleições, o PSB conseguiu eleger um governador no Ceará, Cid Gomes.


DIÁRIO DO COMÉRCIO A Amazônia não está à venda.

Fabrice Coffrini/AFP

Do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, num lacônico pronunciamento sobre o mal-estar causado pela notícia de que o governo britânico teria um plano de privatização da Amazônia.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

5 Dia Internacional dos Professores Nascimento do músico e ativista irlandês Bob Geldof (1951)

M EDICINA N OBEL

Genética também dá prêmio a químico O Prêmio Nobel de Química de 2006 foi concedido ao americano Roger D. Kornberg por seu trabalho para desvendar o processo pelo qual a informação contida nos genes é posta em uso dentro da célula – ou, como diz o anúncio oficial do comitê Nobel, "por seus estudos sobre a base molecular da transcrição eucariótica". "Eucarióticas" são as células dotadas de núcleo, como as que existem em plantas e animais, e

"transcrição" é o processo pelo qual as ordens contidas nos genes são traduzidas para que possam ser executadas pela célula. "Roger Kornberg foi o primeiro a criar uma imagem real de como a transcrição funciona no nível molecular", diz o anúncio oficial, feito ontem em Estocolmo. Pesquisas sobre genes também foram reconhecidas com o Nobel de Medicina deste ano, que foi para dois cientistas que descobriram como desligar o gene.

A RTE Paul Yeung/Reuters

Insulina em tempo real Aparelho ajuda diabéticos injetarem o hormônio assim que o nível cai

N

os próximos dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai receber o pedido de aprovação de um produto inédito para diabete no País. Parecido com um marcapasso ele avisa em tempo real quando o nível de insulina foge dos limites determinados pelo médico, além de medir e liberar o hormônio responsável por levar glicose até as células no sangue. "Trata-se da melhor forma já encontrada pela ciência de imitar o pâncreas", diz o endocrinologista Antônio Carlos Lerário, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Núcleo de Diabete do Instituto do Coração. O aparelho tem a capacidade de conferir 288 vezes por dia a quantidade de insulina no cor-

po - a cada cinco minutos. Quando está fora do padrão, emite um alarme sonoro ou vibratório e o paciente, então injeta a insulina. A engenhoca - Sistema Paradigma Real Time, da Medtronic é formada por três aparelhos integrados. Uma delas é uma bombinha com monitor no formato de um pager que fica fora do corpo, presa no cinto ou amarrada na cintura. Além de avisar quando o nível de insulina está alterado, o monitor armazena dados sobre a produção do hormônio em função da ingestão de açúcar (curva glicêmica), que podem ser descarregados em qualquer computador doméstico, com facilidade, pelo próprio paciente. A bomba com o monitor é ligada por um tubinho de silico-

ne à segunda parte do aparelho, um cateter subcutâneo. Por meio dele, a insulina é descarregada no organismo. O terceiro componente é um sensor na forma de eletrodo, também subcutâneo, que manda sinais por radiofreqüência para a bomba de insulina, avisando quando o nível do hormônio está acima ou abaixo do normal. A bomba infunde frações mínimas e constantes de 0,05 unidade de insulina. A dose mínima da injeção normal é de 1 unidade, com margem de erro alta. "O grande problema do diabético é que com o tempo ele fica insensível aos primeiros sintomas da doença, correndo o risco de só perceber que precisa de insulina quando está em estado grave", alerta Lerário, da USP. (AE)

John D. McHugh/AFP

L

Orange Marilyn, de Andy Warhol, foi apresentada ontem em Hong Kong pela especialista da Christie´s de Nova York, Pilar Ordovas. A obra será leiloada em novembro por, no mínimo, US$ 10 milhões.

E SPORTE

Popó se despede dos ringues

E M

À Margem da Imagem, do cineasta Evaldo Mocarzel (foto), na Mostra com o Cinema Brasileiro. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3652. 19h. R$ 4

TUTU - A bailarina Alexandra Ansanelli, do Royal Ballet, vestindo sua saia tutu e suas sapatilhas, aproveita um dos intervalos do ensaio na Royal Opera House, em Londres, para ligar para casa, nos Estados Unidos. A RQUEOLOGIA

Aulas de exportação

O site "I Want One of Those" tem esse "botão de destruição" que se conecta ao PC por uma porta USB. Feito para parecer um detonador atômico com se se nos filmes, na verdade ele não destrói nada, apenas dispara uma buzina ensurdecedora. Mas o visual vale a pena. Cerca de US$ 72. new-arrivals/armageddon-usb-

O governo federal mantém na internet o site Aprendendo a Exportar, que traz informações para empreendedores que querem buscar o mercado externo. Além de um manual geral para download sobre exportações, há ainda manuais dos setores de artesanato, móveis, alimentos, flores e plantas, máquinas e equipamentos, calçados e confecções. O site traz ainda informações de preços de exportação e um simulador do Siscomex, o sistema pelo qual se registram as operações.

hub/index.html#top

www.aprendendoaexpor tar.gov.br

www.iwantoneofthose.com/

A

B RAZIL COM Z

Ronco sempre presente O jornal sensacionalista inglês The Sun publicou ontem uma notícia sobre um estudo feito por pesquisadores brasileiros - o jornal não cita de qual instituição - que mostra que os usuários de Viagra mantém seus companheiros acordados a noite toda. Entretanto, a noite em claro não é conseqüência do desempenho sexual reforçado, mas de um efeito colateral da pílula: o ronco. A droga, segundo o estudo, agrava a condição de quem sofre de apnéia e mostra que os usuários do Viagra tem uma chance duas vezes maior de desenvolver o problema, em relação a quem não usa o medicamento.

A TÉ LOGO

Relatório do Centro Hadley para o Prognóstico e as Pesquisas sobre o Clima, da Grã-Bretanha, apontou que cerca de um terço do planeta será deserto em 2100. É o primeiro estudo a quantificar a desertificação causada pela mudança climática. O relatório, divulgado pelo jornal The Independent, aponta que, por causa desta desertificação, "haverá migrações de camponeses a níveis desconhecidos até agora, que os países pobres não poderão suportar". C IÊNCIA

O mito do leite materno O leite materno não tem nenhum impacto na inteligência da criança, afirmou uma pesquisa publicada ontem. Embora o leite materno tenha muitas vantagens para a criança, como a de reduzir o número de infecções, doenças respiratórias e casos de diarréia, ele aparentemente não tem o poder de aumentar a inteligência da criança. O estudo publicado pelo British Medical Journal aponta, entretanto, que a inteligência da mãe é essencial para entender o QI da criança. L OTERIAS

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Violência contra crianças continua 'invisível', diz estudo da ONU feito por um brasileiro Chanceler de Cuba, Felipe Pérez Roque diz que Fidel Castro retornará ao comando da ilha

L

O botão do Juízo Final

Tomas Bravo/Reuters

rqueólogos mexicanos fizeram a descoberta mais importante sobre a cultura pré-colombiana em várias décadas, ao acharem, no fim de semana, um altar do século 15 e uma enorme placa de pedra num templo em ruínas, o Templo Mayor, o mais importante do império asteca no centro da Cidade do México. O local era usado para orações e sacrifícios humanos. É a principal descoberta arqueológica sobre os astecas desde 1978, quando operários de uma empresa elétrica encontraram uma peça entalhada, de oito toneladas, representando uma deusa, no mesmo local. O altar tem um friso do deus da chuva, Tlaloc. Os astecas, um povo guerreiro e religioso, chegaram a ter um império que se estendia do golfo do México ao Pacífico, abrangendo grande parte do atual México. Seu reinado, muitas vezes violento, começou no século 14 e durou até a conquista espanhola liderada por Hernán Cortés, em 1521. (Reuters)

L

F AVORITOS

Monolito asteca

L

G @DGET DU JOUR

A cantora Madonna adotou ontem um menino de Malauí, sul da África, e garantiu que irá financiar uma entidade para mil órfãos, muitos dos quais filhos de vítimas da aids. A comitiva de Madonna chegou de manhã a Lilongue, capital do Malauí, e foi rapidamente levada para um local não identificado onde ela escolheu um menino de um ano entre 12 crianças especialmente selecionadas antes de sua chegada ao país. Ela pediu especificamente um menino e os candidatos foram selecionados em 4 orfanatos em Lilongue.

Planeta cada vez mais deserto

C A R T A Z

CINEMA

Madonna adota menino africano

M EIO AMBIENTE

L

O lutador baiano Acelino Popó (OMB) e Associação Mundial de Freitas surpreendeu o público Boxe (AMB). Ele deixa os ringues com 39 lutas como profissional, presente para uma noitada de lutas promovida por sua empresa, com 38 vitórias, sendo 32 por nocaute, e apenas uma derrota, e na terça-feira, em Salvador, e anunciou o fim de sua margarida Neide/A Tarde/AE deve se dedicar apenas à atividade de carreira. Sua última empresário, que já luta foi disputada em vinha exercendo. abril, quando Com a decisão, Popó derrotou o norteamericano Zahir interrompe os preparativos para o Raheen. Popó se aposenta como o combate pela unificação dos boxeador brasileiro mais premiado de cinturões dos leves, que estava prevista todos os tempos. Ele para janeiro. Popó conquistou quatro disse que é melhor "parar por títulos mundiais, em duas cima" e se considerou um categorias diferentes - supervitorioso "no ringue da vida", penas e leves - e por duas lembrando que chegou a dormir entidadades diferentes Organização Mundial de Boxe no chão.

C ELEBRIDADE

Governo da Bolívia divulga 'lista negra' da imprensa, com nomes de jornalistas opositores

Devido a problemas técnicos no site da Caixa Econômica Federal (CEF), os resultados dos sorteios dos concursos 660 da LOTOMANIA e 804 da MEGA-SENA não foram divulgados ontem. Confira os números no site. www.caixa.gov.br


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

Lição de antijornalismo Reprodução

prática do bom jornalismo recom e n d a m i n uc i o s a e re s p o n s á v e l apuração dos fatos antes de se veicularem matérias, em especial se o tema implica repercussão de impacto na vida de um cidadão, empresa, governo ou toda a sociedade. Por mais incrível que possa parecer, numa era em que a informação constitui-se no mais precioso bem da humanidade, esse conceito não é tão óbvio assim, pelo menos para o repórter norte-americano Joe Sharkey, um dos sete passageiros do Legacy 600 que bateu no Boeing 737-800 da Gol. Antes de conhecer as conclusões da Força Aérea Brasileira sobre o acidente, o profissional publicou ufanista matéria no New York Times aclamando como heróis os pilotos norte-americanos José Lepore e Jan Paul Palladino, da empresa de táxi aéreo ExcelAire, condutores do avião executivo comprado à Embraer. O conteúdo da maté-

A

ria, porém, foi integralmente desmoralizado ante as informações confirmadas pela Aeronáutica, que constatou erros absurdos no procedimento dos pilotos. Ou seja, nada há de heróico na ação dos pilotos nortea m e r i c a n o s ! F e l i zmente para ambos e os demais ocupantes da aeronave Legacy, tiveram habilidade - inversamente proporcional à sua responsabilidade - para pousar e sobreviver. É triste, contudo, que os passageiros do Boeing não tivessem a mesma sorte. Além do desrespeito à dor dos familiares das 155 vítimas fatais e do luto de toda uma nação, a irresponsável matéria do repórter Joe Sharkey fere a imagem do sistema brasileiro de controle do tráfico aéreo e da empresa Gol, cujas assessorias e porta-vozes, de modo sereno e prudente, tentaram, desde o trágico acidente, evitar conclusões precipitadas. Nenhuma das instituições brasileiras,

até o momento em que a Aeronáutica divulgou informações mais precisas, ousou culpar ou inocentar alguém. As fontes e a mídia nacionais tiveram atuação exemplar no caso, buscando divulgar notícias equilibradas, antes de fazer quaisquer afirmações levianas. Tentaram, ainda, prestar serviço aos parentes dos passageiros, apesar da imensa dificuldade para localizar os destroços do Boeing e sinalizar a mínima esperança de encontrar sobreviventes. O New York Times que, há pouco tempo, teve de pedir desculpas aos seus leitores, confessando em editorial que publicara informações inverídicas sobre as razões que levaram o Governo Bush à invasão militar do Iraque, publicou texto emocional do repórter, que sequer buscou apurar o que de fato ocorrera. Competirá à Aeronáutica, aos especialistas, às autoridades competentes, à Polícia

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

A reportagem de Joe Sharkey (acima) ficou desmoralizada depois que foram confirmadas pela Aeronáutica as informações sobre erros absurdos no procedimento dos pilotos do Legacy. Ou seja, não houve nada de heróico na ação dos pilotos americanos.

Federal e, conforme a conclusão das investigações, à Justiça de nosso país, a decisão sobre o grau de responsabilidade dos pilotos norteamericanos no acidente e se o seu ato foi ou não um crime, culposo ou doloso. Não cabe à mídia julgá-los, mas sim noticiar fatos concretos, como as conclusões iniciais da Aeronáutica, até provas cabais estabelecerem culpa ou inocência. erante esta postura coerente da imprensa brasileira e considerando as regras mínimas da ética e qualidade técnica no exercício do jornalismo, é lamentável verificar a freqüência com que notícias vêm sendo distorcidas em veículos de comunicação de alguns poucos países do primeiro mundo. É como se os povos que ainda buscam o desenvolvimento não tivessem direito à verdade!

P

MARCO ANTÔNIO EID É JORNALISTA E EXECUTIVO DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Fora Lula! resultado das eleições de domingo últi- G Chega de mo deram um refrigério na minha alma, incompetência pois mostra uma nítida reação do eleito- e de cinismo. rado brasileiro contra a máquina de propaganda Fora Lula! Vamos mentirosa do PT e contra as práticas antiéticas do pô-lo a correr governo Lula. O epicentro dessa reação deu-se no Estado de São Paulo, que consagrou José Serra go- pelo voto. vernador ainda no primeiro turno e gerou os votos necessários para levar Geraldo Alckmin ao se- G É hora do basta. gundo turno das eleições presidenciais. Orgulho- Basta de me de residir em São Paulo e de fazer parte dessa mensalão! reação exuberante pela ética pública dos gover- Basta de mentiras! nantes e pelo bem do Brasil. Basta de Mas o PT também registrou derrotas, ainda que corrupção! Basta esperadas, em estados importantes: Rio de Janei- de falsos ro, Pernambuco, Mina Gerais. Infelizmente, colo- movimentos cou seu candidato no segundo turno do Rio Gran- sociais assaltando de do Sul e no meu querido Ceará consagrou a noos cofres públicos! va oligarquia da família Gomes, cabos eleitorais Basta de PT despudorados de Lula Lá. O Ceará deu um mau exemplo à Nação. E a Bahia, linda Bahia, sufragou e suas más – Deus saberá como – um seguidor do pentagra- companhias! ma vermelho ainda no primeiro turno. Como se vê, o PT se comporta como a Hidra da G Quem abraçar mitologia grega. Corta-se uma cabeça e outras Lula terá brotam imediatamente no lugar. Enquanto não se que fazê-lo cortar a cabeça principal haverá essa multiplica- integralmente, ção descontrolada, verdadeira metástase do ma- publicamente, ligno PT. A grande notícia e a grande esperança é e políticos assim ter Geraldo Alckmin no segundo turno. Há uma devem ser tratados chance real de fazê-lo presidente da República, como adversários, matando a Hidra definitivamente. de forma Agora será uma eleição solteira, com tempos implacável. de propaganda eleitoral igualitários, sem a possibilidade de haver dubiedade na atuação das li-

O

deranças regionais. E o farsante terá que se expor em debates francos revelando assim todo o seu despreparo. Quem abraçar Lula terá que fazê-lo integralmente, publicamente, e políticos assim devem ser tratados como adversários, de forma implacável. Bem sabemos que boa parte do apoio do PT vem dos chamados políticos fisiológicos. Ao primeiro sinal de que Geraldo Alckmin poderá se sagrar vencedor, esses políticos mudarão de lado imediatamente. A candidatura de Lula tem essa fragilidade intrínseca. Por outro lado, os apoiadores de Geraldo Alckmin são gente de fibra, brasileiros honrados e preocupados com os destinos maiores do Brasil. Entendo que o movimento inverso, de perda de apoios de Alckmin para Lula, não deverá acontecer. Alckmin terá o que o PT teve ao longo de todos os anos e perdeu por causa da desonestidade: a adesão voluntária dos cidadãos alheios às lides políticas, mas que estão indignados e estão trazendo às próprias mãos a responsabilidade de conduzir os destinos do Brasil. Estou vendo homens e mulheres trabalharem gratuita e voluntariamente, nos meios disponíveis, para derrotar a Hidra e colocar o honrado e competente ex-governador de São Paulo na Presidência da República. Há um consenso silencioso das pessoas de bem de que é hora do basta. Basta de mensalão! Basta de mentiras! Basta de corrupção! Basta de banditismo travestido de programas sociais! Basta de falsos movimentos sociais assaltando os cofres públicos! Basta de MST expropriando a propriedade privada! Basta de PT e suas más companhias! Basta de Delúbios, Marcos Valérios, Waldomiros Diniz e Freuds do PT! Vi um movimento irresistível dessa envergadura quando ocorreu o movimento pelas Diretas Já. Sinto o mesmo clima, o mesmo engajamento, a mesma disposição cívica das pessoas para lutarem por um Brasil melhor, mais digno e mais livre. Chega de incompetência e de cinismo. Fora Lula! Vamos pô-lo a correr pelo voto.

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

CORRUPÇÃO NO EXTERIOR organização nãogovernamental Transparência Internacional anunciou ontem um de seus índices, o de Países Corruptores, (BPIBribers Payers Index) também conhecido como Índice da Propina. O levantamento foi realizado pelo Fórum Econômico Mundial e abrangeu as 30 principais economias exportadoras do globo. Fizeram-se duas perguntas: 1. Da seguinte lista de países, selecione os países de origem das empresas estrangeiras que mais comerciam com o seu país. 2. Na sua experiência, até que ponto empresas oriundas dos países que você assinalou pagam propinas ou realizam pagamentos nãodocumentados? (escala de 1 a 7). Os resultados são resumidos na tabela abaixo.

A

ventuais conclusões que se possam extrair desse índice precisam ser temperadas por algumas considerações. Primeiro, embora o levantamento tivesse a intenção de focalizar a experiência concreta dos respondentes com avanços por parte de empresas exportadoras, não é garantido que todos eles tenham respondido com isso em mente. De fato, cerca de 30% do total de avaliações de países corresponderam a respondentes que opinaram sobre mais de 20 países. Como dificilmente alguém teria experiência de corrupção com empresas de mais de 20 países, isso é indício de que as respostas não se basearam em conhecimento concreto, mas em percepções colhidas de terceiros. Segundo, a metodologia não levou em conta a real

E

distribuição da balança comercial dos países. As respostas não foram compensadas pelos dados dessa distribuição. Com isso, não é impossível que em alguns casos uma quantidade desproporcionalmente alta de respondentes sobre um país era oriunda de países que na verdade mantêm comércio irrelevante na balança daquele país. Há também, no posicionamento dos países, algumas curiosidades que justificam indagações que, infelizmente, não podem ser respondidas. Por exemplo, os Emirados Árabes Unidos aparecem na posição de nº 14 da lista. O México aparece na 17ª posição. Mas o quê, exatamente, exportam os Emirados Árabes Unidos e o México? Resposta – petróleo. No caso do México, para os EUA. No caso dos Emirados, para EUA e Europa. ra, será que é necessário à Yacimentos Petrolíferos Fiscales do México (que, aliás, é uma empresa estatal) ou a qual organismo seja que trate disso nos Emirados, subornar alguém para comprar petróleo? A partir desse raciocínio, esses países deveriam estar no topo da lista, empatados em primeiro lugar com "notas" próximas de 10. O Brasil exporta essencialmente commodities para a América do Norte e para a Europa. Em distante segundo lugar estão bens industrializados de alta, média e baixa tecnologia, majoritariamente para os mesmos lugares. No entanto, quando se estratificam os resultados do índice, resulta que empresas brasileiras teriam mais propensão a pagar subornos em países membros do "clube dos ricos", a OCDE, do que em países muito pobres. Não parece razoável.

O

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

G Empresas

brasileiras seriam mais propensas a pagar subornos em países ricos

NIVALDO CORDEIRO WWW.NIVALDOCORDEIRO.ORG

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ESPECIAL - 5

Fotos: Ricardo Padue/AFG

Check-Up Executivo, novo conceito no Sírio-Libanês O hospital implantou o serviço voltado especialmente para executivos e hoje cuida da prevenção em muitas empresas. Afinal, prevenir doenças reduz custos com consultas, tratamentos e até internações no futuro

A

cultura da saúde coorporativa está em alta. É cada vez maior o número de empresas preocupadas com o bem-estar e a saúde de seus funcionários. Para atender a essa demanda do mercado, o Hospital Sírio-Libanês implantou um novo conceito de check-up, voltado especialmente para executivos. Em menos de dois anos os resultados superaram as expectativas e o serviço foi amplamente requisitado, segundo a coordenadora do CheckUp Executivo, dra. Danielli Haddad: "Existe uma preocupação muito grande das empresas em oferecer programas de prevenção a seus funcionários, já que prevenir doenças reduz custos com consultas, tratamentos e até internações no futuro. A saúde, sem dúvida alguma, interfere na produtividade". Atualmente, a entidade mantém contrato com aproximadamente 40 empresas de todo o País e realiza dez checkups executivos por dia. Novas parcerias estão sendo fechadas para o próximo ano, o que deve aumentar para quinze o número de check-ups, montante que superou a meta estimada. Tamanho crescimento exigiu a ampliação do espaço disponível para o serviço, atualmente realizado num andar do hospital. A partir de fevereiro de 2007 a unidade ganhará um novo espaço de 800 metros quadrados. Para a coordenadora do programa, a tendência é personalizar cada vez mais o atendimento conforme o perfil dos clientes. Outra inovação em andamento é o Checkup Executivo Noturno, lançado há um mês, voltado especialmente ao profissional de primeira linha que não tem tempo para se ausentar do trabalho. Eles chegam às 18h30 e saem somente às 8h30 do dia seguinte, direto para o trabalho: "O check-up noturno é o primeiro do País e segue os modelos norte-americanos. O executivo, além de realizar todos os exames nesse período, conta ainda com serviço de hotelaria e internet". O serviço faz parte do programa de medicina preventiva da entidade e põe à disposição dos usuários um corpo clínico

altamente selecionado e especializado, formado por mais de 40 médicos, além de outros profissionais de saúde, serviços individualizados e diferenciados: "A entrega dos exames pode ser feita por médicos na própria empresa do executivo, há acompanhamento médico e nutricional por meio de visitas, acesso on-line com a equipe, através de um site específico, orientação exclusiva, e o melhor custo-benefício do mercado, com preço competitivo, abaixo da média". Outro conceito abordado, segundo Danielli, é o acompanhamento anual, que consiste no contato periódico do médico responsável pelo processo de check-up com o executivo, por meio de visitas pessoais, telefonemas ou e-mails. O serviço conta com modernos recursos informatizados, protocolos personalizados e totalmente flexíveis frente às necessidades da empresa, coletivo e individual, entrega de laudos pessoalmente, e renovação do check-up conforme a saúde do cliente. "O ponto mais importante é a efetividade, pois fazemos um programa de forma diferente, com um acompanhamento muito próximo. Pretendemos não apenas constatar fatores de risco e de alterações, mas também incentivar os executivos a buscar as providências necessárias e, principalmente, fazer com que modifiquem seu estilo de vida, adquirindo hábitos mais saudáveis". Executivos da Fundação Getúlio Vargas, Semp Toshiba, Alpargatas e Rede Accor de Hotéis são alguns clientes do programa. Exames Com oito consultórios e uma completa estrutura para coleta de exames, com a utilização de alta tecnologia diagnóstica, o serviço de check-up executivo propõe a realização de 18 exames laboratoriais (hemograma, glicemia de jejum, ácido úrico, creatinina, colesterol total e frações, triglicérides, TGO, TGP, gama-GT, TSH, saturação de transferrina, sorologia para hepatite C, hepatite B, sorologia para sífilis, urina tipo I, protoparasitológico de fezes e proteína C reativa ultra-sensível), dois exames de imagem (do tórax e do abdômen) e ainda screening oftalmológico, bioimpedância corpórea (avalia a por-

Danielli Haddad, do Check-Up Executivo: "Existe uma preocupação muito grande das empresas em oferecer programas de prevenção a seus funcionários. Prevenir doenças reduz custos com consultas, tratamentos e até internações no futuro. A saúde, sem dúvida alguma, interfere na produtividade"

centagem de gordura corporal), teste ergométrico, avaliação clínica, cardiológica, dermatológica e nutricional. Para a realização dos exames, o executivo fica em torno de seis horas no centro de diagnóstico do HSL, das 7h às 13h, período no qual pode tomar o seu café da manhã no restaurante Solarium, no próprio hospital. Os resultados ficam prontos em quinze dias e podem ser entregues pelo médico ao cliente na própria empresa. Um kit check-up é encaminhado ao departamento de RH da empresa contendo o material necessário para coleta de exames complementares, folheto explicativo da preparação do check-up, e prontuário clínico para avaliar a possível adequação do protocolo de exames a serem feitos - aqueles

fora da lista, mas que podem ser realizados conforme solicitação da empresa. Prevenção Para Antônio Penteado Mendonça Barros, advogado, jornalista e especialista em seguros-saúde, é preciso fomentar uma mudança no conceito de assistência médica, hospitalar e laboratorial no Brasil. Segundo ele, o País tem pouquíssima noção de prevenção, e a idéia de criar mecanismos preventivos ao executivo vem da necessidade de resultados mais efetivos e da possibilidade de se evitar problemas definitivos, como o afastamento por acidente ou gastos com substituição de mão-de-obra: "Esse é um programa de monitoramento permanente da saúde do executivo, para evi-

tar algum tipo de problema futuro. Na medida em que a pessoa sabe que sua saúde está constantemente monitorada, ela tem tranqüilidade para trabalhar e sua produção rende muito mais para a empresa". Segundo Mendonça, a prevenção começa na qualidade de vida que os planos de saúde impõem como mínima para a empresa, e isso pode gerar economia futura às seguradoras pela queda da sinistralidade: "É preciso aplicar a prevenção em faixas de tratamento mais caras, em que os custos do tratamento são mais elevados do que os de prevenção. Com um controle voltado para o acompanhamento do paciente de perto, há menos risco de evolução de doenças e o custo da medicina se torna mais viável". (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: Ricardo Padue/AFG

O Hospital 9 de Julho investiu num moderno Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional e hoje atende em média 800 pacientes por mês. Cláudio Corrêa, no detalhe: "A maioria dos hospitais não trata a dor crônica"

Um centro só para aliviar a dor no 9 de Julho O hospital investiu num moderno Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional e pode garantir: "Temos condições de tratar a dor do mesmo modo como é tratada em países de primeiro mundo"

A

dor é o principal motivo de 80% das consultas médicas em todo o mundo. Com o objetivo de centralizar em um único local uma equipe multidisciplinar habilitada para tratar sintomas dolorosos e todos os recursos disponíveis no mercado mundial para o tratamento da dor, o Hospital 9 de Julho, de São Paulo, investiu na estruturação de um moderno Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional. Idealizado pelo neurocirurgião do Grupo de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas de São Paulo, Cláudio Fernandes Corrêa, atualmente o Centro atende em média 800 pacientes por mês, mas tem condições de chegar a quatro mil pessoas

nesse mesmo período, portadoras de dores crônicas e agudas pós-operatórias, além de espasticidades, movimentos involuntários (como mal de Parkinson, por exemplo) e tumores no sistema nervoso central. De acordo com o especialista, as dores crônicas, como lombalgia, enxaqueca e dores provocadas pela herpes zoster (neuralgia pós-herpética) e pelo diabetes (neuralgia periférica), são as de maior prevalência na população. A dor mais violenta que aflige o ser humano é a neuralgia do trigêmeo (nervo que percorre a face), também considerada a mais difícil de ser tratada: "A maioria dos hospitais trata a dor aguda, mas não trata a dor crônica. Hoje, nosso Centro tem condições de tratar a dor do mesmo modo como é

tratada em países de primeiro mundo". No caso do mal de Parkinson, por exemplo, já é possível tratar os dois sintomas mais limitantes da doença tremor e rigidez - com cirurgia, de forma definitiva, embora o Parkinson em si seja incurável. A cirurgia é ablativa, ou seja, interrompe a via de condução da dor, e consiste na colocação de eletrodos em núcleos do encéfalo. Segundo Corrêa, o Parkinson é uma enfermidade muito mal esclarecida à população: "Ela não tem noção que existe um tratamento cirúrgico além do medicamentoso. O custo, de imediato, é alto, mas o retorno é imenso depois". Tecnologia A alta complexidade tecnológica do Centro permite que

os profissionais trabalhem em três frentes de procedimentos operatórios: os ablativos, muito utilizados em dores de natureza oncológica; os que implantam bombas de infusão de analgésico, indicados para pacientes com dores crônicas; e os que implantam eletrodos neuroestimuladores em centros inibidores da dor, um tipo de marcapasso para o cérebro e a medula que inibe a dor. Segundo o neurocirurgião, uma nova técnica não invasiva e promissora deverá ser implementada até o final deste ano e se utiliza da estimulação eletromagnética do encéfalo para tratar a dor: "Estamos incorporando o tratamento aqui no Brasil com o auxílio de um profissional especialista de Boston, Estados Unidos. Seremos os pioneiros". (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ESPECIAL - 7

No Samaritano, obsessão pelos padrões de excelência O Samaritano é um dos três hospitais gerais privados do Brasil a ser reconhecido nacional e internacionalmente pelo seu bom atendimento. Resultado de seu investimento na qualidade permanente

E

xpandir a infra-estrutura, consolidar as tecnologias implementadas e investir em ações sociais e protocolos assistenciais são os projetos em andamento no Hospital Samaritano, com 112 anos de atuação, para manter e garantir a qualidade de seus serviços. Depois de quatro anos de reestruturação organizacional, planejamento estratégico - focando novas ações e padrões de qualidade -, engajamento profissional e investimentos na ordem de R$ 50 milhões, a entidade está dando continuidade ao processo de readequação ao mercado. De acordo com José Antônio de Lima, superintendente-geral do Samaritano, a instituição investirá mais R$ 40 milhões somente na construção de um novo prédio, que abrigará estacionamento com 600 vagas, reservatório de água, serviço de nutrição e dietética, centro de diagnósticos e de estudos, além de espaço para convenções. O número de leitos de alta complexidade também será ampliado, para garantir o atendimento, já que a ocupação nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) gira em mais de 80%. "É preciso ampliar, reformar e readequar as instalações do hospital. Para isso construiremos um prédio modular e flexível, com 15 andares e 30 mil metros quadrados de área útil", ressalta o superintendente. O projeto já foi aprovado e as obras terão início em janeiro de 2007, com prazo para finalizar em dois anos: "Nosso objetivo é garantir atenção total e segurança aos pacientes".

Qualidade O hospital investiu pesado em qualidade e correu atrás da "acreditação", um sistema que avalia o cumprimento de um conjunto de padrões e normas. No final de 2004, foi acreditado pela Joint Commission International (JCI), tornando-se um dos três hospitais gerais privados do Brasil a ser reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade da assistência prestada. O processo de "acreditação", iniciado em 2000, envolveu todas as áreas do hospital com o compromisso de implantar protocolos clínicos e adotar um modelo de qualidade permanente, buscando de forma contínua eficiência e ampliação da segurança dos usuários e da eficiência dos serviços de saúde prestados: "A acreditação pela JCI demonstra que o Samaritano possui uma gestão voltada para aprimorar processos e melhorar desempenhos visando à satisfação dos clientes".

WValente/AFG

Newton Santos/Digna Imagem

José Antônio de Lima, do Samaritano: "Conseguimos incorporar a cultura da qualidade dentro de cada um. A integração de todos, até de voluntários, é fundamental para a continuidade do processo, que é irreversível, contínuo e permanente"

Manutenção Para manter a instituição em conformidade com os padrões de excelência da JCI, foi instaurado um programa de manutenção, com ações voltadas à sedimentação do processo de qualidade, sustentado na gestão de pessoas e na capacitação contínua: "O envolvimento de todos os profissionais dentro de uma instituição é fundamental para a eficiência de toda a cadeia produtiva. Conseguimos incorporar a cultura da qualidade dentro de cada um. A integração de todos, até de voluntários, é fundamental para a continuidade do processo, que é irreversível, contínuo e permanente". A capacitação profissional também foi ponto fundamental no processo de qualidade: 84 mil horas de treinamentos internos e externos, de 2001 a 2004. Parte da equipe de enfermagem, por exemplo, chegou a fazer estágio nos Estados Unidos e alguns gestores fizeram curso de pós-graduação e MBA: "Nosso maior investimento foi na atualização profissional".

Filantropia Um dos programas filantrópicos de destaque é o Projeto Atendimento Multi Assistencial (AMA), lançado em 2001, com o objetivo de prevenir doenças, levar informação educacional às mães e aos filhos, além de realizar consultas, exames, internações e cirurgias em moradores de áreas carentes próximas ao hospital. A t u a l m e n t e , c e rc a d e m i l crianças e 350 mães são beneficiadas pelo projeto. Outra iniciativa, firmada com a Prefeitura de São Paulo, tem como objetivo tornar viável a realização de obras e reformas, de procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos e de projetos assistenciais dos hospitais municipais Dr. Camino Caricchio, no Tatuapé, e Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara. Cerca de R$ 3,4 milhões já foram disponibilizados para o projeto, mas esse valor deve aumentar até o final do ano, segundo o superintendente do Samaritano: "Nossa idéia é ampliar as propostas para 2007 e ajudar algumas unidades básicas de saúde". (MO)

Medicina brasileira, uma referência tipo exportação

A

excelência da medicina brasileira está caminhando rumo a o E x t e r i o r. A Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) firmou acordo, em julho passado, com seis hospitais privados brasileiros, dentre eles o Samaritano, para incentivar a troca de experiências entre profissionais de culturas diferentes e divulgar o que há de melhor no setor de saúde do País para mercados internacionais. A iniciativa, que recebeu investimentos iniciais de R$ 1,3 milhão, reúne os hospitais do Coração, Incor, Sama-

ritano e Sírio-Libanês, de São Paulo, Hospital Brasília, do Distrito Federal, e Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. O objetivo também é agregar conhecimento das instituições participantes e mostrar que o Brasil detém uma medicina de excelência, atualizada e referência em diversas especialidades. O projeto pretende não apenas impulsionar o chamado "Turismo de Saúde", mas incrementar e sistematizar o intercâmbio entre hospitais e profissionais brasileiros com outros países. Em um primeiro momento, a meta é fazer contatos e participar de feiras

do setor em países da América Latina, Caribe, África e Oriente Médio. A primeira feira ocorrerá em novembro, em Dusseldorf, na Alemanha. Para o superintendente-geral do Hospital Samaritano, José Antônio de Lima, o consórcio pretende, acima de tudo, reconhecer e valorizar as conquistas brasileiras no campo da saúde: "É com base em nossas realizações e experiências nas mais variadas áreas da medicina que acreditamos ser possível oferecer serviços diferenciados, de qualidade e de vanguarda para pessoas de outros países e culturas". (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: Rogério Albuquerque/AFG

Um programa para melhorar a qualidade nos laboratórios

O

A medicina diagnóstica representa entre 10% e 11% dos gastos com saúde no Brasil e cresce a cada ano. A Sociedade Brasileira de Análises Clínicas quer melhorar os serviços com seu projeto de controle de qualidade

setor de laboratórios clínicos do Brasil, tão combalido nos últimos anos pela falta de políticas públicas à altura das suas necessidades operacionais e de investimento, começa a apresentar resultados positivos. Representando entre 10% e 11% dos gastos em saúde, a chamada medicina diagnóstica influencia 90% das decisões nessa área, segundo o Institute of Medicine. Com o objetivo de organizar o segmento, a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) desenvolveu nos últimos 37 anos um sistema capaz de apoiar a estruturação e o desenvolvimento de seus associados, além de servir de referência científica e administrativa ao mercado dentro e fora do País. A entidade divulgou crescimento superior a 30% do setor nos últimos quatros anos. Em 2002, havia 12 mil laboratórios no Brasil e hoje, há 17 mil crescimento maior no Sudeste, Sul e Nordeste. A grande parte das unidades abertas foi de pequeno e médio porte, em cidades do Interior. O volume de testes chega a 10 milhões por mês e a principal procura é por exames cardíacos e marcadores tumorais. Segundo o presidente da

SBAC, Irineu Grinberg, um dos principais projetos é o Programa Nacional de Controle de Qualidade, que visa melhorar os serviços das empresas neste ramo de atividade: "Infelizmente, apenas 2,8 mil laboratórios estão inscritos no projeto. Precisamos divulgar a idéia e conscientizar os profissionais para a importância desta iniciativa". Em São Paulo, o segmento gera cerca de 100 mil empregos em mais de cinco mil laboratórios. "Esse número é crescente. A quantidade de clínicas e de pacientes aumenta, seguindo o crescimento da população". De acordo com Grinberg, há duas novidades em diagnósticos que precisam ser destacadas. Uma delas é a biologia molecular, pela qual é possível diagnosticar doenças infecciosas com 100% de certeza e o mínimo de amostra. A segunda novidade são as "super máquinas", que transformam o laboratório em um centro de tecnologia e precisão. "O sangue já pode ser colocado em um tubo, onde será rotulado com código de barras e o nome do cliente". Algumas empresas comemoram o bom momento do setor. É o caso da Dasa - Diagnósticos da América. A empresa, que lançou ações na Bolsa de Valores de São Paulo

no final de 2004, anunciou um lucro líquido de R$ 5 milhões no segundo trimestre de 2006, valor 1,3% maior na comparação com igual período de 2005. A receita líquida, entretanto, subiu 20,9%, para R$ 161 milhões. O maior impulso para as vendas veio das aquisições de empresas. Nas unidades já existentes em 2005, a receita ficou praticamente estável. As despesas operacionais foram de R$ 45,6 milhões, uma alta de 26,5%. Segundo o diretor de relações com investidores da Dasa, Henrique Bastos, a empresa possui atualmente 1.300 acionistas: "No mercado de saúde brasileiro o segmento de medicina diagnóstica é rentável. Até o final do ano devemos abrir 17 novas unidades". Segundo o dr. Luís Gastão Rosenfeld, vice-presidente da área médica, o grupo, que administra 12 bandeiras de laboratórios clínicos no Brasil, realiza três mil tipos de exames: "A maioria dos clientes são de planos de saúde. Apenas 6% dos nossos clientes são particulares". O call center da empresa atende cerca de duas mil ligações por dia. De acordo com o diretor de atendimento da Dasa, Antônio Carlos Gaeta, em 2005 a Delboni Auriemo, marca que pertence à Dasa, atendeu 2,13 milhões de clientes: "De 2002 para cá percebemos um grande aumento no atendimento, porque pessoas estão valorizando mais a saúde e prevenindo doenças". Concorrência Os centros de diagnósticos tornaram-se concorrentes de seus próprios clientes: os planos de saúde. Operadoras como a Amil e a Unimed passaram a investir em uma rede própria para atender os clientes que precisam fazer exames. Só neste ano, por exemplo, a DixAmico - operadora do grupo Amil voltada para as classes C e D - abriu três centros que realizam exames laboratoriais. E o número chega a ser impressionante. Cerca de 75% dos exames já são realizados nestes laboratórios. O hospital Nossa Senhora de Lourdes acaba de divulgar investimento de R$ 1,5 milhão de reais em um novo sistema, que garante o envio de exames por uma rede de computadores, abolindo, assim, os métodos tradicionais e a popular chapa de raio-x. Com o PACS - Sistema Eletrônico de Digitalização e Transmissão de Imagens Radiológicas -, os pacientes não precisarão mais aguardar pela radiografia, pois ela entra-

O grupo Dasa administra doze bandeiras de laboratórios clínicos no Brasil (acima, a unidade Morumbi do Delboni Auriemo) e realiza três mil tipos de exames

rá automaticamente na tela do computador do médico. Depois, as pessoas poderão levar para casa os exames em um CD. Por meio da nova tecnologia, o Centro Diagnóstico, que

faturou R$ 18 milhões em 2005, tem a expectativa de crescer de 15 a 20% nos próximos 12 meses. De acordo com o dr. Cícero Aurélio Júnior, todo o corpo clínico, do centro de diagnóstico, do pronto-so-

corro e do hospital está sendo treinado: "Além disso, técnicos da Bélgica e Chile farão um acompanhamento nas primeiras semanas de utilização do sistema". (VR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ESPECIAL - 9

Plástica, o nome da beleza. Mas o importante é ser feliz A cirurgia plástica evoluiu e hoje o Brasil é o segundo país em número de intervenções, só perde para os Estados Unidos: "Trata-se de uma questão cultural. O brasileiro quer ser bonito", diz um médico Fotos: WValente/AFG

F

oi-se o tempo em que cirurgia plástica era um capricho desnecessário. Hoje em dia a estética corporal é responsável pela auto-estima de milhares de pessoas, sejam elas profissionais da mídia ou anônimos. Que o digam as belas modelos participantes dos concursos de miss pelo mundo. A televisão mostra, todos os anos, mulheres quase perfeitas. Desenhadas e esculpidas à mão. A busca pela beleza estética já é comum no Brasil. Segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2004 foram feitas 616.297 cirurgias no País. A mulher continua sendo a grande maioria: 425.288 buscaram corrigir imperfeições no corpo que as incomodavam. Só na capital paulista a entidade registrou 126.815 plásticas. Segundo o presidente da Regional São Paulo da SBCP, Antônio Gaziozi, o Brasil é o segundo país em número de cirurgias plásticas, só perde para os Estados Unidos: "Trata-se de uma questão cultural. O brasileiro quer ser bonito, e confia cada vez mais nos médicos daqui". Ao todo, são quatro mil cirurgiões brasileiros contra seis mil americanos: "Acabo de voltar de um congresso internacional e estou impressionado. O Canadá, que é um país de primeiro mundo, tem apenas 250 cirurgiões plásticos. Isso mostra como estamos evoluídos".

Naturalidade Segundo opinião de especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a finalidade desta intervenção no corpo é fazer com que os pacientes se sintam e pareçam tão bem quanto possível, dentro de suas características individuais. Para estes médicos, a plástica é uma combinação de arte e ciência, sujeita às variações do comportamento dos diferentes mecanismos fisiológicos que caracterizam cada pessoa. Uma tendência observada pelo dr. Alexandre Piasso Passos é de que, hoje em dia, o resultado de uma cirurgia deve ser tão natural a ponto de as pessoas que não sabem de sua realização não perceberem que ela ocorreu. "Se uma prótese de silicone muito grande causar um aspecto exagerado, artificial, a pessoa deve ser orientada a colocar uma menor, mais condizente com seu corpo. Se um paciente quer copiar o nariz de um ator famoso, mas tem o biótipo mui-

Os médicos Alexandre Passos e Alan Landecker em seus consultórios: não basta esculpir um rosto se o bem-estar não vier acompanhado

to diferente do dele, deve saber que não ficará bem". Segundo Passos, principalmente em relação ao nariz, as pessoas devem estar cientes de que o caso é estético e funcional: "A respiração tem que voltar ao normal após a operação. Recebo muitos casos aqui para corrigir uma cirurgia plástica mal sucedida, porque o paciente não consegue mais respirar direito". Integrante do corpo clínico de hospitais como Albert Einstein, Sírio Libanês e Oswaldo Cruz, além de Médico Responsável pelo Ambulatório de Rinologia Funcional da Disciplina de Cirurgia Plástica da USP, Passos garante que cirurgia plástica deve ser tratada com seriedade: "Como qualquer outra cirurgia, o paciente deve saber que corre alguns riscos. Fazer plástica não é o mesmo que ir ao cabeleireiro". Harmonia A procura pela rinoplastia não é tão grande quanto a lipoaspiração e a inclusão de implantes mamários, os procedimentos mais populares hoje no Brasil. Mas, segundo o dr. Alan Landecker, uma plástica de nariz bem executada pode melhorar a harmonia facial de forma significativa, além de um bom ganho na auto-estima: "A maioria dos pacientes se sente

mais confiante nas relações profissionais e sociais". Formado em Medicina e Cirurgia Geral pela Universidade

de São Paulo, Landecker iniciou sua formação em cirurgia plástica no Serviço do Professor Ivo Pitanguy, com quem trabalhou

diretamente por três anos. Especializado em rinoplastia, acaba de trazer uma técnica nova dos Estados Unidos.

Trata-se da reconstrução da ponta do nariz em pacientes cujas cirurgias anteriores resultaram em deformidades estéticas ou funcionais: "Basicamente, essas deformidades são causadas pela retirada excessiva de cartilagem, que acaba enfraquecendo a capacidade de sustentação do esqueleto do nariz". A solução é reforçar o esqueleto nasal utilizando enxertos de cartilagem do próprio paciente. A tendência atual é produzir um nariz que se adapte à face e etnia do paciente. Antes da cirurgia, estudos matemáticos detalhados são realizados para que o planejamento cirúrgico possa ser desenvolvido. Apesar de todas essas etapas, o paciente deve estar consciente de que não existe plástica perfeita: "As pessoas precisam saber que a cirurgia melhora as imperfeições do corpo e não as deixa totalmente perfeitas". Segundo ele, 5% da população sofrem de uma doença chamada dismorfismo corpóreo: "Para essas pessoas, mesmo que a plástica seja bem-sucedida, nunca ficarão felizes". Aí entra também a parte psicológica: "A cirurgia deve ser feita com consciência para que o resultado seja o melhor possível, satisfazendo tanto o médico quanto o paciente". (VR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: Marcelo Min/AFG

Bruna Anauate, de nariz novo: "Estou bem mais confiante agora, adorei o resultado". Fernanda Gomes, depois de prótese de silicone nos seios: "Hoje me considero uma nova mulher"

Cirurgias para remoção de traumas e complexos Aqui, três pacientes felizes com os resultados da cirurgia plástica que fizeram - uma com os seios com os quais sonhara, outra com o nariz perfeito e um homem sem orelhas de abano. Sem trauma ou complexos

A

cirurgia plástica é capaz de acabar com o complexo de quem sente vergonha do nariz avantajado, das orelhas de abano ou daquelas gordurinhas indesejáveis na região do abdômen. Nas mulheres, por exemplo, os seios representam uma característica primordial da identidade feminina. "A desarmonia entre a forma idealizada e a causada pela deformidade pode ocasionar problemas psicológicos nas pacientes, dificultando até o convívio social", afirma o cirurgião plástico Alexandre Passos. Foi o caso da jovem estudante de nutrição Fernanda Gomes. No dia 14 de julho deste ano ela conseguiu realizar um dos sonhos da sua vida e colocou prótese de silicone nos

WValente/AFG

seios: "Hoje me considero uma nova mulher. Sempre quis fazer plástica, desde a época da 8º série, mas só agora tive condições financeiras". Antes da cirurgia Fernanda não usava blusinhas decotadas e não se sentia bem de vestido, coisa que a grande maioria das meninas da sua idade adora: "Eu sempre achei lindo no corpo das outras mulheres, mas em mim achava horrível". Após dois meses de cirurgia, esbanja alegria e sensualidade usando blusas estilo tomaraque-caia e frente única: "Sem falar no vestido lindo que eu comprei", orgulha-se Fernanda. Aos 21 anos de idade, a estudante está realizada com o corpo. Mas não foi uma decisão fácil. Durante três anos pesquisou e procurou por um especialista que atendesse às suas expectativas: "Foi quando

encontrei uma cirurgiã maravilhosa. Levei minha mãe na consulta e ela também aprovou. Antes disso, conversei com médicos que não me convenceram". Durante a recuperação, Fernanda diz que sentiu dores na primeira semana, e que dormia na cama junto com os pais: "Eu precisava de ajuda porque tinha de tomar antibióticos de três em três horas". O apoio da família foi fundamental antes, durante e depois da operação: "Eles foram maravilhosos. Sabiam o quanto era importante para mim". Geralmente, problemas de auto-estima como os de Fernanda surgem na adolescência, com apelidos desagradáveis e brincadeiras feitas entre colegas de escola. O objetivo da intervenção cirúrgica é proporcionar satisfação pessoal, acabando com traumas e complexos. Especialistas afirmam que, quando passamos a viver em equilíbrio com nosso corpo, aumentamos nossa autoestima, nosso bem-estar e vivemos mais felizes. Há também casos em que a plástica contribui na vida profissional. A atriz Bruna Anauate, por exemplo, percebeu a necessidade de uma pequena cor-

reção no nariz aind a n a adolescência. Quando entrou na faculdade de Publicidade e Propaganda com 17 anos, iniciou uma carreira paralela que segue até hoje: "Entrei para o grupo de teatro e me apaixonei. Naquela época, muita gente dizia que meu nariz não combinava com o meu rosto e que talvez uma plástica me deixasse mais bonita". Antes de fazer a rinoplastia, Bruna pesquisou sobre o tema na internet e realizou várias consultas. Acabou escolhendo um cirurgião que já tinha operado duas colegas do bairro: "Gostei dele porque o resultado das meninas estava bem natural. E o que eu queria era um nariz que combinasse com o meu rosto, sem que as pessoas percebessem que era plástica". O último trabalho artístico de Bruna foi na webnovela Umas e Outras da Alltv, a primeira dramaturgia feita para a internet no mundo. "Assim que

Manuel Lima: "A cirurgia me libertou"

as gravações terminaram, eu fiz a cirurgia". A atriz aguarda pelo resultado final da plástica que demora, em média, seis meses - para refazer seu book e retomar a carreira: "Estou bem mais confiante agora. Adorei o resultado". Homens Vaidade não é característica exclusivamente feminina. Longe disso. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revela que em 2004 cerca de 191 mil homens realizaram algum tipo de cirurgia para melhorar a aparência. E a vontade de ficar bonito não é só dos jovens. O ator Manuel Lima, que assim como Bruna compõe o elenco de dramaturgia da Alltv, é exemplo disso. Aos 61 anos de idade fez uma plástica para corrigir as orelhas de abano: "Nas fotos, o que mais se notava eram as orelhas. Elas chamam muito a atenção porque não eram proporcionais e se destacavam de forma não harmônica. Isso me incomodava muito porque, na

minha opinião, as orelhas não devem chamar atenção desta forma. ". A satisfação com o resultado foi tanta que Manuel já pensa em fazer uma segunda plástica: "O cirurgião já está quase me convencendo a remover aquele excesso de gordura debaixo dos olhos. Além disso, o pósoperatório das orelhas foi tão bom que nem parecia que eu tinha sofrido uma cirurgia". Atualmente, o ator interpreta o porteiro Osmar de Souza na webnovela Alô Mulheres, exibida nas tardes de quarta pelo site da Alltv. "O Osmar tem aquele ar de tranqüilidade, conselheiro e confidente e espiritualista. Me identifico muito com ele. Estou vivendo um momento muito feliz. A cirurgia me libertou da preocupação quanto à minha aparência com aquelas orelhas, que prejudicava o resultado do meu trabalho. Hoje, quando estou atuando, nem me lembro que tenho orelhas e acredito que como ator minhas chances de trabalho aumentarão bastante". (VR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ESPECIAL - 11

Terapias complementares, pelo equilíbrio da vida saudável Massagem, acupuntura, cromoterapia, ioga, banhos e meditação são indicados para tratar doenças ou para elevar a qualidade de vida das pessoas. O lado estético dessas terapias perdeu espaço para o saudável

E

stresse, ansiedade, cansaço físico e mental. A correria do dia-a-dia e a falta de tempo podem deixar qualquer pessoa à beira de um ataque de nervos. Infelizmente, não dá para largar todos os problemas e compromissos e viajar para uma ilha paradisíaca ou um chalé na montanha. No entanto, existem soluções mais simples para aliviar a tensão e evitar problemas de saúde mais sérios provocados pelo estresse, como, por exemplo, recorrer a métodos terapêuticos alternativos. Massagem, acupuntura, cromoterapia, ioga, banhos e meditação têm sido indicados tanto no tratamento de doenças quanto para elevar a qualidade de vida da população. De acordo com a terapeuta naturopata do Espaço Biosfera, Luciana Giusti Costa Turcheto, as terapias complementares têm o objetivo de reequilibrar a energia, que nada mais é do que pensamentos e emoções. Traumas, medos e estresse podem bloquear a circulação dessa energia em determinados pontos do corpo, ocasio-

Fotos: Marcelo Min/AFG

linfática e massagem ayurvédica para ativar as circulações sangüínea e linfática e eliminar toxinas: "Passo boa parte do tempo de pé. Depois que iniciei a terapia, as dores nas pernas e os problemas de circulação melhoraram bastante. Sinto-me renovada a cada sessão". As técnicas milenares de massagens também conquistaram o público masculino, que já corresponde a 50% da clientela: "Muitos executivos de meia idade e profissionais liberais aliviam a tensão do dia-a-dia por meio da massagem anti-estresse, por exemplo, cujo propósito é produzir efeitos sobre os sistemas nervoso, muscular, circulatório e psíquico, além de tonificar os órgãos internos, equilibrar o metabolismo, diminuir as dores musculares e melhorar a flexibilidade". É o caso do advogado Mário Giovanini, que faz uma sessão de massagem relaxante por semana: "Guardo uma hora e meia da semana só para mim. É o tempo que esqueço de todos os problemas e relaxo completamente". (MO)

Luciana Turcheto, Patrícia Gonçalves e uma sala de banho da Biosfera: consciência dos benefícios das terapias alternativas

nando problemas físicos e emocionais: "A energia se movimenta pelo organismo da mesma forma que o sangue. Para equilibrar a energia circulante é necessário identificar o

mal, trazê-lo à consciência, transformá-lo internamente e conviver de modo saudável com ele". Para a especialista, nestes últimos anos as pessoas estão

mais conscientes dos benefícios preventivos e curativos gerados pelas terapias alternativas. O lado "estético" perdeu campo para o "saudável". Hoje, quem faz massa-

gem, por exemplo, não quer apenas reduzir medidas, mas equilibrar o organismo e corrigir problemas. A comerciante Maria Paula Guimarães faz sessões de drenagem

Fique zen, da shantala aos banhos terapêuticos Fotos: Marcelo Min/AFG

S

Pedras quentes - Consiste na utilização de pedras quentes e frias em uma combinação de técnicas de geoterapia, termoterapia e massoterapia, que resultam em uma massagem profunda e extremamente relaxante. Podese usar pedras vulcânicas, calcárias ou sedimentares, com formatos, texturas, tamanhos e cores diferentes, apropriadas para massagear cada parte do corpo. As pedras são aquecidas a 50°C e podem ser lambuzadas com óleos essenciais. O deslizamento das pedras sobre o corpo acelera a circulação periférica e oxigena a epiderme. O calor das pedras também provoca a vasodilatação, além de dissolver as tensões do corpo e promover a sensação de conforto. A terapia também auxilia a perda de peso, melhora as funções orgânicas, recupera a energia, elimina o estresse e equilibra o sistema nervoso.

hantala - É uma

massagem tradicional indiana, com raízes na ioga e na medicina ayurveda, aplicada em bebês a partir de um mês de vida pelas próprias mães. Atua sobre os sistemas nervoso, psíquico e motor do bebê, equilibra os canais de energia, fortalece a imunidade e proporciona relaxamento muscular. Também alivia cólicas intestinais, tensões e estresse, e favorece o sono. Além de beneficiar a saúde e o bem-estar do bebê, a shantala também fortalece o vínculo afetivo entre pais e filhos, já que o pai também pode participar da terapia.

Ayurvédica - Criada pela mestra indiana Kusum Modak, é uma das mais completas técnicas naturais para restabelecer o equilíbrio físico, psíquico e corporal. A massagem combina toques profundos (com mãos e pés) e manobras de alongamento e tração. Atua sobre as circulações sangüínea e linfática e promove desintoxicação. Recebe o auxílio de pós e óleos especiais, para a liberação das toxinas do corpo, presas aos músculos e tecidos. A combinação de massagem e manobras de ioga tonifica os músculos, alinha a coluna e melhora a mobilidade das articulações, rejuvenescendo o corpo como um todo. A massagem também tem o poder de liberar e "limpar" emoções bloqueadas, além de reativar os centros de energia ou chacras. É especialmente recomendada para dores na coluna, tensões musculares e estresse. Shiatzu - É uma massagem oriental feita através da pressão dos dedos e das palmas das mãos ao longo dos meridianos que conduzem a energia no corpo. A

Banhos terapêuticos -

A massagam ayurvédica (no alto) é uma das mais completas técnicas naturais para restabelecer o equilíbrio físico, psíquico e corporal. A massagem com cristais polidos (acima) traz uma imensa sensação de bem-estar

técnica é indicada para dores em geral, ansiedade e depressão, distúrbios digestivos, tensão prémenstrual e hipertensão. As manobras consistem em deslizamentos, amassamentos, pressões com os dedos, percussões, vibrações e alongamentos. O Shiatsu Expresso é uma técnica de massagem realizada em uma cadeira especialmente projetada, ideal para pessoas com pouco tempo disponível, pois é realizada em apenas de quinze minutos. É recomendado antes da prática de exercícios físicos e para pessoas com tensão e desconforto muscular, estresse e cansaço.

Cristais polidos - Os cristais são agentes de energização que agem como equilibradores de qualquer campo energético. A massagem é feita deslizando sobre o corpo cristais polidos de qualidades energéticas diferentes que atuam tanto no corpo físico quanto no campo vibracional, trazendo imensa sensação de refresco e bem-estar geral. O citrino favorece o poder mental, regula a digestão e ajuda a resolver problemas urinários e do fígado. O quartzo azul age como antiinflamatório e regula os hormônios. O quartzo rosa é a pedra

Para a integração da pessoa com as forças da natureza e somam a energia dos óleos essenciais (aromaterapia) com a cromoterapia. A intenção é estimular os cinco sentidos do corpo ao poder das ervas medicinais (fitoterapia) e as diferentes vibrações das cores mesmo tempo. Música relaxante, biscoitos e chás de ervas especiais contribuem para isso. Na cultura oriental, quando se consegue esse estímulo simultâneo, abre-se o 6° sentido, o da intuição. Daí o relaxamento profundo e o surgimento das "idéias" para a resolução de problemas. Dentre os banhos terapêuticos estão: o Relaxante - indicado para tensão nervosa e estresse; o Energizante - indicado para cansaço físico, mental e emocional e o Estimulante - afrodisíaco, revigora toda a energia vital do corpo. Também há banhos desintoxicantes, rejuvenescedores, descongestionantes, estimuladores do sistema imunológico e refrescantes. Existem ainda banhos personalizados, elaborados de acordo com a avaliação holística dos indivíduos pelos terapeutas. (MO)

Escalda-pés, o relaxante caseiro Fotos: Marcelo Min/AFG

do amor e está associada à tranqüilidade e à alegria. O quartzo verde é a pedra da saúde. Já a hematita é a pedra da proteção e da força interior, mas também atua como depuradora do sangue e regeneradora dos tecidos.

Mãos, braços e pés. Cristais, pedras, madeiras e plantas. Frio e calor. Cores e aromas diversos. Na hora de tratar corpo e mente, o arsenal de produtos e técnicas é variado. Vale tudo para deixar os problemas de lado - pelo menos por algumas horas - e ficar totalmente "zen". Conheça algumas das técnicas de massagem e relaxamento que estão conquistando o público atualmente.

Q

uem não tem tempo ou condição financeira para bancar algumas sessões de relaxamento em clínicas e espaços holísticos, pode relaxar em casa mesmo. A fisioterapeuta e massoterapeuta Patrícia Gonçalves, do Espaço Biosfera, dá uma dica simples e sem mistério para quem deseja energizar o corpo e a alma. Poucas pessoas se lembram, por exemplo, que os pés são base de sustentação do corpo e, se tratá-los de maneira correta, é possível obter sensação de bem-estar e benefícios diversos. Não adianta tratar do resto do corpo e continuar com os pés cansados e maltratados. Por isso, uma boa dica é seguir uma receitinha da época das nossas avós: o escalda-pés. Essa receita tradicional ajuda a reduzir a pressão dos pés, descansar as pernas e aliviar o estresse do dia-adia. Mas ela vai muito além disso. De acordo com a técnica chinesa da acupuntura,

nos pés estão cerca de 70 mil terminações ou pontos nervosos associados a diversos órgãos do corpo humano. Massagear e aquecer esses pontos provocam reflexo imediato nos órgãos e no equilíbrio energético do organismo. Mãos à obra, ou melhor, pés à obra: 1. Encha um recipiente com água quente; 2. Coloque ervas relaxantes como camomila ou erva doce, óleos essenciais ou sais de banho que tiver em casa; 3. Coloque bolinhas de gude no recipiente, pois proporcionam uma boa massagem na planta dos pés, ativando os pontos do corpo todo, segundo a reflexologia; 4. Coloque os pés e deixeos de molho por aproximandamente quinze minutos; 5. Quando terminar, hidrate os pés com um creme de sua preferência. Seus pés ficarão relaxados e hidratados, e seu corpo, revigorado. (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fotos: Marcelo Min/AFG

Uma sessão de acupuntura na Biosfera: pacientes dizem maravilhas. Uma especialista garante que o tempo mínimo para equilibrar o organismo é de três meses, mas em um mês já é possível observar alguns resultados

O

Acupuntura: se não faz milagres, chega perto Este método terapêutico, de mais de cinco mil anos, utiliza agulhas para liberar substâncias químicas do organismo com efeito analgésico e/ou antiinflamatório. E já é custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

estudante de engenharia Robson do Nascimento Oliveira, de 29 anos, teve uma convulsão e perdeu o movimento da mão direita. O mundo parecia ter desmoronado. A depressão e o nervosismo o fizeram desistir de estudar. Mas foi na acupuntura, método terapêutico milenar da medicina chinesa, que Robson encontrou esperanças de cura. Depois de um ano de tratamento, a mão já se movimenta e ele até cumprimenta outras mãos. Segundo a fisioterapeuta acupunturista que trata Oliveira, Silvana Aparecida da Silva, os resultados benéficos das agulhadas semanais foram sentidos logo depois de três meses de terapia, e a expectativa é que o restabelecimento total dos movimentos da mão seja alcançado até o final do ano: "O tempo mínimo para equilibrar o organismo é de três meses, mas em um mês de tratamento já é possível observar alguns resultados", ressalta a especialista. "Não vou parar a terapia mesmo quando eu ficar bom, pois me sinto relaxado e renovado a cada sessão." A costureira Luzinete Alves da Silva, de 54 anos, também faz acupuntura há um ano para tratar dores na coluna, enxaqueca e estresse: "Depois de dois meses comecei a me sentir muito melhor. Não tenho mais dores de cabeça e até minha coluna está ótima". Toda a família de Luzinete adota a terapia chinesa das agulhas: "Meu filho de 23 anos fez acupuntura para tratar dor de cabeça. Fez

três meses e não sente mais nada. Meu marido faz há mais de dois anos para tratar dores musculares e depressão. Os resultados são fantásticos". De acordo com a especialista, a acupuntura pode ser dividida em sistêmica (aquela que utiliza agulhas no corpo inteiro), aurículoacupuntura (utiliza o pavilhão auricular com microagulhas, sementes, esferas e magnetos) e Koryo Sooji C h i m ( i n s e re a g u l h a s n a s mãos). "A orelha também apresenta pontos específicos que correspondem aos órgãos do corpo humano. Ela é ricamente dotada de nervos e vasos sanguíneos. Ao se estimular um ponto específico, reflexamente estará sendo estimulado o órgão correspondente, permitindo a regularização e o reequilíbrio corporal ou das funções alteradas". Especialidade A acupuntura foi reconhecida no Brasil como especialidade médica em agosto de 1995. Ainda é alvo de inúmeras discussões a respeito de qual profissional deve exercer a atividade, se médicos, enfermeiros, fisioterapeutas ou dentistas. Algumas terapias alternativas, incluindo a acupuntura, já são custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para os profissionais da área, o tratamento alternativo poderia ser um recurso usado com maior amplitude nos hospitais e unidades básicas de saúde, uma vez que seu custo é extremamente baixo quando comparado ao tratamento medicamentoso. História A acupuntura é um método

terapêutico com mais de cinco mil anos, que utiliza agulhas, moxas e outros instrumentos para liberar substâncias químicas no organismo com efeito analgésico e/ou antiinflamatório e, assim, aliviar a dor e sintomas decorrentes de determinadas doenças. A técnica foi criada na China e, mais tarde, incorporada ao arsenal terapêutico da medicina em outros países orientais, como Japão, Coréia e Vietnã. Posteriormente, foi levada à Alemanha e à França. Com o objetivo de curar doenças, inicialmente, a acupuntura era praticada pressionando objetos contundentes lascas de pedras ou espinhas de peixe - em algumas regiões do corpo. A partir do século VII, foi popularizado o uso de metais, como ouro, prata, latão e ferro. O termo acupuntura é atribuído a um jesuíta europeu no século XVII que adaptou os termos chineses Zhen Jiu, juntando as palavras latinas acum (agulha) e punctum (picada ou punção). A tradução literal, no

O que pode ser tratado pela acupuntura

S

egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a acupuntura é eficaz na prevenção e no tratamento das seguintes enfermidades:

G Cabeça: cefaléia, enxaqueca,

nevralgias; G Sistema músculo-

esquelético: tendinite, bursite, dores na coluna, artrite, artrose, câimbras; G Sistema digestivo: gastrite,

úlcera, constipação (prisão de ventre), colite;

G Sistema respiratório: asma, bronquite, rinite; G Sistema cardiovascular: angina (dor no peito), arritmias, hipertensão, hemorróidas, trombose, flebite; G Sistema gênito-urinário: infecção urinária, incontinência urinária, enurese, impotência masculina, endometriose, miomas, alterações menstruais, tensão pré-menstrual, cálculo renal, menopausa, andropausa;

G Olhos: catarata em fase

inicial, glaucoma, conjuntivite, visão cansada; G Ouvido, nariz e garganta: rinite, sinusite, gengivite, amigdalite, faringite; G Pele: acne, urticária, prurido, herpes, eczema, dermatite, psoríase, vitiligo; G Sistema nervoso: ansiedade, depressão, insônia, irritabilidade, fobias, síndrome do pânico, mal de Parkinson, esclerose múltipla, paralisias. (MO)

entanto, é bem diferente. O correto seria Zhen (agulha) e Jiu (moxa). A moxa é confeccionada com as folhas secas da planta Artemisia sinensis, usada na moxibustão, ou seja, queima de pequenas porções desse vegetal associada ao tratamento com as agulhas. Pontos Os chineses, ao longo dos milhares de anos, descreveram cerca de mil pontos de acupuntura, dos quais 365 foram classificados em catorze grupos principais. Todos os pontos que pertencem a um dos grupos são ligados por uma linha imaginária na superfície do corpo denominada meridiano, por onde circula a energia vital. Há doze meridianos principais e dois meridianos localizados no centro do corpo, um que passa pela frente e outro pelas costas. Todos os pontos desses meridianos afetam um órgão correspondente. A energia vital ou ki é a somatória de todas as energias que formam o corpo humano e que diferencia um ser vivo de um inanimado. Esta energia pode ser de natureza yin ou yang. Yin e yang são duas forças complementares: o yin é o corpo físico e o yang é a mente. Yin é o aspecto feminino, o anima. O yang é o aspecto masculino, o animus. Para a medicina oriental, as doenças ocorrem quando há desequilíbrio entre essas energias. Os pontos de acupuntura podem ser puncionados com agulhas, aquecidos com a moxa ou ainda ser estimulados por ventosas, pressão, estímulos elétricos e lasers. (MO)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

RESENHA

NACIONAL

O BEIJO DA MORTE EM ALCKMIN

A

sse Ex-blog desafia a candidatura de Alckmin a aparecer no calçadão de Copacabana no domingo ao lado do Garotinho. Recomenda-se capacete de aço. Os escândalos nos governos Garotinho não devem nada aos do governo Lula: propinoduto, ongoduto, máfia dos combustíveis, Loterj com Waldomiro Diniz, Fundo de Pensão da Cedae, e por aí vai. Acabou a força do discurso ético da candidatura de Alckmin na

REVISTA E OPORTUNIDADE

PFL desafia os políticos do PSDB do Rio a participarem de reuniões e comícios com Garotinho, (com Alckmin), e tirarem fotografia ao lado deles para sair nos jornais. Em reunião ontem à noite, o PSDB e o PFL do Rio decidiram: a agenda, distribuição de material, mobilização, etc., da campanha de Alckmin, fica centralizada e concentrada no PSDB, que recomendará não votar em Cabral. O PFL concentrará sua campanha em Denise Frossard e recomendará o voto em Alckmin. Foi o beijo da morte. Um abração do Garotinho, abraço de afogado!

O

Nunca tão poucos fizeram tanto... BENEDICTO FERRI DE BARROS

N

COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

G A assessoria

do Alckmin se precipitou e fez uma enorme bobagem. Os escândalos nos governos Garotinho não devem nada aos do governo Lula. Um abração do Garotinho é abraço de afogado.

Divulgação

E

JOÃO DE SCANTIMBURGO

cidade do Rio de Janeiro. O eleitor vai dizer assim: "Como diz o Lula, são todos iguais".

Céllus

assessoria de Alckmin, (espera-se que tenha sido a assessoria), promoveu um encontro dele com Garotinho em São Paulo, provavelmente pela leitura equivocada do resultado eleitoral no Rio de Janeiro, onde a senadora Heloísa Helena cumpriu um importante papel, denunciando o governo Lula, obtendo sua maior votação. Foi também no Rio, ao lado de Brasília, onde Cristovam Buarque teve seu maior porcentual de votos. Avaliar o resultado comparando Lula e Alckmin é um equívoco de quem faz política apenas com equações de primeiro grau. Sérgio Cabral, durante todo o primeiro turno, escondeu Garotinho, que nunca apareceu na TV ou na rua com ele. Em entrevistas e debates tentavam esconder o patrocínio. Na abertura do segundo turno, quem aparece na TV e tira fotos com Garotinho é o Alckmin. Só pode ter sido decisão tomada pela comissão das meninas do colégio de freiras de Pindamonhangaba.

ão é possível que a gente continue convivendo com tanta crise sem fazer nada. Se por acaso Jesus (a quem ele se comparou) tivesse ouvido essa frase de Luiz Inácio Lula da Silva, repetiria o que disse certa vez: "Tu o disseste". Na mera qualidade de cidadão-eleitor-contribuinte, limitamo-nos a observar que ninguém poderia ter feito síntese mais amena de seu desgoverno do que o próprio Lula. Nem mais errada. Bastaram quatro anos para que a economia brasileira não alcançasse a vigorosa média da mundial e só superasse o Haiti. Bastaram 4 anos para que o nível dos investimentos governamentais chegasse a volume desprezível. Bastaram 4 anos para que as despesas governamentais batessem novos recordes. Bastaram 4 anos para que nossos juros batessem o recorde mundial. Bastaram 4 anos para que, com a soma desses dois fatores, o agronegócio campeão de exportações agora lute para sobreviver e várias indústrias básicas brasileiras, como a de calçados, tenha sua existência comprometida. Bastaram 4 anos para que a indústria automobilística cogitasse sair do país e reduzisse o número de seus funcionários. Também bastaram 4 anos para que, no campo político, sofressemos várias derrotas na ONU e, no próprio quintal sul-americano, fôssemos castrados em nossa suficiência petrolífera pela Bolívia de Evo Morales e na liderança regional pelo venezuelano Hugo Cháves. Jamais o Itamaraty de Rio Branco colecionou tantos vexames em tão pouco tempo. Arrombamos nossas próprias portas à concorrência chinesa. É o caso de, parafraseando Churchill ao avesso, dizer que, na história do País, nunca tão poucos fizeram tanto para nos afundar – e se afundarem tanto em tão pouco tempo. Lula tem o costume de avaliar os mofinos resultados do desenvolvimento brasileiro, com-

parando-o com o governo precedente. Mas o governo de FHC ocorreu numa fase depressiva da economia mundial, que enfrentou quatro crises generalizadas e sobreviveu. O seu ocorreu num período de grande expansão mundial, e sua taxa de desenvolvimento ficou abaixo da de todos os emergentes, menos o Haiti. Enquanto nosso vizinho, a Argentina, alcançou a taxa de 7%, superior à mundial. Outro recurso de camuflagem, ou auto-despistamento, tem sido o de dizer que não foi ele que inventou a corrupção. Que ela é endêmica no país e que é mérito seu permitir que ela seja exposta, para ser debelada. Isso é insuficiente para escamotear o fato de que nunca ela atingiu a extensão e gravidade que alcançou em seu governo e impotente para despistar a realidade de que foram seus companheiros de jornada que montaram as maiores maracutaias e foram, ao mesmo tempo, os que desenvolveram os mais árduos esforços para dificultar sua revelação e punição.

O

recurso mais geral, infantil e inócuo que utilizou para se inocentar e imunizar contra o mar-de-lama de seu desgoverno foi alegar que não sabia de nada, nem mesmo a respeito de companheiros de jornada, com os quais conviveu por mais de uma década e instituiu como próceres de seu governo. Mas isso, em lugar de diminuir sua responsabilidade, a aumenta, pois constitui confissão de omissão ao dever básico de um presidente não ignorar pelo menos o que qualquer cidadão informado sabe e a mídia veicula diariamente. Além dos aloprados que o condenaram ao segundo turno, há outros, que até agora não apuraram de onde vieram os recursos em dólar e reais para essa maracutaia-mor de seu desgoverno. A saber se irão obedecê-lo e esclarecer isso antes da realização das eleições de segundo turno.

N unca tão poucos fizeram tanto para nos afundar em tão pouco tempo

Crescendo ao som da exportação ALBERTO BERTOLAZZI

A cabou o discurso de ética de Geraldo Alckmin.

O Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

mercado brasileiro de instrumentos musicais passa por um período de crescimento. A expectativa para 2006 é que o setor feche o ano com um faturamento na margem de R$ 410 milhões, 10% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. A média de expansão desse segmento é de 23% ao ano. Fatores como a estabilidade do Real e o controle da inflação influenciam de forma consistente nesses índices. No entanto, um dos quesitos mais significativos para esse crescimento é o esforço que muitos fabricantes estão empregando para desbravarem novos mercados estrangeiros e aumentarem suas participações no mercado externo. Para tal empreitada, esses fabricantes contam com o apoio de órgãos como a Anafim (Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais), que firmou um convênio com a Apex Brasil (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), órgão vinculado ao governo federal, que financia diversas ações com o intuito de aumentar as exportações. O melhor caminho para o crescimento da indústria musical é a exportação. Apesar da acirrada concorrência, principalmente com os chineses, essa é a mais eficiente alternativa para fabricantes provenientes de um país que não

possui ensino musical nas escolas e não detém uma demanda tão expressiva de consumidores como em outros países. Os fabricantes nacionais devem procurar meios para adentrar ou aumentar sua participação no exterior. Apesar de os chineses assustarem, o boom industrial apresentado nos últimos anos pode estar ameaçado pelos problemas que o país está enfrentando, entre eles, a falta de espaço e de matérias-primas.

E

m contrapartida, o Brasil reúne elementos favoráveis para que as exportações de instrumentos musicais possam ser mais expressivas a cada ano: grande quantidade de matérias-primas e mãode-obra, qualidade, bom momento econômico, boa localização territorial em relação aos próprios chineses, que facilita o escoamento da mercadoria. Se esse cenário for bem aproveitado, os fabricantes de instrumentos musicais poderão crescer de forma contínua. Quanto mais exportarmos, mais a Apex destinará recursos para o segmento musical e, conseqüentemente, maior será a força e a aceitação dos instrumentos brasileiros lá fora. ALBERTO BERTOLAZZI É PRESIDENTE DA ANAFIM-ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

A exportação é a melhor saída para o crescimento da indústria musical.

sessão ordinária da diretoria plenária da Associação Comercial de São Paulo teve uma alteração hábil e oportuna praticada pelo presidente licenciado, Guilherme Afif Domingos, que vai ficar na história da instituição. Falaram na sessão do dia 25/09 o senhor Alejandro Peña Esclusa e também Reinaldo Azevedo, jornalista da revista Veja, sobre a democracia da América Latina. Os dois trabalhos se completam, pois foram muito objetivos na difusão das idéias que cultuam sobre as ameaças que corre a democracia no continente americano.

A

senhor Alejandro Peña Esclusa fez uma exposição brilhante, dando nomes a tudo o que está ocorrendo de perigo para a democracia na América Latina, inclusive com a participação do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva. O jornalista Reinaldo Azevedo também foi positivo na exposição. Esses dois trabalhos vieram completar o lançamento da nova fase da revista Digesto Econômico, lançada simultaneamente na sessão.

O

A

Associação Comercial de São Paulo tem uma responsabilidade social secular: a defesa da livre empresa, do empreendedor autônomo, livre de empecilhos políticos como os que já prevaleceram na República. Não queremos mudanças radicais no regime que nos governa. Queremo-lo, antes, como um aparelho destinado a assegurar as liberdades da pessoa humana e a circulação do pensamento, segundo a tradição liberal que está vigorando nos países do Ocidente e do Oriente. Foi essa a inauguração proporcionada à revista Digesto Econômico que circula com nova forma, fortalecendo a campanha democrata. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Queremos

um governo que assegure as liberdades do povo e a circulação do pensamento


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

3

Política

Como Alckmin, que sabe disso (dos casos de corrupção do governo Garotinho), e ouviu de mim tantas vezes, aceita isso por um punhado de votos? César Maia (PFL-RJ)

CRISE ENTRE ALIADOS DE ALCKMIN NO RIO. PFL, PPS E PV SE REVOLTAM COM O APOIO DO CASAL GAROTINHO. Gabriel de Paiva / Ag. O Globo

Fábio Motta/AE

Aliança Alckmin e Garotinho deixa seqüelas: César Maia (PFL) sai da campanha presidencial tucana e Denise Frossard (PPS) abandona a aliança com o PSDB. Vai votar nulo.

FROSSARD RETIRA APOIO A ALCKMIN

LEIA A ÍNTEGRA DA DECLARAÇÃO DE CÉSAR MAIA NA PÁGINA 6

CASSOL ADERE EM SIGILO

JARBAS: RECUSA A GAROTINHO.

N

O

um apoio declarado a portas fechadas, o governador reeleito de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), reuniu-se sigilosamente ontem com o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, numa mansão do bairro do Morumbi, em São Paulo. No encontro, Cassol disse a Alckmin que vai coordenar a campanha tucana do 2º turno em seu Estado. Perguntado sobre o motivo de um encontro reservado, longe da imprensa, Cassol explicou: "Eu não sou fã de holofote. Tem muitos que querem refletores, mas eu só quero ajudar".

senador eleito por Pernambuco, o ex-governad o r J a r b a s Va s c o n c e l o s (PMDB), engrossou o coro dos que questionam o apoio do seu correligionário, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), a Geraldo Alckmin. "Eu não queria esse apoio", afirmou Jarbas, sem meias palavras. "Essa história de que todo apoio é bem-vindo não é verdade". Ele justificou sua restrição a Garotinho porque, em sua avaliação, "ele não vai acrescentar coisa nenhuma" e deixa o tucano numa situação suspeita e desconfortável.

Fábio Motta/AE

A

candidata ao go- fluminense de Alckmin, o tuverno do Estado cano não precisa de Garotinho do Rio de Janeiro, no interior, onde o ex-governadeputada Denise dor ainda mantém algum presFrossard (PPS), anunciou on- tígio. Alckmin foi bem votado t e m q u e e s t á ro m p e n d o a em várias regiões, como a Seraliança com o candidato à Pre- rana. Também teve bom desidência Geraldo Alckmin sempenho na capital e em Ni(PSDB) e que votará nulo. terói, onde Denise ficou à frenFrossard não se conforma com te de Cabral. Garotinho só poa aproximação do presidenciá- deria ser útil na Baixada, mas, vel tucano com Anthony Garo- põe em risco a boa votação (em torno dos 27) que teve na capitinho, seu maior opositor. A deputada, que fez campa- tal e em Niterói. E afastaria os nha ao lado de Alckmin duran- eleitores de Heloísa Helena. te todo o 1º turno, afirmou não As cúpulas do PSDB, PFL e ter mais condições de votar no PPS, que integram o conselho antigo aliado. "Ele agora é con- político da campanha de Getra todo o meu discurso de rup- raldo Alckmin, tentam superar a crise. Uma tura com o modelo do 'garotisdas providências é tentar convenmo'", afirmou. Com o anúncer Maia e Frossard a reassumic i o d o r o m p i- Foi um passo mento, Denise equivocado rem a campanha nacional. Outra é perde o apoio do (a aliança de PSDB em todo o formalizar o Alckmin no Rio). apoio do PSDB Estado do Rio. Pelo mesmo Falar de ética do Rio a Denise e restringir a crise à motivo, o prefei- ao lado de to da cidade do Garotinho é disputa política Rio de Janeiro, estadual. complicado. P a r a o p re s iCésar Maia Fernando Gabeira dente nacional (PFL), afastoudo PPS, Roberto se oficialmente da campanha de Freire, o rompiAlckmin. "Eu não vou partici- mento de Frossard com Alckpar da campanha", afirmou. min não faz sentido. "O que ela Maia explicou que não pode queria? Que o Alckmin rejei"caminhar com Garotinho". tasse o apoio? Isso não se faz Porém, ao contrário de Fros- numa campanha presidencial sard, informou que, pessoal- que está no segundo turno", mente, votará em Alckmin. disse, lembrando ainda, que O prefeito do Rio disse que no 1º turno Garotinho declaAlckmin cometeu um grave rou seu voto na senadora Heerro ao posar para fotos com loísa Helena (PSol). Garotinho e a mulher dele, a O apoio de Garotinho governadora do Rio, Rosinha (PMDB), à candidatura AlckMatheus. Para ele, a imagem min incomodou também o detira votos e ainda invalida o putado Fernando Gabeira discurso da ética. "Garotinho (PV-RJ). "Foi um passo equivorepresenta o que há de pior. O cado", advertiu ele, que se reugoverno do casal foi marcado niu ontem com o presidente do por muitos casos de corrup- PFL, senador Jorge Bornhaução. Como Alckmin, que sabe sen (SC), para discutir a posidisso, e ouviu de mim tantas ção do PV em relação à candivezes, aceita isso por um pu- datura de Alckmin. "Falar de ética ao lado de Garotinho é nhado de votos? ". Nas contas do prefeito, que complicado", afirmou Gabeiexibiu um mapa da votação ra. (Agências)

Wilton Junior/AE - 02-08-2004

No alto da página, Denise Frossard (PPS), candidata ao governo do Rio, recebe o carinho dos eleitores após anunciar o rompimento com Alckmin por causa de Garotinho. À esquerda, César Maia (PFL), também indignado com o fato, deixa a campanha tucana no 2º turno. À direita, Roberto Freire (PPS), critica a postura de Frossard e diz que não se pode rejeitar nenhum tipo de apoio.

'ALIANÇA TABAJARA': PREJUÍZO

A

ssim como a operação dos petistas para comprar o dossiê Vedoin prejudicou a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comprometendo a reeleição no 1º turno e merecendo a alcunha de "Dossiê Tabajara", dada pelo ministro Tarso Genro, a formalização do apoio do exgovernador do Rio, Anthony Garotinho e da mulher dele, Rosinha Matheus, a campanha do tucano Geraldo Alckmin pode também ser taxada de "Aliança Tabajara" e causar danos ao candidato do PSDB, em vez de atrair votos. A avaliação é do cientista político Carlos Melo, professor do Ibmec, de São Paulo. Falta de estratégia "Alckmin promoveu a 'Aliança Tabajara' ao se deixar fotografar com Garotinho. Apoio no segundo turno da eleição não se rejeita, mas o candidato não precisava cometer esse erro de promover o encontro logo no início da campanha", disse Melo. "Podia ter esperado para tirar a foto no último sábado, antes da eleição", ironizou, ao estimar que Garotinho pouco agregará ao tucano. "Quero lembrar que Garotinho fez uma greve de fome, meses atrás, por causa de denúncias contra ele e a

população não deu a menor bola para o protesto." Além de pouco adicionar politicamente a Alckmin, o cientista vê no encontro um erro estratégico na campanha tucana, enfraquecendo a confrontação com Lula no campo da ética. "Alckmin não poderá mais usar o discurso do diga-me com quem andas e direi quem és". Melo contabiliza, ao mesmo tempo, o encolhimento da campanha de Alckmin no Rio de Janeiro provocado pela aliança, resultando nas debandadas

do prefeito do Rio, César Maia (PFL), da candidata do PPS ao governo estadual, Denise Frossard, além do anúncio de neutralidade do deputado Fernando Gabeira (PV), o mais votado entre os eleitores fluminenses. "O anúncio de voto nulo de Denise Frossard não é totalmente para voto nulo. Certamente ela quis dizer: 'Não votem em Alckmin'", analisou. "O destino dos votos de Heloísa Helena no Rio é uma incógnita", acrescentou, ao lembrar que a candidata derrotada do PSol teve 1,42 milhão de

votos no Estado (17,13% dos votos válidos). Os erros do tucano não são, na visão do professor do Ibmec São Paulo, ainda tão profundos a ponto de abalar as chances de vencer a disputa com Lula. Melo reconhece a existência de uma "onda da classe média, principalmente nas regiões metropolitanas", próAlckmin, mas ainda longe de ser uma "tsunami eleitoral". "A eleição começou do zero e há um aquecimento eleitoral, antes morno. Não dá para dizer nem que Lula saiu na frente", salientou. Melo até admite alguma vantagem petista sobre o tucano, já que Lula recebeu no 1º turno 48,61% dos votos válidos e, Alckmin, 41,64%. Mas isso também não permite, insiste ele, uma avaliação definitiva sobre a tendência da eleição, já que Alckmin foi bem nos Estados do Centro-Oeste e Sul, e excelente em São Paulo. "Lula luta para empatar o jogo e os apoios que recebeu não se equivalem a performance de Alckmin em São Paulo e no Sul", pontuou o cientista político. Por isso, Melo acredita na aproximação de Lula aos aliados que disputarão o 2º turno no Paraná, Roberto Requião (PMDB); Santa Catarina, Esperidião Amin; e Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT); para tentar crescer no Sul.(AE)


Eleição Corr upção Congresso Planalto

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Eu nunca entrei no Bank Boston. Isso não é só mentira, mas uma farsa. Expedito Veloso

RECOMENDAÇÃO DE RELATOR PODE SER INÓCUA

Antonio Cruz / ABr

PÉRES PEDE CASSAÇÃO DE SUASSUNA Parecer será votado dia 8, mas poucos acreditam que será acolhido: o movimento é pela absolvição.

R

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

elator no Conselho quais Suassuna, de patrocinar de Ética, o senador a compra de ambulâncias suJ e f f e r s o n P é r e s perfaturadas com emendas do (PDT-AM), pediu Orçamento da União. ontem a cassação do mandato Outros 10 dos 15 membros do líder licenciado do PMDB, do conselho devem livrá-lo da Ney Suassuna (PB), por enten- acusação por entender que ele der que há fatos comprovando já foi punido com a derrota nas que ele operou "para benefi- urnas no último domingo. No ciar interesses escusos com re- parecer, o relator Jefferson Pécursos públicos". "É pela au- res aponta provas contra o assência de controle demonstra- sessor de Suassuna, Marcelo da pelo senador, Carvalho, que foi preso pela por seu desleixo com a coisa púPolícia Federal quando a quablica e com a dignidade e a resdrilha foi desbapeitabilidade do É pela ausência de ratada. No seu cargo que ele es- controle demonstrada entender, a contá sendo julgafiança de Suaspelo senador, por seu suna em Carvado", argumendesleixo com a coisa tou Péres. lho se justificava porque "sua neS e u p a r e c e r pública e com a recebeu pedido dignidade do cargo. gociação com os prefeitos rendia de vistas e só seSenador Jefferson Péres, ao senador uma rá votado dia 8 relator do processo. propaganda did e n o v e m b ro . No mesmo dia o reta junto ao atual líder do eleitorado utiliPMDB, senador Wellington zando-se como meio para tal Salgado (MG), vai apresentar bens de patrimônio público". Bate-boca – Suassuna prefeum voto separado, pela absolvição de Suassuna, com maior riu atacar no lugar de se defenchance de ser aprovado. Os der. Ele acusou Péres de emacertos para livrá-lo da conde- pregar sua mulher no gabinenação, que o tornaria inelegí- te. "Minha mulher não é e nunvel pelos próximos oito anos, ca foi funcionária do meu une petistas, peemedebistas e gabinete", retrucou o relator. até mesmo parlamentares da "É ela quem manda em tudo", oposição, como o senador Jo- continuou Suassuna, ao que nas Pinheiro (PFL-MT). Além Péres pediu que ele "não levasdo presidente Lula, com quem se a questão para o lado pesele esteve na quarta-feira. soal". A mulher de Jefferson Jonas justificou o voto em fa- Péres, Marlídice, é juíza apovor do colega alegando que sentada, ajuda eventualmente não acredita nos Vedoin, refe- no gabinete, mas nunca ocurindo-se aos empresários, do- pou cargo de confiança. nos da Planam, Darci e Luiz Ney Suassuna voltou a dizer Antonio Vedoin, que acusa- que foi traído. "Até Cristo foi", ram 72 parlamentares, entre os comparou-se. (AE)

Eymar Mascaro

A vez da musa

O

PT está mudando a coordenação de campanha de Lula em São Paulo, Estado que levou Geraldo Alckmin para o 2º turno. Agrada no PT a idéia de entregar à exprefeita Marta Suplicy a coordenação da campanha na região. São Paulo, com 28 milhões de votos, é o maior colégio eleitoral do País. Alckmin obteve 18 pontos percentuais a mais do que Lula no Estado. Na campanha de 1º turno, a coordenação de campanha de Lula em São Paulo ficou a cargo de Paulo Frateschi, presidente do diretório estadual. Mas, o PT mergulhou na crise do dossiê, com vários de seus membros envolvidos no escândalo. Ney Suassuna (PMDB-PB), inconformado: "Até Cristo foi traído".

EX-SENADOR LUIZ ESTEVÃO É PRESO EM SP Polícia Federal cumpre mandado de prisão por uso de documentos falsificados

O

ex-senador Luiz Estevão foi preso ontem, às 17 horas, dentro do prédio da Justiça Federal em São Paulo, na Avenida Paulista, quando saía de uma audiência. Ele foi surpreendido por agentes da Polícia Federal (PF), que o aguardavam com o mandado de prisão expedido pelo Tribunal Regional Federal (TRF). Condenado a três anos e seis meses de reclusão, sob acusação de uso de documento falso, Estevão foi levado à Custódia da PF. O ex-senador nega o crime, alega ter sido alvo de chantagem de uma ex-contadora de suas empresas. A condenação foi imposta pela 1ª Turma do TRF. O desembargador Johnson Di S a l v o , re l a t o r, m a n d o u prender o ex-senador na tarde de terça. O Ministério Público Federal alertou a PF sobre a audiência que ele teria na 12ª Vara, onde é réu em ação de improbidade. Em abril, Estevão foi condenado a 31 anos de prisão pelo rombo de US$ 100 milhões nas obras do Fórum

Trabalhista da Capital. No mesmo processo, foram condenados o juiz Nicolau dos Santos Neto e os empreiteiros contratados. Mas nesse caso, apesar da condenação, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda garantia sua liberdade. Segundo a Procuradoria da República, Estevão falsificou o balancete patrimonial do Grupo OK, de sua propriedade. Os ativos de nove empresas, montante equivalente a US$ 39, 5 milhões, foram bloqueados por ordem judicial como garantia de eventual ressarcimento aos cofres públicos. Quando descobriu que Estevão juntou papéis forjados, a procuradoria o denunciou por uso de documento falso. A ação foi distribuída para a 7ª Vara Criminal Federal. Em 2003, Estevão foi condenado a 1 ano e 2 meses de detenção, mas a Justiça desclassificou a acusação para simples fraude processual. Recorrida a sentença, a decisão de primeira instância foi reformada na última terça. (AE)

EX-DIRETOR DO BB NEGA TER TOMADO EMPRÉSTIMO

O

ex-diretor de Análise de Risco do Banco do Brasil (BB), Expedito Veloso, negou ontem que tenha pedido um empréstimo de R$ 200.000,00 ao Bank Boston. Ele assegurou que não somente não requereu qualquer valor, como nunca sequer entrou nas dependências do banco. "Eu nunca entrei no Bank Boston. Isso não é só mentira, mas um mal, uma farsa", disse. A informação de que ele teria feito o pedido foi publicada na edição de ontem do jornal "Correio Braziliense". O dinheiro seria parte do total de R$ 1,75 milhão que seria usado para comprar o dossiê Vedoin. "Estão querendo criar fatos novos. A única possibilidade de algum contato com esse banco pode ter ocorrido via o telemarketing ter me ligado. Dizer que eu pedi empréstimo é uma barbaridade", contestou Expedito Veloso. Ele voltou a insistir em que sua participação na tentativa de compra do dossiê foi apenas para fazer uma análise, como bancário, dos documentos apresentados por Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e chefe da máfia das ambulâncias. (AE)

Milton Mansilha/LUZ

4

CÂMARA MUNICIPAL- O presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, cumprimenta o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, pela medalha Anchieta de Gratidão. Guilherme Afif Domingos, licenciado da ACSP, também compareceu.

IMPORTÂNCIA

O País tem 126 milhões de eleitores. Desse total, 28 milhões se concentram em São Paulo. Portanto, de cada grupo de cinco eleitores no Brasil, um é paulista. É fundamental para o candidato a presidente ser bem votado em São Paulo, como ficou evidenciado na votação de Geraldo Alckmin.

HISTÓRICO

O único candidato que se elegeu presidente perdendo a eleição em São Paulo foi Juscelino Kubitchek. Ele venceu Adhemar de Barros. Em 1989, por exemplo, Leonel Brizola não foi para o 2º turno com Fernando Collor porque não alcançou 2% de votos paulistas.

MINEIROS

Outro colégio eleitoral cobiçado por Lula e Alckmin é Minas, com seus 13 milhões de votos. No 1º turno, o petista obteve 46% dos votos mineiros e Alckmin ficou com 36%. O tucano espera superar a marca dos 45% da votação no Estado no 2º turno.

ITAMAR

Alckmin diz ter motivos para estar otimista em relação a Minas: reeleito com mais de 70% dos votos, Aécio Neves promete se empenhar em tempo integral na campanha de Alckmin. Outro mineiro ilustre que promete se esforçar por Alckmin é o expresidente Itamar Franco.

RECUPERAÇÃO

No 1º turno, Alckmin alcançou 25% dos votos no Rio, perdendo para Lula (44%). Agora, o prefeito César Maia promete que o tucano terá votação superior, ultrapassando a casa dos 30%. O Rio é o 3º colégio eleitoral do País, com 11 milhões de votos.

CRISE

Nova crise no comando de campanha de Alckmin no Rio: o prefeito César Maia não gostou da integração do casal Garotinho na campanha do tucano. Acha que foi um tiro no pé. O PMDB carioca rachou: hoje, Lula vai ao Rio formalizar a aliança com Sérgio Cabral, candidato ao governo estadual.

AMPLIAÇÃO

Em compensação, Lula sofreu amarga derrota no Rio Grande do Sul: lá, o tucano garimpou 51% dos votos e o petista só 30%. A diferença pró-Alckmin chamou a atenção porque o RS sempre foi um reduto em que o PT cos-

tumava ganhar as eleições. O Estado tem 7,5 milhões de eleitores.

REPETIÇÃO

Em outro Estado do Sul, o Paraná, Lula conheceu outra derrota: ficou com 35% dos votos contra 50% de Alckmin. Os petistas atribuem as derrotas na região ao descontentamento dos produtores com a política agrícola do governo. O Paraná tem um importante núcleo de 7 milhões de eleitores.

REAÇÃO

A região em que Alckmin precisa se recuperar, segundo o comando de campanha, é o Nordeste (33 milhões de eleitores). Lula alcançou na região 66% dos votos. Os pontos mais vulneráveis do candidato tucano se localizam na Bahia (9 milhões de votos), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões).

DIFERENÇA

Na Bahia, Lula obteve 59% dos votos e Alckmin 23%. A votação expressiva de Jacques Wagner para o governo do Estado ajudou Lula a ganhar a eleição entre os baianos. Agora, Jacques Wagner vai integrar o comando da campanha de Lula.

PREFERÊNCIA

Os tucanos querem que o senador eleito por Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seja um dos principais coordenadores de campanha de Alckmin no Estado. Lula recebeu em Pernambuco 62% dos votos contra 20% de Alckmin. O tucanato quer diminuir a diferença no 2º turno.

PESSOAL

Presidente do PSDB, Tasso Jereissati, pretende virar o jogo no seu estado, o Ceará, onde Lula alcançou a expressiva votação de 64% e Alckmin, 20%. O tucano enfrentou problema no Ceará com a briga de Tasso com o governador tucano Lúcio Alcântara (derrotado na campanha de reeleição por Cid Gomes, do PSB).

CAÇA

Começa o período de caça às bruxas no PMDB paulista. O grupo que apóia Alckmin no 2º turno quer lançar candidato para a presidência do diretório estadual, na convenção de novembro, para arrebatar o partido das mãos de Orestes Quércia. Atribuise ao ex-governador a responsabilidade pelo fracasso do partido em São Paulo.


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

TSE CAUSA CONFUSÃO ENTRE PARTIDOS

O

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou confusão, ontem, ao divulgar várias interpretações para a cláusula de barreira. O entendimento do TSE sobre o assunto será vital para o futuro dos partidos políticos já que somente as legendas que ultrapassaram a cláusula terão direito a funcionamento parlamentar, maior participação no fundo partidário e na propaganda no rádio e na televisão. A assessoria de comunicação do TSE informou em seu site (www.tse.gov.br) que existem três interpretações. Pela primeira, dez partidos ultrapassaram a cláusula. Pela segunda, sete. E pela terceira, seis. Pela interpretação até então tida como a única e que tem o apoio do presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, ultrapassaram essa cláusula sete partidos: PP, PDT, PT, PMDB, PFL, PSB e PSDB. Mas foram divulgadas outras duas interpretações. A primeira deu esperanças ao PTB, PL e PPS. A última, tirou o PDT da lista daqueles com direitos plenos. A razão de toda a confusão está nas interpretações do TSE. Conforme seu presidente, Marco Aurélio Mello, a

Congresso Planalto Legislação Vida partidária

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

TSE LANÇA TRÊS INTERPRETAÇÕES DA MESMA LEI

legislação estabelece duas condições para as legendas terem amplos direitos: obtenção de 5% dos votos em todo o País e obtenção de pelo menos 2% em nove estados. "Tem direito a funcionamento parlamentar o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, 5% dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em pelo menos um terço dos estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles", estabelece a legislação. Ontem, Mello disse que as outras interpretações do TSE têm talvez "um enfoque simplesmente administrativo do tribunal". Os números relativos às várias interpretações foram preparados pela Secretaria de Informática do TSE e divulgados pela assessoria de comunicação. "Agora, a palavra final está com o colegiado. Mas vislumbramos a existência de duas condições: 5% dos votos em todo o Brasil e 2% em nove estados", afirmou. Ele disse que o plenário poderá se manifestar. Na hora da divisão dos recursos do fundo partidário, 99% dele serão destinados aos partidos que ultrapassaram a cláusula. O 1% restante ficará com os partidos que não atingiram isso. Outro meio é o TSE ser provocado por uma consulta, pois terá de se manifestar sobre qual das três interpretações divulgadas ontem é a que realmente vale. (AE)

19 PARTIDOS PODEM PERDER DIREITOS PLENOS As legendas não atingiram a cláusula de barreira e estão sujeitas à perda de recursos e representatividade. Givaldo Barbosa/AOG

Dida Sampaio/AE

O

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem int e r p re t a ç õ e s d a cláusula de barreira, na qual perdem uma série de direitos os seguintes partidos: PCdoB, PRB, PSTU, PSL, PTN, PSC, PCB, PAN, PSDC, PRTB, PCO, PHS, PMN, PTC, PV, PRP, PSol, PRONA e PT do B. Na primeira interpretação, o cálculo foi feito da seguinte forma: apurou-se 5% dos votos válidos nos nove estados em que o partido obteve a melhor votação, sendo que, nesses estados, obteve mais de 2% dos votos válidos para deputado federal. Nesta primeira interpretação, somente dez dos 29 partidos conseguiram atingir a cláusula. São eles: PP, PDT, PT, PTB, PMDB, PL, PPS, PFL, PSB e PSDB. De acordo com este cálculo, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) atinge 2% dos votos em nove estados, mas não conseguiu 5% dos votos válidos nesses estados. A legenda lançou candidatos nos 27 estados e obteve o mínimo de 2% em nove deles. Mas o total de votos válidos não alcançou a exigência de 5%. O Partido Republicano Brasileiro (PRB) lançou candidatos em oito estados e, em nenhum deles, alcançou 2% dos votos válidos.

O ministro Marco Aurélio Mello

Enéas: atingido pela cláusula.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) se apresentou em 21 estados e passou longe dos 5%. O Partido Social Liberal (PSL) teve candidatos em 14 estados e não conseguiu os 2% dos votos válidos em nenhum, todos ficaram abaixo de 1%. O Partido Trabalhista Nacional (PTN) só superou 2% de votos válidos em dois dos 19 estados em que atuou. O Partido Social Cristão (PSC) lançou candidatos em 22 estados. Em sete deles, conseguiu 2% dos votos válidos, resultado insuficiente para ultrapassar o primeiro requisito da cláusula de barreira. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) teve candidaturas em nove estados, mas em nenhum deles superou 0,5%. O Partido dos Aposentados

da Nação (PAN) lançou candidatos em 19 estados, mas em apenas um deles superou a primeira das exigências da cláusula de barreira. O Partido Social Democrata Cristão (PSDC) não obteve 2% em nenhum dos 24 estados em que lançou candidatos. O melhor desempenho foi registrado no Rio de Janeiro. O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (P RTB ) não obteve 2% em nenhuma das 20 unidades da Federação em que lançou candidatos. O Partido da Causa Operária (PCO) também não obteve o mínimo de 2% em nenhum dos 13 estados em que tinha candidatos. O Partido Humanista da Solidariedade (PHS) foi outra legenda que não obteve 2% em nenhum dos 24 estados em que

apresentou candidatos. O Partido da Mobilização N a c io n a l (PMN) só obteve mais de 2% em quatro estados onde tinha candidatos. O Partido Trabalhista Cristão (PTC) lançou candidatos em 20 estados, obtendo mais de 2% dos votos válidos em apenas dois. O Partido Verde (PV) lançou candidatos nas 27 unidades de Federação. Conseguiu mais de 2% dos votos válidos em oito. Faltou apenas um estado para que os verdes conseguissem ultrapassar a cláusula de barreira. O Partido Republicano Progressista (PRP) não ultrapassou a cláusula de barreira, pois, em nenhum dos 18 estados onde lançou candidatos, obteve o mínimo de 2% dos votos válidos. O Partido do Socialismo e Liberdade (PSol) lançou candidatos em 27 estados e só obteve o mínimo de 2% de votos válidos em quatro. O Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) lançou candidatos em 22 unidades da Federação e só obteve o mínimo de 2% de votos válidos em cinco. O Partido Trabalhista do Brasil (PT DO B) lançou candidatos em 22 estados e só obteve o mínimo de 2% de votos válidos no Rio de Janeiro. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Geraldo Magela/Agência Senado

1 O governo não consegue exigir que exportadoras respeitem a lei. Silke Pfeiffer, Transparência Internacional

Eugenio Novaes/ASN

NOVO ITEM DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES: CORRUPÇÃO.

Brasil ficou em 23º lugar no ranking da ONG Transparência Internacional

O

s exportadores brasileiros estão entre os mais propensos do mundo a praticar corrupção para fechar negócios no exterior, segundo um levantamento da organização não-governamental Transparência Internacional. O Brasil ocupa a 23ª posição no "Índice de Pagamentos de Propina" (Bribers Payers Index, BPI), que avaliou as práticas de empresas com sede em 30 países responsáveis por 82% das exportações mundiais no ano passado. A posição brasileira, no entanto, ainda é melhor do que a dos outros integrantes do Bric – Rússia, Índia e China. Quanto melhor a posição de um país no ranking, menor a propensão de seus exportadores para a corrupção. O BPI é liderado pela Suíça, seguida pela Suécia, Austrália, Áustria, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Bélgica e Estados Unidos. Os países piores colocados que o Brasil são a África do Sul (24ª), Malásia, Taiwan, Turquia, Rússia, China e a Índia, cujas empresas são consideradas as mais corruptas ao fazerem negócios no exterior. Além do Brasil, o único país latino-americano incluído no ranking foi o México, que está no 17º lugar. No ranking anterior, realizado em 2002, o Brasil não havia sido incluído. Os autores do estudo dividiram os 30 países em quatro núcleos, de acordo com sua posição no ranking. O Brasil ocupa o núcleo 3, ao lado de Hong Kong, Israel, Itália, Coréia do Sul, Arábia Saudita, África do Sul e Malásia. A performance desses países é considerada "pobre" e somente é superior à do núcleo 4, composto pelos

cinco últimos colocados. Brasil – A diretora para as Américas da Transparência Internacional, Silke Pfeiffer, disse que a posição do Brasil no ranking mostra que suas empresas exportadoras não se comportam de "forma limpa", uma atitude que reflete o clima de elevada corrupção dentro do País. Ela responsabilizou tanto as próprias empresas como o governo brasileiro pelo problema, lembrando que o Brasil aderiu à convenção antipropinas da Organização para Cooperação e De-

30 países responsáveis por 82% das exportações mundiais no ano passado fizeram parte do estudo da organização. senvolvimento Econômico (OCDE). "Mas apesar de ter assumido esse compromisso, o governo não tem conseguido exigir que empresas exportadoras respeitem a lei quando fazem seus negócios no exterior", disse Pfeiffer. Ela frisou, no entanto, que a "falta de vontade política" de punir os exportadores não é uma atitude exclusiva do Brasil. "Veja o caso do Reino Unido, por exemplo, onde nos últimos cinco anos nenhuma empresa foi processada por esse motivo, apesar de o país também ter aderido às regras da OCDE." Segundo Pfeiffer,

as empresas têm vários instrumentos administrativos e legais para coibir práticas de corrupção em outros países. Ela observou que o fato de o México estar em melhor posição do que o Brasil no ranking pode ser explicado, em parte, pela diferença no perfil das exportações dos dois países. "Cerca de 75% das exportações mexicanas são dirigidas para os Estados Unidos, um país com grau elevado de fiscalização e respeito à legislação", disse. "Já os destinos das exportações do Brasil são diversificados, não impondo um comportamento padrão na ação das empresas do País." Hip ocrisi a – Segundo a Transparência Internacional, o estudo mostrou que a corrupção ainda é uma prática muito utilizada por empresas de todo o mundo, inclusive de países ricos. A melhor colocada no ranking, a Suíça, responsável por 1,2% da exportação mundial, recebeu nota média de 7,81 pontos, sendo que ela poderia variar de 0 a 10. A nota média do Brasil, que abocanha 1,2% das exportações mundiais, foi de 5,65 pontos. "As empresas que subornam estão prejudicando ativamente os melhores esforços dos países em desenvolvimento para melhorar sua governança e alimentam a pobreza", disse a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle. O d i re t o r- e x e c u t i v o d a ONG, David Nussbaum, disse que "é hipocrisia o fato de as empresas com sede em países ricos, integrantes da OCDE, continuarem pagando propinas enquanto seus governos não se esforçam para fazer com que a lei seja cumprida". (AE)

Estudo ouviu opinião de executivos

O

ranking BPI da Transparência Internacional foi elaborado por meio da Pesquisa de Opinião de Executivos, realizada entre fevereiro e maio de 2006 pelo Fórum Econômico Mundial. Foram entrevistados 11.232 representantes da iniciativa privada de 125 países, cujas economias combinadas representam 98% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O ranking foi calculado com base nas notas dadas por 8.034

entrevistados que fizeram uma avaliação das empresas de pelo menos um país. Os entrevistados responderam, inicialmente à seguinte questão: "Da lista de países abaixo, por favor selecione as nacionalidades das empresas de controle estrangeiro que mais fazem negócios em seu país". Em seguida, os entrevistados tinham que dar uma nota de 1 (propinas são comuns) a 7 (propinas nunca ocorrem) ao responder a seguinte ques-

tão: "Com base na sua experiência, até que ponto as empresas dos países que você selecionou fazem pagamentos extras não-documentados ou de propinas?" Para facilitar a construção do ranking, a escala de pontuação de até 7 pontos foi convertida posteriormente para 10 pontos. Uma média foi calculada para cada país com base nas respostas de cada entrevistado do estudo, com exceção das avaliações para seu próprio país. (AE)

O presidente do Senado, Renam Calheiros (ao lado) deve fechar acordo com líderes da Casa. Para Bruno Quick Lourenço, do Sebrae (acima), a expectativa é de que a nova legislação seja votada após o segundo turno das eleições.

LEI GERAL Ainda não foi desta vez

E

ste cinco de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa, poderia ser bem mais feliz, se tivesse sido aprovada ontem a Lei Geral da MPE. Permanece indefinido quando a nova legislação será votada. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), espera fechar um acordo com os líderes da Casa. Dezessete medidas provisórias estavam para entrar na pauta do Senado. Ontem, duas delas foram aprovadas. A primeira trata da criação de cargos em universidades federais e instituições federais de educação tecnológica. A segunda regulamenta as atividades de agente de saúde e de agente de combate às endemias. A votação era urgente porque o prazo de ambas as MPs venceria nesta semana. Segundo o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, as outras 15 medidas provisórias devem entrar na pauta nas próximas semanas. Com isso, a Lei Geral só poderá ser votada depois da apreciação dessas MPs. Virgílio reconheceu que as campanhas políticas estão dificultando uma definição sobre a questão. "Há pontos da lei a serem discutidos com alguns setores econômicos", disse. M o b i li z a ç ã o – "Nossa expectativa agora é de que o Supersimples seja votado logo depois do segundo turno das eleições", afirmou o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Bruno Quick Lourenço. Representantes do setor privado e público estão mobilizados desde 2005 em torno da

aprovação da lei, um processo que envolveu cerca de 70 mil empreendedores do País . Para Lourenço, a aprovação da lei é o evento mais significativo deste ano para esses empreendimentos. Na prática, explicou, a Lei Geral unifica os benefícios já conquistados e padroniza sua aplicação para todo o País, em seus quase 5,6 mil municípios. Hoje, micros e pequenas empresas recebem tratamentos diferenciados em 26 estados brasileiros, "mas são benefícios fragmentados", ressalvou Lourenço. Cenários – Com a aprovação da Lei Geral, ele vislumbra que ao longo dos próximos dois anos ocorra – para um cenário conservador – a formalização de 1 milhão de novas micros e pequenas empresas e crescimento de 20% na receita declarada entre as já formalizadas. Para um cenário intermediário, seriam 2,5 milhões de novos negócios e mais 35% de re-

ceita declarada. Ou ainda 4 milhões de estabelecimentos e aumento de 50% na receita, levando em conta um cenário otimista. Depois da aprovação do Simples, houve alta de 125% de receita declarada. Benefícios – Entre os benefícios previstos na Lei Geral, Lourenço mencionou a proibição de que órgãos de fiscalização e controle estabeleçam unilateralmente medidas que afetem os empresários, sem uma aprovação nacional. A abreviação do prazo de abertura de uma empresa para dez dias e a possibilidade de operá-la imediatamente – desde que sua atividade não seja de risco elevado – também é destaque. O novo cenário advindo da Lei Geral da MPE também viabilizará os consórcios, com fortalecimento das empresas por meio do associativismo e simplificará a parte tributária. (Leia mais na página E/2) Fátima Lourenço e Laura Ignacio


2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

3

HOJE É DIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

bilhões de reais é quanto os produtores de laranja alegam ter perdido nos últimos 15 anos

COMEMORAÇÃO TERÁ SHOWS E POSTOS DE ATENDIMENTO AOS PEQUENOS EMPRESÁRIOS DA CAPITAL

DIA DE FESTA PARA O EMPREENDEDOR

E

m São Paulo, a comemoração do Dia da Micro e Pequena Empresa será recheada de shows culturais e eventos para orientar empreendedores já estabelecidos com algum negócio ou interessados em montar uma nova empresa. A programação é fruto da parceria entre o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-SP) e a Prefeitura de São Paulo. Há eventos previstos para o Vale do Anhangabaú, Praça da República e áreas como Vila Nova Cachoeirinha e Heliópolis, na periferia da cidade. É o projeto Sebrae na Rua, que permanece no Vale do Anhangabaú até domingo e percorre a cidade com outras ações do gênero ao longo de outubro, considerado o Mês do Empreendedor. Reforços – O Dia da Micro e Pequena Empresa também se-

rá marcado pela assinatura de um protocolo entre a Prefeitura de São Paulo e o Sebrae-SP, para a instalação de novos Postos de Atendimento ao Empreendedor, os chamados PAEs. O primeiro deles foi inaugurado há seis meses em Itaquera, na zona leste. A meta é estabelecer outros três até o final do ano, contemplando as regiões norte, sul e oeste, informou o gerente da área de expansão da rede de atendimento do Sebrae, Paulo Tebaldi. O Estado de São Paulo ganha, ao todo, 130 novos postos avançados do Sebrae. N o PA E I t a q u e r a f o r a m contabilizados, de março a setembro, 2,3 mil atendimentos. Segundo o coordenador de pesquisas econômicas do Sebrae, Marco Aurélio Bedê, a região, no futuro, pode abrigar um Arranjo Produtivo Local específico. (FL)

Finsocial em discussão no STF

O

Supremo Tribunal Federal (STF) ameaçou retomar a discussão que vai definir se as prestadoras de serviço têm direito de recolher a contribuição para o Finsocial com alíquota de 0,5% e não de 2% como determina a Lei nº 8.147/1990. A matéria, que envolve as empresas que já tinham decisões favoráveis e definitivas, estava na pauta da Corte, ontem, mas não foi discutida. O assunto voltou à tona ontem, após três anos, quando as Ações Rescisórias (AR) 1519 e 1523, ajuizadas pela União, foram incluídas na pauta de julgamentos do STF. As ações pedem a revisão de decisões que permitiram que algumas empresas pagassem a contribuição com alíquota menor. A União resolveu ingressar com as ações depois que a Cor-

te se posicionou pela inconstitucionalidade da cobrança. A revisão da matéria divide opiniões. "O contribuinte já não acredita na atuação da Justiça, seja pela morosidade ou atuação dos tribunais inferiores. Agora, imaginar que uma decisão emitida pela maior instância do Judiciário pode ser revista é de causar espanto e insegurança", afirma Igor Mauler Santiago, sócio do escritório Sacha Calmon, Misabel Derzi Consultores e Advogados. Já o advogado Jorge Henrique Amaral Zaninetti, do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, acha natural a revisão da matéria. "A parte perdedora tem até dois anos para entrar com ação. O contribuinte só deve ver a revisão como insegurança jurídica", diz.

Produtores de laranja querem investigação

O

Cai número de falências decretadas

O

número de falências decretadas em todo o País caiu 40,3% em setembro em relação a igual período do ano passado. Foram decretadas 141 insolvências, ante 236 em setembro do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela Serasa. Os pedidos de falência também caíram no período. Foram registrados 421 requerimentos de falência. Em setembro de 2005, foram 518 pedidos de falência, o que representou um recuo de 8,7%.

Segundo a Serasa, as quedas verificadas no indicador de solicitações de falências são decorrentes da legislação que entrou em vigor em junho do ano passado. Ela desestimulou a utilização do requerimento como um instrumento de cobrança e estabeleceu limite mínimo para sua aplicabilidade. A Serasa acrescentou ainda que a redução do número de falências decretadas é influenciada pela recuperação da atividade econômica, sustentada, entre outros fatores, pelo

aumento do consumo interno. Ainda de acordo com a Serasa, em setembro foram registrados 19 pedidos de recuperação judicial, contra 15 requerimentos em igual período do ano passado, o que significou uma alta de 26,7%. Não houve pedido de recuperação extrajudicial no mês passado. No período, foram deferidos 20 pedidos de recuperações judiciais, ante seis registrados em setembro do ano passado, o que equivale a uma alta de 233,3%. (AG)

Cade autoriza acordo inédito

Defesa Econômica (Cade) por prática de venda casada de produtos e serviços. Hoje o plenário do conselho deu autorização à ProcuradoriaGeral do Cade para fazer um acordo judicial, considerado inédito na defesa da concorrência no País. Essa negociação, no entanto, precisa ser confirmada por juízes da 17ª

Vara da Justiça Federal de Brasília. A presidente do Cade, Elizabeth Farina, explicou que o acordo não anula a condenação, já que a prática das empresas de vender produtos da Microsoft para o governo federal exclusivamente por meio da TBA e agregar a venda de serviços foi julgada anticompetitiva. (AE)

A

Microsoft e a TBA Informática deverão pagar uma multa de R$ 5 milhões para encerrar o processo judicial e administrativo em que contestam a condenação do Conselho Administrativo de

Márcia Rodrigues

líder de um grupo de produtores de laranja alertou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de que não deveria suspender uma investigação sobre processadores de suco de laranja em troca de uma multa paga ao governo e da criação de um fundo para produtores. Citricultores brasileiros acreditam que a indústria lhes pagou bilhões de dólares a menos do que deveria durante anos. Produtores frustrados têm optado pela canade-açúcar, que é mais rentável. Essa troca ameaça debilitar a indústria de suco de laranja do Brasil, que é o maior exportador mundial. O presidente da Associtrus, entidade que representa os produtores de laranja militantes, Flávio Viegas, reclamou do acordo proposto, segundo o qual o Cade poderia suspender as investigações em troca de um pagamento de R$ 100 milhões pelos maiores processadores locais de laranja. "Isso é completamente inadequado", disse Viegas, que é responsável por 70% da produção nacional de suco e por praticamente todas as exportações do Brasil. O presidente da Associtrus estimou perdas de quase US$ 3 bilhões nos últimos 15 anos devido a preços artificialmente baixos. Após as reclamações, autoridades antitruste lançaram uma investigação em 1999, que resultou na "Operação Fanta", envolvendo a Cutrale, Citrosuco, Citrovita, Coinbra e Montecitrus. (Reuters)

ATAS

CONVOCAÇÃO

EDITAL

COMUNICADO

ERRATA - DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

“CHURRASCARIA OS GAUDÉRIOS LTDA” localizada na Av. Moreira Guimarães, nº 964, inscrita no CNPJ nº 55.238.836/0001-10 e IE nº 111.441.245.114, torna público que foram roubados em 01/10/2006 os equipamentos emissores de cupons fiscais Bematech caixas 04 e 05 de números de fabricação BE0306SC95540500271 e BE0306SC95540500272 respectivamente, conforme Boletim de Ocorrência de nº 8117/2006, lavrado no 27º Distrito Policial. São Paulo, 01 de outubro de 2006. 04,05,06/10/06 EDITAL

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA Patrícia Maria Siqueira Silva, CPF nº 183.447.518-02, declara à praça, fornecedores e público em geral, que a partir de 28/08/2006, deixou de fazer parte do quadro societário da empresa Donna Moça Confecções Ltda., CNPJ nº 07.077.967/0001-10, com sede à Rua Santa Rita, nº 53 - Brás - São Paulo. (05-06-09/10/06)

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 012/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 11.322/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço global, tendo como objeto a contratação de Serviço Profissional de Engenharia Especializado em Sinalização Viária para execução de serviços, com fornecimento de materiais, nas Rodovias Abel Terrugi e Guilherme Scatena, ambas localizadas no Município de São Carlos. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 05/10/06 até o dia 23/10/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 23/10/06, quando após o recebimento iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 04 de outubro de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

pedidos de falência e recuperação judicial:

Reqte.: Reinaldo Cruz Ferreira - Reqdo.: Conexão Médica Produtos Médicos Ltda - Tv. Navarra, 291 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Açocorte Ferro e Aço Ltda Reqdo.: Kaiku Ind. Autos Peças Ltda - Rua Gomes, 684 - 2ª Vara de Falências

Reqte.: EMEF Com. e Locação de Equip. Mecânicos Ltda - Reqdo.: Engestile Engenharia Construção Ltda - Rua Guilherme D. Vilares, 1.139 - sala 5 2ª Vara de Falências Reqte.: M. Pereira Serviços Ltda - Reqdo.: Indústria Micheletto S/A - Rua Cadiriri, 1.201 - 1ª Vara de Falências


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Nacional Imóveis Empresas Legislação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BUSCA DE PRESENTE PELA INTERNET SOBE 70%

A

1

milhão de litros de leite por dia serão captados pela nova fábrica da Nestlé no Rio Grande do Sul

SAI EM 2007 NOVA FÁBRICA GAÚCHA DA NESTLÉ Projeto é produzir para mercado interno e externo. Falta acordo com o México.

Crianças querem eletrônicos

s vendas do varejo eletrônico para o Dia das Crianças devem ser 70% maiores neste ano do que em 2005, alcançando faturamento de R$ 184 milhões, segundo a e-bit, empresa de pesquisa e marketing online. A praticidade e a velocidade da internet para comparar preços, o grande número de "econsumidores" e o crescimento do uso de banda larga nas compras virtuais são os principais fatores que impulsionam as vendas online. Crescimento – "Apesar de outubro não ser a época mais aquecida para o varejo, a expectativa de grande crescimento nas vendas se deve ao bom desempenho do setor no primeiro semestre, com crescimento de 79% em relação ao mesmo período de 2005", diz o diretor geral da e-bit, Pedro G u a s t i . Tí t u l o s d e C D s e DVDs devem responder por cerca de 19% de todas as vendas feitas pela internet entre os dias 28 de setembro e 12 de outubro. Mais que os brinquedos, que correspondem a apenas 6% da procura.

3

Entre os presentes mais procurados estão DVDs, videogames, celulares e tocadores de mp3, mas é preciso pesquisar bastante antes de comprar os presentes, já que as diferenças de preço entre um loja virtual e outra podem chegar a 100%. Entre os produtos mais procurados do site Buscapé, por exemplo, chega a ser registrada a diferença de 81% no MP3 Player Foston 1GB, com valores variando entre R$ 135 e R$ 244. Já o produto mais acessado nos sites de busca, o DVD do grupo pop Rebelde sai por preços que variam até 56%, entre R$ 32 e R$ 50. Mais caros – "Na lista dos 15 produtos mais pesquisados, quatro são DVDs. E eles estão, em média, 33% mais caros que no mesmo período do ano passado", afirma o gerente de novos negócios do Buscapé, Daniel Cabral. "A criançada está bastante ligada na tecnologia, já que na lista dos dez produtos mais procurados estão câmera digital, tocador de MP3, celulares e video games." Se os DVDs estão mais caros, os eletrônicos apresentam a

maior redução de preço de 2005 para cá. O valor médio dos tocadores de MP3 era de R$ 486 e agora eles custam R$ 350. "Bom sinal para os pais", diz Cabral. De olho na data que se aproxima, os sites de vendas já lançaram links que chamam a atenção para as ofertas do gosto das crianças. "Depois que colocamos no ar o guia especial voltado para esse público, sentimos aumento de 43% nas vendas", conta Cabral. Site infantil– Já o Submarino lançou uma página especial com o tema "Partido da Criança", com presentes divididos por tipo, idade e marcas. O espaço foi ambientado como quarto de brinquedos. "Os produtos mais acessados são CDs e DVDs dos ídolos infantis", afirma o diretor comercial e de marketing do Submarino, André Shinohara. Por ser de capital aberto, a empresa não divulga dados de vendas. Sonnaira San Pedro

A

primeira etapa da fábrica que a Nestlé construirá em Palmeira das Missões (RS) deve entrar em operação entre julho e agosto de 2007. Houve atraso no início das obras, previstas inicialmente para agosto deste ano, por razões burocráticas, disse ontem o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita. A unidade captará 1 milhão de litros de leite por dia para produzir pré-condensado, que será industrializado na fábrica de Araçatuba (SP). Apesar do custo adicional de transporte do produto até São Paulo, Zurita avaliou que esse "pedágio" faz parte do processo de desenvolvimento d a b a s e p ro d u t i v a n o R i o Grande do Sul. Projeto similar foi desenvolvido na Bahia. "Nos primeiros anos, existe um custo de instalação de base que é obrigatório", comentou. O projeto tem um investimento global de R$ 120 milhões, dos quais R$ 70 milhões na primeira fase, divididos entre os sócios do empreendimento. Joint venture – A fábrica será construída pela DPA, joint venture entre a Nestlé e a cooperativa Fonterra, da Nova Ze-

lândia. Cada sócio participa com 50% dos investimentos e a Nestlé fica encarregada sozinha da industrialização. A empresa pretende captar leite de 10 mil produtores da região. Mas o desenvolvimento das próximas etapas do projeto dependerá do ritmo de abertura de mercados no exterior. Essa abertura comercial poderá vir com a assinatura de acordos bilaterais e fitossanitários de exportação para países como o México, que tem um déficit de 2 bilhões de litros de leite por ano. "Se o mercado mexicano já estivesse liberado, a empresa teria condições de exportar o equivalente a três fábricas do porte da que será construída no Rio Grande do Sul", relacionou o executivo. As fábricas do grupo já foram credenciadas pelo governo mexicano, mas falta o acordo bilateral ser oficializado. "Agora falta que o governo assine", enfatizou Zurita, em entrevista na Federação das Associações Comerciais e de Serviços (Federasul), onde foi palestrante de reunião-almoço. Alternativa – Para o presidente da empresa, os concorrentes regionais não têm o

mesmo fôlego que o Brasil. Ele citou que a Argentina, mesmo com produção leiteira expressiva, só alcançaria escala produtiva para abastecer a região metropolitana de São Paulo. O mercado externo é visto como uma alternativa ao período de queda do consumo no Brasil, mas nem todas as oportunidades são aproveitadas. Na negociação comercial feita com a China, cujo consumo cresce 16% ao ano, o leite não foi incluído, exemplificou o dirigente industrial. Ele lamentou também a ocorrência de febre aftosa, como outro fator que atrapalhou a abertura comercial do setor. Po lí ti ca – Zurita afirmou que a realização do segundo turno na disputa presidencial não afeta os planos da empresa. "Nenhum plano da nossa organização vai se mover em função de resultado eleitoral", declarou, reiterando que a empresa não deixará de investir no Brasil independente do resultado eleitoral. Citou que os melhores momentos de investimentos foram em períodos críticos, como o período de incerteza antes do início do atual governo, quando foi adquirida a Garoto. (AE)


4

Finanças Empresas Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INDÚSTRIA RETOMA EXPANSÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

3,2

por cento foi a expansão da produção industrial brasileira em agosto sobre igual mês de 2005

ÍNDICE DE EXPECTATIVA APONTA QUE CONSUMIDOR ESTÁ SATISFEITO COM RENDA, EMPREGO E FUTURO

CNI: OTIMISMO VAI ÀS ALTURAS Fabiana Beltramin/Folha Imagem - 04/01/2004

O

Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) relativo ao terceiro trimestre do ano, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu nível recorde. Segundo a CNI, o índice ficou em 110,6 pontos. O recorde anterior foi de 106,3 pontos, no segundo trimestre de 2003. "O índice mostra otimismo sem precedentes", diz a CNI. "O forte aumento do Inec, 11,6% na comparação com setembro de 2005 (o indicador é trimestral) deve-se, sobretudo, às expectativas especialmente positivas quanto às condições futuras da economia", completou. Os indicadores da satisfação com a vida e da segurança no emprego e renda também foram recordes para a série histórica da CNI. O número de entrevistados que afirmaram não ter medo do desemprego subiu de 28% no segundo trimestre de 2006 para 34% no terceiro trimestre. Por outro lado, caiu de 29% para 24% os que afirmaram ter muito medo. O total de entrevistados que dizem ter pouco medo do desemprego caiu de 32% para 28% no mesmo período. Com esse resultado, o índice do desemprego atingiu 104,7 pontos. Segundo a CNI, o indicador não atingia os 100 pontos deste outubro de 1997, início da série. Os números acima de 100 pontos

indicam otimismo, e os inferiores a esse nível, pessimismo. Renda – O indicador relativo à expectativa da renda em geral atingiu 111,4 pontos, nível 11,8% superior ao registrado em setembro de 2005 e ligeiramente superior ao recorde anterior da série, de 110,9 pontos, de junho de 2003. O indicador relativo à expectativa de evolução da própria renda é igualmente recorde: atingiu 110,8 pontos. Isso representa uma expansão de 9,7% em relação ao registrado em setembro de 2005 e é 3,3% superior ao valor recorde anterior, de dezembro de 2002. A expectativa de queda nas taxas de inflação é outro ponto positivo apontado pela pesquisa. Satisfação – Os consumidores se mostram satisfeitos com a vida. Esse é um indicador que atingiu 102,2 pontos – está 3% superior ao registrado em setembro de 2005 e praticamente idêntico ao recorde anterior, de janeiro de 1998. Os entrevistados também afirmaram que pretendem aumentar suas compras no trimestre: o indicador alcançou 103,1 pontos, 7,6% superior ao do mesmo trimestre do ano passado. É o quarto crescimento consecutivo desse índice. Segundo a CNI, "o Inec corrobora a visão de que o crescimento do consumo é a força de estímulo ao PIB (Produto Interno Bruto) em 2006". (AE)

Furlan crê em clima tranqüilo

O

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que a produção brasileira passou por "um clima mais tranqüilo" no terceiro trimestre e que os últimos dados sobre atividade industrial indicam que o segundo semestre será melhor que a primeira metade do ano. Furlan citou como exemplo os dados de produção industrial e de automóveis divulgados ontem, além das exportações e do setor agrícola. "Eu vejo o clima bem mais tranqüilo, pois a produção continua crescendo", afirmou, ao comentar a alta de 0,7% da atividade industrial em agosto sobre julho, de acordo com as estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O ministro lembrou que a produção industrial está relacionada ao número de dias úteis, e que agosto foi o maior mês do ano nesse sentido. Furlan ressaltou que, embora os dados da Anfavea (entidade que representa o setor automobilístico) tenham apontado queda da produção em setembro, os números também mostraram fortes vendas de veículos no mercado interno. O ministro disse ainda que, em setembro, houve três dias úteis a menos do que em agosto, o que contribuiu para a queda da produção no setor. "O terceiro trimestre foi bom não só pela vitalidade das exportações, mas também do próprio mercado interno. Por isso poderemos esperar um segundo semestre melhor que o primeiro." (Reuters)

Hélvio Romero/AE

Golfarb: boa combinação

Veículos: juro e prazo puxam crescimento

T

IBGE aponta que os motores de crescimento industrial passam a ser os bens de capital e os intermediários

Produção industrial ganha novo fôlego

A

indústria manteve a trajetória de "recuperação discreta" em agosto, mas a categoria de bens de capital, que reflete os investimentos, mostrou forte reação no mês. Os dados de agosto mostram aumento de 0,7% na produção industrial no País em relação ao mês anterior e de 3,2% na comparação com igual mês de 2005 e revelam, segundo o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales, que os motores de crescimento do setor passam a ser os bens de capital e os bens intermediários, enquanto "saem de cena" os bens de consumo. Em agosto, a indústria atingiu o nível de produção mais elevado ao longo da série histórica divulgada pelo IBGE desde 1991. E superou em 0,3% o último resultado recorde, registrado em maio deste ano. O crescimento da produção de bens de capital ocorreu acima da média da indústria em agosto em todas as bases de comparação, com destaque para expansão de 2,8% ante julho e de 7,4% ante agosto de 2005. As boas notícias em relação a essa categoria – ou seja, aos investimentos – prosseguem com a constatação de que, em agosto, a expansão desse grupo se ampliou também para as máquinas e equipamentos para fins industriais (14,3% ante agosto de 2005), o que não

ocorreu até julho. Esse é o segmento que aponta investimentos da indústria em expansão de capacidade produtiva. Sales avaliou que, "se a importação (de bens de capital) continua crescendo e a oferta interna também, significa que o bolo de investimentos na indústria aumentou". Em "quantum" (quantidade), as importações de bens de capital cresceram 18,8% em agosto ante igual mês do ano passado. Segundo Sales, boa parte dos equipamentos importados estão voltados para expansão da capacidade industrial. Bens de consumo – O câmbio, como vinha ocorrendo nos meses anteriores, manteve influência sobre a indústria nos resultados de agosto já que, segundo Sales, as importações de bens de consumo semi e não duráveis (calçados e têxteis) e duráveis (eletrodomésticos) estão afetando os dados de produção dessas categorias. "O que os dados parecem sugerir é que há espaço na demanda interna, de duráveis e não duráveis, que vem sendo ocupado pelas importações." Segundo Sales, a recuperação da produção industrial é "discreta" e não ocorre de forma mais acelerada porque há uma "perda de dinamismo" de bens de consumo. Ele avaliou que isso se deve a "evidências de um certo esgotamento de ritmo das vendas do varejo; uma perda importante nas ex-

portações de alguns setores, que crescem mais no preço do que na quantidade e, ainda, concorrência de importados". O pior passou – Os técnicos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ressaltaram em documento de análise sobre os dados que "setores que vinham sendo punidos pela 'dobradinha' juros altos e real valorizado deixaram para trás o pior de sua retração". Eles citaram como exemplo os segmentos de têxtil, vestuário, calçados e mobiliário, que "voltaram a apresentar evolução positiva digna de registro". No entanto, assim como Sales, o Iedi destacou que, apesar de alguma reação recente na produção desses setores, sua contribuição para o desempenho da indústria neste ano, até o momento, "é muito pequena". De janeiro a agosto, a produção industrial teve alta de 2,8% e, em 12 meses, de 2,2%. Retração – A produção de bens de consumo semi e não duráveis caiu 0,9% em agosto ante julho e cresceu 1,2% ante agosto do ano passado, variação bem inferior aos 3,5% apurados em julho deste ano ante julho de 2005. Como exemplo da concorrência de produtos importados nessa categoria, Sales citou que as importações (em quantidade) desses b e n s c re s c e r a m 2 0 , 3 % e m agosto deste ano ante igual mês do ano passado. (AE)

Mantega comemora resultados

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou ontem os resultados da produção industrial de agosto divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele avaliou os dados como "positivos". "Tudo indica que no terceiro trimestre de 2006 a produção industrial estará em torno de 2%", disse o ministro. "A produção está aquecida e deve ficar nesse ritmo até o final deste terceiro trimestre e continuará no quarto trimestre. O resultado já é um reflexo da queda da taxa básica de juros (Selic)", afirmou Mantega. O ministro argumentou também que, como os cortes da taxa Selic prosseguiram, a tendência de recuperação da indústria "vai se acentuar". O referencial do juro básico

no País vem caindo desde setembro do ano passado. "O que eu queria destacar desses dados do IBGE é o aumento do investimento. O segmento que mais subiu é bens de capital", salientou. "Isso me faz acreditar que o nível de investimentos no ano de 2006 está crescendo bem acima do ano passado e deveremos atingir algo como 7,5% de crescimento do investimento." A produção industrial cresceu 0,7% em agosto, acumulando taxa de expansão de 2,8% no ano. A produção de bens de capital foi a que registrou o maior índice de crescimento, de 2,8%. Expectativa – Com base nos resultados da produção industrial, Mantega previu que a economia brasileira crescerá entre 1% e 1,5% no terceiro e

também no quarto trimestre deste ano. O ministro manteve a estimativa de expansão de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. O mercado espera, segundo último relatório Focus, expansão de 3,09%. O ministro afirmou que só fará uma confirmação ou revisão da estimativa para 2006 depois de conhecidos os dados do terceiro trimestre. "Eu acho prematuro rever agora. No ano temos apenas dois trimestres consolidados, vamos esperar o terceiro trimestre. Quando ele se completar, eu farei uma afirmação ou uma revisão da projeção de 4%." No segundo trimestre, a economia brasileira cresceu apenas 0,5% frente ao trimestre anterior, levando economistas e entidades a reduzirem as projeções para o ano. (Reuters)

axa de juro mais baixa e maiores prazos de financiamento são os principais fatores que têm impulsionado a venda interna de veículos. "A prestação cabe cada vez mais no bolso do consumidor", diz Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea, a associação das montadoras. A taxa média mensal para a compra de carro novo, que era de 2% em janeiro de 2005, caiu para 1,77%. O período médio de financiamento subiu de 15 para 17 meses. "Hoje, 40% das pessoas que compram a prazo optam por mais de 36 prestações. Em janeiro de 2005, o índice era de 33%", destaca o executivo. O bom desempenho do mercado interno, que registra crescimento de 10,5% no acumulado de janeiro a setembro (1.364.908 veículos conta 1.234.852 no mesmo período de 2005), está garantido produção recorde do setor em 2006. Já foram fabricados, neste ano, 1.969.511 unidades, número 2,3% superior ao dos primeiros nove meses do ano passado (1.905.266). A p ro d u ç ã o s ó n ã o é maior porque as exportações, em volume, estão em queda. Totalizaram 643,4 mil veículos até setembro, ante 682 mil de janeiro a setembro do ano passado. A receita com as vendas externas, no entanto, ainda indicam crescimento de 5,3% no acumulado até setembro, tendo atingido US$ 8,8 bilhões este ano. Produção mensal – Na comparação de setembro com agosto, as vendas internas caíram 10,7%, ficando em 159.368 unidades no mês passado, ante 178,5 mil no anterior. "A queda, no entanto, não é real", avalia o presidente da Anfavea. "Por causa do feriado da Independência, setembro foi um mês mais curto. Se levarmos em conta o número de dias úteis, constatamos um aumento de 2,7%." A entidade mantém a meta de vender 1,84 milhão de veículos neste ano, com crescimento de 7,1% sobre 2005, mas admite que poderá rever esta projeção para cima. "Tudo indica que o mercado interno continuará aquecido, enquanto as exportações devem prosseguir em queda por causa da valorização do real", afirma Golfarb. Equilíbrio – O estoque de veículos na rede e na indústria está em torno de 37 dias de produção, volume que tem se mantido estável, indicando equilíbrio entre oferta e demanda. Alzira Rodrigues


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

A CAMINHO DO PLANALTO JOÃO DE SCANTIMBURGO

Distrito Federal. Nos grandes colégios eleitorais, o PSDB elegeu no 1º turno os governadores de São Paulo e Minas Gerais (33% do eleitorado). O PT só obteve vitória comparável na Bahia.

O IMPOSTOSÍMBOLO Céllus

O

Lula teve sua chance e deixou passar, disse Geraldo Alckmin, consagrado pela diferença de 41,6% dos votos válidos, contra 48,6% para Lula, que assegurou a realização do 2º turno. Na outra ponta, Lula abandonou o tom triunfalista que previa sua vitória em 1º turno. O petista agora quer fazer “um debate profundo” sobre a questão ética e já não considera o dossiê Vedoin uma estratégia golpista da oposição, mas uma “obra de engenharia para atirar no próprio pé” feita pelos seus correligionários. Quem acreditava que o eleitor vota apenas com o bolso (ou o estômago, se for pobre), surpreendeu-se com o impacto eleitoral do último escândalo de corrupção do governo Lula. Há poucos dias, era consenso que Lula já estava reeleito. Hoje, Alckmin vai ao 2º turno com chances de vencer a disputa, seguindo uma trajetória ascendente nas pesquisa que começou em meados de setembro e acelerou-se significativamente às vésperas da eleição. Lula percorreu o caminho inverso. É concebível que a diferença de 5 pontos a favor de Lula nas projeções de 2º turno tenha se reduzido, o que as próximas pesquisas poderão constatar. A correlação de forças nos estados também é potencialmente favorável a Alckmin. Ao contrário do 1º turno em 2002, quando Lula liderou a votação em todos os estados, exceto Alagoas, desta feita Alckmin obteve a maioria dos votos em 10 estados e no

or certo, haverá desdobramentos do “dossiêgate” que podem causar novos danos à candidatura Lula. A origem do dinheiro tornouse um foco de atenção da opinião pública, não permitindo que o caso seja encerrado. Mas o fator decisivo nesta fase da campanha será o confronto entre Lula e Alckmin nos debates televisivos. No domingo ocorrerá o primeiro, promovido pela TV Bandeirantes; o outro ocorrerá no dia 27, organizado pela TV Globo. Não obstante a ausência de Lula, a elevada audiência do debate da TV Globo da última quinta-feira mostra que aumentou muito o interesse do eleitor pela disputa. Será um 2º turno diferente do de 2002, quando Lula tomou a dianteira nas primeiras pesquisas e manteve até o final uma distância folgada sobre José Serra. Há quatro anos, a diferença entre Lula e Serra no 1º turno foi de 20 pontos percentuais. Hoje, são apenas 6 pontos percentuais. Pode-se concluir que uma vitória de Alckmin daqui a três semanas trocou o reino do possível pelo território do provável.

P

A divisão dos votos PAULO SAAB

C

hamou a atenção, ao menos a minha, a frase de alguém, cujo nome me escapou, dizendo que o candidato Geraldo Alckmin venceu nos estados que sustentam o Brasil e o candidato Lula venceu nos Estados que são sustentados pelo governo do Brasil. Na edição da última terça-feira, os jornais publicaram o mapa dos votos em cada estado e a imagem da divisão de cores e votos ganhou uma dimensão impressionante. Ficou evidente a frase acima. O segundo turno da eleição presidencial vai escolher um presidente entre duas propostas: a de Lula, de arrecadar dos estados produtivos para sustentar os que não produzem o suficiente para se sustentar, ou o de Alckmin, que vai buscar dar aos estados hoje dependentes das esmolas federais, condições de desenvolvimento, para deixarem de ser curral eleitoral do poder instalado no Planalto. Também na terça-feira, sob o título Sempre São Paulo, escrevi que os paulistas deram ao Brasil a possibilidade de escapar de um governo retrógrado baseado em ações populistas e subdesenvolvimentistas. A votação que garantiu o segundo turno foi basicamente a de São Paulo. Escreve leitora de Palmas, no Paraná, para lembrar que Alckmin venceu em todo o sul do País e não só em São Paulo. É verdade. Os votos paulistas deram apenas consistência à maioria de Alckmin nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, e ainda, Mato Grosso do

Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Roraima, Distrito Federal e Acre. A votação dada ao tucano nos estados onde Lula venceu certamente contribuiu na votação final. O que fica patente, reitero, é a fotografia clara de que o Brasil está numa encruzilhada, onde o bom senso e o futuro do país determinam aos olhos de quem sabe enxergar o caminho a escolher. Uma vitória de Lula significará que as forças produtivas do país seguirão servindo para alimentar um estado inchado e viciado e um governo que o manipula em favor de seus planos de poder.

U

ma vitória de Alckmin significará a opção por uma reintegração nacional, deixando para trás a política divisionista instalada pelo petelulismo para extrair, onde possível, a riqueza produzida, dela se beneficiar (até na forma de corrupção) e manter submissos os demais estados através das esmolas do poder central. Os eleitores de Heloísa Helena e Cristovam Buarque, mais politizados certamente, até pela escolha feita - se não contaminados pelo viés ideológico de que o Estado deve tutelar a sociedade (falácia que atrasa o Brasil) -, somados à reconfirmação dos votos anteriores de Alckmin, serão a chave da escolha certa no rumo a ser tomado no segundo turno. A opção é entre o atraso, o retrocesso, e a construção de um país sem divisões de classe, renda, cor, etnia, como vem "descontruindo" o governo Lula.

U ma vitória de Alckmin significa a opção por uma reintegração nacional.

TRECHOS DA CARTA POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

Luz no fim do túnel ANTONIO MARANGON

A vitória de Alckmin não é só possível. É provável.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

F

Lula Marques/Folha Imagem

O fator decisivo no segundo turno será o confronto entre Lula e Alckmin nos debates na tevê.

elizmente, os órgãos arrecadadores do País, em ação recente, demonstraram sensibilidade diante de inúmeras pressões e solicitações das entidades representantes dos segmentos produtivos, ao apontar com uma boa notícia para os empresários que precisam de Certidões Negativas de Débitos, as CNDs. Segundo afirmativa do procuradoradjunto da Fazenda Nacional, Pedro Raposo Lopes, a partir de outubro não será mais necessário apresentar a certidão à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A medida, apesar de positiva para quem produz, representa, no oceano de impostos, burocracias e excesso de normas a cumprir, apenas uma gota d´água, mas que, sem dúvida, traz um estímulo para as mais de 50 entidades componentes do Fórum Permanente do Empreendedor, cuja coordenação está a cargo do Sescon-SP (Sindicato das Empresas Contábeis e de Assessoramento do Estado de São Paulo). Os componentes do Fórum reuniram-se por algumas vezes na Câmara Americana do Comércio (Amcham) em São Paulo com os representantes dos órgãos públicos federais, buscando encontrar, em conjunto, soluções para a grita dos empreendedores, diante da impossibilidade de cumprir as normas acessórias ditadas pela Receita Federal e pela PGFN.

E

m cenário normal, tal notícia passaria desapercebida, pois trata-se apenas de facilidades para a emissão de certidões negativas de débitos. Mas, na atual conjuntura de agressões aos contribuintes, com uma carga tributária beirando os 40% do PIB e, já reconhecido publicamente, por qualquer ângulo que se mire, que são os impostos que estão impedindo o crescimento do País - que ficou na lamentável casa de 1,7% nos últimos quatro trimestres -, a notícia merece destaque e até comemorações. O empreendedorismo no País precisa ser estimulado para desenvolver negócios, criar empregos, dar oportunidades e dignidade aos cidadãos, tirar os jovens das ruas, oferecendolhes uma perspectiva melhor de vida. Não ao contrário, como temos visto e acompanhado no B

Brasil de hoje. A carga tributária, que já excedeu os patamares do razoável, pulando, no período de 1970 a 2005, de 25,3% para 37,4% do PIB, e os encargos sobre salários - na faixa de 42,5%, perdendo neste quesito apenas para a Dinamarca, com 42.9%, segundo dados recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) -, comprovam que o Brasil já está na contramão da História, apresentando um crescimento de apenas 3,4% (PIB) no primeiro trimestre de 2006. Se não tomar atitudes rápidas, poderá continuar descendo a ladeira, enquanto os outros países emergentes, como China, Índia e Argentina, cujos crescimentos do Produto Interno Bruto estão na casa dos 10% ao ano ou chegando lá, continuarão estendendo suas asas e cobrindo as oportunidades de negócios no globalizado mercado internacional.

É

preciso agir rápido, dar condições para que o absurdo número de 11,5 milhões de micro, pequenas e médias empresas que hoje se encontram na informalidade possam regularizar suas situações. Regularizadas, essas empresas poderão crescer, empregar, buscar espaços em outros mercados, trazer divisas para o País que, com a economia cambaleante como está, poderá mais uma vez perder o rumo da história. As palavras-chave para este momento por que passa o Brasil são: parceria (entre o setor privado e o público), compreensão e boa-vontade para dirimir diferenças e encontrar soluções, estímulo aos que querem fazer, produzir, gerar empregos e desenvolver este País, mas também participação, pressão e viligância sobre o que está sendo arrecadado e o que se está fazendo com o dinheiro público. Vamos esperar que este pequeno gesto de sensibilidade dos órgãos arrecadadores possa ser ampliado e que outras medidas urgentes e necessárias para combater a burocracia, o excesso de obrigações fiscais e, principalmente, o volume de impostos , venham o mais brevemente possível. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

oa vontade e estímulo para o empreendedor. É disso que o País precisa.

uando iniciamos a nossa campanha contra a tributação excessiva que pesa contra os brasileiros, servimo-nos do "imposto do cheque", mais conhecido como CPMF, elevando-o à condição de símbolo, pois entendíamos que esse tributo interpreta o máximo de extorsão sobre os pobres brasileiros, obrigados a pagar anualmente um leão sobremaneira guloso. Voltamos hoje com nosso propósito de campanha e usamos o mesmo símbolo, pois não apareceu outro tão completo quanto esse. Na campanha presidencial, alguns dos candidatos assumiram compromisso de obter a votação de uma reforma tributária completa, elaborada por especialistas das faculdades de Direito e de Administração de Empresas. Esse compromisso vai ser cobrado por nós e por outros órgãos de imprensa, pois queremos acreditar que estamos no caminho certo, movendo céus e terras, como fazemos para incluir na cabeça dos brasileiros que eles são penalizados com uma freqüência alucinante pela camarilha tributária nacional, estadual e municipal, que nunca procurou a racionalidade dos tributos.

Q

sistema tributário é conhecido pela sua racionalidade e pela sua adequação com a capacidade pagante dos contribuintes. Nenhum desses fatores são conhecidos no assim chamado sistema tributário brasileiro. A imprensa está cumprindo o seu dever e com ela as associações de classe. Temos a esperança de encontrar na mentalidade do homem comum que paga impostos a sua revolta contra a esfola tributária com que luta para manter o seu negócio imune das imposições de impostos. Temos exagero de conhecimento na causa que esposamos e vamos até o fim para conseguir a satisfação do nosso objetivo, que é principalmente patriota.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O sistema

tributário deve se adequar à capacidade pagante dos contribuintes, o que não acontece no Brasil.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

3

Política

Estamos muito felizes com a vitória de Jacques Wagner na Bahia, derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Estou dizendo isso de forma pública, não para constrangê-lo. De Jutahy Magalhães para Alckmin

PRESIDENCIÁVEL TUCANO GARANTE QUE, SE ELEITO, SERÁ PARCEIRO DE JACQUES WAGNER NA BAHIA. Margarida Neide / AE

ALCKMIN SOFRE COM O REVÉS DO CARLISMO Reunião entre as cúpulas do PSDB e do PFL na Bahia constrange Alckmin. Presidenciável fica na linha de tiro da disputa histórica entre o tucanato local e ACM.

Situação constrangedora. Alckmin ouve a declaração de voto do líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães: ele votou no candidato do PT.

eleitorais do LÍDER DO PSDB cabos presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. NA CÂMARA "Estamos muito felizes com a vitória de Jacques VOTOU NO PT Wagner na Bahia,

O

líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Magalhães, inimigo do carlismo na Bahia, expôs ontem o candidato do seu partido à Presidência, Geraldo Alckmin, a uma cena constrangedora: disse durante evento com o tucanato local que votou em Jacques Wagner, governador eleito pelo PT e um dos

derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Estou dizendo isso de forma pública, não para constrangê-lo", disse Jutahy, dirigindo-se a Alckmin. Contra ACM – "Se aqui na Bahia passar a idéia de que sua vitória é a tábua de salvação do carlismo, sua derrota será imensa", acrescentou o deputado em duro discurso contra Antônio Carlos Magalhães,

FROSSARD RECUA: FECHA COM PSDB.

cacique do PFL baiano. Jutahy fez ao presidenciável dois pedidos: que ganhe as eleições dia 29 e que, caso eleito, dê "a sua palavra firme de que o governador Jacques Wagner será apoiado de forma decisiva em seus pleitos." Presidente do PSDB local, Jutahy disse ainda que "a moeda de troca" que ACM irá pedir por apoiar a campanha de Alckmin na Bahia é inviabilizar o governo do petista. "A história política da Bahia demonstra que assim é feito por essas oligarquias atrasadas", acrescentou.

Alckmin discursou em seguida, mas ignorou os ataques de Jutahy. "Tivemos mais de 26% dos votos aqui na Bahia e acho que vamos crescer ainda mais", disse o candidato. Ética – Ele voltou a empunhar a bandeira da ética, da agenda do crescimento e da eficiência do Estado, cumprimentou o candidato derrotado ao governo baiano, Paulo Souto (PFL)– a quem chamou de "uma pessoa correta e honrada" –e também Jacques Wagner, desejando que tenha "um bom mandato". (Reuters)

Tasso Marcelo / AE

Roberto Freire (PPS) sela acordo com o PFL do Rio

M

ais emoção na intrin- nho e no candidato apoiado c a d a n o v e l a d a s por eles na disputa fluminenalianças para a elei- s e , S é r g i o C a b r a l F i l h o ção estadual no Rio. A candi- (PMDB). "Houve uma armadata a governadora Denise ção odiosa, eles são da política Frossard (PPS) voltou atrás na da malandragem, da ginga, de decisão de votar nulo para pre- como vão dar o golpe. E Alcksidente e, depois de um encon- min é lá de Pindamonhangatro, no Rio, com o presidente ba, é ingênuo, não conhece o do PPS, Roberto Freire, Rio, não ouviu os parceiros afirmou que votará em Wilton Júnior / AE Geraldo Alckmin. (PSDB). A deputada, que o apoiava no 1º turno, tinha dito que anularia o voto por conta do apoio do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) ao tucano. "Eu estava ferida diante daquela foto horrorosa", afirmou Denise referindo-se à imagem do candidato à Presidência Geraldo Alckmin com o casal Anthony e Rosinha Garotinho, do PMDB. "Não prego o voto nulo, ninguém pode votar nulo. Eu falei porque estava ferida e aquilo era uma Frossard e Freire: conversa decisiva. armação. Vou dar meu voto triste e solitário, mas me que têm voto no Rio", disse. reservo o direito de não falar Ca lma – O voto nulo era a em quem", disse a candidata. maior preocupação do comanSó depois Denise falou o nome do da campanha de Alckmin, de Alckmin, mas não infor- que temia um resultado devasmou se fará campanha para tador para Alckmin no Rio de ele, como fez no 1º turno. Janeiro, onde o candidato teve No fim do dia, depois de re- 23,78% dos votos, contra 41, ceber um telefonema de Alck- 42% do presidente Lula. min, a deputada disse não ter Denise e o PFL do Rio, em dúvidas de que o tucano foi ví- contrapartida, disseram não tima de uma armadilha de Ga- aceitar novos encontros de Alrotinho, que classificou com ckmin e Garotinho. Em princípalavras como "estelionato", pio, os dois lados foram aten"malandragem", "safadeza" e didos: o tucano não dividirá "golpe". Os ataques antes vol- palanque com Garotinho. E, ao tados para Alckmin se concen- mesmo tempo, não se fala mais traram todos no casal Garoti- em voto nulo. (Agências)

Pivô da crise entre PPS e PFL, Garotinho não pára de provocar.

GAROTINHO QUER ASSUMIR CAMPANHA TUCANA NO RIO Com prefeitos, ele já pede votos para Alckmin.

N

o primeiro dia de campanha para o candidato a Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente regional do PMDB-RJ, Anthony Garotinho (PMDB), já havia mandado confeccionar adesivos e panfletos com pedido de votos para a inusitada dupla Alckmin e Sergio Cabral (PMDB), apoiado pelo presidente Lula. Em encon-

tro com 13 prefeitos da Baixada e do interior, ontem, Garotinho disse que não iria dar "apoio envergonhado" – respondendo às criticas pela aliança com Alckmin. "Declarei meu apoio a Alckmin a pedido. Não fui lá me oferecer", afirmou. "Vamos liderar a campanha", anunciou. "Vamos fazer com Geraldo uma maratona pelo Estado". (AE)

O

Apesar da derrota do grupo candidato do PSDB ao Planalto, político de ACM e do tucano Geraldo Alckmin, Antonio Imbassahy para o Setentou ontem neu- nado, o presidenciável tucano tralizar o discurso do PT na Ba- quis prestigiar os aliados, conhia e se comprometeu, se elei- siderando que não seria eleto, a fazer uma "parceria" com gante recusar o convite, justao petista Jacques Wagner, elei- mente na véspera do comício to para o governo estadual. Es- de seu adversário. Na reunião com o PSDB, que se discurso foi acertado na véspera pelas cúpulas do PSDB e soube da visita na véspera e PFL. Mas, apesar de seguir à saiu correndo atrás de um local risca a orientação, o candidato apropriado, Geraldo Alckmin, não se livrou de cenas de cons- já preparado, citou três vezes o trangimento, n o m e d e J a cpatrocinadas q u e s Wa g n e r. Ele destacou o pelo PSDB baiano, adversário interesse na parceria e disse que histórico do senador Antônio Assumo aqui um estarão de "mãos dadas" C a r l o s M a g a- compromisso: quero lhães (PFL), auem favor do Esser diferente do Lula, tado da Bahia. tor do convite da visita à cidade que perseguiu o Mas, com a figovernador Paulo sionomia fechade Salvador. "Assumo aqui Souto, virou as costas da, teve de ouvir do líder do um compromis- e prejudicou a Bahia. so: quero ser diPSDB na CâmaGeraldo Alckmin r a , J u t a h y J úferente do Lula, nior, palavras que perseguiu o governador hostis contra seu Paulo Souto, virou as costas e aliado ACM. O deputado reveprejudicou a Bahia", disse Al- lou que votou em Jacques ckmin, tanto nas reuniões do Wagner para o governo estaPSDB e do PFL, organizadas dual (ler matéria ao lado). Em meio a esse clima de rivaseparadamente. Arrancando aplausos, disse que Lula não lidade, Alckmin não poupou devolveu aos eleitores baianos ataques a Lula e cobrou explia confiança depositada em cações sobre o escândalo da 2002, quando recebeu uma vo- compra do dossiê. Além de procurar desmontar o discurtação consagradora. Alckmin tenta ampliar sua so do PT baiano, desmentiu votação na Bahia, maior colé- também informações, atribuígio eleitoral do Nordeste, onde das a adversários, de que se obteve 26%. Lula, que teve 66% eleito iria privatizar empresas dos votos, desembarcou on- estatais como Banco do Brasil e tem em Salvador para um Caixa Econômica, e acabar grande comício. com o Bolsa-Família. (AE)

RODRIGO MAIA PREFERE ERRO ASSUMIDO

PSDB AGENDA OS PRÓXIMOS EVENTOS

O

PSDB definiu, no final da tarde de ontem, em São Paulo, uma dúzia de eventos políticos nas principais regiões do Estado para ampliar a vantagem, até o final do segundo turno, do candidato tucano Geraldo Alckmin em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A agenda de encontros foi definida numa reunião entre Alckmin, o governador eleito José Serra (PSDB), deputados eleitos e reeleitos do partido, além de membros da coligação, no Hotel Panamericano, na capital paulista. Os eventos que serão realizados em cidades-pólo dessas regiões paulistas, no entanto, não terão a presença de Alckmin – que busca votos nos municípios onde não foi bem no primeiro turno, principalmente no Norte e Nordeste – e serão comandadas por Serra. (AE)

deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), filho do prefeito do Rio de Janeiro César Maia (PFL-RJ), disse ontem que o candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), precisa deixar claro que a aproximação com o exgovernador Anthony Garotinho (PMDB) foi um grave erro da campanha nesse 2º turno. "Há várias maneiras de reconhecer o erro. Ele tem que dizer que a foto que tirou ao lado de Garotinho foi equivocada, foi errada. O Lula é apoiado pelo Collor, mas não tirou foto com ele", afirmou o deputado. Ao saber das declarações de Alckmin tentando conter a crise causada pelo apoio de Garotinho, Maia afirmou que o candidato "está no caminho", mas precisa reconhecer o equívoco com todas as letras. "Esse assunto não vai se resolver da noite para o dia", disse ele, que ainda apóia o tucano.

O


sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Nacional Imóveis

5 Na Baixada Santista, onde 80% dos bancários aderiram à greve, houve confrontos entre sindicalistas e policiais.

SUPERMERCADOS FATURAM MENOS

LEVANTAMENTO DA ABRAS APONTA RETRAÇÃO DE 2,73% NO ANO. ESPERANÇA AGORA É O NATAL.

SUPERMERCADOS: VENDAS EM QUEDA Divulgação

M Jérome Stoll, da Renault do Brasil: montadora pretende integrar mais 650 novos funcionários até o final de 2007, além dos 350 já contratados

Renault cria mil vagas

E

nquanto a maioria das montadoras instaladas em território nacional se esforça para enxugar quadro de funcionários, a Renault do Brasil lança um plano ambicioso e vai dobrar o volume de vendas e atingir margem operacional positiva até 2009. A montadora de origem francesa já contratou 350 funcionários e pretende integrar mais 650 novos colaboradores até o final de 2007. O plano que estabelece metas de crescimento para todo o Grupo Renault no mundo foi lançado no início deste ano pelo brasileiro e atual presidente do Grupo, Carlos Ghosn. Nas mesmas bases, mas adaptado para o mercado brasileiro, o presidente da Renault do Brasil, Jérome Stoll, apresentou ontem o "Renault Contrato 2009", que prevê, entre outros itens, colocar o modelo Mégane entre os três melhores em qualidade de produto e serviço. Até 2009, a empresa inves-

tirá 300 milhões de euros somente no Brasil. Para atingir as metas estipuladas, Stoll esclareceu que nos próximos três anos trará cinco novos produtos para o mercado brasileiro, ampliando a informação dada por Carlos Ghosn, que havia revelado cinco lançamentos incluindo o Novo Renault Mégane, já apresentado no mês de março. As próximas novidades serão: Mégane Grand Tour (novembro de 2006), Logan versão sedan (durante 2007), mais duas versões de carrocerias derivadas do Logan, entre elas a hatch projetada especificamente para o Brasil, e mais um lançamento no último ano do contrato, ainda não divulgado. Novo turno – Com a progressiva chegada desses produtos, a empresa prevê a abertura de um novo turno de produção em 2007 na fábrica de veículos de passeio, onde a capacidade será elevada das atuais 78 mil unidades/ano

CARNE Brasil vai exportar 15 mil toneladas de carne a mais por mês para a Rússia.

para 170 mil em 2009. Com esse aumento, a Renault espera alcançar a utilização plena de sua fábrica, que hoje se encontra com 60% de ociosidade. Ao mesmo tempo que aumentará a oferta e lançará novos produtos, a montadora pretende otimizar custos, melhorar a eficácia da organização comercial e, também, redirecionar e intensificar as ações de marketing. "Nossa notoriedade de marca caiu em função da falta de lançamentos nos últimos anos, mas já estamos trabalhando para que as pessoas voltem a se lembrar da Renault", explicou o presidente. O executivo lembrou ainda, que as reformulações não se resumem à area produtiva. "Hoje, temos 150 pontos de venda. Pretendemos aumentar para 176 nos próximos anos e melhorar a eficácia desses locais, passando de 27 para 50 carros por mês o volume de venda em cada loja", concluiu Stoll. Anderson Cavalcante

TAM O banco Merrill Lynch incluiu ações da TAM na lista de recomendações.

Ó RBITA

IGP-DI

A

O

preço do petróleo voltou a subir ontem, com as notícias de cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O presidente do grupo, Edmund Daukoru, afirmou que alguns membros A TÉ LOGO

querem fazer uma reunião de emergência para discutir um corte substancial na produção. Ele disse que os seis integrantes, incluindo a principal exportadora, Arábia Saudita, já estão promovendo reduções voluntárias. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Área de cultivo de grãos pode ser até 3,3% menor

L

México e Brasil discutem relações bilaterais

L

desaceleração em setembro do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) sinaliza que o indicador deve fechar o ano abaixo de 3%, conforme dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ontem. O recuo nos preços dos produtos industriais foi o principal fator que limitou a alta do índice em 0,24%, uma desaceleração frente ao avanço de 0,41% de agosto. (Reuters)

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO EM QUEDA

Agricultura tem verba de combate à gripe aviária

ais um desempenho negativo nas vendas do setor de supermercados em agosto. Elas registraram quedas de 2,01% frente ao mesmo mês do ano passado e de 1,05% na comparação com julho deste ano. No acumulado de janeiro a agosto, a retração foi de 2,73%. Esses dados compõem o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado ontem. De acordo com a análise da entidade, esse resultado ocorreu porque o mês de agosto teve quatro finais de semana, contra cinco em julho. Ainda na comparação com o mês anterior, agosto ficou em desvantagem também porque foram observadas muitas promoções em julho, período das férias escolares, o que acabou colaborando para um peque-

no avanço das vendas. Projeções – A expectativa da entidade para o desempenho de 2006 continua igual, ou seja, avanço de apenas 1% sobre 2005. Para o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, "essa é uma estimativa otimista" e deve ser obtida com o aumento das vendas no último trimestre do ano, em função das compras de final de ano estimuladas pelas festas e pela liberação do 13º salário. Oliveira disse que "o índice demonstra que ainda não houve recuperação da economia e que o consumidor continua procurando produtos mais baratos, o que se reflete em vendas menores nos supermercados". Durante o mês de dezembro e nos dias mais próximos às festas de Natal e de Ano Novo, a expectativa é de elevação da ordem de 35% a 40% nas vendas do setor em relação a no-

vembro, de acordo com o tamanho e a localização da loja, e de 12% a 14% levando-se em conta o ano todo. No início de novembro, a Abras divulgará um estudo, resultado de pesquisas elaboradas pela entidade, com as expectativas de vendas para o Natal. Cesta – A cesta AbrasMercado teve elevação de 1,11%, levando-se em conta o somatório dos preços de 35 produtos acompanhados pelo GfK Indicator. Esse resultado foi conseqüência da alta da carne e do frango, mais especificamente de 6,99% da carne bovina parte dianteira e do avanço de 6,71% do frango congelado e de 6,05% da carne parte traseira. Em relação ao Índice Nacional de Volumes, que a Abras divulga em parceria com a ACNielsen, a cesta de mercearia doce teve redução de 3,4%. Paula Cunha/Agências

Bancários cruzam os braços

N

o primeiro dia da greve nacional dos bancários, o movimento teve a adesão de 47% da categoria. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), cerca de 190 mil dos 400 mil funcionários de bancos privados e públicos cruzaram os braços ontem. Os números da paralisação

não foram contestados pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que também não informou a quantidade de agências afetadas. A expectativa dos sindicalistas é de que o movimento cresça e se consolide nos próximos dias, com mobilização maior da categoria. "Para o primeiro dia, a adesão foi boa", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

São Paulo – Em São Paulo, principal centro financeiro do País, mais de 39 mil bancários permaneceram em greve ontem, paralisando parcial ou totalmente 517 agências e centros administrativos, segundo o sindicato dos trabalhadores. Cerca de 800 trabalhadores que participaram de uma passeata pelo Centro decidiram, em assembléia no fim da tarde, manter a paralisação por tempo indeterminado. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Mario Anzuoni/Reuters

Não brinco... Tenho três filhos e no próximo ano serão mais seis. Nove. Queremos fazer com eles um time de futebol para competir na próxima Copa. Do ator norte-americano Brad Pitt, sobre seu desejo de ter mais filhos com a atual companheira, a atriz Angelina Jolie, em entrevista ao jornal britânico "Daily Mirror".

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

6

OUTUBRO

2 -.LOGO

Morte da atriz norte-americana Bette Davis (1908-1989)

A RTE M EIO AMBIENTE

Novela barroca

Motores da biodiversidade Conforme exploravam a Terra, pesquisadores dos séculos passados começaram a ponderar um enigma chamado "gradiente latitudinal de diversidade". Isso é um nome técnico para o seguinte fenômeno: quanto mais alguém se afasta dos trópicos, menor é a diversidade de tipos de plantas e animais. Agora, uma equipe de paleontólogos estudou um grande grupo de animais marinhos – ostras e outros moluscos semelhantes – e concluiu que cerca de três quartos dos tipos dessas criaturas que existem atualmente surgiram nos

trópicos e disseminaram-se em direção aos pólos, enquanto que apenas um quarto é nativo de outras latitudes, informam os cientistas na revista Science desta semana. "Os trópicos são o motor da biodiversidade", explica o coautor do estudo, Kaustuv Roy, da Universidade da Califórnia, San Diego. "O que isso significa é que extinções provocadas pelo homem nos trópicos inevitavelmente afetarão a diversidade nas latitudes temperadas e mais altas. Isso não vai aparecer nos próximos 50 anos, mas será uma conseqüência de longo prazo".

P ALEONTOLOGIA AFP

Área ocupada pelo fóssil, demarcada para escavação

Ancestral do monstro do lago Ness Os restos pré-históricos de um réptil marinho gigante – "tão grande quanto um ônibus, com dentes do tamanho de pepinos e um crânio onde um homem adulto caberia inteiro" – foram descobertos em uma ilha no Círculo Polar Ártico anunciaram pesquisadores noruegueses ontem. O Museu de História Natural da Universidade de Oslo informou que pesquisadores que trabalhavam nas remotas ilhas Svalbard descobriram os restos do plesiossauro, um réptil marinho pré-histórico. Acreditase que seja o primeiro esqueleto completo de um plesiossauro já encontrado. Os restos mortais desse predador de 150 milhões de anos foram encontrados em

É

uma espécie de novela barroca. Na semana passada, um colecionador de arte do Embu, na Grande São Paulo, colocou à venda por US$ 1 milhão uma imagem de um soldado romano que pode ser parte do maior conjunto escultórico do País, tombado como Patrimônio da Humanidade: os Passos da Paixão de Congonhas (MG), do mestre Aleijadinho. A existência da peça foi revelada há um ano e a possibilidade de pertencer ao conjunto de Congonhas já era aventada. Sua descoberta foi noticiada em 2005. Mas, este mês, baseado num laudo de uma especialista do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha), a peça foi desconsiderada como obra de Aleijadinho. "Presumivelmente, esta escultura foi realizada por escultor familiarizado com a linguagem estética do mestre Antônio Francisco Lisboa, conhecida como Escola do Aleijadinho", atestou a especialista, Selma Melo Miranda. Uma segunda avaliação, de um expert em marcenaria do instituto, também "condenou" o soldado romano: o corpo da imagem seria feito de carvalho,

enquanto todas as outras imagens do conjunto do Aleijadinho utilizariam cedro, especialmente o cedro rosa. Com base nesse laudo técnico, divulgado em junho, decidiu-se que o soldado encontrado era uma imagem do século 20, possivelmente de um imitador do AleiReprodução

Cristo original de Aleijadinho

jadinho e que poderia ser livremente comercializada. O colecionador paulista Renato Whitaker duvidou do laudo e recorreu ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em busca de uma análise independente. Na semana passada, os mestres em botânica e tecnologia de madeiras do IPT chegaram à conclusão que a peça é de

cedro e canela, materiais típicos das peças do mestre barroco. Mesmo ainda não atestada como um legítimo Aleijadinho, e em péssimo estado, a obra está sendo vendida por um preço muito acima dos de mercado e pode estar prestes a embarcar para o exterior, vendida para um colecionador internacional - o que, se ficar constatado ser uma das peças dos Passos da Paixão, vira dano contra o patrimônio nacional. O atual dono do soldado romano, o colecionador Marcelo Aguila Arco, conta que comprou a peça de um "catador" – especialista que procuram antigüidades pelo interior do País – na porta de sua loja, em Embu. "Eu suspeitei imediatamente que fosse uma obra importante. Antiga ela realmente é, possivelmente do século 19 ou início do século 20, e com algum parentesco com as do Aleijadinho". Arco pediu o laudo e informou as autoridades do patrimônio. "Se aparecer um fato que mude a história, está à disposição. Mas, mesmo não sendo do conjunto de Congonhas, para mim já tem muita importância. É por isso que estimo seu valor em US$ 1 milhão", disse, ressalvando que "confia nos laudos do Iepha". (AE)

Eric Gaillard/Reuters

L

Uma idéia bem interessante, pode ser usado para criar um efeito divertido nos drinques e para fazer esculturas geladas de Lego. A forma está a venda no site oficial da Lego, por US$ 8.

A Microsoft lançou esta semana o Faculty Connection, portal que oferece aos professores do setor de tecnologia programas e material de apoio para preparar aulas, buscar conteúdos e, além disso, a incentivar o aprendizado dos alunos. Além de downloads gratuitos de softwares da Microsoft, há artigos, conteúdos para aulas, currículos escolares e um conjunto de cursos completos ou divididos em módulos. Para usar o serviço é preciso se cadastrar. O portal é em inglês. www.microsoft.com/education/

Propriedade não restrita O site da organização Intelectual Rights Watch (algo como "Vigilantes dos Direitos Intelectuais") publicou uma entrevista com o ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil. O ministro revelou na entrevista que o governo brasileiro decidiu adotar uma postura cautelosa em relação ao crescimento dos direitos de propriedade intelectual no mundo e que ele mesmo já lançou algumas de suas canções sob licenças "Creative Commons", um conceito que permite ao autor reservar alguns de seus direitos intelectuais sem proibir o uso das obras por outros artistas e pensadores.

gro e do Mediterrâneo). Foi observado pela primeira vez em 1846 no Observatório de Berlim, por Johann Gottfried e Louis d’Arrest, através dos cálculos matemáticos de Jean Verrier. Foi visitado pela

Armando Serra Negra

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que os governos melhorem a qualidade do ar nas cidades, dizendo que a poluição atmosférica mata 2 milhões de pessoas anualmente, com mais da metade dessas mortes ocorrendo em países em desenvolvimento. Reduzir o tipo de poluição conhecido com PM10 – matéria particulada menor que 10 micrômetros, provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis – poderia salvar até 300 mil vidas a cada ano, de acordo com nota emitida pelo escritório regional da OMS em Manila, nas Filipinas. E NERGIA

Petróleo no Mar Morto Uma companhia israelense descobriu uma pequena quantidade de petróleo em uma perfuração perto do Mar Morto, aumentando as expectativas de que o Estado judeu possa utilizar o local como fonte de exploração de petróleo. Testes iniciais concluíram que a fonte pode gerar de 100 a 150 barris de petróleo por dia. A quantidade é pequena em relação à produção global – a Arábia Saudita, maior perfuradora de petróleo, produz 9 milhões de barris ao dia –, mas podem ser encontrados mais focos na região. Israel produziu apenas 20 milhões de barris de petróleo nos últimos 50 anos – menos do que os sauditas produzem em três anos.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Um confronto entre mineiros vinculados à Comibol deixa 12 mortos e 57 feridos na Bolívia Comunidade internacional reúne esforços para evitar teste nuclear da Coréia do Norte

L

facultyconnection/

A TÉ LOGO

Arte: O. Sequetin

sonda Voyager 2 em 1989. Entre sua composição de gases, o metano lhe confere a tonalidade azulada. De suas inúmeras manchas, na maior – a Grande Mancha Escura, do tamanho da Terra e semelhante à de Júpiter – os ventos sopram a 2.000 km/h em direção oposta à sua órbita. Possui também uma pequena nuvem de forma irregular, correndo velozmente ao seu redor (cada volta em 16 horas) e, por isso, conhecida astronomicamente como scooter. Regente do signo de Peixes, tem as seguintes influências astrológicas: inspiração, criatividade, fé, comunhão, elevação espiritual.

L

Programas para educadores

product.asp?p=EL502

etuno, deus dos mares – Posseidon para os gregos – é o planeta mais distante do Sistema Solar (devido à reclassificação de Plutão) com órbita 30 vezes mais distante que a da Terra em relação ao sol. Gigante gasoso com diâmetro de 49,5 mil quilômetros, se fosse oco poderia abrigar 60 Terras. Período de translação de 165 anos, o dia equivale a 16 horas e 7 minutos. Têm quatro tênues anéis e oito luas, todas com nomes de divindades relacionadas à água: Proteu e Tritão (seus filhos), Despina (sua filha), Larissa (neta de Pelasgo, o deus-rio) Galatea (ninfa dos mares) e Thalassa (deus do Mar Ne-

L

Gelo em formato de lego

http://shop.lego.com/

REDONDAS - Em Cap d´Ail, sudeste da França, o diretor de uma escola de pizzaiolos ensina seis estudantes a jogar a massa para dar a ela o formato e espessura corretos.

N F AVORITOS

B RAZIL COM Z

Poluição assassina

Netuno, inspiração e fé

G @DGET DU JOUR

O Alcorão, um guia sobre flores tropicais, um manual sobre como construir robôs e um texto sobre taxas de juros são os líderes de uma eclética lista dos livros em inglês mais procurados pela Google. A lista, anunciada ontem, também inclui as críticas de Noam Chomsky à polícia externa norte-americana – objeto de propaganda por parte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, num discurso em plena Assembléia Geral da ONU. É a primeira vez que o Google divulga sua lista de "mais procurados".

S AÚDE

A STRONOMIA

Camerata da Orquestra Experimental de Repertório toca obras de Haydn e Purcell (foto) na Sala Olido. Avenida São João, 473. Telefone: 33340001. 12h30. Grátis.

Alcorão, recorde no Google

www.ip-watch.org

C A R T A Z

MÚSICA

E M

agosto. O fóssil mais impressionante encontrado na expedição dos paleontólogos da Universidade de Oslo pertence a um pliossauro, um tipo de plesiossauro de pescoço curto, que foi apelidado de "O monstro", por causa de seu tamanho. Só o crânio do animal extinto mede três metros, o que sugere que seu corpo - que ainda não foi completamente escavado - possa chegar a dez metros de comprimento. Com uma cabeça desproporcionalmente grande, os dentes do réptil são do tamanho de pepinos. A variedade de plesiossauros de pescoço longo costuma ser comparada às descrições do mítico "monstro do Lago Ness", na Escócia.

Obra de Aleijadinho colocada à venda é alvo de polêmica sobre autenticidade

I NTERNET

União Européia decide reforçar fronteira marítima ao sul para reduzir a imigração ilegal

Concurso 1660 da QUINA 48

63

66

70

73


4

Congresso Senado Corr upção CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

DEPUTADO QUER BARRAR EMENDAS DE SANGUESSUGAS

AUXILIAR DE LULA DISSE QUE TRATAVA DA SEGURANÇA DO PRESIDENTE

A

Polícia Federal ainda não encontrou elementos que comprometam Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Lula e seu auxiliar há mais de 10 anos, com o escândalo da tentativa de compra de um dossiê contra os tucanos. Citado por Gedimar Passos, um dos petistas presos no hotel Ibis em São Paulo com os R$ 1,7 milhão que seriam entregues ao empresário Luiz Antônio Vedoin em troca da papelada, Freud entrou para a lista dos seis petistas que atuavam na campanha pela reeleição do presidente Lula e estão sob investigação da Polícia Federal. A sua participação no episódio não está descartada, mas, até agora, o único elemento que liga o antigo colaborador do presidente ao caso é o depoimento de Gedimar. Ligações – Com as quebras de sigilo telefônico dos investigados, a PF identificou ligações entre Freud, Gedimar e o ex-chefe do serviço de inteligência do PT, Jorge Lorenzetti durante o mês de agosto. Em seu depoimento, Freud admite que falou com os dois, mas afirma que as conversas foram

Monalisa Lins/AE

PF NÃO TEM PROVAS CONTRA FREUD A quebra dos sigilos telefônicos dos envolvidos mostra ligações entre Freud e demais acusados. Mas foram feitas antes do episódio do dossiê. para tratar de assuntos referentes à segurança da campanha do presidente Lula pela reeleição neste mês. Ele nega ter conversado com os envolvidos no escândalo no mês de setembro, quando a negociação para compra dos papéis de Vedoin estava a todo vapor. Até agora, segundo investigadores, a PF também não encontrou registros de conversas ou encontros entre Freud e os petistas que atuaram no episó-

Freud: suspeita permanece.

dio em setembro. Desconhecidos – O auxiliar de Lula já prestou dois depoimentos na Polícia Federal em São Paulo. No último, negou conhecer o diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso, outro petista que participou das negociações, e Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha ao governo de São Paulo do senador Aloizio Mercadante, apontado pela PF como o responsável por entregar o di-

nheiro a Gedimar no hotel em que ele estava quando foi preso. A PF também não encontrou ligações entre ele e os dois petistas, afirmam os responsáveis pelo caso. Os dados referentes ao sigilo telefônico de Hamilton ainda não foram analisados. A Justiça Federal do Mato Grosso já autorizou essa quebra de sigilo, mas os investigadores do caso ainda não tiveram acesso ao material. A polícia está investigando ainda a empresa de segurança de Freud. No inquérito que apura a origem do dinheiro usado na operação, os policiais investigam a possibilidade de terem sido cometidos pelo grupo os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, contra a administração pública e eleitorais, no caso dos recursos terem vindo de caixa dois. O indiciamento dos acusados vai depender das investigações. Por enquanto, ainda não se sabe qual seria a participação do auxiliar do presidente. Freud chegou a ter sua prisão decretada pela Justiça Federal na véspera da eleição, mas o TRF anulou a decisão dias depois. (AOG)

Roberto Jayme/AE

MIRO QUER BARRAR EMENDAS DE SANGUESSUGAS

ASSESSOR DE LINO ROSSI COMPLICA MAGNO MALTA

O

O

senador Demóstenes Torres (PFL-BA), relator do processo contra o senador Magno Malta (PL-ES) por suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas, afirmou que os depoimentos de ontem "reforçam" a informação do empresário Luiz Antonio Vedoin à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de que o carro entregue ao capixaba era de propriedade da Planam, principal empresa do esquema. Foram ouvidos Wylerson Moreira da Costa, assessor do deputado Lino Rossi (PPMT), acusado pela Polícia Federal (PF) de ser um dos negociadores da máfia, e o empre-

Wylerson depõe na CPI e diz que carro pertencia à Planam.

sário Valcir Piran, dono de uma empresa de factoring, que disse ter comprado o automóvel Fiat Ducato de Rossi e depois vendido a Vedoin. A CPI investigou a denúncia de que Malta teria ficado com o veículo em troca de emendas ao Orçamento para compra de ambulâncias superfaturadas.

Segundo Torres, a favor dele, há o fato do senador não ter apresentado essas emendas. Em defesa, Malta afirma que o carro teria sido um empréstimo de Rossi. Mas, para Torres, o depoimento do deputado não foi convincente a ponto de derrubar as versões da família Vedoin e de Piran. (AE)

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

Tema

Avaliação da conjuntura política pós-eleições Palestrantes • Guilherme Afif Domingos Presidente • Amaury de Souza Cientista Político Dia: 9 de outubro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar

líder do PDT na Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (RJ), vai iniciar uma campanha para evitar que sejam aprovadas as emendas ao orçamento de 2007 apresentadas por deputados acusados no escândalo dos sanguessugas. Ao todo são 70 parlamentares investigados: 67 deputados e 3 senadores. "Estes parlamentares têm mandato até o dia 31 de janeiro de 2007, ou seja, todos devem aprovar o orçamento. Não poderemos deixar que eles aprovem suas emendas, pois todas estão sob suspeita" afirmou. Miro lembrou que em 2005 cada parlamentar teve direito a apresentar emendas individuais de R$ 5 milhões cada. Se for repetido o valor, os parlamentares investigados pelo escândalo das ambulâncias terão direito a apresentação de emendas que somariam R$ 350 milhões. Para este ano ainda não está definido um valor, nem o cronograma para a apresentação de emendas. "Este estudo está pronto há dois meses, mas resolvi divulgar só agora, depois das eleições, pois meu objetivo é preservar o parlamento e não fazer atos eleitorais performáticos", afirmou Miro. (AG)

ESTEVÃO AGUARDARÁ RESULTADOS EM LIBERDADE

O

ministro da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Gallotti, concedeu, ontem, liberdade ao ex-senador Luiz Estevão, preso na véspera em São Paulo. Condenado por crime de falsificação de documentos públicos, Estevão foi preso pela Polícia Federal por decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região. A defesa do ex-senador apresentou recurso ao STJ solicitando o direito de Estevão permanecer em liberdade até a tramitação de sua condenação em todas as instâncias da Justiça, segundo informou a assessoria de imprensa do tribunal. Ao examinar o pedido, Gallotti entendeu que o TRF determinou a prisão sem indicar motivos para o recolhimento do condenado. (Reuters)

O objetivo é preservar o parlamento e não fazer atos performáticos. Miro Teixeira

Eymar Mascaro

SP, o alvo

O

comando de campanha do PT elegeu São Paulo como o maior desafio para Lula no 2º turno. O petista levou uma surra de votos de Alckmin no estado no 1º turno. A ordem no PT é trabalhar para reverter o quadro, embora o partido admita que o vento sopra a favor do candidato tucano. Alckmin ainda está em processo de crescimento nas pesquisas. Sua linha é ascendente, enquanto a de Lula é de queda. Além de São Paulo, que preocupa os dois candidatos, Lula e Alckmin estão de olho também nos estados do Rio e Minas. Alckmin ganhou a eleição em São Paulo, mas foi derrotado nos outros dois estados.

SURPRESA

O PT não esperava que Alckmin tivesse 18 pontos percentuais (54% a 36%) a mais do que Lula em São Paulo. Nem o próprio PSDB acreditava num índice tão alto. Alckmin esperava no máximo 15 pontos de vantagem. Ele teve quase 4 milhões de votos a mais do que Lula entre eleitores paulistas.

IMPORTÂNCIA

É importante para o candidato ser bem votado em São Paulo. O estado tem um colégio de 28 milhões de eleitores. O PT perdeu terreno no estado nos últimos 20 dias de campanha, sobretudo depois que explodiu o escândalo do dossiêgate.

ESPERANÇA

O PT confia no taco de Marta Suplicy. A ex-prefeita substitui na coordenação de campanha Paulo Frateschi, presidente do diretório estadual. Ela já assumiu o comando e vai explorar a política de segurança dos governos tucanos que considera falida.

ESCOLHA

O PT está entregando ao prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, a coordenação de campanha de Lula em Minas. Lula perdeu muitos pontos nas pesquisas nos últimos 15 dias de campanha, embora tivesse vencido a eleição no estado com 46% dos votos, contra 36% de Alckmin.

EQUIPE

Além de Fernando Pimentel, a direção do PT vai integrar na coordenação de campanha em Minas os ministros Patrus Ananias, Mares Guia e Hélio Costa, e também o vice José Alencar. O presidente Lula sugeriu que seus ministros tirem férias para se dedicarem integralmente à campanha.

CONTRAPONTO

Em compensação, o governador reeleito Aécio Neves promete se dedicar inteiramente à campanha de Alckmin. Minas tem um invejável colégio com 13 milhões de eleitores. Além de Aécio, a campanha de Alckmin entre mineiros será tocada também pelo ex-presidente Itamar Franco.

governo estadual, Denise Frossard (PPS), confirma seu rompimento com Alckmin devido ao apoio que o tucano aceitou do casal Garotinho. O prefeito César Maia (PFL) ainda ameaça não fazer mais a campanha de Alckmin no Rio pelo mesmo motivo.

ARGUMENTAÇÃO

Alckmin tenta acalmar César Maia, comentando entre tucanos ter sido atropelado pelo sacal Garotinho. O presidenciável quer trazer de volta para a campanha o prefeito do Rio. Detalhe: a força política de César Maia está concentrada na capital, enquanto a de Garotinho e de sua esposa, Rosinha Matheus, fica no interior do estado.

APOIO

O PMDB do Rio Grande do Sul decidiu apoiar a candidata ao governo do Estado, Yeda Crussius (PSDB) e, por extensão, vai ajudar também o presidenciável Geraldo Alckmin. O apoio dos peemedebistas gaúchos não inclui o governador Germano Rigotto, que prefere a neutralidade.

DIFICULDADE

A meta dos tucanos é massificar a campanha de Alckmin no Nordeste (33 milhões de eleitores). Lula foi muito bem votado na região (66%). Mas o coordenador de campanha do PSDB, senador Sérgio Guerra, quer dobrar a votação de Alckmin na região.

LOCALIZADOS

Os tucanos estão de olho nos redutos de maior votação de Lula no 1º turno, os estados da Bahia (9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões). Os tucanos admitem que Lula se consolidou nos estados nordestinos graças aos programas sociais do governo, como o BolsaFamília.

REINÍCIO

A primeira viagem de Alckmin na campanha do 2º turno será à Bahia. O tucano deve se encontrar com ACM que, apesar da derrota de seu candidato ao governo estadual, Paulo Souto (PFL), continua sendo uma das mais importantes lideranças políticas baianas. O tucano quer diminuir a diferença em favor de Lula no estado.

CONFRONTO

CISÃO

O grande problema enfrentado por Alckmin é no Rio (11 milhões de votos). A candidata ao

Lula está disposto a aceitar o jogo do adversário e promete denunciar nos programas de televisão eventuais atos de corrupção que teriam ocorrido nos governos de FHC. O petista deve focalizar a política de privatização tucana e, sobretudo, a compra de votos no Congresso para aprovar a emenda da reeleição.


6

Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

166 BILHÕES DE REAIS EM FUNDOS MULTIMERCADO

39,4

por cento dos investimentos estão nos fundos de renda fixa

OS FUNDOS QUE DIVERSIFICAM A BUSCA DE RETORNO JÁ CAPTARAM R$ 22,8 BILHÕES NESTE ANO

MULTIMERCADOS, NA COLA DOS DIs Banco Português de olho nas oportunidades do Brasil

O

Banco Privado Português, organização internacional de gerenciamento de investimentos com carteira de US$ 3 bilhões, anunciou que vai ampliar sua atuação no Brasil, tanto no setor imobiliário paulista como no de alimentos. Foi isso que adiantou o presidente e fundador do banco, João Oliveira Rendeiro, que esteve ontem em Campinas (SP) para participar da reunião anual do conselho consultivo da empresa no Brasil. Gestão patrimonial – O Banco Privado Português, especializado em gestão de ativos pelo conceito Global Wealth Management, descobriu o mercado brasileiro em 2004. Trabalha com gestão patrimonial, consultoria para operações de fusões e aquisições e análise de projetos para participações em empresas. Entre os investimentos no Brasil, o presidente do banco citou o que considera o maior complexo turístico da América Latina, o Aquiraz Golf & Beach Villas, de Fortaleza, que

consumiu US$ 250 milhões para ser montado. A empresa de gestão de investimentos participa também do projeto Shopping Cidade Jardim, empreendimento de alto luxo em São Paulo e possui participação acionária na OHL Brasil, proprietária das concessionárias Autovias, Centrovias Sistemas Rodoviários e Intervias. "Temos patrimônio líquido de US$ 300 milhões e nosso lucro líquido em 2006 chegará a US$ 25 milhões", adiantou Oliveira Rendeiro. Para ele, entretanto, mais dinheiro poderia ser destinado ao País se ele não estivesse em um período de indefinição eleitoral e de temor que o próximo presidente tenha dificuldades de governar um país politicamente dividido. "O próximo presidente pode acabar governando o País sem base política de apoio e isso acabaria criando situações desfavoráveis para os investidores estrangeiros." Conselho – Fazem parte do conselho consultivo do

banco no Brasil o embaixador e ministro da Fazenda de 1991 a 1992, Marcílio Marques Moreira, e o presidente do Banco Central de 1982 a 1985, Affonso Celso Pastore. Para o ex-presidente do BC, não importa quem vai ganhar a eleição, mas se o futuro presidente vai ou não cumprir as metas de cortar gastos, reformar a Previdência e racionalizar o setor público. "Qualquer governo que estabelecer e cumprir essas metas é bom", disse o economista. Reformas – O ex-ministro Marcílio Marques Moreira indicou outra série de elementos que já deveriam estar equacionados pelo governo federal brasileiro para que o País se torne mais atrativo para os investimentos internacionais. "Precisamos, além da reforma da Previdência, das reformas trabalhista e tributária, também de avanços nos marcos regulatórios." Mas ele lembrou que o País está melhor do que há quatro anos, quando o risco-Brasil chegou a 2,4 mil pontos. Mário Tonocchi

P

rincipal destaque deste ano, os fundos multimercados estão bem próximos de ultrapassar os referenciados DI e se tornarem a categoria com o segundo maior patrimônio líquido entre os investimentos no País, atrás apenas dos fundos de renda fixa. De acordo com dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), no último dia 28, os recursos dos multimercados, portfólios que buscam retorno atuando em vários mercados, somavam R$ 166 bilhões, ou 19,24% do total, enquanto as aplicações nos DIs eram de R$ 172 bilhões (19,91% do total). A distância vem encolhendo rapidamente desde o início do ano. Novo momento – Na liderança, a modalidade renda fixa possui 39,4% do patrimônio líquido dos fundos. Mas, no acumulado do ano, os multi-

mercados registraram captação líquida de R$ 22,8 bilhões, na frente dos R$ 13,5 bilhões colocados na aplicação líder. Além de citar a queda dos juros, que estimula a procura dos investidores por alternativas rentáveis, analistas creditam a crescente demanda ao amadurecimento do mercado. "Não se trata de movimento passageiro. O crescimento dos multimercados é estrutural", destaca Rodrigo Xavier, sócio do Banco Pactual. Maior no segmento, com patrimônio de R$ 20,3 bilhões, a instituição possui alguns dos produtos mais antigos da categoria. Defesa –Xavier não concorda com o conceito de que os m u l t i m e rc a d o s o f e re c e m maior risco. "Pelo contrário, a flexibilidade de atuar em vários mercados pode ser um instrumento de defesa do patrimônio dos clientes", diz. Para o superintendente de

Renda Fixa da ABN Amro Asset Management, Eduardo Castro, a evolução dos fundos multimercado deve corrigir o que ele considera uma distorção. "Os juros mais altos tornavam a relação entre risco e retorno de um fundo DI muito atrativa." Desde o início do ano, porém, o banco vem percebendo tendência de diversificação pelos investidores. Crescimento – Castro reitera, porém, que não houve uma simples migração de recursos dos DIs e que ambas as categorias apresentam captações líquidas no acumulado do ano. O diretor executivo da Santander Banespa Asset Management, Edvaldo Morata, assegura que os fundos multimercado se tornarão o principal produto da indústria de fundos brasileira. Há cinco anos, o Santander já dá prioridade à família desses produtos na carteira que oferece. (AE)

Relatórios sociais na internet

O

s relatórios de sustentabilidade das empresas globais, aqueles que medem sua responsabilidade social e preocupação com o crescimento sustentável, passarão, a partir de agora, a ser disponibilizados também pela internet. O novo modelo de relatório de sustentabilidade foi lançado ontem em Amsterdã, na Holanda, durante a Conferência Internacional do Global Reporting Initiative,

evento patrocinado pela Petrobras e pelo ABN Amro Real. Será abrigado no site do Global Reporting Initiative, (www.globalreporting.org/home), instituição que estabelece a normapadrão para esses relatórios. "Hoje, 90% das informações levadas em conta por investidores na hora de se decidirem por uma companhia dizem respeito à sua atuação socioambiental", afirmou Christopher Wells, superintendente

da área de risco socioambiental do banco Real. Comparação –O superintendente esclareceu que, diferentemente do modelo tradicional feito hoje, e que não deixará de existir, a nova versão trará informações resumidas das ações socioambientais das empresas, que poderão ser acessadas por qualquer pessoa e comparadas com as de outras companhias. Roseli Lopes


Orozimbo Roxo Loureiro (dir), idealizador de projetos como o Copan

No livro sobre Octavio Frias falta o melhor sobre o BNI, um banco que antecipou uma era.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

NEIL FERREIRA

NUM ATENTA U DEMO

N

dquiri e li o livro A trajetória de Octavio Frias de Oliveira, de Engel Paschoal. Nada tenho a excluir ou acrescentar sobre sua carreira de publisher, universalmente consagrado como um dos maiores do Brasil e amplamente relatada pelo autor do livro emanaram, contudo, erros na mídia que, por dever de gratidão e respeito pela verdade, me levam a escrever sobre Roxo Loureiro. Nas celebrações justamente prestadas pela mídia paulista surgiram, notícias e comentários que, provavelmente por desinformação, distorcem fatos relativos ao BNI e denigrem a ação e memória de Loureiro. Com o que, estou certo, o próprio Octavio Frias não concorda, por ter sido um dos seus mais fiéis amigo e colaborador. Conheci e convivi com ambos durante 10 anos de trabalho no BNI, ao fim dos quais fui nomeado um de seus jovens diretores, um ano precisamente antes da decretação da liquidação extra-judicial do banco. Não pretendo resenhar o livro nem comentar as muitas distorções que produziu na mídia, tão somente algumas das principais. Uma delas, dando um elastério a uma declaração contida na página 116 do livro, de que Loureiro se elegeu "às custas do Banco" e "O BNI foi por água abaixo." Afirma que "quando o BNI quebrou, depois de financiar a campanha política de Orozimbo Roxo Loureiro ....". O fato é que o BNI nunca quebrou. Entrou em liquidação extra-judicial sob a administração de Petrônio Medeiros Guimarães, que, após um ano de gestão publicou balanço que demonstrava que o banco era perfeitamente solúvel. Foi nessa situação que veio a ser encampado pelo Bradesco de Amador Aguiar. Há mais: Octávio Bulhões, que então dirigia a Sumoc, a Superintendência da Moeda e do Crédito, que supervisionava o sistema bancário (que teve de mandar dinheiro vivo por avião para abortar incipiente corrida a outros bancos de São Paulo) declarou com sua impoluta honestidade, "não saber que o BNI era tão importante assim." Mais um detalhe: após anos de investigação feita pelas autoridades financeiras sobre os motivos da queda do banco e os procedimentos e responsabilidades de seus diretores, nada foi incriminado contra eles. (É possível que algumas das pessoas mais moças do que eu, que de alguma forma acompanharam por dentro e de perto esses acontecimentos, continuem vivas e eventualmente sejam capazes de referendar esses meus esclarecimentos. De qualquer forma, esses processos devem constar dos arquivos do Judiciário , e, no que couber, nos das entidades de controle financeiro.)

A G Notícias e comentários distorcem fatos relativos ao BNI e denigrem a ação e memória de Loureiro. Com o que, estou certo, o próprio Octavio Frias não concorda, por ter sido um dos seus mais fiéis amigo e colaborador.

G Com o BNI se destruía não apenas um pequeno banco, mas o vigoroso impulso de criação e de modernidade financeira. que, sob muitos aspectos queles, como os dias de hoje, eram dias de gransequer na de turbulência política, de efervescência de opiatualidade nião, do permanente pathosnacional de reescrefoi ver a história a partir de Pedro Álvares Cabral. Com o superado. suicídio de Getúlio Vargas, instala-se a República do Ga-

A

Benedicto Ferri de Barros

leão, um regime dominado por militares, contra o populismo e a corrupção instalada nos porões do palácio presidencial. No campo financeiro isto se traduzia pela inclinação das autoridades da época de considerar a atividade imobiliária incompatível com a atividade de construção, estigmatizada como especulação imobiliária. O BN vinha se adaptando à nova política. Mudara sua designação para Banco Nacional Interamericano e já separara suas atividades bancárias das de incorporação e construção de imóveis, com a criação da CNI, a maior empresa de seu gênero em São Paulo. Vinha, entretanto, sofrendo incessantes abalos de confiança em virtude declarações públicas de autoridades financeiras, tendo de recorrer a reforços de caixa do sistema de apoio bancário. Um pequeno banco imobiliário sucumbe a essa diretriz. Nessa altura, uma dessas autoridades, em visita a São Paulo, manifesta dúvidas quanto a solidez de bancos imobiliários. Bancos começam a rejeitar depósitos de cheques do BNI. Durante mais de um semestre, várias agências sofreram pesados saques, mas recompunham seus depósitos mediante grandes esforços de seus gerentes junto a sua clientela. Loureiro vai ao Rio e informa na volta que os empréstimos do banco haviam sido consolidados com uma renegociação dos débitos com as autoridades financeiras. No dia seguinte vem a intervenção extra-judicial no BNI. Essa é uma suma sumaríssima, despida de detalhes emocionais e patéticos do que foi a destruição política

do BNI. Pela primeira e talvez única vez na história financeira do país, as autoridades financeiras tiveram de enviar dinheiro por aviões, para socorrer a caixa de outros bancos paulistas. A autoridade financeira responsável confessaria posteriormente ignorar "fosse o BNI assim tão importante" no meio bancário e para a população paulistana.... om o BNI se destruía não apenas um pequeno banco, mas o vigoroso impulso de criação e de modernidade financeira que, sob muitos aspectos sequer na atualidade foi superado. Seguiram-se decênios de investigações e processos, com os quais as autoridades procuravam justificativa para sua injustiça, violência e erro, até que STF, por unanimidade, proclamou a inexistência de incorreções, delitos e fraudes do BNI e seus diretores. Quanto à minha atuação no BNI, está escrito à página 102 "O assessor técnico dele era o Benedito Ferri de Barros, que tinha uma boa cultura livresca de investimentos. Ele dava as idéias ao Loureiro que genialmente as aplicava". Essas linhas vêm antecedidas pela questão de tomada de controle acionário do BNI por Roxo Loureiro. Seria difícil compactar tantos erros e falsidades com tão poucas palavras. Não as atribuo a má-fé do autor, mas à deficiência do jornalista como historiador biográfico. Esse trecho do livro me fez dar muitas risadas. E é com esse espírito que o comento. Em primeiro lugar, meu nome é Benedicto e não Benedito, pois nasci antes da reforma ortográfica. É falso que fosse "assessor técnico" do Loureiro. Era apenas um dos seus vários jovens executivos. Não tinha nenhuma cultura livresca sobre investimentos e a que adquiri foi estimulada por Loureiro e essa não foi meramente livresca, pois fiz mais de um estágio nos Estados Unidos, no Bank of América e em contato com Douglas Casey, banqueiro de investimentos de Chicago, que posteriormente veio visitar o BNI e estudava com Loureiro a melhor forma de ligação do BNI com o mercado de capitais americano para levantamento de recursos para joint-ventures no Brasil. O que eu tinha, sim, antes de entrar no BNI, era uma bela cultura literária e uma total ignorância da atividade empresarial, bancária e de seus mais elementares complementos, como contabilidade e a legislação pertinente. O que adquiri com novo aprendizado. Dá para compreender as deficiências e erros do autor. Quando ele nasceu, em 1945, eu me formava em Ciências Sociais na USP, abandonei o cargo de professor assistente que ali exerci por um ano para, por concurso anunciado em jornal, me candidatar, a emprego no BNI. Todo meu trabalho de cursos e publicações sobre investimentos, mercado de capitais e bolsa de valores (feito por sugestão de minha mulher, a fim de que não se perdessem os conhecimentos e técnicas que havíamos ajudado a desenvolver no BNI e na Roxo Loureiro – Banqueiros de investimentos) foi posterior ao fechamento dessas organizações. O primeiro dos cursos foi dado para altos executivos do Bradesco que vieram a ser seus diretores. Data de 1956 a primeira edição de Os investimentos nos Estados Unidos e de 1967 Mercado de capitais e ABC de Investimentos.

C

ompreendo que o livro de um jornalista dispense o rigor de um biógrafo historiador. Contudo, seu trabalho ganharia outro status intelectual e, assim, maior autoridade, houvesse seu autor ido a fontes documentais e bibliográficas primárias. É incompreensível a falta, entre elas, da autobiografia não utilizada de Roxo Loureiro, Garimpando reminiscências (Grafikor, Sociedade Editora e Impressora Ltda., São Paulo, junho, 1976), que, citada à pag. 84 do livro, não foi utilizada pelo autor. As pessoas somos pouco importantes, temporárias, transientes, errôneas e voláteis. Mas a verdade não. Por isso ela é um dos principais valores que devemos cultivar. Ela assegura o respeito à memória das pessoas e à dignidade humana de cada um de nós. Loureiro foi a única pessoa genial que tive o privilégio de conhecer e mais do que isso – conviver durante um tempo suficientemente largo. Vencido como tantos outros pela mesquinhez dos homens e do meio em que vivia, o patrimônio das suas realizações pioneiras, que modernizaram o mercado imobiliário, o sistema bancário nacional e iniciaram o mercado de capitais e investimentos, permanece e continuará a se desenvolver no Brasil.

C

oço Guia Iluminado comeu uma noite destas em São Paulo com um grupo interessante. Eram os milionários mais milionários entre os supermilionários. Todos produtivos, nenhum vagau, somavam parte importante do PIB nacional. Mas com uma característica que vou tentar explicar, eles não eram zelite. Eram todos cumpanhêros a bordo de suas belas, educadíssimas e perfumadas cumpanhêras, decoradas por griffes internacionais e enfeitadas com jóias discretíssimas (quanto mais discreta uma jóia mais cara ela é), só a orelha esquerda de uma delas, que vi numa foto no jornal, sustentataria minha família inteira e pagaria todos meus impostos por uns cincos anos. Mas, repito, não eram da zelite.

G A mentira

lullinha paz e amor foi repetida mihões de vezes, virou verdade e rendeu 53 milhões de votos. u sou da zelite. Sei ler e entendo o que leio. Penso e lembro, não esqueci de nada do que aconteceu neççe país no gunverrno lulla. Sei até quanto Herr von Duda recebeu nos paraísos fiscais, através dos inocentes valerioduto e caixa 2 do PT para aplicar na campanha de 2002 o conceito herdado do seu mestre Goebells, marquetero do Fueher, "repita a mentira mil vezes e ela vira verdade". A mentira "lullinha paz e amor" foi repetida mihões de vezes, virou verdade e rendeu 53 milhões de votos, como todos nós estamos enojados de çaber. Como não sou milionário e muito menos cumpanhêro, não passei nem na porta desse ágape. Mas sei o que aconteceu lá dentro, um(a) informante da maior confiança contou. O milionário que teve acesso ao rega-bofes teria que ter sofrido um ataque de amnésia e esquecer

E

de tudo para não ser rebaixado de cumpanhêro a zelite. Teria que insinuar entre um drinque e outro que, de esconso e disfarçadamente, enfiaria a mão esquerda no bolso esquerdo e retiraria bem arrumadinhos pacotinhos esverdeados, e a mão direita no bolso idem, tudo idem-idem, na mesma data. Assim, biblicamente como sempre receitou frei betto, a mão direita nunca saberia o que a esquerda fazia. E as cumpanhêras tinham que rir com gosto, sem nem ruborizar, com a coprolalia* atirada em baldes pelo ocupante do lugar de onrra da mesa, ôrra meo. Abre parêntese. Depois da publicação do livro Viajando com o Presidente, escrito por jornalistas do Estadão e da Folha, parece que a coprolalia* tornouse a lingua oficial deççe país, com u Cumpanhêro Mór caprichando nos morteiros atirados. Quanto mais forte for o petardo, mais homenageado se sente o cumpanhêro-alvo. Esta é mais uma conquista da sintaxe lullística, com a coprolalia* assumindo o lugar da linguagem de salão, trocando-a pela de saloon, com a zelite emudecida pela surpresa. É o povo no pudê. Fecha. aí que um milionário, cumpanhêro já da outra eleição perguntou ao Todu Pudêrosu: "Mas como vai ser o segundo mandato com êsse novo Congresso ?" UAlopradão tinha treinado a resposta. Engoliu. Numa boca livre de preço altíssimo sempre se engole alguma coisa, não me venha com maledicência de jornalista americano do New York Times. Falou alopradamente para o mundo e para a posteridade, com a mesma desenvoltura com que já se comparou a Getulio, JK, Tiradentes e até Jesus Cristo: "Cumpanhêro milionário, esse Congresso vai ser a maior m****, vai ter Crodovir e vai ter Malufi. Num atenta o Demo que mora em mim, que eu vou lá e fecho aquela p**** e depois mando todo mundo pra p*** quiospariu". Foi a primeira vez que admitiu com sinceridade qual é o plano B. Não há plano A.

É

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

*

Coprolalia, tendência incontrolável a usar palavras obscenas (Houaiss).

G VOTO NULO É

VOTO LULLA.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

A DANÇA DAS CADEIRAS NO 2º TURNO

REUNIÃO DA EXECUTIVA NACIONAL DEFINIRÁ OS NOVOS RUMOS DO PARTIDO COM VISTAS À REELEIÇÃO. Márcio Fernandes/ AE

LULA COBRA SAÍDA DE BERZOINI E EXPURGO NO PT Sob forte pressão interna, presidente cede e estimula o afastamento do presidente do partido e de mais cinco integrantes. Decisão sai hoje.

Marta: como outros petistas históricos, coordenadora da campanha em São Paulo é favorável à saída de colegas para ajudar na busca de votos. Ailton de Freitas / Ag. O Globo - 23/11/05

Dudu Cavalcanti/ N Imagens - 22/10/02

CAMPANHA MARTA ASSUME E PARTE PARA O ATAQUE Dirceu: campeonato de autofagia.

Tatto: há um defunto na sala.

PT DEIXA CAMPANHA POR DISPUTA INTERNA Punição a envolvidos com o dossiê vira prioridade

E

nquanto a disputa presidencial segue a todo o vapor – seguindo até com golpes baixos como a distribuição de "santinhos" de candidatos do PFL de Pernambuco contendo a foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas com o número 45, de seu adversário Geraldo Alckmin – o PT gasta tempo discutindo se pede ou não a saída de Ricardo Berzoini do comando do partido. A decisão de correntes de esquerda do PT de pedir a punição dos petistas envolvidos no escândalo do dossiê Vedoin está equivocada na opinião do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. "E la nave va. Continua no PT o campeonato de autofagia e auto-destruição. Basta ler os jornais. Passam horas, não planejando a campanha, orientando ou mobilizando o partido. Não. A pretexto de apurar responsabilidades no caso do dossiê, fazem luta interna em estado puro. Uma irresponsabilidade", disse Dirceu em seu blog. Divergências – "Se Berzoini não pode ser coordenador da campanha, como pode ser presidente do PT?", questiona Gilmar Tatto, terceiro-vice-presidente do partido. "Não adianta fazer campanha e ignorar o

dossiê. Não adianta tapar o sol com a peneira: há um defunto na sala." Tatto disse não acreditar no envolvimento direto de Berzoini com a crise. "Até agora, ninguém quer pedir comissão de ética para ele, mas o fato é que ele chefiava esse grupo. Então, o problema é de falta de condição política para dirigir o partido", argumentou. Ele chegou a propor a renúncia coletiva de toda a direção do PT, mas voltou atrás e agora circunscreve o problema a Berzoini e os outros cinco petistas. Sem rumo– Na desesperada tentativa de estancar a sangria causada pela crise, petistas de várias facções engalfinham-se em mais uma luta interna. O secretário de Assuntos Internacionais, Valter Pomar, disse que a Executiva deve aprovar uma resolução para declarar politicamente a expulsão dos envolvidos no escândalo. "Mas a situação de Berzoini ainda será dirimida, porque, apesar de assumir que o grupo de inteligência estava sob sua coordenação, disse desconhecer o conteúdo de seus atos." Formalmente, o estatuto do PT prevê a suspensão da filiação e a instalação de comissão de ética com prazo de 60 dias . (Agências)

A

coordenadora da Coligação Por um Brasil campanha do pre- Decente (PSDB-PFL), no sidente Luiz Inácio g o v e r n o d e S ã o P a u l o . Lula da Silva, candidato da "Nós, agora, fomos inforColigação A Força do Povo mados que o 'gerente', que (PT-PRB-PC do B) à reelei- foi o administrador, deixou ção em São Paulo, Marta Su- aqui em São Paulo um romplicy (PT), admitiu ontem bo de mais de R$ 1 bilhão e que, na reunião da executi- ia vender 20% das ações da va nacional do partido que Nossa Caixa, quando José será realizada hoje, na capi- Serra foi lá tentar impedir tal paulista, será decidido o esta desgraça que ia ser feita futuro dos petistas que se no Estado de São Paulo", envolveram no episódio da provocou Marta comparou o decompra do dossiê elaborasempenho dos do pelos Vedoin governos Lula contra o govere Fernando nador eleito, JoHenrique Carsé Serra (PSDB). doso e o dela na Oficialmente, o e n c o n t r o f o i Acho que quem Prefeitura com o de Alckmin e convocado pa- enterrou 70 CPIs ra avaliar o re- não pode falar em associou a gestão FHC ao nosultado do priética com a meiro turno das me do candidato tucano. eleições e discu- soberba que está "Quem lidetir as novas es- falando. rou a compra tratégias de Marta Suplicy, de votos para a campanha. sobre Alckmin reeleição de Marta rejeipresidente da tou a afirmação República e endo presidente estadual do PSDB, deputa- terrou a CPI da Privatização do Sidney Beraldo, de que o das Telecomunicações, em PT não poderia discutir éti- que tinha gravação do FHC ca como tática para aumen- se comprometendo com a tar os votos de Lula na capi- concessão, não pode falar t a l . " A p r i m e i r a re g r a , em ética." Segundo ela, os tucanos quando se fala de ética, é não ser hipócrita. Eu acho não se preocupam com a geque quem enterrou 70 CPIs ração de emprego e não têm (comissões parlamentares compromisso social. "Ende inquérito) não pode falar quanto FHC e Alckmin em ética com a soberba que criaram 10 milhões de desempregados, Lula criou 5 está falando", afirmou. Ela fez duras críticas à milhões de empregos, 1,6 gestão do candidato a presi- milhão só no Estado de São dente Geraldo Alckmin, da Paulo", disse. (AE)

CAMPEÕES DE VOTOS

TUCANOS REAGEM

PT reforça campanha no Rio Grande do Sul

Derrota em Sergipe desafia João Alves (PFL)

A

coordenação de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio Grande do Sul foi reforçada por quatro puxadores de voto, ontem. O prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira, que fez o trabalho no 1º turno, vai dividir a tarefa com um colegiado composto pelo exministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, que ganhou 1,5 milhão de votos

como candidato ao Senado, e pelos deputados federais Manuela D'Ávila (271 mil votos), eleita pelo PC do B, Beto Albuquerque (174 mil votos), eleito pelo PSB, e Henrique Fontana (90 mil votos), eleito pelo PT. A equipe terá a missão de reverter a vantagem estabelecida por Geraldo Alckmin (PSDB) no 1º turno, quando o tucano conquistou 55,7% dos votos dos gaúchos.

O

governador do Sergipe, João Alves Filho (PFL), será o coordenador no Estado da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência. Ontem ele disse que terá reuniões com prefeitos do interior, líderes políticos e a base parlamentar para acertar os detalhes das ações de agora em diante. Alckmin ganhou em 28 das 75 cidades sergipanas, até mesmo em Aracaju. Mas, na contagem geral venceu Lula.

O anúncio de que está engajado na campanha foi feito no Palácio de Despachos, depois da derrota nas urnas para o governador eleito, Marcelo Déda (PT). O atual governador do Sergipe esteve com Alckmin, em Brasília e trouxe recados dele. "Ele autorizou-me a agradecer a todos os sergipanos pela sua votação expressiva e disse que vai trabalhar para todos", afirmou, numa referência a Déda.

P

ressionada pelo pre- amigos da tendência Unidade sidente Luiz Inácio na Luta prometiam conversar Lula da Silva, a cúpu- com ele na manhã de ontem, la do PT inicia hoje horas antes da reunião, pedinum expurgo interno, na tenta- do que se antecipasse e tomastiva de salvar o projeto de po- se a iniciativa do afastamento. der do partido para os próxi- Berzoini não queria nem mesmos quatro anos. A 24 dias do mo convocar a Executiva para segundo turno, numa reunião hoje, mas não teve escolha. extraordinária da Executiva Desde que foi confirmado o Nacional do PT, em São Paulo segundo turno, o presidente dirigentes petistas proporão o culpa os "aloprados" do partiafastamento do deputado Ri- do – como definiu os antigos c a rd o B e r z o i n i companheiros – (SP) da presidên- Adriano Machado / AE por não ter vencicia do partido e a do o confronto na expulsão de cinco primeira etapa. filiados envolviEm conversas redos na tentativa servadas, teria rede compra do petido que sua redossiê Vedoin. eleição está ameaLula ordenou à çada por "imbecoordenação de cis" do PT. sua campanha Os petistas que que encontrasse deverão ser subuma "solução demetidos hoje à cofinitiva" para o esmissão de ética Berzoini na cândalo no PT ansão Oswaldo Barguilhotina tes do debate margas, Jorge Lorencado para o dozetti, Valdebran mingo com o candidato do Padilha, Expedito Veloso e HaPSDB, Geraldo Alckmin, na milton Lacerda. A Polícia Fe"TV Bandeirantes". O presi- deral descobriu que eles intedente quer chegar ao confron- gravam um "grupo de intelito sem esse peso e com o dis- gência" do PT que tentou comcurso de que o PT tomou pro- prar o dossiê de Luiz Antônio vidências. Vedoin, por R$ 1,75 milhão. Até 21 horas de ontem, BerO prenúncio da degola no zoini resistia a passar o bastão e PT já havia sido feito por oua transferir o comando do PT tros petistas históricos e foi expara Marco Aurélio Garcia, plicitada pela ministra-chefe primeiro vice-presidente, ape- da Casa Civil, Dilma Rousseff, sar do apelo de Lula. Mas seus nesta semana. (AE)

ALIADOS INVESTEM NAS BOAS RELAÇÕES COM AÉCIO Estratégia é para garantir a votação de Lula em Minas

D

e olho nos votos de Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação PT- PRB - PC do B, designou ministros e aliados influentes para garantir uma boa relação com o governador reeleito Aécio Neves (PSDB), que no 1º turno deu apoio decisivo ao tucano Geraldo Alckmin no Estado. Ontem pela manhã, após encontro com Lula, o deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB) aproveitou a presença de jornalistas de rádios mineiras, para falar "algumas coisas" aos mineiros. "O povo mineiro tem de impor uma derrota fragorosa ao Alckmin", disse. "São Paulo quer destruir Minas e o Rio Grande do Sul para reinar ". Ciro rasgou elogios a Aécio e disse que o governador está sendo obrigado a cumprir "deveres" partidários, como fazer campanha para Alckmin. "Para defender Aécio, o povo mineiro tem de contrariá-lo no segundo turno", disse. "Quem defende Aécio em Minas deve defender Lula", acrescentou. E disparou ataques aos tucanos paulistas, que atingiram até petistas: "A tragédia brasileira

é a classe dominante de São Paulo". "Certo dia fui ao teatro e lá estava a Marta Suplicy, o José Serra e o João Sayad. O PT e o PSDB em São Paulo sob todos os pontos de vista são a mesma coisa", disse. "Eles são frutos de uma sociologia que não é brasileira." Na avaliação do ministro, o 2º turno da eleição para presidente é decisivo nas pretensões do governador mineiro. "Ele (Aécio) está com um pepino para raciocinar. Se acertar, vira um líder nacional", disse Ciro. O ministro aposta que "Minas Gerais" não vai faltar nesta "hora". "Podem apostar e acreditar nisso." Já o vice-presidente José Alencar, em entrevista no Palácio Alvorada, chegou a lembrar que a boa relação que mantém com Aécio vem dos tempos em que era amigo do avô paterno do governador, o ex-deputado Tristão da Cunha, que nos anos 1930 assinou o "Manifesto dos Mineiros" contra o Estado Novo, implantado pelo governo Vargas. "O sentimento de Minas deve falar mais alto", disse Alencar ao ser questionado sobre a postura de Aécio no 2º turno. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,11

5/10/2006

por cento foi a variação do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGPDI) no acumulado deste ano.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 03/10/2006 03/10/2006 03/10/2006 03/10/2006 03/10/2006

P.L. do Fundo 10.422.392,73 1.453.119,73 7.804.299,92 18.222.475,05 1.294.092,56

Valor da Cota Subordinada 1.201,611057 1.095,391949 1.160,053562 1.123,109536 1.105,800216

% rent.-mês 0,0283 0,0977 -0,1640 0,2452 0,2944

% ano 22,9935 9,5392 16,0054 12,3110 10,5800

Valor da Cota Sênior 1.001,735233 1.088,848542 1.102,520899 0 0

% rent. - mês 0,1157 0,1063 0,1158 -

% ano 0,1735 8,8849 10,2521 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Security, instalação da sul-africana Jane Alexander, colocada na entrada do pavilhão, mostra facas, foices e facões apreendidos durante o apartheid para propor discussões sobre segregação e racismo

27ª BIENAL DE SÃO PAULO

O MUNDO ATUAL E SEUS EMBATES

Trabalhos de 120 artistas interpretam o tema Como Viver Junto na monumental exposição paulistana no Ibirapuera Lúcia Helena de Camargo

M

ais politizada do que já se definira o tema, ocorreu o acirranunca, começa ama- mento do conflito no Oriente Médio. O nhã (7) a 27ª Bienal choque de realidade causou pelo mede São Paulo. Otema, nos alguns reflexos diretos: alguns arComo Viver Junto, inspirado em seminá- tistas libaneses não conseguiram, em rios comandados pelo pensador francês razão da guerra, concluir seus trabaRoland Barthes (1915-1980) no Collège lhos, ficando fora da 27ª Bienal. E ende France de 1976 a 1977, tenta agrupar traram, de última hora, fotos de Miki toda a questão do mundo atual e seus Kratsman feitas no norte de Israel, exiembates. O mote já fora prenunciado bindo rostos amedrontados. O custo total do evento ficou em tornas representações da mostra Coexistência, que ocupou o Parque do Ibira- no de R$ 17 milhões, segundo o atual presidente da Fundação Bienal de São puera no mês passado. Sem salas com arte clássica ou mo- Paulo, Manoel Francisco Pires da Costa. derna, será centrada na produção con- O dinheiro foi levantado com verbas temporânea de 120 artistas do mundo públicas, diversos patrocínios e apoios. Nesta versão da Bienal não haverá todo. A maioria dos autores escolhidos é nascida na década de 1970. Os divisão por nações participantes. “Os trabalhos são heterogêneos e vão, de artistas elogiaram esse aspecto, poracordo com gosto pessoal, estado de que muitos não se sentem necessariahumor e referências de cada um, do in- mente representantes de seus países”, teressante ao bizarro. O que parece afirma Lisette. Racismo - De maneira geral, à meuma idéia criativa a alguém pode soar ofensivo a outros, não? dida que se avança para os andares suA instalação Restore Now (Restabe- periores, os trabalhos ficam mais otilecer Agora), do suíço Thomas Hirs- mistas. O primeiro que se vê, logo na entrada, é Securichhorn, é dessas Fotos: Marcos Fernandes/LUZ ty (Segurança), da q u e p r o vo c a m sul-africana Jane reações extremaAlexander. Dendas. Em prateleitro de um campo ras e bancadas de aramado, jogauma oficina estão dos sobre a terra dispostos ferraestão facas, foices mentas, pregos, e facões apreenmartelos, mistudidos durante o rados a livros de Pavilhão: espaços disputados regime de aparSartre, Foucault e Deleuze. Entre as peças, fotos de gente theid em seu país. Ao redor da cerca, com membros dilacerados e vísceras negros vigiam. O símbolo da segregaexpostas. Cabe ao visitante decidir se a ção perpetuada talvez acenda a vonobra é genial ou repulsiva. tade de prosseguir na discussão. Um filmete de poucos segundos A curadora-geral é Lisette Lagnado. O Programa Ambiental do brasileiro exibe um gato de rua comendo um raHélio Oiticica (1937-1980), tema de to. Primeiro a cabeça, depois rasga o seu doutorado, é a linha condutória da estômago, mastiga o fígado. Reflexão monumental exposição. Ela foi sele- pessimista sobre a videoinstalação: a cionada para o cargo em um concurso, lei do mais forte é a que predomina. Esmétodo aplaudido pela maioria dos queça essa bobagem de convivência envolvidos no mundo das artes. “Este pacífica entre espécies, raças, classes ano as coisas foram feitas de maneira sociais. O rato sempre leva a pior. “A exposição não foi dividida por camais arejada e com olho no social”, diz tegorias estéticas”, explicita Lisette. De a artista plástica Cyra Moreira. Conflito - A coleta de informações fato, a ideologia salta aos olhos mais do e prospecção de artistas começou há que a escolha de tintas e materiais. A instalação Gravity Room, do polodois anos. Ajudaram Lisette na tarefa os co-curadores Adriano Pedrosa, nês Jaroslaw Kozlowski, traz a sala de Cristina Freire, Rosa Martinez, José Ro- jantar grudada no teto; a cama, sofá e ca, e Jochen Voltz, como curador con- TV pregados na parede, o lustre fixado vidado. No meio do caminho, quando no chão. Em posição usual, apenas

uma penteadeira, com um espelho. Convite a pensar sobre a pouca convivência familiar e narcisismo do homem contemporâneo ou investigação sobre o padrão da vida, com subversão da gravidade, colocando objetos em posições inusitadas? No vão central entre os pavimentos, On Air (No Ar), do argentino Tomas Saraceno, inverte leis da física com a intenção declarada de discutir as habitações que se deslocam. Misto de pula-pula gigante e piscina de bolinhas, os visitantes poderão brincar ali dentro. Mas as “bolinhas” serão balões de gás hélio, que cairão para cima. Utopia - Cada artista desenvolveu a idéia de compartilhar – ou não – a existência. E chegando ao 3º andar, a possibilidade concreta de se viver junto apresenta-se em alguns trabalhos, como Utopian Version (Versão Utópica), também de Kozlowski. Uma longa mesa. Sobre ela, dezenas de pães com bandeiras de diferentes países fincadas em cada um. Uma rara obra auto-explicativa. A ironia é que o espaço, organizado

por Marta Borgéa, responsável pela expografia, foi extremamente disputado pelos artistas, obrigados a conter impulsos de ocupações maiores e a entender na prática o conceito Como Viver Junto. “Vi muita gente brigando por cada centímetro”, entrega o carioca Jarbas Lopes, autor de Ciclovia Aérea, que incorpora bicicletas feitas à mão. Sem falar das desavenças, Marta diz apenas que “A arquitetura visitante ampara as representações dentro da exuberância do pavilhão.” Em um momento particularmente inspirado, resolveu-se incluir na Bienal uma sala para a grife Daspu (paródia de você-sabe-qual). Leve, criativa e com humor, as obras de Tadej Pogacar aparecem em meio a camisetas com inscrições como “As mulheres perdidas são as mais procuradas.” Um grupo de senhoras elegantes, na casa dos 50 anos de idade, chega perto. Uma sorri, outra comenta: “Moças corajosas essas”. Viver junto é isso. Tolerância e respeito pelo outro, mesmo que à frente não haja um espelho.

Divulgação

Gravity Room, de Kozlowski, mostra sala de jantar grudada no teto e cama pregada na parede: subversão da gravidade

Mais Bienal na página 6


8

Tr i b u t o s Finanças Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Mobília em imóveis nas proximidades da Av. Paulista e de bairros nobres faz a diferença

ARMÁRIO É O MÍNIMO DESEJADO PELO INQUILINO

PRONTO

Marcos Peron/Virtual Photo

Divulgação

PARA

MORAR APARTAMENTO

Acima, Roseli Hernandes, que defende a locação de imóveis mobiliados em regiões onde existam universidades e centros comerciais importantes. Ao lado, o exemplo de um quarto com recursos mínimos, como apenas armário e cama.

MOBILIADO Bancos apontam entraves FACILITA LOCAÇÃO ao crédito imobiliário O preço do aluguel pode subir até 25% se forem deixados pelo proprietário armários de cozinha, de quarto e outros itens. Jovens estudantes, executivos e recém-separados são os principais interessados nesse tipo de locação. Mas é preciso acompanhar de perto a conservação de tudo que está no imóvel.

A

lugar um apartamento mobiliado pode ser uma boa opção para quem pretende aumentar o lucro com a locação em São Paulo. De acordo com levantamento feito pela Lello Consultoria Imobiliária, em regiões próximas a grandes centros empresariais e universidades, o aluguel pode custar até 25% mais para imóveis em que os móveis acompanham o contrato de locação. Esse é o caso, por exemplo, das proximidades da Avenida Paulista e de bairros nobres, como Higienópolis, Perdizes, Pacaembu e Moema. "Nessas regiões, ter um imóvel mobiliado pode fazer toda a diferença, uma vez que centenas de estudantes vêm para São Paulo sem a intenção de se fixar por um período muito longo", diz a gerente de Locação e Vendas da Lello, Roseli Hernandes. Executivos que residem fora da cidade e que aceitam trabalhar em uma companhia de ponta na capital, e recém-separados também ajudam a elevar a procura por esse tipo de local. "Esses executivos não querem ter gastos com móveis ou a preocupação em decorar casa. Geralmente, cabe à empresa que o está contratando essa função. Daí a preferência por locar um imóvel já mobiliado. No caso dos novos solteiros, evita-se o gasto, até que a separação esteja acertada", comenta o gerente da área adminis-

15 por cento foi o aumento no número de apartamentos mobiliados alugados no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2005.

Gosto é uma coisa que não se discute. O proprietário pode achar que comprou do bom e do melhor para o apartamento e o inquilino odiar tudo. Roseli Hernandes, da Lello trativa da Hubert Imobiliária, Éder Souza Rego. Crescimento – O levantamento da Lello mostra ainda que, somente no primeiro semestre deste ano, a procura por apartamentos mobiliados subiu 15% em relação a igual período do ano passado. Apesar disso, o volume de imóveis com esse perfil na capital ainda é pouco representativo – não chega a 1% do total dispo-

nível para locação. "Isso gera filas de espera entre os interessados", explica Roseli. A personal stylist Giovana Gretta Fanelli é um exemplo disso. Desde que mudou para um apartamento maior na região da Saúde, há pouco mais de um ano, ela e o marido não sentiram dificuldades em encontrar inquilinos para sua quitinete de 24 metros quadrados, sem garagem, na Rua da Consolação. "Antes mesmo de mudarmos, já tínhamos fechado o primeiro contrato de locação. Essa pessoa acabou se mudando da cidade e, em menos de um mês, já havia outra no lugar", diz Giovana. O segredo para tanto interesse no imóvel, além da boa localização, está no fato de o casal ter deixado parte da mobília. "Deixamos os armários da cozinha e do quarto, além de sofá e artigos de decoração, como tapete e quadros", conta. "Com isso, elevamos o valor de locação cobrado no prédio da média de R$ 450 para R$ 550." A renda extra mensal poderia ser até maior, caso Giovana tivesse investido mais na compra de utensílios domésticos. "Há casos no prédio de pessoas que chegam a cobrar até R$ 1,2 mil pelo aluguel de unidades totalmente decoradas, em que até talheres estão inclusos no pacote de locação", diz. Cuidados – Antes, porém, que o proprietário de um imóvel decida investir todas as suas economias em mobília, a executiva da Lello diz que é preciso estar atento aos riscos do negócio. "Gosto é uma coisa que não se discute. O proprietário pode achar que comprou do bom e do melhor para o apartamento e o inquilino simplesmente odiar tudo, não querendo pagar o aluguel justo pelo investimento", diz. O gerente da Hubert lembra ainda que são poucas as regiões na cidade que atraem inquilinos com esse perfil. "A locação também será mais complicada. O proprietário terá de acompanhar de perto o estado de conservação da unidade", diz Rego. O mais indicado é o estilo semi-mobiliado – aqueles imóveis que contam com armários na cozinha e nos quartos. "Aliás, essa tem sido uma exigência para locação na cidade", finaliza. Adriana Gavaça

Empréstimo atrelado à poupança é um dos problemas do setor

A

entrada definitiva de mais recursos dos bancos no financiamento habitacional depende, na visão de economistas e especialistas do setor imobiliário, da retirada do crédito direcionado, de uma nova fórmula de composição da Taxa Referencial (TR) junto à caderneta de poupança e de uma opção para a portabilidade de dívidas. Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, as instituições financeiras colocaram R$ 5,94 bilhões em financiamentos habitacionais, valor que poderá atingir o patamar de R$ 7,9 bilhões até o final deste ano. Esse volume, segundo o ex-diretor do Banco Central Sergio Darcy, seria maior caso as instituições não fossem obrigadas a destinar 65% do total captado por meio da caderneta de poupança ao segmento – sendo que, dessa parcela, 80% ficam enquadrados nas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), cuja composição é formada pela TR mais 12% ao ano. Darcy destacou que o atual cenário de queda da taxa básica de juros (Selic) é um dos principais incentivos para a entrada dos bancos de uma vez no crédito imobiliário, mas, por outro lado, a obrigação de crédito direcionado pela poupança é uma trava. "Os sinais são de queda dos juros nos próximos meses; os bancos criarão seus próprios produtos e mecanismos. Veja o caso do Santander, que estipulou uma prestação fixa antes de qualquer medida incentivando esse modelo", disse o ex-diretor do BC.

Um segundo entrave, na avaliação de Darcy, é a impossibilidade da portabilidade de dívidas no crédito imobiliário. No caso de empréstimos, por exemplo, o BC permite que uma pessoa troque de banco quando acha uma taxa mais vantajosa. A instituição, por sua vez, honra a dívida do novo cliente com o antigo banco e faz um novo financiamento. Isso não é permitido no setor imobiliário. "O sujeito faz

um financiamento com uma taxa de 14,53% ao ano, patamar de hoje. E dentro de três anos, por exemplo, o mercado oferece 7%. O mutuário vai querer essa redução. Por isso a portabilidade da dívida será necessária." Para o ex-diretor do BC, a adequação da mudança aos financiamentos imobiliários precisa de um consenso entre os bancos e os órgãos reguladores. Ele defende um patamar máximo de

portabilidade para impedir um processo de migração descontrolado de um banco para outro. "No resto, os bancos sabem como atuar diante da concorrência." Poupança – A recente valorização da poupança – a caderneta registrou rendimento de 6,22% até setembro deste ano, passando produtos atrelados à Renda Fixa e DI – pode não impactar positivamente o mercado de crédito imobiliário. Essa avaliação é de José Pereira Gonçalves, superintendente técnico da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Pereira diz que a valorização da poupança pode ter como resultado uma migração excessiva para a caderneta, mas os bancos não destinarão mais do que o volume previsto pelo crédito direcionado aos projetos habitacionais. O resultado dessa operação, na avaliação de Gonçalves, seria a perda de outras opções de financiamento do setor, como os fundos de investimento, que ficariam sem "fôlego" para colocar o produto em suas carteiras. Segundo Pereira, a Abecip pleiteará junto ao governo federal uma revisão do cálculo de formação da TR – que, entre outras variantes, inclui a rentabilidade da poupança – para que a taxa não tenha um rendimento fixo mínimo de 2% como é hoje. "Mesmo com a queda dos juros, a TR fica nos 2%. Sua fórmula foi elaborada para isso. Uma revisão pode tornar o mercado mais atrativo para outras formas de financiamento", avalia. Davi Franzon

Pablo de Souza/Luz

Darcy, ex-diretor do Banco Central, defende que as pessoas possam portar suas dívidas imobiliárias para outros bancos, assim como fazem com empréstimos pessoais


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

TEATRO Vilela incorpora Cauby, algumas dúvidas e paixão sexual dividida em dez Ângelo Yeh

Consciência e ética: o debate

Fotos: Divulgação

A

Casamento no centro da trama

Fogo e intenções. Nenhuma psicologia

C

riada em meados da década de 90 na Unicamp, a companhia Os Fofos Encenam vem-se dedicando a um tipo de pesquisa relativamente rara no circuito teatral da cidade: o universo do circo-teatro. O primeiro trabalho com este tipo de linguagem, que costuma recorrer a tramas de engenhosidade simples e interpretações sem nuances, foi a comédia A Mulher do Trem, um sucesso que permaneceu vários meses em cartaz em São Paulo e conquistou inúmeros prêmios em festivais pelo País. O desafio da companhia, agora, é transportar esta linguagem para o drama. O texto escolhido foi Ferro em Brasa, escrito há mais de 80 anos pelo dramaturgo carioca Antonio Sampaio. "Este texto representa o nosso ingresso no drama", diz Fernando Neves, diretor da montagem. "Até agora, os Fofos eram conhecidos por seus trabalhos em comédia, como no caso de Assombrações do Recife Velho e Deus Sabia de Tudo e não Fez Nada". Ferro em Brasa foi um texto recolhido do baú da família de Neves, artistas com mais de um século de tradição no teatro feito sob as lonas. A peça, adaptada do original pelo dramaturgo Newton Moreno, se passa em uma pequena aldeia portuguesa, e tem sua trama centrada no casamento da jovem Judith com o fidalgo Júlio. A alguns dias da cerimônia, Judith se dá conta de que Júlio parece distante. O motivo é logo descoberto: o noivo estaria apaixonado, de verdade, pela mãe de Judith, Margarida. Quando esta notícia chega ao conhecimento da aldeia, o marido de Judith, sentindose traído, mata a mulher e o jovem Júlio, de uma maneira tão violenta que a filha Judith enlouquece. "A interpretação no circo-teatro obedece a técnicas totalmente diferentes daquelas que estamos acostumados a ver no palco convencional", diz Neves. "Cada gesto, cada expressão e a maneira de dizer os textos reforçam a idéia de que os personagens têm mais intenções e menos psicologia". (SR) Ferro em Brasa, estréia amanhã, sábado, dia 7, no Teatro Júlia Bergmann, Rua Cruzeiro, 256, tel.: (11) 3392-4240. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 20.

U

m antigo provérbio islâmico ensina que Deus (ou Alá, para ser mais preciso) teria dividido a paixão sexual em dez partes distintas. Aos homens, coube apenas uma. As outras nove foram destinadas às mulheres. Esta curiosa equação começa a ser resolvida a partir de hoje no espetáculo As 9 Partes do Desejo, monólogo da escritora americana de origem iraquiana Heather Raffo, que estréia no Tusp. Dirigida por Márcio Aurélio, a atriz Clarisse Abujamra encara o desafio de dar vida a nove mulheres que simbolizam cada uma das facetas desta paixão fragmentada. “A peça focaliza nove mulheres que retratam os dias atuais e primam pela paz e pelo direito de amar”, diz a atriz. “Como cada uma delas tem um

TELEVISÃO

Musical protagonizado pelo ator Diogo Vilela percorre trajetória das últimas cinco décadas do intérprete de Conceição

Cauby em síntese Sérgio Roveri

O

flerte do ator Diogo Vilela com os astros da música brasileira é movido por uma mistura de admiração e perfeccionismo. Em 1996, ele ganhou os principais prêmios de atuação ao encarnar Nelson Gonçalves no musical Metralha. Em 2002, dirigiu Inês Viana em Estrela do Brasil, um tributo a Elis Regina consagrado pelo público e visto com sérias reservas pela crítica. Esta galeria, restrita mas sem dúvida seleta, abre-se agora para receber um novo convidado: Cauby Peixoto. Após um processo de pesquisa histórica que se estendeu por três anos e incontáveis horas despendidas em aulas de canto para azeitar seu timbre de barítono, Diogo Vilela chega amanhã à cidade com o musical Cauby! Cauby!, espetáculo em dois atos que pretende passar em revista as últimas cinco décadas na carreira do intérprete de Conceição. "A etapa mais difícil deste trabalho foi a de corresponder ao nível de exigência que Cauby sempre teve em relação à sua carreira", diz Vilela, a três semanas de completar 50 anos. "Pouco antes da estréia do musical, no Rio, Cauby me telefonou para perguntar se eu havia assistido a Ray, filme baseado na vida do cantor Ray Charles. Quando eu disse que sim, ele acres-

centou: você prestou atenção no desempenho do ator Jamie Foxx, que faz o Ray Charles? Então, é mais ou menos por aí o que eu espero de você". Durante as duas horas de espetáculo, que tem início com Conceição e um apoteótico encerramento ao som de New York, New York, Vilela desfila 20 canções e igual número de perucas. O musical obedece ao formato de uma grande entrevista. Um jovem estudante de jornalismo concorda, por indicação de um velho professor, em entrevistar Cauby Peixoto para seu trabalho de conclusão do curso. A primeira pergunta do estudante versa sobre a idade do entrevistado. A

resposta de Cauby: "Por favor, meu querido, não me rasgue", numa espécie de turismo nostálgico pela década de 1950, quando a simples presença do cantor despertava instintos canibais em suas milhares de fãs. "O espetáculo não é uma demonstração de datas e fatos históricos. É uma história contundente", diz o ator. "Respeitamos a intimidade de Cauby, mas não fugimos dos pontos baixos de sua carreira, como o período de ostracismo que ele enfrentou nos anos 70, do qual foi resgatado por Elis Regina, que o convidou para gravar com ela Bolero de Satã". Outro momento delicado diz respeito à iniciação sexual do

Milton Mansilha/LUZ

Diogo Vilela caracterizado e o mito em performance

intérprete, protagonizada em companhia de uma prostituta contratada. "Existia uma preocupação muito grande com a virilidade da figura de Cauby Peixoto. Seu encontro com a prostituta teria sido arranjado pelo empresário Di Veras, que descobriu Cauby e moldou a figura do mito". O texto do musical, escrito pelo dramaturgo Flávio Marinho, abre brechas para outros artistas que, em algum momento, tiveram suas trajetórias emparelhadas à de Cauby, a exemplo de Ângela Maria, Emilinha Borba e Lana Bittencourt. "O texto procura fazer uma síntese da história de Cauby Peixoto. Não estamos falando de um personagem de ficção, mas de uma pessoa viva, que está aí, nos ouvidos e na memória afetiva do povo brasileiro". Se Diogo Vilela seguiu ou não a recomendação de Cauby para se guiar pelo desempenho de Jamie Foxx, premiado com um Oscar, é um mistério para o próprio cantor: até hoje, ele ainda não assistiu ao musical. "A irmã de Cauby, Andiara, diz que ele tem medo de se emocionar demais". Cauby! Cauby!, estréia amanhã no Teatro Procópio Ferreira, R. Augusta, 2823, tel.: (11) 3083-4475. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos: R$ 90.

Sorriso no rosto. Ou? No final do primeiro ensaio aberto da peça Dúvida, realizado há duas semanas no teatro do Shopping Frei Caneca, o ator Dan Stulbach solicitou que as luzes da platéia fossem acesas e dirigiu ao público a seguinte questão: quem, entre vocês, está em dúvidas sobre o desfecho da história? O resultado foi surpreendente. Praticamente 90% do público não soube atestar, com segurança, se o padre Flynn, personagem da peça interpretado por Stulbach, havia realmente abusado sexualmente de um garoto de 12 anos, crime do qual ele estava sendo acusado pela irmã Aloysius, diretora de uma escola católica no bairro do Bronx, em Nova York. A falta de convicção da platéia parece ter demonstrado que os ensaios estavam no caminho certo. Escrita pelo dramaturgo John Patrick Shanley no início do ano passado, a

peça Dúvida é justamente isso: um tratado sobre os momentos em que a certeza nos foge. Texto polêmico, que coloca em xeque convicções religiosas, hierarquia, disciplina e pedofilia principalmente, Dúvida entra em cartaz amanhã com um aditivo extra: é a primeira direção teatral do cineasta Bruno Barreto, 51 anos e 16 filmes na bagagem, entre eles Dona Flor e seus Dois Maridos, de 1976, até hoje a maior bilheteria do cinema nacional. "Eu costumo fazer meus filmes com muitos ensaios, um processo que se assemelha muito ao teatro", disse Barreto. "Por isso não estou com medo da experiência, estou mais excitado em ver o resultado". No prólogo de apresentação da peça, Shanley diz que "a dúvida requer mais coragem do que a convicção. A convicção é o porto seguro e a dúvida é infinita – é um exercício apaixonante". Explica-se, assim, por

que o elenco prefere enxergar no público um ponto de interrogação na cabeça em vez de um sorriso no rosto. Dúvida se passa em 1964 e a montagem brasileira decidiu preservar todas as referências cronológicas e geográficas deste texto premiado com o Pulitzer em 2005. O cenário da peça é o ambiente conservador do colégio católico misto San Nicholas, no bairro do Bronx, onde a irmã Aloysius (Regina Braga) move-se como um iceberg a barrar qualquer avanço na disciplina e nos hábitos dos alunos. Sua intransigência não permite que as crianças tenham acesso a aparelhos de rádios, canções populares e canetas esferográficas – a seu ver responsáveis por reduzir a caligrafia dos estudantes a garranchos de primatas. Um dia, ao ser informada por uma das professoras de que o único aluno

Divulgação

negro do colégio foi visto saindo da casa paroquial, com o hálito exalando a álcool, irmã Aloysius dá início a uma cruzada pessoal na tentativa de provar que o garoto foi embriagado para se tornar vítima de abuso sexual nas mãos do padre. "Aparentemente, a própria irmã tem dúvidas a respeito das acusações que levanta", disse a atriz Regina Braga. "Mas ela prefere se orientar pelas convicções e levar até às últimas conseqüências suas acusações contra o padre". (SR) Dúvida, estréia hoje, sexta (6) no Teatro do Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, tel.: (11) 3472-2229. Espetáculos sextas às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 60.

Por trás dos véus histórico completamente diferente da outra, as necessidades e pensamentos que elas exprimem também divergem entre si”.

O texto, que aborda assuntos como religião, preconceitos e as peculiaridades da

paixão no mundo árabe, é todo baseado em histórias reais. “Acima de tudo, acredito que a peça fale da paz e da necessidade de que o mundo ocidental conheça

ética entrou de vez no centro da nossa vida cidadã. E as emissoras de TV, principalmente as educativas, estão cada vez mais empenhadas em discutir o assunto, vide o caso da TV Futura, que dedica ao tema um programa especial. Apresentado pelo professor de filosofia da Universidade de São Paulo Renato Janine Ribeiro, o novo episódio da série Ética, que vai ao ar hoje, às 22h30, tenta responder à seguinte pergunta: Será que, ao infringir uma lei, estamos necessariamente sendo antiéticos? Parte-se do princípio é importante seguir o que a legislação determina, mas o que fazer quando a lei é questionável? "A lei diz respeito a um fator externo à pessoa, ou seja, ao fato de ela agir ou não de acordo com a regra. A ética, por sua vez, diz respeito a uma decisão interna da pessoa, a uma avaliação de valores que julga se uma lei ou norma deve ou não ser seguida", afirma Janine, que dá cores reais à sua tese ao entrevistar, em Brasília, pessoas que já viveram de perto situações em que a lei entrou em conflito com a ética. Entre os retratados pelo programa está Hamilton, que recusou-se a derrubar uma casa de família pobre, mesmo com a pressão de um oficial de Justiça que insistia para o serviço ser feito. Hamilton não achou que seria ético deixar uma mãe e seus setes filhos sem moradia e recusou-se a executar a demolição, mesmo ameaçado de prisão.

realmente o que se passa por trás dos véus das muçulmanas”, diz Clarisse, que também responde pela tradução do texto e produção do espetáculo. As 9 Partes do Desejo estreou com sucesso há três anos, no Festival Internacional de Teatro de Edimburgo, na Escócia. Novas montagens se sucederam em Londres, Nova York e Los Angeles. França e Síria são os próximos países a receber o espetáculo. “Poucas vezes uma obra falou com tanta propriedade sobre a mulher árabe”. (SR) As 9 Partes do Desejo, estréia hoje, sexta (6) no Tusp, Rua Maria Antonia, 294, tel.: (11) 3255-7182. Sexta e sábado às 21h, domingo às 20h. Ingressos a R$ 20.

Olhares estrangeiros sobre a cidade de São Paulo na TV Cultura

No domingo, a TV Cultura reexibe, às 21h, uma visão do lado B da Paulicéia sob o olhar estrangeiro. O videoartista italiano Francesco Jodice integrou um pioneiro projeto de residências da 27ª Bienal de São Paulo, que convidou dez artistas de todo o mundo para morar em cidades de três estados brasileiros: São Paulo, Acre e Pernambuco. Jodice usou os dias que viveu aqui para produzir um documentário de 42 minutos, City-Tellers, sobre a ‘fauna urbana’ que habita a metrópole – como motoboys, carroceiros, freqüentadores de bailes hip hop, hackers e uma gangue de pichadores (cuja ação ele acompanhou durante uma madrugada). "São Paulo é o protótipo do pós-modernismo pela sua mistura de coisas", diz Jodice, fotógrafo e arquiteto nascido em Nápoles em 1967, que trabalha com relações entre o homem e a paisagem urbana, comparando comportamentos em várias metrópoles do mundo. Regina Ricca


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

1 Grande parte são MPs aprovadas em cima do joelho e muitas vezes sem leitura. Guilherme Afif Domingos

Fotos: Luiz Prado/LUZ

5,5 QUILÔMETROS DE NORMAS EM 18 ANOS DE CONSTITUIÇÃO Estudo do IBPT mostra que já foram editadas 3,5 milhões de normas

A

Constituição Federal de 1988 completou 18 anos ontem. Mas, ao invés de uma comemoração, a data foi marcada por críticas ao excesso e complexidade de normas, que entopem o Judiciário e, conseqüentemente, atrasam o andamento de processos contra os agentes envolvidos em corrupção. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado ontem na sede da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), desde a promulgação da Constituição foram editadas mais de 3,5 milhões de normas no País. Isso representa, em média, 783 normas por dia útil. O presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral, destacou que, das 52 emendas constitucionais feitas nesse período, 12 versam sobre matéria tributária. "Todas para criar novos impostos ou aumentar o custo tributário para a sociedade", afirmou Amaral. Tributárias – O levantamento revela que, das 229.616 normas tributárias editadas nesses 18 anos, 26.104 são federais, 69.488, estaduais e 134.024, municipais, o que equivale a 51 normas por dia útil. Detalhe: do total, apenas 16.142 estão em vigor. Como grande parte das empresas não faz negócios em todos os estados brasileiros, o IBPT estima que, para tocar o próprio negócio, é preciso conhecer, no mínimo, 3.203 normas tributárias. "Isso corresponde a 5,5 quilômetros de normas, se impressas em papel formato A4 e letra tipo Arial 12", comparou Amaral, ao informar que as empresas gastam cerca de R$ 30 bilhões por ano com pessoal, equipamento e sistemas para acompanhar suas alterações. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Antônio Marangon, as dificuldades de sobrevivência das micros e pequenas empresas se devem a essa burocracia tributária. "Hoje, há apenas 3,5 milhões de empresas de menor porte formais e 11 milhões informais porque a maioria não consegue pagar imposto", criticou. O presidente em exercício da Associação Comercial de São

Guilherme Afif Domingos (esq.) e Gilberto Luiz do Amaral (dir.), durante apresentação do estudo na OAB

PIRATARIA Brasil entra na lista negra

O

Burti: "Um cipoal de normas"

Paulo (ACSP), Alencar Burti, concorda. "Como uma empresa com um, dois, três funcionários pode administrar esse cipoal de normas?", questionou. MPs – Os dados do IBPT mostram ainda que, na esfera federal, foram editadas 141.771 normas desde a promulgação da Constituição, o equivalente a 31,60 normas por dia útil, sendo 940 Medidas Provisórias. Para o presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, o que mais choca é que, das normas editadas, 70% vieram do

Poder Executivo. "Como grande parte são MPs aprovadas em cima do joelho, e muitas vezes sem leitura, o resultado disso é a insegurança jurídica", afirmou Afif Domingos. No âmbito estadual, foram editadas, no período, 891.112 normas, uma média de 198,64 por dia útil. Já os municípios são responsáveis pela edição de mais de 2,4 milhões de normas, o que corresponde a 552,37 por cada dia útil. Corrupção – Esse emaranhado de leis faz com que os processos judiciais contra os agentes envolvidos em corrupção por uso indevido do dinheiro público demorem cerca de 10,5 meses para chegar a uma condenação, segundo Amaral. "Muitos desses agentes são absolvidos pelo jogo de prazo possível por causa da legislação complexa", disse. O IBPT divulgou também a criação de uma ferramenta para combater a corrupção: o corruptômetro. A partir do dia 25 de outubro, os cidadãos poderão fazer denúncias de corrupção por meio do site www.corruptometro.org.br. Laura Ignacio

Brasil entra na lista negra elaborada pela União Européia (UE) de países onde a pirataria é "generalizada" e afeta as empresas européias. Ontem, Bruxelas publicou um levantamento feito com o setor privado e concluiu que o País deve tomar medidas mais efetivas para combater as falhas no sistema de proteção intelectual. Empresas ainda se queixam de que informações dadas para o registro de patentes farmacêuticas são usadas por companhias de produtos genéricos. O Brasil, porém, não lidera a lista negra. Os chineses, seguidos por Rússia, Ucrânia, Chile e Turquia são as maiores preocupações da Europa. Bruxelas ainda alerta que não exclui a opção de levar esses países aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC) e dividiu as economias onde a pirataria é grave em três categorias. Na primeira delas está a China. O país é responsável por 60% dos bens falsificados que entram todos os anos no mercado europeu. A segunda categoria é composta por Rússia, Ucrânia, Turquia e o Chile, economia que em vários rankings é considerada como a mais competitiva da América Latina. Esses países adotaram medidas para combater a pirataria, mas ainda precisam fortalecer seus mecanismos. Combate maior – O Brasil, assim como os demais países do Mercosul, faz parte da terceira categoria de economias, que inclui ainda Coréia, Tailândia e Vietnã. Para esse grupo, a UE quer um maior fortalecimento do sistema de prote-

ção de patentes e maiores ações de combate à pirataria. Segundo o levantamento da UE, o problema no País é "generalizado" e afeta vários setores, como CDs, software, aparelhos de música, roupas, p ro d u t o s a g ro q u í m i c o s e brinquedos. O levantamento foi feito com empresas do setor farmacêutico, químico e eletrônico, que ainda se queixaram da importação ilegal de genéricos que não são registrados e de que indicações

600 mil marcas aguardam patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, principalmente do setor farmacêutico geográficas são "usurpadas". A s e m p re s a s e u ro p é i a s apontam que os produtos pirateados entram no mercado brasileiro principalmente vindos do Paraguai e de Manaus, ainda que haja também uma produção local. Grande parte da crítica vem ainda das empresas farmacêuticas, que acusam o Brasil de não garantir proteção à informação de produtos que estão sendo patenteados. Segundo o relatório da UE, essas informações seriam vazadas para empresas que fabricam remédios genéricos. As farmacêuticas européias

ainda se queixam de que empresas locais copiam embalagens de seus produtos. Marcas – Uma das críticas mais duras contra o Brasil é a demora do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para registrar uma patente. No total, 600 mil marcas e 70 mil patentes ainda esperam registro no País. Desse total, 18 mil são registros de empresas farmacêuticas, setor que também se queixa das interferência da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no processo. Desde 1996, quando lei de propriedade intelectual foi criada, o Inpi teria registrado apenas 1,1 mil patentes. O levantamento da Comissão Européia ainda concluiu que a resposta das autoridades brasileira é "lenta e ineficaz" aos problemas de pirataria. Em muitos casos, o governo consegue apenas tratar da "ponta do iceberg". O estudo reconhece que Brasília dá sinais de que está comprometida com o combate ao problema, mas as ações do governo são limitadas por causa da falta de recursos humanos e financeiros. No Judiciário, os processos são longos e condenações podem levar anos. Quando há uma penalidade, ela não é suficientemente dura para evitar o problema. Além da falta de resposta do governo, os europeus reclamam da percepção que se tem no País, de que patentes são instrumentos de "monopólio contra os interesses do povo". (AE)


Vigoram 16.142 das 229.616 normas tributárias editadas em 18 anos. São R$ 30 bi/ano para segui-las. E 1 Ano 81 - Nº 22.228

São Paulo, sexta-feira a domingo, 6 a 8 de outubro de 2006

R$ 0,60

Edição concluída às 23h45

Luiz Prado/LUZ

5,5 km de normas impostas pelo Leão

Jornal do empreendedor

Desbravando o cipoal tributário: Gilberto Luiz do Amaral, Tallulah Kobaiashi e Afif Domingos, na OAB.

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Ilustração Céllus

No 'paredón' estão o presidente do PT, Berzoini, e os 5 petistas 'aloprados' do dossiê falso contra Serra. As cabeças cortadas, Lula vai a debate com Alckmin, domingo. Página 5

DIA DE ACERTO DE CONTAS NO PT

Luiz Prado/LUZ

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem

25 de março sem carros A partir de segundafeira, a maior rua de comércio popular de São Paulo será dos pedestres. Consumidores terão mais segurança. Lojistas temem a invasão ainda maior de camelôs. C 3

da Gol em Brasília lembram dos mortos em acidente aéreo. Dona do Legacy quer que Condoleezza Rice interceda para que pilotos voltem para casa. C 1 UM MINUTO DE SILÊNCIO Funcionários

Fotos: Caetano Barreira/Reuters

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 19º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 18º C.

Bienal

Instalação do chileno Mario Navarro (à esq.) e Heliodrama, do brasileiro Ivan Cardoso (ao lado), estão entre as obras de 120 artistas que participam da 27ª Bienal de São Paulo, aberta a partir deste sábado no Ibirapuera. A proposta da exposição é inédita e polêmica: só haverá espaço para arte contemporânea, apresentada segundo o tema Como Viver Junto. Mais: teatro e música para as crianças; estréia a peça Cauby! Cauby!, biografia do cantor com Diogo Vilela, e um novo terror de Brian De Palma nos cinemas.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

1 Os dois estão impactados porque foram partícipes de uma tragédia. Mas não se consideram responsáveis. José Carlos Dias, advogado dos pilotos

Condoleezza pode interceder por pilotos Empresa americana proprietária do Legacy que se chocou com o Boeing da Gol quer ação política para levar pilotos de volta aos EUA. Advogado é contestado

A

Vanderlei Almeida/AFP

tragédia aérea que matou os 154 passageiros do Boeing 737-800, da Gol, depois de uma colisão com o jato executivo Legacy, começa a ganhar contornos de disputa judicial e de gestões políticas. A ExcelAire, empresa americana proprietária do Legacy, quer retirar os pilotos Joseph Lepore e Jan Paladino do Brasil o mais rápido possível. Até a secretária de Estado norteamericana, Condoleezza Rice, está sendo acionada indiretamente para levar os funcionários da empresa de volta aos Estados Unidos. O proprietário da ExcelAire, Bob Sherry, também pediu "intervenção política" para que os pilotos voltem aos EUA. "Estamos fazendo todos os esforços", disse o empresário ao site Newsday.com, de Long Island, onde fica a sede da empresa. "Mas sabemos que, em outro país, as coisas são um pouco mais difíceis. Se houver qualquer pessoa por lá (no Brasil) que tenha influência política ou qualquer outra forma de trazer nosso pessoal de volta, No Aeroporto de Brasília, funcionários da Gol fazem um minuto de silêncio em homenagem aos passageiros e tripulantes mortos do vôo 1907 Kleber Lima/CB/Agência O Globo nós agradecemos", disse. A d v o g a d o – A o m e s m o que tenham desligado o transtempo, ontem, no Rio, o advo- ponder ou feito qualquer manogado José Carlos Dias, ex-mi- bra fora do padrão. "Eles são nistro da Justiça e ex-secretário competentes e prudentes", gade Justiça de São Paulo, contra- rantiu. "Você acha que eles fatado para representar os pilo- riam alguma estripulia no ar tos, disse que os dois nunca tendo a bordo um importante desligaram o transponder jornalista do jornal The New York (mecanismo que identifica um Times e diretores da Embraer? avião no radar) e só desrespei- Nessas condições, tinham que taram o plano de vôo por uma ser os mais bem-comportados falha na comunido mundo." cação com o conO Sindicato trole de tráfego dos Aeronautas aéreo. O Legacy, garantiu que, em que deveria voar Você acha que eles casos como o do a 36 mil pés, cho- fariam alguma Legacy, em que o cou-se a 37 mil estripulia tendo a plano de vôo dep é s c o m o terminava uma bordo um importante descida de mil Boeing. "Eles estavam jornalista do NYT e pés, o procediseguindo o pla- diretores da Embraer? mento padrão é: no de vôo estriJosé Carlos Dias, primeiro, faz-se tamente. Ao se contato com o advogado dos pilotos aproximarem de centro de contro- Missa em memória dos mortos do Boeing da Gol foi celebrada ontem na Catedral de Brasília Brasília, entrale para relatar a credito foto 3 ram em contato mudança. Caso com a torre, para checar se de- não consiga, tenta-se contato veriam mesmo diminuir a alti- com outros aviões para que eles tude, e não conseguiram se co- façam uma ponte com a torre. municar. Mas não quero ficar Se, ainda assim, não for possível atribuindo responsabilidade a o contato, o correto é indicar, peninguém", afirmou. lo transponder, o código de faContestação – A afirmação lha de comunicação (7600). E, o de Dias foi contestada por pilo- mais importante de tudo: seguir tos e pela Aeronáutica, que à risca o plano de vôo. desde o acidente já fez 12 horas O sindicato informou ainda de testes de vôo na rota percor- que o transponder tem como rida pelo Legacy e pelo Boeing operar em caso de falha. Isso para testar o funcionamento porque ele opera em duas fredos radares. "Não foi detecta- qüências. E altera automaticada falha em nenhum equipa- mente a freqüência de transmismento nosso", disse o diretor- são quando a primeira falha. geral do Departamento de IML – O Instituto Médico- No IML, funcionários levam corpo para a perícia, que está sendo feita em barracas no estacionamento Controle do Espaço Aéreo (De- Legal de Brasília (IML) identicea), tenente-brigadeiro Paulo ficou, até o início da noite de chieta, de 46 anos. Os nomes de Roberto Vilarinho. "Talvez ele ontem, nove corpos de passa- outros quatro passageiros de(o americano) não tenha percor- geiros que estavam no Boeing. veriam ser divulgado à noite. rido todas as alternativas. Um Os familiares não puderam ver Homenagem – Funcionários controlador dá para o avião os corpos. Receberam uma de- e passageiros juntaram-se onuma freqüência e uma alternati- claração de óbito, documento tem, em 53 aeroportos do Brasil va. Com certeza está gravado que terá de ser registrado em e de outros países, numa homepelo centro de Brasília e no pró- cartório. Só depois disso terão nagem aos 154 mortos. Às 17h prio equipamento dele. Uma permissão para tirar os corpos foi guardado um minuto de sicaixa-preta é capaz de gravar de seus parentes lêncio. Em Con580 itens num segundo", disse o do instituto. No gonhas, 200 funcoronel Douglas Machado, es- entanto, terão cionários da Gol, pecialista em Segurança de Vôo ainda de enfrende mãos dadas, da Agência Nacional de Avia- tar outra dificul- Talvez ele (o piloto comandaram o ção Civil (Anac). dade: somente norte-americano do gesto, que contaDias não soube informar ao têm competência Legacy) não tenha giou o aeroporto. certo se o centro de controle com para emitir a cerTodos que circuo qual Lepore e Paladino não t i d ã o d e ó b i t o percorrido todas as lavam pelo correconseguiram fazer contato era o cartórios da co- alternativas (de dor dos balcões de Brasília (Cindacta-1) ou o de marca onde ocor- comunicação). de check-in partiManaus (Cindacta-4). Não ex- reu a morte. Tenente-brigadeiro ciparam. Os triplicou também por que ambos Até o início da Paulo Roberto Vilarinho pulantes da Gol não seguiram o plano de vôo. tarde, haviam siem trânsito no saRedigido por Paladino e assina- do divulgados guão se juntaram do por Lepore, ele previa o vôo a os nomes dos seaos funcionários 37 mil pés de São José dos Cam- guintes passageiros: Francisco dos 24 guichês. Em Cumbica pos a Brasília e, dali, a 36 mil pés das Chagas Moura Loiola, de não foi diferente. Hoje, um heliaté Manaus. "Se havia alguma 44 anos; Átila Antônio Assad cóptero da Força Aérea Brasileidúvida, a posição do Boeing ti- Rezende, de 24; José Inácio ra lançará, a pedido dos familianha de ter sido mudada." Ferreira Trindade, de 39; Luiz res, 154 botões de rosas na área Segundo o advogado, seus Albano Vieira Custódia, de 68 do acidente. (Agências) clientes negam veementemente e Élcio Luiz Gonçalves AnMais sobre o acidente na pág. 2

Gol faz correção: 154 pessoas estavam a bordo

A

Gol Transportes Aéreos esclareceu na tarde de ontem que 154 ocupantes estavam a bordo do Boeing 737-800 que caiu sexta-feira, após colisão com o jato Legacy, em Mato Grosso, e não 155 como vinha sendo informado até agora. O erro aconteceu por causa da dupla contagem de um passageiro. A empresa aérea constatou que Carlos Souza Junior e Carlos Sousa são a mesma pessoa, mas seu nome aparece duas vezes na lista, grafado dessas duas formas. De acordo com a nota da empresa, "na lista divulgada originalmente, constava o nome Carlos Souza Junior, passageiro que de fato embarcou, e outro nome, Carlos Sousa, que foi acrescentado à lista por um erro de procedimento". Segundo a nota, "a falha aconteceu pelo fato de a primeira relação de passageiros, criada pela unidade da Gol no aeroporto de Manaus (ponto de partida do vôo), ter gerado uma lista abreviada na qual o nome do Sr. Carlos Souza Junior apareceu sem o Júnior e com o Souza grafado com a letra "s". Durante o trabalho de checagem da lista, Carlos Souza Junior e Carlos Sousa foram considerados pessoas distintas", explica a nota da Gol. "A Gol lamenta o acontecido e corrige a informação inicial. Com isso, esclarece que: O sr. Carlos Souza Junior estava a bordo do vôo 1907; Não existe passageiro com o nome Carlos Sousa, como constava na lista original; Com isso, o número oficial de passageiros do vôo 1907 passa a ser 148, que, somado aos 6 tripulantes, totaliza 154 vítimas no acidente que derrubou o avião da Gol. Por fim, a Gol informa que a lista de passageiros já foi corrigida no site da companhia e que os comunicados passarão a veicular o número de 148 passageiros e 154 ocupantes do vôo 1907." (Agências)


2

Nacional Empresas Tr i b u t o s Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

IR: SAI HOJE CONSULTA AO 5º LOTE DE DEVOLUÇÕES

173

é o número de pessoas suspeitas de participar do esquema de sonegação fiscal em frigoríficos

Márcia Anunciação/AE

PF DESMONTA QUADRILHA QUE SONEGOU R$ 1 BI

Nova regra para relacrar o ECF

U

m número maior de contribuintes poderá abater o custo pela relacração do Emissor de Cupom Fiscal (ECF) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A Portaria n° 72/2006 da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), publicada ontem no Diário Oficial, determina que os contribuintes que pediram autorização para uso do emissor até 1º de março deste ano poderão se beneficiar do crédito tributário. "Antes, somente os que haviam pedido autorização até 15 de dezembro de 2005 seriam favorecidos", explicou Nélson Hernandes Júnior, da Sefaz.

Esquema envolve empresários do setor de frigoríficos, fiscais e "laranjas"

A

Polícia Federal desmontou ontem um esquema de sonegação fiscal, envolvendo empresas frigoríficas paulistas, com ramificações na Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, que funcionava há cerca de 15 anos e sonegou mais de R$ 1 bilhão em impostos. Cem pessoas, entre elas 12 donos e diretores de frigoríficos, foram presas até o início da noite de ontem pelos 700 agentes e delegados que participavam da operação "Grandes Lagos", concentrada na cidade de Jales, região de Araçatuba. A quadrilha, de acordo com a Polícia Federal, era formada por 173 pessoas, entre empresários, funcionários públicos e "laranjas", e 159 empresas. Segundo a PF, cinco dessas empresas tiveram movimentação financeira superior a R$ 2,2 bilhões nos últimos cinco anos sem recolher um centavo em tributos. Uma delas, emitiu mais de R$ 172 milhões em notas frias sem recolher impostos ou movimentar um único centavo em conta bancária. Núcleos – De acordo com a PF, a organização funcionava com cinco núcleos ou células.

A primeira célula seria o "Núcleo Mozaquatro" voltado, de acordo com a PF, à prática de crimes fiscais e contra a organização do trabalho. O núcleo constituía empresas em nome de "laranjas" por meio dos quais movimentava a maior parte do seu faturamento sem pagar os tributos. O líder seria Alfeu Mozaquatro, dono de um frigorífico e um curtume de Jales, que teria aberto pelo menos outras 20 empresas em nome de "laranjas" para liberar créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Fiscais – Outra célula, chamada "Núcleo Itarumã", segundo a PF, também constituiu empresas "laranjas" para movimentar faturamento sem recolher tributos e subfaturou a receita, ocultando parte dela do fisco. Esse núcleo tinha o auxílio de fiscais da Secretaria da Fazenda e do Ministério do Trabalho. O núcleo "Itarumã" ainda é acusado de praticar estelionato contra a Fazenda Pública, com fraudes envolvendo a liberação de créditos indevidos do ICMS. Assim como o "Mozaquatro", o "Itarumã" também possui algumas empresas

lícitas para justificar o patrimônio dos sócios. Os líderes do "Núcleo Itarumã" apontados pela PF eram João Carlos Altomari, Ari Altomari, Emílio Carlos Altomari e João do Carmo Lisboa Filho. Notas frias – Outra célula, chamada de "Núcleo dos Noteiros", atuava na geração de créditos fictícios de ICMS vendidos a terceiros, mas principalmente na emissão e venda de notas fiscais frias a frigoríficos e na sonegação de tributos incidentes sobre seus frigoríficos. Essa célula era formada por fiscais da Secretaria da Fazenda e da Receita Federal envolvidos no esquema. A PF aponta como líder Valder Antônio Alves, vulgo "Macaúba". Uma das empresas de Macaúba, a Norte Riopretense Distribuidora Ltda, em Rio Preto, chegou a emitir mais de R$ 170 milhões em notas frias. Esse núcleo ainda fornecia notas fiscais frias para a quarta célula da organização, apelidada pela PF de "Núcleo dos Taxistas", composto por pessoas físicas que atuavam na área de compra e abate de gado e venda de carne e couro, como se fossem frigoríficos ou curtumes. (AE)

Laura Ignacio Até ontem à noite, 100 pessoas haviam sido presas pela polícia Alexandre Mota/AFP

Notícia não afeta mercado de boi

A

operação "Grandes Lagos" desencadeada ontem pela Polícia Federal contra um esquema de sonegação fiscal envolvendo frigoríficos nos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e nos municípios de Jales, Fernandópolis e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, não teve impacto no mercado físico de boi gordo. Segundo corretores, os preços da arroba não foram alterados em função do episódio por conta de uma notícia positiva: a Rússia suspendeu o embargo à carne bovina dos estados de São Paulo e Goiás,

que já durava dez meses. Agora são quatro os estados autorizados a vender o produto para aquele país. Os outros dois são Rio Grande do Sul e Mato Grosso, que voltaram a exportar carne bovina para o mercado russo nos meses de abril e agosto, respectivamente. Operação – "O mercado físico está muito firme porque está faltando boi gordo. Em São Paulo quase não há oferta de animais e, além disso, a Rússia reabriu mais dois estados", disse Leonardo Alencar, da Scot Consultoria. Outros operadores relataram que, na parte da manhã, a notícia da ope-

ração nos frigoríficos não tinha se espalhado e muitos pecuaristas não sabiam da operação. "Tudo depende de como o pecuarista vai encarar a notícia", afirmou um corretor do físico. Nas principais praças paulistas, a arroba do boi gordo tem sido negociada entre R$ 63 e R$ 64 para pagamento em 30 dias. Já o mercado futuro de boi gordo da Bolsa de Mercadorias e Futuro abriu muito pressionado pela notícia da operação. "O mercado caiu R$ 2, mas depois recuperou parte das perdas com a notícia da Rússia", afirmou Geide Figueiredo, da FNP Consultoria. (AE)

IR: Receita libera consulta

representam R$ 1,21 bilhão. Terão saldo a pagar 47,3 mil contribuintes, com um valor total de R$ 25,7 milhões. Para saber se está incluído no lote, o contribuinte deve acessar a página da Receita Federal na internet (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para 0300-789-0300. O dinheiro da restituição

estará disponível nos bancos a partir do próximo dia 16 e será corrigido em 6,95%. Quem não informou a conta para depósito da restituição deverá procurar uma agência do Banco do Brasil ou ligar para 40040001 (capitais) ou 0800-7290001 nas demais cidades, para pedir a transferência dos recursos. (DC)

A

Receita Federal libera hoje a consulta ao quinto lote de restituições do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2006. Foi processado 1,43 milhão de declarações com direito à restituição que, somadas, ATA

Vista da mina de Brucutu, em Minas Gerais, inaugurada ontem e uma das maiores do mundo em produção

Vale do Rio Doce negocia venda de parte da Usiminas

À

s vésperas de fechar a aquisição da produtora de níquel canadense Inco por cerca de US$ 18 bilhões, o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, confirmou que negocia a venda de parte da participação na Usiminas para facilitar sua entrada no bloco de controle da companhia. "Queremos vender parte das ações para equilibrar o controle da Usiminas", disse Agnelli, após acionar os testes de produção com carga de mais uma mina da companhia no Estado de Minas Gerais. As negociações entre a Vale e os acionistas da Usiminas se arrastam já há mais de três anos, segundo informou o executivo, e a expectativa é de que "logo, logo" todas as partes cheguem a um acordo.

Fazem parte do bloco de controle da Usiminas a Nippon Steel (19,4%), a Caixa dos Empregados da Usiminas (13,2%), a Camargo Corrêa (7,6%), o grupo Votorantim (7,6%), o Bradesco (2,6%) e distribuidores (2,5%). Dinheiro em caixa – "A gente vai reduzir posição e, com isso, entra dinheiro em caixa", afirmou Agnelli, descartando, no entanto, que a venda de parte dos cerca de 22% no capital votante da companhia seja utilizado para ajudar na compra da Inco. "O pagamento pela empresa está no plano de negócios da Vale", afirmou. O objetivo, segundo Agnelli, é repartir melhor o controle e garantir investimentos para o crescimento da Usiminas. Ele lembrou que o financiamento para a aquisição da se-

gunda maior produtora de níquel do mundo será feito por um grupo de bancos. O prazo médio para o pagamento deverá ser de sete anos. A proposta de compra da Inco formalizada pela Vale em 14 de agosto tem prazo até 16 de outubro e representa uma oferta em dinheiro de US$ 86 por ação do capital do total da companhia canadense, segunda maior produtora mundial de níquel e que a Vale pretende levar à liderança de mercado. Agnelli afirmou que negocia há algum tempo com a norteamericana Nucor a redução de sua participação em uma planta de ferro-gusa em Carajás. O executivo admitiu também que poderá vender os três navios que pertencem à Docenave, para incentivar a construção de outros navios. (Reuters)

COMUNICADOS

COMUNICADO

C2C SERVICE LTDA. CNPJ/MF 04.368.124/0001-85 COMUNICA O ENCERRAMENTO DE SUAS ATIVIDADES A PARTIR DE 17/08/2006. Papeluchos Indústria e Comércio de Embalagens Ltda.-ME, CNPJ.02.152.448/0001-56, sita à Rua das Violetas, 81, Mirandópolis, São Paulo, Capital, CEP 04048-020, torna público que pleiteou junto à CETESB as Licenças Prévia de Instalação e Operação, e que recebeu o nº 45000056, para exercer as atividades de montagem de caixas de papelão para brindes.

DECLARAÇÃO À PRAÇA

“CHURRASCARIA OS GAUDÉRIOS LTDA” localizada na Av. Moreira Guimarães, nº 964, inscrita no CNPJ nº 55.238.836/0001-10 e IE nº 111.441.245.114, torna público que foram roubados em 01/10/2006 os equipamentos emissores de cupons fiscais Bematech caixas 04 e 05 de números de fabricação BE0306SC95540500271 e BE0306SC95540500272 respectivamente, conforme Boletim de Ocorrência de nº 8117/2006, lavrado no 27º Distrito Policial. São Paulo, 01 de outubro de 2006. 04,05,06/10/06 FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de

DECLARAÇÃO À PRAÇA Patrícia Maria Siqueira Silva, CPF nº 183.447.518-02, declara à praça, fornecedores e público em geral, que a partir de 28/08/2006, deixou de fazer parte do quadro societário da empresa Donna Moça Confecções Ltda., CNPJ nº 07.077.967/0001-10, com sede à Rua Santa Rita, nº 53 - Brás - São Paulo. (05-06-09/10/06)

EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

PREGÃO Nº 043/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 274/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 05 de outubro de 2006 a 27 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/ n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 38152680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/ HospitalEstadual Bauru, o Edital de Pregão Presencial - Pregão nº 043/2006-FAMESP/ HEB - Processo nº 274/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo Aquisição de Equipamento Hospitalar, Desfibrilador / Cardioversor para o Hospital Estadual Bauru, conforme anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 30 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 05 de outubro de 2006.

São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Minasfec Sociedade de Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Rodney Lacorte Júnior - ME - Rua Serra de Botucatu, 321 - 1ª Vara de Falências Requerente: Glasser Pisos e Pré Moldados Ltda. - Requerido: Center Allvym Materiais de Construção Ltda - ME - Avenida Paraguassu Paulista, 793 - 1ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

LAZER - 3

CINEMA Um suspense noir com Scarlett Johansson e a animação com muitos, muitos bichos Fotos: Imagem Filmes/Divulgação

Image.net/Divulgação

Um urso domesticado e um cervo tagarela em altas confusões no meio da floresta

Belos claros e escuros em trama sobre um macabro assassinato na Los Angeles dos anos de 1940

Terror, entre o fogo e o gelo Dália Negra. É Brian De Palma jogando com contrastes. Lúcia Helena de Camargo

OUTRAS ESTRÉIAS

E

Diversão e reflexão Rita Alves

O

Kay (Johansson), namora Fire, mas derreter Ice (Hartnett)

Presença feminina marcante: Hilary Swank como Madeleine Linscott

Suspense violento e sensual Nascido em 11 de setembro de 1940, Brian De Palma (foto) – filho de uma cantora de ópera e de um cirurgião – é discípulo confesso de Alfred Hitchcock. Em seus suspenses carregados de sexo e violência, não raro cita o mestre inglês, como na cena do elevador em Vestida Para Matar (1980), que remete imediatamente à antológica seqüência do chuveiro de Psicose. Vez ou outra, muda de tema, como em O Fantasma do Paraíso (1974), uma espécie de ópera-rock, e Missão Impossível (1995), com Tom Cruise. Em 2002, voltou ao suspense, com Femme Fatale, que homenageia Um Corpo que Cai, e continua no gênero em Dália Negra.

Filmado num belíssimo claro-escuro de imagens surpreendentes, nada será simples nesse suspense noir desenrolado em salas esfumaçadas, escadarias mal-iluminadas, becos e terrenos baldios de Los Angeles. A começar pelo estado em que o cadáver da Dália Negra é encontrado, que desafia as técnicas dos melhores investigadores criminais. Espancada, torturada e com a boca cortada de orelha a orelha, a moça teve seu corpo dividido em duas metades. Aterrador, o crime terá por trás de si motivações ainda mais sombrias, que Brian De Palma explora de maneira delicada, como quem descobre, à medida que passa o tempo, que ninguém neste mundo pode ser chamado de normal. Dália Negra (The Black Dahlia, Estados Unidos, 2006, 121 minutos). Direção: Brian De Palma. Com Josh Hartnett, Aaron Eckhart, Scarlett Johansson, Hilary Swank, Mia Kirshner, Graham Norris. Imagem Filmes.

Filmografia G A Festa de Casamento (1964)

G Um Tiro na Noite (1981)

G The Responsive Eye (1966)

G Scarface (1983)

G Murder à la Mod (1967)

G Dublê de Corpo (1984)

G Quem Anda Cantando nossas Mulheres (1969)

G Quem Tudo Quer, Tudo Perde

(1986)

G O Homem de Duas Vidas (1972)

G Os Intocáveis (1987) G Os Pecados de Guerra (1989)

G Irmãs

Diabólicas (1973) G O Fantasma do Paraíso (1974) G Trágica Obsessão (1976) G Carrie, a Estranha (1976) G A Fúria (1978) G Vestida para Matar (1980)

G A Fogueira das Vaidades (1990) G Síndrome de

Caim (1992) G O Pagamento Final (1993) G Missão Impossível (1995) G Missão Marte (2000) G Femme Fatale (2002, foto) G Dália Negra (2006)

Bicho Vai Pegar (Open Season, EUA, 2006, 96 minutos). Os animais voltam a atacar nos cinemas em mais uma animação, a primeira da Sony Pictures Animation. O protagonista da vez é Boog (Martin Lawrence) um urso pardo domesticado e mimado por Beth (Debra Messing), uma guarda florestal que o resgatou quando ele ainda era um filhote. O animal cresceu com todo o conforto e carinho da mãe adotiva, sem nem se quer ter idéia do que significa uma vida selvagem. Assistir televisão, comer oito vezes por dia e dormir com um ursinho em um cestinho aconchegante são apenas alguns dos privilégios de Boog. Mas a vida feliz e tranquila do urso toma outro rumo quando ele conhece Elliot (Ashton Kutcher), um cervo magricela e tagarela. Depois de ajudar Elliot a sair de uma enrascada, os dois acabam se aventurando pela cidade e terminando a noitada sendo reassentados na floresta. Vendo o desespero do urso por estar longe dos confortos domésticos, o tagarela Elliot propõe ajudar o peludo a encontrar o caminho de volta para casa. Mas em troca o cervo quer ganhar um cantinho na morada do urso. A poucos dias da abertura da temporada anual de caça, a solução é a dupla de bichos unir forças e encontrar o mais rápido possível o caminho de volta para a cidade. Pelo caminho, outros animais da floresta ajudam os dois na força de resistência contra os caçadores. A comédia é dirigida por Jill Culton e Roger Allers e co-dirigida por Anthony Stacchi. O roteiro é de Steve Bencich & Ron J. Friedman e Nat Mauldin. Columbia Pictures/Divulgação

stados Unidos, janeiro de 1947. Uma mulher é morta de modo brutal e misterioso. Com ambições de tornar-se estrela em Hollywood, selecionava seus namorados entre diretores e produtores da indústria do cinema. Não raro tentava mostrar talento também longe das câmeras para conseguir papéis. Em vida, era a aspirante a atriz Betty Short (Mia Kirshner). Depois ficaria conhecida pelo codinome de Dália Negra, em razão de seu traje sempre preto. O assassinato será investigado pelos policiais Bucky Bleichert (Josh Hartnett) e Lee Blanchard (Aaron Eckhart), ex-lutadores de boxe que formam uma simbiótica dupla: o primeiro é conhecido como Fire (fogo) e, o outro, como Ice (gelo). Dessa premissa quente parte o filme Dália Negra, de Brian De Palma, cujo roteiro foi baseado no livro The Black Dahlia, de James Ellroy, além de usar elementos de um crime real que chocou os EUA na época. Para apimentar mais a trama, os dois homens da lei dividem o amor de Kay (Scarlett Johansson), que a princípio dedica-se ao Sr. Fire, mas não faltará oportunidade, com sua piteira sempre na boca, em que tentará derreter Mr. Ice. Outra presença feminina que abala os rumos da história é Madeleine Linscott (Hilary Swank), filha de família rica e poderosa, que freqüenta lugares pouco adequados a uma moça da sociedade de então. Duas vezes ganhadora de prêmios Oscar, a atriz não deixa para ninguém quando entra em cena: olha para o lado, pronuncia uma frase evasiva e mantém os nervos de seu interlocutor à flor de pele, porque nunca diz tudo o que sabe, ou pode ser algo que não parece.

Nova comédia de Daniel Filho

M

uito Gelo e Dois Dedo D'água (Brasil, 2006, 90 minutos). Depois do sucesso do longa-metragem Se Eu Fosse Você, Daniel Filho volta à telona na direção de outra comédia. Mariana Ximenes e Paloma Duarte interpretam Roberta e Suzana, duas irmãs na casa dos 30 anos que se unem para vingar a avó, vivida pela atriz Laura Cardoso, que durante a infância das meninas atormentava a dupla com conceitos rígidos sobre etiqueta e educação. Deixando os ensinamentos da avó de lado, as duas põe em prática a idéia de sequestrá-la. Antes de levarem a avó para a casa de praia da família, um advogado e um médico entram no caminho das garotas dando início a uma série de confusões. O elenco ainda traz Thiago Lacerda, Ailton Graça, Carla Daniel e Ângelo Paes Leme. o Luto à Luta (Brasil, 2004, 76 minutos). O documentário dirigido por Evaldo Mocarzel tem como tema a síndrome de down. Pais e filhos narram seu cotidiano com histórias de superação e carinho. O choque inicial dos pais ao receberam a notícia dos médicos e o mito da curta duração de vida das crianças com down estão entre os temas. O longa também mostra crianças que antes eram limitadas às escolas especiais e hoje estão em colégios comuns.

D


2

Ambiente Compor tamento Acidente Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Reportagem do jornal americano sugere um defeito no transponder do jato, fabricado pela Embraer.

O JATO DA EMBRAER ERA PILOTADO POR AMERICANOS

Sebastião Moreira/AE

Paulo Pampolin/Hype

DOAR SORRISOS riar brinquedotecas e ver a C felicidade brotar no rosto da garotada. É isso que a Ó RBITA

PCC governador de São O Paulo, Cláudio Lembo, afirmou ontem, em Sorocaba (SP), que os ataques comandados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) não irão se repetir, pelo menos com a mesma intensidade verificada nas ondas iniciadas em maio. "Pode até ocorrer alguma coisa, mas nada que se compare àqueles ataques do início do ano." (AE)

FOGO NA ESTAÇÃO REPÚBLICA estação República do A Metrô ficou fechada por cerca de uma hora ontem à tarde devido a um incêndio (foto) causado por um problema em uma de suas

escadas rolantes. A estação foi reaberta às 15h30. Ninguém ficou ferido. Segundo o Corpo de Bombeiros, o incidente pode ter sido causado por um curto circuito. (AE)

campanha "Doe Sorrisos", da Associação Comercial e Empresarial de Diadema (ACE Diadema), pretende fazer no próximo Dia das Crianças. A iniciativa, que teve início no dia 27 de setembro e segue até 12 de outubro, visa a arrecadar brinquedos novos ou usados e distribui-los a três entidades assistenciais da região – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Lar São José e Santa Casa de Diadema. Segundo o presidente da ACE Diadema, Odair Paulino, a campanha, além de fomentar o comércio do município, abraça a responsabilidade social.

Helicóptero da FAB retira corpos do local do acidente

NYT suspeita de falha no Legacy O

Importadas

SÓ bebidaS Nacionais

incluindo o tipo de avião e sua altitude, para outros aviões e as torres de controle. Nas torres, segundo a reportagem, existe um sistema que envia e recebe sinais de rádio, captando os ecos e aeronaves na área, e o u t ro q u e " f a l a " c o m o s transponders. O NYT afirma que as torres confiam mais no segundo equipamento, porque ele não sofre interferências meteorológicas ou de pássaros. A reportagem do jornal americano destaca também que destaca que a mídia brasileira acusa os pilotos de responsáveis pelo acidente. Segundo o jornal, as notícias afirmam que eles estavam voando fora de altitude determinada. Ainda segundo o NYT, a caixa preta do Boeing da Gol estava bastante danificada, e como se trata de um assunto delicado, as autoridades brasileiras estariam considerando enviála para análise no Canadá ou mesmo nos Estados Unidos. O jornalista Joe Sharkey, que estava no avião, já havia escrito um artigo no NYT, onde chamava os pilotos de heróis. O texto provocou indignação, principalmente entre brasileiros, que postaram dezenas de recados no site do jornal. (Agências)

Só BEBIDAS

Preços Promocionais

Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90

s guê ortu Vila P o a Vinh vento d 0 5 n , o 2 C R$ 2

Vinho do Porto Senador R$ 27,90

Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90

ano Itali oc o h Vin cati-D Fras 16,50 R$

Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50

Vinho Italiano Chianti R$ 29,90

o hilen C o a Vinh rta Viej ernet Ca re/Cab ené ,90 Carm R$ 14

“MANIA DE VENDER BARATO”

Lambrusco R$ 11,50

ês tugu r o oP o Vinh Redond 0 9 9, R$ 2

ês tugu r o oP a Vinh Cartux 0 4,9 R$ 6

Couteiro Mor R$ 26,90

Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00

Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90

uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 5, R$ 2

Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO

PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.

www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO

DC

jornal americano The New York Times publicou reportagem ontem, sugerindo que o acidente com o vôo 1907 da Gol pode ter sido causado por uma falha num equipamento do jato Legacy da Embraer, que era pilotado por dois pilotos americanos. Entre os sete tripulantes do jato, estava o jornalista Joe Sharkey, do próprio NYT. De acordo com o texto, escrito por dois jornalistas, os investigadores do caso no Brasil disseram que o Boeing 737 da Gol estava visível no radar, mas se recusaram a dizer se o Legacy também estava. Essa recusa, segundo o jornal, poderia sugerir que o equipamento que tornaria o jato visível para o Boeing "poderia não estar funcionando". "Se o equipamento no jato não estava funcionando, isso pode explicar porque não houve alerta para a aeronave (da Gol), mas não teria afetado o equipamento anticolisão do jato executivo para detectar o Boeing e alertar a tripulação", diz o texto. Os pilotos tiveram seus passaportes apreendidos e ainda estão no Brasil. Transponder – O equipamento a que se refere a reportagem é um transponder, capaz de enviar e receber sinais,


sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

PAÍS TEM 10,3 MILHÕES DE NEGÓCIOS INFORMAIS

90

documentos são necessários para a formalização de uma empresa

O TEMPO MÉDIO PARA A FORMALIZAÇÃO DE UM NEGÓCIO NO PAÍS ULTRAPASSA OS 70 DIAS, SEGUNDO ESTUDO

A LUTA PARA FORMALIZAR A EMPRESA Milton Mansilha/LUZ

C Negócio informal limitava a atuação de Juliana Candia

Preços de brinquedos variam 166%

P

esquise muito os preços e as formas de pagamento antes de comprar e economize até 166,72% nos brinquedos para o Dia das Crianças. É o que mostra a pesquisa divulgada ontem pelo Procon-SP, realizada entre os dias 18 e 19 de setembro. O levantamento avaliou 10 estabelecimentos comerciais distribuídos pela cidade de São Paulo e levou em consideração itens como a diferença de preços entre os pontos de venda, variedades de produtos e as formas de pagamento. A maior diferença de preços encontrada entre brinquedos foi de 166,72%, revelada no Jogo do Tubarão, produzido pela

marca Estrela. Enquanto a loja Toy Stok, na Rua Treze de Maio, vende o modelo a R$ 79,99, na Ri Happy, que fica na Rua Domingos de Moraes, o mesmo brinquedo pode ser encontrado a R$ 29,99. "O objetivo da pesquisa é mostrar ao consumidor que ele deve ter uma noção de preço médio do produto procurado antes de ir às compras", disse a diretora de Estudos e Pesquisas da Fundação Procon, Valéria Rodrigues Garcia. No quesito preço e diversidade de produtos, foi o Armarinhos Fernando, na Rua 25 de Março, que levou a melhor. Dos 79 itens pesquisados pelo Procon, 72 foram encontrados

nesse estabelecimento e, deles, 65 têm o preço mais baixo de todas as lojas pesquisadas. Segundo a pesquisa, na região norte de São Paulo, é a loja Cia Real Kentfrio, na Avenida Nossa Senhora do Ó, o lugar com maior oferta de brinquedos. Na zona sul, a diversidade é melhor na unidade da Ri Happy na Rua Domingos de Moraes. É a Paraíso Brinquedos e Presentes, na Avenida Aricanduva, a melhor opção de variedades na zona leste. E a P.B. Kids, na Avenida. Rebouças, na Oeste. Veja a lista completa de preços do Procon no site: w w w. d c o m e rc i o . c o m . b r / c anais/economia_index.htm. Sonnaira San Pedro

umprimento da lei, necessidade da emissão de nota fiscal e atendimento às exigências de clientes e fornecedores são as principais motivações para micros e pequenos empresários buscarem formalizar seu negócio. Em contrapartida, a burocracia, o excesso de documentação e a falta de capital são questões que aparecem entre os maiores empecilhos para a criação de uma empresa. É o que mostra estudo sobre o tema realizado pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae Nacional) e Instituto Vox Populi, feito e n t re a b r i l e agosto deste ano. Foram entrevistados 9.493 empreendedores de todo o País, com empresas formalizadas entre 2004 e 2005. O estudo apontou que 20% dos empreendedores (1.929) já trabalhavam na informalidade, antes de legalizar as empresas, segundo a responsável pela coordenação do trabalho,

Magaly Albuquerque. Não há levantamento atualizado sobre esse universo de empresas. O último estudo, feito pelo Sebrae em 2003, detectou 10,335 milhões de empreendimentos informais no País, contra 5,422 milhões de empresas formais. A pesquisa

divulgada ontem permite projetar que, do total de micros e pequenas empresas abertas anualmente, cerca de 20% já operavam na informalidade. Entre os ouvidos pela pesquisa Sebrae/Vox Populi, a operação informal foi realizada, em média, durante 1.084

dias, conforme Magaly. No caso da artista plástica Juliana Candia de França Carvalho Ribeiro, o período de informalidade foi bem maior do que os três anos detectados pela pesquisa. Dedicada a trabalhos com pinturas especiais, Juliana vendeu artigos para jardins informalmente por oito anos. Para fazer jus aos subsídios que o Sebrae oferece aos micros e pequenos para participação em feiras, Juliana acelerou a formalização da sua empresa. O p ro c e s s o d e legalização consumiu um mês e ligações diárias para o contador contratado. Entre os empresários que só começam a operar depois de formalizar a empresa, a principal motivação detectada pela pesquisa do Sebrae é a vontade de ter um negócio próprio. Em média, gastam-se 70 dias para abrir uma empresa no Brasil, entre inscrições em 10 órgãos e providências de cerca de 90 documentos. Fátima Lourenço


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

ADEGA

GASTRONOMIA Dia das Crianças com novos cardápios

A evolução do nacional

Fotos: Divulgação

Sérgio de Paula Santos

N

Wrap Dog: salsicha light com purê de batatas, enrolado no pão folha

Temaki de shitake do Noyoi: convite para Parque do Barney de brinde

Malabares, brinquedos e batatinhas Lúcia Helena de Camargo

P

ais se preocupam com a alimentação das crianças sempre. E como não são comuns garotos como o daquela propaganda, que implora para que a mãe compre brócolis, o jeito é oferecer opções criativas para que a garotada coma alimentos saudáveis sem fazer careta. Aqui um pequeno roteiro de casas com opções interessantes de cardápio para os pequenos no Dia das Crianças. Com a idéia de apurar o paladar da criançada com pratos e ingredientes mais saudáveis, o Wraps coloca no menu infantil o Wrap Dog (R$ 6,90), um cachorro quente com salsicha light acompanhada de purê de batatas, dentro do pão folha. A sugestão é tomar o lanche com o Smoothie Hawai (R$ 7,95), vitamina de morangos batidos com frozen iogurte light e sucos de abacaxi e laranja. O hambúrguer, popular entre as mini pessoas, é servido na Lanchonete da Cidade grelhado na brasa de carvão, modo de preparo que garante uma refeição mais saudável e saborosa. Em tamanho menor do que a versão para adultos, chegam o Hamburguinho (R$ 9) e o X-burguinho (R$ 11). Malabares - No Chácara Santa Cecília, em Pinheiros, no Dia das Crianças um artista com perna-de-pau circulará pelo restaurante e fará apresentações de malabares. E dentro do Projeto Educação com Recreação Ambiental, as crianças serão convidadas a montar brinquedos com sucatas, participar de brincadeiras como cama de gato e futebol peteleco, além de caça ao tesouro – uma caixa com brindes e doces – dentro da grande área arborizada da casa. O restaurante também pede que cada criança leve um brinquedo, que será doado a carentes atendidos por ONGs da região. No cardápio infantil entraram batata Smiles, mini hamburguinho, pastéis, risoles e coxinhas. No japonês Noyoi, as 15 primeiras crianças que almoçarem ou jantarem ganham um par de ingressos para O Parque Musical do Barney, válidos para domingo, dia 15, no Via Funchal. Curso - O Lar Center leva a criançada à cozinha para trabalhar. No curso

desta sexta, dia 6, o chef Fabiano Bueno ensina os pequenos a preparar sanduíches como Croque Monsieur, Tio Sam e Beirute. Organizada em conjunto com a Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia e Turismo de São Paulo (Hotec), a aula acontece das 14h às 16h30, com taxa de inscrição a R$ 5. Há 50 vagas. Boa ação - E que tal alimentar as suas crianças e ao mesmo tempo presentear carentes? Essa é a proposta do Grano Restaurante, nas duas casas no

mingo 15, o restaurante vai oferecer, no almoço, um bufê kids que inclui hot-dogs, hambúrgueres, batatassmiles, espaguetinho e salgadinhos de festa, além de sobremesa gelada multicolorida e uma aula de golfe. O pacote sai por R$ 23. Sobremesas - No dia 12, ganha um Petit Gatinho (mini petit gâteau, com chocolate derretido e frutas) toda criança que pedir um prato do Menu Kids, que inclui opções como espaguete ao molho de tomate ou queijo

da, com brigadeiro cremoso, coberta de granulado colorido. Na Semana da Criança, a casa terá um mágico e distribui caricaturas do Empadolino para colorir. Cada empada custa R$ 2,70. O Amor aos Pedaços traz o Bolo Brigadeiro Divertido, recheado com bichode-pé e cobertura de brigadeiro, com confeitos coloridos e filetes de chocolate branco e ao leite. O bolo inteiro, com 1,3 kg, custa R$ 64,90. Para dar de presente, há a caixa de 150 gramas com dez waffers de chocolate branco e ao leite decorados com confeitos de açúcar e de chocolate, granulados e cereais com chocolate (R$ 26), e as Bruxinhas, de 140 gramas, recheadas com doce de leite, bicho de pé e brigadeiro (R$ 26). Amor aos Pedaços - SAC São Paulo: (11) 5502-8103. Outras Localidades 0800-7021300.

Bonecos da Doceria Holandesa; bolo do Amor aos Pedaços, empadas do Rancho da Empada e prato do Grano

Armazén Paulista - Alameda Jauaperi, 570, Moema, tel.: (11) 5052-3106. Chácara Santa Cecília - Rua Ferreira de Araújo, 601 Pinheiros, tel.: (11) 3034.3910. Doceira Holandesa - 13 lojas SAC – (11) 3331-3188. Goga - Rua Orobó, 125, Alto de Pinheiros, tel. (11) 3022-2424. Grano - Rua Bandeira Paulista, 807, Itaim, tel.: (11) 3168-9659.

Itaim. Quem consumir o bufê completo no almoço em todos os sábados de outubro participa da campanha. Com acesso a uma lista com nome e idade de crianças de diversas instituições (Associação Maria Helen Drexel, Lar Judith Ângela Paganini Corcelli, Lar Social Girassol e Lar Vinicius), o cliente poderá escolher uma criança a ser presenteada e o brinquedo que será dado a ela. Com opções diferentes a cada dia no bufê, a proposta da casa é oferecer saladas e massas saudáveis. Golfe infantil - No recém-inaugurado Goga, que funciona dentro do Onne Unigolf, espaço para prática de golfe, na quinta dia 12 e no do-

(R$ 13,80), bife com fritas (R$ 14,80) e mini hambúrguer com fritas e molhos (R$ 13,80), no Armazén Paulista. Bonecos - E a Doceria Holandesa faz a festa durante o mês de outubro com bonecos de pano e bolo pirulito. Os bonecos vêm dentro de uma caixa abraçando um mini bolo de chocolate coberto com bolinhas de cereais (R$ 16). O Bolo Pirulito também é vendido à parte (R$ 6). E outra opção colorida é o Tablete Joaninha, que consiste em chocolate recheado com marshmallow e decorado com joaninhas de chocolate (R$ 3). A empada de brigadeiro é atração no Rancho da Empada, do dia 8 ao 15. Nas versões recheada ou super-rechea-

Lanchonete da Cidade Alameda Tietê, 110, Jardins, tel.: (11) 3086-3399. Noyoi - Rua Gomes de Carvalho, 1165, Vila Olímpia, tel.: (11) 3044-2643. Rancho da Empada - Rua Domingos de Moraes, 2026, tel.: (11) 5549-4443 e mais seis endereços. Shopping Lar Center - Av. Otto Baumgart, 500, Vila Guilherme, tel.: (11) 6224-5959. Wraps - Avenida Horácio Lafer, 160, Itaim, tel.: (11) 3078-6735.

a última semana de setembro, Bento Gonçalves (RS) e São Paulo sediaram, simultaneamente, por videoconferência, a Avaliação Nacional de Vinhos, safra 2006, em sua 14ª edição. O evento, de porte internacional, reuniu em ambas cidades cerca de 1000 degustadores de vinhos, entre profissionais do setor e apreciadores, enófilos. Possivelmente tenha sido o evento um dos maiores já realizados na área de enologia, em todo mundo. Apesar do grande porte da avaliação, a organização do evento foi muito boa, da seleção das amostras à avaliação final. Sendo todos os vinhos do mesmo ano, 2006, a maior parte das amostras foi recolhida ainda nos tanques, não engarrafados. Participaram dessa avaliação 63 empresas vinícolas dos Estados de RS, SC, PR e PE, em um total de 252 amostras, sendo 171 vinhos tintos e 55 brancos. Pela primeira vez inclui-se a categoria de Vinho Base para a produção de Espumantes, com 26 amostras inscritas. Os vinhos foram previamente avaliados em 15 sessões, em agosto (2006) no Laboratório de Análise sensorial da Embrapa, sempre no período da manhã. Participaram da avaliação 75 enólogos, com experiência em degustação, divididos em três grupos (cinco sessões por grupo), com 25 degustadores em cada sessão. As amostras foram degustadas às cegas. Diariamente, eram degustadas 17 amostras, utilizandose a ficha de O.I.V. que atribui notas em uma escala de 0 a 100. Para composição da nota fiscal foram consideradas dez variáveis, associadas ao Aspecto (limpidez, tonalidade), Olfato (intensidade, nitidez, qualidade) e Gosto (intensidade, nitidez, qualidade, persistência) e Apreciação global. Os vinhos tintos foram servidos rigorosamente a 17°C e os brancos a 10°C. A seleção dos 30% melhores vinhos, entre tintos, brancos e vinhos base para espumante foi feita de acordo com a mediano, seguindo-se para desempate a média aritmética. As notas finais de cada vinho foram obtidas a partir do cálculo de 23 a 26 notas (conforme o grupo), o que valoriza

o resultado. Do painel de comentaristas da avaliação, entre enófilos, enólogos e jornalistas, 11 em Bento Gonçalves e cinco em São Paulo, destacavam-se dois nomes, de projeção internacional - Philippe Coulon, enólogo chefe da Moët-Chandon internacional, a maior empresa de champanhes e Maria Isabel Mijares, enóloga de nível internacional e muito ligada ao nosso País. Ao final da seleção entre os 30% dos vinhos preferidos pelos enólogos-degustadores (que corresponderam a 78 amostras), resultaram apenas 16 amostras, entre tintos, brancos e um vinho base de espumante, que foram os degustados pelos 16 comentaristas de São Paulo e Bento Gonçalves. Como não temos as notas desse painel, limitamo-nos a informar ao leitor nossa avaliação pessoal, apenas dos tintos e brancos, visto que o vinho base nunca chegará ao consumidor, pois que se destinará ao preparo dos espumantes vinhos brancos. Para nós seu nível foi muito bom, com exceção das duas amostras da variedade moscatel. Destacaram-se, insisto, em nossa avaliação pessoal, o chardonnay da Cooperativa Vinícola Aurora, de coloração amarela brilhante, aroma de frutas cítricas e leve madeira. Redondo e robusto. Segue-se o Pinot Grigio da Fortaleza do Seival (miolo), uma grata surpresa. Entre os tintos, o Merlot, da Vinícola Don Cândido, talvez o melhor de toda avaliação e o Tannat da Salon, surpreendentemente macio para um Tannat e ainda jovem. Temos a convicção de que esses vinhos deverão evoluir bem, pelo potencial demonstrado. Em comparação com as avaliações anteriores, desde 1992, pode-se dizer, sem bajulação, que o progresso qualitativo de nossos vinhos foi acentuado. Podem e devem melhorar mais. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

Doce e nobre podridão José Guilherme R. Ferreira

V

itivinicultores de Sauternes, subregião de Bordeaux, na França, colhem uma safra 2006 promissora. O marcante verão, com dias de até 35 graus e períodos regulares de chuva, ajudou os vinhedos. "Agora é esperar que a Botrytis tenha feito sua mágica", diz François Amirault, gerente do Château de Fargues. Os prodigiosos vinhos Sauternes, produzidos em Fargues, Bommes, Preignac, Barsac e Sauternes, dependem da pourriture noble (podridão nobre) provocada nas uvas pela Botrytis cinerea, fungo que ataca a casca de cada bago, passa para seu interior e evolui provocando ressecamento e concentração de açúcar. Já a proliferação da Botrytis ocorre graças à alternância de sol e de brumas matinais. A colheita em Sauternes repete rotina de séculos. No

Château d'Yquem, o mais tradicional, 140 colhedores estão à caça de cachos "doentes". Como a Botrytis não ataca de maneira uniforme, a busca transforma-se em seleção de bagos podres. Esse rigor garante a qualidade (e o alto preço) dos vinhos. O corte das uvas "botrytizadas" é feito em ondas, no tempo de ação do fungo em cada cepa, Sauvignon Blanc ou Sémillon. Michel Onfray, da nova geração de filósofos franceses, autor de A Razão Gulosa - a Filosofia do Gosto (Rocco, 1999) vê na alquimia dos Sauternes "uma metáfora, uma espécie de lição de metafísica resumida que mostraria (...) a força do destino, os efeitos devastadores do tempo, o caráter implacável da entropia, a destruição instilada no próprio coração da vida, a generalização do princípio parasitário para explicar a realidade, a morte entendida como continuação da vida por outros meios, a eterna metamorfose, a única eternidade dos átomos e da matéria".

http://www.yquem.fr/ http://www.chateau-de-fargues.com/

O original instrumentista Nivaldo Ornelas encontra no palco o talento de Magno Alexandre

SHOW

Diálogo musical

S

ão Paulo recebe neste fim de semana a turnê inédita Gerações de Minas com a dupla de instrumentistas Nivaldo Ornelas e Magno Alexandre. A turnê, iniciada no dia 1º de junho, já passou pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais e chega agora em território paulistano para apresentações no palco do Teatro do Sesc Pompéia. Os músicos serão acompanhados pela banda formada pelo convidado especial Paulo Braga (bateria), Kiko

Continentino (piano) e Sérgio Barrozo (baixo acústico). O encontro entre Nivaldo Ornelas, saxofonista, flautista, arranjador e compositor com o jovem guitarrista e violonista Magno Alexandre aconteceu graças a Toninho Horta na época da gravação do primeiro CD Maracatuba. A troca de experiências entre músicos de diferentes gerações aproximou dois artistas de formações e estilos que se complementavam. A união trouxe sorte a Magno que

começou estudar violão desde a adolescência. No ano passado ele recebeu o prêmio Marco Antônio Araújo de melhor CD Instrumental de 2004 com Maracatuba. Já Nivaldo Ornelas tem 15 discos lançados, além de uma carreira internacional consolidada. Emprestou seus sopros originais e criativos para renomados artistas como Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Paulo Moura, Hermeto Pascoal e o casal Airto Moreira e Flora Purim.

Agora o público de São Paulo tem a chance de conhecer a mescla de talento no palco do Sesc. O Gerações de Minas, programa de patrocínio cultural da Natura Musical, terá somente uma apresentação na cidade. Gerações de Minas. Teatro do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, Pompéia. Tel.: (11) 3871-7700. Dia 8, às 18h30. Ingresso: grátis.


sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Coronel foi morto com seu revólver

A

gora é oficial. O Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica comprovou que o coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães foi assassinado com sua própria arma: um revólver calibre 38, que desapareceu de seu apartamento, nos Jardins, zona sul de São Paulo. O exame de confronto balístico constatou que o projétil apreendido no sofá da vítima tinha impressões de raia idênticas a dos fragmentos recolhidos num sítio em Espírito Santo do Pinhal, onde Ubiratan costumava praticar tiro ao alvo. A impressão de raia é a marca do interior do cano da arma que fica estampada no projétil. É como uma impressão digital: cada arma deixa a sua. O laudo balístico foi entregue ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) anteontem à noite. O delegado Marco Antônio Olivato ainda aguarda o resultado do exame metalográfico (que busca vestígio de sangue e tiro) nas roupas da advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, e nas toalhas apreendidas no apartamento de Ubiratan. Na semana passada, Carla foi indiciada por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil (ciúmes) e impossibilidade de defesa da vítima (que estava desarmada e alcoolizada). O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, chefe da Divisão de Homicídios, e o promotor Luiz Fernando Vaggione disseram, com convicção, que "Carla é a assassina do coronel". O promotor adiantou que vai oferecer denúncia contra a advogada, para que ela seja processada criminalmente pelo assassinato. A Polícia Civil atribuiu à advogada a autoria do crime antes mesmo de receber todos os laudos do Instituto de Criminalística. A conclusão da autoria foi resultado de um conjunto de indícios que apontavam a advogada como única suspeita de ter feito o disparo. Só Carla esteve no apartamento de Ubiratan no sábado à noite, segundo os porteiros do condomínio. Ligações – No período em que estava lá, ela atendeu a duas chamadas telefônicas da delegada federal Renata Azevedo dos Santos Madi. A primeira ligação, feita às 19h03, motivou uma briga entre o casal, logo após Ubiratan falar por alguns segundos com a delegada. Na segunda chamada telefônica, às 20h26, Renata não falou com o coronel. A polícia suspeita que, nessa hora, Ubiratan Guimarães já estivesse morto. (AE)

Compor tamento Polícia Urbanismo Acidente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

O BLOQUEIO FICARÁ EM VIGOR ATÉ DEZEMBRO

A intenção é organizar a rua para que as pessoas façam compras com muito mais conforto e segurança. Andrea Matarazzo

25 de Março sem carros na segunda A medida, implantada em caráter experimental, pretende dar mais segurança a pedestres. Lojistas estão apreensivos com o bloqueio. Fotos: Luiz Prado/Luz

Kelly Ferreira

A

partir de segundafeira, as 40 milhões de pessoas esperadas até o final do ano na rua 25 de Março, no Centro da capital, não disputarão mais espaço com os carros que circulam na via em horário comercial. O bloqueio acontecerá em um perímetro de 350 metros. A circulação de veículos entre a rua Carlos de Souza Nazareth e a ladeira da Constituição estará proibida, inicialmente como uma uma medida experimental da Prefeitura, até dezembro. Se for aprovada, a proibição poderá se tornar permanente. A previsão para o número de visitantes no maior centro de compras a céu aberto de São Paulo é da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências). A interdição acontecerá de segunda a sábado, das 10h às 18h, e será feita com cancelas e cavaletes, que serão instalados pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras no próximo domingo. De acordo com o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeitura da Sé, Andrea Matarazzo, o projeto é experimental, mas se der bons resultados, poderá se tornar permanente. Se não der certo, outras alternativas para o trânsito na região serão estudadas. "A intenção é organizar a 25 de Março para que as pessoas possam fazer suas compras com muito mais conforto e segurança", explicou Matarazzo. Apreensão – A idéia de fechar parte da 25 de Março, planejada em conjunto entre a Prefeitura, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a Univinco, deixou a maioria dos lojistas apreensiva. "Ficamos com um pé atrás por causa dos ambulantes. Mas, nos garantiram (Andrea Matarazzo) que haverá aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com a instalação de um posto fixo, reforço da Polícia Militar para dar respaldo ao guardas municipais e uma fiscalização como nunca foi visto aqui na 25, além de vigilância por meio das câmera, disse o presidente da Univinco, Miguel Jorge Junior. Segundo ele, até os camelôs que têm o TPU (Termo de Permissão de Uso) estão com medo que outros ambulantes irregulares invadam esse trecho da rua. "Se eles estão preocupados, imagine os lojistas? Caso esse projeto experimental não dê certo, iremos pressio-

Confusão de carros e pedestres na rua 25 de Março (acima). Com fechamento, a Prefeitura pretende agilizar as compras dos mais de 40 milhões de consumidores que visitarão a rua até o fim do ano. À esquerda, a 15 de Novembro, que será reaberta para veículos, já com postes de sinalização.

nar a Prefeitura para resolver a situação", disse. Para o gerente-geral do Armarinhos Fernando, uma das maiores lojas da rua 25 de Março, Marcio Gavranic, é preciso dar um crédito para essa nova experiência. "Temos de dar uma chance e aguardar o que irá acontecer. Essa medida pode tornar a rua mais segura para os compradores", disse. Alternativas – A rua 25 de Março deixará de ter mão-dupla e passará a ter sentido único desde a rua Paula de Souza até a avenida Senador Queiroz. O sentido único também será adaptado nas ruas Barão de Duprat, da Carlos de Souza Nazareth até a Cavaleiro Basí-

lio Jafet, e da Paula Souza até a avenida Senador Queiroz; na Comendador Afonso Kherlakian, da Barão de Duprat até a Comendador Abdo Schain; na Comendador Abdo Schain, da Comendador Afonso Kherlakian até a Cavaleiro Basílio Jafet. O motorista que sai das zonas sul e oeste deverá utilizar a ligação Leste/Oeste, viaduto 31 de Março, rua da Figueira, viaduto Antonio Nakagima, avenida Rangel Pestana (sentido Centro) e rua Bitencourt Rodrigues, para chegar à rua 25 de Março. Da zona leste, o motorista deverá fazer o mesmo trajeto, iniciando pela pista local da Radial Leste, em vez da

ligação Leste/Oeste. Durante os primeiros dias, a CET irá acompanhar e orientar motoristas e usuários. Retirada – Ontem, a Subprefeitura da Sé realizou uma operação para retirar barracas de camelôs irregulares da ladeira da Memória, na região do Anhangabaú, no Centro. Foram apreendidas 140 barracas e muitas mercadorias, inclusive uma televisão de 29 polegadas e vários jogos eletrônicos, suficientes para encher 23 caminhões. Três pessoas foram presas por resistência. Ninguém ficou ferido. Carros – Enquanto a 25 de Março fecha para a circulação de veículos, a rua 15 de No-

vembro, também no Centro da capital, será liberada para os automóveis. A abertura para a passagem de carros, entre a rua João Brícola e a praça Manoel da Nóbrega, ainda não tem data definida. De acordo com a Subprefeitura da Sé, ela deve ser aberta no final deste mês. Por enquanto, algumas obras, como a colocação de postes de ferro e faixas no chão, dão uma noção de como será a passagem. Segundo a Subprefeitura da Sé, as sinalizações serão apenas para indicar aos motoristas que podem utilizar a via. Os veículos poderão circular pelo calçadão que, nessa primeira etapa, não será rebaixado e nem asfaltado. A nova via, de mão única, receberá apenas o trânsito local, com velocidade máxima permitida de 20 km/h. Os pedestres terão apenas poucos metros nas laterais para circularem livremente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

LAZER - 5

CD

CRIANÇA Praia, arvorismo e o prodígio Mozart no mês da garotada

Arte viva

Fotos: Divulgação

Aquiles Rique Reis

D Situações inusitadas em um passeio pela praia em Guarda Zool. E A Flauta Mágica com bonecos que parecem flutuar ao som de Mozart.

Objetos animados no palco Rita Alves

A

s peças Guarda Zool e A Flauta Mágica são duas boas opções para quem pretende passar o Dia das Crianças se divertindo no teatro. Os dois espetáculos estão dentro da programação especial preparada pelo Teatro Alfa para o próximo dia 12. A Cia. Teatro das Coisas escolheu a praia para sua mais nova aventura. O espetáculo Guarda Zool começa logo que os dois personagens pisam na areia. No palco, o guarda-sol vira o abrigo mais divertido do lugar e a imaginação é a protagonista da brincadeira. Diversos objetos ganham vida na mão dos atores-manipuladores Cláudio Saltini e Raniere Guerra. Um balde, por exemplo, é transformado em um animado Gene Kelly que dança ao

som de Cantando na Chuva. Já em A Flauta Mágica perigos e desafios recheiam a história. O príncipe Tamino acompanhado de sua flauta tenta salvar a princesa Pamina, mantida prisioneira pelo misterioso Sarastro. A sorte de Tamino é que ele não está sozinho. Na companhia do príncipe estão um caçador de pássaros e três geniozinhos que juntos enfrentam dragões, dinossauros e um feiticeiro. A aventura dos bonecos acontece ao som de Mozart, em uma trilha sonora adaptada pelo maestro Jamil Maluf. O Auditório Ibirapuera também homenageia a criançada com belas apresentações infantis. O conto musical Pedro e o Lobo, do russo Sergei Prokofiev, é uma das atrações. Sob a regência da

maestrina Gretchen Miller e narração de Arthur Zanin mostra a história dos personagens que são instrumentos. Pedro, por exemplo, é o quarteto de cordas. O conto, interpretado pela Orquestra Sinfônica Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música, poderá ser apreciado pelos pequeninos de graça, dia 12, às 11h. Felizardo e Dominó Sinfônico são outros espetáculos programados para o mês das crianças. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Tel.: (11) 5693-4000. Auditório Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2 do Parque do Ibirapuera. Tel.: (11) 5908.4299.

Os Incríveis estão entre os filmes exibidos na Sessão Encantada: cinema e teatro unidos no Centro Cultural Banco do Brasil

N

ão faltarão atividades para a garotada que passar pelo Centro Cultural Banco do Brasil. A Sessão Encantada é uma delas. Entre os dias 11 e 29 serão exibidos dez filmes acompanhados de performances teatrais. O encontro entre a arte e o cinema terá a cada sessão um número ao vivo dos atores e contadores de histórias do grupo Meninas do Conto. Na tela desenhos animados de diversos países como O Castelo Animado (Japão), Os Incríveis (EUA), o brasileiro Castelo Rá-Tim-Bum – O Filme, além do clássico do cinema mudo O Circo, de Charles Chaplin.

A música também tem espaço na programação do centro cultural e é com a obra do austríaco Mozart que as crianças vão fazer a festa. O compositor que demonstrou seu talento desde a infância é o tema do projeto Mozart Para Crianças que acontecerá nos dias 12 e 13, às 14h. As formadoras de platéia Clarice Miranda e Liana Justus apresentarão de forma recreativa e alegre a vida e obra do compositor. (RA) Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: (11) 3313-3651.

No shopping. Fora das lojas.

O

s shoppings centers também prepararam uma programação especial para o mês das crianças. No Shopping Metrô Tatuapé a praça de eventos do local poderá ser invadida pela criançada aventureira, fã de arvorismo. A experiência esportiva radical inclui tirolesa e escaladas, até o dia 27 de outubro. Já no ABC Plaza Shopping o arvorismo pode ser praticado em meio a um cenário de selva, baseado na animação O Bicho Vai Pegar, em cartaz nos cinemas da cidade. Quem gosta das histórias da Turma da Mônica pode se divertir na Pracinha da Mônica, montada no Shopping Metrópole em São Bernardo do Campo. O evento é gratuito e recomendado para crianças de três a 12 anos. O local também terá espaço para a o público mirim explorar seu talento pintando e desenhando. Um mini parque de diversões foi montado no Shopping D para pais e filhos brincarem juntos. Estão lá o nostálgico tobogã, o samba e o chapéu mexicano. Não ficou de fora a tradicional piscina de bolinhas, além de vários outros brinquedos. Já na Praça de Interligação do Shopping SP Market a atração principal vem do frio da Antártida. O cenário inspirado na animação Happy Feet: O Pingüim possui um espaço recreativo com um trailler do filme, ainda inédito no Brasil, um painel com fotos de Mano, protagonista do filme e um concurso de desenhos que premiará a ga-

rotada com um par de convites para a pré-estréia do longa. (RA) Shopping Metrô Tatuapé. Av. Radial Leste, esquina com a Rua Tuiuti. Tel. (11) 6192-9444. ABC Plaza Shopping. Av. Industrial, 600, Santo André. Tel.: (11) 4437-5000. Shopping Metrópole. Praça Samuel Sabatini, 200, São Bernardo do Campo. Tel.: (11) 4122-9999. Shopping D. Av. Cruzeiro do Sul, 1.100. Tel.: (11) 3311-9333. Shopping SP Market. Av. Nações Unidas, 22.540. Tel.: (11) 5682-3666.

Turma da Mônica e um pingüim para divertir a criançada

De batuta!

N

o último sábado (30) ritmos como a valsa, polca, maxixe, bolero e tango tomaram conta da Sala São Paulo. Quem comandou a festa foi Zé Sustenido personagem do quinto espetáculo deste ano da série O Aprendiz de Maestro, programa de formação musical de platéias infanto-juvenis promovida pela Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer). A montagem Zé Sustenido Vai ao B aile foi uma divertida aula sobre música clássica e outros ritmos. Além de Zé Sustenido (Luis Miranda), o Rei João Maestro II (o regente João Maurício Galindo) e a Sinfonieta Fortíssima (orquestra montada especialmente para a série) fizeram parte da festa. Na platéia, crianças de todas as idades acompanharam a história do rei que procurava um parceiro para dançar com a filha no grande baile anual de Valsolândia. O candidato mais forte para a missão era Zé Sustenido, dono de um par de sapatos mágicos, herdado do velho amigo Pé de Valsa. Para demonstrar toda a habilidade para o rei, o divertido dançarino mostrou seu talento embalado por trechos de obras como as de Beethoven e Chopin. Explicações sobre estilos musicais também completaram a lição para a criançada. Carmem Zilahi, de oito anos, era uma das crianças da platéia. A garota que nunca tido ido à Sala São Paulo conta que a valsa foi o ritmo que mais gostou da peça. Já Manuela Vergueiro, de três anos, se divertiu mais com a queda de uma atrapalhada dançarina. Nas próximas apresentações, elas pretendem estar na platéia novamente. O Aprendiz de Maestro 2006 ainda terá mais três espetáculos: O Carnaval dos Animais, no dia 28 de outubro, Operilda e Villa-Lobos, no dia 11 de novembro e Operilda e o Quebra-Nozes, no dia 2 de dezembro, às 11 horas. (RA) Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n. Tel.: (11) 3337-5414.

Zé Sustenido fez a platéia cair na dança durante uma divertida aula de música clássica

P.S.Sobras Repletas será lançado na Estudantina, no Rio de Janeiro, na terça, dia 10, às 22h. Aquiles Rique Reis, compadre de Maurício (ele batizou meu filho Pedro e fui seu padrinho de casamento) e saudoso de "tanto chope gelado, confissões à beça, meu Deus, quem diria que isso ia se acabar".

RECITAL

Os heróis aposentados voltam à ativa

esde 2005, Hermínio Bello de Carvalho e Márcio e Lúcio Tapajós, filhos de Maurício, se empenham em resgatar, organizar e registrar a obra do compositor de Tô Voltando (com Paulo César Pinheiro), Mudando de Co nve r sa (com Hermínio Bello de Carvalho), Pe s a de l o (com P. C. Pinheiro), morto em 1995, para disponibilizá-la ao público. A eles se juntaram o jornalista Alexandre Pavan e o músico e produtor Luiz Ribeiro. Vinte e uma fitas cassete, uma de rolo (com composições originais) e registros em LPs foram remasterizados e transpostos para MP3. Bem como 50 partituras, 150 manuscritos, 95 folhas de páginas de catálogo e 90 textos digitalizados, mais fotos, entrevistas e depoimentos, que estão disponíveis para download em um site-memorial. Joyce e Zé Renato, integrante do Boca Livre, também se achegaram, gravando duas músicas inéditas de Maurício para um disco cuja venda serviu para levantar os recursos que ajudaram a viabilizar a etapa final do sonho: a gravação do CD, com composições praticamente inéditas de Maurício Tapajós, Sobras Repletas (gravadora CPC-UMES), produzido por Marcus Vinícius de Andrade. 1) Vida Jogada Fora (Maurício e P. C. Pinheiro), arranjo e voz: Joyce, violão e vocal: Maurício Maestro, baixo: Rodolfo Stroeter, bateria: Tuti Moreno; 2) Sábado à Noite (Maurício e P. C. Pinheiro), voz: Chico Buarque, arranjo e violão de 7 cordas: Maurício Carrilho, cavaquinho: Luciana Rabello, percussão: Celsinho Silva, Clarinete e sax alto: Rui Alvim, sax alto: Diego Terra, sax tenor: Denize Rodrigues e Pedro Pamplona, clarone: Pedro Paes; 3) Calçadas (Maurício e P. C. Pinheiro), voz: Alaíde Costa, piano: Fábio Torres; 4) Neide (Maurício e Aldir Blanc), voz: Zéluiz Mazziotti, piano: Fábio Torres, violão: Paulo Paulelli, bateria: Celso de Almeida; 5) Calça de Veludo (Maurício e P. C. Pinheiro), voz: MPB4, arranjo: Magro Waghabi, violões: Miltinho, atabaque: Magro, tamborim: Dalmo Medeiros, voz solo: Dalmo; 6) E a Vergonha? (Maurício e Aldir), voz: Zé Renato, violão: Luiz Ribeiro, guitarra e baixo: Neymar Dias, tamborim: Douglas Alonso; 7) Esse Pobre Brasileiro (Maurício e Capinam), voz: Zélia Duncan, arranjo e violão: Swami Jr., bateria: Sérgio Reze, clarinetes: Proveta; 8) Valsa do Bem e do Mal (Maurício e P. C. Pinheiro), voz: Zezé Gonzaga, arranjo: Paulo Aragão, Quarteto Naogami, violão requinto: Mauricio Marques, violão: Carlos Chaves, violão: Marcos Alves, violão de 8 cordas: Paulo Aragão; 9) Desconsolo (Maurício, Nelson Cavaquinho e Hermínio Bello de Carvalho), voz e tamborim: Mônica Salmaso, arranjo e piano: André Mehmari; 10) Maresia (Maurício e P. C. Pinheiro), voz, arranjo e violão: Dori Caymmi; 11) Surdina (Maurício e Cacaso), voz: Tatiana Parra, arranjo e violão: Luiz Ribeiro, harmônica: Gianluca Littera, baixo: Neymar Dias, tamborim e surdo: Douglas Alonso; 12) Quem me Dera(Maurício e Hermínio), voz: Clara Nunes (gravação original em fita de rolo do acervo de HBC), violões e baixo: Luiz Ribeiro, ProTools: Luiz Ribeiro e Homero Lottito; 13) Que nem Manequim (Maurício e P. C. Pinheiro), arranjo, violão e voz: Guinga; 14) Vou Deixar pra Amanhã (Maurício, João Nogueira e Aldir), voz: Fabiana Cozza, arranjo e violão de 7 cordas: Zé Barbeiro, cavaquinho: Fabrício Rosil, bandolim: Milton de Mori, percussão: Douglas Alonso. Maurício Tapajós foi lutador de bons combates. Líder sindical, conhecedor dos socavões do direito autoral, batalhador incansável pelo direito à liberdade de expressão. Talento transbordante na música e na arquitetura; coração delirante em fantasias que tratou de trazer para seu círculo de vida. Sobras Repletas, plenas de significados e de saudades. Páginas de uma vida que se expirou inacabada. Maurício está vivo. Vive em seus amores e em suas obras. Vive em Virginia, em Márcio, em Lúcio. Vive em nós.

Sarau de câmara, com Villa-Lobos

A

soprano lírica Camile Senne (foto) apresenta-se com o Emsemble Capriccioso, integrado por James Strauss (flauta), Mathew Thorpe (violino), Olga Vassilevich (viola), Marialbi Trisólio (cello) e Liuba Klevtsova (harpa). No programa, obras de Villa-Lobos, entre elas, Canção do Marinheiro, do 1º Álbum de Modinhas e Canções do compositor brasileiro. Estão no repertório, também, Assobio a Jato e o Canto do Cisne. O Ensemble inicia, com este recital, um ciclo de oito espetáculos (Série Sescs). Teatro Sesc Avenida Paulista. Avenida Paulista, 119. Telefone: 3179-3700. Neste domingo (8), às 16h. R$ 8.


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

Não vejo como teríamos benefício eleitoral com essas liberações Guido Mantega

PTB ANUNCIA FUSÃO COM O PAN

O CANDIDATO DO PT VÊ OPORTUNIDADE PARA SE CONSTRUIR O QUE NÃO SE CONSTRUIU NO 1º TURNO. André Dusek

PARA LULA, 2º TURNO ESTABILIZA O GOVERNO

PTB APROVA FUSÃO COM O PAN E SE MANTÉM VIVO

A

O presidente acredita que este é o momento de buscar alianças que ajudem na governabilidade. Ele não quis comentar a aliança de Alckmin com Garotinho.

O

presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta fazer do limão limonada. A disputa com o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno, que não estava nas contas do petista, é vista agora por ele como um momento de ampliar alianças e garantir a governabiliade, se for reeleito. Lula lembrou ontem que foi o PT quem propôs o sistema eleitoral de dois turnos, na Constituinte de 1997, mas o exministro Ciro Gomes (PSB) destacou que, na eleição de domingo, "o povo quis nos dar uma lição de humildade". "Na política, os momentos bons tardam, mas acabam acontecendo. O que não foi possível construir no primeiro turno, está sendo agora construído", disse Lula, ao formalizar aliança para o segundo turno no Rio entre PT, PMDB, PP, PRB, PCdoB, PSB e o PP, do senador eleito Francisco Dornelles, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso. Lula teve 48,6% dos votos válidos, perdendo em apenas duas semanas uma vantagem de mais de dez pontos percentuais sobre os adversários nas pesquisas de intenção de voto. O acirramento da disputa na

O segundo turno foi bom porque tirou um pouco o 'salto alto', essa lição de humildade foi importante. O povo queria esticar um pouco mais o debate. Ciro Gomes reta final gerou no mercado temores de instabilidade. "Eu fui um dos batalhadores para que a gente tivesse segundo turno no Brasil. Me espelhava muito no que aconteceu no Chile com (Salvador) Allende", afirmou Lula, referindose ao presidente chileno eleito com pouco mais de um terço dos votos e deposto em 1973 por um golpe militar. "Eu achava que, ao alguém ser eleito com 33% dos votos, teria mais dificuldade de construir uma hegemonia para governar do que se fosse eleito no segundo teste (com votos da maioria absoluta)", prosseguiu Lula. Salto alto – O ex-ministro Ciro Gomes disse mais tarde, em entrevista, que Lula está correto ao defender um siste-

ma eleitoral que "previne instabilidades futuras", mas preferiu destacar o impacto do resultado sobre a arrogância da campanha lulista. "O segundo turno foi bom porque tirou um pouco o 'salto alto', essa lição de humildade foi importante", afirmou Ciro a jornalistas no portão do Palácio da Alvorada. "Acho que o povo queria talvez isso mesmo, esticar um pouco mais o debate, entender um pouco melhor as coisas, talvez dar uma lição de humildade a nós", acrescentou o exministro, um dos porta-vozes da campanha. Garotinho – A aliança com o candidato do PMDB ao governo do Rio, Sergio Cabral, foi o primeiro acordo eleitoral costurado por Lula, logo na manhã de segunda-feira. O acordo dependia da adesão do senador Marcelo Crivella (PRBRJ), que ficou em terceiro lugar na disputa local e pertence ao partido do vice-presidente José Alencar. Na formalização do acordo, ontem de manhã, o fato novo foi a adesão de Francisco Dornelles, que derrotou no Rio a candidata apoiada por Lula, Jandira Feghali (PCdoB). Em rápida entrevista depois da cerimônia, Lula evitou co-

TSE ACEITA RECURSO DE FEDERAIS DE SP IMPUGNADOS

O

Tribunal Regional Eleitoral (TRE) inclui hoje na relação de deputados federais eleitos por São Paulo os nomes dos promotores de Justiça Carlos Sampaio (PSDB) e Dimas Ramalho (PPS). Com votações expressivas, os dois ficaram de fora da lista inicialmente porque suas candidaturas haviam sido impugnadas pelo TRE, medida revogada uma semana antes da eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão do TSE, soberana porque contra ela não cabe recurso, não foi comunicada a tempo à corte paulista. O TRE considerou que os dois promotores, que integram os quadros do Ministério Público paulista e já são parlamentares, não se afastaram definitivamente da

carreira no prazo de seis meses antes das eleições, tornando-se inelegíveis. Sampaio, sub-relator das CPIs do Mensalão e dos Sanguessugas, obteve 239.781 votos - a oitava maior votação da bancada paulista, a maior da história de Campinas, sua cidade, e a terceira maior da coligação PSDB/PFL. "O País expulsou da vida pública os envolvidos em corrupção", disse o tucano, que chega a seu segundo mandato. Dos 72 sanguessugas, apenas 5 conseguiram a recondução ao Congresso. "O Brasil não permitiu que retornassem à Câmara aqueles que não honraram os votos", disse Sampaio, que só teve 20 dias para fazer sua campanha. "Eu dizia às pessoas que era importante que distinguissem o

D

mentar a crise aberta na campanha de Alckmin, pela adesão do ex-governador Anthony Garotinho e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus, ambos do PMDB. "Eu não julgo os acordos dos meus adversários. Já tenho dificuldades de fazer os meus, não posso ficar dando palpite nos dos outros", brincou o presidente. Ainda ontem Lula participou de um ato político com Cabral numa escola da zona Sul do Rio de Janeiro. No final do encontro no Alvorada, o vice-presidente José Alencar também brincou com o apoio de Garotinho ao candidato tucano. "Eu também sou jovem, eu também sou garotinho", disse

Alencar, de 75 anos, ao ser perguntado se na aliança com o PMDB do Rio não estaria faltando Garotinho. Risco Alckmin – Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que eventual eleição de Alckmin representaria um "risco" para o Brasil porque os planos do partido embutiriam um projeto "privatista" que se arrasta desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. "Há o risco Alckmin, que é o risco das privatizações, de ter o salário mínimo abaixo dos índices de inflação, de vir a ter a Alca e uma política externa de submissão", disse Marco Aurélio Garcia. (Reuters) Wilson Dias / ABr

PFL QUER UMA POSIÇÃO DO MPE SOBRE VERBAS

O

PFL quer que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre a liberação de R$ 1,5 bilhão do Orçamento da União na primeira semana de campanha do segundo turno das eleições presidenciais. A decisão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão irritou os líderes da oposição porque, há menos de 15 dias, o governo tomara decisão oposta, cortando gastos federais quase que no mesmo valor da quantia liberada agora. "Mais do que à oposição, impõe-se ao Ministério Público se antecipar e

interpelar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva", cobrou o líder do partido no Senado, José Agripino (RN). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a MP é de rotina e não tem impacto eleitoral e político. "Não vejo como isso pode ter impacto eleitoral", afirmou, referindo-se à liberação, por exemplo, de R$ 148 milhões para prevenção da gripe aviária. "Não posso pedir aos pássaros infectados para não virem para o Brasil, pois estamos em período eleitoral", brincou. Segundo ele, os gastos estão no "espaço orçamentário". (AE)

NOS ESTADOS Wilson Dias / ABr

e INFIDELIDADE apoiaram fizeram PODE ACABAR campanha para EM EXPULSÃO candidatos de outras irigentes estaduais do PSDB, PPS e PDT pretendem, após o segundo turno das eleições, conseguir autorização das direções nacionais para intervir nos diretórios municipais por conta do fraco desempenho que as legendas obtiveram no primeiro turno aos legislativos, como foi o caso do estado do Amazonas. A principal razão da medida é a infidelidade dos membros desses partidos, que

deputado de um marginal travestido de parlamentar. Minha votação foi boa também para mostrar aos meus três filhos a diferença entre ser deputado e ser bandido." Ao contrário de Dimas Ramalho (117.108 votos), que garante outra cadeira para o PPS na Câmara, os votos de Sampaio não aumentam o coeficiente em número suficiente para dar à coligação PSDB/PFL mais uma vaga no Congresso. Para o líder do PPS na Assembléia paulista, Arnaldo Jardim, a decisão de indeferir a candidatura de Ramalho foi descabida. "A confirmação de sua vaga é natural e nos garante dois deputados por São Paulo", explicou Jardim, que foi eleito federal com 187.427 votos. (AE)

Para Ciro Gomes, o povo quis dar uma lição de humildade nas urnas.

Convenção Nacional do PTB aprovou ontem a fusão – uma incorporação, na prática – do Partido dos Aposentados da Nação (PAN) para conseguir ultrapassar a cláusula de barreira da Lei dos Partidos Políticos e garantir, assim, o direito à estrutura de liderança e cargos nas comissões do Congresso. A soma dos votos conquistados pelos dois partidos no último partido dá exatamente os 5% exigidos pela lei. "Com isso, o partido cumpre a cláusula de barreira e está pronto para este novo enfrentamento dos problemas nacionais, tanto na área social quanto na moral", afirmou o presidente da sigla, Roberto Jefferson, que deve ser confirmado hoje no cargo na reunião do Diretório Nacional. No último domingo, o PTB elegeu 22 deputados, e o PAN, apenas um. O partido vai indicar hoje seus representantes para o Diretório Nacional. Os petebistas também negociavam a fusão com o PSC, que elegeu nove deputados, mas as negociações empacaram por causa de uma polêmica sobre a troca de sigla. Os líderes do PSC queriam incluir um "C" no final da sigla "PTB", mas a cúpula do partido não aceitou, por considerar que isso descaracterizaria a história do partido. A sigla do PTB já foi motivo de inúmeras disputas, como a da ex-deputada Ivete Vargas, filha de Getúlio, com o exgovernador Leonel Brizola. Segundo Roberto Jefferson, o partido deve aguardar o fim da disputa presidencial em segundo turno para decidir qual posição vai adotar em relação ao novo governo. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, afirmou que é viável a fusão de partidos políticos para garantir o funcionamento parlamentar. Segundo o ministro, a lei dos partidos políticos permite essa incorporação de legendas a fim de garantir os votos necessários para o funcionamento parlamentar. Marco Aurélio tinha dito na quarta-feira que isso não era possível. "As fusões são válidas para o certame futuro, não servem para driblar a lei", disse o ministro.

siglas. No PSDB, a intervenção poderá anular a filiação de alguns tucanos, segundo disse ontem o líder do partido no Estado, senador Artur Virgílio Neto, que obteve apenas 5,5% dos votos para o governo do Amazonas. Seguindo o exemplo, o PPS e o PDT também pretendem pedir a expulsão dos membros quem não se comprometeu com as legendas nas eleições. (AE)

APOIO DE LULA DEVE AJUDAR CAMPOS EM PE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve manter em Pernambuco o mesmo patamar de votação do primeiro turno – 70,93% – na segunda etapa da campanha presidencial. Seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), que obteve 22,86% no primeiro turno, poderá vir a reduzir a diferença para Lula, diante do crescimento nacional constatado no primeiro turno. Segundo os analistas

políticos, o segundo turno deve beneficiar diretamente o candidato apoiado por Lula ao governo de Pernambuco, seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos (PSB), que agora também é apoiado pelo PT, PDT e PMN, partidos derrotados na aliança em torno do exministro Humberto Costa. Campos enfrenta o governador-candidato Mendonça Filho (PFL). A estratégia de Eduardo Campos é a de nacionalizar a campanha, colando sua imagem à do presidente, de forma emocional, alegre e leve. Já Mendonça Filho buscará estadualizar sua campanha, centrada no

embate com o ex-ministro de Lula, em busca de se mostrar mais capaz de conduzir o Estado. Alckmin não terá espaço na sua propaganda eleitoral gratuita.

Engajamento – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), formalizou apoio a Eduardo Campos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

27ª BIENAL DE SÃO PAULO

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

T

rês dias antes da abertura para o público, Minerva Cuevos (foto), mexicana, retoca o branco de seu painel Terra Primitiva. “É uma investigação sobre o urbanismo”, explica a pintura, que contém onças roxas, macacos laranja, insetos e um avião caído no meio da selva. “A obra estava pronta bem antes desse acidente aéreo”, informa, para ninguém começar a ver referência onde há apenas irônica coincidência.

27ª Bienal de São Paulo – Parque do Ibirapuera, portão 3. De terça a sexta, das 9h às 21h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 22h. Agendamento de visitas guiadas pelo telefones (11) 5576-7648 ou 5576-7647. Em cartaz até 17 de dezembro. Ingresso: grátis.

Painel Terra Primitiva, da mexicana Minerva: avião caído na selva, coincidência e ironia na Bienal.

Arte que aponta para o futuro

Ação educativa quer abranger mais público

Peças de Ciclovia Aérea, do carioca Jarbas Lopes, que vai a toda parte de bicicleta, e inclusive percorreu Cuba pedalando. "Esse é meu meio de transporte e de desfrute diário", diz. "A ciclovia suspensa é meu projeto futurista."

Denise Grispum Divulgação

E

m cartaz até 17 de dezembro, o ingresso grátis continua este ano. O objetivo é trazer gente que normalmente não tem o hábito de visitar exposições, já que no ano passado, mesmo com entrada franca, a maioria do público ficou entre as classes A e B. Como conclui-se que não basta chamar alunos de escolas públicas, oferecer transporte e lanche para que passem a apreciar trabalhos artísticos. Assim, o projeto educativo de 2006, coordenado por Denise Grispum, incluiu treinamento de professores e a instalação de núcleos de discussão sobre arte contemporânea na periferia de São Paulo, em parceria com quatro Centros Educacionais Unificados (CEUs). A organização não confirma a existência de uma meta de conseguir um milhão de visitantes. Mas ninguém vai reclamar se o recorde de público for batido.

A

27ª Bienal estende-se ainda pelas salas de cinema. A Quinzena de Filmes exibe, até o dia 22, no Cine Segall, no Museu Lasar Segall e no Cine Bombril, 39 curtas e longas que abordam as questões da convivência em um mesmo espaço e seu contraponto, a solidão, como Andarilho (foto), de Cao Guimarães, cuja pré-estréia ocorreu na última quartafeira, dia 4, e History of Chemistry 2 – The New Tool, de Lu Chubsheng. Criação na sala Daspu: leveza e criatividade a serviço da tolerância

A arte contemporânea é importante porque aponta o futuro, não apenas da própria arte, mas da vida. Ricardo Ohtake

Sobreposição de imagens, cores e texturas Rafael Rupsel/LUZ

Ricardo Ohtake, sem nostalgia dos velhos tempos, incentiva a produção de arte para consumo rápido

R

icardo Ohtake, diretor geral do Instituto Tomie Ohtake, aplaude organizações como a da Bienal por seu mérito de fazer surgir novas estéticas, discutir e incentivar a arte contemporânea. “A questão conceitual hoje é muito forte e a arte contemporânea tem o mérito de sempre antecipar aquilo que acontecerá”, diz. Como exemplo para sua tese, ele usa a exposição Flexus, em cartaz em seu museu. “Essas obras foram feitas 40 anos atrás e você pode ler esses objetos e quadros com referências atuais.” No entanto, a maneira de observar um trabalho artístico mudou de maneira drástica nos últimos anos, segundo ele. “Hoje a reflexão é algo rápido, imediato, como num clipe da MTV: as pessoas batem o olho e já tiram conclusões, não se analisa coisa alguma demoradamente”, observa. “Numa festa, antes o homem tirava a moça para dançar, ela aceitava ou não... agora todo mundo dança com todo mundo”, comenta, sem ar nostálgico. “O mundo atual é uma sobreposição de imagens, cores, texturas e isso não é necessariamente ruim.” O objetivo do instituto que preside, com 1500 metros de espaço expositivo, é apresentar novas

tendências da arte, além das referências nos últimos 50 anos, quando surgiu a arte chamada de abstrata. Ele cuida com carinho de cada pedaço do prédio, fica consternado ao perceber uma pequena lasca na madeira do balcão da cafeteria, demonstra que ali ninguém vai confundir o extintor de incêndio com arte, no canto da sala, porque os extintores estão devidamente camuflados pela arquitetura de Rui Ohtake, arrematada pelo design do próprio Ricardo. Ele percorre corredores conversando com artistas que trabalham na montagem da mostra Geração da Virada, que será aberta amanhã para o público, em seguida solta farpas contra diversos administradores de outros museus, mas segue firme na sua crença de incentivar jovens talentosos, enfatizando a razão: “A arte contemporânea é importante porque aponta o futuro, não apenas da própria arte, mas da vida.” Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201 (entrada pela rua Coropés), Pinheiros, tel.: (11) 2245-1900. Agendamento de visitas guiadas pelo telefone (11) 2245-1937. Aberto de terça a domingo, das 11h às 20h. Ingresso: grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Larry Downing/Reuters

Internacional

Uma fita entregue à agência noticiosa France Presse abriu espaço para a suspeita de novos atentados aos Estados Unidos. Outra suspeita de ataque, agora à sede da ONU, veio da Inteligência da Suíça.

A Eitan Abramovich/AFP

Falta de segurança em escolas preocupa

A

Evo Morales, presidente boliviano, é um dos críticos do governo Bush

Morales na lista de terror dos EUA

O

Rejeitamos a formação de um governo que siga suas condições (dos EUA) Ismail Radwan, portavoz do Hamas

Estados Unidos e ONU em estado de alerta

Apesar de o presidente dos EUA George W. Bush (foto) ter ampliado as forças de combate ao terrorismo, americanos ainda temem mais ataques

presidente da Bolívia, Evo Morales, está na lista utilizada pelas forças de segurança dos Estados Unidos para rastrear a presença de possíveis terroristas entre os passageiros de vôos, segundo a rede de televisão americana CBS. O programa 60 Minutes, da emissora, revelará, na edição do próximo domingo, alguns dos detalhes mais curiosos da lista que, segundo a investigação jornalística, foi elaborada de maneira precipitada. Segundo o site da CBS, a lista, com 44 mil nomes, inclui pessoas com tão pouca probabilidade de realizar um ato terrorista quanto o presidente da Bolívia, Evo Morales, ou o porta-voz do Parlamento do Líbano, Nabih Berri. Dúvidas – Outras pessoas com poucas chances de envolvimento em atos terroristas são o ex-governante iraquiano Saddam Hussein, que está detido e em processo de julgamento, e 14 dos 19 sequestradores membros do Al-Qaeda que morreram nos atentados de 11 de setembro de 2001. A

sexta-feira, sábado e domingo, 6, 7 e 8 de outubro de 2006

lista inclui, ainda, nomes tão comuns que são compartilhados por milhares de pessoas inocentes no mundo todo, como Gary Smith, John Williams e Robert Johnson. Uma nota divulgada pela CBS informou que obteve uma cópia da lista secreta feita em março com 44 mil nomes, e usada pelas autoridades para impedir a presença de potenciais terroristas em aviões norte-americanos. Jack Cloonan, ex-agente do FBI, disse no programa 60 Minutes que a lista teria sido montada às pressas, logo após os atentados de 11 de setembro. "Quando ouvimos o nome lista, ou lista de não-permitidos em vôo, fiquei de olhos revirados, porque sabíamos o que iria acontecer", disse ele. Embora a lista inclua "terroristas" tão improváveis quanto Nabih Berri, presidente do Parlamento do Líbano, muitos outros não aparecem. Como 11 britânicos acusados de tramar atentados em aviões com explosivos líquidos não apareciam na lista, apesar de terem ficado mais de um ano sob vigilância. (Agências)

invasão de uma escola amish, na Pensilvânia, leste dos Estados Unidos, na última segunda-feira, por um homem armado, que resultou na morte de cinco crianças, fez com que autoridades norteamericanas emitissem, ontem, novas orientações de segurança nas escolas. Prudência foi a palavrachave das autoridades responsáveis pela administração de escolas norte-americanas. Para tanto, enviaram e-mails e cartas aos diretores e aos pais de alunos. Diversas escolas organizaram exercícios de segurança e seminários para verificar se os alunos e os professores sabem como reagir em casos de emergência como a ocorrida na última segunda-feira quando Charles Roberts, um pai de família de 32 anos, invadiu a escola, matou cinco meninas, feriu outras cinco e em seguida se matou. Pais e responsáveis pelas escolas, no entanto, vêm a medida com preocupação. Segundo eles, além de

entrincheirar os alunos em suas respectivas salas e transformar as escolas em quartéis de segurança máxima, eles não podem fazer muito mais para garantir a segurança de seus estudantes. "Não se pode impedir que esses dramas aconteçam, pois as escolas não são quartéis", disse Ronald Stephens, diretor do Centro Nacional para a Segurança das Escolas, com sede na Califórnia (oeste), que propõe recomendações às escolas de todo o país. Os estabelecimentos também tiveram de redigir planos de saída de emergência e organizar regularmente exercícios "sobre cada incidente no qual se poderia pensar". Um parlamentar de Wisconsin propôs que professores e funcionários de escolas passem a portar armas para se proteger no caso de novos ataques, informou ontem seu portavoz. O republicano Frank Lasee já avaliava essa proposta há algum tempo, mas os recentes ataques o levaram a reconsiderar a idéia. (Agências)

próxima semana talibã afegão, que foi destituíd e v e r á c o m e ç a r do no final de 2001 após o gotensa para os Esta- verno de George Bush ter dedos Unidos. Tudo clarado uma guerra ao terror e por conta de uma gravação de invadido, junto com países áudio entregue à agência de aliados, o Afeganistão. notícias francesa France Presse ONU – A sede da Organizapelo diretor do Centro de In- ção das Nações Unidas (ONU) formações Al-Qods, com sede também entrou em estado de em Islamabad, no Paquistão, alerta, em Genebra, na Suíça, Jamal Ismail, e divulgada on- depois que informações detem. A fita continha um recado ram conta de que a Organizade um alto dirigente do Talibã, ção poderia ser alvo de um grupo terrorista aliaatentado terrorista até o próximo dia 10, do ao também grupo de terror Al-Qaeda, terça-feira. A informação foi passada hode Osama bin Laden, para os muçulmanos Habitantes je pelo serviço de inteligência da Suíça às que vivem nos Esta- muçulmanos dos Unidos. autoridades das Nados Estados ções Unidas, que imeNa fita, o alto dirigente aconselha os Unidos, diatamente triplicamuçulmanos a se reti- partam a toda ram o número de serarem dos Estados velocidade gurança em todas as Unidos o mais rápido Maasum entradas do prédio. Na noite entre quartapossível. O conselho Afgani, foi interpretado como feira e quinta-feira presidente passada, um dos préuma possível nova consultivo do dios da ONU em Geameaça do grupo ao movimento nebra foi completagoverno de George talibã mente esvaziado deW. Bush e aos ameripois que a segurança canos. Segundo o Centro de Informarecebeu informações ções Al-Qods, haveria, por trás de um eventual atentado. do recado, a possibilidade de Em um comunicado enviaocorrência de novos ataques do aos funcionários na manhã aos Estados Unidos no 17º dia de ontem, a direção da ONU do Ramadã, o mês sagrado pa- informou sobre um "possível ra os muçulmanos, quer cairia ataque terrorista contra os préna próxima segunda-feira. dios das Nações Unidas em "Habitantes muçulmanos Genebra entre os dias 5 e 10 de dos Estados Unidos (...). Par- outubro." Depois de as autoritam a toda velocidade. Os so- dades suíças recomendarem frimentos (do castigo) divino medidas pró-ativas de segufarão estragos nos Estados rança, "a ONU, vendo a ameaUnidos", dizia na fita o mulá ça com seriedade, está tomanMaasum Afgani, que é presi- do medidas de segurança exdente consultivo dos ulemás traordinárias", concluiu o codo movimento talibã. municado enviado aos O dirigente insiste para que funcionários que ainda garanos muçulmanos abandonem o tiu que, por enquanto, os traterritório norte-americano. balhos não seriam interrompi"Em nome de Deus, o maior, dos. Nenhuma informação foi nem um pedaço dos Estados divulgada sobre a origem da Unidos se salvará do castigo ameaça ou possíveis autores. divino", teria dito ainda o xe- Os meios usados no eventual que Afgani. Afgani foi embai- atentado também não foram xador no paquistão do regime revelados. (Agências)

Otan assume segurança no Afeganistão Organização será responsável agora por todo o país. Violência, no entanto, ainda não está controlada AFP

A

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu, ontem, a responsabilidade pela segurança na parte leste do Afeganistão. Com a medida, a Otan passa a ser a responsável pela segurança em todo o território afegão e a ter sob seu comando cerca de 12.000 soldados americanos que patrulham a região. O comandante das forças da Otan, o general britânico David Richards, qualificou a transição como "histórica" durante uma cerimônia realizada em Cabul e que contou com a presença do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e do general americano Karl Eikenberry. Ele recebeu o comando das mãos da força de coalizão na região, que é liderada pelos Estados Unidos.

Presidente afegão Hamid Karzai (ao centro), na cerimônia da Otan

Violência – David Richards foi promovido ontem a general de quatro estrelas, máxima patente militar no Exército britânico. A Força Internacional de Assistência à Segurança da Otan (Isaf, na

sigla em inglês) já comandava as forças no norte, no oeste e no sul, bem como na capital Cabul. Mas a violência ainda persiste no Afeganistão. Rebeldes supostamente

vinculados à milícia fundamentalista islâmica Talibã atacaram um posto militar no sul do país no fim da noite de quarta-feira, dando início a um tiroteio que terminou com seis supostos insurgentes mortos e três feridos, segundo informações das autoridades locais. Na parte oeste, um homembomba tentou atacar um comboio policial em Farah. A violência ressurgiu este ano no Afeganistão em sua maior intensidade desde que forças lideradas pelos EUA derrubaram o governo radical do talibã, há cinco anos. A missão no Afeganistão é a maior operação terrestre da história da aliança. A transferência de tropas dos EUA é o maior envio de soldados sob comando estrangeiro desde a Segunda Guerra Mundial. (Agências)


8

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

CARRO ANFÍBIO Leonardo Rodrigues/Hype

'

BOM até

DENTRO D ÁGUA

Um carro de 2 milhões de dólares. Mas ele chega a 200km/h no asfalto, 80 km/h na água e ainda é bicombustível, podendo rodar com gasolina ou Gás Natural Veicular (GNV). ANDERSON CAVALCANTE

A

tenção! Um evento de barcos invadiu a cidade de São Paulo desde o último dia 5. Hoje e amanhã, das 14h às 23h, você ainda pode visitar o Transamérica Expo Center (av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387 em Santo Amaro) e conferir o São Paulo Boat Show 2006. Mas se você quer saber o que esta informação está fazendo no DCarro, a resposta é simples: lá você poderá conhecer o Splash! Um protótipo esportivo e anfíbio que chamou a atenção por onde passou na semana passada, desde o asfalto da Av. Nações Unidas até as águas da represa de Guarapiranga, na zona Sul da cidade. O carro anfíbio Splash entrou recentemente para o "Guinness Book", após atravessar os 36 quilômetros do Canal da Mancha, partindo da Inglaterra em direção à França e completando o trajeto em 3 horas, 13 minutos e 47 segundos. O veículo foi pilotado por seu idealizador e proprietário, o suíço Frank M. Rinderknecht. Esta história de carro anfíbio pode não parecer uma novidade, já que existem veículos militares com esta característica. Mas o grande diferencial do Splash fica por conta de sua ótima performance na

água, obtida graças ao sistema de hidrofólios (asas embutidas na carroceria que são utilizadas para elevar o veículo e diminuir a resistência na água). Este esportivo tem câmbio de cinco marchas da marca Honda e motor alemão, Weber, de 750 cc que, turbinado, desenvolve até 140 cv a 7.000 rpm, e um peso baixo (825 kg), conseguido por ter sido produzido com fibra de carbono. O carro é bicombustível, podendo rodar com gasolina ou GNV. Mutação - Para transformar-se o Splash precisa de aproximadamente 40 segundos. De dentro do cockpit, o piloto comanda todas as mudanças necessárias, sendo que as principais são a abertura dos hidro-

O anfíbio Splash é um carro esportivo com câmbio Honda e motor Weber de 140 cv. No asfalto faz de 0 a 100km/h em apenas 5,9 segundos. Na água, com seus hidrofólios acionados, o veículo alcança a máxima de 80 km/h.

fólios e o levantamento de parte da traseira do veículo, deixando aberto o compartimento com as hélices responsáveis pela movimentação do carro na água. Desempenho - O carro não foi produzido para ser comercializado e veio para o Brasil apenas para atrair mais público ao Boat Show e como curiosidade vale a pena visitar o evento. Mas após acompanhar a apresentação do Splash em São Paulo, fica difícil afirmar que o desempenho do veículo seja realmente tão bom como os dados indicados pelo fabricante. De qualquer forma, não há porque duvidar do executivo

suíço. Segundo Frank Rinderknecht, o Splash vai de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos, alcança a velocidade máxima de 200 km/h e consome cerca de um litro de gasolina a cada 12 km rodados, no asfalto. Já em um passeio na água, o veículo que não pode enfrentar grandes ondas (é apropriado para represas ou rios "tranqüilos") consegue atingir a marca de 80 km/h, se diferenciando dos anfíbios militares, que chegam no máximo à velocidade de 12 km/h. O consumo nestas condições passa a ser próximo a 25 litros por hora, marca que pode ser considerada boa para embarcações. Preço do protótipo - Fica difícil falar o valor de um carro como este, mas o empresário explica que gastou cerca de US$ 2 milhões para desenvolver o projeto, iniciado em 2003. Frank já planeja um novo modelo ainda mais ousado, mas nos mesmos moldes. Por enquanto, além de apresentar sua criação ao mundo, o suíço tem uma "pequena" preocupação. "Meus advogados estão conversando com a marca Suzuki, que há alguns dias apresentou um carroconceito também batizado de Splash. Mas isso é um problema para eles, já que meu carro foi criado antes", explica Frank. Mas não adianta sonhar com um passeio em alto-mar. O Splash não suporta ondas e deve ser utilizado em represas e águas calmas!


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO INFLAÇÃO NÃO MUDA ROTA DO JURO

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Em terceiro lugar, o BC alimenta seu modelo com a hipótese de crescimento de 6,7% de preços administrados, para o ano que vem, o que parece excessivo, diante das previsões do mercado (4,5%). m resumo, quando se consideram informações recentes e uma projeção menos “salgada” (e mais realista) para preços administrados, a inflação projetada para 2007 fica abaixo da meta. Num plano mais amplo, o quadro econômico é de grande tranqüilidade, no tocante à inflação. Na verdade, de modo geral, teme-se mais uma certa “escorregada” da atividade econômica, no final do ano, do que, propriamente, eventual alta da inflação. Lembre-se, ainda, que o processo de “desinflação”, iniciado em 2003, não apenas foi completado, mas até mesmo ultrapassado, visto que a inflação este ano terminará abaixo do ponto central da meta. Considerando-se a hipótese de que o juro real neutro no Brasil é de 8,5% ao ano, se a inflação estivesse, não abaixo, mas acima da meta de 4,5%, com hiato próximo de zero, como ocorre atualmente, a taxa Selic "deveria" encontrar-se bem perto de 13,0%. Como a inflação está abaixo da meta, a "regra é clara": a Selic "deveria" ser inferior a 13,0%! Em síntese, diante do aqui apresentado, nossa visão é de que o cenário de queda de juro, para o médio prazo, não se modifica, após a divulgação do Relatório de Inflação.

A TRAGÉDIA DO AVIÃO

E

TRECHOS DA OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

G O quadro

econômico é de grande tranqüilidade, no que se refere à inflação.

R elatório de Inflação: conservadorismo e cautela

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

Céllus

a última quintafeira, a autoridade monetária divulgou mais um Relatório de Inflação. Em termos gerais, o relatório pode ser classificado como portador de um tom conservador que não altera em nada nosso cenário de queda de juro. Começando pelo tom genérico do documento, ressaltamos que vários pontos do mesmo sinalizam austeridade. Neste sentido, teria sido dado sinal de cautela, para os mais convencidos da existência de muito espaço para reduções adicionais da taxa Selic. A este respeito, três pontos merecem destaque. Primeiro, chama atenção o fato de o BC projetar crescimento econômico de 3,5%, para este ano, indicando que a atividade econômica não estaria assim tão debilitada. Segundo, o relatório repete, ipsis litteris, o argumento conservador da ata do Copom, com relação à necessidade de se aumentar a parcimônia do processo de ajuste da taxa básica. O documento repete, também, o já conhecido argumento do “desconhecimento” a respeito dos efeitos de uma distensão monetária expressiva. Terceiro, é difícil desprezar o fato de que a projeção do cenário de referência para a inflação de 2007 elevou-se entre o relatório anterior e o atual, passando de 4,20% para 4,30%. Ademais, a projeção sob cenário de mercado encontra-se sensivelmente acima da meta estipulada para o ano que vem. Comprovado o conservadorismo do documento, justifiquemos o raciocínio de que isto não altera nosso cenário de juro. Em primeiro lugar, as referidas projeções, são apenas um dos insumos do processo decisório da autoridade monetária, dado que sua confiabilidade estatística não é das maiores. Em segundo lugar, é preciso lembrar que os dados econômicos utilizados não incorporam informações relativas ao mês de setembro, em que houve queda considerável.

Ficções ROBERTO FENDT

E

m 1944, Jorge Luis Borges publicou seu livro mais famoso, Ficções (Ficciones, Alianza Editorial), uma coleção de contos escritos entre 1941 e 1944. Os contos têm a natureza fantástica que caracteriza tão bem toda a obra posterior de Borges; são relatos policiais sobre livros imaginários, que o próprio Borges ia compondo à medida que se desenrolava o conto, ou aquele tipo de composição em que tudo está predestinado a ocorrer, desde o início. Assim é o conto Tema do traidor e do herói, da série de 1944. Na Irlanda de 1824, o país está pronto para a rebelião. Esta, no entanto, sempre falha, indicando a presença de um traidor. O chefe e herói dos rebeldes, Fergus Kilpatrick, amado por seus compatriotas, encarrega James Alexander Nolan, também conspirador, de encontrar o traidor. O traidor é o próprio herói, que acaba executado por Nolan, e que escreve uma biografia do traidor-herói, retratando-o com as cores apenas do herói. As inúmeras declarações do senhor ministro da Fazenda sobre a política econômica, recrudescidas por sua desassombrada participação na campanha eleitoral – sem que tivesse se dado ao trabalho de licenciar-se do cargo – me fizeram lembrar las ficciones de Borges. Veja o leitor: o senhor ministro afirma que o presidente Lula vai cortar o gasto público, caso reeleito; no momento seguinte, questiona como o candidato Alckmin vai fazer um ajuste fiscal rígido, perguntando: "Ele vai cortar o quê? Os programas sociais?". Com relação às reformas, disse não saber que reformas Alckmin irá implementar, afirmando: "Por enquanto, quem fez as reformas foi o governo Lula, que continua encaminhando novas reformas". E anuncia uma nova reforma: a aplicação de um redutor nos gastos públicos – proposta classificada como "rudimentar" pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no ano passado. E agora, à porta da eleição, diz que, na eventualidade de uma reeleição do presidente Lula, não será feita qualquer reforma na Previdência.

Samba do crioulo doido? É o que alguns estão imaginando. Senão, vejamos: os gastos do governo federal no projeto de lei orçamentária para 2007 são, em grandes números, os seguintes: receita, 603 bilhões de reais, dos quais 100 bilhões correspondem às transferências constitucionais aos estados e municípios; da receita líquida, 181 bilhões vão para o pagamento de benefícios previdenciários, 119 bilhões para os salários e encargos dos servidores públicos, 50 bilhões para outras despesas obrigatórias, 97 bilhões para despesas discricionárias e 50 bilhões para o superávit primário.

C

omecemos pelas despesas previdenciárias. Segundo a mensagem presidencial que acompanhou o envio do Orçamento de 2007 ao Congresso, as despesas previdenciárias devem crescer 10,3% em 2007 relativamente a 2006; o aumento das despesas com pessoal e encargos é de 11,2%; e o das despesas discricionárias é de 10,2%. Que redução de despesas é essa? Como imaginar que as despesas crescerão menos que o PIB? Ou alguém em sã consciência imagina que o PIB vá crescer mais de 11%? Estamos em um mundo de ficção? Outra coisa: ao ritmo que crescem as despesas previdenciárias, em 2010 elas serão 53% maiores que hoje. Que carga tributária suportaria isso? Não é possível, portanto, deixar de reformar a Previdência: como diz a mensagem presidencial, "o sistema previdenciário brasileiro passou de 2003 a 2006 por reformas normativas" que estabeleceram, entre outros, o limite à aposentadoria dos servidores e introduziu a contribuição dos inativos (Mensagem Presidencial, p. 104). Portanto, não é que se vá deixar de reformar a Previdência: já se reformou e se continuará a reformar, qualquer que seja o novo governo! A moral dessa história toda é simples: se querem continuar nos enganando, que tenham ao menos a caridade de fazê-lo com mais elegância. Não imaginem que a gente não sabe fazer conta e que não perceba que essas ficções já estão passando além da conta.

S amba do crioulo doido? Enganem, mas façam com elegância.

Fazenda, risco para Lula MAILSON DA NÓBREGA E GUSTAVO LOYOLA

A

entrevista coletiva de Guido Mantega à imprensa na última terça-feira, em que atuou como cabo eleitoral de Lula e atacou o programa de Alckmin no velho estilo agressivo do PT, é absolutamente inédita. Não se conhece caso de um titular da Pasta que tenha se portado dessa forma, em clima de campanha eleitoral. Além de inédita, sua atuação como cabo eleitoral contamina o exercício da política econômica com o debate nervoso e quase sempre irracional próprio das decisões eleitorais disputadas. Para atuar mais livremente na campanha, o ministro deveria, no mínimo, licenciar-se de suas funções até a realização do segundo turno. Se Lula conseguir reeleger-se, será preciso prestar atenção redobrada à escolha do titular do estratégico cargo de ministro da Fazenda. Se o preferido for o atual, Guido Mantega, que algumas fontes dão como certo, aumentarão os riscos de erros na gestão macroeconômica. O ministro tem demonstrado dificuldade em dizer não às pressões, tem sido propenso a agradar segmentos do empresariado e tem pensado em voz alta no anúncio de medidas no front econômico, que não são atitudes comuns para quem exerce esse cargo. Algumas decisões recentes da área da Fazenda, ainda quando acertadas sob o ponto de vista técnico, foram claramente revestidas de propósitos eleitoreiros. O pior ocorrerá se a entrada do ministro Man-

tega no ringue eleitoral provocar incertezas entre os agentes econômicos, criando um clima negativo que, felizmente, foi até aqui evitado. É de ressaltar, a propósito, o contraste entre a atuação de Malan, em 2002, e de Mantega, nesse momento. Malan buscou incentivar um debate que afastasse os riscos de ruptura percebidos pelos agentes econômicos e que estavam causando forte turbulência nos mercados. Mantega atua hoje com os mercados tranqüilos – o que muito se deve aos seus antecessores imediatos – com um discurso que pode eventualmente gerar nervosismo desnecessário e contraproducente aos próprios interesses eleitorais do presidente Lula.

S

e Lula ganhar o segundo turno e Mantega vier a ser confirmado, pode vir ter comportamento distinto desse episódio e mais apropriado à liturgia que se exige do cargo, mas sua entrevista vai somar-se a outros pronunciamentos para a avaliação de seu papel na gestão macroeconômica de um segundo mandato de Lula. Pode haver dúvidas quanto à sua disposição de conduzir a esperada política fiscal mais austera no próximo período e de apoiar reformas cruciais como a da Previdência, que S. Exa. tem declarado não constar das prioridades do presidente. MAILSON DA NÓBREGA, EX-MINISTRO DA FAZENDA, E GUSTAVO LOYOLA, EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, SÃO SÓCIOS DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA

G uido Mântega deveria se afastar de sua função para agir como cabo eleitoral

s revelações estão vindo para apontar os responsáveis pelo maior desastre aéreo brasileiro: a queda do avião da companhia Gol, com a morte de 154 ocupantes. Os pilotos do Legacy cometeram erros elementares, principalmente sendo eles americanos, onde se leva à sério a formação dos pilotos, nesta arriscada profissão que é o comando de aviões. Pelos conhecimentos que se tem hoje em dia da técnica da comunicação de aviões terra-ar, esse desastre não poderia ter ocorrido, pois os dois aviões deveriam voar em linhas adrede preparadas para os dois aparelhos. Os noticiários nos informam que a torre de comando insistiu em falar com os pilotos do Legacy e não foram atendidos, fato a lamentar, pois estavam em jogo vidas humanas.

A

empresa brasileira Gol já firmou reputação de qualidade; seus proprietários são novatos na profissão, mas eles agem com extremo, cuidado para não macular a sua recente história. O avião que os pilotos americanos pilotavam é de fabricação nacional, de uma construtora que tem reputação de qualidade, merecendo, portanto, confiança dos passageiros brasileiros e, pelo visto, também estrangeiros. As apurações estão chegando ao fim e já indicam que os responsáveis foram os pilotos americanos, que esqueceram as lições elementares para segurança, sendo, portanto, irresponsáveis no exercício da profissão.

A

s tripulantes e os passageiros da Gol não poderiam imaginar que na sua freqüência surgisse um outro avião que os levaria à morte. Cabe, portanto, toda a responsabilidade aos pilotos americanos, que devem ser punidos pela Justiça, que revelará a punição merecida aos pilotos americanos.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Os pilotos americanos esqueceram as lições elementares de segurança e foram irresponsáveis no exercício da profissão.


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

5

PRODUÇÃO É EXCLUSIVA E LIMITADA

Parte do lucro das empresas vem de encomendas especiais ou brindes diferenciados

DOCES FORMATOS Noivos são produzidos em situações do cotidiano do casal Marcos Fernandes/LUZ

Rafael Hupsel/LUZ

DELÍCIAS PARA ENGORDAR O CAIXA

As comemorações de datas festivas seguem as recomendações do consumidor

Confeiteiros e chocolaterias descobriram o rentável filão das guloseimas personalizadas. Produtos agradam a consumidores e empresas.

N

ão há limites para as formas de doces e chocolates. Das mãos das artistas da culinária, as peças saídas dos sonhos de "chocólatras" e "doçólatras" viram realidade. As barras, ovos ou os coelhinhos, para elas, não têm mais graça. O desafio é transformar a massa – de chocolate ou do bolo – em bebês, homens, mulheres, raquetes, caixas, árvores e objetos mil. A criatividade não tem fim e engorda não só os consumidores. Os cofres dos fabricantes sentem também os efeitos das receitas. A empresária Pati Piva é far-

macêutica por formação, mas trocou o laboratório pela cozinha há 11 anos. Ela é autodidata. Morou nos Estados Unidos por três anos e lá começou os "estudos culinários". "Eu não sabia cozinhar. Comecei fazendo biscoitinhos e dava de presente de Natal para as amigas. Em 1995, abri a loja na Daslu", relembra Pati. Hoje, ela aproveita os cursos que fez de arte em madeira, em latas e de cerâmica para confeccionar os doces e chocolates. E acha que tudo pode virar comestível. "As rendas dos vestidos de noiva, por exem-

plo, são minha inspiração para a decoração de bolos. Meu maior desafio foram as flores. As pétalas hoje são perfeitas." Pati conclui que os formatos diferentes são responsáveis por 80% do faturamento. "O chocolate que eu faço é artesanal. A tiragem não é grande. Por isso, custa mais caro. Po-

Milton Mansilha/LUZ

Na Sweet Brazil, produção de guloseimas com motivos natalinos já está a todo vapor Milton Mansilha/LUZ

Milton Mansilha/LUZ

Paula de Lima Azevedo: criatividade ajuda a vender

Pati Piva: loja elegante na Daslu

Milton Mansilha/LUZ

Rafael Hupsel/LUZ

Garrafa e taça de champanha para o Ano Novo

Bombons artesanais da Pati Piva Milton Mansilha/LUZ

Conjunto de golfe da Sweet Brazil

rém, é mais barato do que os produtos importados." Inusitados – Já a Sweet Brazil chama a atenção pelo inusitado e pela criatividade. Os produtos, segundo a proprietária da empresa, Paula de Lima Azevedo, são os mais copiados do mercado. Ela diz que foi a responsável pelo lan-

çamento dos ovos de chocolates de bolinhas, cestas de golfe, vasos com árvores de trufas, buquês, coelhinhos de biquíni, cestinhas com produtos que protegem os chocólatras: com alho, ferradura, figa, pimenta. Tudo de chocolate. "Meu produto é 100% feito com chocolate belga. As pessoas gostam tanto, do aroma e do formato, que sentem pena de comer", diz Paula. Segundo ela, 70% das vendas ocorrem em razão da criatividade. A empresária se esmerou nos lançamentos para este Na-

tal: garrafas de champanha, tacinhas, cones de chocolate com trufas e bolas de Natal. "É possível lançar tendências quando o assunto é chocolate", afirma Paula. Desafio – A artista plástica e empresária Luiza Ricci está acostumada com pedidos que são sinônimo de desafio: bolos com orelhas, pé com joanete, o cachorro do aniversariante. Os noivos são um caso à parte: o casal pode estar na festa, na praia, no divã ou brigando. "Os produtos são esculpidos ou decorados com pasta americana", revela a artista. Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

3

Política

Fotos: Caio Guatelli / Folha Imagem

Geraldo Alckmin faz as perguntas que os brasileiros gostariam de ter feito ao presidente Lula.

Candidato Lula, de onde veio o dinheiro sujo, R$ 1,7 milhão para comprar um dossiê falso? Geraldo Alckmin

Interrogado sobre boa parte dos escândalos de corrupção, Lula resiste e pede propostas.

ALCKMIN PARTE PARA O ATAQUE A surpresa do primeiro debate presidencial foi o tom mais agressivo de Alckmin e as constantes ironias de Lula ao ser confrontado sobre os escândalos de corrupção

O

governador eleito de São Paulo, José Serra, era puro relax. À tarde foi assistir a vitória do Palmeiras contra o Flamengo, no Campeonato Brasileiro. À noite foi ao debate junto com a mulher Mônica e às 22 horas reclamou que estava com fome. Um jornalista sugeriu a ele que fosse à mesa de salgadinhos instalada na entrada do estúdio, mas o tucano não aprovou a sugestão. "Se for até lá eles vão querer me entrevistar e não vão me deixar comer." (SK)

T

roca de acusações, guerra de números e provocações que em alguns momentos quase terminaram em bate-boca marcaram ontem o primeiro debate do 2º turno da eleição presidencial, na "TV Bandeirantes". Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou o estilo coloquial. Geraldo Alckmin (PSDB) tinha dados e números na ponta da língua. O momento mais duro foi quando Alckmin perguntou se Lula abriria o sigilo dos cartões corporativos que fazem as compras para o gabinete presidencial. Lula respondeu, repetindo várias vezes, com o cenho carregado: "Não seja leviano!" Segundo o presidente , essa foi a única coisa boa que o governo FHC fez. Alckmin afirmou que não joga "nas costas de amigos os problemas do

governo" e bradou: "Eu assumo os problemas!" Lula devolveu: "Meu adversário decora chavões para participar de debates". E disse: "Os tucanos já governaram muitos Estados e só sabem cortar gastos nos salários do povo. Fizemos o País crescer como nunca nos últimos 20 anos." Contra a parede – Duro, Alckmin perguntou: "Candidato Lula, de onde veio o dinheiro sujo, R$ 1,7 milhão para comprar um dossiê falso?" Lula desconversou, afirmando: "Eu quero saber quem arquitetou esse plano maquiavélico. Quero saber quem fez essa negociata, porque o único ganhador nesse trambique todo foi o meu adversário." Ao final, garantiu que a Polícia Federal "vai descobrir tudo". O tucano ironizou: "Não sabe também. Não teve nem a

curiosidade de perguntar pro seu churrasqueiro, pro seu diretor do Banco do Brasil, pro seu secretário do Trabalho do ministério, pro presidente do seu partido." Na defensiva, Lula rebateu: "Eu respondo com muita clareza. Eu não sou policial. Existem regras para investigar. Aquilo que é pertinente nós fizemos, afastamos todos os envolvidos. Não tenho medo de debater a verdade." O presidente acusou Alckmin de agir como se pretendesse arrancar informações sob tortura, "como acontecia na época da ditadura". Alckmin respondeu: "Não precisa torturar para saber de onde veio o dinheiro, é só perguntar aos membros do PT. É só chamar os seus amigos de 30 anos e perguntar." Em seguida, Lula partiu para o ataque. Disse que o esque-

ma dos sanguessugas começou no governo Fernando Henrique e falou de Barjas Negri, ex-ministro citado no escândalo que depois foi secretário de Habitação do governo Alckmin. O tucano reagiu: "Não meça as pessoas pela sua régua". Aerolula– Alckmin fez propostas de apelo popular. Depois de condenar a compra de um avião para a Presidência, citou países cujos governos não têm avião e prometeu: "Vou vender esse Aerolula e fazer cinco hospitais com o dinheiro". Ele disse que é diferente de Lula: "Nós somos diferentes. São Paulo tinha dois aviões, eu vendi os dois. Tinha dois helicópteros, eu doei os dois para a Polícia Militar. É preciso criar um clima de respeito com o dinheiro público." (Agências)

Maurício Lima/ AFP

DILMA REBATEU CRÍTICAS DE ALCKMIN

A

ministra Dilma Roussef foi a mais saliente petista no mercado. Ela foi até os jornalistas rebater as críticas de Alckmin sobre o excesso de viagens de integrantes do governo Lula ao Exterior. "Foram viagens de negócios. Basta ver os resultados da balança comercial", disse. Aliados de Lula ficaram eufóricos quando se falou sobre a política externa – criticada por Alckmin – e sobre o apagão. Ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Rosseff, antecipou as respostas aos aliados. (SK)

T

ucanos ficaram à direita do mediador Ricardo Boeacht e os petistas à esquerda. Vestindo um conjunto preto, a primeira-dama Marisa Letícia assistiu o debate ao lado de Marta Suplicy, José Alencar e Jacques Wagner. De branco, a mulher do tucano Maria Lúcia ficou no meio da platéia, ao lado dos filhos. Aparentemente tensa, Lu Alckmin assitiu parte do debate de mãos dadas com o filho Tomás. (SK)

O afiado Artur Virgílio

A

rtur Virgílio não poupou os erros de concordância de Lula durante o debate. "Ele já foi candidato 500 vezes e ainda comete assaltos ao português. Uma lástima". Virgílio passou parte do debate roendo as unhas, mas garantiu que não estava nervoso. Reeleitos, os deputados José Anibal e Carlos Sampaio passaram o tempo municiando os assessores. A platéia quase foi ao delírio quando Alckmin disse que venderia o Aerolula. "O Lula está ficando peladinho", disse o vicegovernador eleito Alberto Goldman. (SK)

C

Debate de 2º turno na TV Bandeirantes: média de 14 pontos de audiência e pico de 20 pontos, inédito para o horário.

PSDB À DIREITA, PT À ESQUERDA: COINCIDÊNCIA.

Geraldo Majela/ Ag. Senado

TUCANO IRONIZOU EVASIVAS DE LULA NO DEBATE

Caio Guatelli/ Folha Imagem

Platéia: palmas e risos.

AEROLULA CAUSA FRISSON ENTRE TUCANOS

LULA DÁ O TROCO. SEM SUCESSO.

N

a primeira pergunta a Alckmin, Lula devolveu o tom de denúncias que tomou conta do debate: "O seu companheiro de partido Barjas Negri foi secretário-geral do Ministério da Saúde e depois ministro. Foi nessa época que os vampiros tomaram conta. Depois foi seu secretário de Habitação. O senhor sabia ou não?", provocou. Alckmin, o tempo todo com um meio sorriso nos lábios, responsabilizou o governo Lula pelos escândalos no Congresso: "Não meça as pessoas pelas suas regras. Não tenho assessor ou ministro meu condenado. Tenho 32 anos de vida pública honrada. Os escânda-

los do sanguessuga e do vampiro são do seu governo. E, se começou antes, devia ser punido. Como é que compra ambulância superfaturada? Duvido

que algum brasileiro saiba quem é o ministro da Saúde. O Brasil retrocedeu. Não fez hospitais. Quanto ao Barjas, no meu governo não tem absolu-

Quanta mentira. Como o Lula mudou. Veja, as CPIs só saíram porque o Roberto Jefferson falou para o Brasil, contou a verdade. Geraldo Alckmin

O governador deve olhar para a cara do povo e falar um pouco a verdade. E os 69 pedidos de CPIs engavetados? Luiz Inácio Lula da Silva

tamente nada. Se há alguém que não tem moral para falar de ética é o governo Lula". O presidente devolveu: "Barjas Negri tem 102 condenações dos tribunais de contas. Pelas informações da imprensa, o Abel Gomes estava lá (na negociação do dossiê). E o senhor diz que não sabia", afirmou o presidente. "O governador deve olhar para a cara do povo e falar um pouco a verdade. E os 69 pedidos de CPIs engavetados em São Paulo?" Alckmin reagiu: "Quanta mentira. Como o Lula mudou. Veja, as CPIs (em Brasília) só saíram porque o Roberto Jefferson falou para o Brasil, contou a verdade." (Agências)

andidato Lula, de onde veio o dinheiro sujo para comprar um dossiê falso?, questionou Alckmin. Lula desconversou, afirmando: "Eu quero saber quem arquitetou esse plano maquiavélico. Quero saber quem fez essa negociata." O tucano ironizou: "Não sabe também. Não teve nem a curiosidade de perguntar pro seu churrasqueiro, pro presidente do seu partido."

MERCADANTE E BASTOS: DISCRETOS.

D

iscreto, o candidato derrotado ao governo do Estado de São Paulo pelo PT, Aloizio Mercadante, ocupou uma cadeira bem longe dos ministros e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outro petista discreto no debate foi o ministro Márcio Thomaz Bastos.

Bruno Miranda/ Folha Imagem

RELAXADO, SERRA VIU JOGO ANTES DO DEBATE


6

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

38

PLANOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA EM XEQUE

por cento é a participação do Bradesco no mercado de previdência complementar

PGBL OU VGBL? PENSE PRIMEIRO NO MODELO DA DECLARAÇÃO. A escolha do modelo completo ou simples é decisiva. Projetos futuros também.

E

scolher um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou um Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)? Essa é a dúvida da maioria dos aplicadores brasileiros na hora de decidir qual plano de previdência complementar adquirir. O primeiro ponto para uma tomada de decisão, segundo executivos do setor e especialistas no mercado previdenciário, é colocar a sua relação com a Receita Federal como fator para a escolha do investimento. O fator "Receita" é vinculado à tributação do Imposto de Renda (IR) que o aplicador pagará sobre os investimentos. Na opção por um PGBL, o montante aplicado pode ser deduzido da base de cálculo. O aplicador pode descontar até 12% da renda bruta. Se a escolha for o VGBL, a tributação será sobre o ganho de capital. Isso traz vantagens para quem quer destinar mais de 12% de sua renda bruta para a previdência complementar. O superintendente comer-

cial de negócios da Brasilprev, Marco Barros, alerta para o impacto do IR sobre os ganhos futuros. Segundo ele, o PGBL é mais indicado para os que declaram a renda pelo modelo completo da Receita Federal, com tributação na fonte. Já o VGBL atende mais as necessidades dos que declaram o IR simplificado, ou não são tributados na fonte. "Neste caso, incide o IR sobre o ganho de capital. Dependendo da escolha, o aplicador deve ficar atento à tabela progressiva ou regressiva do imposto de renda, que será decisiva na renda futura." Definição – Barros alerta sobre a importância de definir o objetivo do investimento, antes da escolha. O produto é uma poupança de longo prazo e tem como foco garantir complemento à renda obtida pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) ou um valor acumulado suficiente para realizar projetos pessoais. Outro fator importante é calcular o impacto das tabelas de IR sobre o rendimento. No caso

da progressiva, a tributação fica entre zero e 27,5%. A isenção é dada a valores até R$ 1.164; o teto é cobrado dos que atingirem volume acima de R$ 2.326. No caso da regressiva, o fator tempo é que determinará o quanto de IR será pago pelo poupador. O índice vai de 35% a 10%, o máximo para aqueles que realizam o saque em até dois anos e o mínimo para os que ficam mais de dez anos com o dinheiro aplicado. Tabelas – O consultor Carlos Sampaio alerta que o interessado deve ficar atento a todos os fatores de ganho. Ele ressalta que a tabela regressiva é adequada para os interessados em VGBL, já que o IR será sobre o ganho e quanto maior o prazo de poupança, menor o índice. Sampaio também recomenda pesquisa de taxas de administração e de carregamento antes da compra de um produto. O percentual cobrado, somado a um saque inesperado, poderá reduzir os ganhos (veja a tabela ao lado). Para o executivo da Brasil-

prev, não há um prazo para iniciar a previdência complementar. O interessado pode adquirir o produto para si próprio, como para um filho que acaba de nascer. O importante é ele ter ciência de que o produto é um complemento à renda futura, para o período em que ele deixará o mercado de trabalho de forma efetiva. Sem risco – O fator "morte" também deve ser pesado na

hora da compra de um plano de previdência. As empresas do setor oferecem seguros de vida e pagamentos de pensão anexados ao produto. Barros diz que a Brasilprev oferece essa opção desde o início de sua operação no mercado. "O pagamento é garantido à família no caso da morte do titular. Não há risco de perda do investimento", informa. Na outra ponta da natalida-

de, as empresas oferecem fundos voltados para crianças e adolescentes. No caso da Brasilprev, os modelos oferecidos são o PGBL e VGBL Júnior. Ambos permitem que um responsável faça os aportes até o beneficiado ter 21 anos. Após esse período, o jovem passa a ser o titular do produto. Os aportes iniciais são de R$ 50 (PGBL) e R$ 25 (VGBL). Davi Franzon

Safra de balanços deve trazer boas notícias

A

economia brasileira, retratada do ponto de vista dos balanços trimestrais das companhias abertas, mostrará leve aumento no consumo de energia, elevação dos preços da celulose no mercado externo e impacto positivo do Pacote da Habitação nas construtoras. A safra dos balanços começou na sexta-feira, com a Aracruz, e também deve trazer dados positivos da TAM e Gol, com alto nível de ocupação dos vôos. Na contramão deve estar o resultado das empresas de telecomunicação, fixas e celulares, nos mesmos níveis dos meses anteriores, com exceção da TIM. "O preço da celulose aumentou de 5% a 10% no mercado internacional neste ano, o que ajuda na rentabilidade das empresas no terceiro trimestre", afirma Marco Melo, chefe do Departamento de Análise da Ágora. Para ele, também a produção para o mercado interno deve ter registrado desempenho melhor, o que beneficia especialmente a Votorantim Ce-

lulose e Papel (VCP). Mais energia – A ABN Real Corretora projeta alta de 4% no consumo de energia no País neste ano. Segundo José Francisco Cataldo, gerente de Análise de Investimentos da instituição, em julho, houve aceleração do gasto em relação ao mesmo mês do ano passado. Felipe Cunha, chefe da Área de Análise do Banco Brascan, ressalva que haverá diferenças entre os números da CPFL (iguais aos dos meses passados) e da Cemig, que revelou desempenho insatisfatório do consumo no período. Apartamentos – As empresas da área de construção, setor que vem crescendo na bolsa de valores, com o ingresso de Gafisa, Abyara e Klabin Segall, devem ter se beneficiado do recente pacote da habitação do governo federal, e da queda dos juros. Analistas prevêem crescimento de lançamentos de imóveis com aumento nas vendas de apartamentos, o que influenciará positivamente os resultados do setor. (AE)


P

AUTA

do tipo Fome Zero e Bolsa Família. De outro lado, não se imagine que é possível fazer o desenvolvimento à custa da transferência da renda rural para o setor urbano.

A decadência econômica brasileira: tendência inevitável? Teremos anos negros pela frente. Com as atuais condições para a atividade empresarial e o ambiente geral dos negócios, podemos dizer que o Brasil reúne todos os requisitos para não crescer.

eço desculpas pelo tom passavelmente pessi- liz Haiti, em campeões do baixo crescimento e da carga mista, quando não francamente niilista, do títu- fiscal, aqui exclusivamente. Mais ainda, conhecendo a lo deste artigo, mas é que não pude evitar certa trajetória das contas públicas nos próximos anos, não sensação de desalento (e talvez também de inveja) ao hesito em dizer que teremos anos negros pela frente e, ler sobre o recente e espetacular recorde na captação de conhecendo também as atuais condições para a ativiinvestimentos estrangeiros diretos pela Grã-Bretanha dade empresarial e o ambiente geral dos negócios, no decorrer de 2005. Nada menos do que US$ 209 bi- tampouco hesito em dizer que o Brasil reúne, sem somlhões, ultrapassando em muito o segundo colocado, os bra de dúvida, todos os requisitos para não crescer no EUA, que figuram há muitos anos no primeiro lugar, futuro previsível. tanto como receptor quanto como principal investidor, seguido, nos últimos dez anos, pela China, como see essa trajetória não for revertida, a conclusão gundo colocado do lado da captação (com cerca de inevitável me parece ser apenas esta: caminhaUS$ 60 bilhões) e primeiro dos países emergentes. mos inevitavelmente para a decadência econôDuas décadas atrás a Grã-Bretanha era um dos piores mica, o baixo crescimento continuado, o desemprego lugares do mundo para se começar novos negócios ou mantido em altas taxas, a desesperança social convermesmo para manter os existentes. Como isso foi pos- tida em humor nacional e o desalento generalizado sível? A Inglaterra lutou o bom combate e conseguiu quanto à capacidade dos nossos políticos em mudar reverter sua terrível decadência econômica e política. esse quadro de declínio. O Brasil, por certo, não é um Antes disso, porém, a batalha foi dura: ela teve, primei- país decadente, em espírito ou disposição para a luta, ro, de ser levada nos "corações e mentes" dos mas ele parece hoje paralisado por um mocidadãos britânicos, nos súditos da rainha, G A Inglaterra delo de organização "estatal" da economia para convencê-los de que a decadência não lutou o bom que nos garante, apenas e tão somente, isso era inevitável ou uma fatalidade do destino, combate e que vemos: baixo crescimento, incapacidade que era possível, sim, colocar um ponto conseguiu de de investimentos, "despoupança" líquifinal na descida para o declínio social e co- reverter sua da dos recursos do setor privado por uma meçar lentamente a obra de recuperação. máquina estatal prebendalística e perduláterrível Pois bem, isso agora acabou, e a Grã- decadência ria, comportamentos rentistas das corporaBretanha renasce de sua antiga decadênções que "assaltaram", literalmente, o Estaeconômica cia, renovação tanto mais segura de contido, enfim, um quadro negativo de "desecoe política. nuar que o "novo Labour" aderiu ao pronomias" de escala que nos garante apenas o cesso e ao modelo iniciados por Lady Antes disso, que já foi mencionado, ou seja, baixo cresciThatcher e deles não pretende se desven- porém, a mento e perspectivas sombrias para o futucilhar. Um pouco, aliás, como vêm fazen- batalha teve ro. do os socialistas e democratas chilenos, de ser levada A julgar pela história exemplar de decaque herdaram do período militar uma nos corações dência continuada – em certas épocas, mais gestão mais ou menos em ordem e uma e mentes dos do que agravada – dos dois casos mais noeconomia em franco crescimento nos qua- súditos da tórios de baixo desempenho econômico no dros da globalização e da liberalização co- rainha, para século XX, a Grã-Bretanha e a Argentina, esmercial. convencê-los tamos ainda longe de termos atingido o "auAlguma lição a tirar? Claro que sim, e a de que era ge" do declínio. Em outros termos, ainda teprimeira lição a tirar seria, além da inveja, possível remos muitos problemas pela frente, com desejar sorte e sucesso continuado a britâum espaço ainda aberto para um desempecolocar um nicos e chilenos, que podem desfrutar de nho ainda mais medíocre da economia e ponto final na uma deterioração ainda mais sensível dos baixo desemprego, estabilidade de preços, aumento razoável das expectativas de descida para costumes políticos. Talvez tenhamos de pasbem-estar, diminuição das "deseconomias" o declínio sar, realmente, por vinte anos de decadêne das externalidades negativas associadas à social. cia, como no exemplo britânico, antes de semá gestão da economia. Sem ser preciso nequer pensar no caminho da recuperação. Penhuma revolução ou mudança dramática lo menos é isso que eu concluo, ao constatar, na situação corrente, deve ser melhor viver em pesquisas de opinião, que o brasileiro numa sociedade que conhece progressos médio ainda confia no Estado como um proincrementais nas condições de vida do que vedor de "soluções" a seus problemas cotinuma outra que, por hipótese, afunde prodianos. Pode até ser, mas certamente não segressivamente na delinqüência, no desemrá esse Estado que aí se encontra. Reverter prego, na inflação, na deterioração dos esse quadro vai ser difícil, mas não imposequipamentos sociais, na compressão do sível, uma vez que já começamos a reconhepoder de compra, na desesperança trazida cer o problema. pela sensação de aumento na corrupção poO próprio fato de se poder apontar para lítica, enfim, que se debata a decadência econômica inevitável com vários males de que pado Brasil, como acabo de fazer, taldecem hoje muitos países vez já seja o primeiro passo para a ao redor do mundo. necessária tomada de consciência e de posição, num sentido contrário à tendência declio que tem nosso nista hoje detectada. Espepaís a ver com isso remos que não tenhatudo? O Brasil comos de esperar por nhece alguns desses mavinte anos, ou les e, felizmente, está ao mais, de decadênabrigo de outros, cia, antes de conhecomo poderia ser a cer uma reversão inflação galopante de tendência. Esque ameaça, mais tou sendo muito uma vez, a vizinha pessimista? Talvez, Argentina, ou a mas não vejo motivos instabilidade polítipara muito otimismo ca, que já arrastou mais no momento e nas de um presidente para condições presentes… fora dos palácios presidenciais em outros países da região. Mas, nós acaPAULO ROBERTO DE ALMEIDA, bamos de nos converter, junto com o infeDO INSTITUTO MILLENIUM

P

S

E

EM

DOISPONTOS -77

É possível vencer eleição sem aliança política ? Alckmin foi criticado por receber o apoio de Garotinho e ACM. Lula desagrada por estar com o pastor Crivella. Sem eles, como ganhar?

DEPENDE

NÃO

Depende da aliança, do momento e da maneira como ela é feita. Antes de mais nada, precisamos esclarecer a diferença entre aliança e apoio político. Uma aliança requer um plano, formar aliados, troca de idéias e, normalmente, ocorre com a distribuição de cargos públicos. O apoio significa apenas um apoio, um voto. No recente caso da eleição presidencial, o político Anthony Garotinho ofereceu apenas um apoio a Geraldo Alckmin, mas seu ato foi visto como uma aliança entre os dois, o que não aconteceu. Um candidato de extrema direita pode apoiar um candidato de extrema esquerda, mas uma aliança entre eles seria um pouco mais complicada. Agora, foi um erro tático da campanha de Alckmin permitir que esse apoio fosse interpretado dessa maneira.

Pelo menos não no Brasil. O nosso sistema de governo não permite que um político consiga governar sem fazer alianças políticas. Vivemos num chamado "presidencialismo-parlamentarista", onde o presidente acaba exercendo o papel de chefe de Estado, precisando das aprovações do Legislativo. Por causa disso, as alianças são necessárias para garantir a governabilidade. No caso entre Garotinho e Alckmin, ao meu ver, esse apoio foi um tropeço da campanha tucana, principalmente se observarmos qual foi a reação dos demais políticos, tendo em vista a baixa popularidade do Garotinho na cidade do Rio de Janeiro. Fica difícil, depois das fotos, Alckmin dizer que o encontro foi apenas uma visita, e não um apoio.

ROBERTO ROMANO, PROFESSOR DE POLÍTICA DA UNICAMP

RACHEL MENEGUELO, CIENTISTA-POLÍTICA E PROFESSORA DA UNICAMP

agricultura tem compensado em parte a redução da área plantada nessas duas últimas safras de grãos, conseguindo manter um bom nível de produção, graças a aumentos importantes de produtividade. Hoje , no entanto, enfrenta o duplo efeito da queda da renda e da desvalorização patrimonial. O que o governo demora a entender é que, se houver redução da produção agrícola, não só se perderá todo o esforço de estabilidade dos últimos anos mas também a esperança de desenvolvimento para os próximos anos . É bastante simples de mostrar isso: no momento em que se reduz a oferta de alimentos, os preços voltam a crescer e ninguém se iluda porque eles crescem a uma velocidade maior e de forma mais acentuada do que acontece nos momentos de baixa de preços.

A ANTONIO DELFIM NETTO

AINDA A CRISE AGRÍCOLA emana passada comentei aqui neste mesmo espaço que a agricultura do Sul do Brasil e de parte do Sudeste está precisando de suporte imediato do governo federal para superar a pior crise dos últimos tempos, depois de três anos de estiagem e com os preços à cada dia mais comprimidos. Desde o plano Real, o setor agrícola vem transferindo uma parte substancial de sua renda para os setores urbanos, mas todos os indicadores mostram sinais de esgotamento dessa capacidade. Uma ampla pesquisa concluída pouco antes da eleição, sob o patrocínio da Confederação Nacional

S

O agricultor espera uma nova política de preços do governo

Armando Favaro/AE

Perspectivas Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

da Agricultura e Pecuária, confirma a preocupação da maioria com o aumento das dificuldades para financiar o plantio da nova safra , acrescidas das incertezas com relação ao comportamento dos mercados agrícolas, aqui e externamente. A pesquisa mostra que a intenção do agricultor é plantar, mas ele espera a definição do governo quanto à política de preços e em relação a alguma modalidade de seguro de safra. São perceptíveis, no entanto, os sinais que vêem das regiões produtoras de grãos que vai haver uma redução importante das áreas de plantio. Isso vai acontecer não por desejo do produtor mas porque ele percebe que o governo continua indiferente à sua sorte. A verdade é que Brasília comemora a queda dos preços dos alimentos como uma grande vitória contra a "carestia", pois há muito tempo não se tem notícia que um salário mínimo seja suficiente para comprar duas cestas básicas, como atualmente. Ninguém ignora a melhoria de bem estar das populações mais pobres que estão sendo beneficiadas diretamente pelos programas sociais

e com a simples suposição de uma ameaça de inflação, o Banco Central já recomeça a engordar a Selic, o que ele fará diante do fenômeno de uma elevação generalizada de preços dos alimentos ? Vai subir os juros e com isso bloquear qualquer veleidade de crescimento da economia. Este é um cenário que o governo ainda tem tempo de evitar. Basta que convoque as lideranças do agronegócio das áreas mais atingidas e traga para a conversa o pessoal da área de crédito rural dos bancos oficiais e os técnicos do Ministério da Agricultura para discutir aquelas dificuldades e buscar soluções. O custo de agilizá-las é sempre inferior ao custo de ignorar o problema.

S

ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA

FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br

G O governo não

entende que, se houver queda na produção agrícola, ele perderá a estabilidade.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


4

Eleições CPI INVESTIGAÇÃO Corr upção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Vamos concluir as investigações (do dossiê Vedoin) antes do 2° turno. Diógenes Curado delegado

PF PEDE NOVAS QUEBRAS DE SIGILO

INVESTIGADORES QUEBRAM SIGILOS E PT DEVE EXPULSAR MAIS UM

PT CONTINUA FAXINA E PF QUEBRA MAIS 500 SIGILOS TELEFÔNICOS

Eymar Mascaro

Caça ao voto

A

coordenação de campanha do PSDB admite que Geraldo Alckmin pode tirar a diferença de 7 milhões de votos favorável a Lula no 1º turno, intensificando o desempenho do partido no Nordeste. A região é um mar de 33 milhões de votos. Lula obteve no Nordeste 66% dos votos contra 25% de Alckmin. As lideranças aliadas locais acham que o tucano pode crescer na região. O coordenador de campanha do PSDB, senador Sérgio Guerra está otimista: admite que se Alckmin "vender" bem o programa de governo para o Nordeste, sua votação pode até dobrar na região.

Beto Barata/AE 23/09/2006

D

epois da faxina que levou à expulsão de alguns dos seus q u a d r o s p r i n c ipais, o PT deve punir agora Valdebran Padilha. Empreiteiro e tesoureiro da campanha do partido à prefeitura de Cuiabá em 2004, Valdebran foi preso pela Polícia Federal, com parte do dinheiro que o PT usaria para comprar o dossiê Vedoin. "A expulsão de Valdebran Padilha é uma realidade", declarou Jairo Rocha, presidente do PT na capital do Mato Grosso. "Não tem outra saída a não ser a sua exclusão", declarou. O dirigente petista avalia que Valdebran fez parte de uma ação que "prejudicou gravemente as campanhas do PT" e, principalmente, fez ruir o processo de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Para Rocha, a trama do dossiê é obra de "um bando de loucos". Ele anotou que os envolvidos iriam pagar "uma fortuna" por um material sem peso político - seis fotografias, uma fita de vídeo e um DVD com imagens de José Serra, governador eleito de São Paulo, numa cerimônia de entrega de ambulâncias em maio de 2001, em Cuiabá. "Foi um plano idiota, mal organizado, irresponsável", definiu Rocha. Valdebran será ouvido ainda esta semana pela Comissão de Ética do PT. Ele é ligado ao grupo de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula. "Eles (a ala de Dirceu) são minoria aqui em Cuiabá, esse povo nunca

LOCALIZADO

Ao lado, o delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito do dossiê e pretende concluir as investigações antes do 2° turno das eleições presidenciais. Abaixo, Valdebran Padilha da Silva chega à sede da Polícia Federal em Cuiabá. Ele deve ser mais um expulso do PT. Marcos Vaillant/AE 19/09/2006.

veio aqui", alfinetou Rocha. Faxina - A última limpeza no PT foi anunciada na sexta-feira, quando, pressionado pela cúpula do PT e pelo presidente Lula, Berzoini afastou-se da presidência nacional do partido. Na reunião da Executiva Nacional, os outros quatro envolvidos com o dossiê foram expulsos: Jorge Lorenzetti, Hamilton Lacerda, Expedito Veloso e Oswaldo Bargas. Ao pedir licença do cargo, Berzoini negou que conhecer qualquer fato ligado à negociação do dossiê: "Reafirmo que jamais incentivei, determinei ou concordei com nenhuma forma de ilegalidade ou irregularidade." Abertura– A Polícia Federal pediu à Justiça de Mato Grosso a quebra do sigilo de mais 500 linhas telefônicas, fixas e móveis, identificadas na investigação sobre o dossiê Vedoin. A PF considera fundamental a medida porque acredita que o caminho mais curto para che-

Alckmin foi à Bahia reiniciando a campanha no 2º turno, porque o estado é detentor do maior colégio eleitoral do Nordeste, com 9 milhões de votos. Lá, Lula alcançou 59% dos votos contra 23% de Alckmin. O petista teve mais que o dobro da votação do tucano no estado.

RECUPERAÇÃO

Apesar da derrota que o PFL sofreu no estado, com a vitória do petista Jacques Wagner para o governo, o senador Antonio Carlos Magalhães não esmorece: acha que Alckmin pode aumentar sua votação entre os baianos.

VANTAGEM

gar à origem do dinheiro é pela localização de contatos que exdirigentes petistas teriam feito com instituições financeiras, casas de câmbio e doleiros para amealhar o dinheiro. O rastreamento do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é lento, burocrático e não tem objetividade, segundo os investigadores. A PF avalia que a ampliação do rastreamento não vai jogar

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

Tema

Avaliação da conjuntura política pós-eleições Palestrantes • Guilherme Afif Domingos Presidente • Amaury de Souza Cientista Político Dia: 9 de outubro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar

no marasmo a investigação. Ao contrário, considera importante a medida porque os suspeitos não estão colaborando. Ora apresentam uma versão inverossímil, ora silenciam. "É como buscar uma agulha no palheiro", reconhece o delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito do dossiê. Ele pretende concluir a apuração até uma semana antes do segundo turno das eleições. (AE)

DEBATE DOS CANDIDATOS DO RIO É ADIADO

A

TV Bandeirantes resolveu adiar o debate que promoveria hoje entre os candidatos Sérgio Cabral (PMDB) e Denise Frossard (PPS) ao governo do Rio. A decisão foi tomada porque Frossard entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na última sexta-feira, para suspender o debate por entender que o encontro está sujeito às mesmas normas que regem a propaganda eleitoral. Segundo a lei eleitoral, a propaganda dos candidatos só pode começar 48 horas após a homologação do resultado do 1º turno, o que só acontecerá hoje. Em consulta feita ao TRE, na quinta-feira passada, o advogado da Bandeirantes, Marcelo Martins, foi informado que, de fato, o encontro está sujeito às mesmas normas que regem a propaganda eleitoral. Sendo assim, o diretorgeral da emissora no Rio, Daruiz Paranhos, bateu o martelo. "Não vai acontecer (o debate desta segunda-feira). Estamos tentando realizá-lo no próximo dia 17.". (AOG)

O mesmo problema Alckmin enfrenta em Pernambuco (5,7 milhões de eleitores). A campanha no estado é conduzida pelo coordenador Sérgio Guerra, com a adesão de aliados como o exgovernador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Em Pernambuco, Lula alcançou 62% dos votos e Alckmin, 20%.

UNIÃO A campanha de Alckmin em Pernambuco no 2º turno será acoplada a do candidato do PFL ao governo estadual, Mendonça Filho. Seu adversário, Eduardo Campos (PSB), fechou com Lula. Pernambuco é o estado do Nordeste em que Lula recebe o maior índice de intenção de voto nas pesquisas.

APOIO

Embora derrotado na campanha de reeleição ao governo do Ceará (5,3 milhões de eleitores), o tucano Lúcio Alcântara reafirma seu apoio a Alckmin no 2º turno. No 1º turno, Alcântara chegou a fazer campanha ao lado de Lula na televisão.

MELOU

Apesar do vai-e-vem de César Maia e Denise Frossard, que ora apóiam Alckmin, ora não, o tucano vai ter dificuldade de fazer campanha no Rio (11 milhões de votos). O apoio do casal Garotinho (PMDB) a Alckmin continua desagradando ao prefeito e à candidata ao governo fluminense pelo PPS.

RISCO

O candidato tucano aceitou o apoio dos Garotinho porque o exgovernador tem sua força política no interior do Estado, enquanto César Maia tem sua liderança na capital. Lula alcançou 44% dos votos no 1º turno no Rio, contra 25% de Alckmin.

AMPLIAÇÃO

Lula e Alckmin voltam a travar um duelo em São Paulo. O petista luta para diminuir a diferença de 18 pontos em favor do tucano no 1º turno. Mas a coordenação de campanha do PSDB acha que Alckmin pode ampliar a diferença porque sua curva nas pesquisas é ascendente.

FORÇA

São Paulo concentra 28 milhões de eleitores, sendo que dois terços do eleitorado se localizam no interior, onde o PSDB e o PFL estão estruturados em quase todos os 645 municípios. Apenas no interior do Estado estão concentrados 19 milhões de votos.

APELO

A direção do PT está fazendo um apelo para que os nordestinos que moram em São Paulo (só na zona leste da capital residem cerca de 3 milhões de migrantes do Nordeste) votem em Lula. Lembra que os nordestinos de São Paulo devem ter parentes beneficiados pelo BolsaFamília.

SUL

Apesar de priorizar a campanha nas regiões em que foi derrotado, Alckmin não vai deixar de marcar posição também no estados do Sul (Rio Grande, com 7,5 milhões de eleitores; Paraná, com 7 milhões; e Santa Catarina, com 4,3 milhões). O tucano ganhou de Lula nos três estados e acha que pode ampliar sua vantagem na região.

ASSOCIAÇÃO

Além de FHC, o PT pensa em explorar a imagem de derrotado de ACM associada a Geraldo Alckmin. Os petistas querem aproveitar também a fase de críticas que os tucanos baianos fazem ao carlismo na Bahia. ACM não se abala, mas dá mostras de que sentiu a derrota no seu estado.

BOATOS

Alckmin se apressa em desmentir que, se eleito, diminuiria a verba do Bolsa-Família, como denunciou a nova coordenadora da campanha petista em São Paulo, Marta Suplicy. Alckmin diz que o PT espalha ainda o boato de que demitiria funcionários públicos e cortaria salários.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

0,21

por cento foi a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de setembro.

6/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 04/10/2006 04/10/2006 04/10/2006 04/10/2006 04/10/2006

P.L. do Fundo 10.434.503,81 1.454.425,42 7.815.811,50 18.368.238,93 1.295.689,04

Valor da Cota Subordinada 1.203,107479 1.096,577077 1.161,946928 1.124,574180 1.107,164406

% rent.-mês 0,1528 0,2060 -0,0010 0,3759 0,4182

% ano 23,1467 9,6577 16,1947 12,4574 10,7164

Valor da Cota Sênior 1.002,313754 1.089,425898 1.103,157561 0 0

% rent. - mês 0,1736 0,1594 0,1736 -

% ano 0,2314 8,9426 10,3158 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Eleições Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Foi bom Lula não ganhar no 1° turno para não sacramentar a política do toma-lá-dá-cá que tomou conta do PT e do governo. Chico Whitaker (PT-SP)

VOTAÇÕES CONTINUAM SUSPENSAS.

Rafael Neddermeyer/ AE - 21/10/04

CONGRESSO CORRE PARA LIMPAR A PAUTA Câmara e Senado iniciam a semana com esforço concentrado para acelerar a apreciação de matérias das duas casas legislativas e permitir que aconteçam votações de importantes projetos, como o do reajuste dos aposentados. Marina Malheiros/AE 06/05/2002

A

Câmara e o Senado começam a semana com as pautas de votações trancadas p o r m e d i d a s p ro v i s ó r i a s (MPs). No Senado, são 15 MPs, já aprovadas pela Câmara, que dependem de deliberação. A Câmara dos Deputados precisa votar oito medidas para liberar a pauta e apreciar matérias como a Proposta de Emenda Constitucional que acaba com as votações secretas no parlamento, em 2º turno. Como dia 12 é feriado nacional, deputados e senadores farão esforço concentrado hoje e amanhã para tentar desobstruir a pauta. Entre as MPs que estão trancando a pauta de votações da Câmara está novamente a que visa corrigir os benefícios de aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo em 5,01% (MP 316). A oposição já avisou que não aceita votar esse rea-

Gasparian: deputado e editor.

MORRE DEPUTADO QUE LIMITOU JUROS EM 12%

F

Os senadores precisam aprovar 15 MPs que já passaram pela Câmara e os deputados devem votar oito medidas.

CÂMARA DISCUTE BAIXARIA NA TV

O

ntem, 8 de outubro, Dia Nacional Contra a Baixaria na TV, um debate no Congresso discutiu a necessidade de regulamentar a publicidade voltada para crianças e a urgência do projeto que tramita na Câmara dos Deputados. O psicólogo Ricardo Morethzon, da campanha "Quem Financia a Baixaria É Contra a Cidadania", lembrou que na

Suécia a propaganda é proibida para menores de 12 anos "como forma de evitar a pressão do mercado na criação de consumidores efetivos do futuro, antes que tenham consciência plena para avaliar os danos da publicidade direcionada, que nem sempre é de boa qualidade". O diretor de Classificação Educativa do Ministério da Justiça, José Eduardo Elias

Romão, ressaltou que a criança “não tem discernimento”, na maioria das vezes. Por isso o ministério já começou a estratificar o que é propaganda com conotação infanto-juvenil para, a partir disso, coibir a publicidade perniciosa. Ele reconhece, porém, que o trabalho "é dos mais delicados e complexos, porque as formas de apelo publicitário têm diferentes sutilezas".

O deputado Orlando Fantazzini (PSol-SP), da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, destaca que "o público em formação precisa ser informado com publicidade direta, sem subterfúgios", de modo que não fique muito sujeito a estímulos para uso de álcool, cigarros e bens de consumo que acirram a competitividade entre as pessoas. (ABr)

EX-VEREADOR PETISTA GANHA 'NOBEL' ALTERNATIVO

E

xperiente em administrar adversidades, o ex-vereador do PT em São Paulo Chico Whitaker foi surpreendido com a conquista do Righ Livelihood Award, conhecido como Prê-

Paulo Liebert/AE 21/01/03

juste e vai lutar para aprovar o índice de 16,67 %, mesmo percentual concedido para os que ganham um salário mínimo. Aliados do governo discordam da oposição e vão lutar para manter o índice proposto pelo governo. Além dos trabalhos das duas casas legislativas, deputados e senadores têm reuniões em diversas comissões técnicas. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas marcou reunião para amanhã, às 10 horas, com o objetivo de votar mais de 100 requerimentos de convocação de ex-ministros da Saúde, de pessoas envolvidas com a compra do dossiê contra políticos e também para a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal de diversas pessoas citadas no esquema da compra superfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento. O Conselho de Ética da Câmara também marcou para amanhã, às 14h30, reunião para definir cronograma de trabalho relacionado aos 67 processos contra parlamentares acusados de envolvimento com a compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público. O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), quer começar a tomar os depoimentos de testemunhas dos deputados acusados a partir da próxima semana, em subcomissões do Conselho de Ética. Hoje, sub-relatores da CPMI dos Sanguessugas vão viajar para Cuiabá (MT), onde terão reunião com o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado. Os parlamentares vão conversar com o delegado sobre as investigações em torno do dossiê envolvendo políticos. (ABr)

mio Nobel alternativo, concedido pelo Parlamento da Suécia. Antes de ser laureado – a entrega do prêmio será em 8 de dezembro –, ele comemora a realização do 2° turno da eleição presidencial por

permitir a discussão da tese da refundação do PT. "Foi bom Lula não ter ganhado no 1° turno para não sacramentar a política do toma-lá-dá-cá que tomou conta do PT e do governo". (AOG)

ernando Gasparian, editor e ex-deputado formado em engenharia pela Universidade Mackenzie, foi internado na quinta-feira com problemas renais e morreu ontem, aos 76 anos, no Hospital Sírio Libanês, vítima de uma infecção generalizada. Vida pública – Ele foi editor e político ligado a causas de esquerda. Ainda estudante, ele presidiu o centro acadêmico de sua faculdade e, de 1951 a 1952, a União Estadual de Estudantes. No início da década de 1960, dirigiu a Companhia Paulista de Estradas de Ferro e integrou o Conselho Nacional de Economia. Em 1969, diante da notícia de que seria preso pelos militares, foi para Oxford, na Inglaterra, onde trabalhou como professor de economia. De volta ao Brasil, criou, em 1972, o semanário “Opinião”, uma publicação que usava conteúdo de importantes jornais europeus e reunia alguns dos mais notáveis opositores ao regime militar. Censura – Em 1973, Gasparian comprou a editora Paz e Terra e colocou como seus acionistas diversos colaboradores do “Opinião”, entre eles, Alceu Amoroso Lima, Barbosa Lima Sobrinho, Celso Furtado, Érico Veríssimo e Fernando Henrique Cardoso. Ainda na década de 1970, Gasparian lançou a revista “Argumento”, cuja circulação foi logo suspensa por pressões do governo nas mãos dos militares. Ao longo da década de 1970, apesar dos constantes problemas com a censura, manteve a Paz e Terra no caminho idealizado por Ênio Silveira, fazendo da editora uma referência na divulgação do pensamento de esquerda no país. Com a redemocratização do País, Gasparian elegeu-se, em 1988, deputado constituinte pelo PMDB. Criou a emenda que limita os juros no País a 12%. Nos anos seguintes, seria um crítico do sistema financeiro, chegando a questionar os juros altos do governo do amigo Fernando Henrique. Em 1998, Gasparian chegou a passar o comando da Paz e Terra para o filho Marcus, mas logo reassumiu a empresa. Seu corpo foi levado para a Assembléia Legislativa de São Paulo, onde foi velado e, depois, cremado. Deixa quatro filhos e a viúva, Dalva. (AOG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Internacional

Morales de A olho na mineração

D

O

M IN

G O

D

E

A

D EU S

Pablo Valadares/AE

Após a morte de 16 mineiros em conflitos, na semana passada, presidente boliviano lança a proposta de levar para o Estado as concessões de mineração improdutivas Reuters

Familiares se despedem do piloto Décio Chaves Jr., em Brasília. Ele era casado e tinha um filho de 9 anos.

Na cidade de Huanuni, parentes enterram vítima morta nos conflitos

Alexander Natruskin/Reuters

Piloto do Boeing da Gol é enterrado Além do comandante do avião que caiu no último dia 29, outras vítimas foram sepultadas em mais quatro capitais. Caixas-pretas dos aviões estão no Canadá.

C

erca de 300 pessoas acompanharam, pela manhã, em Brasília, o enterro do corpo do comandante Décio C h a v e s J ú n i o r, p i l o t o d o Boeing da Gol que caiu no dia 29 último, no Mato Grosso, depois de colidir com o jato Legacy, da Embraer. Décio era casado e tinha um filho de 9 anos. O diretor de operações da Gol, Fernando Rockert, que participou do funeral, disse que representava a companhia e a família Constantino, proprietária da empresa. Mais sepultamentos foram realizados ontem em outras cidades brasileiras. Caso do empresário Luiz Rogério Lobato Benedito, de 51 anos, no Cemitério Parque da Colina, região oeste de Belo Horizonte. Ele estava no grupo de amigos que retornavam de uma pescaria no Amazonas. Benedito morava em Cachoeiro do Itapemirim (ES) há 22 anos. Trabalhava com venda e locação de automóveis. Era separado e deixou três filhos, de 21, 14 e 12 anos. "Temos certeza de que foi uma bênção de Deus permitir que ele tenha sido identificado e que a gente pudesse fazer esse ritual de despedida", disse a irmã, Fátima Lobato. Ontem, o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Luiz Carlos Bueno, confirmou que as caixas-pretas do Boeing da Gol e do jato executivo Legacy

Fidel não está morrendo Raúl Castro, irmão do líder cubano sobre notícia de que ele estaria com câncer terminal

já se encontram no Canadá, onde deverão ser analisadas. Segundo Carlos Bueno, além de ser a sede da Organização da Aviação civil Internacional (Oaci), o Canadá é um "lugar neutro". Bueno disse que o objetivo principal das investigações sobre o acidente não é apontar culpados, mas esclarecer quais foram suas causas. "Ninguém está em busca de culpados, mas sim em busca das causas que ocasionaram no acontecimento, para que algo assim não se repita", disse o comandante, após participar da cerimônia da troca da bandeira nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Pressão – Bueno também evitou comentar a pressão que alguns congressistas norteamericanos vêm fazendo para que os dois pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino, sejam liberados pelas autoridades brasileiras para voltar aos Estados Unidos. "A parte política não é conosco. Não faz parte das atribuições da Aeronáutica opinar sobre isso." Para ele, a presença dos pilotos no Brasil ajuda na apuração das causas do acidente. O piloto e o c-piloto do Legacy estariam hospedados no JW Marriot Hotel, no Rio de Janeiro. Ambos tiveram seus passaportes apreendidos pela Justiça para que não deixem o País antes do fim das investigações. (AE)

No centro de Moscou, população presta homenagens à jornalista, conhecida pelas duras críticas a Putin

Politkovskaya: cobrança aumenta Crescem as manifestações em todo o mundo para que se esclareçam as circunstâncias da morte da jornalista russa, assassinada no último sábado

O

assassinato da jornalista russa Anna Politkoviskaya, ocorrido no sábado, abriu uma série de manifestações em todo o mundo exigindo o esclarecimento do crime. As condenações mais veementes partiram da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) e da União Européia (UE), que exigiram do governo russo de Vladimir Putin, do qual a jornalista era uma das mais implacáveis críticas, uma investigação rápida e conclusiva. Autora de diversos livros e reportagens nos quais denunciava os abusos atribuídos às forças russas na guerra na Chechênia, Politkovskaya foi encontrada morta no elevador do edifício onde morava, no cen-

tro de Moscou, no sábado. Nos últimos anos, a jornalista denunciou ter recebido várias ameaças de morte por parte dos organismos de inteligência russos. O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, destacou a "atitude exigente da França em relação à liberdade de imprensa e à defesa das regras democráticas". Por meio do porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, os Estados Unidos também expressaram "profundo choque" com o assassinato da jornalista. Investigação – Ontem, o governo russo prometeu perseguir os assassinos de Anna Politkovskaya, mas colegas da jornalista asseguravam que

conduziriam uma investigação independente, partindo da premissa de que ela teria sido morta devido a suas críticas à guerra travada pela Rússia contra rebeldes separatistas na república da Chechênia. Fontes locais informam que a polícia trabalha com a hipótese de o crime ter sido cometido por um assassino de aluguel. As suspeitas iniciais sobre o mandante do crime, segundo especulações na imprensa, recaem sobre Ramzan Kadyrov, o homem forte de Moscou na Chechênia. Suas forças são acusadas de diversos abusos dos direitos humanos, incluindo seqüestros e torturas. Ontem, porém, Kadyrov disse lamentar a morte de Politkovskaya. (AE)

morte violenta de 16 pessoas na quinta e sexta-feira após confrontos, a tiros e dinamites, pelo controle da mina Huanuni (299 km ao sul de La Paz) força o governo a buscar urgente um plano para reativar a mineração estatal, que passa pela nacionalização das concessões improdutivas. Assim o presidente boliviano, Evo Morales, tentou explicar sua proposta de nacionalizar a mineração. "Não se pode esperar mais, é preciso nacionalizar as concessões mineradoras sem investimento", declarou Morales, no último sábado, naquele que seria seu pior momento no governo desde que tomou posse, há oito meses. O presidente pediu a seus colaboradores medidas para potencializar a mineração estatal e reanimar as cooperativas privadas de mineiros. Morales está pressionado porque em Huanuni, onde ontem foram sepultados os 16 mineiros morto nos conflitos, continua sendo um barril de pólvora apesar de as duas partes, mineiros cooperativados e sindicalizados, terem concluído uma frágil trégua. Salvação – O presidente vê como tábua de salvação o resgate da estatal Corporação Mineira da Bolívia (Comibol), em estado residual desde 1985, quando 30.000 mineiros foram demitidos e as portas do setor, que sustenta o Erário boliviano, abertas para particulares. Os mineiros de Huanuni disputam "Patiño", a única mina de estanho desenvolvida desde a década de 30, que nos últimos dez meses foi explorada por uma e outra parte de forma compartilhada, mas sempre em meio a várias críticas e suspeitas. Os sindicalizados defendem os métodos sustentados que empregam para buscar estanho por uma intrincada rede de galerias úmidas e quentes mais de 3 km abaixo da superfície e acusam os cooperativados de "roubar" o equipamento deixado nas profundezas e explorá-lo "irracionalmente". Contratos – Não bastassem os problemas com as mineradoras, Evo Morales voltou a abrir uma "guerra" contra as empresas internacionais de petróleo que operam no país. Segundo informações do jornal boliviano El Diário, as companhias de petróleo terão de abrir mão de qualquer reclamação judicial por perdas e danos contra o governo caso decidam permanecer na Bolívia. Os novos contratos para exploração e produção, que devem ser firmados até o próximo dia 28, prevêem uma cláusula de "Ausência de reclamações". Dessa forma, a empresa signatária "desiste e renuncia a qualquer ação" que possa ter contra o país, a estatal local YPFB ou suas afiliadas. De acordo com o jornal, as companhias que se adequarem aos novos termos reconhecem ainda o fim dos contratos de risco compartilhado, vigentes até o momento. Caso não aceitem as regras, poderão ser expulsas do país, segundo determina o artigo 3º do Decreto Supremo de Nacionalização. Para especialistas, a renúncia a contestações judiciais só terá efeito sobre as atividades reguladas pelo contrato, ou seja, as concessões para exploração ou produção de petróleo e gás. Assim, a Petrobras terá direito de requerer indenização pela perda do controle das refinarias. A Petrobras opera os dois maiores campos de gás boliviano, San Alberto e San Antonio, em parceria com a francesa Total e a Petrolera Andina, controlada pela espanhola Repsol. Também tem o direito de recorrer a uma câmara arbitral do Banco Mundial para apresentar queixas sobre o descumprimento de regras que protegem investimentos. (AE)


8

Empresas Tr i b u t o s Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

O investimento direto chinês na África atingiu US$ 1,18 bilhão neste ano e deve crescer mais.

800 EMPRESAS CHINESAS ESTÃO NA ÁFRICA

Martin Bureau/AFP

N gócios

&

oportunidades

Missão solidária ao Líbano

O

Departamento de Promoção Comercial (DPR), do Ministério das Relações Exteriores, está organizando missão de solidariedade de empresários brasileiros ao Líbano. A missão ocorrerá entre os dias 16 e 18 de outubro próximos, com o objetivo de estimular o comércio bilateral, principalmente a importação de produtos libaneses e a identificação de áreas prioritárias de investimentos. Essa ação foi definida durante a Conferência de Doadores realizada em Estocolmo, na Suécia, em 31 de agosto. O trabalho realizado pela inteligência comercial do Itamaraty apontou os seguintes setores como sendo prioritários e

de grande urgência para a economia e população libanesas: alimentos, infra-estrutura (energia, transportes e telecomunicações), equipamentos médicos e hospitalares, saneamento e tratamento de água, máquinas e equipamentos agrícolas e industriais. O programa da missão inclui encontros com representantes de entidades e associações libanesas para melhor definir os mecanismos de cooperação entre os empresários dos dois países, reunião com representantes do governo e visitas a áreas de interesse. Informações sobre a missão poderão ser solicitadas por meio do endereço eletrônico libano@braziltradenet.gov.br.

Evento mundial de varejo em NY

O

maior evento mundial do setor de varejo ocorrerá entre os dias 14 e 17 de janeiro do próximo ano em Nova York, Estados Unidos. Trata-se da 96ª Convenção e Feira da National Retail Federation (NRF). Realizada no Jacob K. Javits Convention Center, em uma área de 170 mil metros quadrados, a NRF 2007 reunirá mais de 400 vendedores, que apresentarão idéias e inovações para o varejo em diversos setores. Em paralelo, haverá seminá-

rios com representantes de companhias importantes como Microsoft, Kenneth Cole Productions, Metro AG, Under Armour e Circuit City. A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) obteve uma condição especial para a participação dos empresários brasileiros, desde que a reserva seja feita com antecedência. O contato deverá ser direto com a operadora: Princess Travel, pelos telefones: (11) 3388-5275 e 3388-7274.

Chilenos buscam parceria

A

Embaixada do Brasil em Santiago, no Chile, através do Serviço de Promoção Comercial (Secom) identificou as seguintes demandas de empresas chilenas para investimentos no Estado de São Paulo: 188 - Crown Alumínio deseja instalar uma unidade de distribuição e fabricação de perfis de alumínio. 189 - Drillco quer construir uma unidade de fabricação de perfuratrizes para uso em ati-

vidades de mineração. 190 - Ocean Biotech deseja um parceiro para pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. 191 - Enko Ltda quer criar uma produtora de brindes e artigos promocionais. 192 - Eletronica Quasartech deseja instalar uma fábrica de transmissores de rádio AM e sinais de televisão. 193 - Lezana Arce y Cia quer prestar serviços gráficos e de encadernação.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397

VITÓRIA Apartamentos/Kitchenete/Casas/Sobrados Chácaras/Sítios/Terrenos/Fazendas Venda - Locação - Adm. de Imóveis

Empreendimentos Imobiliários

Sr. Proprietário, traga o seu imóvel Ótimas oportunidades APTO. MOOCA 2 Dorms., 72m² s/vaga. Valor R$ 63 mil. Financia direto c/ proprietário

APTO. MORUMBI 3 Suítes, 3 vagas. Valor R$ 350 mil. Cond. R$ 750,00 Aceita Proposta

TERRENO MOOCA AT= 1.782m² AC= 100m² Aluguel R$ 4.000,00 ...e outros

ATENDIMENTO PERSONALIZADO FONE: (11) 3341-5511 / 3276-2701

Plataforma de petróleo em Luanda, Angola. No total, 30% do petróleo importado pela China sai da África (mais de 2 milhões de barris por dia).

China ajuda África a crescer e colhe bons frutos

N

o dia 23 de setembro, a China fez uma doação de US$ 220 mil a Angola. No dia 25, anunciou sua intenção de construir uma Universidade do Trabalho em um país africano, durante o encerramento de um seminário que reuniu cerca de 30 sindicalistas africanos em Beijing. Essas não são ações pontuais, mas movimentos de uma estratégia chinesa definida e que já vem de uma década: estabelecer-se na África, no vácuo deixado pelas potências ocidentais, criar vínculos de cooperação, fomentar acordos comerciais, assegurar o fornecimento de matérias-primas e estabelecer plataformas de produção de bens para empresas chinesas, tanto para exportação quanto para atender a demanda africana. Nos anos 1960 e 1970, o interesse chinês pela África foi essencialmente ideológico, mas em 1996, a China, explicitamente, decidiu abandonar o foco ideológico, e passou a ver nos países africanos – especialmente o Sudão e a Nigéria – bons parceiros comerciais para supri-la de petróleo. Preferência – A ideologia parece ter sido definitivamente colocada de lado. No dia 18 de setembro, durante seminário de preparação para a terceira edição do Fórum de Cooperação China–África (Foca), vá-

rios ministros das finanças de países africanos (48 países estiveram representados no seminário) afirmaram claramente que seus países preferiam solicitar empréstimos à China a pedir ao Banco Mundial (Bird). Segundo despacho da agência noticiosa The Associated Press, entre as razões indicadas pelos ministros está a de que o Banco Mundial,

10 vezes foi o aumento do comércio entre China e África no período de 1995 a 2005. Passou de US$ 4 bilhões para US$ 40 bilhões. para conceder empréstimo, exige reformas tributárias e privatizações (o que sempre leva tempo). A China não impõe condições. E, por isso, consegue o que quer: licenças para a exploração de jazidas de petróleo, contratos para grandes empresas chinesas fazerem obras de infra-estrutura na África e acordos comerciais de suprimento de matérias-primas.

Já são cerca de 800 companhias chinesas estabelecidas em 49 países africanos, desde produtoras de cimento a indústrias têxteis, passando por fábricas de autopeças. Investimento – O investimento direto chinês na África já atinge US$ 1,18 bilhão. E deve crescer mais pois, no início do ano, o China Export–Import Bank anunciou que concederia US$ 2,3 bilhões para a construção de uma hidrelétrica em Moçambique. Além de investimentos e financiamentos, o país asiático é pródigo em ajuda humanitária e doações. O comércio entre China e África aumentou 10 vezes de 1995 a 2005, passando de US$ 4 bilhões para US$ 40 bilhões ao ano. E aumentou quatro vezes a partir de 2002. Mais de metade da produção de petróleo do Sudão vai para a China, da mesma forma que parte considerável da produção da Nigéria e de Angola. No total, 30% de todo o petróleo importado pelo país asiático sai da África (mais de 2 milhões de barris por dia). O aumento no preço do petróleo contribuiu muito para uma aceleração dos níveis de crescimento dos países produtores (Nigéria, Sudão e Angola, principalmente), mas a injeção de capitais chineses também fez crescer o Produto Interno Bruto (PIB) africano. As estimativas do Fundo Monetá-

rio Internacional (FMI) indicam que a África subsaariana deverá crescer entre 5,5% e 6% neste ano, um pouco acima da média mundial (e possivelmente o dobro do Brasil). Política – A China tem, também, obtido dividendos políticos. Nos últimos anos, conseguiu que 48 países africanos ro m p e s s e m re l a ç õ e s c o m Taiwan. E os africanos, por sua vez, sabem que a China é membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com poder de veto, uma espécie de protetor. No dia 18 de setembro, Joaquim Chissano, ex-presidente de Angola e líder africano importante, afirmou à agência Reuters: "Que venha a China. Ela foi um dos primeiros países a integrar o Nepad (Novas Parcerias para o Desenvolvimento da África, na sigla em inglês). Quando o Nepad precisou de ajuda para desenvolver a infra-estrutura africana, a China respondeu". Chissano disse mais: "A China investe e ajuda sem ligar isso a laços políticos, o que ocorre, por exemplo, com os europeus, que não realizam cúpulas porque não querem a presença de Robert Mugabe, o ditador de Zimbábue". Para os analistas, a China está na África para ficar. E os países ocidentais, entre eles o Brasil, perderam a oportunidade. Samuel Dirceu

Exportador precisa conhecer as leis Paulo Pampolim/Hype

A

s empresas comerciais exportadoras e importadoras têm uma legislação "positiva", mas ainda pouco acessível ao setor. Além disso, o tratamento tributário dado às optantes do Simples que exportam sofre com diferentes interpretações dos tribunais sobre o assunto. Para esclarecer as dúvidas dos empresários desse setor, o tributarista e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Luis Eduardo Shoueri participou da reunião das empresas comerciais exportadoras e importadoras, promovida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última sexta-feira. A idéia, segundo Roberto Shoueri, vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), é realizar um esforço para dirimir dúvidas sobre

Roberto Shoueri (à esq.) e Luiz Eduardo Shoueri na ACSP

essa legislação e aproximar as empresas comerciais exportadoras e importadoras. "Elas são um instrumento fundamental, para inserir o pequeno exportador no comércio mundial." O professor da USP apresentou detalhes do Decreto Lei 1.248/72, que regula o setor

dentro do princípio da cobrança de impostos na origem, ou seja, a desoneração tributária para o exportador. Para ele, esse sistema deverá continuar por um longo período, até no mercado comum europeu, enquanto não houver uma alíquota unificada do Imposto

sobre Valor Agregado (IVA). Para as comerciais importadoras, observou Shoueri, esse sistema implica a incidência de toda a carga tributária ao produto local. "A única discriminação é o Imposto de Importação", explicou, segundo as normas do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). Luis Shoueri fez um histórico da legislação do créditoprêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para exportadores, desde seu início em 1969, com o Decreto Lei 461 (DL), e que deveria ser extinto em 1983. Observou também que as modificações feitas depois pelo DL 1894/81 e Portaria do Ministério da Fazenda 252/82 geraram muitas ações no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), ainda sem uma conclusão definitiva. Sergio Leopoldo Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

O chuchu que virou pepino

Ao menos do ponto de vista dos conspiradores, Alckmin terá se transformado em pepino. Há quem goste e quem não goste. Mas ninguém dirá que é digestivamente inócuo.

ê

Mas, nesse sentido, seus erros não foram erros. foram uma espertíssima política de esquerda camuflada como política direitista sonsa. Todos os aparentes paradoxos do governo Fernando Henrique se resolvem quando os encaramos sob esse prisma. Inclusive as famosas priva t i z a ç õ e s, c o n d u z i d a s c o m espírito premeditadamente clientelista que as inutilizou como instrumentos de higiene administrativa e comprometeu para sempre a imagem do “liberalismo” aos olhos do eleitorado, dando um poderoso reforço ao discurso estatista da esquerda – resultado óbvio que um cientista político habilitado como Fernando Henrique jamais teria podido deixar de prever, e do qual, aliás, tirou ainda um belo proveito secundário, o enriquecimento de seus amigos. A existência da parceria oculta entre as duas agremiações pareceu confirmada por um sinal indireto nas eleições de 2002, quando o candidato José Serra, alimentado de informações sobre o Foro de São Paulo capazes de fazer em cacos o prestígio do oponente, se recusou a divulgá-las, preferindo antes ser usado como sparring para o maior sucesso do adversário e tornando-se, por omissão, cúmplice dos crimes inumeráveis cometidos por aquela organização subversiva. O mesmo silêncio é observado agora pelo sr. Geraldo Alckmin, cuja imagem de conservador e católico só engana a quem desconheça a contribuição dada por ele ao avanço da ditadura politicamente correta entre nós, mediante um decreto abominável que proíbe padres, pastores ou rabinos de vetarem o ingresso de homens vestidos de mulheres nos seus templos, como se cultos religiosos fossem bailes do Scala Gay. Como se isso não bastasse, o candidato ainda sai proclamando que Lula está à sua direita, dando assim um formidável impulso a que a identificação do esquerdismo com a vontade de Deus se arraigue um pouco mais na imaginação popular, e confessando que, à imagem do seu antecessor de 2002, não enfrenta o oponente como a direita enfrenta a esquerda, mas apenas concorre com ele num campeonato de esquerdismo. Se é verdade que o contrato secreto sugerido na notícia da Folha não compromete o PSDB inteiro, mas apenas alguns grupos dentro dele, é claro que entre a facção de Alckmin e o grupo Serra-Aécio-FHC a divergência também não é ideológica, mas mera disputa de poder, reproduzindo em miniatura, na escala tucana, a concorrência entre PSDB e PT. Ambos esses partidos, no fim das contas, vêm da mesma origem social e cultural. Nasceram do mesmo grupo uspiano intoxicado de marxismo, cujos membros menos ortodoxos, mesmo após a queda da URSS, não abdicaram em nada de seu compromisso materialista e esquerdista, no máximo consentindo numa modernização cosmética, da qual não resultou nenhuma tomada de posição efetiva contra as ditaduras comunistas e nem sequer o despertar de algum interesse, por mínimo que fosse, pelo pensamento da “direita”. Fernando Henrique, Serra, Gianotti e tut ti

o Ab

C

MuNDOreAL

Ilustr açã

omeço por chamar a atenção dos leitores para a seguinte nota publicada na coluna de Mônica Bérgamo. “De um dos parlamentares mais bem votados do PT em jantar com empresários, anteontem: ‘Vamos ser claros. Existia um acordo entre nós [PT] e o PSDB: o próximo governo era nosso, do Lula. O de 2010 seria do José Serra ou do Aécio Neves, sem problemas. Com a vitória do Alckmin, esse acordo será rompido. E o Alckmin vai ter derrotado o Serra, o Aécio, o Fernando Henrique Cardoso, o Lula, todo mundo.’ A platéia ouvia, algo perplexa. O parlamentar continuou: ‘O Alckmin, se eleito, não vai governar. O PT não vai dar trégua no Congresso. A CUT, o MST, os movimentos sociais, não vão dar trégua nas ruas.’ A perplexidade só aumentou. No mesmo jantar foi dito que o PT está preparado para uma má notícia nas próximas pesquisas: a de que Alckmin tenha empatado ou até superado o presidente Lula nas intenções de votos. ‘Mas o PT vai para as ruas’, disse o parlamentar.” Se a informação é veraz (e confesso que sinto dificuldade em contestá-la), ela significa que: 1) Os dois partidos fingem enfrentar-se em público, quando em segredo já dividiram o bolo do poder. Isso seria a maior fraude eleitoral de todos os tempos. 2) O acordo criminoso tem autoridade superior à decisão do eleitorado, que pode ser revogada à força caso venha a se desviar do que ele determina. Isso seria mais que uma ameaça de golpe. Seria a confissão de que o golpe já está armado. A informação pode parecer chocante demais para ser verdadeira, mas, no país do Mensalão, do dinheiro na cueca, dos 50 mil homicídios por ano, das testemunhas judiciais assassinadas em série e dos narcotraficantes recebidos como hóspedes oficiais de um governador de Estado, a diferença entre o chocante e o banal se tornou um detalhe filológico sem maior interesse. A notícia, aliás, tem antecedentes, e bastante numerosos. Tempos atrás, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o então teórico petista Christovam Buarque reconheceram, numa declaração conjunta, que seus respectivos partidos não tinham nenhuma divergência no que diz respeito a ideologia e metas; que a única disputa ali existente era de cargos. Em qualquer país decente, essas duas belezinhas teriam sido imediatamente aposentadas da atividade política. No Brasil, receberam mimos e afagos como se tivessem acabado de recitar “Batatinha quando nasce”. Já naquela época ninguém se escandalizava ante a confissão de que a mais vistosa disputa em cartaz no circo político nacional era uma farsa. A identidade de política e farsa parecia, ao contrário, uma lei da natureza. Por que deveríamos então surpreender-nos com sua confirmação tardia? A suspeita explícita de algum acordo secreto remonta pelo menos à declaração de Fernando Henrique, feita ao candidato Lula poucos dias antes da eleição de 2002: “Você sabe que esta cadeira é sua.” Por que o presidente, em vez de ajudar o seu candidato nominal, apostava tudo no cavalo do adversário? Não sei, mas o fato é que, eleito para deter o avanço da extrema esquerda, Fernando Henrique havia tratado é de favorecê-lo por todos os meios, alimentando o MST com as verbas federais que o transmutaram de grupelho folclórico em temível organização de massas, desmoralizando e demolindo as Forças Armadas, institucionalizando o assalto revanchista aos cofres do Estado e oficializando a doutrinação politicamente correta nas escolas. Não é de espantar que a direita militar tenha acabado por nutrir mais ódio aos tucanos do que aos petistas, oferecendo a estes o seu apoio eleitoral em 2002. Nada no mundo me convencerá de que tudo isso foram resultados imprevistos de erros inocentes, cometidos com a mais pura intenção de sepultar o comunismo sob as glórias de uma democracia capitalista. No instante mesmo em que os cometia, Fernando Henrique gabava-se de ser melhor conhecedor da estratégia revolucionária gramsciana do que seus concorrentes petistas. E era mesmo.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

A suspeita explícita de algum acordo remonta pelo menos à declaração de FHC, feita ao candidato Lula dias antes da eleição de 2002: 'Você sabe que esta cadeira é sua.'

PT e PSDB, no fim das contas, vêm da mesma origem social e cultural. Nasceram do mesmo grupo uspiano intoxicado de marxismo (...)

quanti continuam tão ignorantes do conservadorismo anglo-saxônico ou da economia austríaca quanto o eram na década de 60. Que sentido faz, então, rotulá-los de “direitistas”? Como podem esses indivíduos representar, mesmo de longe, uma corrente de idéias pela qual não têm sequer um interesse teórico, um interesse intelectual, um interesse de meros leitores? O cientista Bolívar Lamounier voltou a insistir recentemente, e é o milésimo a dizê-lo: “O PSDB é uma organização de centro-esquerda.” Fazer dos líderes tucanos a encarnação da direita nacional é evidentemente uma fraude. Se perguntarmos a quem beneficia essa fraude, a resposta é óbvia: beneficia por igual aos tucanos e petistas, ajudando-os a dividir o espaço inteiro da política nacional entre a “esquerda” e a “direita da esquerda”, deslocando para o mundo do não-ser todas as forças que poderiam legitimamente reivindicar, em graus variados, o título de direitistas, conservadoras ou liberais. Tenho explicado isso desde o ano d e 2 0 0 0 p e l o m e n o s ( V. h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v al ho. org /s e ma n a/ pa u la d a. h tm , h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v alho.org/semana/dirdaesq.htm e h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v alho.org/semana/berlim.htm), e não vejo por que continuar repetindo o óbvio. Quem disse que em briga de marido e mulher não se mete a colher tinha em vista precisamente o fato de que, por trás dos bate-bocas domésticos restando sempre um fundo de amor secreto, qualquer veleidade de tomar partido de um dos lados acabará fortalecendo a união dos cônjuges em prejuízo do intrometido. Duas forças que se acharam espertas o bastante para usar o PSDB contra o PT ou vice-versa saíram quebradas e desmoralizadas dessa tentativa supremamente idiota. A primeira foi o PFL. Pouco restou dele depois da aliança com FHC, e agora está mais fraco ainda depois do esfarelamento político de Antonio Carlos Magalhães, um fenômeno que previ como inevitável mais de três anos atrás. A segunda foi a vasta parcela de oficiais das Forças Armadas, que, em 2002, no empenho de vingar-se dos tucanos que tanto haviam humilhado suas corporações, votaram maciçamente no PT acreditando poder servir-se dele e jogálo fora. Foram eles os usados e jogados, exatamente como anunciei que seriam. Onde erraram? Erraram, primeiro, pela mania brasileira de tentar resolver tudo com manhas sorrateiras em vez de coragem e franqueza. Napoleão ensinava: entre a esperteza e a força, a força sempre vence. O corolário é incontornável: se você não tem força, adquira-a. Essa é a única esperteza que vale. Um único ato de coragem multiplica a força por mil. E nada enfraquece mais do que tentar usar a esperteza como substitutivo da coragem. Com mais alguns passos nessa direção, a Frente Liberal se tornará a entrada dos fundos do esquerdismo. E as Forças Armadas se tornarão Fraquezas Desarmadas. Erraram, também, por subestimar a unidade profunda da esquerda nacional, unidade forjada na luta precisamente contra a elite

Fazer dos líderes tucanos a encarnação da direita é evidentemente uma fraude, que beneficia por igual aos tucanos e petistas, ajudando-os a dividir o espaço da política (...)

pefelista e as Forças Armadas. Civil ou militar, o sujeito precisa ser muito besta para achar que de repente, em troca de dois ou três agradinhos, esquerdistas históricos vão romper lealdades de quatro décadas para se tornar amigos de seus inimigos de ontem. Mesmo se não existisse a aliança formal a que se refere a colunista da Folha, restaria o espírito de solidariedade revolucionária, uma força psicológica tremenda. Um comunista pode retalhar ou assar vivo outro comunista. Mas jamais permitirá que um estranho, um reacionário, o faça em lugar dele. Entre comunistas, as divergências são políticas ou estratégicas. Entre os comunistas e o rest o, a d i f e r e n ç a é u m a b i s m o ontológico intransponível. Notem o ar de infinita superioridade com que eles se referem a vocês, e verão que nesses ambientes vocês jamais terão sequer o estatuto de seres humanos enquanto não se converterem ao esquerdismo. Para o comunista, só há amigos e inimigos – e nesta última classificação entram os aliados oportunistas como o PFL e os oficiais “nacionalistas”. Há também o fato de que bater com duas mãos, articulando a “pressão de cima” com a “pressão de baixo” como se viessem de fontes separadas e inconexas, é a mais velha e sólida tradição estratégica do esquerdismo internacional – uma tradição que dificilmente seria desconhecida por homens muito versados em marxismo e em praticamente mais nada. Por fim, é evidente que nem PT nem PSDB são organizações nacionais independentes, criadoras de suas próprias idéias. Ambos são instrumentos passivos de estratégias globais que seus dirigentes nem mesmo enxergam com clareza, pois não têm QI para isso, e às quais servem com o deslumbramento de caipiras para quem um sorrisinho da mídia novaiorquina ou uns aplausos de ocasião na Assembléia Geral da ONU representam a culminação suprema da existência humana. Para os criadores da política mundial, os planejadores estratégicos da Nova Ordem Mundial, articular um partido de esquerda com um de centro-esquerda em mais um país de tagarelas semiletrados no Terceiro Mundo, depois de tantos onde isso se fez com sucesso desde a década a primeira década do século XX, não é certamente o grande desafio de suas vidas. Em face desses antecedentes, a noticia dada por Mônica Bérgamo faz tanto sentido que negar sua veracidade in limine, como o faz indignado o meu caro Reinaldo Azevedo, só se explica como natural reação do homem honesto ante o temor de que sua última esperança de restaurar a ordem moral se transfigure na mais intolerável das decepções. Quando a derradeira tábua de salvação começa a nadar como um crocodilo, mostrar dentes de crocodilo e agitar o rabo como um crocodilo, o cérebro humano tende a apegar-se à idéia reconfortante de que as árvores às vezes assumem estranhas formas animais. Mas a situação do Brasil se tornou tão ameaçadora, que recuar ante as hipóteses escabrosas pode ser um meio de apressar a sua realização. Os piores instintos humanos assumem o comando justamente quando rejeitados para a escuridão do inconsciente. É melhor, pois, levar a hipótese a sério, e começar a investigá-la. Também não há por que supor, como Reinaldo, que a notícia seja desinformação calculada para queimar a candidatura anti-Lula. Se o acordo secreto existe, e se Alckmin tomou a iniciativa de traílo, eis aí uma bela razão para votar em Alckmin. O princípio do ladrão que rouba ladrão vale também para o traidor paradoxal, que trai o pacto abominável dos conspiradores. Eu, que não tenho a menor apreciação pelo sr. Alckmin, confesso que, se ele fez o que Mônica Bérgamo diz que ele fez, já vejo aí um começo de motivo para admirá-lo. Num país de carneirices, pagagaiadas e macaqueações, ele terá optado por um caminho próprio, não obstante os riscos. Já não se poderá chamá-lo de “chuchu”. Ao menos do ponto de vista dos conspiradores, ele terá se transformado em pepino. Há quem goste e quem não goste de pepino. Mas ninguém dirá que é digestivamente inócuo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Apesar de toda a vantagem do São Paulo, nada está definido.” Vanderlei Luxemburgo

almanaque Celso Unzelte

A VILA BELMIRO FAZ 90 ANOS UH/Arquivo do Estado de São Paulo

A Vila Belmiro, que ontem foi palco do jogo entre Santos e Grêmio, completa nesta semana 90 anos. Acima, o santista Mengálvio é ameaçado por um jogador uruguaio, que tem uma garrafa na mão, durante a partida mais importante (e uma das mais tumultuadas) da história do estádio: Santos 2 x 3 Peñarol, em 2 de agosto de 1962. Era o segundo jogo da final da Libertadores daquele ano. O Santos havia vencido o primeiro, em Montevidéu, por 2 a 1. No jogo-desempate, em Buenos Aires, ganhou por 3 a 0 e foi campeão.

O PRIMEIRO DE TODOS OS JOGOS A Vila Belmiro foi oficialmente inaugurada em 12 de outubro de 1916, com um programa de solenidades em que não constava o futebol. Jogo, ali, somente dez dias depois, na tarde 22 de outubro de 1916. Pelo Campeonato Paulista, o Santos venceu o Ypiranga por 2 a 1. Adolfo Millon Junior marcou o primeiro gol no novo estádio. Jarbas ampliou a contagem e Formiga descontou para o Ypiranga. O Santos entrou em campo com Soares, Américo e Arantes; Pereira, Neca e Pintanella; Millon, Jarbas, Ary, Tedesco e Arnaldo.

Esporte Ernesto Rodrigues/AE

O

gol de cabeça marcado pelo zagueiro Domingos, ontem, na Vila Belmiro, valeu mais que uma simples vitória sobre o Grêmio, por 1 a 0. Deu ao Santos a possibilidade de continuar lutando diretamente com o São Paulo pelo título de campeão brasileiro deste ano. Está certo que a diferença que separa o líder do vice-líder ainda é grande, de sete pontos. No entanto, se quisesse continuar vivo no campeonato, o Santos precisava desesperadamente dessa vitória contra o Grêmio, que estava à sua frente e era o principal postulante a brigar com o São Paulo. Além disso, nessa corrida contra o Tricolor, o Alvinegro conta, ainda, com um trunfo: o confronto direto entre os dois, a se realizar na Vila Belmiro, no dia 5 de novembro. Logo depois da partida, o técnico santista, Vanderlei Luxemburgo, não concordou que, para o Santos chegar ao título, teria que ganhar todos os seus jogos e ainda torcer para que o São Paulo perdesse três partidas. “Três não. Duas, porque ainda temos o confronto direto com o São Paulo, na Vila Belmiro”, contabilizou. Para o técnico, a maior dificuldade do Santos diante do Grêmio foi superar o desentrosamento inicial em razão das ausências de Manzur, Maldonado, Zé Roberto, André Luiz e Wellington Paulista. “Mesmo assim envolvemos o adversário, que só teve duas oportunidades de gols. Uma no começo e aquela cabeçada no final.” Apagado em campo, o Grêmio caiu para o terceiro lugar,

Santos faz 1 a 0 no Grêmio, toma a vice-liderança dos gaúchos e torna-se o maior rival do São Paulo na luta pelo título brasileiro deste ano

com 48 pontos, e nem de longe justificou a boa campanha e a fama de ser uma das forças do campeonato. Mostrou alguma qualidade apenas na marcação, mas a criatividade do meio-campo inexistiu e o ataque não obrigou o goleiro Felipe, substituto do suspenso Fábio Costa, a fazer nenhuma defesa difícil em 90 minutos. “Está difícil, a vantagem do São Paulo ainda é muito grande”, admitiu o técnico Mano Menezes. “Ficamos muito recuados no primeiro tempo e facilitamos a tarefa do Santos”, comentou o lateral Patrício.

O ataque do Santos demorou para perceber que tinha qualidade mais do que suficiente para superar a defesa do Grêmio. Diante da falta de criatividade, o gol só poderia sair graças a uma jogada de bola parada. Aos 34 minutos, Tcheco fez falta sobre Jonas. Na cobrança, Cléber Santana acertou o travessão e, enquanto os gaúchos olhavam para a bola, Domingos foi mais esperto e cabeceou para as redes. Na volta do intervalo, Hugo e Domingos se agrediram e foram expulsos. Pior para os gaúchos, que tinham de atacar

E há 23 anos, em 9 de outubro de 1983, o árbitro José de Assis Aragão desviou involuntariamente para o gol um chute do palmeirense Jorginho, no final do clássico Palmeiras 2 x 2 Santos, pelo Paulistão.

A vitória do Palmeiras sobre o Flamengo, ontem, no Parque Antarctica, foi o 92º jogo entre as duas equipes em todos os tempos. São, agora, 36 vitórias palmeirenses contra 33 vitórias rubro-negras e 23 empates. O Palmeiras marcou 156 gols e o Flamengo, 134.

para tentar o empate e ficaram com um a menos na frente. No desespero, o Grêmio foi todo para o ataque nos minutos finais. Permitiu alguns contra-ataques do adversário, mas quase conseguiu a igualdade. Na cobrança de um escanteio, Alessandro resvalou de cabeça, mas ninguém apareceu para desviar a bola para dentro. “Tivemos mais volume de jogo na etapa final, mas a partida se decidiu no primeiro tempo”, lamentou o gremista Sandro Goiano. Expulso de campo aos três minutos do segundo tempo,

Domingos, o autor do gol da vitória santista, não comemorou por respeito aos ex-companheiros de Grêmio. “O pessoal lá é muito legal”, disse, desfazendo qualquer suspeita de que estaria protestando contra Vanderlei Luxemburgo, que há muitos jogos não o escalava. Para outro zagueiro, Luiz Alberto, a primeira decisão, que foi a troca de posições com o Grêmio, já foi ganha: “Agora precisamos continuar unidos e, conseguindo as vitórias antes do clássico decisivo com o São Paulo, há possibilidade de chegarmos bem”.

Anderson Brito/Folha Imagem

Mais longe do perigo

O

Em 1933, por proposta do associado Ricardo Pinto de Oliveira que foi aceita por unanimidade pela diretoria do Santos, a Vila Belmiro passou a se chamar oficialmente Estádio Urbano Caldeira. O catarinense Urbano Villela Caldeira Filho nasceu em 9 de janeiro de1890 e faleceu em São Vicente (SP), no dia 13 de março de 1933. Jogou como zagueiro, no Santos, entre 1912, ano da fundação do clube, e 1917. Foi também primeirosecretário, vice-presidente, primeiro-tesoureiro, secretário-geral e diretor geral de esportes do Santos.

Há 29 anos, no dia 9 de outubro de 1977, era batido o recorde de público do Morumbi: 146 082 pessoas assistiram à vitória da Ponte Preta sobre o Corinthians por 2 a 1, no segundo jogo da decisão do Campeonato Paulista daquele ano. Na terceira partida decisiva, jogada na quinta-feira, deu Corinthians, 1 a 0, gol de Basílio.

Na verdade, nós poderíamos ter feito quatro, cinco ou seis.” Geninho, técnico do Goiás e ex do Corinthians

O NOVO CANDIDATO

QUEM FOI URBANO CALDEIRA

“Santos sempre Santos, dentro ou fora do Alçapão.” (Trecho da marcha Leão do Mar, hino extraoficial do Santos, composta por Maugeri Neto e Maugeri Sobrinho. Faz referência ao “alçapão” da Vila Belmiro, o campo em que o Santos, tradicionalmente, consegue bons resultados diante dos visitantes.)

1

Souza comemora, Betão observa: com os 3 a 1 para o Goiás, Corinthians retorna à zona de rebaixamento

De volta para o inferno

D

esolação. Era esse o clima no vestiário do Corinthians ontem, após a derrota por 3 a 1 para o Goiás no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Não era para menos: com o resultado, a equipe volta a freqüentar a zona de rebaixamento a dez rodadas do final da competição, como a 17ª colocada entre os 20 participantes. “Agora estamos na zona de rebaixamento”, suspirou, por exemplo, o lateral-esquerdo César, logo depois que o árbitro Elvécio Zequetto apitou o final da partida. “Mas teremos de mostrar tranqüilidade e cada um de nós terá de dar muito mais de si. Vamos nos recuperar”, garantiu. Os jogadores também voltaram a se mostrar irritados com

a arbitragem, principalmente após a expulsão do zagueiro Betão, que levou o segundo cartão amarelo logo no primeiro minuto do segundo tempo. O técnico Leão deixou o gramado calado e nervoso. “Nós sabíamos que o jogo seria difícil, mas também sabíamos que não poderíamos perder oportunidades de marcar se quiséssemos a vitória. Não deu certo”, resumiu o atacante Amoroso, referindo-se provavelmente à grande chance desperdiçada por seu companheiro de ataque, Rafael Moura, quando o jogo ainda estava empatado em 1 a 1, gols de Souza, de pênalti, para o Goiás, aos 17, e de Amoroso, para o Corinthians, aos 27 minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa, Welliton, aos

30, e Nonato, aos 41, decretaram a vitória goiana. “Onde falhamos? Nós falhamos no primeiro tempo, quando deveríamos ter ido mais à frente e não fomos, precisávamos ir pra cima deles e matar o jogo“, reclamou o meia Rosinei. “Quem joga no Corinthians, um clube de massa, tem de estar preparado para vencer ou perder e sofrer as conseqüências”, disse Betão, que completou:“Precisamos ter personalidade para administrar tudo isso”. Foi o quarto jogo seguido sem vitória do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Já o Goiás, do ex-treinador corintiano Geninho, afastou-se um pouco mais do descenso. Está agora em nono lugar, com 39 pontos.

direito de respirar mais aliviado. Foi isso que o Palmeiras ganhou com a vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, ontem, no Parque Antarctica. Com esse resultado, a equipe, que ainda rondava a zona de rebaixamento, passou a ocupar uma cômoda 13ª posição, superando o próprio Flamengo. Após quatro jogos longe de São Paulo, o Palmeiras realizou uma boa partida. O primeiro gol palmeirense saiu aos 12 minutos, após uma bobeada do adversário. Toró perdeu a bola para Michael, que avançou pela esquerda e chutou cruzado. O goleiro Bruno largou e Marcinho não teve trabalho para fazer 1 a 0. O resultado deu um pouco de tranqüilidade para a equipe, que não saía na frente em uma partida desde os 3 a 0 sobre o Fluminense, em 23 de agosto. No segundo tempo, aos 30 minutos, Edmundo apareceu no meio da zaga flamenguista, após cobrança de escanteio, e fez o segundo gol do Palmeiras. Edmundo, então, se empolgou. Sete minutos depois, o jogador, que não atuou nas últimas duas partidas por causa de uma lesão no ombro esquerdo, fez uma lin-

da jogada pela esquerda e cruzou para Paulo Baier marcar o terceiro. “Quando o time luta e a torcida ajuda, as coisas ficam mais fáceis pra gente que joga na frente”, falou Edmundo, que chegou aos oito gols no Brasileiro. Ele é o artilheiro do Palmeiras na competição, ao lado de Paulo Baier. Quando a torcida comemorava e já imaginava que o time finalmente passaria os 90 minutos sem levar nenhum gol — fato que não acontece desde o triunfo sobre o Fluminense, no dia 23 de agosto —, Obina não deixou essa escrita acabar. Ainda marcou para o Flamengo, aos 43, após driblar o goleiro Diego Cavalieri. Gol que serviu para deixar o Palmeiras com a terceira pior defesa da competição, com 48 sofridos. O Palmeiras não vencia o Flamengo em seu estádio desde 1998 — de lá para cá, foram duas derrotas e um empate. Alívio para a torcida e para os jogadores, que já se preparam para enfrentar o Atlético-PR, no domingo, de novo no Palestra Itália. “Vai ser um jogo difícil e temos que conquistar os pontos, para nos afastar mais deste bloco de baixo”, disse o goleiro Diego Cavalieri, que ontem pouco trabalhou.

Marcelo Ferrelli/AE

Desolação rubro-negra, festa de Edmundo e Marcinho: Palmeiras 3 a 1


Ano 81 - Nº 22.229

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 00h25

Um pepino até para o PSDB Olavo de Carvalho, pág. 8

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Duelo revela um novo Alckmin Agora é com o eleitor: vote no www.dcomercio.com.br

Fotos de Nelson Antoine/Futura Press

Um Alckmin inédito, agressivo, bem preparado, surgiu do debate de ontem com o presidente Lula. Ambos dispararam termos como "bravatas", "leviano" e "mentira", trocaram acusações, apresentaram poucas propostas e deixaram perguntas no ar, como "de onde veio o dinheiro do dossiêgate?", ou "e os 69 pedidos de CPIs engavetados"? Enquete de sites e blogueiros apontavam instantâneamente uma vitória de Alckmin no debate que pode mudar a eleição. Pág. 3 Guilherme Dionízio/Futura Press

Pablo de Sousa

Aposta alta no Prisma A GM joga suas fichas na versão três volumes do Celta, de traseira nova.

HOJE Nublado Máxima 23º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 16º C.

Santos está na briga contra o líder Tricolor O Santos comemora (foto) a vitória de 1 a 0 contra o Grêmio. Um gol de cabeça do zagueiro Domingos põe o time na vice-liderança, embora distante ainda 7 pontos do São Paulo, líder absoluto. Agora, o Alvinegro espera o confronto direto, na Vila Belmiro. É um grande trunfo. Esporte


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

1

Opções para todos os gostos: dos brinquedos de última geração às tradicionais bolas.

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

MULTIDÃO INVADE RUAS E SHOPPINGS EM BUSCA DE BRINQUEDOS No final de semana que antecedeu o Dia das Crianças, faltou espaço para as pessoas que escolheram a Rua 25 de Março e os centros comerciais em busca de opções para presentear. Os donos de lojas de brinquedos agradecem, mas confecção e calçados continuaram em baixa: é o poder da decisão infantil.

O

tamanho das sacolas nas mãos dos consumidores na Rua 25 de Março denunciava: no final de semana que antecedeu o Dia das Crianças, todos tiveram a mesma idéia: comprar presentes. A maior rua de comércio popular de São Paulo estava tão lotada que parecia Natal. O ambiente era especialmente caótico nas lojas de brinquedos. A Armarinhos Fernando costuma registrar a visita de 3,5 mil pessoas por dia; no último sábado, o número chegou a 5,5 mil. "Esse movimento é típico de Natal. Esperamos que as vendas sejam 6% maiores neste Dia das Crianças, em relação à data de 2005", disse o gerente geral da Armarinhos Fernando, Márcio Gavranic. A luta para caminhar dentro da loja continuava nas ruas. A promotora de vendas Raquel de Souza e o motorista Fábio Domingues escolheram o sábado para levar a filha Paloma, de sete anos, para escolher o presente, que ficou no plural. "Já sabia que não conseguiria comprar apenas um brinquedo. Estou levando duas bonecas e um jogo. Gastei R$ 160, mas se estivesse em um shopping seriam R$ 100 mais caros", disse Raquel. A assessora jurídica Heloísa Fialli está desempregada. Mesmo assim, conseguiu um dinheirinho para comprar os presentes para a filha Keila, de dois anos. Ela sofreu para andar pela multidão com duas sacolas enormes. "Não resisti e comprei vários brinquedos: geladeirinha, fogão, microon-

Raquel: economia compensa

das e duas bonecas. Esporte – A loja Mercadão dos Esportes também registrou aumento de movimento. Os itens preferidos foram skate, patins e camisas de times de futebol. "A expectativa é de que o faturamento registrado no Dia das Crianças seja 25% maior do que o da data do ano passado", afirmou o gerente Marcos Ferreira de Souza. A gestora de projetos Cláudia Souza acabou "lucrando" com as habilidades esportivas dos filhos, Christian, de oito anos, e Gabriel, de seis. Ambos escolheram uma bola de futebol. "Gastei R$ 57 em um produto para os dois, que querem ser jogadores profissionais quando crescerem." Conforto – Quem deixou as compras para o domingo preferiu os shoppings. No West Plaza, zona oeste de São Paulo, o movimento era tranqüilo. Mas as lojas de brinquedos estavam lotadas. Na Bmart havia até fila nos caixas. A dona de casa Gesilda Batista comprou

uma boneca para a filha Bruna, de sete anos. A também dona de casa Cristiane Fernandes gastou R$ 200 com os brinquedos para o filho Fábio, de oito anos. "Optei em pagar em três parcelas com o cartão de crédito. Só não quero ficar endividada no Natal", disse. O vendedor da loja, Jackson Santos, estimou que o movimento deste final de semana foi 20% maior do que o anterior. "As pessoas começaram a comprar na sexta-feira passada." Na Trends Import também era difícil entrar. Enquanto Matheus, de oito anos, experimentava a máscara de Darth Vader, da série Guerra nas Estrelas, a mãe, a comerciante Indira Lima dizia que precisava da autorização do pai para comprar o presente, de R$ 250. O fluxo de pessoas subiu 40% neste final de semana, em comparação com o sábado e domingo anteriores. Foram contratadas cinco pessoas para dar conta do movimento extra. Queda – Já os estabelecimentos de calçados e confecções não foram tão bem. A Pepper, de sapatos infantis, e a Blue White, de roupas para bebês e crianças, estavam vazias. "Ainda aposto no movimento do início da semana para registrar um aumento nas vendas de 10%", afirmou a gerente da Blue White, Karina Barbosa. A vendedora da Pepper, Laura da Silva, estava preocupada, já que ganha por comissão. "Apesar do apelo da vitrine, o movimento de domingo desapareceu. Mas até o dia 12 há tempo para virarmos a situação." Neide Martingo

Alguns pais se arriscaram e levaram os filhos para escolher os próprios presentes: brinquedos na maioria

Heloísa: sacolas de presentes

Matheus e a mãe Indira: negociação para levar a máscara de R$ 250

Só pedestres: a Rua 25 de Março, lotada no último sábado, a partir de hoje estará interditada para veículos


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFLAÇÃO SOBE, MAS NÃO ASSUSTA

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

0,21

por cento foi a variação da inflação no mês de setembro sobre igual período do ano passado

PESQUISA DA ACSP APONTA RAIO X DA SITUAÇÃO SOCIO-ECONÔMICA DOS PAULISTANOS

O PERFIL DA INADIMPLÊNCIA EM SP

O

s registros de inadimplência recebidos e cancelados pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e pelo Usecheque, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), servem como um raio X da situação sócioeconômica dos paulistanos. Pelos dados da entidade, é possível verificar, por exemplo, que Pinheiros é o bairro com a maior dívida per capita da cidade: R$ 2.476,96. Seguido por Moema, R$ 2.061,89, e Lapa, R$ 2.042,17. Em contrapartida, São Miguel Paulista é a região com menor dívida per capita líquida, R$ 795,12. "Isso não significa que há mais devedores em um ou outro bairro. Simplesmente, retrata o poder aquisitivo de cada região. Nos bairros com dívida maior, há também um gasto médio geral muito maior", explica o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo. Prova disso é que a quantidade de inadimplentes nos bairros "mais devedores" não é maior que a média da capital. Em Pinheiros, por exemplo, houve uma queda de 4,15% no número de carnês devidos em setembro em relação a igual mês de 2005. No geral, a baixa foi de 2,29%. Em São Miguel, o número de devedores caiu 3,62% em igual período. O centro foi a única região da cidade que mostrou alta no número de carnês devidos (9,38%) em setembro, ante o mesmo mês de 2005, com dívi-

INFLAÇÃO Preços em setembro sobem pressionados por salários

P da média de R$ 1.293,78. "Novamente, isso não significa algum problema na região central ou mais devedores que nos demais bairros. Isso varia mês a mês", diz Solimeo. Apesar do volume de inclusões ter caído na cidade, o valor da dívida aumentou. Em setembro de 2005, a dívida média dos inadimplentes somava R$ 820,60. No mês passado, o valor passou para R$ 1.112,18, um aumento de 35,5%. "Os valores transacionados estão aumentando, com a dilatação dos prazos de pagamento e aumento da renda do trabalhador." Elas x eles – Pela primeira vez, o economista fez um retrato dos jovens devedores da cidade. Entre os que têm até 30 anos, 44,4% são mulheres. Se somadas todas as idades, elas representam 39% dos inadimplentes. "Está aumentando a

presença das mulheres no mercado de trabalho a cada dia, e isso faz com que elas passem a crescer nas estatísticas de devedores", diz Solimeo. Em valores, as mulheres também devem mais: débito médio de R$ 911,84, enquanto eles somam R$ 538,27. A dívida média geral é de R$ 752,71. Provavelmente, explica Solimeo, as dívidas femininas são maiores porque elas são responsáveis pela maior parte das compras da casa, como eletrodomésticos e roupas. Como boa notícia, a pesquisa da ACSP mostra que elas conseguem emprego mais rápido. Das 261 pessoas entrevistadas, 66% das mulheres afirmaram que haviam conseguido trabalho, enquanto 61% dos homens tinham conquistado uma nova colocação. Fernanda Pressinott

Importação menos burocrática

A

Receita Federal fez uma ampla revisão nas normas de despacho aduaneiro das importações para reduzir o excesso de burocracia e acelerar a liberação das mercadorias na alfândega. A expectativa da Receita é de que o tempo médio de liberação caia já em 2007 de 14 horas para dez horas. Com a instalação de scanners (aparelhos de raio X) de alta potência, que estão sendo comprados pelo fisco, portos e aeroportos, e são capazes de radiografar contêineres inteiros, o tempo pode cair para apenas duas horas nos próximos três anos. Essa é a primeira grande mudança nas normas desde 2002, quando o fluxo de comércio do Brasil com o exterior começou a ganhar maior impulso. Anualmente, a Receita despacha mais de 1,4 milhão de declarações de importação. Em 2006, a projeção do governo é que o País importe US$ 91 bilhões. Entre as medidas adotadas pela Receita, a mais importante permite a retificação

da declaração de importação depois da passagem das mercadorias pela alfândega. Pelas regras antigas, se a empresa importadora descobrisse algum erro depois que os produtos já tivessem deixado a alfândega, ela não poderia fazer a retificação. No caso, por exemplo, do envio de uma quantidade menor de mercadorias, a empresa não tinha o direito de pedir o ressarcimento do imposto pago a mais. A partir de agora, o importador poderá solicitar a retificação, inclusive para declarações de importação apresentadas até cinco anos atrás. Cooperação – As novas normas também permitem que os fiscais da Receita utilizem laudos ou relatórios de verificação física de mercadorias, emitidos por outros órgãos, como Infraero, Companhias Docas e até mesmo aduanas de outros países. Essa regra também vale para imagens, por exemplos, captadas por câmaras de vigilância, que podem ajudar no trabalho dos fiscais. "Quanto

RETIFICAÇÃO DE EDITAL RETIFICAÇÃO DE EDITAL - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS CONCORRÊNCIA PÚBLICA N° 007//2006 - PROCESSO Nº 16614/2006 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere a lei, torna público que será retificado o edital supracitado e a data de abertura das propostas, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para com exclusividade, realizar a administração, operação, manutenção e exploração comercial do Terminal Rodoviário do Município de São Carlos – SP, incluindo a reforma e melhoramento de suas edificações, nos seguintes termos: - 1- Onde se lê: - “04.05.04. Registro ou inscrição na entidade profissional competente da empresa e dos seus responsáveis técnicos, com visto no Conselho Profissional do Estado de São Paulo, quando se tratar de empresa com sede em outro estado.” - Leia-se: - “04.05.04. Registro ou inscrição na entidade profissional competente da empresa e dos seus responsáveis técnicos. Será exigido pela Administração, da proponente vencedora do certame, visto do Conselho Profissional do Estado de São Paulo, quando se tratar de empresa com sede em outro estado.” - 2- Onde se lê: - “04.05.05.01. A visita técnica deverá ser realizada por responsável técnico da licitante no dia 16 de outubro de 2006, às 09:00 horas. Maiores informações deverão ser obtidas junto à Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Vias Públicas na Rua São Joaquim, nº 979, Centro ou pelo telefone (16) 3362-1304.” - Leia-se: - “04.05.05.01. A visita técnica deverá ser realizada por responsável técnico da licitante e previamente agendada junto à Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Vias Públicas, localizada na Rua São Joaquim, nº 979, Centro ou pelo telefone (16) 3362-1304.” - 3- Onde se lê: - “ 04.06.05.03. A garantia deverá ser efetuada até às 16 horas do dia 16 de outubro de 2006.” - Leia-se: - “04.06.05.03. A garantia deverá ser efetuada até a data da abertura do certame devendo, porém, a proponente observar os dias e horário de funcionamento da Tesouraria Municipal.” - 4- Em conseqüência das alterações realizadas, prorroga-se a data limite para entrega das propostas e abertura do certame para às 10:00 horas do dia 22 de novembro de 2006. - 5Ficam ratificados todos os demais termos do Edital e seus anexos, que não conflitarem com o presente. - São Carlos, 06 de outubro de 2006. - Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

mais rápido e menos burocrático é o processo, mais empresas se submeterão aos controles", disse o coordenador de Administração Aduaneira da Receita, Ronaldo Medina. Segundo ele, as medidas também vão reduzir custos das empresas. "Um dia a mais de um navio num porto custa US$ 10 mil. Isso é custo para o Brasil", disse. De acordo com Medina, as medidas adotadas retiram o que ele classificou de "burocracia burra" no trabalho de fiscalização e controle. A instrução normativa também permite que as empresas registrem em uma mesma declaração tanto a mercadoria importada como a reimportada, como embalagens que são reaproveitadas pelo exportador. Essa medida vai facilitar as importações de motores e autopeças. Os fiscais também podem dispensar o descarregamento completo das mercadorias para verificação física quando houver aparelhos de raio x para o escaneamento da carga importada. (AE)

ressionado pelos salários dos empregados domésticos, cigarros, taxa de água e esgoto e vestuário – que juntos foram responsáveis por mais da metade da inflação de setembro –, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 0,21% no mês, ante 0,05% em agosto. O resultado veio acima da média das estimativas do mercado financeiro (0,14%), mas não acendeu qualquer sinal de alerta sobre o comportamento dos preços futuros. "O cenário é bem confortável para a inflação", avaliou a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. De janeiro a setembro, o IPCA acumula alta de 2%, o menor resultado acumulado no período desde 1998. A taxa em 12 meses (3,7%) é a menor apurada desde junho de 1999. A meta de inflação estabelecida pelo Banco Central (BC) para 2006 é de 4,5% e a inédita discussão entre os analistas econômicos, agora, é se o IPCA ficará abaixo do piso da meta, de 2,5%, já que o cumprimento do centro da meta já está assegurado. Essa possibilidade é

pequena na avaliação de Tatiana Pinheiro, do ABN Amro Bank, para quem só uma improvável continuidade na redução de preços dos combustíveis garantiria esse cenário. Para ela, só o fato de a inflação fechar abaixo do centro da meta já reflete um processo de deflação muito importante.

2 por cento é a variação acumulada da inflação de janeiro a setembro deste ano sobre igual período de 2005, após alta de 0,21% em setembro Marcela Prada, da Tendências Consultoria, estima um IPCA de 2,9% em 2006 e disse que a alta acima do esperado em setembro não interfere nas estimativas. Para ela, o aumento se deu por fatores pontuais e, mais especificamente, por grupos que antes vinham mos-

trando variações muito baixas para o período e que agora voltaram ao padrão normal, como vestuário. "O que ocorreu foi um ajustamento dos preços." Concentração – Em setembro, a maior pressão na inflação foi dada pelos salários dos empregados domésticos que, ainda refletindo o aumento do salário mínimo de acordo com a metodologia do IBGE, subiram 1,97%. Outras pressões importantes vieram de cigarros (2,72%), taxa de água e esgoto (1,89%) e vestuário (0,46%). Juntos, esses quatro itens contribuíram com 0,14 ponto percentual, ou mais da metade do IPCA do mês. Para Eulina, o aumento na inflação em setembro ocorreu por causa de reajustes "super concentrados e muito pontuais". Segundo ela, "a fisionomia de comportamento dos preços manteve-se inalterada; há vários itens com preços estáveis e vários itens em queda". Dólar – De acordo com a coordenadora do IBGE, o dólar é o principal fator de contribuição para conter a inflação neste ano, com efeito nos preços dos produtos alimentícios e em outros itens importantes nas despesas das famílias. (AE)

Índice da terceira idade sobe mais

A

alta nos preços dos alimentos (0,79%) levou à aceleração na taxa do Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC3i), que subiu 0,5% no terceiro trimestre, ante aumento de 0,07% no segundo trimestre. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. O técnico lembrou que, no segundo trimestre, os preços dos alimentos caíram 2,19%. Segundo ele, no terceiro trimestre deste ano, houve uma movimentação expressiva nos preços dos alimentos ao natural, principalmente frutas, cujos preços subiram 19,05%, ante queda de 13,15% no período anterior. Braz explicou que, de uma maneira geral, o consumidor brasileiro sentiu o impacto dos aumentos de preços

DECLARAÇÃO À PRAÇA

nos alimentos ao natural no terceiro trimestre. Porém, o orçamento do idoso sentiu mais esse aumento de preços. O motivo, segundo o economista da FGV, é que o peso de uma alta de preços nos alimentos é mais forte na inflação medida entre os idosos do que nos resultados de inflação que abrangem todas as faixas etárias. "As despesas com alimentação pesam mais no orçamento do idoso do que no do consumidor em geral (de todas as faixas etárias)", disse. Esse cenário explica o porquê da elevação do IPC-3i no terceiro trimestre ser acima da elevação de preços medida pelo IPC-Brasil no mesmo período (0,42%). "Mas também houve o impacto de preços administrados", acrescentou. Braz explicou que, no tercei-

ro trimestre deste ano, houve reajuste na taxa de água e esgoto residencial em São Paulo, o que também contribuiu para puxar para cima o IPC-3i. Maiores pressões – Dos sete grupos usados para cálculo do indicador que mede a inflação entre os idosos, três registraram aceleração ou fim de deflação de preços, do segundo p a r a o t e rc e i ro t r i m e s t re . Além de alimentação, foi o caso de educação, leitura e recreação (de -2,86% para 0,61%); e transportes (de 0,77% para 0,17%). Os outros grupos desaceleraram ou tiveram queda de preços, como habitação (de 1,04% para 0,31%); vestuário (de 3,17% para -1,5%); saúde e cuidados pessoais (de 2,7% para -0,05%) e despesas diversas (de 0,71% para 0,61%). (AE)

CONVOCAÇÃO

DECLARAÇÃO À PRAÇA Patrícia Maria Siqueira Silva, CPF nº 183.447.518-02, declara à praça, fornecedores e público em geral, que a partir de 28/08/2006, deixou de fazer parte do quadro societário da empresa Donna Moça Confecções Ltda., CNPJ nº 07.077.967/0001-10, com sede à Rua Santa Rita, nº 53 - Brás - São Paulo. (05-06-09/10/06)

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 074/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de pneus novos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 24/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 27/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 27/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 075/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de cimento asfáltico, emulsão asfáltica e asfalto diluído. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 23/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 26/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 26/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

Publicidade Legal - 3244-3643

Associação dos Escreventes dos Cartórios Oficializados do Estado de São Paulo

Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ivo Ribeiro de Oliveira, Presidente da Associação dos Escreventes dos Cartórios Oficializados do Estado de São Paulo, convoca os associados da Entidade para a Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se na sede da Associação na Praça da Sé, 96 - 2º andar, conjunto 201, no dia 27 de outubro do corrente ano, às 10:00 horas em primeira chamada e às 10:30 horas em segunda chamada, para discussão e deliberação sobre a segu4inte ordem do dia. a) discussão e deliberação para alteração da nova denominação da Associação; b) apresentação e deliberação do novo logotipo. a) Ivo Ribeiro de Oliveira - Presidente.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Luar Coberturas e Estruturas Metálicas Ltda. - Requerido: Constecca Construções S/A - Rua Souza Ramos, 344 - 01ª Vara de Falências Requerente: Tamboa Comércio de Ferro e Aço Ltda.-EPP - Requerido: Aços Vitória Comércio de Produtos Siderúrgicos Ltda. - Rua Aldo da Conceição, 459 - 02ª Vara de Falências Requerente: Palme Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Wolkan Comércio de Motos Eletroeletrônicos Ltda. - Av. Brig. Faria Lima, 2.786 2º e 3º andares - 01ª Vara de Falências

Requerente: Paulo Eduardo Sorrentino Requerido: A P Park SS Ltda. - Rua Caliope, 11A - 02ª Vara de Falências Requerente: Verycom Comercial Ltda. Requerente: Wisecase Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda. - Requerido: MJL Comércio de Suprimentos para Informática Ltda. - Av. Engenheiro Roberto Zuccolo, 555 – loja 1224 02ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Kilometragem Comercial Ltda. - Rua Mendes Júnior, 613 - conj. 61 - 1º e 2º andares - 02ª Vara de Falências


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

VILA ITORORÓ

1

O terreno de 4.200 m² abriga dois casarões com adereços arquitetônicos, 35 casas e o clube Éden Liberdade.

DEVERIA ESTAR ASSIM...

Reprodução

O projeto de restauração da Vila Itororó faz 30 anos. Deteriorado, o conjunto situado no Bexiga figura no Orçamento municipal para 2007, com R$ 11 milhões. A Prefeitura quer transformá-lo em pólo cultural. Parte dos moradores discorda. A polêmica continua. Projeto elaborado pelo arquiteto Décio Tozzi, em 1976, previa uma Vila Itororó revitalizada. Trinta anos depois da proposta, o destino da área ainda é incerto Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

crédito não cobre nem a metade dos imóveis disponíveis no Centro. A Prefeitura deveria restaurar a vila para seus moradores e não transformá-la ndefinições sobre o início das obras, ações na em pólo cultural", disse a secretária e moradora Justiça e a falta de consenso entre os mora- Antônia Souza Cândido, 44 anos, representante dores são apenas alguns dos problemas que de um grupo que fez pesquisa de imóveis no Cena Prefeitura de São Paulo enfrenta há 30 anos tro, com resultado desanimador. Antônia disse para recuperar a Vila Itororó, primeira vila urba- que a faixa de preço de apartamentos próximos à na da cidade, localizada no Bexiga. Hoje, o obje- Vila Itororó é de aproximadamente R$ 100 mil, vativo é retirar as 77 famílias que lá vivem e trans- lor bem acima da carta de crédito proposta. Já a auxiliar de enfermagem Irene Lima, 45 formar o local em um centro cultural. Este ano, depois de três décadas de espera, o anos, defende a proposta da Prefeitura. "O local destino da Vila Itororó deu sinais de alguma de- foi invadido. Esse dinheiro deverá nos ajudar a ter finição. Em janeiro, o então prefeito e recém- uma propriedade nossa e, com isso, poderemos eleito governador de São Paulo, José Serra pagar todos os impostos como qualquer pessoa". (PSDB), propôs a transformação do quadriláte- Comenta-se que 29 famílias já sinalizaram com a ro formado pelas ruas Martiniano de Carvalho, adesão à proposta, número contestado por AntôMaestro Cardim, Pedroso e Monsenhor Passa- nia, para quem apenas 11 famílias aceitaram as condições da carta de crédito. lacqua (no qual a Vila Itororó se Justiça – Seu grupo entrou inclui) em um pólo cultural com uma ação na Justiça pedincom área de 16 mil m². Mais: na do a anulação do decreto de Sersemana passada, o prefeito Gilra. "Se vamos ganhar na Justiça, berto Kassab apresentou sua A proposta não cobre não sei. Mas teremos tempo paproposta orçamentária para os imóveis disponíveis ra debater a manutenção resi2007 e previu a utilização de R$ no Centro. A Prefeitura dencial da vila com a Prefeitu11 milhões nas obras de revitadeveria restaurar a vila ra", contou Antônia. De acordo lização da Vila Itororó. com a Secretaria de Cultura, o Propostas – O projeto de rese não transformá-la em projeto atual para a vila não pretauração da vila, de autoria do pólo cultural. vê seu uso residencial, apenas arquiteto Décio Tozzi, data de Antônia Souza Cândido, sua transformação em pólo cul1976 e prevê a construção de dois moradora tural. Já a pasta da Habitação museus, escolas de gastronomia, busca formas de solução pacífide teatro e lanchonetes, entre ouca para o problema. tras atividades. O orçamento seTombada – A discussão sobre a Vila Itororó rá votado pela Câmara até o fim do ano. A Vila Itororó abriga ainda o Clube Éden Li- chegou aos corredores e ao plenário da Câmara berdade, com a primeira piscina particular da Municipal de São Paulo. No início do ano houve cidade. Hoje a sede transformou-se na residên- uma audiência pública na tentativa de encontrar cia do desempregado Severino Manoel da Sil- uma solução para as famílias que lá vivem. Não va, 58 anos, e sua família. Se a parcela do Orça- houve um acordo e uma nova audiência, ainda mento reservada para a vila for aprovada, o an- sem data marcada, deverá acontecer. Os moradores que defendem o uso residencial da vila são retigo clube será reformado e aberto ao público. Em fevereiro, a alternativa vislumbrada pela presentados pelo vereador Paulo Teixeira (PT), Prefeitura para a remoção pacífica dos morado- ex-secretário de Habitação de Marta Suplicy e reres foi a oferta de cartas de crédito em prédios do cém-eleito deputado federal. Agnaldo Timóteo CDHU. Seus valores oscilariam entre R$ 22 mil (PL) também comprou a briga com a Prefeitura. Tombada e transformada em patrimônio hisa R$ 40 mil, dependendo da renda familiar, mais um subsídio fixo de R$ 15 mil. O dinheiro ainda tórico, a Vila Itororó começou a ser construída poderia ser usado na compra de imóveis da pre- em 1920. Foi concluída dez anos depois. O terferência do beneficiado. Contudo, nada está de- reno de 4.200 m² abriga dois casarões com diverfinido e o assunto está sob a responsabilidade sos adereços arquitetônicos, 35 casas e o clube Éden Liberdade. das secretarias de Cultura e de Habitação. Na página 2, mais sobre a Vila Itororó Sem acordo – A oferta, na verdade, causou polêmica entre moradores da vila. Há um grupo que aceita a proposta da carta de crédito. Há, porém, resistência de famílias que defendem a restauração para fins exclusivos de moradia. "O valor da carta de

I

... MAS ESTÁ ASSIM

Ivan Ventura

A Vila Itororó, tombada pelo patrimônio histórico, está deteriorada há anos. As 77 famílias que lá moram estão divididas.


2

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Se ele não se importasse com a gente, não diria nada.” Thiago, sobre as broncas de Muricy

VITÓRIA DO SANTOS AUMENTA FOLGA TRICOLOR

LÍDER COMO NUNCA paSse livre S Caneco tricolor Rudy Trindade/Futura Press

ete pontos, faltando dez rodadas para o final do campeonato. É esta vantagem do líder São Paulo em relação ao segundo colocado da competição, agora o Santos. Essa diferença, que já era grande (de cinco pontos em relação ao antigo vice-líder, o Grêmio), tornou-se ainda maior com os resultados do fim de semana. No sábado, o São Paulo foi ao Maracanã enfrentar o Fluminense. Sofreu um gol logo no primeiro minuto, marcado por Tuta, mas não se abalou. Aos 18, chegou ao empate, com Aloísio. Aos 35, virou o jogo, com Leandro. No segundo tempo, apenas administrou a vatangem. E voltou do Rio com mais três pontos. “Não há nada decidido. Minha maior dificuldade no São Paulo é repetir as conquistas de 2005. Até porque o ser humano naturalmente se acomo-

Roberto Benevides

Virada sobre o Fluminense e derrota do Grêmio para o Santos aumentam para sete pontos a distância entre o São Paulo e o segundo colocado

da”, alertava o técnico Muricy Ramalho após a partida, tentando conter uma possível euforia. Que com o resultado do jogo entre Santos e Grêmio, no domingo, só tende a aumentar. Com a vitória santista, a vanta-

gem tricolor aumentou em mais dois pontos. O São Paulo, agora, ainda terá que visitar tanto o Grêmio, daqui a duas rodadas, quanto o Santos, um pouco mais para a frente. Porém, na situação

atual, poderia até perder ambos os jogos, que ainda assim manteria uma vantagem de pelo menos um ponto, mesmo com os rivais aproveitando 100% dos pontos que ainda têm a disputar.

D

os nove primeiros colocados no Campeonato Brasileiro, somente dois times não venceram os jogos desta 28ª rodada: o Cruzeiro, em sexto, empatou por 1 a 1 com o Atlético Paranaense em Curitiba e o Grêmio, que era o vice-líder e agora é o terceiro, perdeu por 1 a 0 para o Santos, que era o terceiro e agora está na vice-liderança. Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense no sábado, nenhum outro resultado importava tanto ao líder São Paulo quanto o da Vila Belmiro. Só não interessava aos são-paulinos a vitória do Grêmio. O empate ou, como acabou acontecendo, a vitória santista dariam a Muricy Ramalho e sua rapaziada mais dois pontos de folga na liderança. São agora sete os pontos que separam o São Paulo do novo vice-líder Santos, uma distância confortável quando faltam dez rodadas para o encerramento do campeonato. É verdade que o São Paulo ainda tem pela frente o Grêmio, em Porto Alegre no dia 22, e o Santos, na Vila em 5 de novembro, mas já nem precisa vencê-los para continuar isolado na frente de todos. Há algum tempo, está é a toada deste Brasileirão que parece destinado a tirar o São Paulo da fila de espera de uma década e meia - período em que foi três vezes campeão da Libertadores e outras três campeão mundial. Mesmo quando deixou de fazer sua parte em campo, o São Paulo foi ajudado por tombos de seus perseguidores e manteve a dianteira. Não há sinais à vista de que as coisas vão mudar a esta altura deste campeonato que já não tem mais do que três candidatos ao título - se é que Santos e Grêmio ainda terão chance de alcançar o líder. Se o São Paulo cair do rendimento de 66,6% dos pontos disputados para os 57% do Grêmio e, em troca, tanto o Santos como o Grêmio alcançarem nas dez rodadas restantes o índice atual do líder, o campeonato se encerrará com o pódio na mesma ordem de hoje. Mudarão apenas os números: o São Paulo seria campeão, com 73 pontos; o Santos seria vice, com 69; e o Grêmio seria o terceiro, com 68. O caneco parece cada vez mais tricolor.

QUE IMPLICÂNCIA!

DE VOLTA

Geninho parece ter reservado o ano de 2006 para fazer mal ao Corinthians, pouco importa se de dentro ou de fora do Parque São Jorge. Ontem, no Serra Dourada, o técnico do Goiás completou sete rodadas de invencibilidade no Campeonato Brasileiro ao bater o Corinthians por 3 a 1 e devolvê-lo à zona de rebaixamento. Geninho começou o campeonato no Goiás. Transferiu-se para o Corinthians, deixou-o na lanterna, retornou ao Goiás e, agora de fora, afundou o Corinthians outra vez.

Duas vezes campeão mundial dos superpenas, pela OMB e AMB, e duas nos leves, ambas pela OMBA), o baiano Acelino Popó Freitas surpreendeu o mundo do boxe no meio da semana ao anunciar que estava encerrando a carreira. A aposentadoria do pugilista de 30 anos pode durar pouco. Ontem, Popó abriu, em entrevista à TV Globo, uma brecha para voltar em breve à luta: - Só uma coisa me faria voltar aos ringues de boxe: se eu ganhasse o direito de disputar o título do Conselho Mundial de Boxe.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C

Liderança, agora, é do Atlético-MG Cristiano Machado/AE

A

liderança da Série B do Campeonato Brasileiro mais uma vez mudou de mãos. Depois de Coritiba, Náutico e Sport, chegou a vez do Atlético-MG assumir a ponta pela primeira vez neste ano, graças à vitória de sábado, por 1 a 0, sobre o Brasiliense, em um Mineirão ocupado por 51 777 torcedores. O gol foi marcado por Marinho, aos 7 minutos do primeiro tempo. O Atlético chegou, assim, aos 51 pontos, ultrapassando o Náutico, que na noite de sextafeira tinha ficado no empate com o Paulista (ainda a melhor equipe do Estado de São Paulo, na quarta posição), por 3 a 3, no Recife. O terceiro lugar continua com o Sport, que chegou aos 48 pontos depois de empatar com o CRB, por 1 a 1, no sábado, em Maceió. O time da casa, que soma 37 pontos, abriu o placar com Nilson Sergipano, mas os pernambucanos empataram com Wellington, de pênalti, já nos acréscimos do segundo tempo. Quem perdeu uma ótima chance de entrar no grupo de acesso foi o América-RN, derrotado por 4 a 2 pelo Ceará, em Fortaleza. Assim, o time de Natal caiu para o sexto lugar, com 43 pontos, enquanto os cearenses subiram para a 15ª posição, com 36. Vavá (dois),

28ª rodada Náutico 3 x 2 CRB Ceará 2 x 0 Coritiba Marília 2 x 2 Sport América-RN 2 x 1 São Raimundo Paulista 5 x 1 Vila Nova Santo André 3 x 1 Avaí Paysandu 1 x 3 Portuguesa Ituano 1 x 0 Gama Atlético-MG 4 x 1 Guarani Brasiliense 2 x 0 Gama 29ª rodada Náutico 3 x 3 Paulista Guarani 3 x 1 Portuguesa CRB 1 x 1 Sport Atlético-MG 1 x 0 Brasiliense Ceará 4 x 2 América-RN Vila Nova 1 x 1 São Raimundo Coritiba 6 x 2 Marília Remo 2 x 0 Avaí Ituano 0 x 0 Santo André Gama 3 x 1 Paysandu

Com a vitória por 1 a 0 sobre o Brasiliense, gol de Marinho, o Galo assume o primeiro lugar da Série B

Léo e Reinaldo Aleluia fizeram os gols do time da casa. Tiago Cavalcanti e Róbson descontaram para os visitantes. A quinta colocação pertence agora ao Coritiba, que depois de oito jogos sem vencer goleou o Marília por 6 a 2, no Estádio Couto Pereira. O time paranaense chegou aos 44 pontos com gols dois cada um de Rodrigo Mancha, Anderson Go-

mes e Edu Salles. Wellington A m o r i m t a m b é m m a rc o u duas vezes, para o Marília. Os paulistas Ituano e Santo André não passaram de um empate por 0 a 0, no Estádio Novelli Júnior, em Itu. A equipe da casa, que perdeu um pênalti com Juliano, vai a 37 pontos, em 14º lugar. Já o Santo André chega aos 42 pontos, na 7ª posição. Ainda na noite da sex-

ta, o Guarani fez 3 a 1 na Portuguesa, em Campinas, mas ambos continuam ocupando a zona de rebaixamento (a Lusa como última colocada). No Pará, o Remo foi a 34 pontos, e alcançou o 17º lugar, ao bater o Avaí por 2 a 0, no Estádio Baenão, com dois gols do atacante Izaías. O clube de Santa Catarina fica com 39, na nona colocação.

Classificação

P

V

S

GP

1 Atlético-MG

51

14

19

49

2 Náutico

49

14

12

50

3 Sport

48

13

16

44

Nordestinos e catarinenses na frente

T

rês clubes nordestinos e um de Santa Catarina saíram na frente na rodada de abertura da fase final da Série C, em que oito equipes se enfrentarão em jogos de turno e returno. As quatro primeiras garantem o acesso à Série B. Todas as partidas foram realizadas ontem. O melhor resultado foi obtido pelo Vitória, que mesmo jogando fora de casa derrotou o Brasil, em Pelotas, por 1 a 0, gol de Leandro Domingues. Já o Bahia não teve a mesma sorte de seu rival: foi a Santa Catarina e perdeu para o Criciúma por 1 a 0, gol de Athos. Única equipe paulista nesta fase, o Grêmio Barueri também perdeu, 1 a 0 para o Ferroviário, no Ceará. Em Campina Grande, o Treze fez 2 a 0 no Ipatinga.

4 Paulista

45

12

12

48

5 Coritiba

44

12

7

46

6 América-RN

43

14

1

45

7 Santo André

42

10

5

35

8 Brasiliense

40

12

11

45

9 Avaí

39

11

-7

27

10 Marília

39

10

5

43

RESULTADOS: Brasil-RS 0 x 1 Vitó-

11Gama

37

11

-9

40

ria-BA; Criciúma-SC 1 x 0 Bahia-BA;

12 CRB

37

10

-2

46

Ferroviário-CE 1 x 0 Grêmio Barueri-

13 Paysandu

37

10

-5

39

14 Ituano

37

9

-1

35

15 Ceará

36

8

-6

36

16 Vila Nova

35

9

-8

37

17 Remo

34

10

-12

35

ria-BA, Criciúma-SC e Ferroviário-

18 Guarani*

33

9

-12

38

CE, 3 pontos; 5º Bahia-BA, Grêmio

19 São Raimundo

31

7

-11

28

Barueri-SP, Brasil-RS e Ipatinga-MG,

20 Portuguesa

30

7

-15

31

0 ponto.

*Perdeu 3 pontos no STJD.

SP; Treze-PB 2 x 0 Ipatinga-MG. CLASSIFICAÇÃO: 1º Treze-PB, Vitó-


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Nacional Finanças Tr i b u t o s Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

AJUDA PARA ESCAPAR DO LEÃO NA MALHA FINA

Mercado cervejeiro em recuperação: perspectiva de fechar o ano com 9,5 bilhões de litros.

NA ESFERA ADMINISTRATIVA, SÓ 30% DAS AÇÕES SOBRE MALHA FINA SÃO ACOMPANHADAS POR ADVOGADOS

COMO FUGIR DAS GARRAS DO LEÃO Divulgação

Sergio Amaral/Agência Pixel

Manoel Dias, do 1º Conselho de Contribuinte: presença de advogado ajuda

Gabriela Pinto, autora da publicação

Bolívia: só fica quem não processar

A

s companhias de petróleo que decidirem permanecer na Bolívia terão que abrir mão de qualquer reclamação judicial por perdas e danos contra o governo boliviano, assinando os novos contratos de exploração e produção. Esses contratos, que devem ser firmados até o próximo dia 28, prevêem uma cláusula de "Ausência de reclamações", que determina que a empresa signatária "desiste e renuncia a qualquer ação" que possa ter contra o país, a estatal local YPFB ou suas afiliadas. De acordo com informações do jornal boliviano El Diário, as companhias que se adequarem aos novos termos devem reconhecer ainda o fim dos contratos de risco compartilhado, vigentes até o momento. São 71 contratos com 17 empresas ou

consórcios. Caso não aceitem as regras, as petrolíferas poderão ser expulsas do país. Segundo especialistas, porém, a renúncia a contestações judiciais só terá efeito sobre as atividades reguladas pelo contrato, ou seja, as concessões para exploração ou produção de petróleo e gás. Isso quer dizer que, mesmo assinando o documento, a Petrobrás ainda terá direito de requerer indenização pela perda do controle das refinarias, por exemplo, também prevista no decreto de nacionalização. Adequação – Os novos contratos fazem parte da adequação das operações das petroleiras à nacionalização do setor de petróleo e gás boliviano. Nas últimas semanas, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, mantém uma maratona de reuniões com as

GOOGLE O líder de buscas Google negocia a compra do site de vídeos YouTube por cerca de US$ 1,6 bi.

Ó RBITA

FURLAN

O

Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, declarou ao jornal argentino "Clarín", que "com 5% de crescimento (da economia), o Brasil será um aspirador de bens do Mercosul". Ele disse que esse "aspirador" criará uma oportunidade "fantástica" para a Argentina, "que tem uma taxa de câmbio favorável em relação ao Brasil. Se o Brasil crescer, o Mercosul irá muito bem". Entre hoje e amanhã, Furlan se reunirá com a ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, o poderoso Julio De Vido, ministro do Planejamento e empresários locais. (AE) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Reação no comércio: vendas a prazo voltam a crescer

L

Eleições devem ser foco do mercado nesta semana

L

Argentina nega crise energética, mas adota medidas

L

Novas agências de publicidade chegam para disputar contas

companhias a fim de acertar os termos antes do fim do prazo. Adiamento – Ontem, o ministro brasileiro das Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que foi adiada a reunião para retomada das negociações sobre a transferência do controle das refinarias da Petrobrás para os bolivianos e o futuro da atuação da estatal brasileira, que seria realizada hoje. O ministro explicou que o adiamento se deu a pedido dos bolivianos, que queriam mais tempo para analisar a proposta apresentada pela Petrobrás. Rondeau não afirmou, mas deu a entender que o Brasil tem um trunfo para as negociações: a possibilidade de novos investimentos da Petrobrás no país. A Bolívia precisa ampliar sua capacidade de produção de gás para atender aos contratos que assinou. (AE)

BNDES O empréstimo de R$ 2,1 bi para a Brasil Telecom é maior que o investimento da empresa neste ano.

OPEP DECIDE PRODUZIR MENOS

A

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deve anunciar hoje uma decisão formal para reduzir sua produção em um milhão de barris por dia (bpd), segundo uma fonte ligada ao grupo. O corte, que seria o primeiro em mais de dois anos, colocaria a produção

em 27 milhões de bpd. "Eu acho que há mais ou menos um consenso para uma redução de 1 milhão de bpd", disse ontem o presidente da Opep, Edmund Daukoru, que recentemente escreveu aos países-membros pedindo apoio para a redução da produção. (Reuters)

RESULTADOS DA MP DO BEM

O

Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital (Recap), criado no ano passado na MP do Bem, já atraiu 84 empresas interessadas em receber incentivos fiscais para novos investimentos e dois projetos saíram do papel. A americana International

Paper anunciou investimento de US$ 1,7 bilhão na construção de uma fábrica no Mato Grosso do Sul; e no Rio de Janeiro, houve lançamento da pedra fundamental da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), um investimento de US$ 2,4 bilhões. (AE)

A

pesar de não obrigatória, a presença de advogado em p ro c e s s o s s o b re Imposto de Renda (IR) que tramitam no Conselho de Contribuintes pode evitar que o contribuinte seja devorado pelo Leão. Estudo feito pela advogada Gabriela Maria Hilu da Rocha Pinto apontou que existem decisões diferentes sobre o mesmo tema, em ações que foram ajuizadas com e sem o auxílio de um profissional. Atualmente, cerca de 100 processos ingressam mensalmente na última instância da esfera administrativa, a maioria de contribuintes que caiu na malha fina da Receita. Desses, apenas 30% têm o acompanhamento de advogado. Segundo a pesquisadora, a maioria dos contribuintes que ajuíza as próprias ações ou perde o prazo do recurso, ou não conhece a documentação ou a jurisprudência necessárias para fazer a defesa. Livro – O trabalho completo da advogada pode ser conferido no livro "Os caminhos do Leão: Uma Etnografia do Processo de Cobrança do Imposto de Renda", resultado de sua dissertação de mestrado na Universidade Federal Fluminense. Durante sua pesquisa em vários processos, a advogada constatou que a falta de preparo do contribuinte fica evidente, principalmente nos casos em que é preciso documentar o recurso ou conhecer melhor a legislação tributária.

Livro aborda a cobrança do IR

"Existem situações nas quais não há como se defender sozinho", comenta a advogada. Falta de conhecimento –O advogado Gilberto de Castro Moreira Júnior, do escritório Albino Advogados Associados, também acha que o contribuinte não dispõe do conhecimento técnico necessário para obter êxito. "Com exceção das ações que tramitam nos tribunais de pequenas causas, as demais necessitam da atuação de um advogado. Existem aspectos a serem explorados, principalmente no direito tributário", diz. O advogado cita como exemplo uma autuação na qual o contribuinte caiu na malha fina do fisco por declarar renda inferior ao valor do patrimônio acumulado. "Algumas vezes o contribuinte ganha uma herança ou prêmio e não declara essa informação.

E, durante o julgamento, apresenta apenas uma carta do parente que doou o bem como comprovação. O que não é aceito nesse tipo de processo. Se tivesse um advogado, com certeza já entraria no processo com toda a documentação necessária e teria uma decisão favorável", comenta. Segundo o presidente do 1º Conselho de Contribuintes, Manoel Antonio Gadelha Dias, não dá para mensurar quantas ações tramitam sem o acompanhamento de um advogado e obtêm êxito. Mas ele admite que esse profissional pode facilitar uma decisão favorável, principalmente quando o processo exige a apresentação de provas. "O conselheiro tem a obrigação de conhecer a jurisprudência que envolve a ação, mas o advogado pode facilitar o andamento do processo e pleitear, por exemplo, o parcelamento da dívida antes do final do processo, o que é desconhecido pelo contribuinte", diz. Uma dica para quem deseja ingressar sozinho com um recurso é ler atentamente o documento da autuação para não correr risco de perder os prazos. Também é importante buscar informações sobre a autuação no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) ou do conselho (www.conselhos.fazenda.gov.br). No primeiro, há links sobre a legislação de cada imposto. O site do conselho apresenta a jurisprudência das decisões nos últimos dez anos. Márcia Rodrigues


2

Compor tamento Distritais Urbanismo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A HISTÓRIA DA VILA ITORORÓ COMEÇA EM 1889

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Os atuais moradores da Vila Itororó deveriam ser mais sensíveis a um espaço que merece ser restaurado. Décio Tozzi, arquiteto

Segundo Oswald, uma vila surrealista Escritor morava próximo ao conjunto e encantava-se com sua mistura de estilos. Espaço serviu de palco para muitas festas freqüentadas por artistas e socialites. Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

A

Vila Itororó ficou famosa não apenas por deter o título de primeira vila urbana de São Paulo, mas por exibir uma riquíssima e e não menos exótica arquitetura. Seu idealizador foi o filho de portugueses e mestre de obras, Francisco de Castro criador de algo único, totalmente descompromissado com estilos arquitetônicos. A história da Vila Itororó começa em 1889, com a construção de dois casarões que ainda resistem no local. O que chama a atenção nas construções é o material usado na sua decoração, que mistura linhas de diversas escolas, num autêntico pasticcio arquitetônico: nelas convivem colunas, esculturas, vitrais e estátuas, tudo adquirido da decoração de um antigo teatro paulistano, o São José, que à época estava prestes a ser demolido. Depois de comprar o material, Francisco ordenou que tudo fosse usado na decoração dos dois casarões. O primeiro, onde morava o mestre de obras, recebeu várias colunatas. O segundo ganhou o nome de Casa das Carrancas. Na primeira construção, além das colunatas, foram instaladas carrancas de homens e mulheres, uma escultura de Ceres (a deusa da fertilidade), e vitrais com pinturas das bandeiras do Estado de São Paulo, de diversos países e da bandeira Detalhes da decoração vieram de teatro demolido brasileira anterior à Proclamação da República. Outro detalhe marcante da casa das colunatas: três passarelas superpostas. Paralelamente à construção dos casarões, Francisco ordenou ainda a construção de um clube que recebeu o nome de Éden Liberdade, onde foi construída a primeira piscina particular da cidade. O Éden abrigava área para a prática de esgrima e um salão de jogos. Especula-se que Francisco de Castro pretendia montar um cassino ilegal no clube, mas que logo teria desistido da idéia, persuadido por amigos. Depois de prontos, os casarões encheram os olhos dos vizinhos, admirados com a construção. Entre eles, um ilustre morador do Bixiga. "Conta a lenda que Oswald de Andrade, ao se deparar com a construção, batizou-a de Vila Surrealista, tudo por conta dessa mistura de elementos de escolas arquitetônicas", contou o arquiteto Décio Tozzi, que ficará responsável pela recuperação do local e sua transformação em um pólo cultural ou, em suas palavras, em um "pólo antropológico". Depois de inauguradas, as duas casas e o clube representaram para a São Paulo da época a criação de um local com características mais do que residenciais: o conjunto serviu de palco para muitas festas freqüentadas por intelectuais (entre eles Oswald de Andrade), artistas e perCeres, a deusa da fertilidade é personagem na vila sonalidades da alta sociedade. Em 1920, os casarões passaram p e l a p r im e i r a r eforma. No m e s m o ano, teve início a construção das 35 casas que hoje compõem a v i l a , c o ncluídas dez a n o s d epois. Finalmente, o conjunto receberia o nome de Vila Itororó. Vitrais e outros elementos decorativos, como bandeiras e colunas, completam o conjunto

O Clube Éden Liberdade teve a primeira piscina particular de São Paulo. Hoje a área está deteriorada.

Revitalização – "A obra de restauração da vila deverá durar, no máximo, dois anos, com a instalação de dois museus, oficinas de teatro e espaços para gastronomia, aproveitando as características do Bexiga, famoso por suas cantinas", disse Tozzi. Apesar das inevitáveis mutações e passados mais de cem anos de sua criação, a vila ainda conserva suas características

principais. Foram trocados telhados, pias de banheiros e de cozinhas. Outros elementos de decoração foram acrescentados ao projeto original. "Os atuais moradores da Vila Itororó deveriam ser mais sensíveis a um espaço que merece ser restaurado e que merece se transformar em uma referência artística na cidade", argumentou o arquiteto Décio Tozzi. (IV)


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Tênis Boxe Fórmula 1 Atletismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O que aconteceu para o Michael foi uma grande pena, mas podemos ainda vencer o título dos construtores.” Felipe Massa

ALONSO SÓ PRECISA DE UM PONTO PARA SER BI

O SONHO QUEBROU

Michael Caronna/Reuters

Shizuo Kambayashi/AP

Fernando Alonso venceu o GP do Japão e está a apenas um ponto do bicampeonato da Fórmula 1. Schumacher, que chegou a Suzuka como favorito, abandonou com o motor quebrado e já não acredita mais no título

“O

campeonato acabou". Foi Michel Schumacher quem disse isso, ontem, em Suzuka, logo depois de abandonar o GP do Japão e assistir, dos boxes à vitória de Fernando Alonso. Tudo por causa de um motor quebrado. O cenário na despedida da Fórmula 1 em Suzuka - no ano que vem, o GP do Japão será em Monte Fuji - era totalmente favorável à Ferrari. Schumacher poderia até ser campeão, se vencesse e Alonso abandonasse. A equipe fez a primeira fila no grid de largada, com Massa à frente e o alemão em segundo, enquanto o espanhol era o quinto. E ainda chegou ao Japão brigado com a equipe, por causa de problemas no GP da China. Aos poucos, no entanto, a sorte começou a virar. Primeiro quando Alonso, na primeira parada nos boxes, se aproveitou de um pesado tráfego à frente de Massa para assumir o

segundo lugar. Depois, quando, a pouco mais de 15 voltas do fim, o motor da Ferrari de Schumacher explodiu - pela primeira vez um propulsor deixou o alemão na mão desde o GP da França em 2000, quando Schumacher ainda não havia conquistado nenhum de seus cinco títulos com a equipe italiana. Alonso se aproveitou e venceu a prova, com Massa e segundo e Fisichella em terceiro. Com dez pontos de vantagem, o espanhol chegará em situação extremamente confortável ao Brasil, onde no ano passado conquistou seu primeiro título. Só precisa ficar um oitavo lugar - e se o alemão não vencer, não precisa nem mesmo completar a prova. Schumacher entregou os pontos. "Para ser sincero, não acho que há alguma chance. Temos de analisar com clareza, Fernando só precisa de um ponto, para ele vai ser apenas uma volta no parque", disse o alemão, que se aposenta após o GP do Brasil e pensa agora,

Pára ou não pára?

Caldeira leva 4º lugar em Milão

deles quebrou aqui. É justo para o esporte porque os dramas estão balanceados. Esse foi um grande resultado." MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 126; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 116; 3. M assa (BRA/Ferrari), 70; 4. Fisichella (ITA/Renault), 69; 5. Raikkonen (FIN/McLaren), 61; 6. Button (ING/Honda), 50; 7. Barrichello (BRA/Honda), 28; 8. Montoya (COL/McLaren), 26; 9. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 23; 10. R. Schumacher (ALE/Toyota), 20; 11. De la Rosa (ESP/McLaren), 18; 12. Trulli (ITA/Toyota), 15; 13. Coulthard (ESC/Red Bull) 14; 14. Villeneuve (CAN/BMW Sauber) e Webber (AUS/Williams), 7; 16. Kubica (POL/BMW Sauber), 6; 17. Rosberg (ALE/Williams), 4; 18. Klien (AUT/ Red Bull), 2; 19. Liuzzi (ITA/Toro Rosso), 1. CONSTRUTORES: 1. Renault, 195; 2. Ferrari, 186; 3. McLaren, 105; 4. Honda, 78; 5. BMW Sauber, 36; 6. Toyota, 35; 7. Red Bull, 16; 8. Williams, 11; 9. Toro Rosso, 1.

Insaciável

Margarida Neide/AE

A

celino Freitas, o Popó, que surpreendeu o Brasil ao anunciar durante a semana sua aposentadoria, aos 30 anos e quatro títulos mundiais conquistados, afirmou ontem que só uma coisa o faria calçar novamente suas luvas: a oportunidade de disputar novamente o título do CMB (Conselho Mundial de Boxe), nas mãos do cubano Joel Casamayor (veja box), a quem venceu quando foi campeão mundial nos superpenas, em 1999. "Só uma coisa me faria voltar aos ringues de boxe: se eu ganhasse o direito de disputar o título do Conselho Mundial de Boxe", disse Popó, que saiu de cena como campeão dos leves pela OMB (Organização Mundial de Boxe). Aos 30 anos, Popó encerrou a carreira com 38 vitórias, sendo 32 por nocaute, e só uma derrota, para Diego Corrales. O baiano foi campeão mundial quatro vezes: nos superpenas, pela OMB e AMB (Associação Mundial de Boxe), e nos leves, duas vezes pela OMB. No futuro, Popó pretende se dedicar a ser empresário de lutadores, além de tocar o Projeto Social Acelino Freitas, entidade beneficente localizada no Arraial do Retiro, região pobre de Salvador, que tem também o objetivo de revelar talentos.

segundo ele, apenas em dar à Ferrari o Mundial de Construtores - a Renault tem nove pontos de vantagem. "Conquistamos muitas coisas juntos. Posso ficar orgulhoso e satisfeito e só porque hoje não funcionou, não significa o fim do mundo'', disse. Alonso culpou a sorte pela aproximação de Schumacher nas últimas provas e se disse "abençoado" no Japão. "Com certeza esses 10 pontos foram um presente de Deus para nós'', disse o espanhol, que igualou as sete vitórias do alemão na temporada e confessou ter se assustado ao ver a fumaça saindo do motor de Schumacher. "Eu simplesmente não acreditava no que estava vendo. Merecíamos essa vitória há muito tempo, essa vitória foi incrível porque foi uma completa surpresa." O chefe da Renault, Flavio Briatore, também citou a sorte como fator importante para a vitória e citou o problema de Alonso no GP da Itália. "Nosso motor quebrou em Monza e o

O

Popó anunciou sua despedida, mas disse que aceitaria lutar por título

fundista brasileiro Frank Caldeira ficou em quarto lugar na Maratona de Milão, com o tempo de 2h14min06s - a pouco mais de seis minutos do queniano Benson Kipchumba Cherono, que registrou o tempo de 2h07min58s. A segunda e a terceira colocações na competição italiana também ficaram para o Quênia, com Benson Kipchumba Barus (2h08min33s), e Joseph Ngeny (2h09min27s), respectivamente. No feminino, a etíope Magarsa Askele Tafa chegou em primeiro lugar.

N

a primeira vez em que pisou o solo japonês, Roger Federer foi tratado como um astro de rock e precisou até se esquivar dos fãs para poder treinar. Mas, em quadra, não decepcionou e conquistou seu 42º título da carreira - o nono da temporada - ao vencer ontem o inglês Tim Henman por 2 a 0 (6/3 e 6/3), na final do Torneio de Tóquio. Com a conquista no Japão, Federer agora tem títulos em quatro continentes - só lhe resta a África para ser "desbravada". "Gostei de ter vindo ao Ja-

pão e fiz um bom torneio, apesar das dificuldades", disse o líder do ranking mundial, que estava sem jogar havia quase um mês, desde a conquista do US Open. Além disso, ele passou por um susto nas quartasde-final, quando começou o jogo em desvantagem de um set para o local Takao Suzuki. Mas se recuperou de forma contundente nas semifinais contra Benjamin Becker, e fechou a semana com o título. Federer soma agora 49 vitórias em 51 jogos disputados em quadras rápidas neste ano.

Toru Hanai/AFP

Para o supercampeão Eder Jofre, a aposentadoria de Popó deixa uma lacuna no boxe brasileiro. "Pode ser que existam

alguns lutadores aparecendo pelo Brasil. Mas, com toda sinceridade, não sei quem seria essa pessoa", afirmou.

Algoz é derrotado

O

norte-americano Diego Corrales, o único lutador a vencer Popó, perdeu na madrugada de ontem para o cubano Joel Casamayor, contra quem o brasileiro obteve seu primeiro título mundial, em 1999, na disputa do título dos leves do CMB (Conselho Mundial de Boxe). A decisão foi complicada: dois árbitros deram vitória para Casa-

mayor, e um apontou Corrales como vencedor. Mesmo se vencesse, Corrales não ficaria com o título, pois excedeu o limite de peso - pesou dois quilos acima do 61,2 kg que são o limite da categoria.Depois da luta, reclamou: “Penso que eu fiz um bom combate, mas como posso vencer alguém que ficou fugindo?”, disse.

Brasil passa em branco na A1

O

brasileiro Tuka Rocha conseguiu apenas um 10º e um 14º lugares nas duas provas da A1 GP, considerada a "Copa do Mundo" de automobilismo, nas etapas disputadas em Brno, na República Checa. A equipe, coordenada por Emerson Fittipaldi, ainda não somou pontos na competição. As duas vitórias deste fim de semana ficaram com a equipe da Malásia, com Alex Yoong, que teve breve passagem pela Fórmula 1 e soma 17 pontos - a equipe líder é a Alemanha, com 20 pontos.

Federer agradece a torcedores após a conquista do título em Tóquio


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

ne

to do Crow Kit relaxamen

Q

uem vive há muito tempo em São Paulo tem a impressão de que já viu de tudo. Ledo engano. Os serviços prestados por hotéis da cidade, por exemplo, são os mais variados e curiosos. Academias, saunas, centro de convenções, restaurantes, cafés, sorveteria, cervejaria, internet, livraria, agência de viagem etc. quase todos oferecem. Mas se o hóspede tiver insônia, estiver estressado, se falar apenas japonês, for ecologicamente correto, se quiser um mordomo só pra ele, exigir o check-in e check-out no próprio apartamento? Como superar suas expectativas? É nesse momento que entram em cena a sensibilidade dos empregados e o jogo de cintura dos hotéis, que investem em serviços especiais para se diferenciar da concorrência. Silêncio – O Crowne Plaza, por exemplo, oferece um serviço especial para quem precisa de silêncio na hora de ir para a cama: o "Sleep Advantage", que possibilita uma calma noite de sono aos clientes que precisam dormir fora de casa. O programa inclui um andar exclusivo, chamado de "Área de Silêncio", com decoração em tons leves, acessórios para dormir, vidros duplos nas janelas e cortinas que impedem a entrada de luz. Além disso, os serviços de arrumação e limpeza são suspensos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

No Staybridge, há hóspedes que ficam mais de um ano no hotel.

HOTÉIS TÊM ATÉ QUARTO DO SONHO

MORDOMIA O MARKETING DOS HOTÉIS Estabelecimentos em São Paulo investem em serviços para tratar os hóspedes como verdadeiros reis

Uma boa noite

de descanso

Leonardo Rodrigues/Hype

No Hotel Crowne Plaza, em São Paulo, há um andar exclusivo para quem deseja dormir a noite toda no mais absoluto silêncio

das 21h às 10h. Segundo Daniela Pereira, diretora de vendas e marketing do hotel, o conceito foi tão bem recebido pelos hóspedes que outros hotéis estão

começando a copiá-lo. Já a especialidade do Staybridge Suites é atender ao hóspede de longa permanência. Os apartamentos foram

desenhados como se fossem a extensão da casa do cliente, com varanda, toaletes independentes, tábua e ferro de passar, cozinha, refrigerador, microondas, máquina de café, lava-louça, fogão elétrico, sala com sofá, serviços de lavanderia. "Nossos funcionários são treinados especialmente para atender a esse público, pois alguns hóspedes ficam até mais de um ano conosco", afirma Plínio Passini, diretor de vendas e marketing. Mordomo – Perseguindo a idéia de fidelizar o cliente, o Gran Meliá Mofarrej oferece menus de sabonetes e travesseiros, xampus e cremes especiais, além de uma recepção exclusiva, na qual o hóspede é

atendido com drinques de boas-vindas e faz check-in e check-out personalizados. Chamado de "Serviço Real", o pacote inclui café da manhã privativo, chá da tarde, sala de reunião exclusiva e acesso à internet. "Mas nosso símbolo máximo é o mordomo, que está preparado para atender a várias necessidades dos clientes", afirma Fernando Gagliardi, gerente de vendas. Para os hóspedes estressados, o Hilton São Paulo Morumbi oferece "Relaxation Rooms", apartamentos especiais para fazer com que o turista de negócios se desligue do mundo exterior. "Nosso hotel é o primeiro do mundo a apresentar os "Relaxation Rooms"", diz

José Worcman, gerente de marketing. O conceito foi desenvolvido levando-se em conta cores, sons, aromas e texturas, com o intuito de aguçar ou relaxar os sentidos. Já a rede Atlantica Hotels International, da qual fazem parte as bandeiras Radisson e Clarion, aposta no conceito "Cama dos sonhos". "Enquanto estão no hotel, os hóspedes ficam a maior parte do tempo na cama, por isso ela tem de ser confortável e grande", afirma Christina Munte, diretora de operações. O Clarion Alphaville, por exemplo, registrou alta média de 50% na ocupação das unidades depois da implantação desse serviço. Hábitos culturais – To do mundo oferece luxo e conforto, mas que tal um toque mais humano? Pensando nisso, o Renaissance São Paulo Hotel criou os "Serviços Especiais Asiáticos". Segundo Enzo Ynoue, gerente operacional do hotel, a idéia é dar atenção aos hábitos culturais, ao relacionamento pessoal e a detalhes, como colocar grãos de cereais dentro dos travesseiros de clientes de origem japonesa. "Alguns hóspedes nem sequer param na recepção. São atendidos diretamente no apartamento", afirma Ynoue. São tantos serviços diferenciados que, no caso do InterContinental, o que chamou a atenção foi sua política ecológica. O hotel tem um manual com mais de 100 recomendações de proteção ambiental. "Nós tratamos 100% da água que consumimos e quando a devolvemos ao ambiente, está quase potável", afirma Vânia Lodi, diretora de vendas e marketing. Essa política contempla ainda a reciclagem de lixo e o controle de ruídos e pragas. José Fernandes Sales

As camas dos apartamentos no Crowne Plaza têm travesseiros especiais para acalmar os hóspedes

Plínio Passini, do Staybridge: extensão da casa

Daniela, do Crowne Plaza: conceito está sendo copiado


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Compor tamento Polícia Distritais Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Árvore de Natal de 20 metros será construída na estação Conceição do metrô.

PRIMEIRA ETAPA ESTARÁ PRONTA EM DOIS MESES

Fotos: Marcos Fernandes/Luz

Começa reforma na Santa Catarina Primeira etapa das obras teve início há 30 dias e está a todo vapor. O projeto prevê calçadas novas e padronizadas, com rampas de acesso para deficientes físicos, troca de guias e sarjetas, inserção de lixeiras e luminárias novas. valho e João Barreto de Menezes. Acredito que as lixeiras também já devam estar instaladas", disse. O projeto de revitalização da avenida Santa Catarina é uma parceria entre a Subprefeitura do Jabaquara e a distrital. Para o subprefeito do Jabaquara, Cássio Loschiavo, a principal dificuldade inicial enfrentada foi por parte de alguns comerciantes. "Inquilinos de estabelecimentos comerciais querem que os proprietários dos imóveis participem do custo das obras das calçadas. Isso gera um certo desconforto e atrasa o cronograma. No entanto, estamos tentando mostrar que as reformas influirão positivamente em seus negócios". Após a conclusão dos 1,2 mil metros iniciais, a expectativa é que, no início de 2007, a revitalização seja estendida para os 2,8 mil metros restantes da avenida. Natal Iluminado – A distrital e a subprefeitura promoveram um encontro com várias

Café com Negócios em Santana

Qualidade de vida em Pirituba

A

Distrital Santana realizou um Café com Negócios em sua sede. O objetivo do encontro foi aumentar a interação entre os participantes, incentivando a realização de negócios. Um grande número de empreendedores, prestadores de serviços e profissionais liberais participaram do evento. A coordenação foi do superintendente, João de Favari. Grandes empresas participaram, como a Sul America Seguros, Organização Gelre, Porto Seguro e Herbalife. Para o superintendente, a iniciativa visa aproximar os empresários para troca de idéias e concretização de bons negócios. "As pessoas vão se conhecendo, trazendo seus cartões, seus folders e nesta interação vão surgindo grandes negociações", afirmou Favari. Participaram do evento o presidente do Clube Esperia, Arthur Moreira Ricca; o diretor do Ciesp-Norte, Wolfgang Anton Lieb; a deputada estadual Rosmary Corrêa; o delegado do 38º DP Jair Vicente; e a gerente de novos associados da ACSP, Marina Bavaresco. Para participar dos próximos e n c o n t ro s é s ó l i g a r p a r a 6979-4504 ou 6973-3708.

A

Distrital Pirituba realizou, no último dia 21, em sua sede, a 23ª reunião ordinária, coordenada pelo superintendente José Roberto Maio Pompeu. Na ocasião, o médico cardiologista e vereador de São Paulo, Paulo Frange, participou do encontro e fez a palestra Qualidade de Vida X Coração. Durante sua exposição, Paulo Frange fez uma retrospectiva rápida sobre a evolução da qualidade de vida do homem, informando que a expectativa de vida no Brasil cresceu nos últimos anos e hoje está na casa dos 70 anos. O médico abordou os diversos aspectos que provocam os problemas cardiovasculares, com ênfase especial para a hipertensão arterial,

entidades de classe do bairro para discutir alternativas e idéias para a segunda edição do Natal Iluminado, uma iniciativa da ACSP em parceria com as subprefeituras dos bairros. PaMilton Mansilha/Luz ra a edição deste ano, a Subprefeitur a d o J a b aquara propôs diversas ações, entre elas a construção de uma árvore de Natal de 20 metros em frente à estação Conceição do metrô. "Ela será construída com cabos de aço e decorada com materiais pet recicláveis. Assim, as escolas do bairro poderão participar, cada uma delas poderá decorar um cabo", disse Loschiavo. No mesmo local será construído um palco para apresentações artísticas, financiado

fator responsável pelo alto índice de mortes por problemas cardíacos no Brasil. O médico afirmou ainda que não existe relação entre dinheiro e saúde, destacando a importância do amor e do convívio entre familiares e amigos na qualidade de vida. O médico finalizou sua palestra dizendo que é muito saudável para fazer uma reflexão, antes de dormir, sobre tudo que foi vivenciado durante o dia, objetivando que o próximo dia seja melhor. No encerramento do encontro foi entregue ao palestrante um certificado de reconhecimento, em agradecimento pela palestra proferida. Participaram da reunião representantes de entidades da região e público em geral.

Divulgação

O asfalto antigo está sendo retirado (acima) e as calçadas já começaram a ganhar novas formas (direita). Na foto à esquerda, Loschiavo e Calderón durante reunião na distrital para discutir as ações para o Natal Iluminado deste ano.

pela subprefeitura. Os enfeites e lâmpadas serão custeados por futuros parceiros. "Já contatamos 16 entidades do bairro e oito delas demonstraram interesse em colaborar", revelou Jerson Ourives, assessor de gabinete da Subprefeitura do Jabaquara.

Hoje I Pinheiros – A distrital

promove o 19º Salão de Artes de Pinheiros. Às 10h, no shopping Eldorado, piso térreo, avenida Rebouças, 3.970. I Facesp - O presidente interino da ACSP, Alencar Burti, coordena reunião plenária da diretoria da Facesp. Às 13h, rua Boa Vista, 51/ 9º andar, plenária. I Cívica - Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP coordenada pelo vicepresidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, rua Boa Vista, 51, 11º andar, salas Tadashi Sakurai 1,2,3 e 4. I Plenária - Reunião plenária da ACSP com a palestra Avaliação da conjuntura política pós-eleições", com o presidente da Casa, Guilherme Afif Domingos, e o cientista político Amaury de Souza. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel– A distrital realiza reunião de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h. I Centro – A distrital realiza reunião de óticas do Projeto Empreender, coordenada por Elias Nunes Martins. Às 19h30. I Chamber – O vicepresidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber Of Commerce, Alfredo Cotait Neto, lidera a Missão Empresarial ao Uruguai e Argentina. De 9 a 13.

Amanhã Certificado: João Pires, Paulo Frange e José Roberto Maio Pompeu

I Pirituba – A distrital realiza

A avenida Santa Catarina não ficará de fora do Natal Iluminado. A idéia é, por meio da participação dos lojistas, enfeitar o comércio local com motivos natalinos no trecho revitalizado, além da realização de eventos culturais patrocinados pela Prefeitura. "O

GIr

Quarta

reunião ordinária. Às 8h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h.

Atendemos Sábados, Domingos e Feriados

André Alves

I Lapa – A distrital realiza

Agendas da Associação e das distritais

Desentupidora

objetivo é fomentar e alavancar o comércio, principalmente no trecho já reformado da avenida Santa Catarina", concluiu Calderón.

reunião de Recursos Humanos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 9h. I Lapa – A distrital realiza reunião de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h. DC

A

s obras de revitalização da avenida Santa Catarina já começaram. Há cerca de 30 dias, máquinas da Prefeitura trabalham na remoção do antigo asfalto e na reforma das calçadas. Aproximadamente 400 metros da avenida já estão preparados para receber uma nova pavimentação. O projeto – que prevê calçadas novas e padronizadas com rampas de acesso para deficientes físicos, troca de guias e sarjetas, inserção de lixeiras, luminárias novas e retirada de poluição visual – inicialmente contemplará 1,2 mil metros, dos quatro quilômetros de extensão da avenida. Segundo o superintendente da Distrital Jabaquara da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Fernando Calderón, essa primeira fase do projeto estará concluída até o final do ano. "Em dois meses teremos um novo pavimento e calçadas reformadas entre as ruas Conselheiro Elias de Car-

* Desentupimento * Limpeza de Caixa d’água * Limpeza de poços * Desinsetização * Desratização * Descupinização * Esgotamento de garagem * Contrato de manutenção de esgoto

PABX: (11) 3983-1006 Av. Eng. Dias de Barros, 586 - Vl. Nova Cachoeirinha www.desentupidoraimperio.com.br


4

Eurocopa Ronaldinho Seleção Sul-Americana

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Sem o Dida as coisas mudam, agora a gente vai ter chance de jogar. Se ele continuasse, ia ser difícil." Gomes

BRASIL PEGA AMANHÃ O EQUADOR

EM DEFESA DO CRAQUE D

unga saiu em defesa de Ronaldinho Gaúcho ontem, durante o treino da Seleção Brasileira em Estocolmo. O técnico admitiu estar "preocupado" com as seguidas críticas ao jogador, e disse que pretende conversar com ele para saber o que está acontecendo, mas afirmou que o craque, melhor do mundo segundo a Fifa nos últimos dois anos, está sofrendo cobranças excessivas. "As críticas feitas a ele não são justas. Ronaldinho não teve o mesmo tempo de preparação na pré-temporada. Não adianta ser o melhor do mundo se não estiver bem condicionado fisicamente", disse Dunga, que escalou o jogador como titular na partida contra o Kuwait e o tirou no intervalo - uma das oito substituições que fez durante o amistoso. "Em três ou quatro meses ele voltará a ser o Ronaldinho de antes", defendeu o treinador, que foi como uma das primeiras vítimas do craque em 1999, na final do Campeonato Gaúcho. Ronaldinho deu um drible espetacular no então volante do Internacional antes de marcar o gol que garantiu a vitória e o título do Grêmio. A verdade é que Ronaldinho está sendo alvo de críticas até na Espanha e entre a torcida do Barcelona, onde sempre foi tratado como unanimidade. A edição de ontem do jornal As trouxe uma longa reportagem dedicada à má fase do atacante, com ênfase para a atuação apenas discreta na vitória bra-

Sven Nackstrand/AFP

Leif R. Jansson/Reuters

Passeio no Kuwait

R

O técnico Dunga, que bateu bola no treino de ontem na Suécia, chamou de "injustas" as críticas a Ronaldinho, mas pode mandá-lo para a reserva amanhã, contra o Equador, e escalar Kaká

afael Sobis foi um dos principais destaques da Seleção Brasileira na vitória por 4 a 0 sobre um combinado do Kuwait, no sábado, numa partida cuja maior aposta era descobrir o placar da partida, e não quem seria o vencedor. O ex-atacante do Inter brilhou ao fazer o primeiro gol, e principalmente no terceiro, quando deu um belo passe de calcanhar para Daniel Carvalho, que bateu forte de fora da área. Robinho também procurou bastante o jogo: fez o segundo gol, acertou um chute na trave e arriscou uma bicicleta. Kaká fechou a goleada, e o Brasil deixou a impressão de que podia ter feito mais.

Hamad Mohammed/Reuters

sileira no Kuwait. Dunga acredita que a recuperação de Ronaldinho passa pelo empenho do Barcelona em colocá-lo novamente em forma - o jogador saiu das férias para uma excursão pela América do Norte, teve apenas um de treinos e ficou fora de duas partidas na temporada por contusão. Mas, para o técnico, o jogador precisa se ajudar. "O importante é que ele faça uma análise pessoal, mas perder a confiança", alertou Dunga, que evitou críticas à atuação contra o Kuwait: "Não falo especificamente sobre um

determinado atleta, mas sim coletivamente. E, nesse aspecto, o Ronaldinho fez o que foi combinado e teve boa atuação. Na Seleção, ganhamos os jogos com 22 jogadores." Mesmo se mostrando compreensivo, Dunga pode deixar Ronaldinho no banco na partida de amanhã contra o Equador, às 15h (de Brasília), com transmissão da Globo, e optar pela entrada como titular de Kaká, que começou a goleada contra o Kuwait na reserva e marcou um belo gol, o último dos 4 a 0. Para Dunga, não há problema nenhum em barrar

um craque da estirpe de Ronaldinho. "Já aconteceu até com o Pelé (ficar na reserva). O que não se pode é colocar em dúvida a qualidade técnica do Ronaldinho, o seu futebol", afirmou Dunga, que um dia antes da partida, ao se encontrar com Pelé, lembrou que o Rei havia ficado no banco num amistoso contra a Bulgária, em São Paulo, antes da Copa de 1970. A equipe chegou ontem a Estocolmo e foi recebida por dezenas de fãs - foi preciso até um cordão de isolamento. O tenista Rafael Nadal, número 2 do mundo, que disputa um

torneio na capital sueca a partir de hoje, se encontrou com alguns atletas e disse ser fã de Kaká, Ronaldinho e Robinho. Horas depois do desembarque, os jogadores fizeram um treino, no qual Dunga optou por poupar Robinho, Luisão, Mineiro, Maicon, Alex e Rafael Sobis, os que ficaram mais tempo em campo no Kuwait. E não quis antecipar o time que será titular contra o Equador, embora tenha admitido alterações, pois quer ver os 22 convocados. "Meu propósito não é só convocar, mas dar oportunidade a todos."

Alberto Pizzolli/AFP

Sobis fez seu 1º gol na Seleção

SUL-AMERICANA Corinthians vai com tudo

A Miguel Riopa/AFP

Os campeões do mundo, com um gol de Toni, e a seleção de Scolari, com Cristiano Ronaldo, obtiveram sábado suas primeiras vitórias nas eliminatórias da Eurocopa e viram tropeços de outras favoritas, como Espanha, França, Inglaterra e Holanda

Itália e Portugal acordam

F

inalmente a campeã do mundo Itália conseguiu vencer sob o comando de Roberto Donadoni. Na quarta partida com o técnico que sucedu Marcelo Lippi, a equipe bateu a Ucrânia por 2 a 0, gols de Toni e Oddo, e subiu para o terceiro lugar do Grupo B das eliminatórias da Eurocopa, com 4 pontos. Ao repetir o triunfo sobre os ucranianos nas quartas-de-final da Copa, a Itália se mantém na cola da líder Escócia, que venceu a França por 1 a 0, em Glasgow, e tem 9 pontos - a França tem 6, e somente os dois primeiros se classificam para a competição do ano que vem, que será disputada na Áustria e na Suíça. Portugal, que até agora tinha um empate em seu único jogo, não teve dificuldade para bater por 3 a 0 o Azerbaijão, num jogo que teve quatro brasileiros em campo - Deco pela equipe lusitana, o zagueiro Ernani Pereira, o meia André Ladaga e o atacante Leandro Go-

mes pela ex-república soviética, que conta com outros três atletas naturalizados, e mesmo assim é lanterna do Grupo A ao lado da Armênia, com 1 ponto - Portugal tem 4, atrás de Sérvia (7) e Finlândia (5). A Espanha caiu por 2 a 0 diante da Suécia em Estocolmo, no mesmo Estádio Rasunda que recebe amanhã o jogo da Seleção Brasileira contra o Equador. Os espanhóis estão apenas em quarto no Grupo F, com 4 pontos (os suecos lideram, com 9), e o técnico Luis Aragonés tem seu cargo ameaçado - principalmente depois de deixar Raúl, verdadeiro xodó nacional, de fora da convocação. Um resultado ruim no amistoso de quarta, contra a Argentina, pode ser fatal. Também decepcionaram a Holanda, que ficou no 1 a 1 com a Bulgária, em Sofia, pelo Grupo G, e a Inglaterra, que não saiu de um empate sem gols com a Macedônia, em Manchester, pelo Grupo E.

má campanha do Corinthians no Brasileiro não será empecilho para que Emerson Leão escale o time titular nesta quarta, às 22h, contra o Lanús, em jogo pelas oitavas-de-final da Copa SulAmericana. O técnico disse ter o mesmo pensamento dos torcedores - a Gaviões da Fiel lhe enviou uma carta pedindo o time titular na Argentina - e promete mandar o que tem de melhor a campo. "Ninguém vai amaciar", promete. O time precisa vencer ou empatar com gols, depois do 0 a 0 no jogo de ida, no Morumbi. Dos outros brasileiros, a situação mais complicada é a do Santos, que perdeu por 3 a 0 o jogo de ida para o San Lorenzo, e precisa golear por pelo menos quatro gols para se classificar - nem mesmo o técnico Vanderlei Luxemburgo acredita muito na classificação. O Fluminense precisa de um empate por 2 a 2 ou mais gols ou uma vitória sobre o Gimnasia y Esgrima, em La Plata, depois do 1 a 1 no Maracanã. O técnico Paulo César Gusmão ainda busca a primeira vitória. Já o Atlético-PR está mais tranqüilo: como bateu o River Plate por 1 a 0, em Buenos Aires, classifica-se até mesmo com um empate em Curitiba. Anderson Brito/Folha Imagem

Leão: titulares contra o Lanús


DIÁRIO DO COMÉRCIO Os dez pontos de vantagem são um presente de Deus Fernando Alonso, piloto da Renault, ao conquistar sua vitória no GP do Japão, após o atual campeão da Fórmula-1, Michael Schumacher, da Ferrari, abandonar a prova por causa de uma pane no motor do carro.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Logo Logo

9

www.dcomercio.com.br/logo/

Nascimento do escritor e musicólogo Mário de Andrade (1893-1945), idealizador da Semana de Arte Moderna

OUTUBRO

2 -.LOGO

C ORÉIA DO SUL D INAMARCA

Nova rodada atômica

Protestos contra piadas de Maomé Grupos muçulmanos da Indonésia declararam ontem que sentiram-se insultados com um vídeo no qual jovens aparecem fazendo piadas com o profeta Maomé, durante um evento que reunia integrantes de um partido político antiimigração da Dinamarca. O vídeo mostra integrantes da juventude do Partido Popular Dinamarquês em um concurso de desenhos durante um acampamento de verão. Para Amidhan, presidente do Conselho dos Clérigos da Indonésia, os vídeos são um insulto aos muçulmanos. "Lamentamos os novos insultos

dinamarqueses ao Islã que vêm à tona durante o mês sagrado do Ramadã". No vídeo, o rosto dos participantes aparece borrado, mas seus desenhos são mostrados. Em um deles, uma mulher mostra o desenho de um camelo com o rosto de Maomé. O primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, criticou a atitude dos jovens. "Condeno nos mais duros termos os integrantes da ala jovem do Partido Popular Dinamarquês. Esse comportamento de mau gosto não reflete a opinião do povo dinamarquês sobre o Islã ou os muçulmanos."

T AILÂNDIA

F RANÇA

Chaiwat Subprasom/Reuters

Fumo será proibido a partir de 2007

L

Trabalhadora participa de protesto em frente à embaixada dos EUA, em Banguecoque, na Tailândia, contra o fechamento de fábrica de roupa íntima

O governo conservador francês vai proibir o fumo nos espaços públicos a partir de 2007. A informação foi anunciada ontem pelo primeiro-ministro, Dominique de Villepin. Ele explicou que a proibição em lugares públicos vai começar a vigorar em 1º de fevereiro do ano que vem, salvo em alguns tipos de bar, em cafés-restaurantes e em boates, que terão mais um ano para se adaptarem à nova legislação.

Diplomatas acreditam que EUA devem propor a volta das negociações

A

Coréia do Norte poderia desistir de realizar seus testes nucleares se os Estados Unidos aceitassem voltar à mesa de negociações. As informações teriam sido passadas pela diplomacia chinesa a um ex-deputado sul-coreano, Jang Sung-min, hoje presidente do Fórum pela Paz no Nordeste Asiático. A entidade independente está envolvida na questão nuclear coreana há anos e seria um dos canais de comunicação na região asiática. No sábado, o ex-presidente sul-coreano e vencedor do prêmio Nobel da paz, Kim Dae-jung, afirmou ainda que esperava que os EUA aceitassem voltar à negociar com a Coréia do Norte e que lhes dessem mais uma chance para um diálogo.

Segundo fontes militares da Rússia, Pyongyang estaria disposta a dar três meses para os EUA repensarem suas sanções e aceitarem uma negociação antes de ir adiante com os planos de um teste. Para Moscou, o teste, se ocorrer, poderia ser feito entre dezembro e janeiro. As fontes em Pequim também confirmam que esses testes não estariam prestes a ocorrer. Muitos na região os esperavam para o último fim de semana, quando a Coréia do Norte celebrou o aniversário da designação de Kim Jong como líder do Partido Trabalhista em 1997. A notícia da disposição da Coréia do Norte em negociar foi considerada na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como um "passo lógico" da ameaça feita há poucos dias. Para alguns diplomatas, as de-

clarações precisam ser entendidas como um "jogo da barganha" entre a comunidade internacional e a Coréia do Norte. Com sua economia cada vez mais isolada, o país precisava chamar a atenção e criar um novo fato para obrigar as potências a voltarem a negociar. Dessa vez, analistas apontam que os pedidos parecem claros. Se os EUA aceitassem as negociações bilaterais, os norte-coreanos reconsiderariam um novo diálogo. Para isso, Washington precisaria despachar um enviado até o país asiático. Os norte-coreanos, porém, afirmariam que manteriam seu programa nuclear e até mesmo acelerariam a preparação do teste se a Casa Branca sugerisse medidas mais duras contra o país, como novos embargos comerciais e corte de financiamento.

Carlos Silva/Imapress/AOG

F UTURO

Cápsula do tempo digital Cripta da Civilização, cuja abertura está programada para o ano 8113. A Yahoo! diz que a sua cápsula será a de "maior participação na história", contará com a participação de milhões de internautas de todos os cantos do mundo, que vão colaborar com informações e dados para integrar a "cápsula". O conteúdo da cápsula deverá ser revelado hoje pela Yahoo! nas pirâmides do complexo arqueológico de Teotihuacán, localizada 50 quilômetros ao norte da Cidade do México.

PROCISSÃO – Mais de 2,5 milhões de fiéis participaram ontem do círio de Nazaré, tradicional festa católica, no Belém do Pará. A procissão seguiu pelas ruas da cidade com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que foi coberta por papel picado e pétalas de rosas. A RTE

E M

C A R T A Z

MÚSICA Divulgação

A violoncelista russa Natália Gutman (foto) acompanhada do pianista Viacheslav Popugrin. Obras de Beethoven, Brahms e Schumann. Espaço Cultural. Av. Dr. Chucri Zaidan, 246. Telefone: 30811911. 21h. R$ 45 e R$ 30.

Além da literatura omo poeta e ensaísta, o norte-americano Edward Estlin Cummings (1864-1962) – e. e. cummings, em minúsculas, para fugir às convenções – foi muito popular. Mas o que poucos sabem e que um site na internet revela é que ele tinha uma veia de pintor, e se considerava muito mais um artista do que um escritor. Influenciado pelo cubismo e o surrealismo, especialmente por Pablo Picasso, ele buscava nos quadros os mesmos princípios estéticos de seus textos: a ruptura com o convencional.

C

F AVORITOS

Rebobinador de DVD

Passaporte para o mundo fashion

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

OMS lança no Brasil programa de prevenção e controle de doença respiratória na infância Justiça argentina autoriza exumação de corpo do ex-presidente Juan Domingo Perón

L

www.uol.com.br/modabrasil/ biblioteca/glossario/index.htm

A TÉ LOGO

L

www.dvdrewinder.com

B RAZIL COM Z

Hollywood é no Brasil A agência de notícias Associated Press distribuiu uma matéria que foi reproduzida por diversos jornais norte-americanos sobre o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que se tornou protagonista do cinema mundial com seu filme de 2005, O Jardineiro Fiel (The Constant Gardner). Meirelles acaba de assinar um contrato de três anos com a Universal Pictures para levar filmes brasileiros e portugueses para o estúdio de Hollywood. O contrato, diz o texto da AP, pode dar nova vida ao cinema brasileiro e maior visibilidade aos filmes não apenas no exterior, mas também no Brasil, onde apenas 10% das exibições são de filmes nacionais.

ONU barra venda de marfim O Programa Ambiental das Nações Unidas recusou o pedido conjunto de Botswana, Namíbia e África do Sul, para que pudessem vender 60 toneladas de marfim. A medida foi saudada, ainda que com cautela, por grupos que pedem uma proibição total desse comércio. "A decisão dá aos elefantes mais nove meses de alívio contra os caçadores clandestinos", disse Peter Pueschel, do Fundo Internacional para o BemEstar Animal. "Pelas nossas estimativas, 10 mil elefantes, pelo menos, são abatidos ilegalmente na África a cada ano".

Aspirina com efeito anti-tumor

L

A última palavra em equipamento eletrônico avançado, com belo design, não serve para coisa alguma: é o DVD Rewinder. Uma piada que se tornou um objeto candidato a se tornar cult. O aparelho tem um som (falso) de rebobinar, que pode variar. Além do aparelho, por US$ 16,50, os sons também estão à venda.

Desde que as "fashion weeks" se tornaram eventos freqüentes na mídia, o público leigo passou a precisar de mais um item de sobrevivência: o Glossário de Moda. Uma ótima versão online traz os termos principais do mundo da alta costura em francês, com seu significado e as palavras correspondentes em português. Além disso, o site traz uma ajuda extra: um quadro de pronúncias, para ninguém fazer feio na hora de esbanjar conhecimentos na rodinha de fashionistas.

A cerimônia de entrega do Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão para o sociólogo alemão Wolf Lepenies marcou, ontem, o encerramento da 58ª Feira do Livro de Frankfurt. A participação brasileira, maior do que na edição anterior, deverá ser ampliada em 2007. De acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) o estande, que nesta edição reuniu 41 editoras em mais de 100 m², deverá crescer 20%. "Queremos mudar o layout e valorizar encontros de negócios de editores e agentes literários", afirmou Armando Antongini Filho, diretor da CBL.

M EDICINA

www.eecummingsar t.com

G @DGET DU JOUR

Brasil quer ampliar atuação em feira

M EIO AMBIENTE

L

A empresa de internet Yahoo!, uma das gigantes do ramo, anunciou que vai elaborar uma cápsula do tempo digital. A idéia é criar uma "peça antropológica digital" para que as gerações futuras saibam como era a vida nos primórdios da internet. As cápsulas do tempo são recipientes enterrados com objetos representativos de uma época para que as gerações seguintes saibam como era a vida na época em que foram enterradas. A prática começou em 1936, quando foi enterrada a

A LEMANHA

Sul-coreano Ban Ki-Moon deve ser o novo líder da Organização das Nações Unidas

Pesquisa realizada na Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que a aspirina pode reduzir a formação de vasos sangüíneos que ajudam tumores cancerígenos a crescer. O estudo mostra que a aspirina restringe o tumor ao tamanho de uma ervilha. A conclusão complementa estudos anteriores que mostravam que, se utilizado por longos períodos, o analgésico poderia reduzir o risco de vários tipos de câncer, como os de ovário, cólon e pulmão. Mesmo em doses pequenas, a droga tem um extraordinário efeito sobre a capacidade das células de formar os vasos que alimentam os tumores e os ajudam a crescer.


São Paulo, 9 de outubro de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nº 141

Pablo de Sousa

Divulgação

Com a venda de 14.640 unidades, o Palio foi líder em setembro. Mas o Gol mantém a primeira posição no ano. Pág. 3. O Salão do Automóvel começa dia 19. Fabricantes de acessórios aproveitam o evento para fazer lançamentos. Pág 6.

CHEVROLET PRISMA

FRENTE É CONHECIDA MAS A TRASEIRA É NOVA PÁGINAS 4 E 5


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

TELEMÁTICA: A SAÍDA para O TRÂNSITO o Brasil ocorrem por ano mais de 33 mil mortes em acidentes automobilísticos. No total, são mais de 400 mil feridos, que geram um custo superior a R$ 10 bilhões. Além da falta de segurança nas estradas e ruas do País, o excesso de veículos reduz a mobilidade e amplia os gastos de toda a sociedade. Só os paulistanos perdem R$ 600 milhões/ano em função dos congestionamentos. Segundo Gert Siegle, especialista da Bosch Management Support, a telemática é fundamental para a melhoria do trânsito e, principalmente, para a redução de acidentes. "Com o uso da telemática, os acidentes na Europa reduziram entre 4% e 5%. E os usuários ficaram mais satisfeitos". Além de estradas inteligentes, que informam por meio de placas os pontos de congestionamentos, os europeus contam também com informações em tempo real, apontando os principais problemas e novas rotas para evitar o engarrafamento. Durante o Simea 2006 (Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), promovido pela AEA, Siegle disse que esta é a única solução para os países que não têm mais espaço físico para construir estradas. Já nas áreas metropolitanas, o professor alertou que rodízio de

N

índice MERCADO - 3 Um mês sem o Gol na liderança. Palio ficou na frente em setembro.

CAPA - 4 e 5 Conheça a versão três volumes do Celta: Prisma, o novo sedan da GM.

SALÃO DO AUTOMÓVEL - 6 Um Salão de veículos, acessórios, som, serviços e carros-conceito.

SERVIÇO - 7 Treinamento para pessoas habilitadas trata as fobias ao volante.

PROTÓTIPO - 8 É um carro ou um barco? Os dois! É o Splash, um anfíbio.

aGenDa 15 de outubro

O encontro de carros antigos do Shopping Interlagos acontece no domingo, das 8 às 14 horas. O evento é gratuito e realizado em parceria com o Antigos Auto Clube de São Paulo.

19 a 29 de outubro

Realização, no Parque de Exposições do Anhembi, do 24º Salão Internacional do Automóvel, que reúne 120 expositores, com a presença de mais de 400 veículos.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

veículos e pedágios não são as melhores soluções. "Estas medidas acabam privilegiando as pessoas com maior poder aquisitivo e não a sociedade como um todo", esclareceu Gert Siegle. A telemática no Brasil já vem sendo utilizada pelas empresas de transporte como instrumento para gerenciamento de frotas. Durante o debate "A adequação da telemática ao mercado brasileiro", especialistas apresentaram as aplicações desta tecnologia e as possibilidades para o futuro. Investimentos em infra-estrutura, criação de estradas inteligentes, utilização da telemática para informação de dados sobre o trânsito e atualização dos órgãos do governo tanto em gestão quanto em novas tecnologias automotivas foram algumas das soluções apontadas para melhorar o trânsito no Brasil. Entre os participantes deste debate que encerrou as atividades do XIV Simea estavam Celso Arruda, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); James Pereira, da Volkswagen Caminhões e Ônibus; Luso Ventura, da Netz Engenharia; Ricardo Martins, da Delphi; Paulo Lozano, diretor-técnico da AEA, e Mário A. Massagardi, vice-presidente da entidade. AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva)

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

DCARRO

3

MERCADO/AUTOINFORME

PALIO PASSA GOL E LIDERA EM SETEMBRO Carro da Fiat vendeu 14.640 unidades no mês passado, contra 14.101 do Gol, que se mantém em primeiro lugar no acumulado do ano

Fotos: Divulgação

O

Gol perdeu a liderança de vendas em setembro para o Palio. O carro da Fiat vendeu 14.640 unidades no mês, enquanto o da Volkswagen, totalizou 14.101, conforme números preliminares do Renavam. O Gol, no entanto, continua em primeiro lugar no acumulado do ano, com 134.427 unidades, e o Palio vem em segundo, com 110.400 comercializados no período de janeiro a setembro. Mesmo que a liderança do Palio se repita nos meses que restam para encerrar 2006, dificilmente o Gol vai perder sua posição de líder no encerramento do ano. O carro da Volks é líder há 20 anos, dominando 10,5% do mercado brasileiro de carros e comerciais leves. O Palio detém 8,5%. Ambos tiveram queda de vendas em setembro com relação a agosto, por causa do menor número de dias úteis no mês, fator que também determinou decréscimo de 11% no balanço global do mercado interno. O índice de queda de vendas do Gol foi maior, de 20%, enquanto o do Palio foi equivalente ao da média do setor (11%). O ranking de setembro mostrou outras novidades. Uma delas é a Meriva, que totalizou 1.911 unidades e pela pri-

meira vez vendeu mais do que o Fiat Idea, que somou 1.824. Outra surpresa foi a Picape Hilux, o segundo veículo comercial mais vendido no mês, na frente das picapes pequenas Saveiro e Montana. Num mês em que a maioria dos carros teve queda de venda, alguns modelos andaram na contramão e cresceram. Foi o caso do Celta e do Vectra, ambos da General Motors, que venderam 7,5% a mais, e do Siena, com alta de 9%. Queda "ilusória" - O mercado de carros e comerciais leves vendeu 151.452 unidades em setembro, volume 11% inferior ao de agosto, quando saíram das concessionárias 170.265 unidades. Se forem consideradas, no entanto, as médias diárias dos dois últimos meses, verifica-se acréscimo de 2,3% no total comercializado internamente, pois setembro (com 7.573 unidades) teve três dias úteis a menos do que agosto (com 7.403).

INFLAÇÃO DO CARRO

GASTOS SOBEM 3,5% NO ANO O Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP, indica um aumento da inflação de 0,7% de janeiro até a terceira quadrissemana de setembro. Mas quem tem automóvel está tendo um custo de vida bem maior este ano. O IMC (Índice de Manutenção do Carro), da agência AutoInforme, mais conhecido como "Inflação do Carro", registra um porcentual bem maior que o apurado pela Fipe em São Paulo. Em setembro, teve uma ligeira baixa, de 0,01%, mas no acumulado indica alta de 3,5%. Alguns produtos tiveram aumentos expressivos em setembro, caso da bateria, que ficou 9,1% mais cara, e do seguro total, 1,5%. Os itens que mais caíram de preço em setembro foram o

serviço de cambagem (-5,8%), o jogo de amortecedores (-3,7%) e o filtro de ar (-3,4%). O elevado índice da Inflação do Carro este ano é conseqüência das altas expressivas do álcool no início do ano. O preço médio do combustível em janeiro era de R$ 1,47, subiu para R$ 1,64 em fevereiro e chegou a R$ 1,79 em março. Hoje o preço do combustível está em R$ 1,32 e pode baixar ainda mais, já que estamos em plena safra. Os combustíveis (álcool e gasolina) são os itens com maior peso na composição do IMC. Juntos representam quase 50% do total das despesas com o carro. Em setembro o estudo apurou queda no preço dos combustíveis: o álcool ficou 3,2% mais barato e a gasolina, 0,19%.

Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 136.805 unidades, setembro apresentou alta de 10,7%. No total, o mercado brasileiro já vendeu 1.297.650 carros e comerciais leves em 2006, crescimento de 11,5% em comparação com o acumulado de janeiro a setembro de 2005, com 1.163.672 unidades. Fiat continua líder - No ranking das montadoras, não houve muitas surpresas. A Fiat segue na liderança, com 39.946 unidades vendidas em setembro e 26,4% de participação. A montadora italiana já comercializou 327.015 carros e comerciais leves no acumulado do ano, ficando com 25,2% do bolo. Com 35.262 carros, a General Motors ficou novamente na segunda colocação, com 23,3% do mercado. A Volkswagen deteve uma fatia de 20,1%, e a Ford, de 11,1%. A Toyota teve uma folga na briga

pela quinta posição, pois a Honda vendeu quase 650 unidades a menos e caiu para a sétima colocação, enquanto a Peugeot ficou na sexta colocação, com 5.497 unidades comercializadas e 3,6% de participação.


4

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

LANÇAMENTO

5

Fotos: Pablo de Sousa

GM aposta seu grande trunfo: historicamente saber vender muito bem sedans. E joga alto suas fichas no Prisma, versão três volumes do Celta. CHICOLELIS/ANTONIO FRAGA

CHEGOU O

NOVO PRISMA

DCARRO

Na sua dianteira, o Prisma é facilmente confundido com o "irmão" Celta. A traseira foi ampliada, com muita elegância, formando um conjunto harmonioso com o que já havia antes. No interior, um pouco mais de requinte nas mesmas medidas.

P

risma, o três volumes da GM, além do novo motor 1.4 Econo.Flex, traz um atrativo extra: seu preço, R$ 29.990, bem abaixo da expectativa do mercado, que esperava algo em torno de R$ 32 mil. Samuel Russel, diretor da Marketing da montadora, lembra que o modelo, fabricado em Gravataí, RS, entra numa faixa que concorre não apenas com os três volumes, com predominância do Fiesta 1.6, com 35% da fatia, mas também poderá disputar com hatchs, onde o Peugeot 206 1.4 briga com o Volkswagen Gol pela liderança do segmento. Com seu preço, o Prisma se coloca num posição abaixo do Ford Fiesta Sedan 1.6, que custa - preço de fábrica - R$ 35.890 (quase R$ 6 mil mais que o GM) e do VW Gol, R$ 30.240. Mesmo dentro da lista dos preços realmente praticados, o novo carro gaúcho da montadora de São Caetano do Sul se coloca bem entre o Fiat Siena 1.4, R$ 32.970, e o Gol 1.0, R$ 28.740 - devendo-se lembrar que ele tem motor 1.4. Canibalização? - O Prisma chega a um mercado muito disputado, inclusive dentro da própria GM, que tem o Classic (o antigo Corsa, mantido na sua versão sedan) e o Corsa Sedan. Samuel Russel diz que poderá existir uma canibalização do novo modelo para cima dos seus pares, fato praticamente inevitável, dentro de uma gama de 14 modelos da montadora, mas ele diz que a intenção é tirar mercado dos veículos da concorrência. "Cremos - diz Russel - que o Prisma irá fazer sucesso entre os jovens, que buscam um carro de desenho mais avançado que seus concorrentes. Além disso, há o novo motor, 1.4 com 89 cavalos abastecido a gasolina e 97 quando com álcool e mais econômico, outra busca dos jovens consumidores". A GM aponta que o Prisma vem com o motor mais potente do mercado de carros 1.4 bicombustíveis; seus 97 e 89 cavalos, repectivamente, abastecido com álcool e gasolina, contra os 82 e 80 do Peugeot 206, 81 e 80 do Fiat Siena e 80 do Honda Fit, que só tem motor a gasolina. Registre-se que nenhuma das duas montadoras japonesas instaladas no Brasil - Honda e Toyota - oferecem opção de motor bicombustível em seus modelos. Neste quesito, estão sozinhas. Todas as demais, quer sejam francesas, norte-americanas, alemãs ou italianas, oferecem esta opção já há alguns anos. A expectativa é de vender entre 2 mil e 2,5 mil unidades mensais, o que representaria 30 mil em um ano. O novo modelo deverá estar à venda na rede Chevrolet a partir da segunda quinzena de novembro. Com ele, a General Motors pretende tomar conta de 20% do mercado que

abrange os veículos pequenos, com a ajuda dos demais modelos da montadora. Vectra, a inspiração - Ainda que menor, ficou nítida a inspiração dos desenhistas da GM da traseira do modelo superior da marca, o Vectra. Percebe-se o DNA do irmão "mais velho" nas linhas do porta-malas, lanternas, párachoques. Na parte da frente, manteve, sem alterações, as linhas do Celta, primeiro carro da fábrica gaúcha da montadora. No interior, mudanças sutis, quase imperceptíveis, mostram a origem do novo carro, mas suficientes para dar a ele um status de um modelo superior. O portamalas, com capacidade para 439 litros, é o destaque. Ele pode crescer com os bancos traseiros rebatidos para 829 litros. No tanque, 47,8 litros de gasolina ou álcool. Joy e Maxx - São duas as versões do Prisma: Joy, que custa R$ 29.990, e o Maxx, completo, com ar-condicionado e direção hidráulica, R$ 35.940. O primeiro vem equipado, entre outros, com protetor de cárter, desembaçador com ar quente, tacômetro e aviso sonoro de farol aceso. O Maxx já vem com direção hidráulica mas o ar-condicionado é opcional. Acessórios - Faz algum tempo a GM vem oferecendo uma grande linha de acessórios aos compradores de seus carros de porte pequeno e mais simples. Desde direção hidráulica até sensor de estacionamento traseiro, passando por pedaleiras esportivas, frisos laterais, rodas de alumínio, aros 13" e 14", lanternas traseiras esportivas e faróis "Máscara Negra". Assim, o comprador do carro mais simples pode transformá-lo num quase top de linha, já que é possível também a colocação de protetores de pára-choques dianteiros e traseiros, brake light, travas e acionadores de vidros elétricos, alarme com controle remoto, som sofisticado, farol de neblina, saias laterais e uma infinita oferta de acessórios de personalização do carro. Ainda tem rack e ponteira esportiva do escapamento e spoileres dianteiro e traseiro. Salão diferente - O Prisma será um dos poucos modelos Chevrolet presentes ao estande da montadora no próximo Salão do Automóvel (ver matéria na página 3), já que neste ano a GM vai reduzir a menos da metade o número de modelos na mostra. Samuel Russel não revela o conteúdo do tema, mas adianta que a fábrica vai mostrar sua capacidade tecnológica, deixando de lado o ar de "estacionamento" que caracteriza a maioria dos estandes a cada edição do Salão.

Andando (bem) no Prisma

O

novo motor Econo.Flex 1.4 do Prisma surpreende com boas respostas, mesmo com três adultos e com o ar-condicionado ligado. A impressão é de estar acelerando um motor maior, um 1.6 litro. A injeção é múltipla, com um bico injetor para cada cilindro (M.P.F.I.), comando de válvulas com rolamentos de baixo atrito e componentes de menor inércia (Low Friction Valve Train – LFVT), um dos responsáveis pelo melhor desempenho e otimi-

O motor é o mais potente da categoria: 1.4 Econo.Flex, que promete 97 cavalos, quando abastecido a álcool. Com gasolina, chega aos 89 cavalos.

zação na economia de combustível. Pode-se considerar impressionante o trabalho da engenharia da GM brasileira. Nosso teste, com os três pesados adultos, incluiu uma descida a Cubatão, pelo belo "Caminho do Mar", rodovia construída em 1913, hoje aberta para turismo ecológico, a pé, e volta do Litoral de São Paulo, pela Imigrantes, com inclinação permanente em torno dos 6º. O "bichinho" fez bonito. "Encarou" até carros maiores. Segundo números di-

vulgados pela General Motors do Brasil, a velocidade máxima é de 184 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 10s6, utilizando o álcool como combustível. Já com gasolina, a máxima é de 178 km/h, e acelera de 0 a 100 km/h em 11s0. São números interessantes, que continuam no consumo de combustível: com gasolina, faz 13,1 km/l na cidade, 18,5 km/l na estrada. Média de 15,5 km/l. Com álcool, 9,3 km/l na cidade, 13,1 km/l na estrada e média de 11,0 km/l.

Detalhe da traseira que remete ao design do irmão maior, o Vectra. O painel é completo e ajuda o motorista a controlar as condições do veículo.


6

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

SALÃO 2006 Fotos: Divulgação

ALÉM dos

AUTOMÓVEIS

Com 120 expositores, a feira do Anhembi vai mostrar muito mais do que veículos que estão chegando ao mercado. O visitante poderá ver novos acessórios automotivos, equipamentos de som, blindados e carros-conceito. ALZIRA RODRIGUES E ANDERSON CAVALCANTE

Q

uem for visitar o 24º Salão Internacional do Automóvel vai ter a oportunidade de ver muito mais do que os veículos nacionais e importados que estão chegando ao mercado brasileiro. Fabricantes de acessórios e equipamentos automotivos, como de sistemas de navegação, sons, rodas, bancos e até de ferramentas, também estarão presentes na feira que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, entre os próximos dias 19 e 29. Sem contar os carros-conceito, que prometem ser as grandes vedetes dos estandes das montadoras, e os blindados, a serem apresentados por empresas da área. A Magneti Marelli, por exemplo, aproveita o evento para mostrar o seu novo navegador portátil, o Easyroad, que atende à Resolução 190 do Contran e estará disponível no mercado em novembro. O produto, que estará em exposição no estante da Fiat, é um sofisticado sistema multimídia que reúne, em um único aparelho, as funções de navegação por GPS, reprodução de vídeo, MP3 Player, visualização de imagens e fotos digitais, jogos e aplicativos, calculadora e relógio com horário mundial. Todas as funções são acionáveis por touch-screen em uma tela anti-reflexo. O aparelho, que tem dimensões compactas, pode ser carregado na bateria do carro ou em casa (energia). Seu preço ficará em torno de R$ 2 mil. "O mapeamento das cidades (Grande São Paulo, Litoral Sul, Campos do Jordão, Campinas e Jundiaí, Grande Belo Horizonte e Grande Rio de Janeiro) foi feito em parceria com a empresa norte-americana Navteq", comenta Alberto Gerardi, diretor-geral da Magneti Marelli Eletrônica.

fabricante de bancos de couro, aproveita o Salão para mostrar novos produtos em veículos da Mitsubishi (versão top da L200) e da Nissan (Frontier 4x2 Vibe). Seus revestimentos também estarão presentes em estandes de outras marcas que participam do evento, entre as quais a Peugeot, Renault, Volkswagen e Ford. Outros acessórios - A marca Shutt, conceituada empresa no setor tuning, acredita que este movimento já faz parte do passado, cedendo lugar a uma nova etapa no segmento de acessórios automotivos, a da customização de automóveis, cujas características agregam design e tecnologia. Com essa visão, a empresa se apresenta na 24ª edição do Salão com produtos da linha Shutt Elegance, Shutt Racing, Nitroxx e Shuttuner. Entre os itens apresentados, os visitantes da feira poderão conhecer de perto o volante Shutt Elegance revestido em couro nas cores Sapphire, Gold, Graphite, Ivory e Ebony, que chega ao mercado brasileiro com preço sugerido de R$ 390. Também mostra suas sapatilhas, nas cores azul, prata, preto e vermelho, em numeração que vai de 37 a 44, ao preço sugerido de R$ 290.

20Cup, concept-car da Peugeot. Ao lado: o GPS Magneti Marelli.

MobiCharger - R$ 79. Outra empresa presente no setor de acessórios do Salão será a Pioneer do Brasil que apresentará no seu estande de 250 m² o tema "Prepare-se para o futuro". Como principais atrações de áudio da marca estarão a linha de alto-falantes, kits duas vias e subwoofers, além disso, serão apresentados dois novos modelos de DVD que devem chegar ao nosso mercado nos próximos meses e um navegador com sistema GPS com a assinatura Pioneer, mas que infelizmente ainda não tem previsão para ser comercializado por aqui. Futuro Além de apresentar o

Couro - A Bantec-Recaro, tradicional

Drive+Play distribuído no Brasil pela Mobimax

Som - Entre as novidades na área de som, tem o Drive+Play, fabricado pela Harman Kardon, e o Dice Link, da Dension. São aparelhos distribuídos no Brasil pela Mobimax, que integram o iPod ao som do automóvel. A Mobimax também lançará no Salão alguns produtos de marca própria, como o MobiCharger Car, um carregador para iPod com plug para acendedor de cigarros dos automóveis. Os preços sugeridos para o consumidor final são: Drive+Play - R$ 999, Dice Link - R$ 1190, e

Recaro: em veículos de várias marcas

407 Coupé pela primeira vez ao público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, a Peugeot também vai mostrar o carro-conceito 20Cup, que se destaca por ter apenas três rodas (uma na traseira e duas na frente) e um cockpit de dois

lugares, situado quase ao nível do solo. O 20Cup apresenta um novo motor 1.6 litro de 16 válvulas e quatro cilindros com injeção direta a gasolina sobrealimentado por um tubo compressor, que gera potência máxima de 170 cavalos e brutais 240 mkgf de torque. Como o veículo tem menos de 500 quilos, dispõe de uma sensacional relação de peso/potência de 3 kg/cv. Sem párabrisa, o ar é desviado apenas por bolhas defletoras. Suas formas servem como um difusor aerodinâmico. Outra marca inusitada do veículo diz respeito às medidas dos pneus: 210/65 R18 dianteiros e 377/71 R18 traseiro. Blindados - A Inbra vai comemorar no Salão do Automóvel a marca de 8.000 veículos blindados no Brasil. Vai expor, em seu estande, uma Discovery III e um 300 C Chrysler. Seus serviços também serão mostrados em outros espaços, como o da Kia (Sorrento blindado), da Fiat (versão executiva da Ducato com a proteção extra) e Volkswagen (Passat). Volante esportivo da marca Shutt, com preço sugerido de R$ 390


São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 2006

DCARRO

7

SERVIÇO Fotos: Pablo de Sousa

O VOLANTE não MORDE Se você se enquadra no grupo de pessoas "habilitadas", mas inseguras na hora de dirigir, a solução pode ser mais fácil que parece ANDERSON CAVALCANTE

m 2003, a professora Eliane Bianchini Torte procurou uma autoescola, conseguiu sua carteira de habilitação e comprou um carro. Só faltava o principal: coragem para sair às ruas e sentirse uma motorista. Assim como ela, milhares de pessoas, após habilitar-se, continuam inseguras ao deparar-se com o volante ou com situações específicas no trânsito. "Eu tinha a carta, mas faltava coragem. Não me sentia capaz e sabia que se vendesse o carro, provavelmente me sentiria incompetente para o resto da vida", explica Eliane. "Eu pensava em ter mais aulas, mas tremia só de pensar em fazer errado e levar

E

bronca". Recentemente, criou coragem e resolveu procurar o centro de treinamento para pessoas habilitadas Dirigindo Bem. Após uma primeira aula (gratuita), ouviu o "diagnóstico" do instrutor, Sr. José. "Eu só precisava trabalhar o medo". O resultado veio em cinco das dez visitas agendadas por Eliane, que retornou ao centro apenas para completar as aulas pagas. O Dirigindo Bem foi inaugurado há seis anos pelo ex-proprietário de auto-escola Cícero José Vieira Barros, que hoje possui um sistema de franquias com dez unidades na Grande São Paulo. Trabalhando tanto a questão psicológica como a prática no volante, os profissionais do centro de treinamento informam que apesar do público frequentador ser em sua maioria feminino (cerca de 90%), isso não quer dizer que os homens não sofram dos mesmos problemas. "Os homens simplesmente desistem de dirigir ou acabam aprendendo da forma mais difícil: saindo com o carro e provocando até sérios acidentes", diz o instrutor Fernando Cunha.

A psicóloga do Dirigindo Bem, Ana Carolina Martins Facchini, explica que as fobias de trânsito são geradas por vários motivos, entre eles acidentes, assaltos e, principalmente, a influência de pessoas não habilitadas no início da aprendizagem. Após tirar sua carteira de habilitação, Rosalia Sandes Campos tentou sair pela primeira vez dirigindo ao lado do marido e, numa primeira situação de risco, o acompanhante puxou o freio de mão: "A reação dele não foi desnecessária, pelo contrário. Mas isso ocorreu em 2000 e só agora, após frequentar o curso, é que voltei a dirigir. Hoje já enfrento a Marginal e me arrisco até a ir para a praia."

Treinamento é feito com psicólogos, instrutores especializados e passa por exercícios para o aluno adquirir independência. Acima, Eliane ao lado do instrutor José e, abaixo, Rosalia Campos.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

1

1,129

bilhão de dólares foi o superávit da balança comercial na primeira semana de outubro

Divulgação

ARGENTINA E BRASIL QUEREM NOTA FISCAL PARA O MERCOSUL

Tema será discutido hoje, em Buenos Aires, entre o ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan e a ministra de Economia Felisa Miceli. A proposta já foi apresentada pela ministra argentina ao colega brasileiro, Guido Mantega. Apesar do real valorizado, exportações continuam crescendo, mas em ritmo mais lento do que as compras

Clayton de Souza/AE - 25/09/2006

B

rasil e Argentina estudam a possibilidade de criar uma nota fiscal conjunta do Mercosul, como segundo passo após a eliminação do dólar nas transações comerciais entre os dois países. A informação foi dada ontem pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan. "O projeto é parte de nosso objetivo de simplificação dos instrumentos de comércio exterior", disse Furlan. "Será uma segunda fase depois da implementação da medida que permitirá a realização das transações comerciais em pesos e reais diretamente, sem a intermediação do dólar", explicou. O assunto será discutido hoje, em reunião que Furlan terá com a ministra de Economia argentina, Felisa Miceli, em Buenos Aires, e faz parte de uma proposta da ministra ao colega brasileiro, Guido Mantega, apresentada na cúpula dos presidentes do Mercosul, em julho, na cidade de Córdoba. Ajuda – Ontem, o ministro brasileiro, que está em Buenos Aires desde domingo, reuniuse com o braço-direito do presidente Néstor Kirchner, o poderoso Julio De Vido, ministro do Planejamento Federal, e as lideranças da União Industrial Argentina (UIA). Os dois analisaram a contribuição que o Brasil pode fornecer na área de biocombustível. "A experiência que o Brasil tem será colocada à disposição do governo e do empresariado argentino", disse Furlan. Eles também discutiram a partici-

A experiência que o Brasil tem (em biocombustível) será colocada à disposição do governo e do empresariado argentino. Luiz Fernando Furlan, ministro brasileiro pação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em eventuais financiamentos de investimentos estratégicos na área do sistema de transporte de gás. O BNDES tem um potencial de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para eventuais exportações à Argentina de bens e serviços de empresas brasileiras. Montadoras – Além da comitiva ministerial, também está em Buenos Aires o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-

motores (Anfavea), Rogelio Golfarb, que afirmou que é preciso que o Mercosul tenha uma estratégia para enfrentar o "tsunami chinês". "A previsão é de que este ano a China produzirá 6,4 milhões de automóveis", alertou. Segundo Golfarb, as montadoras no Brasil e na Argentina pretendem pedir aos governos que reduzam o peso tributário, para que a produção possa ser mais competitiva no exterior. Puxão de orelha – O ministro Luiz Fernando Furlan aproveitou para dizer que o empresariado brasileiro se pareceria a uma "torcida passional", já que teria tido anos lucrativos durante o quadriênio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora protagonizando o paradoxo de não ter lhe declarado apoio substancial para a reeleição. "Há um paradoxo na economia brasileira, na qual as empresas tiveram performance extraordinária, cresceram, aumentaram os investimentos, criaram empregos, aumentaram suas exportações, suas ações na bolsa aumentaram em três vezes, e em dólares mais do que isso. E alguns empresários que são beneficiários dessa situação positiva têm uma posição contrária ao governo atual. Esse é o paradoxo", disse. Furlan declarou que tem a convicção de que Lula será reeleito, mas deu a entender que não pretende ficar no cargo que ocupa desde o início deste mandato. "Há uma renegociação do passe, mas meu contrato de quatro anos é muito caro", brincou. (AE)

BNDES anuncia facilidades no acesso a crédito para pequenos

E

m um esforço para ampliar o volume de crédito destinado às micros, pequenas e médias empresas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem, em São Paulo, o fim de algumas restrições no uso do Cartão BNDES, criado no final de 2002 com o objetivo de facilitar o acesso daqueles tomadores de recursos às linhas de financiamento do banco. A partir de agora, pequenos comerciantes poderão revender a mercadoria adquirida com o financiamento do BNDES antes mesmo da quitação do crédito concedido. Até hoje, a venda só poderia ser feita após o pagamento de todas as parcelas devidas. Antes, a revenda era restrita aos fabricantes dos produtos. "A possibilidade do pequeno e do médio empresário ou comerciante poder vender os equipamentos financiados antes do final do empréstimo é importante porque permitirá o uso do Cartão BNDES como capital de giro", disse o presidente do banco, Demian Fiocca, durante evento realizado no Sebrae paulista. Segundo Fiocca, outra flexi-

bilização é a que permite que os distribuidores vendam diretamente aos clientes do cartão – desde que autorizado pelos fabricantes – produtos e bens cadastrados no site do BNDES. Até então, apenas empresas produtoras podiam se cadastrar para esse tipo de venda direta. Para o presidente do banco, as duas medidas, aprovadas na última quintafeira, devem acelerar o uso dessa linha de crédito. Fiocca explicou que as mudanças eram um desejo dos próprios fornecedores de equipamentos e também das associações comerciais de todo o País. Ele admitiu que o BNDES deverá estudar a possibilidade de estender a flexibilização ao setor de insumos. Atrativo – O Cartão BNDES financia, hoje, a compra de equipamentos e bens de menor valor e alguns tipos de insumo. Além de dispensar as garantias reais, ao contrário de outros tipos de financiamento, e desobrigar o tomador do recurso de informar a finalidade do crédito, o grande atrativo está no seu custo: juros de 1,1% ao mês, bem menores do que as linhas de crédito para as empresas tradicionais.

À época em que foi lançado, o cartão oferecia um limite préaprovado de até R$ 50 mil. Mas a forte procura pelo produto de lá para cá fez o banco ampliar o limite para os atuais R$ 250 mil. Os prazos também são mais cômodos: 36 meses, com 18 meses de carência. Mais crédito – No ano passado, do total de R$ 41 bilhões que o BNDES liberou para o mercado em crédito, R$ 11,662 bilhões foram concedidos às micros, pequenas e médias empresas por meio do cartão. Neste ano, até setembro, o banco já pôs no mercado R$ 31,13 bilhões, dos quais R$ 7,782 bilhões foram contratados no Cartão BNDES para os mesmos tomadores. O valor médio do crédito no cartão atualmente está em R$ 20,4 mil. Fiocca estimou que o banco feche o ano com um volume de crédito de R$ 50 bilhões. Desse montante, entre 25% e 30% deverão ir para os micros, pequenos e médios empreendedores, segundo ele, por meio do cartão. Hoje, são 92 mil cartões em circulação que podem ser usados na compra de um dos quase 40 mil itens cadastrados e expostos no site do banco. Roseli Lopes

Marcos Peron/Virtual Photo - 06/10/2004

Fábio Pozzebon/ABr

Embarques brasileiros já alcançaram US$ 103,827 bilhões no ano

Guedes Pinto: recorde agrícola

Faltam US$ 31,7 bilhões para o País cumprir meta de exportações

A

balança comercial registrou superávit de US$ 1,129 bilhão na primeira semana de outubro, com US$ 3,114 bilhões em exportações e US$ 1,985 bilhão em importações. Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram que, no período, foi mantida a tendência de maior aceleração das importações que das exportações. A média diária de desembarques, de US$ 397 milhões, cresceu 27,5% em relação à de outubro de 2005. A média de exportações, de US$ 622,8 milhões, apresentou uma expansão menor, de 25,8%. No ano, o superávit comercial atingiu US$ 35,131 bilhões. Os embarques alcançaram US$ 103,827 bilhões até a última sexta-feira – cifra que indica faltarem US$ 31,173 bilhões para que seja cumprida a meta de exportações de US$ 135 bilhões em 2006, fixada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Ainda restam 12 semanas até 31 de dezembro, o que sugere a necessidade de o P a í s e x p o r t a r, e m m é d i a , US$ 2,6 bilhões por semana para que a meta seja cumprida. As importações acumularam US$ 68,696 bilhões neste ano. Em comparação com igual período do ano passado, as compras externas avançaram 23%, enquanto as vendas aumentaram 15,9%. Petróleo – O petróleo, com o total de US$ 429 milhões em compras, foi o principal item da pauta de importações na primeira semana do mês, representando um quinto do total. A média diária de compras externas de petróleo subiu 53,9%, em relação a outubro de 2005. Com exceção dos produtos farmacêuticos (queda de 28,8%) e dos extratos corantes (-0,3%) todos os outros 20 principais itens da pauta de importação registraram expressivas altas na média diária. Considerando a média diária, as exportações foram favorecidas pelo crescimento das manufaturas (30%) e dos semimanufaturados (55,2%). O setor de material de transporte, que liderou a lista de exporta-

dores, teve aumento de 3,7%. Entre os semimanufaturados, o item papel e celulose cresceu 36,1% e favoreceu o desempenho da categoria. Os produtos básicos, que tiveram expansão de 7,7%, foram beneficiados pela soja (16,9%), minérios (20,9%) e fumo (47,3%). Agronegócio – Mesmo com o dólar desfavorável e com as restrições para venda de carnes no mercado externo, as exportações de produtos agrícolas renderam US$ 36,061 bilhões entre janeiro e setembro, recorde para o período. A receita superou em 27% os US$ 32,481 bilhões registrados nos nove primeiros meses de 2005. O superávit acumulado no ano chegou a US$ 31,277 bilhões, também recorde. No mesmo período de 2005, o sal-

do foi de US$ 28,718 bilhões. Esses números levaram o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, a projetar US$ 48 bilhões em exportações de produtos agrícolas em 2006. A previsão depende da manutenção do ritmo de crescimento médio de 11% verificado no ano, disse o ministro. Segundo Guedes Pinto, o saldo da balança comercial do setor ficará entre US$ 41 e US$ 42 bilhões no ano. Em 2005, as exportações do campo renderam US$ 43,6 bilhões e o saldo da balança comercial do agronegócio foi de US$ 38,4 bilhões. "Os números mostram que, mesmo com as barreiras, embargos e tarifas impostas por alguns países, o agronegócio brasileiro continua competitivo ", avaliou. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


2 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A

Estiagem pode reduzir safra

estiagem dos últimos meses na região Sul puxou um pouco mais para baixo as previsões para a safra deste ano, que vinham sendo reduzidas mês a mês desde dezembro. Segundo estimativa feita em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgada ontem, o volume total de grãos e oleaginosas deve atingir 116,5 milhões de toneladas neste ano, 0,76% a menos do que na previsão de agosto, ou

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Especialistas dizem que a quebra de safra provocada por problemas climáticos poderia ter sido minimizada 10,2% a menos do que se imaginava no início deste ano. Apesar disso, a safra de 2006 ainda é 3,5% superior à de 2005. "Não dá para falar em crescimento de produção, mas em recuperação, já que, no ano passado, a quebra foi muito maior", disse o técnico do IBGE

Paulo Renato Corrêa, lembrando que a produção em 2005 ficou em 119 milhões de toneladas, 5,63% abaixo de 2004 e bem menor do que o recorde de 123,6 milhões de toneladas atingidos em 2003. Para o consultor André Pessoa, da Agroconsult, a quebra

de safra provocada por problemas climáticos poderia ter sido reduzida se tivesse sido priorizado o seguro agrícola. "Problemas com o clima existem em qualquer lugar do mundo. A diferença é que em outros países os produtores são protegidos por seguros e

com subsídios do governo a esses seguros", argumentou. O consultor destacou que o governo federal falhou ao tentar implantar a lei do seguro agrícola, porque não garantiu dotação orçamentária para isso. "Foram destinados R$ 60 milhões para a cobertura desse

seguro. O valor não dá sequer para cobrir a produção de soja no Tocantins. Só para a área de soja no Brasil, seriam necessários R$ 4 bilhões", afirmou. A nova redução na expectativa teve influência direta da quebra de safra do trigo nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Segundo o IBGE, a estimativa para o trigo caiu 23,43% em setembro sobre agosto, atingindo a marca de 2,557 milhões de toneladas. O volume também é 45% menor do que em 2005. (AE)

ATAS

Elo Participações e Investimentos S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 Ata da Reunião Extraordinária do Conselho de Administração, realizada em 31.8.2006 Aos 31 dias do mês de agosto de 2006, às 15h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Novo, Vila Yara, Osasco, SP, reuniram-se os membros eleitos para integrar este Conselho, no Instrumento Particular de Alteração do Contrato Social da Tejo Holdings Ltda., firmado nesta data, que alterou seu tipo societário e denominação social para Elo Participações e Investimentos S.A., com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, os quais assinam a presente Ata, que servirá como termo de posse. De conformidade com o disposto no “caput” do Artigo 22 do Estatuto Social, os Conselheiros procederam à eleição, entre si, do Presidente e do Vice-Presidente deste Órgão, tendo a escolha recaído nos nomes dos senhores: Presidente - Lázaro de Mello Brandão; Vice-Presidente - Antônio Bornia. Em atendimento ao disposto no “caput” do Artigo 26 do Estatuto Social, os Conselheiros procederam à eleição dos membros que integrarão o referido Órgão, tendo sido eleitos os senhores: Diretor-Presidente: Lázaro de Mello Brandão, brasileiro, casado, bancário, RG 1.110.377/SSP-SP, CPF 004.637.528/72; Diretor Vice-Presidente: Antônio Bornia, brasileiro, viúvo, bancário, RG 11.323.129/SSP-SP, CPF 003.052.609/44; Diretores: Mário da Silveira Teixeira Júnior, brasileiro, casado, bancário, RG 3.076.007-0/SSP-SP, CPF 113.119.598/15; e Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, e com mandato até a 1a Reunião do Conselho de Administração que se realizar após a Assembléia Geral Ordinária de 2007, sendo que permanecerão nas suas funções até que a Ata da Reunião deste Órgão que eleger os novos membros em 2007 seja arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores eleitos declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal. Em seguida, os Conselheiros declararam que, relativamente ao montante global anual para remuneração dos Administradores, aprovado no referido Instrumento firmado nesta data, abrem mão do direito ao recebimento de qualquer valor a título de remuneração. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata que os Conselheiros presentes assinam. aa) Lázaro de Mello Brandão, Antônio Bornia, Mário da Silveira Teixeira Júnior, Márcio Artur Laurelli Cypriano, João Aguiar Alvarez, Denise Aguiar Alvarez Valente, Laércio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, Luiz Carlos Trabuco Cappi, Sérgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, Milton Almicar Silva Vargas, José Luiz Acar Pedro e Norberto Pinto Barbedo. Declaramos que a presente é cópia fiel. Elo Participações e Investimentos S.A. aa) Lázaro de Mello Brandão e Antônio Bornia. Certidão – Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob no 273.735/06-8, em 4.10.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CONVOCAÇÕES SOCIEDADE PAULISTA DE VEÍCULOS

CNPJ 60.840.683/0001-17 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Ficam os Srs. Acionistas convocados para a Assembléia Geral Extraordinária de 31/10/2006, às 10:00 horas, na sede social, à Av. Engenheiro Armando Arruda Pereira, 999, para tratar da seguinte Ordem do Dia: (1) Eleição dos membros da diretoria para um mandato de dois anos; (2) outros assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 10 de outubro de 2006. Luiz Fernando de Oliveira Borba - Diretor-Presidente. (10, 11 e 13/10/2006)

EDITAIS GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO FLORESTAL LEILÃO PÚBLICO nº 003/2006 Faço público nos termos da Lei Estadual 6.544/89 e Lei Federal 8.666/93, atualizada pela Lei 8.883/94, que o Instituto Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente, fará realizar o Leilão Público, com vistas à venda de GOMA RESINA, a realizar-se na Estação Experimental de Itirapina, localizada no Bairro Santa Cruz, Município de Itirapina - SP, no dia 24 DE OUTUBRO DE 2006, com início às 10:00 horas e término, às 12:00 horas, totalizando aproximadamente 21.650 quilos de Pinus Elliottii e 2.200 quilos de Pinus Tropicais, acondicionados em tambores de 200 quilos, nas condições previstas em Edital completo fornecido através dos sites: www.iflorestal.sp.gov.br e www.e-negociospublicos.com.br

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 012/2006 - PROCESSO Nº 11322/2006 - RETIFICAÇÃO DO EDITAL - O Presidente da Comissão Permanente de Licitações, no uso das atribuições que lhe confere a lei, torna público que será acrescido ao edital supracitado o Anexo V (Memorial Descritivo e Especificações Técnicas) e o Anexo VI (Planilha Orçamentária), cujo objeto é a contratação de Serviço Profissional de Engenharia Especializado em Sinalização Viária para execução de serviços, com fornecimento de materiais, nas Rodovias Abel Terruggi e Guilherme Scatena, ambas localizadas no Município de São Carlos. Em conseqüência das alterações realizadas, prorroga-se a data limite para entrega das propostas e abertura do certame para as 10:00 h do dia 25/10/2006. Ficam ratificados todos os demais termos do Edital e seus anexos, que não conflitarem com o presente. São Carlos, 09/10/2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 9 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência e recuperação judicial:

Requerente: Alexandre Marcos Rizzo - Requerida: CD Expert Editora e Distribuição Ltda Rua Euclídes Pacheco, 1.060 - 1ª Vara de Falências


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

1 O que atrapalha são os ambulantes. Parece que saem os carros e entram os vendedores, que também nos atropelam. Fábio Angileli, cabeleireiro

Sem carros, 25 de Março atrai camelôs O bloqueio começou e o que era esperado aconteceu: ambulantes tentaram tomar conta da rua. Mas a fiscalização foi intensificada durante todo o dia e deve continuar. Fotos de Rafael Hupsel/Luz

Fernando Vieira

Com carros, 15 de Novembro perde status de calçadão

A

rua 25 de Março, o mais tradicional centro de compras popular de São Paulo, teve ontem o primeiro dia de bloqueio para veículos num trecho de cinco quarteirões, entre a rua Carlos Souza de Nazareth e a ladeira da Constituição. A proibição, sinalizada por meio de cancelas, vale para carros, motos, ônibus e caminhões e funciona das 10h às 18h, sempre de segunda a sábado. A novidade agradou consumidores e parte dos comerciantes. Mas também acendeu a luz vermelha para o risco de crescimento de um velho e conhecido problema: os camelôs ilegais. A Prefeitura, por sua vez, reforçou a fiscalização para tentar coibir a ação dos ambulantes que não possuem o Termo de Permissão de Uso (TPU), que, de início, aumentou em, pelo menos, 30%, segundo estimativa feita por um fiscal que trabalha na 25 de Março há mais de um ano. Embora a Guarda Civil Metropolitana (GCM) não revele o efetivo deslocado para a região, o número de apreensões dá conta do volume de trabalho. O saldo parcial, até 16h, foi de mais de 450 sacos recheados de mercadorias apreendidas. Apenas no período da manhã, uma grande apreensão de produtos piratas praticamente encheu um caminhão da fiscalização municipal. Por volta das 16h30, em uma única ação coordenada, com dois grupos de GCMs e agentes fiscais, totalizando cerca de 70 homens que caminhavam separados, em sentidos contrários, a fiscalização conseguiu apreender mais de 15 sacos de mercadorias. O ambulante André Luis Silva, de 21 anos, foi um dos que teve os produtos levados. "Já é a sétima ou oitava vez que tenho mercadorias apreendidas. Acho que dessa vez perdi uns R$ 90. Fazer o que? A fiscalização está em cima. Um dia a gente perde, no outro ganha". Mesmo com o arrocho da fiscalização, o que era temido por vários comerciantes se repetiu ao longo do dia: a via fechada para carros e liberada para pedestres era ocupada por lonas e banquinhas logo após a passagem da fiscalização. Os ambulantes avançavam além das áreas geralmente tomadas das calçadas. Segundo o camelô Marcos Rogério, de 25 anos, que há 3 anos trabalha na 25 de Março, a exclusividade de circulação de pedestres ajudou nas vendas. Para exibir o mostruário de piscinas de plástico infantis, ele ainda aproveitou alguns cavaletes de sinalização de

Rafael Kupsel/Luz

A

rua 15 de Novembro, no Centro, perdeu ontem seu status de calçadão e passou a receber veículos de serviço em faixa exclusiva pintada no chão. O tráfego nessa via foi liberado a partir da rua João Bricola até a praça Padre Manoel da Nóbrega, em sentido de direção contrário ao da rua Boa Vista. Os veículos 15 de Novembro liberada para veículos não poderão exceder a velocidade de 20km/h. Sem Março, a rua Barão de a construção de calçadas, na Duprat teve sua mão de 15 de Novembro os direção alterada no sentido pedestres terão de se da praça da Sé e perdeu sua adaptar a caminhar por área Zona Azul. A rua delimitada por pequenos Comendador Abdo Schain, postes de metal. paralela à 25, virou Zona Ainda ontem, as ruas 7 de Marrom, ou seja, aberta Abril e 24 de Maio, no somente para carga e Centro Novo, foram abertas descarga de mercadorias. entre a avenida Ipiranga e a Apesar de ser prematura rua Dom José de Barros, uma avaliação, a sendo esta última liberada experiência já se mostra ao tráfego entre a rua 24 de positiva na opinião do Maio e avenida São João. taxista Juscelino Santos A Companhia de Reis, de 44 anos, que circula Engenharia de Tráfego diariamente pelo Centro da (CET) mobilizou ontem 120 capital. "Acho que o agentes para orientar os bloqueio faz com que o motoristas sobre as diversas trânsito circule mais fácil. A mudanças nas vias de dificuldade de passar pela tráfego na região central. 25 de Março, em meio as Na área próxima ao pessoas, gerava reflexos em bloqueio da rua 25 de outras ruas. (FV) Sem carros: o maior centro de compras do País ficou lotado ontem. Os pedestres gostaram da novidade.

O ambulante André teve a sua mercadoria apreendida pela GCM

trânsito. "Da hora do almoço até agora (16h45), já vendi sete piscinas. Geralmente, teria vendido quatro", disse. O cabeleireiro Fábio Angileli, de 31 anos, que foi em busca de presentes para o Dia das Crianças, elogiou o bloqueio da 25 de Março. Para ele, melhorou a circulação e diminuiu o risco de acidentes ao caminhar entre os veículos na rua.

"O que ainda atrapalha é mesmo o grande número de ambulantes. Parece que saem os carros e entram os vendedores, que também nos atropelam", disse Angileli, queixando-se do corre-corre que acontecia com a chegada do Rapa – apelido dado pelos ambulantes para a fiscalização. A aposentada Fernanda Rennó, de 66 anos, também

aprovou a mudança, que "deixou mais fácil a caminhada", e aproveitou para adiantar também as compras de Natal. "Só na calçada já não dava mais para circular", disse. Dúvidas – Entre os lojistas, ainda restam dúvidas se o bloqueio para veículos é positivo ou não. Para o comerciante Diego Osler, de 23 anos, proprietário da loja Ornamenta, os resultados no primeiro dia foram ruins. "Acho que piorou a situação de ocupação em frente à loja. Os camelôs não estão mais apenas nas calçadas, como também no meio da rua", disse. "Vamos ver se a Prefeitura vai cumprir a promessa de instalar postos fixos da Polícia Militar e da GCM. Aí, pode ser que fique melhor", cobrou Osler. Já para o gerente Wagner Dantas, de 34 anos, da loja Du Careca, a facilidade de circulação para os consumidores aumentou o movimento no estabelecimento, que possuía a fa-

chada livre graças à uma viatura da GCM que estava estacionada a poucos metros. "Por enquanto, também estamos vendo a rua mais bem policiada, com mais segurança. Esperamos que essa novidade continue", afirmou Dantas. O acesso restrito, que se estende a veículos exclusivamente a serviço de lojistas, também foi questionado. O técnico de informática Waldir da Silva, de 43 anos, funcionário da Armarinhos Fernando, contestou a falta de um sistema

de acesso para o transporte de pequenos materiais administrativos, geralmente realizado durante o dia. "Utilizo a moto para levar equipamentos de informática das lojas do grupo até a assistência técnica. Hoje não estão permitindo a entrada e sou obrigado a deixar a moto na esquina ao lado da cancela", reclamou. "Poderia vir empurrando, e carregá-la com os equipamentos normalmente. É um risco a mais passar com produtos de informática nos braços".


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Programa que financia moradia para população de baixa rende precisa de R$ 260 milhões neste ano

CORRUPÇÃO PREOCUPA MEIO EMPRESARIAL

CORTE SUPREMA DEVE JULGAR HOJE SE SOCIEDADES CIVIS DEVEM OU NÃO RECOLHER CONTRIBUIÇÃO

STF DECIDE SOBRE ISENÇÃO DA COFINS Pablo de Sousa/Ag. Luz

A CORRUPÇÃO Estudo aponta piora nas relações entre empresas

U

m estudo da consultoria Control Risks e o escritório internacional de advocacia Simmons & Simmons, no qual foram entrevistados 350 executivos de sete países, constatou que 42% das empresas brasileiras deixaram de fechar um contrato porque um competidor pagou propinas nos últimos 12 meses. Nos últimos cinco anos, o número médio de empresas brasileiras que se viram na mesma situação era menor, de 38%, o que sugere, segundo os autores do estudo, que a corrupção no País "está piorando". Nos dados relativos aos últimos 12 meses, a corrupção no Brasil foi apenas superada pela de Hong Kong, onde 66% das empresas afirmam que perderam negócios por se negarem a pagar subornos. Já quando se leva em conta a média dos últimos cinco anos, o Brasil ocupa apenas a quarta pior colocação entre os sete

países avaliados. Hong Kong (76%) também é o destaque negativo nesse caso, seguido pela Holanda (46%) e Estados Unidos (44%). Na quinta posição ficou a Alemanha (36%), seguida pela França (34%) e Reino Unido (26%). Preo cupaçã o – Os autores do estudo afirmaram que o nível de corrupção no Brasil está começando a preocupar a comunidade empresarial do País. Segundo a Control Risks, as somas de dinheiro envolvidas nos atos de corrupção são muito elevadas. Um dos 50 executivos entrevistados no Brasil, cuja identidade não foi revelada, disse que a utilização de intermediários "era o principal caminho para se contornar as regras" e "uma maneira muito eficiente para lavar suas mãos". O estudo constatou que parte da responsabilidade por essa situação pode ser atribuída às empresas brasileiras. Apenas 12% delas revisaram suas

INFLAÇÃO Alimentos provocam alta de 0,5% no IPC da terceira idade dos meses de julho, agosto e setembro.

PETRÓLEO

O

ministro do Petróleo do Kuwait, Ali alJarrah al-Sabah, afirmou ontem que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão conversando sobre um corte na produção para conter a queda de preços, enfatizando que ainda não se chegou a um acordo. Ele disse que as discussões estão se concentrando em uma redução entre 700 mil e um milhão de barris por dia. (Reuters) A TÉ LOGO

Ó RBITA

práticas anticorrupção nos últimos três anos, apesar do maior rigor da legislação internacional nessa área. Além disso, apenas 18% dos grupos brasileiros possuem programas de treinamento criados para ajudar seus executivos a evitarem a corrupção. Os executivos brasileiros são os mais pessimistas com a eficiência das leis anticorrupção, com 38% acreditando que o problema, na verdade, vai piorar. Muito dinheiro – A média das empresas nos sete países que afirmam ter sido vítimas de corrupção nos últimos cinco anos foi de 43%. Cerca de 10% dos entrevistados calculam que as propinas podem representar até metade dos custos dos projetos em disputa. Os setores de petróleo, gás, mineração e construção foram identificados como os mais vulneráveis à corrupção por causa de funcionários governamentais que são mais suscetíveis ao suborno. (AE)

TV DIGITAL Transmissão da TV digital na cidade de São Paulo deve ficar para o próximo ano.

PETROBRAS E BOLÍVIA NEGOCIAM

O

presidente da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas, disse ontem que as negociações com o governo boliviano estão indo bem, mas há ainda "um longo caminho a percorrer" para chegar a um acordo. Freitas e o gerenteexecutivo da estatal para o Cone Sul, Décio Odone, participaram de uma reunião com o ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, e a direção da estatal local YPFB. Villegas afirmou que os

governos brasileiro e boliviano esperam "sinal verde" dos grupos técnicos para remarcar a reunião ministerial. O encontro com o ministro de Minas e Energia Silas Rondeau só acontecerá após a Petrobras e o governo boliviano chegarem a um consenso. Os contratos devem ser assinados até o dia o próximo dia 28. Segundo o governo boliviano, as conversas com as petroleiras que operam no país já estão em fase final. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Bradesco teve queda na inadimplência em setembro

L

Telecom Itália propõe sair do controle da BrT

L

Bresser critica populismo cambial dos governos FHC e Lula

isenção do pagamento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para as sociedades civis de profissões regulamentadas volta a ser discutida hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), quando o ministro Eros Grau deve apresentar seu voto. Adiado três vezes, o julgamento é aguardado com expectativa pelos contribuintes pela possibilidade de reverter entendimento já firmado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que esses profissionais (advogados, médicos e outros) não devem pagar a contribuição. O assunto começou a ser discutido no STJ depois que a isenção para as sociedades civis, prevista na Lei Complementar nº 70/91, foi revogada pela Lei Ordinária nº 9.340/96. Por entender que a Cofins não é devida por esses profissionais, o tribunal editou em 2003 a súmula nº 276, pacificando a matéria. Inconformada com a decisão, a Fazenda Nacional levou a discussão para o STF, alegando ser um assunto constitucional por envolver isenção tributária. Outro argumento para levar a matéria à Corte é que uma lei ordinária (que revogou a isenção) é hierarquicamente inferior a uma legislação complementar. Tendência – A discussão no STF começou na Primeira Turma e os ministros decidiram pela cobrança da Cofins, o que foi mantido na Segunda Turma

Zaninetti: posição é incógnita

pelo relator do processo, ministro Gilmar Mendes. Hoje, o voto do ministro Eros Grau deve sinalizar se o tribunal continuará seguindo essa linha ou não. Segundo o advogado Rodrigo Cavalcante Alves e Silva, do escritório Fernandes Oliveira e Silva Advogados Associados, as decisões de alguns tribunais de segunda instância têm sido contrárias ao contribuinte, mas o entendimento ainda não está pacificado. Ações – O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) – que abrange os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul –, por exemplo, está dividido. "A Terceira e Quarta turmas estão adotando a súmula nº 276, enquanto a Sexta vem se posicionando inteiramente contra a isenção", diz Silva. Hoje, o escritório tem dez ações em tramitação na primeira instância, oito na segunda e uma no STJ. O escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Ad-

vogados acompanha 12 processos em primeira e segunda instâncias. A BKBG – Sociedade de Advogados tem uma ação, do próprio escritório, em andamento no TRF-3, contestando o pagamento da Cofins. O Azevedo Sette Advogados aguarda a decisão de uma ação que vai ser apreciada em segunda instância e de outra que já seguiu para o STJ. Incógnita – Para o advogado Jorge Henrique Amaral Zaninetti, do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, é difícil prever o desfecho das decisões. Mas, se o entendimento do STF for pela cobrança da Cofins, a súmula nº 276 será revogada. "Mesmo que o STJ não tenha abordado a questão constitucional em suas decisões, se o Supremo entender que se trata de matéria de sua competência, todas as ações seguirão o seu entendimento", afirma. Na opinião de Régis Pallotta, do escritório Marcondes Advogados Associados, a derrubada da súmula não seria uma novidade no meio jurídico. "Desde a sua edição houve dúvida se realmente ela seria mantida pelo tribunal", lembra. Tanto é verdade, afirma o advogado, que após três meses de editada, ela foi reavaliada pelos ministros. "Parece que só foi mantida para não causar insegurança jurídica. Afinal, como uma corte poderia revogar uma súmula que tinha editado três meses antes?", questiona. Márcia Rodrigues


2

Ambiente Polícia Acidente Tr â n s i t o

DEMOLIÇÃO Previsão: o feriado prolongado do dia 12 de outubro será típico de verão.

Ó RBITA

INTERDIÇÃO O Túnel Ayrton Senna I será fechado das 23h30 de hoje às 5h de amanhã.

Mario Angelo/Folha Imagem

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PLANO PREVIA VÁRIAS MUDANÇAS DE ALTITUDE

O jatinho não poderia estar a 37 mil pés, justamente a altitude em que colidiu com o Boeing da Gol

ADUTORA ROMPE NA POMPÉIA rompimento de uma adutora da Sabesp ontem abriu uma cratera na avenida Pompéia e interditou a pista sentido Pinheiros. O fornecimento de água na região precisou ser cortado no início da manhã, mas, foi restabelecido às 9h30, segundo a Sabesp. Porém, em cerca de 1.600 imóveis da região, o abastecimento ficou irregular. Com o rompimento da adutora,

durante a madrugada, algumas casas foram invadidas pela água e pela lama. Os reparos devem terminar somente hoje. Os técnicos iriam trabalhar inclusive na madrugada. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foi montada uma pista reversível no sentido Lapa. Pela manhã, a Pompéia ficou interditada nos dois sentidos. (Agências)

ACHADO CORPO DE MOTORISTA

O

corpo do operador de telemarketing Robert Rosa da Silva, de 24 anos, foi encontrado ontem no Rio Tietê, na altura da ponte da Fepasa, zona oeste. Robert estava desaparecido desde a madrugada de sábado, quando perdeu o controle do Fiat Palio e caiu no rio, na zona norte. Silva e sua namorada, Viviane Fátima da Silva, de 24 anos, voltavam de um

casamento. Viviane escapou pela janela do veículo e foi resgatada pelos bombeiros. Ela contou que estava dormindo e acordou com os gritos do namorado. O corpo estava em avançado estado de decomposição e foi para o Instituto Médico Legal (IML) da Vila Leopoldina. Os bombeiros trabalharam nas buscas por Robert nos últimos três dias. (Agências)

FERIADO

NIEMEYER

E

ntre 260 e 380 mil veículos devem descer a serra rumo à Baixada Santista no feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, conforme estimativa da Ecovias. A contagem se inicia à meia-noite de amanhã e vai até meianoite de domingo. A previsão é de que a partir das 16h de amanhã seja implantada a Operação Descida (7x3). Na quinta-feira, a operação deve valer a partir das 7h. No mesmo dia, às 17h, o sistema deve voltar a operar normalmente, no esquema 5X5. (AE)

Em nota, Gol afirma que já iniciou o processo para pagamento de indenizações às famílias.

Plano de vôo confirma Legacy em rota de colisão

O

O

terça-feira, 10 de outubro de 2006

A

pós sofrer uma queda em casa, no Rio, o arquiteto Oscar Niemeyer, de 98 anos, foi internado domingo Hospital Samaritano com o quadril fraturado. Niemeyer passou por uma cirurgia ortopédica que terminou às 18h. Ontem ele fez três sessões de fisioterapia. Os médicos divulgaram dois boletins. No primeiro, afirmaram que a intervenção cirúrgica foi considerada um "sucesso". No segundo, que a recuperação de Niemeyer "está evoluindo bem e o paciente já está sentando e se alimentando. (AE)

plano de vôo do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol, matando 154 pessoas, previa a decolagem de São José dos Campos e a manutenção de uma altitude de 37 mil pés até Brasília. Ao passar pela cidade, o avião deveria descer a 36 mil pés. Cerca de 513 km depois de baixar a 36 mil pés, quando cruzasse a posição Teres - um ponto virtual de controle aéreo, 307 quilômetros antes do local da colisão - o Legacy deveria subir para outra altitude: 38 mil pés. As informações foram divulgadas ontem à noite pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que teve acesso ao plano de vôo. Com sete pessoas a bordo, o Legacy atingiu o Boeing da Gol. O acidente aconteceu no dia 29, na Serra do Cachimbo (MT). O jato conseguiu fazer um pouso de emergência. No momento da colisão, tanto o Boeing quanto o Legacy se encontravam a 37 mil pés. Os pilotos do jatinho alegaram, em depoimentos, que cumpriram o plano de vôo. Mas a análise do documento mostra que isso não é verdade: se tivessem seguido o plano, estariam a 38 mil pés, não a 37 mil, e a colisão teria sido evitada. "Leviana" – Os pilotos disseram ainda que o plano de vôo com altitude de 37 mil pés até Manaus foi elaborado pela Embraer. Essa informação foi rebatida ontem pelo ministro da Defesa Walter Pires. Para ele, tal afirmação é "leviana". De acordo com o ministro, "a Embraer é uma empresa que fabrica avião" e "não é responsável por fazer plano de vôo". Com a análise do plano de vôo, crescem as dúvidas sobre o maior acidente aéreo do Brasil. Os pilotos do Legacy alegam que perderam o contato com o Centro de Controle da Aeronáutica na área de colisão. E que, por isso, não teriam mudado de altitude. Mas os pilotos não seguiram o plano de vôo também ao sobrevoarem Brasília, quando deveriam ter descido para 36 mil pés, em vez de permanecer na altitude em que estavam desde a decolagem. O contato entre o Legacy e o Centro de controle estava normal em Brasília, segundo informações divulgadas até ontem. Indenizações – A Gol informou ontem que iniciará os trâmites para o pagamento de indenizações às famílias das víti-

Pedro Vilela/O Tempo/AE

Enterro da agente da PF Joana Batalha Inácio, em Minas Gerais

mas do vôo 1907. Em comunicado, a companhia diz que procurou os familiares para colocá-los a par dos procedimentos e que irá tratar da indenização assim que eles desejarem. A companhia afirma que pretende proporcionar "reparação material o mais próximo possível da realidade vivida

até o acidente". "Portanto prossegue a nota - não haverá um valor único para as indenizações nem se pode falar em valores genericamente, pois serão tratados caso a caso", afirma. A Gol reconhece que é responsável pelos passageiros. "Cada cliente que e m b a rc a p e l a c o m p a n h i a

confia nela, e é obrigação da empresa cuidar para que a viagem se realize". Processo – Parentes de seis das 154 vítimas dio acidente contataram um escritório de advocacia do Rio com o objetivo de recorrer à Justiça brasileira e, possivelmente também à norte-americana, para receber indenizações por danos materiais e morais. Na indenização por parte da Gol não haverá dificuldades, já que a empresa já trata do assunto. Mas a ação contra a empresa americana ExcelAire, dona do Legacy que se chocou contra o Boeing, depende de provas de que os pilotos do jato erraram e que suas falhas provocaram o acidente. Caso seja constatado que algum instrumento do Legacy não funcionou, contribuindo para a colisão, o fabricante também poderá ser acionado. (Agências)


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

We b Games Fotografia Gestão

terça-feira, 10 de outubro de 2006

FEIRA, NA ALEMANHA, ORIENTA O MERCADO DIGITAL

A previsão de consumo das digitais: 360 milhões em 2006 – 60 milhões a mais que em 2005

FOTOGRAFIA Um mundo digital Relatório divulgado pela empresa alemã GFK revela números sobre o mercado de fotografia digital que podem orientar fabricantes

Ana Maria Guariglia urante a feira da Photokina no final de setembro em Colônia, na Alemanha, foram apresentadas pesquisas sobre o uso dos equipamentos digitais e as previsões para os próximos anos. A GFK, uma das mais atuantes empresas desse segmento, saiu em campo para trazer suas pesquisas, ao lado de outras como a Kingston Photo Research. O Diário do Comérciot ev e acesso a esses estudos e revela fatos curiosos e até surpreendentes do mercado da fotografia digital. Calcula-se que até o final deste ano, serão comercializadas mais de 105 milhões de digitais, 40 milhões estão na Europa, 36 milhões nas Américas, incluindo os EUA, 22 na

Ásia, e 9 no Japão. O total mostra aumento de 12 milhões em relação a 2005 (93 milhões). Com relação à capacidade de resolução, as pesquisas informaram que em 2006, 15% dos consumidores estão preferindo digitais com mais de 4 MP, 30%, de 4 a 5 MP, 37%, 6 MP, 7%, de 7 a 8 MP e de 9 a 10 MP, e 4% de 10 MP ou mais. As digitais reflex obtiveram 7% das preferências. Ter um equipamento digital significa também ter cartões de memórias para armazenar as

imagens registradas. A previsão de consumo desse produto para este ano é de 360 milhões, 60 milhões a mais que no ano passado. Até o final de 2006, a Canon continuará sendo líder com estimativa de vendas de 18 milhões de aparelhos, seguida pela Sony com 16 milhões, Kodak com 14 milhões, Olympus com 13 milhões, Nikon com 12 milhões, Fuji com 8 milhões, e HP com 5 milhões. Outras marcas não mencionadas, como Samsung, Casio, Panasonic, Ri-

coh, Vivitar etc, ficam com vendas de 19 milhões de unidades. O pesquisador Christopher Chute, da IDC, diz que a Canon vai continuar a liderar o mercado por muito tempo devido à alta qualidade da manufatura e dos serviços que oferece. China –A China se sobressaiu nas pesquisas da Photokina por ser um país de contrastes. Embora tenha predileção pelas digitais, não deixou de consumir filmes 35 mm e de formato médio 220, com um

total de 260 milhões em 2005 e previsão para 2006, 220 milhões, revelados e copiados em seus 27.300 mini laboratórios. Em 2005, o mercado fotográfico faturou US$ 1,25 bilhão nas vendas de máquinas (10 bilhões de yuans), com a venda de 5,25 milhões de câmeras. Ainda não se sabe qual será o resultado de vendas das câmeras fone. Para a indústria fotográfica, a boa notícia é a queda das vendas para este ano devido aos apelos atrativos das digitais que levam o consumidor optar também pela sua compra. Em 2005, das 300 milhões de unidades vendidas, cerca de 100 milhões ficaram na Europa, 65 milhões nos EUA, 81 milhões na Ásia, 42 milhões no Japão, o restante de 12 milhões nas Américas Latina e Central.

Ana Maria Guariglia

Com as digitais, fica mais fácil arquivar imagens

Todos os detalhes da expressão do santo são captados

Detalhes de prédio fotografado com máquina digital

Para popularizar a nova tecnologia A Kodak quer ser popular, mas mantendo a qualidade, no mercado digital. Ana Maria Guariglia

Perez: a Kodak está criando estratégias para popularizar as câmeras digitais.

Ana Maria Guariglia m pouco antes da realização da Photokina, a repórter do Diário do Comércio compareceu a uma entrevista exclusiva com Antonio Perez, presidente da Kodak, que anunciou definitivamente a entrada da empresa na era digital. Segundo ele, tratase de um importante passo da empresa nesse sentido para continuar incentivando novos usuários a entrar na era digital

e receber os benefícios da fotografia digital. "Como George Eastman, fundador da Kodak que popularizou a fotografia com a pequena Brownie, nos dias de hoje, cabe a nós também popularizar a nova tecnologia". A pequena Z710 mostra bem a iniciativa da companhia norte-americana que, ao lado de outros modelos, como a EasyShare 570, cujas duas objetivas estão embutidas, pode disseminar pelo mundo uma câ-

mera de qualidade e de muito fácil de manuseio. Possui objetiva Schneider que, por si só, já é um cartão de visita 7,1 MP, zoom óptico de dez vezes, de 38/380mm, possibilitando para iniciantes obterem excelentes resultados. Ela vem com 19 cenas préprogramadas para fotos de esporte, fogos de artifício entre outras e tem visor de 2 pol. Com a resolução que possui, você pode fazer ampliações de 72 X 106 cm.

Teste – Para conhecermos a câmera, fotografamos por o lado de fora uma igreja na cidade de Colônia, e mesmo as imagens de santos enegrecidas pelo tempo saíram com boa qualidade. Apontamos para o céu para tirar fotos do edifício e o sensor da Z710 não se atrapalhou com a luminosidade emitida pelo céu bastante claro. Ela deverá estar no país antes do final do ano. Para saber m a i s : w w w. k o d a k . c o m . (AMG)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

O MUNDO FICOU MAIS PERIGOSO APOIOS E NEGATIVAS

E

O primeiro debate BENEDICTO FERRI DE BARROS

O

s PF (os que estamos Por Fora), isto é, os cidadãos-contribuintes eleitores, mesmo os instruídos e razoavelmente informados, não pudemos acompanhar se não pela rama as perguntas e respostas feitas e dadas no debate. Isto nada tem que ver com sua organização e condução, que, a partir do horário escolhido e do desempenho dos seus integrantes foi talvez o melhor possível. Resulta simplesmente do fato que nós, os PF-os eleitores-cidadãos- contribuintes, estamos por fora, ocupando nosso tempo com outras coisas, enquanto os FP – os Filhos da Pátria, os políticos, vivem disso 24 horas por dia. Assim, não podemos acompanhar se não pela rama o que se pergunta e o que se responde. Nem por isso deixamos de compreender o principal e de tirar nossa conclusão sobre quem foi o vencedor e quem foi o vencido. A principal novidade do evento foi a aparição de um Alckmin desconhecido e até então irrevelado: um candidato combativo, assertivo, direto, que não só políticos, mas sobretudo os eleitores, queriam ver se existia. Ele se mostrou perfeitamente informado sobre fatos e dados e não se omitiu em fazer perguntas sobre tudo o que está encoberto e o eleitorado deseja saber. Não precisou para isso ler "colas" preparadas por assessores, nem lê-las para perguntar e responder. Nem precisou decorar nada, pois os assuntos fazem parte de sua vida política e de sua experiência administrativa. O candidato Lula não apresentou nenhuma diferença do conhecido presidente Lula, a ignorância de sempre (ele nunca sabe nada de coisa nenhuma) e tanto para perguntar, como para responder, recorria às suas "colas" preparadas por assessores. Salvo raras ocasiões que falou de improviso, com suas próprias idéias e palavras. O tom pessoal, assim como o estilo do discurso, também não foram novidade. Ele sai de

COMENTÁRIO DE NAHUM SIROTSKY.

esguelha das perguntas diretas, faz de conta que o interlocutor não perguntou nada, sacode os ombros, vira a cabeça para um e outro lado, para ver se está sendo seguido, e aponta os dois dedos em riste para os ouvintes. Talvez a única novidade foi demonstrar surpresa diante de um Alckmin que também não conhecia. A despeito de se achar num auditório, tentou continuar a se comportar como se estivesse no palanque de um comício petista. Sua grande afirmação foi a de que seu governo superava os resultados de 20 anos precedentes, de que as bases para o desenvolvimento se achavam lançadas, e de que já havia dado início a muitos desses projetos. Chamado de mentiroso, sua equipe pediu direito de resposta, o que foi negado pela direção do programa. Este foi um ponto sutil, mas expressivo do debate, posto que a decisão do programo considerou que não era ofensa pessoal chamá-lo de mentiroso.

N

ão pretendo que a visualização do debate e seu entendimento coincida com a suma acima apresentada. Todas as conclusões a respeito são indeclinavelmente pessoais. As reações externas nos parecem assim, mais expressivas. E foi assim que entendi o ar de enjôo e decepção com que D. Marta disse não ter gostado do debate e o depoimento comedido e anódido do senador Suplicy, de que num encontro dessa natureza não há nocauteados, simplesmente vencedores por pontos. Ambos não ousaram dizer que Lula tinha vencido o debate, como proclamariam se essa fosse sua convicção. Em que medida o debate contribuirá para mudar votos e resultados eleitorais é assunto sobre o qual sequer especialistas e muito menos pesquisadores ousarão especular. As urnas são autênticas caixas-pretas.

A direção do debate não considerou ofensa pessoal chamar Lula de mentiroso

E o Brasil parou

K im Jong Il poderá engrossar a voz na ONU

ARTHUR CHAGAS DINIZ

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

corrida agora é para o segundo turno, quando os candidatos terão que mostrar com que apoios contam. O presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva conta com alguns valiosos, mas ele deve, sobretudo, impor a aceitação do mito, que pode valer mais do que todos os apoios. É bem verdade que Lula já perdeu eleições, portanto, o mito tem uma extensão de sombra. Já o seu adversário, Geraldo Alckmin, perde apoios em adesões já firmadas e de última hora, embora ganhe outras que vão fortalecer o seu elenco de votos. Agora que o fim está à vista, os dois candidatos podem ganhar por um voto, e portanto, perder por um voto. Seria o máximo com um voto só fazer um candidato, mas isso pode ocorrer no regime sufragante, onde os votos se contam um a um. A democracia tem dessas singularidades, tem os mitos Jânio Quadros e Luiz Inácio Lula da Silva e o voto oportunidade de Geraldo Alckmin, que é um candidato moço, com grandes possibilidades de bem fazer na Presidência da República, numa fase em que esse cargo está muito diminuído de importância, embora ele disponha de regalias que fazem o sonho de cada brasileiro.

A

xistem outras conseqüências a serem consideradas. O teste coreano tende a endurecer a posição de países que tentam convencer o Irã a suspender seu avanço para o domínio de toda as etapas necessárias a construir a bomba. A primeira delas, e mais urgente, a do enriquecimento do urânio, que pode transformá-lo na matéria-prima da bomba. O Irã continua afirmando que a tecnologia nuclear em seu país tem objetivos pacíficos. Mas o teste coreano, mais uma vez, demonstra que um país pode avançar até a produção da bomba nuclear longe da vigilância do mundo, cujos mais sofisticados meios de observação por satélite ainda não chegam a ter elementos suficientes para identificar intenções e neutralizar os passos decisivos. Aumentam as desconfianças com relação às verdadeiras intenções do Irã e enfraquece a confiança nos instrumentos da Agência Internacional de Energia Atômica, de Viena, de impedir a multiplicação de potências nucleares. O teste coreano implica em profundas mudanças na diplomacia internacional. O mundo ficou mais ameaçado.

Céllus

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO

atuais sofrerão influência, inclusive a Guerra no Iraque e a preocupação com a hipótese de forças extremistas e terroristas venham a ter maiores possibilidades de acesso ao uso de energia nuclear em atentados.

AFP Photo

teste atômico nortecoreano tem a maior gravidade e as piores conseqüências sobre o equilíbrio das relações internacionais. O primeiro significado, mais óbvio, é que muda o equilíbrio de forças na região. O fato não pode passar sem fortes reações. Não é provável que aconteça uma guerra atômica. Devem ser tomadas, porém, medidas que neutralizem o poderio coreano, o mais rápido possível, ou cerceiem seus movimentos que, além do mais, inclui a tecnologia e produção de mísseis para lançamento a grandes distâncias. Sabe-se que o Irã se beneficia de tal tecnologia. Outros países do Oriente Médio estariam armados dos mísseis coreanos e, talvez, beneficiados pela tecnologia nuclear. O mundo ficou extremamente mais perigoso. A Coréia do Norte é um país sob um regime comunista fundamentalista e essencialmente pobre, tanto que depende de ajuda alimentícia da vizinha Coréia do Sul. Mas agora, armado com a bomba - pois existem notícias de que o teste foi bem sucedido pode engrossar a sua voz até diante das Nações Unidas, que apelavam para que desistisse do teste. Tende a precipitar uma corrida atômica na região. A China já é potência atômica, mas o Japão tem desprezado tal possibilidade, por ser o único país a ter sofrido ataques deste tipo. As bombas americanas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagsaki são tragédias que o mundo não esquece e das quais ainda sofrem conseqüências inúmeros japoneses. Mas, com a Coréia comunista e a tradicional inimizade entre os dois países, será insustentável para os nipônicos não adotar medidas que garantam sua segurança pela posse de poderosos arsenais. O regime norte-coreano não tem reações previsíveis. Fica tudo mais complicado. Todas as demais questões

E

ntre 1996 e 2005, o PIB do mundo cresceu 45,6%, enquanto a economia brasileira expandiu-se 22,4%, pouco menos da metade. Nosso tamanho relativo diminuiu e a performance brasileira na América Latina só é superior à do Haiti. Esse é o resultado de três governos social-democratas. De FHC até Lulla realizamos um prodígio de desempenho negativo. Isso não vem sendo objeto de discussão entre os dois candidatos à Presidência da República. Lulla se ufana do assistencialismo do BolsaFamília, estimulado pelo assistencialismo cultural que lhe rende votos e louvores da intelectualidade canora e cinematográfica do País. O Brasil cresceu historicamente a taxas médias entre 6% e 7% ao ano. Hoje estamos, quando muito, circunscritos a taxas inferiores a 3% ao ano. A performance das exportações brasileiras, exaltadas por Lulla como um de seus “feitos”, é inferior à média mundial, para não falarmos dos BRICs. A entrada da China no mercado mundial comprando commodities em escala nunca vista explica o “feito” do governo PT. A verdade é que os social-democratas (larápios, conhecidos ou não identificados) aumentaram intoleravelmente a carga tributária, as

despesas correntes e os juros da dívida, sobrando muito pouco para os investimentos estatais. Não temos capacidade instalada em estradas, portos, silos e energia elétrica para suportar altas taxas de desenvolvimento.

N

enhum dos candidatos anuncia que vai reduzir as despesas correntes, aumentar os investimentos públicos ou transferir determinadas atividades para o setor privado. A taxa de percepção de corrupção no Brasil (Transparência Internacional) nunca foi tão elevada. A mais recente invenção dos social-democratas, para expandir despesas correntes e bancar operações heterodoxas, é a de remunerar regiamente as ONGs (Organizações Não-Governamentais), boa parte valhacoutos de corrupção. Dias atrás, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) denunciava do Plenário a criação da Sociedade dos Amigos de Plutão, à qual o governo já destinara R$ 7,5 milhões. O Brasil social-democrata é tão excêntrico que é capaz de ser verdade. O Brasil parou de crescer, mas o número de bobagens, não. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

N osso desempenho negativo não está sendo discutido pelos dois candidatos

uiz Inácio Lula da Silva formou e nutriu o mito da sua vitória, embora tenha perdido várias eleições. Geraldo Alckmin é o candidato novo, experimentado no governo de São Paulo e no exercício de sua profissão médica, chegando ao poder para servir, e tem servido com notoriedade, de maneira exemplar. Está aí, para o povo, uma oferta de oportunidades e clamores, para se justificarem conforme deseja sempre a opinião pública. Ficamos, pois, por aqui. Queremos uma eleição correta, como correta foi a eleição anterior, e que o escolhido seja o candidato mais bem cotado na opinião pública. Os apoios e as negativas vão se fazer presentes, mas não influirão no resultado .

L

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Queremos

uma eleição correta. E que escolhido seja o candidato mais bem cotado.


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

C&C TEM 28 LOJAS SÓ NO ESTADO DE SÃO PAULO

51

novas unidades até 2010 é a meta de abertura de novas lojas da rede Dicico em todo o País.

Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

Lojas de construção buscam o mercado do interior paulista Empresas criam novos formatos de revenda para atender cidades menores

A

s grandes empresas de revenda de materiais de construção investem cada vez mais em novas estratégias para ampliar os negócios no interior de São Paulo. É o caso da C&C Casa e Construção, que criou um novo modelo de lojas com mil metros quadrados para atender cidades de médio porte ou acima de 200 mil habitantes. As primeiras unidades serão inauguradas nas próximas semanas em Mogi das Cruzes, Franca e na divisa entre Americana e Santa Bárbara d'Oeste, cidades conurbadas da Região Metropolitana de Campinas (RMC). De acordo com o diretor geral da empresa, Jorge Gonçalves Filho, as lojas menores estão instaladas em shopping centers. As três primeiras cidades do projeto foram selecionadas levando-se em conta estudos sobre a população e a concentração de municípios próximos. Segundo Gonçalves Filho, foram realizadas pesquisas que indicaram quais as linhas de produtos específicas para atender ao perfil da população das regiões de Mogi das Cruzes, Americana e Franca. "Nesse novo conceito, va-

mos reunir em um ambiente de loja de mil metros quadrados duas vertentes de venda: material de construção e artigos de decoração e utilidades. Em lojas de mil metros quadrados, hoje, ou se encontra construção ou se encontra decoração e utilidades. E nesse novo modelo menor, o cliente vai ter à disposição, online, todo o material encontrado em lojas grandes de 10 mil metros quadrados", disse o diretor. A C&C informa que é líder do mercado no varejo de materiais para construção, reforma e decoração do Brasil. Atualmente, a rede tem 35 home centers em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo são 28 lojas, distribuídas pela capital, Grande São Paulo, interior e Baixada Santista. No Rio de Janeiro, são sete lojas. Seis na capital do estado e uma em Niterói. Concorrência – Com faturamento de R$ 1,2 bilhão, a rede Dicico aposta em um plano de crescimento até 2010 para instalar 51 unidades em todo o País. Também investiu na expansão do serviço de televendas para cidades fora da capital paulista. Agora o trabalho vai entrar nas regiões da Gran-

de São Paulo, Baixada Santista, Campinas e Vale do Paraíba. Para ampliar as vendas, a empresa contratou a consultoria de varejo Gouveia de Souza & MD, que estudou o comportamento de homens e mulheres na compra de materiais de construção. Na pesquisa, 25 clientes e seus familiares foram acompanhados desde o momento em que fizeram orçamentos até a conclusão da obra para identificar as necessidades dos consumidores na hora da compra. Pe que no – Há 50 anos no mercado de construção civil em Campinas, interior de São Paulo, o Depósito de Materiais de Construção São Luiz resiste às grandes redes, segundo Luiz Gonzaga Montanhiro Filho, membro da família proprietária do negócio. Consegue conservar a freguesia lançando mão da qualidade do atendimento. "Muitas pessoas estão acostumadas a comprar próximo de onde moram. Aqui, a pessoa se sente em casa. Nas grandes lojas, o atendimento é sempre superficial por mais que os funcionários tenham treinamento", observou o comerciante. Mário Tonocchi

O Depósito de Material de Construção São Luiz resiste às grandes redes investindo em bom atendimento

Loja está em funcionamento em Campinas há 50 anos

Vendedores ajudam o cliente

Airbus: CEO renuncia a cargo

A

European Aeronautic Defence & Space (EADS), controladora da Airbus, confirmou que o executivo-chefe da fabricante de aviões, Christian Streiff, renunciou ao cargo. Um dos coexecutivos da EADS, o francês Louis Gallois, vai assumir a posição, acumulando a função. A empresa não informou os motivos que levaram à saída de Streiff, mas pessoas familiarizadas com a situação revelaram ao diário The Wall Street Journal que ele ameaçava deixar o cargo se não tivesse liberdade para dirigir a Airbus. "A nova estrutura administrativa vai permitir uma sustentação maior, governança corporativa mais eficiente, além de uma economia adicional de custos dentro do grupo EADS", disse a companhia em comunicado. "O conselho de administra-

ção mais uma vez enfatiza seu apoio unânime ao programa Power8, decidido em 3 de outubro, bem como a implementação imediata do plano de recuperação do A380", acrescenta o comunicado. "Vamos tomar uma decisão sobre o A350 XWB nas próximas semanas." Ontem, uma pessoa próxima da situação afirmou ao The Wall Street Journal que Streiff já havia perdido a confiança do maior acionista da EADS, a DaimlerChrysler. "A confusão que ele criou é inaceitável", confidenciou a fonte ao jornal. Streiff foi contratado pela Airbus há três meses e era visto como um recém-chegado para o setor da aviação. O executivo foi contratado para supervisionar um amplo processo de reestruturação depois que problemas com a produção do superjumbo A380 provocaram atrasos de dois anos nas

entregas do modelo. O programa, de US$ 12 bilhões, já ultrapassou o orçamento em 30%. No entanto, a insistência de Streiff em ter total autonomia para supervisionar o projeto irritou alguns acionistas da EADS, de acordo com o Wall Street Journal. No mês passado, Streiff anunciou planos de uma reestruturação radical na Airbus, prevendo economia de 2 bilhões de euros por ano e a recuperação dos custos gerados pelos problemas de produção do A380. Embora detalhes da reestruturação não sejam conhecidos, os investidores temiam demissões e a aparente disposição de Streiff de revisar a atual estrutura de produção da Airbus, que está sendo cuidadosamente dividida entre suas fábricas na França e Alemanha, dois dos principais acionistas da companhia. (AE)

MAN desiste de oferta pela Scania

A

Volkswagen, a maior acionista das fabricantes européias de caminhões MAN e Scania, recebeu com agrado a decisão da MAN de desistir de sua proposta de aquisição da rival sueca em troca de negociações para um acordo amigável. "A Volkswagen prefere uma abordagem não considerada hostil por nenhuma das partes", afirmou a montadora de carros, em comunicado oficial. "A Volkswagen não aceitará uma solução que sacrifique si-

nergias potenciais", acrescentou. A montadora alemã reafirmou que vê potencial de valor adicional com a integração de suas próprias "altamente atraentes" operações de caminhões localizadas no Brasil. A MAN chegou a anunciar que estava disposta a abandonar sua oferta hostil de 9,6 bilhões de euros pela Scania, se determinadas condições fossem atendidas. "Sob certas condições, que devem ser negociadas com todas as partes envolvidas, a companhia vai

considerar desistir de sua oferta de adquirir a Scania", informou a MAN em nota, que confirmou notícias previamente divulgadas pela mídia. A Volkswagen ainda não manteve discussões para ter uma cadeira no conselho de supervisão da MAN e permitirá à fabricante alemã a compra da Scania se for a melhor solução, disse o presidente-executivo Bernd Pischetsrieder. A Volkswagen detém 15% de participação na MAN e 34% na Scania. (Reuters)

Israel Antunes/Folha Imagem

Táxis londrinos vão circular em cidades da China

O

s táxis pretos da Manganese Bronze, poderosos símbolos do glamour londrino, desfilarão seu clássico design pelas imponentes avenidas das metrópoles da China. A tradicional fabricante britânica uniu-se à Zhejiang Geely Holding Group, a maior montadora chinesa, para produzir cerca de 20 mil unidades por ano em Xangai a partir de 2008. Segundo a imprensa local, os investimentos conjuntos

sino-britânicos na joint venture deverão chegar a US$ 100 milhões. A Geely e a Shanghai

Maple, uma de suas subsidiárias, investirão US$ 61,9 milhões na joint venture e deterão 62,4% de suas ações. A aliança estratégica com os britânicos garantirá o acesso dos chineses ao cobiçado mercado asiático. A Manganese Bronze, por outro lado, deverá controlar as exportações para outros mercados do planeta, especialmente o norteamericano. A Manganese Bronze colocou 2.412 unidades no mercado no ano passado, por preços que variaram entre US$ 41 mil e US$ 56 mil. (AE)


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Ambiente Polícia Transpor tes Acidente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OBRA PASSOU POR TRÊS ADMINISTRAÇÕES

3 Era um cemitério ao ar livre. Cogitamos seriamente implodir a estrutura. José Serra, ex-prefeito e governador eleito

Fura-Fila desencanta e entra em teste Nove anos e R$ 1 bilhão depois, o Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila e ex-Paulistão) recebe o primeiro ônibus. Trecho inicial terá 8 quilômetros, de 32 planejados. Fotos de Luiz Prado/Luz

Flávia Gianini

O

primeiro teste operacional do corredor de ônibus Expresso Tiradentes, realizado ontem, custou muito caro à vida da cidade e ao bolso dos paulistanos. Foram nove anos de espera, marcados por obras iniciadas, paralisadas e abandonadas. Passaram-se três administrações: Celso Pitta, Marta Suplicy e José Serra/Gilberto Kassab. Três nomes: Fura-Fila, Paulistão e Expresso Tiradentes. Três diferentes projetos foram propostos e mais de R$ 1 bilhão foi gasto em obras que deveriam ter 32 quilômetros operacionais, mas, por enquanto, só terá 8 quilômetros em funcionamento. A totalidade do corredor deverá entrar em operação no fim de 2008. Seja como for e apesar dos pesares, o primeiro teste do Expresso Tiradentes tira um peso das costas da cidade. De esqueleto de concreto condenado ao abandono, pilares e vias renasceram e, a partir de janeiro, serão úteis, ainda que num pequeno trecho de 8 quilômetros de extensão. A previsão dos técnicos é de que o trecho que irá do terminal Mercado, junto ao parque dom Pedro II, ao terminal Sacomã, junto ao bairro do Ipiranga, na zona sul da cidade, atenda a um fluxo de 2,5 mil passageiros/hora/pico, totalizando 25 mil usuários por dia. Nesse primeiro trecho (Mercado-Sacomã), o Expresso Tiradentes contará com outras quatro estações em operação : Metrô Pedro II, Ana Neri, Clube Atlético Ypiranga e rua do Grito, permitindo integração com a Linha 3 - Vermelha do metrô na estação Pedro II e com a Linha D da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no Ipiranga. O trecho contará com outras quatro estações, ainda em execução: Luis Gama, Alberto Lion, Cipriano Barata e General Lecor. Em 2008, quando todo o serviço estiver disponível, os ônibus do Expresso Tiradentes, desta vez ligando o Centro ao extremo leste da cidade, oferecerão três tipos de serviço: o pinga-pinga, que vai parar em todas as estações; o semi-expresso, que terá poucos pontos de parada; e o expresso, que fará a ligação Mercado-Cidade Tiradentes, sem escalas. A fase de testes iniciada ontem vai durar três meses. No trecho Mercado-Sacomã (com cinco quilômetros em via elevada e três quilômetros sob o rio Tamanduateí) só poderão

circular ônibus híbridos, equipados com ar-condicionado, e especialmente montados para o projeto, e veículos de emergência. Os ônibus serão movidos a eletricidade e a diesel com catalisador, ou a gás. Os ônibus do Expresso Tiradentes andarão a menos de 40 km/hora, mas um centro de controle informatizado e a instalação de câmeras ao longo de todo o percurso permitirão a utilização inteligente do sistema, à semelhança do que é feito no metrô. Os veículos serão equipados com sistemas do tipo GPS e a sua estrutura permitirá ultrapassagem nos pontos de parada, aliviando eventuais congestionamentos. "Era um cemitério ao ar livre. Pensamos seriamente em implodir toda a estrutura quando assumimos a Prefeitura de São Paulo, no início do ano passado", declarou o governador eleito de São Paulo, José Serra, que acompanhou o teste ao lado do prefeito Gilberto Kassab. Serra lembrou que nas duas primeiras fases do corredor foram gastos R$ 600 milhões. Nesse período foi construído um esqueleto de concreto para construir um esqueleto de concreto que acabou a ba nd on ad o por anos. Quando estiver totalmente concluído, os 32 quilômetros Expresso Tiradentes vão atender 350 mil pessoas/dia, beneficiando especialmente a zona leste. História – O projeto inicial nasceu em 1997, na gestão Celso Pitta, e foi batizado com o nome de Fura-Fila. Deveria ter 125 quilômetros de vias segregadas, nas quais correriam trólebus especiais. Dessa versão foram erguidos apenas alguns pilares do trecho Parque Dom Pedro II-Sacomã e gastos R$ 160 milhões. As obras foram abandonadas. Em 2001, com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), as obras foram retomadas e o Fura-fila rebatizado com nome Paulistão. Foram gastos R$ 312 milhões para construir uma via elevada entre o Parque Dom Pedro II e o Sacomã, com uma ramificação na altura da avenida das Juntas Provisórias, para permitir acesso às avenidas Luís Inácio Anhaia Melo e Sapopemba, ligando a Vila Prudente a São Mateus. Mas o projeto também foi abandonado.

Pela primeira vez, um ônibus cruza o primeiro trecho elevado do Expresso Tiradentes: espera de 9 anos por uma obra bilionária que quase foi implodida

Viaduto Diário Popular será implodido Rafael Hupsel/Luz

O

viaduto Diário Popular, no parque Dom Pedro II, Centro, será implodido nas próximas semanas. "Aquilo está uma porcaria", disse ontem o ex-prefeito e governador eleito de São Paulo, José Serra, durante o primeiro teste do Expresso Tiradentes. Serra afirmou que integrantes de sua equipe na Prefeitura discordavam de sua posição, mas a demolição é parte do projeto de revitalização do parque Dom Pedro II, juntamente com a recuperação do Mercado Municipal e a construção do Museu da Criança/Ciência e Tecnologia. O ex-prefeito e governadoreleito avaliou que uma reforma completa consumiria muito dinheiro, um investimento alto demais para um retorno baixo, pois o fluxo de veículos

Viaduto Diário Popular: no Centro, obra será demolida por implosão

no local é pequeno. Segundo o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, a licitação para a implosão do viaduto do Diário Popular está sendo preparada e deve ficar pronta ain-

da este mês. "O viaduto está ameaçado e será demolido em algumas semanas", confirmou o secretário. Construído entre 1968 e 1969, durante a gestão do en-

tão prefeito Faria Lima, o viaduto Diário Popular tem 540 metros de extensão e liga a rua do Gasômetro à avenida do Estado, passando sobre o parque Dom Pedro II. O governador eleito afirmou que o transporte paulistano é fator de degradação e desgaste para o trabalhador, que, diariamente, passa horas no trânsito. Segundo Serra, a administração de Gilberto Kassab continuará a investir em obras estruturantes para o tráfego. "Temos projetos em andamento para melhorar as avenidas dos Bandeirantes, a Água Espraida (Jornalista Roberto Marinho) e a J a c u - P e s s e g o . " A á re a d e transporte é o principal investimento da gestão atual", confirmou Kassab. (FG)


terça-feira, 10 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Empresas Finanças Nacional Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Kit de jardinagem do Tatuapé Garden agrada pais que procuram presentes para o Dia das Crianças

PLANO DE PREVIDÊNCIA INFANTIL A R$ 50 POR MÊS

Leonardo Rodrigues/Hype

PRESENTES INOVADORES PARA CRIANÇAS "DESCOLADAS" Empresas apostam em sugestões diferenciadas no Dia das Crianças

S

e a criança vai gostar, são outros quinhentos. Mas, aproveitando a onda de consumo desenfreado da qual não escapam pais, tios, padrinhos e avós no Dia das Crianças, empresas lançam presentes que fogem do trivial boneca-carrinho e inovam com sugestões. A Porto Seguro Vida e Previdência, por exemplo, durante o mês de outubro, promove a Campanha da Girafinha para alertar os pais sobre o futuro de seus filhos. Os planos de previdência infantil são voltados a pais e responsáveis interessados em garantir a realização de projetos futuros de menores entre zero e 17 anos. A contribuição mínima é de R$ 50 e entre os benefícios está o repasse de 100% do rendimento obtido e a possibilidade de transformar o plano infantil em um de aposentadoria na época da concessão do benefício. Toda criança que ganhar um plano durante este mês levará também uma girafa de pelúcia.

"Oferecer um bom estudo por meio de um plano de previdência pode resultar em melhores oportunidades", diz Silas Kasahaya, gerente de Vida e Previdência da Porto Seguro. Segundo a Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), a contratação de planos para esse público cresceu 15% na comparação com os sete primeiros meses de 2005. Plantas – Já para quem gosta de verde, que tal presentear o filho com um kit de jardinagem? O Tatuapé Garden oferece o Vamos Plantar, opção para quem quer ensinar aos pequenos todos os passos do plantio – preparo da terra, montagem do vaso, semeadura, rega e espera do crescimento da planta. O kit serve para exercitar a paciência e a consciência ecológica. Por R$ 3,90, a criança ganha "uma aula de ciências na prática", diz o gerente-geral da empresa Moacir Martins. O lançamento foi tão bem aceito, diz ele, que mães estão comprando o kit para dar como lembranci-

nha nos aniversários infantis. Quem quiser gastar mais vai encontrar opções de presente na Tiffany & Co. Qual quarto não ficaria lindo com um porta-retratos em prata – a partir de R$ 996? Já os menorzinhos vão se divertir com o chocalho em prata no formato de pezinho. Sai por R$ 1.121. Por outro lado, a M.A.C., empresa de cosméticos, sugere protetor e gel labial para as meninas que já estiverem preocupadas com a beleza. O 'tinted lip conditioner SPF 15' e o Lipgelée custam R$ 68 cada. Festa no parque – Já o Itaú vai montar uma tenda de 2 mil metros quadrados no Parque do Ibirapuera no Dia das Crianças. Das 9h às 17h, o espaço vai abrigar cinco ambientes representados pelas vogais e com atividades distintas, como contadores de histórias, fantoches e oficina de sucatas. O evento será encerrado com o show "Pé com pé", da dupla Palavra Cantada. Kety Shapazian

Tatuapé Garden oferece kit de jardinagem para ensinar aos pequenos os passos de um plantio

Mudas de plantas do Tatuapé Garden

Portaretrato em prata da Tiffany Chocalho em prata, vendido na Tiffany & Co.

Financiamento a setor de teles pode chegar a R$ 5,1 bi

O

s novos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor de telecomunicações poderão chegar a R$ 5,1 bilhões nos próximos três anos. Desse total, R$ 2,1 bilhões foram recémaprovados para a Brasil Telecom (BrT) e outros R$ 3 bilhões estão em análise. Segundo o chefe do Departamento de Telecomunicações do BNDES, Alan Fischler, as operadoras buscam ampliar a oferta de serviços para os clientes e, com isso, expandir a receita. O número de usuários na telefonia fixa, por exemplo, está estável. Fischler comenta que o segmento está bem atendido e não se espera um grande crescimento no total de consumido-

res. Estima-se que sejam 39 milhões de assinantes da telefonia fixa, para pouco mais de 50 milhões de domicílios. Expansão – A estratégia básica é partir para pacotes multisserviços, com a utilização de banda larga, o que exige pesados investimentos em novas plataformas operacionais e tecnologia da informação. As quatro grandes do setor – Brasil Telecom, Telemar, Embratel e Telefônica – estão atentas às novas tendências. O financiamento aprovado na última sexta-feira para a BrT é um exemplo do movimento. Os valores serão utilizados para a expansão da infra-estrutura de rede (voz, dados e imagem) e de tecnologia da informação. Os recursos apoiarão vários investimentos, incluindo

uma plataforma de IPTV (televisão pela internet). Aumento de qualidade e de cobertura de serviços de telefonia na região original da empresa (Sul, Centro-Oeste e parte do Norte) também estão no plano da companhia. Como as demais concorrentes do setor, a empresa busca agressividade para manter os clientes ampliando os serviços ofertados, além da necessidade de atender as metas do órgão regulador. O financiamento para a BrT é o maior já concedido pelo banco a uma empresa do setor. Nos últimos dois anos, o BNDES aprovou financiamentos de R$ 3,7 bilhões para as empresas do segmento, que representaram R$ 9,4 bilhões de investimentos. (AE)

UE cobra controle de alimentos

D

estino de 30,6% dos embarques de produtos agrícolas do Brasil de janeiro a setembro, a União Européia (UE) cobrou do Ministério da Agricultura o cumprimento das normas do plano de controle de resíduos em alimentos e regras de rastreabilidade da carne bovina. Nos nove primeiros meses de 2006, as exportações do agronegócio renderam US$ 36,061 bilhões. Os europeus fizeram US$ 11,044 bilhões dessas compras. Em reunião, o comissário europeu Markos Kyprianou, que é encarregado da saúde e da proteção dos consumidores, disse ao ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que o plano apresentado pelo Brasil para controle de resíduos é de "qualidade". "Mas ele chamou a atenção

Fábio Pozzebom/ABr

O ministro Guedes Pinto disse que 60% do plantio será concluído em 2007

para que o plano seja efetivamente implementado", disse o brasileiro após o encontro. De acordo com o ministro, 60% do plano está implementado e a expectativa é concluí-lo no primeiro semestre de 2007. O plano apresentado em julho aos europeus prevê a coleta de amostras de vários produtos exportados para a

UE e a realização de análises laboratoriais, que permitirão determinar se os resíduos encontrados nos produtos finais estão dentro dos limites estabelecidos pelo bloco. O objetivo é controlar os níveis de fungicidas e inseticidas em produtos de origem vegetal e de hormônios e medicamentos veterinários em carnes e derivados. (AE)

INFORME PUBLICITÁRIO

CONHEÇA O ESPAÇO BOVESPA No dia 27 de setembro, a BOVESPA ganhou uma nova área para receber as pessoas que sempre quiseram entender o funcionamento do mercado de ações e seus conceitos fundamentais, tanto na teoria quanto na prática: o Espaço Bovespa. Construído no local que abrigava o antigo pregão, o Espaço foi dividido em vários ambientes voltados à integração do público com o mercado de ações. O objetivo é divulgar informações sobre a BOVESPA, as Corretoras de Valores, as formas de participar desse mercado e muito mais. O Espaço Bovespa dá seqüência às atividades promovidas pelo Bolsa Aberta (programa de visitação pública à BOVESPA), e sua estrutura permitiu o aperfeiçoamento das visitas moni-

toradas. É o lugar certo para obter conhecimentos e ficar cada vez mais próximo do mercado de ações. Conheça as novidades que o Espaço Bovespa oferece: G Cinema 3D: sala onde é exibido um filme em terceira dimensão com efeitos especiais que explica o funcionamento da Bolsa, o papel das Corretoras Membros e o mercado de ações como poupança de longo prazo. G Auditório: espaço onde são exibidas palestras sobre o mercado de ações. G Mesa de Operações: acompanhando uma simulação de negócios, o visitante descobre como as Corretoras compram e vendem ações para os investidores e de que maneira as ordens chegam até a BOVESPA. G Centro de Memória: experiência sensorial e inte-

rativa, que mostra a história da BOVESPA, das Corretoras e do mercado de ações. G Sala das Corretoras: local onde é possível esclarecer dúvidas com os próprios especialistas das Corretoras e saber como começar a investir. G Café: espaço agradável construído para permitir o intercâmbio de informações entre os visitantes e que também pode ser freqüentado pelo público. G Terminais de Consulta: em todo o Espaço Bovespa há terminais de consulta onde é possível acessar cotações e demais informações sobre o mercado. Visite o Espaço Bovespa e descubra por que o mercado de ações é tão importante para todos os brasileiros, incluindo você. A entrada é franca!

HORÁRIO DE ATENDIMENTO

AGENDAMENTO DE GRUPOS

BOLSA ABERTA

I O Espaço Bovespa funciona todos os dias, inclusive nos finais de semana, das 9h às 17h, e está localizado na Rua XV de Novembro, 275, Centro, perto da estação São Bento do metrô. Para mais informações sobre o local, acesse o site www.bovespa.com.br.

I Para participar de uma visita monitorada com especialistas do mercado financeiro e assistir a palestras sobre a BOVESPA, basta reunir um grupo e agendar um horário pelo e-mail educacional@bovespa.com.br

I Durante a primeira fase do programa Bolsa Aberta, realizada entre os meses de agosto de 2004 e setembro de 2005, a BOVESPA recebeu a visita de quase 33 mil pessoas. No ano de 2005, 23 mil visitantes passaram pela Bolsa de Valores de São Paulo.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Política ALCKMIN:

O Lula fugiu do debate no primeiro turno e não respondeu de onde vem o dinheiro. Geraldo Alckmin

Márcio Fernandes / AE

'MOSTREI A INDIGNAÇÃO DO POVO'. Satisfeito com o seu desempenho no debate da TV Bandeirantes, o candidato tucano insistiu no esclarecimento da origem do dinheiro para a compra no dossiê e pediu o fim da boataria, segundo a qual Alckmin, se eleito, faria privatizações e acabaria com o Bolsa-Família. O tucano retoma nesta terça sua agenda de viagens, começando por Belo Horizonte. "Não podemos achar que a corrupção é normal", disse.

PDT ANUNCIA HOJE QUE VAI APOIAR TUCANO Paulinho vai se antecipar à decisão do partido.

O

desempenho do candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, no debate promovido no domingo pela Rede Bandeirantes, impressionou o presidente do PDT, Carlos Lupi, que nos próximos dias deve anunciar apoio ao tucano. "O debate foi muito forte, quente, e Alckmin teve uma posição convincente. Na média, o tucano teve uma postura melhor, mais forte, ele deixou o presidente Lula acuado", avaliou Lupi. Na opinião dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, conseguiu apenas equilibrar o debate quando passou a tratar de política externa. "Entendo que a audiência foi muito grande e uma parcela do eleitorado que votou em Cristovam Buarque (PDT) e em Heloísa Helena (PSOL) no primeiro turno depende fundamentalmente do debate para se decidir em quem votar no segundo turno", observou. "Alguns eleitores podem também mudar de candidato a partir do debate e, como Alckmin foi melhor, pode obter a transferência de alguns votos que foram de Lula", acrescentou Lupi. O presidente do PDT em São Paulo, o deputado eleito Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, foi mais incisivo ao elogiar a desenvoltura do tucano no debate. "Alckmin mostrou que não é chuchuzinho, revelando firmeza, característica não iden-

3

tificada até então por parte do eleitorado", analisou. "Gostei bastante da forma como ele demonstrou a indignação que sentimos em relação ao governo do presidente Lula." Lupi disse também que o candidato comprometeu-se a enviar ainda ontem uma carta na qual assume o compromisso de cumprir as exigências dos pedetistas e, assim, receber apoio do partido no segundo turno da campanha presidencial. Entre as exigências, estão o uso não exagerado de Medidas Provisórias e combate à corrupção. Porém, Lupi esclareceu que o partido só formalizará o apoio no dia 16, próxima segunda-feira, depois do encontro do Diretório Nacional, que será realizado no Rio de Janeiro. "Até lá, podemos apenas apresentar indicativos de apoio", declarou. Com a Força – Apesar das afirmações de Carlos Lupi, o apoio do PDT a Geraldo Alckmin será antecipado. Hoje, ao reassumir a presidência da Força Sindical, Paulinho anunciará oficialmente o apoio ao candidato tucano. "Vamos assumir nossa posição de apoio a Alckmin. Entendo que o desempenho dele no debate trará um novo ânimo na militância, em São Paulo, no Rio de Janeiro e principalmente no Nordeste, onde ele precisa de votos. Vamos trabalhar intensamente para a eleição do candidato do PSDB", afirmou, entusiasmado, Paulinho. (AE)

GAROTINHO VAI ÀS RUAS PEDIR VOTOS

O

ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PMDB), disse que está com tudo pronto para botar o pé na rua para pedir votos para Geraldo Alckmin (PSDB). Ele afirmou que reuniria ainda na noite de ontem cerca de 50 políticos e colaboradores de seu grupo – prefeitos e candidatos a deputado eleitos ou não – que vão funcionar como coordenadores da campanha. Garotinho atuará preferencialmente nas regiões em que Alckmin sofreu, segundo ele, uma "derrota fragorosa" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT. O ex-governador quer se concentrar na Baixada

Fluminense, em São Gonçalo e Itaboraí, no Grande Rio, mas também se aventurará nos domínios do rival Cesar Maia (PFL): quer pedir votos para o tucano na zona oeste da cidade do Rio. "Se vier ao Rio, Alckmin terá de criar agendas separadas. Uma conosco e outra com o Cesar Maia", disse. No entanto, ele afirmou que não ficará magoado se o tucano resolver aparecer no Rio somente ao lado da perna tucano-pefelista de sua campanha. "Estamos prontos para ir às ruas", disse Garotinho. O deputado Moreira Franco (PMDB) disse ter solicitado visitas de Alckmin à Baixada, São Gonçalo e Niterói e também a municípios do Sul Fluminense. (AE)

S

atisfeito com sua per- quase não consegui andar", formance no primeiro ressaltou, avaliando que seu debate eleitoral do se- comportamento no debate foi gundo turno, o candi- bem aceito pelo eleitorado. dato do PSDB à Presidência, Mais uma vez, Alckmin coGeraldo Alckmin, afirmou on- brou de Lula a origem do R$ tem que o tom adotado por ele 1,75 milhão para a compra do no duelo com o presidente dossiê Vedoin. "O Lula fugiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do debate no primeiro turno e foi reflexo da indignação de to- não respondeu de onde vem o da a sociedade com a corrup- dinheiro. Ficou duas horas fução que atinge o governo de gindo da explicação." seu oponente. "Acho que exO tucano foi direto ao coternei o sentimento de indig- mentar a acusação do presinação do povo brasileiro. Isso dente de ele que teria saudades estava parado na garganta de do tempo em que presos eram todo mundo. Fui um instru- torturados para que revelasmento do povo, não com raiva, sem informações: "Não precisa torturar ninguém para saber. É mas com indignação", disse. " N ã o p o d esó chamar seus amigos do PT." mos achar que o que vem aconteApesar da manutenção do cendo no Brasil, e não parou de "As coisas precisam tom do debate de domingo, acontecer, seja ficar bem claras. É normal. Não é Alckmin disse preciso acabar com que a questão normal." Menos de 24 toda essa mentirada central da etapa horas depois do do Lula (sobre final da disputa ao Palácio do d e b a t e n a T V privatizações e BolsaB a n de i r a n te s , Família), e ainda pelas Planalto é a econômica: cresciAlckmin voltou costas." a re c l a m a r d e mento, empreGeraldo Alckmin go, renda e traLula e a responsabilizá-lo pela balho. Em se"boataria", segundo a qual, se g u n d o l u g a r, s e g u n d o o eleito, o tucano privatizaria tucano, está a qualidade dos empresas públicas, acabaria serviços públicos e, na seqüencom o Bolsa Família e com a cia, ética, princípios e valores. Zona Franca de Manaus. "As "O tom não é agressivo. Eu escoisas precisam ficar bem cla- tou zen", afirmou. ras. É preciso acabar com toda Gravação – Depois da reuessa mentirada do Lula, e ain- nião com os coordenadores da pelas costas", advertiu, in- políticos, o candidato seguiu sistindo na negativa de priva- para a produtora do marquetizar o Banco do Brasil, a Petro- teiro Luiz Gonzalez, onde pasbras, os Correios e a Caixa Eco- sou parte da tarde e o início da n ô m i c a F e d e r a l . " É t u d o noite gravando cenas para o mentira", disse. "Eu falo a ver- horário eleitoral gratuito. dade de frente, e não pelas cosAlckmin, que durante o debate chamou o ex-ministro Jotas, como os adversários." Antes de se reunir com os sé Dirceu de "chefe da quadripresidentes do PSDB, Tasso Je- lha", não quis comentar a decireissati; do PFL, Jorge Bor- são do petista de processá-lo nhausen; e do PPS, Roberto por calúnia. "Não farei neFreire, no comitê da campanha nhum comentário." Alckmin retoma hoje a sua tucana, em São Paulo, Alckmin disse ter sentido nas ruas o agenda de viagens pelo País. resultado de sua performance. Ele estará fazendo campanha "Eu estive na rua hoje cedo e em Belo Horizonte. (AE)

Paulo Pampolin / Hype

ALCKMIN É NOME PARA 2010, DIZ CONSULTOR.

N

ão era para ser candidato, foi. Não iria para o segundo turno, foi. E depois de ter sido por muito tempo subestimado politicamente pelo PT e até por aliados, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, enfrentou o candidato petista Luís Inácio Lula da Silva no debate, domingo passado, com uma postura "agressiva" que deixou Lula e a audiência surpresos. Essa avaliação do cientista político Amaury de Souza, da MCM Consultores Associados, foi além de dizer que Geraldo Alckmin "venceu

o debate". Para ele, Alckmin "determinou a agenda do debate político, colocando Lula numa posição defensiva". Isso gerou novas expectativas reais de vitória para o segundo turno, que fizeram "caducar" toda e qualquer projeção feita, tanto pela situação como pela oposição, para o quadro político de 2010. "O feitiço virou contra o feiticeiro", resumiu Amaury, durante avaliação feita na reunião plenária lotada de ontem da Associação Comercial de São Paulo

(ACSP). Amaury mostrou pesquisas e tendências que projetam a evolução de Alckmin em redutos antes dominados pelo PT, como, por exemplo, entre jovens de 16 a 24 anos ou em classes de menor nível de renda.

O cientista político lembrou que Geraldo Alckmin não se comportou "de acordo com o script" e, mesmo que não vença no dia 29, já está mais do que qualificado para disputar o mandato seguinte. Esse avanço do ex-

governador paulista mostra ainda, avaliou Amaury, uma forte alteração de rumo na opinião pública, que também depositou 8,3 milhões de votos nas urnas do candidato ao senado pelo PFL Guilherme Afif Domingos.

Amaury de Souza e Guilherme Afif Domingos comandam os trabalhos no debate.


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Não vejo como o PT possa se reconstruir até 2010. Fernando Abrucio, cientista político.

ANALISTAS DISCUTEM POLARIDADE

Moacyr Lopes Júnior / Folha Imagem

PT VERSUS PSDB: ESSA BRIGA CONTINUA.

POLARIZAÇÃO NÃO SE REPETE EM 2007

A

Câmara dos Deputados não terá a polarização PT-PSDB em 2007, segundo os resultados das urnas de 1º de outubro. PMDB e PT se tornaram as maiores bancadas, com 89 e 83 cadeiras, respectivamente. O PSDB será a terceira, com 66 cadeiras, seguida pelo PFL, com 65. Tucanos e pefelistas haviam elegido, cada um, 65 deputados, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mudou a decisão (em caráter definitivo) do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que havia impugnado as candidaturas de Carlos Sampaio (PSDB), subrelator da CPMI dos Sanguessugas, e Dimas Ramalho (PPS), por supostos problemas no prazo legal para afastamento do cargo de Promotor de Justiça. Agora, o TRE fará nova totalização de votos para a Câmara. Com a eleição de Carlos Sampaio e Dimas Ramalho, um dos eleitos que deve perder a vaga é o deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Eleição e baixas – Ao comparar o período 1994-2006 (veja o quadro), PT e PSDB elegeram, em média, 70 deputados por período. Por coincidência, os dois conquistaram mais de 90 cadeiras quando elegeram o presidente da República. Segundo especialistas, de modo geral, o bom desempenho dos candidatos a presidente ajuda a campanha dos candidatos ao Legislativo. Em relação a 2002, por exemplo, PT e PSDB encerram a legislatura com baixas. Kathia Tamanaha / AE

Leôncio Martins Rodrigues

De uma legenda para a outra: o tucano FHC passa a faixa presidencial para o petista Lula em 2002.

Sergio Kapustan

A

Valeria Gonçalvez / AE

Ricardo Teles / AE

Fernando Abrucio

Paulo Pinto / AE

Rui Tavares Maluf

Cláudio Couto

PMDB E PFL ATRÁS DAS CORTINAS Enquanto tucanos e petistas disputam o poder, os dois partidos preferem ficar com a governabilidade.

Q

Cientistas políticos são unânimes em afirmar que a polarização em torno das duas legendas tende a resistir no cenário, não só pelo fortalecimento delas, mas pela fragilidade dos outros partidos.

u a l a r a z ã o d e P T e não foi ruim: foram eleitos PSDB monopolizarem quatro governadores no 1º tura eleição presidencial no (Amazonas, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do há 12 anos? Teoricamente, PMDB e PFL, Sul), 89 deputados federais (a também consideradas gran- maior bancada da Câmara) e des forças políticas, deveriam seis senadores. "O PMDB refazer frente aos tucanos e petis- presenta uma marca forte, mas tas na sucessão presidencial. falta ao partido um cérebro, Não é o que acontece. Dificul- um líder", afirma o cientista dades regionais e a falta de uni- político Rui Tavares Maluf. De acordo com Antonio Audade partidária dificultam a gusto de Queiroz, do Departaação deles. mento IntersindiSem candidatucal de Assessoria ras à presidência, os Parlamentar dois partidos fa(Diap), que monizem de tudo para tora o Congresso eleger grandes ban- "O PMDB Nacional, é fácil recadas na Câmara e representa sumir por que tucaSenado para ter inuma marca forte, nos e petistas estão fluência política na na linha de frente g ov er na b il id ad e mas falta ao partido um da política naciodo País. nal, deixando Segundo os ana- cérebro, PMDB e PFL com a listas, o PFL vem um líder. i n f l u ê n c i a e s t adando sinais de que está mudando a es- Rui Tavares Maluf dual. "Três fatores contribuíram para tratégia. A firme PSDB e PT dominaoposição ao governo Lula junto com o PSDB, fato rem a cena política: unidade pouco corriqueiro na história interna, bons quadros e uma da sigla, é um exemplo de mu- vocação para o poder", diz. Queiroz lembra que PT e dança na linha de conduta. Já o PMDB dá mostras de PSDB têm divergências interque continuará à reboque de nas, mas não ao ponto de raquem esteja no poder. A ala go- char o partido, como no PMDB vernista impediu o lançamen- – cujos caciques regionais coto de candidatura à sucessão mo Renan Calheiros e José Sarde Lula e investiu na eleição ney são acusados pela ala opoaos governos estaduais, Câ- sicionista de apoiar o governo mara e Senado. E o resultado Lula em troca de cargos.

TIÇA JUS ORAL IT ELE

3

2

6

5

9

8

7

0 BRA

NCO

C

IGE ORR

MA CONFIR

No PSDB, ao contrário, a disputa entre Geraldo Alckmin e José Serra para concorrer contra Lula, apesar de acirrada nos bastidores, não rachou o tucanato a ponto de comprometer a candidatura Alckmin, que está no 2º turno. Polarização– O professor e filósofo Denis Rosenfeld, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que a polarização não é boa para o País. No seu entendimento, PSDB e PT preencheram o bloco de centro-esquerda. Falta preencher o bloco de centrodireita, que deveria ser representado pelo PFL e outros partidos, mas a sigla pefelista fragilizou-se e não dá sinais de que vá adquirir musculatura para um salto maior. Para Rosenfeld, partidos como PMDB e PFL inserem-se apenas no contexto da gover-

nabilidade, com uma diferença para o segundo: tem facilidade de entendimento com os tucanos. Tanto que o PFL assumiu dois cargos importantes em virtude da renúncia de tucanos para disputar a Presidência: a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado de São Paulo, com Gilberto Kassab e Cláudio Lembo, respectivamente. "Em termos de política nacional, a discussão PT-PSDB ficou muito embaralhada e o povo não entende isso", completa Rosenfeld. O professor Cláudio Couto, da PUC de São Paulo, diz que há dificuldade no fato de PT e PSDB disputarem o mesmo eleitorado. A polarização é comum na Europa. "Essa polarização revela uma estabilidade do quadro partidário que é boa para o País".

b ipa rti dari zaç ão nativa natural". da eleição presiO cientista político Rui Tavadencial – PT contra res Maluf acrescenta que é diPSDB –, que vigora fícil uma mudança no atual no País desde 1994, continuará quadro. " A questão é saber em a pautar a política brasileira que condições PSDB e PT vão nos próximos anos? Segundo sair das urnas. Uma vitória analistas, do ponto de vista de apertada, por exemplo, fortacandidaturas, a fragilização do leceria as duas forças e a polaquadro partidário, nos últimos rização se manterá". anos, favoreceu petistas e tucaIndependentemente do renos. E até aqui não surgiram si- sultado das urnas, o cientista glas capazes de desbancar a político Leôncio Martins Rodupla. A tendência é a de ma- drigues sustenta que o PT nutenção do atual cenário – manterá a briga política com os uma legenda contra a outra. tucanos. "Em razão do resultaMesmo com a crise do PT, do da eleição, a polarização vai que levou diversas lideranças continuar a existir. Houve um ao ostracismo político, como importante crescimento do PT José Dirceu e Antonio Palocci, e uma oscilação do PSDB na o cenário indica que será difícil Câmara". escapar dessa disputa. Os analistas sustentam que a Para eles, o resultado do candidatura Lula, de oposi2º turno deve esclarecer mais o ção, se tornaria bastante viável tema, apesar de a política apre- em 2010 num cenário de uma sentar surpresas de vez em crise econômica. quando. Especula-se, por Surpresa – O professor Ferexemplo, um racha no PSDB e nando Abrucio, da Pontifícia até uma composição Lula-Aé- Universidade Católica (PUC) cio Neves (goverde São Paulo e da nador tucano de Edison Vara / Pressphoto Fundação GetúMinas Gerais, relio Vargas (FGV), eleito) em 2010. aposta numa surNa prática, presa. No entencom exceção da dimento dele, a eleição de 1989, a polarização PTprimeira após a PSDB já dá sinais volta ao Estado claros de esgotademocrático, inmento por conta terrompido em da crise política 1964, PSDB e PT petista, que ainda m o no p o li z a ra m persiste. a briga pelo PaláConforme cio do Planalto Abrucio, mesmo (veja o quadro abai- As candidaturas de com Lula reeleito xo). Os tucanos Aécio Neves e Ciro o PT não terá convenceram duas Gomes são um balão dições de indicar v e z e s c o m F e ro seu sucessor. nando Henrique de ensaio. O PT vai Motivo: a sucesCardoso (1994 e disputar a eleição são de escândalos 1998) e o PT uma com força própria. q u e d e s f i g u r avez com Luiz InáDenis Rosenfeld, ram a sigla. "Não cio Lula da Silva vejo como o PT professor e filósofo. (2002). Fernando possa se reconsHenrique fez truir até 2010", aliança com o PFL sintetiza. e Lula com o PL. Ele observa que Lula poderá O professor e filósofo Denis indicar um sucessor fora dos Rosenfeld, da Universidade quadros do PT. Dois nomes são Federal do Rio Grande do Sul citados com mais ênfase: o do (UFRGS), raciocina em cima ex-ministro da Integração Nado resultado da eleição. Se Lu- cional e deputado federal eleila se reeleger, ele aprofundará to Ciro Gomes (PSB) e o do goa sua política social e, ao mes- vernador mineiro Aécio Neves mo tempo, irá preparar o seu (PSDB). O nome de Aécio, que sucessor contra um tucano. Há obteve uma excelente perfordois nomes fortes do lado do mance nas urnas e se consaPSDB: o governador eleito de grou com folga já no 1º turno, é São Paulo José Serra e o gover- alvo de especulações, pois tenador reeleito de Minas Ge- ria que disputar a indicação no rais, Aécio Neves. ninho tucano com Serra. No cenário de derrota, RoEngenharia política– "São senfeld afirma que o PT fará dois nomes fortes. Ciro Gomes oposição a Geraldo Alckmin e já é ligado ao presidente. O goconstruirá uma nova candida- vernador mineiro, apesar de tura. O candidato a presidente ser de oposição, também tem pode ser o próprio Lula. "Não um bom relacionamento com há dúvida de que, derrotado Lula", diz Abrucio. agora, o PT reunirá as forças Para Rosenfeld, Couto e Mapara voltar com tudo em 2010. luf, a obra de engenharia políA eleição de sua bancada na tica a ser tocada por Lula é de Câmara (83 deputados), con- difícil construção. "As canditrariando as expectativas de daturas de Aécio Neves e Ciro um encolhimento, mostra que Gomes são um balão de ensaio. o PT não perdeu a sua força". O PT vai disputar a eleição com Cláudio Couto, professor da força própria. O resto é namoro PUC de São Paulo, também vê político", declara Rosenfeld. esse cenário. "Com certeza o "Não faz parte da história do PT vai de candidatura própria. PT lançar candidato que não A história do partido nos mos- seja filiado ao partido. Se houtra isso e o nome do presidente ver dificuldade, o nome será Lula pode se tornar uma alter- construído", observa Couto.


6

Games Fotografia Gestão Comércio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

SOFTWARE SELECIONA PROFISSIONAL E GERENCIA RH

A solução gera um perfil para cada funcionário, que poderá conduzir sua carreira na empresa.

Ferramentas que caçam os melhores profissionais

Grupo HSBC inaugurou recentemente uma nova empresa de tecnologia em Curitiba, a HSBC Software Development (Brasil), o terceiro Centro de Tecnologia Global (GLT) do grupo (China e Índia), que terá por objetivo o desenvolvimento de soluções de informática e prestação de serviços, com exportação de tecnologia de ponta para outras unidades do HSBC, principalmente EUA e Canadá. Para estruturar uma base sólida no País, com profissionais altamente capacitados, foi vital para a empresa a seleção de líderes de equipes que absorvessem o modelo de off-shoring praticado na Índia pelo maior GLT do grupo, mediante estágio de três meses naquele país. O processo de seleção e recrutamento contou com a ajuda das ferramentas da Profiles Brasil (www.profilesbrasil.com.br), empresa de Curitiba (PR) especializada em avaliação de pessoal e gestão de recursos humanos. "Essas contratações iniciais foram muito estratégicas, pois buscávamos pessoas para assumir o desafio de transmitir todo o conhecimento adquirido para a equipe em formação", afirma o CEO do GLTb, Jacques Depocas, comentando que a empresa escolheu a Pro-

files Brasil para ajudá-la nesta iniciativa, por sua experiência comprovada na área de gestão de equipes e recrutamento. A empresa está abrindo mais de 200 vagas nas áreas de desenvolvimento de sistemas, suporte e banco de dados – dos quais 80 vagas até dezembro deste ano e mais 120 até o final do primeiro semestre de 2007. Como o GLTb está investindo muito nestes profissionais, com viagens internacionais e treinamento, é ainda mais imprescindível que não haja falhas nas contratações. "Precisávamos de uma metodologia comprovadamente eficaz para selecionar essas pessoas. Não podíamos escolher candidatos que não estivessem alinhados com os objetivos da empresa, pois investimos muito e, além disso, caso a empresa errasse na contratação, o cronograma da implantação da empresa ia atrasar", explica o executivo do GLTb. "A tecnologia da Profiles proporcionou confiança na contratação, já que tivemos uma visão diferenciada do profissional e garantias de que escolhemos a pessoa ideal", afirma Depocas. Além disso, a solução gerou um perfil para cada funcionário, que poderá ser utilizado para conduzir a carreira desses profissionais na empresa. "Com esses dados, podemos avaliar se aquela pessoa tem as características

ideais para ser promovida ou para assumir um novo posto. Isto é importante para evitar erros e situações onde um funcionário altamente produtivo pode se tornar um funcionário desmotivado", avalia. Os testes demoram apenas uma hora para serem respondidos pelos candidatos e os resultados são disponibilizados imediatamente via web. Os dados provenientes desses relatórios indicam, por exemplo, qual a melhor maneira de entrevistar determinado candidato e quais perguntas devem ser feitas. "Com essa agilidade, é possível otimizar o processo de seleção, pois já temos o perfil do candidato traçado e sabemos quais pontos devem ser detalhados durante a entrevista", afirma. Outro benefício alcançado com as soluções da Profiles Brasil é o conceito "Pessoa Total",

que defende a importância das empresas possuírem um panorama geral do ser humano e não apenas a sua qualificação profissional. Assim, aspectos importantes também foram pesquisados, como por exemplo, confiabilidade, persistência, capacidade de aprendizado, habilidade verbal e aspectos éticos.

"A solução fornece informações muito úteis para administrar melhor o funcionário. Por exemplo, verificamos se aquela pessoa gosta de ser elogiada, se trabalha melhor com feedback, entre outras coisas", diz o diretor do GLTb. Segundo o executivo, ao contratar a pessoa certa para determinada função, o funcionário se torna muito mais produtivo. Novo cliente – Outra empresa que acaba de aderir à tecnologia é a Stefanini IT Solutions, companhia de serviços de tecnologia da informação, que está usando o Profiles XT para identificar no mercado um profissional com perfil adequado para exercer cargo de alto executivo. "Conhecemos as soluções da Profiles Brasil e gostamos muito da tecnologia e das referências, tanto mundiais quanto locais. As-

Divulgação

Carlos Ossamu

sim, resolvemos testá-las para a área de vendas. Nesse processo, surgiu uma necessidade específica para a contratação de um alto funcionário e decidimos utilizar a ferramenta Profiles XT para medir a afinidade dos candidatos ao cargo a ser preenchido. Os resultados foram fantásticos", comenta Maria Magali Bredariol, diretora de RH da Stefanini. Segundo Magali, a solução permitiu à Stefanini ter uma visão da aderência dos dez candidatos pré-selecionados. Por meio dos relatórios da Profiles, foi possível conhecer o perfil de cada candidato e obter dicas de como conduzir a entrevista para os finalistas. Ferramentas – A Profiles Brasil existe há um ano, quando Delfim José Trigo Corrêa e Octavio Leon, profissionais de TI, trouxeram as ferramentas e a metodologia da Profiles International, do Texas. Segundo ele, um dos maiores diferenciais é o emprego de tecnologia de ponta. O integrador das soluções reside em um portal, que pode estar na sua internet ou na intranet. "O cliente tem acesso a um portal personalizado e que pode ser programado e implementado continuamente", explica. Delfim: "o cliente tem acesso a um portal personalizado que poderá ser implementado e programado continuamente".

Um sistema totalmente online Profiles Brasil existe há cerca de um ano, quando o Delfim José Trigo Corrêa e Octavio Leon, profissionais que atuavam no mercado de TI, trouxeram as ferramentas e a metodologia da Profiles International, com sede no Texas (EUA). Corrêa conta que um dos maiores diferenciais é o emprego de tecnologia de ponta. O integrador das soluções da empresa reside em um portal, que pode estar na internet ou na intranet da companhia. O sistema é totalmente online e permite aos clientes gerenciar usos e aplicações e criar as avaliações, perfis de cargos, autorizar acessos e ainda administrar o banco de dados com os resultados de forma remota. "O cliente tem acesso a um portal per-

sonalizado, que é a sua Central Virtual de Assessments, e que pode ser programado e implementado continuamente. A tecnologia Profiles permite às empresas acompanhar passo a passo todas as etapas da vida profissional de seus funcionários, da contratação às promoções", observa Corrêa, explicando que a avaliação é feita por meio de questionários, respondidos pelos candidatos. O executivo explica que são sete ferramentas: Profile XT –Ferramenta de administração dinâmica para seleção, desenvolvimento, treinamento, promoção, administração e planejamento de sucessão. O sistema identifica a pessoa que melhor se molda ao cargo. Step One Survey (SOS II) –

Utilizada para medir a integridade, abuso de substâncias, confiança e ética no trabalho do funcionário. Checkpoint –Para o gerenciamento e desenvolvimento de habilidades de liderança. Profiles Sales Indicator – Ajuda a encontrar e contratar profissionais de vendas. Profiles Performance Indicator – Avalia as diferenças entre os funcionários e indica como usar este conhecimento para se obter o aumento da produtividade. Profiles Team Analysis – Auxilia os líderes a conseguirem o melhor de cada membro da equipe. Customer Service Perspective –Para a contratação e treinamento de atendimento ao cliente. (CO)

DICAS DC

ORACLE INOVA Consultoria da Oracle do Brasil adotou um método inovador na avaliação de seus profissionais. O processo de promoções agora lança mão de práticas de auto-avaliação, opinião dos supervisores e discussão sobre cada consultor em um comitê. Segundo a empresa, na base do novo método estão transparência, consenso e objetividade. A empresa adota ferramentas e processos que tornem as avaliações de desempenho objetivas e justas. www.oracle.com.

ZEBRA NA ESPANHA departamento de trânsito do Ministério do Interior da Espanha está equipando todas as viaturas da Guarda Civil com impressoras móveis da Zebra,

com conexão sem fio a computadores handheld, para emissão de multas de velocidade, tíquetes de estacionamento e outras citações referentes ao trânsito. www.zebra.com.

MANDRIVA E LINBOX Mandriva, uma das principais desenvolvedoras Linux do mundo, investiu US$ 1.739 milhão para adquirir 100% da Linbox Free And Software, empresa de tecnologia da informação, especializada em software livre, com sede em Lorraine (França). Em 2005, a Linbox totalizou receita de US$ 844 mil, com expectativa de crescer 20% este ano. A aquisição é motivada pela identificação nos projetos. A Mandriva posicionou-se no mercado de software para grandes empresas, em particular com o produto Pulse. Esta solução e os

produtos da Linbox são complementares e já são esperadas vendas conjuntas nas bases instaladas. www.mandriva.com.br

MAGAZINE LUIZA epois das fortes promoções de produtos de informática das redes Exta e Carrefour, o Magazine Luiza decidiu ganhar sua fatia. Lançou uma oferta que deve tentar muitos consumidores: um computador, fabricado pela Sybtax, a preço popular mas com bons recursos e monitor LCD de 15 polegadas. A máquina, que vem com 80 GB de HD, 256 MB de memória, gravador de CD, sistema operacional Linux e gabinete nas cores prata e preto, será vendida a R$ 1399, à vista, ou em 25 de R$ 77,90. O Magazine Luiza tem 352 lojas, em sete Estados. E uma loja na internet. www.magazineluiza.com.br


6

Empresas Imóveis Finanças Legislação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MAIS CRÉDITO CONSIGNADO NO BRASIL

terça-feira, 10 de outubro de 2006

150

por cento anuais é o crescimento verificado no crédito consignado do BB

PESQUISA FOCUS DO BC APONTA AGORA CRESCIMENTO DE 3,01%. ERA DE 3,09% UMA SEMANA ATRÁS.

PREVISÃO DO PIB REDUZIDA DE NOVO Brendan Mc Dermid/ Reuters

O

mercado financeiro reduziu novamente sua previsão para o crescimento da economia neste ano. A pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), mostrou que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 3,09% para 3,01%. Com o novo recuo, a previsão ficou ainda mais abaixo da projeção feita pelo próprio BC, de 3,5%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,2%. Para o ano que vem, a previsão de expansão do PIB foi mantida em 3,5% pela sexta semana consecutiva. A pesquisa, que envolve cerca de 100 instituições financei-

ras, demonstrou, no entanto, uma previsão de crescimento maior da produção industrial. A estimativa subiu de 3,51% para 3,56% no ano, interrompendo uma seqüência de quatro quedas seguidas para esse indicador, que era de 3,81% há quatro semanas. Para o ano que vem, a projeção de aumento da produção industrial subiu de 4,2% para 4,3%. Apesar da expansão, o crescimento estimado é menor que os 4,5% registrados há um mês. Superávit – O levantamento do Banco Central apontou também retomada do aumento da previsão do superávit em conta corrente neste ano – que aponta o resultado das rela-

ções do Brasil com seus parceiros internacionais, tanto em â m b i t o c o m e rc i a l q u a n t o financeiro. A previsão cresceu de US$ 10 bilhões para US$ 10,5 bilhões. O aumento da projeção interrompeu a seqüência de duas semanas consecutivas de estabilidade. Já um dos componentes do superávit em conta corrente do País, a balança comercial, teve previsão de resultado estável em US$ 43 bilhões neste ano, pela terceira semana seguida. As projeções de superávit da balança comercial no próximo ano também não mudaram, prosseguindo na casa dos US$ 36 bilhões pela sexta semana consecutiva. (AE)

Consignado no BB chega a R$ 7 bi

A

expansão do crédito no Brasil nos últimos anos foi voltada quase que exclusivamente para o consumo. Segundo a avaliação de Aldo Luiz Mendes, vicepresidente da área de finanças do Banco do Brasil, o financiamento à produção e investimentos não deverá vir do crédito direto, mas por outras vias, como o mercado de capitais e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A próxima onda de crédito deverá ocorrer no financiamento imobiliário, adiantou o executivo do BB. "A estrutura das taxas de juros já está permitindo um alongamento desse

crédito. Os bancos que cresceram no consignado vão crescer agora no crédito imobiliário", afirmou. No Banco do Brasil, o grande avanço do crédito ao consumidor ocorreu principalmente por financiamento com desconto em folha. Mendes informou que o crédito consignado no BB cresce ao ritmo de 150% ao ano. O estoque de financiamentos desse tipo deve alcançar a casa dos R$ 7 bilhões neste mês. Era de R$ 3,8 bilhões em dezembro de 2005, e chegou a R$ 6 bilhões em junho passado. Debêntures – Para reforçar a importância do mercado de capitais, o diretor do Banco do Brasil destacou que, neste ano,

a emissão de debêntures e outros títulos de renda fixa deve superar R$ 20 bilhões. E projetou que o volume de recursos para abertura de capital ou emissões secundárias de ações ultrapassará R$ 25 bilhões. "Esse mercado de capitais supre a ausência de crédito, pois só há financiamento de longo prazo disponível do BNDES." Seminário – Aldo Luiz Mendes participou ontem, no Instituto de Economia da UFRJ, no Rio de Janeiro, do Seminário Internacional Políticas Econômicas e Financiamento para o Desenvolvimento, evento realizado pela UFRJ e pela UFF em homenagem à teoria de Keynes. ( AG))

Edmund Phelps ajudou a entender o que acontece com a inflação prevista por empregados e mercado

NOBEL

Economista norteamericano estudou a interação entre empregos, salário e inflação nos anos 1960.

Premiada teoria do salário

O

norte-americano Edmund Phelps foi o ganhador do Nobel de Economia de 2006 por seus estudos sobre a interação entre preços, desemprego e expectativas de inflação, anunciou ontem a Real Academia Sueca de Ciências em Estocolmo. Phelps, da Universidade Columbia, foi escolhido devido a um trabalho da década de 1960, contestando a noção de que os agentes políticos poderiam combater a inflação ou o desemprego, mas não ambos. Expectativa – O economista, de 73 anos, mostrou que as tendências de salários e preços dependem da expectativa de inflação e também do vigor da oferta de empregos. Ele ganhará o prêmio de 10 milhões de coroas (US$ 1,37 milhão).

Na sua pesquisa, Phelps sugeriu que, ao estabelecer preços e negociar salários, patrões e empregados estimam a inflação futura, que por sua vez influencia a elevação de preços efetiva. "O trabalho alterou fundamentalmente nossas opiniões de como a macroeconomia opera", disse a academia. Como funciona – A base teórica montada na década de 1960 por Phelps ajudou os economistas a entenderem as causas do aumento de preços e do desemprego na década de 1970. "A taxa de desemprego no longo prazo não é afetada pela inflação, mas determinada pelo o mercado de trabalho", disse nota da academia. Edmund Phelps disse que estava se sentindo "cada vez melhor, conforme vai caindo a

ficha de que eu ganhei este maravilhoso prêmio". "Havia uma parte de mim que já estava esperando", acrescentou. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) gosta de citar o economista Phelps em debates sobre emprego e renda mínima. "Ele observa que, quanto mais pessoas forem empregadas, menor será o custo para a sociedade", afirmou o senador. Acréscimo – O prêmio de Economia não é uma das categorias instituídas originalmente pelo milionário Alfred Nobel. Ela foi acrescentada à lista original em 1969, quando o Banco Central da Suécia resolveu homenagear o criador da famosa premiação. Todos os Nobel deste ano anunciados até agora foram ganhos por norte-americanos. (Reuters)

Patrícia Santos/AE

Trabalhadores contrários à greve discutem com piqueteiros em agência do Largo São Bento, São Paulo. Vinte e nove agências receberam reforço policial.

Bancários decidem continuar greve

O

s bancários de São Paulo aprovaram ontem em assembléia, por unanimidade, continuar hoje a greve decretada no último dia 4, conforme informou o sindicato da categoria. A greve nacional deve entrar assim em seu sexto dia em São Paulo e Osasco e no 15° dia nos estados onde o movimento começou antes do previsto pelo comando nacional. No levantamento realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco ontem, mais de 36 mil bancários haviam paralisado as atividades em 494 locais, entre agências e centros administrativos. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não divulgou os números de adesão.

Confronto – A greve ganhou mais adeptos ontem em Campinas e cidades vizinhas. Ao menos 160 das 550 agências da região pararam as atividades pela manhã. Mas por volta das 10h30, apoiadas por força policial, 29 voltaram a funcionar, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campinas e Região. Aproximadamente 4,5 mil dos 9 mil bancários que trabalham na região paralisaram os serviços. Na cidade de São Paulo, funcionários do Unibanco que eram impedidos pelos piqueteiros de trabalhar discutiram em frente à agência do Largo São Bento, no Centro, forçando a entrada. Os trabalhadores pedem,

entre outros itens, reajuste salarial de 7,05%, percentual bem superior à proposta da Fenaban, que é de 2,85%. Caixa eletrônico – De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes das instituições têm sido orientados a usar os serviços de auto-atendimento. Dados da entidade indicam que o usuário já opta por serviços alternativos aos dos caixas das agências. Das 35 bilhões de operações de 2005, apenas 10,6% foram feitas por esse meio. Os caixas eletrônicos foram usados para 30,7% das operações, seguidos por débito automático (28,6%), internet (16,7%), por correspondentes e pontos de venda (9,5%) e por telefone (3,9%). (Agências)


4

Gover no Eleições Estados Corr upção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Aqueles que querem divergir é melhor sair primeiro (do partido). Jorge Bornhausen

ROSEANA PODE SER EXPULSA DO PFL

OS PEEMEDEBISTAS NÃO QUEREM A PRIVATIZAÇÃO DE ESTATAIS Jefferson Bernardes/AE

O

PMDB do Rio Grande do Sul aprovou ontem, em congresso extraordinário, o apoio do partido aos candidatos tucanos à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo do Estado, Yeda Crusius. Com base em reuniões prévias, a Executiva do partido redigiu uma moção que foi apresentada e aprovada por aclamação no congresso. Nela, o PMDB "recomenda" o voto nos tucanos por representarem "a alternativa adequada às indispensáveis mudanças no deteriorado quadro nacional e, esperamos, a definição de compromissos com políticas voltadas ao interesse público". Na moção, o PMDB defende a preservação do controle público estadual de "instituições fundamentais ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul",

sem especificar a quais se refere. Na semana passada, deputados do partido pediram o compromisso pessoal de Yeda contra a privatização do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), já que o candidato a vice em sua chapa, Paulo Afonso Feijó (PFL), é defensor da transferência da instituição financeira gaúcha para a União, o que abriria espaço para a desestatização. Apesar do apoio de seu partido, o governador Germano Rigotto (PMDB) declarou, na semana passada, que ficará neutro nas disputas eleitorais estadual e na nacional. Números – Yeda começou o 2º turno com vantagem sobre o adversário Olívio Dutra (PT), conforme pesquisa Ibope divulgada no sábado. A candidata tucana obteve 63% das in-

A

primeira pesquisa Datafolha do 2º turno indica que a maioria dos eleitores pobres vota em Lula e os ricos e eleitores da classe média, sobretudo a alta, votam em Alckmin. Isto é: entre eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 700), Lula obtém 59% dos votos e Alckmin 34%. Em compensação, entre os que ganham acima de 10 mínimos, o tucano alcança 69% dos votos e o petista 24%. A pesquisa aponta que Lula tem a preferência dos eleitores negros e nordestinos, enquanto Alckmin é o candidato da preferência dos brancos e de quem tem maior grau de escolaridade.

PAU E PAU

Geraldo Alckmin tem 47% da preferência dos eleitores que moram nos quatro estados do Sudeste – São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo – enquanto Lula fica com 45%. Podese dizer que, por enquanto, existe um empate técnico na região entre os dois candidatos.

VANTAGEM

Yeda: Preferida nas intenções de votos no Rio Grande do Sul.

tenções de voto, ante 29% do petista. O Ibope entrevistou 2.002 eleitores nos dias 4 e 5 de outubro em 101 municípios.

Entre os entrevistados, 5% não souberam responder e 3% declararam voto nulo ou em branco. (AE)

BISCAIA LUTA PARA VOTAR o presidenciável Geraldo REQUERIMENTOS

ROSEANA PODE SAIR DO PFL presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou ontem que sua legenda vai reunir a Executiva, a partir do dia 17, para iniciar o processo de punição da governadora e candidata à reeleição no Maranhão, Roseana Sarney. "Vamos examinar a questão à luz da lei e do estatuto. E é evidente que, no mínimo, se iniciará um processo de punição, ou seja, de expulsão." A governadora será submetida à Executiva do PFL porque está contrariando a orientação da sigla e apoiando, nestas eleições, o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, quando a presidência do partido determinou o apoio ao tucano Geraldo Alckmin. "A questão é de coerência e credibilidade, pois

Fábio Motta/AE

Eymar Mascaro

Os votos de cada um

PMDB DO RS APÓIA TUCANOS

O

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Alckmin. Ele elogiou o desempenho do tucano no debate de domingo à noite na TV Bandeirantes. "Ele fez aquilo que a nação esperava. Cobrou a ética de um governo que fez o mensalão, o valerioduto e este dossiê fajuto." Além de Bornhausen, Alckmin esteve reunido também com os presidentes nacionais do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PPS, deputado federal Roseana pode ser expulsa do partido Roberto Freire (PE). Freire também gostou da atuatemos um compromisso com o ção do tucano no primeiro emBrasil e com a candidatura Al- bate televisivo com Lula. "Dá ckmin. Aqueles que querem para sentir nas ruas que Alckdivergir é melhor saírem pri- min demonstrou firmeza e cameiro", entende Bornhausen. ráter, pois ele falou de corrupO presidente nacional do ção cara a cara (com Lula) e coPFL esteve reunido ontem com brou respostas." (AE)

SERRA EVITA ESPECULAR SOBRE EQUIPE

E

leito em 1º turno, José Serra faz planos para sua administração a frente do Palácio dos Bandeirantes. Presente no teste operacional do corredor de ônibus Expresso Tiradentes, em companhia do prefeito Gilberto Kassab, Serra declarou que pretende recriar a Secretaria de Administração e Gestão, para desafogar a atual Secretaria de Governo. "A Secretaria de governo concentrará tudo relacionado ao funcionalismo, para que a administração seja mais eficiente", afirmou. Serra ressaltou, no entanto, que a reativação da secretaria não implicará em aumento nos gastos: "Não vamos criar novas vagas ou aumentar o orçamento. A ação é separar a Secretaria de Governo em duas." Sobre o anúncio de sua equipe, Serra garantiu que ainda vai demorar para acontecer, mas que isso não está relacionado à disputa para a Presidência da República. "Ainda não está definida, e falar apenas alguns nomes gera especulação", garantiu. Ele parabenizou Kassab, pelo projeto Cidade Limpa, contra a poluição visual: "Sua aprovação foi um gesto corajoso", afirmou. (FG)

O

presidente da CPMI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), tenta hoje votar 170 requerimentos que estão à espera de análise desde o início da campanha eleitoral. Os requerimentos prevêem a convocação de envolvidos no escândalo do dossiê contra candidatos do PSDB, além dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa (PT), José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB) e Saraiva Felipe (PMDB). Na semana passada, os requerimentos não foram votados por falta de quórum. Vampiros e sanguessugas – Entre os requerimentos à espera de votação estão a convocação de cinco envolvidos no escândalo do dossiê Vedoin contra tucanos: o advogado Gedimar Passos; o empresário Valdebran Padilha; o ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda; o ex-assessor da Presidência da República, Freud Godoy e o ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas. Há também o requerimento de convocação do empresário Abel Pereira, que supostamente tinha ligação com o ex-ministro Barjas Negri. Na pauta de reunião, os integrantes da CPMI também pretendem votar os requerimentos com os pedidos de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de envolvidos com a máfia das ambulâncias e dos envolvidos na suposta confecção do dossiê, descoberto pela Polícia Federal. Arena – Com o fim do 1º turno das eleições, a CPMI dos Sanguessugas foi transformada em um palco para os embates entre governo e oposição. Isso ficou claro, na semana passada, durante uma reunião informal da comissão de investigação que terminou em franco bate-boca entre os parlamentares que apóiam a candidatura tucana à Presidência da República, de Geraldo Alckmin, e aqueles que defendem um novo mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT. (AE)

Dos cerca de 55 milhões de votos concentrados no Sudeste, 28 milhões são de São Paulo. É nesse Estado que Alckmin leva ampla vantagem sobre Lula. No 1º turno, o tucano obteve 54% dos votos paulistas, cabendo a Lula 36%. Uma diferença de 18 pontos percentuais. A situação de Alckmin no Estado é de estabilidade.

CARIOCAS

Alckmin não tem muita esperança de reverter o quadro eleitoral no Rio, devido às implicações que envolvem seus aliados no Estado. No 1º turno, Lula ficou com 44% dos votos de 11 milhões de eleitores, enquanto Alckmin obteve 25%. Uma diferença de 19 pontos percentuais.

RECUO

Como o prefeito César Maia (PFL) recuou de sua posição de não mais apoiar o tucano devido à aproximação de Alckmin do casal Garotinho (PMDB), o PSDB acredita que seu candidato pode sonhar em ganhar alguns pontos entre os cariocas. O que vier, dizem os tucanos, é lucro.

POBREZA

Os tucanos confiam na divulgação do programa de Alckmin para o Nordeste para melhorar a posição do seu candidato na região. O petista arrancou 66% da votação no Nordeste. A região tem 33 milhões de votos. Alckmin ficou com 25% no 1º turno.

MAR DE VOTOS

A luta dos tucanos é para atrair votos, por exemplo, na Bahia. No 1º turno, Alckmin ficou com apenas 23% dos votos baianos, contra 59% de Lula. A Bahia é o maior colégio eleitoral do Nordeste, com 9 milhões de votos. Os líderes da campanha tucana no Estado são Antônio Carlos Magalhães (ACM) e Paulo Souto, pefelista derrotado para o governo do Estado.

DESCONSOLO

Embora o vice de Alckmin, senador José Jorge, seja de Pernambuco, o tucano alcançou no Estado apenas 20% da votação, enquanto Lula ficou com 62%. Alckmin espera contar com maior empenho do senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) para melhorar sua posição local. Pernambuco tem 5,7 milhões de eleitores.

ESPERANÇA

Outro tucano que promete tirar voto de pedra no Ceará para Alckmin é Tasso Jereissati. Está na hora, porque no 1º turno Lula alcançou mais de 60% dos votos cearenses contra 20% de Alckmin.

ÍNDICE

NA FRENTE

O apoio do PMDB regional à candidatura de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Rio Grande do Sul (contra Olívio Dutra, do PT) deve favorecer Alckmin. No 1º turno, Alckmin alcançou 51% dos 7,5 milhões de votos gaúchos, contra 30% de Lula. Os agricultores no Estado votaram contra Lula.

DÚVIDA

Tecnicamente empatado com Osmar Dias (PDT), o candidato à reeleição do PMDB ao governo do Paraná, Roberto Requião, ainda não sabe se abrirá seu palanque para Lula no 2 º turno. Alckmin lidera as pesquisas no Estado. No 1º turno, o tucano alcançou 49% dos 7 milhões de votos paranaenses e, Lula, 35%.

O 1º debate entre os dois candidatos a presidente realizado pela TV Bandeirantes alcançou bons índice de audiência: 20 pontos de pico e 14 de média, segundo prévia do Ibope. O programa atingiu a cerca de 1 milhão de residências na Grande São Paulo.

ATAQUE

O tucano Geraldo Alckmin foi mais agressivo do que Lula no debate. Alckmin procurou encurralar Lula, cobrando do presidente a origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão) para a compra de um dossiê contra os tucanos. O candidato do PT não soube responder, mas disse que também está interessado em saber de onde veio o dinheiro.

IRRITADO Alckmin foi incisivo no debate ao desmentir que pretenda privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e até a Petrobras, como denunciou Lula. O tucano chamou o petista de mentiroso.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Logo Logo

Ele [Fidel] não está à beira da morte como estão dizendo. Está cada vez melhor.

Adalberto Roque/AFP

terça-feira, 10 de outubro de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

Do presidente interino de Cuba, Raul Castro, no poder desde o dia 31 de julho, sobre seu irmão mais velho Fidel Castro. A declaração foi uma resposta à revista Time que, citando fontes dos EUA, disse que Fidel tem câncer em estágio terminal.

10 OUTUBRO Recolhimento de ICMS, ISS, IPI, IRRF e INSS

I NTERNET H ISTÓRIA

União de fenômenos

Vaticano revela cemitério romano Reuters

Google leva o site YouTube por US$ 1,65 bilhão e avança no mercado de vídeos

O Visitantes do Vaticano poderão, em breve, descer a um mundo ancestral dos mortos, uma recém-descoberta necrópole que foi cemitério dos ricos, e também não dos tão ricos, do Império Romano. Representantes dos Museus do Vaticano e arqueólogos ofereceram a jornalistas, nesta segunda-feira, um passeio pela necrópole, descoberta há três anos, durante a construção de um estacionamento. Um arqueólogo disse que as esculturas, entalhes e outros objetos sepultados com os

mortos fazem do achado uma "pequena Pompéia" dos cemitérios. Os túmulos, que vão desde simples urnas de terracota ainda contendo restos dos mortos a sarcófagos delicadamente esculpidos datam de entre a era de Augusto (23 a.C. - 14 d.C.) à de Constantino, no início do século IV. Enterrados ali estavam romanos da classe alta, bem como artesãos sepultados com os símbolos de suas profissões, o que dá aos arqueólogos um vislumbre raro da vida da classe média e baixa.

AFP

Google, líder de buscas na web, anunciou ontem a compra do YouTube, o site de vídeo mais popular da rede, por US$ 1,65 bilhão em ações. Segundo analistas, a compra garante ao Google uma posição privilegiada no mercado nascente de anúncios de vídeo pela internet. As ações do Google subiram 2% na bolsa eletrônica Nasdaq, fechando a US$ 429, preço que não alcançava desde o fim de abril A aquisição foi anunciada logo depois do fechamento da bolsa. Na sexta, os papéis já haviam subido 2%, depois que saíram notícias sobre a possível compra do YouTube pelo Google. Nos últimos dois dias, o Go-

ogle ganhou quase US$ 4 bilhões em capitalização de mercado. Mais que o dobro do valor oferecido pelo YouTube. "O YouTube é fenomenalmente valioso em termos de tráfego, o que é tão importante na internet quanto a localização é importante no mercado imobiliário", disse o analista Sasa Zorovic, da Oppenheimer. "O YouTube tem quase 50% do mercado de vídeo na internet. Combinado com o Google Video, eles terão perto de 60% do tráfego."

Criado em fevereiro de 2005, o YouTube tornou-se extremamente popular desde novembro, ao permitir que os usuários compartilhassem vídeos feitos em casa ou tirados da televisão. "Financeiramente, o Google está sentado em uma pilha de US$ 10 bilhões em dinheiro, e o preço ficou dentro da expectativa", afirmou Steve Neimeth, gerente de investimentos da AIG SunAmerica Asset Management. O YouTube exibe cerca de 100 milhões de vídeos diariamente, e tem chamado atenção de grandes companhias porque material com direitos autorais que aparecem em suas páginas sem permissão. O YouTube manterá a marca e seus 67 funcionários. O negócio deve ser finalizado até o fim do ano. (AE)

Gali Tibbon/AFP

E UA Robyn Beck/AFP

M EDICINA

Obesidade afeta memória Obesidade e memória não combinam. Esta é a conclusão de um estudo realizado por uma equipe francesa e publicado ontem na revista Neurology. Os pesquisadores compararam o desempenho intelectual de pessoas com excesso de peso e normais e descobriram uma relação entre o excesso de peso e algumas capacidades cognitivas, especialmente a memória. Para os cientistas, o estudo mostra que é possível prevenir o envelhecimento mental pelo comportamento alimentar. B RAZIL COM Z

Tropicália na maçã A agência de notícias Bloomberg divulgou ontem que o Museu do Bronx, em Nova York, totalmente reformado e ampliado, acaba de abrir uma exposição que convida o público a criar suas próprias obras de arte, arrancar os sapatos, mergulhar os pés numa enorme caixa de areia e debater política com papagaios. A mostra "Tropicalia: A Revolution in Brazilian Culture'' (Tropicália, uma revolução na cultura brasileira) recupera a história e as intenções políticas do movimento cultural. www.bronxmuseum.org

T ELEVISÃO

'Enterprise' por US$ 500 mil

L

L E M

O Halloween, a festa das bruxas que acontece em 30 de outubro, já aquece o mercado norte-americano de abóboras. As famílias utilizam abóboras na decoração para a festa.

BATISMO - Mais de 5 mil peregrinos evangélicos brasileiros participam de uma cerimônia de batismo coletivo no rio Jordão, ao norte do mar da Galiléia, em Israel. Segundo a tradição, Cristo foi batizado no rio por João Batista.

C A R T A Z H UMOR

MAWACA Grupo Mawaca (foto), no ciclo Lé com Cré (encontro entre músicos de diferentes gêneros e trajetórias). Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Às 13h e 19h30. R$ 6 e R$ 3.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Phaser de Viagem Jornada nas Estrelas com segurança

Pesqu/agencia_pes.asp

E DUCAÇÃO

Uma girafa contra o analfabetismo

sé Javier Benedito, José Bon e Carmen Rosselló (Espanha) estudaram a velocidade ultra-sônica em queijo cheddar e abocanharam o Ig Nobel de química. O cobiçado prêmio de literatura

ficou com Literatura: Daniel Oppenheimer (EUA), pelo artigo "Conseqüências do amplo uso da erudição vernacular: problemas com o uso de longas palavras sem necessidade".

A nova estrela da TV etíope é uma girafa falante e curiosa, que vem ajudando a preencher a lacuna educacional em um país pobre, onde a maior parte dos adultos não sabe ler e muitas crianças não estão na escola. Um episódio de Tsehai Adora Aprender dura de sete a oito minutos e mostra a girafa Tsehai reunida com a família e os amigos num cenário gerado por computador que evoca a paisagem etíope. Desde sua estréia, em setembro, o programa da TV estatal etíope tem como foco o meio ambiente e tenta ensinar o alfabeto local, o amárico. A Unesco, que contribuiu com US$ 6.000 para a produção, estima que a girafa chegue a cerca de um milhão de etíopes. L OTERIAS Concurso 159 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

L

www.extranet.turismo.gov.br/

6545429-6744904?ie=UTF8

www.amazon.com/Star-Trek-40th-

T

L

B000GPWS4K/ref=pd_sxp_f_pt/102-

O 'Star Trek 40th Anniversary Phaser' é uma réplica original da série que estreou em 1966. O site Amazon.com está vendendo o item de colecionador por US$ 27,99.

odos os anos, em época de divulgação dos vencedores do respeitado Prêmio Nobel, a revista científica Improbable Research organiza a premiação paralela - o Prêmio Ig Nobel - para reconhecer os estudos "que não podem ou não deveriam ser reproduzidos". Entre os vencedores deste ano está Francis M. Fesmire, da Universidade do Tennessee. O pesquisador levou o Ig Nobel de medicina por descobrir uma cura infalível para o soluço: "massagem digital no reto", uma versão do temível exame de toque para câncer de próstata. Outros cientistas premiados com o Ig Nobel 2006: Howard Staleton (País de Gales) inventou um dispositivo sonoro repelente de adolescentes e ficou com o Ig Nobel da Paz; Basile Audoly e Sebastien Neukirch (França) descobriram por que espaguete seco ao ser dobrado se quebra normalmente em mais de dois pedaços e ganharam o prêmio de física; Antonio Mulet, Jo-

L

Anniversar y-Phaser/dp/

Antes de comprar um pacote ou serviço de turismo, uma boa idéia para evitar eventuais problemas futuros é consultar o credenciamento da agência responsável pela venda. No site do Ministério do Turismo, existe um campo específico para a pesquisa desse tipo de informação. A busca pode ser feita pelo estado de atuação da empresa, nome ou cidade. Para cada empresa, o site traz todas as informações relevantes, como endereço, registros, telefones.

Nobel do riso

O capitão da Frota Estelar Jean-Luc Picard a comandou. Agora, ela pertence a algum fã da série Jornada nas Estrelas: trata-se de um modelo da nave estelar Enterprise, usado nas seqüências de Star Trek: A Nova Geração foi vendido por US$ 576 mil no sábado em um leilão de fantasias, cenários e objetos dos 40 anos da série de ficção científica Jornada nas Estrelas. A miniatura de mais de um metro, construída pela Industrial Light and Magic, estreou em 1987. Mais de mil itens dos arquivos da CBS Paramount Television Studios foram vendidos no leilão. E os fãs tiraram do bolso um total de US$ 7,1 milhões.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Autoridades dinamarquesas explicam nova série de caricaturas de Maomé, agora em vídeo Policiais britânicos usam a força contra manifestações pacifistas em frente ao Parlamento Irmão de vice-presidente do Iraque é assassinado por homens em uniformes militares

01

02

03

04

05

06

08

10

11

14

15

17

20

24

25


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

acima de tudo, na contrariedade do eleitor com o estilo e métodos da campanha de Lula e da companheirada.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

uso da máquina pública em benefício da pessoa do candidato Lula por parte dos petistas, ministros, governistas, os conchavos partidários dentro dos próprios da União, revelam só mais uma ponta das centenas de direções desse uso despudorado dos recursos públicos na gestão do burguês ex-metalúrgico. Outro detalhe do enfraquecimento da posição de Lula perante o pleito: adotou-se a surrada técnica diversionista de o candidato reassumir a falsa figura do Lulinha paz e amor enquanto ministros, apaniguados, petistas (embora seja tudo redundância) vociferam críticas, acusações, quase todas requentadas do pleito anterior e buscam alcançar a figura do candidato Alckmin através de ações do seu partido na gestão já distante anos-luz de FHC. Estou convencido de que o tom da campanha no horário eleitoral e nos

O PAULO SAAB VITÓRIA DE GERALDO o dia dez de setembro, sob o título Possível Segundo Turno, antecipei aqui os motivos pelos quais acreditava na possibilidade da eleição presidencial não se definir no primeiro turno. O zeloso leitor colecionador da coluna pode revisitá-la, ou rememorar pela internet, em face da consideração seguinte: estou convencido de que Geraldo Alckmin está mais perto de subir a rampa do Planalto do que Lula lá permanecer. Para alívio geral da pátria. Claro que minhas convicções não se baseiam em simples desejo pessoal, mas,

Maurício Lima/AFP Photo

N

O DEBATE PT e PSDB são parecidos. Estão mais interessados no poder de arrebanhar votos.

É

G Há um vácuo

político de idéias de direita, deixando uma parcela ponderável do eleitorado órfão de liderança. G O debate na Rede Bandeirantes foi um show de Geraldo Alckmin sobre Lula. G Se o debate

da Globo tiver o mesmo feitio e o mesmo resultado, ouso afirmar que Geraldo Alckmin será o novo presidente.

tos, e 3- Sobre a questão da Bolívia, que deve ter chocado todos os brasileiros, pois afinal Lula foi eleito para defender nossos interesses e não os dos bolivianos. Ficou claro que ele desconhece seu papel mais elementar enquanto presidente da República. Lula não teve nenhum momento saliente contra Alckmin; ao contrário. Ficou na defensiva todo o tempo. Sua imagem de cara de ressaca, envelhecida como um barril de carvalho e com ar doentio dos consumidores habituais de álcool, era o oposto da jovialidade e da vitalidade de Alckmin. Em termos midiáticos não poderia ser mais favorável ao candidato das oposições. E Lula cometeu dois erros capitais: o primeiro foi citar George Bush na comparação com o caso da Bolívia, como se algo tivesse a ver com Bush. Nem Lula é do Partido Democrata e nem seu eleitorado está nas terras do Tio Sam. O que os brasileiros esperavam era uma ação afirmativa do governo Lula em defesa dos interesses nacionais e ele não o fez e não há explicação para essa omissão. O outro erro foi insistir em citar o governo FHC e números comparativos, mais das vezes estapafúrdios, como se esse argumento pudesse ter alguma ressonância junto ao eleitorado. Ninguém mais lembra do governo FHC. Penso que o fez por absoluta falta do que falar contra Geraldo Alckmin e seu excelente governo em São Paulo. Falta de discurso. O vazio de sua retórica ficou patente. debate da Bandeirantes foi um massacre de Geraldo Alckmin contra Lula, conforme eu já esperava. Lula não tem tutano para um enfretamento cara a cara com alguém tão notavelmente superior, seja em termos intelectuais, seja em termos de experiência administrativa. Se o debate da Globo tiver o mesmo feitio e o mesmo resultado, ouso afirmar que Geraldo Alckmin será o novo presidente do Brasil.

O

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

NIVALDO CORDEIRO WWW.NIVALDOCORDEIRO.ORG

E

P

O governo arrecada cerca de 38% do PIB, mas só investe 3% (com as estatais), o que limita o crescimento do País. Nessa pobreza, como escolher onde investir?

Ari Vicentini/AE

O que deve ser prioridade M no investimento AUTA público em 2007? PRIORIDADE PRA QUÊ?

ENERGIA VEM ANTES

Prioridade no "investimento público"? Como ter prioridades se praticamente não há investimento público? O setor público brasileiro precisa investir 5% do PIB no mínimo, não consideradas as empresas estatais. Na prática, investe menos de 2%, consideradas as empresas estatais; sem elas, creio que esse investimento está em torno de 0,5% do PIB. A prioridade é uma só: aumentar a poupança pública, através do ajuste fiscal e a redução dos juros, e, assim, aumentar o investimento público.

Nosso gasto público é de baixa qualidade e muito engessado. Considerando que a infra-estrutura nacional é precária em muito setores, os poucos recursos que temos devem ser direcionados para ela. Transportes (estradas, ferrovias, hidrovias), portos (já temos vários gargalos), e, principalmente, energia. É consenso que no período 2008-2010 poderemos enfrentar novo apagão. As formas que o governo tem para investir no setor são o direcionamento de subsídios, facilitando o investimento privado, a utilização de estatais para novas iniciativas, o destravamento das PPPs para o setor (extremamente importante) e o investimento em linhas de transmissão. Além disso, uma maior agilidade na burocracia do governo, em órgãos como o Ibama, na análise dos projetos e contínua melhoria das normas.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, EX-MINISTRO DA FAZENDA E PROFESSOR EMÉRITO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

JULIO CARDOZO, ECONOMISTA.

Caio Guatelli/Folha Imagem

inútil tentar retirar de um debate televisivo idéias gerais de programa de governo, até porque, do ponto de vista formal, os programas partidários do PT e do PSDB são muito assemelhados. São documentos para consumo externo e pouco ou nada pautam a ação dos governantes, uma vez eleitos. Lula, por exemplo, cumpre a cartilha do Foro de São Paulo e seus documentos oficiais não o citam. Por outro lado, o programa do PSDB fala muito do “social”, mas no governo sua ação se aproxima muito do social-liberalismo, do respeito à economia de mercado, dos valores da sociedade aberta, do respeito à democracia e aos valores ditos republicanos. O problema é que há um consenso na classe política de que defender abertamente idéias liberais não dá voto, o que me parece um equívoco. Hoje, no Brasil há um vácuo político de idéias de direita, deixando uma parcela ponderável do eleitorado órfão de liderança. O que se deve analisar no debate é o seu efeito sobre o público em geral, o eleitorado, o seu poder de arrebanhar votos. E o debate na Rede Bandeirantes foi um show de Geraldo Alckmin sobre Lula. Este último mostrou-se sem máscara, ele por ele mesmo: um analfabeto funcional que não sabe português, um decorador de números que não sabe o que diz, um repetidor de slogan cujo conteúdo desconhece. Alckmin, por seu turno, e com a experiência de governador que realmente governou, não tendo ficado na dependência dos áulicos e nem na obsessão de uma eventual reeleição, mostrou que sabe como funciona o Estado e como é a rotina de um governante. Sublinho três pontos altos de Geraldo Alckmin no debate, tendo em vista o propósito da comunicação de massa: 1- A sua chegada surpreendente, de táxi, fato que sublinha o despojamento franciscano que é a marca de seu estilo pessoal, em contraste com o aparato robusto de Lula e seus acólitos; 2- A sua peremptória afirmação de que venderá o Aerolula, o luxuoso avião que é um escárnio de Lula sobre os brasileiros pagadores de impos-

Estou convencido de que Geraldo Alckmin está mais perto de subir a rampa do que Lula acima de tudo, em análise criteriosa dos motivos que me levaram a crer que haveria segundo turno e, agora, nas atitudes, declarações, ações e perspectivas de ambos os candidatos perante o juiz final, o eleitor. Vou racionalizar antes de prosseguir na linha de argumentação: ao ouvir a prosaica, apelativa, infantil e chorosa afirmação da ex-prefeita Marta, do PT (derrotada também na tentativa de reeleição), segundo a qual, "o Geraldo não gosta de pobre", me convenci de que o desespero tomou conta das hostes (cada vez menores) lulistas. Não há como negar, aqui, um forte componente emocional provocado pela voz da ex-prefeita e seu sempre oco conteúdo. Como o ressurgir de um fantasma expurgado nas urnas por conta do mau trabalho, o ressurgimento do ectoplasma político significa uma ausência de melhor opção. Certamente em minha convicção de vitória de Alckmin há componentes políticos, técnicos e científicos dissociados das idiossincrasias nas análises das votações de primeiro turno, nas projeções de índices de rejeição e zonas de densidade eleitoral mas,

debates será de nível baixo. O PT e Lula sentem que a "boquinha" está escorregando entre os dedos, quando antes contando com o nivelamento que fizeram por baixo da capacidade do brasileiro enxergar o que Serra chamou de "tramóia" - tinham a vitória como favas contadas. A soberba e a sensação de estarem acima do bem e do mal, sem necessidade de prestar conta de seus desmedidos atos, deu no que deu e vai dar na derrocada da gestão petista. que está em jogo não é quem apóia quem ou futricas de campanha. Está em jogo a moralidade pública no Brasil. O respeito e o auto-respeito que a figura do presidente da República e seu governo necessitam dar e ter. Este governo não dá mais, não tem mais. O brasileiro quer aprender a pescar e não depender de receber o peixe de alguém. A maioria do eleitorado, que sabe disso, vai tomar uma atitude, no voto, para que os eleitores que pensam que precisam do peixe, sem saber pescar, possam ter chance de erguer-se.

O

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Eu sempre vi o Alckmin como uma pessoa equilibrada, mansa, da Opus Dei. Tarso Genro

PETISTAS AVALIAM O EMBATE NA TV

Hélvio Romero/ AE - 30/12/02

APÓS 'PURGATÓRIO', LULA ENCONTRA EVANGÉLICOS. Depois de dizer que se deparou com um delegado de polícia (Geraldo Alckmin) no debate, domingo, e não com um candidato adversário, o presidente recebeu um grupo de evangélicos no Palácio do Planalto, que se referiu a ele como um "bem-aventurado". Entusiasmado, ele disse que na vida é possível afastar o demônio. "Amém", responderam.

Barjas Negri cobra explicações

EX-MINISTRO INTERPELA JUDICIALMENTE O PRESIDENTE

Celso Júnior / AE

TARSO: ALCKMIN ESTAVA TREINADO PARA SER 'PIT BULL'.

O

ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que foi surpreendido pelo comportamento do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin no debate. "Eu sempre vi o Alckmin como uma pessoa equilibrada, mansa, uma pessoa da Opus Dei, com paciência para explicar suas posições e ele na verdade apareceu como um pit bull", comentou, referindo-se à postura agressiva do tucano. Na mesma avaliação, o ministro de Lula deu a entender que não via como espontâneo o comportamento do candidato do PSDB. "Ele estava treinado para parecer furioso, embora o fizesse com muita dificuldade porque é muito de cera, muito frio". Para Tarso, Lula venceu o debate por ter acabado com a mistificação do "sabia ou não sabia" que a oposição faz.(AE)

Debate entre presidenciáveis na 'TV Bandeirantes'

CONFRONTO INÉDITO GERA AUDIÊNCIA RECORDE

M

O

prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri (PSDB), disse ontem que vai interpelar judicialmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pela Coligação A Força do Povo (PT / PRB / PC do B), pelas referências que fez ao seu nome durante o debate de domingo na "TV Bandeirantes". Caso a resposta não seja satisfatória, ele cogita mover uma ação por danos morais. Quando respondia a uma pergunta do seu concorrente, Geraldo Alckmin (PSDB), sobre a corrupção no governo, Lula completou a resposta com uma pergunta sobre a suposta ligação do ex-ministro da Saúde, Barjas Negri, com o caso dos vampiros e "transações obscuras". Segundo Lula, Negri tem 102 condenações dos tribunais de contas. Negri ocupou o cargo quando o então ministro José Serra deixou o Ministério para concorrer à Presidência, em 2002, no final do governo de Fernando Henrique Cardoso. Depois foi secretário de Habitação do Estado de São Paulo. O atual prefeito disse não entender o porquê de ter sido citado por Lula. "Se ele se referia à questão dos sanguessugas, o Ministério da Saúde nunca comprou ambulâncias na nossa gestão. Os convênios eram feitos com as prefeituras e as fraudes noticiadas pela imprensa teriam ocorrido nos municípios", explicou. Negri disse que o presidente foi "infeliz" ao tentar transferir o problema da corrupção para o governo anterior. "Estou conversando com meus advogados para que façam uma interpelação judicial, a fim de que ele explique o que são as tais transações obscuras". De acordo com o prefeito, dependendo da resposta, serão tomadas outras medidas, como uma ação por danos morais. (AE)

06

9/10/

-0 va/ AE

yton Sil va/ Cla Alex Sil

Escalada: depois de se dizer entristecido pela forma como transcorreu o debate, candidato-presidente recebeu evangélicos em audiência.

O

presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o dia do debate foi um dos mais tristes vividos por ele na política e que seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), atuou como um delegado de polícia, defendendo interesses arrogantes, e que ele não tinha o mesmo nível de outros políticos com quem já havia debatido, como Ulysses Guimarães, José Serra, Mário Covas, Paulo Maluf e Fernando Collor de Mello, entre outros. "Ontem pensei que não estava diante de um político, mas diante de um delegado de polícia... O povo não quer ver um político xingando o outro, quer saber o que vai melhorar a vida", acrescentou. Nem tudo, no entanto, foi

desanimador na campanha de da gente. "Houve um tempo Lula. Ele ontem teve um en- em que o pastor era candidato contro com um grupo de evan- e achava que poderia ser difegélicos, por quem foi chamado rente", disse. "Mas o pastor é de "bem-avenum ser humano, turado". Empole o demônio g a d o , o p re s imuitas vezes dente disse não passa perto, arter vergonha de rasta e leva ele p e d i r v o t o s a Muitas vezes um para um lugar pastores e deu político ia se encontrar que não deveria uma espécie de levar, e ele vai." com o pastor para testemunho soNo "testemubre as tentações pedir votos com nho", Lula resdo demônio na vergonha de saltou que, num vida de um ser aparecer. Eu não. processo de dehumano. Ao repuração ao lonPresidente Lula, ontem, ceber o apoio à go da vida, é aos cantores de gospel. possível afastar candidatura por parte de 30 cano demônio. "Astores de estilo sim é o nosso gospel no Palácio da Alvora- corpo, assim é a nossa vida, e a da, ele comparou a corrupção a gente vai vivendo", disse. uma "espinha" que pode ser fu- "Amém, amém", repetiram os rada e sair do corpo e da vida evangélicos pró-Lula.

Lula disse que, pela primeira vez, um presidente não tem vergonha de estar perto dos evangélicos. "Muitas vezes um político ia se encontrar com o pastor para pedir votos com vergonha de aparecer", afirmou o presidente que abriu o Alvorada para a imprensa registrar o encontro dele com os cantores evangélicos. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) citou trecho bíblico em que Jesus diz que os escândalos são inevitáveis. "O candidato Geraldo Alckmin disse que nosso governo gastou demais, fracassou na política econômica e é corrupto", afirmou. "Mas digo em nome de Deus que isso é falso." Crivella pediu aos cantores Robson , Mara Maravilha, Maurizete e Jamine que busquem votos para Lula. (AE)

Evelson de Freitas / AE

MARTA COMPARA TUCANO A COLLOR

E

m mais um dia de campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy comparou o ex-governador paulista Geraldo Alckmin ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, ao avaliar o debate realizado no domingo pela "TV Bandeirantes". Segundo ela, Lula tentou debater questões essenciais para o País, enquanto seu adversário se limitou a atacá-lo. "Ele lembrou alguém que caçava marajás, alguém que era 'vou, arrebento', que era o dono da ética e deu no que deu", afirmou Marta, que aproveitou para pedir votos para o presidente em uma caminhada na cidade de Mauá. Segundo a ex-prefeita, Alckmin tentou reverter a imagem de "picolé de chuchu", encarnando algo como "o Exterminador do Futuro" ou "o Rambo". "Eu achei até grosseiro demais", afirmou Marta. "Se fosse Rambo de verdade, o PCC não estava do jeito que está em São Paulo, ficou uma coisa muito treinada, uma dificuldade de diálogo".

Ela também voltou a acusálo de manter a "sujeira embaixo do tapete" em sua administração, ao coibir 69 CPIs. "Fica lá o caçador de marajás atual, falando, sendo que todos os podres do governo dele estão embaixo do tapete". (AE)

Marta: Alckmin tentou encarnar o 'Rambo'e posa de caçador de marajás.

ais de 1 milhão de pessoas na Grande São Paulo assistiram neste domingo ao debate eleitoral da Rede Bandeirantes de Televisão, o primeiro entre o presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) , o que fez a emissora registrar sua melhor audiência em dois anos. Segundo dados consolidados do Ibope, divulgados pela Band na manhã de ontem, o programa teve 16 pontos de média e pico de 21,5 pontos. Na véspera, os dados prévios eram 14,2 pontos de média e 20 pontos de pico. No domingo, das 20h30 às 22h50, a Band ficou quase uma hora e meia em segundo lugar, perdendo apenas para a Globo, que teve média de 28,5 pontos. Cada ponto de audiência representa 54.400 televisores ligados. Quando atingiu 21,5 pontos de pico, por volta das 22h15, cerca de 1,16 milhão de pessoas tinham suas TVs ligadas na Band. Em sua programação normal, a emissora registra 4 pontos de audiência. (AE)

E CLODOVIL JÁ INCOMODA O CONGRESSO

A

ntes mesmo de tomar posse como deputado federal , o costureiro Clodovil (PTC-SP) foi alvo do protesto do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ele pediu ontem da tribuna aos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC doB SP,), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que façam uma advertência ao deputado eleito para que ele não continue comprometendo o Congresso, com a afirmação de que poderá apoiar um projeto, "se recebesse um pagamento", conforme teria declarado a um jornal argentino. "Um deputado eleito, um representante do povo que comece a vir ao Congresso Nacional dizendo que poderá até vender o seu voto está anunciando que poderá cometer um crime", alegou. Para Suplicy, advertir Clodovil é uma questão de bom senso. "Que (ele) não chegue cometendo algo que certamente fere o decoro parlamentar", disse. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

18,77

9/10/2006

por cento ao ano é o juro médio cobrado para empréstimo para capital de giro.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 05/10/2006 05/10/2006 05/10/2006 05/10/2006 05/10/2006

P.L. do Fundo 10.447.528,56 1.455.400,98 7.853.201,14 18.406.286,82 1.297.806,94

Valor da Cota Subordinada 1.204,724200 1.097,389302 1.168,360100 1.124,944455 1.108,974148

% rent.-mês 0,2874 0,2802 0,5509 0,4090 0,5823

% ano 23,3122 9,7389 16,8360 12,4944 10,8974

Valor da Cota Sênior 1.002,892542 1.090,003525 1.103,794602 0 0

% rent. - mês 0,2314 0,2125 0,2314 -

% ano 0,2893 9,0004 10,3795 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Se consumidor é rei, quem tem cinco milhões de consumidores tem outro tanto de majestades a obedecer.

Divulgação

Fotografia Gestão Comércio Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

QUEM MANDA É ELE: SUA MAJESTADE, O CONSUMIDOR.

A era digital agora acena com uma ruptura completa no modelo publicitário e comercial. Cammie Dunaway, Yahoo

Consumidor 2.0 Sergio Kulpas

consumidor hoje tem mais poder que as marcas, os varejistas e as agências de marketing e publicidade. (...) O velho clichê que diz que 'o consumidor é rei' hoje é a pura expressão da verdade; se você tiver 5 milhões de clientes, terá cinco milhões de 'reis', cujas necessidades individuais precisam ser atendidas. Causou forte impacto a apresentação de Cammie Dunaway, executiva-chefe de marketing do Yahoo, durante o evento da Association of National Advertisers (ANA) que ocorreu entre os dias 5 e 8 de outubro, em Orlando, Flórida. Cammie cunhou (ou ajudou a propagar) um termo que se tornará fundamental nos próximos anos: o "Consumidor 2.0". Em sua apresentação, a executiva consolidou as tendências que estão se manifestando já há alguns anos, com a aceleração da digitalização

dos meios.Vista há alguns anos como uma bonança absoluta para anunciantes, varejistas e agências, a Era Digital agora acena com uma ruptura completa no modelo publicitário e comercial. "O funil será invertido", profetizou Cammie diante de uma platéia com milhares de grandes anunciantes, grupos de varejo e agências dos Estados Unidos. Cammie condensou o sentimento de muitos dos presentes. O impacto de sua apresentação não era pelo choque da novidade, mas pela constatação praticamente unânime de uma verdade. A.G. Lafley, CEO e chairman da gigante Procter & Gamble, classificou o consumidor como "chefe". O executivo-chefe de marketing da P&G, Jim Stengel, prefere chamar os consumidores de "o povo" ("the people", no sentido norte-americano, cujo lema é "o governo do povo, pelo povo e para o povo"). O fato é que os executivos desses setores sabem que o consumidor agora ou controla ou é "co-criador" do processo de marketing. Essa constatação, porém, não resulta em uma uniformidade quanto às estratégias e soluções. O chairman da Procter & Gamble falou em "se deixar levar" ("letting go"), e deu vários exemplos de como a P&G reorienta suas marcas de uma visão de mercado de massa para uma abordagem personalizada, focalizada no usuário final. C a m m i e D u n a w a y, d o Yahoo, sugeriu que a solução

está no mundo online, apontando que os 4 "pilares" do marketing para o Consumidor 2.0 são os elementos que regem o Yahoo: busca, conteúdo, comunidade e personalização. Cammie exemplificou com a l g u n s n o v o s p ro j e t o s d o Yahoo que expandem o nível de personalização, incluindo a "primeira cápsula digital do tempo" -- coleção de vídeos, canções, fotos, textos e outros reunidos pelos membros das comunidades do Yahoo, que serão projetados por raios laser durante um evento no Templo do Sol dos maias no México, e depois "transmitidos para o espaço sideral". Enquanto isso, no planeta Terra, outros executivos de marketing presentes no evento reconheceram que o mundo mudou e o mesmo ocorreu com as técnicas para abordar consumidores. Para o chefe de marketing da Sony Electronics, Michael Fasulo, é preciso ter uma "conversação" com o consumidor. Fasulo explicou que a Sony estabeleceu esse diálogo para saber a melhor abordagem para o mercado de TVs de plasma e LCD. O resultado foi uma campanha que enviava duas mensagens separadas mas simultâneas para homens e mulheres, criando o conceito "A primeira TV para homens e mulheres" para o modelo Bravia de tela plana e alta definição. A Sony, que chegou tarde no mercado de TVs de plasma, se tornou líder desse mercado depois do "diálogo" que inspirou a campanha.

O ponto essencial é que a mais importante associação comercial dos Estados Unidos reconhece de forma generalizada a existência de um novo consumidor, que ganhou poder ("empowerment") graças à evolução das comunicações digitais. Em uma era de comunidades online e grupos de interesse, entender e atingir esse consumidor se tornou uma tarefa mais complexa e mais delicada. Esse "Consumidor 2.0" reage instantaneamente àquilo que considerar abuso ou desrepeito. Ele conhece muito bem seus direitos e não engole desaforos. Além disso (e isso é importante) esse novo consumidor cada vez mais quer participar do processo de criação, em todas as etapas. Os próximos anos serão muito desafiadores para fabricantes, comerciantes e publicitários. Ganhará quem souber "se deixar levar"? Ou ganhará quem souber estabelecer uma "conversação" com o consumidor? sergiokulpas@gmail.com.br

o consumidor hoje "tem infinitas escolhas, e "mais poder" do que qualquer das empresas, lojas e agências.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Internacional

Está claro que quiseram fazê-la calar Mikhail Gorbachev, expresidente soviético, sobre morte de jornalista

PRESIDENTE NORTE-COREANO DESAFIA O MUNDO AO TESTAR A BOMBA ATÔMICA MESMO SOB PRESSÕES Jung Yeon-Je/AFP

ONU condena teste nuclear da Coréia do Norte Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas convoca reunião de emergência para decidir quais medidas poderão ser tomadas para punir desobediência norte-coreana Jim Watson/AFP

P

Teste subterrâneo, realizado na Ásia, foi considerado histórico e seguro pela Coréia do Norte, mas mundo teme por eventual efeito de radiação

Irã ganha estímulo

O

teste de uma bomba nuclear da Coréia do Norte pode encorajar o Irã a prosseguir em seu programa nuclear e mesmo diminuir a pressão internacional sobre Teerã, segundo analistas. O país resiste às ameaças de sanções para que interrompa o enriquecimento de urânio – processo que pode ser usado para produzir energia e também bombas. O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fim pacífico. ATA

"O teste não significa que o Irã fará algo semelhante, porque o país não busca uma bomba, mas ajudará Teerã a ganhar tempo e possuir seu programa enquanto o mundo olha para a Coréia do Norte", avalia Hamid Reza Shokouhi, analista político do jornal iraniano Mardomsalari. A reação da ONU ao teste norte-coreano será avaliada "cuidadosamente" por Teerã, diz Ray Takeyh, do Council of Foreign Relations, de Washington. (AE)

AIEA, o teste coloca em Agência alerta na risco não apenas a da região para o perigo segurança asiática, mas todo o sistema da ONU de no mundo desarmamento criado a

A

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alerta que o teste norte-coreano é uma ameaça real à sobrevivência do regime de não-proliferação de armas nucleares no mundo, construído nas últimas décadas. Para diplomatas envolvidos no debate sobre o desarmamento e analistas

partir dos anos 60. Para funcionários na agência, a ameaça existe porque o teste pode ser seguido por uma corrida armamentista na região. Ontem, o diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei, diz estar "extremamente preocupado". "O teste ameaça o regime de nãoproliferação nuclear e cria desafios sérios para a segurança, na Ásia e internacionalmente". (AE)

oucas horas depois de a Coréia do Norte realizar o primeiro teste atômico de sua história, na manhã de ontem, na Ásia, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu em caráter de emergência para condenar, por unanimidade, a explosão. O embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, John Bolton, apresentou uma lista de sanções de 13 itens, baseada no Capítulo 7 da Carta da ONU, que dá ao Conselho de Segurança a prerrogativa de impor represálias diplomáticas, econômicas e, em última instância, militares contra países que ameacem a paz e a segurança mundiais. Estava prevista para ontem à noite uma nova reunião do Conselho para debater a proposta apresentada pelos EUA. "Mais uma vez, a Coréia do Norte desafiou a vontade da comunidade internacional, e a comunidade internacional responderá à altura", declarou o presidente americano, George W. Bush, depois de informar ter conversado, por telefone, com os líderes da Coréia do Sul, Rússia, China e do Japão. Provocação – Bush qualificou o teste coreano de "um ato de provocação que ameaça a paz e a estabilidade" e voltou a acusar o regime norte-coreano de ser uma das principais fontes mundiais de tecnologia de mísseis e de transferir knowhow de seu programa nuclear para países como a Síria e o Irã. O governo americano também advertiu que um eventual ataque norte-coreano contra a Coréia do Sul ou ao Japão seria considerado "um ataque contra os EUA". Após a reunião do Conselho de Segurança ontem pela manhã, Bolton afirmou ter ficado "muito impressionado com a unanimidade do órgão sobre a

Mais uma vez a Coréia do Norte desafiou a vontade da comunidade internacional e esta responderá à altura George W. Bush, presidente dos EUA necessidade de uma resposta forte e clara" aos norte-coreanos. A secretária de Exterior da Grã-Bretanha, Margaret Beckett, disse que seu país apóia a aprovação de sanções a Pyongyang com base no Capítulo 7. A França mostrou a favor da proposta americana de impor sanções comerciais, ao contrário da Rússia e China, que pelos vínculos comerciais com Pyongyang, relutavam em dar apoio aos EUA. (AE) Kim Kyung-Hoon/Reuters

Sul-coreanos informados pela TV

OS ARSENAIS O clube nuclear

A

Coréia do Norte poderá ser o nono país no mundo a ter armas nucleares. Veja quem são os outros. Coréia do Norte – O país pode ter material físsil suficiente para a construção de meia dúzia de armas. Estados Unidos – Possuem mais de 5.000 ogivas estratégicas, mais de mil bombas táticas operacionais e uma reserva de cerca de 3.000 ogivas estratégicas e táticas. Primeiro país a realizar um teste nuclear e o primeiro e único a usar bombas atômicas como arma em guerra. Rússia – Possui quase 5.000 ogivas estratégicas e cerca de 3.500 bombas táticas operacionais e 11.000 ogivas

estratégicas e táticas em estoque. Testou em 1949. França – Tem cerca de 350 armas atômicas. Explodiu sua primeira bomba em 1960. China – Mantém cerca de 250 ogivas estratégicas e 150 táticas. Conduziu seu primeiro teste em 1964. Grã-Bretanha – Tem 200 ogivas estratégicas. Fez sua primeira explosão em 1952. Índia – Possui de 45 a 95 bombas atômicas. Primeiro teste foi em 1974. Paquistão – Tem entre 30 e 50 ogivas. Teste foi em 1998. Israel – Não confirma ter armas nucleares, mas calculase que possua até 200 ogivas. Fontes: Associação para o Controle de Armas; Iniciativa contra a Ameaça Nuclear.


8

Empresas Finanças Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

SP PRODUZ 1,74 BI DE LITROS DE LEITE POR ANO

Os canais de distribuição do leite e seus derivados alcançaram receita de R$ 15,5 bilhões em 2004

Fotos: Wilton Júnior/AE

DEZ PROJETOS EM ESTUDO PARA MELHORAR A CADEIA DO LEITE Pesquisadores da Universidade de São Paulo fazem uma tomografia do setor de leite paulista, oito vezes maior que o da laranja, para solucionar problemas da cadeia produtiva. Em 2004, o segmento movimentou mais de US$ 66,3 bilhões.

Caminhão coletor de leite, em Itaperuna: cadeia produtiva é muito maior do que se imaginava

O

mercado de leite brasileiro, que movimentou em 2004 US$ 66,30 bilhões, é maior do que se imaginava. Essa é uma das conclusões de pesquisadores do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial da Universidade de São Paulo (Pensa/USP) que acabam de lançar o livro "Estratégias para a Cadeia do Leite", baseado na pesquisa "Tomografia da Cadeia do Leite em São Paulo" realizada pelo grupo. O levantamento é inédito e será base para o desenvolvimento de dez projetos de melhoria da cadeia produtiva leiteira no estado. "É um setor oito vezes maior que o da laranja", diz Marcos Fava Neves, um dos autores da publicação e coordenador da pesquisa. "Sabíamos que o setor era grande, mas não tínhamos nada de concreto. Agora sabemos também a gravidade de seus problemas", afirma Everton Molina Campos, outro pesquisador do Pensa. Retrato – O estudo, realizado em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, traz informações sobre o mercado interno e externo até 2004. Os dados vão desde produtos veterinários dirigidos à pecuária leiteira, que faturou R$ 332 milhões naquele ano, até os canais de distribuição do leite e seus derivados, que alcançaram receita de R$ 15,5 bilhões no mesmo período. Dez temas do projeto estão em discussão por integrantes da cadeia e as conclusões serão apresentadas em março do ano que vem para os parceiros: Sebrae-SP, Federação da Agricultura do Estado, Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Há 45 ações para incrementar a produção. Entre os temas a serem analisados está o de legislação e tributação. "Vamos analisar a estrutura societária, contratual e tributária do setor e propor soluções para favorecer a competitividade do produtor paulista. O objetivo é trazer os que atuam como pessoas físicas para a formalidade, acabando com a concorrência desleal", diz o advogado Guilherme Machado, especialista em legis-

lação do agronegócio. O grupo vai estudar as relações tributárias da cadeia do leite fluido (tipos A, B e C) e UHT (longa vida) com os estados de Goiás, Minas Gerais e Paraná, de onde vêm cerca de 75% do leite consumido em São Paulo. O estado paulista consumiu 7,61 bilhões de litros de leite e produziu 1,74 bilhões de litros em 2004. São Paulo tem um rebanho leiteiro de 2,69 milhões de cabeças, sendo 1,6 milhão de va-

cas em lactação. Cada uma delas produz 5,2 litros por dia, ou seja, abaixo da média nacional de 5,6 litros. Segundo os pesquisadores, isso mostra que as condições genéticas e de alimentação do rebanho precisam ser aprimoradas. Informações sobre a pesquisa e como adquirir o livro "Estratégias para a Cadeia do Leite", da Editora Atlas, podem ser encontrados no site www.fundacaofia.com.br/pensa.

Instrução quer pôr ordem no setor

A

Adriana David

País ainda exporta pouco leite

O

Brasil deve ser um dos maiores exportadores de leite do mundo dentro de dez anos. Essa é a opinião de analistas de mercado internacionais com quem pesquisadores brasileiros da cadeia de leite têm conversado. Para isso ocorrer, no entan-

to, o setor terá que trabalhar muito. Os estrangeiros têm consciência dos nossos problemas: falta planejamento, cadeia organizada, qualidade no leite e sistema de rastreabilidade, entre outros. Embora o Brasil produza 23 bilhões de litros de leite anualmente e seja o sexto maior produtor do mundo, com aproximadamente 500 bilhões de litros por ano, o País ainda não é um grande exportador pelas razões acima. Os maiores exportadores são Nova Zelândia (34% do total consumido no planeta), União Européia (31%), Austrália (15%) e Estados Unidos (4%), que movimentam 84% dos 30 bilhões de litros que giram no mercado internacional. A chance do Brasil está na limitação de área desses países, que não têm como crescer, afirma o pesquisador da Univesidade de São Paulo (USP), Marcos Fava Neves. A falta de qualidade do pro-

duto nacional é um dos empecilhos para a ampliação das exportações de laticínios. Medidas governamentais, como a Instrução Normativa 51 (leia mais ao lado), tentam minimizar o problema. Cumprindo a IN, o setor atenderá também às exigências dos mercados internacionais, e facilitará a venda de queijo prato, mussarela, queijo ralado, leite condensado e requeijão. O objetivo do País é chegar a 2011 com o mesmo padrão do Canadá e países europeus. "Assim, os outros países não alegarão barreiras sanitárias para comprar do Brasil", diz o consultor da SQL – Soluções em Qualidade do Leite, Luís Ivan Martinhão Souto. Laticínios – Há demanda para a exportação de laticínios para todo o mundo. Segundo o diretor de marketing da Láctea Brasil, Marcelo Pereira de Carvalho, em vários países, como Chile e Austrália, o consumo de lácteos tem sido estimulado por

meio de campanhas institucionais, mostrando os benefícios do leite e seus derivados. Nos Estados Unidos, são gastos US$ 300 milhões por ano em campanhas de conscientização. Algumas empresas como Coca-Cola e Pepsi, percebendo que as pessoas também estão buscando hábitos alimentares saudáveis e se preocupando com a saúde, agregaram a seus portfólios produtos à base de leite. Na Inglaterra, são vendidos leites para dormir melhor e outros prometem estimular a atividade cerebral. Nos Estados Unidos, há a Leprino Foods, linha especializada em food service, que vende queijo apenas para pizzas. Por causa da desvalorização do dólar em relação ao real, hoje não há interesse dos produtores brasileiros em exportar, mas não dá para desprezar o mercado mundial, segundo a consultora da Associação Brasileira das Indústrias do Queijo, Silmara Figueiredo. (AD)

pesar da Instrução Normativa 51 (IN 51) q u e re r m e l h o r a r a qualidade do leite brasileiro, poucos produtores já se adaptaram às exigências da norma, segundo o consultor da SQL – Soluções em Qualidade do Leite, Luís Ivan Martinhão Souto. A IN 51 visa padronizar processos de qualidade desde a ordenha até o consumidor final. "Há muita desinformação por parte dos criadores. Eles alegam que o custo é alto." Nem sempre, porém, tecnologia é sinônimo de qualidade. Souto já esteve em propriedades em que duas equipes ordenhavam em turnos diferentes uma com qualidade; a outra, sem. "Encontrei ordenha manual com mais higiene que a mecânica", diz. Pela instrução normativa, as análises das amostras de leite devem ser feitas por uma rede especializada de laboratórios. Poucas indústrias, por enquanto, enviam para análise amostras mais de uma vez por mês, como é exigido pela legislação. A maior parte delas ignora a recomendação. "Alguns produtores mandam leite para a indústria fora dos padrões e a fábrica rejeita. Então, eles redirecionam o produto para laticínios menores que não se preocupam muito em cumprir os padrões técnicos exigidos", afirma Martinhão Souto. (AD)


8

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Gestão Comércio Convergência Te l e f o n i a

terça-feira, 10 de outubro de 2006

A Br Telecom anunciou um serviço pré-comercial de TV pela banda larga apenas para filmes

INTEGRAÇÃO ESTÁ SE RESOLVENDO AOS POUCOS

TELEVISOR AQUI A tevê do futuro chega por todos os meios, em especial por banda larga e até nos pequenos aparelhos que, no início, só serviam para falar.

E AQUI O Moto KZRK1, da Motorola.

Por Barbara Oliveira ransmissão de tevê chegando aos aparelhos via cabo ADSL (IPTV) ou pelo satélite (DTH) oferecido por empresas de telefonia; televisão digital aberta ou por assinatura chegando aos celulares; oferta de tevê paga com cobertura WiMax; empresas de tevê por assinatura oferecendo telefonia; o padrão digital japonês ISDB-T nos televisores fixos e em telas móveis sem a participação das operadoras de telefonia celular; a participação das concessionárias de telefonia fixa no leilão de freqüências de banda larga em WiMax. Acrescente-se a todos esses temas polêmicos as críticas do setor privado ao ambiente regulatório defasado e que não acompanha a evolução das telecomunicações no atendimento às demandas da sociedade. Esses foram os principais e apimentados debates ouvidos durante quatro dias na Futurecom, realizada na semana passada em Florianópolis. E enquanto o governo não define essas questões de como e quando as telefônicas poderão transmitir TV por internet (IPTV), que tipos de conteúdos podem ser oferecidos por satélite (DTH), ou como será a transmissão da tevê digital para os celulares e que freqüências serão usadas para os conteúdos pagos, os rumos da inclusão digital com o WiMax, etc., a indústria, provedores e operadoras se movimentam em uma tentativa de "arrombar" a porta, fazendo parce-

Divulgação

rias, desenvolvendo soluções e promovendo testes para marcar posição no competitivo mercado. O Brasil, na verdade, ensaia o que está acontecendo também no resto do mundo, onde essas questões igualmente são polêmicas em países da Europa, América e Ásia e são resolvidas à medida em que surgem os desafios, com entendimentos entre setor privado e governos. A IPTV, por exemplo, já atingiu lá fora cerca de 1,5 milhão de assinantes (a maioria com conteúdos sob demanda). A tecnologia permite que as teles entrem no mercado de ra-

diodifusão e ofertem vídeos sob demanda e, com o tempo, programação em tempo real (broadcasting) nos televisores domésticos, segundo pesquisa da Accenture. Aqui, a BrTelecom anunciou um serviço pré-comercial de TV pela banda larga só para filmes, documentários e programação infantil também sob demanda e com a escolha de um catálogo disponível na tela, já que a legislação não permite que a operadora disponha de uma grade de programação aberta e sim de pacotes de programas pagos. Os vídeos podem ser acessados por 24 horas

a valores semelhantes aos das locadoras. Será o fim das idas à Blockbuster nos fins de semana? Cerca de 300 clientes de Brasília começam a testar o serviço pelo período de três meses. Para assinar o IPTV, além da banda larga é necessário um set-top box cedido pela operadora. A Br Telecom fez parcerias com a Europa Filmes e TV Cultura, por enquanto. Enquanto aguarda uma definição sobre a regulamentação da oferta de IPTV pelo cabo ADSL, a Telefônica quer participar já do triple play com um serviço televisivo via satélite (DTH). A operadora fez uma parceria com DTHi – nova denominação da empresa de tevê por assinatura Astralsat, que transmite sua programação através do satélite Brasil Sat B1 – e pretende ofertar até o fim do ano alguns programas dos canais Discovery Kids, Animal Planet, TNT, etc. aos seus assinantes. O ministro Hélio Costa deixou claro que embora não exista impedimento para a Telefônica prestar o serviço via satélite, já que não é pelo cabo ou radiodifusão, regidos por legislações específicas, o conteúdo desses programas transmitidos por DTH deverá ser regulamentado por portaria. A idéia do ministro é que seja dada ênfase ao conteúdo nacional. A medida deve afetar outras empresas de satélite como a Sky Brasil (fusão da Sky com a DirecTV). A Telemar deve anunciar nas próximas semanas também o seu serviço de IPTV sob demanda.

E AQUI

Media Flo, que será vendido até o final do ano nos Estados Unidos e está em testes na Inglaterra

E AQUI

Motorola E2 Musical

As fábricas e as operadoras preparam-se para a nova onda No Brasil, a TV também chega às telinhas através do padrão japonês transmissão é feita via streaming pela rede Edge (2,5 G) da operadora e os usuários podem optar por assinaturas diária, semanal ou mensal a preços entre R$ 3,30 a R$ 30. Este é o nono país onde o pacote foi lançado. Ele já funciona nos EUA, Canadá, Inglaterra, México, Porto Rico, Peru, Equador e República Dominicana com mais de 1 milhão de assinantes. A TIM dispõe do TV Acess desde 2005 com três canais ao preço de R$ 0,92 o minuto. O próximo passo, também no Brasil, será a tevê digital aberta no celular, prevista pelo governo e pelas emissoras de broadcasting com a adoção do padrão japonês ISDB-T. E, em seguida, provavelmente a TV digital paga na telinha móvel. Pelo menos é o que aposta o presidente da Qualcomm no Brasil, Marco Aurélio Rodrigues. A fabricante tem interesse nisso porque desenvolveu um chip para aparelhos móveis captarem sinais de tevê em três padrões e na mesma plataforma (o europeu, o japonês e o Flo, este proprietário da Qualcomm). A fabricante sediada na Califórnia, é também a responsável pela rede MediaFLO para

transmissão de tevê digital paga e exclusiva para os celulares. A Verizon, dos Estados Unidos, vai vender o MediaFLO aos seus assinantes até o fim do ano (pelo canal 55), enquanto o serviço está em testes na Inglaterra pela provedora de conteúdo Sky e pela KDDI, no Japão. Durante a Futurecom, a Qualcomm fez uma demonstração em aparelhos móveis de TV aberta pelo padrão japonês ISDB-T, em parceria com a Universidade Mackenzie de São Paulo e com autorização da Anatel . A transmissão era ao vivo, diretamente da TV Globo e pelo canal 22 da freqüência UHF. Os sinais eram captados de forma analógica e depois transformados em digitais com a ajuda de multiplexadores e moduladores desenvolvidos pelos laboratórios da Mackenzie, envolvidos no projeto de TV digital no País. A televisão (aberta ou paga) pelo celular será uma das aplicações mais promissoras no mundo e deve estar em uso no País a partir do final de 2007, e desde que o governo defina logo a alocação de freqüências para a 3G principalmente para as

redes GSM (já que a Vivo, com CDMA, já opera em 3G com sua rede Ev-DO). O presidente da Qualcomm lembrou que 64% dos novos assinantes de telefonia na Europa já usam as redes 3G WCDMA e que estudos do instituto IMS Research dão conta de que em 2011 haverá 500 milhões de usuário de tevê pelo celular (uma previsão bastante otimista). Outras pesquisas indicam que 25% dos assinantes querem ver vídeos e tevê ao vivo na telinha e que pagariam, nos Estados Unidos, até US$ 35 mensais pelos conteúdos de esportes ao vivo. Outro dado curioso é que no Japão, um mundo à parte em tecnologia, a venda de celulares com padrão ISDBT atingiu a 1,2 milhão de unidades até junho. Lá, cerca de 120 mil assinantes de uma operadora local desativaram as outras funções do celular (inclusive de voz) para assistirem só a tevê pela tela pequena. (BO) Divulgação

em TV de plasma nem computador. O próximo receptor de televisão será mesmo o celular, pelo menos para alguns tipos de programas como notícias de última hora, trânsito, tempo, desenhos, capítulos de novelas, seriados. Tudo para ser assistido no trânsito, no metrô, na fila de espera do médico. Enquanto a TV digital aberta não chega ao vivo nos celulares, a programação sob demanda começa a integrar o cardápio das operadoras. A Claro, do grupo mexicano América Móvil, lançou, na semana passada, o Idéias TV para acesso a conteúdos de alguns canais como Bloomberg, Cartoon Networks, CNN e ESPN Móvel, Fashion TV (todos estrangeiros). A

E AQUI

M600I da Sony

E AQUI LG Black Slim mg 320


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Foto Marcelo Min/AFG

Na era cibernética, até os cachorros são robotizados. Eles tocam mp3 e ajudam as crianças a desenvolver muitas habilidades.

Brinquedos tecnológicos dividem especialistas em educação mas estimulam empresas. Veja as razões da discussão – os brinquedos tecnológicos – na última página.

1

Informática

A fabricante americana Spy Gear seleciona idéias das crianças para criar seus brinquedos

O "faz-de-conta" das crianças da era cibernética imita o mundo em que elas vivem e inclui brinquedos high tech que vão dos celulares para bebês de seis meses a bonecas e bichinhos robôs interativos, passando por equipamentos para se tornar um perfeito cyberpolicial ou espião, os novos heróis dos seriados.

A tecnologia está para brincadeira Por Rachel Melamet onecas, carrinhos, bichinhos de pelúcia e imitações de equipamentos usados pelos heróis da TV e do cinema e por "gente grande" continuam os brinquedos favoritos das crianças do século XXI. Mas, se você olhar com atenção para estes objetos, terá a dimensão exata das incríveis e velozes mudanças que afetaram todo o mundo – especialmente o dos adultos – nos últimos anos. A tecnologia está em toda parte e é preciso aprender a conviver e

É bom ou é mau? s novidades tecnológicas importadas não param de chegar às prateleiras das lojas, físicas e virtuais, e às barracas dos camelôs, para desespero dos fabricantes nacionais. De acordo com o presidente da Abrinq, mesmo as importações legais acabam beneficiadas pelas diferenças gritantes entre os encargos tributários praticados no Brasil e os de qualquer outro país. "Hoje, cada brinquedo fabricado no Brasil tem pelo menos 35% do preço composto por impostos. Em outros países não chega à metade disso", diz Costa. Para se ter uma idéia, em 2004 as importações legalizadas de brinquedos chegaram a 18,8 mil toneladas. No ano passado, enquanto a indústria nacional amargava crescimento zero, os importados alcançaram 20,4 mil toneladas – 8,5% a mais – e valor de US$ 90,3 milhões. Bom ou ruim? – A garotada, entretanto, não quer nem saber das dificuldades econômicas da indústria. Os olhinhos curiosos buscam nas vitrines as novidades do dia, enquanto pais e educadores se dividem em relação aos brinquedos high tech e, especialmente, em relação a videogames e jogos para computador. Para uns, são produtos que inibem o desenvolvimento psicomotor das crianças, porque as mantêm em casa; para outros, desenvolvem a inteligência e permitem aos pequenos se divertir em casa, "em segurança". "De quem vamos esconder o mundo violento das ruas? A TV o mostra todo dia, ele está no rádio, nas revistas, na internet ", observa Maria Irene Maluf, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. "As conversas dos adultos versam sobre segurança, as crianças não podem brincar sozinhas nas praças, há muros, grades, câmeras, vigilantes em toda parte... É de se esperar que agir, ainda que de "faz-de-conta", sobre essa condição social seja vivenciado hoje como era o brincar de professo-

ra há 30 anos". De acordo com a psicopedagoga, as crianças brincam do que vêem ou vivenciam. Imitam para poder "digerir" e assimilar o mundo onde foram colocadas. Cabe aos educadores e pais dosar essas exposições e mediar as informações para a criança, sempre alertas para protegê-las, pois há conhecimentos que a criança ainda não está madura para entender. Com os jogos e brinquedos também deve ser assim, afirma a especialista. Há uma graduação que segue a lei natural de desenvolvimento, do simples para o mais complexo, do concreto para o mais abstrato, do menos perigoso para o mais arriscado. ."A escolha do brinquedo deve se fundamentar na idade e nas características da criança, deve-lhe permitir descobrir, aprender, interagir e, assim, vencer etapas progressivas de desenvolvimento cognitivo, motor, emocional." Pequenos inventores – A fabricante norte-americana de brinquedos Spy Gear seguiu à risca a mesma teoria defendida pela especialista brasileira. Botou a cabeça das crianças para funcionar e só fabrica brinquedos que seus pequenos consumidores realmente desejam. A cada ano, a empresa seleciona cem idéias de brinquedos enviadas por crianças e reúne os pequenos inventores num workshop. As melhores idéias vão para a linha de produção. Foi assim que a Spy Gear incorporou brinquedos que são o sonho de consumo da molecada ao redor do planeta. Todos querem brincar de ser um espião, tipo 007, com aqueles óculos que permitem enxergar no escuro até uma distância de sete metros, xeretar as conversas alheias e sair correndo se for notado com miniantenas parabólicas e detectores sonoros de presença, tirar fotos com uma minicâmera digital giratória disfarçada em óculos escuros fashion ou em um relógio de pulso, entre muitas outras façanhas. (RM)

lidar com ela, sob pena de ser excluído socialmente. Seus filhos sabem disso. Os brinquedos ditos "tradicionais", como jogos, quebracabeças, bolas, bonecos e carrinhos de plástico ou madeira, bichos de borracha ou pelúcia, com preços finais até R$ 30, ainda são os campeões de vendas do setor, que em 2005 faturou em torno de R$ 950 milhões e vai produzir, até o final de 2006, 130 milhões de unidades – número que é 13% maior do que em 2005, ano em que o mercado praticamente não cresceu. Vendas – O Dia das Crianças

representa 40% do faturamento no ano, e o Natal, cerca de 30%, segundo o presidente da Abrinq – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, Synésio Batista da Costa. Completam os percentuais das vendas no ano o Dia dos Namorados (5%) e as datas de aniversário (25%). Os produtos da faixa até R$ 30 representam 70% da produção e esse percentual tende a aumentar muito, segundo Synésio, pelo crescimento do poder de consumo das classes C e D, que até então não tinham participação efetiva nesse mercado.


O jatinho ia na contramão Plano de vôo confirma que Legacy voava em rota de colisão, a 37 mil pés. A ordem era para que mantivesse 38 mil pés na região do acidente. C 2 Ano 81 - Nº 22.230

São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r José Luis da Conceição/AE

Rafael Hupsel/LUZ

RUA DE CARROS PARA PEDESTRES

CALÇADÃO PARA CARROS

Reviravolta no Centro

A rua 25 de Março virou calçadão. E agora passam carros nos calçadões da 15 de Novembro, 7 de Abril, 24 de Maio e João Brícola. C 1 Celso Junior/AE

Eduardo Knapp/Folha Imagem

DAY AFTER: "Externei a indignação" - Alckmin; "Bem-aventurado" - Lula entre os evangélicos. Páginas 3 e 5 Marcelo Min/AFG

Kim Kyung-Hoon/Reuters

Dia das Crianças: comércio inova com presentes "descolados". E 5

Vale-tudo cibernético para as crianças HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 15º C.

O mundo ficou mais perigoso Teste nuclear da Coréia do Norte é condenado pela ONU. Coréia do Sul protesta (foto). C 4

DC

Veja no Informática

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Comércio Convergência Te l e f o n i a Brinquedos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 As vendas dos aparelhos com acesso à internet já atingiram a marca de 19 milhões de unidades

OS TELEFONES INTELIGENTES CRESCERAM 55%

SMARTPHONES As operadoras apostam nos telefones inteligentes Novos smartphones da Motorola, Nokia e Sony Ericsson ampliam a oferta para o mercado empresarial

u Div

ção lga

O MotoQ Smart é destinado a clientes da Vivo, da rede CDMA. Ele custará R$ 599, vinculado a pacote promocional de voz e acesso a e-mails, por R$ 69,90

s smartphones – aqueles aparelhos que tanto sucesso fazem entre executivos e profissionais por aliarem funções de agenda, internet, arquivos do Office e facilitarem o dia-a-dia de quem se está sempre em movimento – já são populares no mundo todo, c o m c r e s c imento de 55% no segundo trimestre do ano e vendas de 19 milhões de unidades. No Brasil, esses dispositivos portáteis t a m b é m g anham espaço e a prova disso é o número de l an ç a me n to s nos últimos meses. Fabricantes e operadoras de telefonia móvel passam a vender o equipamento em planos facilitados para as empresas e consumidores domésticos, com pacotes de dados e voz integrados. Durante a Futurecom, realizada na semana passada em Florianópolis, três foram as novidades que engrossaram a lista dos já conhecidos smartphones Treo650, Blackberry, Qtek e Nokia Communicator. Um deles é o MotoQ, da Motorola, e lançado com um plano agressivo da Vivo visando a conquistar clientes para a rede CDMA. O produto será vendido a partir de R$ 599 desde que vinculado à assinatura de um pacote promocional de voz de

O que é convergência digital Guido Orlando Júnior comunicação e daqui ale alguns poucos anos para cá se tem falado muito de convergência digital. E pelo que sinto existe certa confusão quanto a esse termo, pois são cada vez mais freqüentes os questionamentos que surgem. Não é raro pessoas me perguntarem o que é isso, ou mesmo que tecnologia é essa. Para ficar claro, convergência digital não é uma tecnologia e sim a união de várias delas, mesmo que aparentemente não tenham nada a ver uma com a outra. Esse termo não surgiu de repente e sim foi – e ainda está sendo – incorporado ao dia-a-dia das pessoas e empresas. Cada dia mais ela estará presente e irá modificar o modo de interação entre a sociedade e os meios de

guns anos irá parecer que sempre existiu. Aliás, certos conceitos em tecnologia têm esse poder de parecer que existem desde há muito tempo, o que não é verdade. O computador pessoal existe de maneira disseminada há pouco mais de 15 anos; celular há praticamente 10 e internet praticamente acabou de completar uma década. Mas a sensação que temos é que existem há muito mais tempo. O termo convergência digital começou a aparecer no início desse século, pois só a partir daí certas tecnologias permitem integração. Na verdade esse termo referese à união de várias mídias que se completam para realizar alguma coisa que traga benefícios que antes não eram possíveis. E isso tem o poder de disseminar conhe-

240 minutos e acesso remoto a e-mails, por R$ 69,90 mensais. Se o plano de voz escolhido for de 120 minutos, o preço do aparelho sobe para R$ 799. A promoção é por prazo ilimitado, segundo o presidente da Vivo, Roberto Lima. O executivo lembrou que o dispositivo pode ser vendido tanto para o mercado corporativo como para doméstico (embora os planos sejam iguais) pelas inúmeras funcionalidades de escritório e também de uso pessoal embutidas. O MotoQ traz o sistema operacional Windows Mobile 5, permite acesso à e-mails, sincronização de calendários, contatos, organizador de tarefas, compatibilidade com o Outlook e Lotus Notes, além de câmera de 1.3 MPixel, teclado Querty e memória interna de 64MB, mas pode ser ampliada para 1 GB com cartões miniSD. O detalhe é que ele é fininho, com 1,9 cm de espessura e pesa 130 gramas. Quem adquirir o smartphone terá, por três meses, acesso gratuito ao software CellBroker, da IBM, especial para operadores da Bolsa de Valores, investidores e consumidores interessados no mercado de ações. Será possível visualizar, em tempo real, todas as cotações da Bovespa e os ativos da Bolsa de Mercadoria e de Futuros (BM&F). "Com esse aplicativo estaremos atendendo a um mercado de 250 mil pessoas entre profissionais e clientes habituais que acessam a Bovespa pelo computador", observou Roberto Lima, da Vivo. Expectativas nos EUA – O MotoQ foi lançado há apenas

quatro meses nos Estados Unidos pela Motorola e segundo o presidente da empresa, Enrique Ussher, há uma expectativa de chegar a 1 milhão de unidades até o fim deste ano no mercado norte-americano. No Brasil, o presidente da Vivo não faz uma previsão de quantos aparelhos podem ser comercializados pelo plano da operadora. O Nokia demonstrou na Futurecom quatro novos smartphones da família E Series. O E50, E61, E62 e o E70, este também com funções multimídia e capacidade para receber e fazer ligações via VoIP e operando em redes móveis e fixas. Dos quatro, apenas o E62 está em comercialização exclusiva pela Claro a partir deste mês. O preço é de R$ 299 se contratado pelo plano Estilo de 200 minutos (valor de R$ 129,90 mensais) e pacote de dados de 40 MB (mais R$ 80). O E62 traz push e-mail encaminhando para o celular e para o desktop as mensagens enviadas do servidor do cliente, memória de 80 MB e MP3. Ele pesa 144 gramas. Os outros três modelos da Nokia só chegam ao Brasil no fim deste mês. As operadoras de telefonia móvel apostam fortemente nesse nicho de mercado de equipamentos multifuncionais para rápido acesso aos emails e arquivos do Windows, mas que, ao mesmo tempo, sejam leves e tragam também entretenimento, como música, rádio FM e câmera de boa resolução. "Pesquisas apontam que 80% dos brasileiros desejam essas funcionalidades em seus telefones, mas apenas

30% têm experiência c o m t a i s recursos de um compu tador de mão", observa Marcos Quatorze, diretor de serviço de valor agregado da Claro. O modelo d a S o n y Ericsson W600i, também lançado no evento de F l o r ia n ó p olis, está previsto para o Natal, assim c o m o o u t ro sm art pho ne no estilo Walkman, com funções musicais e corporativas, o W950. Eles têm sistema operacional Symbian 9.1 e já estão prontos para a 3G pela rede 3G UMTS (no Brasil, funcionarão nas redes GSM/GPRS). Com 1,5 cm de espessura e tela sensível ao toque, o W600i também reconhece textos manuscritos e traz o Google Maps para localização (mas esta é uma facilidade que vai depender das operadoras e da disponibilidade do serviço no País). Como o equipamento é dual mode UMTS/GPRS para operar em vários países, ele está disponível em quatro tipos de teclados. O preço estimado no País, a partir de dezembro, será de R$ 1.999, mas se vinculado a algum plano de operadora poderá sair mais barato.

cimento e mesmo trazer avanços sociais como jamais foram pensados antes, mesmo para quem é um usuário passivo de tecnologia ou mesmo nunca tenha sentado à frente de um computador ou ainda falado ao celular. O exemplo que dou a seguir é o que melhor resume o que estou falando. Praticamente todo mundo já viu, mesmo de relance, o Big Brother Brasil. Se não viu, pelo menos já ouviu falar. Não vem ao caso se o programa é bom ou ruim; tem gente que odeia e outros que adoram, que por sinal é a maioria. Mas essa é outra história. O que eu quero dizer é que esse é o programa que utiliza da maneira mais exemplar a convergência digital e a Rede Globo é a emissora de TV que mais se beneficia dela. As outras redes fazem de forma tímida, mas a Globo utiliza todas as mídias possíveis de serem aglutinadas para gerar um BB. Sem a convergência não seria possível ter os números espantosos de participação dos telespectadores para opinarem quem fica e quem sai do programa e qual deles vai levar no final o valor de um milhão de reais. Esse tipo de programa seria impensável há 10

anos atrás, ou pelo menos seria bastante morno, com participação muito reduzida de quem está do lado de cá da tela. Em um dos embates entre dois participantes no paredão na última edição, foram contabilizados mais de 30 milhões de votos, conseguidos em menos de uma semana. Foram utilizadas as seguintes mídias para que isso acontecesse: telefonia fixa, celular (via voz e SMS), e-mail e votação no site. E o programa ainda conta com o apoio da TV a cabo e pode ser visto 24 horas por dia via Internet em todo mundo. Se mais de 30 milhões de pessoas votaram, isso quer dizer que um número muito maior de pessoas assistiu ao programa. Isso leva a emissora a ter como comprovar o sucesso e como conseqüência a comercializar mais facilmente cotas de patrocínio. Os patrocinadores, por seu lado, têm grande exposição de marca e vendem muito mais produtos e serviços do que se não tivessem esse meio de comunicação como caminho para divulgar o que desejam. E isso leva a mais empregos, que beneficiam aqueles que falei anteriormente, ou seja, os que nunca sentaram em frente a um

computador ou falaram em um celular. Esse tipo de participação e convergência é apenas o começo do que vai acontecer. Nesse exato momento os bastidores de qualquer emissora de televisão estão fervendo para saber como poderão criar interação com a TV Digital e isso faz todo o sentido. Ela irá mudar completamente a relação entre telespectador e programação. As votações e enquetes serão instantâneas, pois será possível votar ao mesmo tempo em que se assiste a programação, sem precisar telefonar ou acessar o site da emissora. Outras possibilidades: gostou da roupa que a atriz principal da novela está usando? Poderá comprar na hora e pagar com o cartão, sem parar de assistir. Encantou-se com o abajur no canto da sala do cenário? Clique nele e depois de alguns dias estará na sua. Assim como o celular mais moderno de hoje, a televisão será o grande centro de convergência, e irá mudar radicalmente o modo como vamos nos relacionar com ela. Mas isso ainda vai demorar alguns anos. Mas fique tranqüilo que vai parecer que ela sempre existiu daquele jeito, graças à convergência.

Bárbara Oliveira

O E62, da Nokia, pertence à família E-Series e está sendo comercializado pela Claro a partir deste mês a partir de R$ 299, com plano de 200 minutos


2

Criança Brinquedos Antivír us We b

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EMPRESA APOSTA EM PACOTE CONTRA VÍRUS E SPYWARE

Para usuários pequenos e grandes

Vanderlei Campos McAfee, conhecida no mercado consumidor pelo VirusScan, acaba de lançar a Linha Consumer 2007, compostas de quatro pacotes voltados a proteção de usuários domésticos. O VirusScan Plus – com licença anual de R$ 89, ou R$ 116 em lote de três usuários – inclui proteção contra vírus, spyware, tentativas de intrusão e firewall. "Nosso objetivo principal é fazer um produto acessível a quem precisa usar o computador, mas que seja leigo em informática. Tão importante quanto integrar os mecanismos básicos de proteção é tornar a interface fácil o suficiente para que as ferramentas de segurança sejam realmente usadas", diz Márcio Lebrão, diretor-presidente da McAfee do Brasil. Os demais pacotes vão acrescentando funções, conforme se escala a linha. O PC Protection Plus, de R$ 99 ou R$

O pacote Total Protection, da McAfee, custa R$ 135 ou R$ 164,70 (para três usuários) e oferece o Wireless Protection, que proteje da entrada indevida em redes Wi-Fi, com módulo separado. Há, também, o Vírus Scan Plus.

138,60 (três licenças), inclui utilitários de backup e restauração de sistema. "Em nossas pesquisas, vimos que 68% das pessoas guardam informações importantes em seus PCs. Além de defender essas máquinas contra ameaças, percebemos que tínhamos que ajudar o cliente a evitar a perda de seus dados", justifica Gustavo Maldonado, gerente de produto para consumidores da McAfee internacional. A Internet Security Suite (R$ 119, ou R$ 154,70 para três usuários) tem mecanismos de proteção para mensagens instantâneas, transações financeiras seguras, e restrições de conteúdo, para controle por parte dos pais. Entre os diversos métodos de análise e classificação dos sites, o software é capaz de identificar características de imagens com conteúdo pornográfico ou violento, o que permite o bloqueio, mesmo que não haja sinalização por palavras-chave. A suíte Total Protection – R$ 135, ou R$ 164,70 três usuários – inclui o Wireless Protection, que impede a entrada indevi-

MEDO No Reino Unido, 16% dos britânicos temem ser vítimas de algum crime na internet

CONCERTO penas um terço do público que assiste a um concerto, não sabe o que é realmente uma orquestra. A conclusão é de Roland Valliere, ex-executivo da Sinfônica de Kansas City, no Missouri, Estados Unidos. Por essa razão, ele desenvolveu, em parceria com duas empresas de softwares do Silicon Valley e um musicólogo da Universidade da Califórnia, um PDA (computador portátil) que funciona como guia de espetáculos de músicas clássicas. Batizado de Concert Companion, o PDA, via tecnologia sem fio, recebe dados de uma central e repassa-os aos espectadores, em tempo real. É possível saber, a qualquer momento, por exemplo, o papel do oboé ou dos violinos em determinada peça ou ainda detalhes sobre a música que está sendo tocada.

Produtos acessíveis para garantir a segurança de todos os tipos de máquinas

Divulgação

Segurança: pacotes completos. McAfee lança pacotes completos de segurança para usuários finais. Produtos incluem antivírus, anti-spam e firewall, e novos pacotes abrangem backup, utilitários para redes domésticas e proteção para conexões Wi-Fi. Empresa também disponibiliza ferramenta gratuita de classificação de sites.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Digamos que seja o Pássaro de Fogo, de Igor Stravinski. Ao toque de um botão, o Concert Companion informará que o tema da sinfonia é a luta do mal contra o bem e que compositor russo escreveu-a quando tinha 26 anos de idade. A ex-diva Irene Dalis, atual diretora do Opera San Jose, acha a invenção uma maravilha. "Certamente, agora os concertos terão mais público", ela acredita. O aparelho poderá ser alugado na entrada dos teatros por 10 dólares. Link: http://www.concert companion.com/

SOFTWARE uma façanha e tanto: a solução de software LogicaCMG All Payments Solution (LAPS) High Volume, em testes nos centros da IBM, em Praga e Montpellier, conseguiu processar 160 milhões de transações, em oito horas, com taxa sustentada de 5,555 transações por segundo, o que equivale a 20 milhões de pagamentos por hora ou 480 milhões em 24 horas. "O benchmarking baseou-se em instalação cliente do software, configurada para suportar os requisitos de processamento de uma área de pagamentos específica", explicou um porta-voz da Lógica. Link: http://www.logicacmg.com/ r/350228782/page/400003187

da em redes Wi-Fi. O módulo pode ser comprado separadamente, por R$ 66 (três usuários). "Muitas pessoas estão colocando roteadores wireless, para poder acessar a Internet com o notebook ou dispensar a necessidade de cabeamento. Se ligamos um notebook ou um palm, com conexão Wi-Fi, em um prédio comercial ou residencial, achamos várias redes, todas abertas. Nesse caso, o menor risco que se corre é o vizinho usar sua conexão à Internet, mas pode haver coisas mais graves", constata Lebrão. "Há muitas tecnologias baseadas em WEP (wireless encription protocol), mas são difíceis de configurar pelo usuário final", pondera. Assinatura mensal – Como alternativa à compra da licença anual, a McAfee planeja distribuir seus produtos, por meio de provedores de Internet, dentro de um regime de assinatura mensal. "O assunto de segurança da informação deixou de ficar só na área de informática e agora ocupa os noticiários. A opção de pagar uma mensalidade de

@ Ó RBITA

MEDO 2 Cerca de 16% da população britânica temem ser roubados ao acessar a web

Por João Magalhães

LIMITAÇÕES Microsoft garante: os recursos de segurança do Windows Vista são capazes de deixar um PC com cópia ilegal, sem nenhum préstimo. De cara, o Vista desativará suas funções mais avançadas e menos usadas. Depois, limitará o acesso ao Outlook e ao Internet Explorer, ao mesmo tempo em que bombardeará a área de serviço com mensagens de advertência. Ao cabo de um mês, o PC

deixará de funcionar. Os arquivos guardados no HD e outros programas instalados continuarão intactos, mas somente poderão ser acessados por outro sistema operacional. Resta saber se os hackers conseguirão detectar e desabilitar o código que ativa a proteção anticópia, de modo a impedir que a Microsoft controle remotamente o PC com a versão pirateada do substituto do XP.

BRIDGET gordinha Renée Zellweger não é, assim, uma Angelina Jolie, mas a calcinha que ela usou no filme "O Diário de Bridget Jones" está em alta. A milionária inglesa Ana Man pagou três mil dólares pela famosa peça íntima, tamanho G, em um leilão beneficente

R$ 7,90 (pelo VirusScan Plus), e poder desistir a qualquer momento, facilita a decisão do consumidor", explica Lebrão. Ele informa que essa modalid a d e d e c o m e rc i a l i z a ç ã o atraiu 3,5 milhões de novos clientes no mundo, no primeiro trimestre do ano. Para evitar roubadas, os novos produtos da McAfee incluem o SiteAdvisor, uma ferramenta que dá uma classificação de segurança nos sites, indicados em páginas de busca do Google, Yahoo e MSN. "Com o uso de robôs, verificamos que determinado site apresenta algum risco e expomos de forma simples, para que o usuário tome a decisão, antes de entrar inadvertidamente", diz Maldonado. A SiteAdvisor, empresa que criou a ferramenta, foi fundada em abril de 2005 por um grupo de pesquisadores de MIT (Massachessets Institute of Technology) e incorporada pela McAfee em maio deste ano. O Site Advisor pode ser baixado gratuitamente no site da McAfee e funciona como um plugin do Internet Explorer.

partir de 16 de outubro, já está disponível no mercado brasileiro o Panda Antivirus 2007, com licença de R$ 64,90 para dois usuários. A empresa anunciou também o Panda Antivirus+Firewall 2007 (R$ 79,90, para três usuários), e o Panda Internet Security 2007 (R$ 119,90, três usuários). O Panda Antvirus combina antivírus, antispyware e os mecanismos básicos de proteção para usuários domésticos. O Panda Antivirus+Firewall destina-se a redes domésticas e também a pequenos escritórios. O Panda Internet Security 2007 apresenta as mesmas funções dos outros pacotes e conta também com recursos para proteção de transações financeiras, senhas de acesso e outras operações críticas. Proteção para Linux – A Panda também já disponibiliza a suíte DesktopSecure for Linux, para defesa contra vírus, spyware e outras ameaças. "Existe a crença de que o Linux é um sistema operacional completamente seguro. Porém, isto não é uma verdade absoluta", diz Ricardo Bachert, CEO da Panda Software Brasil. "Isto faz com que muitos usuários não utilizem qualquer proteção para estas máquinas. No entanto, os computadores Linux também podem ser infectados por ameaças de Internet. Existem códigos maliciosos para esta plataforma e pessoas com conhecimentos limitados sobre Linux podem cometer erros de configuração que resultem em ataque". Além da proteção contra vírus, spyware e códigos maliciosos, o Panda DesktopSecure for Linux inclui firewall. Ele é compatível com RedHat 9 Suse 9.; Fedora 3/4; Unbuntu 5; e Debian 3.1. (VC)

pró ONG Britain's Royal Parks Foundation. Para arrecadar (desculpe o trocadilho) mais fundos para a ONG, Ana irá promover um leilão online da calcinha de Zellweger, que, de quebra, leva o autógrafo do ator Hugh Grant (galã do filme), com a mensagem "Olá, mamãe. Carinhos e beijos".

DANÇA

PERFUME

original está no site búlgaro Slackpack. Foi parar no Digg e virou atração. Trata-se de um javascript que imprime movimento de dança às imagens da página web. Não tem utilidade prática, mas é divertido. Quer ver? Então visite qualquer site e copie e cole o código abaixo na barra de endereços de seu browser e tecle Enter. javascript:R=0; x1=.1; y1=.05; x2=.25; y2=.24; x3=1.6; y3=.24; x4=300; y4=200; x5=300; y5=200; DI=document.get ElementsByTagName("img"); DIL=DI.length; function A(){for(i=0; i-DIL; i++){DIS=DI[ i ].style; DIS.position='absolute'; DIS.left=(Math.sin (R*x1+i*x2+x3) *x4+x5)+"px"; DIS.top=(Math.cos (R*y1+i*y2+y3)*y4+y5)+"px"} R++} setInterval('A()',5); void(0); Para pausar a loucura que se segue copie e cole este outro código: function A(){} e tecle Enter de novo. Para acabar com a brincadeira pressione F5 no Internet Explorer e Ctrl+R no Firefox. No YouTube há vídeo mostrando o que o script é capaz de fazer. Links: http://www.slackpack.net/? q=node/374_even_digg http://digg.com/program ming/Funky_JavaScript_wor ks_on_all_websites http://www.youtube.com/ watch?v=MOHtuuvybqc

omo fisgar um ou uma geek - rapazes e moças fissurados em computadores? A perfumaria Coty tem a fórmula: o 001, fragrância unissex com imagine só! - cheiro de PC novinho em folha. O 001 foi produzido em uma edição limitada de cinco mil frascos e está sendo vendido apenas pela Internet. A renda obtida com o perfume será doada à Parsons School of Design, tradicional escola de arte de Greenwich Village, em Nova York. A questão que corre em quase todos os sites de tecnologia da Informação é: o 001 vai emplacar? Rick Kinsel, um dos desenvolvedores da Coty, garante que sim. "O olfato é como uma experiência digital", ele ensina. Só que o 001 já ganhou adversários de peso. Jean Pierre Subrenat, presidente da Sociedade Americana de Perfumistas, acha que o negócio é apenas uma jogada de marketing, pois, na sua opinião, ninguém vai querer passar no corpo algo com aroma de hardware e placas de vídeo e som. "É apenas uma tentativa de vender uma imagem e entrar na onda do momento", ele pensa. Link: http://www.perfumeoutlet. net/fragrances_ product. asp?gender=w&fragrance= COTY+001+by+Coty


10

Convergência Te l e f o n i a Brinquedos Criança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de outubro de 2006

O filho da dona da loja de brinquedos tecnológicos preferiu uma caixa de truques de mágica

AS ÚLTIMAS MARAVILHAS QUE TODA CRIANÇA DESEJA

SPY VISION Óculos para ver no escuro lâmpadas para iluminar até 7 metros. R$ 129,90.

CUBO FALANTE

Bilíngüe, inquebrável: canta, ensina a contar e a distinguir o alfabeto. Pode ser encontrado na Gets por R$ 169,90.

CHIMPANZÉ BEBÊ Da linha Fur Real - "pelo verdadeiro" - da americana Hasbro. Parece de verdade. Estende os braços para pedir colo, bate palmas. R$ 238,99.

SPY WRIST CAMERA Câmera de pulso (analógica). R$ 99,99.

iDOG Simpático cachorrinho, altofalante interativo: pode ser ligado a tocador MP3. R$ 153,99.

SPY LIGHT HANDS Luvas com luzes que imitam raios infravermelhos. R$ 89,90.

CINTO DE UTILIDADES CELULAR DE BEBÊ

Tudo de que um herói precisa, por R$ 199,99.

Telefonino: celular de plástico com câmera fotográfica e vibracall, para crianças bem pequenas. R$ 57,90.

Celular para bebês, bonecos que sonham... APRENDER E BRINCAR Seis locais para apertar, que ensinam partes do corpo e cores. Diz frases e toca dez canções. R$ 149,99

BARBIE DANÇA COMIGO Inspirada no filme "Barbie e as 12 Princesas Bailarinas", esta boneca identifica os movimentos da criança e dá vida à coreografia. R$ 299,99.

As crianças brincam de gente grande, como sempre. Só que, agora, os brinquedos reagem e respondem.

xecutiva bem-sucedida, Débora Audi tinha uma filha de oito anos quando se tornou mãe dos gêmeos Pedro e Paulo. A partir daí, passou a dedicar o triplo da atenção às lojas de brinquedos em suas viagens. Encontrou tanta coisa que reuniu cinco amigos e criou a Gets, loja especializada em brinquedos diferentes e cheios de tecnologia. A Gets funciona há um ano no Shopping Iguatemi, freqüentado por público de alto poder aquisitivo, disposto a pagar até milhares de reais se o brinquedo cair no gosto dos filhos. Hoje, as crianças têm computadores em casa e vêem seus pais e irmãos mais velhos com celulares, câmeras digitais, laptops, handhelds e tocadores de MP3, sonham possuir gadgets. Mas a indústria de brinquedos não ficou para trás. Os laptops infantis são de plástico, coloridos e enfeitados, mas funcionam mesmo – ensinam palavras em até três idiomas. Bonecas, bichinhos fofos e carrinhos ainda atraem, mas hoje são tão diferentes! Espertos e interativos - Uma das coqueluches deste Dia da Criança é o iDog, simpático cachorrinho importado pela Gulliver, que reproduz músicas e dança. Bonecos fofos com carinha de bebê também vendem bem. Ë o caso do Yumel, da Grow, com inteligência artificial, sensores de som, toque e

RADAR GUN Graças a Hot Wheels Pistola Radar Gun, da Mattel, os meninos poderão saber a que velocidade seu carro está se locomovendo. Tem cronômetro. R$ 149,99.

posição, capaz de milhões de combinações na memória. Armazena mais de mil frases. Chocalhos e mordedores ainda fazem sucesso no berço. Mas até para bebês de seis meses há brinquedos supertecnológicos, como o celular de plástico com câmera fotográfica e vibracall, da Chicco, que também fabrica um cubo falante, que canta e ensina a contar. A Mattel, maior fabricante mundial de brinquedos, emplaca seu modelo de celular Fisher Price. O telefone ensina o alfabeto, números e músicas; fala pequenas frases em português. As prateleiras da Gets estão lotadas dessas novidades, mas, quem diria, santo de casa não faz milagres. Pedro, um dos gêmeos de Débora – que posou para as fotos do Diário do Comércio , preferiu uma tradicional caixa de truques de mágica (R$ 149,90).

AMAZING AMANDA interação nunca vista: reproduz mais de 800 frases, "lembra" datas e reconhece a voz da dona. R$ 799,99.

RELÂMPAGO McQUEEN

Rachel Melamet

Estrela do filme Carros, da Pixar: com sensores, identifica situações. R$ 249,99.

SERVIÇO www.americanas.com www.blanc.com.br w w w . b r i n q u e d o s l a ura.com.br www.magazineluiza.com.br www.pbkids.com.br www.rihappy.com.br www.submarino.com.br www.toymania.com.br Gets - Shopping Iguatemi, piso térreo, São Paulo. Fone: (11) 3032-2736

Mais interatividade Fábio Pelegrini rinquedos que usam sistemas tecnológicos avançados estão, a cada dia, mais presentes nas lojas do setor. Na verdade, o uso de tecnologia avançada é uma tentativa de buscar uma interatividade maior com as crianças. Para os meninos, por exemplo, as brincadeiras vão desde medir a velocidade de seus carrinhos até a conversar com seus brinquedos. A Mattel do Brasil, subsidiária da fabricante de brinquedos americana, trouxe algumas dessas novidades para nosso mercado. Depois do grande sucesso no cinema, chegou a vez da estrela do filme Carros, da Pixar, o Relâmpago McQueen, estacionar nas prateleiras brasileiras. O personagem virou um brinquedo interativo, com sensores de última geração capazes de identificar situações e

executar movimentos indicados pelas crianças. O brinquedo traz um sistema que reproduz frases e movimentos, como os dos olhos e da boca, que são animados. Feitos em vinil, reproduzem as piscadas das pálpebras do olho humano e movimentos que parecem os dos lábios quando emite sons. A conversa é possível graças as mais de 30 frases gravadas para interagir conforme a situação – a interatividade é tanta que se ele bate em algo, tira sarro de si mesmo! Além disso, a criança poderá programá-lo para realizar até 15 truques e acrobacias diferentes. Outra novidade é a voz do brinquedo: a mesma da dublagem do personagem do filme. Preço sugerido: R$249,99. Você aplica as multas - Medir a velocidade de carros não é mais um privilégio da Polícia Rodoviária. Pelo menos, não

se tratando de velocidades baixas de veículos da marca Hot Wheels. Graças a Hot Wheels Pistola Radar Gun, da Mattel, os meninos poderão saber a que velocidade seu carro está se locomovendo, seja em KPH ou MPH, em escala 1:1 ou 1:64. O dispositivo tem um cronômetro para leitura e gráficos bem divertidos. Apesar de não ser desenvolvido para medir a velocidade de carros reais, em alguns casos, o sistema consegue identificá-la. Preço sugerido: R$ 149,99. A boneca dança - Para as meninas, a brincadeira avançou muito. Quem diria, a velha Barbie - que não aparenta ser tão velha assim - usa tecnologia capaz de identificar os movimentos da criança. A Barbie Dança Comigo é inspirada na Princesa Genevieve, a heroína do filme "Barbie e as 12 Princesas Bailarinas". Indicada para crianças de 3

anos, esta boneca tem, aproximadamente, 30 centímetros de altura e dá vida à coreografia apresentada no filme. Agora as meninas vão poder dançar com a Barbie em três modos diferentes: modo 1, o Performance, no qual a Barbie dança ao som da música, o 2, no qual a Barbie ensina alguns passos de dança para a menina por meio de demonstração e de dicas faladas, e o 3, o qual a boneca imita os movimentos da menina. Nesse último, a criança precisará usar os braceletes especiais e o acessório do sapato para a Barbie, para que ela possa acompanhá-la em sua dança. A boneca inclui duas faixas interativas para o pulso e uma presilha para sapatilha, que emitem sinais para os braços e pernas da boneca, que são controlados por tecnologia de infravermelho e por freqüência de rádio. Toda criança adora. Preço sugerido: R$ 299,99.


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Antivír us We b Games Fotografia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

JOGOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO JÁ ESTÃO NAS LOJAS EM SP

Algumas grandes lojas e hipermercados vendem o videogame importado sem desbloqueá-lo

Última geração Fábio Pelegrini Dia das Crianças está próximo e a escolha de um presente que agrade os pequenos é sempre uma tarefa difícil – e normalmente cara. O DC Informática decidiu dar uma mãozinha aos pais "esquecidos" ou não interados nessa área de entretenimento digital. Nesta edição, você conhecerá as principais novidades do setor, como os videogames de última geração e acessórios que são desejos de qualquer baixinho que gosta de games. Entre os consoles mais conhecidos, sem dúvida, o PlayStation 2 se destaca. Não que ele tenha uma tecnologia mais avançada do que seus concorrentes, mas por ser um dos primeiros lançamentos no mundo com qualidade gráfica de primeira. Além disso, no Brasil, infelizmente a pirataria corre a solta – o que favorece ainda mais o seu crescimento, uma vez que o brasileiro não tem a cultura de adquirir jogos originais, mas sim o que for mais barato. Sendo assim, a fabricante do PlayStation 2 não lançou o aparelho oficialmente no Brasil, sendo os consumidores obrigados a comprar o console importado e sem assistência técnica oficial no País. Claro que a alegação está relacionada à pirataria, que, segundo a empresa, não viabiliza o negócio. Algumas grandes lojas e hipermercados, como Americanas, Submarino, Extra e Carrefour também vendem o videogame importado, mas sem que seja desbloqueado para rodar jogos piratas. O console pode ler DVDs e CD. Preço: R$ 799. O Xbox 360, lançado no ano passado, é um sofisticado sistema tecnológico, que representa uma evolução natural em relação aos games e recursos de entretenimento de alta definição. O equipamento reúne avanços em hardware, software e serviços, capazes de envolver o jogador em uma experiência completa, com um grande poder de expansão de suas funcionalidades. Pode ser encontrado por cerca de R$ 2.400. A fabricante japonesa Nintendo foi um dos destaques deste ano, pelo anúncio do lançamento do seu console de última geração para novembro. O Wii traz uma nova forma do desenho dos controles e, conseqüentemente, a nova maneira de se jogar. Esse novo joystick é sensível aos movimentos e seu formato lembra muito um controle de televisão, só que mais fino, reto e com botões de videogame. Mas como não foi ainda lançado, uma boa opção da fabricante para o dia das crianças é o Nintendo DS Lite, um videogame portátil, com tela brilhante e cores vibrantes. O equipamento diferencia-se por utilizar uma rede Wi-Fi, o que permite ao gamer competir online com amigos ou com qualquer pessoa no mundo que esteja com o Nintendo DS Lite conectado à rede. Preço médio: R$ 999. Para PCs – Para os amantes de jogos para PC a sugestão fica por conta dos acessórios, que podem tornar os games ainda mais realistas. O Óculos 3D, da 3D Media Systems, traz recursos inovadores que convertem para 3D as imagens de praticamente qualquer game para PC, e pode ser utilizado tanto em jogos individuais quanto em jogos online. Os recursos visuais proporcionados pelos óculos oferecem não só a visão de todas as dimensões das imagens, como

Consoles sofisticados e games para PCs são algumas das sugestões do DCInformática para os jovens gamers

Divulgação

GAMES

X-Box JPG: avanços de software e hardware proporcionam experiências completas.

O PlayStation 2: tecnologia avançada com excelente qualidade gráfica, mas o console precisa ser importado, pois não foi lançado aqui.

Aqui, o produto da Nintendo, que é de última geração e deverá ser lançado em novembro.

Wii JPG: joystick sensível aos movimentos dos jogadores, com formato de um controle remoto.

Óculos 3D conseguem converter imagem de qualquer game para PC, individuais ou não.

Fone de ouvido 3DPC Áudio FX: com ele, o gamer pode sentir os passos do inimigo e explosões.

também toda a noção de profundidade, textura e volume, deixando a atividade muito mais real e interativa. Preço sugerido: R$ 198,00 Com o fone de ouvidos 3DPC Áudio FX, o jogador poderá sentir os passos dos seus inimigos se aproximando e intensificar explosões, entre muitas emoções que o fone possibilita com seu poderoso sistema de vibrações. Preço: R$ 324,00. O fone converte baixas freqüências, imperceptíveis ao ouvido humano e as transforma em reais vibrações, que constroem a sensação de imersão ao ambiente e espaço tri-dimensional. Os controladores independentes de volume e intensidade de vibração permitem que o jogador ajuste a configuração do fone a seu gosto. À venda nas lo-

jas de informática, lojas virtuais, megastores e Lan Houses. Mais Informações: (11) 5524-9856 – www.3dms.com.br. Já a Clone está lançando uma linha de acessórios para turbinar os equipamentos dos amantes de games de PC e Playstation. Entre as novidades estão dois modelos de Joypads para Playstation e o Joystick Volante Sport Racing. Com um design moderno e 8 ou 12 botões de função, os Joypads para Playstation I e II aumentam a emoção dos jogos do console da Sony. Os controladores direcionais do joypad com 12 botões podem ser usados no modo analógico ou digital, com uma ótima adaptação para os diversos games como corridas, jogos de tiro, entre outros. O acessório também possui um sensor de

vibração que equipa o aparelho é ideal para os jogos de ação e tiro, por exemplo, aumentando ainda mais a sensação de realidade dos jogos. Para os games de corrida, o Joystick Volante Sport Racing possui botões estrategicamente colocados em posições que facilitam o uso sem que seja necessário soltar uma das mãos. O joystick traz também as famosas borboletas para a troca de marcha nas costas do volante, como nos carros da F1, e ainda um sistema de molas que dá um maior conforto à pegada do volante, que sempre volta à posição original. O produto é acompanhado de um jogo de pedais, para aumentar ainda mais a sensação de estar pilotando um carro de corrida. Para dar ainda mais realismo aos games, o joys-

Joypads e volantes: para aumentar as emoções dos jogadores com mais recursos.

tick possui um sistema de vibração embutido e a rotação do volante é de 180°. O design do Volante foi desenvolvido ergonomicamente, o que quer dizer que o usuário não precisará fazer malabarismos para trocar a marcha e mudar alguma confi-

guração do carro ao mesmo tempo. O acessório tem conector USB e é compatível com as versões 98, Me, 2000 e XP do Windows. Seus recursos e design dão aos simuladores de automobilismo uma sensação de realidade inovadora.


2

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

ROMBO POR SONEGAÇÃO CHEGA A R$ 4 BILHÕES

1

bilhão de dólares é o montante que o setor de comércio justo deve movimentar em 2006

Sergio Castro/AE

OPERAÇÃO BOLA DE FOGO PF DESMANTELA ESQUEMA DE CONTRABANDO DE CIGARROS

Policia Federal prendeu 97 pessoas envolvidas em uma organização de contrabando de cigarros Sergio Castro/AE

Presos são acusados de praticar corrupção, descaminho e sonegação fiscal

A

Polícia e a Receita tígio, falsidade ideológica, Federal desarticu- evasão de divisas, lavagem e laram ontem o que ocultação de ativos ilícitos. pode ser a maior O esquema era dividido em organização criminosa para três organizações criminosas, contrabando de cigarros segundo a polícia. No Estado desde a prisão de Roberto Sergio Castro/AE Eleutério da Silva, o Lobão, em 2003, sob a acusação de ser o maior contrabandista do produto no País. A operação, chamada "Bola de Fogo", teve a participação de 750 agentes da PF, além de servidores da Receita Federal, que cumpriram até a noite de ontem 97 prisões em 11 estados do País. Entre os presos estão advogados, empresários, servidores públicos e familiares que eram usados como laranjas. Fazendas e diversos bens devem ser seqüestrados. De acordo com a PF, foram Servidor foi preso com US$ 500 mil adquiridos com dinheiro ilícito. Também foram apre- de São Paulo, onde foram preendidos muitos carros de lu- sas 25 pessoas, estavam Daniel xo e forte armamento. Os cri- e Davi Yang Ching, sócios da mes cometidos são de contra- Sudamax Indústria e Comérbando, descaminho, sonega- cio de Cigarros. Instalada em ção fiscal, corrupção ativa e Cajamar, na Grande São Paupassiva, exploração de pres- lo, a empresa é apontada como

a distribuidora do produto contrabandeado. A empresa comercializava oito marcas de cigarro, seis delas para o mercado interno e outras duas eram destinadas à exportação. Mantinha no Paraguai a Tabacalera Sudan SRL, que seria a responsável pela fabricação dos cigarros da marca US Mild. Porém, o produto era produzido no Brasil para exportação, com benefício de não pagar tributos e impostos, mas acabava sendo distribuído no mercado doméstico. O selo de autenticidade também era falsificado pela empresa. O rombo nos cofres públicos por sonegação fiscal no setor de cigarros passa de R$ 4 bilhões. A Receita Federal estima em R$ 600 milhões por ano a sonegação no setor. Segundo a Receita, das 16 empresas fabricantes de cigarros que atuam no Brasil, nove tiveram seus registros cancelados, mas funcionam com liminares concedidas pela Justiça. O setor é um dos principais alvos da fiscalização. (AE)

Kassab vai aumentar o IPTU

A

Prefeitura de São Paulo vai alterar a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) a partir de 2008, o que deve aumentar o valor do tributo para a maioria dos proprietários. O prefeito Gilberto Kassab (PFL) enviou proposta à Câmara para atualizar a Planta Genérica de Valores (PGV), que indica o preço do terreno e das construções para composição do valor venal, base do cál-

culo do IPTU, a partir de informações do mercado imobiliário. O objetivo é que esse valor chegue a 70% do preço comercial dos imóveis e a correção seja feita anualmente. "Vamos fazer a atualização com base no levantamento mensal de transações comerciais enviado por 100 imobiliárias cadastradas pela Prefeitura. O valor do IPTU será o mais próximo possível da realidade, o que constitui justiça fiscal", explicou o secretário de Finan-

ças, Mauro Ricardo Costa. A gestão Kassab criou um mecanismo para que o valor do IPTU seja atualizado anualmente. A Prefeitura será obrigada a mandar para os vereadores, até 30 de setembro de cada ano, um projeto de lei estabelecendo os valores unitários de metro quadrado de construção e de terreno. A proposta terá uma relação de ruas, agrupadas em perímetros de zonas fiscais, com os respectivos valores comerciais. (AE)

A operação chamada de Bola de Fogo reuniu 750 agentes da Polícia Federal e servidores da Receita Federal

Selo comércio justo chega aos supermercados

A

té o final do ano, redes de varejo como Wal-Mart e Mundo Verde vão colocar em suas gôndolas produtos com o selo de "comércio justo". A FairTrade Labelling Organizations (FLO), organização internacional responsável pela certificação desse tipo de produto, acaba de chegar ao País. O conceito de comércio justo ainda é desconhecido do brasileiro, embora nos países desenvolvidos esse mercado deva movimentar perto de US$ 1 bilhão em 2006 e cresça em média 20% ao ano desde 1997. O principal objetivo é garantir um canal de comércio eficiente ao pequeno produtor e um preço justo por sua safra. Entram também critérios de sustentabilidade, como respeito ao meio ambiente e ausência de trabalho escravo ou infantil. Hoje existem 40 países produtores e 27 compradores, que buscam produtos como

ATAS

café, bananas, sucos de frutas, açúcar, castanhas, vinho, cerveja e até bolas de futebol. No Brasil, o primeiro produto a ter esse selo será o café. A Café Bom Dia, de Varginha (MG), já vende uma marca com esse conceito nos Estados Unidos. Agora, a empresa está em fase final de negociações com a rede Wal-Mart para colocar o produto nas gôndolas. "O produto deve estar nas lojas Sam's Club até o final do ano", diz Wilson de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos do Wal-Mart Brasil. Meta – Em 2005, o Wal-Mart traçou uma meta global para aumentar a presença de "produtos sustentáveis" – como orgânicos e de comércio justo – para 20% em três anos. Nos EUA, 60 milhões de consumidores já compram produtos com o selo. Em cinco anos, as vendas saltaram de US$ 50 milhões para US$ 400 milhões. A expansão desse mercado

se deve principalmente à entrada de grandes redes no comércio de produtos com esse perfil, o que está ajudando a democratizar o conceito. Hoje, gigantes como Starbucks, Dunkin' Donuts, Wal-Mart e McDonald's já vendem o café com o selo de comércio justo. O Brasil já usa o conceito de comércio justo na produção de café. Porém, 100% da produção, estimada em 3 mil toneladas por ano, é exportada. A saca de 60 quilos de café de comércio justo chega a custar US$ 400 no exterior – ante os US$ 180 pagos ao produtor pela saca de café convencional. A rede Mundo Verde, especializada em produtos naturais e orgânicos, deve começar em breve a oferecer produtos com o selo fair trade, como café e suco de frutas. Hoje, dos 1,2 mil fornecedores da rede de lojas, 900 são micros e pequenas empresas "É uma tendência mundial." (AE)

COMUNICADOS

CONVOCAÇÕES SOCIEDADE PAULISTA DE VEÍCULOS

CNPJ 60.840.683/0001-17 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Ficam os Srs. Acionistas convocados para a Assembléia Geral Extraordinária de 31/10/2006, às 10:00 horas, na sede social, à Av. Engenheiro Armando Arruda Pereira, 999, para tratar da seguinte Ordem do Dia: (1) Eleição dos membros da diretoria para um mandato de dois anos; (2) outros assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 10 de outubro de 2006. Luiz Fernando de Oliveira Borba - Diretor-Presidente. (10, 11 e 13/10/2006)

EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 042/2006-FAMESP/HEB

PROCESSO Nº 273/2006-FAMESP/HEB

REGISTRO DE PREÇOS Nº 028/2006-FAMESP/HEB

Acha-se à disposição dos interessados até o dia 01 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 042/2006- FAMESP/HEB-PROCESSO Nº 273/2006FAMESP/HEB - REGISTRO DE PREÇOS Nº 028/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Reagentes para exames de Bioquímica, com concessão de uso, gratuita, de toda a aparelhagem automática, mais um equipamento Back-up, para a completa execução dos testes, para a Seção de Laboratórios de Análises Clínicas do Hospital Estadual Bauru. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 06 de novembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 09 de outubro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi Diretor Vice-PresidenteFAMESP.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 10 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Mário Hamilton Casella - Requerida: Pompéia Alimentos Atacadista Ltda Rua Benjamim de Oliveira, 144 - 2ª Vara de Falências Requerente: Knauf do Brasil Ltda - Requerido: Anchieta Interiores e Exteriores Decorações Ltda-ME - Estrada das Lágrimas, 4.183 -1ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda - Requerido: Relevo Araújo Indústria Gráfica Ltda - Rua Javaés, 136 - 1ª Vara de Falências Requerentete: Rayton Industrial S.A - Requerido: Valcont Válvulas Conexões e Tubos Ltda - Av. Alcântara Machado, 94 - 1ª Vara de Falências Requerente: Winilak Química Ltda. - EPP - Requerido: Cazza Projetos de Móveis Ltda. Av. Nossa Senhora do Ó, 83 - 2ª Vara de Falências


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BRASIL VAI À OMC CONTRA INDONÉSIOS

3

34

bilhões de dólares foram os recursos oferecidos à Vale do Rio Doce para a compra da Inco

34 BANCOS ENTRARAM NA OPERAÇÃO QUE DEVERÁ FAZER DA VALE "PLAYER" DO NEGÓCIO DE NÍQUEL

POOL BANCÁRIO PARA VALE LEVAR INCO T 21

Alexandre Mota/AFP

Jazida Brucutu da Vale, em São Gonçalo do Rio Abaixo, no Estado de Minas Gerais

O BOTICÁRIO Até 2010, todas as 2,4 mil lojas da rede terão novo conceito e identidade visual.

Ó RBITA

BRASIL NA OMC

O

Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as barreiras impostas pela Indonésia contra a exportação brasileira de carne bovina. Os asiáticos barraram o comércio por causa da febre aftosa que atingiu o gado de algumas regiões do País em 2005. O problema, segundo o Brasil, é que os indonésios embargaram a carne originária de qualquer região brasileira, e não apenas dos estados afetados. Um dos argumentos é que o governo conseguiu criar zonas livre de aftosa e que, portanto, não haveria motivo para banir a entrada de produtos dessas áreas. (AE)

PETRÓLEO

O

s preços do petróleo devem ganhar força se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continuar com os planos de cortar em 1 milhão de barris por dia sua produção. No entanto, o impacto pode ser amortecido por conta dos grandes estoques de petróleo e derivados, disse o chefe da Administração de Informação de Energia (AIE), agência do governo dos Estados Unidos. Membros da Opep caminham para um acordo de redução. Esse seria o primeiro corte em dois anos. (AE) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

China estima safra de grãos acima de 490 milhões de toneladas

L

Conab faz leilão de sementes soja transgênica

L

Preços sobem 0,24% em São Paulo

NATURA Empresa inicia sistema de venda direta na França. A operação começa com 60 consultoras.

DÉFICIT MUNDIAL DE AÇÚCAR

A

Organização Internacional do Açúcar (OIA) estimou o déficit global desse produto em 6,1 milhões de toneladas em 2005, após um excedente de 1,7 milhão de toneladas em 2004, de acordo com a publicação anual da entidade sobre o setor, o Sugar Year Book 2005.

A principal razão do déficit foi a seca que atingiu países como Índia, Tailândia, Paquistão, China e Cuba, segundo Sergey Gudoshnikov, economista sênior da organização. A produção mundial em 2005 foi de 141,3 milhões de toneladas, e o consumo, de 147,48 milhões. ( Reuters)

ARGENTINOS CONGELAM PREÇOS

A

s principais cadeias de supermercado da Argentina concordaram em prorrogar o acordo que mantém congelado os preços de bens de consumo básicos até o final de 2007. A decisão foi anunciada após reunião entre os empresários e o presidente

Néstor Kirchner, que assumiu o combate à escalada dos preços, que no ano passado gerou uma inflação de 12,3%. "O acordo que fechamos até o final de 2006 foi prorrogado até o fim de 2007", disse o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. (Reuters)

rinta e quatro bancos vão integrar o pool para financiar a iminente compra bilionária da produtora canadense de níquel Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, informou o diretor financeiro da empresa brasileira, Fábio Barbosa. A Inco é vice-líder mundial do segmento. Segundo Barbosa, o interesse por participação no pool fez com que os recursos oferecidos à Vale atingissem os US$ 34 bilhões e que nenhuma das instituições preenchesse a cota total entre US$ 1 bilhão e 1,5 bilhão, inicialmente ofertada. "O banco que levou mais, ofertou US$ 800 milhões", informou Barbosa às vésperas de fechar a maior aquisição da história da gigante mundial de minério de ferro, que pode ser concluída já na próxima segunda-feira à noite. A empresa vai sacar, no entanto, apenas o equivalente à compra, "entre US$ 17,5 bilhões e US$ 18 bilhões", informou o diretor da companhia. Líder nas Américas – A Vale do Rio Doce é a maior companhia diversificada de mineração das Américas e uma das quatro maiores empresas do setor de mineração no mundo, com valor de mercado de aproximadamente US$ 50 bilhões. A empresa também produz cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, entre outros produtos, e com a compra da Inco torna-se importante player no segmento de níquel.

horas do dia 16 de outubro. Esse é o prazo final da oferta da Vale do Rio Doce pela canadense. Os principais executivos estarão em Nova York A oferta consiste em 86 dólares canadenses por ação da Inco, em dinheiro, para 100% do capital, ou cerca de 231 milhões de ações, de acordo com Fábio Barbosa. A oferta da mineradora brasileira é válida até às 21 horas (horário de Brasília) do dia 16 de outubro, mesmo dia em que os principais executivos da companhia, como Barbosa, estarão na Bolsa de Valores de Nova York para o "CVRD Day". Segundo a companhia, a comemoração na bolsa é anual e a data "foi uma coincidência". Empréstimo-ponte –O financiamento dos bancos funcionará como um empréstimoponte se a compra for concluída, com prazo de dois anos, que posteriormente será alongado por um prazo médio de sete anos, explicou o diretor, mantendo o perfil de endividamento da companhia. "A grande demanda pelos bancos mostrou que há muito

crédito disponível pelo reconhecimento do nosso fluxo de caixa e do balanço financeiro", avaliou Fábio Barbosa. A oferta dos bancos e a perspectiva de uma estrutura de financiamento de prazo maior para a compra da Inco foram fundamentais, na visão do diretor, para a manutenção da empresa no grau de investimento pelas agências de classificação de risco, conforme anúncios feitos por S&P e Moody's na segunda-feira. "As agências de rating endossaram a percepção do mercado. Mesmo se comprarmos a Inco, a Vale vai permanecer como grau de investimento, isso é muito importante para nós." Grau de investimento – Na ocasião do anúncio da possível compra da Inco, em 11 de agosto, o próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, havia reconhecido a possibilidade do rebaixamento da empresa pelas agências, devido ao inevitável aumento do endividamento. Na segunda-feira, no entanto, a S&P informou que a Vale poderá cair da atual posição de BBB+ para BBB-, mas ainda manterá o nível de grau de investimento, dependendo da estrutura do financiamento. Pela Moody's, a mineradora brasileira deixou de alcançar nível BAA2, do grau BAA3 atual, por conta do anúncio do interesse na Inco, mas a agência classificadora afirmou que poderá manter o grau da mineradora depois da confirmação do perfil da dívida. (Reuters)


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Compor tamento Polícia Festas Acidente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

ANHANGABAÚ TERÁ ÁRVORE ESPECIAL

Esperamos melhorar a proposta a cada ano, transformando a cidade em grande atrativo. Gilberto Kassab, prefeito

UM NATAL COM MUITA LUZ NA CIDADE O projeto Natal Iluminado foi anunciado oficialmente ontem na Prefeitura. Parcerias vão garantir um fim de ano mais belo e muito bem decorado nas ruas da capital. Milton Mansilha/Luz

Fotos de André Stéfano/SPTuris

Ivan Ventura

S Agência de banco na avenida Paulista chamou a atenção em 2005

Teatro Municipal, no Centro de São Paulo, com as luzes do Natal

Na rua Normandia, a decoração natalina já se tornou uma tradição

NA ESCOLA

ão Paulo deverá ter este ano um Natal especial, com uma decoração jamais vista. A promessa foi feita ontem por representantes da Prefeitura, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), do banco Santander Banespa e de outros segmentos da iniciativa privada durante o lançamento oficial do Natal Iluminado. O objetivo é apresentar muitas novidades em mais um ano dessas parcerias de sucesso. O anúncio do Natal Iluminado, feito na Prefeitura, contou com a presença de representantes de diversas entidades. Lá estiveram o presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti; o prefeito Gilberto Kassab; o secretário de Subprefeituras, Andrea Matarazzo; o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho; o presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos; e o vicepresidente executivo do Santander Banespa, Miguel Jorge. Árvore – A primeira novidade é que a tradicional árvore de Natal do Obelisco, no Ibirapuera, ficará maior. Neste ano, ela pesará 210 toneladas e terá 60 metros de altura – equivalente a um prédio de 20 andares – e 28 metros de diâmetro. A decoração contará com 12 anjos – com 2 metros de altura cada – e com uma estrela de Davi, com aproximadamente 6 metros de altura. O espírito natalino também estará presente em imóveis tradicionais da cidade. O edifício Matarazzo, sede da Prefeitura, receberá anjos de estrutura metálica na fachada. O vale do Anhangabaú também terá

TIROS NA 25

Andrea Matarazzo, Alencar Burti, Gilberto Kassab, Miguel Jorge, Guilherme Afif Domingos e Caio de Carvalho durante o lançamento do projeto Natal Iluminado deste ano

sua árvore de Natal, com 15 Associação – A Associação metros, estrelas e mais de 200 Comercial de São Paulo tammil lâmpadas. Os viadutos do bém está engajada no espírito Chá e Santa Ifigênia receberão natalino. A ACSP vai instalar lâmpadas, em ambas as faces, e mil estrelas luminosas – com cerca de 1,60 metro cada – em holofotes coloridos. O Santander Banespa vai ruas comerciais e locais conhepresentear a cicidos de São Paulo, todos dade com uma decoração espeeles indicados pelas 15 districial na Torre do Banespa, no tais da entidade. O Pátio do Centro, assim A intenção da parceria como em outros é humanizar mais a C o l é g i o t a mbém receberá imóveis, que re- cidade, deixando-a ceberão a decodecoração especial. "A intenração natalina. mais bonita para o O v i c e - p r e s i- paulistano e o turista. ção da parceria dente executivo Alencar Burti, é h u m a n i z a r do Santander, presidente em exercício mais a cidade, Miguel Jorge, reda ACSP d e i x a n d o - a mais bonita pavelou que só na decoração da ra o paulistano e o turista", distorre serão utilizadas 600 mil microlâmpadas, se o presidente em exercício da 15 mil metros de mangueiras ACSP, Alencar Burti. de luz, estrobos (tipo de lumiBurti, inclusive, fez uma noso piscante) e 18 grandes an- brincadeira quando perguntajos. Por fim, o Shopping Center do se o objetivo era alcançar o Light, também na região cen- patamar da tradicional decotral, receberá 200 mil lâmpa- ração de fim de ano da cidade d a s c o m p o t ê n c i a d e 2 0 de Nova York, nos EUA. "Nova York que se cuide. Temos mil watts.

BEBÊ

m menino de 7 anos erminou em troca de tiros suposto pai do bebê que morreu segunda-feira uma tentativa de assalto foi abandonado em uma U T O depois de passar mal ao ocorrida no fim da tarde de toca de tatu logo depois de Ó RBITA

RODÍZIO Secretaria Municipal A de Transportes suspendeu o rodízio de veículos na sexta-feira, em razão da previsão de redução de veículos em circulação na capital durante o feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida. O rodízio também será suspenso amanhã, dia 12 de outubro.

realizar esforço físico na escola Organização Escolar Alem, em Rio Claro. Os motivos da morte ainda deverão ser investigados. O garoto sentiu mal-estar durante uma gincana na aula de educação física, passou a vomitar e a expelir sangue pelo nariz. O Corpo de Bombeiros foi acionado, e o garoto foi levado de ambulância, mas chegou morto ao hospital. Há suspeitas de ataque cardíaco, mas a causa da morte só será confirmada após exames. (Agências)

ontem na rua 25 de Março, Centro. Por volta das 16h, um policial militar que estava em seu dia de folga entrou em uma agência do Bradesco, próxima ao número 288 da 25 de Março. Sacou dinheiro e, ao sair da agência, foi abordado por seis homens que o jogaram ao chão e o agrediram. O policial estava armado e fez dois disparos. Os ladrões fizeram outros cinco disparos. Ninguém ficou ferido. Os assaltantes fugiram sem nada levar. A ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial. (Agências)

nascer, no domingo em Laranjeiras do Sul (PR), apareceu ontem e reivindicou a guarda da criança. O menino, que tinha oito meses de gestação, foi encontrado cerca de 24 horas depois do abandono e recupera-se bem no Hospital São Lucas. A presidente do Conselho Tutelar da cidade, Maria de Lurdes Pereira Matoso, crê que em dois ou três dias o bebê receba alta. Vários telefonemas foram dados ao Conselho Tutelar de pessoas interessadas na adoção do menino. (AE)

uma decoração de fazer inveja a todos", afirmou. O prefeito Gilberto Kassab também falou sobre o Natal Iluminado, desta vez como organizador do evento (em 2005 ele era vice de José Serra, recém-eleito governador de São Paulo). "É um daqueles bons momentos da administração pública. Esperamos melhorar a proposta a cada ano, transformando a cidade em um grande atrativo para o turista", disse. Caio Luiz de Carvalho endossou as palavras do prefeito. "Desde 2005, São Paulo transforma seu Natal também em produto turístico, com campanhas mostrando as vantagens de vir à capital para fazer compras e as opções de roteiros turísticos pelas principais atrações da cidade", disse o presidente da SPTuris. O secretário Andrea Matarazzo informou que as parcerias não ficarão restritas às entidades que compareceram à solenidade de ontem. "Há outras empresas participando e haverá integração entre todas as secretarias do município", concluiu.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.OPINIÃO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

ELEIÇÕES, PLANOS E REFORMAS

N

Um terceiro ponto crucial é a legislação trabalhista. Por conflituosa e ultrapassada, ela é responsável pelo fato de que 55% da mão-de-obra trabalham no setor informal. É preciso torná-la mais simples, continuando a garantir direitos básicos do trabalhador, mas abrindo mais para a possibilidade de acordos trabalhadorempregador, passíveis de serem mutuamente vantajosos. Em quarto lugar, vem a necessidade de seguirmos mais de perto o exemplo do Leste asiático, que se abriu para o comércio internacional, há mais de 40 anos, e hoje colhe os frutos de tal escolha. O viés ideológico contrário à integração Norte-Sul, que deu o tom da política externa do governo Lula, é prejudicial ao crescimento. Em quinto lugar, é preciso voltar a focar o investimento educacional, nos níveis primário e secundário. Estudos empíricos mostram que, para economias ainda longe da fronteira tecnológica mundial, como a nossa, o payoff em termos de taxas mais expressivas de crescimento é mais favorável para os investimentos nestes níveis educacionais vis-à-vis o terceiro grau, equivocadamente priorizado, nos últimos quatro anos. or fim, em termos de perspectivas para o crescimento de longo prazo, a diferença de visão entre os dois candidatos, Lula e Alckmin, é mais importante que detalhes sobre a condução da política monetária, ou de câmbio.

P

TRECHOS DO EDITORIAL DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES ASSOCIADOS WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

G Onde o

próximo presidente deveria aplicar seu capital político?

S ó há uma agenda para o próximo governo

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

BENEDICTO FERRI DE BARROS Céllus

ão é novidade que o Brasil tem crescido pouco. Ao ritmo atual, a renda per capita dobrará em cerca de 70 anos. Não há dúvida, portanto, sobre a essência da agenda prioritária do próximo governo. Como já mencionado, para crescermos de maneira mais rápida que a decepcionante média dos últimos 25 anos, é preciso que a oferta da economia se amplie mais celeremente - expansões econômicas calcadas em impulso de demanda apresentam tendência inflacionária e não se mostram sustentáveis ao longo do tempo. As palavras-chave em termos teóricos são produtividade, investimento físico e aperfeiçoamento do estoque de capital humano. Tudo isto é bastante conhecido, mas, do ponto de vista prático, cabe procurar responder à seguinte questão fundamental: onde o próximo presidente deveria aplicar seu capital político, objetivando promover o desenvolvimento? Em primeiro lugar, na questão do gasto governamental. Arrecadamos 37% do PIB em impostos, taxas contribuções e, destes recursos, dirigimos meros 2,0% para investimentos públicos. O resto é pura despesa corrente, que, sem incluir juros, chega a mais de 30% do PIB. Em suma, gastamos muito, e mal. O segundo ponto é de ordem mais geral, e tem a ver com alteração da feição do Estado, de agente promotor para agente facilitador do crescimento, adquirindo atitudes prónegócios, de caráter menos intervencionista, ou centralizador. Neste caso, o exemplo mais importante diz respeito ao tratamento a dispensado às agências reguladoras, instrumento garantidor das regras do jogo, esvaziadas na administração do PT. É preciso revitalizá-las, com urgência, sob risco de continuarmos a ver minguar os investimentos privados em infra-estrutura.

O boneco OLAVO DE CARVALHO

A

superioridade moral, intelectual e prática do candidato Alckmin em relação a seu concorrente é imensurável e a única coisa que se pode alegar para depreciá-la é que não há nenhum mérito notável em ser melhor que um delinqüente malicioso e cínico. Eu diria mesmo que o padrão Alckmin é o mínimo aceitável na classe política de qualquer país decente. Lula não é aceitável nem como suplente de vereador. Não é aceitável como contínuo de repartição pública. Não é aceitável como varredor de rua. Só é aceitável como presidiário, porque lugar de delinqüente é na cadeia. E quando o chamo de delinqüente não estou me referindo ao mensalão, ao dinheiro na cueca, a sanguessugas e a valdomiragens diversas. Em tudo isso as provas contra ele existem, mas são indiretas e circunstanciais. Refiro-me, sim, à sua longa parceria política com duas das organizações criminosas mais perversas e violentas que já existiram no continente: as Farc, que distribuem cocaína a crianças nas nossas escolas e treinam assassinos para que matem mais e mais brasileiros, e o MIR chileno, acionista majoritário da indústria dos seqüestros no nosso país. Aí a prova é direta, documental e superabundante: centenas de páginas de atas de assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo, assinadas pelo seu fundador e presidente, Luís Inácio Lula da Silva, mais o discurso que ele fez no décimo-quinto aniversário da entidade, no qual se gaba daquilo que deveria envergonhá-lo, se ele tivesse a capacidade de envergonhar-se. Durante doze anos esse sujeito tramou a estratégia comum do seu partido com narcotraficantes, seqüestradores e assassinos, calculando a vantagem mútua que, para a conquista do poder total na América Latina pelos herdeiros ideológicos de Lênin e Stálin, deveria resultar da colaboração entre o crime e a aparência de legalidade, esta encobrindo e protegendo aquele, recebendo em troca dinheiro e a garantia da violência armada em caso de aperto. Se dar respaldo político ao crime não é crime, Lula é inocente, exceto do mensalão e outros delitos menores. Se beneficiar-se politicamente da parceria com o crime não é cri-

me, Lula é inocente, exceto daquelas falcatruas banais que a mídia educadamente lhe imputa na intenção de reduzir esse monstro de amoralidade e maquiavelismo às proporções de um João Alves de esquerda, desprezível por ser João Alves, perdoável por ser de esquerda. No debate de domingo, ele foi chamado de mau administrador, perdulário do dinheiro público e mentiroso. Para quem fundou, inspirou e dirigiu a maior organização subversiva e criminosa que já existiu no continente latino-americano, tudo isso é elogio. Apenas deixa na platéia a impressão de que ele é tão ruim quanto seu adversário, no máximo um pouquinho pior. Mesmo que esse pouquinho lhe roube a reeleição, a perda será tão mais tênue, mais doce do que o castigo que ele merece, que ela terá sido, no fim das contas, um prêmio. E, para o PT, reconhecer que um dos seus é “um político como qualquer outro” terá sido um prodígio de humildade tão excelso, tão deslumbrante, que bastará para dar reforço dobrado à crença dogmática na santidade partidária.

P

rotegido de si mesmo até pelos seus adversários, assegurado, por algum pacto sinistro, de que seus crimes supremos não serão mencionados em público, isolado assepticamente da realidade macabra que veio construindo em segredo ao longo de uma década e meia, ele comparece aos debates com a segurança, a empáfia, a pose agressiva e triunfante de quem conta, na mais catastrófica das hipóteses, com uma perda honrosa. Ele é, na verdade, o político mais vulnerável que já ousou se mostrar ao eleitorado neste país. Sua história é uma sucessão de abominações cuja narrativa bastaria para escorraçá-lo da vida pública e trancafiá-lo para sempre na galeria subterrânea das vergonhas nacionais. Ele sabe que sua afetação de superioridade é mera pose, erguida e mantida com muita cola, muito verniz, muita fita crepe. Rasguem-lhe o invólucro de proteção, digam-lhe a verdade na cara, perante a platéia, e ele se desmanchará como um boneco de papelão na chuva.

E le é o político mais vulnerável que já ousou se mostrar ao eleitorado

Jovem inadimplência MARCOS CRIVELARO

M

uitos jovens não sabem se comportar quando precisam tomar decisões relativas ao dinheiro, principalmente porque as decisões estão mergulhadas em raízes emocionais. A grande dificuldade está em adiar uma satisfação pessoal, principalmente se o dinheiro está disponível e desprotegido contra o pior inimigo na conta corrente, o próprio jovem consumista. No tocante aos gastos, existem lições importantes. Não se pode ter tudo o que se quer! É necessário aguardar o momento ideal e fazer escolhas. Querer não é sinônimo de precisar. Os jovens são facilmente convencidos, pela publicidade, a consumir produtos e serviços e, por isso, esquecem que o fundamental é ter uma reserva monetária e não contrair dívidas que não poderão ser pagas. O comportamento isolado e inadequado de cada indivíduo reflete nos números coletivos da economia do País. A cada ano, cresce o número de brasileiros endividados e o total de inadimplentes (quem têm dívidas em atraso), jovens ou não, aumentou 89,24% em julho deste ano, em relação ao mesmo mês de 2005. Isso indica que o sistema de crédito pode estar caminhando para um colapso. Mais da metade dos paulistanos está endividada e 32% deles admitem não ter como pagar as dívidas. As dívidas com cartões de crédito e financeiras (valor médio de R$ 303,55) tiveram o maior peso na inadimplência dos consumidores. O segundo maior índice foi o de cheques sem fundos (valor médio de R$ 575,06) e as dívidas com os bancos registraram a terceira maior participação no indicador (valor médio de R$ 1.108,16).

Até certo ponto, é paradoxal esse quadro de inadimplência porque, segundo o Dieese, em 82% das 271 negociações salariais pesquisadas ocorreu reajuste superior à inflação (2,75%) gerando, portanto, os maiores reajustes salariais dos últimos dez anos. Esse endividamento, de maneira geral, ocorreu devido à falta de habilidade do consumidor de lidar com a expansão da oferta de crédito (consignado 60,9% e pessoa física 33,2%) e do alongamento nos prazos de pagamento (prazo médio de 36 meses). As prioridades dos devedores, na hora de acertar as contas, são: prestação do imóvel, prestação do automóvel, despesas básicas, cartão de crédito, saúde e, por fim, educação.

O

jovem (de 18 a 30 anos), em média, ganha de dois a três salários mínimos e, apesar de em muitos casos não ter a responsabilidade de sustentar uma família, representa 40% dos brasileiros em inadimplência. Quase metade dos gastos com cartão de crédito (maior concentração na faixa etária entre 21 e 30 anos) está relacionada com alimentação, roupas e calçados. Poucos se preocupam com a possibilidade de perder o emprego ou o estágio. Por outro lado, o desemprego representa quase metade das causas da inadimplência. O nome inserido nos cadastros de proteção ao crédito (jovens com até 21 anos correspondem a 6%) pode ser um grande obstáculo para aqueles que pretendem uma vaga no mercado de trabalho ou um empecilho para manter-se empregado. MARCOS CRIVELARO É CONSULTOR NAS ÁREAS ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA.

O jovem representa 40% dos brasileiros em inadimplência

RASCUNHO A BICO-DE-PENA ão é o fato de sermos irmãos por sensibilidade e ofício que explica meu louvor de Paulo Bomfim. É sua obra. Iniciada em 1947 (Paulo tinha 21 anos) com Antonio Triste (Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras), ela completa com este Janeiro de meu São Paulo (Bookmix Comunicação Ltda.-São Paulo, 2006) um acervo de 28 volumes em verso e prosa poética na melhor tradição clássica, vernacular e atualizada, da poética paulistana, paulista, vale dizer, brasileira. E o volume anuncia mais dois em preparação. Após uma primeira fase eminentemente subjetiva e lírica (que nunca desertará sua poesia), representada por seus primeiros livros, com Armorial, de 1956, o viandante sai do território da subjetividade, iniciando seu périplo pelo espaço e tempo nacional. Janeiro de meu São Paulo, livro de crônicas poéticas, Paulo Bomfim avança no périplo dos Lusíadas brasileiro iniciado há cinqüenta anos. Hiperbólico? Haverá poucas passagens significativas da nossa História não epitomisadas em sua obra.

N

o completar neste seus oitenta anos, Janeiro de meu São Paulo retoma em suas crônicas o pathos de sua inspirada viagem pelo grande Brasil, que iniciara aos 30 anos. Com seus cabelos nevados, a ginga meio adernada de seu andar resoluto e seu sorriso iluminado e aliciante, o Príncipe dos Poetas Brasileiros reafirma sua maturidade, organizando o acervo das obras que plantou no seu meio-século de arte poética. Comentários de Antonio Penteado Mendonça nas orelhas do livro e de José Renato Nalini na contra-capa, enriquecem com traços adicionais este esboço do poeta e sua poesia. A ilustração da capa deste Janeiro , desenhada por Clóvis Graciano em traços singelos e vigorosos diz tudo: sobre Paulo e seu liivro mais recente.

A

BENEDICTO FERRI DE BARROS É MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

G O livro de

crônicas poéticas de Paulo Bomfim avança no périplo dos Lusíadas brasileiro Excepcionalmente, deixamos de publicar hoje a coluna de João de Scantimburgo.


4

Empresas Finanças Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

PARA EMPRESÁRIOS, ÁSIA É TSUNAMI MUNDIAL

27,75

bilhões de reais foi o montante comercializado em megawatts no 3º leilão de energia nova

Maria Eugenia Solis/Reuters

MERCOSUL PODE ABRIR O MERCADO AUTOMOTIVO Em troca, o bloco quer ampliar cotas para entrada de produtos agrícolas na UE

O

Mercosul poderá melhorar sua oferta de abertura do mercado automotivo e de serviços para a União Européia (UE), como forma de convencer Bruxelas a ampliar suas cotas para os produtos agrícolas do bloco. Na primeira semana de novembro, os dois blocos voltam a se reunir no Rio de Janeiro, depois de meses sem contatos formais. Segundo um dos principais negociadores da delegação uruguaia, Carlos Amorim, uma das hipóteses é a mudança na oferta que o Mercosul fez para abrir seu mercado automotivo. Os europeus querem a inclusão do setor na lista das áreas a serem liberalizadas. Mas, representando um terço do comércio entre as duas regiões, o Mercosul hesita em aceitar a proposta. A idéia do bloco era propor a redução gradual das tarifas, durante 18 anos. Uma das opções em estudo no Mercosul é acelerar essa abertura, ainda que mantendo o setor como um tema sensível. Serviços – A outra proposta seria no setor de serviços, também de interesse dos europeus. "Estamos em negocia-

ções no Mercosul para ver se teremos algo mais a oferecer nesse campo", disse o negociador uruguaio. Segundo Amorim, o Mercosul fará uma nova reunião nas próximas semanas para tentar fechar uma posição para o encontro de novembro. Em maio, o bloco sul-americano enviou proposta de retomada das negociações aos europeus. Mas a resposta da UE foi considerada insuficiente. Para negociadores de Bruxelas, a tentativa de retomada não teve êxito na época porque os europeus ainda esperavam o resultado nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), em julho. Com a suspensão do processo na OMC, os europeus estariam dispostos a voltar a conversar. Em sua nova estratégia de política comercial, Bruxelas enfatiza os acordos bilaterais, especialmente com Ásia e Mercosul. Mas ainda assim mostra pouca margem de manobra para oferecer uma abertura comercial no setor agrícola, como quer o Mercosul. Segundo o Uruguai, o objetivo de rever a proposta no setor automotivo e de serviços é conseguir que os europeus apresentem cotas mais favorá-

veis aos setores como o de carne bovina, frango, milho e etanol. "Em alguns desses casos, já reduzimos nossos pedidos para que ficassem mais próximos do que os europeus podem oferecer", disse Amorim. Cotas – Um dos casos é o da carne. O Mercosul queria cotas para exportação de 360 mil toneladas por ano, mas reduziu o pedido para 300 mil. O que os europeus oferecem, porém, fica ainda longe das pretensões do Mercosul. Para a carne bovina, a cota proposta por Bruxelas não passaria de 60 mil toneladas por ano. "Isso não é sério", afirmou o negociador uruguaio. Apesar das informações sobre os bastidores das negociações, delegados do Mercosul e da Europa dizem que foram instruídos a manter em sigilo todos os detalhes das negociações em andamento. Um acordo para que nada vazasse foi proposto pelo chanceler brasileiro, Celso Amorim, em uma reunião com o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, em setembro. Em Bruxelas, diplomatas confirmam que o acordo existiu e teria como objetivo fazer avançar as negociações longe dos focos da imprensa. (AE)

O ministro Fernando Furlan durante encontro com a colega argentina Felisa Miceli, da pasta de Economia

Ásia preocupa montadoras

E

mpresários brasileiros e argentinos do setor automotivo discutiram com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, propostas para que ambos os países possam enfrentar a concorrência asiática, classificada como um "tsunami" mundial, que promete arrasar com a concorrência das indústrias do Brasil e da Argentina. O assunto foi discutido durante café da manhã em Buenos Aires, onde se encontra uma missão brasileira de empresários e técnicos do governo, liderada pelo ministro Furlan. Participaram do encontro, os presidentes das associações dos fabricantes de veículos do Brasil (Anfavea), Rogélio Golfarb, e da Argentina (Adefa), Felipe Rovera, além do setor de autopeças. Carga menor – Para Golfarb,

o momento exige que os dois países tenham uma política regional que permita ampliar mercados, aumentar a produtividade e também eduzir a carga tributária. O presidente da Anfavea acredita que os empresários do setor devem brigar juntos para melhorar a competitividade. Segundo ele, para enfrentar a concorrência "é fundamental reduzir a carga fiscal do setor que, no Mercosul, é uma das mais altas. A agenda do ministro Furlan para ontem ainda incluiu reuniões com três secretários do governo de Néstor Kirchner: Energia, Obras e Transportes, para discutir sobre oportunidades de negócios na Argentina. De acordo com Furlan, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "está disposto a facilitar os negócios de empresas brasileiras na Argenti-

na". Para tanto, o vice-presidente da entidade, Armando Mariante, informou que "nos próximos três anos poderiam ser desembolsados US$ 3 bilhões em financiamentos de projetos no país". Na reunião que Furlan manteve ontem com o ministro de Planejamento, Julio De Vido, o argentino solicitou a cooperação do BNDES para financiar US$ 600 milhões que seriam aplicados em ampliações de gasodutos para aumentar em 22 milhões de metros cúbicos a capacidade de transporte de gás no próximo triênio. As obras utilizariam serviços de empresas brasileiras. Também há interesse de empresários brasileiros de participar de obras de saneamento básico. Ontem, Furlan também se encontrou, em Buenos Aires, com a ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli. (AE)

Aneel afasta risco de racionamento

O

governo federal conseguiu atender a 99,6% da demanda de eletricidade prevista para o País em 2011. Em pouco menos de quatro horas, o terceiro leilão de energia nova comercializou 1.104 megawatts (MW) médios ao preço médio de R$ 128,90, o que somou R$ 27,75 bilhões. O resultado foi considerado satisfatório e afasta o risco de um possível racionamento até 2011, afirmou o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, após o término do evento, realizado ontem via internet, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No leilão, o governo licitou novas usinas, vendeu energia de unidades já concedidas no passado, mas ainda sem contrato, e deu autorização para a construção de térmicas movidas a diesel, óleo combustível e bagaço de cana-de-açúcar. Do total leiloado, 569 MW médios são de fontes hídricas e 535

MW médios, de termoelétricas. "Foi um resultado excelente", observou o ministro, apesar de duas usinas terem terminado o leilão sem nenhum interessado por causa do preço. Concessões – Quatro usinas haviam sido qualificadas para participar do evento: Mauá, Dardanelos, Barra do Pomba e Cambuci. Mas o preço inicial estabelecido no leilão, de R$ 125 o MW/hora, não era condizente com os estudos de viabilidade para a construção das usinas. "O mercado avaliou que não dá para construir essas usinas, cujos projetos são complicados e com problemas ambientais", afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim. Com isso, houve a concessão de apenas duas hidrelétricas, Mauá e Dardanelos, mas que foram bastante disputadas por empresas privadas. A Hidrelétrica de Dardanelos, de 261 MW, no Mato Grosso,

foi arrematada pelo Consórcio Aripuanã, formado pelas empresas privadas Neoenergia e Odebrecht e as estatais Eletronorte e Chesf. Já o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, formado pela Copel e Eletrosul, levou a Hidrelétrica de Mauá. Além das duas hidrelétricas, o governo concedeu outorga para a construção de sete usinas térmicas, sendo cinco movidas a bagaço de cana, uma a gás de processo e uma a óleo diesel. Entre as usinas concedidas no passado e sem contrato de energia, seis venderam parte de sua produção. Algumas, no entanto, ainda estão em construção. "Conheço poucos países no mundo em que quase toda demanda está contratada com antecedência de cinco anos", afirmou Tolmasquim, durante o evento. No total, foram qualificados 38 empreendimentos, mas apenas 14 venderam energia. (AE)

Varig antiga começa a voar em 2007 O gestor judicial da Varig antiga, Miguel Dau, disse, em depoimento ontem à CPI da Varig, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que a companhia pretende iniciar sua operação no início do ano que vem. Segundo o executivo, a idéia é operar cinco aeronaves, que poderiam gerar em torno de 600 empregos. Dau não soube quantificar ou exemplificar quais rotas a

empresa pretende operar. A Varig antiga, que herdou a concessão da ex-subsidária da Varig, a Nordeste, deverá usar essa marca (Nordeste) e vai transferir a sede da companhia de Salvador para o Rio de Janeiro. O gestor da Varig antiga também informou que pretende atrair investidores para ajudar a reerguer a empresa. Dau quer contratar uma consultoria para ajudar na elaboração

do plano de negócios. Nova Varig – Já o presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antonio Audi, disse ontem que a Air Canada foi contratada como consultora pelos novos controladores da Varig para trabalhar na operação de compra da companhia aérea. Segundo ele, a Air Canada já demonstrou interesse em adquirir uma fatia no controle da nova Varig. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Caetano Barreira / Reuters

PRESIDENTE RECLAMA DA 'PEQUENEZ' DE ALCKMIN

Política LULA

PSOL PROÍBE USO DE NOMES POR PT E PSDB

A

iniciativa do PSDB de disponibilizar na sua página na internet adesivos com as inscrições "Sou Heloísa e voto Geraldo" abriu uma crise no PSol. A presidente da legenda, senadora Heloísa Helena, encaminhou ofício ao presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, e às coordenações das campanhas de Alckmin e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando que não usem seu nome e/ou o do PSol nas respectivas propagandas. A iniciativa de Heloísa Helena quis manter o partido unido e neutralizar pressões internas para que seja liberada a declaração de voto em Lula. Na semana passada, o comando do PSol determinou que a legenda não apoiaria nenhuma candidatura. "Com essa solicitação ao TSE, não haverá desculpa para que, dentro do PSol, alguém declare voto em Lula. Quem quiser apoiar, vai ter que se expor", avisou Heloísa Helena, lembrando da recomendação da executiva.

Quando vejo alguém que quer ser candidato à Presidência e age com a pequenez dele, eu fico irritado. Luiz Inácio Lula da Silva

ENGROSSA ATAQUES AO PSDB

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o que chamou de "pequenez" do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, quando ele falou que venderia o avião da Presidência da República para construir hospitais, durante o debate de domingo da TV Bandeirantes. "Só um maluco acha que pode fazer viagem internacional em avião de carreira, viajando como presidente da República. Só quem não tem dimensão da política internacional pode falar uma coisa dessas", disse Lula, em entrevista à rádio Bandeirantes. "Nosso Sucatão ficava sobrevoando e esperando que alguém desse autorização para a gente pousar", afirmou, lembrando as condições precárias do avião. "O presidente dele (Alckmin) deixou de usar o Sucatão três anos antes do mandato", acrescentou Lula, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Além disso, Lula disse ainda que o avião, batizado de "Aerolula", é um patrimônio do Brasil, e não do presidente. Para Lula, a proposta de venda do avião demonstra o "despreparo" e falta de visão do candidato tucano. "Fico irritado pela pequenez. Quando vejo alguém que quer ser candidato à Presidência da República e age com a pequenez dele, eu fico irritado", insistiu. O presidente ainda sugeriu que Alckmin deveria tentar uma vaga em uma "empresa de vender estatais". "Foi a única coisa que eles aprenderam a fazer no Brasil, para pegar o dinheiro e pagar as dívidas que eles mesmo contraíram. É a cultura do PSDB", provocou. Por fim, o presidente se disse descontente com a tônica adotada no debate televisivo. "Fiquei triste." (AE)

3

Em discurso na Grande São Paulo, o presidente disse que o plano de governo dos tucanos terá privatizações e redução salarial. Para o petista, adversários fazem "demagogia pura" ao defender reajuste de 16% para os aposentados. Dida Sampaio / AE

O

A primeira dama conversou com ambulantes, tirou fotos e beijou criancinhas. Ao final, ainda discursou.

hora e meia, D. MARISA VAI uma distribuíram panfletos e conversaram com os ÀS RUAS vendedores ambulantes. Vestida com camisa e calça CAÇAR VOTOS jeans, a primeira-dama

A

campanha de segundo turno das eleições presidenciais levou a primeira-dama, Marisa Letícia, e Mariza Gomes, esposa do vicepresidente, José Alencar, a fazer corpo-a-corpo nas ruas de Brasília. Ontem pela manhã, acompanhadas de 500 militantes, as duas Marisas caminharam pela zona central da capital federal durante

demonstrou animação no início da caminhada. Chegou a sambar um pouco ao som do jingle da campanha, tirou fotos com militantes, beijou criancinhas. A maior parte dos camelôs cumprimentados por Marisa recebeu bem a campanha feita pela esposa de Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, Silvino Fontineli, vendedor de calçados em uma banca, não quis nem mesmo pegar o folheto

distribuído por Marisa. "Não, não voto, não", respondeu, quando a primeira-dama pediu voto para o marido. "Não quero propaganda, não quero nem ouvir. Meu voto é do Alckmin", explicou para a reportagem. E foi hostilizado pelos militantes que passavam: "Você é rico, né? É empresário", ironizaram. "Com essa galera do PT não dá nem para conversar", respondeu o vendedor. No final da caminhada, Marisa surpreendeu e acabou fazendo um pequeno discurso em cima de um carro de som, pedindo votos para o marido Lula. (AE)

PT DESMENTE DESAVENÇA ENTRE LULA E MERCADANTE Comunicado no site do partido reforça o apoio do presidente ao senador

O

presidente nacional do PT, Marco Aurélio Garcia, coordenadorgeral da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desmentiu uma suposta desavença entre Lula e o senador Aloizio Mercadante, que foi candidato do PT ao governo de São Paulo. Em nota veiculada na página do partido na internet (www.pt.org.br), Garcia afirmou, sem mencionar o nome dos jornalistas, que "alguns colunistas" têm difundido um conflito inexistente entre o presidente e Mercadante, após a suposta tentativa de compra do dossiê Vedoin, que teria atrapalhado a candidatura Lu-

la no primeiro turno das eleições deste ano. "Não há nenhuma incompatibilidade entre Mercadante e o presidente Lula. Ao contrário, o presidente prestigiou o senador durante toda a campanha no Estado de São Paulo, particularmente nos últimos dias, e reiterou sua absoluta confiança no candidato do PT ao governo de São Paulo quando, sobre ele, de forma caluniosa, tratou-se de atribuir-lhe algum conhecimento sobre o episódio dossiê", disse o presidente nacional do PT. "O senador Mercadante condenou, enfaticamente, a prática de alguns militantes petistas e, com justa razão, chamou

atenção para o fato de ter sido ele o principal prejudicado por esta ação irrefletida", acrescentou o texto. Ainda no comunicado, Garcia refutou a ocorrência de um suposto "desabafo" do senador do PT de São Paulo sobre a situação, durante a reunião da executiva nacional da agremiação, realizada na sexta-feira, dia 6 de outubro. "Tal desabafo não houve", afirmou o presidente nacional petista. "Porque o senador Mercadante não participou da mencionada reunião", afirmou. O caso do dossiê envolveu o assessor de campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, afastado do cargo. (AE)

presidente e candi- aconteceu em 2002. Segundo, dato à reeleição pe- algumas pessoas querem salo PT, Luiz Inácio ber onde está o dinheiro, e eu Lula da Silva, su- tenho o maior interesse em sabiu o tom de ataques ao PSDB ber", disse, referindo-se ao R$ ao discursar em cima de um ca- 1,75 milhão apreendido pela minhão de som, em Guaru- Polícia Federal com os petistas lhos, na Grande São Paulo, on- Gedimar Passos e Valdebran Padilha em setembro. tem, no início da noite. Lula ainda lembrou que foi Para uma grande platéia, formada por mais de mil pes- incitado, quando assumiu a soas, Lula cantou a vitória: Presidência, a fazer uma varre"Faltam 20 dias para a oncinha dura no governo do ex-presibeber água outra vez. E não dente Fernando Henrique adianta virem com calúnias e Cardoso (PSDB). "Muita gente mentiras, porque estou caleja- queria isso, mas eu tomei a dedo", afirmou o presidente. cisão de não fazer, porque esse não é o papel de Lula disse ainda que o projeto um presidente." Quando perde governo do adversário Geguntado sobre a raldo Alckmin proximidade dos envolvidos (PSDB) envolve Faltam 20 dias para a privatizações, a oncinha beber água na negociação do dossiê, Lula redução dos saoutra vez. E não lários dos trabaressaltou que o presidente deve lhadores e "sufo- adianta virem com co dos aposenta- calúnias e mentiras, punir exemplardos". "É o proje- porque estou calejado mente os envolto que, mais vidos em casos Luiz Inácio Lula da Silva como esse, o que recent emente, acabou de privatem ocorrido, como ocorreu no tizar a empresa afastamento do de transmissão de energia elétrica do Estado ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acusado de ordede São Paulo", acrescentou. Dossiê – Durante o dia, em nar a violação do sigilo bancáentrevista à Rádio Bandeiran- rio do caseiro Francenildo da tes, Lula voltou a negar que Costa e afastado por isso. Aposentados – Lula chasaiba a origem do dinheiro que seria usado na compra do dos- mou ainda de "demagogia pusiê Vedoin e reafirmou que é o ra" a tentativa da oposição de maior interessado no esclare- alterar a medida provisória cimento do caso. "Eu quero sa- que reajusta os benefícios de ber sobre todo o conjunto da aposentados da Previdência obra. Porque se tem uma pes- Social em 5%. Os oposicionissoa que foi prejudicada por is- tas querem votar uma emenda so, esse alguém fui eu, não fo- para que o aumento seja de ram meus adversários", disse. 16%. "Isso é demagogia pura, O presidente ainda insinuou porque a proposta que demos que a oposição não se interessa aos aposentados que ganham pela resolução do caso, mas mais de um salário mínimo foi apenas pelo ganho eleitoral uma acordo", disse. "Todo apoque pode tirar dele. "Me parece sentado sério sabe que um auque algumas pessoas não que- mento de 16% quebraria a Prerem saber disso. Só querem sa- vidência. Esse País tem que ter ber, primeiro, da fotografia do seriedade na administração dinheiro para impedir o que pública", finalizou. (AE)

TSE MANDA RETIRAR OUTDOORS

Reproduç

ão

O

Tr i b u n a l S u p e r i o r Eleitoral (TSE) deu ontem um prazo de 24 horas para que a revista "Veja" retire outdoors com propaganda do exemplar desta semana, que tem como capa o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin. A maioria dos ministros entendeu que a divulgação do material via outdoors poderia favorecer a candidatura do tucano. De acordo com o site do TSE, a representação, ajuizada na segunda-feira, afirma que o outdoor burla a lei eleitoral, que proíbe a divulgação de candidatos por este tipo de mídia. "Nada haveria de condenável" se a capa da publicação tivesse se restringido às bancas, diz a representação. "Ao eleitor que não comprar

A capa da "Veja": uma ajuda ao tucano, diz PT.

a revista, o outdoor já cumpre seu disfarçado papel de fazer propaganda positiva do candidato, pois a chamada de capa é bastante positiva: O Desafiante", diz. Embaixo da foto, há o seguinte texto: "Geraldo Alckmin teve 40 milhões de votos no primeiro turno. Agora ele é uma ameaça real à reeleição do presidente Lula. Como funcionaria a economia com Alckmin eleito." (AE)


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SAI CRONOGRAMA PARA TV DIGITAL

5

3

de dezembro de 2007 é a previsão para o início das transmissões de TV digital na cidade de São Paulo

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES DIVULGA CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO NOVO SISTEMA DE TRANSMISSÃO

TV DIGITAL COMEÇA POR SÃO PAULO Televisores mais caros neste final de ano

Marcio Silva/Correio Amazonense - 01/06/2006

O

ministro das Comunicações, Hélio Costa, divulgou ontem o cronograma oficial do processo de implantação do sistema de tevê digital no País. O início das transmissões está marcado para o dia 3 de dezembro de 2007, na cidade de São Paulo. Até 31 de dezembro de 2009 deverá funcionar em todas as capitais brasileiras. De acordo com o cronograma, até 31 de dezembro de 2013 a tevê digital estará em todos os municípios brasileiros. Para 29 de junho de 2016 está previsto o desligamento do sistema analógico de televisão no Brasil. As

D

epois de registrar quedas contínuas de preços, os aparelhos de TV deverão chegar às lojas mais caros aos consumidores neste final de ano. Segundo estimativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), os reajustes deverão oscilar entre 3% e 5%. Os principais fatores para o aumento de preços, segundo executivos da Eletros, são a redução da escala de produção, o aumento do custo de fretes e a diminuição na oferta mundial dos cinescópios tradicionais, além do custo do investimento realizado pelos fabricantes anteriormente. "Devido à rápida substituição dos televisores convencionais por aparelhos de plasma e LCD nos mercados maduros, como os dos Estados Unidos, Europa e Japão, muitos fabricantes de cinescópios tradicionais fecharam fábricas, e a oferta do produto caiu fortemente", explicou Paulo Saab, presidente da Eletros. Segundo ele, países como o Brasil, cujas vendas ainda estão muito concentradas nos aparelhos tradicionais, estão sentindo mais o impacto da redução na oferta de cinescópios. "Os aparelhos com cinescópios ainda representam a quase totalidade das vendas e

geradoras que operam na capital de São Paulo terão até 29 de dezembro deste ano para apresentar ao Ministério das Comunicações seu pedido de canal digital, que será distribuído em regime de consignação até a substituição definitiva do sistema analógico. Prazos – As geradoras de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) poderão fazer os pedidos entre 29 de junho e 30 de novembro de 2007. Já para as geradoras de Belém (PA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Recife (PE), o prazo é 31 de março de 2008.

Em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), São Luís (MA) e Teresina (PI), a data-limite é 31 de julho de 2008. Já as geradoras de Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Vitória (ES) têm prazo até 30 de novembro de 2008. Hélio Costa não disse quanto tempo o Ministério levará para analisar cada pedido realizado. O cronograma está em portaria encaminhada pelo ministro à Casa Civil da Presidência da República e deverá ser publicado hoje no Diário Oficial da União. (AE)

Marcello CAsal Jr/ABr

Queda na oferta e aumento do frete pressionam o preço dos aparelhos

da produção de televisores no Brasil, o que acentua ainda mais esse desequilíbrio entre a forte demanda nacional e a redução da oferta de cinescópios", afirmou Saab. Outras pressões – Para agravar a situação, os custos dos fretes cobrados pelas transportadoras deverão pressionar o setor. Devido às condições precárias das estradas para trazer o produto do Norte do País, há uma expectativa de

reajuste dos fretes entre os meses de outubro e novembro. Segundo levantamento da Eletros, os preços dos televisore s re g i s t r a r a m q u e d a d e 15,26% de janeiro a setembro deste ano, enquanto a inflação medida pela Fipe no mesmo período foi de 0,67%. Em 2005, os preços desses produtos já haviam recuado 16,09%, em comparação a um aumento do Índice de Preço ao Consumidor (IPC-Fipe) de 4,52%. (AG)

Hélio Costa, ministro das Comunicações: tevê digital em todos os municípios até 31 de dezembro de 2013


DIÁRIO DO COMÉRCIO Acho que a batalha contra o véu foi uma longa e contínua luta contra a limitação da mulher.

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Logo Logo

11

www.dcomercio.com.br/logo/

Do escritor anglo-indiano Salman Rushdie sobre a polêmica sobre o uso de véu pelas muçulmanas na Inglaterra. Rushdie é o autor de "Versos Satânicos", em que descreve Maomé, e é, por isso, perseguido por radicais islâmicos.

OUTUBRO

2 -.LOGO

Nascimento do compositor Cartola (1908-1980) Morte do compositor Renato Russo (1960-1996)

B IODIVERSIDADE M EIO AMBIENTE

Papa-vento na ciência

Reuters

T ECNOLOGIA

A Um pássaro multicolorido, uma nova espécie para a ciência, foi descoberto numa floresta até então inexplorada da Colômbia, desencadeando esforços para a proteção da área, informam grupos de defesa do meio ambiente. O pássaro, amarelo e de crista vermelha, foi batizado de yariquies, em homenagem à tribo indígena que habitava as montanhas onde o animal foi descoberto. Os índios preferiram cometer suicídio a se submeter ao domínio espanhol. Para os ambientalistas, a descoberta se

dá num momento crucial. Graças, em parte, ao yariquies, o governo decidiu reservar 500 acres da floresta andina para estabelecer um parque nacional. "Descobrem-se cerca de duas novas espécies de pássaro a cada ano no mundo", disse o britânico Thomas Donegan, membro da dupla responsável pela descoberta. "É um evento raro". Segundo Donegan, esta foi a primeira vez em que uma nova espécie de pássaro foi confirmada sem que fosse necessário matar um exemplar.

veu o perfil do animal, que chama a atenção pela coloração variada dos machos, que têm um tom alaranjado no dorso. Thaís e o marido geógrafo, Marco Freitas, coletaram seis exemplares do papa-vento, em uma visita à Fazenda Caraíbas, cuja área de plantio de batatas havia passado por um desmatamento, fazendo com que os lagartos ficassem expostos aos predadores. Chamado também de lagarto-arborícola-de-mucugê, como referência à região próxima

à cidade de Mucugê, o animal mede 30 centímetros de comprimento e habita altitudes de mais de mil metros acima do nível do mar. Em todo o mundo, este tipo de lagarto só existe nesta região. Famosa pela biodiversidade, a Chapada Diamantina vem tendo sua flora pesquisada pelo Jardim Botânico Real da Inglaterra, mas sofre com as constantes queimadas que podem levar à extinção de espécies antes mesmo de serem descobertas. (AE)

Bob Strong/Reuters

Cirurgia antidepressiva

ONG pertenceu à filha do presidente

L

E M

contornar o segredo de justiça que protege o processo de investigação sobre o repasse de verbas federais para a ONG verdadeira. O senador fez a revelação durante uma acalorada discussão com a líder do governo no Senado, Ideli Salvatti (SC), a quem acusou de esconder os delitos cometidos por ONGs de seu estado, especificamente a que teve participação de Lurian e Lorenzetti. Trata-se da "Rede 13", de Blumenau - SC.

CANARINHO - Kaká corre em direção a Ronaldinho Gaúcho para comemorar um dos dois gols da seleção brasileira, ontem, contra o Equador, em jogo realizado em Estocolmo, na Suécia. O Equador, com um a menos em campo, fez apenas um gol.

H ISTÓRIA

Design de escritório

Fotos colorizadas (entre elas, o auto-retrato de Telma Saraiva). Exposição Retrato Popular. Pinacoteca do Estado. Praça da luz, 2. Telefone: 32299844. Das 10h às 18h. R$ 4.

Ao lado e abaixo, a Conference Bike: a equipe pedala junto durante a reunião de trabalho

VISUAIS O site da Fundação Getúlio Vargas (FGV) traz uma série de serviços para quem quer acompanhar o que de mais importante acontece na economia, sem ficar pulando de um site para outro. Além de notícias, há índices, pesquisas, estudos, bancos de dados, sondagens e uma série de levantamentos apurados pela própria instituição. Não substitui a leitura dos jornais, mas aprofunda os fatos além do noticiário.

www.petpeek.info

www.fgv.br/dgd

A jovem austríaca que foi mantida em cativeiro por oito anos e meio disse que gostaria de voltar a morar na casa onde ficou trancada. Em entrevista ao jornal Kurier, Natascha Kampusch afirmou que deseja possuir a residência para que "as pessoas não a transformem em um lugar de peregrinação onde se possa comprar cinzeiros e canecas". Wolfgang Priklopil, 44 anos, seqüestrou Natascha quando ela tinha 10 anos. Oito anos e meio depois, em agosto passado, ela conseguiu fugir. Priklopil se matou logo após a fuga.

Escritório da Pixar, colorido para inspirar criações para as telas

http://positivesharing.com/2006/10/

L OTERIAS

10-seeeeeriously-cool-workplaces

Na Red Bull, sem asas, os funcionários "voam" usando o tobogã para ir de um andar a outro da empresa

Concurso 495 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 06

12

24

29

39

49

37

42

49

Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 06

Chega a São Paulo em breve cirurgia vai ajudar pacientes que sofrem do mal de Parkinson Previsão aponta que a seca do Rio Negro deverá ser a segunda maior nos últimos cem anos

L

A PetPeek permite que seu cão observe a rua, sem riscos para o animal ou para um transeunte desavisado. A janelinha pode ser instalada em cercas ou muros, e é visualmente atraente. Custa US$ 30.

O primeiro atlas a ser impresso foi vendido por um preço recorde ontem. A edição, impressa em 1477, do atlas criado originalmente por Cláudio Ptolomeu (90168), geógrafo e astrônomo do Egito, foi vendido na casa de leilões Sotheby´s por US$ 3,9 milhões, o maior preço já pago por um livro do tipo em leilão. Trata-se de um dos dois únicos exemplares que continuam no poder de par ticulares.

Na casa do seqüestrador

L

Monitorando a economia

E

L

Cães alertas e sem risco

mpresas modernas como a Pixar, Mindlab, Red Bull de Londres em que todo mundo a beleza, alegria e Google foram escolhidas pelos internautas, informalmente, como as mais divertidas para se trabalhar. O motivo: decidiram apostar na velha máxima dos decoradores de que o espaço físico dos escritórios não é apenas uma questão de aparência, mas de produtividade. Segundo esta idéia, o ambiente bonito, organizado e colorido sempre estimula muito mais a criatividade e a eficiência do que aqueles tradicionais escritórios com mobília cinza. E a sala de reuniões pode ser substituída por uma bicicleta.

O mundo por US$ 3,9 milhões

Á USTRIA

Reproduções

F AVORITOS

A norte-americana CBS publicou em seu site uma entrevista com o médico brasileiro Elvio Bueno Garcia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na reportagem, que procurava mostrar que pessoas submetidas a cirurgias plásticas melhoram o humor e até deixam de tomar antidepressivos, o médico apresenta um de seus estudos apontando que mulheres submetidas a cirurgias para corrigir seios assimétricos relataram melhora da autoestima e da qualidade de vida seis meses após a intervenção.

D ECORAÇÃO

C A R T A Z

G @DGET DU JOUR

A Samsung lançou na Coréia do Sul um celular que é o primeiro com câmera de 10 megapixels. Custará cerca de US$ 1.000.

B RAZIL COM Z

A MIGOS DE PLUTÃO

O líder do PFL no Senado, Heráclito Fortes (PI), revelou ontem que a ONG Amigos de Plutão, à qual foi atribuída um repasse de verba pelo governo federal de R$ 7,5 milhões, é um nome fictício que a oposição usa como senha para se referir a uma outra ONG, catarinense, que teve entre seus integrantes a filha do presidente Luis Inácio Lula da Silva, Lurian, e seu churrasqueiro, Jorge Lorenzetti. O senador justificou a senha da oposição como forma de

L

Pássaro multicolorido da Colômbia

Universidade de São Paulo (USP) reconheceu a mais nova espécie de lagarto identificado na Chapada Diamantina, o Enyalius eryt rho c e ne u s , conhecido pelos baianos por papa-vento, devido aos movimentos que faz com a boca como se estivesse engolindo o ar. A comunidade científica aprovou a descoberta proposta no artigo publicado pela bióloga baiana Thaís Silva na revista Phyllomedusa. Ela descre-

AFP

Lagarto papa-vento, popular entre os baianos, é reconhecido pelos cientistas

Harley-Davidson já desenvolve protótipo com tecnologia brasileira de bicombustível

14

35

Concurso 1662 da QUINA 06

45

57

59

70


4

Congresso CPI Corr upção Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Ele (Biscaia) não está enfrentando as questões abertamente. Fernando Gabeira

PF AINDA PROCURA DINHEIRO DO DOSSIÊ

POLÍCIA FEDERAL CORRE PARA DESVENDAR O EMARANHADO DOSSIÊ

Eymar Mascaro

PF AINDA NÃO CHEGOU C À ORIGEM DO DINHEIRO

S

em informações concretas sobre a origem do R$ 1,75 milhão que o PT arrecadou para comprar o dossiê Vedoin, a Polícia Federal em Mato Grosso desencadeou ontem uma missão que nem ela sabe se produzirá resultado efetivo. O trabalho consiste no cruzamento de dados relativos à quebra do sigilo de 750 linhas telefônicas, móveis e fixas, com informações do sistema bancário e financeiro, inclusive do mercado do dólar. A PF corre contra o tempo, admitiu o delegado Diógenes Curado Filho. Ele preside o inquérito sobre a farsa, que já custou a cabeça de alguns dos principais conselheiros e aliados do presidente Lula. Ele está de olho no calendário eleitoral. "Quero dar uma resposta à sociedade uma semana antes do segundo turno", declarou. "Nem que seja para divulgar que é impossível identificar a origem do dinheiro." Curado reuniu-se ontem durante cerca de duas horas com o delegado Luiz Flávio Zampronha, que trouxe de Brasília um relatório sobre cerca de 30 corretoras de valores e casas de câmbio por onde transitaram US$ 109, 8 mil – parte da bolada amealhada pelo PT. O documento indica "um

Marcos Vaillant/AE 19.09.2006

Envolvidos: à frente, Gedimar Passos. Ao fundo, Valdebran Padilha.

número muito elevado" de nomes – pessoas físicas e jurídicas – que sacaram esse dinheiro no período de um mês antes de a PF capturar em São Paulo Gedimar Passos e Valdebran Padilha, em posse do R$ 1, 75 milhão, montante que teria sido entregue a eles por Hamilton Lacerda. Rota – O percurso dos dólares do PT foi reconstituído parcialmente. Não chegou à ponta da linha, ou seja, não se sabe quem foram os sacadores. A PF sabe que os dólares, provenientes de um lote de US$ 42 milhões, saíram da Casa da Moeda americana, passaram

por uma instituição financeira na Flórida e seguiram para um banco alemão, na cidade de Frankfurt. Pelo menos US$ 15 milhões foram internados no Brasil, pelo Banco Sofisa, e pulverizados em corretoras e agências de turismo de cinco estados: São Paulo, Rio, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Essas camadas de pessoas e empresas anônimas que puseram as mãos no dinheiro perturbam a PF, que patina na tarefa mais importante do caso. Conexão Piracicaba – A Justiça Federal de Mato Grosso decretou ontem a quebra do si-

gilo bancário e fiscal do empresário Abel Pereira, supostamente envolvido em negócios promovidos por Luiz Antonio Vedoin. Abel é amigo de Barjas Negri, prefeito de Piracicaba (SP) e ex-ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. O empresário está sob investigação da PF e da CPMI dos Sanguessugas. Alô – As quebras de sigilo referem-se a contatos telefônicos mantidos por Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Expedito Veloso e Freud Godoy. A Justiça vai investigar também as chamadas que eles possam ter feito entre si. Curado disse que "a quebra foi autorizada pela Justiça, mas ainda não está com a Polícia". Além de investigar as ligações telefônicas dos sete, a Polícia Federal vai examinar informações bancárias levadas a Cuiabá pelo delegado Luiz Flávio Zampronha. De acordo com ele, todos os que compraram dólares no Banco Sofisa estão sendo investigados, incluindo casas de câmbio, pessoas jurídicas e pessoas físicas. A Justiça Federal solicitou ainda informações sobre alguns documentos apreendidos com Vedoin. (Agências)

BISCAIA VIRA ALVO NA CPMI

O

presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), transformou-se ontem em alvo da oposição, que o acusa de patrocinar uma "operação abafa" para evitar a convocação dos envolvidos no caso do dossiê. Os oposicionistas consideraram "estranho" o comportamento de Biscaia, que terminou rapidamente a reunião da CPMI evitando a votação dos requerimentos. Parlamentares acabaram batendo boca e tro-

Lula Marques/Folha Imagem

cando acusações. "Não há da minha parte nenhum tipo de conduta que mostre que não quero as investigações. Sou imune à pressão. Mas a comissão não pode se transformar em um palco de disputa político eleitoral", disse Biscaia. Para a oposição, "faltou boa vontade" a Biscaia para que houvesse quórum na sessão. "Ele deve estar sendo pressionado. Não está enfrentando as questões abertamente", afirmou o sub-relator Fernando Gabeira (PV-RJ). (AE)

No ataque

om repercussão favorável alcançada com o questionamento que impôs a Lula no debate da Bandeirantes, Alckmin decidiu que a questão ética será a tônica de sua campanha na televisão, que começa amanhã e só termina no dia 27. Alckmin vai explorar o tema da corrupção que envolveu o governo do PT, começando com o escândalo do mensalão e desagüando no dossiêgate. Além de levar o tema da corrupção para a televisão, Alckmin vai continuar insistindo no mesmo assunto nos demais debates que outras emissoras já programaram entre os dois candidatos.

FALHA

Alckmin listou promessas não cumpridas por Lula nos estados em que o tucano perdeu a eleição no 1º turno. Entre eles, o Rio, com seus 11 milhões de eleitores. O tucano acha que Lula falhou no setor da saúde e já começou a explorar o fato nos seus pronunciamentos.

COMO FOI

O tucanato acha que se explorar o não cumprimento das promessas, comprometerá a campanha de Lula no 2º turno. No Rio, por exemplo, o petista bateu o tucano nas urnas obtendo 44% dos votos contra 25%. Alckmin também cobra de Lula a prometida instalação de um pólo petroquímico no Rio.

ESPERANÇA

Outro Estado em que Alckmin quer pegar Lula no contrapé é Minas. O tucano conta com a colaboração do governador reeleito Aécio Neves para conhecer as obras prometidas para o Estado, e que não teriam sido executadas pelo governo federal. A vitória de Lula em Minas foi de 46% contra 36%. Minas tem 13 milhões de eleitores.

CORTE

Fernando Gabeira e Carlos Sampaio: relatores questionam Biscaia.

CAMPANHAS ENTRAM EM CONFRONTO VIA COMITÊS

EMISSORAS REALIZARÃO NOVOS DEBATES

O

O

s comitês de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB) promoveram ontem uma guerra de notas, com ataques mútuos. Logo depois de o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador da campanha de Alckmin, divulgar um comunicado em que acusa Lula de "espalhar boatos e mentiras" por dizer que os tucanos privatizarão as estatais e cortarão os investimentos sociais, os petistas contra-atacaram. O comitê do PT informou que o tucano gastou "R$ 130 milhões com passagens aéreas e aluguel de veículos e aeronaves entre 2001 e 2005, quando governou o Estado de São Paulo". Esse valor, conforme a nota, equivale ao preço do Airbus Corporate comprado pelo governo. O boletim de Lula contesta também a informação dele de que teria vendido os aparelhos do governo de São Paulo. Conforme o comitê, as vendas não constam da relação de bens alienados pela Assembléia Legislativa. (AE)

próximo confronto direto entre os candidatos a presidente tem data e local: será na Rede Gazeta de Televisão, no dia 17. A emissora tem a data como certa, mas ainda aguarda a confirmação da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dizendo-se "sempre animado", o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou presença. Dada a disposição de Lula em participar de discussões, não será pela falta delas que algum um eleitor deixará de decidir o voto. Contando com o programa da Rede Bandeirantes do último domingo, serão quatro debates até o dia 29, dia do 2° turno. Na Record, o debate será no dia 23. No dia 16, Lula será entrevistado pelo programa "Roda Viva", na TV Cultura. A participação será gravada. Geraldo Alckmin será entrevistado no dia 23. Os dois programas vão ao ar às 22h30. Como é tradição, o último encontro será realizado pela Rede Globo no dia 27. (AE)

Em relação a São Paulo (28 milhões de eleitores), Alckmin acusa o governo Lula de ter cortado verbas para as áreas de saúde e educação, além de projetos sociais. O petista, no entanto, desmente o tucano, garantindo que seu governo atende a milhares de famílias pobres com o programa Bolsa-Família.

descontentes com a política do governo para o setor. O Sul tem quase 20 milhões de eleitores: 7,5 milhões no Rio Grande do Sul; 7 milhões no Paraná e 4,3 milhões em Santa Catarina. Detalhe: Alckmin está estabilizado na região.

DIFICULDADE

O senador Sérgio Guerra (PSDB), coordenador de campanha, trabalha para recuperar os resultados de Alckmin em Pernambuco (5,7 milhões de eleitores). Os tucanos consideram um exagero Lula alcançar 62% da votação no Estado, contra minguados 20% de Alckmin. Guerra quer dobrar a votação do tucano no estado.

COLÉGIO

O Nordeste tem 33 milhões de eleitores. É o 2º maior colégio do País, perdendo apenas para o Sudeste, que tem 55 milhões de votos. O Nordeste deu a Lula no 1º turno 66% dos votos contra 25% de Alckmin. O governo assiste às famílias pobres do Nordeste com o programa Bolsa-Família.

INSISTÊNCIA

Petistas ainda estariam espalhando por aí, sobretudo pelo Nordeste, que Alckmin acabaria com o Bolsa-Família, caso se eleja. Irritado, o tucano não só desmente a versão como volta a chamar o adversário de mentiroso. Alckmin aproveita para negar também que seja um privatista.

AMPLIAÇÃO

O tucano tem esperança de ampliar sua margem sobre Lula em São Paulo. No 1º turno, a vantagem de Alckmin no Estado foi expressiva (54% contra 36%). Mas os marqueteiros tucanos admitem que a diferença pode ser superior a 20 pontos percentuais.

CONTRA-ATAQUE

Em contrapartida, os coordenadores de campanha do PT arregaçam as mangas para atacar o Sul do País. No Rio Grande do Sul, Alckmin venceu Lula com 51% dos votos contra 30%; no Paraná, a vitória do tucano foi de 49% a 35%; e, em Santa Catarina, Alckmin alcançou 52% dos votos contra 30% de Lula.

IMPORTÂNCIA

O grosso do eleitorado de Alckmin no Sul veio dos agricultores

TRANQÜILIDADE

Alckmin não aceita a acusação de petistas de que teria sido agressivo demais com Lula no debate da Bandeirantes. O tucano continua afirmando que aproveitou a ocasião para exprimir o sentimento de indignação do eleitor. Alckmin diz estar tranqüilo com sua consciência.

DEBATES

Lula e Alckmin devem travar mais três debates: no SBT dia 19, na Record dia 23 e na Rede Globo no dia 27. Além dos debates, Lula deve ser o entrevistado de segundafeira no programa Roda Viva da TV Cultura. Os dois candidatos continuam gravando programas para o horário gratuito na TV.


6

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

11

INFORMÁTICA CRESCEU 56% NO PERÍODO

das 14 localidades pesquisadas pelo IBGE em agosto registraram crescimento da produção

PRODUTIVIDADE FOI MAIOR EM VÁRIOS SEGMENTOS E CRESCEU 4% EM AGOSTO, DE ACORDO COM O IBGE

INDÚSTRIA ACELERA PRODUÇÃO Beto Barata/AE

A

produção industrial de São Paulo cresceu 4% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expansão foi generalizada em vários segmentos industriais, com destaque para a alta de 56% em máquinas para escritórios e equipamentos de informática. Estudo do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que o setor é o que mais cresce na indústria brasileira neste governo: 141%, ou quase dez vezes o crescimento total da indústria (14,6%) neste ano, na comparação com o ano de 2002. Instalada no Tatuapé, zona leste da capital paulista, a unidade da Itautec passou a trabalhar com o segundo turno de trabalho e ampliou de 340 para 590 o quadro de empregados desde o fim do ano passado. No primeiro semestre do ano, as vendas de unidades físicas de microcomputadores cresceram 145% e as de notebooks, 108%. Segundo o diretor de relações institucionais, Ricardo Setubal, o mercado continua aquecido no segundo semestre. "Já prevíamos que iríamos crescer bastante, mas acho que está sendo um pouco acima da expectativa", afirma o executivo. O setor entrou o ano embalado pela diminuição da carga tributária, com reduções nas alíquotas do Programa de Integração Social e Contribuição

EMPREGO Nível de ocupação sobe em setembro no setor produtivo

O

Equipamentos eletrônicos de telecomunicações estão entre os que mais cresceram em agosto

para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), e os efeitos favoráveis do dólar fraco sobre os insumos importados. Além disso, o governo federal lançou o programa Computador para Todos, que oferece vantagens para financiamentos ligados à comercialização do produto. Impacto – Outros setores também geraram impacto positivo para a indústria paulista, que responde por 40% da produção nacional, como material eletrônico e de comunicação (20,2%) e veículos automotores (5%) em agosto, em relação ao mesmo mês de 2005.

Na comparação com junho, a indústria de São Paulo cresceu 0,5%, pouco abaixo da média do País (0,7%). Os resultados da pesquisa regional do IBGE m o s t r a m q u e a p ro d u ç ã o avançou em 11 das 14 localidades pesquisadas em agosto, quando comparada a igual período do ano passado. Reação – Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os resultados da pesquisa "revelam fatos de muita importância": a reação iniciada em julho alcança maior número de estados e, não fosse a fraca performance da região Sul, o crescimento do

País neste ano (2,8%, até agosto) seria maior. Em função da crise agrícola e de exportações, a produção no Rio Grande do Sul caiu 3,5% até agosto, subiu 0,1% em Santa Catarina e diminuiu 3% no Paraná. O trabalho elaborado pelo pesquisador Paulo Gonzaga, da UFRJ, mostra que o setor de informática lidera o ranking de crescimento setorial da produção neste governo, seguido d e v e í c u l o s a u t o m o t o re s (48,1%), material eletrônico e de telecomunicações (36%), outros equipamentos (30,8%) e máquinas e equipamentos elétricos (27,9%). (AE)

nível de emprego na indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), subiu 0,26% em setembro em relação ao mês de agosto, o que representa a criação de 6 mil vagas no mês. No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi de 3,76%, ou 78 mil postos de trabalho, quando comparada ao total fechado de dezembro. No acumulado de 12 meses, o emprego industrial paulista cresceu 1,03%, com apenas 21 mil novas vagas. A criação de 6 mil empregos em setembro é parte de um processo sazonal, ligado às encomendas para o período natalino, que geralmente beneficia a indústria até outubro. Na avaliação de André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, responsável pela pesquisa, o ponto fora da curva havia sido verificado em agosto (-0,23% ante julho). "Apesar de agosto, uma recuperação em setembro era esperada, mas vale ressaltar que

a alta do mês passado veio bem abaixo do normal para o período", afirmou Rebelo. "O resultado foi considerado melancólico", qualificou Paulo Francini, diretor do Depecon. A Fiesp revisou de -0,26% para -0,23% o nível de emprego em agosto, na comparação com julho, o que representa um corte de 5 mil vagas. Agosto foi o único mês negativo de 2006 até agora, mas as 6 mil vagas criadas em setembro já compensaram a perda do mês anterior. Dos 21 setores pesquisados, 15 contrataram em setembro, três demitiram e três mantiveram o nível de emprego de agosto. Em percentuais, a maior alta do emprego foi no setor de máquinas para escritório e equipamentos de informática (1,52%), seguido por preparação e fabricação de couro, artigos de viagem e calçados (1,25%). Na ponta negativa, fabricação de equipamentos médico-hospitalares (-1,14%) foi o desta do mês, seguido por produtos de minerais nãometálicos (-0,54%). (AE)

EMERGENTES Brasil é lanterninha no grupo Bric, diz analista

A

grande distância que separa a taxa de crescimento econômico do Brasil das registradas pelos outros integrantes do grupo Bric – Rússia, Índia e China – é um tema cada vez mais recorrente nas análises e debates sobre os países emergentes. Em seminário promovido ontem pelo banco HSBC não foi diferente. O chefe de pesquisa de mercados emergentes do banco britânico, Phillip Poole, observou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de lanterninha no Bric, é inferior à maioria dos países de sua categoria. Entre os motivos para isso, ele destacou a paralisação do processo de reformas, o nível elevado das taxas de juros e o volume de gastos públicos, que aumentaram recentemente. "Para que o Brasil cresça mais, o próximo governo, seja ele liderado pelo presidente Lula ou pela oposição, terá que enfrentar esses problemas", disse Poole. Mas, apesar desse aspecto negativo do Brasil na compa-

ração com outros emergentes, a avaliação do HSBC sobre o País é positiva. Tanto que ele recomenda aos investidores uma exposição overweight (acima da média) nas ações de empresas brasileiras ao longo de 2007. Segundo Poole, o balanço de pagamentos brasileiro não está entre os mais vulneráveis a um desaquecimento acelerado da economia dos Estados Unidos. Além disso, o País tem uma inflação controlada, juros em queda e superávit em conta corrente. Fatores de longo prazo, como sua tendência demográfica, sustentam uma boa avaliação. Um analista de um fundo de investimentos europeu observou que um crescimento acelerado com manutenção da estabilidade macroeconômica poderá fazer com que o Brasil não seja sempre apresentado como destaque negativo quando se trata de distribuição de renda. Durante uma das apresentações do seminário, centenas de analistas puderam ver um quadro no qual o País era o pior colocado nesse quesito. (AE)

Cresce consumo de gás natural

A

Associação Brasileira das empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) informou ontem que o consumo nacional do produto atingiu 41,4 milhões de metros cúbicos diários em agosto, um aumento de 0,34% sobre o mês de julho e 0,42% sobre agosto de 2006. Os segmentos industrial, automotivo e comercial apresentaram crescimentos de 1,17%, 5,26% e 2,25%, respectivamente. Os setores

residencial e de geração elétrica tiveram retração de 4,54% e 6,75% em agosto. Nos últimos 12 meses, o segmento automotivo foi o que mais registrou crescimento (18,08%), passando de 5,5 milhões metros cúbicos por dia para 6,5 milhões metros cúbicos diários. Em contrapartida, o setor de geração elétrica diminui 24,04%. A Abegás informou que o Sudeste continua liderando a expansão do consumo. (AE)


DOISPONTOS -99

AVANÇO PARA O

PASSADO

CLAUDIO WEBER ABRAMO

ESTUPIDEZ MORALISTA s resultados das eleições realizadas no último domingo têm levado uma porção de observadores a fazer comentários catastróficos a respeito de uma pretensa tendência de o brasileiro não ligar para a corrupção. Esses comentaristas sofrem de um desequilíbrio grave. Falta-lhes informação, conhecimento e simples bom senso. Os seguintes exemplos são mencionados: 1. O fato de a grande maioria dos eleitores acreditar que o presidente Lula tem alguma responsabilidade nos diversos escândalos em que seu governo e o PT estiveram envolvidos e, ao mesmo tempo, isso não se refletir no voto. 2. A eleição de Fernando Collor de Mello ao Senado por Alagoas. 3. A eleição de Paulo Maluf à Câmara dos Deputados por São Paulo. 4. A eleição da quase totalidade dos mensaleiros. Vejamos o que acontece com cada um desses exemplos: 1. O caso Lula. Quem condena o eleitor brasileiro por ter votado em Lula, mesmo em face de um julgamento moral que lhe é desfavorável, pratica um misto de hipocrisia e ignorância. Hipocrisia porque ninguém toma decisões exclusivamente com base em julgamentos morais. Podemos fazer um julgamento moral desfavorável a respeito de alguém ou de uma situação e, ainda assim, decidir desconsiderar esse julgamento em nossos atos. Acontece que entram em jogo outros fatores, e entre esses fatores os mais importantes são os de natureza material. Tenho certeza de que, em muitos momentos da vida, jornalistas que ficam por aí botando regra na cabeça dos eleitores desconsideraram julgamentos morais desfavoráreis que tinham em relação a subordinados, superiores, fontes, patrões e assim por diante, em nome de alguma obrigação profissional. Por que deveria ser diferente para o eleitor distante, em especial aquele eleitor miserável pernambucano ou

O

Reprodução

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Retomar imediatamente os anos 50, 60 e 70. Crescer e ser feliz. Nos anos 50, o menor crescimento foi de 4,7%. Nos anos 60, quatro anos acima de 8%, com pico de 10,4%. E nos anos 70 tivemos excepcionais crescimentos , com taxas variando entre 4,9% e 14%.

Q

uem viveu nos anos 50, 60 e 70 deve estar desesperado com o que vem acontecendo durante as últimas 2,5 décadas. Era feliz e não sabia. Naquelas três décadas o crescimento apresentava-se como questão natural, como ocorre hoje com o Chile, China, Coréia, EUA, Hong Kong, Índia, Taiwan, etc., que insistem em crescer desvairadamente. E a China o faz mesmo querendo reduzir o crescimento que está apresentado-se excessivamente alto. Quem é da época, ou se deu ao trabalho de ler e conhecer um pouco do nosso passado, o que é saudável e desejável, sabe que a economia crescia, havia emprego para todos, o consumo estava sempre aquecido, e as pessoas caminhavam para a frente. Ao contrário de hoje em que se caminha para trás, com muitos que conhecemos tendo condições piores de vida do que há algum tempo. A FIB – Felicidade Interna Bruta, era bem maior que hoje, que quase não existe. Tempos em que a classe média vem diminuindo gradativa e seguidamente. E o pior é ter que ouvir o governo dizer que a pobreza está diminuindo. Na realidade, está havendo um nivelamento por baixo, que os salários vêm caindo ao longo do tempo, segundo se pode acompanhar pelas estatísticas oficiais, pela grande imprensa e pelos comentários dos experts no assunto. Para se entender o que estamos dizendo, basta verificar as taxas de crescimento daquelas décadas. Nos anos 50, com exceção do ano de 1956 que apresentou expansão econômica de apenas 2,9%, a menor taxa foi de 4,7% em 53. A maioria dos anos mostrou crescimento acima de 7%, sendo que quatro deles com taxas acima de 8%, com pico de 10,8%. Nos anos 60, embora tenhamos tido 0,6% em 1963 e 2,4% em 65, a década foi boa e tivemos quatro anos com taxas acima de 8%, com pico de 10,4%. Nos anos 70 tivemos crescimentos excepcionais, com taxas variando entre 4,9% e 14%, com 6 anos apresentando taxas acima de 8%. Portanto, como se vê, de fazer inveja até à economia chinesa que cresce há 27 anos na média de quase 10% ao ano. A partir de 1981, entramos na atual situação de alternância entre a estagnação, estagflação, recessão e parco crescimento, com média de crescimento de 2,2% ao ano nesses 25 anos, apresentando vários anos recessivos. E com as décadas piorando, sendo que a de 80, a chamada década perdida, acabou sendo a melhor até agora. A de 90 foi pior que ela e a atual década 00 es-

G Havia emprego para todos, o consumo estava sempre aquecido e as pessoas caminhavam pra frente. A Felicidade Interna Bruta era bem maior que hoje. G Juscelino não estava preocupado consigo ou com a falta de recursos, mas com o País e com o que precisava ser feito. Sua preocupação e prioridade era o País e nosso povo e não mesquinharias. G Ninguém que tenha menos de 40 anos viu o país crescer de verdade. Simplesmente trocamos de posição com a China. G Com as últimas décadas piorando, a chamada década perdida, a de 80, acabou sendo a melhor até agora.

tá ainda pior. E não somos nós que dizemos, mas os números oficiais. Assim, ninguém que tenha menos de 40 anos viu o país crescer verdadeiramente. Simplesmente trocamos de posição com a China, e no mesmo período. Lá temos um dragão, aqui um gatinho, e muito feio. E ainda temos gente que acha que está tudo bem, e que os anos 60 foram ruins. Até golpe militar tivemos por conta de um princípio de década de 60 não tão alentador. té hoje ainda tem gente que critica o maior presidente da história republicana brasileira, o mais que saudoso Juscelino Kubitscheck, que deve estar se revirando no túmulo com tudo que se tem feito no país ultimamente. E ainda tem gente ousando, isso mesmo, ousando citálo e comparando-se com ele freqüentemente. Que Deus nos proteja e que JK nos perdoe. É bom lembrarmos aos que não o conhecem, ou não se lembram, e nem se deram a fantástica chance de ver a sua história levada ao ar pela Rede Globo, que Juscelino não estava preocupado consigo ou com a falta de recursos, mas com o País e com o que precisava ser feito. Sua preocupação e prioridade era o País e nosso povo e não mesquinharias. Um político que cumprimentava seus adversários políticos e se colocava à sua disposição. Enquanto ele fez 50 anos em 5 como se costuma dizer, e que é verdade, os seus sucessores fizeram 5 anos em 50. E não foi às custas de um endividamento desvairado como se costuma dizer, acusando-o pela nossa alta e quase impagável dívida externa. Segundo lido na grande imprensa há algumas semanas, a dívida externa brasileira no início de seu governo era de 2,5 bilhões de dólares norte-americanos, e no final de seu governo de apenas 3,2 bilhões. E ainda assim construiu Brasília, mudou a capital, industrializou o país, ocupou o centro-oeste e o norte, e deu nova face ao país. Como se vê, não foi ele que destruiu ou entregou o país como alguns costumam dizer sobre governantes que fazem a política das grandes corporações internacionais. Não foi ele que transformou a dívida nessa monstruosidade de já alguns anos, que chegou a atingir 230 bilhões de dólares norte-americanos, e não é muito menor hoje. Bertrand Russel: A principal causa dos problemas do mundo de hoje é que os obtusos estão seguríssimos de si, enquanto os inteligentes estão cheios de dúvidas.

A

SAMIR KEEDI É ECONOMISTA E ESCRITOR SAMIR@ADUANEIRAS.COM.BR

baiano, que deu 70% de seus votos para a reeleição do presidente Lula? Para esse sujeito, 50 reais a mais na renda familiar, propiciados pelo Bolsa-Família, significa um verdadeiro salto em qualidade de vida. Os números do IBGE mostram isso claramente. 2. O caso Collor. Ora, Collor é o oligarga local das comunicações. Controla todos os principais veículos do estado. Alagoas, por outro lado, é um estado atrasadíssimo. É o nordestão lascado, secularmente subjugado pelo atraso promovido pelos usineiros. O que os comentaristas de Sodoma e Gomorra queriam? Que os eleitores alagoanos se comportassem de acordo como suas fantasias? 3. O caso Maluf. Paulista gosta de ladrão, tanto é que votaram no Maluf. Assim vai o raciocínio de moralistas nacionais e internacionais. Esquecem-se que Maluf foi eleito deputado federal com pouco menos de 740 mil votos, enquanto o total de eleitores que votaram para a Câmara dos Deputados foi de cerca de 24 milhões. Ou seja, os paulistas não votaram no Maluf. 4. Os mensaleiros. Sabe o eventual leitor a quem se deve a eleição dos mensaleiros? À imprensa, doutores. Sim, pois foram comentaristas políticos, pauteiros, editorialistas, diretores de jornal, apresentadores de shows de rádio, que engoliram com casca e tudo a versão absurda de que o dinheiro do valerioduto teria tido como finalidade pagar dívidas de campanhas eleitorais. Lançada a isca, meses e meses se passaram numa discussão completamente imbecil a respeito de financiamento público exclusivo de campanha eleitoral, como se o assunto tivesse alguma coisa a ver com o fato de um deputado tomar grana por debaixo do pano. ssim, em vez de culparem o eleitor, esses comentaristas deveriam é passar a exercer o ofício com um pouco mais de competência e deixar de praticar o jornalismo declaratório que caracteriza a maior parte da imprensa brasileira (“Fulano disse tal coisa sobre Beltrano. ”, etc.).

A

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

G Falta bom

senso aos comentaristas que falam que brasileiro vota em corrupto

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Eleição Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

DEPUTADO FAZ O SEU PRIMEIRO DESFILE NA CÂMARA

Não sabia se podia trazer uma bolsa, uma mala, uma pasta, um Louis Viton ou uma Vitor Hugo Clodovil Hernandez

Givaldo Barbosa / AOG

CLODOVIL: 'É SÓ PASSAR A MÃO QUE EU ABANO O RABO' Candidato mais votado de SP diz que quer instituir a "política de amor e afeto"

E

Clodovil: reconhecimento do terreno na Câmara para "aprender o caminho da escola".

leito pelo PTC com 493 mil votos, o estilista Clodovil esteve ontem na Câmara dos Deputados para "aprender o caminho da escola" e garantiu que sua passagem pelo Congresso ficará marcada na memória de todos. Com um figurino impecável, o futuro deputado vestia terno sem gola cáqui de botões amarelos, gravata azul, uma blusa azul claro por baixo e um lenço no bolso esquerdo combinando com a gravata. "Não sabia se podia trazer uma bolsa, uma mala, uma pasta um Louis Viton ou uma Vitor Hugo", afirmou. Clodovil descreveu sua visita ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), como um encontro para conhecer o Parlamento e aprender como funciona o Congresso. "Não entendo de nada, eu vim aprender. Viver é um ato político", disse. "O Brasil vai se lembrar de mim, e não só o Congresso", prometeu. Clodovil defendeu o que chamou de "política de amor e afeto". " Sou que nem cachorro, é só passar a mão que eu abano o rabo". O estilista não quis dizer qual dos dois candidatos vai apoiar no 2º turno da eleição presidencial. " O voto é secreto. Isso aqui não é time de futebol. Vou trabalhar primeiro por Deus e em segundo lugar por mim". Perguntado se o tucano Geraldo Alckmin teria sido muito agressivo no debate de

domingo, Clodovil ironizou. " Que nada! Temperaram um pouquinho o chuchuzinho e ficou ótimo". Cuidadoso, Clodovil desconversou ao ser perguntado sobre a declaração de que poderia trocar seu voto, dependendo da proposta. "Você está querendo me dar um nó. Não vou responder não!" O estilista garantiu que Aldo Rebelo não lhe fez nenhuma advertência sobre suas declarações. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, depu-

tado Ricardo Izar (PTB-SP), também teria dado um puxão de orelha no futuro deputado. Clodovil acusou a imprensa de manipular suas palavras. " Não me fez nem me faria. Teria que ter feito a vocês da imprensa. O que eu disse é que todo homem tem seu preço, que R$ 30 mil é pouco e com R$ 30 milhões você pode ajudar algo ou alguém. Mas mesmo assim não valeria a pena. Não sou analfabeto, não sou idiota e nem bebo para dizer uma coisa dessas", disse.Agências)

GAYS IMPÕEM SUA FORÇA POLÍTICA Fábio Motta/ AE

Movimento GLBTT instiga Sérgio Cabral a tomar posição.

D

iante da ameaça do movimento gay de fazê-lo perder mais de um milhão de votos, o candidato a governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) declarou ser a favor da união civil de homossexuais e assinou, pela segunda vez, uma carta com compromissos, intitulada "Por um Rio sem Homofobia".

Na semana passada, o senador Marcelo Crivella (PRB) condicionou seu apoio à retirada de uma proposta de emenda constitucional de autoria de Cabral que reconhecia o casamento homossexual. "Continuo a favor da união civil; o que havia era um erro técnico, a proposta falava em casamento", justificou Cabral. (AE)


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Nacional Tr i b u t o s Finanças Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

8

BOVESPA TEM MAIS UM PREGÃO POSITIVO

pontos foi a queda do risco-Brasil ontem, encerrando o dia em 215 pontos-base

NEM DECLARAÇÕES POLÊMICAS DO ASSESSOR DO PROGRAMA ECONÔMICO DE ALCKMIN ABALARAM O CENÁRIO

MERCADO CONTINUA OTIMISTA E 215

Antonio Cruz/ABr

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento: próximo presidente terá de ajustar as contas públicas

Bernardo defende ajuste fiscal gradual O

ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu ontem, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, a execução de uma política de ajuste fiscal gradual nos próximos anos. A tese do "gradualismo" foi apresentada pelo ministro como contraponto à proposta de corte mais profundo nos gastos, que seria defendida por assessores do candidato Geraldo Alckmin (PSDBPFL). "Quem estiver dizendo que vai cortar despesas e reduzir a carga tributária no curto prazo, com certeza não sabe o que fala", afirmou. Durante a audiência, Bernardo disse que o próximo presidente terá de ajustar as contas públicas no início de 2007. Mas, ao oferecer aos parlamentares sua proposta de "ajuste gradual", só detalhou um ponto: a redução da alíquota da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) dos atuais 0,38% para 0,08%, "em um prazo de dez a 15 anos". O tributo passaria a ser permanente e teria um caráter fiscalizador. A alíquota

Quem estiver dizendo que vai cortar despesas e reduzir a carga tributária no curto prazo, não sabe o que fala. Paulo Bernardo, ministro do Planejamento

ficaria em 0,08% porque esse é o percentual da CPMF destinado ao Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza. O "gradualismo" consistiria na execução de um programa fiscal de longo prazo que permitisse a redução das despesas correntes como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Ao longo de vários anos, o governo poderia abrir espaço no Orçamento para investimentos públicos em infra-estrutura e redução dos tributos. A CPMF foi criada em 1996. O prazo previsto para o imposto deixar de ser cobrado é dezembro de 2007.

Orçamento – O Orçamento Geral da União para 2007 prevê despesas de R$ 1,511 trilhão ao longo do ano e o cumprimento de metas de 4,5% para a inflação e 4,75% para o crescimento da economia. Prevê, ainda, correção do salário mínimo de R$ 350 para R$ 374, além de projetar uma taxa básica de juros (Selic) de 13,68%. Esses números, porém, devem mudar até a aprovação da proposta. O ministro do Planejamento evitou falar em corte de despesas, mesmo quando defendeu a proposta do governo de limitação dos gastos com salários de funcionários. Chegou a dizer que essas despesas poderiam até ter "um pequeno" crescimento real. Ele também não considerou necessário cortar recursos da saúde, apesar de defender a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que assegura os recursos mínimos para as ações e serviços de saúde. Atualmente, os recursos crescem de acordo com a variação nominal do PIB, mas o governo Lula quer um ritmo mais lento para o aumento. (AE)

Brasil Telecom terá um novo grupo

A

Telecom Italia pediu à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a aprovação de transferência de sua participação de 38% na holding que controla a Brasil Telecom para um grupo que será gerido pelo banco Credit Suisse. O objetivo da proposta é resolver os problemas antigos gerados pela sobreposição de licenças celulares e de longa distância entre a TIM, sua controlada, e a Brasil Telecom. A sobreposição é proibida pela legislação do setor e a Anatel tinha dado prazo até o dia 28 deste mês para que o problema fosse resolvido pelas empresas. "Mediante aprovação por parte da Anatel, a sobreposição de licenças móveis e de longa distância entre o grupo TIM Brasil e o grupo Brasil

Telecom estará solucionada", divulgou a Telecom Italia. A proposta feita à Anatel oferece a transferência da participação de 38% da empresa italiana na Solpart, a holding que controla a Brasil Telecom, para uma nova companhia chamada Brasilco, criada sob leis inglesas, informou o grupo de telecomunicações. O gestor do novo grupo, o Credit Suisse, administrará a participação com o propósito

de aliená-la a terceiros, informou a Telecom Italia, acrescentando que será a única beneficiária do "trust" e conseqüentemente dos proventos advindos da participação na Solpart, incluindo o preço de sua futura venda. A Telecom Italia informou ainda que confirmou mandato ao JP Morgan para a alienação da participação da companhia na Solpart. (Reuters)

nquanto no exterior a discussão sobre a economia dos Estados Unidos e o rumo das taxas de juros dos Fed Funds voltou a dominar a cena ontem, os mercados domésticos mantiveram sua trajetória de ganhos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e de queda do dólar e de juros futuros. Outra boa notícia do dia foi a queda de oito pontos do risco Brasil, para 215 pontos-básicos, recuo de mais de 3%. Aparentemente, as propostas de políticas fiscal, cambial e econômica apresentadas pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Yoshiaki Nakano, um dos elaboradores do programa econômico do candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, provocaram polêmica, respostas contundentes do mercado e de integrantes do governo, inclusive do ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas não influenciaram na formação de preços dos ativos. Entre outras propostas, ele defendeu taxa de câmbio flutuante, mas administrada, e controle de capitais transitório em caso de demanda pressionando inflação. Segundo operadores, o mercado prestou atenção no projeto, mas primeiro quer ver o candidato Alckmin eleito de fato para só depois reagir eventualmente às propostas agora conhecidas. Apesar da polêmica, a relativa tranqüilidade no cenário externo permitiu à Bovespa pas-

pontos base foi o fechamento do riscoBrasil na tarde de ontem, uma queda de oito pontos-base, uma das boas notícias do dia

sar o dia em alta, sustentada pela avaliação que os analistas vêm fazendo do quadro eleitoral e também na expectativa de uma safra positiva de balanços do terceiro trimestre, que começa na próxima semana. O giro financeiro foi novamente expressivo: R$ 2,361 bilhões. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, fechou em alta de 0,65%, em

2,36

bilhões de reais foi o giro financeiro na Bolsa de Valores de São Paulo, que fez o Ibovespa fechar em 38.654 pontos, uma alta de 0,65%

38.654 pontos. Como resultado, a Bovespa acumula alta de 6,05% em outubro e de 15,54% em 2006. Em Nova York, as bolsas tiveram avanço discreto, na expectativa da temporada de balanços do terceiro trimestre, que começou ontem com a Alcoa. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,08%, o S&P 500 avançou 0,2% e o Nasdaq teve ganho de 0,16%. Dólar – O dólar à vista manteve-se em queda o dia todo, mas reduziu as perdas no fechamento. O pronto finalizou na cotação máxima na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMF), de R$ 2,152, queda de 0,19%. No balcão, o pronto fechou em baixa de 0,14%, a R$ 2,153. Essas cotações são as mais baixas desde 18 de setembro, quando o pronto finalizou a R$ 2,147. O fluxo cambial positivo e bem mais forte ontem, e o tombo do risco-Brasil justificaram o recuo das cotações. A atuação na compra do Banco Central à tarde também pode ter ajudado na redução da queda do dólar porque, segundo estimou um operador, a autoridade pode ter adquirido mais de US$ 300 milhões na operação. O BC aceitou três propostas à taxa de corte de R$ 2,1509. Essa movimentação, além do fluxo positivo e da previsão do feriado doméstico (Nossa Senhora Aparecida) amanhã influenciaram no aumento de 227% do giro financeiro, de US$ 3,046 bilhões, dos quais cerca de US$ 2,530 bilhões em D+2. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Deve-se lembrar a Constituição: a criança e o adolescente são o maior bem da sociedade.

Rafael Hupsel/Luz

Na Fiesp: todos pelo avanço do CMDCA

Empresas, ONGs, autoridades e Receita Federal divulgam ferramenta que auxilia empresas e pessoas físicas a doar impostos

P

roteger crianças e adolescentes com dinheiro de impostos? Eis uma boa idéia, que vem a ser incentivar os contribuintes, pessoas físicas e jurídicas, a aplicar parte do seu Imposto de Renda devido para a garantia dos direitos dos jovens. O sistema, já implantado em São Paulo, foi apresentado a um grupo de empresários no evento organizado, na última quinta-feira, pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), em parceria com o Grupo Gerdau. Batizada "Sistema Fundo Pró-Infância – Faça o Bem Olhando a Quem – 2006", a ferramenta possibilita calcular o imposto devido e imediatamente destiná-lo a entidades cadastradas no Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA). Est á n o s i t e d a F i e s p ( w w w.

Gerdau: mais de R$ 4,6 milhões

Pereira Filho: Receita é aliada

Souza: meta de 400 projetos até agosto de 2007

fiesp.com.br), onde os interessados poderão obter o modelo de dedução. A Gerdau já utiliza o sistema há três anos. Segundo seu vicepresidente Frederico Gerdau Johanpeter, só em 2006, o "Fundo Pró-Infância dos Profissionais Gerdau" arrecadou mais de R$ 4,6 milhões. A verba beneficiou cerca de 19 mil crianças e adolescentes em 101 entidades em 34 municípios no País. Para a presidente do Fundo Social da Fiesp, Eliane Belfort Matos, "temos de lembrar o que está na Constituição: a criança e o adolescente são o maior bem da sociedade". Por isso, ela ressalta que a iniciativa tem de continuar sendo divulgada e cita o exemplo do município de Presidente Prudente que, após o lançamento da ferramenta, no ano passado, elevou suas doações de R$ 1 milhão para R$ 69 milhões.

400 projetos- O presidente do CMDCA, Geraldo Salvador de Souza, explicou que a iniciativa é importante para os jovens. Segundo ele, as organizações não governamentais (ONGs) assumiram papel importante ao desenvolver projetos para melhorar as condições de vida desta parcela da população e que o Conselho atua como órgão certificador. Essa certificação garante que os projetos desenvolvidos são sérios e contribuem para transformar o ambiente em que atuam. Lembrou que o CMDCA tem, hoje, 46 entidades certificadas em São Paulo. "Até agosto de 2007 queremos ter 400 projetos aprovados e ativos". Benefícios – Para o vereador Gilberto Natalini, a ferramenta é um instrumento que auxilia o CMDCA. Segundo ele, a prefeitura de São Paulo trabalhou para que ele evoluísse e mostrar que atua com credibilidade: alterou uma resolução do Conselho que possibilitou que o doador saiba para que instituição está fazendo a doação. "Para alcançar este objetivo, todos trabalharam: a Prefeitura, a Fiesp, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Febraban. Todos contribuiram para proporcionar um futuro para crianças e adolescentes", disse. Mudanças na legislação – Além da divulgação do mecanismo, a Fiesp também reforçou a necessidade de apoio dos empresários e da sociedade como um todo para aprovar o Projeto de Lei (PL) 1.300, de 1999, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília. Dispõe sobre a dedução do IR para doação aos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad).

Além disso, o PL contém cláusulas que possibilitam a ampliação das doações, já que estende o direito à dedução do IR para as empresas que são tributadas com base no lucro presumido e arbitrado (no caso das pessoas jurídicas) e não somente às empresas que pagam seus impostos com base no lucro real, como já acontece. Dedução - A gerente de assessoria jurídica da Fiesp, Maria Concepción Molina Cabrero, explicou as alterações. Segundo ela, atualmente, as pessoas físicas podem deduzir 6% do imposto devido e, para isso, devem fazer sua declaração de renda utilizando o formulário completo. Para as pessoas jurídicas, a dedução é de 1% do imposto devido só para as empresas que pagam os tributos com base no lucro real. No projeto de lei de número 1300/99, as pessoas físicas podem deduzir 6% de seu imposto devido na declaração simplificada ou completa. No caso das pessoas jurídicas, ele diz que a dedução pode ser calculada e deduzida tanto com base no lucro presumido quanto no arbitrado. Já foi aprovado na Câmara dos Deputados, alterado no Senado e voltou à Câmara para revisão. Para o auditor fiscal da Receita Federal, Antonio Domingues Pereira Filho, o órgão coloca-se à disposição d o s c o n t r ibuintes para explicar a utilização da ferramenta, que auxiliará crianças e adolescentes. Paula Cunha

Palestrantes defenderam mudanças na legislação

Balanço social tem espaço para crescer

A

publicação de balanços sociais – documentos no qual as empresas prestam contas de sua atuação social e ambiental – ainda está longe de fazer parte da realidade das companhias brasileiras. "Houve um 'boom' na publicação desses balanços entre 1999 e 2003. Hoje há poucos avanços", diz Claudia Mansur, coordenadora de Balanço Social do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Segundo Cláudia, a exceção fica para as micro e pequenas empresas, agora mais atentas à responsabilidade social, até por exigência de seus clientes. "É nas pequenas empresas que a publicação dos balanços tende a crescer, puxada pelas cobranças das grandes que compram seus produtos", explica. O Ibase, ONG criada pelo sociólogo Herbert de Souza, foi a primeira instituição a apresentar, ainda

na década de 1990, um modelo de balanço social para os grupos brasileiros. A mais recente pesquisa do Instituto ADVB de Responsabilidade Social, ligado à Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, divulgada na semana passada, dá uma mostra da pouca penetração desses balanços entre as empresas brasileiras. Dos 3.110 grupos do País ouvidos pela pesquisa – todos do cadastro da ADVB –, apenas 29% publicam balanços sociais. O estudo mostra, entretanto, que o investimento em ações sociais cresce: o gasto das empresas com esses projetos aumentou 28% no ano passado em relação ao ano anterior. Mas a publicação só cresceu um ponto percentual: em 2004, 28% das empresas apresentaram o documento. Segundo Livio Giosa,

diretor do Instituto ADVB, as empresas mais dependentes do mercado internacional – basicamente, exportadoras – têm preocupação maior em publicar o documento, que pode se tornar cartão de visitas em alguns mercados. No Brasil, um dos termômetros para se avaliar a preocupação das empresas em publicar esses documentos é o prêmio anual Balanço Social, que avalia os melhores relatórios. Este ano, foram premiadas empresas como Samarco Mineração, Usiminas e Banco Itaú. Mas o número de inscritos caiu sensivelmente este ano: foram 69, ante 166 no ano passado e 167 em 2004. De acordo com Cláudia, do Ibase, a redução ocorreu porque o regulamento da premiação se tornou mais rigoroso e também por causa da estagnação no número de empresas que publicam esses balanços. (AE)


8

Nacional Empresas Finanças Legislação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

50

BANCÁRIOS VOLTAM A TRABALHAR HOJE

por cento de recursos em renda fixa e a outra parte em DI é a composição do novo fundo

Mastrangelo Reino/ Folha Imagem

NOVO FUNDO 'MELHOR DE DOIS' PARA CLIENTE SEM TEMPO DE OPTAR Produto lançado pelo Santander mistura aplicação em renda fixa e DI

Bancários de quase todas as instituições voltam ao trabalho. BB e Caixa Econômica Federal, não.

Termina greve nos bancos

O

s bancários de instituições privadas de São Paulo, Osasco e região decidiram acabar com a greve, mas o movimento continua no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. No ABC, a paralisação teve fim em todos os bancos, públicos e privados. A categoria aprovou o reajuste de 3,5% (aumento real de 0,63%) e outros benefícios, como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 80% do salário acrescidos de R$ 828 propostos pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A proposta aceita ontem foi a terceira feita pelos bancos, depois de oito rodadas de negociações. A participação nos lucros e resultados ficou em

80% do salário, mais R$ 828 (valor do ano passado, corrigido pelos 3,5%), mais uma parcela adicional que varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil – composta por 8% da diferença entre o lucro líquido de 2005 e 2006 divididos entre os funcionários. Diferenças – As diferenças de salários e benefícios serão pagas na folha de pagamento de novembro, se a convenção for assinada até o final do mês de outubro. Os vales-refeição e alimentação devem ser corrigidos a partir de novembro, assim como as diferenças de setembro e outubro. No resto do País, o quadro é dividido. No Rio de Janeiro, a greve continua nos bancos públicos, mas termina nas instituições privadas. Os profissio-

nais da Bahia, Maranhão, Roraima, Sergipe, Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) rejeitaram a proposta dos bancos e continuarão a greve. Em Rondônia e Curitiba (PR), os bancários aprovaram a proposta da Fenaban e também encerraram a paralisação. Convenção – O presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vagner Freitas, disse que a convenção será assinada se a maioria dos trabalhadores decidir pela aprovação da proposta. Se a categoria ficar dividida entre o sim e o não, haverá novas reuniões para decidir o que fazer. Os bancos se comprometeram a fazer o depósito em até dez dias depois do acordo. (Agências)

O

lhando para o perfil do investidor brasileiro – 88% preferem produtos considerados conservadores –, o Santander Banespa colocará no mercado na próxima semana um fundo de investimento com duas variáveis de rendimento: a Renda Fixa e o DI (Depósito Interbancário). Batizado de "Melhor de 2", o fundo de investimento terá taxa de administração elevada, de 4% e aporte inicial de R$ 5 mil. A modalidade terá período de adesão entre 16 de outubro e 1º de dezembro, depois disso sua composição será fechada. Liquidez – Segundo o diretor do Asset Management do Santander Banespa, Marcio Appel, o aplicador terá sua rentabilidade atrelada ao índice do DI ou da Renda Fixa – o que tiver maior valorização – no final de 30 dias. "O fundo tem liquidez diária. No caso de saque, cujo mínimo será de R$ 1 mil, a remuneração será pela média dos dois índices durante o

88 por cento dos aplicadores brasileiros têm perfil conservador. E a maioria precisa se sentir pressionado para tomar decisão. mês", explica o diretor. Appel diz que o produto é uma forma de simplificar o mercado de fundos para o aplicador mais conservador e "sem tempo" para buscar informações dos rumos de suas aplicações. A taxa de administração está no patamar mais alto do banco e poderá ser reduzida. G a n h o – O f e re c e n d o a s duas variáveis, avalia o diretor, as possibilidades de ganho aumentam mesmo com o cará-

ter conservador do cliente. "O produto só entra no campo multimercados devido à legislação do mercado de fundos no Brasil. Na verdade, não há renda variável na sua composição – 50% das cotas vão para RF e os outros 50%, para DI". Para facilitar o entendimento, o investidor receberá no seu extrato o percentual de cada modalidade no mês e a comparação entre as duas. Aportes– Durante o período de captação de recursos, os investidores poderão realizar aportes a partir de R$ 1 mil. Appel explica que a decisão de colocar prazo para adesão funciona como estratégia de atração para a carteira, já que o aplicador brasileiro tende a decidir com mais rapidez quando tem prazo limite de definição. Por variar entre dois índices, o fundo pode reduzir possíveis custos com o Imposto de Renda (IR), escapando da tributação incidente sobre a migração entre aplicações. Davi Franzon


Evelson de Freitas/AE

Lula canta vitória: "Faltam 20 dias para a oncinha beber água outra vez".E avisa: "Não adianta virem com calúnias e mentiras". Mas ele próprio insistiu em que Alckmin vai privatizar, sufocar aposentados e reduzir salários.

ESQUENTOU!

Suam Lula e Alckmin, em Guarulhos (acima) e em BH . A campanha esquentou com tiroteios: o PT denuncia ameaças de privatização; e o PSDB, "terrorismo eleitoral"

Alckmin reclamou que "o País não pode ficar parado mais 4 anos". E negou corte drástico de gastos atribuído a seu assessor. O tucanato decidiu recorrer à Justiça Eleitoral contra o "terrorismo" e "as mentiras do PT". Págs. 3 e 7

Ano 81 - Nº 22.231

São Paulo, quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

André Dusek/AE

Leãozinho não perdoa nem Dia das Crianças E1 Aizar Raldes/AFP

REFRESCOU!

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 17º C.

Luciano Coca/Chromafotos

O presidente boliviano Evo Morales manda Exército reprimir manifestação de motoristas no centro da capital, engrossada por mineiros e camelôs. Boato de golpe de Estado teve de ser desmentido pelo governo. C 4

Givaldo Barbosa/Agência O Globo

LA PAZ EM GUERRA

Peregrinos de Aparecida

É só passar a mão que eu abano o rabo

Cerca de 160 mil fiéis católicos são esperados amanhã na festa da santa padroeira do Brasil. Por causa do feriado prolongado, 1,5 milhão de veículos deve deixar a capital. C 1

Com esta frase alegre, o estilista, eleito com 493 mil votos, marcou sua visita à Câmara, onde foi "aprender o caminho da escola". Promete: "O Brasil vai se lembrar de mim". Pág. 5

Clodovil


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

1 Do preço final de um tênis infantil, 59,79% são impostos.

CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA SOBRE OS BRINQUEDOS VARIA, EM MÉDIA, ENTRE 38,6% E 41,98%

DIA DAS CRIANÇAS, OU DO LEÃO?

A

carga tributária que incide sobre os brinquedos brasileiros não é de brincadeira: em média, varia de 38,6% a 41,98%. Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Defesa do Contribuinte e do Cidadão (INDC) revela que, do preço final dos brinquedos nacionais, 41% correspondem a impostos. Assim, de uma boneca de R$ 299, por exemplo, R$ 122 vão para os cofres públicos. "E quanto mais alta a carga tributária, maior a pirataria em um país", critica o presidente do instituto, Joel Gomes Moreira Filho. O estudo do INDC foi realizado com base na análise de empresas da indústria e do c o m é rc i o t r i b u t a d a s p e l o Simples, lucro presumido ou lucro real. Foram consideradas as incidências de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Para Moreira, o grande problema da alta carga tributária dos brinquedos é que isso estimula a pirataria. "E como não há nenhum controle sobre a qualidade desses brinquedos, o consumidor pode acabar comprando para seu filho um produto nocivo à saúde", diz. "Além disso, o consumidor que adquire produto pirata não tem como reclamar, já que comprou sem nota fiscal", afirma Moreira. Importados – O INDC também colheu dados sobre os brinquedos importados. "Nesse caso, a carga tributária pode chegar à casa dos 60%", contabiliza Moreira. Já um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que a carga tributária média dos brinquedos no Brasil é de 41,98%. Ao estender a pesquisa para outros produtos que também são opções para presentes no Dia das Crianças, o instituto concluiu que, do preço de uma bola de futebol, por exemplo, 47,69% são tributos; da roupa infantil, 35,87%; da bicicleta, 47,13%; e de um videogame, 73,38%. Mas o tributarista Gilberto

Divulgação

Joel Filho, do INDC: pirataria maior

Luiz do Amaral, presidente do instituto, discorda quanto à carga tributária dos brinquedos importados. "Na maior parte dos países emergentes, apesar de a tributação interna ser significativa, não chega ao nível da brasileira. No México,

por exemplo, a média para brinquedos é de 20%", afirma Amaral. "Isso deixa os produtos fabricados no Brasil bem mais caros do que os fabricados em outros países", completa. Não à toa, a China é hoje uma das maiores preocupações do setor de brinquedos. O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Baptista da Costa, adiantou que, nos próximos dias, se encontrará com representantes do governo para discutir um acordo de limitação de importação de produtos chineses. "Enquanto nos brinquedos brasileiros incide uma carga tributária média de 38,6%, na China o peso dos impostos internos é de cerca de 11%. E quando esses produtos são exportados, a carga é zerada", diz. Laura Ignacio

Abrinq elogia atuação do fisco

A

Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) enviou correspondência ao coordenador-geral de Administração Aduaneira da Receita Federal, Ronaldo Medina, para dar parabéns ao fisco pela atuação contra a importação irregular de brinquedos nos últimos dois anos. De acordo com a entidade, as medidas adotadas pela fiscalização e as exigências da certificação dos brinquedos importados surtiram efeitos positivos no comércio do setor no período. Dados da Receita mostram que, em 2005, foram apreendi-

dos R$ 8,13 milhões em brinquedos e, neste ano, já são R$ 13,6 milhões. A ação mais recente foi desencadeada na semana passada: a "Operação Leão no Cerrado", na região de Mundo Novo (MS). De acordo com nota da Receita, só no pri-

meiro dia da ação foram apreendidos 11 mil selos, supostamente do Inmetro, usados em produtos irregulares. A Abrinq lembra que, entre 2005 e 2006, foram abertos 546 processos por irregularidades nas importações. (LI)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

9

2,152

reais é quanto vale cada dólar para venda, de acordo com a cotação de ontem. A moeda norte-americana desvalorizou 0,19% em relação ao real.

10/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 06/10/2006 06/10/2006 06/10/2006 06/10/2006 06/10/2006

P.L. do Fundo 10.461.176,92 1.455.260,02 7.881.432,00 18.414.939,53 1.299.581,21

Valor da Cota Subordinada 1.206,423007 1.096,940654 1.173,173534 1.125,473287 1.110,490259

% rent.-mês 0,4288 0,2392 0,9652 0,4562 0,7198

% ano 23,4861 9,6941 17,3174 12,5473 11,0490

Valor da Cota Sênior 1.003,471671 1.090,581446 1.104,431975 0 0

% rent. - mês 0,2893 0,2656 0,2893 -

% ano 0,3472 9,0581 10,4432 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Fotos de Luciano Coca/Chromafotos

1 A missa solene será celebrada pelo arcebispo de Aparecida, d. Raymundo Damasceno Assis, e deverá reunir 40 mil fiéis.

Ed Ferreira/AE

Ministro Waldir Pires abraça viúva no enterro do coronel Ramalho

Pilotos do Legacy serão ouvidos mais uma vez em inquérito

O Na via Dutra, romeiros de várias partes do Estado já estão se deslocando para Aparecida. Fiéis vão à festa da padroeira para pagar promessas.

NO FERIADO, APARECIDA RECEBERÁ 160 MIL FIÉIS

C

erca de 160 mil pessoas são esperadas amanhã em Aparecida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora, lugar considerado o maior centro de peregrinação do País. A festa em homenagem à Padroeira do Brasil vai começar às 5h com queima de fogos seguida de missa. Outras quatro celebrações serão realizadas às 8h, às 10h, às 13h e às 16h. A celebração solene, às 10h, será rezada pelo arcebispo metropolitano de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, e deve reunir 40 mil fiéis. As comemorações começam hoje à noite com um show gratuito da dupla sertaneja Gian e Giovani no pátio da basílica. De acordo com a assessoria de imprensa do Santuário Nacional, os governadores eleitos Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), além do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, confirmaram presença na missa das 10h. O candidato à presidência Geraldo Alckmin também deve comparecer, como faz todos os anos no dia da Padroeira. Operação – Como o principal acesso a Aparecida é a via Dutra, a Polícia Rodoviária Federal faz, a partir do meio-dia de hoje, uma operação especial com maior número de patrulheiros na fiscalização dos motoristas. Até a noite de hoje, a concessionária Nova Dutra estima que passem pela rodovia 7.500 veículos por hora. A recomendação é que os motoristas usem o acesso do km 74 para entrar em Aparecida, para evitar congestiona-

Romeiros vindos de Barueri carregam imagem de Nossa Senhora na altura de São José dos Campos

mentos. Já na cidade, o estacionamento no pátio do Santuário é cobrado. Ônibus pagam R$ 28,00; vans, R$ 10,00; carros de passeio, R$ 7,00; e caminhões, R$ 3,00. Além de pontos turísticos como a passarela, a Sala dos Milagres e o altar onde está a imagem original da santa, o Santuário Nacional tem refeitório, sala de descanso, mil sanitários, museu, delegacia e o shopping do romeiro, onde estão concentradas cerca de 400 lojas. Neste ano, toda movimentação dentro e fora da basílica será monitorada por um sistema de câmeras para dar mais segurança aos romeiros. A Polícia Militar também reforçou a vigilância e vai dispor de helicóptero, viaturas e bici-

cletas para monitorar o movimento. Duas centrais de informações aos turistas foram montadas pela prefeitura nas praças Nossa Senhora e Benedito Meirelles e vão funcionar 24 horas. Saída – Aproximadamente 1,5 milhão de veículos devem deixar a cidade de São Paulo no feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, segundo estimativas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O feriadão deve começar com um dia típico de verão, apesar de ainda estarmos no início da primavera. Amanhã, de acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o sol vai aparecer, mas, por causa do calor, haverá

pancadas de chuva logo no início da tarde, com o aumento da nebulosidade. "Logo depois do meio-dia o tempo já apresentará mudanças e deve chover forte, principalmente na capital e no litoral de São Paulo", de acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet. Na sexta-feira, o dia segue nublado em todo o Estado, com períodos de sol entre muitas nuvens e também chuva. Apesar disso, as temperaturas seguem altas no Estado, variando entre 26 e 28 graus. No fim de semana, os dias serão abafados com o sol aparecendo entre nuvens e com chuva somente em pontos isolados do litoral norte e do norte. O que abre e o que fecha está em www.dcomercio.com.br

s pilotos Joseph Lepore em poder do delegado prova e Jan Paul Paladino se- que no plano de vôo elaborado, rão ouvidos novamen- o Legacy deveria manter altitute em inquérito aberto na Polícia de de 37 mil pés até Brasília, Civil de Mato Grosso, que apura quando então deveria descer as responsabilidades do maior para 36 mil pés. Cerca de 500 acidente aéreo do País, ocorrido quilômetros ao norte de Brasídia 29. A data dos depoimentos lia, em Teres, um ponto virtual ainda não foi marcada. de controle aéreo, o Legacy teria O delegado Luciano Inácio que subir de 36 para 38 mil pés. da Silva, que conduz as investi- Neste momento, os dois aviões gações, quer esclarecer as con- estariam a 600 quilômetros de tradições dos depoimentos de distância um do outro. Porém, o Lepore e Paladino sobre o plano Legacy manteve os 37 mil pés de vôo do jato da Embraer que durante todo o trajeto, até o chose chocou com o Boeing da Gol. que com o Boeing da Gol. O delegado confirmou que, Eles deram os depoimentos à Polícia Civil dia 30, em Cuiabá. em depoimento, os tripulantes Os controladores de vôo de do Legacy disseram que voaBrasília e Manaus também se- vam a 37 mil pés, seguindo o rão ouvidos nos próximos dias, plano de vôo "O plano de vôo em Cuiabá. Dez pessoas já de- previa que eles voassem, a parpuseram. Até o fim do mês, o in- tir de Brasília, a 36 mil pés. E quérito será um pouco anconcluído. O tes do local do choque eles dedelegado aguarda o reveriam elevar a aeronave a 38 sultado das As investigações estão caixas-pretas mil pés. Eles sendo feitas com rigor, disseram que do Legacy enaté porque isso é viadas para n a q u e l e m ofundamental para a mento haviam análise no Canadá para cruperdido comudefinição das causas nicação com a zar as infordo acidente. mações dos torre", inforWaldir Pires, ministro controladores mou Silva. da Defesa "Rigor " – O com as da tripulação do Leministro da Defesa, Waldir Pigacy para saber o que realmente aconteceu res, contestou ontem as críticas feitas pela imprensa dos Estana hora do acidente. Paralelo – Em inquérito para- dos Unidos às investigações da lelo, o delegado Renato Sayão, Aeronáutica brasileira sobre as da Polícia Federal, tomará, em causas do acidente. As investidata ainda não marcada, os gações estão sendo feitas "com mesmos depoimentos e fará a absoluto rigor e cuidado, até análise de documentos. porque isso é fundamental para Lepore disse que a comunica- a definição das causas do acição via rádio e o sistema anti-co- dente", afirmou, após participar lisão do jato executivo da Em- de cerimônia de cremação do braer não funcionaram. Este se- corpo de um oficial do Exército ria o motivo pelo qual não teria morto no desastre, o coronel visto a aproximação do Boeing Leonardo Ramalho. Pires reafirmou que o piloto da Gol. Já Paladino afirmou que o equipamento "parecia" estar do jato foi "leviano ao afirmar funcionando. Ele disse ainda que teria de voar a 37 mil pés" que sentiu o impacto e que uma entre Brasília e Manaus. Pires onda de choque se espalhou pe- lembrou que é obrigação de tolo Legacy após a colisão entre os do piloto obedecer ao plano de vôo e disse que o Legacy deveria dois aviões. Tanto a Polícia Civil como a ter mudado duas vezes de altiFederal já estão convencidas de tude, a última no "ponto Teres" que o plano de vôo contradiz o referência universal na Carta de que os pilotos do Legacy afir- Navegação Aérea. (AE) maram no único depoimento Mais informações em prestado até agora. Documento www.dcomercio.com.br


10

Tr i b u t o s Empresas Estilo Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Carlinhos de Jesus é famoso por levar os ritmos latinos para todo o mundo há 20 anos

DANÇAR LIBERA SEROTONINA E DÁ PRAZER

Milton Mansilha/Luz

UM PRA CÁ

DOIS PRA LÁ Milton Mansilha/Luz

Febre de dançar com parceiro, à moda antiga, passou de programas de televisão para academias e boates de São Paulo. Os ritmos variam de tango e gafieira a salsa e zouk. Os adeptos da diversão garantem que nada é melhor.

A

té os pés mais desengonçados têm arriscado alguns passos de dança pelo salão. É a volta do famoso "um pra cá, dois pra lá" em novo formato. Agora, quem entra em cena é o calor da salsa, o romantismo do bolero, o aconchego do forró. Todos os ritmos dançados a quatro pés, como ditam as regras da dança de salão, a última moda nas pistas dos jovens, diga-se de passagem. A mania pegou com o quadro Dança dos Famosos, exibido no programa Domingão do Faustão; com a estréia do filme "Vem Dançar", com Antonio Banderas e até com um projeto de programa, no SBT, em que os famosos dançam. Do jeito que a febre se espalha, o melhor é ensaiar alguns passos de valsa ou mesmo de salsa e cair no embalo do salão. Para que os dançarinos de

primeira viagem não fiquem perdidos, algumas casas oferecem cursos rápidos antes de a balada começar. Academias e escolas também recebem novos alunos a cada dia, cheios de vontade de ensaiar uma coreografia. E não é preciso ser nenhum Patrick Swayze em "Dirty Dance – Ritmo Quente" para freqüentar esses lugares. Todo mundo é bem-vindo, e vale até pisar no pé do outro, se o ritmo desandar. Paixão A arquiteta Paula Nagy dedica um ou dois dias por semana para aprimorar os passos de tango. A paixão pelo ritmo nasceu durante uma viagem a Buenos Aires, onde se dança até nas ruas. Assim que voltou ao Brasil, ela procurou uma academia para aprender a dança. "Antes disso, nunca pensei que fosse gostar do tango, quanto mais entrar em um curso", diz.

Paula costuma dançar no Bar Avenida, local em que pessoas que estão cansadas de música eletrônica e azaração se reúnem para bailar a dois. "O clima nessas casas é de amizade, já que os lugares são pontos de encontro de quem realmente quer dançar", diz. "As pessoas acabam se conhecendo e sabem quem freqüenta o lugar." É com o professor Rafael Messias que a arquiteta tem encontro marcado toda sextafeira à noite. Os dois giram pelo salão em passos mais que sincronizados de tango. Alternam também salsa, zouk, bolero e gafieira. "As mulheres jovens, profissionais liberais, são o tipo de público que mais procura essa atividade", diz Messias, que dá aula de dança na academia Acquasport. "É uma terapia, dissipa o estresse. O movimento libera serotonina, que é a substância que dá a sensação de prazer ao corpo." Popularização Mas quem sempre se jogou de corpo, alma e pés na dança de salão foi o coreógrafo Carlinhos de Jesus. Há 20 anos, ele se dedica à popularização dos ritmos latinos ensaiados a dois. E já viajou o mundo todo gingando a quatro pés com suas parceiras. "Todo jovem deveria fazer dança de salão", afirma. "Essa prática desenvolve liderança, condução, responsabilidade, carinho e cuidado com o outro, valores que foram perdidos com o tempo, mas que a dança de salão resgata." A maioria dos jovens que dança revela uma mudança em seu comportamento: mais confiança e disposição e menos timidez. Eles e elas procuram a dança por motivos bem diferentes. "As mulheres querem uma ati-

Marcos Fernandes/Luz

DANÇA DE SALÃO TOMA CONTA DA NOITE

Mulheres procuram a dança de salão para fazer novos amigos e se divertir. Os homens vêem uma oportunidade para paquerar.

No Diquinta e em outras casas da cidade, o público pode fazer aulas antes que a noite comece a ferver Milton Mansilha/Luz

vidade que lhes dê prazer, para fazer novos amigos e até encontrar alguém especial", acredita o mestre Carlinhos. Já os homens, quase sempre, são arrastados pelas namoradas e esposas. Ou, se são solteiros, vêem as coreografias como uma boa oportunidade de encontrar uma pessoa interessante. Mas não importa se a idéia inicial é aprender a dançar, paquerar ou só espiar os outros, quem se arrisca nos passos acaba se apaixonando. Sonnaira San Pedro

SERVIÇO Para dançar de par Samba Rock: Diquinta – Rua Baumann, 1435 – V. Leopoldina – telefone: (11) 5506-0100 Bolero: União Fraterna – Rua Guaicurus, 27 – Água Branca – telefone: (11) 3611-4394 Salsa: Azucar – Rua Dr. Mário Ferraz, 432 – Itaim Bibi – telefone: (11) 3846-3130 Zouk: Carioca Club – Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros – telefone: (11) 3813-8598 Forró: Canto da Ema – Av. Brig. Faria Lima, 364 –Pinheiros – telefone: (11) 3813-4708 Paula e seu professor Messias se encontram todas as sextas-feiras


2

Polícia Compor tamento Acidente Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O MICROÔNIBUS ERA DA TRANSCOOPER

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

O veículo estava a mais de 80km/h e disputava passageiros com outro lotação. Armando Roberto Telles, delegado

CORRIDA PODE TER CAUSADO ACIDENTE Segundo a Polícia, motorista de microônibus apostava corrida com outro lotação. Colisão com poste na zona leste deixou um morto e 19 feridos ontem. Odival Reis/Agência O Globo

A

polícia acredita que o motorista Cláudio Nunes de Moraes apostava corrida com outros lotações para pegar mais passageiros quando bateu o microônibus que dirigia em um poste, na manhã de ontem, na avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da cidade. O acidente aconteceu por volta das 7h, deixou 19 pessoas feridas e causou a morte da diarista Solange Pereira Gouvea, de 45 anos. "Ele estava a mais de 80km/h, mas não é só isso. A conduta dele é incompatível, ele estava com excesso de passageiros, disputando passageiros com outro lotação", disse o delegado Armando Roberto Telles, do 53º DP, onde foi aberto o inquérito sobre o caso. O microônibus que se acidentou era da Transcooper e fazia a linha 3739, do Recanto Verde Sol ao Metrô Itaquera. A empresa, até a noite de ontem, não havia se posicionado sobre o acidente. Cláudio acabou preso em flagrante por homicídio doloso (com intenção de matar). Ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Santo André, na região do ABC paulista, onde deve permanecer até conhecer a sentença. O motorista poderá pegar de seis a 20 anos de prisão caso seja condenado. A diarista, que morreu na hora ao ser arremessada para fora do microônibus, estava a caminho do trabalho. Ela era casada, tinha três filhas e vivia na Vila Gil, na zona leste. As 19 pessoas feridas foram socorridas em hospitais próximos, sendo que um dos casos considerados mais graves foi o de Antônia Maria Oliveira, de

O veículo estava em alta velocidade quando capotou. Vítima fatal foi arremessada para longe pela janela.

49 anos, que passou por cirurgias na Santa Casa de Misericórdia, na região central, após sofrer fraturas múltiplas. Nenhum pedestre se feriu. As equipes de resgate relataram dificuldades para retirar as pessoas do veículo – pelo menos duas ficaram com as pernas presas nas ferragens. Participaram da operação 15 carros do

Rodrigo Coca/Futura Press

Ó RBITA

NIEMEYER arquiteto Oscar O Niemeyer permanece internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio. Ele sofreu uma queda em casa no domingo à noite e foi levado para a unidade com uma fratura no quadril. Niemeyer foi submetido a uma cirurgia ortopédica e passa bem. Segundo o boletim médico divulgado ontem, o arquiteto já passa por sessões de fisioterapia. (AE)

CESÁREAS Agência Nacional de Saúde Suplementar A (ANS) elabora resolução normativa para tentar reduzir a taxa de cesáreas realizadas em pacientes atendidas por planos e seguros-saúde privados. Atualmente, 82,4% dos partos são cirúrgicos. O porcentual é quase três vezes superior aos 27,5% registrados na rede pública e está muito acima dos 10% a 15% aceitos pela Organização Mundial da Saúde. (AE)

METRÔ TESTA SUA SEGURANÇA Companhia do incêndio da companhia e do Metropolitano de São Corpo de Bombeiros em caso A Paulo – Metrô realizou ontem de ocorrências graves, seu terceiro simulado de incêndio e salvamento do ano. O teste foi feito na estação Campo Limpo da Linha 5 - Lilás (Capão Redondo-Largo 13 de Maio), na zona sul de São Paulo. De acordo com os técnicos do Metrô, o objetivo desses simulados é avaliar a atuação conjunta dos brigadistas de

especialmente de incêndios. No início da semana, um incêndio real aconteceu numa das escadas rolantes da estação República. A ação dos bombeiros foi rápida e, apesar da fumaça, nenhum usuário do sistema ficou ferido. A estação foi interdita e logo liberada à operação. (Agências)

DEPREDAÇÃO DE PLACA que participaram da gentes da Guarda Civil operação, o objetivo do Metropolitana (GCM) A homem era facilitar a ação prenderam na tarde de ontem em flagrante um homem que jogava no rio Tamanduateí uma placa de estacionamento proibido. De acordo com os agentes

dos chamados flanelinhas, que controlam ilegalmente o estacionamento de carros na região do parque Dom Pedro II. (Agências)

Corpo de Bombeiros, policiais militares e operadores da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que desviaram o trânsito. A Avenida Jacu-Pêssego só foi reaberta às 10h55. Além de provocar vítimas, o acidente causou também a queda de um poste de energia elétrica, provocando falta de luz em casas e lojas.

Na Dutra – Um acidente envolvendo três veículos e um caminhão, às 16h45 de ontem, atrapalhou o trânsito na rodovia presidente Dutra, na altura da saída 225, no sentido São Paulo-Rio de Janeiro. No local, um caminhão perdeu o controle e atingiu as grades de proteção da rodovia, atingindo dois veículos de passeio e uma van de transporte de carga. Nenhum dos motoristas ficou gravemente ferido, mas a colisão levou os automóveis a ocuparem apenas três das cinco faixas do trecho, que fica exatamente na saída para a Fernão Dias. Chovia forte e, por conta do grande volume de veículos, o tráfego permaneceu lento. A Nova Dutra, concessionária da rodovia, realiza serviços de manutenção na via, por conta do acidente provocado por um caminhão, na sexta-feira, que bateu contra a pilastra de sustentação de uma passarela e deixou o tráfego totalmente parado na ocasião. Este procedimento da concessionária também está diminuindo a quantidade de faixas disponíveis . Cegonha – Um caminhão tipo cegonha, transportando veículos, parou, às 11h30 de ontem, em uma das faixas da pista sentido Centro da avenida 23 de Maio, na zona sul. Segundo a CET, por causa da altura do veículo, o motorista percebeu que poderia entalar sob a passarela de pedestres do aeroporto de Congonhas e resolveu aguardar. Funcionários da CET foram para o local para verificar o que poderia ser feito para a remoção do caminhão. Os motoristas encontraram trânsito lento. (Agências)


6

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

ESQUENTA A BUSCA DE VOTOS NO 2º TURNO

COMO VÃO AS CAMPANHAS NOS ESTADOS? ACOMPANHE AQUI A BRIGA EM PE, AM E PR.

MENDONÇA FILHO VAI ACIONAR LULA

A

assessoria jurídica da coligação União por Pernambuco, d o g o v e r n a d o rcandidato Mendonça Filho (PFL), entrará hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, com ação contra a participação do presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no horário político de Eduardo Campos (PSB), que também disputa o governo do Estado. De acordo com os advogados, o presidente faz propaganda extemporânea e utilização indevida do horário eleitoral gratuito de outra candidatura, no caso a de Eduardo, onde aparece pedindo o "voto casado". "O mais grave é que o presidente pede voto para si mesmo quando a campanha presidencial no rádio e na televisão só começa nesta quinta-feira", afirma o advogado Humberto Vieira de Melo. Ele diz que vai pedir um minuto e 26 segundos do tempo do programa do presidente que ainda vai ao ar, por uso indevido de espaço publicitário em seu benefício. (AE)

Mariana Guerra / AE

Em ação: candidato quer tempo.

ROSEANA TEM APOIO DE LULA NA TEVÊ

A

candidata ao governo do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), aposta no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Estado pela terceira vez. Na manhã de ontem, Lula gravou programa eleitoral declarando apoio a Roseana. O senador José Sarney (PMDB-AP), pai da candidata e reeleito senador pelo Amapá, também participou das gravações numa produtora em Brasília. As primeiras pesquisas de opinião nesta segunda fase da eleição indicam a derrota de Roseana para o ex-prefeito de São Luiz, Jackson Lago (PDT). Pesquisa divulgada pelo Instituto Toledo e Associados aponta que Lago tem 48,3% da preferência dos consultados. Já Roseana, 44,7%. (AE)

PCdoB DARÁ APOIO A REQUIÃO

O

governador licenciado do Paraná, Roberto Requião (PMDB), recebeu ontem o apoio integral do PCdoB paranaense à sua campanha pela reeleição. No primeiro turno, o partido estava coligado com o PT. Segundo o presidente regional do PCdoB, Milton Alves, esse apoio é "natural, militante, programático e ideológico". "É decisivo o empenho da militância partidária para impedir o retrocesso e a volta dos neoliberais no Paraná", afirmou. Na próxima segunda-feira, os militantes pretendem realizar, no centro de Curitiba, o primeiro ato em prol da candidatura de Requião, com a participação de militantes, filiados e amigos. (AE)


quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Senado Congresso Eleições Câmara

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 O Governo Lula foi o governo mais corrupto que tivemos no Brasil. José Jorge (PFL-PE)

A DISPUTA PELOS VOTOS DE MINAS GERAIS

Orlando Brito / Divulgação

ALCKMIN VAI ATRÁS DOS VOTOS EM MINAS A batalha por Minas Gerais começou ontem para os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). O presidente-candidato e seu adversário disputam voto a voto o segundo maior colégio eleitoral do País, com 13,6 milhões de eleitores, que pode definir o 2º turno. Concentração de forças: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Itamar Franco iniciam campanha de 2º turno em Minas Gerais. Celso Júnior/ AE

JOSÉ JORGE APRESENTA SUA ARTILHARIA Vice-presidente na chapa de Alckmin diz que possui uma lista com 100 escândalos envolvendo Lula e o PT. Parte virá à tona no horário eleitoral. Senador José Jorge, da Coligação PSDB-PFL , avança contra Lula.

O

candidato a vicepresidente na chapa de Geraldo Alckmin, o senador pernambucano José Jorge (PFL), revelou em Teresina - PI que tem uma relação com cem escândalos do governo Lula e do PT. "O ultimo foi o dossiê. Nunca explicaram de onde veio R$ 1,7 milhão", disse. Segundo José Jorge, isso será explorado na propaganda eleitoral, durante 16 programas. Jorge reclamou que o PT e o presidente Lula estão cometendo crime eleitoral quando espa-

lham boatos que Alckmin iria acabar com o Bolsa-Família e privatizar as estatais "Isso é jogo sujo. É crime eleitoral. É o mesmo que querer comprar dossiê, andar com dinheiro sem origem declarada e coisa do tipo", afirmou. José Jorge foi a Teresina para o lançamento do movimento União por um Brasil Decente no Piauí. "O Governo Lula foi o governo mais corrupto que tivemos no Brasil. As pessoas que estavam com o dinheiro são do PT ou trabalham com Lula, mas não explicaram de onde vinha

o dinheiro. O Brasil não pode aceitar isso. É muito dinheiro e não tem explicação. Para tirar R$ 10 mil de um banco é a maior burocracia, mas o PT anda com dinheiro com a maior facilidade", argumentou o candidato a vice. Para José Jorge, ainda deve ter muita coisa correndo por baixo do pano. Falta tempo – O candidato informou que, por falta de tempo, não vai detalhar todos os 100 escândalos no guia eleitoral. "Temos 16 programas e vamos utilizar os mais importantes. Tem o das cartilhas que

foram pagas com R$ 11 milhões de dinheiro público para dizer que o governo era bom. E as cartilhas não foram feitas. O TSE está investigando", adiantou. Ele disse também que vão continuar com os ataques ao dossiê Vedoin. Segundo José Jorge, a campanha deste 2º turno vai se concentrar mais no Nordeste e no Norte. Ele atribuiu a boatos o melhor desempenho de Lula nestas regiões. "Não vamos privatizar nada e não vamos acabar com o Bolsa-Família", disse o senador. (AE)

Reprodução

FORÇA SINDICAL LIBERA O VOTO NO 2º TURNO

O

lmagem do web site do Diário do Comércio: www.dcomercio.com.br

TUCANO É O PREFERIDO

P

ara os usuários da Até às 19h de ontem, versão eletrônica do haviam participado 3.061 Diário do Comércio, o votantes. Ao responder a candidato do PSDB à pergunta "Quem ganhou o Presidência, Geraldo debate promovido no Alckmin, teve o melhor domingo pela Rede desempenho no debate Bandeirantes?", 63,78% dos realizado no domingo pela internautas responderam "TV Bandeirantes". A Alckmin. Os que apontaram avaliação resultou de uma como vencedor o candidato à enquete que ficou no ar desde reeleição, Luiz Inácio Lula da a manhã de segunda-feira, dia Silva (PT), foram 35,61%. 9, na página inicial do site Apenas 0,61% julgaram que http://www.dcomercio.com.br. houve empate. (LO)

presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, informou ontem que apesar da maior parte da direção da central apoiar Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) no 2º turno das eleições, a central não declarará apoio formal a nenhum dos candidatos. Em plenária realizada ontem pela manhã em São Paulo, o presidenciável tucano recebeu o apoio de 71% dos votantes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, teve o apoio de 29% da direção. Alckmin recebeu 51 votos, e Lula, 20. Por isso, a Força Sindical liberou o voto e não declarou apoio formal. "A Força libera aqueles que querem apoiar o Lula e aqueles que querem apoiar o Alckmin. Mas a maioria apoiará Alckmin", insistiu. Mudança de perfil– O presidente da Força ressaltou que a situação se inverteu em relação às eleições de 2002, quando Lula recebeu o apoio de 83% da diretoria da Força Sindical. "Isso se dá um pouco à desesperança com o governo Lula, ao não-cumprimento dos compromissos com os trabalhadores, e isso fez com que os sindicalistas revertessem sua posição", opinou Paulinho. Segundo ele, tanto Lula quanto Alckmin receberão dos dirigentes da central sindical

um documento contendo as reivindicações dos trabalhadores sobre direitos, encargos e discussões como o salário mínimo e o trabalho aos domingos. "Quem está apoiando o Alckmin, que é o meu caso, vai levar o documento ao Alckmin, e quem está apoiando o Lula levará o documento ao Lula", explicou ele. Superchuchu – Alckmin receberá as propostas neste domingo, quando terá reunião com a central. Paulinho informou que Alckmin já soube o resultado da plenária da Força Sindical e que ficou muito feliz. "Ele gostou até do apelido que o pessoal da Força Sindical deu para ele após o debate: superchuchu", brincou. Em relação às reformas que Alckmin assegura que fará caso seja eleito, Paulinho destacou que apóia a reforma sindical, mas que não aceitará qualquer reforma trabalhista que retire direitos já adquiridos pelos trabalhadores. "Temos até uma proposta comum das centrais sindicais. Quanto à reforma trabalhista, queremos dele o compromisso de que não sairá sem uma ampla discussão envolvendo trabalhadores e empresários. Não aceitaremos nenhuma reforma trabalhista que retire direitos. É esse o compromisso que queremos de Alckmin", finalizou. (AE)

N

o primeiro ato da min". O candidato tucano inicampanha de Ge- ciou seu discurso dizendo que raldo Alckmin no a votação em Minas o levou pa2º turno em Minas ra o 2º turno. No 1º turno Lula Gerais, o governador reeleito venceu no Estado com 50,80% Aécio Neves (PSDB) reiterou dos votos válidos, contra que irá se empenhar para ele- 40, 62% do tucano. A maior voger o colega tucano. Num tação do presidente foi regisevento para prefeitos e lide- t r a d a n a s r e g i õ e s n o r t e ranças políticas do estado, Aé- (64,19%) e vales do Jequitinhocio procurou atrelar sua gran- nha e Mucuri (59,48%). O tucade votação ao presidenciável no, por sua vez, teve expresside seu partido: "Amigo do go- va votação no sul do Estado vernador Aécio Neves vota em (55,42%), noroeste (54,13%) e Geraldo Alckmin porque gos- Alto Paranaíba (57,49%). ta do Brasil". O ministro do Turismo, WalAs candidaturas tucana e frido dos Mares Guia, que tipetista iniciaram uma ofensiva rou férias para se mobilizar em pelo apoio dos prefeitos minei- favor da reeleição do presidenros no segundo te, havia agendado para ontem colégio eleitoral do País, com 13,6 um encontro com prefeitos do norte milhões de eleitores. Seu adversá- Amigo do de Minas, em rio, o presidente governador Montes Claros. Mas como Aécio Luiz Inácio Lula Aécio Neves da Silva, já escajá tinha convocado os prefeitos, lou os ministros vota em mineiros e o vice- Geraldo que apoiaram sua reeleição, papresidente José Alckmin porque A l e n c a r ( P R B ) gosta do Brasil. ra pedir votos para o tucano, Walpara também "coAécio Neves, frido decidiu não lar" na popularigovernador de Minas. melindrar o godade de Aécio, reeleito com 77% vernador e cancedos votos válidos e vencedor lou a reunião, preferindo se deslocar para a Zona da Mata, em 848 dos 853 municípios. Lulécio– A intenção é enal- onde teria um encontro com o tecer a boa relação entre o go- prefeito de Juiz de Fora, Albervernador e o presidente e di- to Bejani (PTB). Lula tentou antecipar a resfundir a idéia de que ao projeto futuro de Aécio, potencial can- posta recebendo a Executiva didato presidencial em 2010, regional e deputados eleitos interessa mais à reeleição de do PMDB mineiro, no final da Lula. O esforço visa fortalecer manhã em Brasília, no Palácio entre os prefeitos o fenômeno do Jaburu, que é a residência "Lulécio", termo cunhado para oficial do vice José Alencar, extraduzir o apoio simultâneo a senador do PMDB mineiro. Alckmin aproveitou a preAécio no plano estadual e a Lula no âmbito federal. sença de 300 prefeitos na plaO governador demonstrou téia e prometeu, se eleito, proestar ciente da estratégia e pro- mover a descentralização dos curou reagir. Em seu discurso, recursos para estados e munidestacou que "votar em Aécio cípios e aumentar o repasse do Neves e confiar no seu projeto Fundo de Participação dos político é dar a vitória a Alck- Municípios em 1%. (AE)

ASSESSORES TROCAM FARPAS

O

clima de embate travado no debate do último domingo, na "TV Bandeirantes", entre o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, continua dando o tom das discussões nos bastidores e acirrando a troca de farpas entre os principais assessores dos dois candidatos. Em resposta às críticas feitas pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a Alckmin, comparando-o a um cão pit bull e acusando-o de ter adotado uma postura fascista no debate, o deputado federal eleito pelo PSDB e um dos principais colaboradores da campanha presidencial tucana, Edson Aparecido, afirmou que "o PT está partindo para os ataques pessoais por causa do desespero de perder as eleições".

Na avaliação do deputado, Alckmin apenas externou a indignação do povo brasileiro no debate e cobrou respostas e explicações sobre temas prioritários, como a questão ética. "Quem está baixando o nível da campanha, com ataques de natureza pessoal, é o pessoal do PT. Acredito que eles estão desesperados, com medo de perder as eleições e isso mostra que nunca estiveram preparados para discutir o futuro da nação". E continuou: "Uma coisa é o Geraldo ter sido contundente e verdadeiro quando esteve face a face com o Lula (no debate), outra é ser frouxo e mentiroso (numa referência ao adversário do PT)." Em sua sua avaliação, a campanha presidencial tucana deverá crescer ainda mais neste 2º turno, com a adesão de novos aliados e simpatizantes em todo o País. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10

quarta-feira e quinta-feira, 11 e 12 de outubro de 2006

Evo Morales manda o Exército para as ruas Ruas da capital boliviana são tomadas por manifestantes que protestaram contra a decisão do governo de Evo Morales de não indenizar as famílias das vítimas que morreram nos choques ocorridos na mina Huanuni, na semana passada. A Federação Nacional de Cooperativas Minerárias rompeu a aliança política que tinha com o governo, a quem deu três dias para que explique as causas do conflito em Huanuni.

Mineiros saíram ontem às ruas de La Paz para protestar contra postura do governo em relação às mortes ocorridas em mina, semana passada

Jose Luis Quintana/Reuters

CHINA FALA EM SANÇÕES Antes contrário a punições contra a Coréia do Norte, país concorda com ONU Lee Jae-Won/Reuters

M

Exército se posiciona nas ruas de La Paz para inibir as manifestações

para enfrentar a força de repressão enviada pelo governo. Contreras disse que o envio de tropas militares tem apenas o objetivo de "resguardar a ordem" e permitir a mobilidade dos habitantes, uma vez que a Polícia Nacional está com grandes contingentes na região de Huanuni, onde um conflito batizado de "guerra do estanho" deixou 16 mortos na semana passada. Rompimento – No final da manhã, as lideranças do setor de transporte público anunciaram o rompimento de relações com a administração municipal (chamada de alcaldia) e terminaram aos gritos uma reu-

nião com autoridades. Agora, esperam negociar diretamente com o governo central. Trabalhadores do setor de mineração e ambulantes também promoveram protestos no centro da cidade. Houve embates entre representantes dos três grupos em pontos diversos da região. Os mineiros pedem maior apoio oficial às famílias de vítimas da "guerra do estanho". A tragédia pode custar ao governo a perda de um de seus mais importantes aliados, a Federação Nacional das Cooperativas Mineiras (Fecomin), irritada com a queda do ministro de Minas, Walter Villaroel, indicado pela própria Federação. Em uma entrevista ontem pela manhã, segundo a Agência Boliviana de Informações, Contreras disse que o governo não aceitará trocar apoio por condições específicas. Além dos conflitos em La Paz, Morales enfrenta greves de fome promovidas por taxistas nas principais cidades do país. O setor reclama da importação de automóveis usados do Japão, que seriam destinados ao transporte de passageiros. O setor de educação também está em greve. (AE)

ais importante aliada da Coréia do Norte, a China defendeu, ontem, a adoção de "ações punitivas apropriadas" em retaliação ao teste nuclear norte-coreano realizado na última segunda-feira. Os chineses, que têm assento permanente e poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), se recusavam em aceitar a aplicação de qualquer sanção contra o regime de Pyongyang. Apesar da mudança no que se refere à punição aos nortecoreanos, Pequim manteve sua posição inicial, também defendida pela Rússia e pela Coréia do Sul, de excluir da resolução que deve ser votada pelo Conselho de Segurança a possibilidade de uso de força militar. Essa ressalva se contrapõe à proposta inicial dos Estados Unidos, que apresentaram um projeto de resolução de sanções com base no Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê, em última instância, ações militares contra países que ponham em risco a segurança e a paz mundiais. Resposta – "P re c i sa m o s dar uma resposta firme, construtiva e apropriada, mas prudente, ao ensaio nuclear da Coréia do Norte", disse o embaixador da China na ONU, Wang Guangya. Com as sanções, as Nações Unidas esperam forçar a Coréia do Norte a retomar as negociações de desarmamento ini-

Sul-coreanos contrários ao teste nuclear queimam bandeiras

ciadas em 2003, e suspensas desde 2005, com os EUA, a Rússia, o Japão, a China e a Coréia do Sul. A Coréia do Norte insiste na abertura de conversações bilaterais com os EUA, que se recusam a diálogo direto com Pyongyang.

Jan Kare Ness/AFP

O

p re s i d e n t e E v o Morales determinou que o exército e a Polícia Nacional ocupassem, ontem, o centro de La Paz, bloqueado por motoristas de ônibus e vans desde segunda-feira. Durante todo o dia, houve conflitos entre os manifestantes, soldados e simpatizantes do Movimento ao Socialismo (MAS), partido da situação. No dia em que o país comemora 24 anos de conquista da democracia, diversas formas de protesto confirmaram a previsão de "uma semana difícil", feita no sábado pelo ministro da presidência, Juan Ramon Quintana. O cenário de instabilidade começa a tomar tal dimensão que o porta-voz do governo, Alex Contreras, foi obrigado a desmentir em entrevista a possibilidade de golpe de Estado. "Nos reunimos nas últimas horas com o alto comando militar e policial e eles ratificaram o apoio e a confiança ao processo de mudanças no país" informou Contreras, para quem os rumores de golpe, gerados "fora das fronteiras", não passam de "um plano de conspiração para desacreditar o governo". Em La Paz, os manifestantes se armaram de paus e pedras

David Mercado/Reuters

Internacional

Os EUA não invadirão a Coréia do Norte Condoleeza Rice, secretária de Estado americana

Já o Irã, que assim como a Coréia do Norte sofre pressão por causa de seu programa nuclear, evitou, ontem, fazer uma condenação direta ao teste nuclear norte-coreano. E insistiu que continuará com seu programa nuclear. (AE)

Avião pega fogo e deixa quatro mortos

U

Com 16 passageiros a bordo, aeronave inglesa saiu da pista no momento do pouso antes de se incendiar

m avião fretado pegou fogo, ontem, no momento em que iniciava o pouso em um aeroporto situado a oeste da Noruega, após ter saído da pista. Quatro pessoas morreram e outras 12 foram resgatadas sem ferimentos graves, segundo a polícia local. O policial Jan Olay Olsen disse que as quatro pessoas que estavam desaparecidas foram encontradas mortas entre os destroços. A aeronave, que tinha capacidade para 83 pessoas e seis tripulantes, havia ecolado do sudoeste da Noruega. (AE)


sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Deve-se ter em mente que o que é demais incomoda. Ligia Marques, consultora de marketing pessoal

FESTAS EXIGEM DISCRIÇÃO

Divulgação

ETIQUETA BOAS MANEIRAS NA EMPRESA REDUZEM OS CONFLITOS

E

m uma das numerosas cenas antológicas do seriado norteamericano Seinfeld (19891998), a personagem Elaine Benes bebe além da conta durante uma festa na empresa onde trabalhava e termina a noite exibindo passos de dança para lá de estranhos enquanto os colegas de escritório a encaram com um

misto de curiosidade e ojeriza. Uma olhada rápida em qualquer boa livraria da cidade mostra que um número ímpar de livros já foi escrito sobre como se comportar corretamente dentro de uma empresa. Isso não quer dizer que as pessoas aprenderam. Longe disso. Para a consultora de etiqueta e marketing pessoal Ligia Marques, muitos

funcionários esquecem que no ambiente de trabalho, mesmo durante uma festa, têm de ser discretos. "Não vale usar roupas decotadas, transparentes, biquínis minúsculos, beber demais e tratar superiores com intimidade que não tem durante o expediente. Devese sempre ter em mente que o que é demais incomoda e seguir isso para se balizar em

A consultora Ligia Marques ensina regras de boa convivência

comportamentos", diz Ligia. Os conselhos valem ainda para a happy hour após o expediente e os aniversários. Comportar-se corretamente na empresa, no entanto, não se resume ao que (não) vestir ou a quantidade de álcool ingerida. Atitudes no banheiro e no elevador contam, e muito. Não molhar o piso e a pia de banheiro, jogar papel dentro do lixo (e não ao lado dele), além, é óbvio, de apertar a descarga, são considerados por Ligia como regras básicas no banheiro. No elevador, sempre cumprimentar a ascensorista, e despedir-se dela com um "obrigado" é

fundamental. "Além disso, não se conversa dentro do elevador, nem se cumprimenta quem estiver lá dando as mãos. Basta dizer "bom dia". É importante esperar os outros saírem para depois entrar e ir para o fundo, em vez de atrapalhar a entrada de outras pessoas bloqueando a porta." Sem comida – Até comer na mesa de trabalho não escapa. Quem gosta de fazer suas refeições em cima do teclado do computador não é bemvisto por Ligia. A consultora diz que, se não houver escapatória e você tiver de comer no escritório, que pelo menos escolha

algo que não espalhe cheiro, como sanduíches frios e barras de cereais. No fim do ano, quando chega a hora do amigo secreto, só deve participar da brincadeira quem estiver afim, para não estragar a diversão dos outros. "No caso do amigo secreto, não se devem enviar bilhetes com provocações, brincadeiras de mau gosto ou com conteúdo erótico." Ficam proibidos presentes como lingerie e livros de auto-ajuda do tipo "você-pode-ser-obeso-e-feliz" ou que remetam a uma eventual homossexualidade. Vale-CD ou vale-livro também devem ser evitados, segundo Ligia, porque mostram que a pessoa não se preocupou "a mínima" com o amigo secreto. "Presentear é demonstrar carinho." Papéis – Para a consultora em marketing pessoal e etiqueta empresarial Esther Proença Soares, misturar papéis dá origem a confusões na área de comportamento. "A palavra-chave aqui é adequação. Nós temos que nos ajustar ao papel social." Para evitar o comportamento inadequado que gera conflito, Esther aconselha, além da adaptação do comportamento aos papéis sociais, o respeito pela hierarquia dentro da empresa e o respeito pela dignidade do ser humano. "Tem que respeitar igualmente o gerente e a faxineira." O uso da sensualidade no local de trabalho, diz a consultora, invariavelmente sobra para o lado mais fraco. Despertar a sensualidade para conseguir benefícios, em geral, é uma "roubada". Kety Shapazian


2

Tr â n s i t o Saúde Acidente Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

DISCOS RÍGIDOS SÃO SEMELHANTES AOS DE UM COMPUTADOR

As caixas-pretas guardam os porquês dessa colisão ocorrida nos céus da floresta Amazônica Yvan-Miville Des Chênes, consultor em aviação

Milton Mansilha/Luz

No Canadá, laboratório inicia análise das caixas-pretas Comissão brasileira de investigação envia equipamentos para serem inspecionados em um país neutro

Scaringella, da CET: "Espaço da cidade precisa ser bem administrado"

Enquanto o Rodoanel não sai, paliativos

U

"A medida complicou ainda ma outra proposta apresentada pelos mais o tráfego na área, porque técnicos do Sindicato em vez de restringir a circuladas Empresas de Transporte ção no horário mais complicade Carga do Estado de São do, levou os empresários a rePaulo (Setecesp) no sentido de ceber a mesma quantidade de reduzir transtornos causados mercadoria em um número por caminhões é a liberação do maior de viagens e, assim, rodízio para veículos de carga poupar gastos com horas-excom comprimento inferior a tras e segurança na entregas 9,5 metros. Segundo a entida- feitas durante madrugada", de, a medida reduziria a idade disse Zaretti. média da frota e o número de Roberto Scaringella alega que medida tequebras. A liberação desve caráter apenas educativo ses caminhões reduziria e foi tomada também o núna tentativa de O acréscimo de 80cm convencer emmero de viano comprimento de gens para a presários a coum caminhão significa laborar com a entrega de produtos. "O melhoria do uma tonelada a mais trânsito. acréscimo de na sua capacidade de 8 0 c e n t í m eAtraso – Se o transporte. Rodoanel tros no comFernando Zaretti, do primento de (que interligar á t rê s ro d oum caminhão Setecesp significa uma vias federais e tonelada a sete estaduais mais na sua capacidade de na Região Metropolitana de transporte", disse Fernando São Paulo) estivesse concluído, 141 mil caminhões deixaZaretti, do Setecesp. Decreto – O decreto assina- riam de rodar pela área urbado no ano passado proibiu a na. Apenas um de seus quatro carga e descarga em estabele- trechos está em operação. A cimentos comerciais de gran- obra já sofreu vários atrasos . de porte, das 6h às 22h, de se- " O R o d o a n e l d e v i a e s t a r gunda a sexta, e determinou pronto há dez anos", afirmou que o abastecimento diurno Urubatan Helou, presidente no Centro Expandido só pode do Setecesp. Sem essa obra ser feito por veículos de 5,5 concluída, as marginais Tietê metros de comprimento. Essa e Pinheiros, além da avenida ação não foi suficiente para dos Bandeirantes, continuaresolver a questão. rão saturadas. (FG) Oslaim Brito/Futura Press - 26/01/2005

Rotina na cidade: trânsito intenso de caminhões na marginal Tietê

A

s caixas-pretas do Boeing 737 da Gol e do jato Legacy fabricado pela Embraer, chegaram ontem ao Canadá. A transcrição das vozes e dos dados gravados nos equipamentos será feita nos laboratórios do Conselho de Segurança dos Transportes do Canadá (Transportation Safety Board of Canada), em Ottawa. As caixas-pretas foram levadas pelo coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, presidente da comissão que investiga a queda do vôo 1907, da companhia aérea Gol. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) as caixas-pretas serão analisadas em Ottawa, pois o Canadá é considerado um país neutro. O Boeing da Gol foi fabricado nos Estados Unidos e o Legacy no Brasil. Se o Brasil vê o Canadá como um país neutro nessa complicada investigação, do lado canadense, a escolha é vista com certo orgulho. O ex-controlador de vôo Yvan-Miville Des Chênes, consultor em aviação para a Rádio Canadá, conta que os analistas do Conselho de Segurança dos Transportes estão contentes com a decisão das autoridades brasileiras. Acima de tudo, explica Des Chênes, "vê-se nessa atitude uma questão de confiança". "As autoridades brasileiras buscavam transparência e, por isso, resolveram passar esse trabalho para uma agência cuja reputação não pode ser questionada", afirmou. Ainda de acordo com esse conhecido consultor canadense em aviação, "as caixas-pretas guardam os porquês dessa colisão ocorrida nos céus da floresta Amazônica". Des Chênes, que mostra profundo conhecimento sobre o acidente com o vôo 1907 da Gol, lembra que os dois aviões eram novos e equipados com o modelo mais recente do Traffic Collision Avoidance System. Esse aparelho, mais conhecido pela sigla TCAS, avisa os pilotos quando dois aviões estão em rota de colisão. De acordo com o consultor, esse equipamento pode ser facilmente desligado pelo piloto da aeronave. Por se tratar de dois aviões novos, as caixas-pretas são equipadas com discos rígidos semelhantes aos de um computador. Caso o disco rígido não tenha sido danificado, a transferência dos dados é bas-

Força Aérea Brasileira

Equipe de resgate levanta asa do Boeing da Gol em busca de corpos

tante rápida. Segundo Des Chênes, "em dois dias, no máximo, as autoridades brasileiras poderão ter em mãos a transcrição de dados e de voz dos dois aparelhos". A Anac, entretanto, já informou que a caixa-preta do Boeing 737 está danificada. Procedimento – Nos laboratórios do Conselho de Segu-

rança dos Transportes, os dados das duas caixas-pretas serão transferidos para um único computador. Em seguida, as informações serão sincronizadas e superpostas de modo a recriar-se o vôo das duas aeronaves. São esses dados, formados por centenas de parâmetros (altitude, direção e velocidade, só para citar alguns), que

ajudarão as autoridades brasileiras a entender o que provocou o acidente. Identificação – O Instituto de Medicina Legal (IML) de Brasília identificou ontem mais seis vítimas do acidente com o Boeing 737-800, da Gol Linhas, totalizando a identificação de 140 corpos. Os últimos seis passageiros foram reconhecidos pelo método antropológico (arcada dentária). Anteontem, equipes da Força Aérea Brasileira encontraram quatro corpos sob as asas do Boeing e outro praticamente enterrado ao lado de uma trilha aberta pelos militares. Ultraleve – Um ultraleve caiu com duas pessoas a bordo às 17h de ontem, no bairro Iroi, em Biritiba Mirim, na Grande São Paulo. As vítimas foram encaminhadas, em estado grave, ao Hospital Luzia de Pinho Mello, em Mogi das Cruzes. (Agências)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

RESENHA

NACIONAL

ASSISTENCIALISMO CULTURAL

A

BENEDICTO FERRI DE BARROS

bilheteria, que é dele. Como se trata de uma renúncia fiscal, o investidor (com recursos do IR) recebe créditos. A fiscalização é virtualmente nula. Vejam-se os casos recentes de Norma Bengel, que comprou apartamento com os supostos incentivos fiscais, e o inacabado filme Chatô, de Guilherme Fontes, que já consumiu mais de R$ 6 milhões. Não é à toa que, desculpando Lulla, o ator Paulo Betti, na impossibilidade de negar a roubalheira que assola o país, disse: “não é possível fazer política sem botar a mão na merda”.

PÉROLAS DA ATUALIDADE Céllus

ssim como o governo Lulla distribui a cerca de 11 milhões de famílias carentes uns trocados sob o título de BolsaFamília, que lhe garantiu uma gorda safra de votos nos chamados grotões, a intelligentsia brasileira, ligada à produção de audio e vídeo, tem um modelo de assistencialismo único no mundo. Cineastas, no Brasil, contam com 100% de financiamento para seus filmes, originários de deduções de Imposto de Renda e de recursos do ICMS. Assim como os carentes recebem o BolsaFamília, os produtores de cinema recebem recursos que, de outra forma, seriam recolhidos a título de impostos. A preferência é dada a produtores, diretores e atores de renda elevada. É, na verdade, um assistencialismo dirigido à classe A. De saída, nota-se uma incoerência básica entre uma sociedade que é tributada em cerca de 40% do que produz (5 meses por ano trabalha-se para manter o governo) e que, ao mesmo tempo, renuncia a parte destes impostos para beneficiar uns poucos. O audiovisual é especialmente generoso com os diretores, artistas, custos de realização e, pasmem, com o pagamento ao próprio produtor. Há casos de famílias inteiras – o caso mais notório é o dos Barreto – em que os filmes que produzem, dirigem e atuam são beneficiados por este sistema, além de intermediarem a captação de recursos do IR. É uma operação risco zero. O que o “produtor” pode é ganhar muito ou pouco, a depender da renda líquida de

Fortuna e Virtude ROBERTO FENDT

O

s quase quatro anos de mandato do presidente Lula e o debate entre os candidatos a presidente deixou claras muitas coisas, especialmente o que recente editorial do Estado de S. Paulo apontou: o presidente não estava, nem está, preparado para o cargo e, como diria Maquiavel, ele deve "antes à Fortuna das circunstâncias do que à Virtù pessoal o que tiver a contabilizar como êxito da sua gestão". Sábias observações. Na mitologia romana clássica, a deusa Fortuna aparecia comumente como a portadora das boas novas, benfazeja, ainda que caprichosa e incerta – aquela que trazia a boa sorte e a abundância. Era representada usualmente com uma cornucópia, o próprio símbolo da prosperidade. A decadência e a queda do Império mudaram a imagem da deusa. Na Alta Idade Média, os caprichos da deusa agora serviam mais para destruir que construir, para destruir com violência as esperanças e ambições humanas. O símbolo havia mudado: a roda, que girada até o topo, voltava à base – incorporando agora a idéia de que a glória do mundo é transitória. Para Maquiavel, a Fortuna se refere às circunstâncias que estão além da capacidade de controle humana. E a lição de seu livro mais importante, O Príncipe, é que devemos transcender nossa "fortuna", nossa sorte. É possível fazer isso, segundo Maquiavel, com o emprego de uma qualidade, quando a temos: a Virtù. Ela é a qualidade que se opõe à Fortuna, ao destino incontrolável. É a energia interior que, quando transformada em ação, permite superar o que parecia ser o destino inevitável. O bom governo resulta da combinação da Fortuna e da Virtù. O governante virtuoso pode ver sua obra destruída pelos azares cegos da fortuna: crises externas e internas, a inclemência do tempo prejudicando as safras agrícolas, a falta de chuvas esvaziando os reservatórios e provocando o racionamento de energia. O oposto também ocorre: um governante despreparado pode não aproveitar um ambiente favorável, tanto externo como interno; o mundo todo em crescimento, aumentando a demanda

e o assistencialismo populista ainda encontra alguns que defendem a criação de “fábrica de pobres”, o que dizer dos que justificam a existência da fábrica de sem-riscos? Um cineasta mais jovem, ainda não adepto a esse assistencialismo, contoume candidamente que os filmes 100% financiados com recursos do IR eram selecionados de duas maneiras, podendo o critério açambarcar as duas variáveis: - Ligação do “intelectual” do cinema com pessoas da administração da área que seleciona os investimentos. - Seleção de filmes mais ou menos engajados na linha marxista do governo; filmes como Olga, Lamarca e outros não relutam em contar a história sob o ângulo mais favorável à pregação da esquerda. Seja o que for, não se justifica que o “produtor” tenha 100% de financiamento e 100% da receita líquida de bilheteria. É assistencialismo de risco.

S

EDITORIAL DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

por nossas exportações; o câmbio e as expectativas conspirando para manter baixa a inflação; e assim por diante, tudo conspirando para uma grande gestão. E tudo se perdendo pela má gerência e pelas más companhias. Os quatro anos de governo que estão se encerrando marcaram excepcional período em que a fortuna sorriu para nosso país. Como diria o senhor presidente, com seu natural exagero, "nunca antes esse país teve um ambiente externo tão favorável". China e Estados Unidos, em sincronia, permitiram que o desempenho do setor exportador brilhasse em meio à mediocridade do desempenho das atividades voltadas ao mercado interno. O resultado foi que, em meio aos sorrisos da fortuna, crescemos à mesma taxa do segundo governo FHC, quando a fortuna nos foi madrasta. Faltou Virtù também para tratar dos diversos escândalos que abalaram este governo. Muitos se afastaram, poucos foram afastados, mas ninguém foi punido. Ou a perda de mandato agora é punição suficiente para as graves acusações imputadas a diversos membros do primeiro escalão do governo? Faltou Virtù para defender os interesses nacionais.

E

stamos a reboque da demanda alheia, que pode nos faltar se a mudança na política econômica da China nos limitar o acesso a seu mercado. Nos alinhamos com a escória do continente, desprezando aliados tradicionais e mercados certos. Não somos capazes sequer de defender a perfeita execução de contratos livremente celebrados por país vizinho, cuja expressão é reduzida demais para o tamanho do desaforo que nos fez. Dizia Sêneca que quem não sabe para onde quer ir, qualquer vento serve. O atual governo simplesmente reproduziu a política econômica do anterior, desprezou os afagos da fortuna e deixa uma herança maldita para o sucessor – seja para Alckmin, seja para o próprio candidatopresidente. Parafraseando Chico Buarque, a conta, "como era de costume", continuará sendo paga por nós.

A pesar dos sorrisos da Fortuna, crescemos a uma taxa medíocre. Faltou Virtude.

Divulgação

O nariz de Pinóquio L amarca: filmes engajados pré-pagos

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

SACHA CALMON

N

o Brasil, a mentira é o eixo da política. O governo mente todos os dias: seus próceres dizem que a verdade é mentira ou dizem mentiras para ocultar a verdade. O chiqueiro moral em que se atolaram, ou não é verdadeiro ou dele não tinham o mínimo conhecimento. A pior das mentiras é a moral. Ficamos a olhar as pessoas, a medi-las, a desprezá-las. Causa repulsa tamanha desfaçatez a desdenhar da virtude. Veja-se o estado da economia e da sociedade brasileiras. Para o governo, estamos num mar de rosas e já se vê o dealbar de um futuro de crescimento e bem-estar social; cresceremos 4,5% este ano e 5,5% em 2007... As exportações de bens e serviços declinaram 5,1% entre abril e junho, depois de 12 trimestres consecutivos de alta, e registraram a menor taxa desde o primeiro trimestre de 2003, quando cederam 8,2%. "Não chegaremos nem a 3%. Crescemos apenas 1,7% de junho de 2005 a junho de 2006. Para chegarmos a 4%, teríamos que crescer 6% de setembro a dezembro", calcula o presidente da Fiemg, Robson Andrade. Tudo indica que 2006 vai fechar com novo recorde de carga tributária. A maior concentração de impostos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, está nos segmentos de energia, telecomunicações e combustíveis. Não adianta reduzir o tributo do arroz, feijão e farinha e aumentar as taxas de outros servi-

ços que são básicos para todo o setor produtivo. A carga tributária é a principal barreira do desenvolvimento econômico: afasta o investimento, desacelera o emprego formal e estrangula a produção. A carga tributária do Brasil é a mais alta dentre todos os países emergentes, segundo o IBPT. Na Argentina, por exemplo, é de 21% em relação ao PIB. No México é 18,5%, no Chile, 18%, e na Índia, China e Rússia, 16%.

C

rescer neste cenário é difícil. Os gastos correntes só crescem e o juro real continua acima de 10% ao ano, os spreads e lucros dos bancos são descomunais, concentrando a renda, sem falar no real supervalorizado. O ambiente dos negócios é horrível e corrupto. Fogem os investimentos. O nariz de Pinóquio aparece no Orçamento que o governo enviou ao Congresso. Eleições ganhas, dane-se o povo. O salário mínimo vai para R$ 375,00 (não reporá a inflação), o funcionalismo não terá aumento. Os investimentos em infra-estrutura terão 17,6 bilhões num orçamento de 603 bilhões de reais. Em 2007, os patrícios conhecerão uma tríplice desilusão, em si benfazeja: a ética, a política e a econômica. Só dois modos há de se aprender, sentencia Bianor, pelo amor ou pela dor. Que a dor e seu aprendizado atinjam também os nossos governantes. A esperança é uma virtude tenaz. SACHA CALMON É ADVOGADO TRIBUTARISTA

O s patrícios conhecerão uma tríplice desilusão: ética, política e econômica

despeito de rigoroso controle da natalidade, a China continua a crescer uma São Paulo por ano.

A

O Japão corre o risco de ter população decrescente: as jovens se recusam a engravidar. O país se distancia cada vez mais do seu passado histórico, que o converteu em uma das primeiras potências mundiais. Na democracia brasileira, mais de 40% de toda sua produção se acha sob o controle de uma minoria: os políticos. Isso configura um regime estatizado, elitista, de cunho totalitário, em poder da classe mais corrupta dos cidadãos. De um dos países mais pobres e atrasados, a Irlanda se tornou um dos mais ricos e avançados da comunidade européia em menos de duas gerações. Segredo da revolução: sua reforma educacional. Efeitos kafkianos globais: balança comercial favorável: exportar mais do que importar? Resultado: valoriza o real e baixa o dólar. Juros altos. Resultado: afluxo de capitais financeiros, especulativos e voláteis. Somados aos saldos favoráveis do comercio, mais dólar disponível, o real vale mais e o dólar menos. Resultado: maior dificuldade de exportar. Resultado: menor incentivo para investir e produzir. Resultado final: maior dificuldade para aumentar a taxa de desenvolvimento.

M

ais Kafka. A China ditatorial comunistamarxista se abre e capitaliza com capitais da burguesia internacional; o Brasil democrático, sob o Estado de Direito, para salvar os pobres do mundo se fecha ideologicamente no gueto da contra-corrente de paisecos sul-americanos. Empresas, fábricas e empregos brasileiros emigram para a China. (Indicação para leitores que queiram entrar mais a fundo na atualidade e nas perspectivas do futuro: ler A rebelião das massas, de Ortega y Gasset, Admirável mundo novo, de Huxley, O processo, de Franz Kafka e 1984, de Orwell. ) BENEDICTO FERRI DE BARROS É MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

G No Brasil, mais

de 40% de toda a produção está sob o controle de uma minoria: os políticos. Excepcionalmente, deixamos de publicar hoje a coluna de João de Scantimburgo.


4

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Falta de registro fez cooperativa de artesãos localizada no Butantã perder negócios.

ISS: PREFEITURA ATRÁS DE R$ 5,079 BI EM 2007

Paulo Pampolin/Hype

ENTIDADES BENEFICENTES ENDIVIDADAS GANHAM REFIS Débitos vencidos até 30 de setembro poderão ser parcelados em 180 vezes

Rosalina Maria Gama, da Cooperartbutantan, está confiante no aumento dos negócios

Cooperativas paulistas já podem participar de licitações

D

do certificado de entidade beneficente de assistência social concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), podem aderir ao programa. Além disso, o cancelamento do certificado ou a não renovação quando vencido o prazo de validade levam à exclusão da entidade do parcelamento. A lei prevê a exclusão nos casos de inadimplência de duas parcelas consecutivas ou de três alternadas. A instrução garante também que saldos de outros parcelamentos podem entrar no novo programa feito especialmente para entidades beneficentes, exceto saldos remanescentes após exclusão do Refis 3. Sobre o saldo consolidado, deverá ser acrescida multa e juros pela taxa Selic, que também incidirá sobre as prestações. Prazos – Para formalizar o pedido de parcelamento, a entidade deve procurar a unidade da Receita Federal do domicílio tributário do contribuinte, com os documentos constantes do anexo da IN n° 681/06, disponível no site

www.receita.fazenda.gov.br. Segundo o secretário-adjunto da Receita, o prazo para fazer o pedido depende do decreto do Timemania. Isso porque essa possibilidade de parcelamento foi instituída pela lei do Timemania, criada para facilitar a quitação de dívidas tributárias dos clubes esportivos. Justiça – Para o tributarista Ives Gandra Martins, com o programa, o fisco quer evitar discussões judiciais. "Tem havido discussões com a Receita, que muitas vezes entende que entidades beneficentes teriam que pagar Imposto de Renda (IR) ou contribuições sociais", afirma o tributarista. De acordo com Gandra, isso ocorre porque a Receita Federal entende que leis ordinárias podem definir quando uma entidade beneficente é imune ou não. "Para o Terceiro Setor, somente uma lei complementar pode fazê-lo", argumenta. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), o fisco não pode cobrar imposto de instituições de assistência social. Laura Ignacio

Projeto amplia cobrança do ISS

O

prefeito Gilberto Kassab (PFL) resolveu ampliar a cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) a partir de 2007. O arrastão fiscal está escondido no meio do projeto de lei para parcelamento de impostos atrasados, que também altera a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Utilizando como justificativa uma determinação federal, a Prefeitura acaba com a isenção de ISS para empresas de limpeza, manutenção e conservação de imóveis e corretagem de seguros. Prestadores de serviços, como sapateiros, desentupidores de esgotos, faxineiros, jardineiros, guardasnoturnos, vigilantes, alfaiates, costureiros, músicos e artistas

Milton Mansilha/LUZ

c i rc e n s e s também pagarão o imposto. O projeto de lei também abrange a cobrança p a r a p a rques zoológicos e para espetáculos culturais, como balé, danças, óperas, concertos e recitais. Na lista de eventos, também está prevista a tributação na venda de ingressos do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Transporte – A revogação da isenção de ISS abrange o transporte público, incluindo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), as empresas de ônibus e coopera-

DÉFICIT O déficit no comércio exterior dos EUA, em agosto, alcançou US$ 69,9 bilhões.

LEI GERAL

O

projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, mesmo sendo matéria de urgência, ainda aguarda acordo de lideranças e quórum para ser votado no Senado. A previsão dos senadores é de que a votação ocorra só depois do segundo turno das eleições, mas o presidente da Casa, Renan Calheiros, não descarta a hipótese de o projeto ser analisado antes disso. (AE) A TÉ LOGO

CONSIGNADO

U

m em cada três aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já fez empréstimo com desconto em folha. É o que mostra balanço da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), que processa a folha mensal de pagamentos da Previdência. Até setembro, 6,4 milhões de segurados haviam feito esse tipo de operação. (AE)

MERCOSUL

O

Parlamento Europeu aprovou uma resolução pedindo a retomada imediata do processo para concluir um acordo de livre comércio entre a Europa e o Mercosul. O documento, porém, critica a "oscilação política" na América do Sul e indica a necessidade de ampliar o acordo para que se construa uma cooperação política que garanta a democracia. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Néstor Kirchner declara guerra ao aumento de preços Carne brasileira ainda enfrenta embargo de 57 países

L

ções que o sócio realiza. Cada sócio recebe os resultados dos negócios da sociedade, que usufrui da redução de custos administrativos, operacionais, financeiros e, eventualmente, de investimentos. Para conseguir o registro definitivo, a cooperativa assina um termo de compromisso para adequar seus atos constitutivos – envio do estatuto social e das atas de Assembléia, entre outros – no prazo máximo de um ano. Durante esse período, a cooperativa é acompanhada pelos técnicos da Ocesp. O advogado Charles Mcnaughton, do escritório Trevisioli Advogados, destaca a redução do custo tributário para as empresas que contratam cooperados. "A empresa só precisa se preocupar com a contribuição previdenciária de 15% sobre o valor da nota fiscal", informa. (LI)

RECORDE Vale do Rio Doce deve registrar um lucro recorde na casa de R$ 12 bilhões este ano.

L

lho de Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito da Região de Bauru. "Já estamos trabalhando no Poupatempo da cidade", informa a presidente da cooperativa, Marília Cristina Duarte de Mayo Silva. A nova lei paulista estabelece que o Estado pode conceder, por venda ou doação, bens imóveis a cooperativas. Assim, por exemplo, o governo pode autorizar a utilização de prédios desocupados sob poder da administração publica por cooperados. "Infelizmente, para esse artigo ser colocado em prática, a nova legislação precisa ser regulamentada", afirma a superintendente da Ocesp. Sociedade – De acordo com a Lei Federal n° 5.764/71, cooperativa é uma sociedade de gestão democrática em que a distribuição de riscos e retorno é proporcional às opera-

Ó RBITA

tivas de perueiros com contratos para operar linhas na cidade. Os taxistas e os operadores do transporte escolar também passam a pagar ISS a partir do ano que vem, se o projeto de lei for aprovado até o fim do ano na Câmara Municipal. O imposto tornou-se a principal fonte de renda da Prefeitura. Para o próximo ano, a administração municipal estima uma arrecadação da ordem de R$ 5,079 bilhões, o que representa R$ 1,079 bilhão a mais do que o previsto para 2006. Se aprovado com a alíquota de 2%, a Prefeitura acrescentaria R$ 20 milhões anuais em sua receita somente com a cobrança no Metrô, cujo faturamento anual bruto do Metrô é de R$ 1 bilhão. (AE)

L

esde a entrada em vigor da Lei nº 12.226, de São Paulo, em janeiro deste ano – que deu sinal verde para as cooperativas participarem de licitações públicas na esfera estadual – vem aumentando o número de pedidos de registro na Organização das Cooperativas no Estado de São Paulo (Ocesp). De acordo com a superintendente técnica da entidade, Fernanda de Castro Juvêncio, de janeiro a agosto deste ano, 88 cooperativas solicitaram registro na Ocesp. Essa mesma quantidade foi cadastrada em todo o ano passado. "Hoje, temos 1.048 cooperativas registradas, sendo 500 com situação regular", informa. A Cooperartbutantan, cooperativa de artesãos, com sede na capital, é uma das que conseguiram registro recentemente e hoje espera os resultados. "Já tivemos a oportunidade de participar de oficinas do Sesc, por exemplo, e não pudemos porque não estávamos registrados. Agora, esperamos aumentar nossos negócios", diz a cooperada Rosalina Maria Marques Gama. O incentivo à participação nas licitações estaduais é crucial para as cooperativas. Isso porque a União e o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmaram um acordo proibindo que cooperativas participem de licitações junto a órgãos públicos federais. O acordo acabou influenciando a administração pública de forma geral. "Ao tentar impedir a atuação de empresas fraudulentas, a União e o MPT prejudicaram todas as cooperativas. Por conta desse acordo, ocorreram várias rescisões de contrato", diz o advogado José Eduardo Pastore, membro da Comissão de Direito Cooperativo da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). Ações – Polêmico, o acordo já foi parar nos tribunais. O Sindicato das Cooperativas de Trabalho do Rio de Janeiro (Fetrabalho-RJ) ajuizou ação rescisória no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para anulálo. Na semana passada, estava previsto o julgamento do mérito da ação, mas foi suspenso por um pedido de vista do ministro Ives Gandra Martins Filho. Segundo o advogado Guilherme Krueger, da Organização das Cooperativas do Brasil – que acompanha o caso – o principal argumento das cooperativas é que o controle a eventuais abusos do setor deve ser feito na fase de habilitação das licitações e não pela exclusão de toda e qualquer cooperativa por uma cláusula contida em edital. Enquanto isso, em São Paulo, as cooperativas já voltaram a participar de licitações. É o caso da Cooperativa de Traba-

A

s entidades beneficentes ganharam um programa de parcelamento de débitos tributários, uma espécie de Refis. De acordo com a Instrução Normativa nº 681/06, essas entidades poderão regularizar sua situação fiscal em até 180 prestações junto à Receita Federal, Receita Previdenciária, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Podem entrar no parcelamento os débitos vencidos até 30 de setembro de 2005. De acordo com o secretárioadjunto da Receita, Paulo Ricardo de Souza Cardoso, o novo programa engloba o Imposto de Renda Retido na Fonte, o Programa de Integração Social (PIS) sobre folha de pagamento e as contribuições previdenciárias. A instrução, que regulamenta o parágrafo 12, do artigo 4° da Lei n° 11.345/06, deixa claro que apenas as entidades sem fins econômicos, portadoras

Net compra Vivax e fica com 75% do mercado de TV a cabo


sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Urbanismo Ciência Religião Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

IMAGEM DE NOSSA SENHORA FOI ENCONTRADA EM 1717

Jonne Roriz/AE

Vir para Aparecida e não ver a santa é como não ter vindo. Mesmo que demore, não tem problema. Maria Aparecida de Carvalho, aposentada

José Patrício/AE

155 mil católicos estiveram ontem na Basílica Nacional, em Aparecida, para celebrar o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida

FESTA DA PADROEIRA LEVA 155 MIL A APARECIDA

Imagem de pescador segura a santa durante missa na Basílica Marcos D´Paula/AE

No dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, fiéis foram agradecer as bênçãos recebidas José Patrício/AE

A

festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, na Basílica Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo, ontem recebeu 155 mil católicos. Às 7 horas o pátio estava lotado de fiéis que chegavam de longe para rezar e ver a imagem original de Nossa Senhora, achada no Rio Paraíba do Sul, em 1717. Nesta mesma hora, quase não havia mais lugar no estacionamento do santuário, que tem capacidade para cerca de 8 mil carros e ônibus. A maioria dos romeiros que chegava à basílica cumpria um ritual: assistia à missa, seguia para ver a imagem original, acendia uma vela e depois andava pela passarela. As compras de velas, terços e imagens também estavam na programação dos devotos. Como faz há 30 anos, a aposentada Maria Antonieta de Paula, de 75 anos, estava na primeira fila da multidão de peregrinos, que tentava assistir à missa solene, das 10 horas, celebrada por dom Raymundo Damasceno Assis. "Estou aqui para agradecer à vida toda proteção que tenho recebido". Carregando a bandeira do Brasil, Paula saiu de Osasco, na Grande São Paulo, na noite de quarta-feira e amanheceu na porta do Santuário para assistir à primeira missa, às 5h30. "Assisti também à das oito e esta agora", disse. A mesma fé e disposição moveu um grupo de 26 católicos da comunidade quilombo-

Fiéis aproveitaram a visita à Basílica para acender velas e agradecer Valéria Gonçalvez/AE

Sanduíche de mortadela com 452 metros e duas toneladas no Bexiga

la (descendentes de escravos refugiados em quilombo) de Campo Grande. "Viajamos mais de 20 horas para estar aqui, agradecendo os milagres que Nossa Senhora tem feito em nossa vida", disse uma das coordenadoras, Mara Martins Anunciação. A comunidade foi reconhecida pelo governo federal há três meses e atual-

mente luta para sobreviver. Na passarela, de cerca de 300 metros, muitos se ajoelhavam para pagar promessas. "Depois de oito anos de orações, meu marido deixou de ser alcoólatra e eu consegui um emprego. Tenho de estar de joelhos para agradecer", disse Adriana dos Santos. Na sala dos Milagres, a ma-

nicure Gláucia de Oliveira Lima segurava uma cabeça de cera e a vontade de chorar. "Me emociono cada vez que venho aqui. Essa cabeça representa a recuperação de meu filho, que tinha hidrocefalia e hoje é saudável", disse. Para ver a imagem original, os fiéis enfrentaram uma fila desorganizada, por mais de uma hora. "Vir para Aparecida e não ver a santa, é como não ter vindo. Mesmo que demore, não tem problema", revelou a aposentada Maria Aparecida de Carvalho, de Itajubá, Minas Gerais. Com duas velas de 1,65 metro, a dona de casa Clara Almeida da Silva, enfrentou o cansaço para conseguir fazer a oração, no meio da multidão. "Tenho duas pontes de safena e mais de 70 pontos no corpo. Mesmo assim, não me incomodo de estar aqui. Estou feliz". De acordo com o Santuário Nacional de Aparecida, o número de fiéis ficou dentro da expectativa da basílica. Redentor – A estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, completou ontem 75 anos com festa e um presente: a capela Nossa Senhora de Aparecida, aos pés do monumento, será transformada em santuário. Com a mudança de status, ali poderão ser celebrados, a partir do ano que vem, durante o dia, batizados e casamentos. O local também deve se tornar um ponto de peregrinação. A capela, que hoje tem espaço para apenas 50 fiéis, passará por reforma, cujo iní-

Muitas pessoas participaram ontem dos 75 anos do Cristo Redentor

cio foi abençoado ontem pelo arcebispo do Rio, dom Eusébio Oscar Scheid. O Cristo foi inaugurado em 1931, depois de quatro anos de obras. Foram necessárias 1.145 toneladas de pedra-sabão, que subiram o morro do Corcovado por trem. Adelaide da Luz, filha do primeiro administrador do Corcovado, acompanhou a construção - na época tinha seis anos. "Eu sempre colocava a mãozinha em uma peça. Depois eu vim assistir à inauguração no palco", lembrou ela, hoje com 81 anos. Sanduíche – Em São Paulo, ontem, foi servido o tradicional sanduíche de mortadela. Este ano com 452 metros. O evento acontece todo ano no bairro do Bexiga promovido pela Sociedade de Defesa das Tradições da Bela Vista. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

3

Política

Não se deve misturar as questões de Deus com as de natureza política. Geraldo Alckmin

A VOLTA DO HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO: MENOS AGRESSIVIDADE, MAIS PROPOSTAS E MUITOS NÚMEROS.

CANDIDATOS EXPLORAM O DEBATE

Na reestréia do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, ontem, os dois candidatos à Presidência da República – Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) – dedicaram a maior parte do tempo a relembrar trechos do debate do último domingo promovido pela Rede Bandeirantes. Mais crítico, o programa do presidente Lula, candidato à reeleição, preparou respostas para críticas que não vieram. Segundo os dados apresentados, no governo FHC, nomeado pela primeira vez no horário gratuito, foram criados em média 8 mil empregos por mês, enquanto no governo Lula o número salta para 105 mil mensais. A verba para programas sociais teria quadruplicado, de R$ 2,2 bilhões para R$ 8 bilhões, na gestão petista. O programa de Lula destacou as mudanças na economia com números que mostraram a alta das exportações e a elevação das reservas internacionais. O presidente não repetiu as acusações de "leviano" a Alckmin e não voltou a levantar suspeitas de corrupção sobre o governo do PSDB em São

Paulo. Mas retomou as críticas às privatizações: "Quando não tiver mais o que vender, o que se vai fazer? Vender a Amazônia?" Quanto ao dossiê Vedoin, que teria sido forjado pelo PT, a propaganda eleitoral gratuita insistiu que nenhuma pergunta deixou de ser respondida por Lula no debate. Mudança de estratégia – Depois de ver ampliada sua desvantagem em relação ao petista, de acordo com as mais recentes pesquisas Ibope e Vox Populi de 2º turno (ver matéria abaixo) , Alckmin buscou se afastar da imagem de agressividade após o debate. Num tom mais sereno, comemorou o resultado do 1º turno e mostrou eleitores que declararam o voto nele. Cenas do debate também foram reprisadas, mas a edição do programa cortou as imagens mais quentes do tucano. Mostrando-se como vitorioso no debate com Lula, Alckmin exibiu reportagens de jornais e revistas para pregar sua virada na corrida presidencial e repetiu imagens de estradas abandonadas, mostradas já no 1º turno. "Quando foi preciso, Geraldo foi duro com Lula", justificou o locutor, ao reprisar a pergunta dele sobre a origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê Vedoin.

Geraldo Alckmin adiantou no programa que uma das prioridades de seu governo será a criação do plano nacional de segurança pública, "com leis mais duras contra os criminosos". Outro ponto destacado pelo tucano foi o plano nacional de desenvolvimento, com "obras para gerar emprego e melhorar a sua vida". A propaganda de Alckmin investiu na gestão como governador de São Paulo. Imagens mostravam o candidato inspecionando hospitais e o transporte público, quando governador. Sem perder a oportunidade da data de ontem, Dia das Crianças, ele finalizou o programa com uma homenagem, aos "brasileiros e brasileiras que vão construir o futuro de nosso País". Músicas – Os dois candidatos também abusaram das músicas de campanha. O programa de Lula tentou vender que é melhor não trocar "o certo pelo duvidoso" e repetiu o bordão "Lula lá" somado a "deixa o homem trabalhar". Depois de tentar se desvencilhar dos ataque de que acabaria com o programa Bolsa - Família e privatizaria grandes empresas, Alckmin foi cantado como o candidato que "joga limpo, manda bem e sabe cuidar de gente". (Agências) Paulo Whitaker / Reuters

Maurício Lima/ AFP

PESQUISAS: LULA EM VANTAGEM.

P

esquisa Ibope divulgada ontem pela TV Globo mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) tem 52% das intenções de voto no 2º turno das eleições à Presidência da República, contra 40% do candidato Geraldo Alckmin (PSDB). O levantamento mostra uma diferença de 12 pontos percentuais a favor de Lula. Se considerados apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Lula ficou com 57% das intenções e Alckmin com 43%, o que leva a diferença para 14 pontos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto entrevistou 3.010 pessoas, entre os dias 10 e 12 de outubro, em 199 municípios brasileiros. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo número 21883/2006, Vox Populi - Outra pesquisa, a do Vox Populi, divulgada ontem pela TV Bandeirantes, apontou Lula 10 pontos percentuais à frente de Alckmin: 51% a 41%. F o r a m e ntrevistadas 2 mil pessoas no Brasil, com exceção dos Estados Amapá e Roraima, no dia 9 de outubro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo n ú m e r o 22004/2006. E a margem de erro é de 2,2 p o n t o s p e rcentuais.

Maurício Lima/ AFP

José Patrício / AE

À esquerda, o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), visto do alto do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. No alto, de cima para baixo, a seqüência de fotos mostra o tucano na festa da Padroeira: durante a missa, acompanhado de sua esposa, dona Lu; na entrada da Basílica cercado por fiéis e o encontro com o senador Eduardo Suplicy (PT) antes de entrar na sala de imprensa.

ALCKMIN PÁRA APARECIDA SUPLICY: PITO EM TUCANO Candidato à Presidência causou furor entre romeiros durante cerimônia religiosa

P

ortando câmeras, o povo todo correu atrás, mas não da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Os romeiros presentes na festa da Padroeira do Brasil ficaram ainda mais agitados, ontem, com a comitiva de políticos, liderada pelo candidato à Presidência, Geraldo Alckmin. O tucano, que freqüenta a festa desde criança, causou tumulto ao circular pelo complexo do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Aparecida. Uma multidão corria para lhe dar um abraço, um beijo, tirar fotos e entregar bilhetes. Durante a missa celebrada pela manhã, a bagunça foi ainda maior devido aos fotógrafos, cinegrafistas e repórteres que tentavam registrar cada passo dele, ficando todos bem ao lado do altar central e tampando a

vista de muitos peregrinos que estavam ali desde a madrugada. "Pagamos para vir até aqui e só dá para ver jornalista", reclamou Maria Inês Rossi, de 57 anos, que estava bem pertinho do altar desde às 2h, sem ir ao banheiro e só comendo um pacote de bolachas. "A corda vai arrebentar", alguém disse ao seu lado. Alckmin estava em uma área reservada, ao lado do governador paulista Cláudio Lembo (PFL), sua mulher, Lu Alckmin, o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Enquanto os Alckmin cantavam algumas das canções sacras e rezavam com a cabeça baixa, sempre silenciosos, Kassab e Lembo conversavam animadamente. O sermão de Dom

Raymundo Damasceno Assis citou o candidato tucano duas vezes, no começo e no final. Ao ter o nome mencionado pela primeira vez, Alckmin recebeu aplausos contidos que ecoaram na imensa igreja. Os políticos também foram comungar e receberam as hóstias do arcebispo. Após a cerimônia, Alckmin e outras autoridades deram uma rápida entrevista, arrastando uma multidão até a chegada ao auditório do santuário. "Enquanto eu tiver vida e saúde, eu estarei todo dia 12 de outubro aqui na Santa Missa, com a Nossa Senhora", disse o candidato. Dom Raymundo negou que a missa tenha tido caráter político por citar o nome do tucano. "O santuário é a casa da Mãe. E como casa da Mãe, ela recebe todos os seus filhos e filhas", disse. (Reuters)

Senador Eduardo Suplicy (PT) pede respeito nos debates e constrange Alckmin

O

candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, passou por constrangimentos em Aparecida, interior de São Paulo, após uma missa na Basílica. O tucano foi cobrado publicamente pelo senador Eduardo Suplicy (PT) a ter mais respeito nos debates com o presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A crítica ocorreu durante entrevista em que os dois dividiram a mesma mesa para atender os repórteres. "Espero que no próximo debate ambos possam estar como dois irmãos diante de sua mãe, procurando ver bem que é importante que sejam assertivos, dizendo as coisas que pensam, mas procurando sempre tratar o outro com respeito, o respeito que o povo tem para com aquele que vai escolher como seu presi-

dente", disse o petista. Para aumentar o desconforto, Suplicy corrigiu Alckmin sobre declarações dadas no debate da "TV Bandeirantes" domingo passado sobre o programa social Bolsa - Família. "Eu queria pedir ao governador Alckmin para ler com muita atenção a lei 2.836. Diferentemente do que ele disse no debate, existe sim contrapartida", afirmou o senador. Tensão– No domingo, o tucano acusou o governo Lula de enfraquecer as contrapartidas exigidas de quem recebe a ajuda para capitalizar eleitoralmente. Alckmin, que tem dito que vai manter o estilo mais agressivo nesta reta final de campanha, evitou polemizar com o senador. "Hoje é dia de Nossa Senhora e Nossa Senhora é amor", desconversou. Ao ser questionado sobre qual pedido teria feito à Nossa

Senhora, Alckmin disse que "não se deve misturar as questões de Deus com as de natureza política". "Não fiz nenhum pedido de natureza política (para Nossa Senhora). Política é questão terrena, é nossa tarefa", justificou o tucano. Pedido – Suplicy negou que tivesse passado um pito no tucano. "Foi uma palavra de respeito." E fez um apelo aos dois candidatos. "O meu pedido é que tenha um debate esclarecedor em que cada um possa trazer para o povo a melhor luz". Em seguida, cutucou novamente o tucano: "Fui testemunha de como o presidente Lula e o ex-governador Alckmin tiveram tantas conversas construtivas e em defesa do interesse público. Torço para que isso aconteça no próximo debate, algo que ambos não fizeram, em especial o ex-governador." (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

5

0,33

por cento foi a alta do dólar comercial na quarta-feira. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 2,159 para venda.

11/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 09/10/2006 09/10/2006 09/10/2006 09/10/2006 09/10/2006

P.L. do Fundo 10.537.659,41 1.456.591,36 7.938.122,35 18.386.595,74 1.300.896,12

Valor da Cota Subordinada 1.207,177901 1.098,154508 1.182,957723 1.123,740988 1.111,613848

% rent.-mês 0,4917 0,3502 1,8072 0,3015 0,8217

% ano 23,5633 9,8155 18,2958 12,3741 11,1614

Valor da Cota Sênior 1.004,050747 1.091,159276 1.105,069320 0 0

% rent. - mês 0,3472 0,3187 0,3472 -

% ano 0,4051 9,1159 10,5069 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

VENDER OU NÃO AS ESTATAIS? EIS A QUESTÃO.

LULA DIZ QUE NÃO TERIA PRIVATIZADO

Eles (tucanos) são capazes de passar na rua, ver um carro estacionado e eles vendem; depois não entregam, mas vendem. Luiz Inácio Lula da Silva

Sergio Lima/ Folha Imagem

Estratégia da campanha do presidente Lula à reeleição é imprimir nos tucanos o carimbo de 'privatista'. FHC diz que ele teria feito o mesmo e o desafia a reestatizar a Telebrás e a Vale.

O

presidente Luiz perguntar quem forneceu o diInácio Lula da Sil- nheiro para bancar a compra va disse em entre- do material. "O papel de pervista ao jornal "O guntar é da Polícia Federal", Globo", publicada ontem, que respondeu. Lula, porém, volnão teria privatizado empre- tou a insinuar que há um arquisas do sistema Telebrás nem a teto, de fora do PT, que teria arCompanhia Vale do Rio Doce mado a trama do dossiê com o (CVRD). Em recado indireto, o intuito de prejudicá-lo. ex-presidente Fernando HenConfrontado com a questão rique Cardoso afirmou, em do aparelhamento do Estado Lisboa, que Lula mente quan- pelo PT, o que teria prestigiado do diz que não venderia a Vale. personagens como Jorge LoEle desafiou o presidente a re- renzetti, seu churrasqueiro estatizar a empresa e afirmou acusado de envolvimento no que, por causa das mentiras, escândalo do dossiê, Lula dis"Lula está se tornando um po- se "que tudo não passa de aculítico banal". sação de quem, uma vez desa"Qual a vantagem de ficar na lojado do governo, pretende mão do governo, com menos manter nos cargos os apadriimpostos e menos dinamis- nhados". Gandhi – Onmo? Ele sabe que eu estou dizendo tem à noite Lula fez um duro disa verdade e ele faria a mesma curso durante comício em Valpacoisa. Se não, pa- Qual a vantagem ra ser coerente, de ficar na mão do raíso (GO), região do Entorno do ele deveria ter re- governo, com menos estatizado a emDistrito Federal. E usou a imagem p r e s a " , d i s s e impostos e menos dinamismo? Ele ( Lula) de quadrilhas de FHC. C a r i m b o – A teria feito o mesmo. e st e l io n at á r io s resposta de Lula Fernando Henrique p a r a c r i t i c a r o pode ser entenPSDB. "Eles (tucanos) são capadida dentro da estratégia definida por seu co- zes de passar na rua, ver um mando de campanha: colar em carro estacionado e eles venseu adversário, o tucano Ge- dem; depois não entregam, raldo Alckmin, o carimbo de mas vendem", disse. "O meu 'privatista'. Nos últimos dias, adversário falou (no debate) integrantes do PT e o próprio em vender o avião presidenLula têm dito que o candidato cial, eu não me incomodei, do PSDB, se eleito, privatizaria pois aquela gente só sabe veno Banco do Brasil e a Caixa Eco- der o que não é dela.". nômica Federal, entre outras Lula disse que vai seguir a empresas estatais ou de econo- o r i e n t a ç ã o d e M a h a t m a mia mista. As declarações, ne- Gandhi (1869-1948), líder da gadas por Alckmin, foram independência da Índia que classificadas pela oposição de pregou uma luta sem violência contra o Reino Unido. "Eles o "terrorismo eleitoral". Na entrevista ao jornal do ofendiam, mas ele não perdia a Rio, o tema da corrupção e do postura e permanecia tranqüienvolvimento de petistas no lo, pois tinha por objetivo liescândalo do dossiê Vedoin, bertar a Índia." No fim, ainda entre outros casos, produzi- sugeriu aos presentes que lesram respostas evasivas. O pre- sem "Esta noite, a liberdade", sidente, por exemplo, disse de Dominique Lapierre e Larque não teve a curiosidade de ry Collins, sobre Gandhi. (AE)

Lula evoca Gandhi, durante comício em Valparaíso (GO): "Eles o ofendiam, mas ele não perdia a postura, pois tinha por objetivo libertar a Índia." Sergio Lima/ Folha Imagem

(Alckmin) sabia que sua filha PT PEDE era funcionária de uma DESCULPAS PELO empresa acusada de contrabando, a Daslu, ou se 'ERRO DASLU' tinha conhecimento que sua

A Presidente compara tucanos "a estelionatários".

campanha de reeleição de Lula se desculpou por um boletim divulgado ontem pela manhã que levantava suspeitas sobre a conduta da mulher e da filha de Geraldo Alckmin. O boletim intitulado "O Telhado de Vidro de Alckmin", questionava: "Alguém poderia perguntar se ele

esposa ganhou de presente 400 vestidinhos chiques?" Em seguida, Marco Aurélio Garcia, presidente nacional do PT e coordenador-geral da campanha de Lula, publicou uma nota de desculpas: "Consideramos totalmente inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais, envolvendo os candidatos ou suas famílias". (AOG)

MILITAR TEME VIOLÊNCIA ANÁRQUICA

O

presidente do Clube Militar, general-de-Exército da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, acusou, num artigo, os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à releição, de quererem "intimidar" o País com "a ameaça do emprego dos movimentos sociais e da violência anárquica", caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida impugnar a candidatura petista por descumprimento à legislação eleitoral, ao divulgar o dossiê Vedoin. Para Figueiredo, que cobra explicações sobre de onde surgiram os R$ 1,7 milhão que seriam destinados ao suposto pagamento do dossiê, "golpistas são os que, mesmo antes de conhecer a decisão de um tribunal, preparam-se para pregar o descumprimento de sua sentença, desde que não seja do agrado de sua corrente política", declarou o militar da reserva brasileira.

D obradinha – Este é o segundo artigo em que militares da reserva, únicos que podem se manifestar publicamente em relação a temas políticos, uma vez que os da ativa são impedidos pelo regulamento disciplinar, criticam "maracutaias" e atitudes do governo petista. Neste texto, o ex-comandante Militar da Amazônia insiste que, "se houve ou não crime, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral e somente ao TSE decidir". Ele acrescenta: "Acusar de golpista a quem advoga o cumprimento da lei passa dos limites." Urdidura – No artigo, intitulado "um entendimento canhestro de golpismo", o general lista todas as denúncias de corrupção contra a gestão Lula, iniciando no caso Waldomiro Diniz, segue citando o "mensalão" e a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o Nildo. "Todos esses fatos ocorreram com pessoas que compunham o círculo de auxiliares próximos e amigos do

presidente. As maracutaias, para usar expressão muito de seu agrado, foram urdidas dentro do Palácio. O que é absolutamente espantoso: o presidente alegava, candidamente, que nada sabia", afirma o general, que prossegue falando do caso da distribuição das cartilhas do PT pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, "da negociação fraudulenta de um suposto dossiê" e que até aplausos foram roubados do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Koffi Annan, na sessão de abertura da assembléia-geral, que contou com um costumeiro discurso inaugural de um presidente brasileiro. Tramóias e maracutaias – Lembrando que neste episódio do dossiê foi constatada a participação de "figuras" próximas a Lula, que, "o presidente, novamente, não sabia", o general comenta que, mais uma vez o presidente "nega sua participação na tramóia", mas "ainda

não foi capaz de esclarecer de onde surgiu todo esse dinheiro – o equivalente a R$ 1,7 milhão de reais". Segundo o general, "na presença de fatos de tal gravidade, políticos da oposição argüiram a impugnação moral e jurídica do presidente-candidato", por considerá-lo crime eleitoral. "A lei parece bem clara, tanto que o TSE resolveu examinar o escândalo do dossiê, onde está sob suspeita a própria candidatura Lula", diz o presidente do Clube Militar, explicando que "simpatizantes do atual governo, em face da embrulhada jurídica em que se meteu seu candidato, começaram a tachar de golpistas a todos quanto o acusam de haver transgredido a lei e, principalmente, àqueles que alegam haver razões jurídicas para a impugnação". O presidente do Clube Militar conclui o texto dizendo que "o entendimento universal de golpismo orienta-se justamente em sentido oposto". (AE)

EM DEFESA DA EFICIÊNCIA VALE: LUCRO DE R$ 12 BI.

A

população brasileira ainda estaria enfrentando longas filas para comprar telefone e pagando tarifas altas pelo serviço se não tivesse sido feita a privatização do sistema Telebrás. Essa é a avaliação do ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros, último a ocupar a pasta durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A privatização das teles, promovida pelo PSDB e condenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi "muito boa", na opinião de Quadros, porque permitiu a duplicação do número de telefones fixos e um crescimento explosivo dos celulares. Em julho de 1998, quando o Sistema Telebrás foi privatizado, havia 20,2 milhões de telefones fixos e hoje são cerca de 40 milhões. Os telefones celu-

lares, na época, não passavam de 5,6 milhões e agora são cerca de 95 milhões, segundo dados de agosto da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) "Se a privatização não tivesse sido feita, hoje nós não estaríamos atendendo à demanda e, provavelmente, os preços estariam altos e as filas continuariam enormes", afirmou. Limites – Sob o domínio estatal, o setor está atrelado às amarras da gestão pública, o que, na avaliação de Quadros, coloca limites aos investimentos, ao quadro de pessoal e à própria tarifa. Tendo passado pela diretoria de várias empresas de telefonia ainda no regime estatal, Quadros relata que, antes da privatização, as tarifas não sofriam os ajustes necessários, pois eram consideradas dentro dos cálculos da

gestão de governo. "A sociedade acabava não tendo o serviço de que precisava. A demanda vivia reprimida em função das teias que a administração pública estabelece", disse. O crescimento do setor de telefonia se deve principalmente, na opinião de Quadros, aos investimentos feitos pelas empresas privadas, que não poderiam ser acompanhados pelo poder público. Outro problema enfrentado pelas empresas de telefonia estatais era a forte interferência política na administração das operadoras. Ele avalia que empresas como a Petrobras, os Correios e o Banco do Brasil devem permanecer estatais. Mas quando o assunto é infra-estrutura, o melhor é seguir a tendência mundial, que é a transferência para a iniciativa privada. (AE)

uando foi privatizada, em maio de 1997, a Companhia Vale do Rio Doce ocupava o sétimo lugar no ranking das principais mineradoras do mundo, com um lucro anual de R$ 800 milhões. Passados nove anos, a empresa contabiliza números ainda mais vultosos: subiu três posições no ranking e deve registrar um lucro recorde na casa dos R$ 12 bilhões este ano. O sucesso na estratégia de crescimento da Vale não sensibiliza o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, ele afirmou que, se estivesse no cargo naquela época não venderia a mineradora. Mas analistas financeiros discordam dessa visão. Tanto que o valor de mercado da companhia negociada em bolsas de valores no Brasil e nos Estados

Q

Unidos pulou de US$ 9 bilhões em 1997 para cerca de US$ 60 bilhões este ano, um crescimento de 566% no período. "A privatização se traduziu em ganhos de eficiência. A Vale teve maior agilidade para adotar uma política agressiva de investimentos, que gerou um ganho de escala para a companhia", avaliou o analista da Ativa Corretora, Guilherme Marins. Veto – Mesmo com a privatização, o governo não perdeu por completo sua interferência nos destinos da mineradora. O edital de venda da companhia concedeu ao Tesouro uma "golden share", ação que dá direito ao acionista de vetar qualquer iniciativa dos outros sócios. Ou seja, com esse instrumento, o governo pode impedir uma tentativa dos atuais

controladores de vender a companhia para estrangeiros. O analista lembrou que a estratégia de crescimento da Vale no período incluiu, além da expansão de suas minas, compras no Brasil e no exterior. A lista de aquisições é longa e inclui ativos estratégicos como a Ferteco e a Caemi, que deram poder de fogo à Vale para atender ao forte crescimento da demanda mundial por minério de ferro, puxada principalmente pela China. Agora, a companhia voltouse para compras no exterior, pois a Vale busca diversificar suas atividades com a aquisição da canadense Inco. O negócio gira em torno de US$ 17 bilhões. Para este ano, o investimento programado, sem levar em conta aquisições, será de R$ 11,8 bilhões. (AE)


6

Empresas Finanças Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

A taxa mensal de condomínios residenciais é, em média, 50% inferior à de apartamentos

MERCADO CRESCE 35% AO ANO NO PAÍS

Fotos: Divulgação

PRÉDIOS DE LUXO DÃO LUGAR A CASAS A tendência entre os milionários é deixar de lado os amplos apartamentos e morar em casas de alguns milhões de reais em bons bairros da capital paulista. Esses imóveis são construídos em condomínios com, no máximo, 12 residências.

U

m luxo reservado a cresceu 35% em 2005. Na Rúspoucos. Esse é o sia, o aumento de consumo conceito dos "con- desses produtos foi de 70% e, domínios" de casas na Índia, 50%. Índia, China, de altíssimo padrão, que come- Rússia e Brasil estão entre os çam a crescer em número em maiores mercados potenciais São Paulo. Diferentemente dos para esse tipo de consumo. loteamentos fechados que se Potencial – Na opinião da getornaram febre nas décadas de rente da área residencial da Va1980 e 1990, quando muitos lentina Caran Empreendimenpaulistanos abandonaram a tos Imobiliários, Lílian Marques capital e foram se refugiar em da Costa, os "condomínios" de municípios vizinhos, esses em- casas de luxo têm um grande preendimentos estão localiza- potencial de crescimento para os dos em áreas nobres da cidade, próximos anos, até maior do que como ao redor do Parque do o observado nos prédios de alto Ibirapuera, no bairro do Mo- padrão. Para ela, dois fatores rumbi e Cidade Jardim. Justa- contribuem para isso. O primeimente por essa característica, ro é o preço da taxa mensal de abrigam no máximo 12 resi- condomínio, que é, em média, dências por empreendimento. 50% inferior ao de um apartaEm alguns casos, como no mento de padrão equivalente. conjunto Orizzonte, que a Sis"São condomínios que não par Empreendimentos Imobi- necessitam de todo aquele liários e a DMF Construtora e aparato de segurança que veIncorporadora acabam de lan- mos nos prédios. Nem tantos çar na Cidade Jardim, há ape- funcionários, o que acaba banas quatro casas. Um diferen- rateando o custo final", avalia. cial que custa caro. A média de Para se ter uma idéia, o valor preço é de R$ 4,3 milhões, para do "condomínio" em um emuma casa com mil metros qua- preendimento comercializado drados. Valor que pode subir pela empresa na Granja Viana, ainda mais de acordo com o com 800 metros quadrados de status do bairro. Na região do área construída, é de R$ 700. Ibirapuera, por exemplo, uma "Por um apartamento de medas 12 nos de casas de 200 meum cont r o s junto coq u a d r am e rc i ados, o lizado preço pela ido conmobiliád o m ír i a V anio chelentina ga a R$ Caran 1,5 mil", com 1,8 Casas voltam a ser o sonho de consumo afirma. mil meO s etros quadrados chega a custar gundo fator, a seu ver, é o da seR$ 8,5 milhões. gurança. "Embora não abrigue "Procuramos atrair pessoas o mesmo número de funcionáque querem voltar a morar em rios, vigias e todo o aparato de casa, com todo o conforto e pri- segurança, esses locais acavacidade que uma residência bam inibindo a ação de assalsozinha permite, só que com a tantes, porque, diferentemensegurança de um condomínio te de um prédio, eles não têm residencial", explica o diretor como render um porteiro e bade Incorporação da Sispar, ter de porta em porta. Não saPaulo Roberto Funari. O Oriz- bem o que encontrarão do lado zonte é o primeiro "condomí- de dentro das casas. O assalnio" de casas voltado para o tante pode entrar em uma resipúblico AAA da empresa. "Já dência e se deparar, por exemvínhamos atuando fortemente plo, com 10 cachorros na lareino segmento de luxo, só que ra. Costumamos dizer que o apenas com prédios de alto pa- assaltante até consegue entrar drão", explica. Apesar de só fi- no condomínio, o problema secar pronto em novembro do rá sair dele", afirma. Apesar do ano que vem, resta apenas uma otimismo da vendedora, vácasa para ser vendida. rios empreendimentos desse Cada residência no Orizzon- tipo têm sido assaltados, printe terá quatro pavimentos, qua- cipalmente no interior. tro suítes, adega, piscina partiExpectativa – A empresa cular com raia, elevador, jar- vende atualmente casas de ludim, sistema de aspiração cen- xo em loteamentos fechados na tral e aquecimento de piso nos Granja Viana, Ibirapuera, Cibanheiros da suíte principal. dade Jardim e Morumbi. "EstaMercado – Antes de lançar o mos nesse segmento há cinco empreendimento, a empresa anos e nossa expectativa é que se apoiou em pesquisas, como ele só cresça daqui para frente", a da Fundação Álvares Pentea- revela Lílian. Apesar disso, a do, de que o mercado de luxo – corretora não divulga qual o que reúne imóveis de alto pa- percentual esperado de crescidrão, aviões, água mineral mento. "Esse ainda é um mercacom grife e carros fabricados do novo no Brasil", explica. em edição de menos de mil Todas as casas em loteamenunidades – movimenta cerca tos fechados disponíveis na de US$ 2,3 bilhões por ano. Valentina Caran têm acima de Ainda de acordo com a pesqui- quatro suítes, amplo living, sa, no mundo todo esse valor piscina, jardins e área para alcança US$ 1 trilhão por ano. churrasqueira individual. No Brasil, o mercado de luxo Adriana Gavaça

Perspectiva artística do condomínio Orizzonte, onde as casas custam cerca de R$ 4,3 milhões e têm mil metros quadrados

Residências têm mais conforto e incluem piscina, elevador, jardim

Algumas unidades são vendidas por mais de R$ 8 milhões

Dois megaempreendimentos agitam o mercado de Campinas

D

ois lançamentos de grande porte, voltados para a classe média alta, movimentaram o setor imobiliário da região de Campinas, no interior de São Paulo, nesta semana. Um é a abertura ao mercado das vendas de lotes do Swiss Park Campinas, que terá investimentos globais de R$ 170 milhões para a implantação de 19 "condomínios" fechados em uma área de 5 milhões de metros quadrados. Serão desenhados 4.808 lotes residenciais e outros 200 comerciais. O segundo investimento, o Galleria Boulevard, consumirá R$ 130 milhões na construção de cinco "condomínios" fechados de alto padrão. O conjunto será erguido em uma área de 76 mil metros quadrados, que abrigará 315 unidades divididas entre apartamentos, casas e townhouses (construções que abrigam três residências, uma térrea e duas como se fossem sobrados). Conceito – De acordo com o diretor regional da incorporadora e construtora Rossi Residencial, Valdemar Gargantini, o empreendimento Galleria Boulevard entra no mercado de Campinas carregando o conceito do "Novo Urbanismo", criado há 25 anos nos Estados Unidos, a partir de condomínios do norte da Flórida. "Essa nova maneira de viver privilegia o relacionamento entre as pessoas. É poder andar na rua ou conversar na calçada à noite com total segurança", afirmou o executivo. O residencial não distingue os cinco "condomínios" internos e terá apenas uma grande entrada para todos. Assim, a área comum inteira poderá ser utilizada por todos os moradores. "Com isso, também temos uma significativa redução de custos na administração do condomínio", disse Gargantini. Os preços mudam de acordo com a aquisição. A taxa de "condomínio" varia entre R$ 200 e

R$ 500. Os apartamentos custam entre R$ 360 mil e R$ 800 mil; as casas vão de R$ 500 mil a R$ 750 mil; e as townhouses têm preços estabelecidos entre R$ 300 mil e R$ 390 mil. Para todos os casos há duas dimensões de área privativa: 120 ou 250 metros quadrados. Cada condomínio terá área de lazer específica que será interligada às outras por uma via privada de 800 metros de comprimento, denominada boulevard. A previsão da Rossi é entregar três das cinco fases em um prazo de três anos. Lotes – Já o projeto do Swiss Park está desde abril em fase de pré-lançamento, de acordo com Ricardo Anversa, da AGV Campinas Empreendimentos, empresa que toca o investimento. Nesse período,

foram vendidos quatro dos 19 "condomínios", apenas para clientes reservados das imobiliárias que participam do negócio. São áreas de 360 metros quadrados vendidas a exatos R$ 85.564,38, e que podem ser financiadas em até 96 meses. Os terrenos também são oferecidos em dois lotes formando uma área total de 720 metros quadrados. O primeiro condomínio pronto para receber construções deve ser entregue até abril de 2008. Fazenda – O empreendimento ocupa parte da Fazenda Bradesco, fundada em 1975 por Amador Aguiar, que ainda funciona como escola de profissionalização para 3 mil alunos. A sede da fazenda ficou para o empreendimento e já foi

restaurada para ser utilizada posteriormente para eventos. O trunfo para atingir as metas de venda está nas áreas verdes. O local tem 1 milhão de metros quadrados destinado a bosques e implantação de um parque botânico, que terá uma pista para caminhadas, áreas de lazer e praças com paisagismo. O complexo habitacional também vai abrigar um dos cinco Centros de Excelência Desportiva do Brasil, que a Prefeitura trouxe para Campinas em convênio com o governo federal. O Centro, único na região Sudeste do País, ocupará uma área total de 162 mil metros quadrados e terá equipamentos para treinamento de atletas olímpicos. Mário Tonocchi

Divulgação

Galleria Boulevard utiliza o conceito do Novo Urbanismo, criado nos Estados Unidos há 25 anos


DIÁRIO DO COMÉRCIO Me aproximarei de (Hugo) Chávez se ele me apresentar a melhor proposta. Se for a Petrobras, fecharei com ela. Acho uma bobagem dividir a América do Sul em dois blocos: o mais próximo de Chávez ou o mais próximo dos EUA. Um chamando o outro de demônio. Temos que negociar com o diabo que nos ajude mais.

AFP

León Roldós, candidato à presidência do Equador

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Logo Logo

13

www.dcomercio.com.br/logo/

Pagamento de Cofins e PIS-Pasep Morte do poeta brasileiro Manuel Bandeira (1886-1968)

OUTUBRO

2 -.LOGO

L ITERATURA M EIO AMBIENTE

Encolheram a Groenlândia A Groenlândia, maior ilha do mundo, está encolhendo. É o que mostram dados de satélite da agência espacial norteamericana (Nasa) reunidos e analisados por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA. De acordo com o levantamanto, de abril de 2004 a abril de 2006 a ilha perdeu 68,3 trilhões de metros cúbicos de gelo. Esse valor corresponde a cerca de duas vezes a massa perdida durante o biênio 20022004, que também foi analisado pelos cientistas. A perda de massa estaria cada vez mais acelerada em função das

mudanças das condições climáticas na Groenlândia, especialmente na região sul, dizem os pesquisadores. O aquecimento global afeta as áreas da ilha formadas por gelo e as temperaturas aumentaram em cerca de 2,4º C nas últimas duas décadas. A Groenlândia detém, na forma de gelo, 10% da água doce da Terra. À medida que este gelo derrete, o nível dos oceanos se eleva e as reservas de água doce se perdem. A pesquisa foi publicada recentemente na revista científica Nature. www.nature.com

Turco leva Prêmio Nobel Escolha foi considerada uma homenagem à liberdade de expressão Mustafa Ozes/AFP Photo

U

m prêmio para a liberdade de expressão – assim foi interpretada a escolha da Academia Sueca, ao anunciar ontem o escritor turco Orhan Pamuk como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura deste ano. Aos 54 anos, ele divide opiniões no país natal desde 2005, quando, numa entrevista, afirmou: "Um milhão de armênios e 30 mil curdos foram assassinados e ninguém, exceto eu,

atreve-se a falar sobre o tema." A referência ao assassinato massivo de armênios no Império Otomano e o conflito curdo, provocou uma onda de protestos na Turquia, resultando em ameaças de morte e tentativa de destruição de seus livros. "Lamento que a existência de dois pólos culturais, Oriente e Ocidente, tenha sido co-responsável pela morte de pessoas. Meu trabalho é a melhor mostra do quão frutífera pode ser a mistura de culturas", disse.

Narinder Nanu/AFP Photo

M ÃE NATUREZA Morris Mac Matzen/Reuters

L

Leão bebê sai da toca pela primeira vez para passear ao ar livre, sob os cuidados da mãe leoa, no Tierpark Hagenbek Zoo, na cidade de Hamburgo, localizada no norte da Alemanha.

O governo americano vai financiar o treinamento de juízes no Brasil para que estejam capacitados a lidar com casos de pirataria e violação de propriedade intelectual. A Casa Branca aprovou ontem um orçamento de US$ 3 milhões que serão distribuídos nos países onde os problemas são mais sérios, como China, Rússia, Nigéria, Paraguai, Índia, África do Sul e Brasil. O dinheiro vem de um fundo de combater a criminalidade criado nos EUA. E M

A Procuradoria-Geral da GrãBretanha rejeitou ontem o pedido da Polícia Metropolitana de Londres para arquivar o processo pela morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em julho do ano passado ao ser confundido com um terrorista. "A seriedade das acusações e a perda de uma vida humana superam qualquer fator de interesse público que possa ir contra um processo", justificou a Procuradoria em um comunicado.

FESTIVAL DAS LUZES – Garoto dá os retoques finais nas bordas das lâmpadas que serão utilizadas no festival de luzes hindú, o Diwali, na cidade de Amritsar, noroeste do estado de Punjab, na Índia. A festa acontecerá no dia 21 de outubro. D ESIGN

Um século de guerra A

Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, teve incontáveis edições ao longo dos últimos 100 anos, em diversos idiomas, com ilustrações de diversos artistas. A obra também ganhou versões nas telas. Uma coleção das capas dessas edições, das ilustrações, cartoons, cartazes de filmes e até bonecos que serviram para as produções pode ser encontrada na internet. A compilação é feita pelos internautas, que podem contribuir enviando imagens. Uma galeria de design e uma homenagem e uma das obras mais intrigantes da literatura.

C A R T A Z

Antonio e Cleópatra Última semana para ver Antonio e Cleópatra (foto). Teatro Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. 21 horas. R$ 30. Telefone: (11) 5080-3000.

TEATRO

http://drzeus.best.vwh.net/ wotw/wotw.html

Toda a flora brasileira

O novo Triple.fi 10 Pro da Ultimate Ears tem 3 mini-falantes de cado lado -- dois para graves e um para agudos. Os fones tem encaixe personalizado, a partir de uma seleção de formatos. O preço é bem salgado, US$ 400, mas o fabricante garante qualidade superior de áudio, com bom isolamento acústico.

com/superfi/triple.fi-

Depois das imagens, é a vez do texto integral de Flora Brasiliensis chegar à internet. São descrições integrais de quase 23 mil espécies ^de plantas e flores que constam da obra, considerada uma das mais importantes da botânica no País e cuja última edição foi lançada há um século. A obra está disponível para consultas na forma de banco de dados. Associada a cada página e imagem está o nome da espécie e o volume correspondente, num sistema simplificado de consulta, para curiosos e especialistas.

10Pro-BlueMetallic.htm

http://florabrasiliensis.cria.org.br

www.ultimateears.

bruxadepor tobello/

C ELEBRIDADES

A novela de Madonna Depois de desmentir as notícias de que teria adotado um bebê no Malauí, a cantora Madonna volta ao noticiário. Segundo o tablóide inglês The Sun, Madonna teria mesmo adotado um menino de 13 meses que se chamará David. A informação teria vindo do suposto pai da criança e de uma fonte do orfanato onde vivia o pequeno David Banda. O Sun apresenta sua informação como uma exclusiva mundial e publica na primeira página uma foto pouco nítida que mostra Madonna, de perfil, sorrindo e com um bebê negro.

O Brasil deve começar a produzir e testar até meados de 2007 a primeira vacina contra o verme Necator americanus, que causa a ancilostomíase – moléstia mais conhecida como amarelão ou doença do Jeca Tatu que atinge cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo, segundo a OMS. O Instituto Sabin de Vacinas está investindo US$ 50 milhões para desenvolver a vacina, criada nos EUA e que será produzida pelo Instituto Butantã. A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Caciques tentam evitar que indígenas continuem cobrando pedágio na Transamazônica Bactérias com os menores genomas podem se extinguir, dizem cientistas

L

Fones de ouvido definitivos

www.paulocoelhoblog.com/

Adeus ao Jeca Tatu

L

F AVORITOS

Depois de conquistar os franceses com sua asim chamada literatura, o escritor brasileiro Paulo Coelho virou o queridinho da imprensa romena. Seu novo livro, A Bruxa de Portobello, tem como personagem principal um orfão nascido na Transilvânia, a região mais conhecida da Romênia por causa do Conde Drácula. Graças a esse detalhe, o autor tem sido destaque da imprensa local. O jornal Bucarest Daily News divulgou não só o livro mas o blog do autor, para os leitores que podem ler em português, já que a tradução em romeno ainda não tem data marcada para lançamento.

S AÚDE

L

G @DGET DU JOUR

Pelas ruas de uma das regiões mais violentas do Rio, crianças brincavam e corriam, o que se espera no dia deles. Também ali, outros meninos e meninas engrossavam naquele mesmo momento a passeata que percorreu a favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, pedindo justiça pela morte de cinco menores — um deles de apenas três anos — em 30 dias, em diferentes comunidades pobres. Organizada por 20 entidades de luta pelos direitos humanos, ongs e associações comunitárias, a manifestação “Viva a Criança Viva” reuniu cerca de mil pessoas. Os manifestantes criticaram a violência policial, expuseram cartazes em que pediam paz e justiça e exigiram mudanças na política de Segurança Pública.

Queridinho da Romênia

L

US$ 3 milhões para Justiça não arquiva combater a pirataria caso de Jean Charles

Protesto infantil contra a violência

B RAZIL COM Z

G RÃ-BRETANHA

E UA

R IO

Tomi Nakagawa, última sobrevivente do navio japonês Kasato Maru morre aos 99 anos

Concurso 806 da Mega-Sena 18

26

35

41

47

60


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

eraldo martelando "de onde saiu o dinheiro do dossiê fajuto", "e os cartões de crédito corporativo", "você está mentindo". "Você está mentindo" foi repetido tantas vezes, que se fosse mesmo a luta de boxe que os jornalistas entrevistados por unanimidade resolveram apresentar como comparação, ou o juiz tinha parado ou o cara do córner teria jogado a toalha. O sujeito mal conseguia ficar sobre as pernas, estava nocauteado em pé. Geraldo não deve ter tomado nenhum único voto do sujeito. Eu sei e ele sabe que não se seduz com fel, mas com mel. Acho que Geraldo fez o que fez para dar voz à indignação nacional, para arrancar o grito que estava atravessado no peito do seu eleitor, que queria ver o sujeito confrontado com a lama produzida pelos seus meninos aloprados. Foi a primeira vez que isso aconteceu. Teve que encarar a lama e sentir o cheiro do esgoto. O sujeito não aguentou a barra e tratou de se fazer de vítima, o coitadinho massacrado pelo "delegado de porta de cadeia", mas o lugar de delegado é na porta da cadeia, que é onde o criminalista Thomaz Bastos dá plantão permanente, tantas são as novas causas que recebe. Geraldo teve, ainda, a sabedoria de antecipar a reação do sujeito, chamando-o de "mentiroso" várias vezes e, já no dia seguinte, a nova estatal, a Mentirobrás, iniciava oficialmente suas operações. Toda a cumpanherada, com o sujeito à frente, saiu disparando que o Geraldo vai privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil, os Correios e demitir funcionários públicos. Só de sacanagem vai destruir "em dois minutos o que o sujeito levou dois séculos (sic... ou hic) para fazer". A cumpanhera que é alfabetizada, professora da USP, Marilena Chauí, filosofou que o Geraldo vai entregar as universidades públicas para os estrangeiros. Antes já havia filosofado com inteira propriedade que quando o sujeito fala, "o Brasil se ilumina". É de novo o ensinamento que Herr Von Duda pegou do seu guru Goebbels, guru de Hitler: "Repita a mentira mil vezes e ela vira verdade". Não vira mais, ninguém vai acreditar, Geraldo não vai deixar. Dá-lhe Geraldo !

G

Quem não sabe, quem não ouviu, quem não viu? V

G Quem ignora a

violação do Estado de Direito, as manipulações que ocorrem no Judiciário, os atos e subversão, terrorismo e criminalidade que ocorrem nas cidades e nos campos brasileiros?

LANÇA A

MENTIROBRÁS eraldo lavou a minha alma naquele debate na Band. Eu acho que demorou demais e, num ataque de cabotinismo, vou citar a mim mesmo. Já escrevi aqui no DC "ou Geraldo e Serra dão um soco na mesa, ou vou votar no Zidane". Geraldo provou que é do ramo, esperou o momento certo e, como na Marselhesa da minha geração, escrita pelo Vandré, mostrou que "quem sabe faz a hora". Não permitiu que ninguém escolhesse por ele, chegou lá e, para surpresa geral, caiu matando. Na linguagem que o sujeito costuma usar, a limpa, e que pode ser publicada aqui, as metáforas de futebol, não a outra, aquela imunda revelada nas mais de trezentas páginas de palavrões do livro Viajando com o Presidente, o Geraldo deu um vareio de bola. Deixou o sujeito grogue no campo. Parecia que tinha enfrentado três Garrinchas ao mesmo tempo. Você é jovem e não conhece o Garrincha. Pegue tudo o que falam do Ronaldinho Gaúcho e não só o que ele joga de verdade. Multiplique por dez e não chega nem na perna do Garrincha. A perna torta, não a boa. "Imagem é tudo, realidade é nada".

G

sação levantada contra eles. No fundo do tacho o que lhe sobrou foi o comando s de um bando do que denominou de "aloprados", No decorrer de seu mandato apoiou abertamente cabecilhas do MST, movimento ilegal que declarou ser um dos mais importantes do país cujos membros chegaram a invadir ministério de seu governo. Seu czar da economia, Palocci, despencou sozinho por incompetente comportamento em outras áreas e pela invasão do direito sagrado de modestíssimo cidadão. ula jamais se importou com o que disse, não disse, desdisse. Uma coleção de seus pronunciamentos mostrará que em cada lugar e ocasião, disse sempre o que imaginou que poderia assegurar sua ambição dominante desde que assumiu seu primeiro mandato: o de conquistar um segundo. Dizemos mandato e não governo, porque o palácio talvez seja o lugar que menos freqüentou durante um governo que não assumiu, deixando-o a cargo de um ministério inflacionado com o qual foi o presidente que menos se reuniu. A maior parte desse primeiro mandato foi consumida em viagens de auto-promoção e em palanques dos quais nunca desceu. Cabe-lhe, sem dúvida o recorde Guinness (ou macunaímico) de haver presidido o mais corrupto período da vida nacional, iniciado justamente por seus capo-regime, que se escafederam de seus postos à primeira acusação e ele defendeu o quanto pode, permanecendo impávido, impoluto, imune e isento, porque não sabia de nada, ignorava tudo e não tinha nada que ver com isso. Só ele não sabia de nada. Mas quem não sabe, quem não ouviu, quem não viu?

L

Q

uem ignora os fatos de violação do Estado de Direito, as manipulações que ocorrem no Judiciário, os atos de subversão, terrorismo e criminalidade que ocorrem nas cidades e nos campos brasileiros e são noticiário corrente nos meios de comunicação? E quem ignora que a maioria dos principais próceres petistas foram guerrilheiros formados na Cuba de Fidel Castro? Ou que o presidente da Câmara é do PCB? Um único brasileiro. Justamente o que pela natureza do seu cargo tem condições e o dever de estar melhor informado, alega ignorar tudo o que possa responsabilizá-lo ou reduzir suas possibilidades eleitorais. E designa como "aloprados" aqueles que comanda. Mas tal alegação, que o inocenta e imuniza contra todas ilegalidades (ou, como ele dizia, "maracutaias") do seu desgoverno não passa da impostura-mater que adotou como estilo de comportamento e comunicação. O primeiro corolário dessa impostura está em fingir ignorar quem eram os companheiros que escolheu erigiu como seus principais próceres, visto que não só convivia com eles muitos anos conhecia sua biografia e, além de tudo,compartilhava de sua ideologia. Enquanto Getúlio se matou por haver no porão do seu palácio um corrrupto, Gregório, ele colocou a seu lado Dirceu que instalou também a seu lado o executivomór do valérioduto. Declarou em Paris ter sido usado na sua campanha um Caixa 2, crendo minimizar o fato por qualificá-lo como praxe corrente na política brasileira, omitindo que uma de suas principais bandeiras era mudar "tudo isso que aí está." De fato, o que fez, foi transformar os congressistas, que apodou de "300 "picaretas" em centenas de "mensaleiros." Seus ´principais lugares-tenentes se escafederam à primeira acu-

DEPOIS DA SOVA NA TV, O SUJEITO

ontado nessa esperteza da sociedade da tevê e das massas, o sujeito viveu até agora só da imagem e do marketing, mais nada. Sempre apostou tudo na imagem e, se estiver nesses dias revendo a gravação do debate, deve estar ganindo pelos cantos, bebendo de castigo só água em cuia de queijo Palmira, embaixo da mesa. A imagem foi destroçada, começando pelos infelizes closes do seu rosto, em que deveria aparecer a face esticada e renovada pelo botox, mas que foram dominados pelos olhos injetados, congestionados. O diretor de TV ou o câmera devem ser Geraldo. O sujeito estava tenso, amedrontado, às vezes abrindo a boca num esgar que pretendia ser um riso irônico.

exercício do poder apenas agravou, caricaturalmente, os traços de sua personalidade que identificamos no seu início: primarismo, messianismo, carisma, degenerados em mentiras deslavadas, soberba, petulância. Tudo isso evidenciado pela postura que assumia nos palanques, espetando com os dedos em riste o auditório, girando a cabeça para um e outro lado, exibindo um ar de superioridade e auto-satisfação e sacudindo os ombros para se descarregar de tudo o que pudesse atingi-lo. Rindo de suas próprias gafes e abobrinhas, como se não fosse seu autor. Às vésperas das eleições declarou com a petulância costumeira que venceria no primeiro turno. Mas no dia seguinte, com a proclamação do segundo turno, mostrava um ar surpreso e desenxabido. Sentiu-se traído e acusou de aloprados seus companheiros e comandados petistas. Os dinheiros da nação passaram a ser distribuídos para os estados, ficou difícil identificar a origem da montanha de dinheiro do affaire Vedoin, não se ouviu mais falar de um pedido de impeachment existente contra ele, nem de uma multa lançada que supera os 800 mil reais que acumulou no primeiro mandato.

M

O

G E quem ignora que a maioria dos principais próceres petistas foram guerrilheiros formados na Cuba de Fidel Castro? Ou que o presidente da Câmara é do PC do B?

Um único brasileiro

BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

G Geraldo não

deve ter tomado um único voto do sujeito. Eu sei e ele sabe que não se seduz com fel, mas com mel.

FALE CONOSCO Arte: Roberto Alvarenga

ivi o suficiente para praticamente testemunhar a ascensão e queda dos mais nefandos regimes políticos conhecidos pela história dos tempos modernos, os totalitarismos de esquerda e de direita, com seus erros, desastres e crimes. Estudei história, política e economia durante toda minha vida para compreender o que, em sua variedade, o fanatismo de todos os tipos ocasiona, em matéria de dissensão, confronto, repressão e violência, regressão e primitivismo – de anulação do humanismo nas relações individuais e coletivas. Assisto na atualidade a conflitos dessa natureza que arcaicamente se colocam contra o vetor histórico dominante dos nossos tempos, o ecumenismo, uma das mais antigas e nobres aspirações humanas, possibilitada pela globalização. Mas nem é necessário haver testemunhado e estudado tudo isso para se conhecer e rejeitar as proclamadas e ostensivas exibições de fanatismo ideológico que se ostentam na lapela e bandeiras do partido da estrela vermelha marxi-soviética-comunista, que mediante esquemas de corrupção generalizados cooptou o Estado e o governo brasileiro e foram amplamente expostos pelas CPIs, pelo Ministério Público, pela Procuradoria-Geral da República e pela polícia. (Alguém se esqueceu que Duda Mendonça, o artífice publicitário da vitória de Lula declarou ter sido obrigado pelo PT a abrir conta no exterior para receber do Caixa 2 da campanha? Alguém se esqueceu de que a vitória eleitoral foi de Lula e não do PT, e que só o mensalão permitiu a maioria que o partido adquiriu no Congresso?)

NEIL FERREIRA

E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Violinista Ikya Gringolts: obras de Bach. Espaço Cultural. Av. Chucri Zaidan, 246. Tel.: (11) 3081-1911. 16, 17, 18. 21h. R$ 30 a R$ 45.

Imovision/Divulgação

LAZER - 1

P

ianistas Maria João Pires e Ricardo Castro tocam concertos de Mozart com a Osesp. Sexta (13), 21h; sábado (14), 16h30. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: (11) 3337-5414. R$ 25 a R$ 79.

Ópera Olga no Municipal, com a soprano Marha Herr. Sábado (14), 20h. R$ 20 a R$ 40.

Vestida para Matar, de Brian de Palma

CINE TERROR NA PÁGINA

2

Fotos: Europa Filmes/Divulgação

OUTRAS ESTRÉIAS

Paris Filmes/Divulgação

Uma terrível maldição na sexta-feira 13 e a saga de homens aprisionados

William e Madeleine: vida tranqüila

Crônica para um riso discreto

T

rata-se de uma comédia, mas convém observar que falamos de uma comédia francesa. Assim, o objetivo não é provocar gargalhadas, apenas um riso discreto e delicado. Tranqüilos com a vida de casados há muito tempo, William (Daniel Auteuil) e Madeleine (Sabine Azéma) vivem em uma pequena cidade ao pé da montanha. A filha mudou-se para a Itália e ficaram sozinhos. Assim, com poucas preocupações, decidem comprar uma casa. A partir daí, diversas transformações se iniciam. A primeira mudança é desencadeada pela entrada em suas vidas de um novo casal de amigos: Adam (Sergi López), um homem cego e refinado, e sua companheira Eva (Amira Casar). Perpassam a história discussões sobre sexo, moral, fidelidade, hedonismo e até existencialismo. Mas sem cair na vulgaridade. O filme foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 2005. (LHC) Pintar ou Fazer Amor (Peindre ou faire l'amour, França, 2005, 100 minutos). Direção de Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu. Com Sabine Azéma, Daniel Auteuil, Amira Casar, Sergi López.

Chapeuzinho leva doces feitos por sua avó, mas para se defender, fez até curso de karatê silvestre

CINEMA

OS SEGREDOS DA VOVOZINHA

O

Grito 2 (The Grudge 2, EUA, 2006, 103 minutos). A sequência do filme traz no elenco Amber Tamblyn e Sarah Michelle Gellar sob a direção de Takashi Shimizu e roteiro de Stephen Susco. Aubrey Davis (Amber Tamblyn) descobre por sua mãe doente, Sra. Davis (Joanna Cassidy), que sua irmã Karen (Sarah Michelle Gellar) está em um hospital e que está sendo investigada pela morte de seu namorado em um incêndio provocado por ela numa casa em Tóquio. Como a Sra. Davis está muito doente para viajar, ela pede para Aubrey ir a Tóquio e trazer sua irmã para casa. Lá, o repórter Eason, procura Aubrey para avisála, que sua irmã está sob a influência de algo invisível e perigoso. Estes são apenas alguns dos personagens que passam a ser infectados por uma maldição conhecida como "o grito", que está saindo rapidamente da casa incendiada em Tóquio e se espalhando por todos que cruzam seu caminho.

Ninguém é o que parece em Deu a Louca na Chapeuzinho Lúcia Helena de Camargo

A

Chapeuzinho Vermelho desta história atravessa a floresta levando doces feitos por sua avó e usa aquele capuz que lhe confere o apelido, mas aqui começam as diferenças com a menina da fábula. Entre outras coisas, ela formou-se em karatê silvestre, para ficar menos indefesa ante aos perigos e gracinhas dos bichos em seu caminho. A animação Deu a Louca na Chapeuzinho, que estreou neste feriado na cidade, é um filme infantil que não vai entediar adultos. Sustenta uma trama inteligente, que talvez seja complicada para crianças menores de oito ou nove anos. Começa com a situação conhecida por todo mundo: Chapeuzinho encontra o Lobo vestido de Vovó, deitado na cama da velhinha. Esta está amarrada e presa em um armário. De repente, pula dentro da sala, teatralmente estilhaçando a janela, o lenhador. Depois das acusações ao lobo, que não assume a culpa, é chamada a polícia, para apurar a invasão de domicílio, aprisionamento da senhora e o porte de machado sem licença. Então entra em ação o ótimo sapo investigador, Nicky Flippers (foto, voz de David Ogden Stiers), que com a ajuda do chefe de polícia Grizzly (Xzibit), vai interrogar cada personagem para saber sua versão dos fatos. Ninguém no grupo é exatamente o que parece. E cada um tem uma explicação

coerente e sobre os motivos que o levaram ao local. O enredo complica-se mais e mais porque todos os álibis soam legítimos. Revela-se a verdadeira identidade do Lobo e sua relação com um jornal chamado Once Upon a Times, além de um segredo muito bem guardado da Vovozinha e também do lenhador, cujo maior sonho na vida é fazer uma turnê pelo mundo com um coral tirolês. A investigação aponta para um criminoso conhecido como "Goody Bandit", que vem roubando receitas de doces e levando à falência os pequenos fabricantes do bosque. Mas quem será o bandido? Um trio atrapalhadíssimo de ajudantes da polícia – os três porquinhos – não será de grande valia. A atriz Glenn Close faz a voz da Vovó e Anne Hathaway (em cartaz como uma das protagonistas de O Diabo Veste Prada) é a Chapeuzinho. James Belushi fala pelo Lenhador e Patrick Warburton personifica o Lobo.

A direção e roteiro são de Cory E d w a r d s , To d d Edwards e Tony Leech, escolhidos pelos pro dutores para o projeto com base no talento mostrado na animação digital Wob ots, uma ficção cientifica sobre um grupo desc o n j u ntado de robôs rej e it ados. Eles declaram ter buscado inspiração para as paródias nos filmes Os Suspeitos (The Usual Suspects, Bryan Singer, 1995); Gosto de Sangue (Blood Simple, Joel Coen, 1984) e S hrek (And re w Adamson, 2001). Com algumas boas piadas, Deu a Louca na Chapeuzinho é engraçado, mas não para morrer de rir. E o final é feliz à moda da série CSI (Crime Scene Investigation): o importante não é necessariamente alegrar todos, mas esclarecer a questão.

Fox Film/Divulgação

O Lobo: estreitas relações com o jornal Once Upon a Times

Deu a Louca na Chapeuzinho (Hoodwinked, Estados Unidos, 2005, 80 minutos). Direção: Cory Edwards.

Rock e dois malucos saídos dos anos 60

W

ood, Stock, Lady Jane, Rê Bordosa, Rampal, Nanico e Meiaoito estão em uma festa, na virada para 1972, na casa de Cosmo. A reunião começa com todos esses personagens do cartunista Angeli ainda jovens e entusiasmados com com flower-power da recémterminada década de 1960. Mas a animação Wood & Stock, Sexo, Orégano e Rock’n’roll (Brasil, 2006, 75 minutos), dirigido por Otto Guerra, vai mostrá-los como são conhecidos hoje, 30 anos depois: carecas e barrigudos. Família, filhos, trabalho, contas a pagar e solidão são conceitos que não combinam com o universo inconseqüente dos "bichos-grilos''. Wood, em crise no casamento com Lady Jane e pai de Overall, um menino muito careta, tem que abrigar o velho parceiro Stock, que virou sem-teto com a morte do pai. Crise, tédio... O que fazer para enfrentar o sistema e ainda ganhar um troco? Com ajuda dos revolucionários Nanino e Meiaoito, Wood e Stock resolvem refazer a velha banda de rock que já tinha sido um fracasso nos anos 70. Mas aparece um matador na história e vai tudo se complicar. Com as vozes de Zé Victor Castiel, Sepé Tiaraju de Los Santos, Janaína Kremer, Rita Lee e Tom Zé. O filme venceu o concurso do Ministério da Cultura para filmes de baixo orçamento. O roteiro é de Rodrigo John, com colaborações do próprio Angeli. Este é o segundo longa de animação da Otto Desenhos (o primeiro foi Rocky & Hudson: os Caubóis Gays). "Certamente as autoridades competentes deveriam ter monitorado (e evitado, se possível!) essa associação no mínimo indecente de Angeli e Otto Guerra. Mas agora é tarde demais e o estrago está feito", dizem os produtores. (LHC)

Divulgação

Crônica de uma Fuga: prisão, interrogatórios e torturas

C

rônica de uma Fuga (Crónica de una Fuga, Argentina, 2006). Na Argentina de 1977, durante o regime militar, agentes seqüestram Claudio Tamburrini (Rodrigo de la Serna, de Diários de Motocicleta), goleiro de um time da segunda divisão, e o levam para uma casa abandonada, onde funciona uma prisão clandestina conhecida como Mansion Seré. Ali, Claudio enfrenta o inferno de interrogatórios e torturas e depois descobre que foi delatado por um amigo. Em uma noite de tempestade, Claudio e três outros prisioneiros tentam fugir. Inspirado no livro Pasé Libre La Fuga de La Mansion.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

TERROR Assombrações e outras criaturas do Mal. Na sua casa. Fotos: Divulgação

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Na Globo, um profeta chega no horário das 6 da tarde. E a TV paga exibe aventuras de uma trapaceira, uma médium e uma seqüência de mulheres algo incomuns TV Globo/Willian Andrade/Divulgação

O Iluminado, de Stanley Kubrick, tem um assustador Jack Nicholson como o homem que enlouquece sob efeito de forças sobrenaturais

De arrepiar os cabelos Clássicos e lançamentos em DVD que combinam com esta sexta-feira 13

Carol Castro é Ruth no remake de Ivani Ribeiro

TELEVISÃO

Lúcia Helena de Camargo

H

oje é sexta-feira 13, dia que muitos consideram de maus agouros. Acredite ou não na aura maligna da data, convidamos a embarcar nas produções cinematográficas com sustos, sangue jorrando, mortos que voltam do além-túmulo para assombrar os vivos ou suspenses de arrepiar os cabelos. Entre os clássicos do terror está a série Sexta-feira 13, cujo protagonista é Jason Vorhees – morto por afogamento em 13 de junho de 1957, e cujo corpo jamais foi encontrado. O primeiro longa foi lançado em 1980 e Jason já apareceu em dez continuações. Na última, Fred x Jason, duela com outro ícone do terror, Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo, que começou em 1984. Ainda no estilo "Sou um monstro indestrutível e não adianta me matar porque voltarei", entra Mike Myers, dos filmes Halloween (o primeiro é de 1978). Na mesma linha vai Hellraiser e O Massacre da Serra Elétrica, no qual um psicopata mata adolescentes. As mocinhas inocentes sobrevivem, mas os vilões sempre retornam em busca de novas vítimas. Uma categoria à parte é a dos filmes de zumbi, tendo George Romero como principal diretor. O original é A Noite dos Mortos Vivos (1968), no qual jovens numa fazenda abandonada são cercados por zumbis com um insaciável apetite por carne humana. Quem prefere o terror sofisticado gosta de Nosferatu, dirigido por F.W.

Murnau em 1922. Baseado no livro minado (1980), de Stanley Kubrick, com Drácula, de Bram Stoker, o filme foi Jack Nicholson absolutamente perfeito muitas vezes imitado e serviu de ins- no papel do homem que enlouquece piração para outros longas sobre vam- sob efeito de forças sobrenaturais. Evite ver em casa sozinho O Exorcista. piros. Klaus Kinski foi Nosferatu no longa de 1978, dirigido por Herzog. E em Mas atenção: assustadora de verdade é 1992 Francis Ford Coppola fez sua ver- a versão original de 1973. As continuações são inferiosão da história, em Drácula de res. Na mais recente, Exorcista 3, Bram Stoker, adaptação das o demônio apodera-se de várias mais fiéis até hoje levadas ao cipessoas. Em menor dose, os calanema. Entre os vampiros têm frios estão garantidos ainda com lugar de honra Drácula (1931), O Exorcismo de Emily Rose com Bela Lugosi. Vampiros jo(2006). Baseado vens estão reem uma história real, faz até citapresentados em Anjos da Noite ção a Bento 16. Na modalida(2003), que trata de uma batade que desperta um misto de melha entre vampiros e lobisodo a nojo, Jogos m e n s , e s u a De Niro, psicopata em Cabo do Medo Mor tais(2004) e co n t i n u a ç ã o, O Albergue (2005). Já em Seres Rastejantes, não há Anjos da Noite - A Evolução (2006). Outro monstro popular é Frankens- dúvida de o nojo é o principal. Nada tein. Criado por Mary Shelley, tem em além de um amontoado de criaturas A Noiva de Frankenstein (1935) uma gosmentas. Para estômagos realmendas mais inspiradas adaptações, com te fortes. Não assista antes do jantar. Nem depois. Boris Karloff no papel da criatura. Esses foram para esquentar a sessão Entre os novos do terror nos cineda tarde, pois não recomendamos ver mas figura O Grito, que arrecadou mais os filmes de noite, para ninguém perder de US$ 188 milhões em bilheteria. A o sono. Quem quiser iniciar a sessão pa- continuação chega nesta sexta às savor pode passar na locadora e levar O Ilu- las brasileiras. Em O Grito 2 uma mal-

Regina Ricca dição é libertada em um grupo de vítimas a partir de uma casa incendiada. Sarah Michelle Gellar, de Buffy, A CaçaVampiros, está de volta. Na prateleira de lançamentos em DVD pode-se ver O Chamado e sua seqüência, baseados em um original japonês; Quando um Estranho Chama, sobre telefonemas que levam ao pânico uma babá, e O Corvo, adaptação de quadrinhos sobre a saga de um astro do rock assassinado às vésperas de seu casamento. A Névoa vem com Tom Welling, o superman da série de TV Smallville, e Selma Blair (Hellboy), numa história de vinganças demoníacas. Não podemos esquecer do terror escrachado, como a saga de Chucky, o boneco que assassina todos à sua volta, sendo que a seqüência A Noiva de Chucky é considerado o melhor filme da série, inaugurada em 1988. Há ainda os filmes classificados no gênero suspense, mas que provocam terror psicológico. A lista vai do inesquecível Psicose (1960), de Hitchcock, ao recente Menina Má, em cartaz na cidade, e passa por Mulher Solteira Procura (1 e 2), no qual uma moça divide o apartamento com uma desequilibrada colega. E entre os mais apavorantes está Cabo do Medo (1991), longa de Martin Scorsese que exibe o ótimo Robert De Niro como o psicopata que depois de passar 14 anos na prisão volta para vingar-se do advogado que não o livrou da pena. De Niro esbanja talento para fazer morrer de medo. Quem tiver coragem, verá.

MARCA DOS CLÁSSICOS

A

lém de um profeta que passará a entreter os noveleiros do horário das 6 na Globo, alguns personagens femininos bem esquisitos vão freqüentar a telinha da TV nesta semana. Vamos começar pela insólita história da americana Ida Summers, mãe de quatro filhos (três deles de maridos diferentes), que ganhava a vida e o sustento das crianças fazendo ... vigarices. Isso mesmo. Ida é a personagem central do programa Desafiando Las Vegas, em cartaz neste domingo, às 23h, no History Channel. O programa mostra histórias de jogadores que conseguiram lograr grandes trapaças em alguns dos casVEJA sinos mais famosos da cidade americana. E o episódio desta TAMBÉM noite – A Raposa de Vegas – é uma homenagem a Ida. Até ser O programa descoberta, ela ‘faturava’ 10 mil dólares por final de semana. Vitrine, da Era tão ‘competente’ em seu ofício que conquistou não só a TV Cultura, admiração de outros colegas do ramo da trapaça, mas tamcomandado bém o de agentes do FBI. O programa relembra a “carreira” de por Sabrina Ida e entrevista pessoas que trabalharam no caso, como o Parlatore e agente federal Dave Spencer. Rodrigo As outras duas personagens-sensação da semana são as Rodrigues, médiuns Jackie Dennison e Christine Hamlett, professoras no apresenta Feathers Centre in England, onde ensinam as pessoas a manter hoje, sexta contato direto com o "outro lado". Ambas ficaram famosas por (13) uma auxiliar a polícia britânica no caso Moors Murders, no qual o caedição sal Myra Hindley e Ian Brady assassinou cruelmente crianças especial em entre 10 e 16 anos na cidade de Manchester. comemoração Jackie e Christine podem ser vistas a partir desta segunao Dia da da (16), às 18h30, na tela do GNT, mostrando como fazem Criança, a para espantar fantasmas de casas mal-assombradas. Respartir das cue Mediums é o nome desta produção britânica que elas 21h10. O apresentam, e cada episódio mostrará uma história do ‘ouapresentador tro mundo’. As duas utilizam a psicometria como técnica pamirim João ra “limpar" as propriedades ameaçadas e convencer os esPaulo, da TV píritos de que, ali, naquelas casas, eles não podem mais ‘viRá-Tim-Bum, ver’. A psicometria, para quem não sabe, é uma habilidade vai mostrar extra-sensorial que possibilita extrair o conteúdo de algum a redação do objeto ou evento impressos fora de nossa realidade física. caderno Graças a ela, Jackie e Christine conseguem ‘comunicar-se’ infantil diretamente com esses ‘visitantes do além’, psicografando Estadinho, mensagens e imagens. O primeiro episódio levará o telesde O Estado pectador para Wolfe Island, no Canadá. Ali, numa casa ande S. Paulo. tiga, erguida num terreno que durante anos abrigou uma Será exibido igreja católica rodeada por três cemitérios, os novos donos também o estão tendo problemas. A dupla descobrirá que estes são desfile de causados pelos espíritos de freiras, padres e animais que moda andam vagando por ali. Usando muita água benta, um roinfantil Teen sário e uma cruz de madeira, elas mostrarão a essas almas Fashion. torturadas o caminho para salvação. Para continuar no terreno do ‘além’, na segunda tem estréia de uma novela nova na Globo, O Profeta, remake de Ivani Ribeiro, que passa a ocupar a grade das 6 da tarde. Adaptada por Duca Rachid e Thelma Guedes, a novela, ambientada nos anos 50 no bairro paulistano da Barra Funda, narra a história de Marcos (Tiago Fragoso), um rapaz do interior com o dom da premonição que, quando chega na cidade grande, acaba por se corromper. Paola Oliveira (Sonia), Carol Castro (Ruth) e Fernanda Souza (Carola) disputam o amor do profeta Marcos. TV Globo/João Miguel Júnior/Divulgação

Novos e antigos nas prateleiras de terror e suspense: para uma sessão da tarde assustadora. Não veja em casa sozinho

Elsa Lanchester (esq. alto), a noiva de Frankenstein, personificado por Boris Karloff (dir.) no filme de 1935. Henry Hull (acima, esq.) incorporou outra criatura do mundo das sombras, em Werewolf of London, também de 1935, primeira produção de Hollywood sobre lobisomens. E Claude Rains transforma-se completamente para viver O Homem Invisível, terror de 1933 comandado por James Whale. E Tubarão, de Spielberg: sustos garantidos.

Marcos (Tiago Fragoso) estrela a nova novela O Profeta. Paola Oliveira é Sônia, que vai disputar o amor do rapaz com Ruth e Carola.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

LAZER - 3

MÚSICA Programa do CCBB ajuda a entender os clássicos. E Sinfônica Brasileira no Ibirapuera Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

CONCERTO OSB no Parque. Grátis.

O Antonio Vivaldi Liana: "As pessoas nos perguntavam coisas"

Clarice lembra de Pavarotti: "Já não canta mais"

Mozart para não iniciados No próximo encontro, o papel emocional dos instrumentos Lúcia Helena de Camargo

D

uas professoras paranaenses viciadas em concertos um dia perceberam que a música clássica poderia ser apreciada por muito mais gente do que aquele grupo sempre presente às apresentações das orquestras, conjuntos de câmara, recitalistas, óperas. A partir dessa idéia, Clarice Miranda e Liana Justus começaram a ministrar cursos para leigos interessados em entender o mundo de violinos e maestros, sonatas e virtuoses. "As pessoas nos perguntavam coisas, daí começamos a reunir amigos para falar de música e virou um curso", relata Liana. Há 13 anos funcionando em Curitiba, agora o projeto chegou a São Paulo, sob o nome Caminhos da Música. Sediado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), foi dividido em quatro módulos, comandados pelas pesquisadoras, que se tornaram especialistas em história da música e membros da Academia de Cultura de Curitiba. O primeiro, Formação de Platéia, começou como encontro O que uma platéia bem informada em música deve saber, em 20 de setembro, ensinando, entre outras coisas, comportamento em uma sala de concertos, que inclui desde lições básicas de educação, como desligar o celular, não conversar ou comer, e aplaudir só no final da obra. Algumas dicas para audiências de primeira viagem são simples e úteis. Adágio é um movimento lento; alegro, rápido. Quais são e que tipo de som emitem os diferentes instrumentos da orquestra, o papel do maestro. Qual a diferença entre orquestra sinfônica e filarmônica? Nenhuma. Somente quem patrocina. A sinfônica tem as

Acredito que a música pode acessar algo na consciência que nenhuma outra arte consegue. Nelson Namimatsu, engenheiro

contas e salários pagos em geral com verbas públicas. A filarmônica é sempre financiada por particulares, empresas ou mecenas. Óperas - Como o objetivo é formar platéias para a música erudita, nada no curso é rebuscado ou feito para entendidos. "Adorei, é perfeito para iniciar, porque eu adoro, mas quero saber mais para apreciar melhor a música", entusiasma-se a estudante Graziela Rezende Leão Vasquez, 31 anos, que começou a tomar gosto pela música quando ganhou, há dois anos, de presente de aniversário, um convite para assistir a uma ópera. Na Alemanha, onde morou até o mês passado, afirma ter visto "dezenas de óperas, concertos, recitais". Agora não quer perder nenhum encontro do programa Caminhos da Música para tornar-se "espectadora qualificada." Também o engenheiro Nelson Namimatsu, de 57 anos, que freqüenta concertos há duas décadas, disse ter aprendido com a primeira aula. "A gente comete umas gafes... aplaude na

hora errada... e também nem descon- idéia é mostrar, com simplicidade, a obra fiava por que uma chama sinfônica e do músico austríaco que já tocava cravo outra, filarmônica; achava que tinha al- e violino aos três anos de idade e comguma relação com quantidade de ins- pôs as primeiras peças aos cinco. O mótrumentos", conta ele, que pretende dulo Quatro Encontros com Mozart será participar de toda a série de encontros, ministrado na última semana deste mês, sempre levando a filha, Mariana Duque nos dias 24, 25 26 e 27, às 19h. Namimatsu, jovem violinista de 11 Escolas- Um quarto módulo será itianos. Ela estuda música no Projeto Guri nerante, para levar a música clássica a e pretende entrar na Universidade Li- escolas públicas. As educadoras tenvre de Música. O compositor favorito cionam iniciar o gosto, desde cedo, pedo pai é Mozart. A menina prefere Be- los clássicos, e também darão aulas de ethoven. "Eu não sabia que ele só tinha música popular brasileira, nas quais falarão sobre ritmo composto uma ópera, Fidélio", diz e melodia, a origem e as caracteela. "Acredito que a música pode rísticas dos instrumentos rítmicos e acessar algo na consciência que melódicos, além de vida e a obra de nenhuma outra arte consegue", mestres como Piarremata o engexinguinha e Ernheiro. nesto Nazareh. A n j o s - O p iNos próximos encontros do mónião parecida têm as mentoras, mas dulo Formação de Platéia, as profespara não forçar o "acesso" e tornar soras querem colocar os particileve a sessão, enquanto apresenpantes em contato com o papel tam trechos das Graziela Vasquez quer saber peças em DVD, emocional dos mais para apreciar melhor e elas contam históinstrumentos tornar-se "uma espectadora rias e anedotas, musicais nas orqualificada" conversam com o questrações. Na quarta, dia 18, sepúblico. São apresentadas as vozes masculinas: tenor, rão apresentados os instrumentos de barítono, baixo (do mais agudo ao mais cordas; no dia 22 de novembro, as magrave). Clarice lembra que Pavarotti es- deiras e, em 13 de dezembro, os metá doente. "Já não canta mais". Quando tais. chegam à Serenata Noturna de Mozart, Todos os encontros têm a duração Liana ilustra: "No céu, ouve-se muito de 90 minutos cada. A participação é Bach, porque Deus gosta. Mas quando gratuita e as senhas para os 125 lugaele deixa os anjos à vontade, eles tocam res do teatro do CCBB são distribuídas Mozart, que é a música dos anjos". 30 minutos antes do início. Mais um motivo para ser o compositor escolhido para o módulo Mozart PaCaminhos da Música – CCBB, ra Crianças, cujo primeiro encontro foi Rua Álvares Penteado, 112, ontem, quinta (12) e o segundo é hoje, Centro, tel.: (11) 3113-3652. sexta (13), às 14h, no Hall do CCBB. A Ingresso: grátis.

1º encontro: O que uma platéia bem informada em música deve saber

LEITURA RÁPIDA

O

livro Sete Noites com os Clássicos, do crítico Luiz Paulo Horta, é um pequeno e precioso guia para os marinheiros de primeira viagem em música clássica. São poucas páginas, apenas 123. Mas as informações que elas contêm primam pela credibilidade, clareza e facilidade de consulta. Recheado de ilustrações, leva o leitor a reconhecer os diversos estilos

musicais desde a Renascença até o Modernismo. Cada um deles (Renascença, Barroco, Classicismo, Romantismo, Impressionismo e Modernismo) merece uma explicação sobre sua origem, a análise de uma obramodelo, o esboço biográfico de seu compositor, as principais formas musicais do período, além de uma seleção de peças para ouvir, cronologia e discografia básica. O Barroco, referência do curso de iniciação no CCBB, destaca O Verão, um dos movimentos de As Quatro Estações, de Vivaldi. Lembra que se trata da primeira parte da obra, escrita em linguagem descritiva, em que os pássaros e o campo são citados por belos solos instrumentais. Leia, também, de LPH: Villa-Lobos. Editora Zahar.

Obras essenciais

A

utoras do livro Fo r m ação de Platéia em Música , Clarice e Liana recomendam que uma pessoa ouça pelo menos três vezes uma obra antes de emitir uma opinião, porque a cada nova audição, a música pode soar diferente. Para tanto, ter em casa o CD ou mesmo o DVD ajuda bastante. Aqui, algumas obras selecionadas como essenciais. As Quatro Estações, de Antonio Vivaldi (1678-1741). Uma das obras mais gravadas da história da música. Tocata e Fuga em Ré Menor, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), mestre supremo do barroco. Pequena Serenata Noturna (Serenata Nº 13), de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). 5ª Sinfonia, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), aquela do famoso "tan-tantan-tan", que virou sinônimo de suspense. Concerto para Piano de Orquestra Nº 1, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893).

EM CD A

s Quatro Estações, de Vivaldi (acima), é obra de 1725. Versão com instrumentos de época: Concentus Musicus de Viena, sob a batuta de Nikolaus Harnoncourt. A Tocata e Fuga em ré menor (1708), para órgão, de Bach, é formidável com a francesa Marie-Claire Alain. A Serenata Nº 13, em sol maior, mais conhecida como Pequena Música Noturna (Eine kleine Nac h t m u si c ), foi composta por Mozart em 1787. CD antológico: conjunto da Academy of St. Martin-in-the-Fields. O Concerto Nº1 para Piano e Orquestra, em si bemol menor (1875), de Tchaikovsky, é um clássico com Claudio Arrau e Sinfônica de Boston, regida por Colin Davis. E a 5ª Sinfonia em dó menor (1809), de Beethoven (metamorfoses sucessivas de um tema em si), ganha clareza fantástica sob a regência de Carlos K leiber (à dir.) à frente da Filar mônica de Viena.

maestro Roberto Minczuk (foto) é diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Festival de Inverno de Campos do Jordão e, recentemente, assumiu mais um cargo, o de diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Calgary, no Canadá. Neste sábado (14), ele estará à frente da OSB, no Ibirapuera. É uma rara oportunidade para ver e ouvir a sinfônica mais tradicional do Brasil, num programa variado e elegante. Primeiro, a abertura da ópera O Guarani, de Carlos Gomes; na seqüência, Danças Polovitzianas, da ópera O Príncipe Igor, de Borodin; o primeiro movimento da Sinfonia Nº 40, de Mozart; e a íntegra da Sinfonia Nº 5, de Tchaikovsky. Como Minczuk (ele falou ao DC por e-mail), que já foi regente associado da Osesp, consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo (e bem)? "Não é fácil, é sempre preciso abrir mão de alguma coisa. Para mim, o mais difícil é ficar longe da minha família, porque minha esposa, Valéria, e eu temos 4 filhos; Natalie com 14, Re-

becca com 12, Joshua com 8 e Júlia com 3. Sempre que possível, procuro leválos comigo, ou, pelo menos, a Valéria". As incumbências de um maestro, quando é responsável pela liderança geral de uma orquestra, são numerosas e, às vezes, complicadas ("como controlar, até, a presença dos músicos nos ensaios"). Minczuk, que vem de uma escola exemplar (é discípulo e amigo do emblemático maestro Kurt Masur, líder da Filarmônica de Londres) tem plena consciência de que o dia, para ele, não seria longo se tivesse mais de 30 horas... "Engana-se quem pensa que o trabalho de um diretor artístico se resume a escolher o repertório e reger: ele toma conta praticamente de todas as etapas de produção, marketing, imprensa, além, é claro, dos assuntos diretamente ligados ao dia-a-dia da orquestra. Mas não há o que substitua o prazer e alegria de reger e poder fazer boa música", responde. Ao avaliar o momento pelo qual passa a OSB, explica: "Ela passou muito tempo sem o cuidado que uma respeitável instituição merece. Ainda há muito o que fazer. Mas já pudemos sentir um grande salto qualitativo e isso tem sido claramente expresso através da reação do público, que a cada dia lota mais o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, nos últimos dias, nos teatros das capitais por onde a OSB passou. Em São Luiz tivemos por volta de 30 mil espectadores no concerto realizado na semana passada. O número de assinaturas em 2006 cresceu muito e espera-

mos aumentá-las significativamente em 2007, com apoio de grandes patrocinadores e da Prefeitura do Rio de Janeiro". O público leigo, as pessoas "normais", quando pensam na vida "louca" de um maestro, não entendem, entre outros "enigmas", como eles conseguem "ficar" em algum lugar; em outras palavras, "morar". Minczuk "mora" em casa, quando não está a bordo de um avião ou hospedado em hotéis. "Oficialmente moro no Rio de Janeiro, mas mantemos nosso apartamento em São Paulo" (amplo e bem decorado, na Praça Roosevelt). Afável, sempre animado, o maestro sabe que o espera uma agenda pesada. Já neste ano, fora

Minczuk, regente da Sinfônica Brasil: astro internacional.

do Brasil, aconteceu "de tudo". Minczuk lembra, entre outros grandes momentos de sua trajetória, a "emoção de abrir a temporada de ópera do Festival Internacional de Edinburgh em três récitas com a Ópera de Lyon (Weill/Brecht)". Em 2007, a agitação continuará. "Farei minhas estréias frente à Honolulu Symphony, Sinfônica de São Francisco, Orquestra Nacional da França, Filarmônica de Roterdã e Orquestra Metropolitana de Lisboa. E mais: OSB, Calgary, Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão... Vou reger, ainda, as sinfônicas de Vancouver, Edmonton, Saint Louis, Atlanta, a National Symphony de Washington e a National Arts Centre Orchestra de Ottawa. Serão mais ou menos 2 concertos por semana, durante 48 ou 49 semanas do ano". (MMJ) OSB - Concerto no Parque Auditório (15 mil pessoas). Parque do Ibirapuera, portão 2. Telefone: (11) 5908-4299. Sábado (14). 17h30. Grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

GASTRONOMIA Porta discreta leva a cozinha estrelada

A batalha de Rabelais

Fotos: Tadeu Brunelli/Divulgação

José Guilherme R. Ferreira

N

o mundo de François Rabelais (c.1490-1553), grande escritor da Renascença francesa, o vinhedo representa a força da vida e está constantemente em perigo. E é só por devoção a um "jardim" de novos valores que os personagens rabelasianos são capazes de lutar até a morte. A análise é do professor de literatura da Universidade de Berkeley, Timothhy Hampton, que estudou como o vinho deixou sua cor em toda a obra do escritor de Gargântua e Pantagruel. Ao mesmo tempo satírica e mordaz, Gargântua traz o duelo entre os novos ideais humanísticos renascentistas e o obscurantismo da Idade Média. Rabelais nasceu em La Deviniere, perto de Chinon, no Vale do Loire, cercado de videiras. Seu pai foi proeminente jurista e próspero

O chef Renato Carioni, o jardim de inverno com espelho d’água onde funciona o bar; e os deliciosos ovos "molet"

proprietário de terras. No clássico, a casa dos Rabelais pode ser reconhecida no Château de Grandgousier, onde o gigante Gargântua veio à luz. Durante um nababesco banquete, sua mãe explodiu e o expeliu pela orelha. As aventuras transbordantes dos gigantes de Rabelais ganharam forma nas gravuras exuberantes de Gustave Doré (1832-1883). Recentemente, Art Hazelwood preparou dez gravuras de um dos episódios: capítulo 27 do livro 1 (Eastside Editions/ Sonoma/California). Desenhos com punch de quadrinhos mostram o exército de Gargântua e seus aliados expulsando dos vinhedos os inimigos da sabedoria.

http://www.arthazelwood.com/prints/rabelais/Rabelaistext.htm http://www.worldwideschool.org/librar y/catalogs/bysubject-lit-adventure.html

Sabor sem fronteiras

Divulgação

Chef catarinense Renato Carioni assina o criativo cardápio do Cantaloup Lúcia Helena de Camargo

Q

uem passa pela rua Manoel Guedes nem nota, no número 474, que ali funciona um restaurante. As grandes portas de madeira da antiga fábrica de pães que funcionava no local foram mantidas e, assim, garantida a discrição. Do lado de dentro, a elegância se anuncia no jardim de inverno com espelho d’água rodeado de plantas, área em que funciona o piano bar. Convite a um tranqüilo happy hour. Chegou antes no encontro? Tanto melhor. Nada como um drinque nesse ambiente arejado. No interior, a arquitetura comandada por Arthur de Mattos Casas se mostra nas madeiras, tijolos de demolição, pé direito alto e estruturas de ferro aparente. Uma vez

instalado em uma das mesas – dispostas com distância civilizada umas das outras para assegurar a privacidade – é hora de pedir a entrada. Entre as várias que enchem os olhos, são imperdíveis os ovos "molet" com ragout de aspargos e cogumelos ao molho de parmesão (R$ 28) e a torta de shitake com salada de mâche (tipo de verdura) e cogumelos marinados (R$ 32). O Cantaloup completou dez anos de vida em setembro. O cardápio foi renovado em junho, com a chegada do chef catarinense Renato Carioni, formado pelo Senac, que voltou ao Brasil depois de passar nove anos na Europa, em cozinhas estreladas como do Hotel Ritz, de Londres, o Villa de Lys, do Hotel Majestic em Cannes (duas

estrelas no Guia Michelin), o Enoteca Pinchiorri, de Florença (três estrelas no Michelin) e o mais recente, o Château Chèvre d'Or (duas estrelas no Michelin). Ele diz que a sua comida pode ser definida pelo conceito sans frontière (sem fronteiras), no qual procura conciliar sabores ricos de diversas culturas gastronômicas. A base são os pratos franceses, mas a criatividade do chef vai além. Para o prato principal, a sugestão é a costeleta de vitelone com blinis de mandioquinha (R$ 56) ou magret de cannard trufado com duo de arroz de jasmim e arroz selvagem, trigo e mel de romãs (R$ 58). E ainda, para aqueles que preferem frutos do mar, namorado em crosta de amêndoas com risoto de alho poró (R$ 47). Há

também massas (raviolis, tortelis, talharins, com preços entre R$ 28 e R$ 36). Na sobremesa, a boa pedida é o caprichado petit gateau. Na carta de vinhos constam 250 rótulos de dez países. E guardados na adega, visível de qualquer ponto da casa, duas mil garrafas, selecionadas pelo sócio enófilo Daniel Rolim Sahagoff. Por último, mas não menos importante: o serviço é impecável. Seja para impressionar a namorada, aquele cliente especial, ou apenas desfrutar um jantar com comida excelente, Cantaloup. Restaurante Cantaloup - Rua Manoel Guedes, 474, Itaim, tel.: (11) 3078-445.

Grelhados agora no meio do salão

Churrasco à vista

G

relhados na brasa agora são preparados à vista do cliente no North Grill, restaurante no terceiro andar do Shopping Frei Caneca. Chamada pelos sócios de "cozinhashow", através da enorme parede de vidro - três metros de comprimento e um de profundidade - pode-se até ver os procedimentos do preparo e até o ponto da carne. Para começar, a mesa de saladas, que continua ótima.

De entrada, peça alheiras (lingüiça portuguesa de lombo, R$ 19), ou lingüiça North Grill (R$ 13). A boa escolha entre os grelhados fica com picanha e assado de tira (R$ 29). A sobremesa também pode sair da churrasqueira: abacaxi grelhado com sorvete de coco (R$ 7,50). O North Grill fica no terceiro andar do Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, tel.: (11) 3472-2038.

Tintim em doses

V Camarões-rosa com azeite chileno

Pão da linha saudável: mais fibras

Azeites de lá e de cá

Alimento básico

V

ai até dia 6 de novembro o Festival Azeites do Novo e do Velho Mundo, no restaurante Oliva, casa italiana com influências mediterrâneas localizada no Brooklin. O chef Júlio Medeiros usa tanto variedades produzidas em países com tradição no cultivo de oliveiras, como de regiões que começaram recentemente a

E

A boa cozinha de palavras Sérgio de Paula Santos

ntre nós, em São Paulo, a maior cidade do País, e de gastronomia variada, a presença da cozinha brasileira é tímida. Em seu mais recente Guia (2006) Josimar Melo indica 38 casas de cozinha brasileira, entre 719 restaurantes (apenas 5%); contra 136 casas de comida italiana (19%) e 88 de japonesa (12%). É bem verdade que nenhum guia do gênero pode ser completo, bem como a "mortalidade infantil" no ramo da restauração é alta, a metade

trabalhar o óleo das azeitonas, para criar receitas como espetos de camarões-rosa com guacamole e salada temperada com azeite chileno, ou bacalhau com azeite português do Alentejo. Uma seleção de vinhos harmoniza com entradas, pratos e sobremesas. O Oliva fica na Rua Nova Independência, 98, Brooklin tel.: (11) 5505-4755.

S

egunda-feira (16) é o Dia do Pão. Para homenagear esse alimento tão básico e versátil, a dica é o Empório Moema, que além de pães doces e salgados, bolos e sobremesas, agora oferece uma linha com 30 itens de produtos ricos em fibras. Nas opções aveia e mel, banana e maçã, granola light, iogurte, espinafre, multi-grãos e

linhaça custa R$ 4,50 o pacote com 400 gramas. O integral sai por R$ 4,20; cenoura, R$ 4,90. Há ainda, entre outros, a baguete integral (R$ 1,80), o grissini com papoula (R$ 16 o quilo) e os mini pães de azeite ou tomate seco (R$ 22 o quilo). Bom dia do pão! O Empório Moema fica na esquina da Av. Macuco com a rua Canário, tel.: (11) 2101-4000.

não chega aos dois anos. Com relação à literatura do ramo, os livros de cozinha brasileira também são relativamente poucos, nem sempre de bom nível gráfico ou de texto. Ainda assim, parece estar ocorrendo um aumento do interesse pela divulgação de nossa culinária. Lembramos que do ponto de vista histórico, nossos primeiros livros de cozinha, o Cozinheiro Imperial, de 1840 e o Cozinheiro Nacional, com receitas genuinamente brasileiras, continuam raridades bibliográficas, eventualmente encontrados em sebos ou alfarrabistas. Da nova geração de casas de cozinha brasileira, duas jovens têm se destacado, Carla Pernambuco e Morena Leite, ambas com restaurantes de cozinha criativa e livros publicados sobre as mesmas. Desta última é a obra Brasil, Ritmos e Receitas (Editora Boccatto, 161 páginas, R$ 140), São Paulo, 2006.

O livro, graficamente perfeito, é literalmente um prazer para os sentidos – para os olhos pelas ilustrações das iguarias e para os ouvidos, pois acompanha o texto um CD de música brasileira de assuntos ligados à gastronomia. Um detalhe, concordando com Alex Atala, e evitando o termo "chef". Como bem diz Atala, "chef é cozinheiro, só isso". Na realidade, "chef" é galicismo também, desnecessário e pedante, como tantos outros termos de cozinha. Se

tratarmos de cozinha brasileira, dispensemos os "chefs", que não são chefes de nada... Brasil, Ritmos e Receitas foi escolhido para o prêmio Gourmand World Cookbook Award, troféu internacional do setor de publicações de gastronomia criado em 1995 por Edouard Cointreau, para aqueles que melhor "cozinham com as palavras". Em 2005 inscreveram-se para o prêmio cerca de 6 mil publicações de 65 países. O livro de Morena Leite, em

iajantes sabem que em diversos países é possível comprar pequenas garrafas de vinho, suficientes para apenas uma taça, que acompanham uma refeição rápida. Agora chega ao Brasil a novidade, nas garrafinhas de 187 mililitros da Vinícola Château Lacave. Com tampa de rosca, que dispensa o uso do sacarolhas, a vinícola vai distribuir o produto por bares, restaurantes e hotéis. O lançamento Château Lacave: uma taça chega com Cabernet Sauvignon, Assemblage Tinto Suave e Assemblage Branco Suave. O preço sugerido é de R$ 5 nos supermercados e R$ 7 em restaurantes.

sua versão em francês, Brésil, nos et Saveurs editado para as comemorações do Ano do Brasil na França, em 2005, foi considerado o melhor na categoria inovação, Best Innovate Food Book in the World. Como já dizia Goethe, "o comer começa pelos olhos", desde os rolinhos de banana-da-terra com filémignon até o camarão ensopado com curry e leite de coco, são 21 receitas transcritas, explicadas e fotografas. As sobremesas, oito, vão de pudim de castanha do Pará a carambolas flambas ao vinho do porto, além das entradas e saladas. As músicas do CD que acompanha o livro são de Júlio Barreto e Jorge Benjor, Dorival Caymmi, Sivuca/Glorinha Gadelha, Theo de Barros e Maurício Tagliari. Completando e enriquecendo o livro, são transcritos trechos da obra de José Ramos Tinhorão, Leonardo Mota, nomes que dispensam apresentação, do historiador Sandro

Ferrari, da jornalista Chris Mello, da prefaciadora Alexandre Forbes e naturalmente uma palavra da própria autora, a jovem Morena Leite. Ainda uma palavra sobre a parte gráfica. Se a editoração, a apresentação, é importante em qualquer atividade, até no traje, no livro de cozinha é absolutamente essencial. Neste caso, André Bocatto, mais uma vez se superou, com a diferença que fez sua arte presente também no exterior, na própria pátria da gastronomia, a França. Parabéns a Morena Leite e a Editora Boccato. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

LEITURA Dias diferentes de uma vida igual

LAZER - 5

TEATRO Frutos do humor em palcos distintos Ronaldo Aguiar/Divulgação

Público-alvo como tema Jovens de classe média-alta no centro de romance Renato Pompeu

A

os 28 anos, Thiago Iacocca, paulistano formado em jornalismo, publica seu primeiro romance, Furta-Cor (176 páginas, R$ 34), lançado pela Codex. Bastante atual, seu tema é exatamente o seu públicoalvo, a juventude de classe média alta de São Paulo que se está encaminhando para trabalhar na indústria cultural da cidade. Somente esse público, e os que aspiram a entrar em seu mundo de riqueza, beleza, sexo e consumo de luxo, drogas, praias e festas, é que poderão aproveitar devidamente a obra, escrita agradavelmente, com uns poucos erros de revisão, e repleta de nomes de grifes, de cantores, de bares, restaurantes e casas de show, de ruas de bairros elegantes, cujas conotações só poderão ser sentidas por pessoas que conheçam essas grifes, esses cantores, esses estabelecimentos e essas ruas. Ou seja, essas conotações dificilmente serão percebidas por pessoas de outras cidades, e mesmo de outros bairros de São Paulo; quanto às grifes, cantores, estabelecimentos, nesse mundo fugaz dentro de poucos anos a maioria dos nomes deverão ter desaparecido e não poderão gerar nenhuma conotação, ou talvez troquem a conotação de luxo para vulgaridade. Portanto, para ser devidamente fruído, o livro deve ser lido já e agora. Trata-se do diário de um jovem de classe média-alta que volta a São Paulo depois de dois anos na Europa e que merece o nome do romance Furta-Cor, pois a sua vida é um caleidoscópio: muda, muda e é sempre a mesma coisa. O romance não tem propriamente uma trama ou enredo; são narrados episódios isolados, estanques entre si, e que na verdade podem ser lidos em qualquer ordem, pois nenhum personagem passa por nenhuma experiência que o transforme, nem nenhum personagem tem características propriamente pessoais; não há um choque entre personalidades distintas, simplesmente a convivência bastante pacífica entre pessoas iguais entre si.

Cada dia começa com a escolha do traje, prossegue com o almoço nalgum lugar chique com alguma namorada ou amigo, conversa sobre temas do dia-adia, jantar noutro lugar chique, bebida, drogas, sexo, baladas... A única mudança que ocorre, além da troca de parceiras sexuais, é que o personagem narrador começa a trabalhar como fotógrafo de festas rave, mas mesmo isso não chega a ser uma mudança radical, pois ele já praticava a fotografia a sério como hobby. Pode-se ler o livro de trás para diante, que não muda muita coisa. Reprodução

A vida como um caleidoscópio

Já se disse que, da primeira para a segunda metade do século 20, as pessoas passaram do ideal de vida heróica para o ideal de consumo de luxo. Nesse início do século 21, no romance de Iacocca não há nenhum heroísmo e ocorre bastante consumo: além de roupas de luxo, comida fina e bebidas caras, as pessoas também se consomem umas às outras, seja praticando o sexo pelo sexo, seja armando contatos para empregos, para si ou para outrem. Todos têm muito dinheiro – os personagens de outras classes sociais são simples dados da paisagem urbana, como um negro que está lavando a calçada quando dois personagens passam por ali, ou o caseiro de uma casa de praia que prepara uma refeição, ou a empregada que traz a roupa passada.

Na São Paulo do romance, não há pobres, não há deselegantes, não há feios, não há não formados em nível superior, não há quem não tenha viajado à Europa ou aos Estados Unidos, e mesmo não há poluição nem engarrafamentos de trânsito. Tudo é só beleza e riqueza, e sensações agradáveis à flor da pele – mesmo um drama como um aborto é um simples incidente numa vida de resto sem maiores preocupações. Nessa camada social – o livro vale muito mais como documentação do que como obra de grande arte, o que não retira o interesse de sua leitura – os laços mais duradouros entre as pessoas se dão em relances fugazes; quando não se tem uma pessoa à mão para o sexo ou para um passeio, por exemplo, se recorre a outra pessoa conhecida. Os personagens não têm um ideal, não têm nenhuma utopia, buscam apenas divertirse, a ponto de só procurarem profissões divertidas, e apenas mencionam de passagem alguma preocupação com a situação do mundo contemporâneo. Mas não chegam a articular mais explicitamente essa preocupação, que surge apenas como nuvem passageira numa paisagem ensolarada. Em suma, são uns solitários que nunca querem sair da adolescência sem compromisso. O que talvez seja o grande ideal que os seres humanos sempre quiseram viver; pena que só uns poucos o alcancem. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada Pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.

O ator Marcelo Médici em cena do espetáculo Cada Um Com Seus Pobrema: diversão em vôo solo.

Humor versátil extraído do cotidiano Sérgio Roveri

S

e o seriado Sob Nova Direção, da Rede Globo, ainda não conseguiu fazer jus ao talento e à versatilidade do ator Luis Miranda, caberá ao palco do Blen Blen Brasil, clube da Vila Madalena, reparar esta injustiça a partir de hoje, quando entra em cartaz o espetáculo Sete Conto, primeiro trabalho solo deste comediante revelado ao grande público no show de humor Terça Insana, de onde partiram também outros atores em cartaz na cidade (veja abaixo). Vindo do Rio de Janeiro, o espetáculo mostra sete personagens criados por Luis Miranda nos últimos anos, entre eles a dona Edith, uma escritora falastrona, que ministra aulas sobre etiqueta, culinária, economia doméstica e política, assuntos que fazem parte de seu primeiro livro, Como Educar Seu Filho na Favela. Miranda faz parte daquele grupo de artista que extrai do cotidiano – principalmente das situações em que a sociedade se mostra mais hipócrita – o recheio do seu humor. Seu corpo maleável, que vai das feições infantis da atriz mirim Caroline, que por ser negra não consegue trabalho em nenhuma produção de respeito, à truculência do rapper Mc Dollar, artista coberto de grifes que passa o tempo a criticar a população pobre, ajusta-se com impressionante rapidez ao contorno de cada um dos personagens da peça. Outra figura irresistível do repertório de Miranda é a socialite Sheila, que vive num mundo movido a champanhe francês, casacos

de pele, milionários sedutores e muita, muita embriaguez. Luis Miranda no espetáculo Sete Volta, Blen Blen Brasil, Rua

Inácio Pereira da Rocha, 520, tel.: 3815-4999. Sexta e sábado às 21h30. Ingressos de R$ 30 a R$ 40.

Da terça insana para o mundo Veja por onde andam os primeiros integrantes do show de humor mais famoso da cidade

M

arcelo Médici: depois de participar da novela Belíssima, onde vivia o gago Fladson, Médici ganhou fama nacional e agora pode ser visto como o namorado neurótico de Claudia Raia no musical Sweet Charity, no Citibank Hall, ou no espetáculo solo Cada um Com Seus Pobrema, nas noites de terça e quarta no Teatro Shopping Frei Caneca, onde revive alguns personagens de grande apelo popular, como o último micoleão dourado do mundo. Marcelo Mansfield: autor de tipos impagáveis, como o histérico seu Lili, ou o travesti arrependido Tereso, Mansfield criou, ao lado dos humoristas Rafinha Bastos, Marcela Leal e Oscar Filho, o Clube da Comédia, que completa cem apresentações, no próximo domingo, no Mr Blues, casa noturna situada na avenida São Gabriel, 558, I taim. É um show

apoiado numa tradição de humor tipicamente americana, o stand-up comedy, em que o ator dispensa qualquer outro recurso, a não ser seu próprio talento, para fazer graça. Ilana Kaplan: além das participações especiais que costuma fazer com regularidade nos seriados da Globo, a atriz interpreta agora um papel trágico, a rainha Margarida, na peça Ricardo III, com direção de Jô Soares, em cartaz no Teatro Faap. Angela Dip e Octávio Mendes: os dois integram o elenco do espetáculo Humor de Quinta, uma série de esquetes apresentados nas noites de quinta no Teatro Procópio Ferreira. Ângela pode ser vista também na peça Iídiche Mama Mia, uma sátira ao comportamento materno, em que divide a sala B do Teatro Alfa com o músico André Abujamra.

CORDEL

Transfigurações, hermetismos Em CD, 14 momentos inspirados da cultura popular brasileira Aquiles Rique Reis

A

inda sob o impacto de Transfiguração, o novo CD do Cordel do Fogo Encantado, extravaso o tanto que senti e o tudo que me veio à alma ao ouvir suas 14 músicas soando como flagrante transgressão: bata, tambor, enquanto conto sobre a morte e a vida do fogo que incendeia o cordel apaixonado pela lua brilhando sob a labareda encarnada que alumia versos desesperados. Chora teu sotaque nordestino, guitarra de Espanha, dedilha as trágicas cordas que repercutem, na pele da zabumba e na rabeca siderada, a sede matada n’água de cacimba. Toca violeiro, enquanto digo do trágico padecimento de algo lindo que se foi sem volta: o corpo sangrado, aberto em chagas dolorosas, enquanto digo do amor aterrado pelo desterro imposto à sua condição de ser solitário, digo do choro profano

lançando chamas pela venta empoeirada e também digo da terra seca, lanhada e largada feito fruto maduro pisado por alpercatas que fogem precipitadas – aceleradas num momento, preguiçosas noutro. Verseja, poeta, enquanto conto – nesta hora vencida pelo medo de não haver mais volta e de só restar o precipício aberto a chamar: “Cai aqui!” –, que a fome mata mais do que a solidão amedronta. Ouça, pessoa, o que diz o profeta, reflita sobre o que grita o louco. Dálhes crédito, mas não muito. Dá-lhes atenção, só o bastante. Revela-lhes tua dor, teu dissabor, tua mágoa, tuas desditas e futricas... E vira as costas, foge deles. Corra até ver o quadrante pelo avesso. Chispa até que as tripas pulem boca afora. Zuna como a bala da garrucha. Abra, alma! Viva, sertanejo, junta-te

à tropa maltrapilha e marcha rumo ao sol que encobre a lua e deixa um rastro rubro-anil pincelado no céu. Vai até aonde nascem as tempestades, pede a benção e vira as costas. Roda nos calcanhares e retroceda ao início. Assobia um canto finito de saudade e banzo pela terra desconhecida que conhecestes ainda nos cueiros, e hoje, que estás velhaco, deixas entregue à sorte pequena dos famintos. S i l ê n c i o, agora! Está tudo pronto para rec o m eçar do nada

aquilo que se fez em mil compassos de esperas. Cordel do Fogo Encantado, âncora alguma lhe prende ao fundo. Bóia nenhuma o mantém na superfície. Estilo algum o identifica. Gênero qualquer nem lhe passa perto. Mais uma vez Pernambuco dá ao Brasil a continuidade de sua tradição: a cena está chocha, sem cor nem tensão? Vem de lá, seja do Recife ou de qualquer outro de seus municípios, o sopro de sonoridade que sacode a poeira e ainda se dei-

ta por cima. Transfigurados, alterados, mudados, metamorfoseados na essência musical mais profética, mais escandalosamente enlouquecida, José Paes de Lira, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida compõem para confundir preceitos seculares da musicalidade nacional. Tra n s fi g u ra ç ã o (produção independente, com patrocínio da Petrobrás) é o terceiro CD do Cordel. Dispostos a serem os fiéis de uma balança que pende sempre para a modernidade, os meninos de Arcoverde são teatro de bonecos e são cirandeiros; são azuis e são também encarnados; são do mar e igualmente do sertão – tudo misturado feito caranguejo e lama; são baião e rock’and’roll; são o verso e o seu reverso. Transfiguração é disco cheio de hermetismos. Nele surge forte o misticismo mágico do sertanejo e ouve-se so-

bre o obscurantismo de seitas poderosas; ali se escreve sonoras palavras prenhas de sentidos inimagináveis até o momento mágico em que se vêem juntas para sempre. Poesia e ritmo, tudo se presta à teatralização de um conceito que têm na cabeça os cinco do Cordel. Frenesi de inspirada mistura a instigar emoções, impressiona a capacidade que tem Transfiguração – mais que um CD, uma idéia – de fascinar o ouvinte. Menestrel de um tempo que está mesmo necessitado de quem bem o interprete, o Cordel do Fogo Encantado continua sua escalada em direção a algo que tomara nunca alcance. Está genial assim, na busca sôfrega do que lhe soe à alma como música. Aquiles Rique Reis vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, ed. A Girafa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

VISUAIS Uma viagem por 50 anos de arte concreta e um passeio pelas mostras da cidade Fotos: Divulgação

O PÚBLICO PÕE A MÃO EM TINTAS E PINCÉIS Mostra Transversal na Galeria Sérgio Caribé

Tácito/Divulgação

GUIA Veja também arte naif e...

ATELIER

Composição, 1952, de Maurício Nogueira Lima: linguagem geométrica de artista brasileiro

LINHAS DO CONCRETO

A

partir desta semana entra em cartaz na Galeria Jacques Ardies a exposição Arte Naif com trabalhos de Ana Maria Dias, Mara Toledo, Airton Neves e Cristiano Sidoti. Entre as últimas criações do quarteto foram selecionadas 15 obras de cada artista dando ao visitante a chance de conhecer uma pequena parte da produção deles. Com curadoria de Jacques Ardies, pode ser visitada gratuitamente até o dia 28 de outubro na Galeria Jacques Ardies. Rua Morgado de Mateus, 579, Vila Mariana. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 10h às 16. Tel.: (11) 5539-7500. Ingresso: grátis.

Rita Alves

O

momento está propício para quem costuma passear pela cidade em busca de arte. E se a rota inclui arte concreta, a DAN Galeria pode ser um dos destinos. É lá que está em cartaz a exposição Arte Concreta e Neoconcreta - Da Construção à Desconstrução com uma série de trabalhos representativos do movimento concretista nas artes plásticas. Com curadoria de Flavio Cohn, a mostra comemora o cinqüentenário da emblemática Exposição Nacional

Tácito/Divulgação

tras cedidas por colecionadores. Além de contemplar, os apaixonados por arte concreta têm a chance de levar para casa alguns dos trabalhos que estão à venda. Os preços variam entre 10 mil e 250 mil reais. A escultura geométrica Co l u n a em Fio, 2003 do austríaco Franz Weissmann é uma das primeiras a recepcionar o visitante da mostra. Mas a obra de grande força e presença do artista não é a única peça de chão presente. Outras como as dos brasileiros Hércules Rubens Barsotti e Ly-

A escultura Coluna Sem Fio do austríaco Franz Weissmann e Dionisio Del Santo, 1970.

O

tema Como Viver Junto da 27ª Bienal de São Paulo dialoga com o projeto Atelier Espaço Aberto, da curadora Risoleta Córdula, do qual participam sete artistas plásticas: Carmem Gebaile, Gersony Silva, Lúcia Py, Maria Amélia Botelho de Souza Aranha (Mabsa), Paula Salusse, Sônia Talarico e Thais Gomes. Elas estão com seus ateliês de portas abertas até 30 de outubro para receber o público que quiser participar de uma nova experiência de convivência. Além da troca de idéias com as artistas, é possível conhecer obras de mostras passadas e futuras. Lúcia Py considera a experiência enriquecedora "É gratificante fazer uma pausa durante o dia para receber o outro que chega. A ação de abrir as portas já é um ato de convivência, de abraço". (RA)

Além da Bienal

O

Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) é um dos lugares que mantém exposições que se reportam a 27ª Bienal de São Paulo. É lá que está a Off Bienal 2 com 150 trabalhos de 53 artistas. Pinturas, esculturas, desenhos, fotografias e instalações estão expostos tanto na parte interna quanto externa do museu. Entre os artistas estão Cláudio Tozzi, Guto Lacaz, Antonio Peticov e Raquel Taraborelli. A Off Bienal 2 conta com a curadoria do crítico de arte Carlos von Schmidt e fica em cartaz até 5 de novembro no Museu Brasileiro da Escultura, Avenida Europa, 218, Jardim Europa. Tel.: (11) 3081-8611. De terça a domingo, das 10h às 19h. Ingresso: grátis

Projeto reúne sete artistas plásticas de São Paulo dispostas a apresentar os bastidores da arte para os visitantes. Transparência entre criador, criatura e visitante será constante na nova convivência.

de Arte Concreta que ocorreu apenas entre os dias 8 e 12 de dezembro de 1956 no Museu de Arte Moderna de São Paulo e depois seguiu para a sede do mesmo museu no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1957. Na DAN Galeria as obras expostas estão longe de ocupar espaços extensos a exemplo de outras mostras em cartaz na capital, mas a qualidade dos artistas impera na pequena e discreta área do local. Estão na lista nomes como Hélio Oiticica, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Ivan Serpa, Geraldo de Barros, Luiz Saciolotto e Lygia Pape. São 78 trabalhos exibidos entre peças do acervo da galeria, conhecida por ser um tradicional espaço da arte concreta brasileira, e ou-

Carmem Gebaile. Rua Francisco Alves, 407, Lapa. Tel.: (11) 3875-1865. Gersony Silva. Alameda Jaú, 1528, sala 32. Tel.: (11) 3083-0588. Lúcia Py. Rua Almeida Torres, 119, Galpão 3, Aclimação. Tel.: (11) 3865-5912. Maria Amélia Botelho de Souza Aranha. Avenida Wineson Parque 135, Chácara Casa Verde Helvetia, Indaiatuba. Tel.: (11) 3031-3851. Paula Salusse. Rua Almeida Torres, 119, Galpão 13, Aclimação. Tel.: (11) 3341-7145. Sônia Talarico. Rua Almeida Torres, 119, Galpão 16B, Aclimação. Tel.: (11) 9104-1440. Thaís Gomes. Rua Almeida Torres, 119, Galpão 16A, Aclimação. Tel.: (11) 3618-3633.

gia Clark também estão pelo caminho de quem decidir percorrer o pequeno e valioso universo dos concretistas. Mas a maioria das obras está distribuída pelas paredes do local. Vão desde a delicada Objeto de Parede, 2006, do artista autodidata José de Oliveira Macaparana até o colorido marcante das telas de Tuneu, ex-aluno de Tarsila do Amaral, uma de suas grandes incentivadoras. DAN Galeria. Rua Estados Unidos, 1638, tel.: (11) 30834600. Segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 10h às 13. Até 04 de novembro. Grátis.

OCA

Lygia Clark, 1964: objetos tridimensionais compõem a exposição

Di Cavalcanti, completo

E

ntre as inéditas está a exposição Emiliano Di Cavalcanti (18961976) que entra em cartaz a partir do próximo dia 17. A mostra terá pinturas, desenhos, gravuras e jóias de coleções particulares brasileiras. Enquanto conhece as obras, o público poderá ouvir poemas do artista narrados por Salomão Schvartzman. Na ocasião será lançado um livro sobre a vida e obra do artista. A exposição será a mais completa do modernista e ficará em cartaz até o dia 16 de dezembro, na Pinakotheke São Paulo. Rua Ministro Nelson Hungria, 200, Morumbi. Tel.: (11) 11-3758-5202. Ingresso: grátis.

Mostra exibe retrospectiva

A

OCA do Parque do Ibirapuera apresenta a primeira grande retrospectiva do Museu de Arte Moderna (MAM) na mostra MAM na OCA. Estão reunidas cerca de 700 das mais de 4500 obras da coleção atual do museu. A curadoria da exposição ficou por conta do trio Tadeu Chiarelli, Felipe Chaimovich e Cauê Alves. São pinturas, gravuras, fotografias e diversas outras obras distribuídas em módulos pelos andares do local. Em cartaz até 10 de de zembro na OCA, Parque do Ibirapuera, portão 3, tel.: (11) 5549-2744. De terça a domingo, das 10h às 18 h. Ingresso: grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Internacional

EUA PROPÕEM SANÇÕES BRANDAS

A Venezuela não vai ficar de braços cruzados caso a Bolívia sofra agressões externas Hugo Chávez

Greg Baker/Associated Press

Ó RBITA Dominique Faget/AFP Photo

Para assegurar o apoio da China e Rússia, americanos amenizam punição à Coréia do Norte em proposta ao Conselho de Segurança na ONU

O

s Estados Unidos Diplomatas norte-coreanos apresentaram on- disseram que os EUA estabeletem ao Conselho cem, sob o Comando do Pacífide Segurança (CS) co, uma base do comando de da Organização das Nações combate de suas Forças Aéreas Unidas (ONU) uma proposta para se consolidarem na penínmais branda de sanções à Co- sula coreana – onde já têm mais réia do Norte, mas não o sufi- de 30 mil soldados –, além de ciente para conseguir o apoio vender mísseis à Coréia do Sul. As supostas ameaças dos da China e da Rússia, que pediram mais tempo para a di- EUA foram classificadas pela plomacia e mantiveram sua Coréia do Norte como "movioposição a qualquer texto que mentos perigosíssimos para deixe aberta a possibilidade de realizar um ataque preventivo ação militar contra o país. contra o regime", e provocarão Pressionando por uma vota- uma 2ª Guerra da Coréia". Um ção ainda esta semana, os EUA armistício entre as duas Coretiraram do esboço anterior réias, que nunca foi substituíuma emenda japonesa que do por tratado de paz, segue proibia os países da ONU de em vigor desde 1953, quando permitir a chegada ou partida acabou o conflito iniciado em de navios e 1950. Pyon gyang aviões nortecoreanos. Retit a m b é m raram também ameaçou o Jaa exigência de pão, primeiro A China, apesar de congelamento país que decirelutante em apoiar os de bens nortediu passar das EUA, também afirmou coreanos suspalavras à que o vizinho ação para impeitos de ter comunista deve saber origem no trápor suas próprias sanções fico e na falsifique a decisão de testar cação de dólaao país. uma arma nuclear foi O embaixares. Mas manum engano tiveram a exidor norte-coreano encarregência de inspeção em todos os navios e gado das relações com o Japão, aviões que cheguem ou partam Song Il-ho, disse que o goverda Coréia do Norte – para veri- no da Coréia do Norte responficar se não há materiais de uso derá com contundência às sanmilitar – e continuaram basean- ções impostas por Tóquio. Endo o projeto de resolução no tre as sanções econômicas imCapítulo 7 da Carta da ONU, postas ao regime comunista que permite a ação militar no norte-coreano estão o embargo às importações procedentes caso de violação das sanções. Por seu lado, a Coréia do do país e a proibição da entraNorte acusou o governo dos da de cidadãos norte-coreanos EUA de estar preparando um no Japão. A China, apesar de ataque preventivo, para der- relutante em apoiar o esforço rubar seu regime, por causa de americano, também afirmou seu teste atômico. O regime que o vizinho comunista deve norte-coreano também fez saber que a decisão de testar uma avalanche de ameaças uma arma nuclear foi um engano. (AE) contra o Japão.

CENAS DE TORTURA NA CHECHÊNIA e testemunhos Inamagens de pessoas torturadas Chechênia apurados na última reportagem da jornalista russa Anna Politkovskaya, assassinada no sábado, em Moscou, foram publicadas ontem pelo jornal Novaya Gazeta, no qual ela trabalhava. A reportagem, que não está concluída e é acompanhada de imagens de vídeo, descreve funcionários do serviço de segurança checheno, apoiado pelo Kremlin, torturando suspeitos de terrorismo. O vídeo foi aparentemente gravado pelas pessoas que realizaram a tortura. (AE)

Jung Yeon-Je/AFP Photo

Soldados nortecoreanos (ao lado) montaram guarda, ontem, em base militar instalada na cidade de Sinuiju, na fronteira com a cidade chinesa de Dandong. Abaixo, ativistas conservadores sulcoreanos queimam bandeira nortecoreana durante manifestação contra o primeiro teste nuclear.

BRITÂNICO ASSUME CULPA POR ATAQUES m cidadão britânico U convertido ao islamismo se declarou

CHÁVEZ PROTEGE MORALES

EQUADOR P

Tim Shaffer/Reuters

Escola amish foi demolida antes do amanhecer

O boliviano Pablo Guzman durante ritual no encerramento de encontro de grupos étnicos em La Paz Jose Luis Quintana/Reuters

EUA Fim do cenário da tragédia

O

ontem culpado por conspiração, ao planejar ataques terroristas na Inglaterra e Estados Unidos. Dhiren Barot, de 34 anos, foi preso em agosto de 2004, juntamente com outros sete homens que serão julgados no ano que vem. A polícia encontrou a descrição dos planos de Barot em seu computador. (AE)

colégio amish atacado por um homem que atirou contra 10 meninas na semana passada, matando cinco delas, foi demolido ontem, segundo Mike Hart, autoridade local. A escola vai funcionar temporariamente em uma fazenda, em Nickle Mines, no estado americano da Pensilvânia. A demolição começou antes do amanhecer e os escombros foram rebocados para um depósito de lixo próximo. Em 15 minutos a escola, com apenas uma sala de aula, foi reduzida a escombros. No fim da manhã, equipamentos pesados foram usados para fazer a terraplenagem do terreno. O colégio foi atacado no úl-

timo dia 2 por Charles Carl Roberts, um homem de 32 anos que recolhia o leite de vacas produzido na comunidade amish e o levava a uma fábrica processadora. Após soltar 15 meninos e quatro adultos, entre eles uma grávida, Roberts atirou em dez garotas e se suicidou em seguida. Ele estava armado com uma escopeta e uma pistola. Roberts não pertencia à comunidade. Antes de sair rumo ao colégio, deixou em sua casa uma nota de suicídio e uma carta a sua mulher e filhos na qual se refere a um grande arrependimento por algo ocorrido há 20 anos, episódio sobre o qual a polícia não forneceu mais informações. (AE)

O

presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que está disposto a ajudar o governo do presidente Evo Morales, caso haja alguma ameaça externa à Bolívia. O governo boliviano enfrenta graves manifestações envolvendo mineiros e ameaças de greves por parte dos motoristas urbanos. As declarações de Chávez ocorreram durante um encontro com empresários. "Alertamos. A Venezuela não vai ficar de braços cruzados caso o governo e o povo da Bolívia sofram agressões externas", disse. Desde que nacionalizou os hidrocarbonetos, Morales aponta um complô para derrubá-lo. Chávez foi enfático em apontar os supostos golpistas. "Uma oligarquia apátrida, setores muito poderosos, e a embaixada dos EUA estão procurando militares golpistas na Bolívia". O presidente venezuelano acusa Washington de estar por trás da tentativa de golpe de Estado contra ele, em 2002, e de planejar sua derrota nas eleições programadas para o dia 3 de dezembro. (AE)

APROVADO PROJETO PRÓ-ARMÊNIA Câmara Baixa da França aprovou A ontem um projeto de lei Presidente da Bolívia Evo Morales

MAIS ENGENHEIROS NO HAITI

O

governo brasileiro vai começar a substituir seus soldados de combate no Haiti, das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), por militares da área de engenharia, para atuar mais na reconstrução daquele país. No mês que vem, mais 50 engenheiros brasilei-

ros vão se somar aos 150 que já estão trabalhando lá, reduzindo em igual número os soldados. "Esta é uma tendência e é vontade do ministro (da Defesa, Waldir Pires)", afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Brasil, tenente-brigadeiro José Américo dos Santos.

esquisa divulgada ontem sobre as eleições presidenciais no Equador aponta uma grande queda do candidato da esquerda Rafael Correa, de 36% para 24% nas intenções de voto, e uma guinada da candidatura do direitista Álvaro Noboa, que agora estaria com 20% das intenções de voto. Assim, Noboa ultrapassa o terceiro colocado, o centroesquerdista León Roldós, com quem estava tecnicamente empatado. (AE)

"Precisamos diminuir a quantidade de pessoal de segurança lá e aumentar o de engenheiros", disse ele, que participou hoje da " III Conferência de Segurança Internacional do Forte Copacabana - Novas missões das Forças Armadas", promovida pela Fundação Konrad Adenauer. (AE)

que considera crime negar que os turcos cometeram genocídio contra os armênios durante a Primeira Guerra Mundial. A Turquia, que nega ter praticado o ato, declarou que a decisão é um golpe severo nas relações dos dois países. A proposta foi votada por 125 dos 557 deputados da Câmara. (AE)


4

Eleições Gover no Estados Planalto

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Jefferson Bernardes/AE

YEDA ESTÁ À FRENTE NA DISPUTA NO RS

A

Eymar Mascaro

Luta de gigantes

A

écio Neves aproveitou sua reeleição ao governo de Minas com 77% dos votos para organizar uma equipe, com 300 prefeitos, que vão tocar a campanha de 2º turno de Geraldo Alckmin no estado. No 1º turno, o tucano alcançou 36% dos votos mineiros contra 46% de Lula. Aécio quer tirar a diferença de 10 pontos e, se possível, levar Alckmin a ter mais votos do que o adversário na região. O PT reage e vai enfrentar o PSDB no estado com a coordenação do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e alguns ministros como Mares Guia e Hélio Costa, além do vice na chapa de Lula, José Alencar.

IMPORTÂNCIA

Com seus 13 milhões de votos, Minas é o 2º maior colégio eleitoral do País. Alckmin e Lula vão se empenhar a fundo no estado. O governador Aécio Neves está apostando no crescimento da candidatura de Alckmin. É ponto de honra para o governador que isso ocorra. Yeda: tucana garante que não privatizará estatais, principalmente o banco do estado, Banrisul.

ao da primeira pesquisa do segundo turno, feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), no último dia 8. Naquela sondagem, Yeda tinha 63% dos votos (68% dos válidos) e Olívio 29% (32% dos válidos). Presidente – O CPCP também apurou a intenção de voto

dos eleitores gaúchos para presidente. O candidato Geraldo Alckmin (PSDB) tem índices de 59,9% (65,1% dos válidos) na estimulada e 56,8% na espontânea. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 32,2% na estimulada (34,9% dos válidos) e 30,7% na espontânea. A margem de erro é de 2,2% para

mais ou para menos. TV – Na publicidade eleitoral gratuita de ontem, Yeda assumiu o compromisso de não privatizar estatais, muito menos o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). Pela primeira vez na semana, o programa de Olívio não tocou no assunto. (AE)

Celso Júnior/AE

MAGGI SAIRÁ DO PPS APÓS DAR APOIO A LULA

FROSSARD REAFIRMA APOIO AO PSDB

O

A

apoio dado pelo governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação à reeleição, provocará a saída do "rei da soja" do PPS. Em nota oficial, o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), repudiou as negociações de Maggi com o governo federal, concluídas anteontem, quando ele anunciou a adesão a Lula, depois de revelar ter conseguido a promessa de liberação de R$ 1 bilhão em recursos oficiais para o Mato Grosso e mais R$ 2 bilhões ao setor do agronegócio. No comunicado, Freire acusa Maggi de mudar de lado na campanha do segundo Não gaste turno por dinheiro "espúrias com cartas. razões Mande só a eleitorais". Mesmo sem da desfiliação. se coligar, oficialmente, Roberto com o PSDB, o Freire PPS tem declarado apoio aberto à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB). O texto assinado por Freire diz que "o PPS lamenta que o governador reeleito Blairo Maggi, que teve uma relação decente até esta eleição com o partido e que conta com uma boa avaliação em Mato Grosso, tenha jogado fora sua biografia ao trocar de lado por espúrias razões eleitorais – por meio de mecanismos típicos do partido ao qual aderiu, o PT". Depois do encontro com Lula, Maggi reconheceu a posição delicada em relação ao comando do PPS e afirmou que pretendia mandar duas cartas para a direção do partido. Numa, pediria licença até o fim da campanha. Na outra, a desfiliação. Na nota, Freire resolve a dúvida, avisando que "o PPS dispensa a carta pedindo licenciamento, oferecida por Blairo". (AE)

A adesão do casal Garotinho a Alckmin foi fatal. Denise Frossard

MULHERES EM DESTAQUE NO 2° TURNO

Conforme pesquisa de opinião divulgada pelo CPCP, a candidata tucana ao governo gaúcho tende a vencer a corrida pelo cargo com uma votação de 66,6% do eleitorado, contando apenas os votos válidos. No Mato Grosso, o governador reeleito Blairo Maggi vai ficar sem legenda partidária, pois sua adesão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva irritou a cúpula do PPS, que apóia Geraldo Alckmin. No Rio, Denise Frossard reafirma a parceria tucana.

candidata ao governo do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), lidera a corrida eleitoral, com 61,7% das intenções de voto na modalidade estimulada. O percentual corresponde a 66,6% dos votos válidos, cálculo que exclui os em branco, nulos e indecisos. Os índices foram apurados pelo Centro de Pesquisas Correio do Povo nos dias 10 e 11. O candidato a governador Olívio Dutra (PT) tem 31,0% das intenções, equivalente a 33,4% dos votos válidos. A menção espontânea, em que o eleitor cita livremente a escolha, mostra que a maioria dos gaúchos tende a se posicionar para a rodada decisiva da eleição. Os índices de Yeda (55,7%) e Olívio (28,1%) são próximos aos da estimulada. Os votos em branco, nulos e indecisos somados chegam a 7,3% na estimulada e a 16,2% na espontânea. O levantamento do CPCP teve um resultado semelhante

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Maggi: acusado pelo PPS de ter trocado apoio por verbas ao estado. Wilton Junior/AE

Frossard: A adesão do casal Garotinho a Alckmin foi fatal.

TCE MANDA DEMITIR 20 MIL EM MINAS

CIRO DIZ QUE ALCKMIN 'ENGANA' O POVO

O

C

Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) determinou que o governo mineiro demita cerca de 20 mil servidores públicos não concursados e que se tornaram efetivos por uma emenda à Constituição Estadual aprovada em junho de 2001 pela Assembléia Legislativa, com o apoio do então governador Itamar Franco. Os conselheiros consideraram que a emenda contraria a Constituição Federal. (AE)

iro Gomes (PSB) acusou ontem Geraldo Alckmin (PSDB) de não ter escrúpulos e de estar enganando a população brasileira ao anunciar cortes nas contas correntes, caso seja eleito. Ciro disse que "essa gente" não pode reassumir o País, para não repetir o que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, segundo ele "produziu um rombo de U$ 100 bilhões nas contas com o estrangeiro e quebrou o país três vezes". (AE)

candidata do PPS ao governo do Rio, Denise Frossard, reafirmou ontem seu apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) durante o segundo turno, deixando para trás as críticas ao político tucano por sua associação ao ex-governador Anthony Garotinho (PMDB). "Meu relacionamento com ele está como sempre esteve: muito bom", afirmou, acrescentando: "Voto no Geraldo." No entanto, questionada por repórteres, Frossard definiu como "fatal" a adesão do casal Garotinho. A candidata disse que pode fazer campanha junto com o tucano no Rio. "Toda vez que o Alckmin ligou para mim para marcar uma agenda eu fui. Eu só não pude, no primeiro turno, colocá-lo no meu programa (de TV) porque o partido dele (PSDB) tinha candidato aqui (Eduardo Paes, derrotado no primeiro turno)", disse. Ela não informou, porém, se Alckmin estará em sua propaganda televisiva no segundo turno. No primeiro programa ele não foi sequer mencionado. A candidata voltou a associar seu oponente, o peemedebista Sérgio Cabral Filho, a Garotinho. "Acho que o Sérgio Cabral e o Garotinho são indissolúveis", afirmou. Frossard também colocou em dúvida a legalidade dos bens do adversário. "De quem é a casa que ele mora? Da mulher dele? Como é que ele comprou?", perguntou, dizendo que o terreno da casa de Cabral "tem seis mil metros quadrados" e que a residência do candidato "tem 12 banheiros e 12 quartos". "Como é que ele sustenta cinco filhos, ex-mulher, com R$ 7.500,00? Eu ganho o dobro e meu apartamento é de dois quartos, pequenininho." À tarde, Cabral rebateu as acusações e disse que sua declaração de bens está na internet. "Acho que é o desespero de uma candidata que está isolada. Está repetindo o estilo de seu padrinho, o prefeito (Cesar Maia, PFL)", disse. (AE)

DIVISÃO

Além dos 300 prefeitos, Aécio Neves convocou também para engrossar a campanha os deputados eleitos pelo estado. A organização do movimento pró-Alckmin não pára por aí: também o ex-presidente Itamar Franco se incorpora à equipe.

SUDESTE

Não é só para Minas que está direcionada a coordenação de campanha do PSDB: os tucanos estão lutando para reverter o quadro em outro estado do Sudeste, o Rio. O ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) promete atrair votos para Alckmin no interior.

AÇÃO DO PREFEITO

Embora constrangido, César Maia vai fazer a campanha de Alckmin na região metropolitana do Rio. O prefeito ainda não digeriu o acordo de Alckmin com Garotinho. O Rio tem 11 milhões de eleitores. No 1º turno, Lula venceu Alckmin com 44% dos votos contra 25%.

VANTAGEM

Alckmin espera ter 20 pontos percentuais a mais do que Lula no 2º turno em São Paulo. No 1º turno, a diferença em favor do tucano foi de 18 pontos (54% contra 36%). Com 28 milhões de eleitores, São Paulo é o maior colégio do País, e é o Estado que menos preocupa o tucano, embora a campanha do PSDB se esforce para aumentar a diferença a favor de Alckmin.

MANUTENÇÃO

O esquema do PSDB prevê que Alckmin mantenha a diferença em relação a Lula no Paraná (7 milhões de votos). O tucano obteve 49% da votação no estado no 1º turno contra 35% do petista. Lula ainda espera pelo apoio explícito de Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição ao governo pelo PMDB

SURRA

O Sul do País tem quase 20 milhões de eleitores. Juntamente com São Paulo, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina ajudaram a levar Alckmin para o 2º turno. Os agricultores do Sul decidiram votar contra Lula por causa da política do governo para o setor.

EMBARAÇO

Os alckmistas não entenderam o resultado da nova pesquisa Datafolha, porque Alckmin venceu o debate na TV Bandeirantes e, ainda assim, acabou caindo na preferência do eleitor. Antes do debate, Alckmin tinha 43% de índice de intenção de voto. Depois, caiu para 40%. Lula tinha 50% e foi para 51%.

QUEDA

O Datafolha constatou que Alckmin perdeu mais pontos, por exemplo, no Nordeste e Sul do País. Apesar disso, o exgovernador paulista continua liderando nos estados do Sul. Os tucanos querem que nordestinos que moram em São Paulo sugiram o voto em Alckmin aos parentes que continuam morando no Nordeste.

TRABALHO

Os tucanos continuam encontrando dificuldade para projetar Alckmin no Nordeste. Na região (33 milhões de eleitores), Lula obteve no 1º turno 66% dos votos contra 25% do tucano.

CONFIANÇA

Além de ajudar Alckmin em São Paulo, o governador eleito José Serra imita Aécio Neves e também quer viajar com o candidato para outros estados, principalmente onde o PSDB disputa eleição para governador no 2º turno, como é o caso do Rio Grande do Sul, Paraíba e Pará.

AJUDA

Está decidido que o PMDB local vai apoiar a candidatura de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Rio Grande do Sul (7,5 milhões de eleitores). Esse apoio vai ajudar a campanha de Alckmin por tabela. No 1º turno, Alckmin bateu em Lula no RS: 51% a 30%.

MIGRAÇÃO

A pesquisa captou que a maioria dos votos de Heloísa Helena está migrando para Lula, sobretudo no Rio, região em que a senadora recebeu a maior votação. Essa migração tem uma explicação: Heloísa Helena pertencia ao PT antes de ser expulsa do partido e fundar o PSol.


sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Congresso Planalto Assembléia CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

O FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR NA BERLINDA

LEI PODE DEIXAR DEPUTADOS SEM PODER Cláusula de barreira compromete o funcionamento parlamentar na Assembléia Legislativa de São Paulo Evelson de Freitas / Folha Imagem

FOGO CERRADO O Covas (Mário Covas, exgovernador de SP) tinha caráter, assumia os erros, não jogava nas costas de amigos. Eu também assumo responsabilidades. Alckmin

O Covas realmente tinha caráter. Tinha tanto caráter que o PSDB não quis que ele fosse candidato em 94 e ele só foi porque insistiu. Lula Os ministros não foram demitidos, pediram para sair. O governo foi violento no caso do caseiro Francenildo. Mas foi mansinho com os crimes gravíssimos que assolaram o País. Alckmin

Esses ministros cometeram erros. Se a gente sabe antes, não convoca. Mas na hora que sabe, a gente corta na carne mesmo. Lula

Respeito, respeito. A única coisa boa que o Fernando Henrique fez foi o cartão corporativo. Aliás, por que não trouxeram o Fernando Henrique? Pergunta a ele como era. Lula

Pergunto se o candidato abriria o sigilo do cartão corporativo da Presidência. Alckmin

Querem que o Lula explique a origem do R$ 1,75 milhão, mas ninguém fala sobre as formas nada éticas que o Alckmin usou para abafar 69 CPIs na Assembléia Legislativa. Marta Suplicy, coordenadora da campanha petista em São Paulo.

Tivemos um milhão e cem mil votos de frente no primeiro turno e vamos agora dobrar esta vantagem. Ministro Hélio Costa, das Comunicações.

Sou que nem cachorro: é só passar a mão que eu abano o rabo. Clodovil Hernandez

Antes eu era o patinho feio do PT. Agora eu virei o cisne e todos estão brigando por mim. Pode? Heloísa Helena (PSol-AL)

Todo dia temos um escândalo nesse governo. Senador Arthur Virgilio (PSDB-AM)

Não há consenso em relação ao casamento (gay); o que queremos é o reconhecimento patrimonial, a união civil. Sérgio Cabral Filho (PMDB), candidato ao governo do Rio

Deputados estaduais reunidos no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo durante sessão de votação Ana Carolina Fernandes / Folha Imagem

A

dança dos partidos por causa da cláusula de barreira pode provocar uma distorção na Assembléia Legislativa de São Paulo nesta próxima legislatura. Apesar de eleger a quarta maior bancada (oito deputados estaduais), o PV poderá fazer muito pouco em termos de atividade parlamentar. Não terá mais poder nas comissões e estrutura de liderança por não ter atingido a cláusula de barreira. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializará na próxima terça-feira os partidos que atingiram e os que não. Oficialmente, dos 29 partidos inscritos, apenas sete atingiram a cláusula na eleição de 1º de outubro: PMDB, PT, PSDB, PFL, PP, PSB e PDT (veja a tabela). Segundo o próprio PV, o partido obteve 3,6% dos votos válidos – elegeu 13 deputados estaduais e 34 deputados federais – e fez 2% dos votos válidos em nove estados. Impedimento– A cláusula de barreira foi criada na Lei dos Partidos, de 1995, mas só entrou em vigor nestas eleições. Segundo o texto da lei, só terá direito a funcionamento parlamentar , às verbas do Fundo Partidário e à propaganda gratuita, a legenda que, na eleição para a Câmara dos Deputados, obtenha, no mínimo, 5% dos votos apurados – não computados os brancos e os nulos– distribuídos em, pelo menos, nove estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles. Se não houver mudança, PMDB e PP, que elegeram pequenas bancadas – quatro e dois deputados estaduais, respectivamente – vão participar normalmente de todas as comissões pois atingiram a cláusula. "Acho correto restringir o acesso ao Fundo Partidário e à propaganda gratuita. Mas restringir o funcionamento parlamentar é um exagero. Um partido representativo, como o PV, merece trabalhar normalmente", opina o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Corre-corre e fusão – O rebaixado PTB não perdeu tempo: já correu atrás do Partido dos Aposentados da Nação (PAN) para atingir a cláusula

O sistema partidário brasileiro precisa sofrer uma chacoalhada. Fortalecer os partidos e enfraquecer os puxadores de votos. Jairo Nicolau

Rafael Rupsel / LUZ

de barreira a fim de não desaparecer do cenário nacional. A soma dos votos conquistados pelos dois partidos na última eleição dá exatamente os 5% exigidos pela lei para que o partido continue em funcionamento pleno. Os petebistas elegeram 22 deputados e o PAN, apenas um. O PTB também negociava a fusão com o PSC, que elegeu nove deputados, mas as negociações empacaram por causa de uma polêmica sobre a troca de sigla. Os líderes do PSC queriam incluir um C no final da sigla PTB, mas a cúpula do partido não aceitou. Especula-se agora que PPS e PV possam se unir para escapar da degola. Para Jairo Nicolau, o atual sistema partidário é perverso e com um agravante: a lei que regulamenta os partidos brasileiros, segundo ele, é capenga. "Onde está escrito na lei o que é funcionamento parlamentar?", questiona. O cientista político defende uma "chacoalhada" no sistema eleitoral. No seu entendimento, a eleição de Paulo Maluf (PP) e Clodovil (PTC) para a Câmara mostra que o sistema está esgotado. Segundo ele, o País precisa fortalecer os partidos e enfraquecer puxadores de voto, como Clodovil, que não têm identificação com ninguém: "O eleitor vota para deputado como se fosse torcer para um time de futebol, por simpatia. Isso precisa mudar já. " A professora Maria D'Alva Gil Kinzo, da USP, avalia que o novo quadro partidário, que manteve os decadentes PP e PMDB na primeira divisão, e

A eleição para a Câmara dos Deputados é reflexo do que acontece nos pleitos para os governos dos estados. Maria D'Alva Gil Kinzo

rebaixou siglas como PV e PPS, resulta das disputa nos estados. O caso do PMDB paulista é um exemplo. O fraco desempenho de Orestes Quércia refletiu-se na votação à Câmara e à Assembléia. O PMDB salvou-se porque teve excelentes resultados em outros estados, como na região Sul. "A eleição para a Câmara está vinculada

exclusivamente à eleição do governo estadual", reforça. Maria D'Alva diz que não é novidade o PMDB ocupar uma posição secundária na eleição paulista. "Há muito tempo o PSDB ocupou o espaço do PMDB. São dois partidos de centro, porém, há espaço para apenas um, o PSDB". Sergio Kapustan


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

DIA DAS CRIANÇAS SUPERA PREVISÕES

1 Movimento nas lojas da rede PB Kids também foi intenso no Dia das Crianças.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

Varejo e indústria comemoram desempenho de vendas do setor. Lojas especializadas e a Rua 25 de Março ficaram lotadas ontem e na véspera do feriado. Final de semana promete bons resultados.

B

onecas que choram e falam, videogames de última geração, crianças correndo pelos corredores das lojas, pais desesperados nas filas dos caixas e vendedores sorridentes. Afinal, era o Dia das Crianças. E este ano não foram apenas os pequenos que celebraram a data, o segmento de brinquedos também pode comemorar os bons resultados. A rede Armarinhos Fernando, com lojas na rua 25 de Março, apostou na variedade, qualidade, grande estoque e preços baixos para atrair ainda mais compradores. A estratégia funcionou. Na véspera do feriadão, as cinco filiais, que ficam no centro da capital estavam intransitáveis. De acordo com o gerente-geral da empresa, Márcio Gavranic, o comprador de varejo corresponde a apenas 30% das vendas, que este ano cresceu 6% em relação a 2005. "Os outros 70% são lojistas de todo o País." A estudante Daniele do Santos levou o sobrinho Gabriel de dois anos para escolher o presente. "Ele nem fala direito e já quer levar tudo." Com um perfil de público diferente do Armarinhos Fernando, mas com as mesmas crianças ávidas por novidades a PB Kids estimou um aumento de vendas de 10% em relação ao resultado do mesmo período de 2005. Segundo o gerente da loja de Higienópolis, Marcelo Cabrera, o tíquete médio subiu de R$ 60 para R$ 95 se comparado ao Dia das Crianças de 2005. "O resultado positivo foi em razão da venda de produtos de alta tecnologia." A advogada Denise Perez de

Almeida e a filha Gabriela, de 10 anos, foram à loja escolher alguns jogos. "As meninas estão crescendo cada vez mais rápido e não querem mais brincar só de bonecas." No entanto, Giulia, de nove anos, e Gabriela, de 10 anos, filhas da administradora Elaine Brito entraram na loja em busca do Diário da Barbie. Mas, para a decepção das meninas, o produto estava em falta. Games – No Wal-Mart a vedete do Dia das Crianças foi o Play Station 2, que teve um aumento de vendas de 150% em relação a 2005. O videogame custa R$ 769,97 na rede. O balanço das vendas do hipermercado apontou um crescimento nos negócios de 20%, em comparação ao resultado do ano passado. No final de semana anterior à data as vendas cresceram 80% em relação aos finais de semana normais. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), os produtos mais procurados para o Dia das Crianças de 2006 foram os aparelhos de jogos eletrônicos, cartuchos e CDs, aparelhos de MP3 e câmeras digitais. Para o presidente da associação, Nabil Sahyoun, a baixa do dólar criou uma "vantagem" para a venda desse tipo de produto. A queda no preço dos eletrônicos foi, em média, de 10% em relação ao ano passad o . A i n d a d e a c o rd o c o m Sahyoun, o preço médio do presente deve ficar em torno de R$ 90." Roupas e brinquedos educativos também tiveram boa saída", disse. Perto de 4% das 74 mil lojas de shoppings são infantis.

As meninas estão crescendo mais rápido e não querem brincar só de bonecas. Minha filha preferiu jogos. Denise Perez de Almeida sobre a filha Gabriela, de 10 anos

A

Fabricantes estão otimistas

A

O preço médio dos brinquedos este ano foi de R$ 30. Mas o setor estima que o tíquete médio de compra subiu este ano e há boas expectativas de vendas até o Natal.

Compras de "última hora" Tatiana Vicentini elevam vendas

O pequeno Gabriel dos Santos ficou encantado com os brinquedos

estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) era um crescimento de 4% no faturamento do segmento, em relação ao mesmo período de 2005, mas para surpresa de todos, este ano o índice superou as previsões e chegou a 6%. Nas 300 mil indústrias de brinquedos brasileiras foram produzidos este ano 70 milhões de brinquedos, ante

Lojas da rede Armarinhos Fernando, que fica na Rua 25 de Março, estavam intrasitáveis. Consumidor estava em busca de preços baixos.

63 milhões do ano passado. O presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, afirmou que o faturamento do setor deve ultrapassar R$ 1 bilhão este ano. Em 2005 foram R$ 950 milhões, apenas o Dia das Crianças detém R$ 416 milhões do total de vendas do setor. " O tíquete médio subiu de R$ 52 em 2005, para R$ 62 este ano. Sendo que 70% dos brinquedos custam menos de R$ 30", disse Costa. (TV)

maioria das lojas de brinquedos decidiu abrir no feriado só para atender os clientes que deixaram para comprar o presente de última hora. A Rua 25 de Março, maior shopping popular a céu aberto do País, estava lotada ontem. Outras redes, como a PB Kids de Higienópolis, também estavam movimentada e com promessa de ficar aberta até às 19 horas. Os shoppings da capital optaram por abrir após o meio-dia, também contando com a presença maciça dos retardatários. A empresária Sheila Gedanke e os filhos Dominique, 12 anos, Rafael, dez anos e Carol, de seis anos, aproveitaram a praia para comprar os brinquedos apenas na quinta-feira pela manhã. "Mãe vou levar a loja toda", foi com essa frase que o pequenino Enzo, de quatro anos, desembarcou na PB Kids, ontem pela manhã, para escolher seu presente de Dia das Crianças. A comerciante Vanessa Rubin, mãe de Enzo, além de controlar o impulso do filho ainda tinha de escolher os presentes das sobrinhas. A expectativa dos comerciantes é de que até o final de semana as vendas de brinquedos continuem em alta. (TV)


Ano 81 - Nº 22.232

São Paulo, sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Um caminhão de problemas

Edição concluída às 23h35

Com custo de R$ 63 milhões para a cidade. C 1 w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Fotos: Tiago Queiroz/AE

´ LABIRINTO DE NUMEROS

José Patrício/AE

Lula e Alckmin voltam à TV em tom mais ameno, cada um se mostrando mais vitorioso que o outro no debate da Bandeirantes. E os eleitores quase se afogam nos números: Lula comparou dados do seu governo com os de FHC. Números positivos das privatizações da era tucana foram apresentados por ex-ministros de Fernando Henrique. Págs. 3 e 8

PESQUISAS

IBOPE

52% 51%

FÉ EM APARECIDA - 155 mil fiéis oram no santuário da Padroeira do Brasil. C 1

VOX POPULI

40% 41%

Paulo Pampolin/Hype

SEXTA-FEIRA, 13

Divulgação

Obras-primas como Tristana, uma Paixão Mórbida (esq.), de Luis Buñuel, e thrillers como Um Clarão nas Trevas (abaixo), de Terence Young, remetem a sustos e gritos de pavor. Sexta-feira, 13 é uma data que pode até virar piada. Mas não facilite! Pelo sim, pelo não, divirta-se com uma lista de filmes de arrepiar, que começa com a estréia de O Grito 2.

Varejo e indústria comemoram vendas acima do esperado. Na loja de brinquedos, Enzo Rubin (foto) faz a festa com bicho de pelúcia gigante. E 1 HOJE Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 17º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 16º C.

Divulgação

No Dia da Criança, comércio ganha presente FIM DE SEMANA Mostra de arte concreta (foto) é uma das melhores da semana. Em tempo de Bienal, não faltam também eventos paralelos, entre eles, o Atelier, onde você é convidado a brincar com tintas e pincéis. Cinema? Ria com Wood & Stock, uma animação com personagens do cartunista Angeli. E mais: concerto grátis da Orquestra Sinfônica Brasileira no Ibirapuera. Programe-se com o DCultura.


2

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

A Agillisa também funciona como secadora e vai custar em torno de R$ 3,5 mil no varejo.

PRODUTO DA BRASTEMP TEM PERFIL PREMIUM

Milton Mansilha/ LUZ

EMPRESAS DISPUTAM O MERCADO DA ROUPA PASSADA A tarefa de passar roupa a ferro, muito característica do trabalho doméstico no Brasil, pode mudar radicalmente com a introdução de duas novas máquinas alisadoras, que serão vendidas pela Brastemp e pela Coll Projetos de Engenharia.

O

consumidor que busca conforto e praticidade ganha novo recurso para aliviar a árdua – e por muitos odiada – tarefa doméstica de passar roupa. O benefício chega em duas máquinas que oferecem facilidades semelhantes, Agillisa e Prêt-à-Porter, concebidas respectivamente pela brasileira Coll Projetos de Engenharia e Tecnologia e pela multinacional Brastemp. Com design semelhante ao das secadoras de roupa, elas funcionam de forma automatizada. Em comum, desamassam e desodorizam tecidos utilizando vapor de água. A Agillisa, que também funciona como uma secadora de roupas, custará cerca de R$ 3,5 mil. O preço sugerido para a Prêt-àPorter é de R$ 1.699. Diferenciais – A criadora da

Agillisa, Célia Jaber de Oliveira, desenvolveu o produto no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), que funciona dentro da Universidade de São Paulo (USP), onde a empresa esteve instalada até o mês de agosto passado. Já o gerente de marketing da Brastemp, Fábio Cury, diz que a Prêt-à-Porter foi desenvolvida nos Estados Unidos, onde foi lançada em 2004. No ano passado, a inovação chegou à Europa. No Brasil, foi apresentada ao público também no último mês de agosto, durante desfile do estilista Walter Rodrigues, no Instituto Europeo di Design, em São Paulo. Comparação – Na opinião de Célia, o produto da Brastemp não concorre diretamente com o seu. "O deles é mais para desodorizar. O nosso é para facilitar a vida da dona-

Célia Jaber de Oliveira criou a empresa fabricante da máquina de passar roupa Agillisa no Centro Incubador da USP

A Agillisa também funciona como uma secadora de roupas

A compacta Pret-à-Porter, da Brastemp, desodoriza três cabides de vestuário de cada vez

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 11 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Copperaf Matéria - Prima Ltda. - Requerido: Clodal Comércio de Metais Ltda. -Rua Vitorino Emanuel, 173 – sala 03 2ª Vara de Falências Requerente: Sebastião Correa Requerido: Y Lopes & Cia Ltda. - Rua Silva Jardim, 100 - 1ª Vara de Falências Requerente: NPL Transpor te e Logística Ltda. - Requerido: Natco Internacionale Transporte Brasil Ltda. - Alameda Jaú, 1.754 - 1ª Vara de Falências Requerente: Luiz Roberto Rogério Requerido: Fator Empreendimentos Imobiliários S/A - Rua Afonso Braz, 864 – conj. 41 - 1ª Vara de Falências

Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda. Requerido: Bem Bom Confecções Ltda - EPP - Rua Miller, 754 - 2ª Vara de Falências Requerente: Laticínios Luso Brasileiro Ltda. - Requerido: Delícia da Mooca Lanches Ltda. - Rua da Mooca, 2.554 -1ª Vara de Falências Requerente: ALJOP Comercial e Serviços Ltda. - Requerido: Exemont Engenharia Ltda. - Av. Senador Queiroz, 274 – 3º andar - 1ª Vara de Falências Requerente: Blume Comercial Importação e Exportação Ltda. Requerido: GTN Distribuidora de Produtos Descartáveis Ltda. - Rua Mendes Caldeira, 133 -1ª Vara de Falências

CONVOCAÇÕES SOCIEDADE PAULISTA DE VEÍCULOS

CNPJ 60.840.683/0001-17 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Ficam os Srs. Acionistas convocados para a Assembléia Geral Extraordinária de 31/10/2006, às 10:00 horas, na sede social, à Av. Engenheiro Armando Arruda Pereira, 999, para tratar da seguinte Ordem do Dia: (1) Eleição dos membros da diretoria para um mandato de dois anos; (2) outros assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 10 de outubro de 2006. Luiz Fernando de Oliveira Borba - Diretor-Presidente. (10, 11 e 13/10/2006)

de-casa, com capacidade de alisar até 12 peças por operação," A Prêt-à-Porter comporta três cabides a cada operação. A empreendedora argumenta que esse é um dos aspectos que justifica a diferença de preço entre as máquinas. Ela acrescenta o fato de a Agillisa também operar como secadora; ter acessórios para alisar roupas de cama, mesa e banho; e magnetos para fazer vincos em peças úmidas. A máquina pesa 37 quilos, tem 70 centímetros de largura, 1,70 metro de

altura e 60 centímetros de profundidade. E ainda economiza 50% de energia em relação ao ferro de passar, garante Célia. Rumo ao mercado – Neste momento, ela finaliza a definição dos pontos de venda para seu equipamento, enquanto aguarda a liberação dos últimos documentos burocráticos, referentes à mudança da empresa da incubadora para a sede atual, no município de Guarulhos. "Dei entrada nos papéis em março, com bastante antecedência, mas ainda fal-

tam alguns documentos." A empresária diz que tem patente de invenção e do desenho industrial tanto da Agillisa quanto de seus acessórios. A Brastemp foi uma das empresas procuradas por Célia, há alguns anos, quando ela pensava em desenvolver sua alisadora. Até o final da última semana, não tinha tomado qualquer decisão sobre acionar a concorrente na Justiça. P re mi u m – O gerente da Brastemp, Fábio Cury, afirma que a empresa desconhecia a existência do produto da empresa de Célia. "Nosso lançamento já estava programado. É apenas uma coincidência." O lançamento foi anunciado em revistas e na TV a cabo. A fabricante quer destacar que a máquina elimina odores indesejados das roupas. "Essa é a nossa principal proposta. O alisamento é um produto secundário", diz Cury. A Prêt-à-Porter destina-se a um público urbano, especialmente de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, e será

oferecida em revendas com perfil premium. A máquina é importada dos Estados Unidos e adaptada aos hábitos brasileiros. "A demanda, aqui, é diferente. Os americanos usam mais tecidos sintéticos", explica Cury. O equipamento opera três peças por ciclos de aproximadamente 30 minutos; tem 1,45 metro de altura, 82 centímetros de largura, 30 centímetros de profundidade, e é desmontável. Demanda – Não há estimativa da demanda por máquinas de passar roupa no Brasil. Sabe-se, no entanto, que o consumidor doméstico já procurava alternativas para o ferro de passar roupa, por meio da compra de vaporizadores manuais, que o varejo utiliza para desamassar roupas em exposição. "Essa procura cresceu", diz o diretor da Loja do Lar, de venda eletrônica, Rogério Wilbert. Hoje, consumidores domésticos já superam os corporativos em número de desodorizadores adquiridos. Fátima Lourenço

EDITAIS GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial) DSE nº73/06. Para Compra -Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6322/5900/2006. OBJETO: Tigela e Faca. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 horas do dia 25 de outubro de 2006. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

COMUNICADO “FUNDAÇÃO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR - PROCON

Encontra-se aberto na Fundação Procon o Pregão 27/06 para contratação de empresa especializada no fornecimento de vales-refeição na forma de cartões magnéticos. A sessão será realizada no dia 27 de outubro de 2006, às 9:00 horas, na rua Barra Funda, 930 - 3º andar - sala 303”.

AVISO DE LICITAÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 18/2006 Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para reforma e ampliação da Creche Branca de Neve. Limite p/ entrega dos envelopes 31/10/2006 às 16:00h e abertura dia 01/11/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 32/2006 Objeto: Permissão de uso de exploração de espaço público, dentro da área pública usada para deposição de galhos oriundos da coleta pública, junto ao IPA, para processamento de resíduos de podas de árvores, proveniente da coleta pública, bem como a sua comercialização. Limite p/ entrega dos envelopes 20/11/2006 às 16:00h e abertura dia 21/11/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 33/2006 Objeto: Alienação de áreas objeto das matrículas n.° 67.942 e 67.943, localizadas no Jardim Tarraf III, ambas do 1º CRI. Limite p/ entrega dos envelopes 16/11/2006 às 16:00h e abertura dia 17/11/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 34/2006 Objeto: Alienação de áreas objeto das matrículas n.° 101.594 e 101.595, localizadas no Distrito Industrial Dr. Waldemar de Oliveira Verdi, ambas do 1º CRI. Limite p/ entrega dos envelopes 17/11/2006 às 16:00h e abertura dia 20/11/2006 às 08:30h.

COMUNICADO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 006/2006 - PROCESSO Nº 14668/2006 COMUNICADO - O Presidente da Comissão Permanente de Licitações, no uso das atribuições que lhe confere a lei, torna pública suspensão do certame licitatório supracitado, cujo objeto é a contratação de serviços de empresa especializada na área de informática, para fornecimento de acesso “on-line” em “datacenter” a sistemas integrados de gestão pública pela internet, consultoria técnica para implantação dos sistemas na conversão e migração de dados, customização de aplicativos e treinamentos de usuários nos sistemas, por período indeterminado, conforme determinação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo proferida na representação TC-34161/026/06. São Carlos, 11 de outubro de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

ATA

Quer falar com 26.000

Publicidade Comercial - 3244-3344

empresários de uma só vez?

Publicidade Legal - 3244-3643


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de outubro de 2006

1 A idade média dos veículos de carga que circulam por São Paulo é quatro vezes superior à do resto do Brasil.

Oslaim Brito/Agência O Globo - 25/09/2006

CAMINHÕES, NA PONTA DO LÁPIS Caminhões transportam progresso e unem o País. Mas também causam problemas. Por falta de opção viária, eles cruzam a cidade diariamente. Estragam o calçamento, poluem o ar, quebram, provocam congestionamentos e contribuem para que São Paulo tenha um gasto extra anual de R$ 63 milhões.

O

Flávia Gianini s 2 0 0 m i l c a m i- ter um caminhão parado imnhões que circu- plica um grande problema de lam diariamente logística", analisou Borges. A pelas ruas e aveni- Americana conta atualmente das de São Paulo contribuem com 437 veículos e estima que para que a cidade tenha um o rodízio imobilize 20% de gasto extra anual de R$ 63 mi- s u a f r o t a d e s e g u n d a a lhões. Entram nessa conta, o sexta-feira. O presidente da CET, o endesgaste precoce da malha viária, o custo da poluição am- genheiro Roberto Scaringelbiental e o custo social dos la, discorda da afirmação de congestionamentos. Como se que o rodízio municipal é resisso tudo não bastasse, a situa- ponsável pela elevação da ção vem se agravando. Todos idade média da frota de camios dias, a Companhia de Enge- nhões. Na sua opinião, veícunharia de Tráfego (CET) remo- los em mau estado continuam ve das ruas da capital cerca de circulando pelas ruas da cida35 caminhões avariados. En- de por falta de inspeção técnica, prevista no Código de tão, é hora de fazer contas. Cada quilômetro de con- Trânsito Brasileiro (CTB). "A gestionamento complica a vi- vistoria, aprovada em 1997, da de 1,4 mil pessoas/hora e ainda não foi regulamentada gera prejuízos da ordem de pelo Departamento Nacional R$ 11 mil/km/hora, segundo de Trânsito", afirmou o presicálculos do Banco Interame- dente da CET. Poluição – De acordo com o ricano de Desenvolvimento (BID) feitos recente e espe- coordenador do departamencialmente para a cidade de to de abastecimento urbano São Paulo. A conjunção de do Sindicato das Empresas de dois outros fatores compli- Transporte de Carga do Estacam ainda mais os problemas do de São Paulo (Setecesp), F e r n a n d o Z aprovocados peretti, antes da la grande circuimplantação do lação e pelas rodízio, a idade muitas quebras da frota de cade caminhões minhões em nas vias da capi- Veículos em mau estado continuam nas S ã o P a u l o e r a tal paulista. equivalente à O primeiro fa- ruas por falta de do resto do tor: o perímetro inspeção técnica, País. Desde que urbano de São a m e d i d a e nPaulo, com seu prevista no Código de trou em vigor, trânsito caótico, Trânsito Brasileiro. ap are nte men te Roberto Scaringella, (em 2007, cominsolúvel e altapresidente da CET pleta 10 anos) a frota de camim e n t e e s t r e sn h õ e s " e n v esante, além de lheceu". infernizar o Pesquisa realizada pelo Sepaulistano é passagem obrigatória de caminhões que tecesp mostrou que 72,76% vêm ou vão para todas as re- dos veículos de carga de São Paulo foram fabricados antes giões do País. O segundo fator: a idade de 1990. "Isso equivale a uma média dos veículos de carga montanha de problemas", diz que circulam por São Paulo é Zaretti. E o principal deles é a quatro vezes superior à da poluição do ar. Caminhões frota existente no resto do com mais de 20 anos de fabriBrasil. Enquanto a média na- cação despejam no ar 14 gracional é de 18 anos, a dos veí- mas de monóxido de carbono culos de carga de São Paulo é por quilômetro. Os fabricados de 22 anos. Junte-se os dois fa- depois de 2001, 1,4 grama. No total, são despejadas tores e o caos estará estaciodiariamente 7,6 toneladas de nado bem ao lado. Rodízio –Claro, para tudo gases poluentes como hidróhá uma explicação. Empresá- xido de carbono, monóxido rios e especialistas do setor de de carbono e gás carbônico. transportes de cargas afir- "Morar na cidade de São Paumam que o rodízio de veícu- lo significa uma redução, em los é o maior responsável pela média, de dois anos na vida senilidade dos caminhões re- de uma pessoa. As partículas gistrados na capital. Segundo de diesel (combustível usado o gerente-geral da filial de pelos caminhões) se acumuSão Paulo da Transportadora lam no pulmão e de lá não Americana, Adilson Borges, saem mais", afirmou o diretor a estratégia das empresas tem do Sindicato dos Engenheisido a mesma: comprar um ros no Estado de São Paulo número maior de caminhões (Seesp), Emiliano Affonso. O vice-presidente do Seesp, mais velhos de modo a continuar atendendo os clientes Laerte de Oliveira, afirma que todos os dias, sem interrup- a péssima qualidade do diesel ções por causa do rodízio produzido no Brasil também é um dos grandes responsáveis de veículos. "O cliente, certamente, não pela sujeira. "Caminhões não vai esperar para receber sua têm filtro, simplesmente pormercadoria num outro dia ou que nenhum modelo existente fora do horário comercial. En- hoje é capaz de suportar a má tão, essa foi a saída encontra- qualidade do nosso combustída pela empresa para que os vel. O diesel teria que passar clientes não sejam prejudica- por um refino melhor para perdas pelo rodízio de veículos mitir a instalação de um filtro", da capital. Além disso, man- explicou Oliveira.

Caminhão entalado em passarela do metrô: mais de 30 veículos de carga têm de ser retirados diariamente das ruas e avenidas pela CET Vivi Zanatta/AE - 27/09/2006

Paulo Pampolin/Hype

Borges: caminhões velhos Luiz Prado/Luz

Acidente na marginal: produto químico bloqueia parte da pista, piorando o trânsito

200

mil caminhões circulam todos os dias pelas ruas e avenidas da capital

35

caminhões avariados são removidos pela CET todos os dias

22

anos é a idade média da frota de caminhões em São Paulo Zaretti culpa o rodízio

Faixa exclusiva, proposta polêmica Na avenida dos Bandeirantes, idéia é deixar duas faixas somente para caminhões. Trânsito poderá piorar.

P

rincipal ligação com a rodovia dos Imigrantes, a avenida dos Bandeirantes sintetiza os problemas gerados pelos caminhões na capital. Por ela passam mais de 700 caminhões por hora. Todos os dias, oito deles quebram, se envolvem em acidentes ou esparramam suas cargas na pista, gerando congestionamentos de até 15 quilômetros. Vale lembrar que a frota de veículos aumenta exponencialmente (alguns cálculos indicam a entrada de 300 a 500 carros novos por dia nas ruas de São Paulo) e, por isso, a velocidade média na cidade continuará baixando. Hoje, ela é de 19 quilômetros/hora. Ou seja, tempo difíceis pela frente. Por isso, algumas medidas estão sendo estudadas para amenizar o impacto negativo da circulação de caminhões. A mais polêmica é a criação da Faixa Exclusiva para caminhões na avenida dos Bandeirantes, em estudo pela Secretaria Municipal de Transportes, em conjunto com outros órgãos ligados ao trânsito e ao setor de transporte de carga. Pela Bandeirantes passam 73% dos produtos destinados ao abastecimento de todo o País. Polêmica – A medida é controvertida pois reduziria em duas faixas o espaço de circulação de veículos particulares e

de ônibus. Mas segundo o presidente da CET, o engenheiro Roberto Scaringella, a faixa exclusiva na Bandeirantes obedece uma regra de prioridade de uso do espaço na qual o pedestre vem em primeiro lugar, seguido dos coletivos, dos veí-

culos de carga e, por último, pelo transporte individual. "A CET prioriza as questões relativas à segurança. Então, se for necessário prejudicar a fluidez para garantir a segurança, nós o faremos", afirmou Scaringella. De acordo com o enge-

nheiro, o objetivo é criar junto aos motoristas uma nova cultura de circulação na cidade. E completou: "A CET gerencia espaço, um bem raro, e todos precisam colaborar". (FG) Na página seguinte, mais informações sobre caminhões


São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

DCARRO

3

SALÃO 2006

Divulgação

que Este é o 407 Coupé,

a Peugeot vai apres

entar com destaque

Crossover, a mistura de estilos em um veículo está no Nissan Murano

NÃO PERCA ESTE NOSSO BELO SALÃO

Aqui, uma pequena mostra do que você poderá encontrar no Anhembi, a partir da próxima quinta-feira. Novidades? Algumas. Conceitos? Também, mas ainda não revelados. E muitas promessas para o próximo ano.

A imponência e tecnologia do Audi A8 também estarão por lá

ALZIRA RODRIGUES E CHICOLELIS

S

ão 120 expositores, 31 marcas de veículos, 86 mil metros contínuos de exposição. Preparese para visitar o 24º Salão Internacional do Automóvel, a maior mostra do gênero da América do Sul, que começa na próxima quinta-feira no Pavilhão de Exposições do Anhembi. A Feira, que se estende até o dia 29 deste mês, deve receber mais de 520 mil visitantes, conforme estimativa da Alcantara Machado Feiras e Exposições. Todas as montadoras e importadores estarão presentes, mostrando algo de diferente ao público. Os visitantes poderão ver desde modelos nacionais que estarão no mercado a partir do final deste mês até carros-conceito, versões especiais, acessórios e atrações diversas, que certamente as empresas terão em seus estandes. A Peugeot, por exemplo, prepara um espaço temático, que terá 24 modelos distribuídos em três áreas distintas: urbana, lazer e aventura. Além de mostrar o novo 307 Sedan, recentemente lançado no mercado nacional, vai destacar o 407 Coupé, que faz no evento a sua avant-première no Brasil. Equipado com motor a gasolina de 210 cavalos de potência, o Coupé acomoda quatro ocupantes. Tuning - A Renault vai expor, entre outros modelos, uma versão “tunada” do Clio Hatch 1.6 16V Hi-Flex desenvolvida pela equipe do departamento de Pós-Venda da empresa e pintado

Para quem ainda não viu, a traseira do Chevrolet Prisma, destaque da marca Além dos carros, Mercedes mostra Sprinter


DIÁRIO DO COMÉRCIO Jogar no Corinthians não é para qualquer um. Quem não quiser que não jogue. Tem gente de fora que gostaria de entrar.” Magrão

1

Esporte

Deus queira que no domingo, contra o Grêmio, seja a decisão do campeonato.” Souza

A QUINA DA DESGRAÇA

almanaque Celso Unzelte

DUPLO DESEMPATE NO CLÁSSICO DO POVO Arquivo Celso Unzelte

Marcelo Ferrelli/AE

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Wilton Júnior/AE

A vitória de ontem do Flamengo sobre o Corinthians, por 3 a 0, desempatou as estatísticas tanto nos jogos válidos pelo Brasileiro quanto na soma geral do confronto. Pelo Brasileiro, em 42 jogos, cada equipe havia vencido 15 vezes, contra 12 empates. Com os gols de ontem, o Flamengo passa a ter 64 marcados contra 61 . Acima, o atacante corintiano Mirandinha aparece dando combate ao zagueiro rubro-negro Reyes na primeira das 43 partidas válidas pelo Brasileirão, vencida pelos paulistas em pleno Maracanã por 3 a 1, em 24 de outubro de 1971.

São Paulo 5 x 0 Juventude: agora faltam nove jogos

Contagem regressiva para o tetra

N

NO GERAL, A VANTAGEM TAMBÉM É RUBRO-NEGRA Considerando-se todos os jogos por todas as competições, desde que os dois times enfrentaram-se pela primeira vez, em um amistoso, em 1º de dezembro de 1918 (Corinthians 2 a 1), o Flamengo também conseguiu um importante desempate com a vitória de ontem. Alvinegros e rubro-negros já entraram em campo 107 vezes, com 42 vitórias corintianas, 43 flamenguistas e 22 empates. O Flamengo marcou 177 gols e o Corinthians, 169. A maior goleada é corintiana: 6 a 0, pelo Rio-São Paulo, no Pacaembu, em uma manhã de domingo, 3 de maio de 1953.

AS MAIORES TORCIDAS DE TODO O BRASIL Corinthians e Flamengo possuem as maiores torcidas brasileiras. Segundo as pesquisas mais recentes, realizadas em 2001 pelo jornal Lance! e pelo instituto de pesquisa Ibope e em 2002 pela Folha de S.Paulo e pelo instituto Datafolha, o Flamengo aparece em primeiro e o Corinthians em segundo. Pelo Lance!/Ibope, são 16,3% de flamenguistas contra 11,1% de corintianos. Pela Folha/Datafolha, o Flamengo conta com 25,5 milhões de torcedores (17%) e o Corinthians com 17,4 milhões (13%).

“O pobre no Rio não é tão agoniado como o de São Paulo. Talvez o maior lazer carioca o faça mais clamo, mais sossegado.” (Júnior, ídolo rubro-negro e depois técnico do Corinthians, ensaiando uma análise geosociológica sobre as duas torcidaspara a revista Placar de 5 de fevereiro de 1982.) Hoje, 16 de outubro, completa 53 anos o ex-jogador, técnico e atualmente comentarista esportivo Paulo Roberto Falcão. Catarinense de Abelardo Luz, Falcão foi ídolo no Internacional, cinco vezes campeão gaúcho e três vezes campeão brasileiro, e na Roma, da Itália. Jogou as Copas de 1982 e 1986 pelo Brasil. Em 17 de outubro de 2000, o São Paulo tornava-se o primeiro clube a alcançar a marca dos 1 000 gols no Brasileiro. O autor da façanha foi o goleiro Rogério Ceni, cobrando falta, no 1 a 1 com o Inter, no Morumbi. No dia 18 de outubro de 1989, o meia Nivaldo, do Náutico, marcou o gol mais rápido da história do Campeonato Brasileiro. Foi aos 8 segundos do jogo Náutico 3 x 2 AtléticoMG, realizado no Estádio dos Aflitos, no Recife.

Os 3 a 0 para o Flamengo foram a 5ª partida seguida sem vitória do Corinthians no Brasileiro. Faltam nove jogos e o time segue na zona de rebaixamento

A

última vez em que o Corinthians ganhou um jogo do Campeonato Brasileiro foi há exatamente um mês, no dia 16 de setembro. Um chorado 1 a 0 sobre o Paraná Clube, gol de Magrão. De lá para cá, a equipe empatou com Vasco e Inter (1 a 1) e perdeu três jogos sofrendo sempre três gols, para Santos (3 a 0), Goiás (3 a 1) e Flamengo (3 a 0). Essa quina da desgraça foi completada ontem, no Maracanã. Os adversários diretos na briga para fugir do rebaixamento até ajudaram, perdendo suas partidas: a Ponte Preta para o Figueirense, por 2 a 1, em Florianópolis; o Fluminense para o Inter, por 2 a 0, em Porto Alegre. Mas o Corinthians, uma vez mais, não se ajudou, e continua ameaçado, ainda em 17º lugar. No primeiro gol, pode-se até alegar que a bola havia saído

de campo pouco antes de Léo Medeiros completar a jogada, aos 22 minutos. No segundo, pode-se discutir a legitimidade do pênalti de Marinho em Juan, cobrado e convertido por Renato, aos 46 minutos do primeiro tempo. Mas no terceiro, feito por Juan aos oito do segundo, em um contra-ataque, não há nada a reclamar. Assim como não se pode contestar a vitória do Flamengo. Depois do jogo, o técnico Emerson Leão ameaçou afastar jogadores se a atitude dentro e fora de campo não mudar. Admitiu ter ficado “envergonhado” com a atuação da equipe. “Do outro lado, alguém vai pagar por isso. Vamos parar com a vaidade. Se for necessário o grupo se concentrar sete dias, vai ter de cumprir a determinação. A gente está no vermelho e não conheço ninguém que tenha saído dessa situação sem trabalho e dignidade.”

Um dos principais alvos dessas críticas é o meia Roger. Substituído por Ramón no intervalo, ele demonstrou apatia e irritou o treinador. Revelado no Fluminense, Roger pode reforçar o Flamengo em 2007. “Alguns até tiveram atitude. Outros decepcionaram”, acusou Leão, que pediu desculpas à torcida, a quem elogiou pelo comportamento durante o jogo. “Ela nos apoiou, mas não pude presenteá-la com a vitória. A tradição do Corinthians não é só ganhar, mas disputar com garra até o fim. ” O volante Magrão deu o tom exato da crise: “Cada um tem que assumir o que fez de certo e errado e ser homem. A cobrança vai existir sempre, ganhando ou perdendo”. O volante Marcelo Mattos também criticou a postura de alguns companheiros em campo. “Tinha gente sem vontade”, afirmou, no intervalo da derrota de on-

tem. O goleiro Sílvio Luiz declarou que alguns atletas nunca enfrentaram uma situação tão complicada e, por isso, estão encontrando dificuldades para reagir. Nenhum jogador participou da entrevista coletiva. No vestiário do Flamengo, após a vitória que afastou o time da zona de rebaixamento, o ex-corintiano Renato comemorava bastante. “Hoje defendo a camisa do Flamengo e tenho que honrá-la”, disse. Apesar da pressão, Leão não cogitou a possibilidade de pedir demissão. “Não vou desistir nunca. A gente precisa vencer os nove jogos que restam e atuar coletivamente. O rebaixamento não vai acontecer”, garantiu. Sobre o futuro de Carlos Alberto, com quem discutiu na partida contra o Lanús, quarta, pela Copa sulamericana, Leão disse apenas que “não é momento de falar disso agora”.

Dois pra lá, dois pra cá Danilo Verpa/Futura Press

O

Palmeiras não merecia o castigo, pois procurou a vitória do começo ao fim, mas andou muito perto de perder no Parque Antártica para o Atlético Paranaense, que fez 2 a 0 em contraataques concluídos por Denis Marques - aos 42 minutos do primeiro tempo e aos 20 do segundo. A 13 minutos do fim do jogo, Paulo Baier diminuiu para 2 a 1 e, sete minutos depois, Neto Baiano fez o 2 a 2 que os 22.234 palmeirenses festejaran como vitória. Não era o que a torcida queriam, mas, diante das circunstâncias, o empate mantém em alta o ânimo do time, que perdeu apenas uma posição na tabela, caindo para o 14º lugar, com 37 pontos, cinco a mais do que o Corinthians, que abre a zona de rebaixamento. O 2 a 2 foi compensado por resultados piores dos adversários mais próximos - como Ponte Preta, Fluminense e Corinthians, todos derrotados nos jogos da 29ª rodada. Frustrados os planos de subir na tabela justamente no confronto com a equipe colocada logo acima, o Palmeiras vai precisar

Reação palmeirense: Paulo Baier festeja o gol que abriu o caminho para o 2 a 2 com o Atlético Paranaense

de pelo menos mais um ponto no jogo desta quarta, contra o Vasco, em São Januário, antes do clássico da semana seguinte com o Corinthians. Quem mais festejou a reação de ontem foi o atacante Neto Baiano, que veio do Atlético Paranaense, entrou no segundo tempo em substituição a

Roger Silva e acabou marcando seu primeiro gol com a camisa palmeirense, justamente o do empate. Agora, pretende conquistar ficar no time titular. "O Enílton (que está machucado) vem fazendo uma grande campanha e a cabe ao treinador optar pelo titular. Por mim, vou tentar fazer o que fiz hoje e

ainda mais", afirmou. Paulo Baier, que abriu o caminho do empate, lamentou as chances desperdiçadas pelo time: "É difícil explicar o que aconteceu. Criamos inúmeras chances de gol. O Palmeiras foi melhor em toda a partida, mas faltou tranqüilidade. Infelizmente empatamos."

ove jogos e oito pontos de vantagem em relação ao vicelíder Grêmio. São esses os números que o São Paulo terá de administrar para chegar ao tetracampeonato brasileiro, quinze anos depois de sua última conquista nacional, em 1991. Nesta rodada, uma vez mais, deu tudo certo para o Tricolor, a começar pela derrota do Santos, seu mais direto perseguidor até então, por 4 a 3, para o Botafogo, no Rio. Com ela, a diferença em relação ao segundo colocado (agora o Grêmio) aumentou. Graças, também, à goleada por 5 a 0 sobre o Juventude, sábado, no Morumbi. Diante de 55 244 sãopaulinos (recorde nacional de público neste ano), a equipe não se abalou nem mesmo quando Rogério Ceni chutou um pênalti para fora, logo aos 5 minutos. Aos 37, na cobrança de uma falta em dois lances, o mesmo Rogério rolou para Danilo fazer 1 a 0. Antônio Carlos, por falta, e Lauro, por reclamação, já haviam sido expulsos, facilitando a tarefa são-paulina. Aos 40, Ilsinho marcou o segundo, e aos 44 Leandro, de cabeça, ampliou para 3 a 0, resultado do primeiro tempo. No segundo, o zagueiro Alex Silva, aos 32, e o atacante Aloísio, aos 42, fecharam a goleada. “Com casa cheia, marcar o meu primeiro gol como profissional... Fiquei arrepiado”, disse o lateral Ilsinho. “É emoção demais.” No entanto, para o jogo de domingo, contra o Grêmio, em Porto Alegre, o técnico Muricy Ramalho não poderá contar com Ilsinho, que recebeu o terceiro cartão amarelo. Mas deverá ter o retorno do zagueiro Fabão. Além dele, o treinador poderá escalar, também e enfim, o zagueiro André Dias. Apesar de o acordo com o Goiás — R$ 2 milhões para ficar com o jogador —, a diretoria do São Paulo aguarda para esta semana um atestado da CBF garantindo que André Dias tem condições de jogo. A última partida do zagueiro foi em 15 de julho, 2 a 1 sobre o Figueirense, no Morumbi.


2

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Agora, vamos pensar na Libertadores. O Brasileiro só será possível se o São Paulo falhar.” Vanderlei Luxemburgo

SANTOS PERDE E PRATICAMENTE DÁ ADEUS AO TÍTULO

QUASE IMPOSSÍVEL paSse livre C A bola sumiu

Marcelo Régua/O Dia

Derrota para o Botafogo por 4 a 3 deixa Santos atrás de Grêmio e Paraná e muito longe do São Paulo

atastrófica. Assim pode ser classificada a derrota do Santos para o Botafogo, por 4 a 3, sábado, no Rio de Janeiro, em relação às pretensões da equipe de ainda ganhar o Campeonato Brasileiro deste ano. Com ela e as vitórias do Grêmio (2 a 0 no São Caetano, também no sábado) e do Paraná (1 a 0 no Goiás, no domingo), o time treinado por Vanderlei Luxemburgo, que era vice-líder da competição, despencou para o quarto lugar. Pior: a diferença em relação ao líder São Paulo, que era de sete pontos, foi a dez, tornando-se, a essa altura do campeonato (faltando nove rodadas para o final), praticamente intransponível. Agora, para o Santos ter chance de ser campeão, precisa ganhar todos os jogos que faltam e torcer para o São Paulo, que em 29 partidas só perdeu quatro, sair de campo derrotado em pelo menos três das nove restantes. “Nós não poderíamos perder essa partida”, lamentava, no vestiário, o meio-campista Zé Roberto. “Ficamos distantes demais do São Paulo. Foi uma pena. Falhamos quando não poderíamos.” Ele se referia ao fato de o Santos ter estado na frente no placar por 3 a 2 até os 38 minutos do segundo tempo e mesmo assim ter sofrido a virada. O Botafogo saiu na frente com um gol de cabeça de Asprilla, aos 18 minutos do primeiro tempo. Aos 31, Kléber empatou para o Santos. Reinaldo, novamente de cabeça, recolocou o Botafogo em vantagem, ainda no primeiro tempo, aos 42. Na segunda etapa, aos 6 minutos, Wellington Paulista fez 2 a 2. Reinaldo, aproveitando um passe de Zé Roberto, recolocou o Santos na frente aos 33 minutos: 3 a 2. O Botafogo, no entanto, ainda encontrou tempo não só para chegar a nova igualdade (3 a 3, com Zé Roberto, de cabeça, aos 38 minutos) como ao gol da vitória (Juca, cobrando falta de longa distância, aos 40).

Roberto Benevides

O

Corinthians está brincando com fogo e corre sério risco de fechar a temporada com queimaduras de todos os graus, algumas irreparáveis num prazo curto. Existe alguém capaz de prever, a esta altura do Campeonato Brasileiro, o que vai acontecer no Parque São Jorge depois da derrota por 3 a 0 para o Flamengo? Não há retrato mais bem acabado da incompetência gerencial em nosso futebol do que o mergulho do campeão brasileiro de 2005 na zona de rebaixamento do campeonato de 2006. Você pode procurar em toda a história e dificilmente encontrará, se é que encontrará, exemplo semelhante pelo mundo da bola afora. O Corinthians começou a cavar o buraco nesta temporada com o mesmo time que ganhou o título do ano passado, mas, antes mesmo de estrear no Campeonato Brasileiro, já tinha trocado Antônio Lopes por Ademar Braga no comando técnico. Depois, trocou Ademar Braga por Geninho e Geninho por Leão. Será culpa dos técnicos o 17º lugar no Brasileirão? O time também foi mudando aos poucos. Antes de Leão chegar, perdeu Ricardinho. Nos primeiros dias de Leão, perdeu Tevez e Mascherano. Nos últimos dias, perdeu também Carlos Alberto, pelo menos enquanto a crise não levar de vez o resto de bom senso que ainda existe no Parque São Jorge. Para substituir alguns dos que se foram, vieram César, Magrão e Amoroso. Desembarcaram em pleno furacão e, assustados, gastam mais energia tentando explicar por que as coisas estão indo tão mal do que fazendo algo para melhorá-las. E não há sinal de que o trio deslanchará nas próximas rodadas. A tal parceria Corinthians-MSI não deu errado apenas nos negócios que botaram os agentes federais no encalço de cartolas e investidores. À medida em que o dinheiro foi diminuindo, desapareceu também o futebol.

A FILA ANDA

200 DIAS DE JEJUM

Depois de Nelsinho Baptista, Emerson Leão e Paulo César Gusmão, também Hélio dos Anjos deixou o São Caetano. Pediu demissão após a derrota para o Grêmio por 2 a 0. É o terceiro emprego que Hélio dos Anjos perde ou deixa neste Brasileirão. Antes , trabalhou no Juventude e no Fortaleza. A posse do seu sucessor marcará a 27ª troca de técnico neste campeonato disputado por 20 times. Só não mudaram de técnico São Paulo, Grêmio, Santos, Internacional, Paraná e Vasco.

O brasileiro Adriano, surpreendentemente indicado pela Fifa como um dos 30 candidatos ao prêmio de melhor jogador do ano, completou ontem 200 dias sem marcar um golzinho sequer pela Internazionale, que venceu o Catania por 2 x 1 e assumiu a liderança do Campeonato Italiano. O último gol do brasileiro pela Inter foi no dia 29 de março, o primeiro dos 2 a 1 sobre o Villarreal pelas quartas-definal da Liga dos Campeões. Na Copa do Mundo, com a camisa do Brasil, Adriano marcou um gol contra a Austrália e outro contra Gana.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C

Atlético mais perto de subir Fernando Pilatos/AE

F

altando oito rodadas para o final da Série B, o Atlético-MG consolidase como o mais forte candidato a ser uma das quatro equipes que subirão para a Série A do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Sábado, jogando no ABC, a equipe mineira derrotou o Santo André por 2 a 1 e manteve a vantagem de três pontos sobre o Sport como líder da competição. Lima, de cabeça, aos 43 minutos do primeiro tempo, abriu a contagem para o Atlético. Vander empatou para o Santo André aos dois do segundo, e Tcho, aos 38, garantiu a vitória atleticana. Em Natal, o Náutico foi derrotado pelo América-RN por 3 a 1, caindo para o terceiro lugar (o segundo é o Sport, que na terça-feira derrotou o Vila Nova por 3 a 0, no Recife). Já o América potiguar está com 46 pontos e passa a ocupar o quinto lugar, superando o Paulista, que foi goleado pelo São Raimundo, em Manaus, por 4 a 1. O time de Jundiaí deixa, assim, de ocupar a zona de acesso, pois perdeu a quarta posição para o Coritiba, que na sextafeira havia feito 2 a 1 no CRB, jogando no Paraná. Jogando em Jaú, porque perdeu um mando de campo, o Marília ficou ainda mais longe do acesso ao empatar com o Ceará por 3 a 3. Fabiano Gadelha (que perdeu um pênalti),

Vitória sobre o Santo André, no ABC, por 2 a 1, mantém time mineiro na liderança a oito rodadas do final

Neto Potiguar e Wellington Amorim fizeram os gols do MAC. Adrianinho, Arlindo Maracanã (de pênalti) e Reinaldo Aleluia marcaram para o Ceará. A equipe paulista, agora, está em 12º lugar, com 40 pontos, e os cearenses em 15º, com 37. Apesar da derrota por 2 a 1 para o Paysandu, em Belém, o

Ituano conseguiu manter-se em 14º, porém, agora, está a apenas três pontos da zona de rebaixamento, na qual, aliás, já se encontram duas equipes do Estado de São Paulo. Uma delas é o Guarani, que se manteve na zona de rebaixamento ao empatar com o Gama, por 2 a 2, em Brasília. O time campineiro está com 34

pontos. O de Brasília é o 12º, com 38. O Guarani só empatou aos 48 minutos do segundo tempo, com Odair, e chegou a estar perdendo por 2 a 0, gols de Vanderlei, o artilheiro da Série B, com 16, e de Márcio Goiano. Edmilson marcou o outro gol bugrino. Já a Portuguesa, apesar de continuar na incômoda última

30ª rodada Sport 3 x 0 Vila Nova Portuguesa 3 x 1 Remo Avaí 1 x 1 Brasiliense Coritiba 2 x 1 CRB Santo André 1 x 2 Atlético-MG América-RN 3 x 1 Náutico Marília 3 x 3 Ceará Paysandu 2 x 1 Ituano Gama 2 x 1 Guarani São Raimundo 4 x 1 Paulista Classificação

P

V

S

GP

1 Atlético-MG

54

15

20

51

2 Sport

51

14

19

47

3 Náutico

49

14

10

51

4 Coritiba

47

13

8

48

5 América

46

15

3

48

6 Paulista

45

12

9

49

7 Santo André

42

10

4

36

8 Brasiliense

41

12

11

46

9 Paysandu

40

11

-4

41

10 Avaí

40

11

-7

28

11Marília

40

10

5

46

12 Gama

38

11

-9

51

13 CRB

37

10

-3

47

14 Ituano

37

9

-2

36

15 Ceará

37

8

-6

39

16 Vila Nova

35

9

-11

37

17 Remo

34

10

-14

36

18 Guarani*

34

9

-12

40

19 São Raimundo

34

8

-8

32

20 Portuguesa

33

8

-13

34

*Perdeu 3 pontos no STJD.

colocação, dessa vez pelo menos fez sua parte: jogando na terça-feira, no Canindé, ganhou do Remo, por 3 a 1. Os gols da Lusa foram marcados por Leonardo Silva, Alex Alves e Giancarlo. Carlinhos descontou para o Remo. Amanhã, Brasiliense e Marília fazem na Boca do Jacaré, em Taguatinga, jogo adiado da 18ª rodada.

Treze, Ferroviário, Barueri e Ipatinga estão na frente

Q

uatro times dividem a liderança da equilibrada fase final da Série C, que classificará os quatro primeiros colocados entre oito participantes para a Série B do ano que vem. Treze-PB, Ferroviário-CE, Grêmio Barueri-SP e Ipatinga-MG seriam, hoje, os classificados. Jogando ontem em seu Estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, o Criciúma foi derrotado por 2 a 1 pelo Ipatinga-MG. O Vitória não suportou a forte pressão do Ferroviário e acabou perdendo por 3 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE). O Bahia também se deu mal e segue em crise: 2 a 0 para o Treze-PB, no Estádio Ernani Sátiro, em Campina Grande (PB). Único representante paulista e dono da melhor campanha de todo o torneio, o Grêmio Barueri bateu o Brasil-RS por 1 a 0 no Estádio Bento Freitas, em Pelotas (RS). RESULTADOS: Criciúma-SC 1 x 2 Ipatinga-MG; Ferroviário-CE 3 x 1 Vitória; Treze-PB 2 x 0 Bahia; Brasil-RS 0 x 1 Grêmio Barueri-SP. CLASSIFICAÇÃO: 1º Treze-PB, Ferroviário-CE, Grêmio Barueri-SP e Ipatinga, 6 pontos; 5º Criciúma-SC e Vitória-BA, 4 pontos; 7º Brasil-RS e Bahia-BA, 1 ponto.


segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Planalto Eleições Campanha Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

PT VAI EXPLORAR EXISTÊNCIA DO PCC

TUCANO É O CANDIDATO DO AGRONEGÓCIO Alckmin venceu na maioria dos principais estados responsáveis pela produção agrícola brasileira e, se dependesse desse segmento, já estaria eleito no 1º turno. Outro ponto de atração, é a defesa do corte de gastos.

Alckmin faz campanha monotemática. Jacques Wagner

PARA TARSO, ALCKMIN FERIU ÉTICA PÚBLICA. Robe

rto Ja

yme/

AE

O ministro entende que o PT ficou retraído em virtude dos escândalos e que não exerceu o devido poder de cobrança diante da candidatura tucana.

O

s resultados do primeiro turno das eleições mostraram claramente que os produtores agrícolas já escolheram seu candidato à Presidência: Geraldo Alckmin, do PSDB, ganhou em sete dos dez maiores estados produtores de grãos do Brasil e, em todos eles, o percentual de votos superou os 50%. A crise pela qual o setor agrícola passa nos últimos anos é apontada pelo cientista político da FGV, Marco Antonio Carvalho Teixeira, como o motivo pela preferência do agricultor pelo ex-governador de São Paulo. "A rejeição ao presidente Lula cresceu mais nesse último ano e se intensificou com a saída do Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura", afirmou. A vitória do candidato do PT ocorreu apenas nos estados de Minas Gerais, Bahia e Maranhão, quinto, sétimo e décimo maiores produtores agrícolas, respectivamente. A vantagem obtida nos estados do Nordeste fez com que Lula diminuísse a diferença em relação ao candidato do PSDB no total dos dez estados. No Centro-Oeste, maior região produtora do Brasil, Geraldo Alckmin, teria sido eleito já no 1º turno, com 54,19% dos votos contra 38,27% recebidos pelo presidente Lula. No Mato Grosso, Alckmin conseguiu a preferência de 54,82% dos eleitores. Já Lula, considerado "a nova praga do agronegócio", obteve apenas 38,65% dos votos. "As políticas agrícolas tomadas por esse governo não ajudaram em nada. Isso fez com que quase 100% dos produtores votassem no candidato Geraldo Alckmin", afirma Normando Corral, presidente em exercício da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato). N a re g i ã o S u l , s e g u n d a maior produtora de grãos e onde as dificuldades com a produção estão relacionadas com os problemas climáticos e menos com o câmbio e renda, a vantagem do ex-governador paulista foi ainda maior: 55,13% contra 34,73%. "Para que o presidente Lula consiga reverter essa situação ele terá que buscar apoio dos governadores nos estados agrícolas, caso de Roberto Requião, no Paraná", afirma Teixeira. Despetizar – Alckmin insistiu, ontem, que existem diversas possibilidades de cortar gastos no governo federal e repetiu que, em sua eventual administração, caso seja vitoriso, irá "despetizar" o Estado. "Privatizaram o governo para o PT. Eu pretendo 'despetizar', ou seja, fazer um governo a serviço do povo, da sociedade, ter eficiência e fazer o Brasil crescer", declarou Alckmin, em São Paulo. Ele afirmou que o governo federal pode economizar e criticou o PT com relação às despesas públicas. "Em relação ao corte de gastos, eles tiveram quatro anos. Não cortaram o supérfluo, mas aumentaram os gastos com o aparelhamento do Estado. Não criaram emprego para o povo, mas para a companheirada", disse o candidato tucano. (Agências)

O

VOTO EM LULA É O MAIS CONSERVADOR, DIZ GOLDMAN.

O

vice-governador eleito de São Paulo, Alberto Goldman que, ao lado do governador eleito José Serra, comanda a mobilização para ampliar a votação de Geraldo Alckmin, diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é o representante dos pobres, mas das "elites empresariais que mais lucraram" à custa daquela parcela do povo. Goldman acusa Lula de falta de escrúpulos na reta final de campanha. "Ele compra um governador de Mato Grosso (Blairo Maggi, do PPS) com financiamento a produtores rurais, duas semanas da eleição, introduz quase 3 milhões de

famílias no Bolsa-Família a 90 dias da eleição... Ele não tem promessas, são pura mentira, enganação, mistificação." Embora o discurso mais ofensivo ainda não tenha melhorado o desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas, ele acredita que o candidato está adotando a única estratégia possível nesta fase da campanha. "Temos de cobrá-los das coisas erradas e fazer com que isso chegue à população menos esclarecida, onde Lula ganha de forma avassaladora", diz. O objetivo é fazer com que Lula perca votos também entre a população mais esclarecida. "É o que fizemos no primeiro turno. Não diz o ditado 'água mole em pedra dura tanto bate até que fura'? Tem de ficar tranqüilo e ter sangue frio. Lula é o candidato do voto conservador, daquele que não quer arriscar perder o BolsaFamília", arriscou. (AE)

PARA WAGNER, TUCANO FAZ CAMPANHA DE UM TEMA SÓ.

O

governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT), agora um dos coordenadores da campanha presidencial à reeleição, garante: se depender dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recorrerá à "baixaria" contra o tucano Geraldo Alckmin. Wagner acusa Alckmin de fazer uma campanha monotemática – em cima do tema corrupção – para esconder um projeto "altamente conservador", de "transferência de todo o patrimônio para a iniciativa privada". Ele disse que Alckmin esconde suas proposições por serem "ingratas para a população". E que, na "inevitável" compara-

ção com a gestão de FHC, Lula se sairá melhor nos números Ele atribuiu a realização do segundo turno principalmente ao "susto do dossiê" sobre os indecisos, mas vê no caso "um clima de execução penal sem julgamento". E afirma: "No PSDBPFL há figuras que violaram painel, grampearam telefones, se envolveram em corrupção. Se alguém do PT errou, como errou, tem de pagar." Sobre o debate na TV Bandeirantes, Wagner disse: "Acho deprimente alguém que pretenda ser presidente da República ficar dizendo que a grande missão dele será vender um avião, um equipamento da Força Aérea Brasileira, não do presidente. É um besteirol". E continua: "Alckmin repetia um mantra treinado: 'Onde está o dinheiro?' E a cada resposta: 'Viu que ele não respondeu?' Pode ter animado a tropa dele, mas não ganhou um voto," previu. (AE)

ministro de Relaç õ e s I n s t i t u c i onais, Tarso Genro, sinalizou que seu partido, o PT, poderá explorar a violência provocada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo contra o candidato tucano, Geraldo Alckmin, no período da disputa eleitoral em 2º turno. Ele ressaltou que a utilização desse tema vai depender do tom – agressivo ou não – que será utilizado pela campanha adversária. Na avaliação do ministro, no 1º turno o PT deixou de atacar pontos considerados vulneráveis de Geraldo Alckmin, pois estava acuado por causa do envolvimento de petistas no escândalo da compra de dossiê contra tucanos. I m p un e s – "O partido deveria ter demonstrado que o PCC se proliferou nos últimos 12 anos de maneira impune nos governos tucanos e que ele (Alckmin) tem enorme resp on sa bi li dade institucio- O PT nal sobre isestava com so. Houve uma absolu- sentimento t a a u s ê n c i a de culpa e de medidas não reagiu por parte de- à altura. le", afirmou Tarso Genro Genro. O ministro considerou que o presidente Lula foi muito cobrado sobre o conhecimento ou não do chamado mensalão, mas que Alckmin não foi cobrado da mesma forma se sabia do crescimento do PCC. "Por que não é democrático perguntar se Alckmin sabia ou não sabia?", indagou. Miudi nho – "O partido ficou encolhido, até por remorso, porque pessoas importantes cometeram erros. O PT estava com sentimento de culpa pelo envolvimento de integrantes e não reagiu à altura", disse o ministro, apontando o motivo da omissão do PT sobre o tema na campanha. Genro tratou o caso da tentativa de compra do dossiê, que resultou na apreensão de R$ 1,7 milhão com petistas que trabalhavam na campanha de Lula, como uma questão ética, assim como a atuação da facção criminosa em São Paulo. "A complacência do Estado com o crime organizado, o fato de que o PCC tomou conta de parte do Estado e a indiferença do governante não são uma questão de ética pública? É uma questão ética mais grave do que a questão do dinheiro, ou da mesma gravidade", comparou o ministro. Tarso Genro afirmou que a campanha do presidente Lula vai centrar o debate nas questões de programa de governo, mas completou: "Se o PT vai ou não fazer essa cobrança, vamos ver a forma como seremos agredidos." (AE)


Ano 81 - Nº 22.233

R$ 0,60

São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Jack Andersen/AFP

A PF NO CENTRO DA CRISE O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, reúne-se hoje com os líderes do PFL, PPS e PMDB para discutir a adoção de medidas legais contra o que ele chamou de "uso sem pudor da máquina do governo", referindo-se à suposta ingerência do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, nas investigações sobre o dossiê Vedoin. A edição de Veja desta semana afirma que a Polícia Federal tenta desvincular do caso, a todo custo, a figura de Freud Godoy, ex-assessor do presidente Lula. Nota da PF diz que informações da revista são "levianas e fantasiosas". Págs. 3 e 4

Starbucks, a maior rede de cafeterias do mundo, estréia no Brasil. Vem confirmar um fato: o café é um requinte. C 3 a C 6

CAMPANHA Roberto Jayme/AE

A REDESCOBERTA DO CAFÉ Paulo Pampolim/Hype

Corinthians perde e afunda mais

BRASÍLIA - Lula abana D. Marisa com leque presenteado por índia terena Valéria Gonçalvez

Rafael Moura (foto) em desespero: os 3 a 0 do Flamengo põem corintianos no vermelho. Veja o Brasileiro no Esporte Wilton Junior/AE

SÃO PAULO - Alckmin come abacaxi em feira do Capão Redondo

ENTREVISTA

A largada da corrida natalina

O PT perdeu a face no governo Lula

Muita gente aproveitou o Feriadão para escolher enfeites e árvores de Natal, como Marlene Godoy (foto) que percorreu a Rua 25 de Março. E 1

Parabéns, pãozinho !

Francisco Weffort

Bob Strong/Reuters

Hoje é o Dia do Pão, comemorado com novidades: padarias têm até o fim desta semana para vendê-lo por peso. E 2

Cidade invadida por turistas São Paulo vive semana de sonhos, com a chegada de 380 mil turistas, entre eles cinéfilos e torcedores da F-1. C 1 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 19º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 20º C.

O cientista político analisa o cenário nacional, onde Lula e o candidato Lula procuram a sua própria identidade e se vêem até como um Gandhi do século 21. Página 8

O Foro e a mentira Diego Hypólito sola e salta com perfeição. Está nas finais do Mundial de Ginástica.

Olavo de Carvalho discute a gênese e a atuação do Foro de São Paulo, organização política de amplo espectro na AL. "Declaração sobre o Foro em site lulista fornece prova de que o PT é um partido de mentirosos até à alucinação". Mundo Real, C 4.

O mapa do Salão do Automóvel Durante dez dias, a partir desta quinta-feira, todas as novidades do mundo automobilístico têm endereço certo: o 24º Salão Internacional do Automóvel, no Anhembi. São 120 expositores, 31 marcas de veículos, exibidos em 86 mil m². Os modelos nacionais que só estarão nas ruas no fim do mês estréiam lá.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

1 Com tantos mimos como esse, sei que vou comprometer boa parte do meu 13º salário. Regina Junqueira, arquiteta

CONSUMIDOR ESTÁ COM PARTE DA RENDA COMPROMETIDA E VAREJO FAZ PREVISÕES CONSERVADORAS

COMEÇA A CORRIDA PARA VENDER MAIS NESTE FINAL DE ANO

E

Paulo Pampolin/Hype

A procura por artigos natalinos começa a crescer no Palácio dos Enfeites, que fica na Rua 25 de Março, um dos termômetros do varejo paulistano Paulo Pampolin/Hype

Vitrines de Natal para atrair clientes Clima, cores e enfeites natalinos já estão presentes nos principais centros de compra da capital

M

al passou o Dia das Crianças e já há lojas vestidas para o Natal. Na última sexta-feira, guirlandas e árvores decorativas tomavam o lugar dos brinquedos nas vitrines, assim como as peças de roupa vermelhas. Na região da Rua 25 de Março e do Bom Retiro, os comerciantes estão animados com a expectativa de vendas para o Natal. Alguns prevêem aumento de até 20% nos negócios em relação ao ano passado. As compras começaram cedo: desde agosto, lojistas do Brasil inteiro vêm abastecer suas lojas para o final de ano com as roupas do Bom Retiro e, há três semanas, a procura pela decoração natalina na 25 de Março não pára de crescer. "Muita gente aproveitou o feriado para adiantar as compras de Natal e fugir do tumulto de última hora", disse a gerente da Palácio dos Enfeites, Márcia Souza Costa. A loja,

que fica na Rua 25 de Março, na sexta-feira já estava totalmente decorada com enfeites natalinos e abarrotada de clientes. "A maioria deles veio de outros estados, tanto lojistas como consumidores finais." A pedagoga Marlene Godói veio especialmente de Maceió para comprar toda a decoração de Natal de sua casa. Ela, como a maioria dos compradores, mostrava-se tão animada que se dizia disposta a desembolsar R$ 1 mil. "Resolvi comprar tudo de uma vez para não ficar gastando aos poucos e perder a noção das despesas", afirmou. "No Natal, minha casa é uma festa só e as pessoas vão até lá para ver como ficou a decoração." Sensação – Uma das sensações entre os produtos natalinos tem sido o Papai Noel escalador. Ligado por pilha, ele sobe e desce bem devagar por uma corda. Custa R$ 29,40 e é o item mais vendido na Ita Decorações e Presentes. "Com tan-

ntidades ligadas ao Pina acredita em um movisetor varejista proje- mento menor que em 2005, tam crescimento de quando a concessão de crédito no máximo 5% para o acelerou o consumo. "Houve Natal. A expectativa é de que o aumento do endividamento resultado seja semelhante ao da população e agora há escasdesempenho ao longo do ano sez de recursos", diz. Ele calcude 2006. A Associação Comer- la que o crescimento do ano e cial de São Paulo (ACSP) é uma do Natal fique entre 3% e 4%. Desânimo – Mais desanidas menos pessimistas. A projeção é de uma expansão entre mado, o setor supermercadis4% e 5% em relação ao mesmo ta tem expectativa de ampliar período do ano passado, abai- em apenas 1% o faturamento xo dos 5% e 6% obtidos em este ano em relação a 2005. Se2005 e 2004, respectivamente. gundo o presidente da AssoSegundo o economista Emí- ciação Brasileira de Supermerlio Alfieri, do Instituto de Eco- cados (Abras), João Carlos de nomia Gastão Vidigal, da Oliveira, essa é uma estimativa ACSP, a demanda não está otimista e deve ser obtida em aquecida e não deve haver função do aumento das venuma explosão de consumo até das no último trimestre do ano, o fim do ano. Os lojistas não de- por causa das compras de final vem fazer apostas. "Cada um de ano estimuladas pelas fesdeve verificar o que está ven- tas e liberação do 13º salário. dendo para fazer as encomenPara Oliveira, o baixo dedas mais fracionadas, a cada 15 sempenho é provocado pela dias", exemplifica Alfieri. Para ele, as antecipações do 13º salário dos aposentados e os provenientes de acordos coletivos em setembro e outubro e as promoções do tipo "Compre Agora e Pague só em 2007" podem ter impacto Chamariz da loja Ita é o Papai Noel escalador negativo sobre as vendas no fim do ano. A expli- falta de recuperação da econocação é que a antecipação pode mia. "O consumidor continua provocar a falta do dinheiro procurando produtos mais baquando dezembro chegar. ratos, o que resulta em vendas Mais cedo –"O ano tem sido o menores nos supermercados." das antecipações", diz Alfieri. A Os shopping centers estão Associação dos Lojistas de mais otimistas. A previsão de Shopping Centers (Alshop) alguns centros de compras é de trouxe o Liquida São Paulo de um aumento de vendas entre inverno de agosto para julho e 6% e 12% em relação ao mesmo as lojas adiantaram o marketing período do ano passado. do Dia dos Pais em duas semaVag a s – A estimativa é de nas. A dúvida agora é o quanto que o volume de vagas tempodas antecipações de salários se- rárias no País seja igual ao de rão usadas antes do Natal. 2005 – cerca de 86 mil – ou tePara o assessor econômico nha um aumento entre 4% e da Federação do Comércio do 6%. Para o comércio da capital Estado de São Paulo (Fecomer- paulista, a expectativa do precio-SP), Fábio Pina, as libera- sidente do Sindicato dos Emções do 13º e as promoções de pregados no Comércio de São antecipação não terão impacto Paulo, Ricardo Patah, é menor. no desempenho anual do setor, Ele acredita que haverá retramas provocam restrição da ren- ção nas contratações. Sua preda do consumidor no final do visão é de que apenas 10 mil vaano. "Ele compra em setembro gas sejam abertas até dezeme, então, já vai ter o 13º compro- bro. Em 2005, foram 25 mil. metido para pagar a entrada." Adriana David

Roupas vermelhas e brancas da Chá Verde remetem ao Natal

tos mimos como esse, sei que vou comprometer boa parte do meu 13º salário", disse a arquiteta Regina Junqueira. Na loja Armarinhos Fernando, as guirlandas começavam a tomar espaço nas prateleiras ocupadas pelo brinquedos até a última quinta-feira. "Clientes já vieram procurar itens natalinos, mas eles devem estar expostos a partir de segunda-feira (hoje)", disse o gerente-geral, Márcio Eduardo Gavranic. Espírito natalino – Na região do Bom Retiro, o espírito do Natal começou a chegar de uma maneira mais discreta. Ainda não havia, na sexta-feira, enfeites nas ruas e poucas

peças vermelhas se destacavam nas vitrines multicoloridas. Mas, desde o mês de agosto, lojistas do Brasil inteiro vão até lá fazer as encomendas. "Quase todas as pessoas que estão aqui são lojistas que fazem pedidos para os tempos de Natal", disse o proprietário da Loja Chá Verde, Felipe Park. "O consumidor comum deixa mesmo para compra na última da hora." Apesar de a loja estar cheia de gente, o movimento forte na José Paulino costuma começar em novembro. "Roupas vermelhas e brancas ainda são as mais pedidas para essa época do ano", disse Park. Sonnaira San Pedro

O Palácio dos Enfeites recebe clientes de todo o País


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

1 Outubro é carnaval para os paulistanos. Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris

TURISMO EM SÃO PAULO VIVE SEMANA DE SONHOS Agenda de megaeventos trará pelo menos 380 mil turistas para a cidade. Hotéis estão lotados e espera-se um afluxo de R$ 310 milhões.

S

ão Paulo vai viver esta semana seu carnaval fora de época. Atraídos por uma agenda lotada de eventos, fãs de automobilismo, cinéfilos e amantes da arte contemporânea devem lotar o setor de turismo paulistano. São aguardados nos próximos dias pelo menos 380 mil turistas, que já esgotam reservas de muitos hotéis e devem desembolsar nada menos que R$ 310 milhões na capital. "Outubro é carnaval para os paulistanos", confirma o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho ressaltando que o turismo na cidade não passava por um momento tão favorável desde a desvalorização cambial em 1998. "E este ano está ainda mais atípico, com o Salão do Automóvel junto com o Grande Prêmio Brasil de Fórmula-1. Brinco que estamos vivendo o sonho do mês de outubro" – um sonho que deve ter um charme todo especial domingo, em Interlagos, com a última etapa do mundial de F-1. Além de definir se o espanhol Fernando Alonso ficará com o título, a prova marcará a despedida das pistas do piloto alemão Michael Schumacher. Salão – Fãs de carros e velocidade também poderão aproveitar para conhecer as novidades do Salão Internacional do Automóvel. O Pavilhão de Exposições do Anhembi terá 140 expositores e 30 marcas de veículos. Os dois eventos devem atrair 600 mil visitantes e a expectativa é de que só os fãs de automobilismo gastem em serviços e lazer R$ 195,5 milhões. Cultura – Mas a lista de atrações para paulistanos e visitantes não pára por aí. Quem prefere ficar longe do ruído dos motores poderá apostar nas opções da agenda cultural. No Parque do Ibirapuera, os três pavimentos da 27.ª Bienal das Artes de São Paulo trazem obras de artistas de várias partes do mundo. Para os cinéfilos, a grande pedida é a 30.ª edição

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Alex Ribeiro/DC

Equipamento das equipes de F-1 chega ao autódromo de Interlagos para o GP Brasil Alex Ribeiro/DC

O Vale do Anhangabaú, na área central da cidade José Patrício/AE

O Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera: atração cultural para turistas em São Paulo

da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que trará 350 filmes de 50 nacionalidades às salas da cidade. Enquanto os turistas preparam sua programação, restaurantes, hotéis e taxistas já comemoram o segundo carnaval paulistano do ano. O Holiday Inn Parque Anhembi, o maior da cidade, por exemplo, está com seus 780 apartamentos reservados para esta semana. O movimento obrigou o hotel a

contratar funcionários temporários e aumentar seu efetivo de 180 para 270 pessoas. Estudo da Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra que, a cada US$ 7 mil gastos na cadeia produtiva do turismo, um emprego é gerado e mantido. Alta temporada – O Grand Hotel Ca’d’Oro, o primeiro cinco estrelas da cidade, também comemora o aumento de ocupação. "É a nossa alta temporada. Temos de estar prepa-

Feriadão lota estradas e eleva faturamento em Aparecida J.F.Diorio/AE

O

paulistano teve um lento retorno à Capital, depois do feriadão de Nossa Senhora Aparecida. Estradas lotadas marcaram o dia de ontem na principais rodovias que chegam à cidade. Ao mesmo tempo, o comércio de Aparecida (SP) faturou 20% a mais no feriado do dia 12, na comparação com o mesmo período do ano passado e 10% acima das estimativas iniciais para este ano. A informação é da Associação Comercial e Industrial. Cerca de 320 mil romeiros visitaram o santuário. Papa – A visita do papa Bento XVI, prevista para maio de 2007, já começa a movimentar as fábricas locais de produtos religiosos, que produzem artigos com a figura papal. Nas lojas, já é possível encontrar quadros, relógios, chaveiros e bíblias. Até dezembro, deverão chegar ao comércio outros produtos como camisetas, adesivos para carros, calendários, agendas, terços e velas. O lucro esperado é de 100% nas vendas dos produtos relacionados à visita do papa. Retorno –Apesar da lentidão, o paulistano que deixou para retornar no início da noite encontrou estradas mais livres. Após as 19h, o trânsito gerado por manifestações na Régis Bit-

A volta à capital, depois do feriadão: trânsito lento na Imigrantes

tencourt e Raposo Tavares já tinha diminuído e o fluxo de carros era menos intenso do que o registrado à tarde. Nesse horário, a Fernão Dias ainda apresentam volume de tráfego acima do normal. O motorista enfrentava congestionamento de Atibaia a Mairiporã por conta do excesso de veículos. A Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, apresentava lentidão em função de um protesto realizado no quilômetro 319. Moradores bloquearam a estrada por causa de um atropelamento. O tráfego também estava lento no trecho de Barueri da Castelo Branco, sentido capital. De acordo com a concessio-

nária ViaOeste, havia lentidão no quilômetro 25, mas a visibilidade e o tempo no local eram bons. Segundo a Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, para quem voltava do litoral o tráfego era intenso devido ao excesso de carros. O tempo estava encoberto, mas com boa visibilidade. Na Anhangüera e na Bandeirantes, administradas pela Autoban, não houve registro de congestionamento. O mesmo pôde ser verificado na Dutra. O motorista não encontrava problemas na Raposo Tavares, apesar de as pistas terem sido interditadas por um protesto de moradores que reivindicavam uma passarela. (Agências)

F-1 gera negócio de oportunidade em Interlagos

rados", diz o diretor Aurélio Guzzoni. O restaurante Taormina, nos Jardins, se prepara para o início da alta temporada há dois meses, quando foi concluída sua reforma. A partir de hoje, 24 funcionários estarão a postos. "Estamos ansiosos. A expectativa é de que o restaurante lote todos os dias, sobretudo porque estamos em uma região com vários hotéis", diz a proprietária Helena Maria Zamperetti Morici.

O ritmo acelerado altera até a alimentação de profissionais que vão ter de dar duro nestes dias, como o taxista Edson Pereira Dutra, de 42 anos, que trabalha nos Jardins. "Mais hóspedes, mais corridas. Mais corridas, mais dinheiro. Já pedi para a minha mulher: não me espera para jantar e deixa uma camisa pronta para eu usar no dia seguinte." Sua expectativa esta semana é ter trabalho o dia inteiro, inclusive tarde da noite. (AE)

No Paddock, tratamento VIP

A

equipe do bufê de Andrea Fasano trabalha a todo vapor, mesmo faltando uma semana para o GP Brasil de Fórmula-1, em Interlagos. Cerca de 70 cozinheiros e ajudantes já antecipam ingredientes, como as bases de molhos e massas, doces e petitfours que farão parte do cardápio para 2.500 convidados. Neste ano, o Buffet Fasano vai atender os VIPs do Premium Paddock Club, do Platinum e do Grand Prix, os três camarotes mais seletos do autódromo, nos quais a mordomia inclui caviar, copo de cristal e toalha de linho. Há seis anos participando da festa, Andrea ganhou este ano, pela primeira vez, a concorrência para o Paddock. Os detalhes estão sendo acertados entre a empresa e a coordenação do evento há um ano. O bufê teve de elaborar um projeto de cozinha para poder trabalhar. Foram instaladas bancadas, mesas e ventilação adequada. Mas muita coisa será montada no dia. "Vamos levar três contêineres para servirem de câmaras frigoríficas", diz Andrea, que contará com uma equipe de 350 pessoas. Durante o GP será servido café da manhã, almoço e chá da tarde. No Paddock haverá um caviar bar para acompanhar o champanhe Moët & Chandon. Em 2005, os convidados costumavam providenciar a própria bebida, que ficava à disposição, imersa numa espécie de ofurô. Este ano, a mordomia é maior: para cada dez convidados, há um garçom que cuidará de tudo. (AE)


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

O consumidor aprovou a medida, pois paga o que consome e nada mais. Miriam França, da padaria Dona Deôla

DIA DO PÃO É COMEMORADO EM 150 PAÍSES

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

DIA DO PÃO. E DE ALTERAR A COBRANÇA NA PADARIA. Consumidores e padarias têm até o final da semana para se adaptarem à cobrança do pão pelo peso, e não mais por unidade. Nova lei vai mudar rotina de mais de 52 mil estabelecimentos de todo o País.

A

s padarias brasileiras têm até o final desta semana para se adaptar à lei federal que instituiu a cobrança do pão francês por peso e proibiu a venda por unidade. E hoje, Dia Mundial do Pão, a mudança começa a ser fiscalizada. Algumas padarias já se adequaram às novas regras, mas os proprietários dos estabelecimentos prevêem que ainda haverá muita confusão nesse período de transição. A lei foi sancionada em 20 de junho deste ano, mas até hoje Unidade tem de pesar 50 gramas não havia fiscalização do seu cumprimento. As padarias ti- balança, colocando a diferença veram quatro meses para se do peso da embalagem." Seadaptar às mudanças. gundo o gerente, o quilo do Na capital, alguns desses es- pão será vendido por lá a R$ 6. tabelecimentos comerciais já Pela lei, cada pãozinho tem de aderiram ao novo meio de co- pesar no mínimo 50 gramas. brança, com grande aceitação Mesmo concordando com a de clientes. É o caso da rede de nova lei, Dourado acredita que padarias Doo consumidor na Deôla, que enfrentará ditabelou o preficuldades no ço do pão nas início. "As filiais a R$ 5,50 pessoas estão Estamos longe do o quilo. De aco stuma das consumo de pão acordo com a a comprar recomendado, de 60 gerente da fipães por uniquilos per capita ao lial de Higiedade. Imagine nópolis, Mium cliente ano. A média no Brasil riam França, chegar e pedir é de 33,3 quilos. " o c o n s u m i'me vê 200 graJosé Gonçalves Bidarra, dor aprovou a mas de pães'. do Sipan-ABC medida, pois Ou ainda: paga apenas o 'quero R$ 1 de que consome pão somente'. e nada mais". Os profissionais e os clientes Adaptação – Já na padaria não estão acostumados a venEstrela de Santa Cecília, a der o produto dessa forma." adaptação ainda está sendo A saída, na opinião do gefeita. Mas o gerente Paulo Mar- rente da Estrela de Santa Cecíques Dourado promete que tu- lia, será o "jogo de cintura" do do estará pronto dentro do comerciante. "Se o peso exceprazo. "Falta apenas alterar a der o que foi pedido pelo clien-

Na padaria Dona Deôla de Higienópolis, a venda do pãozinho por peso foi aprovada pelos clientes. Lá, o quilo do produto custa R$ 5,50.

Na Estrela de Santa Cecília, gerente acha que consumidor terá dificuldades para pedir o produto por peso

te, poderemos arredondar o valor para baixo. O consumidor sairá satisfeito da padaria, com certeza", diz. A mesma flexibilidade será adotada na padaria Palma de Ouro, localizada no Centro. O gerente Valter de Souza garan-

te que o estabelecimento está pronto para a mudança. Mas, para ele, o que irá prevalecer será a "lei do cliente". "Estamos prontos para vender o pão por peso, mas são os fregueses que decidem a melhor forma de comprar o produto. Precisa-

mos deles", afirma Souza. Mercado – Discussões em torno da mudança à parte, o setor tem mesmo o que comemorar neste Dia Mundial do Pão (a data é celebrada em 150 países). O segmento emprega diretamente 600 mil pessoas e,

indiretamente, 1,5 milhão. O mercado de pães representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e deverá movimentar até o fim do ano cerca de R$ 30 bilhões nas mais de 52 mil padarias formais em funcionamento no Brasil. Comparado com 2005, o setor teve um crescimento de 6,9% este ano, segundo dados do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Grande ABC (Sipan-ABC). "Estamos longe do consumo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 60 quilos de pão per capita ao ano. A média no Brasil é de 33,3 quilos por pessoa anuais. Mas os índices apont a m p a r a c re s c i m e n t o e m 2007", diz José Gonçalves Bidarra, tesoureiro do Sipan. Uma curiosidade: os nossos "hermanos" argentinos consomem mais de 70 quilos per capita ao ano. O motivo? "O consumo do pão está diretamente relacionado à temperatura de cada país, por isso essa enorme diferença. E lá, a temperatura é mais baixa", explica o tesoureiro da Sipan-ABC. Ivan Ventura

Pablo de Sousa

CARRO NA WEB

EMERGENTES

A

indústria automobilística não só assumiu como A essencial o marketing pela

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

CONVOCAÇÕES

internet como está ampliando as verbas destinadas a esse canal. Há três anos, o setor destinava no máximo 3% dos recursos de marketing para a rede mundial. Atualmente admite investir entre 10% e 15% do total. As montadoras redobraram também a aposta na qualidade, fazendo ruir o mito de que propaganda na internet é baratinha. Para o lançamento do Fiat Idea Adventure (foto), a Fiat contratou a produtora do festejado cineasta Fernando Meirelles. Já a GM passou a produzir material especial para internet, abandonando a simples adaptação do material de TV. E a Citröen anunciou crescimento na visitação ao seu site. João Ciaco, diretor de Marketing da Fiat, diz que "se a criação para a internet não for feita com qualidade, não prenderá a atenção do consumidor". (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

GÁS NA BAHIA presidente da Petrobras, O José Sergio Gabrielli, anunciou na última sextafeira em Salvador investimentos de R$ 4 bilhões na Bahia até 2011. Esses recursos incluem cerca de R$ 1 bilhão destinado ao projeto do Gasene, gasoduto que, passando pela Bahia, interligará o Nordeste ao Sul do País. E investimentos no campo de Manati, no sul do estado, que tem reserva de 30 bilhões de metros cúbicos de gás natural e deve começar a produzir até novembro. A previsão é de cerca de 2 milhões de metros cúbicos por dia ainda em 2006. A exploração do campo de Manati, na costa de Cairu, exigirá investimentos de pelo menos mais R$ 1 bilhão, segundo a Petrobras. (AE)

indústria de países emergentes cresce a taxas até sete vezes superiores à do Brasil. Enquanto o crescimento da produção industrial do País acumula alta de 2,2% nos 12 meses encerrados em julho, um grupo de economias em desenvolvimento registra altas na produção que vão de 4,5% a 17%, esta última na China. Embora o setor esteja avançando, aumenta a distância entre o desempenho nacional e o de países com os quais compete diretamente. Os dados constam de um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Em alguns casos, o fosso entre o avanço brasileiro e o de outros países é maior na produção do que na expansão do Produto Interno Bruto (PIB). É o que ocorre, por exemplo, na comparação com China e Coréia do Sul, conforme a consultoria Austin Rating. (AE)

PORTABILIDADE

A

partir de 2008 será possível mudar de operadora de telefonia e manter o mesmo número. As regras da chamada portabilidade numérica estão em consulta pública da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A medida deve aumentar a competição no setor de telecomunicações. Na telefonia fixa, a mudança deve se concentrar nas classes A e B, que representam 24% dos domicílios no Brasil. Essa fatia corresponde aos 11 milhões de residências atendidas pela rede de TV a cabo, hoje a principal alternativa às operadoras de telefonia fixa. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Importação de industrializados cresceu no primeiro semestre quase nove vezes mais que produção nacional

L

Pequeno comércio supera grandes empresas em rentabilidade, de acordo com estudo feito pela Serasa

L

Vale do Rio Doce amplia em uma semana prazo para sua oferta de aquisição da Inco, de 16 para 23 de outubro


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

DCARRO

Pablo de Sousa

novidade a potente Naked CB 1300 Super Four, modelo que chegará ao mercado nacional no primeiro semestre de 2007.

O Renault Clio entrou para a onda do tuning. É de fábrica e está no estande da montadora francesa. Vale a pena ir lá pra conferir.

EOS, em apenas 25 segundos, um belo conversível. No estande da Volkswagen.

na cor metálica Preto Nacré. O Clio Tuning, como foi batizado, traz inúmeros equipamentos exclusivos, tais como molas de suspensão Eibach, bancos em couro da Bantec Recaro, rodas de ligaleve esportivas de 16 polegadas, lanternas traseiras do tipo cristal, Kit Sport – saias laterais e spoiler frontal -, aerofólio esportivo superior, rádio CD Player Alpine com MP3 e DVD, telas de cristal líquido de 6,5”, entre outros itens. Ação de marketing - Aproveitando a realização do Salão, a Audi iniciou na semana passada uma ação de marketing inédita, desenvolvida pela AlmapBBDO. Montou um espaço na Av. Dr. Lineu de Paula Machado, na região da Cidade Jardim, onde dois robôs estarão "trabalhando" até o próximo dia 18 na usinagem de um Audi A3 Sportback em poliuretano e em tamanho original. Após ser concluído, o modelo irá para o Salão do Automóvel, onde ficará em exposição até o término do evento. Na seqüência, será "pintado" por um artista plástico para posterior apresentação em toda a rede de concessionários da marca. Outra atração da marca no Parque Anhembi será o Audi A8, top de linha da montadora. Utilitário - Na área de utilitários, a MercedesBenz mostra a van Sprinter, versão executiva, equipada especialmente para o Salão, com diversos itens de conforto e segurança para demonstrar as vantagens do veículo no transporte de executivos, turistas e nas viagens familiares. O modelo foi equipado com bancos individuais em couro, apóia-braços e encosto de cabeça, além de CD Player com MP3 e DVD no teto, com fones de ouvido sem fio para os passageiros. Recebeu

5

Divulgação

SALÃO 2006

4

também o sistema GPS – Global Positioning System -, que funciona via satélite e permite que o condutor trace rotas e localize caminhos de interesse nas suas viagens de passeio. A 24ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo marcará a estréia da China no mercado

Não é carro e parece até humano. É o robô Asimo, que a Honda colocou no seu estande para atrair a atenção para sua tecnologia, em motos e veículos quatro rodas.

automotivo brasileiro. A Districar, que já vende no País a linha de veículos coreanos SsangYong, também vai representar a montadora ChanGan Auto, que vai disponibilizar aqui o utilitário Chana, o primeiro veículo chinês a ser comercializado no Brasil. Quase humano - A grande novidade no estande da Honda será o novo Civic Si, esportivo que a montadora começa a produzir no Brasil a partir do próximo ano e será, segundo a montadora, o mais potente fabricado localmente. Mas o que realmente deverá atrair a atenção do público no espaço da montadora japonesa será o robô humanóide Asimo (Advanced Step in Innovative Mobility), que pode andar, responder a comandos e agir quase como um humano. A Honda vai expor, ainda, a terceira geração do utilitário esportivo CR-V e os modelos Fit, Civic e Accord, sedan de luxo importado do México. No estande de 1.787 m² também será mostrado o carro de Fórmula 1 RA106, monoposto da equipe Honda Racing F1 Team, pilotado pelo brasileiro Rubens Barrichello e pelo inglês Jenson Button, vencedor do GP da Hungria deste ano. A empresa também reservou espaço para a sua linha de motocicletas importadas, que traz como

Mistura - Classificado de crossover, uma terminologia criada pelos americanos para explicar a mistura de estilos em um veículo, o Nissan Murano finalmente será vendido no Brasil a partir de agora. O modelo já foi mostrado na última edição do Salão do Automóvel e será destaque de novo no Parque Anhembi. "O Nissan Murano veio se juntar ao 350Z como construtor de imagem da marca Nissan", afirma Nélio Bilate, diretor de Vendas e Marketing da Nissan Mercosul. "Ele é mais que um crossover, porque reúne as qualidades de três segmentos: tem tração integral, o rodar de um sedan esportivo e o porte de um utilitário-esportivo", define Bilate. No Brasil, a previsão de vendas é de 8 a 10 unidades/mês. Apenas a versão top de linha, dotada de fartos itens de conforto e de segurança, estará disponível internamente. A marca japonesa também apresentará o Nissan Zaroot, utilitário-esportivo que poderá estar no mercado brasileiro no próximo ano. Também em 2007 chegará o novo Sentra, sedan que possui uma boa relação custo-benefício. A General Motors vai expor, entre outros modelos, o seu novo sedan Prisma, derivado do Celta. Polo, destaque VW - A Volkswagen resolveu apostar no Polo, carro de grande sucesso na Europa, mas praticamente ignorado pelo consumidor no Brasil (veja matéria na página 6). Para tanto, o carro será o grande destaque do estande alemão. Ao seu lado, o EOS, conversível para 4 pessoas, que a fábrica trará em 2007, ainda sem preço definido. Homenagem ao Gol, pelos seus 20 anos de liderança no mercado e mais de 4,5 milhões produzidos, bem como ao novo motor do Touareg, com 450 cavalos. Também estarão no estande da montadora alemã o Golf, o Beetle, que ela promete não mais deixar faltar no mercado, como vinha acontecendo, o Bora e a Kombi, que receberá pintura

o, um A3 lpindo, em poliuretan Dois robôs estão escu di Au na ra, fei de quintapara você ver a partir

especial de artista plástico. Além de veículos, atrações extras como games, salas para crianças e o Espaço Mulher, onde elas terão oportunidade de conhecer tudo o que é feito para o conforto feminino dentro de um automóvel. Estudantes no salão - Futuro, Tecnologia e Meio Ambiente – é o tema que os estudantes da FEI, levam para o salão em sua sexta participação. Quem visitar o estande de 105 m² da FEI vai conhecer, em detalhes, seis projetos de veículos e um sistema eletrônico de injeção de combustível. Além disso, um pouco da história, mostrando o FEI X-1. Ao lado deste projeto pioneiro desenvolvido há 38 anos, a FEI expõe ainda o FEI X17, veículo elétrico; o FEI X-16 e o FEI X-18, carros da categoria dos “supereconômicos”, movidos a gasolina e equipados com o sistema de injeção projetado por alunos dos cursos de engenharia Elétrica e Mecânica em conjunto com o IPEI (Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais); o FEI X-19, um veículo híbrido (incorpora um motor a combustão e outro elétrico); e o esportivo Fórmula FEI, atual campeão da categoria, que acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos, e tem máxima de 150 km/h.

O esportivo da FEI: de 0 a 100 km/h, em apenas 3,8 segundos. Há outros veículos no espaço dos estudantes.


segunda-feira, 16 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Futebol europeu Italiano Espanhol Sul-Americana

3 A atuação do Real foi horrorosa. O Getafe ganhou com mérito." Fabio Capello

RONALDINHO BRILHA EM VITÓRIA DO BARCELONA

ENCONTRO ADIADO Lluis Gene/AFP

R

onaldinho Gaúcho fechou ontem com chave de ouro uma semana que havia começado bastante complicada e foi melhorando aos poucos: ficou no banco no amistoso da Seleção contra o Equador; entrou no segundo tempo e deu o passe para Kaká marcar o gol da vitória; depois, ganhou elogios do técnico Dunga, que lamentou sua falta de tempo para recuperar a melhor forma física; foi indicado pela Fifa como candidato ao tri no prêmio de Melhor Jogador do Mundo; e ontem, foi a grande estrela do Barcelona na vitória por 3 a 1 sobre o Sevilla, que deixou o time na liderança isolada do Espanhol, com 16 pontos, três a mais que Valencia e Atlético de Madrid. Tudo isso antes de uma semana que será novamente cheia: a equipe joga quarta contra o Chelsea, pela Liga dos Campeões, e no fim de semana disputa o clássico contra o arqui-rival Real Madrid. "Se as pessoas me criticam é porque sabe que posso fazer mais, e isso me motiva para seguir trabalhando", disse o jogador, que abriu o placar de pênalti, e desempatou em seguida, ainda no primeiro tempo, o placar que havia sido igualado por

Susana Vera/Reuters

Ronaldinho fez dois gols na vitória que deu ao Barcelona a liderança isolada; Ronaldo, expulso, não joga o clássico no próximo fim de semana

Kanouté - depois Messi definiria a vitória por 3 a 1. Ronaldinho disse ainda que só se interessa pelas críticas construtivas que recebe, e admitiu que não está mesmo na sua melhor forma - ele entrou

ITÁLIA

em férias logo depois da Copa do Mundo e já voltou a jogar pelo Barcelona depois de apenas um dia de treinos, numa excursão por México e Estados Unidos. "Não dou bola para os que só dizem besteiras, e sei

ESPANHA

Sampdoria 1 x 1 Milan Siena 3 x 1 Messina Ascoli 0 x 2 Livorno Empoli 1 x 2 Fiorentina Inter de Milão 2 x 1 Catania Palermo 2 x 3 Atalanta Parma 0 x 3 Udinese Reggina 1 x 0 Roma Torino 1 x 0 Chievo Lazio 0 x 0 Cagliari

que ainda posso melhorar. Não estou 100%", disse. Se o Barcelona promete chegar embalado a um dos principais clássico do futebol mundial, o Real tenta recolher os cacos após sua primeira derrota

ALEMANHA

Getafe 1 x 0 Real Madrid Atletico Madrid 2 x 1 Huelva Celta 3 x 2 Valencia Gimnastic 2 x 3 Athletic Bilbao Levante 0 x 1 Mallorca Osasuna 0 x 1 Racing Santander Real Sociedad 1 x 3 Zaragoza Villarreal 0 x 0 Espanyol Barcelona 3 x 1 Sevilla Betis 1 x 1 La Coruña

no Espanhol, 2 a 1 diante do Getafe. Foi a primeira partida em que o técnico Fabio Capello escalou juntos Ronaldo e Van Nistelrooy - o brasileiro substituiu Cassano no intervalo. Mas a tática não deu certo, e Ronal-

FRANÇA

Mainz 1 x 3 Alemannia Aachen Bayern 4 x 2 Hertha Bochum 0 x 6 Werder Bremen Hamburger 1 x 2 Schalke Hannover 1 x 1 Eintracht Frankfurt Borussia Mönchen. 3 x 1 Wolfsburg Stuttgart 3 x 0 Bayer Leverkusen Energie Cottbus 2 x 3 Borussia Dortmund Nurnberg 1 x 1 Arminia Bielefeld

do ainda foi expulso, por reclamação. Ele pediu ao clube para recorrer à Justiça e tentar liberá-lo para o jogo contra o Barcelona. E jura inocência. "Ele apitou uma falta e ameaçou dar um cartão a Van Nistelrooy. Então me aproximei e perguntei se ele estava dando cartões apenas por falarmos. Ele confirmou com a cabeça, eu disse que ele era um fenômeno, ele me expulsou. Se tivesse feito algo mais pegaria três meses de cadeia", reclamou o jogador - que está fora da lista dos melhores da Fifa. Mas o técnico Fabio Capello, irritadíssimo com a má atuação da equipe, disse que não queria comentar arbitragem e achava besteira apelar pela presença de Ronaldo contra o Barcelona. "Ficar irritado ou não com o árbitro não muda nada, então prefiro apenas aceitar as decisões", disse. Antes do clássico, Capello terá problemas na defesa para no jogo de amanhã contra o Steaua, em Bucareste, fundamental para o futuro da equipe na Liga dos Campeões: ele não conta com um lateral-direito de origem, porque Cicinho e Michel Salgado estão contundidos, e ainda pode perder Cannavaro, que, machucado, não enfrentou o Getafe.

INGLATERRA

Lyon 2 x 1 Saint-Etienne Bordeaux 1 x 0 Monaco Nantes 0 x 2 Sochaux Nice 3 x 0 Lorient PSG 4 x 2 Sedan Rennes 3 x 1 Auxerre Toulouse 3 x 0 Valenciennes Troyes 1 x 1 Lille Le Mans 0 x 0 Nancy Lens 1 x 1 Marseille

PORTUGAL

Wigan 1 x 3 Manchester United Arsenal 3 x 0 Watford Aston Villa 1 x 1 Tottenham Liverpool 1 x 1 Blackburn Manchester City 0 x 0 Sheffield Middlesbrough 2 x 1 Everton Portsmouth 2 x 0 West Ham Reading 0 x 1 Chelsea Newcastle 1 x 2 Bolton hoje: Fulham x Charlton

Beira Mar 0 x 3 Braga Porto 3 x 0 Marítimo União Leiria 0 x 4 Benfica Aves 1 x 2 Vitoria Setubal Pacos Ferreira 1 x 1 Academica Nacional 2 x 1 Belenenses Amadora 0 x 1 Sporting hoje: Boavista x Naval

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

1 Inter de Milão

14

4

4

12

1 Barcelona

16

5

11

16

1 Werder Bremen

13

4

9

18

1 Lyon

25

8

15

22

1 ManchesterUnited

19

6

12

17

1 Porto

15

5

11

14

2 Roma

12

4

7

10

2 Valencia

13

4

7

12

2 Bayern

13

4

4

11

2 Olympique

20

6

12

17

2 Chelsea

19

6

9

13

2 Sporting

15

5

6

9

3 Palermo

12

4

2

12

3 Atlético Madrid

13

4

5

10

3 Schalke 04

13

4

2

9

3 Nancy

16

4

4

9

3 Bolton

17

5

5

9

3 Braga

13

4

5

8

4 Udinese

11

3

5

9

4 Sevilla

12

4

5

13

4 Alemannia Aachen

12

4

3

13

4 Toulouse

15

4

2

12

4 Portsmouth

16

5

9

12

4 Benfica

10

3

5

10

5 Siena

11

3

2

8

5 Real Madrid

11

3

5

8

5 Borussia Mönchen.

12

4

0

9

5 Bordeaux

15

5

-1

11

5 Arsenal

14

4

7

11

5 Naval

10

3

2

6

6 Livorno

11

3

2

6

6 La Coruña

11

3

3

8

6 Nuremberg

11

3

4

8

6 Lille

14

4

3

14

6 Aston Villa

14

3

5

10

6 Nacional

9

3

1

6

7 Atalanta

9

2

2

7

7 Zaragoza

10

3

5

14

7 BorussiaDortmund

11

3

1

10

7 Lens

14

4

2

13

7 Everton

13

4

5

13

7 Paços Ferreira

9

2

1

7

8 Empoli

8

2

1

6

8 Huelva

10

3

2

8

8 Stuttgart

11

3

-1

12

8 Saint-Etienne

14

4

1

13

8 Reading

13

4

1

9

8 Vitória Setúbal

8

2

-1

5

9 Le Mans

13

3

0

12

9 Blackburn

12

3

-1

9

9 União Leiria

7

2

-5

5

12

10 Liverpool

11

3

0

9

10 Boavista

7

2

3

9

8

2

-4

5

11 Marítimo

7

2

-3

4

7

2

-4

8

12 Belenenses

5

1

-1

4 7

9 Messina

8

2

0

7

9 Getafe

10

3

1

4

9 Hertha

10

2

4

12

10 Sampdoria

7

1

0

10

10 Villarreal

8

2

-1

5

10 Eintracht Frankfurt

9

1

2

9

11 Catania

5

1

-5

7

11 Mallorca

8

2

-1

4

11 Arminia Bielefeld

8

2

0

10

11 Auxerre

12

3

-3

11

11 Manchester City

12 Torino

5

1

-6

4

12 Celta

7

2

-2

9

12 Bayer Leverkusen

8

2

-1

10

12 PSG

11

3

-1

12

12 Fulham

10 Sochaux

12

3

-1

13 Milan*

4

3

4

6

13 Osasuna

7

2

-2

4

13 Energie Cottbus

8

2

-2

9

13 Valenciennes

11

3

-4

9

13 Middlesbrough

8

2

-5

5

13 Beira-Mar

5

1

-5

14 Cagliari

4

0

-2

4

14 Levante

7

2

-5

6

14 Mainz

7

1

-3

7

14 Lorient

10

2

-3

9

14 Tottenham

8

2

-5

5

14 Acadêmica

4

0

-3

7

15 Ascoli

3

0

-5

3

15 RacingSantander

5

1

-4

4

15 Wolfsburg

6

1

-4

4

15 Rennes

9

2

-3

8

15 Newcastle

7

2

-5

7

15 Aves

2

0

-7

4

16 Amadora

1

0

-9

1

16 Chievo

1

0

-5

5

16 Espanyol

5

1

-4

2

16 Hannover

6

1

-8

8

16 Troyes

7

1

-3

8

16 Sheffield

6

1

-6

4

17 Parma

1

0

-11

3

17 Athletic Bilbao

5

1

-7

6

17 Hamburgo

5

0

-2

8

17 Nice

7

2

-4

9

17 Wigan

5

1

-4

7

18 Bochum

4

1

-9

6

18 Monaco

7

2

-4

8

18 West Ham

5

1

-6

6

4

0

-6

7

3

1

-8

5

18 Lazio*

-1

3

4

8

18 Betis

4

1

-2

7

19 Reggina*

-7

2

-1

8

19 Gimnastic

4

1

-7

6

19 Sedan

7

1

-5

11

19 Watford

20 Fiorentina*

-10

3

2

8

20 Real Sociedad

1

0

-9

5

20 Nantes

6

1

-7

7

20 Charlton

*Punições: Milan, -8 pontos; Lazio, -11; Reggina, -15; Fiorentina, -19

SUL-AMERICANA

Só sobrou o Atlético-PR

D

os oito times brasileiros que chegaram à Copa Sul-Americana, apenas o Atlético Paranaense segue vivo na competição, depois de empatar por 2 a 2 com o River Plate, em Curitiba, empate que lhe valia depois de vencer por 1 a 0 em Buenos Aires. O time do técnico Oswaldo Alvarez foi o único a passar pelos duelos contra equipes ar-

gentinas, depois que Corinthians, Fluminense e Santos foram eliminados por Lanús, Gimnasia y Esgrima e San Lorenzo, respectivamente. Vadão festejou a classificação, mas, com a campanha irregular no Brasileiro - 13º lugar após a rodada de ontem -, já começou a repetir a ladainha dos técnicos, que lutam para classificar seus times para a Sul-

Americana, mas reclamam do excesso de jogos que a competição provoca. "Com essa rotina de dois jogos por semana fica difícil de colocar o time para treinar", afirmou o treinador. O Atlético volta a jogar nesta quinta-feira, em Montevidéu, contra o Nacional, que eliminou o Boca Juniors. A partida de volta será no dia 25, em Curitiba.

Orlando Kissner/AFP

Com dois gols de falta, Jancarlos garantiu o empate com o River e a classificação do Atlético-PR para as quartas-de-final da competição


6

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

VW POLO Pablo de Sousa

ADORADO na EUROPA. INJUSTIÇADO AQUI. Para reverter isto, a VW vai ter no Polo sua principal atração do estande (o maior de todos) no Salão do Automóvel, que começa dia 19 ANDERSON CAVALCANTE*

U

m nome de fácil assimilação, apresentado na Europa há 31 anos e com mais de 9 milhões de unidades comercializadas em 100 países, além de ser elegante, moderno, silencioso, confortável, com boa dirigibilidade e, pasmem, com um índice de satisfação de 96% dos proprietários brasileiros. É difícil negar que o Polo possua estas virtudes, assim como é difícil negar que, durante estes últimos quatro anos (período em que vem sendo produzido por aqui) é um carro, injustamente, menos adorado no Brasil do que no mercado europeu. O carro está no mercado com motorização 1.6 bicombustível para as duas versões (hatch e sedan) e 2.0 a gasolina somente para o sedan. A marca espera, com o recente reposicionamento de preços e com a lista de equipamentos de série oferecidos pelo Polo, seu crescimento no mercado. A esperança da Volks é de que o novo Polo, que passa a ser comercializado após o Salão do Automóvel de São Paulo, onde será a principal atração da montadora alemã, possa recuperar as vendas do carro, que vinham caindo desde 2004. Este ano os números do hatch se mantiveram estáveis, com pouco menos de 900 unidades mensais, mas o sedan continua ladeira abaixo, com queda nas vendas de cerca de 50% (veja gráfico), até a data do lançamento. A Volks investiu R$ 2 bilhões no projeto do Polo no Brasil, lançado em 2002. No primeiro ano o hatch fez sucesso, mas nos anos seguintes as vendas caíram. Em 2002 o hatch vendia 2,6 mil por mês. A versão sedan vendeu bem em 2003 e 2004, com cerca de 2,5 mil unidades/mês, mas em 2005 caiu para 1,8 unidades e este ano, enquanto a fábrica definia sua posição, não vende mais do que mil carros. Concorrentes - Para a equipe de Marketing da empresa, ser o vice-campeão dos hatchbackes compactos (entre sete participantes) e, também vice, entre os cinco sedans do segmentos, não é exatamente um mau resultado. Mas isso considerando apenas adversários com motores 1.6 ou 1.8, já que a família Polo não dispõe de motorização 1.0, que

Ricardo Hirael/Lafstudio

Além das versões hatch e sedan, a Volkswagen apresentará, neste Salão, o Polo GTI (acima), que deve ser comercializado no Brasil nos próximos meses, mas por enquanto seu preço não foi divulgado pela montadora

efetivamente é a responsável pelos grandes volumes da concorrência. "Queremos a primeira posição", apregoa o diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen, Paulo Kakinoff. Para a Volkswagen, os principais concorrentes do modelo são, entre os hatchs, Fiesta, Palio, Peugeot 206, C3, Corsa e Clio. Entre os sedans, independente da motorização (1.6 e 2.0), a marca coloca como competidores em vendas, também, o Fiesta, Corsa e Clio, além do Siena. Questionados se o Gol e o Golf não prejudicam as vendas do Polo, a Volks defende que não, pois os próprios valores de venda de Gol e Polo tornam seus compradores distintos. Eles acreditam que o Gol atende ao comprador essencialista, que analisa questões objetivas em sua compra, como valor de venda, custo de manutenção e depreciação. Quanto ao Golf, a preferência por uma carroceria maior e a busca pela esportividade também afastaria qualquer risco de canibalização. Mais versões - Por questões estratégicas, a empresa prefere não adiantar o caráter adotado nas campanhas publicitárias do modelo, mas espera ampliar as vendas da família em até 20%. Mas já começam a surgir boatos que, além de

publicidade, dois novos lançamentos seriam utilizados para alavancar as vendas da família Polo. O primeiro já está praticamente confirmado. O Polo GTI deve ter iniciada sua pré-reserva logo após o Salão do Automóvel de São Paulo, ainda em outubro, procurando entregar as primeiras unidades neste ano, por enquanto, ainda sem preço definido. A segunda novidade seria uma versão com acabamento mais simples voltada aos taxistas que anteriormente procuravam

muito o Santana. Este projeto é desmentido pela empresa, que alega que a versão anterior já vinha sendo aprovada por estes profissionais e com o reposicionamento de preços no novo Polo, espera ampliar a atratividade para esse público, não havendo necessidade de criação de uma nova versão, lembrando ainda que este consumidor também exige padrão de qualidade de acabamento e boa oferta de equipamentos.

*Colaboração da AutoInforme


segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Nacional Empresas Especial Café Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EM 2005, BRASILEIROS TOMARAM 6,5 BILHÕES DE LITROS

A busca por cafés de qualidade não é um modismo, mas uma tendência. Alexandre Frossard Nogueira, da BSCA Rogério Albuquerque/AFG

CAFÉ: DO PRAZER DE BEBER A BOM NEGÓCIO

P

oucas coisas dão mais prazer do que tomar um bom cafezinho. O brasileiro levou quase 300 anos para descobrir isso. Apesar de sustentar nossa economia por séculos, só agora o café está sendo verdadeiramente descoberto pelos consumidores brasileiros. Esqueça o cafezinho de padaria, requentado naquela máquina metálica obsoleta, servido em copo americano, tomado com o umbigo colado no balcão. O verd a d e i ro c a f é – aquele que extrai a alma do grão – deve ser tomado de preferência sentado, com calma, quase em um ritual. Tal qual os melhores vinhos, o bom café exige contemplação, em uma viagem prazerosa. É assim que se consegue chegar às nuances dos seus aromas e sabores. Mais que isso: o verdadeiro café exige produto de qualidade e esmero na preparação. Bom negócio – Feita a constatação, vem o óbvio: fazer bom café é um negócio lucrativo. Tanto para quem produz quanto para quem vende. Por isso, multiplicam-se as cafeterias, onde o produto é tratado como merece: com respeito. Hoje, o café é a terceira bebida mais consumida no Brasil. Só no ano passado, foram 6,5 bilhões de litros (o maior consumo dos últimos 40 anos). Ou seja, o cafezinho perde apenas para a cerveja, com 8,4 bilhões de litros, e – obviamente – a água. Para encher tantas xícaras, o Brasil destina 15,5 milhões das 40,6 milhões de sacas que produz (quase 40%), o que o coloca como o segundo maior consumidor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. "O brasileiro está descobrindo o prazer de beber um café de qualidade em um local agradável", constata Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), ao explicar o crescimento das lojas de cafés, que já seriam mais de 2,5 mil em todo o País. Expansão – O negócio se expande em todos os sentidos. A cafeicultura brasileira abrange 370 mil propriedades agrícolas (em um total de 2,30 milhões de hectares), um quarto delas de âmbito familiar. O agronegócio ligado ao café está em 1.850 municípios, em 13 estados brasileiros. Há no País 77 cooperativas produtoras, 166 empresas exportadoras e 11 indústrias de café solúvel. E a atividade gera 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos. Porém, o diferencial que vem sendo observado nos últimos anos é mesmo a qualidade. Enquanto o consumo de café comum no Brasil avança 1,5% ao ano, o de cafés especiais cresce perto de 18%, ainda que, em números absolutos, a distância entre eles seja enorme. Em São Paulo, por exemplo, consome-se 460 milhões de xícaras de café por mês, apenas 21 milhões delas (4,5%) de café expresso (naturalmente de qualidade superior). Os dados são da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, da sigla em inglês). "A busca por cafés de qualidade não é um modismo, mas uma tendência, que se observa no Brasil e no mundo todo. O consumidor passou a ter noção das diferenças de qualidade que o café pode apresentar", diz Alexandre Frossard Nogueira, presidente da BSCA. Ele explica que o baixo consumo resulta de uma produção também pequena: no ano

3

Tal qual os vinhos, os cafés requerem apreciação e requinte. Precisam ser tomados com calma, por gente disposta a sentar-se à mesa, distinguir a qualidade do grão e da bebida, e fazer desse momento um intervalo de prazer. Esqueça o balcão do bar, é o que orientam os especialistas no assunto. Tim Teixeira Juliana Chirello, auxiliar no Café Santo Grão

O brasileiro está descobrindo o prazer de beber um café de qualidade em um local agradável. Nathan Herszkowicz, Abic

passado, foram 800 mil sacas de cafés especiais; este ano, a produção deverá se situar em torno de 1 milhão de sacas. Muito pouco perto da produção total, que passa dos 40 milhões de sacas. E não é só: o café especial demanda uma prática agrícola muito mais complexa, envolvendo condições sociais, ambientais e de segurança de alimentos, que tornam o produto mais caro. "No total, são 175 itens auditados todos os anos pela BSCA", afirma Nogueira. Critérios –De acordo com a Associação, para merecer a classificação de especial, o café deve respeitar vários critérios: primeiro, tem que ser 100% arábica (Coffea arabica); precisa ser praticamente isento de defeitos (máximo de 12 defeitos em 300 gramas, segundo normas da Classificação Oficial Brasileira – COB); deve ter obrigatoriamente origem controlada, com utilização exclusiva de grãos cereja (ápice de maturação do fruto); tem de ser elaborado com responsabilidade social; e, por fim, não prescinde de instalações de alto padrão de qualidade. Além disso, a classificação compreende quesitos como qualidade geral da bebida, com percepção de corpo, aromas e sabores. Por isso, dificilmente vai passar de 100 o número de produtores de cafés especiais no Brasil. Excelência – Quem entra

nessa área, porém, não se arrepende. É o caso do fazendeiro Francisco Isidro Dias Pereira, representante da terceira geração de uma família que se dedica à produção do cafezinho há quase 100 anos. Ele é dono da Fazenda Santa Inês, na cidade mineira de Carmo de Minas. Obstinado por produzir cafés de qualidade, no final de 2005, ganhou o Cup of Excellence da BSCA. O lote da Fazenda Santa Inês recebeu a nota 95,85 pontos de um júri formado por 30 especialistas estrangeiros. Foi a maior nota alcançada por uma bebida brasileira nos oito anos em que o concurso é realizado. O que, logicamente, o transformou no café mais caro do mundo. Em janeiro deste ano, um lote de 12 sacas foi arduamente disputado por compradores do EUA, Canadá, Austrália e Japão – principais destinos de exportação da fazenda –, em leilão feito pela Internet. A saca de 60 quilos (da variedade arábica) foi vendida por US$ 6.580 (perto de R$ 17 mil). Um recorde no mundo do café. Aqui, ele foi vendido (já está esgotado) apenas em São Paulo, no Santo Grão Café e Bistrô. Preço da xícara: R$ 9. Uma simples conta de multiplicar mostra que o investimento valeu a pena: como os 60 quilos rendem cerca de 7,5 mil xícaras, cada saca gerou R$ 67,5 mil. Privilégio – O empresário neo-zelandês Marco Kerkmeester, dono do Santo Grão, diz, porém, que não se trata de uma questão de lucro. "Trata-se do privilégio de servir o melhor café do mundo. Podemos esquecer a Colômbia e a Jamaica. O melhor café está aqui. Este é o Chateau Petrus do café", diz, referindo-se a um dos vinhos mais badalados do mundo. Na verdade, o café da Fazenda Santa Inês costuma ser analisado como se analisam os grandes vinhos: os que já o provaram, se encantam pelo aroma com acentos florais cítricos, levemente adocicados, pelo sabor que remete a certos tipos de uvas e por um aftertaste de caramelo. Para conseguir tudo isso, Isidro simplesmente resgatou práticas da época em que seu avô comandava a fazenda. A colheita é feita manualmente e apenas os grãos mais maduros são colhidos. Esse ritual – comum nos tempos pré-colheitadeiras – estava perdido no tempo. Hoje, as colheitadeiras estão aposentadas na Santa Inês: cerca de mil funcionários (300 fixos e 700 temporários) executam manualmente o trabalho para a produção da ordem de 20 mil sacas. Ainda assim, nem tudo chega à classificação de café gourmet. O que explica o preço elevado. Barismo – A valorização do café veio acompanhada por

uma figura até pouco tempo quase desconhecida entre nós: o barista. Ele é o profissional especialista no preparo do café. Uma tarefa que esconde muitos segredos e rende bons salários àqueles que são capazes de desvendá-los. Hoje, proliferam os cursos de baristas pelo País. E já há até o Campeonato Brasileiro de Baristas, que é organizado pela BSCA. A prova não é fácil: o barista tem 15 minutos para servir quatro cafés expressos, quatro cappuccinos e quatro bebidas iguais, à base de expresso, sem álcool. São avaliados o sabor da bebida, sua apresentação – incluindo copos, xícaras e acessórios –, além da técnica

do barista em relação ao uso da máquina, do moedor, limpeza, controle de painéis e tempo da apresentação. Recente no Brasil, a profissão de barista já existe na Europa há mais de 70 anos. Ele ou ela (porque principalmente no Brasil a profissão de barista tem o domínio das mulheres) não é apenas o responsável pela preparação do cafezinho. Eles devem ter conhecimento teórico e técnico para responder pela seleção dos melhores grãos, pelos processos de torra e moagem e pela formação dos blends para garantir um produto com todas as qualidades. Leia mais sobre café nas páginas 4,5 e 6 deste caderno.


2

Transpor te Segurança Distrital Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

A parte mais demorada será a de recuperação das calçadas Giacinto Cosimo Cataldo, superintendente da Distrital Sudeste

OBRAS COMEÇARAM HÁ DOIS MESES

REVITALIZAÇÃO NA ZONA SUL

GIr

Agendas da Associação e das distritais

A avenida Jabaquara terá um novo canteiro central, novas faixas para pedestres e novas sinalizações

A

avenida Jabaquara, uma das mais importantes vias da zona sul, vai ficar mais segura e bonita. Esta foi a conclusão de encontro promovido pela Distrital Sudeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a Subprefeitura da Vila Mariana e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), onde foram apresentadas as próximas ações e obras do plano de revitalização da avenida Jabaquara – Praça da Árvore, já em andamento. O projeto prevê a alteração do canteiro central, novas faixas para travessia de pedestres, reconfiguração das paradas de ônibus e nova sinalização de solo e vertical. As obras de revitalização começaram há cerca de dois meses. Segundo o superintendente da distrital, Giacinto Cosimo Cataldo, a primeira fase do projeto, que deve estar concluída até março, envolve a recuperação de 300 metros da avenida, incluindo a substituição de lixeiras, remoção de ambulantes, reforma do canteiro central, com instalação de grades e reforma das calçadas, entre outras medidas.

Rafael Hupsel/Luz

Hoje I São Miguel– A distrital

Canteiro da avenida Jabaquara que está sendo revitalizada entre a praça da Árvore e rua Carneiro da Cunha. As obras devem acabar em dois anos.

Já foram implantadas nesse trecho todas as sinalizações verticais e de solo, uma nova faixa de travessia de pedestres nos cruzamentos rua Guaraú/Praça da Árvore e rua Carneiro da Cunha/alameda dos Guatás, e quase todas as grades do canteiro central. “O projeto é semelhante ao da avenida Lins de Vasconcelos. A parte mais demorada será a de recuperação das calçadas. Para viabilizar esse processo, vamos fazer uma caminhada pela avenida para conscientizar os comerciantes e empresá-

rios sobre a importância de uma calçada padronizada e apresentável”, disse Cataldo. Segurança - O projeto de revitalização da avenida Jabaquara é uma reivindicação antiga da distrital. Elaborado pela CET, ele tem como meta aumentar a segurança de pedestres e motoristas. “Há um ano estamos estudando medidas para aumentar a segurança na avenida. A implantação de grades no canteiro central é importante porque impedirá que os pedestres atravessem a avenida fora da faixa. Pretendemos acabar com

os atropelamento no local”, afirmou Sebastião Muniz, gerente de operações da CET – GET 4. Além de grades, o canteiro terá arbustos, para dificultar mais a passagem de pedestres. Segundo o subprefeito da Vila Mariana, Fábio Lepique, a questão dos ambulantes também será resolvida com a revitalização. "Não vamos deixar que a Vila Mariana se transforme em um Brás ou no Centro de São Paulo. A expectativa é que em dois anos toda a avenida esteja revitalizada. André Alves

realiza reunião do núcleo setorial de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h. I Penha – A distrital realiza reunião com a palestra Construa uma carreira vencedora, é possível, ministrada por Ozires Silva. Realização da distrital e do Fórum de Jovens Empreendedores. Às 19h. I Pinheiros –A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Butantã – A distrital promove a 4ª. Feira da Saúde e Cidadania do bairro. Às 19h30.

do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I Penha – A distrital realiza reunião com a palestra Sensibilização do Empretec. Realização da distrital, Sebrae e Fórum de Jovens Empreendedores. Às 19h. I Jabaquara – A distrital promove a apresentação do projeto Natal Iluminado 2006, com Jerson Ourives. Às 19h30. I Lapa – A distrital realiza reunião do Projeto Empreender, com a palestra Voz como instrumento de trabalho, com a fonoaudióloga Nilza Gimenez. Às 20h.

Quarta I Comus - O conselheiro da

Amanhã I Jabaquara – A distrital

promove Café com Negócios e apresenta o projeto Natal Iluminado 2006, por Jerson Ourives. Às 8h30. I Exterior - O vicepresidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, rua Boa Vista, 51/11º andar, salas Tadashi Sakurai 1,2,3 e 4. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos

ACSP José Cândido Senna coordena reunião do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo, com a participação do diretor presidente da Cetesb, Otávio Okano, e os gerentes das agências ambientais de Santos e Cubatão da Cetesb, Paulo Sérgio da Fonseca e Marcos da Silva Cipriano, que abordarão o tema: Dragagem no Porto de Santos. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária.

Divulgação

SEGURANÇA NO CENTRO

Major Sérgio Olímpio durante o 2º Fórum de Debates sobre Segurança Pública

A

Distrital Centro realizou o 2º Fórum de Debates sobre Segurança Pública, discutindo as questões que mais preocupam as autoridades policiais e, principalmente, a população. O major Sérgio Olímpio Gomes, diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, ministrou a palestra O mundo político e a realidade policial: identidades e desencontros, esclarecendo os presentes sobre a situação atual e a respeito do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao final do debate, o superintendente da distrital, Marcelo Flora Stockler, entregou

uma réplica do Marco da Paz ao major Olímpio, agradecendo pela sua participação. O debate foi organizado pela distrital e teve o apoio do Conselho de Segurança do Centro - Conseg Sé Arcadas. Café – Com o objetivo de promover os negócios da região, a distrital, em parceria com a Vilage Marcas & Patentes, realizou o seu já tradicional

Café com Negócio, em sua 13ª edição. Flora Stockler destacou que, "engajada com atividades que promovam o Centro da cidade, a parceria com a Vilage foi fundamental para o sucesso do evento". O diretor da Vilage, Rivalter Duechas, falou sobre Tudo o que você precisa saber sobre marcas e patentes, destacando direitos autorais, registro de domínios, etc.

PREMIAÇÃO EM PINHEIROS

Artistas premiados ganharam medalha e menção honrosa

N

o último dia 2 aconteceu a cerimônia de premiação dos 17 artistas plásticos que se destacaram no 19º Salão de Artes de Pinheiros. Os artistas foram premiados nas categorias pintura acadêmica, moderna e escultura com medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa. A cerimônia contou com a presença dos artistas premiados, amigos e familiares, além de 63 artistas também selecionados para a exposição. O salão de artes já é conhe-

cido por contribuir no aspecto cultural e econômico da região, descobrindo novos talentos, gerando mais empregos diretos e indiretos e valorizando os segmentos voltados ao comércio e à comunidade. Entregaram as premiações o presidente em exercício da Associação Comercial de São

Paulo (ACSP), Alencar Burti; o vice-presidente da entidade, Luiz Roberto Gonçalves; Humberto Luiz Dias, superintendente em exercício da distrital Pinheiros; Alfredo do Amaral Maluf, fundador do Salão de Artes e presidente da comissão organizadora; e Eugênio Bassi, artista plástico e crítico de artes.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


4

Motovelocidade Stock Car Ginástica Atletismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

DIEGO HYPÓLITO VAI A DUAS FINAIS NO MUNDIAL

Percebi que estava correndo pelo campeonato e diminuí o ritmo para seguir no jogo." Valentino Rossi

SALTOS PARA O BI Wolfgang Rattay/Reuters

D

iego Hypólito deu o primeiro passo r u m o a o b i c a mpeonato mundial no solo. Nas eliminatórias por equipes do Mundial de Aarhus, na Dinamarca o ginasta brasileiro garantiu vaga entre os oito melhores que disputarão a final deste aparelho, na próxima sexta-feira. Vai defender seu título conquistado em Melbourne, no ano passado. De quebra, ainda se classificou para a decisão do salto sobre o cavalo, que será no sábado. O solo é a especialidade de Diego, que detém também o título da Superfinal da Copa do Mundo, conquistado em 2004, em Birmingham, na Inglaterra. Em Aarhus, ele obteve a segunda melhor nota, 16,025, atrás apenas do romeno Marian Dragulescu, com 16,250. "Fiquei satisfeito com a minha série, mas acredito que posso melhorá-la até o dia da final", disse o ginasta, campeão do solo no ano passado, em Melbourne. Ele foi penalizado em 0,1 ponto por pisar fora da linha durante um salto. "Fiquei um pouco inseguro porque a série começa com uma nova passada, que é bastante ousada", explicou. No salto, prova que já venceu em outros torneios, Diego marcou 16 150 pontos e ficou em sexto - o melhor foi o bielorusso Dimitri Kaspiarovich, com 16,475 pontos. As boas notas de Diego, mais as atuações de Michel Conceição, Mosiah Rodrigues, Victor Rosa, Luiz Augusto dos

Diego Hypólito está com tudo no Mundial de ginástica: classificou-se para tentar o bi no solo e disputa medalha também no salto sobre o cavalo

Quase, Valentino! José Manuel Ribeiro/Reuters

Anjos e Caio Costa, levaram o Brasil ao 17º lugar na classificação por equipes, e ao cumprimento das duas metas na Dinamarca: melhorar o 19º lugar conquistado em Melbourne, em 2005, e ficar entre os 24 primeiros, que garantiram vaga no Pré-Olímpico de 2007 - que pode dar ao Brasil sua primeira vaga numa prova olímpica por equipes, em Pequim- 2008. Mas nenhum outro atleta se classificou para finais por aparelhos ou para a final individual geral, que será amanhã. A seleção feminina estréia hoje no Mundial. Vice-campeã mundial no solo em Ghent, na Bélgica, em 2001, Daniele Hypólito é uma das maiores esperanças do time. Ela competirá nos quatro aparelhos (solo, salto, paralelas e trave) e lutará por vaga na final do individual geral, que será quarta-feira. Laís Souza também estará em todas as provas, embora dispute competições internacionais desde a etapa de Moscou da Copa do Mundo, em maio. Daiane dos Santos também não compete desde maio. A maior esperança de medalha brasileira passou todo esse período "amadurecendo" suanova coreografia para o solo, embalada pela música "Isto aqui o que é", de Ary Barroso. Ela vai tentar seu segundo título mundial no solo - foi campeã em Anaheim, EUA, em 2003. E não teme estar enferrujada. "Este ano competi menos que o normal, mas foi bom para amadurecer a coreografia, que ainda estava muito crua", diz.

Vanderlei volta ao topo na maratona

V

Rossi (esq.) perdeu para Elias por 2 milésimos, mas ficou perto do hexa

V

alentino Rossi perdeu o GP de Portugal por dois milésimos para o espanhol Toni Elias, mas saiu vencedor: com o abandono de Nicky Hayden, atingido pelo companheiro Dani Pedrosa, ele assumiu a liderança da MotoGP pela primeira vez no ano, e só precisa de um segundo lugar na última prova, em Valên-

cia, para conquistar o hexacampeonato da categoria. CLASSIFICAÇÃO: 1. Rossi (ITA), 244; 2. Hayden (EUA), 236; 3.º Melandri (ITA), 217; 4. Capirossi (ITA), 209; 5. Pedrosa (ESP), 202; 6. Roberts Jr. (EUA), 126; 7. Stoner (AUS), 119; 8. Edwards (EUA), 117; 9. Hopkins (EUA), 111; 10. Elias (ESP), 106.

Losacco arranca Divulgação

anderlei Cordeiro de Lima (foto) chegou em quinto lugar na Maratona de Amsterdã e assumiu a liderança do ranking brasileiro da prova, com o tempo de 2h11min36. Foi a primeira vez que ele completou uma maratona desde a conquista da medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, em 2004, quando foi atrapalhado pelo padre irlandês Cornelius Horan no momento em que liderava a disputa - já havia falhado em duas tentativas. O ranking brasileiro é importante porque os dois melhores da lista serão os indicados para disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho do ano que vem. Atualmente, Franck Caldeira é o segundo colocado. Em Amsterdã, Vanderlei foi o único atleta não-africano a chegar entre os 10 primeiros - o vencedor foi o queniano Solomon Bushendich, com o tempo de 2h08min52. Outros dois brasileiros terminaram entre os 20 primeiros: José Teles de Souza foi o 13º, com o tempo de 2h15min22, e Elson Gracioli o 20º, com 2h19min25. No feminino, Sirlene Pinho chegou em oitavo, com 2h35min43, e assumiu o segundo lugar no ranking nacional feminino. Arquivo/Reuters

Bicampeão da Stock recebeu taça de Dunga pela vitória em Tarumã

G

iuliano Losacco conquistou sua primeira vitória neste ano na Stock Car em Tarumã, na primeira das quatro provas do playoff decisivo, e já tem a mesma pontuação do líder Cacá Bueno, que chegou em quinto lugar e só está em vantagem porque já venceu quatro corri-

das na temporada. CLASSIFICAÇÃO: 1. Cacá Bueno, 237 e Giuliano Losacco, 237; 3. Hoover Orsi, 220; 4. Rodrigo Sperafico e Felipe Maluhy, 218; 6. Thiago Camilo, 216; 7. Guto Negrão, 215; 8. Alceu Feldmann, 214; 9. Antonio Jorge Neto, 211; 10. Ricardo Maurício, 207.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

LENTE

DE AUMENTO

CONTROLE DE CAPITAIS COM ADMINISTRAÇÃO DO CÂMBIO?

C

DEBATES NA TELEVISÃO

US$ 104,4 bilhões e para as importações, US$ 62,4 bilhões, com um saldo de US$ 41,9 bilhões. Do lado financeiro, por sua vez, o saldo no período é negativo em US$ 9,9 bilhões. Observando estes números de contratação, constatamos facilmente que o fato gerador do fluxo cambial são as exportações e não os juros internos altos. Portanto, concluímos que qualquer incentivo à desvalorização significa aumento das exportações e, conseqüentemente, do fluxo cambial, tendo como resultado a apreciação do câmbio.

O que está em jogo PAULO SAAB

R Paulo Pampolin/Digna Imagem

A proposta de Nakano assusta o mercado

possibilidade de arbitragem com os juros externos. Ou ainda, é vantajoso aos bancos domésticos se financiarem nos mercados locais e emprestarem nos mercados externos. Os bancos se financiam à taxa do cupom cambial, 5,27%, no prazo de 1 ano, e no mercados externos emprestam à Libor, 5,34% mais prêmio de risco (215 pontos), ou seja, a uma taxa de 7,42%. Por este mecanismo, temos saída de capital do País. Um segundo ponto relevante é entender que a apreciação cambial recente não está ligada à alta taxa de juros interna, mas sim ao fluxo comercial. O fluxo cambial acumulado de janeiro a setembro deste ano é de US$ 32 bilhões, sendo que os contratos de câmbio para exportações totalizam

om idéias saudosistas de imposição de controles de capitais e administração da taxa de câmbio, o economista Yoshiaki Nakano, responsável pelas referidas propostas, estará afastando os agentes de mercado do candidato à Presidência, Geraldo Alckmin. Caso o mercado associe estas propostas heterodoxas ao governo do candidato, pode-se até repetir o episódio vivido pelos mercados em 2002, relacionado ao então candidato Lula. O que, por sinal, custou muito caro ao País, que teve seu prêmio de risco elevado para 2.400 pontos. Triste, não?

C

COMENTÁRIO DE NATHAN BLANCHE, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA WWW.TENDENCIAS.INF.BR

O câmbio alto está ligado ao fluxo comercial

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

oi um marqueteiro diabólico que inventou o debate na televisão, pois ele favorece mais ao candidato bem sucedido e bom debatedor e desfavorece o candidato pior sucedido, com dificuldades para a linguagem televisiva. Foi o que vimos no último debate levado ao ar pela Rede Bandeirantes. Incontestavelmente, para sermos justos no julgamento, o candidato Geraldo Alckmin saiu-se muito melhor do que o candidato Lula, que gaguejou, não respondendo diretamente às perguntas que lhe eram feitas e cuja memória faltou nos momentos decisivos, para firmar o que deveria fazer contra as proposições de seu adversário Alckmin. Foi essa mesma técnica que levou John Kennedy a ganhar de Richard Nixon e mudar, portanto, a direção dos negócios públicos dos EUA. Quem dará validade ao êxito sobre Lula será a maioria do eleitorado que lhe der votos ou que ignorará a superioridade evidente nos debates, para uma notória aprovação de tudo o que seu candidato falou - no caso, Lula - ainda que tartamudeando.

F

Céllus

om todo respeito ao personagem, a proposta sobre imposição de controle de capitais para evitar a entrada de capitais de curto prazo no País é equivocada. Culpar os juros altos pela apreciação cambial é desconhecer os mecanismos de arbitragem dos mercados. Primeiro, é preciso entender que os preços refletem a possibilidade de arbitragem entre mercados. Hoje, a posição dos bancos nos mercados à vista e futuro é comprada em respectivamente, US$ 2,4 bilhões e cerca de US$ 5 bilhões, refletindo a

JOÃO DE SCANTIMBURGO

eduzir-se a definição a ser tomada no próximo dia 29 a uma escolha pessoal entre as figuras de Lula e Alckmin é, uma vez mais, deixar de ver o que vem atrás do que cada um pode representar sentado no trono, ou na poltrona, do gabinete principal do Palácio do Planalto. A rotulação histórica de esquerda e direita, tão anacrônica quanto a mentalidade de alguns títeres que buscam seus ideais totalitários, escondidos em alegadas causas sociais, interessa a quem não deseja o desenvolvimento geral do País, mas sim a socialização de sua pobreza. Assim, para saber o que significa, neste prisma, a reeleição do camarada Lula, um operário a serviço de quem ainda propaga a diferenciação ideológica e não procura o crescimento de todos (ingênuo, ele não deve, como sempre saber de nada), basta ler o artigo do sr. João Pedro Stédile, do MST e da Via Campesina (como ele assina) publicado na página A3 da Folha de S. Paulo do último dia 10. A começar do título, É preciso barrar a direita e derrotar Alckmin, a peça é um pouco disfarçado libelo ao ódio ideológico e ao uso de Lula para os fins violentos que o movimento do sr. Stédile já mostrou ser seu meio de tomada do poder, para a ditadura do proletariado. Perdoe o leitor pela linguagem dos anos 70. Do século passado. Cheira a mofo, como todo movimento radical que fala em nome do social e luta pelo poder da sua nomenklatura. Ecoa ali de modo explícito a falácia de alegados desejos do candidato Alckmin de privatizar

órgãos públicos, perseguir os pobres, favorecer os ricos, e bobagens que ainda encontram encosto na cabeça dos que pensam o Brasil a partir de seus interesses revolucionários (sim, ainda há viúvas de Lênin). Insistindo entre rótulos de "direita e esquerda", o sr. Stédile tem todo o direito de expressar sua opinião no regime de liberdade que ele combate. Uma vez no poder, se isso pudesse um dia acontecer, sua primeira providência seria estatizar a mídia e impor censura aos veículos de comunicação, ao estilo do líder Fidel Castro. A partir daí, só sua palavra seria a verdade. Tenho certeza de que, lendo isso, os leitores identificam certas técnicas de meiasverdades que estão usando os partidários da candidatura Lula, além do próprio, certamente. Aquela história nazista da mentira repetida mil vezes se tornar uma verdade.

I

nteressante notar como as pontas são semelhantes. Na linguagem anacrônica do sr. Stédile, a extrema direita e a extrema esquerda usam métodos semelhantes. Quem só quer viver, produzir, crescer, ter seus direitos respeitados, respeitar os direitos alheios, em paz e sem cor ideológica, imensa maioria do povo brasileiro, que se dane. Como disse no início, a questão não é só Alckmin ou Lula. O Brasil decente, trabalhador, produtivo, pacífico, ordeiro, só de ver a posição do mencionado camarada líder de transgressões à Lei já deve saber como se pos i ci o na r.

O rótulo esquerda x direita vale para quem não quer que o País se desenvolva

Agenda contra a fome JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO

A

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está defendendo um novo modelo de cooperação público-privada para a produção rural. Em 2006, Investir na Agricultura para Garantir a Segurança Alimentar é o tema do Dia Mundial da Alimentação, celebrado hoje pela entidade. Reflexão sobre o assunto e estímulo às medidas sugeridas por esse importante organismo multilateral seriam passos importantes na luta contra a fome. A FAO alerta que continua sendo reduzida a ajuda internacional à agricultura. O valor recuou de US$ 9 bilhões, no início dos anos 80, para menos de US$ 5 bilhões, na virada do século. Contraponto: 854 milhões de pessoas em todo o mundo continuam subnutridas. Assim, o investimento na produção rural é imprescindível para reverter o quadro. Nesse sentido, a primeira e urgente lição de casa é identificar os gargalos a serem superados nos países subdesenvolvidos e nos emergentes, dentre eles o Brasil. No que diz respeito diretamente à produção, os principais problemas, que fogem ao controle dos produtores e exigem políticas públicas adequadas, são os seguintes: falta de crédito, posse insegura de terra, baixos preços e relações de negócios pouco desenvolvidas. Estas dificuldades, em maior ou menor escala, atingem pequenos, médios e grandes produtores. No entanto, há um obstáculo igualmente grave para todos. Trata-se da debilidade da infra-estrutura, como a falta de boas estradas, ferrovias, armazenamento e logística. A esses diagnósticos da FAO, creio ser importante acrescentar a carência de pesquisa e inovação e/ou a dificuldade de acesso dos produtores aos avanços do conhecimento. Dentre as soluções apontadas pela FAO está o advento de um moderno modelo de cooperação entre os setores público e privado para o desenvolvimento

rural. Tal processo inclui novas formas de ampliar a sinergia entre produtores e toda a cadeia do agronegócio. Apesar da premência de se produzir mais alimentos, o setor público, em expressiva parcela do mundo em desenvolvimento, tem sido pouco ágil em responder às mudanças e demandas do setor rural suscitadas pela globalização. Prova inconteste destas distorções encontra-se em informação do Bando Mundial (Bird), de que apenas 4% de toda a riqueza produzida no planeta são gerados pelas atividades agropecuárias, embora estas empreguem 43% da população economicamente ativa. O Bird também informa que os governos dos países desenvolvidos destinam US$ 330 bilhões por ano em subsídios à agropecuária, atropelando, dessa forma, a competitividade do setor nas nações emergentes e subdesenvolvidas. Esta questão, que tem pontuado a Rodada Doha, é outro item a ser superado na agenda do mundo contra a fome.

D

ados da FAO, relativos ao período compreendido entre 1990 e 2002, evidenciam que, em numerosos países, a dificuldade de acesso aos alimentos agravou-se, em especial na América Central e, de maneira grave, na África subsahariana, onde há quase 50 milhões de desnutridos, ou cerca de 55% da população. A boa notícia é que, nos mesmos 10 anos, o quadro melhorou em nosso país, com a queda de ocorrência da desnutrição de 12% para 9% dos habitantes. Em termos nominais, contudo, estamos falando de um contingente de 17 milhões de brasileiros, o equivalente a toda a população do Chile. Ou seja, não há tempo a perder! JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO É VICE-PRESIDENTE E COORDENADOR DO

COMITÊ DA CADEIA PRODUTIVA DO AGRONEGÓCIO DA FIESP

I nvestir na agricultura é o mote do Dia Mundial da Alimentação

ão estou tomando posição neste comentário, mas mostrando que o candidato Geraldo Alckmin levou a melhor contra Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro debate após a decisão do pleito para o segundo turno. O candidato Lula não contava com a realidade do debate televisivo, que pode ser muito favorável ou muito desfavorável, conforme os participantes decidam concorrer com elementos atualizados perante a opinião pública, que é juíza severa. A esse debate seguirão outros, e serão decisivos, aí sim, decisivos para o candidato que melhor comparecer perante o seu júri amplo, que é a opinião pública, ou sua parte colocada ante os debatedores em confronto.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O candidato

Lula não contava com a realidade do debate televisivo, que pode ser muito favorável ou muito desfavorável, conforme os participantes decidam concorrer com elementos atualizados.


São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

DCARRO

7

NOVAS MONTADORAS

PARTICIPAÇÃO dobra EM 5 ANOS As marcas que iniciaram produção de veículos no Brasil a partir dos anos 90 já detêm 16% do mercado

E

las foram chegando a partir de 1990 com a abertura do mercado. Naquele ano as quatro maiores montadoras (Volkswagen, General Motors, Ford e Fiat Automóveis) tinham 99% das vendas de autos e comerciais leves produzidos no Brasil. Outras dezenas de fabriquetas de carros fora de série completavam os 100%. A Volkswagen era a mais forte e tinha 39% de participação, seguida pela GM, com 25,3%, Ford, com 18,8%, e Fiat, com 15,7%. Dez anos depois, em 2000, as novas montadoras já tinham conquistado 8% das vendas totais do mercado brasileiro. A Renault detinha 3,4% e em seguida vinham Honda (1,6%), Toyota (1,1%) e Mercedes (1%) do total. A Mitsubishi tinha 0,5% e a Land Rover 0,1%. E era só.

Os outros 8% de participação foram conquistados bem mais rapidamente. Bastaram cinco anos para que as "novas" abocanhassem 16% do mercado interno. O bolo interno cresceu e, portanto, as montadoras tradicionais também tiveram oportunidade de aumentar vendas. Mas pelo menos algumas das que já estavam aqui há mais tempo tiveram de acabar cedendo espaço para quem estava chegando. O Grupo PSA (Citroën e Peugeot), de origem francesa, que junto com a japonesa Nissan forma o último bloco das novas que construíram fábrica no Brasil, foi o destaque do último período, ficando com 4,5% do total. Atualmente, as japonesas Honda e Toyota, com produtos novos, brigam pela posição de quinta montadora no ranking. A Honda ficou com 3,6% do bolo em 2005 e a Toyota com 2,9%. A francesa Renault perdeu posições e ficou com 3%. Novidades constantes - As "novas" continuam crescendo, com mais opções, produtos diversificados e cada vez menos

depreciados em função do volume maior de venda. E com a solidificação das marcas, ganham a confiança do consumidor. De janeiro a agosto desse ano, mantiveram uma fatia de 16% do mercado. O Grupo PSA está entre os que continuam ganhando penetração local. Tem agora 5% das vendas internas e não pára de ampliar seu leque de oferta de produtos para o consumidor brasileiro. Segue no ranking a

Honda, com 3,7% do mercado, enquanto Toyota e Renault registram este ano índice idêntico de participação (2,7%). A tendência é de continuidade deste crescimento. O segundo semestre deste ano começou com aumento de participação das novas montadoras. O índice subiu para 17%, um demonstrativo claro de que a curva se mantém em movimento ascendente.


4

Nacional Finanças Especial Café Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MARCA CUSTOU US$ 3,8 MILHÕES EM 1987

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

O primeiro lugar de uma pessoa é sua casa, o segundo é o trabalho; o terceiro, a Starbucks. Howard Schultz, dono da Starbucks

Divulgação

A GIGANTE STARBUCKS FINCA O PÉ NO BRASIL COM DUAS LOJAS A maior rede de cafeterias do mundo, com 12 mil lojas e dona de um faturamento de US$ 6,4 bilhões, estréia no mercado brasileiro com duas lojas no Shopping Morumbi. Chega pelas mãos do mesmo casal que trouxe o McDonald's em 1979.

A

grande novidade no mundo dos cafés especiais deve acontecer até o final deste mês: a inauguração da primeira loja da Starbucks no Brasil. Depois de fazer muito segredo, a maior rede de cafeterias do mundo – são 12 mil lojas em 37 países, com faturamento de US$ 6,4 bilhões – escolheu o Shopping Morumbi para fincar seu pé no País. Na verdade, serão duas lojas: uma na ala de expansão do centro de compras e outra dentro da livraria Saraiva. Pelo gigantismo, a Starbucks é considerada o McDonald's das cafeterias. E, por coincidência ou não, será trazida pelo casal Maria Luísa e Peter Rodenbeck, o mesmo que trouxe o McDonald's ao Brasil em 1979 e é responsável pela vinda da rede de restaurantes Outback. Começo – A história da Starbucks não encontra precedentes no mundo dos negócios.

Fascinado pelos cafés italianos, o empresário Howard Schultz pagou US$ 3,8 milhões pela marca em 1987, acreditando que os americanos também iriam aderir ao hábito de consumir "e s pres si ". Hoje, a empresa – que possui sede em

Seattle, nos Estados Unidos –, vale US$ 29 bilhões na bolsa eletrônica Nasdaq, e suas ações são algumas das pérolas de Wall Street. Emprega cerca de 90 mil pessoas em todo o mundo e orgulha-se de servir a mais de 35 milhões de consumidores por semana, que bebem mais de 840 milhões de litros de café a cada dia. No balancete do segundo trimestre fiscal de 2006, a empresa divulgou uma receita líquida recorde de US$ 1,9 bilhão, o que representa alta de 24% em relação ao ano anterior. O lucro líquido, nesse período, foi de US$ 127 milhões, com crescimento de 27%. Receitas – Mas a Starbucks vai muito além dos números e dos expressos. Na verdade, o que mais os americanos consomem são as receitas sofisticadas preparadas com uma infinidade de xaropes, sabores e aromas. E ao café, a Starbucks juntou outro atrativo irresistí-

Ao lado, lojas oferecem serviços de internet para atrair executivos e yupies em seus momentos de folga.

vel: a internet. Todas as suas lojas dispõem de terminais com computadores ou rede sem fio, que atraem executivos e yuppies em seus momentos de folga. Há alguns anos, lançou um serviço em que o cliente pode escolher músicas e gravá-las em um CD, tudo dentro da cafeteria. Paga-se por faixa. Tamanho foi o sucesso da investida que a empresa passou a lançar faixas exclusivas e também resolveu criar seu próprio selo, com artistas exclusivamente contratados. Até os Rolling Stones já entraram nessa onda. Como tudo isso parece pouco, Howard Schultz firmou parceria com uma distribuidora de filmes para fazer algo parecido na área do cinema. Misturas – Mas há ainda quem entre nas lojas em busca dos produtos originais. E uma das suas receitas de maior sucesso é o famoso "Frappuccino", que, na verdade, tende mais para o frapé do que para o café. Generoso no chantilly, custa pouco mais de US$ 4 e pesa 870 calorias na consciência dos que brigam com a balança. O café mais barato tem o preço de US$ 1,80 e o mais caro sai por US$ 15,95. Algo impensável para os padrões brasileiros, principalmente para o consumo em larga escala. Mas os investidores nacionais já avisam que a Starbucks brasileira sofrerá algumas adaptações – e poderá vender até pão de queijo. No blend do café da Starbucks entra apenas um café brasileiro – o famoso Ipanema Bourbon, produzido em Minas Gerais. Por razões mercadológicas, será esse mesmo blend que estará na Starbucks brasileira. Ou seja, será necessário reimportar o produto brasileiro. A m o r e ó d i o – H o w a rd Schultz costuma definir com

uma frase as razões do sucesso da sua empresa: "O primeiro lugar de uma pessoa é sua casa, o segundo é o trabalho; o terceiro, a Starbucks". O fato é que, se há muita gente que não vive sem a Starbucks – a loja tem até uma comunidade no Orkut (Starbucks Lovers) –, há também muita gente que a odeia, até com site na internet: www.ihatestarbucks.com. Entre todos, porém, nada parece mais bizarro do que a que diz respeito ao texano de origem mexicana Rafael Antonio Lozano, que resolveu mudar o nome para John Winter Smith (e agora exige ser chamado apenas de Winter). Ele se impôs a missão de conhecer, tomar um café e fotografar todas as lojas Starbucks do mundo. Até o início deste mês, já havia visitado 5.821 lojas nos Estados Unidos e 409 no exterior, incluindo o Japão. Nessa empreitada, iniciada em 1997, já rodou 80 mil quilômetros com seu Honda Civic e gastou exatos US$ 29.561,86 – rigorosamente contabilizados em um caderno de anotações. Nada desprezível para quem ganha a vida fazendo trabalhos temporários na área de computação. Nos seus cálculos, já deve ter tomado perto de mil litros de café. Em um dia, Winter, que tem 34 anos, chegou a visitar 29 lojas, o que significa que tomou 29 cafés e bateu 29 fotos. Reclamou apenas de uma leve dor de estômago, mas não parece desanimado com a tarefa que tem pela frente, mesmo sabendo que ainda não chegou ao meio do caminho e que, a cada dia, em média, cinco novas lojas da Starbucks são inauguradas em

alguma parte do mundo. Gigantes na praça – Outra marca famosa que está desembarcando no Brasil é a Illy. Ao contrário da Starbucks, a Illy não tem cafeterias, apenas comercializa cafés. E orgulha-se de não buscar quantidade. Gerida por uma família de origem húngara, há 73 anos estabelecida em Trieste, na Itália, a empresa aposta na qualidade: "Nós somos a Ferrari do café, e uma Ferrari você não encontra em qualquer lugar", diz Ernesto Illy, 79 anos, o patriarca da família, que entregou ao filho mais novo, Andrea, a condução dos negócios. A empresa vende 10 milhões de toneladas de café para 98 países e fatura 200 milhões de euros anuais. Importado, o café Illy pode ser encontrado em alguns supermercados brasileiros, mas, agora, a empresa decidiu montar sua primeira torrefação fora da Itália – e será no Espírito Santo, onde, desde 2000, já mantém a Unilly, uma espécie de universidade do café. Outra gigante do setor, a Lavazza – a maior torrefadora da Itália e a sexta maior rede de café do mundo – também está para aportar no Brasil, com investimentos de 2 milhões de euros, destinados à montagem de sua primeira indústria fora da Itália. Embora comercialize também chás e chocolates, a empresa – que fatura 800 milhões de euros por ano – está de olho principalmente no crescimento do mercado do expresso. "O Brasil vai deixar de ser o País do cafezinho para ser o País do expresso", aposta Giuseppe Lavazza, diretor da empresa. Tim Teixeira

Starbucks está presente em 37 países, tem 12 mil lojas, emprega cerca de 90 mil pessoas e já serviu mais de 35 milhões de consumidores.


segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Transpor te Ciência Acidente Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

ESTUDO DE EQUIPAMENTOS AVANÇA, MAS NÃO HÁ CONCLUSÃO

Sempre há algo que pode ser melhorado. Coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira

Luiz Pajau/A Tribuna

Análise de caixas-pretas levará a recomendações Todos os envolvidos no acidente aéreo serão alvo de recomendações técnicas, informa coronel brasileiro Sebastião Moreira/AE

O

c o ro n e l R u f i n o Antônio da Silva Ferreira, chefe da Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Dipaa) e presidente da comissão que investiga as causas do acidente com o vôo 1907 da Gol, informou ontem, em Ottawa, no Canadá, que as análises do conteúdo das caixas-pretas do Boeing 737-800 e do jatinho Legacy podem não ser conclusivas. Contudo, elas indicam que recomendações devem ser feitas a todas as partes envolvidas na tragédia que matou 154 pessoas, o que inclui o controle do tráfego aéreo brasileiro. "Sempre há algo que pode ser melhorado", afirmou Ferreira em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e à Agência Estado. Ferreira lidera uma equipe que investiga desde a cultura gerencial das empresas envolvidas no acidente até o trabalho feito pelo controle aéreo brasileiro. "Tudo deve ser questionado e revisto", resumiu. Ainda entram nessa lista de recomendações os aviões e equipamentos que neles foram instalados. Até a infra-estrutu-

Padres colocam imagem de NS Aparecida junto aos destroços do Boeing

ra dos aeroportos de São José dos Campos e Manaus, de onde decolaram o Legacy e o Boeing 737-800, respectivamente, vai ser analisada. De acordo com Ferreira, algumas recomendações podem ser feitas antes mesmo do fim das investigações, que não têm data para terminar. Na sexta-feira, a Força Aérea Brasileira (FAB) encontrou a base da caixa-preta do Boeing da Gol. A peça pode indicar

que o cilindro que registra a comunicação de voz dos pilotos esteja nas proximidades. Assim que for encontrado, o cilindro será encaminhado aos laboratórios do Conselho de Segurança dos Transportes do Canadá (Transportation Safety Board), em Ottawa, responsável pelas análises. Caixas-pretas – Sobre as caixas-pretas dos dois aviões, Ferreira afirmou que todo seu conteúdo foi recuperado, in-

cluindo os dados de vôo do Boeing 737-800. Com o conteúdo de três das quatro caixaspretas, os técnicos canadenses produziram gráficos e animações próximas da realidade. Nem a falta do cilindro com a gravação das vozes do piloto e do co-piloto do Boeing parece ter dificultado as análises. Elogios – O jornal americano Newsday chamou de "racionais e sensatas" as investigações brasileiras sobre a queda do Boeing 737 da Gol. Em artigo assinado, o jornalista Bryan Maccann, que mora no Rio, disse que parte da discussão no País foi "especulativa e virulenta". Mais: o acidente fez renascer antigos ressentimentos contra os Estados Unidos, que, para os brasileiros, ignorariam os vizinhos do Sul. "Mas, mesmo veementes, essas teorias nunca deixaram de ser marginais e acabaram dando lugar a investigações racionais e sensatas sobre a aparente discrepância entre o plano de vôo do Legacy e a sua trajetória", afirmou Maccann. O jornalista defendeu ainda o fato de as autoridades brasileiras terem confiscado os passaportes dos pilotos americanos, afirmando que "é difícil imaginar que autoridades dos EUA reagiriam diferentemente". Para ele, "os deputados no Congresso que representam Long Island e tentaram repatriar os pilotos podem tem certeza de que eles receberão tratamento legal apropriado". Padroeira – A asa direita do Boeing 737-800 da Gol deixou de ser apenas um amontoado de ferros distorcidos para se tornar uma estrutura abençoada. Desde as 10h45 de ontem, ela é o abrigo de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, ali deixada para proteger as almas das 154 vítimas do vôo 1907. "Gostaria que a imagem de Nossa Senhora no local do acidente fosse vista pelas famílias como marca de esperança. Queria que soubessem que seus entes queridos estão muito bem, em paz, junto de Deus", disse o padre Alexandre Paciolli, da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, de Brasília. Houve comoção geral durante os 15 minutos em que Paciolli e o tenente-padre Marcelo Silva, da Arquidiocese Militar do Brasil, abençoaram a imagem e a clareira principal aberta pelos militares na reserva indígena do Xingu. Militares foram até a santa, pediram bênçãos e oraram. Os religiosos derramaram sobre a imagem água do rio Jordão, óleos de Belém, terra e incenso de Jerusalém, num ato de caráter ecumênico. (Agências)

Equipes de resgate procuram as vítimas da queda do avião Sêneca

Pane pode ter causado queda no ES

A

s causas do acidente do avião particular Sêneca que caiu sexta-feira, minutos após decolar do aeroporto de Vitória (ES), ainda não foram elucidadas, mas a possibilidade mais forte é de que o piloto, major-coronel reformado da Aeronáutica Alduíno Coutinho de Souza, de 48 anos, estivesse tentando voltar a Vitória, provavelmente por uma pane. Coutinho, a mulher, os dois filhos e as duas noras partiram do aeroporto de Jacarepaguá (RJ) e pousaram em Vitória, onde abasteceram. De lá, seguiriam para Porto Seguro (BA), onde passariam o fim de semana. O último contato do Sêneca com a torre foi a 20 mil milhas do aeroporto (cerca de 40 quilômetros). Mas os destroços do avião foram encontrados a apenas 15 quilômetros do aeroporto de Vitória, informou o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, estatal que administra os aeroportos. "Tudo leva a crer que ele estivesse tentando voltar. Em acidentes como esse, costumase iniciar as buscas à frente do local em que foi feito o último contato. Os destroços e os corpos estavam para trás", disse o brigadeiro. Aviões como o Sêneca não têm caixa preta. O tenente-coronel Marco Aurélio Salgueiro, designado pela Agência Nacional de Aviação Civil para coordenar as investigações sobre o acidente, afirmou, em Vitória, que sem a localização de todas as peças da aeronave, ou, particularmente, do painel de controle, vai ser "praticamente

impossível" descobrir as causas da queda. Os primeiros corpos a serem localizados foram os de Ronilda Terezinha Oliveira de Souza, de 48 anos, e da nora Luana Pimentel, de 25, na madrugada de sábado. Ontem, os bombeiros localizaram o corpo de Alduíno Oliveira de Souza, de 26, namorado de Luana. Quarenta homens da Força Aérea Brasileira (FAB), dois aviões e um helicóptero fazem as buscas aos corpos e aos destroços do avião. Segundo o tenente-coronel Salgueiro, lanchas particulares também auxiliam nas buscas, além das polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e a Capitania dos Portos. Ainda estão sendo procurados o piloto, major-coronel Coutinho, Rafael Oliveira de Souza, de 24 anos, e a noiva dele, Fátima Campos Lopes, de 26 anos. As buscas foram interrompidas no fim da tarde de ontem e serão retomadas hoje. No Rio, Leila Coutinho, irmã do piloto, fez um apelo para que as autoridades FAB não abandonem as buscas, sem que todos os corpos sejam encontrados. "Queremos que todos voltem. Não importa como", pediu. Sêneca – O Sêneca é usado em cursos de treinamento de vôo por instrumentos e multimotor. Tem autonomia para cerca de cinco horas de vôo e, segundo especialistas, seu limite de altura é de 12 mil pés, pois não tem cabine pressurizada. Com poucos passageiros, poderia fazer sem escala a rota RioPorto Seguro. (Agências)


8

Congresso Planalto Entrevista CPI

Sergio Kapustan

P

ara derrotar o tucano Geraldo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT fazem terrorismo eleitoral em relação ao Bolsa-Família e privatizações. A acusação é do professor aposentado da USP, Francisco Weffort, ex-ideólogo petista e duas vezes ministro da Cultura do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), ao analisar a campanha do 2º turno. Autor do clássico "O Populismo na Política Brasileira", e do recente "Formação do Pensamento Político Brasileiro", que apresenta ao leitor figuras históricas, como Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha, Weffort acrescenta: "o governo FHC não está em julgamento". A seguir, os principais trecho da entrevista exclusiva ao Diário do Comércio: DC – O senhor afirmou que Lula era o novo Adhemar de Barros, que passou para a história "pelo rouba, mas faz". Ele, no entanto, segue líder nas pesquisas. O eleitorado está saturado do tema corrupção e absolveu Lula? FW– Não creio que o eleitorado esteja saturado do tema corrupção. Alckmin venceu o debate, mas este foi visto por uma minoria do País. Estima-se que 20% da população (ou algo em torno) tenha Não creio assistido ao deque o bate. É muita governo gente, mas ainda não é toda a de FHC população. Ouesteja em julgamento. t r o s f a t o r e s , além do debate, Francisco servem para exWeffort plicar o aumento da diferença entre Lula e Alckmin visto nas pesquisas Vox Populi, Ibope e Datafolha. DC – Quais os fatores que mantêm Lula como primeiro colocado? FW – Em primeiro lugar, uma transferência de eleitores de Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) para Lula. E ainda, e talvez mais importante, o terrorismo eleitoral da campanha lulista em relação ao Bolsa-Família, diminuição do gasto público como se isto significasse demissão de funcionários públicos ou diminuição de salário. O tema das privatizações também vem sendo usado neste mesmo sentido. DC – Lula disse que Alckmin venderá a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Esse tema da campanha o preocupa? FW - Não há nenhuma linha do programa de Alckmin que fale em privatização da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Neste particular, o PT está buscando pêlo em ovo. O que Luiz Inácio Lula da Silva e o PT pretendem é fazer terrorismo eleitoral e, além disso, bloquear por antecipação um eventual debate sobre o tema. Como dizem os espanhóis, estão "sangrando em salud". Querem transformar o tema em tabu. DC – O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou recentemente que o PT se diferencia do PSDB por duas coisas: falta de visão democrática e ocupação da máquina do Estado. O senhor concorda? FW – Concordo com as duas afirmações. Ninguém ignora que Fernando Henrique Cardoso orientou sempre seu governo por critérios democráticos e sempre administrou baseado em pessoal escolhido muito mais por critérios técnicos de competência do que por critérios políticos. Seu pessoal de governo, como o de qual-

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

O governo em julgamento é o do Lula e Alckmin tem toda a razão em centrar fogo como tem feito. Francisco Weffort

REFLEXÕES SOBRE O FUTURO DO PT

WEFFORT: 'O PT PERDEU A FACE NO GOVERNO LULA'. Francisco Weffort, cientista político, analista e estudioso do Brasil moderno, atuou na fundação do PT e foi ministro da Cultura no governo Fernando Henrique Cardoso. Seus livros, ensaios e artigos – sempre versando sobre a política e a construção da democracia brasileira – expõem as articulações autoritárias que se desenvolveram no decorrer da história e o fenômeno do populismo. Apesar de todos os escândalos de corrupção "os votos do Lula vêm ainda do seu prestígio popular", diz ele. Marcos D´Paula / AE - 05/05/06

O problema maior do PT hoje não é o número de parlamentares menor. É o seguinte: o partido perdeu a face no governo Lula. Francisco Weffort

quer governo, era, em muitos casos, gente do partido, mas o critério maior da escolha era eminentemente técnico e administrativo. A escandalosa manipulação da máquina do Estado por Lula faz com que a democracia brasileira volte aos piores exemplos da fase populista e mesmo da República Velha. DC – O PT se transformou em um campo minado por conta da sucessão de escândalos. O resultado nas urnas, no entanto, não foi ruim. O partido elegeu 83 deputados federais e obteve uma vitória histórica na Bahia ao eleger Jacques Wagner para o governo estadual. Qual é a sua avaliação? FW– Embora ainda com a segunda bancada, o PT perdeu lugares na Câmara (o partido elegeu 91 deputados em 2002). A vitória de Jacques Wagner foi surpreendente, mas o PFL elegeu um bom número de deputados federais e estaduais naquele Estado. O problema

PRESIDENTE BUSCA A PRÓPRIA IDENTIDADE

A

o longo da campanha, o presidente Lula (PT) vem se comparando a figuras históricas brasileiras, estrangeiras e até bíblicas, como Jesus Cristo, para se defender de acusações. Os personagens são citados em concentrações públicas em todos os cantos do País. Lula é reconhecido como bom orador até pelos adversários desde a época em que liderava as greves no ABC. O presidente gosta de falar ao

maior do PT hoje não é o número de parlamentares menor. É o seguinte: o partido perdeu a face no governo Lula. Basta ver o número de vezes em que foi obrigado a mudar de presidente, se bem me lembro estamos no quarto presidente do PT em um ano. Além disso, a militância do PT está evidentemente desmoralizada por todos os escândalos e já não sai mais às ruas como fazia em outras campanhas. DC – Especialistas afirmam que o êxito do partido deve-se aos programas sociais do governo Lula, como o Bolsa-Família. Qual sua opinião? FW– Os votos do Lula vêm ainda do seu prestígio popular. Sem esquecer que ele está em campanha desde 2002, quando se elegeu, mas sem jamais deixar o palanque, aliás alimentado pelo Duda Mendonça. Há ainda a influência da propaganda governamental em torno do Bolsa-Família, que na verdade é um novo no-

microfone quase sempre andando. A perfomance cativa as platéias. Ele se comparou a Jesus Cristo e a Tiradentes quando explodiu o escândalo do dossiê contra os tucanos, às vésperas do 1º turno. Ambos foram mortos após a traição de pessoas próximas. Até então, o petista dava como certa a reeleição. A estratégia foi por água abaixo. "A gente poderia pegar a história e iria perceber que, numa mesa de 12, um traiu Jesus Cristo. Aí poderia pegar a reunião dos Inconfidentes, um traiu Tiradentes. E nem por isso, Cristo seria menos importante. Nem por isso, Tiradentes deixou de ver acontecer a Independência pela

me para os programas sociais criados no País por FHC e, no caso de Brasília, pelo então governador Cristovam Buarque. Além disso, os votos do Lula vêm do adesismo habitual de boa parte, certamente não todos, dos políticos nordestinos, tradicionalmente governistas, sempre dependentes de verbas federais. Vimos ainda agora no caso do Mato Grosso este tipo de dependência: um governador eleito pelo PPS (Blairo Maggi) que bandeou-se para o apoio a Lula no 2º turno em troca da promessa de financiamento federal para o seu Estado. Este tipo de dependência do governo federal é uma característica comum a muitos estados pequenos e economicamente frágeis. DC – O senhor foi ministro de FHC. Se fosse candidato a presidente como responderia aos ataques de Lula? Não acha que Alckmin precisa fazer uma defesa mais firme do governo do PSDB?

qual ele foi esquartejado, sua carne salgada e pendurada nos postes", afirmou Lula ao se dirigir a militantes do partido em Sorocaba (SP). Ex-presidentes – Lula também se comparou a três exgovernantes: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Getúlio suicidou-se em 1954, por não suportar a crise política em decorrência do atentado contra o adversário Carlos Lacerda, que morreu em 1977. JK, segundo Lula, foi acusado de corrupção, mas teve sua obra reconhecida após a morte em 1976, vítima de um acidente de carro. Em relação a Jango, Lula lembrou que ele foi derrubado por um golpe militar em

FW– Como a campanha é de Geraldo Alckmin, é ele quem define seus rumos. Não creio que o governo de FHC esteja em julgamento. O governo em julgamento é o do Lula e Alckmin tem toda a razão em centrar fogo como tem feito. Ele tem mostrado ao povo que tem experiência administrativa, o que significa que lhe cabe mostrar as obras realizadas durante o seu governo em São Paulo. Quanto ao PSDB em geral, acho que deveria ter mais presença na campanha do Alckmin, defendendo mais amplamente seu candidato à Presidência e, deste modo, influenciando em sua campanha. DC – O 2º turno iniciou com o polêmico apoio de Anthony Garotinho a Alckmin. O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), foi contra e o senhor a favor. Por que? FW– É normal que no 2º turno as candidaturas suscitem adesões ou apoios vindos de outros partidos. Garotinho

1964. Jango morreu exilado na Argentina em 1976. No mesmo ato público em que comparou os tucanos a estelionatários, Lula pregou a mensagem de Mahatma Gandhi (1869-1948), líder pacifista que comandou a independência da Índia contra o Reino Unido, como forma de manter a postura serena na campanha. Gandhi foi lembrado em comício em Valparaíso (GO), na quinta-feira. De forma didática, como sempre gosta de fazer quando fala para a multidão, Lula disse que os ingleses ofereciam até mulheres para ver se Gandhi "cedia à tentação. "Eles o ofendiam, mas ele não perdia a postura e permanecia tranqüilo", disse. (SK)

tentou ser candidato, não conseguiu, e finalmente se decidiu a apoiar o Alckmin. Não vejo o porquê de seu apoio ser recusado ou, mesmo, menosprezado. Creio que as críticas de César Maia são extremamente exageradas, o que se compreende no cenário de rivalidade da política carioca e fluminense. A propósito, assim como o PSDB deve se engajar com mais força na campanha do Alckmin, creio que o mesmo deveria ocorrer também com o PFL, em particular com o prefeito. Caso César Maia tivesse tido uma participação mais ampla na campanha do Alckmin no Rio, talvez Garotinho nem tivesse espaço para oferecer seu apoio. DC – O 2º turno pegou fogo depois do debate da 'TV Bandeirantes' com os ataques de Alckmin a Lula. Quem venceu o debate? F W – O vencedor do debate foi Geraldo Alckmin. O debate assinala um ponto forte de sua campanha, mas que tem que ser entendido como um novo começo. Alckmin deixou claro a fuga do Lula à responsabilidade presidencial na questão da corrupção, bem como sua fragilidade em face da maior parte dos temas propostos. Ao invés de dizer que a corrupção começou no governo FHC, o presidente Lula poderia dizer que começou com a chegada de Pedro Álvares Cabral e, contudo, o problema permaneceria exatamente o mesmo. DC – Alckmin bateu muito na questão do dossiê contra os tucanos ... FW– A questão era de saber a origem do dinheiro que ia pagar o dossiê Vedoin. O presidente Lula tentou virar para trás, para o passado, e mais uma vez fugiu do assunto. DC – Como avalia o novo Congresso com figuras tão distintas como Maluf, Clodovil e a força do PMDB que elegeu 89 deputados federais e quatro governadores em 1º turno? FW– Qualquer presidente que venha a ser eleito terá que buscar alianças no Congresso para governar. A prática petista a respeito, e que se revelou nas denúncias do deputado Roberto Jefferson sobre o mensalão, é a da compra ou aluguel de parlamentares e legendas partidárias. Creio que, apesar de tudo, esta prática se tornou mais difícil nos dias que correm porque a imprensa e a sociedade estão de olho. Mas, no caso de Geraldo Alckmin, sempre será possível fazer alianças produtivas e honestas. Neste aspecto, como em muitos outros sentidos, o governo FHC é um excelente exemplo.

Ao invés de dizer que a corrupção começou no governo FHC, Lula poderia dizer que começou com a chegada de Pedro Álvares Cabral. Francisco Weffort Repr

oduç

ão D

C

Formação do Pensamento Político Brasileiro, Idéias e Personagens, Editora Ática, 2006.


segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Nacional Empresas Especial Café Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

BARISTA RECOMENDA VERSÃO 100% ARÁBICA

Do ponto de vista não técnico, café bom é café que a gente gosta. Isabela Raposeiras, barista

Rogério Albuquerque/AFG

BARISMO: AMOR À PRIMEIRA VISTA A barista Isabela Raposeiras foge do convencional quando o assunto é café

E

la é apaixonada por café, charuto e planador. Chama-se Isabela Raposeiras, tem 32 anos, é casada, e tornou-se a primeira barista brasileira. Começou tentando consertar o café que era servido no restaurante da família em Parati (RJ). Descobriu os produtos especiais, mergulhou no assunto, fez cursos na Dinamarca, Noruega, Suíça e Itália. Ganhou o primeiro Campeonato Brasileiro de Barismo, em 2002, e no mesmo ano representou o Brasil no torneio mundial na Noruega, quando tirou o 15º lugar. Hoje dirige sua Academia de Barismo, em São Paulo, onde faz estudos e pesquisas de cafés de qualidade, dá cursos e treinamento, desenvolve produtos e dá consultoria. Quando se fala em preparação, torra, blends e degustação, é com ela mesmo. Pode-se dizer que, no Brasil, ninguém entende mais de café do que Isabela. Apesar disso, dificilmente toma mais do que dois ou três cafezinhos por dia (expresso, naturalmente). A barista vê com simpatia o aumento do número de cafeterias e o crescimento dos cafés especiais (da ordem de 18% ao ano no Brasil e de 25% em São Paulo). Não acha que se trate de um simples modismo: "É mesmo uma tendência de consumo, como já aconteceu com o vinho. E não é um fenômeno que ocorre apenas no Brasil. Isso está acontecendo no mundo inteiro. É importante que ocorra também aqui porque somos os maiores produtores mundiais", anima-se. Procura as palavras para não parecer arrogante, mas dá a entender que a explosão de cursos de barismo não produz necessariamente bons profissionais – e não é capaz de enu-

peciais (100% arábica). Mas também tem humildade para reconhecer que, de um ponto de vista não-técnico, "café bom é aquele que a gente gosta". Por isso, quando visita a mãe, acaba aceitando o cafezinho feito com o pó que, de forma alguma, entraria na casa dela. (TT)

Uma estande expõe os cafés especiais servidos na Cafeera. É só o cliente escolher. Rogéio Albuquerque/AFG

Taça de capuccino do Santo Grão. Abaixo, a a barista Isabela Raposeira.

merar mais do que duas dezenas deles no Brasil. Entre as qualidades do bom barista, cita disciplina, dedicação, prática e estudo teórico, atualização permanente, educação e gentileza e "princip a l m e n t e Marcelo Min/AFG paixão pelo que se faz". Do ponto de vista técnico, Isabela decreta que o bom café não pode ser amargo; deve ter aroma agradável e sabor tão agradável quanto o aroma; não pode s e r a d s t r i ng e n t e ( i mpressão de boca seca); e deve ter sabor residual persistente (after taste). Qualidades que só se encontram nos cafés es-

O barista do Santo Grão, Marcelo Babinski, prepara um capuccino de dar água na boca

O BOM CAFÉ

Denise Adams/AFG

Endereços para apreciar um bom café:

Denise Adams/AFG

No Suplicy Café, drinks e bebidas

Ao lado, a inusitada mocha grande

Andaluza (*) - Rua Caconde, 132, Jardim Paulista. Telefone: 3057-1564 Baristas: Rodrigo, Michelle, Roberta, Lílian, Jô. Expresso: R$ 2 Amzn´s - Rua João Cachoeira, 342 loja 12, Itaim Bibi. Telefone: 3079-8832. Baristas: Jaqueline, Leandro, Mônica, Nani, Janaína, Daniel. Expresso: R$ 2 Cafeera (*) - Rua Ribeiro do Vale, 639, Brooklin. Telefone: 50939058. Baristas: Paula, Josilda, Liliane. Expresso: R$ 2 Caffè Latte - Rua do Comércio, 58, Centro. Telefone: 3242-1700. Baristas: Sheila e Isabel. Expresso: R$ 2 Havana Café - Rua Bela Cintra, 1.829 – Jardins. Telefone: 30825722. Baristas: Gab riel, Lúcia, Éder, Róbson. Expresso: R$ 2,50 Santo Grão (*) - Rua Oscar Freire, 413 – Jardins. Telefone: 3082-9969. Baristas: Marcelo, Bruno, Thiago, Mário, Luciano, Fabíola. Expresso: R$ 2,60 Suplicy Cafés Especiais (*) – Alameda Lorena, 1.430, Jardins. Telefone: 3061-0195. Baristas: Priscila, Fran, Daniel, Iara, Bruno, Juliana, Richard. Expresso: R$ 2,50 Café da Livraria Cultura Shopping Market Place, Morumbi. Telefone: 3474-4033. Baristas: Érica, Gisele, Selma, Gil, Célia, Janeth. Expresso: R$ 1,90 Pain et Chocolat - Rua Canário, 1.301, Moema. Telefone: 5094-0550. Barista: Rafael. Expresso: R$ 2 Tabacaria Lenat (*) - Banca Cidade Jardim, Cidade Jardim. Telefone: 3815-5835. Barista: Monteiro. Expresso: R$ 2 (*) Há outros endereços


SERVIÇO

MELHOR IR DE METRÔ! O Salão abre suas portas no dia 19 de outubro e segue até o dia 29. Durante os 11 dias, a empresa organizadora oferecerá uma infra-estrutura adequada para os visitantes.

S

e você não quer ficar de fora e ter o mínimo de contratempos neste Salão, acompanhe algumas dicas de horários sobre a melhor forma de aproveitar o passeio. E vá de metrô. É mais vantajoso. O horário de funcionamento até o dia 28 será das 13h às 22h, com entrada permitida até às 21h. No último dia (domingo, 29), a abertura será às 11h, o fechamento às 19h e a entrada até às 17h. Metrô é a melhor opção - A alternativa mais prática, tranqüila, segura e econômica para chegar ao evento é o metrô. A Alcantara Machado Feiras e Promoções, que organiza o salão desde sua primeira edição, disponibilizará transporte gratuito com destino ao Pavilhão de Exposições do Anhembi, saindo da estação Portuguesa-Tietê. Os ônibus circulares estarão estacionados em frente ao "Estação Shopping", localizado junto à saída do metrô (rua Voluntários da Pátria - sentido bairro-centro). Para quem estiver chegando na cidade, o custo médio de uma corrida de táxi, saindo dos aeroportos de Congonhas e de Cumbica, fica em torno de R$ 55 e R$ 75, respectivamente. Mas se você precisa ou prefere mesmo assim ir com seu carro, o principal estacionamento do local (administrado pela São Paulo Turismo) possui 7,5 mil vagas e tem preço único de R$ 20. Há a opção de utilizar o estacionamento privativo, que permite entrar e sair quantas vezes quiser, pagando R$ 30. Uma terceira opção é o estacionamento VIP, que custa R$ 35 e o visitante deixa o carro mais próximo à entrada do Pavilhão. Para o estacionamento de motocicletas, o preço cobrado é de R$ 15. Não há manobristas no local. Serviços disponíveis - O Salão contará com os dois restaurantes fixos nas torres norte e sul (mezaninos), além de uma praça de

alimentação com restaurantes, lanchonetes, cafés e quiosques com doces e salgados. Segundo a organização, os preços de refeições variam de R$ 15 a R$ 30 e os dos lanches e salgados entre R$ 3 e R$ 15. Faça a escolha do seu cardápio. Caso você necessite fazer algum serviço bancário no Pavilhão, as opções são uma agência do Banco do Brasil, localizada próxima ao portão 8, e uma agência para financiamento de veículos do ABN Amro , na rua G, além de caixas eletrônicos Itaú e 24 Horas. Para eventuais atendimentos de urgência, haverá pronto-socorro com médicos e enfermeiros de plantão no lado norte do Pavilhão e, ainda, uma ambulância a disposição, para o caso de necessidade de remoção. A Alcantara Machado disponibilizará cadeiras de rodas motorizadas (números limitados) e cadeiras comuns. A solicitação deve ser feita logo na chegada à feira. Todos os estandes do evento possuem acesso para cadeiras de rodas. Dicas para aproveitar - Se você não gosta de aglomerações e tiver disponibilidade de horários, opte por visitar o Salão durante o período das 13h às 17h, nos dias da semana, quando provavelmente será um momento melhor para uma visitação tranqüila. Lembre-se de que a área a ser percorrida é grande. Uma boa visita pode durar pelo menos 3 horas, envolvendo um percurso de mais de 2 quilômetros. O ideal, portanto, é utilizar roupas e calçados adequados. Beba muita água para manter-se hidratado. Existem bebedouros localizados próximos às entradas dos dez banheiros distribuídos pelos pavilhões norte, sul e oeste. Não esqueça de levar uma máquina fotográfica ou, ao menos, um celular com este recurso. Com certeza, não faltarão momentos que merecem ser eternizados!

INGRESSOS Entre 19 e 29 de outubro, os ingressos estarão disponíveis nas bilheterias do Pavilhão de Exposições Anhembi por R$ 25. Crianças de 5 a 12 anos pagam R$ 15. Para quem tem até cinco anos ou mais de 65, a entrada é gratuita.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Política INVESTIGAÇÕES DA

(O Governo) encobre um crime e destrói a Polícia Federal pelo ministro da Justiça no afã de esconder todas as maracutaias. Tasso Jereissati (PSDB)

POLÍCIA FEDERAL NO ALVO Logo após o flagrante envolvendo petistas na compra do dossiê Vedoin, Freud Godoy (ex-assessor de Lula) e Gedimar Passos (preso com R$ 1,7 mi) , teriam se encontrado às escondidas na carceragem da PF em São Paulo após intervenção da diretoria. A denúncia, feita pela revista 'Veja', expõe a PF como parcial, conivente com a demora das investigações e ainda acusa o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de ingerência .

Arte: Abê

Gedimar Passos acusa e recua

Marcos Vaillant / AE - 19/09/06

Valdebran Padilha flagrado JB Neto / Ag. O Globo - 21/09/06

Dida Sampaio / AE - 23/05/06

Bastos em operação abafa Clayton de Souza / AE - 22/09/06

REVISTA DIZ QUE BASTOS AGIU PARA 'BLINDAR' LULA

S

ob o título "Um enigma chamado Freud", a reportagem publicada no sábado pela revista "Veja" acusa o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de participar de uma operação para 'blindar' o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dos efeitos do escândalo do dossiê contra candidatos do PSDB. Segundo a revista, Thomaz Bastos conversou com o exassessor especial de Lula, Freud Godoy, assim que Gedimar Pereira o acusou de envolvimento na compra do dossiê Vedoin e indicou-lhe até um advogado de defesa. Caso – No dia 15 de setembro passado, o expolicial federal Gedimar Pereira Passos e o petista Valdebran Padilha foram flagrados pela Polícia Federal em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. O dinheiro seria usado para a compra de um dossiê preparado pelo chefe da máfia das ambulâncias, Luiz Antonio Vedoin, contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.

O dossiê Vedoin apontaria o envolvimento do empresário Abel Pereira como intermediário de altas liberações de verbas de corrupção no Ministério da Saúde durante a gestão do tucano Barjas Negri, que sucedeu José Serra na pasta. Denúncia – Nos primeiros depoimentos à PF, logo após ter sido preso, Gedimar citou Freud Godoy como o mandante da compra do dossiê Vedoin. Segundo a "Veja", o ministro da Justiça pressionou Gedimar para que ele recuasse em suas declarações. Até um encontro entre Godoy e Gedimar na carceragem da PF em São Paulo teria sido favorecido por Bastos para que ambos alinhavassem suas versões. Em um dos pontos mais polêmicos, a reportagem afirma que o ministro telefonou para o superintendente da PF em São Paulo, Geraldo José Araújo, para perguntar: "Isso (o caso do dossiê) respinga no Presidente?".

Freud Godoy, próximo de Lula.

A operação abafa contaria com a participação do tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e José Carlos Espinoza, um ex-segurança de Lula que, como Godoy, era funcionário da Presidência da República e se afastou do cargo para fazer campanha. Espinoza teria negociado para que Gedimar dissesse que foi pressionado a envolver Godoy pelo delegado da PF responsável pelo caso, Edmilson Pereira Bruno (afastado três dias depois). Esse delegado foi quem vazou as fotos do dinheiro à imprensa.

pesar de alertada sobre a total improcedência das ilações, inclusive diante de provas documentais, a revista 'Veja' optou por tentar criar fatos para sustentar sua versão fantasiosa. A afirmação integra o comunicado oficial assinado pela Superintendência da Polícia Federal de São Paulo, sobre as acusações feitas pela publicação envolvendo Freud Godoy, Gedimar Passos, o ministro Márcio Thomaz Bastos e funcionários da PF. "A PF em SP vem a público dizer serem levianas e fantasiosas as informações que acusam a instituição da prática de graves ilegalidades, autorizando um encontro entre os personagens citados na matéria com o Sr. Gedimar Passos, custodiado, à época dos fatos, na carceragem da Superintendência Regional da PF em SP." Em outro trecho, a nota diz que "os presos, Gedimar e Valdebran, foram retirados da custódia por volta de 20h do dia 18 de setembro com destino à cidade de Cuiabá (MT). Antes, o Sr. Gedimar havia saído da cela unicamente para a realização da acareação, retornando às 17 h. Tudo registrado em livro a que a revista teve amplo acesso." Desmentido – "Além disso, o Agente Federal Herculano não realiza plantão na carceragem da PF em SP, mas sim, chefia o referido núcleo, encerrando seu expediente diariamente às 18 h. Não era, pois, o plantonista no dia 18/09". "Igualmente mentirosa é a versão de que o Superintendente da PF em SP, delegado Geraldo José de Araújo, teria recebido telefonema do Exmo. Sr. Ministro da Justiça, indagando-o sobre eventual "respingo no presidente". Tal fato nunca ocorreu." Por fim, a PF afirma que " não pratica e não admite a prática de ilegalidade, constituindo-se em 'Polícia de Estado' e que atua neste caso com o propósito de esclarecer todos os fatos apurados no desdobramento das ações relacionadas à Operação Sanguessuga."

Edmilson Bruno, afastado do caso.

Capa da revista que publicou as denúncias

C

Barjas Negri, o elo com tucanos.

Marcos Vaillant / AE - 20/09/06

A

ão D

Hélvio Romero / AE - 30/12/06

PF: 'VEJA' CRIOU FATOS PARA SUSTENTAR SUA VERSÃO.

oduç

O

presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, quer que as investigações sobre o dossiê Vedoin – restritas à Polícia Federal (PF) – sejam acompanhadas também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo parlamento. Para o senador, as denúncias publicadas neste fim de semana pela revista "Veja" sobre a eventual ingerência do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no caso são graves. "Não podemos permitir o uso sem pudor da máquina do governo", disse Tasso, que defendeu a adoção imediata de medidas, até mesmo legais, para conter abusos. Tasso reúne-se hoje com os presidentes nacionais do PFL, Jorge Bornhausen, do PMDB, Michel Temer, e do PPS, Roberto Freire. "Ele (Bastos) está acabando com uma instituição séria, que é a Polícia Federal, disse. "Vamos fazer uma reunião com os presidentes de partidos para deliberar sobre essa reportagem que, evidentemente, traz à tona a manipulação que está sendo feita com a PF criminosamente para esconder esse Freud Godoy das investigações. Encobre um crime e destrói a Polícia Federal pelo ministro da Justiça no afã de esconder todas as mar acuta ias feitas pelo gov e r n o " , a t aÉ a mesma cou Tasso. farsa. É a Na avaliarepetição ção do tucado enredo no, as denúncias mostram do caseiro, que o caso do com a dossiê Vedoin blindagem está tomando do Freud o mesmo ruGodoy. mo do episóTasso dio que culJereissati minou com a queda do então ministro da Fazenda Antônio Palocci, motivada pela quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. "É a mesma farsa. É a repetição do enredo do caseiro, com a blindagem do Freud Godoy (ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), e desta vez com o delegado (Edmilson Pereira Bruno, que está em licença médica e assumiu o vazamento das fotos do dinheiro apreendido pela PF) sendo apontado como único culpado. Isso é um absurdo", emendou ele. Segundo a revista "Veja", Thomaz Bastos conversou com Freud Godoy assim que o escândalo estourou e lhe indicou um advogado, além de cobrar diariamente esforços para fazer com que Gedimar Pereira Passos, um dos presos com R$ 1,7 milhão, recuasse em suas declarações citando Godoy como o mandante da compra do dossiê. "Vou propor que a OAB e o parlamento acompanhem as investigações", disse ele. "Parece filme de terror da Era Stalin e nós não podemos ficar calados diante disso. Acho que os partidos políticos brasileiros precisam tomar uma atitude", conclamou Tasso. Ao ser questionado sobre o assunto, o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT. "Hoje (domingo) está completando o primeiro aniversário. Faz 30 dias que encontraram o R$ 1,7 milhão. Trinta dias depois e o Lula e o PT não explicam de onde saiu o dinheiro. A investigação anda a passo de tartaruga", disse. Alckmin também acusou o governo por ingerência na PF. "O que a população toda quer saber é de onde veio essa fortuna para comprar um dossiê fajuto e interferir no processo eleitoral". (Agências)

3

Repr

segunda-feira, 16 de outubro de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO Sexo, com a idade, só fica pior. Mas tem uns remedinhos. Francisco Cuoco, ator de 72 anos, tecendo sua teoria sobre a vida sexual na terceira idade, na coluna PopTevê, do site UOL.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

16 Dia mundial da alimentação Dia de Santa Edwiges, padroeira dos endividados Dia do Anestesista

B OLÍVIA E LEIÇÕES

Disputa no Equador vai para o 2º turno O candidato populista de direita Álvaro Noboa e o nacionalista de esquerda Rafael Correa dividiram o eleitorado na eleição presidencial de ontem no Equador e disputarão um segundo turno em 26 de novembro, segundo pesquisas de boca-de-urna. Pela sondagem do Cedatos/Gallup, Noboa obteve 27,2% dos votos e Correa, 25,4%. Já a pesquisa do Informe Confidencial aponta o direitista com 28,5% e o esquerdista com 26,5%. Correa, da Aliança País, liderava as pesquisas pré-eleitorais, mas nos últimos dias já vinha perdendo terreno para Noboa, do

Partido Renovador Institucional Ação Nacional, que disputa a presidência pela terceira vez. O esquerdista desconheceu as duas bocas-de-urna, assegurando liderar a eleição com pelo menos dois pontos de vantagem. Para vencer no primeiro turno seria necessário obter mais de 50% dos votos, ou pelo menos 40% dos votos válidos e uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo. Com voto obrigatório, o Equador tem 9,2 milhões de eleitores registrados, de uma população total de 13,4 milhões. O resultado oficial seja anunciado ainda hoje.

A TENTADO

I SRAEL

Slahaldeen Rasheed/Reuters

Katzav: processo por abuso sexual

L

Soldado inspeciona destroços de veículo usado em ataque suicida com quatro carros-bombas, em Bagdá, ontem, matando dez pessoas

A polícia israelense terminou ontem as investigações sobre presidente de Israel, Moshe Katzav. Em comunicado, as autoridades afirmaram ter evidências suficientes para indiciá-lo e recomendaram que seja processado por abuso sexual. A decisão cabe agora ao promotor-geral Menahem Mazuz. Katzav é acusado de ter abusado de pelo menos duas de suas funcionárias e também de fraude e escutas ilícitas. (AE) A LIMENTAÇÃO

Jornalista foi morto por americanos

Guia incentiva dieta saudável

Um inquérito sobre a morte do jornalista britânico Terry Lloyd no Iraque, concluído na sexta-feira, responsabilizou soldados americanos pelo incidente. Lloyd era correspondente da rede de TV ITN e foi morto em 2003, quando os Estados Unidos iniciaram um novo conflito contra o Iraque, após os atentados de 11 de setembro. O investigador Andrew Walker disse que pedirá à promotoria pública britânica para solicitar aos EUA o julgamento dos envolvidos.

A constatação de que o País tem mais adultos gordos do que desnutridos foi prato indigesto para o presidente Lula, que tinha o Fome Zero como programa. Dois anos depois dessa constatação do IBGE, iniciativas do governo buscam combater a obesidade entre a população. Além de mudar o cardápio da merenda escolar e a rotulagem de produtos, o Ministério da Saúde vai lançar, em novembro, um guia de bolso para promover a dieta saudável para tentar mudar o perfil nutricional do brasileiro. (AE)

E M

Presidente também anuncia que haverá surpresas com o estanho, a prata e o ouro.

O

presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem a estatização das riquezas minerais do país, medida que deverá ser oficializada no dia 31 de outubro, coincidindo com a comemoração da nacionalização das minas ditada em 1952 e revertida três décadas mais tarde. "Começamos com os hidrocarbonetos, o próximo passo são os minerais, também haverá surpresas com o estanho, a prata e o ouro. Seu controle deve passar para o povo e ao Estado boliviano", destacou. As declarações de Morales, que leva adiante importantes reformas contestadas pela direita e alguns setores, foram feitas durante a entrega de 30 tratores aos sindicatos agrários do povoado andino de Challapata.

Bolivian Presidency/Handout/Reuters

A nova política sobre as minas está sendo adotada depois de um grave confronto armado entre mineiros da estatal Corporação Mineira da Bolívia (Comibol) no começo do mês pela posse de uma rica jazida de estanho que deixou em Huanu-

ni 16 mortos e 61 feridos. Na ocasião, Morales disse que "não dava para esperar mais para nacionalizar as concessões mineradoras sem investimento". O presidente chegou a pedir a seus colaboradores medidas para potencializar a mineração estatal e, ao mesmo tempo, reanimar as cooperativas privadas. Huanuni, o pior episódio de governo Morales, ainda é considerado um barril de pólvora, apesar dos mineiros cooperativados e sindicalizados, terem anunciado trégua. O presidente vê como tábua de salvação o resgate da Comibol, em estado residual desde 1985, quando 30 mil mineiros foram postos nas ruas e o setor aberto para particulares. Os mineiros disputam 'Patiño', a única mina de estanho desde a década de 1930.

Gil Cohen Magen/Reuters

Quinteto Sujeito a Guincho (foto), formado só de instrumentos de sopro. No programa, obras de Bach, Vivaldi e Ernesto Narazeth. Teatro Shopping Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569. 21h. R$ 20. Telefone: 3472-2229.

FESTA – Judeus ultra-ortodoxos dançaram, ontem, durante tradicional feriado judaico em sinagoga em Israel. Os judeus do mundo inteiro comemoram, durante o feriado, a leitura final do Torá e a renovação de um ciclo com a chegada do ano.

Desabafo de pais e mães na web

Ainda não está disponível comercialmente, mas a criação do designer inglês Sam Hextall tem tudo para ser um sucesso: uma frigideira feita de um material flexível (difenilsilicone, com uma camada de teflon), que pode ser enrolada. A "Scroll Pan" é uma grande idéia para piqueniques e acampamentos. O produto ainda não tem preço definido. view.php?contest_pk=3&item_pk=1211

Desde o dia 9 de outubro, pais e mães que desejam trocar experiência sobre a forma de educar seus filhos contam com uma novidade na internet: o portal Desabafo de Mãe. O site traz informações sobre o dia-adia da maternidade e paternidade e seus mais variados contratempos, com textos criativos de doze colaboradores de profissões, estados e até países diferentes. A home pagem também agrega variados perfis de pais e dicas sobre livros, teatros, músicas e cinema.

&p=1

www.desabafodemae.com.br

http://www.designboom.com/contest/

EUA forçam sanções Lee Jae-Won/Reuters

s EUA pressionaram ontem a China a pôr em prática todas as sanções aprovadas por unanimidade no sábado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coréia do Norte. Também ressaltaram a importância de usar sua influência econômica para convencer o regime do ditador Kim Jong-il a abandonar seu programa de armas nucleares. "A China votou a favor da resolução e das sanções", disse o embaixador americano na ONU, John Bolton "Ela tem a obrigação de respeitar a resolução." A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse estar certa de que a China "cumprirá suas responsabilidades de uma forma que não crie conflitos". Condoleezza visita esta semana Pequim, Seul e Tóquio para discutir o cumprimento das sanções, impostas em resposta ao teste nuclear realizado há uma semana pela Coréia do Norte. As medidas incluem um

O

A TÉ LOGO

Protestante usa máscara durante manifestação contra a realização de testes nucleares pela Coréia do Norte

embargo de armas pesadas e de materiais que possam ser usados em armas de destruição em massa ou mísseis de longo alcance. Logo depois de votar pela Resolução 1.718, o embaixador chinês na ONU, Wang Guangya, afirmou que a China não vai colocar em prática uma medida-chave do documento: a inspeção de carregamentos que entrem ou saiam da Coréia do Norte. "A China não fará isso", disse Wang. "Isso levaria facilmente a uma escalada de provocações." A China faz fronteira com a Coréia do Norte, de quem é a maior aliada no Conselho de Segurança.

Aumentando as dúvidas sobre a aplicação das sanções, a Coréia do Sul anunciou ontem que seus projetos econômicos conjuntos com a Coréia do Norte não serão afetados pela resolução. No Japão, um influente dirigente do governista Partido Liberal Democrático disse que o país precisa discutir se deve obter armas nucleares em resposta ao teste atômico norte-coreano. Shoichi Nakagawa, chefe de política partidária, disse acreditar que o Japão vai manter a política de não ter arma nuclear, mas insistiu que é necessário amplo debate sobre a questão. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

América Latina teme novas restrições em suas exportações para a União Européia em 2007 São Paulo terá a sua primeira beatificação, no dia 5 de novembro, na catedral da Sé

L

Frigideira de esticar e enrolar

http://www.bbc.co.uk

E SPETÁCULO

L

F AVORITOS

O médico Ciro de Quadros, presidente do Instituto de Vacinas Albert Sabin, em Washington, afirmou, para a agência de notícias BBC, que o Brasil precisa e pode erradicar a rubéola até 2010. Especialista em saúde pública e controle e erradicação de doenças imunopreveníveis, o médico diz que o Brasil, como pioneiro em campanhas de vacinação, tem experiência para cumprir a meta estabelecida pela Organização Panamericana de Saúde de erradicar a doença até 2010. Para isso, no entanto, é preciso estender o esforço de vacinação a homens, ao invés de concentrá-lo em mulheres, como tem feito o Brasil.

C ORÉIA DO NORTE

L

G @DGET DU JOUR

A Coca-Cola anunciou que vai colocar no mercado uma nova bebida que, segundo a empresa, queima calorias. A bebida, um refrigerante batizado de Enviga, é feita de chá verde, cafeína e nutrientes de plantas. Segundo a companhia, um recente estudo em colaboração com a Universidade de Lausanne, na Suíça, mostrou que o consumo de três latas de Enviga ao longo do dia resulta em uma queima entre 60 e 100 calorias em pessoas saudáveis de peso normal, uma "queima considerável", afirma a empresa. De acordo com a Coca-Cola, a substância EGCG (Epigallocatechin Gallate), presente no chá verde, possui propriedades antioxidantes que aceleram o metabolismo e aumentam o uso de energia, principalmente quando combinada com a cafeína.

Rubéola deve ser erradicada até 2010

C A R T A Z

CONCERTO

Refrigerante para queimar calorias

B RAZIL COM Z

L

I RAQUE

Morales estatiza minerais

S AÚDE

Brasil é o 28º no ranking de patentes. EUA e Japão são os maiores detentores de registros

Priscilla, a rainha do deserto, nos palcos Um dos filmes de maior sucesso de bilheteria em 1994, Priscilla, a Rainha do Deserto, virou um musical na Austrália. A produção estreou em Sydney, no último dia sete, com a promessa de ter mais luzes e brilhos do que o filme. Os três atores que fazem os papéis principais admitiram sentir o peso dos trajes. "É agoniante, especialmente os espartilhos!", explicou o ator Tony Sheldon, que faz o papel de Bernadette, um transexual mal-humorado. "Eu levo duas horas para fazer a maquiagem e as roupas são pesadas", disse. Sheldon, porém, afirmou que não teve problemas com os saltos altos, que aprendeu a usar durante “um período de treinamento". C INEMA

Especial Joaquim Pedro de Andrade A 30 ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo vai apresentar toda a obra do cineasta brasileiro Joaquim Pedro de Andrade, considerado um dos pais do Cinema Novo. Toda sua produção foi restaurada e relançada em agosto com destaque no festival de Veneza. No evento, que acontece de 20 de outubro a 2 de novembro, serão apresentados clássicos como "Macunaíma", "O padre e a moça", "Cinema novo e garrincha" e "Alegria do povo".


6

Nacional Empresas Especial Café Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

ITÁLIA TEM UMA CAFETEIRA PARA CADA 400 HABITANTES

Divulgação

FRUTO DE SUCESSO NO MUNDO Os italianos bebem café com uma tirinha de limão. No Oriente Médio, é acompanhado de gengibre.

A

história do café começa com uma lenda. Em uma remota aldeia da Abissínia (hoje Etiópia), na África, um pastor de cabras notou que seus animais se tornavam mais ativos ao ingerirem os frutos vermelhos de um certo arbusto. Resolveu beber de uma infusão feita com os frutos e percebeu também uma melhora na sua disposição e estado de espírito. Espalhou os benefícios da bebida e, assim, os frutos passaram a ser usados pelas populações nômades. E acabaram chegando ao Oriente. Foram os árabes os primeiros a se preocupar com sua cultura. Embora alguns atribuam a origem do nome à cidade de Kaffa (na região Abissínia), o fato é que o vocábulo café vem mesmo do árabe q a h wa h , de onde derivou o termo turco qahweh. Os povos que adotaram a bebida foram adaptando o vocábulo às suas próprias pronúncias. Daí vieram coffee (inglês), kaf fee (alemão), c afé (francês), caffè (italiano), kophe (russo), café (espanhol), além do coffeea em latim. Preparo – Os nômades da África costumavam esmagar

os frutos do cafeeiro, acrescentando um pouco de gordura, para formar uma bola, o que lhes permitia carregar o alimento (sistema até hoje utilizado por algumas tribos). Outros produziam a fermentação da casca do café para obter uma espécie de aguardente. Também era costume acrescentar água fervente às cascas secas, para se obter chá. Mais tarde, descobriu-se que as sementes podiam ser torradas e trituradas em pilões, sistema que prevaleceu entre os costumes árabes. Só muito depois viriam os moinhos. A difusão da bebida no Oriente foi bastante rápida e o café passou a fazer parte do dia-a-dia dos árabes. Mais que isso: beber café passou a ser um direito das pessoas. Tanto que, no ano de 1475, chegou a ser promulgada uma lei permitindo à mulher pedir o divórcio caso o marido não fosse capaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida. Em Meca, surgiram as primeiras cafeterias, conhecidas como qaveh qanes. Cidades como Meca eram centros religiosos para reza e meditação e a religião muçulmana proibia o

Óleo do paulista Cândido Portinari, denominado Café, de 1925

consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica. Dessa forma, os qaveh qanes se transformaram em casas onde era possível passar a tarde conversando, ouvindo música e bebendo café. As cafeterias tornaram-se famosas no Oriente pelo seu luxo e suntuosidade e pelos encontros entre comerciantes para a discussão de negócios ou reuniões de lazer. Viagens – Levado por mercadores italianos em suas viagens pelo Oriente, o café começou a ser saboreado na Europa no início do século XVII. Italianos, alemães e franceses passaram a procurar uma maneira de desenvolver a cultura do produto, mas os segredos do plantio continuavam sendo exclusividade do povo árabe, que, inclusive, proibiam os estrangeiros de se aproximarem das suas plantações de café. Em 1672, abria-se o primeiro Café da França. Mais ou menos

nessa época inaugurava-se também o primeiro na Inglaterra, enquanto o de Viena data de 1683. Coube aos holandeses quebrarem a resistência árabe e plantarem as primeiras mudas nas estufas reais. Daí, chegaram à América. Depois, ainda pelas mãos dos holandeses, foram levadas para Java, enquanto os franceses faziam plantações na Guiana. Domínio – Por um bom período, a França dominou o comércio mundial, pois dois terços da produção provinham das suas colônias na América. Os cafés parisienses se multiplicavam: havia 380 deles em 1720, número que chegaria a 900 no final do século. Por essa época, também na Inglaterra, o café era a bebida preferida, só vindo a perder essa primazia quando os ingleses descobriram que a cultura do chá se dava melhor em suas colônias. Durante séculos, os aprecia-

dores tomaram um café em que se misturavam diretamente o pó e a água fervente. Só em 1802, o farmacêutico francês Antoine Descroisilles inventou a cafeteira, que chamou de "c af éo le tt e". Outra revolução iria acontecer mais de século depois, quando, no ano de 1938, o italiano Achille Gaggia registrou a patente da máquina de café expresso. Até hoje, embora não produzam, os italianos são autoridade quando se fala em café. Até porque talvez ninguém aprecie tanto o bom café quanto eles. Uma prova disso: são os recordistas em cafeterias. Na Itália, há uma cafeteria para cada 400 habitantes, ou seja, 140 mil para uma população de 57 milhões de pessoas. O país tem ainda a mais alta concentração de cafeterias históricas, algumas com dois ou três séculos. E diferentes cidades têm relações muito peculiares com o

café. É o caso de Nápoles, onde existe a cultura do sospeso. É um hábito que funciona dessa forma: quando um napolitano vai ao bar tomar um expresso, paga o dele e também o do próximo cliente. Assim, quando alguém está sem dinheiro, pode entrar no bar e perguntar se ali há um sospeso, ou seja, um "pendurado". Assim, toma o seu expresso! Normalmente, o italiano toma seu espresso (curto) acompanhado de uma tirinha de limão. Em outros países, há hábitos diferentes, alguns até meio bizarros. Como no Oriente Médio, onde se costuma acentuar o sabor com cardamono, gengibre e até alho. Na Áustria pode ser servido com figos secos. O grego não dispensa a companhia do copo de água gelada, enquanto os cubanos costumam tomar o café de um gole só. Para os alemães, a companhia ideal do café é o leite condensado ou chantilly. Já para os suíços a mistura certa é um licor, normalmente o kirsch. No México, costuma ser servido de graça – e em grandes quantidades. Mas a bebida apreciada pelos mexicanos (e também em boa parte dos EUA) não prima pela qualidade: é aguada e sem sabor. (TT)

Cinco mudas traçaram o destino do Brasil

A

entrada do café no Brasil pode ser considerada o primeiro caso de biopirataria de que se tem conhecimento. Em 1727, a pretexto de resolver questões de fronteira com a Guiana Francesa, o governador do Pará, João da Maia da Gama, mandou para o local o oficial Francisco de Mello Palheta. Ali, os franceses já plantavam o café, mas, tanto quanto os árabes, eram ciosos da preciosidade e não permitiam a saída de mudas ou sementes. Porém, na carta que escreveu a Palheta, o governador não deixou de anotar: "Acauzo entrar em quintal, ou jardim ou rossa ahonde houver Caffee, com pretexto de provar alguma fruta, verá se pode esconder algum par de graons com todo o disfarce e toda a cautella". Conhecido como sedutor e galanteador incorrigível, Palheta resolveu rapidamente o problema dos limites de fronteira e caiu nas graças – e, aparentemente, também nos braços – da esposa do governador da Guiana. Dela ganhou cerca de mil sementes e cinco mudas de café, que iriam mudar o destino econômico do Brasil. Plantado no Pará, o café desceu para o Rio de Janeiro, se espalhou pelo Vale do Paraíba em São Paulo, chegou a Minas Gerais, Paraná, e Espírito Santo. Considerado apenas um produto para o consumo interno até o final do século XVIII, o café se expandiu a partir de meados do século XIX, tornando-se o principal produto do Brasil. Em 1840, o País já era o maior produtor mundial e, em 1870, o café já respondia por 56% das nossas exportações. São Paulo se

transformou na capital oficial do produto, tendo como pólos principais as cidades de Campinas e Ribeirão Preto. Com a proibição do tráfico de escravos, as lavouras passaram a exigir a mão-de-obra dos imigrantes. Foi o que abriu a porta para a chegada de camponeses italianos, portugueses, espanhóis e até alemães. Além disso, a proibição do tráfico de escravos liberou um volume de capital até então envolvido apenas com o comércio negreiro. Parte desse dinheiro foi para o investimento na expansão do café, outra parte se destinou aos empreendimentos comerciais e industriais. Na esteira dessa onda, vieram as ferrovias, as companhias exportadoras, os bancos e as melhorias urbanas, como iluminação, telégrafo e telefone. Na virada do século XX, uma elite formada pelos barões do café dominava o cenário político. Mas, por essa época, já havia sinais de crise: para uma produção de 20 milhões de sacas, havia um consumo mundial que não passava de 16 milhões. No Brasil, a crise estourou em 1929, com o colapso da Bolsa, o que levou o governo brasileiro a queimar seus estoques para tentar manter os preços internacionais. Ruíram as fortunas acumuladas pelos barões do café. Com os preços em queda, o produto foi perdendo importância nas exportações brasileiras: depois de representar 70% na década de 1920, caiu para 10% nos anos 1980 – índice que se mantém até hoje, ainda que o País continue o maior produtor e exportador mundial. (TT)


4

Planalto Congresso Eleições Escândalos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Lula pensa que todo mundo é bobo. Geraldo Alckmin

PROFESSORES RECEBEM HOMENAGEM E PROMESSAS

PRESIDENTE AFIRMA QUE Boa vizinhança EDUCAÇÃO É PRIORIDADE D

Eymar Mascaro

Lula aproveitou o dia do Professor para apresentar propostas de desenvolvimento para o setor.

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou, durante comemoração do Dia do Professor, a educação como condição prioritária para levar o Brasil à categoria de país desenvolvido. Em discurso, ontem em Brasília, para uma platéia de cerca de 50 professores, Lula disse esperar ver o dia em que a educação será prioridade no País. "Que Deus permita que a gente viva para ver a educação ser definitivamente prioridade, prioridade e prioridade do nosso País", afirmou. Mestres – O encontro com os professores, marcado para ser uma homenagem do presidente aos educadores, foi um ato de apoio à sua reeleição e cheio de críticas dos participantes ao adversário de Lula na disputa eleitoral, Geraldo Alckmin (PSDB). Em dois discursos, Lula defendeu a prioridade na educação e fez promessas para a área, caso seja reeleito para um novo mandato: colocar mais 300 mil estudantes nas universidades por meio do ProUni (programa de bolsas em universidades particulares) e instalar extensões universitárias e escolas técnicas em cada cidade-pólo do País e ações referentes ao ensino superior. O presidente disse que, em breve, todos os professores poderão ter o seu próprio computador portátil. Lula também falou de programas de seu governo citando o aumento do período escolar de oito para nove anos, realização de olimpíadas de matemática e envio ao Congresso do projeto do Fundeb a aprovação do Fundeb (à espera de votação) que

Sérgio Lima/Folha Imagem

INTERESSE

Como Lula, também Geraldo Alckmin faz ataque total aos eleitores de São Paulo e Minas. Os candidatos decidiram ampliar sua votação nos dois estados, que somam 41 milhões de votos: 28 milhões em São Paulo e 13 milhões em Minas.

COMO FOI

Aos mestres, com carinho e promessas: Piso salarial nacional e computador portátil, disse Lula.

vai permitir o piso salarial nacional para os professores. Pão do dia – Ele afirmou, no entanto, que a revolução na educação não se faz do dia para a noite, mas que ela será sentida daqui a 10, 15 e 20 anos. "Eu tenho certeza de que, com o que estamos pensando para a educação, os nossos filhos, os nossos netos viverão em um Brasil muito mais justo de oportunidades do que o que nós temos até agora", disse. "Acabou o tempo em que o Brasil era governado para um terço da sua população. Ele tem de ser governado para todos. Eu sei que tem gente que não gosta que a gente olhe para os índios, para os negros, para os pobres", discursou Lula. "Tem sempre gente achando que, do jeito que está, está bom

e que, se a gente for dar para todos, vai tirar um pouco deles. Aqui ninguém quer tirar de ninguém. O que nós queremos é partilhar corretamente o pão de cada dia e o resultado do trabalho de cada dia", disse. Barão – Lula fez a afirmação em seu discurso, dizendo-se inspirado no filme "Mauá", que narra a vida do empresário do século XIX Irineu Evangelista de Souza. Pioneiro do capitalismo no Brasil, Souza, Barão de Mauá, enfrentou resistências a seus empreeendimentos na sociedade escra vagista do Segundo Império. "Vi ontem o filme e ele mostra o que é uma parcela da elite conservadora, que não quer permitir que o País avance", comentou o candidato-presidente, depois de afirmar que a

educação democratiza as oportunidades. Rádio e TV – Lula centrou seu programa eleitoral gratuito nas obras realizadas no País. Em relação à região Norte, o destacou a ampliação de 40 mil empregos no pólo industrial de Manaus, a construção da ponte entre o Brasil e o Peru, e a ampliação da usina hidrelétrica de Tucuruí. Na região Nordeste, foram citados a modernização de estradas, portos e aeroportos, os gasodutos e a Nova Transnordestina. Na Centro-Oeste, os projetos de geração de energia e as obras para o escoamento da produção. Na Sul, os incentivos à indústria naval. O programa destacou que na região Sudeste o emprego foi multiplicado em 19 vezes. (Agências)

TUCANO DIZ QUE NÃO VÊ 'SERIEDADE EM LULA' Candidato do PSDB intensifica críticas, ironiza postura do presidente e diz que sente nas ruas sua vitória. Valéria Gonçalvez/AE

D

epois de um corpo a corpo sob o sol do meio-dia, na feira do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, o candidato da coligação PSDBPFL à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse que não leva o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, a sério porque ele não tem compromisso com a verdade. Afirmou também que o presidente desrespeita a população e acha que "todo mundo é bobo", em razão da demora da apuração da origem do dinheiro que seria utilizado na compra do suposto dossiê Vedoin. Veio de onde? – "Hoje (ontem) completa um mês (da apreensão do montante pela Polícia Federal) e o povo brasileiro não tem nenhuma explicação" cobrou. "É só o Lula chamar o seu diretor do Banco do Brasil (Expedito Veloso), o seu churrasqueiro (Jorge Lorenzetti), o presidente de seu partido e coordenador da sua campanha (o presidente licenciado e ex-coordenador, Ricardo Berzoini) e seu assessor particular (Freud Godoy) e perguntar a eles de onde veio o din h e i ro " , d i s s e . " I s t o é u m desrespeito à população brasileira, é achar que todo o mundo é bobo." Alckmin também ironizou as afirmações de Lula e de cor-

e olho nos votos paulistas e mineiros, Geraldo Alckmin passou mel nas bocas de José Serra e Aécio Neves, lançando-os candidatos a presidente em 2010. O tucano aproveitou a ocasião e prometeu mais uma vez que se for eleito presidente acabará com a reeleição. Serra e Aécio querem o fim da reeleição porque sonham em ser candidatos ao Planalto daqui a quatro anos. O primeiro a ser lançado por Alckmin foi Aécio Neves. Para não deixar Serra melindrado, Alckmin fez o mesmo ao comparecer com ele a um bairro da capital. Portanto, o PSDB já tem dois presidenciáveis para 2010.

Alckmin: Lula desrespeita o povo, "acha que todo mundo é bobo e não tem compromisso com verdade".

religionários de que sua eventual administração na presidência do País terá um foco privatista. Para dizer que isto não corresponde à verdade, Alckmin citou o compromisso com o PDT de que não vai privatizar. Indagado se isto era uma resposta a Lula, retomou as críticas. "Eu não levo muito a sério (o presidente e seus comentários). Lula não tem compromisso com a verdade." Ruas – A duas semanas da eleição, Alckmin falou da confiança de que sua campanha irá crescer e ser vitoriosa. "A

gente sente nas ruas um grande entusiasmo", reiterou. Para o tucano, o PT já teve sua oportunidade no comando do País e não levou a nação ao crescimento. "O governo Lula foi um desastre em termos de crescimento e ainda quer comemorar", alfinetou. Pró-Lula - Minutos antes de chegar ao Capão Redondo, os correligionários de Alckmin assistiram, num clima de início de tumulto, a uma carreata em prol de Lula, encabeçada pelos deputados Vicente Cândido e Carlos Zarattini. Quando os

simpatizantes dos dois candidadatos se encontraram, não faltaram xingamentos, ironias e bandeiradas. Norte – Os projetos para a área de educação nortearam, ontem, o programa eleitoral gratuito do tucano. Segundo ele, caso eleito, toda criança de seis anos vai estudar cinco horas por dia. Também será feito investimento na capacitação de professores. O candidato disse ainda que ampliará os cursos técnicos por meio de parcerias com os estados e municípios brasileiros. (AE)

Alckmin derrotou Lula em São Paulo no 1º turno, alcançando 54% dos votos contra 36% do petista. Uma diferença de 18 pontos percentuais. A meta de Alckmin é ganhar a eleição no 2º turno em São Paulo com o mínimo de 20 pontos a mais.

RECUPERAÇÃO

Para tirar a diferença em favor de Lula de 10 pontos no 1º turno, em Minas, Alckmin conta com a colaboração de 300 prefeitos convocados pelo governador reeleito Aécio Neves. O tucano obteve no 1º turno no estado 36% da votação, mas perdeu para Lula, que obteve 46%.

ENCONTRO

Lula e Alckmin devem visitar o Rio Grande do Sul (7,5 milhões de votos) na mesma data: dia 21. A coordenação de campanha do petista agendou sua presença no mesmo dia em que a candidata a governadora Yeda Crusius (PSDB) programou a participação de Alckmin num comício em Porto Alegre.

NA MESMA

Se perde no Sul, Lula continua ganhando no Nordeste. O petista mantém a liderança na região (33 milhões de eleitores). No 1º turno, Lula alcançou 66% dos votos nordestinos contra 25% do tucano. O PT espera repetir a dose no 2º turno.

CONFRONTO

Além de Aécio Neves e dos prefeitos, Alckmin conta também com o apoio do ex-presidente Itamar Franco, para deslanchar sua campanha em Minas. Em contrapartida, Lula faz a campanha no estado com o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel e de ministros como Mares Guia e Hélio Costa.

CERCO

IDEOLÓGICO

A exemplo do Datafolha, também as pesquisas Ibope e Vox Populi constatam que a maioria de votos ideológicos de Cristovam Buarque ( PDT) e também de Heloísa Helena (PSol) está migrando para Lula. O petista alcançou 12 pontos de diferença de Alckmin no Ibope.

VANTAGEM

Por enquanto, Lula está conseguindo atrair mais eleitores de Heloísa Helena no Rio. A senadora do PSol não quer apoiar nenhum dos candidatos no 2º turno, mantendo-se na neutralidade. Mas a maioria de seus eleitores cariocas migra para o petista. Heloísa foi bem votada no Rio.

Pelo Ibope, Lula se reelegeria se a eleição fosse hoje com 57% dos votos válidos contra 43% de Alckmin. O Datafolha e o Ibope registram, portanto, que o petista aumenta sua vantagem sobre o tucano. Quando acabou a apuração no 1º turno, a diferença entre os dois era de sete pontos.

LUTA

Alckmin diz que não dá muita importância aos institutos de pesquisas, muitos dos quais erraram no 1º turno. O tucano acredita que subirá com a volta dos programas de televisão. Lembra que a campanha recomeçou recentemente e que só termina no dia 27. Até lá há tempo de reversão do quadro.

Rachado, o PMDB do Rio (11 milhões de votos) briga por votos para Lula e Alckmin. Os peemedebistas que seguem a liderança do ex-governador Anthony Garotinho trabalham para Alckmin, enquanto o PMDB do candidato a governador Sérgio Cabral apóia Lula. Ele lidera as pesquisas entre os cariocas.

MANUTENÇÃO

Alckmin tem recebido informações de que continua sendo o preferido dos eleitores no Sul do País, região que conta com quase 20 milhões de eleitores. O tucano, portanto, continua liderando as pesquisas no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

IMPORTÂNCIA

MOMENTO

O coordenador de campanha do PSDB, senador Sérgio Guerra voltou a prometer que Alckmin vai crescer, e bem, no Nordeste. Guerra é de Pernambuco e está intensificando a campanha em três estados de maior densidade eleitoral na região: Bahia (9 milhões de votos), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões).


DOISPONTOS -77

ALCA + ASALC Estamos numa encruzilhada. Não é melhor pegar o ramal sul-americano?

ANTONIO DELFIM NETTO

INDEFENSÁVEL az papel ridículo quem tenta defender uma política monetária que há doze anos impõe à economia brasileira a maior taxa de juros real do mundo, reduziu o crédito ao setor privado a algo em torno de 30% em relação ao PIB (quando historicamente representava 70% ou 80% do PIB) e deixou como heranças uma taxa de crescimento insignificante e um enorme e renitente desemprego. Nesse período, em que a grande maioria dos países combateu com êxito a inflação e manteve níveis bastante razoáveis de desenvolvimento, o Brasil foi o único a ignorar as oportunidades oferecidas pela expansão da produção e do comércio mundiais .

F

possível que seja hora da ASALC-Área Sul-Americana de Livre Comércio, abrangendo todos os países da América do Sul, sem exceção. Mas diferente da antiga ALALC e presente ALADI, sendo efetivamente de livre-comércio e avançando sempre, como foi o caso da União Européia. Esse bloco poderia ter sua discussão iniciada imediatamente, em paralelo com a Alca, que também não deve ser abandonada, até pelo contrário, que somos fortes defensores dela. Somos favoráveis aos dois blocos, pois quanto mais, melhor. Por que deveríamos ter um bloco da América do Sul e continuarmos discutindo a Alca, ou vice-versa, por que discutir a ASALC se

que cada país do Mercosul esteja mais perdido que cachorro quando cai de caminhão de mudança. G Todos sabemos que a Alca não será uma área de livre-comércio imediatamente. São 34 ou 35 países muito discrepantes.

podemos ir direto à Alca? É simples. Todos sabemos que a Alca não será, em realidade, uma área de livre comércio imediatamente, como sugere seu nome. Mas em apenas 10 anos após seu início. Assim, ela deveria ter recebido outro nome e ir mudando como ocorreu com a atual UE, que foi mudando ao longo do tempo conforme o estágio atingido. Também, porque não temos qualquer convicção de que um dia ela será uma área de livre-comércio. São 34 ou 35 países muito discrepantes entre si em termos de desenvolvimento, sob qualquer ótica analisada. Assim, chegar ao livre-comércio pode ser uma tarefa que jamais seja alcançada. O que não ocorreria com a ASALC, já que, embora haja diferenças entre os seus membros elas não são tão gritantes, e seus membros em menor número. E são todos países remediados, com exceção do Chile, que apresenta uma condição melhor que os demais, mas que não chega a ser um país desenvolvido e de primeiro mundo.

G Parece mais lógico abandonarmos ortanto, parece mais lógico abandonarmos de vez o Mercosul e partirmos de vez agressivamente para esta área maior. o Mercosul Com mais sócios, por mais paradoxal que e partirmos agressivamente possa parecer, a convivência pode ser melhor. Pelo menos já não será, acreditamos, para uma área tão flagrante a atual renhida luta para saber maior.

P

G É possível que seja hora da ASALC, Área SulAmericana de Livre Comércio

É

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

quem, em realidade, é o grande líder. Brasil e Argentina, de modo perceptível a qualquer um, passam o tempo todo degladiando-se pela liderança do bloco e do sub-continente, com perdas para ambos lados, ao invés de unirem suas energias por um objetivo comum. O que não é nada inteligente. Quanto à uniformidade de tarifas e ao livre-comércio, deve ser uma tarefa mais fácil, visto não estarem envolvidos países bem mais ricos e bem mais pobres, como EUA e Haiti, como na Alca, o que, em nossa opinião, impede a chegada a uma área de livre-comércio. No máximo uma área de preferências tarifárias, que já sendo bom um bloco de 3,5 dezenas de países. Na ASALC essa tarefa deverá ser bem mais fácil, visto as discrepâncias serem menores. Também por já existirem entre seus membros, tanto no âmbito da ALADI quanto nos acordos bilaterais e multilaterais, expressivas reduções de tarifa, com muito produtos apresentando 100% de preferência tarifária. Assim, ousamos sugerir que, ao mesmo tempo em que se discuta a Alca - que não deve ser abandonada em hipótese alguma -, se faça o mesmo em relação a uma futura integração total na América do Sul. SAMIR KEEDI É ECONOMISTA E ESCRITOR SAMIR@ADUANEIRAS.COM.BR

A

Fábio Motta/AE

T

G É possível

redução do constrangimento externo a partir de 2002, graças à recuperação de nosso comércio exterior e ao próprio crescimento da economia mundial, permitiria aliviar a rigidez da política monetária, mas isso não foi aproveitado pelo Banco Central no governo Lula. Embora caindo à metade do período anterior, a taxa de juros se mantém muito alta, em torno de 10% ao ano em termos reais, o que é um nível absolutamente escandaloso e vai manter

A política monetária do governo Lula é indefensável

Chegar ao livre-comércio pode ser uma tarefa que jamais seja alcançada pelos países sul-americanos, quer no âmbito do Mercosul, quer na proposta da Alca. Por que não tentar uma solução intermediária?

oda a Nação, pelo menos os indivíduos cientes do assunto e sabedores dos problemas que vem assolando o Mercosul, deve estar perplexa com o que está ocorrendo. Por que a Argentina bate tanto? Por que o Brasil não reage? É possível que cada um tenha medo do outro e, assim, vão batendo e assoprando. É possível que achem que, se o Mercosul acabar, cada um estará pendurado no pincel, como se costuma dizer. É possível que cada país, em termos de Mercosul, esteja mais perdido que cachorro quando cai de caminhão de mudança em cidade estranha, conforme se costumava dizer na minha juventude. Sim, pode estar ocorrendo isso e cada qual tem medo de assumir o fim da brincadeira, que sabemos foi de grande utilidade para todas as partes, e ainda é, já que o comércio entre seus membros saiu de cerca de 3 bilhões para 18 bilhões de dólares norte-americanos ao longo de uma década, até começarem os problemas argentinos. Que, por sinal, já os deixaram para trás, ficando apenas o Brasil com seus eternos problemas, que nunca se solucionam e que emperram o crescimento. Não somos contra o Mercosul, até pelo contrário, consideramos que é de muita utilidade, e que talvez não devesse acabar, visto ainda ter muito a dar. Mas, será que tantos problemas não deveriam nos levar a refletir sobre o assunto e achar que a hora do fim do Mercosul já teria chegado? Talvez seja o caso de considerarmos que este momento representa o ocaso do bloco, formado a duras penas, e que já cumpriu seu papel. Embora pudesse ter sido muito melhor. E até pode ser. Mas, com tantos problemas, desavenças, rixas, desejo de vantagem sobre o outro, guerra pela liderança, etc., é possível que o melhor seja enterrá-lo de vez. Talvez devêssemos nos dedicar a outro bloco econômico, mais abrangente, como já tem sido, inclusive, colocado por alguns.

scondeu-se cuidadosamente os problemas das dívidas interna e externa, enquanto se "vendia" à população um "programa de privatização" (melhor dito, de privataria), como se fosse a última palavra em matéria de administração moderna, um "choque de gestão" na pesada máquina estatal... Na realidade, alienou-se o patrimônio sugerindo que se reduziria o endividamento público, mas logo se viu, ao final do processo, que a dívida tinha aumentado, o que levou o governo a aumentar ainda mais a carga de impostos!

E

Marco Peron/Virtual Photo

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

partir de 1994 e até 1999, congelou suas exportações, permitiu que se acumulasse uma dívida externa de 186 bilhões de dólares e uma dívida interna superior a 56% do PIB, vendeu uma boa parte do patrimônio público em tenebrosas transações e, depois, elevou a carga de impostos a níveis insuportáveis para garantir a tranqüilidade dos credores. Tudo isso foi feito a título de manter a estabilidade econômica, que se tornou um símbolo de "excelência" da governabilidade tucana, vendido à população durante oito anos graças a bem engendradas estratégias de comunicação e propaganda. Tão bem conduzidas que se conseguiu convencer boa parte da sociedade brasileira que uma taxa de juros real de 20% ao ano, durante 4 anos seguidos, era perfeitamente justificada diante do "objetivo maior" da sacrossanta estabilidade.

A

a economia brasileira num nível insuficiente de crescimento. É indefensável uma política monetária que se resume a adiar indefinidamente o desenvolvimento. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA

FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br

G O Brasil foi

o único a ignorar as oportunidades oferecidas pela expansão da produção e do comércio mundiais

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

1,02

por cento foi a queda do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 2,137 para venda.

13/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 10/10/2006 10/10/2006 10/10/2006 10/10/2006 10/10/2006

P.L. do Fundo 10.550.258,61 1.458.202,11 7.962.017,18 17.767.916,67 1.302.309,11

Valor da Cota Subordinada 1.208,726734 1.099,684063 1.187,013915 1.124,031935 1.112,821246

% rent.-mês 0,6206 0,4899 2,1563 0,3275 0,9312

% ano 23,7219 9,9684 18,7014 12,4032 11,2821

Valor da Cota Sênior 1.004,629391 1.091,736700 1.105,706190 0 0

% rent.-mês 0,4050 0,3718 0,4050 -

% ano 0,4629 9,1737 10,5706 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR

São Paulo, 16 de outubro de 2006 Nº 142

Nesta capa, o mapa do Salão do Automóvel deste ano. Ele continua na página 8, junto com as dicas para ir ao Anhembi a partir de quintafeira. Pablo de Sousa

VISITE

SALÃO INTERNACIONAL DO AUTOMÓVEL PÁGINAS 3, 4 E 5

O Polo será o destaque da VW. Ela quer reverter a fraca imagem do carro aqui, na pág, 6. A versão GTi vai ajudar.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

A prova cabal da mentira

Claudia Daut/REUTERS

S

Publicado sem assinatura de autor, portanto endossado pelos chefes mesmos da campanha presidencial de Lula, o documento começa anunciando que "alguns artigos na imprensa e muitas mensagens na internet divulgam uma 'denúncia' seríssima: a de que o PT seria integrante de uma perigosa organização internacional chamada Foro de São Paulo." As aspas na palavra "denúncia" dão a entender que ela não é uma denúncia de maneira alguma, não é a revelação de ações graves e malignas, mas sim apenas uma tentativa artificiosa de fazer onda em torno de fatos já amplamente conhecidos ou inócuos. Veremos adiante se esses fatos são realmente assim. "Pois bem: a tal organização existe, chama-se mesmo Foro de São Paulo mas só oferece perigo para os partidos neoliberais." Como não faz nenhum sentido reconhecer publicamente a existência de algo que já é publicamente reconhecido como existente, este parágrafo é uma confissão de que o Foro de São Paulo, a mais vasta e poderosa organização política já existente na América Latina, fundada por duas celebridades mundiais (Lula e Fidel Castro) e composta por todos os líderes da esquerda continental, continua desconhecido do público geral após dezesseis anos de atividade. Mas será normal, inócuo e indigno de denúncia o fato de que tantos chefes de Estado, tantos líderes de partidos, tantos comandantes de guerrilhas tenham reuniões periódicas para discutir assuntos políticos durante mais de uma década e meia sem que ninguém fora do círculo dos eleitos fique sabendo de nada? Ou, ao contrário, a denúncia não tem nada de artificioso, é a revelação jornalística obrigatória de um fato importante e colocá-la entre aspas é que é uma tentativa

pueril de esconder um elefante por baixo de um pires? Raciocinem um pouco. Mesmo que aqueles indivíduos se reunissem sem qualquer intuito político, mesmo que fossem ali apenas para beber cerveja e jogar futebolde-botão, o número e a magnitude deles já faria do acontecimento um alvo necessário e indispensável de atenção jornalística. O silêncio total da mídia a respeito assinalaria, no mínimo, uma falha profissional imperdoável, mesmo que o encontro se realizasse uma única vez. A persistência da omissão por dezesseis anos seguidos, mesmo se não levarmos em conta suas implicações políticas e a considerarmos apenas do ponto de vista técnico-jor nalístico, já seria por si um fenômeno alarmante no mais alto grau. Ainda supondo-se que não houvesse nisso nenhum esforço de ocultação, apenas um lapso de atenção profissional, é evidente que uma gigantesca falha de cobertura, repetida uniformemente por todos os jornais, canais de TV e noticiários de rádio ao longo de tanto tempo, comprovaria uma epidemia geral de inépcia jornalística como nunca se viu na história da mídia mundial. Dizer que isso não constitui motivo de denúncia ultrapassa a margem do que se pode conceder à hipótese da estupidez. É cinismo puro e simples. É mentira consciente, produzida no intuito de ludibriar os votantes às vésperas de uma eleição. Mas quem, em sã consciência, pode acreditar numa tão vasta,

Declaração sobre o Foro de São Paulo em site lulista fornece a prova de que o PT é um partido de sociopatas cínicos, amorais, sem escrúpulos, mentirosos até à alucinação.

É claro que houve ocultação deliberada do Foro de São Paulo e, uma vez vazado o segredo, um esforço proposital de abafar o escândalo com evasivas e desconversas (...)

geral e duradoura conjunção de inépcias jornalísticas acumuladas em todas as redações, em todas as cabeças de jornalistas do país ao longo de dezesseis anos por mero acaso, por pura coincidência? Se essa coincidência tivesse realmente acontecido, sua improbabilidade matemática seria tão gigantesca que, por si, o fenômeno mereceria estudo científico. Querer que acreditemos nisso é esperar que abdiquemos totalmente da inteligência racional e do senso das proporções, para apostar na palavra sacrossanta de um redator de aluguel a serviço de um partido de ladrões.

Para qualquer observador com QI superior a 12, é claro que houve ocultação deliberada do Foro de São Paulo e, uma vez vazado o segredo, um esforço proposital de abafar o escândalo por meio de evasivas, desconversas e novas ocultações. Essas duas etapas da fraude se evidenciaram, respectivamente, no sumiço completo do site do Foro de São Paulo logo após eu começar a divulgar trechos das atas de suas assembléias, e na nota oficial do PT, assinada por seu assessor de imprensa Giancarlo Summa, que afirmava ser o Foro apenas um inofensivo centro de debates, sem intuito decisório, afirmativa que desmenti, com provas cabais, em artigo publicado em O Globo em 19 de outubro de 2002 (v. http://www.olav o d e c a r v a l h o . o r g / s e m ana/10192002globo..htm). Não sei como o acordo de sumir com a notícia veio a ser obedecido tão fielmente por todos os órgãos de mídia (se bem que no Brasil eles não sejam tantos que não se possa suborná-los, ou intimidá-los, ou simplesmente seduzi-los por atacado). Mas sei de onde partiu a ordem de sumiço: partiu do próprio Foro de São Paulo, na pessoa do seu fundador e dirigente máximo, Luís Inácio Lula da Silva. Quem me contou isso? Foi ele mesmo, ora bolas! Ele próprio, no seu discurso de 2 de julho de 2005, comemorativo dos quinze anos de fundação do Foro, declarou que essa entidade era um sistema de relações construído entre ele e outros líderes esquerdistas "para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política". Pergunto ao autor do documento: Você não sabe ler, desgraçado? Não entende o que o seu próprio chefe admite com clareza máxima? Entende sim, e porque entende, esconde. No caso, esconder se torna ainda mais fácil porque o discurso com a confissão explícita da ocultação proposital também foi ocultado por sua vez: publicado no site oficial do governo (http://www.info.planalto.gov . . b r/ d ow n l oa d / d i s c ur s o s / p r8 1 2 a .doc), não foi citado por nenhum jornal, revista, canal de TV ou estação de rádio deste país, mesmo depois que o denunciei nas minhas colunas, aqui, no Jornal do Brasil e no Mídia Sem Máscara. Vai me dizer, moleque idiota, que isso também foi coincidência, mera coincidência? A segunda frase do parágrafo admite que o Foro é perigoso, "mas só para os partidos neoliberais". Não interessa, no momento, discutir o sentido objetivo do termo "neoliberal", que já investiguei em artigo anterior (h t tp : / / www.olavodecar valho.org/semana/050725dc.htm). Interessa que, para os esquerdistas em geral, incluindo o autor do documento, o termo designa pessoas e entidades que eles parecem não ter a menor dificuldade de identificar, tal o sentimento de certeza com que o aplicam a esses alvos. As duas perguntas que a afirmação suscita são, portanto: (a) Que tipo de perigo, concretamente falando, o Foro apresenta para os partidos que tenham a infelicidade de enquadrar-se na classificação de "neoliberais"?; (b) É realmente só esse o grupo ameaçado, ou os perigos aludidos se estendem também a outros grupos não mencionados? Com relação ao item "a", o autor nada esclarece. Como o documento se constitui de palavras escritas em defesa das ações do Foro, devemos portanto recorrer a estas para esclarecer o sentido daquelas. O que o Foro tem feito contra os neoliberais mostrará a quais novos perigos o autor do documento promete agora submetêlos. Por outro lado, o Foro não age diretamente, mas através das entidades que cumprem suas resoluções. Ora, as ações que essas entidades têm empreendido contra os chamados "neoliberais" consti-

tuem-se, em grande parte, de guerra cultural e combate político. O objetivo com que as empreendem foi declarado explicitamente pelo próprio inventor e mentor do Foro de São Paulo, Fidel Castro: "Erradicar o neoliberalismo" (http://www.pt.org.br/site/secretaria s _d e f/ se c re t ari as _ in t. a sp ? cod=2255&co d_sis=9&cat=7). Não se trata, portanto, de concorrer com o neoliberalismo nas eleições, alternando-se com ele no poder, democraticamente: tratase de eliminá-lo, de varrê-lo do círculo das possibilidades socialmente admissíveis. O primeiro perigo que o Foro promete para os partidos inimigos é este: torná-los inviáveis como força política e cultural. A promessa é clara, e exclui in limine a possibilidade do rozídio no poder por via eleitoral, que supõe a existência política e cultural do adversário como força organizada. Pode-se concorrer com esse adversário, é claro, mas só como meio temporário destinado, em última instância, a "erradicá-lo". Nenhum partido ou organização rotulada como "neoliberal" jamais ambicionou "erradicar a esquerda". Limitam-se a tentar vencê-la nas eleições, quando podem, e em seguida aceitá-la como oposição democrática sem perspectiva de extinção. A assimetria é evidente. Se, porém, "ser erradicado" política e culturalmente já é temível o bastante, expondo milhões de pessoas ao perigo de ficar sem representação política ou meios de autodefesa coletiva, as entidades filiadas ao Foro não se contentam com perigo tão modesto. Entre elas constam organizações armadas como as Farc, o MIR chileno, os Tupamaros, que já enviaram para o beleléu, fisicamente, uma quantidade considerável de "neoliberais". O número exato é de cálculo difícil, mas já passou de algumas dezenas de milhares. O "perigo" anunciado é portanto bem claro: Neoliberais (seja isto lá o que for), nós vamos matar vocês. Os que sobrarem, nós vamos excluir da política e da vida social decente. O autor do documento é pérfido o bastante para deixar essa ameaça no ar com a certeza quase infalível de que fala em código, só para os do círculo interno, já que os de fora tomarão automaticamente a palavra "perigo" como mera hipérbole vazia, sem que lhes ocorra interpretar as palavras pelas ações e descobrir a presença explosiva da ameaça velada. Quanto à pergunta "b", isto é, se o perigo se circunscreve aos grupos neoliberais, não creio que seja possível enquadrar nessa classificação os milhares de jovens e crianças que morrem anualmente de drogas distribuídas pelas Farc no Brasil, na Colômbia, na Venezuela e nos EUA. Também não creio que haja algum neoliberalismo na mente de todas as vítimas de seqüestros realizados pelo MIR chileno, como por exemplo o publicitário Washington Olivetto, que não esconde suas simpatias esquerdistas. Mais rebuscado ainda seria chamar de neoliberais todas as vítimas assassinadas, em fuzilarias a esmo ou em disputas de quadrilhas, por bandidos que a Farc instruiu e treinou em técnicas de guerrilha urbana. Cá entre nós, que o autor do documento não nos ouça, a afirmativa de que o Foro de São Paulo "só oferece perigo para os partidos neoliberais" é um eufemismo pérfido e mentiroso. O Foro de São Paulo oferece perigo para qualquer um que atravesse o seu caminho, não só no sentido de oposição política, mas até no de ficar plantado, por acaso, na direção de onde venha uma bala perdida disparada por qualquer discípulo local das Farc. O Foro de São Paulo oferece perigo para toda a população. Prossegue o documento: "O Foro de São Paulo, como diz o nome, é um 'foro' ou 'fórum', que faz reuniões anuais de que participam não apenas partidos latino-ameri-

O primeiro perigo que o Foro de São Paulo promete para os partidos inimigos é este: torná-los inviáveis como força política e cultural.

(...) a extrusão total da sujeira petista enterrada é inevitável, seja nesta eleição ou depois. Mesmo que seja vencedor nesta eleição, Lula um dia sairá do poder pelo esgoto. canos, mas também partidos socialistas e progressistas da Europa, África e Ásia." Agora o fulano quer nos fazer engolir que as Farc são um partido político, não a quadrilha armada que vende cocaína no Brasil através de seu sócio Fernandinho Beira-Mar, atira nos soldados do nosso Exército e treina assassinos para que aterrorizem a população. O MIR chileno é um partido político, não uma quadrilha de seqüestradores armados? Para quem esse sujeito pensa que está escrevendo? Para crianças de sete anos? Para bobocas ludibriáveis ad infinitum? Se essa óbvia fraude publicitária não é crime eleitoral, eu sou o Lula em pessoa. A explicação acaciana de que o foro é um foro, "ou fórum", é uma papagaiada incumbida de revender, abreviadamente, a mentira boba inventada pelo sr. Giancarlo Summa, de que a entidade "é um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional", à qual não preciso responder porque já respondi em 2002: " Po rc a m i s é r i a , quem já viu um mero foro de debates emitir 'resoluções' ao fim das assembléias? Resolução é decisão, é diretriz prática, é norma de ação. Uma assembléia que emite resoluções, subscritas unanimemente por organizações de vários países, não pode estar fazendo outra coisa senão coordená-las politicamente. É, aliás, o que afirma a resolução final do I Foro (São Paulo, 4 de julho de 1990), ao expressar seu intuito de 'avanzar propuestas de unidad de acción consensuales'. O esforço comum para formular uma 'unidade de ação' não pode ser puro debate, sobretudo quando se cristaliza em 'resoluções': ele é, no mais pleno sentido do termo, coordenação política." Mas o mais bonito do documento vem no anúncio do XIII encontro do Foro (San Salvador, janeiro de 2007), quando será discutido, entre outros temas, o "combate ao crime organizado, ao narcotráfico e à militarização". Chega a ser maravilhoso. Que é que os mentores do Mensalão, os maiores narcotraficantes do continente e o único governante latino-americano empenhado em militarizar seu país para a "guerra del pueblo entero" (nos termos dele mesmo) podem sugerir para combate aos três males que eles próprios personificam eminentemente? Não sei, mas eu sugiro aos interessados: prendam todos os participantes do XIII encontro do Foro de São Paulo, e verão o crime organizado, o narcotráfico e a mi-

litarização diminuírem consideravelmente na América Latina. Eles próprios é que não vão trancafiarse a si mesmos, como o Dr. Simão Bacamarte. O psiquiatra de Itaguaí era louco, mas teve a honestidade científica de reconhecer que o era. Libertou a população que ele próprio internara e foi para o hospício em lugar dela. Mutatis mutandis, os homens do Foro são bandidos, mas jamais hão de reconhecer que o são. Vão combater o crime metendo na cadeia quem não é seu cúmplice, reprimir o narcotráfico ampliando a clientela das Farc e eliminar o militarismo alistando todo mundo no exército de Hugo Chávez. A declaração do PT foi publicada um dia depois de sair no Jornal do Brasil o artigo em que eu sugeria ao candidato Alckmin cobrar do oponente explicações sobre suas atividades no Foro de São Paulo. Ela é um arremedo grotesco de antídoto, preparado às pressas por puro temor de um vexame politicamente catastrófico, a revelação, em pleno debate eleitoral, das ações clandestinas do sr. Luís Inácio Lula da Silva como parceiro e protetor dos maiores criminosos do continente. Em matéria de confronto polêmico, a denúncia do Foro de São Paulo é um autêntico roto-rooter capaz de trazer à tona crimes e perfídias em comparação com os quais tudo o que se denunciou do PT até hoje é agradinho. Não sei se o sr. Alckmin terá a coragem de usar o equipamento. Mas sei que a extrusão total da sujeira petista enterrada é inevitável, seja nesta eleição ou depois dela. Entendo o desespero da campanha petista. Mesmo que seja vencedor nesta eleição, Lula um dia sairá do poder pelo esgoto. O PT se acha esperto ao ponto de ser o "Partido Príncipe" sugeri-

Epitácio Pessoa/AE

ob o título "Paranóia", encontro no site oficial da campanha lulista (h t t p : / / w w w. l u l a p re s id e n t e . o r g . b r / b o l etim.php?co digo=21) uma declaração sobre o Foro de São Paulo que deve ser analisada com a maior atenção e rigor, porque fornece a prova cabal de que o PT é um partido de sociopatas cínicos, amorais, sem escrúpulos, mentirosos até à alucinação.

do por Antonio Gramsci. Mas terá sido o primeiro Príncipe, na História, que foi presunçoso e tolo o bastante para tentar enganar todo mundo indefinidamente. No fim, como diz a Bíblia, sua loucura será exposta aos olhos de todos. No outro mundo, Maquiavel está chorando e Abraham Lincoln está rindo, porque já conhecem o final da novela.


8

Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

80

BRASIL CORRE RISCO DE SAIR DO SGP

AMEAÇA ÀS EXPORTAÇÕES DO BRASIL PARA OS EUA

Mecanismo reduz imposto

O

s países desenvolvidos, membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aprovaram em outubro de 1970 o Sistema Geral de Preferências (SGP). O mecanismo dá redução parcial ou total do imposto de importação sobre alguns produtos, quando originários e procedentes de países em desenvolvimento. A União Européia e outros 11 países são outorgantes do SGP. Para saber mais sobre o sistema e os produtos beneficiados, deve-se contatar o Departamento de Negociações Internacionais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic): (61) 3425-7416 e 7778. (FP)

Até 31 de dezembro deste ano, o Brasil aguarda uma posição dos Estados Unidos para saber se fica ou não no Sistema Geral de Preferências norteamericano de redução de impostos para exportação. Hoje, 1,4 mil produtos são beneficiados.

P

ela primeira desde 1974, os Estados Unidos ameaçam retirar o Brasil do grupo de países favorecidos pelo Sistem a G e r a l d e P re f e rê n c i a s (SGP) (veja box ao lado). O acordo atual vence em 31 de dezembro deste ano e, se cancelado, pode trazer grandes transtornos e perdas econômicas ao País. Para se ter uma idéia, em todo o ano passado, US$ 3,6 bilhões – ou 15% do total de US$ 24 bilhões exportados daqui para os EUA – utilizaram esse sistema. Isso equivale a 1,4 mil produtos manufaturados (94%) e agrícolas (6%) para o país que é o maior receptor de produtos nacionais. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os setores mais prejudicados, caso o SGP seja extinto, em termos absolutos são madeira (R$ 61,6 milhões exportados em 2005 para os EUA); máquinas e aparelhos (R$ 71,8 milhões) e produtos ligados ao transporte (perto de R$ 63,6 milhões). Em importância relativa, o setor de peles e couro é um dos mais prejudicados, pois destina mais de 80% de suas vendas externas para o vizinho do Norte. A indústria química também pode sentir muito se houver qualquer alteração na política comercial com os EUA. De acordo com a Associação Brasileiro de Indústria Química (Abequim), 30% de um total de US$ 1,2 bilhão exportado em 2005 pelo setor utiliza o SGP. Da mesma forma, o segmento de metais não ferrosos perderia cerca de US$ 80 milhões, de um total de US$ 200 milhões anuais comercializados com os EUA. "Alguns produtos como vergalhões de cobre, por

exemplo, são vendidos utilizando o SGP em 100% dos casos", explica o presidente do Sindicato da Indústria de Metais Não Ferrosos de São Paulo (Sindicel), Sérgio Aredes. A perda exata dependeria das alíquotas de importação estipuladas para cada produto com a extinção da Sistema de Preferências. "Estima-se que elas variariam entre 1% e 6%." Deve-se salientar que o SGP não beneficia apenas empresas de capital nacional. Muitas multinacionais norte-americanas instaladas aqui utilizam o sistema para enviar produtos às suas matrizes. "Mas de 60% do comércio internacional é de responsabilidade de empresas transnacionais. E as que estão instaladas aqui devem se preocupar com a concorrência interna que sofrerão com as filiais chinesas", diz o professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Antonio Corrêa de Lacerda. Aredes complementa o professor dizendo que as companhias 100% brasileiras precisarão buscar novos mercados caso o benefício seja realmente cancelado. E, se isso acontecer, vão concorrer principalmente e, novamente, com a China. Retaliação – As ameaças de exclusão do Brasil do sistema começaram em 2000, quando uma petição do setor fonográfico e audiovisual norte-americano foi aberta na USTR (equivalente ao Ministério do Comércio Exterior dos EUA), sob a alegação de que o Brasil não protegia adequadamente os direitos autorais e que, por isso, não deveria receber os benefícios do SGP. De lá para cá, o País sofreu investigações, adequou políticas, criou o Conselho Nacional de Combate a Pi-

por cento das exportações do setor de couros são para os Estados Unidos.

rataria (CNCP) e manteve diálogos com o governo norteamericano. Depois disso, o assunto esfriou. Porém, este ano, o deputado republicano Bill Thomas voltou a solicitar a saída do Brasil do benefício por entender que o País está crescendo no comércio mundial e que não deve ser considerado uma "nação em desenvolvimento". No entanto, empresários, entidades e membros do governo brasi-

leiro alegam – não claramente – que o deputado e outros membros do Congresso dos Estados Unidos querem retaliar as posições duras do Brasil na Rodada de Doha e nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). De fato, a renda per capita do País é de US$ 3 mil anuais, abaixo portanto do exigido pelo Banco Mundial para a classificação de nação em desenvolvimento, que é de US$ 10 mil

anuais. Além disso, as exportações nacionais, embora estejam crescendo consideravelmente, não representam mais de 1% do comércio mundial. Flexibilização – Para tentar reverter a questão, o Itamaraty, a Fiesp e outras entidades estão participando ativamente de reuniões com congressistas dos EUA. O problema, nesse caso, é que há um processo de eleições parlamentares em curso no país, o que paralisa o

Congresso. Como boa notícia dessas negociações, o deputado Bill Thomas flexibilizou sua posição e apresentou um projeto de lei para manter o sistema para o Brasil, Argentina e Índia nos próximos dois anos, com algumas restrições. De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, "até o fim do ano, o Brasil terá posições mais claras e, enquanto isso, é preciso esperar". Fernanda Pressinott

N gócios

&

oportunidades

FOMENTO À EXPORTAÇÃO N

o próximo dia 26 de outubro, a cidade de Araçatuba organiza a sétima edição do evento "Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo". Com seminário, encontro de negócios e participação de entidades de apoio ao comércio internacional, a iniciativa integra o Projeto Exporta, São Paulo – programa que faz parte de uma parceria feita entre a São Paulo Chamber of Commerce da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o governo do Estado de São Paulo. Os trabalhos visam fomentar a base de empresas exportadoras, principalmente de pe-

queno porte, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, braço internacional de promoção de negócios de 418 associações comerciais paulistas. Crescimento – O evento será coordenado pela Regional Administrativa 13 da Facesp, que é composta por 20 associações comerciais, responsáveis pela exportação de US$ 373 milhões no ano passado – 16,4% mais do que no período anterior. A corrente de comércio (exportações mais importa-

ções) passou de US$ 337 milhões para US$ 397 milhões, com incremento de 17,9%. Avanhandava, Buritama, Penápolis e Sud Mennucci (cidades que fazem parte da RA 13), apresentaram, respectivamente, taxas de crescimento nas exportações de 333%, 2.137%, 757% e 1.131%, bem acima da taxa de expansão das vendas externas do Estado de São Paulo, de 20%. Abertura – A secretária estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, o vicepresidente da RA 13, Wilson Marinho da Cruz, e o prefeito

MEIO AMBIENTE

O

Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promove encontro, dia 18, a partir das 17 horas, com o diretor-presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Otavio Okano. O evento contará ainda com a participação dos gerentes das Agências Ambientais de Santos e de Cubatão da Cetesb, Paulo Sérgio Fonseca e Marcos da Silva Cipriano. O encontro dá continuidade à análise e discussão de aspectos relacionados à dragagem

no Porto de Santos, que foi discutido pelo diretor de Infra-estrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Arnaldo Barreto, durante reunião do último 19 de setembro (apresentação disponível no site w ww.l og is ticainternacional.com.br). A s re g u l a m e n t a ç õ e s d e questões relacionadas ao meio ambiente na Baixada Santista e licenciamento ambiental estão entre os temas que serão debatidos. Para confirmar presença, é preciso entrar em contato pelo telefone (11) 3244-3500 ou e-mail: tneuma@acsp.com.br, com Teresa.

de Araçatuba, Jorge Maluly Neto abrirão o encontro. Serão realizadas durante o evento rodas de negócios entre comerciais exportadoras e traders, com as indústrias da região que buscam levar seus produtos para outros países e despachos executivos com entidades apoiadoras, como Nossa Caixa, Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Correios - Exporta Fácil e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Mais informações na Associação Comercial e Industrial de Araçatuba. Telefone (18) 3 6 2 5 - 1 0 0 1 , e e - m a i l : re n ata@aciara.com.br.

MISSÃO DO TEXAS EM SP

A

São Paulo Chamber of Commerce, braço internacional da Associação Comercial de São Paulo, vai receber, no próximo dia 23, delegação oficial da Free Trade Alliance San Antonio, Texas, liderada pelo diretor da Free Trade Alliance, Blake Hastings. O grupo vai apresentar as facilidades que San Antonio oferece para acesso ao mercado dos Estados Unidos e, em seguida, desenvolver uma primeira aproximação com empresas de São Paulo. A delegação é composta pela gerente da Free Trade Alliance, Cláudia Prieto, pelo diretor

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397

da Flohr Enterprise, Bruce Flohr, e por Victoria Jones, da University of Texas, Ron Mercer, do Wells Fargo Bank, Andres Gutierrez, da Standard Aero, e Clóvis Lemes, representante do Texas no País. O programa do evento conta com temas como a logística no Texas e acesso ao México; distribuição, logística e procedimentos alfandegários; noções gerais sobre a estrutura jurídica das corporações americanas e visão geral da legislação comercial, dentre outros. O encontro é gratuito. Informações pelo telefone (11) 32443500 ou tneuma@acsp.com.br.


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

OS DESAFIOS DA DISTRIBUIÇÃO s distribuidores de veículos vão aproveitar o 24º Salão Internacional do Automóvel para realizar o XVI Congresso Fenabrave, que pretende reunir cerca de 1.500 concessionários de todo o País nos dias 23 e 24 deste mês no Palácio das Convenções do Anhembi. Em debate, temas que têm sido amplamente abordados pelo setor de distribuição após a abertura econômica dos anos 90, como "o relacionamento montadoras e redes" e "como contratar e formar equipes produtivas e motivadas para atuar na concessionária”. O pós-venda é sempre uma preocupação dos empresários da área, pois ainda é comum no Brasil o consumidor abandonar a autorizada assim que vence o período de garantia do seu carro novo. A rede brasileira já avançou significativamente na área de atendimento, mas ainda há muito a fazer na busca da fidelização do cliente. Dentro desse contexto, outro item que tem merecido atenção especial do setor é a venda de usados. A maioria das concessionárias investe hoje em departamentos específicos para movimentar esse importante segmento do mercado, o que não acontecia até o final da década passada. “Nos últimos anos, os

departamentos de pósvendas, serviços e veículos usados se tornaram importantes fontes geradoras de rentabilidade para a concessionária”, lembra Sérgio Reze, presidente da Fenabrave. A idéia, agora, é se aprofundar no debate sobre a implantação de ferramentas de gestão de relacionamento com o cliente, uma questão, sem dúvida, fundamental para fidelizar o consumidor à marca e, principalmente, à própria concessionária. Um tema novo que foi incluído no encontro deste ano é “a entrada do produto chinês no mercado brasileiro - ameaça ou oportunidade?”. Há muito se fala do interesse dos chineses no mercado brasileiro mas só agora concretiza-se o projeto de uma montadora daquele País de investir por aqui. O veículo a ser apresentado no Salão é o Chana, um utilitário da ChanGan Auto que será comercializado localmente pela Districar. Para fazer palestra sobre tal assunto, a Fenabrave convidou Francisco Garcia Sanz, membro do Comitê Executivo do Grupo Volkswagen - Região América do Sul. Será um superworkshop, que certamente atrairá a atenção dos concessionários presentes no Anhembi.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

O

índice SALÃO DO AUTOMÓVEL - 3, 4 E 5 Começa nesta quinta a mais importante feira de veículos do País.

LANÇAMENTO - 6 A Volkswagen aposta em aumento das vendas da linha Polo.

MERCADO - 7 As novas montadoras dobram participação no mercado brasileiro.

SERVIÇO - 8 Informações relevantes sobre o Salão 2006.

aGenDa

Alzira Rodrigues

23 e 24 de outubro

O XVI Congresso Fenabrave, que acontece no Palácio das Convenções do Anhembi, vai debater estratégias comerciais para incrementar o mercado de distribuição automotiva.

23 a 27 de novembro

O X-Treme Motorsports no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, mostrará as novidades em personalização de automóveis.

27 de novembro

Profissionais do mercado automotivo se reunem na Festa Mais 2006, que começa às 19h30 no Armazém da Vila, em São Paulo. Estarão presentes executivos da indústria de autopeças e das montadoras.

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


8

Empresas Tr i b u t o s Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Há muito preconceito com a carne de porco. Dizem que não é saudável. Rubens Valentini, da ABCS

PAÍS EXPORTOU 625 MIL TONELADAS DE SUÍNOS EM 2005

SUINOCULTORES CRIARAM MATERIAL PARA DIVULGAR BENEFÍCIOS E RECEITAS PARA O DIA-A-DIA

ESTÍMULO AO CONSUMO DE CARNE DE PORCO Divulgação

V

ocê sabia que a carne de porco tem menos colesterol que um peito de frango cozido? A maioria dos brasileiros não sabe e se surpreende com a informação. Muitos até evitam comê-la por acreditar que tem muita gordura. O baixo consumo no Brasil também é provocado pela pouca atração da carne suína. A apresentação dos cortes em tamanhos grandes e com muita gordura aparente não atrai os consumidores. "Há muito preconceito de que essa carne não é saudável e está associada a eventos festivos, quando se preparam enormes pedaços de pernil, por exemplo", diz o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini. Para tentar conscientizar o brasileiro sobre os valores nutricionais do produto e oferecer cortes mais apropriados para dia-a-dia, o setor de suínos, juntamente com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), iniciou uma campanha de incentivo ao consumo da carne de porco. Denominada "Um Novo Olhar sobre a Carne Suína", a campanha, lançada oficialmente na semana passada, começou no dia 2 de outubro como projetopiloto em São Paulo, em três lojas das três bandeiras do grupo Companhia Brasileira de Distribuição (CBD): CompreBem (em Campo Limpo), Extra (Via Anchieta) e Pão de Açúcar (Avenida Ricardo Jafet). O objetivo é mostrar 40 novos cortes menores de suínos e 27 receitas fáceis de preparar desenvolvidas pela ABCS. Os cortes foram divididos em cinco grupos: magros, grill, forno, cortes universais e churrasco. "São próprios para serem degustados no dia-a-dia e para se aproveitar toda a carcaça", afirma Valentini, lembrando que os supermercados não gostam de comprar as carcaças, tirar o lombo, a costela e o

pernil e não aproveitar o restante da carne do animal. Em cada uma das unidades participantes do piloto, além de degustação, há folhetos com as receitas e informações sobre o produto. Os açougueiros tiveram de aprender a fazer os novos cortes. "Resultado: venderam em alguns dias o mesmo que costumam vender em um mês", diz Valentini. Longo prazo – Segundo o presidente da ABCS, a campanha é um trabalho para atrair pessoas físicas e jurídicas, e o resultado virá a médio e longo prazos. Um projeto-piloto semelhante ao de São Paulo, mas com cozinhas industriais, foi desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Atacadistas Distribuidores (Abad) e frigoríficos em Minas Gerais e começa em três semanas. Valentini espera que, assim como ocorreu com o frango, o porco vire um hábito no prato do brasileiro. A expectativa é de um aumento no consumo entre 1% e 2% ao ano. E o mercado interno precisa mesmo crescer, já que tem carne sobrando no Brasil. As vendas de suínos no País somaram 2,2 milhões de toneladas no ano passado e, em 2006, devem ser um pouco maiores pela redução das exportações, que devem alcançar em torno de 500 mil toneladas, segundo Valentini. Em 2005, as vendas externas totalizaram 625 mil toneladas e US$ 1,25 bilhão. Bovinos – Os pecuaristas também se mobilizaram no ano passado para conscientizar a população sobre os benefícios nutricionais do produto. A campanha, idealizada pelo Instituto Pró-Carne e iniciada em 2005, foi feita no metrô de São Paulo, em aeroportos e rodoviárias, e mostrava que a carne vermelha não faz mal à saúde. Segundo o diretor de marketing do Instituto PróCarne, Paulo Leonel, a campanha deve se estender também pelo próximo ano. "O consumo tem crescido", afirma. Adriana David

Brasileiros não comem suínos

C

omparado a outros países como a Áustria, onde cada habitante come até 76 quilos por ano, o consumo de carne suína no Brasil é muito baixo, de 12 quilos per capita anualmente, com 70% desse total em carne processada, como salame e mortadela. Coincidentemente, o consumo é mais alto em países situados no topo do ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas

(ONU), como Dinamarca, Espanha, Alemanha e Itália. A carne suína é a mais vendida mundialmente, com 39% do total de consumo de proteína animal no mundo. No Brasil, esse percentual é de apenas 14%. Segundo o gerente de categorias de carnes, aves e peixes do Pão de Açúcar, Pedro Henrique dos Santos, o preconceito é percebido principalmente na classes A e B. "Entre a população de classe C e D, o hábito é mais comum." (AD)

Campanha quer elevar o consumo entre 1% e 2% ao ano Fotos: Paulo Pampolim/Hype

Pão de Açúcar vende novos produtos de porco em projeto-piloto da ABCS

Cortes menores para o dia-a-dia

Campeão em preservação de florestas

O

ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, apresentou ontem, em Campinas (SP), dados inéditos de um estudo que prova que o Brasil é o país que dá a maior contribuição na preservação das florestas nativas originais nos últimos 8 mil anos. A pesquisa, feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), avaliou o percentual que cada região do planeta respondia por essas florestas e concluiu que, no período avaliado, a fatia brasileira cresceu três vezes e a da Europa, excluindo-se a Rússia, diminuiu 73 vezes. "É uma relação de 230 vezes entre as duas regiões", disse o ministro. "O território brasileiro é a área do planeta em que as florestas originais mais têm si-

do preservadas em termos relativos", completou Guedes. O governo pretende utilizar o documento, a ser divulgado oficialmente no próximo mês, para desmistificar e refutar críticas sobre o desmatamento da Floresta Amazônica, utilizadas em ameaças de barreiras não-tarifárias ao agronegócio brasileiro. Isso explica o fato de a Embrapa ter elaborado o estudo e de ter apresentado a Europa como modelo de comparação para preservação. O continente europeu é o maior cliente dos produtos agrícolas brasileiros, mas também é um dos que mais impõem barreiras tarifárias. Na quinta-feira passada, Guedes já havia mostrado os números preliminares em uma reunião da Câmara de Comércio Holanda-Brasil, em Amsterdã.

"Pude perceber que o impacto foi muito grande", disse. De acordo com o levantamento, o Brasil tinha, há 8 mil anos, 6,3 milhões de quilômetros quadrados em florestas, ou 9,8% do percentual mundial de cobertura primária de matas. Na mesma época, a área européia com florestas correspondia a 7,3% da área mundial ou 4,7 milhões de quilômetros quadrados. Desde então, o Brasil desmatou quase 2 milhões de quilômetros quadrados e hoje possui 4,38 milhões de quilômetros em florestas primárias, mas responde por 28,3% da área no mundo. Só que a escalada na devastação na Europa fez com que apenas 14 mil quilômetros quadrados das florestas originais resistissem, uma redução de 4,67 milhões de quilôme-

tros quadrados, praticamente a área atual do Brasil. Guedes não mostrou, mas afirmou que os dados das pesquisas mostram ainda que 41% das florestas preservadas do mundo estão na América do Sul, ante 18,5% há 8 mil anos. "O estudo não justifica que nós derrubemos uma árvore sequer e não há necessidade de que isso seja feito para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Mas nós queremos chamar a atenção, diante das inúmeras dificuldades que enfrentamos, que o território brasileiro é o que mais contribui para a preservação no mundo", reafirmou o ministro da Agricultura, que participou ontem da 9ª Conferência Internacional de Proteção de Produtos Armazenados, na cidade de Campinas. (AE)

FAO pede dinheiro para agricultura

Roma, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que a comunidade internacional promova mais investimentos públicos e privados em agricultura. "O investimento na

agricultura é decisivo para conseguir reduzir pela metade o número de pessoas que padecem até 2015", assegurou o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. "Nos últimos tempos se

recuperou o investimento na agricultura. Mas ainda resta muito por fazer", afirmou. Segundo a FAO, mais de 850 milhões de pessoas ainda passam de fome em todo o mundo. (Agências)

A

Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) pediu ontem, em


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Internacional

Se esse for o caso, ele de fato renunciará Zion Amir, advogado do presidente de Israel, Moshe Katsav

Rodrigo Buendia/AFP

Equador suspende contagem de votos por pane em sistema

Resultado, que deveria ser conhecido até a meia-noite do domingo, atrasou e fez país romper contrato com a brasileira E-Vote, responsável pela contagem

U

m colapso no sistema de totalização dos votos, administrada pelo consórcio brasileiro E-Vote, fez a apuração das eleições no Equador para presidente, no domingo, mergulhar no caos. Até ontem à noite, apenas 70,6% dos votos tinham sido contados e os equatorianos não tinham nenhuma idéia sobre quais candidatos ocupariam as 100 cadeiras do Congresso Federal e as centenas de vagas dos Legislativos provinciais e municipais. A demora na apuração vem alimentando as acusações do candidato nacionalista Rafael Correa, apoiado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Inconformado com o segundo lugar que a contagem parcial lhe dá até o momento, Correa fala em falcatrua. O Tribunal Supremo Eleitoral, que dá como fato consumado apenas a necessidade da realização de um segundo tur-

no entre o populista de direita e milionário Alvaro Noboa (com 26,66% dos votos, segundo o último boletim) e Correa (22,51%), rompeu o contrato com a E-Vote, que receberia US$ 5,2 milhões para realizar o trabalho de apuração dos dois turnos da eleição. Sem quórum – O presidente do tribunal, Xavier Cazar, no entanto, não especificou o mecanismo que será adotado para a contagem dos votos nem deu um prazo para que o resultado final da eleição presidencial seja anunciado. Cazar só esclareceu que os votos totalizados até agora indicam que nem Noboa nem Correa alcançaram a votação necessária para resolver a eleição no primeiro turno. E confirmou para 26 de novembro a realização do segundo turno. "Advertimos que os números que estão sendo divulgados têm como base as informações da empresa E-Vote, cujo sistema ninguém conhece",

disse Correa, insistindo que pesquisas encomendadas por seu partido lhe dão uma pequena vantagem sobre Noboa na votação. "O relatório da Organização dos Estados Americanos nos diz que o sistema fracassou e não estava atualizado. Facilmente esse sistema pode ser programado para que a cada três votos dados a mim, um seja retirado e desviado para outro candidato", reiterou. A E-Vote, que enviou para o Equador o executivo argentino Santiago Murray, não havia se pronunciado até ontem à noite, sobre a quebra do contrato, que previa a apuração de 100% dos votos da eleição presidencial para três horas depois do encerramento da votação, no domingo, e o resultado da eleição para o Congresso até a meia-noite local. O não-cumprimento dos prazos fez o Equador romper, ontem, o contrato com a E-Vote. O que aumentou as denúncias de fraudes. (AE)

Partidários do candidato Rafael Correa foram às ruas em protesto chamando apuração de fraudulenta

Aizar Raldes/AFP

ONU

Governo da Bolívia diz que investimentos serão mantidos

Mesmo após dez sessões faltou consenso na escolha de quem ocupará a vaga não permanente no Conselho de Segurança. Decisão ficou para hoje.

O

N

Morales promete surpresas na exploração de estanho, prata e ouro

formações da imprensa local de que os projetos de exploração das minas de prata, zinco e chumbo de San Cristóbal e San Bartolomé, que pertencem às mineradoras norte-americanas Apex Silver e Couer d'Alene, respectivamente, entrarão em operação ao final de 2007. Confronto – A reforma da mineração foi acelerada após o recente confronto entre mineiros cooperativistas e funcionários da estatal Comibol na mina de estanho de Hua-

nuni, que deixou pelo menos 16 mortos. O ministro da Mineração, Guillermo Dalence, previra apresentar, ontem, a proposta oficial de encarregar a Comibol da reativação de Huanuni, a maior mina de estanho do país, e transformar os cooperativistas em trabalhadores assalariados. No domingo, em discurso a agricultores, Morales prometeu "surpresas" na exploração d e e s t a n h o , p r a t a e o u ro . (Reuters)

CORÉIA PODE REPETIR TESTE NUCLEAR

Ó RBITA PRISÃO NA RÚSSIA A polícia russa anunciou ontem a detenção de três suspeitos do assassinato do vicepresidente do Banco Central da Rússia, Andrei Kozlov, morto em setembro último.

em os chocolates gentilmente distribuídos pela delegação da Venezuela nem os braceletes da campanha da Guatemala foram suficientes para dar a qualquer um dos candidatos à vaga nãopermanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) os votos necessários para garantir o assento. A falta de consenso fez com que a decisão fosse transferida para hoje, após dez rodadas de votação em que prevaleceu o impasse. O processo de escolha será retomado às 10 horas desta terça-feira. A última votação de ontem foi favorável à Guatemala, que obteve 110 votos, contra 77 da Venezuela e 4 abstenções. Números praticamente iguais aos da primeira rodada, no início do dia, quando houve 109 votos para a Guatemala, 76 para a Venezuela e 7 abstenções. O impasse pode levar à escolha de um terceiro candidato, a ser apresentado pelos 33 países latinoamericanos na ONU. Em 1979, o México assumiu o assento no CS após o impasse

entre Cuba e Colômbia ter-se estendido por quase três meses, ao longo dos quais foram realizadas 154 rodadas de votação. Chávez – As votações de ontem mostraram que a influência internacional de Hugo Chávez não vai tão longe quanto acredita o presidente venezuelano, que se prepara para disputar a reeleição em dezembro e tem feito campanha pela vaga no CS enviando assistência a países latino-americanos e da África, enquanto, dizem seus opositores, a pobreza cresce em seu próprio país. As votações também representam um fracasso para Washington, que quis impor aos outros países a sua posição anti-Venezuela, mas não conseguiu que chegassem a um consenso por seu candidato, a Guatemala. "Foi um dia longo, mas está clara a preponderância da Guatemala", disse o embaixador americano na ONU, John Bolton, sem querer assumir a derrota. "Eu não chamaria o resultado de hoje (ontem) de impasse. Esse foi apenas o primeiro dia. Já houve disputas em que foi

Reuters

governo boliviano reafirmou, ontem, que o plano de reativação da mineração estatal, a ser lançado em breve, não afetará os investimentos privados. O vice-presidente Álvaro García disse que o projeto, a ser anunciado neste mês pelo presidente Evo Morales, será parecido com o da nacionalização dos hidrocarbonetos, feita em maio, no sentido de que não haverá expropriações.O investidor privado não tem com que se preocupar", afirmou García a jornalistas, contrapondo-se a reportagens que colocaram em dúvida a segurança jurídica nos investimentos em mineração. "Será reativada a empresa estatal Comibol? O presidente está trabalhando nisso, mas no investimento estrangeiro e local, que investe, gera emprego, nesse não se toca", acrescentou García. As declarações do vicepresidente boliviano ocorrem no momento em que o governo prepara os últimos detalhes de um contrato com a empresa indiana Jindal Steel and Power, com investimentos de US$ 2,1 bilhões na exploração da gigantesca jazida de ferro de El Mutún. A confirmação dessas garantias coincidem com in-

Guatemala ou Venezuela? necessária mais de uma centena de rodadas de votação. Estou preparado para um longo processo." Embora Bolton não admita, o apoio dos Estados Unidos à Guatemala é mais um esforço para evitar uma vitória de Chávez do que uma preferência pelo país centroamericano. "Estamos preocupados com a integridade da ONU e trabalhando para garantir que os trabalhos do Conselho de Segurança não sejam interrompidos", disse Bolton. "A Guatemala é uma democracia emergente, que tem forças de paz no mundo." O próprio chanceler da Guatemala, Gert Rosenthal Koenigsberger, disse a repórteres que o apoio de Washington "é mais uma tentativa de prevenir a entrada da Venezuela no Conselho de Segurança do que suporte direto à Guatemala". A Argentina declarou apoio à Venezuela, ao lado da Bolívia, do Paraguai e Uruguai. O Chile se absteve. América Central e México se aliaram aos EUA. O governo Lula votou na Venezuela. (AE)

MORTE

secretária de Estado tarde, a agência japonesa de americano, Condoleezza notícias Kyodo afirmou que o A Rice, advertiu ontem a Coréia chanceler japonês, Taro Aso,

irmão do procuradorchefe no segundo O julgamento de Saddam

do Norte sobre um possível segundo teste nuclear no país. Condoleezza disse esperar que Pyongyang não realize outro teste, o que seria um ato provocativo e iria isolar o país ainda mais. Ontem, satélites americanos detectaram atividades suspeitas de veículos e pessoas perto do local do primeiro teste nortecoreano, o que poderia ser indício de um novo teste, de acordo com as redes de televisão NBC e ABC. Mais

Hussein foi morto a tiros ontem, na frente de sua mulher, informaram autoridades locais. Imad alFaroon teria tido morte instantânea em sua casa no oeste de Bagdá. Ele era irmão do procurador-chefe Muqith al-Faroon, que lidera a equipe que acusa Saddam de crimes contra a Humanidade por sua suposta participação no massacre de milhares de curdos durante a guerra IrãIraque, de 1980 a 1988. (AE)

recebeu informações sobre preparativos para um possível segundo teste nuclear na Coréia do Norte. A mesma possibilidade foi levantada pela Coréia do Sul. O país fez seu primeiro teste nuclear na semana passada. Condoleezza, que inicia uma viagem para China, Japão e Coréia do Sul para assegurar o cumprimento das sanções a Pyongyang, também advertiu o Irã sobre o programa nuclear do país. (AE)

ATAQUE-SUICIDA – Ao menos 92 marinheiros do Sri Lanka morreram ontem quando um suicida lançou um caminhão repleto de explosivos contra um comboio militar de 15 ônibus. O atentado ocorreu perto da cidade de Habarana, no distrito de Trincomalee.


Economia We b Brinquedo Impressoras

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OPÇÕES DE PRESENTES PARA OS PAIS ESQUECIDOS

Half - Life 2: para quem gosta de tiro em primeiro pessoa.

Games de estratégia, suspense e ação costumam agradar crianças e adolescentes

Divulgação

Dia da Criança: esqueceu?

Mesmo que você não tenha esquecido, um game é sempre um bom presente, razoavelmente barato e muito divertido. Só depende de conhecer bem a criança.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Por Fábio Pelegrini e você não teve tempo de comprar ou simplesmente esqueceu o Dia da Criança, ainda há tempo de remediar. Se quer simplesmente agradar ainda mais seu filho ou sobrinho, os jogos para PC são uma boa alternativa de presente. Só que é preciso avaliar com cuidado a categoria do game que será escolhido. Não se avalia aqui se um game é violento ou radical demais, mas sim o gênero que mais vai agradar os baixinhos ou mais crescidinhos. Entre as categorias que existem no mercado, normalmente, algumas atendem um público mais distinto, como os jogos de simulação de vida, o The Sims, ou mesmo de simuladores de vôo. Para não errar, o certo seria perguntar, mas caso seja uma surpresa seria bom dar uma pesquisada em suas últimas aquisições. Desde o ano passado, a categoria de games de estratégia em tempo real tem acrescentado títulos de peso. Entre eles, se destaca o da Microsoft, Age of Empires III. No game, que em suas versões anteriores bateu recordes de vendas, o jogador estará no papel de uma potência européia determinada a explorar, colonizar e conquistar o Novo Mundo, entre 1500 e 1850. O título traz recursos avançados e alta tecnologia em seus gráficos - oferecendo aos gamers a próxima geração em realismo, com grandiosas batalhas e visual bem detalhado. Efeitos de física, sombra e iluminação impressionam. Na água é possível ver reflexos da luz do Sol e dos navios com detalhes e qualidade incríveis, sem contar o efeito dos disparos dos canhões e quando um barco é atingido e afunda. Faixa etária: livre. Preço sugerido:

R$ 99,90. Para aqueles que curtem suspense, o Código Da Vinci foi baseado no livro de mesmo nome de Dan Brown, um dos títulos mais vendidos da atualidade e filme de sucesso nos cinemas. A trama do jogo se desenrola em torno de sociedades religiosas secretas, feitos ocultos do passado e uma história que promete mudar a visão dos mais crédulos e religiosos. Faixa etária: 16 anos. Preço sugerido: R$ 99,90 Os amantes de história em quadrinhos também foram bonificados este ano, com um ga- Ultimate Spider-Man: me que traz a mesma estrutura mesma estrutura dos gibis. dos gibis para a tela do computador: o Ultimate Spider-Man. dio. É possível viver toda a atComo o Aranha, o gamer po- mosfera criada pelas torcidas, derá salvar a cidade com seus jogando em casa ou no estádio movimentos rápidos e acrobá- de seus adversários, enquanto ticos, ajudando donzelas em o seu time luta para chegar ao perigos e resolvendo os confli- primeiro lugar da tabela. FIFA tos gerados pelos vilões. Já co- 07 possui classificação etária mo o Venom, seu humor sar- "Livre" (para todas as idades). cásticos o permitirá provocar o Faixa etária: livre. Preço sugecaos em Manhattan, principal- rido: R$ 99,90. mente usando a sua força bruPara os amantes de tiro em ta. Faixa etária: 16 anos. Preço primeira pessoa, o clássico sugerido: R$ 99,90. Half - Life 2 - Game Of The Year Os gamers de RPGs (Role- Edition não pode faltar. ApePlaying Game), jogo de inter- sar de ter sido lançado já algum pretação no tempo, o gaqual o narrame ainda é dor cria um sucesso. Deambiente e os pois de muita demais jogaturbulência dores tomam foram quase suas próprios seis anos de decisões e cadesen volviminhos, busmento dessa cando melhocontinuação rias de expe, Half-Life 2 riência e habichegou ao lidades entre mercado braoutros itens, sileiro com t a m b é m f oclasse e qualiram contemdade gráfica plados. Duninsuperável. geons & DraEssa é a contiAge of Empires III: em g o n - D r anuação do joversões anteriores, um gonshard é go de tiro em recordista em vendas. u m d o s p r iprimeira pesmeiros para PC, da série em soa, no qual o jogador é transtempo real (RTS), no qual o jo- portado para um mundo em gador enfrenta dragões e ou- que todos os objetos têm massa tras criaturas impressionan- e densidade, além de obedecer tes. Faixa etária: 12 anos. Preço às leis da gravidade e da aerosugerido: R$ 99,90. dinâmica. A história se passa Para os jogadores que cur- 15 anos depois que Freeman, tem um clássico futebolístico, do laboratório ultra-secreto Fifa é um dos games obrigató- Black Mesa, descobriu e abriu rios. Aliás, acaba de chegar ao um portal interdimensional, mercado a versão 2007, que permitindo, assim, que alienídesde o apito inicial, envolve o genas sanguinários invadisjogador com toda a emoção de sem a Terra. Faixa etária: 18 uma temporada de futebol, re- anos. Preço sugerido: R$ 99,00 criando em seu computador o Para os mais novinhos, o clima intenso dos estádios on- DVD-ROM Carros, produção de a bola rola. O gamer poderá da Pixar é uma boa opção. saborear cada vitória sobre os Aproveitando a carona do lanrivais históricos de seu clube çamento do filme no cinema, ou conhecer o gosto amargo de as aventuras do Relâmpago jogar mal em seu próprio está- McQueen garantem diversão

para toda a família, com fortes emoções em alta velocidade, situações cômicas e um grande aprendizado: não recusar ajuda quando precisamos. A qualidade gráfica e sonora é de primeira. Os belos cenários e desenhos feitos por computador mostra porque a Pixar é uma das líderes no que faz. São efeitos que remete o jogador a uma imersão a história do filme, com toda a emoção proposta. Faixa etária: livre. Preço sugerido: R$ 59,90. Quem gosta de simuladores de vôo tem à disposição uma novidade que agita o mercado. A Microsoft Brasil anunciou a chegada ao mercado nacional do Flight Simulator X, o mais esperado jogo de simulação de vôos para PC. Produzido pela Microsoft Games Studio, e em sua décima versão, o game traz gráficos ainda mais realistas e missões que aumentam o nível de jogabilidade do título, que é considerado uma das franquias de jogos para Windows de maior sucesso da história. Após 25 anos desde o lançamento da primeira edição do game, o Flight Simulator X permite que o piloto virtual pouse em mais de 24 mil aeroportos de todo o mundo e pilote mais de 20 modelos de aeronaves. Estará disponível em formato DVD, em duas edições: Standard Edition por R$ 99 (2 DVDs, 18 aeronaves, 28 cidades, 40 aeroportos, sendo 16 novos, tudo com riqueza em detalhes, e mais de 30 missões estruturadas) e Deluxe Edition por R$ 139 (2 DVDs, 24 aeronaves, 38 cidades, 45 aeroportos detalhados e mais de 50 missões, com o sistema de posicionamento global (GPS) Garmin G1000 com glass cockpit e controlador de tráfego aéreo). Se seu filho gosta de simuladores de vida, como o The Sims, a dica é o último lançamento da série: o pacote de expansão The Sims 2 - Bichos de Estimação. De cãezinhos bagunceiros a gatinhos adoráveis, é possível escolher um filhote entre dezenas de raças conhecidas, como dálmatas e persas. Ou então, criar um cão ou gato original, modificando as suas características corporais, faciais e escolhendo sua coloração e padrão de pelagem. Seus Sims poderão ensinar truques aos seus bichinhos ou leválos para passear no parque à medida que compartilham suas vidas com seus novos amigos. É necessário ter a versão do The Sims 2 original para rodar o pacote de expansão. Faixa etária: 16 anos. Preço sugerido: R$ 59,90.

The Sims 2 - Bichos de Estimação: cãezinhos bagunceiros e gatinhos adoráveis.

Tecnologia que assusta Brinquedos como a boneca Amazing Ananda são perfeitos como nunca se viu

Por Fábio Pelegrini tecnologia em brinquedos chegou a um ponto que às vezes assusta. Percebe-se que à medida que essa indústria se moderniza, suas criações buscam levar às crianças a vivência da realidade de um mundo adulto - de forma divertida, claro. O lançamento da boneca Amazing Ananda, da fabricante de brinquedos Mattel, por exemplo, mostra claramente esse avanço. O brinquedo é capaz de realizar uma interação com a criança nunca vista antes, ao reproduzir mais de 800 frases, "lembrar" de datas importantes, além de reconhecer a voz da pequena usuária e a identificar de forma carinhosa como a nova "mamãe". Talvez essa seja a realidade mais próxima das crianças entenderem o que é um robô, já que a evolução da tecnologia de robótica facial do rosto da boneca permite até mesmo que o brinquedo possa expressar "sentimentos" de alegria, tristeza e outras emoções características dos seres humanos.

A tecnologia digital da Ananda permite também que sejam estabelecidos os horários para a boneca acordar, comer e dormir, além de reconhecer datas comemorativas como Páscoa, Dia das Mães, Natal e Revéillon. É claro que antes da brincadeira começar é necessário uma intervenção humana: para a boneca reconhecer a voz e as datas é necessário fornecer algumas informações para a realização da sua programação inicial, que, depois disso, identifica as datas até 2015. É possível que essa seja a tarefa mais chatinha de se fazer, mas vale a pena ver o resultado. Eleita pela Toy Industry Association´s (USA) com o "brinquedo do ano", em 2005, a sua capacidade de interação vai muito além de diálogos: logo após despertar, por exemplo, a "mocinha" pode estar com fome e pedir comida. "Mamãe, está na hora do café da manhã. O que eu vou comer agora? Tortinha ou cereal?". Se a resposta for cereal, por exemplo, e se a Ananda receber em sua boca uma colherada de macarrão, ela reconhece o tipo de co-

mida e orienta a criança: "Xi!! Macarrão no café da manhã que engraçado! (rindo) Não mamãe! Macarrão não pode no café da manhã!". Esse tipo de reação ocorre graças a um leitor (scanner) localizado na boca da boneca, que tem a função de identificar os acessórios que compõem a brincadeira. Além dos alimentos, Ananda reconhece também quando seus dentes e cabelo são escovados, se ela está sentada no penico e identifica suas roupas (camisola e vestidinho) por meio de três sensores instalados em sua cabeça, no bumbum e nas costas. Mais quatro sensores, presentes em diferentes partes de seu corpo, são responsáveis pelo reconhecimento de fala, do toque (abraço), de mudanças de atividade e pela colocação em modo standby (no momento em que a boneca dorme). Mas os pais precisam ter em mente que a falação de mais de 800 frases pode ser, digamos, um pouco inoportuna em certas ocasiões. Mas não se preocupe! Uma chave de liga-desliga, nas costas do brinquedo, resolve o problema rapidinho.

Divulgação

8

Amazing Ananda está disponível nas principais lojas de brinquedos do País e magazines online. A boneca conta com os seguintes acessórios: torta, biscoito, fatia de pizza, macarrão, cereais, suco de caixinha, presilhas e escova de cabelo, penico e escova de dente. Preço sugerido: R$ 799,99SAC Mattel: 0800 550780www.mattel.com


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

1

9

pontos foi o aumento da confiança do consumidor em setembro, que alcançou 138 pontos.

CONSUMIDOR OTIMISTA Fotos: Newton Santos/Hype

POPULAÇÃO ESTÁ MAIS CONFIANTE NA ECONOMIA ATUAL E NO FUTURO Em setembro deste ano, o índice de confiança do consumidor brasileiro alcançou 138 pontos, nove acima do resultado verificado em agosto. Esse foi o nível mais alto da série histórica, que começou em abril de 2005, quando estava em 124 pontos. Em setembro do ano passado, o índice alcançou 114 pontos.

A

confiança do consumidor brasileiro aumentou em setembro, segundo levantamento feito pela consultoria Ipsos em parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na comparação com agosto, o índice de confiança cresceu nove pontos, alcançando os 138 pontos, o que revela a maior segurança do consumidor na economia brasileira registrada neste ano. E, pelos dados coletados, a previsão é de que o índice continue subindo nos próximos meses, já que as perspectivas para o futuro foram positivas em todos os tópicos analisados. Segundo o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, o economista Marcel Solimeo, essa melhora na confiança do consumidor foi puxada principalmente pelo Norte, Centro-Oeste e Nordeste do País. "Essas regiões foram atendidas por programas sociais que têm impacto na baixa renda, essa é uma explicação. Mas o crescimento não é uniforme. No Sul, por exemplo, que enfrentou seca e vê sua indústria sofrer com o real valorizado, a confiança do consumidor caiu", diz. Pico – A confiança do consumidor das regiões Norte e Centro-Oeste saltou 18 pontos entre agosto e setembro, chegando a 170 pontos, o pico do ano. Todas as demais regiões ficaram abaixo dos outros resultados alcançados ao longo de 2006. Mas, na média nacional, o otimismo do brasileiro melhorou tanto em relação à economia regional quanto às finanças pessoais. Em setembro, o índice dos entrevistados que consideraram sua situação financeira muito boa, boa ou razoavelmente boa foi de 42 pontos, o que representou elevação de seis pontos em relação a agosto. Essa é a segunda vez no ano que o índice de respostas otimistas em relação às finanças pessoais supera as respostas pessimistas. Antes, só em junho esse fato havia sido verificado. Houve ainda crescimento de três pontos na comparação setembro-agosto em relação à melhora da situação econômica da região de moradia do entrevistado. O índice dos entrevistados que avaliam que a situação econômica da região onde vivem está mais positiva subiu para 46 pontos. Já para os que consideram negativa ficou em 27 pontos. Ao longo de praticamente todo o ano passado, esse quadro era o oposto. Ele só se reverteu a partir de fevereiro deste ano. Gastar mais – Mais confiante na economia e com o próprio bolso, o consumidor se dizia em setembro mais otimista em relação às compras de grande e

170 pontos foi o resultado alcançado no Norte e no CentroOeste, o melhor do ano para essas regiões e o pico de otimismo no País médio portes. Segundo o levantamento da Ipsos com a ACSP, entre agosto e setembro, subiu de 28 para 32 pontos o índice de consumidores que disseram estar mais à vontade para fazer aquisições de grandes

valores, como comprar um carro ou uma casa. O levantamento ainda mostrou que o consumidor também gastou mais no dia-a-dia. No mês passado, as compras a prazo tiveram um valor médio de R$ 80,98, o maior do ano. A pesquisa só acusou pequena queda na taxa de otimismo em relação à segurança no emprego. Nesse item, houve queda de um ponto sobre agosto, caindo para 43 pontos. Amostragem – Para a pesquisa, são feitas mil entrevistas domiciliares por mês em 70 cidades. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento visa a prever o comportamento no varejo. Renato Carbonari Ibelli

Balcão do SCPC ontem: consumidores optaram por comprar menos para pagar suas contas em atraso

Neuza: finalmente o nome limpo

Vanderlei: dois anos em atraso

Fernanda: busca de informação

Vendas fracas. E a busca por "limpar o nome". Pelos resultados do SCPC, consumidores optaram por pagamento à vista

O

s registros recebidos pelo cadastro de maus pagadores do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) caíram 7,5% na primeira quinzena de outubro em relação a igual período de 2005. Já os cancelamentos de nomes tiveram redução de 6,8% na mesma comparação. Isso indica que mais pessoas reduziram as compras e usaram o dinheiro para "limpar o nome". É o caso do segurança Vanderlei Aparecido. Há dois anos ele está inadimplente em três empresas. "A maior dívida é com o cartão de crédito do banco Itaú. Mas eu também preciso 'fazer as pazes' com o Ponto Frio e com o Da Vó Supermercados. Vou aproveitar uma parte do 13º salário que sai agora para limpar o meu nome". A diarista Neuza de Souza estava inadimplente há dois meses com a Casas Bahia. Ontem, na sede do SCPC, recebeu a confirmação de que tudo estava resolvido. "Finalmente

consegui quitar minha dívida. Eu sempre compro a prazo, porque o salário não é suficiente. Mas tem que saber se controlar, o que é muito difícil." Desemprego – O desemprego é um dos principais fatores que levam o consumidor a se tornar inadimplente. No começo do ano, o ajudante de pedreiro Rogério Alves comprou uma máquina de lavar para a esposa com o compromisso de pagar o valor total em 25 vezes. "O que eu não imaginava era que ficaria desempregado quatro prestações depois." Resultado: nove meses após a compra, Alves continua sem trabalhar e com dificuldades para limpar o nome. Outras pessoas vivem situação semelhante e procuram diariamente os balcões do SCPC para buscar soluções, como a técnica de enfermagem Fernanda Portela. Apesar da grande procura, o economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, diz que os dados de ina-

dimplência na primeira quinzena de outubro foram prejudicados pelo feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida. "Em 2005, a data foi comemorada em uma quarta-feira e não teve emenda. Neste ano o feriadão prejudicou", disse Alfieri. Mas, para o final do mês, a previsão é de que não haja aumento significativo na taxa líquida de inadimplência. Outras quedas – As consultas ao SCPC, que medem as compras a prazo, tiveram queda de 6,2% nas duas primeiras semanas do mês sobre igual período do ano passado, enquanto as vendas à vista, medidas pelo Usecheque, apresentaram leve aumento de 1,2%. Para o diretor da ACSP, Marcel Solimeo, o movimento na primeira quinzena foi fraco e não deverá mudar muito até o final de outubro. Apesar disso, ele acredita que o varejo "fechará o mês de outubro com resultado positivo. Mas ainda assim, fraco", disse Solimeo. Vanessa Rosal


Ano 81 - Nº 22.234

R$ 0,60

São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Mário Angelo/Futura Press

Igreja da santa dos endividados tem contas atrasadas

'BURRICE!'

Lula diz que pune quem diz que não sabe de nada

Paróquia de Santa Edwiges, no Jardim Santo Antônio, Zona Sul da capital, passa por dificuldades financeiras e tem atrasado o pagamento das contas de água, luz, telefone e até das hóstias oferecidas aos fiéis durante as missas. C 3 Patrícia Santos/AE

Ed Ferreira/AE

A lulice de ontem, contada pelo próprio Lula, no Roda Viva da TV Cultura: "Quero saber quem fez essa burrice?" - ele perguntou a Berzoini, referindo-se ao dossiegate armado contra José Serra e Geraldo Alckmin. "Ele me disse que não sabia de nada. Eu falei: Ricardo, você que é o presidente do partido tem a obrigação de apresentar para a sociedade brasileira uma resposta. Ele não deu. Eu o afastei". A Lula não ocorreu que ele próprio se defendeu em escândalos passados dizendo que não sabia de nada. Mas a "burrice" continua rendendo: hoje, o deputado Berzoini vai depor na PF. E o comando da campanha de Alckmin quer a convocação do ministro Thomaz Bastos pelo TSE, para apurar se ele blindou Freud Godoy para proteger Lula. Quer também que a OAB monitore as investigações lentas da PF. Para o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, a oposição está tentando apenas criar "factóides" para ganhar a eleição no "tapetão".

Número de maus pagadores cai 7,5% Cadastro do SCPC mostra queda da inadimplência na primeira quinzena de outubro em relação a mesmo período de 2005. Vendas a prazo também caíram nas duas primeiras semanas do mês. E 1

Política nas páginas 3, 4, 5 e 8

Vem aí a pizza de sanguessuga

Consumidor está mais otimista, diz pesquisa Dados da Ipsos-ACSP mostram que o índice de confiança do consumidor brasileiro alcançou 138 pontos em setembro, nove acima do registrado em agosto e o mais alto da série histórica iniciada em abril de 2005. E 1

Fiéis rezam no Santuário de Santa Edwiges, no Sacomã

Os senadores Ney Suassuna (PMDB), Serys Slhessarenko (PT) e Magno Malta (PL), acusados pela CPMI de envolvimento com a máfia das ambulâncias, devem sair ilesos do Conselho de Ética. A previsão de que a pizza começa a assar no Senado é conseqüência do corporativismo e do empenho do governo em defesa de Serys e Malta. Para Romeu Tuma, do PFL, se Suassuna livrar-se, não haverá clima para condenar os outros dois. Na Câmara, dos 67 deputados envolvidos, 62 deverão ser absolvidos. Pág. 4 Olavo de Carvalho: "O ridículo mata". Opinião, pág. 6

EMAILS@MUITO_PERIGOSOS Estão circulando 155.477 e-mails pela internet querendo destruir seu computador com um clique. O cálculo é da empresa de segurança Symantec, que mantém 40 mil sensores em mais de 180 países. Sua conclusão: a rede está insegura. Leia no Informática.

Operação I-Commerce prende piratas da internet Economia 3

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 19º C.

Feriadão nas estradas: 79 mortos C2

DC

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 19º C.

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

1

Informática

86% dos ataques são direcionados aos usuários domésticos

865

phishings (tentativas de roubo de senha) novos circulam todos os dias

54% do tráfego da web é spam (mensagens não solicitadas)

4,6

milhões de computadores de redes são "escravos" de hackers

Carlos Ossamu

cada seis meses, a empresa de segurança Symantec ( w w w . s y m a ntec.com.br) divulga um estudo mundial chamado "Relatório de Ameaças à Segurança na Internet". Ele se baseia em dados coletados pela companhia a partir de mais de 40 mil sensores implementados em mais de 180 países, por onde passam 30% de todo o tráfego de e-mail do mundo. Na semana passada, ela divulgou o estudo referente aos seis primeiros meses do ano. O resultado indica que a internet continua cada vez mais insegura, principalmente para o usuário doméstico, que é o elo mais fraco e também mais desinformado. O relatório indica que 86% dos ataques são direcionados aos usuários domésticos. Os ataques de phishing (mensagens de e-mail que pedem para clicar em um link ou baixar algum código malicioso) tiveram um aumento brutal. Durante o primeiro semestre do ano, foram detectadas 155.477 d i f e re n t e s m e n s a g e n s d e phishing, um aumento de 81% em relação ao período anterior (segundo semestre de 2005). Por dia são cerca de 865 novos phishing circulando na rede. Códigos nocivos - O spam

continua sendo uma praga e representou 54% de todo o tráfego de e-mail – no estudo anterior a porcentagem era de 50%. "Nem todo spam possui códigos maliciosos, a maioria é corrente ou propaganda. Mas uma em cada 122 mensagens desse tipo está infectada e traz ameaças ao usuário", afirma Douglas Wallace, que é diretor de Engenharia de Sistemas da Symantec. Ele conta que o ganho financeiro continuou a ser a motivação por trás de muitas ameaças. Por exemplo, redes de bot (a invasão e o seqüestro do computador) podem ser usadas não somente para espalhar códigos nocivos, como também para enviar mensagens de spam ou de phishing, fazer download de adware e de spyware, atacar uma organização e colher informações confidenciais. "Identificamos mais de 4,6 milhões de diferentes computadores de redes ativas de bots. Os computadores são invadidos e usados, por exemplo, em ataques coordenados, chamados DoS (Denial of Service), a um servidor, com o objetivo de derrubá-lo e abrir uma porta para invasão. Durante o primeiro semestre deste ano foram 6.110 ataques de DoS por dia em média, onde 38% das vítimas foram provedores de serviços de internet e

32% eram serviços de governo", diz Wallace. Máquinas escravizadas Em relação à rede de bots, o Brasil foi o país com maior percentual de computadores escravizados na América Latina, com 49%. Em relação ao mundo, esse número cai para 3%, algo em torno de 138 mil máquinas controladas pelos hackers. Segundo Wallace, a proeminência do Brasil na região se deve ao crescimento do uso da banda larga. A Argentina foi o terceiro país com máquinas escravizadas na América Latina durante o período, com 17% do total. Chile teve o terceiro maior percentual, com 10% do total da rede de bots. "A taxa de escravização de máquinas nas várias cidades está relacionada a dois fatos: o tamanho da cidade e a taxa de crescimento da banda larga local. Buenos Aires é, segundo o relatório, a cidade com mais computadores escravizados, representando 16,54% do total, enquanto que a Argentina toda tem 17%. Em segundo lugar ficou a Cidade do México, com 12,39%; em terceiro São Paulo, com 9,56%; e em quinto o Rio de Janeiro, com 7,51%", diz Wallace, explicando que o Brasil é um País grande e o acesso banda larga está distribuído em várias cidades.

40 mil sensores em 180 países verificam 30% do tráfego na internet. Uma boa mostra dos ataques.

Aumenta a insegurança na rede. Relatório da Symantec mostra que o alvo preferido de ataques é o usuário doméstico.

INSEGURANÇA

Caiu o tempo entre a descoberta da falha e o conserto

Boas notícias e más notícias Divulgação

o estudo da Symantec, a empresa de segurança documentou 2.249 novas vulnerabilidades no primeiro semestre do ano, um aumento de 18% em relação ao estudo anterior, e o maior volume de vulnerabilidades já registrado em qualquer período de relatórios. A boa notícia é que, a janela entre o descobrimento de uma falha e a disponibilidade da correção caiu de 50 dias para 28 dias em média. O navegador Internet Explorer (IE), da Microsoft, teve uma janela de exposição média de 9 dias, contra 25 no período anterior; o Opera teve uma janela de 2 dias (antes eram 18 dias); e o Firefox Mozilla foi de 1 dia, quando antes eram 2 dias. Pela primeira vez a Symantec também monitorou o tempo médio que os fornecedores de sistemas operacionais levaram para lançar correções para uma vulnerabilidade. A Microsoft levou um tempo médio de 13 dias, o mais baixo, juntamente com a Red Hat (Linux). A Sun teve o período mais longo para lançar uma correção: 89 dias. Ela foi seguida da H P, c o m 5 3 dias, e a Apple, com 37 dias. Em relação às tendências, a Symantec espera encontrar no futuro o ressurgimento do polimorfismo, vírus ou códigos maliciosos que mudam a sua programação para enganar os sistemas de segurança. "Com a popularização da Web 2.0 e do Ajax (linguagem para construção de sites), estes também passarão a ser alvos de ataques. Com a chegada do Windows Vista, uma nova plataforma de siste-

Wallace: e o Windows Vista?

ma operacional, os hackers deverão criar outras forma e estratégias de ataques", prevê Wallace. Em relação ao Windows Vista, a Symantec e toda a indústria de antivírus se mostra apreensiva, já que o sistema operacional virá com um antivírus próprio. Para piorar a situação, a Microsoft até o momento se recusa a abrir o seu sistema para que os fabricantes de antivírus possam criar as versões de seus produtos p a r a o Wi nd o w s Vi s t a . "Se continuar a s si m, a Microsoft estará privando o usuário de escolher o sistema de segurança que quiser", diz Douglas Wallace, diretor de Engenharia de Sistemas da Symantec. Mas em testes realizados com a versão Beta do Windows Vista, os antivírus e firewalls para o Windows XP (e outros aplicativos) estão rodando na nova plataforma, que tem data para ser lançado em janeiro de 2007. (CO)

2.249 pontos fracos só no primeiro semestre


We b Brinquedo Impressoras Fotografia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OKI PRINT BAIXA OS PREÇOS DA C5200n NO VAREJO

Um bom desconto nesta máquina aiu o preço: a OKI Prin- impressoras jato de tintas colot i n g S o l u t i o n s ridas, que são mais lentas, co(www.okiprintingsolu- mo também laser monocromátions.com) anunciou que está ticas, devido à agilidade e caderrubando a etiqueta da sua pacidade de impressão: 16 páimpressora a laser colorida ginas totalmente coloridas por C5200n. Custava R$1.799, agora minuto e impressão da primeiestá sendo vendida por R$1.299 ra página em 13 segundos; 24 no varejo. "Buscamos a expan- páginas em preto e branco por são da nossa atuação no merca- minuto com a impressão da do laser em cores e, para isso, es- primeira página em apenas 9 tamos investindo em estraté- segundos. gias mais ousadas e que garanA tecnologia digital Single tam mais vantagens aos nossos Pass Color permite a impresclientes", garante Richard Kenj, são de cartões de até 199 gragerente de Produtos da compa- mas e banners de até 120 cm. nhia. No primeiro trimestre Além disso, tem capacidade desse ano, de acordo com dade papel expansível de até 930 folhas. Outro destados da IDC, a fabricante alcançou 17% de parq u e d a C5200n são ticipação no mercado o s c o n s umíveis, cod e i mp r e s s om o c i l i ndro e toner ras laser em itens e m c oseparados res. para faciliO mod e l o tar o uso e reduzir o C5200n é indicado custo total da máquina p a r a a t e nd e r tanto para impressões a cop e q u enas, médias e grandes C5200n: de R$ 1.799 res como para monocromátie m p re s a s . O e q u i p apara R$ 1.299 no mento pode substituir cas. (CO) varejo

A rede Home Depot, do ramo de reformas residenciais, passou por um processo de reestruturação

9 O modelo C5200n é indicado para atender todo tipo de empresa: de pequenas a grandes.

Divulgação

terça-feira, 17 de outubro de 2006

HP 2605: com tecnologia Colorsphere, que oferece cores mais brilhantes

Pequenas e médias movidas a laser Por Carlos Ossamu HP Brasil apresentou novas impressoras e multifuncionais com tecnologia a laser para o mercado de profissionais liberais, escritórios domésticos e pequenas e médias empresas. A empresa anunciou também que o modelo de multifuncional a laser monocromático LaserJet M1005mfp passa a ser o segundo equipamento da linha a ser fabricado no País. "Os volumes de vendas têm aumentado significantivamente e o investimento na fabricação local permite acompanharmos o aumento de volume e estarmos mais perto do mercado consumidor", diz Renato Barbieri, diretor de Marketing para os produtos de imagem de impressão da HP Brasil. "Procuramos

desenvolver produtos que aliem alta qualidade a baixos custos, e assim atendemos melhor nossos clientes", conclui Barbieri. Tudo em um só equipamento - A multifuncional HP LaserJet M1005mfp, que tem preço sugerido em torno de R$ 1 mil, permite realizar todas as tarefas de impressão, cópia e scanner em apenas um equipamento. Além disso, seu desenho compacto possibilita a economia de espaço, sem que esta característica provoque a perda de qualidade nas impressões. Tudo com ganho de tempo, já que, além do produto permitir a utilização das multifunções simultaneamente, possui a exclusiva tecnologia Instant On para a impressão da primeira página em 10 segundos e fazer cópias em menos de 13 segundos. O equipamento

possui velocidades de impressão e de cópias de 15 páginas por segundo, a resolução do scanner é de 1.200 x 1.200 pontos por polegadas, a bandeja tem capacidade para 150 folhas e a conexão com o micro é feita pela porta USB. Cores mais brilhantes - Já a impressora a laser colorida Color LaserJet 2605 estará disponível nas versões dn e dtn, com preços de R$ 1.899 e R$ 2.299, respectivamente. Ela conta com a tecnologia Colorsphere, que fornece cores mais brilhantes às imagens. O grande destaque deste novo equipamento é o recurso de impressão automática de páginas frente e verso, com velocidade maior que outros equipamentos que estão na mesma categoria — 10 páginas coloridas por minuto ou 12 páginas preta e branca.

A HP lança uma impressora multifuncional monocromática de baixo custo e uma impressora colorida em duas versões.

Divulgação

Processo de modernização visou alcançar agilidade e, ao mesmo tempo, expandir seu campo de atuação para outras áreas e setores.

US$ 2 bilhões em digitalização de lojas Por Sergio Kulpas rede Home Depot, segunda maior cadeia de varejo dos EUA, está investindo pesadamente na automatização e digitalização de suas operações. Esse investimento é motivado em parte pelas demandas dos consumidores, e também devido à pressão imposta por Wall Street e pelos concorrentes. Em 2002, Bob DeRodes assumiu o cargo de executivo-chefe de informação da Home Depot, com a missão de transformar a imensa organização em uma empresa ágil e capaz de expandir-se para outras áreas e setores. DeRodes tem a tarefa de reorientar a empresa depois de mais de 20 anos de atuação descentralizada em uma estrutura operacional centralizada, ao mesmo tempo em que treina 300.000 funcionários em novas tecnologias essenciais para essa mudança. Fundada em 1978, a Home Depot é a maior varejista do setor de reformas residenciais. Em 2005, as vendas da rede saltaram 11,5%, atingindo US$ 81,5 bilhões. A rede tem 2.040 lojas em todos os 50 estados dos EUA, em Porto Rico, nas Ilhas Virgens, Canadá e México. A revista 'Fortune' classificou a Home Depot como o 1º. Varejista mais Admirado nos

EUA e a 13º. Corporação mais Admirada em 2006. DeRodes lançou um programa de reestruturação de longo prazo, uma estratégia cuidadosa para implementar sistemas e plataformas padronizadas que servirão para criar uma robusta rede de Tecnologia da Informação. Em 2002, foi implementada uma nova infra-estrutura básica para acomodar as mudanças seguintes. Em 2003, foram substituídos os processos e sistemas das lojas, incluindo pontos-de-venda, contas a receber, alocação de funcionários e vários outros sistemas com retorno rápido de investimento. Em 2004, foram alterados os sistemas da divisão de pedidos especiais (como a venda de mercadorias casadas com serviços), visitas residenciais e planejamentos de instalação. Em 2005, o investimento foi no aperfeiçoamento da compra de estoques e na cadeia de suprimentos da rede. Até o momento, o programa apelidado de "Digitalização do Depot" já consumiu mais de US$ 2 bilhões. Analistas acreditam que a rede está no caminho certo, e já registra retorno desse investimento. O manejamento digital da força de trabalho tornou muito mais eficiente o atendimento nas praças de vendas, incluindo má-

quinas de autopagamento (self-checkout) e vários tipos de quiosques automatizados, que oferecem informações sobre produtos, processam vendas, registram encomendas, etc. A Home Depot conseguiu reduzir em 40% o tempo de espera nas filas. E a nova infraestrutura de TI permite que novas mudanças possam ser feitas facilmente. Com um sistema unificado, o custo por loja foi minimizado. À medida que a Home Depot avançava no processo de digitalização, a equipe responsável pelo projeto teve que lidar com as soluções de informática e TI localizadas em cada loja, que haviam se tornado ultrapassadas. DeRodes diz que os sistemas que haviam garantido os primeiros US$ 50 bilhões de faturamento da rede não teriam fôlego para os próximos US$ 50 bilhões. A nova infra-estrutura inclui a centralização dos dados operacionais, informes financeiros, recursos humanos, integração, capacidade em tempo real, plataformas e padrões em comum, além de usar grandes redes de dados sem fio. Para poder desenvolver esse esforço gigantesco, a Home Depot criou um centro de pesquisas de TI em Austin, Texas. DeRodes disse que a primeira idéia foi terceirizar

os bancos de dados, mas a empresa acabou decidindo por criar e manter seus próprios sistemas, por questões de segurança, capacidade e investimento em capital intelectual. Além disso DeRodes determinou que cada país estrangeiro com operações da Home Depot (Canadá, México e China) tenha seus próprios bancos de dados, mantendo o uso de todos em sincronia com a matriz nos EUA. Todas as filiais usam dados sincronizados a respeito de clientes, fornecedores e prestadores de serviços. A Home Depot planeja ainda uma sincronização de dados sobre todos os produtos em estoque. Segundo DeRodes, o maior retorno desse investimento virá da maior eficiência nas opera-

ções das lojas. O executivo diz que os sistemas de self-checkout são uma grande revolução: as máquinas de auto-atendimento reduziram o uso de mão-de-obra com uma única tarefa, assim os funcionários podem passar mais tempo auxiliando os consumidores em suas compras. A Home Depot está avaliando possibilidades para novas transformações benéficas para o consumidor nas lojas. Segundo DeRodes, aparelhos móveis como celulares multimídia e PDAs podem ser usado para encontrar e comparar preços de produtos. Com essas e outras modernizações em discussão, a rede Home Depot espera atingir vendas de US$ 23 bilhões em 2010. sergiokulpas@gmail.com.br

Empresa investiu no treinamento de seus mais de 300 mil funcionários


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O INGRESSO DE INVESTIMENTOS DO EXTERIOR NO PAÍS RECUOU 17% NO ANO PASSADO, DIZ RELATÓRIO DA UNCTAD

ESTRANGEIRO INVESTE MENOS NO PAÍS

E

nquanto o fluxo de investimento no mundo cresce e os países emergentes recebem mais recursos, o Brasil apresenta uma tendência contrária. Dados divulgados ontem pela Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) revelam que os investimentos estrangeiros diretos no País sofreram uma queda de 17% entre 2004 e 2005. Depois de atrair US$ 18 bilhões em investimentos diretos em 2004, o Brasil reduziu o volume para US$ 15,1 bilhões no ano passado e, para este ano, a

ONU estima que feche em US$ 14,8 bilhões. Parte da queda ocorreu porque, em 2004, foi incluído no cálculo a aliança da Ambev com investidores belgas. Mesmo assim, o recuo ocorre em um momento em que os investimentos globais se recuperam. Entre 2004 e 2005, o aumento internacional foi de 29%, contra mais de 20% previstos para este ano. Nos demais países emergentes, a tendência é de forte alta: expansão média de 22% em 2005. Distância – No ranking global, o Brasil aparece na 14ª colocação, mas é o segundo maior destino na América La-

tina, superado apenas pelo México, e recebendo 15% do que é enviado à região. Mas, em volume, o País fica cada vez mais distante dos asiáticos, como Cingapura, Hong Kong e, principalmente, da China. Em 2000, por exemplo, o País havia atraído US$ 34 bilhões, contra US$ 41 bilhões da China. Em 2005, Pequim foi o terceiro maior receptor de investimentos do mundo, com US$ 72 bilhões. O fluxo foi cinco vezes maior que o do Brasil. "Com um Produto Interno Bruto (PIB) do tamanho do Brasil e com seus recursos naturais, o País está abaixo de

seu potencial de atração de investimentos", afirmou Anne Miroux, chefe da Divisão de Investimentos da ONU e autora do relatório. "Vemos esforços menos estruturados no Brasil para obter investimentos que em regiões como a Ásia", comparou. Para a analista da ONU Nicola Moussa, existem diferenças "qualitativas" entre as estratégias do Brasil e da Ásia na obtenção de investimentos. Segundo ela, os asiáticos investiram em educação, o que lhes proporcionou a chegada de investimentos no setor de tecnologia. De fato, a Ásia so-

BALANÇO

mou, no ano passado, US$ 165 bilhões em investimentos estrangeiros, uma alta de 20% sobre 2004. Além do setor de serviços financeiros, os recursos foram também para projetos da Intel e da Airbus na China. Câmbio – Um dos obstáculos para o investimento no Brasil pode ter sido a baixa taxa de crescimento da economia, além da valorização do real. Segundo a ONU, a moeda forte pode ter tido um impacto negativo em empresas que pretendiam investir no País para exportar. "A apreciação de moeda local está tendo um impacto para as companhias que investiram

em capacidade exportadora", diz o documento da ONU. Apesar de não conseguir atrair mais recursos, quem veio ao Brasil conseguiu lucrar bem. Segundo a ONU, o País foi o mais rentável da região e as empresas lucraram US$ 11 bilhões entre 2002 e 2005. O volume é 25% de todo o lucro gerado por empresas estrangeiras na América Latina. A queda no volume de investimentos no País fez com que a América Latina apresentasse aumento de apenas 3% na captação de recursos em 2005, totalizando US$ 104 bilhões. (Mais informações na página E6.) (AE)

COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 15/0965/06/05

OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA SUPORTE AO MANUSEIO PARA MONTAGEM DE KITS PEDAGÓGICOS BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO – BID CONTRATO DE EMPRÉSTIMO Nº 1225/OC-BR A Pregoeira da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, designada pela Portaria nº 028/04, de 22/09/2004, torna público para o conhecimento de quem possa interessar que às 09:30 horas do dia 30/10/2006, no Auditório da FDE à Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, estará reunida para recebimento dos envelopes 1 (Proposta) e 2 (Habilitação) relativos ao Pregão nº 15/0965/06/05, tipo menor preço cujo objeto é a prestação de serviços para suporte ao manuseio para montagem de kits pedagógicos, compreendendo a mixagem de livros ou outros materiais pedagógicos semelhantes - Convênio n° 177/2000 - PROMED, que será regido pelas Normas do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e demais legislação correlata, aplicando-se subsidiariamente, no que couber, a Lei 8.666, de 21/06/93, com suas alterações, tendo como fonte de recursos o Contrato de Empréstimo nº 1225/OC-BR – MEC/BID. O certame está aberto aos licitantes originários de países membros do BID, sendo que os interessados poderão examinar ou adquirir o Edital no endereço acima mencionado, a partir de 17/10/2006, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.

ATAS

CONVOCAÇÕES CENTRO DE APRENDIZAGEM E MELHORAMENTO PROFISSIONAL - Edital de Convocação - O Centro de Aprendizagem e Melhoramento Profissional, sito à Rua Galvão Bueno nº 83 – 1º andar, Liberdade, São Paulo, convoca todos os membros da Diretoria, Conselho Fiscal e Deliberativo para se reunirem em Assembléia Geral em sua sede social, às 18:00 h. no dia 23 de outubro de 2006 para discutir e deliberar os assuntos: 1 - Apresentação das Demonstrações Contábeis Exercício 2005; 2 - Prestação de contas até 31 de dezembro de 2005. A Assembléia Geral será instalada às 18:00h. com 50% dos membros e em segunda convocação às 18:30 h. com qualquer número. Diante da importância solicitamos a presença de todos. São Paulo, 17/10/2006. Marcelo Flora Stockler - Presidente do Conselho Deliberativo

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Elisangela de Moura Silva Mattioli, RG 23.975.729-4 SSP/SP, CPF 183.685.698-93; Marcos José Paula Barros de Carvalho, RG 07993892-4 IFP-RJ, CPF 003.162.477-40; e Sylvio Luiz Depiné, RG PR045612/O-7 CRC/PR, 016.704.209-22; DECLARAM sua intenção de exercer cargos de administração na PETRA – Personal Trader Corretora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. e que preenchem as condições estabelecidas no art. 2º da Resolução 3.041, de 28 de novembro de 2002. ESCLARECEM que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de quinze dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. BANCO CENTRAL DO BRASIL - Deorf – Departamento de Organização do Sistema Financeiro - Gerência Técnica em Curitiba - Rua Carlos Pioli, 133 – Bom Retiro - 80520-170 – Curitiba (PR) Telefones: (41) 3313-2981, 3313-2982 e 3313-2980. FAX: (41) 3313-2990. E-mail: gtcur.deorf@bcb.gov.br. Curitiba, 15 de setembro de 2006. (17, 18/10/06)

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 16 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Macroplast Ind. e Comércio de Requerente: Edentec Indústria e Comércio Plásticos Ltda. - Requerido: Unimolde Ltda. - Requerido: Lousano Ind. de Ind. e Comércio de Moldes Ltda. - Rua Condutores Elétricos Ltda. - Av. JacúSamuel Arnold, 569 - 02ª Vara de FaPêssego / Nova Trabalhadores, nº 227 lências - 01ª Vara de Falências Requerente: Ágil Gráfica e Editora Ltda.-EPP Requerente: Cláudio Soares Cunha - Reque- Requerido: Star Data Edições Culturido: Química Industrial Paulista S.A. rais Ltda. - Av. Nove de Julho, 4.015 - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 01ª Vara de Falências 25/sobreloja - 02ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3799


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

1 Demolição e restauração continuam sendo estudadas pela Prefeitura. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras

São Vito pode virar praça e valorizar ruas da Cracolândia Prefeitura retoma contato com o arquiteto Jaime Lerner, cujo projeto de revitalização inclui a Cracolândia. Matarazzo não confirma demolição.

C

om a predisposição do prefeito Gilberto Kassab de endossar a demolição do edifício São Vito, a administração paulistana retomou o diálogo com o arquiteto Jaime Lerner. Nas duas últimas semanas, funcionários da Prefeitura conversaram com o ex-governador do Paraná sobre a retomada de seu projeto de reurbanização da área, no parque Dom Pedro II. O pacote de revitalização tem ramificações que vão até a Cracolândia, no bairro da Luz. Kassab já contaria até mesmo com o apoio de empresários, dispostos a participar do esforço de retomada e financiamento do projeto de Jaime Lerner, conhecido pela revolução urbanística que promoveu em Curitiba. A proposta do ex-governador seria a mesma apresentada ao então prefeito José Serra no início do ano passado: o São Vito seria demolido e, em seu lugar, nasceria uma praça. O novo espaço se uniria com o entorno do Mercado Municipal, compondo uma espécie de corredor turístico numa região fortemente degradada. Lerner defende a demolição do São Vito desde que os reflexos da ação se estendam por toda essa região da cidade. Por isso sua proposta de revitalização se apoia em três pilares: a Cracolândia (um polígono formado por 13 ruas na região da Luz, fortemente marcado pelo tráfico e consumo de crack, pela prostituição e degradação urbana), o Mercado Municipal e a Zona Cerealista. As intervenções do arquiteto na área do parque Dom Pedro II teriam forte impacto no quadrilátero ocupado pelo São Vito e atingiriam a Cracolândia por meio do estímulo ao comércio e à cultura. A revitalização beneficiaria os comerciantes que já estão no local, além de incentivar a abertura de novos negócios, com destaque para o setor de tecnologia e empresas de baixo impacto urbano. A Cracolândia já é objeto de um projeto especifico de recuperação urbana, com a implantação de um pólo tecnológico. Em linhas gerais, a proposta prevê a implantação de uma faculdade de tecnologia e a instalação de empresas de telefonia móvel e de informática. Algumas empresas desses segmentos chegaram a participar de reuniões com a Prefeitura, mas o andamento do projeto está prejudicado por entraves judiciais entre os proprietários dos imóveis da região. Com a revitalização da área

VERÃO o próximo dia 5 terá início o horário N de verão. A medida vai

Alex Ribeiro/DC

Davi Franzon e Ivan Ventura do São Vito e as mudanças na Cracolândia, a Prefeitura pretende ainda valorizar o entorno da Pinacoteca e da Sala São Paulo, principalmente com o incentivo a imóveis residências, o que Lerner considera uma "volta da vida". Ainda não há um cronograma ou uma definição para o início das licitações e das futuras intervenções urbanísticas. Jaime Lerner, que já deve ter retornado de uma viagem ao Exterior, aguarda, segundo seus colaboradores, um novo contato com a Prefeitura de São Paulo. Em estudo – Questionado a respeito, o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, não confirmou a proposta de demolição do edifício. "Não decidimos ainda o destino do São Vito. Demolição e restauração continuam sendo estudadas pela Prefeitura", afirmou Matarazzo. No início do ano, Matarazzo chegou a afirmar que a Prefeitura pretendia restaurar o edifício. À época, perguntado se a idéia era pôr em prática o projeto de restauração apresentado pela ex-prefeita Marta Suplicy (que pretendia construir uma ponte ligando o São Vito ao Mercado Municipal), Matarazzo afirmou que a proposta foi arquivada. "Não é viável. O custo seria muito alto", concluiu o secretário. Estima-se que a restauração do edifício atinja a casa de R$ 18 milhões. Já a demolição sairia por R$ 3 milhões, segundo estudo encomendado pela atual gestão Serra/Kassab.

Ó RBITA

durar até o dia 25 de fevereiro de 2007. A horário vai valer para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Durante o período, os relógios deverão ser adiantados em uma hora em dez Estados e no Distrito Federal. O horário de verão tem como objetivo reduzir a demanda máxima no horário em que o sistema elétrico é mais utilizado. O governo avalia que a medida dá maior confiabilidade e segurança ao sistema nas horas de pico. (Agências)

PIERCING orocaba quer proibir a colocação de S piercing em menores de

O S. Vito, deteriorado, aguarda por uma solução. Demolição pode ser uma das saídas, com construção de praça

Julio Bernardes/Folha Imagem - 21/02/2001

Degradação e desvalorização

C

onstruído em 1959, o São Vito nasceu sob a influência da arquitetura moderna dos anos 50. Já na década de 70 o edifício deu os primeiros sinais de um cruel processo de deterioração e consequente desvalorização de seus 600 apartamentos. O baixo preço das unidades atraiu famílias de baixa renda (em 2002, a Prefeitura constatou que 61,5% tinham renda de até 3 salários mínimos) e, por conta disso, ganhou o título igualmente cruel de maior favela vertical do País. Com a degradação do edifício, o destino do São Vito passou a ser discutido. Os ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta chegaram a apresentar propostas. Em 2002, Marta Suplicy anunciou seu programa de revitalização do Centro e, entre

O arquiteto Jaime Lerner: idéia é valorizar também a Cracolândia

outras medidas, decretou que o prédio era um imóvel de interesse social. Baixado o decreto, a Prefeitura passou a comprar os apartamentos por valores que oscilavam entre R$ 5 mil e R$ 8 mil. No total, 159 famílias foram retiradas do local. O prédio foi totalmente desocupado e lacrado. Em seguida, duas hipóteses diametralmente opostas foram levantadas para o destino do São Vito: sua demolição ou sua restauração. Na gestão de Marta Suplicy, a proposta de demolição por implosão não prosperou. Temia-se que os explosivos pudessem causar danos à estrutura do edifício Mercúrio, geminado ao São Vito. Na gestão Serra/Kassab o São Vito continua deteriorado e as duas propostas de solução permanecem em estudo. (DF e IV)

18 anos, a não ser com autorização expressa por escrito - dos pais ou responsáveis. O objetivo é evitar que a colocação indiscriminada do adorno possa causar danos à saúde dessas pessoas. Na semana passada, Thaís Jesus da Silva Vaz, de 13 anos, morreu por causa de um piercing mal colocado. Ela foi vítima de septicemia, que, segundo os médicos, começou na região do umbigo, onde a garota colocou um piercing usado, com a ajuda de colegas. (AE)


Insegurança Vír us Vo I P Te l e f o n i a

DIÁRIO DO COMÉRCIO

POLYCOM LANÇA TELEFONE FIXO QUE É COMPUTADOR

IP HI-FI

O Sound Point IP 650, da Polycom, é um telefone IP com voz em alta fidelidade e funções de microcomputador. Mas não será barato.

SoundPoint IP 650: no Brasil, por US$ 449.

á que a convergência digital é o novo mantra da TI não só para os usuários domésticos mas especialmente para o mercado corporativo, duas gigantes do setor de comunicação – a Nokia e a Avaya – se uniram para oferecer uma solução integrada às empresas e permitir ao funcionário dispor de um ramal do PABX no seu aparelho celular funcionando dentro ou fora do escritório. Uma das grandes vantagens da solução para as empresas de qualquer porte é "não perder o negócio ou a venda", já que o funcionário será encontrado em seu ramal onde ele estiver. Número único - Com um programa de gerenciamento da Avaya – uma das líderes mundiais em sistemas e serviços de comunicação corporativa – denominado Communication Manager e seu módulo OneX Mobile Edition rodando nos celulares Nokia, já traduzido para o português e de interface amigável, será possível aos funcionários de uma em-

terça-feira, 17 de outubro de 2006

presa receberem chamadas simultaneamente no celular e no fixo, e terem a conveniência de um número único para o telefone corporativo e também um único voice-mail. "Com isso, a empresa pode controlar o custos com ligações e gerenciar de forma mais eficiente suas chamadas", observa a gerente de M a r k e t i n g d e P ro d u t o d a Avaya na América Latina, Gisele Boni. "Como o celular mantém as características do PABX, com o aplicativo fica mais fácil à empresa ter um controle centralizado das contas dos funcionários e também mais segurança", diz o gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Nokia, Fiore Mangone. Entre os celulares que estão aptos para receberem o aplicativo OneX Mobile estão o N70, um lançamento recente e prometido para chegar até o fim do ano, além dos modelos N80, N50, E61, 9300, 9500, 6600 e 6670, todos com funções de smartphones. Para baixar o software diretamente nos aparelhos (pelo site

Bárbara Oliveira inda não sabemos se o computador vai se transformar num telefone – o que já ocorre, de certa forma, com os programas mensageiros e de Voz sobre IP –, ou se o telefone terá capacidade para substituir o computador em várias tarefas. O certo é que os dois equipamentos conviverão de forma harmoniosa por um bom tempo ainda até que a indústria decida qual o rumo tomar. A mais nova invenção no campo do telefone inteligente não vem da telefonia móvel e sim no segmento dos aparelhos fixos. Trata-se do SoudPoint IP 650, lançado pela Polycom em uma feira norte-americana de telecomunicações, no mês passado, e com embarques previstos para o Brasil, Estados Unidos e Europa a partir de novembro. O grande diferencial desse aparelho de mesa, voltado para empresas de médio e grande porte e com necessidades de audioconferência com outros escritórios ou filiais, é que ele é o primeiro do mundo a embutir uma tecnologia de HD Voice. "É a qualidade da comunicação via IP com alta definição (HD), garantindo chamadas com a clareza de uma rádio FM e sem interferências", esclarece Pierre Rodriguez, gerente de Marketing para a América Latina e Caribe da Polycom. A empresa é uma das líderes mundiais em equipamentos de áudio e videoconferência e telefones IP, localizada nos EUA. Sem ruídos nem ecos - Rodriguez garante que esse novo aparelho com áudio em alta definição elimina de uma vez por todas aqueles problemas tão comuns em conferências por VoIP de baixa qualidade, com ruídos, delays, ecos, o que, inclusive, prejudica a imagem da empresa quando essa comunicação é feita entre ela e seus clientes ou fornecedores. As chamadas feitas com o SoundPoint IP 650 se confundem até mesmo com as de um telefone fixo comum (a entre-

vista feita com Pierre Rodriguez utilizou o novo modelo e estava perfeita). Segundo Rodriguez, essa qualidade no áudio se deve a tecnologias de padrão aberto e proprietárias (da própria Polycom) como a Acoustic Clarity Technology, cuja tecla de vivavoz permite redução de eco, de ruídos do ambiente e o gerenciamento do microfone. Ajusta as distorções voz quando se fala muito perto do microfone. Além disso, a voz trafega nesses aparelhos em freqüência de 7 KHz, ou seja, com a mesma qualidade de uma rádio FM. Só para efeito de comparação, as rádios AM transmitem em freqüências de até 3.4 KHz, a metade da qualidade obtida com o telefone Polycom IP 650 com HD Voice. É claro que esses aparelhos estão instalados em plataformas com sistemas para redes IP (os SIP – um protocolo de sinal para estabelecer chamadas e conferências através de redes IP) e fornecidos por grandes provedores como Alcatel, Avaya, Cisco, Lucent etc. A Polycom se limita a vender o terminal de mesa para esses provedores ou diretamente para os clientes corporativos que já disponham de base de telefonia IP. Outra característica do modelo IP 650, que será vendido no varejo por US$ 449, é a sua integração com recursos do Microsoft Live Communications Server para telefonia e presença, permitindo embutir um mensageiro instantâneo como o MSN, versão corporativa, praticamente com as mesmas funções do Messenger. Segundo Rodriguez, esse recur-

Seu celular vai virar ramal de PABX O difícil agora é não ser encontrado fora da empresa

so garante mais produtividade na hora de falar com o interlocutor. "Na verdade, perdemos algum tempo ao tentarmos nos comunicar com uma pessoa por telefone. Se ela não está na mesa naquele momento deixamos recado na caixa postal, ela retorna depois e, desta vez, sou eu que não estou na mesa", diz Rodriguez. Com o Messenger na tela do telefone, é possível saber se o usuário da lista de seu diretório está disponível naquele momento, se está ocupado em outra linha ou se está ausente. Os ícones aparecem na tela. Também um micronavegador - Uma porta USB também é integrada ao telefone para futuras aplicações e novas "inteligências" que forem agregadas a ele. "É possível se pensar que o usuário carregará um memory stick com sua agenda ou outro tipo de aplicativo e integre esse conteúdo ao aparelho de outra filial, afinal, o telefone também está ganhando recursos de computador", observa Rodriguez. O IP 650 é capaz ainda de receber um pequeno navegador (microbrowser) na tela para que gerentes e executivos possam ter acesso a aplicativos baseados em XHTML — como cotações de bolsas de valores e previsão do tempo, por exemplo. "Entre esses aplicativos pode estar até um gerenciador de estoques do ponto de venda, indicando a falta de mercadorias na tela do telefone. Com essa informação, o executivo já avisa o seu gerente para a reposição imediata". São várias, portanto, as possibilidades do telefone IP do futuro.

O telefone SoundPoint com HD Voice deve chegar ao Brasil em novembro. Apesar de ser IP ele transmite voz com alta fidelidade.

www.avaya.com.br) é preciso que a empresa já tenha o Communication Manager instalado em seu PABX (sem ele, o aplicativo OneX não funciona). Primeira parceria - Gisele Boni informa que a Avaya tem mais de 1 mil clientes corporativos com esse sistema de gerenciamento já instalado em seus PABX, e são esses os potenciais usuários do aplicativo OneX Mobile para os celulares virarem ramais. Boni lembra que a solução vale para qualquer tamanho de empresa que tenha um PABX com o mínimo de 10 ou 15 ramais. A gerente da Avaya não quis informar os preços das soluções, alegando que dependem do pacote a ser fechado com cada cliente. Este é a primeira parceria entre a Avaya e uma fabricante de celulares para solução de comunicação convergente e corporativa baseada em padrões abertos de mercado e conhecida pela sigla FMC (Fixed to Mobile Convergence). "O importante é estender as chamadas de voz aos funcionários re-

motos via celulares para acessar tanto a rede móvel como o PABX", destaca Fiore. "O fixo e o celular passam a se comportar como se fossem um único aparelho e os usuários têm um só número para o PABX e uma caixa postal também única", explica Mangone. Quando o cliente liga para a empresa, ele poderá fazê-lo diretamente para o ramal da pessoa com quem quer falar, encontrandoa em qualquer cidade. "O sistema garante agilidade na resposta, e a empresa não perde o negócio", lembra Boni. Conferência facilitada Outro aplicativo de comunicação da Avaya é o Meet Me Conferencing, sistema de audioconferência no qual se liga para um único número e, depois de autenticada, a chamada pode ser compartilhada entre vários participantes. Em breve, a empresa vai lançar aplicações para Voz sobre IP (VoIP) sem fio, ou seja, para permitir ligações em redes da telefonia móvel e também sem fio de longa distância (WLAN). (BO)

Vem aí um smartphone com GPS integrado o mês que vem, chega ao mercado brasileiro um smartphone com GPS integrado. É o modelo Digiwalker A701, da fabricante Mitac – três aparelhos em um só. Funciona como um celular

GSM desbloqueado e com quadribanda (aceita, portanto, todas as operadoras do Brasil e do mundo). Como PDA, permite ao usuário sincronizar contatos, agenda e lista de tarefas via comunicação bluetooth,

O diferencial do Sound Point IP650 é que ele é o primeiro do mundo com tecnologia de HD Voice

Di v ulg aç ão

2

infravermelho ou cabo USB (tem também uma câmera de 1,3 megapixel). Mas o grande diferencial é a antena GPS embutida, que pode mostrar, na tela, rotas entre pontos e rastreamento para localização do usuário do aparelho.

Serve, inclusive, para gerenciamento da força de vendas. O Digiwalker A701 será distribuído pela Mobimax, cujo site é o www.mobimax.com.br. A empresa informa que o preço sugerido é de R$ 4.290.


Mecanismo é fácil de operar e instalação é automática, sem necessidade de ajustes.

LOCALIZADOR GPS-CS1 EM BUSCA DAS FOTOS PERDIDAS

Onde foi que eu fiz aquela foto? Ana Maria Guariglia uantas vezes você quis lembrar a origem, locais e datas, de suas fotos? Agora, para os usuários das digitais da Sony, esse problema acabou, pelo menos, é o que afirma a empresa japonesa. Quem tem câmeras da série CyberShot, a reflex D-SLR a100 e as HandyCam, que produzem vídeos, pode usar o GPS-CS1, localizador digital que permite ver "onde" e "quando" as fotos foram tiradas, com base nas informações via satélite. O recurso funciona com o software Picture Motion Browser, criado pela própria Sony, que mostra on line o local onde as imagens foram obtidas, utilizando mapas fornecidos pela Google Maps. O GPS-CS1 é muito fácil de operar e a instalação é automática, não necessitando de ajustes durante o rastreio e da gravação

Os contornos do violão são realçados pelos recursos da câmera

Ana Maria Guariglia

GPS-CS1: pequeno e fácil de usar.

das imagens. Também não é necessário fazer conexões. O localizador é colocado de face para cima dentro da sua própria mochilinha ou no recipiente para usar no cinto que o acompanham. Em utilização normal, captura os dados de

posição de 15 em 15 segundos e a exatidão posicional vai variando, dependendo da posição do satélite. Quando a foto é tirada, o software ImageTracker avalia a posição real baseado nos registros obtidos. O GPS armazena cerca de 31

Até o brilho do braseiro é bem captado pela reflex Alfa da Sony

MB de dados, equivalente a quase um mês de rastreio e gravação durante 12 horas por dia. Completada a operação, os dados podem ser transferidos por meio do cabo USB (fornecido) para o PC que deve estar ligado à internet. As imagens também podem ser transferidas diretamente do cartão MemoryStick. Logo que o software tenha combinado os dados de posição com a informação sobre data e hora, o fotógrafo tem a opção de examinar as imagens, usando o software PictureMotion Browser, que vem com as câmeras CyberShot, Handycams e a digital reflex. O GPS custa US$ 150, pesa 55 gr e mede 8,7 x 3,6 x 3,6 cm. Usa bateria de Ni-MH, para duração contínua de 14 horas, com opção para bateria alcalina do tipo AA. Ainda não é compatível com PC Mac. Para saber mais, veja www.sonystyle.com.

Com a ajuda de um satélite, o novo localizador GPS da Sony mostra exatamente onde as fotos foram tiradas.

Todos os contrastes da corda: com suavidade.

ão é só porque a Sony ficou conhecida pelos aparelhos para casa, como os televisores e geladeiras, que não tenha a capacidade de criar uma câmera como a alfa, exatamente um equipamento reflex que muitos vão querer ter, tanto para uso profissional como por amadores avançados.. A Sony soube utilizar com muita propriedade e tecnologia a herança que lhe foi deixada pela Minolta e pela Konica, e colocou na Alfa mecanismos que funcionam com precisão,

como o dos espelhos (abremse e se fecham no momento de fotografar). A câmera realiza seus movimentos de forma macia e capta com rigor as cores e os contrastes da cena, além da nitidez dos detalhes. Trabalha com modos programados, possui 10,8 MP, com modos manual e de prioridade de abertura e de velocidade, visor com 2,5 pol e facilidade em acionar todos comandos. Como é de praxe em câmeras reflex, o usuário vai encontrar na parte interna do visor todas informações necessárias para es-

colher suas opções de foto. Preços – A alfa pesa cerca de 600 gr e seu preço sugerido é em torno de R$ 4 mil. Durante as fotos, utilizamos a objetiva zoom Carl Zeiss de 18/70 mm e os resultados são indiscutíveis. Obtivemos as imagens em um cenário criado pela própria Sony em seu estande na Photokina, com um ator e material de cena relembrando Evil Knivel, com moto, violão e fogareiro. Para obter mais informações, acesse o site: www.sony.com (AMG)

lia

Uma câmera de alta precisão Garig

A câmera reflex Alfa da Sony utiliza muito bem a herança tecnológica da Minolta e da Konica

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Maria

Localizador GPS da Sony: pode ser ligado às câmeras da série CybertShot, D-SLRa100 e todas as HandyCam.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Brinquedo Impressoras Fotografia Câmera

Ana

10

No cenário do Oeste americano (acima), a precisão da Sony Alfa


terça-feira, 17 de outubro de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Vídeos de notícias locais de 16 canais de TV da CBS estarão disponíveis no portal do Yahoo.

OPERAÇÃO DA PF ENVOLVEU 13 ESTADOS

POLÊMICO PROJETO DE LEI DA PREFEITURA APELIDADO DE X-TUDO TRATA DO ITBI, IPTU E ISS

"X-TUDO" NÃO LIVRA ITBI DOS TRIBUNAIS

A

base de cálculo do Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter-Vivos (ITBI) continuará sendo contestada na Justiça, mesmo que seja aprovado o Projeto de Lei n° 552/06, chamado pela oposição de X-tudo. O projeto, de autoria da prefeitura, torna lei o conteúdo do Decreto n° 46.228/05, que alterou a base de cálculo do imposto, aumentando, em muitos casos, o valor do tributo. "Se o PL for aprovado como está, ainda será possível questioná-lo, mas o contribuinte não poderá mais alegar que a alteração deveria ser feita por lei e não por decreto", afirma o advogado Fernando Lottenberg, que já conseguiu pelo menos duas sentenças contra a modificação no cálculo do imposto. Para Lottenberg, ainda pode ser contestada a existência de dois valores venais – um para o ITBI e outro para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) –, o que seria inconstitucional. O representante jurídico do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi-SP), o tributarista Roberto Junqueira de Souza Ribeiro, também acredita que ainda restam ar-

gumentos para os contribuintes recorrerem à Justiça. "A legislação continua a incorrer no mesmo vício, que é o de não definir em lei os critérios para se chegar ao valor venal do imposto", diz. Ele lembra que, para definição do valor venal do IPTU, periodicamente, é aprovada, por lei, a Planta Genérica de Valores. Ribeiro foi o advogado responsável pela sentença que garante aos 40 mil filiados ao Secovi-SP pagarem o ITBI sem a alteração instituída pelo Decreto n° 46.228/05. Artigos – No texto do projeto de lei, um artigo determina que a base de cálculo do ITBI "é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, assim considerado o valor pelo qual o bem ou direito seria negociado à vista, em condições normais de mercado". Considerando essa definição, o advogado Alexandre Barduzzi Vieira afirma que pode ser contestada, por exemplo, a forma como a Prefeitura chegará a esse valor de mercado. "A Prefeitura pode considerar que o valor de um imóvel é de R$ 200 mil e, no entanto, o contribuinte pode ter vendido este mesmo imóvel por R$ 190 mil", diz.

Segundo o vereador Paulo Fiorilo, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) municipal, o governo incluiu o texto do decreto do ITBI no PL n° 552/06 para evitar mais ações judiciais. Mas, para o vereador, do jeito que está, a proposta dificilmente será aprovada. "O projeto de lei cria uma série de polêmicas, como o fator de localização para se chegar ao valor venal do imóvel para cálculo do IPTU, o que vai elevar o preço do imposto para diversas regiões da cidade, como o Centro", afirma. X-Tudo – O projeto é chamado de X-tudo porque, além do ITBI, trata de outras questões tributárias, como a atualização da Planta Genérica de Valores do IPTU com base no valor do imóvel no mercado. O objetivo é que esse valor chegue a 70% do preço comercial dos imóveis e a correção seja feita anualmente. Além disso, amplia a cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS), ao acabar com a isenção do imposto para prestadores de serviços, como empresas de limpeza, manutenção e conservação de imóveis e corretagem de seguros, entre outros ramos. Laura Ignacio

presidencial. Fatiado, o projeto ficaria dividido em blocos independentes: parcelamento de dívidas, IPTU, ISS e Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter-vivos (ITBI). O projeto do IPTU virou o grande fator de desgaste da gestão Kassab. Hoje, ele brincou com assessores, contando que agora só responde a perguntas sobre o tema. "Me jogaram o abacaxi do IPTU na cabeça", disse. (AE)

Mastrangelo Reino/Folha Imagem

Polícia apreendeu CDs, DVDs e softwares, que eram vendidos pela web.

Polícia prende piratas da internet Pedro Vilerá/Futura Press

P

elo menos 17 pessoas foram presas em flagrante ontem pela Polícia Federal durante a operação I-Commerce, deflagrada para combater a venda de produtos piratas pela internet. A operação mobilizou 350 agentes federais, que tinham 79 mandados de busca e apreensão para executar em 13 estados e no Distrito Federal. De acordo com o secretárioexecutivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as investigações começaram há quatro meses com base em denúncia de entidades da área de softwares e de propriedade intelectual, de que estava crescendo a comercialização de produtos piratas pela internet. Além das 17 prisões, outras 57 pessoas foram indiciadas por envolvimento no crime de violação do direito autoral, que tem pena máxima de quatro anos de prisão. No Estado de São Paulo, foram sete prisões, um menor foi encaminhado ao Juizado da Infância e Juventude e houve

Operação envolveu 350 agentes

20 indiciamentos. A operação envolveu o comércio ilegal pela rede mundial de computadores, daí a denominação ICommerce (Ilegal-Commerce, comércio ilegal). Os produtos vendidos eram principalmente CDs, DVDs de filmes que acabaram de chegar aos cinemas e programas de computador como Windows, Autocad e outros. Os CDs e DVDs eram vendidos por R$ 10

em média, e os softwares, por valores entre R$ 10 e R$ 30. Segundo a PF, as 17 prisões foram feitas em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte. O delegado de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Cristiano Sampaio, destacou que a maioria dos que cometem crimes de venda de produtos piratas pela internet é jovem, tem entre 18 anos e 30 anos, conhece bem a rede mundial e é da classe média. Cervejas –Ontem, a Receita Federal da 7ª Região (Rio e Espírito Santo) apreendeu um contêiner com seis toneladas de cerveja importada da Bélgica em situação irregular. O produto chegou com uma nota fiscal no valor de R$ 10 mil, um décimo do valor estimado pelo órgão, de R$ 100 mil. Além do subfaturamento, a Receita suspeita que o importador declarado seja um "laranja", ou seja, um comprador fez a compra em nome de outra empresa. (AE)

BALANÇA

O

saldo da balança comercial brasileira na segunda semana de outubro registrou um superávit de US$ 1,002 bilhão. As exportações no período somaram US$ 2,409 bilhões (média diária de US$ 602,3 milhões) e as importações foram de US$ 1,407 bilhão (média diária de US$ 351,8 milhões). No mês, o saldo é de US$ 2,131 bilhão, e no ano para US$ 36,132 bilhões. O superávit de US$ 1,002 bilhão na segunda semana do mês (quatro dias úteis) é 54,86% maior que o superávit da segunda semana de outubro de 2005, mas 11,24% inferior em relação à semana anterior (de 1 a 8 - cinco dias úteis), quando o saldo foi de US$ 1,129 bilhão. (AE) A TÉ LOGO

GOVERNABILIDADE AMEAÇADA

A

Confederação Nacional da Indústria (CNI) acredita que, qualquer que seja o presidente eleito no Brasil, haverá dificuldades de governabilidade. Para a entidade, o principal desafio do próximo presidente será a questão fiscal, ponto central para garantir maior

crescimento da economia. O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto (foto), cobrou dos dois candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), planos em relação aos gastos correntes do governo federal e reforma tributária. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Preços de derivados de petróleo vão flutuar menos no País Com exportações estagnadas, Fiat se volta para o mercado interno

L

"fatiar" o projeto, apelidado de X-tudo, que, além de alterar a base de cálculo do IPTU, prevê a ampliação da base de cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS). O projeto protocolado na Câmara Municipal incluía o arrastão fiscal no meio de um programa de parcelamento de impostos em atraso. Irritados, vereadores não querem começar a discutir o assunto antes do segundo turno da eleição

Elza Fiúza/ABr

L

P

reocupado com a repercussão negativa do projeto de lei que altera a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), aumenta o tributo já no ano que vem e prevê reajustes maiores a partir de 2008, o p re f e i t o G i l b e r t o K a s s a b (PFL) pretende discutir um substitutivo formulado pelos vereadores, que não admitem aprovar o texto original enviado à Câmara. Kassab aceita

Ó RBITA

ELEKTRO A empresa obteve R$ 161 milhões do BNDES para melhor distribuição de energia elétrica .

L

Kassab aceita fatiar o projeto

INFLAÇÃO A inflação no varejo medida pelo IPC-S subiu 0,18% na segunda semana de outubro.

Alta da venda de aço é reflexo da queda dos juros, avalia IBS


2

Ambiente Transpor tes Estradas Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

NAS RODOVIAS PAULISTAS MORRERAM 32 PESSOAS

Ultrapassagens indevidas e excesso de velocidade são as infrações que mais matam nas estradas.

Sebastião Moreira/AE

79 morrem em acidentes no País durante o feriado Mortes nas estradas foram 75,5% superiores às registradas em 2004, no feriado de N.S. Aparecida Charles Silva Duarte/O Tempo/AE

Acidente na BR-381, em Minas, com moto, carreta e automóvel

comparativo com o mesmo período de 2005, quando o feriado da Padroeira caiu numa quarta-feira. Minas Gerais foi o estado com maior número de ocorrências: 253 acidentes, 140 feridos e 23 mortos. Em seguida ficou Santa Catarina com 181 acidentes, 130 feridos e 6 mortes; São Paulo com 118 acidentes, 85 feridos e 3 mortes;

Rio de Janeiro com 97 acidentes, 41 feridos e 3 mortes, e Rio Grande do Sul com 90 acidentes, 49 feridos e 2 mortes. A PRF também fiscalizou 83.807 veículos e autuou 15.672. Também foram retidos 1.277 veículos e 244 carteiras de habilitação foram recolhidas. Na Dutra – O número de acidentes na via Dutra durante o

feriado prolongado diminuiu, segundo balanço divulgado ontem pela NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, em comparação com o feriado de 7 de Setembro. Foram registrados 121 acidentes, que resultaram em 87 feridos e dois mortos. No feriado da Independência, foram registrados 129 acidentes, com 90 feridos e duas mortes. Paulistas – Durante o feriado prolongado, 32 pessoas morreram nas estradas estaduais, segundo balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária de São Paulo. No total foram 588 vítimas em 908 acidentes em 2006, contra 798 vítimas em 1209 acidentes em 2004. Os dados do relatório apontam uma queda de 26,32% no total de vítimas de acidentes nas rodovias estaduais, entre 11 e 15 de outubro de 2006, em comparação com mesmo período de 2004. Das 588 pessoas vitimadas, 432 sofreram ferimentos leves, 124 se feriram gravemente e 32 morreram. Apesar do aumento de 10,34% no número de vítimas fatais, o balanço é considerado positivo. Além da redução do número total de vítimas, o número de acidentes também caiu em 24,90%. Durante o feriado prolongado, a Polícia Rodoviária Estadual apreendeu 15,549 quilos de entorpecentes, além de prender 25 pessoas. A u to b a n – Aproximadamente 600 mil veículos passaram pelos pedágios do sistema Anhanguera-Bandeirantes, em ambos os sentidos durante o feriado. De acordo com balanço divulgado pela Autoban, concessionária que administra o sistema, foram registrados 55 acidentes, com 24 feridos. Não houve registro de vítimas fatais. ViaOeste – Cerca de 400 mil veículos passaram pelas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares no feriado. Segundo balanço da concessionária ViaOeste, foram registrados 20 acidentes, resultando em 19 vítimas leves e 3 graves. Nenhuma morte foi registrada. Congestionamento – O motorista que voltou ontem pela manhã do feriado prolongado encontrou congestionamentos em quase todas as estradas na chegada à São Paulo. Á tarde, o trânsito seguia complicado. O índice ficou em 105 km às 18h30, 12 acima da média para o horário. (AE)

Equipes de resgate utilizam cães para localizar corpos na floresta

PF quer informações o mais rápido possível

I

mpaciente com a demora no repasse de informações pela Aeronáutica, consideradas fundamentais para as investigações do acidente entre o Legacy e o Boeing da Gol, o delegado da Polícia Federal Renato Sayão foi ontem ao Ministério da Defesa pedir que o ministro Waldir Pires centralize o recebimento dos dados já disponíveis e, "o mais breve possível, se possível ainda esta semana", e os repasse à PF. O ministro da Defesa recebeu o pedido e o encaminhou à consultoria jurídica de modo a não haver conflito de investigações. Pires deve responder hoje a Sayão. O delegado, em entrevista à TV Globo, disse que optou por somente tomar depoimento dos pilotos do Legacy depois de analisar os dados técnicos apurados pela Aeronáutica. Pilotos – Para o delegado, "continua sendo imprescindível a permanência dos pilotos, para que possa ouvi-los com maior propriedade, maior profundidade, até para definir a situação jurídica deles, se vão ser testemunhas, se vão ser indiciados", disse. Sayão considera fundamental para ter em mãos a identificação de todos os servidores da Aeronáutica (civis e militares) que atuaram no controle

do tráfego aéreo na hora do acidente. Ele quer saber os nomes de todos os controladores que monitoraram o Boeing da Gol e o Legacy, desde o momento que o jatinho executivo saiu de São José dos Campos, passando por Brasília, até o momento do acidente. Canadá – Foi concluída ontem, em Ottawa, Canadá, a cópia dos dados de três das quatro caixas-pretas do Boeing da Gol e do Legacy. A informação foi confirmada pelo coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, que preside a comissão que investiga a tragédia do vôo 1907. "Agora, aguardamos a chegada de uma boa notícia do Brasil" disse Ferreira. O coronel referia-se à descoberta do cilindro de voz do Boeing, que ainda não foi encontrado. Seneca – Ontem, o mau tempo dificultou as operações de busca aos corpos das vítimas do acidente com o Seneca que caiu no Espírito Santo na noite de sexta-feira, matando seis pessoas da mesma família. A FAB interrompeu as buscas no fim da manhã. À tarde, um helicóptero voltou a percorrer o litoral, mas por pouco tempo. Um navio da Marinha procura por destroços o fundo do mar. Apenas uma parte da fuselagem foi recuperada na praia. (Agências)

JB Neto/Agência O Globo

D

urante a Operação Padroeira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou em suas estradas de todo o Brasil 1.290 acidentes que causaram a morte de 79 pessoas e deixaram 860 feridas, entre a zero hora de quinta-feira e a meia-noite de domingo. Segundo o Departamento Nacional da Polícia Rodoviária, as mortes neste feriado de Nossa Senhora Aparecida superaram em 75,5% o feriado de 7 de setembro, quando foram registrados 45 casos. Foram 1.012 acidentes e 573 feridos. Segundo o inspetor Alexandre Castilho, ultrapassagens indevidas e excesso de velocidade são as causas que mais matam nas estradas. "Falta de atenção, desrespeito à sinalização e andar muito próximo ao veículo da frente também provocam acidentes com vítimas fatais". Conforme a PRF, não há

SOB ÁGUA – Pancadas de chuva atingiram diversos pontos das zonas central e norte de São Paulo na tarde de ontem. Na região norte, algumas ruas ficaram alagadas, como a Jordão Camargo de Oliveira, na Vila ZIlda, onde as pessoas ficaram ilhadas em suas casas. O congestionamento também ficou acima da média.


terça-feira, 17 de outubro de 2006

Vo I P Te l e f o n i a Sem fio Linux

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

POOL DE EMPRESAS CRIARÁ REDE EM ALTA VELOCIDADE

A Parks vai investir a cifra de R$ 2,8 milhões até o primeiro trimestre do próximo ano.

WiMAX nacionalizado A empresa brasileira Parks Comunicações, do Rio Grande do Sul, fará equipamentos para redes sem fio de alta velocidade e longo alcance. Bárbara Oliveira gaúcha Parks Comunicações Digitais será a primeira empresa brasileira a desenvolver equipamentos de infra-estrutura de telecomunicações pelo padrão WiMax, uma rede de comunicação sem fio em alta velocidade e de longo alcance. A nacionalização será basicamente de estações rádio base – as antenas de captação e transmissão dos sinais em banda larga – e dos modems instalados nas casas dos usuários. A iniciativa envolve um pool de empresas que é formado pela Intel, maior promotora da tecnologia WiMax no mundo, a norte-americana Proxim Wireless, detentora da tecnologia de soluções sem fio WiMax, e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que será responsável pelas pesquisas e licenciamento dos sistemas a serem repassados à Parks. Na verdade, o CPqD adapta a tecnologia da Proxim às características locais e a Parks fabrica. A montagem das antenas (ERBs) e caixas (espécie de settop boxes) padrão WiMax para o usuário será feita na unidade de Cachoeirinha, localizada no Rio Grande do Sul, da Parks, empresa que há 40 anos trabalha com o setor de telecomunicações. Alguns dos principais clientes desse tipo de equipamento serão as operadoras de telefonia fixa interessadas em investir nas redes de banda larga sem fio, na faixa de freqüência de 3,5 GHz. Investimento de R$ 2,8 milhões – Por enquanto, o leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para licitar freqüências de 3,5 GHz a 10,5 GHz para WiMax está suspenso por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) que questiona o cálculo de preços mínimos desses blocos de freqüência. Ao mesmo tempo, a Anatel, que recebeu mais de 100 propostas de compra das outorgas, quer impedir que as teles fixas participem da licitação em áreas onde já atuam como concessionárias sob o argumento de que haveria concentração dos serviços no mercado. As teles, por sua vez, entraram na Justiça para garantir sua participação no leilão. (veja matéria abaixo) Polêmicas à parte, o fato é que a Parks, segundo seu presidente Paulo Renato Ketzer de Souza, vai investir R$ 2,8 milhões até o primeiro trimestre de 2007, envolvendo a absorção da tecnologia, adequação dos produtos ao mercado e também o início da montagem dos equipamentos.

o dia 17 julho, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu processo de licitação para uso de blocos de radiofreqüências nas faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHz. Tudo bem se não fosse uma cláusula do edital que proíbe as atuais concessionárias de telefonia fixa, bem como suas controladoras, controladas ou coligadas, de apresentar propostas para as áreas onde já operam. Com a proibição, as chamadas grandes teles não poderiam oferecer, em suas áreas, serviços de alto valor agregado como WiMAX ((Worldwide Interoperability

Segundo Souza, até 2007 os leilões de freqüências já estarão definidos e o potencial de mercado será grande, na sua avaliação, tendo em vista o interesse de muitos setores nessas novas redes e com apoio principalmente do ministro Hélio Costa, da pasta de Comunicações, em estimular a inclusão digital. Inclusão e inovação – A gerente de desenvolvimento de mercado WiMax da Intel para a América Latina, Elaine Nuc-

ci, lembra que a tecnologia WiMax vai contribuir para a inovação e inclusão digital já que a rede de banda larga pode ser disseminada em regiões remotas do País. Além disso, Elaine observa que a "fabricação local de equipamentos pela Parks, com apoio da Intel e do CPqD, permitirá economia de escala e custos mais baixos." Os preços dos equipamentos nacionalizados serão pelo menos 30% inferiores aos importados.

Conexões rápidas até 50 km s redes com padrão WiMax conseguem oferecer conexões de até 75 Mbps em um raio de 50 km. Entre as vantagens que os especialistas vêem nesse tipo de tecnologia é que ela reduz os custos de infra-estrutura de banda larga para conexão com o usuário final (a chamada "última milha", isto é, quando alcança o domicílio do cliente), permite altas taxas de transmissão de dados e uma cobertura similar à da telefonia móvel permitindo acesso à internet mesmo em movimento. O interesse da Intel no projeto WiMax se deve também ao fato de ela desenvolver os chipsets para os equipamentos, inclusive das ERBs e modems fabricados pela norteamericana Proxim Wireless, responsável pelo licenciamento da tecnologia para o CPqD e à Parks. O mercado-alvo da Proxim para seus sistemas é o corporativo, telecomunicações, energia e educação, além do governo. Testes – A Intel já fez testes com redes WiMax em Belo Horizonte, Ouro Preto (MG), Piraí (RJ) e Mangaratiba (RJ). A iniciativa mais recente é na cidade de Parintins, localizada à margem direita do rio Amazonas, com 114 mil habitantes e cujo acesso só é possível por barco ou avião e, portanto, onde a internet não tem como chegar pelos meios tradicionais como fibras ópticas ou cabo. Em Parintins e com apoio da Cisco, Embratel, CPqD e Fundação Bradesco, duas escolas públicas, um centro de saúde, um centro comunitário e a Universidade da Amazônia foram beneficiados pela rede WiMax. O projeto faz parte do programa mundial da Intel World Ahead. (BO)

Uma licitação sem data para terminar for Microwave Access), para acesso de banda larga sem fio, serviços dedicados como ATM em alta velocidade, telefonia WLL ou acesso telefônico fixo sem fio. O empresário Paulo Humberg, presidente da Hip Telecom, operadora que oferece serviços de Telefonia VoIP, concorda com a decisão da Anatel de excluir as teles por que acredita que isso vá estimular a competição, já que as grandes dominam 95% do segmento de telefonia fixa local e já oferecem acesso em banda larga em suas áreas. "A concorrência na oferta de banda larga é importante. O

aumento da oferta e a conseqüente queda de preços são benéficos para o consumidor e democratizam a telefonia VoIP. Quanto mais barato, mais usuários", diz Humberg. A partir da polêmica cláusula do edital, teve início uma disputa política e jurídica envolvendo a Anatel, que quer manter a licitação, apoiada pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp) e pela Associação Brasileira dos Provedores de Internet (ABRANET). De outro lado, o Ministério das Comunicações

e a Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix). As teles entraram na Justiça para garantir sua participação em todas as áreas. A Anatel alega que as grandes teles podem participar, mas não na área onde já atuam. Já o ministro das Comunicações, Hélio Costa, pediu a suspensão temporária da licitação alegando que "o programa de inclusão digital do governo pode ser sacrificado", porque não exige das empresas vencedoras que os serviços sejam levados não só para as grandes mas também às

pequenas cidades. O ofício enviado pelo Ministério das Comunicações à Anatel, solicitando a suspensão, foi negado. Quem realmente conseguiu parar o processo foi o Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu vistas ao processo. Segundo o TCU, os valores em algumas áreas estavam incompatíveis com os de outras de mesmo porte. O TCU deu prazo de 15 dias (depois prorrogado) para que a Anatel apresentasse os resultados dos ajustes sobre o estudo econômico que deu suporte ao edital. "Eu quero ter toda a segurança de solução no mais curto prazo

possível", disse presidente da Anatel, Plínio de Aguiar Júnior, após encontro com o secretário de Fiscalização de Desestatização (Sefid) do TCU, Maurício Albuquerque. Nem mesmo Plínio confirma se haverá necessidade de novo edital em função da alteração dos preços mínimos. Mas o que realmente preocupa a agência é a manutenção, pela Justiça, do direito de as operadoras de telefonia fixa disputarem todos os blocos. Se isso ocorrer, todo o processo precisará ser reiniciado, adiando a solução por pelo menos mais um ano.


terça-feira, 17 de outubro de 2006

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Amanhã I Mooca– A distrital realiza

reunião com a palestra Planejamento tributário com risco zero, ministrada pelo vicepresidente do Sescon e diretor da Seteco, José Maria Chapina Alcazar. Às 19h. I Santo Amaro – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Butantã – A distrital promove a palestra Aumentando suas vendas com criatividade, ministrada pelo consultor Walmir Bello. Vagas limitadas. Confirmar presença até o dia 16 pelos telefones 3032-8878/3032-8873 ou pelo e.mail dbutanta@acsp.com.br. Às 19h30. I Centro – A distrital promove homenagem a policiais civis e militares, guarda-civis metropolitanos e bombeiros. Às 19h30, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Vila Maria – A distrital promove entrega de Marco da Paz a policiais civis, militares, bombeiros e guardas-civis metropolitanos pelos seus atos de bravura. Às 19h30.

Quinta I Centro – A distrital realiza

reunião do núcleo setorial de salões de restaurantes e lanchonetes do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes M. Martins. Às 19h. I Lapa – A distrital promove a Festa da Lapa 2006 em comemoração ao 55º aniversário da distrital. Serão homenageadas as entidades de classe que se destacaram pelos projetos sociais. Às 19h30. I Santana – A distrital realiza reunião com a palestra Precatório - Poder liberatório para pagamento de tributos, ministrada por Duilio Martini Filho. Às 19h45.

Sexta I Comex - O vice-presidente

da ACSP Renato Abucham coordena reunião-almoço da Comissão de Comércio Exterior, com a participação de Marco Antonio Borges de Siqueira, chefe da divisão de facilitação comercial da Receita Federal. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre (Espaço Nobre de Reuniões e Eventos).

Domingo I Penha – A distrital promove

evento em comemoração ao aniversário do bairro. Na ocasião, haverá a 3ª. Etapa do Circuito de Bandas e fanfarras do Estado de São Paulo. Avenida Governador Carvalho Pinto com a rua Florêncio (Parque Tiquatira). Às 9h.

Compor tamento Urbanismo Religião Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Deus nos deu a inteligência para decidir quem vai nos governar. D. Cláudio Hummes, cardeal-arcebispo de SP

MAIS DE 12 MIL FIÉIS ESTIVERAM NAS MISSAS

Em casa, santa não faz milagre Na zona sul, paróquia de santa Edwiges, padroeira dos endividados, passa por dificuldades para pagar contas de água, de luz e de hóstias Fotos de Luiz Prado/Luz

D

itados populares têm lá sua sabedoria. Por mais que ajude os endividados do Brasil e do mundo, santa Edwiges, cujo dia foi comemorado ontem, está devendo uma mãozinha a seus fiéis do Jardim Santo Antônio, no extremo sul de São Paulo. Próxima ao terminal João Dias, a paróquia de santa Edwiges tem passado por sérias dificuldades financeiras, a ponto de atrasar o pagamento de contas de água, de luz, de telefone e até das hóstias oferecidas aos fiéis durante as missas. Mas a comunidade é perseverante. Além de pedir à santa soluções para problemas financeiros particulares, não se nega a ajudar a paróquia nas chamadas missas do quilo, nas quais cada fiel contribui com um quilo de alimento para ajudar as famílias necessitadas. Mais: contribuem na arrecadação de fundos para reformar o prédio da igreja, erguido há quase dez anos e que ainda exibe tijolos sem revestimento. Santuário – A mesma perseverança veio à tona no Santuário de Santa Edwiges, no Sacomã, também na zona sul. Empurrada pela multidão em direção ao altar, Josefa Barros Leite, de 58 anos, ficou espremida por mais de uma hora durante a missa. A pouco mais de um metro de distância do sacrário, ela não arredou pé. Com firmeza, segurava em uma das mãos uma pequena imagem da santa Edwiges. Na outra, uma flor, um presente e um pedido em troca do sacrifício: "Peço que a santa ajude meus filhos a saldarem suas dívidas. Eu, graças a Deus, estou bem", disse uma Josefa solidária. Estima-se que mais de 12 mil pessoas tenham assistido às missas que se repetiram no santuário a cada duas horas, em homenagem à padroeira dos endividados. Muitas traziam chaves de casas e de carros, carteiras, bolsas e carteiras profissionais em busca de graças financeiras. Eleição – O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, participou do encontro e celebrou a missa das 15h. Sem abandonar o tom político e social que geralmente imprime às suas palavras, o cardeal aproveitou a presença dos fiéis que lotavam a igreja para falar sobre a importância do momento atual, marcado pelo segundo turno das eleições. "Deus nos deu a inteligência para decidir quem vai nos governar. Vamos pedir as luzes de Deus para não errarmos. Se não errarmos, será menor o sofrimento". O arce-

Fiéis lotaram ontem o Santuário de Santa Edwiges, no Sacomã, para pedir graças. A maioria queria ajuda para saldar dívidas. Josefa Barros Leite (no alto, à dir.) ficou espremida por mais de uma hora durante a missa. Ela pediu ajuda para os filhos pagarem o que devem. D. Cláudio Hummes (à esq.) celebrou a missa das 15h sem abandonar o tom político e social de suas palavras. Ele ressaltou a importância de votar certo no segundo turno e pediu mais emprego.

bispo também apelou a Santa Edwiges, mas por trabalho, emprego e pela superação das dívidas. Atenta ao sermão, a auxiliar de enfermagem Helena Bispo, de 55 anos, exibia a carteira profissional do irmão, desempregado há quase um ano. "Também estou agradecendo uma graça alcançada. Há dois anos me livrei de dívidas com

agiotas. Desde então, venho à igreja de Santa Edwiges todos os meses no dia 16". Inquilinos – Já aposentado, Nelson Altieri, de 78 anos, foi ao santuário apenas para agradecer. Ele conta que pediu à santa uma ajuda indireta: "Minha solicitação foi por meus inquilinos, que estavam em dificuldades e não pagavam mais os aluguéis.

Como ela os ajudou, me beneficiei com o recebimento em dia", disse Altieri. Dalva Maria, de 52 anos, se tornou devota de santa Edwiges em 1995, quando começou uma novena para realizar o sonho da casa própria. "Um ano depois, consegui comprar minha casa com a ajuda dela", conta. Hoje, pede apenas saúde para a família.

História –De origem nobre, a jovem Edwiges casou-se com um príncipe, mas jamais deixou de ajudar os pobres, os idosos e os doentes. Ficou conhecida por saldar dívidas dos que eram presos pelo não pagamento de contas. Além disso, construiu asilos, hospitais e igrejas. Santa Edwiges morreu na Alemanha no dia 15 de outubro de 1243. (FV e Redação)


4

Te l e f o n i a Sem fio Linux Economia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

É A PRIMEIRA PLATAFORMA COM VERSÃO INTEGRADA

Divulgação agressiva mostra as inovações obtidas pelo mercado Linux com a Novell

Divulgação

LINUX x WINDOWS

Código aberto para o mercado corporativo

Tela do SUSE Linux Enterprise 10, que foi concebido para o mercado corporativo. Sua meta é conquistar parte do mercado de sistemas operacionais para computadores pessoais.

Com o nome "Seu Linux está pronto", a iniciativa da Novell chega ao Brasil e à América Latina com o apoio de empresas como IBM, HP, Dell, Oracle e Intel, que já certificaram hardware e software. Por Fábio Pelegrini m mês após o lançamento nos Estados Unidos, a Novell reafirmou a sua posição como grande fornecedora de software de código aberto, Linux, apresentando ao mercado brasileiro o SUSE Linux Enterprise 10. Desta vez, além de focar o mercado corporativo, a ação também buscará abocanhar uma parte das vendas de sistemas operacionais para computadores pessoais da sua principal concorrente, a Microsoft. Em coletiva de imprensa a companhia, a Novell afirma

Tela de gerenciamento de fotos do SUSE Linux

Veja o quanto você depende dos aparelhos digitais que fazem parte do dia-a-dia e como eles estão afetando sua vida.

que seu sistema é o mais maduro e completo do mercado, com interface amigável, profissional e agradável. O software suporta rodar múltiplas estações virtuais sobre um mesmo hardware, com a versão 3.0.2 do Xen, solução de virtualização de código aberto para servidores. A plataforma chega ao país apoiada por uma campanha de marketing que demonstra a determinação da Novell em crescer no mercado de desktops. Com o título "Seu Linux está Pronto" ("Your Linux is Ready"), a iniciativa inclui lançamentos no Brasil e na América Latina e conta com o apoio de empresas como IBM, HP, Dell, Oracle e Intel, que já certificaram seus respectivos hardwares e softwares para suportar o Suse10. Campanha agressiva – Para Ricardo Fernandes, presidente da Novell no Brasil, a campanha é bastante agressiva e visa mostrar a inovação obtida pela comunidade de desenvolvedores em código aberto em conjunto com a Novell, que introduziu esse desenvolvimento em suas soluções corporativas. "A Novell adquiriu a Suse há dois anos e meio e para nós é um marco extremamente importante esse lançamento, pois marca o traba-

lho conjunto da Comunidade com toda a competência da Novell. Essa é a primeira versão que sai efetivamente com a mentalidade, DNA e todo norteamento por parte da Novell, visto que as versões anteriores ainda seguiam diretrizes de sua origem alemã", diz Fernandes. Em relação ao mercado, ele diz que a adoção do Linux em desktop deve crescer como ocorreu em relação à adoção em servidores. Isso porque é preciso analisar que a versão do servidor estava infinitamente mais madura do que a dos desktops. "Com o Suse 10 acreditamos que em termos de maturidade estamos lançando uma versão similar a do servidor. Se olharmos para trás, questão de 3 ou 4 anos, quando perguntaram para a Novell: o linux vai efetivamente pegar? A resposta sempre foi sim, só que era preciso de tempo para começar a deslanchar. Hoje, olhando a realidade do mercado, percebemos que no servidor – ao contrário do que se falava naquela época – já é uma realidade, mais notadamente em missões críticas. Da mesma forma, por uma tendência e analogia, a expectativa é que haja um crescimento agressivo no desktop", completa. No entanto, o presidente da

Novell prefere ser mais cauteloso quando o assunto é sobre uma migração brusca do sistema anterior para o Suse. "Tudo vai depender da aplicação e do usuário, mas a nossa mensagem para o mercado e para o mundo coorporativo é: fuga do tudo ou nada. Não migre 100% da sua base e em uma única vez. É preciso analisar quais áreas podem adotar o sistema sem atrapalhar o fluxo do trabalho. Se for um usuário da área finanças de uma empresa, que tem uma utilização mais intensa de desktop, indicamos que fique para um segundo terceiro momento. Já a área de call center, por exemplo, é um tipo de cliente que tem buscado esta solução porque é a interação do usuário com aplicativos é menor. Sendo assim, essa é uma área que se pode migrar imediatamente para desktop linux, o que pode reduzir drasticamente os custos", orienta Fernandes. Outro fator importante é a questão dos aplicativos que acompanham o Suse. Segundo o próprio presidente da Novell, existem estatísticas que apontam que os custos de manutenção de licença de Office são de 20% a 30% dos recursos de TI de uma companhia. Nesse caso, o OpenOffice e aplica-

COMO ANDA SUA INCLUSÃO DIGITAL? Guido Orlando Júnior fim de testar sua inclusão digital repito aqui um teste que elaborei por brincadeira e foi publicado em 2004. Fiz algumas modificações, mas continua valendo da mesma forma. É sempre bom fazê-lo de vez em quando para ver o quanto os aparelhos e nossa vida digital estão nos influenciando. Ele segue os moldes desses que as publicações fazem de vez em quando, para medir o nível de stress, ansiedade, potência sexual e tantas outras medições que se dizem científicas. Mas esse aqui, além de não ser nada científico, alerta sobre o mundo em que estamos vivendo. Pegue uma caneta e comece a marcar as alternativas com as quais você mais se identifica: 1 - Em casa, ao utilizar o forno de microondas, você já: a) Digitou alguma senha em vez de marcar o tempo; b) Ficou impacientemente olhando o prato girar, como se ele fosse demorar uma eternidade para ficar pronto; c) Conferiu sua agenda eletrônica quando o forno deu o alarme que o prato estava aquecido. 2 - Em um jogo de baralho, percebe que: a) Você não joga paciência com cartas de verdade há anos; b) Acha que as cartas estão opacas, pois não têm o mesmo brilho do monitor; c) Ao chegar sua vez, pega o celular na mesa para clicar como se fosse o mouse. 3 - Ao convidar um colega de trabalho que está a 5 metros de

distância para almoçar, você: a) Faz o convite via e-mail; b) Pergunta via mensagem instantânea; c) Disca o ramal dele e deixa um correio de voz, se estiver ocupado. 4 - Quando você tem que telefonar para alguém de sua família, normalmente: a) Liga para o celular; b) Liga para o trabalho; c) Liga para casa. 5 - Você não consegue falar com um colega que não vê há tempos por que: a) O e-mail dele mudou; b) O e-mail dele mudou; c) O e-mail dele mudou. 6 - Você precisa comprar um envelope para mandar uma carta e percebe que: a) Não tem a menor idéia quanto custa um envelope; b) Não se lembra o que é uma carta; c) Resolve mandar um email. 6 - São duas da manhã, você terminou de fazer o imposto de renda se dá conta que os Post-It coloridos acabaram. Você: a) Entra em pânico; b) Procura no quarto de sua filha; c) Se acha um completo desorganizado. 7 - Em uma roda de amigos, você diz que conhece uma piada muito boa, mas não conta por que não se lembra direito. No dia seguinte, você: a) Redireciona o e-mail com a tal piada para eles e cada um ri sozinho; b) Lê a piada antes de mandar e desiste, pois ela não é tão engraçada assim; c) Procura o e-mail, mas percebe que excluiu de seu micro.

8 - Ao atender ao telefone em casa, você: a) Fala o nome da empresa onde trabalha; b) Diz seu nome e dá bom dia, boa tarde ou boa noite; c) Pensa onde está sua secretária, que não atendeu antes. 9 - Ao tocar o telefone em sua casa, você diz para quem atende: a) "Diga que estou em reunião"; b) "Diga que estou na outra linha e que ligo depois"; c) "Diga para mandar um email". 10 - Seu celular toca, mas você não consegue identificar a ligação. Sua atitude é a seguinte: a) Não atende e deixa entrar a caixa postal; b) Atende, mas se for um mala, simula falta de sinal de desliga; c) Marca o número do mala na memória para saber quando ele ligar de novo. 11 - Em um lugar público, ao escutar um celular tocando, você: a) Imediatamente pega o seu, mesmo que o toque seja diferente; b) Fica frustrado, pois a ligação não era para você; d) Para disfarçar, faz uma ligação qualquer. 12 - Ao pegar o telefone em sua casa para fazer uma ligação, você: a) Disca 0 para pegar linha; b) Disca 9 para pegar linha; c) Acha estranho ele dar linha sem precisar discar nada. 13 - Se você esquecer seu celular em casa, qual sua reação:

a) Sente-se desconectado do mundo; b) Volta para pegar; c) Pára na primeira farmácia e compra um remédio para a memória. 14 - Quando seu computador quebra, você: a) Entra em depressão; b) Fica completamente perdido, sem saber o que fazer; c) Liga para o analista. 15 - Se precisar trabalhar em casa algum dia, você: a) Coloca o terno ou a roupa de trabalho normalmente; b) Sai para almoçar fora para aproveitar o vale-refeição e leva o notebook; c) Avisa o porteiro do prédio que está muito ocupado e que não pode receber ninguém. 16 - Em um feriado, você: a ) A c o rd a n o horário de sempre e não consegue dormir mais; b) Não agüenta a curiosidade e dá uma olhada nos emails; c) Pega o carro para dar uma volta e quando percebe, está em frente ao escritório. Se você se identificou com algumas ou várias respostas, então precisa: a) Ganhar na Mega Sena acumulada sozinho e largar tudo isso o mais rápido possível; b) Tirar férias; c) Deixar como está pra ver como é que fica. Atenção: caso sua resposta para essa última questão tenha sido a resposta 'A', você ainda tem salvação. Caso contrário é um caso perdido.

tivos que acompanham o Suse, passam a ser aliados, no crescimento da adoção do novo sistema. "No suse vem um série de ferramentas, compatíveis com as dos concorrentes, bem mais avançadas e com um nível de profissionalismo mais próximo da realidade. A aplicabilidade do negócio é ampla. Não digo que vamos abocanhar os 95% do mercado, que hoje é da Microsoft, mas a idéia é crescer muito. A perspectiva é um crescimento agressivo, da casa dos dois dígitos", completa o presidente da Novell no Brasil. O SUSE Linux Enterprise 10 é a primeira plataforma empresarial a incluir uma versão totalmente integrada e com suporte do Xen 3.0, o padrão emergente de código aberto para serviços de virtualização. O Xen 3.0 permite às organizações consolidar múltiplas cargas de trabalho em um único servidor. Com ele, os clientes podem configurar aplicações e sistemas para a máxima eficiência. De acordo com o Gartner, o data center utiliza em média 20% de sua capacidade. Com a virtualização Xen no SUSE Linux Enterprise, os clientes poderão aumentar a capacidade de utilização do servidor para cerca de 70%.


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Nossa resposta será à altura dessa manobra de vencer no tapetão." Marco Aurélio Garcia

IDELI ACUSA PSDB DE PRECONCEITO

PARA LULA, DOSSIÊ FOI UMA GRANDE BURRICE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, disse ontem que não vai cortar gastos públicos. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ele disse há margem limitada de redução de despesas. Lula ainda ironizou a proposta do PSDB de cortar R$ 60 bilhões nos gastos do governo. "Isso é uma heresia. É sufocar este país a mais 20 anos de arrocho", disse Lula. "Quando se fala em gasto corrente, a gente já sabe: vai cortar em gastos sociais. Só com crescimento a gente poderá fazer as coisas", acrescentou. A entrevista foi gravada no Palácio da Alvorada em Brasília. Lula relatou que a União arrecada cerca de 360 bilhões de reais, sem muita margem de corte. Deste total, 160 bilhões de reais são dirigidos aos pagamentos da Previdência Social; 45 bilhões vão para a área de Saúde; e 107 bilhões de reais vão para a folha de pagamento dos servidores públicos. "Não sobra dinheiro para os investimentos", concluiu. Para aumentar a taxa de investimentos, Lula sugeriu reduzir a taxa de juros "de forma contínua", hoje em 14,25%, além de realizar Parcerias Público Privadas (PPPs), para atrair o capital privado nacional e externo. Questionado sobre a necessidade de o governo realizar uma reforma na Previdência Social, Lula disse que, em um eventual segundo mandato, não fará um projeto próprio de mudanças. "Não vai ter uma proposta do governo, vou juntar todos os segmentos da sociedade interessados na Previdência Social, os trabalhadores da ativa e os aposentados, mais empresários e governo, e vamos discutir que tipo de reforma podemos fazer", explicou. Corrupção – Lula disse que afastou o deputado Ricardo Berzoini da coordenação de

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente e candidato à reeleição afirmou que a falta de explicações do ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini, levou à sua demissão. Lula disse também que a proposta do PSDB de cortar R$ 60 bilhões de gastos do governo "sufocaria o País em mais 20 anos".

A ordem dada à Polícia Federal é que não deixe pedra sobre pedra. Pode demorar um dia, um mês ou um ano, mas que vamos descobrir, vamos.

Ricardo Stuckert / Divulgação

Vou juntar os trabalhadores da ativa, aposentados, empresários e governo, para discutir a reforma da Previdência Social.

É difícil fazer as duas funções. A coisa mais correta é acabar com a reeleição, não tem jeito. Eu não gosto, não é bom para o Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva

'Corte de gastos significa reduzir investimentos sociais', disse Lula, que defendeu o crescimento econômico, redução de juros e parcerias.

sua campanha porque o então presidente do PT não conseguiu dar explicações sobre a compra de um dossiê com documentos contra tucanos. "Chamei o presidente do partido e perguntei: quero saber quem fez essa burrice. Porque foi de uma sandice inominável. Ele me disse que não sabia. Eu falei: Ricardo, você que é o presidente do partido tem obrigação de apresentar à sociedade brasileira a resposta. Ele não deu e, na quarta-feira, eu o afastei da coordenação da campanha", afirmou. Dias depois, Berzoini deixou a presidência do PT. O presidente garantiu que a

Polícia Federal vai trazer a público a origem do dinheiro envolvido na frustrada transação. "A ordem dada à Polícia Federal é que não deixe pedra sobre pedra. Pode demorar um dia, um mês ou um ano, mas que vamos descobrir, vamos", disse. Lula admitiu que preferia que os próprios envolvidos no caso explicassem a origem do dinheiro. "O método rápido, o pau de arara, acabou porque nós conquistamos isso. Esse país tem Ministério Público, Polícia Federal", afirmou, referindo-se ao período da ditadura militar, quando os órgãos da repressão torturavam presos políticos

para obter confissão. Sobre o escândalo de corrupção e o suposto envolvimento de ministros do governo, Lula ponderou que formar a equipe é "como escalar uma seleção". Segundo ele, a escolha se dá a partir das qualidades que as pessoas tinham mostrado até então. "Na medida em que a opinião pública julgou que José Dirceu e Antonio Palocci não podiam mais ficar nos cargos, eles foram afastados", disse, referindo-se aos ex-ministros da Casa Civil e da Fazenda, que pediram afastamento do cargo. Reeleição – Antes de a gravação do Roda Viva ter início,

mas já com a transmissão em andamento, foi possível ouvir comentários do presidente. Lula, que mais uma vez falou do incômodo de desempenhar as funções de presidente e de candidato ao mesmo tempo, defendeu o fim da reeleição. "É difícil fazer as duas funções. A coisa mais correta é acabar com a reeleição, não tem jeito. Eu não gosto, não é bom para o Brasil", disse, defendendo um mandato de cinco anos para presidente. Pregando a alternância de poder, o presidente deu a entender que se candidatou novamente porque "esta era a regra do jogo".

No comentário que introduziu suas declarações sobre a reeleição, Lula soltou um palavrão ao enumerar os próximos compromissos de sua agenda de candidato. "Hoje e amanhã eu vou à Paraíba, ao Rio Grande do Norte, ao Pará, ao Amazonas, ao Rio de Janeiro, para encontro com artistas, depois volto para São Paulo, para entrevista para a Folha de S.Paulo. Depois dou entrevista para a (TV) Record, depois tem debate no SBT, depois tem mais comício, depois tem debate na Record, depois tem debate na Globo, depois tem eleição e acabou. P..., viu?" Lula gravou o programa, que vai ao ar sempre às segundas-feiras, acompanhado do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e do coordenador nacional da campanha, Marco Aurélio Garcia. (Agências)

Lula Marques / Folha Imagem

SENADORA VÊ PRECONCEITO EM ADESIVOS

'PSDB QUER GANHAR NO TAPETÃO'

A

A

líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), entregaria ainda ontem ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, uma série de folhetos que comprovam a "campanha preconceituosa" que está sendo feita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela se referia a adesivos que imitam uma placa de trânsito sinalizando proibido (um círculo vermelho com um corte transversal), tendo ao fundo uma mão desfalcada do dedo mínimo. O adesivo traz ainda a frase: "Lula - Mais quatro anos, não." Adesivos semelhantes foram fotografados em várias cidades de Santa Catarina e chegaram a ser apreendidos por ordem judicial no Rio Grande do Sul, quando estavam sendo distribuídos nas ruas por militantes do PSDB, que faziam campanha para a candidata tucana ao governo gaúcho, a deputada Yeda Crusius. O material foi apreendido por determinação da juíza Ângela Maria Silveira, que determinou busca e apreensão dos adesivos por considerá-los uma manifestação preconceituosa contra o presidente Lula. (AE)

PARA MARTA, A CULPA É DOS TUCANOS

A

ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, acusou o PSDB e o candidato do partido à Presidência, Geraldo Alckmin, de serem responsáveis pela produção e distribuição de adesivos contendo uma imagem de uma mão aberta com apenas quatro dedos, tarjada com o símbolo de proibido. Os adesivos usam com ironia mórbida o defeito físico do presidente e vêm sendo distribuídos há vários meses em diversas capitais do País. "Nós sabemos que é campanha de tucano e Geraldo Alckmin tem que explicar isso", disse Marta, acusando os tucanos de usarem dinheiro não contabilizado para conduzir essa estratégia. "Como não está assinado, ainda por cima é caixa dois de campanha pagando coisa apócrifa. Isso nós não podemos tolerar."

campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às críticas do PSDB sobre a atuação da Polícia Federal na investigação da origem do dinheiro que seria usado para comprar um dossiê contra políticos tucanos. Em entrevista realizada ontem, o coordenador nacional da campanha e presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, e os governadores eleitos Marcelo Déda (PT), de Sergipe, e Jaques Wagner (PT), da Bahia, disseram que os tucanos estão tentando desmoralizar instituições democráticas para vencer no tapetão. Os três petistas criticaram as afirmações de políticos tucanos de que o governo teria orquestrado uma "operação-abafa" para proteger Freud Godoy, exassessor especial de Lula. "Isso é uma irresponsabilidade. Ele estão querendo levantar lebre para suspeitar de instituições sérias, mas não vão ganhar eleição com mão grande", disse Jacques Wagner. "Nossa resposta será à altura dessa manobra de tentar resolver essa eleição no tapetão", afirmou Garcia. "Não será com factóides e subterfúgios que vamos resolver a eleição". (Agências)

Para os três petistas, os tucanos tentam desmoralizar as instituções e ganhar o jogo "na mão grande".

CAMPOS E YEDA LIDERAM PESQUISAS

O

favoritismo do candidato ao governo de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi confirmado neste final de semana na pesquisa Vox Populi/Jornal do Commercio, a primeira realizada pelo instituto neste segundo turno da eleição no Estado. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia tem 58% das intenções de voto, contra 33% do seu adversário, o governadorcandidato Mendonça Filho (PFL). Se computados somente os votos válidos, o socialista abriria uma diferença de 28 pontos sobre o pefelista – 64% contra 36%. A mesma pesquisa mostrou que o presidente Lula (PT) conta com 77% da preferência do eleitorado do Estado onde nasceu. Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com 19%.

Rio Grande do Sul – A candidata do PSDB ao governo gaúcho, Yeda Crusius, recebeu 59,1% da preferência dos entrevistados pelo Instituto Methodus, ante 34,% do adversário do PT, Olívio Dutra. Para a sondagem, divulgada ontem, o instituto entrevistou 2.023 eleitores acima de 16 anos em 50 municípios entre os dias 10 a 12 de outubro. Os dois candidatos terão uma intensa agenda de debates nesta semana, que começou no domingo com um encontro na TVCOM, emissora do grupo RBS. Amanhã, os ambos participam de encontro na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado (Federasul). Paraná – PT e PMDB formalizaram ontem um acordo, mas o candidato Roberto Re-

quião ainda não embarca na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador licenciado ainda não se posicionou sobre quem vai apoiar na eleição presidencial. Por outro lado, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), licenciou-se para ir às ruas fazer campanha por Osmar Dias (PDT) e pelo candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB). A executiva do PSDB regional decidiu pelo apoio a Osmar Dias. Neutralidade – O PDT decidiu liberar os militantes e não apoiar oficialmente nenhum dos dois candidatos à presidente, ou seja, os integrantes do partido ficam livres para escolher em quem votar. O candidato derrotado do partido, Cristovam Buarque, não poderá manifestar seu voto. (AE)


terça-feira, 17 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


6

Sem fio Linux Economia We b

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

o índice e-flation já contabiliza 12,8% de deflação em relação aos 12 últimos meses.

A INTERNET TEM SEU ÍNDICE DE PREÇOS: E-FLATION.

Deflação. Na internet. DVDs" (1,72%) e "Telefonia", que registrou a maior alta, com 3,87%, já indicando a tendência de crescimento fomentada pelas compras natalinas. Já na avaliação da cesta composta apenas por automóveis, o Provar/FIA registrou deflação de 0,60 % para o período. Segundo Claudio Felisoni, coordenador geral do Provar/FIA, o índice e-flation já contabiliza 12,8% de deflação em relação aos resultados apurados nos 12 últimos meses. O Provar - Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA) - foi criado em 1992 com o objetivo de promo-

exatamente com as mesmas categorias do modelo inglês, para reconhecer os projetos, pessoas e empresas que se destacaram na comunidade de ITSM durante o ano. "O reconhecimento do itSMF àqueles que se esforçaram para aplicar e difundir as melhores práticas em tecnologia da informação colabora com o desenvolvimento dessa cultura no mercado brasileiro", analisa Geraldo Coen, presidente do itSMF Brasil.

os dias 18, 19 e 20 próximos será realizada a Borland Manager Conference 2006 e a Developer Conference da Borland, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Serão discutidos assuntos ligados ao aumento de produtividade dos desenvolvedores individuais e das empresas e a qualidade do software de exportação. O encontro é destinado a profissionais da área de desenvolvimento, gerentes de projetos e diretores de TI. A presença de especialistas, palestras e a realização de

minicursos são alguns dos atrativos do evento. A conferência contará também com mais de 70 especialistas em criação de software e palestrantes de outros países, como Nick Rodges, gerente de produtos Delphi, e Miroslav Novak, expert em arquitetura e modelagem. A empresa de soluções para meios de recebimento e pagamento, a Cobre Bem Tecnologia, por exemplo, realizará a palestra Automação bancária em aplicações Delphi. "O objetivo da palestra é mostrar aos desenvolvedores como ganhar tempo e

dinheiro incluindo o componente Cobre Bem X, utilizado por organizações, como Correios, Sul América e AACD", explica Fernando Monteiro, diretor comercial. O Cobre Bem X é um componente que possibilita emissão de boletos bancários online e offline para 57 bancos e 446 carteiras de cobrança, geração de arquivo remessa e leitura do arquivo retorno para 36 bancos, arquivos de débito automático em conta para 14 bancos. Informações no site http://info.borland. com.br/borcon/inscricao. htm ou tel. (11) 2165-8073.

DICAS DC

120 gigabytes. Portátil. s equipamentos portáteis de armazenamento vêm ganhando destaque cada vez maior. Não apenas pela crescente importância das informações, mas também em razão do aumento nas vendas de notebooks. A constatação vem com a pesquisa "The Face of the Web", apresentada pela consultoria Ipsos. Segundo o levantamento, as vendas de notebooks no mercado mundial cresceram 8% durante o ano de 2005 e o número de lares com computadores aumentou apenas 2 pontos percentuais. Na esteira desse crescimento, a distribuidora Controle Net, está trazendo ao Brasil uma solução de armazenamento, transporte de dados e backup ideal para usuários de notebooks. Trata-se do HD Externo Portable de 120GB, da Iomega. As configurações dos laptops e notebooks já apresentam alta performance, mas os usuários guardam uma quantidade de dados cada vez maior, gerando necessidade de expansão da capacidade de

Divulgação

entre ontem e hoje. A premiação, ao final do primeiro dia da conferência, prometia indicar os destaques da comunidade brasileira de melhores práticas em tecnologia nas categorias: empresa pioneira em treinamento; empresa inovadora em serviços; estudante do ano - ITIL Service Manager; projeto do ano; e destaque do ano da comunidade ITSM. Seguindo a tradição do itSMF Internacional, o fórum nacional criou o prêmio

2,7%

Desenvolvimento: como aumentar a produtividade.

itSMF Brasil: as melhores práticas em TI. itSMF Brasil capítulo brasileiro do IT Service Management Forum — organização independente internacional sem fins lucrativos, dedicada a disseminar as melhores práticas em gerenciamento de serviços de tecnologia da informação (TI) — anuncia a criação de cinco prêmios. Os prêmios serão entregues no evento itSMF Brasil Conference 2006, no Centro de Eventos do Shopping Frei Caneca, em São Paulo,

ver pesquisas e oferecer treinamento para o setor de varejo, um grande empregador da mão-deobra. O propós ito do programa é manter parceria entre acafoi quanto baixaram dêmicos e executivos os preços de de organimercadorias na web z a ç õ e s l ineste mês gadas direta ou indire t a m e n t e ao varejo do comércio, à distribuição, aos serviços e ao mercado de consumo.

aç ão

setembro. Em relação ao mês de setembro, observou-se uma diminuição significativa nos preços, especialmente, na categoria "Viagem e Turismo" (13,25%), o mesmo setor que, em setembro, foi responsável pelo registro de inflação. De acordo com o levantamento, entre as categorias que registraram deflação estão "Livros" (8,27%), "Produtos para casa" (6,08%), "Informática (3,70%) e, inusitadamente, "Brinquedos" (2,03%) — exatamente no mês da criança. Entretanto, observou-se discreta inflação no produtos das categorias "Linha Branca" (0,13%), "Perfumaria" (0,95%), "CDs e

lg

s preços na Internet baixaram neste mês de outubro em relação ao mês anterior. Foi o que apurou o índice e-flation, desenvolvido pelo Provar - Programa de Administração do Varejo, da Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Canal Varejo - Consultoria em Varejo de Bens e Serviços. Segundo o estudo, criado para registrar a movimentação de preços de produtos adquiridos de maneira online, em outubro o preço dos produtos vendidos pelas empresas que mantém lojas eletrônicas na Internet sofreu deflação de 2,7% em relação a

Di vu

A baixa se deve ao item turismo, que foi responsável pela inflação do mês anterior

HD externo da Iomega: espaço.

armazenamento. E, nesse contexto, o HD Portátil da Iomega de 120GB pode ser a solução. Nele, há espaço suficiente para armazenar até 60 horas de vídeos, mais de 2 mil horas de músicas e 480 mil fotos, em média - tudo isso em apenas 13cm de comprimento, 7,5cm de largura e 1,2cm de espessura e 163 grama de peso. Com sua grande capacidade, aliada à portabilidade, usuários de desktops também descobriram vantagens: uma maneira prática e segura de transportar grandes volumes de dados em uma só mídia. O HD Externo Portable Iomega é prático, porque tem conexão USB 2.0 (Hi-Speed USB) e, assim, não requer

fonte de energia externa. Além disso, é plug and play, sendo reconhecido imediatamente pelo computador (Pc ou Macintosh). Outra vantagem, especialmente para os usuários de notebooks, é sua tecnologia de HDs de 2.5 polegadas, menor e mais eficiente no consumo de energia. Com performance de 4200 rpm e software de backup automático com solução de recuperação incluído, HD Portable Iomega de 120GB já está disponível no Brasil, ao preço sugerido de R$ 2.124,00, nas lojas Americanas, Gimba, Saraiva, Submarino e também em www.controle.net ou pelo telefone (11) 3037-7257.

LCD na altura que você quiser Você não agüenta mais esticar o pescoço? Seus problemas acabaram. Está à venda nas lojas Forma, um braço ajustável que pode ser utilizado em monitores LCD utilizados em escritórios e em home offices. Ele é de fácil ajuste, oferecendo estabilidade, e pode ser configurado para uso em todas as variações de estação de trabalho, até mesmo aquelas que exigem a utilização de diversos monitores ao mesmo tempo. É ecologicamente correto: 90% do material de fabricação é reciclado. Preço: US$ 980, mais 5% de IPI. Tel: (11) 5031-6300.


terça-feira, 17 de outubro de 2006

Linux Economia We b Brinquedo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Bush receberá poster com mais de mil mensagens escritas e autografadas em bumbuns

DO RELÓGIO À ÁGUA A BUSH, O GIRO DA INTERNET.

INTEL A empresa lançará versões de processadores de 45 nanômetros em 2007

@ Ó RBITA

INTEL 2 Com eles, a companhia vai melhorar seu desempenho em cerca de 20%

Por João Magalhães

CARONA popularidade do YouTube, que foi às nuvens no começo do ano, cresce cada vez mais. Milhares de internautas continuam caçando as atrações do site de vídeos. Mas a maioria digita "Utube" no campo de endereços de seus browsers, em vez de "YouTube". Resultado: o site da Universal Tube Rollform Equipment Corp, empresa modesta – tem apenas 17 funcionários – que comercializa maquinário usado para corte de metal e tem aquele nome na web, transformou-se de repente no mais famoso de seu ramo. Só em agosto último teve 68 milhões de pageviews. Os índices subiram mais ainda na semana passada, quando foi anunciada a compra do YouTube pelo Google. Subiram tanto que o site da homônima do líder dos sistemas de buscas saiu do ar. "A enxurrada de acessos não nos deixou trabalhar. Perdemos cerca de US$ 300 mil em vendas", disse Ralph Girkins, presidente da Universal Tube, à Associated Press. Moral da história: nem sempre a fama leva à fortuna. Link: http://www.utube.com/

HD GOOGLE

NOTÍCIAS otícias do mundo real para o mundo virtual e vice-versa . Esse é o mais novo projeto da agência de notícia Reuters, que abriu uma filial no Second Life, uma espécie de universo paralelo em 3D que contabiliza cerca de 400.000 usuários ativos em todo o mundo. Adam Reuters, pseudônimo que o jornalista da Reuters, Adam Pasik, adotou para trabalhar no Second Life, chefiará uma equipe de redatores que fornecerão conteúdo através de um blog e de um dispositivo portátil. Este realiza transações financeiras diárias no valor de US$ 350 mil, graças à compra de bens virtuais – que vão de imóveis a órgãos sexuais. As operações são feitas em dólares Linden. Esse tipo de negócio tem atraído Toyota, Sony BMG, Sun Microsystems, Reebook, Adiddas, Coca-Cola e CNET. Link: http://secondlife.com/

oi por acaso que o internauta suíço Corsin Camichel descobriu a próxima atração do Google. Ele estava fuçando os recursos do Wrytely, processador de textos online ao estilo do Word, quando se deparou com um link que levava a uma página chamada PlatyPus (ornitorrinco, em inglês). De que se tratava? Simplesmente de um HD virtual que deve ser lançado em breve pelo líder dos sistemas de buscas. A página do PlatyPus foi retirada temporariamente do ar, mas Camichel conseguiu capturar uma imagem dela e listar algumas de suas interessante características. Anote: 1. O Platypus faz um backup

completo de seus arquivos para que você possa recuperálos em segundos, se computador pifar. 2. Ele funciona em várias máquinas sincronizadas mesmo que elas rodem diferentes sistemas operacionais. 3. Ele permite que você crie espaços para compartilhar sue trabalhos com outros usuários. 4. Você está conectado a uma VPN (Rede Virtual Privada) e perde o acesso a ela? Sem problemas. Com o Platypus você pode ver seus arquivos diretamente no site Troutboard, que,ainda não acessível porque é parte interna do projeto. http://cocaman.ch/ _platypus/ http://www. troutboard.com/

RELÓGIO MOVIDO A ÁGUA em pilha, nem bateria, nem eletricidade. O relógio-despertador ao lado funciona apenas - pasme! com água. Ele é dotado de um conversor interno que extrai os elétrons das moléculas do líquido e as transforma em células de energia. Possui ainda um pequeno reservatório na parte posterior que pode ser

adornado com uma flor. A novidade custa US$ 12,99 e pode ser comprada no ThinkGeek. http:// www. thinkgeek. com/ homeoffice/ lights/757e/

BUSH urge cada uma na web, que a gente jamais poderia imaginar. Recentemente, foi lançado o projeto "Beije meu bumbum Bush", cujo objetivo é fazer um pôster de 1000 mensagens escritas em bumbuns para envia-las ao presidente norteamericano. O mais interessante é que o site do projeto, em pouco tempo, já recebeu mais de 300 bumbuns autografados. Link: http://www.kissmyass george.com/

COPIAR E COLAR epois dos ataques ao Google, a Copiepresse, entidade que gerencia os direitos autoriais de jornais da Bélgica, ameaça agora investir contra a Microsoft. Semana passada, segundo o site francês 01Net, a Copiepresse enviou um email à direção da Microsoft, avisando que tomará providências legais, se o site belga da MSN continuar a publicar, sem autorização prévia, artigos que saem nos veículos de imprensa do país. Em setembro, a justiça da Bélgica condenou o Google a remover do Google News o conteúdo de todos os jornais publicados em francês e

alemão. De quebra, o líder dos sistemas de buscas ainda teve de postar a sentença em sua página inicial durante cinco dias, sob pena de multa diária de 500 mil euros (cerca de R$ 1,4 milhões). Sobre o assunto, é bom lembrar que a Microsoft defende com unhas e dentes a propriedade intelectual de seus softwares. Diante do exposto, a campanha contra a pirataria promovida pela empresa de tio Gates pode cair no descrédito. Link: http://www.01net.com/ editorial/329586/droit-dauteur/msn-actualites-dansla-ligne-de-mire-desediteurs-belges/


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO O PT EM CRISE

V

secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar. "Esse grupo não é paulista. É um grupo político, com ramificações em todo o país". O espectro do dossiê ronda a campanha petista. Do ponto de vista eleitoral, é duvidoso que o expurgo promovido pela direção do PT preserve Lula de novos constrangimentos. Além do PT ter reconhecido o envolvimento de membros da cúpula do partido nas negociações com a família Vedoin, a questão da origem do dinheiro continuará a perseguir Lula na campanha do segundo turno. Do ponto de vista partidário, as disputas internas no PT tampouco dão sinais de arrefecimento. De um lado, há o confronto entre as alas de esquerda e a

Roberto Castro/AE

Deda: o PT paulista era o coração; virou o intestino.

O fiasco do Dossiêgate reverberou por todo o partido. O grupo liderado por José Dirceu, que continua a operar nos bastidores, tentou adiar o acerto de contas para depois das eleições. Com a anuência de Lula, os disparos vieram de todas as direções. "O partido terá de discutir a leveza com que tratou a questão da ética pública nos últimos anos e mudar o seu estilo de direção", intimou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "O PT paulista era o coração, o cérebro, mas virou um intestino com uma diarréia brutal", acusou com rara falta de elegância Marcelo Déda, governador eleito de Sergipe. "Há, dentro do PT, um grupo de dirigentes que não aprendeu nada com a crise de 2005", retrucou o

Articulação. De outro, o confronto entre o PT de São Paulo e do resto do País. Estas clivagens tendem a convergir na medida em que prospera no partido a idéia de que os problemas que assolaram a legenda nos últimos anos tiveram origem no grupo Articulação de São Paulo. Até o desfecho da eleição presidencial, estas disputas serão abafadas. Uma das arenas do embate será o Congresso do PT, previsto para o segundo semestre de 2007, e sua intensidade dependerá do resultado das urnas. Se Lula ganhar, haverá uma tendência à acomodação entre as facções internas. Se ele perder, a refundação do partido será inevitável. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

M as se Lula ganhar, as facções se acomodarão.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

JOÃO DE SCANTIMBURGO

VEJA E Céllus

er fugir-lhe a vitória no primeiro turno colocou o PT em pé de guerra, deflagrando um choque entre correntes do partido às vésperas da decisão do segundo turno. Convicto de que o dossiê Vedoin lhe tirou das mãos uma eleição que estava praticamente ganha, o presidente Lula exigiu do partido punições para os envolvidos na trama para detonar as candidaturas de Serra e Alckmin. O objetivo é afastar de si os "aloprados" e argumentar que o PT não varreu o escândalo para baixo do tapete, afastando as "laranjas podres" que o engendraram. O problema é que não há consenso no partido nem mesmo quanto à punição dos militantes envolvidos no escândalo, como Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda.

O ridículo mata OLAVO DE CARVALHO

E

m 25 de setembro escrevi neste Diário do Comércio: “Qualquer que seja o resultado das eleições, qualquer que seja o desenlace das presentes investigações de corrupção, a gangue petista não vai largar gentilmente a rapadura.” Não se passaram quinze dias e a quadrilha confirmou minha previsão, como aliás costuma fazêlo há anos, com a regularidade de um cuco. As ameaças explícitas ou veladas de represália violenta à possível derrota de Lula nas eleições são algo mais do que a “chantagem psicológica” que a assessoria de Geraldo Alckmin acredita ver nelas. São o anúncio de um ataque geral à ordem democrática que já está planejado há décadas por todas as organizações de esquerda -- PT inclusive, é claro -- como alternativa em caso de fracasso da transição pacífica para o socialismo. A coisa já foi proclamada mil vezes e, não tenham dúvidas, vai acontecer. O próprio Lula, um dos que a aprovaram com freqüência no passado, voltou a ela após um período de abstinência forçada e desde sextafeira passada já está aquecendo os motores da engenhoca subversiva, incitando ao crime os militantes do MST, uma das entidades que prometem vingança golpista em caso de vitória de Alckmin ( w w w 1 . f o l h a . u o l . c o m . b r / f s p / b r asil/fc1410200612.htm) O contraste falso e artificioso que a mídia chique estabeleceu entre os chamados “setores radicais” do PT e o petismo supostamente ordeiro e legalista de Lula é ele mesmo um instrumento da trama esquerdista, à qual serve para encobrir a unidade da estratégia revolucionária dando uma aparência de dualismo substantivo ao que nunca passou de mera duplicidade de táticas, alternadas ou mescladas conforme as necessidades do momento (mais explicações na entrevista que dei domingo ao site www.conservador.wordpress.com). Se, enquanto isso, o sr. Marco Aurélio Garcia chama de “terrorismo” a simples divulgação jornalística de fatos que o partido preferiria esconder, é porque é um comunista cínico, empenhado em ocultar a truculência irrefreável da esquerda revolucionária sob uma patética afetação de coitadice.

Terrorismo, no vocabulário dessa gente, não é colocar tropas de agitadores nas ruas para espalhar o pânico entre a população e anular pela força a decisão popular. Terrorismo é contar ao público que o presidente da República está comprometido oficialmente a legalizar o aborto no país – uma verdade banal abundantemente registrada em documentos do próprio PT (se têm dúvidas, vejam tudo em www.olavodecarvalho.org/textos/mensagem_esperancaevida.html). Seria ingênuo esperar racionalidade e senso das proporções da parte de pessoas dispostas a apelar à violência por incapacidade de submeter-se ao ciclo democrático normal do qual ainda ontem diziam ser a encarnação mais pura e elevada; mas o grotesco das alegações estapafúrdias surgidas do cérebro petista em desespero, nas últimas semanas, ultrapassa tudo o que se conhece historicamente em matéria de besteirol comunista.

K

arl Marx dizia que a tragédia histórica se repete como comédia, mas, sinceramente, é horrível ver que o nosso país foi escolhido pelo demônio como palco da comédia revolucionária. Todo o potencial da esquerda para o ridículo parece que se concentrou no Brasil. A vergonha que isso traz é até possível de suportar. Insuportável é saber que o sangue que vai correr no palco da comédia é o mesmo da tragédia: não é massa de tomate, é sangue de verdade. Dizem que o ridículo mata, mas na palhaçada brasileira ele arrisca fazer isso em sentido literal, físico. Personagens de carne e osso, tornados ridículos por sua recusa obstinada e sonsa de enxergar um perigo óbvio, serão mortos nas ruas por outros personagens, que a incapacidade de suportar seu próprio ridículo transformou em loucos furiosos. O romancista Georges Bernanos, que viveu no Brasil e o amava como sua segunda pátria, temia que o país viesse a sucumbir, um dia, na mais sangrenta das revoluções. Nunca foi mais urgente do que hoje a advertência dele: “O perigo que nos ameaça não é somente o de morrer, mas de morrer como idiotas.”

N osso país foi escolhido pelo demônio como palco da farsa revolucionária

Investimento em Saúde EDUARDO DE ALMEIDA CARNEIRO

A

precariedade do sistema médico-hospitalar no setor público constitui-se em um dos mais graves problemas sociais do Brasil, onde doenças típicas do Terceiro Mundo e a ausência de atendimento de qualidade resultam em seqüelas irreversíveis e na morte de milhares de pessoas por ano. A maioria da população — cerca de 150 milhões de brasileiros — é assistida por meio do Sistema Único de Saúde(SUS), instituído pela Constituição de 1988, que fará 18 anos em 5 de outubro próximo, e regulamentado em 1990, mas até hoje inadequado. Apenas cerca de 40 milhões de habitantes, o equivalente a 21% do total, têm acesso à medicina privada, principalmente por meio do seguro-saúde. Além da questão humanitária e do descumprimento de uma responsabilidade constitucional do Estado, a debilidade do SUS provoca sérios problemas para a economia: é de R$ 420 milhões anuais o prejuízo provocado pelo tempo de trabalho perdido pelos pacientes nas filas das unidades de atendimento. É o que demonstra estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Nesse contexto, não é difícil entender o significado das ações do Terceiro Setor na área da saúde, considerando que a participação da iniciativa privada para mitigar os problemas sociais torna-se cada vez mais essencial. Felizmente, os números evidenciam o avanço da responsabilidade social e da cidadania empresarial. Dados que acabam de ser divulgados pelo Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV), em parceria com The Johns Hopkins Center for Civil Society Studies, instituição norte-americana que estuda as organizações sem fins lucrativos, revelam crescimento de 71% do Terceiro Setor no

Brasil, entre 1995 e 2002. O número de instituições passou de 190 mil para 326 mil. No entanto, é curioso observar que os projetos na área da saúde incluem-se entre os que, proporcionalmente, recebem menor atenção: 54% das empresas que declaram aplicar recursos investem em ações de assistência social; 41% contemplam alimentação e abastecimento; 19%, educação e alfabetização; 19%, desenvolvimento comunitário e mobilização social. Apenas 17% informam investir na saúde, que empata com esportes e fica à frente apenas da cultura, com 14%. Importante: há organizações que atuam em mais de um segmento.

P

ara os gestores de organizações médico-hospitalares não-governamentais, é nítido o sentimento de que há no País uma interpretação equivocada da realidade dessas entidades. Parece haver um consenso de que instituições bem geridas, com visibilidade na mídia, instalações e tecnologia de bom nível e fontes permanentes de receita não precisam do apoio da sociedade e do universo empresarial. Por conta dessa distorção de imagem, certamente ligada a um fenômeno de comunicação e jamais à má vontade da comunidade, várias organizações enfrentam problemas para atender à demanda de pacientes. Assim, além da mobilização cívica no sentido de que o Estado cumpra seu dever constitucional, é importante ampliar o apoio da iniciativa privada às organizações do Terceiro Setor que atuam na saúde. EDUARDO DE ALMEIDA CARNEIRO, EMPRESÁRIO, É PRESIDENTE VOLUNTÁRIO DA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE

A penas 17% das empresas doam verbas de assistência para a área de Saúde

O ALTO RISCO revista Veja tem um proble ma a esclarecer: a limpeza de alto risco, para se descobrir a origem do dinheiro que rodou em política. Todos nós sabemos que não há crime perfeito. A Secretaria de Segurança Pública manda para o arquivo os casos difíceis, praticamente impossíveis de serem resolvidos. Dou aqui um depoimento pessoal. Meu sobrinho Bruno foi assassinado por grupo de vadios e notívagos e jogado do viaduto da Avenida Dr. Arnaldo, onde veio a falecer. Não conhecia os meliantes, nunca lhes dirigiu a palavra; segundo testemunhas que não quiseram se identificar, foi morto inocentemente. Isto ocorreu há cinco anos. O processo foi aberto e encerrado sem solução. Um caso de crime comum. Vemos que casos políticos são piores, pois o dinheiro tem origem obscura, circulando por vários dutos para descaracterizar sua origem e no final acaba num cesto de várias moedas legítimas e/ou ilegítimas, em que o verdadeiro emissor desaparece - a não ser nos casos em que é colhido pela Justiça Eleitoral.

A

política só se faz com dinheiro, disse eu várias vezes nestes editoriais, motivo porque classifico o nosso regime político como Plutocracia. Falta-nos transparência política para julgar a origem dos numerários encaminhados aos postos políticos dos candidatos escolhidos para receber apoio financeiro. Não é, portanto, visível o emissor do dinheiro. Quando os bancos atendem ao pedido de saque, fica-se sabendo a origem do dinheiro; não a remota, mas, sim, a próxima. Tudo é um maledetto imbroglio. Quem for analisálo, entra num labirinto. Esse importante serviço começou a ser feito pela Veja, e o que ela chama de "alto risco" é alto risco sim, como sabemos, por exemplo, no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O que Veja

chama de alto risco é alto risco mesmo. Tudo é um maledetto imbroglio. Quem for analisá-lo entra num labirinto.


4

Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O Croma é o modelo importado da Fiat para testar a reação do público brasileiro.

SALÃO DO AUTOMÓVEL REÚNE 30 MARCAS

HONDA LANÇA FIT E CIVIC COM MOTOR BICOMBUSTÍVEL NO SALÃO DO AUTOMÓVEL DE SÃO PAULO

JAPONESES ADEREM AO SISTEMA FLEX

O

s japoneses, finalmente, aderiram à moda do flex. A Honda mostra no 24º Salão Internacional do Automóvel, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, o Civic e o Fit com motor bicombustível, que estarão no mercado, respectivamente, em novembro e dezembro. O diferencial dos carros flex da Honda é que o tanque exclusivo de gasolina, que serve para garantir a partida a frio, tem abertura do lado externo (nas demais marcas, é preciso abrir o capô para o abastecimento). A montadora informa que, no caso da linha Fit, apenas as versões com câmbio manual terão a opção bicombustível. A tecnologia flex foi destaque ontem na abertura do Salão para a imprensa latinoamericana, que receberá o público a partir de quinta-feira até o dia 29. O presidente da Citroën do Brasil, Sérgio Habib, anunciou que a empresa está desenvolvendo motor bicombustível (gasolina/álcool) para a filial da montadora francesa na Suécia. O projeto, desenvolvido em parceria com a Bosch e a Magneti Marelli, envolve a motorização dos modelos C2, C3, C4 e C5, que deverão incorporar o bicombustível no prazo de um ano. Novidades – O Salão do Automóvel, que ocorre de dois em dois anos em São Paulo, é o maior evento do gênero da América Latina. São cerca de 400 veículos em exposição,

Fotos: Pablo de Souza

envolvendo mais de 30 marcas, que expõem desde modelos que estão para chegar ao mercado nacional até os chamados carros-conceito. Entre eles, o Fiat Car Concept Excelência, o primeiro desenvolvido pela Fiat no Brasil. Um dos modelos em exposição no estande da montadora é o Siena Tetra-Fuel, que roda com a gasolina brasileira e também com a européia, a álcool ou ainda com Gás Natural Veicular (GNV). "Dentro de dois a três anos, o mercado europeu deverá adotar motores semelhantes e é grande o potencial de exportação da tecnologia brasileira", disse o diretor-superintendente da Fiat Automóvel, C. Bellini. A Toyota, agora a única que não tem nenhum produto flexfuel, anunciou que está investindo na tecnologia e vai lançála no próximo ano. "Vamos ter motor bicombustível na linha Corolla", disse o vice-presidente da Toyota do Brasil, Luiz Carlos de Andrade Júnior. Lançamentos locais – O Citroën C4 Picasso está entre os carros que chegarão ao mercado brasileiro. Apresentado no Salão de Paris em setembro, será comercializado localmente a partir de março, com preço na faixa de R$ 90 mil. É uma minivan para sete pessoas, com motor 2.0 automático. Já a GM mostra o Prisma, sedan derivado do Celta, enquanto a Fiat apresenta o importado Croma para ver a reação do público brasileiro diante do modelo. A

Fiat Car Concept Excelência: primeiro carro conceito desenvolvido pela marca italiana no Brasil

Chrysler mostra vários produtos, entre os quais o PT Cruiser Cabrio, que chega ao País em janeiro, na faixa de R$ 100 mil. A Chrysler trouxe para o Salão toda a cavalaria dos seus modelos 300 SRT8, com motor 6.1 litros com 432 cavalos. Lá também estão outros veículos da DaimlerChrysler, como os modelos Commander, Wangler e Cherokee da Jeep, e as truculentas picapes Ram, as maiores do mercado brasileiros, com seus motores de mais de 300 cavalos. Força total. Crescer – A Ford crescerá cerca de 20% este ano no Brasil em relação a 2005 e seu presidente, Barry Egle, disse não ver qualquer problema para que a expansão continue em

2007, seja quem for o presidente eleito no próximo dia 29. Para isso, ele conta com alguns trunfos. Um deles é o EcoSport, que vai ganhar câmbio automático. Outro é o lançamento de seis modelos no decorrer de 2007. Por último, o investimento de R$ 300 milhões para a produção do carro popular da marca, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Entrada à francesa – A Peugeot inundou o Salão do Automóvel com muitas novidades, com destaque para o 206, carro-chefe da montadora, que vai ganhar câmbio automático seqüencial, com tiptronic, no início de 2007. Também foi apresentado o 407 Coupé, que estará à venda no Brasil a partir

Citroën Brasil apresenta o C3 Flex

Chrysler mostra o PT Cruiser Cabrio, que chega no Brasil em janeiro

de março de 2007, ainda sem preço definido. A Renault traz o Megane Grand Tour, que já teve sua produção iniciada em São José dos Pinhais (PR) e co-

meça a ser vendido nas versões 1.6 Hi-flex e 2.0 a gasolina em novembro deste ano. chicolelis, Alzira Rodrigues e Anderson Cavalcante

Celulose: exportações em alta Divulgação

O

setor de celulose e papel está confiante no incremento de 14,5% das exportações em 2006, que devem chegar US$ 3,9 bilhões, ante os US$ 3,4 bilhões registrados no ano passado. Esse otimismo ocorre em razão da política de investimentos em infra-estrutura e tecnologia desenvolvida pelo governo e pelas empresas do setor nos últimos anos no País. De acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o saldo projetado para este ano também é animador e deve superar em 14,1% o do ano passado, quando a balança comercial líquida do setor teve superávit de US$ 2,5 bilhões, resultado da produção de 10,4 milhões de toneladas de celulose e 8,6 milhões de toneladas de papel. Para 2006, estima-se crescimento de produção de 6,3% e 1,8% para esses segmentos, respectivamente, o que mantém o Brasil entre os primeiros no ranking mundial de produtores. Das 11 milhões toneladas de celulose que devem ser produzidas neste ano, por exemplo, 6 milhões vão para exportação. Segundo o presidente da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP),

Cinque: custo Brasil atrapalha

Umberto Caldeira Cinque, nos últimos dez anos, as indústrias aplicaram US$ 12 bilhões na ampliação de sua capacidade produtiva, o que possibilitou ao setor triplicar suas exportações na última década, que passaram de pouco mais de US$ 1 bilhão em 1990 para os US$ 3,4 bilhões em 2005. Mas os investimentos não param por aí. Até 2012, o setor de papel e celulose receberá mais US$ 14,4 bilhões. A estimativa para 2012 é produzir 14,5 milhões de toneladas de celulose e 11,5 milhões de toneladas de papel, e exportar 7,4 e 2 milhões de toneladas de celulose e papel, respectivamente. Competitividade – Segundo pesquisa realizada pela ABTCP com 242 fornecedores do setor, a estabilização ma-

croeconômica é a principal medida que contribuiu para a expansão tecnológica do segmento, principalmente na área de processo, o que tornou o País mais competitivo em relação às tecnologias existentes em outros países. Por outro lado, o custo Brasil é o principal fator que dificulta a relação comercial com a União Européia e os Estados Unidos, seguido das barreiras tarifárias. "Somente com estabilidade econômica é possível crescer", disse o presidente da ABTCP. Conhecimento – Especialistas nacionais e internacionais do setor estão reunidos até a próxima quinta-feira, 19, na 39ª edição do Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, promovida pela ABTCP em parceria com uma associação americana do segmento (TAPPI). O evento, que ocorre no Transamérica Expo Trade, visa a troca de conhecimentos e experiências sobre as novas tecnologias envolvidas no segmento a nível mundial. "A ABTCP quer promover intercâmbio tecnológico entre produtores nacionais e internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias de produção", disse Cinque. Maristela Orlowski


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O

deputado petista Antonio Carlos Biscaia (RJ), presidente da CPMI dos Sanguessugas, reforçou ontem a tese de origem irregular dos cerca de R$ 1,7 milhão apreendidos com pessoas ligadas ao PT na tentativa de compra do dossiê Vedoin. Ele disse ainda que não há nada além do que já se conhece no dossiê. "O que nós tínhamos recebido eram CDs, mostrando inaugurações. É só isso mesmo o que está em poder da

Política

3 Não subestimemos o eleitor. Ele está a perceber a quadra vivida e dirá o que pretende em relação aos governos estaduais e federal. Marco Aurélio Mello, TSE.

BISCAIA: DINHEIRO DO DOSSIÊ TEM ORIGEM ILÍCITA. Levantamento realizado pela CPMI dos Sanguessugas constata que o dinheiro apreendido pela Polícia Federal para a compra do dossiê contra tucanos tem procedência criminosa. Dida Sampaio / AE

CPMI", disse o deputado, após ter se reunido com o juiz federal Jeferson Schneider, responsável pelos processos do caso. Sobre a origem dos recursos, Biscaia disse que os levantamentos mostram que não houve no período "fatos lícitos de valores nesse montante". "Lógico que a origem é criminosa, não há mais dúvida", disse ele, antes da reunião com Schneider e depois do encontro com o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Daniel Lorenz de Azevedo.

Jogo do bicho – Segundo o deputado, os recursos foram levantados em "saques parcelados, em pequenas quantias". Biscaia afirmou que é prematuro e leviano afirmar que o dinheiro veio do jogo do bicho, como afirmaram alguns parlamentares. Ele espera que a CPMI consiga quórum hoje para aprovar os requerimentos pendentes, como os de convocação do empresário Abel Pereira e dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa, Barjas Negri e José Serra. (Reuters)

Lógico que a origem (dos R$ 1,7 milhão apreendidos pela PF) é criminosa, não há mais dúvida. Antonio Carlos Biscaia (PT - RJ), presidente da CPMI dos Sanguessugas.

Wilton Junior / AE - 29/09/06

IMAGEM PODE SER USADA NA TV Reprodução / AE

A

Presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini será ouvido sobre dossiê.

BERZOINI VAI DEPOR HOJE NA PF

É

esperado para hoje o depoimento do presidente licenciado do PT e deputado federal eleito Ricardo Berzoini (SP), na Polícia Federal (PF), em relação à tentativa de compra do dossiê que prejudicaria candidatos do PSDB. A PF investiga a origem deste dinheiro, apreendido em São Paulo com Gedimar Pereira Passos, ex-policial federal, e Valdebran Padilha, filiado ao PT do Mato Grosso. Gedimar e Valdebran foram presos pela PF dia 15 de setembro em um quarto de hotel na capital paulista à espera do emissário do empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e sócio da Planam. Berzoini deveria ter sido ouvido pela PF na sexta-feira passada, mas por ter foro privilegiado mudou de data e optou por comparecer esta semana. A ligação do deputado com o escândalo do dossiê se dá pelo fato de que seu ex-secretário no Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas, e Jorge Lorenzetti, analista de mídia e risco do PT, teriam procurado a revista "Época" para entregar o dossiê. O afastamento de Berzoini do comando do partido se deu justamente por conta do suposto envolvimento com este escândalo. Investigações da PF indicam que o deputado petista tinha conhecimento da compra de documentos por integrantes

do partido que relacionavam o tucano José Serra, governador eleito no Estado de São Paulo, com a compra de ambulâncias da máfia dos sanguessugas. Ainda não está confirmado, porém, que Berzoini fosse o mandante da compra. O ex-assessor especial da Presidência, Freud Godoy, e o ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante ao governo do Estado de São Paulo, Hamilton Lacerda, também foram indicados como envolvidos no caso do dossiê. Os petistas Lacerda e Lorenzetti solicitaram a desfiliação do PT, mas mesmo assim os dois, e ainda Oswaldo Bargas e Expedito Veloso, também envolvidos, foram expulsos do partido. A CPMI dos Sanguessugas deve receber ainda esta semana todas as informações dos dois inquéritos conduzidos pela PF de Mato Grosso. A PF teve acesso, por determinação judicial, aos cadastros de 750 números telefônicos que receberam ligações dos ex-membros do PT - Veloso, Padilha, Lorenzetti, Lacerda, Passos e Bargas - acusados no envolvimento da negociação da compra do dossiê. Entre esses números, estariam telefones de órgãos públicos. A Justiça Federal já determinou que os órgãos identificados indiquem os responsáveis e usuários das linhas. (AE)

coligação "A Força do Povo" (PT - PRB PC do B), que apóia a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fracassou na tentativa de suspender propaganda de seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), na qual é mostrada imagem do dinheiro apreendido para a compra do dossiê Vedoin, que seria contrário aos tucanos. O ministro Ari Pargendler, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou um pedido de liminar para que fosse suspensa a veiculação da publicidade. Em seu despacho, o ministro disse que o trecho da propaganda transcrito na ação não tem afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica. Essas são as condições levadas em conta por ministros do TSE para conceder liminares suspendendo programas do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Provocação– Na defesa apresentada ao TSE, os advogados da coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB-PFL), que apóia o tucano Geraldo Alckmin, observaram que o debate foi provocado pelo próprio presidente Lula, ao afirmar que, em seu governo, a Polícia Federal foi mais eficiente, que realizou inúmeras opera-

Dinheiro apreendido pela PF: foto foi tirada por um delegado e entregue à imprensa.

ções, entre outras conquistas. "Foram eles (a coligação que apóia Lula) que colocaram o tema em discussão", ressaltou o advogado Eduardo Alckmin, que defende o primo Geraldo Alckmin no TSE. Mesma pergunta – A propaganda contestada pela coligação pró-Lula foi veiculada no último dia 13. Entre as afirmações da propaganda questionadas está a de que "até hoje o

seu governo (de Lula) não disse de onde veio o dinheiro". A coligação "A Força do Povo" queria que o TSE concedesse direito de resposta. Segundo a coligação, a propaganda teve o objetivo de "desmoralizar não só o candidato da representante, como também as instituições públicas que são as que têm o dever funcional e a responsabilidade pela elucidação de todas as in-

formações que envolvem a questão 'dossiê'". De acordo com o argumento da coligação, o programa provoca nos eleitores "uma visão distorcida da realidade, vez que não compete ao governo federal o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da própria Justiça Federal, estes sim responsáveis pela apuração e investigação do fato ocorrido". (AE)

MELLO: NÃO SUBESTIMEMOS O ELEITOR. Givaldo Barbosa/ Ag. O Globo - 05/10/06

O

presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, lamentou ontem o fato de que as investigações a respeito da tentativa de compra, por representantes do PT, de um dossiê contra tucanos não sejam finalizadas até o dia das eleições, 29 de outubro: "O desejável seria termos tudo esclarecido antes do dia 29, mas não será possível, considerando a tramitação do processo". "Agora, não subestimemos o eleitor. Ele está a perceber a quadra vivida. O eleitor dirá o que pretende em relação aos governos estaduais e ao governo federal nos próximos quatro anos. Vamos aguardar", acrescentou. Sobre o debate entre os candidatos à Presidência da República exibido pela Rede Bandeirantes, no último dia 8 de outubro, o ministro afirmou que preferia que tivesse sido mantido um nível "elogiável", mas que a disputa

O desejável seria manter o debate num patamar elevado, mas quando há uma disputa, vingam as paixões, e às vezes as paixões condenáveis. Marco Aurélio Mello

política favorece o surgimento de "paixões condenáveis". "Claro que o desejável seria manter o debate num patamar elevado, mas quando há uma disputa, vingam as paixões, e às vezes as paixões condenáveis", considerou Melo. Ética – O ministro não opinou sobre os panfletos distribuídos no interior de Pernambuco durante o 1º turno das eleições, nos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecia com o número 45, número do

candidato Geraldo Alckmin (PSDB). "Não tenho conhecimento do fato concreto e fica muito difícil me pronunciar sobre ele. Vamos aguardar a representação no próprio TSE. Precisamos aguardar a conclusão do colegiado", finalizou o ministro. Cláusula de barreira – Mello afirmou que deve prevalecer no TSE a interpretação da cláusula de barreira segundo a qual só vingam os partidos que tenham atingido na Câmara

5% dos votos válidos no País, com 2% em pelo menos nove Estados. Segundo essa interpretação, apenas sete partidos teriam ultrapassado a cláusula: PMDB, PT, PSDB, PFL, PP, PSB e PDT. "Quando raciocinamos em termos de partido político, nós pressupomos a representatividade. E a cláusula de barreira visa justamente apurar essa representatividade. Creio que deve prevalecer no TSE, no campo administrativo, para ter-se a distribuição do fundo partidário, a ótica segundo a qual o partido há de ter alcançado nas eleições para a Câmara 5% de votos válidos em todo o território nacional e esses votos distribuídos, pelo menos, 2% em cada qual dos nove Estados", afirmou. Fusão – O ministro destacou, entretanto, que a lei 9.504 admite a fusão e o surgimento de um novo partido que passa a ser o detentor dos votos das siglas que se uniram. (AE)


terça-feira, 17 de outubro de 2006

Legislação Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Crescem as operações feitas pelo próprios clientes bancários nos caixas eletrônicos, no auto-atendimento e no chamado "home banking". O sistema bancário investe em opções para ampliar essas modalidades, do computador doméstico à telefonia celular. É uma tendência irreversível.

O

Começou com os terminais, depois veio o computador doméstico e agora o celular.

celular, o Banco do Brasil é um dos destaques dentro do setor bancário. O BB, nos últimos dois anos, integrou toda sua rede de auto-atendimento às empresas de telefonia celular. Agora, o banco expande seu serviço de mobile banking para clientes no exterior. Além do celular, o Banco do Brasil também modernizou sua rede de auto-atendimento nas agências e o seu home banking. O projeto do banco tem

como objetivo atingir um percentual de três milhões de clientes utilizando os serviços eletrônicos até o final do ano. Meio eletrônico – O crescimento dos meios eletrônicos de relacionamento nos bancos é dado como irreversível pela Federação Brasileira de Bancos (Frebraban). Uma pesquisa realizada todos os anos pela entidade revela o crescimento dessas opções tanto para pessoa jurídica como para pessoa física. Entre 2000 e 2005, o número de operações automáticas externas passou de 557 milhões para 1,4 bilhão. Já as transações por meio do auto-atendimento saíram de um patamar de 6,6 bilhões em 2000 para 10,7 bilhões em 2005. A utilização do internet banking por pessoas jurídicas passou de 359 milhões para 2,6 bilhões no mesmo período. No caso de pessoa física, os números passaram de 370 milhões para 3,1 bilhões. Somente entre os anos de 2004 e 2005, os dois últimos da pesquisa, o crescimento da base de usuários na internet foi de 54,9%. Davi Franzon

BANCÔNIBUS Para pagar contas durante a viagem

O

Santander Banespa lançou um modelo inédito de correspondente bancário – dentro do ônibus. O banco fez parcerias com empresas de transporte urbano de Presidente Prudente, interior de São Paulo, para instalar correspondentes nos veículos, uma iniciativa que deverá ser estendida a outras cidades do País em 2007. O superintendente de Correspondentes Bancários do Santander Banespa, Luís Ricardo Torniero, disse que os moradores de Presidente Prudente poderão pagar contas de água, luz, telefone e boletos, além de recarregar o celular, dentro do ônibus. Os serviços serão intermediados pelo próprio cobrador. Leitor de código – Na catraca do ônibus haverá um leitor de código de barras e um cofre. O cobrador passará a conta pelo leitor, que também identificará o troco a ser dado. O dinheiro vai para o cofre e o pagamento, que é independente

da arrecadação da passagem, só poderá ser feito em dinheiro e as contas devem ter valor máximo de R$ 200. Segundo o executivo, 22 ônibus do município já funcionam com correspondentes. O banco instalará o serviço, chamado PagPerto, na frota total de 110 ônibus da cidade. "Até o final deste ano ficaremos restritos a Presidente Prudente. No primeiro semestre de 2007 queremos alcançar mais seis municípios", disse. Rastreamento – De acordo com Torniero, a idéia surgiu após contato do banco com uma empresa local, a Innovare, que tem um sistema de rastreamento de ônibus e fez pesquisa com a população. O estudo mostrou que, dos quase 50 mil usuários dos coletivos da cidade, 66% desejavam pagar contas e 52% recarregar o celular no ônibus. O passageiro fica de 20 minutos a 40 minutos por dia dentro do ônibus, tempo ocioso que poderá utilizar para pa-

gamentos. "A expectativa é fazer 100 mil transações por mês entre pagamentos e recargas", afirmou. Depois de Presidente Prudente, o Santander Banespa implantará o serviço em outros municípios de médio porte. Em uma terceira etapa, poderá alcançar as capitais. O banco tem hoje uma rede de cerca de mil correspondentes bancários espalhados pelo País, dos quais 85% no interior de São Paulo. Segurança – Os ônibus estão sendo equipados com um sistema de segurança especial, com câmera e cofre, cuja abertura é comandada remotamente, sem a participação do cobrador do veículo. O dinheiro das passagens e dos documentos pagos no PagPerto serão recolhidos por empresa de especializada no transporte de valores. "Queremos garantir a segurança do cobrador e dos passageiros", disse Torniero. O risco de assaltos está sendo assumido pelo Santander Banespa. (AE)

Lucros da VCP crescem 11%

de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida da VCP entre julho e setembro somou R$ 685 milhões, ante R$ 692 milhões nos mesmos três meses de 2005. Margem – A geração de caixa medida pelo ebitda (sigla em inglês para

lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 279 milhões no terceiro trimestre, o que representa margem de 41% em relação ao faturamento. Um ano antes, a geração de caixa foi de R$ 244 milhões e a margem ebitda, de 35 %. (Reuters)

A

Votorantim Celulose e Papel (VCP), uma das maiores empresas do setor no Brasil, anunciou ontem lucro líquido de R$ 126 milhões no terceiro trimestre, o que representou um aumento

14

BANCOS, AGORA POR CONTA DO CLIENTE

BANCOS INVESTEM PARA AFASTAR OS CLIENTES DAS AGÊNCIAS sistema bancário brasileiro busca opções para a ampliação do uso do auto-atendimento entre seus clientes. Campanhas de marketing, promoções e a diversificação de caminhos para pagamentos e consultas são as principais "armas" do sistema financeiro para reduzir a movimentação dentro das agências. O Santander Banespa veicula desde o início de agosto uma campanha promocional de incentivo ao uso do autoatendimento e do internet banking. Todo pagamento realizado por meio dos terminais eletrônicos ou pelo computador doméstico permite que o cliente concorra a prêmios e viagens. O prazo final é o próximo dia 30 de outubro. Já na modernização do sistema de relacionamento, as opções oferecidas pelas instituições bancárias vão do computador ao celular, com a possibilidade de realizar pagamento e transferências de valores não só no Brasil, mas também no exterior. Banco do Brasil – No caso do

5 bilhões será o total de créditos habitacionais da Caixa Econômica Federal até o final deste ano

Milton Mansilha/ LUZ

Clientes usam cada vez mais os caixas eletrônicos. E os bancos investem para ampliar o auto-atendimento.

Sai o financiamento sem TR para comprar casa própria

A

Caixa Econômica Federal lançou ontem financiamento para casa própria com taxa pré-fixada, sem cobrança da Taxa Referencial (TR). As taxas variam entre 11,9% e 14,5% ao ano, dependendo da forma de pagamento e do valor do imóvel. O crédito consignado para financiamento habitacional pode ser anunciado nos próximos dias, para servidores. A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, espera que a nova opção de financiamento sem TR para o mutuário eleve os empréstimos habitacionais da Caixa para R$ 14 bilhões neste ano, um recorde histórico que representará um aumento de 100% em relação ao ano passado. Servidores públicos – Maria Fernanda, que visitou ontem a Vila Pan Americana na Barra da Tijuca, no Rio, adiantou que nas próximas semanas a Caixa lançará planos de financiamento por meio de crédito consignado, com desconto em folha, inicialmente para servidores públicos e, em seguida, sem data prevista, para funcionários do setor privado. Hoje, a opção por desconto em folha é exclusiva para funcionários do órgão ou empresas conveniadas com a Caixa. Nos financiamentos da instituição com taxa pré-fixada, no caso de imóveis até R$ 130 mil, é cobrado 11,9% para débi-

Microempresa, sem acesso ao crédito bancário

O

volume de crédito oferecido no Brasil cresceu 29% de 2002 para cá, segundo estudo do Banco Central. O salto se deveu, principalmente, ao aumento de crédito para o consumidor. Para as empresas, porém, o crescimento foi mais tímido. Uma pesquisa do Sebrae-SP mostrou que 57% das micros e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo desejariam tomar empréstimos bancários, se fosse fácil e barato. No entanto, apenas 22% das MPEs utilizam empréstimos bancários atualmente. Déficit – Ao longo dos últimos cinco anos, apenas 36% conseguiram financiamento. Apesar do crescimento no número de empresas que conseguiram crédito (eram apenas 18% em 2004), o Sebrae avalia que os números são baixos. "O déficit entre as empresas interessadas e a oferta é muito grande", disse Marco Aurélio Bedê, coordenador da pesquisa. "O crédito ao consumidor disparou, mas os setores produtivos não têm crédito para produzir. Se cresce a demanda e a oferta está estagnada, os preços sobem", definiu. (AE)

1 bilhão é o que o banco tem a oferecer neste ano. As taxas variam de 11,9% a 14,5%. O crédito habitacional consignado pode vir em seguida. to em conta ou consignação e 12,9% para pagamento com carnê. Em ambos os casos e também para imóveis de valor superior a R$ 130 mil, o prazo é de 180 meses e o valor máximo de empréstimo corresponde a 80% do valor total do imóvel. Novos e usados – A linha de crédito estará disponível nas agências da Caixa até o final desta semana e vai financiar imóveis novos, usados ou na planta. Até o final do ano, o banco dispõe de R$ 1 bilhão nesta modalidade. Além das taxas pré-fixadas, permanece a opção do financiamento pós-fixado, com TR. Nesse caso, as taxas variam entre 9% e 13% ao mês, com prazo de 240 meses, também com empréstimo máximo correspondendo a 80% do valor do imóvel. No caso da opção com taxa pós, a taxa mínima para imóveis avaliados em até

R$ 130 mil passará de 10% para 9%, enquanto a taxa máxima, para imóveis acima de R$ 350 mil, cai de 13% para 12,5%. Crescimento – A presidente da Caixa informou que de janeiro a outubro deste ano a instituição emprestou R$ 11,1 bilhões para habitação, volume 104% superior a igual período de 2006. O ritmo de crescimento possibilitará superar com folga a meta inicial de R$ 10,3 bilhões. Dos R$ 14 bilhões estimados para 2006, R$ 9,4 bilhões deverão estar vinculados ao FGTS, e 75% do total irão para famílias com renda de até cinco salários mínimos. O percentual do FGTS para famílias com esta renda se manterá em 86%. Já a modalidade de crédito consignado para habitação está em estudo e será lançada nas próximas semanas. Microcrédito – A representante da Caixa disse que o objetivo da instituição é oferecer microcrédito parcelado para os 4,2 milhões de clientes da conta Caixa Aqui, criada com o propósito de aumentar a inclusão bancária. Ela explicou que já há um convênio com o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) para garantir essa modalidade de financiamento ainda neste ano. O público-alvo inicial são os clientes que obtiveram acesso à conta bancária pela primeira vez. As condições ainda não estão definidas. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


4

Eleição Planalto Escândalos Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Acusados no varejo, senadores e deputados sanguessugas já aguardam a absolvição por atacado.

SANGUESSUGAS PODEM ESCAPAR DA DEGOLA

CORPORATIVISMO PODE EVITAR CASSAÇÃO DOS SENADORES ACUSADOS

E A PIZZA COMEÇA A ASSAR NO SENADO Parlamentares acreditam que o arquivamento do processo contra o senador Ney Suassuna praticamente absolve os outros envolvidos

O

s três senadores acusados pela CPMI dos Sanguessug a s d e e n v o l v imento com a máfia das ambulâncias sairão ilesos do Conselho de Ética. A previsão da pizza, de acordo com parlamentares, leva em conta não apenas o corporativismo existente no Senado, mas sobretudo a convicção de que a decisão do governo e do PMDB de encampar a defesa do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) favorecerá os outros dois parlam e n t a re s : a p e t i s t a S e r y s Slhessarenko (MT) e Magno Malta (PL-ES). As acusações contra Suassuna – cujo assessor Marcelo Carvalho foi preso em maio, na operação da Polícia Federal contra o esquema – são mais consistentes. Mas se o conselho não endossar a denúncia, o processo é arquivado, sem passar pelo aval dos demais senadores no plenário. Para Romeu Tuma (PFL-SP), os indícios contra ele "são fortes". Tuma reconhece que, inocentado Suassuna, não haverá clima para condenar os outros dois parlamentares. O parecer do relator do processo contra Suassuna, senador Jefferson Péres (PDT-AM), recomenda de forma clara a cassação de seu mandato "por haver negligenciado as obrigações e encargos inerentes ao seu cargo de senador, especialmente no que se refere ao zelo com a coi-

sa pública, bem como abusado das prerrogativas constitucionais dos parlamentares". A votação está prevista para o dia 8 de novembro. E, a julgar pela reação dos colegas, será rejeitado até mesmo pela oposição. Eles alegam que a derrota dele na tentativa de se reeleger, já foi uma punição. Suassuna acusa Péres de "representar a palmatória do mundo" e de não apresentar provas contra ele. O relator aponta a "inteira liberdade" com que Marcelo agia em seu n o m e n a a p re s e n t a ç ã o d e emendas destinadas a comprar ambulâncias superfaturadas. Pesa ainda contra o senador o fato de, em nenhum momento, ele atacar o assessor – que afirma tê-lo traído – além de manter sua irmã empregada no gabinete e de figurar como provável responsável pelo pagamento de seu advogado. Os três parlamentares foram acusados pelos donos da Planam e chefes do esquema, Luiz Antonio e Darci Vedoin. Serys e Magno Malta não apresentaram argumentos convincentes. Quando seu nome foi citado, por exemplo, a senadora negou ter feito emendas para comprar ambulâncias. O mapeamento feito pelo Ministério da Saúde provou o contrário. A senadora tampouco atendeu à sugestão da família Vedoin de pedir a seu genro Paulo Roberto que abra seu sigilo bancário. Eles disse-

Antonio Cruz/ ABr - 04/10/06

Fato em foco

P

elas últimas pesquisas, Datafolha, Ibope e VoxPopuli, Lula tem hoje aproximadamente 10 milhões de votos a mais do que Alckmin. Os novos índices, no entanto, não assustam o tucano. Alckmin acha que tira a diferença até a eleição e diz que Lula vai ser surpreendido nas urnas. Cresceu, portanto, a diferença entre os dois candidatos. No 1º turno, Lula ficou com sete pontos percentuais à frente de Alckmin. Conclui-se que os votos ideológicos de Cristovam Buarque (PDT) migraram, na sua maioria, para Lula, o que aconteceu também com os votos de Heloísa Helena (PSol).

ATAQUE

Suassuna: colegas entendem que ele já foi punido nas urnas. José Cruz/ ABr - 05/10/06

Sérgio Lima/ Folha Imagem - 21/09/06

Malta: absolvição possível.

Serys: defesa considerada frágil.

ram terem entregue a Paulo R$ 35 mil em dinheiro, em nome da senadora, para despesas da campanha, em troca da apresentação de emendas. O genro diz que recebeu deles R$ 37,2 mil pelo fornecimento de material hospitalar. O relator do processo contra Serys, senador Paulo Octávio (PFL-DF), já anunciou que dará um parecer derrubando as denúncias do donos da Planam, aos quais chama de "bandidos". Com relação ao senador Magno Malta, o relator Demóstenes Torres (PFL-GO) aponta a seu favor o fato de ele não ter apresentado emendas em benefício da empresa. Mas a dúvida permanece diante das afirmações dadas pelo parlamentar e pelo deputado Lino Rossi (PP-MT), a quem incluiu na lista de testemunhas de defesa. Lino disse que era dele o carro empresta-

do a Malta para transportar sua banda Gospel. Luiz Antonio Vedoin diz que cedeu o carro em troca das emendas. Demóstenes entende que o colega se complicou depois que o empresário Valcir Piran disse ter devolvido o carro a Darci Vedoin e não a Lino Rossi, como diz o senador. Ontem o sub-relator de sistematização da CPMI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), esteve na sede da Polícia Federal em São Paulo para checar as denúncias publicadas pela revista "Veja" que apontam que o exassessor especial da Presidência da República, Freud Godoy, visitou o ex-policial federal Gedimar Passos, na noite de 18 de setembro, quando estava preso na carceragem da PF após ser pego com R$ 1,7 milhão para a compra do dossiê. Depois de conversar com o diretor-executivo da PF paulista, Severino Alexandre, e com o chefe do núcleo de custódia da PF, Jorge Luiz Herculano, Sampaio disse que não há necessidade de convocá-los para depor. (AE)

Ed Ferreira/ AE - 26/01/06

NA CÂMARA, 62 SANGUESSUGAS DEVEM FICAR LIVRES.

C

já formalizaram seus desligamentos do colegiado deixando 11 processos de cassação sem relatores. Percalços – Além dessas dificuldades, a secretaria do conselho não conseguiu marcar até agora nenhum depoimento dos deputados acusados ou de testemunhas. O advogado dos sócios da Planam, empresa que integrou o esquema de venda superfaturada de ambulâncias, não respondeu o convite para que Luiz Antonio Vedoin e Darci Vedoin, seus clientes, deponham no colegiado. O Conselho de Ética precisa contar com a boa vontade das testemunhas, porque, ao contrário das comissões parlamentares de inquérito, não tem poder de convocação. Seis deputados acusados, que já foram convidados a depor, ainda não marcaram datas. Fim do prazo – Até agora, dois deputados acusados ainda estão no prazo de cinco sessões para a apresentação

Diante dos novos índices, Alckmin intensificou os ataques na direção dos eleitores de São Paulo e Minas, que foram os estados responsáveis por sua passagem para o 2º turno. Em São Paulo, por exemplo, Alckmin venceu Lula por uma diferença de 18 pontos percentuais (54% a 36%).

CRESCIMENTO

Nos últimos dias de campanha no 1º turno, Alckmin conseguiu distanciar-se de Lula em São Paulo. A meta agora é que sua vantagem sobre o petista suba além de 20 pontos. As pesquisas, porém, indicam que Alckmin estagnou entre eleitores paulistas.

DIMINUIÇÃO

Foi na reta final da campanha no 1º turno que o tucano conseguiu diminuir a diferença que o separava do petista em Minas. Quando faltavam 20 dias para a eleição no 1º turno, Lula tinha 20 pontos a mais do que Alckmin em Minas. A diferença nas urnas caiu para 10 pontos (46% contra 36%).

AVANÇO

O governador Aécio Neves acha que no 2º turno a diferença entre Lula e Alckmin em Minas deve desaparecer. Minas é o 2º maior colégio eleitoral com 13 milhões de votos, perdendo apenas para São Paulo, que conta com uma concentração de 28 milhões de eleitores.

VISITAS A previsão no PT é que Lula visite Minas Gerais pelo menos mais duas vezes até a eleição. O petista participaria de uma concentração no triângulo mineiro e ainda faria um comício em Belo Horizonte. Lula tem dito que o seu governo é o mais mineiros de todos, com seus ministros da região, além do vicepresidente.

Resultado das eleições desestruturou o andamento dos processos de cassação dos acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas omo apenas cinco dos 67 deputados que respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara, por envolvimento com a máfia dos sanguessugas, continuarão com mandato no próximo ano, o destino de 62 processos deverá ser o arquivo. Desde o dia 2 de outubro, o colegiado tem registrado uma série de desistências de relatores que já haviam sido escolhidos para os processos, atrasando ainda mais os procedimentos para as investigações e os julgamentos. Dos 30 atuais integrantes do conselho, 13 ficarão sem mandato no próximo ano. A deputada Ann Pontes (PMDB-PA), por exemplo, era relatora de três processos, mas devolveu dois depois que não foi reeleita. Quatro conselheiros não reeleitos, Moroni Torgan (PFL-CE), Cláudio Magrão (PPS-SP), Betinho Rosado (PFL-RN) e Humberto Michiles (PL-AM),

Eymar Mascaro

DÚVIDA

Ann Pontes (PMDB-PA) não foi reeleita. Deixa de relatar três processos.

de suas defesas escritas no colegiado e, para agravar a situação do andamento dos processos, haverá feriado em duas semanas de novembro, deixando o Congresso esvaziado. Na prática, serão seis apenas semanas para a conclusão dos processos no colegiado até o final do ano, já que não haverá sessões de votação na Câmara dos Deputados até o 2º turno das eleições. No caso dos acusados de envolvimento no mensalão, o processo que teve a conclusão mais rápida no Conselho de Ética, o do deputado Sandro Mabel (PL-GO), levou três meses e cinco dias porque o acusado abriu mão dos

prazos de recursos, não usou ações para atrasar o julgamento e pediu que seu processo fosse incluído na pauta do plenário rapidamente. O deputado foi absolvido pelo conselho e pelo plenário. Demora – Quando há interesse do deputado acusado em atrasar o julgamento, o tempo de conclusão do processo é muito maior. O deputado José Janene (PP-PR) , por exemplo, usa e abusa de todos os expedientes de protelação. Já alegou uma série de motivos de doença e até hoje não foi julgado no processo em que é acusado de ter sido recebido dinheiro no esquema do mensalão. (AE)

Segundo as pesquisas, Alckmin ainda não conseguiu recuperar votos no Rio, apesar da adesão à sua campanha do ex-governador Anthony Garotinho. Com 11 milhões de eleitores, o Rio derrotou o tucano no 1º turno: 44% dos votos para o petista e 25% para Alckmin.

OUTRAS ÁREAS

Outro reduto em que Alckmin se projeta para aumentar sua votação e a diferença a seu favor que o separa de Lula é o Sul, que tem um colégio de quase 20 milhões de eleitores. Alckmin espera crescer nos três estados da região, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

APOIO

O crescimento do tucano no Rio Grande do Sul pode ocorrer com a ajuda do PMDB, que está apoiando a candidatura de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Estado. Alckmin deve visitar Porto Alegre no dia 21 para participar de um comício com Yeda.

NA MESMA

Alckmin está, no mínimo, mantendo a mesma diferença que o separa de Lula no Paraná. Lá, o tucano obteve 49% dos votos no 1º turno, contra 35% do petista. Com o apoio de Osmar Dias, candidato ao governo estadual pelo PDT, Alckmin espera crescer no Estando. Lula conta com o apoio de Roberto Requião (PMDB).

MENSAGEM

Os tucanos esperam atrair votos nordestinos com a divulgação de uma carta endereçada à região. Alckmin promete investimentos para a região e reafirma sua promessa de recriar a Sudene para gerar mais empregos. Alckmin não foi bem votado no Nordeste no 1º turno.

CASTIGO

As urnas castigaram Alckmin no Nordeste no 1º turno. A região deu a Lula 66% dos votos. Os estados onde a preferência pelo presidente foi maior foram a Bahia (9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões). O Nordeste, formado por nove estados, concentra 33 milhões de votos.

ACUSAÇÃO

A oposição quer recorrer ao TSE para acusar Lula de ter comprado o apoio do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). A oposição lembra que o governo liberou R$ 1 bilhão para o agronegócio depois que Lula recebeu o apoio de Maggi. Para a oposição, é o toma lá, dá cá.

SOCIAL

A campanha do candidato petista na televisão começa a questionar Alckmin, perguntando se, com a eventual vitória do tucano, o Bolsa-Família continuaria. A mensagem de Lula deixa em dúvida a continuidade do programa social, no caso do petista perder a eleição.


6

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

4,25

EXPECTATIVA DE ELEVAÇÃO DO PIB É DE 3%

por cento é o centro da meta do governo federal para a inflação deste ano e para 2007

COM INFLAÇÃO EM BAIXA, ANALISTAS ESPERAM REDUÇÃO DA TAXA BÁSICA PARA 13,5% ATÉ O FINAL DE 2006

SELIC: APOSTA É DE QUEDA DE 0,5 PONTO Paulo Pampolin/Hype

C

om inflação cada vez mais sob controle e abaixo do centro da meta de 4,25% neste e no próximo ano, o mercado reforçou as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai cortar a taxa básica da economia (Selic) em 0,5 ponto percentual nesta quartafeira, quando termina a penúltima reunião do ano, mostrou a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC). Se isso o c o r re r, a t a x a c a i r á p a r a 13,75% ao ano, diminuindo ainda mais seu piso histórico. Para o fim de 2006, os especialistas esperam que a Selic fique em 13,5%, o que daria mais um corte de 0,25 ponto percentual no último encontro do Copom no ano, em novembro. "Mas, se a economia não reagir um pouco mais neste segundo semestre, dá para esperar corte de 0,5 ponto (no mês que vem)", ponderou a economista-chefe da Mellon Global Investment, Solange Srour. Para ela, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do País) terá expansão de apenas 3% neste ano, abaixo do que projetam o BC (3,5%) e o governo (4%). O desempenho do terceiro trimestre, avaliou Solange, será importante para sentir o comportamento da economia em geral. Entre abril e junho, o PIB apresentou crescimento de apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior. De acordo com a pesquisa Focus divulgada ontem, os es-

pecialistas esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 3% este ano e em 4,20% em 2007. Para o PIB, a expectativa é expansão de 3% neste ano. Na pesquisa anterior, eram 3,01% em 2006 e 3,5% no próximo ano. Para a produção industrial, o mercado acabou reduzindo seus cálculos tanto para 2006 quanto para 2007. Neste ano, espera-se expansão de 3,48% – antes eram 3,56% – e, no próximo, de 4,2%, ou 0,1 ponto percentual a menos que na pesquisa anterior. Petróleo – Os preços do petróleo no mercado externo tiveram redução de 15% a 16% desde a reunião do Copom do final de agosto. "Foi algo inesperado", comentou o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles. Por isso, a probabilidade de ocorrer um aumento no preço dos combustíveis neste ano foi reduzida a zero. Outro ponto destacado pelo economista-chefe da Concórdia é a queda da taxa real de juros. "A taxa real foi reduzida entre 0,3 e 0,4 ponto percentual desde a última reunião do Copom e já está abaixo dos 9%", disse Teles. A atividade econômica, de acordo com ele, continua sem gerar grandes pressões sobre o comportamento dos preços. "Desde a última reunião do Copom, a atividade mostrou alguma recuperação. Mas os sinais ainda são muito fracos", comentou. (Agências)

Reservas atingem nível histórico

A

liquidação financeira da emissão externa em reais colocou as reservas internacionais brasileiras no maior nível histórico, em US$ 74,954 bilhões. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) ontem, as reservas do País subiram US$ 617 milhões no dia 13, contra um saldo de US$ 74,337 bilhões na quarta-feira passada. A assessoria do BC confirmou que o nível atual das reservas é o maior já registrado. A autoridade monetária disponibiliza em seu site um histórico mensal das reservas, e o

segundo saldo mais alto é de abril de 1998, de US$ 74,656 bilhões. O BC não informa o motivo da variação das reservas, mas estava prevista para a sexta-feira a liquidação financeira da emissão de US$ 300 milhões em bônus em reais, que foi feita no último dia 5 de outubro. Além da captação externa, as reservas vêm sendo engrossadas pelas compras diárias de dólares pelo BC. Desde o início da campanha mais recente de aquisição de dólares pela autoridade monetária, em julho, as reservas do País já subiram US$ 12,37 bilhões. (Reuters)

Empresas asiáticas são campeãs em investimentos

O

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente da Apimec, Reginaldo Levy

Governo não fará cortes radicais, diz Paulo Bernardo

O

governo federal não fará um corte de gastos radical no próximo ano, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja reeleito. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, quem fala em "choque de gestão" por meio de cortes nos gastos correntes faz uma "bravata", já que essa ação é impossível. Bernardo explicou que a redução no custo da máquina pública será gradual, com cortes equivalentes a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$ 5 bilhões no orçamento de 2007. Durante evento realizado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo, o ministro defendeu cortes pontuais e de pequeno e médio portes dentro da estrutura da União, mas que teriam um resultado positivo no longo prazo. Um dos efeitos dessa "economia" seria a possibilidade de reduzir a alíquota da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) – cuja posição do governo é de torná-la um tributo permanente – dos 0,38% para 0,08% no período de quatro

anos. Com a redução, a contribuição passaria a arrecadar R$ 6 bilhões para os caixas do governo, não mais R$ 30 bilhões como ocorre atualmente. "O 0,08% é o mínimo destinado ao fundo de educação e outros programas sociais do governo", explicou o ministro. Fiscalização – Bernardo defendeu a permanência da CPMF alegando que ela é um meio de fiscalização financeira para a Receita Federal, além de sua arrecadação ser indispensável para o fechamento das contas do governo. "Ninguém pode negar a arrecadação da CPMF. Não importa qual seja o resultado da eleição", disse. O ministro lembrou que a efetivação da contribuição precisa ocorrer o mais breve possível, já que sua vigência termina no mês de janeiro de 2008. Outra permanência defendida por Paulo Bernardo é da Desvinculação dos Recursos da União (DRU). O prazo final da DRU é 2007. Bernardo lembrou da importância da medida na flexibilização dos recursos do governo federal. Voltando ao tema redução de gastos, o ministro definiu como "impossível" a realização de um corte de R$ 70 bi-

lhões nos custos não "carimbados" (verbas de destinação obrigatória) do governo federal. A medida é divulgada como parte do plano de governo do tucano Geraldo Alckmin, que garante ser viável o corte e uma redução nos custos da União com pessoal e com a estrutura da máquina pública. Paulo Bernardo, para comprovar a impossibilidade do corte, apresentou o seguinte argumento: "A União enviou uma receita de R$ 570 bilhões no orçamento de 2007; desse total, R$ 100 bilhões estão fora das verbas 'carimbadas', as que impedem qualquer tipo de movimentação por parte do governo federal, entre elas a Previdência, os juros da dívida e custo com pessoal. Dessa sobra, o Planalto destina o repasse dos estados e municípios e o orçamento dos ministérios, o que impede qualquer corte". Bernardo acredita que o PIB crescerá cerca de 3% em 2006. Para ele, o índice será confirmado após a divulgação dos números do último trimestre deste ano. Para 2007, sua previsão é de um crescimento entre 3,5% e 4,75% e um patamar acima dos 4% a partir de 2008. Davi Franzon

Mantega: déficit "zero" em 4 anos

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que é "perfeitamente possível que as contas do setor público registrem um déficit nominal zero ao longo dos próximos quatro anos". Segundo o ministro, a obtenção desse resultado não demanda necessariamente ajustes estruturais nas despesas correntes do setor público. Mantega lembrou que algumas dessas mudanças, como, por exemplo, as vinculações constitucionais da saúde e educação, são política e socialmente difíceis de serem implementadas. Em sua opinião, o nível atual de superávit primário, de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), é suficiente para reduzir a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) de maneira gradual. "É possível zerar o déficit nominal nesses próximos anos com os juros caindo e o PIB e a arrecadação subindo", disse o ministro participou ontem da 46ª Assembléia Geral da Federação Mundial de Bolsas de Valores, em São Paulo. Isso não quer dizer, segundo Mantega, que o governo não

Terrabarth/Futura Press

Ministro Guido Mantega: equilíbrio nas contas públicas

trabalhará no lado de seus próprios gastos. Ele explicou, por exemplo, que a proposta de um redutor para as despesas correntes como proporção do PIB, de 0,1% a 0,2%, poderá ser aplicada na prática já a partir de 2007 (essa proposta constava da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano, que não foi aprovada pelo Congresso). "Tentaremos aplicar esse redutor na prática, mas é preciso esperar o orçamento do Congresso. Se não der para fazer no ano que vem, faremos em 2008,

ou colocaremos na LDO." Segundo ele, ajustes de eficiência no gasto público permitem corte de despesas. Ele citou como exemplo a informatização da compra de medicamentos por parte do Ministério da Saúde, uma conta que soma hoje R$ 4 bilhões. Questionado se essa fórmula de déficit nominal zero não acabaria consolidando uma carga tributária alta, Mantega disse que é possível conciliar reduções de tributos com o equilíbrio nas contas públicas. (AE)

s setores privados do Brasil e da América Latina não conseguem acompanhar o grau de internacionalização das empresas asiáticas. Segundo o relatório anual sobre investimentos da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), as empresas multinacionais de países em desenvolvimento se tornam atores da economia internacional e já realizam 15% do investimento privado mundial. Mas, se entre 1980 e 1990 o Brasil era quem mais investia no exterior entre os emergentes, o País foi amplamente superado pelos asiáticos e perdeu a liderança na última década. Hoje, está em sexto lugar em termos de estoque de capital no exterior e, dos US$ 72 bilhões que o Brasil dispõe no exterior, 65% estão em paraísos fiscais. A Argentina, que figurava na 3ª colocação em 1980, sequer conta com uma empresa entre as 100 primeiras dos emergentes. Atualmente, as empresas de países emergentes investem no exterior dez vezes mais do que faziam em 1990, com um estoque de US$ 1,4 trilhão. Em 1990, apenas 19 empresas de países emergentes faziam parte da Lista Fortune das 500 maiores companhias do mundo. Hoje, são 47. A estratégia seguida por muitas é a internacionalização como forma de sobreviver à concorrência, seja no setor de mineração, serviços ou tecnologia. Para outras, investimentos no exterior são a forma de abastecer seu mercado de commodities ou energia, como no caso da China, que busca matérias-primas na América Latina e África. Ranking – No total, a ONU estima que essas empresas investiram US$ 120 bilhões no mundo em 2005, um recorde. Em vendas, somaram US$ 1,9 trilhão. Das 100 primeiras companhias, porém, 77 são da Ásia. Não por acaso, as cinco primeiras do ranking também são asiáticas: Hutchison Whampoa de Hong Kong, com US$ 67 bilhões em ativos, seguida pela Petronas da Malásia, Singtel de Cingapura, a coreana Samsung e a CITIC da China. Essas empresas ainda estão longe das líderes dos países ricos, como a americana General Electric (com US$ 448 bilhões em ativos no exterior); a britânica Vodafone e as americanas Ford e General Motors. Mesmo assim, o que surpreende a ONU é a rapidez com que as asiáticas ganharam força. Hoje, respondem por 55% dos investimentos de multinacionais de países emergentes. A predominância das empresas asiáticas ocorre graças à potência do setor chinês, com 70 empresas entre as 100 maiores dos países emergentes. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do príncipe Harry, 22, terceiro na linha de sucessão da Coroa britânica, ao comparar sua namorada, a zimbabuense Chelsy Davy, 21, ao presidente dos EUA, George W. Bush.

Logo Logo

17

OUTUBRO

Ambos [Bush e Chelsy] fazem constantemente comentários fora de lugar e contexto.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza (ONU)

C IÊNCIA M EIO AMBIENTE

Energia nuclear contra efeito estufa O mundo precisa de 20 vezes mais usinas nucleares para reverter um apocalipse ambiental que poderia provocar a morte de bilhões de pessoas, alertou ontem John Ritch, diretor geral da Associação Nuclear Mundial. A afirmação de Ritch atraiu a condenação de grupos ambientalistas que defendem que os potenciais prejuízos da energia nuclear – entre eles a proliferação de armas – superam em muito os benefícios. Em pronunciamento durante uma conferência sobre

energia nuclear realizada ontem em Sydney, Ritch calculou que seria preciso multiplicar por no mínimo 20 o número de reatores nucleares em funcionamento no mundo para suprir a demanda por energia de países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, cerca de 1,4 bilhão de pessoas (20% da população global) consomem cerca de 80% de toda a energia do planeta. A maior parte dessa energia é produzida pela queima de combustíveis fósseis, principal causas do efeito estufa.

P OLÔNIA Wojtek Radwanski/AFP

Na cola da gripe aviária Pesquisadores brasileiros se unem para impedir a chegada do vírus H5N1

P

esquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vão estudar as possíveis rotas migratórias de aves brasileiras, na tentativa de impedir a entrada do vírus H5N1, causador da gripe aviária, no País. Os pesquisadores envolvidos no projeto apresentaram ontem, em Campinas, o projeto de prevenção da doença na América Latina. Ao menos cinco especialistas das áreas de estatística, saúde e meio ambiente terão de ir a uma base na Antártida para o recolhimento de material genético das aves migratórias. Segundo o diretor do Instituto de Matemática, Estatística e

Computação Científica da Unicamp, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, das pelo menos 60 espécies que fazem rota transantártica, os pesquisadores brasileiros estudarão 15. Os pesquisadores vão identificar o comportamento das aves, caracterizar suas rotas e descrever as espécies portadoras de vírus, os períodos e locais de maior risco de entrada do H5N1 no País. Tudo isso além de desenvolver um modelo matemático e um banco de dados para ajudar na criação de vacinas e na identificação de mutações do vírus letal. Segundo o diretor técnico da Associação Paulista de Avicultura (APA), José Roberto Bottura, o modelo matemático que foi apresentado pelos pesquisadores e será usado no trabalho é "interessante e

pode ser útil para auxiliar o Ministério do Meio Ambiente no controle de aves migratórias". Já para outros especialistas, além de preservar a saúde pública, o Brasil tem interesse em se prevenir contra casos de gripe aviária para garantir suas exportações. Como é um dos maiores exportadores mundiais de frango, o País precisa garantir a confiabilidade do mercado na sua produção. Só o Estado de São Paulo tem ao menos 3,8 mil estabelecimentos avícolas, segundo Bottura. Há registros de transmissão do H5N1 ao homem desde 1997, em países do sudeste asiático. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 151 pessoas morreram da doença em dez países e 120 milhões de aves foram sacrificadas entre 2004 e 2005. (AE)

Rafiqur Rahman/Reuters

L

Uma nova nota entrou em circulação ontem na Polônia. No valor de 50 zlotis (equivalente a 13 euros) a moeda traz a imagem do papa João Paulo II e foi lançada no 28º aniversário de sua eleição como líder da Igreja Católica.

A RGENTINA

Kirchner assume culto a Perón

E M

e angariar votos. Mesmo dividido entre esquerdistas e neoliberais, os integrantes do partido fazem questão de usar a "grife Perón". Kirchner – um peronista que não simpatiza com a liturgia peronista e que se interessou pelo ato fúnebre somente há duas semanas – conseguiu deslocar seu rival, o expresidente Eduardo Duhalde (200203), das cerimônias no mausoléu onde Perón será enterrado, no município de San Vicente, e também convenceu os "fiéis" de Perón a retirarem o convite para que o presidente venezuelano Hugo Chávez fosse ao funeral.

EMPREENDEDORAS - Mulheres de Bangladesh fazem o pagamento dos empréstimos que fizeram no banco Grameen. O banco foi criado por Muhammad Yunus, Nobel da Paz de 2006, há 30 anos, e concede microcrédito para futuras pequenas empreendedoras.

M ÍDIA

A morte do ano Reprodução

presidente George W. Bush não morreu, mas os leitores do britânico The London Paper podem ter ficado em dúvida durante alguns minutos na semana passada, quando o jornal emprestou sua capa e seu logotipo para anunciar a transmissão televisiva do drama-documentário Death of a President. O filme usa imagens de arquivo para "narrar" o suposto assassinato de Bush. Na mesma linha, o jornal publicou uma fotografia de Bush como se tivesse sido atingido no peito. A imagem, falsa, foi detalhadamente manipulada. E a imprensa britânica entrou na berlinda: como defender a credibilidade dos jornais publicando mentiras na capa? A imprensa, bastante abalada mundialmente pela insistente publicação de verdades "parciais", roda a internet para quem quiser opinar.

O Trabalhos de Jô Soares, com a técnica da digicromia: desenhos em papel, alterados pelo computador e transferidos para tinta acrílica sobre tela (foto). Centro Brasileiro Britânico. Rua Ferreira de Araújo, 741. Telefone: 3819-4120. Das 10h às 19h. Grátis.

Decoração: a almofada-sushi

Um diagnóstico do Brasil

As almofadas reproduzem vários tipos de sushi, e podem dar um toque especial a uma decoração com tema oriental. Cerca de US$ 36,00 no site.

Como fazer um projeto para o Brasil? Quem tem culpa pela corrupção? Quais os verdadeiros números da desigualdade e da educação no País? As políticas públicas evoluem efetivamente evoluem? Estas são algumas perguntas que o Instituto DNA Brasil, que reúne pessoas que refletem o perfil sócio-econômico da população de Norte a Sul do País, se propõe a pensar e a responder. O site do instituto reúne estatísticas, artigos e notícias sobre todos os aspectos da sociedade brasileira.

www.theoriginalsushipillow.com/ home.html

Mais emigrantes, menos imigrantes O jornal ameicano Brazilian Press, voltado à comunidade brasileira nos EUA, publicou ontem a reportagem de um jornalista britânico sobre o fluxo migratório no País. Segundo a reportagem, o Brasil, destino de imigrantes de quase todas as partes do mundo entre o fim do século 19 e a segunda metade do século 20 (nesse período, 3,5 milhões de pessoas vieram do exterior para morar aqui) hoje se tornou num dos maiores "exportadores" de imigrantes do mundo. Só em 2005, 2,5 milhões de brasileiros deixaram o País para viver na Europa e Ásia, principalmente.

Notícias e vídeos de 16 canais da CBS estarão disponíveis no portal Yahoo!. As companhias vão compartilhar as receitas de propaganda dos vídeos. O acordo começa hoje e é uma tentativa de competir com o semelhante acordo da rival Google para a compra do popular serviço de vídeos YouTube por US$ 1,650 bilhão, anunciado na semana passada. As estações controladas pela CBS vão distribuir vídeos de notícias e de entretenimento produzidos pelas sucursais de Nova York, de Los Angeles e de Chicago, disponibilizando o conteúdo apenas para os usuários do Yahoo!.

Caso vai à suprema corte A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado pela polícia de Londres em 2005, contestará na Suprema Corte da Grã-Bretanha a decisão da Justiça de não indiciar nenhum indivíduo pela morte do brasileiro. A família quer uma revisão judicial da decisão da Procuradoria-Geral britânica, de que não há evidências suficientes para um julgamento por assassinato. A defesa também contestará o adiamento da conclusão da investigação sobre a morte e o fato de a comissão de queixas contra a polícia não ter divulgado o seu relatório sobre o caso, depois de encaminhá-lo à Procuradoria-Geral.

www.thelondonpaper.com

L OTERIAS Concurso 160 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

L

www.dnabrasil.org.br

B RAZIL COM Z

J EAN CHARLES

www.e-cr.co.uk/crblog/?p=180

L

F AVORITOS

L

G @DGET DU JOUR

A população norteamericana deve atingir a marca de 300 milhões de pessoas hoje às 7h46 de Nova York (8h46 no horário de Brasília). O bebê de número 300 milhões deve ser um menino descendente de latinos nascido em Los Angeles, especula o demógrafo William Frey, da Brookings Institution. A previsão é possível, diz Frey, porque metade do crescimento da população dos EUA se deve a hispânicos, o maior aumento deles ocorre em Los Angeles e nascem mais meninos do que meninas.

A guerra dos 'tubes'

C A R T A Z

VISUAIS

O bebê número 300 milhões

I NTERNET

L

O presidente Néstor Kirchner comandará hoje as cerimônias do segundo – e hipoteticamente definitivo – funeral do general Juan Domingo Perón, três vezes presidente da Argentina e fundador do partido Justicialista (Peronista). Este novo enterro será o grande evento político do ano. Portanto, Kirchner quer Perón só para ele. Motivos há de sobra, já que mesmo falecido há 32 anos, Perón é o morto mais vivo da política argentina. Nos subúrbios da capital e no interior, entre o eleitorado acima de 50 anos, seu nome ainda é capaz de emocionar

E UA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Ladrões levam altar de 300 anos e pia batismal da igreja de N. Senhora da Piedade, no Rio Crimes violentos, drogas e suicídios ameaçam população indígena do Mato Grosso do Sul Índios invadem área de usina hidrelétrica no Paraná para negociar indenização ambiental

01

03

04

09

10

11

12

14

15

16

17

19

20

21

24


terça-feira, 17 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Vamos reagir com todas as forças da democracia. A PF não pode seguir o caminho fascista que segue hoje. Tasso Jereissati, líder do PSDB.

O CONTRA-ATAQUE DA OPOSIÇÃO

TUCANOS ALINHAM O ATAQUE EM TRÊS FRENTES Em nova ofensiva, comando de campanha de Alckmin concentrará esforços no TSE, onde pretende conseguir a convocação do ministro da Justiça, Marcio Thomas Bastos, para falar sobre Freud Godoy; na Polícia Federal, para evitar que seja usada com fins eleitoreiros; e na OAB, para monitorar as investigações sobre o Dossiê Vedoin. Alan Marques/ Folha Imagem

O

Reunião de líderes do PSDB, PPS e PFL discute ações conjuntas da oposição após denúncias da revista 'Veja'.

A REAÇÃO DOS ALIADOS PSDB, PFL e PPS pedirão para TSE convocar Bastos sobre operação abafa

D

epois do polêmico apoio ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio, Anthony Garotinho, fez críticas à estratégia de campanha do tucano – a exemplo do prefeito da capital fluminense, César Maia (PFL). Num programa de TV, na noite de domingo, Garotinho disse que Alckmin foi muito agressivo no debate da Rede Bandeirantes e que não agiria da mesma forma. "As coisas têm que soar como sinceridade. Se eu chegasse aqui um carneirinho, vocês iriam desconfiar. Não é meu temperamento. Cada um tem a sua personalidade e não adianta mudar de uma hora para outra porque pode confundir o eleitor", ensinou. Para o ex-governador, Alckmin disse coisas "muito verdadeiras", mas a entonação pode ter prejudicado o tucano. Garotinho, no entanto, classificou como uma "colocação (sic) fantástica" a comparação feita por Alckmin do avião de Lula com a falta de aeronaves oficiais em países como a França ou o Vaticano. "Alckmin falou aquilo com sinceridade, mas usando um tom um pouco agressivo" ressaltou. Para ele Alckmin "dá de 10 a 0" em Lula na capacidade administrativa e na honestidade, por isso o apoio ao presidenciável. (AE)

ir hoje à Polícia Federal (PF) para deixar claro que não concordam com uso político da instituição pelo governo Lula. "Vamos reagir com todas as forças da democracia. A PF não pode seguir o caminho fascista que segue hoje", disse o presidente do PSDB. Os três partidos devem solicitar à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) um acompanhamento das investigações sobre o caso do dossiê. Em resposta ao comando da campanha de Lula, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afirmou que os três partidos não estão fazendo nenhum "factóide". (AE)

Ricardo Moraes / Folha Imagem

GAROTINHO CRITICA TOM DE ALCKMIN

como um dos mediadores no processo de montagem do dossiê. Blairo Maggi – Os três partidos pedirão ao TSE também que o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), seja investigado. Na semana passada, Maggi aderiu à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois de ouvir deste o compromisso de liberação de recursos para o agronegócio no Estado e no País. "Isso é crime eleitoral. É abuso do poder econômico do governo federal. É o 'megamensalinho' do governador Blairo", afirmou Jereissati. Os três partidos pretendem

APOIO ERRADO – A foto do candidato do PMDB ao governo do Rio, Sérgio Cabral, aparece ao lado da imagem do tucano Geraldo Alckmin, candidato à Presidência, em vans e kombis estacionadas em frente ao comitê do deputado federal eleito Pudim, no bairro da Glória. Ao contrário do que dizem os adesivos, Cabral apóia o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva. Pudim é afilhado político do ex-governador Anthony Garotinho, que anunciou apoio a Geraldo Alckmin. Sérgio Castro / AE

O

PSDB, o PFL e o PPS decidiram em reunião pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que convoque todos os acusados de envolvimento na suposta tentativa de impedir as investigações sobre a origem do dinheiro que seria usado por petistas na compra do dossiê Vedoin, contra candidatos do PSDB. "O envolvimento do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, está servindo como intermediário e articulador de toda a artimanha para blindar Freud Godoy", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, referindo-se ao amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontado

VENTO DE POPA – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), não conseguiu evitar um constrangimento, ontem: sua calça rasgou quando ele descia para visitar a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Pinheiro, na Vila Matilde, na zona leste da cidade. Mesmo desguarnecido na retaguarda e em prejuízo protocolar, o prefeito não deixou de cumprir a visita às instalações da escola, conforme previa a agenda do cerimonial.

comando da campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência decidiu reagir e partiu ontem para nova ofensiva contra o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, no escândalo do dossiê contra tucanos. O PSDB, o PFL e o PPS resolveram agir em três frentes: no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o pedido de convocação do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, para explicar sua participação no suposto acerto para isentar Freud Godoy, ex-segurança de Lula na compra do dossiê; na Polícia Federal (PF), para impedir que a instituição seja usada politicamente; e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para acompanhar as investigações sobre o escândalo. "Queremos que o TSE convoque todos os envolvidos no caso do dossiê: desde o delegado, passando pelo carcereiro, até o ministro da Justiça", resum i u h o j e o p re s i d e n t e d o PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). "É preciso apurar o envolvimento do ministro da

Justiça, que estaria servindo como intermediário e articulando todas as artimanhas para blindar o Freud Godoy", completou o tucano. Em sua avaliação, o episódio é "uma nova versão do caso do caseiro". Há cerca de seis meses, o caseiro Francenildo Santos te-

É preciso apurar o envolvimento do ministro da Justiça, que estaria servindo como intermediário e articulando todas as artimanhas para blindar Freud Godoy. Tasso Jereissati ve seu sigilo bancário quebrado ilegalmente a pedido do então ministro Antonio Palocci. Segundo a revista "Veja" desta semana, o ministro Marcio Thomaz Bastos teria atuado para blindar o presidente Lula no escândalo do dossiê ao interferir para que Freud Godoy fosse inocentado das acusa-

Patricia Santos / AE

Alckmin: "Vou pisar no acelerador. O Brasil não pode crescer só 2%."

ções de que seria o mandante da compra dos documentos contra os tucanos. De acordo com a revista, o ministro teria facilitado o encontro entre Gedimar Passos, José Carlos Espinoza e Freud, todos envolvidos na compra do dossiê. "A Polícia Federal não pode ser transformada em polícia política do governo Lula. Vamos reagir a isso com todas as forças da democracia para que a Polícia Federal não siga o caminho fascista que segue hoje", afirmou Tasso Jereissati. Ele e os presidentes do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE), pretendem ir hoje à Polícia Federal para encontro com o superintendente, Paulo Lacerda, para deixar claro que não vão admitir "o uso político" da PF. Além do TSE e da Polícia, os três presidentes de partidos de oposição também vão à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para pedir a participação da instituição nas investigações sobre o "dossiêgate". "Não existe mais credibilidade para o Ministério da Justiça levar sozinho as investigações. A OAB tem de participar", disse Jereissati. "Lambança" – Longe da reunião, o candidato Geraldo Alckmin, voltou a afirmar, em São Luís, no Maranhão, que será o novo presidente do Brasil. Segundo ele, o País não vai "perder tempo" escolhendo novamente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "Lula teve a sua chance e deixou passar a oportunidade. Seu governo foi uma lambança do ponto de vista ético. Não funcionou. É muito ineficiente, devagar. Tem 34 ministérios e não avança. Eu vou pisar no acelerador. O crescimento do Brasil não pode ser de apenas 2%." (AE)

PAES VAI APOIAR CABRAL Deputado mantém posição e reitera apoio a Sérgio Cabral (PMDB) no Rio

M

esmo após três horas de reunião com o comando do PSDB fluminense – adepto da neutralidade na eleição estadual do Rio de Janeiro –, o deputado federal tucano Eduardo Paes manteve ontem a sua posição: vai apoiar e fazer campanha para o candidato do PMDB a governador, senador Sérgio Cabral Filho. Os dois lados, porém, saíram do encontro garantindo que a crise acabou – apesar de o peemedebista apoiar, no se-

gundo turno da disputa presidencial, a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário do candidato tucano, Geraldo Alckmin. Mesmo com o discurso conciliador, Paes, que concorreu ao governo do Rio no primeiro turno, voltou a atacar a candidata do PPS ao governo, Denise Frossard, cuja candidatura, em tese, sustenta a do presidenciável tucano. "Acho a Denise Frossard uma tragédia absoluta", afir-

mou o deputado. "Mostrou isso anteontem no debate da Band. Ela é um horror." A reunião aconteceu no apartamento do ex-governador Marcello Alencar, e durou toda a tarde, se estendendo até o início da noite . Além do anfitrião e de Paes, participaram o presidente regional do PSDB, deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, o vice-prefeito do Rio, Otávio Leite, e o deputado estadual eleito José Zito, além de outros integrantes. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,13

reais é quanto vale cada dólar comercial para venda, de acordo com a cotação de ontem.

16/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 11/10/2006 11/10/2006 11/10/2006 11/10/2006 11/10/2006

P.L. do Fundo 10.580.330,14 1.460.691,02 7.974.422,38 17.740.642,13 1.303.170,05

Valor da Cota Subordinada 1.212,559718 1.102,205243 1.189,063335 1.124,329770 1.113,556918

% rent.-mês 0,9397 0,7203 2,3327 0,3541 0,9980

% ano 24,1142 10,2205 18,9063 12,4330 11,3557

Valor da Cota Sênior 1.005,207989 1.092,314034 1.106,342994 0 0

% rent.-mês 0,4628 0,4249 0,4628 -

% ano 0,5208 9,2314 10,6343 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Rafiqur Rahman/REUTERS

DOISPONTOS -77

PAULO SAAB

OS DONOS G Muhammad Yunus (acima), por

meio do microcrédito, se esforça para libertar do patriarcado as mulheres muçulmanas de Bangladesh. Nada melhor do que o espírito empreendedor para diluir o integralismo. G Nos emirados do Golfo Pérsico os parlamentos são eleitos, as mulheres votam no Bahrein, no Catar e no Kwait. Na Arábia Saudita os conselhos municipais são eleitos e os líderes religiosos obscurantistas são criticados. G Não se trata de uma idéia nova: o Islã é compatível com os direitos humanos, com a democracia, a racionalidade e a modernidade.

Contra o islamismo integralista,

o Islã liberal o Islã, nem tudo é sombra. Os exemp l o s s ã o O rh a n Pamuk, literato turco que, em seu país luta pelos valores democráticos. Ou Muhammad Yunus que, por meio do microcrédito, se esforça para libertar do patriarcado as mulheres muçulmanas de Bangladesh; segundo Yunus , nada melhor do que o espírito empreendedor para diluir o integralismo. O Prêmio Nobel reconheceu neste ano excepcionalmente, dois muçulmanos liberais. Escutemos Ayaan Hirsi Ali, deputado holandês que, junto com Theo Van Gogh, criticou duramente a exploração Stringer/REUTERS das mulher e s m u ç u lmanas perpetrada em nome do Islã. Sigamos os conselhos do Dr Qotb que, na televisão egípcia, explica aos casais como viver sua sexualidade sob o Islã. Também no E g i t o , e nO escritor contremos, em prisão doOrhan miciliar, o militante dos diPamuk, reitos humanos Saad Edin prêmio Ibrahim; ele explica como Nobel de os Estados Unidos introLiteratura, duziram a modernidade já foi no Oriente Médio com tanameaçado ta brutalidade quanto a de por Napoleão, no passado, muçulmanos mas nos dois casos isso teradicais na ria sido indispensável paTurquia ra combater o feudalismo. (na foto, Fouad Adjami, universitáprotesto rio libanês, tem um discurem so comparável: o Ocidente Istambul rompeu as correntes dos contra a xiitas, oprimidos durante premiação). séculos pelos sunitas do Iraque. No Marrocos, leiamos o semanário Aboubakr Jamaï: nenhum tabu político nem religioso o impede de falar conta os islâmicos ou seus derivados monarquistas. No Paquistão, em Bangladesh, na Indonésia,

N

a imprensa é livre. Nos emirados do Golfo Pérsico os parlamentos são eleitos; as mulheres votam no Bahrein no Catar e no Kwait. Na Arábia Saudita, os conselhos municipais são eleitos; nas organizações universitárias e nos blogs, onipresentes, os líderes religiosos obscurantistas são criticados. Que o Islã seja compatível com os direitos humanos e das mulheres, com a democracia, a racionalidade e a modernidade, não se trata de uma idéia nova entre os islâmicos. Para que se mantenham nos tempos modernos, desde o primeiro choque com o Ocidente que foi a campanha do Egito, dirigentes e líderes religiosos muçulmanos têm se empenhado em "recuperar o atraso". sses muçulmanos liberais, moderados e democráticos, que peso têm na grande guerra que opõe o Islã e o Ocidente e, principalmente, os muçulmanos entre si; Islã contra Islã? O Ocidente, nesse caso, está implicado na medida em que intervém em conflitos internos ao Islã: apóia Israel contra os muçulmanos, na Arábia Saudita é contra Bin Laden, etc. Os ocidentais deveriam se retirar desses conflitos, como exigem os islâmicos, com a esperança de garantir a própria segurança? Alguns (a França) conseguem fazer isso melhor do que outros (os Estados Unidos). Mas a escolha é teórica, já que basta uma palavra (do papa) ou uma caricatura (na Dinamarca), para que os islâmicos se manifestem. Na Europa, é possível estar seguro e persuadido de que os islâmicos não vencerão jamais a guerra, porque seus objetivos são inalcançáveis: eles não conseguirão tomar o poder na Arábia Saudita, nem na Indonésia, eles não restabelecerão os califados, não restaurarão a co-

E

munidade mística e mítica dos muçulmanos, eles não irão, necessariamente, para o Paraíso. Mas eles também não desaparecerão da paisagem; é mais provável que aumentem em número, que seu movimento se globalize e que sua capacidade de luta, que já é considerável, se acentue. Para além dos atentados, o movimento islâmico perturbará eternamente a economia mundial, afetando diretamente o modo de vida e a segurança dos países ricos. iante dessa ameaça estratégica precisa, os europeus se dispersam em respostas contraditórias. Alguns acreditam que "é suficiente resolver o problema palestino" ou sair do Iraque. Mas em que essas concessões locais aos islâmicos poderá dissuadi-los de perseguir sua ambição universal, imanente e transcendente? Pelo lado inverso, não compreendemos como nosso apoio persistente aos déspotas muçulmanos pode inflamar a revolta islâmica, que é, precisamente, engendrada pelo despotismo. A única estratégia coerente, em resposta, exigiria apoiar os muçulmanos liberais; apenas eles saberiam falar aos muçulmanos e os dissuadir do islamismo político. Não é isso que tentam os norte-americanos no Iraque, mas não conseguem? Sim, mas se os europeus estivessem associados aos norte-americanos – ou, ainda melhor, se os norte-americanos não tivessem entrado na guerra sem o apoio da maior parte dos europeus – o Iraque talvez não estivesse tão mal. Lá, o que está em causa não é a mensagem democrática, mas a mensagem americana. Nessa região eles são os piores fatores possíveis. Não se pode concluir pelo Iraque que a democracia não é a solução para os mu-

D

onipotência típica do grupo hoje instalado em Brasília quer transformar o jogo do faça-o-que-eudigo-mas-não-faça-o-que-eufaço em palavra de ordem, de domínio da verdade nacional. A metade do país que reagiu ao encobrimento da verdade pelos petista-governistas não era esperada. A metade da população, a parcela que consegue pensar e ver o que acontece num clima de meias verdades e mentiras, que votou pelo não ao continuismo da desfaçatez, como "nunca antes se viu nesse país", tirou de vez a máscara dos lulistas restantes. Ministros viraram cabos eleitorais no exercício do cargo público. Funcionários aparelhados em altos cargos fazem campanha abertamente a favor do "chefe".

A

Grameen Bank/AFP

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

çulmanos. Basta lembrar que os iraquianos, quando podem, enfrentam todos os perigos, votam com entusiasmo e sabem perfeitamente como funciona uma democracia pluralista. De modo generalizante, a vitória islâmica nunca é garantida quando há eleições livres. O argumento segundo o qual os islâmicos ganham em todos os lugares em que a democracia é instaurada não é aceitável; eles vencem onde o despotismo reina há muito tempo (Palestina, Argélia), onde os liberais foram eliminados (como no Egito). É apenas sob essas circunstâncias particulares que os islâmicos se impõem como última forma de protesto. Em circunstâncias reversíveis, em particular, bem antes das eleições, são livres a imprensa e os partidos. Voltemos agora à Turquia, onde um partido democrático-muçulmano há três anos exerce o poder e se aproxima das normas liberais européias. É triste que os cálculos eleitorais na França e na Alemanha possam colocar em risco a reforma turca, para a alegria dos islâmicos. nfim, a questão da guerra no Islã não só depende dos ocidentais; cabe aos muçulmanos liberais se tornarem mais conhecidos e ouvidos. Esses liberais não sabem se organizar, nem se difundir, com o mesmo zelo dos islâmicos fascistas. Os islâmicos fascistas ( e xpressão contestável mas eficaz) compreenderam a importância dos meios de comunicação e dos blogs para recrutar a juventude; os muçulmanos liberais ainda não. Os islâmicos fascistas vencerão suas batalhas se os democratas não se organizarem para resistir, os democratas daqui e do Islã.

E

GUY SORMAN, JORNALISTA E ESCRITOR FRANCÊS, ESPECIAL PARA O DIÁRIO DO COMÉRCIO.

DA VERDADE fase final da campanha eleitoral para a Presidência da República se transformou num jogo de inverdades, ditas especialmente por dois dos mais interessados na reeleição de Lula, Tarso Genro e Marco Aurélio Cunha. Impressiona ver a seriedade que dão aos mais falaciosos argumentos em nome de seu candidato, transformando inverdades ou meiasverdades, em declarações que em outras bocas seria críveis. De todo modo, não só eles. A começar do próprio presidentecandidato, a coleção de mentiras propagadas e verdades escondidas chega a uma grandeza que, estivesse o PT na oposição, já teriam sido transformadas em escândalo internacional. A verdade é clara. Assim como o PT não sabe governar, o PSDB e o PFL não sabem fazer oposição. Ao menos com a competência, o empenho e o barulho que o PT costumava fazer. E como Heloísa Helena ainda sabe, com contundência ferina.

A

uas verdades são escondidas a mil chaves pelos petistas que ocupam o Planalto e dele se sentem donos eternos. A questão da origem do dinheiro da compra, pelo PT, do suposto dossiê contra os tucanos é uma delas. A outra refere-se ao súbito e inexplicado enriquecimento do filho do presidente, conhecido como Lulinha, que com o apoio de dinheiro público se tornou um próspero e milionário empresário em menos de três anos. Todas as insinuações das meias verdades de Cunha e Genro visam afastar para longe da figura angelical do presidente da República a roupa suja sem explicação (ainda) que se abriga no Planalto e no Alvorada. O martelar de ambos (ainda) na gestão FHC é uma demonstração evidente da falta de munição para atingir Geraldo Alckmin, num cenário onde a ameaça de perderem a boquinha e o aparelhamento da máquina pública - que hoje se confunde com o PT assusta.

D

s palácios oficiais foram transformados em comitês eleitorais. E a pressão sobre a mídia que ainda não vive das verbas dos órgãos de governo, da mesma forma, nunca foram tão intensas "antes nesse país". Ao contrário do que pensavam antes, do alto do salto alto, de que todo o País caia no conto da bolsaesmola, os petista-lulistas incrustados nas entranhas do Estado, diante do susto que levaram, estão usando de todos os artifícios possíveis, inclusive o terrorismo verbal, para vencer o segundo turno. Isso até pode acontecer. O preço para isso, todavia, da forma desbragada como se intenta o possível e o impossível para impedir a rejeição nas urnas, vai comprometer de tal forma a legitimidade e a governabilidade do eventual segundo mandato, que as nuvens no horizonte não deverão parecer claras para o futuro próximo do País.

O

império da meiaverdade, da mentira, do escuso, poderá triunfar, mas depois, se desmantelará por si só, pelos pactos feitos agora para sustentá-lo.

O

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G Os petista-

lulistas incrustados nas entranhas do Estado, depois do susto, estão usando de todos os artifícios possíveis para vencer o segundo turno.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Compor tamento Polícia Urbanismo Acidente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Medida aumenta valor de imposto em bairros mais nobres. Câmara resiste ao pacote enviado pelo prefeito.

N

O pacote de alterações na base de cálculo do IPTU está escondido em um projeto de lei, protocolado em 29 de setembro, que trata de um programa de parcelamento de impostos atrasados. O texto integral prevê um arrastão fiscal, ampliando a base de cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) e transformando em lei mudanças na cobrança do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos (ITBI). Contramão – Vereadores do PSDB apelidaram o pacote de "projeto contramão". "Já pedi para o Kassab retirar o projeto. Não podemos permitir que o nosso candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), aborde na campanha a redução urgente da carga tributária, quando apresentamos um projeto na direção contrária", disse um vereador tucano que prefere não se identificar.

Nilton Fukuda/AE

As bancadas pefelista e tucana têm 19 dos 55 votos na Câmara. Para aprovar o projeto com a maioria simples de 28 votos, Kassab terá de conquistar o apoio de mais 9 vereadores. A tarefa parece difícil, pois o único a defender o projeto ontem foi o líder do Governo, Gilson Barreto (PSDB). ". Entendo que o projeto não traz aumento de IPTU, mas faz uma justiça tributária." O argumento é o utilizado por Kassab desde a semana passada. "Não se trata de aumento de IPTU, mas de mudanças de algumas regras no cálculo. A Câmara irá debater e promover audiências públicas e fazer o melhor pela cidade, disse ontem o prefeito. Os vereadores do grupo independente, o Centrão, formado por 20 representantes do PL, PTB, PSB, PP, PV, PMDB e até do PFL, também não que-

rem votar o projeto com aumento do IPTU. "A população já paga um imposto caríssimo", disse o vereador Aurélio Miguel (PL). Sem apoio de nenhum aliado, o projeto de Kassab acabou bombardeado pelos vereadores petistas, principal partido de oposição. "Esse é o jeito de governar do PSDB e do PFL A bancada do PT vai votar contra qualquer tentativa de aumento de IPTU", disse o líder da bancada petista, Arselino Tatto. O PT tem 12 vereadores. Contrapartidas – A Promotoria da Habitação do Ministério Público Estadual acompanha a discussão, especialmente os artigos concedendo isenções aos imóveis de clubes de futebol e utilizados para turfe. Poderão ser ajuizadas ações cobrando uma compensação em projetos sociais à altura do benefício concedido. (AE)

Marcio Fernandes/AE

DISSÍDIO O TRT vai julgar manhã o dissídio coletivo dos ferroviários da CPTM.

Ó RBITA

CIRCO De hoje ao dia 27 a Praça do Correio, no Centro, será palco do Grande Circo do Livro.

SÍNDROME DE DOWN NA ESCOLA lento. Há pessoas com a m juiz de São Paulo decidiu que um colégio síndrome que chegam à U faculdade. particular pode recusar a matrícula de um aluno com síndrome de Down. Quem perdeu a ação foi a família de Lívia Roncon, de 7 anos, que não foi aceita na Nova Escola, na Vila Mascote, zona sul. A sentença foi dada no mês passado pelo juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo. Ele negou o pedido de indenização de mil salários mínimos (R$ 350 mil) por danos morais. A família de Lívia agora tenta anular a decisão num tribunal de segunda instância. "Há discriminação, há preconceito", diz a mãe, Cristiane Roncon, de 36 anos. "Dizem que a escola forma cidadãos. Mas que cidadão será esse que não conviveu com a diversidade?" A menina foi para outra escola. A síndrome é provocada por um "acidente" genético na gravidez. Em vez de dois, o feto tem três cromossomos 21 em suas células. A sobrecarga traz características típicas, como olhos puxados, mãos e pés pequenos e desenvolvimento mais

Inclusão - O episódio de Lívia ocorreu há dois anos. Na época, a Nova Escola disse que não estava preparada para receber um estudante com Down. A situação hoje é a mesma. "Nós recebemos crianças com outros tipos de dificuldade", diz Laura Souza Pinto, coordenadora da entidade mantenedora do colégio. "Ainda não temos um ambiente para acolher a criança com Down. A inclusão precisa ser responsável, não a qualquer custo", afirmou Laura. Na decisão, o juiz argumenta que a Constituição diz que a educação é um "dever do Estado" e que "a iniciativa privada não é obrigada a suprir eventuais carências do Estado". Para a procuradora Eugênia Fávero, do Ministério Público Federal a Constituição foi interpretada erroneamente. "O ensino é aberto à iniciativa privada desde que se observem as normais gerais da educação. A Constituição não autoriza discriminação." (AE)

CIDADE TERÁ NOVO EVENTO GLS e Simpatizantes (Abrat GLS) e Parada Gay deixará de A outras entidades vão ser o único grande promover o primeiro evento voltado para a comunidade GLS de São Paulo. Com o objetivo de integrar gays, lésbicas e simpatizantes com outros grupos sociais a Prefeitura, em parceria com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas Sem risco: líquido azul espalhou-se pelo córrego e ruas da região

Al Gore, que está no Brasil, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva

Corante pinta de azul o córrego do Ipiranga

Marina Silva apresenta plano ambiental a Al Gore

P

ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou ontem, em São Paulo, ao ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, a proposta brasileira de criação de um fundo de incentivo para a redução do desmatamento em países em desenvolvimento. A proposta será divulgada em novembro, na 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP-12), em Nairóbi, no Quênia. O democrata Al Gore visita o Brasil para o lançamento do documentário "Uma Verdade Inconveniente", de Davis Guggenheim, sobre o aquecimento global. Após o encontro, a ministra se disse confiante na boa

or obra de um cano entupido na rede de esgoto de uma lavanderia, o córrego do Ipiranga, na zona sul da capital, ficou ontem totalmente tingido de azul. O derrame de corante ocorreu na altura do cruzamento da avenida Teresa Cristina com rua Hipólito Soares. Além de alcançar o riacho, o líquido azul ainda se espalhou por ruas do bairro, inundando parte dos vias locais. Por isso, técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) optaram por interditar o trânsito na região. Segundo moradores do bairro, esse tipo de ocorrência é comum. Ontem, especialistas da

A população já paga um imposto caríssimo. Aurélio Miguel, vereador do PL

VEREADORES QUEREM DEBATER NOVO IPTU

Projeto que aumenta IPTU já enfrenta resistências a Câmara, nem a bancada do PFL, partido do prefeito Gilberto Kassab, pretende apoiar o projeto de lei alterando a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que aumenta o tributo, já em 2007, para imóveis do Centro expandido e de regiões valorizadas como Moema, Santana, Tatuapé e Pinheiros, e prevê mais reajustes para 2008. "Somos contra qualquer aumento de imposto", disse o líder do PFL na Câmara, Domingos Dissei. A bancada pefelista pretende discutir hoje o projeto. "O prefeito fala que não vai haver aumento de IPTU. Queremos avaliar o projeto para descobrir como será a arrecadação do imposto e de onde ela virá. O Kassab mandou um projeto para discussão e não um decreto", disse.

3

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) descobriram que o líquido azul que se esparramou pelo córrego é um corante proveniente da lavagem de jeans. Cerca de mil calças jeans são lavadas diariamente pela lavanderia, localizada a menos de 20 metros do córrego do Ipiranga. O proprietário do estabelecimento, Marcos Perez, disse ter autorização para jogar o líquido no esgoto. Ocorre que um cano entupido desviou os dejetos para a rede pluvial. De acordo com a Cetesb, o corante azul não é tóxico nem provoca danos ao meio ambiente. (Agências)

A

repercussão da proposta e ressaltou o reconhecimento da militância ambiental de Gore. Os dois se conhecem desde a época do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em dezembro de 1988. "Ele deve analisá-la e, talvez, possa se tornar um aliado", disse. A proposta foi apresentada em agosto, em Roma, em reunião realizada com os países signatários da convenção. O plano prevê a criação de um fundo financiado por países desenvolvidos para beneficiar as nações em desenvolvimento que consigam reduzir os índices de desmatamento de acordo com referências históricas preestabelecidas. (AE)

DiverCidade São Paulo. Serão quatro dias de atividades, começando no dia 16 de novembro. Haverá simpósios, fóruns e passeio sobre rodas, incluindo cadeirantes, além de festas em casas noturnas. (AE)


quarta-feira, 18 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

3

2,5 MILHÕES DE PROCESSOS DE EXECUÇÃO NA JUSTIÇA

A VarigLog vai investir US$ 173 milhões para ampliar sua atual frota, de 17 para 46 aeronaves até 2008.

COMÉRCIO TEM ATÉ O DIA 20 DE DEZEMBRO PARA SE ADEQUAR ÀS NORMAS DO CÓDIGO DO CONSUMIDOR

DECRETO IMPÕE REGRAS AO COMÉRCIO José Cruz/ABr

S

upermercados, lojas e outros estabelecimentos comerciais têm até o dia 20 de dezembro para adequar a identificação de seus preços às regras do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Com o intuito de facilitar a vida do consumidor na hora da compra e regulamentar normas do CDC que não vinham sendo cumpridas, o governo federal editou, no último dia 20, o Decreto nº 5.903, que traz uma série de regras para a exposição dos valores de produtos e serviços. A multa para quem não cumpri-las varia de R$ 200 a R$ 3 milhões. O decreto determina, por exemplo, que os estabelecimentos deixem os preços em locais bem visíveis e de fácil identificação. Para tanto, podem optar por três formas de marcar os preços: etiquetas fi-

xas nas embalagens, código de barras e código referencial. Caso escolha o código de barras, o comerciante deverá fixar etiquetas no produto com informações como preço, características e código. "O decreto não traz nenhuma novidade nesse sentido porque essa regra já está prevista no CDC. O que se esperava com a publicação do novo decreto era a determinação para que os preços fossem colocados diretamente nos produtos à venda", afirma Wagner Morroni, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados. Exagero –A norma também torna obrigatória a instalação de máquinas para a verificação de preços a uma distância máxima de 15 metros de qualquer produto. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comer-

cial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, essa determinação é um exagero. "Antes de impor uma exigência como esta, o legislador deveria pensar que esse custo é repassado para o consumidor", critica Solimeo, ao ressaltar que nem todas as lojas dispõem de espaço suficiente para cumprir essa determinação. "É uma fúria regulatória que, na prática, não condiz com a realidade do comerciante", critica. Outra determinação do decreto diz respeito às vendas parceladas. Nesses casos, as lojas devem informar os valores do preço à vista, a prazo, a taxa de juros e o número de prestações. Bares e restaurantes, a partir de agora, também terão de fixar tabelas de preços na parte externa dos estabelecimentos. Márcia Rodrigues, com ABr

PIRATARIA Internautas a caminho da Justiça

P

ela primeira vez, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) entrará na Justiça contra internautas que baixam e disponibilizam músicas ilegalmente na rede. Vinte pessoas serão processadas, a princípio. O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de países líderes nesse tipo de pirataria. Em 2005, cerca de 3 milhões de brasileiros fizeram download de mais de um bilhão de músicas sem pagar por elas. A entidade segue o exemplo da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), que representa 1.500 gravadoras de 80 nacionalidades e combate os piratas digitais em todo o mundo. A federação já acionou 20 mil pessoas, em 17 países. Hoje, seu presidente, John Kennedy, se uniu ao diretor geral da ABPD, Paulo Rosa, para lançar uma campanha nacional contra a prática.

Serão enviadas mensagens instantâneas avisando dos riscos que os usuários correm. "Queremos mostrar que não há diferença entre baixar música e entrar numa loja e roubar um CD", disse Kennedy. Pesquisa – A ABPD também vai distribuir um guia para alertar pais de jovens (que podem ser responsabilizados caso seus filhos sejam descobertos baixando músicas). Uma pesquisa encomendada pela associação, realizada pelo Instituto Ipsos, que ouviu 1.209 pessoas em dez regiões metropolitanas, como Rio e São Paulo, mostrou que 59% dos piratas têm entre 15 e 24 anos. A maior concentração deles está nas classes A e B. Paulo Rosa explicou que as pessoas que sofrerão as ações se apropriaram de milhares de músicas. A ABPD chegou a elas através de seus IPs (internet protocol), números que

falha no sistema do Falha do fisco U ma Serpro, empresa estatal responsável pelo deixa 105 mil processamento das do Imposto de contribuintes declarações Renda da Pessoa Física deixou 105 mil sem restituição (IRPF), contribuintes fora do quinto

identificam os computadores na rede. Não há intenção de levar os casos à esfera criminal. Com as ações, afirmou Rosa, a associação quer a conscientização dos usuários. "A grande rede não pode ser transform a d a n u m a t e r r a d e n i nguém, onde se pode tudo". Ele lembrou que existem 350 sites no mundo onde se pode adquirir música legalmente. Prejuízos – Os números da pirataria no Brasil superam em muito a indústria fonográfica formal, cuja receita encolheu 13% em 2005. As músicas baixadas gratuitamente, somadas aos discos piratas vendidos nas ruas, equivalem a 115 milhões de CDs. A IFPI acredita que aqueles que se apossam de músicas na internet têm a exata noção de que estão cometendo um crime. Continuam porque não acreditam que sofrerão qualquer tipo de punição. (AE) lote de restituição. Essas pessoas, que tiveram seus nomes divulgados pela Receita há cerca de dez dias, terão de aguardar o sexto lote, que será pago no dia 16 de novembro. (AE)

SENADO APROVA O REFIS-3

O Ó RBITA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Samello pára produção por 5 dias e atrasa salários de 650 funcionários

L

Senado Federal adia isenção de ICMS de mercadorias para empresas

L

Receita faz nova operação Pente Fino na fronteira com o Paraguai

L

Japoneses perseguem sonho do álcool com "cana monstro"

L

FISCALIZAÇÃO A Receita Federal apreendeu, no Porto do Rio, mercadorias subfaturadas no valor de R$ 36 milhões, de janeiro a setembro deste ano. O valor é recorde nesse porto.

A TÉ LOGO

está em vigor desde o final de junho, quando foi editada a medida provisória, mas, como o texto sofreu modificações no Senado, a MP terá de voltar à Câmara dos Deputados e ser aprovada até o próximo dia 27 para não perder a validade. (AE)

L

NOVOS JATOS A Embraer recebeu encomenda de 20 jatos executivos Phenom 100, que serão entregues em meados de 2008. O pedido totaliza US$ 57 milhões a preço de lista.

plenário do Senado aprovou ontem a Medida Provisória nº 303, a chamada MP do Refis-3, que reabre a possibilidade de parcelamento de dívidas tributárias de empresas com a Receita Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O benefício

Acordos bilaterais tiram foco de países sobre Doha

O ministro Mantega durante inauguração do novo sistema de cobrança de débito tributário

Leão vai cobrar dívida pela web

O

governo inaugurou ontem um sistema que reduzirá a papelada e tornará mais ágil a cobrança de dívidas tributárias pela Justiça. A partir de agora, os procuradores da Fazenda Nacional poderão dar entrada nas ações de cobrança por meio eletrônico, sem a necessidade de ir pessoalmente aos tribunais para ajuizar as ações em papel. No lançamento do novo sistema, foram protocoladas as duas primeiras ações virtuais na presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega e do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raphael de Barros Monteiro. "É uma montanha de papel

que vai desaparecer. Vamos preservar a Mata Atlântica", afirmou Mantega. "O sistema beneficia o contribuinte como um todo porque aumenta a arrecadação e, assim, nós podemos fazer novas medidas de redução tributária de maneira mais rápida", destacou o ministro. Hoje, quando um contribuinte deixa de pagar tributos, ele é primeiro cobrado pela Receita. Nessa etapa, ele pode discutir se a cobrança está correta ou não, recorrendo ao Conselho de Contribuintes. Terminada essa etapa, a cobrança é transferida para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que pode iniciar um

processo de cobrança por via judicial. É essa a etapa que está sendo convertida em um processo eletrônico. Em vez de levar a papelada ao tribunal e iniciar a cobrança, um processo que leva de três a quatro dias, agora o procurador pode ajuizar a ação por meio do novo sistema, batizado de Sistema de Execução Fiscal e Defesa Virtual (EFDV). Segundo o procurador-geral da Fazenda Nacional, Luis Inácio Adams, existem 2,5 milhões de processos de execução fiscal tramitando na Justiça, que totalizam R$ 300 bilhões, além de outras 400 mil ações que devem chegar ao Judiciário nos próximos meses. (AE)


4

Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Rede Laselva promove o Grande Circo do Livro no centro da capital para reforçar a marca

REDE INVESTIU R$ 10 MILHÕES NA LOJA

PÃO DE AÇÚCAR INVESTE EM NOVO FORMATO DE LOJA

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

A cidade de Barueri é a primeira a ter unidade com novo conceito de vendas

A

rede de supermercados Pão de Açúcar inaugura hoje uma loja diferenciada em Alphaville, bairro nobre do município de Barueri, da Grande São Paulo. Com investimentos de R$ 10 milhões, a nova unidade oferece maior diversidade de itens para os consumidores mais exigentes da rede. A expectativa do estabelecimento é receber uma demanda de 120 mil pessoas por mês. Segundo uma pesquisa realizada pela empresa, os clientes valorizam em primeiro lugar a praticidade na hora de fazer as compras. Um dos principais pontos que diferenciam a nova unidade dos demais supermercados é a transformação do layout: as gôndolas dispostas na diagonal possibilitam uma visão de 360º da área interna e integram as seções de mercearia e perecíveis. De acordo com o diretorexecutivo da rede, José Roberto Tambasco, essa segmentação é distribuída de maneira inédita dentro do conceito de supermercado. "A idéia é agrupar os produtos com lógica para facilitar as compras do nosso público."

Rede investiu em cozinha interna

No setor de massas, por exemplo, o cliente encontra os condimentos necessários para o tempero e os molhos. Na seção de vinhos, placas indicam qual o melhor sabor para acompanhar carnes, peixes ou queijos. "Estamos lançando uma tendência para ser copiada em todo o mundo", garantiu Tambasco. Gastronomia – Outra novidade é o espaço gastronômico criado ao redor da loja, que oferece ao cliente a opção de experimentar pratos exclusivos sem precisar levar o produto para casa. Foi montada uma

cafeteria ao lado de um sushi bar, que possibilita a escolha entre a modernidade da cozinha contemporânea ou a tradição da comida japonesa. Para acompanhar, o consumidor poderá escolher entre vinhos, espumantes ou prossecos; todos disponíveis no Wine-bar. No cardápio, há desde sanduíches, pizzas, feijoada e churrasco até massas artesanais, sobremesas e receitas árabes produzidas pela cozinha da loja. Tambasco disse que a idéia é surpreender os clientes e atender suas necessidades de maneira personalizada. A loja oferece 20 mil itens, incluindo produtos que, segundo a rede, não são encontrados na concorrência, como chocolates de Campos do Jordão e produtos orgânicos voltados para a saúde e o bem-estar. A bandeira Pão de Açúcar tem atualmente 154 lojas espalhadas pelo Brasil. A rede ganhará, até o final do ano, mais uma unidade diferenciada em São José do Rio Preto. A loja que fica no bairro Náutico, em Fortaleza (CE), também será reformada. O investimento previsto para as duas operações é de R$ 14 milhões. Vanessa Rosal

Modelo deve ser seguido por outras lojas, segundo o diretor-executivo da rede José Roberto Tambasco

Sony lança notebooks no País A

Sony finalmente decidiu entrar oficialmente no mercado brasileiro de notebooks e lançou ontem dois modelos da linha Vaio, um ultraportátil que pesa apenas 1,25 quilo e outro mais potente, equipado com o novo chip Intel Core 2 Duo, de dois núcleos (como se fosse dois chips em um). São produtos de ponta, voltados para usuários sofisticados, que fazem questão de ter equipamentos de grife e podem pagar por eles. Os novos notebooks serão importados do Japão e estarão nas prateleiras de redes de varejo a partir de novembro. Futuramente, a empresa estudará a sua fabricação em Manaus (AM). Segundo o gerente de produtos da linha Vaio da Sony Brasil, Ricardo Dominguez, o objetivo em um primeiro momento é que a marca, que já está há dez anos no mercado internacional, se torne referência no mercado nacional de notebooks e um objeto de desejo. "Nosso público-alvo são executivos, profissionais liberais e empresários da classe A, entre

30 e 50 anos, que viajam com freqüência e buscam estilo, marca e os melhores recursos disponíveis na atualidade", disse o executivo. De acordo com Dominguez, o que motivou a entrada oficial da empresa nesse segmento foram o aumento de 113% nas vendas de notebooks nos últimos 12 meses. "As vendas no varejo também cresceram muito, cerca de 310% no período. O varejo já responde por 21% das vendas totais de notebooks no País e será esse o canal que iremos usar. Vamos priorizar lojas localizadas em shopping centers", disse o executivo, acrescentando que o produto também poderá ser comprado online na loja virtual da empresa no site www.sonystyle.com.br. Modelos – Custando pouco menos do que R$ 11 mil, o modelo VGN-TXN15BP é o top da linha atualmente. É um modelo ultraportátil, com tela de apenas 11 polegadas, bem menor do que os notebooks tradicionais, com tela de 14 ou 15 polegadas. Ele mede 27 centímetros de comprimento, 19

centímetros de altura e 2,8 centímetros de espessura, pesando 1,25 quilo. Apesar de pequeno, o teclado é confortável e similar aos dos notebooks tradicionais. Ele é baseado no chip Intel Solo de 1.20 GHz e vem com 1 GB de memória, 80 GB de disco e sua bateria dura até 11 horas. Para ver um filme em DVD não é preciso ligar o equipamento. Basta inserir o disco e apertar um botão. É possível gravar CD e DVD. Na parte de comunicação, o portátil traz conexão sem fio Bluetooth e Wi-Fi integrados. Para os exigentes – Para quem deseja mais potência, o indicado é o modelo VGNSZ350BP, que custa cerca de R$ 8 mil e vem com chip Intel Core 2 Duo de 1.83 GHz, 1 GB de memória RAM, disco de 100 GB e tela de 13,3 polegadas. Ele vem com câmera e microfone integrados, gravador de CD e DVD e placa gráfica NVidia de 128 MB de memória, ideal para quem trabalha com aplicações gráficas, como arquitetos e designers. O equipamento pesa 1,8 quilo. Carlos Ossamu

Loja-circo é estratégia da Laselva

S

e as pessoas não vão à livraria, ela vai aos leitores. A partir de hoje, até o dia 27 de outubro, quem passar pela Praça do Correio, no Vale do Anhangabaú, no centro da capital terá uma surpresa. Uma lona montada, com artistas em pernas-de-pau ou com malabares chamam a atenção e fazem pensar que se trata de um circo. Mas o espetáculo é da leitura. O Grande Circo do Livro é um projeto que nasceu da parceria entre a Laselva Bookstore e a Secretaria Municipal de Cultura. O projeto recebeu investimentos da ordem de R$ 1 milhão. A mistura dos dois assuntos – livros e circo – tem o objetivo de atrair o público dando um toque lúdico ao hábito de ler. Aproximadamente 30 seguranças vão garantir a tranqüilidade dos visitantes no local. Ofertas – Mais de 300 mil livros, dos mais variados temas, estarão num espaço de 700 metros quadrados com preços até 40% mais baixos do que os encontrados no mercado. Os valores são de R$ 5, R$ 10, R$ 15 e acima de R$ 15. "O desconto para o público foi possível em razão das negociações com as editoras. O interessado vai achar best sellers, infantis, esotéricos, livros de literatura

Rafael Hupsel/LUZ

Juliana Quintino de Oliveira: mudança de foco vai elevar as vendas

clássica, de culinária e os técnicos", disse a gerente de comunicação corporativa da Laselva, Juliana Quintino de Oliveira. "O objetivo é oferecer títulos de qualidade a leitores de todos os tipos, desde o de baixo poder aquisitivo até o executivo que trabalha na região." A expectativa é receber a visita de 10 mil leitores todos os dias – o que representa 1% do total de pessoas que passam pela Praça do Correio diariamente. "A idéia é montar o Grande Circo todos os anos e torná-lo itinerante, fazendo parcerias com as secretarias de cultura de cada cidade", explicou Juliana. Diversificação – A inauguração do circo do livro marca a nova fase de atuação da Laselva. Atualmente, a empresa tem o "foco de varejo de viagem, caracterizado pela venda de produtos e serviços em ter-

minais de embarque e locais de permanência temporária, como aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários", afirmou a gerente de comunicação. "O objetivo é marcar presença também em shoppings e lojas de rua, com lojas próprias ou franquias." Atualmente, a Laselva possui 65 pontos-devenda, por onde passam todos os meses mais de 1,2 milhão de consumidores da marca. A expectativa é aumentar em 20% ao ano o total de franquias e 10% as unidades próprias. Apostando no hábito da leitura, que "está cada vez maior", Juliana estima que o faturamento da rede, neste ano, cresça 20% em relação ao número registrado em 2005. "Vamos oferecer, além de livros, revistas, itens de papelaria, bebidas e alimentos." A Laselva foi inaugurada em 1947. Neide Martingo


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

A TRAJETÓRIA (FUTURA) DA SELIC

G Redução de

50 pontos em outubro, seguida de uma queda de 25 pontos a partir do Copom de dezembro. passo de queda, para 25 pontos, a partir do Copom de dezembro. Vejamos os motivos. Como os dados têm alertado, já há algum tempo, o quadro conjuntural da economia brasileira sugere, em termos genéricos, preocupação com a atividade econômica e tranqüilidade com relação à inflação. Vale dizer que a inflação e sua inércia foram mesmo derrotadas, na esteira do aperto monetário terminado em setembro do ano passado. Mas não sem custos, dado que, provavelmente, a economia crescerá em ritmo inferior ao de seu potencial, em 2006. Note-se que este "sacrifício" faz parte de todo e qualquer processo de desinflação e, comparativamente à experiência internacional, o custo de perda de produto não foi tão grande assim, no Brasil . O importante é que este quadro geral de inflação e atividade fracas demanda continuidade do processo de relaxamento monetário, ora em curso.

O primeiro sinal de alerta, ou de atenuação de otimismo, baseia-se em um argumento que a autoridade monetária não tem deixado de lembrar: a proximidade do momento em que a pequena distância entre o juro real efetivo e seu valor neutro (aquele que não desacelera nem acelera a inflação) demanda maior parcimônia no ritmo de redução da Selic . O segundo tem a ver com os possíveis efeitos da atual distensão fiscal - motivada pelo ciclo eleitoral – sobre a inflação do ano que vem. Aumento de gasto corrente seguramente não contribui para aumento da oferta potencial da economia e, por certo, contribui para crescimento da demanda agregada. O terceiro e último caveat é de natureza empírica. Aventava-se a hipótese de que a forte queda da inflação corrente pudesse significar, em 2006, rompimento do intervalo de confiança da banda inflacionária, para baixo. Se tal fato se concretizasse, seria lícito supor que o BC, a partir da última reunião do Copom do ano, poderia manter ou mesmo acelerar o ritmo atual de queda. Contudo, a realidade é que os dados mais recentes (inflação de setembro e evolução dos preços de alimentos, no atacado, com destaque para carnes), indicam que nossa projeção de IPCA de 3,0%, em 2006, deixou de ser pessimista, como parecia há algumas semanas. Ou seja, a hipótese de que a inflação continue a surpreender para baixo parece, agora, de baixa probabilidade. pesar do valor acumulado da inflação estar baixo, na margem, o tigre não é tão manso quanto na média. Com efeito, enquanto a média da taxa trimestral (anualizada) de inflação dos três primeiros trimestres do ano foi de 2,8%, nossa projeção para a inflação anualizad do último trimestre é de 4,0%.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

AS AGÊNCIAS E O GOVERNO

Céllus

O

Comitê de Política Monetária, dando prosseguimento ao processo de distensão iniciado em setembro do ano passado, se reúne para decidir em quanto reduzir a Selic. As apostas do mercado estão concentradas em redução adicional de 50 pontos. Contudo, apesar de a maioria dos operadores e analistas apostar que a autoridade monetária anunciará uma Selic de 13,75%, as expectativas com relação à decisão a ser tomada na reunião de dezembro são bem menos consensuais. Ratificamos aqui a aposta contida em nosso cenário mais provável, qual seja, redução de 50 pontos, em outubro, seguida de diminuição do

As pesquisas e a realidade BENEDICTO FERRI DE BARROS

S

e é que a metodologia das pesquisas se acha teoricamente correta, capacitada para dar uma amostra representativa da realidade, há algo de completamente errado nos seus resultados, como todo mundo viu pelo que aconteceu no primeiro turno das eleições. E parece que vai se repetir no segundo turno. Pelo simples fato de que os resultados da primeira pesquisa, feita após o primeiro debate do segundo turno, é um contra-senso incompatível com o senso comum de quantos assistiram a esse programa. A prova mais evidente disso foram as insuspeitas reações de D. Marta e do senador Suplicy, a primeira enjoada com o debate, o segundo se omitindo em dizer claramente o que pensava. Ora, se a opinião geral é que Alckmin se mostrou o melhor, como essa mesma opinião pode ter optado por aumentar sua preferência pelo pior? Seria preciso acreditar que os entrevistados, de um modo geral, preferem o pior. Ou que os brasileiros bonzinhos, entrevistados, quiseram dar um prêmio de consolação ao pior? Ou quiseram mantê-lo naquele engano d'alma, ledo e cego, que a Fortuna (leia-se: as urnas) não deixam durar muito? Há uma terceira hipótese. É a de que a maioria

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

O tigre não está manso na taxa de inflação média

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

N

inguém mais do que os dirigentes dessas pesquisas devem ter ficado encafifados com a nulidade das pesquisas no primeiro turno. Parece que não fizeram nada, entretanto, para melhorar seu instrumento e/ou as sua aplicação. As alegações que apresentaram na ocasião não convenceram ninguém, a partir deles próprios. Satisfeitos com os resultados da pesquisa após o debate só ficou o saldo de próceres petistas que restou após todas as maracutaias praticadas e o próprio Lula, qual Inês posta em sossego. Vem outra enxurrada de debates por aí. É provável que mudem de tom, de estilo e de resultado. A acreditar nas pesquisas subseqüentes, com 4% para mais ou para menos, pode-se desde já proclamar Lula vencedor das pesquisas eleitorais brasileiras e dar-se posse à Alckmin como o vencedor das eleições.

Tragicomédia tributária MARCOS CINTRA

A

caricata "reforma" tributária que o presidente Lula diz ter feito teve como ponto alto a implementação da não-cumulatividade do PIS e da Cofins. A mudança será lembrada como uma das maiores trapalhadas da história tributária do país. Setores empresariais que satanizavam a cumulatividade mudaram rapidamente de opinião quando a nova forma de cobrança das duas contribuições foi instituída. O PIS/Cofins sobre o valor agregado foi abominado por vários segmentos, que passaram a reivindicar a volta ao sistema antigo. O vai-e-vem na forma de cobrança do PIS/Cofins tornou o sistema híbrido. Muitos setores empresariais permaneceram nas regras cumulativas anteriores. Os atacadistas e varejistas de autopeças, operadoras de planos de saúde, fabricantes de veículos e máquinas, indústria farmacêutica, entre outras atividades, são exceções que hoje representam cerca de 40% da arrecadação das duas contribuições. A proliferação insana de regras envolvendo o PIS/Cofins é outro ponto importante envolvendo os dois tributos. O capítulo mais recente dessa tragicomédia refere-se à norma que garante crédito presumido para o agronegócio. É mais um espasmo da burocracia brasileira que tornará ainda mais complexo o indecifrável sistema tributário do País. A complexidade é uma característica marcante na estrutura tributária brasileira em geral, e do PIS/Cofins não-cumulativo em particular. O sistema é confuso e difícil de entender até pelos profissionais da área. A criação do PIS/Cofins não-cumulativo potencializou essa situação. A complexidade da legislação das duas contribuições é tamanha que os próprios auditores da Receita Federal não conseguem entendê-la, a ponto de se cogitar no órgão, tempos atrás, a necessidade de se aplicar um treinamen-

A

odos os países bem organizados são dotados desses organismos setoriais para escaparem da burocratização e do atraso funcional. Não os compreenderam como tal os governos que preferiram a ação política à ação técnica, dando como resultado a paralisação de organismos que deveriam funcionar apenas tecnicamente e não politicamente, quando prevalecem os sentimentos eleitoreiros ou políticos em estilo lato, que desorganiza qualquer plano administrativo bem elaborado. O governo deve reabilitar-se sobre as agências, dando-lhes ação administrativa com base técnica imparcial e não com base política pessoal, para que esses organismos cumpram a sua missão no interesse nacional. É como tal que devem ser encaradas as agências reguladoras setoriais.

T

S e Alckmin foi o melhor, como aumentou a preferência pelo pior?

A

ECONOMIA DA MCM CONSULTORES

dos entrevistadores possa estar montando um novo equívoco, tipo dossiê Vedoin, na esperança de que isso possa beneficiar o PT e eleger seu messias. Ou que – quarta hipótese – se isto não acontece, que entrevistaram pessoas no lugar e na hora errados, falsificando involuntariamente a representatividade da amostra.

barco as agências técnicas numa visão totalizadora. Não me interessam as agências A, B ou C, mas todas elas em igualdade de condições, num governo impatrioticamente burocratizado, apassivador, detrator e outras várias que não me disponho a discriminar. O governo tem o dever de manter as agências imunes ao politicismo que só as macula, e como tal provocando nódoas que as empobrece e as esteriliza. Ele criou essas agências no passado para tecnicisar a administração federal, mas o que vimos foi a incompreensão dos governos, sobretudo o atual, que não deu o justo apreço a esses organismos, que poderiam e podem ser restabelecidos, para a garantia da boa administração dos setores da infra-estrutura. O governo deve usar a política em suas ações, mas não de maneira extremista como está fazendo com as agências, inclusive com as mais importantes e mais prementes, o que deixa de completar a obra administrativa por motivo simples e falacioso.

to para que seus técnicos pudessem saber o que estava valendo. Afinal, é impossível dar um parecer sobre uma estrutura onde a cada momento é editada uma nova lei, instrução, decreto ou ato mudando uma atividade de um sistema para outro ou alterando base de cálculo. A esculhambação na legislação do PIS/Cofins foi retratada recentemente pela jornalista Marta Watanabe. Segundo matéria no jornal Valor em agosto último, a empresa IOB Thompson informou que é consultada entre três mil e quatro mil vezes por dia a respeito de tributos federais. O PIS/Cofins representa entre 60% e 70% delas. No tocante à evolução das consultas no âmbito da Receita Federal, a matéria no Valor mostra que as referentes ao PIS/Cofins saltaram de 326 em 2003 para quase 800 no ano passado. Por fim, cabe destacar ainda a revelação de que nem em primeira instância o judiciário consegue atingir um consenso sobre o PIS/Cofins.

S

ão quase três anos do novo PIS/Cofins e a experiência não podia ser pior. A mudança era defendida pelos "ivadólatras" como a salvação para o país, mas muitos dos que levantaram a bandeira da tributação sobre o valor agregado saltaram do barco logo no início. Hoje o sistema misto é, ao mesmo tempo, um manancial de dúvidas e divergências no judiciário e entre técnicos do setor privado e no próprio governo. Para as empresas, o custo de conformidade destes tributos é enorme, e crescente. Mas, há um lado positivo nessa incursão desastrada no novo PIS/Cofins. O ponto alto da "reforma" tributária de Lula serve como amostra do desastre que seria a unificação de vários impostos sobre o valor agregado. MARCOS CINTRA É VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS MCINTRA@MARCOSCINTRA.ORG

O novo sistema PIS/Cofins mostra o desastre que seria a unificação de impostos

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Esse governo

não teve o justo apreço para com as agências reguladoras, que poderiam e ainda podem garantir a boa administração da infraestrutura.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

o analfabetismo funcional é um entrave ao progresso individual Daniela de Paiva

Fotos Rafael Hupsel/LUZ

Gosta de café? Isso é bom para o Graacc.

Estratégia corporativa: ainda poucas empresas.

A

rede Café do Ponto realizará, no sábado, o Dia da Paixão por Café. Nesse dia, toda a receita da venda de café expresso ou outras bebidas de café nas 54 lojas da rede será destinada ao Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC). O dia especial será realizado nestas lojas da capital: Adolfo Pinheiro, Continental Shopping, Shopping Anália Franco, Shopping Aricanduva, Shopping D, Shopping Eldorado, Shopping Pátio Higienópolis, Shopping Jardim Sul, Morumbi Shopping, Shopping Penha, Shopping Capital, Club Hebraica, Shopping Butantã, Teatro Abril, Central Plaza Shopping, Shopping Center 3, Extra Anhanguera e Shopping SP Market. Para localizar os endereços da rede e participar da iniciativa, acesse o site www.cafedo ponto.com.br ou ligue para o Atendimento ao Consumidor, 0800 0554262.

30 vagas no Intensivão: só R$ 160.

O

Cursinho 20 de Novembro ainda conta com 30 vagas para o seu Intensivão, preparatório para os vestibulares de 2007. Tem duração de dois meses e custo de R$ 160, valor que inclui apostilas, provas simuladas, demonstrativo de desempenho, camiseta, plantão de dúvida, material didático e aulas extras. As aulas estão programadas para sábados, das 11h30 às 17h30, e domingos, das 9h às 13h30, na unidade do Metrô Tiradentes, localizada no campus da Fatec-SP, avenida Tiradentes 715. As inscrições devem ser feitas pessoalmente, das 11h às 15h, no campus da Fatec, prédio Santiago, sala 28s, na avenida Tiradentes 716. Mais informações pelo telefone (11) 68316230/5563-2283 ou por mensagem ao e-mail vintenovembro@ig.com.br.

Curso de beleza garante cidadania

A

organização não governamental Cosmética, Beleza & Cidadania associou-se à empresa GA.MA Italy para ampliar seu campo de atuação junto às populações carentes. A parceria ajudará a aumentar o número de pessoas que freqüentam os cursos profissionalizantes de cabeleireiro e manicure. Atualmente, eles são ministrados para pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Assim, elas passam a oferecer estes serviços em usa própria comunidade e obtêm uma fonte de renda para sustentar suas famílias dignamente. Desde o início de suas atividades, o projeto já formou em seus cursos mais de 4.181 pessoas na cidade de São Paulo. Mais informações na ONG pelo tel. (11) 33614192 ou o 0800-770851, da GA.MA Italy.

A

Fernanda (à esq.) não gosta de ler. A mãe (à dir.) quer que ela se interesse mais pelo mundo à sua volta.

Eu quero gostar de ler ONG leva atividades lúdicas a escolas públicas para criar jovens leitores

P

or acreditar na máxima de Monteiro Lobato, que diz que "um país se faz com homens e livros", a organização não governamental (ONG) Próxima Página faz uma aposta na criação de atividades de leitura para crianças em escolas públicas. A idéia é evitar que elas sejam vítimas do que se classifica como analfabetismo funcional, que impede que as pessoas absorvam as informações que obtêm no dia-adia por meio da leitura. Para atingir este objetivo, a diretora da entidade, Daniela de Paiva, reuniu há duas semanas pais e alunos da Escola Municipal Dr. Miguel Ferreira Vieira, no bairro de Interlagos, na capital paulista, para selecionar as crianças que participarão do projeto, que foi lançado em agosto, mas cujas atividades, na sede oficial que está sendo construída, começarão em novembro (veja matéria abaixo com a história da ONG). Para Daniela, o objetivo do projeto é transformar a vida dessas crianças por meio da leitura. A entidade pretende, com o estímulo dessa prática, torná-las multiplicadoras. "Por isso, nas quatro escolas públicas que já aderiram ao projeto, escolheremos as crianças com melhor desempenho escolar", diz ela. A reportagem do Diário do Comércio acompanhou um destes processos de seleção na es-

cola municipal Dr. Miguel Ferreira Vieira, do bairro de Interlagos. Pais e filhos assistiram a uma palestra ministrada pelos líderes da ONG e passaram por entrevistas. O clima entre pais e alunos era de curiosidade, expectativa e otimismo. Durante a palestra de apresentação do projeto, muitos pais questionaram a sua durabilidade, alegando que outras entidades foram à escola, apresentaram planos de atividades interessantes, mas eles não foram desenvolvidos. Preocupação Dar o que a escola não oferece é a preocupação de Paulo Dal Pino e Marisa Vernacci Dal Pino em relação à sua filha Beatriz, de 11 anos. Por isso, os três compareceram no primeiro sábado de outubro à sede da escola, onde a menina estuda. Para Paulo, é importante que ONGs atuem junto à escola oferecendo o que ela não consegue proporcionar porque isso enriquece a vida das crianças. "Acho importante que minha filha participe porque ela vai interagir com outras crianças e vai melhorando seus referenciais e participar das atividades com os filhos é uma maneira de cobrar a escola para que ela ofereça melhores condições de ensino". Sua esposa Marisa concorda e diz ter boas expectativas quanto ao projeto da organhização Próxima Página. "Participamos das reuniões e ativi-

Beatriz e os pais: integração.

dades da escola para acompanhar a vida escolar de nossa filha e esta é uma oportunidade de dar a ela algo a mais para o seu desenvolvimento". Entusiasmo – Maria Beatriz Dal Pino ficou entusiasmada com as atividades desenvolvidas pela Próxima Página durante a sua apresentação. "Gostei de jogar com as outras crianças. No começo achei que era só uma atividade para ter mais lição de casa, mas quando me explicaram fiquei interessada", disse ela. Mais desembaraçada durante a entrevista, Maria Beatriz contou que gosta muito quando a professora manda ler em aula. "Em casa, já li todos os livros do Harry Potter. Por isso, quis ver os filmes para ver se eram iguais ao livro e também para ver os atores". Ela

conta que gosta de ver TV, brincar no computador e entrar na internet. E conclui: "acho que vai ser legal partipar das atividades da ONG". Estímulo – O objetivo de Sueli Verri ao levar a filha Fernanda, de 14 anos, à palestra de apresentação da Próxima Página foi procurar um estímulo. Sem muitas atividades extracurriculares na escola, ela se preocupa com a formação da adolescente. "As únicas atividades diferentes que a escola oferece são o acesso à biblioteca e as aulas de computação. No começo fiquei um pouco com o 'pé atrás', mas tive uma boa impressão da apresentação do projeto", diz. Sueli conta sobre a filha: gosta demais de música, mas não lê muito — informação que a própria Fernanda confirma. "A coordenadora da escola disse que havia um projeto mas não falou sobre o que era. Leio mas não gosto muito. Como vi que o projeto incentiva a leitura, resolvi participar porque acho redação chata e prefiro as aulas de matemática. Durante a apresentação, ensinaram um jogo do qual acabei gostando", diz. "Além de escutar música, vejo TV e vou à casa das amigas", conta. Agora, a jovem espera o início das atividades em novembro para descobrir o mundo da leitura e ver o que há de interessante nele. Paula Cunha

Xô, analfabetismo funcional.

C

ombater o analfabetismo funcional é o principal objetivo da organização não governamental Próxima Página. Fundado em agosto deste ano, ela pretende atender 50 crianças até o segundo semestre de 2007 em quatro escolas públicas da capital paulista com atividades de leitura que as estimulem a compreender melhor o mundo à sua volta e se tornem multiplicadoras das informações que foram estimuladas a buscar por si mesmas. A fundadora da ONG, Daniela de Paiva, explica que a educação e as atividades paralelas são a principal estratégia de combate à exclusão social. "Fizemos uma pesquisa para determinar os rumos de atuação da ONG e constatamos que o analfabetismo funcional, aquele no qual o indivíduo sabe ler, escrever e calcular mas não utiliza estas ferramentas no seu dia-a-dia para seu desenvolvimento pes-

Daniela: vocação

soal e profissional, é um entrave ao progresso individual". Ela baseia sua escolha por atender crianças de escolas públicas com números. "Pesquisei dados do Instituto Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), que faz parte do Ministério da Cultura, e constatei que eles indicam que apenas cerca

de um quarto da população brasileira como alfabetizado em "nível pleno", ou seja, consegue ler textos longos, localizar e relacionar mais de uma informação, comparar vários textos e identificar fontes ". Os outros três quartos são analfabetos (7%), alfabetizados rudimentares (30%) e alfabetizados em nível básico (38%). O IBGE mostra que 11,6% dos brasileiros acima de 15 anos são analfabetos, de um total de 187,3 milhões. Por isso, a ONG decidiu estimular a leitura por meio de jogos e de sessões de leitura acompanhados com a supervisão de fonoaudióloga, psicólogas e psicopedagoga, que identificarão as dificuldades de aprendizagem das crianças. "As escolas pediram que estas profissionais atendam as que apresentem problemas psicológicos, mas que estão fora do projeto", diz Daniela. A equipe aceitou a proposta e as atenderá uma vez por semana.

A ONG conta, ainda, com três voluntários. A entidade tem sede alugada em Cidade Dutra, na zona Sul. O projeto arquitetônico foi elaborado por voluntários de um escritório de arquitetura. Uma empresa de construção o está desenvolvendo. Vocação – "Queremos que as crianças atendidas se preparem não só para a vida acadêmica, mas que também tenham instrumentos para enfrentar o mundo do trabalho", diz Daniela. A preocupação com a educação nasceu de sua formação pessoal, já que a mãe é professora e sempre a estimulou a buscar conhecimentos. Formada em administração de empresas, ela pesquisava o consumo de carne vermelha para uma ONG estrangeira de defesa dos animais e passou a buscar dados sobre educação para atuar em responsabilidade social. Para saber mais, acesse o site www.proximapagina.org. (PC)

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) — em alta nos departamentos de marketing —, ainda dá os primeiros passos como estratégia corporativa nas empresas do interior de São Paulo. Foi o que constatou pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-Campinas) com 42 das 156 associadas dos 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e de seis cidades do interior. Apresentado ontem, o trabalho apontou que apenas 19% das empresas do interior têm programas consolidados de gestão de RSE. De acordo com o coordenador da pesquisa, Arnaldo Rezende, 14% das empresas informaram que realizam "alguma ação social interna"; 12% disseram que praticam somente ações sociais externas. Outros 45% fazem ações internas e externas pontuais. Os demais 10% não realizam trabalhos de responsabilidade social. "O que não se percebeu ainda é que dá dinheiro ter uma política de responsabilidade social e que não basta ter apenas marketing", disse o coordenador. Re la ci on ame nt o - Segundo Rezende, professor da cadeira de 3º Setor da Faculdades Campinas (Facamp) e superintendenteexecutivo da Fundação de Entidades Assistenciais de Campinas (Feac), o conceito moderno de responsabilidade social baseia-se na relação da empresa com diversos setores: fornecedores, colaboradores, governos, comunidade, meio ambiente e acionistas. "É este conjunto que dá às empresas o reconhecimento da comunidade em relação à responsabilidade social". Motivos - Para o professor, é necessária a profissionalização da ação de RSE. Isto aparece no quesito sobre motivos que levam a empresa a agir socialmente: 36% dos pesquisados informaram que as ações acontecem por altruísmo dos empresários. Outros 22% o fazem para agregar valor à imagem da empresa no mercado. E 10% querem aumentar satisfação e fidelidade de clientes e consumidores. "São consumidores e clientes que vão acabar levando à frente a ação social estruturada", diz Rezende. Entre as empresas pesquisadas está a Archivum Comercial, de Campinas, que trabalha com organização e guarda de documentos de empresas. Com 52 funcionários, segundo o diretor Amílcar Amarelo, a empresa ajuda 12 entidades da região de Campinas e da capital. "Não temos um departamento para isso", afirmou o empresário. De acordo com ele, além de ajudar financeiramente as instituições, a empresa também oferece cursos de aperfeiçoamento profissional para funcionários e os libera para trabalhos voluntários. N ú me r o s - A pesquisa também mostrou que o incentivo fiscal ainda é pouco utilizado porque privilegia exclusivamente empresas com regime de lucro real. Para o ano que vem, as empresas programaram-se para investir o mesmo que gastaram este ano com responsabilidade social. Mário Tonocchi, de Campinas


quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

VW MANTÉM CAMPANHA PELA REDUÇÃO DE IMPOSTOS

5 Exportações do modelo Fox da Volkswagen caíram para 75 mil unidades neste ano

PRESIDENTE DA EMPRESA ANUNCIA QUE MONTADORA VAI ATUALIZAR FÁBRICAS E LANÇAR NOVOS MODELOS

VOLKS VAI INVESTIR R$ 2,5 BI NO PAÍS Fotos: Pablo de Sousa

N

os próximos cinco anos a Volkswagen vai investir R$ 2,5 bilhões no Brasil para consolidar o processo de reestruturação da montadora iniciado neste ano. O anúncio foi feito ontem no Salão do Automóvel (que abre amanhã para o público, até o próximo dia 29), pelo presidente da empresa, Hans Christian Maergner. Com esse aporte, além de atualização das quatro fábricas brasileiras, a VW também apresentará novos produtos. A montadora alemã também vai continuar sua campanha para diminuição dos impostos e estabelecimento de uma política industrial para o setor. Os investimentos começam a ser aplicados a partir de 2007, simultaneamente nas unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo, mas o presidente da VW não falou sobre os valores para cada fábrica. Usou uma metáfora, no mesmo estilo político: "Eu e minha esposa temos filhos. E gostamos destes filhos da mesma maneira. Por isso, todos receberão na vida aquilo de que necessitam." Além de não falar da divisão entre fábricas, ele também não informou quais modelos de carro virão, ou mesmo se serão totalmente novos ou apenas modificações ou adaptações nos já existentes, garantindo que serão 100% nacionais. Certo é que caberá à unidade de

São José dos Pinhais, no Paraná, a missão de produzir o Fox para o mercado europeu, caso as exportações sejam mantidas para aquele continente. Maergner teme que os números de vendas ao exterior deixem de incluir a Europa, em razão dos problemas gerados pelo câmbio, que poderão inviabilizar os negócios externos. Ele revelou alguns números que mostram uma forte tendência nesse sentido. No ano passado, foram exportadas 85 mil unidades do Fox. Neste ano, esse número cai para 75 mil; e para 2007, a previsão é de apenas 50 mil unidades. No total, as exportações também registram queda. O executivo lembra que elas somaram 260 mil em 2005 e neste ano serão pouco mais de 200 mil veículos vendidos lá fora. Menos impostos – Para o presidente da Volkswagen, é difícil para o setor conviver com os impostos que incidem sobre os veículos brasileiros. É impossível, segundo ele, sobreviver com taxas que se movem entre 28% e 38%. "Estamos discutindo esse assunto com o governo há três anos (o tempo dele de Brasil) e vamos continuar com nossa reivindicação nesse mesmo tom." Maergner disse ainda que o novo presidente do País, seja quem for o eleito em 29 de outubro, precisa estabelecer uma política industrial para o setor, que sempre reclamou dessa

VW terá novo presidente

ontem a companhia. Thomass Schmall, 42 anos, vai substituir HansChristian Maergner, 61, que se aposenta no final do ano. Schmall, que dirige as bem-sucedidas operações da montadora de carros na Eslováquia, onde o grupo fabrica os veículos utilitários-esportivos Touareg e Audi Q7, vai se

O

presidente da Volkswagen Eslováquia vai assumir a direção da unidade brasileira da montadora, a Volkswagen do Brasil, a partir do próximo ano, informou

O presidente da VW, Hans Christian Maergner, cobrou políticas do governo para o setor

falta de balizamento governamental para seus negócios. Shows – Assim como vem ocorrendo na maioria das montadoras, a Volkswagen também promoveu um espetáculo para apresentar seu mais novo produto, o SpaceFox Crossover, a SW do Fox "off-road", ainda sem preço e data de lançamento definidos. Nando Reis, ex-Titãs, e Vanessa Jackson, primeira vencedora do Fama, fizeram shows no inusitado horário das 9h30 da manhã. Mas os universitários que receberam os visitantes no estande da Volkswagen ignoraram o fuso horário da balada da Volks e se divertiram muito, dançando. chicolelis e Alzira Rodrigues

reportar a Viktor Klima, 59. O presidente da VW Argentina vai assumir a função adicional de liderar as atividades do grupo na América do Sul. O vice-presidente financeiro da VW África do Sul, Carsten Isensee, será o responsável pelas finanças e estratégias da VW do Brasil a partir de 2007. (Reuters)

Utilitários ganham destaque

C

om a funcionalidade de um utilitário-esportivo e dirigibilidade e conforto de um sedan, o crossover Nissan Murano é uma das grandes atrações no estande da marca no Salão do Automóvel. A versão que estará disponível para venda no Brasil, a partir de 23 de outubro, ao preço de R$ 220 mil, é equipada com motor V6 a gasolina e 231 cv de potência. A Nissan promete ainda para o próximo ano a chegada do

Novo Sentra com várias inovações, o hatchback Tiida e duas séries da picape Frontier. Outro produto que merece ser apreciado no estande da montadora japonesa é o carro-conceito Zaroot, um SUV dotado de portas "asas de gaivota". A Land Rover destaca durante o evento a versão biturbo diesel da Range Rover Sport, que chegará no mercado nacional no começo de 2007, ao valor de R$ 350 mil, e o novo Freelander 2, com nova plata-

forma, motorização, design e sistema de partida sem chave. O modelo também tem início de venda programado para o primeiro semestre do próximo ano. Sem o preço definido oficialmente, a segunda versão do veículo deve custar aproximadamente R$ 176 mil em sua configuração mais completa. Entre as versões "Sport" da Jaguar, as vedetes do estande são os novos XK e XK conversível, com motor V8. Anderson Cavalcante

Ray Young, da GM: US$ 600 milhões em 2007

GM Brasil anuncia que terá lucro em 2007

A

o contrário da edição no México", destacou Young. ximo mês por R$ 58.990. passada, em 2004, Também está expondo em A GM já reduziu custos de quando dançou na manufatura e de material e seu estande o Prisma Y, um carabertura do Salão, aguarda as ações do próximo ro-conceito desenvolvido no neste ano o presidente da Ge- governo. "Tanto o Lula quanto Brasil, que se propõe a ser uma neral Motors, Ray Young, não o Alckmin sabem o que é pre- versão aventureira do recémcomemorou os lucros da em- ciso fazer para que o Brasil vol- lançado sedan. O "Y" originapresa na base do samba. Em te a crescer. O importante é que se das palavras do idioma inc o m p e n s a ç ã o , f a l o u d o s implantem as ações necessá- glês "young" ou "youth" que, em português, significam "joUS$ 600 milhões de investi- rias", disse Young. mentos programados para o Os US$ 100 milhões de in- vem" ou "juventude". Depenpróximo ano, US$ 100 milhões vestimentos adicionais do dendo da reação do público a mais do que no atual, e infor- próximo ano destinam-se frente ao modelo, a montadora mou que a GM do Brasil pre- principalmente à tecnologia. poderá produzi-lo em série. tende apresentar à matriz, no A empresa vai ampliar o núJá a Mercedes-Benz expõe 14 primeiro semestre Pablo de Sousa modelos, como a nova Classe GL de 2007, programa de mais US$ 1 bi500, lançada há apenas três meses lhão para o período 2008/2009. nos Estados Unidos e que chega ao "É o que nós precisamos para deBrasil por US$ 194 mil. O utilitário-essenvolver uma nova gama de lançaportivo para sete mentos", explicou pessoas tem motor o p re s i d e n t e d a V8 de 388 cavalos e empresa, Ray c i n c o m e t ro s d e Young. Depois de comprimento. sete anos de preLigado ao ramo au to mob il íst ic o, juízo, a GM do Bra- Guilherme Afif Domingos e José Carlos Pinheiro Neto sil fechará 2007 em função de sua com lucro (no salão passado, mero de engenheiros de 660 atividade no ramo securitáela comemorou lucros par- para 1,2 mil e o do pessoal da rio, Guilherme Afif Dominciais do terceiro trimestre do área de design de 60 para 300. gos, presidente licenciado da ano). A empresa, no entanto, As exportações da GM caíram Associação Comercial de São está preocupada com o de- 20% em volume neste ano, Paulo (ACSP) visitou ontem sempenho da economia brasi- mas a empresa aumentou seus o Salão do Automóvel. leira no próximo ano. A visita começou pelo estanpreços no exterior e deixou de "Se o País não voltar a crescer ter prejuízo nessa área. de da GM, onde viu o show de em índices mais expressivos, Além de mostrar o Prisma, apresentação da linha da monpoderemos ter dificuldade em sedan derivado do Celta que tadora, conheceu o Chevrolet atrair investimentos para o chega ao mercado no final do Prisma e manteve encontro Brasil. Vamos trabalhar com o mês, a GM aproveita o Salão com o vice-presidente, José governo e com os sindicatos do Automóvel para lançar o Carlos Pinheiro Neto. Paspara ter condições favoráveis utilitário esportivo Tracker seando pelo Salão, Afif lempara produzir e, com isso, po- 2.0 4x4, modelo importado brou de edições anteriores, nas der convencer a matriz de que em parceria com a Susuki, que quais sempre esteve presente. é melhor aplicar aqui do que começa a ser vendido no próchicolelis e Alzira Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

3

Política DATAFOLHA: LULA

André Dusek / AE

ABRE VANTAGEM DE 20 PONTOS. O presidente chegou a 60% dos votos válidos, contra 40% do seu adversário, o tucano Geraldo Alckmin. Na pesquisa anterior, a diferença era de 11 pontos.

F

Na pesquisa anterior, produzido em 10 de outubro, dois dias após o debate na TV Bandeirantes, Lula obteve 51% das intenções de voto. Estava 11 pontos percentuais à frente de Alckmin, com 40%. De acordo com os números divulgados ontem, Lula tem 60% dos votos válidos, contra 40% de Alckmin. A pesquisa foi realizada nos dias 16 e 17 de outubro, e excluiu os votos brancos e nulos. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos. Se considerado todos os votos, Lula tem 57% das intenções de voto – subiu seis pon-

tos em relação à pesquisa anterior. Já Alckmin caiu dois pontos, de 40% para 38%. Brancos representam 3% e nulos, 3%. Com relação à avaliação do governo, o Datafolha mostra que subiu de 49% para 51% o número de entrevistados que considera a administração do petista como boa ou ótima. A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 22.427/2006, foi contratada pela Empresa Folha da Manhã, em parceria com a Globo. O levantamento ouviu 7.133 eleitores de 348 municípios de todo o País. (AE)

'VOU ACABAR COM A MENTIROBRÁS', AFIRMA ALCKMIN.

"Agora está havendo uma discussão arcaica, se deve haver ou não privatização. É claro que já houve privatização, está aí, funcionou. Em outros setores, não pode haver privatização", disse o ex-presidente, listando exemplos do que ele considera sucessos, como a Embraer e a Companhia Vale do Rio Doce . A favor da venda – FHC disse que estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil devem permanecer empresas públicas, mas sem uso político. "Há empresas que devem ser do governo, mas não devem ser usadas por um partido, e empresas que não têm sentido estarem no governo e devem ser privatizadas." Confrontado pela imprensa com as declarações de FHC, Alckmin negou que o ex-presidente queira a privatização da Petrobras. "Duvido que ele tenha dito isso. Ele privatizou o que precisava ser privatizado. Tanto que o atual governo não reestatizou nada", afirmou. O tucano salientou que, se for eleito, sua prioridade será a realização de parceiras público-privadas (PPPs) para melhorar a infra-estrutura do País. (AE)

altando 12 dias para o 2º turno das eleições, o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ampliou sua vantagem para 20 pontos em relação ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Este foi o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada ontem pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo de Televisão. Este é o terceiro levantamento do Datafolha realizado no 2º turno presidencial, e o primeiro a captar os efeitos da retomada da propaganda eleitoral gratuita, que voltou ao rádio e à TV na quinta-feira passada. Presidente em comício, em Manaus: "Alckmin vê a Amazônia da Avenida Paulista". Antonio Scorza / AFP

Candidato tucano em campanha no Rio: negando qualquer plano de privatização, caso seja eleito.

LULA: TUCANO VÊ O PAÍS DA JANELA.

O

presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em discurso de 32 minutos ontem à tarde, em Manaus, centrou suas críticas nos tucanos paulistas. Segundo ele, o povo do Amazonas, que lhe deu 78% dos votos válidos no 1º turno, não pode "dar votos a quem vê a Amazônia de uma janela da Avenida Paulista", afirmou em referência ao adversário, Geraldo Alckmin (PSDB). "Eu sou pernambucano e devo tudo a São Paulo, mas um paulista com a Avenida Paulista na cabeça nunca saberá governar esse País. Ele que faça uma Caravana da Cidadania para conhecer a alma desse País. Ele tem de conhecer esse País, a cabeça e o coração desse povo", completou. Para o presidente, muita gente do Sul e Sudeste "olha para a Amazônia como uma grande tribo de sobreviventes de algum massacre". Lula também aproveitou a oportunidade para fazer críticas a políticos da região. "Se o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) trabalhasse mais, como o governador (reeleito do Amazonas) Eduardo Braga (PMDB) e o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), ele não teria tempo de ficar com críticas ou xingamentos", disse Lula. Graças a Deus – Na noite de segunda-feira, durante campanha em Belém (PA), Lula deu "Graças a Deus" por ter ha-

vido um 2º turno, "porque agora poderá mostrar a diferença entre os dois projetos, do PT e do PSDB". Entusiasmado com um público de cerca de 15 mil pessoas, chegou a dizer que os tucanos querem privatizar o avião presidencial para passar para amigos o negócio do transporte do presidente. "Eu agradeço a Deus por termos o 2º turno. Porque parecia tudo muito fácil. Não tinha confronto de idéias, as pessoas estavam achando que eu ia ganhar no 1º turno. Não estava bem claro o que estava em disputa nesse País", afirmou Lula, acrescentando que a diferença não é entre ele e Alckmin. Diferença – "O que está em disputa são dois projetos distintos: um projeto que de um lado não conhece o povo pobre desse País. Um projeto que durante oito anos venderam (sic) todo o patrimônio público construído durante um século pelo povo brasileiro". Lula voltou a acusar os tucanos de quererem privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios e "adjacências". Lula pediu "cuidado" a seus eleitores: "Vocês viram no debate, ele (Alckmin) quer privatizar até o avião do presidente. Certamente porque eles tem alguém que tem uma empresa de aviação para alugar um avião e ganhar dinheiro", acusou. Em um palanque que dividiu com o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), um dos envolvidos no escândalo do

mensalão, e o deputado federal Jader Barbalho (PMDBPA), que chegou a ser preso por suposto envolvimento em irregularidades na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Lula disse que tucanos "não produzem, só destroem". Falando da ave símbolo do seu principal rival, o PSDB, Lula afirmou que tucanos são "predadores", como o partido. "Nós sabemos que tucano é uma ave predadora. Ele vai no ninho dos outros comer os filhotes, ele não produz, destrói. É como o PSDB faz no País", afirmou ele. Lula chegou com quase três horas de atraso a Belém do Pará, depois de fazer outros dois comícios no dia. Mas os presentes, entusiasmados, não desistiram mesmo depois de dezenas de discursos de deputados estaduais, federais e prefeitos que o apóiam na região. Quando Lula chegou foi recebido por um coro cantando Lula Lá, o velho grito de guerra. No final, o presidente pediu um presente no seu aniversário, no próximo dia 27 de outubro: que o povo saia às ruas. "Temos que ocupar cada esquina, cada rua, de cada vila", pediu. "Eles (os tucanos) não brincam em serviço. Se a gente der mole eles vão querer ganhar no tapetão". Debate – Lula confirmou que vai participar do debate de amanhã, dia 20, no SBT. O debate começa às 21h e vai até às 22h30, com a jornalista Ana Paula Padrão de mediadora. Depois acontecerão outros dois debates: na segunda-feira, dia 23, a TV Record promoverá o seu e no dia 27, último dia da campanha eleitoral, a TV Globo promoverá o último confronto entre os candidatos que pode ser decisivo. (AE)

O

candidato à Presidência da República da coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB- PFL), Geraldo Alckmin, voltou a descartar que promoverá privatizações caso seja eleito: "A única empresa que vou acabar é com a 'Mentirobrás', disse. A declaração foi feita ontem, no mesmo dia em que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso disse não ser contra a venda da Petrobras. Oposição e governo tem alimentado nos últimos dias a polêmica em torno do destino das grandes estatais. O presidente candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, e aliados afirmam que o projeto Alckmin de governo inclui privatizações, como as que aconteceram no governo FHC. Na outra ponta, o presidenciável do PSDB nega qualquer plano nesse sentido.

"Os ministros de Lula, em vez de trabalhar, espalham a mentira de que vou privatizar o Banco do Brasil e a Petrobras. Meu programa de governo tem 216 páginas e não tem nenhuma linha sobre isso", disse Alckmin a jornalistas após ter participado de uma sabatina no jornal "O Globo". Segundo o candidato, a intenção do governo ao falar do risco de privatizações em um possível governo do PSDB é "desviar as atenções" do escândalo envolvendo petistas na tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos. A polêmica foi alimentada ontem pela manhã por uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à "Rádio CBN", em que, aparentemente, deixou escapar que não é contra a privatização da Petrobras, embora tenha negado planos de venda. Chico Porto / AE

LU TÁ LÁ

A

exemplo da primeiradama Marisa Letícia da Silva, mulher do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-primeira-dama do Estado de São Paulo, Lu Alckmin, também faz maratona de campanha para o marido e candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o site de campanha do tucano, Lu Alckmin passará por sete Estados até domingo, nas regiões Norte e Nordeste. O foco denota a estraté-

Reforço visual: Lu Alckmin entra no corpo-a-corpo no centro do Recife.

gia da campanha na reta final: estas são as regiões onde o marido teve um desempenho ruim no 1º turno. Roteiro – Ontem, Lu Alckmin esteve em Pernambuco, passando por Caruaru, Gravatá e Recife. Hoje a ex-primeiradama irá ao Piauí, nas cidades de Teresina e Parnaíba. Ama-

nhã passa pela Paraíba, percorrendo João Pessoa e Campina Grande. Acre e Rondônia serão visitados na sexta-feira. Para encerrar, Lu Alckmin percorrerá os estados do Amazonas e Bahia. No sábado, a exprimeira-dama de São Paulo irá a Manaus (AM) e no domingo vai à Candeias (BA). (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Da Amazônia nós estamos cuidando de acordo com modelos de desenvolvimento baseados em princípios de sustentabilidade definidos pela sociedade brasileira. A Amazônia é um patrimônio do povo brasileiro, e não está à venda. Dos ministros Celso Amorim e Marina Silva, em artigo sobre a polêmica causada por uma suposta proposta de privatizar a região, ontem, na Folha de S. Paulo.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

18 Dia do Médico

E VOLUÇÃO I NTERNET

O apogeu da espécie

História em tempo real Desde ontem, os cidadãos britânicos comuns, meros súditos da rainha, estão convidados a fazer parte da História, contribuindo para o maior blog já criado, que documentará o cotidiano do século XXI com a participação de milhares de pessoas. O blog será mantido na Biblioteca Britânica, para que historiadores, no futuro, possam capturar detalhes sobre como os britânicos vivem, trabalham e brincam. O professor David Cannadine, diretor do Instituto de Pesquisa Histórica da Universidade de Londres, comentou: "pode ser que os historiadores do futuro se surpreendam ao saber que, em 17

de outubro de 2006, ainda comemos carne e dirigimos nossos próximos carros". O projeto se inspirou na análise maciça dos arquivos de história social, criados em 1937 e agora armazenados na Universidade de Sussex, sul da Inglaterra. Estes arquivos tiveram como objetivo criar uma "antropologia de nós mesmos" e foram atualizados até os anos 50. Os organizadores reuniram material em entrevistas com os cidadãos britânicos e agora pedem às pessoas que continuem contribuindo com textos, de 100 a 650 palavras, até 31 de outubro. www.histor ymatters.org.uk

D ENTADA Fábio Gonçalves/AE

L

O ânimo da militância política, já acirrado neste segundo turno, subiu muito além da conta, na madrugada de domingo, no Rio de Janeiro: a petista Daniele Tristão, de 34 anos, teve parte do dedo arrancada pela tucana Ana Cristina de Castro, de 31 anos, durante uma briga no bar Jobi, no Leblon.

Humanidade atingirá o ápice em mil anos. E a decadência começa em seguida

A

espécie humana atingirá seu apogeu por volta do ano 3.000, de acordo com estudo realizado pelo pesquisador Oliver Curry, do Darwin@LSE, centro de estudos da evolução da London School of Economics, sob encomenda para o canal Bravo, da TV britânica. Na alvorada do próximo milênio, os seres humanos terão entre 1,80 m e 2,10 m de altura, viverão 120 anos, serão belos, esbeltos morenos e – informação que não poderia faltar numa pesquisa encomendada por um canal masculino – os homens terão pênis maiores.

Os seios das mulheres também se beneficiarão. Segundo o tablóide The Sun, o pesquisador acredita que "por meio de cirurgias cosméticas e engenharia genética, tentaremos nos encaixar no que o sexo oposto deseja". Depois do apogeu, no entanto, virá a decadência, segundo Curry: a dependência crescente pela tecnologia e pela medicina poderá levar ao enfraquecimento físico e à perda da resistência natural a doenças. Além disso, os procedimentos médicos, cada vez mais sofisticados, impedirão que genes prejudiciais sejam eliminados pela seleção natural.

Curry prevê que, dentro de 10.000 anos, a humanidade estará passando por uma "ressaca genética", reduzida a algo como animais domésticos, dependentes de máquinas para sobreviver. A capacidade de relacionar-se e algumas emoções poderão se perder. Cerca de 100.000 anos no futuro, a humanidade poderá se ver dividida em dois grupos – os "com-genética", de boa aparência, saúde e inteligência, e os "sem-genética", menores, troncudos e menos espertos. Essa elitização seria fruto de seleção sexual: o fato de as pessoas mais bonitas e saudáveis procurarem parceiros apenas entre si. (AE)

Daniel Garcia/AFP

João Paulo II, ainda mais pop

CHOROS POR PERÓN - O segundo funeral do ex-presidente Juan Domingo Perón, o maior evento político do ano na Argentina, terminou ontem em tiroteio e duas sessões de intensa pancadaria entre grupos peronistas rivais. O presidente Néstor Kirchner, que comandaria a cerimônia, abandonou o mausoléu em San Vicente, em meio à confusão.

C A R T A Z

TEATRO

Dores e curas da antigüidade Da Odisséia de Homero ao Renascimento, com Vesaglio, a história da medicina ocidental mbora os gregos tenham criado a medicina, seus métodos nem sempre foram aqueles que hoje consideramos científicos. Das primeiras referências, que constam da Odisséia, de Homero, passando por Hipócrates, que separou a medicina da filosofia, e por Andrea Vesaglio, o romano que, no Renascimento, com seu livro De Humanis Corporis Fabrica, tornou a ciência um projeto humanista, muitos instrumentos e tratamentos exóticos, dolorosos e até eficientes foram criados. Esta história é contada em detalhes e em imagens pela Universidade de Virginia, nos Estados Unidos.

Internet segura para crianças e adultos

O designer inglês Alex Carpenter criou um tapete que imita o famoso desenho de giz ao redor de um corpo na cena do crime. O desenho do tapete "Drop Dead" imita a silueta de uma vítima abatida bem na sua sala de estar e o desenho fica como "evidência" do crime. Preço sob consulta.

A Microsoft Brasil lançou este mês o site Navegue Protegido, para crianças, pais e educadores com dicas sobre o tema, podendo acessar, ainda, histórias em quadrinhos interativas, jogos e quizz, além de baixar proteção de tela, papel de parede e emoticons. A idéia de navegação segura do site reúne educação a ferramentas tecnológicas e aborda desde cuidados com sites acessados, bate-papos até a utilização de serviços financeiros e bancários pela rede.

http://udderstuff.co.uk/alex.htm

www.navegueprotegido.org

www.healthsystem.virginia.edu/internet/ librar y/historical/artifacts/antiqua/

Acima, tesoura e fórceps recuperados de sítios da Roma antiga

Madonna defendeu sua intenção de adotar um menino nascido em Malauí, na África, dizendo que ela agiu "de acordo com a lei como qualquer outra pessoa que adota uma criança". A popstar declarou também que quis "abrir nossa casa e ajudar uma criança a escapar da vida de extrema dificuldade, pobreza e em muitos casos, até da morte". Ontem, o menino David Banda, de um ano, foi levado para a casa da cantora em Londres, apesar dos protestos de muitas entidades beneficentes que alegam que o processo de adoção foi facilitado para a estrela pop. L OTERIAS

Ao centro, imagem grega de uma cirugia e os bisturis de antes de Cristo

Concurso 497 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 01

05

28

29

38

39

24

29

46

Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 05

Brasil apresenta ao ex-vice-presidente Al Gore proposta de fundo contra o desmatamento Ex-garoto problema do rock'n'roll, Chuck Berry completa hoje 80 anos com show nos EUA

L

Tapete revela "cena do crime"

O presidente boliviano, Evo Morales, denunciou ao jornal francês Le Monde uma "conspiração" para assassiná-lo e afirmou que tem usado colete à prova de balas. "Assistimos a um confronto ideológico com os setores conservadores. A direita quer recuperar o poder e impedir outras vitórias da esquerda, como por exemplo no Equador", prosseguiu Evo, acrescentando que "um grupo de 20 militares da reserva de Santa Cruz (o departamento mais rico da Bolívia) foi enviado a La Paz" para assassiná-lo.

Madonna defende adoção

L

F AVORITOS

L

G @DGET DU JOUR

Crime consome a economia

C ELEBRIDADES

E A Sessão da Tarde ou Você Não Soube Me Amar (foto). Ciclo popular de teatro no Centro Cultural São Paulo (CCSP). Rua Vergueiro, 1000. Telefone: 3383-3422. Às 19h. R$ 10 e R$ 5.

B RAZIL COM Z

Evo Morales denuncia complô

M EDICINA E M

Uma nova guloseima criada no Texas acaba de se tornar o sucesso de eventos populares nos EUA. A "Coca frita" é um doce feito a partir de pegajosos bolinhos de massa mergulhados no refrigerante mais famoso do mundo e banhados em xarope de coca. Depois dessa "lambança", as guloseimas são fritas em óleo bem quente. O inventor da "Coca frita" é Abel Gonzales Jr., que no ano passado criou os sanduíches fritos de pasta de amendoim, geléia e banana.

B OLÍVIA

L

seu diário pessoal e sua canetatinteiro. O DVD foi apresentado ontem no Vaticano. O lançamento deve acontecer em 2007. "Existem muitas versões cinematográficas da vida de João Paulo II, mas nenhuma animada", disse López Guardia. "Há duas razões que explicam a importância do filme para mim - foi um tributo a João Paulo II e também a minha mãe, que o adorava", contou o produtor, que escolheu um casal de pombos de bicos rosados, Piccolo e Fiona, para narrar a história porque o papa foi fotografado muitas vezes rodeado por eles.

"Coca-cola" frita para o lanche

O jornal norte-americano The New York Times publicou ontem uma reportagem sobre como as altas taxas de crime afetam a economia dos países latino-americanos. De acordo com o jornal, o crime não afasta apenas investimentos estrangeiros, mas "rouba" até 8% do crescimento econômico. "No Brasil, se a taxa de homicídios do fim dos anos 90 fosse semelhante à da Costa Rica, a menor da região, a renda per capita seria elevada em cerca de US$ 200 e o Produto Interno Bruto (PIB) seria 8,4% maior na segunda metade dessa década", diz o jornal citando números de um relatório do Banco Mundial.

R ELIGIÃO

O papa "pop" João Paulo II será personagem de um novo desenho animado que será lançado em breve em DVD pelo Vaticano. João Paulo II, O Amigo de Toda a Humanidade será o primeiro filme em animação sobre a vida de um papa. O filme, de 60 minutos, foi escrito e dirigido por José Luis Lopez Guardia, da empresa espanhola Cavin Cooper Productions. A história de João Paulo II, desde suas raízes humildes na Polônia até se tornar o líder de milhões de católicos, é narrada por dois pombos brancos e por personagens representando

E UA

O Aumento no número de viagens aéreas impede Reino Unido de cumprir meta ambiental

13

23

Concurso 1664 da QUINA 20

26

46

58

80


6

Imóveis Nacional Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

6,38

BANCOS PÕEM PRODUTOS NOVOS NA VITRINE

bilhões de reais, um recorde, foram repassados pelos bancos públicos à União de janeiro a agosto.

DEPOIS DA CAIXA, BANCOS PRIVADOS TAMBÉM OFERECEM CRÉDITO IMOBILIÁRIO COM PRESTAÇÃO FIXA

MERCADO ADOTA FINANCIAMENTO SEM TR

C

erca de dois meses após o anúncio do pacote habitacional do governo federal, os bancos privados e públicos começam a colocar no mercado suas novas linhas de financiamento imobiliário, agora com a opção de uma parcela pré-fixada e sem a cobrança da Taxa Referencial, a "TR". A Caixa Econômica Federal, que informa ter aplicado mais de R$ 11 bilhões no setor habitacional neste ano, divulgou duas linhas pré-fixadas e sem TR; uma para os clientes do modelo de cobrança direto na folha de pagamento, o consignado, e outra para os mutuários que quitarão seus débitos pelos carnês. O novo produto oferece taxas de juros entre 11,9% e 14,5% ao ano, de acordo com o valor financiado e a opção de pagamento – ( veja quadro ao lado). A Caixa Econômica Federal estima fechar o ano com um total de R$ 14 bilhões liberados para o financiamento habitacional, dobro do montante destinado ao setor em 2005. Funcionários de empresas conveniadas junto ao banco terão acesso ao crédito com desconto em folha de pagamento como empregados. Se sairem, pagam no carnê. Bradesco – O Bradesco também já colocou seu financiamento pré-fixado no mercado. O banco oferece uma linha de até 10 anos com taxa de 13,5% ao ano. Os financiamentos de 10 a 20 anos terão juros na casa

Knut Falch / Reuters

dos 14%. O banco financia até 80% do total do imóvel, até o teto de R$ 350 mil. Um dos primeiros a entrar na "briga" das parcelas pré-fixadas, o Santander disponibiliza uma linha de até 13%, para i m ó v e i s e n t re R $ 2 0 m i l e R$ 800 mil. O prazo-teto para o pagamento é de 20 anos, aposta custeada pela própria instituição antes da possibilidade de utilizar os recursos da poupança nessa modalidade. José Manoel Alvarez Lopes, superintendente de Crédito Imobiliário do banco, explica que a entrada dos recursos da poupança permitiu a redução dos juros de 16% para 13%. Embora o banco não se pronuncie, a iniciativa reforça a concorrência com a Nossa Caixa para manter os funcionários públicos paulistas na sua carteira de clientes. O Santander já oferecia o sistema consignado para a folha do funcionalismo estadual. Já o HSBC oferece uma linha que mantém a TR e cobra taxa de juros de 12,68%. Esse financiamento vale para os imóveis até R$ 200 mil. Para atrair a chamada "classe média alta", público alvo desse produto, o banco oferece a amortização da TR caso o cliente não atrase as parcelas. Todos os bancos manterão suas linhas para o crédito imobiliário anteriores ao pacote do governo. A opção ficará a cargo do interessado no financiamento do imóvel. Davi Franzon

Paul Wolfowitz, do Banco Mundial: corrupção atrapalha

Wolfowitz critica déficit brasileiro e corrupção

O

Tesouro Direto chega a R$ 1 bi

O

estoque de títulos da dívida pública federal adquiridos diretamente por pessoas físicas do Tesouro Direto, superou em setembro pela primeira vez o valor de R$ 1 bilhão.

A LTN, título pré-fixado, tem 33,93 % do estoque, e a LFT, título indexado pela Selic, tem 28,26 %, informou o Tesouro em nota. O valor mínimo de investimento é de R$ 200. (Agências)

Brasil precisa criar "com urgência" um ambiente melhor de negócios se quiser atrair investimentos estrangeiros e crescer a taxas mais elevadas. A avaliação é do presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz. O ex-número 2 do Pentágono criticou ontem o tamanho do déficit público brasileiro e alertou que um clima permeado por escândalos e corrupção pode afugentar investidores. "Em minha opinião, no curto e médio prazos, o que o Brasil e seus governantes precisam fazer com urgência é criar um ambiente melhor para os negócios – por exemplo, leis mais propícias que facilitem ao setor privado operar." Investimentos – A entrevista do presidente do Banco Mundial veio depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório anual mostrando que o fluxo de investimentos no mundo cresceu 29% em 2005 enquanto no Brasil caiu 17%. Para Wolfowitz, outro desafio imediato do Brasil é lidar com seu déficit público. Segundo ele, a solução não pode

ser sempre elevar as taxas sobre as empresas. O dirigente do Banco Muncial apresentou suas sugestões para que o Brasil retome crescimento no longo prazo. "A questão central será lidar com as desigualdades", afirmou. Corrupção – Defensor de medidas contra a corrupção como forma de garantir que o dinheiro enviado aos países pobres seja utilizado para o desenvolvimento, o dirigente declarou que "se investidores não têm certeza de que as leis serão seguidas de forma justa, tendem simplesmente a levar o seu dinheiro para algum lugar mais seguro". Ontem, em Genebra, o Wolfowitz discursou para deputados de todo o mundo na União Parlamental Internacional e fez um alerta de que a corrupção ameaça o esforço de combate à pobreza. Mantega – O ministro da Fazenda Guido Mantega disse ontem que não está preocupado com a queda de investimentos internacionais e que " está sobrando capital estrangeiro no País, vindo principalmente do comércio exterior." (AE)

Selic deve cair mais 0,5%

A

decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que será divulgada hoje, deve diminuir 0,5% a taxa oficial de juros, mas não deve tirar do Brasil o título de campeão mundial de juros reais (taxa Selic descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses). O mercado aposta que haverá hoje uma queda de meio ponto, para 13,75% ao ano, a menor desde 1975. Segundo levantamento realizado pela da consultoria econômica UpTrend, mesmo se a aposta majoritária do mercado for confirmada, o País continuará no topo do ranking, com uma taxa real de 9,3% ao ano. A média mundial está no patamar de 1,9%.

Para deixar a liderança, o Banco Central teria de reduzir a Selic em 3,75 pontos, o que resultaria num juro real de 6,2%, igual ao da Turquia. "Mas esse é um cenário pouco factível", afirmou o economista-chefe da consultoria, Jason Freitas Vieira. Ele disse que a projeção de inflação também recuou, o que explica o ritmo mais lento de queda do juro real. Inflação – Os analistas também afirmam que não adianta ter juro real baixo às custas de inflação alta, como é o caso de Turquia e Venezuela, onde a taxa nominal é de 17,5% e 16,11% ao ano, respectivamente, e a taxa real de 6,2% e 0,7%. É preciso ter um juro real saudável, com taxa nominal baixa e inflação controlada. (AE)

Estatais pagam à União

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal pagaram à União, em dividendos, R$ 6,384 bilhões de janeiro a agosto deste ano. Isso significa 66,5% de todos os dividendos pagos ao Tesouro por empresas estatais no período (R$ 9,6 bilhões). O documento Visão de Desenvolvimento do BNDES revela que "as receitas adicionais de dividendos foram importantes para que o governo não fosse obrigado a fazer cortes, que poderiam ter impacto negativo nos programas sociais em andamento". Ernani Torres, superintendente de Assuntos Econômicos da presidência do BNDES,

sustenta que os repasses dos bancos à União estão aumentando porque o lucro do setor bancário também está crescendo aceleradamente. Para o economista Alexandre Marinis, da Mosaico Economia Política, o documento é a admissão de que, para evitar aumento de impostos e cortes , o governo está usando o lucro dos bancos oficiais, o que até agora não era admitido. "O problema é que quando se utiliza o lucro de bancos oficiais para subsidiar o cumprimento do superávit, em vez de reinvestir o lucro, pode-se colocar em xeque a saúde financeira do banco" alerta, acrescentando que este ano marca uma explosão de transferências do BNDES à União. (AE)


4

Planalto Congresso Corr upção Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PSDB, PFL e PPS enviam hoje pedido à entidade, para que acompanhe as investigações da PF.

O

Alguns personagens é que lamentavelmente mudaram de trincheira. Roberto Busato, da OAB

BISCAIA DIZ QUE DOSSIÊ ISENTA SERRA

OPOSIÇÃO QUER OAB DE OLHO NO DOSSIÊ

Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) analisará no próximo dia 30 um pedido do PSDB, do PFL e do PPS para que a entidade acompanhe as investigações sobre o escândalo do dossiê. Hoje os presidentes dos três partidos de oposição entregam formalmente o pedido ao presidente da entidade, Roberto Busato. A reunião está marcada para às 15h na sede da OAB em Brasília. De acordo com a assessoria da entidade, o encontro será aberto e público. Ou seja, poderá ser presenciado por qualquer pessoa, inclusive por jornalistas. Isso ocorrerá porque, segundo Busato, a OAB pertence à sociedade civil brasileira. A entidade, diz o presidente, não tem conchavo, não tem partido político e não tem segredo. O presidente da OAB pretende ouvir as posições dos representantes dos partidos e discuti-las com os integrantes do Conselho Federal da entidade numa reunião programada para o próximo dia 30. Operação-abafa – Com o pedido, os partidos querem evitar o que eles consideram uma "operação-abafa" nas investigações da Polícia Federal em relação à tentativa de compra, por parte de petistas, do dossiê Vedoin, cujo conteúdo prejudicaria políticos tucanos. Para a oposição, a demora da PF em apresentar soluções pa-

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

ra o caso tem motivação eleitoral, para poupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem debate – Lula recusou o convite da OAB para debater seus planos e programa de governo. Em carta enviada a Roberto Busato, o coordenador da campanha à reeleição, Marco Aurélio Garcia, disse que Lula aceitaria participar do debate se fosse no 1º turno, mas não agora. "Infelizmente, em virtude de compromissos de campanha, anteriormente assumidos, não será possível participarmos do evento", afirmou Garcia na carta. "Nossa coligação acompanhou atentamente a movimentação da OAB, por seu presidente, durante o primeiro turno, e lamenta que a oportunidade de diálogo não tenha sido propiciada naquele momento", acrescentou. Ao contrário de Lula, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, aceitou o convite da OAB e debaterá hoje com os advogados na sede da entidade. Diante da recusa de Lula, Roberto Busato afirmou que a OAB continua defendendo a cidadania e não mudou, diferentemente do que ocorreu com outros personagens "que lamentavelmente mudaram de trincheira", disse. "A OAB sempre foi é e continuará sendo apartidária, participando da vida política institucional em prol da cidadania brasileira", declarou Busato. (AE)

Eymar Mascaro

Roberto Jayme / AE

Ainda o abafa

A Sem conhecimento: Berzoini diz que soube do dossiê pela mídia.

BERZOINI DEPÕE NA PF. E NEGA TUDO.

N

o depoimento de quatro páginas, dado em uma hora e meia, na sede da Polícia Federal, em Brasília, o ex-ministro e excoordenador da campanha à reeleição do presidente Lula, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), negou a participação na compra do dossiê Vedoin, que tinha o objetivo de comprometer candidaturas do PSDB. Ele disse que só soube da existência de um dossiê e de uma articulação para a sua compra depois da publicação do caso na imprensa, e que se surpreendeu com isso. Ricardo Berzoini disse também que o papel do petista Jorge Lorenzetti, exdiretor do Banco do Brasil,

na campanha de Lula, era, de fato fazer análises de risco do candidatopresidente. Berzoini afirmou desconhecer a origem do dinheiro (R$ 1,75 milhão para a compra do dossiê, apreendido em 14 de setembro com os petistas Gedimar Passos e Valdebram Padilha, em um hotel em São Paulo). Sobre Hamilton Lacerda, assessor da campanha de Aloizio Mercadante, candidato ao governo de São Paulo, Berzoini disse que estranhou a versão que ele deu para o fato de ter sido visto no hotel conduzindo malas. Conforme a versão que teria sido apresentada na ocasião por Hamilton, as malas que transportava continham apenas material de campanha – e não o dinheiro apreendido. Berzoini disse que não era essa a função de Hamilton e considerou "estranho" esse argumento. (AE)

oposição insiste em denunciar uma 'operaçãoabafa' nas investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de membros do PT de comprar um dossiê contra tucanos. A operação tentaria livrar o assessor especial do presidente Lula, Freud Godoy, de ter autorizado o PT a negociar o dossiê, e evitar que o escândalo respingue diretamente no presidente. Segundo a revista Veja, Freud teria se encontrado com os envolvidos na compra do dossiê na sede da PF e, desde então, os envolvidos passaram a inocentá-lo. A oposição recorre ao TSE e à OAB, para que as entidades acompanhem de perto as investigações.

PRESSA

Em Mato Grosso, o delegado da Polícia Federal Daniel Lopez de Azevedo garantiu que a origem do dinheiro para a suposta compra do dossiê será esclarecida antes da eleição no dia 29. O delegado se recusa, no entanto, a classificar antecipadamente de criminosa a origem do dinheiro.

CRIME

Para o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT), no entanto, o dinheiro tem origem criminosa, porque até agora as investigações não detectaram saques bancários correspondentes à quantia apreendida pela polícia.

INSISTÊNCIA

Alckmin tem lembrado na campanha de televisão que faz mais de um mês que estourou o escândalo do dossiê, mas que até agora o governo não revelou a origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão). É a forma que o tucano escolheu para continuar sangrando Lula.

Ailton de Freitas / AOG

CONTRAPONTO

O deputado lamentou a atitude do PT de não punir os envolvidos.

BISCAIA: DOSSIÊ NÃO INCRIMINA JOSÉ SERRA

O

presidente da CPMI das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PTRJ), afirmou ontem que, no dossiê que seria comprado por petistas para comprometer candidatos tucanos, não há nada que incrimine o ex-ministro da Saúde e governador eleito de São Paulo, José Serra. "Na minha opinião, no dossiê não há nada que possa chegar ao ex-ministro José Serra", afirmou Biscaia, que trouxe de Cuiabá (MT) o último depoimento dado por Luiz Antonio Vedoin (dono da Planam , principal empresa da máfia das ambulâncias) ao Ministério Público do Estado. Biscaia disse que o juiz do caso lhe garantiu que Vedoin não possui nenhum novo documento que aponte o envolvimento de pessoas com a máfia das ambulâncias. O presidente da CPMI lamentou ainda que o PT não tenha tomado nenhum tipo de atitude contra integrantes do partido envolvidos no escândalo. "Espero que o PT não só procure apurar internamente, como afaste do partido aqueles que têm se desviado da conduta. Mas parece que essa não é a postura. Lamentavelmente não percebo, desde outros escândalos, algum tipo de correção interna", afirmou Biscaia. Pelo menos seis petistas que integravam o comitê da campanha à reeleição do presidente Lula estão envolvidos. (AE)

Em contrapartida, o PT pretende voltar ao tema da segurança pública, procurando responsabilizar o governo do PSDB pelo surgimento do crime organizado em São Paulo. O PT culpa a política de segurança pública imposta em São Paulo pelos tucanos pelo aparecimento do PCC.

Alckmin. Outros estados importantes que dão vitória a Lula são a Bahia (9 milhões de votos) e Ceará (5,3 milhões).

RECUPERAÇÃO

ACM continua anunciando que a votação de Alckmin na Bahia crescerá. Lula obteve 59% dos votos no 1º turno no estado, contra 23% de Alckmin. Também Tasso Jereissati promete maior votação para Alckmin no Ceará. No 1º turno, Lula alcançou 64% dos votos cearenses e Alckmin 20%.

AVANÇO

Os tucanos continuam distribuindo milhares de santinhos de Alckmin e Aécio Neves em Minas. Alckmin espera crescer bem no estado com o trabalho de Aécio. O tucano foi derrotado no estado por Lula no 1º turno, alcançando 36% dos votos contra 46% do petista. Minas tem 13 milhões de eleitores.

PAULISTAS

Além de Minas, São Paulo (28 milhões de eleitores) é outro estado que entra na alça de mira do tucanato. Alckmin quer ter mais de 20 pontos à frente de Lula no 2º turno. No 1º turno a diferença entre Lula e Alckmin foi de 18 pontos (54% para Alckmin e 36% para Lula).

CRESCIMENTO

Segundo informações, Lula estaria crescendo um pouco mais no Nordeste, sobretudo em Pernambuco, estado com 5,7 milhões de eleitores e onde o petista alcançou mais de 60% dos votos no 1º turno, contra 20% de Alckmin. Lula faz campanha no estado junto com o candidato a governador Eduardo Campos (PSB), que disputa o cargo com o pefelista Mendonça Filho.

ESTRANHO

O eventual crescimento de Lula em Pernambuco chama a atenção porque o coordenador de campanha do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB) é pernambucano. Além disso, a campanha de Alckmin no estado é insuflada também pelo senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) e deputado Roberto Freire (PPS).

NA FRENTE

O Nordeste continua sendo o principal reduto eleitoral do petista. No 1º turno, Lula alcançou 66% dos 33 milhões de votos na região, contra 25% de

DIFICULDADE

Os tucanos sabem que terão dificuldade de virar o jogo no Rio (11 milhões de votos). O eleitorado carioca deu a Lula 44% dos votos no 1º turno e 25% a Alckmin. O tucano acha que pode crescer no interior do Rio com o apoio do exgovernador Anthony Garotinho (PMDB).

VANTAGEM

Há sinais indicando crescimento de Alckmin no Sul do País, região de quase 20 milhões de votos, que deu vitória ao tucano no 1º turno. Alckmin está vencendo Lula nos três estados sulinos: Rio Grande (7,5 milhões de votos), Paraná (7 milhões) e Santa Catarina (4,3 milhões).

INTEGRAÇÃO

O PT espera cooptar o governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição ao governo do Paraná, para o comício agendado para sábado em Curitiba. Seria a forma de colocar o até agora neutro governador ao lado de Lula no palanque petista.


DOISPONTOS -77

MÃOS DE TESOURA ROBERTO FENDT

ATO FALHO E BESTEIROL erminado o debate entre os candidatos, o festival de besteirol era previsível. O presidente Lula chamou Alckmin de "delegado de porta de cadeia". Enquanto isso, entre os notáveis da platéia que assistiam ao vivo o embate, uma senhora plastificada, ex-prefeita, se referia a Alckmin como "candidato de plástico". Em entrevista aos jornais, a mesma senhora chamou o candidato Alckmin de "caçador de marajá atual", cometendo um ato falho. Longe de São Paulo e antes do debate, o Caçador de Marajás original, após votar na eleição para o Senado em Alagoas, da qual saiu vencedor, já havia dito que "grande parte deste povo que vota por ele (Lula) também vota por mim", dando a entender que ambos são farinha do mesmo saco. Mas nem só de besteirol vive a campanha presidencial. Próceres do PT acusam um futuro governo do PSDB de pretender provocar uma megarecessão, fruto de um choque selvagem de corte de despesas. As principais vítimas desse "corte selvagem" seriam os programas sociais do atual governo. Assim o disse, com todas as palavras, o ministro não-licenciado da Fazenda: "Não vejo necessidade de utilizar tratamento de choque ou movimento radicais na economia brasileira". Com relação a sugestões de cortes de despesas da ordem de R$ 60 bilhões de reais em um futuro governo Alckmin (3% do PIB), explicou o ministro que cortes dessa magnitude somente poderiam ser aplicados sobre as despesas previdenciárias, sobre os salários e encargos dos servidores públicos e na saúde.

T

Arte de Abê sobre fotos de Carlos Humberto/Ag.Pixel e Patrícia Cruz/LUZ

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Onde cortar despesas no orçamento do governo federal A receita para reduzir o gasto público ficou escondida na campanha eleitoral. Faltou um candidato-mão-de-tesoura. Só interesse fiscal do governo? Falta de proposta da oposição? Uma análise superficial mostra onde cortar 40% das despesas.

governo federal pode reduzir em pelo menos 40% seus gastos, assim como os estaduais e municipais, se bem que em menor escala, abrindo espaço para a diminuição da carga tributária, o que faria sobrar mais recursos com as empresas e as famílias (investimento, emprego, renda e consumo), de maneira a alavancar o crescimento econômico, sem perda de receita tributária. Três são os itens que formam os gastos mais significativos. Em primeiro lugar – falo do governo federal – estão os juros da dívida pública, com um montante de 168 bilhões de reais (2007), sem mencionar as amortizações. Em segundo lugar, os gastos com a Seguridade (saúde, previdência e assistência social, onde se postam os programas sociais, tipo Bolsa-Família e a distribuição de cestas básicas). Em terceiro lugar, os gastos correntes da máquina pública. Para baixar os juros da dívida bastam atos de vontade para trazer a Selic nominal para 9%. A rolagem cairia para cerca de 98 bilhões e ainda teríamos os juros reais mais altos do mundo, de 5,50% ao ano, o suficiente para deter qualquer inflação, já que não temos excesso de demanda. O que fazer com a Seguridade? No asp e c t o s a ú d e , a umentar a prevenção diminuindo a medi-

O

cina curativa, e computadorizar todos os diagnósticos, que hoje são feitos nos "achômetros" de médicos desmotivados. A diagnose científica reduziria em cerca de um terço os gastos com a saúde. O Bolsa-Família explodiu os gastos da assistência social e virou panacéia eleitoreira, ao invés de induzir ao trabalho e à educação, como fora previsto. É preciso instituir conselhos populares com o poder de auditar os governos (mais democracia direta!). Quanto à Previdência, temos o regime geral, que já é o pior do mundo. O teto é ridículo e o piso vergonhoso. Qualquer aperto aí aumentará a pobreza. á estudos m o st r a nd o que a Previdência é mais eficaz que o Bolsa-Família para distribuir renda e ajudar as pessoas a sairem da pobreza. A desvinculação do salário mínimo só poderá ser feita por plebiscito votado pelos segurados. A Constituição é para garantir direitos e limitar poderes, não o contrário. F i n a l m e n t e , t emos o item das despesas correntes. De cada dez reais gastos na compra de bens e serviços – segundo pesquisa a ser em breve divulgada (se for), pelo menos seis são decorrentes de s u p e rf a t u r a m en t o , descontrole de quantidade e quali-

H

G Primeiro,

baixar os juros. Segundo, reduzir os gastos com a Seguridade. Em terceiro lugar, os gastos correntes com a máquina. G Quando se

trata de malhar aposentados do setor público, o governo e a sociedade aplaudem. As despesas com juros, estas não, são intocáveis. G Que se crie a Secretaria Nacional de Contenção do Gasto Público, fora dos governos e contra eles, a cargo da oposição e do MP.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

dade, desperdício, corrupção e desnecessidade. Veja-se quanto o governo gasta em publicidade (que disso não precisa), sem falar nas empresas estatais oligopolistas, como a Petrobras. e o Congresso cooptado não controla o Executivo, quem deve controlá-lo? Órgãos que devemos criar e entregar à oposição e ao Ministério Público, que merece crescer. Por desnecessidade no gasto público, não ficamos em publicidade e v i a g e n s à m a ncheia. É preciso cortar em 80% os cargos em comissão, de recrutamento amplo ou limitado nos três Poderes e nos três níveis da federação, para ficarmos na altura dos EUA, e tornar a vereança gratuita, menos nas grandes cidades, acabar com o nepotismo (no Judiciário já terminou), além de listar o que não se inclui em verbas de custeio, como, por exemplo, dinheiro para corais, clubes sociais, revistas e periódicos nos órgãos públicos, gráficas, auxílios-moradias e outras mamatas. Que se crie a Secretaria Nacional de Contenção do Gasto Público, fora dos governos, contra eles, a cargo da oposição e do MP. Finalmente, há algo que merece ser discutido e não está: a auto-previdência do setor público. O governo não fala do assunto, porque tira 11% do funcionário

S

público, sem teto ou limite, e nada lhe dá senão a proposta de aposentá-lo, no máximo com R$ 2.800. Dá-se que na maioria das carreiras de Estado - fiscais, procuradores, policiais, militares, juízes, procuradores, professores, etc. - é composta em 80% de jovens. Se criassem fundos fechados de previdência privada, com os 11% que pagam aos governos, se aposentariam depois de 35 anos. É necessário, porém, que o governo pague ou devolva os períodos de transição, com quatro ou cinco vezes mais do que o govern o l h e s a c e n a , l ivrando-o do tal déficit de 48 bilhões que o Tarso Genro atribui aos idosos (mais uma reforma que o governo quer implementar). Quando se trata de malhar os aposentados do setor público, o governo e a sociedade aplaudem. Despesas com juros, estas não, são intocáveis. ntes do voto eis um ponto a meditar, caros leitores. O que espanta Bianor é o silêncio total que ronda o assunto. Segundo ele são três os motivos: incompetência da sociedade civil, inação do Legislativo e o interesse fiscal do governo. Que a sociedade se levante e se faça respeitar, ou então continue como está, desiludida e enfermiça.

A

SACHA CALMON É ADVOGADO TRIBUTARISTA

e tudo isso que o ministro nãolicenciado diz é verdadeiro, então como entender as declarações do senhor ministro do planejamento, Paulo Bernardo, que defende a ampliação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) dos atuais 20% da receita para 30%, além da prorrogação da CPMF por mais dez anos? Porque desvinculação de receitas da União quer dizer exatamente que a União passa a ter um cheque em branco para

S

gastar, ao seu gosto, mais outros 10% do total arrecadado, além dos 20% que já estão desvinculados. Ora, as principais vinculações de receita – além das transferências constitucionais aos estados e municípios – se referem precisamente aos gastos com saúde e educação. A menos que o senhor ministro da Fazenda não considere esses gastos como "sociais", o que seu colega do Planejamento está propondo é precisamente isso: liberar o governo federal de suas responsabilidades com despesas sociais obrigatórias, de natureza constitucional ou calcadas em legislação infraconstitucional, de forma a permitir que o governo possa gastar em outros programas supostamente "não sociais", de sua escolha. Além disso, como já tivemos oportunidade de afirmar, as despesas previdenciárias (com os salários e encargos dos servidores públicos federais e discricionárias da União), estão crescendo a mais de 11% ao ano. Não há como manter o crescimento dessas despesas à taxa atual porque a receita não poderá acompanhar o crescimento da despesa com a economia crescendo em média 2,6% ao ano.

P

ortanto, se a história nos serve para alguma coisa, talvez devêssemos lembrar a eleição de 1989. Naquela ocasião, o candidato Fernando Collor de Mello acusou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva de tramar o seqüestro da poupança da população. Não deu outra: eleito Collor, seu primeiro ato foi o de seqüestrar a quase totalidade dos ativos financeiros da população, devolvidos a conta gotas somente dois anos depois de apeado do poder. Agora, o senhor ministro da Fazenda acusa o seu opositor de pretender um corte "selvagem" nos gastos e implodir os programas sociais. Caso o senhor presidente seja reeleito, vamos ver no que vai dar... ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

G A economia,

cresce em média 2,6% a.a. A Previdência, salários e encargos dos servidores federais estão crescendo a mais de 11%. A receita da União não pode acompanhar o crescimento de suas despesas.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

13,30

por cento é a taxa média cobrada para Certificação de Depósito Bancário (CDB) de 30 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

17/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 13/10/2006 13/10/2006 13/10/2006 13/10/2006 13/10/2006

P.L. do Fundo 10.581.827,65 1.461.792,21 7.983.471,04 17.728.184,87 1.304.546,67

Valor da Cota Subordinada 1.212,657315 1.103,159527 1.190,526510 1.123,540280 1.114,733238

% rent.-mês 0,9478 0,8075 2,4586 0,2836 1,1046

% ano 24,1242 10,3160 19,0527 12,3540 11,4733

Valor da Cota Sênior 1.005,786525 1.092,891256 1.106,979741 0 0

% rent.-mês 0,5206 0,4780 0,5206 -

% ano 0,5787 9,2891 10,6980 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Congresso Planalto CPI Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

ACORDO LIVRA QUATRO EX-MINISTROS DA CONVOCAÇÃO

A decepção que eu tenho com o Lula é muito grande, porque ele virou um político comum. Fernando Henrique Cardoso

Lula Marques/Folha Imagem

Lula está assassinando o que representa, pela incapacidade de entender seu momento de grandeza na História. Fernando Henrique

CPMI TERÁ EM MÃOS DADOS SOBRE FREUD E um acordo entre oposição e governo transforma convocação de ministros em convite para depor. Freire, Tasso e Bornhausen: líderes da oposição insistem em que houve operação abafa do dossiê. Alan Marques/Folha Imagem

FHC DIZ QUE LULA É BANAL COMO POLÍTICO

O

ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou duramente o presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista concedida ontem, à Rádio CBN, ao rebater as afirmações que o petista vem fazendo nesta campanha eleitoral, dentre elas a de que os tucanos têm preconceito contra pobres e nordestinos. "Como presidente, Lula deveria ter a responsabilidade moral de não dizer uma inverdade desta. É acirrar uma visão equivocada e marcar o preconceito", afirmou. FHC argumentou que no passado defendeu o petista quando se dizia que alguém sem curso superior não deveria governar o País. "Eu fui o primeiro a dizer: isso não é verdade. Era o mesmo preconceito que se jogava contra ele e agora ele faz o contrário jogando contra os tucanos." E alfinetou: "Francamente eu acho lamentável. A decepção que eu tenho com o presidente Lula é muito grande porque ele virou um político comum. Um político banal que usa essas coisas para ganhar eleição. Tudo bem pode ter até o efeito de ganhar a eleição, mas é isso o que um estadista faz, é assim que se constrói uma nação? Não é." Na entrevista, FHC rebateu também as afirmações feitas pela oposição de que o PSDB é um partido das elites. "A oligarquia brasileira toda no Norte e Nordeste votou no Lula. Isso é pobre? Esta análise é superficial (de que os tucanos representam a elite)," ironizou. Ao comentar as comparações que estão sendo feitas com seu governo, disse que são "fantasiosas". "O presidente Lula disse que criou tantos empregos, não é verdade, olha a taxa de desemprego que é a mesma. Quantas usinas hidrelétricas e portos ele construiu? Quantas estradas? Até a inflação voltou a crescer em 2002 por causa do efeito Lula, da crise que ele mesmo criou. Ele roubou os aplausos do Kofi Annan (no programa eleitoral do PT) e até a inflação de quem a estabilizou. Não dá, né?" Mito – O ex-presidente tucano disse ainda que "é lamentável para quem começou como líder renovador se transformar num político como outro qualquer. É uma perda histórica, o presidente Lula está assassinando o símbolo que ele representa pela incapacidade de entender seu momento de grandeza na História, que não é só ganhar as eleições." Ele destacou que Lula está se igualando ao que há de mais atrasado na política brasileira. E ironizou: "Este era o líder que todos prezávamos? Tenho sentimento de perda neste caso", concluiu FHC. (AE)

Lideranças pró-Lula dizem que oposição quer "levar eleição no tapetão" e decidem processar revista 'Veja'.

PT REVIDA E DIZ QUE 'VEJA' É PANFLETO DE ALCKMIN Aliados à reeleição de Lula acusam oposição de não aceitar jogo democrático

O

PT se reuniu ontem para preparar uma contra-ofensiva à oposição com relação ao caso do dossiê Vedoin. Participaram do encontro o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), o líder do partido na Casa, Henrique Fontana (RS), e o coordenador da campanha do presidente Lula à reeleição, Marco Aurélio Garcia. "Há um propósito muito claro deles de frustrar a tentativa de setores da oposição que vêem que vão perder a eleição e querem resolver a eleição no tapetão e no tapetão não vão levar", disse Garcia. O coordenador da candidatura Lula se referia às iniciativas da oposição de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que este interfira nas investigações da origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê.

Reproduç

ão DC

Garcia também classificou de “factóides” as denúncias publicadas pela revista "Veja" no domingo passado, que trazem pela primeira vez o nome do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para o caso. Panfletária – O PT decidiu entrar na Justiça contra a revista, que seria, segundo Henrique Fontana, um “panfleto de

apoio à candidatura Alckmin”. Arlindo Chinaglia, que também atacou a publicação, acusou a oposição de tentativa de golpe. "Não há nenhuma dúvida de que a revista "Veja" intencionalmente ou por erro levou informações completamente erradas, mentirosas, ao seu público leitor e é em cima do noticiário da "Veja" que a oposição, de uma forma eu diria muito excitada, acha que vai envolver o poder Judiciário numa manobra que traduz o sentimento da oposição, que é de derrota, neste momento, e de não aceitar o jogo democrático", disse Chinaglia. "Nós vamos ao TSE para dizer que respeitamos as instituições e que cada uma deve cumprir constitucionalmente o seu papel. Isso é para que oposição não transforme a disputa eleitoral em três turnos", afirmou. (AOG)

TUCANOS PEDEM DEPOIMENTOS

O

s presidentes dos três principais partidos de oposição que apóiam a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência – Jorge Bornhausen (PFL-SC), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Roberto Freire (PPS-PE) – se reuniram ontem com o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), César Rocha, para reforçar um pedido que faz parte da estratégia da campanha alquimista. Eles ingressaram no Tribunal com um pedido para que sejam ouvidos pelo TSE as pessoas citadas pela revista "Veja" do último final de semana. A edição publicou que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o governo estariam supostamente atuando para que a Polícia Federal não apure a origem do dinheiro referente ao dossiê Vedoin, e também

para afastar as investigações sobre a suposta participação de Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso. Mais pedidos – Os líderes oposicionistas também ingressaram com um pedido para que o TSE investigue o episódio no qual o governo vai liberar, por meio de Medida Provisória, R$ 1 bilhão para os produtores de soja, beneficiando também o governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), que anunciou apoio à candidatura Lula, apesar do seu partido ser de oposição (veja matéria ao lado). Punição – Em reunião da Executiva Nacional, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), recebeu uma petição de autoria do deputado Alberto Fraga (PFLDF) propondo que a senadora

Roseana Sarney (MA) seja enquadrada no artigo 101 do Estatuto do partido por ter declarado apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrariando orientação de seu partido, que participa da coligação do tucano Geraldo Alckmin. O deputado Eduardo Sciarra (PR) vai relatar a petição. O partido deve mandar uma citação ao Diretório do Maranhão para que a senadora apresente sua defesa. Ela terá oito dias para se defender após receber a notificação, mas Bornhausen acha que dificilmente o julgamento ocorrerá antes do 2º turno das eleições. O presidente do PFL não quis antecipar se há clima para a senadora permanecer no partido, mas não deixou dúvida de que ela será tratada com rigor. "Sou uma pessoa que tem disciplina partidária". (AE)

A

C P M I d o s S a nguessugas aprovou ontem pedido de transferência dos sigilos bancário e fiscal do ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, suspeito de envolvimento na compra do chamado dossiê Vedoin. Os dados estão em poder da Justiça Federal de Mato Grosso e, segundo a Agência Câmara, devem ser enviados em breve para a comissão. A CPMI aprovou também a convocação de Francisco Rocha, o Rochinha, homem de confiança do ex-ministro da Saúde do governo Lula, Humberto Costa, para prestar esclarecimento sobre o dossiê. Ainda não foi marcada a data para o depoimento. Tratativa – Um acordo entre oposição e governo transformou o que deveria ser uma convocação, em convite, para que os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB), Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB) prestem depoimento à CPMI. Agora só depende da boa vontade deles. A votação do convite para que os ex-ministros deponham na CPMI ocorreu por votação simbólica depois que os parlamentares governistas

presentes ameaçaram convocar os tucanos Serra e Barjas. Foi u m a re a ç ã o ao fato de, momentos antes, a CPMI ter quebrado o sigilo de Freud Godoy. E de ter aprovado também a convocação de nove petistas – Freud, Rochinha e os sete ex-integrantes da campanha do presidente Lula e do senador Aloizio Mercadante (PT) envolvidos com a tentativa de compra do dossiê Vedoin. "Seria tão útil convocar o Serra quanto o presidente Lula", reclamou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), diante da proposta de convocação do governador eleito de São Paulo e de Barjas. Os tucanos anunciaram que iriam votar contra a convocação de Serra. Mas a senadora Heloísa Helena (PSol-AL) e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) avisaram que votariam a favor. Percebendo que perderiam, os tucanos reagiram. O deputado Carlos Sampaio (PSDBSP) fez a proposta do acordo. Em vez de convocação seria feito um convite aos quatro exministros. (AE)

'MP DA SOJA É SUBORNO', DIZ TASSO.

O

presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE), afirmou ontem que a promessa do governo de edição de uma medida provisória (MP) de R$ 1 bilhão para os produtores de soja é "um suborno do ponto de vista administrativo". Isso porque, diz Tasso, a medida beneficia diretamente o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), que anunciou apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tasso afirmou ainda que o adiamento da edição desta MP para depois do 2º turno é uma "confissão" de um suposto crime eleitoral. Na avaliação do senador, o adiamento não muda o fato de que houve uso da máquina pública em troca de

apoio eleitoral. Não havia uma data certa para a liber a ç ã o d e recursos para a ag ri cu lt ur a. Esperava-se, pelo plano de safra anunciado em maio, que a liberação ocorresse em algum momento do mês de outubro, quando a safra é plantada. O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, informou que a MP só sairá no final do mês. "O valor de R$ 1 bilhão já estava previsto pelo governo no Plano de Safra anunciado em maio. As acusações mostram que a oposição não tem compromisso com o agronegócio", disse. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Internacional

Ele acenou para os artistas e o público Da agência de notícias KCNA, sobre aparição do líder norte-coreano

Aumenta pressão sobre Coréia do Norte Estados Unidos fazem alerta sobre um possível segundo teste nuclear, mas governo norte-coreano diz que golpeará sem piedade os que violarem sua soberania AFP

O

s Estados Unidos advertiram ontem a Coréia do Norte sobre a idéia de esse país realizar um novo teste nuclear. A advertência foi feita em meio a indicações de que Pyongyang poderia estar se preparando para explodir outra bomba atômica. Segundo um funcionário americano com acesso a informações de inteligência, a Coréia do Norte estaria realizando, há alguns dias, atividades muito similares às conduzidas antes do teste nuclear do dia 9. Ele acrescentou que prédios e outras estruturas estão sendo construídos em pelo menos dois outros locais, possivelmente em um esforço para esconder suas atividades dos satélites espiões. As autoridades norte-americanas também disseram que o Exército coreano teria informado a China sobre sua pretensão de realizar uma série de testes nucleares subterrâneos, segundo a emissora de tevê NBC News, dos EUA. E que os norte-coreanos teriam transportado equipamentos, o que foi interpretado como um sinal de que há planos para um segundo teste nuclear, apesar da condenação internacional da primeira prova nuclear da história norte-coreana, realizada em 9 de outubro. Guerra – A Coréia do Norte classificou a imposição de sanções pela Organização das Nações Unidas (ONU) de uma declaração de guerra. Também ameaçou golpear sem piedade os países que se ampararem na resolução da ONU para violar sua soberania nacional, de acordo com informações da agência norte-coreana KCNA. Segundo um comunicado divulgado pela chancelaria norte-coreana, Pyongyang "quer a paz, mas não teme a guerra". Ontem, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que viaja a Tóquio, Pequim, Seul e Moscou, para tentar controlar a Coréia do Norte, afirmou que Washington não tem planos de invadir o país. Mas ressaltou que o norte-coreanos poderão agravar seu isolamento se efetuarem um novo teste. A Coréia do Norte não aceita a resolução da ONU, classificando-a de produto da política hostil dos EUA. Alegou ainda que o país passou por todas as pressões no passado, quando ainda não tinha armas nucleares e que seria absurdo pensar que poderia ceder a qualquer tipo de pressão. Ontem, durante um teste do exército norte-americano em Chulwon, ao norte de Seul, na Coréia do Sul, um míssil foi lançado. Também ontem, a imprensa moscovita informou que o general Yuri Baluyevsky, comandante do Exército russo, disse, durante uma visita a tóquio, no Japão, que o artefato nuclear testado pela Coréia do Norte na semana passada não é capaz de ser usado em uma ogiva atômica. E que o governo norte-coreano não tem tecnologia para transformar um artefato nuclear rústico em uma ogiva que possa ser usada em mísseis. (Agências)

VOTAÇÃO NA ONU FICA SUSPENSA ATÉ AMANHÃ

O

Soldados americanos participam de teste do exército dos EUA em Chulwon, ao norte de Seul, na Coréia do Sul, onde um míssil foi disparado

União Européia apóia sanções limitadas ao Irã

O

s governos europeus aprovaram, ontem, a mais dura ameaça já feita contra o Irã por causa de seu programa nuclear. Os chanceleres dos 25 países da União Européia (UE) concluíram que os mais de quatro anos de tentativas de negociações pacíficas com Teerã fracassaram e que "não tinham outra opção" senão apoiar um debate no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre sanções contra os iranianos. A decisão ocorre em um momento em que as

principais potências ainda tentam absorver o choque dos testes nucleares na Coréia do Norte. Mas dependentes em parte do petróleo iraniano, porém, os europeus deixam claro que querem "sanções limitadas" por enquanto contra Teerã. Tradicionalmente mais próximos ao Irã do que os americanos, os europeus estavam servindo até agora como o principal interlocutor da comunidade internacional com Teerã. As negociações lideradas pela França, Alemanha e pelo Reino Unido eram vistas como a última chance para os iranianos, depois que expirou o prazo de 31 de agosto dado pelo Conselho de Segurança para o fim dos trabalhos de enriquecimento

de urânio no país. Em vários momentos, foram apresentadas propostas diferentes para garantir energia ao Irã em troca de uma renúncia de seu programa nuclear. A última ocorreu em junho, quando Bruxelas apresentou um pacote de incentivos econômicos ao governo iraniano em troca de um abandono de seus objetivos nucleares considerados suspeitos pelo Ocidente. Na segunda-feira, o chefe da diplomacia européia, Javier Solana, passou mais de uma hora tentando convencer o negociadorchefe da Segurança Nacional, Ali Larijani, a aceitar retomar as negociações sobre o pacote, o que não aconteceu.

Ontem, diante do fracasso do diálogo, os europeus disseram estar "profundamente preocupados" com a decisão de o Irã de manter o enriquecimento de urânio e optaram por apoiar sanções limitadas contra Teerã. As medidas colocariam embargos contra a exportação de certos materiais que poderiam ser usados no enriquecimento de urânio. Iranianos envolvidos nas atividades científicas ainda teriam seus vistos negados para os países da Europa. Os Estados Unidos gostariam de ver medidas mais duras e contra a economia iraniana. Mas os europeus preferem sanções graduais. (AE)

embaixador do Equador na Organização das Nações Unidas, Diego Cordovez, convocou para hoje um encontro extraoficial do Grupo de Países Latino-Americanos e do Caribe (Grulac), o qual preside este mês, para discutir o impasse sobre a disputa entre Guatemala e Venezuela a uma vaga como membro não-permanente do Conselho de Segurança, o órgão mais poderoso da ONU. Ontem, segundo dia de votação, os 192 paísesmembros da ONU chegaram à 22ª rodada de votações sem um consenso. As votações foram suspensas até às 10 horas desta quinta-feira. Nas doze rodadas de ontem a Guatemala obteve a maioria dos votos, mas não conseguiu os dois terços necessários para garantir a vaga. Sem uma definição, crescem as pressões para que ambos entrem em acordo e desistam da disputa, dando espaço a um terceiro. A dúvida está em qual país latinoamericano teria o consenso da região para assumir a vaga. Entre os possíveis candidatos citados ontem, mas sem confirmação, estão o Uruguai, Panamá, a Costa Rica e República Dominicana. Os dois últimos já estão inscritos para disputar a vaga no biênio 2008/2009, no lugar do Peru, que deixa a vaga em dezembro de 2007.

Chip East/Reuters

Diplomatas da Guatemala AFP

Fotos AFP

Choque de trens em Roma mata um e fere mais de 100

P

elo menos uma pessoa morreu e mais de 100 ficaram feridas numa colisão entre dois trens do metrô de Roma, ontem de manhã, disseram autoridades locais. Dos feridos, pelo menos cinco encontram-se em condições críticas de saúde. O acidente aconteceu quando um trem que chegava à estação de Piazza Vittorio, próxima à estação central de Roma, bateu na traseira de outro que deixava passageiros na mesma plataforma. (AE)

Choque entre os dois trens (acima) ocorreu às 9h35 (hora local) em uma das duas linhas que cortam a cidade de Roma. Passageiros feridos e assustados, a maioria coberta de poeira e sangue, desconfiam que o condutor do trem que vinha atrás desobedeceu a sinalização

Cansaço após 22 rodadas

Equador ainda não sabe quem venceu eleição

D

ois dias depois da eleição presidencial e da confusão causada pela pane do sistema de apuração montado pelo consórcio brasileiro E-Vote, os equatorianos ainda não conheciam até ontem o resultado final da votação para presidente, realizada no último domingo. Depois de romper o contrato com a E-Vote, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deu início à contagem manual dos votos, que apontava para a necessidade de um segundo turno. Ontem à noite, a contagem mostrava significativa diferença em relação aos números divulgados pela EVote até a terça-feira. Segundo a apuração oficial, com 65,5% dos votos contados, o populista de direita, Álvaro Noboa, o homem mais rico do Equador, tinha 25,54% dos votos, enquanto o esquerdista Rafael Correa, apoiado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, obtinha 23,98%. O consórcio de empresas brasileiras que divulga o resultado das eleições rebateu as críticas de que foi o responsável pelo atraso e culpou a Justiça eleitoral equatoriana.(AE)


8

Empresas Finanças Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Há cheese-saladas para todos os gostos e bolsos em São Paulo, de R$ 4,70 a quase R$ 30.

A PRIMEIRA ACHAPA FOI INAUGURADA EM 1967

Hambúrgueres fazem tanto sucesso entre os paulistanos, que é difícil escolher onde estão as melhores opções

Santos, do Ypê: lanche especial

Lanche com sorvete

SEIS LOCAIS U PARA COMER UM BOM HAMBÚRGUER Selecionamos lanchonetes tradicionais, modernas e especiais onde o leitor pode encontrar o melhor da culinária rápida de São Paulo

E

scolher seis lugares para comer um ótimo cheese-salada em São Paulo não é uma tarefa fácil, tamanha a oferta de casas cujos lanches são um sucesso de público e de crítica. Preferências pessoais ficaram de fora – como o Hamburguinho e o Milk & Melow – para abrir espaço a (quase) desconhecidos, como o Hambúrguer do S. Oswaldo. Sem contar que praticamente todo mundo que soube da deliciosa pauta sugeriu uma lanchonete ou se indignou pela ausência de seu lugar favorito. Até Sérgio Nakata, proprietário da Hamburgueria Nacional, quis colocar a colher. "Vo-

Fotos: Newton Santos/Hype

cês vão ao Rocket's? O hambúrguer deles também é muito bom", disse o homem que, ao lado do sócio, o premiadíssimo chef Jun Sakamoto, passou dois anos moendo cerca de 500 quilos de carne de todos os tipos até chegar ao que chamou de "o melhor hambúrguer para o nosso paladar". Sem contar que em todos os lugares imperou a curiosidade dos entrevistados, que queriam saber quais outras lanchonetes haviam sido escolhidas para a matéria. "Ah, vocês vão ao S. Oswaldo? O homem é uma figura", comentou Alexandre Palermo, diretor executivo do New Dog. Kety Shapazian

ma bandeira do Brasil pregada à parede ao lado da TV enfeitam a sessentona Lanchonete e Sorveteria Ypê. À frente da chapa e no comando do caixa há 32 anos está Rivaldo Alcântara dos Santos, o Riva, que leva os hambúrgueres e a prosa às mesas. Ele conta, sem esconder o orgulho, que a filha é advogada e o filho está cursando Medicina graças aos lanches que faz. "A vida tem sido muito gratificante." O cheese-salada custa R$ 8,20 e a receita do hambúrguer é segredo. De sobremesa, o sorvete feito artesanalmente todos os dias é a grande pedida. Ypê – Rua Vergueiro, 2143 (Ana Rosa). Tel: (11) 5573-2299.

Gigante da chapa

A Interior da General Prime Burguer, lanchonete chique, que serve lanches com 450 gramas de carne

Hamburgueria chique

A

lanchonete General Prime Burguer integra o time de hamburguerias chiques que os paulistanos viram nascer na cidade nos últimos três ou quatro anos. Essa nasceu especificamente em fevereiro de 2004. Para homenagear o aniversário de 450 anos de São Paulo, o premiado chef Sérgio Arno criou o delicioso e enorme SP450, um hambúrguer de, acreditem, 450 gramas, que leva nada mais nada menos que vitela, picanha,

patinho e calabresa. A versão General Prime do cheese-salada é tão grande que a salada vai no prato, ao lado do sanduíche. Mas custa bem mais caro que os similares, R$ 29,90. Tem também hambúrguer de picanha, fraldinha, cordeiro e vitela, com preços que variam entre R$ 15,90 e R$ 19,50. Para acompanhar, eles servem sete variações de batata, da frita à francesa. General Prime Burguer – Rua Joaquim Floriano, 541 (Itaim Bibi). Tel: (11) 3168-0833.

gigantesca New Dog passou por quatro reformas nos 39 anos de existência até chegar ao tamanho atual. Acomoda 480 pessoas e tem estacionamento para 250 carros. O cheese-salada, porém, continua igual ao do começo da lanchonete – montado com tomate verde e maionese caseira. Custa R$ 11,30. Gerações de fiéis se deliciam com os lanches sob o teto pintado pelo artista plástico Gustavo Rosa. Nos horários de pico – às sextas e sábados, das 21h30 às 3h – a espera chega a 20 minutos. Fecha apenas das 7h às 8h todos os dias, para limpeza. New Dog – R. Joaquim Floriano, 254. Tel (11) 3168-7899.

Expansão do modelo

Newton Santos/Hype

A

berta em 1967, a lanchonete Achapa está para inaugurar seu quinto endereço na cidade, provando que hambúrguer, quando bem-feito, tem vida longa e faz bem para o bolso. A maionese caseira e a carne de 100 gramas agradam em cheio. O cheese-salada custa R$ 9,50. Destaque para as linhas Low Carb, visando à redução de carboidratos, e Achapa Kids, com pratos para as crianças. O ambiente é aconchegante, com 18 cadeiras ao longo do balcão de mármore. Achapa – R. Lins de Vasconcelos, 1353. Tel: (11)3399-2332. Nakata, da Nacional, com seu Superburguer: receita estudada

O segredo das carnes

S

érgio Nakata e o chef Jun Sakamoto se conhecem há 26 anos e são assíduos freqüentadores de lanchonetes. Depois de anos na frente do balcão, apenas sendo servidos, resolveram abrir a Hamburgueria Nacional. Passaram cerca de dois anos planejando o cardápio e experimentando receitas. A do hambúrguer é segredo. Nakata só diz que é uma mistura de diversos tipos de cortes selecionados e que a carne é assada sob o calor de uma salamandra.

"É o melhor que o nosso paladar podia escolher", diz. O carro-chefe da lanchonete é o Superburger, com 350 gramas de carne. O cheese-salada custa R$ 19,50 e pode vir no pão de hambúrguer ou em um pão francês redondo. O leitor tem a obrigação de provar as batatas-fritas extremamente sequinhas e o fantástico frango à passarinho. Ambos imperdíveis. Hamburgueria Nacional – Rua Leopoldo Couto Magalhães, 822 (Itaim Bibi). Tel: (11) 3073-0428.

Sem divulgação

S

em placa na porta, sem telefone e lugar para estacionar. Mesmo assim, o lanche do S. Oswaldo é uma unanimidade. Quem conhece, adora. Quem ainda não foi, não sabe o que está perdendo. O cheesesalada custa R$ 4,70. Para acompanhar, apenas suco ou refrigerante – não há fritas na lanchonete. Outra particularidade é o cheese-calabresa: a linguiça é fatiada e colocada em cima do hambúrguer de carne. Em todos os lanches vai um pouco de molho de tomate. Fecha cedo, às 22h. S. Oswaldo –R. Bom Pastor, 1659.


Ano 81 - Nº 22.235

R$ 0,60

São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Bruno Domingos/Reuters

Lula 60 O tucano "vê a Amazônia de janela da av. Paulista", disse Lula em Manaus, antes de viajar para um comício no Rio (foto)

40

Marcos D'Paula/AE

A única estatal que Alckmin vai acabar, se eleito, é a "Mentirobras". Estão "desviando atenções" dos escândalos , ele disse no Rio (foto)

Alckmin

Com 20 pontos de vantagem na pesquisa Datafolha de votos válidos, Lula continua presidente. Faltam 11 dias para o 2º round. Pág. 3

FREUD PERDEU O SIGILO CPI dos Sanguessugas quebrou o sigilo bancário do ex-assessor de Lula e sugou quatro ex-ministros da Saúde. Página 5 Rubens Cavallari/Folha Imagem

Reprodução/AE

Flores de Pelé para a filha morta Ele não foi ao velório, mas enviou duas coroas. Uma em nome da família e outra de suas empresas. A homenagem não foi bem recebida pela mãe de Sandra, Anízia Machado. C 1

O LEÃO MANCOU Falha do Fisco deixa 105 mil contribuintes sem restituição do Imposto de Renda. Agora, terão de aguardar o sexto lote, que só chega em novembro. E 3

Comércio pergunta: FELIZ ANO NOVO? Depois de dados otimistas sobre o comportamento do consumidor, aparecem números pessimistas. E 1

Jae-hoon/Reuters

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 23º C. Mínima 17º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 21º C. Mínima 16º C.

TIRO DE ALERTA À CORÉIA

Os Estados Unidos advertiram o governo de Pyongyang: não vão tolerar novos testes nucleares. Tropas do Exército norte-americano fizeram ontem exercícios militares de alerta (foto) na fronteira entre as duas Coréias. C 4


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

ÁRVORE rês faixas da avenida Senador Queirós, na T área central da cidade foram interditadas na manhã de ontem por causa da queda de uma árvore (foto). De acordo com informações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o acidente aconteceu por volta das 3h30. Equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas e depois de quase três horas de trabalho conseguiram retirar a árvores. Ninguém ficou ferido. Por volta das 6h, o trânsito na avenida já estava liberado. (Agências)

ALERTA s defesas civis de A Goiás, São Paulo e Minas Gerais foram alertadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, sobre a possível ocorrência de chuva forte hoje. Segundo a Sedec, os temporais devem atingir o sudeste de Goiás, o norte de São Paulo, o Triângulo Mineiro, o centro-sul e o noroeste de Minas Gerais. As tempestades poderão ser acompanhadas de descargas elétricas e vento de até 50 km/h por hora. A população deve evitar áreas de alagamento. (AE)

MARAVILHAS estátua do Cristo Redentor, no Rio de O Janeiro, é uma das 21 finalistas que concorrem a um lugar na nova lista das sete maravilhas do mundo. Entre os concorrentes a Acrópole de Atenas, a Estátua da Liberdade, o Coliseu, os monolitos de Stonehenge e a pirâmides de Gizé, no Cairo. A votação é organizada pela New7Wonders, uma fundação suíça sem fins lucrativos, especializada em restauração e promoção de monumentos. O resultado sai em 7 de julho de 2007. (Agências)

NATAL árvore de Natal do A Ibirapuera começou a ser montada ontem. A deste ano será maior que as anteriores e terá 28 metros de diâmetro e 60 metros de altura – o tamanho de um prédio de 20 andares. Instalada ao lado do Obelisco do Ibirapuera, a árvore será enfeitada com 48 anjos de mais de dois metros de altura, 500 mil microlâmpadas e 12 mil metros de mangueiras de luzes vermelhas e brancas. A estrela do topo medirá 6 metros. Essa fase da construção deve terminar no início de novembro. (Agências)

A

vereadora da cidade de Santos e filha do Pelé, Sand r a R e g i n a M achado Arantes do Nascimento Felinto, morreu ontem, aos 42 anos, por volta das 9h, no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos. Ela lutava contra um câncer de mama há cerca de um ano e meio. Sandra estava internada na CTI do hospital desde o último domingo. Em dezembro, ela foi submetida a uma cirurgia para a retirada da mama direita. Em abril deste ano a doença reapareceu, ocasionando metástases. O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, decretou três dias de luto na cidade. Sandra ficou conhecida em todo o Brasil por brigar na Justiça para ser reconhecida como filha de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, e poder utilizar o seu sobrenome. Ela cumpria seu segundo mandato como vereadora e, no ano passado havia migrado para o partido PSC, pelo qual concorreu a uma vaga como deputada estadual nas eleições. Não foi eleita. DNA – O corpo de Sandra foi velado ontem no salão nobre da Prefeitura de Santos e o enterro está marcado para as 9h de hoje no cemitério Memorial, também em Santos. Evangélica, Sandra era casada e tinha dois filhos, Octavio, de 8 anos, e Gabriel, de 6. O projeto de lei mais famoso que conseguiu aprovar foi o que garantia o teste de DNA gratuito aos pacientes da rede pública municipal. Fruto de um romance que Pelé manteve com a empregada doméstica Anízia Machado, em 1963, Sandra entrou com uma ação na Justiça, em 1991, para ser reconhecida como filha do ex-jogador. O processo de reconhecimento só foi concluído em 1996, depois de Pelé ter, por várias vezes, se negado a fazer o exame de DNA, que, finalmente, comprovou a paternidade. C or o as – A assessoria de imprensa de Pelé informou que ele não compareceria ao velório nem ao enterro da filha. De acordo com os assessores, Pelé não costuma ir a funerais por ficar muito emocionado – o ex-jogador não compareceu ao funeral do

S

Segundo sua assessoria, o jogador não costuma comparecer a cerimônias fúnebres, pois fica muito emocionado. Sandra Arantes do Nascimento será enterrada hoje de manhã em Santos. Robson Fernandjes/AE

Robson Fernandjes/AE

Sandra morreu em decorrência de um câncer de mama. No velório, uma coroa de flores (acima) enviada em nome da família de Pelé.

próprio pai. Pelé, no entanto, mandou uma coroa de flores em nome de toda sua família, com a seguinte mensagem: "Que Deus a tenha, sentimentos da família Arantes do Nascimento". Uma outra coroa homenageava Sandra em nome de Empresas Pelé. A homenagem de Pelé não foi bem recebida pela mãe de Sandra, Anízia Machado. No começo do velório, quando as coroas estavam sendo dispostas na sala, Anízia pediu para que a coroa enviada pelas Empresas Pelé ficassem em um canto do velório. Tratamento diferente teve a coroa enviada pela família de Maria Lúcia do Nascimento

Sandra teve de ir à Justiça andra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto nasceu em 24 de agosto de 1964, no Guarujá, mas só foi reconhecida por Pelé como filha quase 32 anos depois, em maio de 1996. Para isso, teve de enfrentar uma longa batalha judicial, só vencida depois que um exame de DNA comprovou a paternidade. Sandra nasceu de um relacionamento de Pelé com a empregada doméstica Anízia Machado e teve a luta para ser reconhecida contada no livro A filha que o rei não quis, escrito por Walter Brunelli. Ela recorreu à Justiça em 1991, com 27 anos, depois de tentar por anos um acordo amigável. Embora tenha ganho o direito de usar o sobrenome Arantes do Nascimento, Sandra não conquistou o afeto do pai. Mesmo assim, de acordo com seu marido, Oseas Felinto, não guardava mágoa dele. Ela entrou na política em 2001, como

Sandra ficou conhecida por brigar na Justiça para ser reconhecida como filha de Pelé.

Mauricio de Souza/AE

Ó RBITA Monalisa Lins/AE

Pelé manda flores, mas não comparece ao enterro da filha

1

vereadora em Santos. Estava em seu segundo mandato. Entre seus projetos, está um, já aprovado, que garante o exame de DNA gratuito às pessoas carentes. Outra filha – Mas Sandra não é a única filha que Pelé demorou para reconhecer. A fisioterapeuta gaúcha Flávia Christina Kurtz Vieira de Carvalho, de 36 anos, é filha dele com a jornalista Lenita Kurtz. Ela nasceu quando o atleta do Século ainda era casado com sua primeira mulher, Rosemeri Cholbi. Flávia não precisou ir à Justiça. Pelé a reconheceu espontaneamente. Eles se conheceram em 94, mas a história só veio à tona em 2002. Os outros herdeiros de Pelé são Kelly Cristina, Edson Cholby, o Edinho, e Jenniffer, os três filhos do casamento com Rosemeri, e os gêmeos Josua e Celeste, nascidos em 96, filhos de seu segundo casamento, com Assíria. (Agências)

Magalhães, irmã de Pelé, que esteve no velório da sobrinha. A coroa da tia foi colocada ao lado do caixão de Sandra. Anízia deixou a Prefeitura por volta das 19h. Visivelmente abatida, ela não falou com a imprensa. Ela iria passar a madrugada em casa. Segundo amigos, ela passa bem, embora esteja muito abalada com a morte da filha. O marido de Sandra, o pastor Oséas Felinto, ficou por algum tempo no velório e depois foi passar algumas horas com os dois filhos. Fila – Amigos, eleitores e moradores da cidade fizeram fila para se despedir da vereadora. Um breve culto foi celebrado durante a tarde e outro

está previsto para as 7h30 de hoje. A sala onde está sendo realizado o velório foi decorada com um quadro que exibe um desenho do rosto de Sandra e flores ofertadas por amigos e políticos – muitos desses estiveram na prefeitura para se despedir de Sandra. No meio da tarde, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esteve no velório e levou para a família os pêsames do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da família de Pelé, compareceram ao velório, além de sua irmã, Maria Lucia, a filha dela, Danielle do Nascimento Magalhães Zilli. Maria Lúcia disse que estava lá por ela mesma, e não como represen-

tante da família. A cunhada de Sandra, Jéssica Fernandes do Nascimento, casada com Edinho há dez anos, também esteve no salão nobre da prefeitura de Santos. Jéssica afirmou que há um ano e meio, quando Edinho foi preso, Sandra a procurou em busca de uma reconciliação com o irmão. "Nós nos aproximamos desde então e estávamos tentando agendar uma visita de Sandra à penitenciária para conhecer Edinho", contou a cunhada. Oséas, marido de Sandra, revelou que Pelé sabia da doença da filha, mas que nunca entrou em contato com ela. Ele também afirmou que Sandra não tinha mágoas do pai e que havia aprendido a amá-lo mesmo estando distante. Durante o velório, amigos comentaram que Sandra havia dito que seu último desejo seria receber um telefonema ou a visita do pai. A mãe da vereadora teria entrado em contato com a assessoria do atleta, mas não obteve retorno.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

1

6,27

por cento foi a expansão das vendas no varejo brasileiro em agosto sobre igual mês de 2005

PESQUISA DO PROVAR INDICA QUE A MAIORIA DOS CONSUMIDORES NÃO VAI GASTAR NO ÚLTIMO TRIMESTRE

PAULISTANO ESTÁ COM O BOLSO VAZIO Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

C

omemorações de fi- tativa de gastos, passando de nal de ano, férias es- R$ 668 reais para R$ 1.461,54. colares e o tão espePara Fávero, isso demonstra rado 13º salário são como os pequenos aumentos os elementos que costumam dos níveis de emprego e renda impulsionar as vendas do últi- estimulam elasticamente o inmo trimestre. Mas neste ano, a cremento do gasto após períomaioria dos consumidores não dos de consumo represado. pretende ir às compras. De Perfil – O professor explica acordo com pesquisa do Pro- que outra mudança importangrama de Administração de te refere-se ao perfil do consuVarejo (Provar), da Fundação midor que utiliza o crediário Instituto de Administração como forma de pagamento. (FIA), em parceria com a Canal "Antes, o crediário era feito, Varejo, 63% dos paulistanos em sua maioria, por pessoas de não pretendem adquirir pro- baixa renda, que já estão endidutos de outubro até dezem- vidadas. Verificamos que, hobro, ao contrário do que apon- je, as classes média e média tou a pesquisa do instituto Ip- baixa são as maiores usuárias sos, encomendada pela Asso- de financiamentos", diz. ciação Comercial de São Paulo Para Fávero, a economia vive (ACSP), que mostrava o con- uma bolha prestes a estourar. sumidor mais otimista. "Corremos sérios riscos de que O estudo do Provar conside- essa bolha estoure no primeiro rou a intenção de compras dos trimestre de 2007 e tenhamos um paulistanos para segmentos alto índice de inadimplência." como automóveis, cama, mesa A telefonista Sandra Cristie banho e eletrodomésticos, na Oliveira é um bom exemplo entre outros. Em quase todos desse novo perfil de quem utieles, há baixa disposição de liza crediário. Sua renda famigastar quanliar mensal é do comparade R$ 1,8 mil e do aos índices ela já tem re g i s t r a d o s R$ 280 comno trimestre p ro m et i do s anterior. "Os com um creresultados diário nas Capor cento dos são um reflesas Pernamxo da saturabucanas. paulistanos não ç ã o d o s c re" C o m p re i pretendem diário e finanum celular e adquirir nenhum ciamento de vou pagar em b e n s d u r áseis vezes." bem de consumo veis", explica Ontem, Sanaté o final o c o o rd e n adra estava na de dezembro dor técnico da Casas Bahia pesquisa, comprando professor uma máquina Luiz Paulo Fávero. de lavar roupas, , que vai pagar Entre aqueles que preten- em dez vezes. "Estou comprandem adquirir algum item no do agora, que é mais barato, período analisado, a preferên- pois no Natal não passarei nem cia está para o segmento de in- perto das lojas." Já o segurança formática, com 7,2% de inten- Geraldo de Oliveira, que preção de compra, seguido pelos tende se casar no final do ano, produtos da chamada linha passou a tarde comparando branca, com 6,8%. Já o setor de preços de geladeira e fogão. telefonia celular aparece em "Quitei meu último carnê, terceiro lugar, com 6,6% da in- de uma televisão, que parcelei tenção de compra. Mesmo as- em 18 vezes, no mês passado." sim, esses três setores regis- A renda mensal de Oliveira é tram queda significativa em de R$ 1,2 mil. Desses, ele prerelação ao trimestre anterior, tende comprometer, até o final que eram de 30,77%, 49,25% e do ano, pelo menos R$ 800 em 42,11% respectivamente. prestações. "Se dá para viver Gastar mais – D ife ren te- com o resto? É o jeitinho brasimente dos resultados da inten- leiro. Hoje, o trabalhador não ção de compra, aumentou a in- consegue comprar nada à vistenção de valor a ser gasto. O ta, nem comida." setor de autopeças, por exemA observação de Oliveira vai plo, teve aumento de 223,44%, ao encontro de outro dado da passando de R$ 320, no último pesquisa: os consumidores estrimestre, para R$ 1.035 no pró- tão parcelando inclusive as ximo período. Já o setor de mó- compras de supermercado, veis, apesar de figurar entre os que antes constavam no orçaúltimos produtos na lista de in- mento, através dos cartões de tenção de compras, registrou afinidade dos supermercados. Tatiana Vicentini aumento de 118,68% na expec-

O

Sandra: além do aparelho celular no crediário, agora uma máquina de lavar roupas em dez parcelas

63

Consumo continua estagnado

O

Cresce o consumo de energia elétrica em todas as regiões do Brasil

aumento da renda do trabalhador, a inflação sob controle, os programas sociais como o Bolsa-Família e o desemprego em baixa nas principais regiões metropolitanas do País não foram suficientes para gerar grandes saltos no consumo nos últimos meses. Isso é o que diz estudo da consultoria LatinPanel/Super Varejo, que revela que o volume médio de 100 categorias de cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e produtos de limpeza ficou praticamente estagnado e cresceu apenas 1% entre maio de 2005 e abril deste ano em comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. O pior resultados entre as sete regiões pesquisadas foi no Grande Rio. Na região metropolitana da capital fluminense houve retração de 5% na média de vendas das 100 categorias acompanhadas pela LatinPanel. Além disso, todas as cestas registraram queda de vendas e

a de alimentos foi a mais afetada, com 7% de redução. Na média de todas as regiões, entre as cestas monitoradas pela LatinPanel, a de alimentos e a de produtos de limpeza foram as que apresentaram pior desempenho, ficando totalmente estagnadas. O estudo mostrou que as regiões Norte e Nordeste e interior de São Paulo, além do Grande Rio, contribuíram negativamente para o baixo desempenho do volume médio comprado pelos consumidores. Renda – A pesquisa mostrou também que houve crescimento diferenciado entre as classes de consumidores. A classe C, com renda média mensal entre quatro e dez salários mínimos, teve crescimento maior do consumo. Nessa faixa de renda, o consumo médio entre os tipos de cesta cresceu 3%. Já o consumo da classe AB cresceu 1%. Nas famílias da classe DE houve queda de 2% no consumo. (AG)

Oliveira: da renda de R$ 1,2 mil, R$ 800 irão para crediários que pretende fazer para comprar linha branca

Varejo tem o melhor resultado de vendas desde janeiro

A

queda nos preços dos alimentos e o aumento das importações e do rendimento dos trabalhadores garantiram um bom desempenho do comércio varejista em agosto. As vendas cresceram 2,32% em relação a julho, na maior expansão na comparação com mês anterior apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde janeiro, e 6,27% na comparação com agosto do ano passado. O segmento de hiper e supermercados foi o principal responsável pelo aquecimento nas vendas. Reinaldo Pereira, técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, explicou que a deflação em vários itens alimentícios está impulsionando as vendas do segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem o maior peso na pesquisa. Esse grupo aumentou as vendas em 7,48% em agosto ante igual mês do ano passado e contribuiu, sozinho, com mais da metade (3,71 ponto percentual) do aumento nas vendas totais do comércio no mês. Pereira avaliou que as importações estão recheando o varejo de produtos mais bara-

tos e estimulando o consumo de segmentos como móveis e eletrodomésticos, cujas vendas cresceram 7,7% ante julho e 10,65% na comparação com agosto do ano passado. As importações de bens de consumo duráveis (móveis, eletrodomésticos, automóveis) cresceram 93,5% em agosto ante igual mês do ano passado, segundo a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). De acordo com Pereira, apesar do limite de endividamento das famílias, esse segmento ainda se beneficia do crédito farto, ainda que em fase de perda de ritmo. Para Mauricio Moura, economista-chefe do Núcleo de Estudos e Projeções Econômicas da consultoria Gouvêa de Souza, o Dia dos Pais também influenciou o desempenho do comércio em agosto. Segundo ele, o ajuste sazonal do IBGE, que neutraliza as influências específicas de determinado período especialmente do número de dias úteis, não eliminou o efeito da data nos dados de agosto ante mês anterior. Moura, apesar dos bons resultados do mês, vê um "sinal de alerta" para o varejo daqui para frente. Ele acredita que os

ganhos de renda no segundo semestre não serão robustos como no primeiro semestre, quando houve o aumento do salário mínimo. Outro argumento é de que os níveis de inadimplência estão crescendo, o que inibe o efeito do 13º salário na economia, já que boa parte do benefício deverá ser usado para pagamento de dívidas. Já para Marcela Prada, analista da Tendências Consultoria, a tendência positiva para o consumo deve prosseguir até o final do ano e está sendo sustentada pelo aumento da massa salarial, continuidade da expansão do crédito e manutenção da confiança do consumidor em patamar elevado. Festa – Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou o desempenho do comércio varejista em agosto. Ele evitou, porém, fazer estimativas para o crescimento da economia em 2006, dizendo apenas que mantém suas projeções. "Esse é um dado muito positivo, que mostra que a economia brasileira está crescendo em uma velocidade boa, está aquecendo, e vai confirmar as previsões que eu venho fazendo e nas quais alguns não têm acreditado." (Agências)

Brasil leva mais papéis dos EUA

dados do Tesouro norteamericano e do BC ontem. O Brasil elevou em US$ 11,5 bilhões para US$ 43,2 bilhões em agosto seu estoque de treasuries, informou o Departamento do Tesouro dos EUA. O saldo é quase US$ 11,1 bilhões de dólares superior ao apurado no mesmo mês por investidores da GrãBretanha, tradicionalmente

os maiores compradores de títulos da dívida dos EUA. "Por razões estratégicas, nós não fornecemos detalhes sobre como as reservas do País são investidas", disse o BC brasileiro. As reservas internacionais brasileiras, incrementadas estão em seu recorde histórico, a US$ 75,37 bilhões, atingidos na segunda-feira. (Reuters)

O

Banco Central do Brasil (BC) foi o maior comprador de títulos do Tesouro dos Estados Unidos em agosto, ao reduzir posições de caixa em bancos estrangeiros e investir agressivamente em bônus soberanos, mostraram

consumo de energia elétrica subiu 4,3% em agosto em relação a um ano antes, para 28.977 gigawatt-hora (GWh). Tratase da maior alta desde abril, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O consumo na classe comercial ficou acima da média nacional, com taxa de 6,4%. Responsável por 15,2% da energia consumida no País, o comércio puxou o crescimento total, principalmente na região Sudeste, que teve alta de 7,1% no consumo em relação a agosto do ano passado devido a temperaturas mais elevadas no período. Em segundo lugar, de acordo com nota divulgada pela EPE, ficou o consumo do agregado "outras classes", composto pelo consumo rural, poder público e iluminação pública, que consumiram 5,2% mais no mês de agosto. A classe residencial, com representação de 23,9% do faturamento nacional, elevou em 3,4% o consumo de energia elétrica em agosto, frente ao mesmo mês do ano passado. A exemplo do que ocorreu no comércio, a região Sudeste apresentou a maior alta nas residências, com crescimento de 3,7% no consumo de energia. Já a região Centro-Oeste, com peso menor na composição geral, teve demanda 6,1% superior, e somente o Estado de Mato Grosso teve incremento de 15% no consumo, também motivado por temperaturas mais altas. "Ao final de agosto de 2006, o número de unidades consumidoras residenciais atendidas pelos agentes distribuidores alcançou o total de 49,8 milhões, com crescimento de 4,1% ante agosto de 2005", informou o comunicado da EPE. Produção em alta – A classe industrial, que absorveu 45,8% de toda a energia elétrica consumida no País em agosto, registrou expansão de 3,8% em relação há um ano. O resultado foi influenciado pelos mercados das regiões Norte e Sul, que cresceram 9% e 5% , respectivamente. Na região Sudeste, o consumo das indústrias acumulou o montante de 7.218 GWh em agosto, representando 54,4% da energia total fornecida ao setor. O crescimento da região foi de 3,1% no período. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o consumo de energia subiu 3,9%. Os líderes foram os segmentos comercial e "outras classes", com respectivas altas de 4,1% e 4,4%. A classe industrial consumiu mais 3,8% de energia de janeiro a agosto e a residencial, 3,6%. (Reuters)


2

Transpor tes Saúde Acidente Religião

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

MPF VAI INVESTIGAR TRÁFEGO AÉREO NA REGIÃO

As informações não são conclusivas. Ainda é preciso esperar o fim das investigações.

Sebastião Moreira/AE

BLITZ Quatro lojas de revenda de peças para motocicletas foram fechadas ontem por falta de documentação, na região da Luz.

LENTIDÃO A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 83 km de congestionamento às 19h30 de ontem. A média do horário é de 106 km.

Ó RBITA

FORAGIDOS

FLAGRANTE

FALSO MÉDICO

elo menos 276 detentos, ois quilos de cocaína e P que foram liberados 110 quilos de D para o feriadão do Dia da produtos químicos usados

mecânico Cristian Wagner Cabral, de 29 O anos, foi preso em flagrante

Padroeira se transformaram desde ontem em procurados e perderam o direito de cumprir o final da pena em presídio de regime semiaberto. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, dos 6.016 detentos que saíram 4.902 retornaram às prisões semi-fechadas. Se forem recapturados, irão para prisões fechadas. Esse número deve aumentar, porque outros 838 detentos são aguardados para hoje, quando novas evasões são esperadas. Até ontem, a evasão era de 5,3%, sobre os 5.178 detentos que deveriam ter retornado. No ano de 2005, saíram 10,7 mil presos e a evasão foi de 7%. (Agências)

em Indaiatuba ao se passar por ginecologista do Hospital Augusto de Oliveira Camargo. Segundo o diretor técnico do hospital, Edmir Deberaldini, Cabral teria feito dois atendimentos – um de uma adolescente grávida que esperava consulta do pré-natal e outro, de uma paciente em observação pós-parto. Cabral foi detido no estacionamento do hospital e preso. Vai responder por suposto crime de atentado violento ao pudor mediante fraude. Cabral foi descoberto após atender a jovem de 15 anos. O verdadeiro médico a chamou e ela disse que já tinha sido atendida. Os médicos e seguranças acionaram a polícia. (AE)

na mistura da droga foram apreendidos na noite de anteontem numa residência da rua Cordão São Francisco, no Itaim Paulista. Foram presos o marceneiro Celso Ferreira Sobrinho, de 45 anos, sua mulher, Rosana Dias da Silva, de 42, e a filha do casal, Rosemeire Dias da Silva, de 24. A polícia, que investigava denúncia de que o local era ponto de tráfico drogas, flagrou a família recebendo dois tambores com produtos químicos. Os policiais encontraram, além de cocaína pura, os produtos usados para aumentar o volume da droga. Havia também um liquidificador industrial, uma balança de precisão e uma pistola calibre ponto 25. (AE)

Pertences dos passageiros levados pelos índios Caiapós para a base de operação na fazenda Jarinã

Pelo radar, Legacy mudou de altitude Ministro disse ontem que, aparentemente, pilotos seguiram o plano de vôo

O

ministro da Defesa, Waldir Pires, disse ontem que o radar registrou a mudança de altitude do jato Legacy de 37 mil para 36 mil pés, mas ressaltou que o equipamento não tem tanta precisão quanto o transponder, que poderia estar sem funcionar na hora da colisão com o Boeing da Gol, que causou a morte de 154 pessoas no dia 29 de setembro em Mato Grosso. A alteração da altitude pode mostrar que os pilotos do jato seguiram o plano de vôo pelo menos até parte da viagem. Pires destacou que as informações não são conclusivas e que é preciso esperar o fim da investigação. "Nós vamos ter de aguardar o que está na caixa-preta para dar as informações mais corretas e precisas. Eu posso lhe dar a informação é de que depois de estar voando em 37 mil pés, quando se aproximou de Brasília, cumprindo, portanto, seu plano de vôo, o radar sinaliza ele entrando em 36 mil pés. Ele recebeu essa instrução: quando se aproximar de Brasília desce para 36 mil pés, depois um pouco mais adiante sobe para 38 mil pés e viaja em 38 mil pés no restante, até Manaus. De modo que na cabeça, digamos assim, do pessoal de terra ele estava a 36 , disse o ministro à TV Globo News. A Aeronáutica ainda mantém a tese de que não houve falha dos controladores. "Evidente que não houve falha. Porque, na realidade, o plano de vôo tem de ser seguido. E se houve alguma pane de equipa-

mento, o que deve haver é uma comunicação imediata do piloto", explicou Pires. Tráfego – O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo para investigar possíveis irregularidades no tráfego aéreo na região do acidente com o Boeing 737-800 da Gol e o jato executivo Legacy, da Embraer, dia 29 de setembro, no Norte de Mato Grosso. No acidente morreram 154 pessoas. A decisão do procuradorchefe da Procuradoria da República, Gustavo Nogami,

Nós vamos ter de aguardar o que está na caixa-preta para dar as informações mais corretas e precisas. Waldir Pires, ministro da Defesa ocorreu no começo do mês após coletar informações da Comissão de Acidentes Aéreos, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Polícia Civil, que apuram as causas do acidente. "Queremos descobrir se há falhas no controle do espaço aéreo para que medidas sejam tomadas", disse. O procurador esclareceu que o procedimento administrativo não ocorreu em função das críticas do jornalista americano Joe Sharkey, que estava no Legacy no momento do aci-

dente. Em seu blog, entrevistas e reportagens de sua autoria, Sharkey levanta suspeitas sobre a eficiência do controle do espaço aéreo na Amazônia. Comunicação – O advogado José Carlos Dias, que defende os pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, disse que as informações publicadas ontem pelo O Estado de S. Paulo , segundo as quais a cabine de comando do jato recebeu dos controladores de vôo de Brasília a orientação para manter a aeronave em 37 mil pés, mostram que "eles não tiveram culpa" pelo acidente. Segundo a reportagem, os pilotos conseguiram se comunicar com os controladores de vôo do Cindacta-1 (Brasília) quatro minutos antes do ponto em que deveriam mudar de altitude. No diálogo, Lepore, pergunta à torre, em inglês: "Confirme se posso descer ou se mantenho a altitude". Restavam 30 milhas (55 quilômetros) até o ponto em que o Legacy deveria baixar de 37 para 36 mil pés e a resposta do controlador foi: "Ok. Mantenha". O maior acidente aéreo da história do País só ocorreu porque o Legacy voava na contramão de sua aerovia. A Aeronáutica informou que desconhece o diálogo em que o Legacy teria recebido autorização para permanecer a 37 mil pés de altitude. Mas alguns peritos já admitem a hipótese de ter havido mal-entendido na comunicação, mas não consideram esse o fator crucial para explicar a colisão. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA

Mais um milhão de celulares

Q

uase um milhão de novos celulares entraram em operação e m s e t e m b ro . S egundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de telefones móveis em funcionamento no País chegou a 95,8 milhões no mês passado. A expectativa do setor é de que, até o fim do ano, o País alcance 100 milhões de celulares. Essa previsão leva em conta as vendas de outubro, novembro e dezembro, incentivadas pelo Dia das Crianças e Natal.

Em setembro, foram vendidos 966.906 aparelhos, o que representou 1% de crescimento em relação ao mês de agosto, quando foram registrados 94,9 milhões de celulares em todo o Brasil. Em 2006, até o terceiro trimestre, o aumento foi de 9,66 milhões. No fim de 2005, o Brasil havia alcançado 86,2 milhões de celulares e, em setembro do ano passado, o número de aparelhos em funcionamento era de 79,9 milhões. Para alcançar a marca dos 100 milhões até 31 de dezembro, as empresas de telefonia

móvel terão de vender 4,2 milhões de telefones nos próximos três meses. Se forem levadas em conta as vendas no mesmo período no ano passado e em 2004, há grandes chances de essa meta ser alcançada. De outubro a dezembro de 2005, foram vendidos 6,2 milhões de celulares e no último trimestre de 2004, as vendas ultrapassaram os 7,4 milhões de aparelhos. Desaceleração – As vendas neste ano, no entanto, mostram desaceleração em relação aos anos anteriores. Em 2005, foram vendidos 20,6 milhões de aparelhos, e em 2004 foram registrados 19,2 milhões de novos celulares. Para alcançar a mesma proporção, seria necessário adicionar mais de 10 milhões de aparelhos à planta atual até 31 de dezembro. (AE)

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Auto-suficiência, mas não finaceira

A

auto-suficiência na produção interna de petróleo anunciada pela Petrobras ainda não se materializou em termos financeiros. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o déficit comercial na conta petróleo atingiu US$ 3,210 bilhões até agosto. Nesse total estão inclusos petróleo bruto, derivados e o gás natural importado da Bolívia. O déficit até agosto reflete, principalmente, o forte aumento dos preços do produto

ATAS

no mercado internacional, que têm anulado os efeitos do aumento da produção interna. Só no mês de agosto, quando o petróleo atingiu o preço mais alto no mercado internacional nos últimos anos, o Brasil importou o equivalente a US$ 1,272 bilhão de petróleo bruto. Enquanto o óleo importado custou cerca de US$ 77,62 por barril em agosto, o exportado saiu pelo equivalente a US$ 57,44, o que dá uma diferença de US$ 20,18 por barril. Importação – A Petrobras, que controla 98% do petróleo

refinado no País, tem de importar óleo leve (mais caro) para processar em suas refinarias. Tem ainda de exportar gasolina, que sobra no Brasil devido à adição de álcool anidro, e importar óleo diesel. A ANP mostra que o País reduziu em 5,03% as compras de óleo bruto nos oito primeiros meses de 2006, mas o valor financeiro subiu para US$ 6,353 bilhões, com aumento de 28,98% em relação a igual período de 2005. O volume de exportações aumentou 13,83% em relação a igual período de 2005, o que elevou a receita financeira em 56,62% sobre os primeiros meses de 2005, atingindo US$ 4,131 bilhões. O déficit, só de óleo bruto, atingiu US$ 2,22 bilhões, mas teria sido maior sem o acréscimo na produção interna. (AE)

COMUNICADOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es) construído em Estrutura Pré-Fabricada Metálica (Sistema Nakamura): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO PRAZO – PATRIMONIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2113/06/02 - EE B. das Palmeiras – Rod. BR-116 - KM-317 - Palmeiras - Juquitiba/SP; EE Maria Catharina Comino - Rua Maria Benedita Teixeira Leite, 115 - Jardim Irapuã - Taboão da Serra/SP; EE Leonardo Villas Boas - Av. José Barbosa de Siqueira, 71 - Jardim Roberto - Osasco/SP. 30 - R$ 12.499,00 – R$ 1.249,00 – 09:30 – 07/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

BANCO ITAÚ BBA S.A. CNPJ 17.298.092/0001-30 NIRE 35300318951 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 1º.9.2006 Instalação: 1º.9.2006, às 16 hs, na sede social e com presença total. Mesa: Presidente: Dr. Roberto Egydio Setubal; Secretário: Dr. Candido Botelho Bracher. Deliberações: 1) elevado o capital social de R$ 2.755.795.202,85 para R$ 2.877.207.322,27, com emissão de 253.144 ações nominativas, sem valor nominal, sendo 126.572 ordinárias e 126.572 preferenciais, subscritas e integralizadas no ato e em dinheiro; 2) em decorrência, alterado o “caput” do artigo 3º do estatuto social, passando a assim se redigir o referido dispositivo: “Artigo 3º - CAPITAL E AÇÕES - O capital social é de R$ 2.877.207.322,27 (dois bilhões, oitocentos e setenta e sete milhões, duzentos e sete mil, trezentos e vinte e dois reais e vinte e sete centavos), representado por 10.569.052 (dez milhões, quinhentas e sessenta e nove mil e cinqüenta e duas) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 5.284.526 (cinco milhões, duzentas e oitenta e quatro mil, quinhentas e vinte e seis) ordinárias e igual quantidade de preferenciais, estas sem direito a voto, mas com prioridade no reembolso do capital, sem prêmio, no caso de liquidação da sociedade.”. Quórum das Deliberações: unanimidade. Formalidades Legais: ata lavrada em livro próprio, homologada pelo Banco Central do Brasil e arquivada conforme seguinte CERTIDÃO: “Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo: certifico o registro sob nº 272.708/06-9, em 03.10.06. (a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - ÁREA PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2290/06/02 - EE Prof. Walker da Costa Barbosa – Rua Luiz Piquini, s/nº - Jardim Nascimento - São Bernardo do Campo/ SP - 63,20; EE Profª Palmira Grassiotto Ferreira da Silva - Rua Almeida Leme, 100 - Jardim Industrial - São Bernardo do Campo/SP - 55,70; 210 - R$ 111.498,00 – R$ 11.149,00 – 10:30 – 07/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

EDITAL

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2326/06/02 - EE Sebastião Pereira Vidal – Av. Brasília, 1020 - Vila Urupês - Suzano/SP – 210 - 254,59 - R$ 63.992,00 – R$ 6.399,00 – 15:00 – 07/11/2006. 05/2327/06/02 - EE Oredo Rodrigues da Cruz – Av. 31 de Março, 111 - Centro - Juquitiba/SP – 240 - 9,36 - R$ 74.002,00 – R$ 7.400,00 – 16:00 – 07/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Elisangela de Moura Silva Mattioli, RG 23.975.729-4 SSP/SP, CPF 183.685.698-93; Marcos José Paula Barros de Carvalho, RG 07993892-4 IFP-RJ, CPF 003.162.477-40; e Sylvio Luiz Depiné, RG PR045612/O-7 CRC/PR, 016.704.209-22; DECLARAM sua intenção de exercer cargos de administração na PETRA – Personal Trader Corretora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. e que preenchem as condições estabelecidas no art. 2º da Resolução 3.041, de 28 de novembro de 2002. ESCLARECEM que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de quinze dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. BANCO CENTRAL DO BRASIL - Deorf – Departamento de Organização do Sistema Financeiro - Gerência Técnica em Curitiba - Rua Carlos Pioli, 133 – Bom Retiro - 80520-170 – Curitiba (PR) Telefones: (41) 3313-2981, 3313-2982 e 3313-2980. FAX: (41) 3313-2990. E-mail: gtcur.deorf@bcb.gov.br. Curitiba, 15 de setembro de 2006. (17, 18/10/06)

CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2291/06/02 - EE Orminda Guimarães Cotrim – Rua Rio de Janeiro, 769 - Vila Carone - Pitangueiras/SP – 150 - R$ 30.619,00 – R$ 3.061,00 – 13:00 – 07/11/2006. 05/2294/06/02 - EE Prof. Heloiza Therezinha Murbach Lacava – Rua Inglaterra, 536 - Jardim Europa - Santa Bárbara D’Oeste/ SP – 150 - R$ 34.294,01 – R$ 3.482,00 – 14:00 – 07/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL FDE AVISA:

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 17 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Bônus Brasil Serviços de Alimentos Ltda. - Requerido: RN Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos Ltda. - Av. Washington Luiz, s/nº 02ª Vara de Falências Requerente: Lar’s Empreendimentos Ltda.

- Requerido: Montecarlo Organização de Eventos S/C Ltda.-ME - Rua Carlos Ventura, 49 - 02ª Vara de Falências Requerente: Atac Tintas Ltda.-EPP - Requerido: Pinturas Isocor Ltda. - Rua Arariboia, 148 - 01ª Vara de Falência

Quer falar com 26.000

Publicidade Comercial - 3244-3344

empresários de uma só vez?

Publicidade Legal - 3244-3643

CONCORRÊNCIA

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – ÁREA - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2166/06/01 - EE Prof. Hilton Reis Santos - Est. Eng. Marsilac - Km-45,8 (Esq. com Rua Adão Guerra), s/nº - Embura São Paulo/SP – 999,70 - 210 - R$ 188.339,00 – R$ 18.833,00 – 09:30 – 21/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 20/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo


Suplemento Especial/São Paulo, 19 de outubro de 2006

PÓS-GRADUAÇÃO

Adriana Zebrauskas/Folha Imagem

A chave do mercado de trabalho

Pós-graduação hoje é fundamental. Para quem não tem o título, fica cada vez mais difícil conseguir uma boa colocação ou avançar na carreira. Diante dessa realidade, melhor procurar um curso que tenha maior afinidade com seu mercado de trabalho - e este suplemento vai ajudá-lo na escolha. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação, informa que o ensino público é responsável por 82% da oferta dos cursos de mestrado e por 90% de doutorado. De 1996 a 2004 o segmento privado de pós-graduação cresceu de forma expressiva, passou de 87 para 346 cursos de mestrado e de 44 para 96 cursos de doutorado. Além disso, bancar a faculdade ou cursos de pós-graduação para os funcionários faz parte da estratégia de várias empresas para elevar o capital intelectual de seu pessoal. E todos só têm a ganhar com isto


quinta-feira, 19 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL - 9


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

O cenário promissor da pós-graduação no Brasil Difícil crescer na profissão sem pós-graduação hoje em dia. O segmento público é responsável por 82% da oferta dos cursos de mestrado e por 90% de doutorado. E o privado cresce de forma expressiva Maristela Orlowski

U

m título de pósgraduação tornou-se imprescindível para quem deseja crescer profissionalmente. Por isso, os números do setor revelam um cenário brasileiro promissor, resultado do crescente desempenho nos últimos anos. De acordo com a C o o r d e n ação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) fundação do Ministério da Educação que investe no desenvolvimento da pó s- gr ad uação e na formação de pessoal no Brasil e no Exterior -, em 2000 foram q u a l i fi c a d o s 1 8 . 1 3 2 m e stres e 5.335 doutores em todo o País, sendo 6.609 e 3.158, respectivamente, somente no Estado de São Paulo. Em 2004 esses números aumentaram para 25.968 mestres e 8.856 doutores no País - 8.295 e 4.721, respectivamente, no âmbito estadual. Entre 2000 e 2005 o número de cursos stricto sensu (mestrado, doutorado e mestrado profissional) recebeu um incremento de 144%, saltou de 2.311 para 3.325 em todo o País. A região Sudeste concentra a maior parte deles, cerca de 56,5%. O Sul vem em segundo lugar, com 19,2% dos cursos. Em seguida, Nordeste, Centro-Oeste e Norte respondem por 14,7%, 6,2% e 3,4%, respectivamente.

Quando se analisa o número de titulados por região brasileira, o ranking segue a mesma linha, registrando maior concentração no Sudeste. Nesse mesmo período, o número de alunos cresceu 17%, chegando a 122.295, assim como o número de escolas, que aumentou 6,3% e passou para 543. Segundo a Capes, o seg-

Bolsas

mento público é responsável por 82% da oferta dos cursos de mestrado e por 90% de doutorado. De 1996 a 2004, o segmento privado de pósgraduação cresceu de forma expressiva, passando de 87 para 346 cursos de mestrado e de 44 para 96 cursos de doutorado. De olho nesse cenário, o MEC pretende ampliar ainda mais o alcance da pós-graduação brasileira com o Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG). A medida, válida para o qüinqüênio 2005/2010, prevê a formação de 16 mil doutores e 45 mil mestres em 2010 - o dobro do número atual. Para alcançar essa meta, além de investir na concessão de bolsas de estudo, o minis-

&' ( ) *+ , -

tério também traça metas de interiorização da pós-graduação no País. A previsão é de que dentro de seis anos haja um acréscimo do orçamento de bolsas e fomento no valor de R$ 1,66 bilhão. Somente em 2004, a Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) investiram R$ 800 milhões em bolsas e custeios de teses de pesquisa dores, atualmente, res ponsáv eis por cerca de 45% de toda produção científica da América Latina.

! " # $ " % & ' ( !%)! #* + ' , ' - ' - # ' . /

.

! "#$ $ %$

A Capes é a principal agência brasileira de fomento de bolsas de estudo e auxílios à pós-g raduaç ã o , f i n a nciando metade das bolsas no País. O levantamento da fundação aponta que o Brasil tem 122.295 estudantes de pósgraduação, dos quais 76.323 são de mestrado acadêmico, 41.964 de doutorado e 4.008 de mestrado profissional. De acordo com o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, há crescimento no setor, que precisa de cooperação dos Estados, das empresas estatais e da iniciativa privada para aumentar o número de bolsas: "Não há nenhuma maneira das duas agências federais, Capes e CNPq, seguirem a lógica da d e m a n d a n a p ó s - g r a d u ação". Empresas como Petrobrás, Fundação Ford, Cemig, Vale do Rio Doce, Usiminas, Motorola, Siemens e Furnas já oferecem bolsas para seus funcionários: "A participação dos Estados nas bolsas é pequena, mas estamos buscando parcerias". Guimarães ressalta que há cerca de 40 mil alunos de pósgraduação sem bolsas de estudo. Muitos têm vínculo empregatício e não podem receber o benefício: "O aumento do número de alunos de pósgraduação não é acompanhado pelo orçamento das agências. Na Capes, o crescimento foi de 2% ao ano". Segundo Guimarães, dos 122.295 estudantes matriculados em 1.925 programas de pós-graduação reconhecidos pelo MEC, 44.112 são bolsistas e, desses, 23.801 ou 54% são financiados pela Capes; 13.166 pelo CNPq; 4.249 pelas fundações de amparo à pesquisa (FAPs) e 2.896 por outras instituições. Recentemente a instituição deu um aumento de 10% nas bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. O valor mensal para os mestrandos passou de R$ 855 para R$ 940, para os doutorados de R$1.267 para R$ 1.394, e para os pós-doutorados a bolsa, que era de R$ 3 mil, agora é de R$ 3.300.

Antonio Milena/Conteúdo Expresso

Pós-graduação na Escola Superior de Propaganda e Marketing


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Divulgação

A resistência da PUC e seus cursos estrelados

A

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) nasc e u n u m m omento histórico de significativas mudanças na vida brasileira e da vontade política da comunidade católica de participar da construção de uma sociedade justa e fraterna por meio do ensino. Fundada em 13 de agosto de 1946, a partir da junção da Faculdade de Filosofia e Letras de São Bento com a Faculdade Paulista de Direito, a PUC-SP foi reconhecida como universidade no dia 22 de agosto do mesmo ano. Em 1947 recebeu do Papa Pio Xll o título de Pontifícia. Como outras universidades com as mesmas características, está incluída entre as chamadas universidades comunitárias. A PUC-SP assumiu um importante papel na resistência ao regime militar instaurado no Brasil em 1964. Nomes importantes do meio acadêmico e social, perseguidos pela dita-

dura, passaram a integrar o seu quadro docente, entre eles Florestan Fernandes, Octavio Ianni e Paulo Freire. Em 1977 a universidade abrigou a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a primeira reunião de retomada da União Nacional dos Estudantes (UNE). No início dos anos 80, tornou-se a primeira universidade brasileira a eleger seu reitor pelo voto direto de seus alunos, professores e funcionários. Atualmente, a PUC-SP possui 22 mil alunos e 2.001 professores ativos, a maioria com título de doutor e mestre. A premiação Melhores Universidades 2006, do Guia do Estudante, concedeu estrelas para 24 cursos da PUC-SP. Foram cinco graduações com cinco estrelas; 11 com quatro; e oito com três estrelas. Estrutura Ao todo são 11 faculdades, 46 departamentos e 32 cursos

de graduação, assim organizados: Centro de Ciências Humanas; Centro de Ciências Jurídicas, Econômicas e Administrativas; Centro de Educação; Centro de Ciências Exatas e Tecnologia; e Centro de Ciências Médicas e Biológicas. A PUC-SP possui ainda um setor de pós-graduação com 26 programas de mestrado acadêmico, um de mestrado profissional e 16 de doutorado. Em aperfeiçoamento, especialização e extensão a PUC oferece cerca de 330 cursos. Atualmente a universidade é composta por cinco campi: Monte Alegre, Marquês de Paranaguá, Sorocaba, Derdic e Santana. Os cursos stricto sensu oferecidos pela Pontifica Universidade Católica são destinados à formação de pesquisadores e docentes para o ensino superior, conferindo títulos de mestre e doutor. Já os programas lato sensu são voltados para a especialização profissional nas mais diversas áreas. (VR)

Renato Stockler/Folha Imagem

A PUC-SP tem um passado de lutas, de participação e resistência em momentos importantes na história do País. Tem hoje 22 mil alunos e vários cursos premiados com estrelas pelo Guia do Estudante

A premiação Melhores Universidades 2006, do Guia do Estudante, concedeu estrelas para 24 cursos da PUC-SP

Cursos Latu Sensu - PUC Abordagem Junguiana: leitura da realidade e metodologia de trabalho G Administração de Empresas G América Latina - Economia Social e Desenvolvimento G Ar teterapia G Clínica Interdisciplinar com o Bebê - a saúde física e psíquica na primeira infância (do nascimento até os três anos) G Cultura e Meios de Comunicação: uma abordagem teórico-prática G Direito Administrativo G Direito Ambiental G Direito Constitucional G Direito Contratual G Direito das Relações de Consumo G Direito do Trabalho G Direito Empresarial G Direito Processual Civil G Direito Processual Civil em Módulos G Direito Processual Tributário G Direito Tributário - uma visão constitucional G Direito Tributário G Economia e Gestão das Relações de Trabalho G Educação Inclusiva e Deficiência Mental G Educação Física da Pré-escola à 4ª Série G Ensino de Espanhol para Brasileiros G Ensino de Geografia G Teoria Psicanalítica G Fonoaudiologia: Especialização Em Audiologia G Fonoaudiologia: Especialização Em Linguagem G Fonoaudiologia: Especialização Em Voz G Fundamentos de uma Educação para o Pensar G Gerontologia G História, Sociedade e Cultura G Língua Portuguesa G Literatura G Magistério do Ensino Superior G

Manejo de Animais Silvestres Master Business Accouting G MBA em Economia e Gestão das Organizações de Saúde G MBA Executivo - Gestão de Negócios em Vendas G MBA Executivo - Gestão de Negócios em Vendas MBIS Master Business Information Systems G Mediação: intervenções sistêmicas para resolução de conflitos e disputas em diferentes contextos G G

Programa de Especialização em Comunicação Jornalística G Jornalismo Cultural G Jornalismo Econômico G Jornalismo Educação e Ciência G Jornalismo Institucional G Jornalismo Internacional G Jornalismo Multimídia G Jornalismo Político G Jornalismo Social Psicanálise e Linguagem: Uma Outra Psicopatologia G Psicodrama - Curso de Formação G Psicologia e Saúde: Psicologia Hospitalar G Psicopedagogia G Psicopedagogia G Semiótica Psicanalítica - Clínica da Cultura Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação G Teoria Psicanalítica G Terapia Familiar e de Casal G

Inscrições: A partir de 16 de outubro até março de 2007 Duração dos cursos: Entre 12 e 24 meses Investimento: Informações: Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão Tel.: (11) 3670.3300 Fax: (11) 3670.3301 E-mail: infocogeae@pucsp.br


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Audiência pública vai discutir índice para medir teto de consumo do gás de fogão e forno

PETROBRAS E ESTATAL COLOMBIANA JUNTAS

NOVO COMBUSTÍVEL É UMA MISTURA DE OUTROS TRÊS: DIESEL, ÁLCOOL E BIOCOMBUSTÍVEL

ÔNIBUS MOVIDOS A ENERGIA LIMPA Eduardo Nicolau/AE

O

ministro das Minas e E n e rg i a , S i l a s Rondeau, assinou ontem em São Paulo um contrato para o fornecimento de uma nova mistura de três combustíveis, o B30, que reúne 62% de diesel, 8% álcool e 30% de biocombustível. Inserida no Programa Nacional de Desenvolvimento do Biocombustível, a mistura será fornecida pela Petrobras Distribuidora para abastecer os 1.880 ônibus da Viação Itaim Paulista, que circulam pela capital paulista. Além de ganhos ambientais, a mistura poderá fazer com que os preços das passagens fiquem estabilizados. Segundo Ivonice Campos, diretora-técnica da B100, empresa que desenvolveu a tecnologia da mistura, a proporção da mistura de 32% de álcool e biocombustível pode variar e compensar eventuais diferenças nos preços. "Conforme a sazonalidade dos preços, podemos aumentar a proporção de um ou outro, segurando o valor final do B30." "O ponto principal é dizer que nós não temos aumento de preço em relação ao diesel mineral e temos uma significativa qualidade ambiental melhorada por conta dessa visão. Estamos vendo nascer aqui uma prática que deve se expandir para todos os centros urbanos do País", disse Rondeau. Ele aproveitou para afirmar que a auto-suficiência em petróleo do Brasil está garantida para este ano, rebatendo declaração do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, de que a meta de produção média anual de 2006 poderá não ser atingida.

"Hoje nós temos uma produção superior à demanda e estamos num esforço muito grande de estabelecer um patamar crescente e diminuir as importações de óleo leve", afirmou ele, lembrando que um dos compromissos do governo é manter a auto-suficiência, apesar de o setor trabalhar com perspectivas estatísticas de natureza geológica, o que dá margem a naturais oscilações. Colômbia – O biocombustível também faz parte de um dos acordos de cooperação assinados ontem, em Bogotá, entre a Petrobras e a estatal colombiana de petróleo Ecopetrol. O outro refere-se à distribuição de derivados de petróleo. Na área de biocombustíveis, as duas empresas se comprometeram a estudar pelo período de um ano a possibilidade de estruturar novos negócios para a produção, comercialização, transporte, investigação e assistência tecnológica do produto. Na distribuição, o acordo prevê desenvolvimento de estudos sobre a possibilidade da realização de negócios conjuntos, levando em conta os ativos das empresas neste setor, sua disponibilidade e a definição de oportunidades conjuntas de investimentos. Santos – A Petrobras deve levar uma década para iniciar a produção nas reservas de petróleo leve descobertas recentemente na Bacia de Santos. De acordo com o diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella, o prazo é necessário para a avaliação dos resultados e para a busca de novos reservatórios que justifiquem o investimento na região. (Agências)

Limite para o gás no fogão

O

governo quer estabelecer índices mínimos de eficiência no consumo de gás de fogões e fornos de cozinha. O Ministério de Minas e Energia fará no dia 21 de novembro uma audiência pública para receber sugestões sobre a forma de se calcular esses índices. A idéia é estabelecer tetos para o consumo dos

eletrodomésticos, algo semelhante ao que já foi feito para geladeiras, congeladores e condicionadores de ar. Nesse caso, os aparelhos que ultrapassarem os índices máximos só poderão continuar sendo fabricados no País ou importados até 31 de janeiro de 2007, e a comercialização, até 31 de julho do próximo ano. (AE)

Petrobras: seis anos em dois e meio

N

O ministro Silas Rondeau abastece ônibus movido a biocombustível: ganhos ambientais e preços estáveis

Setor de autopeças reclama da falta de embalagens práticas

O

setor de autopeças, que representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro, fez ontem um forte apelo às empresas fornecedoras de embalagens: oferecer soluções práticas e econômicas para embalar seus produtos. O setor, que no ano passado teve faturamento de US$ 24,2 bilhões, com balança comercial superavitária em US$ 1,24 bilhão, acredita que esse volume poderia ser maior se os invólucros fossem adequados. A ArvinMeritor, multinacional norte-americana do setor automotivo, busca parceiros para solucionar o problema. Durante palestra organizada pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre), o engenheiro de produção mecânica da empresa, Pedro Barros, falou sobre a dificuldade em encontrar embalagens funcionais para transportar as peças de veículos fabricadas pela empresa. "O que percebo é a falta de interesse em investir em pesquisas. Infelizmente, há poucas opções de embalagens para a nossa área", disse Barros.

Segundo ele, um dos principais obstáculos é a concepção de que a embalagem precisa ser bonita. "Isso foi criado pelo setor alimentício, que necessita do visual para vender. O ramo de autopeças dispensa o design bem feito. Precisamos apenas de uma embalagem boa e barata para atender as necessidades de nossos clientes." De acordo com dados fornecidos pela Abre, 50% da produção de embalagens no Brasil é voltada para o segmento de de alimentos. E o presidente da associação, Paulo Perez, acredita que o segmento de autopeças esteja "carente" de atenção. "Só no ano passado, o Brasil exportou US$ 5,85 bilhões de autopeças. Por isso, nossa entidade vai elaborar um fórum para discutir as principais necessidades dessa fatia de mercado tão significativa para o País", afirmou Perez. Projeto – De acordo com Barros, a ArvinMeritor possui fornecedores de embalagens há mais de 15 anos. Dentre eles, nomes como Rigesa e Estanplaz. "Apesar disso, não vejo novos projetos com materiais alternativos que atendam nos-

sas necessidades", criticou. Recentemente, a multinacional elaborou um invólucro reciclável em parceria com a Cezan. "Embalamos os produtos que fornecemos para a Honda, mas outras marcas já se interessaram por ser uma forma de contribuir com o meio ambiente", explicou. Só neste ano, a ArvinMeritor já conseguiu economizar US$ 200 mil do orçamento utilizando embalagens mais práticas. "E ainda dá para reduzir mais. Precisamos apenas de novas idéias e parceiros interessados", afirmou Barros. Estatísticas – No ano passado, o setor de embalagens faturou R$ 31,3 bilhões, registrando aumento de 3,14% em relação a 2004. Em volume, a produção apresentou queda de 1,26%, mas o segmento de embalagens plásticas cresceu 3,14%. Contrariando as estatísticas mundiais, a maior fonte de receita do setor no Brasil provém das embalagens plásticas. Neste ano, segundo estudo coordenado pela Abre, a produção de embalagens deverá crescer até 3% sobre 2005.

a corrida pela antecipação de projetos de produção de gás, a Petrobras apresentou ontem, a fornecedores da indústria de petróleo, um projeto que prevê investimentos de US$ 18 bilhões no setor até 2010, o Panglas. A concretização do plano, de acordo com a estatal, dependerá do custo e do tempo oferecido pelos fabricantes. A Petrobras pretende realizar em dois anos e meio um plano anteriormente previsto para ser implementado em seis anos, disse o gerente de Planejamento de Produção de Gás da companhia, Mauro Santana. "Temos que nos esforçar para fazer esses projetos de forma barata e competitiva com o GNL (Gás Natural Liqüefeito). Ou seja, não adianta a indústria cobrar caro porque temos um prazo apertado", disse. A meta da Petrobras é colocar no mercado, em 2008, cerca de 40 milhões de metros cúbicos de gás natural, contra os 25 milhões de metros cúbicos atuais. Em 2010, os planos são de inserir 55 milhões de metros cúbicos para consumo. A estratégia visa preparar terreno para o fim do contrato com a Bolívia, em 2019, atual fornecedora da metade do gás consumido no Brasil, ou de eventual crise de abastecimento por parte do país vizinho. De acordo com Mauro Santana, dependendo do custo com equipamentos e com serviços para a implantação do Plangas, assim como a evolução do preço do gás, a estatal poderá ampliar o projeto de GNL para atender o aumento de demanda a partir do ano de 2008. (Reuters)

Vanessa Rosal

ATAS

MITSUI BRASILEIRA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE: 35.300.172.108 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA 1. Data e Horário: 03 de outubro de 2006, às 10:00 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1842 - 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo,SP. 2. Convocação e Quorum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do art. 124, da Lei 6404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Indicação do Sr. Hideki Asano, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TH1620096, expedido em 13.09.2006 para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento da Companhia e do Sr. Shunji Komai, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TH1680553, expedido em 26.09.2006, para ocupar futuramente o cargo de Diretor Supervisor. b) Elevação do cargo do Sr. Yoshinobu Watanabe, que de Diretor Supervisor passará a ocupar o cargo de Diretor de Departamento da Companhia. c) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da ordem do dia, foi aprovado por unanimidade a indicação do Sr. Hideki Asano para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento e do Sr. Shunji Komai para ocupar futuramente o cargo de Diretor Supervisor da Companhia, devendo ser efetuado oportunamente, na forma da lei e das disposições estatutárias. As posses dos Srs. Hideki Asano e Shunji Komai nos referidos cargos darse-ão por deliberação a ser adotada pela respectiva Assembléia Geral dos Acionistas a ser convocada para esse fim, após a legalização de suas respectivas permanências no país. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, foi deliberado por unanimidade dos presentes, a elevação do cargo do Sr. Yoshinobu Watanabe que de Diretor Supervisor, passará a exercer o cargo de Diretor de Departamento da Companhia. 5.3. Quanto ao item “c” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 03 de outubro de 2006. aa) Mitsui & Co., Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Hitoshi Ueda. Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 03 de outubro de 2006. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka - OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 278.101/06-9 em 13/10/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAIS

COMUNICADO

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 18 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: MC Serviço Empresarial - Requerido: Móveis Teperman Ltda. - Rua Lopes Neto, 155 - 1ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerida: Novaluz Indústria e Comércio Ltda. - Rua São Gonçalo do Piauí, 547 - 2ª Vara de Falências Requerente: Plásticos Metalma S.A. - Requerido: Roller Indústria em Comércio Ltda. - Rua Siqueira Cardoso, 255 - 2ª Vara de Falências Requerente: Banco Rendimento S.A. - Requerido: Rodoviário Buck Ltda. - Av. Guilherme Cotching, 1.549 - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

ESPECIAL - 3

Marcelo Ximenez/Folha Imagem

As bolsas e todos os programas de incentivo integração permanente no sistema nacional de pós-graduação.

As bolsas da Capes são oferecidas por meio de programas permanentes que promovem a pós-graduação. No País, as concessões são distribuídas pela fundação aos programas de pós-graduação, que selecionam os estudantes. As bolsas no Exterior são individuais e distribuídas por meio de seleção realizada pela própria Capes

Bolsas e auxílios no País

P

rograma Demanda Social (DS): p romove a formação de recursos humanos de alto nível, por meio da concessão de bolsas de estudo aos cursos de mestrado e doutorado com nota igual ou superior a 3. Para distribuição, a Capes utiliza critérios como número de alunos, professores, produção científica e conceito do curso. As bolsas de estudo da DS são gerenciadas pelas instituições e cursos de pós-graduação, que são responsáveis pela seleção e acompanhamento dos bolsistas, conforme as orientações da Capes. Programa de Apoio a PósGraduação (PROAP): f i na ncia as atividades dos cursos de pós-graduação, proporcionando melhores condições para a formação de recursos humanos, produção e aprofundamento do conhecimento nos programas de pósgraduação. Programa de Fomento à Pós-Graduação (PROF): v is a a formação de recursos humanos, mediante incentivo financeiro para subsidiar ações previamente definidas. As bolsas são destinadas a onze universidades públicas

Diretor em exercício Alencar Burti Diretor licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórteres Maristela Orlowski Vanessa Rosal

que apresentaram projeto de planejamento institucional, em que são estabelecidas metas a serem realizadas ao longo de dois anos. Programa de Suporte à PósGraduação de Instituições de Ensino Particular (PROSUP): visa à qualificação de recursos humanos em instituições particulares de ensino superior que possuam programas de pós-graduação avaliados pela Capes com conceito igual ou superior a 3. Por meio desse programa, a instituição recebe pagamento de mensalidades para manutenção do bolsista e custeio das taxas escolares. Programa de Excelência Acadêmica (PROEX): i ns tituído em 2004, visa apoiar com maior flexibilidade gerencial os programas de pósgraduação avaliados pela Capes, com notas 6 e 7, atendendo adequadamente suas especificidades. Programa de Absorção Te m p o r á r i a d e D o u t o r e s (PRODOC): promove a inserção de jovens doutores em cursos de pós-graduação no País avaliados pela Capes. Esses doutores deverão exercer atividades de co-orientação e pesquisa, com vistas à

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Programa de Qualificação Institucional (PQI): busca o desenvolvimento acadêmico das instituições públicas por meio do estímulo à elaboração e implementação de estratégias de melhoria do ensino e da pesquisa, desde o nível departamental até o institucional; da qualificação de docentes e excepcionalmente de técnicos, no âmbito de projetos de pesquisa em cooperação com outras instituições do País; e do apoio às políticas de desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa dos docentes recémqualificados. Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP): a p ó i a eventos científicos, tecnológicos e culturais de relevante importância para o desenvolvimento da pós-graduação e da pesquisa no País, atendendo a uma demanda historicamente crescente de instituições de ensino superior, associações e sociedades promotoras. Em 2005, foram apoiados 521 eventos.

Programas especiais São ações inovadoras que p ro m o v e m a m e l h o r i a d a pós-graduação, incentivando a interação entre as diferentes áreas do conhecimento. Atendem a demandas específicas com prazo determinado. Programa de Cooperação Acadêmica (PROCAD): f inancia o intercâmbio científico no País por meio do envolvimento de equipes acadêmicas, privilegiando o desenvolvimento de pesquisas e m á re a s d e f i n i d a s c o m o prioritárias. Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância (PAPED): incentiva a pesquisa e a produção de conhecimento no campo da educação à distância e na utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação nas diversas áreas do conhecimento. Programa de Apoio a Educação Especial (PROESP): propicia a qualificação de professores para o atendimento aos alunos portadores de necessidades especiais das classes comuns da educação infantil, do ensino fundamental, da educação de jovens e adultos, da edu-

cação profissional, do ensino médio e da educação superior. Doutorados em Bioinformática e Microeletrônica (BIOMICRO): estimula a formação de recursos humanos nessas áreas e contribui para a criação de novos programas em nível de doutorado. Programa San Tiago Dantas de Apoio ao Ensino de Relações Internacionais: induz a formação de recursos humanos em nível de pós-graduação com o fortalecimento e a ampliação dos programas existentes e contribui para criação de novos programas de pós-graduação na área de Relações Internacionais.

Bolsas no Exterior Com os atuais investimentos, o número médio de bolsas no Exterior cresceu 25% em comparação a 2002. Atualmente, a Capes financia cerca de 2.100 bolsistas, em trinta países, em cursos de doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e programas de intercâmbio. A meta é apoiar, sobretudo, atividades de atualização, cooperação e abertura de novas linhas de pesquisa, além de formar doutores no Exterior em áreas não consolidadas no País. Bolsa de Doutorado no Exterior (BEX): objetiva apoiar estudantes de comprovado desempenho acadêmico com

projetos que não possam ser realizados total ou parcialmente no País e que se dirijam a instituições de excelência científica no Exterior. Programa de Estágio PósDoutoral no Exterior: possibilita que professores e pesquisadores doutores desenvolvam atividades conjuntas com seu(s) colega(s) ou grupo congênere no Exterior, das quais resulte produção científica para o fortalecimento da pesquisa nacional. Programa de Doutorado no País com Estágio no Exterior (PDEE): confere autonomia aos programas de pós-graduação considerados de excelência para que seus doutorandos complementem o treinamento em

instituições estrangeiras, com vistas à sua inserção no meio acadêmico internacional. Além de proporcionar estudos complementares em instituições estrangeiras a alunos inscritos em programas de doutorado no País, com comprovado desempenho acadêmico, que necessitam desenvolver no Exterior parte da pesquisa relacionada com seus trabalhos de tese. Programa de Apoio a Eventos no Exterior (PAEX): proporciona visibilidade internacional à produção científica, tecnológica e cultural do País, mediante o financiamento da participação de professores e pesquisadores em eventos acadêmicos e científicos no Exterior. (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

ESPECIAL - 11

FAAP, de centro cultural à excelência da pós-graduação O conde Armando Álvares Penteado idealizou um centro cultural. Mas de seu sonho nasceu uma das mais importantes instituições de ensino do País, com sete faculdades e inúmeros cursos de pós-graduação e MBA credito

São 8,5 mil alunos na FAAP distribuídos pelas faculdades de Artes Plásticas, Comunicação, Administração, Direito, Computação e Informática, Economia e Engenharia Marcelo Min/AFG

E

xecutivos, artistas plásticos, arquitetos, advogados, engenheiros, publicitários, designers e cineastas resumem hoje o que podemos chamar de história da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Conhecida por ser ligada às artes, a fundação é hoje um dos grandes centros culturais do País, parte integrante do calendário de exposições e espetáculos da capital paulista. A história da FAAP começa no início do século XX, quando o conde Armando Álvares Penteado idealizava um centro cultural aglutinador de talentos do mundo das artes. Fundada em 1947, a partir de bens e terrenos doados em testamento pelo conde para essa finalidade, a fundação teve uma trajetória marcada

pela incorporação de novas áreas de conhecimento além do setor artístico. De lá para cá, aprimorou técnicas de gestão e ultrapassou os limites de São Paulo. Aproximadamente 8,5 mil alunos se distribuem pelas sete faculdades da FAAP: Artes Plásticas, Comunicação, Administração, Direito, Computação e Informática, Economia e Engenharia. Além disso, outros 4,5 mil alunos freqüentam os cursos de pós-graduação e MBA no campus de São Paulo, em Higienópolis, no Centro de Excelência da FAAP, que fica no mesmo bairro, e nos campi de São José dos Campos e Ribeirão Preto, inaugurados há cerca de um ano. Pós-Graduação e MBA Criada em 1981, a Pós-Graduação da FAAP já formou

mais de 50 mil alunos em 45 cidades do Brasil, além de Buenos Aires (Argentina). A preocupação com a adequação de seus cursos à realidade do mercado de trabalho é uma das características de todos os produtos da pós-graduação. Por isso, a área dispõe de profissionais que, além da titulação acadêmica, atuam como consultores em empresas de diversas áreas: “A idéia é preparar os profissionais da melhor maneira possível para enfrentar os desafios do mundo corporativo, mesclando a experiência acadêmica e a vivência de mercado com vistas a seu aprimoramento técnico e profissional”, comenta o diretor da Pós-Graduação, professor Victor Mirshawka Jr. O intercâmbio entre escola e empresa também faz parte da realidade da Pós-Graduação FAAP, com cursos planejados e

desenvolvidos na medida das necessidades das empresas. Entre os empreendimentos que oferecem cursos da FAAP aos seus colaboradores estão ABN Amro, Avon, Banco Itaú, Bradesco, Embraer, Ericson, Fotoptica, GM do Brasil e Grupo Pão de Açúcar. Além dos cursos promovidos em São Paulo, desde o início do ano de 2005 a Pós-Graduação da FAAP tem sedes próprias nos municípios de Ribeirão Preto (a 300 km da Capital) e São José dos Campos (a 160 km). As atividades da fundação nestes dois pólos do Interior começaram há cerca de dez anos e seu potencial educacional mobilizou a FAAP a construir sedes próprias. Juntos, os dois municípios têm um mercado potencial de três a quatro mil alunos. Segundo a coordenadora pedagógica de Latu Sensu da

A coordenadora pedagógica de Latu Sensu da FAAP, Renata Corrêa Nieto: “O interessante é que a maioria das pessoas que nos procura vem de outras universidades”

Cursos Latu Sensu - FAAP Administração Contábil e Financeira G Administração de Empresas G Administração de Empresas para Engenheiros e Arquitetos G Administração de Marketing G Administração de Recursos Humanos G Comércio Exterior G Controladoria Financeira G Crítica de Cinema G Design de Interiores: Repertório Projetual G Direito Civil G Direito Constitucional: Tendências Contemporâneas da Jurisdição Constitucional Interna e Internacion G Direito da Concorrência e Regulação G Direito do Comércio Internacional G Direito Empresarial Internacional G Direito Penal Empresarial G Direito Processual Civil G Direito Tributário Empresarial G Educação para o Mundo Contemporâneo G Gerente de Cidade G Gestão de Empresas de Agronegócios G Gestão de Empresas Sucroalcooleiras G Gestão de Logística Empresarial G Gestão de Manutenção Predial G Gestão de Marketing de Serviços G Gestão de Sistemas Wireless G Gestão de TI e Inovação G Gestão de TI e Telecomunicações G

Gestão Estratégica da Manutenção Gestão Estratégica de Negócios com Ênfase em Finanças G Gestão Estratégica de Negócios com Ênfase em Gestão de Pessoas G Gestão Estratégica de Negócios com Ênfase em Marketing G História da Arte G Negócios Imobiliários G Planejamento e Controle Empresarial G Planejamento e Organização de Eventos G Relações Internacionais G Tecnologia e Gestão Ambiental G G

FAAP, Renata Corrêa Nieto, a fundação já desenvolveu 1.500 turmas de pós-graduação, com aproximadamente 50 mil alunos: “O interessante é que a maioria das pessoas que nos procura vem de outras universidades”, afirma. De acordo com ela, apenas 10% do total de pós-graduandos se formaram na FAAP. Os cursos de Latu Sensu

mais procurados são Administração de Empresas, Marketing, Recursos Humanos, Comércio Exterior e Logística. “Além disso, temos cursos de MBA, voltados mais para a área empresarial. Para se matricular, o aluno precisa ter no mínimo três anos de experiência na área escolhida”, informa Renata. (VR)

Cursos MBA - FAAP Direção de Empresas Gestão da Comunicação com o Mercado G Gestão de Negócios da Informação G Gestão de Negócios Internacionais G Gestão de Talentos G Gestão Estratégica em Moda G Gestão Financeira G Gestão Tecnológica Educacional G G

Inscrições: de 16 de outubro / 2006 a 31 de março de 2007 Duração dos cursos: Entre 12 e 24 meses Investimento: entre R$ 14 mil e R$ 35 mil (cursos completos) Informações: Tel.: (11) 3662-7449 / 7451 / 7453 E-mail: pos.atendimento@faap.br

647 #8". . $#9#8)#% 9:$# #8". . ,),$.;

!"#$% & '( )*+,#$* 2 -. *,/. 0 & 1 000 333 4 4 5


quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

BOM DESEMPENHO DO VAREJO ELEVOU CONTRATAÇÕES

A fabricante de jatos Embraer anunciou em menos de 24 horas a venda de 60 jatos.

O NÍVEL DE OCUPAÇÃO INDUSTRIAL ALCANÇA O MELHOR RESULTADO DOS ÚLTIMOS QUATRO MESES

EMPREGO EM ALTA NA INDÚSTRIA IGP-10 O Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) perdeu força, e subiu 0,21% em outubro.

Ó RBITA

RÁDIO O governo deverá decidir neste ano o padrão de rádio digital que será adotado no País. Valter Campanato/ABr

NOVO LOTE DO IMPOSTO DE RENDA

O

secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, reafirmou ontem que todos os 105 mil contribuintes que ficaram fora do lote de outubro de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) estarão incluídos na lista do próximo lote de novembro. Esses 105 mil contribuintes

foram relacionados entre os 1,435 milhão de integrantes do 5º lote de restituições, divulgado pela internet, mas, na última hora, ficaram sabendo que estavam fora. Rachid explicou que o erro no sistema levou à inclusão dos 105 mil contribuintes no lote de setembro. (AE)

RECEITA GARANTE REFIS 3

O

secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, garantiu ontem que os contribuintes que aderiram ao parcelamento de débitos federais previsto na Medida Provisória 303, conhecido como Refis 3, terão todos os direitos garantidos mesmo que a MP venha a caducar. A MP foi modificada A TÉ LOGO

durante a votação na última terça-feira no Senado Federal e retornou à Câmara dos Deputados. Ela perderá a validade caso não seja aprovada pelos deputados até o dia 27. "A MP está em vigor e tem força de lei. Quem já aderiu terá todos os direitos garantidos", afirmou. (AE)

TV DIGITAL

O

governo ampliou o número de estados que, na avaliação oficial, poderão receber a indústria de equipamentos de TV digital e semicondutores. O primeiro núcleo da TV digital será na Zona Franca de Manaus, segundo o ministro Hélio Costa (foto).

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Anatel aprova solução da Telecom Italia para sobreposição de licença

L

1 milhão de contribuintes serão afetados por aumento do IPTU

L

Aposentados da Petros apelam à Justiça para cobrir déficit

A

alta de 0,28% em setembro ante agosto do nível de emprego da indústria, apurado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), foi o melhor resultado da pesquisa nos últimos quatro meses. Em junho, o crescimento havia sido de 0,1%; em julho, de 0,04%; e, em agosto, houve queda de 0,13%, sempre na comparação com o mês anterior. De acordo com o economista-chefe do Ciesp, Carlos Cavalcanti, apesar do número de setembro, a projeção de incremento do emprego industrial da entidade para o ano não será alterada, permanecendo entre 0,5% e 1% ante 2005. A expectativa do economista é de que outubro seja um mês "morno" para a criação do emprego, que deve variar entre zero e 0,1%. "Não há qualquer sinal que justifique pensarmos em alta maior do que essa para outubro", ressaltou, lem-

brando que novembro e dezembro são tradicionalmente meses ruins para a atividade e o emprego industriais. Varejo em alta – Para Cavalcanti, a principal explicação para o resultado positivo de setembro está ligada ao desempenho do varejo. Ele citou dados divulgados na última terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram que as vendas do varejo cresceram 2,6% em agosto, na margem. Isso significa, de acordo com ele, que houve desova de estoques do comércio, o que teria ampliado as encomendas do varejo à indústria para o período de final de ano. Segundo o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, o desempenho do emprego e da atividade industrial em 2006 já está consolidado. Agora, a atenção dos empresários se volta para 2007. Conforme destacou o diretor do Ciesp, as exportações

se configuram como um grave problema, já que o aumento do faturamento não está sendo acompanhado pelo incremento do volume vendido para o mercado externo. De acordo com a pesquisa, o resultado de setembro foi puxado pelos setores de metalurgia (0,56%); máquinas e equipamentos (0,63%); e confecções de artigos do vestuário (0,69%). Na ponta negativa, os destaques foram artigos de borracha (-0,68%); produtos alimentares (-0,45%) e material de transporte (-0,07%). Contratações – Praticamente 70% dos setores pesquisados contrataram, enquanto pouco mais de 30% dos segmentos pesquisados demitiram. O resultado do levantamento do Ciesp vai na mesma linha do apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apontou alta de 0,26% no emprego industrial em setembro ante o mês de agosto. (AE)

Consumidor está mais confiante

A

percepção do paulistano quanto às condições econômicas atuais e futuras segue à margem da corrida eleitoral e de quem será o futuro presidente da República. É o que indica o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em outubro, o índice ficou em 132,1

pontos, alta de 0,4% em relação a setembro. O indicador varia de 0 a 200, revelando pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima desse patamar. " O quadro econômico é estável. O conjunto de indicadores – inflação, câmbio, oferta de crédito e taxa de juros – atravessa um período de tranqüilidade", afirmou o presidente da Fecomercio, Abram Szajman.

O Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que mede o grau de otimismo do consumidor em relação ao presente, ficou em 123,4 pontos (queda de 1,4% em relação a setembro). Já o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que indica a percepção quanto ao futuro, registrou alta de 1,5% em relação a setembro e alcançou 137,9 pontos. (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL Paulo Pampolin/Hype

Paulo Pampolin/Hype

quinta-feira, 19 de outubro de 2006 Denise Adams/AFG

A arquiteta Karin Shapazian preferiu arqueologia; Maria Stela cursa Política e Relações Internacionais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo; e Carla Gonzaga está prestes a se tornar doutora

Pós é essencial. Afinidade com a carreira, também Da consultora de carreira Flávia Portillo: “Pós-graduação hoje é essencial. Não tem jeito. A dificuldade de não conseguir emprego é grande”. É importante ter vivência no mercado de trabalho para escolher um curso Divulgação

A

s coisas mudaram: já não basta apenas cursar uma faculdade para cons e g u i r o s melhores empregos e salários do mercado, é preciso destacar-se dos demais. Apresentar um currículo com um curso de pós-graduação ou especialização abre muitos caminhos. De acordo com a consultora de Carreira da Thomas Case & Associados, Flávia Portillo, as pessoas estão cada vez mais se especializando: “Pós-graduação hoje é essencial. Não tem jeito. A dificuldade de não conseguir emprego é grande para quem não tem o título”. O nome da instituição de ensino também conta na hora de garantir um bom lugar no mercado de trabalho. Segundo Flávia, as empresas dão preferência para faculdades de renome, como Fundação Getúlio Vargas, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e Instituto Presbiteriano Mackenzie:

“Quem é graduado em uma faculdade de segunda linha busca fazer uma pós em uma instituição de primeira, para compensar. Isso também ajuda bastante”. Fazer especialização logo depois da graduação virou modismo, segundo a consultora, que dá uma dica: “O ideal é primeiro ter vivência no mercado de trabalho para depois escolher um curso de pós que realmente tenha afinidade com a carreira. Assim, a pessoa utiliza muito mais a experiência da pós no trabalho e vice-versa”. Flávia ainda ressalta que se pode esperar até dois anos antes de entrar na pós-graduação: “Nesse meiotempo, dá para entrar em um programa de trainee ou em um curso de idioma”. Escolhas Maria Stela Santinelli Miglorancia, de 26 anos, graduou-se em Direito pelo Mackenzie em 2003. Logo que entrou na faculdade ficou na dúvida entre prestar concurso público, ad-

vogar ou seguir carreira diplomática. A terceira opção falou mais forte. Segundo a advogada, são necessários, em média, três anos de estudos para passar no concurso do Itamaraty. Foi pensando no futuro que Maria Stela resolveu cursar Política e Relações Internacionais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP): “Não queria ficar parada e decidi fazer uma pósgraduação. Acredito que o título ajudará a alcançar meu sonho”. Além do estudo diário, a advogada ainda freqüenta um curso de História no Memorial da América Latina e um grupo de estudos para o concurso do Itamaraty: “Toda dedicação vale a pena”. A arquiteta Karin Shapazian, de 36 anos, enveredou por um caminho diferente, o da arqueologia: “Decidi fazer pós-graduação em 1999, três anos depois de formada, mas não na área de arquitetura. Antes de entrar para o mestrado em 2003, fiz vários cursos rápidos e trabalhei em pesquisas do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo”, conta Karin, que, há sete anos, desenvolve pesquisas acadêmicas no Mato Grosso, como análise espacial dos sítios arqueológicos de Rondonópolis: “Atualmente também trabalho com elaboração de relatórios sobre impactos ambientais e já tive a oportunidade de participar de duas escavações na Grécia”. Tal experiência rendeu à pesquisadora um convite para doutorado na USP em parceria com o Instituto de Paleontologia Humana da França: “No momento só estou pensando na apresentação da minha dissertação, que será em dezembro. Depois, talvez eu fique um ano estudando francês, para depois fazer o doutorado. Por enquanto, vou continuar na área ambiental”. Chance Quem recebeu um convite parecido e nem pensou duas vezes para aceitar foi Carla Castiglia Gonzaga, de 27 anos. Formada em Odontologia pela USP em 2002, Carla está prestes a se tornar doutora: “Quando fiz a prova para mestrado no ano seguinte, recebi a oferta de uma bolsa da Capes para

Flávia Portillo: “A dificuldade de não conseguir emprego é grande para quem não tem o título de pós-graduação”

doutorado. Não tinha como deixar a chance passar”. Para a pesquisadora, que concentra sua pesquisa na área de Materiais Dentários, o sucesso da empreitada se deve à dedicação precoce: “Na graduação já sabia que entraria para a área acadêmica. Desde cedo fiz estágios em consultórios, iniciações científicas e monitorias. Também tive dois artigos pu-

blicados em revistas científicas durante a faculdade”. Carla ressalta ainda o lado bom e o lado ruim de ter pulado da graduação direto para o doutorado: “O bom é que se ganha tempo, pois em quatro anos eu ganho o título. Mas, por outro lado, é preciso amadurecer rápido demais e trabalhar muito para sair não só um doutor, mas um professor. Foi complicado

no começo, pois a dedicação é enorme”, diz a pesquisadora, que não larga o laptop nem mesmo quando viaja para ver o marido, que mora em Curitiba: “No futuro talvez eu continue na mesma linha em que atuo hoje, a de cerâmica, e faça um pósdoutorado aqui mesmo, já que não demanda muito tempo, um ano ou dois”. (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Mestres e doutores da Metodista, uma longa história A vocação educacional da Metodista evolui no Brasil há 255 anos. Hoje, além dos cursos de graduação, oferece pós-graduação stricto e lato sensu. São mais de 18 mil alunos, da educação infantil ao doutorado Divulgação

O

c omp ro mis so com a educação tem marcado a atuação da Igreja Metodista desde a fundação da primeira instituição de ensino metodista, a Kingswood School, na Inglaterra, em 1748. Ao longo dos últimos 255 anos esta vocação educacional também tem se manifestado no Brasil, onde várias instituições metodistas de ensino incorporam mais de um século de atividade contínua. Uma delas, a Universidade Metodista de São Paulo, vem sendo traçada há mais de 60 anos, desde a implantação da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em São Bernardo do Campo, em 1938. Naquela época, a Igreja Metodista acabava de fundir dois centros de ensino teológico, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Era de seu interesse que o curso superior recém-criado - o primeiro instalado no município de São Bernardo do Campo - estivesse presente numa região que se configurava como um dos principais centros das transformações sociais, políticas e econômicas do País. Hoje, a Universidade Metodista de São Paulo oferece cursos de graduação, graduação tecnológica, programas de pós-graduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado) e especialização Lato Sensu. São mais de 18 mil alunos, desde a educação infantil até o doutorado. Ao todo, são 47 cursos de graduação, sendo 13 de graduação tecnológica. Os cursos são distribuídos nas áreas de Biológicas e Saúde, Comunicação, Humanidades, Negócios e Tecnologia.

pós-graduação Lato Sensu são voltados aos profissionais que buscam desenvolver novas habilidades e uma sólida formação em suas áreas de atuação, aliando a esse desenvolvimento uma visão de responsabilidade perante a comunidade. Reconhecidos pelo MEC, os cursos de especialização da Metodista são oferecidos pelo CEAD - Centro de Educação Continuada e à Distância, que busca o aprimoramento em educação voltado às constantes evoluções da sociedade. São mais de 50 cursos de especialização, ministrados por doutores, mestres e docentes. Stricto Sensu

Divulgação

A Universidade Metodista de São Paulo está, desde dezembro de 2003, credenciada pelo MEC para a oferta de cursos de pós-graduação Lato Sensu (especialização) à Distância. A instituição também vem oferecendo disciplinas na modalidade semipresencial, além de cursos de graduação totalmente à distância por meio dos pólos regionais. Os cursos da Metodista de

Denise Adams/AFG

Lato Sensu

O diretor de educação continuada e à distância da Universidade Metodista, Luciano Sathler (à direita): “Hoje em dia não basta ter um diploma universitário. O mercado de trabalho exige diferenciais que só a pós-graduação é capaz de proporcionar"

Há mais de 25 anos os programas de pós-graduação Stricto Sensu da Universidade Metodista de São Paulo transformam profissionais em mestres e doutores, contabilizando 1547 títulos em diversas áreas do conhecimento. Integram o ensino de pósgraduação Stricto Sensu os seguintes programas: Mestrado em Comunicação Social e em Psicologia, que estão funcionando desde 1978; Mestrado em Ciências da Religião, desde 1979; Mestrado em Administração, de 1980 a 2001; Mestrado em Odontologia, desde 1981; Doutorado em Ciências da Religião, desde 1990; Doutorado em Comunicação Social, desde 1995; Mestrado em Educação, desde 1999; e o novo Mestrado em Administração, oferecido desde 2005. Segundo o diretor de educação continuada e à distância da Universidade Metodista, Luciano Sathler, hoje em dia não basta ter um diploma universitário: "O mercado de trabalho exige diferenciais que só a pós-graduação é capaz de proporcionar". Ele diz que a média de crescimento do setor dentro do instituto de ensino é de 25% ao ano e representa 5% do faturamento total da Universidade. Os cursos de pós-graduação Latu Sensu em alta na Metodista atualmente são três: Marketing, Gestão de recursos Humanos e Gestão Empresarial. (VR)

Cursos Latu Sensu - Metodista de São Paulo Biológicas e Saúde G Aperfeiçoamento em Implantodontia G Análises Clínicas G Cirurgia de Pequenos Animais - Oncologia e Osteossíntese G Clínica de Cães e Gatos G Endodontia G Fisiologia do Exercício G Fisioterapia Aquática G Fisioterapia Cardiorespiratória G Fisioterapia Dermato-funcional G Fisioterapia em Neurologia G Fisioterapia nas Disfunções Músculo-Esqueléticas G Gestão de Negócios em Alimentação G Gestão de RH e psicologia Organizacional G Meio Ambiente na Indústria G Microbiologia Aplicada G Nutrição Clínica G Or todontia G Pedagogia do Movimento (Educação Física Escolar) G Pesquisa Clínica G Psicologia Clínica - Terapia Comportamental G Psicologia e Psicoterapia Junguiana G Psicopedagogia Clínica e Institucional G Psicoterapia Psicanalítica: Diagnóstico e Tratamento dos Transtornos Alimentares e Obesidade G Recreação e Lazer G Tecnologia de Fitoterápicos G Tecnologia e Desenvolvimento de Cosméticos Comunicação G Comunicação Digital G Comunicação Empresarial - à distância

Docência no Ensino em Comunicação - distância Jornalismo Cultural G Planejamento Estratégico em Comunicação Humanidades G A filosofia e Seu Ensino G Bíblia - Tradição Profética G Coordenação Pedagógica na Escola Básica G Docência do Ensino de Matemática na Educação Básica à distância G Docência em Ensino Superior G Educação Infantil G Educação Infantil - Bertioga G Ética e Filosofia Política G Língua Inglesa G Português - Língua e Literatura G Psicopedagogia G Psicopedagogia - Bertioga Negócios G Administração Financeira G Auditoria e Perícia G Contabilidade Internacional G Controladoria - Gestão de Negócios G Estatística Aplicada G Gestão de Políticas Públicas Participativas para as Cidades - à distância G Gestão de RH e Psicologia Organizacional G Gestão de Serviços G Gestão Empresarial G Gestão Empresarial para Secretárias G Gestão Estratégica da Cadeia Logística G Gestão Estratégica de Comércio Eletrônico G Gestão de Impostos e Contabilidade Tributária

Gestão de Negócios em Alimentação Gestão de Operações Hoteleiras G Gestão e Políticas de Cultura G Marketing G Marketing Internacional - Comércio Exterior G Mercado Financeiro e de Capitais

G

G

G

G

Abertura das inscrições: a partir de novembro/ 2006 Duração dos cursos: Entre 12 e 24 meses Investimento: A partir de R$ 425 / mês Informações: latosensu@metodista.br Telefone: (11) 4366-5600

Cursos Stricto Sensu Administração Ciências da Religião G Comunicação Social G Educação G Odontologia G Psicologia da Saúde G G

Inscrições: até 31/10 Coordenação de Processos Acadêmicos de Pós-Graduação Rua Planalto 106, Edifício Capa Campus Rudge Ramos Horário de atendimento do Stricto Sensu: 2ª à 6ª feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. Telefone: (11) 4366-5549 E-mail: secretariapos@metodista.br


4

Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

9,3

BANCOS TAMBÉM REDUZEM JUROS

por cento são os juros reais no Brasil, acima dos da Turquia (6,2%) e da China (4,8%) ao ano

TAXA BÁSICA DIMINUIU, MAS ANALISTAS ACHAM POUCO. BRASIL CONTINUA CAMPEÃO MUNDIAL DE JUROS.

MAIS UM CORTE DE 0,5 PONTO NA SELIC E 13,75 m rápida reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou as expectativas do mercado financeiro e reduziu ontem a taxa básica de juros da economia (a Selic) em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Esse foi o décimo primeiro corte consecutivo na taxa de juros, que chegou novamente ao menor nível da história. D e s d e s e t e m b ro d e 2 0 0 5 , quando começou a atual série de cortes, os juros já recuaram seis pontos percentuais. A decisão do Copom foi unânime, e não foi estabelecido nenhum viés. Desse modo, os juros permanecerão no patamar atual até o próximo encontro do Comitê, que será o último deste ano, marcado para os dias 28 e 29 de novembro. Apesar de os juros estarem no menor nível da história brasileira, em termos reais, isto é, descontada a inflação, eles ainda são os mais elevados do planeta. Atualmente, os juros reais no Brasil estão em 9,3% ao ano. O segundo colocado no ranking mundial é a Turquia, com 6,2% ao ano, seguida pela China, com 4,8% ao ano. Efeito pequeno – "Foi o esperado, mas poderia ser mais", disse o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) sobre o corte da Selic. "O efeito para o consumidor será muito pequeno." Para ele, a redução representa o mí-

por cento ao ano passa a ser a taxa básica de juros brasileira, depois do décimo primeiro corte consecutivo decidido pelo Banco Central nimo possível, tendo em vista a inflação baixa e o fraco nível de atividade da economia. O economista observou que o importante agora é que a ata do Copom, a ser divulgada na próxima semana, sinalize claramente a continuidade desse processo de redução dos juros básicos, que ainda estão em patamares muito elevados. "Por enquanto, o impacto direto dessa redução será muito pequeno porque a Selic representa apenas um dos componentes da taxa de juros cobrada do consumidor final. E quem trabalha com prazos mais longos de crédito precisa ter um horizonte do que vai acontecer no futuro", afirmou Marcel Solimeo. O economista-chefe do Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias, também comentou que o corte "não foi uma surpresa porque o mercado apontava para essa baixa, a despeito das advertências das

últimas atas e do Relatório de Inflação sobre a necessidade de maior parcimônia". Ânimo – Ao contrário do mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou animado a decisão do BC. "O Copom está prosseguindo na trajetória de redução da taxa básica de juros, em posição coerente com o regime de metas de inflação. Como a inflação tem comportamento benigno, mantendo-se nos patamares esperados, então o Copom reagiu à altura e reduziu a taxa", comemorou Mantega. O ministro, porém, admitiu que os juros ainda estão altos. A Selic é, para ele, o elemento destoante no conjunto de bons resultados que o Brasil tem a apresentar. "Mas (a taxa) caminha para um patamar adequado. É uma questão de tempo", reforçou Mantega. Reduções – Em consonância com o BC, bancos comerciais também anunciaram redução de taxas, em pequenas margens. Os juros do cheque especial do Bradesco caíram de 8,05% para 8,01% ao mês, para os que pagam as taxas mais altas, e de 4,48% para 4,45% ao mês, nas cobranças mais baixas. O crédito pessoal foi de 5,59% para 5,57% ao mês na máxima e de 2,7% para 2,66% na mínima. No Banco do Brasil, os juros do cheque especial passaram de 7,77% para 7,73% ao mês, na cobrança máxima, e de 2,17% para 2,13%, na mínima. No crédito direto, a taxa foi de 4,4% para 4,36%. (Agências)

Fluxo cambial está positivo em outubro Milton Michida/ AE

O

fluxo cambial dos primeiros nove dias úteis de outubro foi positivo em US$ 1,604 bilhão, de acordo com informação divulgada pelo Banco Central em sua página na internet. Em igual período do ano passado, o fluxo cambial havia ficado positivo em US$ 1,641 bilhão. No acumulado deste ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 33,65 bilhões, contra os US$ 11,131 bilhões de igual período do ano passado. Pelos dados do BC, o fluxo financeiro estava positivo, nos mesmos nove primeiros dias úteis de outubro, em US$ 299 milhões. O total de ingressos pelo segmento financeiro do mercado de câmbio, no mesmo período, foi de US$ 5,115 bilhões e as saídas totalizaram US$ 4,815 bilhões. As compras de moeda do Tesouro Nacional são contabilizadas como saídas no financeiro. Em igual

Entrada de dólares vai bem em outubro, informa o Banco Central

período do ano passado, o fluxo financeiro havia ficado negativo em US$ 1,245 bilhão, com ingressos de US$ 3,612 bilhões e saídas na casa dos US$ 4,857 bilhões. Comercial – No segmento comercial, o fluxo cambial dos nove primeiros dias úteis do mês de outubro ficou positivo

em US$ 1,304 bilhão, com US$ 4,31 bilhões de câmbio para exportação e US$ 3,006 bilhões para importação. Em igual período de 2005, o fluxo comercial havia ficado positivo em US$ 2,885 bilhões, com US$ 5,33 bilhões em câmbio para exportação e US$ 2,445 bilhões para importação. (AE)

FAT libera R$ 1,25 bi a empresas

O

Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou ontem a liberação de R$ 1,25 bilhão para reforçar três linhas especiais de crédito dirigidas a setores exportadores, projetos de infra-estrutura e pequenas empresas. As três linhas somavam um orçamento original de empréstimos de R$ 14,6 bilhões para este ano e, com o acréscimo dos novos recursos, alcançarão R$ 15,9 bilhões. Em até dois meses, os novos recursos estarão disponíveis nos bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Basa e Banco do Nordeste), instituições que emprestam o dinheiro do FAT ao setor produtivo. Spread – Os encargos cobrados nesses financiamentos são da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6,75% ao ano, mais um percentual de juros (spread) que varia entre os bancos. Segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Tra-

balho, Remígio Todeschini, o prazo de liberação é necessário para resolver questões burocráticas que envolvem análise da demanda das instituições. O secretário, que também é o presidente do Codefat, negou que exista motivação eleitoral no anúncio da aprovação do aporte de dinheiro ontem, uma semana e meia antes do segundo turno das eleições presidenciais. "Não é uma excepcionalidade essa decisão porque, habitualmente nessa época do ano, as empresas buscam mais créditos para intensificar produção e atender as festas de final de ano." Ele acrescentou que a reunião de ontem do Codefat não era extraordinária e ocorreria na data, "havendo ou não eleição". Aplicação – O conselho é formado por representantes do governo, dos empresários e dos trabalhadores e se reúne a cada três meses para definir a aplicação dos recursos do fundo, cuja fonte são os recolhimentos feitos pelas empresas para o PIS e o Pasep. Além dos empréstimos ao setor produtivo, o fundo também é usado

para pagamento de abono salarial e seguro-desemprego. Exportações – A maior parte dos novos recursos, R$ 550 milhões, será destinada ao programa chamado FAT Giro Setorial. Essa linha atende basicamente empresas dos setores couro-calçadista, de máquinas e equipamentos agrícolas, moveleiro, têxtil e confecções, com recursos para capital de giro e investimentos na produção. Esses segmentos estão entre os grandes exportadores brasileiros e também entre os mais prejudicados pela valorização do real frente ao dólar. Outros R$ 350 milhões serão repassados à linha FAT InfraEstrutura, que financia projetos ligados às áreas de energia, pavimentação de estradas e modernização de portos. Somente o BNDES empresta dinheiro desse programa. Os R$ 350 milhões restantes vão garantir mais crédito às micros e pequenas empresas que, no final de ano, costumam buscar meios de reforçar seus caixas para as vendas de natal e o pagamento do 13º salários dos empregados. (AE)

Cai número de cheques sem fundo O volume de cheques devolvidos por falta de fundos caiu 7,4% em setembro, na comparação com agosto. Foram devolvidos 18,9 cheques para cada mil compensados no mês, ante 20,4 em agosto, em todo o Brasil. Segundo a Serasa, foram devolvidos 2,5 milhões de cheques em setembro, contra 2,9 milhões

no mês anterior. O levantamento mostrou que o acumulado do ano continua maior (15,1%) nos primeiros nove meses sobre igual período de 2005. De janeiro a setembro, 21,3 cheques foram devolvidos para mil compensados, contra 18,5 dos primeiros nove meses de 2005. Embora o número de

cheques devolvidos tenha subido, a quantidade de folhas emitidas caiu em 200 milhões entre 2005 e 2006. De janeiro a setembro, foram compensados 1,3 bilhão de cheques, com 27,5 milhões de devoluções por falta de fundos. Em 2005, foram compensados 1,5 bilhão de cheques, e 27,1 milhões não tinham fundos. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006 WValente/AFG

ESPECIAL - 5

Marcelo Min/AFG

Aos 41 anos de idade, a administradora Ana Lúcia Ferreira se prepara para receber seu diploma universitário; para Regina Santana, da ACSP, o benefício melhora a auto-estima e realiza o sonho das pessoas

Empresas ganham ao investir no conhecimento Bancar a faculdade ou cursos de pós-graduação para os funcionários faz parte da estratégia de várias empresas para elevar o capital intelectual de seu pessoal. E todos só têm a ganhar com isto Divulgação

A

os 41 anos de idade, a administradora de empresas Ana Lúcia Ferreira comemora a realização de um grande sonho: em 2002 ingressou na faculdade e hoje se prepara para receber o diploma universitário. "Era só o que faltava para que eu pudesse me realizar profissionalmente". Como a maioria dos brasileiros, ela não tinha condições de pagar as mensalidades do curso com quatro anos de duração. Quem acreditou e investiu nos estudos de Ana Lúcia foi o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), empresa onde trabalha desde os 21 anos. Incentivos como esse fazem parte da estratégia de várias instituições pelo Brasil. Hoje em dia, o pagamento de cursos de graduação e pós-graduação aos trabalhadores não entra na lista de gastos e despesas do empregador. Muito pelo contrário. "O Ecad investe no capital intelectual dos seus funcionários para proporcionar conhecimento ao ser humano. Isso é fundamental", diz Ana Lúcia. A administradora aprendeu na prática a teoria da universidade. Há 18 anos trabalha na área de administração e agora acumula a função do setor de recursos humanos: "Gostei tanto de trabalhar diretamente com o público que, assim que terminar minha faculdade, ingressarei no curso de pós-graduação em gestão de pessoas". O Ecad possui unidades próprias nas principais capitais do País. Ao todo são 600 funcionários. Segundo a gerente de recursos humanos Janaína Araújo, o projeto de incentivo educacional foi implantado em 1998 e já beneficiou 230 pessoas: "A iniciativa melhora o colocação dos profissionais dentro da empresa. Ao participar do mundo acadêmico, eles desenvolvem novas idéias e a criatividade, item

nal mostra que 75% da população brasileira não consegue ler e escrever plenamente. O número inclui os analfabetos absolutos - sem qualquer habilidade de leitura e escrita - e os 68% considerados analfabetos funcionais, que têm dificuldades para compreender e ler textos. Para o advogado Heitor Bastos, esse número reflete a necessidade de universalizar o ensino no País: "Não basta só escrever. As pessoas precisam entender e organizar idéias". Segundo ele, o papel das empresas é fundamental na formação do ser humano, tanto ao realizar projetos de incentivo educacional quanto no pró-

O advogado Heitor Bastos: um dos seus sócios na atualidade ocupava a função de boy do escritório

fundamental para qualquer área". O investimento feito pela empresa é de 60% do valor total do curso. "Sem essa ajuda eu jamais teria feito faculdade e jamais pensaria em fazer pós-graduação", afirma Ana Lúcia, casada e mãe dois filhos. "Quando a gente constitui uma família, então, fica muito mais difícil economizar para estudar". Há cinco anos a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também implantou um projeto de incentivo à educação dentro da empresa. Atualmente, 180 funcionários fazem curso de graduação e pós-graduação com investimentos de até 90% do valor total cobrado pela universidade. "O benefício é muito importante porque proporciona educação para quem não tem condições de pagar. Praticamente todos os nossos boys estão cursando faculdade. Isso melhora a auto-estima e

realiza o sonho das pessoas", diz a assistente social da A C S P, R e g i n a S a n t a n a . Atualmente, a Associação Comercial de São Paulo possui 750 funcionários. Aproximadamente 300 pessoas já se beneficiaram com o projeto. Pequenas empresas também começam a investir na educação dos funcionários. É o caso do escritório de advocacia Bastos-Tigre. Atuando no Rio de Janeiro e em São Paulo, o estabelecimento incentiva seus funcionários a estudar. O advogado Heitor Bastos explica que um dos seus sócios na

atualidade ocupava a função de boy do escritório: "Ele começou como entregador de cartas e hoje é um excelente profissional". Bastos diz que o objetivo é fazer com que as pessoas desenvolvam seus potenciais por meio da universidade: "Eventualmente eles podem sair da empresa e conseguir um emprego melhor. Eu torço por eles". Preocupação A terceira pesquisa realizada sobre analfabetismo funcio-

prio dia-a-dia. "Alguns funcionários não têm acesso a jornais, revistas e internet. E aí está a importância da empresa: proporcionar indiretamente informações que os colocarão de alguma forma na faixa de analfabetismo funcional", diz. A pesquisa, realizada pelo Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), aponta que o próprio local de trabalho das pessoas pode ser potencializado como espaço de aprendizagem. "Nesse caso, os empresários têm participação fundamental nos compromissos a serem assumidos", considera Bastos. (VR)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

O QUE INDICAM OS DADOS DO DATAFOLHA

P

Sergio Moraes/REUTERS

pontos de diferença que deu o Datafolha - os 15 pontos líqüidos já são uma enorme diferença. Vejamos os números da pesquisa interna do PFL. Em SP, a diferença próGeraldo havia caído para 7 pontos: 48% a 41%, muito menor que em outras pesquisas e no dia da eleição. Em MG, a diferença se mantinha alta a favor de Lula em 21 pontos, ou 55% a 34%. No Estado do Rio foi mais grave. No penúltimo final de semana Lula ganhava por 22 pontos. No último, abriu 31 pontos: 59% a 28%. Na eleição, Lula venceu Geraldo por 20 pontos. Com isso, o "Triângulo das Bermudas", que seria o trampolim de ultrapassagem, conspirou contra Geraldo. Lula fechou

G O Triângulo

das Bermudas, que seria o trampolim de ultrapassagem, conspirou contra Geraldo. essa área - os três maiores colégios eleitorais - neste fim de semana com 43% a 40%, agregando 42% dos eleitores brasileiros. Portanto, mesmo que os 19 pontos possam ser exagerados, e o número adequado seja 15% bruto ou 11% líqüido (meio de semana+abstenção), estamos falando de uma diferença tão grande que exigiria que o estado maior parasse e avaliasse que mudanças no programa e comerciais são aconselháveis e se o ataque continuará sendo feito por um locutor de terno e gravata em diagonal, e apenas no final do programa, como se houvesse timidez na denúncia. Acompanhemos, sem olhar os erros cometidos pela equipe do Geraldo no início do turno. Aguardemos! COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

L ula fechou os três maiores colégios eleitorais

NACIONALIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO Céllus

ode-se discutir a metodologia deste ou daquele instituto de pesquisa, entre os sérios. A metodologia adotada pode implicar em desvios e distorções. A captação das respostas, como faz o Datafolha, em pontos de fluxo, pelo menos no caso das grandes cidades produz desvios. A rua é sempre um local potencialmente tenso. Isso pode levar a que o entrevistado não dê as informações de forma adequada. Talvez por isso temos visto uma diferença às vezes significativa entre as porcentagens da pergunta (em quem votou na eleição?) e o resultado da eleição. Mas, independente de qualquer coisa, quando um mesmo instituto, com uma mesma metodologia, sinaliza claramente uma tendência, é óbvio que esta está certa. Ou seja: se a diferença de Lula para Alckmin era de 11 pontos e agora é de 19, pode-se afirmar que houve um aumento da diferença, além da margem de erro. Este Ex-Blog volta a repetir que pesquisas em meio de semana produzem desvios nas áreas metropolitanas, pelo deslocamento espacial da PEA. E que a abstenção afeta mais os que têm sua votação concentrada nos setores de baixa renda. Isso ficou bem demonstrado no primeiro turno. Mesmo com uma abstenção inferior às últimas duas eleições presidenciais no Nordeste, a diferença foi de 4 pontos. Ou seja: se Lula na pesquisa publicada na véspera tiver quatro pontos de vantagem, Geraldo vence a eleição. Mas aplicando estes quatro pontos - descontando dos 19

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Cego conduzindo outros cegos ROBERTO FENDT

N

o final da conhecida peça Um bonde chamado Desejo, de Tennessee Williams, Blanche diz à irmã Stella que havia flertado com o marido desta e, ao saírem de cena, pergunta à irmã que caminho tomar: "Por onde saímos, Stella, por aqui?", pergunta. E quando a irmã indica a direção oposta, Blanche responde: "Um cego conduzindo outro cego". O bonde da peça levava ao bairro de Desejo, a sudoeste de Nova Orleans, no tórrido verão sulista dos Estados Unidos. Seus personagens refletem com excepcional maestria a psicologia da classe trabalhadora americana. Os grandes temas da peça são a fantasia e a ilusão, de um lado, e o desejo, de outro. E ao final da trama, Blanche vai decaindo progressivamente no isolamento da loucura e do terror. Um cego conduzindo outros cegos. Não seria essa uma metáfora adequada para o que se passa hoje em nosso país? Não temos como ator principal um presidente sindicalista que vive hoje na ilusão? Que se julga o salvador da pátria, que tantos ainda procuram? O presidente refere-se ao adversário como o inimigo do futuro, mas que futuro podemos esperar se ele for reeleito? Que programa implementaria para tornar o futuro diferente do passado dos últimos quatro anos? Até agora sabemos apenas o que o presidente não pretende fazer: afirma que não irá nem cortar despesas correntes, nem reformar a Previdência Social, por desnecessário. Não pretende privatizar coisa alguma e, se tivesse voz na ocasião em que os presidentes Itamar Franco e FHC privatizaram estatais, não o permitiria; mas não nos diz como faria para cobrir com recursos da arrecadação os monstruosos déficits dessas empresas. Teriam sobrado recursos para a compra dos eleitores com comida se não se tivesse anteriormente eliminado o déficit das estatais? O presidente também acha que a Saúde está funcionando muito bem, a despeito da evidência em contrário mostrada a toda a população. E também julga que estamos em meio a uma revolução na educação porque decidiu fazer mais

algumas universidades federais, que ainda não saíram do papel. Com tudo isso, afirma que o que precisava ser ajustado já foi em grande parte feito e que o País vai crescer 5% ao ano se for reeleito. Só não nos diz como esse milagre vai ocorrer sem novos investimentos e com a infraestrutura desmantelada. É evidente que qualquer dos dois candidatos, depois da posse, terá que logo por em prática um severo programa de ajuste. Como já se apontou aqui nesse espaço, as despesas correntes, os salários e encargos dos servidores federais e as despesas previdenciárias estão crescendo a mais de 10% ao ano! É impossível manter essas taxas de crescimento, ainda que ninguém se importasse com o crescimento da carga tributária. A aritmética é simples: se as despesas crescem a 10% ao ano e a renda nacional a 2,5% ao ano, simplesmente manter esse ritmo de crescimento demandaria um aumento persistente da carga tributária. Portanto, mesmo não sabendo o que fato o novo presidente irá fazer, podemos desde já adiantar alguns dos pontos do seu programa real: na melhor das hipóteses, as despesas terão que crescer apenas para repor a inflação; no caso das despesas previdenciárias, que crescem com o envelhecimento da população e independem do crescimento do PIB, esse aumento terá que ser ainda menor.

S

ó não vê quem não quer. Em Ricardo III, de Shakespeare, a cegueira surge como a escuridão, quando o rei manda matar os filhos do rei morto, condenando-os à "caverna cega da eterna noite". E, na mesma peça, a cegueira surge como símbolo da inconseqüência, como quando Clarence dirige-se a seus assassinos, perguntando: "Tuas almas já estão tão cegas que não percebem que declaram guerra a Deus ao assassinar-me?" Estamos prontos para mudar ou continuaremos como cegos, não percebendo as inconseqüências à nossa volta, sendo conduzidos por outro cego em direção ao precipício?

A té agora sabemos apenas o que o presidente não pretende fazer

Transporte da próxima década começa hoje MÁRCIO SCHETTINO

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

N

o mundo moderno, dois pontos vêm sendo a base para o desenvolvimento de novas tecnologias: a eficiência energética e o meio ambiente. Cada vez mais, as fontes de energia são escassas ou seu custo de produção mais elevado, obrigando a sociedade a usá-las de maneira mais eficiente. Com relação à questão ambiental, a percepção tem sido maior e os fatos têm obrigado de certa forma a criação de ações que minimizem o impacto. Um dos setores que mais consomem energia e que mais poluem, o transporte abriga uma série de novos desenvolvimentos, como é o caso de duas novas tecnologias que estão sendo largamente comentadas e que irei apresentar com detalhes no congresso Sae Brasil 2006, em São Paulo. A primeira é a tecnologia de veículos híbridos, em que mais de uma fonte de energia alimenta o sistema de propulsão. Na prática, isso se resume em motores de combustão interna (diesel, gasolina, álcool, GNV), trabalhando em conjunto com bancos de baterias e motores elétricos. Os sistemas híbridos, a princípio, são mais eficientes que os tradicionais motores a combustão, pois possibilitam a regeneração de energia na frenagem, armazenando-a no banco

de bateria para ser usada posteriormente. A tecnologia é conhecida há muito tempo, mas só recentemente começou a se tornar viável, em função da redução do peso dos equipamentos e dos controles eletrônicos. No Brasil temos alguns veículos em teste. A segunda tecnologia é a dos veículos a combustível hidrogênio, apontada como a tecnologia do futuro, muito mais eficiente e livre de poluentes (emissão zero). São veículos de tração elétrica, muito parecidos com um trólebus, porém a energia de tração é produzida internamente, por meio de um processo eletroquímico realizado pela célula a combustível, que consiste na reação do hidrogênio com o oxigênio, para produção de energia elétrica e, como resíduo, vapor d’água. No Brasil, o primeiro ônibus rodará no Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara da EMTU/SP a partir do final do ano que vem.

A

s duas tecnologias representam, assim, boas perspectivas com relação à eficiência energética e à baixa emissão no setor de transporte, a médio e longo prazos. MARCIO SCHETTINO É GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DA EMTU

D uas tecnologias renovarão o setor: motor híbrido e motor a hidrogênio

oticiam os órgãos de informação, inclusive o nosso jornal, que o candidato Geraldo Alckmin teria escrito em uma carta que não vai privatizar empresas como a Petrobrás, os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Daremos o nosso apoio se verdadeiramente quiser privatizá-los, mas compreendemos, também, que os motivos eleitorais, sempre em fase de revisão, justificam uma tomada de posição, que poderá ser transferida ao Congresso Nacional e ter aí a solução adequada e correspondente ao interesse nacional. Vimos que as privatizações deram estupendo resultado, levando o governo a desistir da propriedade de empresas que tinha em seu nome, como a Telebrás. Cito apenas esse exemplo: não tínhamos telefones, agora os temos, sem favor e sem influências, no mesmo dia ou no máximo no dia seguinte. No Brasil inteiro os pedidos de instalação de telefones sempre são atendidos com presteza e rapidez, contando-se com ele para uso imediato.

N

qui existiam organizações paralelas, dentro da rede telefônica, para beneficiar Mr. Bell e outros companheiros, que influenciavam na decisão de quem caberia o aparelho, já com o seu respectivo número. A Telebrás era uma grande e poderosa empresa, mas não conseguiu dar vazão aos inúmeros pedidos de instalação de aparelhos telefônicos, fato este que foi possível com o grupo espanhol Telefônica, que ganhou a concorrência e a passou para o seu respectivo nome na Bolsa de Valores. No lugar da nacionalização, a privatização deu resultado: temos telefones, quantos quisermos.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G A privatização

deu resultado: temos telefones, quantos quisermos.


quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Compor tamento Urbanismo Legislativo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

DEVERÃO SER INSTALADOS 149 PONTOS DE TV PAGA

Três empresas estão no páreo para atender os vereadores paulistanos: Sky/Directv, Net e TVA.

VEREADORES ANTENADOS Pregão, que acontece dia 26, vai escolher a empresa que levará TV por assinatura aos gabinetes dos vereadores e setores administrativos da Câmara Municipal Luiz Prado/Luz - 06/04/2006

Milton Mansilha/Luz - 21/6/2006

Trípoli, presidente da Câmara, reiniciou processo de instalação de TVs

O contrato para a colocação dos equipamentos na Câmara Municipal terá duração de 12 meses

Ivan Ventura

O

s gabinetes dos 55 vereadores e setores administrativos da Câmara Municipal ganharão um presente que, aliás, falta em grande parte das casas da cidade: TVs por assinatura. Pelo menos esse é benefício previsto no texto do edital do pregão 44/2006, destinado à contratação de empresa para instalação de 149 pontos de TV a cabo e equipamentos (decodificador, controle remoto, entre outros), por um ano. O contrato, segundo o edital, é renovável por mais doze meses. De acordo com o documento, os gastos com cabeamento, instalação, conectores, conversores e serviços em geral serão contabilizados no momento da contratação da empresa vencedora. Os vereadores, exigentes, já escolheram suas preferências. Entre as obrigações previstas no contrato destacase a contratação dos seguintes canais: TV Legislativa, TV Câmara, TV Senado, TV Justiça, além das TVs abertas Cultura, SBT, Globo, Record, RedeTV, Gazeta, Bandeirantes e um canal de notícias 24 horas. Consertos de qualquer espécie em no máximo 48 horas e mudanças de local de ponto sem ônus à contratante são outras exigências previstas no contrato. Economia – "O dinheiro para a contratação da empresa de TV por assinatura virá dos R$ 50 milhões que a Câmara Municipal economizou este ano, na minha gestão", disse o presidente da Câmara, vereador Roberto Trípoli (sem partido). A dúvida agora é com relação ao valor mensal do serviço, que só será conhecido após a

definição e anúncio da empresa vencedora. O pregão acontecerá no próximo dia 26. Três empresas estão no páreo para ganhar a disputa e atender os vereadores paulistanos: Sky/Directv, Net e TVA. Após a escolha do vencedor, restará saber qual será o pacote de TV por assinatura que mais agradará os parlamentares. Pesquisa – A reportagem de Diário do Comércio pesquisou algumas opções de pacotes disponíveis nas três empresas. Todas têm planos individuais, para condomínios e TV digital. A Sky, por exemplo, dispõe de cinco pacotes, com valores que vão de R$ 84 a R$ 169 mensais. A TVA oferece cinco pacotes com preços entre R$ 110 e R$ 131. A Net oferece sete opções a preços que variam de R$ 49 a R$ 144,90. Não estão incluídos os preços dos decodificadores

e outros equipamentos necessários. Polêmica – A contratação de 149 pontos de TV por assinatura deverá encerrar uma antiga polêmica nos corredores da Câmara. A discussão teve início quando o presidente da Casa

era José Eduardo Cardozo (PT), na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy. Na época, alguns vereadores chegaram a instalar, por conta própria, antenas parabólicas em seus gabinetes. A iniciativa causou certo desconforto entre a mesa diretora e os

SEPULTADA EM SANTOS A FILHA DE PELÉ

O

Ó RBITA

NIEMEYER

O

nze dias após cair em casa e fraturar o quadril, o arquiteto Oscar Niemeyer, de 98 anos, recebeu alta ontem, no Rio. Segundo os médicos, Niemeyer já pode retomar o trabalho, mas deve continuar com as sessões de fisioterapia, repetidas, duas vezes por dia, durante o período da internação. (AE)

corpo da vereadora Sandra Regina Arantes do Nascimento Felinto, de 42 anos, filha de Pelé, foi sepultado por volta das 10h de ontem no Cemitério Memorial. Sandra morreu terça-feira em decorrência de um câncer de mama. Pelé, que só reconheceu a filha em 1996, após disputa judicial, não foi ao enterro nem ao velório. Amigos, eleitores e moradores da cidade fizeram fila para se despedir da vereadora. Um breve culto foi celebrado. Cerca de 400 pessoas ocuparam a sala da Prefeitura de Santos durante a manhã de ontem. Pouco

Ricardo Nogueira/Gazeta Press/AE

depois das 9h, o corpo foi levado pelos bombeiros. O marido de Sandra, o pastor Oséas Felinto (na foto, de

branco) ficou o tempo todo ao lado do caixão. Ninguém da família de Pelé compareceu à cerimônia. (Agências)

vereadores. Na ocasião, as antenas foram proibidas. A solução encontrada por Cardozo foi a de encomendar um estudo de viabilidade de instalação de TV por assinatura na Câmara. A idéia não prosperou justamente porque representantes das empresas informaram que não havia condições de realizar o cabeamento da rua até a sede do legislativo municipal. Agora, na gestão do presidente Roberto Trípoli, a questão voltou à tona. Um vereador (que não teve o seu nome divulgado) chegou a instalar uma antena por contra própria, mas novamente recebeu ordens para que a parabólica fosse retirada. Desta vez, o cabeamento não será um problema para a instalação da TV a cabo. O edifício já possui tecnologia para isso.

O dinheiro para a contratação da empresa de TV por assinatura virá dos R$ 50 milhões que a Câmara Municipal conseguiu economizar este ano, na minha gestão. Roberto Tripoli (sem partido), presidente da Câmara Municipal


quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A Troller, com seus jipes fora de estrada, é uma das três montadoras brasileiras que participam do evento.

MARCAS CHINESAS CHEGAM AO SALÃO

ABREM-SE AS PORTAS DO SALÃO 2006

A BMW apresenta o Z4 Coupé, que será vendido no Brasil na cor Azul Interlagos

O

misto de novidades, carros-conceito, a paixão eterna dos brasileiros por carro, a coincidência da final do campeonato mundial de Fórmula 1 em Interlagos e, principalmente, estandes muito bem montados devem transformar a 24ª edição do Salão Internacional do Automóvel em uma das mais marcantes de sua história. O evento começa hoje, às 13 horas, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, e vai até o próximo dia 29. A expectativa é de Evaristo Nascimento, diretor da feira e da Alcântara Machado, sua promotora, lembrando outros salões marcantes, como o de 1970, quando foi realizado pela primeira vez no Anhembi, ou o de 1976, quando as três grandes (Volkswagen, Ford e General Motors) enfrentaram, pela primeira vez, a recém-chegada italiana Fiat, e o de 1990, com a entrada dos importados. "Este salão está realmente muito interessante. Os estandes têm atrações capazes de cativar e chamar o público. Com certeza, o evento deverá receber mais de meio milhão de pessoas. E nós estamos prontos para transformar essa visita em um momento especial para todos", disse Nascimento. Estréia dos chineses – Um dos fatos marcantes dessa feira é a estréia de uma marca chinesa no País. Produzida pelo Grupo ChangAn, a linha Chana foi lançada oficialmente ontem. Chega ao mercado brasileiro no final deste ano, em cinco versões e preços que variam de R$ 27,9 mil a R$ 32,9 mil. "É um nicho importante, de utilitários de pequeno porte, que já foi ocupado pela coreana Asia, com o modelo Towner. Com a saída da marca do País, é um segmento hoje sem concorrente", comentou ontem o diretor executivo da Districar, Abdul Majid Ibraimo, que representa no B r a s i l a s m a rc a s C h a n a e SsangYong. Ele disse que vê potencial para vender entre 2,5 mil e 3 mil unidades. Com relação à conotação que o nome tem para o brasileiro, o executivo disse que até se cogitou alterá-lo localmente, mas no final optou-se pela manutenção. "Afinal, tem o Picasso, o Picanto e teve a Besta. Não é o nome que vai atrapalhar seu sucesso", afirmou. Com tecnologia da japonesa Suzuki, o Chana vem com o menor motor do mercado, só 970 cc, com potência de 53 cavalos. Tem a versão picape e também o tipo furgão, para até seis ocupantes ou com espaço na traseira para a venda de produtos variados como, por exemplo, cachorro-quente.

Fotos: Pablo de Souza

Evento começa hoje e continua até o próximo dia 29 Verde e amarelo – Ne st e ano, o evento tem a participação de três montadoras brasileiras: a Troller, famosa pelos seus jipes fora de estrada; a Lo-

IMPORTADOS Abeiva quer igualdade de alíquota O Chana estréia no Salão e no Brasil para ocupar o espaço da Towner

Retoques finais antes da abertura

bini, que produz esportivos; e a TAC – Tecnologia Automotiva Catarinense –, que estréia no Salão com a exposição de veículos off-road que ainda não são produzidos em série. A idéia é aproveitar a feira para sentir a receptividade do público aos produtos. Há ainda os carros-conceito, que no geral atraem muito a atenção de público e que nesta mostra têm duas versões nacionais (o Chevrolet Prisma Y e o Fiat Car Concept Excelência), e importados de luxo das principais marcas do mundo, como Ferrari, Mercedes, BMW e Porsche. Ontem a BMW apresentou o Z4 Coupé, com motor de seis cilindros e potência de 343 cavalos, que estará disponível na cor Azul Interlagos. Também está em exposição, em área reservada, o BMW Série 5 com blindagem de fábrica. Além dos motores – Muitas m a rc a s e s t ã o p re p a r a n d o shows e atividades variadas para adultos e crianças. Na Honda, por exemplo, uma das

atrações é o robô Azimo, que se movimenta como um humano. Na Citroën, há o espaço Zen, onde o visitante poderá fazer massagem, além de um serviço de maquiagem desenvolvido em parceria com a Revlon. No estande da Volkswagen, o público poderá ver o único veículo que participou das 24 edições de uma história de 46 anos do Salão do Automóvel. É a velha Kombi, que neste ano marca presença de uma forma diferente, com apresentação da versão "Art": o veículo virou uma tela com pinturas dos principais pontos da cidade de São Paulo, que tomou forma pelas mãos do artista plástico paulista Reynaldo Berto. "A Kombi é sempre um dos carros mais visitados pelo público devido às diferentes roupagens que ela veste no Salão. É um ícone da história automobilística", disse Paulo Kakinoff, diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen. chicolelis, Alzira Rodrigues e Anderson Cavalcante

SERVIÇO O Salão Internacional do Automóvel vai funcionar diariamente das 13h às 22h, com entrada permitida até às 21h. A exceção é no seu encerramento, dia 29 de outubro, quando abre das 11h às 19h, com entrada até às 17h. Os ingressos estão disponíveis nas bilheterias do Pavilhão de Exposições do Anhembi por R$ 25. Crianças de 5 a 12 anos pagam R$ 15 e menores de 5 e maiores de 65 anos têm entrada grátis.

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

A

s seis marcas que compõem a Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) comemoram, neste Salão do Automóvel, o aumento no número de veículos comercializados de janeiro a setembro deste ano (4.429 unidades, contra 4.131 em igual período de 2005). Mas a entidade não perde a oportunidade de reforçar a reivindicação dos importadores a favor da unificação da alíquota do Imposto de Importação (II). Enquanto as empresas associadas à Abeiva (Kia, Maserati,

Ferrari, BMW, Porsche e SsangYong) tiveram aumento de apenas 7,2%, as importações totais de veículos apresentaram crescimento de 67,7%, chegando a 96.655 unidades de janeiro a setembro. "Esse total inclui carros vindos do México (1% de alíquota) e do Mercosul (alíquota zero), que têm vantagens devido a acordos bilaterais", explicou o presidente da Abeiva, José Luis Gandini, da Kia Motors. "Um exemplo claro neste Salão é a General Motors, que está trazendo o Tracker 4x4, produzido em conjunto com a Su-

zuki, na Argentina. Esse veículo vai custar cerca de R$ 60 mil. Já uma de nossas marcas, com características próximas, custa em média R$ 80 mil no Brasil", completou Gandini. Próximo ano – Para 2006, a expectativa é de que as importações ultrapassem 10 mil unidades, o que, para Gandini, também ainda não é motivo para comemoração. "Isso deve ocorrer pela entrada de novos associados, como Chana, Mahindra e Lamborghini. Há ainda a possibilidade de a Audi voltar, assim como a Mercedes." (DCarro)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Escolha seu curso na FGV Fotos: WValente/AFG

FGV-EAESP Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PARA GRADUANDOS (CEAG)

Objetivo: Atender às exigências do mercado atual, proporcionando visão global e moderna da administração, aliando teoria e prática. Público: Profissionais graduados em qualquer área que necessitem de formação em Administração para evoluir em sua carreira e desenvolver seu próprio negócio. Carga horária mínima: 464 horas/aula Seleção: Provas de raciocínio crítico, raciocínio quantitativo, inglês, redação em língua portuguesa e interpretação de texto. Inscrições: até 18 de outubro de 2006 Provas: 05 de novembro de 2006 Vagas: 350 vagas na FGV-EAESP; 50 vagas em parceria com o Instituto de Economia da Unicamp em Campinas; 35 vagas em parceria com o ITA em São José dos Campos. Investimento total: R$ 30.192,00 MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (CMAE) e DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (CDAE) Objetivo: Preparar pesquisadores, docentes e profissionais voltados para a reflexão crítica de temas atuais em Administração, além de buscar estimular a produção de conhecimento relevante para a

Paulo Furquim de Azevedo, coordenador de mestrado e doutorado, com seus alunos na Fundação Getúlio Vargas realidade brasileira. Público: Destina-se a graduados em Administração, Ciências Sociais, Economia, Psicologia, Engenharia e áreas afins. Carga horária mínima: 450 horas/aula para o aluno de Mestrado; 720 horas/aula para o aluno de Doutorado sem título de Mestre e 270 horas/aula para o aluno de Doutorado com título de Mestre. A duração mínima do Mestrado é de doze meses e a duração máxima é de trinta meses, devendo a dissertação ser protocolada, no máximo ao final do 4º semestre no curso. A duração mínima do Doutorado é de vinte e quatro meses e a duração máxima é de cinqüenta e

quatro meses; a tese deve ser protocolada no máximo ao final do 8º semestre no curso. Seleção / Provas: a seleção dos candidatos para ingresso em 2007 é feita em duas fases. Primeira fase: Leva em consideração os resultados dos exames: - Teste ANPAD - para candidatos residentes no Brasil. Para informações acesse www.anpad.org.br - GMAT ou GRE exclusivamente para candidatos residentes no Exterior. Para informações acesse www.gmat.org para o GMAT ou www.gre.org para o GRE. Segunda fase: É qualitativa e leva em

consideração a documentação apresentada pelo candidato e entrevista pessoal. Inscrições: até 22 de agosto de 2006 Vagas: 59 Investimento: R$ 1.310 mensais MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO e DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO Objetivo: Preparar pesquisadores e docentes altamente qualificados, bem como formar administradores públicos no nível de pósgraduação, voltados à análise do Estado e das políticas de governo.

Público: para graduados em Administração, Ciências Sociais, Economia, Psicologia, Engenharia e áreas afins. Carga horária mínima: 450 horas/aula para o aluno de Mestrado; 720 horas/aula para o aluno de Doutorado sem título de Mestre e 270 horas/aula para o aluno de Doutorado com título de Mestre A duração mínima do Mestrado é de doze meses e a duração máxima é de trinta meses, devendo a dissertação ser protocolada no máximo ao final do 4º semestre no curso. A duração mínima de Doutorado é de vinte e quatro meses e a duração máxima é de cinqüenta e quatro meses, devendo a tese ser

protocolada no máximo ao final do 8º semestre no curso. Seleção / Provas: A seleção dos candidatos para ingresso em 2007 é feita em duas fases: Primeira fase: Leva em consideração os resultados dos exames - Teste ANPAD - para candidatos residentes no Brasil. Para informações acesse www.anpad.org.br - GMAT ou GRE exclusivamente para candidatos residentes no Exterior. Para informações acesse www.gmat.org para o GMAT ou www.gre.org para o GRE Segunda fase: É qualitativa e leva em consideração a documentação apresentada pelo candidato e entrevista pessoal. Inscrições: Até 22 de agosto de 2006 Vagas: 24 Investimento: R$ 1.310 mensais CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR E DE SISTEMAS DE SAÚDE (CEAHS) Objetivo: Propiciar formação de base humanística e garantir especialização profissional sólida com base científica nas diversas áreas que compõem a administração de serviços e sistemas de saúde complexos. O curso fornece o conhecimento essencial para a formação ou o aprimoramento de administradores, capacitando-os a gerenciar unidades hospitalares, serviços e sistemas de saúde públicos ou privados. Público: Profissionais graduados que trabalhem no campo da saúde e que necessitem de formação em Administração voltada para essa área específica. Carga horária mínima: 464 horas/aula + PVOT Seleção: provas de raciocínio crítico, raciocínio quantitativo, inglês, redação em língua portuguesa e interpretação de texto. Inscrições: até 18 de outubro de 2006 Provas: 05 de novembro de 2006 Vagas: 40 Investimento: R$ 16.650,00 (total) Mais informações: CACR- Coordenadoria de Admissão aos Cursos Regulares Rua Itapeva, 432 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01313-902 Horário de atendimento: das 8h às 19h, de segunda a sexta-feira Telefone: (11) 3281-7711 www.fgvsp.br/mestradoedoutorado

±


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Celso Júnior / AE

PAULINHO REÚNE SINDICALISTAS EM ATO PRÓ-TUCANO

Política ELE VESTIU A CAMISA DAS ESTATAIS

O

presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, deputado federal eleito pelo PDT de São Paulo, reuniu ontem na Casa Portugal, que fica na capital paulista, cerca de 1500 sindicalistas e lideranças sindicais de Ivan Storti -02/08/05 vários estados para manifestar apoio ao candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin. De acordo com Paulinho, que teve 287.443 votos nesta eleição e foi o sexto candidato a deputado federal mais votado em São Paulo, a manifestação não foi um ato contra a decisão da direção nacional de seu partido, o PDT, que se Paulinho declarou neutro em relação à eleição presidencial. "Isso não tem nada a ver com a decisão do PDT de se manter neutro. As lideranças, bem como as que reunimos, podem apoiar quem quiserem", explicou Paulinho, que é presidente da Força Sindical e do diretório PDT do Estado de São Paulo. (AOG)

Na tentativa de descolar de sua imagem o carimbo de 'privatista', Geraldo Alckmin, lembrou que é filho de funcionário público e posou com marcas de estatais. Com tudo em cima: Alckmin veste jaqueta confeccionada por sua assessoria. Beto Barata / AE

Marlene Bergamo / FI - 31-12-05

Como o Alckmin não tem coragem de falar isso, de defender isso (as privatizações), prevalece o malestar. Luiz Carlos Mendonça de Barros

Caciques de oposição, Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, em encontro com Busato.

OAB DISCUTIRÁ DOSSIÊ

O MENDONÇA DE BARROS : ALCKMIN SE ACOVARDOU.

C

apitão das maiores privatizações do País, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros disse ontem que Geraldo Alckmin se acovardou diante da campanha Lula de que um novo governo tucano retomaria a venda de estatais, como Banco do Brasil e Petrobras. "Acho que agora a coisa ficou confusa. Alckmin perdeu o momento dele, foi um erro, e agora não sei se recupera", disse. Para Mendonça de Barros a estratégia do PT de vincular Alckmin a um projeto privatista teve ressonância no eleitorado. "Cola, principalmente porque o Alckmin não soube lidar com isso", afirmou o economista, reclamando que o candidato deveria estar mais preparado para defender as privatizações feitas no governo Fernando Henrique Cardoso. "Como o Alckmin não tem coragem de falar isso, de defender isso, prevalece o mal-estar. Por isso é que tem que contar a história verdadeira", afirmou. Mendonça de Barros ainda desafiou para um debate o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que questionou a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Ele argumentou ainda que a venda da Petrobras continua um tema em aberto. Ex-ministro das Comunicações de FHC, capitaneou a privatização da Telebrás, em 1998, por R$ 21 bilhões. "O PT pega uma mentira, fica repetindo durante anos e aí vira verdade", disse. "O resultado da privatização é um sucesso. Só que o Alckmin saiu correndo na hora que atacou o Lula e o Lula contra-atacou," (Reuters)

3

s presidentes nacionais do PSDB, Tasso Jereissati, do PFL, Jorge Bornhausen, estiveram ontem com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, pedindo que a entidade acompanhe o desenrolar das investigações sobre o dossiê Vedoin, contrário aos tucanos, e sobre as suspeitas de que estaria sendo postergada a divulgação da origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão) apreendido com petistas. Busato deixou claro que a OAB não é "polícia da polícia", mas afirmou que o assunto será discutido por uma comissão da entidade encarregada de acompanhar as eleições. "A Ordem sempre defendeu a transparência dos atos públicos. E nós vamos exigir que haja essa transparência", disse.

O presidente do PSDB disse que está sendo feito um jogo perigoso. "O presidente Lula tem jogado ricos contra pobres, pobres contra ricos, tentando dividir o Brasil", afirmou. "Acho que a grande característica do governo Lula é a mentira. A mentira é feita com tal freqüência e naturalidade que ela se tornou parte do cotidiano. A Mentirobras é a mais nova estatal do governo", completou Jereissati. No encontro, o presidente da OAB posicionou-se contra a reeleição. "Evidentemente que não estou me referindo apenas ao presidente Lula, mas ao instituto da reeleição que, no Brasil, é muito mal resolvido", afirmou. Segundo Busato, essa postura equivocada provocou uma fobia "de se desconfiar de tudo, de se atacar tudo". (AE)

A

pós a má notícia da "Sou filho de funcionário pesquisa eleitoral público", repetiu Alckmin três que revelou uma vezes ao longo do dia. Seu pai d i s t â n c i a d e 2 0 trabalhou na Secretaria de pontos percentuais a favor do Agricultura de São Paulo. seu rival, o candidato Geraldo Devolução – "Não privatizei Alckmin (PSDB) visitou Brasí- um banco estadual. Não privalia, cidade onde desejaria mo- tizei a Nossa Caixa (em São rar nos próximos quatro anos, Paulo). Meu adversário privacom a missão de negar as acu- tizou dois bancos públicos", sações de que fará, se eleito, atacou. O BEM foi privatizado uma onda de privatizações. em fevereiro de 2004 e o BEC, Em território do funcionalis- em dezembro de 2005. mo público, precisamente na "Quero ser o presidente do bi cen tená rio ", Associação Nacional dos Fundizia ele, para agradar a placionários do Banco do Brasil téia. Em 2008, o (ANABB), ele BB completará 200 anos de funp a r t i u p a r a Quero assumir o ofensiva. Disse compromisso de dação. Esta foi a prique o presidente desfazer o boato Luiz Inácio Lula meira vez que o candidato cond a S i l v a f o i (de querer privatizar q u e m p r i v a t i- estatais). Sinto-me até seguiu sair da defensiva no tezou os bancos do constrangido, porque Estado do Mara- é tão absurdo. ma das privatizações. Desde o nhão (BEM) e do Geraldo Alckmin debate da "TV Estado do Ceará (BEC). Ba nde iran tes ", "Quero assuAlckmin se vê mir o compromisso de desfa- obrigado a dar explicações. Cena– O presidenciável tuzer o boato (de querer privatizar estatais). Sinto-me até cano preparou uma cena para constrangido, porque é tão ab- refutar a "ânsia privatista" que surdo. No meu programa de o governo lhe imputa. Ao final governo, com 216 páginas, não do evento, diante do assédio tem uma linha que trate da pri- das câmeras, ele vestiu uma javatização do Banco do Brasil, queta caqui com as logomarcas da Caixa Econômica Federal e das três estatais (BB, CEF e Petrobras), especialmente conda Petrobras", justificou. Diante de alguns servidores feccionada por sua assessoria. do Banco do Brasil , ele resgaO presidente-candidato Lutou a biografia para se identifi- la também foi convidado a vicar com o público que tentava sitar a ANABB, mas ainda não conquistar, tradicionalmente havia confirmado presença, eleitor do PT. segundo o órgão. (Agências)

ESTRATÉGIA DE LULA 'PEGOU' REVANCHE VIRÁ NO 1º DIA

E

m apenas sete dias, a vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre seu opositor, Geraldo Alckmin (PSDB), subiu oito pontos nas pesquisas de opinião. Neste período, o petista lançou o debate da privatização das estatais, atraindo o voto da esquerda e colocando o tucano na defensiva. Alckmin permaneceu com o discurso da ética, sem se dar conta que Lula se descola cada vez mais do escândalo do dossiê. "A conversa das privatizações pegou. Alckmin caiu na armadilha", diz Roberto Romano, professor de

política e ética da Unicamp. Para ele, Lula calculou perfeitamente. "É verdade que houve privatização no governo Fernando Henrique Cardoso e no governo Alckmin. Agora, explicar as causas e razões disso exige um longo raciocínio", avalia. Eleitores de esquerda, que votaram em Heloísa Helena no 1º turno, estavam "ansiosos e desejosos por um motivo para votar em Lula" e agora já o tem. Além disso, o que atrai esse eleitor egresso de Heloísa e Cristovam Buarque, segundo o cientista político Fábio Wanderley Reis, é a identidade de Lula com a questão social. (Reuters)

D

urante debate sobre seu programa de governo, na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, Geraldo Alckmin, disse que, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja reeleito, o clima de disputa para 2010 começará no dia seguinte à posse. "Se Lula for reeleito, (o governo) acaba antes de começar. No dia seguinte, começamos a discutir 2010. Vamos pensar no futuro. Por que perder quatro anos?

Nosso tempo é da mudança, da velocidade", afirmou ao comentar sobre a reeleição, experiência que já viveu no governo de São Paulo. O tucano acusou o PT e os partidos aliados ao governo de "privatizarem" ministérios, promovendo em órgãos públicos um "aparelhamento" partidário. "Uma coisa triste. O Brasil regrediu, do ponto de vista de gestão pública e do bem comum", afirmou ao discorrer sobre o controle de gastos na administração pública. (AE)


8

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A corrupção é uma coisa inaceitável em qualquer pessoa. Porém, não consigo aceitar o discurso moralista desta direita, deste PSDB. Beth Carvalho

MST RECOMEÇA INVASÕES APÓS ELEIÇÃO

Lula Marques / Folha Imagem

Roberto Jayme / AE

Presidente diz que não imaginava passar por tantos problemas no PT

Os aliados reunidos: nenhuma acusação deve ficar sem resposta.

ARTISTAS REAFIRMAM APOIO A LULA Intelectuais e membros da classe artística destacaram compromisso com a ética e moralidade

I

ntelectuais e artistas acusados de aceitar a separação entre ética e política no governo petista reafirmaram ontem compromissos com a honestidade e a moralidade públicas no segundo encontro das duas classes com o candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes dos dois setores também renovaram o apoio que deram a Lula em evento idêntico, em 2002, durante e depois da reunião festiva, com cerca de duas mil pessoas, do presidenciável com as duas categorias e também com desportistas no Canecão, casa de shows na zona sul do Rio, encerrada no fim da noite de terça-feira. Ausente do encontro por motivos profissionais, o ator Paulo Betti, que protagonizou uma dura polêmica após o primeiro encontro, em agosto, por ter dito que "não dá para fazer política sem botar a mão na m...", se irritou ontem ao ser procurado para comentar o evento. "A discussão ética não está superada", disse. "Só estará superada quando os jornais deixarem de ser hipócritas e

anunciarem claramente que que conheço. Quem acreditou apóiam uma candidatura, sem naquilo que saiu na imprensa acreditou errado. Porque é máfingir imparcialidade." Ele reclamou que suas decla- fé da imprensa... A questão da rações anteriores foram publi- ética está na minha própria cadas fora do contexto, dando carreira, é o espelho do que eu a impressão de que seria um acho", afirmou, sereno. defensor da falta de ética, o Antes de entrar no Canecão, o produtor que, afirmou, Luís Carlos não é verdade. "O que eu Barreto reconheceu que disse não foi uma defesa ocorreram, Não é falta de ética. A no governo (da falta de ética política é muito ética na políLula, condutas condenática), foi uma elástica. Você constatação", veis do ponto simplesmente quer de vista do cidisse. consolidar seu poder, O composid a d ã o c oe não roubar e mum, mas t o r Wa g n e r comprar. Ti s o , o u t r o afirmou que são parte da p er s on a ge m Luis Carlos Barreto ética política. da controvérsia, por ter di"Ninguém do PT nem do to que achava que o PT, no episódio do men- governo, seu Zé Dirceu, seu Zé salão, fizera "um jogo que ti- Genoino, enriqueceram nem nha que fazer para governar o botaram (sic) dinheiro no bolPaís", também afirmou que so", declarou. suas palavras foram distorci"Fizeram uma jogada polítidas. "Isso foi usado de uma ma- ca, como na época da reeleição neira errada", afirmou ele, sen- do Fernando Henrique se fez, tado em uma das mesas do Ca- se distribuiu concessões de ránecão. "Sou um homem ético, dio, de televisão, se comprou minha carreira é a mais ética deputados, só que a CPI não foi

instalada. Agora, isso é do jogo político. Faz parte da ética política. Não é da falta de ética. A ética política é muito elástica. Se você faz o jogo para o poder, simplesmente porque quer consolidar seu poder, e não para roubar, para comprar. Agora, sanguessuga é roubo." A cantora Beth Carvalho mostrou não ser favorável a relevar erros. "Ninguém está aqui passando a mão na cabeça de ninguém", disse. "A corrupção é uma coisa inaceitável em qualquer pessoa. Porém, não consigo aceitar o discurso moralista desta direita, deste PSDB, desses políticos. Teve corrupção no governo deles o tempo inteiro, e ficam agora dando uma de moralistas: 'Oh, meu Deus do céu'. Como se nunca tivesse tido corrupção. Claro que acho que lugar de corrupto é na cadeia. Porém, não consigo acreditar em muitas coisas, devido a quem diz, de onde vêm as acusações." Lula respondeu ao apoio. "Não foram fáceis os momentos", discursou. "Nunca pensei que fosse ter tantos problemas a partir do meu próprio partido", afirmou. (AE)

ALIADOS REBATERÃO ATAQUES

E

m reunião ontem no comitê da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dirigentes do PT, PC do B, PSB e PMDB decidiram atacar com mais veemência o que chamaram de "tentativa golpista" da oposição. A estratégia aprovada recomenda que deputados e senadores dos quatro partidos fiquem de prontidão no Congresso para defender Lula dos ataques dos adversários e que militantes saiam às ruas com o

mesmo objetivo. Os aliados também prometem fazer uma visita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos próximos dias, numa resposta à atitude dos presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, do PFL, Jorge Bornhausen e do PPS, Roberto Freire, que pediram ao TSE e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanharem as investigações sobre uma suposta tentativa do governo de abafar o escândalo do dossiê Vedoin.

TRÉGUA DO MST VAI ATÉ DIA 29

A

trégua dada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) nas invasões termina no dia 29, às 5 horas da tarde, quando se encerra a votação para o 2º turno das eleições, disse ontem o líder José Rainha Júnior. "Depois disso, vamos sair das trincheiras e retomar as mobilizações." Segundo ele, o MST reduziu o ritmo das invasões em todo o País por causa da campanha eleitoral, explicando que esse é o seu compromisso como líder

dos sem-terra. "Estamos na rua agora, mas é para eleger o Lula", acrescentou. "Depois da votação, voltamos a pensar na mobilização." De janeiro a março deste ano, o MST fez 99 invasões nos 21 estados em que atua – no ano passado foram 63 no mesmo período. Em abril, houve outras 35 invasões, totalizando 134 em quatro meses. Com o início do período eleitoral, o movimento desacelerou: 46 invasões em quatro meses. (AE)


6

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MARCA SERÁ VENDIDA EM 156 PONTOS ATÉ 2007

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Os relógios da marca Swiss Army custam no Brasil entre R$ 600 e R$ 7 mil.

VICTORINOX REFORÇA MARCA NO PAÍS Grupo Victorinox Swiss Army tem crescimento médio anual de 56,3% desde que chegou ao Brasil, em 2003.Seu desempenho é maior aqui do que o registrado pela companhia em países da Europa e da América do Norte. Vendas de relógios cresceram 36,3% em um ano e acompanham o fortalecimento do setor de luxo no Brasil.

A

companhando o crescimento do mercado de luxo no Brasil, a empresa suíça fabricante dos relógios Victorinox Swiss Army vendeu 36,3% mais modelos nos últimos 12 meses. A marca, que chegou ao Brasil em 2003, tem crescimento médio anual de 56,3%, número que ultrapassa o desenvolvimento da companhia em países da Europa e América do Norte e até a expansão de empresas brasileiras do mesmo setor. Investimento pesado em marketing e pontos-de-venda restritos são a chave desse sucesso, segundo os executivos da empresa. "A procura pelo produto cresce a cada ano e é por isso que vamos aumentar nossa presença neste País", disse o vice-presidente internacional da Swiss Army, Alexander Benounna. "O Brasil é o 29º maior importador de relógios suíços no mundo", reforçou. Para solidificar o crescimento da marca no Brasil, a companhia investe 12% do faturamento anual em mídia. "O valor destinado à divulgação da marca cresceu cinco vezes desMarcos Fernandes/LUZ

Investimento em marketing deve acompanhar o crescimento das vendas da empresa, segundo Alexander Benounna, vicepresidente da Swiss Army

de que a Swiss Army chegou ao mercado brasileiro, em 2003", afirmou Benounna. "A política da empresa prega que o investimento em marketing deve acompanhar o crescimento da vendas." Padrão – O material de mídia é padronizado em todo o mundo para que o consumidor japonês possa identificar a marca quando viaja ao Brasil ou à França. E os maiores investimentos são voltados para a mídia impressa. Hoje, 130 lojas têm permissão para negociar os modelos da Swiss Army no Brasil, e os pontos-de-venda devem chegar a 156 em 2007. "Há, no máximo, dois revendedores em cada shopping center, com exceção do Ibirapuera e Morumbi, nossos maiores representantes", explicou o diretor da marca no Brasil, Alberto Vecchi Júnior. Nos Estados Unidos, a marca Swiss Army detém 20% do mercado de relógios suíços. "Além do alto poder aquisitivo dos norte-americanos, isso acontece porque naquele país os impostos são relativamente baixos, e alcançam 7,5% do valor dos relógios", disse Vecchi Júnior. "Já no Brasil, a carga tributária ultrapassa os 50% para a importação desses produtos, o que encarece demais nossos modelos para o público brasileiro." Os modelos da marca custam, no mercado interno, entre R$ 600 e R$ 7 mil. O faturamento global médio do Grupo Victorinox Swiss Army, que reúne as empresas Victorinox, Swiss Army, Victorinox Swiss Army e Wenger, chega aos 500 milhões de francos suíços por ano. Sonnaira San Pedro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

ESPECIAL - 7

Eduardo Nicolau/AE

Vestibular de graduação e pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas, um dos mais procurados do País

± FGV-EESP Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas

ESPECIALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO EM BUSINESS ECONOMICS (CEABE)

Objetivo: Proporciona foco moderno à teoria econômica como instrumento, oferecendo ao profissional os conceitos e ferramentas para aplicação no dia-a-dia dos negócios no âmbito empresarial. Público: Jovens profissionais graduados em administração, direito, engenharia ou aqueles que queiram complementar a sua formação com o conhecimento econômico e suas poderosas ferramentas de análise para aplicação no seu dia-a-dia empresarial. Carga horária mínima: 432 horas/aula Seleção: semestral com turmas em fevereiro e agosto. Análise do curriculum vitae. Inscrições: até 20 de outubro de 2006 Vagas: 70 (semestrais) Investimento: R$ 20.088,00 ou 18 parcelas de R$ 1.116,00 ESPECIALIZAÇÃO EM FINANCIAL ECONOMICS (CEAFE) Objetivo: dotar seus participantes de instrumentais econômicos e financeiros essenciais para o conhecimento e a gestão de ativos e recursos financeiros. O curso é voltado especificamente a profissionais que atuam ou desejam atuar no mercado financeiro em diversas áreas (gestão, vendas, produtos, etc.) e necessitam conhecer a fundo os elementos teóricos e aplicados de Economia e Finanças essenciais para o dia-adia dos negócios. Com uma abordagem inovadora e estrutura curricular única, o curso promove, de maneira

integrada, a fusão harmoniosa do conhecimento de duas áreas correlatas (Economia e Finanças) com profundidade teórica e prática orientada para a realidade brasileira. Público: Jovens profissionais que atuam ou desejam atuar no mercado financeiro nas suas diferentes áreas e que necessitem do conhecimento integrado entre Economia e Finanças. Assim o curso é voltado, principalmente, a profissionais com formação básica em Engenharia, Administração, Economia, Contabilidade e Direito. O curso também é direcionado a profissionais que atuam em outras áreas e tenham interesse em compreender o processo de investimentos financeiros no mercado como ferramenta para seus negócios. Seleção: semestral, com turmas em fevereiro e agosto. Análise do curriculum vitae. Carga horária mínima: 432 horas Inscrições: até 3 de novembro de 2006 Provas: 26 de novembro de 2006 Vagas: 70 (semestrais) Investimento: R$ 20.088,00 ou 18 parcelas de R$ 1.116,00 MBA EXECUTIVO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Objetivo: abordar áreas de gestão, estratégia, finanças e marketing, essenciais para os alunos compreenderem os impactos das variáveis econômicas sobre os negócios do setor farmacêutico. Público: profissionais com perfil técnico que necessitam de conhecimentos atualizados e modernos de economia e administração para fazer frente aos novos desafios empresariais. Carga horária mínima: 432 horas/aula Seleção: análise do curriculum vitae Inscrições: Até 19 de janeiro de 2007 Vagas: 50 (anuais) Investimento: R$ 19.620,00 ou 18 parcelas de R$ 1.090,00. Os alunos das empresas associadas à Febrafarma têm 10% de desconto. MBA EXECUTIVO DA CONSTRUÇÃO Objetivo: abordar áreas de economia, administração e finanças essenciais ao bom

gerenciamento de uma empresa, com o objetivo de proporcionar ao aluno conhecimentos amplos sobre a construção e capacitá-lo a avaliar: os impactos das variáveis macroeconômicas sobre os negócios; a logística na indústria da construção; o gerenciamento econômico-financeiro em indústria de ciclo longo; o gerenciamento de contratos privados e públicos. Público: profissionais com perfil técnico que necessitam de conhecimentos atualizados e modernos de economia e administração para fazer frente aos novos desafios empresariais. Carga horária mínima: 432 horas/aula Seleção: análise do curriculum vitae. Inscrições: até 19 de janeiro de 2007 Vagas: 50 (anuais) Ivestimento: 18 parcelas de R$ 1.090,00. Os alunos das empresas associadas ao SindusCon-SP têm 10% de desconto. MESTRADO EM ECONOMIA Objetivo: consolidar a formação teórica e instrumental do economista e desenvolver sua capacidade analítica e crítica, exercitada em debates, redação de artigos e elaboração da dissertação de mestrado. Pretende-se que, ao final do curso, o aluno esteja apto ao desenvolvimento de pesquisa econômica aplicada e que tenha condições de acompanhar de forma autônoma a literatura publicada nas melhores revistas nacionais e internacionais. Público: graduados que tenham como objetivo adquirir conhecimento aprofundado em teoria econômica e pretendam desenvolver sua capacidade analítica e crítica nesta área do conhecimento. O curso de mestrado exige dedicação exclusiva, não sendo indicado para aqueles que trabalhem em período integral. Seleção: baseia-se no resultado do Exame Nacional da ANPEC Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia, o qual é realizado anualmente. Para concorrer a uma vaga no Curso de Mestrado em Economia de Empresas da EESP, o candidato deve indicar sua intenção, no respectivo campo, pelo curso da FGV-EESP.

As inscrições para o Exame Nacional da ANPEC são feitas somente através da internet, no endereço www.anpec.org.br, onde também está disponível o programa detalhado das provas. Constam do Exame 6 provas obrigatórias: Microeconomia, Macroeconomia, Matemática, Estatística, Economia Brasileira e Inglês. Inscrições: de acordo com o período da Anpec. Vagas: definido pelo coordenador. Investimento: R$ 1.214,00 mensais. DOUTORADO EM ECONOMIA Objetivo: formar economistas altamente qualificados para as atividades de pesquisa e docência, e gerar novos conhecimentos a partir das pesquisas desenvolvidas dentro do programa. A Tese de Doutorado deve revelar pleno domínio do instrumental analítico básico, conhecimento avançado na sua área de especialização e deve apresentar originalidade e contribuição ao conhecimento. Aos que cumprirem os créditos necessários e defenderem satisfatoriamente a tese será conferido o título de Doutor em Economia. Público: graduados ou mestres com vocação acadêmica que deseja aprofundar seus conhecimentos e atividades de pesquisa em Economia. O curso exige elevada dedicação, pelo período de quatro anos, não sendo aconselhado para aqueles que trabalhem em período integral. Seleção: anual. Inscrições: de 10/07 a 29/09/06. Vagas: definido pelo coordenador. Investimento: R$ 1.214,00 MESTRADO PROFISSIONAL EM FINANÇAS E ECONOMIA EMPRESARIAL (MPFE) Objetivo: proporcionar a profissionais de economia e finanças uma sólida formação em teoria econômica e financeira, a qual é aplicada na análise de questões atuais do mercado financeiro nacional e internacional, da organização empresarial e da política econômica. A abordagem dos

temas teóricos é rigorosa e se concentra no estudo das bases conceituais necessárias à compreensão aprofundada dos problemas que os alunos enfrentam em sua vida profissional. Dessa forma, o curso supre as necessidades presentes e futuras desses profissionais no mercado de trabalho. Público: profissionais com experiência no mercado de trabalho que buscam aprofundar seus estudos em nas duas áreas centrais do curso. Diferentemente do mestrado acadêmico, o MPFE, além de proporcionar sólida formação teórica, dá ênfase nas aplicações dessas teorias para a compreensão da realidade brasileira. Por esse motivo, é o curso mais indicado para aqueles que desejam aprimorar sua capacidade analítica em Finanças e Economia e que não pretendem necessariamente seguir uma carreira acadêmica, muito embora o curso os habilite para tal. Carga horária mínima: Duração de dois anos e o ano letivo é organizado em quatro trimestres. Cada trimestre compreende dez semanas de aulas e uma décima primeira em que se realizam as provas. São 12 horas semanais de atividades, 9 horas de aula e três de atividades práticas exercícios, discussões e casos, muitos deles realizados em laboratório de informática. As atividades são desenvolvidas em duas noites na semana (3 horas por noite) e aos sábados (6 horas). Inscrições: 14/08 a 13/10 Vagas: 50 (anuais) Investimento: R$ 2.225,00 mensais

GVlaw Programa de Especialização e Educação Continuada da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas Inscrições: de 01 de novembro de 2006 a 21 de janeiro de 2007. Processo Seletivo: entre 01 de

fevereiro de 2007 e 07 de fevereiro de 2007, através de análise do formulário de inscrição e entrevista. Início das Aulas: 05 de março de 2007. Especializações: Direito Administrativo Vagas: 29 Direito Contratual - Vagas: 20 Direito Econômico - Vagas: 31 Direito Penal Econômico Vagas: 17 Direito Societário - Vagas: 20 Propriedade Intelectual Vagas: 24 Responsabilidade Civil Vagas: 24 Direito Tributário - Vagas: 166 Direito da Economia e da Empresa - Vagas: 40 Educação Continuada: Administração Legal para Escritórios Contabilidade Aplicada ao Direito Contabilidade Fiscal Crimes Tributários, Lavagem de Dinheiro e Outros Crimes Direito Administrativo Geral Direito Bancário Direito do Terceiro Setor Direito e Economia dos Negócios e Comercio Internacional Direito Econômico Regulatório Direito Empresarial do Trabalho Direito Empresarial Norte Americano Empresas Familiares: Governança e Planejamento Estratégias Societárias e Tributação Finanças Aplicadas ao Direito Fundamentos do Direito Contratual Governança Corporativa em Companhias Abertas Planejamento Tributário Política Fiscal Processo Civil e Advocacia Empresarial Recuperação de Empresas Responsabilidade Civil na Área de Saúde Sinais Distintivos e Tutela Judicial e Administrativa Técnicas de Negociação Tipos Societários no Novo Código Civil Tributação Estadual e Municipal Tributação Internacional Tributação no Setor de Serviços Tributação no Setor Industrial (MO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.TURISMO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

MERCADO

NOVIDADES NO SETOR Fotos: Divulgação

Parador Santarém Marina: reconhecimento internacional

Grupohotel faz rodada de discussões

N

E

m seu primeiro ano sob a administração do Grupo Hotéis Marina, o resort boutique Parador Santarém Marina (ao lado), em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro, é um dos 20 empreendimentos do País escolhidos para entrar no renomado guia de luxo Conde Nast Johanses de 2007. Com apenas 14 suítes, tem ainda campo de golfe com nove buracos, além de outros mimos e atividades. Do mesmo grupo, o Marina All Suítes também foi incluído na lista dos exclusivos, pelo segundo ano consecutivo. Informações e reservas pelo tel. (24) 2222-9933, site www.paradorsantarem.com.br.

Brasília ganha hotel da bandeira Sonesta

André Penner

O

País acaba de ganhar mais um empreendimento do Grupo SuperClubs, desta vez na capital nacional. Com um investimento de R$ 26 milhões, o novo hotel da Rede Sonesta ( abaixo) abriu suas portas com o objetivo de oferecer hospedagem diferenciada para viajantes de negócio. Entre os atrativos estão 125 apartamentos – equipados com TV a cabo, acesso à internet, banda larga gratuita e voice mail –, programação permanente de eventos e exposições, restaurante de cozinha contemporânea italiana. Informações e reservas pelo tel. (61) 3424-2500, site www.sonesta.com.

Parceria entre Hopi Hari e Intercity Express Jundiaí

o próximo dia 25, o Grupohotel (Grupo dos Profissionais Executivos do Mercado Hoteleiro), realizará em Salvador mais uma edição de seu evento itinerante, cujo objetivo é a prospecção de novos negócios para o setor hoteleiro e construção civil da região Nordeste. No evento, haverá ciclo de palestras com renomados especialistas do mercado e workshop com tendências do setor. O principal foco do encontro é fomentar a geração de negócios entre fornecedores, profissionais do segmento hoteleiro e da construção civil, empresários e investidores. “Essa fórmula chama a atenção dos empresários e autoridades dos setores hoteleiro, imobiliário e turístico para diferentes questões e propõe alternativas para a modernização do parque hoteleiro através do planejamento e desenvolvimento de empreendimentos, conceituação de produtos, projetos arquitetônicos e de interiores, técnicas arrojadas de construção e retrofit, racionalização de custos operacionais e materiais e serviços de última geração”, destaca Vicente Lamachia, diretor do Grupo. Cada parceiro do Grupohotel – são 80 ao todo –, atua com ênfase nos mercados de hotelaria e da construção civil. O Grupohotel já passou pela capital paulista, Rio de Janeiro, Porto Alegre, interior do Estado de São Paulo. As inscrições são gratuitas. Mais informações pelo site www.grupohotel.com.br.

Slaviero: aniversário e hospedagem solidária

O

maior parque temático da América Latina, Hopi Hari e o recém-inaugurado Hotel InterCity Express Jundiaí firmaram uma parceria. A 10 minutos do parque, o hotel oferece um pacote especial para quem quer se divertir o fim de semana todo. O pacote inclui passaporte Hopi Hari, café da manhã, jantar e hospedagem. Os valores das diárias variam de R$ 149,66 a R$ 389,42. Transporte hotel-parque-hotel é opcional. Mais informações e reservas pelo site www.intercityhotel.com.br.

P

ara comemorar os 25 anos da rede paranaense, os Hotéis Slaviero decidiram aderir ao projeto Hospedagem Solidária – uma parceria com a Associação Pró-Renal. O objetivo é incentir os hóspedes a fazer uma doação de R$ 1 para cada dia de hospedagem. E a cada doação o hotel faz outra do mesmo valor. Informações e reservas pelo site www.hotelslaviero.com.br.

Alatur quer ser a melhor agência corporativa

F

igurando entre as maiores e mais prestigiadas agências de viagens especializadas no mercado corporativo, a Alatur, que recentemente comemorou 15 anos, quer se firmar como a melhor – não importando se é a maior – agência do setor. Para isso, busca cada vez mais qualidade e serviços aos seus prestigiados clientes. "Nosso foco é a qualidade", diz um dos três sócios, Ricardo Ferreira. Embora não divulguem números, os sócios garantem que nos últimos dois anos a empresa duplicou de tamanho e que fazem, em média, 30 mil transações por mês. Na carteira de clientes, Unibanco, Santander Banespa, Camargo Correa, Mc Donald’s, Promom Engenharia, Alcoa e Ceras Johnson, entre muitos outros. "Ficamos conhecidos e reconhecidos pelo atendimento, com isso ganhamos e conquistamos novos clientes", diz o sócio, Marcos Balsamão. "Nosso diferencial são os funcionários maduros, safos e espertos", orgulha-se Ferreira. Estrutura – Eles ocupam cinco dos 44 andares do gigantesco Edifício Itália, em São Paulo, um dos marcos da cidade, para comportar seus 314 funcionários que se dividem em quatro unidades: Corporate, TPT Terceirização de Programas de Treinamento, Eventos & Incentivos e Travel Design. É lá que ficam os seis postos virtuais e mais de 40 postos de serviços. "Temos um volume de conta igual ou superior a muitas agências", explica Ferreira. A empresa tem filiais em São José dos Campos e no Rio de Janeiro. Como a demanda é grande, estão estudando a possibilidade de abrir outros escritórios em Belo Horizonte (MG), já que tem alguns clientes importantes na cidade, e em Porto Alegre (RS). "O cliente quer envolvimento, vínculo", diz Ferreira. Universidade corporativa – O mais recente projeto da Universidade Corporativa deve ser inaugurada logo no começo do ano

que vem. Para eles é o grande projeto que vai abrir o ano. Trata-se de uma universidade exclusiva para a qualificação dos funcionários, um programa de treinamento descomplicado e participativo. O objetivo é oferecer suporte para ter mão-de-obra qualificada e ser uma agência humanizada. "É a nossa visão do futuro: treinar, treinar e treinar para que o funcionário seja cada vez mais capacitado", afirmou Balsamão. Formação – A idéia é suprir a necessidade de informar e formar os colaboradores por meio de ações práticas, respeitando a disponibilidade de tempo dos funcionários. Dessa forma, essas ações devem trazer resultados rápidos e contemplar a diversidade do público a que se destina. O que pregam é que as pessoas (funcionários da agência), tenham uma experiência de atendimento boa (pela empresa) para que possam reproduzir e retribuir ao cliente. Atendimento – O objetivo é buscar os itens de treinamentos que não podem faltar no currículo. Para eles, o profissional da Alatur tem de ter prazer em atender bem, em ser solução para o seu cliente. "Atendimento é o negócio da Alatur", diz Isabel, que tem os resultados de uma pesquisa recente que ainda está longe do que os diretores querem alcançar. Para ela, uma visão que subsidia o desenvolvimento e atrai os melhores clientes, parceiros e talentos. Trata-se de um projeto para dar sustentação ao planejamento estratégico da empresa e mostrar ao mercado a consistência do atual modelo de gestão consolidando-se como uma empresa de conhecimento e de desenvolvimento usando a realidade e a experiência do dia-a-dia como prática. Mais informações: (11) 3217-6322; www.alatur.com.br. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


4

Eleições Escândalos Dossiê Gover no

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Tentam desqualificar o apoio (de Maggi a Lula) e encaixá-lo num toma-ládá-cá fisiológico. Marco Aurélio Garcia

PF CHEGOU À ORIGEM DE PARTE DO DINHEIRO

APÓS APOIAR LULA, Fé no taco MAGGI PERDE FILIAÇÃO. A

Eymar Mascaro

pesar do resultado amargo da nova pesquisa Datafolha (57% para Lula e 38% para Alckmin), o candidato tucano ainda trabalha para ter, no mínimo, 5 milhões de votos a mais do que o petista em São Paulo, o que significa mais de 20 pontos percentuais de vantagem. O Datafolha, porém, aponta que Alckmin perdeu pontos no Sudeste. São Paulo foi responsável pela passagem de Alckmin para o 2º turno. Agora, o tucano intensifica a campanha entre os eleitores paulistas, com a importante colaboração de José Serra. Alckmin investe no interior do Estado, onde se concentram 2/3 do eleitorado.

O governador reeleito do Mato Grosso foi desligado do PPS e ainda é acusado de ser 'oportunista'. Dida Sampaio/AE

O

GOVERNO DERROTADO NA JUSTIÇA

O

Sem pena: desfiliado, Maggi não é mais cacique no PPS.

O presidente Lula deve explicar ao País o motivo dos resultados decrescentes das últimas safras. Leonardo Vilela

governo Lula", ressaltou. Segundo ele, nos últimos dois anos, as iniciativas governamentais fizeram com que a agricultura nacional acumulasse prejuízos superiores a R$ 30 bilhões. Vilela contou que tem conversado com produtores de várias regiões sobre o apoio de Maggi ao presidente-candida-

to. "Eles estão indignados com a atitude do governador. Os produtores consideram o comportamento de Maggi oportunista, principalmente porque o apoio foi dado só depois de sua reeleição num estado cujo agronegócio é um dos mais fortes do País", completou. Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha de Lula, disse que a iniciativa das cúpulas do PSDB, PFL e PPS de protocolar pedido de investigação no TSE sobre a liberação de R$ 1 bilhão para a comercialização da soja no Mato Grosso é um "ato de desespero". A oposição sustenta que houve "uso eleitoral" de recursos no Mato Grosso depois que Maggi (PPS) declarou apoio a Lula. "Tentam desqualificar o apoio e encaixá-lo numa espécie de toma-lá-dá-cá fisiológico, talvez relembrando seus próprios métodos", frisou. (AE)

governo sofreu uma derrota nesta semana na Justiça Federal. A juíza substituta Candice Lavocat Galvão Jobim, de Brasília, concedeu uma liminar suspendendo os efeitos da medida provisória (MP) 324, do dia 5 de outubro, que liberou um crédito extraordinário de mais de R$ 1,5 bilhão. A decisão foi tomada em uma ação popular movida pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). O dinheiro tinha vários destinos. Entre eles, pagamento de subvenção econômica ao prêmio de seguro rural, manutenção do Sistema Integrado de Comércio Exterior, instalação do Cent r o d e I nt e l ig ê n ci a Policial C o m p a r t ilhada de Crim e O rg a n iz a d o , c o m- Jungmann: bate à gripe derrubou MP. aviária, atualização dos dados do Cadastro Único e o controle do cumprimento do Bolsa Família. Em sua conclusão, a magistrada diz: "Verifica-se que não se está diante de hipóteses às quais a Constituição Federal autorizou a abertura de crédito extraordinário". Segundo ela, a única ressalva admitida é para atender a despesas urgentes e imprevisíveis. "O administrador não pode lesar esses valores por um ato ilegal, pois o artifício do crédito extraordinário serve para evitar situações de calamidade pública extremas", concluiu. (AE)

PF RASTREOU PARTE DO DINHEIRO

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

Palestrantes I - Moacir Antonio Bertoldi, Prefeito de Jaraguá do Sul - Santa Catarina

Tema: “Jaraguá do Sul - um bom investimento” II - João de Almeida Sampaio Filho, Presidente da Sociedade Rural Brasileira e Vicepresidente da ACSP

Exposição sobre o Instituto Brasil Verdade III - Análise sobre propostas de alteração do IPTU, ISS e ITBI Dia: 23 de outubro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar

A

Polícia Federal acredita ter desvendado o funcionamento do esquema que teria sido utilizado para a arrecadação de parte dos recursos que seriam usados para o pagamento do dossiê contra políticos do PSDB. As investigações sobre o equivalente a R$ 1,7 milhão apreendidos em São Paulo levaram a PF a identificar o bicheiro carioca Antônio Petrus Kalil, o "Turcão", como um dos supostos "doadores" do dinheiro que seria usado na negociação, segundo um delegado ligado à investigação. Conforme a fonte, a descoberta do envolvimento de Turcão deu clareza a uma linha de investigação sobre uma rede formada por bicheiros, doleiros e empresários do eixo Rio-São Paulo, que teria contribuído para arrecadar o dinheiro. Os investigadores ainda resistem em afirmar que toda a movimentação tenha sido comandada por membros do PT. "Não podemos dar certeza sobre isso", argumentou a fonte. Do total, apenas R$ 5 mil seriam de Turcão. Sua origem foi identificada através de fitas de máquinas de calcular e anotações feitas em pacotes de cédulas retidos pela PF. "A quantia é pequena, mas nos deu pistas importantes do sistema de arrecadação do dinheiro", afirmou o policial. (Reuters)

COMO FOI

No 1º turno, a vitória de Alckmin sobre Lula em São Paulo foi por 18 pontos, 54% contra 36% do petista. O sonho de Alckmin é arrebatar mais votos no interior, porque o PSDB está estruturado em todos os 645 municípios do Estado.

TRADIÇÃO

Roosewelt Pinheiro/ABr

presidente do PPS, Roberto Freire, informou que o governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi, está desfiliado do partido. Maggi contrariou decisão do PPS de apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência da República, ao manifestar, na semana passada, apoio ao candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Freire, Blairo lhe enviou, anteontem, um email pedindo licença do partido até o final do segundo turno da eleição ou a desfiliação. Freire disse que optou pela segunda opção e que a comunicou também por e-mail ao governador. "Seria um constrangimento expulsá-lo", disse Freire. "O partido não convive com isso", acrescentou, referindo-se à indisciplina de Maggi ao contrariar determinação da legenda. Grãos – O deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO) classificou ontem como "descabido" o apoio do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Segundo o deputado, Lula deve explicar ao País o "motivo dos resultados decrescentes das últimas safras". O governador mato-grossense declarou apoio ao candidato petista na semana passada após se reunir com Lula e com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em Brasília. Na ocasião, Maggi também anunciou que o governo federal liberaria recursos da ordem de R$ 4 bilhões para apoiar o agronegócio. O deputado e o governador foram reeleitos. O parlamentar acrescentou que o governo federal trata com "descaso" o setor agropecuário. "A crise que enfrentamos é conseqüência da desastrosa política econômica do

O candidato tucano aposta na tradição de que se elege presidente o candidato que ganha a eleição em São Paulo. A única exceção até hoje foi Juscelino Kubitscheck, que foi derrotado em São Paulo por Adhemar de Barros, mas acabou se elegendo presidente.

deram 44% dos deles no 1º turno a Lula, contra 25% de Alckmin. Com o apoio do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), Alckmin espera ser mais votado no interior do estado.

SURPRESA

Mas a pesquisa Datafolha constatou que Lula cresceu sete pontos no Sudeste, enquanto Alckmin caiu quatro. Lembre-se que os dois maiores colégios do País, São Paulo e Minas, se localizam no Sudeste. Lula tem agora, segundo o Datafolha, 52% de intenção de votos no Sudeste, contra 41% de Alckmin.

REVELAÇÃO

Outro item importante da pesquisa Datafolha diz respeito ao Sul do País. O petista cresceu cinco pontos na região, ao passo que Alckmin caiu quatro. O Sul e o Sudeste deram expressiva votação a Alckmin no 1º turno, forçando a passagem do candidato para o 2º turno.

REAÇÃO

Lula espera crescer na capital paulista com a coordenação da campanha entregue a Marta Suplicy. A exprefeita tem força política na capital. Porém, a cidade de São Paulo concentra apenas 1/3 do eleitorado no Estado: 9 milhões de votos contra 18 milhões no interior.

EQUILÍBRIO

Alckmin espera, no mínimo, equilibrar a eleição com Lula em Minas, região que tem o 2º maior colégio eleitoral do País: 13 milhões de votos. Alckmin perdeu a eleição para Lula em Minas no 1º turno por uma diferença de 10 pontos, 46% contra 36%.

CAMPANHA

Também em Minas o tucano intensifica sua campanha. O governador Aécio Neves, reeleito com 77% dos votos, está se dedicando integralmente à campanha de Alckmin no estado. A meta do governador é que Alckmin tenha pelo menos 40% dos votos no 2º turno.

CONTRAPONTO

Lula contra-ataca em Minas. O petista faz campanha no estado com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e com mais seis ministros. No 1º turno, Lula esperava ter mais votos do que teve em Minas, mas Alckmin tem crescido no estado.

ESPERANÇA

Alckmin não tem a mesma esperança de crescimento no Rio. Com um colégio de 11 milhões de votos, os cariocas

CRESCIMENTO

Lula teria alcançado o apoio de 70% dos eleitores em Pernambuco (5,7 milhões de votos). Mas Alckmin ainda espera crescer no estado com a campanha confiada ao coordenador Sérgio Guerra (PSDB), ao senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o candidato à reeleição ao governo estadual, Mendonça Filho (PFL).

NA FRENTE

Na Bahia, os aliados estavam à espera de mais material de campanha de Alckmin. A campanha no estado está sendo comandada pelo governador Paulo Souto (PFL, derrotado como candidato à reeleição por Jacques Wagner, do PT) e por ACM. A Bahia tem um colégio de 9 milhões de eleitores.

PROMESSA

No Ceará, outro estado em que Lula obteve mais de 60% dos votos no 1º turno, a campanha de Alckmin está sendo tocada pelo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati. Mas Lula disputa os 5,3 milhões dos votos cearenses com o apoio do governador eleito, Cid Gomes (PSB).

RESULTADO

Aliados como o prefeito do Rio, César Maia, não se impressionaram e não acreditam muito que Lula tenha mais do que 12 a 13 pontos de diferença de Alckmin, apesar do Datafolha revelar 19 pontos. O prefeito acredita que o Datafolha pegou a onda favorável ao petista, por isso o resultado chegou a tantos pontos de diferença.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Sou dono dos anos 60 – quem se atreve a discutir comigo? Eu te dou os anos 60, se quiser. Pode ficar com eles. Do músico Bob Dylan, na edição brasileira da revista Rolling Stone.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Logo Logo

19

www.dcomercio.com.br/logo/

Nascimento do poeta, diplomata e compositor Vinícius de Moraes (1913-1980), ao lado em caricatura de André Koehne

OUTUBRO

2 -.LOGO

R ELIGIÃO C ELEBRIDADES

Pai ataca críticos de Madonna O pai biológico do bebê de 13 meses que a cantora Madonna pretende adotar criticou os grupos de defesa dos direitos humanos que têm contestado a adoção e defendeu que seu filho deve ficar com a artista. Yohane Banda disse ontem que confiou seu filho David a um orfanato malauiano depois que sua mulher morreu porque é pobre demais e não tem condições de criar o menino sozinho. Agora, disse ele, Madonna deu a seu filho a chance de ter uma família. "Onde estavam essas pessoas quando David estava tendo dificuldades no orfanato? Esses chamados grupos de defesa dos direitos humanos

deveriam deixar meu bebê em paz", comentou. Um grupo reúne 67 entidades de defesa dos direitos humanos contestou judicialmente a adoção. Defensores dos direitos das crianças no Malauí defendemse e dizem que não são contra a adoção do bebê por Madonna, mas querem garantir que as leis de proteção a menores de idade não estejam sendo ignoradas pelas autoridades locais. Madonna e seu marido, o diretor de cinema Guy Ritchie, passaram oito dias no Malauí e na última quinta-feira assinaram os papéis de adoção do menino David Banda, de apenas um ano e um mês de idade.

H ISTÓRIA

L

Equipe exuma os corpos de 13 soldados alemães mortos no sul da França em agosto de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Os corpos, com capacetes, armas e placas de identificação foram encontrados em Villeneuve-Loubet, a 15 quilômetros de Nice, pelo historiador Jean-Lup Gassend.

C IÊNCIA

"Gramática" bactericida Usando regras gramaticais juntamente com os tubos de ensaio, biólogos podem ter descoberto um novo modo de combater bactérias nocivas, incluindo micróbios resistentes a antibióticos e o antraz. Estudando um tipo poderoso de inimigos das bactérias, os peptídeos antimicrobiais, pesquisadores descobriram que essas moléculas parecem seguir regras de ordem e colocação semelhantes a regras gramaticais. Ao utilizar essas regras, os cientistas criaram 40 novos combatentes de bactérias. Cerca de metade das novas substâncias derrotam um tipo de bactéria, e

Papa pede a católicos que tenham misericórdia de Judas Iscariotes

O

s católicos que se divertem com a malhação do Judas no Sábado da Aleluia, já podem se arrepender. Ontem, o papa Bento XVI saiu em socorro do apóstolo que entregou Jesus à morte a troco de 30 moedas. "Embora ele tenha se enforcado, não cabe a nós julgar o seu gesto, sobrepondo-nos a Deus infinitamente misericordioso e justo", advertiu o papa na audiência das quartas-feiras, falando a cerca de 30 mil pessoas na praça de São Pedro. Bento XVI classificou como um mistério o fato de Jesus haver incluído Judas Iscariotes entre os seus discípulos, sabendo que ele iria traí-lo e outro mistério a sua sorte eterna quando se sabe que ele se arrependeu e devolveu as 30 moedas de prata aos sumos sacerdotes e anciãos, dizendo "eu entreguei sangue inocente". O papa disse que, após haver falado dos outros apóstolos nas audiências anteriores, não poderia deixar de mencionar "aquele que é sempre citado em último lugar na lista dos 12". Não se trata de uma reabilitação de Judas, mas de uma análise sob nova perspectiva de seu perfil e das razões da traição. A começar pelo sentido dessa palavra, embora os evangelistas se refiram a Judas como aquele que ia trair Jesus. "O verbo trair é a versão de uma palavra grega que significa entregar", observou o papa, acrescentando que "em seu misterioso projeto de salvação, Deus assume o gesto indesculpável de Judas como

Quadro de Unbekannter Künstler

ocasião do dom total do Filho pela salvação do mundo". Ao explicar a origem do sobrenome Iscariotes, o papa admite que possa ser uma variação hebraica de sicário, "alusão a um guerrilheiro armado de punhal, sica em latim". Essa explicação confirmaria a hipótese de que Judas pertencia a um grupo de resistência a Roma e resolveu entregar Jesus a seus inimigos porque ficou decepcionado ao ver que ele não lutaria pela libertação do povo judeu, mas pregava o estabelecimento do Reino de Deus. É a versão de obras como o filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, baseado no romance de Nikos Kazantzakis. "Jesus respeita a nossa liberdade", disse Bento XVI, refletindo

sobre o "mistério da traição", que foi o fato de um apóstolo tratado como amigo ter podido ceder às tentações de Satanás. Se Jesus sabia que Judas ia traí-lo, por que não evitou a traição? "Jesus espera a nossa disponibilidade ao arrependimento e à conversão, é rico de misericórdia e de perdão", acrescentou o papa, depois de comparar o comportamento de Judas com o de Pedro, que também traiu, mas se arrependeu. Frei Jacir de Freitas Faria, especialista em exegese bíblica e em textos antigos, achou interessantes essas reflexões de Bento XVI, depois de sua reação à divulgação de O Evangelho de Judas, livro dos primeiros séculos do cristianismo considerado apócrifo pela Igreja. "Em vez de criticar o texto, como se fez, seria melhor encará-lo como uma fonte de estudo para compreender o pensamento dos gnósticos", observa o frade franciscano, professor do Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte. Para os gnósticos, Judas traiu Jesus para que se realizasse a salvação. "A descoberta do Evangelho de Judas nos permite rediscutir o papel de Judas na história do cristianismo" disse frei Jacir, lembrando há várias versões sobre a traição em textos apócrifos. (AE)

McCartney acusado de agressão Advogados de Paul McCartney disseram ontem que o ex-Beatle se defenderá vigorosamente de alegações segundo as quais ele teria abusado fisicamente de sua exmulher, Heather Mills McCartney. O tablóide britânico Daily Mail publicou ontem um suposto documento legal apresentado em juízo por Heather contendo uma lista de maus-tratos e abuso de drogas durante os quatro anos de casamento do casal. McCartney, de 64 anos, e Heather, uma ativista contra minas terrestres de 38, anunciaram sua separação em maio último e iniciaram um processo de divórcio num clima totalmente hostil. Eles têm uma filha de três anos, Beatrice. B RAZIL COM Z

Emagrecedor com efeito garantido Diversas publicações especializadas em medicina, entre elas o site alemão Innovations Report, divulgaram ontem uma pesquisa realizada no Brasil, por uma equipe do Instituto de Medicina Social, no Rio de Janeiro. A pesquisa mostra que o medicamento Rimonabant ajuda efetivamente as pessoas obesas a perderem peso. O emagrecimento com o tratamento à base do remédio pode chegar a 5% do total do peso do paciente em um ano, média superior a tratamentos não medicamentosos. A RTE

E CONOMIA CVRD/Reuters

C A R T A Z

MÚSICA

E M

duas delas destroem o antraz, de acordo com artigo da revista científica Nature. Esse potencial cria não só uma nova arma contra os germes, mas um método para gerar novas substâncias, à medida que as bactérias evoluem e desenvolvem imunidades. Usando a gramática dos peptídeos como guia, cientistas poderão produzir dezenas de milhares de novos antibióticos e testá-los para ver quais poderão ser usados em drogas, de acordo com o principal autor do estudo, Gregory Stephanopoulos, engenheiro químico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Uma chance para Judas

I NGLATERRA

Cotovelada contra um Picasso

Representantes dos índiso Xikrin sentados na mesa de negociações com funcionários da Vale, ontem

A cantora Mônica Salmaso (foto) e o acordeonista Toninho Ferrafuiti. Teatro Fecap. Avenida da Liberdade, 532. Telefone: 3089-6999. R$ 40

Travesseiro falante

Concursos públicos na internet

Um travesseiro em forma de bola de futebol americano e com alto-falantes bem posicionados para adolescentes que não dormem sem música. Para ser aclopado a qualquer aparelho de MP3, CD ou DVDs. Custa US$ 14,99.

O site da Fundação Cesgranrio reúne uma série de informações para os interessados em participar de concursos públicos em todo o País. Além dos concursos em andamento, é possível acompanhar semanalmente a abertura de concursos e, ainda, conferir resultados daqueles já realizados. A Fundação atua na organização dos concursos, inscrições e provas de órgãos como secretarias estaduais em São Paulo, Rio e Tocantins, IBGE, Petrobras e BNDES.

www.jcpenney.com

A TÉ LOGO

A e m p re s a e s c l a re c e u que, na manhã de ontem, a Justiça concedeu liminar ao pedido de reintegração de posse, que foi requisitado pela Vale. Mesmo com a ordem da Justiça para a desocupação da área, que inclui a liberação da ferrovia e das locomotivas usadas no transporte de minério de ferro do Pará até o porto de Itaqui, no Maranhão, os índios garantem que não vão sair. Eles condicionam a saída à liberação de dinheiro pela Vale. (Agências)

L OTERIAS Concurso 664 da LOTOMANIA 00

03

11

20

30

32

35

44

46

50

51

53

54

55

57

60

64

70

91

93

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Estudo mostra que o aumento da temperatura mundial já altera estações do ano no Brasil ONG defende o fim do fogão a lenha por trazer riscos para a saúde e o meio ambiente

L

www.cesgranrio.org.br

E

A Vale disse não ter notícias imediatas sobre o possível impacto na produção de cobre, manganês e ferro em lingotes que também são transportados pela ferrovia. Os índios reivindicam mais recursos para investir em sua aldeia por conta de um acordo firmado com a empresa em troca de permissão pela passagem da ferrovia de Carajás por suas terras. A empresa disse que a ocupação pode resultar no cancelamento de seu acordo com os Xikrin, acertado no último mês de junho.

L

F AVORITOS

ntre 150 e 200 índios Xikrin ocuparam ontem as instalações da Companhia Vale do Rio Doce, maior produtora de minério de ferro do mundo, no núcleo urbano de Carajás. Os índios, da Terra Indígena Catete, entraram na terçafeira na área o que, segundo a empresa, interrompeu a produção de minério de ferro e as operações de embarque. Segundo funcionários, os 3 mil trabalhadores que estavam na unidade foram impedidos de deixar o local.

L

G @DGET DU JOUR

Índios na Vale

O bilionário americano proprietário de cassinos Steve Wynn exibia o quadro O Sonho, de Pablo Picasso a convidados em seu escritório em Las Vegas quando acidentalmente acertou uma cotovelada na tela. Wynn costuma gesticular muito enquanto fala e sofre de retinite pigmentosa, uma doença genética que provoca a destruição da retina e causa perda de visão periférica. O acidente aconteceu pouco depois de ter acertado a venda da obra por impressionantes US$ 139 milhões, o que seria um valor recorde mundial por um quadro. A obra foi pintada há 74 anos pelo mestre espanhol e não será restaurada.

Paleontólogos australianos descrevem fóssil de peixe de cerca de 380 milhões de anos

Concurso 808 da MEGA-SENA 02

15

21

31

46

57


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

0,50

pontos percentuais foi a queda da taxa básica de juros (Selic) anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

18/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 16/10/2006 16/10/2006 16/10/2006 16/10/2006 16/10/2006

P.L. do Fundo 10.563.380,09 1.462.667,02 7.984.660,33 17.700.391,25 1.305.471,91

Valor da Cota Subordinada 1.210,147576 1.103,858226 1.191,500019 1.121,778833 1.115,523854

% rent.-mês 0,7389 0,8714 2,5424 0,1264 1,1764

% ano 23,8673 10,3858 19,1500 12,1779 11,5524

Valor da Cota Sênior 1.006,365015 1.093,468409 1.107,616441 0 0

% rent.-mês 0,5785 0,5310 0,5785 -

% ano 0,6365 9,3468 10,7616 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

O amplo leque do Mackenzie Fotos: Marcelo Min/AFG

Cursos de Doutorado ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ARQUITETURA E URBANISMO LETRAS Objetivo: formar pesquisadores com profunda e excelente base científica, comprometidos com a geração, a transmissão e a facilitação do processo de aprendizagem de conhecimento novo relacionado com a gestão das organizações, visando melhorar a capacidade de competir destas organizações individuais e contribuir para o desenvolvimento econômico do País. Público: professores universitários ou profissionais, graduados ou não no curso escolhido e que atendam ao perfil apresentado a seguir: • ser mestre; • ter forte interesse e motivação para a investigação científica e para orientar o aprendizado das pessoas, seja na sala de aula ou na empresa; • dominar técnicas e conhecimentos dos conceitos básicos da área escolhida, já que o Curso de Doutorado não oferece disciplinas de nivelamento, voltadas ao preenchimento de eventuais lacunas na formação teórica anterior de seus alunos; • possuir, preferencialmente, alguma experiência profissional em empresas, uma vez que os trabalhos do Curso são realizados com base na realidade empresarial; e • ter, indispensavelmente, o domínio do inglês. Duração: três anos. Inscrições: até 21 de

novembro de 2006, apenas pelo site www.mackenzie.br Valor da inscrição: R$ 75 Vagas: 6 vagas por semestre Seleção: feita em duas ou três etapas, conforme o curso. Consiste em prova de proficiência em língua estrangeira, prova de conhecimentos específicos, avaliação do projeto de pesquisa e entrevista individual. Investimento mensal: R$ 1.224,59

Cursos de Mestrado ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ARQUITETURA E URBANISMO CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DIREITO POLÍTICO E ECONÔMICO DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA ENGENHARIA ELÉTRICA ENGENHARIA DE MATERIAIS (MESTRADO PROFISSIONAL) LETRAS Objetivo: formar pesquisadores com profunda e excelente base científica, comprometidos com a geração, a transmissão e a facilitação do processo de aprendizagem de conhecimento novo relacionado com a gestão das organizações, visando melhorar a capacidade de competir destas organizações individuais e contribuir para o desenvolvimento econômico do País. Público: professores universitários ou profissionais,

graduados ou não no curso escolhido, que pretendam se tornar docentes e que atendam ao perfil apresentado a seguir: • ter forte interesse e motivação para a investigação científica e para orientar o aprendizado das pessoas, seja na sala de aula ou na empresa; • dominar técnicas e conhecimentos dos conceitos básicos da área escolhida, já que o Curso de Mestrado não oferece disciplinas de nivelamento voltadas ao preenchimento de eventuais lacunas na formação teórica anterior de seus alunos; • possuir, preferencialmente, alguma experiência profissional em empresas, uma vez que os trabalhos do Curso são realizados com base na realidade empresarial; e • ter, indispensavelmente, o domínio do inglês. Duração: dois anos. Inscrições: até 21 de novembro de 2006, apenas pelo site www.mackenzie.br Valor da inscrição: R$ 75 Vagas: 20 vagas por semestre Seleção: feita em duas ou três etapas, conforme o curso. Consiste em prova de proficiência em língua estrangeira, prova de conhecimentos específicos, análise do projeto de pesquisa e do curriculum vitae e entrevista individual. Investimento mensal: R$ 1.111,62

Cursos de Especialização Lato Sensu ADMINISTRAÇÃO DE NEGÓCIOS CONTROLADORIA DESENHO AMBIENTAL E ARQUITETURA DA PAISAGEM DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO CIVIL DIREITO COMERCIAL DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO DIREITO E PROCESSO PENAL DIREITO EMPRESARIAL DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO TRIBUTÁRIO ENGENHARIA DE ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES EDIFICAÇÕES - EXCELÊNCIA CONSTRUTIVA E ANOMALIAS ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES ECONOMIA APLICADA À GESTÃO FINANÇAS DE EMPRESAS FILOSOFIA E EDUCAÇÃO FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS E MÚLTIPLAS FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DA ARTE E DA COMUNICAÇÃO GESTÃO ESTRATÉGICA DE VENDAS GERENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL GESTÃO BASEADA EM VALORES GESTÃO DE NEGÓCIOS EM SERVIÇOS GESTÃO DE ORGANIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR GESTÃO DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA PRIVADA GESTÃO ESTRATÉGICA DE

PESSOAS INFORMÁTICA APLICADA A EDUCAÇÃO INFRA-ESTRUTURA DE VIAS TERRESTRES E AEROPORTUÁRIAS LINGUAGEM E SENTIDO: GÊNEROS DISCURSIVOS LOGÍSTICA EMPRESARIAL MARKETING

MERCADOS FINANCEIROS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS TECNOLOGIA E GESTÃO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS TRADUÇÃO HOJE: TEORIA E PRÁTICA TV DIGITAL

Duração: 18 meses = 360 horas/aula. Inscrições: até 21 de novembro de 2006 - apenas pelo site www.mackenzie.br Valor da inscrição: R$ 75 Vagas: 20 vagas por semestre. Seleção: análise do curriculum vitae Investimento mensal: entre R$ 550 e R$ 670 (MO)


quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Planalto CPI Eleição Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Achamos que, seja quem for o eleito, vai governar com legitimidade. Ministro Tarso Genro

PETISTAS REVIDAM ATAQUES TUCANOS

Ed Ferreira/ AE Roberto Stuckert Filho / AOG

REBELO PEDE CAUTELA AOS TUCANOS Tarso Genro: "Esta ameaça revela mais o lado Opus Dei dele"

TARSO VÊ PINOCHET EM ALCKMIN Para ministro, tucano faz ameaças antidemocráticas.

O

ministro de Relaç õ e s I n s t i t u c i onais, Tarso Genro, disse ontem que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, mostrou seu lado "Opus Dei" (prelazia da Igreja Católica) ao declarar que um eventual segundo governo Lula acaba antes de começar. "Esta ameaça – dizer que um governo não vai começar, um governo que será eleito democraticamente pela população – revela mais esse do que o lado republicano do candidato", afirmou. Em entrevista no Palácio do Planalto, após o presidente Lula lançar a Política Nacional de Saúde do Idoso, Tarso Genro ainda fez comparações entre Alckmin e o general chileno Augusto Pinochet, que liderou o golpe contra Salvador Allende em 1973 e comandou uma ditadura de 17 anos. "Agora, ele (Alckmin) está demonstrando um lado que é mais perigoso, que é o lado Pinochet" declarou o ministro. Geraldo Alckmin sempre negou vínculos com a Opus Dei, a organização católica ultraconservadora descrita muitas vezes como fascista. A Opus Dei foi criada em 1928 pelo espanhol Josemaría Escrivá, durante a ditadura de Francisco Franco. Morto em 1975, Escrivá foi canonizado em 2002 pelo papa João Paulo II. Com forte influência no Vaticano, a entidade desperta curiosidade e causa polêmica. Os membros da Opus Dei travaram recentemente uma guerra

TSE NEGA PEDIDO DA REDE GLOBO

O

Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu negativamente à indagação feita pela Globo Comunicações em relação ao horário limite para ocorrer o debate entre os candidatos à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 27, antevéspera do 2º turno. A TV Globo pretendia dar início às 22h30 e questionou o TSE sobre o horário em busca de uma brecha legal para que pudesse ultrapassar da meianoite, visto que o programa tem duração estimada de 2h40. Os ministros do TSE aconselharam a emissora a mudar a data ou antecipar o horário no dia 27. (AE)

contra o best seller "O Código da Vinci", que os retrata como fanáticos e assassinos. Na entrevista, o ministro Tarso Genro avaliou que o próximo presidente garantirá a governabilidade. "Nós achamos que, seja quem for o eleito, seja o Alckmin, seja o Lula, vai governar e vai governar com legitimidade", afirmou. "É assim que se comporta, na República e na democracia, e não fazendo ameaças e bravatas em relação às instituições." Genro voltou a reconhecer que o resultado da privatização da telefonia foi bom para a população. "Sem entrar no mérito se deveria ter sido feita ou não, o resultado para a população na questão da telefonia foi positivo: barateou o telefone, e mais pessoas têm acesso (a ele)", disse. "Eu não fiz uma avaliação sobre se (o setor) deveria ter sido privatizado ou não, avalio o resultado", acrescentou. "O que nós não concordamos é com o processo de privatização selvagem que ocorreu massivamente nos oito anos do governo dos tucanos, em que eles privatizaram o ativo de US$ 100 bilhões para pagar a dívida, e a dívida triplicou." Em entrevista à rádio CBN, o ministro deu como exemplo a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. "Ela foi privatizada por R$ 2 bilhões e pouco se não me engano e logo estava dando um lucro de R$ 4 bilhões. Por que reestatizar se a Vale está funcionando?", indagou. (AE)

HABITAÇÃO, TEMA ÚNICO NAS RÁDIOS.

A

questão habitacional foi o tema levado ao ar, ontem, pelos programas dos dois candidatos a presidente durante o horário eleitoral de ontem reservado às rádios. Geraldo Alckmin, do PSDB, disse que, ao resolver o problema habitacional no Brasil, também estaria gerando emprego e atividade para a indústria. "O que o País mais precisa é de emprego, gente com trabalho e renda, a indústria produzindo mais e a sua vida melhorando", disse o candidato, que prometeu investir na habitação como fez como governador de São Paulo. Já o programa de Lula afirmou que a maior parte das 225 mil casas que Alckmin alega em sua propaganda foi feita durante a gestão Mário Covas, e que eram de má qualidade, com rachaduras e falhas. (AE)

Discurso do presidente da Câmara foi uma resposta às críticas feitas à Lula por FHC, anteontem.

O

presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), entrou no embate com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que anteontem fez críticas apimentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, e ao governo petista. Rebelo sugeriu aos "intelectuais tucanos" que tenham cuidado com o discurso que possa acirrar a divisão social no País. "A idéia de que os tucanos são portadores da modernidade e que os eleitores de Lula são os grotões, os burgos podres, os fanáticos do Bolsa Família, isso é perigoso. Leva à divisão da sociedade", disse, ressaltando temer que a luta política degenere em conflitos mais graves. "Aqueles que se julgam portadores da modernidade, como os intelectuais tucanos, podem chegar a resultados desastrosos. Os que foram combater Canudos em nome da modernidade, achando que aqueles nordestinos do sertão

Aldo Rebelo: preocupação com acirramento dos ataques.

da Bahia eram representantes com o acirramento do confronda barbárie, do atraso, termi- to entre aliados do presidente naram exterminando milhares Luiz Inácio Lula da Silva e do tucano Geraldo Alckmin. de camponeses", afirmou. "É preciso que esses intelec- Apesar de dizer que "a troca de tuais tucanos, que se julgam argumentos" é natural em uma portadores da modernidade campanha polarizada, Aldo contra o atraso, que seriam os disse temer que a crise prejudieleitores de Lula, tenham cui- que o processo democrático brasileiro. Ele dado para não se comportarem da aproveitou para cutucar o ex-presimesma forma dente Fernando que os moderniz a d o r e s q u e Aqueles que se julgam Henrique Cardoso, num revide às combateram Ca- portadores da nudos se comcríticas feitas ao modernidade, como presidente Lula na portaram e que terminaram, em os intelectuais terça-feira. Segundo Aldo, vez de proteger a tucanos, podem democracia e a chegar a resultados o tucano deveria reler o livro "Os República, pro- desastrosos. tegendo o barão Sertões", de EucliAldo Rebelo des da Cunha, pade Jeremoabo. O Brasil continua ra não agir como os militares que encheio de barões de Jeremoabo", completou, frentaram o beato Antônio numa referência a Cícero Dan- Conselheiro e seus seguidores tas Martins, considerado na no sertão da Bahia no fim do séépoca da Guerra de Canudos o culo 19. Para Aldo, alguns intemaior latifundiário do Nor- lectuais posam de modernos deste. sem se darem conta de que poO presidente da Câmara de- dem estar agindo como os mimonstrou visível preocupação litares que massacraram os se-

guidores de Conselheiro. "Os que foram combater em Canudos em nome da modernidade, achando que aqueles nordestinos do sertão da Bahia eram representantes da barbárie e do atraso, que lutar contra Canudos era lutar pela modernidade e pela República, o que vimos é que isso terminou numa barbárie. No seu radicalismo, eles exterminaram milhares de camponeses", lembrou. "É preciso que os intelectuais, que se julgam lutar contra o atraso (que seriam os eleitores do presidente Lula) tenham cuidado para não se comportarem da mesma forma que os modernizadores que combateram Canudos", reiterou o presidente da Câmara em seu discurso. Para Aldo, em vez de fortalecerem a democracia e a República, os ditos republicanos que destruíram Canudos acabaram beneficiando os barões que mandavam no País na época, e que ainda existem, na opinião do deputado. Aldo disse que essa idéia é divisionista e perigosa. (AOG)

&RPSDQKLD $EHUWD &13- QR

Aviso aos Acionistas Aumento do Capital Social com Subscrição de Novas Ações Conforme deliberado na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 5.10.2006, o Bradesco está promovendo o aumento do seu capital social, no valor de R$1.200.000.000,00, mediante a emissão de 21.818.182 novas ações, nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 10.909.152 ordinárias e 10.909.030 preferenciais, a serem subscritas ao preço de R$55,00 por ação. Para tanto, esclarece que: • os acionistas poderão exercer seus direitos de preferência no período de 19.10 a 21.11.2006, na proporção de 2,226746958% sobre a posição acionária possuída naquela data (5.10.2006), em ações da mesma espécie; • os acionistas com ações custodiadas na CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia deverão exercer seus direitos nas respectivas corretoras depositantes no período de 19.10 a 16.11.2006; • os acionistas que não desejarem exercer seus direitos de preferência à subscrição poderão negociá-los na BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo, a preço de mercado, no período de 19.10 a 10.11.2006, por meio da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ou outra corretora de livre escolha; • os Boletins de Subscrição estarão à disposição dos acionistas na Rede de Agências Bradesco, no período de 19.10 a 21.11.2006. Para aqueles com endereço atualizado nos registros da Sociedade, uma via do Boletim será encaminhada pelo Correio, devendo o acionista, que desejar exercer seus direitos, entregá-lo preenchido na Rede de Agências Bradesco até 21.11.2006; • independentemente da data da entrega do Boletim de Subscrição, o pagamento à vista, em moeda corrente nacional, de 100% do valor das ações subscritas ocorrerá em 7.12.2006, mesma data do pagamento dos Juros sobre o Capital Próprio Complementares e Dividendos declarados em 5.10.2006, devendo o acionista fazer a opção por uma das formas previstas no Boletim de Subscrição, conforme segue: - compensação de crédito de Juros sobre o Capital Próprio Complementares e Dividendos. Neste caso, o exercício do direito de subscrição das ações não importará em qualquer desembolso de recursos por parte dos acionistas inscritos nos registros do Banco naquela data (5.10.2006); - débito em conta corrente mantida no Banco Bradesco S.A.; - cheque à ordem do referido Banco Bradesco; • as eventuais sobras de ações, após decorrido o prazo para o exercício do direito de preferência, serão vendidas por meio de leilão a ser realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, dentro das condições estabelecidas na proposta do Conselho de Administração e da legislação pertinente. Direito das Ações Subscritas – Farão jus a Dividendos e/ou Juros sobre o Capital Próprio Mensais e eventualmente Complementares que vierem a ser declarados a partir da data de sua inclusão na posição dos acionistas, que ocorrerá após a aprovação do processo do aumento do capital social pelo Banco Central do Brasil, bem como, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações a partir da citada data.


DOISPONTOS -77

TREM DA ALEGRIA

CLAUDIO WEBER ABRAMO PAIS E FILHOS

O BNDES volta a ser sócio em empresa sucateada As ferrovias são estatais e foram entregues para a administração da iniciativa privada. Mas o governo decidiu voltar a investir como sócio. cena brasileira tem sido engraçada. Não pelo povo, mas pelo governo. Chegamos a ter, se ainda conseguirmos nos lembrar do trivial, cerca de 500 empresas estatais. Como todos se devem se lembrar, elas eram o retrato da ineficiência, cabides de emprego, moedas de troca política. Salvo algumas poucas que podem ser consideradas excelentes até hoje. Ao serem privatizadas, as boas ficaram excelentes. As ruins também melhoraram muito, e muitas chegaram à excelência. As siderúrgicas são exemplos extraordinários para criticar a estatização e louvar a privatização. As empresas logo tornaram-se, com algumas exceções, pois nada é perfeito, empresas lucrativas, geradoras de empregos e pagadoras de impostos. Se é assim, e todos podem percebê-lo facilmente, porque ainda temos quem defenda a estatização, que é o próprio retrato do atraso?

A

alvez alguns estejam se p e r g u n t a ndo, a esta altura, o que quis dizer acima, já que não se tem falado em estatização. Não se tem falado, mas se tem agido nessa direção, o que pode ser

T

eio na imprensa que a aparição do presidente Lula no Roda Viva da última segunda-feira teve como um de seus principais motes a alegação de que um presidente da República não teria obrigação de saber o que seus auxiliares fazem. Ao que se noticia, Lula teria insistido na metáfora segundo a qual um presidente é como um pai de família. Se um filho sai por aí fazendo estripulias, o pai de família não tem obrigação de saber o que se passa. Logo, o presidente não teria obrigação de saber o que se passa com seus ministros e outros auxiliares. Operam aí dois equívocos, ambos graves. O primeiro é que uma família não é uma estrutura hierárquica. Numa estrutura hierárquica, como um governo, o responsável último por tudo o que acontece é o chefe geral. E é exatamente porque não é possível a ninguém saber especificamente dos atos individuais de subordinados que se instituem nas organizações mecanismos de prevenção e controle.

L

O governo Lula colocou pouco mais de um bilhão de reais na Nova Brasil Ferrovias

Ricardo Stuckert/PR

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

notado por quem acompanha a cena brasileira, conforme dito no início. O BNDES-Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vem, silenciosamente, há algum tempo, e sem que muitos estejam notando, reestatizando empresas. A forma como isso tem sido feito é notória, e vem ocorre n d o a t r a v é s d e participação acionária. Banco de fomento não tem como função se associar a empresas, mas vender serviço, e seu serviço é dinheiro. caso da empresa Bra sil Ferrovias, agora Nova Brasil F e rro v i as , é sintomático do que vem acontecendo. Certamente, esse não será o único exemplo, bem como outras empresas já parcialmente reestatizadas. O governo resolveu colocar pouco mais de um bilhão de reais na empresa, mas não a fundo perdido como deveria ser o caso, e nem tampouco a juros adequados para investimento da empresa. Ao contrário, resolveu entrar de sócio. Alguém poderia perguntar: o que há de errado com isso? Se a empresa não pode investir, e não tem como pagar juros, o governo estará ajudando a empresa e o

O

G Continuamos os mesmos de sempre, com o Estado interferindo na iniciativa privada, afora o enorme volume de impostos que recolhe. G Sem que

muitos estejam notando, o BNDES vem há algum tempo reestatizando empresas. G Fica difícil deixar para trás duas décadas e meia de crescimento medíocre. G Se é assim, por que ainda temos quem defenda a estatização, que é o próprio retrato do atraso?

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

Brasil ao entrar como sócio. Ok, não haveria qualquer problema se a empresa fosse privada, ou se tivesse sido dada pelo Estado à operadora. Ocorre que as ferrovias são estatais e foram entregues à iniciativa privada para exploração, através de um processo de licitação. Assim como ocorreu com os portos, de acordo com a Lei 8.630/93. O que ocorreu na privatização da ferrovias? O mesmo que ocorreu com as privatizações das operações portuárias, quando as empresas foram "vendidas" sem entrega. s ferrovias ocorreu o mesmo. Elas foram colocadas em leilão para a iniciativa privada totalmente sucateadas e dando prejuízos, obrigando as empresas concessionárias a investir pesadamente para fazer com que funcionem, aumentem sua participação na nossa matriz de transporte e dêem lucro. Apesar do que se investe nas empresas, fora a jóia paga para vencer a licitação, tudo é do Estado, que tomará posse das empresas ao fim do período de concessão, com ou sem renovação. Quer dizer, entrega-se a sucata, obriga-se a empresa a investir, e tudo é do Es-

À

tado. E o governo ainda entra de sócio para ajudar na sucata vendida, passando a participar também das decisões e dos lucros, afora a participação normal pela "entrega" para exploração. sto é non-sense, já que, se o governo quisesse fazer direito, teria que ter entregue as empresas funcionando, com os investimentos necessários para isso, de tal modo que a iniciativa privada explorasse a s e m p re s a s e , a i sim, dividisse com o governo os lucros, numa parceria entre o capital e o trabalho, entrando o Estado com o capital e a iniciativa privada com o trabalho. Continuamos os mesmos de sempre, com o Estado interferindo na iniciativa privada, afora o enorme volume de impostos que recolhe, o que faz do país um campeão em carga tributária. Assim, fica difícil deixar para trás duas décadas e meia de crescimento medíocre e nada condizente com as potencialidades do País, o melhor do mundo fisicamente, conforme já colocamos em artigos anteriores.

I

S AMIR KEEDI, PROFESSOR, É AUTOR DE "LOGÍSTICA DE TRANSPORTE INTERNACIONAL" SAMIR@ADUANEIRAS. COM.BR

chefe tem sempre obrigação de saber, não sendo admissível alegar desconhecimento. Se não sabia, deveria ter sabido. Isso não vale só para presidentes da República, governadores e prefeitos, mas para tudo. Não lhe cabe, se perguntado, dizer que não tem nada a ver com o peixe. Tem, sim, senhor, o peixe é todo dele. Se alguém cobra uma propina em alguma organização, o principal responsável é quem manda. No caso de um indivíduo eleito, a responsabilidade é ainda agravada pela circunstância de sua eleição ter acontecido exatamente para (entre outras obrigações, claro) evitar que coisas como essas aconteçam.

O

ombater a corrupção não significa apenas gritar "pega ladrão" depois que a coisa aconteceu, mas montar mecanismos destinados a reduzir a probabilidade de a corrupção acontecer. Promover a implantação de mecanismos preventivos é obrigação do

C

governante. (Diga-se, a propósito, que a ficha do candidato Alckmin nesse particular é uma página em branco.) O segundo equívoco do candidato Lula reside no território da projeção de imagem. Ao mesmo tempo que se desresponsabiliza, Lula pretende apresentar-se ao público como "paizão" do povo. Por um pai se tem respeito. Usualmente, suas decisões são encaradas sob o pressuposto da confiança. Conhecemos nosso pai e acreditamos que ele nos conhece (é claro que isso é geralmente uma ilusão, mas nem por isso a maioria das pessoas deixa de alimentá-la). Há uma simpatia de princípio pelo pai, e mesmo quando esta está ausente mantémse reserva a respeito de seus defeitos mais graves. Ninguém demite um pai, por pior que ele seja. É claro que existem exemplos, mas não são muitos os filhos que processam criminalmente seus próprios pais. Isso de um governante apresentar-se como "paizão" tem a função expressa de despolitizar a política. Instâncias brasileiras desse tipo de comportamento não faltam. Getúlio Vargas fazia isso, como também Adhemar de Barros. Um "paizão" moderno é Antonio Carlos Magalhães. Muitos dos países mais desgraçados do mundo têm "paizões" à testa. figura mundial que mais se associou a esse tipo de conduta foi Stalin, mas nesse caso a projeção de imagem tinha a ver com a defesa da União Soviética ante a invasão nazista. Stalin apresentava-se aos soviéticos (e em particular aos russos, embora ele próprio fosse georgiano) como o protetor da Rodina, a mãe-pátria. A existência de precedentes não justifica repetir o comportamento. A tentativa presidencial de reduzir as relações entre eleitor e candidato às dimensões das relações familiares desmerece a própria história do PT.

A

CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

G Lula

apresenta-se como paizão do povo. Ninguém demite um pai, por pior que seja. Apresentar-se como paizão tem a função expressa de despolitizar a política.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


8

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A Superbid tem 50 funcionários diretos e outros 30 agentes de negócios no Brasil

EMPRESA DE LEILÕES COMEÇOU COM US$ 50 MIL

Fotos: Ricardo Padue/AFG

DOU-LHE UMA, DOU-LHE DUAS... E BASTA UM CLIQUE. Empreendedor cria site de leilões que conquista as maiores empresas do País

D

LETREIRO

A

ntes de definir o nome e o logotipo da Superbid, Ronaldo Sodré Santoro já planejava incorporar alguma palavra em português na composição da marca. A proposta era chegar a uma definição de fácil memorização e que, além disso, pudesse ser associada ao universo dos leilões – no caso, realizados por meio eletrônico – para ampliar a abrangência para todo o território nacional. Daí a composição de super com a palavra bid, que significa lance, aposta em inglês. O desenho que completa a concepção, insinuando um "S", simboliza a troca, explica o empreendedor. (FL)

izem que só os empresários que se esmeram em um plano de negócio conseguem fazer uma breve – porém eficiente – exposição do que é sua empresa. O criador da Superbid, empresa de leilões online, Ronaldo Sodré Santoro, enquadra-se nesse perfil. Sua conversa é clara e objetiva, de um executivo habituado a prospectar clientes exigentes. Entre eles, Votorantim, Suzano, Pirelli e Petrobras. Hoje, às vésperas de completar seu sétimo aniversário, a Superbid atende algumas das maiores corporações do País. Para elas, fez 254 leilões no ano passado, número que deverá crescer 40% neste ano. Antes de chegar a esse patamar, no entanto, o empresário foi obrigado a dar várias provas de que estava no caminho certo. Experiência com leilões ele tinha, adquirida na empresa de seu tio, a respeitada Sodré Santoro. Difícil era convencer o mercado de que esses eventos poderiam ocorrer com sucesso pela internet. Chamou-lhe a atenção, em 1994, a presença de mil pessoas

no auditório da Sodré Santoro, para um leilão em que o produto estava exposto na web. "Pensei: quantas mil pessoas não iriam à internet?" Ao longo dos dois anos seguintes ele desenvolveu, fora da empresa do tio, o projeto para a realização dos leilões eletrônicos. "Ninguém me dava ouvidos porque eu era muito jovem." O apoio veio do irmão Rodrigo, que à época também atuava como leiloeiro. Ele deu US$ 15 mil para que Ronaldo Santoro estruturasse o projeto, o que foi feito até 1999. Faltava, por fim, vender a idéia. "O nome Sodré Santoro ajudou a abrir portas", conta. O empresário estabeleceu parceria com o Unibanco, que investiu US$ 1,5 milhão na empreitada, em troca de participação de 15%. Depois, por outros 10%, o banco investiu mais US$ 1 milhão. Era final de 1999 e Santoro deixou a empresa do tio para dedicar-se exclusivamente à Superbid. Com os dólares do parceiro, contratou 50 pessoas para o desenvolvimento da plataforma online. Quando o empreendedor finalizava o desenvolvimento, o Unibanco decidiu sair do projeto por conta da cri-

EMPREENDEDORES Ronaldo Santoro: ninguém acreditava na idéia, mas ele provou que é possível vender ativos pela web

se na bolsa eletrônica Nasdaq, nos EUA. Restaram Santoro e cinco parceiros na empresa. Inovação No ano 2000, no entanto, a semente de bom relacionamento com o Unibanco trouxe um novo alento à Suberbid, chamada para fazer "o primeiro leilão online de imóveis do Brasil". Os negócios fechados atingiram R$ 4 milhões. Os 4% a que a empresa tinha direito lhe deram uma sobrevida. Santoro procurou, à época, muitas instituições bancárias. "Eles têm ativos para vender e isso tem que ser feito em leilão." Os potenciais clientes, no entanto, eram reticentes. O reconhecimento efetivo chegou em 2001, por meio de uma parceria com a Vale do Rio Doce. "Eles identificaram a Superbid como uma perna do Projeto Renova, voltado à venda de ativos industriais inservíveis." O leilão pela internet

"caía como uma luva", por oferecer as mesmas condições a todos os participantes do País. Para crescer com leilões industriais, porém, a Superbid precisava de um corpo técnico qualificado, recurso que chegou com uma nova parceria: a da Eccelera – um fundo de investimentos mexicano que buscava complementar o trabalho de intermediação de ativos industriais por meio de call center. "Eles tinham corpo técnico e nós, a ferramenta." Na contrapartida, a Eccelera ficou com 40% da Superbid, participação que Santoro planeja comprar. Hoje, o site é líder na área de leilões industriais no País, ancorado especialmente por investimentos em tecnologia, que somam R$ 5 milhões até hoje. Na retaguarda, 50 funcionários diretos e outros 30 agentes de negócios, espalhados por todo o Brasil. Fátima Lourenço

SEGREDO

O

sucesso da Superbid, segundo seu fundador, foi apostar na venda dos ativos inservíveis das indústrias. O leilão industrial pela internet era uma forma de dar transparência ao processo e tornou-se o carro-chefe dos negócios da empresa. (FL)

PEDRA

R

onaldo Santoro identifica três momentos difíceis na trajetória da Superbid: descrédito inicial das pessoas na idéia dos leilões pela internet; a saída do Unibanco da sociedade; e a resistência dos leiloeiros tradicionais, com lobby contrário junto aos bancos, para evitar a concorrência. (FL)

)* &- &%

)* !" &%

- '0 ) , &>,'' ! " # $% " "8 <E &8 <- "+,$, + & /0 + & 5 " ) * '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7,

& - 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * B "+,$, + " ! C '/0 + #DD " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

)* $ !" $) +(,

A'0 * 6 3 '0 .. >? , &>,'' ! " # $% &A 73+ ) "8 < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #1 " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

& ' ! ( & !! ! " # $ % !!

! "# $ % &'% ( "# $ ) * + , - + , ./ & 012 * ** +, +2%3% 2 . + ) *" .4 # 2 -5 + -6 ) 7 1 % 2#3 !! ( , 8 % # / #% ( 91 #8 +%:# ! %#% ( ! ; ( <2 % &%#0% 8 := > 2 * ;

6 + / + '0 .. , &>,'' /'9 0 ' ! ) " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 2 3 ,' ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 8 3 '0 ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

)* $ &- $) +(, # $ #%'& . $/#' +

# ! ( )* $ !" $) +(,

+( ) (012 0 , ( 3((4

0 ! )* +, ,,

./

>? ! " # $% & '(/9 +:$ <,7 ) * "+,$, + & /0 + & 5 " ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

8 ! " # $% & '(/9 +:$ ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' ",5 ,/, - 6 4 (+ '0, +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

- 8 ! " # $% " " < +4 <- ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + #1 " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, 3 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

! " # $% & '( ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' +/$ 4 , 3 4 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7,

# $ #%&'

!"

! "#$ % & ! '( )* +, ,, - " " $ (


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Internacional

Ele está melhorando constantemente Raúl Castro, sobre o líder cubano Fidel Castro, que continua internado

Jose Miguel Gomez/Reuters

Diego Granja/Reuters

Alvaro Noboa, o homem mais rico do Equador, é tido como o favorito

O esquerdista Rafael Correa: segundo lugar e acusações de fraude

Eleições no Equador vão para 2º turno

Nova votação está marcada para 29 de novembro

T

rês dias depois da te, contratada para realizar o eleição presidencial e trabalho de contagem rápida da confusão gerada por US$ 5,2 milhões, Bielsa pela pane do sistema lembrou que o pessoal técnico de apuração montado pelo da OEA havia feito uma "forte consórcio brasileiro E-Vote, os chamada de atenção" sobre a equatorianos conheceram, on- possibilidade de pane do sistetem, os resultados oficiais da ma. Mas ressaltou que, qualvotação. Após romper o con- quer que fosse o resultado trato com a E-Vote, o Tribunal anunciado pela empresa, ele Supremo Eleitoral (TSE) deu não teria nenhum valor legal. início à contagem manual, e Rebate – Ontem, o presidencom 90% dos votos apurados, te do consórcio brasileiro Eanunciou a vitória do populis- Vote, Paulo Martins, rejeitou as ta de direita, Álvaro Noboa, o acusações do candidato eshomem mais rico do Equador, querdista equatoriano Rafael com 26,32%, enquanto o es- Correa de que mantém víncuq u e rd i s t a R a f a e l C o r re a , los políticos com outros aspiapoiado pelo rantes à presipresidente vedência do Equanezuelano, Hudor. A empresa go Chávez, tifoi contratada Até o momento não se para realizar a nha 23,15%. Apesar do re- detectou nenhuma contagem rápisultado, haverá evidência nem da da eleição u m s e g u n d o denúncia provada de presidencial de turno, marcado domingo, mas fraude para o dia 26 de seus sistemas Rafael Bielsa, chefe da entraram em conovembro. A contagem oficial missão de observação lapso, lançando mostra uma dieleitoral da OEA o país na incerteferença pequena za e alimentanda apontada pedo suspeitas de la empresa brasileira. Quando fraude. suspendeu sua contagem, com Em entrevista à emissora Te72,25% dos votos apurados, a leamazonas, Martins qualifiE-Vote dava 26,67% para No- cou de mentirosa a afirmação de Correa de que pelo menos boa e 22,49% para Correa. A divergência dos números uma das empresas subcontraalimentou as denúncias de tadas pela E-Vote no Equador é fraude por parte de Correa. ligada ao direitista Partido SoDiante do abalo na credibilida- cial Cristão (PSC). de do TSE devido à suposta faO executivo brasileiro disse lha da empresa brasileira, o que o consórcio não tem ligachefe da missão de observação ções nem políticas nem econôeleitoral da Organização dos micas com nenhum político Estados Americanos (OEA), o equatoriano. O sistema da Eex-chanceler argentino Rafael Vote entrou em pane quando Bielsa, disse, em entrevista co- cerca de 30% dos votos ainda letiva, na terça-feira, que "até o não tinham sido apurados. Os momento não se detectou ne- dois candidatos já retomaram, nhuma evidência nem denún- ontem, a campanha para o secia provada de fraude". Quan- gundo turno, antes mesmo do to às possíveis falhas da E-Vo- resultado oficial.(Agências)

´ASIA NUCLEAR

EUA advertem Coréia do Norte Receio é de que norte-coreanos transfiram armas nucleares ao Irã ou à rede Al-Qaeda, de Bin Laden Kim Kyung-Hoon/Reuters

A

secretária de estado americana, Condoleezza Rice, advertiu a Coréia do Norte contra um segundo teste nuclear, ameaçando Pyonyang com novas sanções, informaram os meios de comunicação japoneses, na noite de ontem (hora de Brasília). A advertência é mais uma feita pelos Estados Unidos àquele país. Ontem, o presidente americano, George W. Bush disse que os Estados Unidos impedirão a Coréia do Norte de transferir armas nucleares ao Irã ou à rede terrorista AlQaeda e que se o país comunista tentar fazer isso enfrentará "uma grave conseqüência". "Se obtivermos informações de inteligência de que eles estão a ponto de transferir armas nucleares, deteremos as transferências", disse Bush em entrevista à rede de tevê americana ABC News. Horas antes, a própria Condoleezza Rice tinha assegurado ao Japão que os EUA estariam prontos para usar "todo o alcance" de seu poderio militar para defender o país. Os EUA temem que o Japão, a Coréia do Sul, ou mesmo Taiwan, possam querer desenvolver seu próprio programa de armas nucleares para conter uma ameaça da Coréia do Norte, que testou uma bomba atômica no dia 9. Qualquer passo nesse sentido pode enfurecer a China, que já possui armas nucleares, e aumentar as tensões na Ásia. Sem bomba – Ontem, no entanto, o primeiro-ministro

Treino e apreensão tomam o dia de soldados sul-coreanos em Kimpo Itsuo Inouye/AFP

ponês. A questão nuclear é um tema sensível no Japão, o único país vítima de um a t a q u e n uclear (em Hiroshima e Nagasaki, em 1945). Segundo Condoleezza Rice, "é extremamente importante reafirmar, e reafirmar firmemente, o comp romisso dos EUA de defender Condoleezza Rice diz que EUA protegerão o Japão o Japão e a japonês, Shinzo Abe, decla- Coréia do Sul", disse a secretárou que o Japão não tem pla- ria de Estado americana a jornos de mudar sua política de nalistas em Tóquio, por onde pós-guerra de não possuir, começou sua visita à Ásia. desenvolver nem permitir arReferindo-se a uma corrida mas nucleares no território ja- armamentista, ela declarou:

"Temos vários meios de impedir que isso aconteça." As palavras de Condoleezza são uma lembrança aos aliados dos EUA de que Washington não quer uma corrida armamentista e, ao mesmo tempo, uma advertência à Coréia do Norte de que poderá enfrentar o arsenal nuclear americano, se usar uma arma atômica contra um vizinho. No entanto, os EUA disseram reiteradamente que não pretendem atacar a Coréia do Norte ou depor seu regime comunista. Sanções – A visita de Condoleezza à região também visa pressionar a Coréia do Sul e especialmente a China a cumprirem as sanções aprovadas no sábado contra a Coréia do Norte pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A China rejeita interditar e inspecionar navios cargueiros que chegam à Coréia do Norte ou partem do país. Já a Coréia do Sul se recusa a encerrar projetos considerados grandes fontes de dinheiro para Pyongyang. Sobre as especulações de que a Coréia do Norte poderia estar se preparando para testar outra bomba, Condoleezza disse que os EUA estão preocupados, mas novas ações dos norte-coreanos somente "aprofundarão seu isolamento, que agora já está mais profundo". O ditador norte-coreano, Kim Jong-il, fez, na noite de terça-feira, sua primeira aparição pública desde o teste nuclear, indo a um espetáculo. (Agências)

ONU retomará votação

Evo Morales: atentado?

E

O

m reunião, ontem, na sede das Nações Unidas, em Nova York, o Grupo de Países Latino-Americanos e do Caribe (Grulac) não conseguiu acabar com o impasse no processo de eleição para a vaga de membro não-permanente do Conselho de Segurança, disputada pela Venezuela e Guatemala. O embaixador equatoriano, Diego Cordovez, que este mês preside o Grulac, propôs aos oponentes que se reúnam e en-

trem num acordo entre si. A pressão maior é para que ambos desistam de suas candidaturas, abrindo espaço a um terceiro candidato de consenso Mas nenhum dos dois países tem se mostrado disposto a abrir mão da disputa. As votações deverão ser retomadas hoje, às 11 horas (hora de Brasília). "Não houve consenso, mas demos um primeiro passo nas negociações", disse o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg. (AE)

presidente boliviano Evo Morales revelou, dias atrás, em uma entrevista ao jornal francês Le Monde, que passara a usar colete à prova de balas. Motivo: seria alvo de um atentado. Ontem, no entanto, a polícia local confirmou essa versão. Um homem que não se identificou denunciou a existência de um plano contra a vida de Morales, segundo o comandante da Polícia boliviana, general Isaac Pimentel.

O suposto atentado estava previsto para a última quintafeira. Seria durante um ato na Praça dos Heróis, no centro da cidade de La Paz. Nesse local, no qual líderes indígenas de vários países da América Latina se reuniriam, Morales fez um discurso em homenagem às vítimas da colonização européia no continente. Só não aconteceu porque houve uma denuncia anônima por parte de alguém que não se identificou. (DC/Agências)


Jornal do empreendedor

Papa repensa Judas que devolveu as 30 moedas

R$ 0,60

Bento XVI surpreendeu ontem 30 mil fiéis, durante a audiência das quarta-feiras na Praça São Pedro, pedindo aos católicos que tenham misericórdia do apóstolo que se arrependeu da traição. Logo

São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Juíza suspende dinheiro eleitoral de Lula Liminar susta MP que liberou R$ 1,5 bilhão do governo Lula para o candidato Lula. "Crédito extra, só na guerra", diz Candice Jobim.Pág.. 4

Ano 81 - Nº 22.236

De onde veio o dinheiro? Relatório do dossiegate antes do 2º turno

Edição concluída às 23h45

Hulton Archive/Getty Images

Página 4

Superleão: arrecadação é recorde Pagamentos de impostos e tributos federais somaram R$ 38,80 bilhões em setembro. Com isso, carga tributária pode chegar a 38,7% do PIB este ano. E 1 Celso Junior/AE

ESPECIAIS

WValente

Adriana Zebrauskas/Folha Imagem

Vestido de estatal O candidato Alckmin (PSDB) usou ontem jaqueta com logomarcas de estatais, forma de negar as acusações petistas de que, se eleito, promoverá onda de privatizações. Pág. 3

Artistas e intelectuais reafirmam apoio a Lula Check-in da hotelaria

A chave do mercado

Conheça as tendências do mercado hoteleiro no Brasil e as dicas de especialistas sobre os melhores resorts, hotéis-fazenda e pousadas.

Veja o cenário promissor da pós-graduação no Brasil, título fundamental para quem ambiciona avançar na carreira.

Acusados de aceitar a separação entre ética e política no governo petista, artistas apóiam o presidente e se defendem. Entre eles, o produtor Luís Carlos Barreto. Pág. 8

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.

DC

HOJE Nublado Máxima20º C. Mínima 14º C.

Copom corta 0,5 ponto da Selic E4

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

1 O resultado é fruto do aumento da eficiência e redução do espaço da sonegação. Jorge Rachid, da Receita Federal

CARGA TRIBUTÁRIA: 38,7% DO PIB MORDIDA DO LEÃO EM SETEMBRO FOI IMPULSIONADA PELO REFIS 3 E PELO PAGAMENTO DE ROYALTIES

RECEITA ARRECADA R$ 33,8 BILHÕES Marcelllo Casal Jr./Abr

O

s pagamentos de impostos e contribuições federais somaram R$ 33,8 bilhões, um recorde para os meses de setembro. O desempenho foi favorecido por pagamentos extras de royalties pela Petrobras, pelos pagamentos de dívidas em atraso proporcionadas pelo Refis 3 e por uma forte remessa de divisas para o exterior feita pelo setor financeiro. Só os 15% de Imposto de Renda (IR) cobrados sobre essa operação engordaram o caixa federal em R$ 326 milhões no mês passado. "Os resultados são positivos e, em linhas gerais, estamos trabalhando dentro do previsto", disse o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. "É importante ressaltar que o resultado não é fruto de aumento de tributos e sim de aumento da eficiência e redução do espaço da sonegação. Aliás, estamos cortando tributos", disse Rachid. Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão em verbas do orçamento federal e explicou que o gasto extra foi autorizado porque a arrecadação de setembro seria muito forte. Rachid não quis entrar na polêmica, explicando não ser responsável pelas decisões de gastos. Royalties – A arrecadação de setembro foi impulsionada pelo recolhimento de R$ 426 milhões extras em royalties sobre a exploração de petróleo. A receita vem sendo beneficiada há vários meses pelo crescimento dos royalties, mas dessa vez os recursos extras não vieram da produção do petróleo, mas da reavaliação da produtividade dos poços. Rachid não soube dar detalhes sobre a periodicidade com que a produtividade dos poços é revista, nem se a arrecadação já havia sido favorecida por alguma medida semelhante. As empresas estatais têm contribuído fortemente para

X-TUDO PARCELA DÉBITOS TRIBUTÁRIOS

A Jorge Rachid, da Receita, diz que recolhimento está dentro do previsto

o resultado das contas públicas deste ano. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a reavaliação foi feita no campo de Marlin, na bacia de Campos. O recolhimento extra diz respeito à Participação Especial, devida por poços de grande produtividade. Essa revisão é feita ocasionalmente. No ano passado, foi revista a produtividade do poço de Albacora, também na bacia de Campos. Refis 3 – A arrecadação foi beneficiada também pelo reco-

lhimento de impostos atrasados pelas empresas que aderiram ao Refis 3, o programa de parcelamento de dívidas em 120 meses. As adesões totalizaram R$ 1,967 bilhão. As dívidas mais elevadas diziam respeito à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), de R$ 543 milhões, e Imposto de Renda (IR), no total de R$ 406 milhões. A Previdência Social também foi beneficiada com o recolhimento de atrasados pelo Refis 3, no total de R$ 472 milhões. (AE)

UM NOVO RECORDE A CAMINHO

A

arrecadação federal divulgada ontem indica que um novo recorde de carga tributária está a caminho. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a carga tributária neste ano deverá ser 38,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2005, a carga fiscal alcançou 37,82%. A arrecadação de tributos de todas as esferas do governo (municipal, estadual e federal) deverá totalizar R$ 810 bilhões, contra R$ 732,87 bilhões

do ano passado. As receitas de impostos federais, exceto as previdenciárias, correspondem a cerca de 50% do arrecadado pelos cofres públicos. O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explica que embora a arrecadação acumulada tenha atingido 9,36% de crescimento nominal e 4,6% de aumento real, em 2006, o crescimento nominal será de aproximadamente 10,5% e o real, de quase 7%. Isso porque tradicionalmente, no último trimestre do ano, o

governo arrecada mais. Pelos cálculos do presidente do instituto, até o fim do ano, os tributos federais devem somar cerca de R$ 430 bilhões. A arrecadação de todo o País atingirá R$ 650 bilhões amanhã, por volta das 3 horas, e poderá ser visualizada no Impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A marca será alcançada com 34 dias de antecedência em relação ao ano passado. Adriana David

pelidado de X-Tudo pela oposição na Câmara Municipal por mexer nas regras de cobrança de vários impostos e até na Nota Fiscal Eletrônica, o Projeto de Lei n° 552/06 também institui o parcelamento de débitos. Nessa espécie de Refis municipal, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, os contribuintes poderão quitar débitos tributários em até 60 meses, com descontos. "Caso seja aprovado, o novo parcelamento será uma forma de aliviar a pressão tributária sobre os inadimplentes. Mas também mostra a vontade do município de fazer caixa no curto prazo", diz o ex-procurador municipal, Kiyoshi Harada. Só podem entrar no chamado Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT) débitos não inscritos na dívida ativa, confessados ou originários de autos de infração. Mas, com relação ao Imposto de Transmissão de Bens Inter-vivos (ITBI), o programa só aceita os débitos provenientes de autos de infração. "Essa

exceção é absurda porque desestimula o contribuinte a regularizar sua situação fiscal", criticou o advogado Perisson Lopes de Andrade, da Pactum Consultoria Empresarial. Prestações – O número de parcelas dependerá do valor do débito incluído no programa. Se o total for inferior a R$ 3 mil, poderá ser pago em até 18 prestações; acima disso mas até R$ 10 mil, deverá ser quitado em até 36 parcelas; dívidas de até R$ 50 mil têm a opção de pagamento em 48 vezes; e, além desse valor, em até 60 meses. Se o contribuinte atrasar o pagamento de alguma parcela em mais de 60 dias é excluído do programa municipal. Tanto o valor consolidado do débito quanto as prestações no PAT deverão ser atualizados pela taxa básica de juros (Selic) e nenhuma parcela será inferior a R$ 100 para pessoas físicas e R$ 500 para pessoas jurídicas. Mas se o pagamento for feito fora do prazo, incidirá multa de 0,33% por dia de atraso, até o limite de 20% do total da dívida. Ousado – Para Perisson, o

PAT é ousado se comparado ao parcelamento comum, que permite a diluição dos débitos em até 24 vezes. "Mas, em relação ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), cujo prazo de adesão terminou em 29 de agosto, ele não é tão vantajoso, já que o primeiro ofereceu prazo de até 120 meses, com desconto em multa e juros, e abrangia os débitos inscritos em dívida ativa." Se aprovado neste ano, o PAT pode entrar em vigor em 2007. O projeto nº 552/06 ainda não foi lido no plenário da Câmara, mas já enfrenta resistência da maioria dos vereadores. De acordo com a Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, a Prefeitura espera arrecadar R$ 5,07 bilhões com o Imposto sobre Serviços (ISS) e R$ 2,92 bilhões de Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) no próximo ano. Quando Mauro Ricardo Costa assumiu a secretaria, em 2004, entraram para os cofres do município R$ 2,59 bilhões de ISS e R$ 2,12 bilhões de IPTU. Laura Ignacio

Projeto aperfeiçoa legislação

O

projeto de lei nº 552/06 também trata de alterações no processo administrativo municipal que, em julho deste ano, com o início do funcionamento do Conselho Municipal de Tributos, ganhou novas regras. "Pelo projeto, a Prefeitura aperfeiçoa a legislação que regula o funcionamento desse conselho", explicou Perisson Lopes de Andrade, da Pactum Consultoria Empresarial. Caso a proposta seja aprovada pelos vereadores, uma das novidades é a criação de

quatro novos cargos de representantes do fisco no conselho. O projeto de lei ainda cria a possibilidade de o contribuinte entrar com pedido de reconsideração para esclarecer à Câmara Julgadora que pagou o depósito de 30% do saldo como garantia. Atualmente, se o julgador acreditar que o depósito não foi feito ou foi realizado parcialmente, não aceita o recurso do contribuinte de forma imediata. Prazos – O X-Tudo muda ainda o prazo para os contribuintes ou os representantes

fiscais apresentarem as argumentações contra a admissão de determinado recurso. Hoje, o prazo é de dez dias. No projeto, passa a ser de 30 dias. As decisões do conselho são tomadas por órgãos paritários, com representação do contribuinte e do fisco, com o objetivo de diminuir as demandas judiciais a respeito de tributos municipais. Segundo a Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, o fluxo estimado de processos a serem julgados pelo conselho é de 360 recursos por mês. (LI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

N esta edição especial do DC Boa Viagem saiba tudo sobre o setor. De tendências no mercado hoteleiro – tanto para lazer como para negócios – a novidades e empreendimentos recém-lançados ou em construção no País. Conheça, ainda, o funcionamento do sistema time-sharing. E mais: especialistas elegem seus hotéis-fazenda, resorts e pousadas preferidos para férias inesquecíveis.

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

TURISMO - 1

Check-in da hotelaria nacional Jon Feingersh/zeta/Corbis


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

1 Trecho de 50 metros esconde cabos de alta tensão, fibras óticas e outros condutores de serviços públicos.

Escavação de risco na Florêncio Abertura de via para veículos junto ao largo São Bento esbarra em cabos de alta tensão e fibras óticas. Mapeamento do subsolo é precário. Rafael Hupsel/Luz

Ó RBITA José Luis da Conceição/AE

POSTE 1

U

ma van a serviço da Comgás bateu ontem, por volta das 6h, em um poste com transformador (foto acima), na avenida Celso Garcia, zona leste. O acidente fez com que a energia elétrica fosse cortada, o que atingiu boa parte dos moradores da avenida. Segundo a Eletropaulo, o fornecimento de energia foi restabelecido às 14h42. (AE) José Luis da Conceição/AE

POSTE 2

U

ma pessoa morreu depois de bater seu carro, na manhã de ontem, em um poste da avenida Juscelino Kubitschek, altura da rua João Cachoeira, na zona sul da cidade (foto acima). Daniel Schwartz dirigia um Corsa. Duas faixas da avenida foram interditadas e o trânsito ficou complicado desde o Ibirapuera até a marginal Pinheiros. (Agências)

NO METRÔ

P

or volta das 14h de ontem, um usuário do metrô passou mal e caiu nos trilhos da estação Santa Cruz, da linha Norte-Sul. De acordo com a Companhia do Metropolitano, alguns minutos depois o passageiro foi retirado do local e encaminhado a um hospital da região. A circulação dos trens não foi interrompida. (AE)

Fernando Vieira

N

um trecho de apenas 50 metros, as obras para a abertura de uma via destinada à circulação de veículos no largo São Bento, ligando as ruas Florêncio de Abreu e Boa Vista, se transformaram numa operação de risco. Escondidas no subsolo estão tubulações de água, esgoto e gás, além de diversos condutores com cabeamentos óticos, telefônicos e elétricos de alta voltagem. Sem o mapeamento adequado das instalações subterrâneas, os operários tomam cuidados redobrados para não atingi-las. Trata-se de uma operação quase tátil, com descobertas diárias de novos obstáculos, que, muitas vezes, paralisam os trabalhos. Tanto cuidado é justificado especialmente pela existência de seis cabos de alta tensão da Eletropaulo, por onde passam, em cada um, cerca de 21 mil volts. A localização da rede de energia, contudo, é incerta. Sem um mapeamento exato, a rede precisa ser descoberta no curso das obras. Caso um desses cabos seja atingido pelas escavadeiras, há o risco de um acidente com o operador das máquinas e mesmo com outras pessoas que estiverem nas proximidades. Para evitar um eventual acidente, enquanto um operário controla o maquinário, outro observa a escavação. Quando um obstáculo é encontrado – que pode ser desde um pedaço de madeira a um condutor qualquer – o operador paralisa imediatamente seu trabalho, para que o segundo operário confirme o que foi localizado. "Se for uma pedra ou madeira peço para que continue forçando a escavadeira. Mas, na maioria das vezes, têm sido condutores e tubulações não identificados", disse um dos trabalhadores. No momento do achado, um supervisor específico é acionado para determinar a natureza da instalação. Um técnico da Embratel, por exemplo, acompanhou a obra durante a última semana. De acordo com o mapeamento de subsolo da empresa de telecomunicações, havia nesse espaço do largo São Bento apenas um condutor com quatro cabos de fibra ótica. Mas as escavações localizaram cinco condutores: quatro estavam juntos, de um lado da via. Um quinto condutor corria isoladamente, do outro lado. "Até o supervisor disse que não sabia da existência de quatro condutores e que precisaria atualizar seu croqui". Uma outra descoberta: a rede de esgoto do posto policial do largo estava ligada à galeria de águas pluviais. A correção já está em andamento. Natarde de ontem, por volta das 16h,

No largo São Bento, a abertura de uma passagem para veículos unindo a rua Florêncio de Abreu e a rua Boa Vista, todo cuidado é pouco

uma nova tubulação foi encontrada e, por isso, a obra ficou interrompida. "É uma dificuldade. A gente tem informação de que por aqui também passam dutos da Comgás, mas até agora não sabemos exatamente onde eles estão localizados". Apesar das freqüentes paralisações, a previsão é de que as obras, iniciadas há 15 dias, levem mais 15 para serem concluídas, respeitando o cronograma estipulado pela Prefeitura. No entanto, em condições normais de clima e com um mapeamento adequado de subsolo, o prazo habitual para a realização desse tipo de serviço, de abertura de uma via de cerca de 50 metros, seria de apenas uma semana. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que solicitará às equipes técnicas municipais explicações sobre a situação do mapeamento do subsolo no trecho em obras. Segundo os assessores, a paralisação de ontem se deu por conta da chuva que começou no final da tarde. Além disso, garantiu que o prazo para conclusão da obra será cumprido. 15 de Novembro – O u tr a medida já determinada pelo secretário de coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, é a repintura de sinalização de solo na rua 15 de Novembro, liberada para o tráfego de veículos desde a rua João Brícola até a praça Padre Manoel da Nóbrega, no sentido da praça da Sé. Embora a pintura tenha sido realizada há cerca de um mês, o serviço deverá ser refeito na próxima semana. Para 2007, a Prefeitura prevê uma intervenção de maior

porte na rua 15 de Novembro: seu asfaltamento, para facilitar a circulação de veículos. Alterações no Centro – A abertura da ligação entre as ruas Florêncio de Abreu e Boa Vista faz parte de uma série de alterações de tráfego no Centro. O objetivo é desafogar o fluxo de veículos da rua 25 de Março, transformada em área de pedestre desde o

último dia 10, num trecho de cinco quarteirões, entre a rua Carlos Souza de Nazareth e a ladeira da Constituição, das 10h às 18h, sempre de segunda a sábado. Com o bloqueio da 25 de Março, a rua Barão de Duprat teve sua mão alterada no sentido da praça da Sé e perdeu sua Zona Azul. A rua Comendador Abdo Schain, paralela à

25, virou Zona Marrom, aberta apenas para carga e descarga . Entre as mudanças destacam-se ainda as aberturas para veículos de antigos calçadões nas ruas 7 de Abril e 24 de Maio, no Centro Novo, entre a avenida Ipiranga e a rua Dom José de Barros, sendo esta última liberada ao tráfego entre a rua 24 de Maio e avenida São João.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Fotos: Divulgação

Agência O Globo

Iberostar Bahia (à esq.), empreendimento da rede espanhola recém-inaugurado na Praia do Forte. O SuperClubs Breezes Costa do Sauípe (acima), na Bahia, é o campeão de visitantes estrangeiros

Hotelaria brasileira cresce a todo vapor Por Sonaira San Pedro

N

ão param de pipocar novos hotéis, pousadas, flats e resorts Brasil afora. Enquanto você lê este texto, 135 empreendimentos estão sendo construídos a todo vapor, com investimentos que somam R$ 4 bilhões, quantia nunca vista na hotelaria brasileira até então. Isso significa que, até 2010, o País terá 81 novos hotéis, 33 resorts recentes e 21 flats recém-inaugurados, que acrescentam 26.182 leitos para quem viaja pelo Brasil. Sem contar os 17 mil postos de trabalho a mais nesses novos meios de hospedagem e os muitos turistas estrangeiros que desembarcarão aqui em busca das preciosidades que só as terras brasileiras têm. E são as regiões Nordeste e Sudeste, de longe, as mais cotadas pelos empresários do setor para sediar esses novos empreendimentos. Juntas, elas concentram sete de cada dez meios de hospedagem em construção. O Sudeste guarda hotéis e flats, pelo turismo de negócios. Já o Nordeste coleciona resorts e pousadas, por conta dos recantos paradisíacos, do verão que não vai embora nunca, do baixo custo de vida e da proximidade da região com o Velho Continente. E é de lá, do outro lado do Atlântico,

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Até 2010, o País terá 81 novos hotéis, 33 resorts recentes e 21 flats recém-inaugurados. As regiões Nordeste e Sudeste são as mais procuradas pelas redes hoteleiras nacionais e estrangeiras

Nos últimos 12 meses, a presença das redes hoteleiras por aqui cresceu 13%. Eraldo Alves da Cruz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

Resort & Spa Porto de Galinhas, grupo Enotel: inauguração no mês que vem AE

que vem grande parte dos investimentos para esses novos negócios, principalmente dos grupos hoteleiros ibéricos. A companhia espanhola Iberostar, por exemplo, acaba de inaugurar um dos melhores resorts cincoestrelas do Brasil, o Iberostar Bahia, erguido na Praia do Forte. Já a portuguesa Enotel corre contra o tempo para estrear, no mês que vem, o Resort & Spa Porto de Galinhas, na praia pernambucana de mesmo nome. Ceará – E os portugueses do grupo Vila Galé começam a levantar os alicerces do Hotel

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Agradecimentos Blue Tree Hotels (foto capa) Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Cumbuco, de frente às areias da praia cearense. "Nos últimos 12 meses, a presença das redes hoteleiras por aqui cresceu 13%", afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Eraldo Alves da Cruz. "Além do desenvolvimento dos resorts e hotéis de luxo, bastante freqüentados por veranistas e turistas estrangeiros, as hospedagens de baixo custo foram as que lideraram tamanho crescimento." Eraldo se refere a bandeiras como Formule 1, Ibis e Novotel, que oferecem diárias cerca de 50% abaixo da média do mercado, com serviços básicos e sem café da manhã. Ambos são propriedades da rede francesa Accor, que chegou ao Brasil há três décadas e, agora, tem 37 empreendimentos em construção, do Sul ao Norte do País. A maioria deles se concentra no Sudeste, em São Paulo e Rio de Janeiro, lugares que mais recebem os turistas de negócios. “A realidade do mercado atual nos mostra que o viajante, seja de negócios ou

turismo, acaba preferindo um meio de hospedagem prático, moderno e mais barato", diz Cruz. (leia mais sobre o assunto na pág. 3) Férias – "Mimos e luxos são reservados para as tão esperadas férias anuais", completa. Mas isso não impede que os cerca de 60 resorts que se espalham pelo Brasil – 20 deles só na Bahia – mantenham uma média de ocupação anual que atinge os 53%, contra 51% de média de ocupação de toda a rede hotelaria nacional. "A procura por esses espaços de hospedagem e lazer cresce entre 6% e 8% ao ano, principalmente impulsionado pela procura dos europeus, que têm fácil acesso ao nosso litoral", afirma o diretor executivo da Associação Resorts Brasil, Gelson Topazolo. "De 2005 para 2006, o crescimento do público estrangeiro em nossos resorts foi de 25% para 33%." Quem abriga a maior concentração de gringo por metro quadrado é o baiano Superclubs Breezes Costa do Sauípe, com ocupação estrangeira média de 60%. Acompanhando o boom

Vila Galé, em Fortaleza: um dos três hotéis da rede portuguesa no País Agência O Globo

Vista do Pelourinho, na Bahia – o Estado com maior números de resorts

dos resorts pelo litoral brasileiro, pequenas pousadas e hotéis cresceram 25% do ano passado para 2006. "Muitas pousadinhas surgem onde aparecem também os resorts", explica Topazolo. Trata-se de um processo natural de

mercado, já que as grandes hospedagens movimentam o turismo local e os pequenos se aproveitam disso para entrar no lucro. "É uma boa estratégia de negócio para todos, mas quem sempre sai ganhando, com tanta oferta assim, são os viajantes."


2

Guarda civil deixa crianças ajoelhadas

P

elo menos cem crianças, com idades entre 11 e 14 anos, que estudam no Serviço Social da Indústria (Sesi), foram obrigadas a ficar de joelhos enquanto esperavam por uma apresentação de teatro na manhã de segunda-feira, em Amparo, interior de São Paulo. A ordem teria partido de um guarda municipal como uma espécie de castigo, porque uma pessoa que passava pelo local teria sido atingida por uma pedra, atirada pelas crianças. O coordenador cultural do teatro da Fundação São Pedro, Rafael Piffer, testemunhou a cena e fez um vídeo de 40 segundos dos cerca de cinco minutos em que as crianças ficaram ajoelhadas num terreno cheio de pedriscos. As imagens estão em poder da Polícia Civil de Amparo, responsável pela investigação sobre suposto abuso de autoridade. "É humilhante. Eu falei para as crianças que tudo estava sendo registrado e o guarda ainda disse que ele era autoridade e eu não podia fazer aquilo", afirmou Piffer. Segundo uma professora informou à Fundação São Pedro, a autoridade que obrigou as crianças a ficarem de joelhos também teria mostrado uma arma durante alguns minutos. Nem a Guarda Municipal nem a prefeitura divulgaram o nome do guarda. A GM afastou temporariamente seu integrante, que trabalhava para a corporação há 12 anos e tinha apenas um registro de punição em sua ficha, por desobediência. O secretário de Governo e Cidadania de Amparo, Cássio Pacetta, informou que foi instaurado um processo administrativo e uma comissão de sindicância da Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos vai apurar o caso. "Assim que tomamos conhecimento do fato afastamos o guarda até que a denúncia seja apurada. Só temos a lamentar e pedir desculpas às crianças, professores e às famílias. Temos certeza de que essa foi uma atitude isolada e queremos saber o que ocorreu", disse Pacetta. Segundo testemunhas, algumas crianças ficaram com os joelhos machucados. Pelo menos dois estudantes passaram por exame de corpo de delito. O Sesi informou que seu departamento jurídico em São Paulo analisa medidas a serem tomadas. (AE)

Polícia Compor tamento Acidentes Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

O cruzamento das rotas indica que o condutor da traineira não respeitou regras da navegação.

QUATRO FORAM RESGATADOS COM VIDA

No Rio, naufrágio mata mergulhadores Colisão de uma traineira com um navio deixa três mortos na baía de Guanabara. Até a noite, cinco pessoas continuavam desaparecidas. Domingos Peixoto/Agência O Globo

U

ma pequena embarcação naufragou na noite de terça-feira na Baía de Guanabara, no Rio, depois de colidir com um navio cargueiro. Dos 12 tripulantes da traineira de 15 metros, quatro foram resgatados com vida e oito desapareceram com a embarcação. A Marinha localizou o barco no fundo da baía às 10h de ontem. Até o início da noite, apenas três corpos haviam sido resgatados. Os mergulhadores da Marinha, no entanto, já haviam visualizado os corpos de outros desaparecidos dentro do barco, a 37 metros de profundidade. A maior parte do grupo era de mergulhadores de uma empresa que trabalha na obra do emissário submarino do sistema de saneamento da Barra da Tijuca. Segundo informações do 1º Distrito Naval da Marinha, o navio mercante Roko, de bandeira das Bahamas, atingiu, às 23h25, o Costa Azul, um pesqueiro adaptado para embarcação de mergulho da Tecsub Engenharia Subaquática, de

Bombeiros procuram pelos desaparecidos: três corpos foram vistos dentro da traineira, no fundo do mar

Santos. Nove mergulhadores da empresa dividiam o barco com o mestre e dois marinheiros. Na hora do acidente, quatro mergulhadores conversavam na parte de trás da embarcação e pularam no mar. Os out r o s , s e g u n d o o s sobreviventes, dormiam no barco, que foi atingido na lateral pelo bico do cargueiro e virou. As duas embarcações se-

Mais um diálogo entre o Legacy e torre de controle

F

ontes da Aeronáutica confirmaram ontem a existência de uma gravação com o último diálogo entre o Cindacta-1 (controle do tráfego aéreo de Brasília) e os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, em 29 de setembro. Esse contato ocorreu 94 quilômetros antes de o Legacy passar por Brasília, ou seja, cerca de uma hora antes do choque com o Boeing. O diálogo é o seguinte: "N600XL atinge 370. Boa tarde", diz o piloto do Legacy, chamando o controle Brasília e informando que estava a 37 mil pés de altitude, cumpria o plano de vôo que havia sido p re p a r a d o p e l a E m b r a e r. "N600XL acione sua identidade", afirma o controlador de Brasília, pedindo ao piloto que digitasse no painel do avião o código do seu transponder, para que fosse visto no radar. Em seguida, o código aparece no visor e o controlador informa: "Sob vigilância radar". A afirmação é de praxe e quer dizer que aquela aeronave estava sendo acompanhada. Desse momento até o acidente foram cerca de 60 minutos. O controle de Brasília tentou falar com os pilotos por sete vezes, sem sucesso. O contato só foi restabelecido quase dois minutos após o choque entre os aviões, quando o número de

identificação do Boeing da Gol se sobrepôs ao do transponder do Legacy, acionado antes de passar pela capital federal. Registro – O próximo registro é do piloto do Legacy acionando o código 7700, que significava emergência. Em seguida, o Legacy fez contato com um avião da FAB que ajudou na comunicação com a torre da Base Aérea de Cachimbo, que orientou o pouso lá. O piloto do Legacy deveria ter se comunicado com Brasília quando passou pela vertical da capital federal para comunicar mudança de nível. Não o fez, mas o controle achou que estava tudo normal porque não havia código de falha de comunicação, e o radar primário, que não dá informações precisas, registrava que o Legacy estava a 36 mil pés, como previsto no plano de vôo. C a ix a s -p r e ta s – O coronel Rufino Ferreira, responsável pela investigação na FAB, chegou ao Brasil após realizar a decodificação das caixas-pretas no Canadá. Os dados serão cruzados com gravações do controle, para que os técnicos tenham o "cenário de probabilidade". A Aeronáutica informou que a FAB e o Exército não estão se desmobilizando na região da queda e que ontem não foram achados novos corpos. (AE)

guiam rotas perpendiculares. O cargueiro é um frigorífico de 180 metros de comprimento. O navio seguia de Itajaí (SC) para a Ucrânia e decidiu entrar na Baía de Guanabara para abastecer. Já o pesqueiro seguia do Caju, na zona portuária, onde foi abastecido com mantimentos, água e combustível, para Niterói, onde ficaria até o amanhecer.

Regras – O choque entre as rotas indica que o condutor do pesqueiro não respeitou duas regras da navegação. Segundo a Capitania dos Portos, os navios de grande porte têm preferência. Ainda assim, no cruzamento de duas embarcações, a que vê a outra pela direita é obrigada a contornar. Essa era a condição da traineira, já que o cargueiro seguia

corretamente pelo canal de 300 metros de largura reservado a navios mercantes que chegam ao porto. O choque ocorreu no canal, a um quilômetro do aeroporto Santos Dumont. O comandante da Capitania dos Portos do Rio, capitão-demar-e-guerra Antônio Monteiro Dias, não quis apontar a causa do acidente, que será apurada em inquérito. "Pelo menos 70% dos acidentes no mar são causados por falha humana", disse. "Diferentemente dos acidentes aéreos, onde tudo é rápido, para bater no mar é preciso fazer esforço. Como a segurança é alta, muitas vezes ocorre o descuido." Para o capitão, é improvável uma falha mecânica na traineira. Os sobreviventes foram atendidos no Hospital Central da Marinha e passavam bem. Eduardo da Silva Pinto, Tiago Batista Barros, Eliezer Chaves Oliveira e André Luiz Lorenzeti depuseram na Capitania dos Portos, além do comandante do cargueiro, Vladmirs Gruserviskis, e de seu imediato. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

TURISMO - 3 Fotos: Divulgação

Economia, mas sem perder o conforto

O setor do hotéis corporativos de tarifas mais baratas é um dos que mais cresce no Brasil. Até 2008, mais 135 destes empreendimentos devem abrir suas portas

Por Patrícia Andrade

O

turismo de negócios é um dos ramos que mais cresce no Brasil, com uma média de 20% ao ano estimulado pelo crescimento da economia, a globalização e a necessidade de visitar clientes e fornecedores. Para atender esta demanda, o segmento de hotéis corporativos na categoria econômica e superior são os que mais proliferaram nos últimos anos, particularmente nas grandes capitais e cidades de médio porte. Até 2008, está prevista a abertura de 135 empreendimentos hoteleiros, 45 na região Sudeste e 49 no nordeste. Juntas, concentram a maior parte das construções, 70% do total, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih). Para o presidente da entidade, Eraldo Alves da Cruz, este setor está vivendo um bom momento e irá crescer ainda mais nas capitais e nos grandes pólos industriais e de desenvolvimento. "Não houve uma migração dos turistas de negócios para os hotéis econômicos, o que aconteceu foi o surgimento de um produto para atender a demanda de um público específico, que buscava um estabelecimento seguro, com conforto e melhor preço", acredita. Ele afirma que a procura por estes estabelecimentos cresceu devido a perda do padrão de vida da classe média e pela redução de custos nas empresas. A rede hoteleira Accor, uma das principais do setor, acabou de abrir um hotel Ibis, de categoria econômica, em Campo Grande (MS) e vai abrir mais oito unidades em 2007. Para Alberto Ribeiro, diretor de expansão e desenvolvimento da rede, a fórmula de sucesso do Ibis é oferecer um serviço básico com qualidade para quem viaja a negócios. "No hotel, o hóspede vai encontrar um apartamento menor, mas com uma cama confortável , uma ducha boa, acesso a internet, um café da manhã razoável e um pequeno business center". Os preços também são convidativos. As diárias variam de R$ 99 a R$ 119 nos hotéis Ibis de São Paulo, e de R$ 63 a R$ 79 no Formule I. Na opinião do gerente de marketing André Weber, da Tour House, especializada em turismo corporativo, o turista de negócios busca um lugar onde possa trabalhar de forma rápida, porém com gastos menores. "Acompanhando esta realidade de controlar os custos das

P

Tryp (à esq.): a bandeira econômica dos hotéis da rede Sol Meliá, que já possui 19 unidades no País. Hotel da marca Ibis (à dir.): serviço básico de qualidade

viagens corporativas, surgiram estes hotéis de categoria intermediária com serviços executivos como internet banda larga, business center e a transformação das agências de viagens em empresas gestoras de viagens." O administrador hoteleiro e consultor empresarial Gilberto Simioni acredita que os hotéis que pertencem às redes trouxeram a necessidade de profissionalização ao mercado. "Há ainda hotéis em cidades do interior de alguns estados brasileiros que economizam deixando estagiários tomar conta de setores importantes. Ainda falta profissionalismo da hotelaria no Brasil", afirma. Perfil – Apesar de querer pagar menos, o turista de negócios é exigente e não abre mão de um bom atendimento e de alguns serviços. Para Carlos Nunes, gerente do Park Suítes, de São Paulo, da rede Atlantica Hotels, a decisão na hora de escolher a hospedagem são as facilidades que o estabelecimento oferece. O perfil do público que se hospeda nos hotéis de categoria superior são, na sua maioria, executivos de nível gerencial e de diretoria. O público dos econômicos são de profissionais liberais e de nível operacional. A rede Sol Meliá já tem 19 empreendimentos no setor corporativo nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza, porém somente a marca Tryp é voltada

para este público. As outras bandeiras da rede são hotéis de alto padrão e resorts. Para os especialistas da área, há espaço para todos no mercado hoteleiro."Os hotéis de alto padrão vão continuar tendo seu público específico, que não abre mão da piscina, de um bom fitness center e outros serviços", acredita Alberto Ribeiro, gerente da Accor. Elizabeth Wada, diretora de Vendas & Marketing, divisão América do Sul de Sol Meliá Hotels & Resorts concorda: "as viagens corporativas ocorrem em todas as camadas hierárquicas. Certamente, há muito espaço para o crescimento da hotelaria profissional e globalizada." São Paulo – Dos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 2005 quase a metade desembarcou em São Paulo. A maior parte deles veio da Europa. São Paulo é o estado mais visitado pelo turista estrangeiro, que viaja a negócios e participa de feiras, eventos e convenções, segundo dados do governo do Estado. Cerca de 6,4% vêm de outros países e 82,46% são brasileiros, totalizando em 9 milhões de visitantes, que se hospedam em um dos 550 hotéis das principais redes hoteleiras. Do total de turistas, 73,5% (6,6 milhões) vem a negócios. O gasto médio de turista de negócios ao dia é de R$ 600 contra R$ 300 de um turista de lazer, de acordo com os dados da São Paulo Convention & Bureau.

Fachada do Hotel Mercure (acima) e o quarto de um Formule 1 (abaixo), duas das várias marcas da rede Accor presentes no Brasil

Perfil do turista de negócios As prioridades e preferências, em ordem de importância: - estacionamento seguro - pouca demora na recepção - um bom chuveiro - uma cama confortável - internet no apartamento com wireless - um bom café da manhã - preço compatível com os serviços prestados - um bom atendimento Fonte: Simioni Consultoria

Férias planejadas nos próximos cinco anos ara garantir as viagens de fim de ano, a dentista Natalina Bianconi resolveu procurar um hotel credenciado no sistema de time-sharing. Escolheu um resort em Goiás e contratou pacote que lhe dava direito a uma semana de férias por ano naquele meio de hospedagem, durante cinco anos. Dividiu o pagamento em 18 meses e começou a planejar seus dias de sombra e água fresca. Só que na terceira vez que Natalina foi passar as férias lá, ela já tinha enjoado daquele lugar e queria mesmo uma boa praia. Ligou para a agência intercambiadora do programa e transferiu suas férias para um hotel em Cancún, no México, sem desembolsar nada a mais nas diárias, somente a taxa de transferência. Esse é o grande barato do time-sharing – em português, tempo compartilhado. Ter onde ficar – casa de férias ou hotel – em qualquer um dos cinco continentes a preço acessível. Mas é preciso se programar com antecedência. O uso do

É o que garante o sistema de ‘time-sharing’, ainda pouco conhecido entre os brasileiros. Nele, o viajante adquire um pacote que prevê o uso de hospedagem nos cinco continentes durante tempo determinado meio de hospedagem é dividido em semanas e cada "proprietário" compra o direito de usá-lo por uma ou mais semanas durante a quantidade de anos contratados. A vantagem sobre uma casa de campo ou veraneio é o que o sistema permite que você troque a temporada na sua propriedade por férias em qualquer lugar do mundo. "Aonde quer que eu vá, eu tenho uma boa cama que me espera", brinca Natalina que, aliás, adorou os dias de mar azul claro que passou no México com a família. Um programa de cinco anos de férias garantidas em um hotel brasileiro custa a partir de R$ 5 mil. "O cliente pode comprar sua vaga em uma hospedagem mais barata e, depois, fazer a permuta para um grande resort”, explica o diretor-geral da intercambiadora de férias por time-sharing RCI Brasil, Alejan-

Se a garantia de estada e o intercâmbio agradam aos turistas, a certeza da ocupação e o pagamento antecipado agradam aos empresários. Alejandro Moreno, o diretor-geral da RCI dro Moreno. "Mesmo os hotéis mais em conta têm serviço exemplar e exibem, no mínimo, quatro estrelas." Mas na ponta do lápis, a compra não é a única despesa dos programas de tempo compartilhado. Na hora de variar os lugares é preciso recorrer às em-

presas intercambiadoras do sistema, que cobram uma taxa média de R$ 500. Tem também as despesas de administração anual, que variam de acordo com a sofisticação do meio de hospedagem, em média R$ 300. "Mesmo assim, compensa aderir ao sistema de time-sharing

do que comprar uma casa", diz Moreno. "Mesmo quem tem casa de férias acaba gastando em hotel porque não quer viajar sempre para o mesmo lugar." Vale lembrar que a casa estará à sua disposição enquanto que, para garantir sua semana de férias em Fortaleza ou no Havaí, é preciso se programar com até 90 dias de antecedência. "Se a garantia de estada e a possibilidade de intercâmbio agrada aos turistas, a certeza da ocupação futura e o pagamento antecipado agradam os empresários", afirma Moreno. No mundo inteiro, 4 milhões de famílias lançam mão deste serviço. No Brasil, são 60 mil associados. "O mercado interno tem muito o que crescer, já que o brasileiro está aprendendo a se programar agora que a economia ganhou maior estabilidade." Ele acredita que menos de

1% do potencial de consumo do sistema de time-sharing no Brasil tenha sido explorado. E, para atrair esse público potencial, em vez de vender e intercambiar apenas semanas, os resorts podem também converter essas diárias em pontos. É uma maneira de possibilitar aos associados que troquem a temporada em hotéis pelos serviços de uma rede de parceiros credenciados à RCI, como locadora de automóveis, cruzeiros marítimos, parques temáticos e passagens aéreas. "Mesmo que o sistema de time-sharing exija planejamento absoluto, um programa mais flexível e com regras menos rígidas pode atrair uma nova geração de consumidores", diz. "A flexibilização é o futuro desse sistema." Sonaira San Pedro SERVIÇO: RCI: mais informações pelo tel. (11) 2177-0777, site www.rci.com.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Especialistas indicam seus preferidos Convidamos dois profissionais no mercado de viagens (*) para indicar a você, leitor, alguns dos melhores empreendimentos para ir nas férias: seja com a família em resorts e hotéis-fazenda, seja em pequenas pousadas à beira-mar ou no campo. Conheça os preferidos de cada um e seus atrativos Por Lygia Rebello

RESORTS

Fotos: Divulgação

Summerville Beach Resort (PE)

Ponta dos Ganchos Exclusive Resort (SC)

Eby: "Ele é perfeito para quem tem família com filhos pequenos e adolescentes. A comida é muito boa e as instalações, ótimas."

Eby: "É tudo de bom, o que tem de melhor em hotelaria no Brasil. Acomodações, culinária, detalhes: tudo é excelente. É um hotel de luxo que fica numa vila de pescadores, num lugar pitoresco. Uma experiência única. Perfeito para casais, com direito a jantares à luz de velas."

L

ocalizado na Praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, o hotel oferece uma completa infra-estrutura de lazer numa área de 70 mil metros quadrados, cercada por coqueiros, Mata Atlântica e o mar. Mini-golfe, quadras de tênis, campo de futebol, pista de cooper, boate, bares, restaurantes e uma piscina de 2.300 metros quadrados de espelho d'água são os destaques do lugar. Informações e reservas pelo tel. (81) 3302-5555, site www.summervilleresort.com.br.

P

rivacidade e luxo são os pontos fortes desse resort localizado a 70 km de Florianópolis, no município de Governador Celso Ramos. Com apenas 20 exclusivos bangalôs de frente para o mar – alguns com jacuzzi e piscina na varanda –, ele é perfeito para casais. A alta gastronomia – há sempre festivais gastronômicos e chefs renomados fazendo participações especiais no cardápio – é outro ponto forte do resort. Informações e reservas pelo tel. 08006433346, site www.pontadosganchos.com.br. Berg Silva/Agência O Globo

Serhs Natal Grand Hotel (RN)

Vila Galé Marés (BA) José Eduardo: "Fica em Guarajuba, perto da Praia do Forte. É a novidade do ano e por isso tem o gostinho de visitar um lugar onde tudo é novinho, zerado. Tem uma piscina de 3 mil metros quadrados, spa e parte náutica bem completa, com aulas de surfe, vela e mergulho."

José Eduardo: "É super moderno, com tecnologia de ponta – tevê de plasma nos quartos. Sua localização em Natal é muito legal, na Via Costeira. Os quartos são bem confortáveis e o serviço é muito eficiente."

U

m cinco-estrelas que mais parece um hotel da Polinésia Francesa, com seus bangalôs espalhados numa área de 200 mil metros quadrados, entre a Praia de Guarajuba e a lagoa de mesmo nome. A 12 quilômetros da Praia do Forte, tem 352 quartos e 95 bangalôs. Entre os destaques, estão o spa, com produtos da L’Occitane, o centro náutico, o kid’s club e até um circuito de arvorismo. Informações e reservas pelo tel. (71) 3674-8300 site www.vilagale.pt.

N

a badalada Via Costeira da capital potiguar, esse hotel da rede espanhola esbanja modernidade – nos 396 apartamentos, todos com vista para o mar, há TV de plasma e conexão para internet. Um spa que segue a filosofia budista, quatro restaurantes e quatro bares completam a área de lazer, que ainda possui quadras e espaços para a prática de esportes e atividades de entretenimento. Informações e reservas pelos tels. (84) 4005-2000 ou (11) 3884-8587 , site www.serhs.com.br.

POUSADAS NA PRAIA

Sérgio Borges/Agência O Globo

Pousada Estrela D'Água (BA)

Convento do Carmo (BA) Eby: "Não é exatamente pé na areia, pois fica no Pelourinho, mas é muito elegante e tem vista para o mar. Tem um clima mágico, uma energia muita boa. Você esquece do mundo lá dentro. Luxo no visual e no tratamento."

Eby: "Fica em Trancoso, o local é um show. Não conheço pessoalmente, mas indico pois só tenho boas recomendações de lá. Está na lista dos lugares que tenho que visitar em breve."

C

onsiderada uma das mais luxuosas da hippie-chique vila baiana de Trancoso, funciona onde um dia foi a casa de Gal Costa. Situada na Praia dos Nativos, a pousada manteve quase intacta a vegetação nativa dos seus 23 mil metros quadrados e abusa de decoração com madeira e cores fortes. Informações e reservas pelo tel. (73) 3668-1030, www.estreladagua.com.br.

É

a primeira unidade do charmoso grupo Pousadas de Portugal, do Grupo Pestana, em terras brasileiras. No coração de Salvador, no Pelourinho, foi especialmente instalado numa construção de 1586, toda recuperada e decorada com obras de arte de séculos passados. As celas dos frades carmelitas viraram os 70 quartos e nove suítes de luxo. Piscina, spa, um museu e uma igreja fazem parte das instalações desse histórico hotel. Informações e reservas pelo tel. (71) 3327-8400, site www.pousadas.pt.

Parador Estaleiro Exclusive Resort (SC)

C

om decoração que segue a filosofia do moderno e minimalista, este hotel, localizado na Praia do Estaleirinho, a 70 km de Florianópolis, será o hit do verão para os casais que querem privacidade, pois não aceita crianças. Com apenas 15 suítes, 10 delas com vista para o mar, ele ainda conta com uma charutaria e uma adega de 3.500 garrafas. Informações e reservas pelo tel. (47) 3261-6661, site www.paradorestaleirohotel.com.br.

Pousada Maravilha (PE)

N

o estonteante Arquipélago de Fernando de Noronha, a pousada já é referência da arte de bem-receber seus hóspedes. Na Praia do Sueste, possui apenas cinco bangalôs e três apartamentos. A arquitetura privilegia a natureza exuberante do destino, com muitos vidros, junco e palha. O serviço? Totalmente personalizado. Informações e reservas pelo tels. (81) 3619-1290 e 3619-0028, site www.pousadamaravilha.com.br.

José Eduardo: "Você não precisa de tevê para ver os atores de novelas, pois é preferida pelas celebridades globais. Tem bangalôs com vista para a Baía do Sueste, equipados com ofurô e hidro. O café da manhã é servido no quarto, sem custo adicional."

José Eduardo: "Tem poucos apartamentos, quase todos com vista para o mar, e serviço personalizado. É quase um hotel de design e é ótimo para casais, pois não aceita crianças. Tem boas ofertas de lazer e fica numa praia super tranqüila."

*Perfil dos especialistas - Eby Babaeghian Piaskowy, diretora da Queensberry, há 14 na operadora de turismo -José Eduardo Camargo, editor-chefe do conceituado Guia Brasil (Guia Quatro Rodas).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

TURISMO - 5

HOTÉIS-FAZENDA Fotos: Divulgação

Dona Carolina (SP)

A

pesar de ser um cinco-estrelas, quem visita este hotel, em Itatiba, tem a sensação de estar se hospedando na fazenda da própria família. O valor histórico é marcante por ali: a casa-sede é um exemplar autêntico da época áurea do café no século 19. Numa área de 2,5 milhões de metros quadrados, oferece trilhas, passeios a cavalo, parque infantil, entre outras atrações. Informações e reservas pelo tels. 0800/417040 e (11) 4534-9100, site www.donacarolina.com.br.

Eby: "É bem interessante, com quartos confortáveis. Tem um estilo rústico-chique muito bacana." José: "É um clássico e fica perto de São Paulo. Tem uma área de lazer fantástica, boa equipe de recreação e boas ofertas de atividades no campo, principalmente para as crianças."

Edu Garcia/AE

Fazenda Pinhal (SP) Eby: "É demais. E uma família inteira pode pegar todos os quartos, porque é pequeno, e se sentir como se estivesse na própria fazenda.

A

histórica fazenda em São Carlos, a 220 km da capital paulista, preserva a estrutura completa dos tempos colonais: casarão, terreiro de café, pavilhão do antigo engenho, tulha, pomar... Por ali, pode-se fazer caminhadas, visita à casagrande e passeios a cavalo e, ainda, apreciar uma deliciosa comida caseira. Informações e reservas pelos tels. (11) 30643663 e (16) 3372-5683, site www.fazendapinhal.com.br.

Hotel Sesc Pantanal Porto Cercado (MT) José: "Fica no Pantanal de Poconé, perto de Cuiabá, e é uma das melhores opções para quem quer conhecer o Pantanal com boa acomodação. Uma opção diferente para quem quer conhecer o Pantanal com a família."

P

arte Estância Ecológica Sesc Pantanal, a 150 km de Cuiabá, o hotel não oferece apenas atividades ecológicas. Tem dois restaurantes que servem pratos típicos da culinária pantaneira, sala de cinema, sala de ginástica e salão de jogos. Os passeios na natureza, porém, são o forte do local: focagem noturna, observação de animais, trilhas, pescaria... Informações e reservas pelo tel. (65) 3688-2001, site www.sescpantanal.com.br.

POUSADAS NA MONTANHA OU NO CAMPO Luiz Prado/LUZ

La Hacienda Estalagem e Restaurante (RS) Eby: "Fica a 15 km do centro de Gramado, em uma fazenda, com uma bela vista da natureza. Estilo rústico, mais com muito charme, perfeita para uma 'fuga'."

Pousada Quinta dos Pinhais (SP) José Eduardo: "Fica em (Santo Antônio do Pinhal) e tem chalés com cama king-size, CD-player e hidro, a 1.350 m de altitude. Na chegada, os hóspedes são recebidos com cesta de frutas e chocolate."

R

N

a Serra da Mantiqueira, na pequena Santo Antônio do Pinhal, a pousada tem o privilégio de ter uma vista de tirar o fôlego: ao fundo, fica o Pico Agudo e à frente, a imponente Pedra do Baú. Em estilo rústico, a pousada esbanja romantismo com seus chalés equipados com lareira e varanda com rede. A culinária requintada é outro atrativo por ali. Informações e reservas pelos tels. (12) 3666-2030 e 3666-1731, site www.quintadospinhais.com.br.

Pousada Les Roches (RJ) José Eduardo: "Fica em Petrópolis. Os detalhes vão das toalhas felpudas de algodão egípcio a amenities e rouparia (algodão egípcio 200 fios). Entre as acomodações bem-equipadas, os chalés são mais confortáveis. Se for no fim de semana, experimente o brunch do domingo (com salmão defumado, doce de jaca-carpaccio, entre outros)." ecém-coroada como um dos mais novos membros do seleto grupo da Associação dos Hotéis dos Roteiros de Charme, o antigo sítio familiar virou uma charmosa pousada, hoje com 10 chalés e quatro suítes, todas delicadamante decoradas e nomeadas com nomes de pedras preciosas. Localizada na sofisticada região de Itaipava, possui ainda spa completo e restaurante de alta gastronomia. Tel. (24) 2281-9081, site www.pousadalesroches.com.br.

N

a bela Serra Gaúcha, a 14 km de Gramado, a pousada se preocupa em manter vivos os costumes e detalhes da arquitetura dos primeiros imigrantes da região. Conta com apenas seis chalés, com lareiras e banheira de hidromassagem. Cavalgadas e trilhas estão entre as atividades ao ar livre. Informações e reservas pelo tel. (54) 3286-8027, site www.lahacienda.com.br.

Pousada Fazenda das Videiras (RJ) Eby: "Fica a poucos quilômetros de Petrópolis, com ótima gastronomia. É ideal para casais. Oferece muita privacidade e conta com alguns poucos chalés."

H

ospitalidade, vinhos e um parque aquático natural. Estes três são apenas alguns dos diferenciais dessa charmosa pousada na região serrana do Rio de Janeiro, cujo tema principal na decoração são as uvas e o vinho. Belo exemplar de uma antiga fazenda colonial, possui somente quatro chalés: perfeito para casais que buscam a tranqüilidade do campo, pois não aceita crianças. Mais informações e reservas pelo tel. (24) 2225-8090, site www.videiras.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Internacional

Equador prende representante da E-Vote por 24 horas Além da detenção de Santiago Murray, bens da empresa foram apreendidos

D Votação na ONU é adiada

A

Sem quórum – Com exceção de uma das votações, a nona, realizada na segunda-feira, na qual os dois países empataram, a Guatemala sempre obteve mais votos do que a Venezuela. Mas em nenhuma dessas rodadas o país conseguiu reunir o mínimo de dois terços dos votos válidos que lhe garantiria a vaga. Empenhados em evitar que a Venezuela de Hugo Chávez um de seus principais inimigos no continente - se instale no Conselho de Segurança, os EUA pressionam os paísesmembros a votar pela Guatemala. Caracas, por seu lado, qualifica o confronto na Organização das Nações Unidas (ONU) de "batalha histórica" para barrar o que chama de "imposição do império".

Diante do impasse, os dois países já admitiam, ontem, a possibilidade de se retirar da disputa, dando lugar a um terceiro candidato, de consenso. "Continuaremos na batalha, mas, no momento certo, quando tivermos a certeza de que já não teremos como ir adiante, trataríamos de buscar um terceiro candidato", disse o ministro de Relações Exteriores da Guatemala, Gert Rosenthal, a uma rádio guatemalteca. Rosenthal ressaltou que a opção de retirada não lhe agrada porque a Guatemala "está próxima de alcançar a maioria de dois terços". Por seu lado, um dos principais assessores de geopolítica de Chávez, Alberto Müller Rojas, admitiu que a solução será a escolha de outro candidato. (AE)

epois de ser impedido, na terça-feira, de deixar o país, Santiago Murray, o representante no Equador da empresa brasileira E-Vote, contratada para fazer a apuração dos votos das eleições equatorianas à presidência realizadas no último domingo, está detido. Ontem, a Justiça do Equador determinou sua prisão, por 24 horas, para investigação, além da apreensão dos bens da E-Vote. A empresa, que faz parte do consórcio que fará a apuração das eleições brasileiras no próximo dia 29, também para presidente, foi responsabilizada pelos atrasos que fizeram os trabalhos ser interrompidos e obrigou o país a utilizar a contagem manual. A detenção de Murray e as medidas contra a E-Vote foram determinadas pelo juiz Jaime Santos. Além do impedimento imposto ao representante da empresa, que vem sendo acusada de delito informático, a Justiça deu sinal verde para a realização de uma blitz nos escritórios da E-Vote em Quito, capital do Equador. O objetivo da blitz foi o de recolher informações que possam esclarecer os motivos que

levaram aos atrasos. A E-Vote chegou a ser acusada por um dos candidatos (Rafael Correa) de levar o pleito para o segundo turno, numa suposta alusão a uma fraude. O atraso nas apurações fez com que o governo anulasse o contrato equivalente a US$ 5,2 milhões com a empresa brasileira. Rompimento – Candidato esquerdista à presidência do Equador, Rafael Correa, segundo colocado no primeiro turno da eleição, disse, ontem, que romperá com seu aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, caso ele se intrometa nas questões internas do país. De olho na disputa do segundo turno com o milionário Álvaro Noboa, em 26 de novembro, Correa teme que a até agora evidente proximidade com Chávez lhe tire votos do eleitorado centrista, como ocorreu com o peruano Ollanta Humala, em junho, e o mexican o A n d ré s M a n u e l L ó p e z Obrador, em julho. "Aqui, nem Chávez nem Bush (o presidente americano, George W.) nos dirá o que temos de fazer. O primeiro que se intrometer nos assuntos do Equador perderá nossa amizade", declarou Correa em uma

entrevista à emissora de tevê Teleamazonas, em reação às denúncias de seus rivais de que sua candidatura recebe financiamento de Chávez. "Sabemos que grupos poderosos vão mandar barcos desde a Venezuela com material de campanha para tentar convencer o povo de que Chávez está nos ajudando", acrescentou Correa. "Não sou comunista e, se fosse, eu não teria nenhum problema em admitir. Mas sou católico praticante e vivi quatro anos nos EUA, país do que gosto muito." Incógnita – Embora o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do Equador tenha prometido para a última quarta-feira a contagem oficial de 100% dos votos, até ontem à noite ainda faltavam apurar quase 6% das urnas. Noboa tinha 26,6% dos votos e Correa, 22,8%. A diferença entre os dois era muito parecida com a apurada pela E-Vote, contratado pelo TSE para realizar uma contagem preliminar, mas que teve de paralisar os trabalhos após uma pane, com apenas cerca de 70% dos votos apurados. Correa denunciou a intenção da EVote de preparar uma fraude eleitoral contra ele. (AE)

Liu Jin/AFP

Impasse na votação pode levar Guatemala e Venezuela abrirem mão da vaga, em favor de outro país

pós 35 votações, as Nações Unidas suspenderam, ontem, as próximas rodadas da disputa entre Guatemala e Venezuela por uma vaga não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. As próximas votações serão realizadas apenas na próxima quarta-feira. A perspectiva de que a indefinição se arraste por muito tempo e siga emperrando a pauta da Assembléia-Geral da entidade já começa a irritar os demais países-membros da ONU. "Temos comissões funcionando, temos outros compromissos e gostaríamos de sugerir que as votações se limitassem a dois ou três dias por semana", propôs o embaixador egípcio, Maged Abdelfattah Abdelaziz.

Queremos deixar aberta a porta das negociações Condoleezza Rice, em Seul, sobre a crise da Coréia do Norte

DE JOELHOS, NÃO – Para o general norte-coreano Ri Chan-bok, a guerra será inevitável se George W. Bush quiser fazer a Coréia do Norte se ajoelhar. Acima, trabalhador norte-coreano, em Sinuiji

Reuters

Chip East/Reuters

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

TEMPESTADE À VISTA – Turistas que estavam ontem na praia de Antalya, situada na costa mediterrânea da Turquia e uma das mais bonitas da região, observam a aproximação de tempestade.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

RESENHA

NACIONAL

NEM DÁ PARA ACREDITAR

G Mudanças

abruptas das regras do jogo geram incerteza e riscos que desestimulam os empresários mobilizaram contra a lei, considera como argumento "meio chantagista" essa rejeição. Critica a defesa de interesses legítimos, entre os quais o do emprego, ao afirmar que o combate ao "lenocínio ou ao narcotráfico também ameaça empregos", em uma comparação profundamente infeliz, a não ser que ele considere que os trabalhadores das empresas de publicidade externa exercem atividade semelhante. Tal linha de argumentação, além de ofensiva a uma entidade de classe que há 112 anos defende a livre iniciativa e o desenvolvimento do País, não condiz com a inteligência e capacidade do autor. Existem os que consideram um luminoso ou um anúncio bem feito como poluição visual, enquanto outros os admiram. Alguns são contra apenas os excessos existentes na cidade por falta de fiscalização da Prefeitura e defendem a aplicação da legislação em vigor. O aspecto mais

LIVROS PARA A BIBLIOTECA Céllus

C

JOÃO DE SCANTIMBURGO

importante a se considerar, contudo, e que levou a Associação Comercial de São Paulo a se colocar ao lado de seus associados, é o fato de que o setor privado para poder investir, criar empregos e gerar renda precisa de normas estáveis e de respeito a seus direitos. Mudanças freqüentes e abruptas das "regras do jogo" geram instabilidade, incerteza e riscos que desestimulam a atividade empresarial. No caso da publicidade externa, a legislação em vigor ainda não completou três anos e a nova lei vem impor às empresas que fizeram investimentos com base nas normas atuais um prazo de apenas noventa dias para se ajustarem. Não se trata apenas de empregos que serão perdidos, como da simples destruição de luminosos, anúncios indicativos e outros, feitos de acordo com a legislação, impondo prejuízos às empresas. Em lugares onde se implantaram mudanças dessa amplitude e profundidade a regra geral é a concessão de prazos mais longos para empresas se adaptarem, não apenas para minimizar prejuízos, mas, sobretudo, em respeito ao relevante papel desempenhado pela livre iniciativa, o qual somente pode ser cumprido com previsibilidade, estabilidade das regras e respeito aos direitos dos que investem com respeito às normas legais. A Associação Comercial de São Paulo continuará a apoiar os empreendedores paulistanos que cumpram a lei, para que eles possam continuar a fazer a grandeza desta cidade, que é fruto da livre iniciativa e do trabalho de sua população.

PAULO SAAB

C

ometi um ato falho na coluna do último dia 17 quando, ao pretender mencionar o lula-petista Marco Aurélio Garcia, chamei-o de Marco Aurélio Cunha, que nada tem a ver com isso e se trata de diretor do São Paulo Futebol Clube. O número de mensagens e ligações que recebi a respeito justifica esse esclarecimento e o pedido de desculpas a ambos. Um por ter sido chamado de lula-petista e o outro por ter sido confundido com um tri-campeão mundial de futebol, quando é membro da nomenklatura lula-petista no poder. Feito o esclarecimento, com meu pedido de desculpas, concentro-me na reta final da campanha eleitoral, em seu segundo turno, para a Presidência da República, usando da metáfora futebolística, pela oportunidade e pelo gosto do atual presidente, candidato à reeleição, de usála em seus permanentes, constantes, usuais e repetitivos discursos. O São Paulo está liderando com relativa folga o campeonato brasileiro. Joga nesse domingo com o segundo colocado distante na tabela, o Grêmio, em Porto Alegre. O candidato Lula, pelas pesquisas mais recentes, abriu quase vinte pontos de vantagem na intenção de voto sobre Geraldo Alckmin. Cabe perguntar: o São Paulo já é o campeão brasileiro antecipado, por estar oito pontos à frente da equipe sulista (até aqui)? Cabe perguntar: Lula já está eleito por estar em vantagem nas pesquisas? A resposta é a mesma para

P ublicidade externa, agora fora da lei

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

ambas as perguntas: nem o São Paulo pode se considerar campeão, nem Lula pode pretender se considerar reeleito. Nos dois casos, por mais diferentes que sejam, há espaço enorme para mudanças. Falta a disputa, no caso do tricolor paulista, de quase trinta pontos, e sua vantagem é de oito. Na questão eleitoral, o resultado do primeiro turno mostrou que quem se fiar nas pesquisas pode acordar surpreendido. Ao atual campeão mundial de clubes, o São Paulo, cabe seguir jogando futebol de vencedor. Só depende dele. Deve conseguir. Para Lula, não depende só dele. Para Alckmin, depende dele e de quem acredita que a atual forma de se governar o país esteja em rumo diferente do que é melhor para o Brasil. Pode conseguir.

O

acobertamento da origem do dinheiro do famoso caso do "dossiê" é suspeitíssimo e mesmo que venha a explodir depois da eleição, numa eventual vitória de Lula, deixará o "vitorioso" na situação moral apontada por Alckmin e explorada de forma maliciosa e errada: seu segundo governo acabará antes de começar. Não por golpes ou bobagens semelhantes, mas pela falta de moral para presidir o País, estando envolvido com atitudes ilegais, criminosas até. Quem apóia Alckmin em São Paulo pode mostrar esse apoio na reunião do próximo dia 23, no Pinheiros (veja em geraldo.presidente@terra.com.br). Pode conseguir.

O primeiro turno mostrou que quem se fia nas pesquisas pode ser surpreendido

Parlamentarismo longe da crise

MARCEL SOLIMEO, SUPERINTENDENTE DO INSTITUTO DE ECONOMIA GASTÃO VIDIGAL

ALEXANDRE THIOLLIER

A

provável reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva pode trazer de volta um debate a respeito da adoção do parlamentarismo, devido à expectativa de uma possível impugnação da candidatura, em 2007. Como se sabe, pela nova lei eleitoral o candidato não pode dizer que não sabia de nada; ele é, por princípio, responsável por tudo que acontece durante a campanha. Quero discutir a alternativa do parlamentarismo como solução, antes de qualquer crise. Uma verdadeira reforma política precisa incluir na pauta o parlamentarismo e o voto distrital. No Brasil de hoje, esta solução se faz necessária devido ao excessivo poder acumulado pelo presidente da República. Nos modernos regimes parlamentaristas existe um chefe de Estado, que é um presidente eleito diretamente, e um chefe de governo, escolhido pelos parlamentares eleitos pelo povo. Em tese, é a maioria que escolhe esse chefe de governo. Se uma crise política abala a base de sustentação do governo, o parlamento pode destituir o chefe de governo e substituí-lo por outro que reúna as condições necessárias ao comando do poder executivo. Assim, as crises são resolvidas sem traumas. As sucessivas crises envolvendo a relação promíscua entre o presidente e os deputados e senadores mostram que o momento é oportuno para essa discussão. O parlamentarismo é resultado de uma evolução histórica, de uma necessidade de equilibrar os poderes institucionais. Exatamente do que o País mais precisa. Mas, para isso, evidentemente, temos que discutir também o aperfeiçoamento do sistema eleitoral, já que no parlamentarismo são os parlamentares eleitos pelo povo que escolhem o chefe de governo. Defendo a implantação do voto distrital puro: os estados e as cidades seriam divididos em distritos, e os eleitores escolheriam os candidatos apresentados em relações elaboradas pelos

ui, em sonho, à estação ferroviária que só vi uma única vez, quando menino, com os meus pais, no Guarujá. Não sei se minha memória guardou a imagem da bela e antiga estação, mas o que tenho na memória é o que eu vou pedir aos meus leitores. A estação é histórica e merece tratamento especial de conservação e de exibição aos interessados em conhecer uma raridade museológica que não está sendo devidamente cuidada. As salas são antigas e obedecem a uma arquitetura do passado, mas é esse o prazer que dá ao visitante, onde, em cada sala, encontram-se livros. É esse o motivo do presente artigo que faço sobre o assunto. Os livros estão em lugar impróprio. Eles deveriam ser transferidos totalmente para a Biblioteca Mário de Andrade, que daria tratamento apropriado e poria os livros reconquistados a serviço dos interessados em conhecê-los e fazê-los de fontes de pesquisa, para a qual serve muito bem. Evidentemente, são os de cunho científico e que tem muito valor, porém, como fontes de subsídios para estudos do passado da ciência a que focalize.

F

Nada está ganho ainda

Evandro Monteiro/DIGNA IMAGEM

omo faço habitualmente aos domingos, leio a revista Veja e procuro os artigos do jornalista Roberto Pompeu de Toledo na expectativa de encontrar um texto interessante, tanto na forma como no conteúdo. No último domingo, no entanto, fiquei estarrecido com seu artigo relativo à lei que proíbe a publicidade externa na cidade de São Paulo, não pelo fato de ele ser favorável à mesma, questão de ponto de vista, mas pela forma como ataca aqueles que são contrários ao radicalismo dessa legislação. Cita nominalmente a Associação Comercial de São Paulo entre as "forças poderosas" que se

partidos. Todo o Congresso passaria a ser eleito de acordo com a vontade dos eleitores, em seus distritos. Esse sistema faz o parlamentar responder a um universo definido de eleitores. Já o voto proporcional, o sistema em vigor, estimula a eleição de deputados de opinião, que geralmente têm projetos nacionais e não distritais. No sistema de voto distrital misto, cada eleitor vota duas vezes, uma direto no candidato de sua preferência, que vai representar aquele distrito, e outra na lista de um dos partidos. É um sistema criado para as características da Alemanha, porém confuso para o Brasil. O voto distrital puro pode solucionar dois problemas. O primeiro é o custo cada vez maior das campanhas para deputados e senadores, que leva a um maior risco de corrupção. Só em São Paulo, 1.098 pessoas concorreram a 70 vagas na Câmara dos Deputados. Eles puderam buscar votos em qualquer região do estado, o que tornou a campanha extremamente cara. Estimou-se neste ano que a eleição de um deputado custou pelo menos R$ 3 milhões. Por outro lado, o voto distrital puro melhora a própria compreensão, por parte dos eleitores, de como funciona a política.

E

ssa é a essência da democracia: eleger representantes e exigir que eles exerçam essa representação com eficiência e decência. Mas como nada é perfeito, nem mesmo o voto distrital puro conseguiria evitar a eleição de políticos reconhecidamente ligados a esquemas de corrupção, nem apresentadores de TV e artistas aventureiros, que também poderiam ser indicados pelos partidos, no sistema de voto distrital. A informação, a educação e a consciência dos eleitores ainda constituem o melhor filtro numa eleição. ALEXANDRE THIOLLIER É SENADOR SUPLENTE PELO PFL-SP

A reforma política precisa discutir o parlamentarismo e o voto distrital

N

o demais, a estação precisa ser reformada sem que se ofenda a arquitetura do tempo em que ela foi construída, por onde transitaram milhões de viajantes que demandavam a praia. O Poder Público daria prova de seu interesse pelo mundo que já passou e do qual restam poucas imagens dignas de serem conservadas. A pequena estação da antiga São Paulo Railway nos invoca os passageiros que iam para o litoral nos trens fumacentos e braseiros, mas sempre seguros, graças à prudência da administração inglesa, que foi seguida pelos seus sucessores até hoje. Foi um dia comovente para mim o que passei nesta pequena estação onde tantas evocações vieram à memória a ajudar a lembrar o passado. É o que tenho a dizer desta visita inesperada. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Os livros

esquecidos na antiga estação da São Paulo Railway deveriam ser transferidos para a Biblioteca Mário de Andrade


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

3

Política SEGUNDO DEBATE NÃO EMPOLGA TANTO Aberto sob um cenário de vantagem para Lula de 20 pontos nas pesquisas, o confronto quase repetiu o clima do debate anterior, mas sem o mesmo entusiasmo. Rickey Rodgers / Reuters

C

om a participação dos dois candidatos à Presidência da República, no 2º turno, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) abriu ontem à noite o segundo debate político transmitido em cadeia nacional, mediado pela jornalista Ana Paula Padrão, num cenário inverso ao do debate realizado pela TV Bandeirantes, no dia 8 de outubro, uma semana depois do 1º turno. Ontem, as pesquisas apontavam para uma vitória virtual de Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação "A Força do Povo", com vantagem avassaladora entre 20 (Ibope/Globo - 60 a 40) e 22 (Carta Capital/Vox Populi/Band - 61 a 39) pontos percentuais. No primeiro debate, o candidato da Coligação "Por Um Brasil Decente", Geraldo Alckmin, estava em vantagem tática no teatro da guerra eleitoral, após ter alcançado 41,6% – votação acima da projetada por pesquisas – e tinha levado a eleição ao segundo turno. Lula, dado pelas mesmas pesquisas como vitorioso no primeiro turno, com 51%, acabou com inesperados 48,61%. O debate foi realizado em quatro blocos. No primeiro, a mediadora fez perguntas temáticas sobre planos de governo a cada um dos candidatos e, nos outros dois, os candidatos fizeram perguntas um para o outro. No quarto bloco, as considerações finais de cada candidato. No ar houve mais enfrentamento entre os candidatos, em todos os blocos, tanto no de temas definidos quanto nos de perguntas de candidato para candidato. Em vez de mostrarem projetos de governo, ficaram nos ataques, usando para isso a coisa pública – Lula baseando-se em números, para perguntar e replicar ao tucano, que representa a "incerteza". E o tucano Geraldo Alckmin que, insistentemente, tentou dizer que o Brasil "só andou para trás", contestando sempre os números e falando "com você que está em casa." Os candidatos, desta vez, debateram sentados, sem um lance de humor. (AE)

Mais confronto, menos propostas de governo: debate não trouxe a apresentação de programas que se esperava dos dois candidatos.

BASTIDORES Paulo Pinto/ AE

MILITÂNCIA ZERO

O

ALCKMIN DEFENDE LULA MUDA O TOM E CRESCIMENTO ATACA TUCANOS

E

meio à troca de acusações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, defendeu a redução de gastos do Estado para promover o crescimento do País. "Sem corte nos gastos, não há como reduzir impostos", disse o tucano, acrescentando que irá reduzir o número de ministérios e de cargos comissionados. Alckmin criticou Lula pelo baixo crescimento do Brasil registrado durante o governo petista. "De um ranking de 27 países emergentes, o Brasil ficou em 27°. Se crescesse o dobro nesse período, mesmo assim continuaria sendo o último", afirmou o candidato. Para o ex-governador de São Paulo, o crescimento econômico só será possível com a redução dos gastos do governo. "É possível reduzir impostos e juros, gerar empregos e renda", explicou Alckmin. O tucano também defendeu as privatizações, quando questionado por Lula qual a sua opinião sobre o tema. Para Alckmin, as vendas das estatais trouxeram avanços. "Se fosse algo errado, o Lula deveria ter reestatizado tudo. E não o fez, porque não há nenhum problema em privatizar empresas. Se estiver correto, deve ser feito", disse. Alckmin adotou um tom menos agressivo no debate de ontem à noite, em comparação com o primeiro, realizado pela TV Bandeirantes. Mesmo assim, insistiu no tema da corrupção, afirmando que no governo Lula não houve denúncias isoladas. "Foram questões endêmicas", acusou. Em uma das perguntas feitas a Lula, Alckmin questionou o lucro dos bancos durante a gestão petista, e ainda fez ironia, dizendo que o presi-

De um ranking de 27 países emergentes, o Brasil ficou em 27°. Se crescesse o dobro, continuaria sendo o último. Geraldo Alckmin

dente lançou o "Bolsa-Banqueiro", em referência ao programa Bolsa-Família, um dos carros-chefe da campanha de Lula à reeleição. O candidato buscou o tempo todo falar "com você que está em casa", e insistiu em suas realizações como governador de São Paulo. Acusou o adversário de "abandonar o País", e disse que o Brasil "andou para trás" nos últimos anos. "Somos mesmo muito diferentes. O Lula acha que está tudo bom, ele vive como se fosse numa novela. A realidade é muito diferente", criticou. Alckmin também retomou o assunto do avião presidencial, chamado de "Aerolula", acusando o PT de praticar "a cultura do desperdício de dinheiro". "Só o Aerolula custou R$ 105 milhões", provocou. Nas considerações finais, no último bloco do debate, o tucano disse que o governo Lula foi um "descalabro do ponto de vista ético", ineficiente no que se refere à gestão, e afirmou que o Brasil perdeu uma grande oportunidade de crescimento econômico. Alckmin prometeu aos eleitores que trabalhará pelo crescimento econômico e pela geração de empregos. "Emprego é investimento", disse, acrescentando que hoje o País está com "a receita errada". (RR)

B

em diferente do debate realizado pela TV Bandeirantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se deixou intimidar pelo adversário, o tucano Geraldo Alckmin. Bem mais ácido, irônico e mais à vontade, Lula rebateu as acusações de Alckmin e ainda atacou o governo tucano no governo de São Paulo, além de comparar números de sua gestão com a de seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Quando Alckmin começou a falar sobre as denúncias de corrupção no governo do PT, Lula rebateu: "Esta vai ser a campanha de uma nota só". Neste momento, o tucano provocou: "Não é uma nota só. São 1,7 milhão de notas". Lula buscou falar diretamente com o seu eleitor, e colocar-se como defensor dos pobres, caracterizando Alckmin como o candidato das elites. Chegou a chamá-lo de "colonizado", e disse que, para o tucano, "só vale o que sai no New York Times". Lula também falou de avanços na área da saúde e do programa Luz para Todos. Mas, ao invés de citar estatísticas, argumentou atacando Alckmin. Disse, por exemplo, que a Saúde no Brasil, embora não esteja perfeita, nunca esteve melhor. E ironizou o adversário, dizendo que ele não devia mesmo conhecer a rede de saúde pública. "Ele tem plano de saúde", provocou. "Estou cuidando da saúde pública como não foi feito no estado de São Paulo, e como vocês não fizeram no Brasil nos últimos oito anos", voltou a atacar o presidente. "Alckmin é um tipo de pessoa que acha que investir em comida não é investir em Saúde", afirmou Lula, dando início a uma série de números ofi-

Alckmin é o tipo de pessoa que acha que investir em comida não é investir em Saúde. Estou fazendo nessa área o que eles não fizeram. Luiz Inácio Lula da Silva

ciais para comparar o seu governo com o de Fernando Henrique. E citou ainda mais números no momento das considerações finais, em que chamou os oito anos de governo FHC de "anos perdidos". E, então, Lula falou de seu sonho de transformar o Brasil num País de "muito mais oportunidades para todos". O petista disse que recebeu o país "atrofiado" das mãos de Fernando Henrique. "O brasileiro é inteligente, ele sabe que o País só pode ser comparado consigo mesmo". Lula também provocou Alckmin sobre a questão da privatização das estatais, e disse que gostaria de saber onde foi parar o dinheiro da venda. O presidente culpou a oposição – em especial o PSDB – pela não aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) no Congresso. "Vocês tiveram deputado para absolver mensaleiros, mas não tiveram para aprovar o Fundeb?", rebateu, irônico, Alckmin. Além disso, Lula também falou da proposta dos partidos de oposição de estender o aumento do salário mínimo para as aposentadorias. "O PFL e o PSDB sabem que é impossível fazer isso sem quebrar a Previdência, mas ainda assim eles fazem a proposta, só para virem aqui fazer discurso."

frio, a distância (a sede do SBT fica na via Anhangüera) e a falta de estrutura resultaram na presença de uma pequena e tímida militância do PT na porta da emissora. Atraiu apenas 21 cabos eleitorais do presidente Lula e nenhum de Geraldo Alckmin. Uma kombi foi usada como carro de som e meio de transporte para nove dos petistas presentes. O baixo quórum surpreendeu até mesmo a Polícia Militar, que mobilizou 85 homens para fazer a segurança externa do evento. "A idéia é sempre fazer tudo para evitar o conflito, então estávamos preparados, disse o capitão Isaías Vieira, responsável pela operação.

VITÓRIA, MAS...

L

ogo depois de encerrado o primeiro bloco do debate, os tucanos foram sendo abastecidos com informações, via celular, de pesquisas internas sobre o desempenho dos candidatos (tracking). No primeiro bloco, Alckmin venceu por 60 a 52, mas depois a disputa ficou empatada no geral. O presidente nacional do PSDB, Tarso Jereissati, fez um mea culpa. Em sua avaliação, os tucanos subestimaram "a capacidade do PT em espalhar boatos" e agora eles precisam correr atrás do prejuízo. Sua esperança era Alckmin começar a desmontar o falatório ontem: "Mentira tem perna curta", disse. (SK)

NOTA SÓ

O

s tucanos Arthur Virgílio, Tasso Jeirassati e José Serra quase pularam da cadeira quando Lula disse que a taxa Selic era 6,5%. Lula pisou feio, pois a taxa é 13, 75%. Virgílio anotou em uma folha de papel os dados errados do petista. A lista estava em dez itens até o quarto bloco. Em tempo: a exemplo do primeiro debate, Virgílio passou parte do debate roendo as unhas. Já o presidente do PPS, Roberto Freire, era um dos mais tensos. E não se conteve quando Lula disse que Alckmin era um candidato de uma nota só. "Lula pensa que R$ 1,7 milhão ( do dossiê) é uma nota só!" (SK)

DAMAS PETISTAS

N

o lado petista, a primeira-dama Marisa Letícia vestia um conjunto bege com um lenço vermelho. A exprefeita de São Paulo Marta Suplicy estava com um conjunto preto e chegou ao debate quando faltavam apenas três minutos para o início do programa ao vivo. Ao contrário do primeiro debate, quando acompanharam o embate da platéia, a ministra - chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a assesssora Clara Arnt ficaram nos assentos da assessoria, com os candidatos. Dilma manteve-se discreta. (SK)

COCHILO

O

clima sereno do debate, para não dizer lento, morno, exaustivo, contagiou o coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, João Carlos Meirelles, e o senador Mão Santa (PMDB/PI). O exsecretário de Agricultura e de Ciência e Tecnologia de São Paulo, o homem que mais incentivou Alckmin a se lançar à Presidência, o único colaborador que recebeu um agradecimento especial após a passagem para o 2º turno, cochilou no segundo e terceiro blocos. Já o peemedebista simplesmente desabou sobre a poltrona do senador Heráclito Fortes (PFL-PI). (SK) Hélcio Toth / Digna Imagem - 11/11/04

João Carlos Meirelles


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Planalto CPI Eleição Congresso

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

(Lula) manteve a popularidade e perdeu a respeitabilidade. Fernando Henrique Cardoso

DEBATE PARALELO AQUECE ELEIÇÃO

Enrique Marcarian / Reuters

D

urante um café da manhã, ontem, c o m c o r r e s p o ndentes estrangeiros, em Buenos Aires, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se disse decepcionado com o comportamento e as atitudes do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, em especial neste segundo turno da corrida presidencial. "Lula perdeu grandeza...virou um político qualquer", comentou com os repórteres. O ex-presidente, que está na capital argentina como convidado para uma série de conferências, indicou que o seu sucessor não manteve a estatura que esperava dele depois de um primeiro mandato. "Ele fala muito bem com o povo, tem talento, mas, politicamente, perdeu altura... e isso é ruim para o País". Deu-lhe, em seguida, um conselho: "Não jogue sua história no lixo". Segundo o ex-presidente, Lula está arrasando a imagem que havia criado ao longo de décadas: "Ele próprio está destruindo seu simbolismo. Ficou muito eleitoreiro". Classificou de "algo meio hippie" o slogan de 2002, "Lulinha, paz e amor", e atacou: "Agora, voltou a ser aquilo que (Leonel) Brizola dizia, o ‘sapo barbudo’. Não pode ser. Um líder tem que pensar a longo prazo. Não pode pensar em só ganhar eleições. Lula, que sempre foi um símbolo, tornou-se um político qualquer". Por isso, perdeu "a aura de puro que tinha antes... mas também perdeu a imagem de inovador. Manteve popularidade e perdeu respeitabilidade". Em seu entender, "ga-

Eymar Mascaro

O inexplicável

Ele fala bem com o povo, mas perdeu altura. FHC

O

s tucanos ainda estão surpresos e não encontram explicação para o crescimento de Lula e queda de Alckmin no Sul e Sudeste, como revelou a pesquisa Datafolha. O crescimento permitiu ao petista atingir 57% de índice de intenção de voto, contra 38% de Alckmin. O crescimento de Lula no Sudeste, por exemplo, ocorre no instante em que Alckmin mais intensifica a campanha nos estados de São Paulo, Rio e Minas. Resultado: o petista está com 52% dos votos na região, contra 41% do tucano. Lula cresceu também no Sul, embora ainda perca para Alckmin: 50% contra 43%.

SUBIDA

Conselho do ex-presidente ao candidato: "Não jogue sua história no lixo"

FHC: 'LULA PERDEU GRANDEZA' Para ele, o presidente 'virou algo meio hippie'. nhando ou perdendo estas eleições, o PT deveria fazer uma depuração". Quanto ao risco de mais corrupção no futuro, ele acha que "não ocorreria de novo um mensalão", mas o problema "é que o presidente Lula não tem

muita preocupação com os aliados que ele escolhe, né? Ele quer é ganhar. Quem der voto no PT nesta eleição, estará dando um voto no escuro". Na entrevista, FHC afirmou ainda que o PT se transformou em um partido vinculado a

partidos tradicionais. "Lula não fala mais em ‘trabalhadores’, fala em ‘pobres". Sua interpretação do primeiro turno presidencial é a de que "não houve votos de pobres contra ricos. Houve ricos e pobres das regiões comandadas pela oligarquia, que votaram no PT". O ex-presidente sustentou que "em alguns casos, as posições de Lula são mais conservadoras que as minhas". Poucas horas antes do encontro com os correspondentes estrangeiros, Lula havia declarado que havia apoiado Cardoso nos anos 80, quando este era candidato a senador, sugerindo que lhe devia um favor. Cardoso respondeu: "E eu o apoiei à presidência do País, quando Lula teve que enfrentar Collor, em 1989". (AE)

Edson Santos / Agência Câmara

REBELO VOLTA A REBATER TUCANOS Presidente da Câmara diz que adversários de Lula têm preconceito social e regional

No Sudeste, Lula cresceu sete pontos e Alckmin caiu quatro. O resultado chama a atenção porque o tucano vem sendo ajudado em São Paulo por José Serra e em Minas por Aécio Neves. Ainda assim, o petista melhorou sua posição nos dois estados.

IMPORTÂNCIA

Os números da pesquisa Datafolha indicam que Lula acertou em transferir para Marta Suplicy a coordenação de sua campanha em São Paulo. A ex-prefeita aproveita o prestígio que tem na capital para empinar a candidatura de Lula no município.

COLÉGIO

A capital paulista concentra 1/3 do eleitorado no estado: 9 milhões de votos. O restante 2/3 está congregado no interior. O estado contabiliza 28 milhões de eleitores. É o maior colégio do País.

ALTEROSAS

Rebelo: 'Os tucanos acham que só os eleitores deles são esclarecidos'

O

presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), insistiu hoje no argumento do preconceito social e regional para atacar os adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição. "Os tucanos e o PFL acham que só os eleitores deles são esclarecidos, bem informados", afirmou, comparando os tucanos e pefelistas a colonizadores ingleses com as colônias africanas. "O Nordeste não é colônia africana", disse, acusando a campanha do candidato Geraldo Alckmin, da Coligação Por um Brasil Decente ), de elitista e antidemocrática. "Eles precisam aprender a respeitar todos os eleitores. Os eleitores do presidente Lula, os eleitores de Alckmin, os eleitores com doutorado honoris causa e os eleitores que apenas sabem assinar o nome. São todos brasileiros, são todos eleitores", afirmou. Rebelo considerou que Alckmin admitiu a derrota ao declarar que, se reeleito, o governo Lula acabaria antes de começar. "Ele já está antecipando o cenário para o qual o atual presidente é reeleito", disse. Rebelo criticou a exploração política do dinheiro usado na suposta tentativa de compra de dossiê contra os tucanos. "Não acredito que alguém queira imputar ao presidente a responsabilidade por um ato dessa natureza, a não ser com finalidade puramente eleitoral", afirmou. (AE)

Para crescer no Sudeste, como constatou o Datafolha, foi necessário que Lula melhorasse sua votação em Minas. Foi o que ocorreu, segundo a pesquisa. A diferença entre Lula e Alckmin no 1º turno no estado foi de 10 pontos favorável ao petista.

sua aproximação ao governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição. O Paraná deu vitória a Alckmin no 1º turno.

GAÚCHO

Lula encontra mais dificuldade para crescer no Rio Grande do Sul, porque a candidata favorita ao governo do Estado, Yeda Crusius (PSDB) está apoiando Alckmin. O candidato de Lula no estado, Olívio Dutra (PT) ainda não deslanchou na campanha no 2º turno.

NA MESMA

A briga dos presidenciáveis pelos votos do Sul e Sudeste gerou uma coincidência: a agenda dos candidatos este fim de semana será parecida. Hoje, ambos estarão em Minas; amanhã estarão no Sul; no domingo e segunda-feira, os dois ficam em São Paulo.

NA MESMA

A pesquisa Datafolha mostrou que continua inabalável a preferência do eleitor nordestino pela candidatura de Lula. A região contabiliza 33 milhões de votos. No 1º turno, o petista alcançou 66% da votação na região, contra 25% de Alckmin.

FUNDAMENTAL

Minas detém o 2º maior colégio eleitoral do País: 13 milhões de votos. Seu governador, Aécio Neves, foi reeleito com 77% dos votos, mas até agora essa preferência não resultou em votos para Alckmin.

ENIGMA

Mais difícil está para Alckmin conquistar mais votos no Rio, embora o tucano esteja sendo apoiado no estado também pelo exgovernador do PMDB Anthony Garotinho. Em compensação, Lula é apoiado no Rio pelo candidato peemedebista ao governo estadual, Sérgio Cabral, líder nas pesquisas.

PREVISÃO

O prefeito César Maia, aliado de Alckmin, não acha impossível uma vitória de seu candidato, mas admite que Lula está com a mão na taça. Por suas declarações, deduzse que o prefeito do Rio considera difícil uma derrota de Lula. Mesmo assim, César Maia se recusa em jogar a toalha.

VITÓRIA

Alckmin caiu quatro pontos no Sul em uma semana, segundo o Datafolha, e Lula cresceu cinco. É provável que o petista esteja sendo ajudado no Paraná por

COLAGEM

O PT tenta colar nos tucanos e aliados, como Tasso Jereissati e Jorge Bourhausen, a pecha de golpistas. Isso porque os opositores têm procurado ministros do STF e dirigentes da OAB, na tentativa de impugnar a candidatura de Lula, acusado de cometer crime eleitoral.

IRRITAÇÃO

Por isso, os tucanos que tocam a campanha no PSDB reprovaram a declaração de Alckmin segundo a qual, se reeleito, o governo de Lula "acaba antes de começar". Os tucanos detectaram o jogo petista e acham que Lula vai insistir em denunciar a oposição de golpista.

FATOS

A ordem no comando de campanha de Lula é para a equipe criar fatos capazes de diluir a repercussão negativa provocada ainda pelo escândalo do dossiê. A ordem vale também para o período pós-eleição, em caso de vitória de Lula.


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Em nenhuma sociedade o debate da ética pode estar exaurido. Aécio Neves

VOX POPULI: SOBE A VANTAGEM DE LULA

Eduardo Nicolau / AE

"Acabamos embarcando neste debate, não pelo mérito, mas pela mentira reiterada", admitiu o candidato tucano. "O Planalto montou a 'Mentirobrás'."

ALCKMIN: DEBATER PRIVATIZAÇÃO FOI UM ERRO

O

candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu ontem que a campanha dele errou ao entrar no debate sobre as privatizações. Em sabatina realizada ontem pelo jornal "Folha de S.Paulo", Alckmin destacou: "Eu acho até que nós erramos no seguinte sentido: eu fiquei indignado com a mentira. Acabamos embarcando neste debate, não pelo mérito, mas pela mentira reiterada." Indagado se acredita que a discussão sobre as privatizações tenha levado os eleitores de Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) a optar pelo voto em Lula, Alckmin disse que não, mas admitiu um erro na sua estratégia de campanha. "A pauta da privatização acabou sendo supervalorizada no fundo pela nossa indignação com esse conjunto de mentiras que está sendo colocado", acrescentou. O tucano ressaltou, no entanto, que os eleitores dos senadores Heloísa Helena e Cristovam ainda estão decidindo em quem irão votar no segundo turno. Ele defendeu as desestatizações que foram realizadas no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que foi feito é correto", afirmou. Em seguida, respondeu, mais uma vez, aos ataques dos adversários, de que, se eleito, pretende privatizar o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF), os Correios e a Petrobras. "É óbvio que não passa na cabeça de ninguém. Isso não está no meu programa", explicou. Após a sabatina, Alckmin foi mais cauteloso e evitou reconhecer que a campanha cometeu erros, ao se pautar pelo discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. Disse apenas que optou pelo debate sobre o assunto por causa da "mentira reiterada" da campanha petista, e atacou: "Foi montada no Palácio do Planalto a empresa 'Mentirobrás'."

PESQUISA Durante a sabatina, que durou cerca de duas horas, Alckmin voltou a criticar o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada na terça-feira, e que mostra 20 pontos de vantagem para o candidato-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerando-se os votos válidos. Segundo ele, levantamentos internos do PSDB apontam uma diferença de 5 pontos entre ele e Lula. O tucano reconheceu, no entanto, o grande efeito psicológico das pesquisas e o impacto negativo dos números. "Não é nem um balde de água fria, é uma cachoeira de água fria", disse Alckmin, ressaltando, porém, que isso não reduz suas chances. CORTE NOS GASTOS Alckmin também defendeu o p ro f e s s o r e e c o n o m i s t a

Yoshiaki Nakano, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, um dos colaboradores do programa econômico do PSDB. "Eu estou plenamente de acordo com o professor Nakano", disse, ao defender a necessidade de cortes de gastos por parte do governo. Alckmin disse também que, em um eventual mandato, o déficit nominal chegará a zero. "A questão é o timing; a gestão ideal é fazer os cortes o mais rápido possível", afirmou. IMPOSTOS Numa crítica ao presidente Lula, Alckmin afirmou que a administração do PT "conseguiu a proeza de aumentar a carga tributária, que já era elevada". Ele voltou a defender a redução de impostos e da carga tributária e prometeu, mais uma vez, que, se for eleito, diminuirá as alíquotas do Imposto de Renda (IR), sem contudo, entrar em detalhes dos porcentuais e da forma como isso poderá ser executado. Alckmin comprometeu-se também a reduzir o fardo tributário incidente nas tarifas de metrô, ônibus e trem. ESTADO ENXUTO O candidato garantiu também que, se eleito, reduzirá não apenas os ministérios, mas também toda a estrutura de governo e os cargos "dos companheiros (da gestão Lula)". REELEIÇÃO O tucano afirmou que pretende acabar com a reeleição no País. "Eu acabo com a reeleição e começo dando o meu exemplo pessoal, que é fazer um mandato de quatro anos muito bem feito", destacou. Alckmin afirmou, contudo, que a medida não deverá atingir os prefeitos em mandato e os governadores eleitos neste mandato. "Você não muda regra que já foi estabelecida. Você muda para o futuro." DEFESA FAMILIAR Em outro momento da sabatina, Alckmin defendeu a própria família. Sobre o fato de a filha, Sofia Alckmin, ter trabalhado na butique Daslu, empresa acusada de contrabando e sonegação fiscal, o candidato destacou: "Minha filha era apenas funcionária e não tem nada a esconder. Minha filha não é sócia de empresa 'concessionada'", ironizou, numa alusão às relações profissionais entre a Telemar e a empresa do filho de Lula, Fábio Luiz Lula da Silva, o "Lulinha". A Telemar teria investido R$ 15 milhões na empresa de Fábio. OPORTUNISMO O candidato classificou de "oportunismo" os elogios feitos por Lula ao governador eleito de São Paulo, José Serra, e ao governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB. " Isso é oportunismo. Se o Serra fosse o candidato, o Lula estaria se desmanchando para mim", disse. (AE)

Embora não acredite na vantagem de Lula nas pesquisas, Alckmin admitiu que números influenciam eleitor: "Foi uma cachoeira de água fria". Alex de Jesus / AE

CANDIDATOS VÃO ATRÁS DE VOTOS NO SUL

O

Sem esclarecer denúncias, mandato do atual presidente pode se fragilizar, diz o governador mineiro.

AÉCIO TEME POR LULA

O

governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), manifestou ontem preocupação quanto à eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem que esteja esclarecido o episódio do dossiê contra tucanos e a origem do dinheiro que seria usado para comprá-lo. Aécio alertou que, nesse caso, um novo governo petista pode "vir a ter problemas lá adiante". Segundo o governador, foi essa a intenção do presidenciável de seu partido, Geraldo Alckmin, quando disse que, se Lula for reeleito, o governo "acabará antes mesmo de começar". Ao participar pela manhã de uma solenidade de entrega

de 167 viaturas para a Polícia Civil, em Belo Horizonte, ele fez questão de observar que Alckmin quis dizer que um governo que disputa um novo mandato sem revelar à população "denúncias extremamente graves" pode se fragilizar em seguida, quando os esclarecimentos vierem à tona. "Temos que aguardar o resultado das urnas para ver de que forma o governo, se vencer as eleições, governará", disse Aécio. Pelo segundo dia consecutivo, o governador mineiro rebateu declarações do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Aécio classificou de "equivocada" e "sem nenhum sentido" a reação de Tarso, que comparou o candidato do PSDB ao ditador chileno Augusto Pinochet, por

afirmar que um eventual segundo mandato de Lula terminaria antes de começar. O governador reiterou as críticas ao ministro petista, que disse que o eleitorado está cansado do tema ética. "Em nenhuma sociedade, nenhum tempo, o debate da ética pode estar exaurido. Ele deve permear os outros debates, ele deve ser a base da construção de uma sociedade democrática. As grandes lideranças do País, com a responsabilidade que têm, não podem fixar os seus olhos apenas nas eleições, e deixar de lado os exemplos que precisam dar à sociedade". O governador reafirmou que está empenhado e ainda acredita na vitória de Alckmin. "O que seria bom para o Brasil e muito melhor para Minas Gerais".

do a representação, a maté- Ministério Público, a Polícia PETISTAS ria teria feito "afirmações Federal ou a Justiça Eleitoral precipitadas (respaldadas para fazer acusações". Para RECORREM em denúncias anônimas) e os advogados, a reportagem revelando um faz afirmações "sem nenhuCONTRA 'VEJA' criminosas, jornalismo acusatório, com ma competência ou prova".

A

coligação que apóia a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou ontem com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo direito de resposta contra a revista "Veja" e a Editora Abril. Segundo o site do TSE, os advogados da coligação alegam que a revista teria publicado matéria "caluniosa, difamatória, injuriosa e inverídica", atingido a honra do presidente Lula e do PT. A representação contesta a reportagem de capa da edição desta semana da revista, intitulada "Dossiêgate - Limpeza de Alto Risco". Segun-

nítido, claro e inequívoco propósito eleitoral". O texto diz que a matéria visa a prejudicar Lula, às vésperas do segundo turno. Marco Aurélio Garcia, presidente interino do PT e coordenador-geral da campanha de Lula, disse à reportagem que "a Veja infringiu quase todo o Código Penal". "Depois, quando tiver tempo, vou processar civilmente a 'Veja' por conta daquela reportagem que me apresentou como uma espécie de Bin Laden", acrescentou. Relação com Lula – A representação afirma que na "Veja" Lula foi relacionado "constantemente" ao dossiê e opina que a revista "não é o

Direito de resposta – Lula conquistou no TSE o direito de responder a uma propaganda de Alckmin no horário eleitoral gratuito. Na propaganda, foi veiculado que Lula manda na Polícia Federal, nos ministros e não sabe dizer de onde veio o dinheiro apreendido com petistas para supostamente comercializar o dossiê Vedoin. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo multou o candidato derrotado do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e o senador reeleito Eduardo Suplicy, em R$ 15 mil cada. Ambos fizeram propaganda em outdoors em São José do Rio Preto, o que é proibido.

s candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) farão campanha ao mesmo tempo no Rio Grande do Sul amanhã. A agenda de Lula prevê caminhadas em Alvorada às 16h e em Canoas às 17h, na região Metropolitana de Porto Alegre; e um comício às 19h em Caxias do Sul, acompanhado de ministros, do coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia, e do candidato ao governo do Estado, o ex-ministro Olívio Dutra. Alckmin participará de comício em Porto Alegre com a candidata Yeda Crusius, e com o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). A chegada do candidato está prevista para 18h, vindo de Santa Catarina. O comício será realizado em um ginásio coberto ao lado do aeroporto Salgado Filho. Lula tenta conquistar os eleitores do Sul do País, região que ajudou a levar Alckmin para o segundo turno. O tucano, por sua vez, tenta aumentar a vantagem sobre o petista. (AE)

VOX POPULI CONFIRMA REELEIÇÃO

O

presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ampliou sua vantagem com relação a Geraldo Alckmin (PSDB), e ficou com 57% das intenções de votos, de acordo com pesquisa Vox Populi, divulgada ontem à noiteno "Jornal da Band". Na pesquisa divulgada em 12 de outubro, Lula tinha 51%. Alckmin ficou com 37% das intenções, ante 41% da pesquisa anterior. São 20 pontos percentuais de diferença, o dobro do verificado na pesquisa da semana passada. Em votos válidos, a diferença entre os dois candidatos é de 22 pontos percentuais. Lula aparece com 61% e Alckmin com 39%. A pesquisa, registrada em 13 de outubro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi contratada pela Editora Confiança, que publica a revista "Carta Capital". A sondagem foi realizada entre os dias 16 e 17. Os números do Vox Populi são semelhantes aos divulgados na quarta-feira pelo Datafolha, que também apontava uma vantagem de 20 pontos para Lula em relação a Alckmin: 60% a 40%, considerando os votos válidos. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

1 O Impostômetro registrou hoje de madrugada a marca de R$ 650 bilhões em tributos arrecadados

FÓRUM QUE REÚNE ENTIDADES DE CLASSES PROTESTA CONTRA AUMENTO DO ISS CONTIDO NO PL 552/06

UM X-TUDO DIFÍCIL DE ENGOLIR Divulgação

P

rimeiro foram os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, agora são os prestadores de serviços que estão reagindo contra as mudanças das regras tributárias previstas no Projeto de Lei nº 552/06, apelidado de X-Tudo, de autoria do prefeito Gilberto Kassab. Caso seja aprovado, as sociedades de profissionais liberais, como contadores, economistas, engenheiros, advogados e médicos, correm o risco de ter um aumento de até 229,753% no Imposto sobre Serviços (ISS). De acordo com o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), pelo texto, a base de cálculo do imposto passou de R$ 800 para R$ 3 mil. Isso significa que, para cada profissional contratado, a empresa terá de desembolsar R$ 1,8 mil por ano. Nesse caso, a alíquota do ISS é de 5%. O valor do imposto pago pelos profissionais autônomos, de forma geral, pode ter um aumento de 53,8% (veja quad ro ). Além do valor fixo, os prestadores têm a opção de pagar 5% sobre a receita bruta. "O que também é um absurdo", afirma o assessor da presidência do Sescon-SP, José Constantino de Bastos Júnior. Repúdio – Diante dessa ameaça, o Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, do qual fazem parte 50 entidades, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Sescon-SP e a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), firmou posição de repúdio e desaprovação ao projeto de lei da Prefeitura.

Chapina: a caminho dos tribunais

Representantes do Fórum vão analisar outros pontos do X-Tudo, que também traz mudanças nas regras de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Transmissão de Bens Inter-vivos (ITBI). "O temor é de que, se isso acontecer com o ISS, pode ser pior com o IPTU e ITBI. Toda a sociedade paulistana poderá ser prejudicada", critica Bastos Júnior, ao classificar a proposta de "infeliz". Plenária – Atenta a qualquer tentativa de aumentar impostos, a ACSP incluiu o projeto de lei nº 552/06 na pauta da reunião plenária da entidade que será realizada na próxima segunda-feira. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, o economista Marcel Solimeo, afirma que a inclusão de R$ 162 milhões no orçamento municipal para o próximo ano já demonstra que não haverá apenas uma correção de valores nos impostos, como argumenta o secretário de Finanças, Mauro Ricardo da Costa, mas uma expansão da carga tributária. "É um aumento superior à inflação. Foi uma

desagradável surpresa. Não esperávamos", diz Solimeo. Caso seja necessário, o Fórum em Defesa do Empreendedor não afasta a possibilidade de adotar medidas políticas e até jurídicas para evitar a aprovação da proposta pela Câmara Municipal, adianta o vice-presidente do Sescon-SP, José Maria Chapina Alcazar. O sindicatos das empresas de serviços contábeis também desaprovam a obrigação imposta aos prestadores de serviços de se cadastrarem na Prefeitura de São Paulo, determinada no final do ano passado como uma forma de inibir a sonegação do Imposto sobre Serviços. Para o setor contábil, em vez de mexer na base de cálculo do tributo ou ampliar a cobrança para outros segmentos econômicos, o ideal seria baixar a alíquota de 5% para 2%. Adriana David

ISS: crédito até o fim do mês Paulo Pampolin/Hype

T

ermina no próximo dia 31 o prazo para a obtenção de créditos decorrentes da emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que poderão ser usados no abatimento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) no próximo ano. Esse crédito é obtido quando um usuário de serviço recebe a nota eletrônica. Desde agosto, no Município de São Paulo, cabelereiros, lavanderias, hotéis, estacionamentos, oficinas mecânicas, escolas, entre outros, estão obrigados a emitir a NFe, totalizando cerca de 25 mil contribuintes, segundo estimativa da prefeitura. Até a última terça-feira, 6,23 milhões de notas haviam sido emitidas por 18.422 prestadores de serviços autorizados. O Novotel Jaraguá é um deles. "Estávamos com medo de que o público não aceitasse, mas ficamos surpresos porque foi bem tranqüilo. No check in, informamos sobre a mudança e a possibilidade de abatimento do IPTU", diz Carlos Bernardo, gerente do hotel. Cálculo – Para saber o saldo de créditos, basta o contribuinte acessar o link da NF-e no site www.prefeitura.sp.gov.br. O cálculo é simples. Se a contratante do serviço for pessoa física, receberá crédito equivalente a

Carlos Bernardo: sem traumas

30% do Imposto Sobre Serviços (ISS) gerado na nota eletrônica. No caso de pessoa jurídica, o desconto é de 10%. O agente fiscal e consultor da Fiscosoft, José Antonio Patrocinio, alerta que os contribuintes terão de 1º a 30 de novembro para indicar – também pelo site da Prefeitura – qual imóvel receberá o desconto de IPTU. O limite do valor do crédito corresponde a 50% do montante devido no ano, por imóvel. "Caso haja excesso de créditos, eles poderão ser utilizados nos anos seguintes ou estendidos para imóveis de terceiros", afirma Patrocínio. Os créditos podem ser usados no prazo de até cinco anos, a contar do ano da emissão do

novo documento fiscal. A auditora fiscal da Prefeitura Marina Aun lembra, no entanto, que para conseguir o crédito, é necessário que o prestador de serviço tenha pago o ISS correspondente à nota. Além disso, Marina avisa que, segundo a legislação que instituiu a NF-e, nem o imóvel selecionado para ganhar o desconto, nem o tomador podem estar inscritos no Cadastro Informativo Municipal (Cadin). Dúvidas – Segundo a coordenadora de área fiscal da Confirp Consultoria Contábil, Marlene Ribeiro, os prestadores de serviços ainda têm muitas dúvidas sobre a emissão da NF-e. Há quem não saiba, por exemplo, como preencher as deduções. Nesse caso, Marlene explica que esse campo deve ser preenchido apenas por empresas, como as de construção civil, que podem deduzir da base de cálculo do ISS os custos com material de construção e subempreitada. A auditora da Prefeitura esclarece, ainda, que o prazo para a conversão do recibo provisório em NF-e é de dez dias, exceto se o pedido for feito no final do mês. "Isso porque o final da contagem desse prazo não pode ultrapassar o dia 5 do mês seguinte", explica. Laura Ignacio

Projeto prevê multa para usuário

O

Projeto de Lei municipal nº 552/06, apelidado de X-Tudo, prevê um prazo de 30 dias para a substituição dos recibos provisórios pela Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – a contar da data da publicação da lei. O projeto também estabelece multa que varia de R$ 932,10 até 50% do Imposto sobre Ser-

viços (ISS) devido pelos prestadores de serviços que deixarem de pedir a autorização para emitir a nota. As empresas que pedirem a substituição do recibo provisório depois do prazo estipulado em lei pagarão multa de 20% do valor do ISS. O texto prevê, ainda, que o ISS não pago ou recolhido a menos será enviado para ins-

crição em dívida ativa. A boa notícia é que os condomínios residenciais ou comerciais também poderão obter crédito do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ao tomar serviço de empresa que emite a nota eletrônica. Para esses tomadores, o crédito equivalerá a 7,5% do ISS gerado pela nota fiscal. (LI)

Cartão na mira do fisco

A

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) está exigindo das administradoras de cartão de crédito ou débito a entrega das informações sobre operações realizadas. A medida permite o cruzamento dos dados enviados pelos próprios contribuintes quanto às operações sobre as quais incide o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo o diretor da Diretoria Executiva de Administração Tributária da Sefaz (Deat), Antônio Carlos Moura Campos, se houver discrepância nos dados, o fisco vai enviar uma carta de aviso para o contribuinte. "Será apenas um alerta. A discrepância pode ser justificada porque o cartão registra também

as vendas não tributadas e serviços sobre os quais incide o Imposto sobre Serviços (ISS) e não o ICMS", afirma. Se a empresa não se explicar, terá a oportunidade de pagar o imposto devido acrescido da multa de mora. "Nesse caso, não cobraremos a multa punitiva", diz. Caso contrário, será notificado e terá de pagar também a multa punitiva, que hoje equivale a 30% do valor da operação. A nova exigência foi regulamentada pela Portaria da Coordenaria da Administração Tributária (CAT) n° 87/06, publicada ontem no Diário Oficial. "Trata-se de mais um instrumento de combate à sonegação utilizando o mínimo de mão-de-obra", diz Moura. De acordo com a portaria, a Deat poderá dispensar o fornecimento de informações,

caso o total das operações seja inferior a R$ 1 mil. O prazo para a apresentação das informações será dia 20 de cada mês. Como exceção, a primeira entrega deverá ocorrer até o dia 20 de novembro, com os dados relativos a operações realizadas de 1° de janeiro a 31 de outubro deste ano. A Prefeitura de São Paulo segue o mesmo caminho com o Projeto de Lei n° 552/06 (conhecido como XTudo). Pelo texto, a Administração Tributária Municipal poderá exigir os mesmos dados das administradoras de cartões. Desde o mês de julho de 2003, elas são obrigadas a prestar essas informações à Receita Federal, mediante o envio da Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred). (LI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

ATAS

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

NOSSA CAIXA CAPITALIZAÇÃO S.A. CNPJ nº 07.681.872/0001-01 NIRE 35300326041 ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Aos 28 (vinte e oito) dias do mês de abril de dois mil e seis, às 16h30, na sede da Nossa Caixa Capitalização S.A., na Rua XV de Novembro, 111, nesta Capital, reuniu-se o Conselho de Administração da Empresa, sob a Presidência do Conselheiro Carlos Eduardo da Silva Monteiro - nos termos do Artigo 20, Parágrafo 3º, do Estatuto Social – e com a presença do Conselheiro Daniel Rodrigues Alves, e do Senhor José Wellington Gomes Nicolau – Chefe de Gabinete do Banco Nossa Caixa S.A./Secretário. Foi destacado que nas Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária, realizadas em 22 de março de 2006, foram eleitos os Senhores: Presidente do Conselho: Luiz Tacca Junior e Conselheiros: Carlos Eduardo da Silva Monteiro e Daniel Rodrigues Alves, sendo que o Processo encontra-se na Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, para homologação (Processo SUSEP nº 15414.100260/2006-93). Iniciados os trabalhos, o Conselheiro Carlos Eduardo da Silva Monteiro informou que o mandato da atual Diretoria da Nossa Caixa Capitalização S.A., se expira nesta data (1ª Reunião do Conselho de Administração após a Assembléia Geral Ordinária de 2006), sendo necessária a eleição dos membros da Diretoria, para cumprimento de novo mandato de 02 (dois) anos, nos termos do Estatuto Social. Nesta ocasião, deu conhecimento dos Pareceres CODEC nºs 027/2006 (Processo S.F. nº 12091-125889/2006) e 047/2006, que à vista da competente autorização governamental, nos termos dos Ofícios CE nºs 132/06-CC e 198/06-CC, da Casa Civil, indica os Senhores: Diretor Presidente: DANIEL RODRIGUES ALVES, brasileiro, casado, bacharel em Direito, portador da cédula de identidade RG nº 315.759 – SSP-DF e CPF-MF nº 010.980.801-06, residente e domiciliado em São Paulo – SP, e Diretores: ODAIR LUCIETTO, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 391.011 – SSP-DF e do CPF-MF nº 603.411.738-00, residente e domiciliado em Brasília – DF e PAULO ROBERTO PENACHIO, brasileiro, casado, advogado e contador com MBA - Controller, portador da cédula de identidade RG nº 7.562.707 - SSP-SP e CPF-MF nº 799.368.228-20, residente e domiciliado em São Paulo – SP, os quais atendem os requisitos da Resolução CNSP nº 65/2001, para um mandato de 02 (dois) anos (até a 1ª Reunião do Conselho de Administração após a Assembléia Geral Ordinária de 2008). Informou o Conselheiro Carlos Eduardo da Silva Monteiro que os Diretores eleitos cumprirão mandato nos termos do Estatuto Social da Empresa, ficando a posse condicionada à prévia manifestação da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e as investiduras nos cargos deverão obeceder os requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega da declaração de bens. Para a remuneração da Diretoria, deverão ser observadas as orientações do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC, bem como o Parecer CODEC nº 150/2005, de 14 de dezembro de 2005, que revisou os honorários da Diretoria. Destacou, também, que os Diretores farão jus à gratificação anual, na forma prevista no artigo 4º, da Deliberação CODEC nº 1/91 e que nos casos em que ocorrer acumulação de funções o Diretor perceberá apenas uma remuneração. Ressaltou, ainda, a concessão de um prêmio eventual, desde que a Empresa efetivamente apure lucro em período trimestral, semestral ou anual e distribua aos acionistas o dividendo obrigatório, ainda que sob a forma de juros sobre o capital próprio, com base no resultado então apurado (cf. Art. 152, §§ 1º e 2º, da Lei Federal nº 6.404/1976). O valor anual do prêmio não deve ultrapassar a 6 vezes a remuneração mensal da Diretoria, nem 10% do montante total dos dividendos ou juros sobre o capital próprio pagos pela Empresa, prevalecendo o que for maior. Todavia, o prêmio poderá ser pago de forma parcelada, observada a periodicidade mínima não inferior a 3 meses. Colocada a matéria em discussão, foi a mesma aprovada. Isto posto, a Diretoria da Nossa Caixa Capitalização S.A., após homologação do ato pela SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, ficará assim constituída: Diretor Presidente: Daniel Rodrigues Alves; Diretor Comercial: Odair Lucietto e Diretor Administrativo-Financeiro: Paulo Roberto Penachio. Para cumprimento da Circular SUSEP nº 234/2002, e em conformidade com o Estatuto Social aprovado em Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas em 22 de março de 2006 (Processo SUSEP nº 15414.100260/2006-93), as atribuições de responsabilidades aos Diretores ficam assim definidas: I – ao Diretor Presidente Daniel Rodrigues Alves: a) coordenar a gestão ordinária da Companhia, incluindo a implementação das diretrizes e o cumprimento das deliberações tomadas em Assembléias Gerais, nas reuniões do Conselho de Administração e nas suas próprias reuniões; b) convocar e presidir as reuniões da Diretoria; c) atribuir funções aos Diretores e definir as áreas de atuação de cada um deles, pelas quais serão responsáveis perante quaisquer autoridades e organizações, inclusive a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; d) constituir grupos de trabalho para estudo de assuntos de interesse da Companhia; e) administrar, gerir e superintender os negócios sociais; e f) receber citações e representar a Companhia em Juízo e fora dele, que acumulará as competências do Diretor Técnico: a) coordenar e exercer as atividades de relacionamento da Companhia com as autoridades regulatórias aplicáveis, inclusive as atividades de relacionamento da Companhia com a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, bem como designar funcionário(s) responsável(eis) pelas atividades de relacionamento da Companhia com a Superintendência de Seguros Privados SUSEP; b) ser responsável pela área técnica de capitalização da Companhia, englobando a elaboração de produtos, respectivos regulamentos, condições gerais e notas técnicas, bem como cálculos que permitam a adequada constituição de provisões; e c) exercer as demais atribuições que venham a ser definidas pelo Diretor Presidente. II – Ao Diretor Comercial Odair Lucietto: a) administrar o relacionamento da Companhia junto à Rede do Banco Nossa Caixa S.A. e aos clientes de referida instituição; b) definir a forma de comercialização, público alvo e mercado, dentre outras, dos produtos e serviços da Companhia; c) administrar e gerir a oferta e comercialização dos produtos e serviços da Companhia junto à Rede do Banco Nossa Caixa S.A. e aos clientes de referida instituição; e d) exercer as demais atribuições que venham a ser definidas pelo Diretor Presidente, que acumulará as competências do Diretor de Gestão: a) coordenar e orientar as atividades da Companhia na área de recursos humanos; b) coordenar o abastecimento, gerenciamento de contratos de fornecedores e o sistema de informática da Companhia; e c) exercer as demais atribuições que venham a ser definidas pelo Diretor Presidente. III – Ao Diretor Administrativo-Financeiro Paulo Roberto Penachio: a) administrar e gerir os recursos da Companhia, inclusive o seu fluxo de caixa, recebíveis e aplicações financeiras e supervisionar todas as operações financeiras da Companhia; b) administrar e gerir os passivos da Companhia, inclusive o seu fluxo de pagamentos e dívidas; c) elaborar e manter atualizados os balancetes e as demonstrações financeiras da Companhia; d) desenvolver e propor a criação de novos produtos e serviços da Companhia, bem como definir suas características; e) propor a política de preços dos Produtos e Serviços da Companhia, sugerindo os critérios gerais de definição de valores, termos e condições de comercialização dos mesmos, incluindo notas técnicas, cálculos para constituição de provisões, reservas e fundos, e, uma vez aprovada pela Diretoria da Companhia, definir os preços e os termos e condições de conciliação dos produtos e serviços da Companhia nos limites da política de preços aprovada pela Diretoria; f) cumprir e zelar pela observância da Lei nº 9.613, de 03 de março de 1998, que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; e g) exercer as demais atribuições que venham a ser definidas pelo Diretor Presidente. Para cumprimento da Circular SUSEP nº 249/2004, fica designado o Diretor AdministrativoFinanceiro Paulo Roberto Penachio, como responsável pelos controles internos. Nada mais havendo a tratar, declarou o Conselheiro Carlos Eduardo da Silva Monteiro encerrada a reunião, solicitando que fosse lavrada a presente ata que, depois de lida e achada conforme, segue assinada pelos Conselheiros de Administração. São Paulo, 28 de abril de 2006. (a.a) CARLOS EDUARDO DA SILVA MONTEIRO – Conselheiro; DANIEL RODRIGUES ALVES – Conselheiro. (Cópia fiel do que se contém no Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração da Nossa Caixa Capitalização S.A.). Registrada na JUCESP sob nº 275.290/06-2, em 06.10.2006.

Requerente: Valplásticos Ltda. Requerente: MSA Confecções Ltda. - Requerido: Brasil Modas e Confecções Ltda. Av. Ragueb Chohfi, 1970 - 01ª Vara de Falências

Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC

Maior cobertura pelo menor preço

Publicidade Comercial 3244-3344 / 3244-3983 Fax 3244-3894 admdiario@acsp.com.br

Publicidade Legal 3244-3643 Fax 3244-3123 publicidade@acsp.com.br

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial

3244-3344 Publicidade Legal

3244-3643

JOSÉ WELLINGTON GOMES NICOLAU Secretário

COMUNICADOS

BALANÇO Frigorífico Ceratti S/A

CE A

C.N.P.J/MF nº 60.832.409/0001-04

DESDE 1932

Relatório da Diretoria

Senhores Acionistas, Cumprindo disposições legais e estatutárias, submetemos a apreciação de V.Sas., o Balanço Patrimonial e as Demostrações Financeiras, relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2005. Permanecemos à disposição de V.Sas. para quaisquer esclarecimentos complementares.

São Paulo, abril de 2006.

A Diretoria

Balanço Patrimonial dos Exercícios Findos em 31/12/2005 e 31/12/2004 (Valores em R$ 1,00) ATIVO

31/12/2005

31/12/2004

PASSIVO

31/12/2005

31/12/2004

Circulante ................................................

1.581.359

5.793.245

Circulante ...................................................

3.598.771

9.575.994

Caixa e Bancos ........................................

8.841

3.277

Emprestimos e Financiamentos ...................

1.420.906

2.895.263

Duplicatas a Receber ................................

783.863

2.795.764

Fornecedores ..............................................

822.396

4.760.767

Estoques ..................................................

289.312

1.985.747

Obrigações Fiscais/Sociais ..........................

280.032

740.368

Impostos a Recuperar ...............................

18.430

95.117

Outras Contas a Pagar ................................

25.792

Outros Créditos ........................................

480.913

102.541

Cheques a Compensar ................................

101.056

185.669

Outras Contas a Receber .........................

-

810.800

Provisões Trabalhistas .................................

90.578

181.494

9.831

Realizável a Longo Prazo .......................

2.796.794

2.689.732

Dividendos a Distribuir .................................

309.091

311.701

Depósitos Judiciais ...................................

1.568.509

1.750.999

Adiantamento Clientes .................................

282.896

490.900

Créditos com empresas Ligadas ...............

45.340

317.591

Depósitos não Identificados .........................

30.620

-

Cauções Contratuais ................................

500.000

500.000

Parcelamento CSLL e IRPJ .........................

235.404

-

Outros Créditos ........................................

682.945

121.142

Exigível a Longo Prazo ..............................

8.667.217

9.813.391

Permanente .............................................

14.441.957

14.918.820

Financiamentos ...........................................

5.909.151

6.879.524

Investimentos: Controladas ...................

2.074.389

1.237.719

Obrigações Fiscais e Sociais .......................

1.293.638

1.977.782

Outros Investimentos ............................

37.477

37.477

Créditos de Empresas Ligadas ....................

993.619

507.414

Imobilizado: Imobilizado Líquido ............

11.907.239

12.787.328

Outras Contas .............................................

-

448.671

Diferido: Desenvolvimento de Software .

422.851

856.295

Parcelamento CSLL e IRPJ .........................

470.808

-

Total do Ativo ..........................................

18.820.110

23.401.797

Patrimônio Líquido ....................................

6.554.122

4.012.413

Dem. das Mutações do Patrimônio Líquido dos Exerc. (Valores em R$ 1,00)

Capital .........................................................

1.710.818

1.710.818

Reserva Legal .............................................

311.174

183.937

Histórico

Capital

Reserva

Lucros/Prej.

Social

Legal

Acumulados

Total

Resultados Acumulados

1.710.818

2.272

516.312

2.229.402

Lucros ou Prejuízos a partir 1996 .................

Apropriação Res. Legal

-

25.815

(25.815)

-

Ajustes de Exercícios Anteriores ..................

(16.577)

(10.940)

Distribuição de Divid. ....

-

-

(49.050)

(49.050)

Resultado do Exercício ................................

2.163.025

464.246

Lucro Líq. do Exercício .

-

-

(776.319)

(776.319)

Total do Passivo .........................................

18.820.110

23.401.797

Saldos em 31/12/01 .....

1.710.818

28.087

(334.872)

1.404.033

Saldo em 31/12/2000

Lucro Líq. do Exercício .

-

-

(185.992)

(185.992)

Saldos em 31/12/02 .....

1.710.818

28.087

(520.864)

1.218.041

Aj. de Exerc. Anteriores .

-

-

(11)

(11)

Apropriação Res. Legal

-

128.542

(128.542)

-

Distrib. de Dividendos ...

-

-

(257.084)

(257.084)

Lucro Líq. do Exercício .

-

-

2.570.839

2.570.839

Saldos em 31/12/03 .....

1.710.818

156.629

1.664.338

3.531.785

Aj. de Exerc. Anteriores .

-

-

(10.928)

(10.928)

-

27.309

Apropriação Res. Legal

(27.308)

-

Distrib. de Dividendos ...

-

-

(54.617)

(54.617)

Lucro Líq. do Exercício .

-

-

546.172

546.172

Saldos em 31/12/04 .....

1.710.818

183.938

2.117.656

4.012.412

Aj. de Exerc. Anteriores .

-

-

(5.637)

(5.637)

Apropriação Res. Legal

-

127.237

Distrib. de Dividendos ...

-

-

(254.474)

(254.474)

Lucro Líq. do Exercício .

-

-

2.801.821

2.801.821

Saldos em 31/12/05 .....

1.710.818

311.174

4.532.129

6.554.122

(127.237)

-

até 30/09/2005, a industrialização e comercialização, no mercado interno, de embutidos derivados de carne bovina e suína. A partir de 01/10/2005 passou a alugar sua marca (Ceratti) para a empresa Omamori Industria de Alimentos Ltda. Portanto a partir de 01/10/2005 somente comercializou produtos importados. Nota 2-Apresentação das Demonstrações Contábeis e Práticas Contábeis: As demonstrações financeiras foram elaboradas e apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com base na Lei das Sociedades por Ações. As principais práticas contábeis adotadas na elaboração

demonstrado:

Ceratti S/A Suinocultura 2005

2004

Saldo Inicial ............................................

1.213.227

1.188.358

Equivalência Patrimonial .........................

19.138

24.869

Saldo Final .............................................

1.232.365

1.213.227

Total ........................................................

1.232.365

1.213.227

Participação % ........................................

99,99

99,99

Patrimônio Líquido ..................................

1.232.365

1.213.227

observância do regime de competência dos exercícios; b) Estoques: Os estoques estão valorizados ao custo médio de aquisição, exceto quanto aos produtos acabados e em elaboração que são valorizados pelo custo arbitrado e ajustados ao valor de mercado quando aplicável; c) Investimentos: As participações em controladas são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial. Os demais investimentos são avaliados ao custo, que foram

2005

4.996

1.266.204

(453.667)

Saldo Final .............................................

817.533

(448.671)

Participação % ........................................

99,92

99,92

Patrimônio Líquido ..................................

817.533

(448.671)

Nota 5 - Imobilizado: As imobilizações estão compostas das seguintes contas:

Devoluções e Impostos ................................ Receita Líquida ..............................................

38.386.491

47.900.673

Custos das Mercadorias e Prod. Vendidos ..

(27.030.018)

(34.295.172)

Lucro Bruto ....................................................

11.356.473

13.605.501

Despesas (Receitas) Operacionais ...............

(7.884.728)

(12.447.758)

Despesas com Pessoal ................................

(3.085.336)

(2.612.347)

Despesas com Vendas ................................

(2.290.764)

(3.861.197)

Despesas Administrativas ............................

(3.372.895)

(3.194.826)

Despesas Tributárias ....................................

(84.287)

(361.925)

Despesas Financeiras ..................................

(3.202.079)

(2.680.717)

Receitas Financeiras ....................................

1.837.875

163.469

Outras Receitas/Despesas ...........................

285.839

Variação Cambial Líquida .............................

741.578

530.281

Resultado Equivalência Patrimonial .............

1.285.341

(428.798)

Resultado Operacional Líquido .....................

1.157.742

126.495

31.966

3.598.240

1.189.708

Contribuição Social ..........................................

(284.398)

(177.170)

Imposto de Renda ...........................................

(769.106)

(466.367)

Prejuízo do Exercício .....................................

2.544.736

546.172

Lucro/Prejuízo por Ação ................................

50,89

10,92

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (Valores em R$ 1,00) 31/12/2005

31/12/2004

9.505.140,98

3.152.624

Das Operações: ..............................................

5.385.642,32

356.181

Resultado do Exercício ................................

2.544.736,50

546.172

Lucro/Prej. na venda de bens do Ativo Perm.

(25.800,00)

(50.909)

Ajustes de Exercícios Anteriores ...................

(5.637,06)

Depreciações ..............................................

2.004.819,92

807.051

Equivalência Patrimonial .............................

1.285.341,05

(428.798)

(10.940)

Variação Monet./Cambial Exig. a L. Prazo ...

(417.818,09)

(506.394)

De Terceiros: ...................................................

4.119.498,66

2.796.443

Vendas de Bem do Ativo Permanente .........

25.800,00

311.235

Aumento no Exigível a Longo Prazo ............

3.562.200,68

1.667.263

Diminuição do Realizável a Longo Prazo .....

531.497,98

817.944

Aplicações .......................................................

7.485.331,05

3.939.732

Aumento Realizável a Longo Prazo ..................

638.560,04

Aumento/Redução de Investimentos ................

2.122.010,84

(408.925)

746.968

Líquido

Líquido

Anual

Diminuição do Exigível a Longo Prazo ..............

4.039.070,98

1.011.217

181.234

181.234

-

Dividendos Distribuídos ....................................

309.091,00

311.701

4.133.927

7.856.070

8.693.566

10

Variação do Capital Circulante Líquido .........

2.019.809,93

(787.108)

253.107

141.430

139.642

20

Ativo Circulante ..............................................

(4.211.886,40)

746.772

-

Máq. e Equiptos .... 11.989.997 397.163

3.471.745

Resultado não Operacional ........................... Resultado antes do IRPJ e CSL ....................

2.278.772

Acumul.

Móveis e Utens. ....

(1.698)

376.598,19

181.234 394.537

(11.729.238)

Adições do Ativo Imobilizado ............................

Corrigido

Veículos ................

59.629.911

(9.304.147)

Taxa

Valor

Terrenos ...............

31/12/2004

47.690.639

Valor

Deprec.

321.230

75.933

88.933

10

Comput. e Perifér. .

524.598

409.133

115.465

145.388

20

Benf. imóv.de terc.

131.786

103.752

28.034

21.656

10

Imobiliz. andam. ....

3.409.687

-

3.409.687

3.409.687

-

Outras Imobiliz. .....

439.223

339.836

99.387

107.223

10

17.468.225

5.560.985

11.907.240

12.787.329

-

No início do exercício ........................................

5.793.245,03

5.046.473

No final do exercício .........................................

1.581.358,63

5.793.245

Passivo Circulante ..........................................

(6.231.696,33)

1.533.881

9.575.993,52

8.042.113

No final do exercício .........................................

3.344.297,19

9.575.994

Acrésc. (Decréscimo) do Cap. Circ. Líquido .

No início do exercício ........................................

2.019.809,93

(787.108)

Nota 6 - Diferido: O diferido é composto basicamente de desenvolvimento de Software Corporativo de Gestão de empresas. Nota 7 - Financiamentos: Os empréstimos e financiamentos estão garantidos por notas promissórias avaliadas pelo sócio da empresa: Finalidade

Encargos

Amortização

Delta National Bank (EUA)

Capital de Giro

5% a.a.+V.C.

Juros pg. semestralmente e o princ. ao final do contr. em 21.02.2007 2.750.887

2.888.654

Banco Alfa de Investimentos

Capital de Giro

10% a.a.+V.C.

Juros pg. semestralmente e o princ. ao final do contr. em 07.02.2005

2.750.397

2005

-

Delta National Bank (EUA)

Capital de Giro

5% a.a.+V.C.

Juros pg. semestralmente e o princ. ao final do contr. em 21.02.2007 2.373.210

BNDES

Aquisição Máq.

3% a.a+TJLP

Carência de 12 meses

ao custo de aquisição e formação, deduzido da depreciação acumulada que

Passivo Circulante

Estoques: Os estoques compõem-se como segue:

2004

Custo

Total

pelo método linear, de acordo com a vida útil remanescente dos bens. Nota 3-

2004

(448.671)

Equivalência Patrimonial .........................

2005

31/12/2005

Vendas de Mercadorias e Produtos ................ Deduções da Receita Bruta

Omamori Industria de Alimentos Ltda.

atualizados monetariamente até 31.12.1995; d) Imobilizado: É demonstrado foram atualizados monetariamente até 31.12.1995. A depreciação é calculada

Receita Bruta de Vendas

Origens

Saldo Inicial ............................................

e apresentação das demonstrações financeiras resumem-se como segue: a) Apuração do Resultado: As receitas e as despesas são reconhecidas com a

1.664.351

(Valores em R$ 1,00)

Nota 4 - Investimentos: Os investimentos em Controladas, estão assim

Notas Explicativas das Demonstr. Contábeis em 31/12/2005 e 31/12/2004 Nota 1-Contexto Operacional: A empresa teve como atividade preponderante

2.385.681

Demonstração do Resultado dos Exercícios

2004

-

1.187.566

1.822.343

6.311.663

7.485.067

402.512

605.543

Passivo Exigível à Longo Prazo

5.909.151

6.879.524

Total Geral

6.311.663

7.485.067

2005

2004

Produtos Acabados .............................................

2.555

314.985

Produtos para Revenda ......................................

286.757

404.866

Produtos em Poder de Terceiros .........................

-

1.265.896

Newton Ceratti; Evelina Ines Benedetti di Benedetto; Mario Ceratti Benedetti; Rosa Calicchio Ceratti;

289.312

1.985.747

Marcos Roberto Veiga da Rosa - Contabilista - CRC nº 1 SP 183220/O-3

Nota 8 - Capital Social: O Capital Social de R$ 1.710.818,15 é composto de 50.000 ações ordinárias, sem valor nominal, sendo 25.000 (vinte e cinco mil) de classe

A

e 25.000 (vinte e cinco mil) de classe

B

. Diretoria

CARTA RENÚNCIA CARTA DE RENÚNCIA À SOUTH STAR DO BRAZIL AGÊNCIA MARÍTIMA DE CARGAS LTDA. Rua Branco de Morais, 84, conjunto 06 Chácara Santo Antônio São Paulo – SP CEP.04.718-010 Sr. Dimitris Vallianos - representante da sócia majoritária - SOUTH STAR SHIPPING CO. LIMITED Prezados Senhores, Eu, PAULO CAPARICA, brasileiro, casado, técnico contábil, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo, à Av. Pe. Antônio José dos Santos, 475, ap. 103, CEP 04563-011, portador da Cédula de Identidade RG nº 1.699.208 e inscrito no CPF sob o n.º 025.582.978-72, venho por meio desta e nos termos do parágrafo 3 do artigo 1.063 do Código Civil, comunicar a V.Sas. minha renúncia, imediata e irretratável, ao cargo de administrador da SOUTH STAR DO BRAZIL AGÊNCIA MARÍTIMA DE CARGAS LTDA., sociedade empresária limitada, com sede social à Rua Branco de Morais, 84, cj. 06, Chácara Santo Antônio, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 04718-010, com seu contrato social devidamente registrado perante a Junta Comercial de São Paulo sob NIRE 35.219.721.415, e inscrita no CNPJ sob n.º 07.265.174/0001-25, para o qual fui designado e nomeado, na data de constituição da referida empresa, para um mandato por prazo indeterminado. Informo por fim que, nos termos do parágrafo segundo do artigo 1.063 do Código Civil, a presente carta de renúncia será levada imediatamente à averbação perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo e publicada, na forma da lei. São Paulo, 14 de Setembro de 2006. PAULO CAPARICA Recebido, em 14 de Setembro de 2006, por Dimitris Vallianos, na qualidade de representante da sócia majoritária da SOUTH STAR DO BRAZIL AGÊNCIA MARÍTIMA DE CARGAS LTDA.

EDITAL

CPM S.A. CNPJ/MF N.º 65.599.953/0001-63 - NIRE: 35.300.178.815 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 18/08/2006 Data, Hora e Local: No dia 18/08/2006, às 8h00, na sede social, em Barueri-SP, na Alameda Araguaia nº. 1930, Alphaville. Presenças: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, conforme consta no “Livro de Presença de Acionistas”. Convocação: Dispensada a convocação, em face da presença da totalidade dos acionistas da Companhia, nos termos do disposto no art. 124, § 4º da Lei nº. 6.404/76. Mesa: Presidente, o Sr. Antonio Carlos Rego Gil, o qual escolheu como Secretário, o Sr. Rômulo de Mello Dias. Leitura de Documentos e Lavratura da Ata: (i) Dispensada, por unanimidade, a leitura dos documentos relacionados às matérias a serem deliberadas na Assembléia Geral, uma vez que são do conhecimento dos acionistas. (ii) Fica autorizada à lavratura da presente ata na forma de sumário, nos termos do Art. 130, § 1º, da Lei 6.404/76. Ordem do Dia: Examinar, discutir e votar a contratação de operação de financiamento junto ao BNDES, nos termos e condições estabelecidos na presente Ata. Deliberações: Item único da Ordem do Dia: foi aprovada por unanimidade dos acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, com abstenção dos legalmente impedidos, a contratação de operação de financiamento junto ao BNDES, nos termos da Decisão nº. Dir. 529/2006 da Diretoria do BNDES e respectivo Anexo (Condições para a Operação), de 06.07.2006 na qual, por unanimidade, foi autorizada a alteração parcial da Decisão nº. Dir. 210/2005, de 29.03.2005 e a prorrogação do prazo para contratação do empréstimo com incidência do Encargo de Reserva de Crédito, ficando os Diretores autorizados a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à formalização e execução de todos e quaisquer instrumentos contratuais relativos à citada operação. Em síntese, as condições gerais aprovadas para a operação foram: (i) Valor do Crédito: R$ 9.741.000,00, dividido em 2 Subcréditos, nos seguintes valores: Subcrédito “A” - R$ 6.061.000,00 e Subcrédito “B” - R$ 3.680.000,00; (ii) Finalidade: Subcrédito “A” – investimentos a serem realizados no país em estudos e projetos, despesas pré-operacionais, treinamento e qualidade, aquisição de máquinas e equipamentos e no capital de giro associado a esses investimentos e Subcrédito “B” – repasse de recursos à CPM USA CORP., para montagem de uma estrutura comercial e de vendas no exterior; (iii) Formalização Jurídica: Contrato de Financiamento Mediante Abertura de Crédito, por instrumento particular; (iv) Prazos: 1. de Utilização: 30 meses, contados da data da formalização jurídica da operação; 2. de Carência: Subcrédito “A”: 30 meses, contados a partir do dia 15 imediatamente subseqüente à data da formalização jurídica da operação e do Subcrédito “B”: 30 meses, contados a partir do dia 15 imediatamente subseqüente à data da formalização jurídica da operação, estendendo-se até o mais próximo dia 15 de um dos seguintes meses: janeiro, abril, julho e outubro. 3. de Amortização: Subcréditos “A” e “B” em 54 (cinqüenta e quatro) meses, sendo as prestações mensais e sucessivas. (v) Juros: 1. Juros incidentes sobre o Subcrédito “A”: 5% (cinco por cento) ao ano (a título de remuneração), acima da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, divulgada pelo Banco Central do Brasil e 2. Juros incidentes sobre o Subcrédito “B”: 7% ao ano (a título de remuneração), acima da taxa variável reajustada trimestralmente no dia 16 (dezesseis) dos meses de janeiro, abril, julho e outubro, com base no custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridas pelo BNDES na captação de recursos em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse específico, no trimestre civil imediatamente anterior ao mês de reajuste da referida taxa de juros, com sistemática de cálculo em percentuais de 5% e 2% ao ano disposta nas Condições para a Operação. (vi) Garantia: Fiança bancária; e (vii) Demais condições gerais e especiais aplicáveis à contratação nos termos estabelecidos nas Condições para a Operação. Encerramento: Todo o material pertinente a esta Assembléia ficará arquivado na sede da Companhia. Nada mais havendo a ser tratado, foram os trabalhos suspensos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata. Reaberta a sessão, foi esta lida, conferida e aprovada e assinada pelos presentes. Mesa: Presidente: Antonio Carlos Rego Gil; Secretário: Rômulo de Mello Dias. Acionistas: Ettore Victor Biagioni, Juan Lucena Maguire, Ana Paula Bannwart Vieira, Antonio Carlos Rego Gil, Milton Matsumoto, Rômulo de Mello Dias, Philipp Richard Freiherr von Girsewald, Bernd Amlung, José Luiz Acar Pedro, Domingos Figueiredo de Abreu, CPM Holdings Ltd., representada por Antonio Carlos Rego Gil e por Rômulo de Mello Dias. Confere com o original lavrado em livro próprio. Barueri, 18 de agosto de 2006. Antonio Carlos Rego Gil - Presidente; Rômulo de Mello Dias - Secretário. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 279.424/06-1, em 16/10/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAIS


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Nacional Imóveis

3

EMPREGO FORMAL CRESCE PELO NONO MÊS SEGUIDO

1,383

milhão de novos postos de trabalho no acumulado de janeiro a setembro.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO SE PREPARAM PARA O FINAL DE ANO E AJUDAM A CRIAR NOVAS VAGAS DE EMPREGO

NATAL PUXA CONTRATAÇÕES FORMAIS Beto Barata/AE

O PREVIDÊNCIA 13º faz déficit aumentar José Cruz/ABr

O

re g i m e g e r a l d e Previdência Social registrou em setembro um déficit de R$ 8,566 bilhões. O valor é 175,9% superior (em termos reais corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC) ao registrado em agosto deste ano e 207% maior do que o déficit apurado em setembro de 2005. A arrecadação líquida da Previdência somou R$ 10,42 bilhões em setembro, valor 3,8% superior ao verificado em agosto deste ano e 15,8% acima do resultado de setembro do ano passado. No acumulado deste ano até setembro, o déficit chegou aos R$ 34,185 bilhões, o que representa um aumento de 34,4% ante o período de janeiro a setembro de 2005. A despesa com benefícios previdenciários somou R$ 18,986 bilhões em setembro, uma expansão real de 44,5% sobre agosto último e de 61% ante setembro de 2005. De acordo com nota à imprensa do Ministério da Previdência, a disparada nas despesas com benefícios, e conseqüentemente no déficit, refletiu a antecipação em setembro

Helmut Schwarzer: sem reforma

de 50% do 13º salário deste ano. A outra metade será paga no mês de dezembro. Considerando a arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que potencialmente deveria ser destinada à Previdência, o déficit foi de R$ 7,881 bilhões. Neste caso, a arrecadação líquida ficou em R$ 11,105 bilhões. Reforma – Apesar dos déficits constantes nas contas, o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirmou ontem que o Brasil não precisa fazer uma nova refor-

ma no setor no curto prazo. De acordo com ele, ainda há um "espaço muito grande" para as medidas de gestão. Na opinião do secretário, portanto, o governo deve continuar atuando para aumentar a arrecadação previdenciária e baixar o volume de pagamentos de benefícios, mediante, por exemplo, iniciativas como o recenseamento de aposentados e combate a fraudes. "Ainda temos um grande espaço para medidas de gestão antes de discutirmos uma outra emenda constitucional para a Previdência", disse Schwarzer em entrevista no Ministério da Previdência Social. Acrescentou, porém, que em "algum momento do futuro" será necessária uma nova reforma porque a expectativa de vida da população brasileira continua crescendo. "Não sei quando será o momento de uma nova reforma", disse. Schwarzer afirmou que a reforma da Previdência Social, feita em 2003 e regulamentada somente em parte, foi responsável pela interrupção do processo de escalada do déficit da previdência pública. (Agências)

s preparativos da indústria e do comércio para as festas de fim de ano ajudaram a aumentar a contratação de novos empregados com carteira assinada em setembro, quando foram criadas 176,7 mil novas vagas pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Em agosto haviam sido gerados 128,9 mil empregos. Apesar de ter sido o nono mês consecutivo de resultado positivo, os dados do mês passado mostram uma queda de 6,7% em relação a setembro de 2005, quando foram criadas 189,4 mil vagas formais. De janeiro a setembro deste ano, foram abertos 1,383 milhão de postos, contra 1,408 milhão do mesmo período do ano passado, uma redução de 1,7%. Na avaliação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o ritmo de criação de empregos formais pelo setor privado está desacelerando como reflexo da base mais alta de comparação a cada ano. Mas ele reconheceu que a atividade fraca é um fator importante. "Obviamente, é preciso acelerar o crescimento econômico para que sejam abertas ainda mais vagas. Por isso, para o ano que vem, esperamos um crescimento de pelo menos 5%", afirmou. A expectativa do ministro é que o saldo de 2006 fique semelhante ao do ano passado:

Marinho: acelerar o crescimento econômico para criar mais vagas

1,253 milhão de contratações formais no setor privado. Nos últimos 12 meses, foram abertos 1,229 milhão de postos. Ao somar as novas vagas do mês de setembro ao estoque de empregos formais já existentes, o Caged registrou em setembro uma expansão de 0,65% no número de postos de trabalho com carteira assinada no País. O Caged é um cadastro mensal que registra informações das empresas sobre contratações e demissões. Ficam de fora dessa estatística os servidores públicos e os empregados domésticos. Comércio e indústria – A in-

dústria liderou o movimento de abertura de vagas, com 81,9 mil novas contratações. Em serviços, foram 54,5 mil novos postos e, no comércio, 46,3 mil. Em setembro, somente a agricultura demitiu mais que contratou. Foram eliminados 21,2 mil postos de trabalho por causa do período de entressafra do café, em Minas Gerais, mas esse motivo é sazonal. No entanto, foi a colheita, especialmente de cana-deaçúcar, que ajudou o Nordeste a registrar 80,9 mil novos empregos formais. No Estado de São Paulo, foram criadas 50,3 mil vagas. (AE)

)* &- &%

)* !" &%

- '0 ) , &>,'' ! " # $% " "8 <E &8 <- "+,$, + & /0 + & 5 " ) * '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7,

& - 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * B "+,$, + " ! C '/0 + #DD " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

)* $ !" $) +(,

A'0 * 6 3 '0 .. >? , &>,'' ! " # $% &A 73+ ) "8 < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #1 " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

& ' ! ( & !! ! " # $ % !!

! "# $ % &'% ( "# $ ) * + , - + , ./ & 012 * ** +, +2%3% 2 . + ) *" .4 # 2 -5 + -6 ) 7 1 % 2#3 !! ( , 8 % # / #% ( 91 #8 +%:# ! %#% ( ! ; ( <2 % &%#0% 8 := > 2 * ;

6 + / + '0 .. , &>,'' /'9 0 ' ! ) " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 2 3 ,' ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 8 3 '0 ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

)* $ &- $) +(, # $ #%'& . $/#' +

# ! ( )* $ !" $) +(,

+( ) (012 0 , ( 3((4

0 ! )* +, ,,

./

>? ! " # $% & '(/9 +:$ <,7 ) * "+,$, + & /0 + & 5 " ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

8 ! " # $% & '(/9 +:$ ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' ",5 ,/, - 6 4 (+ '0, +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

- 8 ! " # $% " " < +4 <- ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + #1 " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, 3 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

! " # * $% & '( ) "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' +/$ 4 , 3 4 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7,

# $ #%&'

!"

! "#$ % & ! '( )* +, ,, - " " $ (


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

Compor tamento Ambiente Fórmula 1 Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 É fantástico ser o primeiro piloto a andar em um Fórmula 1 nas ruas de São Paulo. Michael Ammermueller, piloto de testes da RBR

CARRO ANDOU A 246 KM/H NA 23 DE MAIO

Reuters/Red Bull-Franz Pammer

Suzane: Suíça não confirma conta em banco A negativa que veio da Suíça não quer dizer que não haja dinheiro. Suzane von Richthofen é suspeita de manter contas conjuntas com o pai – a quem ajudou a assassinar – com dinheiro desviado do rodoanel.

O

serviço de inteligência financeira da Suíça não conf i r m o u , p o r e nquanto, a existência de contas naquele país em nome de Suzane von Richthofen ou de seu pai, Manfred von Richthofen. Para os investigadores, porém, isso não quer dizer que o dinheiro não exista, mas apenas que os dados obtidos até agora pelo Brasil, e que serviram para a apuração na Suíça, não são os corretos para identificar a titularidade das contas. Condenada pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia, em outubro de 2002, Suzane von Richthofen agora é investigada diante de suspeitas de ter mantido contas no exterior em conjunto com seu pai e que seriam alimentadas com dinheiro desviado das obras do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas. Uma das suspeitas é de que Suzane von Richthofen e o pai Manfred são titulares de duas contas desde 1998 no Discount Bank and Trust Company (DBTC). O banco foi o mesmo utilizado pelos fiscais do Rio de Janeiro para desviar recursos no escândalo que ficou conhecido como Propinoduto. Hoje, o DBTC faz parte do Union Bancaire Privée (UBP), que se nega a comentar o caso. O UBP ainda se

recusou a comentar a eventual existência das contas. "O segredo bancário nos impede de comentar o assunto", afirmou o banco, por meio de seu porta-voz. Oficial – As autoridades financeiras suíças já foram consultados oficialmente pela Justiça brasileira sobre o caso. Mas, em um comunicado, informaram que não conseguiram encontrar as contas indicadas pelo Ministério Público. Uma das possibilidades é de que o dinheiro esteja em contas em nome de fundações ou entidades estabelecidas em outros paraísos fiscais, como Liechtenstein ou Luxemburgo. "A experiência nos mostra que dificilmente uma conta é aberta em nome da pessoa que fez o desvio de recursos", afirmou um procurador brasileiro. A Justiça no Brasil ainda foi informada que o banco poderia ser obrigado a ajudar na apuração, mas para isso os procuradores no país precisariam de dados mais concretos sobre as eventuais contas. Uma vez identificada a conta bancária, as autoridades brasileiras poderá pedir a apuração dos documentos bancários dos suspeitos e a rota do dinheiro. Os extratos poderiam então ser enviados ao Brasil para que as investigações avançassem. (AE)

Paulo Pinto/AE - 01/04/06

Suzane, antes de ser julgada pelo assassinato, ao chegar ao 89º DP

O F-1 da equipe Red Bull quando partia do Teatro Municipal em direção à avenida São João. O percurso terminou junto ao Obelisco do Ibirapuera

F-1 acelera nas ruas. E quebra. Para promover o GP Brasil, em Interlagos, carro de F-1 roda quase 8 quilômetros por avenidas de São Paulo

D

e repente, um dos clichês mais batidos da cidade virou realidade: ontem, pouco antes das 6h, algumas avenidas de São Paulo se transformaram, de fato, em uma pista de corrida. A 246 quilômetros por hora, o piloto de testes da equipe RBR de Fórmula-1, Michael Ammermueller, levou pouco mais de 2 minutos para vencer os 7,7 quilômetros que separam o Teatro Municipal, na área central da cidade, e o Obelisco do Parque do Ibirapuera, onde quebrou. Um superaquecimento só foi refrescado com o auxílio de um extintor de incêndio. Turistas – Mesmo assim, o evento organizado para promover o Grande Prêmio Brasil de Fórmula-1, a ser disputado domingo, no autódromo de Interlagos, na zona sul, alcançou seu cobiçado objetivo: um público-alvo de cerca de 400 mil pessoas vindas de todos os estados brasileiros e do exterior. Claro, o afluxo de turistas re-

cebido por São Paulo nesta semana não se deve exclusivamente à F-1. Uma conjunção de megaeventos (Bienal, Salão do Automóvel e a Mostra Internacional de Cinema) incluiu a cidade no roteiro turístico internacional. De qualquer forma, a decisão da atual temporada de F-1 em Interlagos tem papel de destaque na entrada de estimados R$ 310 milhões na economia paulistana. Com o céu ainda meio escuro, o Fórmula-1 da equipe Red Bull roncou o motor em frente ao Municipal, bem ao lado do viaduto do Chá. Com o auxílio de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que promoveram um grande bloqueio de trânsito, o carro rolou em alta velocidade pelas avenidas São João, Ipiranga, praça Armando Salles e 23 de Maio, onde atingiu seu pico de velocidade. Chuva – Durante a exibição do carro (o mesmo utilizado nas corridas) o piloto fez manobras radicais tais como der-

rapagens controladas e arrancadas. "Minha maior dificuldade foi dirigir sob chuva e controlar o carro com a forte trepidação provocada pelas irregularidades do asfalto", disse Ammermueller. Não fosse isso tudo e o F-1 poderia ter atingido velocidades ainda mais altas. Originalmente agendado para quarta-feira, o evento promocional do GP Brasil de F-1 foi cancelado devido às más condições climáticas em São Paulo. Ontem, as chuvas continuaram, mas a equipe da Red Bull decidiu enfrentar o mau tempo. Afinal, as atividades de pista do GP começam hoje em Interlagos, provavelmente sob chuva. Com pneus próprios para pista molhada, o Red Bull despejou potência e entusiasmou o piloto de teste. "É fantástico ser o primeiro piloto a andar em um F-1 nas ruas de São Paulo", disse Ammermuller. "Andar em vias públicas é sempre um desafio para um piloto, principalmen-

Monalisa Lins/

A promoção do GP Brasil estendeu-se a casas noturnas paulistanas. Espera-se bom retorno financeiro.

te por causa das irregularidades do piso, mas consegui andar forte. A chuva atrapalhou um pouco, mas meu maior receio era mesmo me perder no caminho", brincou. Pânico – O piloto alemão Michael Schumacher foi surpreendido ontem, durante entrevista coletiva, por uma pergunta disparada pelo Repórter Vesgo, do programa Pânico na TV. "Michael, o que você faria se num dia de corrida você acordasse, fosse ao espelho e visse a imagem de Rubens Barrichello?" A resposta veio na forma de um gesto. O alemão esfregou os olhos com a mão, dando a entender, para alguns, que choraria. Para outros, o gesto significou apenas que Schummy estava acordando. A dúvida, contudo, esquentou as conversas no Paddock. Logo em seguida, Vesgo deu uma tartaruga a Schumacher. "Michael, é a tartaruga Rubens". O alemão apenas sorriu. No início da noite, Rubinho manifestou-se. "É o lado pequeno do Brasil em termos de humor. Mostra algumas pessoas de maneira pejorativa", disse. O piloto comentou que irá assistir ao programa, mas não se sentia atingido. "Graças a Deus passo mais tempo aqui trabalhando com minha equipe", disse o brasileiro. Duelo – Embora o alemão tenha dito que para ele o mundial de Fórmula-1 está terminado, o fato é que o campeão deste ano só será conhecido em Interlagos, última prova da temporada. Fernando Alonso, da Renault, é favorito. Mas Schummy tem condições matemáticas de levar o título. (Agências)


4

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONSUMIDOR VAI PAGAR MAIS POR ENERGIA

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

A ex-presidente da CSN, Maria Silvia Bastos Marques, assume a presidência da seguradora Icatu Hartford.

MINISTROS DA OPEP DECIDIRAM REDUZIR A PRODUÇÃO PARA MELHORAR OS PREÇOS DO PETRÓLEO

MENOS 1,2 MILHÃO DE BARRIS AO DIA IPC-FIPE O IPC subiu 0,29% na segunda quadrissemana de outubro, após abrir o mês com 0,26%.

Ó RBITA

PIB CHINÊS O PIB da China cresceu 10,4% no terceiro trimestre, ante expansão de 11,3% no anterior.

Osvaldo Prado/Agência O Dia/AE

SERVIDORES PRESOS POR FRAUDE NO INSS

A

força-tarefa previdenciária (foto), composta pelo departamento de Polícia Federal, Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal, deflagrou, na manhã de ontem a operação "Anos Dourados", contra esquema de fraudes em benefícios. A maioria dos 69 mandados de prisão temporária e 95 mandados de busca e apreensão é contra servidores do INSS, mas a polícia procura por donos de cartórios, advogados e empresários. Os policiais apreenderam vários malotes, mochilas e caixas com documentos. (AG) A TÉ LOGO

MORALES GARANTE GÁS AO BRASIL

O

presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou ontem que "jamais" cortará o abastecimento de gás natural boliviano para o Brasil, o atual maior comprador do produto. "Queremos dizer ao Brasil que jamais faltará gás a esse povo", afirmou Morales, em discurso durante o evento para a assinatura de um

novo contrato de negociação de gás entre a Bolívia e Argentina. A boliviana YPFB e a Petrobras travam há meses discussões, ainda sem conclusão, sobre o pedido da Bolívia de aumento extra do preço do gás vendido ao Brasil, que já possui ajuste trimestral previsto em contrato. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Brasil é convidado para reunião, mas Alemanha o quer fora do G-8

L

Autoridades canadenses aprovam compra da Inco pela Vale do Rio Doce

L

Abimaq pede novas reduções tributárias para estimular bens de capital

O

s ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram reduzir a produção diária em 1,2 milhão de barris no final de um encontro realizado em Doha, no Catar. O volume é 20% maior que aquele que vinha sendo divulgado e passa a valer a partir de novembro. Será o primeiro corte promovido pelo grupo desde abril de 2004. Os mercados encerraram os negócios antes do fim da reunião da Opep, mas os investidores já mostravam preocupação com o assunto. Em Nova York, o barril do tipo leve para entrega em novembro subiu 1,47%, para US$ 58,50. Em Londres, o barril do tipo Brent

ganhou 1,29% e encerrou o dia cotado a US$ 60,87. Segundo informações das agências internacionais, a decisão da Opep foi apoiada por todos os integrantes (dez) e incidirá sobre o nível atual de produção, de 27,5 milhões de barris de petróleo/dia. "Cada membro terá sua parcela na redução", afirmou o ministro de Energia e Minas da Argélia, Chakib Khelil. O objetivo da organização é interromper a tendência de queda dos preços, iniciada há cerca de três meses. O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, disse que o país, maior exportador de óleo do mundo, respaldava totalmente a redução planejada pelo grupo. Sua declaração foi considerada vital, pois,

até então, analistas e investidores especulavam que o país se opunha ao corte. Ele sugeriu ainda que novas reduções poderiam ser decididas na próxima reunião da Opep, agendada para dezembro, na Nigéria. "Temos muito tempo para discutir cortes adicionais." O ministro de Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, informou, no fim da reunião, que o país reduzirá o bombeamento diário em 138 mil barris, o equivalente a 11,5% da produção atual. A contribuição da Argélia deve ficar entre "30 mil e 50 mil barris diários", de acordo com o ministro Chakib Jelil. Os Emirados Árabes Unidos devem retirar do mercado 90 mil barris diários de petróleo. (AE)

Energia mais cara na segunda-feira

A

conta de luz vai subir a partir da próxima segunda-feira em 54 municípios do interior e do litoral de São Paulo atendidos pelas distribuidoras Bandeirante Energia e CPFL Piratininga. O maior aumento para os consumidores residenciais será o da Bandeirante, de 13,18%. Os clientes industriais da empresa pagarão 17,81% a mais pela energia consumida. Já os clientes residenciais da Piratininga terão um aumento de 6,96%, enquanto para as indústrias a alta será de 14,08%. Os reajustes foram definidos pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel). A Bandeirante distribuidora fornece energia para 1,3 milhão de unidades de consumo em 28 municípios paulistas, principalmente nas regiões do Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral Norte do estado. A CPFL Piratininga atende 1,2 milhão de unidades de consumo, em 26 municípios de São Paulo, principalmente Baixada Santista e região Oeste do Estado. O aumento concedido pela Aneel à Bandeirante foi afetado por três itens: o aumento do custo da energia, o aumento do recolhimento da Conta de Consumo de Combustíveis

(CCC), e a modificação, aprovada ontem, pela agência do percentual de revisão tarifária de 2003 da empresa. A CCC é um encargo pago pelos consumidores para subsidiar a compra de óleo combustível para as usinas termelétricas que produzem energia para o sistema isolado da região norte. A Aneel decidiu aumentar de 9,67% para 10,14% o índice da revisão tarifária de 2003 da Bandeirante, atendendo pedido da empresa, para que fossem consideradas na base de remuneração daquela época alguns investimentos que não tinham sido computados. (AE)


8

Eleições Planalto CPMI Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

PF NÃO CONFIRMAPROCEDÊNCIA DO DINHEIRO

Parece muito mais uma decisão política do que do Judiciário. Paulo Bernardo

Gustavo Miranda/AOG

O relatório do delegado que cuida da investigação sobre o dossiê não trata especificamente da origem do dinheiro, apenas cita sua posse e responsabilidade pelo montante.

PF NÃO DIZ SE DINHEIRO ERA DO PT Alaor Filho/AE

O

relatório do delegado Diógenes Curado, da Polícia Federal, não vai trazer a informação de que o R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê contra candidatos tucanos saiu do PT. O delegado deverá, no entanto, afirmar que o dinheiro era de responsabilidade de militantes do partido. A informação é do vice-presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPSPE), que conversou ontem com o delegado. O relatório deverá ser entregue ainda hoje ao juiz Jefferson Scheneider, que cuida do inquérito sobre o dossiê em Mato Grosso. "Ele me disse que possivelmente um mal entendido levou a se dizer que o dinheiro era de origem do PT. Que o dinheiro foi manipulado, transportado e é de responsabilidade de militantes do PT, não resta nenhuma dívida", disse Jungmann. Conforme ele, o delegado disse que não há como confirmar que o dinheiro é de responsabilidade do PT. Em um ofício anexado ao inquérito que pediu a quebra dos sigilos telefônicos de Gedimar Passos e Valdebran Padilia, presos em São Paulo com o dinheiro, o delegado chegou a afirmar que "há provas nos autos que o dinheiro teria vindo do PT, porém os verdadeiros financiadores do 'Dossiê Sanguessuga' não se apresentaram até o momento". No mesmo ofício, Curado diz: "Observa-se que os fatos estão cobertos sob um manto de dúvidas e mentiras, sendo necessários esforços para se descobrir a verdadeira origem do dinheiro apreendido, posto que, se fosse lícita, o proprietá-

Lacerda e Bastos: resultados da investigação antes do segundo turno.

Ele (Diógenes Curado) me disse que possivelmente um mal entendido levou a se dizer que o dinheiro era de origem do PT. Raul Jungmann

rio já teria se apresentado". Fezinha – Segundo Jungmann, o delegado também confirmou que parte do dinheiro teria origem no jogo do bicho. "Mas o delegado disse que não tinha como dizer de qual banca era", afirmou o vice-presidente da CPMI. Além do jogo do bicho, os recursos teriam vindo de corretoras. Conforme Jungmann, também foram feitos saques de baixo valor, em várias agências bancárias para evitar chamar a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, disse acreditar que se descobrirá antes do segundo turno a origem do dinheiro. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, rebateu as críticas de que a PF demora para apurar a origem dos recursos. O presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), tenta evitar o uso político das investigações. Técnicos da CPMI embarcaram ontem para Cuiabá em busca uma cópia do relatório do delegado Diógenes Curado. Trovoadas – O clima de tensão entre governistas e oposição tomou conta da CPMI dos Sanguessugas nos últimos dias. A oposição acusa Biscaia de trabalhar a favor do governo para evitar a divulgação de informações antes do segundo turno das eleições. Os oposicionistas ficaram particularmente irritados com sua decisão de deixar para depois de 29 de outubro os depoimentos de oito petistas envolvidos no escândalo do dossiê contra tucanos. (AE)

BASTOS NEGA DEFENDER GOVERNO

Lula e os reitores: presidente diz que aprendeu a desatar os nós que enredam a educação no Brasil.

LULA RECEBE APOIO DE EDUCADORES

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, ontem, manifestação de apoio a sua candidatura de 46 reitores de universidades federais e de 98 dirigentes de escolas técnicas federais (Cefet). No encontro, Lula reconheceu que não fez tudo o que gostaria de ter feito pela educação brasileira, e disse

O

dente impedisse a minha lealdade às instituições... sou ministro da Justiça, não sou político", esclareceu. Para Bastos, as investigações sobre a origem do dinheiro que seria usado para compra de um dossiê contra os tucanos antes do primeiro turno das eleições estão caminhando num ritmo normal. "A demora da apuração é uma frase absolutamente destituída de sentido. A apuração está sendo feita rapidamente. Isso aconteceu há 30 dias e já se

descobriu toda a cadeia causal", disse. "Como ninguém confessou, tem que ir pela prova técnica", ressaltou. Bastos lembrou que existe um tempo para investigação séria, que é diferente do tempo eleitoral. "Não se pode esperar demais da natureza humana e achar que chefes políticos da oposição queiram se comportar de uma maneira objetiva e republicana numa eleição que está chegando na última semana", alfinetou o ministro da Justiça. (Reuters)

MAGGI REITERA APOIO A LULA Governador do Mato Grosso diz não temer represálias caso Alckmin seja eleito

O

governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (sem partido), afirmou ontem que não teme uma possível retaliação, caso o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) vença as eleições. Maggi reiterou o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, deixou o PPS e classificou o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), de "ditador". Paralelas – A opção de Maggi divide a opinião do setor produtivo vinculado à Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato). Preocupado com a repercus-

são, ele enviará cartas respondendo às críticas que recebe porque o setor apóia o PT no segundo turno. A maioria dos empresários do agronegócio, até mesmo o ex-secretário de Desenvolvimento Rural e deputado eleito Otaviano Pivetta (PDT), declarou apoio à Alckmin. "Não sou traidor. Não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta. Todas as lideranç a s d o a g ro n e g ó c i o e s t ã o apoiando Geraldo Alckmin", comparou Maggi, referindo-se aos produtores rurais. Maggi justificou o apoio ao PT na disputa eleitoral como tática para manter aberto um canal de diálogo entre o setor

agrícola e um eventual novo governo petista. Ele voltou a rebater insinuações de que tenha vendido a adesão ao partido. "Eu lá sou 'nego' de ser comprado?", reagiu. Maggi afirmou que a decisão não foi tomada de forma intempestiva, uma vez que votou, no primeiro turno e em 2002, em Lula. Além disso, argumentou que o apoio ao presidente será importante para o estado, que depende de investimentos da administração federal para consolidar a infraestrutura rodoviária. Em sua avaliação, a provável reeleição de Lula vai assegurar a continuidade dos projetos. (AE)

governo Lula houve avanços no ensino superior, mas que muitas melhorias ainda precisam ser feitas. "O investimento que o senhor fez permite aumentar nossos sonhos e manter a chama da esperança. Quem agradece é a sociedade brasileira, que precisa de educação", afirmou. No fim do encontro, Lula tirou fotos com os reitores em posição de time de futebol. De cócoras, Lula brincou: "Olha o jeito de centroavante, só falta uma bola!" (AOG)

José Cruz/ABr 04/10/2006

GOVERNO VAI RECORRER DO VETO À MP NA JUSTIÇA

Indignado com rumores, chefe da Justiça Federal diz: 'sou ministro, não político'. ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, rejeitou ontem que atuaria como advogado do governo no escândalo do dossiê e disse que as ações da oposição se devem ao calor do momento eleitoral. "São fantasias, porque ninguém aponta nenhum fato, nenhum ato, atitude ou posição que eu tenha tomado que indique isso", disse Bastos a jornalistas após evento no Rio. "Não deixei, em nenhum momento, que a minha lealdade ao presi-

que, vencendo o segundo turno, poderá fazer mais porque aprendeu como desatar os nós. "Estamos agora disputando a eleição. Eu penso que temos condições de ganhar, e ganhando, faremos mais pela educação porque aprendemos, desatamos os nós e sabemos que é prazeroso investir em educação", disse. Falando pelos reitores, Ana Dayse Rezende Dorea, reitora da Universidade Federal de Alagoas, disse que no

Bernardo: veto foi político.

O

ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou ontem, ao comentar a decisão da Justiça que vetou a liberação do crédito extraordinário de mais de R$ 1,5 bilhão por medida provisória (MP), que, em 2002, o último ano do mandato do expresidente Fernando Henrique Cardoso ele liberou por MP recursos da ordem de R$ 30,4 bilhões. Segundo Bernardo, desse total, R$ 17 bilhões foram para pagamento de dívidas, e outros R$ 7 bilhões, relacionados a despesas com o apagão. Outros R$ 2 bilhões foram liberados para obras em estradas. Um dos argumentos da juíza substituta Cândice Lavocat Galvão Jobim, que vetou a MP, é que, conforme diz a Constituição, a liberação do crédito

Ministro vê com estranheza a decisão da Justiça que impediu a liberação de verbas por meio de Medida Provisória. Segundo ele, FHC fez uso da mesma estratégia para liberar 20 vezes mais recursos em seu último ano de governo. Ele também questiona a decisão da juíza, pois a considera política. extraordinário tem de cumprir o que está previsto na lei – apenas para atender despesas imprevisíveis e urgentes. Bernardo qualificou o veto à MP 324 como uma decisão política e não do Judiciário, e afirmou que a resolução de Candice foi tomada em ação popular movida pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Na régua – Paulo Bernardo informou que "uma boa parcela" dos R$ 1,5 bilhão foi gasta. Segundo ele, grande parte foi encaminhada à Previdência Social ou destinada a outros pagamentos do governo. O ministro assegurou que a administração federal recorrerá, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), da decisão da juíza substituta. Estranho – Bernardo afirmou ainda que o veto de Candice "parece muito mais uma

decisão política do que do Judiciário". "Quero manifestar a estranheza com a forma da decisão", frisou. Em sua avaliação, a suspensão da MP não foi feita por um tribunal ou um colegiado, mas sim por uma juíza substituta, que atendeu ação popular movida pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Arquivo morto – O corregedor-geral da Justiça Eleitoral determinou ontem o arquivamento da representação contra o presidente Lula (PT), ajuizada pela coligação do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), que pedia a apuração de suposto abuso de poder econômico e de autoridade em proveito da candidatura à reeleição, devido à liberação de R$ 1 bilhão para a agricultura após o anúncio do apoio do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS).


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

400

NOVA LINHA DE CAMINHÕES COMEÇA DIA 30

unidades das novas linha FM e FH da Volvo já foram comercializadas pelas concessionárias

MONTADORA TENTA AGORA REVERTER O DESEMPENHO NEGATIVO REGISTRADO NO ANO PASSADO

VOLVO INVESTE US$ 50 MILHÕES EM NOVA LINHA

A

Vo l v o d o B r a s i l apresentou ontem à imprensa, na fábrica de Curitiba (PR), sua nova linha de caminhões pesados FH e FM. O primeiro, voltado às diversas aplicações rodoviárias, em que o motorista permanece mais tempo no veículo. A versão tem a cabine mais alta e o foco é proporcionar conforto na estrada. A versão FM, com cabine rebaixada, pode ser usada na cidade, mas o foco é, por exemplo, o transporte de cana, madeira e uso pela mineração, explicou o gerente de vendas da Volvo, Bernardo Fedalto. A produção começa em 30 de outubro. Segundo o presidente da empresa, Tommy Svensson, a empresa investiu US$ 50 milhões na nova linha no Brasil. Os veículos chegarão ao mercado com preços entre R$ 275 mil e R$ 470 mil. Cerca de 400 unidades já estão vendidas. A estimativa da Volvo é de que esse número chegue a mil caminhões até o final do ano. A Europa já conhece os novos caminhões desde o ano passado. No Brasil, eles chegam em um momento de recuperação local das vendas da

montadora. De janeiro a julho deste ano, as vendas da empresa estavam 18% menores que as registradas em 2005. No acumulado até setembro, esse percentual já caiu para 10%. As projeções da Volvo indicam que, ao fechar este ano, esse desempenho negativo fique entre 2% e 5%. Agronegócio – O desempenho do agronegócio teve impacto direto nas vendas da Volvo. Ele responde por 50% da demanda de caminhões da empresa. A mineração fica com parcela entre 7% e 8% e o restante das vendas está concentrada nos segmentos de logística e transporte de carga. Para 2007, a expectativa da empresa é pelo menos repetir o desempenho deste ano, com tendência positiva. A expansão da cultura da cana – que já foi responsável neste ano por amenizar o impacto negativo do setor de grãos no agronegócio – deve incrementar vendas, segundo análise do gerente das linhas FH e FM da Volvo, Bernardo Fedalto. "Já estão sendo comprados caminhões para a entrega em janeiro e fevereiro. Acreditamos em uma recuperação forte do setor de

Divulgação

agronegócio para o segundo semestre de 2007." Diferenciais – Para o lançamento do produto, a Volvo desenvolveu amplo treinamento junto à sua rede de 73 concessionárias. O que se quer mostrar ao consumidor final é que os novos modelos de caminhão, com motor D 13ª, de 13 litros, têm mais faixas de potência, maior torque e menor consumo de combustível. Ele estará presente em toda a linha H de veículos Volvo. Os lançamentos são oferecidos com a opção de transmissão eletrônica I-Shift . Segundo Fedalto, "é mais conforto para o motorista, e mais produtividade e menos manutenção para o transportador". O custo inicial, 6% maior, traz compensações futuras, segundo os técnicos da Volvo. No longo prazo, a economia chega a ser equivalente ao valor de um caminhão por ano. Só com as alterações no motor, a economia de combustível chega a ser de 3%, explicou o engenheiro de vendas, Álvaro Menoncin. Fátima Lourenço, de Curitiba

Nestlé deve investir menos

A

valorização do real em relação ao dólar pode fazer a Nestlé repensar alguns de seus projetos de investimentos no Brasil. O alerta foi feito pelo presidente da companhia para as Américas, Paul Bulcke. Ontem, durante a apresentação dos resultados financeiros da empresa em 2006, o presidente mundial da Nestlé, Peter Braback, deixou claro que a companhia continuaria com um crescimento de vendas no Brasil no próximo ano. Bulcke explicou que parte dos investimentos feitos no Brasil nos últimos anos foi para criar uma base de exportação, principalmente de café solúvel, para outros mercados. "A moeda é um problema", admitiu o executivo. Os problemas, esclareceu, não são com as exportações para a América Latina, pois economias da re-

gião tiveram as moedas valorizadas em 2006 e, portanto, as vendas continuaram competitivas. "O principal obstáculo é para exportar para os Estados Unidos e Europa", afirmou. "Se continuar com o mesmo nível do real, e não temos motivos para pensar que vai baixar, podemos ter de rever alguns planos", disse Bulcke. Pelos cálculos da Nestlé, o real foi uma das moedas com maior valorização entre os principais mercados onde atua. Foram 17,7% em relação ao franco suíço nos últimos nove meses. No mercado brasileiro, porém, o desempenho de vendas da Nestlé é positivo e deve continuar em expansão em 2007. Com produtos adaptados ao consumo local, em embalagens diferentes e sistemas de distribuição novos, as vendas aumentaram em 2006 em mais de 10% no Nordeste, contra

um crescimento real no resto do País de 5% a 6%. As taxas de aumento de vendas no Brasil estão acima da média mundial da empresa. A Nestlé teve um crescimento de vendas no mundo nos nove primeiros meses do ano de 9,1%. Mas, se forem descontados os aumentos de preços dos produtos e a relação do câmbio, a expansão real é de 4,6% ou US$ 56,9 bilhões e dentro das expectativas dos mercados. Cade – A Nestlé espera para o final deste ano ou início de 2007 uma decisão da Justiça sobre a compra da Garoto. A empresa multinacional adquiriu a companhia brasileira em 2002, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, freou o processo, alegando que se criaria uma situação de monopólio no setor de chocolates no País. (AE)

Leitores de barras em casa

P

reocupado em como fazer para pagar as contas de fornecedores, de luz e de água e as próprias contas de casa durante a greve dos bancários, o empresário Pedro Luis Cianfarani, dono da empresa de assistência t é c n i c a d e c o m p u t a d o re s Netnews, comprou um leitor de código de barras. O aparelho facilita o pagamento das contas pela internet. Com ele conectado ao computador, o usuário pode pagar qualquer conta (água, luz, boletos, etc.) que utilize código de barras, em qualquer site dos bancos brasileiros, sem ter de digitar todos os números que constam no código no boleto. "Isso garante rapidez, conveniência e segurança de que os números estão corretos", afirmou o empresário. Com duas ou três contas para serem pagas por dia, Cianfarani diz que, agora que descobriu o leitor, só vai pagar as

Milton Mansilha/LUZ

Cianfarani: leitor foi um "achado"

contas pela internet. "Foi um ótimo achado." O empresário gostou tanto que está até pensando em comprar mais um para usar em casa, embora seja fácil desconectá-lo de um computador e acoplá-lo a outro. Para ele, o gasto de R$ 113 com a aquisição é válido pelo que oferece.

A Nonus é uma das fabricantes desses aparelhos e foi uma das empresas que ganharam com a greve dos bancários. Segundo o diretor comercial da Nonus, Marcos Canola, 500 equipamentos foram vendidos nos três dias de greve. O montante é o que a empresa geralmente vende em 15 dias. O microempresário José Vianei, do ramo de transportes, usa o leitor de código de barras há quatro anos, tanto para pagar contas da empresa como as pessoais. Economiza tempo ao não digitar os números e por não ter que se deslocar até a agência bancária. "Ia pelo menos uma vez ao banco enfrentar aquelas filas enormes. Agora só vou quando preciso conversar com o gerente", afirmou. Vianei prova que a campanha boca-a-boca é eficaz. "Dois amigos compraram leitores por indicação minha." Adriana David

GERDAU

Ambev e Femsa: impasse na Argentina

Grupo cresce nos EUA

A

Gerdau formará uma joint venture com a Pacific Coast Steel (PCS) e a Bay Area Reinforcing (BAR) nos Estados Unidos. O negócio foi confirmado na manhã de ontem pela diretoria da siderúrgica. Em seu comunicado, a subsidiária da empresa brasileira nos EUA, Gerdau Ameristeel, informa que comprará uma participação acionária da Pacific Coast Steel por US$ 104 milhões. O grupo brasileiro também assumirá passivos de longo prazo da empresa norte-americana. A Gerdau informou que toda a transação deve ser concluída até o final deste ano, pois depende da aprovação dos órgãos reguladores de mercado nos EUA. As três empresas confirmaram que a Gerdau Ameristeel tem recursos suficientes para pagar a transação junto à Pacific Coast. Também serão inseridas as cláusulas de compra e venda da participação no quinto ano da sociedade. Davi Franzon

O

grupo Mexicano Femsa (Fomento Econômico Mexicano S.A), por meio de sua divisão de cervejas, pediu ontem à Comissão Nacional de Defesa da Competência argentina (CNDC) a não aprovação das negociações entre a Ambev e o consórcio argentino Inversora. A transação prevê a venda das marcas Palermo, Bieckert e Imperial, além de uma fábrica na região de Lujan, todas pertencentes à Ambev, para a Inversora. A Femsa alega que a Inversora não cumpre as exigências técnicas e de idoneidade estabelecidas pelo CNDC para assumir as três cervejarias e a fábrica localizada na província de Buenos Aires. Para os mexicanos, o consórcio não tem abrangência internacional suficiente para assumir o mercado de cervejas argentino, cujo principal concorrente é a Quilmes. A operação é fundamental para a elevação da participação acionária da Ambev na Quilmes, que hoje é de 91,18%. (DF)


Hubert Stadler/CORBIS

GRAMSCI ESTÁ BEM VIVO. NESTE

Túmulo de Antonio Gramsci em um cemitério de Roma, Itália.

Extrato do livro A REVOLUÇÃO GRAMSCISTA NO OCIDENTE de Sergio Augusto de Avellar Coutinho


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Stephen Hird/Reuters

Sempre espero que me façam passar um mau bocado por muitas das coisas que faço, mas não esperava que a mídia, o governo ou as organizações dos direitos humanos se opusessem a minha tentativa de salvar a vida de uma criança. Da popstar Madonna à revista "People" sobre as críticas a sua intenção de adotar um menino do Malauí.

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

20 Nascimento do poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891), ao lado em desenho de seu amigo Paul Verlaine

M ÍDIA C IÊNCIA C ELEBRIDADES

Invisibilidade, agora possível O capitão Kirk ficaria orgulhoso: cientistas britânicos e americanos criaram o manto de invisibilidade, igual ao que protege as naves romulanas em Star Trek. Ele ainda não funciona tão bem a ponto de ocultar uma nave estelar, mas já conseguiu fazer um serviço decente na hora de esconder um tubo de cobre. No experimento, os cientistas usaram microondas para tentar localizar o tubo. Como a luz comum e o radar, as microondas são refletidas por objetos, o que os torna visíveis e faz com que projetem uma sombra. A diferença é que os seres humanos têm um sentido – a visão – para detectar a

luz e as sombras da luz, enquanto que para captar microondas e radar, precisamos de necessários aparelhos. Se você consegue esconder algo das microondas, é bem possível que consiga esconder do radar também – uma oportunidade que fascina os militares. O novo trabalho indica o caminho para uma versão aperfeiçoada que poderá ocultar pessoas e objetos da luz visível. Em teoria, adaptar o conceito para luz visível é possível, disse o projetista do sistema, David Schurig. Mas, na prática, o problema é "desafiador", diz ele em artigo publicado na edição de hoje da revista Science.

T ELEVISÃO

L

Já circula pela internet a aparição de menos de um minuto a estréia do brasileiro Rodrigo Santoro em "Lost". Ele estreou na quarta-feira no seriado e participou dos últimos momentos do episódio "Further Instructions" da 3ª temporada. A cena se passa na praia e está disponível em:

Pascal Guyot/AFP

E

m nome da liberdade de imprensa, um internauta que teve a oportunidade de viajar pelo Irã recolheu algumas revistas estrangeiras nas bancas para mostrar que as publicações são manualmente censuradas antes de chegar ao público. The Economist, Wallpaper e até a National Geographic recebem etiquetas brancas em charges e fotos e os corpos femininos são cobertos com tarjas negras. A censura é feita pelo Nashravaran Journalistic Institute.

Reproduções

O casamento de Gina Nazionale

http://jturn.qem.se/2006/ more-pictures-of-iranian-censorship

Intervenção em anúncio da Versace "cobre" seios e joelhos da modelo

Miguel Riopa/AFP

www.youtube.com/ watch?v=r yt5eS43X_Q

A atriz italiana Gina Lollobrigida, que já foi considerada "a mulher mais bela do mundo", se casará com um espanhol 34 anos mais jovem que ela. "Gostaríamos que isto tivesse ocorrido antes, mas não foi possível", afirmou a atriz italiana, de 79 anos, que é conhecida na Itália pelos apelidos "Gina Nazionale" e "La Lollo". Lollobrigida relatou que conheceu seu companheiro, o barcelonês Javier Rigau y Rafols, de 45 anos, em uma festa em Monte Carlo e que estão juntos há 22 anos. "La Lollo" declarou que sempre teve uma queda por homens mais novos porque eles são "generosos e sem complexos". O casal (na foto) se casará em Nova York este ano.

M EIO AMBIENTE B RAZIL COM Z

Camada de ozônio, mais frágil

E M

atividade industrial humana, como os clorofluorcarbonos, danificam a camada, causando o buraco. Por esse motivo, diversos produtos, como alguns gases usados como propelentes em latas de spray, foram proibidos nos últimos anos. "Entre 21 e 30 de setembro, a área média do buraco do ozônio foi a maior já observada, com 27,4 milhões de quilômetros quadrados", disse Paul Newman, cientista do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa. Cientistas esperam uma recuperação lenta da camada até 2065.

C A R T A Z

Mistério da castanha-do-Brasil

L

O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida deste ano é o maior de todos os tempos, tanto em área quanto em profundidade, afirmam cientistas dos EUA. O chamado "buraco" é uma região na qual há uma grave redução da camada de ozônio – uma forma de oxigênio – que, na alta atmosfera, protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. Em excesso, a radiação ultravioleta pode danificar tecidos vivos e causar câncer de pele em seres humanos. Cientistas afirmam que gases produzidos pela

PRIMÓRDIOS - O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado ao lado de uma das fotos que compõem sua nova exposição, Gênesis, que estreou ontem em Oviedo, no norte da Espanha. A intenção do fotógrafo é capturar o que há de mais primitivo no mundo.

P ALEONTOLOGIA

Conquistador da terra U

TÃO ZÉ Gogonasus, elo perdido na linha da evolução entre animais aquáticos e terrestres

Tom Zé. Com o heterônimo DJ Tão Zé, lança do CD Danç-Êh-Sá, Dança dos Herdeiros do Sacrifício. Teatro do Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Telefone: 3095-9400. 21h. R$ 20.

Aspirador ou arma de raios?

Enciclopédia de softwares

O Dyson Root 6 tem nome e a aparência de arma futurista, mas o fabricante garante que é um aspirador de pó, e dos bons. Funciona a bateria, e tem duas vezes a potência de modelos do mesmo tamanho. Ideal para limpeza de computadores. Custa US$ 150.

Na linha dos sites que reúnem grande quantidade de informação e serviços para os internautas, o Softpedia oferece programas de todos os tipos para download além de uma seção para tirar dúvidas sobre a aplicação de cada software e um glossário de termos específicos. Os downloads são gratuitos, mas é preciso se cadastrar. Além dos programas mais usados pela rede, o site também traz os lançamentos mais recentes e as atualizações periódicas fornecidas pelos criadores.

www.dyson.com/range/ feature_frame.asp?model=DC16-SYSTD&sinavtype=pagelink

P ARANORMALIDADE

Uri Geller busca um herdeiro Depois de passar quatro décadas entortando colheres, fazendo relógios pararem, lendo mentes e redigindo suspenses metafísicos, Uri Geller está à procura de um paranormal para treinar. O herdeiro do astro será selecionado em um reality show no estilo de American Idol, produzido em Israel, país onde Geller cresceu. Dez pessoas vão disputar o título de "discípulo" de Geller. Os espectadores com "poderes intuitivos" também serão convidados a concorrer. Geller negou-se a detalhar as habilidades sobrenaturais requeridas do sucessor. L OTERIAS

John Long, o 'pai' da descoberta

Concurso 1665 da QUINA 01

60

61

62

71

Concurso 161 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Equipe de contraterrorismo confirma que Grã-Bretanha é agora principal alvo da Al-Qaeda Após acordo com a Funai, índios deixam Carajás, mas continuam exigindo reajuste da Vale

L

www.softpedia.com

AFP

L

F AVORITOS

tivesse morrido "ontem". "Ainda se pode abrir e fechar a sua boca", informou. "Vendo a sua foto, qualquer pessoa dirá que se trata de um peixe. Mas, quando se examina o esqueleto, percebe-se que as nadadeiras são muito avançadas, quase como o osso de uma pata de anfíbio", explicou Long. O fóssil de peixe tridimensional mais perfeito e completo já descoberto no mundo O espécime foi achado no ano passado na área de Kimberley, no norte da Austrália, numa região conhecida como Gogo, um antigo recife de corais.

L

G @DGET DU JOUR

m fóssil de peixe Gogonasus – de 380 milhões de anos – seria o elo evolutivo que faltava entre os peixes e os répteis. O Gogonasus, acreditam os cientistas, foi o primeiro animal a conquistar a terra. E prova que isso aconteceu muito antes do que os cientistas estimavam. A descoberta do fóssil foi feita por cientistas australianos liderados por John Long, do Museu Victoria, em Melbourne. Long disse que é "o fóssil de peixe tridimensional mais perfeito e completo já descoberto no mundo". O fóssil está tão conservado que é como se

A revista especializada britânica Chemical Science publicou ontem os resultados de um estudo sobre a castanhado-brasil (aqui mais conhecida por castanha-do-pará). Alimento riquíssimo em selênio, nossa castanha intrigava os cientistas pela capacidade de concentrar tanto selênio: 2.500 vezes mais do que qualquer outro tipo de castanha. Agora, cientistas das universidades de Pau e Adour identificaram a causa: a castanha contém 15 diferentes peptídeos que contêm o elemento, por isso a concentração é tão grande. O selênio oferece proteção a doenças do coração e ajuda a prevenir o câncer, em especial de próstata. É também antioxidante e protege as células do envelhecimento.

Bactérias aumentam as perspectivas de descoberta de seres vivos em Marte, diz estudo

01

05

08

11

13

15

16

17

18

20

21

22

23

24

25


6

Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

173

BONS NÚMEROS NO INGRESSO DE RECURSOS

milhões de dólares para o setor de álcool entraram no País em setembro

OS DADOS DE SETEMBRO MOSTRAM TENDÊNCIA DIFERENTE DA APONTADA PELA UNCTAD NESTE MÊS

CRESCE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO Joedson Alves / AE

Marcos Fernandes/LUZ

O

fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil surpreendeu em setembro com US$ 1,75 bilhão, o melhor desempenho desde julho do ano passado. O resultado superou as expectativas dos analistas do mercado financeiro e até mesmo do Banco Central (BC), que contava com o ingresso líquido (entradas menos saídas) de US$ 1,3 bilhão. Investimentos no setor de produção de álcool e energia elétrica, que não foram contemplados na previsão inicial do BC, acabaram aumentando em US$ 450 milhões o ingresso de dólares para o País. Apesar do fluxo favorável no mês passado, dificilmente a previsão do BC de um ingresso de US$ 18 bilhões para 2006 será atingida. Como o acumulado do fluxo de investimentos diretos no País está na casa dos US$ 11,9 bilhões, será preciso um ingresso mensal de pelo menos US$ 2 bilhões até o final do ano, volume considerado improvável pelos analistas econômicos. Para outubro, o próprio BC estima um ingresso menor, de US$ 1,2 bilhão.

Altamir Lopes, do Banco Central: fluxo além do esperado

Até ontem, era contabilizava a entrada de US$ 700 milhões. Unctad – A melhora dos investimentos estrangeiros diretos (IED) ocorre justamente na semana em que a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgou estudo mostrando queda no fluxo de IED para o Brasil. No ranking da Unctad, que analisou dados de 2004 e 2005, a economia brasileira ficou em uma posição desfavorável em comparação a outros países da América Latina. A Unctad estima que o

País receberá US$ 14,8 bilhões em 2006. O estudo alimentou ainda mais as incertezas sobre a dificuldade que o Brasil vem encontrando em atrair investimentos na atual situação. "A única rubrica das contas externas que tem ficado aquém do esperado, diante da queda acentuada do prêmio de risco e do abundante fluxo de recursos no mundo, são os investimentos estrangeiros diretos", comentou o economista Guilherme Loureiro, da Tendências Consultoria. Na sua avaliação, o aumento do IED

no futuro estará condicionado às perspectivas de lucratividade das empresas, andamento das reformas microeconômicas e redução da burocracia. Do contrário, disse ele, o IED não vai deslanchar. Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, o fluxo está subindo dentro do esperado. Mas ele não arriscou confirmar se a previsão de US$ 18 bilhões será alcançada. Lopes chamou atenção para o aumento dos investimentos no setor de produção de álcool, que em setembro foi de US$ 173 milhões, contra apenas US$ 8 milhões em todo o ano passado. Em 2006, os investimentos para esse setor somam US$ 192 milhões. "Um setor que está ganhando relevância", disse. Imóveis – Lopes destacou também o movimento que vem ocorrendo no setor imobiliário. O fluxo de investimentos estrangeiros neste ano está ligeiramente superior ao verificado no período de janeiro a setembro do ano passado, que foi de US$ 11,66 bilhões. Em 2005, o fluxo de IED totalizou US$ 15,06 bilhões. (AE)

Contas externas têm superávit

O

superávit das contas externas voltou a subir em setembro e ficou em US$ 2,276 bilhões. O número surpreendeu o Banco Central (BC), que trabalhava com previsão de superávit em torno dos US$ 1,9 bilhão. O resultado da balança comercial no mês passado, o aumento das reservas cambiais e a redução nas remessas de lucros e dividendos contribuíram para o resultado, explicou o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes,

ao divulgar os números ontem. No ano, o superávit já está acumulado em US$ 10,136 bilhões (correspondente a 1,48% do PIB). O superávit da balança comercial em setembro chegou aos US$ 4,427 bilhões. A surpresa, de acordo com Altamir, foi o resultado das recompras de títulos da dívida externa brasileira. "As recompras implicam antecipação de pagamento de juros." Frustração – O mercado financeiro, em contrapartida, esperava por um resultado

ATAS CPM S.A. CNPJ/MF Nº 65.599.953/0001-63 - NIRE: 35.300.178.815 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 31/03/2006 1. Hora, Dia e Local: Às 18:00 horas do dia 31/03/2006, na sede social, em Barueri-SP, na Alameda Araguaia nº 1930, Alphaville. 2. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presenças os acionistas da Companhia representando a totalidade do capital social. 3. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no §4º do Art. 124 da Lei nº 6.404/76. 4. Mesa: Presidente: Antonio Carlos Rego Gil; Secretário: Rômulo de Mello Dias. 5. Deliberações: Deliberações tomadas por acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, com abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Autorizar a lavratura da ata a que se refere esta Assembléia Geral Extraordinária em forma de sumário, nos termos do Art. 130, §1º da Lei nº 6.404/76. 5.2. Tornar sem efeito a deliberação constante do item 5.5 da ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 31 de março de 2006, às 17 horas. 5.3. Em razão da deliberação tomada no item 5.2 acima, os acionistas retificam, neste ato, a deliberação constante dos itens 5.3 e 5.6 da mesma ata para corrigir o valor do capital social e o número de ações, passando os referidos itens a vigorar com as seguintes redações, respectivamente: “Aumentar o capital social da Companhia em R$ 5.255.638,05, mediante contribuição das Ações CPM USA, elevando-o de R$ 92.286.486,49 para R$ 97.542.124,54, com a emissão de 5.255.638 novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, pelo preço de emissão de R$ 10,00000009 por ação, dos quais R$ 5.255.638,05 serão levados à conta de capital social e R$ 47.300.742,41 serão destinados à formação de reserva de capital, a título de ágio na subscrição de ações, consoante o art. 182, §1º, “a” da Lei nº 6.404/76”. Em decorrência do aumento de capital ora deliberado, aprovar a alteração do caput do artigo 6º do Estatuto Social da Companhia, mantidos inalterados os seus parágrafos, o qual passa a vigorar com a seguinte e nova redação: “Artigo 6º – O capital social subscrito e integralizado é de R$ 97.542.124,54 dividido em 1.616.091.432 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, das quais 1.600.191.432 são ordinárias e 15.900.000 são preferenciais resgatáveis, sem direito a voto, mas com as seguintes vantagens: 5.3.1. Os acionistas ratificam as demais deliberações tomadas na referida Assembléia, que permanecem inalteradas. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar o senhor Presidente encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata no livro próprio a qual, depois de lida e achada conforme, foi assinada pelos presentes. Mesa: Presidente: Antonio Carlos Rego Gil; - Secretário: Rômulo de Mello Dias. Acionistas: Ettore Victor Biagioni, Juan Lucena Maguire, Ana Paula Bannwart Vieira, Antonio Carlos Rego Gil, Milton Matsumoto, Rômulo de Mello Dias, Philipp Richard Freiherr von Girsewald, Bernd Amlung, José Luiz Acar Pedro, Domingos Figueiredo de Abreu, CPM Holdings Ltd., representada por Antonio Carlos Rego Gil e por José Luiz Acar Pedro; e Bradesco Vida e Previdência S.A., representada por Marco Antonio Rossi e Jair de Almeida Lacerda Júnior. Confere com original lavrado em livro próprio. Barueri, 31 de março de 2006. Mesa: Antonio Carlos Rego Gil - Presidente; Rômulo de Mello Dias - Secretário. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 279.421/06-6, em 16/10/2006.Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CPM S.A. CNPJ/MF N.º 65.599.953/0001-63 - NIRE: 35.300.178.815 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 31/03/2006 Hora, Dia e Local: Às 19:00 horas do dia 31/03/2006, na sede social, em Barueri-SP, na Alameda Araguaia nº 1930, Alphaville. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presenças os acionistas da Companhia, representando a totalidade do capital social. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no § 4º do Art. 124 da Lei nº 6.404/76. Ordem do Dia: 1) Aprovação do resgate de ações preferenciais por parte do acionista Bradesco Vida e Previdência S/A; e 2) Alteração do artigo 6º do Estatuto Social da Companhia, de modo a que passe a refletir o novo número de ações preferenciais e montante do Capital Social após o resgate das ações preferenciais por parte do acionista Bradesco Vida e Previdência S/A. Mesa: Presidente: Antonio Carlos Rego Gil; Secretário: Rômulo de Mello Dias. Deliberações: I – O Sr. Presidente declarou iniciados os trabalhos e aberta a Assembléia Geral Extraordinária, passando os acionistas a deliberar sobre os pontos da Ordem do Dia, cuja aprovação deu-se por unanimidade: 1) Aprovação do resgate de ações preferenciais por parte do acionista Bradesco Vida e Previdência S/A: Nos termos acordados na AGE celebrada em 07.10.02, ratificada pelas AGE’s realizadas em 30.04.03 e 16.11.04, os acionistas resolvem, depois de examinado e discutido o tema, ratificar e aprovar o resgate de 1.200.000 ações preferenciais de titularidade do acionista Bradesco Vida e Previdência S/A, no valor de R$ 1.200.000,00, nesta data. 2) Alteração do Estatuto Social da Companhia, de modo a que passe a refletir o novo número de ações preferenciais e montante do Capital Social após o resgate das ações preferenciais por parte do acionista Bradesco Vida e Previdência S/.: Ante o resgate acima aprovado, bem como nos termos acordados na AGE celebrada em 07.10.02, ratificada pelas AGE’s realizadas em 30.04.03 e 16.11.04, os acionistas resolvem aprovar a redução do Capital Social da Companhia, correspondente ao número e em valor equivalente às ações preferenciais resgatadas – de 1.610.835.794 para 1.609.635.794 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal e, de R$ 97.542.124,54 para R$ 96.342.124,54. Em decorrência da redução de capital ora deliberada, aprovar a alteração do caput do artigo 6º do Estatuto Social da Companhia, mantidos inalterados os seus parágrafos, o qual passa a vigorar com a seguinte e nova redação: “Artigo 6º – O capital social subscrito e integralizado é de R$ 96.342.124,54 , dividido em 1.614.891.432 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, das quais 1600.191.432 são ordinárias e 14.700.000 são preferenciais resgatáveis, sem direito a voto, mas com as seguintes vantagens:” Encerramento: Nada mais havendo a tratar o senhor Presidente encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata no livro próprio a qual, depois de lida e achada conforme, foi assinada pelos presentes. Mesa: Presidente: Antonio Carlos Rego Gil; - Secretário: Rômulo de Mello Dias. Acionistas: Ettore Victor Biagioni, Juan Lucena Maguire, Ana Paula Bannwart Vieira, Antonio Carlos Rego Gil, Milton Matsumoto, Rômulo de Mello Dias, Philipp Richard Freiherr von Girsewald, Bernd Amlung, José Luiz Acar Pedro, Domingos Figueiredo de Abreu, CPM Holdings Ltd., representada por Antonio Carlos Rego Gil e por Milton Almicar Silva Vargas; e Bradesco Vida e Previdência S.A., representada por Marco Antonio Rossi e Jair de Almeida Lacerda Júnior. Barueri, 31 de março de 2006. Mesa: Antonio Carlos Rego Gil - Presidente; Rômulo de Mello Dias - Secretário. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 279.422/06-4, em 16/10/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa Secretária Geral.

Quer falar com 26.000

Publicidade Comercial - 3244-3344

empresários de uma só vez?

Publicidade Legal - 3244-3643

melhor das contas externas no mês passado. A maior parte das projeções estava em torno dos US$ 2,350 bilhões. A frustração, na opinião de analistas de mercado, foi gerada pelo fato de os gastos com o pagamento de juros da dívida externa ficarem acima do esperado. "O cronograma de pagamentos de juros do BC indicava um valor próximo de US$ 1 bilhão, quando na verdade registrou US$ 1,4 bilhão", disse o economista Guilherme Loureiro, em comentário divulgado pela

Tendências Consultoria. Para este mês, o chefe do Depec do BC disse que trabalha com a hipótese de um superávit maior, de cerca de US$ 2,7 bilhões. Caso a estimativa se confirme, o superávit acumulado no ano atingirá a marca dos US$ 12,8 bilhões, superior aos US$ 11,9 bilhões projetados. "Temos aí dois caminhos. Ou revisamos a projeção ou o resultado do último mês pode ficar deficitário, o que não é algo incomum", comentou o chefe do Depec. (AE)

Edson Feltrim, do BC: novas funções para correspondentes bancários

Mais atividades bancárias remotas

É

possível que os correspondentes bancários das regiões que não dispõem de agências ampliem seu leque de atividades, como emitir cartões e até mesmo intermediar operações na Bolsa de Valores de São Paulo. Isso porque o Banco Central avaliará uma "reforma" nas regras que permitiram a implantação dos correspondentes bancários espalhados pelo Brasil. Segundo o chefe de Organização do Sistema Financeiro do BC, Luiz Edson Feltrim, o foco é aprimorar os serviços prestados pelos correspondentes e especificar essas atividades de maneira mais "clara" no marco regulatório. A intenção do Banco Central é permitir um melhor entendimento das funções de cobrança, recebimento de títulos municipais e estaduais e de abertura de contas correntes pelos agentes autorizados. "Queremos melhorar a atual legislação, principalmente nos pontos que indicam as suas funções", explicou o executivo. Intermediários – Com essa "melhora" nas regras dos correspondentes, o BC acredita que os credenciados poderão realizar um leque maior de ações, chegando até a intermediar aplicações nas corretoras das bolsa de valores. "Tudo apenas como intermediário, já

que a responsabilidade de análise do correntista e de seus pedidos é do banco ou, como queremos para o futuro, dos demais agentes financeiros", afirmou Edson Feltrim. Para o BC, os correspondentes poderão colaborar com a adoção dos cartões como base do meio de pagamentos. Na avaliação do órgão regulador, a distância e a dificuldade de acesso de algumas cidades torna o meio magnético a opção viável para recebimentos e pagamentos. "Fica complicado o envio de numerário e a retirada de cheques. O cartão é a opção para esses casos", avaliou. Mercado – Feltrim apresentou, durante um seminário sobre a relação Bancos e Varejo, realizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o último balanço do BC sobre o cenário dos correspondentes bancários no Brasil. Hoje, são 90 mil estabelecimentos credenciados. O número corresponde a um crescimento de 26 mil unidades em um período de seis anos. Segundo o diretor do BC, o modelo (correspondente bancário) permitiu o acesso ao sistema financeiro em regiões que dificilmente teriam uma agência, devido à demanda insuficiente para compensar os custos da operação. Davi Franzon

Pedidos para novos bancos

O

Banco Central possui cerca de 40 pedidos de abertura de novas instituições financeiras. Segundo chefe de Organização do Sistema Financeiro do BC, Luiz Edson Feltrim, os pedidos são para novas corretoras, financeiras e bancos de varejo. Esse número, porém, não inclui as cooperativas de crédito. De acordo com Feltrim, há pedidos de instituições nacionais e estrangeiras, mas ele não quis informar os nomes dos interessados em atuar no sistema financeiro. Segundo o executivo do BC, o órgão regulador tem avaliados todos os projetos enviados, mas, pelo menos por enquanto, não há nenhum projeto próximo cuja aprovação ainda possa acontecer até o final deste ano. Feltrim destacou a evolução das normas de abertura de ins-

tituições financeiras no Brasil. Ele lembrou que bastava a comprovação de idoneidade e de capital para se pleitear um espaço no mercado financeiro. Hoje, os interessados precisam, além dessas comprovações, apresentar um business plan (plano de negócios) viável e que cumpra as regras do Basiléia I, principalmente o índice de Basiléia, ou seja, a proporção entre o futuro capital da instituição financeira e o valor de seus ativos. No Brasil, esse índice é de 11%. O Banco Central, de acordo com o chefe de Organização do Sistema Financeiro, não avalia como preocupante o processo de concentração do mercado financeiro brasileiro. "Temos dez instituições que detêm cerca de 74% do mercado nacional; temos uma folga no sistema financeiro." (DF)

Fundos também em alta

A

captação da indústria de fundos alcançou nível recorde no terceiro trimestre e superou 2003, até então o melhor ano do setor. A captação líquida foi de R$ 66,8 bilhões no acumulado do terceiro trimestre, enquanto em

2003 somou R$ 61,5 bilhões, conforme levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid). O carro-chefe foi a categoria de multimercados. (Reuters)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

que recebeu destrambelhada. Destrambelhada estava no governo do seu aliado sarney, 80% ao mês. E já havia estabilidade, tanto que os fundamentos da economia deste gunverrrno são os mesmos do governo FHC, até nos erros e exagêros.

Se fosse possível construir uma sociedade sem pobres, uma sociedade só com ricos, seria muito melhor. Luiz Inácio Lula da Silva

NEIL FERREIRA

COLIGAÇÃO MENTIROBRÁS. AL QAEDA LEVA LULLA PARA CIMA. estatal Mentirobrás, responsável pela campanha lullista, embora a maior e mais rica em funcionamento neste país, mais forte e mais presente na nossa vida até do que a Petrobrás, não conseguiu matar o jogo no primeiro tempo, como prometeu o sujeito que preside o time. E coligou-se à Al Qaeda. A Mentirobrás entregou à Al-Qaeda a criação, realização e divulgação do seu plano de marketing para o segundo turno. O último Datafolha mostrou o primeiro resultado prático da coligação, 60 para o lulla 40 para o Geraldo. Hoje tem o Ibope, e seu diretor deu uma entrevista dizendo que "só um fato espetacular poderá modificar o quadro atual". Na minha modesta opinião, isso, ao antecipar para agora o resultado da eleição que será realizada só no dia 29, é um ato de terrorismo. A Mentirobrás produziu os programas de rádio e tv e redigiu os discursos do lulla e da súcia gunverrrnista antes do primeiro turno. Eles mostraram um Brasil na tv que eu até queria morar lá, pena que durava só alguns minutos, acabava e voltava logo para o Brasil não o de mentira, mas o do lulla, aquele que o mercadante ameaçou trazer para São Paulo e levou uma sova histórica nas urnas. Por onde anda mesmo o Mercadante ? A çaúde "é quase perfeita", como o sujeito afirmou com aquele sotaque indescritível. Inducassão, estradas, energia, produção agrícola, exportação, habitação, tudo bem no melhor dos mundos, todo mundo morando bem, com saneamento, segurança, comida barata. Duas coisas o sujeito fez sozinho, a capangada não ajudou nada, e faz questão de repetir e nem fica vermelho. Conseguiu auto-suficiência de petróleo, e a ineficiente Petrobrás passou 50 anos assobiando de mãos no bolso. Domou a inflação

A

E

preconceito de que haja preconceito no Brasil tem sido fomentado pelos líderes intelectuais e políticos do marxismo petista como sua principal arma retórica para a conquista de vantagens pessoais, seja de celebridade, seja de poder. Ora, qualquer nordestino, medianamente instruído ou por simples vivência com seus concidadãos de outros estados, sabe que esse

O

G Tornou-se habitual nos seus pronunciamentos desdizer no dia seguinte, ou no mesmo discurso, o que acabou de dizer. Ou desdizer o que disse sem querer dizer. G Na

megalomania messiânica de que se acha possuído tem como frontespício legitimador acabar com os pobres, porque ser rico é muito melhor. G Aí está Lula, auto-retratado de corpo e mente, com um mínimo de traços e um máximo de transparência.

tal preconceito inexiste. Salvo nos petistas que ideologicamente recondicionados por seus "sociólogos" combateram com unhas e dentes a seminal obra de Gilberto Freyre reveladora de como a miscegenação fizera de nosso país e sua população, a mais despojada de todas as classes de preconceitos sociais – de cor, de religião, de nacionalidade, de classe social. Trata-se de uma realidade sociológica cotidianamente comprovada por numerosos fatos e amplamente confirmada por todos estrangeiros que nos visitam. Realidade devida ao fato de que desde os tempos da colonização aos nossos dias, a população nacional transmigra pelo caldeirão brasileiro como um espaço ecumênico aberto, a tal ponto que hoje talvez haja mais nordestinos na região sul do que em muitos estados do nordeste reunidos. sse episódio revela de forma acentuada o primarismo cultural de Lula adulterado pelo marxismo de quarta-lavagem que adquiriu por osmose de seis "sociólogos". Mas o traço principal do auto-retrato de Lula, destacado pelo episódio que comentamos é que em matéria de política e admistração governamental, ele não está nem aí. Nem quer saber. Não sabe de nada porque delegou tudo aos aos 32 ministros e aos 20.000 cargos de confiança que criou e aos aloprados do seu partido. Seu negócio, na megalomania messiânica de que se acha "possuído" tem como frontespício legitimador acabar com os pobres, porque ser rico é muito melhor. Mas como sabe que isso é impossível, não se importa que como decorrência do exercício de sua missão, o postfácio resulte em convertê-lo em rico. Situação que assiumiu com grande desenvoltura ao assumir a presiddência e de lmbuja lhe deu um patrimônio superior a R$800.000. Em menores proporções ampliou esse milagre para os 20.000 apaniguados com cargos de confiança que criou e para próceres petistas que passaram a alugar jatinhos para suas viagens eleitoreiras. "Todo poder corrompe e o poder absoluto tende a corromper absolutamente." Ou como diz o ditado popular: "O camarão apodrece pela cabeça" e se o homem não é camarão, nem tem cabeça o apodrecimento começa pelo bolso.

E

BENEDICTO FERRI DE BARROS PAJOLUBE@UOL.COM.BR

O

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

G Geraldo

ganhou no Brasil que paga a conta. O sujeito ganhou no Brasil que pendura a conta.

FALE CONOSCO Arte: Roberto Alvarenga

m 6 de outubro em Salvador, em comício para cerca de 20 mil pessoas organizado por sua campanha, Lula discursou durante 40 minutos. Ele afirmou que a disputa do segundo turno vai explicitar o preconceito no país contra os nordestinos. "Vocês vão perceber o preconceito contra o nordestino. Porque eles pensam que o nordestino só presta para ser servente de pedreiro. Eles ainda não descobriram que nordestino, além de pedreiro, quer ser engenheiro." No dia seguinte, dando-se conta (ou sendo advertido) da asneira eleitoral que havia cometido, durante visita a um comitê de sua campanha na rodoviária de Brasília, negou querer dividir o País em ricos e pobres "Eu não quero fazer a divisão entre ricos e pobres, até porque não fui eu quem dividiu a sociedade entre pobres e ricos. Eu, na verdade, o que quero é uma sociedade sem pobres", disse. "Se fosse possível construir uma sociedade sem pobres, uma sociedade só com ricos, seria muito melhor", afirmou Lula. Aí está Lula, auto-retratado de corpo e mente, com um mínimo de traços e um máximo de transparência. Todo indivíduo normal, com ou sem birita, sofre, como Lord Acton havia advertido, um processo de corrupção ("Todo poder corrompe e o poder absoluto tende a corromper absolutamente.") A eleição para presidente do País detonou um processo inflamatório do ego nas características mentais e comportamentais de Luiz Inácio como tem sido evidente e reiterado em suas manifestações, de modo crescente e esse episódio. Reitera. Tornou-se habitual nos seus pronunciamentos, desdizer no dia seguinte, ou no mesmo discurso, o que acabou de dizer. Ou desdizer o que disse sem querer dizer. Quando afirmou que os nordestinos vão ver que eles têm preconceito contra nordestinos "eles" (eles quem? Os sulistas? Os ricos? Ou os que não votam nele?) é evidente que estava estimulando o cultivo de um preconceito.

G A eleição para a Presidência detonou um processo inflamatório do ego, nas características mentais e comportamentais, de Luiz Inácio.

ponto crucial e único (você é testemunha de que até aqui não falei de corrupção, mensalão, aparelhamento do Estado, fundos de pensão, dólares na cueca, dossiê fajuto, zé dirceu, delúbio, Marcos Valério, genoíno, gushiken, Land Rover, palocci, lullinha, e prometo não falar, se eu falar pode cobrar que eu paro) é o bolsa-esmola, que comprou uns 25 milhões de votos para o sujeito. Mesmo assim, Geraldo chegou ao segundo turno. Geraldo ganhou no Brasil que paga a conta. O sujeito ganhou no Brasil que pendura a conta. Apavorada com o segundo turno, a altíssima direção da Mentirobrás passou para o plano B, a coligação com a Al-Qaeda. Marco Aurélio "Osama" Garcia "Bin Laden" assumiu o comando da saparia e soltou a palavra de ordem, terrorismo puro, para ser coaxada: "Geraldo vai acabar com o bolsa-esmola. Vai privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, os Correios, as universidades federais e estaduais. Vai reduzir os salários, eliminar o 13º, cortar as férias, mexer nas aposentadorias". Mais canalha, nem gritando "incêndio !" num cinema lotado. Na mídia, os homens-bomba de Marco "Osama" pegaram a frase de FHC, "não ponto e vírgula sou contra a privatização da Petrobrás", cortaram o ponto e vírgula e passaram a escrever e a ler "não sou contra a privatização da Petrobrás". Na campanha do Geraldo conseguiram fazer Geraldo repetir muitas vezes "trabalho, emprego, cimento, tijolo", o que apavorou a turma do bolsa-esmola, que recebe sem trabalhar e não vê ninguém trabalhando no programa e nem no governo do lulla, começando por elle. Mas isso tem um jetio, sim. Dia 29, segundo torno para lulla.

E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

7

6,78 19/10/2006

COMÉRCIO

por cento é o acumulado pelo Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, neste mês.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

LAZER - 1

30ª MOSTRA INTERNACIONAL

VITRINE DO CINEMA NA CIDADE 18 salas, maratona de 400 filmes. E uma homenagem aos mestres italianos. Fotos: Divulgação

CLÁSSICOS POLÍTICOS Fotos: Arquivo DC

Violência

A

Lúcia Helena de Camargo

Lou Castel (esq.) em De Punhos Cerrados, longa de Marco Bellochio filmado em 1965

Hermila Guedes vive outra Hermila: sob o sol captado pelas lentes de Walter Carvalho, o retorno ao lugar mais para partir do que para voltar

A saudade que não começa nem acaba no céu de Suely Geraldo Mayrink

A

prostituição campeia desde sempre nos filmes brasileiros, mas as coisas se passam de maneira diferente no intrigante O Céu de Suely. A começar pela produção multinacional, envolvendo França, Alemanha e Portugal, reforçada com a grife de enorme valor de Walter Salles, que opera em vários mercados lá fora. É um filme asperamente nordestino, com todo o sol captado pelo mestre das lentes, Walter Carvalho, e os sentimentos primitivos que isso implica. Passa-se na pequena Iguatu, no árido cearense, "onde começa a saudade", como diz uma placa pungente na estrada. É um lugar mais para partir do que para voltar, mas é para lá que volta uma ex-moradora, Hermila – interpretada pela atriz Hermila Guedes, pernambucana que foi vista em Cinema, Aspirinas e Urubus. A moça vem a São Paulo com um filhinho no colo para morar com a avó e a tia. Cedo descobre que o marido que deixou no Sul não vi-

rá encontrá-la. Vai ser frentista, vende de Nova York, é também artista plástirifas de garrafas de uísque a dois reais co e fez agora seu segundo longa. O e tem a idéia pecaminosa de rifar-se a primeiro foi Madame Satã. O filme tem suas peculiaridades. si própria, passando a chamar-se Suely. É um sucesso entre os cabras. E um Não há peixeiras em riste, coronéis deles, antigo namorado, anda com ela sanguinários ou cuias cheias de carnena garupa de sua moto. seca e jerimum, em suma nenhuma miséria folclóOs parenrica visível em tes se revolcenário tão tam e querem desvalido, tocá-la para nem mesmo fora de casa. sonhos de Na rodoviária, ela pergunta grandeza acalentando os os preços da Na pequena Iguatu, passagem paque têm coraárido cearense, O Céu de gem de ir emra o lugar mais Suely é asperamente longe dali – bora. O "céu" nordestino de Hermilaqualquer um. Mais que na vida, seu destino parece Suely é uma brincadeira algo macaser cair na estrada. É só isso, mais uma bra. A economia do filme é outra, e história de vidas secas migratórias, no sem brincadeira, e está estampada filme de Karim Ainouz – que o nome nos rostos expressivos e anônimos do não indica, mas é brasileiro, tem 40 elenco e na beleza ríspida, mas muito anos, e é cearense de Fortaleza. For- viva, de Hermila Guedes. É claro que o mado em cinema pela Universidade sertão se moderniza até nos nos maus

Ideologia Antes da Revolução (1964), de Bernardo Bertolucci, trata de política, comunismo e o amor entre tia e sobrinho.

hábitos (como cheirar acetona), mas isso também é periférico. O Céu de Suely se desenha mais como um drama sem drama, uma tragédia anti-trágica de personagens sem esperança, mas talvez com fibra para acreditar que a saudade não começa em lugar algum. O Céu de Suely (Brasil/ França/ Alemanha/ Portugal, 2006, 88 minutos). Direção de Karim Aïnouz. Com Hermila Guedes, Georgina Castro,Maria Menezes, Cláudio Jaborandy, Marcelia Cartaxo. VideoFilmes.

Amizade Nós que nos Amávamos Tanto, de 1974 conta 30 anos da história italiana na vida de três grandes amigos.

Exibições hoje, sexta (20), 22h no Cine Bombril Sala 1; amanhã, sábado (21), 16h10, no Espaço Unibanco de Cinema 1; terça (24), 17h20, no Unibanco Arteplex 2; domingo (29) e 14h na Sala UOL.

Briga Rod Steiger e Salvo Randone estrelam Mãos sobre a Cidade (1963), do diretor Francesco Rosi: confrontos nas ruas.

Escória

VISUAIS VISUAIS

grande novidade da 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começa hoje, sexta (20) e vai até 2 de novembro, é o Prêmio Petrobras Cultural de Difusão, que vai distribuir R$ 600 mil em prêmios. O melhor longa de ficção ganha R$ 400 mil e o documentário leva R$ 200 mil. O prêmio é o maior já concedido em um festival de cinema no País. Concorrem todos os longa-metragens brasileiros inéditos em circuito comercial exibidos na mostra. Os vencedores serão eleitos por votação popular. O cinema político italiano dos anos de 1960 e 1970 é o principal foco desta edição. Serão exibidos 26 longas, muitos inéditos no Brasil. Na programação, entraram filmes de Bernardo Bertolucci (Antes da Revolução), Ettore Scola (Feios, Sujos e Malvados; Nós que nos Amávamos Tanto), Marco Bellochio (De Punhos Cerrados; A Mao Tse Tung), Dino Risi (Esse Crime Chamado Justiça), Irmãos Taviani (Os Subversivos), Francesco Rosi (O Caso Mattei; Mãos sobre a Cidade) e outros. A atriz brasileira Florinda Bolkan, radicada na Itália e uma das musas desse gênero, participará do júri da 30ª Mostra. No sábado (28), às 19h, o italiano Vittorio De Seta (Banditi a Orgosolo; Cartas do Saara) comanda um debate sobre o tema, no Clube da Mostra. No ano passado, o júri premiou pela primeira vez um longa brasileiro: Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, provável candidato brasileiro na lista de Melhor Filme Estrangeiro, na premiação do Oscar americano. Para a atual edição foi anunciada a exibição de pelo menos 362 filmes, sendo 270 longas, 21 médias e 71 curtas. Exibirão os filmes 18 espaços na cidade: Frei Caneca Unibanco Arteplex 1, 2 e 3, Espaço Unibanco 1 e 3, Cine Bombril 1 e 2, Sala UOL, MorumbiShopping 3, Cinesesc, Reserva Cultural 2, Sala Cinemateca, Olido, Cinemark Santa Cruz 9, vão livre do Masp, Centro Cultural São Paulo, Faap e Memorial da América Latina. O lugar que concentra informações e vendas de ingressos, permanentes e objetos relativos à mostra é o posto do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073, telefones 3253-9256 e 32539237), que funciona das 10h às 21h. Os ingressos individuais custam de R$ 13 (de segunda a quinta-feira) a R$ 15 (sextas, sábados e domingos). Os pacotes de 20 ingressos saem por R$ 120; 40 ingressos, R$ 220. A permanente integral, que dá direito a todas as sessões custa R$ 340; e a permanente especial, para as sessões até as 17h55 pode ser comprada por R$ 90.

Feios, Sujos e Malvados (1976) deu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes a Ettore Scola.

Esferas da natureza

A

natureza dá o tom na exposição de obras dos artistas Christian Spencer e Tatiana Clauzet, no Cultural Blue Life, a partir de terça (24), ficando em cartaz até 18 de novembro. A inspiração nasceu no Parque do Itatiaia, Reserva Florestal situada no Estado do Rio de Janeiro, onde os dois moram. As esferas de autoria de Tatiana Clauzet remetem, de acordo com a curadora do espaço, Lílian Heitor, a "releitura das sementes, do ventre e do globo terrestre". Já os trabalhos

de Christian Spencer – acrílicos sobre tela – são compostos por formas geométricas e orgânicas. Um vídeo produzido por Christian e Gibby Zobel, produtor do evento, será apresentado na vernissage no Cultural Blue Life. O objetivo é mostrar, com imagens documentais, as experiências cotidianas dos artistas, além dos conceitos que pautam sua criação, estimulada pelo ambiente de árvores, terra, cachoeiras e animais. Segundo Lílian Heitor, o Mais visuais e cinema na página 6

documentário "passa a verdadeira expressão e luminosidade da natureza, onde os artistas aprendem e nos ensinam novas linguagens: como ver a natureza de maneira artística e inusitada." O Cultural Blue Life fica na avenida Brasil, 298, esquina com a Rua Veneza, Jardim América, telefone (11) 3884-9084. A mostra fica aberta de segunda a sexta, das 10h às 19h; aos sábados das 9h às 13h. Em cartaz até 18 de novembro. Ingresso: grátis. (LHC)


8

Tr i b u t o s Empresas Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONTRATOS DE ALUGUEL DURAM 30 MESES

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

20,4

por cento foi o aumento no número de imóveis vendidos nos primeiros oito meses do ano

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

FIANÇA COMO DAR GARANTIAS A LOCADOR E LOCATÁRIO Seguro-fiança e caução são alguns modelos usados

A

lugar um imóvel é uma tarefa árdua. Tanto para o locador quanto para o locatário. O primeiro porque, mesmo com uma série de exigências do candidato a inquilino, encontra dificuldades para cobrar dívidas ou desocupar o imóvel. Já o locatário enfrenta uma batalha burocrática para comprovar que pode arcar com o valor do aluguel. No meio de tudo isso, as imobiliárias tentam viabilizar o negócio com formas alternativas de garantia, além do tradicional fiador, o depósito caução e o seguro-fiança, todas previstas pela Lei do Inquilinato . Para o advogado Roberto Bastos, sócio da Bastos e Monteiro Advogados Associados, o maior entrave está na demora dos processos na Justiça. "Apesar das leis que regulam o mercado imobiliário não serem um primor, elas não atrapalham tanto quanto o Poder Judiciário, que é lento e desaparelhado. Um ação contra atraso de aluguel que vai para a justiça demora entre dois a dez anos para ser concluída", diz. Processo – No caso da falta de pagamento, o fiador pode

ser processado em nome do inquilino, daí a dificuldade de se encontrar pessoas dispostas a arcar com essa responsabilidade e a quantidade de exigências com relação à situação delas. Legalmente, para ser fiador basta ter um imóvel quitado compatível com o que está sendo locado, entretanto, não configura ilegalidade uma imobiliária recusá-lo ou pedir outras garantias. Os contratos feitos pelo grupo Itambé Planejamento Imobiliário, por exemplo, quando

O fiador não acarreta gastos extras para o locatário e, se o contrato é bem analisado, fica seguro para o locador. Eduardo Komatsu, da Itambé envolvem fiador, exigem que ele tenha um imóvel na cidade de São Paulo, comprovante de renda fornecido pela Receita Federal, salário que não passe de 33% do valor do aluguel (para caso do fiador ser acionado), além de uma série de análises cadastrais. Fiador com imóveis fora da cidade em que o contrato está sendo fechado, nem pensar. As imobiliárias alegam que as dificuldades burocráticas são muito grandes caso uma ação precise ser movida. Apesar das exigências, o fia-

Komatsu: Itambé exige extrato da Receita Federal do fiador, residência na cidade onde está sendo realizado o contrato e renda compatível Danielo Verpa/Hype

dor ainda é praxe em pelo menos 80% dos contrados formalizados pela Itambé, percentual que não foge da realidade do restante do mercado. "O fiador não acarreta gastos extras para o locatário e, se o contrato é bem analisado, fica seguro para o locador. Menos de 2% dos nossos contratos precisaram que o fiador fosse acionado", afirma o gerente de gestão de patrimônio da Itambé, Eduardo Komatsu. Caução ou fiança – Na falta de um fiador, existe a possibilidade do depósito caução em conta poupança – que pode ter sido aberta pelo inquilino ou pelo locador – uma quantia que, por lei, não extrapole o valor de três aluguéis. Há também alternativas bem menos recorrentes, em que o caução é oferecido em forma de maquinários, carro ou imóveis. No final do contrato, não havendo dívidas, o inquilino retira o dinheiro e seus rendimentos ou os bens oferecidos como garantia no contrato. Já a modalidade de segurofiança é a menos utilizada. "Há poucas financeiras que oferecem o serviço. A quantidade de exigências e o prazo limite de apenas um ano de cobertura também limitam essa garantia. Além disso, pagar pelo seguro acaba gerando para o locatário um 13º aluguel", afirma Feliciano Giachetta, proprietário da FGI Negócios Imobiliários. Em último caso, as imobiliárias, com consentimento do locador para o qual prestam serviços, podem pedir um aluguel antecipado ou usar como garantia cotas de fundos de investimentos. C on tr at o – Mas o locador não pode exigir do inquilino mais do que uma dessas garantias. Se isso ocorrer, a lei prevê multa e até prisão. Para Flávio Gonzaga, sócio do departamento imobiliário e ambiental da Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, "a lei restringe o mercado, impedindo que outras modalidades, como a hipoteca, sejam introduzidas em um contrato". Embora não estabeleça um prazo exato para o período contratual, a lei prevê uma linha regulatória de 30 meses e essa costuma ser a duração dos contratos. Após esse período, se o proprietário não pedir a desocupação, a locação é prorrogada por outros 30 meses. Caso a desocupação seja pedida, é garantido o prazo de um mês para o inquilino sair do local. Para retomar um imóvel antes de 30 meses, é necessário que o locador prove que o imóvel servirá para uso próprio, do cônjuge, pais ou filhos. A lei ainda prevê a retomada antes do prazo em caso de demolição ou para reformas que aumentem a área construída em mais de 20%. Renato Carbonari Ibelli

Gonzaga, da Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados: lei restringe modalidades como a hipoteca

Giachetta, da FGI Negócios: poucas empresas oferecem seguro-fiança, o que limita o mercado

Recurso para crédito cresce 105% no ano Valor superou os R$ 6 bilhões

N

os primeiros nove meses deste ano, o volume de recursos destinado ao crédito imobiliário superou R$ 6,7 bilhões, um crescimento de 104,97% se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Segundo a entidade, no mês de setembro, o total de operações de financiamento imobiliário feitas com recursos das contas de poupança pelos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu os R$ 779,55 milhões, superando em 100,61% o volume de operações do mesmo mês de 2005. Nos últimos 12 meses, o volume contratado chega a R$ 8,3 bilhões, ante R$ 4,2 bilhões nos 12 meses imediatamente anteriores. O número de unidades financiadas também apresentou crescimento significativo em relação ao ano passado: 8.793 unidades financiadas em comparação a 4.199 de setembro de 2005, aumento de 109,41%. No acumulado de 12 meses foram financiadas 104.448 unidades. (DC)

Venda de imóveis novos sobe 12,5% em agosto

A

comercialização de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo em agosto cresceu 12,5% (2.352 unidades) em relação ao mês anterior. Em valores, isso corresponde à R$ 636,4 milhões. Em julho, houve recuo nas vendas. De acordo com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o número de unidades comercializadas nos primeiros oito meses do ano (17.589) cresceu 20,4% em comparação a igual período de 2005. Em valores, de janeiro a agosto, foram comercializados R$ 5,23 bilhões em 2006 ante R$ 4,56 bilhões no ano anterior. Três dormitórios lideraram as vendas, com 835 unidades comercializadas e 35,5% de participação no mercado. Apartamentos de dois dormitórios ocuparam a segunda colocação, em termos de participação de mercado, com 748 unidades e 31,8%. Apartamentos e casas de quatro dormitórios totalizaram 517 unidades e contribuíram com 22% de participação no total negociado. Os imóveis vendidos na fase de lançamento no mês de agosto totalizaram 1.339 unidades ou 56,9% do total comercializado. De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), foram lançadas em agosto, na cidade de São Paulo, 2.442 unidades residenciais. (DC)


LULA O brasileiro é inteligente e sabe como eu peguei este país. Foram 20 anos de atrofiamento

Ano 81 - Nº 22.237

São Paulo, sexta-feira a domingo, 20 a 22 de outubro de 2006

Edição concluída às 00h25

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

ALCKMIN O PT teve sua oportunidade. Quatro anos e o que nós vimos? Sob o ponto de vista ético, um descalabro.

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Maurício Lima/AFP

O Alckmin é daqueles que dizem que se não deu no New York Times, não vale Pelo amor de Deus, que o povo de SP não ouça. Vão pensar que vai ter um PCC no Brasil inteiro Esta campanha vai terminar sendo uma campanha de uma nota só

Lula é ótimo para mudar nome de programas.

2º ROUND Êta nóis... Ai de nós! Lula se ufanou muitas vezes de seu governo, até de si mesmo, e leu listas de números para não ser levado às cordas como no 1º round dessa luta ao Planalto. Ontem, 2º round no SBT, e faltam mais dois rounds até o dia do voto, Lula também usou de ironia e pequenas provocações. Êta nóis... No final, sonhador, disse: "Meu sonho é fazer o Brasil um País de "muito mais oportunidades para todos".

Prefeitura desafia contadores, economistas, engenheiros, médicos... O desafio está no projeto chamado de X-Tudo, que pode pegar até 229,753% de ISS do bolso dos prestadores de serviços. O Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, com a ACSP, OAB e Sescon-SP, já se pronunciou por um repúdio ao projeto da Prefeitura. A ACSP fará um debate em sua reunião de segunda-feira. E 1

SP vence a F-1 Monalisa Lins/AE

O circo da F-1 rodou por SP, a 246 km/h, num bólido da Red Bull, na madrugada de ontem. Mas até vazia, a cidade de SP, a do trânsito infernal, o venceu. No obelisco do Ibirapuera o carro soltava fumaça de superaquecimento. C 3 HOJE Parialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 18º C.

O Brasil "só andou para trás" nos quatro anos do governo Lula, disse o candidato Geraldo Alckmin. Falou de "descalabro ético", mas sem os jabs do primeiro round. O tucano mostrou que o País desperdiçou o bom momento da economia mundial e ficou empacado: só 2% de crescimento, Ai de nós! Outro golpe assimilado por Lula: Alckmin disse que é preciso cortar gastos e não permitir a "privatização das estatais para partidos políticos".

O governo tem maioria para absolver mensaleiros, não tem maioria para aprovar o Fundeb? Não é uma nota só, são 1,7 milhão de notas

Salão do Automóvel, F-1, mostra de cinema. Bom fim de semana! 400 filmes, carros do futuro e a vertigem da velocidade recheiam o seu programa. Que oferece também a dança mágica do Pilobolos (foto) e de Márcia Milhazes; a atriz Maria Fernanda Cândido, soberba no palco, em Pequenos Crimes Conjugais; a arte de Villa-Lobos na TV e em concerto popular; uma ópera de vanguarda no Municipal; ensaios visuais de Cildo Meireles e León Ferrari. Além de patos nas cassarolas e da Roda do Vinho Fotos: Divulgação

O Céu de Suely, filme brasileiro na 30ª Mostra Internacional de Cinema: uma tradição de São Paulo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

TEATRO Crise de relacionamento, personagens anônimos, Fellini e uma temporada no mar Divulgação

Fotos: Luludi/LUZ

Maria Fernanda Cândido é Lisa que com a perda de memória do marido tenta reprogramá-lo

O sonho de toda mulher Sérgio Roveri

O

dramaturgo francês Eric-Emmanuel Schmitt encontrou em Paulo Autran um porta-voz de respeito em suas incursões por terras brasileiras. Em 2002, para comemorar seus 80 anos de idade, Autran converteu o palco da Faap em um estilizado fiorde norueguês para a montagem de Variações Enigmáticas, texto em que Schmitt descrevia com um certo suspense os detalhes de um triângulo amoroso. Agora, o próprio Autran se encarregou de verter para o português a tempestade de dúvidas que cai sobre o casal Lisa e Gilberto, envolto em intrincada crise de relacio-

D

ois imigrantes ilegais que não conseguem salvar do afogamento uma jovem em uma praia européia. Uma garota cega que dança em um clube privê e passa os dias a vagar pela cidade com uma sombrinha e um livro escrito em braile. O funcionário de uma funerária que carrega para sua própria casa os cadáveres sem família. Uma mulher de meia-idade que vê as extremidades do seu corpo serem amputadas em razão do avanço do diabetes. Com estes personagens de destinos trágicos, mas inseridos no mais banal dos cotidianos, a dramaturga alemã Dea Loher construiu Inocência, peça de quase três horas de duração, estrutura excessivamente fragmentada e de uma pungência raras vezes vista no palco. Ao texto portentoso de Loher,

O

Espaço Parlapatões, inaugurado há pouco mais de um mês na Praça Roosevelt, estréia hoje sua programação no horário nobre com um espetáculo convidado - Estrada, adaptação feita pela dramaturga Claudia Vasconcellos para o longa A Estrada da Vida, de Federico Fellini, primeira produção a ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1954. Dirigida por Johana Albuquerque, da

namento no espetáculo Pequenos Crimes Conjugais, comédia vendida como um thriller conjugal que inaugura um novo espaço na cidade, o Teatro Jaraguá, no segundo subsolo do Novotel Jaraguá, na Rua Martins Fontes, região central. Pequenos Crimes tem direção de Márcio Aurélio e traz no elenco os atores Petrônio Gontijo e Maria Fernanda Cândido, que alega ter interrompido a licença maternidade para realizar este espetáculo, um sonho de três anos. "Tentei adquirir os direitos desta peça em 2003, mas cheguei tarde. Um outro produtor havia acabado de comprá-los, mas por sorte não le-

vou o projeto adiante", diz a atriz, que nesta mesma semana confirmou sua participação na próxima novela de Gilberto Braga, Pa ra í s o

Tro pica l, na Rede Globo. "Quando surgiu o convite para esta nova produção, não tive como recusar". O diretor Márcio Aurélio recorre a uma pergunta formulada pelo próprio autor para descrever a matriz de Pequenos Crimes Conjugais: o que teria acontecido se Romeu e Julieta não tivessem se matado naquela noite? Como seria a vida deles depois de 15 anos de convivência? A peça transcorre em uma única cena, após o retorno do casal Lisa, pintora, e Gilberto, escritor de romances policiais, de um hospital, onde ele passou internado os últimos 15 dias, recuperando-se de um acidente que o deixou desmemoriado. O empenho do casal, a partir deste instante, é no sentido de recuperar as lembranças do pintor – ainda que seja evidente o esforço de Lisa em fazer com que o marido se recorde apenas do que é interessante para ela. "Estou realizando o sonho de toda mulher", diz a personagem, à certa altura da peça. "Depois de 15 anos de casamento, posso reprogramar o meu marido". A montagem de Pequenos Crimes Conjugais chega ao público em embalagem para presente. O cenário, assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld, reproduz as linhas geométricas de um apartamento estiloso – no qual o destaque vai para os 5 mil livros que compõem a biblioteca do escritor, no fundo do palco. Maria Fernando e Petrônio Gontijo ostentam figurinos Armani – ela chega a trocar de roupa duas vezes, mesmo dentro de casa e no meio de uma contenda com o marido. "Mas é uma elegância sóbria, sem exibicionismo", justifica o diretor. Com 280 lugares, o novo teatro nasce em um dos hotéis mais tradicionais da cidade, o Jaraguá, em cujo prédio encontram-se afrescos de Di Cavalcanti e Clóvis Graciano, além de uma curiosa galeria de retratos de personalidades que já se hospedaram por ali. O teatro, que consumiu um investimento de R$ 600 mil, pretende, a partir de março do ano que vem, inaugurar uma programação infantil, com espetáculos de boneco, de preferência. "Nossa intenção é, também a partir do ano que vem, reservar o horário da meia noite, às sextas e sábados, para a apresentação de textos de autores brasileiros contemporâneos", diz Cláudio Mamberti, administrador do espaço. Pequenos Crimes Conjugais, estréia hoje no Teatro Jaraguá, Rua Martins Fontes, 71, tel.: (11) 3255-4380. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 60.

O casal vive em um estiloso apartamento rechedo de 5 mil livros do marido

INOCÊNCIA escrito em 2003, somou-se a encena- bre uma série de personagens anônição visceral e ao mesmo tempo high- mos que se cruzam em situações infestech do diretor Rodolfo Garcia Vaz- tadas de poesia e de dor. "Com Inocênquez. O resultado desta mistura, des- cia, Dea Loher ganhou o principal confortável em sua extensão e arreba- prêmio literário da Alemanha no ano tadora em seu Lenise Pinheiro/Divulgação passado", diz o poder criatiator Ivam Cavo, pode ser bral, que interconferido a preta Fadoul, partir de hoje u m d o s i m ino Espaço dos grantes ilegais Satyros Um. no espetáculo Inocência é – um homem o segundo que encontra texto de uma pequena Loher levado fortuna em Destinos trágicos em cotidiano banal à cena pelos uma bolsa Satyros – o primeiro, A Vida na Praça abandonada e emprega o dinheiro em Roosevelt, saiu de cartaz há menos de uma cirurgia que possa devolver a visão um mês. Em comum, as duas obras tra- à jovem bailarina. "Ao lado das histórias zem o olhar original da dramaturga so- destes personagens, roubados de toda

dramaturga utilizou como pesquisa a filmografia de Fellini, as tradições populares brasileiras e a história do circo. A Fundação Federico Fellini, responsável pelo acervo do cineasta, enviou da Itália o roteiro do filme, decupado quadro a quadro, um CD com desenhos criados por Fellini para a composição de cada personagem e imagens de um espetáculo de dança e outro de teatro feitos, respectivamente, em

GUERRA Paranóia a bordo

O

diretor André Garolli está tenta atravessar o Atlântico em uma empenhado, desde 2003, viagem clandestina, levando armas em levar à cena os primei- dos Estados Unidos para a Inglaterra. ros textos teatrais produzidos pelo Quando o navio entra na chamada zodramaturgo americano Eugene na de guerra, a tripulação começa a O'Neill (1888-1953), prêmio Nobel de suspeitar que um jovem marujo, SmitLiteratura em 1936 e autor de uma das ty, que não se separa de uma misterioobras-primas da dramaturgia ociden- sa caixa preta, seja na verdade um estal, o drama Longa Jornada de Um Dia pião. Segundo o diretor, o clima de insegurança que domiNoite Adentro. fustigado pelos ventos e na o espetáculo faz referência direta aos pelas ondas. O primeiro passo nesse Estados Unidos pós 11 de setembro. Ao sentido foi dado no ano passado, com a contrário de Rumo a Cardiff, Zona de Guermontagem de Rumo ra, que pode ser vista a Cardiff, um espetáculo que transborpor apenas 50 pessoas por sessão, é dava testosterona e exibia uma cena de uma montagem mais intimista, que dispennaufrágio de realismo cinematográfisa os recursos cênicos Referência ao 11/09 presentes na montaco: barris e mastros tombavam sobre o gem anterior. Após a temporada de Zona de Guerpalco encharcado do Teatro João Caetano, O mar, agora, é novamente ra, Garolli começa a trabalhar na encecenário de Zona de Guerra, a segun- nação de Longa Viagem de Volta para da montagem de Garolli a partir de Casa, fechando assim a trilogia Houm texto do jovem O'Neill. A peça mens ao Mar, que contempla as peças entra hoje em cartaz no 11° do Sesc marítimas escritas por O'Neill entre Avenida Paulista. 1914 e 1918. (SR) Zona de Guerra, escrito por volta de Zona de Guerra, estréia hoje 1915, é um texto que revela uma indisno Sesc Avenida Paulista, farçável semelhança com a atual onda Espaço 11° andar, Avenida de paranóia alimentada pelo governo Paulista, 119, tel.: 3179-3700. americano em relação aos suspeitos Sexta e sábado às 22h, de espionagem e terrorismo. A peça se passa a bordo do navio Glencain que, domingo às 18h. Ingressos durante a Primeira Guerra Mundial, a R$ 15.

O MAR E O CINEMA esperança, ela constrói um discurso pósmoderno, filosófico, que denuncia a falência de várias instituições". Em Ino cência, a alemã Loher, 45 anos, deixa evidente o seu impressionante domínio sobre a narrativa não linear. Suas pequenas cenas, que se resolvem como se fossem contos bemacabados, deixam pistas e elementos para as cenas subseqüentes até que, ao final, sua fábula urbana e dolorida se feche com a certeza de que a angústia do ser humano não respeita geografia, regimes políticos ou PIBs do primeiro mundo. (SR) Inocência, estréia hoje, sexta (20), no Espaço dos Satyros Um, Praça Roosevelt, 214, tel.: (11) 3258-6345. De quinta a sábado às 21h, domingo às 20h30. Ingressos a R$ 25.

PARLAPATÕES Cia. Bendita Trupe (Os Collegas, Miserê Bandalha e o infantil Assembléia de Bichos), a peça tem metas muito mais ambiciosas do que simplesmente reproduzir no teatro o universo onírico e mambembe do longa felliniano. Os personagens da tela ganharam uma roupagem nacional - eles circulam agora por paisagens que lembram as do interior paulista e estão irremediavelmente presos ao circo. Em seu processo de adaptação, a

Segunda montagem de André Garolli tem o mar como cenário

Saravejo e na Alemanha, ambos inspirados em A Estrada da Vida. Em Estrada, o artista mambembe Zambo e sua auxiliar Jasmina correm o mundo em cima de uma carroça, topando, em cada paragem, com outros artistas tão sem paradeiro quanto eles. (SR) Estrada, estréia hoje no Espaço Parlapatões, Praça Roosevelt, 158, tel.: 3258-4449. Sexta e sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos de R4 20 a R$ 30.

N

O'NEILL O

dramaturgo norte-americano Eugene Gladstone O'Neill (foto) nasceu em Nova York em 1888. Passou a infância convivendo com os bastidores do teatro, já que era filho de um popular ator de teatro. A arte e os conflitos familiares fizeram parte da vida do autor. Entre 1906 e 1907 freqüentou a Universidade de Princeton, mas pouco tempo depois trocou os estudos pela vida aventureira, compartilhada com marinheiros pelos portos do Atlântico. Esse período durou cinco anos e debilitou sua saúde. Em 1914, O'Neill começou a estudar arte dramática e logo entrou para um grupo de teatro. O sucesso da primeira peça, Além do Horizonte, foi seguido por outros. Ele recebeu quatro vezes o Prêmio Pulitzer e em 1936, o Prêmio Nobel de Literatura. A trilogia dramática em 13 atos, Electra e os Fantasmas é a principal obra do autor, morto em 1953. (RA)

ão foram poucas as vezes em que o mar serviu de inspiração para os cineastas. O território aquático já foi cenário de romances, tragédias, travessuras. Em 1956, John Huston adaptou para as telas a obra de Herman Melville, Moby Dick (Moby Dick). Ahab (Gregory Peck) é um insano comandante que persegue irresponsavelmente a baleia que lhe arrancara a perna anos antes. Errol Flynn também viveu outro capitão em O Gavião do Mar (Sea Hawk), de Michael Curtiz. O destemido Geoffrey Thorpe fazia parte de um navio pirata inglês que saqueava navios espanhóis com destino a Inglaterra. Em O Velho e o Mar (foto) as confusões passam longe da costa cubana, local onde vive um velho pescador que passa 84 dias sem conseguir um mísero peixe. Nos primeiros 40 dias ele tem a companhia de um menino que acaba amigo do velho. Dirigido por John Sturges traz Spencer Tracy e Felipe Pazos no elenco. (RA)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

1 Eu não quero fazer julgamentos, mas a primeira posição do piloto é a de cumprir o plano de vôo. Waldir Pires, ministro da Defesa

Transponder do Legacy estava inoperante, afirma ministro

Ó RBITA Victor Pires/AE

Ministro Waldir Pires revelou dados das caixas-pretas analisadas no Canadá. Não se sabe se transponder estava desligado ou quebrado.

O

Marcos Xavier/AE - 01/10/2006

ministro da Defesa, Waldir Pires, confirmou ontem que a transcrição das informações das caixas pretas indica que o equipamento que torna visível uma aeronave no espaço aéreo (transponder) não estava operando no Legacy na hora do acidente com o avião da Gol, em 29 de setembro, no Mato Grosso. Todos os 154 ocupantes do Boeing morreram. "Ainda não há confirmação se o transponder estava desligado ou se havia uma interrupção decorrente de uma pane no avião. As comunicações não se deram e o transponder não estava funcionando", afirmou Waldir Pires. Segundo o ministro da Defesa, a análise das caixas-pretas O piloto Lepore (camiseta branca) e o co-piloto Paladino (de boné) prestaram depoimento de novo ontem dos aviões e comprova tam- Beto Barata/AE - 04/10/2006 bém que os pilotos do Legacy entraram em contato com a torre de controle de Brasília antes do choque com o Boeing 737-800. Durante a comunicação, os americanos Joe Lepore e Jan Paladino informar a m q u e estavam a 37 mil pés, aproximadamente uma hora antes da colisão. Controle – Segundo Waldir Pires, os controladores esperavam que o jato descesse para O jato Legacy, ainda retido no Brasil, teria atingido o Boeing na asa direita e também na cauda José Cruz/ABr - 17/10/06 36 mil pés após passar pela capital federal, não foram revelados. obedecendo o plano de vôo O delegado, que tem evitado que havia sido estabelecido contato com a imprensa, espepela Embraer. "Eu não quero ra que os depoimentos dos fazer julgamentos, mas a pri- controladores possam esclaremeira posição do piloto é a de cer quais orientações foram cumprir o plano de vôo", afir- passadas aos pilotos do Legamou ontem Waldir Pires em cy e se o plano de vôo foi cheentrevista ao Jornal Hoje, da TV cado e autorizado antes da deGlobo, após ser questionado se colagem da aeronave. A estrao piloto poderia ter entendido tégia da polícia é confrontar as que deveria manter a altitude informações obtidas com os de 37 mil pés em todo percur- depoimentos dos controlados o . A m e s m a a l t i t u d e d o res de vôo de São José dos Boeing da Gol. "Não há ne- Campos, Manaus e Brasília nhum diálogo entre os pilotos com as dos pilotos do Legacy. do Legacy e o controle de BraPara concluir o inquérito até sília que pudesse resultar nu- o dia 30, o delegado quer saber ma autorização para que o jato exatamente qual era o plano de mudasse seu plano de vôo ou vôo do Legacy. Outra dúvida: permanecesse a 37 mil pés", se os pilotos comunicaram aos acrescentou o ministro. controladores as mudanças de Pires: houve diálogo com a torre, mas transponder não funcionava De acordo com Waldir Pires, altitude de 37 para 36 mil pés o exame dos aparelhos que antes e depois de Brasília, co- zer o funeral", afirmou o tio contêm informações operacio- mo estava previsto. do bancário, Antonio Cláunais dos vôos e as gravações A polícia também quer es- dio de Araújo. Há informadas comunicações do Legacy clarecer se o transponder esta- ções da família de que um mamostra que durante a comuni- va desligado ou apresentava terial está sendo submetido à cação entre os pilotos do jato e a problemas. Para poder saber análise no Instituto Médico torre de Brasília o diálogo exatamente o que aconteceu, o Legal de Brasília. O teste, fei"mostrava que o Legacy estava inquérito deve apontar se hou- to a partir da comparação voando em altitude normal. ve comunicação do Legacy do DNA, pode ficar pronto Ele (Legacy) vinha de São José com o controle do Centro Inte- ainda hoje. dos Campos em direção a Bra- grado de Defesa Aérea e ConO bancário viajava na comsília a 37 mil pés, mas em segui- trole do Tráfego Aéreo (Cin- panhia de Francisco das Chada não há mais contato". dacta) 1 e 4, Brasília e Manaus, gas Moura Loiola, de 44 anos, e O ministro ressaltou tam- respectivamente. Eduardo Ribeiro de Souza, de bém que as investigações ainOs peritos da Polícia Civil 42 anos todos funcionários do da são preliminares e indicam estão concluindo o laudo sobre banco HSBC. O corpo de Loioque a asa direita e a cauda do o que foi encontrado no local la foi o primeiro a ser identifiBoeing 737-800 foram danifi- do acidente, em Peixoto de cado. "Há também a possibilicadas após a colisão com o jato Azevedo, no Mato Grosso. A dade de que as equipes de resfabricado pela Embraer. Defesa Civil do estado deve di- gate ainda encontrem algo no Causas – O delegado Lucia- vulgar hoje um relatório sobre local do acidente. A expectatino Inácio da Silva, responsável as ações desenvolvidas. va é grande. Só não é maior do pelo inquérito sobre o acidente Vítimas – Das 154 vítimas que a nossa tristeza com o na Polícia Civil, tomou ontem, do acidente com o Boeing da ocorrido", completou o tio. em São José dos Campos, no Gol, uma ainda não foi idenMesmo depois do resgate Vale do Paraíba, depoimentos tificada: o bancário Marcelo dos corpos de todas as vítidos controladores de vôo do Paixão Lopes, de 29 anos. mas, o trabalho ainda vai conaeroporto local que estavam "Não perdemos a esperança. tinuar na região do acidente. de plantão no dia 29. Ele tam- Acreditamos que, a qualquer Os homens da Aeronáutica bém ouviu, pela segunda vez, momento chegue a notícia de continuarão recolhendo desos pilotos Lepore e Paladino. O que o corpo dele foi identifi- t ro ç o s e o b j e t o s p e s s o a i s conteúdo dos depoimentos cado, para que possamos fa- dos mortos. (Agências)

Piloto da Gol ainda tentou amenizar queda

I

nvestigadores canadenses e peritos da Aeronáutica constataram que o Boeing da Gol só começou a se desintegrar quando estava a 6 mil pés (1.824 metros) de altitude. Ao colidir com o jato Legacy, o avião voava rumo a Brasília a 37 mil pés (11.248 metros). A análise do gravador de dados da caixa-preta revelou ainda que, após o choque, o comandante da Gol Décio Chaves Júnior fez força no manche para, possivelmente, tentar estabilizar a aeronave e amenizar a queda. "É possível afirmar que o avião desceu em ‘parafuso’ e em altíssima velocidade", diz um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo o militar, o resultado preliminar da perícia feita nos destroços do Boeing mostra que o winglet do Legacy (extremidade da asa com a ponta voltada para cima) apenas "riscou" a estrutura do avião. "Mas devido à velocidade das aeronaves e à pressão exercida nas asas durante o vôo, esse choque foi devastador." Sêneca – Os corpos de três vítimas do acidente com o bimotor Sêneca, que caiu na sexta-feira no litoral do Espírito Santo, foram enterrados ontem no Rio. A família fez um apelo para que as equipes de resgate não encerrem as buscas até que os três corpos que continuam desaparecidos sejam localizados. Além do piloto Alduíno Coutinho de Souza, de 48 anos, não foram encontrados ainda os corpos do filho, Rafael Oliveira de Souza, de 25 anos, e da sua namorada, Patrícia Campos Lopes, de 26 anos. "A gente quer o resgate dos corpos, mesmo que estejam em decomposição. Por favor, não parem as buscas", disse Mariane Coutinho, de 45 anos, irmã do piloto. (AE)

CURTO-CIRCUITO

A

rede elétrica principal da rua Sampaio Vidal, próximo à rua Capitão Antônio Rosa, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, tombou ontem por volta das 8h20 da manhã. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não tinha equipamento necessário para controlar o curtocircuito dos quase 20 mil volts e interditou a via até a chegada de equipes da Eletropaulo. (AE)

Monalisa Lins/AE

ÁRVORE

A

chuva que caiu sobre a cidade ontem, aliada a reformas que estão sendo realizadas na calçada na altura do número 945 da rua Oscar Freire, em Pinheiros, zona oeste, provocou a queda de uma grande árvore que ficou presa na fiação da Eletropaulo. Com o acidente, o quarteirão entre a Consolação e a Bela Cintra teve de ser interditado para retirada da árvore. (AE)

CHUVAS

D

esde o dia 1º até ontem choveu 53,8 milímetros na região metropolitana. A média para o mês é de 124mm. Desde a 1h e até as 13h de ontem , o índice registrado foi de 19,5mm, o maior até o momento, correspondendo a 16% da chuva esperada para o mês todo. Por causa disso, foram registrados 10 pontos de alagamento transitáveis pela manhã. Três deles ainda ocupavam as vias por volta das 16h30. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

LAZER - 3 Milton Mansilha/LUZ

DANÇA Força física e valsa encantam os olhos. E vigor de Olga.

Rita Alves

O

fascínio da coreógrafa Márcia Milhazes pela valsa fez com que ela levasse o ritmo para cima do palco em uma dança a três. O resultado da experiência pode ser visto em Tempo de Verão, neste fim de semana no Teatro Alfa. Na apresentação, os brasileiros Al Crisppinn, Ana Amélia Vianna e Fernanda Reis são os intérpretes que evoluem em um universo esférico, feito de círculos espirais e arabescos. Além da bela trilha, há ainda uma colagem de músicas de mestres como Cartola e Orlando Silva. Sons da natureza também ganharam espaço, graças a Tomaz Camilo, filho da coreógrafa que, segundo a mãe, é apaixonado por animais. Márcia confessa que o garoto de 5 anos despertou novamente sua relação com a fauna, um tanto esquecida por ela ser uma mulher bastante urbana. O gosto pela valsa também teve influência da família. "A valsa sempre me fascinou não só pela riqueza de harmonia, mas pela questão literária. Nas composições a relação humana, carregada de muita melancolia e solidão me encantavam". A coreógrafa conta que foi apresentada à dança desde muito cedo. "Aos seis anos já fazia cursos". Mas apesar de sua intensa relação com ritmos e sons, Márcia revela que a coreografia de suas obras nasce sem a necessidade de uma música presente para embalar a criação. O silêncio é a trilha inicial. A companhia Márcia Milhazes Dança Contemporânea foi criada pela coreógrafa em 1994. No ano passado Tempo de Verão foi apresentado quatro vezes no exterior na Maison de la Danse, um dos mais importantes teatros europeus destinados à dança. Agora é a vez dos brasileiros conhecerem o espetáculo. Ainda dentro da Temporada de Dança do Teatro Alfa, quem sobe ao palco nos dias 24 e 25 de novembro é a companhia norte-americana Pilobolus Dança Theatre. As apresentações fazem parte da turnê comemorativa de 35 anos de trajetória. O grupo, criado em 1971, por Moses Pendleton e Jonathan Wolken, traz cinco coreografias inéditas ao Brasil: Aquatica, Symbiosis, Walklyndon, Memento Mori e Sweet Purgatory. Para realizá-las, técnicas de força física, improvisão e efeitos visuais dominam o palco. Os bailarinos atuam como acrobatas e combinam uma engenhosa elaboração de figurinos, suporte e iluminação. Depois de um intervalo de cinco anos, o Pilobolus volta ao Brasil para encantar o público da cidade de São Paulo. Teatro Alfa. Rua Bento Branco Andrade Filho, 722, Santo Amaro. Tel. (11) 5693-4000. Márcia Milhazes, sábado (21) e domingo (22), às 18 h. Ingresso: de R$ 30 a R$ 60. Pilobolus Dance Theatre, terça (24) e quarta (25), às 21h. Ingresso: de R$ 40 a R$ 120.

Soprano Martha Herr, no papel de Olga: épica e dramática.

ÓPERA O

Pilobolus Dança Theatre: companhia americana domina técnicas de força física e improvisão. A brasileira Márcia Milhazes Dança (abaixo) sobe ao palco embalada pela valsa: paixão pelo ritmo inspirou a coreógrafa. As duas companhias estão dentro da programação da Temporada de Dança do Teatro Alfa.

bra do compositor brasileiro Jorge Antunes, com libreto de Gerson Valle, a ópera Olga terá duas récitas neste fim de semana. Hoje (20) e domingo (22), no Teatro Municipal. A estrela da montagem é a soprano Martha Herr, americana radicada no Brasil, que fará o papel-título, contyracenando com o tenor Luciano Botelho. A história é um épico, dedicado a uma fase da vida política brasileira. Olga Benário, companheira do líder comunista Luiz Carlos Prestes, e também ferrenha militante, foi assassinada na câmara de gás no dia 23 de abril de 1942. Era prisioneira no campo de concentração de Ravensbrück, Alemanha. Ao falar da ópera, Antunes entusiasma-se com uma coincidência "arrepiante", que diz ter sido o start para compô-la. "Estarrecido, descobri que ela morreu exatamente no dia em que nasci." Da concepção da obra até sua conclusão, passaram-se dez anos (19871997), mas só agora houve uma instituição que se dispusesse a encená-la. O libreto baseia-se, segundo Antunes, na biografia de Olga Benário publicada em 1962, por Ruth Werner, que com ela conviveu no campo de concentração. "Eu precisava encontrar melodias e cantos revolucionários dos grupos de que Olga participou. Assim, a ópera se desenvolve a partir de uma linguagem moderna, diria que vanguardista, permeada de belas melodias tonais", explica Antunes. E conclui: "A música é densa, dramática, sombria, porém cheia de ternura". Ao comentar a sua técnica com a qual dá sustentação a esse drama em três atos, Antunes lembra que está cada vez mais "eclético", combinando com prazer "a tradição e o vanguardismo experimental". Participam da montagem o barítono Homero Velho, o Coral Lírico, o Corpo de Baile do Municipal, além da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, sob a direção de José Maria Florêncio. Teatro Municipal de São Paulo - Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Tel.: 32228698. Sexta (20), 20h30. Domingo (22), 17h. R$ 20 a R$ 40. Fotos: Divulgação

Dominguinhos: arte renovada

Herz: compositor e arranjador

SARAU Baião para violino D

ominguinhos, Ricardo Herz e do mestre em 1954 quando ia para o Orquestra Tom Jobim sobem Rio de Janeiro. A partir daí, começou a juntos ao palco pela primeira vez, no fazer parte da vida de Gonzagão e emAuditório Ibirapuera, hoje, sexta (20), prestou à sanfona sotaques novos e amanhã, sábado (21) e domingo (22). diferentes. Fez muito sucesso com Eu O espetáculo vai junsó quero um xodó e tar dois mestres – DoQuem Me Levará Sou minguinhos na sanEu, feita em parceria fona e Hertz, ao violicom Manduka e interno –, acompanhados pretada por Fagner. pela orquestra regida Ricardo Herz demonspor Roberto Sion. A tra intimidade com o promessa é misturar baião, forró, sambas e Roberto Sion: gêneros e tocar chochorinhos. O jovem maestro que vai reger ro, forró, xote, MPB e violinista, além de ina Tom Jobim algumas surpresas. térprete, é compositor Com caminhos totalmente diferen- e arranjador. tes, Dominguinhos e Ricardo Herz graO auditório Ibirapuera fica à Av. varam juntos a faixa Céu no CD Violino Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2 Popular Brasileiro. do Parque do Ibirapuera, tel.: (11) Pernambucano de Garanhuns, Do- 5908-4299. Sexta (20), sábado (21) e minguinhos inovou a arte do mestre domingo (22), às 20h30. Ingressos: Luiz Gonzaga. Ganhou uma sanfona R$ 30 e R$ 15.

CONCERTO Uma festa para Villa

O

mais conhecido compositor brasileiro de música erudita, Heitor Villa-Lobos (1887-1959), é tema de um concerto que combina o clássico e o popular com a excelência que Villa admirava. Os pianistas Nelson Ayres jazzman) e Eduardo Monteiro (virtuose erudito), o violonista Fábio Zanon (foto), de carreira erudita

internacional, o flautista Marcelo Barbosa, o vocalista Renato Braz, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e o Coral Collegium Musicum alternam-se no palco. No programa, é lógico, a música vibrante de VillaLobos. A "festa", como diz Nelson Ayres, abraçará "de tudo": lundus, modinhas, choros, as Bachianas Brasileiras, as Impressões Seresteiras. Com um grande final: "Todos juntos, tocaremos o Trenzinho do Caipira", anima-se o violinista Marcelo Jaffé, integrante do quarteto de cordas. Villa-Lobos, artista de produtividade assombrosa, escreveu 12 sinfonias, 14 Choros para diversas combinações instrumentais, 9 Bachianas Brasileiras para câmara ou orquestra, poemas sinfônicos (entre eles, Uirapuru ), além de suítes sinfõnicas e óperas (veja também Villa na programação de TV, pág. 5). Villa-Lobos - Teatro Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93. Tel.: 38717700. Sexta (20) e sábado (21), 21h. Domingo (22), 18h. R$ 15.


2

Transpor te Compor tamento Premiação Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

20 PESSOAS FORAM HOMENAGEADAS NA ACSP

Os índices de violência recuaram e a sociedade, por meio da ACSP, reconhece. Marcelo Flora Stockler, superintendente da Distrital Centro

Luiz Prado/Luz

TRÂNSITO São Paulo registrou 151 km de tráfego às 9h30 de ontem. A média para o horário é de 40 km.

UNIVERSIDADE Medicina, com 89,31 candidatos por vaga, é a curso mais concorrido da Unifesp.

Ó RBITA

NAUFRÁGIO

O

registro do radar do cargueiro Roko, que se chocou com um pesqueiro na noite de terça-feira, deixando oito mortos, no Rio, mostra que as duas embarcações navegavam em rotas paralelas e direções opostas, e não em rotas perpendiculares, como se supôs inicialmente. Segundo o capitão dos portos, o capitão-de-mare-guerra Antônio Fernando Monteiro Dias, uma das embarcações deu uma guinada brusca, provocando o acidente. O radar do Roko mostra que o cargueiro manteve sua posição até a batida. O pesqueiro navegava a uma velocidade de cerca de 8 nós (15 km/h) e a distância entre as embarcações variava entre 150 e 200 metros. (AE)

ENFARTE

A

aposentada Sebastiana Emiliana Ribeiro, de 73 anos, morreu de enfarte ao receber um trote, por telefone, em sua casa em São José dos Campos. Criminosos ligaram informando que o filho dela, Marcos, havia sido seqüestrado e que ela deveria pagar o resgate Por causa do susto, a mulher começou a passar mal e teve mal súbito. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. A aposentada foi enterrada ontem. Os trotes para extorquir dinheiro são cada vez mais freqüentes na região do Vale do Paraíba e, segundo a polícia, praticados em 90%, por presos de dentro de cadeias e presídios. "Falam em seqüestros, acidentes, para mexer com o emocional e tentar tirar dinheiro fácil. A instrução é para que as pessoas não caiam no golpe e mantenham a frieza". (AE)

ASSASSINATO

O

radiologista Rafael Silva de Paula Moreira, de 26 anos, esteve anteontem à noite com cinco amigos no Shopping Iguatemi, em Campinas. O grupo estava em três motos e resolveu brincar de ziguezague com os cones do estacionamento. Foram advertidos por seguranças. Após parte do grupo ser levada para dentro do shopping, Moreira foi morto com um tiro no rosto disparado pelo segurança Roberto Aparecido Lopes, de 28 anos, funcionário da empresa terceirizada Verzani & Sandrini Segurança Patrimonial. Segundo o delegadoseccional Marcos Galli Casseb, a expectativa é de que Lopes se apresente. A polícia investiga se houve discussão antes de o segurança disparar. (AE)

Desgualdo, delegado-geral de polícia, entrega o troféu para o soldado PM Marco Antônio Carchedi Filho.

Policiais recebem o Marco da Paz Prêmio foi entregue a integrantes das polícias Militar, Civil, bombeiros e GCM

A

Associação Comercial de São Paulo ( A C S P ) h o m e n ageou, quarta-feira, com o troféu Marco da Paz, 20 policiais militares, civis, guardas metropolitanos e bombeiros da região central que mais se destacaram no cumprimento do dever. De acordo com Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP, que representou o presidente licenciado, Guilherme Afif Domingos, e o presidente em exercício, Alencar Burti, a solenidade era um reconhecimento ao trabalho policial. Segundo Ordine, os índices de criminalidade no Centro diminuíram. O vice-presidente destacou também a parceria da ACSP com o comando da segurança. "Não basta reclamar: é preciso participar. Os índices de violência recuaram e a sociedade, por meio da ACSP, está reconhecendo o trabalho da Polícia". Marcelo Flora Stockler, superintendente da Distrital Centro da ACSP, disse que o critério de escolha dos homenageados foi técnico. Segundo ele, foram os próprios policiais, com base em índices de estatísticas e produtividade, que apresentaram os nomes dos vitoriosos. Entre as ações, destacam-se a prisão de assaltantes, seqüestradores e traficantes; detenção de acusados de abuso sexual contra crianças; e a instalação de 30 câmaras na região, cobrindo mais de 100 logradouros públicos. "Houve um trabalho técnico que agora está sendo reconhecido pela sociedade paulistana", acrescentou Stockler. O Delegado-geral de Polícia,

Marco Antonio Desgualdo, afirmou que a premiação era justa. "Estamos homenageando aquele policial que está na linha de frente e tem um ideal". Desgualdo lembrou o esforço que é feito para combater o crime organizado na cidade. Na mesma linha, o coronel Ariovaldo Sergio Salgado, comandante de policiamento da região central, lembrou o compromisso do policial com a sociedade. "A gente sabe o que é ficar 24 horas na rua, sendo autoridade e também vítima às vezes". O coronel Rubens Casado, Comandante-geral da Guarda Civil Metropolitana, destacou o êxito da parceria com as polícias militar e civil para diminuir a violência no Centro. "Quando se deixam as vaidades políticas é possível fazer a integração com sucesso". Foram homenageados também com o troféu, Luiz Hélio da Silva Franco, chefe de gabinete da Secretaria da Segurança Pública, que representou o secretário Saulo de Castro Abreu Filho, o governador Cláudio Lembo e o delegado Mário Jordão Toledo Leme, delegado seccional do Centro. Participaram da solenidade superintendentes das distritais, representantes de Consegs e familiares. Foram agraciados: Polícia Militar 1º Ten. PM Wagner Roberto Sanchez Lima, 11º Batalhão da PM 3º Sgt. PM Elson Souza Barbosa, 11º Batalhão da PM Cabo PM José Roberto da Silva, 11º Batalhão da PM 3º Sgt. PM Maurício Juremeira Conrado, 13º Batalhão da PM

Soldado PM Edson Caldas Oliveira, 13º Batalhão da PM Polícia Civil Elisabete Ferreira Sato, delegada titular do 78º Distrito Policial José Matallo Neto, delegado titular do 3º Distrito Policial Gilmar Camargo Bessa, delegado titular do 4º Distrito Policial Júlio César Rosa, investigador chefe da equipe Terra Fox Francisco Elias Siqueira, escrivão do 78º Distrito Policial Corpo de Bombeiros 1º Sgt. PM Luiz Carlos de Souza, Comando de Bombeiros Metropolitano Soldado PM Marco Antônio Carchedi Filho, 1º Grupamento de Bombeiros 1º Sgt. PM Rodolfo Alves Ferreira, 2º Grupamento de Bombeiros Soldado Fem. PM Fabiana Cristina de Almeida Salinas, 3º Grupamento de Bombeiros 3º Sgt. PM Marcelo Hilário Silva, 4º Grupamento de Bombeiros Guarda Civil Metropolitana Inspetor Ewander Simão de Almeida, Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana GCM Ozires Gomes da Silva, Inspetoria do Parque do Ibirapuera Classe Distinta Vladimir Dias de Oliveira, Inspetoria de Mediação de Conflitos GCM Wagner Luiz de Jesus Furlaneto, Inspetoria de Mediação de Conflitos GCM Davi Daniel Dias da Silva, Inspetoria de Fiscalização ao Comércio Ambulante. Em www.dcomercio.com.br, a galeria de fotos dos agraciados


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

GASTRONOMIA A ave em 3 receitas no festival do Le Parisien

Austeros de Galeno

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

José Guilherme R. Ferreira

O

Cassoulet de canard: feijão branco

Lá vem o pato Lúcia Helena de Camargo

N

a canção de Vinicius de Moraes, o pato chega curioso, mas acaba – adequadamente – na panela. Perdão aos defensores do animal "aquático e gramático" (como já disse um homem dos esportes), mas se pato feliz é aquele que desliza na água, mais contente é quem come o pato que está no prato. Sem quebrar a língua, nem ficar com pena – do infeliz trocadilho. O pato é figura principal em várias receitas. Pode ser cozido, assado, frito e até quase cru. Preparado dessa maneira, aliás, é delicioso, chegando à mesa com o nome francês de magret de canard, o peito de pato levemente grelhado leva molhos e acompanhamentos ditados pela criatividade de quem comanda a cozinha. No Festival do Pato do recém inaugurado bistrô Le Parisien, a ave aparece em três preparos distintos. Há o cassoulet de canard – feijão branco cozido com coxa e lingüiça de pato; e duas versões de magret: com pimenta do reino verde e purê de mandioquinha (preparado com o caldo do pato) e o peito de pato fatiado acompanhado de maçã e uvas envoltas no molho. O culinarista responsável é o chef David Patrick Louis Herrebrecht, fran-

Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há.

S

cês há um ano no Brasil, casado com uma brasileira e pai de duas meninas pequenas. Ele ainda não se arrisca a incluir no menu iguarias francesas como escargot, talvez malvistas pelo público brasileiro freqüentador de restaurantes. "É difícil fazer quem não conhece experimentar esse tipo de coisa", diz, em português com pouco sotaque. Há quatro meses instalado em uma tranqüila esquina na fronteira entre os

bairros de Alto de Pinheiros e Vila Madalena – longe do agito dos barzinhos – o Le Parisien oferece vista para árvores da rua, onde pode-se estacionar sem ser achacado pelo sujeito que se propõe a "olhar" o carro. A decoração é despoluída, e a iluminação indireta ajuda a dar o clima romântico, para jantares à luz de velas, que traduzem o espírito da casa, fechada na hora do almoço e aberta

David Patrick Louis Herrebrecht: projeto de ampliar o cardápio

Le Parisien - Rua Leão Coroado, 247, Alto de Pinheiros, tel.: (11) 3032-3562.

O Pato (Vinícius de Moraes)

O Pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco

Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo

apenas no cair da tarde. Ao som de jazz e bossa nova, os primeiros clientes chegam para o happy hour no bar no andar de baixo, e são depois convidados – pelos aromas que saem da cozinha – a subir ao mezanino para a refeição. O Festival do Pato vai até o dia 3 de novembro, com uma eleição sem segundo turno: o mais bem votado dos três pratos entra para o cardápio em caráter permanente. Quem optar pelo festival, paga R$ 40, escolhendo uma das três receitas. E ganha uma taça de vinho La Chamiza Malbec, safra 2004, da chilena Concha y Toro. Se deixar o pato de lado, fique com pennes aux champignons (R$ 35), ravióli recheado de queijo de cabra (R$ 35), camarão flambado no whisky (R$ 65) ou carré de cordeiro (R$ 42). Para beber, vinhos a escolher em uma carta com cerca de 30 rótulos. Há bons argentinos e chilenos, além de ótimos franceses. E ainda uísques e cervejas, refrigerantes e sucos. Entre as sobremesas, a boa pedida é o petit gateau (R$ 12), que chega à mesa festivamente decorado.

Comeu um pedaço De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo

Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela.

ADEGA

Sobremesa? Vinhos argentinos.

ão poucas as regras relacionadas ao consumo do vinho. É compreensível que muitos pretendam "regulamentar" esse consumo, para poder justificar o crescente número de cursos de vinhos, aulas, palestras etc. Mas as regras são realmente poucas, e não há porque serem rígidas ou fixas. Uma dessas tendências é o consumo de vinhos doces com as sobremesas, principalmente se também doces. Com o grande aporte de vinhos argentinos ao nosso mercado (embora muito pouco dos vinhos doces), pensamos em relacionar esses vinhos, disponíveis em seu país e no Brasil, em que também não são muitos. Como o processo da botritização (no qual um fungo desidrata a uva), não ocorre na Argentina, seus vinhos doces são apenas os de "colheita tardia", em que aumenta o teor de açúcar nas uvas ou os vinhos ditos "fortificados", em que se acrescenta aguardente ao mosto, como no vinho do Porto, resultando também um vinho doce. A esse respeito, contou-se Nicolas Catena, um dos mais importantes vinhateiros do país, um fato interessante. Há cerca de 15 anos, Robert Parker, o polêmico crítico de vinhos e seu amigo, convidou Nicolas para uma degustação de vinhos Tokay (vinhos húnga-

Sérgio de Paula Santos ros botritizados) que o encantaram. Importou-os, e por engano, veio muito maior quantidade que a pretendida. Teve então que vender a vários restaurantes, nos quais após algum tempo (o vinho era desconhecido) o Tokay agradou muito. Houve então demanda e não havia vinho doce no mercado, nem importado e muito menos produzido no país, onde nunca fora apreciado. Outro fato, que recentemente constatamos, na capital do país. Na carta de vinhos do restaurante do Jockey Clube, entre quase duas centenas de vinhos, havia um único vinho doce de colheita tardia. Conclui-se que o vinho não deva ser muito procurado. Mesmo assim, localizamos pelo Guia de Vinhos Argentinos que mais respeitamos, o de Elisabeth Checa e

Martin Cuccorese (Vocación SRL), edição 2006, treze vinhos de colheita tardia (dos quais conhecemos apenas alguns poucos) e 5 de vinhos fortificados, tipo Porto. São eles: Afincado Tardio - Produzido pela Terraza de los Andes, o único vinho argentino produzido a partir da variedade Petit Monsang, com 87,5 g. de açúcar/litro. O vinho é notável, e embora a Terrazas esteja representada no Brasil, sua incompetência não fez vir esse vinho ao país. Dos vinhos argentinos de colheita tardia, é o nosso preferido. G

Seguem-se: Cosecha de Otoño 2003 - Cavar de Weinert, 140 g/litro. G Don Nicanor Tardio 2002 - Nieto Senetiner, 120 g/l. G

G Finca El Retiro Tardio 2003 - Tittarelli, 10 g/l. G Fond de Cave Tardive de Trapiche, Trapiche, 100 g/l. G Henry Cosecha Tardia 2003, Lagarde, 60 g/l. G Late Harvest 2004, La Celia, 120 g/l. G L'Elisir d'Amore 2003, V. Bianchi, 98 g/l. G Luigi Bosca Gewürz traminer, Luigi Bosca, 77,75 g/l. Apesar da dificuldades do cultivo da variedade, fora da Alsácia, o vinho encanta. Muito bom, e encontra-se no Brasil. G Saint Felicien Semillón Douce 2003, Catena 2 apata 99 g/l. Também muito bom. G Santa Júlia Cosecha Tardia 2003 Família Zuccardi 110 g/l. Bom vinho, apesar da pouca modestia dos produtores. G Tardio Otoñal de Santa Florentina, La Riojana, 100 g/l. G Viña Amalia Vendimia Tardia 2003, Viña Amalia 62 g/l.

Não encontramos no guia consultado a colheita tardia da empresa Rutini, mas existe um, muito correto. Dos vinhos fortificados, não cabe comentar, pois se for para consumi-lo, nada como um Vinho do Porto. Para uma sobremesa com chocolate ou um doce de ovos ou amêndoa, nada como um Vinho do Porto. Não é regra, é apenas bom sendo ou talvez bom gosto mesmo. Se gosto não se discute, educa-se. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, S. Paulo, 2003.

venenos. Conhecido também como médico dos gladiadores e, por isso, pai da medicina esportiva, foi um dos primeiros a estudar e tratar lesões em articulações e problemas musculares. Mais tarde, cuidou do imperador Marco Aurélio. Nos seus inúmeros tratados, que compõem uma extensa doutrina médica, fez a defesa dos efeitos benéficos do vinho à saúde. Contra infecções gastrointestinais, indicava os encorpados. Para as hemorragias, os vinhos ricos em tanino. No ranking de Galeno, os vinhos de Falernum aparecem em primeiro lugar, disputando com a bebida mais dura e mais "austera" de Surrentinum. O médico também faz elogios aos brancos romanos, fortes e levemente adstringentes, como "fluídos".

http://www.sorrentoinfo.com/itinerari/itinerari_vesuvio/wine_gastronomic.asp http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/librar y/historical/ar tifacts/antiqua/

Paulinho Tapajós e Marcello Lessa: produção cuidadosa

Fotos: Reprodução

Magret com pimenta do reino verde e purê de mandioquinha, a melhor das três receitas do festival

s vinhos apreciados pelos romanos nos primeiros séculos da Era Cristã eram preparados nas regiões do Lazio e Catânia, numa faixa entre Roma e Sorrento, cruzando o Golfo de Nápoles e a fértil região do Vesúvio (Vinun –The History of Roman Wine, Stuart J. Fleming). Citações desses "soberbos" e "ardentes" vinhos aparecem nas Odes de Horácio e nas descrições de memoráveis banquetes feitas por Athenaeus. Na História Natural de Plínio lemos que o imperador Tibério rotulava os "saudáveis" vinhos de Surrentinum como "generosos vinagres". Outros elogios foram feitos pelo médico grego Galeno de Pérgamo (c. 131-201 d.C.). Vinho e ervas eram ingredientes indispensáveis nas suas receitas, principalmente nos antídotos de

ENCONTRO

Neste par ou ímpar, ganha o público Aquiles Rique Reis

Q

uando dois compositores se encontram, a música vem junto. Entre chopes e traçados, tendo a forrálos torresmos e moelas, o violão é parte da cena. Encostado a uma cadeira, lá fica ele, dócil e mudo, a esperar o chamamento ao qual não costuma se fazer de rogado para aceitar. Paulinho Tapajós e Marcello Lessa não fugiram à regra. Desde 2005, quando lançaram Viola Violão (selo Dabliú), não se esqueceram que viraram uma dupla – se para sempre, só o tempo dirá. Imbuídos do sentimento que acomete os que experimentaram juntar sua voz a outra e viciados no som conjunto resultante, lá foram eles novamente gravar as suas músicas e também as feitas por Paulinho junto com outros parceiros. Está nas lojas. Cabe ao apreciador garimpar até encontrá-la – sim, porque certamente existem aquelas que vendem Par ou Ímpar (lançamento do selo Kuarup, de Mario de Aratanha), o novo CD de Paulinho e Marcello –, mas há que calçar um bom sapato velho para ir à cata. Trabalho musical cuidadosamente produzido pela dupla de compositores/cantores, Par ou Impar se revela uma obra de boa qualidade. Paulinho Tapajós vem de uma família de músicos (infelizmente já falecidos): além de filho de Paulo Tapajós e sobrinho de Haroldo Tapajós, que formaram dupla famosa nos anos 1950, é irmão de Dorinha (vocalista do Quarteto em Cy) e de Maurício Tapajós – grande compositor e militante das políticas ligadas à música, cuja obra foi recentemente interpretada por diversos artistas no CD Sobras Repletas (CPC-UMES). Paulinho é autor de mais de 300 músicas, inúmeros sucessos, quase todos presentes em Par ou Ímpar: No Tempo dos Quintais(com Sivuca); Coração Poeta (com Nelson Cavaquinho); Coisa do Coração (com Mu Carvalho) – tema da novela Os Ricos Também Amam, do SBT; Irmãos Coragem (com Nonato Buzar) – tema da novela homônima; Sapato Velho(com Mu Carvalho, da Cor do Som, e Cláudio Nucci, ex-Boca Livre), sucesso do Roupa Nova; e Cantiga por Luciana (com Edmundo Souto), vencedora em 1969 do IV FIC, da TV Globo, interpretada por Beth Carvalho. Todas elas cantadas sobre arranjos que, se não reproduzem fielmente os originais, muito os

lembram. O resultado é uma prazerosa rememoração. O “quase”, escrito no início deste parágrafo, fica por conta da inexplicável ausência de Andança(com Edmundo Souto e Danilo Caymmi), terceiro lugar no FIC de 1968. Marcello Lessa é compositor, violonista e arranjador (criou todos os das 15 faixas de Par ou Ímpar), além de produtor musical. Junto com Paulinho, assinou nove parcerias em Par ou Ímpar. Um bom samba deles abre o CD: Brasileiro, samba-exaltação a contar com um refrão contagiante que lhe dá ares de sucesso (isso, logicamente, se houvesse rádio e televisão dispostos a levá-lo aos ouvidos do público que certamente lhe conferiria o devido valor). Há ainda Baixo Leblon, um samba bossa nova, com a participação especialíssima de Wanda Sá – atenção, Manoel Carlos, esta música vestiria como uma luva a sua novela Páginas da Vida; Só Xote, com o belo acordeão de Chiquinho Chagas; o bolero Vestido Azul, que traz bom solo de sax tenor por Zé Carlos Bigorna, boa letra e a ótima participação especial de Luis Melodia. Ótimas também são as participações de Eudes Fraga (em Pagode Caipira e O Camponês), Lozinha Ta p a j ó s, Gerli e Aline Anandi (em Coisas do Co ra ç ã o ) Wanda Sá chega em e Claudia Baixo Leblon Telles (em Cantiga por Luciana). Par ou Ímpar é uma festa organizada para mostrar que estão vivos e criativos os dois compositores que se esmeraram para superar as visíveis dificuldades como cantores. Tudo soa comovente, desde o profissionalismo com que encararam todas as etapas de elaboração do disco até o resultado final, carregado de contagiante alegria presente em cada nota cantada ou tocada por todos os que se atiraram ao trabalho, com a certeza de que o que está ali registrado é o melhor que têm a revelar. E não é pouco: ao contrário, é tudo. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

LAZER - 5

TELEVISÃO Diretores Latinos na TNT. E muita música

Villa-Lobos e uma casa de areia Regina Ricca jornada de mãe e filha em terras maranhenses, e é protagonizado por sua mulher, Fernanda Torres, e por sua sogra, Fernanda Montenegro, ganhou o

prêmio NHK de desenvolvimento de roteiro e o Prêmio Alfred P. Sloan Prize no festival de Sundance. Ainda no domingo, às 22h, retroce-

der no tempo é o convite que o programa Em Busca da Verdade, do The History Channel, faz aos telespectadores mais curiosos por períodos marcantes da história. No episódio inédito A Guerra de Tróia, o apresentador e caçador de aventuras Josh Bernstein entra em cena para checar o que pode ser considerado real em A Ilíada, o poema épico que descreve os episódios da guerra, que até hoje deixa muito mistério no ar. Bernstein viaja até a origem da lenda e inicia suas investigações acompanhado por uma equipe de especialistas e da mais moderna tecnologia. Ali ele descobre um bom motivo para acreditar que A Ilíada é muito mais que uma obra de ficção. 1976, Williamsburg, Virginia. Este é o palco de uma das últimas apresentações do cantor de folk-rock britânico Cat Stevens. O concerto, intitulado Majikat’ Live, foi gravado pela equipe de Stevens e as fitas ficaram guardadas em um cofre – sem edição e praticamente esquecidas. Dezoito meses depois desse show, Cat Stevens abandonou a carreira musical e se tornou oficialmente muçulmano. Stevens adotou o nome de Yusuf Islam, fez um casamento arranjado na nova religião e teve cinco filhos. Também abriu mão de todos os seus bens pessoais e fundou uma escola muçulmana perto de Londres. Em dezembro de 1978, Yusuf Islam ainda lançou seu último álbum, Back to Earth, mas ele teve vendagem modesta. Durante cerca de dez anos, ninguém mais ouviu falar dele, mas no final da década de 1980 ele reapareceu ‘repaginado’ pelo figurino muçulmano – o que causou verdadeiro choque em seus antigos fãs. O show Majikat’ Live será exibido neste domingo, 22, às 21h, pelo Eurochannel.

LEITURA Bem escrita, obra traz frases que nunca perdem o tom

O

livro O escorpião da sexta-feira (124 páginas, R$ 25,90), apresentado como romance, mas que na verdade é uma novela de pouco mais de cem páginas, do escritor gaúcho Charles Kiefer, lançado em segunda edição pela Editora Record (a primeira é de 2002), é muito bem escrito, com frases bem ritmadas que nunca perdem o tom. Mas infelizmente a contracapa e a orelha já contam todo o enredo. Esse modo de editar, que possivelmente tenha sido usado como chamariz, acaba levando a que o leitor não frua adequadamente a obra, que teria outro efeito, muito mais profundo, se lida sem o conhecimento anterior da contracapa e da orelha. Por isso, se aconselha aqui: quem estiver interessado nessa história de assassínios em série não deve ler a contracapa, nem a orelha, antes de ler o livro inteiro. Aí sim, sentirá todo o suspense e toda a emoção que a obra pode proporcionar. Kiefer é desses autores cujo talento é maior do que a própria obra, pois, como professor de escritores no Brasil e aluno de escritores nos Estados Unidos, aprendeu a disciplinar seus dinamismos criativos para enquadrá-los às contingências do mercado. Aqui ele tinha material para fazer uma obra de grande fôlego: o perfil psicológico do casal central, Antônio, um ex-seminarista que se tornou arquivista da Cúria de Porto Alegre, introvertido e reprimido, e Luísa, a vendedora de calçados que se apresenta como mulher misteriosa e fatal, ao mesmo tempo ávida de viver e à beira do suicídio, tinha tudo para formar um casal inesquecível na literatura brasileira, mas a limitação do tamanho do livro, para torná-lo mais vendável, praticamente amputou essa possibilidade. Com essa auto-restrição de seu fogo interior, o autor, que poderia ter criado uma obra marcante na história das artes nacionais, acabou produzindo um livrinho que serve no máximo como entretenimento, embora seja um bom entretenimento; é o que se chama de "leitura de praia". Outro chamariz dispensável são as minuciosas descrições de atos eróticos, semelhantes a todas as descrições de atos

O

clima de campanha presidencial não poderia ser melhor para quem quer aprender um pouco mais sobre o assunto. Se a alternativa for por meio da literatura a dica é Na Arena do Marketing Político – Ideologia e propaganda nas campanhas presidenciais brasileiras da Summus Editora (344 páginas, R$ 54,90). Organizado por Adolpho Queiroz, o livro está dividido em duas partes e discorre sobre campanhas

Assassínios em série Renato Pompeu eróticos que se possa imaginar, pois, feliz ou infelizmente, a sexualidade tem poucas variações; só mudam as posições, mas o conteúdo é o mesmo e, para o leitor que não se excita com textos, as descrições se tornam enfadonhas. O mais marcante do livro é o contraste entre Antônio e Luísa; é nessa vertente que o livro atinge os seus melhores momentos e é esse tema que faz valer a pena ler o livro. Aqui se invertem as noções tradicionais sobre o universo masculino e o feminino. Antônio é que é a força lunar, noturna, fechada, passiva; Luísa é so-

lar, luminosa mesmo à noite, aberta e ousada. Ao mesmo tempo, o íntimo tão protegido de Antônio é visível em todos os seus menores gestos – ele é transparente e sem mistérios; enquanto Luísa oculta a sua intimidade, apresentando-se cada vez de uma forma; e não se trata de uma forma camaleônica, que se adapta a cada ambiente – trata-se de uma forma que, se às vezes é adequada ao ambiente, às vezes o transgride. Antônio revela seu íntimo estático a cada momento, Luísa deixa entrever a cada instante uma infinitude de possibilidades mutantes, que in-

cluem desde o vazio até a plenitude. Antônio entra no mundo de Luísa como que levado pela vertigem diante de um abismo; inebriado e tonto, sua rigidez interna se recusa a acompanhar as mudanças frenéticas do dinamismo de Luísa. Até que, sinistramente, a rigidez interna de Antônio se estilhaça e ele parte para a ação, mas isso envolve uma maldição. Luísa é o turbilhão que devasta a vida pacata de Antônio, e a concha em que ele se abrigava voa em estilhaços, que, partindo de um bom católico, passam a ferir pecaminosamente o que fica fora dele. Diante de tudo isso, os outros trâmites da trama, revelados já na contracapa e na orelha – que, devemos insistir, é melhor não ler antes de ler o livro – a c ab a m sendo como que nobres pendur icalhos – coisas interessantes e i m p re s s i onantes, mas que não fazem parte da essência artística do livro, que é a contradição entre dois seres diversamente altivos. Fora da relação entre Antônio e Luísa, o que se tem são coisas, por assim dizer, acrescentadas, adicionadas – são os temperos que fazem receber o que há de substancial no livro. Vale a pena ler, quanto mais não seja só para imaginar quão grandiosa poderia ser a obra se Kiefer, ganhador de tantos prêmios e veterano das letras, aos 48 anos, não tivesse contingenciado seu talento para o que chamou de "reestréia literária", este livro sem surpresas para quem lê antes a contracapa e a orelha. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada Pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.

Ferrari: sempre o mais badalado dos carros

A

ntes de acompanhar a disputa dos pilotos em Interlagos, os apaixonados por velocidade já podem esquentar os motores sem medo de falhas mecânicas. O lugar ideal para um pit stop antecipado é na locadora. Para começar, vale apostar em Grand Prix (Grand Prix), de 1966, que mostra James Garner no papel de um piloto americano demitido da equipe Jordan – BRM depois de um acidente ocorrido no torneio de Mônaco. Na ocasião quem levou a pior foi seu companheiro de equipe, o inglês Scott Stoddard. Durante a recuperação do corredor, Aaron começa a pilotar em uma nova equipe a Yamamura. E lá que conhece a ex-esposa de Scott e começa um romance com ela. Dirigido por John Frankenheimer. Nas pistas francesas quem domina é Michael Delaney (Steve McQueen) no filme dirigido por Lee H. Katzin, 24 horas de Le Mans (Le Mans), de 1971. Quando ele retorna ao circuito de Le Mans, na França, chega decidido a vencer, principalmente por ter quase morrido no ano anterior. Com a volta às pistas, Michael conhece Lisa, viúva de um piloto que morreu no mesmo acidente. A

VELOCIDADE NA TELA

D

ois nomes brasileiros nas artes – um na música e outro no cinema –, uma nova versão sobre um famoso acontecimento histórico e um dos últimos shows de Cat Stevens, antes dele abraçar o islamismo, são alguns dos itens mais convidativos do cardápio televisivo na semana. O protagonista da primeira atração, que vai ao ar pela TVE amanhã, sábado, às 15h30, é o maestro Heitor Villa-Lobos (imagem), cujos choros de câmara compostos na década de 1920, que selaram seu reencontro com os temas brasileiros (depois de longo período influenciado pela música francesa), recheiam a pauta do concerto realizado no Centro Cultural dos Correios. O concerto fez parte do ciclo Obras Raras na Música Brasileira de Concerto, dirigido pelo maestro Ricardo Rocha, e é um programa nota dez para os apreciadores da boa música, pois cada choro escrito por Villa-Lobos privilegiou uma formação diferente, do violão solo à orquestra sinfônica. O segundo brasileiro retratado na TV é o diretor de cinema Andrucha Waddington, foco central do programa TNT Diretores Latinos, que vai ao ar pelo canal no domingo, 22, às 19h. O programa (que já apresentou a obra de Fernando Meirelles) mostra a trajetória artística de Andrucha, que começou no cinema trabalhando como assistente de direção de Cacá Diegues, Hector Babenco e Walter Salles. A partir de 1995, ao tornar-se sócio da Conspiração Filmes, Andrucha começou a assinar longas-metragens, vide os filmes Gêmeas (1999) e Eu Tu Eles (2000). Seu filme mais recente, Casa de Areia (2005), que narra a penosa

suspeita é de que ele tenha sido o causador do acidente. Quem também entende de corridas e ainda por cima diverte o público é Herbie, do clássico de 1969 Se Meu Fusca Falasse (The Love Bug), dirigido por Robert Stevenson. O fusca tem personalidade própria mas um mau caráter que é dono de uma agência de automóveis de luxo e piloto de corridas não dá o menor valor para Herby. Sorte do piloto boa praça (Dean Jones) que acolhe o simpático carro e em troca, Herby lhe dá diversas vitórias. A dupla ainda junta forças para lutar contra um rico rival. O eterno Rambo Sylvester Stallone (acima) já deixou sua marca nas corridas de Fórmula Indy no filme Alta Velocidade (Driven). Seu personagem é Joe Tanto, um veterano piloto que luta contra um trauma de um acidente grave ocorrido do passado. Além disso, o piloto tem que lidar com Cathy, sua ex-esposa que está casada com seu principal rival nas pistas. Renny Harlin assinou a direção do drama de 2001 que também tinha Burt Reynolds no elenco. Jean-Louis Trintignant (abaixo) é outro que lidou de perto com a velocidade. Foi no francês Um Homem, Uma Mulher (Un Homme et Une Femme), do diretor Claude Lelouch. O premiado romance mostra o drama de Anne

Gauthier (Anouk Aimée) e Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant). Ela é viúva de outro piloto e ele perdeu a mulher que cometeu suicídio. No encontro, os dois acham conforto um no outro ao viver um romance. Dias de Trovão (Days of Thunder), de Tony Scott, traz Tom Cruise (abaixo) como um talentoso piloto de stock car que logo no início da trama sofre um acidente com seu rival. No hospital conhece Claire Lewicki (Nicole Kidman) e, assim que se recupera, volta a competir, sonhando com futuras vitórias. As disputas nas pistas também foram mostradas em desenhos. O mais recente é Carros, da Pixar, ainda em cartaz. Mas há outras opções para ver antes de domingo como o campeão Speed Racer e a divertida Corrida Maluca. (Rita Alves)

ESTANTE eleitorais na imprensa, o papel da internet como arma estratégica, jingles e outros artifícios usados para conquistar o eleitor em torno do voto, abrangendo desde a época de Prudente de Moraes até Fernando Henrique Cardoso. Vírus - A política também é um dos temas discutidos na obra de Mike Davis O monstro bate à nossa porta – A ameaça global da gripe aviária (255 páginas, R$ 37,90), da Editora Record.

O autor reconstrói a história científica e política do desenvolvimento da gripe aviária que em 2003 matou 100

pessoas em uma semana e, segundo a Organização Mundial de Saúde, poderá matar até 100 milhões em

dois anos com o aparecimento de um vírus mais contagioso. Romance - Já em O Crime do Padre Amaro (386 páginas, R$ 6,90) as críticas são direcionadas à política portuguesa, à burguesia e ao clero. O clássico pertence à segunda fase de criação de Eça de Queiros e é considerado um dos mais célebres romances do Naturalismo português. Relançado pela Editora Escala, o livro faz parte da Coleção Grandes Obras.

Juventude - Em 2005, o romance Hoje está um dia morto, de André de Leones (160 páginas, R$ 32,90) foi vencedor do Prêmio Sesc de Literatura. A obra traz à tona anseios comuns ao jovem contemporâneo retratados por meio de dois adolescentes: Jean e Fabiana. Ambos tentam escapar de uma vida cheia de tédio e tristezas. Jean, por exemplo, num dia que parece ter nascido morto, resolve brincar de roleta-russa e... (RA)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de outubro de 2006

VISUAIS Cildo Meireles e León Ferrari investigam a comunicação Fotos: Divulgação

A Sonhadora: Pai (Kurt Russell) e filha (Dakota Fanning) tentam salvar cavalo

OUTRAS ESTRÉIAS

Auto-ajuda e um concurso de beleza Rita Alves

P Em Marulho, de 1997, Cildo Meireles conduz visitante a um mar de capas azuis de livros. Vozes misturadas dizem "água" em diversos idiomas

CIRCUITO TORRE DE BABEL Lúcia Helena de Camargo

D

uas Torres de Babel foram erguidas em São Paulo, na região da Luz. Uma delas, por Cildo Meireles, artista brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1948. Finalizada este ano, começou a ser construída em 2001 e tem cinco metros de altura e dois de diâmetro. A instalação consiste em um empilhamento de centenas de modelos de rádios antigos e novíssimos, em diferentes estados de conservação, sintonizados em estações diversas. Ao entrar na sala onde se impõe o poderoso totem, o visitante ora ouve palavras entreladas, ora músicas poluídas por ruídos. O tempo todo, impera a mistura de sons. A peça pertence ao acervo do Museu Vale do Rio Doce, de Vila Velha, Espírito Santo. E agora pode ser vista, até 26 de novembro, na Estação Pinacoteca – hoje sediada no prédio que já abrigou o macabro Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no passado palco de inquisições nada amigáveis, onde definitivamente as línguas faladas por uns não eram entendidas por outros. A Babel original, descrita na Bíblia no Livro do Gênesis, foi construída pelos descendentes de Noé com o objetivo de tocar os céus. Mas a ousadia e pouca devoção humana provocaram a ira de Deus, que teria então criado os idiomas, dividindo o mundo ao criar um monumental problema de comunicação entre os habitantes. Os trabalhadores não mais se entendiam e abandonaram a construção. A segunda Torre de Babel encontra-se na Pinacoteca do Estado. Essa obra, do argentino León Ferrari, de 86 anos, é uma escultura de 1964, feita em arames de aço, bronze e cobre, retorcidos e amarrados. Ao primeiro olhar, impera a sensação de estranheza. Ao saber o que o próprio autor dizia a respeito do trabalho, fica evidente que a percepção fragmentada era o alvo. Em seu caderno de anotações, Ferrari explica que "babelismo é fazer uma coisa sem unidade, com diferentes sensibilidades ou fazê-la com outras pessoas". No ano em que o principal evento artístico da cidade, a Bienal de Artes, propõe o tema Como Viver Junto, dois artistas questionam a possibilidade de entendimento e divisão de espaços. Como nem sempre é fácil compartilhar o planeta com todo o resto dos habitantes, eles continuam investigando a questão em outras obras, como Marulho (1997) , de Meireles, no qual uma plataforma leva a um mar de capas de livros. O azul evoca o mar e o som que se ouve parece barulho de águas inquietas. Para produzir esse efeito são usados susurros misturados, vozes que pronunciam a palavra "água" em diversos idiomas. Mais uma vez, Babel.

-Imagens (2002-2003), entre outros, exibidos até 25 de novembro no auditório da Pinacoteca às quartas, quintas e sextas, das 15h às 16h30; aos sábados das 10h30 às 12h. A entrada é gratuita, mediante a retirada de senhas 30 minutos antes das exibições. Entre as obras mais significativas expostas está Helicóptero, dos anos de 1980, colagem da série Releituras da Bíblia, em que toma símbolos religiosos e inclui neles temas militares; La Venus Tocada (1964) caixa que exibe muitas mãos sobre a beldade. Sobre fotografias em preto e branco de corpos femininos desnudos, clicados por Man Ray, o argentino imprime, em linguagem braile, versículos bíblicos, frases do surrealista André Breton e poemas de seu conterrâneo Jorge Luis Borges. Palavras em uma linguagem para cegos, impressas sobre amostras visuais de grande apelo. O entendimento possível ou a eterna Babel humana?

A torre do argentino: metais retorcidos

equena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, EUA, 2006, 101 minutos). O filme é uma comédia sobre uma família nada comum, que viaja de carro para participar de um concurso de beleza de pré-adolescentes. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. Amontoados em uma Kombi enferrujada, a família Hoover deixa as diferenças de lado e inicia uma jornada tragicômica de três dias, cheia de surpresas alucinadas que levam à grande estréia da filha Olive (Abigail Brelin). Dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, traz no elenco Toni Collette, Steve Carell, Abigail Breslin, Paul Dano e Alan Arkin. No Festival de Cinema de Sundance o longa-metragem foi aplaudido de pé. Downtown Filmes. Um cara quase perfeito (Man About Town, EUA, 2006, 96 minutos). Jack Giamoro é um dos melhores agentes de talentos de Hollywood, além disso tem muito dinheiro e é casado com a mulher de seus sonhos, a bela Nina. Apesar da aparente perfeição, ele sente a falta de algo mais e começa uma aula de redação para se entender melhor. Com a tentativa, o azar passa a andar ao lado de Jack: sua casa é invadida, é traído pela esposa e o diário que está escrevendo é roubado pela ambiciosa Barbi. O filme é dirigido por Mike Binder que chamou a atenção com o seu último trabalho, o muito bem elogiado, O Outro Lado da Raiva (The Upside of Anger) de 2005. A produção independente tem no elenco os astros Ben Affleck (Hollywoodland); Rebecca Romjin (Femme Fatale); Kal Penn (Superman: O Retorno); Adam Goldberg (O Resgate do Soldado Ryan); Jerry O´Connell (Jerry Maguire); e o experiente John Cleese (Sherk 2 e 3). Imagem Filmes. A Sonhadora (Dreamer: Inspired by a True Story, EUA, 2005, 102 minutos). John Gatin assina a direção e o roteiro do longa-metragem que conta a história de Ben Crane, interpretado por Kurt Russell, um treinador de cavalo de corrida que junto com a filha Cale (Dakota Fanning) tentam salvar a vida de um animal doente. Não demora muito tempo e os dois desenvolvem um carinho especial pelo cavalo. A torcida pela recuperação do animal é grande e a dupla faz de tudo para recuperá-lo. O objetivo é tentar preparar o bicho para disputar uma importante corrida de cavalos, Breeder's Cup. O drama produzido pelo trio Hunt Lowry, Brian Robbins e Michael Tollin traz no elenco Kris Kristofferson, Elisabeth Shue, David Morse e Freddy Rodríguez

Cinco metros de rádios ligados nesta Babel na Estação Pinacoteca

Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra de Cildo engloba, dentro da discussão sobre o espaço e proporções, o minúsculo cubo (menos de um centímertro de lado) de pinho e carvalho, que ocupa, isolado, um grande salão. As duas madeiras foram escolhidas para figurarem juntas porque, quando postas em atrito, produzem fogo e na mitologia dos índios Tupi, dessa

forma elas invocam o divino. A exposição de Ferrari, com curadoria de Andrea Giunta, também segue investigando entendimentos e desentendimentos, relatos e fatos, relações dos homens com Deus e vice-versa. Quem deseja entender o processo de criação do argentino, poderá assistir aos vídeos Arquiteturas da Loucura (2002), Homenagem (1992), León Ferrari

Babel - Cildo Meireles, na Estação Pinacoteca, Largo General Osório, 66, Luz, telefone (11) 3337-0185. León Ferrari: Poéticas e Políticas, na Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2, telefone (11) 3229-9844. Os dois museus abrem de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 4. Grátis aos sábados.

Escritos em braile sobre fotos de mulheres feitas por Man Ray: impossibilidade de entendimento

A Ilha do Terrível Rapaterra: vilão rouba e polui mares

A Ilha do Terrível Rapaterra (Brasil, 2006, 80 minutos). Dirigido e roteirizado por Ariane Porto o longa-metragem conta a história do conhecido vilão Rapaterra: ladrão de terras, devastador das matas e poluidor dos mares. O próximo plano do ladrão é roubar o único bem que ainda não possui, as terras do litoral. Para ter sucesso em seu objetivo, ele sequestra Dona Tude, uma mulher misteriosa conhecida por ser a maior contadora de histórias do mundo. A sorte de Dona Tude é que ela tem o apoio de uma turma de crianças que decide enfrentar os maiores perigos da mata e do mar para atingir a Ilha do Rapaterra e salvála. Além disso, poderão evitar a destruição do local. A importância e a fragilidade da natureza são temas da aventura ecológica que traz no elenco: Augusto Pompeu, Arlete Salles, Chrystopher Lion, Lili Fialho, Lima Duarte, A Pequena Miss Sunshine (alto) e Tadeu Mello. Um Cara Quase Perfeito Califórnia Filmes.


6

Nacional Justiça Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

CORRETORAS FACILITAM O USO DE HOME BROKER

248

milhões de reais por mês são movimentados na Bovespa pelo sistema de home broker

Danilo Verpa /Hype

HOME BROKER MAIS OPERAÇÕES A DISTÂNCIA NA BOLSA DE VALORES Investimentos financeiros feitos pela internet chegam a quase um terço do total

A

"qualidade" da informação financeira, segundo corretoras e analistas de investimentos, definirá o futuro do mercado de home broker (negociação de compra e venda de papéis pela internet). Passados sete anos desde a implantação do sistema, a média de acesso é de 60 mil usuários por mês, com um volume médio de R$ 248 milhões nas negociações, feitas por 53 corretoras que oferecem o produto. Os números, segundo o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Raymundo Magliano Filho, comprovam a boa aceitação do modelo, principalmente pela possibilidade de atrair potenciais aplicadores de outros estados. Uma das pioneiras no sistema, a corretora Socopa possui cerca de 3,7 mil investidores. O diretor da empresa, Marcos Monteiro de Barros, conta que 60% são de cidades fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Para analistas do mercado

O investidor já acostumado com o mercado de capitais opta pela agilidade e segurança desse modelo (home broker) Eric Cardoso Martins, da Corretora Spinelli financeiro, o modelo, assim como as demais tecnologias oferecidas ao investidor, passará por uma "peneira", ou seja, quanto mais o usuário se aprimorar, maiores serão suas exigências. No home broker, a informação financeira e a facilidade de entendimento do sistema oferecido serão as bases para esse "refino" do serviço. O coordenador de home broker da Corretora Spinelli, Eric Cardoso Martins, conta que a empresa oferece serviços de acordo com o perfil

do usuário. O investidor de "primeira viagem" usa o sistema pelo site. "O modelo é parecido com o de internet banking. Para evitar operações indesejadas, ele pede confirmação a cada negociação." No caso dos aplicadores mais habituados ao mercado financeiro, a Spinelli coloca à disposição o download da plataforma de home broker. A ferramenta possui maior agilidade nas transações, pedindo apenas a confirmação de senha. "O investidor já acostumado com o mercado de capitais opta pela agilidade e segurança desse modelo", diz Martins. A Spinelli, com cerca de mil usuários, cobra por ambos a taxa fixa de corretagem de R$ 19 por ordem executada. Qualidade – Defendendo o modelo de cobrança variável, a Fator Corretora coloca na informação o diferencial de seu produto. O responsável pelas "ferramentas" eletrônicas da corretora, André Siqueira, avalia que os produtos ofereci-

Roberto Lee, da Win: modelo mais simples para operações de home broker para os iniciantes

dos no mercado, em relação à plataforma de operação, não possuem grandes diferenças – afinal todos foram originados de uma mesma base. A qualidade da informação colocada à disposição é o que valorizará o serviço oferecido. Siqueira afirma que o mercado foi ocupado por corretoras "taxeiras", que não possuem estrutura e equipe para fornecer análises de qualidade sobre empresas e papéis. "O custo relativamente baixo de uma corretagem fixa pode virar prejuízo quando se faz uma compra

ou uma venda no momento errado", diz o executivo. Para se manter na briga "virtual", a corretora investiu R$ 9 milhões, grande parte destinada à modernização do atendimento à pessoa física. A resposta, segundo André, foi a marca de 25% nos investidores pessoa física de sua carteira. "Colocamos uma canal de tevê pela web. A programação é formada por análises e informações do mercado financeiro. Nosso usuário pode acompanhar de onde estiver." Novo modelo –Com cerca de três meses de vida, a Win, empresa da Corretora Alpes, possui um modelo de home broker com uma plataforma mais simples de operação, de acordo com o diretor de tecnologia da corretora, Roberto Lee. O executivo explica que o diferencial do modelo são as "Winnies"; janelas que permitem ao usuário identificar o nome do ativo (código da empresa junto à Bovespa), sua valorização durante o dia e as últimas cotações do papel no mercado financeiro. "Facilitamos ao máximo a compreensão do nosso sistema. A intenção é que o cliente o identifique com o seu modelo de internet banking, e não fique com receio de utilizá-lo", afirma Roberto Lee. A Win tem como público-alvo o pequeno e médio investidor de varejo. Segundo Lee, os programas para a pessoa física oferecidos pelo mercado ainda mantêm uma linguagem visual e vocabulário destinados ao investidor institucional. "Realizamos uma pesquisa junto à indústria de jogos eletrônicos para criar uma tela agradável e de fácil entendimento para o investidor", informa o executivo da Alpes. Davi Franzon

André Nunes de Siqueira, do Banco Fator: cobrança variável


4

Congresso Corr upção Eleição Planalto

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

TUCANO CONFIA NO ELEITORADO DO RIO PARA 'VIRAR'

Aqui em Caxias (RJ) me senti em Pindamonhangaba (SP) Geraldo Alckmin

Michel Filho / AOG

Eymar Mascaro

Ataque final

A NA TV, PROPOSTAS E ACUSAÇÕES.

U Esperança: tucano garante que é possível reverter a vantagem do adversário e que sente isso nas ruas.

ALCKMIN: 'AINDA DÁ' Candidato diz que a diferença (cerca de 20%) em relação a Lula é pequena

G

eraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, visitou neste domingo uma feira popular no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e garantiu ser possível reverter a vantagem apontada pelas pesquisas para o candidato-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma semana do segundo turno da eleição. "A pesquisa que vale é de domingo, dia 29", disse Alckmin a jornalistas durante passeio pela feira, onde foi acompanhado do ex-prefeito de Caxias e deputado estadual mais votado do Rio, José Camilo Zito (PSDB), e sua filha, Andréia Zito, eleita deputada federal. "A diferença é pequena, dá para tirar essa diferença tranqüilamente. No primeiro turno eu nunca passava de 30 (por cento), e quando abriu a urna eu tive 41,5 (por cento)", acrescentou Alckmin, que, segundo as últimas pesquisas estaria 20 pontos porcentuais atrás de Lula na intenção de voto dos eleitores. Durante o passeio, no qual passou por dezenas de barra-

cas vendendo CDs e DVDs falsificados, o tucano desviou de um mendigo que estava no chão, mas, ao ser avisado por assessores, retornou e apertou a mão do pedinte. Mais à frente, a comitiva do tucano se deparou com alguns militantes petistas empunhan-

No primeiro turno eu nunca passava de 30% (nas pesquisas de intenção de votos), e quando abriu a urna eu tive 41,5%. Geraldo Alckmin, ontem, na Baixada Fluminense

do bandeiras vermelhas e do candidato ao governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Alckmin apóia a candidata do PPS, Denise Frossard, no segundo turno estadual. Por alguns minutos, os partidários dos dois candidatos disputaram a empolgação no

grito e no agito das bandeiras, mas Alckmin passou rapidamente e dirigiu-se para um bar, onde tomou café e agradeceu Zito pela caminhada. "Foi muito bom", disse. Antes, na entrevista concedida a repórteres, ele demonstrou confiança no crescimento de seus votos no Rio de Janeiro, onde Lula venceu no primeiro turno com 47,18 por cento dos votos, contra 28,86 de Alckmin. "No Rio de Janeiro a campanha vai crescer, a gente sente na rua que a diferença aqui vai diminuir. E a Baixada Fluminense é muito importante, é muito populosa", afirmou o candidato. "Aqui em Caxias me senti em Pindamonhangaba (SP), o povo é muito hospitaleiro e caloroso", acrescentou, ao se referir ao município onde nasceu e do qual foi prefeito, antes de se tornar vice- governador e governador paulista. O tucano voltou a dizer que não privatizará empresas estatais e criticou o governo Lula em relação à disputa da Petrobras com a Bolívia na exploração do petróleo no país vizinho. Para ele, o Brasil teve uma postura "dúbia" (Reuters)

m resumo das propostas mais populares. Este foi o roteiro do programa eleitoral gratuito do candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, transmitido em cadeia de rádio na hora do almoço, ontem. O programa começou com críticas ao candidato oponente, que "dá emprego para companheiros ao invés de melhorar a situação do aposentado, que gasta com avião ao invés de investir em hospitais". O programa relacionou também as despesas do Palácio do Planalto e a falta de moradias populares. "Quero ser presidente para construir o Brasil do futuro. O Brasil do passado é o do mensalão, do escândalo de ministros envolvidos em crimes e corrupção". Na lista de projetos populares, o programa diz que o candidato pretende tornar o bolsa-família mais forte, aumentar o emprego para jovens, investir em casas populares, água, esgoto e escola, em restaurantes populares e em remédios gratuitos. O plano de governo será centrado em quatro áreas: ampliação e construção de estradas e ferrovias; saneamento, principalmente no Nordeste; casas populares; urbanização de favelas. "Tudo isso vai gerar milhares de empregos". O programa do candidato também voltou a citar que o ensino básico de qualidade será instalado em todo o País, assim que for eleito. (AE)

DOSSIÊ LULA DEVE EXPLICAÇÕES, DIZ TASSO.

P

ara o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a corrupção chegou a um ponto "insustentável" com as pessoas mais próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolvidas em escândalos. "É urgente que o presidente Lula se explique ao País antes das eleições ou então o povo brasileiro tem que assumir a consciência de que estamos vivendo uma crise moral, e que nós não podemos aceitar viver com a crise moral que é mais grave do que qualquer outra coisa", disse o senador cearense, ao comentar a descoberta de telefonema feito pelo chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, a Jorge Lorenzetti, apontado como o mentor de dossiê contra os tucanos. De acordo com Tasso, o presidente Lula "chegou a um ponto que não tem mais nem a quem culpar, porque todas as pessoas ao seu redor estão diretamente envolvidas em casos de roubo do dinheiro público". "Não dá mais. É preciso urgentemente que Lula se explique diante do País. Demonstrar que mentiram para a Nação, roubaram da Nação. É preciso que ele dê uma explicação rápida. "O País não pode entrar nas eleições com essa nuvem imensa na cabeça do Brasil", reclamou. (AE)

cúpula do PSDB admite que o seu candidato pode reduzir a diferença que o separa de Lula ampliando sua votação em três estados: Rio. Minas e Paraná. Isto é, em duas regiões, Sul e Sudeste. Nos dois centros as pesquisas acusam crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva. Os tucanos ainda se sentem surpreendidos pelas pesquisas, mas admitem que a diferença entre Alckmin e Lula seria bem menor do que a apontada. Detalhe: pelos dados que os tucanos recebem diariamente, colhidos por telefone, a diferença seria de 10 pontos e não de 19 como apontou, por exemplo, o Datafolha.

ALVO

Os tucanos estão usando o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) para ver se aumentam a votação de Alckmin no interior do Rio. É lá que está o eleitorado de Garotinho. Querem também que o prefeito César Maia continue atacando o eleitorado na capital. No 1º turno, Alckmin perdeu para Lula no estado: 44% a 25%.

VERDADE

Pelas pesquisas, Lula estaria herdando os votos que Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) alcançaram dos eleitores cariocas. Os tucanos trabalham para reverter esse quadro. Mas o Rio, que tem 11 milhões de eleitores, está mantendo a tradição de votar em Lula.

AVANÇO

Alckmin aposta no crescimento de sua candidatura em Minas, sobretudo depois que o governador Aécio Neves decidiu se dedicar à sua campanha em tempo integral. A diferença em favor de Lula em Minas, no 1º turno, foi de 10 pontos percentuais (46% a 36%).

EQUILÍBRIO

Aécio Neves admite que, no mínimo, Alckmin empata o jogo com Lula no estado, embora sua previsão seja de vitória do tucano no 2º turno. Minas tem o 2º maior colégio eleitoral do País, 13 milhões de votos. Aécio foi reeleito com 77% da votação.

CRESCIMENTO

O PSDB admite que Alckmin pode crescer mais no Paraná, estado com 7 milhões de eleitores. No 1º turno, o tucano alcançou 49% dos votos contra 35% do petista. Foram 14 pontos de diferença, graças ao apoio que Alckmin recebeu dos agricultores.

CAMPANHA

Lula tem procurado se aproximar do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição. O adversário de Requião é o senador Osmar Dias (PDT), aliado de Alckmin. Mas até agora Requião tem mantido a neutralidade, apesar de ser paparicado por Lula.

TRANQÜILIDADE

Alckmin está fazendo campanha no Rio Grande do Sul (7,5 milhões de eleitores) acoplado à candidatura de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Estado. Yeda lidera as pesquisas. Seu adversário, Olívio Dutra (PT) ainda não deslanchou no 2º turno.

CONFIANÇA

São Paulo não preocupa o tucano, porque a campanha está sendo apoiada pelo governador eleito José Serra. A meta de Alckmin é ganhar a eleição em São Paulo com mais de 20 pontos de diferença. Os tucanos acham que o seu candidato pode ter cerca de 5 milhões de votos a mais do que Lula no Estado.

CONTRA-ATAQUE

Apesar do favoritismo de Alckmin em São Paulo, os petistas acreditam que Lula será melhor avaliado nas urnas no 2º turno, porque a campanha está sendo coordenada por Marta Suplicy. A exprefeita ataca principalmente o eleitorado na capital (9 milhões).

MASSACRE

As novas pesquisas apontam que Lula voltou a crescer no Nordeste, estando com 75% de índice de intenção de voto, contra 25% de Alckmin. Bahia (9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões) são os estados responsáveis pelo seu crescimento na região.

DESVIO

O PSDB vai insistir na tese de que o dinheiro apreendido pela Polícia Federal, que seria usado para a compra de um dossiê contra tucanos, teria sua origem no PT. A oposição vai dizer que era recurso da campanha de Lula.

CRIME

Os tucanos querem martelar na tese de que o PT cometeu crime eleitoral. Portanto, podem pedir a impugnação da candidatura de Lula. Em tempo: corre no TSE uma ação encaminhada pelo PSDB e pelo PFL acusando Lula de crime de abuso de poder econômico.

MEA-CULPA

Alckmin continua achando que errou ao morder a isca das provocações de Lula sobre seu suposto espírito privatista. Mas Alckmin volta a dizer que apenas respondeu ao petista, desmentindo que pretenda privatizar a Petrobrás, CEF, Banco do Brasil e Correios, em caso de vitória.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Logo Logo

OUTUBRO

O diabo anda à solta, mas lá, nas Nações Unidas, nós o temos amarrado pelo rabo.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

Hugo Chávez, presidente venezuelano, em um ato eleitoral para mulheres, referindo-se ao presidente dos EUA, George W. Bush, e à batalha da Venezuela para conseguir uma vaga no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

23 Nascimento da pintora e escultora brasileira Lygia Clark (1920-1988)

L ITERATURA I NTERNET

O único sábio em Sião

Uma wikipedia intelectualizada O co-fundador da Wikipedia anunciou a criação de uma nova enciclopédia, a Citizendium. Ao contrário da enciclopédia livre, em que qualquer internauta pode colaborar editando o conteúdo, o novo projeto contará com a colaboração de especialistas em diversas áreas de conhecimento e exigirá um registro para que se possa participar O objetivo de Sanger é dar maior credibilidade ao conteúdo da enciclopédia online. Por isso, os colaboradores não poderão mais contribuir como anônimos, terão de comprometer o próprio nome com as informações oferecidas. Com isso, o criador do

projeto espera contar com conteúdos produzidos por universidades e outras comunidades acadêmicas. Mesmo com todas essas alterações, o Citizendium será, na essência, uma Wikipedia menos amadora. A consulta ao conteúdo será gratuita, as páginas não terão anúncios, o financiamento dependerá de doações voluntárias e o software utilizado para edição e armazenamento dos dados será o mesmo, o MediaWiki. Para Sanger isso afastará do site os desocupados que se divertem colocando informações falsas nos artigos.

D ECORAÇÃO

E STUDO

Irlandesas e inglesas de porre

L

Clientes de um diferente restaurante da província de Shenzhen, ao sul da China, jogam cartas sentados em privadas. Os vasos decoram todo o ambiente.

As irlandesas e as inglesas são as mulheres que mais bebem álcool em todo o mundo, segundo um estudo publicado neste domingo pelo jornal britânico The Independent on Sunday. O relatório revela que 57% das irlandesas e 33% das inglesas bebem álcool de forma abusiva, um consumo 11 vezes superior ao das italianas e alemãs. Para o estudo, foi feita enquete com mais de 17 mil mulheres e homens de 21 países.

Eisner desvenda uma das maiores farsas históricas: os "Protocolos dos Sábios do Sião". Will Eisner Companion

A

caba de sair, pela e d i t o r a C o m p anhia das Letras, "O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião", último livro do fabuloso cartunista americano Will Eisner (1917-2005), publicado originalmente no ano passado com o título "The Plot: The Secret Story of The Protocols of the Elders of Zion". Eisner levou quase 20 anos para fazer o trabalho, que consiste numa investigação jornalística ilustrada e rigorosa sobre uma das maiores farsas históricas, o documento chamado "Protocolos dos Sábios do Sião". Citado por Hitler, endossado pelo czar Nicolau II, o documento é uma infâmia antisemita que tem origem prosaica: trata-se de um plágio

Eisner: literatura perversa

grosseiro feito por um "aspone" soviético, Golovinski. Ele copiou (e copiou mal) um livro escrito em 1864 pelo francês Maurice Joly, "O Diálogo no Inferno entre Maquiavel e

Montesquieu". Fez isso com a intenção de dissuadir o czar de implementar reformas liberais, apoiadas pelos seus conselheiros judeus próximos, e criar divisão e ódio. "Eu conhecia o livro, e por bastante tempo o releguei à biblioteca da literatura perversa, ao lado de 'Mein Kampf' (de Adolf Hitler). Só então o li de fato e comecei a investigar a sua história", contou Eisner. Ele mostra como, mesmo depois de revelada a verdade pelo jornal "London Times", cujo repórter recebeu o original de um exilado russo (outras publicações depois também mostraram a farsa), os pressupostos racistas e reducionistas dos Protocolos continuaram sendo usados e recitados por fascistas de todos os recantos do planeta. (AE)

L

FÓRMULA 1 - Um helicóptero fez um pouso forçado ontem em um terreno próximo à marginal Pinheiros. As seis pessoas que estavam a bordo, entres elas uma criança de 13 anos, voltavam do Grande Prêmio de Fórmula-1. Todos sofreram apenas escoriações. A STROLOGIA

E M

C A R T A Z

PINTURA

Obras da série Carnaval (foto) de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), na Galeria Pimakotheke de São Paulo. Rua Ministro Nelson Hungria, 200. Telefone: 3758-5201. Das 10h às 20h. Grátis.

Imóveis regularizados

The Tornado USB Direct Transfer Kit é um acessório que simplifica a tarefa de transferir dados entre dois computadores. De modo seguro e rápido, o Tornado usa a tecnologia USB para transferir dados em alta velocidade. US$ 59,95.

O recadastramento de imóveis em São Paulo termina no fim do mês e a Prefeitura já garantiu: não vai prorrogar o prazo. Para obter as informações e o formulário, que deve ser preenchido e enviado pelo correio ou entregue nas subprefeituras, basta acessar o site. Quem não fizer o recadastramento está sujeito a multa de R$ 58,80 e não poderá usar créditos obtidos com a nota fiscal eletrônica no abatimento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

www.thetornado.com/

https://www3.prefeitura.sp.gov.br/

site/product.shtml

sf8663/

T

A TÉ LOGO

Arte: O. Sequetin

ra grandeza continua sendo a maior estrela já observada: comparando-a ao sol, ela representa uma bola de basquetebol diante da ponta de uma agulha (Logo, 22/08/06). Mitologicamente, os gregos relatam que Scorpius foi enviado pela deusa caçadora Diana para matar Órion, que intervinha insistentemente em suas ati-

vidades. Mas o emissário jamais conseguiu atingir a meta: quando Órion põe-se a oeste, Escorpião vem surgindo a leste, e modo que os dois jamais se encontrem. Astrologicamente, o astrônomo André Fonseca, do Centro de Estudos do Universo, em Brotas (SP) lança um qu esti ona ment o: "O Zodíaco devia ter treze signos e não doze, pois a trajetória solar passa por Escorpião apenas alguns dias, percorrendo a elíptica mais longamente através de Ophiucus, a constelação vizinha". Outra polêmica que a Astronomia acaba de introduzir nos debates astrológicos acerca desse signo, foi reclassificar seu planeta regente Plutão, rebaixando-o à categoria de anão... Características do signo: pesquisa, análise, poder, controle, transformação, regeneração. Armando Serra Negra

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Levantamento mostra que grandes empresas quadruplicaram lucros Mercado financeiro tem agenda movimentada nesta semana

L

Transferência rápida de dados

radicionalmente, o centro da elíptica começa a ser ocupado – de hoje ao dia 21 de novembro – pela constelação do Escorpião (Scorpius). Sua origem estava associada às pragas e secas que se abatiam sobre o Egito nesta época do ano, e desde tempos imemoriais os gregos, árabes, persas e latinos a representavam dessa forma, em virtude do agrupamento estelar assemelhar-se nitidamente à figura de um escorpião. Uma das constelações mais características e fácil de ser observada, entre as inúmeras estrelas percebe-se claramente as garras, o corpo e o ferrão. No peito, brilha Antares, uma das quatro guardiãs do céu – as "Estrelas Reais" –, que naquela época indicava o inicio do outono (no hemisfério norte). O equinócio encontra-se agora em Libra. Essa gigante vermelha de primei-

L

R ECADASTRAMENTO

O poder de escorpião

L

G @DGET DU JOUR

Os carros europeus podem ganhar um selo ambiental nos próximos anos. Preocupados com a dependência cada vez maior da energia russa e do Oriente Médio, a União Européia vem adotando uma série de medidas para tentar reduzir suas vulnerabilidades energéticas nas próximas décadas. Entre as ações propostas está a criação de um selo estipulando um limite de emissões de dióxido carbono até 2012. Para a Comissão Européia, a medida estimularia as empresas a fabricar motores mais eficientes, economizando energia e reduzindo a importação de petróleo. O teto para a emissão de gases seria de 120 gramas por quilômetro. (AE) A MBIENTE

Uma pesquisa que permitirá elaborar estudos para a recuperação dos danos causados ao meio ambiente ao longo das rodovias federais será iniciada hoje pelo Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), uma parceria entre o Exército e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Militares percorrerão cerca de 40 mil quilômetros de estradas na segunda fase do Plano Nacional de Regularização das Rodovias Federais. Com GPS, eles cadastrarão os problemas ambientais encontrados principalmente nas rodovias consideradas prioritárias para o escoamento da produção. (AE)

Doidões, mas sem Alzheimer que podem inibir a memória e a cognição em vítimas do Alzheimer, disseram os pesquisadores em artigo publicado na revista Molecular Pharmaceutics há uma semana. A idéia não é que as pessoas com riscos de desenvolver a doença passem a usar a maconha, mas usar o THC para desenvolver medicamentos mais eficazes contra a doença, principal causa de demência entre idosos. O mal de Alzheimer provoca perda da memória, incapacidade de tomar decisões e redução na habilidade linguística e motora.

Limite para a emissão de gases

Militares mapeiam danos nas estradas

Fernando Cavalcanti/AE

C IÊNCIA

Os velhos hippies acabam de receber uma boa notícia: um estudo realizado no Instituto Scripps de Pesquisa, na Califórnia, mostra que fumar maconha pode prevenir o mal de Alzheimer. Isso porque o componente ativo da maconha, chamado delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), protege os níveis de um importante neurotransmissor cerebral, a acetilcolina. Essa proteção seria mais eficaz do que a oferecida pelos medicamentos desenvolvidos para esta função. O THC também é mais eficaz em bloquear massas de proteínas

E NERGIA

Acidente com ônibus deixa 6 mortos e 35 feridos na Castello Branco

B RAZIL COM Z

Experiência antipoluição O site PlanetSave, sobre meio ambiente, destacou no fim de semana a experiência de uma empresa de ônibus urbanos brasileira, a B100, que utiliza um novo mix de biocombustíveis para reduzir a emissão de gases resultantes da queima de combustíveis fósseis. A mistura – 30% de biodiesel, 8% de álcool e 62% de óleo diesel – será usada em 1.900 ônibus, 25% da frota da cidade de São Paulo. O novo mix foi desenvolvido pela empresa em conjunto com a Petrobras e deverá ser patenteado em breve pelas companhias. O site destaca que o Brasil usará, a partir de 2008, obrigatoriamente, pelo menos 2% de biodiesel adicionado ao diesel comum. G RÃ-BRETANHA

Príncipe e guarda florestal O príncipe William, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico, poderá mudar o uniforme militar pelo de guarda florestal. A notícia foi divulgada pelo jornal britânico Daily Mail, segundo o qual o príncipe, de 24 anos, teria decidido abandonar a carreira militar após sua graduação na academia Sandhurst em dezembro. O filho mais velho de Charles e Diana gosta de atuar como soldado, mas teve que reconhecer que não é muito provável que chegará a combater, já que sua presença na primeira linha de batalha pode colocar em risco as vidas de seus companheiros.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7 por cento foi o rendimento médio dos fundos de investimento DI no mês de setembro, segundo a Anbid.

1,04 20/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 18/10/2006 18/10/2006 18/10/2006 18/10/2006 18/10/2006

P.L. do Fundo 10.659.583,67 1.464.999,77 8.009.480,74 17.709.509,69 1.306.550,58

Valor da Cota Subordinada 1.211,807801 1.105,913403 1.195,601348 1.122,356723 1.116,445576

% rent.-mês 0,8771 1,0592 2,8953 0,1780 1,2600

% ano 24,03272 10,5913 19,5601 12,2357 11,6446

Valor da Cota Sênior 1.007,523382 1.094,624047 1.108,891547 0 0

% rent.-mês 0,6942 0,6373 0,6943 -

% ano 0,7523 9,4624 10,8892 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Congresso Planalto Corr upção Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

JUSTIÇA MANTÉM SIGILO SOBRE INVESTIGAÇÃO

A quem interessa que essa CPI não chegue aos mandantes do crime? Raul Jungmann

Reprodução / AE

JUNGMANN VAI PEDIR MANDADO CONTRA A PF O vice-presidente da CPMI dos Sanguessugas quer que a Justiça avalie se a Polícia Federal estaria obstruindo as investigações sobre a negociação do dossiê Vedoin. Ele quer esclarecimentos antes do segundo turno das eleições. O deputado diz que o relatório da PF vazou para imprensa sem conhecimento prévio dos membros da CPMI.

O

deputado Raul Jungmann (PPSP E ) , v i c e - p re s idente da CPMI dos Sanguessugas, vai sugerir aos seus colegas, nesta semana, que a comissão entre com mandado de segurança contra a Polícia Federal por obstrução das investigações. Jungmann alega que a CPMI até agora não recebeu o relatório parcial do inquérito da PF sobre a trama envolvendo a tentativa de compra, por parte de petistas, do dossiê Vedoin contra tucanos. "A pergunta que não quer calar é: a quem interessa que essa CPMI não chegue aos mandantes do crime, aos responsáveis?", questionou o deputado. Jungmann reclamou que o relatório "vazou" para a imprensa na sexta-feira sem que os integrantes da CPMI tivessem acesso ao documento. Disse também que o vazamento omitiu trechos importantes da apuração.

Definidas as etapas da investigação

O

relatório parcial das investigações da Polícia Federal sobre a negociação do dossiê Vedoin, que traria acusações contra políticos do PSDB, traz as próximas etapas do caso. A PF pretende checar a origem dos dólares apreendidos com petistas para a compra do dossiê, aprofundar a investigação sobre os reais suspeitos de terem ligação com o jogo do bicho no Rio de Janeiro, além de ouvir novos depoimentos dos envolvidos no caso. A PF afirma no relatório que, mesmo com todos os depoimentos, não foi possível identificar a origem do dinheiro, pois ninguém forneceu informações suficientes. Com isso, os investigadores precisam encontrar provas técnicas, ou seja, rastrear o caminho dos US$ 248 mil e R$ 1,1 milhão, apreendidos com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, ligados ao Partido dos Trabalhadores e à campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Federal também quer ouvir os depoimentos do candidato do PT derrotado ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, os dirigentes da revista IstoÉ (que publicou uma entrevista em que o dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin, acusa o exministro José Serra) e Darci José Vedoin. Além disso, a PF quer pegar novos depoimentos de Gedimar Passos, Hamilton Lacerda (ex-assessor de campanha de Mercadante), Jorge Lorenzetti (ex-coordenador de inteligência campanha de Lula) e o próprio Luiz Antonio Vedoin. (Agência Brasil)

Gustavo Miranda / AOG

Quem vazou isso não vazou as quebras de sigilo bancário, as transcrições telefônicas, nem o cruzamento de dados. Raul Jungmann "Quem vazou isso não vazou as quebras de sigilo bancário, as transcrições telefônicas, nem o cruzamento de dados", insistiu o vice-presidente da CPMI. "Há um crime aqui e isso caracteriza processo de obstrução da investigação." Para Jungmann, é preciso esclarecer o escândalo do dossiê antes do segundo turno da eleição, no próximo domingo, "para que não pairem dúvidas". O deputado apóia o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, mas disse confiar no interesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em resolver o assunto com urgência. Depoimento – O empresário paulista Abel Pereira presta depoimento hoje, às 9 horas, na superintendência da PF em Cuiabá (MT). Abel Pereira é suspeito de ter participado do esquema de compras de ambulâncias superfaturadas e desvio de dinheiro público. O empresário será ouvido pelo delegado Diógenes Curado Filho, responsável pelas investigações. A PF também apura a possível participação de Abel Pereira na negociação do dossiê. (Agências)

OS CINCO PRÓXIMOS PASSOS DA PF

JUSTIÇA LIBEROU O RELATÓRIO Paulo Liebert / AE

A

Justiça Federal permitiu a divulgação do relatório preliminar da Polícia Federal sobre o caso da tentativa de compra, por pessoas ligadas ao PT, de um dossiê contra políticos do PSDB. O juiz Jéferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Mato Grosso, entendeu que a liberação das informações não iria prejudicar o inquérito. Na mesma decisão, tomada anteontem à tarde, ele manteve o sigilo sobre as investigações do caso, atendendo, em parte, a ação apresentada pelo Partido dos Trabalhadores, que colocava à disposição da Justiça suas informações bancárias e pedia o fim do sigilo sobre as investigações. O juiz negou a quebra do sigilo das investigações por en-

princípio de que a tender que isso regra quanto ao provocaria prejuípoder público é a zo do inquérito da publicidade, senPF, além de revelar do o sigilo a excenomes de pessoas ção. Também ponque ainda estão derou que os conssendo investigadas tantes vazamentos e não têm sua partiestavam causando cipação definida, desinformação gepodendo acabar neralizada e preinocentadas. juízo nas investi"A absoluta pugações. blicidade dos daCobrança – Em dos e documentos, Schneider: decisões. Fortaleza, mesmo com a antecipação das futuras diligências poli- sem tomar conhecimento da ciais, pode redundar, ao final, decisão, o presidente nacional na falta de resultados úteis à do PSDB, senador Tasso Jereisinvestigação, comprometen- sati (CE), um dos mais contundo a elucidação dos fatos", es- dentes críticos à falta de esclacreveu o juiz Schneider em sua recimentos sobre o dossiê, voltou ontem a cobrar explicações decisão. Ele permitiu a divulgação sobre as novas denúncias feido relatório parcial baseado no tas pela revista "Veja" desta se-

mana contra o filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha". "Eu sou muito cuidadoso. Não gosto de misturar família com política. Mas, nesse caso, as nuvens estão pesadas demais. Acho que está na hora desse rapaz (Lulinha) vir a público explicar essa sua fortuna. Ele não pode ficar assim, sem dar explicação", disse Tasso. Jereissati voltava do interior, para onde foi no sábado percorrer os municípios de Icó e Missão Velha, na região Centro-Sul, em campanha pela eleição de Geraldo Alckmin. Em Icó, participou de uma carreata pelas principais ruas da cidade. À noite, em Missão Velha, bateu duro na Transnordestina, cujas obras estão paradas. (Agências)

V

eja a seguir quais os cinco passos previstos pela Polícia Federal: 1) Conclusão dos trabalhos sobre a origem dos dólares; 2) Outras diligências para comprovar que “parte do numerário em reais veio da contravenção carioca”; 3) No devido tempo, oitivas do senador Aloizio Mercadante, do responsável pela revista IstoÉ, de Darci José Vedoin e de pessoas identificadas no decorrer das diligências restantes; 4) Deverão ser ouvidos novamente Gedimar Passos, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti e Luiz Antonio Trevisan Vedoin; 5) Conclusão das perícias do dinheiro e das imagens do Hotel Íbis, em São Paulo, onde foram presos os petistas e o dinheiro da negociação. Fonte: Agência Brasil


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

Privatização, sempre

ANTONIO DELFIM NETTO

DEVOLUÇÃO NECESSÁRIA uitas pessoas acreditam que colocar ordem nas contas do governo (que é em última análise o ajuste fiscal) exigirá cortes nos gastos com os "programas sociais" e prejudicará o próprio crescimento da economia. Com esse tipo de "argumento" o debate não prospera, retardando decisões que devem ser tomadas logo no primeiro ano do próximo mandato presidencial, sob pena de agendar uma enorme crise fiscal em dois ou três anos, no máximo.

Antes, o governo era obrigado a colocar o dinheiro bom do contribuinte numa estatal ruim.

a campanha do segundo turno o candidato da situação, e atual presidente, tem tentado destruir o candidato da oposição utilizando-se do jogo da privatização. A tentativa de colar no candidato que empresas estatais sofreriam proG Quem cesso de privatizaconhece ção é um jogo estranho, já que este jaeconomia mais disse algo pode ver, sobre isso. Ao concom trário, erroneamenclareza, o te, passou a negar acerto da sistematicamente o política de fato. Dizemos erroprivatização. neamente, pois, quem conhece um G Lula mínimo de econotentou mia, e acompanhou destruir o as privatizações reacandidato lizadas no Brasil nos últimos anos, pode da ver, com clareza, o oposição acerto da política de com o jogo privatização. da antiVeja-se, por exemprivatização. plo, a privatização d a s s i d e r ú rg i c a s G Cada brasileiras, entre macaco no elas a CSN - Compaseu galho. n h i a S i d e r ú rg i c a

N

Privatizar éo caminho correto. A produção é para quem é do ramo.

Luiz Prado/LUZ

M

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Nacional, que era uma empresa inviável e que apresentava sistemáticos prejuízos. Obrigava o governo a colocar numa empresa ruim o dinheiro bom do contribuinte. Além do conhecido "cabide de emprego" que essa empresa representava. Todas as estatais, salvo raras exceções, como nos casos da Petrobrás e da Vale do Rio Doce, apresentavam essa situação melancólica e vergonhosa ao país. Uma vez privatizada, a CSN transformou-se numa empresa que gerava lucro, emprego decente, etc. O governo, ao invés de colocar dinheiro nela, passou, obviamente, a receber impostos sobre seus lucros. Uma pequena diferença que só não vê quem não quer. Em especial aqueles que vivem dizendo que a empresa esta-

tal é do povo. Que povo? Alguém já viu o povo entrar nela, tirar algo para si, poder usar, receber dinheiro dela, determinar as diretrizes, etc.? Obviamente que essa conversa é para boi dormir, não existe empresa do povo. A menos que o povo compre suas ações, se estiverem em Bolsa e, aí sim, serão seus donos e receberão por isso. O que existe é empresa do governo, em geral incompetentes, e sabemos que no Brasil, infelizmente, o governo não costuma representar o povo. E ainda dizem que vivemos numa democracia. Para quem? Poder-se-ia transportar esses exemplos para todas as empresas estatais privatizadas que, segundo jornais das décadas de 70/80, chegavam a cerca de 500. Um absurdo, considerando que o

Estado não tem competência para produzir e gerir empresas. Aliás, nem sua própria estrutura. É claro que a privatização nem sempre é a maravilha que poderia ser, e que foi retro-mencionada. Existem erros, e muitos. Mas, o que deve ser consertado são os erros cometidos em algumas privatizações, e não suspender o processo de privatização e todos seus benefícios por isso. problema não é a privat izaç ão, mas a forma adotada e os interesses escusos escamoteados que as seguiram. Esses sim, têm que ser eliminados, devendo as privatizações seguir os interesses nacionais e que atendam à população, ou melhor, a ambas as partes. Quando a questão se resume a

O

uns poucos beneficiados, em detrimento da sociedade, isso sim deve ser combatido. Mas, a privatização em si, é o caminho correto, deixando-se a produção para quem é do ramo, o qual, certamente, não é o governo, de nenhuma esfera. Assim, seria bom retornarmos, não só em tempos de eleição, mas sempre, para os bons hábitos e para a divisão do trabalho, esta já preconizada por Adam Smith no longínquo final do século XVIII. Tanto tempo se passou e parece que ainda não aprendemos. Que tal seguir o exemplo de economias altamente desenvolvidas, com cada macaco no seu galho, e o governo tentando fazer apenas aquilo para o qual foi criado? S AMIR KEEDI SAMIR@ADUANEIRAS. COM.BR

Privatização petista tônica dos ataques do governo petista, nestes momentos que precedem o segundo turno, é afirmar que um governo Alckmin significará a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Petrobrás e outras estatais.

A

Em rebate, vem sendo dito que isso é terrorismo. Se analisarmos o governo anterior com o atual, veremos que ambos têm pontos em comum. Cada um à sua peculiar maneira. Porém, a diferença reside no fato de que no governo anterior a privatização foi setorizada e sabe-se

o que e como ela foi feito, pois a venda era efetuada mediante oferta pública. E no governo petista? Há que se anotar que uma transparência da governabilidade decorreu, como vem decorrendo ainda, em razão de denúncias de corrupção e de malversação do

dinheiro público. E de tudo o que já foi apurado (Caixa 2, mensalão, mensalinhos, sanguessugas etc), tudo isso não leva a outra conclusão: neste governo existe, na verdade, um caixa único, que é o Tesouro Nacional. Os agentes públicos vem se servindo, cada um a sua

maneira, com a maior sem cerimônia, inclusive para gastos pessoais. A contabancária particular é confundida com a conta bancária do governo. Os fatos não revelam outra coisa senão a privatização do Tesouro Público. PEDRO LUÍS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

ão creio que haja dúvidas que o pífio desenvolvimento econômico de todos esses anos se deve ao fato que os governos se apossaram dos recursos do setor privado recorrendo a permanentes aumentos de tributação. E, depois de endividarem irresponsavelmente o País, se apoderaram do crédito de que o setor privado lançava mão para expandir seus negócios e produzir o desenvolvimento! Então, não deve haver dúvida, também, que não haverá a retomada do crescimento se os governos não devolverem ao setor privado pelo menos uma parte dos recursos que lhe foram subtraídos. E isso só se fará se ele controlar efetivamente suas despesas de custeio. É um trabalho que tem que ser bem feito: começar por uma análise das atividades nos setores menos vigiados dos gastos públicos, até mesmo coisas que parecem simples, como despesas de viagens,

N

Pablo de Sousa/LUZ

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Gastar bem, com serviços de qualidade.

É preciso portanto começar a esclarecer o que significa exatamente o ajuste fiscal e porque ele é vitalmente necessário para a retomada do desenvolvimento. m primeiro lugar, não há nenhuma razão para temer que o ajuste obrigue a uma redução das despesas sociais do governo. Mesmo em casos especiais como o da Bolsa-Família, o dispêndio é pequeno se comparado com as demais despesas do governo, particularmente o pagamento de juros. O que é preciso é estabelecer um teto para as despesas de custeio do governo, que se mantenha ao longo dos anos do mandato presidencial. Nesse período, tem que se exigir que se amplie a produtividade dos serviços prestados pelo governo: o que se deseja é a combinação do controle das despesas com o choque de gestão. Não precisa muito mais do que 1% a 1,5% de aumento de produtividade ao ano, ao longo de 4 ou 5 anos , para começar a devolver ao setor privado um pouco do que lhe foi subtraído com impostos nos últimos 12 anos! Não é muito o que se está pedindo: um governo que mantenha estáveis as suas despesas de custeio.

E

movimentação de pessoal e transporte de materiais, e particularmente nas despesas vinculadas de educação e saúde, exigindo-se aumentos mínimos de produtividade, como se faz nos setores privados que continuam a funcionar. Não é necessário diminuir a quantidade dos serviços. O olho da administração vai melhorar a qualidade desses serviços prestados à população, aumentando a produtividade da economia. que é necessário é entender que o ajuste fiscal não vai prejudicar a população, não vai reduzir gastos sociais, mas obrigar ao melhor controle das despesas de custeio do governo, liberando recursos para os investimentos do setor privado e o próprio investimento público.

O

ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO

PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br

G O que se

deseja é a combinação do controle de despesas com choque de gestão

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


8

Empresas Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Centro oferece divulgação de produtos para 300 mil importadores em troca de comissões sobre contratos.

VITRINE NO CELEX CUSTA DE R$ 75 A R$ 150 POR MÊS

Fotos: Rafael Hupsel/Luz

Gisela, da Guaratinguetá, reservou espaços para garantir futuro

N gócios

&

oportunidades

ACSP leva interessados para evento em Araçatuba

Priscila, do Celex, avisa que a negociação com o Sebrae está avançada, e a entidade deve chegar logo ao centro de logística

EMPRESAS LIGADAS AO CELEX N COMEÇAM A OBTER RESULTADOS Centro reúne empresários, entidades e parceiros do comércio exterior, que já começam a fechar negócios

C

omeça a ganhar corpo o Centro de Logística de Exportação (Celex), projeto idealizado para reunir em um espaço de 30 mil metros quadrados, no Jabaquara, serviços privados e públicos com foco no comércio exterior. Para micros, pequenas e médias empresas que planejam ampliar seus negócios fora do Brasil, o Celex oferece a divulgação gratuita para compradores potenciais – parte de uma relação de 300 mil importadores de diversas partes do mundo. A contrapartida é uma participação sobre o contrato de venda efetivado, com percentual variável conforme o segmento de negócio. A possibilidade de divulgação atrai empresários como Manoel Ozório Pio de Almeida, sócio da Aroma Brasil, marca da cachaça artesanal premium, criada por ele há dois anos. Almeida procurou o Celex em busca de novos mercados, especialmente na Europa e Ásia. Sobre eventuais contratos de venda gerados por meio das ações do Celex, ele pagará o percentual de 5%. O empresário também ocupa uma das vitrines do centro de logística. Nela, deixa exposta sua cachaça, de olho nas empresas que por ali passam, atraídas por rodadas de negó-

Almeida, da Aroma Brasil: contratos fechados com ajuda do Celex

cio, visitas de missões comerciais, entre outros eventos ligados ao comércio exterior. Espaços – Além de vitrines de porte variável, com aluguel mensal de R$ 75 a R$ 150, o centro oferece outras opções de espaço para a exposição de produtos, como os estandes, com locação em torno de R$ 540 mensais, e showroom ao custo de R$ 15 o metro quadrado. De olho nas possibilidades futuras de negócio que podem ser geradas naquele espaço, a Companhia Fiação e Tecidos Guaratinguetá já reservou duas salas do espaço, onde dei-

xa expostos alguns de seus produtos. A empresa é uma das seis fábricas de um conglomerado do ramo têxtil. Ela fabrica cobertores, mantas, colchas e toalhas de mesa, explica a responsável pelo desenvolvimento de mercado internacional da Guaratinguetá, Gisela Spinelli Vaz Lobo. ACSP – Além de espaços para as empresas exporem produtos, o Celex mantém locais exclusivos para divulgação de prestação de serviços. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por exemplo, mantém no Centro um posto avançado

de trabalho, para emissão do Certificado de Origem. A proposta do Celex, em última instância, é que os empresários interessados em outros países disponham, no local, de todos os serviços necessários para efetivar uma exportação. E, além disso, especialmente os micros e pequenos empresários, possam ter serviços de orientação de órgãos como a Agência de Promoção de Exportações (Apex), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). Os dois primeiros já mantêm salas no Celex, assim como ocorre com os Correios e o Banco do Brasil. A chegada do Sebrae está em fase final de negociação, explica a diretora geral do Celex, Priscila Bornschlegell. Parceria – O Centro de Logística foi lançado em 2004, por iniciativa de um pool de empresas privadas. Por conta de parceria com o governo estadual, está instalado em área da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, no início da Rodovia dos Imigrantes. Para saber mais sobre o centro, consulte o calendário de eventos e outras informações no site www.celex.org.br, ou pelo telefone: (11) 5067-7000. Fátima Lourenço

SP Chamber discute burocracia Paulo Pampolim/Hype

C

oordenada pelo vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Renato Abucham, a São Paulo Chamber of Commerce reuniu 50 empresários na última sexta-feira para discutir os processos burocráticos exigidos pela Receita Federal para as pequenas e médias empresas. De acordo com o chefe da Divisão de Facilitação Comercial da Receita Federal, Marco Antônio Borges de Siqueira, três medidas estão sendo tomadas para facilitar o comércio entre companhias brasileiras e estrangeiras. Essas mudanças envolvem transparência, tecnologia da informação e desburocratização, e já começam a facilitar a vida dos empresários. "Nosso

Membros da SP Chamber e da Receita discutem melhorias no comércio

objetivo é automatizar operações para que o cumprimento das leis se torne algo simples. Hoje, a burocracia faz com que as empresas sintam dificuldades em fazer tudo certo. Isso precisa mudar", afirmou Siqueira. Problemas – Um dos problemas mais graves

para os exportadores brasileiros é o excesso de burocracia existente nos portos. O representante da Receita concordou que as exigências necessárias para liberar uma carga são exageradas e prometeu, para dezembro, a conclusão de um estudo que vai identificar a real situação

da aduana brasileira – órgão ligado à Receita Federal que cobra e fiscaliza impostos de exportação e importação. "Em janeiro de 2007, um novo registro de exportação deverá estar disponível pela internet. Isso facilitará a vida dos empresários, que poderão interagir com a nota fiscal eletrônica", afirmou. Projeto – O vice-presidente da ACSP Renato Abucham disse que, das 18,3 mil empresas paulistas que exportam, 72% são estabelecimentos de pequeno porte. "Por isso, implementamos o projeto Exporta, São Paulo, que incentiva o empresário brasileiro a ingressar no comércio internacional." Nessa iniciativa, a São Paulo Chamber of Commerce conta com a parceria da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo. Vanessa Rosal

a próxima quinta-feira, dia 26, será realizada em Araçatuba, no interior de São Paulo, a nova edição do evento Exportar para Crescer – Novos Caminhos para o Mercado Externo, que integra o Projeto Exporta, São Paulo. E, para facilitar o deslocamento dos interessados, a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), oferece transporte gratuito aos 10 primeiros representantes de empresas comerciais exportadoras e importadoras que desejarem participar do evento e se inscrevam na entidade. O objetivo do Exporta, São Paulo é aproximar indústrias com grande potencial de vendas externas das comerciais exportadoras, que conhecem os trâmites internacionais.

A edição de Araçatuba do Exportar para Crescer será a oitava deste ano e deverá atrair indústrias da região formada por cidades como Andradina, Auriflama, Avanhandava, Bilac, Birigui, Buritama, Castilho, Coroados, Clementina, General Salgado, Glicério, Guaraçaí, Guararapes, Ilha Solteira, Mirandópolis, Penápolis, Pereira Barreto, Valparaiso e Sud Menucci. Para os que quiserem ir com os representantes da ACSP, a previsão de saída da sede da associação é às 14 horas do dia 25 e retorno às 17 horas do dia 26. A solicitação de vaga deverá ser formalizada no Departamento de Comércio Exterior da ACSP, pelo e-mail: t n e uma@acsp.com. br ou pelo fax: (11) 3244-3129, com Teresa, até as 17 horas do dia 24.

FGV pesquisa competitividade

O

Centro de Excelência e m L o g í s t i c a e C ad e i a s d e A b a s t e c imento (CELog) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) está desenvolvendo uma pesquisa com o tema Competitividade Brasileira nas Exportações. Uma importante etapa no processo dessa pesquisa é a realização de um workshop que visa a discutir as características do estudo e colocar em prática um pré-teste do questionário elaborado pela equipe. O material será posteriormente aplicado a um significativo número de empresas por meio da internet. O principal objetivo da pesquisa, que dá continuidade a uma sondagem anterior desenvolvida em parceria entre a FGV-EAESP e a Câmara Amer i c a n a d o C o m é rc i o ( A mcham) no ano de 1999, é identificar e quantificar a importância de problemas e gargalos

para o pleno desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e desenvolver sugestões para melhorias do processo. O workshop será realizado no próximo dia 25, quarta-feira, entre as 8h30 e 13h, nas dependências da FGV-SP, à Rua Itapeva, 474, sala 5001. Estarão presentes representantes de empresas exportadoras e importadoras de micro, pequeno, médio e grande portes, envolvidos com os processos de comércio exterior. As empresas participantes da pesquisa receberão, quando do seu término, um exemplar contendo os principais resultados do estudo. Os dados obtidos tanto na fase de pré-teste como na etapa de aplicação mais abrangente do questionário serão tratados sigilosamente e os resultados a serem apresentados terão sempre a não personalização das informações e serão resultantes de análises integradas do que for coletado.

Brasil à mostra em feira em Paris

S

ob o slogan "Goutez le différent", 150 empresas brasileiras estão participando do Salão Internacional da Alimentação – SIAL, que começou no último domingo, dia 22, e se estende até o próximo dia 26 de outubro na cidade de Paris, na França. A comitiva foi organizada e liderada pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e as empresas brasileiras participam em estandes coletivos, agrupadas por segmentos de

atuação. No total, o Brasil está ocupando uma área estimada em 2, 5 mil metros quadrados em todo o evento, distribuídos em sete diferentes pavilhões. Entre os participantes da feira, destacam-se os setores de aves, carnes frescas e industrializadas, orgânicos, bebidas e bebidas quentes, doces, confeitos e panificação, além do Pavilhão Nacional. O Brasil é o país com a quinta maior representação no evento, à frente até dos Estados Unidos, China, Alemanha, Itália e Índia.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.CIDADES & ENTIDADES/ESPECIAL

segunda-feira, 23 de outubro de 2006 Reprodução

Fotos: Alex Ribeiro

Santos Dumont a bordo do nº 5

ESPECIAL SANTOS DUMONT 14-Bis: um projeto arrojado

"S

A São Paulo vista de cima

A

bordo do blimp Ventura da Goodyear, o fotógrafo Alex Ribeiro visualizou a São Paulo que poucos têm o privilégio de contemplar. "Apesar da imensidão de prédios, você vê detalhes inusitados da cidade", diz. "A agitada São Paulo vira uma cidade de brinquedo, com inúmeros carrinhos em filas intermináveis."

Praça da Sé

Ibirapuera

Ligação Leste-Oeste

Dirigível volta como solução para o transporte de carga Essa indústria regrediu após o início da 2ª Guerra com a explosão do Hindemburg, que matou 36 passageiros

D

os primeiros balões chegou-se aos dirigíveis, uma marcante e prolífica indústria até o início da 2ª Guerra Mundial. A pá de cal em sua evolução foi a explosão do Hindemburg em 1937, quando pousava em Lakehurst, Nova Jersey. Desde 1900, o conde alemão Ferdinand Von Zeppelin voava com o LZ-1. Fundada a Companhia Zeppelin, criou a primeira linha aérea comercial do mundo, tornando seu nome associado para sempre aos dirigíveis. Produziu mais de 100 – muitos utilizados na 1ª Guerra Mundial. Após breve período, em 1928 inaugurou o vôo entre Frankfurt e Nova York, com o LZ-127 "Graf Zeppelin". Foi a primeira aerona-

Reprodução

ve a dar a volta ao mundo, em 1929, percorrendo 33.000 km. De 1931 a 1937, fez a rota AlemanhaBrasil ligando Frankfurt a Recife e Frankfurt-Recife-Rio de Janeiro. Em março de 1936, o LZ 129 "Hindemburg" entrou em serviço; em maio do ano seguinte houve o acidente. Das 97 pessoas a bordo morreram 36, mas mesmo assim o estigma dos dirigíveis estava criado. O Graf Zeppelin e o Hindemburg realizaram 634 vôos, incluindo 181 transoceânicos, percorrendo 1.920.000 km, transportando 37.250 passageiros sem nenhum acidente. Agora os dirigíveis estão voltando. Apoiadas pelo governo alemão, duas empresas – CargoLiter e Zeppelin – iniciam proje-

tos de grandes cargueiros, para o transporte de até 270 toneladas. A idéia surgiu em 1997 e, três anos depois, o imenso hangar estava pronto. "O engenheiro de uma hidrelétrica comentou que tal aeronave resolveria o complexo problema no transporte das turbinas; chega-se mesmo a abrir estradas para isso", diz Eduardo Berensztejn, da equipe de pilotagem. Ele pondera que "o transporte de mercadorias para os portos teria um custo menor, mais rápido e eficiente, evitando o trânsito caótico das estradas". Os dirigíveis conseguem ficar 24 horas voando, enquanto o transporte terrestre pode levar dias; o trabalho de vários meses seria reduzido a poucas semanas. (ASN)

Moeda comemorativa e exposição

Divulgação

O

Banco Central (BC) lança hoje moeda comemorativa ao centenário do vôo do 14-Bis. A apresentação ocorrerá durante a solenidade que a Base Aérea de Brasília vai realizar em homenagem ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira. A moeda, em prata, traz as imagens do 14-Bis e do inventor Alberto Santos Dumont. A nova peça faz parte

Zeppelin em terra. A companhia, fundada por Ferdinand Von Zeppelin, criou a primeira linha área comercial do mundo no início do século XX

do programa de moedas comemorativas, lançado pelo BC, com o objetivo de difundir a história e a identidade nacional. Segundo o BC, os colecionadores poderão adquirir a peça durante o lançamento ou nos escritórios regionais da instituição. No evento, também será exposta parte do acervo do Museu de Valores, com cédulas, moedas, medalhas e condecorações antigas de Dumont. As comemorações do centenário continuarão amanhã, quando a Federação Paulista das Indústrias do

Estado de São Paulo (Fiesp) vai abrir para a visitação do público a exposição Santos-Dumont & Turma da Mônica em Um Sonho que Virou História. A mostra deve agradar em cheio crianças e – por que não? – adultos que cresceram acompanhando as estripulias de Cebolinha, Cascão e Magali. A exposição reúne mais de 60 painéis com ilustrações do desenhista Mauricio de Sousa que retratam a história de Santos-Dumont em 42 painéis. A linha do tempo é contada desde o início de seus experimentos com a aviação,

antos Dumont começou pelo mais difícil", conceitua Gilberto Branco, professor de Aerodinâmica e Teoria de Vôo da Escola de Pilotagem do Aeroclube de São Paulo. O 14-Bis era um avião do tipo Canard (pato, em francês). O modelo passaria a representar o arrojo da futura aviação. Sua peculiaridade está na disposição das asas na popa da aeronave, estabilizador e profundor à frente. "Dumont abandonou o projeto, substituindo-o pelo Demoiselle (que se tornou um paradigma de design), por apresentar grande instabilidade de performance", diz Gilberto Branco. No entanto, com a ajuda dos computadores, o problema foi sanado, significando um grande passo na indústria aeronáutica. "O estabilizador na popa provoca uma sustentação negativa, puxando para baixo a cauda dos aviões; já o estilo Canard, com as aletas na proa, positiva a sustentação, empurrando o nariz para cima, promovendo maior estabilidade e inclinação nas curvas", afirma o especialista. A transformação vem sendo cada vez mais utilizada em pequenas aeronaves civis e caças a jato, atualmente em operação. Em 2002, a Boeing apresentou o projeto futurista do Sonic Cruiser Starship. Esse avião teve um custo de desenvolvimento estimado em US$ 9 bilhões, portanto, US$ 4 bilhões inferior aos recursos destinados ao projeto do A380 da Airbus. Para 250 passageiros, pode voar distâncias de até 18.530 km, à velocidade mach 0.95. Inspiração - Embora o inglês sir George Carley tenha sido o primeiro homem a voar com uma asa-delta no início do século 19, foi o alemão Otto Lilienthal (1848 – 1896) quem fez o primeiro estudo científico sobre aerodinâmica, conta o professor Gilberto Branco. Segundo ele, foi a pesquisa de Lilienthal que orientou Santos Dumont no projeto do 14-Bis. O inglês e o alemão, portanto, foram os primeiros a voar com um aparelho mais pesado que o ar, embora a Otto sejam creditados projetos para o desenvolvimento de uma aeronave capaz de voar por meios próprios. Esse inventor realizou sucessivos testes em uma tentativa de alçar vôo em um avião. Em 9 de agosto de 1896, uma forte corrente danificou a asa de seu planador, caindo de uma altura de 17 metros. Suas últimas palavras foram opfer müssen gebracht werden (sacrifícios precisam ser feitos). (ASN)

www.dcomercio.com.br

passando pelo vôo histórico do 14-Bis, à construção do Demoiselle, o primeiro avião construído em série no mundo. O desenhista afirma que a mostra foi criada para despertar a necessidade de se resgatar valores culturais e históricos. "Quero que sirva de exemplo e referência para crianças e adultos", comenta. Por outro lado, o sobrinho-bisneto de Santos Dumont, Marcos Villares, também salientou que a exposição "vai ser o evento mais importante em comemoração ao centenário do 14-Bis". Kety Shapazian/Ag. O Globo


No País dos impostos, Lula diz:

Rico não precisa do Estado brasileiro O Leão deve abocanhar 38,7% do PIB este ano. Mas o pagador de impostos, segundo Lula disse ontem, "não precisa do Estado brasileiro". E acrescentou: "Quem precisa é o pobre. O rico pode pagar e, se quiser, até em Paris". Lula ainda deu 'Graças a Deus' por haver um 2º turno. Pág. 3 Márcio Mercante/O Dia/AE

'A diferença é pequena. Dá para tirar tranqüilamente' Chuchu à venda e ao vivo na feira central de Duque de Caxias, ontem, e dúvidas sobre as pesquisas: "No 1º turno, eu nunca passava de 30 %. Ao abrir a urna, eu tive 41,5%. Dá para tirar a diferença tranqüilamente" - disse Alckmin. Ele prometeu manter estatais. Pág. 4 Diário de São Paulo/Agência O Globo

Ano 81 - Nº 22.238

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

R$ 0,60

Edição concluída às 23h10

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Jornal do empreendedor

Bruxas já alegram o comércio C1

Masao Goto Filho/DC

VOANDO HÁ CEM ANOS Especial lembra a façanha do pioneiro Santos Dumont e seu aeroplano 14-Bis. C 3 e C 4 Hélvio Romero/AE

Massa à espanhola, tempero alemão. E champã Felipe Massa é o Brasil vitorioso em Interlagos. Alonso, o campeão da F-1. E Schumacher se despede. No futebol, São Paulo é o líder. DCEsporte HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 13º C.

O MELHOR DO SALÃO

Não perca o Salão do Automóvel. É o melhor de todos, diz nosso editor, no Especial.DCarro


3

O SHOW que VALE A PENA Até domingo você pode ir ao Anhembi para apreciar dezenas de modelos expostos no 24º Salão do Automóvel. Lá estão todos os veículos nacionais, importados, conceitos e promessas para o futuro do mercado.

O

Já no primeiro dia foi grande o movimento no Salão

Se o brasileiro gostar, Croma pode vir para cá

Divulgação

s apaixonados por carro ainda têm esta semana para visitar o 24º Salão Internacional do Automóvel, a maior mostra do gênero da América Latina. A feira, que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, traz não apenas as principais novidades do setor automotivo brasileiro e mundial, como também oferece uma série de atrações, com shows musicais, espaço com games, concursos e até brincadeiras para crianças. Com a participação de mais de 30 marcas, o Salão mostra tudo o que está para chegar ao mercado brasileiro, carros-conceito e os superesportivos mais cobiçados em todo o mundo. Entre os modelos importados que vão ser vendidos localmente estão o Tracker, da General Motors, e o Polo GTi, da Volkswagen (veja matéria nas páginas 4 e 5). Na Ford, uma das atrações é o novo Shelby GT 500 "Cobra", a versão mais potente e atual do Mustang, lançada este ano nos Estados Unidos. A Fiat aproveita o evento para mostrar o Croma, um italiano que poderá ser comercializado no Brasil dependendo da reação do público que visitar o Pavilhão do Anhembi. Vale destacar a presença da velha e ainda atual Kombi, o único veículo presente nos 24 Salões realizados em São Paulo desde os idos de 1960, quando o setor ainda engatinhava no Brasil. O modelo da Volkswagen chega nesta edição com uma homenagem à cidade de São Paulo, com fragmentos de cenários da cidade feitos pelo artista plástico Reynaldo Berto.

Serviço - Até o próximo sábado, das 13h às 22h. No domingo, dia de encerramento, das 11h às 19h, com entrada permitida até às 17h. Ingressos: Homenagem R$ 25 para maiores de 12 até 64 anos; R$ 15 para ao DCarro crianças de 5 a 12 anos e grátis para menores de 5 e na cafeteria maiores de 65 anos. Na estação Tietê/Portuguesa do do estande Metrô, transporte grátis até o Anhembi.

da GM

DCARRO

Claudio Teixeiras/AE

SALÃO DO AUTOMÓVEL 2006

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Divulgação

Com motor 1.8 turbo 20V de 150 cv de potência, o Polo GTi atinge 216 km/h.

Novo Shelby GT 500 "Cobra", a versão mais potente do Mustang, da Ford

Pablo de Sousa

Feito na Argentina, o Tracker tem tecnologia Suzuki


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Fotos de Newton Santos/Hype

1 Às vezes, vêm alguns fiscais. Mas, logo vamos para outro lugar. Marcelo, tatuador clandestino

1) Na avenida São João, cliente escolhe a tatuagem que quer fazer...

2)... a título de higiene, tatuador espirra um líquido em seu braço...

3)... e com uma caneta, transfere o desenho escolhido para a pele...

4) ... em seguida, já com o equipamento de agulhas, faz a tatuagem definitiva no braço do cliente. A céu aberto, sob sol, vento e poeira.

AGULHAS DE RISCO A morte por septicemia de Thaís Jesus da Silva, de 13 anos – que, com a ajuda de uma agulha de costura, colocou um piercing em seu umbigo – pôs na berlinda o uso de adereços na pele. Em São Paulo, tatuadores clandestinos atuam sem qualquer assepsia nas calçadas da avenida São João. Os riscos aos clientes são enormes. Kelly Ferreira

F

oi-se o tempo em que tatuagem e piercing eram sinônimos de marginalidade e rebeldia. Hoje, tornaram-se acessórios do corpo. Discretos ou nem tanto, esses adereços conquistaram a pele de adolescentes e adultos. O modismo expôs armadilhas, com gente despreparada trabalhando sem as mínimas condições de higiene. Outras se arriscam a colocar pinos nelas mesmas. Na cidade de Salto (SP), a morte por infecção generalizada da adolescente Thaís Jesus da Silva, de 13 anos, acendeu uma luz vermelha sobre essas práticas. A menina foi vítima dela mesma. Para colocar um piercing no umbigo, perfurou seu abdômen com uma agulha

de costura. Provavelmente, atingiu seu peritônio, a membrana que recobre o intestino. Nas calçadas da avenida São João, no Centro, sob sol, vento e poeira, tatuadores clandestinos atuam livremente, colocando em risco a vida de seus clientes. Marcelo (ele só revelou o primeiro nome), que de diz artista de rua, é um deles. Faz tatuagem há mais de 20 anos, já trabalhou em estúdios e hoje tatua nos calçadões de São Paulo. Camuflagem – No chão, ele expõe alguns cordões artesanais e uma placa: "tatoo de henna". Na verdade, a tatuagem de henna é uma maneira de camuflar as tatuagens definitivas feitas por ele. "Só hoje já fiz tatuagens definitivas em quatro mulheres. Mas vou sair daqui. A concorrência está grande", disse.

O equipamento utilizado por Marcelo (agulhas e tintas) é transportado em uma pequena mochila, que ele deixa no chão. Em algumas pastas, em cima de um tecido esticado no calçadão, ele guarda modelos de figuras que podem ser transferidas para a pele. Na mão, restos de tinta preta nas unhas. Fiscalização – "É só escolher o desenho. Tem pequeno, médio e grande. Para todos os gostos. O que você quer fazer? Não precisa ter medo. Aqui tudo é feito com higiene. Uso luva e as agulhas, depois de usadas, são jogadas fora. É muito seguro e barato. Só R$ 30. Por aí, você não faz por menos de R$ 100", disse o tatuador. Perguntado sobre a fiscalização, Marcelo foi enfático: "Às vezes, vêm alguns fiscais. Mas, logo vamos para outro lugar", disse.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing, Antonio Carlos Ferrari, o preço baixo, a proliferação de leigos fazendo tatuagens e piercings, a lei estadual que proíbe menores de 18 anos de colocarem esses adereços no corpo, além da falta de regulamentação da profissão, são os principais motivos que levam pessoas a fazerem tatuagens e a colocarem piercings nas ruas. Em camelôs – "De um tempo para cá, surgiram muitos tatuadores, principalmente por causa da venda de material pelo correio. Muitos começaram

a tatuar sem nenhuma noção de segurança ou controle de contaminação. Hoje em dia, as pessoas conseguem colocar piercing e fazer tatuagens até em camelôs. Nossa maior preocupação é com a hepatite C, que é silenciosa e avança cada dia mais. Infelizmente há pessoas inescrupulosas que só visam o dinheiro", disse Ferrari, tatuador desde 1982, proprietário do Scorpions Tatto Studio. Nos estúdios, o preço de uma tatuagem pequena gira em torno de R$ 100. Na página seguinte, a opinião de infectologistas e dermatologistas

Nossa maior preocupação é a hepatite C, que avança cada dia mais. Infelizmente, há gente inescrupulosa que só visa o dinheiro. Antonio Carlos Ferrari, presidente do Sindicato das Empresas de Tatuagem


DCARRO

SALÃO DO AUTOMÓVEL 2006

4

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006 Recém-lançado em Paris, o C4 Picasso, para sete pessoas, chega aqui custando R$ 90 mil

Apesar de já estar à venda na rede Kia, o pequeno Picanto é a grande atração no estande da Kia

Pablo de Sousa

A japonesa Honda anuncia a produção no Brasil do Civic Si, versão esportiva do seu sedan

Na Renault, destaque para a perua Mégane que estará na rede de concessionários dia 24 de novembro

EM BREVE

A General Motors mostra ao público seu novo sedan Prisma, que tem motor bicombustível 1.4 litro

Apresentado como carro-conceito, o SpaceFox Crossover deverá ter produção local a partir de 2007

no MERCADO

Com preços que vão de R$ 27 mil a R$ 415 mil, há vários modelos que o consumidor poderá ter em sua garagem ALZIRA RODRIGUES

E

DCARRO

mbora as vedetes de qualquer salão acabem sendo os superesportivos e os carros do futuro, para o consumidor comum o que interessa mesmo são os modelos que poderá ter em sua garagem em breve. E não faltam novidades deste tipo na Feira do Anhembi, sejam nacionais ou importadas. Do novo sedan Chevrolet Prisma, que custa a partir de R$ 29,9 mil, até o novo Mercedes Classe GL 500, com preço na faixa de US$ 194 mil, tem automóveis para todos os gostos e bolsos em exposição no Salão. Além do Prisma, a General Motors também destaca o jipe Tracker 2.0 4x4. Produzido na Argentina com tecnologia desenvolvida em parceria com a Suzuki, terá preço extremamente competitivo (R$ 58.990). A Ford faz no Salão a pré-estréia do EcoSport automático. A Volkswagen mostra o novo Polo GTi, importado que vai custar R$ 99,8 mil, e a SpaceFox Crossover, apresentada como um carro-conceito mas que certamente terá produção em série a partir do próximo ano. A francesa Citroën investiu na motorização bi-

Com cinco metros de comprimento, o Mercedes Classe GL 500 custa US$ 194 mil. Quase R$ 415 mil

combustível para o Picasso nacional - com preço promocional de lançamento de R$ 52,5 mil - e anuncia que vai importar o C4 Picasso, minivan para sete pessoas com motor 2.0, que chega em maio custando em torno de R$ 90 mil. A Peugeot dá ênfase ao 206 Escapade, que define como uma cross-station compacta e tem preço de R$ 49.850. A Renault faz a avant-première do Mégane Grand Tour, perua que começa a ser vendida no dia 24 de novembro e ainda não tem preço definido. A coreana Kia expõe o pequeno Picanto, com motor 1.1 litro que custa O Chana, utilitário de pequeno porte, é o primeiro veículo chinês a desembarcar no Brasil

Charmoso e com seu ar de "antigo", o PT Cabrio Touring será vendido internamente a partir de janeiro por cerca de R$ 100 mil

O destaque na Peugeot é o 206 Escapade, sua nova cross-station compacta

R$ 34,9 mil na versão manual e R$ 39,9 mil na automática. A Honda surpreendeu ao lançar, no Salão do Automóvel, os seus primeiros veículos flex (Civic e Fit). Também está expondo na feira do Anhembi o Civic Si, um esportivo com motor 2.0 de 16V que será o mais potente produzido no País (192 cv a 7.800 rpm). Com preço competitivo, está chegando ao Brasil o Chana, um utilitário de pequeno porte, que será vendido em cinco diferentes versões, incluindo picapes e furgões. Pode transportar até seis pessoas ou servir de comércio ambulante, como por exemplo a venda de cachorro-quente. Com motor de apenas 970 cc, vai custar entre R$ 27,9 mil e R$

32,9 mil. O modelo, produzido pela ChangAn, será comercializado no Brasil pela Districar, que também representa a marca coreana SsangYong. Mais caros - A Chrysler inicia no próximo mês a venda do importado 300 C SRT8, com preço na faixa de R$ 244,9 mil. É uma versão esportiva do seu sedan 300 C, equipada com motor Hemi V8 6.1 litros de 431 cv, capaz de levar o modelo a 274 km/h de velocidade. A combinação de alumínio e couro é usada na forração interna do veículo, que conta com sistema de som com 13 alto-falantes. A marca norte-americana também apresenta o criativo PT Cabrio Touring, que estará no mercado a partir de janeiro por cerca de R$ 100 mil.

No estande da Mercedes-Benz, destaque para o novo Classe GL 500, que abriga sete pessoas e tem motor V8 de 388 cv. A alemã Audi também mostra uma série de modelos que comercializará internamente após o evento. Além do luxuosíssimo S8, expõe o Q7, primeiro utilitário esportivo da marca que, entre várias inovações, possui sistema de auxílio às manobras de estacionamento com câmera traseira e sensores que avisam ao motorista sobre alguma aproximação nos pontos cegos, nas laterais ou na traseira do veículo. A marca Dodge mostra a picape RAM Tuning, desenvolvida para o mercado brasileiro. Seu preço ainda não está definido, mas em breve estará à venda na rede de concessionários da marca.

5


segunda-feira, 23 de outubro de 2006

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Texas - O diretor da

Associação Comercial de São Paulo (ACSP) José Candido Senna recebe Missão Empresarial de San Antonio Texas. Às 9h30, rua Boa Vista, nº 51/12º andar, no Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h. I Cívica - Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP coordenada pelo vicepresidente da ACSP Francisco Giannoccaro. Às 15h, rua Boa Vista, nº 51 - 11º andar, salas Tadashi Sakurai 1,2,3 e 4. I Plenária - Reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com a palestra Jaraguá do Sul - um bom investimento, ministrada pelo prefeito de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, , Moacir Antonio Bertoldi. O presidente da Sociedade Rural Brasileira e vice-presidente da ACSP, João de Almeida Sampaio Filho, fará exposição sobre o Instituto Brasil Verdade. Às 17h, rua Boa Vista, nº 51/9º andar, plenária. I Penha – A Distrital Penha, em parceria com o Sebrae e o Fórum de Jovens Empreendedores (FJE), promove o curso Auditoria de Departamento Pessoal – Núcleo Educacional Interação. Às 19h30.

Compor tamento Transpor te Distritais Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Quarta

I São Miguel – O Conselho da

Mulher Empreendedora da distrital, em parceria com o Rotary Clube e Associação Cultural e Desportiva Nikkey (Kaikan), promove a Campanha de Doação de Sangue. Às 8h, sede do Kaikan, praça São João de Cortês, 8. I Lapa– A distrital realiza reunião do núcleo setorial de Recursos Humanos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 9h. I FJE - Reunião do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP (FJE) coordenada pelo vice-presidente Júlio César Bueno. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Lapa– A distrital realiza reunião do núcleo setorial de Escolas Infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 19h.

Exercendo ações sociais pelas crianças estamos tirando das mãos dos criminosos aqueles que são o nosso futuro. Douglas Formaglio

TRABALHO SOCIAL NO BAIRRO FOI PREMIADO

MÊS DE COMEMORAÇÃO NA LAPA O bairro, localizado na zona oeste da cidade, festejou 416 anos e a distrital, 55. Uma grande festa foi realizada na Vila Leopoldina. Fotos: Newton Santos/Hype

A

Distrital Lapa comemorou seu 55º aniversário e promoveu a Festa da Lapa, já que o bairro também completou 416 anos no último dia 12 de outubro. Durante o evento, realizado no Espaço Armazém, na Vila Leopoldina, foram homenageadas quatro entidades pelas ações sociais realizadas junto a crianças e adolescentes. A comissão de festa da Distrital Lapa premiou a OABSP/96ª Subseção Lapa, o Ciesp-Oeste, a Paróquia São João Bosco e a Associação Cristã de Moços (ACM) – unidade Lapa. "Temos certeza que, exercendo ações sociais em favor da criança e do adolescente, estamos tirando das mãos dos criminosos aqueles que são a nossa prioridade no presente e que construirão o nosso futuro", afirmou Douglas Formaglio, superintendente da Distrital Lapa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Douglas Formaglio aproveitou a ocasião para enaltecer a dedicação do secretário Rogério Amato na coordenação da política de desenvolvimento social do Estado de São Paulo. "Reconhecemos o papel do secretário no estabelecimento de rumos, diretrizes e apoio aos municípios e entidades sociais, assim como sua dedicação ao projeto Degrau desenvolvido pela ACSP, onde encaminhamos mais de 100 mil adolescentes ao primeiro emprego".

Terça

I Penha – A distrital promove reunião da Associação Viva a Penha. Às 19h, avenida Gabriela Mistral, 199. I São Miguel – A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I Jabaquara – A distrital faz reunião ordinária. Às 19h30.

5

Guilherme Afif, Alencar Burti, Formaglio e Roberto Nappo em solenidade na Distrital Vila Maria. À direita, Fábio Paulo Ferreira, do Ciesp, e Burti, na entrega da placa.

O bairro – O aniversário do bairro também foi muito comemorado na cerimônia. A Lapa nasceu da junção da fazenda do coronel Anastácio de Freitas Trancoso e do sítio Emboaçava e hoje é uma região extremamente valorizada, com o crescimento imobiliário e a prestação de serviços profissionais se sobrepondo aos setores industriais e comerciais. Segundo o subprefeito interino da Lapa, Roberto Nappo, os principais projetos em andamento para o bairro são a instalação do Poupatempo e a reforma do Mercado Municipal. "A Lapa sempre foi uma demonstração do sadio bairrismo na cidade. Apesar de uma megalópole, São Paulo tem a alma comunitária e a

AES Eletropaulo em Pirituba

A

Distrital Pirituba realizou, no final de setembro, na Casa de Nassau, o tradicional encontro de empresários, executivos, industriais, comerciantes, autoridades e políticos que atuam na região noroeste de São Paulo. O encontro, que contou com a presença de 200 convidados, foi coordenado pelo superintendente, José Roberto Maio Pompeu, e teve a apresentação de palestra Isso é da sua Conta por uma equipe da AES Eletropaulo e Grupo 1 de Jornais. O objetivo do encontro foi desenvolver um relacionamento direto com a comunidade e divulgar a atuação da AES

Eletropaulo na região. A palestra foi apresentada por Luiz José Hernandes Júnior, diretor de cliente da AES, e Butch Mederos, diretor regional Anhembi da AES. Na ocasião, houve a premiação do Natal Iluminado/2005. Categoria Praça – praça Yara Yavelber (representante, André de Souza Peixoto). Categoria Estabelecimento Comerc ia l – Flash Cine Foto (José Carlos da Cunha Bueno, diretor), Skill – Pirituba (Lúcia, diretora), Cedral Comercial Ltda. (Leonardo Gonçalves, representante. Categoria Residência – Família Fagiolo.

Atenção especial a diabéticos

D

istrital Jabaquara da ACSP e a Prefeitura paulistana, por meio da Unidade Básica de Saúde Doutor Waldomiro Pregnolatto, estão promovendo mensalmente palestras educativas para portadores de Diabetes Mellitus - Projeto Viva a Vida com Diabetes. No início do mês de outubro, aconteceu na sede da distrital a palestra Como deve ser a alimentação do paciente diabético, ministrada pela nutricionista Nádia Marques Pereira. Ao final, todos os participantes realizaram o teste de glicemia capilar. Participaram do encontro Ângela Izabel Lacroix, assessora

técnica da Coordenadoria Regional Sudeste; Jerson Ourives, assessor de gabinete da Subprefeitura do Jabaquara; e Regina Barretti, diretora do Clube Municipal Jalisco. A distrital conta com a parceria de várias empresas para a realização das palestras: Hortifrutis Pegue & Pese; padaria Periquito e padaria Recanto da Mascote. Duas outras palestras já estão marcadas. No dia 10 de novembro o tema será Alimentos Diet X Light e no dia 8 de dezembro será abordada a Saúde bucal. A distrital fica na avenida Santa Catarina, 641 e as palestras acontecem às 8h30.

Marcos Fernandes/Luz

Vila Maria faz entrega de Marco da Paz a policiais

A

Distrital Vila Maria realizou a entrega do Marco da Paz para policiais que se destacaram na região. Receberam o prêmio a delegada Marta Rocha de Castro (foto), a soldado PM Veruska Costa da Silva, a tenente PM Silvana Cordeiro Vaz, comandante do posto de bombeiros de Santana. A premiação foi coordenada pelo superintendente, José Correia (também na foto).

Lapa é um exemplo da força da comunidade, que merece ser prestigiada", disse Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da ACSP. Histórico – A Distrital Lapa foi inaugurada em 1951 pelo então presidente da entidade Henrique Bastos Filho. O objetivo era descentralizar as ações da ACSP e favorecer os associados com um atendimento mais ágil nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Ao longo dos anos, a distrital se destacou como interlocutora da comunidade com os órgãos governamentais. "A distrital Lapa enche de orgulho a ACSP. A cada aniversário ela está mais unida e modernizada. Trata-se de uma das distri-

tais mais ativ a s , u m exemplo para todas as outras", ressaltou Alencar Burti, presidente em exercício da ACSP. Faziam parte das pautas de reuniões da distrital na década de 1950, pedidos de ligação de luz e telefone, além de questões de segurança e transporte. Atualmente, a Distrital Lapa incorpora nas suas reuniões todas as reivindicações da população, além de oferecer palestras e cursos de capacitação para a comunidade. "Apesar de antiga, a cada instante a distrital se renova nas esperanças, atitudes e comportamento", concluiu Alencar Burti. André Alves

Bairro terá posto do Poupatempo

O

secretário da Casa Civil, Rubens Lara, recebeu, no Palácio dos Bandeirantes, o superintendente da Distrital Lapa, Douglas Formaglio, e a chefe de gabinete da Ouvidoria Municipal, Maria Lumena Balabem Sampaio, e reafirmou o compromisso do governo estadual em instalar um Poupatempo no bairro. Para a concretização, só precisam ser superadas questões jurídicas da licitação.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Internacional

Kim Kyung-Hoon/Reuters

A

Norte-coreano protesta contra as sanções impostas a seu país pelos Estados Unidos, agravadas após o teste nuclear feito no início deste mês

RECUO ATÔMICO

agência de notícias japonesa Kyodo informou, ontem, que o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, manifestou sua intenção de honrar a declaração de 1992 de desnuclearização da Península Coreana. A informação teria sido passada ao enviado chinês Tang Jiaxuan, que além de pedir desculpas pelo primeiro teste nuclear e ainda teria dito que a Coréia do Norte não pretende fazer um segundo como se cogitou nos últimos dias. Ele teria dito nas negociações com Tank que isso foi uma orientação dada pelo seu pai, Kim II Sung, ex-líder do país, antes de morrer. A Coréia do Norte fez seu primeiro teste nuclear no último dia 9, ato que recebeu críticas da Organização das Nações Unidas (ONU). A secretária de estado norteamericana, Condoleezza Rice, no entanto, que retorna aos Estados Unidos após uma viagem por Tóquio, Seul, Pequim e Moscou, lançou dúvidas sobre as notícias, dizendo que Pyongyang quer agravar a crise. "Tang não me disse que Kim Jong-il desculpou-se pelo teste nem que afirmou que nunca mais fará outros", disse Rice. "Os chineses", continua ela, "também não me disseram nada sobre desculpas. Os nortecoreanos, acho, gostariam de ver uma escalada da tensão." Segundo o jornal da Coréia do Sul Chosun Ilbo, uma fonte diplomática de Pequim disse que Kim afirmou ao ex-ministro do Exterior chinês que Pyongyang vai retomar as negociações entre seis países, caso Washington encerre as sanções financeiras impostas à Coréia do Norte. Mas Condoleeza Rice disse que as sanções vão continuar e questionou ainda o compromisso de volta às negociações. "As medidas

Os próximos meses verão uma maior resistência aos cruzados Mohammad Omar, líder dos talibãs

financeiras são um processo legal ligado à falsificação de dinheiro. O presidente (dos EUA) deixou muito claro em todas as rodadas que vai defender a moeda dos Estados Unidos", disse Rice. Boicote – A Coréia do Norte boicotou as negociações, que envolvem as duas Coréias, os EUA, o Japão, a Rússia e a China, devido às sanções norteamericanas. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, Tang disse que os EUA deveriam adotar uma posição mais flexível em relação à Coréia do Norte, uma visão que ganhou apoio da Rússia, no sábado. A Rússia foi a última etapa da viagem de cinco dias de Rice para tentar obter apoio às sanções econômicas e de venda de armas impostas pela ONU a Pyongyang, na semana passada, por causa do teste subterrâneo do dia 9. Ontem, um jornal japonês disse que Tóquio pretende monitorar navios em rota para a Coréia do Norte. Mas houve pouco resultado no encontro de Rice com o presidente russo, Vladimir Putin, e na China e na Coréia do Sul no que se refere às sanções. A China tem grande influência, mas teme instabilidade e uma onda de refugiados caso as sanções provoquem colapso na Coréia do Norte. Já o secretário de estado-assistente dos EUA, Christopher Hill, que acompanhou Rice na viagem à Ásia, foi a Hong Kong, ontem, para receber informações no consulado americano sobre congelamento de fundos norte-coreanos. Em 2005, o Departamento do Tesouro dos EUA acusou o Banco Delta Asia, de Macau, de estar envolvido em atividades ilícitas da Coréia do Norte e congelou US$ 20 milhões de Pyongyang no banco. (Reuters)

Amir Cohen/Reuters

Esperando a ordem para voltar a Gaza

V

Soldado descansa perto de Kibbutz Mefalsim, em Israel. Vários ministros israelenses defenderam, ontem, uma operação para retomar Gaza

Nelson De la Rosa era o menor homem do mundo Reprodução

O

ator dominicano Nelson De la Rosa, que entrou para o livro de recordes Guiness, em 1990, como "o menor homem do mundo", morreu, ontem, aos 39 anos de idade. O produtor artístico, Andrés Durán, informou que De la Rosa morreu em um hospital na cidade de Nova York. Os motivos do falecimento, no entanto, ainda não foram esclarecidos. "Nelson deu entrada no hospital no sábado quando fazia uma viagem do Chile para Boston", comentou Andrés Durán. Com 54 centímetros de altura apenas, Nelson de La Rosa se tornou mundialmente conhecido após se apresentar em circos e em Hollywood, onde atuou em filmes como "A

Ó RBITA

CANAL

HAITI

Tribunal Eleitoral do isparos entre soldados da Panamá confirmou Missão de Estabilização O D extra-oficialmente a vitória da da ONU no Haiti (Minustah)

De La Rosa: no livro de Guiness

Ilha do Dr. Mureau", ao lado dos atores Marlon Brando e Val Kilmer, no ano de 1996. As suas últimas aparições foram em um circo no Chile e em outros países sul-americanos. (AE)

ampliação do Canal do Panamá, que teria, até ontem à noite, quase 80% dos votos sim contra 21% de não. O Panamá votou em um referendo que deverá apoiar um plano estimado em US$ 5,25 bilhões, para expandir seu famoso canal, movimento com o qual o governo quer diminuir a pobreza. Pesquisas mostravam que a maioria dos eleitores apoiavam o projeto de expansão. (Reuters)

e homens armados foram registrados no bairro pobre Cité Soleil da capital haitiana, ontem, informou o escritório das Nações Unidas. Segundo os residentes, o tiroteio deixou três mortos e vários feridos, mas a ONU não confirmou o balanço alegando dificuldades existentes para obter informações nesse bairro controlado por bandos armados. (AE)

ários ministros do gabinete israelense defenderam, ontem, uma operação militar para retomar o controle da fronteira sul de Gaza e o contrabando de armas do Egito para aquele território. "Deve-se tomar ação sem hesitação. Qualquer hesitação é perigosa e devemos agir imediatamente", disse a jornalistas o ministro da Indústria e Comércio, Eli Yishai, do partido religioso Shas. Israel está envolvido em uma grande ofensiva em Gaza, cuja meta é impedir que militantes palestinos disparem foguetes contra Israel. Mais de 250 palestinos, metade deles civis, morreram. O porta-voz do governo palestino, Ghazi Hamad, disse que a proposta é um ardil em potencial para a reocupação de Gaza por Israel, o que Israel negou diversas vezes. "O pedido pela retomada da fronteira é uma incitação de mais agressão israelense", disse Hamad. Mortes – No mais recente episódio de violência entre israelenses e palestinos, soldados de Israel mataram a tiros um atirador palestino perto da cidade de Jenin, na Cisjordânia, segundo fontes do setor de saúde. Um porta-voz do exército disse que os soldados estavam envolvidos em uma operação para prender um militante e dispararam contra palestinos que os atacaram com tiros, bombas e pedras. O apelo de Yishai para voltar à fronteira de 12 quilômetros, depois de mais de um ano desde que Israel retirou seus soldados e colonos da Faixa de Gaza, foi endossada por dois outros ministros e um comandante militar sênior. Israel iniciou seus ataques contra Gaza depois que palestinos daquele território seqüestraram um soldado em Israel, em junho.

O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, disse que o exército agirá contra grupos palestinos na Faixa de Gaza toda vez que um foguete for disparado de lá. Israel estima que, desde a retirada, toneladas de munição, incluindo avançados mísseis portáteis, foram levadas do Egito para Gaza, por meio de uma rede de túneis subterrâneos. Alerta – Essa possibilidade teria deixado militares israelenses em alerta, ainda abalados com a dificuldade encontrada em combater os bem-armados guerrilheiros do Hezbollah durante a recente guerra do Líbano e em pôr fim aos disparos de foguetes por parte de militantes em Gaza. Yom-Tov Samia, general da reserva que recebeu a missão especial de ser sub-chefe do Comando Sul, defendeu que o corredor na fronteira de Gaza seja retomado e que a sua zonatampão seja ampliada, algo que pode envolver a demolição de casas de palestinos. O primeiro-ministro Ehud Olmert deve se reunir entre amanhã e quarta-feira com seus principais ministros para discutir a opção de uma grande operação contra o contrabando de armas em Gaza, segundo fontes políticas. As fontes, porém, manifestaram dúvida quanto a se realizar uma missão dessas antes de uma viagem de Olmert aos Estados Unidos, que está programada para meados de novembro, devido à conseqüente morte de palestinos e tensão nos laços estratégicos entre Israel e Egito. Na Faixa de Gaza, homens mascarados mataram um militante sênior do grupo palestino Fatah, a que pertence o presidente Mahmoud Abbas e que está no meio de uma luta de poder com o Hamas no governo. (Reuters)


DCARRO

SALÃO DO AUTOMÓVEL 2006

6

Concept T: o VW com jeito de ganhar fácil dos terrenos difíceis

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

CONCEITO em CARROS Entre as atrações do salão, os "concept cars", com destaque para dois brasileiros: um é Fiat e o outro Chevrolet CHICOLELIS

M

uitas vezes, anos passados, quando passávamos por um determinado carro em salões de automóveis pelo mundo, especialmente o de Detroit, perguntávamos para nós mesmos: será que um dia este negócio aí vai ser fabricado mesmo? Às vezes, achávamos que seria impossível. Em muitos casos, era mesmo. Mas hoje em dia esses modelos, conhecidos lá fora como "concept cars", já não são tão conceitos assim. Nascem praticamente prontos e meses depois já estão à venda no mercado. Esta é a idéia da Fiat para o seu FCC Adventure (Fiat Concept Car) que já pode ir para a linha de produção imediatamente. É claro que vai depender da resposta do público neste salão e da decisão da diretoria da montadora italiana. O estepe, substituindo o vidro traseiro, é a maior curiosidade neste "off-road" Fiat. No estande Chevrolet, o outro "concept" brasileiro, desenvolvido, como o da Fiat, pela equipe brasileira de design. É o Prisma Y, também com características off-road, baseado no recém-lançado Chevrolet Prisma, que também pode ser produzido imediatamente a partir de uma decisão da diretoria da empresa e da aprovação do público durante o Salão. Ambos chamam a atenção pelas linhas agressivas e deverão fazer sucesso nos seus respectivos estandes.

traseiros, que se abrem como asas de gaivota.

Do outro mundo - Não exatamente de outro mundo, mas de lá do outro lado do mundo, a Toyota trouxe o conceito Fine - T, com motor híbrido a hidrogênio, volante retrátil no melhor estilo manche de avião e que, acredite, vai pegar o motorista na calçada. Seu banco gira a 90° e se move em direção ao motorista, que nele se senta e é levado para dentro do carro, onde o volante, que foi retraído em direção ao painel, volta à posição normal. São apenas duas portas, com mais de 2 metros de comprimento, para acesso aos bancos dianteiros e

Intuição na Renault - No estande da francesa Renault, o belo Fluence, um conceito que tem como característica os comandos que são "intuitivos", como definiu o design René G. Paris (que nada tem com a montadora, ainda que tenha nome francês e sobrenome da capital da terra de Brigite Bardot), diretor da SpeedDesign, empresa do setor que presta serviços para as montadoras instaladas no Brasil. "Os comandos do carro estão centrados num ponto e seu manuseio é intuitivo. Algo que parece muito simples, que o motorista descobre com o

Pablo de Sousa

Acima o 20Cup, conceito da Peugeot, com três rodas, espaço para duas pessoas e motor de 170 cv

Aqui, o futuro do utilitário, segundo a Ford. Motor? O possante V6 3.0 de 210 cv.

Este é o Fine-T, o Toyota que leva o motorista para dentro e ainda tem as quatro rodas direcionais

manuseio", diz René. Na Volkswagen, o destaque é o Concept T que, a exemplo da maioria dos veículos deste segmento, é também fora de estrada, com uma aparência robusta e motor que o leva a 230 km/h, limitados eletronicamente. Os carros-conceito estão espalhados por todo o Salão do Automóvel, no Anhembi. A maioria dos grandes fabricantes tem o seu, invariavelmente trazidos de suas matrizes européias, norte-americanas ou orientais. Afinal, para quem gosta de carros é sempre bom saber qual é a tendência da indústria automobilística mundial para os próximos anos.

Para dirigir este carro a Renault aposta na intuição do motorista. É tudo simples, com comandos colocados num único elemento.


DCARRO

SALÃO DO AUTOMÓVEL 2006

8

Lamborghini é outro mito italiano. A marca adquirida pela Fiat faz sucesso em todo o mundo.

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

JUNTOS, mais DE 1.000 KM/H Não perca a melhor Ferrari de todos os tempos, a Porsche 911, os Mercedes AMG e o brasileiro Lobini, os destaques esportivos ANTONIO FRAGA

H

á muitos anos o Salão do Automóvel de São Paulo não é palco de grandes lançamentos. Hoje é arma para a indústria mostrar sua linha e conceitos. Mas é a oportunidade do visitante ver carros especiais que não encontra no seu dia-a-dia, como Ferraris, Porsches e Lanborghinis. O estande com maior atenção é o da Ferrari, aqui e em todo o mundo. E desta vez a marca italiana apresenta o F599 GTB Fiorano, considerado por ela "o melhor carro já feito em Maranello". É um cupê com motor V12 6.0 litros, de 620 cavalos. É o motor mais potente já produzido para um carro de rua pela marca italiana e seu desempenho, uau! De 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e máxima superior a 330 km/h. No estande da Ferrari ainda há outras obras de arte, como o F 430 Spider, o Coupé e o Challenge (destinado às competições), F612 Scaglietti e as Maserati Quattroporte, GrandSport Coupé, GrandSport Spyder. O Quattroporte é equipado com motor V8, de 4.2 litros e 400 cavalos. Máxima de 275 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos. Força alemã - A Porsche mostra que continua a produzir verdadeiros sonhos e mitos. Além dos 911 Targa e Carrera, Cayenne Turbo, Cayman e Boxster, as vedetes são os 911 GT3 / GT3 RS com motorização boxster (cilindros opostos) 3,6 litros, com 415 cavalos. A Mercedes-Benz arrasa com a nova linha AMG, sua marca esportiva, com vida independente e motores produzidos à mão. A Classe E, CLS e ML quando com essas três letrinhas, viram verdadeiros "canhões", com motores V8, 6,3 litros e cavalaria superior a 510 cavalos, são carros dignos de serem comparados com superesportivos. Seus desempenhos: de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e máxima eletronicamente limitada a 250 km/h.

Porsche nome de sonho. Nome de mito. Seja qual for a denominação, é Porsche. Pablo de Sousa

Lobini, o pequeno esportivo brasileiro também tem seus admiradores. Aqui e no exterior.

Abaixo, a melhor Ferrari de todos os tempos. Vá descobrí-la no Salão.

Audácia brasileira - Adequado aos dias de hoje, o esportivo brasileiro Lobini remete aos anos 70 e 80, quando com a importação fechada, o modelo dominava, bonito e bem-acabado. Mas faltava o principal num esportivo: desempenho. Durante anos eles embalaram sonhos dos brasileiros. No Salão deste ano, a Brax Automóveis levou três modelos: H1 T 2007, Targa e H1 C 2007, o Coupé, o com teto fixo. Ambos têm motor VW 1.8 turbinado e aceleram de 0 a 100 km/h em seis segundos, com máxima acima dos 220 km/h. O terceiro é o conceito R, para competição.

Impossível não perder a respiração diante desta Mercedes com o selo AMG: 510 cavalos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR

Fotos: Pablo de Souza

São Paulo, 23 de outubro de 2006

Nº 143

NÃO PERCA

EDIÇÃO ESPECIAL DO

SALÃO


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

VÁ ao SALÃO DO AUTOMÓVEL! Salão do Automóvel deste ano, em sua 24ª edição, está imperdível. Esta é a nossa visão da mostra organizada desde 1960 pela Alcantara Machado e que acompanhamos desde que foi transferida para o Pavilhão de Exposições no Parque Anhembi, em 1970 (antes ele era realizado no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, onde estivemos uma única vez). E esta não é uma opinião isolada. A grande maioria dos jornalistas que esteve no Salão nos três primeiros dias (16, 17 e 18 de outubro) dedicados à imprensa teve a mesma percepção: o Salão está muito atraente, com estandes receptivos, abertos, com um número adequado de modelos, ao contrário de anos anteriores, quando haviam tantos veículos expostos que o público mal podia circular entre eles nos dias de maior movimento. Mas não pense que falta alguma coisa. Pelo contrário, está tudo lá, desde modelos que você já conhece das ruas, passando por lançamentos recentes que ainda não estão à venda, até os conceitos, trazidos de fora, ou construídos aqui, como os apresentados nos estandes da Fiat e General Motors. Mas há atrações para todos os paladares: luxo, superluxo, esportivos de primeira linha, como a "formiguinha"

Lobini, marca brasileira, disputando espaço entre as mais famosas marcas do mundo que estão no Anhembi. Para os admiradores do 4x4, duas surpresas, o belo e robusto TAC, vindo de Santa Catarina, produzido pela Tecnologia Automotiva Catarinense, e o Mahindra, importado da Índia. Carros desmontados, cortados, importados, moças bonitas e moços também - tudo pensado para agradar aos mais de 500 mil visitantes esperados. O maior problema mesmo do Salão do Automóvel - além dos preços salgados do ingresso e estacionamento, R$ 25 e R$ 20, respectivamente - será o acesso. Na noite de quartafeira, quando algumas centenas de pessoas, presentes a uma prévia beneficente, começaram a chegar ao Anhembi, o trânsito ficou insuportável. E vai ser assim durante toda esta semana. Mas não se intimide. De carro, moto, bicicleta, a pé ou usando o metrô (haverá serviço gratuito de ônibus permanente entre a estação Tietê/Portuguesa e o pavilhão), não deixe de ir ao 24º Salão Internacional do Automóvel. Creia, ele está realmente imperdível. E você não vai querer ficar de fora do assunto da semana. Vai?

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

O

índice SALÃO DO AUTOMÓVEL - 3 Começou o maior espetáculo automotivo brasileiro. Não perca!

LANÇAMENTOS - 4 e 5 As novidades nacionais e importadas na Feira do Anhembi.

CARROS-CONCEITO - 6 Um salão cheio de "concept cars". Destaque para dois brasileiros.

NACIONAIS - 7 Três empresas brasileiras se destacam na feira, duas com veículos 4x4.

ESPORTIVOS - 8 As máquinas quentes: Ferrari, Porsche, Mercedes e o brasileiro Lobini.

aGenDa 24 de outubro

Acontece amanhã, das 14h às 17h, no Rio de Janeiro, o curso "Mecânica de Batom". Inscrições, até o meio-dia de hoje, pelo telefone (21) 2718-9100, ramal 9120.

23 a 27 de novembro

O X-Treme Motorsports no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, receberá a presença do norte-americano Chip Foose, apresentador do programa Overhaulin, do Discovery Channel.

chicolelis

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

O empate foi justo e deixou o Grêmio mais longe, o que é bom para nós.” Muricy Ramalho

almanaque Celso Unzelte

GRÊMIO E SÃO PAULO DE PONTA A PONTA Arquivo Celso Unzelte

Grêmio e São Paulo, que ontem se enfrentaram em um duelo decisivo pelo Campeonato Brasileiro, fizeram também um dos jogos da primeira rodada da história da competição. Naquele dia, 7 de agosto de 1971, mesmo jogando no Morumbi, em São Paulo, o tricolor gaúcho venceu o paulista com facilidade por 3 a 0. O atacante argentino Hector Scotta (na foto, com o goleiro são-paulino Sérgio) marcou dois gols, sendo um deles o primeiro da história do Campeonato Brasileiro. O gremista Flecha completou o placar.

1981: GRÊMIO CAMPEÃO, SÃO PAULO VICE Dez anos depois, em 1981, Grêmio e São Paulo decidiram entre si o título de campeão brasileiro, em uma melhor de três pontos. No primeiro jogo, disputado no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, no meio da semana, o Grêmio ganhou por 2 a 1, de virada, com dois gols de Paulo Isidoro. O São Paulo havia saído na frente com um gol de Serginho. Na segunda partida, a decisiva, realizada no domingo, no Morumbi, os gaúchos ganharam novamente, dessa vez com um gol do atacante Baltazar, e levaram a taça para Porto Alegre.

“O São Paulo sempre achou que ganharia quando bem quisesse, mas isso não existe.” (Vílson Tadei, dispensado do São Paulo pelo técnico Carlos Alberto Silva em 1980 e titular do Grêmio, após a vitória por 1 a 0 que deu aos gaúchos o primeiro título de campeão brasileiro de sua história, em 1981.) O resultado de Corinthians x Cruzeiro, no Pacaembu, desempatou a história de um dos confrontos mais equilibrados do Campeonato Brasileiro. Até ontem, haviam sido disputadas 39 partidas entre os dois times pela competição, com 13 vitórias de cada lado e 13 empates, 43 gols corintianos e 40 gols cruzeirenses. No total de jogos, o confronto também é equilibrado: Corinthians e Cruzeiro enfrentaramse 55 vezes, com 21 vitóriascorintianas, 18 cruzeirenses e 16 empates. Os paulistas fizeram 71 gols e sofreram 67. Hoje, Edison Arantes do Nascimento, Pelé, completa 66 anos de vida. Ele nasceu na cidade mineira de Três Corações, em 23 de outubro de 1940, apesar de em seu registro de nascimento constar a data de 21 de outubro. E há 70 anos, em 25 de outubro de 1936, era disputado o primeiro clássico entre Palmeiras (então Palestra Itália) e São Paulo. Vitória palestrina por 3 a 0, com um gol de Mathias e dois gols de Rolando.

Esporte

Dei parabéns para meus jogadores, embora quiséssemos mais.” Mano Menezes

RITMO DE CAMPEÃO Ricardo Duarte/Zero Hora

C

om menos de um minuto de bola rolando no jogo que chegou a ser chamado de “final antecipada” do Campeonato Brasileiro, ontem, em Porto Alegre, Danilo já havia feito São Paulo 1 x 0 Grêmio. Depois, o tricolor paulista ainda perdeu duas boas chances de ampliar a vantagem, principalmente com Souza, que chutou duas bolas nas traves no primeiro tempo. No segundo, o Grêmio empatou, com Hugo, logo aos 4 minutos. E parou por aí, frustrando a expectativa de sua torcida de, naquele jogo, diminuir a diferença que o separava do São Paulo na liderança, de oito para cinco pontos. É verdade que, nessa rodada, essa diferença do tricolor paulista em relação ao vice-líder caiu de oito para sete pontos. Mas é verdade, também, que agora falta um jogo a menos para todos disputarem. Além disso, a ameaça imediata deixou de ser o Grêmio, adversário de ontem, agora quarto colocado, para se tornar o Internacional, novo vice-líder. E enquanto os gaúchos, mais o Santos, seguem revezando-se na caça ao líder nas últimas rodadas, o São Paulo é o único que segue em seu ritmo inabalável de campeão. “Tá bom demais, porque jogar com o Grêmio aqui dentro é uma dificuldade muito grande”, reconheceu o técnico sãopaulino, Muricy Ramalho. “O empate foi um resultado normal. É só ver o retrospecto do

TRICOLOR PAULISTA GANHOU MAIS VEZES São Paulo e Grêmio enfrentam-se desde 27 de abril de 1950, quando, em um amistoso realizado no Canindé (então o estádio do São Paulo), o tricolor paulista derrotou o gaúcho por 4 a 3. De lá para cá, contando o de ontem, aconteceram 69 jogos, com 27 vitórias do São Paulo, 22 empates e 20 vitórias gremistas. O São Paulo marcou 95 gols e o Grêmio, 77. Pelo Campeonato Brasileiro, o jogo de ontem foi o 39º, com 15 vitórias são-paulinas, 14 vitórias gremistas e 10 empates, 52 gols marcados pelo São Paulo e 47 pelo Grêmio.

1

Danilo faz 1 a 0 com menos de um minuto de jogo, Grêmio chega ao empate no segundo tempo mas São Paulo ainda lidera o Brasileiro com folga

Grêmio jogando aqui para ver o quanto é difícil.” De fato, neste Brasileiro, o Grêmio atuou em casa pela 15ª vez, das quais ganhou 11, empatou a terceira e perdeu apenas uma. Danilo, autor do gol relâmpago do Tricolor, concordou: “Foi muito bom porque a gente sabe da força do Grêmio aqui. Acabou sendo um bom resultado”. Outra prova da satisfação de Muricy foram os elogios

à postura da equipe, mesmo com o caldeirão em que se transformou o Olímpico. “Foi um time inteligente, que veio aqui e agrediu o adversário, acertou duas bolas na trave e buscou a vitória. Gostei muito da determinação”, afirmou. Os próprios jogadores reconheceram que fizeram muito bem a lição pedida pelo técnico. “Realmente foi uma pressão muito grande, mas o gol lo-

go no comecinho deu um baque no Grêmio”, acredita o imp ro v i s a d o l a t e r a l - d i re i t o André Dias. Já para o atacante Aloísio o São Paulo merecia, até, melhor sorte: “Tivemos mais oportunidades. Além das duas bolas na trave, teve uma cabeçada minha nos minutos finais”. Mas o meia Souza era o que mais lamentava o empate. Afinal, aos 8 minutos, ele aproveitou o vacilo da defesa gaú-

cha, invadiu a área e chutou de esquerda, na saída do goleiro Galatto. A bola bateu no travessão e saiu. Meia hora depois, sozinho, frente a frente com o goleiro gremista, escolheu o canto e bateu. A bola caresvalou no pé da trave esquerda. “Eu já estava saindo para comemorar. Esse era um jogo para eu me consagrar”, disse o jogador. “Mas trave também faz parte do futebol.”

Paulo Pinto/AE

Salvo pelo silêncio

A

vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro tirou o Corinthians da zona de rebaixamento, mas não serviu para que os jogadores rompessem sua greve de silêncio, iniciada durante a semana de treinamentos em Jarinu, no interior paulista. O único que falou após a vitória, assegurada por um gol de Renato, no primeiro tempo, foi o técnico Emerson Leão - aliviado após a primeira vitória em sete jogos, que fez o time subir para a 15ª colocação, com 35 pontos. “A vitória mostrou a união do nosso time. Eu havia dito que 1 a 0 seria goleada. Criamos várias chances para marcar muitos gols”, disse o técnico, satisfeito após a semana de trabalho fora de São Paulo. “A tranqüilidade de Jarinu foi excelente. Ficou clara a cumplicidade do time”, elogiou. Se não deram bola aos jornalistas, os jogadores foram só agradecimentos à torcida saudaram a mesma Gaviões da Fiel que foi até Jarinu para cobrá-los por um bom desempenho, tanto no jogo de ontem quanto no clássico de quartafeira, contra o Palmeiras. Houve troca de aplausos entre jogadores e torcedores. O Corinthians foi melhor durante toda a partida. Criou as principais chances e só não

ampliou o placar porque, mais uma vez, seus atacantes perderam muitos gols - inclusive Amoroso, que desperdiçou uma chance clara, com o gol vazio, pouco antes da abertura do placar. O pior para o atacante, porém, foram as fortes dores no pé direito, que já o atormentam há algum tempo e provocaram sua substituição no intervalo. Ele terá de fazer tratamento intensivo para enfrentar o Palmeiras, e, se não puder jogar, deve dar lugar a Rafael Moura - que, ontem, só entrou no segundo tempo, já que Ramon tomou seu lugar no time titular. Outro possível desfalque no clássico desta quarta-feira é o próprio Leão, que será julgado pela STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por sua expulsão na derrota por 3 a 0 para o Santos. As palmas irônicas ao árbitro Wilson Luís Seneme podem lhe render até 180 dias de suspensão, e ele promete ir ao Rio para acompanhar o julgamento. "Vou para lá para dizer a verdade. Não tem cabimento ser punido apenas pelo que o árbitro colocou na súmula, um papel que aceita qualquer coisa que você quiser escrever. Vou dizer a verdade expressa no olhar e nas palavras", pregou. O meia Carlos Alberto deve

permanecer de fora, pelo menos do clássico. Sua reintegração ao elenco já foi negada duas vezes pelo técnico, apesar da insistência do presidente do clube, Alberto Dualib que gostaria de vê-lo em ação já contra o Palmeiras. Leão, no entanto, falou apenas que ele deve se apresentar hoje para os treinos, sem dizer se vai aproveitá-lo. "Ele é funcionário do clube e deve obediência", disse o técnico após o jogo de ontem - no qual o gol da vitória foi marcado justamente pelo jogador que vem substituindo Carlos Alberto. "No meu modo de ver, ele já fez sua opção. Eu não sou radical. Agora só depende dele", explicou Leão, que exige um pedido de desculpas do meia para reintegrá-lo ao grupo. O jogo diante do Palmeiras, que está apenas uma posição acima na tabela, com dois pontos de vantagem, é encarado como de vida ou morte por todos no Corinthians. E um desfalque certo na partida é o lateral-esquerdo Gustavo Nery, que sofreu uma grave lesão no ombro direito ao cair de mau jeito num lance em que Leão, como de costume, pediu pênalti. O jogador será operado e não volta a jogar este ano. Leia mais sobre Corinthians x Palmeiras na página 2

Fernando Pilatos/AE

Com um gol de Renato, o Corinthians venceu o Cruzeiro por 1 a 0 e saiu da zona de rebaixamento. Os jogadores, no entanto, continuam sem dar entrevistas

Santos sobe na tabela e diminui diferença em relação ao São Paulo

A volta do sonho

A

pós a vitória sobre o Figueirense por 2 a 1, no sábado, na Vila Belmiro, os jogadores do Santos saíram de campo aliviados. Não era para menos: com o resultado, o time não só manteve as chances matemáticas de chegar ao título como ficou mais perto da vaga na Libertadores, a partir de agora um objetivo muito mais real. “A nossa parte nós fizemos. Amanhã serei Grêmio desde criancinha”, dizia o volante Zé Roberto, que hoje às 18 horas será julgado pela 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e corre o risco de ser condenado de um a dez jogos de suspensão, por ter comemorado o gol que marcou contra o Corinthians, no dia 5 de setembro, mostrando o escudo da camisa santista para a torcida do time da capital. Se, no domingo, o Grêmio não conseguiu derrotar o líder São Paulo, como Zé Roberto queria, pelo menos empatou. Com isso, a diferença dos santistas para os são-paulinos diminuiu de dez para oito pontos. Melhor: o Santos, que era o quinto colocado, agora é o terceiro, atrás apenas do São Paulo e do Inter. Entre os jogadores, o mais satisfeito era o centroavante Wellington Paulista, que chegou correr o risco de não jogar,

entrou e fez um bonito gol, o segundo de seu time, aos dois minutos do segundo tempo (Rodrigo Tabata havia feito 1 a 0, aos 22 do primeiro, e Soares descontou para o time catarinense, aos 22 do segundo). “O time caiu um pouco depois do gol, ficou um pouco morno e felizmente consegui fazer o gol”, disse Wellington Paulista. “Tenho que agradecer Tabata pelo passe que ele me deu.” Kléber admitiu que o time passou um sufoco após o gol do Figueirense, mas acha que a vitória foi merecida. “O mais importante é que ganhamos os três pontos e continuamos entre os lideres.” Para enfrentar o São Caetano, no próximo sábado à noite, na Vila Belmiro, Vanderlei Luxemburgo terá a volta do volante Heleno, que cumpriu suspensão, mas perdeu Cléber Santana, um dos melhores em campo diante do Figueirense. Ele recebeu o terceiro amarelo e deverá ser substituído por André Luiz. O recurso do Santos pedindo a diminuição da pena de sete jogos de suspensão deo goleiro Fábio Costa deve ser julgado pelo pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva na quinta-feira, segundo o gerente jurídico do clube, Mário Mello. O goleiro já está recuperado da lesão no ombro direito e vem treinando.


2

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nem sei se treinei no time titular ou no reserva.” Marcinho Guerreiro, quando perguntado sobre a formação do time

CORINTHIANS E PALMEIRAS JOGAM QUARTA

MISTÉRIO VERDE Nílton Fukuda/AE

P

ara tentar surpreend e r o r i v a l C o r i nthians no clássico de quarta-feira, no Morumbi, o técnico Marcelo Vilar, do Palmeiras, apela para a velha tática do mistério. Ontem, realizou um treino coletivo a partir das 9 horas, mas deixou a imprensa entrar no CT da Barra Funda somente depois das 10h15, quando a atividade já havia acabado. No entanto, Villar nega que esteja tentando esconder o time. “Até porque só vou definir a equipe nos p ró x i m o s d i a s , d e p o i s d e acompanhar o desenvolvimento físico dos jogadores”, explicou, referindo-se às possíveis recuperações de Michael, Marcinho e Enílton. A maior novidade pode ser a volta do goleiro Marcos. “É um jogo importante e a experiência do Marcos é algo que realmente conta muito. Pode ser que ele jogue”, admitiu Vilar durante a semana. Para em seguida despistar: “Tecnicamente o Diego está muito bem, tanto que é uma das revelações do campeonato. Vocês vão saber a escalação na hora certa”. O último jogo de Marcos foi exatamente contra o arqui-rival, dia 16 de julho, no primeiro turno do Brasileiro, vencido pelo Palmeiras por 1 a 0. Juninho, suspenso, não joga. Além dos jogadores, Marcelo Vilar tem dúvida quanto ao esquema a utilizar. Como o 3-5-2 foi mal contra o Vasco, o treinador deve optar pelo 4-4-2. “Não muda quase nada, já que quando jogamos no 4-4-2 o Marcinho Guerreiro recua para fazer o terceiro zagueiro quando necessário”, avisou. Do lado corintiano, a confiança para o clássico de quarta aumentou após a vitória de ontem sobre o Cruzeiro, por 1 a 0. Com ela, a equipe deixou a zona de rebaixamento e ficou a apenas um ponto do rival. No entanto, se for derrotada, poderá voltar à zona de rebaixamento. Os jogadores continuam sem falar com a imprensa, mas o técnico Leão garante: “A coisa é séria. Estamos indo com toda a garra possível. São dois gigantes se enfrentando para não morrer”.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

paSse livre Roberto Benevides

Clássico de risco

P

Para o clássico com o Corinthians, Palmeiras não divulga nem time nem esquema. Mas Marcos pode voltar

almeirenses e corintianos, de mal com a imprensa, resolveram fechar a boca e prometem disputar em silêncio os próximos compromissos no Campeonato Brasileiro. Esperam os torcedores de Palmeiras e Corinthians que seus jogadores pelo menos se entendam com a bola. Não está fácil, porém. Parece que a bola não quer conversa com eles. No 1 a 0 de ontem sobre o Cruzeiro, o Corinthians teve amplo domínio territorial do começo ao fim, chegou inúmeras vezes diante do goleiro Fábio, mas quase sempre se deu mal na hora de empurrar a bola para o gol. Poderia ter sido uma vitória fácil. Foi mais um domingo de aflição corintiana no Pacaembu - desta vez, pelo menos, com final feliz. O Corinthians voltou a sair da zona de rebaixamento, ajudado pela derrota da Ponte para o Inter por 2 a 0 e pelo 1 a 1 do Flu com o Juventude. Subiu do 17º para o 15º lugar, com 35 pontos, e é nessa posição que, na quarta-feira, vai enfrentar o Palmeiras, 14º colocado, com 37. O clássico é de risco, principalmente para os corintianos, que podem voltar ao inferno em caso de derrota ou até de empate. O Palmeiras, derrotado por 3 a 0 pelo Vasco na quarta da semana passada, começou o campeonato sob o comando de Emerson Leão, que perdeu dois jogos e foi rugir em outra freguesia. Marcelo Vilar o substituiu, perdeu dois jogos, empatou um e voltou para as divisões de base. Tite assumiu o time e, em 20 rodadas, conseguiu oito vitórias e cinco empates. Boicotado por um cartola, foi embora. Voltou Marcelo Vilar, que completou na derrota para o Vasco o oitavo jogo no campeonato, com aproveitamento de 33,3% dos pontos disputados - contra 48% de Tite. Preocupados com o risco de voltar à Segundona, muitos palmeirenses já morrem de saudade de Tite, embora o Palmeiras ainda tenha uma folguinha suficiente para não descer de novo ao inferno neste meio de semana, mesmo que perca no Morumbi. Em síntese: estão mal na tabela o Corinthians e o Palmeiras. Mais do que calar, os dois times precisam voltar a jogar.

DE VOLTA AO 4-4-2

FIÉIS, DE VERDADE

O 3-5-2 é mania recente dos técnicos brasileiros que nem sempre tem servido aos times. Sem comparar a campanha de um e outro, note-se que tanto o líder São Paulo como o Vasco, sexto colocado, voltaram a vencer e a jogar bem depois que retomaram o 4-4-2. Menos obcecado com a organização defensiva, o São Paulo venceu o próprio Vasco por 5 a 1, o Flu por 2 a 1, o Juventude por 5 a 0 e ontem empatou com o Grêmio por 1 a 1. E o Vasco bateu o Fortaleza por 2 a 0, o Santa Cruz por 4 x 0 e o Palmeiras por 3 x 0.

O Atlético Mineiro manteve a liderança da Série B no sábado ao vencer o Avaí por 4 a 1 no Mineirão diante de 57.131 torcedores – recorde de público do Campeonato Brasileiro de 2006 em todas as suas divisões. As tais torcidas organizadas costumam aproveitar a fase de desgraça para perseguir e ameaçar os times e jogadores, mas os verdadeiros torcedores fazem questão de voltar aos estádios quando a situação está ruim. Não é novidade. Já se viu isso na Segundona dos anos anteriores com o Botafogo, o Palmeiras, o Grêmio…

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C

A grande chance do Paulista

Ipatinga goleia e assume a liderança isolada

Fernando Pilatos/AE

O

Paulista volta a aparecer como a equipe do Estado com melhores possibilidades de ocupar, já nas próximas rodadas, uma das quatro primeiras posições da Série B, que garantem o acesso à Série A no ano que vem. Sábado, jogando em sua casa, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí, a equipe conseguiu uma importante vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba. Os gols foram marcados por Felipe, aos 18 minutos do primeiro tempo, e Marcelo Oliveira, aos 28 do segundo. Agora, o Paulista passa a ter 48 pontos, deixando para trás o próprio Coritiba, com 47. Está, ainda, em quinto lugar, atrás de Atlético-MG (o primeiro colocado, com 57 pontos), Sport (segundo, com 54), AméricaRN e Náutico (ambos com 49). Seu próximo adversário, no entanto, será o próprio América, no próximo sábado, em Jundiaí. Em caso de vitória, a equipe paulista seguramente passará a ocupar um lugar na zona de classificação. Outros dois times de São Paulo que venceram e aumentaram suas possibilidades de classificação foram o Santo André e o Marília. Na sextafeira, jogando em casa, a equipe do ABC fez 1 a 0 no Gama,

A

18ª rodada (jogo adiado) Brasiliense 1 x 0 Marília 31ª rodada Ituano 1 x 1 Remo Brasiliense 1 x 1 Portuguesa Santo André 1 x 0 Gama Atlético-MG 4 x 1 Avaí Paulista 2 x 0 Coritiba Sport 2 x 0 Náutico Paysandu 2 x 2 Guarani Marília 2 x 1 Vila Nova Ceará 1 x 0 São Raimundo América-RN 2 x 1 CRB

Time de Jundiaí faz 2 a 0 no Coritiba e agora pega o América-RN, outro adversário direto pela vaga, em casa

gol de Deni, aos 38 minutos do primeiro tempo. O Santo André, agora, é o oitavo colocado, com 45 pontos. No sábado, em Marília, o MAC também tirou proveito do fator campo para fazer 2 a 1 no Vila Nova de Goiás. Wellington Amorim abriu a contagem para o Marília, aos 12 minutos do primeiro tempo, Fabiano Gadelha ampliou aos 30 e Roberto Santos descontou

para o time goiano, nos acréscimos da primeira etapa. Com o resultado, o Vila Nova caiu para 18º e passou a ocupar um lugar na zona de rebaixamento. O Marília, com 43 pontos, chegou ao 9º lugar. Amanhã, no Recife, terá um duelo contra o Náutico, decisivo para manter suas esperanças de classificação para a Série A em 2007. Com o empate em casa diante do Remo, por 1 a 1, na terça-

feira passada, o Ituano conseguiu afastar-se um pouco mais da zona de rebaixamento. A mesma sorte não tiveram Guarani e Portuguesa. Na sextafeira à noite, a Lusa não foi além de um empate fora de casa com o Brasiliense, em 1 a 1, que a mantém na última colocação. Já o Guarani, no sábado, apenas empatou com o Paysandu, em Belém (2 a 2), e continua em 17º lugar.

Classificação

P

V

S

GP

1 Atlético-MG

57

16

23

55

2 Sport

54

15

21

49

3 América-RN

49

16

4

50

4 Náutico

49

14

8

51

5 Paulista

48

13

11

51

6 Coritiba

47

13

6

48

7 Brasiliense

45

11

12

48

8 Santo André

45

11

5

37

9 Marília

43

11

5

48

10 Paysandu

41

11

-4

43

11Avaí

40

11

-10

29 40

12 Ceará

40

9

-5

13 Gama

38

11

-10

42

14 Ituano

38

9

-2

37

15 CRB

37

10

-4

48

16 Remo

35

10

-14

37

17 Guarani*

35

9

-12

42

18 Vila Nova

35

9

-12

38

19 São Raimundo

34

8

-9

32

20 Portuguesa

34

8

-13

35

*Perdeu 3 pontos no STJD.

fase final do Campeonato Brasileiro da Série C tem, enfim, um líder isolado. É o Ipatinga-MG. Ontem, jogando em casa, o vice-campeão mineiro goleou o Brasil-RS. Diego Silva (quatro gols) e Joãozinho marcaram para o time da casa. Elivélton descontou. A segunda colocação pertence agora ao Criciúma, que bateu o Grêmio Barueri por 2 a 1, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. Os dois gols do Criciúma foram marcados por Douglas. Careca fez o gol do Grêmio Barueri, que agora é 5º. Bahia e Vitória venceram ontem em casa. Na Fonte Nova, o tricolor derrotou o FerrovárioCE, por 4 a 1, de virada, gols de Luís Alberto, Émerson (dois) e Sorato. Tiago fez o gol do Ferroviário. No Barradão, o Vitória derrotou o Treze-PB, 2 a 0, com gols de Preto Casagrande e Marcelo Moreno. RESULTADOS: Ipatinga-MG 5 x 1 Brasil-RS; Barueri-SP 1 x 2 CriciúmaSC; Vitória 2 x 0 Treze-PB; Bahia-BA 4 x 1 Ferroviário-CE. CLASSIFICAÇÃO: 1º Ipatinga-MG, 9 pontos; 2º Criciúma-SC e VitóriaBA, 7; 4º Treze-PB, Barueri-SP e Ferroviário-CE, 6; 8º Bahia, 4; 9º BrasilRS, 1.


segunda-feira, 23 de outubro de 2006

D

Ginástica Futebol Europeu Espanhol Tênis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Tive de colocar uma bota ortopédica, e a dor me atrapalhou muito." Laís Souza, que competiu com uma lesão no pé esquerdo

REAL VENCE O BARCELONA E ROBINHO BRILHA

ENFIM, UM TIME Bru Garcia/AFP

emorou, mas parece que Fabio Capello se convenceu de que o brasileiro Robinho tem vaga no Real Madrid - como tão bem demonstraram os 4 a 1 sobre o Steaua Bucarest, pela Liga dos Campeões, e os 2 a 0 de ontem sobre o Barcelona, pelo Campeonato Espanhol. O treinador italiano, muito criticado pela imprensa espanhola antes destas duas vitórias, comemorou os 2 a 0 sobre o bicampeão nacional: "Agora, nosso time parece um time. Quando cheguei, disse que seríamos competitivos e já o somos, no mesmo nível do Sevilla, do Valencia ou do Barcelona." Segundo Capello, houve "uma mudança total" depois de uma conversa com o elenco em seguida à derrota da semana passada para o Getafe. Não por coincidência, as duas boas atuações do Real vieram com Robinho como titular. O craque brasileiro deixa o time mais insinuante na frente e multiplica os espaços para seus companheiros. Assim, o Real Madrid quebrou a invencibilidade do Barcelona no Campeonato Espanhol e chegou ao quarto lugar, com 14 pontos, dois a menos que os líderes Barça e Valencia. A vitória do Real teve espectadores ilustres no Santiago Bernabeu: os tenistas Rafael

ITÁLIA

ESPANHA

Messina 2 x 2 Empoli Cagliari 0 x 0 Torino Roma 1 x 1 Chievo Atalanta 3 x 2 Sampdoria Catania 3 x 1 Lazio Fiorentina 3 x 0 Reggina Livorno 0 x 0 Siena Parma 1 x 0 Ascoli Udinese 0 x 0 Inter de Milão Milan 0 x 2 Palermo

Robinho, de novo titular, é destaque de Real Madrid 2 x 0 Barcelona

Nadal e Roger Federer e a atriz Scarlet Johanson. O jogo mal havia começado e eles viram o Real abrir o marcador. Aos dois minutos, Sérgio Ramos avançou pela direita e cruzou na medida para Raúl marcar de cabeça. O gol abalou o Barça, que passou meia hora vendo o ri-

val dominar o jogo. Quando o susto passou, o Barça já conseguia tocar a bola e levava perigo ao gol do Real, veio o nocaute: aos seis minutos do segundo tempo, Robinho foi lançado pela direita e cruzou para Van Nistelrooy mandar para a rede. Ninguém mais duvida de que Robinho é titular.

SUL-AMERICANA Atlético-PR em vantagem

D

epois de uma vitória de virada sobre o Nacional por 2 a 1, em Montevidéu, o Atlético Paranaense joga em situação bastante confortável nesta quarta-feira, às 22h, na Arena da Baixada, em busca de uma vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana. Embalada pela vitória de ontem sobre o Fortaleza, o time se classifica com um empate ou até mesmo com uma derrota por 1 a 0. Nas semifinais, deve pegar o Pachuca, que bateu o Lanús por 3 a 0 no jogo de ida, fora de casa.

ALEMANHA

Villarreal 1 x 1 Levante Zaragoza 2 x 1 Betis La Coruña 1 x 0 Atlético Madrid Athletic Bilbao 0 x 1 Celta Espanyol 2 x 2 Racing Santander Mallorca 0 x 0 Real Sociedad Huelva 1 x 2 Getafe Sevilla 2 x 1 Gimnastic Valencia 1 x 0 Osasuna Real Madrid 2 x 0 Barcelona

Borussia Dortmund 1 x 1 Bochum Alemannia Aachen 1 x 2 Energie Cottbus Arminia Bielefeld 1 x 0 Mainz Hertha 2 x 1 Borussia Mönchen. Schalke 2 x 1 Hannover Werder Bremen 3 x 1 Bayern Wolfsburg 1 x 1 Stuttgart Bayer Leverkusen 1 x 2 Hamburgo Eintracht Frankfurt 2 x 2 Nurnberg

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

1 Palermo

15

5

4

16

1 Barcelona

16

5

9

16

1 Werder Bremen

16

5

11

21

2 Inter de Milão

15

4

4

12

2 Valencia

16

5

8

13

2 Schalke 04

16

5

3

11

3 Roma

13

4

7

11

3 Sevilla

15

5

6

15

3 Hertha

13

3

5

14

4 Udinese

12

3

5

9

4 Real Madrid

14

4

7

10

4 Bayern

13

4

2

12 10

GP

5 Atalanta

12

3

3

10

5 La Coruña

14

4

4

9

5 Nuremberg

12

2

4

6 Livorno

12

3

2

6

6 Zaragoza

13

4

6

16

6 Alemannia Aachen

12

4

2

14

7 Siena

11

3

2

8

7 Atlético Madrid

13

4

4

10

7 BorussiaDortmund

12

3

1

11

8 Empoli

9

2

1

8

8 Getafe

13

4

2

6

8 Stuttgart

12

3

-1

13

9 Messina

9

2

0

9

9 Huelva

10

3

1

9

9 Borussia Mönchen.

12

4

-1

10

10 Catania

8

2

-3

10

10 Celta

10

3

-1

10

10 Arminia Bielefeld

11

3

1

11

11 Sampdoria

7

1

-1

12

11 Villarreal

9

2

-1

6

11 Energie Cottbus

11

3

-1

11

12 Torino

6

1

-6

4

12 Mallorca

9

2

-1

4

12 Eintracht Frankfurt

10

1

2

11

13 Cagliari

5

0

-2

4

13 Levante

8

2

-5

7

13 Hamburgo

8

1

-1

10

14 Milan*

4

3

2

6

14 Osasuna

7

2

-3

4

14 Bayer Leverkusen

8

2

-1

11

15 Parma

4

1

-10

4

15 RacingSantander

6

1

-4

6

15 Mainz

7

1

-4

7

16 Ascoli

3

0

-6

3

16 Espanyol

6

1

-4

4

16 Wolfsburg

7

1

-4

5

17 Chievo

2

0

-5

6

17 Athletic Bilbao

5

1

-8

6

17 Hannover

6

1

-9

9

18 Bochum

5

1

-9

7

18 Lazio*

-1

3

2

9

18 Betis

4

1

-3

8

19 Reggina*

-7

4

5

11

19 Gimnastic

4

1

-8

7

20 Fiorentina*

-7

2

-4

8

20 Real Sociedad

2

0

-9

5

*Punições: Milan, -8 pontos; Lazio, -11; Reggina, -15; Fiorentina, -19

FRANÇA

INGLATERRA

Lille 1 x 0 Lorient Monaco 1 x 3 Toulouse Nancy 1 x 0 Nantes Rennes 1 x 0 Nice Saint-Etienne 2 x 0 Le Mans Sedan 2 x 2 Lens Sochaux 2 x 1 Bordeaux Valenciennes 3 x 1 Troyes Auxerre 0 x 0 PSG Olympique 1 x 4 Lyon

PORTUGAL

Wigan 4 x 0 Manchester City Charlton 0 x 0 Watford Chelsea 2 x 1 Portsmouth Everton 2 x 0 Sheffield Aston Villa 1 x 1 Fulham Manchester United 2 x 0 Liverpool Blackburn 0 x 1 Bolton Middlesbrough 1 x 0 Newcastle Tottenham 1 x 0 West Ham Reading 0 x 4 Arsenal

Belenenses 2 x 0 Paços Ferreira Boavista 0 x 4 Nacional Acadêmica 2 x 0 Aves Marítimo 2 x 1 Beira Mar Vitória Setúbal 1 x 2 União Leiria Benfica 3 x 1 Amadora Sporting 1 x 1 Porto hoje: Naval x Braga

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

1 Lyon

28

9

18

26

1 ManchesterUnited

22

7

14

19

1 Porto

16

5

11

15

2 Olympique

20

6

9

18

2 Chelsea

22

7

10

15

2 Sporting

16

5

6

10

3 Nancy

19

5

5

10

3 Bolton

20

6

6

10

3 Benfica

13

4

7

13

4 Toulouse

18

5

4

15

4 Arsenal

17

5

11

15

4 Braga

13

4

5

8

5 Lille

17

5

4

15

5 Portsmouth

16

5

8

13

5 Naval

13

4

3

7

6 Saint-Etienne

17

5

3

15

6 Everton

16

4

7

15

6 Nacional

12

4

5

10

7 Lens

15

4

2

15

7 Aston Villa

15

3

5

11

7 União Leiria

10

3

-4

7

8 Sochaux

15

4

0

14

8 Fulham

13

3

-3

11

8 Marítimo

10

3

-2

6

9 Bordeaux

15

5

-2

12

9 Reading

13

4

-3

9

9 Paços Ferreira

9

2

-1

7

10 Valenciennes

14

4

-2

12

10 Blackburn

12

3

-2

9

10 Belenenses

8

2

1

6

11 Le Mans

13

3

-2

12

11 Liverpool

11

3

-2

9

11 Vitória Setúbal

8

2

-2

6

12 Auxerre

13

3

-3

11

12 Middlesbrough

11

3

-4

9

12 Acadêmica

7

1

-1

9

13 PSG

12

3

-1

12

13 Tottenham

11

3

-4

6

13 Boavista

7

2

-2

9

9

14 Manchester City

9

2

-7

6

14 Beira-Mar

5

1

-6

8

8

2

0

11

15 Aves

2

0

-9

4

16 Amadora

1

0

-11

2

14 Rennes

12

3

-2

15 Lorient

10

2

-4

9

15 Wigan

16 Sedan

8

1

-5

13

16 Newcastle

7

2

-5

7

17 Nice

7

2

-5

9

17 Sheffield

6

1

-8

4 7

Troyes

7

1

-5

9

18 Watford

5

0

-6

19 Monaco

7

2

-6

9

19 West Ham

5

1

-7

6

20 Nantes

6

1

-8

7

20 Charlton

4

1

-9

6

Dimitar Dilkoff/AFP

D

O exterminador Andrea Comas/Reuters

R

A prata de Diego Hypólito no solo foi a única medalha do Brasil no Mundial de Ginástica

Herói solitário iego Hypólito não conseguiu o bicampeonato mundial do solo, mas ainda assim saiu de Aarhus, na Dinamarca, como o ú n i c o a t l e t a p re m i a d o n o Mundial de Ginástica, encerrado no sábado. Ele ficou com a prata, superado pelo romeno Marian Dragulescu. Mesmo assim, o saldo foi considerado positivo pelos dirigentes, já que o Brasil disputou mais cinco finais (feminina por equipes, Daniele Hypólito

no individual geral, Laís Souza no salto, Laís e Daiane dos Santos no solo, Diego no salto) e classificou as duas equipes para o Pré-Olímpico, em 2007 - o masculino nunca conseguiu chegar a uma Olimpíada. "A avaliação dos atletas e da comissão técnica é excelente: a ginástica do Brasil nunca esteve em tantas finais num mesmo campeonato. Foi a melhor participação do País", derreteu-se Eliane Martins, supervisora de seleções.

Campeã mundial do solo em 2003, Daiane dos Santos quase conseguiu o bronze: fez 15,425 pontos, apenas 0,025 a menos que a italiana Vanessa Ferrari, que ficou em 3º lugar. A chinesa Fei Cheng levou um dos seis títulos do país, que chegará como favorito a Pequim-2008. Em dezembro, a elite da ginástica se reúne em São Paulo para a Super Final da Copa do Mundo. "Esperamos uma excelente participação do público brasileiro", disse Eliane.

oger Federer deu mais uma amostra de que pode se tornar o melhor tenista de todos os tempos e, mais que isso, um detonador de recordes - uma espécie de Schumacher de raquetes. Ontem, ele atropelou o chileno Fernando González por 3 a 0 (7/5, 6/0 e 6/0), na final do Masters Series de Madri, e chegou a 12 títulos dessa série, a segunda mais importante do tênis, atrás apenas dos Grand Slam. Já deixou para trás outra lenda, Pete Sampras, vencedor de 11 Masters Series. Agora, à frente dele, apenas Andre Agassi, que venceu 17 torneios desse tipo. Foi ainda seu 10º título no ano, em que disputou 15 torneios e chegou a 14 finais. Venceu 82 jogos - sendo todos os últimos 19 - e perdeu apenas cinco jogos. González chegou apoiado pela torcida espanhola, depois de eliminar o checo Tomar Berdych, algoz de Rafael Nadal que mandou os torcedores fecharem a boca após o jogo pelas quartas-de-final. Mas não foi páreo para Federer, que sobrou em quadra, especialmente nos últimos dois sets, e ganhou pela primeira vez em Madri. "Não pude jogar aqui nos últimos dois anos, por cansaço ou contusão. Não

Em Madri, Federer ganhou seu 12º Masters Series e superou Sampras

há como negar que este é um grande dia na minha carreira", disse Federer. Foi um dia de grandes estrelas, já que, em Zurique, a musa russa Maria Sharapova mostrou consistência e conquistou seu quarto título do ano, ao bater na final por 2 a 1 a checa Daniela Hantuchova (6/1, 4/6 e

6/3). Mesmo com a vitória, Sharapova saiu insatisfeita com o que chamou de "irregularidade". "Tinha as oportunidades na mão, mas não as convertia. Finalmente no terceiro set eu consegui", explicou. "Fiquei muito ansiosa", lamentou Hantuchova, após sua primeira final em 14 meses.


4

Fórmula 1 Massa Alonso Schumacher

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Quando eu era líder o Schumacher nunca quebrou, estava sempre no meu encalço.” Rubens Barrichello

ESPANHOL FATURA O BICAMPEONATO

BEM VINDO, MASSA

Sergio Moraes/Reuters

Hélvio Romero/AE

“F

elipe Massa será um dos candidatos ao título no ano que vem." A afirmação não é de nenhum dos torcedores que lotaram Interlagos para a primeira vitória de um piloto da casa no GP Brasil desde 1993, quando Ayrton Senna. Mas de Fernando Alonso, que disse isso minutos depois de chegar em segundo lugar e conquistar o bicampeonato mundial da Fórmula 1, superando ninguém menos que o agora aposentado Michael Schumacher. Se Massa repetir nas 17 provas do ano que vem o que fez ontem em Interlagos, Alonso terá razão. O jovem piloto, paulista de Botucatu, teve um fim de semana perfeito. Fez a pole, manteve a liderança depois de ser acossado pelo futuro companheiro, Kimi Raikkonen, na largada e na relargada, após um acidente com Nico Rosberg que provocou a entrada do safety car, e liderou praticamente de ponta a ponta - só teve alguém na frente na sua primeira parada nos boxes. Venceu sem cometer erros, com quase 20 segundo de vantagem para Alonso, que correu de forma conservadora, para chegar - precisava de só um ponto para ser bi. "Mesmo que outras vitórias aconteçam, essa ficará registrada em minha vida, pois é 100% especial. Nunca imaginei vencer uma corrida em casa, com o apoio de todos os torcedores", disse, ainda de macacão verde e amarelo, autorizado especialmente pela Ferrari para a corrida. Assim que desceu do carro, Massa se atirou sobre os mecânicos e deu um forte abraço em Schumacher. Um dia inesquecível para um piloto que estreou na Fórmula 1 em 2002, na Sauber, viveu um "ano sabático" em 2003, trabalhando como piloto de testes da Ferrari, voltando à

Alonso é carregado pelos colegas de Renault: em 2007, na McLaren

Bicampeão de casa nova

O Primeiro brasileiro a vencer em Interlagos desde Senna, ele se credencia como candidato ao título em 2007

Sauber para duas temporadas razoáveis, 2004 e 2005. No ano passado, foi convocado pela Ferrari para substituir Rubens Barrichello como escudeiro de Schumacher. Missão cumprida, embora o alemão não tenha conseguido seu oitavo título. Na sua segunda vitória na F-1, mostrou que pode ir longe, e disse que Schumacher vai deixar saudades. "Michael é um cara realmente positivo, vou sentir falta dele, mesmo que a aposentadoria dele signifique uma vaga para mim", afirmou, dias depois de levá-lo para um passeio em Botucatu. Massa admitiu que perdeu um pouco da concentração du-

rante a corrida, mas nada que pudesse atrapalhar o seu desempenho. "Algumas vezes consegui olhar para a arquibancada, mas falei para mim mesmo: 'O que você está fazendo? Tem que olhar para a pista e depois poderá olhar para a arquibancada!'", contou. Massa sonha agora em virar xodó da torcida. "Eu estava pensando que, depois de uma vitória aqui, a minha vida mudaria, e espero muito apoio no Brasil para ter outros resultados como o de hoje." Massa terá só um mês de férias: no fim de novembro, vai para Barcelona inicar a preparação do carro para o ano que vem.

Adeus, Schumacher F

oi uma despedida em grande estilo para o melhor piloto da história da Fórmula 1: Michael Schumacher não venceu o GP Brasil nem conquistou seu oitavo título, mas mostrou que vai fazer muita falta, com uma atuação de gala e a quarta posição. O sábado já trouxe um susto para Schumacher: com problemas no carro, ele não conse-

guiu sair para a última parte do treino de classificação e teve de se contentar com a décima posição no grid. O encontro com Pelé, antes da largada, fez bem ao alemão. Depois de trocar elogios e ganhar do Rei do Futebol um beijo e mais um troféu para a coleção, Schumacher iniciou o show com quatro ultrapassagens nas seis primeiras voltas.

Foi quando novamente a sorte lhe faltou: ao tentar ganhar a quinta posição de Giancarlo Fisichella, o heptcampeão teve um pneu furado e caiu para a 18ª posição, quase uma volta atrás do líder Felipe Massa. Veio então a segunda parte do espetáculo: Schumacher fez várias ultrapassagens e seguidas voltas rápidas. No reencontro com Fisichella, pro-

Marcus Brandt/AFP

Alemão ganhou um troféu e um beijo de Pelé e fez uma prova espetacular no dia de sua aposentadoria

vocou o erro do italiano, e depois passou Kimi Raikkonen. Com mais um pouco de tempo, poderia tentar tirar do inglês Jenson Button, da Honda, o terceiro lugar. "Foi uma corrida totalmente caótica. Nosso carro estava realmente rápido e poderíamos ganhar com tranqüilidade, mas não foi o meu dia", lamentou, depois de chegar menos de 25 segundos atrás de Massa. Saiu de cena elogiando seus sucessores - "Estou feliz por Massa, e também dou os parabéns para Alonso" - e não falou de planos para o futuro: "Agora sou um fã da Ferrari".

GP Brasil representou também para Fernando Alonso uma despedida: a partir de 2007, o asturiano, como faz questão de se definir, correrá pela McLaren. Levará para lá o número 1, e boas lembranças dos dois títulos conquistados com a Renault. "Obrigado a vocês por todos esses anos, foi um prazer trabalhar com vocês", disse um ofegante Alonso ainda no carro, pelo rádio, logo depois de terminar o GP do Brasil em segundo lugar e se tornar, aos 25 anos, o mais jovem bicampeão da Fórmula 1. "É minha última corrida pela Renault e uma maneira fantástica de terminar o relacionamento", disse depois. A relação começou em 2002, ano seguinte à estréia de Alonso na F-1, pela modesta Minardi, 17 corridas e nenhum ponto. O desempenho rendeu, no entanto, a atenção de Flavio Briatore e uma vaga como piloto de testes da Renault. No ano seguinte, se sentou no cockpit e já mostrou suas credenciais: duas poles, uma vitória, no GP da Hungria, e o sexto lugar no Mundial de Pilotos. Depois de passar em branco em 2004, ano em que a Ferrari sobrou, no ano passado Alonso assumiu a liderança após a segunda corrida e foi campeão com duas provas de

antecedência - também no Brasil. Neste ano, viu a Ferrari se recuperar no meio da temporada e Schumacher se aproximar perigosamente, mas conseguiu assegurar o bi numa prova conservadora, com o objetivo de chegar entre os oito primeiros. "Foi feita justiça", disse o piloto, que chegou a brigar com a equipe por achar que só lhes interessava o título de Construtores, além de atacar a FIA por uma possível proteção a Schumacher e à Ferrari. "Apesar das decisões tomadas contra nós, nos mantivemos unidos até o fim", disse. Sobre o futuro na McLaren, nada de previsões: "Não sei o que vai acontecer."


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

1 Iris Lacerda decora o bingo onde é gerente com o tema Dia das Bruxas todos os anos

NO LUGAR DOS BRINQUEDOS, VITRINES DAS LOJAS SE ENFEITAM COM MÁSCARAS E FANTASIAS

DIA DAS BRUXAS AGITA COMÉRCIO Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

J

á é quase uma tradição: passado o Dia das Crianças, as lojas de fantasias da Ladeira Porto Geral e proximidades, no Centro de São Paulo, mudam o clima da região, no último recanto da área que ainda não está totalmente tomado pelo Natal. Surgem máscaras de vampiro, roupas de bruxas e caveiras. Isso porque, na segunda quinzena de outubro, clientes percorrem a rua em busca de enfeites e fantasias para o Halloween – por aqui o Dia das Bruxas –, no próximo dia 31. A celebração tem origem celta e se tornou muito popular nos Estados Unidos, Irlanda, Canadá e Reino Unido. No Brasil, a festa aquece o comércio de produtos especializados. Capas e chapéus de bruxa, máscaras, dentaduras de vampiro e abóboras, de todas as cores e tamanhos, estão nas vitrines das lojas e bancas de ambulantes. O gerente da Festas e Fantasias, que fica na ladeira, Pierre Sfeir, explica que a expectativa é de um aumento de 15% a 20% nas vendas para a data em relação ao ano passado. "Em 2006, todas as comemorações foram excelentes para o comércio. Com o Halloween não será diferente", disse. Segundo ele, a procura por decoração e fantasias cresce a cada ano. A loja também ampliou em 20% o quadro de funcionários diretos só para o Halloween. "Indiretamente foram contratadas mais de 3 mil pessoas para o período", afirmou Sfeir. Na Festas e Fantasias, uma aranha de espuma custa R$ 11. Já a máscara que brilha no escuro, inspirada no personagem do filme Pânico, sai por R$ 25, e a caveira que acende os olhos, R$ 60. Para quem quer gastar pouco, a lanterna de abóbora é vendida por R$ 5 e o tradicional chapéu de bruxa de veludo com tule, R$ 18. Decoração – A gerente de um bingo no bairro do Sacomã, Iris Lacerda, juntou as amigas de trabalho para percorrer a Ladeira Porto Geral à procura de enfeites para a festa no trabalho. "Todos os anos organizamos a festa. Os funcionários e os clientes adoram", disse. A verba para as compras foi

Lúcia: adereços para festa na CET

No Brasil, o Dia do Saci

O

s integrantes da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci) querem que o dia 31 de outubro seja institucionalizado nacionalmente como o Dia do Saci e seus Amigos. O que se quer é exatamente coincidir com o Halloween (Dia das Bruxas), festa

Abóboras são peças que não podem faltar nas festas a fantasia

estipulada em R$ 1 mil. Na mesma loja, a funcionária da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) Lúcia Brito também comprava enfeites para o Halloween do escritório. "Estamos escolhendo os chapéus de bruxa e o resto dos adereços." Já o proprietário da Lojas Millôr, Melhem Michel Feghali, não vê motivos para comemorar. Segundo ele, as vendas não aumentaram em relação a 2005, mas podem melhorar nesta semana. Por lá, a vedete é a máscara do vilão de Star Wars, Darth Vader, por R$ 450. Mas há produtos mais acessíveis, como a máscara do Drácula, R$ 10, fantasias de bruxa, R$ 68, e as velas de abóbora – três unidades por R$ 10. As estudantes de enfermagem Juliana Schunck, Renata Siqueira e Daniela Vieira da Silva passaram a tarde da última quinta-feira escolhendo fantasias para o Halloween. "Queremos aproveitar as peças para outras festas. Fica di-

fícil escolher em meio a tantas opções", afirmou Juliana. Elas acabaram comprando chapéus de bruxa, óculos de morcego e dentes de vampiro. Além do comércio – M as não é apenas o comércio que se beneficia com a data. Bares e danceterias também se organizam. O Santa Faria Lounge faz no dia 27 uma festa temática, com concurso de fantasias, open bar e decoração especial. Também promete agitar o Dia das Bruxas a festa Halloween no Trem Fantasma 5, dia 11 de novembro, em um super trem fumaça que fará o percurso de Campinas até Jaguariúna. Os convites serão vendidos nas lojas Planet Girls. Tatiana Vicentini

SERVIÇO Santa Faria Lounge: (11) 3045-1213 / 3045-2590 Lojas Planet Girls: (11) 3486-9606 / 6459-2018

Tradição nas escolas de idiomas

A

escola de inglês Red Balloon é conhecida por suas grandiosas decorações de Halloween, mas neste ano resolveu inovar. Todo o dinheiro que seria investido para adquirir enfeites do Dia das Bruxas será doado para a ONG Vivendo com Arte, da favela de Paraisópolis, na zona sul da capital. De acordo com o diretor de marketing da Red Balloon, Michel Lan, as crianças que fazem

parte da ONG e os alunos da escola comemorarão o Halloween em uma grande festa, dia 26, no Buffet Infantil Comics. "Serão mais de 400 crianças da Red Balloon e da Vivendo com Arte, que tem como meta a cultura e a sociabilização dos jovens", diz Lan. Além do idioma – A Wizard vai comemorar no dia 28, no Espaço das Américas, ao lado da Estação Barra Funda, com show da banda CPM 22. Nas

unidades das escola, as crianças vão participar de festinhas. Já a rede CCAA programou um baile a fantasia, também no dia 28, na danceteria Enfarta Madalena. As crianças terão festinhas nas unidades de ensino no dia 27. A coordenadora da escola do Jardim Paulista, Josiani Batista, afirma que, além de ensinar a língua, a escola se preocupa em passar um pouco da cultura estrangeira para os alunos. (TV)

Pierre Sfeir, da Festas e Fantasias: aumento de 20% nas vendas

tradicional nos Estados Unidos e cada vez mais presente no Brasil. A entidade foi criada em 2003, em São Luís do Paraitinga (SP), para defender a valorização da cultura popular e prega que o Saci, a Iara e outros mitos brasileiros estão aí para serem festejados, sem espírito comercial, como legítimos representantes do mundo do imaginário popular e infantil. O Dia do Saci, comemorado em 31 de

outubro, está oficialmente instituído nos âmbitos municipal e estadual de São Paulo. Para que a data seja estendida a todo o território nacional, há dois Projetos de Lei de autoria dos deputados Ângela Guadagnin (PT/SP) e Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que tramitam na Câmara dos Deputados. O PL já foi aprovado pela Comissão de Educação. (TV)


2

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Ações do Shopping Central Plaza são para atrair o público de regiões mais distantes

CLIENTE FICA MAIS TEMPO NO SHOPPING

Fotos: Divulgação

SHOPPINGS FAZEM DE TUDO PARA CONQUISTAR NOVOS CLIENTES Ações tentam seduzir consumidor para que volte mais vezes a centro de compras

O

s shoppings fazem de tudo para conquistar clientes. E fazem mais ainda para torná-los fiéis. São desfiles de moda, cursos, espaços para diversão das crianças e exposições, dentre muitas outras atividades. Todas com a clara intenção de conseguir que o consumidor permaneça o máximo de tempo possível no shopping e volte sempre, de preferência todos os dias. Segundo a consultora e professora de gestão de marketing da Faculdade Senac de

Santa Catarina, Gisely Tonello Martins, cada atração tem sua função dentro da estratégia de marketing do shopping. Shows musicais e desfiles de moda, por exemplo, atraem um fluxo muito grande de pessoas, que acabam adquirindo produtos expostos (no caso dos desfiles) ou terminam consumindo na praça de alimentação. "Shows esporádicos, com artistas famosos, chamam pessoas de toda a cidade, mas esse público não se torna fiel", explica. O superintendente do Cen-

tral Plaza, João Carlos Alves Feitosa, concorda com a consultora, porém ressalta que esses eventos permitem que o shopping conquiste consumidores de regiões secundárias. "Ninguém atravessa a cidade para fazer compras. Mas se existem vários shoppings na região, as pessoas optam por aqueles que têm diferenciais." Com a intenção de oferecer atrações desde a inauguração, há sete anos, o Central Plaza foi desenhado com um espaço para eventos. Nele, são realizados dois desfiles anuais, expo-

ATA

ATA

Shopping Taboão promove desfiles de moda que têm identidade com os visitantes

sições de artes – que são alteradas de tempos em tempos – exercícios e outras atividades, como aulas de circo. Em um final de semana recente, por exemplo, o shopping manteve uma série de serviços para a população, como medição de pressão arterial, consultas de fonoaudiologia e fisioterapia, entre outras, em comemoração aos 116 anos da Vila Prudente. "Não somos mais um centro de compras, mas de lazer, serviços, e é preciso que as pessoas se sintam bem no local", diz. Desde o projeto – De fato, todos os novos shoppings são projetados pensando na possibilidade de que a administração aproveite espaços. No Frei Caneca, por exemplo, inaugurado há três anos, uma área para exposições foi definida desde o início. "Ao estudarmos o público da vizinhança, percebemos que as pessoas eram ligadas às artes e isso poderia atrair clientes", explica o gerente de marketing do shopping, Ricardo Leça. Mas, diz ele, só isso não basta. É preciso "um monte de pequenas coisas" para que o local tenha sucesso. "O desfile não substitui anúncio, que não substitui promoção e assim por diante." O Frei Caneca tem centro de convenções, cinemas, teatro, exposições, supermercado e eventos esporádicos. O grande diferencial do shopping, porém, está no cartão fidelidade. Com ele, os clientes podem ganhar brindes ou descontos, dependendo da época do ano. "Agora, a cada R$ 100 em compras mais R$ 10, o cliente leva um pedômetro (aparelho para contar passos)", afirma Leça. Hoje, 15 mil nomes fazem par-

COMUNICADO

Cidade de Deus - Companhia Comercial de Participações

Cursos são estratégicos para atrair o público desejado pelo shopping

te do banco de dados do Frei Caneca. "Dessa forma, conhecemos melhor nossos clientes e podemos focar sempre no que eles procuram." Conhecer o cliente, aliás, é fundamental, afirma a gerente de marketing do Shopping Taboão, Neliana Pucci, que já trabalhou em outros shoppings. "Não dá para errar e fazer um desfile conceitual para pessoas de classe C e D, porque elas não vão entender. Também é importante pensar nos cursos que serão oferecidos; eles pre-

cisam estar em sintonia com o dia-a-dia do público", afirma. Neste mês, o Taboão, em parceria com o canal infantil Cartoon Network, mantém oficinas de atividades para as crianças. "Elas aprendem a montar coisas relacionadas a algum local do mundo, como boneco de neve, do Alasca", afirma. As parcerias, explica ela, são fundamentais para centros pequenos como o Taboão, que não têm verba suficiente para criar muitas atrações. Fernanda Pressinott

Pesquisa revela o perfil dos freqüentadores

CNPJ no 61.529.343/0001-32 - NIRE 35.300.053.800 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 13.10.2006 Data, Hora, Local: Aos 13 dias do mês de outubro de 2006, às 11h, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, Salão Nobre do 5o andar, Prédio Novo. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença, os acionistas da Sociedade representando mais de dois terços do capital social com direito a voto. Constituição da Mesa: Presidente: Antônio Bornia; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas. Ordem do Dia: examinar proposta do Conselho de Administração para aumentar o Capital Social no valor de R$281.000.000,00, elevando-o de R$2.960.100.000,00 para R$3.241.100.000,00, mediante a emissão de 236.134.454 novas ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, ao preço de R$1.190,00 por lote de mil ações, para subscrição particular pelos acionistas no período de 23.10 a 22.11.2006, na proporção de 4,281999151% sobre a posição acionária que cada um possuir na data da Assembléia, com integralização em 15.12.2006, de 100% do valor das ações subscritas. Publicação Prévia: O Edital de Convocação foi publicado em 3, 4 e 5.10.2006, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, respectivamente, páginas 5, 8 e 12; “Diário do Comércio”, páginas 2; e “Diário da Região”, respectivamente, páginas 9, 7 e 7. Leitura de Documentos: O Edital de Convocação e a Proposta do Conselho de Administração foram lidos, colocados sobre a mesa e entregues à apreciação dos acionistas. Deliberação: Aprovada a Proposta do Conselho de Administração, registrada na Reunião daquele Órgão de 2.10.2006, a seguir transcrita: “Tendo por objetivo prover a Sociedade de recursos para a manutenção de suas atividades, vimos propor aumento de Capital Social no valor de R$281.000.000,00, elevando-o de R$2.960.100.000,00 para R$3.241.100.000,00, mediante a emissão de 236.134.454 novas ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, ao preço de R$1.190,00 por lote de mil ações, para subscrição particular pelos acionistas no período de 23.10 a 22.11.2006, na proporção de 4,281999151% sobre a posição acionária que cada um possuir na data da Assembléia, com integralização em 15.12.2006, de 100% do valor das ações subscritas. O preço de emissão teve como base o valor do patrimônio líquido da Sociedade. Ressaltamos que na data de integralização das ações os acionistas receberão os Juros sobre o Capital Próprio Complementares, inclusive em montante superior ao que caberá a cada acionista subscrever ao exercer o direito de preferência no aumento de capital ora proposto. No caso de ocorrerem sobras de ações, após decorrido o prazo para o exercício do direito de preferência, estas serão rateadas, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas que tiverem pedido, no Boletim de Subscrição, reserva de sobras, conforme determina o Parágrafo Oitavo do Artigo 171 da Lei no 6.404/76. As ações subscritas no referido aumento de capital terão direito a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio que vierem a ser declarados a partir da data em que ocorrer a sua aprovação, que dar-se-á em Assembléia Geral de ratificação, fazendo jus também, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações a partir da citada aprovação. Em conseqüência, a redação do “caput” do Artigo 5o do Estatuto Social será alterada após completado todo o processo do aumento do capital.”. Dando seqüência aos trabalhos, o senhor Presidente, relativamente à proposta para aumento do Capital Social, declarou que: a) a Diretoria estava autorizada a dar andamento ao processo de aumento do Capital Social, abrindo a subscrição das ações dentro das condições estabelecidas na proposta do Conselho de Administração ora aprovada, e da legislação pertinente; b) independentemente da data da entrega do Boletim de Subscrição, o pagamento à vista, em moeda corrente nacional, de 100% do valor das ações subscritas ocorrerá em 15.12.2006, mesma data do pagamento dos Juros sobre o Capital Próprio Complementares declarados em 2.10.2006, devendo o acionista fazer a opção por uma das formas previstas no Boletim de Subscrição, conforme segue: 1) compensação de crédito originário de Juros sobre o Capital Próprio Complementares. Neste caso, o exercício do direito de subscrição das ações não importará em qualquer desembolso de recursos por parte dos acionistas inscritos nos registros da Sociedade nesta data (13.10.2006); 2) débito em conta corrente mantida no Banco Bradesco S.A.; c) os acionistas que desejarem exercer o direito de preferência, deverão fazê-lo no período de 23.10 a 22.11.2006 no Departamento deAções e Custódia do Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira Depositária das Ações da Sociedade, com endereço na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; d) após totalmente subscritas as novas ações emitidas, deverá ser convocada nova Assembléia Geral de ratificação para exame, pelos acionistas, dos atos praticados pela direção da Sociedade no andamento do processo. Disse, o senhor Presidente, que toda a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva perante terceiros depois de homologada, em Assembléia de ratificação, e de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Quorum da Deliberação: unanimidade de votos dos acionistas presentes. Aprovação e Assinatura da Ata: lavrada e lida, foi esta Ata aprovada por todos os acionistas presentes e assinada. aa) Presidente: Antônio Bornia; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas; Acionistas: Antônio Bornia, Mário da Silveira Teixeira Júnior, Laércio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, Milton Almicar Silva Vargas, Norberto Pinto Barbedo, Fundação Bradesco e Nova Cidade de Deus Participações S.A., representadas por seu Diretor Vice-Presidente, senhor Antônio Bornia. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Cidade de Deus - Companhia Comercial de Participações. aa) Lázaro de Mello Brandão, Antônio Bornia.

Área de exposições foi desenvolvida já no projeto do Central Plaza

EDITAL

A

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Dipro Higiene Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Plus Química do Brasil Ind. e Comércio Ltda. - Rua Marquês de Maricá, 638 - 642 - 01ª Vara de Falências

Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requer ido: Paulimoldar Indústria e Comércio Ltda. - Rua Capitão Militão, 237 - 01ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000

Publicidade Comercial - 3244-3344

empresários de uma só vez?

Publicidade Legal - 3244-3643

Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) revelou o perfil dos brasileiros que freqüentam os shopping centers. De acordo com o estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado (IPDM), 55% dos freqüentadores desses centros comerciais são mulheres e 71% são das classes A e B. O levantamento foi realizado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Salvador e Porto Alegre, que juntas reúnem 38% dos 315 mil shoppings instalados no País. O setor fatura R$ 40 bilhões anuais e emprega 524 mil trabalhadores. A pesquisa também mostrou o que motiva o

consumidor a ir aos shoppings. Em média, 62% do público das seis capitais vão semanalmente para fazer compras (38%), seguido por passear (19%), usar os serviços disponíveis (12%) e ir à praça de alimentação (10%). Os paulistanos são os que mais vão a shoppings fazer compras (44%). A cidade de Belo Horizonte é a campeã de passeio (26%) e os moradores de Salvador são os que mais gostam de ir aos shoppings para usar os serviços (18%). O tíquete médio dos consumidores nos centros de compra dessas seis capitais é de R$ 95 por visita. Em Belo Horizonte, o valor médio gasto é maior, R$ 138. E, no Rio de Janeiro, menor, R$ 71. Na praça de alimentação, o tíquete médio cai para R$ 13. (FP)


2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Urbanismo Polícia Saúde Transpor te

ESTÚDIOS SÃO FISCALIZADOS, TATUADORES DE RUA, NÃO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

O ambiente tem de ser limpo – na rua há fumaça e poeira. Jacyr Pasternak, infectologista

Para médicos, todo cuidado é pouco Antes mesmo de escolher o desenho ou o piercing, é preciso achar um estúdio que tenha todas as condições de higiene e tome os cuidados necessários Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Ritual: Antônio Carlos coloca avental, máscara e luvas para iniciar mais um trabalho de tatuagem. Faz a assepsia no pé da cliente e prepara o local para receber o desenho. A pequena borboleta é primeiro desenhada com a ajuda de um tipo de decalque. Depois, Antônio, usando materiais esterilizados e descartáveis, finaliza a tatuagem. Segundo ele, muitas pessoas começaram a tatuar sem nenhuma noção de segurança ou controle de contaminação.

A

arte de tatuar é sim uma questão de saúde pública e, na opinião do médico infectologista da Beneficência Portuguesa, Jacyr Pasternak, todo cuidado é pouco. "É preciso tomar cuidado com o lugar onde a tatuagem ou o piercing serão feitos. O ambiente tem de ser limpo – na rua há exposição de fumaça e poeira – e, principalmente, as agulhas têm de ser descartáveis e os equipamentos esterilizados. Não vale a pena correr o risco de contrair um HIV ou hepatites B e C só por causa de um valor mais barato. Além disso, algumas tintas de má qualidade podem ser mais difíceis de sair da pele", disse Pasternak. Para quem está pensando em fazer uma tatuagem ou colocar um piercing, a dermatologista Lígia Kogos dá algumas dicas importantes para evitar futuros problemas. "É imprescindível procurar um estúdio confiável, verificar se as normas de higiene são respeitadas, se as agulhas são descartáveis e se o ambiente é limpo. Antes de tudo, no entanto, é preciso pensar bem e não fazer nada por impulso para não se arrepender depois", disse Lígia. Segundo ela, muitas vezes a pessoa escolhe um desenho que combina com aquele momento da vida. "Depois, com o passar do tempo, o desenho pode ficar fora de moda. Vem o arrependimento. Colocar o nome do namorado (a), marido ou esposa é o fim. Já tive casos de pessoas que acabaram o namoro e me procuraram para retirar a marca", disse. As tatuagens podem ser apagadas com aplicações de laser. As mais coloridas são mais difíceis de sair. Para apagar um desenho pequeno e sem muitas cores, segundo ela, são necessárias, no mínimo, 10 sessões. O valor de cada sessão pode chegar a mil reais. A dermatologista faz um alerta para as pessoas que têm quelóide (cicatrização imperfeita da pele). "Essa pessoa não deve fazer tatuagens para evitar complicações", disse Lígia. Com relação ao piercing, os cuidados são os mesmos, além da limpeza na pele. Fiscalização – Segundo a Vigilância Sanitária municipal, seus agentes fiscalizam apenas os estúdios cadastrados. Os que não cumprirem as especificações mínimas (higiene das instalações, uso de material descartável e esterilizado) ficam sujeitos a penalidades que variam da advertência à interdição. As multas podem ir de R$ 100 a R$ 500 mil, dependendo da gravidade da infração e da capacidade econômica do infrator. A prática de tatuagem ou colocação de piercings ao ar livre é ilegal e está sob a responsabilidade das subprefeituras. Segundo a assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé, os tatuadores de rua são considerados ambulantes porque prestam serviço em via pública. As autuações são feitas por agentes vistores. Hoje há apenas 700 para fiscalizar a observância de todas as posturas e leis municipais. A Guarda Civil Metropolitana também pode apreender equipamentos. Isso acontece, geralmente, quando há denúncia. Morte – Em Salto, no interior de São Paulo, Thais Jesus da Silva, de 13 anos, morreu dia 9 em decorrência de infecção generalizada provocada por um piercing colocado sem cuidados. A jovem ganhou um pino usado e decidiu furar o próprio umbigo com uma agulha de costura e a ajuda de três amigas. Duas semanas depois, começou a sentir dores abdominais. Foi medicada, mas teve febre. Voltou ao hospital no dia seguinte e entrou em estado de coma. Os médicos do Hospital Nossa Senhora do Monte Serrat acharam pus na cavidade abdominal de Thais, o que pode indicar que o peritônio (membrana que envolve o intestino) foi perfurado. Esse foi o primeiro caso de morte por septicemia por causa de um piercing.

Antônio Carlos Ferrari, presidente do sindicato dos tatuadores, defende a regulamentação da profissão


SALÃO DO AUTOMÓVEL 2006

São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

DCARRO

7

PARA QUEM GOSTA de TERRA Jeep, Land Rover e o grupo indiano Mahindra mostram seus novos fora de estrada, mas duas marcas brasileiras se destacam e apresentam seus modelos para o segmento off-road ANDERSON CAVALCANTE

E

ntre as atrações na feira do Anhembi, vale destaque para as empresas brasileiras. Além da fabricante de esportivos, Lobini (veja na pág. 8), estão presentes a já conhecida Troller e a TAC -Tecnologia Automotiva Catarinense, que apresenta um jipe de estrutura tubular, tecnologia bicombustível e tração 4x4 com reduzida: o Stark 4WD Flex. O carro vem equipado com motor 1.8 Flex (Volkswagen), tem potência máxima de 106 cv e peso/potência de 12,2 kg/cv. A TAC pretende iniciar a produção no segundo semestre de 2007, por enquanto ele está no Salão para avaliar a aceitação do mercado. A previsão é de que custe entre R$ 70 mil e R$ 80 mil. Outra atração brasileira é a linha Troller 2007, com destaque para o melhor desempenho da família T4, que

ganhou nova relação de transmissão, conseguindo aumento de torque nas rodas em até 10%, melhora no consumo de combustível e redução do ruído. A família T4 é comercializada com preços entre R$ 82 mil e R$ 85 mil. Pablo de Sousa

Novidades "de fora" - O público "off-road" pode também conhecer os novos Land Rover, Freelander 2 totalmente remodelado, que chegará em 2007 custando R$ 176 mil, e o Range Rover Sport TDV8 com motor diesel biturbo, que sai por R$ 350 mil. Há ainda as "boas-novas" da Jeep, com a nova geração do Wrangler que, a partir de janeiro, chega com preço de R$ 99 mil. Além disso há a participação de um grupo indiano, o Mahindra, com uma família de veículos 4x4 nas versões SUV (utilitário-esportivo) e picapes cabine dupla e simples.

A catarinense TAC está no Salão para conhecer a aceitação do público para o Stark 4WD Flex

No estande da cearense Troller, além da picape Pantanal, a renovada e mais potente família T4


segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO DE 15% ATÉ O NATAL

3 Os aparelhos tradicionais de 14 a 21 polegadas ainda representam 68% das vendas do setor.

Alex Ribeiro/DC

APESAR DE PREÇO MAIOR, VENDA DE TVs DEVE CRESCER

A

s vendas de TVs devem crescer 15% no Natal em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é a expectativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), apesar da estimativa de aumento de 3% a 5% nos preços até o final do ano. Para a entidade, a elevação não será um desestímulo ao consumidor que deseja adquirir produtos com tecnologia mais avançada ou utilizar o 13º salário na tradicional troca de eletroeletrônicos. Essa contradição é explicada pelo presidente da Eletros, Paulo Saab, como conseqüência da queda anterior dos preços desses produtos de 15,26%, ocorrida entre janeiro e setembro deste ano. Ele lembra que, no mesmo período, a inflação medida pela Fipe foi de 0,67% e que os preços das televisões já haviam recuado 16,09%, diante de um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 4,52% no ano passado, indicador também da Fipe. Além disso, o boom de vendas em função da Copa do Mundo foi atípico, já que o aumento da procura por TVs e outros eletroeletrônicos costuma ocorrer no segundo semestre, especificamente perto do Natal. Saab lembrou que a expectativa é de venda de 10 milhões de aparelhos de TV neste ano, contra 9,5 milhões em 2005. "Apesar do pequeno aumento, é importante lembrar que esses patamares são recordes no mercado", afirmou. No varejo, ainda não existem informações sobre a expectativa de desempenho do segmento de televisões ou de qualquer elevação de preços desses produtos. Pelo menos essa é a posição da Casas Bahia. Por meio de sua assessoria de imprensa, a rede informou que espera aumento de 10% nas vendas de todos os seus produtos no Natal em comparação com o mesmo período do ano passado. Produção em queda – Apesar de o varejo não comentar essa previsão, outro fator que serve como explicação para a expectativa de aumento nos preços dos televisores até o final do ano é a redução na escala de produção. Para reforçar essa previsão, contam ainda o custo de investimento realizado pelos fabricantes na produção e a redução na oferta mundial dos cinescópios – utilizados na fabricação dos aparelhos tradicionais. O presidente da Eletros reforçou que a pressão sobre os preços é grande porque houve, nos Estados Unidos e também no Japão, uma rápida substituição de aparelhos de TV convencionais pelos aparelhos de plasma e LCD. No Brasil, ainda não se observa essa tendência em razão do baixo poder aquisitivo da população. "Neste ano, os aparelhos tradicionais de 14 a 21 polegadas ainda representam 68% da produção e das vendas. Os aparelhos de plasma e LCD deverão ter melhor desempenho nas vendas nos próximos anos à medida que seus preços se adaptem ao poder aquisitivo dos brasileiros", disse Saab. Outro fator que poderá contribuir para a alta dos preços é o custo do frete. Na avaliação do presidente da Eletros, a precariedade das estradas brasileiras eleva as despesas com

transporte, já que os televisores são transportados da Zona Franca, no Norte, para as demais regiões do País. Além dos aparelhos de TV,

os DVDs e demais linhas de eletroeletrônicos "continuarão com vendas em escala exponencial", disse Saab. Paula Cunha

Preços dos televisores devem ter aumento de 3% a 5% neste ano em razão do custo de fretes e componentes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

ESPECIAL SANTOS DUMONT

CIDADES & ENTIDADES/ESPECIAL - 3

Fotos: Reprodução

Luludi/Luz

H

á cem anos o mineiro Alberto Santos Dumont levantava a Taça Archdeacon no Campo de Bagatelle, em Paris. Diante de uma comissão do Aeroclube da França e de uma multidão entusiasta – aplausos, flashes, chapéus lançados ao ar, rodando na ponta das bengalas –, o elegante personagem realizava o maior sonho do homem: voar em um aparelho mais pesado que o ar. Com o objetivo de atrair os irmãos Wright, o magnata Ernest Archdeacon criara a taça e um prêmio de três mil francos para o aeronauta que, elevando-se por seus próprios meios, realizasse um percurso mínimo de 25 metros. Como os yankees não se apresentaram para o convite/desafio, em 23 de outubro de 1906, um brasileiro caminhou pelo gramado até sua última criação, o aeroplano 14-Bis. Acomodou-se na carlinga, checou a hora no relógio de pulso – uma invenção conjunta com o amigo joalheiro Louis Cartier – e deu a partida no motor: saiu voando. A três metros do solo, percorreu a 37,358 km/h pouco mais que o dobro da distância proposta, pousando suavemente, com o decoro que a ocasião exigia. Aos 33 anos de idade, chapéu panamá branco e esvoaçante – sua marca registrada –, Alberto Santos Dumont acabara de inventar o avião! A notícia deslumbrou o mundo: as portas do céu abriram-se naquele dia, para culminar em 16 de julho de 1969 com a chegada do homem à lua. Mas naquele momento apenas confirmava-se uma fama mundial conquistada brilhantemente cinco anos antes. Em 19 de outubro de 1901, Santos = Dumont (assinava assim para indicar que considerava igualmente importante sua ascendência materna e paterna), vencia o primeiro dos desafios de sua trajetória. Decolando de Saint-Cloud com o protótipo n° 6, em forma de charuto, deu a volta na torre Eiffel, retornando ao ponto de partida em exatos 30 minutos e 29 segundos. Demonstrando a perfeita dirigibilidade dos balões – fato inédito –, abocanhou o prêmio de 100 mil francos do "Deutsch Prize", oferecido por outro magnata, o alemão Deutsch de La Meurt. Quantia formidável para a época, o filho de Henrique e Francisca (fazendeiros também milionários da região de Ribeirão Preto), e incorrigível mão aberta, distribuiu-a igualmente entre seus funcionários e os pobres de Paris. Já havia tentado a proeza anteriormente, como vários outros balonistas. Na segunda tentativa, uma das válvulas do n° 5 falhou, liberando hidrogênio, obrigando-o a desligar o motor sob o risco de uma explosão. Sem controle e perdendo altitude rapidamente, chocou-se e explodiu contra o Hotel Trocadéro, em 8 de agosto. Pendurado a 20 metros de altura, foi resgatado pelos bombeiros preso aos destroços, sem ter sofrido nada além de alguns arranhões. Os aeronautas já vinham testando a dirigibilidade dos balões há tempos, mas ninguém os conduzia direito. O vento de proa, popa, bombordo e estibordo atrapalhava, não mantinham a pressão do gás do invólucro, batiam de bico, explodiam. Homenagem - A imagem histórica do vôo do nº 6 correu o mundo. Foi esse momento que o Diário do Comércio tentou reproduzir no último dia 4, em homenagem ao Pai da Aviação. O blimp Ventura da Goodyear – prefixo PR-ANA – decolou do

AT26 Xavante e birreator T37 –, Blascheck tornou-se o primeiro piloto de blimps do Brasil. Tornando-se instrutor nos EUA, pôde treinar os outros dois da equipe, Eduardo Berensztejn e Wagner Miggiorin, com quem alterna os turnos de vôo. "Não há aeroclubes para dirigíveis. Por isso, é difícil encontrar pilotos. É necessário alguém construir para se criar a demanda", explica. O n o m e m oderno dos dirigíveis – blimp – deriva da palavra inglesa Limp, com a conotação de flexibilidade; "B" relaciona-se ao tipo de aeronave. A classe A-Limp é a dos dirigíveis com estrutura bastante rígida, um esqueleto metalizado dando o shape do envelope. Nessa classe estão os antigos Graf Zepplin, Graf Speer, Hindemburg, e os de guerra, como o US Macon. Na classe B-Limp a estrutura é bem mais maleável. A classe C-Limp é um projeto de aeronave ainda no papel, com dois envelopes tipo catamarã. São fabricados na Alemanha, França e EUA, mas com ínfimas diferenças técnicas dos de Santos Dumont. A tecnologia contribuiu com a substituição do hidrogênio pelo hélio e com o painel de instrumentos, igual a dos pequenos aviões. A outra diferença é que a gôndola moderna (cabine) é anexada ao envelope, enquanto a dos dirigíveis antigos era pendurada, como nos balões. Mas o grande segredo aerodinâmico também foi inventado por Santos Dumont. Incorporado desde o n° 1, o balonete é uma câmara de ar dentro da câmara de hélio, funcionando em sentido contrário. "Ao se expandir o gás com o ganho de altitude (e conseqüente diminuição da pressão atmosférica), puxo uma alavanca para expulsar o ar do balonete, de modo que o envelope não infle. Na compressão da descida, injeto novamente para que não murche, mantendo o volume do envelope sempre estável", explica Blascheck. A elasticidade da mistura de neoprene com nylon do Ventura, trançada com alumínio, previne rachaduras: se o envelope é perfurado, sua auto-vedação evita maior escape do hélio. Outdoor voador – O Ventura deverá escapar do projeto de lei enviado pelo prefeito Gilberto Kassab para despoluição visual da cidade, enquadrando-se em nicho de marketing diferenciado. Impulsionado por duas hélices de cinco pás, motores Lycomming de 180 hp, atinge a velocidade máxima de 58 nós (110 km/h), alcançando uma altitude de nove mil pés (três mil metros acima do nível do mar). Painel com os mesmos instrumentos de um avião convencional, não tem manche, pois não possui os aleirons que permitem a inclinação das aeronaves nas curvas. Já os profundores, responsáveis pela inclinação da proa – para cima e para baixo – são comandados por dois "timões", posicionados nas laterais do banco de pilotagem. O comprimento de 55 metros comporta, em média, 4 200 m³ de hélio. Ao preço de R$ 55 por m³, o custo de sua sustentação é de R$ 231 mil. Não é um valor fixo. Conforme transporta-se mais ou menos carga, o gás deve ser compensado, através de seu acréscimo ou decréscimo. O interior do envelope abriga, ainda, duas lâmpadas de 1.500 watts. "Certa vez, quando o dirigível iluminado ainda era pouco conhecido, ao sobrevoar Jundiaí fomos confundidos com um OVNI, tornando-se manchete nos noticiários da região. Só depois é que foram saber a verdade", divertese Blascheck. Quem vê o Ventura passeando sobre a cidade, sequer imagina sua potência: "Com vento de cauda, entre São Paulo e Rio, chego a 160 km/h, deixando os carros para trás", brinca. Não é que Santos Dumont adoraria estar a bordo dessa aventura?

Blimp da Goodyear contorna o obelisco em homenagem a Santos Dumont

Vôos inesquecíveis no céu de Paris Há exatos 100 anos, o mineiro Alberto Santos Dumont realizou o primeiro vôo com o 14-Bis. Anos antes, venceu o seu primeiro grande desafio: deu a volta na torre Eiffel com um dirigível. Armando Serra Negra Campo de Marte, deu a volta no obelisco do Ibirapuera e voltou ao ponto de partida. Simbologia explícita, o monumento lembra a Revolução Constitucionalista de 1932, alegadamente o motivo do herói da aviação não ter sobrevivido ao seu último desafio: deu cabo da vida no dia 23 de julho daquele ano, quando, passeando no Guarujá em frente ao Grand Hotel, chorou ao ver os "vermelhinhos" de Getúlio Vargas bombardearem o cruzador Bahia ao largo da ilha da Moela. Na verdade, talvez sofrendo de esclerose múltipla, há tempos que o gênio vinha passando por uma depressão profunda. Belle Èpoque – O can can agitava as noites do Moulin Rouge, anunciado nos cartazes de Toulouse Lautrec, enquanto Santos Dumont fabricava seu mais popular dirigível, o n° 9 – Baladeuse (a passeadeira) –, com um envelope de apenas nove metros de comprimento e cinco metros de diâmetro. A vida social era intensa, prenunciava um eterno joieux-de-vivre. Utilizado como automóvel, percorria os céus da cidade a 30 km/h, ora pousando na Champs-Elysées para um cafezinho,ora em visita a amigos em noites de gala na Ópera. Santos Dumont vivia a alegria de uma época humanista, de grande ebulição científico-cultural, longe das guerras. O estilo era o art nouveau, a releitura das estruturas góticas da Idade Média – notadamente através da serralheria – em prol de uma no-

va, antropomórfica e apurada estética ornamental. Propunha o aparelho como um veículo popular, imaginando um futuro próximo ao desenho animado "Os Jetsons", alegria da criançada dos anos 70. O n° 12 foi o primeiro projeto de helicóptero, com dois motores girando em sentido contrário; mas em 1905 ainda não havia um motor leve e potente o suficiente para a engenhoca funcionar. Chegou ao n° 14, que serviu para testar os comandos do aeroplano (nele acoplado) em vôo, daí o nome 14-Bis. As aeronaves n° 19, 20, 21 foram aper feiçoamentos para chegar ao charmoso Demoiselle Libelules, com o motor e asa à frente, leme e profundor atrás, design que se tornou paradigma da indústria aeronáutica. Os Demoiselles (senhoritas) eram pequenos monoplanos, seguros e versáteis, construídos em bambu e recobertos de seda transparente, como asas de libélula. Semelhante a um ultraleve, a estrutura de bambu foi substituída no n° 20 por um triângulo de metal, mais resistente e mais pesado. Dumont não patenteou o aparelho. Sua obra pertencia à humanidade.

A evolução dos dirigíveis Em meados do século passado a Goodyear, fabricante de materiais termoplásticos e termorrígidos,estava de olho no desenvol-

Com o 14-Bis, Dumont realizou o maior sonho do homem: voar

vimento dos dirigíveis, já apta a produzir seus envelopes (como são chamados os bolsões de gás). Com a aproximação da 1ª Guerra Mundial, logo recebeu encomendas de grandes dirigíveis para a marinha norte-americana, com a função de defender as costas, localizar e bombardear submarinos. Um deles, o USS Macon, tinha 239 metros de comprimento (188 a mais que o Ventura) e oito motores de 420 hp, a impulsioná-lo a 140 km/h com uma carga de 72 toneladas. Levava no bojo quatro aviões Cur tiss Sparrowhawk de combate. Como o logotipo da Goodyear é a bota alada do deus Mercúrio – o portador de mensagens – e pelo envolvimento da empresa com a aeronáutica, empreenderam uma nova estratégia de marketing para a época, continuando a produzir seus próprios dirigíveis, prestando serviços sociais e, principalmente, divulgando o nome da empresa. "Nesses 81 anos, a Goodyear

produziu quase 300 deles; um envelope é trocado a cada cinco anos. O primeiro foi o Pilgrim (peregrino) e atualmente há três voando nos EUA: o Spirit of América (que voou no Brasil de 1998 a 2001), o Spirit of Akron (cidade de Ohio, sede da empresa) e o Spirit of Goodyear. "O Ventura cobre o cone sul", esclarece o coordenador de campo, Maurici dos Santos. Além desses, há apenas mais dois no mundo, da Fuji e da Metlife, cumprindo os mesmos objetivos. B-Limp – Com apenas seis blimps voando – o valor estimado do Ventura é de US$ 3 milhões –, raros são os pilotos. "Somos apenas 22 e trocamos idéias no Orkut. Há menos pilotos de blimps do que astronautas", diverte-se o coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), José Eduardo Blascheck, piloto-chefe do Ventura. Com três mil horas de vôo em aviões de combate – T23 e T25 (precursores do T27 Tucano), jatos monorreator


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Céllus

6 -.OPINIÃO

LENTE DE

AUMENTO

DESPOLITIZAÇÃO DA POLÍTICA uso extensivo do marketing político tem produzido no Brasil distorções graves. A primeira delas é pensar que a TV é capaz de ganhar eleição. Não é. Mas é capaz de fazer perder. O que a TVeleitoral pode fazer é elevar ao limite, ao teto, potencial de voto do candidato a partir de suas características efetivas. A TV pode vender o produto político, mostrando com competência o que é e o que pode fazer. A TV pode desqualificar o candidato adversário a partir de seus defeitos efetivos, mostrando os riscos de sua eleição. Mas não pode inventar defeitos.

Milton Mansilha/LUZ

O

razão de seu voto, se engana. Quem pesquisa as razões do voto sabe disso. E ainda conseguiu jogar sobre Geraldo os riscos de seu futuro governo desde o primeiro turno (não deixem acabar com a Bolsa-Família...). A campanha de Geraldo quis explorar no limite as suas características. Porém, até aqui, as regionalizou. Para usar uma metáfora futebolística: quem joga bem em time regional não é garantia de jogar bem na seleção. Apenas aumenta a possibilidade. E custou a tentar desconstruir Lula. E quando o fez, o fez a fórceps pelo dossiê. Um ensinamento a mais desta campanha: a publicidade de governo afeta pouco a dinâmica da

Geraldo: bom em campeonato regional

Portanto, o publicitário não faz mágica. Ele utiliza os instrumentos e a experiência que tem para traduzir em sua linguagem o que os políticos fazem, farão, deixam ou deixarão de fazer. Há dois erros graves em campanha: o publicitário dar a orientação política e o político dar a orientação publicitária. Há casos em que o publicitário recria o candidato e vence. Mas nesses casos a probabilidade de desastre em governo é muito grande, pois se descolam as expectativas da prática de governo. Seguelà, publicitário de Miterrand, afirmava: “A cena teatral é diferente da cena política. Naquela o ator muda de personagem e continua a provocar emoções. Na cena política, não". A campanha do Lula na TV está explorando ao limite suas características pessoais. Quem pensa que a overdose de mentiras sobre o que fez em seu governo é a

campanha. É como se começasse tudo de novo. Lula gastou em publicidade na mídia (e não se incluem aqui, promoções, patrocínios, merchandising...) pelo menos 5 bilhões de reais. De pouco adiantou. Em campanha, começou tudo de novo, provavelmente a um custo 1% do que gastou em publicidade. A publicidade governamental - no nível médio nacional - serve muito mais para ganhar a boa vontade da imprensa, especialmente a local, que qualquer outra coisa. Isso sem falar nos "testemunhais" de alguns locutores de rádio com audiência. Aliás, desde 20 de setembro vários jornais regionais com a promessa de publicidade pós-eleitoral passaram a ser panfletos de primeira página da campanha de Lula. COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

JOÃO DE SCANTIMBURGO

DOSSIÊ ANTI-SERRA

S Falta de previdência ROBERTO FENDT

V

amos ver se entendi bem: o presidente da República disse que o desequilíbrio entre despesas e receitas da Previdência Social não é um problema e que não há nada a reformar. Se não é um problema, então a Previdência aqui tem futuro. Curiosa situação: não é o que nos dizem que está acontecendo nos principais países europeus. A Comissão Européia diz que é urgente a reforma da previdência européia. Pelos seus cálculos, o envelhecimento da população nos próximos 45 anos exigirá um aumento da carga tributária para cobrir os gastos adicionais com a seguridade, de 3% do PIB, na França e na Alemanha; de 4%, na Inglaterra; de 2%, na Itália; e de 8% do PIB, na Espanha. E aqui? Não tenho idéia do que vai ocorrer nos próximos 45 anos, mas sei o que já aconteceu nos últimos 40 anos. As despesas do INSS, entre 1986 e 1990, eram de 2,9% do PIB brasileiro; subiram para 4,5% entre 1991 e 1995; subiram novamente para 5,7% do PIB, entre 1996 e 2000; e para 6,9% do PIB entre 2001 e 2005. Com o recente aumento de 16% no salário mínimo – que reajusta duas em cada três aposentadorias – esse percentual deve estar beirando os 8% do PIB. O que quer isso dizer? Simplesmente, que as despesas previdenciárias já aumentaram em mais de 4% do PIB, nos 40 anos passados. E aqui o processo de envelhecimento da população brasileira mal começou. O problema maior está no futuro, não no passado. Olhando para a frente, as perspectivas não são nada animadoras. Em 2005, a população brasileira com mais de 60 anos era de 16,3 milhões (8,9% da população); em 2010 deverão chegar a 19,3 milhões (9,8% da população); em 2020, a 28,3 milhões (12,9%); e seremos, em 2030, 40,4 milhões de brasileiros com mais de 60 anos (17,1% da população). Trocando em miúdos: nos próximos 25 anos a população acima de 60 anos terá mais que dobrado em número e quase dobrado em porcentagem da população. Todo esse povo viverá mais tempo aposentado. E ainda há gente que acha que não há problemas e que não é preciso

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

reformar o sistema! Para ter futuro, a Previdência Social – aqui e na Europa – precisa urgentemente de pelo menos duas mudanças: primeiro, adequar a idade de aposentadoria às mudanças na expectativa de vida dos beneficiários; segundo, ajustar os benefícios às contribuições. As resistências serão grandes, aqui e na Europa. A resistência lá, a esse respeito, é ainda maior que aqui, já que os idosos constituem parcela maior da população que no Brasil. Essa "tirania da maioria", como a chamou Lorenzo Bini Smaghi em artigo publicado no Financial Times do último dia 17, está criando a situação em que a nova geração arca com os ônus crescentes de manter os "direitos adquiridos" das gerações anteriores. Pelo menos os europeus não têm tantos regimes de privilégios como temos aqui. Nossos servidores públicos têm regime especial; estamentos profissionais, idem; a distinção por gênero é também exagerada, pelo menos pelos padrões internacionais; e em nenhum país do mundo os benefícios previdenciários têm ganhos reais acima da inflação.

R

epita-se: o problema do crescimento das despesas previdenciárias é sério. Requer ações imediatas. Se o candidato-presidente já se deu conta do tamanho do problema, tem à sua disposição diversas alternativas. A primeira consiste em propor uma emenda constitucional, impondo um limite aos gastos do governo, em geral, e da Previdência, em particular. Minha expectativa de adoção dessa alternativa: zero. A segunda alternativa consistiria em um leque de medidas para aumentar a idade de aposentadoria e a eliminação das previdências "privilegiadas". Avalio que essa opção teria uma chance marginalmente maior. Finalmente, a terceira alternativa seria aumentar ainda mais a carga tributária, acabar de vez com o investimento público e não mexer em nada do que aí está, "neste país". Aposto nesta alternativa, caso o candidatopresidente se reeleja.

O problema do crescimento das despesas previdenciárias é sério

Desestatizar é crescer

P ublicidade não é magia, nem TV ganha eleição

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

e meus leitores quiserem saber, direi, francamente, que não acredito em punição decorrente do dossiê Vedoin, que foi articulado para envolver José Serra. Esse ardil é muito do período eleitoral, que já está morto e não se levantará mais ressurrecto. Durante alguns dias, chamou a atenção dos milhares de eleitores interessados na campanha e depois saiu da atualidade. Sempre haverá a história de um dossiê ou de alguma coisa semelhante para iludir os eleitores menos atentos do que os que fazem pesquisas sobre, por exemplo, dossiês, que não tem continuidade depois do pleito. No Brasil e no mundo são usados esses ardis para conquistar votos ou para fazê-los bandear de um candidato para outro. Há os que merecem confiança e há os que não a merecem, valendo apenas no momento culminante, no fim da campanha, quando já não há tempo para inutilizar o sentido posto na força volante do objeto usado.

ARTHUR CHAGAS DINIZ

O

candidato Alckmin perdeu duas excelentes ocasiões para melhorar sua posição diante do eleitorado. A primeira delas, quando aceitou (ou procurou?) o apoio explícito da família Garotinho -esses familiares, sim, carentes de mídia jornalística. Pecou porque Garotinho está para Lulla assim como o valerioduto está para o propinoduto – se alguns já esqueceram, a máfia dos fiscais do Rio, todos indicados por seu governador para fiscalizar as grandes empresas. Presos, depois liberados, com as instâncias de que dispõem réus inquestionáveis, levam anos para ser punidos. O valerioduto e seus implicados estão aí para ratificar a assertiva. Portanto, tendo se associado aos Garotinho, Alckmin perdeu um contraste importante: “Diz-me com quem andas e te direi quem és.” Lulla, além da quadrilha liderada, supostamente, por aliados seus (Berzoini, Lacerda, Delúbio, Silvinho), arranjou palanques aliados com gente como Jader Barbalho, Newtão, para falar apenas nos mais notórios corruptos. A segunda diferença que Alckmin perdeu foi a de não aceitar a “pecha” de privatista lançada por seu competidor. Na intenção de ter o apoio oficial do PDT (que acabou não acontecendo), assumiu-se um soldado das estatais. A atitude é tão impensada quanto improdutiva.

A privatização efetuada no governo FHC, apesar de eivada de procedimentos incorretos nos processos de avaliação e de venda, está mostrando resultados acima de quaisquer expectativas. Pois bem, Alckmin, ao invés de mostrar as vantagens para a Nação da venda da Vale do Rio Doce, das estatais de telefonia, das usinas siderúrgicas e da concessão de estradas de rodagem, por exemplo, eximiu-se de defender uma posição que, mais do que presumidamente racional, mostrou-se importante fonte de arrecadação de impostos e de geração de divisas. Não há como falar em privatização sem falar em benefícios.

A

lckmin jogou fora uma diferença que poderia ser essencial no programa econômico dos pelejadores. Aliouse, por baixo, em companhias mal faladas e, posteriormente, escolheu não diferenciar-se no projeto econômico, negando-se privatista. Alckmin, embora tudo indique ser um homem de bem, perdeu dois emblemas importantes: qualidade de parceria (com Garotinho) e no non sense econômico (antiprivatista). ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

A lckmin perdeu duas excelentes ocasiões para defender sua posição

campanha eleitoral no regime democrático depende muito dessas visões passageiras, que exercem força motriz do auge ao final de campanha, e que em breve tempo se esgotam por si mesmas quando chega o dia das urnas falarem. Tudo são ardis típicos das democracias eleitorais como a nossa, que demonstrou grande resistência aos ardis de campanha e também de como escapar delas sem se prejudicar perante o eleitorado, que vai dar o voto no dia das eleições. O dossiê anti-Serra foi mal imaginado, pois o candidato tinha personalidade própria para ser salvo de uma campanha como a do dossiê. Candidato modesto, com longa preparação para a campanha, conhecido como bom candidato pelos costumes, merecendo a confiança dos eleitores por sua honestidade, não poderia depender de um dossiê, evidentemente armado contra ele. Tudo ficou demostrado nos últimos dias da campanha já extinta com a vitória do candidato José Serra.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O dossiê

anti-Serra foi mal imaginado, pois o candidato tinha personalidade própria


4

Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

80% DAS DECISÕES DE COMPRA SÃO FEITAS NA HORA

ESPM CRIA LABORATÓRIO PARA ESTUDAR CONSUMO

17,6

por cento ó crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na América Latina de 2003 a 2006.

Milton Mansilha/Luz

Faculdade quer aproximar fabricantes e varejistas do dia-a-dia das pessoas. No local, que simulará ambientes reais, serão testadas idéias de alunos, projetos da ESPM e de empresas que contratarão o laboratório.

C

om ajuda da mídia, fabricantes e varejistas conseguem atrair o consumidor até o ponto-de-venda para comprar um determinado produto. Mas, é comum, na loja, este consumidor mudar de idéia e levar outra mercadoria. Para entender essa e outras atitudes, a Escola Superior de P ro p a g a n d a e M a r k e t i n g (ESPM) vai inaugurar no próximo dia 24 um laboratório de varejo. O objetivo é conhecer mais o consumidor brasileiro para servi-lo melhor e também para aumentar o faturamento das empresas. Aproximadamente 80% das decisões dos consumidores são tomadas na hora da compra. "É preciso descobrir o que leva as pessoas a decidirem por um ou outro item. As empresas investem muito em comunicação, mas pouco nos pontos-de-venda. Esse é um assunto que precisa ser melhor estudado. Está faltando conhecer o elo que liga a ida da pessoa à loja e a compra efetiva", acredita o coordenador do núcleo de varejo da ESPM, Ri-

É preciso descobrir o que leva as pessoas a decidirem por um ou outro item na loja. Esse assunto é pouco estudado Ricardo Pastore, da ESPM

cardo Pastore. Dentro do campus da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, está sendo montado o laboratório de 200 metros quadrados. Ele será modificado, dependendo do tipo de pesquisa encomendada – no local será possível criar lojas de artigos esportivos, construção, produtos de luxo, farmácia ou livraria, por exemplo. Mundo real – Um dos principais desafios do laboratório é aproximar os fabricantes e os varejistas do dia-a-dia das pessoas. "Por isso, vamos trabalhar com o mundo real. Será possível descobrir a me-

lhor maneira de resolver os problemas e conquistar os consumidores ", afirma o coordenador da ESPM. O primeiro projeto será feito em um "supermercado". "Fechamos parcerias com a Nestlé, Unilever e com o supermercado Coop. Além de promover um treinamento para os funcionários, os hábitos dos consumidores serão analisados. O interesse deles pelas marcas próprias do Coop também será estudado", diz o coordenador. Só poderão participar do laboratório consumidores convidados. Aprendizado – Seg un do Pastore, a ESPM pretende desenvolver temas próprios de trabalho, executar planos encomendados por empresas e permitir que alunos testem suas idéias no laboratório. "Os alunos vão participar das ações. A intenção é conseguir o retorno do investimento no projeto (de R$ 500 mil) e criar um ambiente de pesquisa com aulas práticas. As experiências geradas contribuem com o aprendizado", afirma. Neide Martingo

Pastore, coordenador do laboratório da ESPM, diz que alunos vão participar diretamente dos projetos

INTERNET O brasileiro navegou, em média, 20 horas e 27 minutos na internet em setembro.

Ó RBITA

ENERGIA A Aneel qualificou 26 empresas para o leilão de concessão de linhas de transmissão.

AMÉRICA LATINA Cepal prevê que Brasil crescerá menos que a média regional neste ano

A

economia brasileira crescerá menos que a média da América Latina neste ano. Um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) aponta que, pela segunda vez nos últimos 25 anos, a região apresenta condições favoráveis para crescimento, com superávit em transações correntes e redução do déficit fiscal. A estimativa média para a região é de 5% em 2006 e 4,3% em 2007. O Brasil, contudo, deve crescer cerca de 4% nos dois anos. Assim como o Brasil, outra potência da região, o México, deve ter resultado inferior à média. Em relação aos dados brasileiros, a Cepal estima uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3,5% e 4%, resultado da expansão observada no primeiro trimestre e das condições macroeconômicas favoráveis. Entre elas, a queda da ta-

xa de juros e a inflação abaixo da meta estipulada. Se os resultados da Cepal se confirmarem, será o quarto ano seguido de crescimento econômico latino-americano, o que resultará em um aumento acumulado de 17,6% no período 2003 a 2006.

A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fique em torno de 4%, ante média de 5% para a América Latina. Emprego – O estudo da Cepal também avaliou o emprego na região. Segundo a comissão, esse crescimento econômico recente gerou aumento do número de trabalhadores empregados com carteira assinada. A taxa de desemprego

diminuiu mais de um ponto percentual na América Latina, caindo para 9,1% da população economicamente ativa, o menor nível desde o início dos anos 1990. Porém, indicado o estudo, o aumento ainda é insuficiente, porque cerca de 18 milhões de pessoas estão desempregadas na região. Houve um expressivo aumento na taxa de ocupação, que atingiu 53,6% da população em idade ativa em 2005. Mas isso representa que quase metade da população está desempregada ou trabalhando informalmente. Ainda segundo a pesquisa da Cepal, o problema é que os novos postos de trabalho oferecem baixos salários – em média, apenas 0,5% superiores aos registrados em 2005 – e também tem-se observado um incremento dos contratos temporários de curto prazo no setor formal. (AE)

Marcos Peron/Virtual Photo - 07/2006

VENDA DE CARROS

O

Plantação de açúcar no interior de São Paulo

DOMÍNIO MUNDIAL

A

produção mundial de açúcar em 2006/2007 poderá bater todos os recordes e o Brasil deve ocupar o espaço deixado pelo açúcar europeu no mercado internacional diante da redução de subsídios à exportação. A avaliação é de analistas do setor do açúcar que fazem parte da "Sugar On Line", entidade com sede na Inglaterra e que agrupa especialistas do setor. Segundo as estimativas, o Brasil deve dominar metade do mercado mundial nos próximos cinco anos. (AE) A TÉ LOGO

ritmo de crescimento das vendas de automóveis no mercado doméstico voltou a colocar o Brasil sob os holofotes das principais montadoras do mundo. A previsão do setor é de que a comercialização de veículos aumente 7,1% neste ano, em relação ao ano passado. Em termos de volume, isso significa 2 milhões de automóveis. Essa taxa poderá até ser ultrapassada, se mantido o crescimento dos primeiros nove meses do ano. (AE)

EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS

O

grupo espanhol Sacyr Vallehermoso tem planos para crescer no Brasil. O foco principal da empresa – que é a terceira maior do mundo, com a administração de 2,5 mil quilômetros de estradas – será ampliar a atuação na área de concessões rodoviárias. O crescimento, porém, não ficará limitado ao segmento. O conglomerado quer participar também de negócios correlatos como metrô e ferrovia, além da área de saneamento. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Bolívia busca crédito de US$ 100 milhões para ampliar gasodutos

L

Cresce consenso entre economistas sobre modelo de metas de inflação

L

Embrapa ajudará na fiscalização de plantações de soja não certificadas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Sociopatia e revolução om toda a sua presunção e arrogância, a ciência social moderna não conseguiu produzir nenhuma descoberta que se aproximasse, em exatidão e força explicativa, da doutrina hindu das quatro castas, da qual a concepção marxista da luta de classes é uma imitação caricatural e remota, daí derivando a impressão de veracidade que possa exercer sobre a mente simplória do "proletariado intelectual" universitário. É impossível, a quem tenha se dado o trabalho de estudar um pouco a explicação hinduísta do processo histórico, observar a seqüência das estruturas de poder que se sucedem ao longo da história ocidental sem notar que ela repete ipsis litteris a transição do governo brâhmana para o kshatryia, deste para o váishyia e deste para o desgoverno shudra e para a confusão dos párias que prenuncia ou o fim da sociedade ou o retorno à ordem inicial. Vou aqui resumir brevemente essa doutrina, não como ela é em sua pura formulação originária, mas na adaptação que lhe dei, em cursos e conferências proferidos desde 1980, para torná-la mais flexível como instrumento explicativo de processos histórico-culturais mais recentes. Os brâhmana são a casta intelectual, voltada à busca do conhecimento espiritual e à construção de uma ordem social que reflita mais ou menos a "vontade de Deus" – as leis que determinam a estrutura inteira da realidade. Os kshatryia são os guerreiros e aristocratas, que sobrepõem à estrutura da realidade a glorificação das suas próprias tradições dinásticas e a expansão do seu poder militar. Os váishyia são os burgueses e comerciantes. Buscam em tudo o lucro e a eficácia econômica, que

C

(...) a ciência social moderna não conseguiu produzir nenhuma descoberta que se aproximasse, em exatidão e força explicativa, da doutrina hindu das quatro castas (...)

tomam ilusoriamente como um poder efetivo, ignorando as bases militares e espirituais da sociedade e terminando por ser rapidamente destruídos pelos shudra. Estes são os "proletários", no sentido romano do termo. Incapazes de governar-se a si mesmos, importam somente pelo poder do número, pela extensão quantitativa da "prole". Os brâhmana caem pela sua dificuldade de manter-se fiéis à intuição espiritual originária, esfarelada entropicamente em confrontações doutrinais de um artificialismo sufocante, cada vez mais insolúveis e violentas. A ascensão do poder aristocrático, com a formação dos modernos Estados nacionais, nasceu diretamente da necessidade de apaziguar os conflitos religiosos por meio de uma força externa, político-militar. O governo kshatryia cai porque o establishment aristocrático-militar é um poder essencialmente centralizador e expansionista, que tem de se apoiar numa burocracia crescente cujos funcionários ele próprio não pode continuar fornecendo indefinidamente e que ele colherá, portanto, entre os membros mais talentosos das duas castas inferiores, aos quais dará o adestramento necessário para o exercício de suas novas funções administrativas, judiciais, diplomáticas etc. Daí nasce a "intelectualidade" moderna, como subproduto de um sistema de ensino voltado à formação de funcionários para o Estado. Por outro lado, tão logo a burocracia se consolida como meio de ascensão social, os candidatos a ela são sempre em número maior do que os cargos disponí-

veis, ao mesmo tempo que o ensino, sendo ele próprio um instrumento de seleção, tem necessariamente de atingir um círculo maior de alunos do que aqueles aos quais pode garantir um cargo no funcionalismo público. A burocracia com que o Estado kshatryia controla a sociedade torna-se assim uma bomba de efeito retardado. De um lado, não é preciso dizer que a intelectualidade burocrática logo tem em suas mãos o controle efetivo do Estado, sonhando em sacudir de seus ombros o jugo de uma casta aristocrática cada vez mais ociosa e dispendiosa. De outro lado, há a multidão dos rejeitados. Suas ambições foram despertadas pelo ensino, frustradas pela seleção profissional. Eles formam o contingente daquilo que denominei "burocracia virtual" – o exército crescente daqueles indivíduos relativamente adestrados, mas sem função. Seu único lugar possível na sociedade é dentro do Estado, mas o Estado não tem lugar para eles. Eles são a classe revolucionária por excelência, o personagem central da aventura moderna. Não demorarão a sonhar com um Estado amoldado às suas necessidades. Enquanto não conseguem criá-lo, ocupam-se de tagarelar infindavelmente sobre todos os assuntos, espalhando por toda a sociedade seu rancor e suas frustrações e, sobretudo, adornando-se usurpatoriamente do prestígio dos antigos brâhmana, dos quais constituem a caricatura invertida. Os "intelectuais" são o clero leigo da Revolução. Se vocês já ouviram falar em PT, sabem do que estou falando. Mais adiante voltarei a isso. Por outro lado, o Estado aristocrático custa caro e não pode se manter indefinidamente com os recursos de uma economia agrária tradicional e simplória; a expansão econômica requer a mobilização de capacidades específicas que

É ridículo dizer que um partido como o PT 'se transformou' numa quadrilha de delinqüentes. O partido nasceu delinqüente.

são as dos váishyia. Os banqueiros e industriais fornecem a nova base econômica do Estado, arregimentando a mão-de-obra shudra em proporções jamais sonhadas antes e substituindo à antiga economia agrária o moderno capitalismo. É nesse momento – e só sob esse aspecto – que a diferença entre dois sistemas de propriedade dos meios de produção se torna determinante historicamente, criando uma situação peculiar que Karl Marx projetará enganosamente sobre todo o curso da História. Mas também é claro que a ascensão do capitalismo, em si, não apresenta risco para a classe aristocrática, a qual facilmente se adapta aos novos modos de adquirir riqueza e integra nas suas fileiras, por meio de casamentos e da distribuição de títulos nobiliárquicos, os novos ricos ascendidos sem nobreza ancestral, sine nobilitate (abreviatura s. nob., donde o termo "esnobe"). A essa adaptação corresponde, politicamente, a passagem do Estado monárquico absoluto à moderna monarquia parlamentar, um processo que não tem por que ser violento ou traumático, só vindo a sê-lo na França porque o crescimento excessivo da burocracia estatal tinha ocasionado fatalmente um crescimento ainda maior da "burocracia virtual" e transformado em puro rancor revolucionário as ambições frustradas da intelectualidade. Foi esta que fez a revolução. Não havia um só capitalista entre os líderes revolucionários, e a burguesia, como se viu na Inglaterra, jamais precisou de revolução nenhuma para se elevar socialmente a um status ao qual a própria aristocracia a convidava insistentemente. O concei-

to de "revolução burguesa" é uma das maiores fraudes da história das ciências sociais. Os componentes da burocracia virtual, por sua vez, não podem ser definidos economicamente. Seu único traço em comum era a educação que os diferenciava da massa. Vinham de todas as classes – do campesinato, do antigo clero, da pequena burguesia, dos setores empobrecidos da própria aristocracia. Não tinham unidade de origem, mas de situação social e ambições. A fórmula verdadeira da sua unidade residia no futuro: na imagem do Estado perfeito, investido de todas as virtudes que eles próprios julgavam encarnar. Vivendo de fantasia autoglorificante, compensação psicológica de sua posição social vexatória, não é de estranhar que se concebessem como herdeiros da autoridade intelectual dos brâhmana mas também se imaginassem os sucessores naturais da Igreja como porta-vozes e protetores dos pobres e oprimidos, os shudra. Por toda parte falam em nome da "ciência", mas também da "justiça social". Imaginam encarnar ao mesmo tempo a autoridade espiritual mais alta e os direitos espezinhados da casta mais baixa. Mas assim como não houve burgueses na vanguarda da "revolução burguesa", não haverá proletários entre os líderes da "revolução proletária". Toda a sociologia revolucionária é uma fraude ideológica destinada a encobrir o poder dos "intelectuais". Estes não são casta nenhuma. São uma interface nascida acidentalmente do inchaço canceroso da burocracia, e por isso mesmo lutarão para fazê-la crescer ainda mais onde quer que adquiram os meios para isso. São, a rigor, párias – uma mescla confusa e delirante de fragmentos de discursos das várias castas. São a pseudocasta sem função nem eixo, sociopática por nascimento e vocação. A ascensão da burguesia capitalista não é um processo revolucionário. É um longo e complexo processo de incorporação e adaptação. O capitalismo francês nasceu e permaneceu raquítico por causa da Revolução, que veio com a expansão burocrática e continuou vivendo dela até hoje, numa nação que é, por excelência, o paraíso dos "intelectuais". O capitalismo desenvolveu-se, isto sim, na Inglaterra, onde a aristocracia se adaptou suavemente às suas novas funções capitalistas, e na América, onde, sendo rala a presença da aristocracia de sangue, a própria burguesia capitalista se investiu do ethos heróico-aristocrático, gerando uma nova casta kshatryia. Observo, de passagem, que essa transfiguração da burguesia americana em aristocracia – o fenômeno mais importante e vigoroso da história moderna – jamais teria sido possível sem a profunda impregnação cristã da nova classe, que fazia dela, em contraste com a farsa dos "intelectuais", a herdeira parcial e longínqua, mas autêntica, da autoridade brâhmana. Na doutrina hindu, não há jamais um governo shudra. Os shudra são, por definição, governados e não governantes. O sujeito pode nascer shudra mas ao ascender a funções de importância já é um "intelectual" (se Lula continuasse torneiro mecânico, seria apenas torneiro mecânico). O que pode haver é o governo dos intelectuais fazendo-se passar por vanguarda shudra e, é claro, oprimindo os shudra mais do que nunca, para que criem a base econômica de uma burocracia estatal ilimitadamente expansiva. Economicamente, o governo shudra, ou socialismo, só tem existência verbal. Em 1921, Ludwig von Mises deu a demonstração cabal de que a economia totalmente estatizada é inviável e de que, portanto, todo regime autonomeado socialista nunca passaria de um capitalismo disfarçado sob a carapaça de ferro da burocracia estatal. A história não cessou de lhe dar razão desde então. Dessa breve exposição é possível tirar algumas conclusões que a experiência histórica comprova abundantemente: 1 Onde quer que a burocracia estatal se torne a via predominante

(...) não haverá proletários entre os líderes da 'revolução proletária'. Toda a sociologia revolucionária é uma fraude ideológica destinada a encobrir o poder dos 'intelectuais'.

[Os intelectuais] não são casta nenhuma. São uma interface nascida acidentalmente do inchaço canceroso da burocracia, e por isso mesmo lutarão para fazê-la crescer ainda mais (...)

BRÂHMANA

KSHATRYIA

VÁISHYIA

SHUDRA

de ascensão social, como aconteceu na França do século XVIII ou na Rússia do século XIX, a burocracia virtual tende a crescer indefinidamente e a tornar-se geradora de pressões revolucionárias. Muitas nações modernas aliviam essas pressões criando um número indefinido de sinecuras culturais e universitárias para integrar e "oficializar" de algum modo a burocracia virtual, mas isso, por um lado, é um paliativo caríssimo, que só pode ser custeado por um capitalismo pujante, o que supõe, precisamente, que a Revolução seja abortada em tempo; por outro lado, a burocracia virtual oficializada pode se satisfazer por algum tempo com suas novas funções na sociedade capitalista, mas a ascensão social mesma acabará por torná-la ainda mais presunçosa e arrogante. Isso explica que precisamente nas nações onde os intelectuais têm as melhores condições de vida eles sejam os mais rancorosos inimigos da sociedade que os nutre e lison-

jeia, mas em compensação não consigam ou talvez nem queiram desferir o golpe mortal nessa sociedade, limitando-se a constituir um fator de corrosão estrutural permanente, neutralizado, no conjunto, pelo progresso técnico e pelo crescimento capitalista. 2 Onde a burocracia virtual ainda não perfeitamente oficializada tenha como principal veículo de integração social um partido político, esse partido, encarnando a seus próprios olhos ao mesmo tempo a suprema autoridade intelectual e os direitos de todas as vítimas reais ou imaginárias da injustiça social, se colocará necessariamente acima das leis e instituições, arrogando-se todos os direitos e todas as virtudes e não reconhecendo julgamento superior ao seu. 3 Toda esperança de integrar esse partido no processo democrático normal será repetidamente frustrada, pois ele jamais entenderá sua participação nesse processo senão como concessão temporária

– e, em si mesma, repugnante – às condições que impedem a consecução dos seus objetivos. 4 A conquista do poder total será sempre o objetivo e a única razão de ser desse partido, que tentará toda sorte de golpes de Estado e ao mesmo tempo verá como golpe de Estado qualquer tentativa, por mais tímida e limitada, de impedi-lo de chegar a seus objetivos. Exemplos não faltam no Brasil. O mais recente é aquele em que os líderes do partido dominante pregam abertamente a resistência violenta a uma possível derrota nas eleições, ao mesmo tempo que denunciam literalmente como “golpe de Estado” a simples revelação jornalística do dinheiro que usaram num truque sujo contra o adversário (vejam a maravilha de retórica invertida em http://conversa-afiada .ig.com. br/ materi as /39 450 1395000/394778/394778_1.html). 5 Como a função primordial do partido revolucionário, por baixo dos mais variados pretextos ideológicos, é justamente criar um Estado burocrático para servir a seus próprios membros, é normal e inevitável que esse partido, uma vez investido do poder estatal, encare o Estado como sua propriedade, usando-o para seus próprios fins e não vendo nisso a menor imoralidade. A burocracia virtual é sociopática por nascimento e por definição; e sua forma de governo, tão logo tenha as condições de implantá-la, é e será sempre a sociopatia organizada. 6 A afinidade do partido revolucionário com o banditismo comum é algo mais que conjunção temporária de interesses. Na perspectiva da burocracia virtual, o único mal no mundo é ela não ter o poder absoluto, é existir uma sociedade que a transcende e não a obedece. Todos os outros males, se enfraquecem essa sociedade e favorecem a conquista do poder total pelo partido revolucionário, são bens. A auto-idolatria solipsística do chefe de gangue e a do líder revolucionário são exatamente a mesma, com a leve diferença do requinte intelectual um pouco maior a favor desta última. É ridículo dizer que um partido como o PT "se transformou" numa quadrilha de delinqüentes. Ele nasceu delinqüente. 7 A insistência dos adversários em fazer de conta que esse partido pode participar honradamente do processo político normal levará sempre a condições de “guerra assimétrica”, em que um dos lados terá todos os encargos, e o outro todos os direitos. *** PS – Para aqueles que tiveram a infelicidade de nascer membros da burocracia virtual, só há três caminhos de vida possíveis: (1) integrar-se na farsa revolucionária e sair alardeando que são benfeitores da humanidade; (2) cair para a marginalidade, a doença mental, a autodestruição ou o banditismo; (3) compreender sua situação histórica, lutar para escapar a uma condição social essencialmente farsesca e para adquirir, por meio do estudo e da autodisciplina espiritual, a dignidade do verdadeiro estatuto brâhmana, o que implica renunciar a todo poder político e a todas as vantagens psico-sociais da participação na intelectualidade revolucionária. Economicamente, sobreviver da atividade intelectual fora do esquema revolucionário de proteção mútua é um desafio temível. Para os que nasceram váishyias, o desafio é resistir ao canto-de-sereia revolucionário e impor o capitalismo como modo de vida moralmente superior. Isto não é possível sem o cultivo da disciplina kshatryia e a aceitação dos encargos heróicos de uma nova casta nobre, o que implica a absorção, mesmo longínqua, do legado brâhmana. A luta no mundo moderno é entre os váishyia e os burocratas virtuais – isto é, entre aqueles que alimentam o Estado e aqueles que se alimentam dele. Se os primeiros se deixam hipnotizar pela cultura revolucionária, estão liquidados, e, com eles, os shudra, que perdem o estatuto de trabalhadores livres para ser escravos da burocracia comunista.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

3

Política

Eu não dividi nada. Eu nasci pobre. Foram eles que dividiram. Luiz Inácio Lula da Silva

Paulo Pinto / AE

Eu sou pernambucano e devo tudo a São Paulo, mas um paulista com a Avenida Paulista na cabeça nunca saberá governar esse País. Luiz Inácio Lula da Silva

PROMESSA: MELHORAR A SAÚDE.

Foi montada no Palácio do Planalto a 'mentirobrás' Geraldo Alckmin

O O petista reforçou sua origem pobre e disse que os adversários deveriam torcer pela sua vitória nas urnas.

LULA: 'RICO NÃO PRECISA DO ESTADO'

É uma perda histórica, o presidente Lula está assassinando o símbolo que ele representa. Fernando Henrique Cardoso

A conversa das privatizações pegou. Alckmin caiu na armadilha. Roberto Romano professor - Unicamp

Em São Paulo, o candidato insiste em dizer que PSDB governará para as elites.

O

O PT usa técnica facista: pega uma mentira, fica repetindo durante anos e aí vira verdade. Luiz Carlos Mendonça de Barros

Os tucanos e o PFL acham que só os eleitores deles são esclarecidos, bem informados. Aldo Rebelo

O presidente Lula tem jogado ricos contra pobres, pobres contra ricos, tentando dividir o Brasil. Tasso Jereissati

Em nenhuma sociedade o debate da ética pode estar exaurido. As grandes lideranças não podem fixar seus olhos apenas nas eleições, esquecendo os exemplos que dão. Aécio Neves

presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a adotar um discurso polarizado para ressaltar as diferenças entre ele e seu opositor, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Durante comício na Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital paulista, Lula disse que Alckmin representa a elite, que irá privatizar estatais. Lula afirmou que, se reeleito, tratará com atenção especial os pobres. "A gente precisa cuidar dos mais fracos porque o rico não precisa do Estado brasileiro. Quem precisa é o pobre. O pobre precisa de universidade. O rico pode pagar e, se quiser, até em Paris", comparou. Lula admitiu novamente que ficou "chateado" por conta do segundo turno, mas agora diz "achar bom que isso tenha acontecido porque o povo brasileiro tem a oportunidade de sentir a diferença e escolher entre dois projetos". "Eles dividiram – Para Lula, um dos projetos defende os interesses da pequena elite brasileira e o outro é o dele, que quer governar para o Brasil inteiro, mas com atenção especial ao povo pobre. "Os meus adversários afirmam que eu quero dividir o Brasil entre ricos e pobres. Eu não dividi nada. Eu nasci pobre. Foram eles que dividiram. Se fosse por mim, to-

dos seriam ricos". O presidente reforçou sua origem pernambucana e disse que deve tudo o que tem à cidade de São Paulo. "Aqui encontrei minha profissão, minha galega (em referência à primeira-dama, Marisa) e criei meus filhos. Tenho consciência da situação do País e da quantidade de nordestinos que moram em São Paulo e o que a cidade representa para a economia na-

Ao invés de ficarem com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse (as eleições), para eu poder deixar o Brasil muito melhor Luis Inácio Lula da Silva cional. Mas farei um governo para 170 milhões, e não apenas para 30 ou 40 milhões." P ri va ti za çõ es – Lula também insistiu em abordar o tema das privatizações – um duro incômodo para o seu adversário, Geraldo Alckmin. Segundo Lula, a oposição está irritada porque ele está revelando a intenção privatista dos tucanos. "Eles não venderam mais porque não puderam", disse,

em referência às gestões do expresidente Fernando Henrique Cardoso e de Alckmin como governador de São Paulo. A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy puxou o assunto privatização, com ajuda do senador Aloísio Mercadante (PT), candidato derrotado ao governo de São Paulo, também presente ao palanque. Segundo ambos, Alckmin venderá estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil. Lula acrecsentou: "Ele diz que não vai privatizar, mas depois vai. Várias pessoas do partido dele já cansaram de assinar documentos dizendo que não iam fazer alguma coisa e depois fizeram", disse, referindo-se ao governador eleito de São Paulo, José Serra, também do PSDB. "Candeeiro" – Lula fez referência ao Programa Universidade para Todos (ProUni), citou a queda de preços dos alimentos e de produtos básicos da construção civil, e o projeto Luz para Todos, alvo de críticas porque, supostamente, teria privilegiado municípios administrados pelo PT. "Quero ser o presidente do Brasil que apagou o último candeeiro", afirmou Lula. "Ao invés de eles ficaram com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse para eu poder deixar o Brasil muito melhor", acrescentou o presidente. (AE)

CAMPEÃO DOS IMPOSTOS Eu lá sou 'nego' de ser comprado? Blairo Maggi

Adoro os pobres que me adoram também. Cesar Maia

Não deixei que a minha lealdade ao presidente impedisse a minha lealdade às instituições. Sou ministro da Justiça, não sou político. Marcio Thomaz Bastos

O Congresso Nacional continua devendo à opinião pública e à sociedade brasileira. Raul Jungmann

O

Brasil, que entre outras vergonhas apresentou uma carga de impostos correspondente a 37,37% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado – um aumento de 1,49 ponto porcentual em relação a 2004 –, se encaminha para um novo recorde vexatório em nível internacional: o volume deve atingir 38,7% este ano. A previ-

são é do Instituto Brasileiro de P l a n e j a m e n t o Tr i b u t á r i o (IBPT), com base nos números divulgados pela Receita Federal e nas expectativas para o próximo trimestre, tradicionalmente o de maior arrecadação e do Leão. Segundo o presidente da instituição, Gilberto Luiz do Amaral, as últimas projeções indicam que a arrecadação de

tributos de todas as esferas (municipal, estadual e federal) deverá totalizar R$ 810 bilhões, contra R$ 732,87 bilhões do ano passado. O crescimento da arrecadação pode ser acompanhado em tempo real pelo Impostômetro instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) - rua Boa Vista, 51, no centro da cidade.

'LULA SIM' X 'LULA NÃO'

João Laet / Agência O Dia

S

impatizantes da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram com militantes tucanos ontem à tarde no Leme, na Zona Sul do Rio, onde o candidato do PMDB ao governo do estado, Sérgio Cabral, fazia passeata. Não houve tumulto ou briga, mas os militantes trocaram insultos verbais. Sérgio Cabral apóia e é apoiado pelo presidente Lula no segundo turno. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, por sua vez, tem o apoio de Anthony Garotinho.

tema saúde foi o foco de ontem do programa eleitoral gratuito do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva. No programa transmitido por cadeia de rádio e TV, na hora do almoço, o presidente prometeu expandir o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192); ampliar o projeto "Brasil Sorridente", de saúde bucal; criar o projeto "Olhar Brasil", de atendimento oftalmológico; e desenvolver a melhoria da qualidade do serviço de pronto atendimento em todo o País. O programa citou algumas ações do governo federal no setor de saúde, entre elas o aumento do número de equipes do projeto de saúde da família, de 16 mil para 26 mil; a criação, no ano passado, do projeto Brasil Sorridente – com 14 mil equipes em todo o País e 40 centros especializados; e o projeto de Farmácia Popular, que distribui remédios até 90% mais baratos em 203 farmácias e 4 mil drogarias credenciadas. "Aumentamos o orçamento saúde em 60%, fortalecemos e implantamos os projetos Samu e Brasil sorridente, e criamos a nova política de saúde para o idoso", disse Lula durante o programa. "Estamos investindo R$ 350 milhões na reforma, ampliação e melhoramento de várias unidades. Não existe receita milagrosa, mas também não existe mistério. Com nossa experiência, será possível avançar muito mais", acrescentou. (AE)

'O FMI NÃO ENCHE MAIS O SACO', DIZ O PRESIDENTE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que repetidamente vem manifestando seu orgulho em ter encerrado antecipadamente o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), retomou o tom que adotava nos velhos tempos ao se referir à instituição. Ontem, em comício em Cidade Tiradentes, ao comentar as realizações de seu governo, Lula voltou-se para militantes e moradores da zona leste da cidade e bradou: "O FMI não enche mais o saco. Foi embora." A afirmação foi feita no momento em que o presidente dizia que seu governo conseguiu não apenas reduzir o custo de vida da população mais pobre, como também manteve os índices de inflação sob controle. (AE)


segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Nacional Empresas Justiça Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

PARA SEGURADORAS, SUICÍDIO É MORTE NATURAL

101

mil foi o número de marcas registradas pelo INPI no ano passado

EMPRESÁRIOS BRASILEIROS ESTÃO CADA VEZ MAIS PREOCUPADOS EM REGISTRAR MARCA NO INPI

REGISTRO É PRIORIDADE DE EMPRESAS Divulgação

O

empresário brasil e i ro e s t á c o m eçando a perceber a importância de registrar sua marca antes de montar um negócio. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pelo registro de marcas e patentes, o número de pedidos vem crescendo nos últimos anos. De 2004 para 2005, por exemplo, saltou de 96.785 para 101.146. As marcas obtidas em igual período também cresceram, passando de 12.262 para 17.878. "O brasileiro passou a colocar o registro da marca entre as prioridades para montar um negócio, mas sua preocupação ainda é inferior à dos empresários de outros países, como os Estados Unidos, por exemplo", diz Attilio Gorini, do escritório Dannemann Siemsen Bigler & Ipanema Moreira. Riscos – Segundo o advogado, o risco de perder o direito de uso é o principal motivo da

Gorini: ações são freqüentes

preocupação com o assunto. De acordo com Gorini, cerca de 60% das ações ajuizadas pelo escritório tratam de uso indevido de marca registrada. "A maioria das empresas pede a suspensão imediata da utilização de uma marca já registrada ou questiona a concessão, pelo INPI, de registro de nome similar", diz o advogado. Em uma dessas ações, que está há mais de 25 anos em tra-

mitação, o escritório pede na Justiça o direito de uma fabricante de calçados esportivos norte-americana de usar, com exclusividade, sua marca no mercado brasileiro, após ter sido registrada indevidamente no INPI por outra empresa. Atualmente, o processo aguarda decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Head – fabricante mundial de raquetes de tênis – também já ingressou com ação para garantir o uso de sua marca com exclusividade no Brasil. "Mesmo provando que era a detentora da marca em outros países, a empresa só conseguiu reaver o seu direito ao uso no Brasil após encerrar a ação judicial, mediante um acordo com o infrator", lembra Gorini. Registro – Atualmente, o INPI demora até cinco anos para liberar o registro de uma marca. Mas, com a informatização de seus sistemas que começou neste mês, o prazo deve cair para um ano. "Para agilizar ainda mais a obtenção do

Leonardo Rodrigues/Hype

Ao analisar a questão, o juiz Vitor Kümpel leva em consideração o princípio da boa-fé objetiva

Seguradoras recorrem à Justiça em casos de suicídio Rafael Hupsel/LUZ

A

s seguradoras estão indo à Justiça para diminuir o valor a ser pago por apólices adquiridas por segurados que cometeram suicídio. Desde o início da vigência do novo Código Civil, em janeiro de 2003, o pagamento de indenizações nos casos de suicídio é obrigatório após dois anos da assinatura do contrato. Apesar de ser novo, o assunto já vem rendendo decisões nos tribunais de primeira instância. A maioria tem sido favorável ao beneficiário do seguro. Vários são os argumentos apresentados pelas empresas para "barganhar" o valor do sinistro. O mais comum é tentar enquadrar o suicídio na categoria de morte natural, já que, nesse caso, a indenização corresponde à metade do capital segurado. Nos seguros de vida em geral, o prêmio só é pago integralmente quando fica comprovada que a morte do segurado foi acidental. Processos – Em uma das ações, o advogado Rafael Olimpio de Azevedo, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, defendeu que a morte por suicídio não pode ser considerada acidental porque essa fatalidade depende da vontade do segurado e não de fatos externos. "Embora tenha sido um ato inconsciente e não premeditado, seguramente, não é acidental", justifica. Outro argumento utilizado por Azevedo tem um "ape-

Eduardo Galdão: diferenças

lo social". "Se um segurado está com câncer em fase terminal, por exemplo, e sabe que, se morrer, sua família vai receber a metade do capital segurado, já que essa doença é caracterizada como morte natural, ele pode cogitar o suicídio como forma de aumentar a indenização de seus beneficiários", afirma. O advogado Eduardo Galdão de Albuquerque, do escri-

tório Galdão de Albuquerque e Bogado Advogados, também acompanha três ações que pedem indenização por morte natural e não acidental. "Podemos classificar vários episódios como morte natural, já que, na acidental, é preciso observar a eventualidade e o fator externo que contribuiu para o falecimento", conta. O juiz da 27ª Vara Cível da Capital, Vitor Kümpel, já julgou dez processos que tratam da classificação do suicídio. Em todas as ações, ele se baseou no princípio da boa-fé objetiva, prevista no Artigo nº 422, do NCC. "Não dá para comprovar se um suicídio foi ou não premeditado e, muito menos, se foi cometido para proteger economicamente um terceiro", afirma Kümpel. De acordo com o magistrado, esse é o entendimento que deve prevalecer nos tribunais. "Mas as seguradoras certamente continuarão contestando na Justiça para protelar o pagamento", conclui. (MR)

registro, o ideal é que o solicitante faça uma busca no site do órgão para verificar se não existe nome similar ao desejado", orienta Gorini. Antes de fornecer o protocolo de solicitação de registro, o INPI faz um exame para verificar se a marca consta na lista dos itens não registráveis, previstos na Lei nº 9.279, como brasões, armas, medalhas, bandeiras, monumentos oficiais, letras, datas ou cores (escritos isoladamente), nomes de prêmio ou símbolos de evento esportivos, artísticos, culturais, sociais e políticos. Após essa análise, o pedido é publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI), para que qualquer detentor de registro apresente oposição, em um prazo de até 60 dias, caso considere o nome pretendido similar ao de sua marca. Ao receber o registro, o titular deve começar a utilizar a marca em, no máximo, cinco anos. Caso isso não ocorra, ele pode perder o direito ao uso ou outra pessoa pode solicitar a caducidade do registro. Prazo – A exclusividade da marca é protegida pelo INPI por dez anos. Portanto, o titular que deseja manter seu registro deve solicitar a prorrogação do prazo. O requerimento deve ser protocolado na vigência do último ano de proteção. O empresário que deseja fazer um pedido de registro de uma marca nominativa (com uma ou mais palavras do alfabeto), figurativa (com dese-

nho, imagem, figura ou qualquer forma estilizada de letra e número) ou mista (combinação de elementos nominativos e figurativos) vai desembolsar R$ 260. Esse valor cai

pela metade no caso de pessoas físicas, microempresas definidas em lei, sociedades ou associações sem fins lucrativos e órgãos públicos. Márcia Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA

Benefícios aumentam eficiência Empresas que pagam melhor são mais competitivas

Noronha (à dir.): inovação garante abertura de novos mercados

E

presas que gastam mais com os funcionários são também as que mais investem em inovações e na qualificação de sua mão-de-obra. "Na competição internacional, os diferenciais da qualidade e inovação são mais importantes do que os

mpresas brasileiras que pagam melhores salários e benefícios superiores aos definidos por lei têm maior penetração e lucratividade no mercado internacional. A conclusão derruba o dogma que atribui

ao peso dos encargos trabalhistas a falta de competitividade da indústria exportadora e faz parte do estudo elaborado pelo professor Eduardo Garuti Noronha, da Universidade Federal de São Carlos. O estudo revela que as em-

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Divulgação Fecomercio-SP

custos, principalmente os trabalhistas, que estão diretamente associados à qualificação dos empregados", disse Noronha, durante seminário realizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).

O material compara empresas da indústria de transformação com o mesmo porte em seus respectivos segmentos de atuação, tendo como base a Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio (PNAD) e a Pesquisa Nacional de Inovação Tecnológica (Pintec), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Noronha afirmou que as empresas que investem em inovações comprometem 10% dos encargos trabalhistas com benefícios aos funcionários, enquanto as não inovadoras comprometem 8,7% dos gastos com pessoal para o mesmo fim. Na opinião do economista e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann, "o valor do produto final é que irá definir a penetração ou não de

uma empresa no exterior". Informalidade – Quanto ao mercado interno, é consenso que os encargos trabalhistas são responsáveis pelo crescimento da informalidade, que atinge 60% dos trabalhadores. O professor da Faculdade de Economia e Administração (FIA-USP) José Pastore acredita que as micros e pequenas empresas deveriam ter legislações trabalhistas voltadas exclusivamente para suas realidades, como o Simples Trabalhista, voltado a empresas que já se enquadram no Simples. "Hoje, só se pode negociar salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A idéia seria estender as negociações a pontos como fundo de garantia ou o horário noturno, mas sem mexer na previdência", disse. Renato Carbonari Ibelli

ATAS

SIDERÚRGICA BARRA MANSA S.A. CNPJ.MF. Nº 60.892.403/0001-14 - NIRE 35 3 0001139 2 ATAS DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA, REALIZADAS EM 28 DE ABRIL DE 2006 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 28 de abril de 2006, às 10:00 horas, na sede social da Siderúrgica Barra Mansa S.A. (doravante designada simplesmente “Companhia”), na Praça Ramos de Azevedo, nº 254, 6º andar, sala “A”, na cidade de São Paulo, Estado de Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, dias 20, 21 e 25 de abril de 2006 e “Diário do Comércio”, dias 20, 24 e 25 de abril de 2006. 3. PRESENÇA - Presentes acionistas representando mais de 2/3 do capital votante da Companhia, conforme assinaturas lançadas no livro “Presença de Acionistas” e os Srs. Setsuo Kaidei Júnior, inscrito no CRC 1SP: 196.192/O-4, portador do RG nº 29.711.328-8 SSPSP e do CPF nº 269.547.798-81, Contador responsável pelo Laudo de Avaliação Patrimonial, e Valdenir Holdeship Custódio, inscrito no CORECON 2ª Região: 8407-7 , portador do RG nº 3.397.102 SSP-SP e do CPF nº 054.131.258-87, Economista responsável pelo Laudo de Avaliação Econômica, ambos representantes da empresa SETAPE ASSESSORIA ECONÔMICA LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 03.960.076/0001-57, no Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA) sob o nº 13888 de 08/11/2001 e no Conselho Regional de Economia (CORECON) sob o nº 4.434-2 de 08/11/2000, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Paes Leme, nº 524, 12º andar, cj. 121, CEP 05424-904. 4. MESA DIRIGENTE - Carlos Ermírio de Moraes, Presidente; João Bosco Silva, Secretário. 5. PUBLICAÇÕES - As previstas no Artigo 133 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1.976, nos jornais: “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, dias 24, 25 e 28 de março de 2006 e “Diário do Comércio”, dias 24, 27 e 28 de março de 2006. As previstas no parágrafo 3º do Artigo 133 da Lei nº 6.404/76, no “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”, ambos no dia 20 de abril de 2006. 6. ORDEM DO DIA NA AGO: 1. Aprovação das Demonstrações Financeiras e Relatório da Diretoria referentes ao exercício encerrado em 31.12.2005; 2. Eleição dos membros da Diretoria. 7. ORDEM DO DIA NA AGE: 1. Grupamento de ações, nos termos do artigo 12 da Lei nº 6.404/76, na proporção de 4.000 (quatro mil) ações ordinárias para 01 (uma) ação da mesma espécie, com a conseqüente alteração do artigo 5º do Estatuto Social; 2. Estabelecimento do critério de avaliação das ações da Companhia, para fins de determinação do valor de reembolso de frações de ações, eventualmente resultantes da operação de grupamento. 8. DELIBERAÇÕES NA AGO - a) Foram aprovadas as Demonstrações Financeiras e Relatório da Diretoria referentes ao exercício encerrado em 31.12.2005. Consequentemente foi aprovada a seguinte destinação do lucro líquido do exercício, que totalizou R$ 237.940.100,08 (duzentos e trinta e sete milhões, novecentos e quarenta mil, cem reais e oito centavos): “Reserva Legal”, R$ 11.897.005,00 (onze milhões, oitocentos e noventa e sete mil e cinco reais), “Distribuição de Dividendos”, R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), e “Reserva de Lucros para deliberação futura”, R$ 196.043.095,08 (cento e noventa e seis milhões, quarenta e três mil, noventa e cinco reais e oito centavos). Foram ratificadas as distribuições de dividendos antecipadas de R$ 250.000.000,00 dos lucros de exercícios anteriores a 2005. b) Foram eleitos para compor a Diretoria no período de 01.06.2006 a 31.05.2007, os Srs.: CARLOS ERMÍRIO DE MORAES, brasileiro, casado sob o regime de comunhão parcial de bens, engenheiro, domiciliado nesta Capital na Praça Ramos de Azevedo nº 254, portador da Cédula de Identidade RG nº 5.185.257 SSP/SP e CPF/MF sob o nº 021.946.058-27, Diretor Presidente; JOÃO BOSCO SILVA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.254.601 SSP/BA e inscrito no CPF/MF sob o nº 044.001.436-00, Diretor Superintendente; LUIZ ALBERTO CHAVES, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Cédula de Identidade RG nº M 1.411.833 SSP/MG e inscrito no CPF/MF sob nº 320.294.976-49; PAULO OLIVEIRA MOTTA JÚNIOR, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Cédula de Identidade RG nº 8.820.963-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob nº 164.613.148-73; FLÁVIO MARASSI DONATELLI, brasileiro, casado, contador, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.287.6734 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob nº 943.694.458-68; RENÉ PIERRE VOGELAAR, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 6.260.569 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 877.597.998-53; e VALDECIR APARECIDO BOTASSINI, brasileiro, casado, engenheiro mecânico, portador da Cédula de Identidade RG nº 12.165.212 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 077.067.55819, Diretores, todos com endereço comercial no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo nº 254, 6° e 7º andares. Os administradores declaram, sob as penas da lei, de que não estão impedidos de exercer a administração da Companhia, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que

temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa de concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou à propriedade. b) Foi atribuída remuneração mensal aos membros da administração de acordo com os lançamentos a serem feitos, incluídos os benefícios disponíveis e as verbas de representação. 9. DELIBERAÇÕES NA AGE: Foram aprovadas: (a) a proposta da Diretoria, tal como aprovada na Reunião de Diretoria realizada em 13 de abril de 2006, referente ao grupamento de ações da Companhia, em conformidade com o disposto no artigo 12 da Lei nº 6.404/76, operação pela qual as ações da Companhia, todas da espécie ordinária, serão grupadas na proporção de 1:4.000, ou seja, para cada 4.000 (quatro mil) ações ordinárias existentes e que serão grupadas, será emitida uma única ação ordinária, tendo referida Proposta da Diretoria sido numerada como Doc. 1 e autenticada pela Mesa, ficando arquivada na sede da Companhia como previsto na alínea “a”, do parágrafo primeiro do artigo 130 da Lei nº 6.404/76; (b) a ratificação da nomeação da empresa avaliadora especializada SETAPE ASSESSORIA ECONÔMICA LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 03.960.076/0001-57, no Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA) sob o nº 13888 de 08/11/2001 e no Conselho Regional de Economia (CORECON) sob o nº 4.434-2 de 08/11/2000, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Paes Leme, nº 524, 12º andar, cj. 121, CEP 05424-904, que elaborou o Laudo de Avaliação das ações da Companhia, com base em seu valor econômico; (c) o Laudo de Avaliação das ações da Companhia, com base em seu valor econômico datado de 12 de abril de 2006, Laudo esse numerado como Doc. 2 e autenticado pela Mesa, ficando arquivado na sede da Companhia; (d) o pagamento aos titulares de frações de ações, resultantes do grupamento ora aprovado, de montante correspondente ao valor econômico das ações da Companhia, conforme apurado no Laudo de Avaliação de tais ações elaborado pela empresa especializada SETAPE ASSESSORIA ECONÔMICA LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 03.960.076/ 0001-57, no Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA) sob o nº 13888 de 08/11/2001 e no Conselho Regional de Economia (CORECON) sob o nº 4.434-2 de 08/11/2000, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Paes Leme, nº 524, 12º andar, cj. 121, CEP 05424-904 e datado de 12 de abril de 2006, tendo em vista ser o referido valor superior ao valor patrimonial das ações, como apurado com base em balanço e demonstrações financeiras da Companhia, levantados em 28 de fevereiro de 2006, especialmente para o fim da implementação da presente operação de grupamento de ações da Companhia. Foi, ainda, aprovado, que os pagamentos aos titulares de frações de ações serão efetuados com a utilização de saldo da conta de lucros ou reservas da Companhia, exceto a legal, e, ainda, serão sem prejuízo da faculdade dos referidos titulares de permanecerem integrando o quadro acionário com, pelo menos, uma nova ação de capital, caso manifestem expressamente intenção nesse sentido à Companhia, no prazo de até 10 (dez) dias, contados da data da publicação da ata da presente Assembléia. O total das frações de ações resultantes da operação de grupamento correspondente a 1,68125 (um vírgula seis oito um dois cinco) ações serão, por sua vez, canceladas; (e) a alteração, em virtude da presente operação de grupamento de ações, do caput do Artigo 5º do Capítulo Segundo do Estatuto Social da Companhia passará a vigorar com a seguinte redação: “CAPÍTULO SEGUNDO - DO CAPITAL SOCIAL - Artigo 5º - O capital social é de R$ 591.094.205,16 (quinhentos e noventa e um milhões, noventa e quatro mil, duzentos e cinco reais e dezesseis centavos), totalmente subscrito e integralizado, dividido em 256.735 (duzentas e cinqüenta e seis mil, setecentas e trinta e cinco) ações ordinárias, sem valor nominal, obrigatoriamente nominativas”. 9. OBSERVAÇÕES FINAIS: Nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata, em forma de sumário, no livro próprio, a qual, foi a seguir lida, achada conforme, aprovada pela unanimidade dos presentes e por esses assinada. (a.a.) Carlos Ermírio de Moraes, Presidente; João Bosco Silva, Secretário; p. Votorantim Metais Ltda., João Bosco Silva e Flávio Marassi Donatelli, Maria Helena Moraes Scripilliti, Acionistas; e p. SETAPE ASSESSORIA ECONÔMICA LTDA, Setsuo Kaidei Júnior e Valdenir Holdeship Custódio, empresa avaliadora. São Paulo, 28 de abril de 2006. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. SECRETARIA DA JUSTIÇA E DEFESA DA CIDADANIA – JUCESP – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 168.339/ 06-7 em 23.06.2006 (a) Cristiane da Silva F. Corrêa, Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Rua Estela, 515 - 02ª Vara de Falências Requerente: Portes Importação e Exportação Ltda. - Requerido: 5 Continentes Transportes Internacionais Ltda. - Rua Frank Garcia, 118 - 01ª Vara de Falências Requerente: Pemalex Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Brasil Modas e Confecções Ltda. - Rua Ragueb Chohfi, 1970 - 01ª Vara de Falências Requerente: José Cláudio Spina - Requerente: Pérsio Spina - Requerente: Olga Maria Spina

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

PREGÃO Nº 045/2006 - FAMESP/HEB PROCESSO Nº288/2006 - FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 24 de outubro de 2006 a 10 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX (0xx14) 38821885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 045/2006 - FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 288/2006 - FAMESP/ HEB, que tem como objetivo AQUISIÇÃO DE CARNE BOVINA (COXÃO DURO EM BIFE, MIOLO DE ALCATRA EM BIFE, PATINHO EM PEÇA, PATINHO EM BIFE, LAGARTO EM PEÇA E MÚSCULO EM PEÇA) PARA O HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme anexo II do edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 13 de novembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 - Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 24 de outubro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP. 2ª VARA DE REGISTROS PÚBLICOS

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Antonio Luiz Flório - Requerido: AGS Bandeiras & Cia. Ltda. - Rua Maria Marcolina, 221 - 02ª Vara de Falências Requerente: Bomix Serviços de Concretagem Ltda. - Requerido: Cataldo Terraplenagem S/C Ltda. - Rua Pedro Anes, 204 - 01ª Vara de Falências Requerente: Gráfica Cipriano Ltda. - Requerido: Cooperação Representação Consultoria Administração Ltda. -

EDITAIS

Fernandes - Requerente: Victor Fernando Spina - Requerido: Indústria e Comércio Jorge Camasmie Ltda. - Rua Lord Cochrane, 851 - 02ª Vara de Falências Requerente: Hy – Tek Comércio Locação Importação e Exportação Ltda. - Requerido: Geophonic Ltda. - Rua Ouricuri, 486 02ª Vara de Falências Requerente: Sueli Aparecida da Silva - Requerido: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19

e 25 – sobreloja 2-2 /sala 01 - 02ª Vara de Falências Requerente: Paraná Minas Transportes Ltda. - Requerido: Construtora Triunfo S.A. - Rua Olimpíadas, 205 – 14º andar - 02ª Vara de Falências Requerente: Locadora de Automóveis Millennium Ltda. - Requerido: Construtora Triunfo S.A. - Rua Olimpíadas, 205 – 14º andar – conj. 143 - 02ª Vara de Falências

2º OFÍCIO

Citação de Cleusa Aparecida da Silva, seu cônjuge, se casada for, herdeiros ou sucessores, réus ausentes, incertos e desconhecidos e de eventuais interessados. Prazo de 20 dias. Proc. nº 000.99.938693-0. Dr. Marcelo Assiz Ricci, Juiz de Direito da 2ª Vara de Registros Públicos da Capital. Faz Saber que por parte de Itamar Justino dos Santos e s/m Maria Amélia Soares dos Santos foi ajuizada uma ação de Usucapião objetivando um lote de terreno, e edificação, situado à Rua Figueiredo Coimbra, nº 29, lote 477B, da quadra 10 do Jardim do Russo - Perus/SP, matrícula nº 13.287 (área maior) no 18º CRI/SP, contribuinte nº 187.086.0002-2, alegando os reqtes, que adquiriram o imóvel e que a posse, exercida mansa e pacífica, por si e seus antecessores, supera 20 anos. Estando em termos, foi deferida a citação dos mencionados em epígrafe por edital para que, no prazo de 15 dias, a fluir após os 20 dias supra, contestem o feito, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos alegados. Será o edital, afixado e publicado na forma da Lei. São Paulo, 24 de agosto de 2005. Eu, Leandro de Sant’Anna Knorre, Escrevente, datilografei. Eu, Elenice M.A.G. da Costa, Escrivã (o) Diretor (a), subscrevi. P/MARCELO ASSIZ RICCI - Juiz de Direito. Maria Isabel Romero Rodrigues.


terça-feira, 24 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Nova série da nota de US$ 20 ganha novo visual e assinatura do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson.

SETOR DE AUTOMÓVEIS DEVE CRESCER 8%

CONGRESSO DA FENABRAVE ABORDA OS CAMINHOS PARA CRESCIMENTO DO MERCADO DE VEÍCULOS

SETOR AUTOMOTIVO DEVE CRESCER 8% Fotos: Paulo Pampolin/Hype

A

A partir da esquerda: Burti, Afif e o governador Cláudio Lembo, durante abertura do evento da Fenabrave

Queda no setor de agronegócio

N

a contramão do crescimento esperado para o mercado automotivo este ano, o impacto da crise nas concessionárias voltadas para o agronegócio é uma das principais preocupações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No primeiro semestre deste ano, as montadoras de máquinas agrícolas automotrizes apresentaram redução em relação ao ano passado tanto no volume de produção (-18,4%) quanto nas vendas (-19%). A produção global, que havia caído 23,8% no confronto entre 2004 e 2005, registrou im-

pacto ainda mais severo sobre as vendas no mercado interno, com queda de 38,5%. Com exceção de tratores e colheitadeiras, outros tipos de máquinas registram movimentos contra-cíclicos que merecem destaque, tais como cultivadores motorizados, tratores de esteiras e retroescavadeiras, com incremento de 10,7%, 9,3% e 22,5%, respectivamente. No caso de tratores de rodas, as vendas internas mantiveram o desempenho observado no ano anterior, com queda de apenas 0,6%. Segundo o diretor superintendente da Rolim Consult, empresa de consultoria e trei-

INFLAÇÃO IPC-S perde força com desaceleração da tarifa de água e esgoto e sobe apenas 0,14%.

VALE A Vale do Rio Doce pretende pagar até US$ 18 bilhões pela Inco. Compra deve ser anunciada hoje.

Nilton Fukuda/AE

GUIDO MANTEGA ANUNCIA LINHA DE CRÉDITO

Ó RBITA

namento voltada à distribuição automotiva, Fernando Rolim, o mercado apresentou resultados negativos em função da valorização do real em relação ao dólar e da quebra das safras. "O Rio Grande do Sul, por exemplo, sofreu muito com a seca e o Centro-Oeste se desestabilizou com a alternância das chuvas", disse, durante o 16° Congresso Fenabrave. Apesar dos números negativos – de 2002 para cá houve queda de 49% nas vendas de equipamentos como tratores e colheitadeiras – 2007 promete ser um ano melhor. "Acredito que o setor poderá vender até dez vezes mais." (VR)

FMI

O

diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, nomeou ontem o brasileiro Murilo Portugal para o terceiro maior cargo na hierarquia do órgão, o de vice-diretorgerente. Portugal foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda do Brasil e representante do País no FMI entre 1998 e 2005. (AG) A TÉ LOGO

Econômico e Social (BNDES) já havia criado este ano uma linha para capital de giro de R$ 600 milhões para o setor calçadista. Mas o próprio ministro admitiu que o dinheiro não chegou aos

empresários, por causa das exigências do agente financeiro, o Banco do Brasil. Empresários da cidade de Franca (SP), que se reuniram com o ministro, obtiveram apenas R$ 25 milhões. (AE)

CEF LANÇA LINHA DE MICROCRÉDITO

A

Caixa Econômica Federal (CEF) divulga na tarde de hoje uma nova linha de microcrédito para a baixa renda. O produto oferecerá uma linha parcelada de crédito, cujo valor disponível ficará entre R$ 200 e R$ 800. Laércio Roberto Lemos de Souza, superintendente da CEF, adiantou uma parte da estrutura do novo produto durante evento que discutia

o futuro das relações do setor bancários e o mercado de varejo. Souza informou que a nova linha poderá carregar uma taxa de juros de 2% ao mês. A previsão do banco é que 1,5 milhão de clientes optem pelo produto. A viabilidade de "perfomance" do produto teve a participação de funcionários da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (DF)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Ex-presidente da Enron condenado a 24 anos de prisão

L

Ford nega venda de braço financeiro, mas está aberta a parcerias

L

Governo pretende avançar na geração de energia nuclear

Marinho: resultado do esforço

te ano percebemos um aumento significativo na revenda de usados, o que é fundamental para o desenvolvimento do setor como um todo", disse. Recompensa – Durante a cerimônia de abertura do evento, no Palácio das Convenções do Anhembi, o Ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, destacou o esforço dos revendedores de carros brasileiros em 2006. Segundo ele, um dos fatores determinantes para a expansão foi o investimento na reforma das lojas. "A modernização dos pontos de vendas é fundamental para atrair clientes. E a previsão é melhorar ainda mais. Este ano a economia brasileira cresceu pouco, mas, para 2007, o que eu vejo são novos horizontes", afirmou. Para o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do

Brasil (CACB) e presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, o setor automotivo é – e continuará sendo – um dos grandes pilares da industrialização no País. "À medida que o setor cresce, sentimos na prática uma melhor distribuição da riqueza." Segundo ele, daqui em diante o objetivo será criar projetos que diminuam os impostos. "Só assim as classes menos favorecidas poderão realizar o sonho de adquirir um carro", disse. A opinião de Burti foi compartilhada pelo presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos. Para ele, a briga pela redução dos impostos continua sendo um grande sonho. "A cidade de São Paulo respira automobilismo em outubro e o Congresso Fenabrave nos traz perspectivas animadoras. Sem dúvida nenhuma é um dos segmentos mais importantes da economia", disse. O governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, e o prefeito Gilberto Kassab também participaram da abertura do congresso. Kassab disse que vários eventos simultâneos em São Paulo deverão atrair 350 mil turistas à cidade até a semana que vem. "Isso inclui o Congresso Fenabrave, o Salão do Automóvel, o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Interlagos, a Mostra Internacional de Cinema e a Bienal. Nossa cidade não pára", finalizou. Vanessa Rosal INFORME PUBLICITÁRIO

MULHERES EM AÇÃO

D

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto), afirmou ontem que ainda nesta semana vai anunciar uma nova linha para capital de giro para os setores calçadista, têxtil e de móveis, os que mais têm sofrido com a valorização cambial. O dinheiro será oferecido pelo Banco do Brasil na forma de FAT Capital de Giro, linha que, só para empresários do Rio Grande do Sul, emprestou R$ 1,2 bilhão neste ano. O Banco Nacional de Desenvolvimento

indústria automobilística brasileira viverá em 2007 o melhor momento dos últimos dez anos. É o que garante a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que abriu ontem a 16° edição do congresso anual sobre soluções, lucratividade, estratégias e melhores práticas para as concessionárias. Segundo dados da entidade, de 2002 para cá, o setor automotivo cresceu 17,6%. No próximo ano, a previsão de expansão é de 8%. No total, as vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, máquinas agrícolas e implementos rodoviários) no varejo aumentaram de 2.038.615 unidades de janeiro a setembro de 2005 para 2.351.116 no mesmo período deste ano, alta de 15,33%. Já no mercado de veículos usados, em 2006 já foram comercializados 7,5 milhões de unidades. No ano que vem, devem ser 8,4 milhões, crescimento de cerca de 11%. Com essa estimativa, o Brasil se aproximará dos números dos países desenvolvidos, onde a proporção é de dois habitantes por veículo. "Atualmente, nosso País tem oito habitantes por veículo. Esse é um dado muito importante para as concessionárias", disse o presidente da Fenabrave, Sérgio Antônio Reze. Segundo ele, o perfil do mercado sofreu mudanças ao longo dos anos. "Es-

evido ao grande interesse do público feminino pelo mercado de ações e diante do freqüente aumento do número de mulheres responsáveis pelo controle do orçamento doméstico, a Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA lançou, em junho de 2003, o programa Mulheres em Ação. Com uma linguagem totalmente voltada para as investidoras, o Mulheres em Ação visa aproximar o público feminino do mercado de ações, fornecendo educação financeira e esclarecimentos sobre o funcionamento da Bolsa, o papel das Corretoras Membros, as opções de investimentos, bem como as vantagens deste tipo de aplicação. Além disso, o programa

oferece cursos e palestras gratuitos para difundir princípios de planejamento de finanças pessoais e hábitos de poupança. O Mulheres em Ação, que é fruto do programa BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ, desenvolvido pela Bolsa desde 2002, com o objetivo de popularizar os conceitos do mercado de ações, já promoveu centenas de apresentações pelo Brasil, e marcou presença também no exterior, com palestras na Suíça e na Argentina. INTERNET As mulheres interessadas em saber um pouco mais sobre os conceitos do mercado de ações ou que desejam conhecer detalhes do programa Mulheres em Ação, podem acessar o site da BOV E S P A ( w w w . b o v e spa.com.br), que disponibi-

liza uma série de materiais como, por exemplo: G Guia de planejamento financeiro com informações básicas sobre o mercado de capitais para o público feminino. A idéia é auxiliar a organizar o orçamento doméstico e suas finanças pessoais utilizando dicas práticas que poderão ser aplicadas no dia-a-dia. G Planilha de orçamento pessoal especialmente criada para ajudar a mulher a gerenciar as contas pessoais e de casa de forma mais fácil e eficaz. O primeiro passo para investir é procurar uma Corretora de Valores. Elas são as únicas instituições autorizadas a operar na BOVESPA. No site www.bovespa.com.br você encontra a relação de todas as Corretoras listadas na Bolsa.

A MULHER EMPREENDEDORA

POUPAR PARA O FUTURO

OUTROS PÚBLICOS

I O Mulheres em Ação foi criado para atender ao novo perfil das mulheres brasileiras que além de exercerem papel essencial no gerenciamento do orçamento familiar e na gestão da própria carreira, também se interessam pelo mercado financeiro.

I Um dos desafios do programa é divulgar a cultura de poupança diante dos apelos do marketing de consumo. É preciso lembrar que é impossível economizar para a aposentadoria ou educação dos filhos se só tivermos olhos para o presente.

I São oferecidos também, por meio do programa Educar, cursos e palestras de educação financeira para outros públicos, como adolescentes, universitários, adultos e idosos. Para mais informações e acesso ao calendário de cursos, visite o site da BOVESPA.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

NÃO SE MEXE EM TIME VENCEDOR

N

típicas de época de campanha. Neste sentido, parece improvável intervenção mais pesada (em termos de regras do jogo), no mercado cambial. A experiência internacional mostra, claramente, o retumbante fracasso de tentativas de regular fluxos de entrada e saída de capitais, mediante recurso a medidas de cunho administrativo. Quando muito, esse tipo de controle se mostra eficaz por curtíssimo período de tempo, não sendo possível esquecer o grande espaço que se abre para corrupção, com tais mecanismos. Definitivamente, controlar câmbio não constitui boa opção. Tampouco faz sentido uma política macroeconômica que tenha a taxa de câmbio como variável de controle (variável exógena, no jargão técnico), em lugar da taxa de juro e do superávit primário. A teoria e a experiência mundial ensinam que fixação de câmbio só se mostra expediente válido em casos muito excepcionais, relacionados com o combate a processos graves de inflação. Ademais, inexiste evidência estatística concreta mostrando que manter a taxa de câmbio depreciada, via intervenção direta, como apregoado por alguns economistas, promova crescimento. Em resumo, não cremos que o PT, tampouco a aliança PSDB-PFL, acabe optando por mudar, de maneira importante, o atual tripé macro. Apelando para uma metáfora futebolística, como virou comum no Brasil, em time ganhador, não se mexe. TRECHOS DO EDITORIAL DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

JOÃO DE SCANTIMBURGO

CONFIRMAÇÃO DO TRIBUTISMO Céllus

a disputa presidencial de segundo turno, ambos os candidatos, bem como suas respectivas equipes, têm sido instados a apresentar propostas de política econômica, algo não observado durante a campanha do primeiro turno. Inegavelmente, o tema mais relevante é crescimento. Voltamo-nos para considerações sobre políticas macro, de curto prazo, pegando carona no debate atual. Como é de amplo conhecimento, desde a falência do regime rígido de câmbio, nos idos de 1999, a política econômica brasileira, de prazo curto, tem-se pautado pelo tripé câmbio flutuante, superávit primário e meta de inflação. A julgar pelos resultados práticos colhidos até agora, tal combinação tem-se mostrado adequada, revelando-se, em particular, eficiente estratégia para minimizar impactos adversos de choques domésticos e externos. Com isto, a economia tem ficado menos volátil. Em reforço de tal observação talvez se possa lembrar o fato de termos atravessado a crise provocada pelo estresse eleitoral de 2002 sem sequer passar perto de recessão. Por certo, a taxa de inflação sofreu aceleração, mas acabou contida mediante recurso a instrumentos convencionais de política monetária, sendo desnecessário algo mais radical. A taxa de juro cuida da inflação, o câmbio resolve a questão do equilíbrio externo, e a política fiscal garante a sustentabilidade do endividamento e a credibilidade do sistema de metas. É difícil fazer algo melhor do que isto, em matéria de política de curto prazo. Por conseguinte, não acreditamos que o próximo governo, seja do PT, seja da coligação PSDB-PFL, acabe por alterar o atual regime. Em outras palavras, é muito provável que o referido tripé será preservado, em sua essência. Eventuais mudanças serão apenas cosméticas, a despeito de manifestações mais radicais,

O candidato presidencial BENEDICTO FERRI DE BARROS

U

m dos mais notórios absurdos da legislação política-eleitoral corrente é que um presidente candidato à reeleição faça sua campanha continuando no exercício da Presidência. Isso desiguala a competição entre os candidatos. E o que é pior, permite que o candidato-presidencial faça sua campanha junto aos eleitores usando o dinheiro do próprio eleitor-contribuinte. Mais do que notório, é acintoso. Vimos no primeiro debate Alckmin chegar ao local em carro particular, enquanto Lula, em sentido contrário, chegava, com toda a pompa e circunstância num verdadeiro séqüito presidencial. E como simples candidato concorrente, além de queimar gasolina às custas do eleitorado, usava as mordomias do cargo de presidente e as deferências devidas ao cargo.. Isso, entretanto, é uma bagatela comparado aos custos das viagens aéreas do presidente-candidato aos mais distantes lugares do País. E isso ainda é o de menos quando se pense nos gastos não-contabilizados de todo o pessoal e serviços públicos que, ao servir o presidente economizam gastos do candidato e seu partido. Ou não? Em entrevista recente Lula declarou duvidar de que alguém possa tê-lo visto bêbado. É uma declaração oblíqua, caolha, vaga, furta-cor, no seu estilo comum do nem-sim-nem-não. Mas não foi ninguém menos que um seu ministro que há tempos declarou expressamente que há quarenta (ou quinze?) dias Lula não bebia. Ele deve ter visto Lula nos dias anteriores. A maioria pode ter esquecido, mas isso consta dos arquivos jornalísticos. E o fácies bulbosor e avermelhado do seu apêndice nasal, embora maquiado, dispensa testemunhos verbais. Se não houver causas etílicas, como minimizar os múltiplos impropérios, inconveniências e abobrinhas em que têm sido flagrados pela imprensa? Pior a emenda do que o soneto... A questão dele beber ou não, de ser ou não um adito ao alcoolismo, é uma questão importante mas não é o foco do problema. O foco são os re-

sultados do seu desgoverno, produzidos por sua omissão, pelos péssimos e imorais auxiliares de que cercou, pela ideologia primária, extremista e arcaica que cultiva, pelo custo que disso tudo resulta para a Nação. A questão são os métodos que empregou e emprega, para se desonerar de suas responsabilidades presidenciais, não sabendo de nada e da indecência implantada pelo PTismo. Nesta, como na eleição de 2002, propaganda e marketing viraram a alma do negócio. A mistificação fundamental tem sido de duas espécies: a primeira, de creditar a Lula tudo o que tem acontecido e sido feito de bom no País, independentemente de seu desgoverno; a segunda, a de comparar seu mandato com os 8 anos de FHC. Independentemente do fato de que os tempos de FHC foram outros, mundialmente desfavoráveis (com 4 crises globais), seu concorrente não é FHC, mas Geraldo Alckmin, cujo gabarito é incomparavelmente superior ao seu, e não apenas como administrador público. Um terceiro recurso desse marketing mistificador consiste em minimizar a corrupção espanpanante do período Lula, como se ela fosse coisa sistêmica, secundária, não promovida pelo PT e merecedora de ser esquecida.

A

o mesmo tempo que se declara disposto a pagar se for descoberto que dinheiros públicos são utilizados para sua campanha, seus "batepaus" fazem tudo o que podem para que não descubra antes das eleições de onde vieram os recursos para a compra do dossiê Vedoin. Mas nem essa descoberta seria necessária para estabelecer o uso de dinheiros públicos na campanha, pois o candidato viaja e faz comícios gastando recursos de verbas presidenciais, já que viaja como presidente. Ou, como na novela O médico e o monstro, de R. L. Stevenson, o doutor Jekyll e Mister Hide são duas personalidades distintas na pele de uma mesma e única pessoa?

C omo em 2002, propaganda e marketing viraram a alma do negócio.

G O próximo

governo (seja do PT, seja do PSDB-PFL) não vai alterar o atual regime macroeconômico.

É difícil fazer algo melhor no curto prazo

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

Dores de crescimento MILTON LOURENÇO

E

m razão da questão cambial, as exportações pelo Porto de Santos caíram quase 3% no primeiro semestre, em relação a período idêntico de 2005, e só não seguem no mesmo ritmo porque vem ocorrendo um aumento nas vendas de produtos agrícolas. Já as importações apresentaram crescimento de 6% no primeiro semestre e continuam com tendência de alta. O resultado é que a movimentação de contêineres pelo Porto de Santos cresce de forma acentuada, com aumento de 10% tanto nas exportações como nas importações. A Codesp estima que 76,5 milhões de toneladas serão movimentadas até o final do ano. Diante desse quadro, o que se pode esperar para os próximos anos em termos de infra-estrutura? Afinal, é líquido e certo que o ritmo da atividade do comércio exterior, nos últimos tempos, vem superando largamente o dos investimentos portuários. E que a cada dia se aproxima o momento-limite que os especialistas já chamam de caos logístico. Não só Santos, como os demais portos, de Santarém (PA) ao Rio Grande (RS). Ao contrário do que se vê nos EUA e Europa, em nossos portos as cargas nunca saem diretamente dos trens para os terminais, mas chegam, isso sim, em conta-gotas, em cima de caminhões, sempre exigindo operações intermediárias, que só oneram os custos portuários. No entanto, por suas características naturais, Santos vem se tornando um hub port (porto concentrador de cargas). A Codesp acaba de contratar um estudo para apontar as características naturais do canal do estuário. Esse estudo deverá mostrar os pontos tecnicamente viáveis para o alargamento do canal, o que permitirá à em-

presa traçar um novo caminho de navegação para as embarcações. Como se sabe, na medida em que se aprofunda o canal, é preciso também fazer o seu alargamento porque, caso contrário, o sedimento localizado nas margens acaba caindo e assoreando novamente o estuário. Esse não é o único problema. Antes, fosse. Faltam armazéns para estocar a safra, faltam ferrovias e rodovias bem conservadas para garantir o escoamento; falta agilidade alfandegária na liberação das mercadorias e, nos últimos tempos, faltou contêineres. De cada grupo de dez contêineres que saem dos nossos portos, apenas três retornam carregados. É um problema provocado pelo aquecimento do comércio mundial, mas que, no Brasil, torna-se mais grave por causa do aumento das exportações de carga geral.

P

or isso muitas empresas têm sido obrigadas a trazer do exterior contêineres vazios, o que significa maiores custos. Para piorar, a concorrência com os fabricantes chineses de contêineres levou as poucas indústrias brasileiras que se aventuraram no segmento a desistir de tudo. O que dizer de tudo isso? A princípio, não podemos lamentar que assim seja. Pior seria se fosse o contrário, ou seja, se a infraestrutura estivesse pronta e modernizada e não tivéssemos movimentação de cargas. Então, estaríamos no pior dos mundos. É melhor imaginar que vivemos hoje as dores de crescimento da sociedade brasileira. Se não constitui uma solução, é pelo menos um consolo. MILTON LOURENÇO É PRESIDENTE DA FIORDE LOGÍSTICA INTERNACIONAL FIORDE@FIORDE.COM.BR

O que se pode esperar para os próximos anos em termos de infra-estrutura?

edo o meu espaço para um desabafo do leitor Paulo Pinna Teixeira, sobre o qual caiu o peso do tributismo insuportável que nos penaliza. Foi criado um mecanismo para alíquota mínima de 2% de ISS quando antes eram pagos 0,5%, aumento este de 300%. Depois, a não-cumulatividade do PIS, que saiu de 0,65% para 1,65%, aumentando a alíquota em 154%, com reflexo quase igual na apuração da base de cálculo, considerando a dedução dos insumos. A Cofins não fez por menos, saiu de 3% para 7,60%, um aumento de 154% na alíquota e reflexo perto de 100% no aumento do imposto pago depois de aproveitado os insumos no cálculo da nãocumulatividade. Estamos subordinados, ainda, à Lei 9.430, que alterou o parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.249, que estabelece o pagamento de 15% de Imposto de Renda sobre o lucro, até o montante de R$ 240.000,00 anuais (ou R$ 20.000,00 mensal) e adicional de 10% sobre o que exceder. O limite acima está há dez anos sem correção. Nas empresas médias, a própria Receita interpreta que é melhor os sócios fazerem distribuição de lucro sofrendo somente a tributação na fonte, isto é, o que já foi pago pela empresa, do que utilizar o sistema de pró-labore, que além de ser tributado na pessoa física pela tabela de Imposto de Renda está sujeito também ao recolhimento de INSS. Se não bastasse tudo isso, ainda temos a famigerada CPMF.

C

aro leitor, o seu apelo será ouvido pelo Sr. Guilherme Afif Domingos e pelo candidato à Presidência, para desonerar as empresas de serviço de tão elevada carga. Incluindo todos os impostos e taxas, exceto o FGTS, a nossa carga tributária está em 18,43% do faturamento bruto e não conseguimos lucrar mais do que 5%. Estamos literalmente numa encruzilhada, onde muitos já fecharam as portas por conta dos erros da política de sobrecarga das empresas, pressupondo-se, equivocadamente, que em se tratando de empresas elas podem e absorvem tudo.

C

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Muitos já

fecharam as portas por conta dos erros da política de sobrecarga das empresas.


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

A Panifício Laura já embarcou 1 milhão de unidades para os Estados Unidos no mês de agosto.

A BAUDUCCO É LÍDER DO SETOR

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

PANETONE Tradição de Natal ganha novos sabores

Indústria aposta em sabores inusitados para conquistar consumidor

Mais marcas devem disputar esse mercado em 2006

A

contabilidade do movimento de vendas associadas ao Dia das Crianças mal terminou e as empresas começaram a se preocupar com as oportunidades natalinas. No ramo alimentício, os panetones já emolduram prateleiras de supermercados e fachadas de pequenas lojas de doces, além das padarias, sinalizando um Natal antecipado. O varejo começou a receber os panetones no final de setembro. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, aumentou sua encomenda do produto em 5% e relação ao ano passado. E espera vendas 10% acima das registradas no mesmo período do ano anterior. Antecipação – O panetone exclusivo do Grupo, o Escolha Econômica, de 400 gramas,

custa R$ 2,69. Como novidade, em marca própria, a rede vai apresentar, em novembro, o panetone sabor banana. No Wal-Mart, a linha de fabricação própria está nas gôndolas desde o dia 15 de setembro, com o mesmo preço de 2005. O item já é o terceiro mais vendido nas padarias da rede. As versões frutas cristalizadas e gotas de chocolate (com 500 gramas por unidade) custam, respectivamente, R$ 2,98 e R$ 3,98. No formato mini (100 gramas) é vendido a R$ 0,98. A expectativa do Wal-Mart com as versões de fabricação própria é vender 20% a mais que em 2005. Já com os produtos industrializados de marca própria (Great Value e Mais por Menos), a rede espera vendas 40% superiores. Retaguarda – "Ainda esta-

Da fábrica da Panifício Laura devem sair 15 milhões de panetones

mos na fase de abastecimento. Novembro já é um momento de reposição", comentou Romulo Romanato, sócio do Panifício Laura, de Várzea Paulista. Da sua fábrica devem sair, até o final do ano, 15 milhões de panetones. "É um aumento de 10% sobre 2005." Parte dessa produção teve início em agosto, para viabilizar as exportações da empresa para os Estados Unidos e países africanos. "Embarcamos 30 contêineres, já em setembro", disse Romanato. É o equivalente a 1 milhão de unidades.

O restante é vendido para todo o Brasil, com as marcas Laura, encontrada nas lojas do Grupo Pão de Açúcar; Bella Veneza (Carrefour); e Santa Chiara, presente, entre outros pontos, nas Lojas Americanas. O pastifício também produz de forma terceirizada, para redes como Pão de Açúcar e Wal-Mart. Empregos – Para dar conta dessa demanda, Romanato contratou 450 novos colaboradores, elevando o quadro de funcionários para 570 pessoas. O Natal, segundo ele, representa 65% do faturamento da fábrica – e 99% da sua produção, com vendas concentradas nos meses de outubro, novembro e dezembro. "O brasileiro não tem hábito de consumir panetone ao longo do ano", comentou o empresário, que oferece o produto em versões a partir de 80 gramas a até um quilo. Para 2006, além do formato tradicional, com frutas, e a versão com gotas de chocolate, a empresa lançou novas opções de recheios: chocolate com avelã;

Produção teve início em agosto, segundo Romulo Romanato, da Laura

Produção começou em agosto

uvas passas com rum; e chocolate com coco. Ranking – O mercado brasileiro é dominado pela Bauducco. A empresa espera elevar as vendas em 8%. Amanhã, a fabricante inaugura a Casa Bauducco, na Rua Normandia, em Moema, na zona sul da capital paulista. A ação de marketing simboliza a primeira fornada de panetones do ano. A empresa detém também as mar-

cas Visconti e Tommy. Outra empresa presente em quase todo o Brasil é a Cepam, fabricante do panetone Village. A marca chega a 12 mil pontos-de-venda do País, informou o gerente comercial e de exportação, Reinaldo Bertagnon. Ele estima que a empresa tenha a segunda maior fatia desse mercado. Para a produção do próximo Natal, a fábrica da Cepam saltou de 200 para 800 funcionários. Além dos panetones, ela também já produz ovos para a Páscoa. A Cepam abastece grandes varejistas, como Pão de Açúcar e Wal-Mart. Segundo Bertagnon, a produção do Village deve chegar a 14 milhões de unidades este ano (contra 13 milhões do Natal de 2005). São 12 versões de panetones. Entre elas, a light (sem açúcar, aprovada pela Associação Nacional de Apoio ao Diabético) e dois lançamentos: o panetone com frutas tropicais e a versão capuccino (gotas de chocolate com café). Fátima Lourenço

Padarias perdem espaço

O

mercado de panetones no estado é dominado por cerca de sete empresas, segundo o presidente do Sindicato e da Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo, Antero José Pereira. Juntas, elas detêm 60% de participação. O restante está nas mãos de 12 mil padarias. "Já tivemos 100% desse mercado. O panetone pagava o 13º das padarias. Hoje, talvez suas vendas representem 10% do faturamento de dezembro", comparou Pereira, a propósito da forte concorrência industrial. Na linha de panetones artesanais, a Di Cunto está entre os destaques de São Paulo. Fun-

dada como padaria, em 1835, a empresa produz panetones desde 1939, segundo o diretor da empresa, Pedro Porta Filho. "Nossos produtos são diferenciados e comercializados em casas como Empório Santa Maria e Casa Santa Luzia, além dos pontos da própria Di Cunto." Há, entre as versões do produto, o Tropical (com frutas como goiaba, mamão e abacaxi); e uma versão embalada em lata, alusiva aos 70 anos da casa. O site da empresa apresenta as várias opções e respectivos preços promocionais. Eles sofrem reajuste a partir de dezembro. O executivo prevê crescimento entre 7% e 10% nas vendas de panetones Di Cunto neste Natal.

Cursos – Na padaria da Chocolândia, em São Paulo, a produção de panetones deve chegar a pelo menos 5 mil quilos neste ano. A expectativa do diretor e fundador da empresa, Osvaldo Nunes, é alcançar crescimento entre 20% e 25% sobre o Natal de 2005. São Produtos com preços a partir de R$ 2,99 (para 400 gramas). A Chocolândia também comercializa marcas como Bauducco, Village, Visconti, Benhur, Tommy, Montevergine e Laura. Em seu centro culinário, a empresa ainda oferece cursos para interessados em produzir seu próprio panetone. Alguns deles são gratuitos. Informações pelo telefone (11) 6889-7650. (FL)

Spoleto chega a Madri

A

partir de dezembro, os europeus poderão saborear as receitas da maior rede de comida italiana do Brasil, a Spoleto. A empresa abre sua primeira unidade na Espanha, em Madri, depois de ter fechado contrato com o grupo espanhol Franchise Hispania. O grupo é especialista em franquias e food service e deve comandar a expansão da marca no continente europeu. A expectativa é ter 50 pontos da marca na Península Ibérica no prazo de cinco

anos. O objetivo é atingir um novo a cada dois anos. O investimento inicial nessa empreitada internacional é de 5 milhões de euros, valor dedicado à abertura das primeiras lojas em Portugal e na Espanha e ao desenvolvimento da marca no continente. "A Espanha foi escolhida para a entrada do Spoleto na Europa por ser o país com maior crescimento econômico dos últimos quatro anos, com taxas de 7,5% ao ano", diz o presidente do Grupo Spoleto, Mario Chady.

Na Europa, os restaurantes devem seguir o mesmo padrão que as unidades brasileiras. Na rede, o cliente é o chef e tem a liberdade de montar o prato na hora, combinando massas, molhos e acompanhamentos. A marca tem 148 restaurantes em 18 capitais brasileiras e dois no México. Em 2005, o Spoleto faturou R$ 120 milhões, 30% a mais que no ano anterior. A expectativa é de que feche 2006 com faturamento de R$ 170 milhões e 150 restaurantes. Sonnaira San Pedro


terça-feira, 24 de outubro de 2006

Transpor te Tr â n s i t o Urbanismo Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O custo de uma câmera está estimado em R$ 20 mil: R$ 6 mil pelo equipamento e R$ 14 mil para a instalação.

VIGILÂNCIA TERÁ TAMBÉM CARÁTER SOCIAL

OLHO VIVO NA AVENIDA PAULISTA Câmeras de vigilância serão instaladas na Paulista. Número total de equipamentos não foi confirmado, mas só o parque Trianon deverá ter oito deles na área interna. Fotos: Luiz Prado/Luz - 07/12/05

Newton Santos/Hype - 30/08/06

Ivan Ventura

A

Prefeitura paulistana concluiu, na semana passada, o projeto que prevê a instalação de olhos vivos na avenida Paulista e em outras ruas da região. Para que a proposta de câmeras de vigilância saia do papel, resta apenas o acerto final entre o Executivo e a empresa (cujo nome é mantido sob sigilo) que financiará boa parte do equipamento que será instalado. A avenida Paulista, uma das mais famosas da cidade, terá aproximadamente 40 câmeras de segurança. As imagens captadas serão repassadas para a Central de Monitoramento da Guarda Civil Metropolitana (GCM) - sede do comando da região central – onde já são recebidas as imagens das câmeras de vigilância do Centro, Nova Luz, Parque Dom Pedro e vale do Anhangabaú. Os equipamentos também devem ser iguais aos da região central. O custo para uma câmera está estimado em R$ 20 mil, sendo 6 mil pelo equipamento e R$ 14 mil para a instalação. As câmeras têm 360 graus de rotatividade, alcance de até mil metros, gravam e fotografam durante 24 horas. Os locais onde as câmeras serão instaladas também são mantidos sob sigilo. Sabe-se apenas que, num primeiro momento, oito delas deverão monitorar a área interna do parque Trianon. Misterioso também é o valor total que será gasto, mas estima-se que pode superar o que foi investido na na primeira fase do projeto, que foi de R$ 2,7 milhões. Dessa vez a empresa Telefônica, que foi parceira na região central, não estará contribuindo, segundo informações da assessoria de imprensa. Objetivos – Num primeiro momento, o objetivo dos olhos vigilantes da Paulista é um pouco diferente daquele que foi buscado no Centro. O Inspetor e comandante da GCM na região central, Ewander Simão de Oliveira, que auxiliou na elaboração do projeto da Paulista, não detalhou a proposta, mas revelou que o objetivo é social. "A GCM, em parceria com a Secretaria de Assistência Social, deverá monitorar os movimentos de moradores de rua e de adolescentes nos faróis. O objetivo é levá-los a abrigos e oferecer comida e cama para dormir, entre outros tipos de ajuda", disse. O inspetor Ewander salientou que as câmeras também

25 de Março: câmeras de vigilância estão de olho em pequenos delitos e também nos camelôs Andrea Felizolla/Luz - 09/08/06

Avenida Paulista também será monitorada 24 horas por dia

Câmera na Ipiranga com S. João

A Central de Monitoramento da GCM irá receber as imagens

deverão vigiar a incidência de diversos delitos, como furtos, roubos ou receptação de mercadorias roubadas, assim como acontece na região central. Comemoração – O presidente da Associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves, comemorou a conclusão do pro-

jeto, uma reivindicação antiga da entidade. "Criamos o primeiro projeto em 2003 e até já tínhamos acertado a empresa de telefonia móvel que entraria como parceira do projeto. Mesmo que o nosso projeto não esteja sendo usado pela Prefeitura, comemoramos a

iniciativa do mesmo jeito". Neves, no entanto, desconfia de alguns números preliminares em torno do projeto, principalmente quanto às mais de 40 câmeras que deverão ser instaladas. "O nosso projeto previa 26 equipamentos, número mais do que suficiente para monitorar a Paulista e ruas próximas. Acho excessivo esse número se levarmos o número de ruas da região da Paulista e, principalmente, por causa da capacidade de alcance das câmeras".

A conclusão do projeto de vigilância na Paulista inaugura a segunda fase da proposta da Prefeitura de instalar câmeras de segurança em pontos críticos da Capital. Funcionando oficialmente desde o dia 28 de setembro, as 35 câmeras monitoram as principais vias do Centro Novo, Centro Velho, Nova Luz, Parque Dom Pedro e vale do Anhangabaú. A rua 25 de Março é uma das que foi contemplada com as câmeras. Depois da avenida Paulista, o projeto ainda prevê a instalação de olhos vivos no cemitério do Araçá, avenida Doutor Arnaldo e rua Domingos de Moraes. As regiões do Glicério, Santa Ifigênia, praça Júlio Mesquita, José Paulino, Penha, São Mateus, Mooca, Santana, Tucuruvi, Cidade Ademar, Lapa e Perus também ganharão câmeras. Resultados – Nesses quase 30 dias de funcionamento, os freqüentadores e lojistas da região central comemoram os resultados positivos das câmeras de segurança. Houve diminuição no número de pequenos delitos e, principalmente, nas atuação de camelôs que lotam as calçadas e ruas da região central. Somente no primeiro dia de funcionamento, as quatro equipes, que trabalham 24 horas no monitoramento, registraram 150 ocorrências. Foram

Mesmo que nosso projeto não esteja sendo usado pela Prefeitura, comemoramos a iniciativa do mesmo jeito. Nelson Baeta Neves, presidente da Associação Paulista Viva 21 prisões em flagrante, 11 portes, uso ou tráfico de drogas, um porte ilegal de arma, uma receptação de mercadoria roubada e oito tentativas de homicídio. Acidentes de trânsito com vítimas e queda de pessoas com mal súbito nas ruas também foram registrados. O número de ambulantes diminuiu significativamente nos locais onde há câmeras. Os camelôs migraram para outras áreas do Centro.

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


8

Congresso Planalto Corr upção CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

PF JÁ IDENTIFICOU 'LARANJAS' DA COMPRA DE DOSSIÊ

Vedoin (Luiz Antônio) queria que eu o ajudasse a ter acesso à alta cúpula do PSDB. Abel Pereira

Dida Sampaio/AE

PEREIRA: VEDOIN TINHA MATERIAL CONTRA PETISTA Amigo do ex-ministro Barjas Negri afirmou em depoimento que o chefe dos Sanguessugas tentou lhe vender dossiê para comprometer Aloizio Mercadante.

O

suposto elo do PSDB com os sanguessugas, o empresário Abel Pereira, afirmou ontem à Polícia Federal que os Vedoin lhe ofereceram "documentos que comprometeriam Aloizio Mercadante". A reunião com Luiz Antônio Vedoin, disse Abel, ocorreu em um restaurante do Shopping Iguatemi, em São Paulo, em agosto. Senador do PT, Mercadante foi candidato ao governo de São Paulo. Seu ex-coordenador de campanha, Hamilton Lacerda, é apontado como um dos cabeças da trama do dossiê Vedoin, que pretendia envolver José Serra com os sanguessugas. Amigos – Empreiteiro e fazendeiro, Abel Pereira reside em Piracicaba (SP) e é amigo de Barjas Negri, prefeito da cidade e ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique, em 2002. Nessa época, Abel teria facilitado a liberação de recursos extra-orçamentários da União para a compra de 681 ambulâncias do Grupo Planam, dos Vedoin. Por sua atuação como lobista, Abel teria cobrado 6, 5% de propina por negócio realizado. No depoimento, Abel ten-

Ele (Vedoin) disse que tinha documentos contra Mercadante e provas com força suficiente para influir na eleição de qualquer estado. Abel Pereira

tou tirar o PSDB do foco e apontou para Mercadante. "Vedoin (Luiz Antônio) queria que eu o ajudasse a ter acesso à alta cúpula do PSDB. Ele disse que tinha documentos contra Mercadante e provas com força suficiente para influir na eleição de qualquer estado", disse. Abel afirmou que não viu os papéis que poderiam envolver Mercadante com os sanguessugas. "Não tive interesse (nos documentos) e disse a ele (Luiz Antônio) que não tinha como infiltrá-lo na direção do PSDB porque não sou do partido, não sou filiado a partido nenhum," declarou. Tan ge nt e – O empreiteiro concedeu entrevista depois da audiência. Caiu em contradi-

ções, foi evasivo e tentou dissimular suas ligações com os Vedoin, que são antigas. Se não tinha interesse na papelada antiMercadante e nem como apresentar o chefe da máfia ao PSDB, por que voltou a se reunir com Luiz Antônio? "Tive que vir porque tenho fazendas em Mato Grosso. Aí acabei marcando com ele." Os advogados de Abel, Eduardo Rodrigues e Sérgio Pannunzio, acusam Vedoin de tentar aplicar um golpe . Na semana que passou, Luiz Antônio Vedoin, o pai dele, Darci, e outro empresário, Ronildo Medeiros, acusaram Abel perante a Justiça Federal de cobrar propina para intermediar liberação de verbas do Tesouro para o esquema. Sobre os 15 cheques que somam R$ 601 mil, referentes à propina que teria recebido em 2002, foi enfático: "Nunca recebi nada." Os advogados sustentam que os cheques, entregues por Expedito Veloso (exdiretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil) à PF, não têm carimbo do sistema bancário. O advogado Elói Riffati, que defende os Vedoin, reagiu: "É a primeira vez que ouço falar no nome de Mercadante". (AE)

Pereira: 'Nunca recebi nada', disse o empresário em resposta à acusação de embolsar propinas.

DOSSIÊ JUNGMANN INTERPELA PF

A É UM FACTÓIDE, DIZ SENADOR. O Antonio Cruz/ABr

senador Aloizio Mercadante (PTSP) negou as acusações que o empresário Abel Pereira fez ontem na Polícia Federal, de que haveria um dossiê contra ele envolvendo-o com o esquema dos sanguessugas. Mercadante afirmou, em nota, que a declaração é "inverídica e caluniosa". Ele reiterou que não teve nenhuma emenda destinada ao esquema e classificou o depoimento de Abel Pereira de um "factóide". O texto emitido pelo senador diz: "Não tive nenhuma emenda liberada destinada ao esquema dos sanguessugas, o que pode ser facilmente comprovado em consulta ao Orçamento (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) e ao Ministério da Saúde, ou ainda, à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de

Pereira vale-se de um artifício espúrio e criminoso, patrocinado por seus aliados, neste momento de disputa eleitoral. Aloizio Mercadante

Inquérito) dos Sanguessugas e Corregedoria-Geral da União, que investigaram exaustivamente esta questão". Conforme Mercadante, "o esquema foi concebido e teve 70% das liberações de ambulâncias superfaturadas executadas no Ministério da Saúde", durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "com o qual Abel Pereira tinha íntimas relações". Para ele, o fato de Pereira admitir ter se encontrado três vezes com Vedoin "para negociar o suposto dossiê, significa reconhecer que buscava informação para prejudicar minha candidatura ao governo de São Paulo." Acrescenta ainda: "Como nada encontrou – e nem será encontrado – o depoente valese de um artifício espúrio e criminoso, patrocinado, certamente, por seus aliados neste momento de disputa eleitoral", arrematou. (AE)

Wilton Junior/AE

PF INVESTIGA 'LARANJAS' NO DOSSIÊ

A

Polícia Federal já identificou um grupo de pessoas que teriam sido utilizadas como "laranjas" na aquisição dos dólares que serviriam para a compra do dossiê Vedoin. Segundo uma fonte ligada à investigação, a PF tenta, agora, agendar o depoimento destes supostos "laranjas", o que poderá ocorrer ainda esta semana. O grupo, conforme o informante, é composto por pessoas de uma mesma família, de origem humilde. E seus documentos podem ter sido utilizados sem autorização. "Temos de ouvir esses 'laranjas' para saber a verdadeira origem do

Fachada: casa de câmbio tem suas operações sob mira da PF.

dinheiro que seria usado na negociação", explicou a fonte. Bronca – A maior parte do montante foi adquirida, conforme o policial, na Vicatur, uma agência de câmbio instalada em Nova Iguaçu, RJ. Seus proprietários se mostraram indignados e reclamaram do vazamento da notícia para a im-

prensa antes de a PF os procurar em busca de documentos. "Se o Ministério Público tem alguma coisa contra a empresa, que apresente a denúncia. Não sabemos de nada. Se eles tiverem dado um tiro no pé, irão responder cível e criminalmente", disse um dos proprietários da agência. (Reuters)

u m a s e m a n a d a de entrar com mandado de gem do dinheiro antes das eleição, o nervo- segurança contra a PF tenha eleições." Foi ele – O relatório da PF sismo da campa- ligação com a campanha nha contamina os eleitoral. "Aqui não há preo- aponta o petista Jorge Lorenbastidores da investigação cupação se o culpado é A ou zetti, ex-coordenador do sesobre a origem do dinheiro B. Acho que é interesse de to- tor de inteligência da campaque seria usado para com- dos, do presidente Lula e do nha do presidente Lula, coprar o dossiê Vedoin. O de- candidato Alckmin, que tu- mo responsável pela operap u t a d o R a u l J u n g m a n n do seja esclarecido antes do ção de compra do dossiê. Negociado por Luiz Antô(PPS-PE), vice-presidente da segundo turno, para que não CPMI dos Sanguessugas, pairem dúvidas" comentou. nio Vedoin, um dos donos da quer entrar agora com man- O deputado admitiu, porém, Planam, o dossiê conteria indado de segurança contra a que há "desdobramento e formações contra tucanos. O rastreamento telefônico Polícia Federal, alegando implicação política em relaobstrução dos trabalhos da ção a todos esses fatos". autorizado pela Justiça tamPolêmicas – O diretor-ge- bém revelou telefonemas do comissão parlamentar. Jungmann disse que até ral da Polícia Federal, Paulo chefe de gabinete da Presihoje a CPI não teve acesso a Lacerda, disse não ver moti- dência, Gilberto Carvalho, "nenhuma folha" do relató- vo para a queixa de Jung- para Lorenzetti e dele para o rio parcial do inquérito pre- mann. "Não vou polemizar ex-ministro da Casa Civil, Joparado pela PF sobre a trama com o deputado para não en- sé Dirceu. Sem furo – O juiz da 2ª Vaenvolvendo a tentativa de trar nesse jogo de campanha compra do dossiê. Reclamou eleitoral", reagiu. "Ele, me- ra Federal de Cuiabá, Jefferainda que o documento va- lhor do que ninguém, sabe son Scheinneider, que presizou para a imprensa sem que perfeitamente que a CPMI de o inquérito do dossiê Veos integrantes da comissão dos Sanguessugas tem tido doin, determinou ontem aos tivessem conhecimento da acesso a todas as investiga- delegados Diógenes Curado papelada. "A pergunta que ções. A atuação da PF é repu- e Luiz Flávio Zampronha que evitem vazamentos de não quer calar é: a quem inte- blicana e transparente." Na tentativa de pôr panos informações capazes de preressa que essa CPMI não chegue aos mandantes do crime, quentes na polêmica, o de- judicar a investigação ou que aos responsáveis?", indagou p u t a d o C a r l o s S a m p a i o firam os direitos de pessoas o deputado. "Estamos diante (PSDB-SP), sub-relator de investigadas. Ele encontroude uma situação absurda, de sistematização da CPMI, se com Curado em Cuiabá e afirmou que não é necessário em seguida ligou para Zamum caso de obstrução." Ele estranhou o comporta- entrar com mandado de se- pronha, que dirige a Divisão m e n t o d o j u i z J e ff e r s o n gurança contra a PF. "O mais de Combate a Crimes FinanScheinneder, responsável fácil é irmos a Cuiabá para ceiros (Defin), na sede da PF, pelo inquérito, que não re- pedir o relatório diretamente em Brasília. O juiz advertiu que os dois passou o relatório prelimi- ao juiz", disse. "O mandado nar à comissão. Mas culpou de segurança é uma medida estão sujeitos a ser punidos por quebra do sigilo funciomesmo a PF por não enviar extremada", acrescentou. O deputado Fernando Ga- nal. Scheinneder restringiu diretamente as informações. Disse que o vazamento foi beira (PV-RJ) concordou com até o compartilhamento de "seletivo", omitindo trechos o colega tucano: "É difícil ha- informações, feito quase em t e m p o re a l , ver uma resposta sobre a orii mp o r ta n te s da apuração, Sergio Lima/Folha Imagem da PF com a CPMI dos c o m o t r a n scrições de S a n g u e s s ug a s , q u e i nconversas telefônicas e vestiga a orig e m d o d ic ru z am e nt o dos dados obnheiro para compra do tidos com quebra de sidossiê. Agora, os gilo bancário. E l ei ç õ es – deputados da CPMI terão Apoiador do que ir a Cuiacandidato do bá e requerer PSDB, Gerald iret am en te do Alckmin, ao juiz os daJungmann dos do inquénegou que sua sugestão Dificuldade: deputado vê obstrução das investigações. rito. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

3

Política

(Alckmin) seja mais incisivo e não repita o corte de gastos e impostos. Tasso Jereissati (PSDB)

João Wainer / Folha Imagem

Muitos ataques, poucas respostas; muitas acusações, poucas explicações claras. Mas, enfim, o embate de ontem trouxe mais algumas informações para reflexão.

3° ROUND VOLTA À TÁTICA DO CONFRONTO

P

ior para o eleitor: o terceiro debate entre os candidatos à Presidência da República, que como os anteriores deveriam trazer à tona os programas de governo de ambos para uma melhor avaliação pelos telespectadores, voltou a pecar pela falta de um padrão claro de exposição de idéias. Entre o tom mais agressivo do primeiro round – em que o tucano assumiu a iniciativa das acusações – e a falta de empolgação do segundo – no qual os dois adversários protagonizaram um confronto morno e sem uma definição do que pretendiam, afinal, apresentar ao eleitorado para a sua escolha – o debate organizado pela Rede Record de Televisão, Rádio Record e Portal Terra exibiu algo mais ou menos esperado: ataques um pouco mais apimentados e mesclados, quando isso fosse possível, a uma amostragem desordenada de números, ao sabor das oportunidades. Resultado: um conflito de ingredientes cuja digestão, pelo telespectador, ficaria sujeita à compreensão de cada um. No primeiro dos cinco blocos, com perguntas de Lula para Alckmin e vice-versa, sobraram provocações dos dois lados. Alckmin, por exemplo, acusou Lula de instituir o "Bolsa Banqueiros", já que o petista teria facilitado a vida deles. E Lula acusou Alckmin de engavetar 69 CPIs durante seu governo. E como não poderia faltar, o tucano indagou sobre a origem dos recursos para comprar o dossiê Vedoin. No segundo bloco tentaram discutir por que o ritmo das obras do governo de São Paulo diminuiu – e assim por diante. A novidade só veio mesmo no terceiro bloco, quando jornalistas elaboraram as perguntas. Confrontados, ambos reagiram com evasivas ou recorreram às astúcias próprias de aspirantes ao poder e da melhor maneira possível de se livrar do desembaraço. Coube, então, a quem assistiu, ponderar melhor sobre o desempenho que teriam, caso vencessem.

NA GLOBO, O CONFRONTO VAI SER NA SEXTA-FEIRA.

A

Central Globo de Comunicação (CGCOM) divulgou um comunicado ontem confirmando o debate entre o presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) para esta sexta-feira (27), e não sábado, como estava previsto. Depois do impasse com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que fixou em em meia-noite o horário limite para a realização do confronto eleitoral, a emissora informou que reduzirá o tempo de apresentação da novela Páginas da Vida e também o tempo total do próprio debate para atender as exigências da Justiça Eleitoral. Como o debate estava programado para 22h30 e teria 2h40 de duração, essa foi a solução encontrada pela emissora, já que a lei do TSE não permite propagandas eleitorais ou participações de candidatos na mídia a partir da meianoite da véspera de eleições. Os ministros do TSE chegaram a recomendar que antecipassem o debate para quinta-feira, mas a emissora preferiu manter a data já programada. A emissora não confirma,

porém, exatamente o horário que irá começar o debate. Mas, de acordo com a CGCOM, a novela Páginas da Vida vai ser encurtada para que a duração do confronto entre os presidenciáveis seja estendido. O recurso já é utilizado em dias de jogos de futebol durante a semana. O debate terá quatro blocos. Nos primeiros três blocos, os candidatos responderão às perguntas dos indecisos, de um total de 80 selecionados pelo IBOPE. No quinto bloco, haverá perguntas com tema livre de um candidato ao outro e as considerações finais de cada um. Cada bloco terá, em média, 24 minutos, sendo que o último bloco será menor. Dentro desta programação, que totaliza aproximadamente 1h55 de duração, a TV Globo terá que começar o debate, no máximo, às 22 horas. Ainda nesta semana, a Globo promove na quintafeira (26), também após a exibição da novela Páginas da Vida, os debates locais entre os candidatos de governo que tiveram segundo turno – dez estados entre eles Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. (AE)

Cenário aberto: Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin voltam a se enfrentar na Record pela penúltima vez antes da eleição. Paulo Whitaker/Reuters

Paulo Whitaker / Reuters

Irônico: Petista diz que tucano tem um só discurso.

O tucano insistiu no tema da corrupção e criticou Lula

LULA DIZ QUE ADVERSÁRIO É REPETITIVO

ALCKMIN MUDA E VOLTA AO ATAQUE

L

candidado do PSDB à Básica (Fundeb) e do baixo Presidência, Geraldo crescimento econômico do Alckmin, deixou para País. Acusou o governo de sutrás o estilo moderado que perfaturamento em obras no marcou o último debate, reali- aeroporto de Cumbica, em zado pelo SBT, e assumiu a Guarulhos, na Grande São mesma postura adotada no Paulo. E disse ainda que, apesar de Lula primeiro enconachar que a tro do 2º turno, Saúde "está realizado pela uma beleza, TV BandeiranLula deixou a nunca vivemos tes, quando atauma crise tão c o u c o m v e eagricultura quebrar. grande ." mência o presiAs empresas estão "Lula deixou dente Luiz Ináfechando e os a agricultura cio Lula da Silva investimentos quebrar. As eme bateu forte nas públicos presas estão fedenúncias de chando e os incorrupção do despencando. vestimentos governo do PT. Geraldo Alckmin públicos desEnquanto Lupencando", crila se preocupaticou o tucano. va em destacar Alckmin voltou a defender os feitos de seu governo, Alckmin tentava derrubá-los. Per- um plano de crescimento ecoguntou, por exemplo, por que nômico para criar oportunidahouve cortes nos gastos com des, renda e trabalho – sem aueducação, falou da não-apro- mentar impostos, mas reduvação do Fundo da Educação zindo as taxas de juros.

ula se apresentou pe- não há denúncia que a gente dindo a seu oponente não investigue". que aproveitasse o deLula ironizou o adversário bate para discutir coisas que ao dizer que "me parece que o interessam à sociedade brasi- Alckmin tem sempre o mesmo leira. E citou o atraso histórico discurso e a mesma tese. O poa que a Região Norte foi sub- vo está repudiando esse commetida e todos portamento dele." Provocado o s p ro b l e m a s ainda por resolsobre os altos lucros dos banver no Nordeste brasileiro. cos, Lula rebaParece que o teu: "Esses banQ ue st i on ad o Alckmin tem sempre sobre os escânqueiros receberam muito de dalos, Lula alfi- o mesmo discurso n e t o u : " S e e u e a mesma tese. mim e votam tudo (sic) no Alfosse presidente O povo está em 1998 não te- repudiando esse ckmin. É muita ingratidão." ria sanguessucomportamento dele. gas, pois 85% E concluiu que é possível dos casos come- Luiz Inácio Lula da Silva çaram antes do fazer com que as pessoas memeu governo". Mas "se esses casos tivessem nos favorecidas ingressem na ocorrido em São Paulo, nada sociedade brasileira. "Por muiseria investigado porque o Ge- tos anos esse País foi governaraldo Alckmin engavetou 69 do para 35 milhões de pessoas CPIs". Para Lula, "a diferença e eu quero governar para 190 (entre petistas e tucanos) é que milhões", disse Lula.

O

GUERRA: ELE ARMA, CARDOSO LUIZIANNE MAS NÃO CHUTA. ENTRE TUCANOS SEM MÁGOAS

AFIF E BURTI NA PLATÉIA

C

G

omentário do coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra: "Ele (Alckmin) arma, mas não chuta no gol", disse depois que os candidatos abordaram o assunto da corrupção no governo. Preocupado com o desempenho do tucano, no intervalo do terceiro bloco o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, saiu da platéia e foi até Alckmin pedir que ele não repetisse mais que iria cortar gastos: "Seja mais incisivo e não repita o corte de gastos e impostos". (SK)

O

deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (SP), foi um dos únicos petistas a cumprimentar os tucanos. Chamou Sérgio Guerra, coordenador da campanha de Alckmin, de "meu senador" e manteve uma conversa reservada com Arthur Virgílio (PSDB-AM). Ao comentar as pesquisas de opinião, Cardoso disse que "a alegria no PT vai do canto direito da boca até o lado esquerdo", comparando à liderança do São Paulo no Campeonato Brasileiro. (SK)

O

s prefeitos petistas João Paulo (Recife) e Luizianne Lins (Fortaleza) representaram a união dos nordestinos à candidatura Lula. Ela, que não foi apoiada pelo presidente quando concorreu à prefeitura, se vestiu a caráter petista: camiseta vermelha, jaqueta branca e sandália. Ao lado, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana, que descartou a possibilidade de votação do Refis 3: "O clima da eleição torna impossível a votação de qualquer projeto", disse.

uilherme Afif Domingos considerou positiva a participação de Alckmin. Ele lembrou que apesar das desvantagens nas pesquisas, a eleição não está perdida: "Às vésperas da votação para o Senado eu estava 30 pontos atrás do Suplicy (PT) e quase ganhei. O jogo não acabou." O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, também aprovou o desempenho do tucano: "Ele respondeu rápido. Nessa hora de decisão, é preciso ser rápido no gatilho". (SK)


terça-feira, 24 de outubro de 2006

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

LUCRO DE GRANDES EMPRESAS CRESCE QUASE 400%

131,6

bilhões de reais foi o lucro das maiores empresas brasileiras entre janeiro de 2003 e junho de 2006

BOLÍVIA DIZ QUE NÃO HAVERÁ NOVA PRORROGAÇÃO PARA ENCERRAR NEGOCIAÇÕES COM PETROBRAS

BOLÍVIA: PRAZO TERMINA NO SÁBADO David Mercado/Reuters

N

Evo Morales: plano para revitalizar a indústria de mineração prevê uso irrestrito de recursos minerais

Cresce otimismo na indústria

A

umentou moderadamente o otimismo entre empresários industriais, segundo pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) atingiu 55 pontos, ante os 52,9 pontos registrados na pesquisa anterior, realizada em julho. O índice aumentou basicamente por causa das pequenas e microempresas, que só em outubro começaram a sentir os efeitos do crescimento econômico de 2006. Até meados do ano, só as grandes indústrias percebiam os efeitos do aque-

cimento econômico. Assim, o índice de confiança das pequenas e médias empresas subiu de 50,6 em julho para 53,2 em outubro, enquanto entre as grandes houve uma pequena variação: de 57,6 para 58,4. "Mas o índice continua baixo", disse o gerente-executivo de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca. "Há confiança positiva, mas não muito grande, porque historicamente o Icei costuma passar de 60 pontos." Metodologia – O Icei é uma escala de 0 a 100, na qual números acima de 50 indicam otimismo. Ele é calculado com base em um questionário que busca captar a sensação do em-

presário sobre a situação atual da economia e a perspectiva para os próximos seis meses. Fonseca disse que a expectativa é de que o índice continue crescendo de forma gradual, como vem ocorrendo desde o início do ano. O juro real ainda alto, apesar da queda da Selic (a taxa básica), e o dólar desfavorável às exportações seriam as principais explicações. Há ainda um terceiro fator, segundo Fonseca: "A economia brasileira vem crescendo e freando desde 2000", disse. "Isso faz o empresário ficar mais conservador. Mesmo com o juro caindo, ele prefere esperar mais um pouco." (AE)

Lula, melhor para grandes empresas

O

s três anos e meio de governo Lula foram mais lucrativos para as grandes empresas brasileiras do que o mesmo período do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Segundo levantamento da consultoria Economática, entre janeiro de 2003 e junho de 2006, as 227

maiores empresas de capital aberto tiveram lucro líquido de R$ 131,694 bilhões. Entre janeiro de 1999 e junho de 2002, o valor foi de R$ 29,281 bilhões. A alta de 394,8% no lucro líquido das empresas não significa que elas cresceram nessa proporção. O lucro operacional (lucro antes do pagamento das

despesas financeiras) cresceu, entre os dois governos, 58,3%. A explicação, segundo o presidente da Economática, Fernando Exel, está no câmbio. Em três anos e meio do governo FHC, o real desvalorizou 135% frente ao dólar, o que destruiu os lucros em razão do endividamento em dólares. (AG)

Cai superávit da balança

C

om a proximidade das festas de fim de ano – quando as vendas aumentam – e o dólar ainda barato em relação ao real, as importações voltaram a acelerar e atingiram na terceira semana de outubro o maior valor semanal da história: média diária de US$ 461,4 milhões. A alta das importações reduziu o superávit da balança comercial, que na terceira semana foi de apenas US$ 570 milhões, valor 43,11% inferior ao US$ 1,002 bilhão do período anterior. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações da semana passada totalizaram US$ 2,3 bilhões (número também recor-

de para um período de cinco dias úteis), enquanto as exportações chegaram a US$ 2,87 bilhões. Neste mês, o superávit comercial é de US$ 2,7 bilhões, resultado de exportações de US$ 8,4 bilhões e importações de US$ 5,69 bilhões Tendência – De janeiro a outubro, as importações confirmam a tendência de alta esperada para o ano pelos analistas: 23,8% em relação ao mesmo período de 2005, enquanto as exportações aumentaram 16,5%. O saldo comercial acumulado já chega a US$ 36,7 bilhões, valor que ficou acima dos US$ 35,35 bilhões registrados em igual período de 2005. Para o economista Guilherme Loureiro, da Tendências

Consultoria, as importações foram puxadas pelas compras de aeronaves e peças, mas sobretudo pelo incremento dos desembarques de eletroeletrônicos. Segundo ele, a alta, tanto para insumos como para equipamentos acabados, ocorre em função da valorização do real frente ao dólar, que torna os importados mais baratos. "Esse movimento já era esperado porque esse setor é menos competitivo na indústria nacional", disse Loureiro. Dessa forma, é mais vantajoso importar do que comprar no próprio País. Ele destacou, porém, que as exportações continuam em ritmo positivo, influenciadas pela alta dos preços no mercado internacional. (AE)

Exportação de eletros não decola

A

s exportações brasileiras do setor eletroeletrônico registraram queda de 1,16% nos primeiros oito meses do ano na comparação com igual período de 2005. Os embarques somaram US$ 417,9 milhões, frente os US$ 421,53 milhões registrados no ano anterior. O levantamento foi realizado pela Associação Nacional de

Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). "As exportações não decolaram conforme previsto em razão da insegurança jurídica no comércio intra-Mercosul, especialmente com a Argentina, e devido à falta de condições de acesso preferencial aos novos mercados, como México, União Européia e Estados Unidos, entre outros fa-

tores", afirmou Paulo Saab, presidente da Eletros. Para Saab, o governo não conseguiu articular uma ação efetiva de política comercial que garantisse condições de acesso preferencial do País a esses mercados, "privilegiando as negociações comerciais com as nações mais pobres, aquelas situados abaixo da linha do Equador". (AE)

a reta final da campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou alvo de uma bomba-relógio armada por seu companheiro boliviano Evo Morales. O presidente da Bolívia já informou ao governo brasileiro que não deverá prorrogar o prazo, que termina neste o sábado, véspera do segundo turno, para que a Petrobras chegue a um acordo com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia (YPFB) sobre seu papel na exploração e comercialização do gás natural e no refino do petróleo no país. Sem um acerto razoável, o governo Morales terá as alternativas de enfrentar uma séria crise política ou cumprir à risca os termos do decreto que nacionalizou o setor de gás e petróleo, em maio, e expulsar a companhia brasileira. Até sábado, a Petrobras e o governo tentarão evitar esse desfecho, que resultaria em prejuízo para os setores que usam gás natural e forte desgaste da imagem de Lula. Morales, por sua vez, se vê atado a uma camisa de força. Se expulsar a Petrobras, perderá sua principal fonte de investimentos na produção de gás. E dificilmente terá como cumprir o acordo de elevação do fornecimento para a Argentina, firmado na semana passada. Se não expulsar, tenderá a enfrentar a insatisfação dos que o elegeram em 2005. Na semana passada, o vicepresidente da Bolívia e respon-

sável pelas negociações bilaterais, Álvaro Linera García, e o ministro da Presidência (Casa Civil), Juan Ramón Quintana, enviaram a São Paulo um técnico para jogar um balde de água fria na esperança do Brasil de postergar o prazo para o acordo. Em encontro com o exassessor de Lula para Assuntos Internacionais e atual coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, o técnico teria informado que o governo boliviano dividiu-se sobre a questão. Crise – Diante de uma crise interna em ebulição, não restaria outra alternativa a Morales senão manter o prazo de 28 de outubro para a conclusão dos acordos entre a YPFB e as multinacionais do setor. O técnico teria trazido apenas um conforto a Garcia: a decisão da Bolívia de manter flexibilidade em relação ao prazo para a alteração da fórmula de reajuste do preço do gás fornecido País. Ontem, Garcia negou ter recebido o técnico, ao mesmo tempo em que repudiava a versão de que ele trouxera um "ultimato" ao governo. Itamaraty, Ministério de Minas e Energia e Palácio do Planalto alegaram desconhecer essa visita. Ele disse ainda que, na impossibilidade de o governo boliviano e a Petrobras chegarem a um acordo para o novo contrato das operações no país, com base na lei de nacionalização dos recursos de energia, a estatal brasileira deixará a Bolívia e buscará indenização.

"Se nós chegarmos a um acordo, ótimo, estabeleceremos um novo contrato, faremos migrar o atual para o novo. Se não houver acordo, a Petrobras se retirará da Bolívia e será indenizada por vontade do governo boliviano ou em função de decisões de tribunais internacionais", disse. Já o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que espera ir à Bolívia até o fim desta semana, para fechar os novos acordos de exploração e produção de hidrocarbonetos. Segundo ele, na reunião não será tratado o tema das refinarias e nem do preço do gás vendido ao Brasil. "Estamos agora negociando os contratos de prestação de serviços para exploração e produção de hidrocarbonetos", afirmou.. Minério – Ontem, entretanto, o presidente boliviano, Evo Morales, disse que o governo está planejando reestatizar diversas concessões de mineração que pertencem atualmente à mineradora suíça Glencore International. "Porque o país está pedindo por isso, essas minas serão resgatadas", disse. O anúncio foi feito mais de uma semana antes da data em que se espera que autoridades anunciem um plano para revitalizar a frágil indústria de mineração do país. Representantes do governo informaram que o plano, que será revelado em 31 de outubro, vai ter como foco conceder ao Estado boliviano "uso irrestrito" dos recursos minerais. (Agências)


6

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

TESOURO COM MENOS PAPÉIS LIGADOS À SELIC

2,97

por cento é a projeção do mercado para o IPCA neste ano, abaixo da meta do governo federal

ENDIVIDAMENTO PÚBLICO SOBE, MAS SEU PERFIL MELHORA POR CAUSA DOS TÍTULOS PRÉ-FIXADOS

DÍVIDA SOBE 2,2% E VAI A R$ 1,062 TRI Rafael Hupel / LUZ

A

dívida interna em Selic – A contrapartida ao títulos públicos fe- aumento na participação de tíderais deu um sal- tulos prefixados foi a redução to de R$ 22,85 bi- da parcela atrelada à taxa básilhões em setembro e alcançou ca de juros, a Selic, que passou a marca de R$ 1,062 trilhão. O de 46,14% para 44,79% do tovalor é 2,2% superior ao de tal. Sem considerar as operaagosto. Somente a correção ções de swap (em que o goverdos papéis pelos juros teve im- no fica credor em dólar e devepacto de R$ 12,16 bilhões; o res- dor em juros), a parcela vincutante foi provocado pela emis- lada à Selic caiu de 42,50% para são de novos títulos. Em todo o 41,46%, próximo do piso estaano, os juros pagos somaram belecido no Plano Anual de FiR $ 1 0 5 , 9 b i l h õ e s , v o l u m e nanciamento da Dívida (PAF), maior do que os R$ 82,2 bilhões de 39%. Em agosto, 62,25% de crescimento da dívida de ja- dessa dívida venciam em até neiro a setembro. A diferença um ano. Em setembro, o indimostra que o Tesouro resgatou cador caiu para 59,39%. no ano R$ 23,7 bilhões líquidos Mas a melhora no perfil da em títulos. dívida teve como efeito colateO forte crescimento da dívi- ral uma piora no importante da interna, enindicador de prazo médio, tretanto, foi acompanhado que caiu de de uma melho29,84 meses para no seu perfil. ra 29,65 meses. A p a rc e l a d e Quanto maior papéis com reo prazo médio, bilhões de reais muneração melhor é a perlíquidos foram prefixada (cuja cepção em tortaxa de juros é no da capaciresgatados pelo dade de o godefinida no Tesouro em títulos momento da verno pagar sua dívida. venda do títupúblicos federais lo) passou de Desde fevereidesde o começo ro, o Tesouro 31,49% para deste ano 32,83% do topatina na casa tal, atingindo o dos 29 meses, maior nível da sem conseguir série histórica iniciada em superar a marca de 30 meses 1999. O indicador está dentro que é o piso previsto no PAF. da banda estabelecida pelo TeOutro indicador importante souro em sua estratégia para de solvência que teve piora foi 2006, que vai de 28% a 37%. o da dívida a vencer em até 12 "Estamos tentando melhorar meses, que passou de 39,19% o perfil da dívida incrementan- para 39,99%. O objetivo do godo a participação de títulos pre- verno é encerrar o ano com esfixados", disse o coordenador- se índice dentro da faixa de geral da Dívida Pública, Ron- 31% a 36% do total da dívida. nie Tavares. A dívida prefixada Apesar da distância da meta, é a que tem maior volume de Tavares considera seu cumprivencimentos em até 12 meses. mento "factível". Os prefixados são consideraO representante do Tesouro dos títulos de melhor qualida- argumentou que, como os vende porque conferem maior pre- cimentos do último trimestre visibilidade. Tavares comen- de 2006 são muito maiores do tou ainda que o Tesouro apro- que os do mesmo período do veitou o fato de setembro ter próximo ano, a tendência é que sido um mês de baixos venci- só esse fator fará com que a dímentos para fazer emissões lí- vida futura se enquadre denquidas de prefixados. tro dos limites previstos. (AE)

23,7

EDITAL

ATA

CONVOCAÇÃO

Projeção para inflação fica abaixo dos 3% e da meta

A

Melissa Magnos, da Ideal Investimentos: crédito universitário igual ao das Casas Bahia

Crescem opções de crédito educativo

O

financiamento do curso universitário é, na maioria dos casos, o verdadeiro vestibular do estudante brasileiro. Depois de entrar no curso escolhido, ele terá de arcar com os custos da mensalidade e do material, o que torna cada vez mais difícil a conclusão de uma grade curricular. Atento a esse quadro, o setor bancário e entidades de crédito vêm oferecendo alternativas de financiamento para essa faixa de clientes. Há linhas tanto para o pagamento das mensalidades quanto para a compra de material escolar. O interessado encontrará linhas com taxa de juros entre 1,5% e 5%. O período para quitação pode chegar a oito anos e quando é permitida a renegociação, 12 anos. Uma das opções populares para o financiamento de todo o curso é da Ideal Invest, correspondente bancária do Banco ABC (Arab Banking Corporation), que oferece linha com taxa de juros média de 1,5% ao mês. Chamado de "Pravaler", o produto custeia 50% do valor da mensalidade cobrando juros mais taxa mensal de encargos. Por exemplo: a mensalidade de R$ 500 sairia cerca de R$ 286,90 por mês.

Melissa Magna, responsável pelo produto dentro da Ideal Invest, explica que o objetivo é suprir uma parte do "buraco" deixado pelas linhas governamentais, o Prouni e o FIES.

"Nossa idéia seria de uma Casas Bahia do sistema educacional" explica. O crediário pode ser pago em até o dobro do período do curso, por meio de contratos semestrais, renovados ao final de cada período. As parcelas são reajustadas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no prazo de 12 meses. A Ideal apenas financia alunos de entidades credenciadas à empresa: Universidade de Santa Catarina (Unisul), Uirapuru Superior (Superior de Sorocaba), Universidade Católica de Goiás (UCG), Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF) e Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte). Crédito pessoal – Já o Santander Banespa disponibiliza crédito pessoal a universitários para pagamento de mensalidades atrasadas ou compra de material com taxa de juros na casa dos 3,9% ao mês. O correntista também pode optar por um limite de cheque especial de até R$ 300 e adquirir um cartão internacional. A Fininvest, financeira ligada ao Unibanco, também oferece financiamento para mensalidades atrasadas com taxa de 3,9% ao mês e prazos que vão de 12 a 36 meses. Davi Franzon

Google atinge novo recorde Contas do America no A s ações da empresa de buscas líder da internet, a famosa Google, atingiram novo recorde ontem, depois que a companhia anunciou na semana passada lucro trimestral quase dobrado e alta de 70% do faturamento.

Após a divulgação do balanço, analistas de Wall Street correram para atualizar as estimativas de preço justo para a ação da empresa, com a aposta mais agressiva definindo o preço do papel em US$ 600. (Reuters)

Santander

O

grupo espanhol Santander anunciou que assumirá a administração de cerca de US$ 3,5 bilhões em ativos e depósitos dos clientes latino-americanos de renda elevada do Bank of America. São cerca de 6 mil clientes cujas contas só serão transferidas com seu consentimento, informou o banco, sem revelar os termos do acordo. O Bank of America informara anteriormente que estava buscando se concentrar nos clientes de renda alta, para quem pode fornecer uma ampla gama de serviços nos países onde tem maior mercado. Em locais em que sua oferta de produtos é mais limitada, o banco prefere transferir as contas de seus clientes para outras instituições. (Reuters)

s projeções do mercado financeiro para a inflação deste ano caíram pela segunda vez seguida e voltaram a ficar abaixo dos 3%. As apostas de analistas e consultores financeiros, de acordo com a pesquisa semanal Focus do Banco Central (BC) divulgada ontem, passaram a se concentrar ao redor dos 2,97% para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), bem abaixo da meta de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A queda veio acompanhada de uma revisão para baixo da estimativa para a taxa de câmbio para o final do ano, de R$ 2,18 para R$ 2,17 para cada dólar. O real valorizado é apontado por analistas econômicos como uma das principais causas do bom comportamento dos preços neste ano. A estimativa de reajuste dos preços administrados, por sua vez, recuou pela terceira vez consecutiva, passando de 4,20% para 4,10%. A redução, neste caso, está vinculada à tendência de diminuição do valor do petróleo no mercado internacional. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em contrapartida, se estabilizou em 3%. "O ritmo de crescimento moderado também ajuda a manter a inflação em baixa", comentou um operador de mercado. A previsão dos analistas é inferior aos 3,50% esperados pelo BC, conforme consta do Relatório de Inflação divulgado no mês passado. Com esse cenário, o mercado manteve a previsão de queda de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será no fim de novembro – a última deste ano. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto, de 14,25% para 13,75% ao ano. A fonte ouvida pela reportagem não descartou a possibilidade de um novo corte dessa magnitude. A ata da reunião será divulgada nesta semana. (AE)

BNDES Negociação após a greve

O

s funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiram ontem encerrar a greve iniciada na quinta-feira passada, após assembléia que optou por manter as negociações abertas. A Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES) informou que a diretoria do banco deverá apresentar uma nova proposta para a equalização da curva salarial dos dois planos distintos de cargos e salários da instituição, principal reivindicação dos trabalhadores. As diferenças são entre funcionários que foram contratados a partir de 1998 e os mais antigos, que entraram antes daquele ano. A direção do BNDES apresentou proposta de reajuste de salários de 4,5% e abono de 80%, mas não se pronunciou a respeito das diferenças dos planos salariais. (AE)


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Planalto Congresso Eleições CPI

Márcio Fernandes / AE

PT MANIPULA E TUCANOS SUBESTIMAM O ELEITOR

O

des eleitoreiras, de direita e até de "terroristas" do PT, afirmar que os tucanos retomarão a privatização de estatais caso cheguem ao governo. "As pessoas confundem populista com popular. O eleitorado brasileiro não deve ser subestimado, não há manipulação", rebateu Garcia. "O povo está discernindo muito bem o lado que o beneficia". Os coordenadores da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) participaram de um debate de cerca de duas horas ontem de manhã, promovido pelo jornal "Folha de S.Paulo". Sérgio Guerra voltou a acusar os petistas de promover um golpe ao levantar o te-

Guerra: fogo no populismo; Garcia: foco no assunto privatização.

ma das privatizações no segundo turno. "Eles (os petistas) criaram uma falsa questão (das privatizações) com o objetivo de confundir a opinião pública, confundir o eleitor brasileiro e atrapalhar a democracia brasileira... Fui do PSB muitos anos, votei em Lula três vezes. Não tem mais nada de esquerda, coisa nenhuma. O que a esquerda tem a ver com os 'delúbios' da vida, com esses personagens que têm aí?", questionou Guerra. "Isso não tem nada a ver com a democracia nem com a história do PT." "Não é terrorismo eleitoral, como diz a oposição, é o aroma que exala de toda a trajetória política do PSDB", rebateu

Marco Aurélio Garcia. Sobre a reta final da campanha, os dois coordenadores disseram que os candidatos pretendem manter a mesma linha adotada até agora. Ambos devem reduzir, no entanto, o ritmo de caminhadas e comícios, já que a agenda da semana está cheia. Guerra fez questão de afirmar que as próximas pesquisas de intenção de votos vão apontar mudanças no atual cenário. "Os próximos dois ou três dias serão importantíssimos. Vamos chegar à eleição competitivos", garantiu. "O povo está se esclarecendo e no dia da eleição vamos ter um resultado que muita gente vai se surpreender", disse. (Reuters)

Governo anuncia pacote para reduzir juros nos empréstimos consignados e para população de baixa renda

N

lançamento de uma nova modalidade de microcrédito pela Caixa Econômica Federal (CEF), voltada para a população de baixa renda. As duas notícias devem ser anunciadas oficialmente hoje. O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que é formado por representantes do governo, dos aposentados, dos trabalhadores e das empresas, vai discutir a possibilidade de reduzir o teto de juros, de 2,86% ao mês, que os bancos podem cobrar dos segurados do INSS nos empréstimos consignados. Esse limite

AGU RECORRE PARA GARANTIR RECURSOS DA MP

A

Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão da juíza Candice Galvão Jobim, da 2ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que suspendeu a validade da medida provisória que autorizava a liberação de crédito extraordinário do Orçamento no valor de R$ 1,5 bilhão para vários ministérios. O recurso foi apresentado ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, e deverá ser julgado pela presidente da corte, a desembargadora Assusete Magalhães. A decisão da primeira instância foi tomada na última quarta-feira, no julgamento de uma ação popular proposta pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). A medida provisória foi assinada no último dia 4 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e destinava os recursos para diversos ministérios. (Reuters)

ADESIVO VETADO

O

ministro Marcelo Ribeiro, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibiu a distribuição e veiculação de adesivos com alusão à deficiência física do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, que perdeu um dedo mínimo num acidente de trabalho, quando operava um torno mecânico. Ele tomou a decisão ao analisar um pedido da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). De acordo com o TSE, no auto-adesivo é visualizada uma mão aberta com somente quatro dedos, inserida num círculo vermelho com traço em diagonal, como uma placa de "proibido". Segundo Ribeiro, o material é ilegal, "pois atenta contra a dignidade humana, promovendo discriminação em razão de deficiência física". (AE)

Eymar Mascaro

A razão de cada um

S

e as pesquisas Datafolha, Ibope e Vox-Populi estiverem corretas, Geraldo Alckmin precisa tirar 2 milhões de votos por dia de Lula, se quiser ter chance de ganhar a eleição no domingo. A diferença entre ambos é de 20 pontos, segundo a média das pesquisas. Isso signfica que Lula teria hoje 20 milhões de votos a mais. Mas os tucanos, e sobretudo Alckmin, não acreditam nessa diferença. Pelas pesquisas por telefone que recebem diariamente, a diferença em favor de Lula não vai além de 10 pontos. Portanto, trata-se de uma dúvida que só as urnas dirão quem está com a razão.

LEMBRETE

NOVAS 'BONDADES' NO CREDIÁRIO. a reta final da corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto, o governo Lula resolveu tirar da gaveta pequenas bondades, mas que atingem diretamente uma grande parcela da população. Faltando cerca de dois meses para as festas de fim de ano, a propaganda oficial acena com boas novas na área de crédito, com possível redução de juros nos empréstimos com desconto em folha a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Fala também no

O que a esquerda tem a ver com os 'delúbios' da vida? Sérgio Guerra

JUSTIÇA VETA ADESIVOS ANTI-LULA

Essas foram as conclusões a que chegaram os chefes das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), Marco Aurélio Garcia e Sérgio Guerra, que participaram ontem de um debate. Ambos trocaram acusações e criticaram atitudes dos partidos adversários. Guerra acusou o PT de terrorismo; Garcia disse que eleitor sabe escolher quem o beneficia.

s coordenadores de campanha dos dois presidenciáveis, Marco Aurélio Garcia e Sérgio Guerra, trocaram acusações nesta segunda-feira sobre os rumos do segundo turno. Guerra acusou o governo de manipulação e disse o PT não é mais um partido de esquerda, enquanto, para Garcia, o PSDB subestima os eleitores brasileiros. "Não tem esquerda nesta campanha, a Heloísa Helena (senadora do PSol, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno) não está mais concorrendo. Um governo populista não é um governo de esquerda", alfinetou Guerra. Ele classificou como atitu-

terça-feira, 24 de outubro de 2006

máximo de juros foi fixado há três meses pelo conselho. O crédito consignado, tanto a aposentados e pensionistas quanto a trabalhadores da iniciativa privada e ao funcionalismo, foi regulamentado pelo governo em 2003 e 2004. Como as parcelas de pagamento dos empréstimos são descontadas diretamente nas folhas de pagamento, os bancos têm garantia na recuperação do empréstimo e, por isso, cobram juros menores. No caso dos aposentados, é o conselho que fixa um teto de juros, o que não ocorre nos

outros tipos de empréstimo com desconto em folha. Desde que foi aberto aos 19 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, em maio de 2004, o crédito consignado já foi procurado por 6,4 milhões de pessoas. Ou seja, um em cada três segurados do INSS. A presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos, vai anunciar também a criação de um microcrédito para correntistas que só têm contas simplificadas, ou seja, contas com menos alternativas de produtos bancários e menos burocracia. (AE)

É PROIBIDO PRENDER, DIZ LEI ELEITORAL

REFIS 3 CORRE O RISCO DE NÃO SER VOTADO

A

erminou sem votações o primeiro dia do esforço concentrado na Câmara. Por falta de quórum suficiente em plenário para a abertura dos trabalhos, a votação da Medida Provisória 303/06, que institiu o Refis 3, ficou para hoje. A MP do Refis 3 perderá a validade se não for votada até a próxima sexta-feira (27). A proposta já foi aprovada pelos deputados, mas sofreu modificações no Senado e, por isso, precisa enfrentar outro turno de votação na Câmara dos Deputados. Ao todo, 125 deputados estiveram na Casa, mas somente 85 registraram presença no painel eletrônico (o Regimento exige pelo menos 257). O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), fez um apelo aos líderes para que mobilizem suas bancadas e aprovem alguns projetos antes do 2º turno das eleições.

partir de hoje, cinco dias antes da eleição, e até 48 horas depois do segundo turno, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, de acordo com a legislação eleitoral. A exceção é para casos de flagrante delito ou para condenados por crime inafiançável. Segundo o Código Eleitoral, neste período, caso ocorra qualquer detenção que não se enquadre nas exceções, o preso deverá ser conduzido imediatamente à presença do juiz competente, que, se verificar a ilegalidade, deve cancelar a prisão e responsabilizar o autor dela. Desde 14 de outubro nenhum dos candidatos a presidente e a governador pode ser preso, salvo, também, em caso das exceções previstas. As eleições serão realizadas no dia 29, com eleições para presidente e em dez estados para governador. (AOG)

T

Alckmin prefere lembrar que os institutos de pesquisas davam a ele cerca de 30% de intenção de voto até a última semana antes do 1º turno. Após a abertura das urnas, ele acabou alcançando 41%. O tucano aposta que ainda tem tempo para se recuperar e equilibrar o jogo com o petista.

EXPLORAÇÃO

Os resultados favoráveis das três pesquisas foram explorados pelo PT na campanha de televisão de Lula. O locutor lembrou que o candidato petista continua crescendo enquanto seu adversário, cai. Os petistas querem colocar uma camisa de força em Alckmin.

ALVO

Um dos alvos de Alckmin para tentar tirar a diferença que o separa de Lula é São Paulo, que detém o maior colégio eleitoral do País: 28 milhões de votos. O tucano admite que pode ter entre os eleitores paulistas mais de 5 milhões de votos do que Lula.

ARRANQUE

O ex-prefeito José Serra, eleito governador no 1º turno, está empenhado em ajudar Alckmin em São Paulo. No 1º turno, Alckmin obteve 54% dos votos no estado, contra 36% de Lula. Uma diferença de 18 pontos. A meta agora é superar os 20 pontos.

RECUPERAÇÂO

Outro estado em que Alckmin espera ter melhor desempenho no 2º turno é o Rio, que tem o 3º maior colégio, 11 milhões de eleitores. O candidato ainda acha que pode melhorar no interior do estado com o apoio do exgovernador Anthony Garotinho (PMDB), enquanto o prefeito César Maia ataca os eleitores na capital.

FORÇA

Confiante na força eleitoral do governador reeleito Aécio Neves (77% dos votos), Alckmin acha que vai crescer também em Minas (13 milhões de eleitores). Aécio prometeu a Alckmin ao menos o empate com Lula no estado. No 1º turno, o petista alcançou 10 pontos na frente do tucano em Minas.

SONHO

Apesar do otimismo dos tucanos, o ex-ministro Saraiva Felipe (PMDB) admite que a votação de Lula em Minas vai crescer no 2º turno. Para o exministro, o petista pode chegar aos 60% dos votos mineiros com a ajuda dos prefeitos que estariam

migrando para a campanha de Lula.

AVANÇO

Embora inferiorizado nas pesquisas, Alckmin continua batendo Lula no Sul do País. A região tem quase 20 milhões de eleitores. Alckmin venceu Lula na região no 1º turno nos três estados: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

APOIO

Alckmin deve aumentar a diferença para Lula no Rio Grande do Sul com o apoio da candidata do PSDB ao governo estadual, Yeda Crusius. O candidato do PT, Olívio Dutra, corre atrás de Yeda nas pesquisas. Por isso, a campanha de Lula no estado continua prejudicada.

FAVORITISMO

O grosso da votação de Lula continua sendo no Nordeste. A região é pródiga em votos: 33 milhões. Lá, Lula vem alcançando mais de 70% de intenção de voto, contra 25% de Alckmin. O Nordeste é a região em que o governo mais assiste a famílias pobres com o programa BolsaFamília.

PREVISÃO

Governador eleito da Bahia, Jaques Wagner avisou o PT que o estado deve dar mais de 65% dos votos a Lula contra 59% dados no 1º turno. Alckmin alcançou 25% da votação. A Bahia detém o maior colégio eleitoral do Nordeste, com 9 milhões de votos.

MAIS FORTE

Além da Bahia, Lula almeja aumentar a diferença que alcançou no 1º turno nos estados de Pernambuco (5,7 milhões de eleitores) e Ceará (5,3 milhões). Os tucanos esperam melhor desempenho na região com a divulgação ininterrupta ao plano de governo de Alckmin para o Nordeste, com a promessa de recriar a Sudene.

ESPERANÇA

Alckmin está confiante no debate da Rede Globo de sexta-feira para virar o jogo. É o último dia de campanha. O tucano vai insistir na campanha ética, tentando responsabilizar Lula pelos escândalos que atingiam seu governo. Alckmin continua não acreditando nas pesquisas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO O simples fato de poder sair numa noite de céu limpo, olhar as estrelas, ver a luz constante desses objetos belos e perceber quão pequenos são meus problemas sempre foi uma fonte de inspiração para mim. Do roqueiro Brian May, guitarrista do Queen, que trocou a música pela astronomia e acaba de lançar um livro sobre a história do universo.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

24

OUTUBRO

2 -.LOGO

Shaun Curry/AFP

Dia da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945

M ÍDIA F ILATELIA

Mordaça invisível Liberdade de imprensa retrocede em democracias como EUA, França e Brasil

Selo comemora vôo do 14 Bis Os Correios lançaram ontem, em sete cidades brasileiras, o selo comemorativo Centenário do Vôo do 14 Bis. O primeiro vôo do aparelho, criado pelo brasileiro Alberto SantosDumont, aconteceu em 23 de outubro de 2006. Foram produzidos 2.040.000 selos, que

não serão reimpressos, e custarão R$ 0,85. O selo contém a imagem, assinada pelo artista João Guilherme, que reproduz o momento histórico em que o 14 Bis realiza um vôo de 60 metros de distância, a 3 metros de altura, em 7 segundos, sob a admiração de moradores de Paris, na França.

R ELIGIÃO Rafiqur Rahman/Reuters

L

Milhões de muçulmanos celebraram entre ontem e hoje o Eid ul-Fitr, que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, um dos cinco pilares do Islã. Na foto, muçulmanos de Bangladesh pegam o trem para ir à festa.

D

emocracias como Brasil, EUA, Japão e França são alguns dos países que caíram no ranking anual da liberdade de imprensa elaborado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O Brasil, particularmente, caiu 12 posições, passando do 63º lugar ao 75º no ranking. Mas é mesmo um país autoritário – a Coréia do Norte – que aparece como o país onde a expressão livre é mais ameaçada. O país vem seguido de outros lugares onde liberdade não combina com imprensa: Eritréia, Turcomenistão e Cuba. Os países que mais avançaram na liberdade de imprensa, entre os 168 analisados pela organização, no último ano, foram Bolívia e a Bósnia. O relatório, publicado hoje, afirma: "enquanto os Estados mais repressivos continuam sendo os mesmos, países em desenvolvimento assumiram a liderança da classificação,

passando freqüentemente à frente de democracias ocidentais", afirma a organização, defensora da liberdade de imprensa. A posição número um da lista é compartilhada entre a Finlândia, a Irlanda, a Islândia e a Holanda. Os primeiros 15 lugares são de países da União Européia, além da Suíça e da Noruega. "Infelizmente, não mudou nada entre os piores predadores da liberdade de imprensa no mundo. Os jornalistas norte-coreanos, turcomanos, eritreus, cubanos, birmaneses e chineses pagam com suas vidas ou com sua liberdade o fato de querer informar", afirma a RSF. A RSF comemora o fato de que, todo ano, novos países do hemisfério sul estão avançando e se posicionando "na frente de Estados europeus e dos EUA", em uma nova demonstração de que, "mesmo sendo muito pobres", é possível "respeitar

a liberdade de expressão". Nos EUA, que caíram nove posições, chegando à 53ª colocação (junto com Botsuana, Croácia e Tonga), o clima entre a imprensa e a Administração de George W. Bush piorou desde que o presidente, defendendo a segurança nacional, passou a considerar suspeito "todo jornalista que questionar sua 'guerra contra o terrorismo'". No Japão, que caiu 14 posições e chegou à 51ª colocação, o sistema "restritivo" dos clubes de imprensa e o "crescimento do nacionalismo" ameaçam algumas das conquistas da democracia. A França, 35ª colocada, caiu cinco posições em um ano (24 em cinco anos) diante da multiplicação de inspeções policiais em veículos de comunicação, do julgamento de jornalistas e de agressões na cobertura informativa dos atos de violência ocorridos há um ano em alguns bairros de Paris.

Timothy O. Clary/AFP

C IÊNCIA

Internet combate o Alzheimer Exercícios mentais baseados em computador são capazes de melhorar as capacidades cognitivas de pacientes de Alzheimer, e representam um acréscimo eficiente aos medicamentos usados para tratar a doença. Pesquisadores descobriram que atividades computadorizadas com acesso à internet são ainda melhores que os exercício clássicos de estímulo mental usados normalmente. A descoberta, da Fundación ACE, Institut Català de Neurociències Aplicades de Barcelona, e da Universidade de Pittsburgh, está publicada na edição de outubro do

REDEMOINHO - Dançarina da companhia Dance China NY no ensaio geral do espetáculo "Um mundo: uma espetacular celebração global". A apresentação reunirá em Nova York dançarinos de todo o mundo que se preparam para abandonar os palcos. T ECNOLOGIA

Escrito nas águas Osaka University

ientistas japoneses do Laboratório Akishima, do gigantesco grupo empresarial Mitsui, e da Universidade de Osaka, criaram um equipamento que consegue escrever na água, em alto relevo. As letras são compostas a partir de um sincronismo sincronismo perfeito de ondas, que são produzidas no interior do equipamento, que tem a forma de um cilindro. Para produzir as letras na superfície líquida, um conjunto de computadores com uma super capacidade de processamento controla o sistema, que recebeu o nome de AMOEBA (Advanced Multiple Organized Experimental Basin, algo como bacia experimental avançada multiplamente organizada). O tanque onde são produzidas as letras tem 1,6 metro

C Vesperais líricas. Tenor, barítono, soprano e mezzo cantam árias da ópera L´Enfant e les Sortilèges, de Maurice Ravel (imagem). Galeria Olido. Avenida São João, 473. Telefone: 3334-0001. 18h. Grátis.

Jurisprudência e legislação online

A Voltage criou um gel para cabelos que brilha no escuro, sem depender de luz negra. Por uma reação química similar à dos vagalumes, o iGlow cria um brilho fosforescente de até 6 horas. O produto, atóxico, não danifica os cabelos. US$ 8,95. www.voltagehairgel.com/

O site da OAB-SP colocou ontem na rede, gratuitamente, toda a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais Federais, legislação estadual e municipal de São Paulo, além de toda marginalia (decretos, portarias, normas etc) com base no banco de dados da Lex Editora. Assim, advogados e interessados passam a ter à disposição, de forma rápida e sem custos, mais de 3,5 milhões de normas jurídicas. O serviço está disponível no link "legislação/lex" do site.

iglowproducts.html

www.oabsp.org.br

B RAZIL COM Z

Um idioma no pedestal O jornal norte-americano The New York Times publicou ontem uma reportagem sobre o Museu da Língua Portuguesa. O jornal, que diz que a "língua negligenciada foi colocada no pedestal" aponta a estratégia do museu de promover o idioma cobre um lapso de décadas e é o primeiro passo para que a língua tenha mais visibilidade no mundo. Assim como o inglês, diz o jornal, a língua portuguesa é dividida em dois. No caso deles, ingleses e americanos, no nosso, brasileiros com 185 milhões de falantes e Portugal, com 11 milhões.

Letras geradas na água por ondas artificiais permanecem na superfície por até 30 segundos

de diâmetro por 30 centímetros de profundidade. Ao seu redor, 50 geradores/absorvedores de ondas se encarregam de controlar o espalhamento das ondas em sincronismo perfeito, gerando os pixels da tela aquática. Cada pixel tem 10 centímetros de diâmetro e quatro centímetros de altura. O AMOEBA é capaz de desenhar com perfeição todo o alfabeto romano e alguns caracteres do alfabeto kanji, ja-

ponês. Cada letra se mantém na superfície líquida por algo entre 15 e 30 segundos. Até agora, os cientistas utilizaram a tecnologia apenas para a construção de tanques experimentais para testes de navios – uma das áreas de atuação da Mitsui –, mas eles acreditam que a aplicação mais comum do equipamento será em fontes instaladas em shows e parques de diversões.

O tecido adiposo pode diminuir a capacidade do organismo de reagir contra células cancerígenas. Cientistas da Universidade de Rutger chegaram à conclusão a partir de um estudo que mostrou que camundongos que perderam gordura, por exercícios ou cirurgia, aumentaram a capacidade de lutar contra tumores. Que pessoas acima do peso têm tendência maior para alguns tipos de câncer já era conhecido. O desafio agora é descobrir por que isso ocorre. A RQUEOLOGIA

Ladrões revelam tumbas no Egito Há alguns meses, ladrões de túmulos do Egito começaram a cavar um buraco junto à Pirâmide de Degraus em Sakara, próxima ao Cairo. Em busca de tesouros, os ladrões foram presos, mas as escavações que fizeram levaram os arqueólogos a descobrir três tumbas de 4,2 mil anos. Dois hieróglifos mostrando um olho sobre um dente - indicavam que os corpos nas tumbas eram de dentistas de faraós. Os pesquisadores disseram que a tumba do dentista-chefe, chamado Iy Mry, era protegida por uma maldição escrita na entrada do local: "Qualquer pessoa que entrar na minha tumba será devorada por um crocodilo e uma cobra".

www.pinktentacle.com/ tag/osaka-university

L OTERIAS Concurso 162 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

L

Gel fosforescente para cabelos

L

F AVORITOS

L

G @DGET DU JOUR

A World Wild Foundation (WWF) divulga hoje um relatório em que afirma que a população mundial consome duas vezes mais recursos que o planeta será capaz de produzir dentro de 50 anos. Esse consumo representa risco ecológico e ameaça a humanidade, diz o relatório Living Planet (Planeta Vivo). A WWF destacou que as emissões de dióxido de carbono derivadas do consumo de energia cresceram nove vezes entre 2003 e 2006. O WWF calcula que mesmo uma reversão rápida em hábitos de consumo só trariam o mundo de volta aos níveis de 1980 - quando já existia excesso - em 2040.

Gordura, aliada do câncer

ÓPERA

C A R T A Z

Manifesto anti-consumo

S AÚDE

L

E M

Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry. "O sistema interativo multimídia baseado na internet, em combinação com o tratamento farmacológico padrão, fornece uma função cognitiva melhor aos pacientes e demonstra que são capazes de se beneficiar de estímulos cognitivos, mesmo com a doença avançada", disse o principal pesquisador do projeto, Luís Tárraga. O estudo foi realizado em uma clínica para adultos com demência em Barcelona, com 46 pacientes, diagnosticados com mal de Alzheimer e sob tratamento.

M EIO AMBIENTE

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Proteínas encontradas em células humanas podem combater aids, dizem pesquisadores Em meio a polêmica no Malauí, Madonna vai defender adoção no programa de Oprah Nasa analisa possibilidade de mandar mais uma missão para salvar o telescópio Hubble

01

02

03

04

05

06

08

11

12

13

16

18

20

23

24


terça-feira, 24 de outubro de 2006

Banda larga Imagem Te l e v i s o r e s Notebooks

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

MERCADO APOSTA NAS TVs COM MÚLTIPLAS FUNÇÕES

Os aparelhos Time Machine já estão preparados para imagens de alta definição (HDTV)

NÃO PERCA MAIS NENHUM PROGRAMA NA TV Divulgação

Aparelho de DVD movido a disco rígido Novo gravador da Philips oferece funções diferenciadas como a que permite gravar um programa e assistir a outro simultaneamente

LG: disposta a conquistar o consumidor que quer um novo aparelho de TV neste Natal

Pausa no programa ao vivo Com recursos oferecidos pelos gravadores externos conhecidos como DVRs (Digital Vídeo Recorders), os televisores Time Machine armazenam 33 horas de vídeos. Por Bárbara Oliveira e as tevês de plasma e LCD são os objetos de cobiça entre os consumidores de poder aquisitivo mais elevado, imagine agora que esses equipamentos podem controlar a programação ao vivo, gravar o que está no ar e ainda pausar o programa ou avançar os comerciais. Os primeiros aparelhos de tevê com esses recursos embutidos estão chegando ao Brasil pelas mãos da LG. São tevês de plasma (42" e 50") e de LCD (42") com memória interna (um HDD de 80 GB), à venda no varejo a partir de novembro. Alguns modelos já podem ser vistos nas lojas FastShop. Os televisores Time Machine trazem dentro deles alguns dos recursos oferecidos pelos gravadores externos conhecidos como DVRs (Digital Vídeo Recorders). Um dos equipamentos mais conhecidos dessa categoria é o TiVo, verdadeira mania entre os norte-americanos justamente por terem a possibilidade de gravar várias horas de programação ou pausar, retroceder e avançar o que se está vendo naquele momento. Segundo a gerente de produto da divisão de TVs da LG, Fernanda Summa, a estratégia da empresa com esses lançamentos é agregar valor ao televisor e enfrentar a concorrência no segmento de telas de plasma e LCD. Hoje a LG detém 50% do mercado de plasma e 20% de LCD. "Ao mesmo tempo, queremos conquistar o consumidor disposto a comprar um novo aparelho neste

Natal. Ele pagará um pouco mais, mas estará levando um produto inovador para casa". O destaque da linha Time Machine é a possibilidade de o telespectador não só gravar a programação na memória do HDD, capaz de armazenar 33 horas, como também poder "gerenciar" o que fazer com o programa ao vivo que está assistindo naquele momento. Fernanda Summa explica que ao ser ligada, a televisão já memoriza automaticamente uma hora de programação do canal sintonizado. "A gravação dessa uma hora é contínua e é durante esse período que o telespectador interage com o aparelho". Isto é, ele usa a função Time Control para pausar o programa, rever uma cena importante com a tecla Rewind – e que por acaso tenha perdido enquanto foi até à cozinha – e ainda pode adiantar os comerciais até o ponto em que a programação se encontra naquele momento (tecla Forward). "É tudo muito fácil e com um menu intuitivo", garante Summa. A gravação de programas no HDD é feita com a tecla REC do controle remoto e sem a necessidade de nenhuma mídia externa. Os arquivos são armazenados na memória dos televisores e podem ser consultados, renomeados e excluídos. É possível ainda agendar uma gravação para uma única vez, diariamente ou semanalmente (com dia e horário especificados). Tanto as gravações agendadas como os programas armazenados na memória podem ser

consultados no menu da tela. Os aparelhos Time Machine já estão preparados para imagens de alta definição (HDTV) pois suportam 720 linhas em progressive scan, trazem duas entradas HDMI (interface multimídia para conexão digital de áudio e vídeo) e um led refletivo, que ilumina o display com projeção de luz em espelhos. As tevês estão em uma base giratória e na cor preta. Segundo Fernanda Summa, os primeiros equipamentos estão sendo importados, mas serão produzidos na Zona Franca de Manaus para abastecerem o mercado brasileiro. Os preços são de R$ 7.499 (plasma de 42"), R$ 8.499 (LCD de 42") e R$ 14.999 (Plasma de 50"). Monitor mais rápido – Outro lançamento é o monitor LCD 913C, da Samsung, de 19", cujo principal diferencial é o tempo de resposta de apenas 2 milisegundos, um dos menores do mundo. Por conta dessa característica, as imagens são mostradas de forma muito rápida, sem tremulação e em cores mais nítidas, garante a fabricante. O 913C foi considerado o modelo oficial do World Cyber Games, competição mundial de jogos virtuais e cuja etapa final foi disputada na Itália na semana passada. Além dos jogadores online, webdesigners e usuários de câmeras digitais são os grandes beneficiários desse tipo de equipamento. O preço estimado é de R$ 1.499.

O sonho de todo consumidor: gravar até 250 horas com os programas preferidos, filmes, shows e documentários. Preço acessível: R$ 1.499.

s recursos da informática estão cada vez mais invadindo a salas dos consumidores, tornando possível o que antes parecia ficção. A P h i l i p s ( w w w . p h ilips.com.br) acaba de lançar o DVDR3455H, que parece ser um gravador de DVD comum, mas que internamente tem um disco rígido de 160 GB, capaz de armazenar até 250 horas de programação da tevê, como filmes, novelas, shows etc. O produto tem preço sugerido de R$ 1.499. Com simples apertar de botão, tudo o que está passando no canal é automaticamente gravado no disco rígido. Mas há duas funções importantes: o Pause Live e o Instant Replay, que oferecem uma total flexibilidade para pausar e rever a programação da tevê como e quando o usuário quiser. Se por acaso o telefone tocar no melhor momento do filme, basta apertar o Pause Live e o filme ficará congelado na tela, como ocorre se ele estivesse vendo um DVD. Porém, a programação continuará sendo gravada. Quando o espectador voltar, é só apertar a mesma tecla novamente e continuar a ver o filme de onde parou. Ou ainda avançar para o tempo real em que está sendo transmitido. Assim não se perde nada do conteúdo, pois estará tudo gravado. Com a função Instant Replay, caso o consumidor queira ver novamente a cena de um filme que acabou de passar, ele pode voltar a programação apertando apenas uma tecla e a cena é repetida quantas vezes quiser. O usuário pode retroceder até seis horas do que está sendo gravado, assistir a cena

TV DIGITAL Conversor vai custar pelo menos R$ 300 conversor que permitirá receber o sinal digital em televisores analógicos deve custar pelo menos R$ 300, segundo a Gradiente, que participa das especificações do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVDT). O ministro das Comunicações, Hélio Costa, costuma dizer que a caixinha, também chamada de set top box, custará entre R$ 80 e R$ 100, podendo chegar a R$ 30. A indústria acha difícil chegar a esse preço sem subsídio. "Não seria para esta década", afirmou o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Gradiente, Moris Arditti, em evento sobre TV digital organizado pela empresa. "A US$ 15, só se o Papai Noel

comprar da Gradiente e distribuir, cobrando um preço simbólico." O primeiro conversor da empresa deve chegar ao mercado no fim do ano que vem. O início da transmissão comercial de TV digital em São Paulo está marcado para 3 de dezembro de 2007. O Brasil decidiu utilizar a tecnologia de compressão de vídeo MPEG-4 (também chamada H.264). O padrão japonês ISDBT, base do sistema brasileiro, usa uma versão anterior, o MPEG-2. Apesar de o MPEG-4 ser um padrão internacional, ainda é pouco difundido. Segundo a STMicroelectronics, uma fabricante de componentes, existem cerca de 1,5 milhão de conversores com MPEG-4 em uso hoje no mundo. O SBTVD-T, como está sendo desenhado, tem um "efei-

to PAL-M" para a indústria. O PAL-M é o padrão de TV em cores adotado no Brasil, que misturou uma tecnologia européia a uma americana e protegeu a indústria nacional. O mesmo deve acontecer com o SBTVD-T. Ele usa o padrão japonês, com uma técnica de compressão de vídeo diferente e um software, chamado middleware, brasileiro. Não será possível, dessa forma, importar equipamentos diretamente. Nem usar os projetos desenvolvidos no exterior, que precisarão ser adaptados. A difer e n ç a d o PA L - M é q u e o s componentes terão padrão internacional. Dessa forma, a vantagem dos fabricantes estrangeiros sobre os nacionais fica reduzida. Quando o ex-ministro das

Comunicações Miro Teixeira anunciou o SBTVD, no começo do governo, foi acusado de querer beneficiar a Gradiente, c u j o p re s i d e n t e , E u g ê n i o Staub, havia sido um dos primeiros empresários a apoiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o primeiro mandato. No celular com TV, acontece uma coisa parecida. As empresas têm de criar aparelhos com tecnologia européia GSM, a mais difundida no País, que recebam televisão no padrão japonês ISDB-T. Esse produto não existe no mercado internacional. Os fabricantes precisam combinar aparelhos europeus e japoneses para chegarem a ele. A Gradiente promete lançar o celular com TV no fim de 2007. (AE)

que deseja e depois voltar para o tempo real da transmissão ou mesmo de onde parou antes do replay. Caso queira guardar definitivamente o programa gravado, e também liberar espaço no HD depois de tantas gravações, o usuário pode ditar o filme, tirando, por exemplo, os comerciais, a gravar tudo em um disco de DVD. A Philips oferece um recurso exclusivo: o Dual Mídia, que grava qualquer tipo de DVD, sempre no formato mais compatível. Assim, o consumidor não precisa se preocupar com o tipo de disc o ( D V D + R / R W, D V D R/RW), ou em formatar a gravação, pois o aparelho permite fazer gravações totalmente compatíveis com qualquer outro aparelho de DVD Além de ser um gravador, o aparelho também é multiformato, reproduzindo discos de vídeo DVD, DVD+R/RW, DVD-R/RW, (S)VCD, DivX, áudio de CD, MP3, WMA, CDR/RW e imagem em JPEG. O aparelho possui entrada USB, na qual basta conectar o dispositivo, que pode ser um pen drive ou MP3 player para reproduzir músicas e fotos digitais. Capaz de gravar de diferentes fontes, o novo aparelho possui a tecnologia i.LINK, padrão mundial para conexão de dispositivos de vídeo digitais, usado em equipamentos de vídeo domésticos digitais, como filmadoras DV e D8, além de PCs. Com este recurso, ele transporta todos os sinais de áudio e vídeo em um único cabo. Com a entrada i.LINK, é possível copiar vídeos domésticos com qualidade de imagem digital original.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

0,20

23/10/2006

por cento foi o ganho dos fundos de ações indexados pelo Ibovespa (principal indicador da Bovespa) em setembro.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 19/10/2006 19/10/2006 19/10/2006 19/10/2006 19/10/2006

P.L. do Fundo 10.693.682,54 1.466.227,18 8.010.005,33 17.714.045,84 1.307.778,26

Valor da Cota Subordinada 1.212,862982 1.107,009407 1.195,575861 1.122,644206 1.117,494627

% rent.-mês 0,9649 1,1593 2,8931 0,2036 1,3551

% ano 24,1452 10,7009 19,5576 12,2644 11,7495

Valor da Cota Sênior 1.008,103644 1.095,202869 1.109,530205 0 0

% rent.-mês 0,7522 0,6905 0,7522 -

% ano 0,8104 9,5203 10,9530 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Congresso Planalto Eleição CPI

governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), fez ontem, em Curitiba, campanha para o candidato a governador do Paraná, Osmar Dias (PDT). "Sou testemunha da qualidade humana do Osmar, qualidade política, de integridade e amor pelo Paraná", acentuou. O ex-prefeito também fez campanha para o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB). Serra fez uma caminhada pelo calçadão da Rua 15 de Novembro, onde foi recepcionado com chuva de papel picado. Serra parou em várias lojas para cumprimentar os funcionários. Ao fim, ele subiu num caminhão e fez um pequeno comício. "Nós vamos trabalhar de mãos dadas com o governador, como parceiros", afirmou o tucano. Bandeiras de Alckmin e de Dias confundiram-se com as do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, e do governador licenciado e também candidato Roberto Requião (PMDB). Serra repetiu a comparação que tinha usado há quatro anos, quando era candidato a presidente. "Eleição é ventania e nós viemos aqui para soprar ventania a favor do Osmar Dias e do Geraldo Alckmin", afirmou. Segundo ele, as pesquisas são apenas fotografias do momento. "Estamos trabalhando muito para obtermos os resultados nas urnas que contrariem as pesquisas." Obras – Serra comentou também que é normal que o atual governo paulista faça um reajustamento no ritmo das obras no Estado, por causa na q u e d a d e a r re c a d a ç ã o d o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). "A arrecadação não se comportou da mesma maneira", afirmou. (AE) Jonathan Campos /AE

Apoio a Alckmin e Osmar Dias

ALMOÇO REÚNE ALQUIMISTAS CONTRA LULA EM SP

Artilharia dupla: o candidato Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disparam críticas à campanha petista.

ALCKMIN ALERTA: NÃO POUPARÁ 'LULINHA'

D

urante evento organizado por empresários dias antes do 2º turno da eleição, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse que não poupará a família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em denúncias de corrupção que envolvam parentes do petista. A última edição da revista "Veja" traz matéria na qual Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente candidato à reeleição, é acusado de atuar como lobista da operadora Telemar junto ao governo brasileiro. "Eu sou republicano. Então, a família de ninguém deve ficar acima da lei... aqueles que são mais próximos dos gover-

O

E

blicos entre os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) mostra que em um período de onze anos houve redução em mais de 20 pontos percentuais nos gastos sociais e de infra-estrutura pelo governo federal, sobretudo durante o governo tucano. Em 1995, estas despesas representavam 47,2% do orçamento. Em 2005, apenas 26,49% do orçamento foram gastos em setores essenciais como educação, saúde e segurança pública. Em contrapartida, os recursos destinados ao pagamento da dívida pública e de encargos financeiros que representavam 18,75% do orçamento em 1995, saltaram para mais de 42% do gasto público em 2005. O Unafisco considera "impraticável" uma redução de gastos no próximo governo e que o debate entre os candidatos à Presidência sobre o tema é meramente eleitoral. Debate – "Fala-se em corte de gastos (nas áreas) de infraestrura e sociais. Isto é impraticável. Nós praticamente saímos de 47% do orçamento que eram aplicados nestes itens e agora chegamos a 26%. É uma

É a técnica do nazista – mente, mente até que pega, e pega mesmo. Fernando Henrique Cardoso

FHC COMPARA CANDIDATO A GOEBBELS

A

Evaristo Sá / AFP

Investigação – Ainda a resnantes precisam tomar mais cuidado", disse Alckmin a jor- peito do filho do presidente, o PSDB anunciou nalistas após o enque vai pedir ao Micontro que contou nistério Público com 1,3 mil convidados e arrecadou que investigue a suspeita de tráfico R$ 667 mil para a campanha, segundo Eu sou de influência no contrato da Gamea organização. republicano. Durante seu discorp – empresa que Então, aqueles tem como um dos curso durante o ensócios Lulinha – contro, que contou que são mais c o m a Te l e m a r, também com a pre- próximos dos maior empresa de sença do ex-presi- governantes telefonia fixa do d e n t e F e r n a n d o precisam tomar País. Líderes tucaHenrique Cardoso, mais cuidado. nos suspeitam que do governador de Geraldo Alckmin Lulinha teria receSão Paulo, Cláudio Lembo (PFL) e de arbido investimento tistas, Alckmin criticou o que de R$ 15 milhões da Telemar considera falta de compromis- em sua empresa por atuar como lobista da telefônica. Antes so do PT com o povo.

REQUIÃO QUEDA DOS GASTOS SOCIAIS DEVOLVE m estudo divulgado on- queda bastante considerável tem que traça um com- para um País que precisa de inAPOIO DE LULA parativo dos gastos pú- vestimentos em educação, sagovernador licenciado do Paraná, Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição, declarou apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita na publicidade eleitoral gratuita de domingo, depois que Lula pediu, num comício em Curitiba, que aqueles que votassem nele votassem também em Requião. "Todo Paraná sabe que o presidente Lula é meu amigo pessoal. Durante um período de seu governo, eu tive alguma divergência com a política econômica do governo federal. Mas sempre ressaltei a seriedade e a firmeza de caráter do presidente ", disse Requião. Disputa– Os coordenadores da campanha dele apresentaram o prontuário de uma sobrinha do candidato a governador Osmar Dias (PDT). A moça foi atendida no Hospital de Clínicas de Curitiba, em 2004, para uma cirurgia de redução de estômago, "furando" a fila com a interferência do tio. Dias disse ontem que ela estava na espera havia quatro anos e que corria risco de morte. Por isso, intercedeu junto a um médico amigo. "Seria um gesto de canalhice deixar uma sobrinha morrer ", afirmou. (AE)

5

O aviso foi dado durante um evento no Clube Pinheiros, em São Paulo, para arrecadar fundos para a campanha. O candidato tucano lembrou que ninguém está acima da lei e isso inclui Fábio Luiz Lula da Silva. Mais contundente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que estratégia petista é semelhante à criada por Goebbels no regime nazista.

SERRA AJUDA ALIADOS NO PARANÁ

O

DIÁRIO DO COMÉRCIO

neamento, habitação, saúde", afirma a economista Silvana Mendes Campos, diretora do Unafisco e responsável técnica pelo levantamento. O estudo, baseado nos relatórios de execução do orçamento do governo federal, mostra que os gastos sociais caíram vertiginosamente durante o governo FHC, registrando queda de 47,2% dos recursos orçamentários em 1995 para 23,69% em 2003. No governo Lula houve um pequeno aumento de quase 3% nos gastos sociais, que passaram a representar 26,49% em 2005. "Nós vemos que aqui no primeiro mandato de Fernando Henrique a queda foi vertiginosa, uma segunda queda no segundo mandato e, realmente, neste período de 2003 a 2005 (governo Lula) a gente encontra uma ascenção bem pequena", disse Silvana. P re vi dê n ci a – De acordo com o estudo, os recursos da Previdência também registraram queda durante a gestão tucana. Em 1995, os gastos com os aposentados representavam 34,05% do orçamento da União. Em 2003, este índice passou a representar 29,49% dos gastos públicos. Em 2005, os gastos passaram a 31,06% do orçamento. (AOG)

de Lula assumir o governo, seu filho trabalhava como monitor do zoológico de São Paulo, com um salário de R$ 600,00. O presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), afirma que essa ligação merece explicações. "Está na hora desse rapaz vir a público explicar sua fortuna". No entender do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), não dá mais para tratar a transação de uma concessionária de serviços públicos com a empresa do filho do presidente como sendo "um assunto de família". Virgílio disse lamentar não ter pedido uma investigação logo que a denúncia foi publicada pela imprensa, no início deste ano. (Agências)

Lula Marques / Folha Imagem

terça-feira, 24 de outubro de 2006

JUNTINHOS – Mal nas pesquisas, Roseana Sarney, que briga pelo terceiro mandato no Maranhão, juntou de vez a sua imagem a do presidente Lula. Até nos carros de campanha estão coladinhos.

o proferir um discurso inflamado durante almoço com empresários no Clube Pinheiros, ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fanfarrão e o comparou a Joseph Goebbels, responsável pela propaganda nazista. "Em 1994 saí do Ministério da Fazenda com 8 a 10% (nas pesquisas de intenção de voto) e o fanfarrão (Lula) tinha 40%. Acabei ganhando no 1º turno com ricos e pobres. Em 1998, eles falavam o diabo e eu nem gosto de repetir porque é técnica do nazista – mente, mente até que pega, e pega mesmo. Hitler foi eleito assim, mas teve um agora na Itália que não foi. O Berlusconi não foi, mas é o mesmo estilo de Goebels", disse. Ao lembrar das vezes em que disputou eleição com Lula, chamou o atual presidente de "fanfarrão minerva" e associou o personagem a uma obra de Gregório de Matos. "(O Lula) é o fanfarrão minerva. Mas tem outros aí que contam prosa e dizem que ganham tudo, fizeram isso, fizeram aquilo, mas é tudo cortina de fumaça", acrescentou. Na literatura, a história do fanfarrão minésio — uma alusão ao governador de Minas até o período da Inconfidência, Luís da Cunha Menezes — está na obra "Cartas Chilenas", de Tomás Antônio Gonzaga. Segundo FHC, caso haja um segundo mandato do presidente Lula, a oposição não pretende provocar um golpe contra o governo. "Não faremos isso porque não somos iguais a essa gente", disse. (AOG)

BLAIRO MAGGI APÓIA OLÍVIO DUTRA

O

governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), estará hoje em Porto Alegre para apoiar o candidato a governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, (PT). Maggi declarou, recentemente, o apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (da coligação PT - PC do B - PRB), o que levou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), a anunciar a sua desfiliação da legenda na semana passada. Por determinação da Executiva do PPS, os membros do partido deveriam apoiar o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin, da coligação (PSDB-PFL). Maggi terá um café da manhã com Olívio e com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e coordenador da campanha petista no Estado, Miguel Rossetto. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

PAULO SAAB

HORÁRIO

Alex Silva/Clayton de Souza/AE

DO ESCRACHO

A CONTA

No dia seguinte à posse ,Lula ou Alckmin começarão a cortar gastos os debates entre os p r e s i d e nciáveis, que as emissoras de televisão têm levado ao ar nos últimos dias, os assuntos preferenciais são as ações nas áreas de saúde, educação, transportes e, logicamente, corrupção. De fato, isso representa um sinal de novos tempos para a economia brasileira, na medida em que, há até pouco tempo, as preocupações dos futuros governantes – e da sociedade em geral – se centravam em dois temas fundamentais: inflação e endividamento público. Novas políticas de governo que culminaram na elaboração do Plano Real e na Lei de Responsabilidade Fiscal t ro u x e r a m uma solução de médio prazo para esses problemas macroeconômicos. No entanto, conforme temos observado recentemente, o déficit crescente da Previdência, em uma perspectiva também de médio prazo, poderá representar uma ameaça a esta estabilidade. No que se refere à

N

dívida pública, existe ainda uma constatação um tanto pragmática: ela vem crescendo exponencialmente em nível federal, apesar do volume de recursos que é destinado anualmente ao seu pagamento – cerca de R$ 52 bilhões em 2005. A pergunta então que se pode fazer é: mas se a dívida está sendo paga, porque ela aumenta a cada ano, considerando ainda que o Governo Federal tem realizado poucos investimentos financiados por operações de crédito? m poucas palavras, podese dizer que a dívida cresce porque o volume de recursos destinados ao seu pagamento (superávit primário) não é suficiente para o pagamento da totalidade dos juros. A diferença entre o que foi pago e o valor dos juros da dívida para o período é o que chamamos de déficit nominal, ou seja, o que faltou para pagamento dos juros. Durante o governo FHC, as maiores

E

G Após as

eleições, a macroeconomia voltará à ordem do dia, seja qual for a corrente ideológica vencedora. G Lula e

Alckmin sabem que um dos fatores que sustentam a estabilidade é o respeito aos compromissos assumidos G Continua nos

próximos anos a política fiscal contracionista, o controle e a redução de gastos públicos, além do aumento na arrecadação da receita.

ações para o controle do endividamento visavam atacar o estoque da dívida. Nesse caso, o programa de privatizações buscou a geração de recursos para o pagamento do principal da dívida. Já o governo Lula vem procurando barrar o crescimento da dívida a partir do controle do "fluxo", ou seja, gerando superávit primário a partir do controle dos gastos, principalmente. Nesse caso, o superávit primário gerado durante o governo atual (em torno de 4,25% do PIB no consolidado) supera os percentuais do governo anterior (em torno de 3% do PIB) nesse aspecto que não se vê d i v e rgê n c i a entre as duas candidaturas. Ambos os candidatos sabem que um dos fatores que sustentam a estabilidade macroeconômica é o respeito aos compromissos contratuais assumidos. No entanto, assim como o controle do gasto incorre em limitações práticas – não se pode, por exemplo, redu-

É

zir salários de servidores concursados – o aumento da receita via incremento da carga tributária sofre resistência de todos os setores. estaria então a busca pela melhor administração das despesas (qualificação do gasto), o aumento da receita a partir da redução da sonegação e, principalmente, o estancamento e a posterior redução do déficit previdenciário. De fato, após as eleições os assuntos macroeconômicos voltarão à ordem do dia, seja qual for a corrente ideológica vencedora. Portanto, a previsão para os próximos anos é da continuação de uma política fiscal contracionista, o que em teoria representa controle e redução de gastos públicos, além do aumento na arrecadação da receita, a partir da redução da sonegação e a revisão das políticas de incentivos fiscais, entre outras medidas.

R

EDSON RONALDO NASCIMENTO ERONALDO@ EDITORASARAIVA.COM.BR

É

Muhamad Yunus permitiu que em seu país fossem corrigidas as distorções sociais com a redução da pobreza. Ademais, é preciso ressaltar que se trata de uma iniciativa privada e que tudo começou sem qualquer ajuda governamental ou de instituições financeira internacionais, o

que, segundo consta na entrevista dada pelo laureado, a ajuda é rejeitada por desnecessária. Lê-se nas entrelinhas de suas entrevistas que o sucesso e a paz decorrem da correta e hígida aplicação do dinheiro captado de depositantes. Aí está o exemplo edificante do Banco Grameen de Bangladesh - um país pobre, muito

Rafiqur Rahman/REUTERS

Em Bangladesh, o combate à pobreza não depende da ajuda oficial.

A

esgotamento da fórmula atual é visível. Seja para as eleições majoritárias, seja, principalmente, para as proporcionais. Em cada um dos casos há somente contras. Difícil encontrar algum argumento a favor do modelo existente. Vejamos a eleição majoritária. Na disputa para a Presidência da República e governos estaduais (e cabe também para prefeitos e senadores), o formato atual os transmuta em produtos distintos do que são na realidade. A capacidade de transformação que a maquilagem publicitária impõe coloca os políticos em pé de igualdade com sabonetes, por exemplo. Ou modelos. Há um exemplo típico dessa transformação que pode ser visto no portal UOL (http://estilo.uol.com.br/ ultnot/2006/10/22/ ult3617u290.jhtm). O mesmo acontece com os candidatos a outros cargos públicos. São transformados e seus defeitos desaparecem como por encanto. Sobra a imagem produzida, sem defeitos, onde a essência de cada um é mascarada. O resultado, no caso da maquilagem feminina, é ilusão para as mulheres. No caso da política, é ilusão para milhões de eleitores.

O

ulinha paz e amor? Quem pode acreditar nisso vendo os ataques de nervos e as descomposturas que o "paz e amor" solta quando não em público? No caso de Alckmin, por ter menos tempo de exposição em mídia nacional, ainda é um "produto" menos

L

Sem governo, sem mais nada muito significativo o fato de o economista Muhamad Yunus não receber o prêmio hors concours de Economia, que é sua área de atividade, mas o Nobel da Paz, pois tudo começou com um empréstimo particular (não era "bolsa"), sem qualquer garantia, de 27 dólares. A determinação de

o término do horário da propaganda política obrigatória no rádio e na televisão, na próxima quinta-feira, independente de quem vencer o segundo turno das eleições, é urgente, é necessário que os partidos políticos, o Congresso Nacional, o TRE, os meios de comunicação e outros interessados formem uma força-tarefa, para usar termo da moda, buscando criar, ao lado de marqueteiros e publicitários, um novo modelo para a propaganda política.

pobre - e, em especial, de seu criador Quanto ao detalhe da entrevista, de que preferencialmente os tomadores dos empréstimos junto ao Grameen são mulheres e que a inadimplência é muito baixa, bem... isso é matéria para alentadas e profundas análises. PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

conhecido. Mas quem pode afirmar que, após o horário político, o conhece na essência, de verdade? Os tratamentos plásticos, artísticos, musicais, fotográficos, transformam a campanha em algo idílico, irreal, distante anos-luz da realidade brasileira. Os depoimentos "espontâneos" e as entrevistas com populares elogiando os candidatos são de uma falsidade irritante. As músicas melosas, elogiosas ou regionalizadas ,para buscar simpatias localizadas, são igualmente falsas. No caso das eleições proporcionais a questão é se salubridade pública. O formato transforma os candidatos sérios em êmulos dos folclóricos. Coloca lado a lado quem tem algo a dizer com quem só quer aparecer ou se prevalecer da vida pública, ou mesmo, ainda ter, seus quinze segundos de fama. Um acinte contra a democracia representativa. formação de um grupo de estudos (sério) para mudar o formato existente, anacrônico, irreal, fantasioso, para não exagerar na qualificação, é algo prioritário se desejamos seguir amadurecendo e consolidando o processo democrático brasileiro. A fórmula existente pouco contribuiu. A não ser, de forma bem explícita, para fazer a fama e a fortuna de "marqueteiros" espertos. Tem publicitário que posa de celebridade e ri à toa do dinheiro que arranca dos "trouxas" que os sustentam. Claro que ao final quem paga tudo é o contribuinte, na retribuição das contas biliardárias de publicidade do governo. Coincidentemente, com toda ironia do mundo aqui, os mesmo que fazem as campanhas depois ganham as concorrências públicas. A pouca vergonha institucionalizou-se no país! Político responsável, publicitário sério, autoridade eleitoral consciente, sociedade voltada para melhorar o País, devem se unir para estudar uma nova fórmula já a partir da eleição de 2008. Ou vamos seguir no "peroba neles". Meu nome é Pauloooooooooo.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G O tratamento

artístico e fotográfico transformou a campanha em algo idílico, irreal, distante da realidade.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Imagem Te l e v i s o r e s Notebooks Game

terça-feira, 24 de outubro de 2006

DEPOIS DE DEZ ANOS, A LINHA VAIO CHEGA AO BRASIL.

No futuro, a Sony poderá fabricar os notebooks Vaio na Zona Franca de Manaus (AM).

Fotos divulgação

Recall: 90 mil baterias de notebooks. Sony anunciou na semana passada que pedirá a devolução de 60 mil baterias de seus computadores portáteis Vaio no Japão e outras 30 mil na China, devido ao risco de superaquecimento, o que eleva o número total no mundo todo a 8 milhões de unidades retiradas. O gigante japonês da eletrônica se viu obrigado a retirar do mercado todas as suas baterias de íon de lítio e pedir a devolução das já vendidas para troca gratuita. As empresas Dell e Apple já haviam anunciado a troca de 6 milhões de baterias fabricadas pela Sony para seus computadores portáteis. Depois de dez casos de superaquecimento (em um deles, o computador irrompeu em chamas), a Sony reconheceu que algumas de suas baterias de íon de lítio podem em raras ocasiões produzir curto-circuitos. A Sony, segunda maior fabricante do mundo de baterias de íon de lítio após a Sanyo, anunciará o começo da operação de "recall" no dia 7 de novembro. A empresa avalia que o custo máximo da operação pode chegar a 30 bilhões de ienes (US$ 1,5 bilhão). O prejuízo pode aumentar se companhias como a Toshiba reivindicarem indenizações por danos em vendas e na imagem corporativa. A Sony pode reduzir suas previsões de lucros para o atual ano fiscal. Nesta semana, a empresa deve anunciar resultados parciais de 2006. (AE)

Vaio TX: pequeno e potente, o mais caro.

7,2 Mpixel. E apenas 2 cm de espessura.

Vaio SZ: chip Intel Core Duo e 1 GB de memória.

Custou, mas chegou A Sony traz os notebooks Vaio para o Brasil. São dois modelos, um ultraportátil que pesa 1,25 Kg e um poderoso, com chip de dois núcleos Carlos Ossamu a semana passada, a Sony Brasil lançou diversos produtos, de olho nas vendas de fim de ano. Na área de informática, a grande novidade foram dois modelos de notebooks da linha Vaio, conhecida no mundo todo - existe há dez anos no Japão, há seis no México e há dois anos no Chile - e que agora chega oficialmente ao Brasil, com teclado e sistema operacional em português, além de assistência técnica e suporte. Como típica empresa japonesa, a Sony entra com cautela, dando um passo de cada vez. Até então, ela vinha adiando essa vinda para o mercado brasileiro por conta do contrabando. Como o chamado grey

market em queda e o aumento nas vendas de produtos legais, a Sony resolveu trazer dois modelos sofisticados, um ultraportátil, que pesa apenas 1,25 Kg, e um mais potente, equipado com chip Intel de dois núcleos. "Nosso públicoalvo são executivos, profissionais liberais e empresários da classe A, entre 30 e 50 anos, que viajam com freqüência e buscam estilo, marca e os melhores recursos disponíveis na atualidade", disse Ricardo Dominguez, gerente de produtos da linha Vaio, acrescentando que no futuro a empresa poderá fabricar os notebooks em Manaus (AM). O modelo mais caro é o ultraportátil VGN-TXN15BP, top da linha atualmente e que custa R$ 11 mil. Possui tela de apenas 11 polegadas, bem me-

nor do que os notebooks tradicionais, com telas de 14 ou 15 polegadas. Ele mede 27 cm de comprimento, 19 cm de altura e 2,8 cm de espessura, pesando 1,25 Kg. Apesar de pequeno, o teclado é confortável e similar aos dos notebooks tradicionais. Ele é baseado no chip Intel Solo de 1.20 GHz e vem com 1 GB de memória, 80 GB de disco e a sua bateria dura até 11 horas. Para ver um filme em DVD não é preciso ligar o equipamento. Basta inserir o disco e apertar um botão. Também é possível gravar CD e DVD. Na parte de comunicação, o portátil traz conexão sem fio Bluetooth e Wi-Fi integrados. Para quem deseja mais potência, o indicado é o modelo VGN-SZ350BP, que custa cerca de R$ 8 mil e vem com chip Intel Core 2 Duo de 1.83 GHz, 1

GB de memória RAM, disco de 100 GB e tela de 13,3 polegadas. Ele vem com câmera e microfone integrados, gravador de CD e DVD e placa gráfica NVidia de 128 MB de memória, ideal para quem trabalha com aplicações gráficas, como arquitetos e designers. O equipamento pesa 1,8 Kg. Ambos os modelos trazem um sistema de segurança baseado em um sensor de leitura de impressão digital (Finger Print Sensor), que substitui as tradicionais senhas. Além disso, os dois equipamentos trazem Windows XP Professional em português e diversos aplicativos, como o Sonicstage para compactasção de músicas, DVGate (edição de vídeo e imagem), Microsoft Works, Photoshop Element, Click to DVD e Wind DVD X.

a semana passada, a Sony também lançou a câmera Cyber-shot T10, modelo slim, apenas 2 cm de espessura, mas que oferece resolução de 7.2 Mpixel. Preço sugerido de R$ 1.999. Recurso interessante é o Super Stand Shot, um estabilizador de imagem. A fabricante garante que, mesmo em um carro em movimento, as imagens não saem tremidas. Já o recurso de Alta Sensibilidade permite captura de objetos em movimento rápido, com redução do efeito borrado. É possível fotografar sem flash em ambientes com pouca luminosidade. A câmera conta com lentes Carl Zeiss Vario Tessar, bem conhecida entre os profissionais, zoom óptico de 3x e zoom digital de 6x, pode ser conectada à tevê para passar as fotos, memória interna de 56 MB. Aceita cartão de memória Stick Duo e Stick Duo Pro de até 4 GB. O produto poderá ser encontrado no varejo ou no site www.sonystyle. com.br. (CO)

legenda

Tendências em programação A Borland, empresa especializada em produzir soluções para programação, mostra seus produtos. Fábio Pelegrini

Divulgação

O mau desempenho do País relaciona-se também à falta de exposição das empresas brasileiras para outros mercados

uem participou do Borland Manager Conference 2006, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, realizado nos dias 18, 19 e 20 de outubro, teve a oportunidade de conversar com especialistas de desenvolvimento, professores e programadores sobre as tendências, melhores práticas e gestão, além de ver de perto os lançamentos da Borland, empresa especializada em produzir soluções para programação, com o Delphi. Nesse encontro, o tema principal estava ligado a dois assuntos polêmicos desse mercado: como aumentar a produtividade dos des en v ol v ed or e s i n d i v iduais e das empresas e melhorar a qualidade do software tipo exportação. Coincidência ou não, esses assuntos vêm em uma hora oportuna, já que o próprio ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, já havia declarado que o Brasil não conseguirá atingir a meta de vendas de software para o exterior, de 2 bilhões de dólares, estabelecida para 2007. Aliás, a nova estimativa do ministério fica muito aquém do previsto anteriormente. Segundo o próprio ministério, a previsão é que já no

final deste ano de 2006 não chegue nem a um quarto disso, cerca de US$ 350 milhões. Para o diretor Comercial e de Marketing da Borland do Brasil, José Eugênio Braga, o mau desempenho do nosso País está relacionado a vários fatores, mas a falta de exposição da qualidade das empresas brasileiras para os outros mercados é um ponto que de fato influencia muito. "Temos concorrentes de peso, como a Índia, Rússia e China, mas a falta de exposição do Brasil é um dos fatores que faz com que nossas empresas não consigam mais crescer - e sofrem com isso. Nós não temos o nome no mercado que a Índia tem e nem o custo que a China e a Rússia conseguem. Estamos no meio do caminho e isso é mesmo muito complicado. O Governo precisa investir para mostrar para o mundo a qualidade das empresas brasileiras", explica José. Outro ponto importante está relacionado à mão-de-obra barata. "Alguns países já buscam outros mercados para quarterizar serviços, como o do Brasil. O que o nosso País precisa fazer é criar credibilidade para não ser mais quarterizados, mas sim vender nossos produtos e serviços direto para os clientes. Só conseguiremos fazer isso desenvolvendo com qualidade e expondo nossas empresas", completa. No encontro, era possível ver a participação de CIOs nas palestras que estavam voltadas a esses temas, principalmente porque as empresas começam a perceber a necessida-

de de se criar projetos e documentação para que a sua dependência sobre um determinado desenvolvedor diminua ou não exista — seja ele um programador contratado ou uma terceirizada. Para o diretor da Borland, o planejamento, a documentação e a elaboração de projetos antes do desenvolvimento já está se tornando uma preocupação dos próprios CIOs e das instituições de ensino. Isso foi comprovado, de fato, já que houve a participação de mais de 12 professores de graduação e pós-graduação em palestras, para passar a toedos a importância do trata-

mento do desenvolvimento como um projeto. "Temos de tirar a dependência das empresas dos heróis, aquelas pessoas especializadas em um programa específico, que não tem nenhuma documentação sobre ele. Isso porque se um dia ele faltar e h o u v e r p ro b l e m a s c o m o software pode complicar a vida da empresa", explica. A conferência também contou com mais de 70 especialistas em criação de software e palestrantes de outros países, como Nick Rodges, gerente de produtos Delphi, e Miroslav Novak, expert em arquitetura e modelagem.

Projetos e documentação para diminuir a dependência sobre determinado desenvolvedor


8

Tr i b u t o s Empresas Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Além da mussarela são fabricados queijo minas frescal, ricota, doce de leite e iogurte

CRIAÇÃO RENDE R$ 570 POR HECTARE/ANO

Matuiti Mayezo/Folha Imagem

BÚFALO PRODUTOR DESCOBRE VANTAGENS NA CRIAÇÃO Rentabilidade supera o arrendamento de terras para o cultivo de cana-se-açúcar e, além disso, o leite permite explorar outros nichos de mercado.

E

le é rústico, fácil de se adaptar a diferentes climas, come de tudo e pode render ao criador mais de que o arrendamento de terras em São Paulo para cana-de-açúcar. Trata-se do búfalo. Segundo cálculos do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), Otávio Bernardes, a rentabilidade é de R$ 570 por hectare ao ano, enquanto arrendar terra para cana-deaçúcar dá um retorno entre R$ 400 e R$ 500 por hectare. Bernardes diz ainda que unir a criação para abate a outras atividades dá boas margens ao produtor. O litro do lei-

te de búfala é vendido pela fazenda entre R$ 0,80 e R$ 1 a laticínios especializados. Na região de Sarapuí, no interior do Estado de São Paulo, os pequenos produtores estão faturando cerca de R$ 14 mil por ano com seus rebanhos médios de 18 matrizes, agregando uma renda de R$ 6,6 mil ao ano por pessoa ocupada. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a renda bruta média de uma propriedade rural no Brasil atingiu apenas R$ 10,8 mil em 2004. Apesar das vantagens econômicas, a criação de búfalos para corte é um negócio ainda pouco estruturado na maior

Búfalos pastando na região de Antonina (PR). Cadeia produtiva pouco organizada dificulta distribuição da carne do animal no País. Itamar Miranda/AE

Manada no interior paulista: região especializada em leite de búfala

parte do Brasil. Normalmente, os criadores utilizam a cadeia bovina para escoar seus produtos. Por causa disso e por ter detectado em pesquisas o interesse do consumidor em conhecer

a carne de búfalo, a ABCB desenvolve um trabalho para estruturar a cadeia que, antes mesmo de implementada, tem sido consultada para escoar as exportações da carne. Leite – Já na cadeia do leite de búfala verifica-se um quadro diverso. São cerca de 150 laticínios especializados na produção de derivados de leite da espécie no País, que, ao agregar valor à matéria-prima, conseguem remuneração duas vezes superior à das empresas ligadas ao leite de vaca. Uma das barreiras à expansão dessa cadeia é a acentuada

sazonalidade reprodutiva da espécie, que concentra cerca de 80% das parições em apenas três meses do ano. Isso resulta em uma distribuição desigual na oferta de leite durante o ano, por vezes de até dez vezes mais entre julho e agosto com relação aos meses de janeiro e fevereiro. Segundo Bernardes, pesquisadores brasileiros já desenvolveram sistemas de manejo e técnicas de biotecnologia que vêm permitindo uma oferta mais regular do produto durante o ano. Estima-se que sejam produzidos no Brasil anualmente 92,3 milhões de litros de leite de búfala, dos quais a metade é transformada em derivados e gera uma renda bruta de US$ 55 milhões aos laticínios e US$ 17 milhões aos criadores. Hoje, o rebanho brasileiro de búfalos soma 3,5 milhões de cabeças criadas em 25 mil propriedades brasileiras. O crescimento médio anual do rebanho está entre 3% e 3,5%. A maior parte na região Norte (62%), seguido pelo Sul (13%), Sudeste (10%), Nordeste (9%) e Centro-Oeste (6%). No Sudeste, estão concen-

tradas as explorações leiteiras, em especial em São Paulo, onde a maior parte dos laticínios dedica-se à produção de derivados de leite de búfalas. Selo de Pureza – Pela maior remuneração dos derivados de leite de búfala, surgiram no mercado produtos fabricados com mistura de leite bovino, informação nem sempre bem destacada para o consumidor. A fim de esclarecer as pessoas e evitar uma concorrência desleal, a ABCB criou, em 2001, o programa Selo de Pureza. O programa identifica os derivados produzidos exclusivamente com leite de búfala com um selo próprio e conta, hoje, com adesão de 11 estabelecimentos, que processaram 3,2 milhões de litros em 2005. Esses locais fazem, além da tradicional mussarela de búfala, queijo minas frescal, ricota, doce de leite, iogurte, provolone e queijo tipo coalho. Com cinco anos de implantação do selo, verificou-se um aumento anual de 32,3% no volume de leite processado por esses estabelecimentos. Adriana David

Carne é vendida sem identificação

V

ocê pode já ter comido carne de búfalo e nem percebeu! Ela é muito parecida com a de boi. Como a cadeia da carne de búfalo ainda não está estruturada, ela costuma ser vendida pelos frigoríficos como se fosse bovina, pelo mesmo preço. "Apesar das diferenças, especialmente nutricionais, pela sua semelhança sensorial, dificilmente se distingue a carne bovina da de búfalo", afirma Otávio Bernardes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), baseado em testes de degustação.

O Censo Agropecuário de 1995/96, o último feito no País, identificou o abate de 740 mil búfalos no Brasil. Só em São Paulo, onde não se encontra a carne bubalina no mercado, foram abatidos 75 mil búfalos em 2005, segundo a ABCB, o que representa uma oferta semanal de cerca de 300 toneladas da carne, usualmente comercializada como bovina. Segundo Bernardes, no estado paulista há alguns pequenos pontos-de-venda, fruto de parcerias de criadores com frigoríficos ou abatedouros em Itanhaém, Marília e próximo de Itapetininga, que vendem

oficialmente a carne de búfalo. As regiões do estado com maior concentração de bubalinos são o Vale do Ribeira e o sudoeste paulista – Sorocaba e Itapetininga (que representam 45% do rebanho paulista). Em algumas regiões do País, já se verifica a tentativa de organização da cadeia da carne bubalina, sendo possível ao consumidor adquirir o produto em redes varejistas. Em Porto Alegre, por exemplo, o consumidor encontra o produto em alguns supermercados, que firmaram parceria com a Cooperbufalo para distribuição e processamento. (AD)

Comércio é viável, diz empresário

O

empresário István tras por mês, afirmou que, se Para Wessel, o negócio era Wessel, proprietário puder receber apenas os cortes viável. Ele vendia o chamado da Wessel Culinária & para os quais ele tem mercado, baby búfalo, de cinco meses, Carnes, que entre os anos 1995 voltará a vender carne de búfa- com carne extremamente mae 2000 vendia em torno de 10 lo. "Tem de haver mais esforço cia. As margens eram melhotoneladas de carne de búfalo por parte do setor para o de- res que as obtidas com bovipor mês, sugeriu, durante o 4º senvolvimento de uma cadeia nos. "A carne vendia porque Encontro Nacional de Criado- produtiva eficaz", disse. era gostosa, tem mercado. Cores de Búfalos, na Paulo Pampolim/Digna Imagem - 16/12/2003 mo ela tem mais última sexta-feira, gordura que a boem Porto Alegre, vina, é mais sucuque os frigoríficos lenta." Ela tem meenviem ao varejo nos colesterol, mas carne desossada. o fato de que é mais Como há diferentes saudável, para tipos de clientes e tiWessel, não é depos de cortes, quanterminante para do os frigoríficos estimular as venmandavam toda a das. "Quem come, carcaça, não se come porque é gosaproveitava tudo. toso. Se as pessoas O empresário, que se preocupassem vende hoje um total c o m c o l e s t e ro l , de 120 toneladas de não comeriam bacarne bovina e ou- Wessel: setor precisa pensar em cadeia produtiva eficaz tata frita." (AD)


terça-feira, 24 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

1 É uma clara manifestação do poder público municipal em arrecadar mais tributos. Gastão de Toledo, tributarista

ACSP CRIA GRUPO DE TRABALHO PARA ANALISAR O X-TUDO Idéia é estudar os impactos econômicos e jurídicos do projeto de lei nº 552/06 Milton Mansilha/LUZ

A

A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) vai criar um grupo de trabalho para analisar os impactos econômicos e jurídicos do projeto de lei nº 552/06, apelidado de X-Tudo, de autoria do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A decisão de analisar a proposta com profundidade antes de fechar uma posição sobre o assunto foi anunciada ontem à tarde, durante a reunião plenária da ACSP. O projeto, que enfrenta resistências dos vereadores, foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo, mas ainda não tramita pelas comissões permanentes da Casa, que vão discutir a matéria. De acordo com o presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, o impacto da proposta no bolso da população será feito pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon/SP), que ontem esteve representado pelo presidente, Antonio Marangon, e o vice, Sergio Aprobatto Júnior. Já o tributarista Gastão de Toledo, que também participou da plenária, deverá realizar um levantamento sobre o impacto jurídico do projeto. MP 232 – Durante a discussão da proposta, Toledo chegou a comparar o PL n º 552/06 à Medida Provisória nº 232. "É a MP 232 revivida. É uma clara manifestação do poder público municipal em arrecadar mais tributos", disse o tributarista. Em linhas gerais, a MP 232 aumentava o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos prestadores de serviço, mas foi revogada por pressão da sociedade civil. O tributarista também rebateu a afirmação de Kassab que, certa vez, disse que o projeto foi concebido para fazer "justiça social". "O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) não foi feito para justiça social. Ele tem como base de cálculo o valor de compra e venda do imóvel no mercado e só", disse. Mudanças – A primeira mudança prevista no projeto é a que se refere à base de cálculo do IPTU. No texto, bairros como os da região central e Pinheiros poderão ter aumentos de até 10%. Já os moradores do

Danilo Verpa/Hype

Gastão de Toledo, tributarista: "projeto é uma MP 232 revivida" Silvana: mais gastos, carga maior

Gastos sem fiscalização

D

Alencar Burti e Guilherme Afif Domingos, da ACSP, abrem plenária

Ipiranga e da Saúde, em tese, continuariam a pagar o mesmo valor. Donos de imóveis em áreas pobres da cidade teriam um desconto de até 10% no valor do imposto. A mudança mais significativa prevista na proposta, no entanto, diz respeito ao Imposto sobre Serviços (ISS). Caso seja aprovado o projeto sem alterações, as sociedades de profissionais liberais, como contadores, economistas, engenheiros, advogados e médicos, correm o risco de ter um aumento

de até 229,753% no imposto. De acordo com os cálculos do Sescon, pelo texto, a base de cálculo do imposto passou de R$ 800 para R$ 3 mil. Isso significa que, para cada profissional contratado, a empresa terá de desembolsar R$ 1,8 mil por ano. O valor do imposto pago pelos profissionais autônomos, de forma geral, pode ter um aumento de 53,8%. Além do valor fixo, os prestadores de serviços têm a opção de pagar 5% sobre a receita bruta. Ivan Ventura

esde 1931, os gastos da União com os serviços relacionados à manutenção das dívidas externa e interna, transferência de recursos para estados e municípios e outras despesas financeiras – os chamados encargos especiais – não são auditados pelo Congresso Nacional, apesar dessa fiscalização estar prevista na Constituição Federal. De 1995 para 2005, esses encargos saltaram de R$ 26 bilhões para R$ 257 bilhões, o que representou um aumento de 16% para 42% de participação no orçamento da União. Os dados fazem parte de um estudo divulgado ontem pelo Sindicato dos AuditoresFiscais da Receita Federal em São Paulo (Unafisco-SP). "Na última auditoria, em 1931, foi constatado que 40% da dívida pública era irregular e muitos contratos declarados já tinham vencidos ou eram inexistentes. Com esse levantamento, foi possível reduzir substancialmente a dívida na

época", lembrou a diretora de comunicação do Unafisco, Silvana Mendes Campos. Gastos – O estudo do sindicato traçou um panorama sobre a execução orçamentária do Brasil de 1995 a 2005 – período que abrange dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e os três primeiros anos do atual governo. De acordo com o levantamento, nos últimos 11 anos, os gastos públicos federais somaram cerca R$ 4 trilhões, quase o total de recursos obtidos pela União com a arrecadação de impostos. A pesquisa constatou que a aplicação do dinheiro público de 1995 a 1999 se dividiu basicamente em três tópicos: administração e planejamento, assistência e previdência e as demais despesas juntas (saúde, saneamento, educação, cultura, entre outras). No período, de acordo com o Unafisco, esses três agrupamentos representaram 33,68%, 29,41% e 36,91% do destino dos recursos

públicos, respectivamente. Segundo a diretora do sindicato, a disparada dos encargos especiais teve início em 1999, ou seja, no início do segundo mandado do FHC. "Esse crescimento foi resultado da explosão do real e da elevação das taxas de juros por conta das crises econômicas internacionais", afirmou Silvana. Em 2000, essas despesas representavam 42,36% do que saiu dos cofres públicos (R$ 133,626 milhões). Essa participação teve um pico em 2003 – já no governo Lula – quando atingiu 46,82% (R$ 230,999 milhões), e recuou, no ano passado, para 42,45% (R$ 257,66 milhões). Nesse período, as despesas com administração não ultrapassaram 2,10% do total do orçamento, segundo o levantamento do Unafisco. "Se esses gastos fossem melhor fiscalizados, seria possível até reduzir a carga tributária para 26% do Produto Interno Bruto", afirmou Silvana. Márcia Rodrigues


Ano 81 - Nº 22.239

R$ 0,60

São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 00h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Bomba de gás na eleição Muy amigo de Lula, o presidente da Bolívia, Evo Morales, dá ultimato até sábado, véspera da eleição. E 5

3º ROUND

João Wainer/Folha Imagem

Dois brasis no ringue Lula e Alckmin debatem modelos de País, mas resposta sobre origem do dinheiro do dossiê fica para o 4º round. Pág. 3 Attila Kisbenedek/AFP

Rafael Hupsel/LUZ

Natal já está no forno Húngaros roubam tanque e protestam contra mentiras C 4

Redes de supermercados recebem as primeiras fornadas de panetones (foto), que neste ano ganharam as mais variadas receitas e marcas. E 4

Ilustração Abê

Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 12º C.

Como baratear a telefonia na sua empresa Para quem já paga conexão de banda larga, os serviços de novas operadoras de Telefonia IP prometem boa economia, principalmente às empresas que gastam muito com ligações de longa distância. Informática DC

HOJE

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


6

terça-feira, 24 de outubro de 2006

JOGO TÃO REALISTA QUE PILOTOS TREINAM COM ELE

Nesta versão, detalhes como montanhas, vales e vias expressas são muito mais realistas.

VÔO REAL

É possível realizar o sonho de se transformar em piloto: basta entrar no veterano Flight Simulator, agora na versão X. Captura de tela

DIÁRIO DO COMÉRCIO

QUASE

Te l e v i s o r e s Notebooks Game Va r e j o

Por Fábio Pelegrini

ão é a toa que o Flight Simulator X, da Microsoft, tem tudo para ser mais um sucesso: é a continuação do jogo de simulação de vôo mais real e com a maior possibilidade de vôos até hoje. São 25 anos desde o lançamento da primeira edição do game, que já está na décima, permitindo ao piloto virtual que pouse em mais de 24 mil aeroportos de todo o mundo, controle o tráfego aéreo e mais de 20 modelos de aeronaves. O software traz novidades que já o elevou no passado no ranking dos mais cobiçado en-

tre os pilotos reais, como ambiente e realismo na operacionalidade, manobras e funções do sistema, além de imagens detalhadas da área externa e interna da aeronave. Na nova versão, os jogadores poderão ver como a Microsoft evolui a qualidade dos gráficos do seu simulador de vôo, o transformando no mais realista e belo game do gênero. São detalhes incríveis, como carros em estradas e vias expressas movimentadas, lanchas, navios cargueiros e turísticos. Os aeroportos mostram carros transportando bagagens, caminhões de combustíveis e outros veículos circulantes.

Em destaque, painel de controle onde o pilotofaz manobras arriscadas

O piloto poderá sobrevoar os portões e passear pelo desembarque de passageiros, além de enxergar animais selvagens em seus ambientes naturais. As montanhas e vales, ainda mais detalhados, foram criados por meio de modelos de elevação digital (DEM), enquanto as estradas e os rios foram baseados em dados vetoriais do mundo real. A ferramenta Autogen (recurso de auto-geração de cenário) possibilita mais detalhamento dos gráficos, com árvores e vegetações nas áreas e terrenos visitados pelos aviadores virtuais. Os jogadores da versão Deluxe do Flight Simulator X contam também com o recurso de controle de tráfego aéreo, que fornece direções aos pilotos quando o céu está congestionado, permitindo que o aviador converse com outros jogadores. Os participantes podem compartilhar uma aeronave por meio de uma rede local ou da Internet, o que permite vivenciar uma situação de treinamento ideal ou mostrar determinada parte do mundo a um amigo ou parente. De acordo com Milton Beck, diretor da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil, poucos produtos atingem um público tão variado quanto os apreciadores de Flight Simulator. "O lançamento desta décima edição é para a Microsoft um momento especial, não apenas pela importância e histórico da franquia, mas pela diversidade dos consumidores. Temos clientes apaixonados pela série, incluindo desde crianças de 10 anos, que sonham em pilotar um avião e sentir as emoções de um vôo, assim como pilotos profissionais de renomadas companhias aéreas que utilizam o Flight Simulator nos momentos de descontração ou até mesmo para treinamento", comenta Beck. Não são sós os gráficos que transformam esse lançamento em uma aventura especial. Agora, os jogadores podem escolher as missões de acordo com seu interesse ou nível de habilidade. As missões do "Tutorial" oferecem formas de se familiarizar com o jogo e ensinam como voar e navegar especificamente pelo Flight Simulator X. Já a seção "Desafios" oferece testes de habilidades diferentes e divertidos. As missões "Piloto de Linha Aérea" levam os jogadores para a cadeira do comandante e a pilotar verdadeiros gigantes. Quando o assunto perigo de colisão ou falha no sistema é preciso ter sangue frio para tomar a decisão certa. As missões de "Emergência" levam os participantes a locais remotos do planeta onde conseguem vivenciar desafios inéditos. Além disso, os pilotos podem fazer registros de suas horas no Logbook e montar um álbum com fotos de seus vôos. O game oferece aos pilotos diversos modelos de aeronaves, entre elas o Airbus A321, o Ultraleve Air Creation 582SL, o Boeing 737-800 NG, o Helicóptero Bell 206B, o Bombardier CRJ700, o Hidroavião Havilland DHC-2 Beaver e o Avião para acrobacias Extra 300. Na versão Deluxe ainda inclui o sistema de posicionamento global (GPS) Garmin G1000 com a característica glass cockpit, uma nova tecnologia cada vez mais utilizada. O Flight Simulator X está disponível no mercado brasileiro, em formato DVD, em

Detalhe da paisagem durante o vôo do Simulator X, da Microsoft

duas edições: Standard Edition por R$ 99 (2 DVDs, 18 aeronaves, 28 cidades, 40 aeroportos, sendo 16 novos, e mais de 30 missões estruturadas) e Deluxe Edition por R$ 139 (2 DVDs, 24 aeronaves, 38 cidades, 45 aeroportos detalhados e mais de 50 missões, com o sistema de posicionamento global (GPS) Garmin G1000 com glass cockpit e controlador de tráfego aéreo). A Microsoft também está realizando em seu site ( h t t p : / / w w w . m i c r osoft.com/brasil/concursofsx) concursos para os apreciadores do game. Os interessados podem concorrer a unidades do novo título e outros prêmios, além de fazer download de telas do game, participar de fóruns, visualizar vídeos e ob-

ter informações inéditas sobre o jogo. Informações no site h t t p : / / w w w . m i c r osoft.com/brasil/fsx. Flight Simulator X Distribução: Microsoft Tel. de atendimento ao consumidor: 0800-8884081 Requisitos mínimos do sistema: Windows XP SP2 ou Windows Vista, processador de 1 Ghz, 256MB de memória RAM para Windows XP SP2 (512 MB para o Windows Vista), 14 GB de espaço livre no disco rígido, placa de vídeo com 32MB, compatível com DirectX 9, placa de áudio com alto-falantes e/ou fones de ouvido, e para jogos online/ multiplayer 56K para acesso discado, banda larga e LAN. Idioma: Software em inglês, manual em português. Faixa etária: Livre Preço: R$99 (Standard Edition) e R$ 139 (Deluxe Edition)

Vista aérea durante o vôo do Simulator X: visual da cidade é realista e envolve o piloto na aventura

Nuvens coloridas e florestas no caminho do gamer: visual sofisticado


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

1 Não dá para entender o porquê da motofaixa, se não passa quase nenhum motoqueiro por ela. Mariah Lopes, gerente do Bier & Bier

NA ALCA DE MIRA Atropelamentos na faixa de motos da Sumaré forçam CET a pensar em mudanças. Comerciantes prejudicados pelos congestionamentos querem providências. Fotos de Milton Mansilha/Luz

Flávia Gianini

Fluxo de motos na avenida é reduzido

P

oucos dias depois de afirmar que a faixa exclusiva para motos (motofaixa) da avenida Sumaré era um sucesso, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella, reviu sua posição e informou, ontem, que a empresa já estuda uma intervenção urgente no local. A mudança na avaliação de Scaringella acontece depois do confronto entre policiais e estudantes da Faculdade Sumaré, que, na última sexta-feira, protestaram contra o atropelamento da colega Renata Cristina da Conceição, atingida na avenida por uma motocicleta. A criação de um acesso da rua Capote Valente aos dois sentidos da avenida Paulo VI (é à Sumaré), com semáforo e faixa de pedestre, é a solução mais provável. Esse não foi o primeiro atropelamento ocorrido desde a criação da motofaixa, há pouco mais de um mês. Moradores da zona oeste da cidade reclamam que os acidentes tornaram-se mais freqüentes desde a implantação da faixa, criada exatamente para reduzir o número de ocorrências envolvendo motoqueiros. Os problemas advindos da implantação da faixa exclusiva para motos não param aí. Praticamente ociosa, já que o número de motos que circula pela Sumaré é bastante reduzido, a motofaixa contribuiu apenas para espremer e complicar o trânsito e impor prejuízos ao comércio, que já se mobiliza para pedir providências à Prefeitura. Sem consulta – "Ninguém foi consultado para a criação da motofaixa da Sumaré, principalmente os mais interessados que são os moradores e os comerciantes da região", afirmou o sócio-proprietário da padaria La Plaza, Carlos Oliveira. Segundo ele, todos que trabalham e residem no entorno da Sumaré torcem para que os problemas sejam temporários e que tudo volte ao normal em pouco tempo. Ocorre que ninguém está disposto a esperar sentado. "Vamos procurar os órgãos competentes e tentar mostrar a realidade, porque assim não dá", informou. A padaria La Plaza tem amargado diminuição de movimento no horário matutino. A razão apontada pelos seus proprietários foi o tráfego lento no período e a impossibilidade de estacionar os carros. Em função da instalação da motofaixa, a padaria perdeu as vagas privativas que tinha à sua porta. Agora, o espaço mantido pelos proprietários comporta apenas seis carros. Como o tempo de espera nos seus nove semáforos foi aumentado nos horários de pico, a avenida Sumaré, antes de trânsito rápido, passou a ser uma via de lentidão e congestionamentos. "Os fregueses da manhã têm pressa. Eles estão perdendo mais tempo no trânsito e não param mais para tomar café". Vilã – Há 18 anos na Sumaré, o restaurante Bier & Bier pode fechar suas portas. Seu movimento de clientes registrou queda de 40% no último mês, com um faturamento 30% menor em relação a agosto. O vilão apontado pelos proprietários: a motofaixa. Mesmo antes do protesto dos estudantes, a CET já estudava algumas mudanças no trânsito da região com o objetivo de me-

A

Cenário atual na avenida Sumaré: pistas de rolamento estreitadas, congestionamento de veículos e faixa exclusiva de motocicletas ociosa Newton Santos/Hype - 18/09/2006

Mariah Lopes, do Bier& Bier

No dia da inauguração da faixa exclusiva, um atropelamento na avenida Sumaré: problema continua Milton Mansilha/Luz - 03/10/2006

Carlos Oliveira, da La Plaza

Antônio M. Vieira, da SP Banca

lhorar a fluidez na circulação de carros. Uma delas seria a extinção do estacionamento de carros na Sumaré, hoje permitido fora dos horários de pico e de carga e descarga. Com a medida, mais carros seriam acomodados na avenida, que perdeu espaço para uma faixa exclusiva subutilizada. Mas segundo a gerente do Bier & Bier, Mariah Lopes, a medida poderá trazer conseqüências mais graves ainda. "Fomos muito prejudicados pela mudança na Sumaré. E agora, se o estacionamento for proibido, o restaurante fecha", disse. A casa

emprega 30 pessoas e recebia (antes da motofaixa) 300 pessoas diariamente. A previsão do estabelecimento é pessimista, devendo vai fechar novamente no vermelho este mês. Os funcionários afirmam que os clientes não querem estacionar na porta como de costume, pois a faixa para estacionamento está muito estreita. "Vários espelhos retrovisores já foram arrancados desde que as faixas foram reduzidas", disse a gerente. Na tentativa de amenizar os problemas, o restaurante contratou um serviço de valet e alugou dois espaços para estacionar que seus clientes estacionem seus carros, o que significou um gasto extra mensal de R$ 4 mil. "Não dá para entender o porquê da motofaixa, se não passa quase nenhum motoqueiro por ela", questionou a gerente. "Entre 7h e 9h e 18h e 20h o trânsito ficou caótico na avenida", disse o funcionário da SP Banca, Antônio Marcos Viera. Trabalhando há 12 anos na Sumaré, Vieira disse nunca ter visto o trânsito tão ruim no local. "Os clientes que paravam para comprar o jornal de manhã sumiram", disse. Vieira teme não haver saída para melhorar o trânsito na avenida. "Se acabar com a faixa de estacionamento, os comerciantes serão muito prejudicados. Mas se não proibir, a circulação fica comprometida, aumentando os congestionam e n t o s e p re j u d i c a n d o o comércio do mesmo jeito", resumiu o imbroglio.

Roberto Scaringella, presidente da CET: estudo de alternativas

faixa exclusiva para motos nas avenidas Sumaré e Paulo VI foram implantadas no dia 18 de setembro com o objetivo de garantir a segurança dos motoqueiros. Entre as ruas Turiassu e Henrique Schaumann, o corredor tem três quilômetros de extensão e 1m70 de largura . Antes da mudança, as faixas da Sumaré mediam de 3m e 3,5m. Agora, têm de 2,50m a 2,80m. Com o estreitamento, a velocidade média permitida caiu de 70 km/h para 60 km/h. Segundo afirmou o presidente da CET, Roberto Scaringella, em recente entrevista ao Diário do Comércio, o projeto da faixa exclusiva é experimental e deverá ser estendido para outras avenidas. "A Sumaré foi escolhida por sua geometria e tráfego reduzido de motoqueiros, servindo de teste para sua implantação em outras vias mais problemáticas na questão da circulação de motos", disse Scaringella. O presidente da CET garantiu que 80% dos motoqueiros que circulam pela Sumaré aprovaram o corredor exclusivo, embora não sejam obrigados a manterse nele. Apenas os motoristas são punidos caso invadam a motofaixa. A multa é de R$ 127 e a infração vale 5 pontos na carteira. Especialistas em trânsito não acreditam na criação de novas faixas. "Está claro que não deu certo", opinou o diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito, Salomão Rabinovich. O grande questionamento apresentado pelos especialistas sobre a motofaixa é a falta de justificativas para sua implantação na avenida Sumaré. Nos horários de maior movimento passam cerca de 300 motos por hora pela avenida Sumaré. Esse número é quatro vezes maior na avenida Rebouças e cinco na Radial Leste. "O trânsito de São Paulo não comporta faixas exclusivas. Melhoria na segurança do trânsito não passa por soluções aparentemente fáceis", completou Rabinovich. (FG)


terça-feira, 24 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Notebooks Game Va r e j o Aplicativos

7 O principal foco da Innalogics: sistemas embarcados, incluindo celulares e PDAs.

MONITORAMENTO ATÉ DE REBANHOS: COM CHIPS.

Divulgação

Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) é responsável pelo financiamento ao desenvolvimento dos primeiros chips nacionais de identificação por radiofreqüência (RFIDs), criados pela empresa gaúcha Innalogics. A Innalogics (http://www. innalogics.com.br/) é uma empresa spin-off do Grupo de Sistemas Embarcados (GSE). O GSE é um grupo de pesquisas da Faculdade de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com projetos em parceria também com a Faculdade de Engenharia. A empresa localiza-se no Parque Tecnológico da PUCRS, TecnoPUC, sendo a ligação entre o mundo acadêmico (GSE) e a indústria (Innalogics) realizada pelo Dr. Eduardo Augusto Bezerra. O principal foco da Innalogics são os sistemas embarcados em geral, incluindo os sistemas móveis baseados na rede de telefonia celular e PDAs. A empresa provê soluções de sistemas embarcados em diferentes aplicações, com ênfase no desenvolvimento de equipamentos e software para o agronegócio, e no projeto e desenvolvimento de chips habilitadores para a tecnologia RFID. Os primeiros nacionais - Segundo a empresa, a Innalogics Ltda deseja ser, em poucos anos, uma empresa bem estabelecida no mercado de Sistemas Embarcados fazendo uso de tecnologias disruptivas e modernas para construir produtos dedicados e inovadores. A empresa quer desenvolver o resultado da pesquisa na forma de produtos comerciais.

Innalogics e Altus: os primeiros chips 100% brasileiros em escala comercial.

INTELIGENTE E BRASILEIRA Empresa nacional desenvolve etiquetas inteligentes no Rio Grande do Sul Dedica-se a projetar, desenvolver e integrar soluções de hardware, bem como de software para atender às necessidades do mercado de sistemas embarcados. Sérgio Dias, diretor do Ceitec, disse que os chips produzidos pela Innalogics e pela Altus serão os primeiros chips 100% brasileiros produzidos em escala comercial. O Centro é o instituto de pesquisa mais adiantado dentro do programa CI-Brasil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que tem unidades similares em São Paulo, Campinas, Recife e Manaus. O Ceitec ainda opera

provisoriamente em edifícios emprestados pela PUC do Rio Grande do Sul e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Atrás do gado - Uma primeira aplicação do RFID nacional desenvolvido pela Innalogics será no rastreamento de gado bovino, em parceria com a Companhia de Processamento d e D a d o s d o E s t a d o ( P rocergs). A Innalogics apresentou recentemente seu projeto produto nacional capaz de rastrear bovinos com etiquetas digitais. Estes dispositivos, quando aplicados nos animais, guardam informações

que o identificam, podendo ser consultados remotamente usando a tecnologia RFID. Os dois circuitos enviados este mês para prototipagem marcam também a primeira etapa da busca da auto-sustentação financeira da instituição, explica Dias. Os primeiros contratos não prevêem a cobrança de royalties sobre a venda dos produtos finais, mas este é um modelo que também deve ser utilizado no futuro, assim como a participação em projetos globais em parceria com outras empresas e instituições do setor. Segundo Dias, já há um pro-

jeto nesta linha sendo discutido com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), incluindo o desenvolvimento de leitores dos chips, softwares e outros aplicativos específicos para o monitoramento de rebanhos. O Ceitec e a Embrapa já cogitam exportar os produtos e até o início de novembro deverá ser encaminha uma consulta prévia para financiamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os valores ainda não estão fechados. Fluxo de recursos - De acordo com Dias, faltam cerca de

R$ 30 milhões para a conclusão das obras do Ceitec e a instituição está tentando garantir com o MCT o repasse de R$ 11 milhões ainda este ano. "Aí restariam R$ 19 milhões para o início de 2007 e mais R$ 20 milhões para colocar os equipamentos em funcionamento", afirma. O custo anual de operação ficará entre R$ 9 milhões e R$ 12 milhões e o centro está estudando a alteração da figura jurídica, de associação civil sem fins lucrativos para organização social ou fundação, para assegurar o fluxo regular de recursos federais. Redução no preço final Com o circuito integrado desenvolvido localmente pela Innalogics, o processo de adoção da tecnologia dos RFIDs no Brasil pode ganhar um grande impulso. Afinal de contas, a barreira mais séria para a implementação de uma nova tecnologia é sempre o custo da adoção. Apesar da produção industrial ainda ser terceirizada (os chips serão fabricados inicialmente na Alemanha) a ausência de royalties estrangeiros pode representar uma boa redução crítica no preço final, o que pode facilitar a implementação por grandes varejistas nacionais. sergiokulpas@uol.com.br

Coletores de dados: facilidade.

)* &- &%

)* !" &%

- '0 ) , &>,'' ! " # $% " "8 <E &8 <- "+,$, + & /0 + & 5 " ) * '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7,

& - 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * B "+,$, + " ! C '/0 + #DD " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

)* $ !" $) +(,

A'0 * 6 3 '0 .. >? , &>,'' ! " # $% &A 73+ ) "8 < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #1 " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

& ' ! ( & !! ! " # $ % !!

! "# $ % &'% ( "# $ ) * + , - + , ./ & 012 * ** +, +2%3% 2 . + ) *" .4 # 2 -5 + -6 ) 7 1 % 2#3 !! ( , 8 % # / #% ( 91 #8 +%:# ! %#% ( ! ; ( <2 % &%#0% 8 := > 2 * ;

6 + / + '0 .. , &>,'' /'9 0 ' ! ) " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 2 3 ,' ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 8 3 '0 ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

)* $ &- $) +(, # $ #%'& . $/#' +

# ! ( )* $ !" $) +(,

+( ) (012 0 , ( 3((4

0 ! )* +, ,,

>? ! " # $% & '(/9 +:$ <,7 ) * "+,$, + & /0 + & 5 " ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

./

- 8 ! " # $% " " < +4 <- ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + #1 " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, 3 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 ! " # $% & '(/9 +:$ ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' ",5 ,/, - 6 4 (+ '0, +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

! " # $% & '( ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' +/$ 4 , 3 4 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7,

# $ #%&'

!"

! "#$ % & ! '( )* +, ,, - " " $ (


2

Compor tamento Tr â n s i t o Acidente Polícia

DESTROÇOS Os destroços do helicóptero que caiu no Brooklin foram retirados ontem.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

UM ACIDENTE NUNCA É FRUTO DE UM SÓ ERRO

VIRACOPOS Começou a obra de reurbanização do entorno do aeroporto de Viracopos.

Ó RBITA

Fabio Motta/AE

Algumas tragédias no mundo já aconteceram por conta de idioma. Brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero

Boeing: Aeronáutica investiga erro na compreensão do inglês Mau entendimento entre piloto e torre pode ter se transformado em um fator para o choque do vôo 1907 da Gol

A

MEDALHA POR ATIRAR EM LADRÃO

aposentada Maria Dora dos Santos Arbex (foto), A de 67 anos, recebeu ontem a

medalha Pedro Ernesto na Câmara dos Vereadores do Rio. No dia 8, ela baleou no Flamengo, na zona sul, um homem que tentou assaltá-la. Maria Dora havia saído de casa para passear com o cachorro levando o revólver da filha na bolsa. O ladrão, que já a havia abordado antes, ameaçou matar o cão caso ela não desse o celular. Maria

Dora atirou na mão do homem, que acabou sendo preso. A aposentada foi autuada por porte ilegal de arma e lesão corporal e responde em liberdade. O filho, Márcio dos Santos Arbex, contou que a mãe ficou feliz com a medalha. "Minha mãe se arrependeu, preferia que nada tivesse acontecido naquele dia, mas gostou da homenagem. O autor da idéia foi o vereador Carlos Bolsonaro (PP). (AE)

CAMINHÃO DERRUBA PASSARELA rodovia Anhangüera foi permaneceu sustentada por interditada ontem depois vigas, que foram retiradas e A do choque de um caminhãocolocadas em um canteiro. pipa contra a coluna de sustentação de uma passarela, no km 17, que caiu parcialmente. O acidente aconteceu por volta das 2h, na região de Osasco, na Grande São Paulo. Com o impacto, parte da estrutura de concreto caiu no sentido São Paulo. A outra parte da passarela, instalada em 2002,

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Pirituba – A distrital, em

parceria com a Vilage Marcas e Patentes, promove Encontro de Negócios. Às 19h30. I Tatuapé – A distrital faz homenagem a policiais civis e militares. Às 19h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta I São Miguel – A distrital

realiza reunião de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada por

Engenheiros estão analisando os estragos e não há previsão para a reabertura. A pista sentido interior foi liberada ao tráfego às 12h30. No sentido contrário, uma faixa foi liberada às 13h15. O motorista do caminhão ficou gravemente ferido.. As causas do acidente ainda não foram confirmadas. (Agências) Valdeir Gimenez. Às 9h. I Exporta SP - O vicepresidente da ACSP Luiz Roberto Gonçalves participa da 8ª edição do Exportar para Crescer, do Projeto Exporta São Paulo . Às 9h, Araçatuba. I Conjuntura - Reuniãoalmoço do Comitê de Avaliação da Conjuntura da ACSP. Às 12h30, rua Boa Vista, nº 51/12º, no Enre. Confirmar presença pelo (11) 3244-3299 ou pelo email crsilva@acsp.com.br (Célia). I São Miguel – A distrital realiza reunião de automecânicas do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

Sexta I Penha – A distrital

comemora o seu 55º aniversário e os 339 anos do bairro com jantar dançante. Às 20h30, Golden House, av. Condessa Elizabeth Robiano, 2.100.

possibilidade de haver erro de entendimento do inglês falado entre o piloto do Legacy e o controlador de vôo de Brasília, que possa ter se transformado em um fator para o choque com o Boeing da Gol, está sendo examinada pela comissão de investigação da Aeronáutica que analisa as causas do acidente. Ontem, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse que pode ter havido erro de interpretação, lembrando que "algumas tragédias no mundo já aconteceram por conta de idioma". Ele ressaltou, no entanto, que "um acidente nunca é fruto de um só erro, é um somatório de erros, que vou chamar de sinergia negativa". Para o brigadeiro, mesmo que tenha havido erro de entendimento do inglês entre piloto e o controle, o comandante da aeronave deveria ter questionado os controladores porque ele é o responsável pelo vôo e não pode ignorar o plano pré-determinado. "Neste caso específico do vôo 1907, pode ter ocorrido erro dos pilotos do Legacy, falha do controle de vôo ou de regras, pode ter acontecido interpretação errada de uma palavra talvez, e, por isso temos de esperar o resultado das investigações", disse. Para ele, confundir a expressão "vigilância radar" com "vetoração radar", embora seja "inaceitável" para um piloto internacional qualificado para voar em qualquer país. "até pode acontecer". Mas avisou que isso não isenta o comandante do avião da responsabilidade na navegação porque está claro que o piloto do Legacy entrou na contra mão de uma aerovia. Hipóteses – O presidente da Infraero destacou ainda que, em se tratando de acidente aéreo, "nenhuma hipótese pode ser descartada". No caso de muitos acidentes, segundo ele, uma causa que parece determinada nem sempre é confirmada. "Quantos acidentes já ocorreram que a causa parecia óbvia e, depois, viu-se que a origem não era aquilo", comentou, insistindo que "dificilmente há um acidente com uma única causa" e que "uma palavra pode ser mal entendida". No caso deste choque, as primeiras evidências apontam para um erro do piloto do avião norte-americano que estava a 37 mil pés, na contramão em uma aerovia.

Sebastião Moreira/AE - 01/10/2006

O avião da Gol caiu na região da Serra do Cachimbo, no Mato Grosso

Investigação - Esta questão da falha da comunicação é uma das preocupações dos responsáveis pela apuração das causas do acidente, nas investigações sobre as falhas humanas que podem ter contribuído para que ele ocorresse. As fitas das conversas entre os controladores de vôo e os pilotos do Legacy estão sendo passadas, repassadas e repetidas.

Os investigadores querem saber se pode ter havido algum entendimento errôneo, de qualquer dos lados. Um dos objetivos é descobrir se algum dos termos usados no diálogo pode ter dado margem ao piloto do Legacy entender de que ele poderia manter a altitude de 37 mil pés mesmo depois de passar por Brasília, embora sempre res-

saltem que isto contraria uma regra básica, que é ter conhecimento do plano de vôo e do trajeto que percorreria. A partir de Brasília, o Legacy deveria descer para 36 mil pés. Uma alta fonte da FAB consultada pela reportagem admite que este "entendimento errôneo" por causa do inglês pode ter sido um "forte fator contribuinte". Este mesmo oficial ressalta que "isto não justifica que o piloto entre na contramão de uma aerovia". E disse: "o piloto tem de ter estudado seu plano de vôo. E, se o piloto tiver dúvida de comunicação, ele tem de perguntar de novo ao controlador para se certificar do que fazer". Pontos Cegos -O ministro da Defesa, Waldir Pires, voltou a dizer ontem que não há pontos cegos de comunicação e acompanhamento radar em qualquer parte do País, nem mesmo na Amazônia, que tenham impedido a fala entre os controladores e os pilotos. (AE)


8

Game Va r e j o Aplicativo Ar mazenamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Plataforma Acrobat Connect: voltada à colaboração, treinamento e educação a distância.

MAIS RECURSOS PARA QUEM USA O ACROBAT

Muito mais versatilidade no PDF Na nova versão 8 do Acrobat, será possível também preencher formulários e autenticar as informações.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Vanderlei Campos uporte a distribuição e coleta de formulários, conversão do conteúdo para formato Word e mais recursos de colaboração sobre documentos eletrônicos são algumas das novidades da nova versão, com lançamento previsto para novembro. A Adobe, criadora do for-

Exportação para texto: fim da "faxina" que vem depois de copiar e colar.

mato PDF para impressão virtual e circulação de documentos, acaba de anunciar o lançamento da linha Acrobat 8.0. A partir de 20 de novembro, atualização deve estar disponível, em inglês, francês alemão e japonês. A versão em português está prevista para fevereiro do próximo ano. Além da nova família Acrobat, a Adobe coloca no mercado os primeiros resultados da f u s ã o c o m a M a c ro m e d i a (criadora dos plugins RealPlayer e Flash, e do Dreamweaver), incorporada em dezembro de 2005. A empresa anunciou a plataforma Acrobat Connect, voltada à colaboração, treinamento e educação a distância. "Tratase de uma atualização da Breeze, uma popular solução da Macromedia para e-learning e outras aplicações que combinem compartilhamento de conteúdo e comunicação interativa", resume Fábio Sambugaro, gerente comercial da Adobe no Brasil. Também será lançada ainda neste trimestre a Creative Suite 2.3, que agora substitui o GoLive (que continua a ser suportado, mas agora como um produto em separado) pelo Dreamweaver 8.0. A abordagem comercial da Adobe é disponibilizar ampla e gratuitamente o Acrobat Reader, para aumentar o valor das ferramentas de edição e gerenciamento de arquivos PDF, como a Acrobat Standard (de US$ 741, ou US$ 266 para atualização de versões ante-

riores) e o Acrobat Professional (U$S 481, ou upgrade a US$ 173). Há ainda o Acrobat 3D, voltado ao intercâmbio de imagens complexas, com configurações específicas para uso em áreas como engenharia ou medicina. Uma comparação das funcionalidades de cada pacote pode ser encontrada e m : h t t p : / / w w w . a d ob e . c o m / b r / p ro d u c t s / a c robat/matrix.html. Desde a versão 7.0 do Acrobat Reader, já é possível fazer comentários e revisões em PDF com a aplicativo freeware, desde que essa função tenha sido habilitado por quem criou o documento no Standard ou no Professional. "No Reader 8, será possível também preencher formulários e autenticar as informações", informa Sambugaro. "A combinação do Reader e do Flash proporcionam uma interface universal e mais rica para aplicações de treinamento e colaboração, baseadas na plataforma Connect", acrescenta. Uma das inovações há muito tempo requisitadas por quem precisa manipular as informações de arquivos em PDF é a possibilidade de exportação para o processador de texto. No Acrobat 8 (a partir da versão Standard), os usuários se livram da "faxina" que têm que fazer após o copiar e colar. As formatações, tabelas e gráficos também não são perdidos na conversão ao formato .doc. Sambugaro destaca outros

acréscimos de recursos, como suporte a Certificação Digital (o que permite auditoria e dá validade legal aos PDFs) e possibilidade de exclusão de informações confidenciais quando se fecha o arquivo PDF. O Acrobat Connect, com d i s p o n i b i l i- Divulgação dade previst a p a r a d ezembro, perm i t e a c r i ação de salas virtuais, em que os participantes pod e m s e c omunicar por á u d i o e v ídeo, compartilhar aplicat i v o s , re a l izar testes e outras atividades. O Acrobat Connect Professional é uma plataforma instalada nos servidores d a re d e e mpresarial. Para ampliar o público do produto, a Adobe incluiu funções de interface de acesso no Reader e oferece serviços hospedados para formação de grupos de ensino ou colaboração não presencial. Nos EUA, esse serviço será comercializado com taxas de US$ 39/mês ou US$ 395/ano, por usuário.

Nas telas do novo Acrobat, uma interface mais fácil de compreender e trabalhar.

Os perigos em sites de relacionamento Maioria dos usuários desconhece os perigos que rondam essas páginas na internet Por Guido Orlando Jr. grande barato entre os usuários brasileiros de computador é o Orkut. Tanto é assim que o Brasil é considerado o maior usuário desse imenso banco de dados em que as pessoas podem se relacionar, trocar mensagens, criar comunidades, encontrar colegas do tempo de colégio, antigos companheiros de trabalho, conhecer grupos de interesse comum e fazer uma infinidade de outras coisas. No começo era coisa apenas de adolescentes, mas os adultos foram tomados por essa mania que é sem volta. Outros surgiram, como o Multiply e o Linkedin, que na essência são a mesma coisa, mas nem de longe fazem o sucesso do mais famoso. Quem se cadastra nesses sistemas passa a fazer parte de uma comunidade mundial e pode ser visto literalmente por todos os participantes, que estão na casa dos milhões. Te n h o r e p a r a d o q u e o s usuários colocam informações demais em seus perfis e isso

pode ser perigoso. Se bem que a maioria, segundo levantamento feito por institutos de pesquisa, mente descaradamente sobre o que é. Os homens são geralmente jovens, sarados e ricos, as mulheres com perfil físico capaz de deixar a Gisele Bunchen horrorosa e por aí vai. Ficção ou não, existem relatos de que já houve casos de seqüestro que foram efetuados com base nessas informações. E é exatamente aí que vou fazer a coluna de hoje, ou seja, na segurança nos sites de relac i o n a m e nto. Na verdade a segurança que eles proporcionam, em s u a m a i oria, é quase ne nhum a, pois nada impede q u e q u a lquer um crie um perfil de uma pessoa e passe a mandar mensagens em nome dela, ou mesmo entre em comunidades consideradas impróprias, como racismo, pedofilia e outras do gênero. Isso pode causar problemas sérios e complicar a vida de alguém, pois nada é exigido para que um perfil seja criado e estão sujeitas às leis que regem esses atos. Um hacker pode tranquilamente burlar a senha e o login e se autenticar à área de qualquer usuário, modificar seu perfil e colocá-lo em comuni-

dades que ele jamais sonharia em entrar. Pode parecer fantasia, mas não é. O sistema de senhas e autenticação pode ser considerado precário, segundo Marcos Sêmola, especialista em segurança da informação: "Praticamente não existe qualquer tipo de verificação na autenticação e para um hacker descobrir uma senha é muito fácil", alerta. Além disso, existe um outro fator que raramente é notado e que deveria ser mais observado: a colocação de i n f o r m aç õ e s p e ssoais no perfil de quem tem uma página nesses sites. Não é r a r o e ncontrar info rmaç ões que dever i a m a p enas ser de c o n h e c imento da família do usuário e não públicas, como acontecem em alguns casos. Isso possibilita desde fraudes, chantagens, extorsão, simulação de seqüestro e, alguns casos mais extremos, o rapto daquela pessoa. Isso porque os criminosos estão modificando a maneira de operação e obtenção de informações sobre quem desejam cometer algum delito. "Antigamente, há uns 10 anos, os principais suspeitos em um caso de seqüestro eram as pessoas que trabalhavam na casa da vítima; hoje a polícia não

descarta as informações postadas em sites desse tipo", avalia Sêmola. Para não correr tantos riscos, observe apenas algumas dicas que podem dificultar a ação por parte de hackers e, mesmo, livrar uma pessoa de surpresas indesejáveis: 1 - Utilize senhas bem difíceis de serem quebradas. Misture letras maiúsculas e minúsculas com números e caracteres especiais, como #,$,%,@,(), etc. 2 - N ã o c o l oque informações detalhadas que podem dar pistas de sua rotina diária ou mesmo de parentes e amigos. 3 - Evite informar aonde mora, trabalha ou estuda. Isso pode servir de indicador para quem quer cometer algum delito 4 - Também não coloque o que pretende fazer nos próximos dias ou final de semana. Muito menos se vai viajar ou a família vai ficar fora, de férias, por um tempo. Isso também pode ser perigoso. 5 - Verifique sempre suas comunidades. Se achar alguma da qual você não se lembra de ter se inscrito, apague-a no ato e modifique sua senha imediatamente. Esse é um indicador de que sua página foi invadida e estão colocando você como simpatizante de comunidades que podem não fazer parte de seu perfil. 6 - Por último, não compartilhe sua senha com absolutamente ninguém. Isso com certeza irá poupar dores de cabeça futuramente.

HP volta ao topo do ranking

Segundo o Gartner, a HP ficou na primeira posição do ranking pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2003, com liderança de 110 mil unidades sobre a Dell. O levantamento da IDC mostra que a liderança ficou em 28 mil unidades, o que é considerado um empate estatístico: cada

com 17,2% do mercado mundial. Analistas ressaltaram que a Dell, está registrando resultados decepcionantes e sofrendo com o revés gerado pelo maior recall de produtos eletrônicos da história dos Estados Unidos. Enquanto isso, a HP recupera negócios após a entrada de Mark Hurd na presidência-

ois grupos de pesquisa, recolocaram a HewlettPackard no topo do ranking como maior fabricante mundial de computadores pessoais no terceiro trimestre, desbancando sua rival Dell.

executiva. No trimestre, as vendas mundiais da HP subiram 15,1%, enquanto as da Dell avançaram 3,6%, segundo a IDC. O Gartner diz que a HP registrou vendas totais de 59,1 milhões de unidades no terceiro trimestre, aumento de 6,7% em relação a igual período de 2005. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

1

Informática Banda larga é igual a telefone barato Operadoras de Voz Vanderlei Campos sobre IP montam ara quem já paga conexão de banda pacotes para venda larga à Internet, o em lojas de telefonia uso de serviços de novas operadoras e informática, para de Telefonia IP pode reprehabilitar novas linhas, sentar boa economia, princisem preocupações palmente se as ligações de longa distância pesam na de integrar todos os conta. Algumas pessoas já usam programas VoIP para componentes telefonar enquanto na Interenvolvidos no net. Mas nada melhor para fazer com que a nova tecnoloserviço. gia seja usada por todos do que torná-la muito parecida com o telefone tradicional. Essa é a premissa da oferta de ope rado ras como Tmais, HIP Telecom e Trellis, que montaram pacotes de incluem equipamentos, instalação e

as linhas telefônicas. Para passar a usar as novas linhas IP, cujas tarifas baixam de 30% a 90% em DDD e DDI, as revendas entregam e instalam para o cliente um conversor conhecido como ATA (adaptador para terminal analógico). Com isso, basta conectar aparelhos convencionais, ou linhas do PBX, no ATA. "Estamos finalizando um modelo de negócios com a DLink e a Siemens, para venda de seus ATAs junto aos serviços da Tmais, através de suas revendas. Esses fabricantes têm uma presença forte no varejo, mas encontram dificuldades de vender as soluções de VoIP, porque é um hardware que só faz sentido se tiver associado a um serviço", informa Marcos Gordon, diretor comercial da Tmais. Os equipamentos custam cerca de R$ 400, parcelados em até 12 vezes. A redução de custos estimada pela operadora fica entre 25%, nas chamadas locais (que custam R$ 0,05 por minuto, sem impostos), a 80% nas internacionais (R$ 0,15/minuto). O minuto de DDD sai entre R$ 0,18 (capitais) e R$ 0,21 para fixo, e R$ 0,60 para celular. A Tmais conta com um plano de numeração (para receber chamadas) e a assinatura (R$ 15 por linha) inclui uma franquia de minutos, além de facilidades como identificador de chamador, caixa postal etc. Para quem faz ou recebe muitas chamadas em outra cidade, Gordon recomenda o uso de "número deslocado", um recurso inerente à tecnologia IP. "Se você está em São

Vantagens e problemas credito

SERVIÇO Trellis Tel: 11.5505.3301 h t t p : / / w w w . h i p e rvoip.com.br/ Tmais Belo Horizonte, Salvador e São Paulo: 2626-2626 Rio de Janeiro: 3005.3005 Outras cidades 0800.940.8033 http://www.tmais. com.br/pt/ Tel: 11.2828.1010 HIP Telecom Tel: 11.2828.1010 h t t p : / / w w w. h i p t e l ecom.com.br

ma dos grandes diferenciais das operadoras profissionais de Voz sobre IP (que têm autorização na Anatel, plano de numeração e conta pós-paga) é o fato de terem infra-estrutura própria, com controle de qualidade de serviço. Ao contrário dos esquemas em que todo o tráfego é jogado na Internet pública, o que gera os picotes na conversa, essas operadoras têm controle sobre a interligação entre seus pontos de presença. A Internet é utilizada apenas como solução de "última milha", o que oferece novas facilidades, ao mesmo tempo em que coloca alguns riscos. No jargão de telecomunicações, a "última milha", ou "enlace", é o trecho de ligação entre o assinante e a central. Na telefonia fixa tradicional, a última milha é o par de fios que a concessionária leva à sua porta. No caso de VoIP, a chamada trafega via Internet entre o terminal (que pode ser um softphone, um telefone IP ou um ATA) e a central da operadora. Quando chega à central, é encaminhada a uma rede IP controlada. Ou seja, é como se a viagem fosse feita de trem (tempo previsível), mas chegasse à estação de ônibus, com os imprevistos do trânsito. A vantagem de usar a Internet como última milha é que se ganha mobilidade, como ocorre com o e-mail ou um instant messenger. Na prática, o usuário pode conectar seu terminal em qualquer ponto ligado à Internet, que terá seu telefone imediatamente habilitado. A tarifação é feita pela numeração lógica (código de área original) e não pelo local físico. A contrapartida é que, se houver gargalos no acesso à Internet na localidade em que está o usuário, a qualidade é comprometida. As ligações não consomem muita banda (30 Kbps por linha em uso),

Marcos Gordon, Tmais: serviço e hardware

mas é preciso ver se a rede local e o enlace têm condições mínimas. Os problemas mais freqüentes ocorrem em conexões ADSL, que têm velocidades diferentes para receber e transmitir. A premissa é que o usuário precisa receber grandes volumes de dados (download) e envia apenas alguns comandos de navegação (upload). Obviamente essa premissa prejudica aplicações com download e upload equilibrados, como na telefonia. E os contratos de ADSL prevêem garantia de apenas 10% da banda nominal. Para evitar frustração, as operadoras buscam munir seus canais de ferramentas de testes da rede local e do acesso Internet, para identificar problemas a serem resolvidos antes da contratação do serviço. (VC)

Paulo e tem muitos amigos ou clientes em Belo Horizonte, pode adquirir uma linha com código de área 31. Assim, todos pagam tarifas locais quando se fala com alguém naquela cidade", exemplifica "A venda de soluções completas de Telefonia IP é uma excelente oportunidade para as revendas ganharem, ao mesmo tempo em que podem reduzir as contas dos clientes à metade", diz Paulo Humberg, presidente da Hip Telecom. A operadora chegou a fechar uma parceria com um grande supermercado, para oferecer produtos de VoIP no varejo. No entanto, um dos principais canais, hoje, são as revendas que atuam na distribuição de planos de telefonia celular para empresas. "Esses vendedores conhecem os clientes, sabem o perfil de uso e, por isso, podem ajudar a fazer a conta da economia que teriam com VoIP em longa distância e com uso de número deslocado", observa Humberg. Outro canal importante são as revendas de soluções de rede local. Para acessar os serviços da credito

Paulo Humberg, da Hip Telecom: redução da conta à metade.

HIP, o usuário precisa adquirir o Hip Box (R$ 449,04, em 12 vezes), no site da empresa, no Submarino ou na Blockbuster. A tarifa é de R$ 0,19 para qualquer telefone fixo e são vendidos pacotes a partir de 250 minutos. A HIP também tem plano de numeração e oferece caixa postal, conferência, identificador etc. A Trellis montou uma rede de 153 parceiros, nas capitais e cidades-pólo, para venda do hIPer VOIP, um serviço para empresas ou residências com contas acima de R$ 600, que oferece uma redução de pelo menos 30% nos gastos com telefonia. Grande parte desses canais é formada por revendas e integradores, que já trabalhavam com equipamentos fabricados pela Trellis. "Para as pequenas e médias empresas, percebemos que tínhamos que descomplicar a adoção de VoIP. Por isso, montamos um pacote que inclui hardware, suporte e o serviço de telefonia", explica Cássio Spina, diretor-executivo da Trellis. A partir de uma consulta direta à Trellis, a empresa indica um parceiro próximo ao potencial cliente. Muitas dessas revendas também fazem campanhas próprias para o hIPer VoIP. No modelo da operadora, não há investimento direto, por parte do usuário, na aquisição do equipamento. Spina observa que, devido a experiências negativas com operadoras que oferecem Telefonia IP sem preocupação com qualidade, grande parte dos contratos é fechada após um período de testes de 30 dias.

Aparelhos convencionais, ou linhas do PABX ligamse à internet e funcionam com transparência.


terça-feira, 24 de outubro de 2006

Va r e j o Aplicativo Ar mazenamento Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9

TECNOLOGIAS AJUDAM A GUARDAR INFORMAÇÕES

Serviços de duplicação garantem o armazenamento seguro de dados e imagens

PONTO.COM VeriSign quer expandir registro de domínios ponto.com no Brasil

Por Cyro Fiuza

Divulgação

Saito: mercado tem potencial

esponsável pela gestão central da base de domínios .com e .net em todo o mundo, a VeriSign, Inc., está fazendo uma campanha de marketing para incrementar o uso desses serviços por parte das pequenas e médias empresas, contando nesse bolo também p ro f i s s i on a i s l i b erais como médicos, a d v o g ados, jornalistas e contadores, e n t r e o utros. " O m e rcado brasileiro apresenta um grande potencial a ser e x p l o r ado", avalia Erica Saito, gerente regional da unidade de Serviços de Informação da VeriSign para a América Latina. No início de outubro, a empresa divulgou sua campanha durante a Futurecom 2006, em Florianópolis (SC), ocasião em que aproveitou a sinergia com alguns parceiros – como Brasil Te l e c o m , L o c a We b e N omer.com – para fortalecer a

aumento do volume de informações e a sofisticação dos meios de armazenamento de dados na Era Digital têm feito crescer também a demanda por novos serviços e evoluções de produtos como CDs, DVDs, cartões de memória e pen drives. Não basta mais apenas produzir informações, há que se ter cuidado em armazená-las com segurança, o que é mais importante ainda quando se pensa em dados estratégicos de uma empresa. É baseada nessa mudança de mercado que a TechCD, empresa brasileira aberta em 1999, tem procurado oferecer soluções diversificadas. Na área de serviços, por exemplo, faz a duplicação e a impressão de CDs, DVDs e das informações contidas em pen drives, assim como a conversão de fitas VHS em DVDs. "O cliente tem a possibilidade de fazer só a impressão, como está fazendo a Divulgação catarinense Weg para um d e t e r mi n a d o lote de CDs. Ou então o serviço de duplicação como a Microsoft, de quem recebemos uma matriz e estamos f a z e n d o c ópias", exemplifica Arnaldo Berger, um 2000oi: grava e imprime dos sócios da TechCD. Há também o recente caso de uma concessionária de veículos que aposta no conceito da personalização para presentear clientes e parceiros nas festas do final de ano. "Para esse serviço que ainda estamos orçando, a revenda receberá um "robô" da Rimage, que armazenará as fotos durante o evento e daí produzirá um CD com a logomarca

ação mercadológica. "O serviço de registro de domínios é uma oportunidade e um novo canal de receita em especial para empresas provedoras de serviços de internet como hospedagem ou acesso", continua Erica Saito. A distribuição de domínios .com e .net é realizada através de distribuidores autorizados previamente credenciados pela ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), órgão que regulamenta os registros de domínios na internet. A VeriSign oferece, por sua vez, acesso à base de domínios em tempo real por meio do sistema de registro compartilhado. Como resultado da campanha de marketing, a empresa credenciou recentemente a LocaWeb e a Nomer.com como distribuidores oficiais no País. "Um terceiro provedor, do Rio de Janeiro, está em vias de ser anunciado", avisa Erika Saito. São esses distribuidores locais que fazem a venda dos domínios aos usuários finais, isto é, à pessoa física ou jurídica que deseja abrir um site com as nomenclaturas .com ou .net. "Para 100% das pequenas e médias empresas, é vital trabalhar na internet, mesmo que seja inicialmente apenas para mostrar seu negócio. Mas nem todos possuem sites, embora demonstrem, como pudemos ver na Futurecom, interesse em ter um", explica a gerente

da VeriSign. A culpa nesse caso, prossegue a executiva, é a falta de informação sobre o tema. A VeriSign desenvolveu uma campanha publicitária direcionada justamente aos pequenos e médios empresários que estão expandindo seus negócios e criando web sites com o objetivo de ampliar o volume de usuários dos domínios .com e .net., e consequentemente, as vendas. Dessa iniciativa também faz parte o lançamento do Guia "Como ter o seu próprio site", com uma visão geral das etapas envolvidas e fatores a considerar no momento de planejar o seu web site e até sua estratégia on-line. Outra ferramenta criada foi o endereço e l e t r ô n i c o w w w. q u e r omeu.com, que oferece gratuitamente o novo guia para download. Para justificar a escolha de um domínio .com ou .net, Erica Saito diz que a visibilidade do site é maior do que um registro .com.br, cuja abertura também depende registro no CNPJ. "Muitas pessoas pensam que o domínio .com é mais complicado, não é para o brasileiro, o que não é verdade". De acordo com dados recentes fornecidos pela companhia, o Brasil tem atualmente cerca de 975 mil domínios registrados na internet, e deve chegar a 1 milhão agora em novembro. Desse total, estima a gerente da VeriSign, 85% são

Você nunca viu seus dados assim do cliente e com o nome de cada convidado da festa gravado na cópia que levará de presente", revela Arnaldo Berger, mostrando as inúmeras possibilidades de negócios que aparecem. O "robô" da empresa norteamericana Rimage, no caso, é um publicador e impressor de CDs que pode ser deslocado até o cliente como no caso do Hospital Albert Einstein, que utiliza em substituição aos filmes de raio-x. "A tendência da duplicação de CDs e DVDs é caminhar para o conceito on demand, criado pela IBM. Os publicadores da Rimage são equipamentos específicos para atender esta necessidade", ressalta Berger. Na área médica citada acima, por exemplo, o conceito de CDs on demand substitui as chapas de exames (caras e defasadas tecnologicamente) para algo no formato digital, que possa ser facilmente acompanhado por

médicos e pacientes, cuja unidade seja de baixo custo e alta confiabilidade. Os CDs on demand são gerados pelos robôs customizados e personalizados com os dados variáveis de cada paciente. Dentro dos CDs os publicadores da Rimage colocam automaticamente as imagens dos exames de cada pessoa e na parte externa (rótulo) a logomarca do hospital ou clínica, bem como a impressão dos dados de cada usuário (nome do paciente, data do exame, tipo de exame, nome do médico, número do exame, etc) sem correr o risco de gravar o exame de um paciente e imprimir os dados de outro. No Brasil, a TechCD é um dos dois representantes da Rimage. Não é só na área de serviços e de representação que a TechCD se sobressai, já que também comercializa uma série de itens como: acessórios como envelopes, caixas de acrílico, etiquetas, em-

de domínios .com.br, que abrangem também .gov.br e .org.br. Os outros 15% são formados por .com e .net. "No primeiro semestre deste ano, o domínio .com cresceu 21% no País, contra cerca de 9% do .com.br", informa Erica Saito, para mostrar como avança o mercado. Servidor na BrT –Na rota de crescimento no Brasil, a VeriSign estabeleceu em maio último uma parceria com a Brasil Telecom para instalação da sua primeira base de resolução regional de internet para domínios .com e .net no País. Traduzindo em miúdos, trata-se do primeiro servidor de domínios da empresa norte-americana instalado na estratégia de crescimento mundial que inclui também a China e a Austrália. Na prática, "o servidor permitirá que as solicitações de acesso dos usuários sejam atendidas mais rapidamente", diz Erica Saito A área de registros e dominíos .com e .net está ligada a um dos três braços da Veri Sign, do qual faz parte Serviços de Informação, desde abril de 2005 com atuação local. Antes dela, chegaram ao Brasil os setores de segurança digital (em parceria com a brasileira CertiSign) e de telecom, que adquiriu uma das empresas (clearing house) da Embratel e hoje atende as principais operadoras fixas e móveis de telecomunicações.

balagens para DVD´s; fornece inúmeras mídias de backup, DLT´s, fitas Dat, discos ópticos, fitas AIT´s, fitas Travan; e trabalha com mídias de áudio e vídeo como fitas mini-DV´s, minidiscs, fitas betacam analógicas e digitais, fitas DVCAM, fitas VHS e també do tipo S-VHS. Volume de dados – De acordo com Arnaldo Berger, a melhor maneira para organizar tantas informações depende basicamente do volume desses dados e do tamanho da empresa. Para pequenos volumes, podem ser utilizados CDs, DVDs e DVDs Dual Layer. Para médios volumes fitas de backup como: as fitas Dat/DDS, AITs e AITs turbos. Para grandes volumes podem ser utilizadas as fitas DLT´s, Super DLT´s, Super AIT´s entre outras. Dependendo dos volumes e das mídias escolhidas também se utiliza os Jukebox e os autoloaders, que gerenciam várias mídias através de um mecanismo robótico e de um software específico. O aumento da capacidade armazenada e da segurança das fitas continuam em alta no mercado, já que "a tendência é que o volume de informações gerado em todo o mundo dobre a cada ano", conta Arnaldo Berger. As novidades não param de surgir. "Atuais exemplos são, na linha óptica, a chegada do Blu-ray disc e do HD-DVD que vão, sem dúvida, ter as maiores atenções nos próximos dois anos nesse dinâmico setor", conclui ele. O site da TechCD é: w w w . t echcd.com.br Cyro Fiuza

Armazenamento de dados pode ser feito de muitas, muitas maneiras.

T100: tecnologia diferenciada


2

Vo I P Banda Larga Imagem na web Te l e v i s o r e s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

WEBCAMS SÃO UTILIZADAS EM VÍDEO CONFERÊNCIAS

Para quem está sempre viajando, é um meio de rever rostos conhecidos sem qualquer custo.

WEBCAM

Já virou item obrigatório Antes apenas um acessório, agora elas permitem criar mensagens com vídeo

Por Fábio Pelegrini om o aumento da popularidade dos comunicadores instantâneos e uma maior utilização de programas de videoc o n f e rê n c i a , a s w e b c a m s deixam de ser apenas um acessório e passam a ser item quase que obrigatório na hora de comprar um micro. Para aqueles que utilizam notebook e que estão sempre viajando essa necessidade é ainda maior, já que esse é um dos poucos meios de rever um rosto conhecido que está muito distante – muitas vezes sem custo algum. Seguindo a tendência de inovação tecnológica, essas maquininhas deixam de fazer somente a sua função básica e começam a aprimorar suas qualidades e funções. Muitas já registram imagens a 1.3 megapixel, resolução considerada aceitável para os casos de impressão em papel fotográfico, ou combinam reconhecimento de face e movimentos. Claro que isso respeitando a claridade que o ambiente deve ter e captura estáticas. Algumas, porém, têm em sua estrutura pequenas luzes que acendem automaticamente quando a luminosidade do ambiente não é suficiente para transmitir uma boa imagem. Outras buscam adaptar a imagem a quantidade de luz do local, diminuindo a resolução. A WebCam Live! Motion, da Creative, é um bom exemplo de

como anda a tecnologia das webcams. Nos testes efetuados pelo DC Informáticafoi a que mais se destacou e apresentou mais recursos, somando a melhor qualidade em suas imagens e funções. De fato, esse dispositivo pode ser considerado uma ferramenta perfeita para serviços de mensagens com vídeo pela internet e participação em videoconferências, já que a conectividade USB 2.0 de alta velocidade proporciona cores vivas e um vídeo suave. A sua tecnologia e concepção ótica permitem um campo de visão de 76º e ângulos de 200° na horizontal e 105° na vertical, o que proporcionam captura de fotografias (1.3 megapixel) e vídeos realistas e panorâmicos. A função de deslocamento do dispositivo é outro recurso que impressiona. A câmera se movimenta automaticamente, na posição horizontal e vertical, à procura do sujeito que está sendo filmado e à medida que ele se movimenta, graças a um motor interno e sensores avançados. Além do dispositivo, o pacote incluir vários softwares que melhoram a qualidade da foto ou atribuem novas funções a aparelho, como o edição de imagens PixAround, responsável por criar fotografias panorâmicas com um único clique, e aplicativos para videoconferência em banda larga e de segurança doméstica, com detecção de movimentos. O software de acesso remoto faz a para captu-

SEGURANÇA O mercado na América Latina gerou receita de US$ 35,5 milhões em 2005

ra remota de imagens em casa ou no escritório possam ser transferidas automaticamente para um website. Apesar da base ter um problema de fixação, a câmera pode ser utilizada em qualquer superfície, incluindo monitores LCD e telas de computadores portáteis. Preço médio: R$ 799. Já o modelo VX-6000, da Microsoft, faz vídeos em alta resolução, 1280 x 1024 pixels, e fotos de até 5.0 MP – interpolados, com zoom digital. O microfone embutido é de ótima qualidade e muito sensível. O software que acompanha a câmera faz uma integração muito boa com o MSN Menseger, possibilitando, inclusive, que o usuário acrescente desenhos a suas imagens de forma bem divertida. No dispositivo, o único ponto negativo também foi em relação ao clipe que faz a fixação da câmera nos notebooks. Notou-se que ela não prendia de forma eficiente em algumas telas de laptops. Preço médio: R$ 459. A Clone traz para esse mercado dois modelos que buscam atender perfis de clientes diferentes. O modelo de alta definição faz vídeo com 1.3 megapixel, tem clipe que permite fixação em notebooks, ajuste de inclinação e rotação, além de microfone embutido e um sensor de luminosidade, que aciona as lâmpadas de sua estrutura para uma melhorar a gravação. Além disso, o seu programa permite que os usuários possam definir cenários e aplicar efeitos

@ Ó RBITA

FAREJADOR A ferramenta extrai as matérias que contêm termos de uma lista de palavraschave cuidadosamente selecionadas, segundo critérios científicos. "Essas palavras-chave são agrupadas em cinco filtros: disciplinas, instituições, prática da ciência e palavras técnicas de humanas ou exatas. Esse último filtro inclui palavras do tipo nanotecnologia ou aftosa", diz Yurij Castelfranchi, do Labjor. Links: http://www.agencia. fapesp.br/ http://www.solis. coop.br/handler.php?modu le=sites&action= view&sec tion=5&sitesdbname=solis http://www.labjor.unicamp.br/

GORDINHO FAMOSO omeçou com uma brincadeira. Um gozador capturou a imagem do estudante chinês Xiao Pang, conhecido como "gordinho", e retocou-a, como o gato Doraemon, dos desenhos animados da China. Na web, é Jack Sparrow, de "Piratas do Caribe", o Super-Homem e Robert Langdon, do "O Código Da Vinci". Aqui, é Mona Lisa. Link: http://www.mop.com/

Dar win rojeto de John van Wyhe, do Christ's College, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, está levando para a web, em áudio e vídeo, a obra completa de Charles Darwin, incluindo "A Origem as Espécies" e manuscritos nunca antes divulgados. "Vamos publicar cerca de 50.000 páginas de texto e 40.000 imagens de fontes originais", disse Van Wyhel. Por enquanto, o site, com acesso gratuito, abriga 50% do acervo existente sobre Darwin. O projeto deve ser concluído em 2009, ano do seu bicentenário de nascimento. Link: http://darwin-online.org.uk/

BLOGS FEMININOS

empresa de capital de risco Sequoia, que apostou no sucesso do Google, Yahoo e injetou dinheiro no site de vídeos YouTube, está agora de olho em um projeto chamado Sugar Publishing. Trata-se de uma rede de blogs para o público feminino lançada pelo casal norte-americano Brian e Lisa Sugar. O SugarPublishing tem vários segmentos, como o PopSugar (celebridades) e o TeamSugar (contatos online). Fontes garantem que a Sequoia já

engordou a conta bancária do SugarPublishing – com três milhões de participantes – em US$ 5 milhões. A intenção é alavancar o crescimento para vendê-lo. A edição de setembro último, da revista Business 2.0, traz reportagem especial sob o título "Blogging for Dollars". Links: http://sequoiacap.com/; http://sugarpublishing.com /blog/; http://money.cnn. com/magazines /business2/ business2_archive/ 2006/09/ 01/8384325/index.htm? postversion=2006090812

INVISÍVEL invisibilidade está a caminho. Pesquisadores do Imperial College of London, na Inglaterra, e da Universidade Duke, nos EUA, desenvolveram um cilindro de cobre e fibra de vidro que, por meio de ondas magnéticas, torna objetos invisíveis a radares. O físico John Pendry, coordenador do projeto, explica que a engenhoca difere do sistema de certos modelos de aviões usados, por exemplo, na

Somos 21 milhões de internautas número de pessoas com acesso à Internet em suas casas no Brasil mais que dobrou desde 2000, passando de 9,8 milhões para 21 milhões, anunciou na sexta-feira a empresa de pesquisa Ibope//NetRatings.

Os internautas que acessam a Web pelo menos uma vez por mês (usuários ativos) a partir de suas residências aumentaram ainda mais no período, em 168%, passando de 5,1 milhões em setembro de 2000 para 13,6 milhões até

rotação). Preço sugerido: R$ 83. A Leadership promete mudar o conceito de webcam – pelo menos em relação a design. Além de trazer recursos tecnológicos no seu lançamento exclusivo no Brasil, a Web Cam Profissional Gotec resolveu seguir a tendência do branco da plataforma da Apple, já que seu dispositivo também é compatível para Mac. Aliás, a sua webcam parecer mais ser uma mistura de câmera, hub USB e central multimídia, já que tem uma base que conta com duas saídas USB, uma câmera ligada a um cabo flexível e entradas de microfone e fone de ouvido. Além da beleza externa, a qualidade da imagem também é outro destaque, já que captura imagens com até 30 quadros por segundo e fotos de até 1.3 megapixels. O único inconveniente é que se trata de uma base tipo dockstation com hub USB que precisa ser ligada à energia elétrica. O preço ainda não foi divulgado.

PREVISÃO A Frost & Sullivan estima que superará os US$ 272 milhões até 2011

Por João Magalhães

nome é Science Authomatic Press Observer (Sapo). É um sistema desenvolvido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade de Campinas (Unicamp), capaz de farejar notícias de ciência e tecnologia na grande mídia. O Sapo, que contou com a participação da Cooperativa de Soluções Livres (Solis), em Lajeado, nodo Rio Grande do Sul, e teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi projetado para garimpar o conteúdo online da Folha, Estadão, Jornal do Brasil e O Globo.

radicais. O único problema apresentado está relacionado aos pluges USB e de microfone. Os conectores ficam grudados até quase a entrada, o que impossibilita ligar os dois longe um do outro ao mesmo tempo, ou seja, se a porta USB do notebook estiver longe da entrada de microfone o usuário terá de optar por usar um microfone externo. Preço médio: R$190. Já o modelo mais simples da Clone tem microfone e fone de ouvido externos, o que facilita ainda mais a comunicação via internet. Dá também a possibilidade de participar de conferências via web, ensino a distância e mandar vídeo-mensagens para os amigos. A resolução não é a melhor do mercado, 350k pixels, mas também não é a pior e a relação custo/benefício é bem atraente. A câmera tem ainda um botão que tira fotos instantâneas (Snap Shot) e um clipe para fixação em notebooks (para fazer ajustes de inclinação e

o mês passado. Em setembro, houve alta de 14% na base de usuários residenciais ativos frente ao mesmo mês de 2005. O tempo de navegação em setembro, de 20 horas e 27 minutos, foi 27 minutos superior ao de agosto, e duas

horas e 57 minutos acima do mesmo período de 2005. O Brasil continua na liderança no tempo de uso da Internet. O Ibope NetRatings é uma joint venture entre o instituto Ibope e a Nielsen//NetRatings.

Guerra do Iraque. "Isso acontece porque os espectros dessas aeronaves são muito finos, o que impede que os radares as detectem", ele explica. A próxima etapa de Pendry e sua equipe é criar um dispositivo que desvie a luz de certos objetos, tornando-os invisíveis ao olho humano – algo como a capa mágica de Harry Potter. Link: http://hightechmagazine. com/ManageArticle.asp? C=200&A=9364

GUINESS á está à venda online a edição 2007 do Guinness Book (O Livro dos Recordes) considerado a bíblia das façanhas humanas mais espetaculares. Lançado no Brasil pela Ediouro, o livro tem mais de 250 páginas coloridas e ilustradas com cerca de 5.000 recordes inéditos. A nova edição traz diversos recordes brasileiros, como a "Maior palavra-cruzada direta do mundo" e o "Maior tempo surfando ininterruptamente uma onda de pororoca". A versão online do Guinness Book permite a busca dos recordes mais inusitados e impressionantes, divididos por categorias. (www.ediouro.com.br)


10

Aplicativo Ar mazenamento Fotografia Lançamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de outubro de 2006

DIFERENÇAS DE RESULTADO: PEQUENAS, MAS EXISTEM.

A M8 conta com corpo leve de metal composto de liga de magnésio, couro sintético e placa de crômio

Ana Maria Guariglia

Uma câmera clássica, que agora virou digital. A Leica M8 conta com resolução máxima de 10,3 MP e sensor de captura CCD, da Kodak. Custará US$ 4.800.

Monitor da M8 mostra as fotos

Ana Maria Guariglia grande atrativo da digital Leica M8 é o sistema telemétrico – rangefinder – usado nas suas câmeras pioneiras dos anos 20 e nas famosas irmãs M dos anos 50 para filmes de formato 35 mm (leia matéria nesta página). O sistema conquistou a preferência dos fotógrafos profissionais e de artistas que alegavam maior mais precisão e qualidade em relação ao sistema reflex – que fotografa usando espelhos que abre e fecha para permitir a passagem de luz. Com o conjunto telemétrico, é possível ver o momento exato da obturação, uma vez que não é cortada pelo movimento do espelho como na reflex, que fecha por milésimos de segundos o obturador – dispositivo que regula a duração da exposição. Os amantes da Leica dizem que esse instante de escuridão intercepta ou interrompe a visualização do movimento da cena. Explicam que a câmera não vibra durante a obturação porque não há movimento dos espelhos e das engrenagens internas. Com essas qualidades, o usuário pode tirar fotos com

Falcão: luz mais intensa

aberturas entre 1/4 seg e 1/15 seg, situações em que equipamentos reflex tradicionais e digitais tropeçam, daí a necessidade do recurso antivibratório. Como o telêmetro tem precisão de focalização, nem a câmera nem as objetivas possuem focalização automática. São precisas e por isso caríssimas, montadas e testadas manualmente. E se diferenciam das 35 mm tradicionais: a objetiva 28 mm, normalmente é grande angular, mas na Leica tem o enquadramento de objetiva 35 mm, e a 21 mm equivale a 28 mm. A M8 tem resolução máxima de 10,3 MP (3.916 X 2.634 pixels) no formato RAW, considerado negativo digital, e o sensor CCD de captura leva a marca Kodak. Ela dispensa botões de multifunção e menus com outros menus e sub menus. Os ajustes são essenciais e aparecem no monitor de cristal líquido de 2,5 pol e no visor óptico. O monitor mostra as fotos. Para a operação, os engenheiros da Leica colocaram um microprocessador que controla os ajustes das lâminas da abertura e da velocidade. O corpo é leve, de metal com liga de magnésio, couro sintético e placas de crômio. Tem resoluções opcionais de 6, 3 e 2 MP, gravando as ima-

Cantor: detalhe no piscar dos olhos

gens em RAW e JPEG em cartões SD (SecureDigital). Helmut Rüsstinger, um dos técnicos da empresa alemã, informou que todas objetivas da série M podem ser usadas na M8, incluindo a zoom 21/90 mm. O funcionamento é manual e com prioridade de abertura, sensibilidade ISO de 160, 320, 640, 1.250 e 2.500. Não possui memória interna nem flash embutido, tendo sapata para acoplar flash externo com sincronismo em 1/250 seg, velocidades variáveis de 4 seg a 1/8.000 seg e abertura B para tempo indeterminado. É possível ajustar a qualidade das imagens com variantes de saturação, cor e contraste. Faz duas imagens consecutivas por segundo. Possui disparador automático para o fotógrafo sair na foto. Ao olhar as fotos tiradas pela M8, parece que não há diferenças entre elas e as das câmeras reflex e compactas digitais. Porém, como disse Rüsstinger, "nas comparações entre imagens, as diferenças são quase imperceptíveis". Os diferenciais estão nos detalhes e na total absorvência da luz para delinear as formas dos objetos. É possível não perceber as diferenças. Por essa razão, fotografamos os

Os traços do artista são bem destacados

mesmos assuntos, usando também uma reflex digital. Cores e contrastes – Nas fotos publicadas, você observa que a câmera da Leica tem maior foco luminoso e as cores e os contrastes são mais intensos. Na do cantor em uma rua na cidade de Colônia (Alemanha), com exposição de 1/250 seg, a M8 registrou o momento em que ele piscou. Uma cena que Rüstinger considerou ser normal para essa câmera. A M8 pesa 55 g, tem bateria de lítio e estará disponível a partir do próximo mês, custando US$ 4.800 (só o corpo). Para saber mais: www.leica.com

Uma pequena jóia do tempo da foto analógica

M3: para bater a próxima foto era preciso puxar duas vezes o mecanismo de transporte do filme.

o momento em que a foto analógica (tradicional) está sendo posta em cheque devido à participação cada vez maior das tecnologias digitais, a Leica resolveu apresentar ao mercado uma digital telemétrica exatamente igual a dos modelos M, lançados há 52 anos. O técnico Helmut Hüstinger explicou ao Diário do Comércio que o retorno desse sistema, sempre preferido pelos monstros sagrados da fotografia documental, está de certa forma atendendo aos

fieis fãs da marca. "Muitos consideram essas câmeras e suas caríssimas objetivas verdadeiras jóias por apresentarem qualidade de construção e resultados surpreendentes. A M8 não só é parecida com as câmeras da série M como também utiliza seus benefícios analógicos". Só para se ter uma idéia, a objetiva de 50 mm com f/2 de abertura custa US$ 1.200. Durante décadas, fotógrafos como Henri Cartier-Bresson (1908-2003) e Robert Capa (1913-1954) ficaram famosos por suas magníficas fotos. Todos tinham suas peculiaridades e diferenças na questão da expressão, mas a maioria possuía uma característica em comum: fotografavam com uma Leica telemétrica. O historia-

dor Peter Pollack (1909-1978) conta em um de seus livros que seria quase impossível para Bresson formular a teoria do "momentos decisivos" (formulada em 1952: http://photog r a p h y. a b o u t . c o m / l i b r ar y / we e k l y / a a0 8 2 3 9 9 a .h t m ) se não existisse o sistema telemétrico da Leica. Esse processo engenhoso não permite que o fotógrafo perca o contato visual com o objeto fotografado. Ao passo que, ao disparar a reflex, o visor sofre um lapso momentâneo de cegueira absoluta para que o espelho seja deslocado para cima a fim de liberar a passagem de luz. A linha M foi introduzida pela câmera M3 em 1954, com velocidades de 1, 1/2, 4, 8, 15, 30, 60, 125, 250, 500 e 1.000 e, para a próxima foto, era neces-

sário puxar duas vezes o mecanismo de transporte do filme. A focalização era realizada bastando selecionar aberturas generosas do diafragma, f/8 ou f/11, e tudo entrava em foco a partir de 60 cm ao infinito. A M3 foi comercializada até 1968 e teve outros modelos, M2, M4 e M7, que seguiam a mesma estrutura técnica da M3, sempre com modo manual, sincronismo de flash em 1/50 seg e velocidades ISO de 4 a 300. Embora existam alguns equipamentos com sistema telemétrico das marcas Contax e Voïgtlander, ainda hoje há uma verdadeira aura em torno das câmeras M, símbolos absolutos de qualidade mecânica e óptica. Elas podem ser encontradas e custam em média US$ 2 mil. (AMG)

A linha M foi introduzida pela M3 em 1954 e comercializada até 1968. Houve outros modelos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

terça-feira, 24 de outubro de 2006

A Itália é o berço da máfia Vladimir Putin, presidente da Rússia, frase considerada gafe

Violência na Hungria em manifestação anti-governo

Laszlo Balogh/Reuters

Internacional

Milhares de pessoas saíram às ruas durante as comemorações do 50º aniversário do início do levante contra o domínio soviético. Húngaros pedem a renúncia do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany.

A

dos no Parlamento, obteve um voto de confiança para levar adiante suas duras políticas econômicas. Durante a campanha, Gyurcsany prometeu reduzir os impostos, mas depois de tomar o poder impôs uma série de aumentos de impostos e cortes nos benefícios para conter o déficit orçamentário, que atingiu 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) húngaro, neste ano. Apesar dos protestos, as cerimônias foram realizadas conforme o programado. A bandeira nacional foi hasteada diante do Parlamento e os convidados de honra colocaram flores no monumento dedicado ao levante. Depois, as autoridades húngaras e os convidados de 53 delegações estrangeiras (com 20 chefes de Estado de países europeus) entraram no Parlamento para a adoção solene da "Declaração da Liberdade, 1956". Levante – Os protestos estudantis de 1956 tiveram início na tarde de 23 de outubro, e, ao cair da noite, transformou-se em um levante armado. Perto de 2.800 húngaros e 700 soldados soviéticos foram mortos em uma ofensiva do Exército Vermelho lançada em 4 de novembro de 1956. Depois da derrota militar, os revoltosos mantiveram greves e protestos que duraram semanas, até que, em janeiro de 1957, uma repressão soviética colocou um fim ao levante. Os comunistas se mantiveram no poder na Hungria até 1989. Com 10 milhões de habitantes, a Hungria é marcada pela divisão política. As eleições são decididas por poucas dezenas de milhares de votos. "Estou aqui porque temos de combater este governo", disse Laszlo Toth, de 76 anos, que participou do ato público na praça Korvin. (Agências)

Polícia usa gás lacrimogênio para conter os milhares de manifestantes que tomaram conta das ruas de Budapeste, em protesto contra o governo Pawel Kopczynski/Reuters

Karoly Arvai/Reuters

Policial empurra manifestante para fora do tanque durante tumulto

Manifestantes dirigem veículo militar durante a confusão nas ruas

Iraque precisa que força de coalizão fique

para isso a presença das tropas lideradas pelos Estados Unidos é "crucial". Saleh, entretanto, não forneceu detalhes sobre o controle das províncias. Reação – As declarações de Saleh geraram reações quase imediatas entre as autoridades americanas e britânicas. Em Washington, Dan Bartlett, um alto conselheiro da Casa Branca, negou que o EUA estejam dando ultimatos para o governo iraquiano. "Utilizamos apenas uma série de parâmetros para medir os progressos dos iraquianos", disse. O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, também negou que os EUA estejam ameaçando com a retirada de tropas do Iraque. "Ainda há uma extensa lista de coisas a fazer antes que o Iraque possa se defender sozinho", completou.

Primeiro-ministro defende permanência dos EUA

O

vice-primeiro-ministro iraquiano, Barham Saleh, pediu ontem, em Londres, que as forças de coalizão não abandonem o Iraque agora e que superem o "pessimismo" e o "derrotismo" em relação ao futuro do país. "Sei que o compromisso da comunidade internacional não era indefinido, mas creio

que bater em retirada agora não é uma boa idéia", disse Saleh à imprensa britânica, logo após reunião com o primeiroministro, Tony Blair, para tratar da situação no Iraque. Saleh também revelou que, até o fim do ano, "sete ou oito das 18 províncias do país estarão sob total controle iraquiano". Acrescentou, porém, que

Jeon Young-Han/AFP

polícia húngara disparou, ontem, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra milhares de manifestantes que protestavam contra o governo do primeiro-ministro socialista Ferenc Gyurcsany durante as comemorações pelo 50º aniversário do início do levante contra o domínio soviético. Os policiais também usaram canhões que lançavam jatos de água colorida contra os manifestantes, que, por sua vez, atiravam pedras contra o pelotão. O serviço de ambulância informou que ao menos 27 pessoas ficaram feridas, mas nenhuma com gravidade. Um policial foi esfaqueado na mão. Enquanto a polícia tentava dispersar uma multidão, a maioria manifestantes de extrema-direita, e impedir que se aproximassem da praça diante do Parlamento, manifestantes tomaram um tanque T-34 da época soviética - que estava em exibição por causa das comemorações - e o dirigiram contra as forças policiais. A polícia lançou bombas de gás e fez o tanque parar. Pelo menos um homem foi retirado de dentro do tanque. Segundo estimativas da agência de notícias estatal MTI, pelo menos 100 mil pessoas participaram das diversas manifestações realizadas ontem, algumas contra o governo e outras para lembrar a revolta de 1956. Renúncia – Há cerca de um mês manifestantes têm tomado as ruas de Budapeste pedindo a renúncia do primeiro-ministro após o vazamento de uma gravação na qual ele admitia que tinha mentido sobre a situação da economia para vencer as eleições de abril. Gyurcsany desafiou os pedidos por sua renúncia e, apoiado pelos socialistas e seus alia-

BOA SAÚDE O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que Fidel Castro "goza de boa saúde"

No Iraque, os sunitas comemoraram, ontem, a festa de Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã. Mas em Bagdá muitos deles não participaram das celebrações públicas por medo de ataques com carros-bomba ou grupos de extermínio xiitas. Segundo o jornal inglês The Guardian, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deve pressionar o governo iraquiano para tentar demonstrar que as forças de segurança locais estão prontas e aptas a suceder as tropas inglesas nas províncias do sul do Iraque em no máximo um ano. Segundo Barham Saleh, as autoridades de Bagdá fazem todo o possível para que as forças de segurança iraquianas sejam capazes de garantir diretamente a segurança no país. (Agências)

Ó RBITA

CENTRÍFUGAS

CAUTELA El Baradei, Nobel da Paz em 2005, pede cautela com as sanções à Coréia do Norte e ao Irã

FURACÃO

Irã dobrou o número de furacão Paul ganhou O O centrífugas para força, ontem, no oceano enriquecimento de urânio em Pacífico e ruma em direção a

NÃO AO LIVRE COMÉRCIO – Agricultores protestaram ontem contra a retomada das negociações sobre o Tratado de Livre Comércio entre a Coréia do Sul e os Estados Unidos. Os dois países se reuniram na ilha de Jeju. para fugir da polícia, os manifestantes entraram no mar.

sua usina de Natanz, na região central do país, apesar das possíveis sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No início do mês, o país lançou uma série com 164 centrífugas, de acordo com diplomatas próximos à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que pediram anonimato. Não houve confirmação oficial da AIEA até o início da noite de ontem. Em abril, o Irã já havia usado uma primeira série com 164 centrífugas para produzir pequena quantidade de urânio pouco enriquecido. (AE)

um balneário da península mexicana da Baixa Califórnia e para importantes áreas agrícolas do país, que ainda não se recuperaram do mau tempo de setembro. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos previu que o furacão, que estava na categoria 2 (da escala que vai até 5) poderia chegar à 3 ainda ontem, sendo capaz de derrubar árvores. O Paul tem ventos de quase 165 quilômetros por hora e seu centro está a 710 quilômetros ao sul de Cabo San Lucas, uma das duas cidades que formam o luxuoso balneário de Los Cabos, frequentado por turistas dos EUA. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

RESENHA

NACIONAL

PRIMEIRO, OS MEUS!

A

G A classe média

pensa em estatal como uma empresa em que não há demissões. A classe média é pragmática. algumas vezes. A venda das estatais não só aliviou as pressões sobre o Tesouro, mas aportou os recursos oriundos da venda. Inicialmente, boa parte da compra era efetuada com títulos da dívida externa que, cotados então a 30% do valor de face, resultaram em uma queda do endividamento externo e, especialmente, em redução dos juros que, naturalmente, eram pagos sobre o valor de face da dívida. Teria sido ótimo se todas as estatais tivessem sido assim vendidas. Teríamos pago tudo por um terço do valor.

laro que empresas de consultoria, absolutamente desnecessárias, foram premiadas regiamente e, especialmente no caso da privatização do Banespa, renderam aos avaliadores algumas centenas de milhões de dólares. Para que se tenha uma idéia, uma das empresas avaliadoras, o Banco Fator, ganhou uma percentagem entre o avaliado e o valor pago pelo banco espanhol vencedor do leilão. O intermediário, o banco, ganhou 5% da diferença entre o avaliado e o orçado. Mais de US$ 5 bilhões. Apesar de tudo, o comprador fez um ótimo negócio. Esse era o procedimento padrão, o que não invalida a importância da privatização.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

C

gora, no final da presidential race, somos surpreendidos com a mudança de votos da classe média em função de uma ótica privatista que teria o candidato tucano. Que, aliás, é bom frisar-se, nunca se assumiu como tal. Que medo tem a classe média da privatização, quando todos os casos em que isto ocorreu o serviço melhorou e não houve necessidade de aporte aos cofres públicos, ou seja, de mais impostos? Penso que a classe média pensa em estatal como uma empresa em que não há demissões, os salários e os benefícios são altos, as greves às vezes injustificáveis são inimputáveis e os fundos de aposentadoria atualizados, mesmo que a sua gestão seja fraudulenta. A classe média é pragmática. Primeiro, os meus!

A

ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO

INSTITUTO LIBERAL

B anespa: só o comprador fez um ótimo negócio

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

DEBATES DE Céllus

privatização de estatais no Brasil, iniciada no governo Itamar, com a venda da Companhia Siderúrgica Nacional, marcou o início de uma era. Até então, os gigantescos prejuízos criados pelas mesmas era suportado pelo Tesouro Nacional, diretamente, e por nós, cidadãos, sob a forma de pagamento de mais impostos. Creio que o último grande buraco da siderurgia nacional precisou de uma ajuda de US$ 13 bilhões para a Siderbrás, a holding do sistema de aço. O Banco do Brasil, igualmente, foi socorrido por nossos impostos

O terceiro debate BENEDICTO FERRI DE BARROS

D

o segundo debate, não há o que falar. Pelo formato adotado pela produção do programa, a grande figura foi sua coordenadora, Ana Paula Padrão, impecável na sua atuação. Os candidatos foram metidos em camisas-de-força e o resultado foi um enlatado contendo água de melissa. No terceiro, os candidatos voltaram a reassumir sua personalidade e seu estilo. Alckmin, como não poderia deixar de fazer, voltou a enfocar o problema da corrupção e do mau desempenho econômico. Lula saiu de banda, sacudindo os ombros e divergindo para a ironia. Está seguro pelos números apresentados pelas pesquisas, de que não tem satisfações a dar ao seu concorrente. E se defende das acusações debitando-as aos que chama de aloprados e burros do seu partido. Alega que sob seu governo a polícia investiga e nada é escondido em baixo do tapete. Que a polícia investigue não é porque ele exija isso dela. É mero resultado de uma característica essencial de seu comportamento, que foi omitir-se em tudo e deixar as providências por conta dos seus bate-paus. E pode ficar tranqüilo. Porque a polícia só investiga nos limites permitidos pelo criminalista a que está subordinada, e este só não se mexe depois de esgotar todos os recursos para proteger o patrão e seu partido. De tal modo, como já foi informado ao público e assegurado pela polícia, aspectos do escândalo Vedoin que eventualmente poderiam envolver Lula e reduzir suas perspectivas eleitorais, furando novamente as pesquisas, ficarão para depois da eleição. No mandato de Lula os tapetes foram substituídos pelos subterrâneos. Não surgiram novidades de monta nesse novo confronto. A temática e as propostas perma-

necem as mesmas. Os problemas do País são os mesmos, os programas propostos variam em detalhes. A grande diferença está na qualidade, estilo e credibilidade merecida pelos candidatos. E nisso os candidatos não mudaram. São diferentes. Uma diferença que vai do vinho para a água de barrela. Alckmin conservou sua seriedade e congruência, seu conhecimento dos fatos e dos números. Lula repetiu seu falar entre-dentes e os movimentos autômatos dos olhos, cabeça, braços e dedos, para fortalecer com gesticulação o que diz. E diz o que lhe vem à cabeça por grossa que seja a mentira ou asneira. Continuou a estimular a idéia falsa e nociva de uma divisão e desafeto entre nordestinos e paulistas, a apresentar erros e fracassos como vitórias ("nunca antes na história..., mais do que eu..."). As dívidas de São Paulo, a suficiência petrolífera, os êxitos da política externa - vide Morales. Resposta: "Esta é a primeira vez que o Brasil tem uma política externa altiva." (Ai do Barão do Rio Branco!)

M

as sua retórica não se limita a inchaços superlativos. Há também a insídia que o leva a afirmar que Alckmin privatizaria grandes estatais, porque vai privatizar seu próprio avião. O reforço dessa lógica é assegurado por uma abobrinha: o Aerolula não é dele, é da Presidência. E por aí vai. É enjoativo. Dá para não assistir. Mesmo porque, no horário em que na maioria são feitos e no formato que possuem não é de crer que salvo um pequeno diferencial (que não obstante pode ser decisivo) esses debates, tal como as pesquisas, possam ter maior relevância quanto aos resultados das urnas.

O s candidatos não mudaram. A diferença vai do vinho para a água de barrela

Reformas sem equívocos ANTONIO MARANGON

E

starei equivocado? O povo está equivocado? O que está acontecendo no País? Contrariamente a tudo o que é lógico, aceitável e de bom senso, assistimos a cada dia as pesquisas de intenção de votos coroando um candidato comprometido com escândalos, falcatruas e desmandos com o dinheiro público. Ficamos estupefatos ao ver que o povo sinaliza que deseja a continuidade de um governo inerte, que em nada contribuiu com este País, que não incentivou a produção industrial, nem agrícola, que descuidou do setor produtivo, aumentando impostos, que não desenvolveu a educação, a saúde pública, que inibiu e maquiou recursos que deveriam ser destinados à segurança pública, que não defendeu os interesses do País em âmbito nacional e nem internacional. Todos os seus méritos, explorados à exaustão, se resumem ao programa Bolsa-Família, a famigerada esmola estatal que está produzindo subcidadão, subservientes na hora do voto, cujo futuro está subjulgado à miséria, perpetuando o ato de estender a mão. Como bem diz Jackson Inácio da Silva, irmão do candidato-mandatário,“O Bolsa-Família é uma vergonha para qualquer governo. O povo não quer esmola, quer trabalho, casa para viver, escova de dentes. Não apenas arroz e feijão”. A comodidade de receber a minguada ajuda inibi a força, a inteligência e a capacidade do povo lutar, se desenvolver, buscar melhores condições de vida atual e para as gerações futuras. Em Manaquiri (AM), cidade com 25 mil moradores, onde quase a metade dos habitantes é beneficiada pelo Bolsa-Família, o candidato recebeu, no primeiro turno, 93,37% dos votos válidos. Lamentavelmente é a miséria que vai perpetuar o atual governo por mais quatro anos, enquanto o Brasil está estagnado, pasmo, inundado em um mar de escândalos mal explicados, mal resolvidos, assistindo ao mundo crescer, se desenvolver, agigantar-se e nos engolir. A produção mundial está aumentando 4,8% ao ano; a

América Latina, em um desempenho raramente visto, está crescendo à média de 4,2%. Enquanto a economia brasileira patina na casa dos 2,3%. E, o que é pior, se reeleito, o atual governo não nos acena com possibilidades de melhorias. Não existe plano de governo, não existem metas, não existem objetivos, senão o de permanecer no poder. Nenhum programa, nenhuma idéia concreta que nos leve a crer em dias melhores. Apenas balelas, discursos vazios, promessas populistas e escorregões na verdade dos fatos, além de críticas aos seus oponentes, muitas delas infundadas, fabricadas nas alcovas das ambições políticas, como as feitas às privatizações. Ora, se as privatizações nas áreas de energia e telefonia não tivessem sido realizadas hoje estaríamos na Idade da Pedra. O telefone continuaria sendo artigo de luxo, as mastodônticas estatais continuariam inchadas, improdutivas e sendo um peso a mais aos contribuintes que, sobrecarregados de impostos, já trabalham cada vez mais para tirar a parte do Leão e garantir o ganho mínimo.

É

imperioso que o povo abra os olhos para a realidade, que se livre dos mitos, que rompa a barreira da desinformação e que busque enxergar o futuro – quando o País corre sérios riscos de ficar à margem da história econômica mundial, com reflexos diretos na vida de todos os cidadãos, inclusive dos que recebem a esmola palaciana. O Brasil tem condições naturais e capacidades técnicas e humanas para ir muito além do tímido patamar em que se encontra. É preciso escolher um governante que tenha programas, propostas reais de mudanças, que tenha postura, credibilidade e moral para lutar pelos interesses do País e de seus cidadãos no âmbito interno e no plano internacional. Esta é a hora e a vez de sairmos desse estado de hibernação. O país precisa de reformas, não de equívocos! ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

N ão existe plano de governo, não existem objetivos senão ficar no poder

CANDIDATOS e bem me lembro, o primeiro debate de rádio, antes da televisão, foi organizado e realizado pela iniciativa do saudoso Padre Sabóia de Medeiros. Despertou o interesse dos eleitores da época e projetou os candidatos no espírito do eleitorado. Depois, já com a televisão, vieram as pesquisas com os debates e ao cabo de várias realizações acabaram se vulgarizando. Não posso dizer que foi diferente o último debate para promoção dos candidatos à Presidência da República, realizado pela Rede Record, emissora de grande audiência e muito bem organizada. Na minha opinião, seria mais interessante um pool de emissoras, que fariam a apresentação dos candidatos e lhes dariam a palavra para se defenderem de programas anteriormente preparados por especialistas. O debate televisivo já não desperta mesmo a atenção que os antigos candidatos obtinham quando compareciam perante o público interessado em campanhas. Sou de opinião que se deveria mudar, para o interesse do maior número de eleitores, que se deixam conquistar pela palavra e pelas idéias dos candidatos.

S

G O debate foi

morno, que é a temperatura abominada pelo Apocalipse. Os eleitores que iam votar em Lula ou em Alckmin vão fazê-lo, tivessem ou não assistido ao debate. debate realizado no dia 23 último foi morno, que é a temperatura abominada pelo Apocalipse e, quer me parecer também, por grande número dos eleitores. Como acentuaram todos os jornais que deram notícia dos debates, não valeu a pena selecionar uma emissora para a propaganda dos candidatos à Presidência da República, embora eles se julguem contemplados com a presença de milhões de telespectadores, o que consideram uma ilusão. Concluindo, direi que se perdeu uma boa oportunidade de aproveitar o tempo da televisão, o que a meu ver não se deu totalmente. Os eleitores que iam votar em Lula ou em Alckmin vão fazê-lo, tivessem ou não assistido ao debate.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Política

COLIGAÇÕES: JÁ FORAM 137 EMBATES NO TSE.

O

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem um balanço detalhado da disputa entre as coligações dos candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Ambas já protocolaram 137 ações desde o início do horário gratuito no rádio e TV. As ações movidas até ontem pelas coligações "Por um Brasil Decente" (PSDBPFL) e "A Força do Povo" (PTPRB-PCdoB) representam quase a metade das 307 referentes à propaganda eleitoral que foram protocoladas no TSE desde 15 de agosto último. Quem? – A coligação de Alckmin entrou com 76 ações contra a coalizão governista no TSE, somando 1º e 2º turnos, e os aliados do presidente-candidato à reeleição contestaram seus rivais em 61 oportunidades desde então. Dessas 137 ações, segundo o TSE, 95 foram protocoladas no 1º turno e 42, no 2º. Há Lula perdeu 48 pedidos 25 minutos de direito de resposta, 59 e 45 Quer dar um soco na cara de um dos presidenciáveis? Visite o site do jornal. pedidos de segundos. perda de ciência compro- ao Palácio do Planalto. E o candidatos, sem sujar as Alckmin só 2 tempo por invasão de va: o ser humano, que pensar dos brasileiros mãos ou correr o risco de ser minutos e 30 horário, seis quando em dis- obrigados a suportar essa fichado pela polícia: uma lusegundos. requerimentos puta ou em sen- disputa enquanto o País pára ta contra Luiz Inácio Lula da de abertura sação de desvantagem, pas- à espera das eleições? Silva ou Geraldo Alckmin, a de investigação judicial e 24 sa a ser regido por uma suSe o comportamento dos escolher. ações referentes a pedidos cessão de substâncias quími- candidatos tem mexido com A simulação virtual dá o variados. c a s q u e d e s p e r t a m o s os seus nervos, o Diário do Co- direito de encher o rosto deA maior parte das sentimentos mais primiti- mércio preparou uma surpre- les de bofetedas até a exausrepresentações ajuizadas vos. É o caso dos candidatos s a . O w e b s i t e d o j o r n a l , tão. Mas todo cuidado é poudesde o início da propaganda à Presidência da República www.dcom ercio .com. br, co: como bons políticos, ameleitoral veio no 1º turno: que em sua campanha têm se oferece uma forma elegante e bos sabem bem desviar dos foram 56 da coligação de valido de toda a sorte de de- moderna para extravasar o golpes e atacar quando meAlckmin, contra 39 da de núncias e ataques na corrida ímpeto de raiva contra os nos se imagina. (TN) Lula. No 2º turno, foram 20 Flávio Neves / AE ações movidas pelos tucanos contra 22 dos petistas. Dos pedidos de direito de resposta, Lula ganhou contra Alckmin em uma representação, também movida contra a rádio CBN. O tucano não ganhou nenhuma ação desse tipo frente ao petista. No 2º turno, o tucano conseguiu seu primeiro direito de resposta, mas perdeu três para o rival. Nas invasões de horário, que não incluem processos de coligações estaduais contra coligações nacionais, segundo o TSE, a ampla vantagem foi de Alckmin. No 1º turno, Lula perdeu 25 minutos e 45 segundos. Alckmin só perdeu 2 minutos e 30 segundos. Após o reinício da propaganda eleitoral, o petista perdeu ainda 41 segundos. (Reuters) José Dirceu e Lorenzetti, ontem, durante palestra na Federação dos Trabalhadores do Comércio, em SC.

ESCOLHA... E ESMURRE!

A

CHINAGLIA NÃO ESCONDE EXCESSO DE CONFIANÇA

O

líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), previu ontem a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar o último debate entre os candidatos. "Sem arrogância, caminhamos, felizmente, para uma vitória do presidente Lula." Na avaliação dele, Alckmin tentou "galgar posições, mas não conseguiu, e nada indica que vá conseguir." Chinaglia disse que foi o atual governo que deu início à investigação do esquema de venda superfaturada de ambulâncias para as prefeituras (máfia das sanguessugas): "A diferença é que um fala que tem de fazer e o outro, o que fez." (AE)

3

DIRCEU: 'FOI TIRO NO PÉ' Ex-ministro diz que Alckmin não deveria falar sobre Nordeste com Lula no debate

O

ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou ontem em seu blog que o candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, "deu um tiro no pé" no debate de anteontem da Rede Record ao dizer que o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, diminuiu os investimentos na Região Nordeste. Segundo Dirceu, esse foi um dos melhores momentos do debate, pois Lula retrucou: "Não faça injustiça, eu não fiz tudo que pude fazer, mas não fale do Nordeste. É importante você saber que o nordestino se identifica comigo, é questão sanguínea." Ainda nas considerações so-

bre esse trecho do debate, José Dirceu ironizou as críticas do tucano, argumentando que "o erro de Alckmin só vai aumentar a votação de Lula na região". Além disso o ex-ministro destacou as citações de Lula sobre sua origem nordestina, seu compromisso com a redução das desigualdades regionais no Brasil e os programas realizados por sua gestão para o Nordeste, como o programa do leite e o Bolsa Família. "Quem vive no Nordeste e no Norte do País sabe que ele (Lula) diz a verdade" emendou Dirceu. Apesar dessa consideração, o ex-ministro da Casa Civil avaliou que o debate de ontem pareceu uma reprise dos outros dois (na Band e no SBT).

"Alckmin repetiu suas críticas de sempre Foi mais ofensivo nas acusações. Disse que Lula mente quando o acusa de privatista, mas não convence: a história o condena e aos projetos do PSDB." Na discussão econômica, o ex-ministro citou o que considera outro erro do candidato da coligação PSDBPFL: "Não reconhecer a queda nos preços e o aumento do poder de compra do salário mínimo e desenhar um quadro de crise que não existe." Nas críticas específicas ao desempenho do candidato tucano, Dirceu frisou, ainda, que "a racionalidade de Alckmin não bate com a realidade de mais empregos, mais renda, menos inflação e cesta básica mais barata". (AE)

Das 307 ações que deram entrada no TSE, 137 partiram dos comitês de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

DATAFOLHA DIZ QUE LULA SERÁ REELEITO

A

cinco dias da eleição, imaginar uma virada do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, já parece impossível, de acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha divulgada ontem pelo "Jornal Nacional". A série de levantamentos realizada no segundo turno da disputa eleitoral mostra que o favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fortemente consolidado: ele tem hoje 58% das intenções de voto, contra 37% do adversário, uma diferença de 21 pontos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O número de eleitores indecisos é de 2% e os que votariam em branco ou nulo também somam 2%. Mais – A diferença entre Lula e Alckmin fica ainda mais expressiva, de 22 pontos, quando são computados apenas os votos válidos. Nesse caso, o petista tem 61% e o tucano, 39%. Desde o primeiro turno, Alckmin vem perdendo eleitores. Na pesquisa de 6 de outubro, ele tinha 43% das preferências. Passou a 40% no dia 11, caiu para 38% no dia 17 e agora está com 37%. Já Lula fez a trajetória oposta. Saiu de 50% das intenções de voto no dia 6, oscilou para 51% na pesquisa seguinte, cresceu para 57% no levantamento do dia 17 e chegou a 58% agora. O D a t a f olha também pesquisou a

aprovação do eleitor ao governo Lula. Para 53% dos entrevistados, o presidente faz uma administração ótima ou boa. É o maior índice de aprovação obtido por um presidente desde 1990, segundo o Datafolha. Na pesquisa anterior, do dia 17, o índice de aprovação era de 51%. Para 31%, o governo Lula é regular, índice dois pontos menor que o verificado na semana passada. Já a reprovação ao governo se manteve estável: 15% o consideram ruim ou péssimo. Outro dado que evidencia a consolidação do voto em Lula é a taxa dos que citam seu nome espontaneamente como candidato a presidente: 55%. Na última pesquisa, esse índice era de 53%. O nome de Alckmin foi mencionado por 34% dos entrevistados, a mesma taxa da semana passada. O Datafolha entrevistou 7.218 eleitores na segunda e na terça-feira, em 347 municípios do país. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número 23.200/2006. A tentativa de Alckmin para reverter a queda nas pesquisas incluiu, mais uma vez, ataques a Lula sobre os escândalos de corrupção em seu governo. O tucano prometeu que num governo dele, se errar, vai assumir a culpa e não "jogar amigo na fogueira para salvar a própria pele", alfinetou. (AOG)

ELEIÇÃO É MANCHETE DE JORNAIS ARGENTINOS

O

s jornais argentinos deram início à cobertura sobre a reta final da campanha presidencial brasileira. Nas edições de ontem, o "Clarín" e "Página 12" foram os que deram maior destaque. Para o "Clarín", o debate de segunda-feira não apresentou novidades. "Os dois candidatos, como ocorreu no primeiro e segundo encontros, buscaram provocar impacto naquelas faixas do eleitorado onde cada um se sente mais frágil", trouxe o "Clarín". Neste sentido, o jornal afirmou que Lula "orientou suas respostas às propostas para a classe média, um setor que lhe falta conquistar". Enquanto Alckmin "insistiu na ética e voltou a ligar o PT com a corrupção". "Dívida social versus ajuste público", titulou o "Página 12", em sua reportagem sobre o debate da Rede Record. "Lula reiterou sua postura na luta contra a desigualdade social e em favor das empresas do Estado e Alckmin voltou a insistir com suas denúncias de corrupção",

sintetizou. Em outra reportagem, o "Página 12 " reproduziu a entrevista que o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, concedeu ao "El País", de Madri (Espanha), na qual "ataca o clima de golpe político que tenta deslegitimar uma eventual vitória de Lula". Genro afirma que Lula se sente ferido e perplexo com as denúncias e o nível da campanha eleitoral. "É uma atitude muito diferente da que se observa nos ex-presidentes do Brasil, uma postura de primeira magistratura, de Estado, de diálogo, e não uma conduta incendiária. Digo isto, porque Fernando Henrique (Cardoso) é muito arrogante, representa uma intelectualidade polícia elitista tradicional no Brasil". 1989 – O ministro admite o temor de que "se articule uma trama parecida a que houve nas eleições de 1989". Naquela ocasião, relembra, um empresário foi seqüestrado por um indivíduo que vestia uma camiseta do PT "para implicarnos nessa operação". (AE)


4

Planalto Eleições CPMI Gover no

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Minha proposta é simples: oferecer às pequenas e médias empresas isenção total no ICMS. Sérgio Cabral

PF CONSEGUE MAIS PRAZO PARA INVESTIGAR

SANGUESSUGAS GHomem de fé

Eymar Mascaro

PF GANHA MAIS 30 DIAS

O juiz federal responsável pelo caso concedeu mais prazo para a apuração e desagradou a oposição. Roberto Jayme/AE

O

juiz Federal da 2ª Vara de Cuiabá, Mato Grosso, Jefferson Schneider concedeu, ontem, um prazo de mais 30 dias para a Polícia Federal concluir as investigações sobre o dossiê Vedoin, que supostamente atingiria os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin, respectivamente candidatos ao governo de São Paulo e à presidência da República. A investigação agora vai se estender até o final de novembro. A decisão do juiz frustra parlamentares da oposição que desejavam que o inquérito fosse concluído antes da realização do segundo turno das eleições, no próximo domingo. Gigantismo – Os números que envolvem a apuração das responsabilidades sobre o dossiê Vedoin foram divulgados pela PF. Conforme o relatório, as investigações apuram as ligações feitas por 56.047 telefones, restritas a um período que vai de 15 de agosto a 15 de setembro. Esses aparelhos realizaram 2,828 milhões de chamadas. Do total, 380 mil delas foram feitas diretamente para a Presidência da República.

QUEDA

Alckmin terminou o 1º turno com 43% de intenção de voto nas pesquisas. Segundo sua assessoria, o candidato não cometeu erros na campanha. A única coisa que existe contra ele é a acusação de ter sido muito duro com Lula. Isso não seria motivo para justificar a queda nas pesquisas.

CRESCIMENTO

Os parlamentares da CPMI receberam o relatório e a quebra de sigilo dos envolvidos com o dossiê Vedoin.

Para descobrir a origem do dinheiro – R$ 1,75 milhão –, a PF investiga 43.778 contas bancárias; 1,58 milhão de transações financeiras e 311.039 operações envolvendo a compra de dólares. As investigações trabalham com um universo de 66.256 pessoas. Informe – Ontem, a CPMI dos Sanguessugas recebeu o relatório parcial produzido pela PF de Cuiabá sobre as

investigações do caso. Depois do impasse sobre o envio do material à comissão, o juiz Jefferson Schneider encaminhou o relatório ao presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Além da cópia do relatório, a CPMI também recebeu, em Brasília, as quebras de sigilo autorizadas pela Justiça de todos os envolvidos na compra do dossiê antitucano.

Cítricos – A Polícia Federal chegou a uma pessoa da família de "laranjas" de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, que teria comprado dos dólares na Vicatur, a agência de turismo e câmbio que permanece sob investigação, acusada de operar com CPFs alugados. Segundo fontes da PF, essa pessoa nunca tinha comprado dólares e por isso a movimentação na Vicatur foi atípica. (Agências)

EM GOIÁS, CANDIDATOS AINDA COSTURAM APOIOS.

NO RIO, CABRAL FILHO AMPLIA VANTAGEM.

Atrás na disputa, PMDB ainda acredita na virada.

Peemedebista ganhou mais um ponto sobre Denise.

N

a reta final da campanha sucessória, os candidatos ao governo de Goiás disputam por apoios para conquistar o eleitorado. Alcides Rodrigues (PP), candidato à reeleição pela Coligação Do Tempo Novo (PP / PTB / PTN / PL / PPS / PAN / PRTB / PHS / PMN / PV / PRP / PSDB / PT do B), segundo o Ibope tem 12% de vantagem sobre o senador Maguito Vilela (PMDB) e ex-governador do estado, candidato da Coligação Goiás Melhor para Todos (PMDB / PSC / PRONA / PDT / PTC). Apesar dos números, Maguito, apoiado pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende, acredita numa virada. Segundo ele, "as pesquisas são circunstanciais, dependem da opinião, do humor e de vários outros fatores", afirmou. Alcides Rodrigues se mostra confiante, porém precavido. Para o candidato, "não há motivo para preocupações, mas também não há razões para deixar de trabalhar intensa-

eraldo Alckmin continua não acreditando que a diferença entre ele e Lula seja de 20 pontos percentuais como retrataram as últimas pesquisas. Para o tucano, a diferença seria bem menor. Alckmin recebe diariamente pesquisas feitas por telefone. Mas existe uma diferença entre os dois métodos, segundo os marqueteiros. Uma é científica mas, a outra, não é. Uma diferença de 20 pontos significa cerca de 20 milhões de votos, pois a previsão é que teremos aproximadamente 100 milhões de votos válidos. Os tucanos não encontram razão para a queda de Alckmin.

mente", conciliou. O postulante do PP tem o apoio do ex-governador e senador eleito, Marconi Perillo. Garimpagem – Os candidatos, que têm propostas parecidas que contemplam altos investimentos nos setores de educação, social e Infra-estrutura, travam uma batalha à parte, nos últimos dias, em busca de novos aliados. Maguito Vilela, por exemplo, que está colado à imagem de Lula, deverá ganhar o apoio do governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, ex-ministro das Relações Institucionais, e da ministra Nicéia Freire, da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres. Alcides Rodrigues, porém, está ganhando aliados até entre peemedebistas e petistas. Após conquistar o deputado federal Barbosa Neto, que acabou denominado de "traidor" por Lula, Alcides passará a ser apoiado pelo ex-governador do DF, senador eleito e amigo pessoal de Maguito, Joaquim Roriz. (AE)

P

esquisa Datafolha divulgada ontem deu mais um ponto percentual ao favorito para o governo do Rio, senador Sérgio Cabral Filho (PMDB), que alcançou 58% das intenções de voto. Sua adversária, a deputada Denise Frossard (PPS), manteve os 33% registrados na pesquisa anterior, publicada no dia 17. Em votos válidos, Cabral tem 63% contra 37% de Frossard. Apesar do favoritismo, Cabral Filho intensificou a agenda de campanha e o corpo-acorpo nas ruas. Enquanto isso, Denise deu entrevista a dois veículos de comunicação e reuniu-se com assessores, evitando contatos diretos. Em almoço com empresários e lideranças comunitárias de Nova Iguaçu, o peemedebista reforçou a promessa de implantar uma política fiscal que beneficie o setor produtivo, isentando as microempresas do pagamento de INSS. "Minha proposta é simples e clara, oferecer às pequenas e médias empresas com fatura-

mento de até R$ 400 mil ao ano isenção total na cobrança de ICMS e uma taxa simbólica de 2% para aquelas que tiverem a arrecadação anual entre R$ 400 mil e R$ 2,4 milhões", explicou Cabral. O senador chegou ao almoço com duas horas de atraso, acompanhado da ex-governadora Benedita da Silva, coordenadora fluminense da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o apóia. Após o almoço, Cabral encontrou-se com representantes de mídia comunitária no Sindicato dos Bancários, no centro. À noite fez campanha em Niterói acompanhado do prefeito Godofredo Pinto. Ela – Em entrevista a uma emissora de TV, Denise Frossard criticou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que concedeu seis minutos de direito de resposta a Cabral Filho. "Foi uma decisão subjetiva e equivocada", afirmou a deputada, punida por usar o título de juíza na campanha televisiva. (AE)

Além da queda de Alckmin, os tucanos se surpreenderam com o crescimento de Lula, que foi de 50% de preferência eleitoral para 57%. Os tucanos não aceitam a tese do crescimento porque Lula foi envolvido no escândalo do dossiêgate.

LOCALIZADOS

Pior para os tucanos é que as pesquisas constataram crescimento de Lula em redutos alckmistas, como as regiões Sul e Sudeste. Foram essas duas regiões que levaram Alckmin para o 2º turno. Os tucanos ainda não encontraram razões responsáveis pela subida do petista nos dois centros.

REAÇÃO

O

Wilma: 16% à frente nas pesquisas.

VANTAGEM

INTENSIFICAÇÃO

CONCENTRAÇÃO

O comando de campanha do PSDB continua intensificando a campanha de Alckmin no interior de São Paulo. O partido está estruturado em todos os 645 municípios. O interior concentra 2/3 do eleitorado paulista, uma gama de 19 milhões de votos.

A previsão é que Lula alcance mais de 60% da votação na Bahia, estado que detém o principal colégio eleitoral do Nordeste, 9 milhões de votos. O governador eleito Jacques Wagner (PT) está otimista: garante ao partido que Lula terá 65% dos votos baianos.

NÚCLEOS

Além da Bahia, outros dois estados de densidade eleitoral no Nordeste em que Lula é favorito são Pernambuco e Ceará. Nesses dois estados, o PT espera que o seu candidato obtenha cerca de 60% de votos no mínimo. Pernambuco tem 5,7 milhões de eleitores e Ceará 5,3 milhões.

José Paulo Lacerda/AE 04/02/2003

eleição Wilma de Faria (PSB) com 54% e o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) com 40%. Pra valer – Para os votos válidos, a disputa fica em 58% para Wilma contra 42% para Garibaldi. Em relação à apuração no primeiro turno, Wilma subiria nove pontos e o oponente perderia seis. Brancos e nulos somam 3%, mesmo percentual para os indecisos. A pesquisa percorreu 45 municípios e tem margem de erro de 3,1%. Foi registrada sob o protocolo 22869/2006 no TSE e foi realizada entre os dias 18 e 19 de outubro. (AE)

DIVISÃO

Os principais aliados de Alckmin no Rio, exgovernador Anthony Garotinho (PMDB) e prefeito César Maia (PFL) continuam não se entendendo. O prejudicado continua sendo o candidato. O Rio deu a vitória a Lula no 1º turno com 44% dos votos contra 25% do tucano. As informações que chegam do Nordeste para os petistas são de que Lula continua crescendo na região. As informações coincidem com as pesquisas. Há regiões no Nordeste em que o petista alcança 70% de intenção de voto, contra 25% do tucano.

Municípios do Amazonas e Rio Grande do Norte contarão com segurança extra para as eleições de domingo. Caicó, Nova Cruz, Passa e Fica, Lagoa D'Anta e Montanhas. Conforme o Código Eleitoral, compete ao TSE autorizar o envio de força federal solicitado pelos tribunais regionais eleitorais dos estados e do Distrito Federal para garantir a ordem e a segurança da votação e da apuração em algumas regiões do País. Wilma na frente – Os números divulgados ontem pelo instituto Vox Populi sobre as intenções de voto no segundo turno para o governo do Rio Grande do Norte mostram a governadora e candidata à re-

ESTRANHEZA

Os tucanos estranham também a constatação nas pesquisas de que Lula teria crescido em Minas na campanha do 2º turno. O governador reeleito Aécio Neves garante que Alckmin equilibrou o jogo com Lula no estado. Aécio, que se reelegeu com 77% dos votos, promete vitória de Alckmin em Minas.

O eleitorado de São Paulo deu vitória a Alckmin no 1º turno, 54% contra 36% do adversário. O tucanato faz campanha para que Alckmin aumente de 18 para 20 pontos a diferença para Lula. Por isso, foi surpresa o crescimento do petista no Estado.

TROPAS FEDERAIS EM DOIS ESTADOS Tr i b u n a l S u p e r i o r Eleitoral (TSE) aprovou o envio de tropas federais para garantir a segurança das eleições em municípios do Amazonas e do Rio Grande do Norte. No Amazonas, as cidades que receberão as tropas são Tabatinga, Benjamin Constant, Boca do Acre, Borba, Coari, Tefé, Uarini, Alvarães, Humaitá, Apuí, São Gabriel da Cachoeira, Ipixuna, Guajará, Maués, Manaus e Novo Aripuanã. No Rio Grande do Norte, as forças federais deverão estar presentes nos municípios de

ALIADOS

Além do Rio Grande do Sul, a candidatura de Alckmin vai bem também nos outros dois estados da região. No Paraná, Alckmin é aliado do candidato do PDT ao governo estadual, Osmar Dias e, em Santa Catarina, o canditato a governador Luiz Henrique (PMDB) também fechou com Alckmin.

JUSTIFICATIVA

O crescimento de Lula no Sul ocorre no instante em que Alckmin recebe o importante apoio da candidata do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Os tucanos estranham a movimentação do petista nas pesquisas na região, porque Yeda lidera a preferência do eleitor gaúcho.

MULTIDÃO

Os tucanos querem lotar o Vale do Anhangabaú no comício no final do dia de hoje, com a presença das principais lideranças do PSDB. A meta é reviver outras campanhas memoráveis no local, como a festa das Diretas Já. O partido está empenhado em colocar ônibus para transportar interessados, na capital e interior.


6

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

AQUISIÇÃO DE 100% DA INCO CUSTARÁ US$ 17 BILHÕES

75,6

por cento é o montante de ações da mineradora Inco compradas pela Vale do Rio Doce

É O MAIOR NEGÓCIO DA HISTÓRIA DE UMA EMPRESA BRASILEIRA. E COMPANHIA SE TORNA LÍDER GLOBAL

VALE COMPRA INCO POR US$ 13,2 BI AFP

A

Companhia Vale do Rio Doce comprou o controle da mineradora canadense Inco por aproximadamente US$ 13,2 bilhões, o maior negócio de uma empresa brasileira na história, e se tornou a segunda maior mineradora diversificada do mundo, atrás apenas da BHP Billiton. A Vale obteve até ontem 75,6% do capital da empresa, ou 174,6 milhões de ações ordinárias, e vai pagar 86 dólares canadenses em dinheiro por cada ação, mas o valor total do negócio deve ficar acima dos US$ 17 bilhões quando a empresa conseguir comprar 100% das ações da Inco. A Vale do Rio Doce é a maior produtora e exportadora mundial de minério de ferro e uma das principais produtoras de manganês e de ligas ferrosas. A companhia também produz cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio. A canadense Inco é a segunda maior produtora de níquel do mundo, matériaprima largamente utilizada na produção de aço inoxidável e em baterias recarregáveis, e uma importante produtora de cobre, cobalto e de alguns metais preciosos, como platina. "O conselho da Inco acredita que a união com a Vale é uma grande oportunidade para criar valor", afirmou o presidenteexecutivo da empresa canadense, Scott Hand, em comunicado. "Pretendemos auxiliar a Vale a assegurar uma integração sem obstáculos das duas companhias, criando uma nova líder

no mercado de mineração e metais", disse Hand, que acompanhou ontem o presidente da Vale, Roger Agnelli, em reuniões com funcionários no Canadá. Segundo a assessoria da empresa brasileira, os dois participarão de uma solenidade na sede da companhia, durante a qual Hand presenteará Agnelli com uma camisa da seleção canadense de hóquei com seu nome às costas, e receberá em troca uma camisa da seleção brasileira de futebol. Liderança – A Vale, que foi criada pelo governo brasileiro em 1942 e privatizada em maio de 1997 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), já era a maior mineradora diversificada das Américas e fica agora atrás apenas da BHP Billiton, com base na Austrália, no ranking global do setor. A empresa brasileira divulgou em comunicado que prorrogou o prazo de sua oferta pela Inco até a meia-noite (horário de Toronto) de 3 de novembro, "para prover aos acionistas da Inco que ainda não aderiram à oferta a oportunidade de analisá-la". De acordo com a nota, a Vale informou que pretende "tomar medidas para adquirir as ações ordinárias da Inco remanescentes no mercado". A empresa acertou um empréstimoponte com mais de 30 bancos nacionais e estrangeiros para financiar a aquisição. O pagamento aos acionistas que já aderiram à proposta da Vale deve ser realizado até 26 de outubro. Para que sua pro-

posta de assumir o controle da mineradora canadense fosse válida, a brasileira precisava de adesão de dois terços dos acionistas da empresa canadense, cerca de 66% das ações. A Vale informou que pretende recompor o Conselho de Administração da Inco e deslistar as ações da companhia das bolsas de Nova York e de Toronto. A empresa brasileira acrescentou que pretende, assim que o número de acionistas da Inco for reduzido, fazer com que a mineradora canadense deixe de divulgar informações financeiras no Canadá e nos Estados Unidos. Ratings – As agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor's tomaram medidas diferentes ontem em relação aos ratings da Companhia Vale do Rio Doce, após o anúncio da aquisição da Inco. A Fitch manteve o rating em moeda estrangeira da empresa brasileira em "BBB-", embora tenha reduzido a nota em moeda local para "BBB-". As notas estão com perspectiva estável e permanecem dentro do patamar de grau de investimento. Já a S&P reduziu a nota da Vale de "BBB+" para "BBB", mantendo-a, entretanto, dentro do grau de investimento. "A ação de rating reflete o aumento significativo da alavancagem financeira da Vale do Rio Doce para financiar a oferta, que será paga totalmente em dinheiro", explicou o analista da Standard & Poor's Reginaldo Takara. (Reuters)

Mina da Inco, em Ontario, no Canadá. Empresa é a segunda maior produtora de níquel do mundo.

iG atinge 1 milhão de assinantes em banda larga Fotos: Divulgação

O

Internet Group, operação que abrange os portais iG, iBest e BrTurbo, anunciou ontem a marca de 1 milhão de assinantes de banda larga, o que representa um crescimento de 64% nos últimos 12 meses, período em que as três empresas, sob a batuta da operadora Brasil Telecom, se uniram debaixo de uma única marca. Para o presidente do Internet Group, Caio Túlio Costa, os números evidenciam o sucesso da estratégia de integração dos três portais. "Ao atingir seu primeiro milhão de assinantes de banda larga, o Internet Group redesenha o mercado brasileiro da internet e inicia uma nova fase do setor. Nosso objetivo é alcançar a liderança em 2007. A empresa é a primeira no ranking nacional no acesso discado, com mais de 3 milhões de usuários ativos", afirmou. Sem revelar números, Costa disse que, para conquistar o primeiro milhão de assinantes em banda larga, a empresa reforçou o investimento em comunicação, lançou promoções, reformulou sua política de canais, criou o iG Empresas e intensificou o relacionamento com as operadoras de telefonia. "O mercado nacional de internet cresceu 32% nesse período; nós crescemos 6% a mais, chegando a 38%. Hoje, o País tem mais de 30 milhões de internautas, o que faz da internet a segunda maior mídia de mas-

Portal teve crescimento de 64%

Caio Costa, do iG: integração

sa, ficando atrás apenas da televisão. Soma-se a isso o fato de o internauta brasileiro ser líder em tempo de navegação na web, com 20 horas e 27 minutos por mês, em média, conforme o Ibope NetRatings", enfatizou. Audiência – Segundo Costa, o fenômeno de crescimento da rede no Brasil é ainda mais acentuado no iG e não se restringe ao volume de assinantes. "Em audiência, fomos o único dos grandes portais de conteúdo do País a registrar aumento constante nos últimos cinco meses." De acordo com o Ibope NetRatings, o iG passou de

6,236 milhões de visitantes únicos domiciliares em abril para 7,398 milhões em setembro. Outros números indicam que o iG obteve o maior crescimento de páginas visitadas, com aumento de 69% em comparação com setembro do ano passado. Esse percentual representa um crescimento bem maior que o de seus principais concorrentes, que tiveram resultados entre 10% e 16%. Para Costa, o aumento na audiência é resultado dos investimentos em conteúdo. O portal ampliou o número de parceiros nas mais variadas áreas – comunicação, política, medicina, economia, empreendedorismo –, integrou novos blogueiros e jornalistas, criou canais e novos serviços. "Lançamos a versão 2.0 do serviço de VoIP, que é a telefonia via internet; o Megaplayer, onde os usuários podem enviar e assistir a vídeos e ter acesso wireless." O executivo também revelou que novos canais entram na rede até o fim do ano. Entre eles, o mais aguardado, e envolto em mistério, é uma loja para venda de músicas, na qual o internauta poderá comprar e baixar apenas as faixas que desejar, sem precisar comprar todo o CD. No fim do primeiro semestre, o portal UOL lançou esse serviço. Antes dele, o iMusica já oferecia a possibilidade de comprar músicas pela web. A dificuldade é conseguir parcerias com as gravadoras. Carlos Ossamu

Net anuncia lucro no trimestre

A

maior operadora de TV a cabo do País, a Net Serviços de Comunicação, anunciou ontem que encerrou o terceiro trimestre com lucro de R$ 24,6 milhões. Foi o quarto resultado trimestral positivo consecutivo apresentado pela companhia. Entre julho e setembro do ano passado, a operadora registrou prejuízo de R$ 20,6 milhões. A Net teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) de R$ 129,5 milhões nos três meses encerrados em setembro, mantendo a margem de 26% do mesmo período de 2005, quando o ebitda foi de R$ 107,1 milhões.

De acordo com o presidente da operadora, Francisco Valim, a empresa vem se expandindo a cada trimestre, e esse último apresentou novamente números superiores aos anteriores. A base de assinantes de TV por assinatura cresceu 15,5% entre setembro de 2005 e o final do mês passado, quando alcançou 1,73 milhão de clientes, mas não foi o principal fator de expansão da Net. "O mercado de banda larga tem sido o de maior crescimento da Net Serviços hoje, e ele também alavanca o mercado de voz", afirmou Valim. "Não está havendo uma avalanche de gente querendo TV por assinatura, mas tem muita gente insatisfeita com

serviços de voz. Então, a gente está vendo oportunidade nessa área", completou. Em banda larga, a Net encerrou setembro com 630,2 mil assinantes, 108,7% mais do que um ano antes. Segundo o executivo, nos últimos três anos, o segmento tem registrado taxa de crescimento de três dígitos. O índice de desligamento aumentou, na comparação entre os trimestres, de 13,7% para 14,4% na banda larga, e cresceu de 12,9% para 14% na TV paga. A receita líquida no terceiro trimestre foi de R$ 500,7 milhões, 21,1% maior que no mesmo período de 2005. A receita média por usuário aumentou 6,5%, para R$ 121,3 por assinante. (Reuters)


quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Congresso Planalto Câmara CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Vitória e derrota fazem parte da vida pública. O que nós não perderemos é a compostura. Aécio Neves

FALTA QUÓRUM PARA APROVAR PROJETOS

Washington Alves / Reuters

Governador de Minas tenta desfazer a imagem de que não confia mais na vitória de Geraldo Alckmin, após polêmica entrevista concedida ao jornal "Valor Econômico".

ALCKMIN REFORÇA A CARGA CONTRA O PT

O Aécio leva Alckmin ao Café Nice, tradicional ponto de encontro em Belo Horizonte, após constrangimento por causa de entrevista.

DEPUTADOS MIRINS DÃO EXPEDIENTE NA CÂMARA Em sessão inédita, crianças encaminham projetos ao presidente da Câmara e às comissões permanentes Roberto Jayme / AE

O

s três projetos aprovados ontem em Plenário, em uma sessão especial composta exclusivamente por crianças, foram enviados para as comissões permanentes da Casa pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Dessa maneira, as proposições vão tramitar normalmente e podem até virar lei. Um deles garante vaga nas escolas públicas para crianças órfãs, outro obriga as escolas a ministrarem aulas de cidadania e o terceiro estabelece o direito de todo brasileiro ao saneamento básico. Os projetos foram aprovados por 334 deputados mirins durante o lançamento oficial do novo sítio infantil Plenarinho (www.camara.gov.br). O portal é o canal de interação entre a Câmara dos Deputados e o público formado por educadores e crianças até 12 anos. A votação aconteceu como nas sessões de verdade – com direito a painel eletrônico de votação, verificação de quórum, questões de ordem, encaminhamento de votação e proclamação do resultado. Propostas – Um dos projetos, apresentado pelo estudante Pedro Augusto Barbosa, 9 anos, de Natal (RN), foi aprovado por 254 votos "sim" contra 43 "não" e 37 abstenções. A proposta garante às crianças que vivem em orfanatos e creches prioridade de serem matriculadas em escolas públicas", afirma o autor do projeto, escolhido em um concurso promovido pelo Plenarinho. Outro projeto de lei, de autoria da estudante Mariana Schmidt Vieira, 12 anos, torna aulas de cidadania obrigatórias em todas as escolas do Brasil, públicas ou privadas. Mariana, que mora em Florianópolis (SC), explicou a importância da proposta. "Só sabendo (sic) os nossos direitos poderemos exigir que eles sejam respeitados", justificou. Também mereceu aplausos e apoio de todos os deputados mirins a proposta elaborada pelos alunos da Escola Municipal de Barra do Chapéu (SP), representados na sessão especial pelos alunos Vanessa Oliveira e Gabriel Ribas. Eles defenderam a idéia de que todas as casas do País tenham saneamento básico, ou seja, esgoto e água encanada.

Crianças vivem dia de deputado no plenário da Câmara, comandadas pelo presidente Aldo Rebelo.

Já é difícil viver sem o apoio dos pais. Por isso, é importante garantir a essas crianças (órfãs) educação e formação profissional. Pedro Augusto Barbosa, 9 anos

Só sabendo os nossos direitos (aulas de cidadania na rede pública e privada) poderemos exigir que eles sejam respeitados. Mariana Schmidt Vieira, 12 anos

Trâmite – Aldo Rebelo encaminhou formalmente os projetos como sugestão para as comissões. O que trata da proteção aos órfãos foi para a Comissão de Seguridade Social e Família. O que trata do saneamento, para a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O das aulas de cidadania, para a Comissão de Constituição e Justiça e para a Comissão de Educação e Cultura. Os ofícios recomendam "exame e eventual tramitação" dos projetos, que precisam ser assinados por algum deputado para que possam ser votados de verdade. Sessão inédita – A sessão foi aberta pelo presidente da Câmara, que destacou a importância de fazer com que as crianças do Brasil compreendam o funcionamento das instituições e aprendam ainda cedo o sentido da responsabilidade de cada brasileiro para com o País. "A responsabilidade da Câmara é discutir, anali-

sar e votar projetos de interesse do Brasil e da população brasileira", disse ele às crianças. Aldo lembrou ainda que, em pouco de tempo de existência, o portal Plenarinho tornou-se o primeiro sítio infantil de língua portuguesa a conquistar o selo Direitos Humanos Nota 10, concedido anualmente pela ONG DHNET, um portal que funciona como provedor de informações sobre os direitos humanos. A Mesa Diretora da sessão mirim foi presidida por Alexander Graco Moreira Teixeira, 9 anos, que cursa a 5ª série. Também integraram a Mesa: Mariana, Pedro Augusto Barbosa, Gabriel Ribas Cabeça e Vanessa Oliveira Gonçalves. O presidente foi assessorado pelo secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart Vianna - que exerce a mesma função nas sessões reais. O plenário foi composto por alunos de escolas do Distrito Federal, entre as quais as insti-

tuições Mackenzie, Monteiro Lobato, Cresça, Atual, DJ (particulares), além da Escola 115 do Recanto das Emas (pública). Depois da sessão, o diretor da Secretaria de Comunicação Social da Câmara, William França, mostrou ao plenário as ferramentas do novo Plenarinho , com ajuda de dois personagens do sítio infantil, Xereta e Zé Plenarinho. Portal – Com navegação facilitada, novas seções e mais áreas de diversão para a garotada (jogos, histórias animadas, música, cartões virtuais, papel de parede e dicas para a criação de brinquedos), o sítio infantil levará a seu público (de 7 a 12 anos de idade) informações consistentes sobre política, democracia, cidadania, processo legislativo e atuação parlamentar. O novo portal é dividido em onze seções principais: Câmara, Deputados, Notícias, Cidadania, Brasil, Educação, Ecologia, Saúde, Sala de Leitura, Diversão e Seu Espaço. E traz explicações sobre os partidos políticos brasileiros e o trâmite das casas legislativas. Há ainda o Dicionário plenarês - com termos do Legislativo em linguagem acessível; Pinga-foguinho - sala de batepapo virtual com deputados e especialistas sobre temas importantes; Tribuna da Galera espaço para debate sobre os temas das reportagens especiais e links interessantes para outros portais . (Reuters)

c a n d i d a t o d o eleição pelo PT, Luiz Inácio LuPSDB à Presidên- la da Silva, de apresentar excia da República, cesso de ironia e demasiada arGeraldo Alckmin, rogância, por "achar" que as acusou ontem, em Belo Hori- eleições já teriam terminado. zonte, partidários do PT de faAécio comentou a participazerem "apologia da mentira". ção de Lula no debate realizaAlckmin comentou as recentes do na segunda-feira à noite na declarações do governador "TV Record" e avaliou que, em eleito da Bahia, Jacques Wag- determinados momentos, o ner (PT), que afirmou que os presidente chegou até a faltar petistas envolvidos no caso do com respeito, não somente dossiê Vedoin podem estar com o adversário, mas tammentindo, protegidos pelo "di- bém com a sociedade. reito, concedido pela lei, de Mea culpa – "Pareceu que que o réu não é obrigado a di- ele estava achando que as eleizer toda a verdade". ções já tinham terminado. "O Brasil não gosta de men- Acharam isso antes do final do tira, nada se sustenta em cima primeiro turno e se surpreenda mentira", disse Alckmin. deram. Pode ser que se surprePara o tucano, "essa é uma vi- endam de novo. Arrogância e são atrasada, essa visão de po- salto alto não fazem bem à cander como luta patrimonialista, didatura alguma", afirmou o essa visão de vagovernador mineiro. mos tomar o poder. Para nós, o Ele agradeceu o empenho dos poder é um inst r u m e n t o p a r a Para nós, presentes na cantrabalhar o servi- o poder é um didatura Alckço, para melhorar min nesta última instrumento a vida da populas e m a n a e t a mpara trabalhar bém criticou as ção". Alckmin falou o serviço, recentes declarações de Jacques para uma platéia para melhorar de aproximada- a vida Wagner (PT). "Vitória e derrota fam e n t e 1 3 0 p e sda população. soas, formada zem parte da vida Geraldo Alckmin pública. O que por deputados federais e estaduais nós não perderemineiros, e prefeitos de alguns mos é a compostura", comenmunicípios, no Palácio das tou Aécio. O governador miMangabeiras. Aos prefeitos, neiro disse que os brasileiros manifestou confiança de que vão optar por um Brasil difepoderá obter um bom resulta- rente e que espera que, em Mido no Estado e conclamou os nas Gerais, Alckmin tenha um políticos para continuarem o ótimo desempenho. Alckmin saiu do Palácio das esforço de campanha. Segundo ele , há um senti- Mangabeiras e visitou rapidamento silencioso no Brasil de mente o Café Nice, um tradidesconforto ético. "Já tivemos cional ponto de campanha no um ótimo resultado em Minas centro da capital mineira. Deno primeiro turno, e podemos pois, seguiu para Manaus. Desmentido– A cúpula do fazer um esforço para ganhar a eleição no Estado", disse. PSDB negou qualquer tipo de Aécio ataca – O governador entendimento com o governo reeleito de Minas Gerais, Aé- Lula antes da eleição. Nos bascio Neves (PSDB), que em en- tidores, coordenadores da trevista publicada ontem pelo campanha tucana considerajornal "Valor Econômico", si- ram precipitada a entrevista nalizou que não acredita mais de Aécio Neves, em que ele dena vitória de Alckmin, fez o fende que a guerra eleitoral se possível para desfazer o even- esgote no próximo domingo. tual mal entendido. Em seu O que mais irritou foi a frase de discurso, acusou o presidente Aécio: "Sou construtor de ponda República e candidato à re- tes, não dinamitador". ( AE)

PETISTAS JÁ ARTICULAM COALIZÃO

O

ministro das Relações I n s t i t u c i o n a i s , Ta r s o Genro, disse que, se for reeleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chamar nos próximos dias os partidos aliados para discutir um programa e um governo de coalizão. Esse programa será baseado na promessa de crescimento de 5% a partir de 2007. "Se for o vencedor, ele (Lula) inicia um conjunto de contatos políticos com os partidos e começa a pensar no seu Ministério. O primeiro passo é começar a conversar sobre a visão de coalizão", disse. (AOG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

3,34

por cento foi a alta das ações preferenciais da Companhia Vale do Rio Doce no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

24/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 20/10/2006 20/10/2006 20/10/2006 20/10/2006 20/10/2006

P.L. do Fundo 10.700.292,54 1.467.550,30 8.006.934,16 17.718.624,85 1.301.823,45

Valor da Cota Subordinada 1.213,623288 1.108,222979 1.194,926176 1.122,934405 1.112,406250

% rent.-mês 1,0282 1,2702 2,8372 0,2295 0,8936

% ano 24,2231 10,8223 19,4926 12,2934 11,2406

Valor da Cota Sênior 1.008,664891 1.095,762733 1.110,147927 0 0

% rent.-mês 0,8083 0,7420 0,8083 -

% ano 0,8665 9,5763 11,0148 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

O

Não ao resgate a sangue e fogo Frase em cartaz exibido por parentes de reféns das Farc, na Colômbia

Internacional

Nações Unidas, mas ao mesmo tempo, um mensageiro das aspirações e dos desejos dos brasileiros. O lançamento aconteceu no mesmo dia em que as Nações Unidas completaram 61 anos de existência. "A solução para problemas ligados à violência, à criação de emprego, à saúde e tantas outras não pode mais ser uma solução isolada, de um único país ou de poucos países. A boa notícia, agora, é que existe um caminho, que é a cooperação", ressaltou Fábio Barbosa, presidente do Banco Real e do Conselho de Governança CNU-Brasil. Para Barbosa, não é a primeira vez que problemas mundiais são resolvidos com base na cooperação. "E quando se pensa em cooperação mundial se pensa na Organização das Nações Unidas", disse o presidente do Real. Centro – Como parte da nova organização e postura do Brasil perante a ONU, uma das primeiras medidas que serão adotadas é a criação de um cen-

Newton Santos/ Hype

No dia em que a Organização das Nações Unidas completou 61 anos, o Brasil anuncia o lançamento de uma organização sem fins políticos ou comerciais, mas com a função de ser uma ponte para a troca de experiências brasileiras com o resto do mundo. A idéia é ampliar o diálogo entre a sociedade civil brasileira e a ONU.

Brasil quer ficar mais perto da ONU

Brasil quer aproximar a sociedade civil brasileira da Organização das Nações Unidas (ONU). Para tanto, foi lançado ontem em São Paulo o Conversando com as Nações Unidas (CNU-Brasil), uma organização sem nenhum caráter político ou comercial, mas com uma função peculiar: a de interlocutora das idéias, experiências e dos valores da Organização das Nações Unidas (ONU). "Todos os brasileiros fazem parte do Brasil. Mas muito poucos sabem o que o governo conversa com as Nações Unidas, o que tem sido feito nesses últimos anos. Assim, estava faltando uma organização formada pela sociedade civil que pudesse manter um diálogo permanente com a ONU ", disse o embaixador Rubens Ricúpero, que participou do lançamento do CNU Brasil. Segundo Ricúpero, o CNU-Brasil não será apenas um receptor das mensagens que vêm das

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

EUA, França e GrãBretanha pedem pressão contra Irã

O

Fábio Barbosa (em primeiro plano): boa notícia é que, agora, existe um caminho, que é a cooperação

tro de estudos e pesquisas, primeiramente na cidade de São Paulo e, posteriormente, em outras cidades. "Será um centro onde as pessoas e empresas poderão se atualizar sobre os assuntos mais discutidos no mundo e ter mais subsídios para atuar em assuntos locais", diz Fábio Barbosa. Mas não é só isso. Esse "intercâmbio" de experiências permitirá que o Brasil também "exporte" suas idéias de forma interativa. Outra proposta, porém de longo prazo, é a criação da Casa da ONU, outro espaço de divulgação de experiências.

Para Cláudio Szajman, presidente CNU-Brasil e do Grupo VR, a missão do Conversando com as Nações Unidas é ser uma ponte para a construção de um novo relacionamento do país com as Nações Unidas. Ressaltou que a ONU está bem representada no País via 21 agências. "Nossa missão é criar oportunidades de a ONU se relacionar melhor com o Brasil e o Brasil se relacionar melhor com as Nações Unidas", disse. O embaixador Rubens Ricúpero aproveitou o evento para rebater as críticas de que os últimos episódios internacio-

nais, como a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, há três anos, e, recentemente, o teste nuclear da Coréia do Norte, teriam enfraquecido a ONU. "Credibilidade a ONU não perdeu porque credibilidade é a capacidade de inspirar confiança. O que a ONU perdeu foi efetividade. Esse, sim, foi o golpe maior para a Organização, porque depende de meios, depende dos países, dos governos", disse Ricúpero. "A ONU é aquilo que os países querem que ela seja", completou. Roseli Lopes

s Estados Unidos, a França e a GrãBretanha devem pedir ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que aprove um projeto de resolução proibindo a venda de mísseis e tecnologia nuclear ao Irã e suspendendo a maioria dos programas de ajuda técnica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), revelaram, ontem, diplomatas em Viena. Segundo eles, as três nações também pedirão aos paísesmembros da ONU que neguem a entrada em seus territórios de funcionários iranianos envolvidos nos programas de mísseis ou tecnologia nuclear. Um dos diplomatas qualificou as medidas de moderadas e concentradas na tentativa de obter o apoio da Rússia e da China, que devem receber o projeto amanhã ou no máximo até o fim da semana. Tanto Moscou quanto Pequim concordaram em princípio sancionar o Irã por se negar a atender o prazo de 31 de agosto para suspender seu programa de enriquecimento de urânio, mas mesmo assim continuam pressionando por um diálogo no lugar de sanções. (AE)

Venezuela desiste e indica Bolívia AFP

O

presidente boliviano, Evo Morales, anunciou, ontem, que o líder venezuelano Hugo Chávez desistiu de obter uma vaga não-permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e indicou a Bolívia como candidato de consenso. Após 35 votações, nem Venezuela nem Guatemala, o outro país candidato à vaga, conseguiram os dois terços de votos necessários para garantir a cadeira. "Somos candidatos ao conselho", declarou Evo. "Tomara que consigamos consenso. Nossos embaixadores estarão mobilizados para isso", completou o líder boliviano. Evo afirmou ter recebido de Chávez, por telefone, a

Evo Morales: "somos candidatos"

informação da desistência da Venezuela em favor da Bolívia. Os Estados Unidos haviam se empenhado em garantir o apoio à Guatemala, transformando a disputa

na ONU em uma queda-debraço entre Chávez e Washington. Não há garantias, no entanto, de que os demais países do grupo latino-americano da ONU aceitarão a Bolívia como candidata alternativa. Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, impôs três condições para que seu país retirasse a candidatura: a renúncia da Guatemala à disputa; o fim da "chantagem grosseira dos EUA a outros governos do mundo"; e a abertura de um processo transparente de negociações para definir o futuro ocupante da cadeira. Em Brasília, o ministro de Relações Exteriores Celso Amorim defendeu um acordo para evitar desgastes. (AE) Reuters

IRAQUE s principais autoridades A americanas no Iraque anunciaram, ontem, em Bagdá, a criação de um novo cronograma para estabilizar a situação no país, com apoio do governo do Iraque. De acordo com o embaixador dos Estados Unidos, Zalmay Khalilzad, e o general George Casey, comandante militar americano no país, o programa inclui, entre outros pontos, a repressão às milícias que atuam no país, a promoção de um acordo nacional entre grupos rivais e a divisão da renda do petróleo. O cronograma deve ficar pronto até o fim do ano. Khalilzad e Casey fizeram o anúncio em uma rara entrevista coletiva conjunta dos dois mais altos representantes dos EUA no país. O momento foi oportuno: faltando duas semanas para as eleições legislativas dos EUA, o Exército americano vem amargando um aumento considerável de baixas no Iraque. (AE)

Ó RBITA

NUCLEAR chanceler japonês, Taro O Aso, disse, ontem, que o país deveria abrir um debate sobre o desenvolvimento de suas próprias armas nucleares após o teste nortecoreano, apesar de destacar que o governo não apoiava tal medida. Ele disse a um comitê parlamentar que para o governo não haverá mudanças nos princípios de não possuir, desenvolver ou permitir armas nucleares em território japonês e destacou sua adesão à posição uma semana após causar polêmica ao dizer que o Japão deveria considerar a opção nuclear para conter uma ameaça de Pyongyang. Mas avisou que a situação de segurança regional mudou. (AE)

VANTAGEM presidente venezuelano Hugo Chávez abriu 35 O pontos porcentuais de vantagem nas intenções de voto para a eleição venezuelana de 3 de dezembro, na qual pretende reeleger-se. De acordo com o instituto americano Zogby, ele tem 59% das preferências, enquanto o principal candidato da oposição, o exgovernador do Estado de Zulia, tem 24%. O estudo mostra que 57% aprovaram o discurso de Chávez na ONU, quando chamou George W. Bush de "demônio". (AE)


8

Tr i b u t o s Finanças Estilo Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Há 11 anos não havia um driving range no Brasil. Hoje, eles já são 18.

O GOLFE CRESCE, EM MÉDIA, 20% AO ANO NO PAÍS

Fotos: Milton Mansilha/Luz

Federação de golfe tenta popularizar esporte, que tem apenas 25 mil praticantes no País. Iniciativas vêm dando resultados.

GO

FE

MAIS ADEPTOS A CADA DIA

N

ão dá para comparar com os Estados Unidos ou o Japão, onde, respectivamente, 26,4 milhões e 15,7 milhões de pessoas jogam golfe. Mas, no Brasil, apesar de o esporte ainda ser visto como de elite, é crescente o número de golfistas: pulou de 10 mil em 1995 para 25 mil hoje, segundo dados da Federação Paulista de Golfe. Sem contar que, se 11 anos atrás só existiam 45 campos de golfe no País, atualmente são 105 – entre filiados e particulares – à disposição. Entre eles está o FPG Golf Center, ao lado do aeroporto de Congonhas, onde é possível dar tacadas sem ser sócio do clube. Bater 50 bolas custa R$ 15. Jogar no campo por três horas sai por R$ 35. A aula de 30 minutos custa R$ 40. O material – bolas, luvas e taco – é cedido pela federação. Tudo para popularizar o esporte.

Rafael Hupsel/Luz

Equipamentos são importados

Paixão Everton da Silva começou a trabalhar como caddie (carregador de tacos) no Guarapiranga Golf & Country Club com 11 anos de idade e logo se apaixonou pelo esporte. Hoje, aos 22, ocupa o segundo lugar no ranking paulista amador – o

Carregadores de tacos acabam tornando-se jogadores

Rafael Hupsel/Luz

dono da primeira colocação é outro caddie, também de origem humilde, Rogério Bernardo. Silva treina de segunda a sexta e, nos fins de semana, continua carregando os tacos dos sócios do clube. "Um dos sócios, o Jens Stoir, viu que eu tinha potencial e começou a me ajudar", diz Silva, sobre seu 'protetor'. "Ele é como um pai para mim, me dá tudo sem pedir nada em troca." De uma família de caddies(o pai e dois irmãos trabalham no clube), ele diz que é comum moradores da vizinhança do Guarapiranga arrumarem emprego lá. A maioria acaba gostando tanto do esporte que o Guarapiranga liberou as segundas-feiras para os caddies. "O clube fica cheio", conta. "O golfe tem seus encantos. De sem graça, o esporte não tem nada", diz Luiz Gonçalves Neto, professor para crianças na escolinha do São Paulo Golf Club. A maioria dos alunos é filho de praticante. O professor garante que quem se der a chance de experimentar o golfe vai gostar. "Basta começar para adorar. É um esporte que prioriza os relacionamentos, é praticado em um local agradável e a atividade física é ótima", afirma. Segundo Neto, em uma partida oficial, quando o golfista percorre 18 buracos, caminha-se até 10 quilômetros. Sobre os preços do esporte, ele diz: "A importação do material está mais fácil e há muitas iniciativas para popularizar o golfe". Treinamento Se 11 anos atrás não havia um driving range (lugar para o treino de tacadas de longa distância) no País, hoje, eles são 18. Só na cidade de São Paulo, há nove espaços para isso. Um deles fica no Bom Retiro (Rua Mamoré, 305). Iniciativa da Federação Paulista de Golfe, o local foi aberto há seis anos e "revolucionou" o esporte no Brasil, segundo o presidente da entidade, Márcio de Melo. "Esse driving range impulsionou o boom que o golfe sentiu nos últimos anos. A mudança foi radical", diz Melo sobre a adesão ao esporte. Atualmente, circulam por mês na unidade do Bom Retiro cerca de mil pessoas, a maioria novos joga-

Detalhe do tênis especial utilizado em campo. Se jogo for oficial, atleta anda até 10 quilômetros.

Local para treinamento de tacadas no FPG Golf Center, um sucesso de público

Como praticar o esporte

A

Há cada vez mais mulheres praticando o esporte

dores, que, até outro dia, não tinham acesso ao esporte. "Hoje a gente consegue alcançar a classe média", conta. O esporte tem crescido, em média, 20% ao ano no Brasil. Para Melo, o estereótipo do golfe ser coisa de velho e de rico acabou. O esporte, ele diz, é fantástico para crianças e as deixa tranquilas e com mais facilidade de concentração. Mulheres também têm aderido ao esporte. "Como o golfe é muito

contemplativo, serve para relaxar do dia-a-dia de trabalho e dos filhos", diz Melo. Kety Shapazian

SERVIÇO Alguns locais públicos de treinamento em São Paulo: FPG Golf Center: 5587-5844 Golf & Gym: 3611-0080 Onne Unigolf: 3023-5454 Golf School: 5515-3372

competição começa com a tacada do jogador de menor handicap (pontuação). Se houver outros jogadores com o mesmo handicap, o golfista mais antigo tem a primazia. No campo ou no gre en (área com grama mais clara e fina, onde fica o buraco), quem bate primeiro é aquele que está mais longe do buraco. Porém, pode-se conceder ao jogador que estiver fora do green a gentileza de bater primeiro. Fazer barulho, ficar na linha da tacada ou atrapalhar a visão de quem vai jogar são considerad o s p e c a d o s . N o m omento da tacada, o público também deve parar onde está, para não distrair o golfista. (KS)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

CRÉDITOS DO IPTU PODERÃO SER NEGOCIADOS EM BOLSA PIONEIRA

1

7

milhões é o número de notas fiscais eletrônicas emitidas na cidade de São Paulo desde agosto

Luludi/LUZ

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Da exigência da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os prestadores de serviços surgiu a idéia de se criar uma bolsa para aproximar tomadores de créditos e contribuintes do IPTU que queiram negociá-los. O montante negociado pode chegar a R$ 120 milhões por ano.

A

Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) do município de São Paulo está estimulando novos negócios. Uma bolsa de negociação de créditos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a Bolsa de IPTU (w w w. b o l s a de i p t u .c o m . b r ), foi apresentada ontem como uma opção para quem quer vender ou comprar créditos. A idéia é dos empresários Rodrigo Monzoni e Antonio Mouallem, e surgiu após assistirem a uma palestra sobre a emissão do documento eletrônico, obrigatório para prestadoras de serviços que faturam mais de R$ 240 mil por ano e estão instaladas na cidade de São Paulo. Para os dois empreendedores, a bolsa é uma saída interessante para as pessoas que têm isenção no IPTU ou moram em outro município e não têm interesse em pedir a nota pela inexistência de vantagem econômica. "Como o crédito pode ser utilizado como desconto em qualquer imóvel, acreditamos que os pequenos contribuintes o repassarão para os maiores por meio de negociação na Bolsa", diz Mouallem. Aproximação – A Prefeitura sugere que haja o repasse dos créditos para quem tem IPTU a pagar. "A bolsa vai servir para aproximar esses contribuintes ou para transformar os créditos em dinheiro. Ela poderá antecipar o benefício", explicou Monzoni. As negociações na bolsa co-

Mouallem: nota será mais exigida

meçam no dia 1º de novembro e devem movimentar R$ 120 milhões por ano, de um total de R$ 600 milhões em créditos concedidos pela Prefeitura no mesmo período. Assim como os 10 milhões de contribuintes do município, que vão fiscalizar indiretamente o recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS), pelo desconto no IPTU, a bolsa pretende ser uma aliada da Prefeitura para incrementar a arrecadação. Negociação – Haverá um limite inicial de R$ 100 para a negociação de créditos. Conforme o comprador for pagando os créditos, ele vai ganhar mais limite. Se quiser um valor superior logo no início, terá de desembolsar 20% do limite pretendido. "Isso vai mostrar seu interesse pelo negócio", explica o empresário. Sobre cada negociação, a

bolsa vai cobrar do comprador uma comissão entre 2% e 4%. Segundo Mouallem, o deságio deve ficar em 20%. "Esse percentual, no entanto, deve variar de acordo com a lei da oferta e demanda." Para o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino de Bastos Júnior, outras iniciativas no mesmo sentido deverão aparecer. "É um mercado interessante. Como há autorização para o repasse para terceiros, é natural a negociação", afirmou. Segundo a Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, mais de 19 mil contribuintes emitiram cerca de 7 milhões de notas eletrônicas e já geraram R$ 13 milhões em créditos, um montante ainda , pequeno se comparado com os R$ 600 milhões esperados. "Mas, a partir de novembro, quando os imóveis serão indicados para terem os créditos abatidos do IPTU, a tendência é de a população pedir mais a nota", disse Mouallem. A emissão da NF-e passou a ser obrigatória a partir de agosto para um grupo de prestadores de serviços. Até o final de novembro, a exigência será estendida a todos os prestadores. A pessoa física poderá abater até 30% do valor do ISS recolhido e as empresas, 10%. Será concedido um desconto de até 50% do valor do IPTU. Adriana David

Falta uma semana para a atualização

F

alta apenas uma semana para o fim do prazo de atualização cadastral dos imóveis que pagam o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Quem perder o prazo, que se encerra no dia 31, pagará multa de R$ 58,80. Aqueles que não fizerem a atualização pagarão R$ 117,60. De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, no final de setembro, 900 mil dos 2,8 milhões de imóveis ainda estavam desatualizados. Mesmo a poucos dias do prazo final, os paulistanos ainda têm dúvidas de como proceder. Há duas maneiras de se recadastrar: pela internet ou

preenchendo o formulário que foi entregue junto com o carnê de IPTU. Nos dois casos, o contribuinte deve enviar o formulário e cópia de qualquer documento que comprove a propriedade do imóvel. Isso pode ser feito pelos Correios ou pessoalmente, em qualquer subprefeitura da capital. No primeiro caso, o que vale é a data de postagem dos documentos: podem ser enviados até dia 31. A vantagem do contribuinte ao acessar o site da Prefeitura de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br) é poder escolher o dia do mês em que prefere pagar o tributo a partir de 2007, e também o en-

dereço no qual deseja receber sua notificação de IPTU no próximo ano. Outro benefício é o direito de pedir até 50% de abatimento no imposto com a apresentação de notas fiscais eletrônicas de serviços (NF-e). A Subprefeitura de Santo Amaro vai atender das 8 horas às 20 horas nesta última semana para facilitar a atualização. Já a de Jaçanã/Tremembé não vai ampliar oficialmente o horário, mas garantiu que atenderá até o último contribuinte. Dos 1.000.206 contribuintes isentos do imposto que teriam de se recadastrar até o mês de março, 71 não realizaram o procedimento. (AE)

Rodrigo Monzoni: a bolsa vai aproximar os contribuintes e transformar os créditos em dinheiro Paulo Pampolin/Hype

Érika Bechara, da SOS Mata Atlântica, diz que incentivo é menor nos patrocínios por causa da publicidade

Um incentivo ao meio ambiente

U

m projeto nos mesmos moldes da Lei Rouanet – que oferece benefícios fiscais às empresas que investem em projetos culturais – está em tramitação no Congresso Nacional pedindo igual incentivo para o desenvolvimento de projetos de preservação do meio ambiente. O PL nº 5.974/2005, de autoria do exsenador Waldeck Ornelas, foi apresentado no Senado por representantes do movimento "Ação pelo IR Ecológico", formado por Organizações NãoGovernamentais (ONGs) como a Fundação SOS Mata Atlântica, WWF-Brasil e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). Entre outros benefícios, o PL prevê a possibilidade de as pessoas físicas e jurídicas deduzirem do Imposto de Renda

(IR) devido valores dirigidos a projetos de conservação e uso sustentável de recursos naturais. Pessoas físicas poderão descontar doações de até 80% do valor devido de IR e patrocínios de até 60%. Já as empresas poderão doar até 40% e destinar 30% do imposto devido para patrocínio. "O percentual oferecido para a doação é maior porque o governo, nesses casos de benefícios fiscais, entende que a empresa que vincula sua marca ao patrocínio de um projeto tem publicidade de forma indireta e, portanto, já é beneficiada com o marketing da ação", afirmou a assessora jurídica da Fundação SOS Mata Atlântica, Érika Bechara, que participou de uma palestra ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(Fiesp) para debater o assunto com os empresários. Se aprovado, o projeto também vai permitir que empresas façam doações para o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e outros fundos públicos do setor. No caso das empresas tributadas com base no lucro real, por exemplo, os valores de doações e patrocínios poderão ser considerados como despesa operacional. "A maior vantagem, nesse caso, é que o fato de incluir essa doação como despesa operacional e, assim, pagar menos IR, não exclui a dedução de 40%, permitida pelo PL, do imposto devido", explicou Érika. A única ressalva é que, pela legislação tributária, essa doação não pode ultrapassar o total de 4% do imposto devido. Márcia Rodrigues


O VERDADEIRO DUELO ENTRE LULA E ALCKMIN Eleja Lula ou Alckmin. E vá para o ringue. Agora não é mais debate, ironia, ou evasivas. São diretos, ganchos e jabs. Seus golpes certeiros somam pontos. Não dá para bater abaixo da cintura. É a luta para a Presidência. Entre no ringue: www.dcomercio.com.br

Lula, o favorito. Lula abriu 22 pontos de vantagem sobre Alckmin na pesquisa Datafolha divulgada ontem. O favorito subiu um ponto porcentual, para 61% dos votos válidos. E seu adversário baixou de 40 para 39%. Página 3

Briga também na Justiça Lula e Alckmin se enfrentaram no Tribunal Superior Eleitoral. Do total de 307 representações ajuizadas, 76 foram feitas pela campanha do tucano e 61, pela coligação de Lula, contabilizando 1º e 2º turnos. Página 3 Ano 81 - Nº 22.240

São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

R$ 0,60

Ilustrações Abê

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

A BOLSA DO IPTU

Quem não precisa, vende; quem precisa, compra: criada a Bolsa da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Serão R$ 120 milhões por ano, a partir de 1/11. E 1 Paulo Pampolin/Hype

Rafael Hupsel/LUZ

Golfe: é só começar para gostar E8

Vale é a 2ª maior mineradora do mundo Companhia brasileira compra a canadense Inco por US$ 13,2 bilhões. E 6 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 15º C.

Tatuzão prepara-se para escavar a linha-4 Máquina que fala alemão começa a operar daqui a dois meses. Vai perfurar 14 metros de túneis do metrô por dia, totalizando 6,4 quilômetros da Linha Amarela (foto), entre a avenida Brigadeiro Faria Lima e a Estação da Luz. C 1


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

31

MUDANÇAS NOS COMITÊS DE AUDITORIA

de maio de 2007 é o prazo para que as auditorias de instituições financeiras públicas tenham apenas integrantes externos

Pablo Valadares/AE

Seguro para a agricultura, na gaveta

A

ânsia do governo de divulgar o maior número possível de bondades às vésperas do segundo turno das eleições de domingo levou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a anunciar uma medida que ainda está em discussão na Esplanada dos Ministérios: a criação do Seguro de Preços

para a Agricultura Familiar, que é uma forma de evitar o comprometimento da renda dos pequenos agricultores quando os preços recuam no mercado interno. O ministro dava como certa a formalização do benefício, que será bancado pelo Tesouro Nacional, na reunião de ontem do Conselho Monetário Nacional (CMN), o que não ocor-

CONVOCAÇÃO

Henrique Meirelles, presidente do BC, depois da reunião do CMN no Ministério da Fazenda

reu. O assessor especial do Ministério da Fazenda para assuntos agrícolas, Gerardo Fontelles, disse que "questões técnicas" impediram que o voto encaminhado pelo Ministério fosse aprovado. Cassel, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a criação do seguro será avaliada no começo de novembro, quando o CMN fará

uma reunião extraordinária. Na segunda-feira, antes do sinal verde do CMN, o ministro esteve no Rio Grande do Sul e falou com desenvoltura sobre o novo mecanismo nos encontros da Federação dos Trabalhadores de Agricultura Familiar da Região Sul/Central Única dos Trabalhadores (Fetraf-sul/CUT). "Esta é uma política pública que chega pa-

EDITAL

ra enfrentar e resolver de vez todos os problemas das oscilações de preços", defendeu o ministro na ocasião. Ele quer que produtores familiares de milho, feijão, mandioca, arroz, soja, sorgo e leite que tenham financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) sejam beneficiados pela medida. Na prática, o seguro é um desconto no pagamento do financiamento, que será igual à diferença de preços entre o valor de mercado (no momento do pagamento do empréstimo) e o valor de referência definido para o ano-safra. Ele substitui o "rebate", uma espécie de desconto dos empréstimos do Pronaf que atendia a agricultura familiar quando confirmada a defasagem nos preços.

Mudanças – Na reunião de ontem, o CMN anunciou que os comitês de auditoria das instituições financeiras públicas com capital fechado terão que funcionar apenas com integrantes externos a partir de 31 de maio de 2007. A decisão atinge apenas a Caixa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os demais bancos públicos de capital fechado, de acordo com o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Paulo Cavalheiro, não conseguem reunir os requisitos mínimos para que se possa exigir a criação de um comitê de auditoria A mudança deverá aumentar a transparência das contas dessas instituições e melhorar o nível de governança corporativa dos bancos públicos com capital fechado. (AE)

ATAS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: A Comissão Julgadora de Licitações comunica: O adiamento “sine die”, da data da apresentação da garantia de participação e de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial), bem como a abertura do envelope 1 da Tomada de Preços no. 05/2290/06/02, cujo objeto é a Construção de ambientes complementares, com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Prof. Walker da Costa Barbosa - São Bernardo do Campo/SP; EE Profª Palmira Grassiotto Ferreira da Silva - São Bernardo do Campo/SP. O adiamento “sine die”, da data da apresentação da garantia de participação e de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial), bem como a abertura do envelope 1 da Tomada de Preços no. 05/2326/06/02, cujo objeto é a Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Sebastião Pereira Vidal – Suzano/SP. O adiamento “sine die”, da data da apresentação da garantia de participação e de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial), bem como a abertura do envelope 1 da Tomada de Preços no. 05/2327/06/02, cujo objeto é a Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Oredo Rodrigues da Cruz – Juquitiba/SP.

BALANÇOS Multigrain S.A. CNPJ nº 06.963.088/0001-23 Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro de 2005 (Em milhares de reais) 2005 2004 Passivo Circulante Fornecedores 1.000 1.000 Partes Relacionadas 12.524 – Empréstimos e Financiamentos Bancários – – Obrigações Fiscais e Sociais a Pagar – – Outras Contas a Pagar – – Imposto de Renda/CSSL a Recolher – –

Demonstrações do Resultado Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 (Em milhares de reais) 2005 2004 – – Equivalência Patrimonial 35.513 – 12.524 – Lucro (Prejuízo) antes do Imposto de Renda – – e da Contribuição Social 35.513 – – – Imposto de Renda e Contribuição Social – – – – Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercicio 35.513 – – – As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 12.524 – 13.524 1.000 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Exigível a Longo Prazo Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 (Em milhares de reais) Empréstimos e Financiamentos Bancários – – Realizável a Longo prazo 2005 2004 Obrigações Fiscais e Sociais a Pagar – – Origens do Recursos Partes Relacionadas – – Dos Acionistas Partes Relacionadas – – Outras Contas a Receber – – Integralização do Capital Social 5.174.562 1.000 IR Diferido s/Reserva de Reavaliação – – – – 5.174.562 1.000 Provisão p/Perdas em Investimento De Terceiros – – Permanente Reserva de Reavaliação 8.876.750 – Patrimônio Líquido Investimentos 14.086.825 – 8.876.750 – Capital Social 5.175.562 1.000 Imobilizado – – 14.051.312 1.000 Reserva de Reavaliação 8.876.750 – Total das Origens Diferido – – Lucros (Prejuízos) Acumulados 37.289 – Aplicações Lucro Líquido do Exercício (35.513) – 14.086.825 – Reserva Legal (1.776) – Equivalência Patrimonial 35.513 – 14.087.825 1.000 Prejuízo Ajustado – – 14.100.349 1.000 14.100.349 1.000 Aumento do Investimento 14.086.825 – As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Total das Aplicações 14.086.825 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 Diminuição do Capital Circulante Líquido – 1.000 (Em milhares de reais) Ativo Circulante 13.524 1.000 Capital Reserva Reserva para Reserva de Lucros Passivo Circulante 12.524 – Social AFAC Legal Investimentos Reavaliação Acumulados Total Capital Circulante no Final do Exercício 1.000 1.000 Saldo em 31 de Dezembro de 2004 1.000 – – – – – 1.000 Capital Circulante no Início do Exercício 1.000 – Aumento de Capital Aumento (Redução) do Capital Circul. Líquido – 1.000 Por Subscrição Realizada 5.174.562 – – – – – 5.174.562 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Reserva de Reavaliação – – – – 8.876.750 – 8.876.750 Lucro Líquido do Exercício – – – – – 35.513 35.513 ding de trigo e seus subprodutos e açúcar, e em janeiro de 2007 em relação à Constituição da Reserva Legal – – 1.776 – – (1.776) – exportação de soja da safra de 2006/2007, pré-financiada durante o ano de Constituição de Reserva para Investimentos – – – 33.737 – (33.737) – 2006. Os ativos necessários para a consecução de tais atividades serão Saldo em 31 de Dezembro de 2005 5.175.562 – 1.776 33.737 8.876.750 – 14.087.825 contribuídos pela sua controladora durante o exercício social de 2006. 2. Apresentação das Demonstrações Contábeis: As demonstrações finanAs notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras ceiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis Referentes aos Exercícios Findos em 31 de Dezembro 2005 e 2004 Brasil, consubstanciadas na Lei das Sociedades por Ações, normas e reso(Valores expressos em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma) 1. Contexto Operacional: Contexto operacional: A Companhia é uma so- ou de terceiros, de produtos agrícolas e seus subprodutos, de fertilizantes e luções do CFC - Conselho Federal de Contabilidade. 3. Sumário das Princiedade por ações de capital fechado e tem por objetivo (a) comércio nos seus derivados, de matérias-primas em geral e de defensivos agrícolas; e (l) cipais Práticas Contábeis: a) Apuração do resultado: O resultado do mercados interno e externo (importação e exportação) de produtos agríco- administração de bens próprios. A empresa encontra-se atualmente em fa- exercício é apurado em conformidade com o regime contábil da competênlas, especialmente grãos vegetais e seus derivados, de fertilizantes, suas se pré-operacional, com previsão de início das suas operações em setem- cia. b) Imposto de Renda e Contribuição Social: São calculados de acormatérias-primas e seus subprodutos e de defensivos agrícolas; (b) explora- bro de 2006, em relação ao beneficiamento de trigo e comercialização e tra- do com a legislação vigente na data da apuração. ção de serviços auxiliares aos transportes aquaviários; (c) serviços auxilia- 4. Investimentos Relevantes: As principais informações dos investimentos estão resumidas abaixo: res ao transporte rodoviário de cargas em geral; (d) serviços auxiliares ao Percentual de Lucro (prejuízo) Equivalência transporte de cargas em geral (logística de transporte ou agente de transParticipação Valor do Investimento do Exercício Patrimonial portadoras); (e) agenciamento marítimo e operador portuário; (f) serviços de Controlada 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 depósito; (g) logística de depósito; (h) consultoria de transportes em geral; Multigrain Armazéns Gerais S.A. 100 – 14.086.825,48 – 34.578 – 35.513 – (i) a participação em outras sociedades, comerciais ou civis, como sócia- 5. Transações com Partes Relacionadas: Em 31/12/2005, o saldo da conta transações com partes relacionadas no valor de R$ 12.524,00, refere-se intequotista ou acionista; (j) industrialização e beneficiamento, por conta própria gralmente à dívida da Companhia em relação à sua controladora, Multigrain Comércio Exportação e Importação S.A. Ativo Circulante Disponibilidades Despesas Antecipadas Adiantamento a Fornecedores Estoques Impostos a Recuperar Outras Contas a Receber

2005

2004

Paulo Roberto Moreira Garcez - Diretor

Simone A. Oliveira Hevia - Contadora - CRC 1SP180568/O-0

BI COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS CNPJ Nº 07.112.325/0001-05 REPUBLICAÇÃO DO BALANÇO DE 31/12/05 DA BI CIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, EM FUNÇÃO DE ALTERAÇÕES NAS NOTAS EXPLICATIVAS Relatório da Administração - Exercício de 2005 Senhores cotistas, A administração da BI Cia. Securitizadora de Créditos observados os termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, ou do Imobiliários tem a satisfação de submeter à apreciação de V.Sas. o Relatório diploma que vier a substituí-la, alterá-la ou complementá-la. Desempenho da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis Econômico-Financeiro - Em junho do corrente ano a Cia. Estruturou a sua da Companhia relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005. primeira operação no segmento, com a emissão de Certificados de Desempenho Operacional - A empresa, constituída em outubro/2004, teve Recebíveis Imobiliários lastreados em contratos de locação dos espaços do seu estatuto social alterado passando a ser sociedade anônima de capital Shopping Metrô Santa Cruz. O capital social permanece inalterado em aberto sob a denominação de BI CIA. SECURITIZADORA DE CRÉDITOS R$100.000,00. Relacionamento com os Auditores Independentes - Os IMOBILIÁRIOS, com o propósito de operar nos segmentos de (i) auditores externos da Cia. Tecnoaud Auditores Independentes SS, não securitização de créditos imobiliários oriundos ou relacionados a quaisquer prestaram durante o exercício de 2005, outros serviços que não os modalidades imobiliárias, tais como contratos de aluguéis e parcelas de relacionados com auditoria das demonstrações financeiras. A política da contrato de compra e venda; (ii) emissão e colocação, no mercado financeiro, Companhia na contratação de serviços junto aos auditores independentes de Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs, debêntures ou quaisquer assegura que não haja conflito de interesses, perda de independência ou outros títulos de crédito ou valores mobiliários lastreados em créditos objetividade. Agradecimentos - A administração registra os seus imobiliários; e (iii) realização de negócios e prestação de serviços agradecimentos aos acionistas e colaboradores, pelo valioso e relacionados à securitização de créditos imobiliários em questão, imprescindível apoio. A Administração Balanço Patrimonial levantado em 31 de dezembro de 2005 Em R$ Ativo Em R$ Passivo 918.926,63 Circulante 1.034.526,25 Circulante Obrigações Tributárias a pagar .............................. 256.758,13 Caixa ................................................................... 57.346,39 Imp.Contr.s/lucros ................................................. 60.763,45 Bancos c/Movimento ........................................... 502,93 Títulos a Pagar ...................................................... 601.405,05 Aplicações Financeiras ....................................... 194.748,34 Património Liquido ............................................... 115.599,62 Adiantamento a Dirigentes .................................. 780.000,00 Capital Social ........................................................ 100.000,00 Impostos a Recuperar ......................................... 1.928,59 Lucros Acumulados ............................................... 15.599,62 Total do Ativo ...................................................... 1.034.526,25 Total do Passivo ................................................... 1.034.526,25 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2005 MR$ - 2005 1. CONTEXTO OPERACIONAL - A empresa foi constituída em 22 de novem- 4. APLICAÇÕES FINANCEIRAS 195 bro de 2004 sob forma de sociedade limitada e tinha como objeto social a Fundo : WestLB Fix FI Referenciado DI .............................. participação em outras empresas, inclusive em instituições financeiras, CNPJ 60.528.932/0001-33 MR$ - 2005 como quotista ou acionista. Em Assembléia Geral realizada em 10 de feverei- 5. OUTROS CRÉDITOS 780 ro de 2005, os sócios-quotistas decidiram, por unanimidade, transformar a Adiantamentos ..................................................................... 2 sociedade limitida em sociedade por ações, de objeto exclusivo, em confor- IRRF a recuperar ................................................................. midade com a Lei n° 9.514 de 20 de novembro de 1997, com a denominação 6. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O capital social da Companhia é dividido em social de B.I Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliários. A Companhia 100.000 (cem mil) ações ordinárias, todas nominativas sem valor nominal, tem por objeto: a aquisição e securitização de créditos imobiliários oriundos totalmente integralizadas. A reserva legal é constituída em conformidade com ou relacionados a quaisquer modalidades imobiliárias, tais como aluguéis e a Lei das sociedades por ações e o estatuto social, na base de 5% do lucro parcelas de contrato de compra e venda, a emissão e colocação, no mercado líquido de cada exercício até atingir 20% do capital social. Conforme o financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários – Cris, debêntures ou estatuto social, os acionistas têm direito a dividendos mínimos de 25% sobre quaisquer outros títulos de crédito ou valores mobiliários lastreados em do lucro líquido, ajustado nos termos do artigo 202 da Lei n° 6.404/76. Do créditos imobiliários e a realização de negócios e prestação de serviços lucro apurado no exercício de 2005 de MR$ 136, após a dedução da reserva relacionados à securitização de créditos imobiliários em questão. A Compa- legal, a administração da sociedade aprovou a distribuição de dividendos no nhia teve concluído seu processo de concessão de registro como companhia montante de MR$ 120. MR$ aberta homologado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 02/03/ 7. OUTRAS OBRIGAÇÕES 2005 2005 através do processo CVM RJ-2005-1358. 2. APRESENTAÇÃO DAS Títulos a pagar 601 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - As práticas contábeis adotadas para o BI Fomento Mercantil Ltda .................................................. 2005 registro das operações e para a apresentação das demonstrações financei- Impostos e contribuições 135 ras estão de acordo com as normas emanadas pela Lei das Sociedades por Cofins a recolher ................................................................. 29 Ações e diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 3. RESUMO Pis a recolher ...................................................................... 90 DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS - Apuração de resultado. As recei- ISS a recolher ..................................................................... 3 tas e as despesas são apropriadas pelo regime de competência. Aplicações IRRF a recolher ................................................................... financeiras. São representadas por cotas de fundos de investimentos Fix 8. OUTRAS INFORMAÇÕES - Em 2005 foram adquiridas Cédulas de Crédito Referenciado DI, administrados pelo Banco WestLB, registrados pelo valor Imobiliário – CCI´s emitidas pela Companhia Santa Cruz, representativas de de aquisição atualizado até a data do balanço. Demais ativos circulantes e créditos e créditos novos decorrentes de contratos de locação. Em 31 de realizável a longo prazo. São demonstrados ao custo, incluindo os rendimen- dezembro de 2005 estes créditos montam MR$ 31.070. Em 19/07/2005 foram tos e variações monetárias auferidos, quando aplicável. Demais passivos emitidos 250 Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI´s, sob a forma circulantes e exigível a longo prazo São demonstrados pelos valores conhe- nomitativa-escritural, em duas séries: a) 208 CRI´s Seniores de valor nominal cidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes unitário MR$ 479 e b) 42 CRI´s Subordinados de valor nominal unitário MR$ encargos e variações monetárias incorridos. A provisão para imposto de 500. Os CRI´s são atualizados pelo Índice Geral de Preços de Mercado da renda é constituída à alíquota de 15% sobre o lucro tributável, acrescida de Fundação Getúlio Vargas (IGPM/FGV), acrescidos de juros de 10,5% ao ano adicional de 10% sobre a parcela do lucro tributável anual que exceder a MR$ sobre o saldo não amortizado do valor de cada certificado. Em 31 de dezem240. A provisão para contribuição social é constituída à alíquota de 9%, bro de 2005, os CRI´s montam MR$ 50.461 e estão lastreados por Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) vinculados ao regime fiduciário descrito, os quais conforme legislação vigente.

Demonstração do Resultado de janeiro a dezembro de 2005 Em R$ Venda de Serviços ............................................... 1.808.170,00 Receita Bruta de Vendas ...................................... 1.808.170,00 (-) Deduções de Vendas ....................................... 254.669,75 Receita Liquida ..................................................... 1.553.500,25 Lucro Bruto .......................................................... 1.553.500,25 (-) Despesas Operacionais ................................... 1.391.113,23 (+)Receitas Financeiras ........................................ 15.149,37 (+)Outras Receitas Operacionais ......................... 18.826,68 Resultado Operacional do Período ..................... 196.363,07 Resultado liq.do Período antes da CSL/IRPJ ..... 196.363,07 (-) Provisão p/Contribuição Social ........................ 17.672,68 Resultado liq.do Período antes doIRPJ .............. 178.690,39 (-) Provisão p/IRPJ ............................................... 43.090,77 Resultado Liquido do Período ............................. 135.599,62 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 31/12/2005 - Em R$ Lucros Acumulados em 31/12/2004 ..................... Lucro Liquido em 31/12/2005 ............................... 135.599,62 Distribuição de Lucros .......................................... (120.000,00) Lucros Acumulados em 31/12/2005 .................... 15.599,62 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos Em R$ ORIGENS DOS RECURSOS 31/12/2004 31/12/2005 Das Operaçõs Próprias Lucro Liq.do Exercício ......................................... - 135.599,62 Dos Sócios ou Acionistas Aumento de Capital .............................................. 100.000,00 Total das Origens ................................................ 100.000,00 135.599,62 APLICAÇÕES DOS RECURSOS Aumento do Ativo Permanente Aumento no Diferido ............................................. 1.815,33 Remuneração ao Capital dos socios/acionistas Lucros ou dividendos distribuídos ........................ - 120.000,00 Total das Aplicações ........................................... 1.815,33 120.000,00 Aumento ou Diminuição do CCL ......................... 98.184,67 17.414,95

Parecer dos Auditores Aos Senhores Acionistas e Administrador da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS. 1.Examinamos o Balanço Patrimonial, a Demonstrações de Resultados do Exercício, as Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, levantados em 31 de Dezembro de 2005, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas Demonstrações Financeiras e Contábeis. 2. Nossos exames

representam adequadamente em todos os aspectos relevantes, a posição Financeira e Patrimonial da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, o resultado de suas Operações, as Mutações de seu Patrimônio Líquido e as Origens e Aplicações de seus Recursos referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 23 de maio de 2006. TECNOAUD AUDITORES INDEPENDENTES S/S® - CRC 2SP016646/O-4 José Ribamar Tavares da Silva - CRC 1SP 127013/O-4

foram conduzidos de acordo com as normas de Auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da empresa; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas, e; (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da empresa, bem como da apresentação das Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as Demonstrações Financeiras e Contábeis referidas no primeiro parágrafo,

EXTRAVIOS

Demonstração do Capital Circulante Liquido - Em R$ CCL em 31/12/2005 (At.circulante-Pas.circulante) ............... 115.599,62 CCL em 31/12/2004 (At.circulante-Pas.circulante) ............... 98.184,67 Aumento ou Diminuição do CCL ......................................... 17.414,95 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Em R$ Histórico Cap. Subscrito Lucro Acum. Total Saldos em 31/12/2004 ... 100.000,00 100.000,00 Lucro Liq.do exercicio .... 135.599,62 135.599,62 Dividendos pagos ........... (120.000,00) (120.000,00) Saldos em 31/12/2005 ... 100.000,00 15.599,62 115.599,62 ficam excluídos do patrimônio comum da companhia. Em atendimento à Instrução CVM n° 381 de 14 de janeiro de 2003, informamos que a empresa contratada para auditoria das demonstrações financeiras da B.I Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliários, ou pessoas a ela ligadas, não presta outros serviços que não sejam de auditoria externa. A Companhia apresenta em seu balanço patrimonial, ativo financeiro caracterizado como instrumento financeiro. As práticas contábeis utilizadas para valorização do ativo financeiro são reconhecidas a valores que não diferem dos de mercado. O imposto de renda e a contribuição social, calculados às alíquotas vigentes descritas na nota 3, totalizaram MR$ 43 e MR$ 18, respectivamente. A DIRETORIA Contador : Antonio Carlos Tamoto - TC-CRC-1SP 137023/O-4

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 24 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência e recuperação judicial: Requerente: Casa de Arames Santa Rita Ltda. - Requerida: H. C. Indústria e Com. de Molas Ltda. - Rua Arnoldo Felmanas, 67 - 1ª Vara de Falências


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Assim que o Tatuzão entrar em operação, 14 metros de túneis serão escavados diariamente entre o largo da Batata e a estação da Luz, no Centro

1 Pela primeira vez trabalhamos em um terreno rochoso, fraturado e cheio de água. Sérgio Salvadori, diretor do Metrô

Para os técnicos do Metrô, a Linha-4 tem representado desafios diários

Linha-4 do metrô avança e vence desafios Em 60 dias, Tatuzão começa a escavar os túneis que ligarão a Luz à Vila Sônia. PPPs criam modelo de gestão eficiente do patrimônio público pelas empresas privadas. Flávia Gianini

A

grande estrela das obras da Linha-4Amarela do Metrô, a Shield, mais conhecida como Tatuzão, começa a operar em 60 dias. A máquina, especialmente importada da Alemanha, tem a missão de perfurar os túneis da nova linha. Quando estiver pronta, vai cavar 14 metros de túneis por dia, totalizando 6,4 quilômetros de linha, entre a avenida Brigadeiro Faria Lima, na altura do largo da Batata, e a estação da Luz, na área central da cidade. A máquina custou 30 milhões de euros (R$ 81 milhões) e exigiu uma imensa operação logística para ser transportada do porto de Santos ao canteiro de obras do metrô, na zona oeste . "Trata-se de um grande desafio. Pela primeira vez trabalhamos em um terreno rochoso bastante fraturado e cheio de água. Além disso é a maior Shield que o Brasil já teve", afirmou o diretor de engenharia e construções da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Sérgio Salvadori. Visita – Integrantes da Comissão de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) visitaram ontem as obras da Linha-4Amarela. Salvadori e outros técnicos do Metrô explicaram em detalhes cada passo da construção, responderam a perguntas e tiraram dúvidas apresentadas pela comissão. Segundo os representantes da CPU, o cumprimento dos prazos e a redução máxima dos transtornos é o que mais importa às comunidades e comerciantes instalados nas regiões afetadas pelas obras. "Estamos evitando ao máximo um atraso", informou Salvadori.

Prova disso, segundo o diretor, foi o gasto extra que a Companhia do Metrô teve para remover 300 mil metros cúbicos de terra contaminada por um posto de gasolina na região da avenida Paulista. "Sem possibilidade de descartar o material contaminado na cidade, gastamos R$ 10 milhões para transportá-lo até Curitiba, onde ele foi incinerado apropriadamente", explicou Salvadori. PPPs – Muito além das discussões técnicas de construção, o engenheiro, vice-presidente da ACSP e coordenador da Comissão de Política Urbana da entidade, Alfredo Cotait, destacou o motivo da visita. "Viemos conhecer in loco o que está sendo feito na Linha-4 para divulgar e valorizar a obra que é tão necessária para a cidade", declarou. Segundo Cotait, a Linha-4 tem outro grande mérito: o pioneirismo do modelo de contratação diferenciado para a realização das obras: a Parceria Pública Privada (PPP). "O sucesso do empreendimento é de extrema importância para o desenvolvimento do modelo de gestão eficiente do patrimônio público pelas empresas privadas", afirmou Cotait. O modelo de PPP utilizado nas obras do metrô foi adotado a partir do financiamento conseguido junto ao Banco Mundial (Bird). O organismo internacional investiu US$ 209 milhões. Em contrapartida, o Japan Bank International Corporation (JBIC) também aportou US$ 209 milhões e o governo estadual, por sua vez, US$ 502 milhões. À iniciativa privada caberá investir US$ 340 milhões, fornecer os trens, a sinalização e fazer toda manutenção do material

Operários em ação: o papel das PPPs foi destacado por integrantes da Comissão de Política Urbana da ACSP, que ontem visitaram as obras da Linha-4

rodante da nova linha. Em contrapartida, durante 30 anos as empresas privadas que participarem da PPP poderão explorar comercialmente os espaços do metrô. "A grande vantagem desde modelo é que ele financia obras de grande porte que o Estado não tem condições de bancar", afirmou Salvadori. "Greve selvagem " – Vale lembrar que no dia 15 de agosto os metroviários de São Paulo promoveram uma greve política de 24 horas, que afetou a vida de 2,6 milhões de pessoas. Eles protestaram contra a PPP, alegando que os funcionários a serem contratados para operar a

Linha-4, em 2008, não terão as mesmas garantias trabalhistas. Na época, o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, afastou essa possibilidade. O governador Claudio Lembo classificou a greve de "selvagem, irresponsável, injusta e ilegítima". Operação – A operação comercial da primeira etapa da Linha-4 está prevista para dezembro de 2007, com 14 composi-

ções. Nessa etapa, a linha vai operar 12,8 quilômetros de vias e seis estações prioritárias: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz, com integração física e tarifária com as outras quatro linhas da rede metroviária de São Paulo. A demanda prevista nessa primeira fase de operação é de 7 0 4 m i l p a s s a g e i ro s / d i a . Quando estiver totalmente con-

cluída, em 2012, a Linha 4 passará a operar outras cinco estações (Vila Sônia, Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis), com acréscimo de mais 15 trens em sua frota. Diariamente, serão atendidas 970 mil pessoas, com sensível redução no tempo de transporte (de 25 a 50 minutos) em relação ao transporte hoje existente no trajeto Luz-Vila Sônia.


quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

PAÍS TEM FROTA DE 6,6 MILHÕES DE MOTOCICLETAS

A fabricante européia de aviões Airbus espera dobrar a participação de mercado na América Latina em dez anos

PREÇOS ACESSÍVEIS E OPÇÕES AO TRÂNSITO CAÓTICO SÃO ALGUNS FATORES QUE IMPULSIONAM OS NEGÓCIOS

AUMENTAM AS VENDAS DE MOTOS Patrícia Cruz/LUZ - 05/09/2005

P

Nos nove primeiros meses do ano, as vendas somam 940.193 unidades de motocicletas

PIS Começa hoje o pagamento do abono salarial e do PIS para os nascidos em março.

Ó RBITA

INFLAÇÃO O IPCA-15 teve variação de 0,29% em outubro, ante 0,05% no período anterior.

Sergio Amaral/Agência Pixel

1 MILHÃO DE SITES NA INTERNET

O

número de endereços da web registrados no Brasil, que têm terminação ".br", alcançou a marca de 1 milhão neste mês, com crescimento de cerca de 20% sobre outubro de 2005, informou o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade que implementa projetos do Comitê Gestor da Internet no País. Segundo levantamento divulgado ontem pelo NIC.br, há cerca de 800 mil donos de endereços na rede mundial de computadores terminados em ".br". "O Brasil tem uma grande capacidade de crescer nessa área, já que muitos usuários da internet ainda não têm conhecimento dos procedimentos para registrar um domínio", disse em comunicado o diretor de serviços e tecnologia do

PETRÓLEO

A

s cotações internacionais de petróleo encerraram acima dos US$ 59 por barril ontem. O impulso veio do anúncio dos Emirados Árabes Unidos a seus compradores de que reduzirá as exportações da matériaprima no próximo mês, amenizando incertezas sobre o corte efetivo decidido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A Companhia Nacional de Petróleo Abu Dhabi vai reduzir as exportações em 5%. (Reuters)

MORRE JURISTA

U

m dos idealizadores da Lei das Sociedades Anônimas, o jurista José Luiz Bulhões Pedreira, morreu ontem de câncer, aos 82 anos. Junto com o professor Alfredo Lamy Filho, ele elaborou as regras que balizam o mercado de capitais brasileiro. (AE) A TÉ LOGO

NIC.br, Frederico Neves. Ele acrescentou que quase 90% dos domínios registrados por brasileiros são ".br". "Em muitos países, o domínio nacional perde para os genéricos (.com, .net, .org)." Para incentivar o crescimento no volume de endereços brasileiros, o NIC.br informou que acelerou o processo de atualização dos registros nacionais. Com isso,

desde a última segundafeira, a verificação dos endereços nacionais é feita em um prazo de 30 minutos, ante um período de espera anterior de aproximadamente oito horas. A mudança permite que um novo domínio comece a ser reconhecido na internet meia hora após sua criação. Segundo o NIC.br, o período é um dos "mais ágeis que existem hoje" na web. (Reuters)

MARÍTIMA SEGUROS CONDENADA

A

11ª Vara Cível de São Paulo condenou ontem a Marítima Seguros a indenizar clientes que foram vítimas da fraude do carro vendido no Paraguai. Por meio desse esquema, um grupo de seguradoras negava-se a pagar a indenização a donos de veículos roubados ou furtados, alegando que eles haviam vendido os carros naquele país. As empresas apresentavam certidões paraguaias, compradas por US$ 100, para provar que o proprietário tinha vendido o veículo antes de prestar

queixa à polícia. A condenação da Marítima é a primeira contra uma seguradora ocorrida na Justiça, mas não é definitiva e cabe recurso. Em nota oficial, a seguradora informou que sempre cumpre decisões judiciais, e deve recorrer "no momento adequado". Segundo o promotor Gilberto Nonaka, além da Marítima estão sendo processadas a Real, a Itaú Seguros e a Porto Seguro. Ele disse que a Porto Seguro é a principal implicada no golpe. (Reuters)

ARGENTINA: MEDIDAS EXTREMAS

T

omaremos medidas extremas. A frase foi disparada ontem pela ministra da Economia Felisa Miceli, ao anunciar que o governo do presidente Néstor Kirchner não aceitará de forma alguma que as empresas furem sua política de congelamento de

preços. Segundo Miceli, "não há justificativas para que (as empresas) façam aumentos". A ministra ressaltou que a política de congelamento de preços aplicada pelo governo Kirchner continuará ao longo de 2006 "e também de 2007". (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Brasil precisa cortar gastos, afirma diretora da Standard & Poor’s

L

Diretor do BC deixa o cargo e vai para o governo de Minas Gerais

L

Ministério descarta risco de déficit de energia de 25% em 2007

re ç o s a c e s s í v e i s e trânsito caótico nos principais centros urbanos brasileiros. Esses são alguns dos fatores que impulsionaram o crescimento do setor de duas rodas em 2006, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). De acordo com o presidente da associação, Paulo Shuiti Takeuchi, nos nove primeiros meses do ano, os negócios atingiram 940.193 motocicletas faturadas aos distribuidores das fabricantes associadas, volume 23,9% superior ao registrado no mesmo período de 2005, quando 758.701 unidades foram comercializadas. Mas a oscilação registrada na produção em setembro também foi percebida nas vendas de motocicletas no mercado interno. No mês passado, 107.695 unidades foram vendidas, volume 13,3% menor em relação a agosto. Entretanto, se comparadas as vendas de setembro de 2006 com setembro de 2005, o desempenho deste ano foi 26,8% superior. A Abraciclo espera fechar 2006 com 14% de crescimento para as vendas internas. Em 2007, a perspectiva é ainda melhor: 18%. "Percebemos que há bastante procura por veículos de duas rodas para utilização profissional, o que chamamos de motofretes", disse Takeuchi, durante o último dia do Congresso da Federação Na-

cional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo. Exportações – Apesar dos números positivos, o setor de duas rodas está preocupado com o mercado externo. A Abraciclo anunciou que setembro registrou nova queda no volume de exportações. No total, 13.504 motocicletas foram levadas para outros países, uma queda de 10,7% em relação ao mês de agosto deste

23,9 por cento foi o crescimento das vendas de motos nos nove primeiros meses de 2006 sobre igual período do ano passado ano, quando foram vendidas 15.115 unidades ao exterior. Segundo o presidente da associação, em 2007 as exportações sofrerão uma queda de 14% em relação a este ano, quando devem ser vendidos 175 mil veículos de duas rodas. "Venderemos quase 25 mil produtos a menos do que neste ano", lamentou Takeuchi. Ele disse que a tendência é receber cada vez mais concorrentes asiáticos, que oferecem

motocicletas bonitas, mas com qualidade inferior às nacionais. "O objetivo da Abraciclo é lutar contra produtos desleais. Não somos contra as importações, mas as motocicletas de fora devem atender ao nosso padrão de qualidade." Perigo – Em dezembro de 2005, uma pesquisa do Departamento Nacional de Trânsito (Detran-SP) revelou que em São Paulo há uma frota de 2,3 milhões de motocicletas. Em todo o País, são cerca de 6,6 milhões de motocicletas. Dados de uma pesquisa sócio-econômica sobre acidentes de trânsito, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2004, mostraram que mesmo os motociclistas que usavam capacetes sofreram algum tipo de lesão. Das vítimas de acidentes de trânsito com motocicletas, apenas 68% usavam o equipamento de segurança. Para Takeuchi, a motocicleta não deve ser vista como a vilã da história. "Muito pelo contrário. O veículo de duas rodas é vítima dos maus usuários em acidentes", disse. Segundo ele, a Abraciclo lançará em breve uma campanha nacional de conscientização sobre responsabilidade no trânsito. "Na maioria dos acidentes, o que constatamos são problemas ligados à conduta do usuário. Precisamos mudar essa realidade para que as pessoas percam o medo de comprar motocicletas." Vanessa Rosal


2

Polícia Compor tamento Acidente Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ENCEFALITE 65 cidades mineiras estão em alerta contra a encefalite viral, que pode matar.

Ó RBITA Fotos de Monalisa Lins/AE

ABANDONADOS

K

O

s militares que trabalham nas buscas n a S e r r a d o C achimbo, no Mato Grosso, onde caiu o Boeing da Gol, em 29 de setembro, localizaram ontem o cilindro de voz, a parte que falta das caixa-pretas, uma peça importante nas investigações do acidente. O Ministério da Defesa informou, em nota, que o cilindro, não apresenta danos aparentes e será levado, no sábado, para a Organização Internacional de Aviação Civil, no Canadá, mesmo local onde foi feita a análise de caixas-preta do Boeing e do Legacy --também envolvido no acidente. O equipamento foi achado com detectores de metal, enterrado cerca de 20 centímetros. O transporte deve ser feito por três coronéis da Aeronáutica e a expectativa é que a caixa seja aberta na segunda-feira. A nota da Aeronáutica é assinada pelo ministro da Defesa, Wal-

INTERNADOS

NEGATIVA

agricultor Genivaldo s seis passageiros do 5ª Câmara de Direito O O A dos Santos, de 34 anos, helicóptero Bell 206 Jet Privado do Tribunal de mobilizou os bombeiros do Ranger da LRC Eventos, que Justiça negou pedido de caiu domingo, continuam internados no Hospital SírioLibanês, mas passam bem. Os sul-africanos Israel Bloomberg, de 46 anos, foi operado na noite de segunda, e Richard Horton, de 35, foi operado ontem. O outro sul-africano, Herman Polmann, de 38 anos, passa por exames. O piloto do helicóptero, Guilherme Ferraz, de 31 anos, foi operado segunda. Também estavam a bordo Aroldo Antônio Oliveira, de 45 anos, e seu filho Aroldo Mendonça Neto, de 13. (AE)

TUTOR DE SUZANE IRÁ DEPOR advogado Denivaldo Bank and Trust Company Barni, tutor e defensor (DBTC), hoje Union Bancaire O de Suzane von Richthofen, e Privée. Há suspeita de que o procurador da Dersa, disse que está "inconformado com as insinuações" que o envolvem em supostas contas da família da jovem na Suíça. Ele será ouvido sexta-feira pelo Ministério Publico Estadual (MPE) em ação que investiga denúncia sobre existência de duas contas em nome de Manfred, Marísia e Suzane von Richthofen no Discount

Encontrada caixa de voz do vôo 1907 Cilindro, que estava enterrado, foi achado com ajuda de detector de metal

átia de Paula Torres (foto de baixo), de 25 anos, foi detida na madrugada de ontem após abandonar a filha, Maria Fernanda Torres, de 1 ano, dentro do carro para assistir show do Exaltasamba numa casa noturna na Barra Funda. Fernanda deixou o tempra no estacionamento do Porto Alcobaça, na rua Tagipuru. Horas depois, um manobrista ouviu o choro da menina, tentou localizar a mãe, mas teve de acionar a PM. Maria Fernanda foi para o pronto-socorro e a mãe para o 23º DP. Ela perdeu a guarda da criança. A garota não foi a única abandonada na madrugada. Um menino (foto do alto) com chupeta e camiseta (nu da cintura para baixo), foi encontrado, por volta da 1h, por um motorista de ônibus perto da favela Ariston, em Carapicuíba. Seus pais não foram localizados pela polícia. (Agências)

povoado Agrovila, em Itabaiana, perto de Aracaju, dizendo que havia engolido uma cobra enquanto dormia. Ele sentia fortes dores no estômago. No Hospital Regional de Itabaiana, o agricultor sustentou a história, assustando a equipe médica. Feito um exame de raio X, os médicos constataram que Santos não engolira cobra nenhuma. "Pode ter sido fruto da sua imaginação, pois estava alcoolizado. Não há nada de anormal", disse o médico Marco Antônio de Andrade.

As gravações do cilindro deverão ajudar no esclarecimento das causas da lamentável tragédia. Waldir Pires, ministro da Defesa

EQUIPES AINDA BUSCAM ÚLTIMO CORPO

LENTIDÃO A CET registrou 129 km de tráfego às 18h30 de ontem. A média do horário é de 111 km.

COBRA

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

dinheiro dessas contas tenha sido desviado de obras do Rodoanel Mario Covas. O Ministério Público Federal abriu duas investigações – criminal e civil, de improbidade administrativa. Barni considerou "injustas e ilegais" as acusações de que defende Suzane por estar interessado no inventário da família. (Agências)

indenização de R$ 50 mil para Simone Correa de Mattos, vítima da explosão no Osasco Plaza Shopping, em 1996. A explosão, causada por um vazamento de gás no subsolo, matou 42 pessoas e feriu 472. A ação foi proposta em recurso contra decisão de 1ª instância favorável à Ultragaz. Segundo a desembargadora relatora do processo, Ana Liarte, "não se pode atribuir à Ultragaz a responsabilidade pela explosão". A votação foi unânime. (Agências)

GIr

Agendas das distritais

Hoje I Pirituba – A distrital, em

parceria com a Vilage Marcas e Patentes, promove Encontro de Negócios. Às 19h30. I Tatuapé –A distrital faz homenagem a policiais civis e militares. Às 19h30. I São Miguel – A distrital realiza reunião de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

dir Pires. No documento, Pires reitera que as gravações do cilindro deverão ajudar no esclarecimento das causas da "lamentável tragédia". O ministro informou ainda que prosseguem as buscas no local na tentativa de encontrar o corpo da única vítima ainda não localizada, o bancário Marcelo Paixão Lopes, de 29 anos, assim como continuam os esforços para encontrar partes do avião que ainda não foram achadas e que podem ser importantes para a investigação. O acidente com o vôo 1907 foi o maior da história do País, matando 154 ocupantes. Negativa – O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) negou à Polícia Federal (PF) acesso aos conteúdos das caixas-pretas do Boeing da Gol e do jato Legacy. Para justificar a decisão, a Aeronáutica afirma que a legislação militar não

permite que as informações sejam usadas em processos que tenham como objetivo punir pessoas envolvidas em acidentes aéreos. O delegado Renato Sayão, que investiga o acidente pela PF, pediu à Justiça Federal que determine à Aeronáutica o envio dos dados. Ontem, Sayão recebeu as transcrições dos contatos que foram feitos das torres de controle de Brasília, de Manaus e de São José dos Campos, com todas as aeronaves que voavam na região no momento do acidente. Sayão recebeu também fotos das telas de radares e os nomes de 17 pessoas – entre controladores de tráfego aéreo e supervisores – que trabalharam no dia do acidente (dez deles são de Brasília, quatro de Manaus e três de São José dos Campos). Todos eles serão intimados a depor no inquérito da Polícia Federal, em data e local ainda a serem confirmados. (Agências)


4

Finanças Empresas Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

3,4

CONTINUA IMPASSE SOBRE O GÁS NA BOLÍVIA

bilhões de dólares foi o superávit do setor têxtil em setembro, após quatro meses de saldo negativo.

MINISTRO CELSO AMORIM DIZ QUE PRORROGAÇÃO DA NEGOCIAÇÃO COM BOLÍVIA NÃO É POLÍTICA, MAS NECESSÁRIA

BRASIL REAGIRÁ A DECISÃO UNILATERAL Antonio Cruz/ABr

O

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reagiu ontem à inflexibilidade do governo de Evo Morales, que manteve a data do dia 28 de outubro, véspera do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, como o prazo final para a definição dos termos do acordo para que a Petrobras continue operando na Bolívia como mera prestadora de serviço. Amorim disse que os dois países não podem se tornar "escravos" nem "vítimas" do prazo estabelecido no decreto que nacionalizou o setor de gás e de petróleo do país. Igualmente reiterou que o governo brasileiro não assistirá passivamente a uma possível decisão unilateral de La Paz. "O Brasil não está pedindo a prorrogação do prazo. Os negociadores brasileiros dizem que é preciso ter uma negociação boa e que não podem ficar escravos do prazo. Isso não tem nada a ver com a eleição brasileira", declarou Amorim. "Não se pode prejudicar a perspectiva de cooperação e de uma relação estratégica entre o Brasil e a Bolívia com decisões unilaterais e arbitrárias. Elas têm de ser negociadas; o acordo tem de ser benéfico e equilibrado para ambos os lados; e chegar a isso não é fácil." A decisão unilateral, no caso, será a aplicação dos termos do decreto ao pé da letra. Até o próximo sábado, se não houver um acordo fechado

Amorim: os dois países não podem ser vítimas nem escravos de prazos

sobre as regras para a atuação da Petrobras na Bolívia, na condição de prestadora de serviços nas áreas de produção de gás e refino de petróleo, o governo Evo Morales poderá expulsar a companhia brasileira do país. Essa decisão, se confirmada, tenderia a se converter em pólvora para a oposição justamente no dia da votação no Brasil, como reconhece o próprio Amorim.

Tudo igual – A mesma regra será aplicada às negociações que a YPFB mantém com cerca de 20 outras empresas petrolíferas estrangeiras presentes na Bolívia. Até o momento, nenhum desses acordos foi fechado. Tampouco surgiram sinais otimistas das negociações retomadas na segunda-feira com a Petrobras, em La Paz, complicadas pela insistência dos bolivianos em impor um

contrato de prestação de serviços com regras inaceitáveis. Esse documento prevê que a Petrobras atue no país por tempo indeterminado, seja remunerada a cada trimestre e que as eventuais pendências sejam resolvidas por uma arbitragem em língua espanhola estabelecida em La Paz, com base na constituição boliviana. Esse cenário alimenta a expectativa do governo Lula de que ainda se pode ter o adiamento do "prazo fatal" pela Bolívia. Desde a semana passada, Amorim conversou por telefone com os ministros bolivianos da presidência (Casa Civil), Juan Ramón Quiroga, e das Relações Exteriores, David Choquehuanca, enquanto Silas Rondeau (Minas e Energia) tratava do assunto com o ministro de Planejamento para o Desenvolvimento, Carlos Villegas. Reação – Na reta final das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem se esquivando de figurar como personagem do impasse. Sua última conversa com Evo Morales foi logo depois do primeiro turno, conforme disse o chanceler. "O Brasil tomará as medidas legais que tiverem de ser tomadas", avisou ontem Amorim, referindo-se a possível apelação à arbitragem internacional em caso de impasse. "Não vai retaliar a Bolívia nem fazer ameaças. Isso só serviria aos radicais, de um lado e de outro. É fácil ser truculento com os fracos e submisso com os fortes", rebateu o ministro. (AE)

PETRÓLEO Petrobras ultrapassa 1,9 milhão de barris

A

Petrobras ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1,9 milhão de barris de petróleo em um único dia, batendo novo recorde de produção. A marca foi obtida na segundafeira, quando a produção média diária chegou a 1.912.733 barris de petróleo. A nova marca supera em 30 mil barris o recorde anterior, ocorrida em maio deste ano. De acordo com a Petrobras, o resultado é fruto, principalmente, da manutenção da produção nos campos terrestres e da entrada de produção de três novos poços interligados à plataforma P-50 (que levou o Brasil ao grupo de países autosuficientes na produção de óleo), no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. A P-50 já atingiu uma produção de aproximadamente 150

mil barris diários, 30 mil a menos que sua capacidade total de produção quando opera a plena carga. A estatal informou, ainda, que está em fase adiantada a ligação de outros quatro poços à mesma plataforma, o que deverá levar a P-50 a atingir, em breve, a capacidade máxima de produção. A meta da Petrobras é chegar ao final do ano com produção de 2 milhões de barris por dia, o que deve ocorrer após a entrada em operação de mais duas plataformas na Bacia de Campos. A P-34 começará em novembro, no Campo de Jubarte, com capacidade de mais 60 mil barris por dia; em dezembro, a plataforma semi-submersível Cidade do Rio de Janeiro, no campo de Espadarte, deve começar a operar com capacidade para produzir até 100 mil barris por dia. (ABr)

J.F. Diorio/AE - 17/03/2004

Em setembro, exportações cresceram acima das importações

Setor têxtil volta a ter saldo positivo D

epois de quatro meses consecutivos de saldo negativo, a balança comercial do setor têxtil voltou a ter superávit, com US$ 3,4 bilhões no mês de setembro. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e do Vestuário (Abit), que compilou os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram US$ 174,6 milhões e as importações, US$ 171,2 milhões. Ainda assim, no acumulado do ano até setembro o setor apresenta déficit de US$ 69 milhões, que substituiu o resultado negativo de US$ 409 milhões registrado no mesmo período do ano passado. O setor têxtil e do vestuário será um dos três beneficiados (junto com calçados e móveis) pela ampliação da linha de capital de giro do Banco do Brasil, com recursos do Fundo de A m p a r o a o Tr a b a l h a d o r (FAT), que o ministro da Fa-

zenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira que vai anunciar ainda nesta semana, para atender a setores com dificuldades por conta do dólar valorizado frente ao real. Fibras – De acordo com a Abit, o desempenho positivo de setembro está relacionado à exportação de fibras de algodão. Não fosse esse item, o setor teria apresentado déficit de cerca de US$ 30 milhões. Na comparação com setembro de 2005, as vendas externas recuaram 19,2%. No acumulado de janeiro a setembro, a queda foi de 3,64% sobre o mesmo período do ano passado. Já as importações cresceram 26,9% em setembro ante igual mês de 2005. No ano, o incremento foi de 37,4%. Já o setor de vestuário continua a apresentar resultados ruins. Em valores, foram exportados, de janeiro a setembro deste ano, US$ 206 milhões, ou 20,1% menos que no mesmo período de 2005. (AE)

Mais paulistanos endividados

A

Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) divulgou ontem que o número de consumidores da capital paulista com algum tipo de dívida voluntária (cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal ou prestações em geral) totalizou 62% dos entrevistados em outubro.

O resultado atingiu o maior nível desde março deste ano, quando 64% dos entrevistados estavam endividados. Quanto ao percentual daqueles que possuem contas em atraso, o levantamento da Fecomercio-SP também apontou crescimento, de seis pontos, passando de 35%, em setembro, para 41% em outubro. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

3 O Projeto Abrace Seu Bairro realizou mais de 7 mil atendimentos desde o início de suas atividades

AQUELE Para mudar a realidade da saúde

O

Hospital Israelita Albert Einstein também desenvolve projetos sociais. Sua direção criou em 2003 o Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein (IIRS) que investirá neste ano R$ 220 milhões em programas que transformem a realidade da saúde. De acordo com sua assessoria de imprensa, o Instituto atua em três áreas: parcerias com o governo, programas comunitários e projetos científicos e institucionais, além de ações filantrópicas. Atualmente, o Instituto conta com 700 colaboradores e 100 voluntários que atuam exclusivamente nos projetos desenvolvidos na comunidade de Paraisópolis na zona Sul da capital paulista, onde 10 mil crianças de zero a dez anos estão cadastradas no ambulatório médico e recebem atendimento. Além destas crianças, cerca de seis mil pessoas, nas quais se incluem jovens e adultos (principalmente mulheres) da comunidade, participam de projetos sócio-educativos e de complementação à assistência à saúde. Para desenvolver os primeiros, foram consultados especialistas em educação. Segundo a assessoria de imprensa, para participar dos programas citados acima, os interessados precisam morar na comunidade de Paraisópolis. Em seguida, são adotados padrões de seleção através de faixas etárias e necessidades específicas, de acordo com cada projeto. Outros programas – Além do atendimento à comunidade de Paraisópolis, o IIRS atua em projetos de treinamento de profissionais da rede pública de saúde para captação de órgãos para transplantes. Ainda em parceria com o poder público, o Instituto promove a manutenção de serviços nas Unidades Básicas de Saúde, como centros de ultra-sonografia e oftalmologia, entre outros, e a implantação de novas formas de assistência ambulatorial, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, denominada Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Programas comunitários – Dentro deste grupo de ações, o IIRS realiza campanhas de prevenção e diagnóstico precoce. Entre elas, as campanhas de vacinação, de triagem auditiva em crianças em idade préescolar e de saúde da mulher (como prevenção de câncer de colo do útero e de doenças sexualmente transmissíveis). Em parceria com o Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer (Graacc), são realizadas sessões de radioterapia em crianças com tumores cerebrais. (PC)

P

ense globalmente e atue localmente. A frase de John Lennon define como funcionam as ações sociais de alguns dos grandes hospitais particulares de São Paulo que decidiram voltar seus olhos para as comunidades que os cercam. Além de atendimento médico, alfabetização, cursos profissionalizantes, ações para gerar renda e reforço escolar, entre outras iniciativas, o Hospital Sírio-Libanês está reforçando o atendimento preventivo para a população carente do entorno de sua sede, no bairro da Bela Vista, e ao mesmo tempo estimulando a auto-estima dessas pessoas ao ajudá-las a se capacitar para o trabalho. Olhar global, ação local. Batizado "Projeto Abrace seu Bairro", o plano realizou mais de sete mil atendimentos sócio-educativos desde o início de suas atividades há quatro anos (veja matéria) e está transformando a vida dos moradores do bairro. Luciene Maria Silva Feliciano faz parte da população estimada em 17 mil pessoas que vive na vizinhança e cuja renda familiar é inferior a cinco salários mínimos. A diarista, que tem dois filhos, mora na Bela Vista há 18 anos e conheceu os projetos sociais do hospital há três. "Vim da Paraíba com meu marido e estou no Abrace há três anos. No começo, vim para cá fazer apenas o curso de alfabetização. Já estava mais adiantada, mas entrei na turma ini-

Newton Santos/Hype

ABRAÇO ciante e fiquei um ano inteiro com ela. Depois, fui para outra escola e, agora, estou inscrita no curso para eliminar matemática e concluir o Ensino Fundamental", conta orgulhosa. Ao mesmo tempo, ela se prepara para ajudar a família a aumentar sua renda freqüentando os cursos de corte e costura e manufatura de bonecas. Eles fazem parte do projeto de geração de renda pelo qual todos os adultos passam ao entrar no Abrace Seu Bairro. "Quero fazer, também, o curso de bijuterias. Gosto das aulas porque os professores orientam e fazem tudo do jeito mais fácil", diz ela. Os filhos também participam das atividades da institui-

Mais creches, mais escolas, mais oportunidades.

M

ais de sete mil ações sociais e educativas em quatro anos de atividades no bairro da Bela Vista. Este é o balanço do Projeto Abrace seu Bairro, criado pelo Hospital Sírio-Libanês. Seus coordenadores avaliam que esta iniciativa está contribuindo para transformar a região, que abriga o maior número de cortiços da capital paulista. Criado pela Sociedade Beneficente de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês, o projeto visava minimizar a falta de oportunidades oferecidas à população do bairro, cuja renda é inferior a cinco salários mínimos. Há, também, a falta de vagas nas creches e escolas públicas. O déficit, atualmente, está estimado em 4.288 vagas. Mesclando ações assistencialistas (ainda são distribuídas cestas básicas para garantir a alimentação destas pessoas) com iniciativas de transformação desta realidade (com cursos profissionalizantes e ações voltadas para a geração de renda), o projeto já conseguiu fazer com que parte dos jovens e adultos atendidos conseguissem o seu primeiro emprego ou se reintegrassem ao mercado de trabalho. Entre os cursos oferecidos estão as palestras regulares sobre saúde preventiva, alfabetização de adultos, apoio escolar para crianças e adolescentes, cursos de informática e profissionalizantes, esporte coope-

Newton Santos/Hype

Cássia: projetos transformadores

rativo e aikidô, musicalização, canto coral, teatro e visitas a museus, passeios e excursões. Há, também, as atividades para a terceira idade, como aulas de expressão corporal, dança expressiva e oficinas de arte. Os programas de economia familiar e geração de renda incluem cursos de corte e costura, tear, crochê, velas, sabonetes, cestaria com material reciclado e culinária (bombons e pães artesanais). Em 2002, o Abrace Seu Bairro fez 100 atendimentos em três programas. No ano passado, foram realizados 3.162 atendimentos dentro de 16 programas. Para participar é preciso morar na Bela Vista e se cadastrar nos projetos. Mais informações na sede do projeto, na rua Adma Jafé, 91, no bairro da Bela Vista. (PC)

Crianças e orientadores em ação na Bela Vista: integração total

ção. O mais velho, agora com 17 anos, já está concluindo o ensino médio e fez parte da complementação escolar e das práticas de esporte. O mais novo, de 13 anos, está no curso de computação e na complementação escolar. Para Luciene, é um conforto ver os filhos participando das atividades do Abrace Seu Bairro porque ela compreende que elas ajudam no desenvolvimento dos meninos. "As pessoas que me trouxeram para cá me incentivaram muito e estão me ajudando. Este lugar é muito importante para mim", diz. Evolução – Para a coordenadora de projetos do Sírio-Libanês, Cassia Maria Gellerth, es-

te depoimento é um sinal de que os projetos do hospital estão no caminho certo da integração com a comunidade. A assistente social já tinha experiência na formulação de planos sociais para empresas que desejavam atuar no seu entorno. Ela explica que "é bom criar um projeto, mas o melhor é aprender com as pessoas que passam por ele. Elas se transformam e nos transformam também." A coordenadora da sala de estudos, Maria do Carmo Altieri, explica que as crianças e adolescentes são encaminhadas todos os dias para este espaço assim que chegam à sede do projeto. "Aqui, atendemos diversas faixas etárias em vários horários e todos ficam juntos, o que estimula a cooperação entre todos. E temos uma psicopedagoga e uma fonoaudióloga que avaliam como a criança está na escola", diz. Durante a visita do Diário do Comércio, uma aula de esporte cooperativo estava acontecendo na quadra do projeto. A professora Sonja Garcia Goulart estava promovendo uma partida de futebol entre crianças de diversas faixas etárias e difererentes estágios de desenvolvimento. Entre elas, havia jovens com dificuldades de locomoção que interagiam normalmente com os outros. "O objetivo do esporte cooperativo não é estimular a competição, mas incentivar a cooperação", conclui. Paula Cunha

Projeto "Abrace seu Bairro", do Hospital Sírio-Libanês: cursos e integração a crianças, jovens e adultos.

Crianças no "Abrace": atividades que integram. Luciene encontrou incentivo para progredir em sua vida.


8

Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

PRESIDENTE SAI EM MISSÃO DE SOCORRO NO MARANHÃO

Sarney foi leal comigo. Ele me ajudou de forma extraordinária. Presidente Lula

Jamil Bittar / Reuters

Presidente tentar reverter as pesquisas, que dão vantagem a Jackson Lago contra o 3º mandato de Roseana Sarney no Maranhão.

LULA SOBE AO PALANQUE PARA AJUDAR ROSEANA

O

presidente-candi- nhão e para o Brasil", disse Rodato à reeleição pe- seana, diante de um candidato la coligação "A For- constrangido ao dividir o paç a d o P o v o " lanque com o PFL. (PT/PCdoB/PRB), Luiz InáA gr e ss ã o - Seguranças de cio Lula da Silva, pediu ontem Roseana Sarney agrediram votos para a candidata do PFL uma militante do PT, que emao governo do Maranhão, Ro- punhava uma bandeira do seana Sarney (PFL), como for- candidato Lula e de Jackson ma de retribuição a ela e ao pai, Lago (PDT), que disputa em 2º senador José Sarney (PMDB- turno o governo do mesmo EsAP). O pedido foi feito em um tado. A engenheira agrônoma tumultuado comício, na cida- Juliana Pinheiro, de 50 anos, de maranhense de Timon. Em saiu de São Luiz para particidiscurso, Lula disse que Ro- par do comício na cidade maseana foi leal com ele quando ranhense de Timon. Num priuma "pequena elite conserva- meiro momento, dois homens dora e raivosa" o atacou. "Vim quebraram o mastro da banaqui para cumprir com o dever deira dela. Depois, diante da de lealdade. Em política a gen- imprensa, um grupo maior pute tem de ter lealdade com xou a bandeira e empurrou a quem é leal militante. conosco. E es"A gente ensa mulher foi t e n d e a c o nleal comigo juntura nacional. O Lula desde a camEm política panha de precisa dos a gente tem de ter votos dos Sar2002", disse lealdade com quem Lula. "A gente n e y n o C o né leal conosco. E essa gresso, mas c o n h e c e quem é amigo me sinto muimulher foi leal comigo to desqualifiquando a gendesde a campanha te está na descada quando de 2002. vejo que o pregraça ou Luiz Inácio Lula da Silva doente e não sidente apóia em tempo de a Roseana", disse Juliana, festa e quando estamos com dinheiro no bol- referindo-se àquele ato político que reuniu PT e PFL. Com so", ressaltou. Lula disse que a oposição relação a agressão, Juliana disquis fazer com ele o mesmo se que "isso não é coisa do Lula; que fizeram com os ex-presi- é coisa do Sarney". "Ele aqui é dentes Getúlio Vargas, Jusceli- coronel", afirmou. no Kubitschek e João Goulart. Os homens que agrediram a "Getúlio foi levado à morte, JK militante são da Garra Seguquase foi escorraçado e João rança e da Citicom, duas emGoulart punido", disse. "Não presas contratadas pela orgachegaram a fazer isso comigo, nização do comício para fazer pois na hora do 'pega pra ca- a segurança das pessoas. Depois, Lula seguiu para a par' eu tive amigos". Antes de Lula discursar, Ro- capital do Piauí, Teresina, para seana Sarney prometeu au- participar de mais um ato em mentar os votos dele no Mara- apoio à sua candidatura. Estanhão no 2º turno, Estado onde va acompanhado do ministro teve mais de 75% dos votos. de Minas e Energia, Silas Ron"Apesar de todas as pressões deau e do secretário- geral da do meu partido continuarei a Presidência, Luiz Dulci, do govotar no presidente Lula por- vernador eleito do Piauí, Welque sou uma mulher decidi- lington Dias (PT) e do goverda", disse. "Lula é o melhor pa- nador reeleito do Amapá, Walra o Nordeste, para o Mara- dez Góes. (AE)

Atrás de voto: o presidente 'empresta' sua imagem para reconduzir Roseana ao governo maranhense, reduto da família Sarney.

'CARINHO' PARA AS EMPRESAS ESTATAIS

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar ontem o processo de privatização do governo passado. Em discurso numa praça de Teresina (PI), Lula disse que a era das privatizações acabou. "O Estado brasileiro agora vai dar carinho às suas empresas, vamos consertar o que estiver errado e fazer com que essas empresas funcionem melhor", disse.

O senador José Sarney (PMDB-AP), que estava no palanque do presidente, recebeu vaias da multidão. Lula defendeu o aliado. "Sarney foi leal comigo. Ele me ajudou de forma extraordinária". Depois, Lula disse que agradecia a Deus pelo segundo turno, pela oportunidade de mostrar as diferenças entre os projetos dele e os do seu adversário Geraldo

Alckmin. Lula fez um discurso lembrando suas ações no Nordeste e o fato de ter nascido lá. "A mulher nordestina não quer ser doméstica; ela quer ser patroa também. O homem nordestino não quer ser pedreiro; quer ser engenheiro". O presidente lembrou que no dia 27 completará 61 anos. A multidão chegou a cantar "Parabéns a Você". "O presente que eu quero não custa caro. É só apertar o 1 e o 3, confirmar e ganhar a eleição", avisou. (AE)

Tiago Queiroz / AE

É PROIBIDO? ENTÃO TÁ PRESO – Camelôs do Rio de Janeiro foram presos ontem na avenida Paulista, em São Paulo, quando vendiam camisetas cujo conteúdo foi proibido pelo TSE, por se referir a uma deficiência física do presidente Lula. Agora os ambulantes vão explicar à PF sobre a origem do produto. Celso Júnior / AE

REFLORESCIMENTO ELEITORAL – Os gramados de Brasília, incluindo os espaços na Esplanada dos Ministérios e até os canteiros próximos ao Palácio da Alvorada voltaram a 'florir', ontem, por força da eleição presidencial. Como manda a lei, os cartazes móveis dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin desabrocharam nos limites permitidos, lembrando aos motoristas o compromisso do voto no próximo domingo.

CRISE NA AGRICULTURA ERA PIOR COM FHC, DIZ MAGGI.

O

governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (sem partido), avaliou ontem que a crise vivida pela agricultura não é exclusiva do governo atual, mas foi criada nele quando, na política cambial, deixou com que setores produtivos "amargassem grandes prejuízos". Ele atribuiu a origem das dificuldades ao fato de o plantio da safra ter sido feito com o dólar alto e a venda da produção com câmbio desfavorável por dois anos seguidos. "Isso criou uma bolha que terá de ser tratada quase da mesma forma que foi no período de Fernando Henrique Cardoso", disse Maggi, acrescentando que as negociações com o governo Lula estão adiantadas. "Não apoiar o presidente Lula significa dizer que vamos começar da estaca zero novamente", afirmou, em entrevista na capital gaúcha. Para Maggi, a agricultura viveu uma crise pior no fim do governo Itamar Franco, quando Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda, com momentos em que o dólar chegou a valer menos que o real. Na época, a crise foi resolvida depois de um embate no Congresso que resultou na securitização e no Programa de Saneamento de Ativos (Pesa), lembrou Maggi. "Então, não podemos perder tempo para discutir essa questão", defendeu. (AE)


quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Tr i b u t o s Empresas Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

1,6

MANTEGA GARANTE META DE SUPERÁVIT

mil reais é o salário médio dos 860 mil funcionários públicos paulistas. Suas contas são disputadas.

SALDO POSITIVO DE R$ 9 BILHÕES DO TESOURO E DÉFICIT DE R$ 8,5 BILHÕES DA PREVIDÊNCIA

SUPERÁVIT CAI COM 13° ANTECIPADO Valter Campanato / A Br

Juro do consignado, menor

O

Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou uma resolução que recomenda a redução do teto de juros cobrados nos empréstimos consignados aos aposentados e pensionistas, de 2,8% para 2,78% ao mês. Para entrar em vigor, a resolução, que tem efeito de lei, ainda terá de ser publicada no Diário Oficial da União. Segundo

o secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, isso deve ocorrer ainda nesta semana. A decisão do conselho segue a tendência de redução da taxa Selic, que desde julho já teve uma diminuição de 1%. Esta foi a segunda redução determinada pelo conselho desde que passou a fixar o teto para os juros desse tipo de empréstimo. (AE)

Alex

iro/ Ribe

DC

P

or causa do pagamen- mo pagamento de juros. O suto antecipado de me- perávit de R$ 459,1 milhões de tade do 13º salário setembro é resultado final da dos aposentados, no diferença entre o superávit de valor de R$ 5,8 bilhões, as con- R$ 9,064 bilhões registrado nas tas do governo central (Tesou- contas do Tesouro, do déficit ro, Banco Central e Previdên- de R$ 8,566 bilhões das contas cia) fecharam setembro com da Previdência e do resultado um saldo de R$ 459,1 milhões. negativo de R$ 39 milhões nas É um resultado bem mais bai- contas do Banco Central. xo do que o tradicionalmente De janeiro a setembro, as registrado nesse mês e o pior contas do governo central acudesde 1998. No ano passado, m u l a m u m s u p e r á v i t d e por exemplo, o saldo de setem- R$ 48,276 bilhões, ou 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB). bro foi de R$ 2,786 bilhões. Em paralelo à divulgação Nos mesmos nove meses de 2005, o resuldos dados do Te s o u r o , o Fabio Pozzebom / A Br tado havia sido melhor, e o ministro da Fazenda, saldo primáGuido Manrio estava litega, fez um geiramente c o n t r ap o n t o acima: era de dos números R$ 49,694 biaos jornalislhões, ou tas, se anteci3,51% do PIB. p a n d o à d iDespesas – Os números vulgação do superávit divulgados mostram que consolidado, que será feita as despesas hoje pelo continuam B a n c o C e ncrescendo tral. Disse mais rápido que o superá- Guido Mantega: "Esperem" do que as rev i t c o n s o l iceitas. Os gasdado poderá ficar, em 12 meses tos acumulados no ano somam até setembro, um pouco acima R$ 280,180 bilhões, contra os da meta anual estipulada pelo R$ 241,489 bilhões de igual pegoverno, de 4,25 % do Produto ríodo de 2005, um aumento de Interno Bruto (PIB). O resulta- 16,1%. Nos mesmos meses, as do consolidado inclui, além do receitas cresceram 12,8%, pasgoverno central, estados, mu- sando de R$ 140,489 bilhões nicípios e empresas estatais . para R$ 159,474 bilhões. "Espera amanhã o resultaOs gastos com pessoal, indo. Foi bom, vocês vão ver", fluenciados pelos reajustes sadisse ontem o ministro. "Você lariais, passaram de R$ 140,489 pressionou setembro e folgou bilhões de janeiro a setembro dezembro", completou, ressal- de 2005 para R$ 159,474 bilhões tando que o governo "não neste ano, um salto de 13,5%. criou uma despesa, apenas an- As despesas de custeio e capital, nas quais estão os investecipou um gasto". Os dados divulgados ontem t i m e n t o s , p a s s a r a m d o s das contas públicas se referem R$ 73,676 bilhões nos primeiao chamado resultado primá- ros nove meses de 2005 para os rio, ou seja, não incluem recei- R$ 84,594 bilhões neste ano, um tas e despesas financeiras, co- aumento de 14,8%. (Agências)

Kit para atrair funcionários

Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal: crédito para baixa renda

Novo "round" entre Santander e Nossa Caixa

Caixa Econômica anuncia linha de microcrédito com carnê A

C

orrentistas da conta Caixa Fácil, da Caixa Econômica Federal, terão acesso a uma nova linha de microcrédito, que permitirá o pagamento das parcelas por meio de carnê. O anúncio foi feito ontem em Brasília pela presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. A nova modalidade oferece empréstimos de até R$ 600, que poderão ser quitados em 12 meses, com taxa de juros prefixada de 2% ao mês. A conta Caixa Fácil, destinada ao público de baixa renda, não exige comprovação de rendimentos e permite movimentação, sem cobrança de taxa administrativa, de até R$ 1 mil por mês. Dos 4,5 milhões de titulares de conta Caixa Fácil no Brasil, a estimativa é de que 1,5 milhão estejam em condição de usar o empréstimo, cujo montante a ser disponibilizado alcançará

R$ 304 milhões. Os clientes com crédito pré-aprovado serão avisados por mala-direta a partir desta semana. Crediário – Batizada de Crédito Caixa Fácil Parcelado, a nova linha será oferecida em substituição ao cheque-especial, até agora a única forma de crédito disponível a essa faixa de clientes. De acordo com Dionísio Freitas, gerente regional da Caixa Econômica em São Paulo, "a substituição acontece porque esse público tem mais familiaridade em trabalhar com crediário". Para obter o microcrédito, o correntista precisa ter a conta aberta há pelo menos 90 dias e saldo mínimo de R$ 10. O valor emprestado nessa modalidade será gradual. O primeiro empréstimo é limitado a R$ 200. Após 120 dias, se quitadas as prestações, o correntista poderá emprestar de novo o

mesmo valor ou saltar para R$ 400. Iguais condições são oferecidas depois de outros 120 dias, quando o cliente poderá ampliar o valor emprestado para até R$ 600, o limite estabelecido. Nessas condições, não é possível tomar mais de um empréstimo do mesmo tipo. As parcelas poderão ser quitadas em prazos que variam de quatro a 12 meses. O Crédito Caixa Fácil Parcelado não terá restrição de uso, poderá financiar atividades econômicas ou consumo. Com ele, sobem para cinco as linhas de empréstimos da Caixa voltadas para o público de baixa renda. Segundo declaração lacônica do superintendente regional da Caixa em São Paulo, Augusto Bandeira Vargas, "a inadimplência decorrente desses empréstimos está sob controle". Renato Carbonari Ibelli

Empréstimo bancário cresce 1,3%

A

s operações de crédito do sistema financeiro tiveram, em setembro, uma expansão de 1,3% sobre agosto, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento Econômico do Banco Central. Com a variação, o saldo dos empréstimos bancários aumentou dos R$ 674,296 bilhões para R$ 682,873 bilhões. Em agosto, o crescimento do crédito havia ficado em 0,8%. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o crédito do sistema bancário aumentou de agosto para setembro de 32,8% para 33%. No ano, ele acumula alta de 12,5%. Em 12

meses até setembro, o crescimento está em 21%. A taxa média de juros do crédito livre de direcionamento obrigatório caiu em setembro ante agosto 0,4 ponto percentual. Com a queda, a taxa média passou de 41,9% para 41,5% ao ano. No ano, a taxa média de juros do crédito livre está com uma queda acumulada 4,4 pontos percentuais. Nas operações com pessoas físicas, a taxa média de juro teve em setembro ante agosto queda de 0,1 ponto percentual, oscilando de 53,9% para 53,8% ao ano. No acumulado de 2006, a taxa média de juro nas opera-

ções caiu 5,5 pontos percentuais para pessoas físicas e 0,6 ponto percentual para as jurídicas. Passou de 27,9% para 27,3% ao ano. Nos primeiros nove meses de 2006, a taxa média de juros dos empréstimos para pessoas jurídicas caiu 4,4 pontos percentuais. O Banco Central registrou elevação do spread (diferença entre a taxa de captação e a taxa de empréstimo) nas operações de crédito livre de 0,3 ponto percentual. O spread subiu de 27,5 para 27,8 pontos percentuais entre agosto e setembro, mas ainda está 1% menor no acumulado do ano. (AE)

"luta" entre o Santander Banespa e a Nossa Caixa para atrair os cerca de 860 mil funcionários públicos do Estado de São Paulo que precisam definir em qual banco movimentarão seus recursos teve mais um "round" ontem. O Santander divulgou linhas específicas para o funcionalismo: tarifas sem custos e garantia de transferências dos salários no mesmo dia do crédito. Pela normativa do Banco Central que regulamentou a conta investimento, os funcionários têm liberdade de transferir seus salários sem custo. O vice-presidente de Projetos Especiais do Santander, Román Blanco, informou que os funcionários que mantiverem a movimentação de suas contas terão crédito de até R$ 4 mil, com taxa de 1,99% ao mês e até 48 meses para pagamento. Do outro lado do "ringue", o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, classificou a "ofensiva" do Santander como "desesperada", já que o prazo final de migração, 30 de novembro, aproxima-se. O prazo foi estipulado por decreto do governador Cláudio Lembo, determinando a abertura de conta na Nossa Caixa para o recebimento dos salários de todo o funcionalismo. Para atrair os servidores, as duas instituições colocaram em prática ações de marketing e plantões de atendimento. O Santander começou a enviar a seus correntistas do funcionalismo uma caixa com presentes, junto a um termo de adesão à conta salário da Nossa Caixa, para janeiro de 2007. O banco estatal avalia essa ação como "desobediência civil" e desrespeito ao decreto. Davi Franzon


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, sobre as próximas eleições presidenciais no país, que acontecem em 2008.

Logo Logo

OUTUBRO

Acho Hillary Clinton uma candidata formidável. Acho que ela pode ganhar. Espero que não. Discordo dela em quase todas as questões, mas ninguém deve subestimá-la. Ela é uma candidata muito séria a presidente.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

25 Nascimento do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), ao lado em auto-retrato Dia do Dentista

R ELIGIÃO S OCIEDADE

A cidade das mulheres O site Chinanews anunciou ontem que está sendo planejada na China uma cidade feminina. A maquete de Chongqing já está pronta e as obras devem começar em 2009. A cidade feminina terá arquitetura em estilo antigo chinês e um letreiro na sua entrada avisando do status matriarcal do lugar: "As mulheres sempre têm razão e os homens nunca deveriam rejeitar seus pedidos". A idéia de construir a cidade foi de um homem, Li Jigang, diretor do Escritório de Turismo da região. Ele teve a idéia quando prometeu à então namorada e hoje esposa

obedecê-la durante toda a vida. A cidade das mulheres terá 2,3 quilômetros quadrados ao redor do lago Longshui e as leis serão severas: os homens terão que obedecer a suas mulheres, namoradas ou mães sem discutir, se não quiserem ser multados pela administração local, obviamente dirigida por elas. As mulheres, e só elas, poderão andar em suas ruas para se divertir. Os homens só poderão sair às ruas para satisfizer suas companheiras ou mães. Além disso, as mulheres poderão "discriminar" e "castigar" os homens que não respeitarem seus desejos.

T ECNOLOGIA Yoshikazu Tsuno/AFP

Milagreiro reconhecido Frei Galvão tem segundo milagre provado e deve ser canonizado em 2007

P

ara as pessoas que acompanham o processo de canonização do beato Frei Galvão, não há mais dúvida: o Vaticano já reconheceu o segundo milagre do religioso e o anúncio do primeiro santo brasileiro deve ocorrer janeiro do próximo ano. "O segundo milagre já foi reconhecido sim. Agora está faltando apenas uma reunião dos arcebispos, em Roma, para que o Tribunal das Causas Santas autorize a canonização", disse a historiadora que acompanha o processo, Tereza Maia. Depois do anúncio feito pelo tribunal será o papa Bento XVI que, segundo se acredita, virá ao Brasil Epara anunciar a

canonização oficialmente no próximo ano. Hoje faz oito anos que o frei, que curava as pessoas ainda vivo, foi beatificado e reconhecido pelo papa João Paulo II. Para se tornar beato foram 11 anos de estudo de cerca de 30 mil milagres avaliados. Desta enorme quantidade de graças relatadas por fiéis, cinco foram escolhidas e uma enviada à Roma O milagre reconhecido pelo Vaticano foi a cura da menina Daniela Cristina da Silva, de 4 anos. Em 1990 ela estava internada no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista, com hepatite B. Desengana pelos médicos a menina tomou a pílula de Frei Galvão, dada pela própria mãe, e foi curada. Como a medicina

não conseguiu explicar a cura, a Santa Sé aprovou o milagre de autoria de Frei Galvão e ele foi beatificado. Um dos trabalhos que contribuiu para a divulgação do poder divino de Frei Galvão é a distribuição gratuita da oração e das pílulas do beato. As chamadas pílulas são papeizinhos picados, fabricados por voluntárias, onde está escrito: "Depois do parto permanecestes Virgem, Mãe de Deus, intercedeis por nós" A frase era escrita pelo próprio beato que. em vida, curava as pessoas dando o pequeno papel, em forma de pílula, para que tomassem. Hoje são distribuídas cerca de 60 mil pílulas por mês.

Marko Djurica/Reuters

L

Modelo experimenta um capacete para a cabeça toda que recebe imagens de um projetor. O equipamento é um projeto conjunto desenvolvido pela gigante Toshiba e a Kawasaki.

P RÉ-HISTÓRIA

Dinos sobreviveram a meteoro

E M

identificado, há 65,5 milhões de anos, parece ter sido a gota d´água, exterminando dois terços de todas as espécies existentes então. Este misterioso impacto final seria ainda, segundo Keller e colegas, o responsável pela camada de irídio de origem extraterrestre encontrada em rochas de todo o mundo, e que marca o fim da era dos grandes lagartos. "O impacto de Chicxulub é muito anterior à extinção em massa e, aparentemente, não causou extinções", diz a pesquisadora. O Chicxulub atingiu a Terra 300.000 anos antes da extinção dos dinossauros.

PARAÍSO ARTIFICIAL - VIsitante interage com a instalação chamada "O paraíso é um lugar na Terra", do artista sueco Jacob Dahlgren, em exibição no Salão de Arte Contemporânea de Belgrado, na Sérvia. P ALEONTOLOGIA

A Pangéia é aqui

TARSILA P

Os raios-X de Helmut Newton

Informações técnicas na rede

O artista criou uma série de camisetas que fazem uma crítica às medidas de segurança nos aeroportos de hoje. Mega-cool. As camisetas podem ser compradas por 32 euros.

Qual o tecido ideal para confecção de uniformes escolares? Onde adquirir equipamentos para monitoramento por Global Positioning System (GPS)? Qual a região mais apropriada para criação de enguias? Ou como produzir presunto tipo Parma de forma artesanal? Estas e outras perguntas podem são respondidas gratuitamente por pequenos empreendedores no site do Serviço Brasileiro de Resposta Técnica (SBRT). O site é resultado de um convênio do Sebrae com o SBRT.

www.helmut-newton-shop.com

A TÉ LOGO

Dumont não é um irmão Wright O norte-americano The Christian Science Monitor publicou ontem um texto sobre o centenário do primeiro vôo do 14 Bis. Já na primeira linha, uma alfinetada nos brasileiros: "Qualquer menino nos EUA sabe que foram os irmãos Wright os primeiros a voar. Mas no Brasil todos pensam que foi Santos-Dumont". O texto não pára por aí e lembra que o "herói nacional" voou poucos metros. Mas um especialista entrevistado dá o troco: "a idéia de que os irmãos Wright foram os primeiros a voar rodou mundo mas não foi documentada". Ponto para Santos Dumont.

A Justiça chinesa condenou o pastor protestante Wang Zaiging a dois anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 100 mil yuans (cerca de 10 mil euros) "por imprimir Bíblias e outros materiais cristãos de forma ilegal". A informação é da agência de notícias AsiaNews. Autoridades de diversas religiões têm denunciado que alguns membros do governo chinês têm atuado no que denunciam como "vários casos de perseguição religiosa".

Celular associado à esterilidade O jornal britânico The Independent publicou ontem os resultados de uma análise, apresentada à Sociedade Americana para a Medicina Reprodutiva segundo a qual o uso de telefones celulares pode causar esterilidade nos homens. Segundo o estudo, as ondas emitidas pelos celulares podem diminuir a quantidade, mobilidade e qualidade do esperma em quase 50%, até o ponto de alguns homens poderem ficar estéreis. O estudo foi feito em Mumbai, Índia, onde os celulares não são utilizados por todos os grupos sociais.

Lauro Alves/Agência RBS/AE

L OTERIAS Pesquisador da UFSM mostra o crânio do procolofonídeo que reforça a teoria de que África e América já foram um só lugar

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Concurso 1667 da QUINA 02

Fotógrafo seqüestrado por milicianos palestinos foi libertado ontem na Faixa de Gaza Tratamentos inapropriados dificultam a cura de doenças como malária e tuberculose

10

34

43

66

Concurso 499 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 06

14

24

33

35

43

27

42

43

Segundo Sorteio

L

www.sbr t.ibict.br

B RAZIL COM Z

C IÊNCIA

L

F AVORITOS

esquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontraram o fóssil de um primo distante das tartarugas. O crânio bem preservado de 240 milhões de anos e 15 cm pertence a um réptil da família dos procolofonídeos e foi encontrado no oeste do Rio Grande do Sul. Acreditase que estes animais fossem comuns em toda a região sul da Pangéia durante o triássico inferior, mas até então só haviam sido achados na África do Sul. A descoberta reforça a teoria de que a África e a América formavam um só continente. Os fósseis têm as mesmas características de animais que viveram na África do Sul. O crânio quase completo é de um procolofonide, um animal que media cerca de 40 centímetros e comia insetos. “Se for mesmo um 'procolofon trigoniceps' é muito importante porque é o primeiro registro desta espécie na América do Sul”, explicou Átila da Rosa, paleontólogo e geólogo da UFMS.

L

G @DGET DU JOUR

Depois de liderar por seis anos a lista de celebridades mortas que mais ganha dinheiro, da revista Forbes, Elvis Presley perdeu o posto para o vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain, morto em 1994. A lista, feita pela revista Forbes desde 2000 e baseada no valor de contratos de licenciamento da imagem e do trabalho de mortos milionários, aponta que, nos últimos 12 meses, Cobain faturou para seus herdeiros US$ 50 milhões. Já Elvis faturou apenas US$ 42 milhões, comparados com os US$ 45 milhões do ano passado.

Pastor preso por piratear a Bíblia

C A R T A Z

Mostra de 38 obras realizadas entre 1919 e 1965 por Tarsila do Amaral (na imagem, o quadro Paisagem). BM&F Pça. Antônio Prado, 48. Das 10h às 18h. Grátis.

Elvis, mais pobre que Kurt Cobain

C HINA

L

O meteoro de Chicxulub, no México, pode não ter sido o ator principal no drama da extinção dos dinossauros, como se acreditava até hoje. De acordo com uma equipe de paleontólogos, diversos outros impactos, um grande pico na atividade vulcânica e mudanças climáticas levaram ao final do Período Cretáceo. O impacto de Chicxulub, de fato, pode ter sido um evento menor e bem anterior à série de meteoros e erupções vulcânicas que atingiram a Terra por mais de meio milhão de anos, dizem a paleontóloga Gerta Keller e uma equipe de colaboradores. Um impacto final e ainda não

C ELEBRIDADES

Ex-mulher de McCartney processa jornais britânicos por calúnias na cobertura de divórcio

11

13

23


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

nfelizmente, isso se faz muito pouco. Um exemplo são as opiniões que as pessoas alimentam sobre corrupção. Como não é possível medir diretamente a corrupção, desenvolveram-se metodologias baseadas na captação de percepções sobre o fenômeno. Essencialmente, pergunta-se a amostras de pessoas qual é a sua opinião sobre o grau de corrupção num país, numa instituição e assim por diante. Isso ganha a imprensa, que mais que depressa se esquece de que se trata de opiniões e passa a tratar os números como se eles de fato se referissem a graus de corrupção. Dessa forma, aquilo que nasce como palpite transformase em alegações sobre a realidade material.

I

CLAUDIO WEBER ABRAMO OPINIÃO E REALIDADE odos os anos, o Instituto Gallup coordena uma pesquisa sobre Confiança em Instituições em países ibero-americanos. Os números da pesquisa de 2005, que englobou 19 países, correspondem à porcentagem das pessoas que declararam confiar na instituição em questão. Esse tipo de levantamento não diz nada sobre as reais diferenças entre as instituições de país a país, apenas sobre as opiniões das pessoas sobre essas instituições. Muitas vezes, tais opiniões dão lugar a dúvidas mais ou menos fundamentadas. Por exemplo, parece curioso que os colombianos tenham mais confiança na polícia do que os brasileiros. Afinal, o Estado colombiano só está presente em algumas cidades grandes. No resto do país não há Estado, muito menos polícia. Ou que os peruanos tenham as suas Forças Armadas em melhor conta do que os brasileiros.

T

Tasso Marcelo/AE

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Passado e presente do

d r. Greenhalgh G Mil vezes o deputado dará sumiço no seu passado e mil vezes ele voltará no presente, já que a diferença entre esses dois momentos é mínima.

deputado Luiz Eduard o G r e enhalgh acaba de enviar ao site Mídia Sem Máscara u ma notificação extrajudicial na qual, com a autoridade que acha que tem, ordena sejam retirados do ar vários artigos, entre os quais o meu Aids, Brasil e Uganda , em cujo rodapé há algumas referências dolorosamente verídicas à sua emG Grande pombada e hiperparte da sensível pessoa. fama e Como o artigo foi reputação publicado originaadvêm do riamente no Diário seu do Comércio de 17 sucesso de outubro de 2005, na em cujo site contioperação- nua acessível ao púabafa do blico sem que isto inquérito incomode em nada sobre a o enfezado notifimorte de cante, é óbvio que a Celso iniciativa autoritáDaniel ria, voltada seletivamente contra o G O dr. pequeno jornal eleGreenhalgh trônico que apenas era e é um reproduziu a matéadepto ria, é uma abjeta fanático tentativa de intimie auxiliar dação discriminafiel do tória que muito reterrorismo. vela sobre o caráter do dr. Greenhalgh. Para piorar ainda mais as coisas, cada uma das informações transmitidas no artigo é baseada na coluna de Cláudio Humberto e no livro de Adolpho João de Paula Couto, A Face

O

Oculta da Estrela, as quais fontes também continuam à disposição dos leitores sem sofrer qualq u e r c o n s t r a n g imento da parte do referido. ssas informações (repito-as para tirar desse censor autoconstituído a ilusão de poder ocultá-las), são as seguintes: “Em plena legalidade democrática, um ano depois de assinada a Constituição de 1988, o dr. Luiz Eduardo Greenhalgh pregava a revolução pelas armas, o desmanche do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e a revisão da Lei de Anistia para transformá-la num instrumento de vingança jurídica contra todos os que cometeram o crime eternamente imprescritível de opor-se ao terrorismo comunista no Brasil... O programa do homenzinho, simples e brutal, abrangia:

E

- Remanejamento das Forças Armadas, transferindo para o Norte os oficiais que serviam no Sul e viceversa, para afastá-los das frações por eles comandadas, prevenindo possíveis ações armadas contra os planos revolucionários do futuro governo de esquerda.

- Reformar metade dos oficiais da ativa (ele já tinha a lista dos selecionados). - Extinguir todos os órgãos de Inteligência e abrir seus arquivos para exame de uma ‘Comissão Popular’. - Revisão da Lei de Anistia e processo em cima de todos os ex-colaboradores da repressão ao terrorismo. Para maior claridade do esquema, Greenhalgh concluía: ‘Só através da luta armada é que conseguiremos garantir a realização do plano.’” e na sua notificação ele alega agir em defesa da sua “boa fama e reputação profissional”, não creio que a tentativa de apagar à força os rastros de um passado abominável do qual jamais se arrependeu confirme uma coisa ou a o u t r a , p r i n c i p a lmente porque em grande parte essa fama e essa reputação advêm do seu sucesso em abafar o inquérito sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, coisa que não é propriamente boa nem aliás profissional. Ele diz também proteger a sua “honra”. Não precisa e não adianta. Um monumento à sua honorabilidade já se

S

encontra em h tt p: // ww w. yo ut ube.com/watch?v=GPDodHSol0w. É a conversa grampeada dele com o assessor presidencial Gilberto Carvalho, discutindo detalhes da operação-abafa. Mas todo esse empenho de esconder, camuflar, escamotear e apagar, no q u a l o d r . G r e enhalgh gasta as melhores energias do seu profissionalismo, é perfeitamente vão. Mil vezes o deputado dará sumiço no seu passado e mil vezes ele reaparecerá no presente, já que a diferença entre esses dois momentos é mínima. d r . G r e enhalgh era e é um adepto fanático e auxiliar fiel do terrorismo revolucionário, tanto quanto qualquer colaborador político da Al-Qaeda, do Hezbollah, das Farc ou do Mir chileno. Não cito estas duas últimas organizações por acaso. Seus agentes operam no Brasil, vendendo drogas e seqüestrando nossos compatriotas, seguros de que, se forem presos, o dr. Greenhalg tudo fará para libertá-los, como fez com os seqüestrado-

O

res de Abílio Diniz e de Washington Olivetto e com o falso padre Olivério Medina, aquele mesmo que informou ter trazido cinco milhões de dólares da narcoguerrilha colombiana para a campanha presidencial de Lula em 2002. O dr. Greenhalgh adquiriu ainda mais fama e reputação quando o deputado Jair Bolsonaro disse que ele sofria de tendinite de tanto contar dinheiro, recebido das indenizações políticas que patrocina. Não sei se havia nisso alguma verdade, mas duvido que dos seqüestradores estrangeiros ele receba alguma coisa. Ele os ajuda por puro amor à truculência comunista. iente de que o Mídia Sem Má scar a n ada publicou que não possa provar, recomendei ao site, do qual sou fundador e uma espécie de editor platônico, que ignore solenemente a notificação e mande o presunçoso queixar-se à Justiça, caso seja louco de levar a sério seu próprio blefe.

C

OLAVO DE CARVALHO

omo sempre acontece com pesquisas que buscam levantar a opinião ou a percepção dos respondentes a respeito de qualquer assunto, não é sempre óbvio que a opinião tenha alguma relação com a realidade objetiva. É claro que a confiança que se tem em instuições é muito importante para a consecução de políticas públicas, por exemplo. Quando o cidadão não confia no governo, tenderá a colaborar menos do que poderia para o sucesso de políticas que dependam de sua participação. Contudo, opiniões não podem ser tomadas como substitutas da realidade objetiva. Quem considera opinião como fato mergulha num mundo ilusório em que sacações diversas tomam o lugar da materialidade da vida. O fato de haver uma porção de gente que vive de enganar o próximo, fazendo-o crer que fantasia e realidade são a mesma coisa, não altera a falácia de semelhante atitude. É sempre importante basear crenças em fundamentos racionais e em dados da realidade.

C

esta nãorespondida uma questão fundamental, a saber, de onde as pessoas extraem as evidências que alimentam suas opiniões, sejam elas favoráveis ou desfavoráveis. Assim, qual é exatamente o fundamento de cidadãos norteamericanos considerarem que seu país é razoavelmente íntegro? E de onde saem os indícios de que Bangladesh é basicamente um país corrupto? Acontece que medidas objetivas a respeito da experiência de cidadãos com corrupção não resultam em números compatíveis com as opiniões expressas por esses mesmos cidadãos. Em relação às experiências pessoais ou familiares com o pagamento de propinas, as percepções sobre corrupção são aleatórias (a respeito, ver por exemplo artigo técnico disponível em www.transparencia.org.br/ docs/HowMuch.pdf). O diabo é que, no mundo em que vivemos, no qual se vende cerveja na base da exibição das carnes de modelos, parece que grande parte da população prefere a ilusão à realidade.

R

CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

G Parece que

vivemos num mundo em que grande parte da população prefere a ilusão à realidade

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


8

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Sider urgia Nacional

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

CSN FICA COM 49,5% DA WHEELING PITTSBURGH

A rede de televisão por assinatura Sky ficou fora do ar durante parte do dia de ontem por problemas no satélite

COMPANHIA BRASILEIRA VAI INVESTIR US$ 225 MILHÕES NA NOVA EMPRESA, A NEWCO

CSN ANUNCIA FUSÃO NOS EUA J.P. Moczulski/Reuters

A

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN ) firmou um contrato de fusão de suas operações nos Estados Unidos com a empresa norteamericana Wheeling Pittsburgh Corporation. A união dará origem à criação de uma nova empresa naquele mercado, denominada NewCo. Para formar o novo negócio, a Wheeling Pittsburgh informou que vai adquirir os ativos da CSN nos Estados Unidos. Em contrapartida, a empresa brasileira vai investir US$ 225 milhões em dinheiro na nova companhia, da qual será sócia majoritária, com 64% das ações. "Essa operação reforça o compromisso da CSN com sua estratégia de internacionalização, expandindo suas operações no exterior", informou a siderúrgica brasileira. A fusão vai criar uma siderúrgica mais forte e com maior capacidade de investimentos, informou a Wheeling Pittsburgh em comunicado. A empresa norte-americana anunciou que a nova holding terá acesso à tecnologia de produtos e processos da CSN, o que aumentaria as oportunidades de ganhos no longo prazo. A nova empresa terá fornecimento de placas de aço, produzidas pela fábrica da CSN no estado norte-americano de Indiana, por dez anos. A NewCo terá a exclusividade na distribuição de algumas linhas de produtos da CSN nos Estados Unidos e no Canadá.

Segundo o comunicado da CSN à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a implementação do negócio está sujeita ainda à aprovação de autoridades de concorrência e da assembléia geral de acionistas da Wheeling Pittsburgh, a ser realizada em janeiro de 2007. Pelo acordo, a CSN fica com 49,5% das ações da nova empresa que será formada com a união. O diretor-executivo de Infra-estrutura e Energia da CSN, Marcos Lutz, disse que "a fusão combinará os ativos modernos da CSN na América do Norte e o fornecimento de placa e expertise de sua administração, com a capacidade de produção da Wheeling Pittsburgh para beneficiar todos os interessados da região". Segundo ele, será criada uma cadeia integrada de produção e valor agregado com custo mais flexível, mais oferta de produtos de alto valor e aumento de ganhos. Apesar de aprovada pelo conselho de administração da Wheeling Pittsburgh, a fusão ainda terá de receber sinal verde dos acionistas da empresa. E, segundo o analista da corretora Ativa, Guilherme Marins, a briga vai ser grande, já que os trabalhadores, representados por um sindicato que se opõe à fusão, detêm 22% das ações. Recentemente, o Tontine Management LCC, fundo de investimentos detentor de 10% do capital da Wheeling Pittsburgh, também declarou que se opõe à fusão. (AE)

Vivo perde parcela do mercado de telefonia

A

Roger Agnelli, da Vale, e Scott Hand, da Inco, trocaram camisetas das seleções de futebol e hóquei

Vale vai manter todas as operações da mineradora Inco

O

presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, anunciou ontem, em Toronto (Canadá), que a empresa pretende manter e desenvolver todas as atuais operações da mineradora Inco, comprada pela brasileira. A compra de 75,66% das ações da Inco, por

Os patrocinadores cumprimentam o setor varejista por suas práticas de responsabilidade social. Os seis vencedores do 3º Prêmio FGV-EAESP de Responsabilidade Social no Varejo são grandes exemplos e uma amostra das inúmeras iniciativas dos varejistas brasileiros. Quanto mais varejistas participarem desse processo, mais rapidamente realizaremos nosso sonho de construir um país mais justo e promissor. VENCEDOR

CATEGORIA

PROJETO / PROGRAMA

LOCAL

AÇOUGUE CULTURAL T-BONE

Microempresa

Ler para Crescer

Brasília - DF

O BOTICÁRIO - Franquia de São Gonçalo

Pequena Empresa

Respeito ao Meio Ambiente

São Gonçalo - RJ

SUPERMERCADOS CARDOSO

Média Empresa

Inserção da Responsabilidade Social na Gestão da Empresa

Jequié - BA

LEO MADEIRAS

Grande Empresa

Sustentabilidade do Negócio da Marcenaria

São Paulo - SP

SINDIPAN JOINVILLE - Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria

Entidade Varejista

Sacola Ecológica Permanente

Joinville - SC

FLAMBOYANT SHOPPING CENTER

Shopping Center

Instituto Flamboyant

Goiânia - GO

um valor unitário de 86 dólares canadenses, foi concluída na última segunda-feira. Agnelli declarou que o mercado atual de níquel não poderia estar mais favorável e que a Vale pretende aproveitar ao máximo essas condições. Isso inclui explorar a sinergia com a companhia anglo-suíça Xstrata, que em agosto adquiriu a Falconbridge, cujas principais operações de mineração estão localizadas em Sudbury, no leste de Ontário, onde também estão as minas da Inco. O executivo não confirmou os rumores de que a Vale pode formar uma joint venture com a Xstrata e a companhia inglesa Rio Tinto para comprar a Anglo American. No entanto, disse que todos os projetos da Inco são autofinanciáveis e que os recursos para os futuros investimentos da empresa virão dos resultados de suas próprias operações. Ele destacou o sucesso da produção em Thompson, no Manitoba, que tem crescido rapidamente. Investimento – O presidente da Vale também confirmou que a empresa vai investir no desenvolvimento do projeto Voisey's Bay, na província de Terra Nova e Labrador, que rep re s e n t a u m a d a s q u a t ro maiores jazidas de níquel e co-

bre do mundo. Segundo Agnelli, em um prazo máximo de 18 meses, esse projeto deverá estar operando em sua capacidade total. Ele mencionou ainda a ampliação das operações da Inco na Indonésia e a intenção de terminar de desenvolver o projeto Goro, na Nova Caledônia, o quanto antes. Rebaixamento – Na avaliação de Agnelli, o rebaixamento da nota de crédito da Companhia Vale do Rio Doce em razão do financiamento necessário para a compra da Inco não representa problema. "Os investimentos da Vale em outras operações não serão reduzidos, os recursos já estão alocados e definidos nos orçamentos de curto e longo prazos." "A China é um cliente voraz, que precisa de fornecedores e somos beneficiados pelo desenvolvimento da indústria de aço inoxidável. Se o preço do níquel no mercado de commodities continuar estável, no máximo em três anos voltaremos ao mesmo patamar de alavancagem que tínhamos antes de financiar a compra da Inco", disse o presidente da Vale. O atual presidente da Inco, Scott Hand, foi mantido no cargo e Marc Cutfani foi promovido ao posto de CEO da empresa. (AE)

epois de três anos, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, aprovou a operação em que foram separadas as participações acionár i a s d a Va l e d o R i o D o c e (CVRD) e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) nas ferrovias Centro Atlântica (FCA) e Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). Na operação, a Vale e a CSN venderam entre si as ações que detinham nas ferrovias. O negócio envolveu a holding CSN Aceros, que passou

a controlar a Sepetiba Tecon, empresa que explora o terminal de contêineres número 1 do Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, e pertencia à Vale. O objetivo da transação, em abril de 2003, foi separar as sociedades entre a mineradora e a siderúrgica nas ferrovias de forma a viabilizar investimentos. O relator do caso, conselheiro Luís Fernando Rigato, destacou que o Cade comprovou que o descruzamento das participações permitiu a aplicação de novos recursos na recuperação da infra-estrutura das ferrovias. (AE)

Apoio:

Realização:

Embratel tem prejuízo de R$ 324,2 mi

A Cade: final feliz para as empresas D

Oferta da Arcelor decepciona Conheça estes e outros projetos no Banco de Práticas de Responsabilidade Social no Varejo, no site www.fgvsp.br/cev/rsnovarejo

Vivo perdeu boa parcela do mercado brasileiro de telefonia móvel nos últimos 12 meses. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a empresa tinha 36,05% de participação no mercado em setembro de 2005. No mês passado, o percentual da operadora caiu para 29,96%. Ao mesmo tempo, a fatia da TIM subiu de 22,94% em setembro do ano passado para 25,14% no mesmo mês de 2006. A participação da Claro no mercado no mês passado foi de 23,13%; a da Oi, de 13,19%; e da Telemig Amazônia, de 4,9%; da BrT GSM, de 3,18%; da CTBC, que atua na região do Triângulo Mineiro e em poucas cidades de São Paulo e Mato Grosso do Sul, de 0,41%; e da Sercomtel, empresa do município de Londrina, no Paraná, de 0,09%. Em setembro deste ano, cerca de 80,73% dos telefones móveis no País eram pré-pagos, o equivalente a 18,47 milhões, e 19,27% eram pós-pagos, 77,39 milhões. Essa proporção vem se mantendo ao longo do tempo. No mesmo mês do ano passado, os pós-pagos eram 18,90% e os pré-pagos atingiam 81,10%. A tecnologia que tem mais usuários no Brasil é a GSM, com 61,24% do mercado, ou 58.708.131 milhões de telefones. Com exceção da Vivo, todas as empresas de telefonia móvel que atuam no País – TIM, C l a ro , B r T e O i – u s a m GSM. A tecnologia digital da Vivo é CDMA. Há ainda no Brasil 85.286 pessoas que usam o sistema analógico. Elas representam 0,09% do mercado. (AG)

A

siderúrgica Arcelor Mittal decidiu ontem realizar oferta pública de aquisição das ações que ainda não possui da Arcelor Brasil. O preço oferecido, porém, decepcionou investidores e o acionista minoritário Previ. A Arcelor Mittal detém cerca de 66% das ações da Arcelor Brasil e informou que a oferta terá valor de 12,1184 euros por

ação remanescente da companhia situada no País, o que ao câmbio de ontem corresponderia a R$ 32,719 a ação. A máxima quantidade de dinheiro que será paga pela Arcelor Mittal será de 2,6 bilhões de euros, se os acionistas optarem apenas pelo dinheiro. A Arcelor Mittal ofereceu pagamento em uma combinação de ações e dinheiro. (Reuters)

Embratel Participações, operadora de telefonia controlada pela mexicana Telmex, anunciou ontem que teve prejuízo líquido de R$ 324,2 milhões no terceiro trimestre, ante resultado positivo de R$ 54,3 milhões um ano antes. O balanço do trimestre encerrado em setembro foi afetado em R$ 514,5 milhões relativos a reconhecimento de despesas de contingências tributárias por suas controladas Embratel e Telmex do Brasil. A geração de caixa pelo ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ficou negativa em R$ 39,6 milhões de julho a setembro, contra os R$ 470,8 milhões positivos de um ano atrás. A margem foi negativa em 1,9%. Excluindo o impacto das contingências tributárias, relativos à cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o ebitda teria sido de R$ 475 milhões no terceiro trimestre e a margem ficaria em 23%. (AG)


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TURISMO - 1

~ JALAPAO

Divulgação/André Dusicska

SURPREENDA-SE COM A ESTRADA VELHA DE SANTOS Numa caminhada de quatro horas em meio à Mata Atlântica descubra belas paisagens e monumentos históricos, como Belvedere Circular (foto). Pág. 4 Fotos: Luludi/LUZ

N o coração do País, no Tocantins, este pedaço de terra pouco maior que o Estado de Alagoas exibe uma paisagem que lembra a savana africana, porém pontuada de rios, cachoeiras, nascentes, piscinas naturais, dunas e chapadões. A viagem aqui é a feita a bordo de um ônibus de aventura, o Korubão, com direito a hospedagem num equipado acampamento. Págs 2 e 3

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

SAVANA BRASILEIRA

PONTOS ESTRATÉGICOS: as melhores vistas da região podem ser registradas do alto do Morro do Espírito Santo (no topo, no meio), na crista das famosas dunas (acima) e em cima do Korubão, no caminho entre uma atração natural e outra. A empoeirada paisagem guarda uma preciosidade: o capim dourado, que rende um artesanato de rara beleza


Está no ar: Digesto online

Gêmeos, mas de cores diferentes

A revista Digesto Econômico ganha versão na internet, com textos do Seminário Internacional sobre Democracia Liberal. Em Logo

Os fenômenos britânicos, Layton e Kaydon viraram capa de publicação científica. Em Logo Reprodução

Ano 81 - Nº 22.241

EFE

São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Como o Leão devora o Brasil O Leão se empanturra no Distrito Federal. Em 2º lugar, no Rio; e em 3º, SP. A sua fome per capita quase dobrou de 2001 a 2005, passando de R$ 1.087,07 a R$ 1.997,02. Veja a geografia da arrecadação da Receita em E 1

José Patrício/AE

Evaristo Sá/AFP

Já ganhei! No último comício da campanha, ontem, no Largo São José, Zona Sul de São Paulo, Lula recuperou a confiança demonstrada no final do 1º turno e voltou a dar como certa a sua vitória. "Eu não tenho dúvida de que vamos ganhar as eleições no próximo domingo", disse. Página 3

Agora é no soco. Entre no duelo:

www.dcomercio.com.br

É a virada!

Alckmin: "Lula está de salto alto, mentindo". FHC: "Para mim, Lula acabou, foi enterrado nos escombros dos escândalos". O "Comício pela Vitória da Verdade" reuniu ainda Serra, Kassab e Afif num palco no Anhangabaú, cercado por milhares de pessoas. Alckmin acredita ainda em virada até domingo. Pág. 3 Ricardo Padue/AFG

O senhor do turismo Luludi/LUZ

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima31º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 16º C.

Jalapão, a savana do Brasil Região no Tocantins exibe rios, cachoeiras, dunas e chapadões (foto) Boa Viagem

DC

Ao "descobrir" o Caribe, Eduardo Nascimento (foto) fez uma das maiores agências de viagens do País. E 10

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Fotos: Luludi/LUZ

A IMPONÊNCIA DA CACHOEIRA DA VELHA

BANHO EM ÁGUAS ESMERALDAS, NA CACHOEIRA DA FORMIGA

De cima do Morro do Espírito Santo a vista de 360° do Jalapão é de tirar o fôlego

A

84 quilômetros do acampamento, essa cachoeira encanta mais pela cor de suas águas que pelo seu tamanho. Numa espécie de piscina, a cachoeira exibe águas transparentes que, pela presença de magnésio e enxofre, parecem ser verde esmeralda. A água fresca convida a um longo e revigorante banho. No dia da visita à Formiga, o almoço é ali mesmo, ao som da queda d'água e com direito a salada, torta de legumes, manga de sobremesa e chocolate para arrematar. O momento só não é perfeito pois os mosquitos insistem em estragar a hora de relax.

FERVEDOURO: PISCINA MÁGICA

P

ara chegar até esta inusitada atração natural é preciso enfrentar cerca de duas horas e meia de estrada. É um dos destaques da viagem. Apenas seis pessoas podem entrar juntas nessa espécie de piscina de água cristalina e fundo de areia branquinha, branquinha. Ou melhor, sem fundo – pelo menos é essa a sensação que se tem ao entrar ali. À sombra de bananeiras, turistas se divertem dentro do poço que, por ser formado por uma nascente subterrânea que jorra água para a superfície, formando grandes bolhas, não deixa ninguém afundar. Só mesmo experimentando para entender esse curioso fenômeno, que também pode ser encontrado em Brotas e em Bonito. Por ali, porém, a diferença é não ter a concorrência de uma dezena de outros turistas à espera de entrar na piscina natural.

Território desconhecido no coração do Brasil Imagine um paraíso praticamente só seu. No Tocantins, o Jalapão é um dos destinos mais remotos e inexplorados do País. Foi descoberto pelos aventureiros em 1998, quando o Rally dos Sertões passou por lá, e ganha cada vez mais fãs Por Lygia Rebello

J

alapão, extremo leste do Tocantins. A porta de entrada para esse território praticamente desconhecido pelo resto do mundo – que começou a ganhar destaque no mapa nacional apenas em 1998, quando o Rally dos Sertões passou por lá – é a pacata cidade de Ponte Alta. Os sinais de civilização nos moldes que conhecemos acabam aí. A partir de então, uma estrada de terra e areia nos leva para um santuário ainda inexplorado pela maioria. Sempre sacolejando, a bordo de um caminhão adaptado para ser um ônibus de aventura – com muitas janelas e capacidade para 18 pessoas –, o Korubão, passamos por paisagens empoeiradas e de vegetação rasteira – às vezes amarelada, ora preta pelas queimadas, ora verdinha, renascida. As únicas pistas da existência do homem por este inóspito destino são a estrada estreita e de terra vermelha batida e os postes de luz que acompanham todo o caminho. É difícil cruzar com um carro; não há casas na beira da via; ninguém passa caminhando. As distâncias ali são enormes. Dizem que para ver todas as atrações locais com calma é preciso ficar cerca de 20 dias por aquelas bandas. Erroneamente chamada deserto, a região do Jalapão, na realidade, está mais para uma savana, parecida com as encontradas na África, só que sem os grandes mamíferos. Por ali desfilam veados, tatus, rapozas, emas, lobos-guará, onças, capivara, araras-azul, cobras... Mas nenhum deles aparece com facilidade, para a frustração dos turistas. O que sim dá para ver, e em abundância, são os gafanhotos gigantes que vivem nos arbustos à beira da estrada. Com a passagem do caminhão, nuvens deles surgem de repente causando alvoroço dentro do veículo, especialmente quando pousam nas mulheres. Oásis Sertanejo – O lugar poderia ainda ser considerado um deserto se levados em conta o calor e sol forte e a baixíssima densidade demográfica – o Jalapão é uma área de cerca de 34 mil quilômetros quadrados, pouco maior que o Estado de Alagoas. Mas é mesmo o que muitos chamam de Oásis Sertanejo, pois abriga inúmeros rios, cachoeiras, nascentes e córregos e ainda é uma das maiores fontes de água potável do País. A região abrange oito pequenos municípios: Ponte Alta – considerada a porta de entrada –, Novo Acordo – que dizem ser a porta de saída –, Santa Tereza, Lagoa, São Félix, Rio Sono, Lizarda e Mateiros – considerada a capital do Jalapão. E ganhou esse nome por causa de uma planta da família dos tubérculos, a Jalapa-do-Brasil, muito usada para dar gosto à cachaça. A combinação caiu nas graças do povo, que começou a pedir, então, o jalapão – uma dose dupla da bebida.

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani Lima Editora Ilustrações Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

Primeira prova – Já no primeiro dia por lá, os aventureiros são "batizados" pela natureza com a tarefa mais difícil da viagem. A subida ao Morro do Espírito Santo é o passeio mais assustador, principalmente para os que estão mais fora de forma. Íngreme e sem sombras, são 800 metros de caminhada para chegar a seu topo e mais 5 quilômetros de caminhada em cima do morro. A descida também é bem difícil, pois o solo é escorregadio e há pedras soltas pelo caminho. Uma dica preciosa para que você possa superar estes obstáculos e curtir a vista deslumbrante lá de cima é reparar nos galhos grandes que ficam encostados numa grande pedra bem no começo da caminhada. Eles não estão ali à toa, servem de cajado para os andarilhos e são de grande ajuda durante todo o percurso. Após o esforço, enquanto se avista o visual deslumbrante, um lanchinho é imprescindível: maçã, paçoca e o gatorate local: o revigorante jala (suco de caju, limão, açúcar e sal). Não é lá muito saboroso, mas repõe todas as energias. Ouvidos atentos durante todo o passeio, para curtir o silêncio absoluto e as dicas que o simpático guia Mauro vai dando sobre o uso medicinal de várias plantas locais. Lá de cima, avista-se outros chapadões – Serra do Meio, Morro do Fundo, Bigorna... – alguns já na divisa com a Bahia. É possível ver ainda as Dunas, cartão-postal da região, e o Lago Azul a seus pés, além das Falésias do Espírito Santo. E é lá em cima também onde se pode encontrar a Jalapa-do-Brasil. Mutuca – O espírito aventureiro é evocado durante toda a viagem: acomodações em acampamento, trilhas e refeições nas trilhas, roupas sujas pela terra, picadas de mosquitos e, principalmente, das insistentes mutucas, que atrapalham todos os banhos de rio. Por isso não esqueça protetor solar, repelente, chapéu ou boné, botas de caminhada e tudo o mais que te pedirem para levar. Mas a beleza local e o fato de saber que só você e outras poucas pessoas já exploraram esse santuário faz com que qualquer dificuldade fique pequena frente a todo o resto. E o melhor: nos passeios quase nunca se cruza com outros grupos de turistas e a probabilidade de isso acontecer, por enquanto, é pouco provável. A sensação é que este paraíso é só seu. Depois de conhecer o Jalapão você nunca mais irá confundi-lo com Japão, como a maioria faz. E voltará para casa cheio de orgulho por saber que um lugar tão incrível fica no Brasil. Ainda bem que o Jalapão é aqui!

D

istante cerca de duas horas e meia do alojamento, essa imponente cachoeira lembra um as Cataratas de Foz do Iguaçu, só que, obviamente, em menores proporções. Por ali, não é permitido nadar, por causa da força e do volume de água. Em compensação, não faltam cliques para deixar registrada a beleza desta queda d'água, que leva este nome pois pescadores locais garantem ver uma senhora sempre a assombrar o lugar.

PRAINHA: O GRAN FINALE

A

partir da Cachoeira da Velha, cerca de um quilômetro de caminhada e 101 degraus depois, chega-se à bela Prainha. Uma pequena enseada que brinda o fim da viagem, pois é o último passeio no roteiro. O pequeno paraíso já foi parar até nas telonas do cinema: foi um dos cenários do filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues.

CANOAGEM: PURA ADRENALINA

N

ão chega a ser um rafting, mas a canoagem no Rio Novo rende boas doses de adrenalina. São cinco quilômetros com cinco pequenas corredeiras e trechos mais tranqüilos, intercalados com banhos de rio. Antes da aventura, uma aula de cerca de 20 minutos, cujas instruções devem ser ouvidas com muita atenção, pois cada um desce o rio em um caiaque individual. Se cair na água, é relaxar e esperar um dos guias que acompanham o grupo te ajudar, subir de novo no caiaque e voltar a remar.

A viagem foi oferecida a convite de Ambiental, Korubo e Gol Linhas Aéreas

DUNAS AVERMELHADAS: O CARTÃO-POSTAL LOCAL

É

, sem dúvida, um dos principais cartõespostais da região. A 46 quilômetros do acampamento, suas dunas de mais de 45 metros de altura contrastando com o céu azul é realmente um cenário imperdível. Em tons ora dourados, ora avermelhados – por causa da decomposição da serra de arenito que está logo atrás – as montanhas de areia ficam num lugar estratégico para o momento do pôr-do-sol: a despedida perfeita de mais um dia de aventura.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

1 Morar em São Paulo significa dois anos a menos na vida de uma pessoa. Emiliano Affonso, diretor do Sindicato dos Engenheiros

SUFOCANTE Veículos movidos a diesel, principais vilões da poluição ambiental em São Paulo, poderão ter filtro mais eficiente, testado pela USP Mônica Zarattini/AE - 07/08/05

Flávia Gianini

3

7

milhões de toneladas de poluentes são despejadas anualmente sobre a cidade de São Paulo

pessoas morrem por dia na cidade por complicações de saúde atribuídas à poluição

750

cigarros por dia é o que o paulistano "fuma" todos os dias, mesmo não sendo um fumante

milhões de dólares é o custo anual das doenças respiratórias tratadas na cidade

90

12

por cento da poluição atmosférica registrada em São Paulo vêm dos veículos automotores

por cento a mais de doenças respiratórias são registrados em São Paulo nos meses de inverno

Qualidade do ar melhorou muito pouco nos últimos anos na cidade. Quem mora em São Paulo vive menos.

Luiz Prado/LUZ

4

"P

aulistano, o ar que você respira é um dos piores entre todas as grandes cidades que há no mundo". O aviso foi dado por György Miklós Böhm, em 1º de janeiro de 1989. Há quase 17 anos, o médico húngaro, naturalizado brasileiro e especialista em patologia experimental, já alertava para a situação crítica da poluição em São Paulo. Mas a má notícia é que a qualidade do ar não melhorou lá grande coisa desde então. Todos os dias, 8,2 toneladas de poluentes são despejadas sobre a cidade. São mais de 3 milhões de toneladas/ano, 90% delas provenientes de veículos automotores. A pior parte vem dos motores movidos a diesel. "Morar em São Paulo significa dois anos a menos na vida de uma pessoa", afirmou o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp), Emiliano Affonso. Significa, também, fumar quatro cigarros por dia, seja o paulistano fumante ou não. Sem defesa – Segundo o professor titular e chefe do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, a culpa de tanta poluição recai sobre o chamado material particulado (MP), partículas finas, com diâmetros inferiores a 2,5 micrômetros. "Elas são especialmente danosas pois invadem o sistema respiratório de forma profunda, sem nenhuma possibilidade de defesa", disse. Segundo os especialistas as micro-partículas emitidas pelos motores à diesel depositadas no pulmão se alojam sem licença e lá permanecem para todo o sempre. A doença mais freqüente por elas provocada é a inflamação. De acordo com o relatório de 2005 da Companhia de Tecnolo-

Os motores a diesel, grandes poluidores: filtros ineficientes e fiscalização inadequada

gia de Saneamento Ambiental Ciência e Tecnologia a Serviço do Meio Ambiente (Cetesb), agência estadual dedicada ao gerenciamento da qualidade do ar, 40% da poluição por material particulado em fração inalável (a pior para o ser humano), 96% dos óxidos de nitrogênio e 42% dos óxidos de enxofre são provenientes das emissões veiculares Ainda segundo a Cetesb, os veículos movidos a óleo diesel constituem as maiores fontes de poluentes veiculares (com 79% dos óxidos de nitrogênio, 19% dos óxidos de enxofre e 28% dos inaláveis), em relação ao total das emissões de todas as demais fontes poluidoras juntas. Pesquisas coordenadas por Saldiva, mostram que o aumento do nível de poluição atmosférica, ocorrido principalmente no inverno, pode elevar em até 12% o risco de morte por doenças respiratórias em dia de pico de contaminação. Segundo o médico, "2,6 mil pessoas por ano morrem em São Paulo, vítimas de doenças cárdiopulmonares relacionadas à poluição. Um número que chega a cerca de sete por dia". Diesel – As políticas de controle de emissão de poluentes deixam a desejar no que diz respeito aos motores movidos a diesel. Desde que o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) foi implantado, em 1986, a emissão de monóxido de carbono dos veículos movidos a gasolina caiu de 6,2 gramas/km para 0,34 gramas/km. "O diesel não teve o mesmo tratamento de regulamentação", admitiu o gerente do setor de interpretação de dados da Cetesb, Carlos Lacava. O gerente afirma que o aumento da poluição em São Paulo é relativa, porque houve redução de emissão de algumas substâncias. Mas esclarece que hoje o ozônio e o material particulado são as maiores preocupações dos especialistas. "O controle avança de acordo com o

entendimento e os estudos, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) está estabelecendo limites cada vez mais rígidos", pondera Lacava. Caminhões – Aos caminhões, pouco se aplicam as melhoras. Pesquisa realizada pelo Sindicato das Indústrias de São Paulo (Setecesp) mostrou que 72,76% dos caminhões de São Paulo foram fabricados antes de 1990. Os 200 mil veículos de carga que circulam todos os dias pelas ruas e avenidas da cidade têm a idade média 4 anos superior à média nacional, que é de 18 anos. "Os veículos fabricados há mais de 20 anos, despejam 14 gramas/km de monóxido de carbono, 40 vezes do que um veículo particular novo", afir-

2,6 mil pessoas morrem por ano em São Paulo, vítimas de doenças relacionadas à poluição. Paulo Saldiva, médico mou o coordenador do departamento de abastecimento da Cetesb, Fernando Zaretti. A péssima qualidade do diesel comercializado no Brasil é uma das maiores responsáveis pela poluição atmosférica de São Paulo. Na comparação feita pelos especialistas, o diesel europeu tem 500 partes poluentes por milhão, enquanto no Brasil esse número chega a 2.000 partes por milhão. Na cidade por onde passam 70% dos veículos de carga do Brasil e que tem a maior frota de ônibus do país (com 15 mil veículos), quem paga a conta da poluição é o contribuinte. "O diesel brasileiro é tão ruim que não existe filtro capaz de resolver o problema da emissão de

poluentes em ônibus e caminhões", disse Emiliano Affonso, do Sindicato dos Engenheiros . São Paulo gasta US$ 8 bilhões por ano com saúde em geral. Segundo Saldiva, da USP, aproximadamente 9% desse montante (US$ 750 milhões) são canalizados para o tratamento de sintomas relacionados à emissão de poluentes. Somente os gastos com atendimentos e licenças de trabalho tiram do mercado US$ 400 milhões por ano. Filtro – Na tentativa de reverter essa situação, a empresa Sabertec anunciou ontem os resultados de testes realizados com o Filtro de Impacto para Particulados Diesel (IDPF), conduzidos pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. O relatório final apresentado pela equipe de pesquisadores mostrou uma redução significativa na emissão, com índices de até 70% de retenção do material particulado de 2,5 micrômetros (MP 2,5). Em 2005, o material foi identificado pela OMS como um dos elementos poluentes mais nocivos à saúde humana. O IDPF foi idealizado pelo engenheiro paulista Sérgio Sangiovani. O equipamento foi patenteado e licenciado pela Sabertec, empresa norte-americana que atua na área de tecnologia ambiental. Segundo Sangiovani o IDPF é eficiente quando usado em veículos movidos a diesel com alto teores de enxofre, como é o caso do combustível brasileiro. "A previsão é que o filtro seja lavado com cerca de 50 mil km rodados", disse. A novidade já está disponível no mercado, mas espera por homologação das agências competentes. O filtro custa cerca de US$ 1,1 mil. Se for adotado pela frota de grande porte movida a diesel na capital, a previsão é de que haja uma melhora de 35% na qualidade do ar, segundo estudos conduzidos pela USP.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

TURISMO - 3

A boa vida de acampamento

À

beira do Rio Novo – um dos últimos e maiores rios de água potável do mundo –, 11 barracas ficam espalhadas num terreno de areia, localizado dentro da Fazenda Rio Novo, numa Área de Preservação Ambiental (APA), próxima ao Parque Estadual do Jalapão. Com criatividade e conforto, dentro do possível, o Safári Camp Korubo funciona há seis anos e segue os moldes dos vistos nas savanas africanas, mas com engenhosas adaptações à la brasileira. Amplas, as cabanas para duas pessoas – criadas especialmente pelo proprietário e idealizador do acampamento, Luciano Cohen – possuem estante, telas para barrar a entrada de todo tipo de mosquito, varandinha com duas cadeiras e, na parte de trás, varal. Os banheiros são a parte mais difícil de enfrentar por ali. Sempre limpos, são coletivos, divididos entre os masculinos e os femininos, cada um com três banheiros químicos e três duchas aquecidas – sim senhor, água quente, aquecida por energia solar – além de uma pia improvisada com folhas de buriti. Luz – A energia solar também é utilizada nas luzes das barracas. Para iluminar o terreno quando chega a noite, tochas são acesas criando um clima todo especial. Tirando esses pequenos percalços – para um aventureiro esses são meros detalhes – o resto funciona praticamente como em uma pousada, graças à equipe comandada pelo administrador e anfitrião gentilíssimo Manoel. As

Cabanas, comida caseira e ducha com água aquecida pela energia solar dão o tom da hospedagem no Safári Camp Korubo, que fica à beira de um rio de água potável Fotos: Luludi/LUZ

São 11 cabanas para duas pessoas, com direito a estante, varanda com cadeiras, varal na parte de trás e telas protetoras de mosquitos: essencial A mesa coletiva vira o ponto de encontro, onde o grupo se reúne para saborear delícias caseiras e lembrar as aventuras do dia. Depois da refeição, um cochilo na rede

O artesanato único de capim dourado

S

etembro é a época da colheita do incrível capim dourado, que só dá uma vez ao ano às margens de rios e córregos, em terrenos pantanosos. A colheita de setembro, porém, rende para que os criativos artesãos locais trabalhem o que na verdade é uma flor do Cerrado de um amarelo incrivelmente brilhante o ano inteiro. Ali, todos trabalham a planta: mulheres, crianças, homens, jovens, velhos... E é por isso mesmo que, para proteção ambiental e garantia de um desenvolvimento sustentável, pode-se levar do Jalapão apenas o capim dourado trabalhado nas inúmeras peças, cada uma mais original que a outra, mas nunca in natura. Há desde peças de acessórios femininos – como colares (de R$ 8 a R$ 18), pingentes, brincos, pulseiras, bolsas (de R$ 45 a R$ 110) – a objetos de decoração, como vasos (R$ 20 a R$ 90), bandejas, cestas (de R$ 20 a R$ 50)... Tudo começou na minúscula vila de Mumbucas. Na década de 90, quando as mulheres da vila foram para Ponte Alta

cabanas são limpas uma vez ao dia, as áreas de lazer ficam à espera dos mais preguiçosos – há um redário tentador e em vez de piscina, um rio inteiro de água potável com direito a pequenos mordiscos de peixinhos atrevidos – e à mesa, coletiva, as delícias aliviam com louvor a fome do grupo. Almoço e jantar viram verdadeiros banquetes de comida caseira pelas mãos do chef Manoel, um cozinheiro de mão cheia que nunca deixa o sabor de lado. Nas refeições, há sempre dois tipos de suco, além de refrigerante e cerveja – que estão presentes, mas são pagos à parte. Entre amigos – Os viajantes mais avisados levam outras bebidas e salgadinhos para confraternizar, principalmente antes do jantar, quando ocorre o grande momento de descontração. Tem sempre um aperitivo oferecido por Manoel – caipirinha, batida de maracujá... – , acompanhado por algum petisco, que pode até ser o troféu de um hóspede que se aventurou a pescar lambaris. No cardápio, o trivial de dar água na boca: penne ao molho de alcaparras, saladas variadas, filé mignon com arroz e purê... Isso sem falar no farto café da manhã: quatro tipos de frutas, sucos e vitaminas, bolos, pães, pão de queijo feito lá mesmo, torradas, café, leite e cereais. À noite, depois do jantar, o programa é uma boa prosa em volta da fogueira, já acesa pela equipe do Korubo, que ainda deixa as cadeiras a postos. Mesmo com o guia contando causos mirabolantes e fatos históricos da região, o difícil é driblar o sono depois de tanta aventura. (L.R.)

RAIO X COMO CHEGAR: Korubo: informações pelo tel. (11) 3667-5053, site www.korubo.com.br

MA PA

FAÇA AS MALAS A Ambiental (tel. 11/38184600, site www.ambiental.tur.br) tem roteiro de sete dias a partir de R$ 3.092 por pessoa em acomodação dupla, incluindo aéreo, traslados, duas noites em Palmas com café da manhã, quatro noites TOCANTINS no Safári Camp Korubo com BA pensão completa, passeios e MT seguro-viagem. Pela GO Freeway (tel. 11/5088-0999, site www.freeway.tur.br) o roteiro de sete dias custa a partir de R$ 3.008 por pessoa em acomodação dupla. O pacote inclui passagem aérea, traslados, duas noites em Palmas com café da manhã, quatro noites no Safári Camp Korubo com pensão completa, passeios e seguro-viagem.

Moradora da região criando uma cesta de capim dourado: artesanato minucioso com a planta local

se consultar no médico e viram outras mulheres usando bolsas de couro. Então, tiveram a idéia de fazer bolsas com o material que tinham em abundância na sua cidade. Nasceu aí a tradição do artesanato de ca-

pim dourado. A novidade se espalhou ainda mais com o Rally dos Sertões. E o que antes era somente usado para a fabricação de utensílios domésticos se transformou numa importante fonte de renda dos

moradores locais e num dos artesanatos mais ricos e cobiçados no planeta, chegando até a ser comprado por grandes joalherias que buscam inovar suas coleções com materiais diferentes. (L.R.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

9

0,16

por cento foi a alta do Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo – ontem.

25/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 23/10/2006 23/10/2006 23/10/2006 23/10/2006 23/10/2006

P.L. do Fundo 10.711.941,88 1.468.318,20 7.993.253,10 17.686.989,37 1.302.800,12

Valor da Cota Subordinada 1.215,036535 1.108,809474 1.192,423301 1.120,929477 1.113,240813

% rent.-mês 1,1459 1,3238 2,6218 0,0506 0,9693

% ano 24,3677 10,8809 19,2423 12,0929 11,3241

Valor da Cota Sênior 1.009,226477 1.096,322889 1.110,765983 0 0

% rent.-mês 0,8644 0,7935 0,8645 -

% ano 0,9226 9,6323 11,0766 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


2

Acidente Urbanismo Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

POLÍCIA AFIRMA QUE CARLA MATOU CORONEL

GIr Notas das distritais

Mais saúde em Santana

O

Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Santana convidou o médico José Aristodemo Pinotti para falar sobre saúde da mulher. Pinotti destacou que a população desconhece seus direitos, em especial os relacionados à saúde. E, por esta, razão é muito mal atendida. O médico afirmou que o sistema de atendimento à mulher está caótico, não oferece acesso nem acolhimento e sua eficiência é discutível. Pinotti ressaltou o crescimento assustador da Aids entre as mulheres. "No começo da década de 80 tínha-

mos 50 homens com Aids para cada mulher. Hoje a proporção é igual", disse o médico Segundo ele, a mulher tem 10 vezes mais probabilidade de contrair a doença. A concentração do vírus HIV no esperma masculino é infinitamente maior do que nos hormônios vaginais femininos. Para Pinotti, só a informação e o uso de camisinha podem evitar uma epidemia. Para conhecer o grau de risco para as 10 afecções mais importantes na mulher e obter orientação de como prevenilas é só acessar o site www.drpinotti.com.br.

Divulgação

Pinotti falou sobre o atendimento precário e também a respeito do aumento da Aids entre as mulheres

Centro mais iluminado Divulgação

A

proposta para a promoção do concurso Natal Iluminado & Encantado na região central da cidade foi discutida na Distrital Centro. O objetivo do encontro foi debater com os lojistas, empresários e a co- Reunião discutiu decoração natalina munidade as sugestões para decoração natalina iluminado, estima-se aumento nos principais pontos turísti- no número de turistas, alavancos e comerciais. Algumas par- cando as vendas. cerias já estão sendo firmadas Em janeiro, uma comissão para a preparação de um ca- irá avaliar as decorações que lendário de atividades natali- mais se destacaram. A vencenas, a serem promovidas pela dora de cada categoria será distrital com o apoio de todos premiada com a réplica do os envolvidos. Com o Centro Marco da Paz.

Santo Amaro participa de homenagem

Mais um Café com Negócios em São Miguel

A

A

Distrital de Santo Amaro, representada pelo diretor conselheiro Nelson Gonçalves de Camargo, participou da homenagem ao empresário Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. O empresário recebeu, no Espaço Sociocultural - Teatro do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee), o título de membro benemérito e o Troféu Integração.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Distrital São Miguel realizou, no final de setembro, o VII Café com Negócios, no Salão de Festas Nobre, em Ermelino Matarazzo. O evento foi coordenado pelo superintendente da distrital, José Parziale Rodrigues, e contou com a participação de mais de 80 pessoas, entre empresários, representantes de indústrias, profissionais liberais e autoridades da região.

O coronel Ubiratan foi encontrado morto em seu apartamento com um único tiro na região do abdômen.

TJ nega habeas para Carla Acusada de matar o coronel Ubiratan Guimarães, a advogada Carla Cepollina, já foi indiciada

A

advogada Carla Cepollina, acusada de matar o namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, não tem direito a habeas-corpus preventivo. A decisão, unânime, foi tomada ontem pela 9ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Votar a m o s d e s e m b a rg a d o re s Souza Nery, Rene Nunes e Roberto Midolla. O habeas-corpus preventivo é um "remédio constitucional" usado quando há risco de prisão do acusado. A mãe de Carla, a advogada Liliana Prinzivalli, alegou no pedido

que sua filha está sofrendo coação ilegal. O coronel Ubiratan (comandante da operação que resultou na morte de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em outubro de 1992) foi encontrado morto em seu apartamento, na zona oeste da capital paulista, com um único tiro na região do abdômen. No último dia 13, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do coronel. Ele foi assassinado no dia 9 de setembro. Para os policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carla Cepollina é a

única responsável pelo crime. Ela nega o assassinato. Carla foi indiciada no dia 27 do mês passado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (ciúme) e sem possibilidade de defesa da vítima. Na ocasião, apesar do indiciamento, a Polícia e o Ministério Público disseram que Carla colaborou com as investigações, por isso não pediram sua prisão preventiva. Com o inquérito concluído, o Ministério Público deverá apresentar denúncia contra a advogada até o início da próxima semana. A Promotoria já antecipou que a denúncia vai

apontar uma conclusão diferente daquela apresentada pela Polícia, de que o motivo do crime foi ciúme. STJ – A advogada também não conseguiu salvo-conduto do Superior Tribunal de Justiça, que declarou o pedido de habeas-corpus extinto. A decisão foi do ministro Paulo Gallotti. O relator entendeu que não poderia dar seguimento ao pedido. Segundo ele, o STJ tem firmado o entendimento de que não cabe pedido de habeas-corpus contra decisão que denega liminar, a não ser que fique demonstrada ilegalidade flagrante. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Robson Fernandjes/AE

Pelas curvas do Caminho do Mar Conservada pelo Pólo Ecoturístico Caminhos do Mar, parte da Estrada Velha de Santos convida a um delicioso passeio, a pé ou de microônibus, entre a beleza da Mata Atlântica e construções históricas Por Antônio Paulo Pavone

A

maioria dos paulistanos já ouviu falar, mas ainda não conhece de perto um dos mais importantes e belos caminhos históricos do País: a Estrada Velha de Santos. O trecho, conservado agora pelo Pólo Ecoturístico Caminhos do Mar, foi o primeiro do Brasil a ser pavimentado, ainda no século 18. Graças a uma recente restauração do patrimônio histórico, pelo projeto Restauração e Manutenção dos Monumentos Históricos do Parque Caminhos do Mar, da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, a antiga estrada de Santos está muito bem para uma senhora de mais de 300 anos. Quem quiser conhecer trechos dessa estrada colonial pode percorrer alguns quilômetros a pé, de forma segura, se deleitando com magníficas paisagens e monumentos. Tudo entre montanhas verdes e cachoeiras

cristalinas, em plena Mata Atlântica. No trajeto, o que se vê são construções como a Casa da Marquesa de Santos, com azulejos desgastados pelo tempo, que ainda guardam retratos de personalidades do passado. Uma das partes antigas mais bem conservadas é a Calçada do Lorena, trecho feito com lajes de pedras irregulares, assentadas de forma artesanal, com os vãos preenchidos por pedras menores e areia grossa. A Calçada foi a primeira do Brasil a receber pavimentação, a partir de uma trilha aberta pelos índios. Foi por essa via que d. Pedro retornou para São Paulo, depois de visitar a família de José Bonifácio, em Santos. Seguindo o trajeto em ziguezague da estrada, é possível descobrir um pouco do patrimônio histórico paulista. O roteiro se inicia com uma leve caminhada por trilha plana. Logo após, está o Belvedere Circular, a primeira atração. A constru-

Fotos: Divulgação/André Dusicska

Rancho da Maioridade, um dos pontos altos do passeio

ção serve de confortável mirante para a paisagem serrana. Vista – Em meio a uma curva acentuada, ainda com vestígios do pavimento de macadame original do Caminho do Mar, avista-se a Casa da Marquesa de Santos. Trata-se de uma casa de pedra, conhecida como Rancho da Maioridade. Dali pode-se avistar a Baixada Santista e Cubatão. Em poucos minutos chega-se a um memorial construído em 1922, em homenagem a Bernardo José Maria de Lorena, capitão geral da Capitania de São Paulo, que bolou o calçadão. As escadarias moldadas ao terreno e as formas circulares do muro convergem para um portal, onde se encontra um medalhão pintado em azulejos. Em uma tentativa de evitar o impacto ambiental e de preservar o patrimônio histórico brasileiro, podem descer apenas 200 pessoas por dia. Para percorrer o Caminho do Mar, não é necessário ter fôlego de esportista. O trajeto pode ser feito também de microônibus. Para ver todos os monumentos que pertencem ao pólo é preciso caminhar cerca de quatro horas. Área de descanso e lanchonetes completam o local. Aberto de terça a domingo, com agendamento prévio, o pólo é o primeiro empreendimento brasileiro do gênero, em Mata Atlântica. Colaborou Mirella Amaral

RAIO X COMO CHEGAR O Pólo Ecoturístico se localiza na Estrada Caminho do Mar, km 42. Acesso pelo sistema Anchieta/Imigrantes. ONDE COMER Hotel Estância Pilar: Estrada de Sapopemba, 1100X, IV Divisão, Ribeirão Pires, tel. (11) 4828-7000. Restaurante espaçoso e confortável, com sistema self-service. Estância Alto da Serra: Estrada Névio Carlone, 3, km 33, Estrada Velha de Santos, tel. (11) 4101- 5000. Realiza o tradicional boi no rolete. Ambiente aconchegante, em meio à beleza da Mata Atlântica. AVENTURE-SE Vivências Tur - Eventos e Turismo: tel. (11) 6168-1854, www.vivencias.tur.br. Harpyia Ecoturismo: tel. (13) 3227-2000, www.harpyia.com.br. Caminhos do Mar Pólo Ecoturístico: tel. (13) 3372-3307, www.emae.sp.gov.br/caminhos.

Caminhada dura quatro horas

Global Pursuits 2006 movimenta US$ 3,4 milhões

O

Global Pursuits, encontro anual da Marriott para a América Latina e Caribe, cuja quinta edição foi realizada no mês passado, deixou, pela primeira vez em cinco anos, a cidade de Miami, nos Estados Unidos, e escolheu a capital da energia mundial, Houston, no Texas (EUA), para sediar o evento. "Lembro de uma conversa que tivemos sobre a hipótese de fazer o evento em Houston há dez anos", conta o vice-presidente da Continental para a América Latina e Caribe, Pete Garcia, ressaltando que a sede da empresa é naquela cidade. "É um bom lugar para fazer negócios, além de termos 825 vôos diários chegando aqui", completa ele, que fez questão de frisar que todos os participantes chegaram em vôos diretos. Realizado no hotel JW Marriott Houston, o evento reuniu os principais clientes corporativos da Marriott e representantes da rede baseados na América Latina, Estados Unidos e Europa para apresentar os hotéis. "É a oportunidade de a Marriott apresentar seus hotéis aos clientes corporativos e conhecerem pessoalmente aqueles que só têm contato por telefone e e-mail. Um evento para aproximar negociadores e clientes para troca de informações e negociações de contrato", disse o vicepresidente de vendas da Marriott International, Steve Richards. A abertura do evento foi em outro hotel da rede, o Renaissance Houston, com um coquetel em que os cerca de 200 participantes puderam se conhecer e se reencontrar. No ano passado, segundo Richard, cerca de 80 travel managers da América Latina e Caribe participaram do evento. "Neste ano temos mais de 150 negociadores", comemora. Para ele, o Global Pursuits é uma boa oportunidade para a rede, que quer crescer na América Latina, que hoje responde por 5% da receita global. América Latina – A rede tem 2,8 mil unidades operando nos Estados Unidos e em mais 65 países e territórios. Na América Latina são 43 empreendimentos de sete bandeiras. "Até 2009 teremos 55 hotéis nesta região", disse Richards. De um lado os representantes dos hotéis promovendo seus serviços e abertos para estabelecerem contatos e futuros negócios. De outro,

os clientes ávidos por discutirem as dificuldades, necessidades e dúvidas nas várias negociações. "Quero saber quantos apartamentos há nas tarifas negociadas que me oferecem. Como é que vou saber se um hotel está lotado, por exemplo", disse a gerente de viagens da petroleira Halliburton, Dalila Muniz, funcionária com 23 anos de empresa. Foram dois dias de encontros individuais, tudo agendado com antecedência. O balanço geral anunciado por Richard durante o jantar de encerramento – que contou com a participação do CEO da Continental, Lerry Kellern – foi de US$ 3,4 milhões em diárias de contratos fechados entre clientes e operadores. O Global Persuits começou em Londres há dez anos e há cinco chegou na China, Austrália e também na América Latina. Travel Managers – Participando do evento pelo segundo ano consecutivo, a coordenadora de viagens e eventos da empresa sueca Volvo, sediada em Curitiba, Regina Borsari, teve a impressão de que em 2005 o evento foi maior. Para se ter uma idéia, no ano passado as despesas com viagens dos executivos da Volvo foram de R$ 8 milhões. Neste ano, até o mês de agosto já foram gastos R$ 12 milhões. "As passagens aéreas estão mais caras e o volume da empresa também aumentou", diz ela, cujo volume mensal varia de 400 a 500 viagens. Mas neste ano chegou a realizar 810 viagens em um mês. "Este é um ano muito aquecido de eventos e feiras", explica. Já a Halliburton teve despesas da ordem de US$ 3,3 milhões em 2005. "Só com hotel e passagem", observa Dalila, que conta que até agosto deste ano a empresa utilizou quase 16 mil diárias. E já que o objetivo do encontro é estreitar relacionamentos, Regina também acredita que ver as pessoas é muito importante. Representada pelo gerente de Facilities, Alexandre Nakano, a Microsoft marcou presença no evento mais uma vez. "Temos uma relação de parceria, que sempre precisa ser renovada, oxigenada e justamente eventos como esse que proporciona esse tipo de coisa", diz Nakano. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


10

Nacional Empresas Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Brasileiro viaja para onde o bolso permite. Viaja-se três vezes mais na Argentina. Eduardo Nascimento, da Nascimento Turismo

A NASCIMENTO TURISMO EXISTE HÁ 45 ANOS

Fotos: Ricardo Padue/AFG

EMPREENDEDORES

EX-DESPACHANTE TORNA-SE O SENHOR DO TURISMO NO PAÍS Depois de quase falir junto com o pai, Eduardo Nascimento decidiu investir no mercado de viagens. A visão empreendedora e a descoberta do Caribe como destino fizeram sua agência de turismo ser uma das maiores do Brasil.

P LETREIRO

A

empresa já nasceu Nascimento Turismo, mas com a entrada de um sócio, em meados dos anos 1960, o nome mudou para Decatur. A sociedade se desfez quatro anos depois, quando a agência voltou a ser Nascimento Turismo. A Decatur existe até hoje. (KS)

P

SEGREDOS ara Eduardo Nascimento, o segredo para o sucesso de um consultor de viagens é perceber o perfil do produto e o que o cliente deseja exatamente para, assim, combinar bem os dois. Além disso, Nascimento diz que parte do segredo é não esmorecer. "Você pode ter contratempos, decepções, mas não desista. Só a experiência vai possibilitar sucessos. Tem que lutar", ensina. (KS)

ontualmente, às 15 horas, Eduardo Vampré Nascimento entra no lounge onde a reportagem do Diário do Com érci o o espera trazendo pela mão um capacete. "Motocicleta é uma das minhas paixões." As outras, navios e aviões, estão retratadas em miniaturas que enfeitam sua sala, no segundo andar da elegante agência Nascimento Turismo. "Nossa filosofia é diferente. Trabalhamos com hora marcada e há um lounge para o cliente se descontrair", diz o homem que entende tudo do assunto. Afinal, são 45 anos à frente da Nascimento, uma das maiores agências do País. Tudo começou em 1961, quando foi trabalhar com o pai, despachante, no centro de São Paulo. Um cliente encomendou cinco passaportes para a família. Quando os documentos ficaram prontos e Nascimento foi cobrar o pagamento, recebeu o valor em passagens aéreas. E se surpreendeu porque o valor das passagens era 10 vezes maior que o combinado. "Foi uma brincadeira do cliente. Gostava tanto de mim que queria me ver casado com a filha dele." Em 1964, o escritório de despachos quase fechou quando o banco em que a empresa tinha conta quebrou. Pai e filho ficaram endividados. Para continuar na ativa, aceitaram um sócio. A sociedade, porém, durou pouco. Quatro anos depois, deixaram de ser despachantes para se dedicarem apenas ao turismo. Da Praça Ramos, onde ficava o antigo escritório de despachos, foram para a Rua Martins Fontes, onde a sede da empresa está até os dias atuais – com quase 200 funcionários (há um escritório no Ibirapuera também).

"Fazer turismo naquela época era diferente: o mundo era muito grande, os destinos eram poucos e só viajava quem era muito rico", lembra o executivo. As pessoas iam para a Europa ou os Estados Unidos. Acapulco, no México, era um pouco procurado, principalmente por casais em lua-demel (como foi o caso do próprio Nascimento). "O Caribe só existia geograficamente." Cada vôo possuía apenas três ou quatro preços – hoje, são numerosas as tarifas –, a escolha era limitada a meia dúzia de hotéis e tudo de que o agente precisava estava em manuais mimeografados. Disney e Miami Nascimento, formado em Direito pela faculdade do Largo São Francisco, acompanhou a abertura da Disney World e lembra de uma época em que Miami não passava de uma cidade bonitinha, "refúgio de velhinhos e cubanos". Todo ano, levava um grupo a Orlando e, na volta, para descansar, passava quatro dias nas Bahamas. "Pensava: 'Pô', toda vez Bahamas?" Foi quando viu um cartaz sobre Aruba em Miami. Em 1981, levou o primeiro grupo de brasileiros à ilha. Depois vieram Curaçao e Ilhas Virgens. Por isso, pode ser chamado hoje de o desbravador do turismo no Caribe. "As pessoas achavam estranho. A gente com tanta praia no Brasil e eu vendendo praia do exterior. Mas a água é sem igual – cor turquesa fantástica. Aqui, nublou um pouco e o mar fica cinza", compara. A agência, então, ficou tão conhecida como vendedora de Caribe que houve um esforço para que não ficasse restrita a apenas esse destino. Em decorrência do sucesso com o turismo no Caribe, Nascimento passou a representar companhias de cruzeiro, como a Royal Caribbean Cruises, e fundou a Sun & Sea International, só para vender esse tipo de viagem. Além da Royal, a empresa representa a Celebrity Cruises e a Island Cruises. "Brasileiro viaja para onde o bolso permite. Não é o povo que mais gosta de viajar nas Américas. Viaja-se três vezes mais na Argentina. É uma questão de cultura", diz. Sem contar que brasileiro, segundo Nascimento, gosta de sossego. Destinos como Iêmen, onde vira e mexe turista é seqüestrado por tribos locais, atraem quase que exclusivamente europeus. Por outro lado, os EUA, apesar de toda a dificuldade hoje em dia de se conseguir visto de entrada, continua firme e forte como um dos destinos mais procurados por brasileiros. Mas engana-se quem pensa que Nascimento já conhece todos os quatro cantos do mundo. Falta ir à China e mergulhar no Mar Vermelho, para citar dois. E sugere: criança nenhuma deveria deixar de conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul, e Las Vegas, nos EUA. "Las Vegas é uma cidade descontraída, um destino perfeito para mulheres e crianças. E Bonito é imperdível". Kety Shapazian

Nascimento com uma de suas grandes paixões, a motocicleta: filosofia diferente para atrair o consumidor

No alto à esq., corretoras de vendas da Nascimento. Acima, a fachada do escritório no Ibirapuera e, ao lado, o empresário pronto para receber clientes e recomendar destinos.

PEDRA

O

maior obstáculo da agência de viagens, segundo Nascimento, é formar um consultor. O agente de turismo ideal seria aquele que viaja bastante e, portanto, conhece bem o que vende. "Antigamente, existia o Famtour – a viagem de familiarização. Hoje, as companhias aéreas não oferecem mais nada." Outro obstáculo, diz, é o governo, qualquer um. "Nas últimas décadas, enfrentamos planos proibitivos: depósitos compulsórios, taxas sobre bilhetes aéreos, etc. Muitas agências quebraram", diz. (KS)

CABECEIRA Marcas ícones em análise

C

oca-Cola, Budweiser, HarleyDavidson, Volkswagen. Nomes que se transformaram em objetos de desejo não só em seus países de origem como em todo o mundo. Mitos que Douglas B. Holt, autor de Como as marcas se tornam ícones – Os princípios de branding cultural (Editora Cultrix/Meio Mensagem), mostra que são sucessos não apenas pelas vantagens dos produtos, mas pela forte identificação que o públicoalvo tem com as campanhas publicitárias. Holt desvenda

as estratégias das agências de publicidade para determinar o valor e criar lealdade às marcas. Dora Carvalho


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Compor tamento Tr â n s i t o Acidente Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DECISÃO DA JUSTIÇA PODE SAIR AMANHÃ

3 É uma norma legal. Isso resulta dos tratados internacionais para a aviação civil em todo o mundo. Waldir Pires, ministro da Defesa

Divulgação/FAB

PASSARELA Uma nova passarela deve ser erguida em 20 dias na Anhangüera.

Ó RBITA

UNESP O vestibular da Unesp de 2007 será disputado por 92.802 candidatos.

MP QUER FECHAR A RENASCER Ministério Público de São Paulo denunciou à O Justiça, sob acusação de falsidade ideológica, os fundadores da Igreja Renascer em Cristo. De acordo com a denúncia do MP, o apóstolo Estevam Hernandes Filho, a bispa Sônia Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno teriam montado uma igreja paralela, a Internacional Renovação Evangélica, para atuar como "laranja" da Renascer, livrando-a de processos trabalhistas. Na denúncia, o promotor

criminal Marcelo Mendroni pede o fechamento dos templos da igreja no Estado, com o objetivo de evitar que fiéis continuem sendo "enganados ou prejudicados" com a ação da Renascer, como afirma o MP. A igreja já responde a mais de cem ações de cobrança de dívidas, a maioria trabalhista. Segundo a denúncia, a Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado, na zona leste, funciona um templo da Renascer. (Agências)

MOTOBOY

ABANDONO

Cilindro de voz, que estava enterrado 20 centímetros no solo, foi achado com ajuda de detectores de metal. Análise deve começar na segunda.

PF espera decisão judicial Delegado quer examinar conteúdo de caixas-pretas do acidente com o Boeing da Gol. Ministério não deixa.

O

delegado Renato Sayão, da Polícia Federal (PF), espera receber até amanhã uma resposta da Justiça Federal para que determine que o comando da Aeronáutica envie à PF os registros dos diálogos contidos nas caixas-pretas do jato Legacy, que colidiu no ar com o Boeing da Gol na região da Serra do Cachimbo, no Mato Grosso, em 29 de setembro. Sayão é o responsável pelo inquérito sobre o acidente, considerado o maior do País, no qual morreram 154 pessoas. Pela legislação internacional, as informações contidas em caixas-pretas não podem ser usadas como provas em inquéritos e tribunais, a menos que a Justiça determine a quebra do sigilo do conteúdo. "É uma norma legal. Isso resulta dos tratados internacionais para a aviação civil em toda parte do mundo, de modo que eu não posso romper isso", afirmou o ministro da Defesa, Waldir Pires. Ele citou normas da Convenção de Chicago, que rege a aviação internacional. A informação sobre a expectativa do delegado Sayão foi divulgada pela assessoria de imprensa da PF em Brasília O

pós permanecer preso secretária Kátia de Paula por engano por 20 dias Torres, de 25 anos, que A A no Centro de Detenção deixou a filha no carro para Provisória 2 de Guarulhos, o motoboy Rodrigo Cavalcante de Melo, de 23 anos, foi liberado ontem. Ele foi confundido com um encapuzado que matou quatro pessoas e baleou outra em um posto de gasolina do Jardim Tranqüilidade, em Guarulhos, em 9 de setembro. Na terça, a Justiça revogou a prisão depois que o perito Ricardo Molina, ao analisar as imagens gravadas pelo circuito interno do posto, constatou que o motoboy é 11 centímetros mais baixo que o matador. (Agências)

assistir a um show de pagode, na terça-feira, não compareceu ao depoimento agendado para ontem no 23º DP, em Perdizes. A polícia está tendo dificuldades para localizá-la. Kátia foi indiciada por abandono de incapaz. Outra intimação deveria ser entregue na tarde de ontem. A secretária tem 24h para se apresentar à polícia. Depois disso, pode ser presa. A filha, de um ano e um mês, foi encontrada por um manobrista do estacionamento e já está junto com o pai. (Agências)

BALA PERDIDA FERE GAROTO

policiais militares e ladrões de carros na noite de terça-feira, na alameda Campinas, nos Jardins. Segundo a polícia, quatro ladrões roubaram o automóvel Fox de uma mulher próximo dali, na esquina da alameda Jaú com a avenida Brigadeiro Luís Antônio, por volta das 20h. Após o roubo, a vítima pegou um táxi e ordenou ao

militares de uma viatura em patrulhamento. Segundo a polícia, os PMs tentaram abordar os ocupantes do Fox e foram recebidos a tiros. No tiroteio, dois disparos atingiram o menino, que passava pela rua junto com a mãe. A criança foi socorrida no PS Hospital das Clínicas e não corre risco. Dois suspeitos foram presos. (Agências)

CONFRONTO COM CAMELÔS

Cilindro – Recém-recuperado, o cilindro de gravação de voz do Boeing da Gol, a parte que faltava ser encontrada da caixa-preta, será levado sábado para a Organização Internacional de Aviação Civil (Oiac), no Canadá, para análise. Segundo o Ministério da Defesa, o equipamento não tem danos aparentes. O processo de leitura da caixa será o mesmo utilizado em outra caixa-preta do Boeing e nas duas do Legacy. A previsão é que a caixa seja aberta na próxima segunda-feira. O resultado das análises é considerado fundamental para as investigações sobre as circunstâncias da queda do vôo comercial na floresta. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a segunda caixapreta do Boeing foi achada com a ajuda de detectores de metal utilizados pelas equipes do Batalhão-Escola de Engenharia do Exército. Ela estava a aproximadamente 20 centímetros da superfície. Mesmo com o encontro do material, os militares que atuam na região em que o avião caiu devem permanecer no local em busca do último dos 154 corpos de vítimas.

Sêneca – O pai e um tio da professora Fátima Campos Lopes, de 27 anos, uma das vítimas do acidente com o bimotor Sêneca, no Espírito Santo, estiveram ontem no Departamento Médico Legal de Vitória, no Espírito Santo. Amadeu Lopes, de 75 anos, e o irmão, Manoel, de 68, tiveram sangue coletado para realização de exame de DNA. No domingo, um corpo de mulher foi retirado do mar por pescadores. Não foi possível reconhecer o corpo visualmente. Seis pessoas morreram no acidente, na noite do último dia 13. Além de Fátima, permanecem desaparecidos o piloto Alduíno Coutinho de Souza e o filho caçula Rafael Oliveira de Souza, de 26 anos, noivo de Fátima. Para o exame de DNA completo seria necessário que um parente da mãe de Fátima também doasse material. Mas a jovem era órfã desde os 9 meses e não tem tios por parte de mãe. Será preciso pelo pelo menos 15 dias para o resultado, que que pode não ser conclusivo. O irmão de criação de Fátima, Lúcio Galvão, disse que seria um alívio se o corpo fosse identificado. (Agências)

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

m garoto de cerca de 10 motorista que seguisse o carro U anos foi baleado durante roubado. No caminho, a uma troca de tiros entre mulher avisou os policiais

delegado estava no prédio da Coordenação de Aviação Operacional da PF, na capital federal, analisando as transcrições dos diálogos mantidos no dia do acidente pelos controladores de vôo entre si e com os tripulantes do Legacy e de outras aeronaves. Segundo assessores da PF, Sayão pretende começar a ouvir os controladores na próxima semana. O delegado aguarda a decisão da Justiça autorizando-o a ter acesso ao conteúdo das caixas-pretas do Legacy. Só depois é que ele marcará os depoimentos do piloto e do co-piloto do jato. Transcrições – Na terça-feira, o delegado Sayão recebeu as transcrições dos contatos das torres de controle aéreo de Brasília, de Manaus e de São José dos Campos, com conversas de todas as aeronaves que voavam no momento do acidente. O delegado recebeu também fotos das telas de radares e os nomes de 17 pessoas – entre controladores de tráfego aéreo e supervisores – que trabalharam no dia do acidente (dez deles são de Brasília, quatro de Manaus e três de São José dos Campos).

amelôs do Brás entraram (TPU). A Subprefeitura da em confronto com Mooca informou que o C agentes de fiscalização e a objetivo é desobstruir os

Guarda Civil Metropolitana (GCM), ontem de manhã, durante operação realizada perto do largo da Concórdia. Os ambulantes alegam que algumas apreensões foram irregulares, com os agentes ignorando até os que tinham Termos de Permissão de Uso

pontos em que a população não pode andar. Mesmo os camelôs que estavam com a documentação em dia tiveram seus produtos apreendidos porque suas barracas ficavam nas ruas e estavam fora das especificações. (Agências)

DESARTICULOU – O motorista de um ônibus articulado perdeu ontem, por volta do meio-dia, o controle do veículo e invadiu o canteiro central da avenida 9 de Julho, pista bairro-centro, e acabou batendo em um outro coletivo. O trânsito ficou congestionado nos dois sentidos da avenida.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Internacional

Venezuela e Guatemala saem da disputa na ONU A falta de votos em número suficiente para ocupar a vaga levou os dois países a abrir mão da disputa. Mas um candidato de consenso ainda não foi definido. A votação foi suspensa ontem por seis dias AFP

e superar resistências é por meio de um entendimento entre Guatemala e Venezuela", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acrescentou que há "um risco progressivo de desgaste na América Latina", caso o impasse na votação persista. Na semana passada, foram realizados 35 turnos de votação. Houve empate em uma ocasião. Nas demais a Guatemala venceu por uma margem superior a 20 votos, aquém, no entanto, dos 128 necessários para a eleição do país. Durante a reunião realizada a portas fechadas, não surgiram novos nomes, mas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse Nós que a Bolívia, gover- manifestamos n a d a p o r nossa disposição s e u a l i a d o por um consenso E v o M o r aEmbaixador les, pode ser brasileiro uma boa soRonaldo lução. Mas o S a r denberg chanceler guatemalteco, Gert Rosenthal, disse, no domingo, que a Bolívia seria inaceitável. Outros países citados como candidatos alternativos são Uruguai, Paraguai, Costa Rica e República Dominicana. A Costa Rica, no entanto, descartou ontem disputar a vaga. Já o Brasil, segundo Celso Amorim, não deve aceitar uma indicação para ser o país se consenso. Diante do impasse, a presidente da Assembléia Geral da ONU, Haya Rashed al-Khalifa, suspendeu por seis dias as votações para a escolha de um representante latino-americano de consenso. (Agências)

Reuters

O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Sardenberg, durante mais uma das rodadas de votação realizadas ontem para a escolha de um país

Vitória no Iraque pode demorar um longo tempo George W. Bush, presidente dos Estados Unidos

Ó RBITA

FORÇA-TAREFA Coréia do Sul anunciou ontem a criação de uma A força-tarefa para estudar como aplicar as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coréia do Norte, em retaliação ao teste nuclear realizado pela nação comunista no início do mês. A primeira reunião do grupo foi realizada na terça-feira. A Coréia do Norte alertou que qualquer ação do governo do Sul para lhe impor sanções econômicas será vista como "declaração de confrontação", o que exigiria "medidas correspondentes" e poderia levar à ruptura das relações entre as Coréias. O presidente George W. Bush classificou as ameaças como um teste. (AE)

FIM DO MÊS DE RAMADÃ – No norte da Índia, muçulmanos celebram o fim do mês de Ramadã, em frente ao Taj Mahal

AFP

A

Venezuela e a Guatemala decidiram encerrar sua disputa por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, mas ainda não definiram uma candidatura alternativa, segundo diplomatas. A Assembléia Geral da ONU retomou a votação ontem, com a Guatemala derrotando a Venezuela por 109 a 72, mas ainda inferior aos dois terços necessários entre os 192 membros que dariam a vitória à Guatemala. "Aceitaram, em princípio, retirar suas candidaturas. Mas ainda não encontraram um terceiro país", disse o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg. "Nós os incentivamos a alcançar uma solução rapidamente e manifestamos nossa disposição por um consenso. Se eles conseguirem, nosso grupo pode adotar uma solução consensual", acrescentou. Os chanceleres dos dois países devem se reunir hoje em Nova York para tentar apontar um candidato de consenso para a vaga latino-americana em disputa, de acordo com fontes diplomáticas. "Eu diria que essa reunião de chanceleres é a instância que pode destravar as coisas", disse o chanceler chileno, Alejandro Foxley, em Santiago, no Chile. I m p a s s e – A Ve n e z u e l a apresenta essa disputa como uma batalha contra os Estados Unidos e o embaixador norteamericano na ONU, John Bolton. Washington vem dando forte apoio à candidatura guatemalteca. Os novos fatos surgiram durante uma reunião dos 35 países latino-americanos e caribenhos da ONU, convocada diante do impasse. "A melhor maneira de buscar uma candidatura de consenso

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

DESAFIO esafiando a ameaça de D sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Irã começará a injetar, nos próximos dias, o gás de urânio no segundo conjunto de 164 centrífugas instaladas duas semanas atrás na usina nuclear de Natanz, informou ontem a agência iraniana Irna. Os EUA e outros países temem que o Irã use seu programa nuclear para produzir armas atômicas, mas Teerã garante que ele tem fins pacíficos. O Irã necessitaria de milhares de centrífugas trabalhando sem parar por meses para enriquecer urânio a um nível usado na fabricação da bomba. Os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU devem se reunir entre hoje e sábado para discutir o projeto. (AE)

BRINCADEIRA MACABRA – Tablóide alemão choca o mundo com fotos de soldados alemães brincando com crânios humanos

Iraque: 4 mortos em ação militar

F

orças iraquianas e americanas realizaram, ontem, uma incursão militar no distrito de Cidade Sadr, reduto da milícia xiita Exército de Mahdi, do influente clérigo antiamericano Muqtada alSadr. Uma multidão de xiitas, alguns deles armados, saiu às ruas para protestar contra o incidente. Quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas. Até ontem as tropas americanas e iraquianas haviam evitado fazer grandes ataques ou mesmo circular no densamente povoado bairro da Cidade

Sadr, que funciona como uma espécie de Estado autônomo. Segundo um comunicado das Forças Armadas dos Estados Unidos, a operação tinha o objetivo de capturar o dirigente de um esquadrão da morte e inicialmente seria executada apenas por militares iraquianos. Ao encontrarem a resistência de insurgentes, porém, os iraquianos pediram reforços. Caças F-16 dos EUA bombardearam o local. Na versão dos EUA, uma "artilharia precisa" foi usada para "eliminar a ameaça do inimigo". (AE)


8

Eleições Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MULHERES QUEREM VAGA NA MESA DIRETORA

Gilberto Nascimento / Ag. Câmara

ALDO SAI EM DEFESA DO PACTO SOCIAL Para o deputado, fragmentação gera parasitismo.

O 'A existência de um terceiro turno não interessa a ninguém', diz Aldo.

MESA DIRETORA É ALVO FEMININO

P

Há décadas nenhuma mulher é incluída na direção da Câmara. Luiza Erundina

Laycer Tomaz / Ag. Câmara

Erundina: 'Queremos mais espaço de poder, para continuar a luta.'

arlamentares da bancada feminina da Câmara dos Deputados estão mobilizando uma articulação política junto às principais lideranças partidárias, com o objetivo de assegurar a uma deputada um dos sete cargos titulares da Mesa Diretora que tomará posse em fevereiro próximo. Em 115 anos de história, nunca uma mulher exerceu um cargo de direção na Mesa da Casa - houve apenas deputadas em cargos de suplente.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Para elas, chegou a hora de superar essa barreira. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) é uma das articuladoras dessa mobilização. "Há décadas nenhuma mulher é incluída na direção da Câmara. Nós mulheres queremos mais espaço de poder, para avançar na luta por nossos direitos. Nada mais justo e democrático que uma mulher ocupe um cargo na mesa diretora". De acordo com Erundina, está previsto para o próximo dia 8 de março uma reunião

com a finalidade de elaborar uma estratégia para concretizar essa ação. "A bancada feminina vem se destacando por sua competência, e merece esse reconhecimento; mas não será fácil", prevê. As mulheres são um pouco mais da metade dos eleitores brasileiros, mas ocupam menos de 10% das vagas no Congresso Nacional. Na Câmara, há 513 deputados no total. Para o próximo ano foram eleitas 45 deputadas. "A presença de uma mulher na Mesa garantirá

que esses quase 9% de participação feminina possa ter uma representatividade maior nas decisões da Casa", afirma a exprefeita de São Paulo. Erundina acredita que existe um preconceito contra a mulher na política, não só no Congresso, mas também nos partidos políticos. Há uma ou outra comissão com indicação de uma deputada para presidir. O colégio de líderes não possui nenhuma mulher, justamente porque não há uma bancada ainda definida.

presidente da Câmara, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse ontem, em Maceió, que o Brasil não supera os problemas sociais que enfrenta sem a união das forças políticas. Ele defendeu um grande pacto social em defesa do Brasil, após as eleições deste domingo. "A fragmentação política não é boa para o País porque gera o parasitismo", afirmou Rebelo. Para ele, quem quer que vença a eleição terá que dialogar com a oposição. "Por isso, é preciso unir as forças políticas para enfrentar os problemas de frente, principalmente a desigualdade social", considerou Rebelo, ao comentar o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à candidatura de Roseana Sarney, ao governo do Maranhão, pelo PFL. "Nós precisamos cultivar o respeito pelos adversários. Temos duas candidaturas disputando o segundo turno. É evidente a vantagem de Lula, mas

nem por isso vamos menosprezar os adversários", acrescentou o deputado. Aldo fez questão de frisar a importância de preservar o espírito democrático, o respeito a vontade do povo, ao resultado das urnas. Ele não acredita em "terceiro turno", em disputa no "tapetão", ou seja, na Justiça Eleitoral. "O terceiro turno não interessa ao País. Se nós temos uma eleição em dois turnos, não há necessidade de um terceiro. Além disso, ninguém sairá totalmente vitorioso ou derrotado dessa disputa", avaliou Rebelo, acrescentando que todos os grandes partidos elegeram governadores. "Cada um a seu modo conseguiu uma fatia de poder, elegendo governadores, deputados ou senadores", observou Rebelo, que ainda não sabe se disputa de novo a presidência da Câmara. "Só posso ser candidato à reeleição se houver uma convocação. Na Câmara, ninguém é candidato de si mesmo", afirmou. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

[Fidel] melhora constantemente e não está morrendo, como diz certa imprensa em Miami.

Adalberto Roque/AFP

Do irmão do líder cubano Fidel Castro, Raúl, provisoriamente no poder, em uma mensagem enviada a uma revista cubana.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

26 Recolhimento de ICMS e IPI Dia do Músico (ao lado, quadro Os Músicos de Fernando Botero)

I NTERNET C HILE

O governo chileno recebeu informações de que o ex-ditador Augusto Pinochet tem depositado em um banco de Hong Kong nove toneladas de ouro avaliadas em US$ 160 milhões, revelou ontem o chanceler Alejandro Foxley. O gerente de assuntos exteriores do Hong Kong & Shangai Banking, Gareth Hewett, onde estariam depositadas as toneladas de ouro em nome de Pinochet, afirmou por telefone ao jornal El Mercurio que não podia "nem confirmar nem desmentir" a informação. Já Foxley confirmou que seu ministério recebeu documentos sobre a descoberta e os colocou à disposição do Conselho de Defesa do Estado e da justiça, que investiga o ex-governante por corrupção além de violações dos direitos humanos. "Recebemos essa informação por intermédio de

missões diplomáticas no exterior alguns dias atrás", disse Foxley. Se o depósito for confirmado, as contas a que pertencem devem ser bloquadas. Após a divulgação da notícia, o ex-ditador deu uma declaração, por meio de seu advogado, afirmando que o único ouro que possui é o de sua aliança de casamento. Pinochet é julgado no Chile por fraude ao fisco e falsificação de passaportes após a descoberta de suas contas secretas no exterior. O general sofreu um embargo de seus bens, incluindo suas propriedades, e de parte dos fundos que tinha no Banco Riggs, nos Estados Unidos. Com o processo paralisado e os bens bloqueados, familiares e amigos dizem que Augusto Pinochet teve que vender objetos pessoais, entre eles suas condecorações, para sobreviver.

R EINO UNIDO

Gêmeos, mas diferentes EFE

Digesto estréia na rede Aos 61 anos, a revista Digesto Econômico se renova e ganha versão online

D

emocracia, Liberdade e o Império das Leis. Este é o tema de estréia da revista Digesto Econômico na internet. Retomando temas discutidos no Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, a revista ganhou uma nova roupagem na versão impressa – com artigos exclusivos e projeto gráfico moderno – e hoje chega à internet mantendo a mesma identidade visual renovada. Todo o conteúdo da revista está disponível em uma área exclusiva do site do Diário do Comércio. Na edição de estréia, o site traz artigos de Guy Sorman, Luis Alberto Lacalle, Olavo de Carvalho, Guilherme Afif Domingos, Alejandro Chafuén, entre outros, além de uma entrevista com o economista Roberto Fendt. Na internet, o leitor terá

www.dcomercio.com.br/ canais/galeria_index.htm

B RAZIL COM Z acesso a todo o conteúdo da revista, como artigos de intelectuais e homens públicos que têm se dedicado a estudar e a difundir as idéias do liberalismo contemporâneo. O site traz também as seções web e estante, que ajudará os interessados a encontrar o que

há de melhor sobre liberalismo na internet e nas livrarias. O conteúdo online da Digesto Econômico será renovado a cada nova edição impressa, mas os números anteriores ficarão disponíveis para os internautas. www.dcomercio.com.br/ especiais/digesto/

Solar Systems/AFP

E M

que eles nasceram, ninguém percebia nada de diferente, eles eram praticamente da mesma cor. Mas nos últimos meses Layton ficou ainda mais claro e loiro, como o pai, e Kaydon ficou mais escuro, como eu", disse a mãe. As crianças nasceram em 23 de julho. Kerry tem ancestrais nigerianos. O pai é branco, mas não mantém mais contato com a família.

ENERGIA - Painéis refletem a luz solar para uma torre central de captação de energia solar na Espanha. A unidade é semelhante à maior usina de energia solar do mundo, que está em construção em Mildura, na Austrália.

C IÊNCIA

A abelha desvendada Science/AFP

Star Seeker, para ver o céu

Inglês, não apenas

A loja do Discovery Channel vende esta fantástica poltrona com binóculo acoplado. A Star Seeker é ergonômica e reclinável, e vem com vários modelos de binóculos podem ser encaixados no suporte. Um joystick muda a posição da poltrona, feita em alumínio. Custa US$ 1.950.

Little Explorers é um dicionário de inglês criado especialmente para as crianças que começam a dar os primeiros passos no segundo idioma. Além da tradução dos termos em português (e também espanhol, francês, italiano, japonês e alemão), o site traz figuras, fotos e ilustrações que acompanham as definições de cada palavra. O site traz ainda exercícios para fixar o aprendizado e uma série de atividades divertidas. Algumas áreas do site são pagas.

http://shopping.discover y.com/ product-61706.html

para crianças

www.enchantedlearning.com/

L OTERIAS Concurso 666 da LOTOMANIA 00

01

05

15

16

17

18

22

31

32

42

43

47

58

68

77

84

85

91

92

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Nova pesquisa evidencia benefícios do exame preventivo de câncer para fumantes Sem florestas suficientes para demanda interna, China já é o maior exportador de madeira

L

Dictionar y.html

A TÉ LOGO

O jornal El Universal, de Caracas, publicou esta semana que a deputada Iris Varela, de tendência chavista, afirmou que foram feitos estudos sobre a possibilidade de expropriar a Coca-Cola, caso a empresa não pague dívidas com seus exfuncionários. Segundo Iris, exfuncionários da Coca-Cola que trabalharam entre 20 e 35 anos na empresa pediram a ajuda do parlamento para conseguir receber alguns direitos trabalhistas. A empresa cervejeira Polar está em situação semelhante.

L

F AVORITOS

Coca-Cola expropriada?

L

G @DGET DU JOUR

A China promulgou pela primeira vez um conjunto de regulamentos para proteger a Grande Muralha e impedir a realização de festas e atividades que possam contribuir para aumentar sua degradação. Estão proibidas as pinturas, a construção de estruturas e eventos abertos ao público, em especial as recorrentes festas rave, que se tornaram moda em alguns trechos, alguns construídos há quase 2 mil anos. A Grande Muralha começou a ser construída em 220 a.C e foi reconstruída na Dinastia Ming, que durou de 1368 a 1644. V ENEZUELA

ientistas da Universidade Estadual do Oregon anunciaram a descoberta da abelha mais antiga conhecida até hoje, perfeitamente preservada em âmbar por cem milhões de anos. O exemplar (na foto) representa um elo importante na evolução para explicar a rápida propagação das plantas e flores durante este período, devido ao papel que estes insetos tiveram na polinização, afirmaram os cientistas na edição de quinta-feira da revista Science. Este exemplar é pelo menos de 35 a 45 milhões de anos mais antigo que todos os fósseis de abelha conhecidos e levou os entomologistas a criar uma nova família de abelha, a Melittosphecidae. Em outra revista científica publicada hoje, a Nature, cientistas de Illinois revelam o código genético da abelha e pistas sobre seu complexo comportamento social, olfato aguçado e origens africanas.

C Obra de Marcelo Nitsche (na foto, plástico e tinta acrílica sobre PVC), entre outros artistas. MAM na Oca. Parque do Ibirapuera, portão 2. Telefone: 5549-2744. Das 10h às 18h. Grátis.

A revista norte-americana National Geographic publicou ontem em seu website a notícia de que o sentido das águas do rio Amazonas teria sido de leste para oeste – o oposto do fluxo atual – em tempos remotíssimos. Essa é a conclusão da análise de antigos depósitos minerais, sepultados na Bacia Amazônica, feita por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos. O fluxo era provocado por uma elevação do solo, criada pela separação entre América do Sul e África e a criação do Oceano Atlântico, entre 65 milhões e 145 milhões de anos atrás.

Grande Muralha, agora protegida

C A R T A Z

VISUAIS

Rio Amazonas, sentido investido

C HINA

L

Os meninos britânicos Layton e Kaydon Richardson são, de fato, o caso de uma chance em um milhão: os médicos disseram que essa é a probabilidade de irmãos gêmeos terem cores de pele diferentes. Segundo declarações da mãe, Kerry Richardson (na foto com os gêmeos) à publicação britânica The Journal, os bebês atraem atenção em todos os lugares por que passam. "Logo

Menção honrosa no Prêmio Herzog O fotógrafo Marcos Fernandes, da Agência Luz, recebeu ontem a Menção Honrosa do prêmio Vladimir Herzog pela seqüência de fotos que produziu para a reportagem Os Meninos da Luz Vermelha, publicada no Diário do Comércio no dia 5 de julho deste ano. Suas fotos mostram o momento de um assalto na avenida do Estado. O trabalho de Marcos Fernandes pode ser conferido no site:

Captura de tela

Pinochet, o dono do ouro

F OTOGRAFIA

No programa de Oprah Winfrey, Madonna culpa a mídia por polêmica em torno de adoção

Concurso 810 da MEGA-SENA 01

04

05

33

37

48


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

DATAFOLHA: UM BANHO DE ÁGUA FRIA EM ALCKMIN

D

Mentiras, votos e videotape ROBERTO FENDT

O

COMENTÁRIO DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR

G Alckmin conseguiu um feito: levou a disputa para o segundo turno

O debate na Globo não vai inverter o quadro

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

açamos hoje uma reverência à globalizada Vale do Rio Doce, que com a compra da canadense Inco torna-se uma das maiores empresas de mineração do mundo. Foi graças à privatização que a Vale alcançou posição singular entre as maiores mineradoras. Com apoio de um grupo de bancos, fechou negócio gigantesco ao comprar a mineradora canadense, situando-se entre as primeiras empresas do mundo, exatamente por ter sido privatizada, como outras empresas brasileiras. Não dou informações a respeito da Vale do Rio Doce pois quero sair em defesa das privatizações, iniciativa do governo de Collor e Itamar Franco. O Brasil padecia até então de um cancro tenaz, a estatização de empresas cabide de emprego, geralmente administradas ou mal administradas por companheiros correligionários de política, muitos deles sem capacidade para ganhar o salário mínimo. A Vale foi privatizada entre outras empresas e se tornou acessível ao acionista e à administração privada, que visa o lucro e a evolução da empresa, quando antes estava impedida de conquistar melhores posições no mercado nacional e internacional.

F

e qualquer forma, Alckmin não sai totalmente derrotado. Conseguiu um feito extraordinário: levou a disputa para o segundo turno. Após a eleição, sua trajetória política pode ser semelhante a de José Serra: assumir a presidência do PSDB, ser candidato à prefeitura de São Paulo em 2008 e tentar disputar a presidência mais uma vez em 2010. Caso não consiga, pode tentar disputar o governo de São Paulo ou uma vaga ao Senado. Para Lula, o segundo turno pode lhe dar mais legitimidade. Afinal de contas, pode vencer o segundo turno com a mesma votação de 2002, quando teve 61,3% dos votos válidos. Hoje, segundo o Datafolha, ele tem 61%. Isto não significa, entretanto, que a oposição (PSDB-PFL) será cooperativa como foi no primeiro mandato. A trégua pode durar muito pouco tempo ou sequer existir.

Sergio Moraes/REUTERS

F

GLÓRIA À VALE

Céllus

oi divulgada nesta terça-feira (24/10) nova pesquisa Datafolha sobre sucessão presidencial. A pesquisa, cuja margem de erro é de 2 pontos percentuais, foi realizada nos dias 23 e 24/10 com 7.218 eleitores. A pesquisa reforça ainda mais a tendência de reeleição do presidente Lula. É muito pouco provável que Geraldo Alckmin tenha uma reação a poucos dias da eleição capaz de reduzir uma vantagem de 21 pontos percentuais. Nem mesmo um desempenho espetacular no último debate entre os dois, a ser promovido pela Rede Globo amanhã, seria capaz de reverter o quadro. Até mesmo o surgimento de fato novo surpreendente contra o presidente Lula poderia não ser suficiente. Em primeiro lugar, porque restam poucos dias para a eleição. Ou seja, não haveria tempo suficiente para a oposição explorar o assunto e causar danos sérios na imagem do presidente. Segundo, porque poderia ser encarado pelo eleitor como aspecto natural de disputa política.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

leitor cinéfilo dirá que não só me apropriei do título de um filme, como me apropriei errado: o verdadeiro nome do filme é Sexo, mentiras e videotape. O cinéfilo tem razão. Em minha defesa me limito a dizer que pretendo apenas falar de mentiras e votos. O sexo e o videotape já estão no filme de Steven Soderbergh. Entendo que o hábito de mentir torna-se compulsivo com o passar do tempo. Pior, com o tempo o mentiroso passa a acreditar nas próprias mentiras. Uma parábola de Anthony de Jasay, um economista, dublê de filósofo, que vive na França e acompanha o quotidiano europeu, é ilustrativa. Conta de Jasay que o senhor Yakoubovich tomava sol à beira da piscina do hotel em que estava hospedado. Na piscina, crianças jogavam água umas nas outras, fazendo enorme algazarra. Yakoubovich chama as crianças: Criançada, estão distribuindo doces e biscoitos no salão de jantar do hotel! As crianças correm atrás dos doces e biscoitos e volta a reinar a paz em volta da piscina. Pouco depois, Yakoubovich se levanta, põe o roupão e se prepara para sair. - Yakoubovich, aonde você vai?, pergunta um amigo. - Vou ao salão de jantar, estão distribuindo doces e biscoitos". Na Síndrome de Yakoubovich, alguém (em geral um operador da política ou do mercado financeiro) conta uma mentira ou faz uma promessa fraudulenta. Uma parcela importante do público é crédula e facilmente engole a mentira. De tanto mentir, o autor das mentiras acaba acreditando nelas e procura delas tirar vantagem. O final da história, na opinião de Jasay, é sempre frustrante. Pode ser. Talvez seja exemplo do que pensa de Jasay é o que está ocorrendo agora mesmo em sua terra natal, a Hungria. Dois mil manifestantes que comemoravam na segundafeira os 50 anos do levante da Hungria contra a dominação do comunismo soviético – esse também uma descomunal mentira – voltaram-se contra o primeiro-ministro Ferenc Gyurcsány, que confessou que mentiu para ganhar a reelei-

ção. O povo, revoltado com a mentira, vem se manifestando com freqüência contra o mentiroso, exigindo sua saída. De Jasay acha que o senhor Gyurcsány pode escapar dessa, mas eventualmente a história terminará mal para o primeiro-ministro. Em sua opinião, o final é sempre frustrante. Longe da Hungria, temos uma quantidade de mentirosos proporcional ao tamanho do nosso território e de nossa população. Na outra ponta, temos também uma proporção respeitável de crédulos, suficiente para eleger um governador e um presidente. Há quem diga que talvez a proporção de crédulos seja até pequena, o que seria grande seria a proporção de interesseiros. Se de Jasay analisasse a situação brasileira atual talvez também dissesse que no final a mentira será castigada pelos eleitores. Não estou tão seguro disso e um simples exemplo explica minha incredulidade a esse respeito. José Roberto Afonso, assessor do PSDB, estimou que as diversas benesses concedidas pelo atual governo terão um impacto de R$ 23,5 bilhões nas despesas permanentes da União em 2007 e de R$ 25,7 bilhões de 2008 em diante. As estimativas foram publicadas pela imprensa no dia 13 de agosto. Até agora, o governo limitouse a dizer que o aumento de despesas está contemplado no Orçamento e que o aumento de no PIB assegurará os impostos que cobrirão o aumento das despesas.

T

udo leva a crer que vamos crescer por volta de 3% em 2006 e não há qualquer fato novo que indique que venhamos a crescer mais em 2007. Como então não aumentar novamente a carga tributária para fazer face a esse aumento desmedido de despesas? Ou será que traremos a inflação de volta? Ou continuaremos a aumentar a dívida pública, que somente no mês passado aumentou R$ 25 bilhões? Se nada mudar, a mentira prevalecerá e terá final feliz. Feliz, é claro, para os mentirosos, já que a conta vai sobrar para nós, como sempre.

V amos aumentar a carga tributária, a inflação ou a dívida pública?

Votar sem paixão MÁRIO AMATO

N

ós, brasileiros alfabetizados ou não, estamos obrigados por lei a votar. A propaganda eleitoral procura nos induzir a votar no candidato que mais se promova, como se ele fosse uma mercadoria. Temos presenciado procedimentos que pretendem, e infelizmente conseguem, nos levar a votar movidos mais pelas paixão que pela razão. Tudo isso se assemelha ao sentimento expressado pela preferência ao clube de futebol de nossa simpatia, com a mesma paixão, revelada quer o nosso time ganhe ou perca. Votar é, ou deveria ser, algo que merece ser praticado abstendo-se de paixões, objetivando votar pelo bem do Brasil. Logo, o que mais precisamos é de demonstração ética na prática; da moral, da competência, do compromisso adquirido pela vivência no combate aos

problemas do nosso Brasil. Nosso país precisa ser mais justo, mais respeitado, mais igualitário.

P

ense e medite. O voto é a principal arma pela qual a Nação se fortalece e o seu povo se dignifica, através deste supremo privilégio, de forma conciliatória, para que se possa atingir o bem-estar social. Pense e avalie. Você vale mais e, com certeza, será o maior beneficiário disso. Portanto, não deixe que as paixões dominem sua vontade e ceguem seus anseios e esperanças. O vencedor merece e precisa de todo o nosso apoio, este é o procedimento da razão e do patriotismo. MÁRIO AMATO, EX-PRESIDENTE DA FIESP E DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA

N ão deixe que as paixões dominem sua vontade e ceguem seus anseios

elizmente, com a privatização foi superada a fase inicial e a Vale, como outras empresas privatizadas, também ganhou liberdade e altura, impondo-se agora entre as primeiras do mundo, fechando negócio com a canadense Inco e obtendo apoio bancário para as suas operações. Hoje, somos grandes mineradores, como somos grandes em outros setores privatizados, estando o Estado em seu lugar, como gestor da máquina administrativa, e a economia estando nas mãos do setor privado, com algumas exceções. Glória, pois, à Vale do Rio Doce, pelo enorme valor de seu gesto empresarial, colocando-se num posto que estávamos habituados a ver, de longe, somente nos EUA.

F

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Graças à privatização, a Vale alcançou posição singular entre as maiores mineradoras.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

3

Política CONFIANTE, O Lula está de salto alto, desrespeitando o eleitor, mentindo, e não fica nem vermelho. Geraldo Alckmin

Maurício Lima / AFP

LULA CANTA VITÓRIA EM SÃO PAULO.

N Lula no encerramento da campanha, no Largo São José: "O País precisa ser governado por alguém que tenha compreensão total da população"

ALCKMIN AINDA ACREDITA NA VIRADA

O

candidato da coli- ckmin e mostrado durante o gação PSDB-PFL à evento. Tapete de críticas - A exemPresidência da República, Geraldo plo de Alckmin, os aliados que Alckmin, criticou ontem o sal- o precederam não economizato alto do PT no segundo tur- ram ataques a Lula. O ex-presidente Fernando no. Segundo o tucano, o PT cantou vitória no primeiro tur- Henrique Cardoso cobrou o no e depois foi obrigado a adiar esclarecimento da origem do a festa. O tucano disse que dinheiro do dossiê contra os acredita numa virada em favor tucanos. "Presidente Lula, tede sua candidatura na reta fi- nha a hombridade de dizer, antes das eleições, quem é que fez nal do segundo turno. Alckmin fez a declaração esse dossiê". E acrescentou: durante o comício de encerra- "Para mim, o senhor acabou. O mento de campanha, no Vale senhor foi enterrado nos esdo Anhangabaú, centro de São combros dos escândalos." Fernando Henrique tamPaulo, ontem à noite. Ele pediu empenho máximo dos aliados bém criticou o petista por ter para derrotar o adversário do- aceito apoio de Delfim Neto e mingo: "O Lula está de salto al- rebateu os ataques de que não to, desrespeitando o eleitor, investigou as denúncias conmentindo, e não fica nem ver- tra o seu governo. O ex-presimelho. Que triste! Como Lula dente se referiu à declaração de Lula no debate da TV Remudou", comentou. A cinco dias da eleição, o tu- cord de que o tucano "escond e u a s d e n ú ncano elevou o cias debaixo do tom das críticas. tapete". "O tapeOntem, os alvos te dele é voador e preferidos foram está voando com o ex-deputado O Lula dos pobres federal Delfim virou o do Aerolula; o as mentiras (do governo petisNeto (PMDB), dos trabalhadores ministro dos gota)", rebateu. O presidente vernos militares, virou o dos e Rosena Sarney banqueiros; e o dos nacional do P S D B e e x - g o(PFL), candidato movimentos agora a o g o v e r n o d o anda com o Delfim. vernador do Ceará, senador Maranhão, que já Geraldo Alckmin Tasso Jereissati, fez oposição ao criticou o Bolsa PT. "O Lula dos Família. Segunpobres virou o do Aerolula; o Lula dos trabalha- do Jereissati, o PT mentiu ao dores virou o dos banqueiros; e País ao afirmar que o prograo Lula dos movimentos demo- ma está tirando o nordestino cráticos virou o homem que da pobreza. Para ele, o Nordesagora anda com o Delfim do te só vai se desenvolver com a AI-5 (numa referência ao ato geração de empregos. "O Norda ditadura militar que cassou deste não se acostumou a viver com a esmola". políticos). O evento, batizado de "CoTasso garantiu que o PSDB mício pela Vitória da Verda- não vai votar e nem agir contra de", reuniu milhares de pes- os interesses do Brasil num soas. Eles acompanharam os eventual segundo mandato. discursos de lideranças políti- "Não somos contra o País, socas com bandeiras e faixas do mos contra os crimes cometiPSDB, PFL, PPS, PTB, PV e For- dos contra o País". Participaram do ato o goverça Sindical. O palco foi instalado ao lado do prédio dos Cor- nador eleito de São Paulo, José reios, numa lembrança ao "Co- Serra (PSDB); o prefeito Gilberto Kassab (PFL); o presimício das Diretas", em 1984. Durante o comício, uma mi- dente nacional do PFL, Jorge niatura de avião, simbolizan- Bornhausen; e o presidente nado o "aerolula", foi levado até o cional do PPS, Roberto Freire. palco por simpatizantes de AlSergio Kapustan

Até então comedido em relação ao segundo turno, o candidatopresidente deixou de lado a cautela e anunciou: "Não tenho dúvidas de que vamos ganhar, no domingo". Lula em entrevista à Rádio FIM DAS Gaúcha de Porto Alegre COMPARAÇÕES ontem pela manhã. Lula evitou falar sobre a COM FH composição da nova

O

presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já antecipou nesta quarta-feira que buscará um ministério mais ágil em um provável segundo mandato e sugeriu que comparações com o governo Fernando Henrique Cardoso são coisas do passado. "Eu não quero mais ficar comparando com o Fernando Henrique Cardoso porque nos nossos quatro anos já batemos muito neles. Agora eu quero comparar comigo mesmo", disse

equipe para o provável segundo mandato, mas antecipou que pretende ter mais agilidade e eficiência nos Ministérios para "fazermos o dobro do que fizemos nos primeiros quatro anos." Segundo Lula, os ministros serão indicados "de acordo com a força dos Estados e da nossa composição política." Ele não deu detalhes de como se dará a negociação com os partidos. Lula criticou ainda o PMDB, dizendo que o partido precisa de uma reciclagem" e consolidar uma liderança nacional. (Reuters)

o último comício nha compreensão da totalidada campanha, o de da população brasileira", presidente Luiz defendeu. Inácio Lula da SilO candidato voltou a cobrar va recuperou a confiança de- os adversários a encaparem a monstrada no final do primei- tese de que seu governo estaria ro turno e voltou a dar como promovendo uma separação certa sua permanência no Pa- entre ricos e pobres, compalácio do Planalto por mais qua- rando sua gestão de governo tro anos. Falando a milhares de com uma mãe que pode ter até pessoas que compareceram ao 50 filhos para criar. Lula disse Largo São José, que o importante é dar mais atenna zona sul da capital paulista, ção aos mais neLula destacou cessitados. seu esforço para É preciso ficar claro O p re s i d e n t e trabalhar pelos que aquele palácio (do a f i r m o u a i n d a que neste segunmais pobres em s e u p r i m e i r o Planalto, em Brasília) do turno a popumandato, e res- não é de meia dúzia, é lação compreensaltou que abriu da população deste deu as diferenças entre as proposas portas do Pla- País. nalto para aquetas colocadas por Luiz Inácio Lula da ele e pelo rival tules que no passado nunca tive- Silva, ontem, no comício cano Geraldo Alfinal de campanha. ckmin. Apoianram esta oportunidade. "Eu não do-se na última tenho dúvida de pesquisa Datafoque vamos ganhar as eleições lha, Lula ressaltou a satisfação no próximo domingo", afir- de ter conseguido a melhor avaliação de um governo dos mou. Lula contou aos militantes últimos 15 anos e aproveitou que estavam no local que se or- para desafiar seus adversários gulha de ter recebido na ma- a conseguir um resultado conhã de ontem, no Palácio do mo este depois de "apanhar" Planalto, um grupo de mora- da imprensa por quatro anos. Segundo estimativa da ordores de rua e catadores de papel, lembrando que em todos ganização, compareceram ao os países palácios costumam comício cerca de 10 mil pesser feitos para receber reis, soas, mas conforme a Polícia príncipes ou xeques, mas que Militar seriam cerca de 4 mil. Outros petistas também deseu governo é do povo. "É preciso ficar claro que aquele palá- ram como certa a vitória no docio não é de meia dúzia, é da mingo. "Vamos ter a maior vopopulação deste país." tação que um presidente da reLula afirmou que esta forma pública já teve", disse o senade governar permitiu que fos- dor Aloizio Mercadante. "Este é o presidente que mais se aberta uma porta para que seja consolidada a democracia fez por quem mais precisa", brasileira. "O País precisa ser emendou a ex-prefeita de São governado por alguém que te- Paulo, Marta Suplicy. (AE)

José Araújo / Folha Imagem

Alckmin e tucanos no último discurso de campanha, no Vale do Anhangabaú: críticas generalizadas contra o governo petista.

FOCO É A CLASSE MÉDIA, INDICA MAIA.

N

ada de ficar teclando em BolsaFamília, dose certa, renda mínima, entre outros programas sociais. O

candidato à Presidência Geraldo Alckmin, da coligação "Por um Brasil Decente", deve priorizar nesta reta final o discurso para a classe média. O conselho é do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), que apóia a candidatura tucana, por meio do Ex-Blog, seu boletim virtual de

análise política. "Geraldo (Alckmin) apontou para os setores populares – dose certa, renda mínima, 'vou continuar o Bolsa-Família, mutirão da saúde...' Resultado: não tirou nada do Lula, ao contrário, e ainda abriu o flanco na classe média", disse. Para Maia, a vantagem do

presidente-candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chega a mais de 20 pontos à frente do adversário tucano, é grande, mas não é "impossível de ser ultrapassada". "Para isso", diz, " é necessário corrigir uns erros e passar a focalizar a classe média". (AE)


4

Planalto Congresso Eleições Corr upção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A única coisa em que acredito agora é na vitória. José Serra

PF APREENDE JORNAL CONTRA CANDIDATA DO PT

O governador eleito por São Paulo disse que não estaria negociando com o governo federal recursos para o próximo ano, o primeiro de sua gestão. Ele afirmou acreditar na vitória de Alckmin, domingo.

SERRA FAZ CAMPANHA NO PR E NEGA ACORDOS

Ímã de votos

N

a última semana antes do primeiro turno das eleições, Geraldo Alckmin conseguiu tirar 4 milhões de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que garantiu a decisão das eleições presidenciais em dois turnos. A situação, porém, se inverte a poucos dias da disputa final. A diferença do petista para o tucano superou os 20 pontos percentuais. Na prática, Lula conseguiu tirar não somente alguns milhões de votos de Alckmin, como ainda levou os eleitores da senadora Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT). No dia 29, o presidente pode até superar a casa dos 60% dos votos válidos.

Orlando Kissner / AE

O

governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), estev e o n t e m n o v amente no Paraná para pedir votos para ele, e também para o candidato ao governo do Paraná Osmar Dias (PDT). Na segunda-feira, ele já tinha percorrido o Calçadão, em Curitiba. Desta vez, foi fazer o passeio similar em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Mas Osmar Dias não compareceu. Preferiu atender rádios do interior do Estado e preparar-se para o debate que acontece hoje na Rede Paranaense de Comunicação (RPC). "Eu gosto do Paraná há muito tempo. Quando vim outro dia era para ficar mais tempo. Como tive que voltar, me comprometi a completar hoje junto com o pessoal do PSDB", disse o governador tucano. Serra negou informações de que ele já estaria procurando o governo federal para negociar recursos para o próximo ano. "O que estou fazendo é ajudar a conquistar votos para o Alckmin no Brasil e, aqui no Paraná, para o Osmar Dias. Tudo o mais é fantasia", acentuou. O governador eleito não quis nem mesmo comentar as posições de alguns tucanos que já discutem como será a oposição a um eventual segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. "A única coisa em que acredito agora é na vitória. Tudo o mais é para mudar o foco, tirar a atenção das coisas que são relevantes", criticou. No cinema – Serra, contudo, não assistiu ao último debate entre Alckmin e Lula no último domingo, na TV Record. Preferiu ir ao cinema e, depois, participar de uma festa, além de ter faltado a dois outros eventos pró-Alckmin sem dar ex-

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

OS CULPADOS

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) já apontou os culpados pela eventual reeleição de Lula: os marqueteiros Luiz Gonzalez e Woile Guimarães, da GW, que produzem o programa de Alckmin. Para Dias, o tucano é um candidato competente, mas o programa é muito inferior ao do petista. O senador acredita que faltou emoção e criatividade.

ELITE?

O que estou fazendo é ajudar a conquistar votos para o Alckmin no Brasil e, aqui no Paraná, para o Osmar Dias. Tudo o mais é fantasia. José Serra

plicações. Sobre as pesquisas, que mostraram um novo crescimento na diferença entre Lula e Alckmin, Serra voltou a repetir que se trata de "fotografia". "As coisas vão realmente se concretizar no dia da eleição", afirmou, usando como exemplo a expressiva votação do candidato ao senado, Afif Domingos, que quase melou a vitória prevista do senador reeleito Eduardo Suplicy. "Afif tinha 20% na sexta, antes das

eleições e 40% no domingo. Se tivesse acreditado na vitória, teria ganho", disse Serra. O governador acredita no "poder da vontade e da mobilização" para Alckmin vencer. Para ele, a simpatia demonstrada pela população é mais um motivo para acreditar na vitória. Ele foi bastante requisitado para fotos e autógrafos. Serra recebeu o oferecimento de um adesivo de Lula, mas, educadamente, respondeu à moça que se aproximou dele, explicando que faz campanha para Alckmin. E escutou um pedido da dona de casa Maria América, que quer o retorno dos mutirões de catarata. No início da caminhada ele tinha apenas a presença, entre as pessoas mais ilustres, do excandidato pelo PPS ao governo, Rubens Bueno, e do deputado federal eleito, Carlos Roberto Massa Júnior (PPS), o Ratinho Júnior. O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), juntou-se próximo ao final.

Como precisava voltar a São Paulo, Serra não pôde ir a Curitiba, onde estava prevista uma nova caminhada no Bairro Pinheirinho. A salvo – Serra deu sorte. A comitiva de Beto Richa foi recepcionada por uma chuva de ovos, disparada por um grupo de pessoas com cartazes do governador Roberto Requião. Beto Richa foi protegido por seguranças e precisou abrigarse em lojas para não ser atingido. A assessoria jurídica da candidatura de Osmar Dias vai protocolar um pedido de providências no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os defensores da candidatura de Roberto Requião (PMDB) ao governo do Estado também fizeram muito barulho ontem na Boca Maldita, no centro de Curitiba, na chamada Marcha da Vitória. Além do PMDB e PSC, que estão coligados, participaram militantes do PT, PCdoB, PV, PTB, PPS e até do PSDB. (AE)

TABLÓIDE ATACA PETISTA

A

Polícia Federal apreendeu na terça-feira à noite um caminhão de frete com aproximadamente nove mil exemplares de um tablóide denominado 'Imprensa Livre', cujo conteúdo trazia propaganda eleitoral irregular em formato de matérias contra a candidata ao governo do Estado, Ana Júlia Carepa (PT). A apreensão se deu após uma ligação anônima ao disque-denúncia eleitoral. O caminhão foi detido na avenida Almirante Barroso, principal via de acesso a Belém. Segundo a Polícia Federal, o material seria levado até a sede do PSDB em Belém. Além de Ana Júlia, o tablóide ataca também o deputado federal reeleito Jader Barbalho, o exdeputado Ademir Andrade e Beto da Fetagri, deputado federal eleito pelo PT. Andrade foi acusado de chefiar um esquema de corrupção na Companhia das Docas do Pará, e Beto Faro chegou a ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Faroeste, por causa de irregularidades no Incra de Santarém, onde ele foi superintendente. Os dois ocupantes do caminhão prestaram depoimento na sede da PF em Belém e foram liberados. O material será encaminhado à Procuradoria da Justiça Eleitoral. Um inqué-

Carlos Silva / AE

Ana Júlia foi alvo das matérias.

rito deve ser instaurado. O motorista do caminhão, José Carlos Barbosa, disse que um homem desconhecido ligou para contratar o frete. O local combinado foi a empresa Transbrasiliana, no Km-2 da rodovia BR-316, em Ananindeua. O valor combinado foi de R$ 100. Segundo ele, no momento do embarque o contratante disse que o material era para propaganda eleitoral. Exemplares semelhantes aos apreendidos em Belém também foram encontrados no município de Marabá. Representantes jurídicos das duas coligações estiveram na sede da PF para acompanhar os procedimentos. (AOG)

Acusado por Lula de ser um candidato das "elites, Alckmin rbateu e chamou Lula de arrogante: discursa contra as oligarquias e tem o apoio do ex-presidente José Sarney (PMDB).

OS INDECISOS

Alckmin, no entanto, recusa-se a entregar os pontos. Aposta na conquista do eleitor indeciso para reverter a situação e vencer Lula nas urnas. Pelos cálculos da campanha do PSDB, os indecisos hoje somam cerca de 10 milhões de votos. Já o ex-prefeito do Rio, César Maia, acredita que Alckmin deve investir na classe média, ao invés de falar de programas populares, público este cativo do presidente Lula.

PESQUISAS

Os institutos Ibope e Datafolha registraram mais duas pesquisas de intenção de voto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os resultados das pesquisas devem ser divulgados no sábado.

INCENTIVOS

Para desmentir a informação divulgada pelo PT de que, se eleito, Alckmin acabaria com a Zona Franca de Manaus, o candidato tucano assinou uma carta de 18 compromissos com o Amazonas, entre eles a manutenção dos incentivos à Zona Franca. No primeiro turno, Lula venceu Alckmin no estado com 78% da preferência do eleitorado.

AUSÊNCIA

Faltou o apoio do governador eleito em São Paulo, José Serra (PSDB), durante o último debate entre Lula e Alckmin, pela TV Record. Embora tenha declarado que ajudaria o companheiro tucano nesta segunda fase da campanha, Serra preferiu ir ao cinema do que acompanhar o presidenciável.

SÓ SE LULA FOR

Convidado a depor na CPMI dos Sanguessugas, Serra diz que só comparecerá se Lula também for convicado a depor. Segundo o líder do PSDB na Câmara,

deputado Jutahy Junior (BA), antes de ouvir o depoimento de Serra, a CPMI tem que ouvir Lula e todos os seus "amigos" envolvidos.

NÃO FOI O PT

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no entanto, diz que o PT não tem envolvimento algum na tentativa de negociação do dossiê. Para ele, foram pessoas que montaram um grupo de "inteligência" e tentaram comprar os documentos.

OMISSÃO NÃO!

Bastos também desafiou os integrantes da CPMI que acusam a Polícia Federal de retardar os trabalhos de investigação para afastálos da campanha do presidente Lula, de mostrar um único ato de omissão da PF e do governo na apuração de denúncias.

OPOSIÇÃO

Já contando com um novo mandato de Lula, a oposição começa a se articular desde já para impedir que um governista assuma a presidência da Câmara. Líderes que não concordam com o 'pacto de governabilidade' proposto por Lula para os próximos quatro anos, falam até em apoiar o nome de Fernando Gabeira (PV-RJ).

TROCA DE LADO

O PMDB, que hoje apóia a candidatura de Alckmin, deve trocar de lado assim que Lula for eleito. O presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), diz que está aberto a negociar uma composição com Lula.

PROVOCAÇÃO

Antônio Carlos Magalhães provocou o governador eleito do estado, Jacques Wagner, que teria dito que os envolvidos em denúncias sobre o dossiê - no caso, membros do PT - teriam o direito de mentir. "Eu só peço ao Jacques Wagner que não minta para os baianos, sustentando também que mentir é um direito do político", alfinetou ACM.

RAPIDEZ

O TSE estima que, no próximo domingo, o vencedor do segundo turno das eleições seja anunciado até às 23h.


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Congresso Planalto CPMI Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A Polícia Federal vem criando dificuldades, restringindo o envio de documentos. Raul Jungmann (PPS-PE)

PF NÃO LIBEROU DADOS DE TRÊS SUSPEITOS

Tasso Marcelo / AE

DEPUTADOS ACUSAM PF DE OBSTRUIR CPMI

O

vice-presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e o subrelator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), voltaram ontem a acusar a Polícia Federal (PF) de obstrução nos trabalhos da comissão. Como suposta prova, Jungmann e Sampaio citaram a negativa dos dirigentes da PF de transferir à CPMI os dados obtidos com a quebra autorizada do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos na compra do dossiê Vedoin. Eles afirmaram acreditar que, se não houvesse a intenção de atrapalhar as investigações, teriam acesso a informações sobre três dos envolvidos na compra do dossiê: o ex-coordenador-geral da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda – suspeito de ter levado o dinheiro ao hotel onde os petistas foram presos – o churrasqueiro Jorge Lorenzetti, que assumiu a responsabilidade pela negociação e o advogado Gedimar Passos, preso com parte dos R$ 1,75 milhão. "A Polícia Federal vem criando dificuldades, restringindo o envio de documentos", afirmou Jungmann. Para Sampaio, fica "clara" a intenção dos dirigentes da polícia

em preservar os envolvidos ligados ao governo. "A PF está orientada a andar em passos de tartaruga e faz de tudo para afastar o Palácio do Planalto das investigações", acusou. No entender do deputado tucano, o presidente da comissão parlamentar, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), em vez de se preocupar com as investigações, prefere criticar os colegas. "O que preocupa não é o fato de trabalharmos às sextasfeiras e, sim, o fato de ele não estar aqui para conduzir os trabalhos", alegou. Ordem inversa – Sampaio também criticou a decisão de Biscaia de convidar para depor os ex-ministros da Saúde José Serra, governador eleito de São Paulo, Humberto Costa, secretário nacional de Comunicação do PT, Saraiva Felipe, deputado do PMDB de Minas Gerais, e Barjas Negri, prefeito de Piracicaba, no interior paulista, antes dos envolvidos no esquema do dossiê. "Ele quer ouvir primeiro as vítimas, antes dos acusados", atacou. O deputado do PSDB afirmou entender ainda que a "omissão" do presidente da CPMI dos Sanguessugas é que leva à partidarização da comissão de inquérito. Procurado pela reportagem, Biscaia não respondeu às ligações. (AE)

Roberto Jangue / AE

Carlos Sampaio / AE

Jungmann e Sampaio criticam postura omissa do presidente da CPMI dos Sanguessugas e acusam a Polícia Federal de agir para retardar as investigações.

GILBERTO GIL RESISTE

O

ministro da Cultura Gilberto Gil defendeu ontem, em São Paulo, a transparência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à apuração das denúncias de corrupção envolvendo seu governo. Para o ministro da Cultura, o governo tem trabalhado para o aperfeiçoamento das instituições democráticas e para a franca apuração das denúncias. Perguntado se não se sentia indignado em relação aos escândalos, Gil afirmou que como cidadão

tem que resistir. "A minha obrigação é seguir vivendo e resistir a tudo isso. As instituições (o Ministério Público, a Polícia Federal) estão trabalhando com toda a liberdade, o que é um alívio para a sociedade", afirmou o ministro. Sobre sua permanência no ministério numa eventual vitória de Lula, Gilberto Gil disse que tudo dependerá da vontade do presidente da República. "A atribuição de nomear ou demitir ministros é do presidente", afirmou. (AOG)

Polícia Federal faz blitz na Vicatur Câmbio e Turismo, de onde teriam saído US$ 248,8 mil do montante apreendido pela PF para pagar o dossiê.

DINHEIRO DO DOSSIÊ PASSOU POR 4 ESTADOS Polícia Federal amplia diligências para rastrear o dinheiro apreendido com petistas

A

Polícia Federal ampliou a investigação para esclarecer o caminho dos dólares que seriam utilizados para a compra de um dossiê Vedoin contra tucanos. Além de diligências nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, o novo alvo dos policiais é Minas Gerais. Nos próximos dias, o delegado Diógenes Curado Filho, que preside o inquérito sobre o caso, deverá se deslocar para lá. Ontem ele fez diligências na Baixada Fluminense. No rastro dos sacadores de dólares na Vicatur, em Nova Iguaçu, a PF identificou duas pessoas que trabalhariam em uma pousada em Ouro Preto. Uma delas, de origem humilde, teria retirado US$ 50 mil. Como no caso dos nove integrantes de uma mesma família de Magé, a PF ainda não sabe se o sacador de Minas Gerais emprestou o nome para alguém ou simplesmente foi um inocente útil, cujo nome e número dos documentos foram

ABEL: ROMBO ESTIMADO EM R$ 4 MILHÕES.

A

bel Pereira, o suposto elo do PSDB com a máfia dos sanguessugas, agilizou a liberação de verbas do Ministério da Saúde para 50 muni-

utilizados pelos criminosos pelo PT paulista, como querem sem que ele soubesse. Ontem o fazer crer alguns petistas, oujornal "O Globo" revelou que o tros membros da coordenação sócio da Vicatur, Jorge Ribas de campanha de Aloizio MerSoares Júnior, tem duas conde- cadante estariam envolvidos e nações, em primeira instância, a ação de pulverização do dipor remessa ilegal de dólares nheiro possivelmente se conao exterior e uso de laranjas. centraria em São Paulo mesA PF também suspeita que mo. Embora não esteja descaralém de Nova tada a possibiliIguaçu, parte dos PF nacionaliza as d a d e d e q u e dólares possa ter outros petistas de vindo de Floria- investigações e põe São Paulo possam nópolis, e outra em xeque a versão estar implicados, parte, de São Pauo que chama a apresentada pelo lo. Ao estender as comitê nacional da atenção dos polidiligências para ciais é o fato de os campanha do outros estados a re c u r s o s t e re m PT de que a ação PF nacionaliza as como procedêndo dossiê se investigações e cia outros estapõe em xeque a dos. restringia versão do comitê Em mãos – apenas a nacional da camAlém disso, a PF São Paulo. panha de reeleiacredita que boa ção do presidente parte dos R$ 1,1 Luiz Inácio Lula da Silva de milhão que se somariam aos que a ação desastrada da com- US$ 288,8 mil para a compra pra do dossiê se restringiria a dos documentos já estaria disSão Paulo. ponível com os petistas. O raUm policial envolvido nas ciocínio deste policial é siminvestigações destaca que se a ples e baseia-se na cronologia operação fosse orquestrada dos eventos.

Em seu depoimento à PF, o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso narra três situações da negociação com os Vedoin antes da prisão de Valdebran Padilha e de Gedimar Passos: 23 de agosto, em Cuiabá, para uma primeira conversa onde os Vedoin pediram R$ 20 milhões, mas baixaram à metade do preço; em Brasília, quando o preço foi estipulado em R$ 3 milhões e em 7 de setembro, em Cuiabá, caindo para R$ 2 milhões. A entrevista dos Vedoin à revista "IstoÉ", na qual acusam José Serra de envolvimento com o esquema, ocorreu em 12 de setembro, e a prisão dos petistas, em 15 de setembro. Isso significa que a partir do momento em que se estipulou o valor dos documentos e a efetiva prisão passaram-se sete dias, ou cinco dias úteis, tempo insuficiente para sacar R$ 1,7 milhão, de forma parcelada, para não despertar a atenção, o que induz a PF a acreditar que parte dos já estivesse em poder de alguém do PT . (AOG)

cípios que compraram ambulâncias superfaturadas. A ação de Abel teria provocado um rombo de R$ 4 milhões no Tesouro em 2002, último ano do governo Fernando Henrique. O ministro da Saúde, na ocasião, era Barjas Negri, amigo de Abel. A denúncia foi feita à Justiça por Luiz Antônio Vedoin e seu pai, Darci, donos do Grupo Planam e

Os depoimentos dos Vedoin apontam em outra direção. Mostram que Abel tinha livre trânsito no gabinete do ministro. Um exemplo é o caso do ex-prefeito de Jaciara, Valdizete Martins Nogueira. Em 2002, Valdizete pediu ajuda a Abel para audiência com Barjas. Em duas semanas, o ministério liberou um dinheiro parado há um ano. (AE)

apontados pela Polícia Federal como criadores do esquema de emendas forjadas. Empreiteiro de obras públicas em Piracicaba (SP) e fazendeiro em Jaciara (MT), Abel depôs à PF na segundafeira e negou ter atuado como lobista dos sanguessugas. Mas ele caiu em contradições. Uma delas: disse que não era amigo de Barjas.


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

O MAPA DA

1 Vamos aprofundar a atual política econômica e entrar em uma nova fase de crescimento vigoroso. Guido Mantega

Marcos Fernandes/Ag. Luz

FOME DO LEÃO APETITE É MAIOR NOS ESTADOS DA REGIÃO SUDESTE

A

arrecadação per capita da Receita Federal quase dobrou de 2001 para 2005. No ano passado, os brasileiros pagaram R$ 1.977,02 em tributos federais, contra R$ 1.087,07 em 2001. Os dados fazem parte de um estudo inédito divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). De acordo com o presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral, a alta de cerca de 40% em termos reais é resultado tanto da criação de tributos como do aumento de alíquotas nesse período. Na lista de criações do governo, Amaral citou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Entre os tributos que tiveram aumento de alíquota ou da base de cálculo estão a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), PIS/Cofins Importação e Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O reajuste da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) abaixo dos ín-

dices de inflação também contribuiu para o aumento da arrecadação per capita. De acordo com o estudo do IBPT, a maior alta ocorreu na passagem de 2003 para 2004, quando a arrecadação per capita saltou de R$ 1.344,99 para R$ 1.776,37, o que representou uma elevação de 31%. Segundo Amaral, essa expansão deu-se principalmente pela introdução do sistema não-cumulativo para calcular o PIS/Cofins. Regiões – O levantamento mostra também que há uma discrepância na tributação nas diferentes áreas do País. Os habitantes da região Sudeste, por exemplo, em média, foram os que mais recolheram impostos federais no ano passado: R$ 3.268,63. O Nordeste foi a região com o menor recolhimento no período: R$ 399,03. Já o Distrito Federal registrou a maior arrecadação per capita, de R$ 15.144,12, atribuída à centralização do recolhimento de tributos de todo o País dos órgãos e empresas públicas federais. Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com R$ 5.320,01. O aumento da arrecadação per capita em São Paulo foi menor que o do Rio

Segundo o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, a fiscalização é mais reforçada nas regiões mais industrializadas. Com isso, a informalidade avança nas menos desenvolvidas, como o Nordeste.

entre 2001 e 2005: ela passou de R$ 2.272,47 para R$ 3.677,77. Participação – Além da maior arrecadação per capita, a região Sudeste detém a maior participação no total arrecadado pela Receita Federal: 70,43%, com R$ 256,474 bilhões. "Por ser uma região mais industrializada, a fiscalização é mais eficiente, o que abre caminho para a informalidade em regiões como o Nordeste", explicou Amaral. Mesmo com a migração de investimentos, o Estado de São Paulo foi o que mais contribuiu para a Receita Federal em 2005: R$ 148,739 bilhões. Em 2001, no entanto, o estado paulista contribuiu com R$ 85,5 bilhões. Ou seja, houve uma queda na participação, de 45,63% para 40,85%. "Isso é conseqüência da troca de característica industrial pela de prestação de serviços", disse Amaral. A arrecadação do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) per capita também apresentou aumento significativo, foi de R$ 388,83, em 2001, para R$ 629,28, em 2005. O Sudeste teve a maior arrecadação per capita, com R$ 877,58. Adriana David

Prefeitura fecha o cerco à pirataria

U

m decreto baixado na última terça-feira pela Prefeitura de São Paulo promete complicar a vida de lojistas e ambulantes que comercializam produtos piratas. A nova determinação prevê a cassação da licença de funcionamento de lojistas e a permissão de uso de camelôs que venderem produtos irregulares. Um aspecto importante do decreto municipal é o fato de garantir às subprefeituras a competência de acionar semanalmente técnicos das polícias civil e federal para a emissão de laudos sobre a p ro c e d ê n c i a d e p ro d u t o s apreendidos na cidade. Na teoria, isso amplia o campo de atuação da fiscalização da Prefeitura de São

Paulo. As apreensões de produtos piratas, que até então eram, em geral, decorrentes de ações que visavam tirar das ruas ambulantes irregulares, agora podem ser expandidas para lojistas e camelôs autorizados, sob os quais recai a suspeita de venda de produtos irregulares, já que a proposta garante respaldo de laudos técnicos sobre a origem da apreensão às subprefeituras que os solicitarem. Defesa – Os comerciantes que tiverem a mercadoria apreendida terão 15 dias para comprovar a procedência legal do material, a contar da data da fiscalização. Se a mercadoria for confirmada como irregular, a nova determinação prevê que o Supervisor de Uso

do Solo e Licenciamento da Subprefeitura definirá a cassação ou não do estabelecimento ou a anulação da permissão do ambulante. O decreto também prevê a possibilidade das Coordenadorias das Subprefeituras firmarem convênios com a Polícia Civil e Federal de São Paulo com a finalidade de ampliar as ações de fiscalização. A Prefeitura segue os passos do governo do Estado de São Paulo, que instituiu uma lei prevendo a cassação da inscrição estadual de postos de gasolina que comercializarem combustível adulterado. Até o mês de setembro, 208 estabelecimentos tiveram sua inscrição cassada. Renato Carbonari Ibelli

Confesso que a carga tributária aumentou Confissão foi feita pelo ministro da Fazenda durante evento para empresários

A

ntes de anunciar a possibilidade de redução da carga tributária no eventual segundo mandato do presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que o governo, ao contrário das promessas feitas pelo presidente, aumentou o peso dos impostos para as empresas e importadores. Segundo o ministro, houve um incremento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) na arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre os produtos importados e de 0,08%, também do PIB, para a indústria nacional em geral. "Confesso em público que houve aumento da carga tributária." Mais tarde, esclareceu que foi em tom de brincadeira com a platéia que fez a "confissão pública". Mantega justificou o aumento dos impostos dizendo que foi necessário para equalizar os valores de produtos locais com os importados. Ele ressaltou, no entanto, que o governo fez várias desonerações que compensariam

esse aumento, como redução de taxas sobre produtos da cesta básica, de informática e da construção civil, que teriam resultado em uma renúncia fiscal de R$ 23 bilhões. O ministro disse que um provável segundo mandato de Lula será marcado pelo "soci al-d esen volv imen tist a", uma mistura de manutenção das políticas sociais com desoneração do setor produtivo. Segundo Mantega, a economia está preparada para uma nova fase "mais flexível" da política monetária sem mudanças bruscas, choques ou pirotecnias econômicas. Ele anunciou ainda que o governo Lula planeja um programa de redução de tributos que seria apresentado até o final do ano. "Vamos aprofundar a atual política econômica e entrar em uma nova fase de crescimento vigoroso", disse o ministro, a uma platéia de empresários no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Uma das primeiras medidas para desonerar o setor industrial e compensar a valorização do real, de acordo com o ministro, é um programa de redução

de tributos que está em gestação no Ministério da Fazenda. Ele lembrou que, antes disso, o governo espera a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas e Empresas, que está tramitando no Congresso Nacional. Mantega afirmou ainda que acredita que o Brasil tem condições de atingir uma taxa de investimento em torno de 25% do PIB até o final de um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. CPMF – O ministro disse também que o governo poderá incluir a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no plano de redução tributária. Ele admitiu que o volume arrecadado pela CPMF é relevante e sua diminuição pode ter efeitos negativos sobre as contas públic a s . " A C P M F re p re s e n t a atualmente uma receita de R$ 30 bilhões por ano e isso faz falta no Orçamento. Então, não podemos abrir mão dela abruptamente", comentou. Mas afirmou que o governo não descarta reduzi-la. "Não descarto uma redução, mas vamos fazer isso de forma planejada", disse. (Agências)


2

Empresas Nacional Legislação Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

4,6

APOSENTADOS COMEMORAM DECISÃO JUDICIAL

bilhões de reais já foram recolhidos pelas empresas ao Fust desde 2001

TST ANULA ORIENTAÇÃO DE NÃO PAGAR O ADICIONAL DE 40% DO FUNDO AOS QUE JÁ SE APOSENTARAM

MULTA DO FGTS VALE PARA APOSENTADOS Paulo Pampolin/Digna Imagem - 12/07/04

O

Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o cancelamento de uma Orientação Jurisprudencial (OJ) que assegurava às empresas o direito de não pagar a multa de 40% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos empregados que se aposentavam espontaneamente. A OJ nº 177 determinava a extinção do contrato de trabalho no ato do pedido de aposentadoria e desobrigava as empresas de pagarem a multa pelo período. Somente no caso do funcionário continuar no emprego é que ele poderia receber a multa. Com a decisão do TST, a discussão deve se voltar sobre qual a aplicabilidade da multa: se pelo período total trabalhado ou pelo tempo que o funcionário permaneceu na empresa após a aposentadoria. "As duas correntes já vêm sendo debatidas na Justiça, mas com a derrubada da orientação, há uma grande chance dos tribunais passarem a entender que o pagamento deve ser feito pelo período integral trabalhado", disse a advogada Lílian Dal Secchi, do escritório Maluly Jr. Advogados. Para o ministro Rider Nogueira, presidente em exercício do TST, não dá para prever qual será o destino dos processos em tramitação, já que eles

deverão "ser resolvidos caso a caso". "Não podemos nos antecipar. Cada ministro decidirá como achar por bem, até que a Corte encontre novamente um denominador comum sobre o tema. A jurisprudência deverá flutuar até achar o seu caminho definitivo", afirmou. O advogado Antônio Zeenni, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, acredita que somente o trabalhador sai ganhando com a decisão e que, a partir de agora, as empresas que optarem por manter um funcionário aposentado podem ter de arcar com uma indenização bastante onerosa. "Com o fim da extinção do contrato de trabalho, fica mais difícil para a empresa desvincular o período que antecedeu e sucedeu a aposentadoria. Isso pode facilitar o entendimento da Justiça, que já tem um perfil protecionista, de que o valor deve ser pago pelo saldo total do fundo", afirmou Zeenni. Comemoração – O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, comemorou a decisão do TST e disse que a partir de agora os aposentados terão assegurada a garantia de permanecer no emprego. "Antes, como a demissão de um aposentado não implicava no pagamento de multa, quando a empresa precisava cortar um funcionário, ele era o primeiro,

independentemente da sua competência profissional. Agora ele poderá competir de igual para igual com os demais", comentou. Inocentini afirmou que vai orientar todos os associados que já tiveram parecer desfavorável da Justiça ao pagamento da multa do FGTS, a ingressarem novamente com ações para reivindicar esse direito. Outra que aprovou a decisão do TST foi a advogada Roseleni Braga, do escritório Innocenti Advogados Associados, que classificou a medida como uma forma de "resgatar a segurança jurídica", por desvincular a legislação trabalhista da previdenciária. "A orientação do TST tratava duas matérias distintas no mesmo 'pacote', ao determinar que o funcionário que desejava se aposentar precisava ser demitido e readmitido para continuar na empresa", disse. Para a advogada, "uma coisa não tem nada a ver com a outra". "Quando um empregado se aposenta, ele deve prestar contas junto à legislação previdenciária. Se ele trabalhou o tempo determinado por lei para desfrutar do benefício, não existe motivo que o leve a ter de rescindir um contrato trabalhista por causa da aposentadoria. Estamos falando de contratos diferentes", afirmou. Márcia Rodrigues

Refis 3 não foi discutido

A

s mudanças no texto do projeto de lei da Medida Provisória 303/06, conhecida como MP do Refis, não foram discutidas ontem no Congresso por falta de quorum. A medida permite um novo parcelamento de dívidas das pessoas jurídicas com a Secretaria da Receita Federal, com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e perderá sua vigência amanhã. A tendência é o go-

verno editar uma nova MP para não prejudicar os empresários que já fizeram a opção pelo parcelamento. Até o fim dos trabalhos de ontem, 244 parlamentares haviam registrado suas presenças no painel eletrônico, mas seriam necessários 257 para o início da Ordem do Dia. Aprovada pela Câmara em setembro, a MP 303/06 sofreu alterações no Senado e, por isso, teve de retornar à análise dos deputados. O Senado incluiu no texto a possibilidade

de as empresas também parcelarem dívidas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, os senadores prorrogaram o prazo para os devedores aderirem ao programa. Na próxima terça-feira, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, terá uma nova reunião com os líderes dos partidos para definir a pauta de votações. Ele acredita que, depois das eleições, a Câmara poderá analisar matérias importantes, como a PEC do Fundeb (PEC 536/97) e a PEC 349/01. (AC)

Fust: TV paga consegue liminar

A

s empresas de TV por assinatura, entre elas NET, Sky, Vivax e TV Filme, conseguiram na Justiça uma liminar para depositar em juízo o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). A liminar foi concedida pelo juiz Hamilton de Sá Dantas, da Justiça Federal de Brasília, em mandado

de segurança impetrado pelas operadoras de TV. Elas argumentam que os recursos do Fust são destinados às empresas de telefonia fixa e que, por isso, não deveriam ser obrigadas a recolher a contribuição. Desde 2001, o Fust já recolheu R$ 4,6 bilhões, mas os recursos estão contingenciados no Tesouro Nacional e ain-

ATA

da não foram usados. Todas as empresas de telecomunicações são obrigadas a recolher ao fundo 1% da sua receita bruta mensal. As empresas de telefonia também já se manifestaram contra o pagamento do tributo. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai recorrer da decisão. (ABr)

O advogado Antônio Zeenni acredita que só o trabalhador sai ganhando com a decisão

Brasil e União Européia voltam a discutir frango

B

rasil e União Européia (UE) tentarão chegar hoje a um acordo para o comércio de 500 milhões de euros em frango. No mês passado, negociadores dos dois governos não conseguiram finalizar um entendimento em Genebra, e os diplomatas brasileiros deixaram claro que, se os europeus não apresentarem uma alternativa, o governo poderia passar a avaliar retaliações contra Bruxelas. "Esperamos que possa haver um acordo", afirmou Clodoaldo Hugueney, embaixador do Brasil em Genebra. O Brasil conseguiu que a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenasse as práticas européias de modificar suas leis para que o produto passasse a sofrer tarifa de importação de 70%, e não de 15,4%. Como forma de remediar o problema, os europeus

foram obrigados a negociar cotas para o frango nacional. A sugestão de Bruxelas seria de uma cota de 320 mil toneladas, valor que não estaria lon-

ge do que o setor privado brasileiro gostaria. Mesmo assim, o estabelecimento das cotas é indesejado, pois representa

um freio ao crescimento anual de 22% das exportações brasileiras do setor. O problema, porém, é a forma pela qual os europeus distribuirão as cotas de importação às suas empresas que queiram comprar o frango brasileiro. Pela proposta européia, os importadores não teriam a obrigação de informar aos exportadores brasileiros se a quantidade que comprariam estaria dentro das cotas. Para cada quilo importado fora da cota, o produto nacional receberá um euro de sobretaxa. Os exportadores temem que o importador europeu diga ao produtor brasileiro que está comprando fora da cota para, assim, conseguir preço mais baixo. Eles alegariam que precisariam do desconto para compensar pela sobretaxa que terão de pagar. As negociações começaram ontem. (AE)

Avanços para Rodada Doha

nas negociações agrícolas da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas ainda considera as iniciativas "insuficientes" para relançar a Rodada Doha. Americanos e europeus voltaram a se reunir nos últimos dias e teriam indicado setores

para possíveis avanços. Sem alarde, o Brasil também reiniciou reuniões com a Casa Branca e hoje realizará um encontro com a UE. Há falta de entendimento entre americanos e europeus sobre subsídios e tarifas de importação. (AE)

O

Itamaraty afirma que recebeu os primeiros sinais dos Estados Unidos e da União Européia (UE) para tentar aproximar posições

320 mil toneladas é a sugestão de cota da União Européia para a impor tação de frango brasileiro

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 012/2006- FAMESP PROCESSO Nº 350/2006 - FAMESP REGISTRO DE PREÇOS Nº 008/2006-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 26 de outubro de 2006 até o dia 16 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX (0xx14)3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 012/2006FAMESP - PROCESSO Nº 350/2006 - FAMESP - REGISTRO DE PREÇOS Nº 008/2006-FAMESP, que tem como objetivo a aquisição de ÓRTESES, PRÓTESES PARA CIRURGIAS CARDÍACAS: (GERADOR DE PULSO ELÉTRICO DUPLA-CÂMARA COM SENSOR MULTIPROGRAMÁVEL, ETC...), EM SISTEMA DE CONSIGNAÇÃO, PARA O HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU E PARA O HOSPITAL ESTADUAL BAURU, sob regime de empreitada por menor preço por item, em conformidade com o disposto no Anexo II. Serão recebidas as amostras no dia 17 de novembro de 2006, até às 14:00 horas na FAMESP. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 17 de novembro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supra citado. Botucatu, 24 de outubro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 025/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1088/2006 - FAMESP REGISTRO DE PREÇOS Nº 010/2006-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 26 de outubro de 2006 até o dia 20 de novembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)38821885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 025/2006- FAMESP - PROCESSO Nº 1088/2006 - FAMESP - REGISTRO DE PREÇOS Nº 010/2006-FAMESP, que tem como objetivo a aquisição de ÓRTESES, PRÓTESES PARA CIRURGIAS CARDÍACAS: (GERADOR DE PULSO CÂMARA ÚNICA, COM SENSOR MULTIPROGRAMÁVEL, ETC...), EM SISTEMA DE CONSIGNAÇÃO, PARA O HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU E PARA O HOSPITAL ESTADUAL BAURU, sob regime de empreitada por menor preço por item, em conformidade com o disposto no Anexo II. Serão recebidas as amostras no dia 21 de novembro de 2006, até às 14:00 horas na FAMESP. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 21 de novembro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supra citado. Botucatu, 25 de outubro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente FAMESP.

EXTRAVIOS

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 25 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Covolan Indústria Têxtil Ltda. rido: Nelito Leandro Buarque - Me Amazonas da Silva, 316 - 01ª Vara de Hierro, 465 - 01ª Vara de Falências - Requerido: Geração 3 Confecções Rua João da Graça, 153 - 02ª Vara de Falências Requerente: Açotubo Indústria e ComérLtda.- Me - Rua Maria Marcolina, 831 Falências Requerente: Daniel Dante Caricol - Requericio Ltda. - Requerido: Mak Lucchi Ind. - 01ª Vara de Falências Requerente: Carboroil Comércio de Derivado: Rodancar Ind. e Com. de Acessóe Com. de Máquinas e Plásticos Requerente: Serra Leste Ind. e Com. Imdos de Petróleo - Requerido: Serta rios e Peças para Veículos Ltda. EPP Ltda. - Rua Suzana, 92 – complemenportação e Exportação Ltda. - RequeLogística em Transportes Ltda. - Rua Rua Subtenente-Aviador Francisco to 992 - 01ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DESEMPREGO TEM A MENOR TAXA DESDE 1997

3

107

mil novas vagas foram criadas no mercado de trabalho da Grande São Paulo em setembro

ALÉM DA CRIAÇÃO DE NOVAS OCUPAÇÕES EM SETEMBRO, O RENDIMENTO REAL TAMBÉM MELHOROU

CAI A TAXA DE DESEMPREGO EM SP Rafael Hupsel/LUZ

A

A indústria foi responsável pela criação de 80 mil ocupações no mês passado, especialmente os setores de vestuário e têxtil e alimentação, diretamente ligados à melhora da renda

Metalúrgicos iniciam greve

O

s sindicatos dos metalúrgicos do Estado de São Paulo decidiram ontem, em assembléia, fazer greve. A cada dia, a paralisação, a princípio de duas horas, será em um município do estado. A categoria reivindica reajuste salarial de 10%, mas os empresários oferecem 3,8%. A chamada "greve Canguru"

começa hoje em 46 empresas metalúrgicas da capital, onde trabalham 29 mil profissionais. Depois de São Paulo, a mobilização segue para Osasco, Guarulhos, Santo André e São Caetano. Dia 1º de novembro, véspera de feriado, os metalúrgicos fazem greve no interior. No dia 6 de novembro, os sindicatos fazem nova plenária na capital paulista para avaliar a re-

percussão e decidir novas estratégias de campanha. As greves terão, inicialmente, duração de duas horas em cada empresa. "Se as propostas patronais não melhorarem, vamos definir novas estratégias de pressão e fazer greves mais longas", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, Eleno Bezerra. (AE)

Brasileiros ganham mais

Latina, conforme pesquisa de Remuneração Total, realizada pela consultoria Watson Wyatt. Somando-se o salário fixo, a parte variável e benefícios, o Brasil chega a pagar o dobro para seus executivos

em relação à Argentina, 64% a mais que a Venezuela e 24% acima do México. Até o ano passado, o mercado mexicano era tido como o melhor pagador da América Latina. O mercado da Costa Rica é o segundo. (AG)

O

s executivos brasileiros são os mais bem remunerados da América

taxa de desemprego na Grande São Paulo ficou em 15,3% da População Economicamente Ativa (PEA) em setembro. É a menor taxa para esse mês desde 1997, de acordo com a Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa estima o contingente de desempregados dos 39 municípios da região em 1,54 milhão de pessoas. Em agosto, o índice de desocupação estava em 16% da PEA. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), o contingente de desempregados diminuiu em 64 mil pessoas em setembro, resultado da criação de 107 mil ocupações. Em contrapartida, 43 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho. A PED destaca a geração de 80 mil postos de trabalho na indústria, alta de 5% sobre agosto, além do aumento de 17 mil cargos no comércio, elevação de 1,3% ante o mês anterior. Houve relativa estabilidade em serviços, com a geração de 15 mil vagas, e em outros setores, concentrados em construção civil e serviços domésticos, que eliminaram 5 mil cargos, uma queda de 0,5%. A pesquisa identificou ainda crescimento do rendimento médio real do total de ocupados e também entre assalariados. Entre julho e agosto, a renda dos ocupados cresceu 2,2%, correspondendo a R$ 1.147, ao

passo que, entre assalariados, ela subiu 2%, para R$ 1.206. A queda na taxa de desemprego foi considerada positiva pelos técnicos das entidades que divulgaram o índice, mas com ressalvas. "Devemos lembrar que a taxa de ocupação somente em setembro retomou o mesmo patamar que era verificado no final de 2005 e no início de 2006", ponderou o gerente de análise da PED pela Fundação Seade, Alexandre Loloian.

15,3 por cento foi o índice de desempregados na Grande São Paulo em setembro, a menor taxa para esse mês desde o ano de 1997 "É de se comemorar também o crescimento da renda nos últimos três meses", apontou o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Efeito cascata – A avaliação dos técnicos é de que o crescimento da ocupação tem sido acompanhado pelo aumento da renda dos trabalhadores da Grande São Paulo, o que tem provocado elevação do consumo, sobretudo de bens duráveis e semiduráveis, caso dos

segmentos de vestuário e têxtil e de alimentação. "A sensação que temos é que, com a renda maior, o mercado se aquece, e como a maior parte dos empregos criados são com registro em carteira, existe a possibilidade de endividamento e isso criou uma expectativa de melhora da economia no fim do ano", avaliou Loloian. Assim, pôde ser justificado o crescimento de 80 mil postos de trabalho na indústria paulista em setembro. A expansão foi generalizada entre os ramos de atividade analisados pela PED: 11,2% em gráfica e papel; 7,5% em vestuário e têxtil; 6,8% em alimentação; 6,1% em química e borracha; e 4% em metal-mecânica. "É possível que gráfica e papel tenha sido influenciado pela confecção de materiais para campanha eleitoral, mas não temos como avaliar isso com certeza", disse Loloian. "O setores de vestuário e têxtil e de alimentação estão atrelados à renda, assim como as confecções também contam com a sazonalidade da produção da nova coleção de moda", pontuou Ganz Lúcio. Futuro – Para eles, o desemprego deverá manter trajetória de queda na Grande São Paulo no período de outubro a dezembro, puxado, principalmente, pelo aumento da ocupação, mesmo que a PEA também venha a subir no mesmo período. Eles também projetaram a continuidade do aumento do rendimento médio. (AE)


4

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

14

MELHORA DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

setores, de 26 pesquisados pela CNI, mostram-se otimistas com a economia.

LIBERAÇÃO DE RECURSOS DO BNDES PARA COOPERATIVAS FOI ANUNCIADA ONTEM

CATADORES GANHAM FINANCIAMENTO Gustavo Miranda/AG

O

Palácio do Planalto recebeu ontem uma delegação de catadores de materiais recicláveis para uma cerimônia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação de uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionada às cooperativas do setor. Na mesma cerimônia, Lula também assinou decreto que institui a coleta seletiva de matérias recicláveis em órgãos federais e instituiu um grupo de trabalho para elaborar políticas públicas para a inclusão social de moradores de rua. A linha de crédito do BNDES prevê o financiamento de obras e reformas de infraestrutura física; de assistência técnica; e capacitação de cooperativados em todo o País. Os interessados devem encaminhar suas propostas ao banco até o dia 20 de dezembro deste ano. Não há limite orçamentá-

A

rio definido para a nova linha. Os recursos a serem disponibilizados pelo BNDES virão do fundo social que o banco forma com parte de seu lucro, ou seja, são recursos não reembolsáveis. Na prática, as cooperativas de catadores de lixo não vão precisar pagar os financiamentos referentes a esses recursos para o banco. Mas, para serem apoiadas, as cooperativas precisarão atender critérios de elegibilidade, tais como estar em atividade legalizada há pelo menos seis meses, e não ter risco sanitário. Vários dos convidados para a cerimônia, realizada às vésperas das eleições, viajaram a Brasília com recursos pagos pelo Ministério do Desenvolvimento Social. De Goiânia, Aparecida e Anápolis, em Goiás, veio um ônibus com 53 pessoas. "O ônibus custou R$ 1,2 mil e o Ministério (do Desenvolvimento Social) é que vai pagar", afirmou José Iramar, que organizou a viagem dos goianos.

Coletas – De acordo com o Ministério das Cidades, para garantir a coleta seletiva nos órgãos federais serão distribuídas 17 mil caixas de papelão destinadas ao recolhimento de jornais, revistas, envelopes e papel branco em todos os edifícios da Esplanada dos Ministérios. Já o grupo de trabalho destinado a elaborar propostas para a inclusão social de moradores de rua será composto por representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde, Educação, Cidades, do Trabalho e da Cultura, além da Secretaria Especial de Direitos Humanos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 5.564 municípios brasileiros, 65% possuem lixões. O sistema de coleta seletiva de resíduos já existe em 327 cidades, sendo que, destas, 43,5% desenvolvem programas em parceria com cooperativas. (Agências)

Viagem grátis para idosos s empresas interestaduais de transporte rodoviário estão obrigadas a destinar duas poltronas de graça para idosos que ganham até dois salários mínimos. Quando as duas cadeiras estiverem ocupadas, o passageiro com mais de 60 anos e renda nesse valor tem direito a desconto de, no mínimo, 50% no preço da passagem.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres divulgou ontem a resolução que define como as medidas, previstas no Estatuto do Idoso, devem ser cumpridas. O idoso precisa solicitar o bilhete no balcão da empresa pelo menos três horas antes da viagem. No dia da viagem, ele deverá estar no terminal de embarque com meia hora de antecedência em

relação à hora de partida, ou pode perder o benefício. Para pagar metade do valor em trechos de até 500 quilômetros, o idoso precisa pedir o bilhete com seis horas de antecedência. Se a distância for maior, a antecedência é de 12 horas. O passageiro precisa apresentar documento de identidade e comprovação da renda de até dois salários mínimos. (ABr)

O presidente Lula recebe catadores de material reciclável em cerimônia no Palácio do Planalto

Atividade industrial volta a crescer, mas otimismo não

D

epois do fraco desempenho do segundo trimestre, a atividade industrial voltou a crescer no terceiro trimestre do ano, mas não o suficiente para melhorar o otimismo dos empresários em relação aos próximos meses. A sondagem industrial realizada este mês pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o setor espera um crescimento menor do faturamento e do emprego e queda nas exportações nos próximos seis meses. O resultado da pesquisa surpreendeu o coordenador de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, era esperada a manutenção do otimismo registrado na sondagem de julho. "O resultado da sondagem mostra que a economia não deve ter crescimento forte no quarto trimestre de forma a reverter as expectativas modestas de expansão da economia este ano, que já foram revisadas para baixo", avaliou. A CNI estima um crescimento 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. Segundo Fonseca, os empresários podem estar sinalizando uma ação mais cautelosa

em relação aos investimentos e compra de matéria-prima. "Evidentemente, uma empresa compra da outra, e se todo o setor começa a ser cauteloso, acaba não crescendo", argumentou Fonseca. Ele acredita que esse fator pode ser um inibidor ao crescimento das pequenas e médias indústrias. A sondagem industrial mostrou que a recuperação da atividade industrial no terceiro trimestre foi sustentada pelas grandes empresas. As pequenas e médias continuaram excluídas do processo. A CNI, no entanto, estima que elas devam ter desempenho melhor no quarto trimestre, puxadas pelo resultado das grandes, que são compradoras de matérias-primas das menores. Estoques – O aumento da produção e do faturamento das indústrias no terceiro trimestre, constatado na pesquisa da CNI, interrompeu uma seqüência de seis trimestres de recuo ou estabilidade. Os setores que mais aumentaram a produção foram os de álcool, limpeza e perfumaria e produtos farmacêuticos. Por outro lado, as quedas mais expressivas ocorreram nos segmentos mais afetados

AFTOSA Campanha de vacinação contra aftosa em São Paulo começa em 1º de novembro.

GREVE

O

s servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) paralisaram suas atividades ontem no Rio de Janeiro por 48 horas. Eles reivindicam mudanças nos critérios de distribuição de senhas. Segundo Janira Rocha, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev), os servidores não podem ser apontados como suspeitos de crime contra o órgão, envolvido em fraudes. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

pela valorização do real: vestuário, madeira e couros. O aumento das vendas, no entanto, não foi suficiente para baixar os estoques nos níveis desejados. Segundo a CNI, os estoques de produtos finais mantiveram-se estáveis em relação ao segundo trimestre, mas ainda continuam elevados nas grandes empresas, principalmente nos setores de material eletrônico e de comunicação, vestuário e têxtil. O nível de utilização da capacidade instalada elevou-se para 73% no terceiro trimestre deste ano, ante 71% no segundo trimestre. O aumento do indicador nesta época é usual e reflete o maior dinamismo na produção industrial com objetivo de atender o aumento da demanda de final do ano. A sondagem também mostrou estabilidade no emprego em relação ao segundo trimestre. Expectativa – Para os próximos seis meses, a indústria espera um crescimento moderado do faturamento e estabilidade na compra de matériasprimas e do emprego. Dos 26 setores pesquisados pela CNI, 14 mostraram-se otimistas, oito a menos que na pesquisa de julho. (AE)

TELEMAR Analistas pedem que investidores se manifestem contra reestruturação da Telemar.

AGÊNCIAS TERÃO COMISSÃO DE 3%

A

s agências de viagens poderão receber comissão de 3%, calculada sobre as tarifas de embarque e serviço de venda de passagens aéreas nacionais e internacionais. Essa comissão atualmente fica com as companhias aéreas. As tarifas de embarque estão embutidas nos valores dos bilhetes vendidos aos consumidores e são cobradas pela Infraero, estatal que gerencia os aeroportos do País. A medida era uma antiga reivindicação das agências

de viagem e foi aprovada na semana passada pela diretoria da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Para entrar em vigor, no entanto, ela terá que ser autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que não tem data para debater o assunto. De acordo com uma fonte da Infraero, a comissão a ser paga às agências de viagem não aumenta os preços para os passageiros, pois não se trata de um percentual adicional (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Liminar obriga empresas de telefonia a fornecer conta detalhada

L

Natura fecha terceiro trimestre com lucro de R$ 133,1 milhões

L

Porto Seguro vende carteira de seguros-saúde individuais para a Amil


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Tr i b u t o s Energia Finanças

5 O concessionário, em resumo, para mover-se, terá que pedir a aprovação da YPFB. Manoel Morales, assessor da presidência da YPFB.

KIRCHNER TEMEPERDER REELEIÇÃO

TANTO O GOVERNO BRASILEIRO COMO O BOLIVIANO ESTÃO CONFIANTES EM FECHAR UM "BOM ACORDO"

CRISE DO GÁS PODE TER DESFECHO FELIZ ABI

Ailton de Freitas / Agência O Globo

O

O ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, espera um "bom acordo" com as petroleiras

Apagão assombra Argentina

A

ameaça de apagões paira mais uma vez sobre a Argentina. Várias usinas estão paralisadas ou com capacidade reduzida, enquanto a demanda cresce tanto pela reativação da economia como pelo calor fora de época que começa a assolar os argentinos. Para tentar driblar uma eventual crise, o governo do presidente Néstor Kirchner está negociando a compra de energia elétrica do Brasil. O plano é importar 300 MW por meio das interconexões de Garabi I e II, no Rio Grande do Sul, na fron-

teira com a província argentina de Corrientes. A Cammesa, a empresa administradora do mercado elétrico atacadista, importou no final do primeiro trimestre 350 MW do Brasil. No último trimestre, foram 500 MW. A venda de energia elétrica brasileira faz parte de um acordo bilateral assinado em dezembro de 2005, que também determina a exportação argentina de gás (1,2 milhão de metros cúbicos diários) para o mercado brasileiro (exceto no inverno). Para evitar os apagões, o governo, nos últimos meses,

importou diesel da Venezuela, aumentou as importações de gás boliviano, reduziu a venda de gás para o Chile (medida que abalou as relações com o país vizinho), e determinou que as indústrias que consumirem acima dos níveis do ano anterior terão de conseguir energia por conta própria no mercado. O g o v e r n o t e m e o s a p agões, já que eles – junto com a inflação e o aumento da criminalidade – poderiam prejudicar a imagem do presidente Kirchner, que ambiciona a reeleição em 2007. (AE)

ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse ontem em La Paz que espera chegar a um "bom acordo" com as petroleiras que operam no País até sábado, quando vence o prazo para a assinatura dos novos contratos de exploração e produção de petróleo e gás. De acordo com a Agência Boliviana de Informações (ABI), Villegas disse em entrevista à imprensa que até agora o governo não fechou acordo com nenhuma petroleira, desmentindo informações de que algumas empresas, como a britânica BG e a francesa Total, já haviam aceitado os termos dos contratos. Prazo intacto – Na entrevista, Villegas e o presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, reafirmaram que o prazo será mantido, como prevê o decreto de nacionalização do dia 1º de maio. Notícias veiculadas na imprensa local apontam que a Petrobras e a YPFB criaram duas comissões conjuntas para definir os últimos pontos de divergência nas negociações. Uma comissão cuidará de aspectos técnicos, a outra se aterá a aspectos legais do contrato. Do lado brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores também aposta na conclusão de um acordo parcial entre a Petrobras e YPFB. Esse acordo intermediário incluiria os tópicos de consenso e indicaria claramente o compromisso de continuidade das negociações sobre os temas pendentes e o detalha-

Celso Amorim: acordo parcial

mento dos pontos já acertados. Fontes próximas ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, argumentam que essa iniciativa contornaria a inflexibilidade do governo boliviano em prorrogar o prazo de 28 de outubro e as conseqüências inevitáveis de qualquer ação unilateral por parte de La Paz. A rigor, o governo Evo Morales poderá expulsar a Petrobras do País caso não haja a conclusão do acordo no prazo estabelecido. Essa iniciativa, portanto, também amenizaria o impacto de uma reação unilateral da Bolívia na véspera do segundo turno das eleições brasileiras. O Itamaraty, entretanto, argumenta que a Bolívia atou-se em uma "camisa-de-força" ao fixar um prazo final para as negociações e certamente sofrerá um sério desgaste se o Brasil levar o caso aos tribunais de Nova York ou da Holanda, como

está previsto no acordo original firmado pela Petrobras e o governo boliviano na década de 1990. Ontem, Amorim deixou claro que o governo brasileiro vai recorrer Diferenças – Os novos contratos de concessão de reservas de petróleo e gás na Bolívia têm "um mundo de diferenças" com relação ao modelo vigente, que atraiu o capital estrangeiro ao país na década passada. A afirmação foi feita pelo assessor da presidência da YPFB, Manoel Morales, uma das cabeças por trás do decreto de nacionalização, ao diário boliviano Opinión. Segundo ele, a estatal local YPFB terá controle absoluto sobre a operação e comercialização da produção e planos de investimentos nos campos produtores. "O concessionário, em resumo, para mover-se, terá que pedir aprovação da YPFB e terá que ter essa autorização dela. Se quer desenvolver serviços de exploração, terá que informar previamente", completou o executivo, integrante do grupo que virou a madrugada do dia 1º de maio finalizando o polêmico decreto da nacionalização de reservas. Os contratos atuais são semelhantes ao modelo brasileiro, nos quais as empresas assumem os riscos de buscar por reservas mas, em caso de sucesso, são proprietárias do petróleo e gás produzido e têm poder de gestão sobre operações e investimentos necessários. (AE)

)* &- &%

)* !" &%

- '0 ) , &>,'' ! " # $% " "8 <E &8 <- "+,$, + & /0 + & 5 " ) * '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7,

& - 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * B "+,$, + " ! C '/0 + #DD " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

)* $ !" $) +(,

A'0 * 6 3 '0 .. >? , &>,'' ! " # $% &A 73+ ) "8 < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #1 " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

& ' ! ( & !! ! " # $ % !!

! "# $ % &'% ( "# $ ) * + , - + , ./ & 012 * ** +, +2%3% 2 . + ) *" .4 # 2 -5 + -6 ) 7 1 % 2#3 !! ( , 8 % # / #% ( 91 #8 +%:# ! %#% ( ! ; ( <2 % &%#0% 8 := > 2 * ;

6 + / + '0 .. , &>,'' /'9 0 ' ! ) " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 2 3 ,' ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 8 3 '0 ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

)* $ &- $) +(, # $ #%'& . $/#' +

# ! ( )* $ !" $) +(,

+( ) (012 0 , ( 3((4

0 ! )* +, ,,

./

>? ! " # $% & '(/9 +:$ <,7 ) * "+,$, + & /0 + & 5 " ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

8 ! " # $% & '(/9 +:$ ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' ",5 ,/, - 6 4 (+ '0, +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

- 8 ! " # $% " " < +4 <- ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + #1 " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, 3 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

! " # $% & '( ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' +/$ 4 , 3 4 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7,

# $ #%&'

!"

! "#$ % & ! '( )* +, ,, - " " $ (


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ECONOMIA

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

ENCONTRO NA ONU MANTÉM IMPASSE SOBRE O CONTROLE DA REDE PELOS ESTADOS UNIDOS

INTERNET GANHA FORÇA POLÍTICA

O

grupo da Organização das Nações Unidas (ONU) criado para debater o controle da internet faz a primeira reunião na próxima segunda-feira com a participa-

ção de representantes de 80 países. Na agenda do encontro há muitos assuntos, exceto o controle da internet, hoje nas mãos dos norte-americanos. O grupo foi criado em 2005, após a Conferência Mundial

sobre Informação, em Túnis, que não conseguiu chegar a um consenso sobre como deveria ser a administração da rede de computadores. O Brasil liderou os países que queriam o fim do monopólio norte-

americano e o Itamaraty considerou uma vitória diplomática a criação do grupo da ONU para debater o assunto. Com 1 bilhão de usuários no planeta, a internet se torna um tema cada vez mais político.

Em 2005, na Tunísia, Brasil, Índia e China apelavam para o fim do controle americano, exercido por meio da empresa I c a n n , d a C a l i f ó r n i a . Wa shington se recusou a aceitar a proposta de democratização

da rede, alertando que uma interferência política poderia retardar o desenvolvimento da web, além de abrir espaço para que governos, como o da China, imponham censuras. A solução foi criar um grupo de trabalho que, por cinco anos, analisará a situação e recomendará ações à ONU. Sem consenso – Questionado sobre o motivo da ausência do principal tema de discussão, Markus Kummer, coordenador do Fórum, explicou que não havia consenso entre os membros do grupo sobre a inclusão ou não do tema. "Achamos que não seria produtivo tratar disso agora e que poderia frustrar o sucesso da reunião." Ele explicou que, para alguns temas, o grupo dificilmente fará recomendação, já que seriam "complexos demais". Kummer admitiu que nem sempre os textos das conferências da ONU, como a de Túnis, são coerentes. "Esses documentos refletem ambigüidades diplomáticas que permitem que todos falem em vitória", afirmou ele. Para representantes brasileiros, o que ocorreu foi a oposição de representantes do setor privado e do próprio governo americano ao debate sob re o c o n t ro l e d a re d e n o primeiro debate na Grécia. Uma das esperanças agora é a de que o tema seja tratado na segunda reunião do grupo, marcada para o final de 2007, no Rio de Janeiro. Kummer não dá nenhuma garantia de que isso ocorra. No mês passado, o governo americano anunciou que começaria a relaxar esse controle sobre a rede e que, em 2009, poderia se desassociar da Icann. A Comissão Européia chegou a emitir um comunicado celebrando a notícia do início do fim do monopólio americano. Mas os países emergentes foram mais cautelosos. Isso porque essa não é a primeira vez que os americanos anunciam o fim do controle. No início do ano, todos acreditavam que chegaria ao fim, o que não ocorreu. Além disso, outro acordo fechado entre o Congresso americano e a Icann estipula que os contratos poderiam ser renovados até 2011. Enquanto isso, a Icann tenta mostrar que é uma entidade internacional. Em dezembro, fará sua conferência anual em São Paulo. A companhia ainda aponta que vários países, inclusive o Brasil, têm representantes em seu conselho, ainda que não possam participar das principais decisões. (AE)

Hackers atacam corretoras

H

ackers equipados com spyware estão custando milhões de dólares em reembolsos às corretoras de valores norteamericanas que operam serviços online de baixo custo e cujos clientes foram vítimas de fraudes. A Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos alertou no começo do mês que criminosos estão assumindo o controle de contas online de corretagem, por meio de spyware, e as operando a partir de locais remotos. A TD Ameritrade Holding é a mais recente corretora a confirmar o problema. A empresa informou que no terceiro trimestre os custos de reembolso a contas de seus clientes saqueadas por hackers atingiram US$ 4 milhões. A concorrente E*Trade Financial saiu mais prejudicada e anunciou que os p rej u íz o s c a u s ad o s p o r fraudes somaram US$ 18 milhões no terceiro trimestre deste ano. (Reuters)


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

CONTAS COMEÇAM A ABSORVER PARCELA DO 13º

1,03

trilhão de reais é a dívida líquida do setor público em setembro

RESULTADO DE SETEMBRO CORRESPONDE A 50.1% DO PIB, A MENOR RELAÇÃO EM CINCO ANOS

DÍVIDA PÚBLICA É A MENOR DESDE 2001

A

dívida líquida do setor público brasileiro fechou setembro em R$ 1,039 trilhão, correspondentes a 50,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual, de acordo com o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, é o menor desde o mês de abril de 2001, quando a dívida estava em 49,95% do PIB. O BC, ao mesmo tempo, revisou para baixo a dívida líquida de agosto, que passou de 50,3% para os mesmos 50,1% do PIB do mês passado. "A revisão foi feita por força da divulgação do PIB nominal do segundo trimestre pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)", disse Lopes. Com a mudança, o valor do PIB em 12 meses até agosto aumentou de R$ 2,055 trilhões

para R$ 2,062 trilhões. Estabilidade – O chefe do Depec acredita que, neste mês, a dívida líquida deverá se manter estável em 50,1% do PIB. O nível de endividamento deverá, no entanto, subir nos últimos meses do ano e terminar 2006 em 50,5% do PIB. A estimativa, segundo Lopes, leva em conta a projeção do mercado financeiro de um dólar cotado a R$ 2,17 no final do ano e a estimativa de que a média da taxa básica de juros (Selic) ficará em 15,1% ao ano em 2006. Apesar da alta, a dívida será menor que no final de 2005, quando equivalia a 51,5% do PIB. Para Lopes, a queda não será maior devido ao aumento da participação dos títulos prefixados na composição da dívida mobiliária do governo federal, que representa a maior parte do endividamento do se-

tor público. "O aumento dos prefixados faz com que o efeito da queda dos juros sobre a dívida seja minimizado." No fim de setembro, 34% da dívida mobiliária já era prefixada, ante 25% em setembro do ano passado. Apesar desse efeito negativo, Altamir Lopes destacou que a elevação da participação dos prefixados representa uma melhora no perfil da dívida e a torna menos vulnerável a eventuais aumentos da taxas de juros de curto prazo. "Uma dívida pósfixada reage mais rápido a flutuações nos juros", disse. Mercado – Ao contrário do BC, o mercado financeiro acredita que a dívida líquida do setor público poderá terminar 2007 abaixo dos 50% do PIB. A última vez que isso ocorreu foi em 2000, quando a dívida foi de 48,78% do PIB. (Agências)

Superávit menor, mas na meta.

A

economia feita pelo setor público para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário, somou R$ 4,575 bilhões em setembro, o menor resultado desde janeiro deste ano. Em agosto, o superávit havia totalizado R$ 13,182 bilhões e, em setembro de 2005, somou R$ 7,57 bilhões. As informações foram divulgadas ontem pelo Banco Central. O valor dos juros de setembro, por sua vez, foi mais do que o dobro do superávit primário: R$ 10,9 bilhões. A queda no valor da economia para o pagamento de juros em setembro deste ano está relacionada ao pagamento de metade do 13º salário dos aposentados e pensionistas, que ocorreu no mês passado. O setor público engloba o governo central (União, Previdência e BC), estados, municípios e empresas estatais. Na decomposição do resultado de setembro, o governo central isolado teve um superávit modesto de R$ 65 millhões, enquanto que o resultado positivo dos estados e municípios foi muito bom –

somou R$ 1,994 bilhão. As empresas estatais, por sua vez, apresentaram um superávit primário de R$ 2,516 bilhões no mês passado. "Todas as esferas de governo apresentaram resultados positivos no mês passado. O superávit primário dos estados e municípios em setembro, de R$ 1,9 bilhão, é o melhor da série histórica para este mês", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Ele disse esperar resultados melhores para os próximos três meses. No acumulado de janeiro a setembro 2006, o setor público registrou um superávit p r i m á r i o d e R $ 8 0 , 5 2 6 b ilhões, ou 5,29% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 86,502 bilhões em igual período de 2005 (6,11% do PIB). Na decomposição do resultado, o governo central apresentou superávit de R$ 49,424 bilhões. Os estados e municípios, por sua vez, economizaram R$ 16,061 bilhões (contra R$ 19,050 bilhões em 2005) e as empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 15,041 bilhões.

Em 12 meses até setembro, melhor forma de acompanhamento do resultado primário, o superávit primário do setor público somou R$ 87,530 bilhões, ou 4,28% do PIB. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia antecipado que esse resultado superaria a meta de 4,25% do PIB. Meta – A meta de superávit primário para o setor público no ano de 2006, segundo informações da Secretaria do Tesouro Nacional, é de R$ 88,7 bilhões. Essa meta equivale a 4,25% do PIB. Desse modo, restam agora cerca de R$ 8 bilhões bilhões de esforço fiscal a serem feitos nos meses de outubro, novembro e dezembro. A economista-chefe da Mellon Global Investments, Solange Srour também acha que o governo cumprirá a meta, mas tem preocupações para o próximo ano. "A meta de 2006 deve ser cumprida, mas a qualidade das despesas é ruim e a receita não deve ter o mesmo comportamento em 2007. Provavelmente o próximo governo terá que promover um corte nos gastos." (Agências)

Boato de aquisições agita mercado

O

s rumores sobre consolidação do setor financeiro voltaram com força ao mercado nas últimas semanas. De um lado, há expectativa de fortalecimento dos bancos estrangeiros com aquisições nas áreas de administração de recursos e mercado de capitais. De outro, especulações sobre compras de grandes instituições de outros países pelos brasileiros. O negócio considerado mais certo pelo mercado é a compra da Hedging-Griffo pelo Credit Suisse, que já estaria na fase de due dilligence, avaliação de riscos e responsabilidades de ambos os lados. "A transação faz todo o sentido, pois fortaleceria a posição do Credit Suisse na gestão de recursos", avalia o

presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. A Hedging-Griffo hoje destaca-se no segmento de administração de recursos de terceiros, com patrimônio de R$ 15 bilhões. O Credit Suisse, por sua vez, tem grande posição em gestão de recursos desde que comprou o banco de investimento Garantia, em 1998. Fator – Também especula-se no mercado sobre o interesse do Lehman Brothers pelo Banco Fator. A instituição brasilei-

ra nega que tenha recebido qualquer oferta e que esteja à venda. O banco está até pedindo autorização ao Banco Central para a abertura de uma corretora nos Estados Unidos. Na avaliação de especialistas, os diversos rumores têm como base o interesse dos estrangeiros pelo mercado de capitais nacional, que tende a crescer à medida que o Brasil se aproximar da classificação de grau de investimento pelas agências internacionais. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

John Gress/Reuters

Fed mantém juro em 5,25% ao ano

O

Federal Reserve (Fed), o banco central norteamericano, decidiu ontem manter a taxa de juro dos Estados Unidos pela terceira reunião consecutiva, dizendo que a economia deve crescer em ritmo mais moderado, mas que ainda vê alguns riscos inflacionários. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa em 5,25%, nível atingido em junho, após 17 aumentos seguidos desde meados de 2004. "As leituras do núcleo da inflação têm sido elevadas, e o alto nível de utilização de recursos tem potencial de sustentar as pressões inflacionárias", apontou o Fed em comunicado. "Contudo, as pressões inflacionárias devem provavelmente moderar ao longo do tempo." Como nas reuniões recentes, os membros do Fed afirmaram mais uma vez que seu foco está principalmente nos riscos inflacionários, deixando a porta aberta para possíveis aumentos do juro.

Mercado não se surpreendeu com manutenção da taxa de juro

Reflexos – No Brasil, o dólar fechou em baixa, acompanhando a reação da moeda no exterior depois do anúncio do Fed. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,146, com perda de 0,23%. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Petrobras e Vale – empresas importantes no Ibovespa, o principal índice da bolsa – encerraram o pregão de ontem com altas de 3,34% e 1,6%, respectivamente.

O movimento de valorização compensou a forte queda das ações da Arcelor, que despencaram 7,4%, devido à insatisfação com o valor da oferta pública de compra dos papéis dos acionistas minoritários da Arcelor Brasil. A Bovespa fechou o pregão com leve alta de 0,16%, a 39.562 pontos. O volume financeiro do dia foi forte, de R$ 2,875 bilhões, resultado de 110.431 operações. (Agências)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

BENEDICTO FERRI DE BARROS

NUVENS CONJUNTURAIS ão é a primeira vez na história recente do País que corremos o risco de tentar nos antecipar à História recorrendo a idéias e procedimentos arcaicos, que a História já arquivou. Esclarecendo: isso sucedeu sob o governo de Jango Goulart, um afilhado ignorantão de Getúlio, que não era vermelho, mas côr-derosa, e acreditava que uma república sindicalista poderia resolver os chamados "problemas sociais" do Brasil. Escapamos da ameaça pela intervenção do Exército, pagando os custos dessa ação não-civil.

inguém ignora a existência de "problemas sociais" no País. Cada país tem os seus. O erro - mais do que isso, o crime - está no diagnóstico e na terapêutica que o ideologismo marxista do PT e seu fundador e coringa entende aplicar. "Na marra" não se faz nada duradouro. Não se salta o ritmo da História. Nos seus menos de 200 anos de identidade política nacional, nosso país tem sob todos os aspectos caminhado em todos os setores a uma velocidade historicamente inusitada. A história de todas as

N

Reprodução

N

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

iferentemente de Jango, Lula se apoiou numa gang de marxistas extremistas, revolucionários, muitos deles guerrilheiros formados por Fidel Castro. Companheiros que chamou de aloprados e burros, e que quando despencaram ou fugiram da vida pública, inutilizados pelos escândalos e ilícitos que cometeram, abandonou-os como baixas da guerra santa pela redenção dos pobres do Brasil. Sua última vítima acabou sendo o chefe petista Berzoini.

D

Cesar Diniz/Digna Imagem

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Jango apoiou a república sindicalista

A BOMBA-RELÓGIO, PARTE III G Tudo o

que resta ao novo presidente é a reforma da Previdência com mudanças estruturais G É preciso combater fraudes, cobrar alíquotas menores das micro empresas e atrair o trabalhador informal, que não contribui. GA assistência médica deve merecer uma contribuição separada, ainda que mínima

G Enquanto essas causas não forem atacadas, o futuro da Previdência será cada vez mais crítico.

a p ró x i m a semana, o resultado das urnas já terá definido quem será o novo presidente do Brasil. Independentemente de colorações político-partidárias, o futuro presidente do País vai encontrar pela frente vários desafios. O maior deles, sem m e n o s p r e z a r n enhum outro, será combater ou ao menos controlar o déficit da Previdência Social. A Previdência Social já foi objeto de duas reformas, a primeira em 1998, ainda sob o governo Fernando Henrique Cardoso. A Emenda 20 trouxe como principal alteração, a fixação da idade mínima para a aposentadoria aliada ao tempo de contribuição, tanto dos servidores públicos das esferas municipal, estadual e federal, como também dos trabalhadores da iniciativa privada (INSS). Para estes, também foi introduzido o fator previdenciário com vistas a baixar os valores dos benefícios recebidos pelos trabalhadores quando se aposentam. A segunda reforma foi feita no final de 2003, já sob as hostes do governo Lula, através da

N

Emenda Constitucional 41, e focou, basicamente, a previdência dos servidores públicos. Entre as principais alterações, pode-se destacar a fixação da contribuição previdenciária de 11% para os servidores inativos e de um teto para aposentadorias e pensões de todos os servidores públicos, além do estabelecimento de idade mínima dos atuais servidores para 60 anos, homem, e 55 anos, mulher. Apesar das duas reformas realizadas trazerem pontos positivos, não há estudos que apontem sua eficácia no combate ao déficit da previdência social, que cresce a cada dia. Em agosto, por exemplo, nos cofres da Previdência Geral, administrada pelo INSS, números apontam um déficit de R$ 3,1 bilhões, número 15,6% maior do que aquele registrado no mesmo mês do ano de 2005, de R$ 2,682 bilhões. De janeiro a agosto deste ano, o déficit acumulado atingiu R$ 25,577 bilhões, contra os R$ 22,612 bilhões do mesmo período do ano passado, ou seja, um aumento de 13,1%. Ainda em agosto

passado, o secretário da Previdência Social, Helmut Schwarzer, anunciou que mantém em R$ 41 bilhões a estimativa de déficit nas contas do INSS para este ano. iante desses números, tudo o que resta ao novo presidente é propor uma nova reforma da Previdência Social, dessa vez com mudanças estruturais que possam evitar o aumento gradativo do déficit. Para tanto, as discussões devem reunir propostas de especialistas no assunto, assim como de representantes da sociedade civil organizada. Vale apontar aqui quatro problemas básicos da Previdência Social no Brasil. O primeiro deles é o ambicioso programa da previdência e assistência que promete cerca de 22 benefícios e serviços e larga faixa de assistência. O segundo diz respeito à pulverização dos recursos, conseqüência do ambicioso programa do qual d e c o r re m p re s t ações mínimas para o segurado que nem pode se aposentar. O terceiro é a assistência médica que, não obstante de cus-

D

to incalculável, é ilimitada e gratuita, e está embutida nas contribuições devidas pelos segurados. O quarto e último envolve a Desvinculação das Receitas da União (DRU), válida até dezembro desse ano e que todos os meses fica com 25% das receitas da Previdência para utilização em outras áreas. Enquanto essas causas não forem atacadas, a situação da Previdência Social será cada vez mais crítica. Sobre as soluções possíveis, é preciso antes se debruçar sobre o programa, identificar as prioridades, racionalizar a distribuição dos benefícios e serviços, substituindo as prestações pouco significativas para os segurados ou até mesmo, se outra solução não houver, suspendendo temporariamente um ou outro benefício ou serviço. A assistência médica deve merecer uma contribuição separada, ainda que mínima, por exemplo, 0,5% (meio por cento) sobre a contribuição. O segmento da assistência médica deve ser adaptado ao sistema privado de livre escolha.

previdência básica, relativa às aposentadorias, que é o objetivo central do sistema, e auxílios pecuniários relativos a contingências sociais, tais como a enfermidade decorre n t e d e d o e n ç a s profissionais, gravidez e velhice, devem ser estatais – até porque a dispensa do empregado está coberta pelo sistema de FGTS, de natureza eminentemente previdenciária. Com relação aos 25% destinados à DRU, é preciso rever esse percentual e refletir sobre a canalização desses recursos para o próprio caixa da Previdência, até para saber qual o seu exato destino. É p re c i s o , t a mbém, combater as fraudes, avaliar possibilidades de alíquotas de contribuição menores para micro e pequenas empresas e, principalmente, projetos de crescimento econômico que permitam tirar da informalidade milhares d e t r a b a l h a d o re s que hoje não contribuem para a Previdência Social porque ela não lhes oferece nenhum atrativo.

A

CLÁUDIA TIMÓTEO, DA INNOCENTI ADVOGADOS ASSOCIADOS

a atual conjuntura política se repetem nuvens semelhantes as daquela passagem. Temos novamente um ignorantão no comando presidencial do País. Uma personalidade que identificamos logo de início, e aqui descrevemos, como inteligentíssimo, carismático e messiânico. E que no exercício de seu mandato evidenciou outros traços pessoais e operacionais. Ser um adito etílico, um indivíduo espertíssimo, um omisso administrativamente falando, um populista desabusado, um mentiroso reconhecido. Antes mesmo de sua posse, em conversa com amigo de elevado gabarito pessoal, ao lhe passar o perfil que fazíamos de Lula, lhe manifestamos nosso temor com relação às seqüelas que poderiam advir de sua frustração e derrota política. Por prudência, comedimento (para não lançar gasolina na fogueira) comentamos estar sob um governo ideológico do tipo marxista-comunista, quando os fatos públicos davam provas incontestáveis de que a "estrela vermelha" tomara conta do País. Já não só nas suas bandeiras, mas inclusive, plantada nos canteiros do Palácio do Planalto. Não seríamos cridos antes disso.

N

soluções revolucionárias tem sido a de uma queda na violência e de uma regressão ao despotismo de direita ou de esquerda. O humanismo das esquerdas brasileiras se corrompeu por seu arcaico ideologismo marxista esposado por seus intelectuais. evidente que na sua ignorância funcional, Lula ignora tudo isso. Mas é um doutor "honoris causa" nas maquinações que, mesmo sem ler, aprendeu por osmose e operacionaliza como maracutaias na sua qualidade de autoinvestido messias, destinado a resolver os "problemas sociais" do povo brasileiro. Nos dias correntes, são essas as nuvens que ensobrecem a atmosfera política nacional.

É

BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

G Voltam nuvens semelhantes às de 64. Temos novamente um ignorantão no comando do País.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894



perdeu a hegemonia, o consenso e a integração com a sociedade civil, tornando o Estado burguês vulnerável à conquista e à destruição pelas classes subalternas guiadas pelo Partido revolucionário. Nem todo rompimento entre governados e governantes é uma crise orgânica, digamos, uma crise institucional. Há também crises que se colocam em níveis menores: - Crises político-sociais - Crises de hegemonia ou de autoridade. Quando a classe dominante perde o consenso da sociedade civil, significa que deixou de ser dirigente e só permanece dominante graças apenas ao poder de coerção que ainda dispõe. Houve o rompimento das massas com a ideologia tradicional, o sistema democrático burguês. Neste ponto da vida nacional, como se refere Gramsci, "o velho morreu e o novo não pode nascer". É a crise orgânica, que pode antecipar as condições para a tomada do poder, mas que deve ser conduzida e usada para que se realize esta meta. O Partido se constituiu como organização política exatamente para ser capaz de dirigir a crise. Nos regimes parlamentaristas, a crise pode resultar do seu funcionamento particularmente pelas dificuldades crescentes de se formarem os gabinetes, da instabilidade dos próprios gabinetes e da freqüência cada vez maior das substituições de governo. A crise de governo no parlamentarismo pode oferecer, no seu momento agudo e associado à instabilidade econômica e social, oportunidade do Partido das classes subalternas se apresentar como única solução institucional, mas por sua organização, coesão e hegemonia .Assim pode chegar ao governo e exigir poderes excepcionais para resolver a crise. Este pode ser o primeiro passo concreto para o Golpe-de-Estado incruento e para a tomada do poder. Foi assim na Itália em 1922 com o fascismo, na Alemanha em 1933 com os nazistas e na Checoslováquia em 1946 com os comunistas. A crise parlamentar é um caminho interessante de se chegar ao poder, mantendo todas as aparências de fidelidade ao jogo político democrático. *** A concepção estratégica gramsciana não indica claramente a tática de ruptura no momento da crise orgânica e da tomada do poder. Subentende-se que esta vai depender das condições do instante histórico, da 14 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

"correlação de forças" que "justifica uma atividade prática, uma iniciativa de vontade" e, em última análise, de uma decisão oportuna dos dirigentes do Partido. Entretanto, Gramsci indica, discretamente e com aparência de generalização, que a tomada do poder deverá ser um ato de força. Para o instante em que a "situação culmina e se resolve efetivamente, ou seja, torna-se história" (momento da ruptura) o braço político e o braço armado do Partido têm que estar muito bem preparados para serem empregados no "momento favorável". A luta de classes se manifesta numa permanente relação ou confronto de forças sociais, políticas e, em última instância, militares. A Relação de Forças Militares está ligada ao momento "imediatamente decisivo em cada oportunidade concreta". Nesta curta referência, e em outras passagens, Gramsci não abre completamente o pensamento, mas dela se pode deduzir que está falando do momento da "ruptura" (superação inopinada da legalidade burguesa) e da tomada do poder como ato de força, porque o grupo dominante não o cederá sem luta. Não entra em detalhes nem indica categoricamente a forma política ou militar para a conquista do Estado. Entretanto, o seu espírito pragmático se revela nos comentários e não deixa de considerar as alternativas objetivas para a chegada ao poder, não se iludindo com o determinismo histórico. O assalto ao poder leninista é precedido pela "fase democrático-burguesa" que culmina na criação das condições subjetivas e objetivas para o desencadeamento da tomada do poder. A concepção gramsciana, diferentemente, é precedida pela obtenção da hegemonia e do consenso na sociedade civil e pela neutralização das "trincheiras" da burguesia. No momento da crise orgânica, a sociedade já está "subvertida" e suas defesas já estão "minadas". *** Numa rápida apreciação, pode-se verificar que a ruptura e a tomada do poder podem ser conduzidas pelo emprego de três atos de força diferentes: - Golpe-de-Estado (conquista do poder) - Levante Armado (assalto ao poder); - Guerra Civil Revolucionária (tomada do poder) Deve-se lembrar que estes diferentes atos de força podem ter as mais variadas concepções, todas condiciona-


DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 25


Todos os meios de formação do novo senso comum são também aqueles que se engajam na luta pela neutralização do "aparelho hegemônico burguês". Todavia, os elementos principais são os órgãos de comunicação de massa, não só os que estão sob controle dos intelectuais orgânicos mas ainda os outros que acompanham a "pauta" destes, para não perderem a audiência ou os leitores dos seus veículos de divulgação. Os órgãos da mídia "orgânica" mantêm uma pauta permanente abrangendo os temas a serem explorados. Quando os acontecimentos não trazem por si só os escândalos, a corrupção, as denúncias e os fatos e acidentes propícios à utilização, os assuntos são trazidos a público periodicamente por meio de artifícios jornalísticos, mantendo a "orquestração". Não raro, estes artifícios se valem da meia-verdade, da verdade manipulada, da "armação", quando não da inverdade. Os meios de comunicação social privados e estatais da burguesia, são também "trincheiras" que devem ser neutralizadas com prioridade.

dades e até mesmo segurança pública. Na maioria dos casos, ainda têm forma de atuação reivindicatória e controladora do governo e dos governantes como, por exemplo, protesto e obstrução a determinadas iniciativas do Estado e a exigência de "amplo debate" e de "audiência" antecipada da sociedade civil como condição prévia para a realização de determinadas obras públicas e projetos sociais. O mais significativo, porém, é o crescente número de convênios entre o Governo e organizações não-governamentais para a realização principalmente de projetos sociais e preservacionistas. Estes convênios, além de levarem recursos públicos às entidades da sociedade civil organizada, são a maneira mais eficiente, embora lenta e discreta, de realizar a "ampliação do Estado". Estas novidades que, à generalidade das pessoas, podem passar por uma moderna evolução da democracia, na verdade são parte da concepção gramsciana de transição para o socialismo. ***

O "Estado Ampliado" A "ampliação" do Estado, isto é, a absorção deste pela sociedade civil, segundo a estratégia de Gramsci, deve ser iniciada ainda na fase de luta pela hegemonia, antes mesmo da tomada do poder. Objetivamente, este empreendimento é conduzido pela "sociedade civil organizada", mais precisamente pelos "aparelhos privados de hegemonia" das classes subalternas e dos seus aliados. A "ampliação" se dá à medida em que estes aparelhos (organizações) vão assumindo certas funções estatais. Por isto, as chamadas organizações voluntárias não-estatais têm proliferado, muitas sob a denominação genérica de organizações não-governamentais (ONGs), cuja sustentação financeira nunca tem sua origem muito bem conhecida. Mas o fato é que seus recursos não são poucos, antes são abundantes e suficientes para financiar os mais variados projetos e iniciativas e para manter um grande número de pessoas ativas sob os títulos de ambientalistas, especialistas, defensores disto e daquilo, pacifistas, etc. Enfim, um exército de intelectuais orgânicos assalariados, alguns dos quais vêm ganhando notoriedade nacional e assídua presença nos meios de comunicação social. Em termos de efetiva "ampliação do Estado", já é visível o papel das ONGs no exercício de algumas funções publicas. Inicialmente, ainda nas áreas limiares, entre a fraca função ou a omissão estatal e a iniciativa dos "indivíduos privados": ambientalismo, direitos humanos, educação, saúde, administração de comuni26 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

Superando Lênin, sem o negar, entretanto, Antonio Gramsci propôs uma nova estratégia de "transição para o socialismo". Após o colapso do comunismo soviético, suas idéias passaram a ter especial interesse em todo o mundo como uma alternativa e como um modelo revolucionário próprio, para as sociedades do tipo "Ocidental". Por isto, a estratégia gramscista é hoje acolhida por uma importante parcela da esquerda marxista brasileira e vem tendo um significativo êxito na sua aplicação prática, particularmente a partir de 1980. Os avanços revolucionários chegaram a um ponto tal que alguns intelectuais democratas acham que já é irreversível. Entretanto o movimento revolucionário apresenta deficiências e vulnerabilidades que, exploradas inteligentemente, permitem ainda a sua contenção e reversão. Mas, se a sociedade nacional permanecer como espectadora impassível, complacente e até mesmo simpática à reforma intelectual e moral que vem sofrendo, certamente a revolução marxista-gramscista será vitoriosa a médio prazo. E, assim, o Brasil será o exemplo histórico de ter sido o primeiro país no mundo onde a concepção gramscista de tomada do poder terá tido êxito. O socialismo marxista, portanto, é uma nova ordem econômica, política e social que supera o capitalismo e que serve de berço para a transformação revolucionária que, num dado momento histórico, produz o advento do comunismo; para Gramsci, sociedade regulada.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

BALANÇOS

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

EXTRAVIOS COMBRAS COMÉRCIO E INDÚSTRIA DO BRASIL S/A

CNPJ nº 61.345.096/0001-14 Relatório da Diretoria Senhores acionistas, em atendimento às disposições legais e estatutárias apresentamos as Demonstrações Contábeis do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO - (Em milhares de reais) DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO - (Em milhares de reais) ATIVO 2005 2004 PASSIVO 2005 2004 CIRCULANTE 151.006 296.831 CIRCULANTE 26.659 389.492 2005 2004 Caixa e bancos 2.097 1.645 Fornecedores 17.796 339.608 Receita bruta de vendas 241.648 310.318 Aplicações Financeiras 3.053 3.288 Empréstimos e financiamentos 5.320 17.085 Deduções de vendas (76.287) (81.100) Clientes 94.115 139.239 Impostos a pagar 67 9.783 Receita líquida de vendas 165.361 229.218 Estoques 12.684 90.602 Obrigações trabalhistas e sociais 2.795 3.209 Custo dos produtos vendidos (153.456) (210.738) Impostos a recuperar 22.896 30.372 Contas a pagar 681 19.807 Lucro bruto operacional 11.905 18.480 Adiantamento a fornecedores 14.669 14.466 Receitas (despesas) operacionais (43.913) (77.011) Outras contas a receber 1.473 17.161 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 126.432 21.658 Receitas financeiras 17.767 18.341 Despesas do exercício seguinte 19 58 Débitos com empresas ligadas 108.623 3.886 Despesas financeiras (46.241) (80.205) REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 599 204.073 Obrigações trabalhistas e sociais (Parcel.) 17.809 17.772 Vendas (2.814) (5.794) Créditos com empresas ligadas 201.848 Gerais e administrativas (12.774) (12.832) Créditos com investidores 194 1.871 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 25.665 117.945 Outras receitas operacionais 149 3.479 Empréstimos compulsórios 405 354 Capital social 160.287 226.293 Prejuízo operacional (32.008) (58.531) PERMANENTE 27.151 28.191 Reserva de capital 7.187 Receitas (Despesas) não operacionais (38) 12.437 Investimentos 21.115 4.721 Prejuízos acumulados (134.622) (115.535) Prejuízo do exercício (32.046) (46.094) Imobilizado 6.034 23.467 Prejuízo por lote de mil ações (sobre a Diferido 2 3 (85,55) (87,17) TOTAL 178.756 529.095 TOTAL 178.756 529.095 quantidade de ações ao final do exercício) - R$ DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nota 4 - Impostos a Recuperar - Composição: Consolidado DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO (Em milhares de reais) EM 31 DE DEZEMBRO - (Em milhares de reais) Contas 2005 2004 2005 2004 Capital Res. de Imposto de Renda a Compensar 324 314 ORIGENS DOS RECURSOS Real./Atual. Cap. Lucros ICMS a Compensar 21.274 26.951 Das operações Prejuízo do exercício (32.046) (46.094) Capital Res. de (Prej.) Crédito Presumido de IPI 1.973 Itens que não afetam o capital circulante líquido Social Reav. acumul. Total PIS/Cofins Crédito Presumido 1.177 1.067 - Depreciação e amortização 1.493 1.844 Saldo em 31/12/2003 432.642 7.806 (70.415) 370.033 Outros 121 66 - Variações monetárias líquidas do longo prazo (4.457) (5.262) Red. de Cap.-AGE de 22/01/04 (106.519) - (106.519) Total 22.896 30.371 16.395 79.680 - Custo contábil de ativos permanentes baixados Red. de Cap.-AGE de 02/04/04 (99.830) - (99.830) Nota 5 - Clientes - Valores a receber por vendas dos produtos produzidos - Ajustes de exercícios anteriores - Refis 1.982 0 Real. Res. de Reavaliação (974) 974 0 na zona Franca de Manaus, com constituição de provisão para devedores - Realização Imposto de Renda/CSLL -reavaliação 3.790 355 Real. I.R. e C. Social s/ Reav. 355 355 duvidosos no valor de R$ 1.568 mil. Do total a receber de clientes, o monPrejuízo do exercício - (46.094) (46.094) tante de R$ 4.741 mil refere-se a créditos junto a empresas do grupo. Nota Dos Acionistas Redução de Capital (66.006) (206.349) Saldo em 31/12/2004 226.293 7.187 (115.535) 117.945 6 - Débitos com Empresas Ligadas - Refere-se a empréstimos contraídos Red. de Cap.-AGE de 22/11/05 (66.006) - (66.006) de empresas ligadas, respaldados por contratos de mútuo, acrescidos de De terceiros Redução do Realizável a Longo prazo 203.474 33.473 Ajuste de exercícios anteriores 1.982 1.982 atualização monetária com base em taxas compatíveis com as utilizadas Aumento do Exigível a Longo prazo 110.360 607 Real. Imp. de Renda/CSLL -Reav. - 3.790 3.790 pelos nossos credores. Nota 7 - Investimentos - Os investimentos em em234.985 (141.746) Realização Reserva de Reavaliação presas controladas e coligadas referem-se a bens do ativo imobilizado trans- TOTAL DAS ORIGENS Baixa Reserva de Reavaliação - (10.977) 10.977 - feridos para integralização na empresa: SBRE Administração e Participa- APLICAÇÕES DE RECURSOS Prejuízo do exercício - (32.046) (32.046) ções Ltda., apresentando um porcentual de 99,46% no Capital total da em- No ativo permanente Inversões em investimentos 16.395 0 Saldo em 31/12/2005 160.287 0 (134.622) 25.665 presa. Composição: Inversões em imobilizado 374 1.836 Descrição 2005 2004 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Aumento do diferido 80 87 Participação em empresas controladas e coligadas 16.394 EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 - (Em milhares de reais) 981 981 Para outros fins Nota 1 - Apresentação das Demonstrações Contábeis - As demonstra- Terrenos e Edifícios Transferência do exig. a l. prazo para o circulante 1.128 1.119 1.161 1.161 ções contábeis são elaboradas e apresentadas em conformidade com as Obras de arte 17.977 3.042 2.579 2.579 TOTAL DAS APLICAÇÕES disposições da Lei das Sociedades por Ações, as quais não prevêem o Outros ACRÉSCIMO (DECRÉSCIMO) DO CAP. CIRC. LÍQ. 217.008 (144.788) Total 21.115 4.721 reconhecimento dos efeitos inflacionários. Nota 2 - Sumário das PrinciREPRESENTADO POR: pais Práticas Contábeis - a)- As aplicações financeiras estão registradas Nota 8 - Imobilizado Ativo circulante: No início do exercício 296.831 62.304 ao custo acrescido dos rendimentos proporcionais auferidos até a data do Composição: No final do exercício 151.006 296.831 Contas Taxas Anuais encerramento do exercício. b)- A provisão para créditos de liquidação duvi(145.825) 234.527 Dep./Amort. 2005 2004 dosa no valor de R$ 1.568 mil foi fundamentada na análise das operações 24 1.477 Passivo circulante: No início do exercício 389.492 10.177 em aberto procedida pela administração, sendo levada em consideração, a Terrenos 4% - 16.702 No final do exercício 26.659 389.492 conjuntura econômica, a experiência e os riscos potenciais da carteira com Edifícios Máquinas, equipamentos e (362.833) 379.315 base no departamento de cobrança. c)- Os estoques estão registrados aos Instalações 10% 18.362 22.140 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 217.008 (144.788) custos médios de aquisição ou produção, inferiores aos preços de mercado Moveis e Utensílios 10% 5.105 5.122 ou aos seus valores líquidos de realização. As mercadorias em trânsito e as Veículos 20% 937 937 NOTA 10 - Capital Social - Através de AGE realizada em 22/11/2005, a importações em andamento estão registradas ao custo identificado. d)- O Outros itens 10% 9.225 5.438 companhia procedeu à redução de capital social no valor de R$ 66.006 mil, imobilizado está registrado ao custo de aquisição ou construção. A depreciImobilizações em andamento 33 33 mediante restituição à Controladora SRH – Participações S/A, com conseação é calculada pelo método linear, mediante aplicação de taxas que le33.686 51.849 qüente diminuição total de 154.259.986 (cento e cinqüenta e quatro mivam em conta a vida útil-econômica dos bens. e)- As receitas e as despesas Depreciação Acumulada (27.652) (28.382) lhões, duzentos e cinqüenta e nove mil e novecentos e oitenta e seis) ações estão registradas pelo regime de competência. f)- Os empréstimos e finanTOTAL 6.034 23.467 preferenciais. Dessa forma, o capital social em 31 de dezembro de 2005 ciamentos/fornecedores do exterior são atualizados pelas variações moneNota 9 - Empréstimos e Financiamentos - Contratos com finalidade de está representado por 374.602.284 (trezentos e setenta e quatro milhões, tárias e cambiais incorridas até a data do balanço e os respectivos juros capital de giro e investimentos, tendo a seguinte composição: seiscentos e dois mil e duzentos e oitenta e quatro) ações, 319.866.021 transcorridos estão provisionados. g) O imposto de renda é calculado com 2005 2004 (trezentos e dezenove milhões, oitocentos e sessenta e seis mil e vinte e base no resultado, ajustado ao lucro real pelas adições e exclusões previsLongo Longo uma) ações ordinárias e 54.736.303 (cinqüenta e quatro milhões, setecentas na legislação vigente. A contribuição social é calculada às alíquotas Circulante Prazo Circulante Prazo tos e trinta e seis mil e trezentos e três) preferenciais, sem valor nominal. vigentes, sobre o resultado antes do imposto de renda. Nota 3 - Estoques Em moeda Nacional Nota 11 - Seguros Contratados - A empresa mantém seguros contratados Composição: 2005 2004 Empréstimos corrigidos Libor + com a Seguradora Bradesco Seguros S/A, atualizados mensalmente, para Mercadorias/Produtos acabados 9.615 58.143 Variação Cambial + Juros cobertura de sinistros em seus imóveis e dos respectivos estoques armazeMatérias-primas 821 14.692 nados. Nota 12 - Partes Relacionadas - As operações com empresas do 5.320 17.085 Material de expediente e manutenção 0 87 TOTAL 5.320 17.085 - grupo foram efetuadas em condições usuais de mercado. Mercadorias em trânsito e Importações em andamento 2.248 17.680 Total 12.684 90.602 Diretor Presidente: Isaac Sverner - Diretores: Arnaldo Pavlovsky, Claudio de Oliveira Vilão, Kendy Gomez Carvalho, Luiz Muro, Mario Chiogi Ito, Marcílio Reis de Avelar Junqueira, Denilson Signorelli, Francisco Ferreira da Silva, Everton dos Santos Nunes, Marcia Vianna Muniz Simioni, Osvaldo Antonio Gonçalves, Rogerio Fleury da Silveira Alves, João Carlos Antigo PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES sos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planeja- das no § 3 acima, as dem. contábeis referidas no § 1º, representam adequaAos Administradores e Acionistas mento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de damente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e finanCombras Com. e Ind. do Brasil S/A. - Manaus - AM 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Combras Com. e Ind. do Bra- transações e os sistemas contábil e de controles internos da Cia.; (b) a ceira da Combras Com. e Ind. do Brasil S/A. em 31/12/2005 e 2004 o sil S/A. em 31/12/2005 e 2004 e as respectivas dem. do resultado, das constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que su- resultado de suas operações, as mutações de seu patrim. líq. e as origens e mutações do patrim. líq. e das origens e aplic. de recursos referentes aos portam os valores e as informações contábeis divulgados; (c) a avaliação aplicações de seus recursos, referentes aos exerc. findos naquelas datas, e exerc. findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. administração. Nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião adm. da Cia., bem como da apresentação das dem. contábeis tomadas em São Paulo, 03 de maio de 2006. sobre essas dem.. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as conjunto. 3. A Cia. figura como ré em processos nas áreas cível trabalhista e LOUDON BLOMQUIST Sérgio dos Santos Gonçalves normas de auditoria aplicáveis no Brasil as quais requerem que os exames fiscal, sem constituição de provisão para contingências, vez que, seus asContador sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação sessores jurídicos não acreditam na possibilidade de perdas materiais nes- AUDITORES INDEPENDENTES CRC-2RJ000429-S-6 CRC-1RJ056082/0-3 S-AM das dem. contábeis em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nos- sas ações. 4. Em nossa opinião, exceto quanto às circunstâncias menciona-

SRH PARTICIPAÇÕES S/A E EMPRESAS CONTROLADAS CNPJ nº 06.119.717/0001-33 RELATÓRIO DA DIRETORIA Srs. Acionistas: em atendimento às disposições legais e estatutárias, submetemos, à aprecição de V.Sªs., as Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31/12/2005. (Em Reais Mil) A DIRETORIA. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO - (Em milhares de reais) DEMONSTRAÇÃO DAS ORIG. APLIC. DE REC. - (Em milhares de reais) 2005 2004 2005 2004 2005 2004 Contro- Conso- Contro- ConsoContro- Conso- Contro- ConsoContro- Conso- Contro- ConsoATIVO ladora lidado ladora lidado PASSIVO ladora lidado ladora lidado ladora lidado ladora lidado CIRCULANTE 57 805.889 72 717.874 CIRCULANTE 4.436 428.229 622 367.947 Das Operações Caixa e bancos 5 10.187 5 10.623 Fornecedores 1 154.968 - 55.914 Lucro Líquido/Prejuízo do exercício 1.167 (64.168) 36.523 (53.624) Aplicações Financeiras 56.096 - 62.070 Financiamentos e empréstimos - 155.271 - 226.466 - Participações dos minoritários - (4.942) - (1.329) Clientes - 263.964 - 167.091 Impostos a pagar 18 2.816 - 11.931 Itens que não afetam o cap. circ. líq. Estoques - 171.591 - 246.801 Obrigações trabalhistas e sociais 53.792 - 44.817 - Depreciação e amortização - 27.269 - 26.846 Impostos a recuperar - 164.885 - 166.152 Dividendos a pagar 561 561 561 561 - Custo cont. de ativos perman. baix. - 62.596 - 104.199 Outras contas a receber 52 136.230 67 63.914 Outras exigibilidades 3.856 60.821 61 28.258 - Variações monetárias líq. do l. prazo 7.274 - 18.578 Despesas do exercício seguinte 2.936 1.223 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 5.394 338.323 33.515 337.717 - Reservas de Incentivos Fiscais - 44.575 - 52.042 REALIZÁVEL A L. PRAZO 43.261 81.614 437 183.372 Financiamentos e empréstimos - 114.847 - 106.723 - Rever. Luc. n/ Realiz. nos Estoq. (15.189) Créditos com empresas ligadas 43.261 64.477 437 166.001 Fornecedores 9.224 443 - Result. da aval. de investimentos (8.096) - (40.909) (11.788) Créditos com investidores 6.932 8.609 Impostos a pagar 7.105 - 28.805 - Realiz. Reservas de reavaliação - (3.232) (3.687) (9.406) Empréstimos compulsórios 10.205 8.762 Empresas controladas e ligadas 5.394 14.687 33.515 14.286 - Reversão/Prov. Imp. de renda/CSLL - 14.597 1.968 PERMANENTE 461.090 357.457 549.912 356.857 Obrigações trabalhistas e sociais - 191.855 - 187.000 - Reser. (Amort.) Ágio sobre invest. - 37.104 Investimentos 461.090 66.098 549.912 64.037 Outras exigibilidades 605 460 - Amort. Ágio/Deságio sobre invest. 8.039 8.039 (4.329) (4.329) Imobilizado 290.860 292.447 PART. DOS MINORITÁRIOS 19.957 9.334 - Ajustes de exercícios anteriores 2.378 2.767 Diferido 499 373 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 494.578 458.451 516.284 543.105 Dos Acionistas - (66.006) - (206.349) Capital Social 421.653 421.653 421.653 421.653 Redução de Capital 66.006 66.006 77.786 118.467 Reservas de Capital 35.235 35.235 58.108 58.108 Integralização de Capital Lucro/Prejuízo acumulado 37.690 1.563 36.523 63.344 De Terceiros - 202.681 - 111.896 TOTAL 504.408 1.244.960 550.4211.258.103 TOTAL 504.408 1.244.960 550.4211.258.103 Redução líq. do realizável a l. prazo Aumento líq. do exigível a l. prazo - 130.089 33.515 104.302 Controladora TOTAL DAS ORIGENS 67.116 411.967 98.899 291.344 Controladas Coligadas APLICAÇÕES DE RECURSOS DETALHES NOTA 8 CCE da AmaCombrás Com. CCE Santa CCE Inds. EleBRE Adm. e Total No ativo permanente INVESTIMENTOS zônia S/A. e Ind. Brasil S/A. Invest. S/A Rosa S/A troeletr. S/A Partic. Ltda. (Controladora) Inversões em investimentos - 60.712 39.841 120.700 Capit. social (nº de ações/quotas) 198.590.588 374.602.284 203.023 193.393.172 282.099 16.494.000 Inversões em imobilizado - 28.576 - 60.790 Nº de ações ou quotas possuídas 28.945.760 374.602.284 203.023 138.836.958 279.870 16.395.000 Aumento do diferido 562 191 Participação percentual (%) 14,58 99,99 99,99 71,79 99,21 99,46 Para outros fins Patrim. líq. em 31/12/05 (milhares) 259.908 25.665 (11.208) -101 372.765 16.494 Transf. do exig. a l. prazo para o circ. 25.971 27.886 Lucro (prej.) líq. do exerc. (milhares) (30.348) (32.046) (1.358) (279) 25.488 Redução líq. do exigível a l. prazo 28.121 139.134 30.314 81.829 *Investimentos 31/12/05 (milhares) *65.605 25.665 369.820 16.395 461.090 Aumento líq. do realizável a l. prazo 42.824 129.279 1.432 Resultado da avaliação de investiTOTAL DAS APLICAÇÕES 70.945 384.234 70.155 292.828 mentos ao valor patrimonial (milhares) 6.458 (25.879) (167) 27.684 8.096 ACRÉSC. DO CAPITAL CIRC. LÍQ. (3.829) 27.733 28.744 (1.484) Saldo das trans. efetuadas no exerc.: REPRESENTADO POR: - Fornecedores 31.596 Ativo circ: No início do exerc. 72 717.874 73 636.131 - Contas a receber 31.596 No fim do exerc. 57 805.889 72 717.874 - Empréstimo a Receber 52.631 59.547 25.389 (15) 88.015 (1) 81.743 - Empréstimo a Pagar 75.636 470 61.461 Passivo circ: No início do exerc. 622 367.947 29.367 284.720 *Investimentos CCE da Amazônia S/A: No fim do exerc. 4.436 428.229 622 367.947 Participação 37.882 3.814 60.282 (28.745) 83.227 Ágio de Investimentos 24.736 VAR. DO CAPIT. CIRCUL. LÍQ. (3.829) 27.733 28.744 (1.484) Adiant.p/Futuro Aumento de Cap. 2.987 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31 DE DEZEMBRO - (Em milhares de reais) Cap. realiz. atualizado Reservas de capital Lucros (Prej.) Capital Social Res. de Reav./Ágio I acumulados Total Saldo em 31 de dezembro de 2003 421.653 61.795 483.448 Ativos de empresas controladas (3.687) (3.687) Lucro do exercício 36.523 36.523 Saldo em 31 de dezembro de 2004 421.653 58.108 36.523 516.284 Ativos de empresas controladas (22.873) (22.873) Lucro do exercício 1.167 1.167 Saldo em 31 de dezembro de 2005 421.653 35.235 37.690 494.578 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 - (Em milhares de reais) Nota 01 - Apres. Dem. Contábeis - As dem. contábeis da empresa SRH aquisição ou produção, inferiores aos preços de mercado ou aos seus Part. S/A., foram elaboradas a partir de diretrizes contábeis da Lei 6.404/76, valores líquidos de realização. As mercadorias em trânsito e as import. em associadas às normas da Comissão de Val. Mob.-CVM. Nota 02 – Princí- andamento estão registradas ao custo identificado. d) Os invest. em pios e Prát. de Consol. - As dem. contábeis consolidadas em 31/12/2005 controladas estão avaliados pelo método de equiv. patrim. e) O imob. está abrangem as da cia. Control. SRH Part. S/A. e das seguintes emp. contr: registrado ao custo de aquisição ou construção. A deprec. é calculada pelo Participação Acionária em % método linear, mediante aplicação de taxas que levam em conta a vida útil Empresas Direta Indireta econômica dos bens. f) Os incentivos fiscais decorrentes de redução do CCE Indústrias Eletroeletrônicas S/A. 99,21 ICMS concedidos pelo Gov. Estadual do Amazonas foram creditados Combrás Comércio e Indústria do Brasil S.A. 99,99 diretamente em conta do patrim. líq. (res.de capital). g) O IR e a Contrib. CCE Investimentos S/A. 99,99 Social foram constituídos em conf. com legislação tributária e fiscal em Santa Rosa S/A. 71,79 26,60 vigor. h) Legislação tributária e fiscal em vigor. i) As receitas e desp. estão CCE da Amazônia S/A. 14,58 85,42 registradas pelo regime de competência. j) Os empréstimos e financiamenSBRE – Administração e Participações Ltda 99,46 tos/fornecedores do Exterior são atualizados pelas var. monetárias e A controlada CCE Invest. S/A. tem participação de 26,69% no cap. da cambiais incorridas até a data do balanço e os respectivos juros transcorempresa Santa Rosa S/A, configurando assim, participação indireta da ridos estão provisionados. k) Os ativos circ. e realiz. em l. prazo, quando controladora SRH Part. S/A. A controlada CCE Ind. Eletroel. S/A. tem aplicável, são reduzidos, mediante provisão, aos seus val. de realização. Os participação de 85,42,% no capital da empresa CCE da Amazônia S/A, passivos circ. e em l. prazo estão registrados a valores conhecidos ou configurando também, participação indireta da controladora SRH Part. S/A. calculáveis na data do balanço e incluem, quando aplicável, os encargos A controlada Combras Com. e Ind. do Brasil S/A. tem participação de incorridos com base nas taxas pactuadas. Nota 04 - Res. Incent. Fisc. - Os 99,46% no capital da empresa SBRE Adm. e Part. Ltda., configurando inc. fiscais comentados na nota 3f foram nas seguintes emp. controladas: assim, participação indireta da controladora SRH Part. S/A. Os exercícios Empresa 2005 2004 sociais das Empresas controladas incluídas na consolidação são coinci- CCE da Amazônia S/A. 43.925 39.440 dentes com os da controladora. Nessas dem. contábeis consolidadas foram Compaz Componentes da Amazônia S/A. 161 8.942 eliminados, entre as sociedades, os invest., saldos ativos e passivos, PCE – Papel, Caixas e Embalagens S/A. 489 3.660 receitas e despesas e destacada a particip. dos acionistas minoritários, no Total 44.575 52.042 patrim. líq. e no result. do exercício. A comparação do patrim. líq. e do result. Nota 5 – Estoques - Composição: Consolidado da SRH Part. S/A. com os correspondentes patrim. líq. e result. líq. Contas 2005 2004 consolidados, revelam as seguintes posições, demonstradas e conciliadas: Produtos Acabados e Mercadorias 60.336 100.028 2005 2004 Produtos Semi-Elaborados 5.773 8.587 Patrim. Luc.Líq. Patrim. Luc.Líq Matérias – Primas 84.103 107.321 Líquido Exerc. Líquido Exerc. Valores a Classificar 237 Posição consolidada 458.451 (49.147) 543.105 (54.953) Material de Expediente e Manutenção 408 670 Partic. minoritárias. s/ aj. efetuados Importação em And. e Mercadoria em Trânsito. 20.971 29.958 nas equival. patrimoniais. 4.942 1.329 Total 171.591 246.801 Deságio de Investimentos. (2.205) - (37.104) - Nota 6 – Impostos a Recuperar - Composição: Consolidado Aj. ref. red. partic. exerc. anterior - 18.435 (577) - Contas 2005 2004 Lucros não Realiz. nos Estoques 2.387 (12.802) 15.189 15.189 Imposto de Renda a Compensar 13.526 12.995 Amort. Deságio de Investimentos. 1.560 (4.329) - ICMS a Compensar 32.543 35.399 Partic. s/ val. refletidos diretamente ICMS a Faturar 12.412 7.111 no patrim. líq. de controladas. 35.945 35.845 - 74.958 Crédito Presumido de IPI 65.615 85.469 Posição Controladora 494.578 1.167 516.284 36.523 PIS Crédito Presumido 10.355 6.633 Nota 03 - Sumário das Principais Práticas Contábeis. a) As aplic. Outros 30.434 18.545 financeiras estão registradas ao custo acrescido dos rendimentos propor- TOTAL 164.885 166.152 cionais auferidos até a data do encerramento do exerc. b) A provisão para Nota 7 – Débitos e Créditos com Empresas Ligadas - Refere-se a dev. duvidosos foi fundamentada na análise das operações em aberto empréstimos concedidos/contraídos com empresas ligadas, respaldados procedida pela adm., sendo levados em consideração à conjuntura econô- por contratos de mútuo, acrescidos de atualização monetária com base em mica, a experiência e os riscos potenciais da carteira com base no depart. taxas usuais de mercado, compatíveis com as utilizadas pelas principais de cobrança. c) Os estoques estão registrados aos custos médios de instituições financeiras. PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Componentes da Amazônia S/A., PCE Papel Caixas e Embalagens S/A. e Aos Administradores e Acionistas SRH Participações S/A. - São Paulo - SP 1. Examinamos o balanço Componel Indústria e Comércio Ltda., estão envolvidas em processos nas patrimonial individual (controladora) e consolidado da SRH Participações S/ áreas cível, trabalhista e fiscal, sem constituição de provisão para continA. levantado em 31/12/ 2005 e as respectivas demonstrações do resultado, gências, vez que, seus assessores jurídicos não acreditam na possibilidade das mutações do patrim. líquido (controladora) e das origens e aplicações de perdas materiais nessas ações. 4. As Empresas controladas CCE da de recursos referentes ao exercício findo naquela data, elaborados sob a Amazônia S/A. e Compaz Componentes da Amazônia S/A., contabilizaram, responsabilidade de sua adm. Nossa responsabilidade consiste em expres- em exercícios anteriores, recuperação referente a crédito presumido de IPI sar uma opinião sobre essas demonstrações. 2. Nossos exames foram nos montantes de R$ Mil 79.406 e R$ Mil 13.287, respetivamente, ocasioconduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil as nando, acréscimo patrimonial naquelas empresas. Segundo os assessores quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de jurídicos da Cia., os respectivos processos encontram-se em trâmite na comprovar a adequada apresentação das demonstrações contábeis em esfera administrativa da Receita Federal. 5. A empresa controlada CCE todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreende- Indústrias Eletroeletrônicas S/A. e suas controladas, coligadas e empresas ram, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, consi- ligadas, possuem no Banco Santos S/A.- em liquidação extra-judicial, em derando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas 31/12/2005, operações ativas e passivas nos montantes de R$ Mil 29.891 contábil e de controles internos da Cia e controladas; (b) a constatação, com e R$ Mil 32.364, respectivamente. A Cia. e suas controladas não constitubase em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e íram provisão para possível perda de seus ativos, vez que, seus assessores as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das jurídicos acreditam na possibilidade de compensação desses valores entre estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração as empresas do grupo. 6. Em nossa opinião, exceto quanto as circunstânda Cia e controladas, bem como da apresentação das demonstrações cias mencionadas nos §§ 3, 4 e 5 acima, as demonstrações contábeis contábeis tomadas em conjunto. 3. As Empresas controladas Combras referidas no § 1º, representam adequadamente, em todos os aspectos Comércio e Indústria do Brasil S/A., CCE da Amazônia S/A., Compaz relevantes, a posição patrimonial e financeira da SRH PARTICIPAÇÕES

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - (Em milhares de reais) 2005 2004 ControConso- Contro- Consoladora lidado ladora lidado Receita bruta de vendas - 1.145.668 - 887.379 Deduções de vendas - (230.047) - (230.097) Receita líquida de vendas 915.621 - 657.282 Custo de vendas - (644.335) - (450.135) Lucro bruto operacional 271.286 - 207.147 Receitas (desp.) operacionais 34 (216.252) 36.563 (168.442) Vendas - (127.879) - (98.856) Gerais e administrativas (23) (90.046) (17) (88.533) Res. de avaliação de invest. 8.096 - 40.909 11.788 Outras receitas(desp.) operac. (8.039) 1.673 (4.329) 7.159 Lucro/Prejuízo Operacional 34 55.034 36.563 38.705 Encargos Financeiros Líquidos 1.133 (121.587) (40) (99.634) 1.167 (66.553) 36.523 (60.929) Despesas não operacionais 3.334 - 12.282 Lucro/Prej. antes do I.R. 1.167 (63.219) 36.523 (48.647) Imposto de Renda (949) - (4.977) Luc. Liq./Prej. antes da part.min. 1.167 (64.168) 36.523 (53.624) Participação dos minoritários (4.942) 1.329 Lucro Liquido/Prej. do exercício 1.167 (59.226) 36.523 (54.953) Nota 8 – Investimentos

2005 2004 Contro- ConsoContro- ConsoDescrição ladora lidado ladora lidado Participação em empresas controladas e coligadas 461.090 57.242 549.912 56.542 Terrenos e Edifícios 3.754 981 Obras de arte 1.161 1.161 Outros Investimentos 3.941 5.353 Total 461.090 66.098 549.912 64.037 Nota 9 – Imobilizado - Composição: Consolidado Contas Taxa 2005 2004 Edifícios e terrenos 4% 175.543 173.185 Máquinas, equipamentos e instalações. 10% 309.519 285.594 Móveis e Utensílios 10% 11.193 11.293 Veículos 20% 11.353 8.206 Outros itens 15.711 11.922 523.319 490.200 Depreciação Acumulada (239.279) (222.072) Imobilizações em andamento 6.820 24.319 Total 290.860 292.447

Os equipamentos de informática, inseridos na conta “Máquinas, Equipamentos e Instalações”, foram depreciados à taxa de 20% a.a. Nota 10 – Empréstimos e Financiamentos - Contraídos com a finalidade de capital de giro e investimentos, tendo a seguinte composição: Descrição 2005 2004 Em Moeda Nacional Circ. L. Prazo Circ. L. Prazo Repasses do BNDES corrigidos TJLP + JUROS+SPREAD com vencimento até 2008. 8.957 2.493 22.999 9.717 Empréstimos corrigidos CDI/TR + SPREAD com venc. até 2013 105.571 29.143 122.892 30.646 Debêntures adquiridas pelo BNDESPAR e Mercado, corrigidas IGPM + SPREAD + JUROS com vencimento até 2006. 39.544 81.159 41.695 63.994 Em moeda Estrangeira Empréstimos corrigidos LIBOR+ VARIAÇÃO CAMBIAL + JUROS 1.199 2.052 38.880 2.366 Total 155.271 114.847 226.466 106.723 Nota 11 – Partes Relacionadas - As operações com empresas do grupo foram efetuadas em condições usuais de mercado, conforme demonstradas no anexo V. NOTA 12 – Capital Social- O Capital Social em 31 de dezembro de 2005 é representado por 421.652.695 de ações sem valor nominal, sendo 218.375.264 ordinárias e 203.277.431 preferenciais. NOTA 13 – Seguros Contratados - Todas as empresas do grupo mantêm seguros contratados para cobertura de sinistros em suas edificações, bem como, seus respectivos estoques. A DIRETORIA Diretor Presidente: Roberto Sverner. Diretores: Eduardo Sverner , Susan Sverner, Beatriz Sverner. Paulo da Silva Melo - Cont. 1/SP154.089/0-O S/A. controladora e consolidado, em 31/12/2005, e o resultado de suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido (controladora) e as origens e aplicações de recursos, do exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. LOUDON BLOMQUIST Sérgio dos Santos Gonçalves AUDITORES INDEPENDENTES Contador CRC-2RJ000429-S-6 CRC-1RJ 056082/0-3 – “S” - SP

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

AVISO DE LICITAÇÃO

ATAS MITSUI BRASILEIRA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE: 35.300.172.108 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 1. Data e Horário: 17/10/2006, às 10:00 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1842 - 23º andar Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quorum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do art. 124, da Lei 6.404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Indicação dos Srs. Tsutomu Osada, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TG6709828, expedido em 22.02.2005 e Osamu Yasuda, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TH1740634, expedido em 12.10.2006, para ocuparem cada qual futuramente o cargo de Diretor de Departamento da Companhia. b) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da ordem do dia, foi aprovada por unamidade a indicação dos Srs. Tsutomu Osada e Osamu Yasuda para ocuparem futuramente cada qual o cargo de Diretor de Departamento da Companhia, devendo ser efetuado oportunamente, na forma da lei e das disposições estatutárias. As posses dos Srs. Tsutomu Osada e Osamu Yasuda nos referidos cargos dar-se-ão por deliberação a ser adotada pela respectiva Assembléia Geral dos Acionistas a ser convocada para esse fim, após a legalização de suas respectivas permanências no país. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 17/10/2006. aa) Mitsui & Co., Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 17/10/2006. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka - OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 289.036/06-9, em 24/10/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

COMUNICADO

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Microcenter Teleinformática Com. e Representações Ltda. - Requerido: IST Inteligence Security e Serviços de Informática Ltda. - Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 304 - 02ª Vara de Falências Requerente: Carta Editorial Ltda. Requerido: C Zampini Incorporações e Construções Ltda. Av. José Maria Whitaker, 230 01ª Vara de Falências Requerente: Transit do Brasil Ltda. - Requerido: Ello Serviços Logísticos e Comércio Ltda. Rua Marconi, 138 – 10º andar 02ª Vara de Falências Requerente: Aço Bohler Uddeholm do Brasil Ltda. - Requerido: Cofasa Com. de Ferro e Aço Santo André Ltda. - Rua Quatigua, 136 - 01ª Vara de Falências Requerente: Decisão Cobranças Ltda. - Requerido: MPM Service Ltda. EPP - Rua Gago Coutinho, 379 - 02ª Vara de Falências Requerente: Ticket Serviços S.A. Requerido: Eletrotécnica Aurora S.A. - Rua Assui, 43 - 01ª Vara de Falências Requerente: Flint Ink do Brasil Ltda. - Requerido: Kizzy Editora e Indústria Gráfica Ltda. - Av. Dom Pedro I, 1.034 - 01ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Publicidade Comercial 3244-3344

Publicidade Legal 3244-3799


Uma constatação oportuna: A luta pela hegemonia, que deveria ter por objetivo elevar as classes subalternas e torná-las grupo dirigente, se tem notabilizado mais pela realização da hegemonia de uma difusa classe constituída dos intelectuais orgânicos, os neo-marxistas brasileiros. Assimilando ou tomando os intelectuais tradicionais adesistas ou ingênuos por aliados, "inocentes úteis" ou "companheiros de viagem", já constituem uma oligarquia autoritária que, fazendo a censura de fato e assumindo o monopólio do discurso, exercem a direção cultural e política da sociedade civil e do próprio Estado. Agem exatamente como homem coletivo, elaboração ideológica da vontade e do pensamento em conjunto. Este fenômeno é um sinal premonitório de que a utópica sociedade dos livres produtores associados da concepção gramsciana, depois da tomada do poder, vai ceder lugar ao socialismo real, sob domínio de uma "nomenklatura" de partido ou de uma "intelligentsia" da intelectualidade dirigente. Poderá vir a ser um regime oligárquico de domínio semelhante ao do talibã no Afeganistão. Se a sociedade nacional tiver aspiração diferente, está na hora (talvez a última) de formar um novo CENTRÃO, mobilizando os cidadãos democratas, e não apenas seus representantes como na Constituinte de 1988. A partir da década de 1980, a revolução comunista no Brasil ganhou uma nova vertente inspirada na concepção gramsciana de transição para o socialismo. Esta linha convive com o pensamento e a prática polí-

tica marxista-leninista de alguns partidos, somando esforços numa assumida postura tática de "pluralismo das esquerdas". O surpreendente êxito já alcançado, no que diz respeito à penetração intelectual e moral na sociedade, é significativo e começa a indicar que está chegando a um estágio que se poderá dizer irreversível. No momento crítico da tentativa da tomada do poder (passagem da "guerra de posição" para a "guerra de movimentos"), poderão faltar a vontade nacional e os meios concretos para impedi-la. Creio que as duas citações abaixo fazem a síntese desta tradução da concepção estratégica de Gramsci: "Começa a emergir também no Brasil uma esquerda moderna, disseminada em diferentes partidos e organizações, mas que tem em comum o fato de ter assimilado uma lição essencial da estratégia gramsciana: o objetivo das forças populares é a conquista da hegemonia, no curso de uma difícil e prolongada "guerra de posição". (Nelson Carlos Coutinho) *** "Quando um partido político assume publicamente sua identidade gramsciana, é que a fase do combate informal - a decisiva - já está para terminar, pois seus resultados foram atingidos. Vai começar a luta pelo poder". (Olavo de Carvalho) Gramsci antecipa que a vitória alcançada na guerra de posição é definitiva.

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 27


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Nacional Finanças Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

INVESTIMENTOS CHEGARÃO A US$ 700 MILHÕES NO PAÍS

A Varig prorrogou por mais um ano a validade para utilização das milhas do Programa Smiles

ALTA DAS VENDAS DE CARROS FLEX ELEVA INTERESSE DE INVESTIDORES NO SETOR SUCROALCOOLEIRO

MAIS CAPITAL ESTRANGEIRO EM USINAS Robson Ventura/Folha Imagem

A

Policial federal apreende um dos seis Lamborghinis que estavam expostos sob suspeita de sonegação

PF apreende Lamborghinis expostos no Salão do Automóvel

A

Polícia Federal apreendeu na tarde de ont e m s e i s c a r ro s d a marca italiana Lamborghini expostos no Salão do Automóvel, evento que ocorre no Anhembi, em São Paulo. Juntos, os esportivos de luxo valem R$ 7,8 milhões. A suspeita é de que a TAG Importadora, responsável pela vinda dos carros, tenha sonegado R$ 1,173 milhão na importação. A PF apreendeu outros 11 veículos na revendedora Eurotrade, na Avenida Brasil, mas a medida foi revogada pela Justiça. As apreensões mobilizaram o público do Salão, que se aglomerou enquanto os carros eram retirados. A cada rugido dos motores, o público, eufórico, gritava. Cinco dos seis carros saíram do pavilhão guiados pelos policiais. Apenas um deles teve de ser guinchado, pois estava sem as chaves.

Segundo a PF, os carros foram trazidos da Itália com uma autorização temporária para realização de testes sobre a emissão de poluentes. Os importadores teriam de levar os carros ao país de origem após 90 dias. Contudo, a PF encontrou indícios de que os veículos seriam comercializados sem o pagamento de dois impostos de importação. Os veículos já encontravamse em situação irregular, segundo a PF, por isso a Justiça havia determinado que eles fossem mantidos sob responsabilidade de um dos importadores, na condição de fiel depositário. Isso implica a guarda dos carros, sem que eles possam ser vendidos e expostos em eventos. O responsável pelos veículos tentou obter uma autorização na Justiça para expor os carros no Salão, mas a permissão foi negada.

"Investigamos o esquema de sonegações desde janeiro e suspeitamos do envolvimento de outras quatro importadoras", disse o delegado federal Gilberto Pinheiro. Segundo a direção comercial da Eurotrade, a situação dos carros está regular e foi aprovada pela Receita Federal. A direção também classificou a operação como exagerada e descabida, por ter sido feita enquanto o evento estava aberto ao público. O delegado federal se justificou: "Fizemos isso para tentar prender um dos importadores responsáveis pela exposição irregular", disse. O diretor da Alcântara Machado (organizadora do Salão), Evaristo Nascimento, disse que a responsabilidade dos veículos e objetos expostos é inteiramente dos expositores. "A apreensão não vai prejudicar o evento." (Agências)

Santander: lucro de R$ 890 milhões

O

lucro líquido do Santander Banespa nos primeiros nove meses deste ano foi de R$ 890 milhões. Os números brutos – somando impostos, receitas extraordinárias e outros ativos – chegam a R$ 2,8 bilhões, representando uma alta de 29,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando comparado aos primeiros nove meses de 2005, o valor obtido pelo banco representa uma redução de R$ 546 milhões. O vice-presidente executivo de Marketing e Negócios do Santander, José Paiva Ferreira, informou que a venda das ações da AES Tietê, empresa do setor de energia, resultou

na entrada de R$ 635 milhões extras entre janeiro e setembro do ano passado, o que elevou os números do período. Ferreira explicou que o lucro foi alcançado em razão do bom desempenho da instituição, tanto no varejo como no atacado, principalmente pela evolução da concessão de crédito e captações, cujos crescimentos foram de 24,2% e 23,6%, respectivamente. "Hoje, elevamos a participação no mercado de crédito livre para 5,6% do total negociado pelas instituições financeiras." O Santander informou que sua carteira total chegou à casa dos R$ 32,48 bilhões, volume atingido após um crescimento

TRABALHO VENCE

A TÉ LOGO

Davi Franzon, com AE

FISCALIZAÇÃO

A

s dívidas trabalhistas têm prioridade sobre débitos tributários Essa foi a decisão da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, que rejeitou recurso da Fazenda Nacional contra a Promelco Projetos Metálicos e Construções Ltda. O relator do processo, ministro Luiz Fux, tornou sem valor a execução fiscal, o que torna prioritária a posse do bem em favor da legislação trabalhista. (DC)

de 30,3% na composição de pessoa física e 20,1% na de pessoa jurídica. Já na carteira de crédito ao consumo – financiamento de veículos, crédito pessoal e cartões de crédito – a alta foi de 28,5% em relação a igual período do ano passado. A diretoria do Santander aproveitou a divulgação de seu balanço para desmentir qualquer fundamento em uma suposta venda de seus ativos para os Bancos Itaú, Unibanco e Bradesco. Um boato de mercado garantia que os espanhóis, por intermédio do Goldman Sachs, haviam oferecido seus ativos às três instituições financeiras.

O Ó RBITA

LUCRO MENOR O lucro líquido da Telemar caiu 10,4% no terceiro trimestre deste ano, somando R$ 269,6 milhões.

fluxo de veículos na rodovia que dá acesso a Foz do Iguaçu e o movimento na Ponte da Amizade tiveram quedas significativas nos últimos dez dias por conta da maior fiscalização na fronteira do Brasil com o Paraguai Foram vistoriados até agora 17.959 veículos, dos quais 41 foram retidos e encaminhados para a Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Depois de anos no vermelho, montadoras voltam a ganhar dinheiro no Brasil

L

Votorantim anuncia investimento de US$ 200 milhões para 2007

L

Concorrente norte-americana vai tentar anular fusão da CSN com a WPC

Infinity Bio-Energy, empresa do setor sucroalcooleiro listada na Bolsa de Londres desde maio, prevê fechar 2006 com US$ 700 milhões em investimentos no Brasil. As mais recentes aplicações da Infinity no País envolveram US$ 200 milhões para aquisição de três usinas: a Cridasa (ES), a Usinavi (MS) e a Alcana (MG). Com as aquisições, a multinacional passa a processar 3,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar ao ano. De acordo com a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), hoje a participação do capital estrangeiro nos 425 milhões de toneladas de cana moída anualmente no País chega a 4,5%, percentual previsto para subir a 6,5% nos próximos cinco anos. Cerca de 70% dos investidores da Infinity são norte-americanos, outros 25% europeus. O restante das ações da empresa está pulverizada pelo mundo, e o Brasil aparece com pequena participação. Entre os principais sócios da companhia estão os fundos Stark Investi-

ment e Och-Zyff Associates, ambos norte-americanos. Segundo o diretor da empresa Sergio Thompson-Flores, a Infinity tem valor de mercado de US$ 360 milhões e capacidade de chegar a US$ 800 milhões junto com seus acionistas. Oportunidade – Os investimentos estrangeiros no setor sucroalcooleiro do Brasil ganharam potencial para crescer por fatores como o sucesso dos motores Flex – movidos a gasolina e/ou a álcool. Além desse fator, o perfil da estrutura fundiária do País, que não restringe o agronegócio à agricultura familiar, como ocorre em países com clima propício ao cultivo de cana-de-açúcar, permite a criação de grandes empresas rurais. Nesse cenário, para Thompson-Flores, o Brasil tem tudo para se tornar a plataforma de abastecimento do mercado externo, que cada vez mais procura pelo álcool combustível. Hoje, 40 bilhões de litros de álcool abastecem o mundo. "Se todos os países que têm política de misturar o álcool à gasolina chegassem a 20% de álcool

Informação de Energia, EUA: importação de órgão responsável por recorde de etanol análises e estatísticas do

O

s Estados Unidos importaram o volume recorde de 3,203 milhões de barris de etanol em agosto, segundo a Administração

Departamento de Energia dos Estados Unidos. O recorde anterior de oferta de etanol de outros países foi registrado em julho, quando as

na mistura, algo próximo do usado no Brasil, abastecer esses mercados demandaria mais 40 bilhões de litros anuais", afirmou. Estratégia – As ações da Infinity concentram-se fora de São Paulo, estado que detêm mais de 60% da moagem de cana do País. Segundo o diretor da empresa, a plataforma canavieira paulista já está saturada. Em outros estados, a Infinity busca custos menores e espaço para expansão. "A proposta é formar arranjos produtivos de até cinco usinas em cada região, que terão capacidade para produzir até 15 mil toneladas por ano", afirmou o executivo da Infinity. Para 2007, os planos da multinacional visam à aquisição de outras cinco novas unidades. Os focos principais são usinas das fronteiras formadas por Espírito Santo, Minas e o sul da Bahia, além do Mato Grosso do Sul. A Infinity se dedica à produção de álcool. O açúcar corresponde a 30% da produção. Hoje, 10% de tudo o que é produzido é exportado. Renato Carbonari Ibelli

importações somaram 2,5 milhões de barris. Em junho, o volume de etanol adquirido pelos EUA atingiu 1,5 milhão de barris. O maior fornecedor no mês foi o Brasil, com 2,601 milhões de barris do total importado em agosto. (AE)


Fotos de Marcelo Corrêa

"Ele (Gramsci) corrói a democracia por dentro", diz o general Coutinho. Sergio Kapustan

E

studioso da política brasileira há mais de 50 anos, o escritor e general de reserva Sergio Augusto de Avellar Coutinho, 74 anos, analisa: a esquerda brasileira avançou nos últimos e as forças liberais democráticas perde ram espaço. Qual a razão? A demonização do lucro e do banqueiro deixou as forças liberais sem bandeiras. Por trás desse avanço, está a figura de Antonio Gramsci, um marxista italiano. "Ele (Gramsci) corrói a democracia por dentro", explica.

28 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL


4

Nacional Finanças Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Portal da rede na internet terá promoções exclusivas para os internautas

PRODUTOS TERÃO ATÉ 70% DE DESCONTO

Evandro Monteiro/Digna Imagem

REDE EXTRA ANTECIPA OFERTAS DE NATAL Hipermercado espera atrair público 40% maior neste final de semana

N

a guerra pelo consumidor, as redes varejistas antecip a m a s p r o m oções para driblar os concorrentes. O hipermercado Extra vai realizar neste final de semana uma maratona de vendas com duração de 72 horas, para chamar a atenção dos clientes que não querem deixar a escolha de presentes e de itens de decoração para a última hora. O Extra vai priorizar a oferta de produtos mais "cobiçados" no final do ano, como DVDs, aparelhos de televisão – de plasma ou LCD –, e computadores. Para o diretor da rede, Luiz Carlos Costa, a eleição presidencial não atrapalha a promoção. "As pessoas não poderão viajar porque terão

que votar – e a visita às lojas do Extra vai acontecer." A promoção começou à zero hora de hoje e termina no domingo nas 79 lojas do hipermercado Extra. Além dos produtos que estão sendo vendidos com preço mais baixo – fruto de negociação com fornecedores, o consumidor encontra também mercadorias fora de linha e de mostruário, com até 70% de desconto. Alguns exemplos: um computador D315 sai por R$ 899, e um DVD player, por R$ 119. Durante as 72 horas, os preços dos brinquedos serão 30% menores, das bicicletas, 20%, e os CDs terão 70% de desconto. A expectativa é de que o tíquete médio de cada consumidor seja 30% maior do que o ve-

rificado em um final de semana normal; o fluxo de clientes deverá subir 40%. "As grandes 'vedetes' deste Natal serão as TVs de plasma e LCD. O preço dos produtos caiu 60% em um ano. Com a promoção, conseguiremos atrair pessoas que ainda não são clientes do Extra", afirmou a diretora do segmento de eletroeletrônicos do grupo Pão de Açúcar, Rita Bellizia. Segundo ela, a alta das vendas dos itens durante a maratona deverá ser de 70% em relação a igual período de 2005. Em dezembro, o aumento pode chegar a 56%. Os hipermercados Carrefour e Wal-Mart devem anunciar suas campanhas para o final de ano na semana que vem.

IPC sobe na capital 0,29%

outubro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) manteve a mesma variação registrada pela prévia anterior. A maior alta do período foi em alimentação, que subiu 0,95%, variação menor do que a registrada na semana passada, de 1,09%. O item habitação teve elevação de 0,37%, superior ao

apurado na segunda quadrissemana do mês, quando a alta foi de 0,24%. O grupo educação registrou aumento de 0,08% no período pesquisado, abaixo do 0,1% do último estudo. O grupo despesas pessoais subiu 0,05%, variação menor que a apurada na última prévia, de 0,09%. (AE)

A

inflação do município de São Paulo, medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, foi de 0,29% na terceira quadrissemana de

Neide Martingo

Os produtos mais cobiçados no final do ano, como DVDs e televisores, estarão em oferta por 72 horas

Começa temporada de verão

N

este verão, cerca de 3 milhões de paulistanos devem descer a serra até o Guarujá e se espalhar nas areias da praia da Enseada, uma das mais procuradas da região. É bem em frente dali que vai ser montado, pela oitava vez, o Vivo Casa Grande Boulevard Mall, o shopping da temporada de verão. O empreendimento, que funcionará de 28 de dezembro a 20 de fevereiro, deve reunir lojas de grifes, praça de alimentação, opções de lazer, shows e promoções. A expectativa é de que passem por lá aproximadamente 360 mil pessoas, a maioria delas pertencente à classe A. Para a temporada deste ano, os organizadores do evento esperam faturar R$ 16 milhões, equivalente a 25% a mais que

no ano passado. "Metade dos espaços do shopping já foram vendidos", afirmou o presidente do Casa Grande Hotel, Manuel Tavares de Almeida. Publicidade – O investimento em publicidade alcança os R$ 4,5 milhões, com anúncios em televisão, rádio, revistas e jornais. "A presença de marcas renomadas, a excelente localização do negócio e o público de alto nível fazem do shopping uma bela opção de investimento", disse Almeida. Os organizadores esperam receber 360 mil pessoas, 20% a mais que na edição de 2005. No ano passado, 63% dos turistas que visitaram o Vivo Casa Grande Boulevard Mall eram da classe A e 31%, da classe B. O investimento em segurança também é alto. "Segurança é como se fosse parte da exigên-

cia do público de alta renda", afirmou Almeida. Todas as lojas serão equipadas com alarmes e monitoramento remoto com câmeras de TV. Assim, o empresário vê, em tempo real, o que ocorre no shopping inteiro. Uma área climatizada de 4 mil metros quadrados abrigará 70 espaços com infra-estrutura completa para compras, alimentação e lazer de alto nível. Entre as novidades que o empreendimento lança na temporada 2006-2007, estão a montagem do musical O Mágico de Oz, sucesso da Broadway que já foi assistido por 970 mil pessoas. O espetáculo será exibido pela primeira vez no litoral paulista e com exclusividade pelo Casa Grande Hotel Resort & Spa. Sonnaira San Pedro

DESEMPREGO Taxa é a menor desde janeiro

C

om a geração de 244 mil novos postos de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País, a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caiu para 10% da população economicamente ativa ( P E A ) e m s e t e m b ro , a n t e 10,6% em agosto. A taxa foi a menor apurada desde janeiro, mas ainda é superior à registrada em setembro de 2005 (9,6%). O rendimento médio dos trabalhadores caiu 0,8% em relação ao mês anterior, mas manteve a trajetória de expansão na análise sobre igual mês do ano passado (2,7%). O gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, avalia que o mercado de trabalho reagiu com mais vigor em setembro. Mas, para ele, como os trabalhos temporários gerados pelas eleições podem ter influência nesse resultado, é preciso esperar os dados de outubro e novembro para "confirmar a tendência" de recuperação mais forte. Azeredo lembrou que o número de ocupados tende a crescer no segundo semestre do ano, com a contratação de trabalhadores na indústria e, mais no final do período, no comércio. "O principal efeito nessa taxa é o processo sazonal de final de ano", disse. Em setembro, o número de empregados na indústria cresceu 1,9% ante agosto, com mais 66 mil vagas. Acréscimos importantes também ocorreram em "outros serviços" (que inclui trabalhos em agremiações e partidos políticos), com aumento de 1,6%, ou 56 mil vagas, e serviços prestados às empresas, com a criação de 118 mil postos, alta de 4,1%.

Azeredo sublinhou também que, ao contrário do que vinha ocorrendo em meses anteriores, a demanda por uma vaga no mercado de trabalho foi atendida em setembro, comparativamente a agosto. O número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) caiu 5,3% no mês sobre o período anterior, com decréscimo de 128 mil pessoas. Apesar da queda, o número de desempregados nas seis regiões somou 2,29 milhões de pessoas. Os ocupados eram 20,69 milhões em setembro. Segundo avalia Marcelo de Ávila, analista de mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o quadro revelado pela pesquisa "é muito favorável" e foi influenciado pelas contratações temporárias no período eleitoral e pelo aquecimento da atividade econômica no terceiro trimestre. "No início deste ano, o mercado de trabalho mostrou uma grande apatia mas, em compensação, a recuperação veio com vigor bem expressivo", disse o analista. Para Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, os resultados da pesquisa mostraram continuidade da melhora na situação de emprego, que teve início em junho, e a taxa média neste ano deverá ficar em 10%. De janeiro a setembro, segundo Azeredo, a taxa média chegou a 10,2%, "estatisticamente estável" em relação aos 10% dos primeiros nove meses do ano passado. Renda – Para Maia, a queda no rendimento médio ante agosto não reverte uma "tendência de estabilidade" nos ganhos dos trabalhadores, após uma recuperação vigorosa no primeiro semestre. (AE)


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Tr i b u t o s Empresas Finanças Imóveis

5 Eu fico muito satisfeito em ver que o Brasil conseguiu atingir esse patamar. Guido Mantega

INFLAÇÃO PERMITIU CORTE DE 0,5 PONTO NA SELIC

ATA MOSTRA CAUTELA DO COMITÊ, QUE AGORA SE PREOCUPA EM ESTUDAR IMPACTO DOS CORTES PASSADOS

JURO REAL DE UM DÍGITO RONDA COPOM Pablo Valadares / AE

A

Mantega (dir.) e o prefeito de BH, Fernando Pimentel, que recebeu recursos do Fundo de Participação dos Municípios

Mantega: inflação sob controle

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sinaliza que a economia está sólida e que a inflação está caminhando para um patamar baixo. "Fiquei muito satisfeito", disse a jornalistas. Sobre a possibilidade de um novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião do Copom de novembro, a última do ano, afirmou que o Ministério da Fazenda não pode se pronunciar sobre o assunto "porque nem mesmo o Copom sabe". Para o ministro, porém, a inflação está sob controle não somente em 2006, mas também em 2007 e no longo prazo. "Essa é a boa notícia. É isso que nos permite fazer uma política mo-

netária mais flexível, que vai permitir um crescimento mais sólido. Essa equação é a ideal", afirmou Mantega. Tranquilidade – O ministro observou ainda que o quadro se registra em uma época de reta final das eleições, que normalmente traz algum nervosismo. "O risco-Brasil está no seu mais baixo nível. Também há queda dos juros no mercado futuro. Eu fico muito satisfeito em ver que o Brasil conseguiu atingir esse patamar de estabilidade e tranquilidade econômica", concluiu ele. Mantega esteve também ontem com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. A Prefeitura recebeu do Tesouro Nacional repasse de R$ 4 milhões, a título de ressarcimento

do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Uma mudança de critérios pelo Tribunal de Contas da União (TCU) gerou a diferença a ser paga pelo Tesouro Nacional a algumas administrações municipais. Meirelles – Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a descartar ontem que a autoridade monetária tenha exagerado no aumento da taxa básica de juro. Ele argumentou que a inflação, embora abaixo do centro da meta definida, está dentro do intervalo de tolerância. Meirelles afirmou ainda que no próximo ano a inflação deverá ficar mais próxima do centro da meta, que também é de 4,5 %. "O BC acertou a dose", disse ele. (Agências)

s incertezas quanto ao impacto na economia da redução consecutiva dos juros nos últimos 13 meses levaram os diretores do Banco Central (BC) a analisar a possibilidade de uma redução menor da taxa básica Selic na reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o colegiado adotou um corte de 0,5%, fixando a Selic em 13,75% ao ano, por entender que a taxa ainda preservava um cenário favorável ao comportamento da inflação. Embora a ata da reunião, divulgada ontem, tenha mantido o alerta de que o Copom atuará "com maior parcimônia", a expectativa do mercado financeiro é de que haverá uma nova redução na última reunião deste ano, em novembro, com as apostas divididas entre 0,25 ou 0,5 ponto. Os diretores do BC estão diante de dois fatores objetivos

Idec critica seguradoras

O

Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) critica as mudanças nos contratos de seguros de vida. As seguradoras têm alegado quebra de equilíbrio econômico financeiro do contrato e sustentam que as apólices comercializadas há

para o seu próximo encontro: a preocupação quanto à imprecisão de se medir o impacto da redução dos juros na atividade econômica e o fato de que, muito provavelmente, uma nova queda da Selic poderá oficializar juros reais de apenas um dígito, rompendo a barreira dos 9% ao ano. Um dígito – Para o mercado financeiro, os juros reais já estão próximos desse patamar cabalístico, abaixo do qual haveria risco de a inflação voltar a subir. Nos cálculos do mercado, a taxa real está atualmente em torno de 10%, considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos 12 meses até setembro. Se o fator de referência for o IPCA dos próximos 12 meses, o juro real está em 9,7%. Mas, se a base de comparação for a variação dos contratos de swap, a taxa real já é de 8,4% ao ano. O economista Sérgio Vale, da MB Associados, considera

que o Copom será mais cauteloso na próxima reunião, devido à proximidade dos juros reais de um nível inferior a 10%. Ele considera também preocupante as dúvidas quanto ao impacto da redução de seis pontos percentuais na Selic, promovida desde setemb ro d e 2 0 0 5 . L e m b r a , p o r exemplo, que além do efeito da redução dos juros, a economia também foi estimulada com o aumento do salário mínimo e dos gastos do governo. "A sinalização dada é de que a taxa cairá apenas 0,25 ponto percentual em novembro", disse. A mensagem conservadora foi contrabalançada, na ata, pela informação de que o BC trabalha com a hipótese "plausível" de reajuste zero da gasolina neste ano, devido à queda do preço do petróleo no mercado internacional. Outra fonte sistemática de incerteza, portanto, também parece ter se reduzido. (AE)

dez ou 20 anos estariam dando prejuízo. As alterações mais prejudiciais ao consumidor, segundo o Idec, são a redução do prêmio para até um quarto e a elevação da mensalidade. Os contratantes de seguro de vida têm sido surpreendidos nos últimos anos com o cancelamento unilateral das suas apólices, ou com modificações de seus direitos de forma

unilateral, de acordo com o advogado do Idec, Paulo Pacini, em entrevista à Rádio Nacional AM. Segundo ele, para fazer as alterações, as empresas seguradoras se apóiam em instruções normativas e regulamentos administrativos assinados pela Superintendência do Seguro Privado (Susepe) e pelo Conselho Nacional de Seguro Privado (CNSP). (AE)

)* &- &%

)* !" &%

- '0 ) , &>,'' ! " # $% " "8 <E &8 <- "+,$, + & /0 + & 5 " ) * '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7,

& - 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * B "+,$, + " ! C '/0 + #DD " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

)* $ !" $) +(,

A'0 * 6 3 '0 .. >? , &>,'' ! " # $% &A 73+ ) "8 < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #1 " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

& ' ! ( & !! ! " # $ % !!

! "# $ % &'% ( "# $ ) * + , - + , ./ & 012 * ** +, +2%3% 2 . + ) *" .4 # 2 -5 + -6 ) 7 1 % 2#3 !! ( , 8 % # / #% ( 91 #8 +%:# ! %#% ( ! ; ( <2 % &%#0% 8 := > 2 * ;

6 + / + '0 .. , &>,'' /'9 0 ' ! ) " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 2 3 ,' ",5/' 0 ,/, 6 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 3 '0 .. , &>,'' ! " # $% &A 873+ " < +4 #. 8 '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' ) * "+,$, + " ! C +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

8 8 3 '0 ! " # $% &A 873+ ) " < +4 ) ) * "+,$, + " ! C '/0 + #@ " #. ! 2 3 ,' +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 ",5/' 0 - ,/, 6 4 <+ '0, &,/7, 4 5= ( + ) 6

)* $ &- $) +(, # $ #%'& . $/#' +

# ! ( )* $ !" $) +(,

+( ) (012 0 , ( 3((4

0 ! )* +, ,,

./

>? ! " # $% & '(/9 +:$ <,7 ) * "+,$, + & /0 + & 5 " ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, '/0 + #@ " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

8 ! " # $% & '(/9 +:$ ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' ",5 ,/, - 6 4 (+ '0, +/$ 4 , 0/ % /, ;30/4 &,/7,

- 8 ! " # $% " " < +4 <- ) * "+,$, + & " - . - - '/0 + #1 " # 8 +/$ 4 , 0/ % /, 3 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7, 4 5= ( + # 6

! " # * $% & '( ) "+,$, + & " - . - - '/0 + 1 " . 2 3 ,' +/$ 4 , 3 4 4+ ",5/' 0 - ,/, 6 4 (+ '0, &,/7,

# $ #%&'

!"

! "#$ % & ! '( )* +, ,, - " " $ (


6

Empresas Finanças Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

BOLÍVIA RESISTE EM ADIAR PRAZO DO DECRETO

500

milhões de euros é quanto deverão render as novas cotas para o frango brasileiro

BRUXELAS E BRASÍLIA FIXARAM UMA COTA DE 336 MIL TONELADAS POR ANO PARA O FRANGO NACIONAL

FRANGO: BRASIL E UE FECHAM ACORDO Luis Carlos Murauskas/Folha Imagem

B

rasil e União Européia (UE) chegaram finalmente a um acordo para o comércio de frango. Brasília e Bruxelas estabeleceram uma cota de 336 mil toneladas por ano para o produto nacional depois de meses de negociações com o Itamaraty e com o setor privado do País. A Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) deu sinal verde ao acordo, mas deixou claro que as cotas, ainda que permitam vendas de 500 milhões de euros, deverão limitar o crescimento das exportações nos próximos anos. "Não ganhamos um acesso maior. O que conseguimos foi evitar o pior diante das barreiras que os europeus haviam colocado", afirmou o presidente da entidade, Ricardo Gonçalves. O acordo entra em vigor em abril de 2007. Os europeus fizeram uma avaliação diferente. "Estamos satisfeitos com o resultado das negociações, que asseguram a proteção de nossos interesses e permitem que, ao mesmo tempo, façamos as mudanças em nossas tarifas para frango de acordo com regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)", afirmou a comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel. Disputa – O Brasil conseguiu no início do ano que a OMC condenasse as práticas européias de modificar suas leis para que o produto passasse a receber uma tarifa de importação de 70%, e não de 15,4%. Como forma de remediar o problema, os europeus foram obrigados a negociar cotas para o frango nacional. A sugestão inicial de Bruxelas foi de uma cota de 320 mil toneladas ao País, valor que não agradou o setor privado diante de um crescimento de 22% das exportações anuais brasileiras.

O Itamaraty conseguiu que o tamanho das cotas subisse para 336 mil toneladas, das quais 170 mil seriam para frango salgado e 92 mil para peito de peru. As tarifas seriam de 15,4% e 8,5%, respectivamente. "Acho que obtivemos um bom acordo. Esse foi o máximo que conseguimos extrair dos europeus", afirmou o diplomata que liderou as negociações ontem, Roberto Azevedo. Cotas – Outro ponto de discórdia era a administração das cotas. Pela proposta européia, os importadores não teriam a obrigação de informar aos exportadores brasileiros se a quantidade que estariam comprando está ou não dentro das cotas. Os exportadores nacionais temiam que o importador alegasse ao produtor brasileiro que estava comprando fora da cota para, assim, conseguir preço mais baixo. Os importadores alegariam que precisariam do desconto para compensar pela sobretaxa de 1 euro por quilo que terão de pagar ao desembaraçar o produto. Na realidade, porém, esse importador estaria adquirindo o produto dentro da cota e não precisaria pagar a sobretaxa, aumentando sua margem de lucro. Pelo acordo, o Brasil conseguiu que a administração das cotas passasse pelos exportadores, o que evita que intermediários fiquem com parte do lucro das vendas. No total, o Brasil exportou cerca de 132 mil toneladas de frango no ano passado diante das barreiras. As novas cotas permitirão um comércio de 500 milhões de euros. O Brasil ainda ficou com a maior parte das cotas globais da UE. Para o frango salgado, de um total de 264 mil toneladas dadas pelos europeus aos exportadores, 170 mil virão do Brasil. (AE)

GÁS Bolívia dará veredito amanhã

É

Vendas no valor de 500 milhões de euros por ano deverão limitar crescimento das exportações de frango

País acusa OMC de favorecer os EUA

O

Brasil ataca a esco- preendeu o Itamaraty e modiEle lembrou que é comum lha dos árbitros pa- ficou a composição do comitê que os membros de um comitê ra julgar o caso dos de arbitragem, com exceção do de arbitragem sejam mantidos subsídios ao algo- árbitro chileno, Mario Matus, nas várias fases de um caso. O dão dados pelos Estados Uni- que foi mantido. Lamy esco- Itamaraty apontou que não dedos a seus produtores e dá a en- lheu o mexicano Eduardo Pe- ve ficar nas mãos de um país tender que o diretor-geral da rez Motta como presidente do decidir sozinho se um árbitro Organização Mundial do Co- comitê, além de um coreano, deixa de ser aceitável em um mércio (OMC), Pascal Lamy, te- Ho Young Ahn. A OMC expli- processo, como ocorreu com ria cedido aos interesses ameri- ca que, pelas regras, Lamy de- os americanos nesse caso. canos. A entidade já havia jul- veria consultar os países antes Troca – Para diplomatas bragado o caso e condenado os de anunciar os árbitros. Mas is- sileiros, o problema da musubsídios americanos. Os árbi- so não implicaria que os países dança dos árbitros é que a pertros usados naquela ocasião, estivessem de acordo. cepção sobre o caso pode ser Washington, publicamente, outra agora. Além disso, dianporém, foram agora substituídos para a nova fase do proces- defendeu a troca dos demais te da complexidade da dispuso, que poderá José Maria Tomazela/AE ta, os novos resultar em uma árbitros leretaliação por variam um parte do Brasil tempo extra contra os Estapara entendos Unidos ou der todas as no encerrameninformações to definitivo do dadas pelos caso. governos O Brasil pediu dos Estados em setembro a Unidos e do abertura de um Brasil sobre o novo processo assunto. O depois que mais prazo de três de 12 meses se meses para a passaram sem conclusão da que a Casa Bran- Subsídios ao algodão dados pelos EUA ainda ocupam pauta da OMC disputa, porca tivesse tomatanto, podedo medidas para retirar seus árbitros, alegando que não fa- ria ser modificado. subsídios condenados. O go- ria sentido ter juízes de países Apesar das queixas brasileiverno americano, para tentar que fazem parte da disputa. O ras, Lamy vai manter a compoganhar tempo, vetou os nomes problema, segundo o Brasil, é sição do painel. Os três árbitros de árbitros que já haviam atua- que esses países já faziam parte terão de julgar se Washington do no painel anterior que con- do processo na primeira vez retirou ou não os subsídios que denou as práticas da Casa que a OMC julgou o caso. "Na- já foram condenados na própria Branca. O argumento era de quele momento, os americanos OMC há um ano. Se ficar provaque dois dos três árbitros vêm não levantaram nenhum pro- do que os Estados Unidos ainda de países que são terceiras par- blema", afirmou um diplomata não cumpriram a determinates no processo: um polonês e do País. Para o Brasil, o que es- ção, como alega o Brasil, o Itaum australiano. O caso acabou taria por trás da iniciativa ame- maraty poderá pedir autorizasendo enviado pelo Brasil ao ricana de vetar os nomes dos ção para retaliar os produtos diretor da OMC, que então to- árbitros seria o fato de que esses americanos que são exportados mou a decisão de nomear os juízes condenaram os subsí- ao País. Mas, se os árbitros conmembros do comitê que julga- dios. "Isso é um precedente ter- cluírem que os americanos já rá os Estados Unidos. rível para a OMC", afirmou um cumpriram com a condenação, Exceção – Lamy, porém, sur- diplomata brasileiro. o processo é encerrado. (AE)

Cai taxa para importar trigo A

Argentina reduziu as retenções sobre as exportações de farinha. A resolução determinou uma baixa de 20% para 10% dos tributos que o governo

BALANÇO

argentino impunha aos moinhos do país. Ao mesmo tempo, aumentou as retenções sobre pré-misturas de 5% para 10%. Segundo o Ministério da

Economia, "a medida iguala o tratamento tributário dos produtos e busca assegurar e aumentar a continuidade do fluxo comercial das farinhas tradicionais para os países vizinhos, que são nossos principais compradores e aos mercados não tradicionais". O principal comprador dos diversos produtos do setor é o Brasil, para onde a Argentina destina 60% das exportações. A medida é um sinal de apaziguamento ao governo e ao setor de moinhos do Brasil, que estava irritado com a entrada significativa de prémistura, que saía para o mercado brasileiro pagando retenções mais baixas do que a farinha de trigo. (AE)

cada vez mais forte a possibilidade de o governo da Bolívia fechar um contrato preliminar com as petroleiras e deixar os pontos polêmicos para depois do prazo fixado pelo decreto de nacionalização, que vence amanhã. A avaliação é de diferentes companhias com atuação no país, que reclamam do pouco tempo para definir temas sensíveis, como a contabilização das reservas. Ontem, pelo quarto dia consecutivo, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, e o presidente da estatal YPFB, Juan Carlos Ortiz, se encontraram com re p re s e n t a n t e s d a s d e z companhias que deverão se adaptar às novas regras. O gerente-geral da Petrobras para o Cone Sul, Décio Odone, esteve na YPFB, no centro de La Paz, ontem, ficou menos de uma hora e saiu sem dar declarações. O governo boliviano resiste a ampliar o prazo e, por isso, a assinatura de um acordo preliminar pode ser a solução para ganhar tempo de negociação sem enviar sinais negativos à opinião pública do país. Segundo a proposta, os contratos que serão assinados amanhã tratam as novas concessões de maneira genérica e os detalhes seriam tema de anexos. O Ministério dos Hidrocarbonetos não confirmou nem desmentiu a informação. Reservas – Na opinião de um especialista, as petroleiras insistem nas negociações porque, mesmo as que têm poucos investimentos, precisam contabilizar as reservas de gás. A Petrobras vive situação inversa: as reservas bolivianas representam só cerca de 2% de seu estoque de petróleo e gás, mas os investimentos superam US$ 1 bilhão. Um observador com acesso às negociações avaliou que a estatal brasileira demorou a perceber a urgência do problema. O presidente do PT e coordenador da campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, afirmou que a Petrobras deixará a Bolívia se não houver um bom entendimento a respeito das condições em que a estatal poderá operar no país vizinho. Ele disse esperar que até o final desta semana haja um acordo genérico que permita a elaboração de um memorando de entendimento fixando o prazo para a assinatura de contratos. O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem que vai destinar parte da arrecadação adicional com o aumento de impostos sobre a produção de petróleo e gás ao setor de educação. Em decreto publicado ontem, Morales separa cerca de US$ 30 milhões das receitas da petroleira estatal YPFB para distribuir entre 1,2 milhão de alunos de escolas públicas do país. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

LEITURA 60 textos apaixonados de Ruy Castro sobre a sétima arte Fotos: Arquivo DC

TRECHO

ESTE CINEMA ESCRITO É PARA SEMPRE

Astaire é tudo

anos depois de Q uarenta dado oficialmente como

Geraldo Mayrink

P

arece coisa de cinema. Com nove livros publicados, entre biografias, ensaio e ficção, e o último no ano passado foi a exuberante biografia Carmen, contendo revelações sensasionais sobre a "pequena notável" em quase seiscentas páginas, ninguém acreditava que Ruy Castro tivesse tempo de ir ao cinema. Isto porque ele assinou também duas obras de ficção, uma de humor, organizou e editou dezoito outras e traduziu cinco. O jornalista se transformou num pesquisador de tirar o fôlego e numa máquina de escrever, quer dizer, de produzir textos. Mas ia ao cinema também, desde o Cine Brasil, na sua Caratinga (MG) natal, onde via filmes na cabine por amizade com o projecionista e depois os anotava em fichas. Ruy foi crescendo em todos os sentidos, vendo e anotando uma porção de coisas. Agora, aos 58 anos, revela sua face oculta de cinéfilo, gravada em 60 artigos publicados na imprensa entre 1975 e 2006. Ele não queria desencavá-los, certo de que "textos de jornal são para ser lidos no dia e depois só servem para forrar gaiolas", mas a organizadora de Um filme é para Sempre, a escritora e sua companheira Heloísa Seixas, argumentou que Ruy não aplicava aos outros seu pensamento sobre forrar gaiolas, pois já compilara dois livros com textos de seus ídolos, os críticos José Lino Grunewald, Um Filme é um Filme, e Moniz Vianna, Um Filme por Dia. Dizem até que os verdadeiros heróis dos críticos de cinema são outros críticos de cinema. Talvez Ruy não se achasse digno de lamber os fotogramas analisados por estes grandes homens. Heloísa discordou. E ralou os dedos para digitar meio milhão de caracteres até então condenados a receber sujeira de passarinhos. Então descobriu como Ruy aprendeu coisas nas telas e nas leituras. Entre muitas outras: G A palavra discoteca foi inventada pelo diretor Roger Vadim, o marido e descobridor de Brigitte Bardot. G Marcello Mastroianni queria interpretar um Tarzan caquético, incapaz de pegar um cipó. G John Wayne nunca usou farda e tinha medo de cavalos. As três mulheres com quem se casou mandavam nele. O grande John Ford, que o dirigiu em dezessete filmes, dava-lhe pontapés em público. G Dorival Caymmi, que dizia ser doce morrer no mar, não sabe nadar nem nunca pescou nada. G O diretor Andre de Toth, cego de um olho, dirigiu o primeiro filme em 3D, Museu de Cera (1953). E por aí vai, mas estas informações

Um Americano em Paris, com Gene Kelly e Leslie Caron: em cena, coreógrafos e dançarinos de verdade

são apenas pausas para respiração em textos nos quais transparecem a verdadeira vocação de Ruy, a de historiador e biógrafo, e a novidade de que é também um crítico de cinema de primeira, com uma soma de conhecimentos de dar tremeliques na retina. Foram retirados de leituras tão variadas como revistas de fofocas e teóricos seríssimos. Ele reabre um Tesouro da Juventude e aqueles velhos filmes que eram apresentados com os nomes das equipes desfolhando páginas, em geral com capas vermelhas. Reaparecem os musicais, sobre a engenharia deles, e o gênio de Busby Berkeley (já ouviram falar?), que nem dançarino era, deslumbrando as platéias. Coreógrafos e dançarinos de verdade, como Bob Fosse, Fred Astaire, Gene Kelly, renascem de corpo inteiro e quase dá para ouvir o seu sapateado e o que eles cantam. Os machos e os rebeldes merecem um capítulo. Eles morreram mal, se é que alguém morre bem. Os mais trágicos estavam na equipe de Domínio dos Bárbaros (1955), sobre os quais pairou uma maldição atômica. Ao longo do tempo, morreram o diretor Dick Powell e os atores Susan Hayward, Pedro Armendariz e John Wayne, além dos filhos deles, levados ao local da filmagem para visitar os pais. No total, pereceram 46 pessoas, tudo por culpa de um teste nuclear a céu aberto no deserto de Utah e cuja radiação teria matado ao longo dos anos quem esteve perto. Cultura cinematográfica também é isso, embora não se veja na tela. Outros rebeldes e machões se saem muito bem, na descrição sempre minuciosa e colorida de Ruy, embora também já estejam mortos, muitos em preto e branco. É o caso de James Dean (19311955), cuja breve vi-

James Dean: mito em cada filme

John Wayne: faroestes idealistas

da e apenas três filmes são avaliados assim: "Sua presença varre Rock Hudson e Elizabeth Taylor da tela de Assim Caminha a Humanidade." E do belo e complicado Montgomery Clift (19201966), num texto sugestivamente chamado Freud com Vacas (pois o ator interpretou cowboys e fez o papel do pai da psicanálise no filme Freud – Além da Alma). E Marlon Brando (19241996), não menos complicado, e cujo único filme que dirigiu, A Face Oculta, durava , antes de ser cortado, 33 horas e era descrito como "o único faroeste com vista para o mar". Outro capítulo bem titulado, Filmes que Faziam a Pipoca Encalhar, pois a platéia não saía da cadeira, descreve coisas muito sérias e até trágicas, como pena de morte (Quero Viver) ou alcoolismo (nos clássicos Farrapo Humano e Vício Maldito). Lá nestes filmes se ouve uma frase triste e didática: "Uma dose é demais e cem não chegam". E aí rolam barris de bebuns como Buster Keaton, John Barrymore, W.C.Fields, Spencer Tarcy, Errol Flynn, Ava Gardner, Judy Garland, Marilyn Monroe, Lee Marvin e um cast de milhões, fazendo tim-tins. Não se explica o porquê disto. "É para quem sabe, pessoas do ramo", avisa Ruy, que não bebe nem fuma, embora tenha contabilizado, no texto Cada Fio de Bigode de Bette Davis, que em A Malvada (1950), se fuma 30 cigarros em pouco mais de duas horas, e só a estrela acende nove. Este é um lado vicioso da coisa, enebriante e enfumaçado, mas há muitos outros, e impressiona como Ruy sabe

Bette Davis em A Malvada

1921, Dr. Mabuse, o de todos eles, inJ ogador, de Fritz cluindo filmes Lang. Experiência brasileiros como é isso, além de olho Orfeu Negro atento. Por isso fi(1958) e Todas as gura aqui, ao lado Mulheres do Mundos bambas da dido (1966), clássireção como Stancos hoje muito esley Kubrick, Jaqcquecidos. Natuques Tati, Woody ralmente as meAllen e Preston mórias de Ruy são Sturges (alguém antes de tudo hollembra?) um tipo lywoodianas, nacomo Roger Corturais em quem man, que deu emnasceu no interior prego aos hoje noprofundo de Mitáveis Martin Scornas, onde nada cese e Francis Cophavia para fazer a Brigitte Bardot: atriz 5 estrelas pola. Ele fez o seu A não ser ouvir música no rádio e ver os filmes que che- Pequena Loja dos Horrores (1960) em gavam enlatados nos trens da Estrada dois dias, com Jack Nicholson no papel de Ferro Leopoldina. Por isto há as atri- de um masoquista que vai ao dentista e zes cinco estrelas como Lana Turner, uma planta que come gente. Uma obraBrigitte Bardot, Romy Schneider e Rita prima desprezada. Freaks (Monstros), diHayworth, que em Gilda diz: "Se eu fos- rigida em 1932 por Tod Browning, faz jus se uma fazenda, não teria cercas". Há a uma manchete no texto como "um um capítulo sobre piscinas e um perfil dos filmes mais perturbadores já feitos", da atlética e insinuante nadadora Es- com seu desfile de anões, irmãs siamether Williams, que "quando molhadi- sas, mulher barbada, um homem sem nha, era uma fulgurante estrela. Mas, braços e pernas e que acende um cigarenxuta, uma mulher insegura, nascida ro com a boca – tudo de verdade. Pois, para ser dominada". Ruy faz desfilar, em tanto quanto na vida, cabe tudo isso no Emoções de Matinê, aqueles filmes va- cinema e nas descrições de Ruy. Para gabundos dos quais todo mundo gos- quem não viu as cenas projetadas, já pagam o preço do ingresso. tava, como Zorro e Fu Manchu. Anotem: "Não se pode usar a fenoUm Filme é Para Sempre: 60 menologia e a epistomologia para arguArtigos Sobre Cinema, Ruy mentar com os fãs de Império Submarino, escreve Ruy. "Sei disso porque sou Castro, Companhia das Letras, um deles". E isso desde um filme de 432 páginas, R$ 52.

morto, o filme musical, um dos gêneros mais deliciosos inventados pelo cinema, passou as últimas semanas sentado no banco dos réus - do qual, pelo visto, saiu comicamente condenado. Sob o pretexto de analisar Todos Dizem Eu te Amo (Everyone Says I Love You), o novo filme de Woody Allen em que atores que não sabem cantar se expressam às vezes através de canções, críticos bissextos puseram o gênero no pelourinho e cada qual se sentiu autorizado a ir até lá dar a sua chibatadinha. Mas, na maioria dos casos, o efeito backlash se fez sentir e esses críticos, ao receber o látego no próprio rosto, revelaram apenas a sua desinformação sobre o assunto. Basicamente, fazem-se duas acusações aos musicais: são filmes chatos porque, no meio de uma cena, o sujeito começa a cantar; são irreais porque, neles, qualquer marinheiro ou mata-mosquito dança e canta como um profissional. Quantas vezes você já não ouviu isso? Mas as duas acusações não fazem justiça à suposta inteligência de quem as formula. Por que, num musical, os atores cantam no meio de uma cena? Envergonhado por estar aqui a declarar o óbvio, respondo: porque se trata de um filme musical. Se fosse um filme de ação, estrelado por Van Damme, Schwarzenegger ou Bruce Willis, os atores não cantariam. Fosse um filme de terror, estrelado pelos efeitos especiais, os atores também não cantariam - começariam a vomitar, os olhos saltariam das órbitas e seus rostos derreteriam como um escarro. E assim por diante. Cada qual vê o gênero que prefere ou que mais alcança a sua sensibilidade. E por que, num musical, todo mundo dança ou canta "tão bem"? De novo envergonhado por ser obrigado a declarar o óbvio, repito: porque se trata de um filme musical. Nos filmes de ação, todo mundo em cena é mestre em tiro, caratê ou explosivos. Nos antigos westerns, todo mundo sabia andar a cavalo. Nos filmes de Spike Lee, todo mundo sabe dizer fuck e motherfucker. Cada gênero com a sua especialidade, qual é o problema? E, se esse ou aquele crítico não gosta de musicais e prefere os filmes de perseguições em velocidade, por que não se especializa neles, já que a crítica, com exceções, se tornou uma questão de gosto?

Woody Allen: reverente


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

14,44

por cento foi a alta das ações ordinárias da Profarma no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

26/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 24/10/2006 24/10/2006 24/10/2006 24/10/2006 24/10/2006

P.L. do Fundo 10.752.447,32 1.469.347,87 7.956.260,00 17.690.499,26 1.300.643,95

Valor da Cota Subordinada 1.220,188902 1.109,691413 1.181,482148 1.121,151919 1.111,398369

% rent.-mês 1,5748 1,4044 1,6802 0,0705 0,8022

% ano 24,8951 10,9691 18,1482 12,1152 11,1398

Valor da Cota Sênior 1.009,788352 1.096,883317 1.111,384420 0 0

% rent.-mês 0,9206 0,8450 0,9206 -

% ano 0,9788 9,6883 11,1384 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Para o escritor Sergio Augusto de Avellar Coutinho, o pensamento do teórico italiano tem hoje seguidores no PPS (por ser o sucessor do Partido Comunista Brasileiro) e também em alguns setores do PT e do PSB.

Segundo Coutinho, o Brasil corre o sério risco de sucessivos governos de esquerda, a partir da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inviabilizando a disputa política no País nos próximos anos. De formação liberal, Coutinho publicou, entre outros livros, A Revolução Gramscista no Ocidente, e Cadernos da Liberdade. Sua crítica tem como base as duas obras. Elas, em

síntese, tratam do mundo pós-colapso da União Soviética, a trajetória do pensamento de Karl Marx e de seus dois discípulos: Lênin e Gramsci. Coutinho sustenta que ambos significam regime totalitários com uma diferença: Lênin defendeu a tomada do poder pela força. Teórico italiano e autor de Cadernos do Cárcere, Gramsci defendeu a conquista do Estado de forma paDIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 29


8

Finanças Empresas Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

862 UNIDADES LANÇADAS NA REGIÃO NESTE ANO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Sobrados são lançados ao lado de prédios de alto padrão e custam entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil o metro quadrado.

VILA PRUDENTE É A NOVA APOSTA DAS CONSTRUTORAS NA ZONA LESTE Bairro tipicamente italiano e que vai receber uma estação da linha 2 do metrô desponta como referência na região, assim como ocorreu com o Jardim Anália Franco Fotos: Rafael Hupsel/Luz

A

atenção dos investidores do mercado imobiliário está voltada para a Vila Prudente, antigo bairro da zona leste da capital paulista, a apenas cinco quilômetros da Praça da Sé. Conforme levantamento do Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), em 2004, foram lançados 407 unidades residenciais, frente às 164 em 2005. Em compensação, de agosto a setembro deste ano, foram 862 novas unidades que despontaram no bairro. Segundo o diretor de Lançamentos da Vice-Presidência de Comercialização e Marketing do Secovi-SP, Fábio Rossi Filho, a região está em terceiro lugar no ranking dos bairros da zona leste que mais recebem investimentos imobiliários, atrás apenas da Mooca e do Tatuapé. "Antigamente, a Penha ganhava vantagem sobre a Vila Prudente. Hoje, elas estão lado a lado." Ao percorrer o bairro, não é difícil encontrar ilhas de grandes edifícios misturados a condomínios horizontais e sobrados residenciais. Nos últimos três anos, a verticalização dos imóveis ganhou força, e isso deve continuar, segundo analistas do segmento. Atualmente, o padrão dos novos empreendimentos segue a linha de

Alto padrão chega ao bairro

dois, três e quatro dormitórios, com preços entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil o metro quadrado. Referência – Para confirmar a expectativa de valorização e crescimento da região, a construtora Cyrela lançou em agosto passado o empreendimento Reserva Jardim, localizado à Rua José Gonçalves Galeão, no Jardim Avelino – subdistrito da Vila Prudente – próximo às avenidas Luiz Ignácio Anhaia Melo e Salim Farah Maluf. Para o diretor de Incorporações da Cyrela, Ubirajara de Freitas, o bairro é referência de valorização e elegância, nos mesmos moldes do Jardim Anália Franco e do Tatuapé. "O local estritamente residencial não significa que se trata de um bairro isolado. O Jardim Avelino possui acesso fácil aos demais bairros da zona leste e está próximo das ligações com o sistema Anchieta-Imigrantes e das rodovias Fernão Dias e Presidente Dutra", ressalta. Tipicamente italiano, o Jardim Avelino abriga, atualmente, cerca de 30 condomínios de alto padrão que se distribuem nas quadras ao redor do Reserva Jardim. No projeto do empreendimento da Cyrela, o terreno de 17 mil metros quadra-

dos, que originalmente ocupava uma quadra inteira, foi dividido em dois grandes condomínios independentes: o Gravatá, com 8.326 metros quadrados de área e apartamentos de 130 metros quadrados, e o Tarumã, com 8.959 metros quadrados de área e apartamentos de 156 e 192 metros quadrados. Os preços das unidades variam entre R$ 330 mil e R$ 410 mil. Demanda – Já a Itaplan Imóveis aposta na região há tempos. Segundo Rossi Filho, diretor da empresa, foram mais de 20 empreendimentos de dois, três e quatro dormitórios lançados nos últimos cinco anos. A comercialização das unidades geralmente é rápida e ocorre em menos de seis meses. "A demanda por imóveis nessa região é muito grande. As pessoas estão percebendo que existem bairros diferentes e bons para morar, dotados de toda uma infra-estrutura de comércio e serviços que, às vezes, são melhores que os de bairros mais tradicionais", comenta. O Grand Garden Condominium, da Itaplan, por exemplo, empreendimento de alto padrão localizado na Rua Pedro de Godoi, a duas quadras da Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Melo, é um exemplo disso. Em fase final de construção, suas quatro torres estão completamente ocupadas. Já o Club House Vila Prudente, lançado em maio deste ano, está com 100% e 80% de suas unidades vendidas da primeira e da segunda torre, respectivamente. E as novidades não vão parar por aí. Segundo Rossi Filho, a empresa está estudando um novo lançamento para o ano que vem. Linha Verde – A expansão da Linha 2 (Verde) do metrô também está mobilizando novos negócios imobiliários na região da Vila Prudente. De acordo com o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia, assim que toda a infra-estrutura do transporte metroviário estiver consolidada, a valorização dos imóveis no raio de mil metros da estação pode chegar a 30%. No entanto, isso não é desculpa para elevar desde já os valores dos imóveis, porque a finalização das obras está prevista para daqui a dois anos. L o c a ç ã o – Ti p i c a m e n t e residencial, a Vila Prudente é deficiente quando se trata de locações. Conforme explica a gerente de Locação e Vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, como há pouca oferta de imóveis para alugar, quando aparece uma oportunidade, ela é rapidamente negociada. Nas regiões mais populares do bairro, é possível encontrar moradias de dois dormitórios por R$ 400. Já na parte nobre, um imóvel de três dormitórios sai por volta de R$ 1,1 mil. Já no caso das vendas é diferente – embora tenha oferta, é preciso ter preço compatível com o mercado para aparecerem interessados. Maristela Orlowski

Grand Garden Condominium, da Itaplan: suas quatro torres já estão completamente ocupadas

No alto, prédio de alto padrão na Rua Miguel Araújo Barreto. Ao lado, espaço de 17 mil metros quadrados do Reserva Jardim, empreendimento da Cyrela, que oferece apartamentos entre R$ 330 mil e R$ 410 mil.


cífica, com a conquista hegemônica da sociedade e a neutralização das forças burguesas, como a Imprensa e a Igreja. Coutinho leu os cadernos de ponta a ponta. Para o escritor, o teórico italiano tem seguidores no PPS (por ser sucessor do Partido Comunista Brasileiro) e em setores do PT e PSB. O escritor cita como exemplos de ação gramscista a proposta do PT "democratizar a mídia" no segundo mandato Lula e o Código de Ética dos Jornalistas, proposta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), hoje abandonada. "O controle da mídia é uma medida autoritária e precisa ser combatido". O combate ao segundo governo Lula, esclarece, é na arena política, sem golpismo. Coutinho defende o PFL na ofensiva, único partido liberal que não se envolveu no mensalão (pagamento de propina a deputados da base do presidente Lula na Câmara em troca da aprovação de projetos). De acordo com o escritor, o partido deve enfatizar o liberalismo sem esquecer o social. Ele cita como exemplo o New Deal do presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. A seguir, principais trechos da entrevista concedida ao Digesto Econômico, na sede Clube Militar, no Rio de Janeiro, fundado em 1887, onde o general é diretor cultural: Digesto Econômico - Quem são as forças políticas identificadas com Antonio Gramsci no Brasil? Sergio Augusto de Avellar Coutinho - Em primeiro lugar, o ex-Partido Comunista Brasileiro (PCB), hoje PPS. Ele não se saiu bem nas urnas (a legenda não atingiu a cláusula de barreira e perderá a representação parlamentar na Câmara, a verba do Fundo Partidário e o horário gratuito no rádio e TV), mas tem origem comunista. Há também influência de Gramsci no PSB e no PT, que defende socialismo heterodoxo, à moda do partido, na imprensa (formadores de opinião) e na cátedra (universidade). Qual o perigo que Gramsci representa? Ele corrói a democracia por dentro. De uma forma light e despercebido, o partido vai conseguindo as mudanças de senso comum e o enfraquecimento das trincheiras liberais democráticas, como a imprensa. DE - O PPS perdeu força na eleição e faz oposição ao PT. Isso não complica a sua projeção? Coutinho - Ele perdeu força, mas as pessoas que estão no partido estão presentes na política. Essas forças de esquerda podem se unir no futuro. Nada impede, por exemplo, de no futuro, o PPS e o PT, que estão separados, se unirem. É possível unir um partido gramscista com um partido que prega a revolução passiva. 30 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

DE- Durante a campanha presidencial, foi divulgado na imprensa um documento do PT que anunciava medidas rigorosas para regular e democratizar os meios de comunicação no segundo mandato de Lula. Recentemente, surgiu o projeto de Código de Ética dos Jornalistas, proposta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com o apoio do governo, mas foi abandonado porque houve reação contrária . Qual sua avaliação? Coutinho - Os dois casos são indicativos de quem tem práticas gramscistas. O controle da mídia é uma medida autoritária e precisa ser combatida. É por meio de um governo autoritário que o PT fará as transformações definitivas da sociedades que ele defende desde a sua fundação. Vou dar um outro exemplo da influência nefasta de Gramsci no Brasil: o plebiscito do comércio de armas. Se o "sim" fosse vitorioso, teríamos o Estado controlando o direito do cidadão. DE - Em linhas gerais, o que Antonio Gramsci representa? Coutinho - Antonio Gramsci era um marxista-leninista. Há uma diferença entre Lênin e Gramsci que eu explico no livro A Revolução Gramscista no Ocidente. Lênin liderou a revolução na Rússia em 1917, que resultou na União Soviética, mas ela entrou em colapso em 1991. A teoria leninista defendia o assalto direto ao Estado e a tomada imediata do poder. Gramsci defendia, primeiro, a conquista, ou melhor, a dominação (hegemonia) da sociedade civil via partido político. Ele achava a experiência da Rússia não se aplicava ao restante da Europa. Sua estratégia era disputar com a burguesia a hegemonia sobre a sociedade civil e conquistá-la como prelúdio (primeiro passo) da conquista do Estado e do poder. Em resumo, Lênin e Gramsci representam o totalitarismo. Há representantes de Gramsci no Brasil. É aí que mora o perigo. DE - Como ficam as instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Supremo Tribunal Federal (STF)? Elas não representam um freio à essa onda gramsciana? Coutinho - Não creio. É possível infiltrar aliados nessas instituições. Cito o exemplo do STF. Cabe ao presidente fazer a nomeação de ministros, por exemplo. Reeleito, é certo que o presidente Lula nomeará pessoas que se identificam com a sua política. DG - O sr. se apresenta como um liberal. Como o sr. avalia a força do liberalismo no País ? Coutinho - O liberalismo democrático ou a liberal democracia está de tanga no Brasil. Quais são os


Inadimplência em alta Índice de 14,5% preocupa operadoras de crédito. Desafio é ampliar o porcentual de financiamento em relação ao PIB, mas diminuir número de devedores. E 1 Ano 81 - Nº 22.242

São Paulo, sexta-feira a domingo, 27 a 29 de outubro de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Jamil Bittar/Reuters

Valéria Gonçalvez/AE

Qual

a origem do dinheiro que comprou o bolo de aniversário de Lula?

Surpresa para Lula hoje cedo: petistas vão lhe dar parabéns pelos 61 anos. Mistério: quem está pagando o bolo?

Pesquisas? Alckmin está em campanha

LULA GANHA EM TODAS PESQUISAS

"NA IDADE DA PEDRA"

Três institutos dão como certa a vitória do presidente Lula (na foto, com a ministra Marina Silva) na eleição de domingo. Os números do Sensus indicam a maior diferença entre o petista e tucano Geraldo Alckmin: 24 pontos. Na contagem do Vox Populi, a vantagem de Lula é de 22 pontos. No Ibope, 23. Páginas 3 e 8

Em sabatina promovida pelo Grupo Estado, Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil retrocedeu à idade da pedra durante o governo Lula. "Mensalão é subjugar um poder a outro poder." Pág. 8

Marcelo Soares/Hype

Rafael Hupsel/LUZ

ELEJA MÚSICA

São jovens com 90 anos. E estão trabalhando O que Bartolomei não quer é atrapalhar "a patroa". Então, aos 91 anos, faz sapatilha para sax. Na C 1, outros jovenzinhos. Vidal Cavalcante/AE

Divulgação

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 15º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 15º C.

Sons, imagens, cenas, letras... A Sinfônica do Estado de São Paulo, dirigida por John Neschling (acima), anuncia a temporada de 2007, prepara turnê aos EUA e deixa para este fim de semana um belo programa a cargo do coro da orquestra. Enquanto a 30ª Mostra de Cinema continua, entra em cartaz um comovente filme nacional: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (esq.). Estréia a peça Um Passeio no Parque, história do namoro de uma moça intransigente com um senhor viúvo. Sai da estante um livro sobre cinema, que apaixona e diverte. E mais: artes visuais, bares e Roda do Vinho.

PF apreende carrões no Salão Importadores dos Lamborghinis teriam sonegado impostos. E 3


partidos que representam a liberal democracia brasileira? O maior deles é o PFL, que não lançou candidato a presidente da República. Os demais partidos, que seriam do mesmo campo, como o PP e o PL, envolveramse no mensalão. Outro partido, o PTB, de origem corporativista, mas liberal hoje, também envolveu-se no mensalão. Dessa maneira, sobrou apenas o PFL que ainda não encarou o seu papel histórico de defesa da liberal democracia. O PFL fez ano passado um encontro de refundação, mas é preciso avançar. Falta ao PFL mostrar a pregação e o apego à democracia. E mais: o liberalismo deve contemplar a parte social. É só lembrar o New Deal (programas sociais implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo do Presidente Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, e assistir os prejudicados pela Grande Depressão de 1929). DG - O PFL tem hoje uma aliança nacional com o PSDB ......... Coutinho - Pela lógica da política, encerrada a eleição a aliança acabou. Cabe ao PFL tratar de encontrar o seu caminho e se tornar uma alternativa eleitoral em 2010. É certo que a esquerda gramsciana disputará a eleição e cabe enfrentá-la.

pos contra as práticas liberais e os resultados estão aí: só PSDB e PT disputam o poder". DE - Como deve ser a oposição num eventual segundo governo Lula? Coutinho - Eu defendo o fortalecimento dos partidos políticos. Não tem outro jeito. As forças políticas que saírem derrotadas terão que aprofundar a luta política. Sem golpismo. Se você fizer um discurso na Cinelândia, aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, é possível que algumas pessoa parem para ouvir. Mas isso não resolve. É preciso instrumentalizar esse tipo de ação. Cabe aos partidos de oposição mobilizar a sociedade e fazer a disputa no campo político. Lula continuará a obra do primeiro mandato. Ele investirá no social e continuará a apropriação partidária do Estado. O presidente tentará aprovar algumas reformas (Previdência e Política). Na área política, ele já defendeu a convocação de uma Constituinte (para fazer a reforma política). A Constituinte foi um balão de ensaio, mas tudo é possível. Na área econômica, ele precisará de ter força política para fazer as mudanças que ele entende necessárias aos País. Elas serão feitas na medida em que ele for acumulando forças - a chamada revolução pelo alto. Sempre é bom lembrar: Lula não está mais à esquerda hoje por não ter plenos poderes.

DG - O PFL seria uma alternativa ao PSDB e PT? Uma terceira via? DE- O que virá depois? Coutinho - O Brasil precisa de "Falta ao PFL mostrar a pregação Coutinho - Reeleito, Lula cuium modelo liberal democrata que nos e o apego à democracia. dará do seu governo e depois fará o empurre para sua a prosperidade. Se E mais: o liberalismo deve seu sucessor. No meu entendimento, não houver mudanças, vamos passar contemplar a parte social." governos sucessivos do PT ou de esa vida toda pagando Bolsa Família. querda podem inviabilizar o País poQual foi o País socialista que foi salvo liticamente no futuro, justificando um clima revoluciopelo socialismo? Vá à Angola e conheça a miséria de lá. O nário em favor de uma força política identificada com a socialismo é bom para fazer oposição ao liberalismo ecoteoria gramscista. nômico. E pára por aí. DE - Qual é a dificuldade dos liberais no Brasil? Coutinho - É necessário afirmar que houve um crescimento das forças de esquerda no Brasil. Ele começou nos anos 60 e avançou nos 70. A esquerda fez uma grande estrago aos liberais ao demonizar o lucro e o banqueiro. O tema da campanha eleitoral hoje é demonização das privatizações. Acompanhei a privatização da Cosipa no governo Itamar Franco e sou testemunha da lisura do processo. Na verdade, foram criados anti-cor-

DG - Qual o político que o sr. citaria como modelo de liberal? Coutinho - O ex-presidente Juscelino Kubistchek foi um um político liberal. Apesar das falhas de seu governo, como a corrupção, é precisa saudar o seu espírito democrático. A corrupção é um ônus e uma carga que um regime liberal carrega, como outras forma de governo, inclusive as ditaduras marxistas. JK é um grande exemplo ao País. DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 31


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

1 Eu trocaria a imortalidade por mais 10 anos. Há tanto por fazer. José Mindlin, bibliófilo

~

NOVENTOES NA ATIVA Não importa a profissão, o segredo da longevidade é o trabalho. Alguns o chamam de vírus, outros de combustível. Para todos, parar de trabalhar é morrer em vida. Rafael Hupsel/Luz

Milton Mansilha/Luz

Fernando Vieira

C

arlos Bartolomei tem sob sua responsabilidade a produção diária de 50 sapatilhas, uma pequena peça de feltro e couro sem a qual um saxofone não toca. O músico Antonio Degli Esposti, freguês de Bartolomei, toca na noite, mas reclama da política. Para ele, o momento eleitoral encolhe a agenda de shows e abala seu orçamento. Se a política aborrece Esposti, ela é o combustível da grande parte das colunas diárias do jornalista João de Scantimburgo, para quem o segredo da boa escrita é muita leitura. O bibliófilo José Mindlin concorda e vai além. Ele diz que ler é mais do que um Carlos Bartolomei e as sapatilhas: aos 91 anos ele só não quer ficar em casa para não atrapalhar a patroa hobby, é um interesse central. Luiz Prado/Luz "Fui inoculado pelo vírus do amor ao livro, que é incurável". De vírus e de cura entende o médico João Pedro Matta, um apaixonado pela medicina. Mas o coração do doutor é dividido. Além do consultório, o clínico-geral tem um museu onde reúne inúmeros artigos de saúde, ciência e arte. Mais do que uma reação em cadeia, os cinco personagens têm um ponto em comum: são jovens com mais de 90 anos, que fazem do trabalho uma ferramenta para enganar o tempo. E essa é uma estratégia que dá resultados, atesta o médico do departamento de geriatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Clineu Almada. Ele atribui ao trabalho uma série de benefícios João de Scantimburgo, de 90 anos, chega todos os dias às 7h na redação do Diário do Comércio físicos e mentais, com o a m a n u t e n ç ã o Luiz Prado/Luz corporal (desde que a sua aposentaria oficial se deu mento que tenho hoje", diz. atividade respeite as em 1967. Mas parar de tocar Nos livros – Em 1996, o bilimitações do organaquela época não fazia e até bliófilo José Mindlin pôs fim a nismo) e a elevação da hoje não faz parte de seus pla- um extenso currículo que inauto-estima. "O asnos. Até porque, a idade não clui atuações como jornalista, pecto emocional do atrapalha seu desempenho advogado, secretário municitrabalho é muito imnos palcos. Pelo contrário. pal e empresário, entre outras portante porque pre"Acho que está mais fácil tocar atividades. Mas isso não signiserva a identidade hoje em dia, porque adquiri fica que ele tenha abandonado pessoal. A inatividamais técnica e também um o trabalho. Em vez do descande profissional traz pouquinho de malícia, funda- so, passou a dedicar-se inteprejuízo mental e pomentais em qualquer instru- gralmente a uma cruzada pelo de provocar episómento", diz sorrindo. livro, cujo objetivo é contamidios de depressão, esAtualmente, Esposti apre- nar a todos com o que ele chapecialmente nos senta-se pelo menos duas ve- ma de vírus da leitura. homens". zes por semana em clubes pauHá pelo menos dez anos sua Outra influência do listanos. E reclama. "Agora es- agenda permanece cheia de trabalho na fórmula tá tudo meio parado por causa compromissos e projetos, com da juventude dos noda política, das eleições. Mas palestras e participações em ventões na ativa: a inespero que tudo volte logo ao conselhos de cultura, além da tensidade na troca de normal. Quer dizer, para falar criação de uma biblioteca na informações que a verdade, preferia trabalhar USP, com livros doados de seu ocorre no ambiente José Mindlin, de 92 anos: vírus da leitura todos os dias, como no tempo acervo pessoal, que soma mais produtivo. A comudas emissoras". de 35 mil títulos. A construção nicação faz com que as cone- precisão milimétricas. Hoje, No jornal – A rotina do jor- do prédio deve começar no mês xões nervosas (as sinapses) se ele cumpre uma jornada de nalista João de Scantimburgo, que vem e terá sua supervisão. mantenham ativas. cerca de seis horas diárias e res- prestes a completar 91 anos, Alheio a qualquer tipo de ex- ponde sozinho por toda a pro- começa cedo. Todos os dias, ele plicação biológico-científica, dução das peças. Antes de sua chega antes das 7h à redação Carlos Bartolomei, de 91 anos, chegada, elas eram importa- do Diário do Comércio, do justifica com simplicidade e das. "O segredo para a qualida- qual é diretor-responsável e bom humor a razão de sua op- de do som do saxofone é uma colunista. Com rigor e disciplição pelo trabalho. "Decidi que sapatilha bem feita, que seja na, inicia a leitura dos jornais não quero ficar parado. Se fi- bem colocada e dê a vedação de São Paulo e do Rio. casse em casa, o que iria fazer? certa", explica, hoje com coFaz uma triagem e separa os De duas uma: assistir televisão nhecimento, seu Carlos, que principais temas publicados ou atrapalhar a patroa. Já pen- revela jamais ter tocado um no dia. Inicia uma releitura e, sou?", brinca. instrumento. "Isso eu sempre em seguida, elege as idéias que Apesar do dinheiro da apo- deixei para amanhã. Quem sa- serão desenvolvidas em seus sentadoria e do que recebe do be um dia...". artigos diários. "Para saber esaluguel de alguns imóveis, Na noite – O novo ofício de crever é preciso ler muito e se Bartolomei decidiu recomeçar seu Carlos o colocou em contato manter atualizado", ensina o há apenas seis anos, quando, com o músico Antônio Degli Es- jornalista, autor de 32 livros, aos 85, mostrou disposição pa- posti, de 96 anos, que toca na membro da Academia Brasira aprender a fabricar sapati- noite. Saxofonista, iniciou sua leira de Letras e da Academia lhas para saxofone. carreira em 1936, quando inte- Paulista de Letras. "Já fui dono de bazar, empre- grou a equipe da Rádio DifusoPara ele, a melhor resposta gado e sócio de uma fábrica de ra. "Isso é antes da música ao vi- às limitações físicas impostas objetos decorativos. Também vo no rádio", disse. pelo tempo é o trabalho, um confeccionei botões para vesDepois de 70 anos de profis- desafio que encara com a mestuário. Nunca havia feito este são, Esposti não sabe dizer ma disposição da juventude. E tipo de peça", diz. quantas apresentações já fez. com bom humor: "Deixe-me Em pouco tempo, seu Car- "Nunca tive de faltar por moti- pôr os óculos para te ouvir melos, como é chamado pelos co- vo de doença. Gosto e me sinto lhor", brinca. “Não percebo legas de trabalho da Ébano, lo- bem trabalhando. Acho que é o minha idade. Velho é a pessoa ja especializada em instru- meu remédio em doses cons- que se sente velha. Se eu pumentos musicais de sopro, do- tantes ao longo da vida". desse, gostaria de fazer de nominou sua nova profissão, um Lembra-se, depois de al- vo tudo o que fiz, pediria um trabalho que exige firmeza e guns minutos de reflexão, que recomeço, mas com o embasa-

O médico João Pedro Matta, de 92 anos, se dedica à profissão há 65 Rafael Hupsel/Luz

conhecimento da minha idade nem tomei juízo com o passar dos anos. Esse deve ser o meu segredo", revela. No consultório – Se o segredo de Mindlin dependesse de alguma prescrição médica, certamente contaria com o aval do clínico geral João Pedro Matta, de 92 anos. "Coleciono 65 anos ininterruptos de medicina", diz. Embora seu ritmo de atendimento já não seja o mesmo, o médico faz questão de comparecer pelo menos três vezes por semana ao Antonio Esposti, saxofonista aos 96 anos consultório. A redução no nú"Às vezes me pergunto: será mero de consultas, contudo, que sou eu mesmo que tenho não é uma opção de Matta. "É 92 anos?", diverte-se Mindlin, fruto do avanço dos convênios que, a exemplo de Scantimbur- que são mais interessantes pago, também é um imortal, ra os pacientes do ponto de vismembro da Academia Brasi- ta econômico", segundo ele. leira de Letras (recém-eleito) e Mais importante do que os cerda Academia Paulista de Le- tificados e as lições de medicitras. "Mas eu trocaria minha na, ele explica o que aprendeu imortalidade por mais 10 anos sobre a saúde. "Ela está relacionada com o bem-estar. Por isde vida. Há tanto por fazer". Segundo ele, a receita para so, para mim não existe a palanão perder o amor e a dedicação vra problema tampouco a paao trabalho está ligada a uma lavra senão. Parar de trabalhar postura de vida. "Nunca tomei é morrer em vida".


ESTANTE

Gramsci nos livros...

As obras escritas por Gramsci, tanto os documentos políticos quanto os textos literários, estão nas livrarias de todo o mundo, traduzidos em várias línguas. E podem ser acessados pela Internet.

No Brasil, destaque para os seis volumes de Cadernos do Cárceree a Questão Meridional, sobre a miséria no sul da Itália. Além de biografias e as idéias do marxista a respeito do fenômeno religioso e da transnacionalização.

32 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

Fotos: Reprodução

...no mundo e no Brasil.


2

Urbanismo Acidente Memória Polícia

FECHADOS Os postos do Poupatempo não funcionam sábado, Dia do Servidor Público.

Ó RBITA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

75 OBRAS ROUBADAS JÁ FORAM LOCALIZADAS

TRÂNSITO A cidade tinha 99 km de tráfego lento às 16h de ontem. A média para o horário é 64km.

ESQUEMA DE ÔNIBUS PARA FINADOS ais de 450 linhas de ônibus da capital terão seus itinerários remanejados para que os cemitérios de São Paulo sejam adequadamente atendidos no próximo dia 2, Dia de Finados. Segundo a SPTrans, os carros vão circular com placas

M

indicativas no pára-brisa. Algumas linhas – as que têm maior procura – receberão reforços na frota. Uma linha especial (a 233F Terminal A.E. Carvalho-Terminal Vila Carrão) será criada para servir o cemitério de Vila Formosa, um dos mais visitados. (Agências)

Carlos Eduardo Cardoso/Agência O Dia/AE

COSTA AZUL É RETIRADO DO MAR barco Costa Azul que quarta, para mais perto de O naufragou na Baía de Niterói, onde a Guanabara, no Rio, após se profundidade do mar é de envolver em um acidente com o navio Roko, em 17 de outubro, no qual oito pessoas morreram, foi retirado do fundo da baía por volta da 1h45 de ontem. Após três tentativas de içar o pesqueiro, o barco começou a ser removido na

11 metros. Isso facilitou o trabalho de mergulhadores. O Costa Azul estava a 37 metros de profundidade. O barco finalmente foi retirado na madrugada e levado para o estaleiro Brasimar, em Niterói, onde passará por perícia. (AE)

TENENTE

PILOTO

O

segundo tenente do Exército Elias Matias da Silva Júnior, de 24 anos, morreu quarta-feira após sofrer um mal-estar súbito durante treinamento no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), no Amazonas. Silva é o terceiro militar que morre este ano em treinamento. Em julho, dois homens se afogaram na piscina do CIGS. Por meio de nota, o Exército informou que Silva trabalhava no 1º Grupo de Artilharia de Selva, em Marabá (PS) e realizava o Curso de Operações na Selva quando sentiu-se mal. Ele foi ''imediatamente encaminhado à equipe de saúde''. O Exército lamentou a morte e afirmou que a marcha é uma atividade de esforço físico moderado e era realizada por 68 alunos. (Agências)

O

piloto do helicóptero Bell 206 Jet Ranger da LRC Eventos, que caiu no Brooklin, no domingo, Guilherme Souza Queiroz Ferraz, de 31 anos, seria operado novamente na noite de ontem. O seu depoimento foi novamente adiado. O piloto foi operado na coluna na manhã de segunda. Agora a cirurgia é na região do calcanhar por causa de fraturas. A polícia ainda investiga as causas do acidente. Com o piloto, havia cinco passageiros: três sulafricanos e dois brasileiros. O grupo voltava do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Marcelo Jorge Graciotti, amigo do dono do helicóptero, afirmou que o acidente ocorreu porque o piloto tentou pousar num ângulo do qual não conseguiu retornar. (AE)

LUTADOR ATACA VÍTIMA DE COLISÃO lutador de jiu-jitsu Mário Sérgio de Lago O Ramos Neto, de 29 anos, será indiciado, ainda na noite de ontem, pela Polícia Civil de Piedade, no interior, por agredir a vítima de um acidente na rodovia Raimundo Antunes Soares (SP-79), na noite de sábado. Após uma ultrapassagem proibida, a caminhonete do lutador bateu de frente com o Ômega de Manoel Soares. Segundo a polícia, o lutador estourou o vidro do carro e

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

deu socos no rosto de Soares enquanto ele ainda estava preso nas ferragens. Além da vítima, o lutador também é acusado de agredir Fernando Rodrigo Monteleoni de Moraes, de anos 27, que tentou socorrer Soares. Ele também levou socos no rosto e passou por cirurgia na terça-feira. A Polícia Rodoviária Estadual levou o lutador à delegacia de Piedade, mas ele foi liberado já que a Polícia Civil ainda não sabia das agressões.

Não sabemos quantas obras ainda faltam. Nem a Mário de Andrade sabe. Fernando Pires, delegado

Polícia recupera obras da Mário de Andrade Alguns objetos já haviam sido leiloados por livraria do Rio. Quatro suspeitos do roubo foram indiciados. Patrícia Santos/AE

O

roubo das obras da Biblioteca Mário de Andrade, no Centro da cidade, começou a ser esclarecido: a polícia já identificou alguns possíveis integrantes da quadrilha, bem como o esquema de furto, receptação e venda. A investigação levou os policiais ao Rio de Janeiro, – mais precisamente à Babel Livros, onde várias obras foram leiloadas. A livraria carioca arrecadou R$ 60.620,00 com a venda de obras de arte. Dessas, 14 foram comprovadamente roubadas e recuperadas. Hoje, a polícia apresentou as 75 obras que recuperou (entre, elas, as 14 do leilão), mas o número de peças em circulação é incerto. "Não sabemos quantas obras ainda faltam. Nem a Mário de Andrade sabe. Mas o número é grande", disse Fernando Gomes Pires, delegado titular da 1ª Delegacia Seccional. Pires esteve na Babel Livros, no Rio, e obteve uma relação de lotes dos leilões. Segundo ele, a livraria, apesar de colaborar nas investigações, pode estar envolvida no esquema. A re-

Delegado Fernando Pires apresenta obras de arte da Biblioteca Mário de Andrade que foram recuperadas

portagem procurou a Babel Livros, mas não obteve retorno. "Temos quatro indiciados, mas como não houve flagrante, não podemos mantê-los presos", disse o delegado. Ricardo Pereira Machado, de 28

anos, ex-estagiário da Mário de Andrade, foi quem lucrou com os leilões. O restaurador José Camilo dos Santos, de 44, funcionário afastado da biblioteca, seria o fornecedor. Outras 61 obras foram encon-

tradas na casa de Erivaldo Tadeu Nunes, de 33 anos, ex-cunhado de Santos. O quarto indiciado foi Laéssio Rodrigues Oliveira, de 33, sócio de Ricardo numa banca de livros antigos do Centro de São Paulo. (AE)


A história de Antonio Gramsci Domingos Zamagna (*)

A

ntonio Gramsci nasceu em 23 de janeiro de 1891 na minúscula e paupérrima cidade de Ales, no oeste da Sardenha, Reino da Itália. Era o quarto dos sete filhos do casal Giuseppina Marcias e Francesco Gramsci. Em 1894 a família se transfere para a montanhosa Sòrgono, quase no coração da ilha. Por dois anos Antonio estuda num asilo mantido por religiosas. Remonta a este período um acidente que, apesar de várias terapias, vai impor a Antonio a notória curvatura da coluna vertebral. Termina os estudos elementares em 1902 na cidade de Ghilarza, onde seu pai é preso por irregularidades administrativas. Prossegue os estudos privadamente, enquanto ajuda a família trabalhando nos arquivos da prefeitura de Ghilarza. Em 1905 inscreve-se no ginásio da vizinha cidade de Santu Lussurgiu. Nesta cidade começa a receber correspondência regular, com jornais socialistas, de seu irmão mais velho, Gennaro, migrante em Turim. Aos 17 anos transfere-se para Cagliari, residindo com o irmão Gennaro, agora secretário local do Partido Socialista Italiano. Matricula-se no Liceu Dettori; demonstra vivacidade intelectual e habilidades em matemática e ciências exatas. Em Cagliari chegam os ventos culturais do continente. Era a Itália de Labriola, Pascoli, D'Annunzio, Pirandello, Verdi, Fogazzaro, Marconi, Gentile, Bonaiuti, Marinetti, Modigliani, Papini, Sturzo, Salvemini, Gemelli, Croce e do santo Papa Pio X. Quanta diversidade! Gramsci lê muitíssimo, especialmente Gaetano Salvemini e Benedetto Croce. Em 1908 Gramsci vence um concurso para uma

bolsa de estudos na Universidade de Turim (Faculdade de Letras e Filosofia) e embarca para o continente. É na capital do Piemonte que Gramsci vive os seus anos de universitário. O ambiente de Turim influencia os seus passos futuros. Cidade industrializada, onde já se desenvolveram as indústrias Fiat e Lancia, que eliminaram as concorrentes mais fracas. Grande concentração operária; sessenta mil migrantes já estão presentes nas indústrias turinenses na primeira década do século XX. A organização sindical é dinâmica, com ampla mobilização das bases. É este o ambiente vital que dará ao pobre e pouco saudável universitário Antonio Gramsci as condições para o amadurecimento da sua opção pela ideologia socialista. Estuda os processos produtivos, a tecnologia e a organização interna das fábricas, compara-as com outras nações, freqüenta os ambientes sociais onde abundam os migrantes da Itália subdesenvolvida: sardos e meridionais. Em 1915, ano em que a Itália entra na primeira guerra mundial, Gramsci ingressa no Partido Socialista, na mesma época em que Benito Mussolini sai do socialismo e entra num movimento nacionalista, reacionário e belicoso, que será o berço do fascismo. Em 1917 Gramsci lidera a greve geral dos operários de Turim contra a continuação da guerra. Assinada a paz em 1919, Gramsci funda, com Palmiro Togliatti, o semanário Ordine Nuovo que logo passa a reunir os mais avançados intelectuais da península. Organiza os conselhos de fábrica, dirige a greve geral de 1920. No ano seguinte, no Congresso do Partido Socialista ItaDIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 33


liano em Livorno, lidera a ala radical que deixa o PSI e funda o Partido Comunista Italiano, tornando-se seu primeiro secretário-geral. Em 1922 visita Moscou, conhece Lênin. Em 1924 é eleito deputado e dirige o jornal do partido, L'Unità. Nesse ano Mussolini chega ao poder e três anos depois dá início à ditadura fascista, instituindo, em 1926, o tribunal especial para a defesa do Estado. Mussolini tolera a existência do Parlamento para oferecer aos demais países o espetáculo de um simulacro de democracia. A truculência do regime de Mussolini ficou definitivamente demonstrada quando do seqüestro e assassinato do seu mais destacado opositor, o deputado socialista Giacomo Matteoti, em 1924. Seguem-se as cassações dos mandatos dos parlamentares oposicionistas. Sem imunidade parlamentar, Gramsci é preso pela polícia política em 8 de novembro de 1926 e confinado na ilha de Ustica, perto de Palermo. Alguns meses depois é conduzido a Roma para ser julgado pelo tribunal especial. "Devemos - disse o promotor aos juízes - inutilizar por 20 anos esse cérebro perigoso." Gramsci é condenado a uma pena de 24 anos de prisão, a ser cumprida na penitenciária de Turi, perto de Bari. Submeteram-no a severo regime, permitindo-lhe, contudo, ler e escrever, permissão da qual nasceu extenso trabalho literário. Gramsci jamais aceitou implorar clemência ao regime fascista. Em 1933 apareceram-lhe os sintomas de tuberculose óssea. Não querendo que o prisioneiro fosse considerado mártir, as autoridades fascistas deliberaram a sua soltura, transferindo-o para Roma. Gramsci morreu em uma clínica romana, em 27 de abril de 1937, uma semana após a sua soltura. Foi enterrado no Cemitério dos Ingleses, à sombra da pirâmide de Caio Cestio, perto do túmulo do poeta Keats. Até hoje uma coroa de verdes permanentes com fita vermelha indica aos numerosos visitantes o local onde repousam seus restos mortais. Gramsci, contudo, continua uma força viva para muitos, tanto dentro quanto fora da Itália. Gramsci teve adversários dentro do partido? Sim, teve de combater os radicalistas e os conformistas. Mas a vitória da ditadura fascista acabou com seus adversários, dentro e fora do partido. Nem por isso Gramsci foi a criatura nimbada com a qual é apresentado em vários ambientes. Os anos de cárcere geralmente acrescentam alguma aura a muitos escritores, desde Paulo de Tarso e Boécio até Bonhöffer e Graciliano Ramos. Desta circunstância, além de seu valor intrínseco e estratégico, obviamente, pode advir parte da reverencial submissão com que muitos acadêmicos, políticos, religiosos e comunicadores, especialmente a partir da década de 60, entregaram-se a uma leitura quase mística de suas obras. Com 34 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

efeito, Gramsci começou a ser praticamente conhecido pelos brasileiros quando a editora Civilização Brasileira, entre 1966 e 1969, publicou algumas de suas principais obras. A partir de 1969, como se sabe, o Brasil começou a viver sob um regime político que parecia disputar analogias com aquele que privou Gramsci e tantos outros da liberdade. O vazio cultural prosseguiu pela década de 70, inviabilizando muitas publicações e atrasando até mesmo a leitura mais crítica do autor que até hoje às vezes é mais louvado do que lido com atenção e realismo. Atualmente estamos mais equipados para a avaliação do pensamento de Gramsci, seja porque já é considerável a literatura a seu respeito, seja porque a sua filosofia da práxis política já saiu do papel e está sendo aplicada por um consórcio de agremiações, com espantosa fidelidade, obstinada persistência e articulados objetivos táticos e estratégicos para alcançar a hegemonia do Estado. Para tanto, requer-se férrea disciplina de todos, militância subordinada ao partido centralizado e ideologicamente unido, sem espaço para desvios, nada de sociedade aberta. O partido é como uma igreja e a revolução é como uma guerra minuciosamente preparada. É preciso minar os campos, fragilizar as resistências, penetrar nas casamatas e fortalezas e ocupar todos os espaços da sociedade civil. Para isso, é preciso enfim uma nova cultura, transformadora, em que a tarefa do intelectual não é a de pesquisar a verdade; ele deve ser um intelectual orgânico, canalizando todas as suas energias para a persuasão permanente de quem representa a totalidade dos interesses e aspirações da classe trabalhadora, o partido, o moderno príncipe. Durante muito tempo foi meritório ser de oposição, tanto na Itália quanto na América Latina e outras partes do mundo. A duras penas nossos povos conseguiram a redemocratização. Democracias frágeis, ainda. Mas a democracia é um bem precioso demais para ficar exposto a toda sorte de despreparados e, pior ainda, a grupos que se crêem dotados da verdade absoluta. Se há algo de que não podemos abrir mão para a saúde da democracia é o direito à crítica. O bom senso - a coisa mais bem distribuída entre os seres humanos, segundo Descartes - ensina que a verdade nem sempre é evidente, ela pode se apresentar como cambiante. Dependendo das circunstâncias ela só poderá ser aceita pela força da argumentação racional, jamais pelo autoritarismo, pelo aparelhamento do Estado e pela violência geradores de hegemonia. Neste caso, identificar os erros já é um grande passo. (*) Domingos Zamagna é jornalista e professor de Filosofia.


GRAMSCI ESTÁ BEM VIVO. NO BRASIL.

Túmulo de Antonio Gramsci no Cemitério dos Ingleses, em Roma, Itália, fotografado por Hubert Stadler/CORBIS

A REVOLUÇÃO GRAMSCISTA NO OCIDENTE Sergio Augusto de Avellar Coutinho


Copyright © 2002 by Sergio Augusto de Avellar Coutinho

Editor Executivo Kléber de Almeida Editor Domingos Zamagna Repórter Sergio Kapustan Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

ESPECIAL

Editor de Fotografia Masao Goto

Diretor-Responsável João de Scantimburgo

Editor de Arte José Coelho

Presidente em exercício Alencar Burti

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Projeto Gráfico e Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo

Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Ilustração Roberto Alvarenga

Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) 3244-3122 Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Impressão Laborgraf REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3055 FAX (011) 3244-3046 www.dcomercio.com.br


das pela situação e pelo momento histórico de cada país. Não descartando a "guerra de movimento" no momento decisivo, Gramsci admite (embora não explicitamente) a necessidade da preparação do instrumento armado para a ocasião do seu indispensável emprego. Movimentos reivindicatórios radicais urbanos e rurais poderão ser progressivamente armados, aumentando a ousadia das ações ilegais (invasão de terras e edifícios, interdição de instalações e de vias de transporte etc), com a indiferença e a conivência da sociedade civil e a omissão da sociedade política. *** O Novo Estado, que será fundado após a tomada do poder, nascerá das cinzas do antigo Estado burguês num processo rápido de "destruição-reconstrução", como qualifica Gramsci. Esta etapa revolucionária envolve dois empreendimentos imediatos: - Organização do Estado-Classe; - Imposição da nova ordem revolucionária. O novo Estado assume as características de Estado-Classe, identificando-se com os indivíduos das classes populares e, por isto, é de tipo diferente, elemento de cultura ativa e movimento para criar uma nova civilização. As primeiras providências para a sua organização estão no restabelecimento (destruição-reconstrução) dos órgãos governamentais, desde logo buscando construir as bases de uma complexa e bem articulada unidade da sociedade política com a sociedade civil, em que os indivíduos se autogovernem como complemento orgânico do Estado. Corresponde à concretização de um processo de ampliação do Estado iniciado na fase de luta pela hegemonia. Entretanto, enquanto a sociedade civil não tenha alcançado um estágio de desenvolvimento cultural e moral próprio e independente, há necessidade de um período de poder totalitário ("estatolatria") como forma de consolidação da hegemonia da sociedade civil e da iniciação da vida estatal autônoma ("estado ampliado"). Este estágio se assemelha à ditadura "popular-democrática" ou à "ditadura do proletariado" como entendida pelo leninismo soviético. Gramsci, porém, preocupava-se com a tendência de perenização desse Estado totalitário, como ocorreu na União Soviética. Não imaginava propriamente a sua progressiva evolução para

uma forma de estado "democrático" à moda do liberalismo ocidental mas a sua crescente substituição pela sociedade civil, à medida que esta fosse absorvendo certas funções de governo; evolução que vai até o desaparecimento do Estado no momento culminante do avento da "sociedade regulada", o comunismo. A questão imediata que se apresenta ao PartidoClasse (o Moderno Príncipe), e ao Estado ainda em fundação, é a implantação da nova ordem. É uma etapa crítica que se desenvolve em meio ao caos institucional e à perspectiva ou à realidade concreta e "catastrófica" de um retrocesso e da intervenção "cesarista", isto é, de uma força autoritária e salvadora que pode interromper o curso da revolução. O novo regime que se implanta não poderá deixar de ter o caráter militar-ditatorial. E uma de suas primeiras providências deverá ser a criação do "exército popular" ou "exército vermelho", instrumento político armado que será usado para apoiar a implantação do novo Estado e para assegurar a ordem pública. A segunda questão de imposição da nova ordem será o desmantelamento do aparelho hegemônico e estatal burguês (suas "trincheiras" e "fortificações") deve ser seguido (melhor será simultâneo) da reconstrução e criação de novos órgãos de governo e a retomada da atividade econômica (processo de "destruição-reconstução"). A terceira questão será a superação das resistências internas do próprio movimento, dos velhos dirigentes intelectuais "teimosos", cuja atuação pode prolongar a crise. Esta questão se estende ainda à repressão ao radicalismo de certos segmentos revolucionários. Finalmente, a questão que se apresenta sob a forma de ameaça ou de efetividade de uma contra-revolução burguesa ou de uma intervenção estrangeira. Ambos eventos ocorreram na Rússia após a tomada do poder em outubro de 1917. *** Após a tomada do poder, a fundação do novo Estado e de superação das principais questões de imposição da nova ordem revolucionária, o Estado-Classe se dedicará prioritariamente à condução das radicais e necessárias transformações para a implantação do socialismo e para desenvolvimento das condições de passagem deste para a "sociedade regulada": - No aparelho econômico de produção; - Na sociedade e nos indivíduos; - No sistema político. DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 15


Estas mudanças, como superação da antiga ordem capitalista liberal, têm também significado de destruição (destruição-reconstrução): - Demolição do sistema capitalista; - Eliminação da classe burguesa; - Superação do sistema liberal-democrático. O processo de transformação destrói o velho e edifica o novo, operando essencialmente sobre as forças econômicas, modificando e desenvolvendo o sistema de produção. As mudanças realizadas nos primeiros tempos revolucionários não são absolutas mas de caráter tendencial, completando-se no progressivo desenvolvimento da construção do socialismo.

As transformações da Estrutura Econômica A intervenção do Estado (identificado com o grupo subordinado) na economia é uma condição preliminar de qualquer atividade econômica coletiva. O desenvolvimento das forças econômicas em novas bases e a instauração progressiva de uma nova estrutura sanarão as contradições existentes na sociedade capitalista. A transformação da estrutura econômica consiste justamente na superação do sistema de produção baseado na propriedade privada e na divisão de trabalho que resulta na divisão de classes. A atividade econômica de massa, antes de mais nada, se baseia na propriedade coletiva dos meios de produção (estatização, coletivização ou gestão coletiva destes meios) . "Não pode haver igualdade política (e social) completa e perfeita sem igualdade econômica".

As Transformações da Sociedade Civil e do Indivíduo Não se espera que as velhas condições culturais e morais desapareçam ou se modifiquem pela simples propaganda e persuasão. É preciso a iniciativa de um agente modificador forte. A atuação do Estado, que deve criar e manter um novo tipo de civilização e desenvolver um novo tipo de cidadão, tem um aspecto positivo de educação cívica, mas também um aspecto negativo de ação repressiva e punitiva de alcance moral em face da "ação ou omissão criminosa". As mudanças da sociedade civil abrangem três empreendimentos principais: 16 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

- Tornar homogêneo o grupo social, agora grupo dominante; - Realizar a reforma intelectual e moral dos indivíduos; - Desenvolver uma vontade coletiva nacional popular. 1) Unidade do grupo social dominante O desfecho pretendido na luta de classes um dos princípios da revolução socialista - é a assimilação ou dissolução da classe burguesa. 2) Reforma intelectual e moral dos indivíduos Tornado homogêneo o grupo social, o Estado tende a criar um conformismo social que seja útil ao desenvolvimento do grupo e que expresse uma significativa mudança intelectual e moral dos indivíduos. Para criar um novo tipo de cidadão, o Estado deverá criar um novo tipo de convivência e de relações individuais, fazendo desaparecer certos costumes e atitudes e fazendo difundir outros, atuando segundo um plano que educa, incita, pressiona e "pune". A transformação intelectual e moral dos indivíduos é luta contra o individualismo, contra certo individualismo, aquele com conteúdo social, em especial, contra o individualismo econômico (da iniciativa e do lucro) que, nesta fase histórica, já deve estar superado, embora tenha representado uma fase do desenvolvimento progressivo. 3) A vontade coletiva nacional-popular Um dos primeiros esforços a ser dedicado ao empreendimento das transformações da sociedade civil é a formação de uma vontade coletiva nacional-popular. A vontade coletiva é a manifestação completa do consenso, do conformismo social e do protagonismo que vão tornar possível a realização das transformações concretas que criarão a nova civilização, passando pelo socialismo. Em determinadas ocasiões, será necessária a imposição coerciva da disciplina para garantir o êxito do projeto ou impedir a aparição de certos segmentos sociais resistentes por ação ou omissão.


As Transformações no Sistema Político A mudança política concreta se dá no momento mesmo em que o poder é conquistado pelas classes subalternas, guiadas pelo seu partido orgânico, e em que é fundado o novo Estado. Em outras palavras, no momento em que o estado liberal democrático burguês (eventualmente, a ditadura oligárquica) está superado. O novo Estado assume um formato de "estatolatria", isto é, uma forma altamente centralizada, ditatorial, fazendo-se capaz de produzir as transformações econômicas, políticas e sociais necessárias. Entretanto, o processo de ampliação do Estado, fazendo a conexão da sociedade política com a sociedade

civil, envolvendo-a na condução das coisas públicas, deverá proporcionar contínuo desenvolvimento na direção, afinal, do desaparecimento do próprio Estado. Neste processo, "todo elemento social homogêneo é estado, na medida em que adere ao seu programa transformador. Todo cidadão é funcionário, se é ativo na vida social conforme a direção traçada pelo estado-governo". *** O estabelecimento do socialismo marxista (ou socialismo científico, ou ainda socialismo revolucionário) é o objetivo estratégico da revolução, uma fase intermediária entre o capitalismo e o comunismo.

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 17


O GRAMSCISMO NO BRASIL

N

o final da década de 70, o Partido Comunista Brasileiro vinha de uma frustrante e contundente derrota na sua segunda tentativa de tomada do poder no Brasil. Tanto na primeira investida (a Intentona de 1935), quanto na segunda ("via pacífica"), o partido seguiu o modelo marxista-leninista para chegar ao poder. Havia uma certa perplexidade no interior do Partido que se questionava quanto à validade dos modelos leninistas de "assalto ao poder" e da "via pacifica para o socialismo" (ou "etapista"), ambas mal sucedidos no Brasil. Além disso, havia ainda a má referência da imprudente e cruel opção pela luta armada de alguns grupos dissidentes da orientação partidária que não conseguiram ir além do terrorismo urbano (1966 - 1973). Começaram então a aparecer os primeiros indícios de que alguns dirigentes do Partido passavam a se interessar pela estratégia de Gramsci já, de certa forma, revelada pelo eurocomunismo. "Como poderia, todavia, o Partido Comunista transpor mecanicamente para o Brasil uma doutrina que se preocupava, no seu tempo, em equacionar os caminhos a percorrer do fascismo à ditadura do proletariado e estabelecer qual o sistema de alianças a ser composto para atingir a meta intermediária de um governo democrático"? (Carlos I.S. Azambuja) Com efeito, em 1973, o Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro realizou, com uma criativa manobra intelectual, a transposição para o Brasil da situação da Itália em 1930: aprovou uma Resolução em que definia o regime brasileiro como fascista. Assim propunha a formação de uma aliança "antifascista, incluindo todas as forças de esquerda e de oposição ao regime político vigente, tendo por objetivo a "redemocratização" que lhe abrisse espaço para voltar à atividade política ostensiva e à luta pelo socialismo. A partir desta Resolução, o Partido passou a dar prioridade aos objetivos imediatos de: - Restauração da democracia; - Anistia; - Assembléia Constituinte.

18 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

Evidentemente, a opção por esta linha de atuação não significava uma deliberada adesão à estratégia gramsciana, mas com ela coincidia de maneira interessante e indicativa, porque estava muito de acordo com o conceito de Gramsci referente ao "intermezo" democrático burguês entre a queda da ditadura fascista e a ditadura do proletariado. Indicativamente também, a partir de 1972, pronunciamentos de destacados membros do Partido e artigos publicados nos jornais orgânicos e na imprensa diária passaram a conter freqüentes referencias às "categorias" e idéias de Gramsci. Embora fossem significativas as indicações de envolvimento de membros do Partido com as idéias de Gramsci, esta posição não era unânime. A presença do PCB nas campanhas "populares" anteriores a 1979 não foi muito destacada porque em 1974 e 1975, os órgãos policiais e de segurança, depois de derrotar o terrorismo urbano e uma tentativa de implantação de guerrilha maoísta no país, voltaram-se finalmente contra ele, desorganizando severamente sua estrutura e atuação. Seus militantes foram presos ou se refugiaram no exterior. Os remanescentes optaram pela clandestinidade ou pela infiltração no partido do Movimento Democrático (MDB), de oposição; tática da dupla-militância. Quando em 1979 o regime revolucionário de 1964 tomou a iniciativa da abertura política (revogação do Ato Institucional no 5 e a decretação da Anistia), o Partido estava enfraquecido, principalmente depois da divergência entre Prestes, que regressara de Moscou, e os membros do Comitê Central, resultando no afastamento do velho líder ainda preso aos "dogmas" da Internacional soviética. Entretanto, a ortodoxia do próprio comitê central o levou também a hostilizar os membros de tendência gramsciana, o que acabou por fazer com que muitos deles se afastassem do Partido e buscassem outras organizações políticas, em particular o MDB e o Partido dos Trabalhadores recém criado. A partir de 1980, embora ainda não-legalizado, o PCB já podia atuar abertamente, com a complacência do


regime que se encerrava ou por meio dos militantes que se acolheram em outros partidos. As campanhas eram então a de legalização do Partido e, em 1984, a de "diretas já". Esta foi conduzida num amplo movimento não só das esquerdas, mas das oposições como um todo. Em 1985, o PCB obteve seu registro no Tribunal Superior Eleitoral, finalmente entrando na legalidade. Neste ano, pode-se dizer, iniciava-se o "interlúdio democrático burguês" como preconiza Gramsci. Faltava ainda um passo decisivo: a convocação de uma Assembléia Constituinte. O objetivo foi facilmente viabilizado no clima de abertura política, inaugurado com a posse do Presidente José Sarney.

A Constituinte e a Republica Socialista O novo Congresso eleito em 1986 veio investido de poderes constituintes. É interessante recordar que o Presidente José Sarney tomou a iniciativa de nomear uma comissão de "Cem Notáveis" para elaborar um anteprojeto da nova Constituição. A proposta apresentada pela comissão foi de tal maneira "esquerdizante" que o Presidente desistiu de submetê-la à Assembléia Constituinte. Este fato demonstrou a extensão da opção marxista no meio intelectual brasileiro, nele incluído certamente uma parcela já marcante dos adeptos do pensamento de Gramsci. No Congresso, os representantes constituintes de esquerda, de maneira despercebida e habilidosa, com a conivência de "socialistas" populistas, e com a omissão da maioria democrata descuidada, conseguiram ver aprovado um regimento da Assembléia em que a metodologia de elaboração da Carta lhes permitiria conduzir o "trabalho fracionavel", técnica de domínio de reuniões e assembléias pela minoria. No caso, o regimento aprovado criava um determinado número de "Comissões Temáticas", tratando separadamente dos diversos conteúdos da Constituição. Em seguida, a matéria seria harmonizada, por conjuntos de assuntos afins, em uma "Comissão de Sistematização" e, finalmente, levada a plenário para votação, não por artigos, mas em bloco, impedindo emendas parciais. Era o "fracionamento" da assembléia de modo que a minoria tivesse domínio das comissões que lhe interessavam, abrindo mão das que lhes eram secundárias. Além do mais, o regimento admitia "emendas populares" apresentadas diretamente pela "sociedade civil organizada", isto é, por organizações de massa tais como sindicatos, associações de classe e movimentos populares. Era uma prática incipiente da hegemonia popular

de concepção gramsciana, que permitia às minorias ativas exercerem a "direção política", a pressão e o "lobby", impondo suas idéias e reivindicações, fazendo crer que expressavam a vontade nacional. Com a técnica do "trabalho fracionável" e de pressão de base, quase que a Constituinte é levada a aprovar um projeto parlamentarista e nitidamente socialista. Quando esta manobra ficou evidente, a maioria democrática reagiu formando um bloco, o Centrão que, a tempo, frustrou o intento das esquerdas. Mesmo assim, a Constituição promulgada em 1988 se caracterizou pela complexidade, revanchismo, nacionalismo xenófobo, paternalismo, permissividade "democrática" e pelas contradições conceituais. Como veio a se manifestar o próprio Presidente Sarney: "A Constituição torna o país ingovernável".

Partido Comunista Brasileiro e o Gramscismo Em 1990 restava ainda um grupo importante de membros do partido adepto do gramscismo. Se a atuação da organização, desde 1979, não foi oficialmente nesta linha, sem dúvida foi por ela influenciada ou, no mínimo, com ela coincidente. Na verdade, os procedimentos políticos, que poderiam ter sido identificados como gramscianos, eram próprios da fase "econômicocorporativa" e não seriam incompatíveis com as práticas marxistas-leninistas da equivalente fase "democráticoburguesa". Certas práticas sugeridas eram até confundidas com atividades de "acumulação de forças" e de "trabalho de massa". Nesta época, a crise do comunismo soviético já se tornara explícita, desde que Gorbatchov tentara a sua salvação com projeto reformador, a "Perestróica". Culminou com a repentino colapso do regime soviético e a subseqüente desarticulação dos regimes comunistas dos satélites do Leste Europeu. A velocidade dos acontecimentos, a deblaque flagrante, a exposição das precariedades sociais e econômicas do estado totalitário daqueles países, demonstraram todo o fracasso do socialismo soviético e da ilusão do comunismo. O PCB, de orientação soviética e de vinculação ao PCUS , evidentemente foi muito atingido pelo desastre. Diante da reviravolta do comunismo soviético, viu-se obrigado a rever posições e a tentar salvar seu projeto histórico, fazendo um esforço de sobrevivência e de elaboração de uma nova face. A reação foi rápida, o que demonstra já possuir um quadro de pessoas portadoras de um projeto novo, não só oportuno para o momento vivido pelo Partido, mas adequado para o momento histórico do país: o gramscismo. DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 19


Assim, no período de 30 de maio a 2 de junho de 1991, o Partido realizou o seu IX Congresso. Outra vez se dividiu internamente, agora com três correntes divergentes: a primeira, a dos "renovadores", sugerindo uma definição "renovada" de socialismo; a segunda, a dos ortodoxos, marxistas-leninistas conservadores; a terceira, a que defendia um novo socialismo baseado na adaptação de Marx, Engels e Gramsci, e a aproximação com o Partido dos Trabalhadores (PT) e com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). A primeira corrente saiu vitoriosa. Assim, o velho "Partidão", o "PC Bão", vestiu roupagem nova, abandonou velhos símbolos e adotou outra denominação - Partido Popular Socialista (PPS). Passou a usar uma nova linguagem, como "pluralismo das esquerdas", "democracia radical" e outras expressões muito próprias do vocabulário gramsciano como aparece na sua proposta de declaração política ao Congresso: "Para que a esquerda se credencie ao exercício da hegemonia, deve ser capaz de promover a emancipação da classe operária de uma pauta estritamente econômico-corporativa, tornandoa apta a dirigir o país". O novo Partido argumenta com "categorias" de Gramsci mas não assume publicamente sua linha gramsciana, aliás como seus congêneres na Europa . Os ex-PC europeus têm agora outras denominações e outras siglas, mas também não revelam abertamente a sua linha revolucionária gramsciana.

As Esquerdas Brasileiras e o Gramscismo O conhecimento da obra e do pensamento político de Antonio Gramsci não ficou restrito a alguns membros do PCB. Teve também difusão no meio político, principalmente após 1979, com o retorno ao país de muitos intelectuais e militantes de partidos e organizações de esquerda que se haviam refugiado principalmente na Europa. Os sinais de sua atuação e influência já apareceram no inicio da década de 80, como difusão e uso geral de conceitos e "categorias" gramscianas nos meios de comunicação social, na manifestação artística, na atividade editorial e na linguagem política. O exemplo mais evidente é o uso que se tornou corrente da expressão "sociedade civil". Igualmente indicativo foi o surgimento no país, e cada vez mais difundidas, das denominadas "organizações não-governamentais" (ONG) muitas das quais nada mais são do que aparelhos privados de hegemonia", voluntários ou de grupos homogêneos, isto é, organizações não-estatais da sociedade civil. A partir de 1990, foi crescente a penetração de Gramsci na universidade. Aliás, já há muito, esta era área de discussão e de influência do pensamento mar20 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

xista. Sem dúvida, o meio acadêmico tem sido importante centro difusor do gramscismo. Na área política, os partidos de esquerda que repudiam tanto o marxismo-leninismo quanto a socialdemocracia, não assumem abertamente sua opção pela estratégia de Gramsci; ou fazem genéricas e retóricas referências aos seus conceitos ou simplesmente os silenciam. Tentam passar um discurso social-liberal, socialdemocrata ou o eufemismo de um não bem explicado "socialismo-democrático". É instrutivo fazer um breve reconhecimento da esquerda brasileira, destacando os partidos segundo suas posições estratégicas para a fundação do socialismo. De uma maneira mais ou menos arbitrária, a esquerda no Brasil pode ser classificada em dois blocos distintos como resumido no quadro sinóptico seguinte:


Evidentemente, os partidos indicados no quadro não são os únicos, há outros partidos e grupos políticos que compõem as esquerdas no Brasil. Pode-se verificar que, pelo menos, três partidos políticos trazem em suas definições ideológicas pragmáticos conceitos gramscianos ainda que não deixem claro a adoção plena da concepção revolucionária que corresponde à "guerra de posição". O Partido Popular Socialista (PPS) teria todas as qualificações e respaldo dos seus antecedentes de luta (duas tentativas concretas de tomada do poder) para pretender ser a vanguarda revolucionária da "transição para o socialismo". Como partido político, porém, ainda não se restabeleceu dos golpes e contratempos que vem sofrendo desde 1964, estando falto de estrutura, prestígio e projeção. O Partido dos Trabalhadores (PT) demonstra mais eficiência e coerência na aplicação dos conceitos gramscianos, embora não seja uma organização ideologicamente marxista (sua concepção se aproxima mais do "nasserismo"). É notável o "protagonismo" e o desempenho dos seus "intelectuais orgânicos", preparados e atuantes como dirigentes e educadores nos três níveis da estrutura partidária, como preconizado por Gramsci. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) abriga em seu interior membros com experiência revolucionária, bem como um corpo de intelectuais orgânicos. Estes estão concentrados na cúpula partidária. A identificação com Gramsci é mantida encoberta por uma aparência socialdemocrata de conveniência.

O Brasil e a Revolução no Ocidente A estratégia revolucionária de Gramsci veio bem a calhar como uma "alternativa" acabada ao marxismo-leninismo em crise e posto sob crítica desde a queda do Muro de Berlim em 1989, principalmente para o histórico PCB. Mas não foi só por este aspecto imediato que o gramscismo veio a calhar. Efetivamente, a concepção de Gramsci veio também no momento histórico certo para o movimento revolucionário no Brasil. O país, a partir de l930, ganhou um projeto nacional que, apesar dos tropeços e de algumas descontinuidades, avançou consistentemente sob diferentes formas. Foi capaz de proporcionar ao Brasil magnífico progresso econômico (industrialização), político e social que se refletiu positivamente no desenvolvimento da "sociedade civil" e na modernização do capitalismo, embora com forte participação do Estado. Esta evolução abrangente chegou ao seu momento culminante nos anos 70, como resultado do programa de desenvolvimento econômico e social da Revolução de 1964.

Segundo os comentadores de Gramsci, o Brasil deixara de ser uma sociedade do tipo "oriental" e, definitivamente, se tornara uma sociedade do tipo "ocidental". Conclusivamente, o modelo revolucionário bolchevista ou marxista-leninista de assalto ao poder ("guerra de movimento") já não se aplica adequadamente ao Brasil, mas preferentemente a nova e atualizada concepção da "guerra de posição". E é isto, exatamente, o que se está desenrolando no Brasil. Recordando as fases do processo gramsciano de transição para o socialismo, podemos dizer que a fase econômico-corporativa no Brasil teve um momento particular em 1964, quando se deu a intervenção político-militar que frustrou o projeto do PCB de tomada do poder. A partir de então, o país viveu um período político autoritário que as esquerdas identificaram, por conveniência ideológica, como "ditadura militar fascista". A sensibilidade política do Partido Comunista Brasileiro (ainda fiel ao marxismo-leninismo) e das oposições em geral os levou à formulação de um projeto comum que era muito coincidente com a concepção estratégica de Gramsci para esta fase. Possivelmente pesou a influência de intelectuais gramscistas que já apareciam no cenário das esquerdas. Os empreendimentos recomendados por Gramsci na fase econômico-corporativa foram, de certa forma, seguidos pelo PCB, ou seja, luta pela: - Abertura política; - Eleições livres; - Anistia; - Redemocratização; - Constituinte. Diferentemente, grupos açodados e radicais (foquistas, trotskistas e maoístas) optaram pela insensata luta armada, "guerra de movimento", que não conseguiu ir além do terrorismo urbano. De qualquer modo, com a derrota das organizações armadas, o processo de abertura foi iniciado pelo próprio regime em 1979. Em 1985, o país estava redemocratizado e, em 1988, uma nova Constituição que, se não chegou a antecipar uma república socialista, quase chegou a ela. Com a crise do comunismo soviético e seus reflexos no movimento comunista no Brasil (a reformulação do PCB, transmudado em PPS, e a formação de outros partidos de inspiração gramsciana) estava terminada a fase econômica-corporativa e tinha início a fase de luta pela hegemonia (1991). Agora, a atuação mais importante passa a ser dos "intelectuais orgânicos" e dos intelectuais tradicionais "adesistas". DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 21


A perestróica de Gramsci

As fotos, públicas, estão no site www.flickr.com

A política de reforma governamental e reorganização do sistema econômico iniciada por Mikhail Gorbatchov, a partir de 1985, serviu como marco para a disseminação do gramscismo, pois o desmantelamento da União Soviética deixou perdidos os partidos comunistas do mundo.


Tirante o corpo de intelectuais orgânicos do Partido dos Trabalhadores, que está bem estruturado e atuante em todos os níveis, os demais intelectuais estão difundidos nos partidos, nos órgãos de comunicação social, nas cátedras, nos "aparelhos privados de hegemonia", nas ONG's, nas comunidades (de moradores, de favelas, acadêmicas, de minorias, etc) e na manifestação artística, ativos e conscientes politicamente, mas sem evidências nítidas de vinculação com as organizações políticas. É uma atuação difusa, abrangente, anônima na generalidade, mas muito efetiva, "moderna" e uníssona . A luta pela hegemonia é desenvolvida em uma "frente popular" tácita, nem sempre muito coesa, mas que envolve praticamente todos os partidos de esquerda. Embora divergentes em determinados aspectos teóricos e práticos, têm pontos afins de atuação revolucionária. Os empreendimentos desta fase gramsciana, envolvendo principalmente a reforma intelectual e moral da sociedade e a neutralização do aparelho hegemônico da burguesia, encontram correspondência na atuação dos partidos "socialistas democráticos" (não confundir com social-democratas) e na dos partidos marxistas-leninistas, particularmente no "trabalho de massa" destes, concretizando um amplo "pluralismo socialista" que, nesta fase, é bem-vindo por todos. Podemos fazer uma breve e imediata constatação de alguns temas trabalhados e dos resultados já alcançados, particularmente em três empreendimentos: - Superação do senso comum; - Neutralização dos aparelhos de hegemonia da burguesia; - Ampliação do Estado.

Superação do Senso Comum O senso comum é o conjunto das opiniões aceitas pela generalidade das pessoas da sociedade, fazendo com que opiniões discrepantes pareçam desajustadas. A superação do senso comum significa a substituição e modificação de valores, tradições, costumes, modo de pensar, conformidade religiosa e social, sentimentos e outros elementos que dão à sociedade coesão interna, consenso e resistência a mudanças ideológicas. Substituídos por outros, modificam significativamente o modo de pensar, de agir e de sentir das pessoas, contribuindo para a "reforma intelectual e moral" de toda a sociedade. Na sociedade brasileira, podemos constatar, sem muito rigor sociológico e psicológico, mas observando o "presente e o passado" com atenção que, desde os anos 80, alguns critérios, antes bastante sólidos no senso co22 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

mum, foram modificados radicalmente. As novas gerações nem mais podem percebê-los. Para os moços, nada mudou porque não conheceram os velhos valores. Para os mais velhos, as modificações até parecem "espontâneas", naturais, evolutivas, aceitáveis como sinal dos tempos. Mas, na verdade, são o resultado de uma "penetração cultural" bem conduzida pelos intelectuais orgânicos desde pouco mais de vinte anos. Vamos tentar identificar algumas destas mudanças, apontando, inicialmente, as que não podem ser simplesmente atribuídas a uma natural evolução social e moral, para demonstrar a existência de um impulso de "direção consciente" por traz do fenômeno: 1) O conceito de livre opinião (independência intelectual) está sendo substituído pelo conceito de "politicamente correto". A legítima e franca opinião individual vai sendo "socializada" por substituição pela "opinião coletiva" politicamente ("homogênea") correta ("ética"). 2) O conceito de legalidade está sendo substituído pelo conceito de "legitimidade". A norma legal perde a eficácia diante da violação dita socialmente legítima. A invasão de terras a ocupação de imóveis e prédios públicos, o bloqueio de vias de circulação, o saque de estabelecimentos são legítimos (éticos) porque correspondem a "reivindicações justas". 3) O conceito de fidelidade pessoal (dever e compromisso) é substituído pelo de "felicidade individual". O prazer (em oposição à solidariedade, ao altruísmo, à abnegação) é o critério do comportamento social e moral, moderno e livre. 4) O conceito de cidadão está sendo substituído pelo conceito de "cidadania". O termo cidadania perde o sentido de relação do indivíduo com o Estado, no "gozo dos direitos civis e políticos e no desempenho dos deveres para com ele" e passa a ser uma relação de demanda de minorias ou de grupos organizados. 5) O conceito de sociedade nacional está sendo substituído pelo de "sociedade civil". A comunidade, como conjunto das pessoas interdependentes, com sentimentos e interesses comuns, passa a ser o espaço das classes em oposição. Embora não seja aparente, é a cena da luta de classes.


"Antonio Gramsci era um marxistaleninista. Há uma diferença entre Lênin e Gramsci que eu explico no livro A Revolução Gramscista no Ocidente. Lênin liderou a revolução na Rússia em 1917, que resultou na União Soviética. A teoria leninista defendia o assalto direto ao Estado e a tomada imediata do poder. Gramsci defendia, primeiro, a conquista, ou melhor, a dominação (hegemonia) da sociedade civil via partido político. Ele achava que a experiência da Rússia não se aplicava ao restante da Europa. Sua estratégia era disputar com a burguesia a hegemonia sobre a sociedade civil e conquistá-la como prelúdio (primeiro passo) da conquista do Estado e do poder. Em resumo, Lênin e Gramsci representam o totalitarismo. Há representantes de Gramsci no Brasil. É aí que mora o perigo", explica o general Coutinho. Ao lado, fragmento do quadro Lênin na Tribuna, de A. Guerassimov, de 1930.


ANTONIO GRAMSCI EO GRAMSCISMO

A

ntonio Gramsci (1891-1937), marxista e intelectual italiano, foi na sua mocidade socialista revolucionário e membro do Partido Socialista Italiano, no seio do qual fez sua iniciação ideológica. Fez-se imediato simpatizante da revolução bolchevista de 1917. Em dezembro de 1920 participou do congresso que constituiu a fração comunista do Partido Socialista Italiano e, já em janeiro de 1921, os delegados dessa facção decidiram fundar o Partido Comunista Italiano. Em outubro de 1922, os fascistas chegam ao poder, ocorrendo a prisão de vários dirigentes do partido; Gramsci se encontrava então em Moscou, escapando de ser detido. Na execução de "Medidas Excepcionais", em novembro de 1926, Gramsci é preso e processado do que resultou sua condenação a mais de 20 anos de reclusão (Junho de 1928). A partir dos primeiros meses de 1929, Gramsci começa a redigir suas primeiras notas e apontamentos que vieram a encher, no transcorrer de seis anos, trinta e três cadernos do tipo escolar. Escreveu até 1935, enquanto sua saúde o permitiu. O trabalho não segue um esquema prévio, ao contrário, os temas são apresentados fragmentariamente e sem seqüência lógica, algumas vezes reescritos ou retomados de forma melhorada e ampliada. O tema mais importante, aliás, conteúdo central da matéria contida nos Cadernos do Cárcere, é o pensamento político do autor que traz contribuições inéditas e atualizadas ao marxismo e uma concepção pertinente da estratégia de tomada do poder ("transição para o socialismo").

Esta concepção e estratégia desenvolvidas essencialmente nos Caderno s é o que podemos chamar Gramscismo ou, mais abrangentemente, MarxismoGramscismo. Em abril de 1937, já em fase final de vida, lhe é concedida a plena liberdade. Dois dias depois, efetivamente, morre Antonio Gramsci, deixando uma inestimável herança político-cultural para o movimento comunista internacional, contida nos seus Cadernos do Cárcere. Cumprindo a vontade de Gramsci, Tatiana Schucht, sua cunhada e destinatária de sua correspondência no período de prisão, remeteu os Cadernos para Moscou, onde chegaram às mãos de Palmiro Togliati, líder comunista italiano e camarada do autor. O dirigente italiano examinou detalhadamente o material gramsciano e identificou certas originalidades discordantes do marxismo-leninismo (e do próprio marxismo), na época assumido como dogma da Internacional Comunista soviética. Mesmo assim, ficaram reconhecidos o seu valor teórico e a conveniência de sua publicação. Mas somente após o término da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), foram finalmente publicados em seis volumes, saídos em seqüência entre 1948 e 1950, colocando o pensamento de Gramsci à disposição da intelectualidade mundial. No Brasil, as primeiras iniciativas para a publicação de uma tradução dos Cadernos do Cárcere têm inicio em 1962, mas só em 1966 e 1968, foram publicados quatro volumes dos seis da edição temática italiana. Reeditados no final da década de 1970, foi esta publicação que introduziu Gramsci à intelectualidade do país, "uma contribuição muito importante para a formação de um novo espírito revolucionário da esquerda brasileira". (Enio Silveira) DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

5


CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DE GRAMSCI

O

s comentadores e intérpretes da obra gramsciana geralmente se restringem à discussão de seus fundamentos e conceitos político-ideológicos. Não revelam com maior clareza descritiva a atuação e a prática revolucionária que Gramsci propõe e que passa necessariamente pela crise orgânica (institucional), pela "ruptura", pela tomada do poder, pela destruição do Estado burguês e fundação do "Estado-Classe" (totalitário, "estatolatria") e pela implantação da nova ordem socialista marxista. Assim, o conhecimento da concepção revolucionária gramsciana fica incompleto para as pessoas comuns. Gramsci foi um convicto marxista-leninista. Em que pesem as idéias inovadoras que propõe, Gramsci permanece sempre ligado, intelectual e ideologicamente, ao marxismo; não é um dissidente nem um "herético", mas um inovador. No momento em que constatou o fato histórico de que a estratégia marxista-leninista de tomada do poder, vitoriosa na Rússia, em 1917, não teve êxito nos países europeus (entre 1921 e 1923 na Alemanha, Polônia, Hungria, Estônia e Bulgária) de economia capitalista e de sociedade democrática, passou a considerar outro modelo revolucionário. Fez assim, a distinção entre sociedade "oriental" e sociedade "ocidental", compreendendo que a "transição para o socialismo" teria que ter concepções diferentes numa e noutra condição político-social. O ataque frontal ao Estado para a tomada imediata do poder, com o emprego da violência revolucionária, foi comparada por Gramsci à "guerra de movimento". É a concepção estratégica leninista que teve êxito na Rússia em 1917 e que se tornou o modelo revolucionário universal da Internacional Comunista soviética. Esta estratégia fracassou em outros países de tipo Ocidental. Nestas sociedades, a luta teria que ser semelhante à "guerra de posição", longa e obstinada, conduzida no seio da sociedade civil para conquistar cada "trincheira" e cada defesa da classe dominante burguesa. Em outras pa-

6

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

lavras, disputar com a classe dominante a hegemonia sobre a sociedade civil e conquistá-la como prelúdio da conquista da sociedade política (o Estado) e do poder. A partir desta visão original, Gramsci desenvolveu seu conceito estratégico de transição para o socialismo. 1) Organização das classes subalternas: - Aparelhos privados de hegemonia; - Sociedade Civil organizada. 2) Reforma Intelectual e Moral: a. Superação do Senso-Comum; b. Conscientização político-ideológica; c. Formação do consenso. 3) Neutralização do aparelho hegemônico e de coerção do grupo dominante: - Enfraquecimento das "trincheiras" da sociedade liberal-democrata, "cisão". 4) Ampliação do Estado: Integração da Sociedade Civil e Sociedade Política ("Estado Ampliado" ou "Sociedade Ampliada") A grande invenção contida na concepção revolucionária de Gramsci está na mudança da direção estratégica de tomada do poder. Em vez de realizar o assalto direto ao Estado e tomar imediatamente o poder como na concepção de Lênin, a sua manobra é de envolvimento, designando a sociedade civil como primeiro objetivo a conquistar, ou melhor, a dominar. Isto será feito predominantemente pela guerra psicológica ou penetração cultural para minar e neutralizar as "trincheiras" e defesas da sociedade e do Estado burguêses. Nesta longa luta de desgaste se incluem a "neutralização do aparelho de hegemonia" da burguesia e do "aparelho de coerção" estatal e a "superação" dos valores intelectuais e morais das classes subalternas e das classes burguesas, fazendo-as aceitar (ou a se conformar) a transição para o socialismo como coisa natural, evolutiva e democrática.


TRANSIÇÃO PARA O SOCIALISMO FASE ECONÔMICO-CORPORATIVA

A

fase econômico-corporativa da transição para o socialismo corresponde ao período histórico de uma nação capitalista em que a burguesia é classe dominante e em que o proletariado, camponeses e elementos periféricos da sociedade constituem as classes subalternas exploradas. Nesta fase econômico-corporativa, duas atividades fundamentais se apresentam para o desenvolvimento progressivo da transição para o socialismo: - Organização do Partido; - Defesa da democracia liberal.

O partido da classe proletária é organizado para conduzir um processo de transformação, desenvolvendo um novo estado (socialista) e uma nova concepção do mundo (comunismo). Não é um partido político com um mero programa de governo, mas um partido revolucionário, transformador e criador de uma "nova civilização". A principal função do partido é hegemônica, isto é, a de direção (influência e orientação) política e cultural das massas, da sociedade e, na última fase do processo, do Estado. As alianças de classes com grupos econômicos afins e mesmo com grupos adversários, em certas circunstâncias, são convenientes e mesmo necessárias para a realização dos objetivos das classes subalternas. O Partido é o organismo de formação dos seus próprios membros, dos homens de Estado e de Governo, dos dirigentes da sociedade civil e da sociedade política. Por isto, torna-se o elaborador das novas intelectualidades, tanto no campo teórico como no campo da prática, dirigentes qualificados e profissionalizados de vários graus. *** A formação e desenvolvimento do Partido-Classe demandam ambiente e espaço democráticos para que os intelectuais do partido possam atuar e para que as pessoas possam ser conscientizadas política e ideologicamente, discutir aberta e publicamente, reunir-se e organizar-se. Assim, a ação política do Partido estará também voltada para assegurar a existência do regime liberal-

democrata e para promover a ampliação das franquias democráticas. A preservação da sociedade e do estado democráticos também proporciona ao partido a imagem pública favorável e a postura de legitimidade que afastam certas oposições, restrições e resistências. O Partido, como organização legal, pode pretender eleger seus membros para cargos públicos nos diferentes segmentos e níveis do poder. É importante preservar taticamente as condições de liberdade que permitam o "avanço democrático para o socialismo". Eventualmente, entretanto, a sociedade e o Estado burgueses podem estar vivendo um momento ditatorial. Nesta situação histórica, é provável que o Partido-Classe seja colocado na ilegalidade e daí terá que atuar na clandestinidade. Mesmo assim não deixará de atuar e seu objetivo imediato será restabelecer o regime democrático franco. A atuação "libertária" será principalmente de propaganda junto à inteira população. Até mesmo certas ações clandestinas, como o terrorismo ("ação direta"), terão esta finalidade de exemplo ("propaganda de fatos"). A ação libertária inclui a atuação comum com os grupos de oposição, tanto de esquerda quanto dos liberais-democratas. São temas ou palavras de ordem, que podem, geralmente, ser empregados: - Abertura política; - Eleições livres (parciais ou gerais); - Anistia de presos políticos atingidos por atos discricionários; - Redemocratização. Gramsci, antes mesmo da sua prisão em 1926 e de ter iniciado a redação dos Cadernos do Cárcere, reconhecia a conveniência de um "interregno" liberal-democrático após a queda da ditadura burguesa (na Itália da época, o Fascismo de Mussolini) com a retomada do governo pelos partidos burgueses. Criam-se, assim, as condições para o reinício das ações que antecedem a tomada do poder pelo movimento revolucionário a caminho do socialismo. Igualmente sugeria a luta por uma Assembléia Constituinte que poderia ser o prelúdio de uma república socialista.

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

7


LUTA PELA HEGEMONIA

A

hegemonia no interior da sociedade civil liberal é exercida, evidentemente, pela burguesia que, por isso, se tornou classe dirigente. Por intermédio da sociedade política, o estado liberal democrático burguês, exerce o domínio - o poder de governo e de coerção. Deste modo, a partir do momento em que as classes subalternas, organizadas e expressas pelo partidoclasse, passam a disputar a hegemonia com a burguesia no âmbito da sociedade civil, começam a ocorrer os primeiros momentos da luta de classes, antes mesmo da tomada do poder. Nesta fase, a luta pela hegemonia não visa ainda à eliminação da burguesia, mas a "um equilíbrio de compromisso", tático, que não pode, todavia, comprometer o essencial das aspirações das classes subalternas: a sociedade sem classes. A conquista da hegemonia pelas classes subalternas (retirando-a das mãos da classe dominante no seio da sociedade civil) e a formação do consenso (livre da coerção) são o centro da concepção estratégica gramsciana de transição para o socialismo; em resumo, significando construir as bases do socialismo, mesmo antes de tomar o poder. A luta pela hegemonia tem dois objetivos em profundidade: - Desenvolver o grupo subalterno (elevação da "classe corporativa" à condição de "classe nacional"); - Preparar as condições para a tomada do poder. A concepção gramsciana busca "subverter" os conceitos e valores tradicionais da sociedade burguesa, superando o seu senso-comum, conscientizando politicamente as classes subalternas e condicionando toda a população para o socialismo. Nesta fase serão empregados instrumentos e conduzidas ações políticas, intelectuais e morais que podem ser assim relacionados: 1) O Partido e os intelectuais orgânicos; 2) A organização das classes subalternas; 3) A reforma intelectual e moral da sociedade civil;

8

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

4) Neutralização do aparelho privado e estatal de hegemonia e de coerção da classe dominante; 5) A integração (identidade-distinção) da sociedade civil e sociedade política; ampliação do Estado.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

CRÉDITO PARA PESSOA FÍSICA EM DESACELERAÇÃO Céllus

JOÃO DE SCANTIMBURGO O PATRIMÔNIO

saldo de crédito destinado à pessoa física em setembro, de acordo com o balanço do mercado financeiro divulgado pelo Banco Central (BC), reforça nosso cenário de lenta desaceleração. Considerando o dado deflacionado, a elevação em relação ao mesmo mês do ano anterior ficou próxima de nossa expectativa, em 21,3% (contra nossa projeção de 21%). Já no dado deflacionado e dessazonalizado, o saldo de crédito voltado à pessoa física apresentou uma expansão de 1,5% (ante a

O

G A taxa de

inadimplência das pessoas físicas não deve se elevar muito acima dos 8% projeção de 0,9%). Ainda assim, o último resultado reforçou nosso cenário de lenta desaceleração do crédito, uma vez que a taxa de crescimento em 12 meses vem recuando progressivamente nos últimos meses, tendo sido de 23,7% em julho, de 22,0% em agosto e de 21,3% no mês passado. Para o fechamento do ano, mantivemos nossa projeção de aumento de 21,5% no saldo de crédito. O balanço do mercado financeiro referente a setembro mostrou também que a taxa de inadimplência voltou a se elevar, reforçando a recomendação de cautela e da necessidade de se monitorar de perto os próximos levantamentos do BC, principalmente quando se considera que o crédito continua em acentuada expansão. Considerando dados dessazonalizados, a proporção de saldo em atraso acima de 90 dias por parte das pessoas físicas foi de 7,7% no mês, depois de

ter registrado uma taxa de 7,5% nos dois meses anteriores. Vale notar que os saldos em atraso em setembro retornaram ao pico recente da inadimplência observado em maio. Reforça a recomendação de cautela o fato de que o indicador apurado pelo BC está subestimando o resultado efetivo da inadimplência do sistema financeiro, na medida em que têm ocorrido operações de securitização dos créditos de risco mais elevado por parte de algumas instituições, fazendo com que estas operações de crédito saiam da contabilidade do BC. Ainda assim, nossa expectativa é de que a taxa de inadimplência das pessoas físicas não se eleve muito acima dos 8% alcançados em meados de 2002 (quando houve o último período de crescimento acentuado no crédito do Brasil) tendo em vista a tendência favorável da renda, do emprego e das taxas de juros ao tomador final. Já o spread bancário, após ter apresentado quedas consecutivas por cinco meses, mostrou uma leve elevação em setembro. Este resultado, contudo, não deverá se repetir nos próximos meses, de tal modo que mantivemos nosso cenário de redução gradual. No mês passado, o spread das operações pré-fixadas (física e jurídica) foi de 35,6% ao ano, o que correspondeu a uma alta de 0,4 ponto porcentual em relação ao mês anterior. Este aumento deveu-se a um recuo mais expressivo nas taxas de captação do que o ocorrido nas de aplicação. Enquanto a taxa de captação, que era de 14,2% ao ano em agosto, foi para 13,6% ao ano em setembro; a de aplicação mostrou uma queda de apenas 0,2 ponto porcentual, reduzindo-se de 49,4% ao ano para 49,2% ao ano no último dado. COMENTÁRIO DE ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO NO BOLETIM TENDÊNCIAS HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

O crescimento do crédito está perdendo fôlego

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

DOS DEPUTADOS

Voz das trevas PAULO SAAB

M

uita gente tem dito que os fatos profundamente desabonadores no campo da corrupção, da desonestidade, da mentira, da meiaverdade, da ação criminosa, ilegal, verificados na gestão do presidente Lula, sempre existiram no País e a diferença é que agora essas questões estão chegando ao conhecimento público. Não explicam se isso significa justificar as atitudes quadrilheiras de um governo e nem dizem se esses fatos, se antes eram assim mesmo, chegam agora à luz escancarada por exagero, por incompetência de mascarálos tamanha a gula e a certeza da impunidade ou, ainda, se porque a sociedade atingiu um estágio de liberdade de expressão e imprensa. A mesma liberdade que, através de projetos espúrios e rejeitados pela sociedade, o governo Lula tentou calar ; projeto do audiovisual, o conselho de imprensa... e por aí afora. A forma sistemática como os partidários de Lula se utilizam das mentiras e de meias-verdades para transformar as posições acobertadoras de situações duvidosas, constrangedoras, em verdades, criam no País um culto à metáfora que distorce a realidade de maneira acentuada. É a metalinguagem de George Orwell em 1984. Querem, agora, seduzir a camada da população que, por ignorância política, medo de morrer de

fome e total dependência dos favores do governo vota em Lula, argumentando que essa possível reeleição significa que os eleitores "estarão votando em favor da pacificação política, do diálogo e do entendimento, contribuindo para isolar os incendiários e preservar a racionalidade política".

C

omo a voz das trevas, de vez em quando a ex-prefeita da capital, que assinou essa opinião na Folha de S. Paulo de ontem, ressurge para inverter a verdade, a realidade, e buscar impor a meiaverdade, a mentira, numa farsa que o paulistano rejeitou de forma veemente nas urnas, quando derrotou-a em 2004 na sua tentativa de seguir brincando de prefeita da maior capital do país. Em seu DNA, no dizer do senador Heráclito Fortes arrogante, vingativo, como o do seu partido, a ex-prefeita que pretende ser ministra, pois rejeitada nas urnas está, fora da cena política, prega, como toda a campanha à reeleição de Lula, justamente o contrário do que diz a exsenhora Suplicy. Quem está dividindo o país (seguindo a regra de Maquiavel, de dividir para governar) entre "ricos e pobres" é Lula. No dizer de Alckmin, "o rico é ele, Lula, que tem patrimônio maior do que o meu".

L ula está dividindo o país entre ricos e pobres

O prefeito do Brasil CESAR MAIA

U

ma eleição é sempre muito mais uma questão de oferta do que de demanda, especialmente no Brasil, onde os partidos são basicamente inorgânicos. A demanda - ou seja, o eleitor - muda muito pouco e assim mesmo a longo prazo. O que muda são as ofertas dos partidos. Por exemplo: se o partido lançar um candidato com um perfil, atrai um tipo de eleitor; se lançar outro, o eleitor é outro. Quem mudou? A oferta, é claro. O eleitor continua usando atalhos informacionais para sua decisão de voto. Quando o personagem que representam os candidatos se assemelha, maior a necessidade de se aprimorar a comunicação para diferenciar um em relação ao outro. Isso é muito comum nos EUA, onde o personagem Kennedy passou a ser um padrão de oferta eleitoral, para presidente, para governador e especialmente para o Senado. Um passeio no plenário do Senado sugere quase-clones espalhados pelas cadeiras. No caso da eleição presidencial de 2006 no Brasil, de partida os personagens de cada candidato - Lula e Geraldo - eram diferentes. Esse seria um bom ponto de partida para se elaborar um sistema de comunicação eleitoral que apostasse nas diferenças. Mas diferenciar-se não quer dizer ler um texto no teleprompter e se dizer diferente. Do outro lado, ao escolher o produto, existe uma demanda que vai muito além do que muitos políticos pensam quando entram no supermercado político. Não basta ouvirem que um produto é diferente do outro. Paradoxalmente, o programa de Serra em SP -cuja equipe era a mesma de Geraldo - procurou se diferenciar dos demais por cima. Uma das aberturas de seu programa era uma espécie de vôo sobre São Paulo, mostrando sua pujança, sua importância; o estado mais importante do Brasil, mais importante que todos os países da América Latina e quase um país. Para governar um estado como esse só alguém muito preparado, com muita experiência... Qualquer outro perfil seria um risco! Ou seja: Serra O programa de Lula jogou tudo na taxa de identificação do eleitor com Lula, cortando o eleitorado regional e socialmente. Toda aquela coreografia de grandes feitos do governo Lula, seu colarinho e nó de gravata estavam ali para compor um cenário e se preparar para o que, imaginavam, viria do programa do Geraldo. O que de fato o programa comunicava no primeiro e no segundo turno, era Lula como um candidato de proximidade (amigo do povo), fato

que se podia comprovar com os projetos que demonstram essa proximidade (Bolsa- Família, o dente do pobre, farmácia popular...). Lula, independente do que dizia, comunicava: Sou candidato a prefeito do Brasil! E o que faz a série dos programas de Geraldo? A mesma coisa. Bem, pensavam seus assessores, se Lula é um candidato de proximidade e está tão bem nas pesquisas, nosso Geraldo tem que ser também. E então toca no distinto público a origem modesta de Geraldo (Ah, que saudades da dona Nhánhá, de seus quitutes... Êta menino do interior, bom e trabalhador, que como estudante dava aula...). E não contente em voltar a isso a campanha toda, ainda resolveu concorrer com Lula como candidato de propostas de proximidade: Dose Certa contra a farmácia popular, Renda Mínima contra o Bolsa-Família, mutirão da saúde contra o dentista, etc., etc. Com isso topou o jogo: ser prefeito do Brasil! Resultado: para prefeito do Brasil! o eleitor prefere Lula, que tem muito mais jeito para isso.

A

inda há tempo para Geraldo mudar o programa e os comerciais e mostrar que o Brasil é muito grande e importante para ser prefeiturizado, que precisa de um presidente do tamanho do Brasil? Há, mesmo que num grau de probabilidade bem menor que o de Lula. Com mais de 30 anos de estudos de pesquisas, podemos afirmar que no Brasil, três dias antes das eleições majoritárias, 35% dos eleitores ainda estão dispostos a mudar de voto se surgir alguma razão de fundo. São os eleitores não engajados. Quanto maior a vantagem de um candidato, menor a probabilidade de que estes 35% se descolem dele. Portanto, mais contundente terá que ser o argumento. Poucas mensagens fortes elevando a importância do voto podem produzir uma leve inversão de tendência. Daí para frente, dependerá da aceleração do multiplicador do boca-a-boca entre eleitores. Mas, para isso tem que haver aquela leve inversão, para que se conte com um acelerador. Com 20 pontos atrás -que são 15 pela abstenção e pesquisa em meio de semana- trata-se de uma inversão de 7% para se ter um empate. Afinal, no segundo turno um voto a mais para um é um voto a menos para o outro: vale dois. Acompanhemos estes quatro dias. CESAR MAIA É PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

A lckmin topou o jogo: ser prefeito do Brasil! Para isso o eleitor prefere Lula.

omo a matéria de primeira página da Folha de S. Paulo de domingo último para comentá-la. Não é muito o que têm os deputados citados pelo jornal paulista, mas sempre garantem aos seus uma tranqüilidade que a pobreza não dá, embora nos exercícios de suas funções cada deputado tenha um bom salário, antigamente subsídio. O que fez a queda moral do Legislativo junto a opinião pública foi exatamente a compra de posições no parlamento brasileiro, foi por isso que denominei o que tínhamos no Brasil de plutocracia e não democracia; mensalão, mensalinho, sanguessugas e outros ardis que só não arruinaram de uma vez com a Câmara dos Deputados por ter o brasileiro o hábito de não levar a sério o que se passa na Praça dos Três Poderes, com a monumental arquitetura que abriga os mandatários populares.

T

s representantes enriquecidos, ou mesmo ricos há tempos, não devem se aborrecer por serem julgados ricos. Fica bem num país pobre como o Brasil ter representantes endinheirados, é uma garantia de bom comportamento que teremos na Câmara dos Deputados. Decaiu muito o prestígio do Legislativo exatamente por se apropriar de forma inadequada da representação com o mensalão, característico da venda de direitos de representação. Vamos ver se com representantes abonados esse costume não se repete, podendo os deputados trabalhar em paz, sem serem confundidos com malandros, para os quais não há limites morais nas ações públicas. Sirvo-me da presente para dar o meu testemunho de observador, que ainda não está seguro da candidez dos representantes do povo, endinheirados ou não. Esperemos para comentar, se preciso for.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Fica bem num

país pobre como o Brasil ter representantes endinheirados. É uma garantia de bom comportamento na Câmara dos Deputados.


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Ambiente Polícia Tr â n s i t o Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

RESGATE ATENDEU 2.737 MOTOQUEIROS NESTE ANO

Experiência na avenida Sumaré não atingiu os objetivos e pode ser reformulada.

Motos, um problema longe do fim Ontem, acidentes envolvendo motoqueiros pararam as marginais Tietê e Pinheiros. Iniciativas para aumentar segurança são infrutíferas. Ó RBITA

CHAMPINHA

C

hampinha vai para um manicômio. É o que determinou ontem o juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude (DEIJ). O rapaz, que matou com requintes de crueldade a estudante Liana Friedenbach e participou do assassinato do namorado dela, Felipe Caffé, em 2003, sairia da Febem em liberdade no dia 10 do novembro. Nos laudos apresentados por médicos Champinha é classificado como pessoa com "altíssima possibilidade de reincidir no crime" e por isso não tem condições de viver em liberdade. (AE)

CRIANÇAS

A

pedido do Ministério Público, a Polícia da Paraíba abriu inquérito para investigar denúncias da suposta venda de duas crianças (uma menina de um ano e um menino de três anos) pela dona de casa Maria do Socorro Alves de Andrade, de 44 anos, residente em Campina Grande. A venda teria sido feita ao empresário português Joaquim Tomás Corujo de Sousa e sua mulher, a paraibana Kelly Samara do Nascimento, que moram em João Pessoa. Sousa teria comprado as crianças por R$ 1,1 mil. A mãe negou ter vendido os filhos, mas confirmou ter recebido o dinheiro e entregue as crianças ao casal. (AE)

RACISMO

O

ministro da Saúde, Agenor Álvares, admitiu ontem que há racismo no atendimento a negros no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa discriminação se reflete em diagnósticos incompletos, exames que deixam de ser feitos e até na ausência do toque ao paciente, disse o ministro, citando pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz. "Esse racismo cria condições muito perversas que temos de combater fortemente", disse Álvares, que participou da abertura de seminário no Rio em que foram discutidas as bases para a nova Política Nacional de Saúde da População Negra. (AE)

O

problema que envolve motoqueiros, fiscalização e segurança parece não ter solução no trânsito da cidade. Há pouco mais de um mês, a Prefeitura implantou uma faixa exclusiva na avenida Sumaré. A intervenção não deu certo por um simples motivo: a via tem tráfego reduzido de motos. A idéia parecia boa, mas no lugar errado. Já se tentou também faixa preferencial na Consolação, que ninguém respeita, e o cadastramento e novas regras para motoboys, que eles se rec u s a m a c u m p r i r. M e s m o diante das iniciativas, a fiscalização é fraca e os índices de acidentes só crescem. Maior prova disso são os acidentes com motos que aconteceram ontem nas marginais e causaram congestionamentos que se estenderam até o início da noite. Parte da cidade parou. Apenas na capital, de janeiro a setembro, o Resgate do Corpo de Bombeiros socorreu 2.737 motoqueiros em acidentes. Foram, em média, 10 por dia. No ano passado, de acordo com dados da CET, 345 motoqueiros morreram no trânsito paulistano, a maioria nas marginais. Ontem, o helicóptero Águia, da PM, foi acionado duas vezes. Acidentes – Só na marginal Tietê foram três acidentes. Por volta das 6h50, a primeira colisão do dia deixou um motoqueiro ferido e complicou o trânsito na chegada a São Paulo pela rodovia Anhangüera, na ponte Atílio Fontana, zona oeste. A faixa da esquerda da pista ficou bloqueada por cerca de 1 hora. O congestionamento na pista expressa chegou a 9 quilômetros. Algumas pessoas que estavam nos ônibus chegaram a descer para, a pé, tentar fugir da lentidão. Em seguida, às 9h05, outro acidente com moto. Ele não deixou vítimas, mas contribuiu para aumentar a lentidão na marginal Tietê. A colisão foi junto à ponte dos Remédios, na pista local da via. A faixa da esquerda da marginal teve de ser bloqueada e só foi liberada às 11h. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), cerca de 5 minutos depois desse acidente, uma outra colisão entre uma moto e um caminhão, 500 metros antes da ponte da Vila Guilherme, deixou o motoqueiro gravemente ferido. Ele foi socorrido pelo helicóptero Águia. A pista só foi liberada às 10h10. Morte – Na marginal Pinheiros, por volta das 9h50, um motoqueiro morreu ao bater em um caminhão. O acidente foi na pista que leva a Interlagos, perto da ponte Cidade Jardim. O caminhoneiro fugiu. Duas faixas ficaram interditadas. Antes, por volta das 7h20, um acidente entre dois carros e

Eduardo Nicolau/AE

Anna Carolina Negri/Folha Imagem

Bombeiros socorrem motoqueiro perto da via Anhangüera Milton Mansilha/Luz

Na Sumaré: pistas estreitas para os carros e motofaixa vazia Milton Mansilha/Luz

Trânsito intenso na Dutra: um reflexo da lentidão da marginal

uma moto na marginal Pinheiros, sentido Interlagos, mil metros antes da ponte do Jaguaré, já havia deixado um motoqueiro ferido. Duas faixas centrais da pista expressa ficaram bloqueadas até as 8h. Trânsito – Embora complicado, o trânsito de ontem não chegou perto dos recordes já medidos pela CET. Na última quinta-feira, dia 19, foi registrado o terceiro maior congestionamento do ano para uma manhã. Às 9h30 havia 151 km de tráfego lento, contra a média de 40 km. Os maiores engarrafamentos do ano foram registrados às 9h dos dias 15 de agosto (dia da greve política dos metroviários) e 6 de março, que tiveram

188 km e 165 km de lentidão respectivamente. Na Sumaré – A faixa exclusiva para motos nas avenidas Sumaré e Paulo VI foram implantadas em 18 de setembro, com o objetivo de garantir a segurança aos motoqueiros. Antes da mudança, as faixas da Sumaré mediam de 3m e 3,5m de largura. Agora, têm de 2,50m a 2,80m. Com o estreitamento, a velocidade média permitida caiu de 70 km/h para 60 km/h. O presidente da CET, Roberto Scaringella, disse, em recente entrevista ao Diário do Comércio, que o projeto da faixa exclusiva é experimental e deverá ser estendido a outras avenidas, mas afirmou tam-

Motoqueiro solitário ignora a faixa exclusiva da avenida Sumaré

bém ele que poderá sofrer alterações. "A Sumaré foi escolhida por sua geometria e tráfego reduzido de motos, servindo de teste para sua implantação em outras vias mais problemáticas", disse Scaringella . CET – O presidente da CET garantiu que 80% dos motoqueiros que circulam pela Sumaré aprovaram o corredor exclusivo, embora não sejam obri-

gados a manter-se nele. Apenas os motoristas são punidos caso invadam a motofaixa. A multa é de R$ 127 e a infração vale 5 pontos na carteira. Especialistas em trânsito não acreditam na criação de novas faixas. "Está claro que não deu certo", opinou o diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito, Salomão Rabinovich. (Da Redação)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

3

Política PESQUISAS CONFIRMAM: P

O produto eleitoral vencedor mais provável é o que está efetivamente ocorrendo. Ricardo Guedes, da Sensus

LULA VAI SE REELEGER

Jamil Bittar / Reuters

Eduardo Nicolau / AE

CNT/Sensus, Ibope e Vox Populi divulgadas ontem indicam que a vitória do presidente Lula no próximo domingo é praticamente certa. Para hoje, aniversário de Lula, a militância do PT já encomendou um bolo para comemorar os 61 anos do presidente. Porém, até agora, não foi divulgado quem ficará responsável pelos custos do bolo.

MEIO AMBIENTE EM ALTA – O desmatamento na Amazônica caiu 30% entre agosto de 2005 e agosto de 2006. O anúncio foi feito pelo presidente Lula e pela ministra Marina Silva.

Alckmin: nas três pesquisas, desvantagem supera os 20 pontos.

CNBB PEDE DE VOLTA DINHEIRO DESVIADO POR CORRUPÇÃO Roberto Jayme / AE

O

presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Magela Agnelo, afirmou ontem que não basta apenas aos candidatos a presidente condenar a corrupção. "É preciso restituir o que foi tirado." Na campanha eleitoral e nos debates entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, e o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), "a corrupção é sempre condenada, mas ninguém fala devolver o dinheiro roubado". Para o vice-presidente da CNBB, dom Celso Queirós, há hoje no Brasil um clima de corrupção. No entanto, para d. Celso, não está apenas na política, mas também na sociedade. "É um vírus que vai se infiltrando e que deve ser combatido." Ele disse ainda que, nos debates entre Lula e Alckmin, não houve espaço para a discussão das grandes questões do País. "Só se falou de quem é mais ou menos corrupto." D. Celso disse esperar que o próximo governo (ou mandato) seja diferente, capaz de compreender que "a ética na política é uma obrigação". O vice-presidente da CNBB criticou os debates realizados entre eles. Para d. Celso, ninguém tocou no assunto principal: como favorecer os cidadãos mais pobres, que vivem marginalizados, e qual será a posição do Brasil frente à dívida externa e sobre a reforma agrária. O vice-presidente disse que, quanto a esse último item, todos prometem, "mas ainda é tão fraquinha". Para dom Celso, quem for eleito encontrará dificuldades porque não terá o apoio do Congresso para fazer uma reforma profunda. O vice afirmou que um dos erros do mandato de Lula foi se desvincular dos movimentos sociais. Sem citar nomes, dom Celso criticou o presidente Lula por fazer acordos com velhos oligarcas. "Há famílias que estão no poder desde que o Brasil foi descoberto." O vice elogiou o programa Bolsa Família. Dom Celso afirmou que não se trata apenas de um projeto assistencial. "Esse programa injeta bilhões na vi-

D. Geraldo: 'Não adianta debater, é preciso restituir o que foi tirado'.

VANTAGEM CRESCE NO IBOPE

P O Bolsa-Família injeta bilhões na vida do povo, permite também que a indústria cresça. Mas não basta. D. Celso Queirós

Os conservadores querem demonizar Lula, mas as comunidades cristãs de base são a fundação da Igreja. Frei Betto

da do povo, permite também que a indústria cresça. É meritório e deve continuar. Mas não basta", declarou. Esquerda católica – O presidente Lula está reeditando velhas alianças com a esquerda católica, às vésperas da disputa do segundo turno. Os escândalos de corrupção desencantaram muitos religiosos e fiéis, mas Lula vem tentando reconquistar o apoio desse setor renovando as garantias de que vai lutar contra a pobreza. "Antes o apoio deles era incondicional. Mas agora há negociações e dá para ver o apoio indo de novo para o lado de Lula", disse o professor Rudá Ricci, sociólogo e especialista em religião. O PT tem raízes históricas na esquerda católica e apoiou a Teologia da Libertação, que associava os ensinamentos religiosos à luta por justiça social. Para Ricci, muitos católicos pobres das zonas rurais ainda vêem Lula como "uma espécie de neo-Moisés guiando seu povo para a libertação" e votam fielmente nele. Tanto Lula quanto Alckmin

são católicos, assim como 70% da população brasileira. Mas o sociólogo acrescentou que é crucial para o presidente reconquistar a aliança de formadores de opinião como padres e movimentos religiosos sociais, para obter mais votos. "Se foi um truque da campanha de Lula, funcionou. Para as comunidades católicas liberais, a Opus Dei é a ameaça da ultradireita, e elas associaram Alckmin firmemente a ela", disse um especialista que não quis ser identificado. Como instituição, a Igreja Católica brasileira não apóia nenhum candidato. Mas desde o primeiro turno Lula recebeu o apoio de "bispos políticos" como dom Pedro Casaldáliga e dom Mauro Morelli. Em abril, a CNBB orientou os eleitores a votar somente em políticos que não estivessem marcados pela corrupção. "Os conservadores querem demonizar Lula, mas as comunidades cristãs de base são a fundação da Igreja. Lula será favorecido por seus votos", disse Carlos Alberto Libânio, o Frei Betto. (Agências)

esquisa do Ibope divulgada ontem pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, confirmou a consolidação do quadro eleitoral, a três dias do segundo turno, indicando uma vantagem de 23 pontos percentuais do presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Geraldo Alckmin (PSDB). A sondagem mostrou que Lula passou de 57% para 58% das intenções totais de voto, enquanto Alckmin oscilou de 36% para 35%. Os votos brancos e nulos somaram 3%, e os indecisos, 4%. Considerando-se os votos válidos – que excluem os brancos, nulos e indecisos –, o presidente manteve os 62% registrados na semana passada, data da última pesquisa, e o tucano continuou com 38%. O Ibope também perguntou

se os eleitores podem alterar seu voto até domingo. Apenas 12% disseram que ainda podem mudar de posição, enquanto 86% responderam que sua escolha é definitiva. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder. O levantamento foi realizado entre terça e quarta-feira, quando o Ibope ouviu 3.010 eleitores em 202 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou menos. Prestação de contas – No próximo dia 31 encerra-se o prazo para que os candidatos que concorreram ao primeiro turno das eleições para prestar contas de campanha à Justiça Eleitoral. Quem estiver na disputa pelo segundo turno tem até o dia 28 de novembro para apresentar os valores arrecadados e gastos na campanha.

VOX POPULI: LULA MANTÉM 61%

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve uma vantagem de 22 pontos percentuais sobre o seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB), considerando-se apenas os votos válidos, mostrou pesquisa Vox Populi divulgada ontem pela revista Carta Capital. A sondagem mostra que Lula venceria a corrida presidencial com os mesmos 61% dos votos válidos – que excluem brancos, nulos e indecisos – que apresentava na semana passada. No total entre os votos estimulados, o petista seguiu com 57%. Alckmin continuou com

39% dos votos válidos da sondagem anterior – 37 na pesquisa estimulada. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou menos. Ainda de acordo com o levantamento, os dois candidatos perderam 1% na pesquisa espontânea: 56% para o petista e 36% para o tucano. No Sudeste, região na qual Alckmin ganhou no primeiro turno por pequena margem, Lula agora tem vantagem de 9 pontos percentuais. Na sondagem de 13 de outubro, o petista vencia por 6 pontos. A enorme vantagem que o presidente tinha diante do tucano no Nordeste caiu de 78% para 75%.

esquisa estimulada realizada pelo CNT/Sensus entre os dias 23 e 25 de outubro, divulgada ontem, mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser reeleito com vantagem de 24 pontos porcentuais sobre o seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), no próximo domingo. Segundo o levantamento, Lula deve obter 57,5% das preferências, e Alckmin 33,5%. Os votos brancos e nulos somam 3,3% e os indecisos, 5,9%. Lula obteve 63,2% dos votos válidos e Alckmin, 36,8%. Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o resultado significa a consolidação dos votos em favor de Lula. Essa é a única pesquisa feita pelo CNT/Sensus para o segundo turno, por isso não há dados comparativos. Alargamento - Na pesquisa espontânea, o presidente Lula manteve a preferência, com 53,9% das intenções de voto, contra 31,4% de Geraldo Alckmin. Os votos brancos e nulos somam 3,5%, e os indecisos, 11,3%. Segundo Ricardo Guedes, "houve um alargamento das tendências" recentemente e, para ele, a eleição está tecnicamente definida. Na sua avaliação, na campanha para o segundo turno, Lula teve oportunidade de "sintetizar no consciente coletivo o que fez no seu mandato". Outros fatores que reforçaram sua posição foram a forma mais aguerrida de campanha e o fato de as acusações éticas não terem pesado muito. "A questão ética influi, mas não é decisiva", disse. Guerra analis o u a i n d a Lula que o discur- conseguiu so feito pelo sintetizar no PT de que Al- consciente ckmin iria coletivo o privatizar estatais, se elei- que fez no t o , t a m b é m seu mandato teria sido sigR.Guedes nificativo, já que, em sua opinião, certas privatizações passadas reapareceram como "questionáveis". Reflexo - A vantagem de 24 pontos porcentuais do presidente Lula reflete, na opinião de Guedes, a melhoria de vida da população. Na avaliação dele, os benefícios econômicos gerados pelo governo superaram as questões éticas. De acordo com a pesquisa, Lula continua à frente na pref e rê n c i a d o e l e i t o r a d o n a maioria das categorias de escolaridade, sexo e renda. Mas Alckmin tem uma posição mais equilibrada na região Sul, entre a população de curso superior, e uma posição mais confortável entre os eleitores acima de 10 salários mínimos. Renda - Entre os eleitores com renda de até 1 salário mínimo, Lula tem 69,7% dos votos, e Alckmin 22,6%. De 1 a 5 salários mínimos, Lula tem 58% da preferência, e Alckmin 32,5%. De 5 a 10 salários mínimos, Lula tem 47,7% da preferência dos eleitores, e Alckmin, 42,3%. De 10 a 20 salários mínimos, Lula tem 42,9% e Alckmin 47 9%. Acima de 20 salários, Lula tem 31,4%, contra 65,7% de Alckmin. Escolaridade - Já em relação à escolaridade, entre os eleitores até a 4ªsérie do ensino fundamental, Lula obteve 63,5% da preferência, e Alckmin 26,5%. De 5ª a 8ª série, Lula teve 63,9% e o tucano 28,6%. Entre as pessoas com ensino médio, Lula teve 52,8% dos votos e Alckmin, 38,6%. Entre os eleitores que possuem ensino superior, Lula tem 35,8% dos votos, e Alckmin 53,2%. (AE) Excepcionalmente hoje não publicaremos a coluna política.


8

Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

SABATINADO, TUCANO VOLTA À CARGA CONTRA PETISTA.

Ele (Alckmin) deveria ter defendido as privatizações ou ter mudado de assunto. The Economist

Eduardo Nicolau / AE

Na sabatina promovida pelo Grupo Estado, ontem, o candidato tucano defendeu um governo com valores, que cresce sob boa gestão, com emprego e renda – que não corresponderia ao modelo petista imposto pelo seu adversário. Ele também condenou as ações do governo na área da saúde, aumento da carga tributária, desvalorização do dólar frente ao real com prejuízos para as exportações e a manutenção de juros elevados, que sufocam a economia

ALCKMIN: ÉTICA DE LULA É DA IDADE DA PEDRA

O

FHC: PSDB DEVERIA SER MAIS ENÉRGICO

O

ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez ontem uma autocrítica a respeito de seu partido, dizendo que os tucanos deveriam ter sido mais veementes na defesa das privatizações realizadas pelo seu governo. "Eu não diria que é uma questão pessoal do Alckmin (candidato da legenda à Presidência, Geraldo Alckmin), eu diria que o PSDB tem de ser mais enérgico na defesa de suas crenças e na defesa do que fez", reiterou ele, em entrevista concedida à rádio BandNews FM. Além de dizer que o PSDB não defendeu com ênfase as privatizações, FHC cobrou de seu partido idéias concretas para o desenvolvimento. "O PSDB precisa voltar a ter idéias que levem o Brasil adiante. E também precisa dizer como é que vamos dar esses passos", emendou. O tucano voltou a criticar duramente o governo do adversário, o presidente e candidato à reeleição Luiz

Inácio Lula da Silva (PT). "O governo Lula não teve nenhuma idéia nova, conta vantagem em cima do que os outros construíram (numa referência ao seu governo)". O ex-presidente voltou a dizer que sua legenda jamais votou e não irá votar contra os interesses do Brasil. E ironizou: "Já apanhei muito e estou com o couro grosso", em resposta à declaração de Lula de que "já havia batido muito no ex-presidente". Ao falar da falta de propostas concretas para o Brasil, FHC citou a área da Previdência: "O que dá para fazer? Precisamos conversar com o País, pois do jeito que está, a dívida é crescente. Como corrigir? Precisamos respeitar os direitos, mas como? É preciso ter clareza". O problema, disse, atinge também outras legendas, sobretudo o PT. (AE) Reprodução

TEMA É DESTAQUE NA INGLATERRA

A

revista britânica "The Economist" desta semana destaca o debate sobre as privatizações, que dominou o segundo turno da campanha presidencial. Em editorial e reportagem, a revista defendeu as privatizações, criticou a postura do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, e afirmou ainda que o próximo presidente deve continuar as privatizações iniciadas no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo "The Economist", o erro de Alckmin na campanha foi justamente não ter defendido as privatizações. "Ele (Alckmin) deveria ter defendido as privatizações ou ter mudado de assunto. No entanto, ele se posicionou na defensiva o tempo inteiro", criticou a revista, que avaliou que a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de afirmar que Alckmin iria vender estatais funcionou junto aos eleitores da candidata do PSol, Heloísa Helena, que preferem votar em Lula a arriscar um governo tucano de privatizações. A revista também criti-

The Economist: privatização deu o tom dos últimos debates entre tucanoe e petista.

cou o fraco debate sobre o crescimento econômico na campanha, que qualificou de suja. "The Economist" relatou como Lula fez com que Alckmin passasse boa parte da campanha insistindo que não iria privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e atribui a vantagem do petista nas pesquisas de intenção de voto a essa estratégia. Para a revista, o próximo presidente brasileiro deverá buscar consenso e realizar as reformas necessárias. A revista destaca que, apesar da baixa popularidade das privatizações na América Latina, os ganhos que as vendas de estatais no governo FHC foram claros, e "o próximo faria bem de recomeçar as privatizações". (AE)

cláusula de barreira. "Ao invés de termos 19 partidos com assento na Câmara, vamos ter oito, nove ou dez, no máximo", disse. Questionado sobre qual seria sua política de alianças caso seja eleito, Alckmin respondeu: "não se faz aliança em torno de poder, mas sim em torno de propostas" Para Alckmin, o PT é um partido com viés "autoritário", que ganhou as eleições em 2002 sem projetos, cooptou partidos e esvaziou a oposição. "Mensalão é subjugar um po-

O Brasil vai ficar quatro anos, na hipótese de meu adversário ganhar, esperando nova eleição. Geraldo Alckmin nessa área. O tucano disse que as reformas serão feitas no primeiro ano de seu governo. "Isso deve acontecer no primeiro ano, com time novo, com o empuxo das urnas, com mais legitimidade para poder implementálas", disse. Segundo Alckmin, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva for reeleito, o País não vai avançar. "Já fui reeleito, e reeleição é um pouquinho mais do mesmo. Eu não acredito que essas reformas avancem. Acho que o Brasil vai ficar quatro anos, na hipótese de meu adversário ganhar, esperando a próxima (eleição)." Ele considerou positiva a

der a outro poder", opinou. Ele acusou o partido de incoerência. "Nós defendíamos a reforma da Previdência, e o PT foi contra. Eles ganharam a eleição e viraram a favor. Nós votamos a favor. Sem os nossos votos, ela não teria passado." O tucano disse que o único projeto do PT é de poder. "Falta patriotismo, compromisso com os brasileiros, com a verdade, com princípios", disse. Alckmin não comentou as declarações do governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, que disse ser favorável a um pacto de entendimento nacional como o proposto por Lula. O candidato limitou-se a

dizer que as eleições ainda não estão decididas. "O PT anda com salto muito alto, arrogante, achando que já ganhou, e isso é desrespeito ao eleitor." Rio Grande do Sul – O tucano voltou a atacar a política econômica de seu adversário. Em alusão ao Estado do Rio Grande do Sul, Alckmin ressaltou que a política econômica petista levou à dívida do estado sulista. "Eles foram a grande vítima da política econômica do PT. São um estado forte na agricultura, exportador, de manufatura e indústria têxtil, que foi prejudicado pelo PT", apontou o tucano. Para Alckmin, em relação às dívidas dos governos estaduais, a Lei de Responsabilidade Fiscal representa um grande "avanço e segurança para a sociedade". "Ninguém tem direito de deixar o País pior do que encontrou e, sim, em uma situação melhor", afirmou Alckmin, acrescentando que o governo pode "oferecer alívio para dívida dos estados" em casos especiais. "Cabe ao governo federal apoiar e ajudar. A forma de fazer é que precisa ser estudada", alfinetou. Nossa Caixa - Alckmin defendeu a abertura de capital do banco Nossa Caixa, feita durante sua gestão no governo paulista. "Não tinha razão para privatizar a Nossa Caixa. Abrimos capital, colocamos as ações na bolsa e hoje há sócios minoritários. Foi o primeiro banco público a entrar no Novo Mercado", afirmou. (AE)

LULA ACREDITA NA CULPA DE BERZOINI, DIZ 'ÉPOCA' Sérgio Dutti /AE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que o recolhimento do dinheiro que seria utilizado para negociar o dossiê Vedoin – R$ 1,7 bilhão – teria sido autorizado pelo seu ex-coordenador de campanha e presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini. As informações foram divulgadas ontem no site da revista "Época". O site diz também que Lula teria ordenado uma investigação paralela e chegou a um rascunho de como teria sido montado o esquema para negociar o dossiê. Segundo a revista, o próprio presidente teria participado do levantamento de informações, conversando com Ricar-

do Berzoini, c r i m e f i n a ncom o candiceiro e falsifidato derrotacação. do ao goverA empresa, no de São que funciona Paulo, Aloie m N o v a z i o M e r c aIguaçu, no Rio dante, com de Janeiro, é dirigentes da investigada s u a c a m p apor ter vendinha e até mesdo 248,8 mil dólares que semo com o exm i n i s t ro d a riam utilizaCasa Civil, Jo- Berzoini: na mira de Lula. dos como parsé Dirceu. O t e d o p a g aex-ministro nega esse encon- mento de um dossiê com infortro com Lula. mações contra candidatos do Indiciamento – A Polícia Fe- PSDB. deral indiciou nesta quintaOs recursos foram apreendifeira Fernando Manoel Ribas dos pela PF em São Paulo, em Soares e Sirlei da Silva Chaves, 15 de setembro, em poder de sócios da agência de turismo duas pessoas ligadas ao PT. Vicatur, por suposta prática de Segundo um policial que

participa da investigação, os empresários confessaram ter pago 3 mil reais a Levi Luiz da Silva Filho que, em troca, entregou aos empresários números de documentos de seus familiares para serem usados nas transações com moeda norte-americana realizadas pela Vicatur. Ainda segundo a fonte, ao longo do dia foram ouvidos mais quatro parentes de Levi em Ouro Preto, Minas Gerais, que também teriam servido como "laranjas" na negociação. Em Cuiabá, o superintendente da PF, Daniel Lorenz de Azevedo, disse que a PF já tem provas sobre envolvidos no caso, mas prefere não divulgálas para não atrapalhar as investigações. (Agências)

Alex Jesus / AOG

PRIVATIZAÇÃO

verno Lula. Previdência – Alckmin disse também ser favorável à implementação das reformas política, tributária e previdenciária, ao voto distrital e a fidelidade partidária. Criticou o modelo tributário, que permite que o ICMS tenha 27 leis e 55 alíquotas diferentes no País, e admitiu a necessidade de se fazer a reforma da Previdência. Em entrevista concedida à rádio CBN na semana passada, Alckmin havia negado a intenção de promover uma reforma

Ricardo Bakker / AOG

No ataque: candidato voltou às críticas contra o presidente Lula.

candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, no início da sabatina promovida por jornalistas do Grupo Estado, que sob o ponto de vista da ética, o Brasil retrocedeu à idade da pedra, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o exgovernador paulista, o PT e Lula, seu adversário nas eleições presidenciais, tiveram a oportunidade de governar o País, mas não a aproveitaram. "Sob o ponto de vista ético, nós retrocedemos à idade da pedra, ao invés de avançarmos na política, no princípio e em valores", acrescentou. Ele reiterou: "Entendo que o Brasil pode mais, pode ter um governo sob o ponto de vista ético, com valores; sob o ponto de vista da eficiência, com boa gestão; e, sob o ponto de vista de crescimento, com emprego e renda, que é o que interessa para melhorar a vida da nossa população." Alckmin também mencionou a necessidade de maior investimento em educação no País; citou números positivos da segurança pública durante seu governo no Estado de São Paulo; criticou as realizações do governo federal atual na área da saúde; mencionou o crescimento da economia em níveis insatisfatórios; o aumento da carga tributária; a desvalorização do dólar frente ao real; os juros elevados; e criticou a política externa do go-

DÓLAR FASHION – Modelo desfila com dólares na cueca em frente ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo. A manifestação foi promovida por um grupo inconformado com os escândalos no cenário político em que transcorre a eleição.

"CAIXAS-PRETAS – Urnas eletrônicas usadas no primeiro turno das eleições estão de volta ao TRE em São Paulo e passarão a ser distribuídas às seções que ocupavam anteriormente. Um lote ficará à disposição do Tribunal para eventuais reposições.


4

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO Não sou surdo, vou escutando na rua, e essa nova música vai penetrando na minha criação, se impregna no meu trabalho. Do cantor compositor Chico Buarque, que está em Portugal para uma série de nove shows, sobre as influências do rap, Lenine, Chico César, Marcelo Camelo, Los Hermanos e outros músicos em suas composições.

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Logo Logo

27

www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

Nascimento do escritor brasileiro Graciliano Ramos (1892-1953), autor de Vidas Secas. Ao lado, ilustração de Aldemir Martins para o livro

I NTERNET A RQUEOLOGIA

Orkut seguro

Pegadas de 15 mil anos Uma trilha de 13 pegadas fossilizadas, que atravessa um pequeno trecho de um vale no norte do México, pode ser uma das mais antigas das Américas, informaram ontem arqueólogos que fizeram a descoberta. A pegadas foram deixadas por caçadores-coletores que viveram há milhares de anos no Vale Coahuila, em Cuatro Cienegas, disse o arqueólogo Yuri de la Rosa Gutierrez, do Instituto Mexicano de Antropologia e História. "Acreditamos que as pegadas tenham de 10.000 a 15.000 anos de idade", diz nota divulgada

por De la Rosa. "Temos evidência da presença de caçadores-coletores no deserto de Coahuila há mais de 10.000 anos". O arqueólogo afirma que novos testes para confirmar a idade das pegadas serão realizados no México e na GrãBretanha. As pegadas mais antigas já encontradas no Hemisfério Ocidental ficam no Chile, e acredita-se que tenham 13.000 anos. Há pegadas de 6.000 anos nos EUA, Brasil e Nicarágua. As pegadas mais antigas de hominídeos ficam na África. Na Tanzânia, há rastros de 3,5 milhões de anos.

U GANDA Xavier Toya/Reuters

Google anuncia mudanças no site de relacionamento para evitar mais problemas

O

Google anunciou ontem que foram desenvolvidas novas ferramentas para conter a publicação de conteúdos inadequados no site de relacionamentos Orkut. Entre as mudanças estão o bloqueio automático de textos e fotos inapropriadas, opção para colocar até dez moderadores em uma comunidade e a contratação de mais funcionários para fiscalizar o site. O anúncio foi feito ontem, em uma videoconferência com Luiz Barroso, engenheiro da empresa, e Divya Shah, a gerente de produtos do Orkut. Segundo ele, o Google pretende criar um canal de comunicação direta com autoridades governamentais para facilitar denúncias de páginas impróprias e o repasse de informações sobre

usuários que cometeram crimes dentro do site. Porém, não há previsão para o lançamento do canal. O engenheiro afirmou que o link "Mantenha o Orkut bonito", na página inicial do site, é uma forma de incentivar os usuários a entender o que é permitido ou não. Ele reiterou que o Orkut é proibido para menores de 18 anos. A empresa pretende melhorar a apuração de denúncias apontadas pelos membros do Orkut. Barroso afirma que o Google aumentou em 14 vezes o número de funcionários que fiscalizam o site, mas não soube dizer quantos são. Os fiscais do Orkut trabalhariam no Brasil e na sede do Google nos Estados Unidos. Durante a videoconferência, o Google disse que foram atendidos 40

pedidos do Ministério Público Federal (MPF) sobre informações de usuários investigados por crimes como pedofilia e racismo. Segundo o MPF, os dados estavam incompletos e não permitiam a identificação dos criminosos. Há quase um mês, quando venceu o prazo da Justiça Federal para o fornecimento dos dados, o Google Brasil recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF-3) alegando já ter enviado as informações. O recurso está em julgamento. Recentemente, o Orkut começou a permitir que até dez pessoas controlem o conteúdo de uma comunidade. O Google citou a ferramenta como outra medida de segurança porque mais pessoas checam o que os membros fazem. (AE)

Reuters

L

O atleta norte-americano Michael Johnson se prepara para uma corrida com crianças de uma comunidade de portadores de HIV/Aids num subúrbio de Kampala.

M ÍDIA

C HILE

Charges de Maomé, Ouro não absolvidas é de Pinochet

E M

Os documentos que mostram a existência de um milionário depósito em lingotes de ouro em nome do ex-ditador Augusto Pinochet no banco HSBC de Hong Kong são falsificados, informou ontem a filial do banco no Chile. Segundo o HSBC, o depósito de 9,2 toneladas de ouro, avaliadas em cerca de US$ 160 milhões, não existe. Um comunicado diz que o banco recebeu os documentos para análise do Conselho de Defesa do Estado do Chile e que os documentos são falsos., ,

DANÇA

PEQUENA SEREIA - A norte-americana Esther Williams, de 84 anos, uma das estrelas da época de ouro de Hollywood, as décadas de 40 e 50, foi internada na Califórnia (EUA), vítima de uma infecção. Ex-campeã de natação, ela atuou em diversos filmes, como A sereia de um milhão de dólares, de 1952 (foto). C ONFLITO

MST sem trégua Arquivo DC

rocurado pela polícia, o líder do Movimento dos Trabalhadores R u r a i s S e m Te r r a (MST) José Rainha Júnior (fo to) e nfre nta agora a provocação de seus companheiros, que ontem decidiram ocupar três fazendas na região do Pontal do Paranapanema, encerrando a trégua nas ocupações anunciadas na semana passada pelo MST. Cerca de 160 famílias ocuparam as fazendas São Luiz, de 720 hectares, em Presid e n t e B e r n a rd e s ; S a n t a Cruz, de 500 hectares, em Mirante do Paranapanema; e São José, de 1.000 hectares, em Teodoro Sampaio. As ocupações servem de desafio à decisão do grupo de Rainha de paralisar invasões durante o período eleitoral. "Essa trégua por causa

P

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Scanner registra imagens em 3D

Virtualmente chique

zscanner700.asp?ID=1

Educação no Brasil não avança, diz Unesco, que coloca o País na 72ª posição do ranking Greenpeace defende modelo de desenvolvimento com preservação para a Amazônia

L

www.taste.com.br

B RAZIL COM Z

Inimigos da Amazônia A revista Scientific American publicou ontem em seu site na internet uma declaração do ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, de que apenas 0,27% da soja brasileira pe cultivada na Amazônia. Nos últimos 12 meses, o país produziu 53.4 milhões de toneladas de soja. As declarações foram uma resposta às críticas internacionais de que o País estaria permitindo o desmatamento da Amazônia para o cultivo de soja e para a pecuária bovina. Segundo a revista, a estimativa é de que 16.700 quilômetros quadrados de floresta teriam sido perdidos no período de agosto de 2005 a julho de 2006 para atividades econômicas.

Cientistas revelaram em artigo publicado ontem na revista Science que, submetida a pressão e raiosX, a água assume uma sólida diferente do gelo e muito parecida com a de uma liga resistente de oxigênio e hidrogênio. Nesse estado, as duas substâncias, embora misturadas, não se combinam para produzir a molécula comum de água, H2O. A "liga de água" ainda não tem uma aplicação definida e os cientistas trabalham, agora, na definição de sua estrutura exata. C HINA

Filosofia chega ao espaço O governo chinês anunciou ontem que a terceira missão chinesa ao espaço, cuja tripulação está atualmente em preparação, poderá contar com a participação de um filósofo. "Um vôo espacial ajudará os pensadores a desenvolver novas visões filosóficas, e isso seria bom para a humanidade", argumentou Sun Laiyan, diretor da agência espacial chinesa. A missão Shenzhou VII, que deverá ser lançada em 2007. L OTERIAS Concurso 163 da LOTOFÁCIL 01

02

03

05

06

07

09

13

14

15

20

21

23

24

25

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

http://zcorp.com/products/

A TÉ LOGO

das eleições não existe; o que existe é que a ocupação ainda é a melhor forma de pressão para o governo fazer a reforma agrária", disse Valmir Ulisses Sebastião, um dos líderes da ação. Rainha Júnior teve a prisão determinada pelo Tribunal de Justiça na terça-feira. Ele foi condenado a cumprir dois anos e oito meses de prisão em regime fechado depois que a polícia encontrou uma escopeta calibre 12 no carro que ocupava, em abril de 2002. Ele chegou a ficar preso 23 dias, mas foi liberado por um habeas-corpus. Agora, o TJ decidiu manter a sentença. Ontem, o delegado

de Teodoro Sampaio, Adílson de Carvalho, disse que deslocou equipes de investigadores para tentar localizar Rainha Júnior, mas não tinha pistas dele até às 18h30. "Ele é um foragido", afirmou. O grupo contrário a Rainha é ligado à Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal (Cocamp) e domina três grandes acampamentos, com cerca de 1.000 militantes. O grupo de Rainha é ligado à Federação das Associações de Agricultura Familiar do Oeste Paulista e teoricamente ocuparia outros 11 acampamentos com cerca de 1,6 mil famílias de sem-terra. O coordenador do grupo, Wesley Mauch, disse ver com naturalidade as ocupações. Segundo ele, elas ocorrem por causa das "diferenças de pensamentos" entre as duas correntes do MST. "Não vemos isso como provocação", disse.

L

O ZScanner 700 é um scanner "estereoscópico", isto é registra imagens em 3 dimensões dos objetos, graças ao seu formato de binóculo. O software do aparelho cria depois um modelo do objeto, que pode ser reproduzido por impressoras especiais. É um brinquedo caro, US$ 39.900.

Um guia de luxo e estilo está disponível na internet para quem tem tempo, dinheiro e disposição para dedicar aos caros prazeres da vida. O site Taste dá dicas de restaurantes, bebidas, carros, grifes, receitas, artigos de decoração, música, leituras, viagens e passeios culturais. Além disso, o site é um coadjuvante na escolha de produtos e serviços para ocasiões especiais, presentes exclusivos e tendências de moda e decoração.

O maestro Rogério Duprat, autor de arranjos antológicos para os melhores discos do Tropicalismo, morreu ontem em São Paulo, aos 74 anos. Ele estava hospitalizado, vítima do Mal de Alzheimer. Nascido no Rio de Janeiro, Duprat vivia em São Paulo desde 1955. Um dos pioneiros ao romper barreiras entre erudito e popular, Duprat gravou nos anos 60 o histórico disco Tropicália, com Caetano, Gil, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes, Nara Leão, Torquato Neto e compôs arranjos para canções como Baby, Panis Et Circencis e Geléia Geral.

Água sólida, e não é gelo

C A R T A Z

Ballet Stagium, com coreografias inspiradas em choros e batucadas. Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153. Telefone: 3288-0136. 21h. R$ 20.

Música perde Rogério Duprat

F ÍSICA

L

Um tribunal determinou ontem que um jornal dinamarquês não difamou os muçulmanos ao publicar charges do profeta Maomé, que provocaram uma onda de protestos no mundo islâmico. Sete organizações muçulmanas do país acusaram formalmente o jornal de insultar os muçulmanos. Uma das charges mostrava Maomé com uma bomba no turbante. O Jyllands-Posten, que publicou as charges em setembro de 2005, disse que um parecer diferente teria sido uma catástrofe para a liberdade de imprensa.

T ROPICÁLIA

Nasa lança dois satélites com a missão especial de entender as tempestades do Sol

Concurso 1668 da QUINA 12

31

59

71

77

XX


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

PAX AMERICANA

Algo me diz que isso foi soprado pelo criminalista thomaz bastos, Cumpanhêro-Primerão do Arrenegado. Fecha. Larry Downing/REUTERS

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

C

NEIL FERREIRA

SÃO JUDAS TADEU, VOTAI POR NÓS oto no Geraldo e estou pedindo a sua ajuda. Primo irmão de Jesus, sobrinho de Deus, você poderia fazer uma coligaçãozinha com a gente. Eu não queria incomodar santo tão importante e ocupado, longe de mim, seu dia está aí e deve ter um trilhão de pessoas pedindo coisas. Mas eu falo em nome do bem e do futuro de 180 milhões, embora existam milhões que, enganados pelo Demo, sintam o cheiro do

V

G Só posso

apelar pro santo dos desesperados. Não estou aqui em favor do Geraldo só por zelitice minha.

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Porque a Guerra no Iraque sobreviverá às próximas eleições nos EUA e qual é a estratégia do exército americano cada quatro anos, o povo americano elege o presidente do mundo que se esG Independente conde por trás do da eleição, os presidente dos Estados Unidos. Isso é políticos têm pouca margem democrático? O eleitor do Arkansas ou de manobra. Nem mesmo os de Illinois pesa sobre a paz e a guerra mais democratas do que qualquer ouavistam tro cidadão do muna retirada dos do. Mas esta é a reaEUA do Iraque. lidade: o poder e a potência pertencem G Poucos entre a o s E U A , n ã o à os que têm ONU. A cada dois realmente peso anos, esses mesmos sobre a vida eleitores renovam seu parlamento, que pública também determina a americana contestam que paz e a guerra. Um embaixador francês os EUA se engajem em uma em Washington observou que se a Franguerra tão longa ça quisesse realmencontra o te influenciar as relaterrorismo. ções internacionais, deveria ter um reG Iraque e presentante no SeAfeganistão são nado americano. etapas dessa Nos próximos dias esse parlamenguerra. Sua gestão, não to será renovado. Mas não se deve esseu princípio, perar desta eleição, e é que está da coabitação que se realmente sucederá, nem um em jogo. bloqueio das instituições nem uma profunda modificação das escolhas estratégicas norteamericanas. A continuidade se imporá,

A

porque nada, nem mesmo os democratas, avistam uma retirada dos EUA. Segundo os rivais de George W. Bush, Hillary Clinton, democ r a t a , e J o h n M cCain, republicano, os norte-americanos não vencem no Iraque porque não instalam tropas suficientes. Poucos entre os norte-americanos que têm realmente peso sobre a vida pública americana contestam que os EUA se engajem em uma guerra tão longa contra o terrorismo: o Iraque e o Afeganistão continuarão sendo vistos como etapas dessa guerra. Sua gestão, não seu princípio, é que está realmente em jogo. s generais q u e v o l t aram do teatro de operações analisaram os próprios erros. O primeiro foi aplicar no Iraque os mesmos métodos inicialmente destinados à vitória contra as tropas soviéticas: uma força máxima de destruição. Os militares não imaginavam que, com isso, produziriam um país

O

em ruínas. Eles não esperavam, por exemplo, que todos os funcionários desertassem a administração e deixassem os invasores por sua própria conta. A improvisação conduziu os militares a cometerem numerosos erros, subestimando as questões religiosas e tribais. Eles também não esperavam que os profissionais do terror, a Al Qaeda e os antigos oficiais do Baath, mostrassem tanta inteligência tática para formar e mobilizar exércitos de novos recrutas. principal conclusão que o Estado Maior norteamericano tirou foi que a superioridade militar não serve para muita coisa: o importante é instaurar a legitimidade do novo governo e a legitimidade da presença norte-americana e seus aliados. No Centro das Forças Armadas de Fort Leavenworth (Kansas), dirigido pelo general David Petraeus, a escola de formação dos oficiais superiores, os

A

programas de estudo foram alterados, dando prioridade à cultura, à responsabilidade do soldado, a um conhecimento mais profundo do inimigo e do terreno. Entre as leituras obrigatórias está uma obra de David Galula, um oficial francês, publicada em 1961, sobre as lições que aprendeu com as guerrilhas do Vietnã e da Argélia. As guerrilhas, nos explicam em Fort Leavenworth, mantêm-se idênticas de um século para outro, de um país a outro: em todos os casos, o sucesso ou o fracasso da insurreição depende da relação que as forças armadas de intervenção criam com a população local; presa entre dois fogos, o que a inclinará para o lado do poder ou para o lado da insurreição? Nessa corrida por uma estratégia mais eficaz, quem serão os mais rápidos, os rebeldes ou os norteam er ic a no s ? E os mortos? O exército aceita o fato de haver perdido três milhões de homens no Iraque? Este número é

considerado pelos próprios soldados no campo de combate como "modesto". Mas me garantem que as chances de sobreviver no Iraque são excelentes. exército mantém o moral, para o qual não necessita de dinheiro. O exército está em guerra, mas o país, não, nos dizem em Fort Leavenworth: os EUA não destinam mais do que 4% de suas receitas para despesas militares, duas vezes menos do que no tempo da Guerra Fria e uma das taxas mais baixas entre os países desenvolvidos. O maior exército do mundo se mostra, paradoxalmente, em relação à riqueza nacional, o mais barato. Diante de um establishment militar que já determinou a próxima etapa da g u e r r a , i n d e p e ndentemente dos resultados das eleições em novembro, democratas e republicanos têm pouca margem de manobra.

O

GUY SORMAN, ESPECIAL PARA O DC.

om esse saláriopiso na cabeça, igual ao do Senhor do Bonfim, Santo Expedito ficou fora do meu alcance. Agora, compreenda a minha situação, São Judas. As pesquisas, instrumentos do Cão a serviço do Canhoto, colocam o Barzabu lá em cima. Eu fico desesperado e só posso apelar para o Santo dos desesperados. Não estou aqui em favor do Geraldo só por zelitice minha contra o Tinhoso, pelo amor de Deus, nada disso. É que o Excomungado mentiu o tempo todo pela tv, pelo rádio e ao vivo. Mentiu que o Geraldo, se ganhar, acaba com o bolsaesmola, que comprou 25 milhões de votos para o Bode-Preto. Privatiza a Petrobrás, o Bando (é bando mesmo) do Brasil, a Caixa Econômica Federal e os Correios. Corta os salários. Demite funcionários públicos. Mentiu, imagine, que estabilizou eççepaíz e domou a inflação, qualquer Lá-de-Baixo sabe que isso foi no governo passado, contra a atuação histérica da Diabada inteira, que tentava atrapalhar tudo a qualquer custo. Mentir assim descaradamente é pecado capital. Não estou falando que é o pecado mortal, esse gravíssimo da religião. É o pecado da capital, também gravíssimo, inventado lá na capital, praticado lá e espalhado de lá para eççepaíz inteiro. Dizem que o Geraldo é "Opus Dei". "Dei" eu sei que é "de Deus", "Opus" nunca ouvi falar, a não ser em coisa de música erudita, será Geraldo músico erudito de Deus, não sei. Se ele ofende alguém com isso, pode puní-lo por minha conta. Sei que é católico, não que isso seja alguma vantagem, tem cada católico por aí que vou te contar. Por exemplo, marta, A Fiel. Ela afirma que é, na maior cara de botox, mas é uma Serpente, que pratica ritos demoníacos em plena luz do dia. Quando prefeita, as diabolices que fez nas avenidas 9 de Julho e Cidade Jardim foram coisas do Capeta em pessoa. O frei betto, Tinhoso disfarçado de bonzinho, então, escreve homilias e encíclicas, como se o próprio Papa fosse, de apoio ao Mofino e as distribui nas igrejas.

enxofre no ar, estão no descaminho. Pede ao seu Tio para ensiná-los a reencontrar a Luz. Pede também para perdoá-los, eles não sabem o que fazem. Eu tentei antes arranjar o apoio do Santo Expedito, mas quando falei com ele o Senhor do Bonfim já tinha contado que o outro propinoduto é muito mais forte do que o meu. Lá na Bahia, onde o Senhor do Bonfim age, o cumpanhêro jurisconsulto jacques wagner começou o sirviço propinando pesado. Deu peru em vez de galinha preta. Romanée Conti, o vinho do comissário josé dirceu, em lugar do marafo. E charuto cubano mandado pelo fidel. Tenho que levar em conta, também, a ajuda dos orixás da Petrobrás, que despejaram uma montanha de dinheiro para facilitar as coisas. Assim, o cumpanhêro jurisconsulto jacques wagner, ignorado pelas pesquisas que não levaram em conta o Sobrenatural de Souza, ganhou no primeiro turno. Abre parênteses. Chamo esse cumpanhêro de jurisconsulto porque ele acha que é. Um dia desses sentenciou que "o réu petista tem o direito de mentir". É uma enorme inovação em Direito, que poderá vir a ser conhecida como Primeiro Postulado de Jacques Wagner, "Primeiro" porque, se esse pegar, vem mais por aí.

e você, São Judas, ainda não estiver cooPTado, me atender e ajudar o nosso país a expulsar a corrupção das nossas vidas, prometo espalhar faixas com os dizeres "Agradeço a São Judas Por Imensa Graça Alcançada". Amém.

S

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Kim Jae-Hwan/AFP

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

Internacional

O muro é uma vergonha, uma decisão sem visão de futuro Vicente Fox, presidente do México

Bombas da Otan matam dezenas no Afeganistão Um bombardeio das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte no sul do país afegão, na última terça-feira de madrugada, matou civis. suspeita-se que a maioria dos mortos atingidos era de refugiados que perderam suas casas

A Ministro sul-coreano dá início ao primeiro movimento de sanções contra sua vizinha Coréia do Norte

Coréia do Sul endurece com o Norte

A

vestimentos, as transações e as remessas relativas ao comércio intercoreano nos contatos com os funcionários do Norte, segundo informação da agência de notícias Yonhap. Por meio de um comunicado, o Ministério da Unificação pediu o retorno da Coréia do Norte às negociações multilaterais sobre seu programa nuclear e rejeitou os alertas segundo os quais as sanções poderiam provocar um colapso nas relações entre os países. Também ontem um relatório preparado por especialistas do Ministério da Defesa da Coréia do Sul dizia que o Norte teria conseguido extrair cerca de 50 quilos de plutônio, quantia suficiente para a produção de ao

menos sete bombas nucleares. Segundo o relatório, a Coréia do Norte estaria trabalhando na construção de uma ogiva que poderia ser transportada por um míssil balístico. As conclusões foram compiladas a pedido do alto escalão do Exército depois do teste nuclear norte-coreano do início do mês. O estudo foi divulgado pelo parlamentar Song Young-sun, de oposição. Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Japão confirmou a informação de que o governo nipônico deseja um encontro com os Estados Unidos e com a Coréia do Sul no início de novembro para solidificar uma posição comum sobre o impasse. (AE)

Jose Lirauze/Reuters

Coréia do Sul anunciou, ontem, que irá proibir a entrada no país de parte dos funcionários do governo norte-coreano, em linha com as restrições contidas em uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse será o primeiro movimento concreto de Seul no sentido de fazer vigorar as sanções impostas pelo Conselho após o teste nuclear realizado por Pyongyang no início do mês. Uma comissão da ONU tem trabalhado para determinar como serão implementadas as punições. O ministro sul-coreano da Unificação, Lee Jong-seok, disse que Seul irá controlar os in-

utoridades afegãs acusaram, ontem, as forças internacionais sob comando da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de terem matado até 80 civis durante uma operação realizada no distrito de Panjwayi, em Kandahar, no sul do Afeganistão. Se o número for confirmado, esse será o ataque com o maior número de vítimas civis já realizado pelas tropas da aliança atlântica no Afeganistão desde a invasão americana, no ano de 2001. Os ataques começaram na terça-feira à noite e, segundo a Otan, tinham como objetivo capturar ou matar integrantes da milícia Taleban. De acordo com Bismallah Afghanmal, integrante do conselho provincial, 80 civis morreram. "O governo e a coalizão haviam dito para as famílias que não havia mais talebans na área", acusou Afghanmal. A estimativa de vítimas de Afghanmal está próxima à de outras autoridades locais, mas o Ministério do Interior admitiu um número um pouco menor: menos de 30 civis e cerca de 30 militantes do Taleban. À noite, a Otan declarou que suas investigações preliminares indicavam a morte de apenas 12 não-combatentes. "Insurgentes que vêem a população como escudos humanos, tornam

a situação mais difícil para nós", disse o porta-voz da Otan, Mark Laity, acrescentando que a organização tem tomado todas as medidas para evitar baixas civis. Investigação – Depois dos ataques, muitos habitantes de Panjwayi abandonaram suas casas. Centenas também compareceram ao enterro conjunto de 20 vítimas da operação militar da Otan. O presidente iraniano Hamid Karzai condenou as mortes e disse que iria formar um comitê investigativo para apurar o que aconteceu na região. Karzai tem criticado com freqüência as ações das tropas internacionais. Há uma semana, quando nove pessoas morreram em uma incursão militar em Kandahar, o presidente afegão pediu aos militares da Otan que tivessem a "máxima cautela" para evitar que eventos assim se repetissem. Até pouco tempo, a invasão do Afeganistão era apresentada pelas autoridades americanas como um caso de sucesso na guerra contra o terrorismo. Nos últimos meses, porém, a milícia Taleban aumentou sua resistência principalmente no sul do país, onde adota métodos semelhantes aos dos extremistas iraquianos. Por causa do ressurgimento do Taleban, este foi o ano mais violento no Afeganistão desde

2001. Até hoje, morreram mais de 3 mil pessoas, entre civis e militantes do Taleban, além de 150 soldados estrangeiros. Mais mortes – No mês passado, a Otan disse ter matado mais de 500 militantes durante a chamada Operação Medusa no distrito de Panjwayi. Bismallah Afghanmal, um deputado da província de Kandahar, disse que cerca de 80 civis foram mortos durante combates em Panjwayi, um distrito de Kandahar. Já o aldeão Karim Jan afirmou que de 60 a 70 pessoas morreram. Ao mesmo tempo, um funcionário do governo que pediu para não ser identificado disse que foram mortos pelo menos 30 civis. "Todo mundo está furioso com o governo e com a coalizão. Não havia talebans lá", disse o aldeão Abdul Aye, que chorava enquanto acompanhava os funcionários. Segundo ele, 22 pessoas de suas famílias morreram no ataque. "Essas tragédias simplesmente continuam acontecendo", prosseguiu. Na cidade de Kandahar, capital da província de mesmo nome, centenas de pessoas participaram, ontem, dos funerais de vítimas da violência de terça-feira. Fontes informaram que as bombas caíram em uma área onde estavam centenas de refugiados. (Agências)

Disputa na ONU volta a embaralhar

D

FESTA PARA MORALES – O presidente da Bolívia, Evo Morales, completa nesta quinta-feira 47 anos de idade. Mas a comemoração começou ontem, com Morales ganhando presentes e um bolo

epois de dar sinais de que abandonaria a disputa por uma vaga não-permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a Guatemala informou, ontem, que não está disposta a abrir mão de ocupar o assento. O chanceler da Guatemala, Gert Rosenthal, deixou ontem claro a seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, que não pretende desistir da candidatura de seu país a um assento no Conselho de Segurança, e por isso a eleição continua bloqueada. Os ministros das Relações Exteriores dos dois países candidatos falharam em romper o impasse na briga pela vaga,

durante reunião, realizada nesta quinta-feira. Mas a busca por um candidato continua com a entrada da República Dominicana na disputa. Sem consenso – Diplomatas latino-americanos estavam esperançosos de que as conversas pudessem quebrar o impasse depois do fracasso nas 41 eleições realizadas para apontar um vencedor. Vários países mencionaram como possíveis candidatos a Bolívia, Costa Rica, Uruguai e o Chile. Em Washington, o presidente dominicano, Leonel Fernandez, disse que foi chamado para discutir a possibilidade de seu país se tornar um candidato de consenso. "Nossa respos-

ta é que vamos considerar essa possibilidade", disse ele. Os dois chanceleres se reuniram por duas horas em Nova York, na sede da missão do Equador, que preside neste mês o Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe da ONU. Rosenthal disse que compareceu ao encontro apenas para ouvir, já que a Guatemala está irredutível no propósito de não se retirar da disputa por ordem expressa do Congresso dos Deputados de seu país. Nos próximos dias a Guatemala quer conversar com diferentes governos para tentar conseguir os 15 votos de que precisa para obter os dois terços da Assembléia Geral. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

1

14,7

por cento dos entrevistados para o ICC pretendem comprar bens duráveis nos próximos seis meses

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

SINAL DE ALERTA INADIMPLÊNCIA PREOCUPA OPERADORAS DE CRÉDITO Empresários do setor querem ampliar o percentual de financiamento em relação ao PIB, mas reduzir os calotes

O

índice de 14,5% de inadimplência nas carteiras de crédito a o c o n s u m i d o r, apontado em pesquisa encomendada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) em parceria com o Banco Panamericano, disparou um sinal de alerta nos bancos, financeiras e varejistas. Para analistas do segmento, o desafio é ampliar o percentual de financiamentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que hoje fica na casa dos 30%, e, ao mesmo tempo, controlar a evolução dos devedores na base de cobrança. A pesquisa diagnosticou que o cartão de crédito é utilizado por 55% dos inadimplentes como "ferramenta" para obtenção de financiamentos. Adalberto Savioli, diretor de Crédito e Risco do Panamericano, explica que o comprador "negativado", ou seja, que possui seu nome no banco de dados das empresas de cobrança, passa a utilizar o plástico como principal forma de crediário, já que esse meio de pagamento não passa por consultas quando um parcelamento é fechado, com exceção do limite de compras. "Isso ocorre pela conveniência do cartão como linha fixa de financiamento." Outro dado apresentado foi a correlação de instituições credoras de um mesmo devedor: 37% dos "negativados"

Amâncio: morosidade incentiva

possuem pendências com financeiras e bancos, e 27% com financeiras e administradoras de cartão de crédito. Para Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), esses números demonstram um comportamento de acúmulo de "negativações" pelos consumidores. "Quando ele entra para a lista de devedores do banco, passa para a financeira e depois cai no cartão de crédito, o que ocorre pela falta de um histórico de pagamentos desse consumidor. A implantação do cadastro positivo vai resolver essa questão." Realizado sobre a base de devedores das associadas à Acrefi – cerca de 60 empresas do setor de crédito –, o levantamento indicou ainda que 79% dos ina-

dimplentes estão dispostos a regularizar sua situação desde que seja oferecido um desconto ou reparcelamento. Mudança judicial – C e ls o Amâncio, presidente do Banco Carrefour, acredita que a morosidade nas decisões judiciais incentiva a inadimplência. "A pessoa sabe que depois de cinco anos será excluída do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Até lá, ela passa a utilizar o nome de familiares para obter financiamentos ou utiliza o cartão de crédito." Savioli informa que o Panamericano perde até R$ 1,5 mil em um processo de recuperação de automóvel. Segundo o executivo, a demora judicial colabora com o devedor, que utiliza o veículo o máximo possível antes da retirada. "Quando recuperamos o automóvel, a possibilidade de reaver o montante destinado à operação é quase impossível, mesmo com o leilão do bem." Solimeo lembra que o prazo para saída do cadastro do SCPC era de dez anos, mas a justiça o reduziu para cinco, o que, na sua avaliação, incentiva a inadimplência. Ele cita o caso dos cheques sem fundos como exemplo. "Entre a primeira e a segunda devolução, o prazo para inclusão no cadastro de cheques sem fundos é de duas semanas. Nesse período, o devedor continua emitindo cheques na praça." Davi Frazon

Para empresários, futuro nebuloso.

A

atual política econômica está mantendo as vendas "mornas" até agora. Mas com um resultado positivo: a inflação baixa, cujos indicadores convergem para 3% neste ano, permitirá novas reduções dos juros. Contudo, o avanço dos gastos públicos e das importações, além de uma desaceleração da economia mundial, soam como alerta que pode comprometer o crescimento do País em 2007. Se quiser reverter esse quadro, o próximo presidente da República não terá espaço para conceder aumentos reais no salário mínimo e aposentadorias, e terá dificuldades para manter programas sociais. "Desmontada a cidade cenográfica das eleições, esse novo cenário poderá gerar insatisfações (populares)", concordaram empresários de diversos setores, economistas e cientistas políticos que participaram ontem da reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Até lá, projetaram, a população estará de olho para ver como o governo vai fechar o caixa: se vai reduzir gastos e azeitar a máquina pública ou apenas aumentar impostos. "Uma carga tributária maior vai prejudicar a produção, aumentar as importações e gerar desem-

prego", avaliou um líder empresarial do setor de serviços. Há consenso de que as importações procedentes principalmente da China já estão tomando um bom espaço da produção interna, sobretudo em setores como brinquedos (cerca de 50%), eletroeletrônicos e até móveis populares.

3 por cento é a expectativa de inflação para este ano, segundo representantes de diversos setores que se reuniram na ACSP Estável – As conclusões tiradas ontem mostram que o quadro macroeconômico deverá fechar estável neste ano, com a oferta de crédito crescendo menos, inadimplência ligeiramente maior, mas sem risco de disparar, e produção industrial interna abaixo das vendas, o que mostra o impacto das importações. Segundo da-

dos apresentados pelos presentes, as vendas cresceram 6,2% e a produção industrial, 3,2%, em agosto (em comparação a agosto de 2005). "Quase a metade do crescimento das vendas está sendo complementada pelas importações", explicou um economista. Os representantes da indústria confirmaram que as importações cresceram no ramo têxtil, calçados e em bens de capital, que saltou 18% em agosto. Os varejistas projetam expansão de 2,5% nas vendas neste ano, com dois temores: a chegada dos eletroeletrônicos e móveis chineses baratos e produtos de pequeno valor, o que inclui até gomas de mascar. Há também a inadimplência, que vai restringir o acesso ao crédito. O setor de plástico, mesmo influenciado pelo preço do petróleo, projeta alta de 10% nas vendas, puxadas por construção civil, eletroeletrônicos e brinquedos. A agricultura teve recuperação média de 15% nos preços das commodities no mercado internacional, principalmente soja, trigo, milho e arroz. A carne bovina também subiu, em média, 25%. Os líderes do setor acreditam que esse aumento vai afetar os preços finais ao consumidor. Sergio Leopoldo Rodrigues

Especialistas discutem a inadimplência nas operadoras de crédito, que alcançou 14,5% dos consumidores

Consumidor mais otimista em relação ao presente e futuro

I

mpulsionado pelo otimismo das famílias de baixa renda, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) disparou em outubro, com alta de 5% ante setembro. Esse foi o segundo melhor resultado da série histórica do indicador, iniciado em setembro de 2005, e fez com que o índice saísse da estabilidade verificada no mês passado. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a boa perspectiva é reflexo de confiança na recuperação da economia e na melhora do mercado de trabalho. Esse cenário também puxou para cima as intenções de compra de bens duráveis nos próximos meses. Segundo o coordenador de Análises Conjunturais da FGV, Aloisio Campelo, nos últimos meses, a população de menor poder aquisitivo comanda a recuperação gradual na confiança do consumidor. A inflação baixa no período influenciou muito o humor dessas pessoas. "Neste ano, a inflação tem subido muito pouco. E a inflação dos alimentos, menos ainda", afirmou, acrescentando que o preço dos alimentos tem mais

peso no orçamento das famílias com renda mais baixa. Presente e futuro – Houve melhora tanto nas avaliações s o b re a s it u a ç ã o p res e nt e quanto nas expectativas para os próximos seis meses. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual, que subiu 6% em outubro, ante alta de apenas 0,1% em setembro; e o Índice de Expectativas, que teve aumento de 4,6% em outubro, ante elevação de 0,8% no mês anterior. Na avaliação de Campelo, a boa percepção quanto à situação atual foi beneficiada pela vitória, em vários estados, de candidatos a governador no primeiro turno da eleições. "Parece que o ambiente político muito turbulento antes do primeiro turno estava contribuindo para 'segurar' a confiança do consumidor", disse. Porém, para o economista, não dá para dizer que o consumidor está completamente tranqüilo em relação à sua situação atual. "Tranqüilo não é bem a palavra. Acho que o consumidor está mais é recuperando gradualmente sua confiança ao longo deste segundo

semestre", afirmou o economista. Essa recuperação tem beneficiado projeções do consumidor em dois campos: mercado de trabalho e compras. Consumo – De setembro para outubro, aumentou de 1,2% para 1,4% a parcela dos que prevêem maior facilidade em conseguir emprego nos próximos seis meses. No mesmo período, diminuiu de 87,6% para 84,4% o percentual dos que estimam maior dificuldade em arranjar emprego. Campelo explicou que o otimismo com a busca de trabalho despertou o interesse do brasileiro pelas compras. "Se o consumidor acha que vai ter emprego, ele pensa em comprar mais", considerou o economista. Entre setembro e outubro, também subiu de 12,3% para 14,7% a parcela dos que pretendem comprar mais bens duráveis nos próximos seis meses. Em contrapartida, caiu de 35,1% para 30,5% o percentual dos que acham que os gastos serão menores. Para cálculo do ICC, foram pesquisados 2 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 2 e 23 de outubro. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

LAZER - 1

Marcelo Soares/Hype

A ORQUESTRA QUE JÁ É SÍMBOLO DA CIDADE

Programa de 2007

O diretor artístico e regente titular da Sinfônica do Estado de São Paulo anuncia a temporada de 2007, fala de turnês nos EUA, Europa... E diz estar pronto para novas conquistas.

A

temporada de 2007 da Osesp abre dias 22, 23 e 24 de fevereiro, com o pianista húngaro Dezso Ränki, que vai solar o Concerto Nº 2 para Piano, de Béla Bartók (foto). Completam o repertório: Bachianas Brasileiras Nº 4, de Villa-Lobos e Pini di Roma, de Ottorino Respighi. Regência: John Neschling.

Sérgio Roveri

NOS EUA A

Osesp estréia dia 1º de n ove m b ro e m N ova York. E fica nos EUA até o dia 18. Entre os lugares a serem visitados, estão, além de Nova York, Miami, Orlando e Daytona. O repertório preparado por John Neschling é variado; sofisticado em certos momentos, e "popular em o u t ro s " . C o m p ositores b ra s i le iros serão inter pretados s em pre, assim com o o "mo dern o " D ebussy (alto). Peça d e C amargo Guarnieri ( ac im a) , Aber tura Concertante, de sotaque bem brasileiro, inicia a turnê. Em Miami, na Symphony Hall, a Osesp faz uma série de peças vocais, tendo como solista o tenor José Cura (acima): ele vai cantar Esta Tarde Vi Llover, de Armando Manzanero. A apresentação da Osesp em Miami tem este título: Carnival!

N

o início da semana passada, os bastidores da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), experimentaram um clima semelhante àqueles que antecedem os grandes shows de rock: em apenas quatro horas, foram vendidas 1,5 mil assinaturas para a temporada de 2007 (de um total de 11 mil), quase 600 assinaturas por hora. Esta procura, singular no mundo da música clássica, pode obrigar a orquestra a realizar, já a partir de 2008, quatro concertos semanais, no lugar dos três efetuados atualmente. "Não é tão simples incluir mais um concerto por semana", diz o diretor-artístico da Osesp, o maestro John Neschling. "Temos de pensar nas horas de ensaio, nas folgas dos músicos e nas gravações. Em todo caso, é melhor administrar o sucesso do que o fracasso". Se a questão é administrar o sucesso, a agenda e os planos da orquestra indicam que Neschling terá muito trabalho pela frente. No próximo dia primeiro, a Osesp abre, com um concerto no Museu Metropolitano, de Nova York, sua segunda turnê americana, que prevê 14 apresentações em 18 dias e um repertório baseado em obras de Carlos Gomes, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Rachmaninoff e Tchaikovski. "Esta é a segunda vez que nos apresentamos para os americanos em quatro anos. Eu costumo dizer que o primeiro convite não vale, a orquestra só agradou se ela é convidada a voltar. E nós fomos", diz o maestro. Nesta turnê americana, a Osesp terá como solista permanente o violoncelista pernambucano Antonio Meneses, com exceção do concerto do dia 9, em Miami, em que o convidado será o tenor argentino Jose Cura. Os planos de Neschling para Osesp superam o terreno da música e atingem o da arquitetura. Ele pretende construir, ainda em 2007, uma nova entrada para a sala de concertos, em forma de bulevar, com escadas rolantes que partem do estacionamento. Quer, ainda, inaugurar no prédio da Sala São Paulo, sede da orquestra, uma galeria de artes plásticas, uma loja de artigos musicais, livros e CDs e um novo café. O projeto mais ambicioso é, sem dúvida, a construção do maior estúdio de gravação da América Latina, que poderá ser utilizado tanto pelos músicos da Osesp como por orquestras convidadas. "A Osesp não pára de sonhar e de criar. Não estamos satisfeitos com o que temos. Eu sei que estou oferecendo um produto que pode ser melhorado". A temporada de 2007, que prevê a realização de 130 concertos, será aberta no dia 22 de fevereiro, com a presença do pianista húngaro Dezsö

N

Neschling, empreendedor: a Osesp continua diante de muitos desafios.

Ránki executando, entre outras, obras de Villa-Lobos e Béla Bartoók. Duas semanas depois, em cinco de março, a Osesp dá início ao que Neschling chama de "a maior turnê já realizada por uma orquestra latino-americana na Europa": serão 18 concertos em algumas das salas mais tradicionais do continente europeu, tendo como convidado o pianista Nelson Freire. "É um treinamento olímpico", diz o regente. "Cada concerto no Exterior é um caso de vida ou morte.

Não podemos errar em nenhum deles. Voltamos esgotados destas turnês, mas muito mais experientes". O grande salto geográfico da Osesp, no entanto, está previsto para 2008 - a conquista do mercado asiático, tendo como porta de entrada uma série de apresentações já agendadas no Japão. O repertório para estas turnês internacionais é escolhido a partir das peculiaridades de cada público. Brahms, por exemplo, não desperta interesse no público japonês, do mes-

mo modo que Rachmaninoff não goza, na Europa, do mesmo prestígio que ele desfruta nos Estados Unidos. Tantas viagens, segundo o maestro, são essenciais para a sobrevivência de uma grande orquestra. "Eu diria que o crescimento de uma orquestra depende, principalmente, das excursões e das gravações. Se uma orquestra não viaja e não grava, ela não sobrevive", diz. "Já me disseram que em La Paz existe uma sinfônica muito boa. E daí? Alguém já ouviu falar dela?"

OS INTERNACIONAIS Fotos: Divulgação/Osesp

Dias 28, 29 e 30 de junho, a violinista alemã Viviane Hagner (acima) sola o Concerto (Op. 33) do dinamarquês Carl Nielsen, sob a batuta do polonês Stanislaw Skrowaczewski (alto).

O japonês Junich Hirokami dirige o americano de origem chinesa Mei-Ting Sun, que sola o Concerto em Lá Maior (Op. 16) do norueguês Edvarg Grieg. Dias 24, 25 e 26 de maio.

os dias 19, 20 e 21 de abril, o pianista chinês Chun Wag (vencedor do Concurso de Piano Osesp, realizado recentemente) sola o Concerto Nº 1 para Piano em Mi Menor, Op. 41, de Fréderic Chopin (foto). Ainda no programa, a Sinfonia N° 6 em Ré Maior, Op. 60, de Antonín Dvorák. Regência do polonês Gabriel Chmura.

N

o dia 17 de maio, pela Série de Câmara, duas obras descritivas: O Carnaval dos Animais, de Camille SaintSaëns (foto), e A História do Soldado, de Igor Stravinsky. Batuta de Victor Hugo Toro, assistente do maestro John Neschling, que será o narrador. Boa oportunidade para o público conhecer o talento de Neschling como comunicador.

N

os dias 2, 3 e 4 de agosto, o maestro brasileiro Fabio Mechetti (foto), radicado nos EUA, rege obras de Saint-Säens (Concerto Nº 1 para Cello em Lá Menor, Op. 33), solo de Asier Polo; de Darius Milhaud (A Criação do Mundo); de Villa-Lobos (Bachianas Brasileiras Nº 2); e de Franz Liszt (A Batalha dos Hunos).

ANTONIO MENESES, O PARCEIRO.

O

Meneses: técnica de camerista a serviço da orquestra sinfônica.

violoncelista Antonio Meneses, radicado na Suíça, é constante parceiro da Osesp. Ainda neste ano, acompanha a orquestra na turnê americana. Escolheu para solar uma de suas peças de resistência, já apresentada na Sala São Paulo: Variações Sobre um Tema Rococó, Op. 33, do russo Pyotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893). Trata-se de uma peça para cello e orquestra, escrita com exuberância e habilidade.

Tchaikovsky, na Rococó, inspira-se em modelos do século 18 mas faz um discurso musical calcado no romantismo do século 19. Há outras obras correlatas à Rococó.Por exemplo, o Concerto para Cello e Orquestra de Haydn. Antonio Meneses lida com a Rococó com técnica absoluta; tem controle total das numerosas mudanças de tempo e dinâmica dessa obra alegre, leve e, ao mesmo tempo, bastante

complexa, que será apresentada em várias cidades dos EUA. Entre elas, Nova York (Metropolitan Museum, dia 1º de novembro); no Kravis Center (West Palm Beach, dia 13 de novembro); no Comunity Church (Vero Beach, dia 14) e no concerto de despedida da orquestra nessa turnê, dia 18 no Au Rene Theatre (Fort Lauderdale). Nesse espetáculo, a Osesp tocará outro clássico de Tchaikovsky, a Sinfonia Nº 5.

O

último concerto de 2007, nos dias 13, 14 e 15, foi reservado à sempre bem-vinda Sinfonia Nº 9 em Ré Menor, Op. 15 (Coral), de Ludwig Van Beethoven (foto). Regência: John Neschling;


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

CINEMA História relembra terror e êxtase gravados juntos nos mesmos neurônios infantis.

TELEVISÃO

Fotos: Divulgação

A mansão em Amityville: terror em documentário

Regina Ricca

B

ruxas costumam ser festejadas no dia 31 de outubro mais na terra de Tio Sam, mas aqui abaixo da linha do Equador a moda acabou pegando, e as emissoras de tevê aproveitam para pegar carona na noite de Halloween para esquentar suas programações com filmes na linha ‘terror’ (ou terrir, se preferir). A oferta do gênero na noite de terça será variada. No GNT, por exemplo, entra em cartaz um documentário de arrepiar: O Verdadeiro Horror em Amityville, que relembra a história das famílias Defeo e Lutz, narrada no cultuado filme de terror Horror em Amityville, da década de 1970, que vai ao ar no dia 31, à 0h15 (madrugada de 31 para 1º de novembro). Recapitulando: na noite de 13 de novembro de 1974, numa mansão em Amityville, em Long Island, Ronald "Butch" Jr, filho mais velho do casal Ronald e Louise Defeo, matou com uma espingarda seus irmãos Mark, John Mathew, Allison e Dawn enquanto eles

Longa-metragem de Cao Hamburger mostra rotina do garoto Mauro, 12 anos, deixado pelos pais na época do governo militar

N

este filme mutiracial, de forte sotaque paulistano, faz-se uma viagem no tempo para reviver coisas talvez eternas, sem sotaque. “Nada como lembrar os velhos bons tempos do que uma memória fraca”, escreveu alguém. A equipe de O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias talvez nem lembre. Não estava de férias, era muito pequena, criancas, ou talvez nem fosse nascida. Foi em 1970, o chamado “ano de chumbo”, da ditadura militar, mas também o da conquista de uma Copa do Mundo de futebol. Terror e êxtase gravados juntos nos mesmos neurônios infantis. “Não é um filme autobiográfico, mas o roteiro tem um pouco da minha infância e a do roteirista Cláudio Galperin”, diz o diretor Cao Hamburger. Sabem todos que há um filme que nada tem a ver com este, o faroeste Shane (Os Brutos também Amam), onde tudo se passa do ponto de vista de um menino. O menino aqui é o brasileiro Mauro (Michel Joelsas), 12 anos, não se sabe por que nascido em Belo Horizonte, onde sua história começa. Ele é doido

Férias dos pais Geraldo Mayrink de 11 anos, astuta negociante que por futebol e joga botões. Um dia, seus pais saem de férias num fusca e aluga janelinhas no porão da loja do pai para que os rapazes contemplem o despejam na casa do avô dele, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, moças experimentando roupas no andar de cima. Um vidão, se não reduto histórico da colônia judaica. Só que o o avô morreu e o mineirinho fosse a vida para atrapalhar. Cao Hambruguer, o diretor do é acolhido por uma vizinho taciturno, chamado Sholomo (Germano Haiut), excelente Castelo Rá-Tim-Bum, filme funcionário de uma adulto sobre crianças, ficou ainda mais sinagoga. Ele fragra o menino tomando adulto neste seu segundo filme para banho e, fixado nas partes baixas dele, falar de crianças. Nesta história escrita a várias exclama: “Não é judeu... É goy!” Era mãos e lembranças. com suporte de gente uma diferença, entre tantas na vida. E ali grande na coprodução (o global Mauro vai aprendendo a crescer, sonhando Hamburger: lembranças Daniel Filho e o já em ser goleiro – internacional alguém que não pode errar, ele acha. Fernando Meireles), o diretor prova Um dia, no futuro, ele errará talvez que viu e guardou muitíssimos filmes sobre a infância. Sua história se passa pelos motivos certos. Será um exilado outra vez, como o fora antes num ambiente hostil. Há o transplante do lar paterno, de mãe ao se instalar no Bom Retiro, onde tinha ânsias de vômito ao provar a católica e pai judeu, a outro, totalmente judeu, porque os pais em comida. Colecionava figurinhas de grandes jogadores do futebol férias na verdade estão fugindo da repressão política. Nos campos de brasileiro. Naquela idade, pouco se concentração, quer dizer de futebol lhe dava o assédio da espevitada varzeano do Bom Retiro, o menino vizinha Hannah (Daniela Piepszyk),

ica Comigo Esta Noite (Brasil, 2006, 75 minutos). Segundo longa de João Falcão (A Máquina), narra a história de Edu (Vladimir

confronta não só judeus como italianos e negros. E dá-lhes futebol na tela, superada a discussão sobre se Pelé e Tostão deveram jogar juntos no mesmo time. Infância boa é isto aí, e acredite quem quiser. Que o diga o menino Michel Joelsas, paulistano filho de mãe católica e pai judeu, como seu personagem no filme: “Adorei ficar mexendo nas coisas do Adriano Goldman, o diretor de fotografia, e ganhei vários presentes, até lentes e uma câmera. Eu sei das tradições, frequento a Hebraica e vou à sinagoga. O Mauro, no filme, não sabia nada disso. Eu ficava com dó dele às vezes. Mas foi bom eu saber de tudo isto porque pude entender o peso que o fato dele não conhecer nada daquele mundo tinha para ele”. Estas são as diferenças com as quais se vai vivendo.

Poltergeist: coincidências assustadoras com roteiro e co-produção de Steven Spielberg

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006, 110 minutos). Direção: Cao Hamburguer. Com Michel Joelsas, Germano Haiut, Daniela Piepszyk, Caio Blat e Paulo Autran.

OUTRAS ESTRÉIAS

Vladimir Brichta e Alinne Moraes é o casal que vive uma história de amor e morte

F

Fotos: Arquivo DC

Brichta), um músico irreverente, apaixonado pela romântica Laura (Alinne Moraes). Apesar de personalidades diferentes o casal de Fica Comigo Essa Noite vive intensa história de amor. Até que, durante uma crise conjugal, a morte os separa repentinamente. O longametragem apresenta a história de um amor que transpõe a barreira da morte. Com Laura Cardoso, Milton Gonçalves, Gustavo Falcão e José de Abreu. Flyboys (Flyboys, França/EUA, 2006). No início da Primeira Guerra Mundial os exércitos da Grã Bretanha e França estão confinados nas trincheiras em um embate sangrento contra a Nicolas Cage em luta para vencer trauma Alemanha, enquanto os

O bezerro Otis é a tração do desenho de Steve Oedekerk

Estados Unidos continuam impassíveis e isolados, preferindo deixar a Europa lutar sua própria guerra. Mas alguns jovens americanos, atrás de aventura e fama, rumam para o velho continente e se alistam como voluntários da famosa esquadrilha de aviões franceses, a Esquadrilha Lafayette. Dirigido por Tony Bill. Imagem Filmes. O Sacrifício (The Wicker Man, EUA/Alemanha, 2006, ). Nicolas Cage é Edward Malus, um policial que vive a base de remédios para tentar superar um trauma do passado. A chance de vencer o problema surge quando ele é procurado por sua exnoiva, interpretada pela atriz Kate Beahan, que reaparece aflita pelo sumiço da filha. Edward agarra a oportunidade para fazer com que sua vida volte ao normal novamente, e

logo se encontra em um hidravião com destino às ilhas do Noroeste do Pacífico. Mas os passos que aproximam o policial para perto da criança, o levam para o mais perto do indescritível. Refilmagem de O Homem de Palha (1973), um thriller dramático de mistério e obsessão escrito e dirigido por Neil LaBute. Califórnia Filmes. O Segredo dos Animais (Barnyard, EUA, Alemanha, 2006, 90 minutos). Dançar, cantar e pregar peças nos humanos são os programas favoritos do bezerro Otis, dublado por Kevin James. O dia em que Otis é colocado à prova, precisa demonstrar coragem e responsabilidade. A animação é dirigida e roteirizada por Steve Oedekerk (Ace Ventura - Quando a Natureza Chama) e traz no elenco vozes de Maria Bamford, S. Scott Bullock, Danny Glover. UIP.

Halloween no canal A&E: O Exorcista, com Linda Blair

dormiam. Disse ter sido guiado por "uma voz misteriosa" que lhe ordenou os assassinatos. Um ano após a chacina, o casal George e Kathy Lutz e seus filhos Billy, Michael e Chelsea mudam-se para a mansão onde ocorreram os crimes, mas abandonam a residência 28 dias depois alegando que o local era possuído por algo maligno e que estava influenciando George, tornando-o cada vez mais perigoso e ameaçador. O documentário exibido pelo GNT volta a reconstituir toda essa tragédia, ouvindo especialistas, policiais e vizinhos. O casal George e Louise Lutz e o próprio Ronald "Butch" Jr. também comparecem para dar suas versões sobre esses ‘fatos estranhos’. No canal A&E, o Halloween será festejado com um filme-símbolo do terror, O Exorcista (1973, EUA), às 22h. Na produção dirigida por William Friedkin entram em cena a história da menina Regan (Linda Blair), que foi possuída pelo demônio, e do Padre Karras (Jason Miller) que tenta recuperar sua fé ao enfrentar o maior exorcismo da história do cinema. Já na tela do Telecine Action, também serão exibidos vários filmes ‘assustadores’, como Halloween Macabro, às 18h55, Halloween H20 – Vinte anos depois, às 20h25 e O Corvo, às 22h. O TNT também preparou uma maratona de terror na sessões de cinema, com títulos como A Rainha dos Condenados, às 19h30, Jason X, à meia-noite, Vampiros: Os Mortos, às 2h e Darkling, às 3h45. Como a ‘cereja’ do bolo, no dia 2, às 21h, o canal E! preferiu explorar as coincidências assustadoras ligadas ao filme Poltergeist – O Fenômeno (1982), produção de muito sucesso com roteiro e co-produção de Steven Spielberg. No filme, fenômenos sobrenaturais assaltam a casa da família Freeling. A menina Carol Anne (Heather O'Rourke) é quem percebe forças ocultas que emanam da tela da TV, até que numa noite ela desaparece misteriosamente, e seus pais decidem contratar os serviços de especialistas em parapsicologia para recuperar a filha. No programa The Curse of Poltergeist, serão relembradas as ‘maldições’ que atingiram alguns integrantes do elenco do filme, a saber: a atriz mirim Heather O'Rourke, a menininha roubada no filme, e que era uma promessa em Hollywood, morreu em circunstâncias intrigantes. Foi vítima de uma complicação pulmonar misteriosa. E a atriz Dominique Dunne, que interpretou Dana, a filha mais velha dos Freeling foi assassinada pelo namorado no mesmo ano do lançamento do filme. Mortes terríveis que ajudaram a aumentar o mito em torno do filme.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

LAZER - 3

VISUAIS Escultura gigantesca, um refúgio feito de lixo. E índios paulistanos em fotos e pinturas. Tekoa Ytu/Divulgação

Fotos: Monalisa Cardoso/Divulgação

José Valdeci Silveira foi o eleito para representar O Fazedor de Montanhas

COLETA DE ARTE

Menino faz graça com artesanato: crianças brincam e freqüentam casa de reza para entender tradições

OS GUARANIS DAQUI Lúcia Helena de Camargo

M O trio de gigantes é alvo freqüente dos olhares de quem passa pelo Conjunto Nacional

Rita Alves

O

novo ocupante do Condomínio Conjunto Nacional na Avenida Paulista não passa despercebido por quem freqüenta o local. Diariamente o Fazedor de Montanhas é alvo de olhares surpresos e curiosos. E pela dimensão da escultura, a reação do público não poderia ser diferente. O carrinho cheio de sucata, por exemplo, mede sete metros de altura. Toda essa imensidão foi parar na pequena máquina fotográfica da estudante Marina Kikugawa que assim que viu a obra quis fotografá-la. Com Paulo Márcio não foi diferente. O economista que trabalha em Brasília não deixou de clicar a escultura e defini-la em uma frase: "é a vida como ela é". A atitude é comum diante do gigante.

O escolhido para representar a figura do Fazedor foi José Valdeci Silveira, coletor da Cooperativa dos Catadores de Papel e Papelão (Corpel). O cachorro foi feito a partir de um modelo real. E o carrinho que pesa cerca de 1800 quilos foi montado em 30 horas por uma equipe de cinco pessoas. Mais de 700 quilos de sucata foram coletados em diversos depósitos de São Paulo. Algumas peças foram esculpidas em isopor como os pneus do carrinho, sofá e a hélice de avião. O cenógrafo Silvio Galvão foi o criador da obra hiper-realista e Sandro Rodrigues, o mestre artesão. Segundo o cenógrafo, os cabelos foram uma das partes mais trabalhosas da escultura e foram feitos por uma hair design que implantou fio a fio. Ele

também revela que apesar da variedade de objetos colocados no carrinho, nenhum deles tem um significado especial. "A partir do momento em que foram para lá, passaram a ser uma coisa só. E esse é o princípio errado do lixo". Galvão é fã de Ron Mueck, escultor australiano especialista em gigantismo, e diz que há cinco anos faz trabalhos relacionados à reciclagem para o Conjunto Nacional. O tema está entre as grandes inquietações do escultor que sabe e valoriza o trabalho dos carroceiros. Isso também pesou na decisão do tamanho do Fazedor. "A dimensão foi para dar um impacto marcante causador de sensações de ansiedade e confusão na perspectiva. Isso faz com que acentue a mensagem".

ais antigos moradores de São Paulo, os guaranis já estavam por aqui muito antes da chegada do Padre José de Anchieta. Muitos continuam na região, embora vivendo de maneira precária, em um equilíbrio frágil entre o cultivo das tradições e a busca por financiamento para construção de escolas e centros de saúde. A vida ali mistura encanto com a tecnologia e a mídia e luta por terras nas quais plantar mandioca e milho. Rosa Gauditano/Divulgação

ABRIGO DO FUTURO A

Reciclasa - novos usos para antigos materiais. Centro Cultural São Paulo, Piso Flávio de Carvalho. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso. Tel.: (11) 33833402. Ingresso: grátis.

Bumba-meu-boi: obra de autor desconhecido compõe decoração do quarto de criança

Reprodução

mescla de arte e lixo também tem seu espaço no Centro Cultural São Paulo. E nesse caso, o espaço corresponde literalmente ao de uma casa. É a exposição Reciclasa novos usos para antigos materiais, desenvolvida pela Ong Leia Brasil em parceria com a IBM. A mostra apresenta o modelo de uma casa ecologicamente correta, construída e mobiliada com materiais reaproveitados, oriundos do lixo industrial e urbano. Garrafas PET, jornais e latas de alumínio podem ser admirados na forma de pufs, bandejas e até de um divertido conjunto musical articulado. O público poderá conhecer sala, escritório, quarto de casal e de criança, cozinha e o pátio externo da casa. Os cômodos não são grandiosos, mas a visita tem tudo para não ser breve, como no caso daquelas pessoas que chegam em casa para um pulinho e acabam ficando. Além da beleza, a curiosidade em descobrir a origem dos materiais reutilizados e reciclados nas mobílias e objetos de decoração é outro motivo que estende a visita. O organizador do evento Jason Prado revela que os insetos na parede do quarto das crianças atraem bastante o olhar dos pequenos. Feitos de garrafas PET, dão um charme especial ao cômodo. Em cada local da casa, o público encontra um informativo com a relação de todos os objetos, a origem deles e o autor de cada arte. O projeto itinerante fica até o dia 8 de novembro na capital paulista e depois segue rumo a outras cidades. (RA)

Pequena guarani aprende desde cedo a respeitar natureza. E desenho de Valcenir Karai, da Aldeia Krukutu: talento com as tintas

Para mostrar a beleza e os problemas do dia-a-dia do povo guarani, a fotógrafa Rosa Gauditano passou três meses nas aldeias Guarani Mbya (pronuncia-se Mimbiá) da cidade, clicando e também ensinando a fotografar, além de levar consigo professores de desenho e pintura, que ajudaram a despertar vocações artísticas insuspeitas nos jovens das tribos. O documento dessa experiência pode ser visto na exposição Aldeias Guarani Mbya na Cidade De São Paulo, em cartaz até 26 de novembro na Caixa Cultural. Integram a exposição 20 fotos em preto e branco de Rosa Gauditano, dez desenhos do artista plástico Paryat Frota Yepez, além de fotografias coloridas e desenhos executados por crianças e jovens que participaram das oficinas. Foi lançado livro de mesmo título da mostra, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, no qual os próprios guaranis contam a história da cidade. Gravado por Maria Cristina Troncarelli, o material

foi editado e revisado pelos próprios índios, e foi composto com textos em português, guarani e inglês, línguas nas quais aparecem também todas as legendas da mostra. Obviamente em menor número do que na época de Cabral, o povo guarani ainda hoje é uma das etnias com maior população. Em todo o continente, somam 85 mil pessoas, sendo 35 mil nas costas Sul e Sudeste do País, no interior do Mato Grosso do Sul e os outros 50 mil na Argentina, Paraguai e Uruguai. Em São Paulo, vivem na aldeias Tekoa Ytu e Tekoa Pyau (chamadas Jaraguá), Tekoa Tenonde Porã (Morro da Saudade) e Tekoa Krukutu, no bairro de Parelheiros, zona sul. Os guaranis já não são nômades como seus ancestrais. Suas casas abrigam uma mistura de móveis ocidentais, como sofá e televisor, ao fogão a lenha no chão, no qual fazem beiju de fubá e farinha de mandioca. A venda de artesanato é essencial para a compra de comida e roupas. Penas e sementes ainda são parte de colares, pulseiras e brincos, mas os adornos típicos mais elaborados, como cocares, somente são usados em festas da tribo. "Eles sofrem muita discriminação. É bom que as pessoas vejam como vivem, que são talentosos e afáveis", diz Rosa, que há tempos é apaixonada pela cultura indígena. Em 1997 fez um projeto na aldeia Tenonde Porã e em 2003 publicou As Origens do Povo Xavante. "Se você se aproxima o suficiente para entendê-los, percebe que preservam suas tradições melhor do que imaginamos, reunindo-se todos os dias na casa de reza e transmitindo aos pequenos o idioma e o respeito pela natureza", observa a fotógrafa. "Quem vive em São Paulo precisa perceber que existe essa diversidade de povos aqui dentro, para talvez assim poder ajudar os índios a manter viva a sua cultura." Aldeias Guarani Mbya na Cidade de São Paulo - Caixa Cultural, Edifício Sé, Praça da Sé, 111, tel: (11) 3107-0498. De terça a domingo, das 9h às 21h. Ingresso: grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

BARES 31 casas. 31 petiscos diferentes. Um desafio: escolher.

O nariz de Robert Parker

Fotos: Divulgação

ROTEIRO

Comida de boteco Lúcia Helena de Camargo

F

inal de tarde, o clima ameno da Primavera convida a uma cerveja. Aonde ir? No bar mais próximo ou naquele recomendado pelo amigo? Como há milhares de bares na cidade, a sugestão hoje é escolher o lugar da happy hour com base na lista do concurso Boteco Bohemia, que vai premiar o melhor petisco de boteco. Concorrem 31 bares nesta terceira edição do festival, inspirado no Comida de Boteco, tradicional em Belo Horizonte. Com 49 mil cédulas de votação preenchidas, o primeiro lugar no ano passado foi para o bolinho de bacalhau do Bar do Luiz Fernandes, no Mandaqui. Aberto há 35 anos, o bar concorre agora com a Surpresa de D. Idalina, que consiste em berinjela à milanesa, re-

cheada com carne moída, mussarela, tomate seco e manjericão. Além de Melhor Petisco, os botecos concorrem nas categorias Melhor Atendimento, Melhor forma de servir Bohemia e Garçom Nota 10. Os votos serão tabulados pelo instituto Vox Populi. Quem preferir provar muitos petiscos de uma vez – ou todos – pode ir ao evento de encerramento, quando cada bar participante venderá em seu quiosque a iguaria concorrente ao prêmio. A Festa de Saideira acontece no Moinho Santo Antonio, nos dias 10, 11 e 12 de novembro. Na sexta (10), apresentam-se Paula Lima, BossaCucaNova e Roberta Sá. No sábado (11), entre outras atrações, há show de Vanessa da Mata. No domingo (12), tem Martinho da Vila, Samba de Vela e a

premiação dos petiscos vencedores. Haverá ainda workshops de degustação de cerveja, com orientação de um mestre-cervejeiro. Quem já experimentou todos foi o gourmet Eduardo Maya, criador do concurso. Além do voto popular, um corpo de jurados, formado por pessoas ligadas à gastronomia, participa da escolha. Entre as muitas opções, há o Botequim Bar e Grill, em Perdizes, que disputa com Lingüiça do Titio ao Forno (assada com batata e cebola, foto no alto). O Frangó aposta na Codorna à Confraria (marinada na cerveja, grelhada e acompanha batata com alecrim e mostarda). No Jacaré Grill, o prato concorrente é o Hamburguinho do Jacaré, feito de picanha com molho chimichurri. Escolher é o principal desafio.

Caldinho do Magrão, do Bar do Magrão

Bolinho Mestiço, do Barxaréu

DiTorino, do Botiquinho

Croquete Tia Sinhá, do Valadares

1) Bar do Luiz Fernandes: Rua Augusto Tolle, 610, Mandaqui. 2) Mocotó: Avenida Nossa Senhora do Loretto, 1100, Vila Medeiros. 3) Academia da Gula: Rua Caravelas, 374, Vila Mariana. 4) Botequim Bar e Grill: Rua Caraíbas, 621, Perdizes. 5) Pompéia Bar: Rua Augusto de Miranda, 712, Pompéia. 6) A Lapinha: Rua Coriolano, 336, Lapa. 7) Bar do Biu: Rua Cardeal Arcoverde, 776, Pinheiros. 8) Bar do Mané: Rua Cantareira, 306, Mercado Municipal, box E-14, Centro. 9) Frangó: Largo Nossa Sra do Ó, 168, Freguesia do Ó. 10) Elídio Bar: Rua Isabel Dias, 57, Mooca. 11) Amigo Gianotti: Rua Santo Antonio, 1106, Bela Vista. 12) Santa Madalena: Rua Santa Madalena, 27, Liberdade. 13) Barbirô: Rua Vergueiro, 1889, Paraíso. 14) Empanadas: Rua Wizard, 489, Vila Madalena. 15) Valadares: Rua Faustolo, 463, Lapa. 16) Bar do Magrão: Rua Agostinho Gomes, 2988, Ipiranga. 17) Mascotinho: Rua Casimiro de Abreu, 496, Campo Belo. 18) Salve Jorge: Rua Aspicuelta, 544, Vila Madalena. 19) Barxaréu: Rua Joaquim Távora, 1150, Vila Mariana. 20) Botiquinho: Rua Capitão Otávio Machado, 447, Chácara Santo Antônio. 21) Penha-Lapa: Rua Chibarás, 114, Moema. 22) Galinheiro Grill: Rua Inacio Pereira da Rocha, 231, Vila Madalena. 23) Jacaré Grill: Rua Harmonia, 321, Vila Madalena. 24) Bar Portella: Rua Prof. Sebastião Soares de Faria, 41, Bela Vista. 25) Bar e Lanches Faculdade: Rua Maria Antonia, 216, Consolação. 26) Dedo de Moça: Rua João de Souza Dias, 254, Campo Belo. 27) Miradouro: Rua Apeninos, 883, Aclimação. 28) Terra e Mar: Rua Engenheiro Luiz Gomes Cardim Sangirardi, 388, Aclimação. 29) Vaca Véia: Rua Manuel Guedes, 199, Itaim Bibi. 30) Amigos da Liberdade: Praça da Liberdade, 270, Liberdade. 31) Bar Veloso: Rua Conceição Veloso, 56, Vila Mariana. Mais informações no site www.botecobohemia.com.br

José Guilherme R. Ferreira

O

nariz de Robert M. Parker Jr. termina o ano chamuscado. O maior crítico de vinhos do mundo, um ex-advogado americano de Maryland que há um quarto de século degusta e dá notas de 50 a 100 para vintages de todos os cantos, moldando o rumo do próprio mercado, tem enfrentado os mais duros golpes contra seu sistema de classificação. Na mais recente biografia de Parker (O imperador do Vinho, Editora Câmpus), Elin McCoy já tratava da "tirania do paladar único". O lamento tem sua razão: muitos vitivinicultores franceses, italianos e californianos calibram seus produtos para conseguir boas notas de Parker. Isso inclui, por exemplo, bebidas muito frutadas e com alto teor alcoólico. O tiroteio entre Parker e jornalistas, principalmente ingleses, não pára. E ganhou os blogs. Parker ficou uma fera com Jancis Robinson, que tratou o Château Pavie 2003 (St. Émilion) como "vinho ridículo". O dono do nariz com seguro de um milhão de dólares, que degusta cerca de 10 mil vinhos por ano para a revista The Wine Advocate, amante

dos vinhos franceses, condecorado por Jacques Chirac, escritor de vários livros e guias, e que agora dispõe suas notas até via telefone celular, tinha considerado o Château Pavie 2003 um brilhante esforço dos produtores. Até o renomado escritor britânico Hugh Johnson condenou essa hegemonia do gosto. E o debate já alcançou as páginas do New York Times, sob a pena do crítico Eric Asimov. Em sua coluna e no blog The Pour, Asimov tem advogado contra a invasão dos vinhos "monocromáticos" e o fim da salutar diversidade.

http://www.erober tparker.com/info/legend.asp http://en.wikipedia.org/wiki/Wine_Parkerization

SHOW

Antonio Nóbrega: música para comemorar centenário do frevo

FREVO E FESTA

A

s comemorações do centenário do surgimento do frevo em 2007 já começaram e quem lidera a festa é Antonio Nóbrega, músico, compositor e dançarino que neste fim de semana sobe ao palco do Sesc Pinheiros para o lançamento do segundo volume do CD Nove de Frevereiro. Nóbrega chega acompanhado de 12 instrumentistas da banda Spok Frevo Orquestra, quatro cantores e quatro dançarinos, tudo preparado para não deixar ninguém parado e fora do ritmo. Nesse espetáculo o artista pernambucano apresenta o frevo como música, dança e canção. O público ainda

terá a oportunidade de conhecer o cenário que também entra no ritmo com passos do frevo em projeções. Na programação do show estão composições próprias como Festim e Fervo. Os clássicos do gênero também não ficaram de fora da apresentação. A Pisa É Essa, de Capiba é um dos clássicos incluídos no repertório Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, telefone: (11) 3095-9400. Sexta (27) e sábado (28), às 21h. Domingo (29), às 18h. Ingresso: R$ 20. Em cartaz até 12 de novembro.

ADEGA

A nacionalidade das uvas Como os homens, as variedades adaptam-se melhor a determinadas regiões, onde encontraram seu terroir ideal Sérgio de Paula Santos

T

ratamos há tempos do sexo dos vinhos, ou do gênero das denominações dos vinhos, em sua grande maioria, nomes masculinos. A exceção, que confirma a regra, é a mansanilla, um dos tipos de Xerez. Com relação à uva, sendo o substantivo feminino, femininas serão todas as variedades a Chardonnay, a Riesling etc. Já quanto à nacionalidade das uvas, pode parecer uma questão acadêmica, pois que a "vitis vinífera" da qual se originaram as demais é originária do Cáucaso. Ocorre entretanto que em sua difusão por todo mundo, algumas variedades de uvas se adaptaram melhor em algumas regiões e países, nos quais encontraram seus microclimas e "terroir" ideais. Vejamos alguns exemplos: Alemanha - Mesmo levando-se em conta que temos hoje na Alemanha pelo menos meia centena de uvas cultivadas para vinificação, a Resling (renana) é a rainha das uvas do país. Fora da Alemanha, possivelmente só na baixa Áustria se encontrem bons vinhos de Riesling. É também conhecida como Johannisberg Riesling. Áustria - A uva emblemática do país é a Grüner Veltlinger, que ocupa mais de um terço dos 58 mil ha. do vi-

nhedo nacional. Produz vinhos leves e frutados, a serem consumidos jovens. Hungria - Das uvas do país a mais específica seria a Furmint, da região de Tokay - Hegyalja, no nordeste do país, responsáveis pelo mitológico vinho de Tkay uma das glórias nacionais. Espanha - A uva nacional da Espanha, o maior país vinhateiro do mundo, é a Tempranillo. Em um vinhedo de 1,2 milhões de ha., ocupa cerca de 90 mil há., produzindo os mais emblemáticos vinhos do país, principalmente na Rioja. Portugal - Destacaríamos a variedade Touriga Nacional para os vinhos tintos e a Alvarinho para os vinhos verdes brancos, característicos da região do Minho. No caso, "verde" não é cor, mas opõe-se a "maduro". Itália - Possui o terceiro vinhedo do mundo (909 mil ha) e é o segundo maior produtor de vinhos (58 mil hl), dados de 2000 da OIV. De suas centenas de uvas, possivelmente seja a Nebbiolo, do Piemonte, a mais representativa do país. Ocupa cerca de 6.000 há, relativamente pouco no imenso vinhedo nacional, mas é responsável por alguns de seus melhores vinhos. Estados Unidos - Grande produtor de vinhos, o 4º do mundo, com um vinhedo de 415 mil hl, tem como uva

emblemática a Zinfadel da Califórnia, que produz vinhos frutados e potentes. A origem da variedade é incerta, possivelmente relacionada a Primitivo da Apulia. Encontrou sem "terroir" na Califórnia. Alsácia - Evidentemente não é país,

mas é a região predileta, onde melhor se adaptou uma das mais notáveis variedades de uvas brancas que se conhece, a Gewurtztraminer. Fora da Alsácia os vinhos da variedade não são a mesma coisa. Argentina - Grande produtor de

vinhos, tem como destaque a Malbec entre as variedades tintas e a Torrontés (nada a ver com a Terrantes da Ilha da Madeira). A Malbec é de origem francesa e a Torrontés galega, mas se adaptaram tão bem na Argentina, que produzem vinhos superiores aos correspondentes europeus. Temos vários vinhos de Malbec argentinos em nosso mercado, mas os de Torrontés ainda não foram descobertos por nossos importadores. Uruguai - Com o Uruguai ocorreu algo parecido. A variedade Tannat foi trazida no país em 1870 e é hoje a uva emblemática do país. Produzimos tânicos e ásperos, alguns dos quais se arredondam com o tempo. Chile - Grande produtor de vinhos, tem hoje como a mais badalada uva a Carmenére, presente no país como as demais de origem francesa desde o século 19. Só em 1984 foi "descoberta" ou reidentificada, pois que antes era confundida com a Merlot. Assim a "grande descoberta", já existia... Produz vinhos de muito bom nível. África do Sul - A uva peculiar do país é a Pinotagem, um cruzamento de Pinot Noir com Cinsault, realizado em1925 pelo professor A.I. Perold. Austrália - A uva emblemática da Austrália é a Syrah da Côte du Rhône e

a da Nova Zelândia, a branca Sauvignon, que deu notoriedade ao país. Fra n ç a - Grande problema. São tantas, fiquemos com as mais representativas e que invadiram o mundo, a Cabernet Sauvignon, tinta, e a Chardonnay entre as brancas. Brasil - Finalmente, se não temos no País uma uva emblemática, representativa, podemos dizer que temos potencial para adaptação de diversas variedades de uvas, sem faltar com a verdade. Em nosso vinhedo de 60 mil há., a variedade mais plantada é a Isabel, uva híbrida chegada ao País em 1840, originária dos Estados Unidos. É uma variedade não vinífica, resistente às pragas e que produz um bom suco de uva. Para o vinho, embora apreciado por muitos (sem o que não seria plantada), não é recomendado pelos "experts". Vemos, assim, que as uvas, como os homens, também tem nacionalidade, que nem sempre corresponde à naturalidade, como os homens. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. MembroFundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, S. Paulo, 2003.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de outubro de 2006

LAZER - 5

TEATRO Até onde chega o poder de uma namorada intransigente na vida de um velho viúvo? Fotos: Divulgação

Fotos: Fernando Vivas/Ag. A Tarde

CD

C Ê

Rogério Fróes e Mauricio Machado são pai e filho na montagem de Um Passeio no parque, que estréia hoje

Amor, sexo e preconceito Sérgio Roveri

P

ouco antes de se tornar um dos galãs mais viris de Hollywood, em produções como O Informantee principalmente Gladiador, o ator Russell Crowe interpretou um jovem gay no filme australiano Um Caso de Amor (The Sum of Us), de 1994, o primeiro do diretor Geoff Burton. Baseado na peça do roteirista David Stevens, o filme mostrava a convivência harmoniosa entre um viúvo e seu filho homossexual (Crowe) – ambos preocupados em tocar suas vidas e, se possível, encontrar um amor. Esta convivência sobre um abalo quando o viúvo conhece uma nova parceira, que não aceita a orientação sexual do rapaz. É esta a história que entra hoje em cartaz no Espaço Promon, com um novo título em português, Um Passeio no Parque. A

montagem, dirigida por Tonio Carvalho, traz no elenco os atores Rogério Fróes (o pai viúvo), Mauricio Machado (o filho gay) e Bárbara Bruno como a namorada. Há ainda participações especiais, em vídeo, de Nicete Bruno e Ana Lucia Torre, que também responde pela assistência de direção. Antes de ser uma história de amor, Um Passeio no Parque é um manifesto de tolerância e respeito, mas sem indícios de engajamento. O texto mostra como a opção sexual do jovem não representa qualquer interferência no afeto que o pai lhe destina. O preconceito, neste caso, mora ao lado – na figura de Joyce, a namorada intransigente que surge interessada tanto em refazer sua vida ao lado do velho viúvo quanto em afastá-lo do filho gay. O drama ganha

outros contornos quando o viúvo, vítima de um derrame, passa a viver em uma cadeira de rodas. Não é difícil imaginar qual dos dois – o filho ou a namorada – passará a cuidar dele. O diretor Tonio Carvalho é o autor de Norma, peça que reuniu, há cinco anos, os atores Eduardo Moscovis e Ana Lúcia Torre em uma história cujo mote também era a dificuldade de uma mulher de meia idade em aceitar a homossexualidade do filho.

André Domingues Um Passeio no Parque, Espaço Promon, Avenida Juscelino Kubitschek, 1830, tel.: (11) 5213-4111. Quinta a sábado, às 21h; domingo às 18h. Ingressos de R$ 20 a R$ 40.

ÚLTIMA SEMANA

Máquina Zaratustra (acima), coloca Nietzsche no palco do Teatro João Caetano. E Leonce e Lena, história de príncipes na montagem circense de Gabriel Villela.

A

peça Máquina Zaratustra, adaptação de Maura Baiocchi e Wolfgang Pannek para textos de Friedrich Nietzsche (1844-1900), apresenta as idéias do filósofo alemão no formato de teatro-dança. Com 150 minutos de duração. Em cartaz até domingo (29) no Teatro João Caetano, à Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, tel.: (11) 5549-1744, sábado e domingo, 20h, e ingressos a R$ 10. Também só até domingo (29), a comédia romântica Leonce e Lena, de Georg Büchner (1813-1837), na montagem de Gabriel Villela. A inspiração circense inclui máscaras e figurino extravagante. No Sesc Avenida Paulista, Espaço 10º Andar, na Avenida Paulista, 119, tel.: (11) 3179-3700. Sábado e domingo, 20h. R$ 20.

O ROCK CRU DE CAETANO

N

enhum figurão da MPB é como Caetano Veloso. Ele produz mais, fala mais, provoca mais, arrisca mais. Enquanto um novo trabalho de Chico Buarque, por exemplo, desperta a pergunta "será que ele ainda consegue ser o velho Chico?", um novo de Caetano traz a dúvida "será que ele ainda consegue fazer algo diferente do que já fez?". E a resposta, normalmente, é sim. E se repete em Cê, o disco que acaba de lançar. Dessa vez, seu alvo foi o universo do pop-rock – em especial, o do rock cru, pesado e intelectualmente despretensioso que pipocou em Seattle, nos anos de 1990, e seguiu dando frutos pelo mundo afora. A sonoridade, construída desde o início da composição do repertório sobre a base simples de baixo, guitarra, violão e bateria, difere bastante da maior parte da sua obra, exceto por algumas faixas do álbum Velô (de 1984) e por Rock’n Raul, registrada em Noites do Norte(2000). Quem se acostumou ao sofisticado colorido de cordas e percussão dos arranjos com que o violoncelista Jaques Morelembaun vestiu suas músicas nos últimos 15 anos vai estranhar. A nova fase, comandada por seu filho Moreno Veloso e pelo também jovem Pedro Sá, traz um som sujo de banda de garagem, com acordes chapados de guitarra distorcida e levadas agressivas de bateria. A opção por esse formato não foi irrefletida. Segundo Caetano, desde o último álbum solo, A Foreign Sound (2004), concorriam na sua cabeça três projetos de discos bastante distintos: um só de sambas, previamente batizado de 16 Sambas; um de canções românticas, feitas à maneira de Peninha e Fernando Mendes, a ser intitulado Novas Canções

Sentimentais; e, por fim, um de rock, que seria gravado por uma banda fictícia, feita em computador, e cantado com vozes manipuladas eletronicamente. Prevaleceu o terceiro, mas sem a banda fictícia, as vozes falsas, nem nada do que, para Caetano, delinearia um caminho de "clandestinidade" musical. Das outras idéias, porém, foram aproveitadas duas músicas: o samba-axé Musa Híbrida e a balada Não Me Arrependo – que é, aliás,

Novo trabalho traz som sujo de banda de garagem

um dos melhores momentos de Cê. O resultado da empreitada é muito interessante, mas não necessariamente muito bom. Com a aposta de Cê na vitalidade do rock, Caetano procurou adaptar-se a um universo musical mais rudimentar do que o seu, abreviando sua complexidade, assim como abreviou ‘você’ em ‘cê’, no título. Daí decorrem uma qualidade inegável, a grande originalidade da paisagem sonora conseguida, mas também um fator de desapontamento, o pouco refinamento do

trabalho musical no interior dessa paisagem. É como se o artista temesse ferir o vigor comunicativo do rock com a introdução dos elementos mais elaborados que, quer queira, quer não, fazem parte da sua sensibilidade. Em outras palavras: é como se ele próprio se sentisse inadequado àquela linguagem rudimentar e, supostamente, mais capaz de atingir o público. Exemplos disso se encontram nos arranjos, intencionalmente repetitivos, mas também nas próprias composições, que, entre outros traços do despojamento roqueiro, trazem alguns desacertos na combinação dos acentos das melodias com a tonicidade das palavras, como em "pássar", "êscuro" e "concêntrada", cantadas na primeira faixa, Outro. Mas há também um bom número de prazerosos acertos em Cê. Um deles, sem dúvida, é Rocks, com seu refrão direto e engraçado: "você foi mó rata comigo/ você foi mó rata comigo/ cê foi concreta e simplesmente/ rata comigo demais". Outro é o rap sambado O Herói, que, curiosamente, não se enquadra na proposta roqueira nem foi herdado dos projetos de sambas e canções sentimentais. Seu foco é na discussão sobre o rap e as suas conseqüências sociais (aliás, é a única canção de cunho social do disco). Cê destoa tanto do que Caetano Veloso costuma fazer que ele próprio o define como "um disco que é quase obra de um heterônimo". Fica claro que seu formato dificilmente será mantido em projetos futuros, inclusive porque os sambas, as canções sentimentais e muitas outras idéias continuam por fazer. Só uma coisa é certa: é perda de tempo esperar pela volta do velho Caetano num próximo disco.

DOCUMENTO

Reverência a Batatinha Genial sambista e poeta Oscar da Penha, autor de mais de 100 belas músicas, revive na voz de Adriana Moreira Aquiles Rique Reis

N

ascido em Salvador, em 5 de agosto de 1924, sambista e poeta, autor de mais de cem belas músicas, Oscar da Penha, o Batatinha, morreu em 3 de janeiro de 1997 sem que sua obra fosse ouvida por tantos brasileiros quantos seriam necessários para fazer dele um nome popular. Sua genialidade, entretanto, sempre foi reverenciada por grandes nomes da música, que nunca se cansaram de fazer justiça àquele que tinha no canto, impregnado de africanidade, o lamento de escravos. A crítica especializada também não se furtou a enaltecer seu jeito melancólico de construir sambas sem perder o bom humor – não fosse ele um admirador de Wilson Batista e Noel Rosa. Foi dele a iniciativa de levar ao samba os sons musicais da capoeira, o que certa-

mente influenciou Baden Powell e Vinícius de Moraes quando eles compuseram seus afro-sambas. Batatinha está para sempre na história da boa música popular contemporânea. Batatinha é tão bamba quanto bambas foram Cartola, Nelson Cavaquinho, Candeia e Zé Kéti; tão bamba quanto ainda, e graças a Deus, o são Jamelão, Elton Medeiros e Paulinho da Viola. E agora nos vem Adriana Medeiros com um disco-documento. Um CD indispensável para quem deseja conhecer melhor a musicalidade extraordinária de Batatinha: Direito de Sambar – Adriana Moreira canta Batatinha (gravadora CPC-UMES, que tem o maestro Marcus Vinícius de Andrade como diretor artístico) reúne amostras do que há de melhor no trabalho de Oscar da Penha. Junto a um time de músicos tão experientes quanto talentosos, sob a dire-

ção musical do competente arranjador sempre soam. Tristeza que provoca e violonista Edmilson Capelupi, Adriana arrepio. Agonia que revela sabedocriou uma obra de referência que desde ria. Angústia a resultar em beleza. já se faz necessária a quem Simplicidade a mostrar deseja saber, ou reavivar na que belo é aquilo que nos memória, quem é Batatitoca a alma. E Batatinha a nha. Ela, que sempre o adela vai certeiro. mirou, juntou 14 de suas Estão lá em Direito de músicas como quem junta Sambar – Adriana Moreira diamantes. Cercada de naicanta Batatinha parcerias pes de cordas e de sopros, com J. Luna, nas conhecidas ritmada pela bateria da CaHora da Razão (Se eu deixar misa Verde e Branco de de sofrer/ Como é que vai mestre Neno, com nove arser/ Para eu me acostumar/ Batatinha: ranjos de Capelupi, três de Se tudo é carnaval [...]) e na Eduardo Gudin e dois de capoeira no samba obra-prima D iplomacia, Everson Passos, contando com o apoio cantada em 1964 por Maria Bethânia, no vocal de um coro misto, Adriana veio Show Opinião (Meu desespero nincom tudo a que tem direito, inclusive guém vê/ Sou diplomado em matéria sambar e botar na roda quem a ouvir. de sofrer/ Falsa alegria/ Sorriso de fingiOs sambas são feitos para parece- mento/ Alguém tem culpa deste meu rem tristes e, de fato, assim quase padecimento [...]). Espera traz Ederaldo

Gentil; Jardim Suspenso, Capinam (Meus cabelos brancos/ São sombras/ Que um anjo da noite pintou [...]). Conselheiro apresenta Paulo César Pinheiro; Indecisão, Jairo Simões; Bolero, Roque Ferreira; e Rosa Tristeza, Edil Pacheco. Nas outras seis, Batatinha é melodista e letrista – destaque para o pungente Salve o Presidente, composto, salvo engano, quando do suicídio do presidente Getulio Vargas: (O presidente da escola silenciou/ E lá no morro/ até o samba chorou (...) Houve comício/ Houve traição/ E a escola não vai sair mais não). Adriana Moreira criou um projeto a partir de um belo sonho, de uma bela idéia realizada bonita e profissionalmente. Sua voz, que às vezes ainda soa tímida, quase insegura, sempre revela a emoção de quem está certa de que soma beleza aos encantos da música criada por Batatinha, gênio – mais um

– de uma raça que não se perde, para quem devemos ter olhos e ouvidos abertos, gargantas prontas para repetir o que um dia João Ubaldo, baiano como Batatinha, já exclamou: "Viva o povo brasileiro!" Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, ed. A Girafa. ERRATA: Semana passada, ao comentar o CD Par ou Ímpar, de Paulinho Tapajós e Marcello Lessa, escrevi que Beth Carvalho defendeu Cantiga por Luciana, vencedora do IV Festival Internacional da Canção da TV Globo (1969). Errado: quem a defendeu foi Evinha. Beth Carvalho cantou Andança, junto com os Golden Boys, terceiro lugar no III FIC (1968).


Além destes exemplos, há muitas outras "superações" do senso comum, menos evidentes (mas visíveis se apontados) porque o "antes" e o "depois" já estão muito afastados no tempo e porque já estão integrados, intelectual e moralmente, principalmente no senso comum dos mais jovens da sociedade: - A personalidade popular como protagonista da história nacional em substituição ao vulto histórico, apresentado como opressor, representante das classes dominantes e criação da "história oficial". - A História "revisada" (na interpretação marxista) que substitui a História Pátria "oficial" ("invenção" do grupo dominante). - A união conjugal episódica ou temporária e de pessoas do mesmo sexo em substituição à família estável e célula básica

da sociedade. - Ecletismo religioso em substituição ao compromisso e fidelidade à igreja de opção. - Moral laica e utilitária em substituição à moral cristã e à tradição ética ocidental. - Discriminação racial, dita como sutil e disfarçada e como realidade que desmente a crença "burguesa ultrapassada" de tolerância e de sociedade multirracial e miscigenada. Este conceito recente é interessante porque se tornou senso comum apesar de todas as ostensivas evidências de que é falso; resultado da "orquestração" (afirmação repetida). - O preconceito, como qualidade que estigmatiza as pessoas conservadoras ou discordantes de certas atitudes e comportamentos permissivos ou tolerantes. - A informalidade em substituição à convenção e à norma social que pressupõe vinculação institucional e à tradição. - A amoralidade substituindo à ética tradicional que se diz sufocar a felicidade e a liberdade individuais. - Os direitos humanos como proteção ao criminoso comum (identificado como vítima da sociedade burguesa) e indiferente à vitima real (identificada geralmente como burguês privilegiado). - "Satanização" do "bandido de colarinho branco", identificado como burguês corrupto e fraudador do povo. - A opinião pública como critério de verdade maior que os valores morais tradicionais e a própria lógica, quando inconvenientes. - A mudança como valor superior à conservação. - A ecologia como projeto superior ao desenvolvimento econômico ("especulação" capitalista burguesa) e social. - A organização popular (aparelho privado não-estatal, "eticamente" superior ao organismo estatal burguês. Os principais meios de difusão dos conceitos do novo senso comum são os órgãos de comunicação social, a manifestação artística, em particular o teatro e a novela, a cátedra acadêmica e o magistério em geral. DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 23


É preciso acrescentar que nem toda mudança do senso comum resulta de uma atuação intencional e direta destes intelectuais orgânicos. Algumas transformações são decorrentes de uma evolução social natural. O projeto gramsciano de superação do senso comum, porém, é efetivamente um elemento desencadeador do fenômeno em cadeia, criando um clima de mudanças naturalmente estimulador que elimina a estabilidade dos valores e conceitos da sociedade, enfraquecendo suas convicções culturais e suas resistências.

Neutralização das "Trincheiras" da Burguesia De um modo superficial, mas apoiados nas indicações de Gramsci., podemos reconhecer as "trincheiras" do grupo dominante, da burguesia brasileira, identificando-as no conjunto das organizações estatais, da sociedade política e das organizações privadas da sociedade civil. Indicamos apenas algumas das mais significativas: - O Judiciário; - O Congresso; - O Executivo (Governo); - Os Partidos Políticos Burgueses; - As Forças Armadas; - O Aparelho Policial; - A Igreja Católica; - O Sistema Econômico Capitalista. A neutralização, se possível a eliminação, destas "trincheiras" é predominantemente uma guerra psicológica (mas não só esta) visando a atingi-las e a miná-las como já vimos anteriormente, por meio do: - Enfraquecimento, pela desmoralização, desarticulação e perda de base social, política, legal e da opinião pública; - Esvaziamento, pelo isolamento da sociedade, perda de prestigio social, perda de funções orgânicas, comprometimento ético ("denuncismo"), quebra da coesão interna, "dissidência interna"; - Constrangimento e inibição por meio do "patrulhamento", penetração ideológica, infiltração de intelectuais orgânicos. Num modelo de guerreamento psicológico, vamos resumir a constatação das idéias-força (objetivos) da penetração cultural e os temas explorados para realizá-las: 24 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL


*** O Partido, na fase da luta pela hegemonia, continua a ter a função de difusão da concepção do mundo (comunismo marxista) e principalmente a de elaboração da política e da ética (fidelidade aos fins buscados) adequados à sua realização concreta. Neste papel, o Partido é: - O experimentador histórico de tal concepção (no interior do partido, "o reino da necessidade já passou ao reino da liberdade"); - O formador das novas intelectualidades "totalitárias" (unitárias e universais), os dirigentes por adesão individual; - O reformador intelectual e moral da sociedade. A ação política é conduzida predominantemente dentro das regras legais do jogo político democrático, repetidamente declarada e ostensivamente praticada na legalidade. As alianças de classes são procuradas e, atualmente, é admitido o "pluralismo das esquerdas", isto é, a aceitação de que mais de um partido ou organização política participe da luta pela hegemonia das classes subalternas no âmbito da sociedade civil e que participe, por assim dizer, da construção "consensualdemocrática" do socialismo. Esta posição política é importante porque, modernamente, pode passar a ser parte da concepção tática da transição para o socialismo, nas fases que antecedem à tomada do poder. A unidade das esquerdas e a hegemonia exclusiva de um dos partidos-classe não são necessidades críticas nesta fase do processo revolucionário e podem ser deixadas para serem resolvidas mais tarde, depois da tomada do poder. Todos os membros, do partido devem ser considerados "int electua is", não importa em que níveis funcionais se encontrem. Não existe organização sem intelectuais. O processo de formação dos intelectuais orgânicos é longo e difícil e deve ser sempre ligado às massas. O intelectual orgânico está consciente da sua posição de classe. O novo intelectual não é apenas um orador eloqüente, o eletrizador de multidões, mas aquele que chegou a uma concepção humanitária histórica e que se tornou dirigente; aquele que orienta, influencia e conscientiza ("especialista + político"). A relação entre os intelectuais do partido e o mundo da produção (proletariado) "não é imediata mas deve ser mediatizada" buscando e desenvolvendo seus intelectuais orgânicos para uma condição política e cultural

mais elevada e universalizada. O grupo social e o partido que o expressa encontram categorias de intelectuais já existentes na sociedade que refletem a continuidade histórica ou que representam o grupo social dominante. Estes são os intelectuais tradicionais, cujo tipo é vulgarmente reconhecido como cientista, filósofo, literato, artista e profissional dos meios de comunicação social. Os intelectuais tradicionais estão ligados a valores e cultura antigos, sem identificação com uma ideologia de classe, formando um grupo isolado sem ligação com as massas. O grupo que luta pela hegemonia e pelo domínio (conquista do poder) deve lutar também pela assimilação e conquista ideológica dos intelectuais tradicionais. O papel do partido como formador, educador e dirigente bem o identifica com a função de "Intelectual Coletivo" como atualmente tem sido reconhecido. *** A hegemonia e o consenso não podem ser criados, desenvolvidos e exercitados de modo constante e consistente em uma classe social difusa e que só tenha expressão, como massa, como fenômeno contínuo e eficaz, têm que estar apoiados em organismos coletivos permanentes que, inicialmente, formem e orientem (dirijam) a vontade coletiva e que, já mais desenvolvidos, possam assumir certas funções públicas, "ampliando" o conceito de Estado (sociedade civil + sociedade política) na gestão governamental. Um organismo coletivo é constituído de pessoas que se reuniram e que aceitaram ativamente uma hierarquia e uma direção (orientação) determinada. O organismo coletivo só terá consistência se cada indivíduo se identificar com ele e for um elemento participativo. Os organismos coletivos podem ser do tipo privado ou público; aqueles ligados à sociedade civil e estes, ligados à sociedade política (órgãos de governo). Os organismos privados ou particulares podem ser empreendimentos (movimentos) ou organizações voluntárias (ou contratuais) ou ainda empreendimentos e organizações de blocos sociais homogêneos. Os primeiros são aqueles que se fundam com finalidades diversas (econômicas, políticas ou sociais) no seio da sociedade civil. Buscam realizar interesses comuns dos indivíduos heterogêneos: clubes, associações, igreja, escola, etc. As organizações dos blocos sociais homogêneos, diferentemente, buscam realizar os interesses políticos de classe essencial e a vontade coletiva que a anima: sinDIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

9


dicato, partido-classe, certas organizações não-estatais, comunidades, etc. Neste conjunto de organismos voluntários e de blocos sociais homogêneos, um ou mais predominam sobre os outros (particularmente sobre os contraditórios) e sobre a inteira sociedade civil, constituindo o aparelho privado hegemônico de um grupo social. Assumem função semelhante a dos Soviets. Os organismos privados que têm maior expressão ostensiva são os sindicatos e determinadas entidades que atualmente são denominadas "organizações nãogovernamentais" (ONG's). Os sindicatos são organismos de blocos sociais homogêneos, mas só terão expressão hegemônica quando superarem a natureza meramente econômico-corporativa, alcançando uma consciência político-ideológica nacional e internacional. As organizações não-governamentais, quando são induzidas por um movimento político-ideológico, tornam-se aparelhos privados de hegemonia. Freqüentemente assumem o papel de "organismos intermediários democráticos" entre as grandes massas e o Estado, como o são os sindicatos, os partidos e os parlamentos. O ativismo das ONG's as faz, muitas vezes, competidoras com o Estado, assumindo certas funções estatais no seio da sociedade civil, tais como as relativas a direitos humanos, ambientalismo, paz, não-violência, anti-racismo, promoção social, etc. Os aparelhos privados de hegemonia são também organismos de expressão do consenso e de difusão da ideologia. No seu conjunto, constituem o que se chama sociedade civil organizada. *** A luta pela hegemonia se desenvolve preliminarmente na realização de uma profunda reforma intelectual (ideológica) e moral (cultural) da sociedade civil visando principalmente: - Elevar as classes subalternas da condição de "classe corporativa" (de interesses meramente econômicos, egoísticos e passionais) à condição de "classe nacional" (com consciência de classe e protagonista). - Adequar a cultura popular à função prática de realizar a transição para o socialismo: - Exercer a hegemonia e o consenso; - Capacitar ao exercício do poder. Esta reforma é conduzida por intermédio de uma ampla e continuada "penetração cultural" realizando três complexos empreendimentos: 10 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

- Superação do senso-comum (substituição ou refinamento dos valores culturais da burguesia). - Conscientização político-ideológica (desenvolvimento "ético" das classes subalternas). - Formação do consenso. A reforma intelectual e moral tem por objeto as classes subalternas e por sujeito os intelectuais orgânicos, com a participação consciente ou inconsciente, dos intelectuais tradicionais. A reforma cultural não se dirige apenas às classes subalternas mas também à classe dominante, à burguesia, com a finalidade de assimilá-la ou, pelo menos, de levá-la a aceitar as mudanças intelectuais e morais como parte de uma natural e moderna evolução da sociedade, explorando sua passividade, indiferença e permissividade.

Superação do Senso-Comum O senso-comum é o conjunto de valores, história, tradições, hábitos e costumes, conceitos e expectativas (culturais, religiosas, cívicas, sociais, filosóficas, etc) aceito, consciente ou inconscientemente e praticados pelos membros de uma sociedade em geral. Constitui uma "cultura" ou "filosofia" generalizada que se enraíza na consciência coletiva: o senso comum que predomina é aquele do grupo social dominante. A superação do senso-comum é um empreendimento de profunda e demorada transformação cultural e psicológica da sociedade civil como um todo e das classes subalternas em particular. Consiste em apagar certos valores tradicionais e uma parte significativa da herança cultural (intelectual e moral) da sociedade burguesa e substituí-las por conceitos novos e pragmáticos, abrindo as mentes das pessoas para as mudanças políticas, econômicas e sociais que farão a transição para o socialismo. Trata-se "de elaborar uma filosofia que se torne o sensocomum renovado, coerente com a filosofia popular" e com os fins buscados no processo político-ideológico no qual tudo deve estar inserido. O Partido é o centro homogêneo de difusão do novo senso-comum, mas não é o único. É preciso ainda estabelecer um amplo sistema orgânico e também "espontâneo" no interior da sociedade civil, abrangendo variados canais informais, desligados das organizações políticas (partidos e estado), por meio do qual se fará a penetração dos novos sentimentos, conceitos e expectativas.


Dentre os canais de difusão do novo senso-comum, em primeiro lugar estão os meios de comunicação social (imprensa, rádio e televisão), mas não excluindo, como igualmente importantes, o setor editorial, a cátedra, o magistério, a expressão artística e o meio intelectual tradicional. Os intelectuais tradicionais geralmente sentem uma natural atração pela novidade cultural, podendo aderir voluntariamente, por conveniência ou por constrangimento da opinião pública e do patrulhamento ideológico. Quando uma pessoa supera criticamente o sensocomum e aceita novos valores e conceitos culturais e sociais, terá aceito uma filosofia nova e estará em condições de compreender uma nova concepção do mundo e contribuir para a sua concretização.

A Conscientização Político-Ideológica Já iniciado o processo de mudança do senso-comum e a partir do momento em que já se tenha adquirido uma compreensão de classe (mesmo que incipiente) e um certo sentimento de oposição entre ela e a classe dominante, passa-se ao "momento da crítica e da consciência". A conscientização político-ideológica é a orientação educativa dos integrantes das classes subalternas no sentido de: - fazer a crítica da sua própria concepção do mundo (expectativa) para chegar a uma concepção unitária e coerente (entendimento do pensamento marxista, posto no seu nível cultural); - levar os "subalternos" à adesão e participação na luta pela sua realização. Em outras palavras, dar sentido político ao novo senso-comum para se formar o consenso. O êxito deste trabalho depende da superação crítica do senso-comum (nova mentalidade) e do sentimento de pertencer a uma classe que busca a hegemonia (consciência política). Este trabalho é conduzido pelos mesmos intelectuais orgânicos em contínuo contato com os elementos subalternos, principalmente no seio das organizações privadas de hegemonia. Esta aproximação, convivência e ligação entre os intelectuais e a massa, deve forjar um "bloco intelectual moral", tornando politicamente possível o desenvolvimento ideológico das classes subalternas. A consciência político-ideológica é mais um problema de "fé" do que de compreensão racional da ideologia. A militância política ou protagonismo na mudança

da história deve ser vivida como uma "religião". A adesão à ideologia é que vai dar sentido prático (político) ao senso-comum renovado e que vai permitir a formação do consenso.

A Formação do Consenso O consenso é um conceito entendido como conformidade de um grupo social com as iniciativas do Estado para alcançar os fins que a sociedade pretende. A conformidade do grupo significa concordância, adesão e acordo coletivo com idéias e ações de um agente político ou social. O consenso é a expressão objetiva da hegemonia que a classe subalterna exerce sobre a sociedade civil e que a transforma em classe dirigente. Entende-se que o consenso se refere e respalda a atuação da sociedade política ou, estritamente, do governo que é o agente da classe dirigente no poder. Assim, o consenso é uma manifestação de apoio que, a bem dizer, só se efetivará objetivamente quando a classe subalterna já estiver no poder, tornando-se classe dominante. Entretanto pode-se também entender que ele já é necessário e se forma antes mesmo deste momento histórico. A direção dos órgãos privados de hegemonia, a ação política do partido e o programa de um governo "socialista democrático" eventualmente eleito no exercício do jogo político da sociedade burguesa, precisam contar com a adesão e o apoio da classe de que são parte. Podemos assim aduzir que o consenso se manifesta em diferentes momentos à medida em que a classe subalterna vai ganhando consciência política e expressão hegemônica: O consenso é, por excelência, a expressão objetiva da hegemonia nascente ou já consolidada no âmbito da sociedade civil. *** As "trincheiras" e "defesas" das sociedades liberaldemocratas dos países de capitalismo moderno e de democracia avançada (sociedades e estados do tipo "ocidental") são muito fortes. Correspondem às instituições e convicções ideológicas que historicamente têm sido a barreira que impediu a vitória da revolução quando tentada nestes países, segundo o modelo estratégico marxista-leninista de ataque frontal ao poder ("guerra de movimento"). É preciso identificar quais são os elementos da sociedade civil e do aparelho estatal que constituem o sistema de defesa e que serão objetivos da "guerra de posição" de modelo gramsciano. DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 11


Além do complexo ideológico-cultural que já comentamos quando tratamos da superação do senso-comum, o sistema é formado por um conjunto de elementos materiais, organizações e instituições privadas e estatais da sociedade civil e da sociedade política que constituem o aparelho hegemônico e o aparelho de coerção do grupo dominante burguês. Dentre estas inumeráveis organizações e instituições políticas, econômicas e sociais podem ser assinalados os órgãos de comunicação social (imprensa, rádio, televisão etc), a escola, a igreja (particularmente a católica romana), os partidos políticos, o parlamento, os órgãos de classe empresarial, as forças armadas, o aparelho policial e, em certa medida, a família. O empreendimento de neutralização é complexo e é conduzido pelo amplo trabalho psicológico, político e ideológico que realiza o esvaziamento do moral do elemento humano das organizações burguesas, de tal modo que elas perdem o seu valor funcional e ético perante a sociedade civil, produzindo, num processo contínuo e progressivo de enfraquecimento, esvaziamento, constrangimento e perda de valor.

tos aparelhos estatais de coerção, próprios do estado burguês, tornam-se algo privado passando a fazer parte da sociedade civil. Talvez fosse mais próprio dizer-se "sociedade ampliada". A concepção do "Estado Ampliado" só terá plena aplicação depois que as classes subalternas tiverem conquistado o poder e quando um novo tipo de estado e de sociedade tiverem sido implantados. Entretanto, mesmo antes da conquista do poder pelas classes subalternas, o estado burguês poderá sofrer um processo inicial de "ampliação", na medida em que estas classes forem conquistando a hegemonia no interior da sociedade civil e em que esta vai conquistando a sua função de direção político-cultural. Desta maneira, as classes subalternas podem obter a hegemonia em certas organizações privadas e, por meio da ativa ação política podem assumir, direta ou indiretamente, a execução de algumas funções de governo. Assim estariam sendo antecipadas algumas etapas de ampliação do Estado e criando condições para a tomada do poder. (enfraquecimento do Estado burguês). ***

*** A ampliação do Estado é o conceito de Gramsci que vê a integração da sociedade civil com a sociedade política, "identidade-distinção" de duas esferas diferentes e relativamente autônomas, mas inseparáveis. Uma nova fórmula de estado que supera o estado de concepção capitalista burguesa, e que, ao mesmo tempo, evita o estatismo "burocrático" de modelo soviético. A sociedade civil, por intermédio das organizações privadas de hegemonia, indica a "direção" política e cultural e passa a executar certas funções públicas que antes pertenciam exclusivamente à esfera estatal. Cer-

12 DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

A fase da luta pela hegemonia é a ação estratégica central da concepção gramsciana (a "guerra de posição", propriamente dita). Um dos seus objetivos é criar as condições para a tomada do poder. É oportuno chamar a atenção para um aspecto importante da estratégia gramsciana: a guerra de posição tem por objetivo a conquista da sociedade civil, incluindo a neutralização das "trincheiras" da burguesia. Isso não significa que a guerra de movimento tenha sido definitivamente descartada. Justamente, a partir deste êxito, a conquista do poder pode assumir as características de assalto ao Estado.


FASE ESTATAL

A

Fase Estatal é aquela em que as classes subalternas, conquistando o poder por intermédio de vigorosa ação política do Partido e do uso da força, fundam um novo Estado que promoverá as profundas transformações econômicas, sociais, políticas e individuais que instaurarão o socialismo no país até então capitalista burguês. Esta fase tem muita identidade com a fase da Revolução Socialista de concepção leninista. Entretanto, Gramsci tem alguns conceitos próprios, particularmente quanto à estrutura do novo Estado, à integração da sociedade civil com a sociedade política e à condução das transformações para implantação da sociedade socialista. O empreendimento inicial da fase estatal é a conquista do poder, sem o que a transição para o socialismo deixa de ser revolucionária. O final da fase é a criação do Estado e da sociedade socialista marxista, aquela que tem realizadas em si todas as condições para que se dê a passagem do "mundo da necessidade para o mundo da liberdade", a sociedade comunista, ou de sociedade regulada por Gramsci. O agente diretor dos empreendimentos desta fase de radicais transformações continua a ser o Partido, cujo papel de desencadeador, condutor, orientador e culminador do processo é tão importante e indispensável que Gramsci o identifica como o Moderno Príncipe, noção tirada da obra de Maquiavel O Príncipe. As ações capitais que o Partido conduz ou orienta nesta fase podem ser assim relacionadas: 1) Direção da crise orgânica (política, econômica e social) que desestabiliza o Estado burguês. 2) Conquista do poder; 3) Fundação do novo Estado e implementação da nova ordem; 4) Realização das transformações socialistas. *** O Partido é o agente diretor das transformações que levarão à fundação do socialismo marxista no país. Acrescentam-se ao seu papel histórico novas funções político-culturais que levaram Gramsci a identificá-lo nesta fase como o Moderno Príncipe:

1) Nas crises econômicas, políticas e sociais pelas quais a sociedade liberaldemocrática passa eventualmente em sua historia e na crise orgânica que abre caminho para a tomada do poder; 2) No processo de tomada do poder; 3) Na fundação do novo Estado; 4) Nas transformações econômicas, políticas e sociais. No primeiro momento, na crise orgânica, o Partido deve estar preparado para dirigir os acontecimentos, orientando-os para que produzam resultados progressistas, convenientes e construtivos para o processo de transição para o socialismo. No segundo momento, na tomada do poder, a iniciativa deve ser do Partido, que conduzirá o empreendimento de modo a se tornar hegemônico ou único (com exclusão dos outros partidos, inclusive aliados) após a vitória, destruindo todas as outras organizações ou as incorporando num só sistema cujo elemento diretor seja o Partido revolucionário. No terceiro momento, na fundação do novo Estado, o Partido imporá a sua concepção e fornecerá os dirigentes que para isto preparou no interior da própria organização. No quarto momento, nas transformações da estrutura e das superestruturas, o Partido será o anunciador e o organizador de uma reforma intelectual e moral da sociedade civil e será o criador de uma vontade coletiva nacional-popular que dará origem a uma nova forma de civilização, moderna e superior. Esta transformação está diretamente dependente da reforma econômica e do sistema de produção que será conduzida pelo Estado. O Partido não se integra ao Estado nem exerce o governo: "Não reina nem governa, mas é o órgão político que tem o poder de fato"; exerce a função hegemônica sobre sociedade civil e, ao mesmo tempo, mantém vinculação com a sociedade a política, sobre a qual exerce função de direção intelectual e moral. *** A Crise Orgânica é o momento histórico em que o grupo dominante, representado pela sociedade política,

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL 13


SERGIO AUGUSTO DE AVELLAR COUTINHO

A REVOLUÇÃO GRAMSCISTA NO OCIDENTE (Extrato da Obra)

DIGESTO ECONÔMICO ESPECIAL

3


8

DCARRO

São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

ACESSÓRIOS Fotos: Divulgação

BASTA FALAR. O AUTOMÓVEL OBEDECE. Novos acessórios garantem comando por voz do motorista ou do próprio carro. E cresce a oferta de sistemas de navegação que facilitam a vida de quem trafega nos grandes centros urbanos. ANDERSON CAVALCANTE

A

lém de se deliciar com carrosconceito, esportivos e com as mais recentes novidades das montadoras, quem esteve no Anhembi acompanhando esta que foi considerada por muitos uma das edições mais bonitas e agradáveis do Salão do Automóvel de São Paulo, pôde também acompanhar e conhecer muitas novidades em equipamentos e acessórios. Entre fabricantes de som automotivo (veja na página 7), blindadoras, marcas de rodas esportivas e muitos outros acessórios, dois produtos se destacaram, mas por motivos bem diferentes: um como novidade, o equipamento da BeltCar que possibilita o comando de vários funções do automóvel utilizando apenas a voz; e outro como sucesso em vários estandes, o navegador via GPS que, se depender dos expositores do Salão, vai se tornar comum nos veículos que transitam por nossas ruas.

A "supermáquina" - O seriado de sucesso na TV durante os anos 80, em que o ator principal passava a ser um coadjuvante ao contracenar com um carro falante e cheio de personalidade, parece ter inspirado a BeltCar no desenvolvimento de dois novos sistemas que apresentou no Salão. Um é o comando por voz (Voice Comander) para funções como ligar e desligar o som, acender e apagar luzes internas, travar e destravar portas e subir e descer os vidros, ou seja, você fala e seu carro obedece. O outro sistema funciona ao contrário, o carro fala e você, ao menos, "deveria" obedecer. Com este sistema, seu carro lhe dá avisos como o de colocar o cinto de segurança, soltar o freio de mão, fechar as portas etc. Há até frases que fazem o motorista se sentir menos sozinho, como ao ligar o som: "Finalmente! Não gosto de silêncio". Ou, ainda, se perguntar se ele quer abastecer: "Claro! Se não você terá que andar de ônibus". O computador de bordo tem preço médio de R$ 400 e o comando de voz, mais R$ 700.

Navegadores - Entre várias marcas de navegadores que "invadiram" o Salão do

A Mobimax mostrou vários equipamentos com GPS, como o CK3400LS Color

O sensor de estacionamento da Quantum QPS, a partir de R$ 250

Pocket PC T605, da Airis, com processador Intel e navegador GPS, por R$ 2.699

Anhembi, a Airis, representada pela distribuidora Azula Marine, mostrou dois equipamentos: o Airis T920A que oferece cinco opções de itinerário, orientações por voz e mapa em português, com preço de R$ 1.999, e o Pocket PC, T605, com Windows Mobile, processador Intel e navegador GPS, ao custo de R$ 2.699. A Mobimax mostrou seu computador de mão, da fabricante Mitac, com te-

lefonia celular e GPS integrado. O Digiwalker A701 une três aparelhos em um só. Seu grande diferencial é possuir uma antena GPS embutida. Além de mostrar rotas entre pontos e rastreamento para localização do usuário, possui microfone, antena e alto-falante embutidos. Com isso, ele pode descrever a rota a ser seguida, dispensando a leitura da tela. Em termos de telefonia móvel, ele funciona

com todas as operadoras GSM no Brasil e no mundo. Por ser um PDA, o usuário pode sincronizar os contatos, agenda e lista de tarefas através da tecnologia bluetooth, infravermelho ou via cabo USB. O equipamento permite ainda tirar fotos, pois tem uma câmera de 1.3 megapixels, e vem com Windows Mobile 5.0, programas do Office, multimídia e acesso a internet via GPRS e memória de 128MB. O preço sugerido é de R$ 4.290. Outros acessórios - A tradicional fornecedora de antenas Olimpus, presente pela 16ª vez consecutiva no Salão, apresentou seus produtos aplicados em carros de várias montadoras. No estande da Mitsubishi, a Pajero Full, TR4 e a picape L200 estavam equipadas com o alarme BR 202, com função antiassalto, travamento automático das portas, opção de comando para acionamento dos vidros elétricos, função pânico e reativação automática do alarme após 60 segundos. A marca também equipou veículos da Volkswagen e modelos da Porsche. Já a Quantum Tecnologia apresentou o sensor de estacionamento Quantum QPS, que é fácil de instalar, tem ótimo custobenefício e pode ser utilizado em qualquer tipo de veículo. Os preços sugeridos são de R$ 250 para o kit com dois sensores e R$ 300 para o que tem quatro.


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

EM 2005, IMPOSTOS SOMARAM R$ 724,11 BILHÕES

PARA ESPECIALISTAS, MUDANÇAS NO SISTEMA TRIBUTÁRIO DO PAÍS ESTÃO LONGE DE OCORRER

REFORMA TRIBUTÁRIA AINDA É ILUSÃO Luiz Prado/LUZ

U

m consenso entre governo, economistas e sociedade civil é que, independentemente de quanto é preciso ajustar as contas públicas, não há mais espaço para aumentar a carga tributária no País. E que, na verdade, está na hora de reduzi-la. Em 2005, de acordo com a Receita Federal, os impostos pagos somaram R$ 724,11 bilhões e atingiram 37,37% do Produto Interno Bruto (PIB), um crescimento de 1,49 ponto percentual em relação ao ano anterior. Os tributos federais equivaleram a 26,18% do PIB (R$ 507,17 bilhões), uma elevação de 1,18 ponto sobre 2004. Apesar desse crescimento na arrecadação, não houve aumento de alíquotas ou criação de novos tributos. O governo, no entanto, não conseguiu cumprir o compromisso de manter a arrecadação federal no patamar de 2002 (de 24,84% do PIB), como havia prometido o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Na ocasião de divulgação dos dados de arrecadação do ano passado, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse que "a carga tributária aumentou, mas de maneira saudável". O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, porém, admitiu que houve um aumento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento

Gilberto Amaral: "O que pode acontecer no próximo governo são microrreformas"

da Seguridade Social (Cofins) de 0,88% do PIB sobre os importados. Mas que, em compensação, alguns setores foram desonerados, como informática e construção civil. De acordo com Rachid, essa desoneração somou quase R$ 20 bilhões entre 2004 e 2006. O secretário da Receita atri-

buiu o crescimento da carga fiscal, principalmente, à maior lucratividade das empresas, que se refletiu na arrecadação do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) e na melhor eficiência na fiscalização e o combate à sonegação. Vitória – De qualquer for-

ma, o governo Lula até tentou aumentar a tributação, com a Medida Provisória nº 232, que previa um reforço nas alíquotas do IR e da CSLL dos prestadores de serviços. E só não conseguiu pela mobilização de 1,5 mil entidades de classe, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que conseguiram barrar a medida no Congresso Nacional. "Isso prova que a sociedade não permite e não permitirá novos impostos", afirma o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas. Quanto a diminuir a carga

tributária, isso parece ilusão, pelo menos nos próximos anos. "Não acredito que haverá uma reforma constitucional, com mudança no sistema de arrecadação para algo baseado em patrimônio e renda", diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral. "O que deve ocorrer no próximo governo são microrreformas", afirma. De Olho – Se não há perspectivas de melhora no sistema fiscal, ao menos são grandes as possibilidades de a sociedade conhecer o quanto de-

sembolsa em tributos na compra de produtos e serviços e, com isso, cobrar uma contrapartida em serviços públicos. Isso se tornará realidade com a aprovação de um projeto de lei, em tramitação no Senado, que prevê a discriminação dos tributos embutidos nos preços, e que foi recebido com bons olhos pelos parlamentares. A proposta é fruto da campanha De Olho no Imposto, pela transparência tributária, liderada pelo presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos. Fernanda Pressinott

José Luís da Conceição/AE

Previdência: desafio é entrar em equilíbrio Saldo negativo deve atingir os R$ 45 bilhões até o final deste ano

J.F. Diório

ara os economistas mais otimistas, o déficit da Previdência explode nos próximos 20 anos, caso opções para conter esse rombo não sejam criadas desde já. E o principal problema para os próximos quatro anos de governo será encontrar um ponto de equilíbrio que permita estancar o déficit sem prejuízo de aposentados e pensionistas. Os números mais recentes divulgados pelo governo federal mostram que ao longo de setembro o saldo negativo da Previdência alcançou R$ 8,5 bilhões, o que representou um incremento de 207% na comparação com o déficit computado em setembro de 2005. A antecipação do 13º salário teve grande peso sobre o rombo nesse mês. Outro fardo extra para a Previdência neste ano foi a elevação do salário mínimo em maio. Na soma desses fatores, o déficit previdenciário acumulado no ano acabou batendo os R$ 34,85 bilhões no mês passado, valor próximo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O saldo negativo deve fechar o ano em cerca de R$ 45 bilhões. A visão de especialistas sobre o tema é das mais divergentes, o que dá uma idéia da dificuldade que a nova gestão terá para encontrar o ponto de equilíbrio. Para o sociólogo, especialista em relações do trabalho, José Pastore, o rombo da Previdência tem de ser contido de maneira emergencial, já que tem impacto direto na alta dos juros e conseqüentemente impede a economia de crescer. "A Previdência é a principal fonte de déficit das finanças públicas; portanto, leva o governo a buscar recursos no mercado financeiro, o que eleva a taxa de juros. Com juros altos, os investimentos param e o desemprego e a informalidade sobem."

/AE

P

Desemprego em xeque

Economia precisa crescer

Previdência pode entrar em colapso no prazo de 20 anos

Segundo Pastore, uma solução prática para segurar esse déficit seria conter a informalidade. No raciocínio do sociólogo, a agregação da massa de informais ao mercado formal aumentaria a arrecadação do governo. "Mas essa proposta demandaria uma reforma trabalhista, ou mudança na legislação que torne menores os encargos trabalhistas de micros e pequenas empresas, que poderiam receber esses informais", diz Pastore. Os críticos da proposta do sociólogo dizem que a redução de encargos trabalhistas em determinados casos criaria uma classe inferior de trabalhadores. Desvinculação – Uma proposta mais radical para reverter o déficit previdenciário é defendida pelo economista Raul Velloso. Segundo ele, com despesas crescentes do governo e a recusa da sociedade em assimilar novos impostos, o Estado chega a um ponto crítico. Para Velloso, a desvinculação entre o piso previden-

ciário e o salário mínimo seria a solução mais prática. A correção da aposentadoria poderia, nesse caso, ser corrigida por um índice de preços. A proposta foi rechaçada pelo presidente eleito em entrevistas e debates durante a campanha. Outro efeito previsto é a resistência a se aposentar de fato. Hoje, um terço dos aposentados continua ativo no mercado, formando uma massa de 6 milhões de trabalhadores. Existem 9 milhões de desempregados no País. Apesar de o rombo da Previdência crescer ano a ano a partir do Plano Real (1994), alguns especialistas não vêem a questão como um problema emergencial. Nessa linha, a tão esperada reforma da Previdência deve ser deixada para baixo de outras reformas, como tributária e trabalhista. Para o economista Márcio Pochmann, pesquisador do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho (Cesit), da Universidade Estadual de Campinas (Uni-

camp), a questão previdenciária é demográfica acima de tudo. "Como a parcela de aposentados e pensionistas é pequena em relação à População Economicamente Ativa (PEA), os grandes problemas só vão aparecer em 2030." Pressão – Para o pesquisador da Unicamp, no próximo ano, o novo governo será fortemente pressionado para fa-

zer as reformas, o que não garante que elas serão feitas. "A reforma da Previdência Social é algo extremamente necessário e complexo, pois passa por conquistas do trabalhador e mexe com vários interesses. Será preciso uma discussão mais ampla do que as de hoje para definir os rumos dessa reforma", conclui Pochmann. Renato Carbonari Ibelli

N

a visão de especialistas, só um crescimento sustentado da economia, de pelo menos 5% ao ano, reduziria a taxa de desemprego em relação ao patamar atual, que é de 10% da População Economicamente Ativa (PEA), registrada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Edgard Pereira, economista-chefe do Departamento de Economia do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), aumentar os investimentos no País é uma solução mais plausível para fazer a economia crescer, além de elevar o emprego. "É melhor do que esperar corte de gastos do governo, aumento de capacidade de consumo da população ou que o real seja favorável", diz. Já o sociólogo e especialista em relações do trabalho José Pastore diz que as micros e pequenas empresas poderiam assimilar a massa de desempregados se houvesse mudanças na legislação trabalhista "Hoje, só se pode negociar salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR)", diz. (RCI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

A sobrevivência de quem adiciona valor ao negócio O caminho para os contabilistas é a prestação de serviços de consultoria tributária e de gestão. “Quem passa o dia calculando impostos e preenchendo guias vai morrer de fome”, prevê o ex-presidente do CRC/SP, Pedro Ernesto Fabri Milton Mansilha/LUZ

Tânia Rego/LUZ

Luís Fernando Klava

E

xiste uma boa e uma má notícia para os cerca de 400 mil profissionais, 65 mil empresas e centenas de estudantes que formam o mercado de contabilidade. A burocracia, tão nociva para a sociedade e que atinge diretamente o segmento, deve diminuir substancialmente. Em contrapartida, será necessário um esforço de adaptação, já que trabalhos “braçais” como a apuração de tributos e a escrituração de notas fiscais vão perder espaço. O caminho mais provável para os contabilistas é a prestação de serviços de consultoria, não só tributária, mas também de gestão. Boa parte dos 46% do total de micro e pequenos empreendimentos que morrem antes de completar um ano de vida, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem esse fim justamente por falta de conhecimentos gerenciais dos sócios. Não que os tradicionais serviços prestados atualmente vão desaparecer, porém, o valor agregado deles será menor. “O ‘Darfista’, aquele contabilista que passa o dia calculando impostos e preenchendo guias vai morrer de fome em

Para Antonio Marangon, a situação está melhorando, mas alguns gargalos precisam ser resolvidos, como as filas

breve. Só vai sobreviver quem adicionar valor para o negócio do cliente ou empregador”, p re v ê o e x - p re s i d e n t e d o CRC/SP (Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo), Pedro Ernesto Fabri. Um dos motivos para essa mudança, ao que tudo indica inevitável, de acordo com especialistas ouvidos pelo Diário do Comércio, é a informatização dos órgãos arrecadadores, como Receita Federal, secretarias de finanças (esta-

duais e municipais) e INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). A (NF-e) Nota Fiscal Eletrônica de Serviços, instituída pela prefeitura da capital paulista, por exemplo, é uma amostra de como deve ser o relacionamento dos contribuintes com o poder público daqui para frente. Com ela, as firmas que faturam acima de R$ 250 mil no ano passado não precisam mais imprimir talonários de notas nem calcular os valores dos

impostos, já que a geração da guia de recolhimento é automática, via Internet. Além disso, a NF-e não precisa ser lançada na DES (Declaração Eletrônica de Serviços), o que é uma preocupação a menos. Caso entre em vigor sem mudanças profundas, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, aprovada em setembro na Câmara dos Deputados, também deve trazer alívio aos contadores, já que entre os benefícios previstos está a simplifica-

ção do processo de constituição de pessoas jurídicas. Em vez da atual peregrinação por diversos órgãos, bastará um único registro, o Cadastro Nacional Único, que será válido para todas as atividades. Se tudo caminhar como previsto, as filas, pesadelo dos profissionais contábeis, devem se transformar em vagas lembranças. Com o avanço da informatização, poucos procedimentos precisarão ser feitos pessoalmente, um cenário

bem diferente do atual. Mesmo com a melhoria dos serviços, principalmente os prestados pela Receita Federal, um dos principais entraves ainda hoje são as filas, que acabam elevando os custos dos escritórios. Há alguns anos, no entanto, a situação era insustentável, e só conseguia ser atendido quem chegasse de madrugada nos postos do órgão. De acordo com o presidente do Sescon/SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo), Antonio Marangon, a situação está melhorando, mas alguns gargalos precisam ser resolvidos com urgência. “A emissão de alvarás de funcionamento pela Prefeitura de São Paulo, além das famosas CNDs (Certidões Negativas de Débito), são exemplos clássicos de como o poder público ainda tem muito a avançar. A iniciativa privada acaba sendo prejudicada por conta de deficiências de determinados órgãos”. Segundo Marangon, as repartições precisam de infraestruturas melhores, tanto de pessoal quanto de tecnologia. Outro problema é o tempo de atendimento. “Estamos negociando com a Receita a ampliação do atendimento, que hoje é feito em apenas quatro horas, para oito horas por dia.”

Categoria deve ganhar nova legislação

P

ara garantir um padrão mínimo de qualidade dos trabalhadores contábeis brasileiros, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) está empenhado em alterar a lei que rege a profissão. Uma das principais propostas da entidade é a criação de um exame para testar as aptidões dos novos e

atuais contadores. “Em 1999, por meio de uma resolução, instituímos a prova, mas algumas pessoas recorreram à Justiça, que entendeu que ela era ilegal. Com o teste estabelecido na lei, fechamos as brechas para contestações jurídicas”, explica o presidente do CRC/SP (Conselho Regional de Contabilidade), Luiz Antonio Balaminut.

Segundo ele, o objetivo não é criar uma reserva de mercado, pois ela já existe: “Já temos algumas prerrogativas, como a assinatura dos balanços. Queremos é garantir uma tranqüilidade para a sociedade, uma vez que os prejuízos que um profissional despreparado pode ocasionar são graves”. O CFC e os CRCs criaram uma comissão para ouvir,

captar e analisar os anseios dos profissionais, bem como a realidade de cada Estado. Com os dados em mãos, será redigida uma proposta de lei que deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional até maio de 2007. “A lei atual está prestes a completar 60 anos. Desde sua criação, a forma de se fazer negócios mudou bastante”. (LFK)


4

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

INDÚSTRIA BRASILEIRA NA LANTERNA

Mark Ralston/AFP

INDÚSTRIA NO BRASIL CRESCE ABAIXO DOS NÍVEIS GLOBAIS

O

baixo crescimento da economia dificulta a capacidade de o País gerar empregos e de criar uma sociedade mais justa. Essa é uma difícil equação que o próximo governo terá de solucionar para que o País atinja níveis safisfatórios de crescimento industrial. Nos últimos três anos, a produção da indústria brasileira cresceu 3,8%, número considerado abaixo do esperado pelo economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgar Pereira. "O setor reconhece que o trabalho começa com visão política e estratégica sobre os problemas a serem superados e enfrentados", diz. Apesar de tímida, a expansão da produção industrial representa o melhor desempenho do setor desde o mandato do expresidente Fernando Henrique Cardoso. Entre 1995 e 1998, o crescimento atingiu apenas 1,4%, passando para 2,5% de 1999 a 2002. Para 2006, a previsão de expansão é de 3,5%. A pequena melhora dos últimos três anos, no entanto, não

é digna de comemorações. Apesar de os dados indicarem a retomada do setor industrial brasileiro, o dinamismo apresentado até o momento coloca o Brasil abaixo da performance de outros países emergentes. "O desenvolvimento mundial foi muito maior do que os 3,8% do governo Lula", afirma Pereira. Além disso, em 2003, o setor apresentou o menor crescimento da história, quando atingiu alta de apenas 0,1%. Lanterninha – Uma pesquisa divulgada em julho de 2006 pelo Iedi mostrou que o desempenho da indústria brasileira foi inferior ao da maioria dos países desenvolvidos e da totalidade das nações em desenvolvimento. Enquanto a atividade brasileira cresceu 3,2% em julho, em relação a igual mês de 2005, a indústria avançou 14,3% na Polônia, 5% nos Estados Unidos, 4,7% no Japão, 4,4% na Coréia, 11,4% na Turquia, 9,6% na Índia, 8,8% na Hungria, e 4,5% na Alemanha, no mesmo período. A produtividade industrial no primeiro semestre deste ano registrou uma taxa de cres-

cimento de 2,7%, com ligeira queda nas horas pagas (-0,1%) pelo setor. Esses números positivos mostram que a expansão da indústria ainda não perdeu o fôlego iniciado em 2004, porém o ritmo desse crescimento está mais lento. O economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), aponta o aumento da massa de salários e do crédito pessoal como os principais fatores de sustentação do crescimento. "O governo Lula favoreceu as classes mais baixas da sociedade, que passaram a comprar mais", resume ele. Para o economista, um dos principais desafios do setor produtivo no próximo governo será enfrentar a concorrência das mercadorias chinesas, como sapatos e brinquedos. "Quase 40% desses itens vendidos aqui vêm da China. Outro problema que o País terá de enfrentar diz respeito à taxa de câmbio do dólar, sob o risco de as indústrias brasileiras se instalarem na China", diz Alfieri. Vanessa Rosal

Indústria de sapatos enfrenta o real valorizado e a invasão de produtos da China

VAREJO Crédito ajudou nas vendas Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

A

s vendas no varejo cresceram 4,76% no ano passado em relação a 2004, impulsionadas principalmente pela expansão do crédito. Foi o segundo ano consecutivo de alta, embora a expansão não tenha sido tão elevada como a do ano anterior, quando o volume de vendas subiu 9,25%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, o bom desempenho do comércio foi garantido principalmente pelo aumento de 16,02% no volume de vendas de eletrodomésticos e móveis. O setor com melhor resultado, no entanto, foi o de equipamentos e material de escritório, informática e comunicação, cujas vendas chegaram a subir 54,01%. A depreciação do dólar, que começou 2005 cotado a R$ 2,67 e fechou o ano em R$ 2,20, também incentivou as vendas de produtos importados. A redução do desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores permitiram que as vendas de alimentos e bebidas crescessem 2,93% no ano passado. Os únicos dois setores que registraram retração no

Alfieri: oferta de crédito ajudou

volume de vendas no período foram o de combustíveis e lubrificantes (-7,4%) e o de material de construção (-6,06%). Comércio paulista – Na região metropolitana de São Paulo, segundo o IBGE, o comércio teve a melhor alta do País em 2005, de 5,5%, puxada pelo setor eletroeletrônico, que cresceu 23% sobre o ano anterior. De acordo com o assessor econômico da Federação do Comércio de São Paulo, Altamiro Carvalho, esse foi o ano em que o crédito começou a crescer e a inflação, a decli-

nar. "O ano de 2003 foi muito ruim para o comércio paulista e 2004 e 2005, melhores", lembra. A previsão da entidade para este ano é de que o comércio cresça entre 2% e 3%. Apesar do aumento das vendas, os registros de inadimplência do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e do Usecheque, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revelam que o consumidor não está conseguindo quitar suas dívidas. Segundo o economista Emílio Alfieri, da ACSP, os registros recebidos pelo cadastro de maus pagadores do SCPC caíram 0,4% em 2003, primeiro ano do governo Lula. Em 2004, eles subiram para 7%. No ano seguinte, os registros recebidos aumentaram 10,7% e 2006 deve fechar com 5,7% de alta. Já os cancelamentos de nomes tiveram aumento de 8,2% em 2003; de 13,4% no ano seguinte; e 7,7% em 2005. A previsão para 2006, de acordo com Alfieri, é de 5,5%. "O que aconteceu nesses últimos anos foi reflexo do governo anterior. A diferença é que não houve grande expansão de vendas no governo Lula", conclui. (VR)

Milton Mansilha/LUZ

Aumento do salário mínimo também aumentou a confiança do consumidor, que saiu às compras.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

ESPECIAL - 3

O mercado muda e os cursos acompanham Disciplinas como governança corporativa, legislação internacional e administração, por exemplo, estão ganhando espaço. Afinal, o contador de hoje não é mais um simples registrador de operações WValente/AFG

Ricardo Padue/AFG

Renato Carvalho

área de educação foi o fim do reconhecimento do curso técnico pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade). “Os negócios são mais complexos do que eram antes, por isso foi tomada esta medida, já que o nível de responsabilidade exigido pela profissão demanda uma formação mais adequada”, explica Lima, da UERJ. “O profissional de contabilidade não tem mais como função simplesmente recolher dados e organizá-los em um balanço. O objetivo atual é registrar e analisar as mudanças nas companhias durante certo período de tempo e isso exige atenção e formação técnica mais apurada”.

A

tentas às diversas mudanças que estão ocorrendo na área de co nt abi lid ad e, algumas instituições de ensino já promoveram alterações em suas grades curriculares para tentar corresponder às exigências do mercado de trabalho. Disciplinas como governança corporativa, legislação internacional e administração, por exemplo, estão ganhando espaço. “Incentivado inclusive pelas faculdades, o contador de antigamente era um simples registrador de operações, além de responder pela apuração dos tributos e o cumprimento das obrigações acessórias. Mas isso está mudando”, afirma o coordenador do curso de contabilidade da Trevisan Escola de Negócios, Sérgio Alexandre. Segundo ele, na própria Trevisan matérias como desenvolvimento de tecnologia e governança corporativa foram adicionadas recentemente ao curso: “São dois pilares importantíssimos e mudamos porque sentimos que o mercado pedia este tipo de aperfeiçoamento”. O mesmo fenômeno também pode ser percebido nas universidades públicas. Na opinião do professor do Departamento de Contabilidade e coordenador da Pós-Graduação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Álvaro Lima, é imprescindível que o profissional moderno tenha conhecimentos sobre questões como globalização, entre outras: “Hoje em dia é preciso saber ler e interpretar balanços de com-

Sérgio Alexandre, da Trevisan Escola de Negócios, e Pedro Ernesto Fabri, da Flaumar Assessoria Empresarial

panhias de diversas partes do mundo. E para isso é necessário conhecer as normas contábeis internacionais”. Na Universidade de São Paulo (USP), a solução encontrada foi o aumento do leque de opções. “Nós reestruturamos o curso, diminuindo a duração de cinco para quatro anos, po-

rém, disponibilizamos 360 horas para disciplinas optativas”, explica o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP), Valmor Slomski. Ele lembra que a tradição da USP é na contabilidade gerencial: “No entanto, sabemos da importância da contabilidade

financeira e por isso estimulamos os alunos a freqüentarem matérias opcionais dos cursos de economia e administração”. Atualmente, são cerca de 800 cursos superiores de contabilidade no Brasil. “Todos os semestres se formam em média 30 alunos por instituição, ou

seja, de seis em seis meses são despejados no mercado aproximadamente 24 mil novos profissionais. Os espaços são limitados, por isso o desenvolvimento individual é primordial”, acredita Alexandre, da Trevisan. Outra mudança importante ocorrida nos últimos anos na

Formação, um problema Mesmo com tantos cursos de contabilidade disponíveis, as empresas ainda enfrentam dificuldades na hora de contratar. São comuns as queixas sobre a falta de capacidade técnica dos candidatos. De acordo com o professor Sérgio Alexandre, da Trevisan Escola de Negócios, a qualidade de muitas instituições de ensino é questionável, já que não existem professores suficientes no mercado: “E esse problema fatalmente impacta diretamente na formação dos alunos”. Atualmente as empresas estão dando mais importância para a contabilidade e muitas já enxergam a área como um diferencial competitivo. “Além disso, após escândalos que assistimos recentemente nos Estados Unidos, houve uma mudança de postura, tanto dos profissionais quanto dos empregadores”, lembra o professor.

O inferno das normas e os riscos profissionais Desde 988 foram editadas mais de 3,5 milhões de normas no País. Por isso, empresas de contabilidade gastam todos os anos cerca de R$ 30 bilhões. E profissionais levam pelo menos 30% das horas trabalhadas para se atualizar

A

rotina se repete em muitos escritórios contábeis. Logo cedo, antes mesmo do primeiro cafezinho, os profissionais se interam sobre as principais novidades tributárias do dia. Dependendo da época do ano e das áreas de interesse, esse trabalho pode durar mais de uma hora. Além do tempo, difícil de ser contabilizado, ainda existem os gastos com a compra de informações (pelo menos R$ 3 mil por ano), treinamentos, mensalidades de associações e atualizações de softwares. Isso sem falar da contratação de seguros contra eventuais erros, mais propícios de ocorrerem em virtude da baderna legislativa brasileira.

Segundo um estudo elaborado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e divulgado no começo de outubro, desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, foram editadas mais de 3,5 milhões de normas. Destas, 229.616 trataram de temas tributários, sendo 26.104 federais, 69.488 estaduais e 134.024 municipais. Para acompanhar essa maratona, juntas, as empresas gastam todos os anos aproximadamente R$ 30 bilhões, estima a entidade. Cada contabilista tem uma estratégia para não se perder nesse oceano de decretos, portarias e instruções normativas e uma coisa é consenso: os gastos são inevitáveis.

Diretor em exercício Alencar Burti Diretor licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórteres Luís Fernando Klava

Renato Carvalho Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Enquanto não ocorrer uma reforma tributária profunda, que unifique os principais tributos e acabe com as brechas para inúmeras mudanças, as empresas especializadas na venda de informações legais vão continuar agradecendo. Hoje, é praticamente impossível um escritório de contabilidade ou de advocacia tributária sobreviver sem esse tipo de ferramenta. “Gasto cerca de uma hora por dia para me atualizar. Infelizmente é um mal necessário, fundamental para o nosso negócio”, acredita o proprietário da Conec Consultoria, de São Paulo, Oswaldo Adão Júnior: “Para não perder muito tempo, leio apenas as normas que possam ter impacto para nossos clientes”. Já o dono da Flaumar Assessoria Empresarial, de Guarulhos (SP), Pedro Ernesto Fabri, estima que pelo menos 30% das horas efetivamente trabalhadas por seus 62 colaboradores são gastas em atualização, seja em leituras ou treinamentos: “E nem sempre é suficiente. Há alguns anos, essas tarefas não chegavam a tomar 10% do tempo da equipe”. Na opinião de Fabri, o principal problema das constantes mudanças na legislação são os erros. Uma

interpretação equivocada de uma norma pode levar a conseqüências graves, como a autuação de um cliente, por exemplo: “Todos os dias pisamos em ovos, por isso decidimos contratar um seguro contra erros técnicos”. Os prazos apertados para o cumprimento das exigências são outro entrave. Dependendo da novidade, o processo de adaptação é complexo e envolve uma série de variáveis, como modificações nos sistemas de informática - do

contabilista e do cliente. Para piorar, quando se trata de medidas provisórias é comum ocorrerem revogações ou alterações em

pouco tempo. Ou seja, eventuais adaptações precisam ser refeitas e em alguns casos desfeitas. (LFK)


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

HÁ ESPAÇO PARA QUEDA MAIOR DOS JUROS

JURO E INFLAÇÃO: DILEMAS PARA O PRÓXIMO ANO

Tasso Marcelo/AE - 21/09/2004

Um dos desafios será alcançar variações de um dígito para as duas taxas até 2009

C

umprir o regime de metas de inflação e continuar o processo de redução da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, serão alguns dos principais desafios do novo presidente. Para analistas da economia brasileira, o trabalho de controle desses índices será um dos responsáveis pela definição do estilo do próximo governo entre desenvolvimentista ou monetarista. O diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia, em Nova York, Albert Fishlow, coloca o ponto acima como um "dilema" para o próximo governo. Fishlow avalia como positivo o regime de metas do governo brasileiro e a capacidade de atingir índices de inflação abaixo deles. Mas, para o professor, esse processo vem "sacrificando" grande parte da margem de crescimento econômico do País. "Há espaço para uma queda maior da taxa de juros, com uma inflação controlada em um patamar que permita um reaquecimento da economia. Inflação baixa, em alguns casos, não corresponde a uma economia em desenvolvimento", avalia o professor. O brasilianista acredita que, com juros menores, a economia indicaria níveis de aquecimento melhores que os atuais, mesmo se a inflação apresentasse uma variação de 10% ao ano, cerca de 5,5 ponto percentual acima da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) para este ano, que é de 4,5%. "Em contrapartida, haveria uma expansão também de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)". A previsão para 2006 é de 3%. Cortes – Para o professor, o atual governo manteve um sistema de controle inflacionário

Albert Fishlow, da Universidade de Columbia: inflação baixa nem sempre é sinônimo de expansão

utilizando, entre outros instrumentos, a taxa básica de juros, deixando-o como refém do seu próprio modelo. "A opção seria um regime de cortes de gastos excessivos e que se saiba como gastar. E não esse controle pela taxa de juro, que inibe o consumo e o crédito, fatores fundamentais para o crescimento econômico", afirma. F i s h l o w l e m b r a q u e n enhuma forma de controle de inflação é 100% segura, mesmo quando os números apresentados nos últimos anos in-

diquem o contrário. Retrocesso – Do outro lado, o economista e ex-chefe do Departamento Econômico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) Roberto Troster avalia como um "erro" permitir uma elevação da inflação para incentivar o crescimento econômico. Para ele, a política de metas do BC foi positiva, já que a inflação, pelos menos nos dois últimos anos, ficou abaixo da meta, cerca de 4,5%. "O cenário para os próximos anos é positivo. Não há espaço para aumento de inflação. Os dois pontos estão sob controle. Aprendemos durante a década de 1980 que crescimento econômico baseado em taxas elevadas de inflação são um grave erro para uma economia como a nossa", disse. O economista da FEA-USP Carlos Sampaio coloca como grande desafio das autoridades monetárias do próximo governo encontrar uma via que permita alcançar um dígito na taxa de juros em 2009 e manter os índices de inflação na mesma casa de um dígito, o que permitirá a ampliação dos investimentos públicos. Davi Franzon

Como atrair investimentos?

C

omo tornar o Brasil um país mais atrativo para o capital estrangeiro? Economistas e industriais brasileiros colocam essa questão como um dos principais pontos para o bom desempenho da próxima gestão. A entrada de capital estrangeiro é definida como uma das bases para o crescimento econômico sustentável, principalmente nas economias em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Mas, para isso ocorrer, o governo precisa cortar gastos, realizar uma reforma da Previdência eficiente e oferecer regras claras para o investidor interessado em destinar recursos para o Brasil, segundo uma corrente de economistas. Dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) indicam que US$ 1,752 bilhão entrou no País no último mês de setembro. O volume é o maior desde julho de 2005, período que recebeu US$ 2,029 bilhões. Ponto básico – O presidente do Banco do Estado do Pará, Mario Ramos Ribeiro, coloca a definição dos marcos regulatórios como o ponto básico para ampliar a quantidade de capital externo na infra-estrutura brasileira. "O investidor exige regras claras, transparência. Hoje, os estudos do Banco Mundial indicam, quando avaliadas as economias em desenvolvimento, que nosso pata-

mar supera apenas o do México, quando se avaliam os marcos regulatórios", afirmou. Para o professor Albert Fishlow, da Universidade de Columbia, em Nova York, o Brasil precisa de um plano de corte de gastos eficiente, reduzindo o peso do Estado nas contas públicas e apresentando um modelo "desburocratizado" de investimentos públicos. "Isso não ocorreu nos últimos oito anos. Para não perder investimentos para a China e para Índia, os dois principais concorrentes da economia brasileira, essas ações serão essenciais", avaliou o especialista. O próprio presidente do Banco Central, Henrique Meireles, classificou como "essencial" um processo de reformas estruturais para tornar a economia bra-

sileira mais atrativa para o capital externo. "O esforço para o controle monetário foi positivo. Nossa economia é estável. Para torná-la atrativa, precisamos melhorar nossas regras e marcos do setor de infra-estrutura", disse o presidente do BC. Ribeiro, do Banco do Pará, acredita que o Brasil ficará muito mais atrativo quando apresentar uma taxa de juro real na casa dos 5% – hoje o patamar é de 9%, o mais elevado no mundo –, o que impedirá a entrada de capital para especulação financeira, gerando uma nova entrada de recursos de longo prazo. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, também defende a redução nas taxas de juros para tornar o País mais atrativo. (DF)

5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Fotos: Ricardo Padue/AFG

Seguro contra erros. Convém avaliar essa idéia Diversas opções no mercado segurador protegem os contabilistas de eventuais erros e omissões, mas a adesão ainda é baixa. Grandes empresas já exigem o seguro de fornecedores de serviços contábeis João Botelho, da Unibanco AIG: seguro cobre o contador que precisar publicar anúncios para reverter danos provocados por um erro

C

ometer erros não é o objetivo de ninguém, ainda mais dos contabilistas, que lidam com áreas extremamente sensíveis das organizações. Porém, é o fantasma que acompanha a rotina desses profissionais, seja pela complexidade da legislação tributária ou por uma eventual falta de atenção. Dependendo da falha e de suas conseqüências, um simples pedido de desculpa pode bastar. Outras vezes, isso não é suficiente e o caso acaba paran-

do na Justiça, o que, para um escritório pequeno, pode ser o caminho da falência. Existem diversas opções no mercado segurador para os profissionais contábeis se protegerem de eventuais erros e omissões, mas a adesão ainda é baixa. Estima-se que apenas 5% da carteira global denominada “Responsabilidade Civil Profissional”, que nos primeiros oito meses deste ano gerou prêmios (receitas) de R$ 22,3 milhões, seja de apólices contratadas por contabilistas. Isso ocorre porque a categoria ainda não foi vítima de muitas

ações judiciais, diferentemente de outros profissionais, como médicos, advogados, arquitetos e engenheiros. “O brasileiro tem o hábito de se proteger apenas após sofrer um dano. É uma questão cultural”, avalia o membro da comissão de riscos patrimoniais e responsabilidade civil da Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização), Adilson Neri Pereira. Segundo ele, até mesmo a participação dos auditores é maior, já que muitos querem se proteger de eventuais problemas com acionistas: “No exterior, principalmente nos Estados Unidos, as apólices de responsabilidade profissional são consideradas de prateleira, pois o consumo é elevado. No Brasil, o produto ainda está engatinhando, mas isso deve mudar aos poucos”. Com a entrada em vigor do Novo Código Civil, em 2003, a questão da responsabilidade ficou ainda mais em evidência. Além disso, o CDC (Código de Defesa do Consumidor) também estabelece obrigações e punições para os prestadores de serviços. Mesmo não se tratando de uma relação de consumo, alguns juízes aceitam o uso do código nos conflitos entre pessoas jurídicas. Em geral, os seguros são usados para custear a defesa e até mesmo uma indenização determinada pela Justiça, mas existem outras hipóteses, como os gastos com reparação de imagem. “Um contador que eventualmente precisar publicar anúncios publicitários para reverter os danos provocados por um erro também estará coberto”, explica o gerente da área de produtos financeiros da Unibanco AIG, João Botelho. De acordo com o executivo, grandes empresas já estão exigindo que seus fornecedores de serviços contábeis contratem um seguro: “O receio é de que, em caso de prejuízo, o escritório não tenha patrimônio suficiente para responder. Hoje, esse tipo de apólice ainda é um diferencial no Brasil, mas no futuro ela deve se tornar quase que obrigatória”. O custo das apólices varia de acordo com o cliente e o fornecedor, mas, em média, é de 2% sobre o total segurado. Ou seja, para uma indenização de R$ 100 mil, o interessado vai pagar R$ 2 mil por ano.

Os seguros são usados para custear a defesa e até mesmo uma indenização determinada pela Justiça

Opção para empregados Os seguros de responsabilidade civil profissional não atendem completamente as necessidades dos contadores que atuam nas grandes organizações, principalmente os que ocupam função executiva. De acordo com os especialistas consultados pelo Diário do Comércio, para este público o ideal são as apólices D&O (sigla em inglês para Diretores & Administradores). “Existe uma linha tênue entre a responsabilidade de gestão e a profissional. O D&O serve para proteger os riscos de gestão. Um executivo que vier a ser acionado na Justiça do Trabalho por causa de uma demissão estará coberto pelo D&O”, explica o gerente de se-

Seguro de responsabilidade civil profissional - Prêmios (em R$ milhões) Janeiro a agosto/2006 22.362.955,41 Janeiro a dezembro/2005 32.250.612,31 Janeiro a dezembro/2004 37.831.081,70 Fonte: Susep

guros especiais da Chubb, Leandro Martinez. Segundo o superintendente da corretora ADDmakler,

Aderbal Amaro, o D&O normalmente é oferecido pelo empregador, que enxerga o produto como um benefício: “Alguns executivos, por sua vez, só aceitam determinado cargo se tiverem o seguro”. Nos últimos anos as apólices de proteção para diretores e administradores deram um salto. De janeiro a agosto deste ano as seguradoras já faturaram R$ 64,5 milhões com o produto. Em todo o ano de 2004, por exemplo, a receita foi de R$ 76,1 milhões, de acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados). O Novo Código Civil seria um dos responsáveis por esse desempenho, acreditam os especialistas. (LFK)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

ESPECIAL - 5

Terceirizados terão de rever modelo de negócios Escritórios que concentram receitas na cobrança de mensalidades deverão receber pela demanda. As coisas mudaram e muitos trabalhos até então feitos pelos contadores se tornaram desnecessários WValente/AFG

Denise Adams/AFG

S

olução adotada por quase 100% das micro e pequenas empresas, a terceirização dos serviços contábeis está prestes a passar por uma mudança significativa. Com o sucessivo avanço da informatização dos órgãos arrecadadores, além da perspectiva de desburocratização do processo de abertura e encerramento de firmas, os escritórios que hoje concentram suas receitas na cobrança de mensalidades terão de rever este modelo. A tendência, segundo especialistas, é que a cobrança por demanda ganhe espaço. Muitos trabalhos burocráticos que até então eram feitos pelos contadores se tornaram desnecessários. Um exemplo desse movimento é a Nota Fiscal Eletrônica da Prefeitura de São Paulo, que liberou os profissionais de uma série de tarefas. Por conta disso e de outras alterações que estão por vir os clientes devem começar a exigir reduções nas taxas pagas mensalmente. “A evolução da automatização está tão rápida que em poucos anos a Receita Federal vai elaborar as declarações e enviá-las para os contribuintes apenas fazerem uma revisão”, acredita o presidente do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das

João Vital: contabilidade é instrumento de gestão; Valmor Slomski: grandes empresas privadas pagam mais do que qualquer órgão público

Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo), Antonio Marangon. Segundo ele, a saída é a ênfase nos serviços de consultoria e a instituição da cobrança por ho-

ras. Outro foco dos contadores terceirizados será o aumento dos negócios com as médias e grandes empresas, que hoje, em sua maioria, contam com estruturas internas. De acordo

com o gerente operacional da Pigatti Contabilidade, João Vital dos Santos Neto, cerca de 80% das organizações que possuem equipes próprias de contadores também recorrem, mesmo que eventualmente, a

Setor público precisa de talentos. Mas paga pouco Os governantes ficaram sujeitos a severas punições com a Lei de Responsabilidade Fiscal e desde então os contadores ganharam novo status. O problema é que os salários são baixos no setor público

A

pós a promulgação da Lei de Respo nsa bil ida de Fiscal, em 2000, as administrações tiveram de dar mais atenção às contas públicas, já que os governantes ficaram sujeitos a severas punições em caso de uso irresponsável dos recursos. Desde então, o profissional de contabilidade ganhou novo status. “O contador sempre foi importante, mas, com a lei, que transformou a má gestão em crime, os administradores públicos passaram a dar mais valor a um bom sistema contábil”, afirma o pesquisador e coordenador do curso de MBA em Controladoria na Gestão Pública da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras (Fipecafi), Valmor Slomski. Segundo o especialista, que já atuou como contador-geral da prefeitura de Chapecó (SC), o setor público ainda precisa implementar algumas melhorias, como o aumento dos salários, para conseguir atrair os principais talentos da contabilidade nacional: “Hoje, por exemplo, não podemos dizer que existe contabilidade pública, e sim o orçamento”. A própria entidade que regu-

la o segmento, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), ainda discute uma norma que possa definir claramente o que é contabilidade pública. De acordo com o professor do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Álvaro Lima, o objetivo é criar uma lei para que ela seja aplicada em todos os níveis governamentais. Na opinião de Slomski, também é preciso equacionar o preconceito que ainda impera entre alguns: “Muitas pessoas resistem à idéia de trabalhar no setor público por conta de algumas mazelas, como a corrupção”. Mesmo assim, a demanda do setor público por contabilistas está crescendo e, conseqüentemente, os profissionais estão olhando com mais atenção para as novas oportunidades. Uma amostra disso foram os recentes concursos promovidos por órgãos como a Receita Federal e as Procuradorias de Justiça. O nível de organização contábil varia bastante dependendo da região do País. Em geral, as prefeituras das capitais e os governos estaduais do Sul e do Sudeste estão mais avançados. Porém, mesmo em São Paulo, considerado exemplo nesse quesito, ainda existe muito a ser feito. “A área de controle

patrimonial do governo paulista é repleta de problemas. Alguns imóveis, como a sede da Secretaria da Fazenda do Estado, estão com os valores totalmente defasados”, alerta o acadêmico da Fipecafi. Para corrigir essas distorções é necessária uma maior valorização dos contadores-gerais dos Estados e dos municípios. “Nem mesmo nas universidades públicas há uma preocupação com o tema, já que são poucos os incentivos para que os alunos se interessem”. Atualmente, as únicas opções são os cursos de especialização ou de pós-graduação. Salário, o problema Algumas distorções salariais, além da concorrência com a iniciativa privada, acabam desestimulando a ida de bons profissionais para o setor público. Hoje, para muitos contadores os concursos acabam sendo vistos apenas como um plano “B”. “Existe uma proposta para a criação da carreira de contador público, com salários mais atraentes. Enquanto isso não acontecer, será difícil atrair profissionais de primeira linha”, avalia o pesquisador e coordenador do MBA de Controladoria na Gestão Pública

da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras (Fipecafi), Valmor Slomski. Segundo ele, as grandes empresas privadas pagam mais do que qualquer órgão público. Além disso, as vagas ainda são escassas. “Nós temos 4,5 milhões de empresas, contra 5,5 mil municípios. São 20 mil vagas no setor público, contra 250 mil no privado”. Os concursos para auditores, por exemplo, exigem que o candidato tenha curso superior em qualquer área. Não há exigência de formação específica em contabilidade, o que acaba criando uma separação entre as duas funções: “Hoje, no governo do Estado de São Paulo temos cerca de 350 auditores e contadores, sendo que a maioria pertence ao primeiro grupo”, diz Slomski. Para o especialista, seria preciso criar uma estrutura com mais profissionais: “Cada secretaria estadual ou de grandes prefeituras deveria ter seu contador-geral, além de uma equipe de apoio”. Já há uma conversa do CFC com o governo federal sobre a possibilidade de se instalar uma estrutura como esta dentro do Poder Executivo. (RC)

algum escritório, o que demonstra o potencial deste mercado. “No entanto, nem sempre os clientes conseguem tirar total proveito deste tipo de parceria. O problema não está na ter-

ceirização, mas na forma como vem sendo estabelecida. Tanto os contabilistas quanto os empresários precisam enxergar a contabilidade como um instrumento de gestão e não apenas como uma forma de se controlar os tributos”, afirma. Para o presidente do Sindcont/SP (Sindicato dos Contabilistas de São Paulo), Sebastião Luiz Gonçalves Pereira, é preciso que os usuários se conscientizem da importância do serviço: “É comum o empresário buscar um contador baseado apenas no preço mais baixo. Caso o profissional seja despreparado, podem ocorrer muitos problemas, como cálculos e interpretações da legislação erradas, o que pode ser fatal, principalmente para as empresas de pequeno porte”. Além disso, muitos empresários não têm conhecimento sobre aquilo que estão comprando, acredita Pereira: “Às vezes o contratante deposita o dinheiro na conta do prestador de serviços para que ele efetue o pagamento de um imposto, por exemplo. Isso é errado. Nós terceirizamos o serviço, não os pagamentos”. Ao efetuar estas mudanças culturais, o negócio dos terceirizados estará garantido por muitos anos, acredita o sindicalista. (Luis Fernando e Renato Carvalho)


6

Nacional Finanças Agronegócio Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

DIFICULDADES POR FALTA DE POLÍTICA MACRO

AGRONEGÓCIO DEFENDE REVISÃO DA POLÍTICA CAMBIAL E INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURA

SETOR QUER MAIS DO QUE PALIATIVOS Evandro Monteiro / Digna Imagem

A

s dificuldades do agronegócio obrigarão o presidente da República nos próximos quatro anos a implementar várias políticas macroeconômicas, defendem os especialistas. As principais medidas seriam a revisão da política cambial para exportação, investimentos em infraestrutura e logística, redução dos juros, definição de política da terra e dos trangênicos e política comercial agressiva. Segundo o presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Marcos Jank, não vão adiantar políticas agrícolas e agrárias "contraditórias e confusas, como as dos últimos quatro anos". "Os paliativos adotados no varejo não resolvem os grandes equívocos no atacado", afirma Jank, também professor da Faculdade de Economia e Ad min ist raç ã o d a U n iversidade de São Paulo (FEA-USP). Ele considera a atual política agrícola como " fr a gm e nt ação de programas e apagar de incêndios". Em sua opinião, enquanto se gasta com medidas paliativas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agr icult ura Familiar (Pronaf), que consumiu R$ 6,7

Marcos Jank: nova política

bilhões de 2003 a 2005 e beneficia grupos específicos, outros programas importantes para a competitividade de todo o setor, como a defesa sanitária, que recebeu apenas R$ 300 milhões, estão sendo deixados em segundo plano (veja quadro Apagando o incêndio).

CONVOCAÇÕES

Tiago Queiroz / AE

Jank defende também revisão da reforma agrária com monitoramento rígido de custos e benefícios e data fixa para a conclusão do processo. À espera – A opinião é compartilhada pelo coordenador do curso de Administração das Faculdades Integradas Rio Branco e vice-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Agronegócio (Abradag), Carlos Eduardo Stempniewski. Segundo ele, há mais de 3 mil famílias que, apesar de aguardarem um pedaço de terra, não têm cultura de campo e nada farão sem financiamento. Embora o agronegócio tenha atingido um superávit na balança comercial de US$ 115 bilhões desde 2002, os produtores sofrem hoje prejuízo, conseqüência da crise dos últimos dois a n o s , a r g umenta. "Se a política cambial for mantida, as exportações v ã o c o n t inuar em alta, mas a produção de grãos no mercado i n t e r n o , c omo trigo e milho, vai ser prejud icada. Teremos que importar e, como consequência, os preços vão subir", diz o professor. E sp ec ia li stas citam ainda a necessid a d e d a r eforma tributária.

Grãos de exportação em alta e mercado interno prejudicado, com riscos de aumento de preços

No álcool não existe crise

C

om a crise mundial do petróleo, a produção de canade-açúcar para álcool ganha o mercado internacional e se torna a promessa de ouro do agronegócio brasileiro. Vários países tentam entrar nesse setor, mas é para o Brasil que os investimentos estão vindo. Franceses, ingleses e

holandeses compraram usinas após pesquisarem que o País é o melhor local. Tem clima, água, extensão de terra e tecnologia especializada. "Os Estados Unidos têm área para cultivar milho, por exemplo, mas não é ameaça", garante o vicepresidente da Associação Brasileira para o

Desenvolvimento do Agronegócio (Abradag), Carlos Eduardo Stempniewski. Ele diz que o negócio é tão bom que ninguém critica o uso de organismos geneticamente modificados, como ocorre com outras culturas. "A hipocrisia de que tudo que é modificado faz mal precisa acabar", conclui. (AD)

Adriana David

ATAS

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DO PROJETO AMPLIAR

Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Associação Paulista do Projeto Ampliar, através do presente edital convoca seus associados, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 09 de novembro de 2006, às 12h , na sede da entidade, na Rua Dr. Bacelar, 1043 5º andar- Vila Mariana, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: - Alteração e adequação dos Estatutos Sociais ao novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). Não havendo na hora acima indicada, número suficiente para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, correspondente a 2/3 dos sócios quites, consoante art. 35 do Estatuto, a Assembléia Geral Extraordinária será realizada duas horas após, no mesmo local, em segunda convocação, com 1/3 dos sócios quites. São Paulo, 30 de outubro de 2006. Associação Paulista do Projeto Ampliar - Maria Helena Barbosa de Almeida Mauad - Presidente.

COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

AVISOS DE LICITAÇÃO

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2352/06/02 - EE Dr. Flair Carlos de Oliveira Armany – Estrada Municipal do Barreiro, 279 - Caçapava Velha - Caçapava/ SP – 120 - R$ 23.556,00 – R$ 2.355,00 – 09:30 – 17/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 31/10/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/11/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de outubro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: VPC – Vânia Polímeros e Compostos Ltda. - Autofalência - Requerido: VPC – Vânia Polímeros e Compostos Ltda. Autofalência - Rua Guarapiranga, 291 - 01ª Vara de Falências Requerente: Adenilson Joaquim da Silva - Requerido: Chopp Paulista Ltda. - Rua Ca-

pitão José Machado, 255 - 02ª Vara de Falências Requerente: Indústria de Papel e Papelão São Roberto S.A. - Requerido: Granja Saito S.A. - Rua Bretano, 537 - 01ª Vara de Falências Requerente: GR S.A.- Requerido: Fast Line Serviços de Telemarketing Ltda. - Av. Angéli-

ca, 2578 – 10º andar - 02ª Vara de Falências Requerente: Central Distribuidora de Papéis Ltda. - Requerido: Pro Editores Associados Ltda. - Rua Luminárias, 94 - 01ª Vara de Falências Requerente: Central Distribuidora de Papéis Ltda. - Requerido: Gráfica Editora Alaúde

Ltda. - Rua Santo Irineu, 170 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: Netbynet TM Comércio de Informática Ltda. - Requerido: Netbynet TM Comércio de Informática Ltda. - Rua Lídia Coelho, 07 - 01ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL WValente/AFG

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Ricardo Padue/AFG

Sebastião Pereira: “As empresas estão sendo severamente penalizadas pela falta de organização do Poder Público. Isso precisa de um basta”

Posto da Receita Federal no Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo: o conforto substitui as filas

Falta de certidão cria conflito com clientes

Parcerias desafogam a Receita Federal

É um velho drama e sempre muito complicado desemperrar o processo de emissão de Certidão Negativa de Débito. Além de consumir tempo e energia, está provocando desgaste na relação entre contador e cliente

Unidades avançadas da Receita resolveram um problema sério que impactava nos custos da categoria, fora o martírio das filas. Parcerias com algumas entidades de classe foram fundamentais para a mudança do cenário

M

esmo com as recentes demonstrações de boa vontade da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e da Receita Federal em tentar desemperrar o processo de emissão de CNDs (Certidões Negativas de Débito), pouca coisa mudou. Contabilistas que precisam solicitar o documento para seus clientes estão enfrentando uma verdadeira cruzada, que em muitos casos acaba na Justiça. Por conta de falhas das mais diversas, dezenas de empresas que estão em dia com suas obrigações tributárias não conseguem a certidão, pois freqüentemente “aparecem” débitos já liquidados. A situação, além de consumir tempo e energia, está provocando desgaste na relação entre contador e cliente. “O empresário quer que seu problema seja resolvido e muitas vezes a culpa acaba recaindo sobre o contabilista”, afirma o presidente do Sindcont/SP (Sindicato dos Contabilistas de São Paulo), Sebastião Luiz Gonçalves dos Santos: “Tenho colegas que perderam clientes por causa da falta da CND”.

Fundamentais para as pessoas jurídicas que querem participar de licitações públicas, obter financiamentos, benefícios fiscais, entre outras situações, a Certidão Negativa de Débito é um comprovante de que o contribuinte não possui dívidas com o Fisco. De acordo com um estudo da consultoria Docs Inteligência Fiscal, de 120 grandes empresas de São Paulo consultadas, 42,5% realizam mensalmente operações relacionadas com o documento. Recentemente, após pressão de várias entidades de classe, o governo deixou de exigir as chamadas “certidões de objeto e pé”, que mostram a fase de tramitação dos processos judiciais que envolvem a liberação de CNDs. Outra medida foi o aumento do prazo de suspensão de novas pendências entre a liberação dos sistemas da Receita e da Procuradoria. Apesar disso, os problemas continuam. Entre os pleitos do setor produtivo está a ampliação do prazo de validade das certidões, a suspensão do vencimento em caso de greve na Receita e a estipulação de um tempo para que novas pendências não impeçam a emissão do documento. Além da pressão política,

as entidades empresariais também estão recorrendo ao Judiciário. O Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, por exemplo, da qual faz parte o Sindcont/SP, está elaborando uma ação contra a União para tentar solucionar a questão. “As empresas estão sendo severamente penalizadas por conta da falta de organização do Poder Público. Isso precisa de um basta”, diz Santos. Para os contabilistas, só resta o jogo de cintura para que o problema das certidões não se torne um foco de conflito com seu cliente. A mesma situação vivem os advogados tributaristas, já que muitas vezes são obtidas liminares para a liberação da CND, porém, por falta de infra-estrutura do Fisco, elas não são cumpridas. Ou quando são, demoram - em geral, quando o interessado já perdeu um negócio. Assim como as entidades, algumas empresas estudam processar a União por conta de prejuízos provocados pela não liberação (sem motivo) das certidões. A clássica morosidade da Justiça, além da dificuldade de se receber os eventuais precatórios, entretanto, acabam desestimulando. (LFK)

D

urante vários meses os cidadãos de São P a u l o , i ncluindo aí os co nt abi lis ta s, que precisavam resolver algo nos postos da Receita Federal, tinham que passar por um verdadeiro martírio. As filas começavam a se formar por volta das 19 horas do dia anterior e só conseguia ser atendido quem chegava ao menos de madrugada ou se dispunha a pagar o preço exigido pelos “guardadores” de lugares. Há aproximadamente sete anos, quando a situação já estava insustentável, o governo resolveu agir. Com mais servidores, além de investimentos em infra-estrutura, as filas que varavam noite afora começaram a desaparecer. As parcerias com algumas entidades de classe, porém, foram fundamentais para a mudança do cenário. Atualmente, existem postos avançados da Receita Federal nas sedes do Sindcont/SP (Sindicato dos Contabilistas), CRC/SP (Consel h o R e g i o n a l d e Contabilidade), Sescon/SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,

Perícias, Informações e Pesquisas), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria) e OAB/SP (Ordem dos Advogados do Brasil). Nos próximos meses, novos acordos devem sair do forno. Os postos funcionam como uma central de orientação e triagem da Receita. Em suas próprias entidades, os sócios podem efetuar uma série de serviços, como inscrições no Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) e desbloqueios de CNDs (Certidões Negativas de Débito), entre outros. As vantagens são conforto e agilidade, normalmente maior do que a oferecidas nas unidades próprias da Receita. Diariamente, um portador leva os pedidos para um posto no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde é feito o processamento. “Em no máximo três dias úteis enviamos a resposta, salvo algum problema extraordinário”, conta o superintendente adjunto da Receita Federal em São Paulo, Paulo Jakson da Silva Lucas. Segundo ele, a idéia inicial era fornecer a infra-estrutura para o funcionamento dos postos, inclusive

os funcionários, mas o Ministério Público não permitiu, alegando que poderia ocorrer violação do sigilo fiscal. A solução: as entidades disponibilizam o local, além da equipe, que passa por freqüentes treinamentos na Receita. “Os documentos chegam conferidos, o que acelera bastante o atendimento”, diz Silva. Para as entidades, a manutenção do posto é encarada como uma contrapartida às mensalidades pagas pelos associados. Na opinião do diretor técnico do CRC/SP, Edeson Figueiredo Castanho, as unidades avançadas da Receita resolveram um problema sério que impactava nos custos da categoria: “Hoje, os profissionais contam com um atendimento de primeira linha que inclui desde cafezinho e hora marcada”. A idéia do CRC/SP é estender esse tipo de parceria com outros órgãos de interesse dos contabilistas, como o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), onde o atendimento ainda deixa a desejar. “Já estamos conversando com a direção do INSS e de outras autarquias”, conta Castanho. (LFK)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

7

-0,05

por cento foi a variação do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norteamericana fechou a R$ 2,137 para venda.

27/10/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 25/10/2006 25/10/2006 25/10/2006 25/10/2006 25/10/2006

P.L. do Fundo 10.773.029,72 1.470.415,49 8.021.490,51 17.672.513,38 1.305.429,91

Valor da Cota Subordinada 1.222,759587 1.110.616045 1.192,759458 1.120,012047 1.115,487965

% rent.-mês 1,7888 1,4889 2,6508 -0,0313 1,1731

% ano 25,1582 11,0616 19,2759 12,0012 11,5488

Valor da Cota Sênior 1.010,350551 1.097,444060 1.112,003145 0 0

% rent.-mês 0,9768 0,8965 0,9768 -

% ano 1,0351 9,7444 11,2003 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


4

MotoGP Stock Car Vôlei Tênis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

O Brasil chega para o Mundial feminino com um corpo de vantagem sobre as outras seleções.” Bernardinho, técnico da seleção masculina

COMEÇA AMANHÃ O MUNDIAL FEMININO

NÃO AO FAVORITISMO Fotos: Alexandre Arruda/CBV

A

A atacante Sheilla é uma das armas do técnico José Roberto Guimarães para que o seleção brasileira de vôlei feminino conquiste pela primeira vez o título mundial

to grande”, pede o técnico. Embora a primeira fase seja relativamente fácil, Zé Roberto não quer ver o time vacilar, porque os resultados serão transportados para a segunda fase, quando os quatro primeiros pegam os classificados do Grupo B - apenas os dois pri-

ficiente para tirar o título das brasileiras, mas acendeu o sinal amarelo. “O time está despontando agora no cenário internacional, é bem treinado, defende bem, contra-ataca bem e tem jogadoras que já atuaram na Itália e na Espanha. Precisamos ter um respei-

meiros, então, passarão para as semifinais. E nesse caminho estarão China e Rússia. “O nosso é o grupo da morte, são três grandes seleções e uma vai ficar de fora”, avalia. No cruzamento dos grupos A e D, o técnico acredita que os favoritos à classificação são Itália e Cuba. E cita o Mundial de Basquete, disputado em setembro, no Brasil, como exemplo de que o favoritismo antecipado pode ser um mau negócio. “Os Estados Unidos eram favoritos. Perderam da Rússia, que perdeu na final por 20 pontos para a Austrália.” Para as jogadoras, a experiência adquirida nos últimos

anos será fundamental para uma boa campanha nas quadras japonesas. Sheilla, que disputou no Mundial de 2002 um de seus primeiros torneios internacionais, acredita que a equipe evoluiu muito. “Éramos meninas e hoje somos mulheres. Ganhamos experiência, aprendemos a jogar. Todas nós evoluímos bastante e estamos mais bem preparadas”, afirma a atacante, que prevê uma equipe muito equilibrada em quadra. “Vamos chegar com tranqüilidade e colocar em prática o que aprendemos. Sabemos quais são nossas condições, estamos há quase dois anos treinando para isso.” A atacante Sassá, que era estreante em 2002, diz que a experiência do fiasco na Alemanha será muito útil. “Nunca vou esquecer aquele grupo. Aprendi muito e agora acho que estou pronta para lutar por esse título inédito.” A atacante Paula Pequeno, que acabou de ser mãe e perdeu a Olimpíada de Atenas, em 2004, por causa de uma lesão, quer justificar a confiança depositada. “Estou mais madura e vivo um momento de pura motivação”, conta. Frederick Florin/AFP

Eduardo Ripoll/AFP

E Rossi caiu...

Jose Jordan/AFP

Na primeira fase, o Brasil joga sempre às 2 h da madrugada, com transmissão anunciada pelo Sportv. E Zé Roberto pede cuidado já na estréia, contra Porto Rico, única equipe a vencer o Brasil num jogo oficial em 2006, na Copa PanAmericana - a derrota foi insu-

Italiano caiu no GP de Valência e perdeu o hexa da MotoGP para o norte-americano Nicky Hayden, que foi o líder durante a maior parte da temporada

N

icky Hayden se aproveitou de uma rara falha de Valentino Rossi e conquistou ontem, em Valência, seu primeiro título na MotoGP. Rossi só precisava de um segundo lugar, mas caiu na terceira volta e só chegou em 13º lugar. Hayden foi o terceiro, na prova vencida pelo australiano Troy Bayliss, e terminou

com 252 pontos, contra 247 do italiano. “Achei que não tinha mais chances, mas não desistimos nunca e essa persistência acabou valendo a pena”, disse o norte-americano, que primou pela regularidade - só venceu duas corridas no ano. “Foi um fim triste e amargo, mas não é uma decepção, pois não nos rendemos até o último instante”, afirmou Rossi.

Divulgação

seleção brasileira de vôlei feminino chega ao Campeonato Mundial do Japão como principal favorita ao título inédito da competição, depois de vencer todos os torneios que disputou nos últimos dois anos, mas tudo o que o técnico José Roberto Guimarães não quer é carregar essa condição nas costas. “Estamos chegando perto e nos preparando para levantar um grande título um dia desses, e a expectativa é chegar à final, mas todo o time sabe que o caminho será difícil”, alerta Zé Roberto. “Temos rivais muito perigosos e isso de favoritismo é balela”, completa. O técnico não nega, porém, que sua equipe chega ao Japão muito bem preparada para fazer um papel muito melhor do que no Mundial de 2002, na Alemanha, quando a equipe, em meio a uma grande crise e à ausência de várias jogadores, brigadas com o técnico Marco Aurélio Motta, amargou apenas o sétimo lugar. Zé Roberto aponta como principal ponto positivo da equipe o entrosamento. “O grupo se dá muito bem junto. É uma equipe que se diverte, que se ajuda, e é muito homogênea”, explica. “São jogadoras que gostam de treinar, que têm se dedicado muito. Elas têm garra, determinação, mostraram isso em todas as competições”, afirmou o técnico, que, no entanto, acha que não será suficiente. “É preciso ter o universo conspirando a seu favor também.”

Federer e Sharapova, imbatíveis

R

oger Federer e Maria Sharapova foram campeões pela segunda semana seguida. O suíço, que vinha do título em Madri, realizou um sonho de infância ao vencer pela primeira na Basiléia, sua cidade natal: 3 a 0 (6/3, 6/2 e 7/6 (7/3)) contra o chileno Fernando Gonzalez. “Quando pegava bolas sonhava em ser profissional, mas jamais imaginei que poderia ser campeão aqui”, afirmou, após o 11º título do ano. “Hoje a pizza com os pegadores é por minha conta”, brincou. Sharapova ganhou em Linz, na Áustria, seu quinto título do ano, uma semana depois de triunfar em Zurique. Na final, a musa do circuito bateu sua compatriota Nadia Petrova por 2 a 0 (7/5 e 6/2). Heinz-Peter Bader/Reuters

UM SUSTO E TANTO – Gualter Salles é atendido após o acidente que sofreu no GP de Buenos Aires da Stock Car. O carro capotou várias vezes e caiu debaixo de um viaduto, fora do circuito, mas ele não sofreu lesões graves. Cacá Bueno chegou em sexto e lidera, com 247 pontos, à frente de Felipe Maluhy (238), segundo colocado ontem, e de Giuliano Losacco (237), que abandonou.


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ed Ferreira/AE

ESPECIAL - 7 WValente/AFG

A torcida pela aprovação da Lei Geral no Congresso é grande, mas propostas semelhantes já foram vetadas pelo presidente. E, assim, as pessoas continuam na informalidade porque a carga tributária é proibitiva

A torcida pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas Várias categorias, em especial os contabilistas, torcem para que a lei, já aprovada na Câmara, passe pelo Senado e seja sancionada pelo presidente da República: 69 milhões de pessoas podem ser beneficiadas

S

Dida Sampaio/AE

e existe uma catego- gamento do salário-educação manha flexibilização é uma ria que está com os e criação da presunção auto- utopia, já que a renúncia fiscal dedos cruzados es- mática de opção pelo Simples, seria grande: “Até mesmo o perando a aprova- além privilégios em licitações projeto aprovado na Câmara ção da Lei Geral das pú-blicas. eu tenho dúvidas que vai pasMicro e Pequenas Segundo o relator do projeto sar do jeito que está. Já existiEmpresas é a dos contabilis- na Câmara, deputado Luiz ram propostas semelhantes tas. Caso o texto que passou Carlos Hauly (PSDB-PR), cer- que foram aprovadas pelo pela Câmara dos Deputados ca de 69 milhões de pessoas po- Congresso e vetadas pelo Preem setembro entrasse em vi- derão ser beneficiadas. Para sidente”. gor hoje, além de poderem se passar a valer, o texto ainda Visão parecida tem o resenquadrar no Simples Nacio- precisa ser apreciado pelo Se- ponsável pelo Sindcont/SP nal (também conhecido como nado e sancionado pelo Presi- (Sindicato dos Contabilistas Supersimples), sistema que dente da República. de São Paulo), Sebastião Luiz vai substituir o modelo a t u a l d e t r ibutação simplificada, esses profissionais teriam u m a q u e c imento dos negócios da ordem de 30%. E m p r e e ndedores que hoje estão na i n f o r ma l i d ade devem se estimular a deixar essa condição, já que a proposta prevê uma série de vanO relator do projeto, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) tagens, como a ampliação das atividades que podem “Tudo vai depender do que Gonçalves dos Santos: “Para aderir ao Supersimples co- entrar em vigor, mas fatalmen- algumas atividades será vanmo, por exemplo, empresas te teremos um incremento da tajoso ir para a formalidade, no de vigilância, corretagem de demanda. Em geral, as pessoas entanto, o projeto não vai pasimóveis, produtoras de cine- não estão na informalidade sar sem a retirada de algumas ma, escolas de natação e es- porque querem. A carga tribu- bondades”. critórios de contabilidade, tária que é proibitiva”, afirma Para o proprietário da Flauentre outros. o sócio da Naecon Assessoria mar Assessoria, de Guarulhos Também fazem parte do pa- Contábil, de São Paulo, Nilson (SP), Pedro Ernesto Fabri, além cote o aumento dos limites de Antonio Euzébio. Segundo de trazer alguns para a formaenquadramento (faturamento ele, no entanto, caso os profis- lidade, a Lei Geral das Micro e anual de até R$ 240 mil para as sionais liberais fossem autori- Pequenas Empresas também microempresas e de até R$ 2,4 zados a aderir ao Supersim- deve desestimular a sonegamilhões para as de pequeno ples, ai sim ocorreria uma ava- ção daqueles que possuem porte), privilégios em licita- lanche de novos negócios. e m p re s a s re g u l a r i z a d a s : ções públicas, dispensa do paNa opinião de Euzébio, ta- “Uma loja de shopping, por

Principais pontos do projeto G Cria o Simples Nacional (ou

Supersimples), um sistema único de tributação que unifica nove impostos e contribuições. G Revoga o Simples Federal; G Define como microempresa

aquela que fatura até R$ 240 mil e de pequeno porte até R$ 2,4 milhões por ano; G Permite que mais atividades

sejam enquadradas no Simples; G Estabelece a presunção

automática de opção ao Simples Nacional a partir da inscrição no Cadastro Nacional da Microempresa; G Permite que as micro e

pequenas empresas participem de licitações de até R$ 80 mil; G Obriga que as grandes companhias subcontratem micro ou pequenas empresas para até 30% do total licitado.

Fonte: Câmara dos Deputados

exemplo, é terrível fazer a contabilidade. Como pouca gente exige a nota fiscal, a sonegação é enorme. Com um sistema tributário mais equilibrado, isso deve diminuir”. De acordo com Fabri, sua empresa não deve sentir muitos reflexos da nova lei, já que seu foco de atuação são as organizações médias e grandes. Porém, quem atua no nicho das micro e pequenas deve ter um incremento da ordem de 25%. (LFK)


8

Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

O MAIOR DESAFIO ESTÁ LÁ FORA

Albari Rosa/AE - 10/03/2005

NO HORIZONTE, DESAFIOS PARA A MARCA BRASIL O presidente terá de abrir mão da postura ideológica para conquistar mercados Marcos Peron/Virtual Photo

A

superação da meta de US$ 100 bilhões em exportações brasileiras foi atingida quase dois anos antes do previsto (em fevereiro de 2005) e os sucessivos recordes desde então devem fazer 2006 fechar ainda mais positivo. Tanto que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ampliou a previsão de exportações para este ano de US$ 120 bilhões para US$ 132 bilhões. Mas, apesar do aparente dinamismo do ingresso dos produtos brasileiros no mercado internacional, o momento não é de calmaria. O novo presidente da Rep ú b l i c a d e v e r á e n f re n t a r muitos desafios para a consolidação da "marca Brasil" no mundo. Uma das ameaças que promete se concretizar nos próximos anos é a avalanche desenfreada dos produtos chineses, que devem competir, em alguns mercados, diretamente com os brasileiros. Especialistas também afirmam que o Brasil precisa reavaliar sua posição comercial com os Estados Unidos (EUA), que ficou um pouco adormecida nos últimos quatro anos. Para o professor de Política

Quirós, da Apex: visibilidade

Externa Brasileira da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP), Moisés Marques, o governo Lula teve méritos e derrapadas na forma como conduziu as relações comerciais com o mercado internacional. "A exploração de mercados não tradicionais como a Índia, África e países asiáticos, por exemplo, contribuiu de forma significativa para a inserção brasileira no mercado externo. Pode-se até dizer que o Brasil foi vanguardista no ingresso de mercados da Ásia, África e Caribe, o que abriu muitas portas

para seu reconhecimento internacional. Mas faltou uma visão menos ideológica para não deixar de lado o grande mercado que são os Estados Unidos", explica o professor, embora o Brasil, até setembro, tenha superávit de US$ 7,6 bilhões com os norte-americanos. De acordo com Marques, no segundo mandato, Lula poderia mudar essa postura. A primeira medida seria a integração de quatro ministérios – os de Relações Exteriores, Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Fazenda – que, teoricamente, deveriam atuar em conjunto, o que não ocorre. "A integração é importantíssima para consolidar a eficiência nas exportações. Não existe consenso entre os ministérios sobre qual postura o Brasil deveria tomar em relação às negociações com os EUA ou mesmo sobre os mercados que poderiam ser melhor explorados. Eles precisam bater o martelo sobre uma posição e partir para o ataque", afirma. Nesse aspecto, a China leva mais vantagem competitiva do que o Brasil, já que deixou a ideologia de lado – o país é reconhecidamente comunista – para investir em parcerias com

As exportações brasileiras precisam ir além das commodities e explorar, também, mercados tradicionais Paulo Pampolin/Hype

Moisés Marques: ameaça chinesa

o mercado norte-americano. Queixas – Na opinião do professor das Faculdades Integradas Rio Branco Alexandre Uehara, a maior frustração que o governo Lula deixa é o Mercosul. "Lula assumiu com a promessa de liderar o bloco e fortalecer sua atuação no comércio global. O que não ocorreu e poderá permanecer paralisado no novo governo." Ainda sobre a América Latina, Uehara acredita que o Brasil deixou a desejar na sua posição de líder do continente e na integração que pretendia fazer com os demais países. "A Venezuela vem se mostrando mais atuante na posição de líder do continente. E o Brasil não atingiu a unificação que desejava para competir com outras regiões", afirma. As críticas não são encaradas como graves pelo presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investi-

mentos (Apex-Brasil), Juan Quirós. Ao contrário, ele afirma que o órgão vem fortalecendo a atuação do País em vários setores no mercado internacional. "Quem alavanca os negócios do País na comercialização externa são as empresas, ao mostrarem produtos de qualidade e com preços competitivos, e não o governo", contra-ataca o executivo. Quirós informa que, para

viabilizar a expansão brasileira e a visibilidade dos produtos nacionais além dos craques do futebol, a Apex desencadeou uma série de ações com 65 setores produtivos que controlam 68% de tudo o que o País comercializa. Entre eles, agronegócio, casa e construção civil, entretenimento e serviços, máquinas e equipamentos, moda, tecnologia e saúde. Márcia Rodrigues

Moacir Lopes/AE - 18/01/2006

Chineses do bem e do mal Marcelo Min/AFG

E

mpresários apontam a invasão dos produtos chineses como ameaça à produção nacional, embora a relação comercial entre os dois países ainda se mostre favorável ao Brasil. Enquanto as exportações para a China chegaram a US$ 6,416 bilhões de janeiro a setembro, as importações brasileiras não ultrapassaram US$ 5,6 bilhões. Moisés Marques, professor de Política Externa da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, diz que os dois países têm estratégias similares de exploração de novos mercados e, por isso, "poderão se chocar" em algum momento. Em contrapartida, para Alexandre Uehara, professor de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco, o Brasil também ganha com o crescimento da China, que compra minérios e produtos agrícolas para atender sua população. Temores – Os empresários, porém, estão sentindo efeitos

Uehara: Brasil também ganha

nocivos da invasão chinesa, como o presidente da Sanin Mercantil Industrial e Administradora, Robert Schoueri. "Já encontrei produtos chineses do setor têxtil mais baratos do que

o custo que tenho de fabricação." Para Sérgio Giorgetti, empresário do setor de distribuição, o governo deve começar a criar mecanismos para não prejudicar a indústria nacional. "Certamente o comércio e a indústria sentirão o efeito nocivo dessa invasão nas vendas de fim de ano", afirma. Já o diretor da rede Preçolândia, Arab Zakka, defende a comercialização chinesa. "Se o País não dá estrutura para a indústria produzir de forma competitiva, não podemos deixar as classes menos favorecidas sem comprar", diz. (MR)


Ano 81 - Nº 22.243

R$ 0,60

São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 00h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

estepaiz dá mais 4 anos a Lula

O bipresidente Lula vestiu a frase "A vitória é do Brasil" para comemorar o 2º mandato que lhe outorgaram o TSE, às 19h12, quando alcançou 60,57% dos votos, e o seu adversário, Geraldo Alckmin, que lhe telefonou para conceder a vitória. Mostrava-se conciliador para unir estepaiz dividido. E prometeu repetidas vezes, agradecido, "um Brasil muito melhor e mais justo, com maior crescimento, nos próximos quatro anos". Pág. 3 a 9

COMO FICA O BRASIL POLÍTICO Análise do cientista político Amaury de Souza na página 5

DERROTA PARA OS SARNEY Roseana perde o governo do Maranhão para Jackson Lago. Pág. 7

PACTO DO SILÊNCIO Tucanos e petistas unidos pelo silêncio e as conseqüências da reeleição de Lula. Análise de Olavo de Carvalho. Págs. 9 e 12

Vanderlei Almeida/AFP

Lula com Marisa, na festa da Avenida Paulista: "Vou governar para o Brasil todo, mas os pobres terão preferência do nosso governo". David Ridley/Getty Images

Pablo de Souza

HOJE

Brasileiro, esportivo, 10 mil cores

Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 32º C. Mínima 16º C.

O Lobini é um esportivo multicolorido e fora de série feito em Cotia. Ele parou o trânsito no Salão.

DIAS CONTADOS PARA O NOVO

CONTADOR ESPECIAL


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Hotel Marabá aposta no Centro e reabre suas portas

1 Esperava que as autoridades olhassem mais para o Centro. Mas ainda acredito que um dia alguém vai fazer banheiros públicos e acabar com as pichações. Eduardo Borges, empresário

Depois de dois anos em reforma, hotel tradicional ressurge na área central de São Paulo. Com 96 apartamentos modernos, pretende atrair altos executivos que têm o Centro como principal referência de trabalho. Para completar o quadro, falta apenas o poder público tratar a região com mais carinho.

Fotos de Marcelo Min/AFG

Luciana Benatti

F

echado por mais de uma década, o tradicional Hotel Marabá, na avenida Ipiranga, a poucos metros da esquina da São João, acaba de reabrir suas portas. Depois de uma reforma que durou quase dois anos, ele ressurge totalmente renovado. Construído na década de 40 com vocação residencial, o prédio foi transformado em hotel em 1954, por ocasião dos festejos do Quarto Centenário de São Paulo, quando a cidade, carente de hotéis, se preparava para receber muitos visitantes. Além da fachada, pouco restou da antiga construção. "Só ficaram as paredes. O resto é tudo novo", afirma o proprietário Eduardo Borges, que se associou a Toninho Abdalla, dono do imóvel, para reabrir o Marabá. Questionado sobre o valor do investimento feito na reforma, Borges evita falar em No topo do edifício de 10 andares, uma sala de ginástica que dá acesso a um terraço voltado para a avenida Ipiranga números. "Ainda nem parei para fazer as contas, só sei que ficou bem caro", despista. Decoração – Os 96 apartamentos, amplos e bem ventilados, ganharam móveis elegantes e equipamentos modernos. A decoração é da arquiteta pernambucana Janete Costa, profissional reconhecida e uma especialista no setor de hotelaria. No topo do prédio, de 10 andares, fica a sala de ginástica, que dá acesso a um terraço voltado para a avenida Ipiranga. O restaurante ocupa o segundo andar, onde também há uma biblioteca e um ciberca- Bem ventilados, os 96 apartamentos ganharam móveis elegantes fé. No comando da cozinha está o c hef carioca Vanderlei San, recém-chegado de um período de trabalho em Juiz de Fora (MG). Com 19 anos de carreira, faz no Marabá a sua estréia em hotelaria. Mesmo sem ter sido inauRestaurante a cargo do chef Vanderlei San gurado oficialmente, o hotel vem registrando um bom movimento desde que foi reaberto, há duas semanas. "A média de ocupação tem sido 50%, sendo que lotamos em dois dias", diz o proprietário, referindo-se ao fim de semana retrasado, quando o público atraído pelo GP Brasil de Fórmula 1 e pelo Salão do Automóvel lotou praticamente todos os hotéis da cidade. O hotel conta atualmente com uma equipe de 40 funcionários. "Pretendemos chegar a 60", afirma Borges. Alguns foram transferidos do Excelsior, mas a maioria foi recrutada no mercado, especialmente para trabalhar no Marabá. Na entrada do hotel recém-restaurado, mármore de Carrara O empresário Eduardo Borges: planos de expansão Opção pelo Centro – Proprietário de dois hotéis em Juiz de Fora, cidade piorou ao longo dos últimos doze anos. "Espeonde mora, o empresário Eduardo Borges não te- rava que as autoridades olhassem mais para o ve dúvidas ao escolher o Centro quando decidiu Centro. Mas ainda acredito que um dia alexpandir seus negócios em São Paulo. "Acredito guém vai fazer banheiros públicos e acabar no Centro. O passado de São Paulo está aqui, não com as pichações, como acontece em todos os na Berrini ou nos Jardins." grandes centros do mundo." Ele também é proprietário do Hotel ExcelExecutivos – Embora admita que a região sior, localizado em frente ao Marabá, reinau- sofra com a sujeira, com o excesso de camelôs gurado em 1994, e do Timbiras Palace, atrás do e com a poluição sonora, entre outros probleMarabá. Borges não pretende parar por aí. mas, Eduardo Borges aposta na fidelidade de "Vou fazer mais um hotel, próximo daqui", ga- um público que ainda prefere se hospedar na rante, sem revelar mais detalhes. região central. "Não é tudo que se trata nos JarAntes investir no Hotel Marabá, Borges qua- dins. Existem os clientes próprios do Centro: se adquiriu, junto com o sócio Toninho Abdal- executivos que viajam a negócios, gente que la, o prédio do antigo Hilton, também na Ipi- vem fazer compras", afirma. Para o Hotel Maranga. Mudou de idéia na hora de assinar o rabá, com diárias de R$ 180 reais em média, ele contrato. Segundo ele, por avaliar que o inves- pretende atrair o que chama de alto executivo timento seria alto, e o risco, muito grande. do Centro, citando como exemplo advogaPara o empresário, o Centro de São Paulo dos, juízes e engenheiros.

Cine Marabá: reforma ainda está no papel

Com dignidade, cinema resiste e aguarda reforma

A

fachada recém-restaurada do Hotel Marabá evidencia o abandono do Cine Marabá, localizado no térreo do mesmo edifício. Na entrada do hotel, o mármore de Carrara que reveste a parede acaba de ser limpo. Na fachada do cinema, o mesmo revestimento está escuro após anos de sujeira acumulada. Em frente ao cinema, os elementos vazados que decoram a fachada formando um desenho rendilhado foram fechados com telas aramadas. Um imenso painel de propaganda esconde boa parte da fachada. Apesar de maltratado, o Marabá, inaugurado em 1945, guarda o mérito de ser a última sala de rua do Centro a se manter aberta até hoje sem apelar para a exibição de filmes pornôs. Planos de reforma do cinema existem há pelo menos oito anos. Um projeto do arquiteto Ruy Ohtake transforma sua enorme sala de exibição – com capacidade para cerca de 1.500 espectadores – em cinco salas menores, no formato multiplex. O grupo Playarte, que administra a sala, informa que o projeto de reforma deve sair do papel em 2007, sem precisar a data prevista para o início das obras. (LB)


2

Ambiente Polícia Transpor te Distritais

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Não se descarta um aumento de tarifa em nenhuma área. Seria uma leviandade. Gilberto Kassab, prefeito

NEGOCIAÇÃO PARA O AUMENTO FOI CONFIRMADA

Depois da eleição, reajuste de tarifas Preço de metrô e ônibus poderá aumentar em torno de 14%. Prefeitura e governo do Estado confirmam o reajuste, mas não que ele acontecerá em novembro.

A

s tarifas de ônibus e metrô devem subir em breve. Há alguns dias, a Prefeitura e o governo do Estado negociam os reajustes e a previsão era de que entrassem em vigor logo após o segundo turno. A negociação para o aumento foi confirmada pelo prefeito Gilberto Kassab (PFL) e pela assessoria do governador Cláudio Lembo (PFL), mas ambos negaram que o reajuste será para novembro. As tarifas dos trólebus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também poderão sofrer reajustes. O preço do bilhete do metrô deve subir de R$ 2,10 para R$ 2,40, um reajuste de 14,09%. Caso seja utilizado o mesmo percentual, o aumento deve elevar a passagem de ônibus de R$ 2 para R$ 2,30. As tarifas dos trens e dos trólebus subiriam de R$ 2,10 para R$ 2,40. O bilhete único, que possibilita o uso de metrô e de ônibus, deve subir de R$ 3,00 para R$ 3,40. Leviandade – "Não se descarta um aumento de tarifa em nenhuma área. Seria uma leviandade. Um eventual aumento (do metrô) será analisado em conjunto pelas diversas secretarias envolvidas. Toda ação que depende de integração da cidade com o governo do Estado está sendo feita com transparência e responsabilidade, e antes de mais nada pensando nas possibilidades (econômico-financeiras) do ci-

Paulo Pampolin/Hype - 11/04/06

A tarifa dos ônibus subiria de R$ 2,10 para R$ 2,40

dadão paulistano", disse, na semana passada, o prefeito Gilberto Kassab. Embora exista a possibilidade do aumento em novembro, por contrato, as tarifas dos ônibus na capital só deveriam ser reajustadas em 1º de março. "Na vida pública, há momentos em que é preciso adotar posições em relação a alguns reajustes", disse Kassab. "São Paulo tem receita, receitas importantes que precisam existir para que a gente possa corresponder às expectativas e responsabilidades da cidade." O aumento das tarifas foi tratado há uma semana, à noite, em reunião na sede do Metrô, no Centro, pelo secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, o presidente

do Metrô, Luiz Carlos Frayze David, e o presidente da São Paulo Transportes (SPTrans), Ulrich Hoffmann. A assessoria do Palácio dos Bandeirantes disse que não houve uma reunião específica, mas vários encontros de planejamento para 2007 que tiveram como pauta tarifas, investimentos e outros assuntos. O governo estadual também nega o aumento em novembro. O Metrô, além de negar o aumento, não fala sobre a reunião. O último reajuste do Metrô foi em janeiro de 2005, passando de R$ 1,90 para R$ 2,10 (10,5%). A majoração estudada agora é de 14,09%, bem maior que a inflação acumulada desde janeiro de 2005, que, segundo o INPC é de 6,42%. (Agências)


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Compor tamento Urbanismo Distritais Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PENHA FESTEJA 339 ANOS E DISTRITAL, 55

3 A Distrital Penha tem feito um trabalho valoroso e eficaz para o bairro. Alencar Burti, da ACSP

Rafael Hupsel/LUZ

Distrital Penha comemora 55 anos Entidade festeja vitórias e cobra soluções para os problemas do bairro anos. Outro projeto que estará pronto em um mês é a reforma da Praça 8 de Setembro. O piso do local já foi substituído. Projetos – Outra boa notícia para os moradores da região é a realocação dos camelôs do centro do bairro. "Estamos negociando com o Metrô um espaço para ser construído o camelódromo da Penha", disse o subprefeito da Penha, José Araújo Costa. A restauração do Colégio Estadual da Penha, um patrimônio arquitetônico do modernismo e que está em processo de tombamento, devem começar até o final do ano. Mas uma das prioridades da distrital no momento, segundo Marco Antonio Jorge, é fomentar o turismo religioso no bairro. "Nossa Senhora da Penha é a padroeira de São Paulo. Pretendemos que a festa em sua homenagem se torne uma das mais conhecidas da cidade." Casamento – "A Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo, assim que se instalou no bairro, 'casou' com a comunidade local." A frase, do superintendente, resume a importância da distrital para o bairro. Para comemorar mais um ano, a entidade promoveu

um evento que lembrou os dois aniversários. A entidade, desde a sua fundação, atua na preservação da memória histórica da Penha. "Nossos trabalhos institucionais nos âmbitos político e social contribuíram muito para o desenvolvimento do bairro", disse Marco Antonio Jorge. Para Eugênio Sanches, presidente da Associação Viva Penha, a Distrital Penha é um pólo convergente dos assuntos de interesse do empresários e moradores da região. Além do espírito empreendedor, a Distrital Penha sempre se destacou pelo pioneirismo. Foi a primeira distrital a ter uma unidade de atendimento para o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e um posto avançado da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp). Foi também a primeira distrital a ter um núcleo atuante do Fórum de Jovens Empreendedores fora da sede central. "Cumprimento todos os companheiros da Distrital Penha pelas lutas e conquistas por meio de um trabalho que tem se demonstrado valoroso e eficaz", disse Alencar Burti, presidente em exercício da ACSP. André Alves

Distrital Penha negocia com o Metrô um local para instalar os camelôs que hoje estão no centro do bairro Newton Santos/Hype

O

bairro da Penha comemora 339 anos com dois grandes desafios: melhorar os sistema viário e realocar os vendedores ambulantes. Os dois problemas são os principais fatores que tornam o trânsito nas ruas da região ainda mais complicados. A Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que está completando 55 anos de fundação, é uma das entidades mais engajadas na busca de soluções para esses e outros obstáculos que dificultam o desenvolvimento da comunidade e empresas. "Estamos trabalhando junto a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para tentar encontrar alternativas viárias para o bairro", disse o superintendente da Distrital Penha, Marco Antonio Jorge. Para os usuários do transporte público, que ajuda a desafogar o trânsito nas ruas da região, a novidade é que já foi aprovada a construção da estação Penha na linha F da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que irá até o aeroporto de Cumbica. A expectativa é que as obras sejam concluídas em quatro

FESTA – No evento comemorativo de 55 anos da Distrital Penha, foram homenageados dez diretoressuperintendentes que estiveram à frente da entidade nos últimos anos. Na festa, que não faltou o bolo de aniversário, todos eles receberam o Marco da Paz. (AA)

Árvores em Santo Amaro Butantã entrega diplomas

O

Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Santo Amaro, coordenado por Rosa Simei Bruno, em parceria com a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul, Y’ Men's Club São Paulo Santo Amaro e Lions Club Planalto Paulista, comemoraram o Dia da Árvore. Na ocasião, foi realizado o plantio

de árvores na rua Benedito Fernandes e na praça Floriano Peixoto com a ajuda dos alunos do Centro de Desenvolvimento Comunitário, da Escola Presidente Roosevelt e do Colégio São Luiz Gonzaga. Foram também distribuídos vasos de flores aos comerciantes da região em comemoração ao Dia do Vizinho.

Divulgação

Comerciantes da região receberam vaso de flores pelo Dia do Vizinho

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Pirituba – A distrital realiza

reunião ordinária. Às 8h30. I CPU – Reunião-almoço da

Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP, coordenada pelo vice-presidente Alfredo Cotait Neto. Às 12h, rua Boa Vista, 51/12º andar, Espaço

Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Comex - O vice-presidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, rua Boa Vista, nº 51/11ºandar, sala Tadashi.

O Diário do Comércio recebeu diploma por sua participação

A

Distrital Butantã e o Rotary do bairro promoveram, dia 16, um encontro com órgãos públicos, entidades de classe e empresas que colaboraram para o êxito da Feira Saúde. Os homenageados, entre eles o Diário do Comércio, receberam ofícios de agradecimento e diplomas de participação. Ao Carrefour da Raposo Tavares, que cedeu o estacionamento, pessoal especializado e refeições aos voluntários, foi outorgado o troféu Marco da Paz. Foram homenageados também o Grupo 1 de Jornais e o Jornal do Jaguaré. O trabalho dos voluntários foi muito elogiado por todos os presentes.

Palestra – A Distrital Butantã, em parceria com o Sebrae, realizou, nos dias 18 e 19, a palestra Aumentado suas Vendas com Criatividade”, com o consultor Wlamir Bello. O palestrante falou sobre a necessidade de se criar estratégias inovadoras para aumentar as vendas no mercado atual, muito competitivo. Os mais de 150 participantes receberam dicas de como entender as necessidades de seus clientes para tomar as decisões estratégicas de vendas. A coordenação da palestra foi do superintendente da distrital, José Sérgio Toledo Cruz. No dia 19, o conselheiro Augusto Galimberti presidiu a palestra.

Veja as imagens da festa de 55 anos da Distrital Penha no www.dcomercio.com.br


Pablo de Sousa

Nº 144 São Paulo, 30 de outubro de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Pablo de Sousa

Na página 3, a Ferrari do Massa, que ele vai receber nesta semana, na Itália. É a melhor de todas da marca. O som do salão está na página 7 e, na 8, as novidades em sistema de navegação, sensores e comandos de voz.

LOBINI

O PEQUENO GRANDE ESPORTIVO "MADE IN BRAZIL'' PÁGINAS 4 E 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.ESPECIAL

O

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Escritórios ganham tempo com a Nota Fiscal Eletrônica Apesar de ainda estar em fase de implantação, o programa Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) da Prefeitura de São Paulo é uma boa amostra de como deverá ser o trabalho dos contabilistas no futuro brigatória para prestadores de serviços que faturaram mais de R$ 240 mil no ano passado, a NF-e já dispensou a realização de algumas tarefas burocráticas, como o preenchimento das autorizações para impressão de documentos fiscais, das guias de recolhimento e da DES (Declaração Eletrônica de Serviços). “Por enquanto, só tenho elogios. Além da economia de tempo, ganhamos qualidade de vida, já que as queixas de dor no pulso diminuíram no escritório”, conta o dono Naecon Assessoria Contábil, Nílson Antonio Euzébio: “Entramos no site da Prefeitura no final do mês e importamos os dados dos clientes, sem a necessidade de digitação”. Sobre o risco de a informatização evoluir a tal ponto que os

Fotos: WValente/AFG

contadores comecem a perder clientes, Euzébio não acredita que isso vá ocorrer, pelo menos na próxima década: “Nos últimos anos a tecnologia avançou bastante, porém, houve uma migração. Hoje temos a burocracia digital”. O proprietário da Flaumar Assessoria, de Guarulhos (SP), Pedro Ernesto Fabri, também elogia o projeto da administração da capital paulista. Segundo ele, por enquanto, as mudanças ainda são pequenas; entretanto, quando o governo do Estado ou até mesmo a União aderirem à NF-e, a vida dos escritórios vai mudar radicalmente: “As tarefas operacionais vão diminuir sensivelmente, por isso temos de focar cada vez mais na consultoria. Temos conhecimentos profundos sobre a gestão de um negócio, porém, isso quase nunca é passado para os empreendedores, sobretudo os pequenos.

Nílson Euzébio, da Naecon: “Nos últimos anos a tecnologia avançou bastante. Porém, houve uma migração. Hoje temos a burocracia digital”

Temos que mudar isso”. Segundo ele, em um futuro próximo os escritórios de contabilidade terão de se integrar aos sistemas de informática dos clientes o que, dependendo do caso, pode resultar em pesados investimentos: “O processo de apuração de tributos será automatizado. Atuaremos cada vez mais como consultores e o nosso desafio principal será transformar os dados do negócio em informações que auxiliem na tomada de decisões”.

O governo do Estado de São Paulo, entre outros, e a União, estão estudando a NF-e, mas a efetiva implantação deve levar alguns anos, já que o grau de complexidade é maior do que o enfrentado pela Prefeitura de São Paulo, que só tem autonomia sobre os prestadores de serviços. Para o instrumento se disseminar por todos os níveis da administração pública será preciso um longo processo de integração dos sistemas. A idéia do Ministério da Fa-

zenda, que coordena o Projeto NF-e, é que os emitentes gerem um arquivo eletrônico contendo as informações da transação e o transmita via Internet para a Secretaria da Fazenda de sua jurisdição e Receita Federal. O órgão estadual fará uma pré-validação do arquivo e devolverá uma autorização, sem a qual a mercadoria não poderá transitar. Para apresentar em eventuais fiscalizações, as empresas terão de imprimir um documento já batizado de Danfe (Documento Auxiliar

da Nota Fiscal Eletrônica), que vai estampar uma chave de acesso para a consulta da NF-e na Internet. O destinatário, por sua vez, vai usar o Danfe para fazer a escrituração da operação. Além da integração de sistemas, o poder público terá de investir na informatização e treinamento de suas equipes de fiscalização, caso contrário todo o esforço para melhorar a eficiência do sistema de arrecadação pode ir por água abaixo. (LFK)


Suplemento Especial/São Paulo, 30 de outubro de 2006

David Ridley/Getty Images

O contador

A sobrevivência de quem adiciona valor ao negócio

Setor público precisa de talentos. Mas paga pouco

O mercado muda e os cursos acompanham

Falta de certidão cria conflito com clientes

O inferno das normas e os riscos profissionais

Parcerias desafogam a Receita Federal

Seguro contra erros. Convém avaliar essa idéia

A torcida pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

Terceirizados terão de rever modelo de negócios

Escritórios ganham tempo com a Nota Fiscal Eletrônica


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO UMA GUINADA

Q

ue a agenda básica dos próximos anos tem a ver com desenvolvimento econômico, não parece haver dúvida. Somos, ao mesmo tempo, uma das economias que menos cresce no mundo, e uma das mais desiguais. E são claros os sinais de grande impaciência da sociedade com relação à falta de resultados concretos, em tais áreas. Diante disto, difícil escapar da conclusão de que o sucesso dos partidos políticos, daqui para adiante, dependerá de melhor equacionamento das referidas questões. Quais as chances de uma chamada guinada desenvolvimentista no segundo mandato Lula? Não resta dúvida de que

G É difícil

imaginar o pragmático Lula enveredando por caminhos arriscados. A política econômica não será alterada. há um cheiro de mudança no ar, até porque a legitimação de um novo mandato demandará alguma "novidade", pedirá algum grau de reorientação das políticas públicas, capaz de empolgar a sociedade e arregimentar apoio político. Além disto, é forçoso reconhecer que há, dentro do PT, um grupo importante de pessoas que, de fato, discorda da linha mestra de política econômica adotada no primeiro mandato. Tudo isto para dizer que a preocupação de muitos analistas, que temem as conseqüências de uma grande onda desenvolvimentista, não é descabida. Contudo, apesar disto, o cenário mais provável para o governo Lula II é de ausência de mudanças significativas da política macro, de curto prazo. Dito de outra maneira, não descartamos certa marola desenvolvimentista, mas

consideramos bem pouco provável que eventuais alterações de política econômica acabem se revelando radicais. Quais as razões de nosso relativo otimismo, nesta matéria? Em primeiro lugar, porque o grande vilão do crescimento, na visão dos desenvolvimentistas, o juro real, já tem diminuído e, ao que tudo indica, seguirá em processo de queda, no ano que vem. Parece descabido pensar que Lula venha a dar apoio a uma arriscada estratégia de redução acelerada da Selic, capaz de acabar jogando por terra todo o esforço pró-estabilização do período recente. Justo agora que, nas palavras do próprio presidente, "o Brasil preparou suas bases para crescer" ? Não parece razoável que Lula mude de estratégia, de modo abrupto. Em segundo lugar, não se deve esquecer que a nova administração petista começará em lua-de-mel, como da primeira vez. O governo e o PT estão, literalmente, nas cordas, com uma enxurrada de processos sérios pesando sobre figuraschave do partido e promessa do Judiciário e da oposição de que vitória nas urnas não significa cessão das investigações, tampouco salvo-conduto contra crimes. Em meio a este clima nada suave, seria uma espécie de "suicídio político" abrir mais uma frente de embate com a oposição e com formadores de opinião, algo que fatalmente aconteceria, na hipótese de guinada heterodoxa, na condução da política econômica. Em resumo, consideramos prováveis algumas mudanças cosméticas e certa renovação da equipe econômica. Tal observação não vale, porém, para modificações de fundo, na condução da política macro. Na verdade, é difícil imaginar o pragmático Lula enveredando por caminhos arriscados, especialmente numa época de grandes dificuldades em tantos outros fronts. TRECHOS DO EDITORIAL DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

O governo e o PT estão literalmente nas cordas

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

Céllus

DESENVOLVIMENTISTA?

A explosão dos gastos ROBERTO FENDT

P

assada a eleição, constata-se a explosão de dois tipos de gastos: os de campanha e os do setor público. Ao que tudo indica, os últimos fazem parte dos primeiros. Os dois candidatos encaminharam ao Tribunal Superior Eleitoral solicitação para que fossem revistas as previsões de seus gastos de campanha. Pelas novas previsões dos candidatos, o total das duas campanhas está agora estimado em R$ 210 milhões, dos quais R$ 115 milhões correspondentes aos custos da campanha do canditato-presidente e R$ 95 milhões aos da campanha do candidato Geraldo Alckmin. Havia uma expectativa de que os gastos de campanha se reduzissem com as novas regras estabelecidas para estas eleições. No entanto, com o pedido de revisão, constata-se que em lugar de caírem, os custos das campanhas aumentaram. O mais surpreendente é que, gasta essa dinheirama toda, o eleitor continuou sem saber quais os reais programas de governo dos candidatos. De olho no retrovisor, os candidatos passaram grande parte da campanha atacando e defendendo as privatizações dos dois mandatos de FHC, como se um deles pretendesse revogar o que foi privatizado e o outro, retomar o processo de privatização. O mesmo ocorreu com as acusações de corrupção no atual governo e na desconversa do candidato-presidente. E assim foi com a educação, a saúde e todos os demais assuntos que realmente interessam aos cidadãos-eleitores. Os candidatos, portanto, limitaram a campanha a um exaustivo debate do que foi feito – e deixou de ser feito – por FHC, que não estava em campanha. Além das afirmações de que nunca neste país se fez tanto disso ou daquilo, ou de vagas promessas de fazer o que deveria ter sido feito, dos programas mesmo muito pouco se falou. E para isso estimam os candidatos que gastaram 210 milhões de reais. Um cínico diria que o aumento de gastos é positivo e resultaria da redução dos gastos custeados com Caixa Dois. Pode ser. Como essa estimativa de gastos é mais do dobro do que oficial-

mente foi informado para o total de gastos da campanha presidencial de 2002, ficamos desde já como uma primeira estimativa do Caixa Dois: cem milhões de reais. Que, infelizmente, subestima o tamanho do Caixa Dois real, já que diversas "ações" de campanha, como a compra de dossiês, evidentemente não poderão se computadas no caixa "um". A segunda explosão dos gastos é a da despesa pública nos dez primeiros meses deste ano. A gastança aumentou tanto que reduziu o superávit primário acumulado este ano para 4,28% do PIB, muito próximo do superávit ocorrido em 2005 e bem abaixo da meta oficial de 4,5% do PIB. As autoridades responsáveis informaram que essa queda do superávit primário se trata de uma ilusão de ótica: um grande número de despesas foi antecipado, de forma que deixará de ocorrer daqui para o final do ano. Dessa forma, quando se computar o resultado primário para o ano como um todo, a meta estará sendo cumprida. Pode ser. Dentre os fatores responsáveis por esse desregramento nos gastos públicos encontra-se a antecipação, para outubro, da metade do décimo terceiro salário dos aposentados da Previdência Social. Outro fator importante na explicação da explosão dos gastos foi o aumento dos gastos de custeio. A estimativa é de um aumento nesses gastos da ordem de 19%, somente no mês de setembro.

O

mesmo cínico que afirmou que não ocorreu aumento nos gastos de campanha, mas apenas transferência de despesas da Caixa Dois para a Caixa Um, diria também que a explosão do gasto público, no ano todo, e em setembro e outubro em particular, fazem parte dos gastos de campanha. Salvo melhor explicação, é difícil deixar de concordar com esse ponto de vista. E assim terminou a campanha eleitoral e foi escolhido o novo presidente. Agora, é esperar pelo real programa de governo e pelos inevitáveis cortes de despesa que essa gastança toda vai exigir.

A campanha presidencial custou o dobro da campanha de 2002

Engenharia de vanguarda BESALIEL BOTELHO

C

om a auto-suficiência alcançada do petróleo em 2006, frente ao preço atual, vivemos no Brasil uma situação privilegiada. Além disso, nossos engenheiros já são especialistas em motores a álcool, já dominamos a tecnologia para produzir biodiesel, e os testes com este novo biocombustível estão em estágio avançado no Brasil. Estes fatos indicam que, nos próximos anos, a humanidade viverá uma realidade energética diferente e, por isso, este é o momento de pensar o futuro. Na indústria da mobilidade mundial, quase toda ela dependente do petróleo, vemos diversas tendências tecnológicas em combustíveis alternativos, como os biocombustíveis, o hidrogênio, a eletricidade e o gás natural (GNV). Todas as montadoras e as principais sistemistas do setor têm investido nestas fontes alternativas, com maior ou menor intensidade, dependendo do país onde se encontra. No Brasil, os biocombustíveis já são fato, principalmente o álcool. Este é o caminho que devemos seguir, pois dominamos a tecnologia para produzir motores e combustível graças ao pioneirismo de nossa engenharia, que muito tem contribuído para a sustentabilidade brasileira em termos de matriz energética. Nossa engenharia tem, portanto, evoluído muito no sentido de conquistar e manter o autosustento energético, principalmente no que tange o uso do petróleo. Ainda não somos independentes desta matéria-prima, mas já dispomos de uma frota de veículos bastante interessante que pode utilizar álcool e se algum dia faltar gasolina na bomba nossos carros continuarão andando. Dispomos de tecnologia para tornar realidade

o uso de 100% de biocombustíveis em máquinas motorizadas. Nos Estados Unidos, relatório divulgado pela Auto Alliance of Automobille Manufactures (a Anfavea norte-americana), informa que cerca de 9 milhões de veículos já rodam naquele país com combustível alternativo (etanol, diesel limpo e veículos híbridos). Já na Europa, a Associação das Indústrias Automotivas da Alemanha (VDA - Verband der Automobilindustrie) divulgou que o consumo de combustível foi reduzido em 25% em média, desde os anos 90, com o desenvolvimento de novas tecnologias que permitem uma maior eficiência dos veículos.

V

emos, assim, um aumento na contribuição da engenharia brasileira no cenário mundial, no sentido de tornar o mundo independente do petróleo, uma vez que se trata de um combustível sólido não-renovável e, portanto, finito. De todas as tecnologias de combustíveis alternativas, a mais viável economicamente é, sem dúvidas, o álcool ou etanol, que já é uma realidade no nosso mercado e começa a despertar a curiosidade de outros países. Apesar disso, os biocombustíveis não são única solução, mas a mais imediata. Eles irão conviver e concorrer com as demais tecnologias ainda em desenvolvimento, com a vantagem de ter menor custo, e é por isso que temos de manter a vanguarda e aperfeiçoar cada vez mais a eficiência do álcool e do biodiesel. Não nos falta área para plantar o combustível que pode vir a mover o mundo. BESALIEL BOTELHO É PRESIDENTE DO XV CONGRESSO E EXPOSIÇÃO SAE BRASIL E VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DA BOSCH

N ossa engenharia trabalha para tornar o mundo independente do petróleo

JOÃO DE SCANTIMBURGO A BOMBA ATÔMICA conceituada revista inglesa The Economist trouxe em matéria de capa o ditador Kim Jong-il e a sua bomba atômica. Lembro-me, muito bem, de um artigo da excelente revista Science et Vie sobre a construção da bomba atômica, acentuando que não havia segredo para tal, pois quem possuísse as matérias-primas, fáceis de serem encontradas e compradas, teria a bomba. Kim Jong-il não demorou a ter a sua na Coréia do Norte e de posse desse artefato poderoso já demonstrou que pode ir mais longe de onde está agora, reiniciando nova Guerra da Coréia, que os EUA fizeram encerrar-se, com um armistício selado, nos anos 50. Kim Jong-il quer aproveitar a bomba que tem nas mãos e obrigar a reabertura do armistício, principalmente contra a Coréia do Sul, que é hoje uma potência industrial. Não sabemos até onde ele irá, mas poderá ir muito longe, isto é, além dos limites da Coréia do Sul e fazer reabrir-se para a guerra um país que não quer dela saber, pois está muito bem com a sua produção industrial, uma das primeiras do mundo.

A

Coréia do Norte ameaça a Coréia do Sul, em primeiro lugar, o Japão e até mesmo a China, e se prepara, evidentemente, para reagir. É o que estamos vivenciando no mundo de hoje. A bomba que obteve a queda do Japão e a ereção de McArthur pode se reproduzir, agora várias vezes, e dar origem ao temor generalizado dos povos visados pelas guerras e desprotegidos, se não pelos EUA, que não podem ser o guardião da paz no mundo, tendo diante de si potências mínimas armadas superiormente pela bomba atômica. O artigo da revista The Economist é bem informativo e deve nos levar a pensar sobre o futuro próximo, mesmo remoto. Esse artefato destruidor deu personalidade e sonhos utópicos de domínios em pequenos chefes que o possuem, infelizmente. O mundo seria melhor sem a bomba atômica!

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Kim Jong-il

demonstrou que pode ir mais longe de onde está agora, reiniciando a Guerra da Coréia


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Marcelo Min / AFG

APOIO PREOCUPA PETISTAS

Política LULA VENCE E PROMETE MANDATO MELHOR

Vibração com a vitória não tira inquietação com o segundo mandato: que alianças vão garantir votações no Congresso?

T

anto ou mais do que alegria, a conquista do segundo mandato pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva causa inquietação, incerteza e cobrança em relação ao perfil do próximo governo e ao futuro do PT. Petistas históricos demonstram preocupação com a governabilidade, as alianças e a perspectiva de dificuldades ainda maiores para os próximos quatro anos. "Eu acho que o panorama é muito complexo, muito difícil", afirma a socióloga Maria Victoria Benevides, que se diz aflita principalmente com a participação do PT no próximo governo e as alianças para assegurar a governabilidade. "Velhos militantes vão ter que aceitar alianças que nos horrorizam, com ‘Jaderes Barbalhos e Defins Nettos’, ou ficar num segundo plano?", questiona. O economista Paul Singer, um dos fundadores do partido, é mais pragmático. "O governo tem necessidade de alcançar maioria no Congresso. O ideal seria alianças com afinidade ideológica, mas nem sempre o que se quer é compatível com a necessidade." Frei Betto, membro do governo nos dois primeiros anos do mandato de Lula, teme que agora o Executivo fique "refém de forças conservadoras" e perca a oportunidade de promover o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais. Impressionada pelo fato de "gente com tradição parlamentar e sem máquina" não ter sido reeleita, como o deputado Paulo Delgado (MG), Maria Victoria defende a presença forte do PT agora. "Fico aflita quando ele (Lula) diz que vai diminuir a participação do PT no governo não pela quantidade, mas sim pelas propostas e

princípios. O partido tem de contar", enfatiza. Singer considera que o "tamanho do PT" no governo vai depender justamente das alianças com outros partidos, como o PMDB. "Não acho que tudo que é estratégico para o governo tem que ficar com o PT", afirma Singer, secretário nacional de Economia Solidária, secretaria vinculada ao Ministério do Trabalho. Fatura do PMDB– Frei Betto teme que o PMDB apresente agora, depois das eleições, a "fatura" por ter abdicado de candidato próprio a presidente. "Temo que exija mais cargos do que merece e indique políticos abaixo de qualquer suspeita", afirma. Em que pesem as crises e os escândalos em que o partido

esteve mergulhado, como os do caixa 2, do mensalão e do dossiê Vedoin, o peso do PT no segundo mandato é considerado estratégico para que o governo cumpra a promessa de desenvolvimento econômico e social. "É o partido do presidente e não tenho a menor dúvida que terá postos importantes no governo", diz Singer. Apesar dos "erros imperdoáveis" cometidos pelo PT, Maria Victoria considera que, além de indispensável, o partido tem de ser "muito aguerrido" porque um segundo mandato é "historicamente" mais complicado. E o futuro do próprio PT e dos petistas envolvidos nos escândalos? Passada a eleição, o partido terá de se reorganizar. Para os petistas históricos,

além de apurar, punir e depurar, é necessário ter mecanismos para evitar que os erros semelhantes se repitam. Singer até sugere que o partido adote o Orçamento Participativo –programa adotado por gestões petistas com o argumento de permitir que a população participe das decisões sobre investimentos públicos. "Acho que é um programa coerente com a nossa política e seria uma garantia de que desvios não ocorram mais, daria mais transparência." Frei Betto defende uma "refundação" do PT, bandeira empunhada pelo ministro Tarso Genro quando assumiu a presidência do partido em meio à crise de 2005. E é incisivo ao cobrar do PT a apuração das denúncias. (AE)

Wilson Dias / ABr

Valéria Gonçalvez / AE

Julia Moraes / Folha Imagem

Elza Fiúza / ABr

Mello: surpreso com apuração.

No discurso da vitória ele disse que sua preocupação será com o crescimento da economia, mas o governo sempre terá o foco nos mais pobres.

A

Lula lá: desafio de conciliar crescimento econômico com os programas sociais.

Dirceu passa por vexame

Marta: equipe é com o presidente

MARCO AURÉLIO JOSÉ DIRCEU: MARTA SUPLICY DEFENDE O FIM VAIAS EM SEÇÃO EVITA FALAR EM DA REELEIÇÃO ELEITORAL. MINISTÉRIO

P

or volta das 19h30, após anunciar o resultado da eleição presidencial, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse que seria um avanço se o Congresso acabasse com a reeleição. "É muito difícil separar a figura do administrador da figura do candidato. E essa dificuldade decorre até mesmo da circunstância de o administrador candidato à reeleição permanecer na cadeira sucumbindo às tentações", acrescentou. Mello disse que foi surpreendido com a rapidez da apuração. Ele esperava que por volta das 22 horas, 90% dos votos estivessem apurados. Esse percentual foi atingido duas horas e meia antes. "Mais uma vez fomos surpreendidos pela máquina", disse. O Distrito Federal foi a primeira unidade a concluir os trabalhos. (AE)

3

A

os gritos de "ladrão", "bandido" e "Judas", o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT) provocou um início de tumulto ao comparecer para votar. O presidente do PT e coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, disse que a hostilidade sofrida pelo ex-ministro corresponde à imagem que a sociedade tem dele e não aos seus erros. Os insultos e vaias perseguiram Dirceu durante os 15 minutos em que permaneceu na seção eleitoral, no bairro de Moema. Uma eleitora ameaçou atacar o ex-ministro e foi contida por um dos cerca de dez correligionários do petista que faziam um cerco humano a Dirceu. "Normal, natural", disse ele sobre as agressões. "O País tem democracia, as pessoas têm liberdade de manifestação. (Reuters)

A

e x - p re f e i t a d e S ã o Paulo, Marta Suplicy (PT), que não revelou se ocupará ministério na nova administração do presidente Lula, defendeu ontem que o governo costure acordo de governabilidade com a oposição. " O ministério é prerrogativa exclusiva do presidente. Independente de nomes, o que importa é estabelecer uma ampla aliança política e um entendimento nacional ", disse Marta, após votar em sua seção eleitoral, no colégio Madre Alix, nos Jardins, em São Paulo. A ex-prefeita, que coordenou a campanha de Lula na capital, avaliou que cumpriu seu papel e até defendeu o 2º turno da eleição. Para a petista, o novo governo deverá manter a estabilidade financeira e, ao mesmo tempo, promover mais investimentos. (AOG)

popularidade do como as principais conquistas presidente Lula re- de sua gestão. Evitou citar os sistiu a um ano e erros e os escândalos de cormeio de ataques rupção que fizeram parte dos constantes da oposição ao seu primeiros quatro anos de seu governo e lhe garantiu a reelei- governo. "Os enganos servição no segundo turno com 57 ram para possibilitar o amadumilhões de eleitores, e 60,82% recimento, para que o Brasil dê dos votos válidos. Ainda não o salto que precisa dar". eram 20h quando o presidente O presidente diz estar certo do Tribunal Superior Eleitoral de que o País vai crescer mais e (TSE), Marco Aurélio Mello, que terá melhor distribuição anunciou a vitória do petista, de renda, segundo ele ingretamanha a vantagem que ele já diente indispensável para o acumulava sobre o candidato desenvolvimento brasileiro. Geraldo Alckmin (PSDB) – que "Estamos cansados de ser no primeiro turno conquistou emergentes, queremos chegar 41,6% dos votos válidos. Vinte onde estão os desenvolvidos", minutos mais tarde, com cerca afirmou. de 90% das urnas apuradas, Sobre o realinhamento das Lula recebeu o telefonema do alianças políticas para o próxicandidato tucamo mandato, o no, admitindo petista garantiu sua reeleição. E que reunirá todos os partidos não demorou para que o presidenpolíticos para Os enganos (do uma conversa. te anunciasse que seu governo) "o segundo man"Confio na comserviram para preensão dos dato será muito possibilitar o melhor que o pripartidos que perderam a eleição. meiro". amadurecimento, Acompanhado Agora, nosso para que o Brasil de seus compamaior adversário dê o salto que nheiros de goveré a injustiça soprecisa dar. no, ele entrou pacial. Não há inimigo maior. Os ra coletiva de imPresidente Lula prensa vestindo p o b re s t e r ã o a preferência no uma camiseta com a frase "A vitória é do Bra- meu governo, como sempre." Espaço aberto – Quando o sil" e explicou a escolha: "A vitória não é de nenhum partido presidente Lula abriu espaço político. Não é do Lula, não é para as perguntas dos jornalisdo PT, não é do PC do B. É da tas, a advogada paulistana Jasabedoria do povo brasileiro." va Lúcia Fagundes interferiu. No primeiro turno, 16 Estados "O senhor sanou a fome dos votaram no petista (AL, AM, que tinham fome. E os que têm AP, BA, CE, ES, MA, MG, PA, fome de justiça?." Mas ela não PB, PE, PI, RJ, RN, SE, TO), nú- obteve a resposta. Java se referia às denúncias mero que subiu para 20 nessa segunda votação (com AC, DF, de compra do chamado dossiê Vedoin contra o então candiGO, RO). No discurso da vitória, Lula dato a governador José Serra defendeu a inclusão social, o (PSDB) e o próprio Alckmin. desenvolvimento do Merco- Da entrevista, Lula seguiu pasul, a consolidação das rela- ra a comemoração da reeleição ções internacionais e os resul- na avenida Paulista. tados positivos na economia Sonnaira San Pedro

Armando Neto já faz cobrança

CNI COBRA REFORMA TRIBUTÁRIA

A

indústria quer que o novo governo racionalize os gastos públicos, abrindo espaço para retomar o crescimento econômico. "A prioridade do novo governo é a questão fiscal", disse ontem o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, em comunicado distribuído à imprensa. Monteiro Neto e Paulo Skaf, que é vice-presidente da CNI e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), já haviam anunciado antes da eleição que apoiariam qualquer que fosse o vencedor. Em comunicado, a CNI começou a cobrar do governo a reforma tributária, a redução da burocracia, o estímulo aos investimentos privados e o fortalecimento das agências reguladoras. (AE)

REFORMAS URGENTES Febraban quer mudanças tributárias e trabalhistas

A

Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recomendou, por meio de nota, que o governo reeleito insista em um novo elenco de reformas, a começar pela tributária. "A economia precisa reduzir seus custos para produzir mais e ampliar a base da arrecadação fiscal. A reforma trabalhista também é vital para a geração de novos empregos", disse o presidente da Febraban, Márcio Cypriano, no texto. Cypriano afirmou que um programa de modernização da infra-estrutura do País é urgente para o objetivo de crescer sem solavancos. "Nossas estra-

das, ferrovias, aeroportos e o setor energético, por exemplo, precisam ser reformados e atualizados para o Brasil entrar na era da economia global." Para ele, assim como uma empresa, a administração federal deve tratar de estabelecer metas de crescimento, gastar menos e ampliar as receitas. O documento foi divulgado após o anúncio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido reeleito. As eleições transcorreram, na opinião do presidente da Febraban, em absoluta tranqüilidade do ponto de vista da economia. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Petrobras adere a contrato boliviano

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Internacional Reuters

Ó RBITA

BANGLADESH porto de maior atividade de Bangladesh O apresentou problemas no

Principal motivo foi garantir o abastecimento de gás

A

o Brasil, a Petro- ção (E&P) de petróleo e gás. Seb r a s d i r á q u e o gundo ele, a companhia assiacordo assinado nou um contrato de operação, com a estatal boli- mas com feições de um contraviana Yacimientos Petrolíferos to de produção compartilhaFiscales (YPFB), na madruga- da, como o que a Petrobras tem da de ontem, em La Paz, foi po- em Angola. sitivo. Uma questão de ponto Depois de avalizado pelo de vista: o contrato é muito Congresso, a empresa brasileipior se comparado à situação ra passará a pagar 50% de imda companhia no país antes do posto e não 82% diretos, como ato de nacionalização dos hi- o previsto a partir de maio, drocarbonetos, em 1º de maio. com o decreto. A outra metade Mas ainda é melhor do que o será dividida da seguinte forque vigorou desde então. ma: a Petrobras receberá os vaTrês foram as razões que le- lores relativos ao custo de provaram a Petrobras a ceder e dução e a amortização de inaderir ao novo modelo impos- vestimentos. A sobra (ou o luto pelo governo boliviano. cro) será dividida entre a Dois deles têm motivos comer- Petrobras e a YPFB. ciais: garantia de Mas essa parretorno na opecela de margem ração dos dois não foi informamegacampos de da. A alegação San Alberto e de Freitas é de San Antonio e a A porcentagem de que o porcenmanutenção de pagamento será tual de lucro deuma posição espenderá da provariável. Quando a tratégica na Bolídutividade dos via, onde gran- Petrobras produzir campos e dos indes reservas ain- mais, receberá mais vestimentos. da podem ser exJosé Fernando Freitas, "Portanto, esse ploradas. Mas presidente da Petrobras será variável ao foi a necessidade Bolívia longo do tempo. de garantir o Q u a n d o a P ea ba s te c im e nt o trobras investir do mercado bramais e produzir sileiro que, desde o início da mais, receberá um valor maior. negociação, impôs a exigência Se ocorrer o contrário, receberá de ficar na Bolívia. menos", disse Freitas. Metade do gás consumido O presidente da Petrobras no Brasil sai do subsolo boli- Bolívia disse que esse será um viano e a avaliação da Petro- modelo "mais próximo de um bras foi que, se deixasse o país, contrato de produção comparcomo previa o artigo 3º do de- tilhada. Portanto aquela situacreto de nacionalização, caso ção de um contrato puro de não fechasse o acordo, teria prestação de serviço não se tramais dificuldade de assegurar duz na prática." Segundo ele, o fornecimento de 30 milhões num contrato de prestação de de metros cúbicos de gás natu- serviço "a empresa não particiral por dia aos consumidores pa nem das vantagens nem das brasileiros. desvantagens do negócio. Este Atraso – O atraso em proje- não é o caso." tos de gás no Brasil, ao mesmo O monopólio da comercialitempo em que houve estímulo zação passa para as mãos da ao consumo, obrigou o País a bolibiana YPFB, que transfere aceitar as novas condições de a responsabilidade de cumpriprodução. O presidente da Pe- mento desse contrato para as trobras Bolívia, José Fernando empresas petroleiras. Freitas Freitas, rechaçou a avaliação defendeu o novo modelo dide que a companhia se conver- zendo que a gestão do contrato teu desde ontem numa mera se tornou muito mais compleprestadora de serviço na ativi- xa, diferente do que ocorria andade de Exploração e Produ- tes da nacionalização.

Modelo é um contrato de produção compartilhada do presidente da Petrobras Bolívia sobre novo contrato

Evo Morales com o ministro da energia Carlos Vilegas: garantia de cumprimento dos contratros, agora

Avião cai com 104 a bordo Acidente aconteceu na Nigéria, minutos após aeronave ter decolado Reuters

final de semana. As atividades foram paralisadas em razão dos protestos motivados pela crise política que suspendeu o transporte na maior parte do país, informou uma autoridade portuária. Milhares de contêineres se acumularam no porto de Chittagong, a 216 quilômetros da capital, Dacca. A crise política é motivada pela seleção de um governo provisório para supervisionar as próximas eleições no empobrecido país do sul asiático. Os enfrentamentos motivados pelo conflito na região acabaram deixando um total de 18 pessoas mortas. (AE)

DESEMPREGO s jovens latinoamericanos vivem uma O situação crítica em relação ao

Destroços do avião modelo 737 que caiu próximo a uma estrada, na Nigéria, com 104 pessoas

A

Nigéria registrou, ontem, mais uma tragédia aérea em menos de três anos, quando um avião com 104 pessoas a bordo caiu momentos após ter decolado do Aeroporto de Abuja, capital do país. Autoridades informaram que seis pessoas sobreviveram, mas fontes do governo não haviam divulgado, até ontem à noite, o número oficial de mortos. No

entanto, o governo confirmou que entre os mortos estava o principal líder dos muçulmanos do país, o sultão de Sokoto, Muhammadu Maccido. O Boeing 737 caiu às 10h29 (hora local), 6h29 no horário de Brasília, um minuto após ter deixado o aeroporto de Abuja, segundo o porta-voz do Ministério da Aviação, Sam Adurogboye. A causa do acidente ainda é desco-

nhecida e o presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, ordenou a abertura imediata de uma investigação. Os trabalhadores das forças de resgate encontraram destroços do avião, bagagens e corpos esparramados por uma área do tamanho de um campo de futebol. O avião caiu em um campo com árvores dentro do complexo do aeroporto e cerca de três quilômetros da estrada.

Sérvios aprovam Constituição

O

s eleitores sérvios aprovaram a nova Constituição que reafirma o controle da Sérvia sobre a província de Kosovo. Segundo o Centro para Democracia e Eleições Livres, com sede em Belgrado, uma prévia da contagem após o encerramento da votação de dois dias mostrou que o texto assegurou um suporte de 51,6% dos eleitores. Ontem cedo, o baixo nível de comparecimento no referendo ge-

rou preocupações sobre a aprovação da nova Constituição, que tem 206 artigos e que tem como ponto central a declaração de que Kosovo é parte integral da Sérvia, a despeito das negociações na Organização das Nações Unidas (ONU), que foram rompidas, sobre o estatuto futuro da província. Para ser aprovado, o esboço precisava do apoio da maioria dos 6,6 milhões de eleitores da Sérvia. (AE)

desemprego. Estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, apesar do crescimento econômico na região, houve um aumento do desemprego entre jovens nos últimos dez anos. No Brasil, entre 1995 e 2003, o desemprego entre jovens aumentou de 11,4% dessa parcela da população para mais de 19%, bem acima da média mundial. A OIT ainda alerta que, para um terço dos latino-americanos entre 15 e 24 anos e que trabalham, ter um emprego não significa sair da pobreza, já que continuam ganhando menos de US$ 2 por dia. Segundo a OIT, a crise entre a juventude que atualmente busca trabalho é mundial. (AE)

MÉXICO anifestantes de esquerda que M bloquearam estradas e tomaram a cidade de Oaxaca, no sul do México, recusavamse, ontem, a desmontar as barricadas formadas por três caminhões e tratores, mesmo com a chegada de agentes da polícia federal deslocados pelo governo para restabelecerem a ordem no estado. Os cinco meses de crise social em Oaxaca chegou a um clímax, após as autoridades determinarem que a lei e a ordem fossem restabelecidas na cidade.


4

Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

ALCKMIN RECONHECE DERROTA E PARABENIZA LULA

Paulo Pampolin / Hype

APÓS DERROTA, PSDB COGITA SER POPULAR. Lideranças tucanas reavaliam a necessidade de defender com mais ênfase o projeto de governo do PSDB e de adequar esse diálogo às camadas populares.

O

PSDB já se deu con- o PSDB precisa defender com ta de que o PT não é ênfase as realizações do partio único que precisa do enquanto estava no goverresgatar valores no, como as privatizações e os históricos e redefinir rumos e inúmeros benefícios que elas estratégias políticas para o fu- trouxeram, além dos projetos turo. Pelo menos este foi o tom sociais implementados nas das palavras da cúpula tucana, gestões que antecederam o goreunida ontem à noite na festa verno Lula. do "Muito Obrigado", na Esta"Não defendemos coisas imção São Paulo, em Pinheiros, portantes que fizemos, não tona capital paulista. mamos a iniciativa e deixamos O candidato à Presidência e que o PT assumisse como se ex-governador de São Paulo fossem dele, por exemplo, a esGeraldo Alckmin compareceu tabilidade econômica e o Bolrapidamente ao palco central sa-Família, que é a mesma coipara cumprimentar a militân- sa que o Bolsa-Escola, mas com cia presente – cerca de 250 pes- reestruturação e mudança de soas. Ao lado do governador nome. Não vamos mais deixar eleito José Serra e de outras li- nossas realizações de presente deranças, incluindo o PFL, Al- para os outros", disse. Mudança– O deputado feckmin fez seu pronunciamento oficial, em que apenas agra- deral eleito e um dos princideceu "ao popais articulavo que lhe res tucanos recebeu de em São Paulo, Edson Aparebraços abertos e de forma cido, foi ainda Saio desta mais enfático calorosa". campanha com Lição– "A na defesa de mais fé e confiança, uma mudança vida é feita de conquistas, de postura. absolutamente Ele considedificuldades e apaixonado pelo alegrias. E a ra imprescinpovo brasileiro. democracia dível a busca Geraldo Alckmin também. Saio por uma interdesta campalocução mais popular do nha com mais fé e confiança, absolutamente partido com a sociedade para apaixonado pelo povo brasi- expandir a participação em leiro. O trabalho continua com grandes centros, fora do eixo mais entusiasmo e ainda com São Paulo-Sul. "É fundamental mais aprendizado", disse Al- que o PSDB se volte para a massa ou será sempre um parckmin em seu discurso. Golpe – As lições da derrota tido de grandes idéias e admi(39,2% dos votos válidos em nistradores notáveis. Mas sem todo o País contra 60,8% de Lu- o mesmo resultado positivo la) foram avaliadas ontem pe- nas votações". Embora exista uma sintolos membros da cúpula tucana, especialmente em relação à nia a respeito da necessidade queda do número de eleitores de mudanças de postura, a que votaram em Alckmin no idéia de um direcionamento primeiro turno. Em São Paulo, p a r a a p o p u l a r i z a ç ã o d o reduto emblemático do PSDB, PSDB não parece contar com Alckmin obteve na primeira o apoio de todos. Para o depuvotação 54,2% dos votos e Lula tado eleito Arnaldo Madeira 36,77%. No segundo turno, a é uma "bobagem" popularidiferença caiu. O tucano per- zar para alcançar maior simdeu eleitores que já tinham vo- patia junto ao eleitorado. tado nele e ficou com 52,26% "Vencemos duas eleições predos votos, enquanto Lula cres- sidenciais sem essa necessiceu 10 pontos porcentuais, dade", argumentou. O partido também promete chegando a 47,74%. Para o ex-ministro da Edu- atuar na oposição "sem a tolecação do governo Fernando rância" do primeiro mandato Henrique Cardoso e deputado de Lula. "Vamos pegar no pé federal eleito, Paulo Renato de mesmo", afirmou Gilberto NaSouza, "o momento é de repen- talini, coordenador da campasar o partido e assumir sua pró- nha tucana em São Paulo. Fernando Vieira pria história". Ele afirmou que

TASSO: CRIME NÃO É ANISTIADO POR ELEIÇÃO. Oposição vai continuar a cobrar apuração no dossiê

O

presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o resultado das eleições "não foi o esperado, mas o povo nos colocou na oposição e vamos continuar na oposição". Segundo ele, isso significa continuar cobrando a apuração no caso do dossiê Vedoin. "Crime não é anistiado por eleição. É anistiado, é julgado pela Justiça. Então, o crime tem que continuar sendo apurado", avisou Tasso, em en-

trevista coletiva na sede estadual do partido. De acordo com Tasso, a reeleição de Lula deve ser respeitada. "Foi uma decisão do povo e, sendo uma decisão do povo, nós temos que respeitar e vamos respeitar até o fim. Agora, não é o que nós queríamos para o Brasil". Por fim, avaliou que, apesar da derrota de Alckmin, o PSDB "sai unificado e fortalecido principalmente nas regiões mais desenvolvidas do País". (AE)

Alckmin, ao lado da esposa, agradece aos aliados e ao povo que lhe "recebeu de braços abertos e de forma calorosa".

PARA TUCANOS, FALTOU COESÃO. E o temor agora é o de que a questão se aprofunde com a disputa entre Serra e Aécio para a eleição de 2010.

A

derrota de Geraldo Alckmin (PSDB) reviveu um fenômeno no PSDB: a falta de coesão interna, que cristianizou os candidatos do partido em 2002 e em 2006. E que agora, com feições de fantasma, paira sobre o candidatura do partido em 2010. Cresce no PSDB o temor de que essa

falta de coesão se aprofunde com a expectativa de uma guerra fratricida entre os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, pela indicação tucana à Presidência em 2010. Para, o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PE), o maior problema do partido é

a coesão interna. "É impossível avançar sem resolver isso", disse, depois de diagnosticar que, principalmente no primeiro turno, houve corpo-mole de muita gente e Alckmin teve menos apoio do que deveria. Mas este não é o único problema. O partido sai das eleições de 2006 com outras

duas grandes tarefas a cumprir: enraizar sua presença em algumas regiões (como o Nordeste e o Rio de Janeiro) e redefinir com clareza seu ideário, em grande parte apropriado pelo PT de Luiz Inácio Lula da Silva, que também sobraçou realizações do PSDB durante seu governo. (AE)

VAMOS PASSAR TEMPOS ALCKMIN NÃO TEVE DIFÍCEIS, DIZ BUARQUE. CORAGEM, DIZ ANALISTA.

O

candidato derrotado do PDT à Presidência da República, senador Cristovam Buarque (DF), afirmou neste domingo que votou "na alternância", deixando clara a sua preferência pelo candidato do PSDB, Geraldo Alckmin e disse estar preocupado com o futuro do País nos próximos meses e anos. O senador não descarta manobras para tentar um terceiro mandato, a exemplo do que foi feito por Alberto Fujimori. Ou, então, o uso excessivo de medidas provisórias durante o mandato. "Creio que a democracia está imprensada entre os que querem o impeachment, o que considero uma temeridade, e os que querem um golpe, o que considero uma temeridade igual. Vamos passar tempos difíceis", profetizou o senador, descartando a possibilidade de uma acordo entre oposição e governo no início do próximo mandato presidencial. O senador riu ao ser questionado sobre a possibilidade de o PDT integrar um bloco com o governo, caso Lula seja reeleito. "Acho muito difícil, não há clima para acordo por enquanto", afirmou. Ele avalia não haver nem mesmo uma agenda mínima para discutir. "Você pode fazer parte daquilo que for certo. Mas isso não significa aceitar cargos no governo. Mas se houver alterações, tal posição pode ser revista", disse. Ontem, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva e partidários, entre eles o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pregaram clima de conciliação entre o governo e oposição após as eleições. "Nenhum dos dois candidatos falou em educação como instrumento de mudança. Falaram como se fosse um serviço a mais e não como um instrumento de transformação. Essa foi a grande diferença entre a minha campanha e a deles", afirmou Cristovam. Afif – O presidente da Associação Comercial de São Paulo

Givaldo Barbosa/AOG

Buarque: Votei na alternância.

A democracia está imprensada entre os que querem o impeachment, o que considero uma temeridade, e os que querem um golpe, uma temeridade igual. Cristovam Buarque (ACSP), Guilherme Afif Domingos, preferiu não fazer prognósticos sobre o segundo mandato do PT, mas criticou o instituto da reeleição. "Essa estrutura eleitoral leva a uma campanha desigual a favor de quem tem a máquina administrativa nas mãos. A lógica do regime de reeleição é o candidato ser eleito para oito anos, com uma confirmação aos quatro", afirmou. Para Afif, "os fatos apurados nos escândalos não foram suficientes para anular os benefícios concedidos pelo governo, como a correção do salário mínimo. "Em 2007 o governo terá que reduzir gastos se quiser fechar as contas públicas. Ou seja, não poderá manter esses mesmos benefícios", lembrou. (SL/ Agências)

O

candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, foi derrotado por falta de coragem de assumir posição sobre temas como privatizações, corte de gastos e política econômica, entre outros assuntos. A opinião é do professor e sociólogo do Ibmec, Carlos Alberto de Melo. Segundo ele, sem referências anteriores e maior experiência política, Alckmin foi, aos poucos, transformando-se numa espécie decaixa-preta. "Ninguém sabia o que ele iria fazer se eleito. A primeira declaração de um dos elaboradores de seu programa de governo, o economista Yoshiaki Nakano, foi desqualificada e desmentida. Se Nakano não podia falar sobre o assunto, quem falaria?", questionou. "Além disso, o que ele tinha para mostrar? As obras em São Paulo? Isso é suficiente para governar um Estado. E, no governo federal, é necessário mostrar sua política social e visão política do mundo – e isso não apareceu", explicou. Para o professor, não é possível afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um candidato imbatível, pois, nesse caso, ele seria reeleito em primeiro turno com 70% dos votos válidos. "Dessa avaliação, pode-se inferir que Alckmin teve um desempenho excelente na campanha eleitoral. Lula é forte e tem penetração social, mas dentro do quadro de desgaste pelo qual seu governo passava, é possível dizer que Alckmin teve uma performance muito fraca e se mostrou um candidato muito frágil", afirmou. "É até irônico que Lula tenha se mostrado um candidato imbatível no segundo turno. Que inversão foi essa? Alckmin tornou Lula imbatível pelos erros que cometeu", comentou. Na avaliação de Melo, não foi Alckmin quem levou as eleições para o segundo turno. "Foi o dossiê, a lambança dos 'aloprados', a foto do dinheiro

É até irônico que Lula tenha se mostrado um candidato imbatível no segundo turno. Que inversão foi essa? Professor Carlos Alberto de Melo, ao analisar a derrota de Alckmin.

apreendido e o erro estratégico de Lula ao faltar aos debates no primeiro turno, que no final não se mostraram nenhum bicho-de-sete-cabeças", considerou. Segundo o professor, nos debates Alckmin não se qualificou como uma alternativa. "E não é porque era desconhecido dos eleitores, mas porque foi desconsiderado. Ele jogou todas as cartas no discurso ético. E não se preparou para disputar o segundo turno. Basta ver a campanha do presidente Lula, com seu jingle 'deixa o homem trabalhar', para ver quem estava preparado para essa situação", declarou. O professor disse ainda que Alckmin não dialogou com os pobres, mas somente com a classe média. "O voto pelos R$ 70 do Bolsa Família é racional, de acordo com os interesses dessa classe. A classe média não percebe isso, mas para muitas pessoas R$ 70 faz uma diferença danada. Ele deixou de conversar com esse público", disse. "O debate da Bandeirantes foi uma tragédia nesse sentido". Para Melo, Alckmin deixou seus eleitores felicíssimos com a truculência, mas com isso ele assustou o eleitor de Lula. Ao ridicularizar Lula por ler as perguntas, o professor disse que Alckmin mostrou soberba, pois a maior parte dos brasileiros tem dificuldade para ler. "E Lula deu uma resposta notável ao dizer que não teve tempo de decorar e não fez curso de psicodrama." (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Marcelo Casal Jr./ABr

O acordo garante a rentabilidade dos negócios da Petrobras e é fundamental porque também garante o fornecimento de gás natural para o mercado brasileiro Comentário feito por Silas Rondeau, ministro de Minas e Energia do Brasil, a jornalistas, ontem, em relação ao contrato assinado, no sábado à noite, entre a Petrobras e o governo boliviano, para o fornecimento de gás

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

2 -.LOGO

30 Nascimento do poeta e filósofo francês Paul Valéry (1871-1945) Ao lado, em auto-retrato. Dia do Comerciário

R ESULTADOS E M

C A R T A Z

OITICICA

Bancos: lucros menores

Queda se deve à amortização de ágio devido a aquisições feitas no passado

O

A exposição exibe "Cosmococa CC4 Nocagions", de Helio Oiticica & Neville de Almeida. Nara Roesler. Av. Europa, 655. Telefone 3063-2344. Das 10h às 19h. Grátis.

balanço dos bancos no terceiro trimestre deve trazer lucros bem menos exuberantes do que nos períodos anteriores. Isso porque as três maiores instituições privadas do País – Bradesco, Itaú e Unibanco – decidiram amortizar ágios de aquisições passadas, como BankBoston, América Express (Amex) e Banco do Estado do Ceará (BEC), que custaram bilhões de reais às instituições financeiras. Ainda assim, os analistas acham que os números serão positivos. "Se forem excluídas

essas amortizações, os ganhos continuarão elevados. Os bancos só estão preparando os balanços para resultados ainda melhores nos próximos trimestres", diz o analista da Ágora Sênior, Rafael Quintanilha. Além disso, continua ele, a transparência dos bancos vai aumentar com essa operação. O primeiro grande banco a divulgar balanço foi o Santander Banespa, na quinta-feira. O lucro líquido, de R$ 890 milhões, foi 38% inferior ao de igual período de 2005, quando houve um lucro extraordinário referente à venda da AES

Tietê. Sem esse ganho extraordinário, o resultado seria 11% superior ao do ano passado. Amanhã, é a vez do Itaú divulgar seu balanço, que deverá trazer a amortização de R$ 2,59 bilhões de ágio pela compra do BankBoston no Brasil, em maio. Isso terá um efeito líquido negativo de R$ 1,76 bilhão no lucro do banco, segundo comunicado divulgado quarta-feira ao mercado. Sem esse fato, a previsão era de lucro de R$ 1,53 bilhão no terceiro trimestre, conforme cálculos da Fator Corretora. Valor 12,8% maior ao de 2005.

Reuters

M ÚSICA

Vagas para astros pela internet O selo Parlophone da EMI, que tem artistas como Paul McCartney, Kylie Minogue e Norah Jones, está em busca de aspirantes a cantores e grupos musicais. O selo discográfico vai receber arquivos musicais enviados pela internet e colocou no site um novo software que permite aos novos talentos inscrever seus arquivos musicais e fotografias publicitárias. "Esse novo sistema nos permite manter nosso processo de busca por talentos atualizado e, ao mesmo tempo, dá a todo mundo a oportunidade de serem escutados", disse Nigel Coxon, diretor de repertório do selo.

C IÊNCIA

www.parlophone.co.uk

Humano, com um toque de coelho

B RAZIL COM Z

Três equipes de cientistas britânicos solicitaram neste mês a permissão das autoridades para fundir células humanas com óvulos de animais, experiência que pode permitir no futuro um tratamento para algumas doenças que atualmente não têm cura. Os cientistas pretendem criar embriões que serão 99,9% humanos e terão 0,1% de coelha ou de vaca. A idéia é utilizar os embriões para criar células-tronco portadoras dos defeitos genéticos responsáveis pelas doenças neurológicas. Transformando essas células em neurônios, os especialistas acreditam poder

determinar o processo através do qual as doenças degenerativas destroem os nervos, além de encontrar remédios capazes de freá-lo ou até revertê-lo. Se os experimentos forem bemsucedidos, os cientistas poderiam pegar células de um paciente e transformá-las em outro tipo de tecido como células renais, o que permitiria realizar transplantes sem risco de rejeição. Se a experiência for liberada, as equipes permitirão que os embriões cresçam por no máximo 14 dias, momento em que serão uma massa de células do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Espiões brasileiros?

N A CÉDULA

F EBRE AFTOSA

Reprodução

L

O economista Adam Smith, chamado de o pai da economia moderna, morto em 1790, vai estampar o verso das notas de 20 libras britânicas.

Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças, o Brasil inicia, nesta quarta-feira, a segunda etapa na Campanha Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. Dezesseis estados, nos quais estão cerca de 148 milhões de bovinos – 72% do total do rebanho brasileiro – deverão participar da campanha durante todo o mês. A imunização também atingirá os bubalinos, de acordo com a Defesa Agropecuária.

T ECNOLOGIA

Discos de vinil já viram MP3 Adoradores de música podem respirar aliviados: toda a sua coleção de discos de vinil já pode ser convertida em arquivos digitais para MP3 players. Um novo aparelho, o INport, projetado pela australiana Xitel, já realiza esse trabalho. Composto por um cabo e uma caixa conversora do tamanho de um cartão de crédito que conecta o computador a um aparelho de som, o aparelho transforma discos e fitas k7 em arquivos de som. A tecnologia também inclui um software que ajusta os níveis de som e separam as faixas dos discos quando as músicas são

transferidas. O dispositivo, que custa até US$ 100, tem cabos que podem ser ligados a um aparelho de som, e também um cabo USB que permite a conexão com um computador para transferir as faixas. Outro equipamento para toca-discos, o ION-iTTUSB, faz a mesma coisa e custa cerca de US$ 130. Porém, esses dispositivos não são tão úteis para os fanáticos por qualidade sonora. Alguns usuários estão decepcionados com as redução de qualidade no som de suas canções preferidas.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Cuboglass, TV com design

Tecnologia de fácil acesso

O televisor Cuboglass tem tela de cristal e gabinete de alumínio polido em forma de cubo. Vem um "case" profissional para transporte com rodinhas. É equipado para recepção digital e se conecta a DVD, computador, iPod, etc. Custa 950 euros.

O site do Instituto de pesquisas Tecnológicas (IPT) mantém uma área com uma série de serviços online para os internautas. Além da biblioteca, com artigos e textos científicos, há notícias, informações técnicas sobre calibrações, ensaios e análises e metrologia elétrica. O site também traz manuais de referência, Atualização de Normas Técnicas (SAA) e um bate-papo programado em que é possível tirar dúvidas em tempo real.

www.singulier.com

http://www.ipt.br/online/

L

Campanha começa na próxima quarta-feira

FUGA DE FIDEL - Um bote simbolizando os usados por milhares de cubanos para fugir de Cuba, foi o destaque, no sábado, do Fantasy Fest Parade, realizado na Flórida. Visto como uma das formas mais rápidas de fugir de Fidel, o bote foi uma sátira ao líder cubano. D ESIGN

Traços da era do jazz

O International Herald Tribune, jornal norte-americano, publicou no fim de semana, um artigo de Sam Logan, especialista em segurança, repercutindo uma notícia que tem circulado no exterior: o Brasil estaria se preparando para mandar espiões à Venezuela e à Bolívia a fim de verificar que tipo de manobras os líderes desses dois países estariam tramando para assumir a hegemonia na América Latina. Segundo a notícia, os agentes da ABIN teriam a função de manter o governo informado sobre ações de Hugo Chávez e de Evo Morales que possam prejudicar a liderança brasileira na região. Segundo Logan, a política de boa vizinhança com os dois países não está ameaçada. O objetivo é, apenas, evitar que a parceria ChávezMorales se torne forte e ameaçadora demais. D OR DE CABEÇA

Filmes são novo problema para Bush

m pool de internautas criou na rede um caótico arquivo com anúncios, ilustrações e gravuras que circularam em revistas européias e norte-americanas. O site é um arquivo de imagens de moda, arte, cultura, costumes e lazer durante o rico período que vai dos anos 20, época áurea do jazz, aos anos 40, quando o mundo ainda sofria com a guerra.

U

O presidente norteamericano, George W. Bush, terá mais uma dor de cabeça para administrar antes das eleições legislativas marcadas para o próximo dia 7: dois filmes de denúncia. Na última sexta-feira, dois documentários de crítica a seu governo e à guerra ao terror estrearam nos cinemas americanos: "A Morte de um Presidente", um pseudodocumentário sobre o hipotético assassinato de Bush, e "Cale a Boca e Cante", que retrata a caça às bruxas com ecos macarthistas que as cantoras do Dixie Chicks sofreram após criticarem o presidente. (AE)

www.flickr.com/groups/jazzage/pool/

V ÔOS

Céu de brigadeiro nos aeroportos

www.amazon.com www.xitel.com

Acima, anúncio de uma revista feminina dos anos 30 e, ao lado, um anúncio de jornal alemão da mesma época. Ao lado, na imagem menor, uma ilustração de uma publicação masculina dos EUA nos anos 20.

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Quatro filmes brasileiros estão entre 14 que concorrem na 30ª Mostra

L

Empresas de planos de saúde investem em tecnologia para detectar fraudes de clientes

L

PUC de São Paulo começa a sair do sufoco financeiro, após seis anos de déficit nas contas

Depois de um final de semana conturbado, com atrasos na sexta-feira, no sábado e no domingo pela manhã, os vôos nos aeroportos de algumas cidades brasileiras voltaram ao normal na tarde de ontem. Os passageiros enfrentaram transtornos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, onde os atrasos dos vôos chegaram a até uma hora. No Aeroporto de Brasília, os vôos atrasaram desde a sexta-feira. Ontem de manhã, 10 vôos partiram depois do horário. No Aeroporto Tancredo Neves, em Minas, os vôos também atrasaram.


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Congresso Planalto Entrevista CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A política não permite vácuo. Se PT e PSDB não conseguirem formular uma nova alternativa, alguém de fora o fará. Amaury de Souza

É INACEITÁVEL INVIABILIZAR GOVERNO, DIZ CIENTISTA.

LUTA PELO PODER ENVELHECE O PT E O PSDB Andrea Felizolla / LUZ

Encerrado o segundo turno da eleição à Presidência da República e aos governos estaduais, PT e PSDB, que travaram uma luta pelo poder do País nos últimos anos, dão sinais de esgotamento interno. Pior: eles envelheceram nos quesitos liderança, programas de governo e métodos de ação. A opinião é do cientista político Amaury de Souza, sócio-diretor da MCM Associados. Para ele, o domínio paulista nas duas legendas, há quase duas décadas, está se encerrando e precisa se renovar. De acordo com Souza, Aécio Neves, governador tucano de Minas Gerais reeleito no primeiro turno, e Fernando Pimentel, prefeito petista de Belo Horizonte, estão na fila para suceder as velhas lideranças políticas. "Pode-se dizer que em 2010 haverá uma pressão enorme nas duas legendas para que haja uma renovação da disputa eleitoral e das direções partidárias". A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva, em que analisa os pleitos estaduais, o quadro partidário no Congresso, com o PFL perdendo força e o PMDB como o fiel da balança. Marcos D´Paula / AE - 30/05/06

Milton Mansilha / LUZ - 14/09/06

Garotinho: erro de estratégia.

Mercadante: ônus do dossiê.

BALANÇO DA CAMPANHA NO 1º TURNO

É INACEITÁVEL INVIABILIZAR O NOVO GOVERNO

A

A

maury Souza acredita que, em relação ao primeiro turno, a divisão do voto popular entre regiões foi rapidamente diluída. Ele lembra que Lula ganhou o voto popular no Norte, Nordeste e em parte do Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já Alckmin "ganhou de São Paulo para baixo" – toda a região Sul – e o Centro-Oeste. "Alckmin soube explorar a recusa de Lula em ir aos debates e o escândalo do dossiê contra os tucanos, conseguiu reduzir a diferença e a eleição foi para o segundo turno", avalia. "Só que depois não cresceu", ressalta Souza. O cientista político lembra que Alckmin passou a primeira semana de campanha do segundo turno fora da mídia. "E a primeira manifestação pública foi um erro deplorável: a aliança com a casal Garotinho, no Rio de Janeiro. Lá, a candidata Heloísa Helena (PSol) teve 18% dos votos válidos", observa. Para completar, ele não soube sustentar o nível de agressividade que o diferenciaria de Lula, sem alienar os eleitores. "Alckmin mostrou um estilo excessivamente suave para enfrentar um candidato carismático e agressivo como Lula".

Polícia Federal já tem material suficiente para levar o caso do dossiê contra o PSDB à Justiça, na opinião de Amaury de Souza. Do ponto de vista da Justiça Eleitoral, o elo que pode desaguar numa reação mais contundente seria a conexão do dinheiro utilizado na compra do dossiê com os fundos de campanha do PT. É o caminho da impugnação de candidaturas. Segundo ele, o ônus do escândalo pode ficar restrito ao senador Aloizio Mercadante (candidato derrotado ao governo de São Paulo) ou pode alcançar Lula. Isso depende do tipo de evidência que vai se conseguir. Sem isso, o processo ficará restrito aos acusados e suspeitos que já estão em cena. O melhor para o País é que as forças políticas dialoguem. "Não adianta fazer terceiro turno de eleição. Não é aceitável inviabilizar um governo legitimamente eleito nas urnas. Somente novos escândalos devem gerar ações contundentes da oposição. No Senado, mesmo perdendo cadeiras, a oposição continuará a ter força. Ela poderá obstruir as votações e inviabilizar o governo, mas precisa operar dentro de um quadro democrático".

Sergio Kasputan Diário do Comércio – Qual sua avaliação do segundo turno nos estados? Amaury de Souza – Houve uma divisão equilibrada entre os partidos alinhados com o governo federal e com a oposição. Na oposição, pela força política que representam, destacam-se Yeda Crusius (PSDB-RS) e Cássio Cunha Lima (PSDBPB). Há também Alcides Rodrigues (PP-GO), que apóia o segundo mandato do PT, mas é aliado do exgovernador Marconi Perilo (PSDB). Em relação ao governo federal, destacam-se três candidaturas pró-Lula: Ana Júlia (PT), que virou a eleição contra Almir Gabriel (PSDB) no Pará, Eduardo Campos (PSB) que estava na frente nas pesquisas contra Mendonça Filho (PFL) em Pernambuco e Sérgio Cabral (PMDB) que disputou o governo do Rio de Janeiro contra Denise Frossard (PPS). Embora tenha se mantido distante de Alckmin e Lula, tudo indica que Cabral será mais simpático ao governo Lula. Destaco também a disputa palmo a palmo aos governos do Paraná e Rio Grande do Norte. E sua análise do quadro partidário no Congresso? AS – Comparado ao PMDB, PSDB e PT (principais partidos no Congresso), o PFL teve uma perda monumental na eleição. A começar pelos governos estaduais. Perdeu a Bahia, espécie de âncora política do partido, e corre o risco de perder a senadora Roseana Sarney (MA) para o PMDB. E com ela deverá ir outro senador do Maranhão: Edson Lobão. Com isso, o partido terá apenas um governo, o do Distrito Federal, com José Roberto Arruda. Outro problema: o partido encolheu na Câmara ao eleger 65 deputados. Em 2002 foram eleitos 84. A força do PFL ficou concentrada no Senado: 18 parlamentares. Mas tudo indica que terá baixas e não poderá mais reivindicar a Presidência da

partidária nos últimos anos mostra duas alianças para dirigir o País: uma liderada pelo PT e outra pelo PSDB. Nenhum deles têm força suficiente para governar os estados e ter maioria no Congresso. Por que o PMDB é o fiel da balança? Por não ter candidatura forte à Presidência da República. Foi assim com Ulysses Guimarães em 1989 e Orestes Quércia em 1994. O partido mostrou que tinha apenas poder nos estados. Elegeu agora governadores (quatro só no primeiro turno) e uma bancada federal de 89 deputados, tornando-se o fiel da balança no Congresso. O PMDB mostrou até agora e dificilmente terá, no futuro, capacidade de disputar a eleição presidencial.

Amaury de Souza: novas lideranças surgem fora de São Paulo.

Casa por não ser majoritário. Como vê os resultados obtidos por PT e PSDB? AS – A eleição também causou problemas ao PSDB e PT, embora o desempenho eleitoral deles tenha sido excelente. O PT manteve quase o mesmo número de deputados federais (de 81 para 83) e reduziu sua presença no Senado (de 14 para 11), mas conquistou a Bahia com a vitória de Jacques Wagner. A Bahia é um Estado política e economicamente importante. O PSDB elegeu 66 deputados (contra 65 em 2002) e se manteve igual no Senado (15 cadeiras). O problema é que os dois estão dilacerados internamente. O PT fará congresso, em maio do próximo ano, para se reorganizar depois dos escândalos. Mesmo com a reeleição de Lula, o partido afastou-se da presidência da República. Se houver um

governo de coalizão, com o PMDB, o PT terá um papel menor do que teve no primeiro mandato. No caso do PSDB, com a reeleição de Aécio Neves em Minas Gerais, novas lideranças fora de São Paulo estão surgindo. Isso vale também para o PT. Há novos nomes como Marcelo Déda, governador de Sergipe eleito no primeiro turno, e Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte. A indicação deles significa tirar o espaço dos paulistas na direção nacional. Vale lembrar: há 16 anos os paulistas comandam os dois partidos. Pode-se dizer que em 2010 haverá uma pressão enorme nas duas legendas para que haja uma renovação da disputa eleitoral e das direções partidárias. E o PMDB? AS – O PMDB sobrevive como fiel da balança desde 1994. A nossa história

Como o presidente pode estabelecer governabilidade sem cair no fisiologismo? AS – Governar em coalizão significa que as pastas ministeriais são divididas entre os partidos conforme seu peso no Congresso Nacional. Na gestão de Lula, há três grupos principais: PT, PMDB e os demais partidos de médio porte, como PP, PL, PSB, PC do B e, provavelmente, o PTB. A divisão de poder parlamentar entre estes partidos é praticamente a mesma: 17% para cada um. O PT ocupa hoje 80% dos ministérios. Na prática, cada partido teria direito a um terço deles. Isso tende a conferir maior estabilidade e apoio político. Quanto mais se desviar desse modelo, mais instável será a administração. O atual governo, a partir da crise do mensalão, não tem conseguido emplacar nenhuma votação no Congresso. A agenda legislativa não anda há dois anos. Isso vem da maneira como o governo é feito. O PT acreditou, no primeiro mandato, que pela corrupção e cooptação conseguiria andar para frente. O modelo mostrou-se inviável. É impossível obter apoio parlamentar sem dar participação no governo e nos ministérios.

Niels Andreas / AE - 26/07/05

LULA E ALCKMIN: IGUAIS.

NÃO HÁ PROPOSTAS PARA RETOMAR O DESENVOLVIMENTO

A

P

ara o consultor político Amaury de Souza, petistas e tucanos têm algo em comum: defendem a mesma política econômica. O problema é que ela é insuficiente para o País crescer. "Nem PT, nem PSDB tem uma proposta para a retomada do desenvolvimento. As duas forças envelheceram em termos de liderança, de programa e métodos de atuação", ressalta. O cientista político torce para que surja nos próximos anos uma força "que possa inspirar a nação". "A política não permite o vácuo. Se PT e PSDB não conseguirem formular uma nova alternativa, alguém de fora o fará", prevê. Ele não acredita em mágica na política. Segundo Souza, o peso das coalizões que susten-

Fernando Henrique: inspiração.

tam os governos do PT e PSDB vão continuar. "Sairá de dentro das duas coalizões a redefinição do quadro político. Não existe – a chamada terceira via – fora deles". "O embate político é importante para que novas forças surjam". Com uma ressalva: "a cena política deve obedecer às regras do jogo democrático, sem casuísmos e firulas".

oposição liderada por PSDB e PFL precisa fazer um profundo auto-exame de sua atuação, defende o cientista político Amaury de Souza. "No primeiro mandato do PT, Lula se apropriou literalmente dos programas de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nas áreas econômica e social, com a transformação do Bolsa - Escola em Bolsa - Família". Até na política externa, conforme o especialista, Lula seguiu muito o que Fernando Henrique iniciou. "O PT descobriu muito rapidamente que não tinha programa próprio ao assumir o governo em 2003. O fato concreto é que o PSDB ficou sem o programa". O cientista político sustenta que em quatro anos de governo Lula os tucanos não conseguiram definir uma alternati-

va de poder concreta e viável eleitoralmente. " O que a gente viu na campanha? Geraldo Alckmin defendendo o que Lula defendia. Não foram apresentadas propostas alternativas na campanha". Souza reforça que Lula e Alckmin se tornaram iguais em programas e visão nacional. "O País já tem estabilidade econômica e ninguém luta mais contra metas de inflação e câmbio flutuante", afirma. O tema foi discutido na campanha, principalmente o aumento dos gastos públicos em pleno período eleitoral. A medida foi criticada por Alckmin no horário eleitoral gratuito e nos debates do primeiro e segundo turnos. "Esses itens já fazem parte da cultura política do País. Há desvios aqui e ali, mas o essencial permanece igual", diz.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

DOISPONTOS -11 11

E

NUNCA ANTES

NESTE PAÍS omo é de vast o c o n h e c imento da sociedade brasileira, o nosso país foi descoberto, ou fundado, ou criado, (não importa), em 1980, tendo sido colonizado, finalmente, a p a r ti r d e 2 0 0 3. E , com muito suor e lágrimas, construiuse, finalmente, um país "como nunca antes neste país", o que é uma glória para todos que aqui vivem e que têm nessa ex-terra de Cabral a sua base. Assim, a partir de sua colonização, tudo começou a acontecer, "como nunca antes neste país". Juscelino e Getúlio, como se pode ver, nunca foram brasileiros, já que antes aqui nada era. Portanto, idolatrá-los, como muitos fazem equivocadamente, inclusive este próprio interlocutor com relação a Kubitschek, nosso maior, é um erro de avaliação, em especial de tempo e espaço. Afinal, "nunca antes neste país" existiu um país. Enquanto isso, a dívida pública interna cresce astronomicamente e, óbvio, exige elevadíssimos pagamentos de juros, da ordem de cerca de 150 bilhões de re a i s / a n o , t o d o s desviados, segundo economista conhecido, para apenas cerca de 20.000 famílias, o que torna o presidente realmente pai dos pobres. E, como sempre, "nunca antes neste país".

C

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

i n t e res s a n t e notar que, por longos 23 anos, período que levamos para sermos colonizados, nunca imaginamos existir sob nosso subsolo tão grandes reservas petrolíferas, que nos dariam em pouco mais de três anos, a confortável posição de auto-suficiência. Não tivéssemos nós a sorte, e quão grande ela se revelou, de termos, na pré-história, implantado a indústria automobilística, chegaríamos ao impressionante percentual de 100% de petróleo exportável, sem utilização interna. Só devemos lamentar que na préhistória do país nunca se tenha investido um único centavo "no "petróleo é nosso", caso contrário estaríamos agora, talvez, com a maior produção mundial. A taxa de juros Selic, também de concepção moderníssima (sic), e que ocasiona a estúpida transferência de renda retromencionada, também, "nunca antes neste país", foi tão baixa como se d i z . E nquanto is-

É

G O povo

começou a comer, várias refeições ao dia, já que, afinal, a esmola cresceu através da bolsaesmola, criada que foi após a primeira colonização. E seus beneficiários parecem representar cerca de 70 a 80% dos votos necessários à eleição de um presidente, como nunca antes neste país. G Devemos

lamentar que na pré-história do país nunca se tenha investido um único centavo no petróleo G Afinal, nunca

antes neste país existiu um país.

so, como mostram os jornais, quase 50% dos jovens de 16 a 24 anos não têm emprego ou oportunidade de ter um. Mas, como investir, se vai tudo para os juros, e o astronômico superávit primário mal passa da metade necessária para pagar os juros? O povo começou a comer, várias refeições ao dia, já que, afinal, a esmola cresceu através da "bolsa-esmola", e agora é oficial, criada que foi após a primeira colonização. E seus beneficiários parecem representar cerca de 70 a 80% dos votos necessários à eleição de um presidente, como "nunca antes neste país". governo nunca criou tanto e mudou tanto o país para tudo continuar exatamente como sempre foi, com algumas pioras. A estabilização econômica deuse, finalmente, após a colonização e agora, como "nunca antes neste

O

país". O emprego também cresce como "nunca antes neste país", e não importa se os jovens não conseguem um. E levando a economia a crescer em média cerca de astronômicos 2,7% ao ano durante nosso período de vida póscolonização. omo nunca antes neste país, não temos Legislativo, já que este não funciona, ou é controlado pelo Executivo, que legisla muito mais e tranca a pauta, levando a uma inversão total de valores. Também, "nunca antes neste país" tivemos um Judiciário tão atrelado ao Executivo, decidindo tudo como deve, assim como o Legislativo. Calma CharlesLouis de Secondat, Barão de Montesquieu, nascido em Bordéaus, criador da teoria da separação dos poderes, não se revire no túmulo. Você é francês, não precisa preocuparse com esta terra tupiniquim. E, também, quem mandou nascer em Bordéaus. Como desejaria ser respeitado no Brasil? Ora, ora amigo Montesquieu, na próxima reencarnação, esc o l h a m elhor.

C

SAMIR KEEDI É ECONOMISTA, SAMIR@ ADUANEIRAS. COM.BR

stamos às vésperas de um novo período de governança republicana, após uma campanha eleitoral em que se falou muito de crescimento econômico mas quase nada da necessidade de enxugamento do tamanho do Estado que , como se viu, já era obeso em 1840 e 1890, com as finanças mal administradas. Os candidatos à Presidência ou aos governos estaduais evitaram discutir o problema, como se a necessidade de conter a despesa pública não tenha se transformado em condição essencial para a retomada do desenvolvimento.

ANTONIO DELFIM NETTO

AUMENTAR

A EFICIÊNCIA reio que poucas pessoas no Brasil têm dúvida que os governos gastam muito mal o dinheiro público, apesar da montanha de impostos que arrecadam. Isso é válido tanto no que se refere à União como na maioria dos estados e municípios. No comentário da última quarta-feira na página 2 da Folha de S.Paulo referi-me a duas passagens da nossa história que lembram que não se trata de fenômeno característico dos tempos modernos. Citei dois episódios: o primeiro em 1840, quando a maioridade de D. Pedro II (que tinha 14 anos de idade) foi antecipada para salvar a integridade física nacional e conter os desmandos financeiros da Regência. O que levou Sua Majestade, ao agradecer a proclamação, a prometer solenemente "administrar a despesa pública com a mais severa economia". O outro episódio (quase 50 anos depois) é de 1889, quando se proclamou a República e o ministro da Fazenda, Ruy Barbosa, descreveu no discurso de posse a "situação dramática" das finanças públicas (uma preocupante sucessão de déficits e um endividamento assustador, herdados do período imperial), e recomendou também de forma dramática "cortes enérgicos nas despesas, eliminação de repartições inúteis e redução de pessoal"...

C

situação hoje é novamente muito delicada : temos uma carga tributária de 38% do PIB e uma dívida que está sendo reduzida, mas ainda se mantém no alto patamar de 51% do PIB. Esses dois problemas impedem o crescimento. Então, o governo precisa começar a resolvê-los logo nos primeiros dias, convencendo a sociedade de que é capaz de estabilizar as despesas de custeio da máquina pública. Não precisa de muita coisa : basta fixar um teto e só corrigir os gastos anualmente pelo índice da inflação. O controle de despesas e um esforço para dar aos serviços do Estado um pouco mais de eficiência produzirão mudanças significativas: liberarão recursos para o setor privado e permitirão recuperar a capacidade de investimento público, que precisa voltar aos níveis de antigamente, quando representavam 5% do PIB. Hoje o Estado mal investe 1%, enquanto toma muito mais recursos do setor privado e gasta mal uma soma fantástica de impostos. Comparado com a maioria dos outros países aqui mesmo na América Latina, tais como o México, a Argentina e Colômbia por exemplo, o Brasil se destaca pela improdutividade dos gastos com o mesmo nível de despesas em relação ao PIB.

A

á um espaço considerável, portanto, para a melhoria da eficiência dos gastos, inclusive dos chamados programas sociais que não precisam necessariamente ser reduzidos.

H

ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB)

(QUE MALDIÇÃO!) Um hipócrita de elite ou um hipócrita elitista? o comício da Zona Leste, o candidato Luiz Inácio brada para seus ouvintes, em sua maioria trabalhadores, que "A gente precisa cuidar sempre dos mais necessitados. Porque o rico não precisa do Estado brasileiro. Quem precisa do Estado brasileiro é o povo

N

pobre deste país". Será que ele observou essa profissão de fé de suas campanhas? Certamente que não, pois, mais tarde, ele mesmo, já sob os holofotes de um estúdio de televisão confessa o que fez: "Esses banqueiros são ingratos, porque receberam tudo de mim e votam todos

no Alckmin". Afinal, a quem amparou e de quem cuidou o presidente Luiz Inácio: pobres ou banqueiros? O cotejo dessas duas afirmações revela o desprezo com que, ora no papel de repetente a esse posto, encara os valores sociais que ensejam o

Paulo Liebert/AE

A quem o presidente Lula amparou e cuidou : pobres ou banqueiros?

desenvolvimento, a desfaçatez de seu comportamento político e como zomba da dignidade dos cidadãos brasileiros, inclusive e sobretudo daqueles que lhe darão a única coisa de muito valor que possuem: o voto. PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

G Ruy Barbosa

descreveu no discurso de posse a situação dramática das finanças públicas

E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO

PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Sem novidades, exceto as piores om a reeleição de Lula, o Brasil continuará sendo governado diretamente das assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo, sem a mínima necessidade de consultar o Parlamento ou dar satisfações à opinião pública; o direito da esquerda ao crime e à mentira, já exercido sem maiores restrições, será consagrado como cláusula pétrea da moral política nacional, e os que a infringirem se sentirão pecadores e réprobos; os representantes das Farc e do Mir continuarão circulando livremente pelo território onde vendem drogas e seqüestram brasileiros; os cinqüenta mil homicídios anuais subirão para sessenta ou setenta, mas a liquidação de quadrilhas locais concorrentes da narcoguerrilha colombiana continuará sendo apresentada como vitória esplêndida da lei e da ordem; o MST continuará ditando a política agrária federal; e os empresários que não participem de mensalões ou esquemas similares continuarão sendo criminalizados pela Receita. Até aí, tudo será como antes, exceto do ponto de vista quantitativo, no sentido de que o ruim ficará incalculavelmente pior. As únicas novidades substantivas previsíveis são as seguintes: (1) Nossas Forças Armadas, que até agora conseguiram adiar um confronto com a realidade, terão de escolher entre continuar definhando ou integrar-se alegremente na preparação de uma guerra continental contra os EUA, ao lado das Farc e sob o comando de Hugo Chávez. (2) Como Lula promete para o seu segundo mandato a “democratização dos meios de comunicação”, os órgãos de mídia que se calaram quanto aos crimes maiores do presidente serão recompensados mediante a oficialização da mordaça. Não deixa de ser um upgrade. (3) Alguns políticos com veleidades legalistas, que faziam alarde de querer punir os crimes do PT, partirão para o adesismo retroativo e inventarão para isso justificativas sublimes. Tudo o que ficou impune será esquecido ou premiado. Geraldo Alckmin perdeu porque sacrificou sua candidatura, sua consciência e até sua religião ao voto de silêncio no que diz respeito ao abortismo, ao Foro de São Paulo, às ligações de Lula com as Farc e do PT paulista com o PCC. No último debate, uma insinuação velada – ou ato falho – mostrou que ele estava bem avisado pelo menos quanto a este último ponto, mas não queria passar a informação aos eleitores. Gastou seus quinze minutos de fama empregando nisso o melhor da sua covardia, e não se pode dizer que se esforçou em vão. Simultaneamente, um artigo meu sobre o Foro de São Paulo era censurado na Zero Hora de Porto Alegre e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh fazia o que podia para calar o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara. No tópico do abortismo, pela primeira vez na história das eleições no mundo um partido proibiu, com sucesso, toda menção pública a um item do seu próprio programa oficial. Os que violaram o voto de censura pagaram pela audácia: o arcebispo do Rio de Janeiro

Wilton Junior/AE

C

Com a reeleição de Lula, o direito da esquerda ao crime e à mentira, já exercido sem maiores restrições, será consagrado como cláusula pétrea da moral política nacional.

Os representantes das Farc e do Mir continuarão circulando livremente pelo território onde vendem drogas e seqüestram brasileiros.

Alckmin perdeu porque sacrificou (...) sua consciência e até sua religião ao voto de silêncio sobre o abortismo, o Foro de São Paulo, as ligações de Lula com as Farc e do PT paulista com o PCC.

A diferença entre decisão eleitoral e decisão judicial é um dos pilares da ordem democrática e da própria racionalidade nos debates públicos.

do ato de julgar, delegou essa tarefa a indivíduos especialmente dotados e, ao longo dos séculos, veio aprimorando os meios de exercê-la e acumulando o imenso patrimônio intelectual da ciência jurídica. Inversamente, escolher entre dois pretendentes ao mando aquele a quem se prefere obedecer é decisão de foro íntimo que cada um tem de tomar por si mesmo, livremente, valendo aí os conselhos dos sábios e o testemunho das ciências tãosomente como sugestões, sem nenhum poder determinante. É mais fácil, em suma, escolher um governante do que decidir se um réu é culpado, e qual a pena que lhe cabe. Por isso, a diferença entre decisão eleitoral e decisão judicial é um dos pilares da ordem democrática e da própria racionalidade nos debates públicos. Por duas vezes, já, o Brasil desprezou essa diferença. Primeiro, quando julgou e condenou Fernando Collor antes de ter uma certeza juridicamente consistente quanto aos crimes que lhe imputavam. Segundo, quando protelou toda iniciativa judicial contra Lula até transferir aos eleitores, hoje, a decisão quanto à culpa ou inocência do acusado. No primeiro caso, o réu foi absolvido, depois de desgraçado politicamente, nos 103 processos movidos contra ele na Justiça. Como é impossível uma nação inteira arrepender-se de haver condenado um inocente, a mídia e a opinião pública desprezam solenemente a decisão da Justiça e continuam a tratar Collor como se fosse culpado. Quanto a Lula, as provas existentes da sua culpabilidade já são tão volumosas, que dificilmente ele escapará de uma condenação se elas forem levadas à Justiça. Então, pela lógica da história recente, não restará alternativa senão continuar tratando o culpado como inocente. Duas mentiras colossais, consagradas como opinião geral, bastam para destruir completamente a capacidade de julgamento moral de um povo. Por meio delas, a nação inteira tornou-se culpada de injustiça, e, reprimindo em si própria a compreensão do que fez, não há de reencontrar tão cedo o sentido do que é consciência moral.

teve sua casa invadida pela polícia e, em Belo Horizonte, dois jovens foram presos por distribuir folhetos sobre o compromisso firmado por Lula no sentido de legalizar o aborto no país. Nunca um partido teve um controle tão completo sobre a lista dos argumentos permitidos e proibidos na propaganda eleitoral. Os últimos dias da campanha deram uma amostra do que o segundo mandato de Lula promete ao Brasil.

osa/AF/06/ Wilson Pedr

Se julgar da culpa ou inocência alheia fosse habilidade natural e espontânea do ser humano, todos seríamos magistrados de nascença. Desde que o mundo é mundo, porém, a sabedoria das civilizações reconheceu as tremendas responsabilidades

03/90

A auto-estupidificação moral de um povo

Collor comanda a primeira reunião após a posse


6

Congresso Planalto Gover no CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A DIVISÃO DOS PODERES POR ESTADO

Carlos Costa / AE

MAIORIA DOS GOVERNADORES ESTÁ COM LULA Apoios são fundamentais para o governo obter maioria na Câmara e Senado.

A

eleição dos governos estaduais favoreceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 27 governadores que vão tomar posse em 1º de janeiro, 17 apóiam o petista. Os governadores têm influência nas bancadas na Câmara e Senado, que são fundamentais para o presidente obter maioria nas duas casas. A divisão do poder nos Estados mostrou um equilíbrio entre PMDB, PSDB e PT. Os peemedebistas elegeram sete governadores, os tucanos seis e os petistas cinco, totalizando 18. Os restantes ficaram assim distribuídos: PSB (3), PPS (2), PDT (2), PFL (1) e PP (1). No primeiro turno, dos 17 governadores eleitos, nove fizeram campanha com Lula. Entre os eleitos, destacam-se: Marcelo Déda (PT-SE), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Blairo

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Maggi (PPS-MT). No segundo turno, dos dez eleitos, cinco estão com o presidente: Ana Júlia Carepa (PTPA), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR), Wilma de Faria (PSB-RN), Jakson Lago (PDT-MA) e Eduardo Campos (PSB-PE). A oposição elegeu oito governadores no primeiro turno. Dois deles destacaram-se com grande votação: José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG). Os dois já despontam como fortes candidatos da oposição à sucessão de Lula em 2010. PT versus PSB – Em dois estados petistas e tucanos disputaram o segundo turno: Rio Grande do Sul e Pará, com uma v i tó ri a p a ra c ad a . N o R io Grande do Sul, os gaúchos elegeram a deputada federal Yeda Crusius - primeira mulher a governar os gaúchos. Ela der-

rotou o ex-governador Olívio Dutra, um dos aliados históricos de Lula. Detalhe: Lula perdeu para Alckmin (PSDB) no primeiro turno. No Pará, Ana Júlia Carepa surpreendeu o ex-governador Almir Gabriel, que liderou as pesquisas no primeiro turno e era considerado um adversário quase imbatível. A oposição venceu também em Goiás e Paraíba contra os candidatos de Lula. Em Goiás, o governador Alcides Rodrigues (PP), aliado do senador eleito e ex-governador Marconi Perilllo (PSDB), bateu Maguito Vilela, do PMDB governista. A vitória de Rodrigues consolidou a liderança de Perillo no Estado. Na Paraíba, o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) venceu José Maranhão, numa disputa marcada por denúncias e acusações.

A derrota dos Sarney – O pedetista Jackson Lago, que recebeu o apoio de Alckmin, rompeu uma trajetória de poder político de quatro décadas da família Sarney no Maranhão. Lago conseguiu desbancar a senadora Roseana Sarney (PFL), que já havia governado o Maranhão por duas vezes. Roseana fez dobradinha com Lula e por isso foi ameaçada de expulsão. Agora, ela deve migrar para o PMDB e apoiar o petista no Senado. No Rio Grande do Norte, a governadora Wilma Maria de Faria (PSB) foi reeleita ao bater o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB). Em Pernambuco, o socialista Eduardo Campos (PSB) foi eleito governador com 65,36% dos votos válidos. Seu adversário na disputa, o atual governador José Mendonça Filho (PFL), ficou com 34,64%. Campos é neto do ex-governador Miguel Arraes e foi ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula. O pefelistaMendonça Filho teve o apoio do senador eleitor Jarbas Vasconcelos (PMDB). No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral venceu Denise Frossard (PPS) com ampla vantagem. Frossard teve o apoio do prefeito do Rio César Maia (PFL). Já Cabral reuniu em torno de si o presidente Lula, Anthony Garotinho (PMDB), o bispo e senador Marcelo Crivella (PRB). (Sergio Kapustan)

Alcides Rodrigues, reeleito governador de Goiás (PP) com 57,2% dos votos.


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

13 BIS

Comemorada a vitória nas urnas, é hora de o presidente Lula enfrentar a dura realidade da economia. Sérios problemas o esperam: precisará cortar gastos, enfrentar o déficit da Previdência e não poderá aumentar ainda mais a carga tributária nem aumentar o salário mínimo e os aposentados.

1


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

FAMÍLIA SARNEY DEIXA O PODER NO MARANHÃO

Celso Jr / AE

Gazeta do Povo / AOG

JACKSON LAGO IMPÕE DERROTA HISTÓRICA À FAMÍLIA SARNEY

REQUIÃO BATE OSMAR DIAS NOS ÚLTIMOS VOTOS, NO PR.

C

N

om 51,9% dos quase quatro milhões de votos válidos, Jackson Lago (PDT) foi eleito o novo governador do Maranhão e tirou do poder o grupo político do ex-presidente e senador José Sarney, que estava no comando há décadas no estado. Lago derrotou Roseana Sarney, do PFL, em uma disputa muito acirrada. "A minha vitória representa a queda do último bastião do coronelismo no Brasil, representado pela família Sarney", disse Lago. "Os segmentos sociais que lutaram contra as oligarquias e o coronelismo no Maranhão e na Bahia são os mesmos: sindicatos, intelectuais, trabalhadores e estudantes", completou. "Foi uma derrota digna. Afinal, tive quase 50% dos votos do estado", afirmou Roseana, acrescentando que o resultado não atinge o senador José Sarney. "Ele (Sarney) não é candidato, não disputa uma eleição desde 1978 no Maranhão, e saiu vitorioso nesta eleição ao eleger o governador do Amapá (Valdez Goes, do PDT). Quem saiu derrotada aqui fomos eu e meu grupo político." Formado na escola de política do falecido esquerdista Leonel Brizola e tido como um conciliador, Jackson Lago bateu forte em casos de corrupção envolvendo o grupo de Sarney. O candidato fez material de campanha junto do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, apesar dele ter declarado apoio à rival Roseana.

Roseana: "Foi uma derrota digna, tive quase 50%".

Vitória de Requião foi a mais acirrada: diferença para Osmar Dias não chegou a 1%.

a disputa mais acirrada deste segundo turno, Roberto Requião, do PMDB, foi reeleito governador do Paraná. Requião venceu Osmar Dias, do PDT, por 50,1% a 49,9% dos votos. No segundo turno, Requião, embora tenha passado um bom tempo no campo da neutralidade, anunciou apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manteve distanciamento de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB. O governador é um político com ideais nacionalistas que não se furta a comprar brigas com setores relevantes da economia. Ele enfrentou, por exemplo, os plantadores de soja transgênica, proibindo o embarque do produto pelo porto de Paranaguá. Requião também fez críticas ao poder de monopólio das empresas de biotecnologia. Com o slogan "dinheiro público em banco público", o governador trocou o monopólio do banco Itaú – herdado do Banestado – na movimentação das contas do estado pelo Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF). Nas estradas, Requião tem 38 ações em andamento contra as empresas concessionárias que, segundo ele, conseguiram do ex-governador Jaime Lerner contratos desfavoráveis ao estado. Ele defende o fim dos pedágios e é contra a transferência das rodovias à iniciativa privada. Diz que o Paraná arrecada o suficiente para as obras rodoviárias.

CABRAL GANHA FÁCIL NO RIO

COM YEDA, PSDB COMANDARÁ RS

O

P

senador Sérgio Cabral Filho (PMDB) manteve o favoritismo registrado durante toda a campanha e foi eleito governador do Rio de Janeiro, com 68% dos votos válidos. A deputada Denise Frossard (PPS) teve 32%. O segundo turno das eleições fluminenses foi marcado pela grande proporção de votos nulos e em branco. A soma dos dois, 16,2%, é 5,4 pontos percentuais maior que no primeiro turno. A eleição de Cabral consolida uma vitória importante para a ala governista do PMDB e inaugura uma parceria entre os governos estadual e federal que há muitos anos não se via no estado. Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, Sérgio Cabral fez um discurso de que a aproximação beneficiaria o estado.

ela primeira vez, o PSDB governará o Rio Grande do Sul. E, pela primeira vez, uma mulher será a comandante do estado. A economista e deputada federal Yeda Crusius venceu Olívio Dutra, do PT. Yeda recebeu 53,94% dos votos, contra 46% do adversário. Yeda reafirmou o compromisso de colocar em dia as finanças do estado, que enfrenta um déficit estrutural de R$ 1,5 bilhão ao ano. E deu a entender que vai pedir a solidariedade do atual governo, do Judiciário e do Legislativo para as medidas duras que pretende tomar. "Já na transição, nenhuma instituição deixará de ser chamada a contribuir", anunciou. Ela quer expor o orçamento à população para justificar as medidas de contenção de despesas, renegociação de dívidas e ampliação de receita.

EM PE, VIRADA DE RODRIGUES VENCE ANA JÚLIA LEVA O EDUARDO CAMPOS. 'ONDA PRÓ-LULA' GOVERNO NO PA

VITÓRIA DO PSDB NA PARAÍBA

SILVEIRA É REELEITO EM SC

VILMA DE FARIA SE MANTÉM NO RN

E

O

O

V

duardo Campos, do PSB, entrou na disputa para o governo de Pernambuco em terceiro lugar nas pesquisas, bem atrás do governador Mendonça Filho (PFL) e do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). O jovem socialista conseguiu, no entanto, chegar ao Palácio das Princesas graças à tradição política de sua família e ao apoio do presidente Lula. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia obteve 65,3% dos votos, ante 34,69% de Mendonça Filho. Campos é neto de Miguel Arraes, uma das maiores figuras políticas de Pernambuco. Arraes, que morreu no ano passado, fez de Eduardo Campos o seu braço direito na política.

A

s urnas consagraram em Goiás a vitória do governador Alcides Rodrigues (PP) contra o senador Maguito Vilela (PMDB). Apoiado pelo PSDB, o desconhecido candidato do PP – único governador eleito pelo partido – obteve 57,2% dos votos válidos dos goianos, contra 42,8% do peemedebista, resistindo ao que ele próprio chamou de "onda" pró-Lula no segundo turno. Vice-governador do estado entre 1999 e março deste ano, quando assumiu o cargo até então ocupado pelo tucano Marconi Perillo, Rodrigues iniciou a campanha com apenas 4% das intenções de voto. Sua postura discreta levou os próprios aliados a não acreditarem na vitória até as urnas contrariarem todas as pesquisas no primeiro turno.

E

m um estado onde foi preciso ajuda de tropas federais para garantir a segurança no dia das eleições, a petista Ana Júlia Carepa derrotou o tucano Almir Gabriel no Pará. A candidata teve 54,9% dos votos válidos no estado, contra 45% do exgovernador. Ana Júlia chega ao governo do Pará depois de disputar todas as eleições municipais e estaduais desde 1992 e de ter exercido vários cargos de destaque no Executivo e no Legislativo. Foi vereadora de Belém em dois mandatos, vice-prefeita, deputada federal e senadora. Durante a campanha, a petista quebrou a perna ao cair de um palanque improvisado na carroceria de um caminhão.

candidato do PSDB Cássio Cunha Lima foi reeleito governador do Estado da Paraíba. Ele recebeu, segundo o TSE, 51,35% dos votos válidos, contra 48,65% do seu adversário, José Maranhão, candidato pelo PMDB. A apuração do TSE, portanto, bate com os números indicados pelas pesquisas: a duas semanas da eleição governamental, o Ibope mostrava Cássio Cunha Lima com 50% das intenções de voto, contra 43% de Maranhão. Nos últimos dias de campanha, Lima e Maranhão fizeram uma campanha tensa, com trocas de acusações. Lima não fez oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoiava José Maranhão. O candidato do PMDB o acusou de "oportunismo".

governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), foi reeleito com 52,71% dos votos válidos, derrotando pela segunda vez Esperidião Amin (PP), que ficou com 47,29% dos votos válidos. Silveira já anunciou sua primeira medida: no dia 2 de janeiro, encaminhará para a Assembléia Legislativa um projeto de reforma administrativa. A equipe de governo, segundo ele, será definida até o final do ano. As mudanças, disse Silveira, vão consolidar o projeto de descentralização que já vinha sendo realizado. O governador acrescentou que não há previsão de corte no funcionalismo, e sim mais autonomia para as polícias.

ilma Maria de Faria (PSB) foi reeleita no Rio Grande do Norte com 52,38% dos votos, contra 47,62% do seu adversário, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB). Considerando os votos válidos, Vilma obteve uma vantagem apertada, de 15.013 votos, ou 49,60%. Garibaldi ficou com 48,57%. No dia de ontem, tropas federais foram enviadas ao estado para garantir a segurança nas eleições, em função do clima tenso envolvendo a disputa entre os dois candidatos. O vale-tudo na disputa provocou acertos curiosos, com a formação de alianças improváveis no cenário nacional. No palanque da governadora, do PSB, subiram tanto o PSDB, representado pelo presidente estadual do partido, como o PT, que faz parte da coligação.


2

Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

CORRENDO ATRÁS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A ECONOMIA EM RISCO Xeque-mate para Lula no segundo mandato

Marcos Fernandes/LUZ

Marcos Fernandes/LUZ

Para Paulo Skaff, da Fiesp, redução do endividamento é fundamental

Meirelles, à frente do BC, diz que País já tem tudo para crescer 5% Mônica Zarattini/AE

R

eformas estruturais, líticas macroeconômicas, que crescimento econô- dependerá de um compromemico, criação de em- timento completo das duas capregos com carteira sas legislativas, a Câmara e o assinada, reforma agrária, Senado. Os parlamentares teconsolidação da "marca Brasil" rão de colocar em votação nono exterior, investimento em vos marcos regulatórios para o infra-estrutura e, ao mesmo setor enérgico, saneamento e tempo, redução dos gastos do logística. Também serão necesEstado e da carga tributária. sárias regras claras para as ParEssa pequena lista elenca uma c e r i a s P ú b l i c o - P r i v a d a s parte dos desafios do recém- (PPPs), permitindo a entrada eleito Luiz Inácio Lula da Silva do capital externo em projetos para seu segundo mandato co- de infra-estrutura, como os de mo presidente da República, a logística, que facilitarão o espartir de 01 de janeiro de 2007. coamento da produção. Emprego – Já para se falar Esses fatores são vistos pelos especialistas como a base para em geração de empregos foro Brasil superar suas barreiras mais e crescimento da econoao tão sonhado desenvolvi- mia, segundo os analistas, é esmento sustentável nos próxi- sencial que sejam feitas reformos quatro anos. Há, ainda, o mas efetivas no setor previproblema da entrada desen- denciário, tributário e na freada de produtos chineses no legislação trabalhista. O pronosso mercado consumidor e a fessor Albert Fishlow, da Uninecessidade de se alcançar um versidade de Columbia, espepatamar de câmbio que mante- cialista em economia brasileinha os exportadores com "fôle- ra, espera uma mudança nas go" para enfrentar os principais regras da Previdência ainda no concorrentes, mas que também primeiro ano de governo. "Com o déficit de R$ 8,5 bipermita crescimento das imlhões no último mês de setemportações essenciais ao País. No item crescimento econô- bro, o governo precisará mudar pontos mico, o ponto básicos, coprincipal será Patrícia Cruz/LUZ mo a idade conciliar uma mínima para evolução do ap os en ta doP ro d u t o I nria e oferecer t e r n o B ru t o o direito de (PIB) acima opção entre o dos 4%, sem sistema púuma elevação blico e o pridas taxas de vado. Se isso juros ou o não não for feito, cumprimento a Previdência das metas de Social trará inflação do grandes proB a n c o C e nblemas para tral. Para coos demais locar essa itens que "equação" em compõem a prática, eco- Troster: à espera de reformas economia do nomistas e industriais brasileiros colocam a País", diz o professor. O economista Roberto Luis redução dos gastos e a manutenção dos cortes na taxa básica Troster, ex-chefe do DepartaSelic como os alicerces de uma mento Econômico da Federacampanha de desenvolvimen- ção Brasileira de Bancos (Febraban), acredita que a criação to sustentável da economia. Para o economista e profes- de novas vagas formais virá sor Raul Velloso, o presidente somente com o crescimento do terá que optar por um modelo PIB acima dos 5%, o que, para de desenvolvimento ou pela ele, ocorrerá após a introdução manutenção do sistema sus- de todas as reformas estrututentado pela arrecadação ain- rais. Troster destaca a imporda em 2007. Para ele, é impos- tância de uma reforma trabasível planejar um crescimento lhista que permita a desonerado PIB acima dos 4% com uma ção da folha de pagamentos, carga que corresponde a 37% reduzindo o número de infordo seu valor total. "São R$ 724 mais na economia brasileira. Os analistas são unânimes bilhões arrecadados por meio dos tributos. Não há como em dizer que o Brasil precisará crescer e todos os demais pon- sair de um modelo que vem tos para o desenvolvimento do "sufocando" quem produz paPaís são prejudicados", avalia. ra um que permita o crescimenEndividamento – Já o presi- to e a manutenção das taxas de dente da Federação das Indús- juros e inflação controladas. Estrutura – Apesar de todos trias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, espera que os alertas dos especialistas, pao governo coloque a redução ra presidente do Banco Centra, do endividamento público co- Henrique Meireles, o Brasil já mo uma das suas principais possui a estrutura necessária metas. Skaf não acredita em para crescer acima dos 5% a crescimento do PIB acima de partir de 2007. Segundo ele, as 3% enquanto a produção for reformas de base, previdência "taxada por impostos pesados e tributária são o próximo pase que vêm sustentando um es- so para a consolidação do País como uma economia "segura" tado inchado e ineficiente". Dentro do pacote de refor- e atrativa para os investidores mas, o novo governo precisará estrangeiros. de uma agenda efetiva de poDavi Franzon

O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, afirma que não há como sobreviver se o gasto é maior que a arrecadação. E resume: "Esse é o básico da economia".

Gasto público engessa expansão

O

u o presidente no novo mandato toma medidas totalmente impopulares, como não conceder aumentos para o salário mínimo e reduzir os investimentos em programas sociais no próximo ano, ou deixa a economia do País correr à própria sorte e, talvez, estoure uma grande crise orçamentária dentro de quatro ou cinco anos. Por mais alarmista que pareça esse discurso, ele é defendido por vários economistas especializados em contas públicas. A questão é que os gastos federais, estaduais e municipais não param de crescer, os investimentos estão em queda e não há de onde o governo tirar mais recursos. O consenso é que há limites para o aumento da carga tributária; portanto, a solução é o corte de gastos. Ao longo dos últimos 15 anos, as despesas correntes do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) aumentaram de 9,9% para 18,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Só neste ano, de janeiro a setembro os gastos somaram R$ 280,180 bilhões em comparação aos R$ 241,489 bilhões do mesmo período de 2005, um aumento de 16,1%. Porém, as receitas cresceram só 12,8% no mesmo período, passando de R$ 140,489 bilhões para R$ 159,474 bilhões. A despesa do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) também cresceu: cerca de 3% do PIB nos últimos 12 anos. E surgiu o programa Bolsa Família, que hoje consome 0,4% do PIB. "É o básico da economia, não tem como sobreviver se o gasto é maior que a arrecadação", resume o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas. Mas ele lembra que não basta reduzir despesas; é preciso que isso seja feito de maneira eficiente para que os cortes não ocorram em setores sucateados, como infra-estrutura, saneamento, saúde ou educação. Isso significa, dizem os economistas, realizar reformas: da previdência, fiscal e orçamentária, citando

Marcos Fernandes/LUZ - 25/06/2005

Macedo: déficit zero urgente

apenas as mais urgentes. Rombo – A Previdência, por exemplo, é um dos principais problemas do gasto corrente do País e soma cerca de R$ 40 bilhões ao ano (leia mais na pág. 3). A proposta de Velloso e do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) é a desvinculação dos benefícios da Previdência do salário mínimo, e o aumento do limite de idade para a aposentadoria. "O setor privado consegue se adequar ao aumento do mínimo, mesmo que seja com demissões. O setor público, ao contrário, só gera déficits cada vez maiores. Cada real a mais no mínimo exige R$ 220 milhões ao ano da Previdência", afirma Velloso. Atualmente, o déficit está em 2% do PIB. A folha de pagamento da União também consome boa parte da arrecadação, cerca de

5% do PIB. E nesse caso o problema é que não é possível cortar pessoal, que tem estabilidade, apenas deixar de realizar novas contratações. "O gasto de pessoal do Executivo até caiu, mas nos outros poderes só aumentou", diz Velloso. Gastos vinculados – Além disso, o principal problema nas contas do País é a vinculação de gastos por meio de leis. Hoje, 90% das despesas totais do governo são destinadas a áreas especificas. "Isso engessa a gestão", alerta o economista e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Roberto Macedo. Os 10% restantes são usados para todos os outros investimentos, desde programas de combate à aftosa, por exemplo, até a distribuição de merenda escolar. A situação só não é pior porque nos últimos anos os governos conseguiram a aprovação no Congresso da Desvinculação de Receitas da União (DRU) de 20% de um conjunto de receitas originalmente sujeitas a vinculação. Fábio Giambiagi, do Ipea, defende que a prorrogação da DRU é fundamental e, mais ainda, que a margem de desvinculação deveria subir para 35%. "Como se não bastasse tudo isso, existem regras estapafúrdias, como vincular o investimento da saúde com o crescimento do PIB. Ou seja, se a carga tributária não sobe em relação ao PIB, chegará um momento em que os gastos

com saúde comerão toda a arrecadação", diz Velloso. Ele refere-se a uma lei aprovada no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando José Serra era ministro da Saúde, que vincula as despesas da saúde ao aumento do PIB. Déficit zero – Resumindo, é preciso equilibrar as contas públicas o quanto antes. Os economistas têm pressa e recomendam o déficit nominal zero (quando o governo gasta somente o que arrecada, mesmo contabilizando as despesas com juros da dívida). Atualmente, o governo utiliza o superávit primário, que não considera os gastos com juros. Nessa conta, no ano passado, o governo federal teve um saldo positivo de R$ 93 bilhões ou 4,82% do PIB. Mas, se considerados os juros, o País teve um saldo negativo de R$ 68,7 bilhões ou de 3,54% do PIB. "Por isso é preciso um corte rígido de gastos para gerenciamento da dívida", diz Velloso. E completa: "Não importa se é viável ou politicamente correto. É o que precisa ser feito". Macedo também defende a idéia e diz que Lula deveria "pegar o pai do déficit zero", o economista Delfim Netto, que não foi reeleito deputado, e utilizá-lo no governo. "Seria um ganho para a sociedade." O governo propõe algo mais brando. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em várias palestras que um redutor de gastos correntes entre 0,1% e 0,2% ao ano em relação ao PIB pode ser implantado já em 2007 (se aprovado no Orçamento) e que isso reduzirá progressivamente as despesas. "Se o superávit primário continuar no patamar de hoje (4,25% do PIB), o País crescer e o juros caírem, em poucos anos teremos o déficit zero, isso sem desativar programas sociais", declarou algumas vezes. Macedo rebate: "Duvido que Mantega consiga economizar com os juros e não gastar em mais nada só para ter o déficit zero daqui a alguns anos". Fernanda Pressinott


8

Congresso Planalto Fazenda CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

POLÍTICA ECONÔMICA NO CENTRO DOS DEBATES

GENRO ANUNCIA FIM DA 'ERA PALOCCI' Ministro diz que o novo governo Lula não terá obsessão de controle inflacionário pela alta da taxa de juros, como pregava o exministro da Economia.

O

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

ministro das Rela- turo, mas precisará ter mais ç õ e s I n s t i t u c i o- coesão. "O PMDB pode ter um nais, Tarso Genro, papel de equilíbrio no próxivotou há pouco na mo governo", projetou Genro. Sobre o PSDB, afirmou que o 36ª seção da 160ª zona, em Porto Alegre. Depois de votar ele partido é divido entre uma ala defendeu a definição de metas de direita, mais conservadora, de crescimento para o País e a que ele não quis personalizar e realização de uma reforma po- outra mais democrática e cenlítica no primeiro semestre do trista, na qual identificou o gopróximo governo. Genro disse vernador eleito de São Paulo, que "acabou a Era Palocci no José Serra, e o governador reeBrasil", numa referência à leito de Minas Gerais, Aécio orientação do ex-ministro da Neves. Ele disse considerar Fazenda Antonio Palocci Filho que a maior parte do PSDB vai na política econômica. "Até apoiar a governabilidade. "A posso te dizer que, no primeiro hegemonia no PSDB é de um partido democrátiano, ele prestou bonS serviços. Mas co", declarou. taxas baixas de cresGenro votou cimento, preocupaacompanhado dos ção neurótica com colegas de ministéíndices de inflação, Taxas baixas de rio Dilma Rousseff sem pensar em dis- crescimento, (Casa Civil) e Guilherme Cassel (Detribuição de renda e preocupação crescimento, isso senvolvimento Agrário). Eles parterminou", avaliou neurótica com a inflação, isso o ministro. ticiparam de um café da manhã com o Genro argumen- terminou. tou que a reforma candidato ao goMinistro Tarso política precisa ser verno gaúcho pela Genro Frente Popular (PTfeita no primeiro semestre porque, dePCdoB), Olívio Dupois, começa o fluxo tra, em um hotel de de discussões para as próxi- Porto Alegre. Dutra, no entanto, não repemas eleições municipais. Ele defendeu a reforma baseada tiu este ano a sua boa perforem três pontos: fidelidade par- mance na eleição de 1998, tidária, voto em lista e finan- quando arrebatou o governo ciamento público de campa- gaúcho com ampla vantagem, nha. "É essencial porque vai e consagrou, na época, o Estadesobstruir todo o sistema po- do como um sólido reduto pelítico, que está bloqueado por tista. Desta vez, numa das deformações que são originá- maiores surpresas das eleições rias por poderes regionaliza- deste ano, ele foi "atropelado" dos, partidos que não têm ca- pela tucana Yeda Crusius, que pilaridade nacional, que não ganhou espaço na reta final e apresentam base parlamentar suplantou a hegemonia petista (veja na página 7). sólida", avaliou. Ele citou como exemplo o Genro e Dilma embarcaram PMDB, onde metade vota com às 16 horas para São Paulo, ono governo e o restante contra. de acompanharam a apuração Genro disse que o PMDB pode dos votos e a derrota do correter um papel importante no fu- ligionário. (AE)

Emerson Souza / Zero Hora

CESAR MAIA NEGA PACTO, QUER OPOSIÇÃO CONTUNDENTE.

O

Não adiantou: Tarso deu apoio pessoal a Olívio Dutra e acompanhou sua derrota nas urnas, ontem. Joyce Cury / Folha Imagem

EX-MINISTRO IRRITA-SE COM DECLARAÇÃO

Antonio Palocci diz que a política econômica sempre foi uma decisão de Lula.

O

deputado federal eleito e ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci (PT), criticou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que afirmou, em Porto Alegre (RS), ter acabado a "era Palocci" na economia brasileira, com baixas de crescimento, preocupação neurótica com a inflação, sem pensar em distribuição de renda. "Nunca houve a era Palocci. A política econômica sempre foi uma decisão do presidente Lula e não acredito que um ministro como o Tarso Genro, que é um grande líder no País, possa fazer qualquer reparo na política econômica do presidente Lula que tem sido vitoriosa", disse Palocci, logo após votar, em Ribeirão Preto (SP).

Aj us te s – O ex-ministro defendeu, entretanto, que a política econômica passe por ajustes em busca de um maior crescimento. "A política econômica tem sempre que melhorar, com crescimento mais vigoroso do PIB. É um esforço que todo o Brasil deve fazer, porque, nesse primeiro período, foi plantada a semente da estabilidade da economia, o comportamento da inflação nunca foi tão bom e o povo é o grande beneficiário disso", afirmou Palocci "Não se trata agora de manter a política, mas de avançar".

Ao contrário das críticas feitas a Tarso Genro, Palocci elogiou e defendeu Guido Mantega, seu sucessor no Ministério da Fazenda. Ele disse que Mantega tem se mostrado, desde o início do governo e não só no ministério, "ser uma pessoa preparada para enfrentar os desafios da área econômica e de outras áreas em que já esteve à frente. É uma pessoa equilibrada, cuidadosa em relação às suas medidas, e todas (as medidas) que ele tomou neste período eu pessoalmente não teria críticas a fazer", explicou. (AE)

BERNARDO: 'ECONOMIA CRESCE' Mesmo ampliando os programas sociais, o País expandirá seus índices, diz ele.

O

segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assegurado ontem, deverá preservar o equilíbrio fiscal e avançar ainda mais nos programas sociais, mas mesmo assim dará ênfase ao crescimento da economia, previu o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Agiremos com mais firmeza na busca do crescimento econômico, pois agora temos condições de também atuar nessa frente", acrescentou, referindo-se às bases de estabilização econômica promovida lançadas pelo presidente e consolidadas ainda no primeiro mandato. Segundo o ministro, uma das exigências para alavancar a economia será a redução gradativa da carga tributária, e is-

to somente será possível por meio de uma "ampla reforma" nessa área a ser negociada com o Congresso Nacional em breve. Essa redução, observou, deverá ser seguida também pelos Estados que, de antemão, terão de retirar a pressão sobre o Congresso, que há três anos tenta, sem sucesso, unificar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que possui mais de 20 legislações e 40 alíquotas – um verdadeiro cipoal jurídico. O Estado que mais se opõe a uma alíquota única do ICMS, acusou o ministro, é São Paulo, o que mais arrecada. Ao votar num colégio do centro de Londrina, Bernardo comentou que a ampla vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Geraldo

Alckmin, confirmada por todas as pesquisas, indica que "acabou a época dos formadores de opinião". Segundo ele, "a sensação de bem-estar" promovida pela política econômica, "que estabilizou os preços e elevou os salários", e pelos programas sociais do governo federal levou "o cidadão a votar com sua própria cabeça". Antes, de acordo com ele, os formadores de opinião - imprensa, intelectuais e patrões "impunham sua vontade sobre os eleitores", mas agora "está mais fácil uma empregada doméstica fazer a cabeça da patroa do que o contrário". Apesar do favoritismo do presidente sobre seu adversário, o ministro aguardou "com cautela" o resultado. (AE)

FURLAN DEFENDE MERCADO INTERNO Para ministro, o motor do crescimento econômico está no quintal de casa. Lindomar Cruz/ABr 08/12/2005

O

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que o grande desafio do segundo mandato do presidente Lula será a retomada do mercado interno como motor do crescimento econômico. Furlan, que não revelou se permanecerá no governo, disse que esse fortalecimento passa pela redução dos juros e pela aprovação das reformas, como a tributária e a previdenciária, entre outras medidas. Para Furlan, a vitória com larga vantagem de votos sobre o candidato tucano, Geraldo Alckmin, dará ao presidente cacife para compor uma base governista capaz de

Furlan: reformas são prioritárias.

aprovar as medidas necessárias no Congresso. "O presidente tem mencionado que os próximos 60 dias serão preciosos para compor uma base que assegure o avanço das reformas e que também garanta o caminho de crescimento da economia nos

próximos anos." O ministro explicou que o esforço do governo, no primeiro mandato, foi o de aumentar as exportações, por dois motivos principais. Primeiro, porque era a maneira mais rápida de retomar a produção, uma vez que o mercado interno estava deprimido. Segundo, porque o crescimento das exportações garantiria tranqüilidade na área externa. "Hoje temos US$ 40 bilhões de saldo na balança comercial, o risco Brasil caiu para 200 pontos e a dívida externa federal está abaixo do número das reservas do País", ressaltou. "Isso criou um alicerce para que o 2° mandato seja de crescimento no front interno." (AE)

prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), defendeu ontem que o seu partido e o PSDB exerçam "oposição européia" durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. "Oposição européia é oposição contundente, dando conseqüência ao que se disse na campanha eleitoral. Se o Alckmin dizia que era diferente, tem que mostrar em que é diferente. Ou o segundo governo Lula corrige seus rumos ou Alckmin tem de ser contundente em relação às críticas e às denúncias", afirmou. Na última semana, a cúpula do PSDB negou ter entrado em negociações com o PT por um "pacto de governabilidade". Maia afirmou que "a oposição que não cumpre seu papel, não ajuda o governo, porque não fiscaliza, não expõe suas mazelas, não abre os erros do governo". Segundo ele, Alckmin perdeu "quando o PSDB adotou a tática de deixar Lula sangrar, em vez de acuá-lo com os escândalos". (AE)

GABEIRA: LULA TERÁ QUE RESOLVER 'PENDÊNCIAS'.

A

ntigo aliado do PT, Fernando Gabeira (PV), o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, sabe qual é a dimensão de uma vitória nas urnas por larga vantagem, mas não se intimida com a popularidade do presidente. Segundo ele, que é sub-relator da CPMI dos Sanguessugas, pendências terão de ser enfrentadas por Lula, entre elas, a identificação e a punição dos responsáveis pelas fraudes nas emendas parlamentares na pasta da Saúde e a tentativa de compra do dossiê contra políticos do PSDB. "Uma margem tão grande de votos fará com que Lula saia muito fortalecido. Ele tem tudo para fazer um bom mandato. Agora, existem algumas coisas pendentes, que terão de ser resolvidas. E assim como ele foi eleito para governar, nós também fomos eleitos para fiscalizar", declarou Gabeira, logo após votar, em uma escola pública da Lagoa, na zona sul do Rio. (AE)

THOMAZ BASTOS CONFIRMA A INTENÇÃO DE DEIXAR A PASTA

L

ogo após votar, na Escola Estadual Ministro Costa Manso, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou a intenção de deixar o governo. "Eu me programei para quatro anos. Depende, claro, do presidente, mas creio que é hora de o País ter outro ministro da Justiça", declarou Bastos "Tudo na vida tem o seu termo." O ministro afirmou ter apreciado a função na qual esteve por quatro anos. "Gostei muito do ministério. Foi realizado um trabalho de integração, de muito investimento na inteligência da Polícia Federal que, nesta investigação, mostra a sua impessoalidade. Enfim, acredito que avançamos muito nesses quatro anos", disse. Sobre o dossiê Vedoin que, no momento, se concentra na busca da origem do dinheiro que foi encontrado com petistas, Bastos garantiu que o trabalho continua na mesma intensidade após a eleição. (AE)


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9

REELEIÇÃO DE LULA É DESTAQUE NO MUNDO

IMPRENSA ESTRANGEIRA Acordo secreto DESTACA VITÓRIA DE LULA D Olavo de Carvlho

a nossa geração não se pode dizer que viveu, mas que rastejou em silêncio: os jovens rumo à decrepitude, os velhos rumo a sepulturas sem honra. (Tácito, historiador romano, c. 56 – c. 117 a. D.). O ponto alto do debate de sexta-feira foi a declaração de Lula de que nenhum governo anterior investigou tão a fundo ou esteve tão bem informado sobre os crimes de corrupção quanto o seu. Não é mesmo maravilhoso que o mais avisado dos presidentes nada saiba dos crimes cometidos por cinco de seus próprios ministros? Não é uma delícia que o governo que enxerga tudo da delinqüência espalhada no país inteiro ignore o que se passa no Palácio do Planalto? Mas não pensem que a inconsistência do seu próprio discurso seja motivo de preocupação para Lula. Estontear a platéia com um bombardeio de afirmações contraditórias tem sido há anos a técnica essencial da propaganda lulista. Na eleição de 2002, explorou-se até o limite da alucinação o paradoxo de um personagem que merecia ao mesmo tempo a compaixão devida aos iletrados e a reverência devida a um sábio, conhecedor profundo dos problemas brasileiros, doutor honoris causa e candidato virtual à Academia Brasileira de Letras. Agora, ele é simultaneamente o homem da visão de raiosx, a quem nenhum delito escapa, e o pobre ingênuo ludibriado por seus mais próximos amigos e colaboradores. Mais ingênuo ainda, porém, é quem vê nisso uma prova de confusão mental e incompetência petista. Que incompetência mais estranha, essa que sempre vence a competência alheia! Na verdade, é impossível acreditar que, com tantos cientistas sociais, psicólogos, estrategistas e engenheiros comportamentais a serviço do PT e do Foro de São Paulo, ninguém ali tenha ensinado aos chefes da campanha petista as virtudes estupefacientes da estimulação contraditória e da dissonância cognitiva. Mas nem isso seria preciso: qualquer militante, minimamente treinado na dialética de Hegel e Marx para raciocinar segundo duas linhas de dedução opostas e explorar o duplo sentido das palavras e situações, está habilitado para fazer de trouxa os mais espertos empresários, políticos tradicionais e oficiais das Forças Armadas, viciados numa semântica literaralista e num raciocínio desesperadoramente linear. Outro detalhe especialmente suculento do debate foi Alckmin enfatizar que os membros do PCC não são do seu partido, como quem diz que são do outro. Com isso ele mostrou saber da ligação íntima entre PT e PCC. Mas, se sabia, por que se calou? E, se preferiu calar, por que não o fez por completo? Por que deixou escapar uma alusão velada que pelo menos os telespectadores informados entenderam perfeitamente bem? O discurso de Alckmin está obviamente travado por algum controle oculto, a que ele, sem apreciá-lo, se curva por necessidade ou oportunismo. Mas não é preciso sondar conspirações para explicar isso. Tanto o PT quanto o PSDB – e a quase totalidade das carreiras políticas nos outros partidos – nasceram da resistência à ditadura militar, quando a cumplicidade implícita da oposição moderada com a esquerda terrorista era condição indispensável à sobrevivência de ambas. Removido o inimigo comum, perseverou a obediência ao pacto de lealdade: a disputa é legítima, mas denunciar a trama revolucionária da esquerda radical é "fazer o jogo da direita". Por mais que a esquerda assanhada os rotule de direitistas – e é um alívio para ela tê-los como extremo limite do direitismo admissível --, os tucanos e tutti quanti ainda são, no seu próprio entender, herdeiros morais da tradição esquerdista, de vinte anos de luta que culminaram na lei de anistia e nas "Diretas Já". A nação inteira está sendo enganada por esse acordo secreto entre irmãos inimigos. Tucanos e similares podem acusar a petezada de crimes menores, mas denunciar a criminalidade pesada, o narcotráfico, os seqüestros, os homicídios, seria trair a causa comum, o objetivo mútuo de varrer a direita do mapa mediante a total ocupação do espaço pelas disputas internas entre a esquerda e a direita da esquerda. Pode ter havido um acordo explícito nesse sentido, e informações recentes sugerem que houve. Mas nem era preciso: o ódio comum ao fantasma da "direita", somado à origem uspiana comum das duas esquerdas, é suficiente para persuadir a ala moderada das vantagens de uma luta fingida, travada sobre um fundo de cumplicidade tácita com a ala revolucionária, terrorista, seqüestradora e narcotraficante. Sem contar, é claro, o fato de que muitos dos moderados do tempo da ditadura não o eram senão em aparência, já que pertenciam às mesmas organizações dos terroristas, apenas desempenhando nelas as funções de camuflagem legal, de acordo com a técnica da duplicidade de vias que é uma constante da estratégia comunista desde Lênin. A geração inteira dos políticos que fizeram carreira na "luta contra a ditadura", em suma, está comprometida a ocultar e proteger a violência da esquerda radical. Pode-se combater a "corrupção", usando a mesma linguagem com que se denunciaria a "direita" se no poder ela estivesse. "Colarinho branco", afinal, é expressão que tem óbvias ressonâncias de luta de classes. Serve para ser usada pelas duas alas. Mas seqüestros, homicídios e narcotráfico são sacrossantos: são as armas da revolução. Denunciá-los seria traição à causa comum de todas as esquerdas. Por isso o pacto de silêncio domina não só a política partidária, mas a grande mídia inteira, dirigida por gente da mesma geração e da mesma extração ideológica de tucanos e petistas. Alckmin pode odiar esse pacto, mas sabe que violá-lo às escâncaras seria condenar-se ao ostracismo definitivo entre os "filhotes da ditadura". Ele pode sussurrar insinuações entre dentes, mas jamais revelará em voz alta o segredo tenebroso em que assenta, há vinte anos, toda a política nacional. A conjunção dos dois fatores aqui assinalados – o uso maciço da estimulação contraditória e o pacto geracional de silêncio em torno dos crimes maiores da esquerda – basta para explicar toda a decadência moral e intelectual do Brasil ao longo de duas décadas. A geração de políticos, jornalistas e intelectuais que hoje está por volta dos sessenta anos – a minha geração – é a mais perversa e criminosa de todas quantas já nasceram neste país. Ela é culpada da idiotização e dessensibilização moral do país, origem de todos os crimes que hoje culminam na matança anual de cinqüenta mil brasileiros. Comparados a essa geração, os mais bárbaros torturadores do Dói-Codi eram apenas aprendizes na escola da delinqüência.

Reprodução

A

liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto é o destaque de uma reportagem de Larry Rohter publicada no site do jornal norte-americano "The New York Times". Segundo o jornalista, o presidente Lula "vai para a votação com uma liderança que todas as pesquisas indicam ser insuperável. Alckmin foi capaz de forçar um segundo turno por causa de um escândalo político que irrompeu na última hora", afirma, referindo-se ao caso do dossiê. Washington Post – O pequeno agricultor e pai de sete filhos Edmundo Rodrigues da Silva é o personagem de uma extensa reportagem publicada no site do Washington Post sobre o Bolsa Família e a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal norte-americano, Silva é um dos beneficiados pelo "programa de assistência que paga cerca de US$ 40 por mês em dinheiro a mais de 11 milhões de famílias de baixa renda". Essa ajuda, diz o jornal, "foi suficiente para Silva comprar seu primeiro televisor e se mostrou fundamental para que o presidente superasse os escândalos de corrupção e abrisse uma vantagem de mais de 20 pontos nas pesquisas de intenção de voto sobre Geraldo Alckmin". A reportagem cita, no entanto, as críticas de que medidas assistenciais como essa tiram o foco das reformas estruturais na educação e na economia. Argentina – O "Página 12" publicou uma entrevista ex-

Washington Post traz a história de um beneficiado pelo Bolsa-Família.

clusiva com Lula. "O president e b r a s i l e i ro g a r a n t e q u e aprendeu com seus erros e dedicará o segundo mandato a melhorar a distribuição de renda e desenvolver uma política exterior independente, em aliança com o Mercosul", estampa em sua capa. O "Clarín" destaca que nos bastidores se diz que "os social-democratas, como aves de rapina, já estão despedaçando seu candidato, Geraldo Alckmin: tal é o nível de derrota que se espera". O "La Nación" situa o leitor sobre a região Nordeste, onde se encontra a "chave da vitória anunciada" de Lula. O semanário "Perfil" marca a grande diferença entre Lula e Alckmin: a política exterior. Segundo o "Perfil", enquanto Lula defende a integração SulSul, o candidato tucano é defensor da Alca.

América Latina – O chileno "El Mercurio" afirma que Lula realizou no segundo turno "uma campanha emotiva, na qual mostrou que segue inalterada sua fluída proximidade com os setores populares do Brasil". Já Alckmin fez alianças polêmicas que diminuíram o impacto de seu discurso contra a corrupção. Na Venezuela, o "El Universal" afirma que a campanha foi acirrada e "marcada por escândalos de corrupção, impugnações e trocas de insultos entre os candidatos". Nas palavras do boliviano "La Prensa", "os dirigentes do PT prepararam uma festa para comemorar a provável reeleição de Lula, ao passo que entre os seguidores de Alckmin já houve alguns que jogaram a toalha." E o mexicano "El Universal", por sua vez, fala do de-

bate da última sexta-feira. Espanha – O site do jornal espanhol "El Pais" diz que, no debate, os dois candidatos "mantiveram os ataques que caracterizaram o último mês de campanha". Já o site do jornal português "Público" diz que Lula conseguiu ampliar a liderança ao fazer um "mergulho mais à esquerda". "Com esse discurso, Lula retomou os eleitores que em 1º de outubro tinham preferido a senadora Heloísa Helena e o exministro da Educação Cristovam Buarque que, juntos, tinham ultrapassado os nove pontos nas urnas. E até eleitorado que tinha migrado para Alckmin, devido à decepção sentida em relação aos escândalos de corrupção que marcaram o governo do PT em 20022006", diz a reportagem. França – O site do jornal francês Le Monde diz que Lula se posicionou como o defensor dos mais pobres, e falou das acusações dos petistas a Geraldo Alckmin, de que ele privatizaria estatais. "Lula se posicionou como o defensor dos mais pobres ao se apoiar sobre os bons resultados da luta contra a inflação, sobre o aumento do salário mínimo e sobre a ampliação dos programas de assistência social", diz o Le Monde. "Se reeleito, Lula não irá modificar fundamentalmente sua política econômica, calcada sobre a luta contra a inflação e a ortodoxia fiscal", acrescenta. "Para seu segundo mandato, Lula deve tentar consolidar sua aliança com o principal partido brasileiro, o PMDB, sem o qual não conseguirá ter maioria no Parlamento", destaca. (Agências)

FALSO DEPOENTE DESAPARECEU Raimundo Paccó / Folha Imagem

A

Polícia Federal já descobriu que quem encomendou parte dos US$ 248,8 mil na Vicatur Casa de Câmbio e Turismo, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, mora em Brasília e tem estreitas ligações com o PT. Para reunir provas contra o arrecadador do dinheiro – R$ 1,75 milhão de origem criminosa que seria usado para a compra do dossiê Vedoin –, a PF pediu a quebra do sigilo telefônico dos proprietários da Vicatur, Fernando Ribas Soares e Sirley da Silva Chaves. A operação mobilizou um grupo de laranjas profissionais residentes em Magé (RJ) e Ouro Preto (MG). D ob ra du r a – A consulta a esses documentos vai permitir a identificação do momento exato em que a operação foi

montada e os seus desdobramentos. A investigação federal avalia o rastreamento como passo essencial para fechar o cerco a outros nomes do PT, ainda não citados no inquérito do dossiê. Os investigadores também acreditam que o levantamento vai apontar outras operações fraudulentas de câmbio, eventualmente realizadas pelo grupo petista. Há sete anos os laranjas recrutados pela Vicatur emprestam seus dados pessoais para o fluxo ilegal de dólares. Ao delegado federal Washington Clarck os laranjas confessaram essa rotina de atos lesivos ao sistema financeiro nacional. O delegado Daniel Lorenz, superintendente regional da PF em Mato Grosso, afirmou que não há mais dúvidas de que os dólares que saíram da

Dwellino: falso depoimento à PF.

Vicatur são os mesmos encontrados no Hotel Ibis, em São Paulo, dia 15 de setembro. Sirley e Soares, os sócios da Vicatur, já foram indiciados pela Polícia Federal, quintafeira, por crimes de falsificação de documentos (Artigo 304 do Código Penal) e fraude em

operação de câmbio (Artigo 21 da Lei de Crimes Financeiros). Eles são acusados de fraude na venda dos dólares. Podem pegar de três a dez anos de prisão, mais multa. D es a pa r ec i do – A Polícia Federal ainda não encontrara, até ontem à noite, Luís Armando Silvestre Ramos que, se apresentando como Aguinaldo Delino, declarou à PF ter participado de uma operação para entregar R$ 250 mil a Hamilton Lacerda. O caso está sendo investigado pelo delegado federal Daniel Daher, que tenta localizar Ramos, com prisão pedida à Justiça. O falso acusador foi levado à PF por intermédio da jornalista Roseli Pantaleão, secretáriaexecutiva do PSDB de Pouso Alegre, que negou interesses eleitorais no episódio. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Hoje somos um time mais maduro, que aprendeu a administrar a vantagem fora de casa.” Souza, do São Paulo

almanaque Celso Unzelte

OS RECORDISTAS EM JOGOS POR CLUBES UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Sábado, em Florianópolis, ao fazer sua partida número 700 com a camisa do São Paulo, na vitória sobre o Figueirense por 2 a 0, o goleiro Rogério Ceni entrou para um seleto clube: o dos jogadores que alcançaram essa marca defendendo um mesmo grande time no Brasil. O recordista absoluto segue sendo Pelé. Entre 1956 e 1974, o Rei do Futebol jogou pelo Santos 1 116 vezes, marcando 1 091 gols. Acima, ele aparece em sua partida número 734, São Paulo 0 x 0 Santos, em 20 de outubro de 1968, pelo Robertão daquele ano.

QUEM MAIS JOGOU PELOS GRANDES DO BRASIL Depois de Pelé, vem Roberto Dinamite. Entre 1971 e 1993, ele vestiu a camisa do Vasco 1 022 vezes. Seguem: Ademir da Guia, com 901 jogos pelo Palmeiras, entre 1962 e 1977 (esse número inclui seu amistoso de despedida, já em 1984); o lateral-esquerdo Júnior, do Flamengo, com 857 partidas entre 1974 e 1993; o também lateral-esquerdo Wladimir, do Corinthians, com 805 jogos de 1972 a 1987; e Zico, com 731 jogos pelo Flamengo, entre 1971 e 1983 e depois de 1985 a 1990, quando voltou da Itália.

O GRANDE FEITO DE ROGÉRIO CENI Em uma época em que os grandes ídolos permanecem cada vez menos tempo vestindo as camisas de seus clubes, o goleiro Rogério Ceni é uma exceção. Aos 33 anos, ele alcança a marca das 700 partidas, que começou a ser conquistada há treze anos. Mais precisamente no dia 25 de junho de 1993, quando o São Paulo goleou o Tenerife da Espanha por 4 a 1, pelo Troféu Santiago de Compostela. Rogério ganhou sua primeira chance com a camisa 1 tricolor, mas foi substituído durante aquela partida por Gilberto.

“Sei que isso representa a história do clube, que vai ser legal para as crianças que vão acompanhar o São Paulo saberem que um jogador ficou tanto tempo.” (Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, sobre mais um recorde batido: a marca dos 700 jogos pelo clube, ontem, contra o Figueirense.) Ao contrário dos números que esta coluna publicou em sua edição do dia 28 de agosto, Edmundo está a apenas um, e não a três gols de superar Zico como segundo maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro. Naqueles números, faltou contabilizar dois gols de Edmundo pelo Flamengo, em 2005. Morreu sexta-feira, em São Paulo, aos 91 anos, o ex-atacante Segundo Villadoniga. Uruguaio, ele foi campeão paulista em 1942 e 1944 pelo Palmeiras, que defendeu 134 vezes, marcando 50 gols. Hoje, dia 30 de outubro, o craque argentino Diego Maradona faz 46 anos. E amanhã, dia 31, é a vez de Dunga e de Marco Van Basten. O exvolante e atual técnico da Seleção Brasileira faz 43 anos. O ex-atacante holandês, 42.

1

Esporte

Esperamos vencer no Sul e seguir embalados para o clássico.” Kleber, do Santos

TEMPO TRICOLOR A

diferença em relação ao Internacional, segundo colocado, permanece a mesma: é de sete pontos. Mas o tempo continua conspirando a favor do líder São Paulo. Agora, falta uma rodada a menos para o final do Campeonato Brasileiro (sete jogos), e apenas três equipes podem continuar sonhando em tirar o título do tricolor paulista: Internacional, Santos e Grêmio. Sábado, em Florianópolis, o São Paulo deu mais um passo na direção do tetracampeonato brasileiro, ao derrotar o Figueirense por 2 a 0, com dois gols no primeiro tempo, de Aloísio, aos 21, e Ilsinho, aos 45 minutos. Logo após a importante vitória, o goleiro Rogério Ceni, que naquela partida completou 700 jogos com a camisa do clube (leia Almanaque ao lado), foi o primeiro a adotar o discurso que tem sido rotina a cada rodada no São Paulo: preferiu não comemorar o bom resultado, mas pensar já no próximo jogo, contra a Ponte Preta, quinta-feira, no Morumbi. “A Ponte precisa do resultado, está lutando para não cair, e por isso vai ser um jogo muito difícil”, disse. Evitar o clima de “já ganhou” também foi a primeira medida adotada pelo técnico Muricy Ramalho. “O ser humano se empolga muito fácil com as coisas. Mas eu vou mostrar a eles (jogadores) que ainda não podemos comemorar”, garante Muricy. A outra é não se preocupar com quem está torcendo contra, como os gaúchos (Internacional e Grêmio ainda sonham com o título) e o Santos. O comandante sãopaulino mostra tranqüilidade

Wander Roberto/AE

Faltando apenas sete rodadas para o final do Brasileiro, São Paulo de Aloísio mantém diferença de sete pontos em relação ao vice-líder Inter

quanto a isso: “O São Paulo é um time que não se impressiona com casa cheia e pressão. É uma equipe acostumada a jogar finais e partidas decisivas. Isso faz a diferença. E olha que nesta rodada tinha um monte de gente secando”. Por causa das vitórias de Grêmio e Internacional, no meio da semana, a pressão sobre o São Paulo por um resul-

Quem ainda pode estragar a festa

I

nternacional, Santos e Grêmio. Esses são, pela ordem, os três times que ainda podem sonhar em estragar a festa do tetracampeonato brasileiro do São Paulo. Matematicamente, quem tem mais chances é o Internacional, a uma distância de sete pontos do Tricolor, enquanto a que separa Santos e Grêmio do líder é de oito pontos. O Santos, no entanto, conta com um trunfo: é o único que ainda tem a cumprir o confronto direto com o São Paulo, e em sua casa, a Vila Belmiro, no próximo final de semana. Era justamente nisso que os santistas apostavam todas as fichas após a sofrida vitória de sábado, sobre o São Caetano, também na Vila, com um gol de Rodrigo Tabata aos 19 minutos do segundo tempo. Para o lateral-esquerdo Kleber, o próximo confronto do Santos pode ser decisivo para as ambições do time no campeonato: “O Santos tem uma seqüência de jogos bastante difícil. Tem o Juventude e depois o São Paulo”. A maior dificuldade do técnico Vanderlei Luxemburgo na reta de chegada do Campeonato Brasileiro tem sido manter a motivação dos jogadores, mesmo com as chances de conquista do título se tornarem menores a cada rodada, em razão das seguidas vitórias do líder São Paulo. Seu segredo tem sido valorizar a classificação para entrar direto na Copa Libertadores de 2007. “No sábado, entramos em campo sabendo o resultado do São Paulo e na minha preleção perguntei aos jogadores se em razão disso iríamos parar ou seguir avançando na competição”, disse o técnico Vanderlei

Luxemburgo no dia seguinte à vitória. “E a resposta foi dada positivamente, tanto que, se o Brasileiro acabasse hoje, estaríamos na Libertadores direto, sem necessidade de participar da fase de qualificação.” Para a partida contra o Juventude, em Caxias do Sul, o único desfalque certo do Santos é o zagueiro Ronaldo Guiaro, punido com o terceiro cartão amarelo contra o São Caetano. Mas o volante Zé Roberto também é dúvida. O meiocampo sofreu uma pancada no lado externo da coxa direita ainda no primeiro tempo do jogo com o São Caetano, e vai ser reavaliado pelos médicos. Mesmo que não seja vetado,

poderá ser poupado para o clássico com o São Paulo. “Só vou saber quando poderei voltar depois de ser examinado”, disse o jogador após a partida de sábado. Ele tomou um medicamento no intervalo e, como a dor continuou, pediu substituição na etapa final. “O local da pancada ainda está dolorido, apesar de eu ter tomado

tado positivo no sábado aumentou bastante. “Mas somos um time experiente, que sabe bem o que quer”, diz Muricy. Para quinta-feira, os jogadores terão um importante aliado, que ajudará bastante nas partidas que o São Paulo ainda tem a fazer no Morumbi: a torcida. Com o estádio cheio, segundo os próprios jogadores as chances do São Paulo au-

mentam bastante. Cerca de 20 mil ingressos já foram vendidos. “O torcedor são-paulino está animado. A presença de público foi boa contra o Juventude e, em Florianópolis, nossa torcida compareceu em ótimo número”, diz o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes. O São Paulo tem o melhor público da Série A do Brasileiro, registrado no jogo contra o

Juventude, no dia 14, com 55.244 pagantes no Morumbi. Para o jogo contra a Ponte, o volante Mineiro é a principal dúvida. Na vitória sobre o Figueirense, ele sofreu uma entorse no tornozelo direito e teve de ser substituído. Caso seja vetado, deverá ser substituído por Ramalho. Josué, suspenso, também não joga: em seu lugar, deve entrar Richarlyson.

Maurício de Souza/AE

O Santos de Rodrigo Tabata passou pelo São Caetano e ainda acredita em suas próprias forças

um antiinflamatório e analgésico.” Mesmo sendo a referência e o maior salário do clube (cerca de 500 mil reais mensais), se Zé Roberto não puder jogar contra o Juventude sua ausência não deverá atrapalhar tanto. Além de Cléber Santana ter retorno assegurado ao time, após ter cumprido suspensão pelo terceiro cartão

amarelo, e André Luiz, que começou o jogo de sábado no banco, ter condições para substituí-lo, Luxemburgo prepara a fixação do ala Kleber, que ele considera o jogador com maior qualidade no passe de bola, no meio-de-campo. Kléber já não tem tanta resistência à idéia. “Sempre falo que a minha posição é a lateral,

mas as oportunidades no meio estão surgindo e não vejo problema”, afirma o jogador, que vem subindo de produção desde a chegada de Luxemburgo. “Foi ele que me lançou no Corinthians e sou grato a ele”, completou, deixando claro que está pronto para atender a qualquer determinação do técnico nos próximos jogos.


2

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

CORINTHIANS E PALMEIRAS CONTRA O REBAIXAMENTO

ACORDA, PALMEIRAS G tes Cláudio e Roger e o goleiro Sérgio devem ir embora. Enquanto os dirigentes pensam na próxima temporada, a comissão técnica e os jogadores prometem concentração total para garantir, nas últimas sete rodadas, a sobrevivência do Palmeiras na Primeira Divisão e há até quem ainda sonhe com uma vaga na Copa SulAmericana. Um dos líderes do elenco, Edmundo insiste com os colegas que o importante é o time se ligar sempre no jogo seguinte, sem se cultivar outras ambições no campeonato além da obrigação de escapar ao rebaixamento. Em 15º lugar, depois de trocar de posição com o Corinthians, o Palmeiras ainda terá pela frente dois adversários ameaçados pelo rebaixamento - recebe o Fortaleza, 18º, no dia 8 de novembro; e visita o Fluminense, 16º, no dia 3 de dezembro, data de encerramento do campeonato. Um pouco mais tranqüila é a

paSse livre Roberto Benevides

Festa no Morumbi

M

Edmundo liga alerta no Palmeiras após derrota para o Corinthians

situação do Corinthians, que fechou a 31ª rodada com um ponto a mais do que o Palmeiras e vai enfrentar imediatamente dois times rebaixados - o Fortaleza, 18º colocado, na quarta-feira, lá, e o Santa Cruz,

Eduardo Nicolau/AE

arantir a permanência na Primeira Divisão e renovar o contrato de Juninho Paulista por mais um ano são as prioridades do Palmeiras nesse fim de temporada. Mesmo depois da derrota para o Corinthians por 1 a 0, na quarta-feira, o Palmeiras ainda guarda uma distância de quatro pontos da zona de rebaixamento e, portanto, depende apenas de suas próprias forças para continuar na elite do futebol brasileiro em 2007. Já cuidando do futuro, o diretor Hugo Palaia tentará se acertar com Juninho Paulista durante a semana. O meia avisa: “O Palmeiras está esperando definir sua situação no Brasileirão, mas acho que o acerto deve ser feito antes do fim do ano”. A diretoria começa também a pensar na lista dos atletas que dificilmente emplacarão mais uma temporada no clube. O zagueiro Daniel, o lateral Márcio Careca, os atacan-

Lutamos pelas mesmas coisas, o Fortaleza também busca tranqüilidade.” Leão, sobre o próximo jogo do Corinthians

domingo, aqui. Na rodada do dia 18, o Corinthians receberá também o Fluminense. Leão trabalha para evitar surpresas e levará o time para o Ceará hoje à noite. Quer treinar amanhã no forte calor de Fortaleza.

uricy Ramalho não cansa de relembrar aos seus jogadores que o São Paulo precisa continuar ganhando jogos para ganhar o Campeonato Brasileiro, mas a torcida já se acha campeoníssima, como deixou claro a pequena parcela que acompanhou o time no Estádio Orlando Scarpelli e festejou os 2 a 0 sobre o Figueirense aos gritos: - É campeão! É campeão! É campeão! De fato, a 31ª rodada levou o caneco para mais perto do Morumbi. O São Paulo manteve a vantagem em pontos, sete a mais do que o vice Inter, e os adversários deixaram passar mais uma chance a menos sem descontar a diferença. Agora, só faltam sete rodadas. Antes mesmo de entrar em campo no 1 a 0 sobre o São Caetano que manteve o Santos no terceiro lugar, o zagueiro Luiz Alberto definiu a situação do líder São Paulo: - Parece que, quanto mais você torce contra, mais as coisas dão certo para eles. Realmente, em muitas rodadas o São Paulo foi ajudado pelo tropeço de seus perseguidores, mas em Florianópolis garantiu sua privilegiada posição no campeonato graças exclusivamente às próprias forças. Jogou com absoluta autoridade e fez os 2 a 0 merecidamente. Do jeito que as coisas vão, o São Paulo não terá de esperar a última rodada para pôr a mão no caneco com que sonham os são-paulinos há uma década e meia. Nesta rodada disputada entre a quarta e o sábado, apenas quatro times ganharam posições : o Vasco, de sexto colocado para quinto, com direito a vaga na Libertadores; o Cruzeiro, de décimo para oitavo; o Atlético Paranaense, de 12º para nono; e o Corinthians, de 15º para 14º. Caíram o Paraná, de quinto para sexto; o Figueirense, de oitavo para décimo; o Fla, de nono para 11º; o Goiás, de 11º para 12º; e o Palmeiras, de 14º para 15º. Os demais ficaram onde estavam, com o São Paulo cada vez mais perto do título. Parece que a festa será no Morumbi – contra o Atlético Paranaense, no dia 19 de novembro, ou contra o Cruzeiro, no dia 26.

RISCO MATEMÁTICO QUERIDO DO CHEFÃO O gerente de futebol do Palmeiras, Ilton José da Costa, tem dito à torcida e à comissão técnica que o time precisa ganhar cinco dos 21 pontos que tem a disputar para escapar ao rebaixamento no Campeonato Brasileiro: - Pela minhas contas, 42 pontos salvam o time. Os palmeirenses que não confiem na matemática de seu gerente. Se fechar a campanha com 42 pontos, o Palmeiras terá um aproveitamento de 37% – exatamente o que tem hoje a Ponte Preta, que abre a fila dos rebaixados.

Felipe Massa que se prepare para disputar com Kimi Raikkonen as atenções da Ferrari em 2007. O todopoderoso Luca di Montezemolo, que preside a Ferrari e a Fiat, morre de amores pelo novo piloto da escuderia, como revelou a La Gazzetta Dello Sport: - Para mim, depois de Schumacher, ele é o melhor. Segundo Montezemolo, foi o próprio Schumacher que indicou Raikkonen como sucessor na Ferrari. Massa já disse que, entre ele e Raikkonen, será cada um por si e a Ferrari pelos dois. Será que o chefão concorda?

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE C

Confusão em campo Fernando Amorim/AE

SÉRIE B

Decepção em Jundiaí Mateus Vieira/AE

U

ma vitória em casa, contra o América-RN, no último sábado, bastaria ao Paulista de Jundiaí para ocupar um dos quatro primeiros lugares da Série B, a zona de classificação para a Série A em 2007. No entanto, com a derrota por 1 a 0 — gol de Souza, aos 5 minutos do segundo tempo —, foram os potiguares que passaram a ocupar essa posição, e em terceiro lugar, atrás de Atlético-MG e Sport e à frente do Náutico. O Paulista, agora, é sexto, atrás também do Coritiba, que nesta rodada goleou o Vila Nova por 5 a 1, jogando em Goiânia. No Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o líder Atlético-MG foi derrotado pelo Gama por 2 a 1, com dois gols de Vanderlei, o artilheiro da Série B. Marcinho descontou para o Atlético. Entre os paulistas, Guarani e Marília abriram a rodada, na terça-feira, sem conseguir vencer. O Guarani empatou em Campinas com o Brasiliense em 2 a 2, sofrendo o segundo gol aos 47 minutos do segundo

32ª rodada Guarani 2 x 2 Brasiliense Náutico 2 x 1 Marília Avaí 2 x 1 Paysandu Vila Nova 1 x 5 Coritiba Gama 2 x 1 Atlético-MG Portuguesa 1 x 2 Ituano Remo 1 x 1 Santo André Paulista 0 x 1 América-RN CRB 1 x 1 Ceará São Raimundo 0 x 1 Sport

Derrota em casa para América-RN deixa Paulista mais longe do acesso

tempo, e continua na zona de rebaixamento. No Recife, o Marília saiu na frente do Náutico, mas acabou sofrendo a virada por 2 a 1. No sábado, o Santo André arrancou um empate do Remo, em Belém, por 1 a 1. Mas o pior resultado entre os times do Estado, uma vez mais, foi o obtido pela Portuguesa. Com a derrota de sábado, no Canindé, para o Ituano, por 2 a 1, de virada, a Lusa continua ocu-

pando a última posição da Série B e é a mais séria candidata ao rebaixamento para a Série C em 2007. Souza abriu a contagem para a Portuguesa, com um gol logo aos 3 minutos do primeiro tempo. Aos 15 do segundo, Gílson empatou para o Ituano, que chegou ao gol da vitória aos 27 minutos. Amanhã, a Portuguesa segue na luta contra o rebaixamento, enfrentando o Atlético-MG no Canindé.

Bahia perde mais uma (Ipatinga 2 a 0) e torcida invade o gramado

Classificação

P

V

S

GP

1 Atlético-MG

57

16

22

56

2 Sport

57

16

22

50

3 América-RN

52

17

5

51

4 Náutico

52

15

9

53

5 Coritiba

50

14

10

53

6 Paulista

48

13

10

51

7 Brasiliense

46

13

12

50

8 Santo André

46

11

5

38

9 Avaí

43

12

-9

31

10 Marília

43

11

4

49

11Gama

41

12

-9

44

12 Paysandu

41

11

-5

44

13 Ituano

41

10

-1

39

14 Ceará

41

9

-5

41

15 CRB

38

10

-4

49

16 Remo

36

10

-14

38

17 Guarani*

36

9

-12

44

18 Vila Nova

35

9

-16

39

19 São Raimundo

34

8

-10

32

20 Portuguesa

34

8

-14

36

*Perdeu 3 pontos no STJD.

A

lém de perder para o Ipatinga, por 2 a 0, no sábado à tarde, em Salvador, o Bahia envolveu-se em uma grande confusão. O jogo foi interrompido aos 23 minutos do segundo tempo, com invasão de campo pela torcida, agressão a jogadores e muita pancadaria. O Bahia é vicelanterna no octogonal final. O time mineiro é líder. O Ipatinga já vencia por 2 a 0, com dois gols de Luizinho Paulista, quando os torcedores partiram para cima do meia Luiz Alberto. Com a intervenção dos policiais, os times acabaram saindo de campo e o jogo foi dado por encerrado. Em casa, o Criciúma manteve a vice-liderança, ao vencer o

Treze por 1 a 0, gol de Cláudio Luís. O terceiro colocado é o Grêmio Barueri, que venceu o Vitória, por 2 a 1, em Salvador. Luciano Gigante fez dois gols e Marcelo Moreno descontou. Em Pelotas (RS), o Brasil ganhou a primeira: 3 a 0 no Ferroviário, gols de Cláudio Milar (dois) e Cláudio Severo. RESULTADOS: Bahia-BA 0 x 2 Ipatinga-MG; Criciúma-SC 1 x 0 TrezePB; Brasil-RS 3 x 0 Ferroviário-CE; Vitória-BA 1 x 2 Grêmio Barueri-SP. CLASSIFICAÇÃO: 1º Ipatinga-MG, 15 pontos; 2º Criciúma-SC; 3º Grêmio Barueri-SP, 12; 4º Treze-PB, 9; 5º Vitória-BA, 7; 6º Ferroviário-CE, 6; 7º Bahia e Brasil, 4.


segunda-feira, 30 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Itália Espanha Seleção Sul-Americana

3 Sou profissional desde os 16 anos. Sei assumir responsabilidades." Diego, do Werder Bremen

DUNGA CHAMA HOJE QUEM VAI À SUIÇA

Cesar Rangel/AFP

ris, no mês de fevereiro. A informação, divulgada pelo imprensa do país árabe, ainda não foi confirmada pela CBF. Além deste jogo, o presidente Ricardo Teixeira recebeu convite da Associação de Futebol de Hong Kong para a realização de amistoso em 1º de julho de 2007 entre a Seleção e uma equipe formada pelos melhores jogadores da China. Na data, serão celebrados os 10 anos de retorno da até então colônia britânica à China. A CBF estuda a proposta.

ITÁLIA

ESPANHA

Udinese 0 x 1 Roma Milan 3 x 4 Inter de Milão Ascoli 0 x 1 Siena Cagliari 1 x 0 Sampdoria Catania 1 x 1 Torino Fiorentina 2 x 3 Palermo Lazio 0 x 0 Reggina Messina 2 x 1 Chievo Parma 3 x 1 Atalanta Livorno 0 x 0 Empoli

Barcelona 3 x 0 Huelva Racing Santander 1 x 0 Valencia Gimnastic 1 x 3 Real Madrid Celta 1 x 2 Sevilla Getafe 2 x 0 La Coruña Levante 0 x 0 Espanyol Betis 0 x 1 Mallorca Real Sociedad 0 x 1 Villarreal Osasuna 1 x 1 Athletic Bilbao Atlético Madrid 0 x 1 Zaragoza

Mainz 1 x 6 Werder Bremen Bayern 2 x 0 Eintracht Frankfurt Bochum 0 x 1 Wolfsburg Energie Cottbus 2 x 0 Hertha Hamburgo 0 x 0 Hannover Borussia Mönchen. 0 x 2 Bayer Leverkusen Nurnberg 1 x 1 Borussia Dortmund Arminia Bielefeld 5 x 1 A. Aachen Stuttgart 3 x 0 Schalke

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

1 Inter de Milão

21

6

8

20

1 Barcelona

19

6

12

19

1 Werder Bremen

19

6

16

27

2 Palermo

21

7

6

21

2 Sevilla

18

6

7

17

2 Bayern

16

5

4

14

3 Roma

17

5

8

14

3 Real Madrid

17

5

9

13

3 Schalke 04

16

5

0

11

4 Siena*

15

4

3

10

4 Zaragoza

16

5

7

17

4 Stuttgart

15

4

3

17

5 Udinese

13

3

4

10

5 Valencia

16

5

7

13

5 Arminia Bielefeld

14

4

5

16

6 Atalanta

13

3

1

14

6 Getafe

16

5

4

8

6 Energie Cottbus

14

4

1

13

7 Livorno

13

3

-1

7

7 La Coruña

14

4

2

9

7 Nuremberg

13

2

4

11

8 Messina

12

3

0

12

8 Atlético Madrid

13

4

3

10

8 Hertha

13

3

3

14 12

11

2

1

9

9 Villarreal

12

3

0

7

9 BorussiaDortmund

13

3

1

10 Sampdoria

10

2

0

14

10 Mallorca

12

3

0

5

10 Alemannia Aachen

12

4

-2

15

11 Catania

10

2

-3

12

11 Celta

10

3

-2

11

11 Borussia Mönchen.

12

4

-3

10

12 Cagliari

9

1

-1

8

12 Huelva

10

3

-2

9

12 Bayer Leverkusen

11

3

1

13

13 Lazio*

8

3

0

9

13 RacingSantander

9

2

-3

7

13 Eintracht Frankfurt

10

1

0

11

14 Milan*

7

4

2

10

14 Levante

9

2

-5

7

14 Wolfsburg

10

2

-3

6

15 Torino

7

1

-7

5

15 Osasuna

8

2

-3

5

15 Hamburgo

9

1

-1

10

16 Parma

7

2

-9

9

16 Espanyol

7

1

-4

4

16 Hannover

7

1

-9

9

17 Ascoli

4

0

-7

5

17 Athletic Bilbao

6

1

-8

7

17 Mainz

7

1

-9

8

18 Chievo

2

0

-7

7

18 Betis

4

1

-4

8

18 Bochum

5

1

-10

7

19 Fiorentina*

0

5

5

14

19 Gimnastic

4

1

-10

8

20 Reggina*

-3

3

-3

11

20 Real Sociedad

2

0

-10

5

*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15

INGLATERRA

PORTUGAL

Sheffield 0 x 2 Chelsea Arsenal 1 x 1 Everton Bolton 0 x 4 Manchester United Fulham 0 x 1 Wigan Liverpool 3 x 1 Aston Villa Portsmouth 3 x 1 Reading Watford 0 x 0 Tottenham Newcastle 0 x 0 Charlton West Ham 2 x 1 Blackburn (hoje) Manch, City x Middlesbrough

Beira Mar 3 x 3 Sporting União Leiria 2 x 0 Acadêmica Porto 3 x 2 Benfica Aves 0 x 1 Belenenses Amadora 1 x 0 Vitória Setubal Nacional 1 x 1 Naval Braga 1 x 4 Marítimo hoje: Paços Ferreira x Boavista

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

Classificação

P

V

SG

GP

1 Lyon

31

10

19

27

1 ManchesterUnited

25

8

18

23

1 Porto

19

6

12

18

2 Olympique

20

6

8

19

2 Chelsea

25

8

12

17

2 Sporting

17

5

6

13

3 Nancy

19

5

4

10

3 Bolton

20

6

2

10

3 Naval

15

4

3

9

4 Lille

18

5

4

16

4 Portsmouth

19

6

10

16

4 Braga

14

4

2

10

5 Lens

18

5

3

16

5 Arsenal

18

5

11

16

5 Benfica

13

4

6

15

Toulouse

18

5

3

16

6 Everton

17

4

7

16

6 Marítimo

13

4

1

10

7 Sochaux

18

5

1

16

7 Aston Villa

15

3

3

12

7 União Leiria

13

4

-2

9

8 Bordeaux

18

6

0

15

8 Liverpool

14

4

0

12

8 Nacional

13

4

5

11

9 Saint-Etienne

17

5

1

16

9 Fulham

13

3

-4

11

9 Belenenses

11

3

2

7

13

10 Reading

13

4

-5

10

10 Paços Ferreira

9

2

-1

7

12

3

-3

10

11 Vitória Setúbal

8

2

-3

6

10 PSG

15

4

0

11 Le Mans

14

3

-2

13

11 Blackburn

12 Valenciennes

14

4

-3

12

12 Tottenham

12

3

-4

6

12 Acadêmica

7

1

-3

9

13 Lorient

13

3

-3

10

13 Wigan

11

3

1

12

13 Boavista

7

2

-2

9

14 Auxerre

13

3

-4

11

14 Middlesbrough

9

2

-5

8

14 Beira-Mar

6

1

-6

11

15 Rennes

12

3

-3

9

15 Manchester City

9

2

-7

6

15 Amadora

4

1

-10

3

16 Troyes

10

2

-3

12

16 West Ham

8

2

-6

8

16 Aves

2

0

-10

4

17 Nice

10

3

-4

11

17 Newcastle

8

2

-6

7

18 Nantes

9

2

-7

8

18 Watford

6

0

-6

7

19 Sedan

8

1

-7

14

19 Sheffield

6

1

-10

4

20 Monaco

7

2

-7

9

20 Charlton

5

1

-9

6

SUL-AMERICANA Atlético-PR espera rival

D

epois de se classificar com tranqüilidade para as semifinais da Copa SulAmericana, ao golear o Nacional, do Uruguai, por 4 a 1 (já havia vencido o jogo de ida por 2 a 1), o Atlético Paranaense acompanha amanhã a definição de seu adversário: o Pachuca recebe o Lanús, no México, com grande folga, depois de vencer por 3 a 0 o jogo de ida, na Argentina. Na outra chave, Toluca e San Lorenzo definem quem enfrentará o Colo-Colo, que passou, também com duas vitórias, pelo argentino Gimnasia y Esgrima. Em Buenos Aires, o San Lorenzo venceu por 3 a 1. Em situação tranqüila no Campeonato Brasileiro, o rubro-negro deve dar prioridade

GP

9 Empoli

FRANÇA Lens 1 x 0 Auxerre Bordeaux 3 x 1 Sedan Le Mans 1 x 1 Lille Lorient 1 x 0 Valenciennes Nantes 1 x 0 Monaco PSG 1 x 0 Rennes Toulouse 1 x 2 Sochaux Troyes 3 x 1 Saint-Etienne Nice 2 x 1 Olympique Lyon 1 x 0 Nancy

ALEMANHA

total à luta por seu primeiro título internacional. De quebra, tenta fazer a melhor campanha de um brasileiro na Sul-Americana. Até agora, igualou os

melhores resultados: as semifinais de São Paulo (eliminado pelo River Plate, em 2003) e Internacional (derrotado pelo Boca Juniors, em 2004).

Dunga convoca hoje a Seleção que enfrenta a Suíça. Ronaldinho, Robinho e Kaká nomes certos, marcaram gols no fim de semana Paco Serinelli/AFP

O

técnico Dunga convocará nesta segunda-feira, às 16 horas, os 22 jogadores para o amistoso do dia 15 de novembro contra a Suiça, na Basiléia, e as principais estrelas da Seleção Brasileira resolveram mostrar serviço em campos europeus durante os jogos deste fim de semana anterior à convocação. No Campeonato Espanhol, finalmente tratado como titular por Fabio Capello, Robinho fez o último gol do Real Madrid na vitória por 3 a 1 sobre o Gimnastic. E Ronaldinho Gaúcho fez os dois primeiros nos 3 a 0 do Barcelobna sobre o Recreativo Huelva – um, de pênalti; o outro, de cabeça! No Campeonato Italiano, o Milan foi derrotado por 4 a 3 pela Internazionale, mas Kaká fez o último gol da equipe. Uma das sensações do Campeonato Alemão, ainda não chamado por Dunga em nenhuma de suas convocações, o meia Diego também fez gol na rodada de fim de semana, que confirmou o seu Werder Bremen na liderança. Ele fechou a goleada por 6 a 1 sobre o vicelanterna Mainz. O jogo contra a Suíça será o último compromisso da Seleção Brasileira neste ano. Brasil e Suíça só se enfrentaram seis vezes na história, com duas vitórias brasileiras, três empates e uma derrota. O último confronto aconteceu em junho de 1989, quando os suíços ganharam por 1 a 0, na Basiléia. Para 2007, a Seleção já foi convidada para enfrentar o Egito, atual campeão da Copa das Nações Africanas, em Pa-

Lluis Gene/AFP

CRAQUES DE PRONTIDÃO


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

SINAL VERDE: HORA de COMPRAR O CARRO ste é o momento de financiar seu veículo, novo ou usado, devido a três motivos: menor taxa de financiamento (desde 1994); preço dos usados em queda (8% no ano) e a primeira parcela financiada possui carência de 60 dias (coincidindo com o 13º). Separe a documentação mínima necessária para financiar (cópias de RG e CPF e comprovante de residência) e aproveite as facilidades para comprar agora o seu automóvel. Os bancos financiam carros de passeio fabricados a partir de 1990. A entrada mínima é de 20% e o valor mínimo de R$ 2 mil. Por exemplo, um veículo popular 1.0 (ano 2000), que custa em torno de R$ 15 mil, necessita de uma entrada de R$ 3 mil. O custo das operações para a compra de veículo caiu recentemente 0,8 ponto porcentual, ficando em 33,3% ao ano, bem inferior aos 58,1% cobrados para a aquisição de bens. Ótimas taxas, a partir de 0,49% ao mês, podem ser obtidas durante os feirões. Uma outra modalidade que já representa 20% do mercado de automóveis e tende a continuar crescendo é o leasing. O bem com maior participação nesta modalidade é o automóvel, que em novembro do ano passado, último dado da Associação Brasileira das Empresas de Leasing, representava 70% do

E

índice ALTO CUSTO - 3 Veja a Ferrari F599 GTB Fiorano, o próximo carro de Felipe Massa.

CAPA - 4 E 5 O esportivo Lobini, um nacional de destaque no Salão do Automóvel.

MERCADO - 6 Vendas continuam em alta e devem bater recorde em 2007.

SOM - 7 Novidades em equipamentos de som.

ACESSÓRIOS - 8 Cresce a oferta de aparelhos com sistemas de navegação automotiva.

aGenDa 8 de novembro

A Fiat Automóveis lança o novo Ducato Minibus, na Casa da Fazenda Morumbi, em São Paulo. O evento começa às 10h30, com a presença da diretoria da montadora.

27 de novembro

Acontece no Armazém da Vila, em São Paulo, a partir das 19h30, a Festa Mais 2006, que reunirá profissionais do mercado automotivo e principais executivos da indústria de autopeças e das montadoras.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

total. O único problema é que o veículo fica registrado em nome da instituição até o débito total ser quitado. Os juros e os prazos praticados no leasing e no CDC (Crédito Direto ao Consumidor) não são muito diferentes. A vantagem, no leasing, é a nãoincidência de IOF, o que reduz o valor das parcelas em 0,2%. Um exemplo: para um comprador com renda mensal de R$ 900, os bancos estão oferecendo um limite de CDC de R$ 3.300. Se a opção for o leasing, o limite disponível avança para R$ 5 mil. A decisão de comprar um carro usado deve sempre ser acompanhada de um mecânico de confiança. Alguns itens fundamentais devem ser verificados: motor, freios, pneus, câmbio e alternador, principalmente quando se trata de um usado importado. A dificuldade de obter as peças de reposição pode demorar meses e o custo pode ser equivalente a 25% do valor do carro (exemplo: o conserto de um câmbio automático em carro importado chega a R$ 5 mil). Apesar disso, é grande a chance de realizar bons negócios, adquirindo um importado bem equipado e bem conservado. Marcos Crivelaro, consultor em finanças e professor PhD da Faculdade de Informática e Administração Paulista e da Faculdade Módulo

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

DCARRO

3

F599 GTB FIORANO

A MELHOR FERRARI de TODAS O modelo italiano foi o grande destaque do Salão. E o nosso novo ídolo, Felipe Massa, recebe a dele nesta semana. Na Itália. CHICOLELIS

P

ara quem não foi ao Salão do Automóvel "descobrir" a melhor Ferrari já fabricada na Casa Maranello, as fotos de Pablo de Sousa revelam agora esta máquina que deverá chegar ao Brasil - ainda sem data marcada, mas já se sabendo que vai demorar muito - custando cerca de R$ 2 milhões. A F599 GTB Fiorano é realmente bela, atraente, potente, rápida, insuperável, segundo a própria fábrica. Currículo ela já tem. Além de ter saído do estúdio Pininfarini de design, é empurrada por um vigoroso motor de 620 cavalos, que a leva aos 330 km/h de máxima, e de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos. Rápida, não? Dentro, lugar para apenas duas pessoas, num conforto de alto nível, com estofamento em couro e painel digital que mostra até mesmo desenho do motor funcionando. Um verdadeiro espetáculo de tecnologia. Só o ronco do motor já causa aceleração do batimento cardíaco de quem está perto.

Dúvidas? Pergunte ao Massa - Mas se você está em dúvida quanto a algum

Uma Ferrari, ainda que não vermelha, enche os olhos e é a melhor

Motoristas a vêem assim. Por trás.

aspecto da nova Ferrari, quer saber se ela anda mesmo, se é confortável, se é, de fato, a melhor de todas, espere até o final desta semana e fale com Felipe Massa, o novo ídolo brasileiro que, após 13 anos, nos levou ao lugar mais alto do pódio domingo retrasado em Interlagos. É que ele está por receber a sua primeira Ferrari e a escolhida, é claro, foi a F599, grafite.

CARRO-CONCEITO

EXELERO, UM CUPÊ A 350 KM/H O

Divulgação

s fabricantes alemães já avisam: o Exelero não será fabricado em série. Mas garantem que será um dos cupês mais rápidos do mundo, passando dos 350 km/h, com seu supermotor de 700 cavalos. Ele é produzido pela Stola, empresa italiana, por encomenda da alemã Maybach, controlada pela Daimler-Chrysler, para testes de pneus do fabricante também alemão Fulda Relfenwek. Ele é feito em fibra de carbono, acabamento em couro, neoprene e alumínio. O Exelero é inspirado no modelo de 1930 do lendário Maybach SW 38.

Por dentro - Para se ter uma idéia de grandeza do Exelero, vale lembrar que o motor é um 12 cilindros em V, biturbo, de 5.908 cm³. O câmbio é automático de 5 velocidades. Suas dimensões são coisa de gente grande: 5m89 de comprimento, 2m14 de largura, 1m39 de altura e entreeixos, 3m39. Com tudo isso, só poderia ser mesmo muito pesado: são 2.660 kg.

Grande e atraente, o Exelero passa dos 350 km/h, com seu motorzão de 700 cavalos

Por que só agora a primeira Ferrari? O próprio Felipe contou a história do seu primeiro carro da marca na terça-feira à noite, num delicioso programa da SporTV, comandado por um dos maiores especialistas em Fórmula 1, Reginaldo Leme. Massa disse, no "Linha de Chegada", que no começo do ano perguntou ao todo-poderoso Jean Todt, diretor esportivo da Por dentro do mito, com informação digital escuderia de Maranello, quando ele poderia comprar a sua Ferrari, dando a entender que a marca italiana faz referindo-se à dupla Massa e Schumacher, um preço especial para seus pilotos. o grande campeão que tirou férias, em "Quando você apresentar bons resul- definitivo, das pistas. tados", respondeu Todt a Felipe. "Bem, os resultados vieram e eu receberei Com seu jeito irreverente, o piloto a minha Ferrari, a Fiorano, no final da brasileiro perguntou ao dirigente o que ele próxima semana" - revelou o piloto braconsiderava um bom resultado. sileiro, sem contar qual foi o desconto. Pois "Uma dobradinha, independente da co- saiba: beira os 40%. Bom, para um carro locação de um ou de outro", foi a resposta, que custa R$ 2 milhões, né?


4

DCARRO

São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

LOBINI

BRASILEIRO MESMO. ALI DE COTIA.

Quem visitou o Salão do Automóvel que terminou ontem, certamente se encantou com o pequeno Lobini, o esportivo nacional, com seu estande encravado entre as maiores marcas do mundo. Mas ele vai crescer, com a dedicação dos trabalhadores da fábrica. ANDERSON CAVALCANTE

Pablo de Sousa

A abertura das portas é na vertical, exaltando o espírito esportivo do pequeno Lobini

O chassi é feito em estrutura tubular com tratamento anticorrosivo

N

ão dá para falar sobre este pequeno esportivo sem lembrar que, já no Salão do Automóvel de 2002, ele fez grande sucesso. Da mesma forma, neste ano, ainda que o estande estivesse localizado entre os espaços de "gigantes multinacionais", os modelos da brasileira Lobini "pararam o trânsito" dentro do Anhembi e mostraram a força do design e da indústria nacional. O projeto do Lobini H1 nasceu em 1999 do sonho dos empresários José Orlando Lobo e Fábio Birolini. Da soma dos sobrenomes surgiu a

São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

DCARRO

5

marca. O objetivo era desenvolver o melhor esportivo brasileiro. Assim renascia a história deste segmento no Brasil, que já havia sido marcada pelos famosos Puma e Miura, entre outros, algumas décadas antes. A pretensão deste modelo é grande. Afinal, destacar-se entre carros tidos como "fora de série", competindo com a imensa quantidade de importados disponíveis no mercado brasileiro, com certeza, não é tarefa fácil. Mas os funcionários da pequena fábrica da Lobini, em Cotia (SP), não se assustam diante desta dificuldade e a cada veículo produzido dobram seus esforços para se superar em qualidade. Percebe-se este empenho nos No modelo Targa, a capota é rígida e removível pequenos detalhes. Ao entrarmos em um modelo fabricado há alguns meses, notamos A cara da fera - Com linhas suaves e, ao mesmo que o pedal da embreagem estava muito próximo tempo, com contornos que transmitem a idéia de ao descanso do pé esquerdo. Em seguida, ao "músculos definidos", o veículo apresenta visual entrarmos em um produzido posteriormente, veagradável e sutilmente agressivo, ou seja, não tem rificamos, com certa satisfação, que com a mudança cara de mau. Mas deixa claro que toda esde milímetros, o inconveniente desapareceu. portividade em seu desenho não poderia vir desacompanhada de um bom desempenho. Para ampliar o arrojo de seu design, as portas são de abertura vertical, quase no estilo asa-de-gaivota. Sua carroceria é feita em fibra de vidro e o chassi tem estrutura tubular em aço carbono com tratamento anticorrosivo. A utilização de arcos próximos aos encostos de cabeça dos bancos - o Santo Antonio - lembra o superesportivo Ford Shelby Cobra. O discreto aerofólio traseiro e a capota removível - ela é rígida, mas pode ser retirada e ficar encaixada sobre a tampa do motor rapidamente são os últimos "mimos" que a marca preparou para que seus proprietários fiquem "bonitos na foto". Por dentro, vale destacar detalhes que muitas vezes são esquecidos: espelhos "cortesia" para o passageiro e motorista e espaço para bagagens atrás dos bancos, com rede de proteção, além de direção hidráulica, ar-condicionado, vidros elétricos, botão de partida no painel e bancos concha reclináveis. Os modelos disponíveis do Lobini H1 são o Targa, com teto rígido removível, e o Coupé, com teto fixo. 10 mil cores - Parece brincadeira, mas é verdade. A Lobini oferece cerca de 10 mil cores para o seu esportivo, constantes no catálogo da Glasulite, seu fornecedor de tintas. São 27 opções principais, destacando-se nomes dos Estados brasileiros e, entre elas, a cor Rio, que acresce R$ 15 mil ao preço do carro. Acelerando - Convidamos um profissional para nos acompanhar na avaliação do modelo Targa. Apesar de bastante crítico quando necessário, não faltaram elogios do piloto ao veículo. "Entrar em um esportivo como este sempre exige um certo contorcionismo, mas a escolha da porta com abertura vertical facilita o acesso". Alguns segundos para se adequar à baixa posição de dirigir e mais elogios: "a regulagem de altura e profundidade do volante faz com que o painel acompanhe o movimento. Parece puro charme, mas facilita a visibilidade dos equipamentos". Impressionado com o espaço interno reservado

para o motorista, o piloto também destacou o bom desempenho do motor 1.8 turbo do Golf Gti, de 180 cv. "Boa saída, boa retomada e uma aceleração constante e rápida. Tudo isso já era de se esperar pelos números que a empresa promete para este carro", completou, referindo-se à aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos. Quanto à dirigibilidade, a impressão é de que o Lobini mantém o purismo de direção esportiva, fazendo com que o piloto não conte com o auxílio do ABS e de controle de tração. "Para quem realmente gosta de pilotar, é isso que faz você sentir o carro na sua mão", explicou. Vale ainda citar que, mesmo seguindo à risca a proposta de um veículo esportivo, o "pequeno" Lobini H1 mostrou um bom compromisso no que tange à suspensão, seja em pisos irregulares ou lisos, garantindo uma sensação agradável mesmo sendo colocado em uso no dia-a-dia.

Preço - Ter um carro como este, que consegue surpreender até mesmo pilotos experientes e ainda garante o prazer de exclusividade (hoje são apenas 18 carros nas ruas do País), não custa "tão" caro. O preço inicial do Lobini, na versão Targa e Coupé, é R$ 168.500 na cor sólida e R$ 170 mil na metálica. Mesmo com uma série de opcionais, como bancos totalmente em couro, farol de xenon, DVD, piloto automático, sensor de estacionamento, alarme de pressão de pneus, cores personalizadas e GPS, o veículo não ultrapassa R$ 200 mil. Já para garantir a exclusividade é bom correr. A expectativa da marca é chegar a uma produção de 10 carros/mês até o final do próximo ano.

Com aerodinâmica projetada em túnel de vento e motor VW 1.8 Turbo de 180 cv, o Lobini, além de belo, mostra desempenho de "tirar o fôlego": vai de 0 a 100 Km/h em apenas 6 segundos.


6

DCARRO

São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

VENDAS CRESCEM ACIMA da EXPECTATIVA Mercado deverá chegar a 2 milhões de unidades no próximo ano, superando o recorde de 1.943.458 veículos registrado em 1997

A

s vendas de veículos no Brasil estão crescendo 11% este ano, bem acima da expectativa inicial dos fabricantes, que esperavam aumento de 7,7% para o período. Se as vendas se mantiverem nesse ritmo (o que é muito provável) e as previsões dos concessiónários se confirmarem, o Brasil vai bater recorde histórico no mercado interno já no ano que vem. Sergio Reze, presidente da Fenabrave, a federação das associações de distribuidores de veículos, traça uma meta de 8% de crescimento em 2007 em relação a 2006. Trata-se de uma estimativa até conservadora, mas suficiente para que o Brasil bata o recorde de 1997, quando foram comercializadas 1.943.458 unidades. Depois do excelente desempenho daquele ano, as vendas caíram para menos de 1,3 milhão em 1999 e de lá para cá o

País iniciou um processo de crescimento contínuo (com duas pequenas retrações em 2002 e 2003), o que pode levar a indústria automotiva a superar o patamar de 2 milhões de veículos no próximo ano (veja gráfico). Desta vez, diferentemente da ilusão provocada pelo resultado de 1997, o setor está maduro e o crescimento é sustentável. Mais segurança - As novas montadoras e importadoras, que há dez anos eram incógnitas no mercado, provocando até mesmo dúvidas em relação à sua permanência no País, hoje estão solidificadas. Algumas deixaram de atuar no Brasil e as que ficaram (a maioria) dão mais garantia ao consumidor, que tem mais tranqüilidade para buscar novas alternativas de marcas e modelos.

O comportamento das vendas de carros e comerciais leves na primeira quinzena de outubro confirmam não só a tendência de o setor bater recorde em 2007 como também a da Fiat se consolidar como líder do mercado brasileiro. Números do Renavam apontam um total de 64.784 unidades comercializadas na primeira quinzena, volume que foi desovado em praticamente oito dias, considerando que o feriado prolongado de 12 de outubro acabou prejudicando o movimento da sexta-feira 13. Mesmo considerando nove dias úteis

no período, as vendas diárias atingiram um bom patamar, 7.198 unidades. Se desconsiderarmos o dia 13, elas sobem para o recorde de 8.098 veículos/dia emplacados na quinzena. Em setembro foram 7.573 unidades e em agosto, 7.403. Na classificação por modelos o Volkswagen Gol retomou a liderança, após ter perdido a primeira posição para o Fiat Palio em setembro. A diferença, no entanto, pode ser revertida no balanço global do mês. O Gol atingiu 6.301 unidades, com pequena diferença em relação ao Palio (6.121).

NOVIDADES

SEGURO

RECORDE DE LANÇAMENTOS O

CUSTO DE REPARAÇÃO

mercado teve 29 novidades ao longo do mês de setembro, considerando todas as versões de acabamento, motor e carroceria. Foi a maior mudança nos catálogos das montadoras no ano. O destaque do entra-e-sai do mercado foi o incremento do segmento dos carros de "aventura urbana", que são aqueles modelos com estilo fora de estrada, mas para serem usados na cidade. A Peugeot lançou a perua 206 Escapade, com motor 1.6 flex, visual robusto e suspensão elevada. A Fiat colocou no mercado a minivan Idea Adventure, seguindo o sucesso da versão off-road na família Palio e no Doblò. Chegou também o sedan Jetta, da Volkswagen, com motor 2.5 litros, que compete internamente com o Ford Fusion e as versões top de linha do Chevrolet Vectra e Honda Civic. Também entraram no mercado o Passat 2.0 FSI turbo, com câmbio automático, a perua Variant e o Polo novo, nas versões 2007 (hatch e sedan) reestilizadas. A japonesa Toyota lançou a série S do Corolla e também da perua Fielder.

Houve retornos, como o do Mitsubishi Eclipse, que estava fora do mercado desde 2002, e do sedan Lancer Evolution, que era vendido somente sob encomenda e agora está sendo importado normalmente em três versões. Assim, a Mitsubishi, de origem japonesa, volta a atuar no mercado de carros de passeio (nos últimos tempos, estava com as vendas limitadas a picapes e utilitários em geral). Outro carro da mesma marca, o Airtrek, ganhou uma versão com motor 2.0 turbo 4x4. Retornou também ao mercado brasileiro no mês passado o Fox Sportline, nas versões 1.0 e 1.6 flex-fuel, de duas e quatro portas. Fora dos catálogos - No total, foram incorporadas ao mercado brasileiro em setembro 29 versões, o que significa o recorde do ano. Setembro foi o mês com o maior número de novidades e também com o maior volume de carros que deixaram de ser produzidos ou importados: 23 versões saíram dos catálogos das montadoras.

DOS SEDANS COMPACTOS

O

Prisma, que a General Motors começa a vender neste final de mês, foi eleito o sedan compacto com menor índice de reparabilidade em seu segmento no País. O modelo Chevrolet obteve, após submeter-se a dois crash-tests, a melhor colocação em um ranking com todos os sedans compactos, dentre eles o Ford Fiesta Sedan e o Fiat Siena. Numa escala que vai em ordem crescente de 10 a 60, o Prisma conseguiu a classificação 15, contra 19 do Fiesta e 30 do Siena. Quanto menor índice, menores são os gastos envolvidos na reparação do veículo. É, portanto, um número importante na composição dos custos que determinam o valor do seguro. Este trabalho é feito pelo Cesvi - Centro de Experimentação e Segurança Viária, um centro de pesquisa privado que estuda, avalia e oferece sugestões para os trabalhos de reparação automotiva no Brasil. Ele funciona por meio do Núcleo de Pesquisa Automotiva da Fenaseg, a

Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização e segue as normas do RCAR, um conselho internacional dedicado à pesquisa de reparação e segurança. Seguro menor - O resultado do trabalho feito pelo Cesvi será apresentado aos representantes das principais companhias de seguro veiculares do País, que consideram esses índices no estabelecimento de tarifas de prêmio e franquia muito mais precisas, já que serão baseadas em informações técnicas confiáveis. Segundo a General Motors, o índice de reparabilidade obtido pelo Prisma certamente vai garantir vantagens aos compradores do veículo na hora de contratar seu seguro. Dirigentes da montadora dizem que o trabalho do Cesvi representa um indicativo importante para o consumidor, pois significa uma considerável diminuição do custo de reparação do veículo.


São Paulo, segunda-feira,30 de outubro de 2006

DCARRO

7

SOM

ALÉM DO

Fotos: Divulgação

RONCO dos MOTORES Nem mesmo o "barulho" dos motores em ação conseguiu encobrir a música que vinha dos estandes de "som automotivo"

Acima, o modelo top de linha da japonesa Clarion, o DXZ865MP. Ao lado, o aparelho DEH-P9880BT da Pioneer, instalado no Porsche Boxter durante o Salão.

ANDERSON CAVALCANTE

F

ato surpreendente no 24º Salão Internacional do Automóvel foi a não participação de várias marcas de som automotivo que sempre prestigiaram o evento. Mas a japonesa Clarion, procurando aumentar a sua popularidade no Brasil, não só esteve no Anhembi como aproveitou para fazer vários lançamentos na Feira. "Nossa empresa é totalmente focada em ‘car áudio’ e sistemas multimídia para veículos, diferente de outras que trabalham em vários segmentos", diz Eduardo Hirai, técnico e promotor de Vendas da Clarion. A empresa mostrou o top de linha DXZ865MP, com navegação de funções

diretamente na tela do aparelho, filtro antidistorção e interface para iPod, e toda linha de aparelhos de entrada, que oferece alta tecnologia e baixo custo. Os visitantes puderam conferir, ainda, a nova linha de amplificadores e subwoofers Clarion, assim como os modelos MAX675VD e VRX765VD: estações multimídia, com monitor LCD de 7 polegadas, que reproduzem discos convencionais de CD, MP3 e DVDs, controlam outros equipamentos CeNet da Clarion, como disqueteiras, processador 5.1 canais e sin-

tonizador de TV e possuem interface integrada com iPod e iPod Vídeo. Mais lançamentos - A Pioneer do Brasil expôs sua nova linha de car áudio, que inclui a tecnologia bluetooth nos aparelhos fabricados no Brasil, modelos importados que brevemente estarão no mercado e, também, o que há de mais moderno produzido pela empresa no mundo, como os sistemas de navegação de última geração. As principais novidades da marca foram mostradas em três automóveis: Porsche Boxter,

com o DEH-P9880BT, Peugeot 307, com o AVH-P6850 DVD, e Toyota Prado, com o AVH-P7850 DVD, além de outros equipamentos de alta tecnologia, ainda não disponíveis no mercado nacional. Apesar de ainda não comercializar o produto por aqui, a Pioneer também está investindo nos sistemas de navegação via GPS (veja mais novidades sobre estes equipamentos na pág. 8) e mostrou sua tecnologia para este segmento, com o AVICVH009, um aparelho com sistema de mapas e navegação via satélite.


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Nacional Tr i b u t o s Empresas Legislação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 5 milhões de peças por mês são queimadas nos fornos das fábricas de Pedreira

PÓLO DE PEDREIRA CRESCE EM QUALIDADE

fotos: Marcos Peron - Virtual Photo

PORCELANA DE PEDREIRA DOMINA MERCADO DO PAÍS Pequenas fábricas são responsáveis por metade da produção nacional

A Lojista Valter Barrichelo: os próprios comerciantes começaram a pedir melhores produtos

Wal-Mart inaugura nova loja do Sam's Club Marisa Cauduro/Valor

A

r e d e Wa l - M a r t inaugura hoje em Guarulhos mais uma unidade do Sam's Club. O empreendimento tem 6 mil metros quadrados e foi construído no centro da cidade, ao lado de uma loja do Wal-Mart que será inaugurada em novembro. Consumiu investimentos de R$ 26 milhões e vai gerar cerca de 800 empregos diretos e indiretos. O Sam's Club tem como principais clientes empresas de diferentes ramos, como hotelaria, padaria, pizzaria, mercearias, lojas de conveniência e lanchonetes, mas também é aberto às pessoas físicas. A loja oferece 6,5 mil itens, entre perecíveis, vestuário, informática e móveis. Em 2006, foram abertas três lojas do formato atacadista do Wal-Mart e, até o final do ano, está programada a inauguração de mais uma unidade, em Maceió (AL). Hoje, a rede tem 18 lojas em oito estados do País e quer fechar o ano com quase 1 milhão de associados. Apenas em Guarulhos, já foram cadastradas 20 mil pessoas. Segundo o vice-presidente do Sam's Club, Marcos Ambrosano, além dos pequenos comerciantes, os clientes que optam por comprar no atacado são pessoas com renda acima da média, pertencentes às classes A e B. "O Brasil tem um dos

Ambrosano: mercado promissor.

mercados mais interessantes do mundo em termos de investimento", disse Ambrosano. O diferencial do Sam's Club em relação aos demais atacadistas pode ser visto nas prateleiras. A variedade de produtos diferenciados, como a linha gourmet, os itens importados e as inovações tecnológicas em eletroeletrônicos e eletrodomésticos têm preços equivalentes aos produtos nacionais. Expansão — No próximo ano, o braço atacadista do WalMart pretende construir mais quatro unidades, uma delas no Nordeste. Para isso, a rede investirá R$ 100 milhões no período. "O número de associados cresceu 15% nas unidades

já existentes", disse o vice-presidente do Sam's Club. De acordo com ele, o modelo é vantajoso principalmente por causa do baixo custo operacional. "A lucratividade vem com os associados." Além disso, a rede se preocupa em encontrar formas de baratear a construção e economizar com energia elétrica e embalagens. "Somos um grande armazém. Nossas lojas são muito bem iluminadas, mas utilizamos um tipo de lâmpada que consome 10% menos energia. Isso nos dá margem para baixar ainda mais os preços dos produtos", afirmou Ambrosano. No Sam's Club, o sócio fica cadastrado de acordo com o segmento a que pertence para facilitar o acompanhamento dos produtos procurados por ele na loja. "O atacadista garante uma economia de cerca de 15% na cesta de compras se comparado a um varejista convencional e de 6% se comparado a outro atacadista." Para comprar no Sam's Club, o cliente, seja consumidor final ou comerciante, deve tornar-se sócio do clube de compras da rede, por meio do pagamento de uma anuidade no valor de R$ 35 (pessoa física) e R$ 30 (pessoa jurídica). Não há limite mínimo de compras e o cartão pode ser usado em todas as lojas.

o completar hoje 110 anos, Pedreira – cidade com 38 mil habitantes a 140 quilômetros de São Paulo – se consolida como um dos maiores pólos de produção de porcelana da América Latina. O negócio começou tímido, em 1914, com a primeira empresa, a Cerâmica Santa Rita, dos irmãos Ângelo e Antonio Rizzi. Hoje, chega a 5 milhões de peças por mês, queimadas em fornos de cerca de 450 fábricas ligados 24 horas por dia. A porcelana de Pedreira corresponde a 50% do mercado nacional do setor e responde por dois terços dos R$ 40 milhões arrecadados anualmente pela prefeitura local em impostos. A intenção é crescer mais, de acordo com o secretário de Turismo da cidade, Ivan Francisco Belolli. Aumentar a produção exigirá mais esforço comercial e mais investimento em qualidade, avalia. Para isso, a cidade pediu sua entrada no Arranjo Produtivo Local (APL) da Cerâmica, que proporciona investimentos em qualidade no setor. Também implantou o Centro Tecnológico da Porcelana. Em parceria com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), a cidade investiu R$ 200 mil para montar o centro de pesquisa que produz e distribui para 30 empresas (a princípio), a massa básica com padrão de qualidade – matériaprima utilizada para a produção de boa porcelana. Santa Rita – Praticamente todas as empresas em atividade na cidade de Pedreira saíram da Cerâmica Santa Rita. "Os operários da Santa Rita, assim como eu, montaram seus próprios negócios, que estão ativos até hoje", disse o

Ganzarolli: tradição

empresário Antonio Ganzarolli, que comemorou, este ano, 50 anos de fundação da sua Cerâmica São Joaquim. Com o passar do tempo, cada cerâmica foi se aperfeiçoando para encontrar seu próprio caminho na produção de um ou outro utensílio ou elemento decorador. Mas, assim como Ganzarolli, a maioria manteve a fábrica pequena ou de tamanho médio. No caso da São Joaquim, o carro-chefe da empresa era, no início, a caneca de chope. Agora são as garrafas para cachaças especiais. Três cerâmicas se especializaram na fabricação de isolantes elétricos. Todas cresceram muito e atuam principalmente na exportação. Mesmo passando por momentos difíceis com a valorização do real frente ao dólar, são as que empregam a maioria dos 5 mil trabalhadores do setor na cidade. Qualidade – A porcelana de Pedreira melhorou nos últimos 20 anos, segundo o comerciante Valter Barrichelo. De acordo com ele, há duas décadas, os produtos locais não apresentavam nem qualidade nem bom design. "Os próprios comerciantes, conhecendo outros trabalhos em viagens, começaram a pedir coisas novas

para as empresas, que também passaram por um grande processo de modernização. Tudo isso ajudou a melhorar o produto", disse o empresário. A Prefeitura não tem um cálculo exato de quantas pessoas passam pela rodovia que liga Pedreira às vizinhas cidades do Circuito das Águas do interior do Estado de São Paulo. No trecho rodoviário de passagem pela cidade estão concentradas todas as 380 lojas que trabalham diretamente com a venda de porcelana e de uma série de outros artigos produzidos no local. É um bom programa turístico para pessoas como a professora aposentada Maria Adelaide de Oliveira, que esteve na cidade neste mês para fazer compras com o marido. "Moramos em São Paulo e sempre que podemos estamos por aqui. Gosto do passeio e das coisinhas que compro para casa", afirmou ela. Na estrada de acesso à cidade, conhecida entre os moradores como avenida marginal, também estão situados os restaurantes para turistas. Geralmente, o visitante é atraído apenas para esse setor do município. Mas isso, para a população da cidade, é uma vantagem, já que o dinheiro dos visitantes entra, mas o tumulto não chega ao centro e aos bairros residenciais. Plásticos – Além da porcelana, Pedreira tem hoje grandes empresas de fabricação de produtos plásticos, principalmente utensílios de cozinha. Com a diversificação da produção, a cidade coloca à venda também utensílios em alumínio e resina, além dos refratários de porcelana. Ao lado dos isolantes elétricos, Pedreira também constrói máquinas industriais e fabrica pisos antiácidos. Mario Tonocchi

Tatiana Vicentini

IGP-M SOBE 0,47% EM OUTUBRO

O

Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) subiu 0,47% em outubro, resultado 0,18 ponto

percentual superior à taxa de setembro (0,29%). A alta já era esperada por causa de entressafras. (FP)

Ó RBITA A TÉ LOGO

L

Gás: Brasil precisa diversificar fontes, alerta AIE

L

FGV lança sistema para prever causas da inflação

L

CONSIGNADO Grupo VR passa a aprovar essa modalidade de financiamento pela internet.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Meta de redução da fome não será atingida, diz ONU

Secretário de Turismo, Ivan Francisco Belolli quer aumentar produção e investir em qualidade


4

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

MERCADO QUER NOMES DA EQUIPE ECONÔMICA

MINISTÉRIOS FAZEM CORO COM VÁRIOS SETORES DA ECONOMIA E FALAM EM CRESCIMENTO PARA O PAÍS

MINISTROS DEFENDEM CRESCIMENTO

O

ministro da Fazen- presidente é reconhecidamenda, Guido Mante- te bem-sucedida e foi uma das ga, afirmou ontem marcas desse primeiro mandaque alguns temas to. Não tenho dúvidas de que da agenda econômica, como a ela foi um dos pilares que deaprovação da Lei Geral da Mi- ram sustentação à popularidacro e Pequena Empresa, preci- de e ao sucesso eleitoral do presam ser tratados ainda neste sidente. Portanto, acho que, ano para garantir um cresci- em linhas gerais, a política vai mento mais acelerado da eco- ser mantida", disse o ministro. nomia a partir do próximo ano. Mas, fazendo coro com as Mantega voltou a afirmar que declarações de outros minisa política econômica no segun- tros, Bernardo também apondo mandato do presidente tou que a questão do cresciLuiz Inácio Lula da Silva, ree- mento econômico terá maior leito no último domingo, será ênfase. Sem dar detalhes, o miuma continuação do primeiro, nistro afirmou que as medidas mas "dentro de uma nova fase em estudo na área fiscal são as mais desenvolvimentista". que já foram relatadas na imO ministro disse ainda que prensa, como a aplicação de deseja fechar 2006 deixando um redutor nas despesas cor"uma base para que esse de- rentes do governo, e na área tris e n v o l v i m e n t i s m o p o s s a butária, desonerações "ainda acontecer de forma plena". que sejam setoriais". Além de mencionar a Lei "A expectativa é fazer isso Geral da Micro e Pequena Em- (medidas na área fiscal e tribupresa, Mantega salientou a ne- tária) combinado com a possicessidade de se iniciar a dis- bilidade de baixar a taxa de jucussão da reforma tributária. ros e assim conseguir reunir "A primeira fase foi impor- condições para destravar de tante. Trouxe um equilíbrio ao vez o processo de crescimenPaís. Eliminou problemas que to", afirmou. Questionado sohaviam sido bre se o segundo herdados de mandato terá uma gestão anuma cara mais terior. Portanto, desenvolvimenagora entramos tista, como disse em uma nova fa- A expectativa é tomar o ministro da Fas e , e m q u e o medidas na área fiscal z e n d a , G u i d o crescimento seMantega, Bere tributária, além de rá mais intenso, nardo responmais vigoroso e redução da taxa de deu rindo: "O com mais gera- juros para destravar governo já tem ção de empre- o processo de essa cara". gos. Essa será a crescimento. J u r o s – B e rtônica do novo nardo afirmou Paulo Bernardo que na área fisgoverno", afirmou Mantega. cal e tributária Questionado sobre a manu- poderão ser adotadas medidas tenção ou não da atual equipe para ajudar o Banco Central a econômica, o ministro disse reduzir mais rapidamente a taque até o momento tudo é es- xa de juros. O ministro vê conpeculação. "Não conversei dições políticas para que uma (com Lula sobre o tema), por- segunda fase da reforma tribuque estávamos fazendo a cam- tária, que prevê a unificação do panha de reeleição. Não discu- Imposto sobre Circulação de timos esse assunto. Está na ca- M e r c a d o r i a s e S e r v i ç o s beça de algumas pessoas", afir- (ICMS), avance no Congresso. mou. "Isso não é preocupação O ministro do Desenvolvique se coloque agora." mento, Indústria e Comércio Ao ser indagado se preten- Exterior, Luiz Fernando Furlan, de permanecer no comando também afirmou que o novo da Fazenda, Mantega tam- mandato do presidente Lula bém disse que "essa não é per- deve ter como marca o desengunta que se coloque". volvimento. "Há consenso na Política econômica – Já o mi- classe política, na sociedade e na nistro do Planejamento, Paulo classe empresarial que o País Bernardo, afirmou ontem que não tem nada que suscite o cresas linhas gerais da política eco- cimento. Passou o tempo do annômica no segundo mandato tibiótico, chegou o tempo da vido presidente Luiz Inácio Lula tamina", disse, depois de deda Silva serão mantidas. "Acho sembarcar de São Paulo no mesque a política econômica do mo avião de Lula. (Agências)

ABr.

Mercado financeiro está em clima de suspense

A

Política econômica do primeiro mandato foi bem-sucedida e deve ser mantida, diz ministro Paulo Bernardo

Governo vai manter meta fiscal, diz Dilma Roussef Ed Ferreira/AE

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai manter a atual meta fiscal durante seu segundo mandato, e também não fará alterações na política de metas de inflação, reafirmou ontem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. O governo trabalha com uma meta de superávit primário equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), economia que deve ser feita anualmente por União, estados, municípios, além de empresas estatais, para o pagamento de despesas financeiras, como juros. "Os 4,25% de superávit primário estão mantidos", disse a ministra. No domingo, depois de confirmada sua vitória, o presidente Lula afirmou que manteria uma política responsável de gastos públicos. A chefe da Casa Civil disse

Dilma Roussef: austeridade

ainda que a qualidade do ajuste fiscal deve ser aprimorada. "Eu acredito que se aprofundarão reformas. Não é a mesma política do passado, eu acho que nós vamos ter de buscar maior eficácia do gasto, maior eficiência no ato de gastar", afirmou. "Vamos ter

de enxugar bastante a máquina para possibilitar que a gente invista e mantenha os gastos sociais", completou. A ministra da Casa Civil deixou claro que a política de metas para a inflação também não sofrerá alterações. No entender de Dilma, a tendência é de que os índices de preços continuem em desaceleração. Autonomia do BC – Sobre a autonomia formal do Banco Central, Dilma preferiu não fazer comentários detalhados. "Isso não é bem uma decisão que eu possa externar hoje", respondeu a ministra, que também evitou comentar sobre sua permanência no ministério de Lula. "Todos os ministros entregarão o seu cargo à presidência, e ficará à critério do presidente Lula a forma pela qual ele vai organizar o governo nos próximos quatro anos", disse. (Reuters)

composição da equipe econômica garantiu clima de suspense no mercado financeiro, depois de confirmada a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do discurso desenvolvimentista, economistas não apostam em uma guinada radical da política econômica no novo mandato. "No curto prazo, o que tem é expectativa se vai haver mudanças significativas na área econômica, e eu acho que não vai acontecer", disse o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, contando com a manutenção de pilares como câmbio flutuante e metas fiscais. "As taxas de juros reais estão muito altas em comparação ao resto do mundo. Mas isso facilita uma certa acomodação do mercado financeiro e segura a volatilidade." Já o presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Moraes, prevê a manutenção da estabilidade, apesar de comentários como o de "fim da era Palocci", feito pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Para o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Claudio Vaz, a expectativa é de uma política mais ativa para o crescimento no segundo mandato do presidente Lula. E a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), de acordo com o presidente da entidade Alfried Plöger, reiterou o pleito para um crescimento sustentado da economia brasileira. (Agências)

Empresários querem crescimento

Expansão de 5% em xeque O

O

que significa, na prática, o "desenvo lv ime nti sm o" defendido por ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que levaria o País a taxas de crescimento econômico em torno de 5% já no próximo ano e, ao mesmo, manteria intactos os pilares de austeridade fiscal e do controle inflacionário? A pergunta é do professor da universidade britânica London School of Economics Francisco Panizza. Ela reflete o grau de curiosidade e apreensão com o tema entre os analistas estrangeiros. "Ainda não está claro o que eles querem dizer com desenvolvimentismo. Afinal, o que significa isso?" Panizza citou a questão da redução de juros, que vem sendo martelada pelos desenvolvimentistas. "Mas

os juros estão numa trajetória descendente, que deve continuar, e não há muito o que fazer nessa área, a menos que se resolva colocar em risco a inflação, o que obviamente seria temerário", argumentou. O controle inflacionário, lembrou o professor, foi um dos principais fatores de recuperação da renda para a população mais pobre. "E isso foi um dos pontos cruciais que explicam a reeleição de Lula", disse. Outro aspecto do "desenvolvimentismo, destacado pelo Panizza, seria o controle dos gastos públicos, liberando verbas para investimentos. "Isso é positivo, mas não é fácil cortar despesas no Brasil, pois é necessário se contrariar muitos interesses políticos", disse. "E a verba não seria suficiente para causar um boom na economia

retome as discussões sobre Produtores temas de interesse do setor Pelo menos três rurais iniciam agrícola. discussões interessam de forma especial aos cobranças produtores de grãos,

O

s produtores rurais comemoram o término do processo eleitoral. Em pleno período de plantio da safra 2006/07, eles esperam que a partir de agora o governo

principalmente do CentroOeste. O primeiro é a antecipação por meio de Medida Provisória (MP) de R$ 1 bilhão para apoiar a comercialização de 15 a 18 milhões de toneladas de soja da safra 2006/07.

brasileira no curto prazo." Para o professor, os nomes que integrarão a equipe econômica serão fundamentais para se ter uma noção mais clara da estratégia para a economia a ser adotada no segundo mandato de Lula. "O País vai depender também do que acontecer no cenário macroeconômico." Cobranças – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cobrou no domingo do presidente reeleito pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, propostas concretas para o crescimento do Brasil. Ele disse não acreditar na promessa feita ontem por Lula de que o Brasil poderá crescer no ano que vem a uma taxa de 5%. Isso porque, na sua avaliação, até o momento, o governo petista ainda não apresentou uma agenda concreta nesse sentido. (AE)

Hoje, produtores do Mato Grosso vão a Brasília para discutir com o Ministério da Fazenda mudanças no FATGiro Rural, linha de crédito que permite que os agricultores renegociem suas dívidas com fornecedoras. Outra pendência é a definição de novas regras para registro e comercialização de genéricos para defensivos agrícolas. (AE)

empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente do Conselho de Administração do Grupo Votorantim, espera que o próximo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "tenha um ministério ousado para o crescimento", para o desenvolvimento efetivo do País e que permita um desempenho da economia superior a 5% ao ano. "Ousar com o crescimento, com a responsabilidade, é o que desejo para o País." Ele, que também é presidente-executivo da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), defendeu um ministério desenvolvimentista. "Não dá para ficar crescendo abaixo dos 5% ao ano. Isso só faz mal para todos os brasileiros." Para tentar reduzir as desigualdades sociais, o melhor remédio é o crescimento, afirmou ele. O empresário disse ficar frustrado quando um governante não consegue atingir o desenvolvimento de que o País necessita. E isso, frisou, tem ocorrido nos últimos anos, lembrando que o setor de cimento ficou estagnado por quase dez anos. "Isso é ruim, mostra que não realizamos obras, e que as pessoas não estão construindo suas casas." Para Antonio Ermírio, o Brasil tem de buscar o desenvolvimento de forma prioritária, só assim vai ter condições de buscar a redução das desigualdades e de melhorar o sistema educacional do País. (AE)


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

HOJE É O ÚLTIMO DIA PARA ATUALIZAR O IPTU

3

mil devedores da taxa de licenciamento de veículos receberam ligação telefônica do fisco

ENTIDADES GRÁFICAS QUESTIONAM VANTAGENS DA NOVA NOTA FISCAL ELETRÔNICA

SEM LEI, NF-E É RISCO NA INTERNET

A

nota fiscal eletrônica (NF-e) criada pela Receita Federal e por secretarias de Fazenda estaduais foi bombardeada ontem por representantes das associações das indústrias de Formulários, Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform) e Gráfica (Abigraf), durante seminário promovido pelas duas entidades, em São Paulo. A falta de segurança no tráfego das informações fiscais dos contribuintes pela internet é o principal foco das críticas. Para os dirigentes das entidades, a rede de computadores está cada vez mais vulnerável a golpes praticados por quadrilhas especializadas. Segundo o diretor jurídico da Abraform, Coriolano Aurélio de Camargo, tecnologias como a criptografia e o protocolo IP – utilizados na certificação digital – não podem ser consideradas 100% seguras, como vem defendendo a Receita Federal. Golpes – Camargo informou que o percentual de empresas que sofreram ataques e invasões em seus sistemas subiu de 43%, em 2002, para 77%,

em 2003. "Enquanto não houver uma legislação específica para crimes virtuais no Brasil e uma força-tarefa do governo para a implementação de recursos preventivos, as empresas continuarão correndo risco com o uso da NF-e", criticou. Na opinião do advogado, faltou uma participação mais ativa do Instituto de Criminalística no desenvolvimento do sistema do novo documento. O instituto é o maior especialista no Brasil na criação de mecanismos de segurança na internet. "O órgão poderia desenvolver uma série de medidas preventivas à ação dos criminosos. Recentemente, chegou ao instituto a informação da existência de uma quadrilha que já está estudando o sistema da NF-e", revelou Camargo. Custos – Os representantes das entidades também colocaram em xeque a tese dos fiscos (Receita e Fazenda) de que a NF-e vai facilitar a vida do contribuinte. "Não existe vantagem nenhuma, na prática. O custo da implementação da nota é de inteira responsabilidade do contribuinte", criticou Marcos da Cunha Ribeiro, di-

retor da Abigraf. De acordo com ele, o custo varia de R$ 300 mil a R$ 3 milhões. "Tudo vai depender do tamanho e da atividade da empresa", disse. O presidente da Abraform, Antônio Leopoldo Curi, também garantiu que muitos aspectos defendidos como positivos pela Receita Federal não são verdadeiros. É o caso da diminuição do uso do papel e de erros de digitação. Segundo ele, as empresas precisarão imprimir o Danfe – documento auxiliar da nota fiscal eletrônica – nas operações feitas com a NF-e. "A nota fiscal exige a utilização de três vias. O Danfe, como só comporta a descrição da venda de três itens por página, acabará exigindo a utilização de pelo menos duas vias na emissão", explicou. No caso do erro de digitação, Curi ressaltou que, por mais que o envio do documento seja eletrônico, ele precisará ser digitado por alguém para constar no sistema. Atualmente, contribuintes de cinco estados usam o documento em fase experimental: São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Bahia e Maranhão. Márcia Rodrigues

Último dia para obter crédito do ISS

H

oje é o último dia para o momento, de acordo com o buinte entre no site e leia a seção os tomadores de ser- site, já foram emitidas 8 mi- de perguntas e respostas. viços da cidade de lhões de notas eletrônicas. A partir de amanhã, dia 1º, e O contribuinte que recebeu até o próximo dia 31, quem tiSão Paulo obterem créditos para pagarem o Imposto Predial uma nota eletrônica pode veri- ver os créditos para obter dese Territorial Urbano (IPTU) ficar o valor de seus créditos no conto no IPTU deverá indicar, com desconto no próximo ano. próprio site da Prefeitura. Para pelo site da Prefeitura, qual Esses créditos são gerados com ter direito, entretanto, é neces- imóvel receberá o desconto. a emissão da nova nota fiscal sário que o prestador esteja em Pela legislação, esses créditos eletrônica (NF-e) por presta- dia com o Imposto sobre Servi- podem ser usados para o pagadores de serviços cadastrados ço (ISS) que originou o docu- mento do IPTU de qualquer na Prefeitura de Eduardo Nicolau/AE imóvel. Os isentos do imposto São Paulo. As pessoas juríque quiserem negociar esses crédicas poderão abater do IPTU ditos poderão fazer a transação na até 10% do valor do Imposto sobre recém-criada Bolsa de IPTU Serviços (ISS) recolhido pelas (w w w. b ol s a d e i ptu.com.br) prestadoras de serviços que emiIPTU – Hoje também é o últitirem o documenmo dia para os to eletrônico. Para as pessoas físicontribuintes atualizarem o cacas, o desconto é de até 30%. Nos Prazo para contribuinte atualizar cadastro do IPTU termina hoje dastro do IPTU na Prefeitura. dois casos, o abatimento está limitado à metade mento. O emissor da nota tem Quem deixar de fazer a atualido valor do imposto. até o décimo dia do mês se- zação poderá pagar uma mulEstão obrigadas a emitir o guinte da venda do serviço pa- ta no valor de R$ 117,60. Para quem fizer o cadastradocumento eletrônico as em- ra recolher o imposto. presas prestadoras de serviços Como ocorre na fase de im- mento fora do prazo previsto que faturam mais de R$ 240 mil plantação de todo sistema no- em lei, a multa é de R$ 58,80. E ao ano. Até ontem, cerca de 20 vo, ainda há muitas dúvidas so- se o débito não for pago, será mil usuários haviam se cadas- bre o documento. Para saná- inscrito na dívida ativa do mutrado no site da Prefeitura las, a Secretaria de Finanças nicípio e cobrado na Justiça. (www.prefeitura.sp.gov.br). Até Municipal sugere que o contriAdriana David

Exportador deverá declarar receita

T

rês meses depois de editada a medida provisória que permitiu aos exportadores manter 30% das receitas no exterior, a Receita Federal e o Banco Central (BC) regulamentaram ontem o mecanismo de fiscalização das empresas que optarem por utilizar essa permissão. Os exportadores deverão apresentar à Receita declaração anual sobre os recursos que forem mantidos lá fora. Mas terão de aguardar mais um pouco para conhecer o modelo da prestação de contas, que ainda não foi desenhado. A data da primeira declaração ainda não está acertada, mas ocorrerá só em 2007. Como previsto na chamada MP cambial, baixada no início de agosto, a fiscalização das operações de câmbio relativas à exportação será transferida do BC para a Receita Federal. De acordo com portaria publicada ontem, o BC vai oferecer ao fisco um sistema eletrô-

nico que dará acesso às informações sobre liquidação de contratos de câmbio. O sistema será abastecido com dados fornecidos mensalmente pelas instituições financeiras que fizerem as operações. Essas informações poderão ser, posteriormente, confrontadas com a declaração anual das empresas. "O BC não tem mais interesse no controle cambial das exportações. O controle passa a ser exclusivo do ponto de vista fiscal", disse o secretário-adjunto da Receita, Carlos Alberto Barreto. Reação negativa — A regulamentação, no entanto, não agradou aos exportadores. Segundo o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o temor das empresas é de que erros na declaração, mesmo que involuntários, possam resultar em multas. "Com o Banco Central, tínhamos como discutir antecipadamente como fazer a operação de modo correto. Já

com a Receita, não temos essa facilidade e qualquer erro pode virar autuação", afirmou. Castro explicou que muitos exportadores estavam esperando a regulamentação para usar as novas regras, mas disse que boa parte das empresas vai aguardar até que as normas fiquem mais claras. "As empresas não querem assumir o risco sem saber", disse. "É uma mudança de comportamento da Receita. Então é bom que fique claro para todo mundo." Segundo ele, as eventuais multas aplicadas pela Receita podem inverter a lógica da MP, que era a de reduzir custos para o exportador. Os empresários também temem o acesso facilitado que a Receita terá à movimentação financeira deles no exterior. Quando o Fisco detectar indícios de irregularidades, poderá pedir informações sobre a movimentação do dinheiro às autoridades tributárias de países com os quais mantém convênio. (AE)

Sefaz usa telefone para "cobrar"

A

Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz) começa em novembro a alertar os inadimplentes sobre suas dívidas com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O aviso será feito por meio de call center, que também vem sendo usado desde o início de outubro para lembrar o contribuinte faltoso do pagamento da taxa de licenciamento de veículo. O contribuinte que deve ICMS de 2005 será informado por um funcionário da Sefaz sobre a possibilidade de acertar suas contas com isenção de até

80% do valor da multa e 50% do valor dos juros, desde que o débito seja integralmente pago até 30 de novembro, conforme a Lei nº 12.399/06. Há outras datas para o pagamento, mas o valor da isenção também muda. A inadimplência referente ao ICMS batia, em julho, 3,8% da arrecadação do estado, que gira em torno de R$ 3,2 bilhões ao mês. A Sefaz espera obter ao menos R$ 500 milhões até o final do ano com a anistia aos devedores do imposto. Em 2003, um programa de anistia de multa e juros parecido contribuiu para que R$ 527 mi-

lhões entrassem nos cofres do governo do estado. Licenciamento – A estratégia de alertar por meio do telefone a falta do pagamento da taxa de licenciamento começou neste mês. Lembrando os devedores sobre essa taxa, a intenção do governo é garantir, por tabela, o pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), já que a efetivação do licenciamento depende do regular pagamento dos tributos, encargos e multas de trânsito vinculadas ao veículo. Renato Carbonari Ibelli


6

Nacional Agronegócio Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

4,16

VALE EMITIRÁ R$ 5 BI EM DEBÊNTURES

por cento deve ser a inflação acumulada pelo IPCA em 2007, segundo analistas de mercado.

INVESTIDORES AGUARDAM DEFINIÇÃO A RESPEITO DA EQUIPE ECONÔMICA DO SEGUNDO MANDATO DE LULA

O MERCADO VOTA: BOLSA CAI, DÓLAR SOBE Niels Andreas/AE

A

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa ontem, diante da cautela de investidores antes do anúncio da equipe econômica do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O volume de negócios, o segundo menor do mês, refletiu essa postura. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuou 1,09% no fechamento, para 38.900 pontos. Apesar disso, o ganho acumulado no mês ainda é de 6,7%. O giro financeiro somou R$ 1,866 bilhão, valor inferior à média diária do ano, de R$ 2,38 bilhões. A queda no preço do barril no mercado internacional do petróleo também contribuiu para o mau desempenho da Bovespa, por ter prejudicado as ações da Petrobras. Os papéis da estatal recuaram 1,3%, para R$ 42,50. O barril de petróleo caiu quase 4% em Nova York, para US$ 58,36. Além da preocupação em relação ao novo mandato de Lula e do petróleo, influenciaram a

Bovespa operações antecipadas por causa do feriado nacional da próxima quinta-feira. Repercussão — Em relação ao novo governo petista, o que mais repercutiu no mercado foi a declaração do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que a "era Palocci" acabou (leia mais opiniões de analistas sobre a reeleição de Lula na página 4 deste caderno). Os investidores viram na fala de Genro um sinal de que a ala mais desenvolvimentista do governo (a que, teoricamente, se preocupa menos com o controle rígido da inflação) vai ganhar força nos próximos anos. Foi o que bastou para acender a luz de alerta nos mercados. No mercado de câmbio, além de todas as variáveis que influenciaram a Bovespa, mexeram com os negócios os ajustes típicos de fim de mês. Assim, o dólar comercial encerrou a segunda-feira em alta, depois de três sessões consecutivas de baixa. A moeda americana valorizou 0,66%, para R$ 2,150 na ponta de venda no fechamento. (DC/Reuters)

Vale vai emitir debêntures

A

pós a compra da canadense Inco, a Companhia Vale do Rio Doce pediu autorização à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir debêntures simples. O valor da oferta será de R$ 5 bilhões, e a operação será composta por papéis não

conversíveis em ações. De acordo com a diretoria da empresa brasileira, o valor captado vai contribuir para a amortização de uma parcela da dívida acumulada para a compra da Inco. A Vale destinou cerca de US$ 13 bilhões para a aquisição. (DF)

Analistas vêem chance de juro de 12% em 2007

O

Roda de negócios na BM&F: ajustes e feriado influenciaram cotações.

Capital nacional no exterior aumenta 20%

O

estoque de capitais brasileiros no exterior aumentou 20% em 2005 em relação ao ano anterior, informou ontem o Banco Central (BC). Os destinos dos recursos continuaram sendo majoritariamente os Estados Unidos e os chamados paraísos fiscais. O estoque cresceu para US$ 111,7 bilhões no ano passado. Aumentou também o número de declarantes, de 11.245 em 2004 para 12.366 em 2005, com aumento na quantidade de pessoas físicas. Em termos de volume, as pessoas jurídicas responderam por US$ 87,4 bilhões e as físicas, por US$ 24,3 bilhões.

"O investimento brasileiro no exterior cresceu substancialmente, em linha com as exportações e com a maior integração com a economia global", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. O BC ressaltou que vem se mantendo estável a prevalência dos Estados Unidos e dos chamados paraísos fiscais (especialmente Ilhas Cayman e Bahamas) como destino dos capitais brasileiros no mercado externo. Do total de recursos declarados, 94,8% estão concentrados entre investimentos diretos, depósitos e investimento em carteira. (Reuters)

mercado financeiro já acredita na possibilidade de que os juros básicos cheguem a 12% ao ano no final de 2007. A projeção, contida em pesquisa semanal do Banco Central (BC) divulgada ontem, embute uma expectativa de taxa real (descontada a inflação) de 7,5% a 8%. A previsão anterior do mercado era de 12,25% para a Selic (taxa básica) no final do próximo ano. Com o juro nos atuais 13,75% ao ano, a taxa real está em torno de 9,3%. Na visão de alguns analistas, os juros poderão terminar 2007 em 11%. "O encaminhamento político das reformas estruturais será um fator fundamental para testarmos o limite de queda da taxa real de juros no País", disse um operador de mercado. Na pesquisa divulgada ontem, a melhora na projeção dos juros para o fim de 2007 veio acompanhada da segunda

queda consecutiva na previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do próximo ano. A estimativa caiu de 4,17% para 4,16% e se distanciou um pouco mais da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alguns analistas, a previsão poderá cair ainda mais e ficar próxima dos 4%. Em contrapartida, a estimativa do mercado para a inflação deste ano subiu de 2,97% para 2,98%, após duas semanas consecutivas de redução. Mesmo assim, a previsão para o IPCA continua abaixo da marca de 3% e bem distante da meta de 4,5%. O mercado manteve a aposta de que o Comitê de Política Monetária reduzirá o ritmo de cortes dos juros na reunião de novembro, de 0,5 para 0,25 ponto percentual. As projeções de alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste e no próximo ano estão em 3% e 3,5%, respectivamente. (AE)

Celular paga compras

C

lientes do HSBC poderão pagar suas compras na internet por meio do telefone celular. Desde o último mês de junho, o banco faz testes com a tecnologia "M-Cash" entre seus funcionários, com o objetivo de adaptar o serviço ao perfil dos clientes como consumidores. O executivo-sênior de Tecnologia Bancária do HSBC, Arno Brandes, afirmou que o funcionamento da tecnologia é de fácil entendimento e que o sistema é seguro. O comprador fornece seu número de telefone ao vendedor, uma resposta eletrônica é enviada ao celular indicando o nome da loja e o valor da compra e o correntista digita sua senha de movimentação no mobile banking para confirmar o débito em conta corrente. "Fechamos parcerias com a Americanas.com, Sacks.com.br e com o portal com-

prafacil.com.br", informou o executivo do banco. O presidente da M-Cash – empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema – Gastão Matos, afirmou que a transmissão de informações entre o comprador e a loja é totalmente segura. "A transmissão de dados é criptografada. Desde o envio do número do telefone celular para a central de atendimento até a confirmação da senha, todas as informações passam pelo nosso sistema de segurança. Apesar disso, a operação é confirmada em questão de segundos." De acordo com Matos, a M-Cash já estuda convênios com outros bancos e varejistas para ampliar a rede de atendimento do sistema. Ele estimou que deve atingir uma base de clientes na casa dos 10 milhões até o final de 2007. Davi Franzon

R$ 120 bi em captações

O

superintendente de Registro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Carlos Alberto Rebello, calcula que as captações de recursos no mercado de capitais brasileiro devem superar os R$ 100 bilhões esperados pelos analistas e atingir R$ 120 bilhões neste ano. Até ontem, a autarquia havia registrado cerca de R$ 90 bilhões em operações do setor privado. Apenas os lançamentos de ações devem somar R$ 35 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 14 bilhões contabilizados em 2005. Rebello lembra que o forte apetite dos investidores por ativos de países emergentes vem contribuindo para o crescimento no número de emissões de ações no Brasil. Nos últimos anos, os fundos de investimentos dos Estados

Unidos têm transferido uma parcela maior de seu portfólio para países emergentes e a expectativa é de que o movimento continue. Rebello destaca que o mercado de capitais é hoje o grande financiador dos investimentos das empresas. Os R$ 120 bilhões previstos representam quatro vezes o volume de captações feito em 2004. Neste ano, o mercado tem andado com as próprias pernas. Ao contrário de outros anos, o setor não recebeu empurrão do governo, como no caso de ofertas públicas com o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Desde 2005, o mercado de capitais no Brasil movimenta mais negócios do que os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (AE)

BID: Países da AL endividados

A

dívida total dos governos de países da América Latina é maior do que alguns especialistas acreditavam e não está diminuindo, afirmou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em relatório divulgado ontem. "Usar a dívida total dos governos, que é uma medida mais abrangente, revela-se importante, porque focar exclusivamente na dívida externa tem

levado alguns observadores a concluir — erroneamente — que o endividamento dos governos está diminuindo na América Latina", afirmou o banco no documento intitulado "Vivendo com a Dívida". No último mês de setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia alertado que muitos países latino-americanos continuavam com contas vulneráveis. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Indicadores Econômicos

7

12,95

30/10/2006

por cento é a taxa praticada para Certificações de Depósito Bancário (CDB) de 91 dias, segundo a Enfoque Sistemas.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 26/10/2006 26/10/2006 26/10/2006 26/10/2006 26/10/2006

P.L. do Fundo 10.791.214,20 1.471.634,19 8.021.586,24 17.643.657,44 1.307.424,10

Valor da Cota Subordinada 1.225,019497 1.111,711134 1.192,660216 1.118,183275 1.117,191998

% rent.-mês 1,9769 1,5890 2,6422 -0,1945 1,3277

% ano 25,3895 11,1711 19,2660 11,8183 11,7192

Valor da Cota Sênior 1.010,913061 1.098,005073 1.112,622271 0 0

% rent.-mês 1,0330 0,9481 1,0330 -

% ano 1,0913 9,8005 11,2622 -

rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


8

Tr i b u t o s Finanças Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Produtores de alimentos sem agrotóxicos buscam mudar legislação desde 1999

COBRE SERÁ BANIDO DO CULTIVO ORGÂNICO

Fotos: Marcelo Soares/Hype

Cultivo de orgânicos cresce, mas falta legislação.

Biofach 2006, feira de produtos orgânicos em São Paulo

Lei que baliza a produção de alimentos sem agrotóxicos no País não foi regulamentada e produtores sofrem com falta de apoio, severa fiscalização e escassez de crédito para plantio.

D

esenvolvido para impedir a proliferação de fungos e bactérias na agricultura, em substituição ao cobre, um produto à base de pó de rocha, registrado como insumo natural na Alemanha, não obtém registro no Brasil por falta de regulamentação da Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 7802/89). Como não há regulamentação, o Rocksil, como é chamado o pó, – assim como todos os insumos orgânicos e naturais – é obrigado a passar por pesquisas como agrotóxicos. "O Brasil não abriu ainda espaço para um registro difere n c i a d o " , a f i r m a U l r i k e Loewenhaupt, uma alemã, que mora no País, fabrica e exporta o Rocksil, cuja tecnologia foi desenvolvida na Europa. Ela diz que, no Brasil, a maioria dos insumos orgânicos não têm registro. Segundo Ulrike, isso impede um comércio livre, porque os produtores ficam à mercê da fiscalização. "Estamos trabalhando em uma mudança da lei desde 1999", diz a empresária que faz parte do International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam). Outra desvantagem de não ter registro é a impossibilidade de o fabricante conseguir financiamento para os custos de produção. "Não conseguimos nos desenvolver devidamente e nem ampliar o mercado de orgânicos porque não temos acesso ao crédito para compra de insumos de qualidade." Em futuro próximo, matéria-prima à base de cobre será

proibida no manejo orgânico certificado, isso porque esse metal, ao longo dos anos de aplicação, fica acumulado no solo e o deixa infértil. Atualmente, o uso no cultivo orgânico está limitado a três quilos por hectare por ano. Segundo Ulrike, a agricultura orgânica é um dos segmentos que mais cresce no mundo, e "é hora de o Brasil criar condições para que os fabricantes de insumos orgânicos possam trabalhar amparados pela lei, em prol do meio ambiente e saúde humana". Fertilizantes – Independentemente da regulamentação, produtores envolvidos na agricultura de orgânicos começam a se mexer para oferecer insumos e movimentar o mercado nacional. A Korin Agricultura Natural e a Soyminas Biodiesel, por exemplo, firmaram parceria para a obtenção de fertilizante orgânico a partir de farelo de semente de girassol e nabo forrageiro. Desde setembro, a Soyminas, que produz biodiesel, repassa o resíduo excedente (farelo) como matéria-prima para a Korin fabricar fertilizantes. Esse material volta para o produtor das oleoginosas. "Naturalmente, aos poucos, o fertilizante e os produtos agrícolas seguintes vão ser orgânicos", afirma Sérgio Homma, gerente de produção da Korin. Segundo ele, haverá um ganho ambiental com a eliminação ou redução do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos pelos agricultores.

Ulrike mostra o Rocksil e diz que falta regulamentação no País

Leonardo Pera, da Soyminas, e Sérgio Homa, da Korin: parceria

Inseticida orgânico, outra novidade para preservar a natureza

Plástico biodegradável

A

pós cultivar vegetais com insumos orgânicos, os produtores sentem falta de embalagens também orgânicas. "Os alimentos são colocados em bandejas de isopor com filme plástico à base de petróleo. O que é totalmente contraditório", diz a executiva de vendas da Innova, Veruska Rogolin. "Alguns filmes já foram desenvolvidos com cana-de-açúcar e amido de mandioca, mas não havia disponibilidade no Marcelo Soares/Hype

Adriana David

Plástico biodegradável é a novidade para embalar alimentos

Faculdade vai ensinar agroecologia O

Souza. Há uma área de 10 hectares em perímetro irrigado, onde haverá a parte de experiência da escola. Segundo o professor Francisco Cicupira, da escola técnica, não é fácil converter a agricultura convencional em orgânica. "A tradicional é secular", afirma. O curso deverá receber alunos de 45 municípios de três estados além da Paraíba: Pernambuco, Ceará e Rondônia. (AD)

Innova tem versão transparente e metalizada do produto

Aumento na produção de açúcar

Palestras e até faculdade podem facilitar o cultivo de orgânicos

primeiro curso superior agroecológico com ênfase em orgânicos está prestes a nascer no Nordeste. Se aprovado pelo Ministério da Educação (MEC), o curso terá início em meados do próximo ano no município de Souza, na Paraíba. A faculdade de agroecologia terá as aulas em um prédio no centro urbano e na mesma área onde hoje está instalada a Escola Agrotécnica Federal de

mercado", diz o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio Tagliari, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), que visitou a Biofach na semana passada em São Paulo. Na feira, ele conheceu o novo filme biodegradável da empresa inglesa Innova Films. O lançamento é à base de celulose e se decompõe em dois meses. Além da versão transparente, a Innova produz filme metalizado biodegradável. (AD)

A

consultoria alemã F.O. Licht afirmou ontem que o preço do açúcar deve cair, porque a produção em 2006/07 deve ficar bem acima do nível de consumo. A Licht estimou uma alta de 5,85% na produção mundial de açúcar em 2006/07, ante a temporada anterior, para 160 milhões de toneladas. O consumo total foi projetado em 148,3 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 1,98%. O forte crescimento na produção foi resultado da expansão da área de cana,

aumento na quantidade de unidades processadoras e tempo mais favorável, explicou a Licht. As principais regiões responsáveis pelo crescimento da produção são América do Sul e Ásia. "Nações exportadoras serão forçadas a acumular estoques, devido à fraca demanda por importação em um momento em que a produção é ampliada nos principais países importadores", afirmou a consultoria. "Além disso, o consumo mundial de açúcar pode continuar fraco,

exacerbando o excesso de oferta." Devido ao cenário atual de oferta e demanda, há maiores indicações de preços fracos em 2006/07, com o nível de US$ 0,19 por librapeso atingido no começo de 2006 aparentemente fora de alcance, disse a Licht. "Especuladores perderam o interesse no açúcar devido ao grande aumento na produção, altas taxas de juros e preços mais baixos do petróleo, arruinando esperanças de que maior quantidade de cana seria destinada à produção de etanol", acrescentou

a consultoria. Reestruturar o mercado mundial de açúcar branco (refinado), disse a consultoria, se tornaria mais importante devido à reforma do regime açucareiro da União Européia, já que a queda nas exportações do bloco abriu caminho para novas refinarias regionais e crescimento na produção doméstica. A importação de açúcar branco deve ser de 21,4 milhões de toneladas, ante de 25 milhões no ano anterior, uma queda de mais de 10%, afirmou a consultoria. (Reuters)


Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60 São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006 Ano 81 - Nº 22.244 Edição concluída às 23h55 Alan Marques/Folha Imagem

Lula-Noel: crescimento de 5%.

Milton Mansilha/LUZ

Lula voltou ao Palácio do Planalto (foto) pedindo: "Deixem o homem descansar". Mas o diz-que-diz-que sobre o futuro da economia o manteve tão agitado quanto a Bolsa em queda e o dólar em alta. Em três entrevistas ao vivo para TVs e por meio de uma nota oficial, ele garantiu que o ministro Mantega continua no cargo e que o Brasil vai crescer 5%, sem inflação. E 4

'Era Palocci': MP pede 225 anos de prisão para ex-ministro Promotores de Ribeirão Preto oferecem denúncia à Justiça contra 10 pessoas, entre elas o ex-ministro da Fazenda e deputado federal eleito Antônio Palocci, por fraudes no contrato de lixo e serviços de limpeza em gestão petista. Pág. 5

Dossiê: CPMI no Dia das Bruxas Depõem hoje três envolvidoss na compra do dossiê contra tucanos. Pág. 5

ESPECIAL

Vitrines de bens e serviços de informática estão recheadas Marcelo Min/AFG

Lojas da Santa Ifigênia se organizam para garantir bons negócios. PCs e notebooks com preços baixos são atrativos do varejo.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 19º C.

Até 2008, com mais prazer Ex-candidata a deputada, Camila Kiss (PFL) planeja: será vereadora. Pág. 8

DC

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 17º C.

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

1 Feriadão de Finados pode complicar ainda mais a operação de vôos nos aeroportos brasileiros.

Novos atrasos complicam aeroportos Represamento de aviões em Brasília afeta outros sete aeroportos. Aeronáutica decide restringir a operação de pequenos aviões. Feriado de Finados preocupa.

U

ma nova reação em cadeia complicou as operações de pouso e decolagem em pelo menos oito aeroportos brasileiros: Brasília (DF), Santos Dumont e Galeão, no Rio; Congonhas e Cumbica, em São Paulo; Confins e Pampulha, em Belo Horizonte; e Vitória, no Espírito Santo. O epicentro dos atrasos foi o aeroporto de Brasília, onde nova concentração de aviões provocou a suspensão de decolagens por mais de uma hora. Como Brasília comanda a distribuição de passageiros por boa parte dos aeroportos brasileiros, o caos iniciado há quase duas semanas continuou ontem, em efeito cascata. Na raiz do problema está o acidente que envolveu o Boeing da Gol e o jato Legacy, da Embraer, matando 154 pessoas. Em decorrência dele, oito operadores de tráfego aéreo foram afastados temporariamente de suas funções. Com a suspeita de que a tragédia aérea tenha ocorrido por uma falha humana, os controladores decidiram operar de acordo com padrões aceitos internacionalmente, segundo os quais cada profissional deve cuidar de apenas 14 aeronaves por vez. Ocorre que essa espécie de operação-padrão, não admitida pela Aeronáutica, represa vôos e complica o tráfego aéreo no País. Entre sexta-feira e domingo, quase cem vôos tiveram suas partidas atrasadas. Alguns aviões chegaram a demorar até quatro horas para decolar. Agora, teme-se que a operação dos aeroportos volte a se complicar no feriado de Finados. Os destinos mais afetados pelos atrasos continuaram sendo os estados das regiões sul e sudeste. Segundo funcionários dos balcões de check-in das companhias aéreas, ontem os horários de embarques nas aeronaves foram cumpridos em sua maioria. Em vários casos, porém, passageiros tiveram de aguardar de 30 a 40 minutos dentro dos aviões, até que houvesse a liberação da torre de controle para a partida. Militares e controladores ouvidos pela reportagem da Agência Estado, admitiram, sob a condição de não terem seus nomes divulgados, que a operação-padrão realmente existe. O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Proteção ao Vôo (SNTPV), Jorge Botelho, admitiu que a decisão foi uma reação da categoria à suspeita de que a conduta de funcionários do Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1) teria contribuído para o acidente aéreo. No mês passado, técnicos estrangeiros que estiveram no País para acompanhar as investigações sobre as causas do acidente com o avião da Gol sugeriram que os controladores de vôo não acompanhassem mais de 14 aeronaves ao mesmo tempo. "Já que a Aeronáutica não toma providências, resolvemos adotar esse número como padrão", disse Botelho. Indenização – Quem sofreu algum prejuízo por causa dos atrasos das companhias aéreas, tem o direito a indenização. Alguns passageiros já começaram a se movimentar nesse sentido, registrando reclamações na ouvidoria da Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária (Infraero). "Recebemos cem telefonemas sábado e domingo, mas registramos só 60 queixas, que serão encaminhadas à Agência Nacional de Aviação Civil", diz Aluízio Torrecillas, ouvidor-geral da Infraero. Como a Aeronáutica não admitiu oficialmente a greve dos

Fotos de Patrícia Santos/AE

Depoimentos só após o dia 13

A

Aviões estacionados em Congonhas (foto maior) por causa de atrasos que atingiram vários aeroportos. A Aeronáutica atribui a demora a problemas de gerenciamento e não confirma operação-padrão de controladores. Nas fotos acima, passageiros aguardam embarque, também em Congonhas.

controladores de vôo, responsabilizando o excesso de tráfego pelos atrasos, o passageiro terá mais dificuldade em achar um culpado. "Como ninguém assumiu a responsabilidade, o ônus é de todos, ou seja, da Infraero, da Anac e das companhias aéreas", entende Maria Elisa Cesar Novaes, advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Além do Idec (www.idec.org.br), o Procon é um órgão que pode ajudar nesses casos. Dá orientações no posto do Poupatempo da praça da Sé. Os viajantes podem conhecer melhor seus direitos em casos como de overbooking e de atrasos de vôo no Guia do Passageiro da Infraero, também disponível na internet (www.infraero.gov.br). Restrições – A Força Aérea Brasileira (FAB), em notifica-

ção a todos os pilotos do País, restringiu ontem os horários para vôos de aeronaves pequenas no espaço controlado pelo Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo). Dessa forma, ficam proibidos vôos, pousos ou decolagens nos horários de maior movimento (das 7h30 às 12h e das 17h às 20h). O objetivo é aliviar o tráfego aéreo e conseqüentes atrasos nos aeroportos. FAB afirma que a restrição vale para aviões de pequeno porte e táxi aéreo. Vôos de emergência, como transporte de doentes e de órgãos, serão autorizados. (Agências)

Polícia Federal só ouvirá os controladores e supervisores de vôo que trabalhavam no dia da queda do avião da Gol (29 de setembro) após o dia 13. Por intermédio de um advogado da Associação Brasileira dos Controladores de Vô o , o d e l e g a d o R e n a t o Sayão, responsável pelo inquérito, recebeu um atestado médico informando que os dez controladores e supervisores que seriam ouvidos estão afastados para tratamento psiquiátrico. Na próxima semana, o delegado Sayão se reunirá com o juiz federal de Sinop (MT), Charles Frazão de Moraes, para requisitar a prorrogação do inquérito por mais 30 dias. O prazo vence dia 5. O atestado, conforme informou a PF, é assinado por um psiquiatra da Força Aérea Brasileira (FAB) e fornecido pelo Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfico Aéreo). Ainda segundo a PF, a Aeronáutica informou que o afastamento para tratamento seria uma praxe após acidentes aéreos. Diante da impossibilidade de cumprir um de seus principais objetivos em Brasília – colher o depoimento dos contro-

Sebastião Moreira/AE

Equipes de resgate utilizaram cães farejadores nas buscas

ladores – o delegado decidiu retornar a Cuiabá para providenciar a prorrogação do prazo da investigação que apura as causas e as responsabilidades pela queda do avião que matou 154 pessoas. L au do s – Sayão está em Brasília há 20 dias com o objetivo de ouvir os controladores e colher laudos das caixas-pretas e depoimentos dos pilotos em poder da Aeronáutica, que também apura as causas do acidente. Pôs as mãos em uma parte dos documentos que desejava e conseguiu ouvir apenas dois técnicos da Embraer. O delegado chegou a ir ao ministro da Defesa, Waldir Pires, para tentar obter as infor-

mações, que prometeu colaboração, mas os documentos não chegaram. O Comando da Aeronáutica alega sigilo militar. No início da última semana, Sayão chegou a recorrer à Justiça Federal do MT para quebrar o sigilo imposto pela Aeronáutica. A questão foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Último corpo – Familiares de Marcelo Paixão, única das 154 vítimas cujos restos não foram localizados, chegaram ontem à fazenda Jarinã (PA), onde prosseguem as buscas junto aos destroços. Nos próximos dias, deverá ser aberta a caixa de voz do Boeing, achada dia 24. A análise será feita no Canadá. (Agências)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


2

Polícia Compor tamento Acidente Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

QUEDA DO FOKKER 100 DA TAM MATOU 99 PESSOAS

terça-feira, 31 de outubro de 2006

O vôo 402 saiu às 8h26 do Aeroporto de Congonhas e seguia em direção ao Rio de Janeiro.

Fotos: Silvio Ribeiro/AE - 31/10/06

Há 10 anos, uma tragédia em 24 segundos

O

também o telhado de um sobrado, no número 40, onde fez a primeira vítima em terra. O pedreiro Tadao Funada, que fazia reparos no local, morreu carbonizado. O avião caiu sobre oito casas entre os números 59 e 125. Duas vítimas que estavam no solo morreram no número 77: Marcos Antônio de Oliveira, atropelado pela aeronave, e o empresário Dirceu Barbosa Geraldo, que estava no mesmo endereço. Ele ficou com 61% do corpo queimado, foi internado, morrendo 28 dias depois no hospital. Na rua, quase uma centena de corpos ensacados foi colocada lado a lado. Indenização – Pelo menos oito famílias atingidas pelo acidente ainda recorrem à Justiça dos Estados Unidos para obter indenização da Northrop Grumman, fabricante do reversor. A Northrop Grumman foi condenada no País a pagar US$ 1,1 milhão por vítima por danos morais, mas não cumpriu a determinação. No momento, o grupo tenta um acordo com a empresa. Algumas pessoas receberam indenizações entre US$ 500 mil e US$ 1,5 milhão. A TAM enfrenta até hoje processos por maiores indenizações pelo acidente, mas afirma que já pagou a 90% das famílias atingidas. Quem fechou acordo com a TAM no Brasil recebeu, em média, R$ 600 mil, segundo a presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Ví t i m a s d e Acidentes Aéreos, Sandra Assali. Mas houve reparações bem menores, como a aceita pelos parentes do professor Marcos Antônio de Oliveira, que foi atingido em terra pela aeronave. Na época da tragédia, a família aceitou sem contestação R$ 145 mil. A aeronave bateu em prédios e caiu sobre oito casas (Agências)

maior desastre aéreo em área urbana do Brasil aconteceu há 10 anos no Jabaquara, zona sul cidade. Apenas 24 segundos após ter decolado do Aeroporto de Congonhas, às 8h26, o avião Fokker 100 da TAM, com 90 passageiros e seis tripulantes, caiu sobre oito casas da rua Luís Orsini de Castro, matando ainda três pessoas em terra. Saldo: 99 mortos Era uma quinta-feira, dia 31 de outubro, e o vôo 402 seguia para o Rio de Janeiro. A bordo estavam, principalmente, pessoas que iriam trabalhar na capital fluminense. O avião era comandado pelo piloto José Antônio Moreno que não pôde reverter a situação diante da falha apresentada pela aeronave. O reversor da turbina direita (freio aerodinâmico) abriu durante a decolagem, erro cuja chance de ocorrer seria, segundo projeções da fabricante, da ordem de um em 100 bilhões. Na rua – As pessoas que vivem na rua Luís Orsini de Castro ainda se lembram muito bem da tragédia. Ao se aproximar da rua onde caiu, o avião esbarrou em um prédio na esquina com a avenida Jarupari, perto da Escola Estadual Dr. Ângelo Mendes de Almeida. A asa direita do avião cortou parte de um outro prédio, na esquina da Orsini. A aeronave

Local onde, há exatos 10 anos, caiu o Fokker 100 da TAM. A tragédia matou 96 pessoas que estavam a bordo e mais três em terra. Até hoje, algumas famílias brigam por indenizações maiores.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

1

Informática

egundo dados da IDC (International Data Corporation), empresa de consultoria mundial, em 2005 foram vendidos 5,5 milhões de PCs no Brasil. Neste ano, no primeiro semestre já se atingira a marca de 3,2 milhões de unidades (2,4 milhões no mesmo período do ano anterior). "A valorização do Real, a MP do Bem (que reduziu a tributação de computadores de valores até R$ 2,5 mil) e o Computador para Todos foram fatos do final do ano passado, mas os efeitos foram sentidos gradualmente no mercado", diz Reinaldo Sakis, analista sênior

da IDC. "Tão importante quanto à redução de preços são os financiamentos oferecidos por fabricantes e lojistas. Isso matou o mercado informal, pois hoje se encontram nas gôndolas qualidade, preço e cada vez mais serviços pós-venda". "Os eletrônicos em geral estão sendo beneficiados pelo cãmbio", constata Avelino Nogueira, gerente de compras de produtos de Informática e Telefonia do Grupo Pão de Açúcar. "Em informática há ainda outro fator: a Intel está jogando pesado para disseminar seus chips Core2 Duo, que será um diferencial em PCs high end.

QUER COMPRAR ? Marcelo Min/AFG

PCs e notebooks com preços mais acessíveis são o centro da oferta do varejo. Mas os usuários tradicionais também são atraídos com novas impressoras, monitores LCD, computadores high end, equipamentos para redes domésticas e acessórios de telefonia, com preços e financiamentos bem favoráveis.

E

QUER VENDER ?

Indústria coloca alta tecnologia e qualidade em produtos direcionados ao mercado consumidor, que ganha novas opções para estender seu computador como meio de trabalho, entretenimento e comunicação. Entender como cada cliente pode ganhar com a inovação é a chave para a venda bem-sucedida.

Quando se tem um produto novo, as outras linhas caem de preço. Então, temos máquinas Celeron por R$ 899, com 256 KB de memória e monitor", descreve. No topo da linha, uma configuração de R$ 2.899 sai com Core2 Duo, 1 GB e monitor LCD. "O CRT (o trambolho com tubo de imagem que ocupa espaço em nossas mesas) está sumindo das gôndolas", conta. Os financiamentos em até 12 parcelas e a redução da diferença de preços entre as linhas muitas vezes permitem a compra de um produto mais avançado. No mercado d e i m p re s s o r a s , p o r exemplo, as multifuncionais (que incorporam função de copiadora e scanner) representam hoje 60% das vendas, segundo Luciano Crippa, analista de mercado de impressoras da IDC. "Por um acréscimo de pouco mais de R$ 10 na prestação, tem-se um equipamento mais versátil". Para quem imprime muito, Crippa recomenda que se olhe as novas ofertas de laser monocromáticas. "Os equipamentos mais básicos já estão a cerca de R$ 400 para o comprador final. Com um custo de R$ 0,05 por página, é interessante para quem gosta de ler notícias, rela-

s meios de informação aos usuários e o marketing das indústrias criam uma predisposição a escolher entre determinadas tecnologias ou marcas. Entretanto, a decisão final normalmente ocorre na hora da compra. "Os fabricantes partem para treinar revendedores e colocar promotores nos pontos-de-venda, onde se decide a disputa pelo consumidor", resume Reinaldo Sakis, analista sênior da IDC. "No mercado de informática há grifes conhecidas, mas não marcas dominantes, como ocorre com alimentos e bebidas", compara. "Se o negócio for bem feito, o consumidor tende a ser mais fiel a quem lhe vendeu uma solução satisfatória do que às marcas", diz ele. Sakis conta que os varejistas comentam que este ano será o "ano do computador", assim como 2005 foi o "ano do DVD". "Em informática, o crescimento acumulado no ano já chega a 70% (final de outubro)", informa Avelino Nogueira, gerente de compras de produtos de Informática e Telefonia do Grupo Pão de Açúcar. Ele identifica dois vetores: novos consumidores, por força de produtos de menor custo, e a migração de compradores do mercado informal. "Com o preço equilibrado, mais garantia e financiamento, o mercado cinza vive uma crise", afirma. Com a redução da carga tributária de notebooks de até R$ 3 mil, esses produtos, segundo Avelino Nogueira, têm vendas mais expressivas do que os desktops. Embora inclua equipamentos de rede e acessórios de telefonia IP em suas gôndolas, o gerente diz que as vendas desses produtos ainda são incipientes no grande varejo. "Ainda falta muita informação para o consumidor. Quem entra agora em informática vai le-

var um tempo para assimilar todos os serviços e possibilidades de aplicação, principalmente na Internet", pondera. Se o ponto-de-venda tiver condições de oferecer financiamento aos compradores, o argumento do "já que.." pode ser bem convincente - por exemplo, "já que seu notebook tem Wi-Fi, por que não acrescentar algumas dezenas de reais em sua parcela e ter um roteador wireless". Seja para novatos ou avançados, Sakis, da IDC, recomenda que dar especial atenção aos serviços pós-venda, próprios ou do fabricante. "O computador de 'primeiro preço' tem papel importante para educar novos consumidores. Se ele tiver apoio nas horas de dificuldades, em geral simples, vai ficar fiel ao canal". (VC)

S

P

Em novembro e dezembro, faturamento do e-commerce será de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão

tórios ou precisa fazer muitas cópias", diz. "Em pequenos escritórios tem aumentado o uso de impressoras laser, que agora estão mais baratas. Para quem não precisa de cor, a economia de suprimentos é de 80% e o equipamento dá menos problema técnico", concorda Marcelo Tenerelli, consultor de marketing e varejo. Produtos de conectividade e comunicação também tornaram-se demandas crescentes e n t re o s q u e q u e re m a p ro v e i t a r c a d a v e z mais o acesso à Internet. Para montar uma pequena rede, roteadores Wi-Fi na faixa de R$ 300 a R$ 350 dispensam os complicados cabeamentos. Com a onda dos instant messengers, VoIP e V2oIP (voz e vídeo sobre IP), telefones USB (a partir de R$ 70) e câmeras web compartilham espaço com aparelhos e celulares. Caso seu orçamento esteja muito apertado, pelo menos hoje há um jeito de manter a vida digital em dia. Com a queda de preços dos pen drives, com modelos de 512 MB a partir de R$ 70, o usuário tem um "HD de bolso", para continuar seus trabalhos sempre que tiver oportunidade de usar um PC. Vanderlei Campos

E

C

I

A

L

VAREJO


terça-feira, 31 de outubro de 2006

ZÉLIA A escritora Zélia Gattai, viúva de Jorge Amado, está internada em UTI em Salvador.

Segurança Ambiente Feriado Tr â n s i t o

Ó RBITA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

CEMITÉRIOS FICARÃO ABERTOS DAS 7H ÀS 19H

JAMELÃO O cantor Jamelão, de 93 anos, sofreu uma isquemia. Ele já se se recupera em casa.

Monalisa Lins/AE

O serviço funerário municipal terá um custo de cerca de R$ 2 milhões com a operação especial.

Prefeitura espera até 3 milhões em cemitérios

A

ÔNIBUS BATE EM AMBULÂNCIA o início da madrugada de Celso Garcia, na zona leste (foto). A ambulância era ontem, seis pessoas N ficaram feridas depois que um ocupada por seis pessoas, ônibus do Consórcio Plus, que fazia a linha Largo da Concórdia/Guaianazes, bateu contra uma ambulância da Prefeitura no cruzamento das avenidas Salim Farah Maluf e

entre elas um bebê de 10 meses, vítima de uma intoxicação por veneno contra ratos. Com ferimentos graves, todos foram encaminhados para um hospital. (Agências)

Vera Gonçalves/Folha Imagem

PM DESOCUPA PRÉDIO NA BELA VISTA famílias ligadas a Polícia Militar retirou A movimentos de sem-teto cerca de 100 famílias de sem-teto de um edifício na rua invadiram o prédio, que Conselheiro Ramalho, 209, esquina com a rua Conselheiro Carrão, na Bela Vista, região central, por volta das 12h. Durante a madrugada de ontem, as

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Pirituba – A distrital realiza

reunião ordinária. Às 8h30. I Projeto – O economista da ACSP Ulisses Ruiz Gamboa, a convite do vereador e presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues, participa da audiência pública referente ao projeto PL 551/06

possui seis andares. A PM alegou que pode fazer a retirada porque a invasão ocorreu há menos de 24 horas. A rua ficou interditada, mas não houve problemas. que estima a receita e fixa a despesa do município (orçamento para 2007). Às 11h, na Câmara, viaduto Jacarei, 100, plenário 1º de maio, 1º andar. I CPU – Reunião-almoço da Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP, coordenada pelo vice-presidente Alfredo Cotait Neto. Às 12h, rua Boa Vista, 51/12º andar, Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Comex - O vice-presidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, na sede da entidade rua Boa Vista, nº 51/11ºandar, sala Tadashi.

Prefeitura de São Paulo começou ontem a intensificar os trabalhos da Operação Finados para, depois de amanhã, receber até 3 milhões de pessoas nos cemitérios da cidade. Segundo o superintendente do serviço funerário municipal, Celso Caldeira, mais de mil funcionários foram convocados para trabalhar. Na quinta-feira, os cemitérios da capital paulista ficarão abertos das 7h às 19h. Caldeira garantiu que o número de funcionários convocados será suficiente para atender à demanda com serviços de manutenção, limpeza e informação. "É uma operação bastante complexa que irá envolver também a Guarda Civil Metropolitana, a Polícia Militar, a Sabesp, além da Companhia de Engenharia de Tráfego, que irá organizar o tráfego nas regiões próximas aos cemitérios e as empresas ônibus", explicou. Na quinta-feira, as feiras livres funcionarão normalmente. Os sacolões municipais estarão abertos até as 13h no feriado. No dia 3, horários normais. O Mercado Central e o da Lapa estarão fechados no feriado. Na sextafeira, funcionamento normal. Várias linhas de ônibus terão seus itinerários alterados para facilitar o acesso aos cemité-

Leandro Ferreira/ Agência O Globo

Em São Paulo, reforço de pessoal, ônibus extras e esquema especial para o Dia de Finados

Preparativos para o Dia de Finados: casal faz limpeza em túmulo

rios. Uma linha especial será criada para atender o cemitério de Vila Formosa, na zona leste, um dos maiores do País e o mais movimentado da cidade de São Paulo. Pelo telefone 156 a Prefeitura dá informações sobre os itinerários. Estradas – O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Dersa Desenvolvimento Rodoviário S/A iniciam amanhã a Operação Finados nas rodovias paulistas. O esquema, que se estende até domingo, envolverá principalmente as rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP70), Rodoanel Mário Covas (SP-21), Tamoios (SP-99), Mogi-Bertioga (SP-98), D. Pedro I (SP-65), Oswaldo Cruz (SP125), Rodovia Litorânea (SP-

Mãe que São Paulo matou a pode ter filha apanha chuva forte

A

mulher que foi presa domingo, em Taubaté, acusada de matar a filha, de um ano e três meses, colocando cocaína na mamadeira, foi espancada ontem pela manhã na Cadeia Pública de Pindamonhangaba. Ela foi presa logo após prestar depoimento na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Taubaté. Segundo informações da Polícia Civil, ela apresentava fratura no maxilar e hematomas pelo corpo ao ser internada na Santa Casa de Pindamonhangaba. A suspeita de que o bebê teria morrido de overdose surgiu quando os médicos que atenderam a criança encontraram um pó branco em sua língua. Ela foi levada ao hospital com vômito e convulsões. A polícia encontrou cocaína na casa da mãe. (Agências)

A

Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, enviou alerta para as defesas civis de dez estados por conta da possível ocorrência de chuva forte até amanhã. Segundo a Sedec, os temporais devem atingir os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, sul do Piauí, sul do Maranhão, Mato Grosso do Sul, leste e sul do Pará e Tocantins. Em alguns momentos, a chuva poderá ser acompanhada de descargas elétricas e rajadas de vento com até 60 km/h. A Sedec aconselha que a população evite áreas de alagamento e locais com pouca proteção contra raios e ventos fortes. Alerta-se, também, para o risco de deslizamento de encostas e morros. (AE)

55) e Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123). A operação objetiva minimizar os impactos do elevado fluxo de carros, aumentar a segurança no tráfego e informar aos usuários a situação das rodovias antes e durante a viagem. Mais de 800 funcionários estarão de plantão com 277 viaturas prestando serviços de guincho, primeiros socorros e apoio ao tráfego, além de atend i m e n t o n o D i s q u e D e rsa/DER (08000-555510). Câmeras – Os usuários poderão programar suas viagens e saber as condições das estradas por meio de imagens online das 32 câmeras instaladas ao longo das rodovias paulistas. As câmeras podem ser acessadas pelos sites

w w w. d e r s a . s p . g o v. b r e www.der.sp.gov.br. As imagens são atualizadas automaticamente a cada 20 segundos. Os técnicos da Dersa estimam que cerca de 160 mil veículos devam utilizar as travessias litorâneas sob a jurisdição da empresa neste feriado. Na ligação Santos/Guarujá seis embarcações estarão à disposição dos 129 mil veículos que deverão circular nos dois sentidos da travessia. Nos horários de pico, o tempo de espera estimado é de 60 minutos. Em São Sebastião/Ilhabela cinco balsas farão o transporte dos quase 15 mil veículos que são aguardados nos dois sentidos da ligação. O tempo de espera pode chegar a 80 minutos. Para a travessia Guarujá/Bertioga são esperados cerca de 6.500 veículos, que serão transportados em duas embarcações. Disque Balsa – Além de obter informações sobre as travessias e seus melhores horários (telefone 0800-7045510, 24 horas por dia), o usuário poderá saber o número de embarcações em operação, tempo de espera e condições meteorológicas. Por meio desse serviço, o usuário também pode reservar sua vaga na balsa. Para isso, deve marcar com antecedência de no mínimo 24 horas e máximo de 30 dias e informar as características do veículo. (Agências)


2

Compra Ve n d a Crédito Aparelhos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Com a inclusão social, o setor vem se beneficiando de uma expansão natural com novos consumidores

INFORMÁTICA CRESCE MAIS QUE O PIB BRASILEIRO

Mais crédito, mais vendas. Expansão do crédito reflete-se no mercado de informática.

Cyro Fiuza rédito que sustenta as vendas, alongamento dos prazos de pagamento, queda nas taxas reais de juros e, em alguns casos, redução dos preços. São esses fatores que vão contribuir para que o varejo tenha, neste final de ano, um desempenho em torno de 4%, superior ao verificado no mesmo período de 2005. É a previsão do economista Marcel Solimeo, superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo. Não chega a ser uma notícia surpreendente, na medida em que recentes períodos de aquecimento natural das vendas, como o Dia dos Pais (4,25%), ti-

veram desempenho semelhante. Mas é superior ao crescimento esperado para o Produto Interno Bruto (PIB), que deve fechar o ano com cerca de 2 % contra os 4% ou 5% previstos no início de 2006. "Com as taxas de câmbio que no momento desestimulam as exportações, o PIB e o próprio mercado passam a depender mais das vendas internas", calcula Marcel Solimeo, para quem o mercado de informática e eletroeletrônicos pode ser um dos mais beneficiados. "A facilidade para a compra e a queda nos preços vão contribuir para o aquecimento dos negócios do setor", afirma ele, citando máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares, que nos últimos anos vêm ganhando destaque na época do Natal. Mesmo os computadores saem ganhando na medida em que, analisa o economista da ACSP, o governo federal cria políticas de inclusão digital e os grandes magazines fazem promoções em que PCs são vendidos em prestações inferiores a R$ 100,00. "Com a inclusão social, o setor de informática vem se beneficiando de uma expansão natural, que permite o ingresso de novos consumidores a produtos que até bem pouco tempo não chegavam às mãos e nem eram comercializados em redes mais populares". Outro ponto lembrado por Marcel Solimeo é o

combate eficaz ao contrabando e à pirataria de computadores e de softwares – o chamado 'mercado cinza'. Renda, emprego e crédito – A projeção do Núcleo de Estudos e Projeções Econômicas da Gouvea de Souza & MD Desenvolvimento Empresarial uma consultoria de São Paulo especializada em varejo – para o final de 2006, é de um crescimento de vendas reais do varejo de aproximadamente 4,5% em relação a 2005. A razão para esse cenário está centrada nas perspectivas de três fatores: renda, emprego e crédito. Os dois últimos anos, 2004 e 2005, encerraram com crescimento de vendas reais do varejo de 9,25% e 4,80%, respectivamente em relação aos anos anteriores, pelos dados da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE. Para Maurício Moura, economista-chefe da GS&MD, esse cenário ascendente foi motivado basicamente por um período de forte expansão da oferta de crédito pessoa física, recuperação da renda real e retração das taxas de desemprego (houve momentos que o desemprego esteve abaixo de 10% em 2004 e 2005). As taxas de desemprego já transitam no patamar acima de 10,5% (maior nível dos últimos 15 meses). Além disso, indicadores de renda real do trabalhador mostram uma tendência de queda em relação ao

primeiro semestre de 2006 (particularmente alavancado por uma taxa de sucesso de 85% das negociações sindicais de reajustes reais de salário e pela intensificação do Programa Bolsa Família do Governo Federal). Esse fôlego de incremento de renda dos primeiros seis meses do ano não se perpetuará até o final do ano, avalia o economista. Por último, a oferta de crédito, que teve forte expansão em 2005, continua crescendo esse ano – o Banco Central prevê 35% de expansão, o que representa menor intensidade de avanço em relação aos últimos dois anos. Porém, vem acompanhada de aumento no nível de endividamento da população. Chama a atenção o fato de Norte e Nordeste, nas proje-

ções da GS&MD, se posicionarem bem acima da média nacional, 9,80% e 11,20% respectivamente. Dentre os fatores que explicam essa disparidade, destaca-se a inscrição de mais de 14 milhões de famílias daquelas regiões no Programa Bolsa Família nos últimos 12 meses. A região Sul, pelo contrário, deve permanecer estagnada em relação a 2005, em conseqüência da crise na agricultura e retração do setor exportador, calçados principalmente, devido à valorização cambial. Tal combinação afetou sensivelmente o nível de emprego e renda real. O maior destaque negativo deve ser o Rio Grande do Sul que provavelmente fechará 2006 com volumes inferiores aos anos anteriores.

Paulo Pampolim/Arquivo

Solimeo: varejo deve crescer 4% neste final de ano

E mais tecnologia sob a sua árvore Neste ano, os computadores pessoais devem desbancar os aparelhos de DVD Fábio Pelegrini Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luiz Carlos de Assis Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórteres Bárbara Oliveira, Vanderlei Campos, Cyro Fiuza, Rachel Melamet, Carlos Ossamu, Fábio Pelegrini

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Nelson Mott Júnior Ilustração Roberto Alvarenga Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

ste ano o consumidor deverá reservar um espaço maior ao pé da sua árvore de Natal para presentes de tecnologia, principalmente em relação aos computadores pessoais. Esta afirmação vem da maioria dos fabricantes de PCs no Brasil, que comemoram um crescimento exponencial de vendas de computadores. "Temos ouvido que da mesma maneira que 2005 foi o ano do DVD, o Natal de 2006 será marcado pelo computador. Os varejistas estão otimistas. Fabricantes nacionais e multinacionais estão fazendo de tudo para que a disponibilidade das máquinas não atrapalhe as vendas do final de ano", diz Reinaldo Sakis, analista sênior de Mercado, da consultoria IDC Brasil. Especialistas afirmam que as vendas para o final de ano devem ser melhores porque muitos consumidores deixam para gastar seu dinheiro na época em que recebem o 13º salário, para aproveitar as promoções ou dar uma maior entrada. Na verdade, a estimativa da consultoria IT Data é de que as vendas de computadores no Brasil atinjam a marca de 7,8 milhões de unidades este ano, um crescimento de 38% em relação ao ano passado. Para os próximos anos, o crescimento médio deverá ficar próximo dos 8%. Para suprir esse mercado as fabricantes tentam melhorar seus processos, logísticas, desenvolvimento e até montam fábricas de placas para suprir sua demanda, como a Amazon PC. "Devemos fechar a produção em 160 mil computadores. Só para o Natal estimamos ter um crescimento de 50%, em relação ao terceiro trimestre. O

software original, o incentivo do governo e o dólar mais baixo – principalmente a diferença entre o dólar comercial e paralelo – ajudam os fabricantes oficiais", explica Carlos Diniz, presidente da Amazon PC. Segundo ele, a disponibilidade de placas-mãe, que era um problema que acabou segurando o crescimento do mercado oficial do ano passado, neste ano não mudou muito. "Se hoje a previsão de vendas no Brasil é mais de 7 milhões, mas todas as fabricantes de placas-mães juntas vão produzir cera de 3,5 milhões de placas. Esse é um grande problema, já que os fabricantes oficiais de computador que querem se beneficiar do incentivo do governo devem montar computadores apenas com as placas produzidas no Brasil", explica. Com esse problema em mãos e precisando c r e s c e r, e m 2004, a Amazon decidiu investir pesado para montar u m a f á-

brica de placas-mãe, que finalizou sua construção e treinamento de funcionário no final de 2005. Por causa da greve da Receita Federal, a importação da matéria-prima e a fabricação só puderam ser iniciadas em setembro. "Esse mercado é do tamanho que for o de placas-mãe. A quantidade que é produzida no Brasil é a que se vende de computador, não dá para vender nenhuma máquina a mais. Porém, a cada ano surgem novos fabricantes de placas e os que já existiam aumentam a sua produção. Nós mesmos montamos uma fábrica de placas, porque não conseguíamos crescer no mercado, por não ter hardware suficiente para atender os pedidos em carteira. Com a fábrica tivemos uma redução de custo que conseguimos repassar para os equipamentos. Hoje já é possível encontrar computadores a menos de R$ 1.000", conta Diniz. Ao contrário deste ano, o empresário afirmou que nunca havia

trabalhado com a expectativa de vender muitos computadores no Natal, porque entendia que ninguém dava um computador de presente. "O máximo que os consumidores faziam era se dar um. Este ano acreditamos que já virou um produto para presente. Se você pegar uma televisão de 29 polegadas que davam de presente no ano passado, ela custava R$ 1000, este ano já vamos ter computadores a esse preço". A HP também comemora seu crescimento no setor e prevê aumento significativo de vendas no final do ano. Segundo a diretora de produtos para consumo do grupo de computação pessoal, Valéria Molina, existe uma demanda de quem comprava do mercado informal (montados sem marca) para o varejo. Além disso, o aumento de consumo se dá pela queda dos preços, facilidades de financiamento, apoio do Governo, maior poder de compra do consumidor e pelo 13º salário. "Esperamos que a partir da segunda quinzena de novembro tenhamos um crescimento ainda maior no mercado, principalmente pelas ofertas e parcelamentos. As lojas estão se preparando e mesmo um hipermercado procura treinar seus funcionários para um melhor atendimento e conhecimento técnico do equipamento. Além disso, nós, como fabricantes, apoiamos os varejistas com promotores presentes em pontosde-venda".

Incentivos do governo, preços acessíveis e o 13º salário devem colocar o bom e velho PC sob a árvore de Natal de um número significativo de brasileiros em 2006, para a alegria de fabricantes e varejistas


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Ve n d a Crédito Aparelhos Computadores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Mercados em extinção anos. Alguns já foram extintos, como é o caso da máquina de escrever, datilógrafa e escolas de datilografia. Pergunte para algum jovem de 15 anos o que é isso e a resposta será um sonoro "sei lá...". E quem se lembra das simpáticas telefonistas? Essas já eram faz muito tempo. Os cobradores de ônibus também serão esquecidos dentro de alguns anos, pelo menos nos grandes centros. As catracas eletrônicas já começaram a tomar o lugar da figura que recebia o dinheiro, dava o troco e batia com a moeda no balaústre (aquele cano que as pessoas seguram para não cair) para informar ao motorista que a viagem podia prosseguir, pois todos os passageiros já tinham embarcado ou desembarcado. E foi só o cobrador que perdeu com isso? Claro que não. A indústria e o comércio que forneciam o uniforme para ele certamente terão suas vendas diminuídas. O coletor que arrecadava o dinheiro ao final de cada viagem também perdeu ou perderá o emprego. Agora pegue o exemplo dos automóveis. Há quantos anos não são produzidos mais carros com carburador aspirado? A fábrica de autopeças que não se modernizou para produzir componentes para injeção eletrônica certamente fechou as portas ou está em vias de fechar, pois à medida que o tempo passa os carros aspirados vão saindo do mercado e chegará uma hora em que as peças de reposição não serão mais necessárias. Da mesma forma, o mecânico que souber trabalhar somente com carburadores aspirados ficará sem ter o que fazer se não se reciclar. Outro mercado que está com os dias contados é o de fita e o próprio aparelho cassete. Sinceramente, quem compra fita

Profissões como cobrador e caixa de supermercado já começam a desaparecer

O QUE JÁ SE TORNOU OBSOLETO NO MERCADO

ou aparelho cassete para gravar alguma coisa a não ser em casos específicos? Tente imaginar a queda que esse mercado teve nos últimos anos. Isso sem falar do mercado de discos de vinil, que já era faz tempo. Esses são apenas alguns exemplos de mercados e profissões em extinção. Até agora não falei nenhuma novidade, pois já são fatos consumados. E para o futuro? Quais serão afe-

l g u n s m e rc a d o s e profissões correm sérios riscos de desaparecer nos próximos

3

tados? Quais profissões estão ameaçadas? Fiz uma análise do que vem sendo desenvolvido, quais os mercados que correm mais risco em relação ao que está para despontar e quais as conseqüências que irão provocar. A princípio poderá parecer estranho, mas não é. Vídeolocadoras Elas têm ainda um bom tempo pela frente, mas a tendência é que mudem radicalmente o modo de operação. Uma coisa porém é certa: o movimento tenderá a cair de maneira drástica nos próximos cinco ou 10 anos. Isso porque vem vindo por aí uma tecnologia chamada video on demand (vídeo por demanda) e o usuário poderá assistir sua programação preferida de acordo com sua disponibilidade de horário. Ele não precisará ir à locadora alugar um filme ou show; poderá solicitar à operadora de TV a cabo ou satélite o programa que estiver disponível e assisti-lo em um dos muitos canais disponíveis da TV digital, com qualidade de DVD e som 5.1 Dolby Digital ou DTS. Na verdade isso já é possível hoje, através das operadoras Sky, DirecTV e NET. Mas ainda é necessário que o assinante fique preso aos horários de transmissão de cada evento, o que daqui a alguns anos não ocorrerá mais. E o preço será igual ou mais barato do que o aluguel de um DVD. Uma saída é as locadoras associaremse às operadoras de TV a cabo ou satélite e compor um meio de transmissão em conjunto ou oferecerem o serviço diretamente, já que a convergência digital permitirá a conexão de diversas mídias. Vídeocassete Esse vive tempos heróicos. Resiste bravamente não pelo fato de ser ainda uma tecnologia atual, mas sim pela base instalada e pela quantidade de fitas gravadas ainda no mercado: casamentos, batizados, festa de aniversário, festa da empresa e por aí vai. Outro fa-

tor que o mantém na ativa é a propriedade de gravação, facilidade que o DVD comum ainda não é capaz de fazer, mas os preços dos que gravam estão despencando rapidamente. Juntamente com o vídeo cassete o mercado de fitas também irá entrar em colapso, juntamente com quem faz manutenção dos aparelhos. Duvida? Se em 1975 dissessem que o vinil e a vitrola (para os puristas, pick-up) iriam desaparecer em 15 anos alguém acreditaria? Caixa de supermercado Imagine fazer suas compras, lotar o carrinho com os mais variados produtos, passar direto pelo caixa sem parar nem falar com ninguém, ir para o carro, colocar as comprar no porta malas, ir para casa e receber a fatura no cartão de crédito. Atualmente é ficção, mas daqui alguns anos não será, pois as etiquetas RFID estão começando a entrar com força no mercado. Não que esse emprego e tudo o mais que é fornecido para que ele exista seja eliminado totalmente, mas a oferta nessa área irá cair bastante. Um efeito colateral desse tipo de automação: o estoquista, aquela figura que conta o estoque nas gôndolas e no depósito. Também será tudo automatizado com etiquetas e leitoras eletrônicas. Aproveitando esse assunto, os cobradores de pedágio que se cuidem. O número de cabines de cobrança "sem parar" vem aumentando dia-a-dia. Revelação de fotografia Esse é um dos mercados que irá desaparecer rapidamente e está com seus dias contados. Não dou mais do que cinco anos para o sistema tradicional de revelação praticamente sumir. A evolução foi muito rápida e o preço das máquinas digitais despencou de maneira vertiginosa nos dois últimos anos, fazendo com que qualquer pessoa possa comprar uma. Mercados e profissões que irão sofrer as conseqüências: produtos químicos, filme, papel, operador de máquina de revelação e manutenção. Monitor CRT Esse tipo de monitor é o mais comum. Provavelmente você o utiliza em seu micro. Ele tem tubo, é grande e pesa vários quilos. Serão substituídos pelos de tela plana, fininhos e leves. As fábricas vêm dando cada vez mais espaço para a fabricação desse tipo de monitor e diminuindo cada vez mais a fabricação dos convencionais. Quem dá manutenção a esse tipo de tela deve ficar esperto, pois daqui poucos anos não terá mais o que consertar. A lista é grande, mas esses são apenas alguns mercados seriamente ameaçados. Mas as tecnologias que os substituírem abrirão novos mercados e irão gerar mais emprego. Como sempre aconteceu.

Sergio Kulpas í estão alguns dos aparelhos (eletrônicos ou não) que estão melhor cotados pela comunidade da internet que acompanha a temporada de lançamentos no final do ano.

Seis gadgets imperdíveis rência de um isqueiro. O Flash drive está disponível em várias capacidades de memória, de 512 MB a 4 GB. O conector USB retrátil facilita o transporte seguro. Ainda sem preço definido pelo fabricante. http://www.pqi.com.tw/

1. Novo iPod Shuffle v2.0 A nova versão do tocador de mp3 da Apple é do tamanho de uma caixa de fósforos (1,62 x 1,07 x 0,41 polegadas). Apesar do tamanho reduzido, comporta até 240 canções em seu disco de 1 GB. O modelo acaba de iniciar a distribuição na América do Norte. Custa US$ 79,00 nos EUA. http://store.apple.com/18 0 0 - M Y- A P P L E / We b O bj e c t s / A p p l e S t or e . w o a / w o / 1 . R SLID?mco=3CE2BB6A&nclm= iPodshuffle

2. Robô R2-D2 Ativado por Voz Essa réplica do robozinho de Star Wars atende comandos de voz e atravessa salas e quartos cheios de obstáculos. Com quase meio metro de altura, o R2 obedece mais de 40 comandos diferentes ("Pare", "vire à esquerda", "siga em frente dois passos") e pode brincar de pega pega. O robô vem ainda com sensor de movimento, podendo ser usado como sentinela e alarme. Exige quatro pilhas AA e quatro baterias D. Custa US$ 119,95 na Hammacher Schlemmer. h t t p : / / w w w. h a m m ac h e r . c o m / p ublish/72698.asp?promo=homepage# 3. Flash Drive com Conexão USB Retrátil A empresa de Taiwan PQI lançou o primeiro Flash drive com um conector de USB retrátil, como a ponta de uma caneta. Fechado, o drive tem a apa-

4- Kit de Bateria Digital com Conexão USB Um kit completo de bateria eletrônica que se conecta ao computador. Segundo o fabricante, o software do kit é capaz de reproduzir 233 sons realistas de bateria, e 50 ritmos programáveis, para tocar do rock ao funk e ao bolero. Com o software é possível compor e salvar seus ritmos e músicas. O kit vem com 6 pads para baquetas, que são sensíveis à velocidade e pressão, e dois pedais que tocam bumbo e hihat. Custa US$ 245,80 no site. h t t p : / / w w w . f i r ebox.com/index.html?dir=fir e b o x & a c t i o n = p r od u c t & p i d = 1 5 7 3 & c u r r e ncy_conversion=1

5. Cubo de LED Movido a Energia Solar Com a evolução dos diodos emissores de luz (LEDs) nos últimos anos, a intensidade da iluminação ficou maior e também aumentou o número de

cores disponíveis. A lâmpada incandescente deve em breve encerrar sua centenária carreira, desde a invenção de Edison no século 19. Essa luminária presta uma homenagem à lâmpada em vias de aposentadoria: um cubo de acrílico com LEDs que não precisam de bateria ou tomada. A luminária é carregada por uma bateria solar durante o dia, para emitir uma luz bem razoável à noite. Custa US$ 38,99 na Science Toy Store. http://www.sciencetoystore.com/index.html?lang=enus&target=d26.html

6. Teclado de Tecido A empresa sueca Eleksen criou um teclado absolutamente flexível, com componentes eletrônicos embutidos em um tecido especial. Com um visual que lembra os anos 80, o Fabric Keyboard da Eleksen é uma saída prática para computadores cada vez menores, sem espaço razoável para digitação. Basta desdobrar o teclado como um guardanapo e escrever o texto. Ainda sem preço definido, com lançamento previsto para o final deste ano. h t t p : / / w w w . e l e ks e n . c o m / ? p a g e = s o l utions/usbfabric/usb_1.asp sergiokulpas@gmail.com


4

Crédito Aparelhos Computadores Notebooks

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Mais opções à disposição: consumidores mais exigentes e que trocam de produtos rapidamente.

CONSUMIDORES TÊM MAIS OPÇÕES PARA ESCOLHER

Novato? Experiente? MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA TODOS s fabricantes de produtos de informática também se preparam para as vendas de fim de ano. Notebook é um equipamento bastante cobiçado e que ficou mais acessível durante o ano de 2006. Equipamentos abaixo de R$ 3 mil tiveram isenção de PIS/Cofins, e já podem ser encontrados na faixa de R$ 2.500. Na área dos desktops, a briga pela preferência do consumidor vai se situar na média que se situa abaixo de R$ 1000. As impressoras trazem recursos cada vez mais sofisticados e prometem dar à impressão "feita em casa" qualidade equivalente à das fotos reveladas em laboratórios. Muitos modelos já podem receber as imagens para impressão diretamente das câmeras fotográficas digitais, dispensando o uso de microcomputadores. Tintas de cores mais fiéis, secagem instantânea e resistentes à água já começam a se tornar comuns. Este admirável mundo da tecnologia está evoluindo tão rapidamente que vem criando consumidores cada vez mais exigentes. Quem antes trabalhava com um monitor convencional, ou mesmo já usava os de tela plana, agora nem pensa em adquirir menos que um monitor LCD de 17 ou 19 polegadas. Finos e levíssimos, ocupam quase nenhum espaço na mesa. E estão se popularizando na mesma velocidade em que o preço vem caindo. Um monitor de LCD de 15 polegadas, que antes parecia uma maravilha inatingível, já se encontra normalmente nas lojas por preços abaixo de R$ 1000.

Monitor widescreen

Desktop mais barato É a mais nova aposta da HP do Brasil. O modelo mais barato é o Pavilion b1210, que vem sem monitor e com sistema operacional Linux Mandriva. É baseado no processador Intel Celeron D (núcleo duplo) de 3.2 GHz, 256 MB de memória, HD de 40 GB SATA e gravador de CD-RW. Seu preço é de R$ 999. Uma boa opção para usuários domésticos é o Pavilion b1220, que custa R$ 1.599, também sem monitor. O equipamento vem com chip Celeron D de 3.2 GHz, 512 MB de memória, HD de 80 GB, leitor de DVD e gravador de CD, placa de rede e modem, sintonizador de TV e FM com controle remoto e Windows XP Home.

A AOC lançou recentemente o monitor de 19 polegadas modelo 193FW, com tela no formato widescreen e moldura extrafina. Tempo de resposta de apenas oito milisegundos, taxa de contraste de 500:1 e entrada DVI (Digital Visual Interface) totalmente digital. É capaz de reproduzir 16 milhões de cores, com resolução máxima é de 1.440 x 900 pontos. Preço sugerido: R$ 1.399.

Mobile V25 A Positivo Informática (www.positivo.com.br) está comercializando o modelo Mobile V25 por R$ 2.499. Oferece acesso à rede sem fio (tecnologia Wi-Fi), tem tela de 14 polegadas widescreen de alto brilho e pesa 2,4 kg com bateria. O equipamento é baseado no processador Celeron M 360, vem com 256 MB de memória RAM, HD de 40 GB, leitor de DVD e gravador de CD, fax modem, placa de rede e leitor de cartões 4 em 1 (SD, MMC, MS, MS PRO). Disponível nas cores prata e preta.

Laboratórios completos A HP Photosmart A516 é uma impressora fotográfica compacta, que permite imprimir fotos em tamanhos 10x15cm. As fotos são resistentes à água. Permite a partir da maioria dos cartões de memória e, com um adaptador sem fio HP Bluetooth 1 (opcional), também de celulares, PDAs, notebooks e outros dispositivos. Preço sugerido: R$ 499.

19 polegadas

APENAS, R$ 599

Q

uem achava que nunca iria poder ter um computador, por ser muito caro, pode começar a comemorar. A industria brasileira Amazon PC, graças a uma parceria exclusiva com a taiwanesa Via Technologies, vai fabricar PC-1 no Brasil, que nas lojas terã preço de R$ 599. As máquinas serão lançadas em dezembro, com os benefícios fiscais da PPB – Processo Produtivo

Básico, e permitirão ao usuário navegar na internet, utilizar aplicativos de edição de texto, planilhas, apresentações e muito mais. Depois da China, o Brasil é o primeiro a fabricar esse tipo de computador básico que tem processador de 1 GHz, da VIA Technologies, chamado PC-1500. Os equipamentos são montados em plataformas Mini-ITX, com dimensões reduzidas de 17 x 17 cm. O

micro vem com 128 MB de memória, unidade de CDRW, 40 GB de disco rígido, vídeo, áudio e rede integrados e sistema operacional Linux. O PC-1 possibilita upgrade e compatibilidade com outros softwares. Consome menos energia. A produção mundial deve chegar a 1 milhão de unidades. No Brasil, 250 mil micros PC-1, para 2007. Fábio Pelegrini

Monitor LCD de 19 polegadas da Samsung, o 971P custa R$ 2.099. Resolução máxima de 1.280 x 1.024 pontos, tela giratória, haste de sustentação flexível em três pontos. Sem botões, os ajustes são feitos pelo mouse. A função Magic Zone reconhece automaticamente imagens em movimentos e as destaca na tela. A taxa de contraste é de 1.500:1. O monitor pode ser fixado na parede.


terça-feira, 31 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


6

Computadores Notebooks Gadgets Seção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

MERCADO ATRAI CONSUMIDORES COMPULSIVOS

Empresas preparam-se para oferecer de mouses a tocadores de MP3 que pesam até 50 gramas

Úteis? Fúteis? AS NOVIDADES TECNOLÓGICAS SEMPRE AGRADAM Rachel Melamet onsumidores, compulsivos ou não, sempre querem novidades. Muitos nem se importam com preços altos, querem mesmo é ser os primeiros a possuir os lançamentos de sua área de interesse. Quem adora tecnologia vive trocando celular, câmera digital, pen drive, notebook, handheld e até a estação de trabalho inteira pelos modelos mais recentes, nem tanto por necessidade, mas para curtir a novidade. Sem novas invenções para satisfazer os clientes, os fabricantes vão criando novidades a partir de processos de miniaturização – portabilidade é a palavra de ordem do momento – e da adição de múltiplas funcionalidades aos aparelhos já existentes. Dessa forma, um simples tocador de MP3 que pesa apenas 50 gramas agora incorpora dez funções, desde gravador de voz até exibição de vídeos e fotos (um verdadeiro canivete suíço); o mouse se transforma em telefone; a webcam vira um bichinho de pelúcia – ou será exatamente o contrário: o bichinho é que virou webcam? Em dezembro próximo, as gadgets tecnológicas multitarefa, úteis ou fúteis, devem brilhar sob as luzes das árvores de Natal. Todo mundo quer ganhar. Todos os comerciantes querem vender. Prepare-se.

HUBS: UTILIDADE COM DESIGN Dois novos modelos de hubs – conversores que multiplicam a porta USB do PC ou notebook, permitindo a conexão segura de vários periféricos numa única entrada – mostram que o design é um elemento importante até para equipamentos que antes costumavam ficar escondidos ou no chão, sob a mesa de trabalho. O Hub USB Goldship, para até 4 conexões, é feito em acrílico transparente, tem formato diferenciado e fica aceso no escuro. Preço médio de R$ 47, em lojas especializadas de todo o país. Já o MiniHub com 4 portas I-Concepts, nas cores preto e prata, combinando com a tendência de CPUs, monitore-se teclados nesses tons. Por R$ 46, na e-store.

SERVIÇO

Mouse lembra senha

www.submarino.com.br www.americanas.com.br www.pontofrio.com.br www.magazineluiza.com.br www.extra.com.br www.fnac.com.br

A American Power Conversion começa a vender o APC Biometric Mouse Password Manager, mouse ótico com scanner de impressão digital pessoal que facilita o gerenciamento de senhas para os usuários de PC e laptop. A solução permite que um usuário acesse e proteja seu PC ou notebook biometricamente, assim como elimina a necessidade de memorizar senhas. Um único computador armazena as senhas de até 20 usuários. Preço: R$ 240. Informações pelo telefone 0800-555-272 ou em www.apc.com/br.

Mouse ou telefone? Os dois. Usuários dos sistemas de telefonia via Internet (VoIP) agora dispõem de um acessório dois-em-um. O Skype Mouse Leadership é um mouse com alto-falantes e microfone embutidos que dispensa placa de som e permite conversas por viva-voz. O deslizamento na função mouse é feito por sensor ótico — dispensa mouse pad e cuidados com manutenção. Preço médio de R$ 99. Disponível a partir de novembro.

O menor pen drive Para levar suas fotos digitais ou qualquer outro tipo de arquivo, a Kingston (www.kingston.com.br), fabricante especializado em produtos de memória, lançou o Kingston DataTraveler Mini Fun.

O novo integrante da linha de pendrives DataTraveler se destaca por ser o menor pendrive do mercado: mede apenas 3,8 por 1,9 centímetros, ou seja, tem aproximadamente o

comprimento e a largura de uma caixinha de goma de mascar. O DT Mini Fun está disponível em diversas cores e em capacidades de 256 MB ( R$ 68), 512 MB (R$ 74) e 1 GB (R$ 142).

Pequeno notável Mede apenas 8,5 cm e pesa só 50 gramas, mas faz coisas de aparelho grande. O PixelView MP3/4 Player 400AF, da Prolink, reúne dez funções: além de tocador de MP3/4 com suporte a WMA, ASF, WAV e AMV, o pequeno notável também é gravador e repetidor digital de voz para formatos WAV e ACT, disco USB, livro eletrônico que permite ler arquivos .txt, possui arquivo de fotos para visualizar imagens nos formatos JPG e BMP, e ainda é game e rádio FM que pode armazenar até 20 estações na memória. Vem com fone de ouvido, CD-ROM para instalação dos programas, manual de funções e instalação em português e carregador. A bateria dura cerca de 4 horas. Elr chega às lojas em novembro e tem preços sugeridos de R$ 220 para a versão de 512MB, R$ 280 para a versão de 1GB e R$ 360 para a versão de 2GB. Mais informações pelo telefone (11) 5094-0860/ 5096-6025 ou no site www.pixelview.com.br.


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Notebooks Gadgets Brinquedos Câmera

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

DA CÂMERA AO CÃO HIGH TECH: DIVERSÃO GARANTIDA

Consumidores podem escolher guardar lembranças preciosas ou brincar com os filhos

Vídeo digital brinquedos Cante com seu ídolo

Seja um cineasta O Dazzle Vídeo Creator Platinum permite importar vídeos em alta qualidade, por meio de porta USB 2.0, diretamente de filmadoras, videocassetes ou leitores de DVD equipados com conectores de saídas de vídeo analógicas NTSC. A solução traz versão em português do software de edição de vídeo Studio QuickStart, que limpa ruídos do vídeo, revitaliza cores apagadas e estabiliza filmes tremidos, além de permitir a criação de efeitos, transições e menus de DVD interativos. A possibilidade de edição e exportação de vídeo em formato MPEG-4 permite compartilhar vídeos com Apple Vídeo iPod, Sony Portable PlayStation e celulares 3G. Já o Dazzle DVD Recorder é uma solução simples e rápida, de custo mais baixo, para transferir filmes para DVD. Preços médios: Dazzle Vídeo Creator Platinum - R$ 620; Dazzle DVD Recorder - R$ 369. À venda na Star Computer, Shoptime, Americanas.com e Fnac.

Voltada para os amantes da música em geral, amadores e profissionais, a Fast Track USB é uma placa de captura de som da M-Audio distribuída no Brasil pela Quanta. A solução, composta por hardware externo e software de edição, permite a gravação e mixagem de voz e instrumentos como guitarra, teclado e baixo, diretamente no computador. O aparelho é facilmente conectado via USB e possui uma entrada extra para microfone e instrumentos acústicos. Com o programa GT Player Express, que acompanha o Fast Track USB, o usuário pode adicionar efeitos sonoros e caixas virtuais, deixando a gravação com cara de profissional. Outra funcionalidade do GT Player Express é a possibilidade de reprodução de arquivos de áudio em formato AAC, MP3 e WAV, permitindo ao usuário acompanhar as músicas e composições de seus principais ídolos em outro instrumento e depois ouvir a gravação. Pode ainda acompanhar apenas as bases e gravar um show solo completo. Preço: R$ 399. À venda na Saraiva Megastore, Brasoftware, Casa do Notebook e lojas especializadas.

Imagens no seu bolso

Cachorrinho high tech Com uma câmera quase imperceptível no focinho, o Webcão promete encantar principalmente a garotada e as adolescentes que adoram colecionar bichinhos de pelúcia. A webcam da Leadership mede 15 cm, pode ficar sobre o computador e, além de enfeitar o equipamento, capta 30 quadros por segundo e garante ótima qualidade de imagens (resolução de 350 Kpixels). Ideal para vídeo chats e gravação de vídeos. Preço médio: R$ 99, em lojas especializadas de todo o país e no site www.leadershop.com.br .

A Pinnacle Systems turbinou seu software de edição da linha Studio. A versão 10. 5 traz ferramentas ideais para quem curte ver vídeos em telas pequenas como as dos iPod, PSP e celulares. Mais leve e mais simples do que a edição anterior, o software possibilita a edição e exportação de arquivos em formato MPEG-4, o mesmo utilizado pelo Vídeo iPod, da Apple, e celulares. Além de carregar no bolso os momentos mais interessantes de um encontro com amigos ou festas familiares, por exemplo, o usuário pode passar fitas antigas de VHS para DVD, personalizar o clipe de sua banda favorita e trocá-lo com outros usuários ou postar no blog. Pode baixar também seus vídeos feitos pelo celular, editá-los no micro e enviar novamente para o aparelho. Preços: Upgrade para usuários do Studio 9: R$189; Studio 500-PCI (acompanha uma placa PCI): R$750; Studio 500-USB (acompanha dispositivo externo USB-2): R$1000; Studio Plus 700 - PCI (acompanha placa interna): R$1.500; Studio Plus 700 - USB (acompanha placa externa): R$1.700. Disponível nas lojas Star Computer, Americanas.com, Shoptime e Fnac.

Televisores temáticos Eles saíram de Taiwan e já viraram febre de consumo na Europa. Os televisores temáticos HannSpree, na linha "Kid Chic", têm motivos infantis de animais, saquinhos de batatas fritas, bola de basquete, caracteres Disney. A linha, digamos, mais tradicional apresenta formatos de artigos esportivos. As da linha "Kid Chic" custam em torno de R$ 800 e podem ser vistas no site www.hannspree.com.

Game para deitar e rolar Adultos, crianças e adolescentes fanáticos por games vão adorar o lançamento da Leadership. Batizado de Home Theater Game Bed, este colchão colorido tem dois alto falantes que somam 1.000 watts de potência, e um subwoofer ideal para sons graves. Compatível com PCs, Playstation2, Gamecube, Xbox e Ipod, pode ser conectado aos equipamentos e oferece ao jogador muito mais sensação de realidade e emoção aos jogos. O Game Bed é leve e facilmente transportável até por crianças, através de alças que o transformam em uma mochila. Preço: R$ 399. À venda nas lojas especializadas.


8

Gadgets Brinquedos Câmeras E-commerce

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Câmera com mais megapixels significa melhor corte, edição e impressão das imagens.

RESOLUÇÃO MAIOR, CÂMERA MAIS DISPENDIOSA.

Alta? Baixa? UMA RESOLUÇÃO PARA CADA FOTÓGRAFO DIGITAL

C

om a proximidade do Natal, se intensificam os lançamentos de novos produtos e novas tecnologias. Para os consumidores, é a hora certa para fazer uma renovação geral. Quando se fala em câmeras digitais - um dos maiores objetos de desejo da atualidade - há novidades e preços para todo bolso e gosto. Desde câmeras mais em conta (mas com menos recursos) até as mais caras, que atendem aos mais exigentes em termos de definição, capacidade de memória, zoom ou visores grandes - tudo isso com preços que variam de R$ 500 a R$ 3 mil. Os megapixels já fazem parte do cotidiano dos usuários de câmeras digitais. Mas, afinal, por que usar câmeras com tantos megapixels? Simples: ter uma câmera com mais megapixels significa melhor corte, edição e impressão das imagens. A partir de 5 MP dá para fazer ampliações do tipo pôster de 40 X 50 cm. Além de ter soluções requintadas, como monitores de 2,5 pol, e mais recursos visuais do que as de 2 ou 3 ou 4 MP, as digitais de 6, 7 e 8 MP possibilitam cópias de 60 X 75 cm ou mais. Mas antes de partir para as compras, é preciso verificar alguns pontos: se a marca é conhecida, qual é o tempo de garantia (pelo menos um ano para máquinas novas), se há facilidade de assistência técnica no país e se o manual está em português. Em seguida, certifique-se sobre o tipo de bateria: se são pilhas alcalinas ou baterias de Lítio ou Íon. O tipo de bateria não interfere no desempenho da câmera, só no tempo útil para fotografar. Se usar pilhas comuns, adquira as recarregáveis, que duram mais do que as alcalinas. Uma boa dica: digitais com pilhas são mais baratas do que as que usam baterias.

Sony Cybershot DSC-H5 Zoom óptico de 12X, digital de 2X; monitor de 3 polegadas, memória interna de 32 MB, estabilizador de imagens; 7 modos de cenas, vídeo com áudio, cartão MemoryStick, pilhas recarregáveis de níquel. Preço sugerido: R$ 2.599.

Fuji Finepix V10 5 MP. Zoom óptico 3X, digital 5,7X; monitor 3 pol, estabilizador de imagens, vídeo com áudio, inclui 3 joguinhos; cartão xD Picture, bateria de lítio. R$ 1.800.

Coolpix P3 VR 8 MP. Zoom óptico de 3,5X, digital 4X; monitor de 2,5 pol, memória interna de 23 MB; 14 modos de cenas, superestabilizador de imagens VR, vídeo com áudio, bateria EN-EL5. Preço: R$ 3.200.

Pentax ist DL 6 MP. Tipo DSLR (reflex digital), monitor de 2,5 pol, não tem memória interna e o zoom é determinado pelo tipo de objetiva; vídeo sem som, modo manual para fotografar; 6 modos de cenas, flash integrado, cartões SD/MMC, 4 pilhas AA. Preço: R$ 2.999.

SERVIÇO LOJAS VIRTUAIS: www.submarino.com.br www.americanas.com.br www.pontofrio.com.br www.magazineluiza.com.br www.extra.com.br www.fnac.com.br www.focusfilm.com.br www.ttanaka.com.br www.kodakonline.com.br www.fotoglobal.com.br www.bma.com.br www.mirage.com.br www.wisephoto.com.br www.sonystyle.com.br www.fujifilm.com.br

Samsung S500 5 MP. Zoom óptico de 3X, digital de 4X; monitor de 2,4 polegadas, memória interna de 32 MP, sem estabilizador de imagens; 11 modos de cena, vídeo com áudio, duas pilhas AA. Preço: R$ 899.

Mirage Vision 8MP. Zoom óptico de 6X, digital de 8,5X; monitor de 2,8 pol., memória interna de 25,9 MB, estabilizador; vídeo com áudio; bateria de lítio. R$ 1.500.

Kodak EasyShare C743 M425 5 MP. Zoom óptico 3X, digital 6X; memória interna de 16 MB; vídeo com áudio. Preço: R$ 600.

Zoom óptico de 3X, digital de 5X; monitor de 2,4 polegadas, memória interna de 32 MB, sem estabilizador de imagens; vídeo com áudio, 14 modos de cenas, cartões SD/MMC, duas pilhas AA. Preço: R$ 900.

SD630 6 MP. Zoom óptico 3X; macro a partir de 3 cm, edição de imagens, 16 MB. R$ 1.699.

Casio EX-Z120 7 MP. Zoom óptico de 3DX, digital de 4X; monitor 2 pol., memória interna 8,3 MB, estabilizador de imagens; vídeo com áudio, 2 pilhas AA. R$ 2.199.


terça-feira, 31 de outubro de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 9


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do ministro da Cultural, Gilberto Gil, sobre a possibilidade de continuar no cargo no segundo mandato de Lula.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

OUTUBRO

Tenho vontade de continuar(...) Primeiro tenho que saber se o presidente deseja que eu fique (...) Estou com o corpo e a alma cansados.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

31 Pagamento de IPI, ITR, IRPJ e IRPF Dia do Saci (ao lado, em xilogravura de Marlene Crespo)

M EIO AMBIENTE F UTEBOL

Darren Staples/Reuters

C ULTURA

Novidades de Dunga O técnico Dunga convocou ontem a seleção brasileira para o último amistoso deste ano, contra a Suíça, dia 15 de novembro, na Basiléia. Foram cinco novidades na lista de 22 jogadores: Carlinhos (Santos), Diego (Werder Bremen) Fernando (Bordeaux), Júlio César (Inter de Milão) e Ricardo Oliveira (Milan). A maior surpresa é Carlinhos, lateral-esquerdo reserva do Santos. Mas ele está nos planos de Dunga para defender a seleção olímpica – tem 19 anos, dentro da idade limite de 23 para os Jogos de Pequim/2008 – e foi chamado para ser testado e ganhar experiência. Outro nome que aparece pela

Portugal terá museu da língua

primeira vez na lista de Dunga é o volante Fernando, um gaúcho de 25 anos que joga no Bordeaux, da França. Já o meia Diego, ex-Santos, está fazendo grande temporada no Werder Bremen, da Alemanha, e volta a ter uma chance na seleção brasileira. Júlio César, da Inter de Milão, foi o terceiro goleiro do Brasil na Copa e ainda não tinha sido chamado por Dunga. E Ricardo Oliveira estava nos planos de Carlos Alberto Parreira para o Mundial, mas não conseguiu recuperar a forma física depois da cirurgia no joelho. Ele não foi para a Alemanha, mas vem ganhando espaço no Milan e tem agora sua chance.

Fritando a economia

Í NDIA

Estudo britânico mostra que aquecimento global devastará o capitalismo L

AFP

Com um martelo na mão, o ator norte-americano Brad Pitt comanda os trabalhos de construção de uma das 100 casas que estão sendo erguidas pelo projeto social de Jimmy Carter no vilarejo de Patan, em Lonavala, a cerca de 100 quilômetros de Mumbai, na Índia. Pitt é um dos milhares de voluntários que atuam no projeto.

N ATUREZA

Elefantes narcisistas Os elefantes acabam de ingressar na seleta elite de animais capazes de se reconhecer diante de um espelho. Até então sabia-se que, além dos seres humanos, somente grandes primatas e golfinhos tinham essa habilidade. A capacidade de auto-reconhecimento está relacionada a formas avançadas de empatia e altruísmo, características presentes na complexa organização social dos paquidermes, e por isso se E M

imaginava que eles deveriam ser os próximos a engrossar a lista. Agora teste feito com três animais comprovou isso. A experiência, que foi publicada na edição de hoje da revista PNAS, consiste em marcar os animais com um X na cabeça. Incomodados, os elefantes usaram espontaneamente um espelho para observar onde haviam sido marcados. Ao se olharem, os animais tocavam as marcas, até então não visíveis, com a tromba.

O

aquecimento global desenfreado devastará a economia do planeta na mesma escala das guerras mundiais ou da Grande Depressão, alertou um estudo ontem pelo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair. Na apresnetação, Blair salientou que as persistentes mudanças climáticas fatalmente custarão ao mundo algo entre 5% e 20% do PIB global a cada ano. O autor do relatório, sir Nicholas Stern, um destacado economista do governo, calcula que uma ação imediata para conter a emissão de gases causadores do efeito estufa limitaria os danos econômicos a cerca de 1% do PIB mundial ao ano. "Isto é gerenciável", afirmou. "É possível crescer e ser ao mesmo tempo ecologicamente correto", prosseguiu Stern. O relatório de 700 páginas –

parte de um esforço do governo britânico para quantificar o custo econômico do aquecimento global – leva à conclusão de que as evidências mostram que "ignorar as mudanças climáticas certamente prejudicará o crescimento econômico do planeta". "Nossas ações ao longo das próximas décadas poderão criar riscos de uma grande interrupção das atividades econômicas e sociais, ainda neste século ou no início do próximo, numa escala similar à das grandes guerras ou da depressão econômica da primeira metade do século passado", escreve Stern, um ex-economista-chefe do Banco Mundial. "Não há dúvidas de que, se a ciência estiver correta, as conseqüências para nosso planeta serão literalmente desastrosas. Esse desastre não fará parte de uma obra de ficção cien-

tífica sobre o futuro, mas sim de nossa vida", declarou Blair. O estudo também contrasta amplamente com a postura de "esperar para ver" do atual governo americano. Logo em seu primeiro ano de mandato, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, retirou seu país - disparado o maior emissor mundial de gases causadores do efeito estufa na atmosfera terrestre - do Protocolo de Kyoto. O tratado ambiental estabelece metas para a redução de poluentes Segundo Bush, o pacto prejudicaria a economia americana. O protocolo foi elaborado em Kyoto, no Japão, em 1997 e expira em 2012. Em seu relatório, Stern elogia a postura de Estados americanos como a Califórnia, que estabeleceu suas próprias metas e políticas para combater o aquecimento global. (AE)

Toby Melville/Reuters

A ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, anunciou ontem que o Museu Mar da Língua Portuguesa abrirá em 2008, no atual Museu de Arte Popular, em Lisboa. A ministra rejeitou comparações com o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, afirmando tratar-se de duas "realidades semelhantes", mas com ópticas diferentes. O novo museu custará cerca de R$ 6,8 milhões, financiados em partes iguais pelo Estado e por fundos comunitários através do Plano Operacional de Cultura. B RAZIL COM Z

Bambu, gerador de empregos O site especializado em notícias para o setor têxtil Fiber2Fashion publicou ontem uma reportagem sobre a Bambuzeria Cruzeiro do Sul, de Belo Horizonte. A empresa criou mais de 2 mil empregos na região, pagando aos trabalhadores pelo menos um salário mínimo, para produzirem cabides de bambu no estilo japonês. Carnaúba, cana-brava, taboca, taquara, taquari e taquaracu são as variedades de bambu brasileiro que dão origem aos cabides, comercializados no mercado interno e externo e a idéia fez tanto sucesso que a Bambuzeria Amazonia, do Amapá, também entrou para o projeto, diz o site. I NTERNET

Inferno virtual não vale US$ 1 mi Ninguém quis comprar o domínio "hell.com" (inferno.com). O domínio foi um dos vários colocados em leilão no fim de semana em leilão em Hollywood pela administradora de domínios moniker.com, da Seevast. O proprietário estabeleceu um preço mínimo – US$ 1 milhão – pelo endereço, confiante de que haveria interesse. Este ano, o sex.com foi vendido por cerca de US$ 12 milhões. "Ninguém vai para o inferno agora", brincou o presidente-executivo da Seevast, Lance Podell.

C A R T A Z

MELODIA

T ECNOLOGIA

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Impressora de e-mails

Transformando a metrópole

O

logotipo – acima, no título. A palavra Together (juntos, em inglês) ganhou todas as cores, formatos e referências a todas as línguas da Europa. O fato de representar múltiplas nacionalidades, disciplinas e facetas de uma organização, segundo alguns críticos, criou um logotipo fraco. Mas o júri

não teve dúvidas: Szymon Skrzypczak, um estudante polonês de 23 anos, ganhou 6 mil euros e venceu 1.700 outros competidores com um logotipo que "interpreta graficamente as vozes de todos oes europeus, em especial os das novas gerações", disseram os juízes do concurso.

Fertilidade chamando A projetista japonesa Momoko Ikuta criou um celular para a operadora NTT DoCoMo que avisa quando a mulher está no ápice de fertilidade, conforme o histórico de seu período menstrual. As usuárias podem ser alertadas até três dias antes ou mesmo no dia da ovulação. O aparelho também tem banco de de receitas e um botão que aciona um toque, simulando que a usuária recebeu uma ligação: uma saída para as japonesas mais tímidas que querem fugir de encontros indesejados. L OTERIAS Concurso 164 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

L

www.ar tecidade.org.br

s 50 anos da União Européia já começaram a ser comemorados. O ano de 2007 marcará meio século da assinatura do Tratado de Roma, em 25 de março de 1957, quando foram iniciadas as negociações para a integração. O primeiro passo da festa foi a escolha de um

L

publish/73357.asp#

Basta conectar esta impressora a uma linha telefônica para imprimir seus e-mails, sem a necessidade de um computador. A impressora se conecta automaticamente a um serviço que separa os emails, descarta os spams, faz download e imprime as mensagens. Custa US$ 149,95 na Hammacher Schlemmer.

HOHOHOHO - Grupo pratica a tradicional gargalhada nas aulas da escola para papaisnoéis do centro de Londres. Os papais-noéis da região fazem uma "reciclagem" profissional todos os anos antes de serem contratados pelo comércio no período de Natal. D ESIGN

L

www.hammacher.com/

Arte/Cidade é um projeto de intervenções urbanas, que são realizadas em São Paulo por artistas e arquitetos. Além de trazer todas as informações sobre os projetos executados na cidade nos últimos 12 anos, o site é uma excelente fonte de pesquisa, reunindo textos sobre urbanismo, design, arquitetura e uma série de temas relevantes para as grandes cidades, como favelas, congestionamento, infraestrutura, moradores de rua etc. Um pouco complicado na navegação, mas interessante.

L

Luiz Melodia faz revival de seus hits, entre eles, Estácio, Holly Estácio e Pérola Negra. Centro Cultural Fiesp - Teatro Popular do Sesi. Avenida Paulista, 1313. Telefone: 3146-7405. 20h. R$ 15.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Fome não recua e já atinge 854 milhões de pessoas, de forma crônica no mundo, diz FAO BNDES vai destinar R$ 12,8 mi para 20 filmes entre ficção, animação e documentários Ex-médico desmente infertilidade de Perón e diz que o líder argentino teve duas filhas

01

02

03

05

06

08

10

11

14

15

18

21

22

23

24


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

DOISPONTOS -77

A

O MELHOR Paulo Whitaker/REUTERS

ENTRE OS PIORES

PAULO SAAB SEM ABSOLVIÇÃO resultado da eleição presidencial, com a vitória de Lula, reeleito com cerca de 60% dos votos válidos em todo o Brasil, não pode e não deve ser interpretado, nem por ele nem por seus correligionários, como uma absolvição dada pelo eleitorado aos sucessivos escândalos de corrupção que atingiram seu mandato inicial. Cerca de 40% dos eleitores votaram em Alckmin, deixando claro que a vitória de Lula, legítima sem dúvida, consolidadora de nosso processo eleitoral, de nossa democracia e competência na apuração, é fruto de um desejo de maioria e não de toda a população capaz de se expressar pelo voto. Sem desmerecer o resultado das urnas eletrônicas, ficou evidente também que a vitória do atual presidente sustentou-se na camada da população dependente das ações de governo. A estas camadas não chega a informação das denúncias e escândalos, que seguem carecendo de explicações, respostas e punições. Se chega, a mesma camada é incapaz de racionalizá-la fora do seu interesse imediato de sobrevivência, patrocinado pelos cofres públicos.

O

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

erecem elogios a presteza da apuração, sem similar no mundo, e o fervor do brasileiro G O ideal é em votar; velhos de que o bengala, já desobrigados, caboclos que eleitor andaram a pé, de caescolha o noa ou ônibus, e jomelhor vens, cujos votos são entre os facultativos. Meremelhores. cem apupos a aveMas o povo lhantada estrutura escolheu partidária e a ilógica o que lhe legislação eleitoral pareceu (o povo não teve coo melhor mo distinguir entre entre os os homens e partipiores. dos, nivelados por Trata-se baixo). Fizemos uma campanha medíocre de um b a s e a d a e m e m oparadoxo. ções, gestos demagógicos e meias verG Fizemos dades, em prejuízo uma da razão analítica. campanha Nada de essencial medíocr, e sério para o futuro baseada da Nação foi discutiem do, prejudicando o emoções, juízo dos eleitores, gestos transmutados em demagógicos objetos de marketing político e assim e meias desvestidos do paverdades, em prejuízo pel de sujeitos da própria história. Em da razão. eleição majoritária, o ideal é que o eleitor G É erronia escolha o melhor enachar que tre os melhores. Mas Lula o povo escolheu o ganhou só que lhe pareceu o por causa melhor entre os piodo Bolsares. Trata-se de um Família. paradoxo. E o que dizer dos debates? Superficiais, encharcados de clichês retóricos!

M

Ao contrário, deveriam ser mais demorados e, ademais, obrigatórios por força de lei. Que especialistas de todas as áreas significativas para a população, números na mão, sabatinassem os cand i d a t o s , p o i s s omente assim os eleitores poderiam escolher o melhor. ara ilustrar, tomem-se as privatizações de empresas e serviços. De inopino, foram demonizadas. Mas quem em sã consciência pode condená-las? Quem não se lembra dos prejuízos enormes d a C S N ( C o m p an h i a S i d e r ú rg i c a Nacional), hoje lucrativa, ou do impulso fantástico dos serviços de telefonia, que não funcionavam, e da siderurgia que hoje bate rec o r d e s d e c r e s c imento? E os bancos estaduais, cabides de empregos e motivo de enormes rombos orçamentários? Em todo o mundo economicamente forte, o Estado retirou-se da economia para dedicar-se ao planejamento estratégico. O Japão privatizou até os Correios. Nos EUA, nem armas o governo produz, a econo-

P

mia foi entregue aos particulares. Ao invés, os países que estatizaram se deram mal. A China, comunista no governo e capitalista na economia, é um caso à parte. A verdade é que os estatizantes querem as empresas para fazer política e e m p r e g a r a p a n iguados. Em todo escândalo havia sempre alguém dos Correios, de Furnas, da CEF ou do Banco do Brasil. Outro tema a merecer debate é o da universidade pública e gratuita, que deu certo na Alemanha (mas só lá). Aqui os ricos estudam de graça e os pobres não conseguem chegar lá, a não ser sob cotas, outro tema polêmico. Os ricos deveriam pagar a universidade, o secundário e o primário. Para os pobres, tudo de graça. A lista de temas como o do emprego, dos juros primários, da saúde, das reformas sindical, trabalhista e urbana, foi vista a vôo de pássaro. m país cheio d e p r o b l emas não debater as soluções adequadas para eles é um estranho paradoxo, pois era o momento de passá-las a

U

limpo. Brigou-se muito para saber quem fez menos pelo Brasil, se FHC ou Lula. Ora, no modelo econômico um continuou o outro. O futuro mesmo passou "in albis". Eis o maior paradoxo. Contudo, o que mais intrigou o país foi o partido da ética na política ter se tornado a base do governo mais sem ética da história do Brasil, incluídas a monarquia dos Bragança, as ditaduras e as três Repúblicas e, ainda assim, ter ganho as eleições, estranho paradoxo. enho cá as explicações. Lula é nordestino, de origem sofrida, gente trabalhadora e discriminada há séculos, principalmente pelas elites locais, donas das terras férteis. São os candangos brasilienses, os paraíbas do Rio, os baianos de São Paulo, que agora foram à forra. É um deles que está no poder, o acham melhor que qualquer coronel do nordeste ou paulista arrogante. É e rroni a achar que Lula ganhou só por causa do Bolsa-Família. Ganhou por ser nordestino discriminado pelo sulmaravilha.

T

or último, o PT, ao misturar-se com outros partidos, tornou-se igual a todos, em termos de clientelismo e corrupção partidária. As instituições manchadas a atingir governos, pessoas, partidos e os poderes da República geraram a idéia de que todos são iguais, com a diferença de que Lula é do povo. Quem ganhou as eleições não foi o PT, mas Lula. Fosse Dirceu o candidato, o PT teria uma derrota retumbante. Cabe à Nação rec o n h e c e r o P re s idente eleito democraticamente e à oposição criticar as suas políticas, sem deixar de cobrar ética na política, imput a n d o - l h e a s r e sponsabilidades devidas. Ao presidente, eu diria: esqueça tudo o que disse; como o seu vaidoso antecessor, e leve o Brasil para os melhores dias de sua história, mudando por completo. Esq u e ç a o p r i m e i ro mandato e que o segundo seja o único a ser lembrado pelo povo e pela Nação.

P

SACHA CALMON É ADVOGADO TRIBUTARISTA E PROFESSOR DE

DIREITO TRIBUTÁRIO

s explicações sobre a vitória de Lula e a derrota de Alckmin estão agora em toda parte. Editoriais, analistas, palpiteiros, como no futebol, passam a entender de eleições e opinam a respeito do resultado. São válidas todas as explicações sobre um e outro porque, na verdade, o mais importante de tudo é o tema estar ganhando maior e melhor dimensão, dentro de um ambiente que pôde ser acirrado durante a campanha, mas deve ser respeitoso após a contagem dos votos. Sem abrir mão do andamento dos processos e investigações existentes. O melhor que o presidente reeleito tem mesmo a fazer é conversar com todos os partidos, as forças da sociedade e estabelecer uma base de governabilidade que privilegie o País. Mesmo que Lula vá governar, como mencionou (de forma discriminatória) para "o andar de baixo", é importante um entendimento para que os efetivos interesses do país possam andar. A questão é saber que métodos serão utilizados. O mensalão nasceu de entendimentos entre o Executivo e o Legislativo da União... Lula falou da experiência que adquiriu ao longo desse primeiro mandato. Se o preço foi alto para o País, a população que o elegeu entendeu que para ela houve melhora. O tempo mostrará, de fato, a verdade, a partir dos caminhos que o País conseguir trilhar.

iz o IBPT, de acordo com notícia da Folha Online, que São Paulo contribui com 40% de tudo que é arrecadado pelo Receita Federal. Cerca de 81% são arrecadados nos sete estados que compõem as regiões Sul e Sudeste. Essas duas regiões concentram 57,2% da população brasileira. Todas as demais regiões, embora concentrem 42,8% da população, respondem por pouco mais de 18% da receita tributária brasileira. O Centro-Oeste arrecada 11,02%, o Nordeste 5,59 % e o Norte 1,9%. Estas informações não estão perdidas em meio ao assunto eleição. Basta entender. Como é preciso entender, também, que num regime democrático (e ainda é o melhor existente) vence a maioria. Mesmo que por poucos votos, como, por exemplo, no Paraná. Como diria Machado de Assis, "aos vencedores, as batatas".

D

ma coisa é certa. Se Lula aprendeu a ser governo, partidos como PSDB e PFL não aprenderam a ser oposição. Ou não quiseram ser, o que seria ainda mais grave. Como disse Julio César ao atravessar o Rubicão, alea jacta est (a sorte está lançada). Vale a pena enaltecer, sem demagogia ou ufanismo, a maturidade comportamental e tecnológica que o País vem demonstrando a cada ida às urnas. Se o discernimento político ainda exige evolução (só virá com a melhoria da educação das pessoas) o comportamento nas salas de votação, nas ruas, maduro, e a segurança técnica da apuração, sem questionamentos, mostram que o caminho está sendo trilhado.

U

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G O melhor que

o presidente reeleito tem mesmo a fazer é conversar com todos os partidos

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4

Reuters

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Internacional

As urnas 'cucarachas' da eleição americana

Ó RBITA

IRAQUE elo menos 78 pessoas foram assassinadas ou encontradas mortas no Iraque ontem, inclusive 33 desempregados atingidos por uma explosão quando formavam fila em busca de trabalho em Sadr, leste de Bagdá. Ao mesmo tempo, o comando militar dos Estados Unidos noticiou ontem que chegou a cem o número de soldados americanos mortos no Iraque somente em outubro. Em Bagdá, o acadêmico sunita Essam al-Rawi, diretor do Sindicato dos Professores Universitários, foi assassinado no momento em que saía de casa. Pelo menos 156 professores universitários já foram mortos no Iraque e muitos deixaram o país desde março de 2003, quando a nação árabe foi invadida por forças estrangeiras lideradas pelos EUA.

Bush quer investigar ligação de Chávez

P

PINOCHET

A

Paquistaneses oram por mortos em ataques na aldeia de Chingai. Helicópteros do atacaram uma escola em busca de militantes do Taleban

PAQUISTÃO: 80 MORTOS NA ESCOLA BOMBARDEADA Q

juiz Alejandro Solis determinou ontem que o O Mísseis atingem aldeia de Chingai, perto da fronteira com o Afeganistão. Governo justifica ataque: alvo eram talebans ex-ditador chileno Augusto Pinochet seja mantido em regime de prisão domiciliar ao indiciá-lo por acusações de tortura no centro de detenção onde a atual presidente do Chile, Michelle Bachelet, e sua mãe foram detidas no passado. Pinochet cumprirá a prisão domiciliar na sua mansão em Santiago. Na sexta-feira, Solis havia indiciado Pinochet por um homicídio, 35 seqüestros e 24 casos de tortura em Villa Grimaldi, um dos mais temidos centros de detenção dos primeiros anos da ditadura liderada pelo general entre 1973 e 1990.

NIGÉRIA governo nigeriano informou ontem O que o piloto do Boeing 737-200, que caiu no domingo matando 96 das 105 pessoas a bordo, decolou sem autorização da torre de controle. O piloto está entre os mortos. O ministro da Aviação, Babalola Borishade, anunciou a suspensão da empresa ADC, dona da aeronave, que caiu pouco depois da decolagem no aeroporto da capital. Borishade disse que a queda pode ter ocorrido devido ao erro de pilotagem.

Morte a Musharraf! Palavra de ordem de manifestantes, contra ataque ordenado pelo governo paquistanês

uatro ou cinco mísseis disparados ontem por helicópteros militares paquistaneses transformaram em ruínas uma madrassa (escola corânica) na aldeia de Chingai, matando 80 pessoas - na maioria professores e alunos. Chingai, na área tribal do Paquistão, fica a menos de 5 quilômetros da fronteira com o Afeganistão. O governo paquistanês justificou o ataque alegando que o local era utilizado como campo de treinamento para combatentes do Taleban e de terroristas da rede Al-Qaeda que atuam nos territórios afegão e paquistanês. O governo do presidente paquistanês Pervez Musharraf está sob forte pressão do governo americano para evitar que militantes islâmicos usem o território do país como base para o lançamento de ataques no Afeganistão. A ofensiva de

Taleban nasceu nas madrassas

A

s madrassas (ou madraças) são a base do sistema de educação do Paquistão. São escolas – desde o ensino básico até o superior – nas quais as aulas

ontem foi a mais mortífera contra uma área civil do Paquistão e a primeira dirigida diretamente a uma madrassa desde que os EUA lançaram a ofensiva que depôs o regime Taleban no Afeganistão – que dava abrigo ao líder da rede Al-Qaeda, Osama bin Laden –, em retaliação aos atentados de 11 de setembro de 2001. Em janeiro, o Exército efetuou uma blitz na mesma área, deixando um saldo de 13 mortos – civis, na maioria. Entre os mortos de ontem, de acordo com o governo paquistanês, está o líder religioso Liaquat Hussain, apontado como colaborador do egípcio Ayman al-Zawahiri, número 2 da rede Al-Qaeda. Outro colaborador de Zawahiri, Faqir Mohamed, havia deixado a madrassa cerca de 30 minutos antes do ataque. "Somos pacíficos, mas o governo atacou e matou nosso povo inocente

por ordem dos EUA", discursou Mohamed, que voltou ao local durante o velório das vítimas, para uma revoltada multidão de cerca de 10 mil pessoas. O governo americano, no entanto, negou qualquer envolvimento na ação – que atribuiu exclusivamente a Islamabad. A ofensiva deve ter sérias implicações para o governo de Musharraf. Logo após o ataque, milhares de pessoas saíram às ruas em vários pontos da Área Tribal – região semiautônoma em território paquistanês –, queimando bandeiras americanas e gritando "morte a Musharraf!". No momento do ataque, Musharraf recebia o príncipe Charles em Islamabad. A Casa Real Britânica cancelou, logo depois, uma visita que Charles faria a Peshawar, cidade a poucos quilômetros da fronteira com o Afeganistão.

O massacre ocorreu após o fracasso de negociações entre o governo de Musharraf e chefes tribais locais para que não permitissem que combatentes afegãos se refugiassem no local. O porta-voz do Exército, general Shaukat Sultan, manteve a versão de que a madrassa era utilizada por militantes armados paquistaneses e de outras nacionalidades como campo de treinamento. "Esses milicianos realizavam ações armadas não só no Afeganistão como também no território do Paquistão", declarou Sultan. Segundo ele, o ataque foi levado adiante depois que os diretores da madrassa se recusaram a fechá-la, como o Exército havia determinado semanas antes. Suspeita-se que desde Bajur, cidade paquistanesa mais próxima de Chingai, partem grande número de combatentes, armas e provisões para os guerrilheiros do Afeganistão.

são divididas entre o ensino do Alcorão e o currículo regular. As madrassas do Paquistão foram o berço do movimento Taleban, que partiram para o Afeganistão no início dos anos 90 com o apoio velado do serviço de inteligência paquistanês.

A palavra madrassa, em árabe, significa literalmente "escola". Taleban é o plural para a palavra árabe "taleb", que significa estudante. A Área Tribal paquistanesa tem alto grau de autonomia. Sua população é

majoritariamente pashtun, a mesma etnia dos líderes talebans. O território afegão e a área tribal se confundem, e a porosa fronteira seca entre os dois países não passa de formalidade. (AE)

Casa Branca está investigando a existência de vínculos entre o governo da Venezuela e a empresa Smartmatic, controladora da americana Sequoia Voting System. A Sequoia é responsável pela fabricação e operação das urnas eletrônicas que serão usadas em 17 estados americanos nas eleições legislativas de 7 de novembro. Segundo o jornal Miami Herald , o Comitê sobre Investimentos Estrangeiros dos EUA abriu um inquérito para apurar como foi o processo de aquisição da empresa e qual a influência do governo de Caracas na Smartmatic. Representantes das duas empresas negaram ontem as acusações sobre seus laços com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. "Nenhum governo ou entidade es- Edwin Montilva/Reuters trangeiros – incluindo a Ve n e z u e l a – t em participação na Smartmatic'', d i s s e A n t onio Mugica, principal executivo da empresa. Com sede na Flórida, a Smartmatic é propriedade de Mugica e outros dois venezuelanos. Em 2004, ela foi contratada por Caracas para realizar o referendo no qual os eleitores da Venezuela decidiram não revogar o mandato de Chávez, como pedia o abaixo-assinado organizado pela oposição. Pouco antes, a Smartmatic teria, de acordo com a imprensa americana, se unido a uma pequena empresa de tecnologia que recebeu US$ 200 mil da agência de financiamento do governo venezuelano. Isto teria dado ao governo de Chávez uma participação de quase 30%. A aquisição da Sequoia aconteceu no ano seguinte e só teria sido possível por causa dos US$ 120 milhões que a empresa recebeu dos contratos com o governo venezuelano. Cerca de 90% dos 80 milhões de americanos que devem comparecer às sessões eleitorais dentro de uma semana terão seus votos depositados ou tabulados em urnas eletrônicas. A porcentagem é recorde e está gerando muitas expectativas em relação à performance das novas tecnologias de votação e contagem dos votos.


8

Congresso Planalto Estados CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PERILLO: PSDB FARÁ PAPEL DE OPOSIÇÃO.

'LULA NÃO NOS ATENDEU EM NADA'

terça-feira, 31 de outubro de 2006

"Acho uma excrescência fazer a campanha com o poder na mão Luiz Henrique Silveira

Milton Mansilha / LUZ

Luiz Henrique diz que foi discriminado pelo governo.

N

a busca de diálogo depositado nada no nosso funcom a oposição o do social", afirma. presidente reeleiLuiz Henrique deixou o carto Luiz Inácio Lula go em abril para disputar a reda Silva (PT) vai ter dificulda- eleição e critica o fato de Lula des para recuperar o apoio do ter permanecido no posto. governador reeleito de Santa "Acho uma excrescência um Catarina, Luiz Henrique da governador ou um presidente Silveira, do PMDB, antigo da República fazer a campacompanheiro, que Jonne Roriz / AE nha com o poder na mão", desabafou. se aliou ao PSDB e ao PFL na última Apoio a Lula, segundo ele, só se for eleição. O ex-aliado reclauma posição institucional do partido. mou ontem de ter sido "discriminado Luiz Henrique reconhece, no entande forma absoluta" to, que a aliança de pelo presidente LuLula com o seu adla nos últimos três versário no Estado, anos do seu governo. Segundo ele, o Esperidião Amin, presidente fez pro- Silveira: aliança com do PP, "dificulta e messas de ações em muito" uma abertuAmin atrapalha. ra de diálogo com o favor do governo no Estado e não cumpriu. presidente. "Espero que a mi"A Petrobras deposita no nha posição em relação ao prefundo social do Mato Grosso sidente não prejudique a coodo Sul, Estado governado pelo peração entre nossos goverPT, uma verba equivalente a nos. A amizade pessoal conti5% do ICMS. Pedi o mesmo pa- nua", explicou o governador. ra Santa Catarina. Nunca foi (AE)

PE OFERECE AJUDA

D

etentor da maior vota"A reforma tributária é função da história política damental para ativar a produp e r n a m b u c a n a ção do Brasil, ter mais cresciEduardo Campos, que teve 2,6 mento, menos exportação de milhões de votos, ganhou a renda da periferia do País para eleição para governador em o seu centro econômico do Bratodas as regiões do Estado com sil. É preciso melhorar a qualio integral apoio do presidente dade do tributo do Brasil", afirLula, com vai se encontrar ma Campos. amanhã em Brasí- Wilson Dias / ABr Não passa pela lia. Durante o encabeça de Eduardo, contro serão trataque vai governar dos a avaliação da Pernambuco como eleição, pautas estaherdeiro do "mito" duais com as quais Miguel Arraes, seu Eduardo se comavô, condicionar o prometeu em camapoio ao governo panha e a disposiLula a alguma conção de ajudar o pretrapartida adminissidente a governar. trativa. Ele acredita Eduardo prega que tanto Lula, coque os palanques mo ele, têm grande Campos: 'Vamos sejam desmonta- deixá-lo trabalhar'. responsabilidade e dos no plano fedevão trabalhar visanral. "Vamos deixar o homem (o do a atender à confiança, espepresidente) trabalhar". E de- rança e grandes expectativas fende, dentro da reforma polí- da população. tica, coincidência de mandatos Com a equipe de transição já como forma de ajudar a garan- definida, Eduardo está dispostir a governabilidade. Também to a acumular a função de goconsidera fundamental uma vernador com a presidência reforma tributária para se ati- nacional do PSB - entregue var a produção do País e redu- temporariamente a Roberto zir desigualdades. Amaral. (AE)

REQUIÃO: EM PAZ COM O PRESIDENTE

PERILLO QUER 'AGENDA POSITIVA'.

O

C

governador reeleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse ontem que "serão eliminados" os contrapontos, sobretudo na questão da política econômica, que fizeram com que ele tivesse atritos com o governo federal no atual mandato. "Eu tenho certeza que o Lula aprendeu muito nesse processo. Faremos um governo conjunto a favor desenvolvimento, da ética na política e da punição dos culpados que venham a ser encontrados em qualquer partido", afirmou Requião. Instigado a analisar os erros e acertos da gestão Lula, Requião disse que todos erram. "A perfeição não existe no Paraná, não existe no Lula, não existe no Requião, não existe em nenhum de nós", admitiu. "Nós queremos uma política nacional ideologizada, defesa dos interesses do Brasil, com uma opção clara pelas classes menos favorecidas." (AE)

onsagrado pelas urnas como uma das novas lideranças que o PSDB terá no Congresso, o ex-governador e senador eleito por Goiás, Marconi Perillo, disse ontem que o governo Lula precisa mudar e apresentar uma "agenda positiva" se quiser a colaboração da oposição no seu segundo mandato. "Vamos ficar na oposição, atentos aos passos dados pelo governo e dançar de acordo com a música", avisou o líder tucano, que obteve a maior votação da história de Goiás para o Senado. Perillo deixa claro que o clima acirrado de disputa eleitoral deixou várias cicatrizes e que os acenos formais feitos pelo presidente Lula não são suficientes para criar um canal entre PT e PSDB. "Fomos escolhidos para cumprir o papel de oposição. Foi a decisão dos eleitores. Mas ninguém pretende fazer oposição de forma inconseqüente." (AE)

A próxima candidatura da modelo terá um único objetivo: a defesa dos animais. Só não sabe se será por São Paulo ou por Osasco.

NÃO DEU. MAS CAMILA KISS NÃO DESISTE. Depois de tentar, sem sucesso, a Assembléia Legislativa, a atriz e modelo quer a Câmara Municipal.

O

s 700 ml de silicone igualmente distribuídos nos seios, o corpo malhado à custa de uma hora e meia de academia por dia e a pele bronzeada naturalmente nas areias da praia de Maresias, no litoral Norte de São Paulo, serão os principais trunfos da desde já candidata a vereadora pelo PFL em 2008, a atriz e modelo Camila Fernanda Kis, 28 anos, mais conhecida como Camila Kiss. A bela modelo ganhou notoriedade na eleição desse ano com o "santinho" ou panfleto eleitoral pouco ortodoxo de candidata a deputada estadual: nele, Camila aparece nua e oculta as partes íntimas apenas com as mãos. No mesmo panfleto, o slogan de duplo sentido chamou a atenção: “Vote com prazer”, sugeria a candidata. A idéia foi aprovada e novamente será explorada em 2008. E dessa vez por uma causa nobre: “Tudo em defesa dos animais”, justifica. As intenções políticas de

Camila surgiram às vésperas eleita prometo me dedicar sodo encerramento da inscrição mente à política”, abandopara a eleição desse ano. nando a carreira efetiva na teAliás, a atual atividade de Ca- levisão, só fazendo “particimila em nada lembra a rotina pações”, disse. Além da nudez nos santide gabinetes ou plenários de órgãos legislativos: há 11 anos nhos, a disputa por uma vaga ela trabalha em emissoras de na Assembléia Legislativa televisão, sendo que a primei- também foi marcada pelo corpo-a-corpo com ra aparição foi na o s e l e i t o re s n o extinta TV ManViaduto do Chá, chete e agora ela Centro de São embeleza o cenáPaulo. Pessoalrio do programa “Tinha que ficar mente, ela distrihumorístico “A conhecida do Praça é Nossa”. O público em geral. Foi b u i u s o r r i s o s , currículo da moa única maneira que abraços e santinhos aos paulisça inclui fotos tanos sedentos nuas em uma co- eu encontrei. Mas nhecida revista prometo me dedicar por uma recordamasculina. somente à política” ção da bela candiO belo corpo, Camila Kiss data. Para 2008, Caque chamou a mila promete doatenção do público no humorístico da TV, foi o brar o empenho em defesa de que ajudou a conseguir os cer- sua candidatura. E já anuncia ca de seis mil votos em sua que a nudez panfletária retorprimeira tentativa na política. nará. A única dúvida pefelis“Tinha que ficar conhecida do ta é se sai candidata a uma vapúblico em geral. Foi a única ga na Câmara Municipal de maneira que eu encontrei, já São Paulo ou de Osasco, essa que não coloquei um centavo última a cidade onde ela resina campanha. Mas caso seja de atualmente. “Tomarei essa

decisão no próximo ano. Feito isso, começarei as conversas com ONGs e associações que defendem os animais sobre a elaboração de projetos”. Entre os seus projetos ligados à proteção dos animais estão: políticas para um maior patrulhamento nas rodovias contra o tráfico de animais silvestres; o fim dos canis (segundo ela, os animais são maltratados nesses locais) e a criação de um programa de consulta e vacinação gratuita para atender aos animais de famílias carentes. Uma coisa a candidata não pode reclamar na sua busca por votos em 2008: apoio político de caciques do PFL da Capital. Antes da votação no primeiro turno, Camila participou de várias reuniões do partido e pediu conselhos de pefelistas, casos do governador Cláudio Lembo, Gilberto Kassab e Walter Abraão Júnior. “Eles me ajudaram muito e, com isso, espero ser bem sucedida na próxima tentativa”, contou Camila. Ivan Ventura


10

Brinquedos Câmeras E-commerce Lojas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

NATAL ONLINE: 40% DAS VENDAS DAS LOJAS NO BRASIL

Em novembro e dezembro, faturamento do e-commerce será de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão

OITO MILHÕES DE COMPRADORES 10.000 cyberlojas

O e-commerce está pronto para a multidão de consumidores

Divulgação

Cid Torquato: amadurecimento do B2C. Divulgação

Gastão Mattos: mais uma vez, o melhor Natal.

Bárbara Oliveira ão mais de dez mil lojas vendendo bens e serviços. É o ciberespaço brasileiro. Esses lojistas esperam receber nos próximos dois meses um milhão de novos compradores que serão agregados aos 7 milhões de pessoas que já compraram ao longo deste ano no varejo online. Todos querem adquirir alguma coisa, um livro, um CD, um novo mouse, um monitor de LCD ou o primeiro computador. Para a maioria das lojas brasileiras online o Natal representa 40% das vendas totais do ano, segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmarae.net). Espera-se, portanto, um faturamento no período (novembro e dezembro) entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão no ecommerce, segundo institutos de pesquisa e consultorias especializadas em internet, como o Ibope/NetRatings, e-Bit e e-Consulting. O ex-presidente da Câmarae.net, Cid Torquato, especialista no assunto e que se vale também das informações das administradoras de cartões de crédito para avaliar o bom desempenho do e-commerce no País, diz que os números mos-

A pioneira das lojas enxutas

tram o caminho do amadurecimento dos negócios B2C no País. "Só no primeiro semestre tivemos um crescimento de 70% em relação a mesmo período do ano passado", lembra Torquato. O consultor do Comitê de Varejo Eletrônico da Câmarae.net, Gastão Mattos, estima que o volume de vendas nas lojas online em 2006 deve chegar a R$ 6 bilhões, divididos entre bens de consumo e serviços - como passagens aéreas e pacotes de viagens. Isso representa entre 1% e 1,5% em rel a ç ã o a o c omércio presencial. Mas Cid To r q u a t o acha essa estimativa até um pouco conservadora, tendo em vista o desempenho do e-commerce ao longo deste ano superando todas as expectativas mais otimistas dos comerciantes. Para Torquato, só os bens de consumo devem corresponder a um faturamento de R$ 5 bilhões, sem contar os serviços. O consultor de ecommerce alega estar baseado em dados estatísticos de várias fontes e também na pujança do

crescimento do varejo online. "Teremos mais uma vez, o melhor Natal", observa Torquato. Discrepâncias estatísticas à parte, os lojistas estão se preparando para essa multidão de consumidores. E se a concorrência já é difícil nas ruas e nos shoppings, imagine no mundo virtual. Ali, seus pontos de venda devem ser intuitivos, fáceis de navegar, precisam de uma grande variedade de mercadorias, das mesmas facilidades de venda das lojas físicas com promoções, descontos, condições de crédito e formas de pagamento, além de fornecerem fotos e informações completas sobre o produto. O prazo de entrega e a segurança na transação

mais confiante. Como o varejo eletrônico brasileiro começou a decolar há cinco anos, os lojistas já não são surpreendidos com essas datas importantes, pois mantêm estrutura de centros de distribuição, armazéns, transportadoras (próprias ou terceirizadas), parcerias com courriers e Correios para que tudo dê certo e o cliente se mantenha fiel. A logística entre os sites é mais ou menos semelhante e só tende a evoluir, o que muda é o tipo de mercadoria que oferecem (alguns são mais especializados em artigos de informática e eletrônicos, outros têm uma variedade maior e se assemelham ao que vendem nas lojas físicas do mesmo grupo). Outro diferencial são as promoções e descontos que cada um dispõe nessa época.

também são fundamentais, já que a compra será pela internet. E se persistirem dúvidas, o melhor mesmo é ter um atendimento online por chat ou email para o cliente se sentir

Ricardo Padue/AFG

como a Liquidação da Madrugada.com, uma versão online da Liquidação Fantástica que leva milhares de pessoas ao magazine no primeiro sábado do ano em busca de descontos acima de 50%. No site, a empresa já oferece frete grátis para as regiões Sul e Sudeste nas compras acima de R$ 299. Segundo o executivo do Magazine Luiza, neste Natal a previsão é de um crescimento

de 100% sobre dezembro do ano passado e um faturamento acima de R$ 200 milhões (10% do faturamento global da rede). O tíquete médio da loja em 2006, ou seja, o valor que o consumidor gasta, em média, no portal é de R$ 650, isso porque ela vende muitos eletrodomésticos e artigos de informática. "O Natal representa um quarto das vendas do ano e para isso reforçamos nossas promoções", diz Fonseca. Para que tudo dê certo com relação a entregas e prazos, o Magazine Luiza.com conta com os mesmos seis centros de distribuição da rede física (o principal em Sorocaba, interior de São Paulo), dispõe de seis transportadoras e faz parcerias com a ECT e com duas empresas de couriers (caso o Correio falhe). Os prazos variam de dois a dez dias, dependendo da região. Neste ano foi reforçado o número de pessoas na retaguarda. Serão 80 funcionários, um terço a mais do que no Natal passado. (BO)

a França, a Fnac é a líder na Web, com 26% do mercado virtual, cerca de 550 mil visitantes diários e faturamento de € 190 milhões e m 2 0 0 5 , s e g u n d o N i e lsen/NetRatings. Lá, a previsão é de que o portal seja a primeira loja em faturamento até o final de 2007. Aqui, a empresa francesa começou em 1999 Jerôme Pays: os planos da loja virtual vão bem além do Natal. na internet de forma tímida, vendendo apenas livros para gundo seu diretor Jerôme que o faturamento subiu mais consumidores da classe A e B. Pays, não se limitam ao Natal. de 300% sobre 2005 (a base ainMas, desde agosto do ano pas- "Desenvolvemos uma política da era pequena, é verdade) e o sado, o portal recebeu uma in- comercial própria para ganhar número de page-views, em jeção de ânimo e diversificou competitividade, nos tornar- 500%. Embora não possa falar sua vitrine, passando a vender mos referência na área e ser a de números, Jerôme Pays revetodos os produtos das suas lo- primeira loja da rede em fatu- la que a Fnac.com.br é hoje o jas físicas – CDs, DVDs, equi- ramento". A matriz francesa maior faturamento fora da pamentos de áudio, TVs, câ- definiu, no final de 2005, que o França. Em setembro último, o meras, informática e telefones. Brasil e a Espanha seriam os portal brasileiro vendeu mais Hoje, são 100 mil itens no site. dois mercados prioritários. Pa- do que as lojas online da EspaOs planos da loja virtual, se- rece que vem dando certo, por- nha, Itália e Portugal juntas.

poder aquisitivo", diz Pays, lembrando que a loja está "bem competitiva", com computadores a partir de R$ 749 (sem o monitor), fretes gratuitos para compras de R$ 100 em CDs e DVDs e ofertas relâmpagos diárias. Tudo bem parecido com a concorrência. Os produtos mais procurados neste Natal, segundo Pays, devem ser os notebooks – e a Fnac.com.br pretende ter o melhor preço da Web (por cerca de R$ 2.000) - os monitores finos e as tevês de LCD e plasma. Para dezembro, a logística da Fnac.com.br já está redonda. Além de um centro de distribuição em Jandira (SP) para armazenamento e manuseio dos produtos, e que é terceirizado, ela terá duas transportadoras, um courier e os Correios, com um prazo de quatro dias úteis para entregas dentro e fora de São Paulo. (BO)

rede Magazine Luiza, com matriz em Franca (SP) e uma das três maiores do País, com 350 pontos de venda em sete Estados, é considerada a pioneira no ecommerce por aqui. Já em 1992, antes mesmo de a internet ser realidade no Brasil, ela inaugurava no interior paulista lojas enxutas, só com alguns atendentes e terminais multimídia para mostrar ao cliente as fotos dos produtos que ficavam nos centros de distribuição da rede. "Era uma forma de comércio eletrônico, e nisso nós fomos os primeiros", lembra o gerente de e-commerce do Magazine Luiza, Flávio Dias Fonseca. Hoje são 55 pontos "virtuais" onde o cliente só vê as fotos, escolhe e compra. Esses pontos ficam em cidades com menos de 100 mil habitan-

Flávio Dias Fonseca: 55 pontos virtuais para vendas fora da web.

tes do interior de São Paulo e representam apenas 15% do investimento de uma loja convencional. Daí para a loja eletrônica propriamente dita foi muito fácil, conta Fonseca. No ar desde 1999, e contando com 5.500 itens (ela não vende livros nem CDs), o portal tem alguns diferenciais em relação à concorrência pois carrega para lá as ofertas das lojas convencionais Divulgação

Injeção de ânimo no portal

32,5

milhões de usuários têm acesso à internet (em residências, trabalho, escola ou lugares públicos).

40%

é o crescimento da base de consumidores online por ano

1

milhão de novos compradores serão agregados aos 7 milhões "Queremos quebrar o mito já existentes entre de que a Fnac é cara e que só novembro e dezembro atinge o consumidor de alto

22%

das vendas físicas totais são influenciadas pela web

270

reais é o valor médio em cada compra na Internet Fontes: Ibope/NetRatings, eBit.com.br; e-Consulting Corp. e Câmara-e.net; site Buscapé; Nielsen/NetRatings


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Câmeras E-commerce Lojas Especializados

DIÁRIO DO COMÉRCIO

11 Na web, há gravadores de DVD, TV de plasma de 42", home theater, filmadoras e acessórios.

PANASONIC DECIDE VENDER 50 ITENS DIFERENCIADOS

Divulgação

Captura de tela

Livraria Cultura oferece 1,7 milhão de títulos na web

Só equipamento topo de linha omo fornecedora da maioria das lojas eletrônicas de informática e de áudio e vídeo, a Panasonic faz um e-commerce peculiar. Até 2004, o site da fabricante se limitava a uma vitrine de seus produtos, mas neste ano decidiu reformular a homepage e criar um sistema de vendas online, desenvolvido pela Ikeda (especialista em softwares de comércio eletrônico). Mas, na internet, a Panasonic dispõe de um número limitado de 50 itens, pois só vende equipamentos topo de linha e alguns acessórios. "Não quere m o s a t r i t o s c o m n o s s o s clientes lojistas, decidimos não concorrer com eles e oferecer só produtos de nicho, com tíquete médio elevado", explica

Ana Paula: sem atritos com lojas

No site, informações detalhadas sobre os 50 itens oferecidos

a analista de e-marketing da Panasonic, Ana Paula Capella. São comercializados gravadores de DVD, um modelo de plasma de 42", um home theater, filmadoras e acessórios mais difíceis de serem encontrados no varejo tradicional, especialmente em cidades do interior do País, diz Capella. Entre esses acessó-

rios, mídias para gravadores de DVD, cabos HDMI, baterias para câmeras fotográficas e de vídeo, etc. Entre as novidades do Natal estão um novo modelo torre de HT e câmeras digitais Lumix de 5 a 7 MPixel. O depósito da empresa fica em São José dos Campos (SP) e o sistema de transporte é terceirizado. A vantagem para o cliente é que ele

não paga frete, pois como a Panasonic é uma fabricante e faz a venda direta, sem intermediários, pode garantir esse benefício ao consumidor, mesmo que a mercadoria venha de Manaus para São Paulo, e saia daqui para outras capitais. O prazo de entregas varia de três a sete dias, conforme a região do País. Bárbara Oliveira

800 mil produtos no site Captura de tela

Submarino, voltada só para o varejo virtual e velha conhecida dos consumidores mais familiarizados com a Web, também está em ritmo acelerado para os meses de novembro e dezembro. A empresa, com mais de 800 mil produtos no site divididos em 25 categorias, está investindo cerca de R$ 4 milhões no novo centro de distribuição de Osasco. Ali também começará a automatização do processo de separação física (picking) de 80% dos pedidos formados por artigos pulveri-

zados como CDs, DVDs, games, livros, celulares, câmeras, artigos de papelaria. Apesar de a maioria das vendas se concentrar nesses itens menores, o diretor de Marketing do Submarino, André Shinohara, diz que Nas páginas do Submarino: de CD a TV de LCD. a empresa está modernizando seu sistema de en- Shinohara acha que alguns dos tregas também para conquis- presentes mais procurados tar novos clientes e ampliar neste ano serão as TVs de LCD seu valor médio de vendas. e plasma, notebooks e celula-

NOKIA A gigante da telefonia investirá em sistemas de navegação de veículos

@

res de última geração. As promoções de fim de ano ainda não foram definidas, mas a empresa diz que terá ofertas diárias, facilidades de pagamento, parcelamento e frete grátis para alguns produtos e regiões. Em outubro, o portal inaugurou as "Gigapromo", com descontos de até 80% em vários produtos, mas válidos até o dia 22 passado. Neste mês, na categoria de informática, a loja já anunciava computadores por R$ 999 (sem monitor) e financiamentos em até 24 vezes. (BO)

specializada em livros de todos os gêneros, com destaque aos importados em espanhol, inglês, alemão, francês e italiano, a Livraria Cultura não deu entrevista, mas por meio de sua assessoria diz possuir 1,7 milhão de títulos cadastrados no site, inaugurado em 1995. Suas vendas online representam 17% do total do grupo. O faturamento da Cultura neste ano, considerando a internet e as seis lojas físicas (três em São Paulo e outras três em Brasília, Porto Alegre e Recife) foi de R$ 150 milhões até agora, um crescimento de 25% em relação ao ano passado. Como a livraria não trabalha com estoques elevados, os pedidos pela internet e que não estiverem disponíveis nas lojas são providenciados diretamente com as editoras. As entregas expressas são feitas no mesmo dia para vários Estados, dependendo do horário do pedido, e os fretes têm preços diferenciados conforme a localidade (em São Paulo, capital, ele varia de R$ 3 a R$ 7). Os prazos e os fretes não mudam no Natal, mas a loja avisa que está renovando seus estoques de agendas, calendários importados e livros de arte, itens mais procurados nesta época do ano, além, é claro dos títulos best-sellers. (BO)

NOKIA 2 O produto utilizará os mapas digitais criados pelo grupo NAVTEQ, dos Estados Unidos

Ó RBITA

Por João Magalhães Captura de tela

CUTUCADA resente da equipe do Internet Explorer 7.0 para o time da Fundação Mozilla: um bolo dando os parabéns pelo lançamento da versão 2.0 do browser Firefox. Para quem não desconfia, um é concorrente do outro. O povo do Firefox agradeceu e avisou aos internautas que a oferenda, como talvez alguém pudesse imaginar, não estava envenenada. O Firefox 2.0 estreou três dias depois que a Microsoft disponibilizou para download o Internet Explorer 7.0. Os dois navegadores possuem quase os mesmos recursos. O primeiro leva vantagem não só porque é mais rápido, mas também porque não precisa ser ativado como acontece com o IE. O que significa que os internautas com cópias piratas do XP (e eles são muitos) não poderão usar o browser de tio Gates. Em compensação, milhares de internautas devem estar vendo agora a imagem do bolo, o que, para a Microsoft é, na gíria brasileira, "sopa no mel", ou seja, um negócio muito bom. Link: http://digg.com/software/ Microsoft_sends_congratu lation_cake_to_Mozilla

Captura de tela

Divulgação

SPAM

LIVRO BOMBA

resce assustadoramente o envio de spam em comentários de blogs. O alerta é do blog do site do Akismet, desenvolvedor de um software para evitar práticas do gênero. Pela primeira vez, desde suas estréia na web, o Akismet registrou neste mês mais de três milhões de spams do gênero em menos de 24 horas. A avalanche foi tão devastadora que derrubou o TypePad, serviço de hospedagem de blogs do Six Apart. Links: http://pt.wikipedia.org/ wiki/Spam http://akismet.com/ htp://typepad.com/ http://sixapart.com/

hough Choices (algo como "Escolhas Penosas"), livro que Carly Fiorina, 52 anos, lançou no início deste mês, contando sua ascensão e queda na Hewlett-Packard (HP), está causando frisson nos meios tecnológicos e empresariais nos Estados Unidos. Fiorina, que foi demitida da HP em 2005, quando tinha alçado ao cargo de presidente, mete a boca no trombone e faz graves acusações contra seus ex-colegas de diretoria. Fiorina investe também contra a ex-presidente do conselho da HP, Pattie Dunn, que mandou grampear telefones e espionar e-mails de executivos da companhia e de jornalistas e, por essa razão, responde a 14 processos na Justiça americana.

PUBLICIDADE rojeção da consultoria eMarketer revela que o Google vai abocanhar até o final do ano 25% de toda a propaganda veiculada na internet dos Estados Unidos. Em 2007, deve ficar com um terço da massa publicitária online norte-americana. Isso significa que o líder dos sistemas de buscas pulou na frente do Yahoo, que, até três anos atrás, detinha 14% do mercado, frente a 9% de seu rival. O estudo da eMarketer mostra ainda que em 2005 as receitas vindas desse nicho foram praticamente iguais para as duas empresas: 2,4 bilhões de dólares. Já neste ano, o Google deve faturar cerca de US$ 4 bilhões contra 2,9 bilhões do Yahoo. Link: http://www.emarketer. com/Article.aspx?1004217

UM SIMPSON SÓ SEU ocê pode não ser fã dos Simpsons, mas certamente já ouviu falar do desenho animado da família medíocre norteamericana. Converteu-se em um dos maiores sucessos da televisão em todo o mundo. Êxito que se repete na internet, com centenas de sites dedicados à divertida família. Uma dos mais novos

e curiosos é o que oferece um editor para você mesmo criar seus vídeos dos Simpsons, ao estilo de trailers de filmes. Assim, você fica com um Simpson particular e ligado a data ou festa. O tema atual é a festa do Halloween, que é celebrada nesta terça-feira. Link: http://thesimpsons.com/ treehouse/editor/index.php

O SENHOR iPOD norueguês Jon Lech Johansen é mesmo um craque da informática. Alguns anos atrás, quando ainda era apenas um adolescente, ele quebrou a proteção que evitava a cópia de DVDs. Anda meio mundo atrás de conseguir sem sucesso. A façanha rendeu-lhe o apelido de DVD Jon. Agora ele aprontou mais uma: conseguiu desbloquear o código que impede os donos de iPods de reproduzir músicas descarregadas de

qualquer loja musical online, exceto da iTunes, que, da mesma forma que o player digital, pertence à Apple. Um negócio casado. Segundo a agência de notícias Reuters, a tecnologia criada por DVD Jon, a que ele chamou de " FairPlay", despertou o interesse da companhia DoubleTwist, que pretende comercializa-la. "A FairPlay permitirá a outras empresas oferecer conteúdo pra os iPods", disse Monique Farantzos, diretora da DoubleTwist.

Atualmente, a ex-mulher mais poderosa do mundo da tecnologia, vive dos US$ 50 milhões, que recebeu com indenização da HP. O site da Newsweek publica trechos do livro. Obviamente, em inglês. Links: http://www.amazon.com/ Tough-Choices-MemoirCarlyFiorina/dp/159184133X http://www.msnbc.msn. com/id/15173581/site/ newsweek/


12

E-commerce Lojas Especializadas Comércio

a seção de informática dos hipermercados, é comum ver uma família parada, em frente ao computador, tentando decifrar as informações na prateleira e procurando um vendedor para obter alguma orientação. Já nos magazines, o mesmo vendedor que estava explicando o funcionamento da geladeira para uma senhora, agora está tentando convencer um outro cliente de que aquele computador é uma maravilha, acessa a Internet e roda todos os programas. Em geral, os modelos expostos são configurações básicas e baratas ou médias, mas não é possível escolher a quantidade de memória, tamanho do HD, tipo de monitor ou outro periférico. O sistema aqui é o chamado pegue e pague. Já as lojas especializadas resistem à competição por oferecerem um atendimento diferenciado, com vendedores que podem oferecer uma solução sob medida para cada usuário. "Em geral, em supermercados e magazines, o cliente tem poucas opções de escolha. As configurações são aquelas que estão expostas e não é possível mudar nada", afirma André Gustavo Rodrigues, supervisor comercial da MC Grow, rede de varejo especializada em produtos de informática, que possui cinco lojas na capital e uma loja virtual no endereço www.mcgrow.com.br. Ele conta que, no caso da MC Grow, o cliente, ao entrar na loja, é atendido por um consultor especializado, que irá entender as necessidades e oferecer a melhor configuração, dependendo da disponibilidade financeira. A loja também oferece diversas opções de pagamento, como financiamento em até 36 vezes e parcelamento no cartão de cré-

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Usuário um pouco mais avançado pode pode não se satisfazer com atendimento padrão

LOJAS: PESSOAL TREINADO NO ATENDIMENTO

dito. "A idéia que se tem de que o hipermercado tem preços mais baixos não é tão verdadeira. Alguns preços podem ser menores, mas são configurações bem básicas, o que em algumas situações podem gerar frustrações no usuário, caso ele não consiga rodar alguns programas que deseja", afirma Rodrigues. O supervisor comenta que, para usuários leigos, que não possuem conhecimentos técnicos sobre computação, as lojas especializadas são as mais indicadas. "Oferecemos um serviço de instalação, mediante a uma taxa de R$ 40. Um técnico vai até a casa do cliente e faz toda a instalação, deixando a máquina pronta para o uso e tirando eventuais dúvidas. Comprando no hipermercado ou loja de magazine, ele se virar sozinho e caso tenha problema, não sabe para quem ligar, se para a loja ou para o fabricante", diz. Diferencial – Adriana Fernandes, gerente de produtos da Plug Use (www.pluguse.com.br), que possui duas lojas – no Shopping Raposo Tavares e Shopping Metrô Tatuapé –, também afirma que o atendimento especializado é o maior diferencial. "Em nossas lojas também temos uma área de assistência técnica para manutenção das máquinas e upgrade. Nem sempre é preciso comprar uma máquina nova, basta adicionar mais memória, trocar o processador ou instalar um disco maior", comenta. A gerente afirma que os vendedores são treinados para atender tanto usuários leigos, que não conhecem a linguagem técnica, como os mais experientes, que buscam as últimas novidades do mercado. "O cliente senta com o vendedor e discute a melhor configu-

POSSO AJUDAR ? Atendimento é o forte das lojas especializadas. Esta é a melhor opção para usuários mais exigentes, que desejam uma configuração sob medida para as suas necessidades.

Foto Newton Santos/Arquivo

Nas vitrines, as tentações — e as explicações — para os consumidores.

ração, de acordo com as suas necessidades, incluindo acessórios e periféricos. Facilitamos o pagamento de diversas formas, inclusive com financiamento direto com o fabricante de 12 a 24 meses", diz. Usuários experientes – Já Fernando Feliciano, gerentecomercial da Reward (www.reward-ti.com.br), com uma loja na região de Moema, concorda que o atendimento especializado é o grande diferencial das lojas de informática. Mas no caso da Reward, a maioria dos clientes são usuários mais experientes, com conhecimento em computação.

"O usuário leigo, que está adquirindo o seu primeiro computador, em geral compra em hipermercado e magazines. São máquinas mais simples e por isso o preço é mais baixo. Os usuários mais experientes querem configurar as suas máquinas, escolher um processador mais potente, adicionar mais memória, ter um disco mais rápido e de maior capacidade, ter um gravador de DVD e um monitor de LCD", diz. Fim do ano – Com o 13º salário nas mãos, muita gente pensa em adquirir um novo computador. Apesar de uma boa parte das pessoas estar endivi-

dada, este é um bom momento para fazer compras, pois por conta da queda do dólar, dos incentivos por parte do governo (isenção de PIS/Cofins para desktops abaixo de R$ 2.500 e de notebooks abaixo de R$ 3.000), do aquecimento do mercado e da competição entre os fornecedores, os preços caíram e aumentaram as facilidades de crédito. Muitas vezes o consumidor não percebe essa queda de preços por conta da evolução tecnológica – muitos micros básicos já estão vindo hoje com gravador de DVD, enquanto que há um ano vinha com gravador de CD. Em lojas especializadas, dificilmente o consumidor irá encontrar os equipamentos do programa Computador para Todos, do governo federal, com valor até R$ 1.400 e com sistema operacional Linux. Mas é possível encontrar equipamentos nesta faixa de preço sem sistema operacional – o usuário pode optar em adquirir o Linux ou comprar o Windows XP, que custa cerca de R$ 500 na versão Home. Para este fim de ano, as lojas especializadas estão centrando os esforços em máquinas com o novo chip Intel Core 2 Duo, de dois núcleos (é como se fosse dois chips em um só). Este processador está equipando os computadores mais sofisticados do mercado e são indicados para usuários que realizam várias tarefas simultaneamente, como jogar um game e conversar pelo comunicador MSN, por exemplo. Na MC Grow, uma máquina com o processador Intel Core 2 Duo 6300, 512 MB de memória, HD de 80 GB SATA 2, gravador de DVD-RW, placa de rede, mouse óptico e caixas de som tem preço de R$ 1.899, sem monitor e sistema operacional.

"Uma alternativa interessante é o Pentium D, também de dois núcleos, que até então era o processador mais poderoso para desktop da Intel. Com clock de 2.66 GHz, 512 MB de memória, disco de 80 Gb e gravador de DVD, este equipamento sai por R$ 1.399", comenta André Gustavo Rodrigues, supervisor comercial da empresa. Ele conta que mesmo os modelos mais simples estão vindo hoje com gravador de DVD, pois os preços caíram muito e não compensa comprar um gravador de CD – ele grava CD, DVD, música e vídeo. "Também esperamos um aumento nas vendas dos monitores de LCD, que caíram muito de preço, economizam energia e espaço na mesa. Um modelo de 17 polegadas custa R$ 799 e o de 15 polegadas, R$ 599. É possível que os fabricantes baixem ainda mais os preços por conta do Natal", afirma Rodrigues. Na Reward, o modelo de destaque é um Pentium D de 3,4 GHz, com 1 GB de memória, disco de 160 GB SATA 2, gravador de DVD e monitor de LCD de 17 polegadas, com preço de R$ 3.299, que pode ser parcelado em até 24 vezes. Um modelo mais em conta, com o mesmo processador, com 512 MB de memória, HD de 80 GB, gravador de DVD e monitor convencional de 17 polegadas, custa R$ 2.150. Na Atera Informática (www.atera.com.br) uma boa oferta é um Pentium D de 2.66 GHz, com 512 MB de memória, HD de 160 GB SATA, gravador de DVD, monitor de 17 polegadas, placa de rede, caixas de som de 180W PMPO e Windows XP Home, que tem preço de R$ 2.210.

Fotos Fábio Pelegrini

Grande oferta favorece o consumidor

Lojas da rua Santa Ifigênia e região agrupam-se em shoppings e investem no atendimento

Marcas consagradas na região

Consumidores: lojas mais organizadas garantem bons negócios

Uma rua em transformação Quem freqüenta há algum tempo a região da Santa Ifigênia tem percebido a transformação que a tradicional rua de São Paulo vem sofrendo. Assim como é conhecida por trazer as principais inovações do setor de tecnologia, os antigos comércios têm dado espaço às modernas estruturas, capazes de abrigar diversas lojas no seu interior. Sim, os shoppings estão dominando a área, em uma forma de organizar e dar mais credibilidade aos pequenos comerciantes de informática. A Galeria São Paulo, número 200 da rua Aurora, é um bom exemplo e um dos maiores destaques da Santa Ifigênia. Sua estrutura concentra dezenas de lojas, de componentes eletrônicos a artigos de espionagem, e dá acesso a mais duas outras ruas do gênero. Até mesmo a maior fabricante de processadores do mercado, a Intel, inaugurou

seu espaço institucional nessa galeria, onde os consumidores e revendas poderão testar os produtos e terão acesso para conhecerem melhor a marca. "A Santa Ifigênia é uma vitrine para o mercado de computadores, além de representar um volume expressivo de vendas, é um local que forma opinião por ser referência para novos lançamentos de produtos" explica Flavia Simon, que é gerente de Marketing para Canais da Intel. Transformação rápida – Para Eduardo Gonçalo, proprietário da loja de informática Digital West , nesses 17 anos em que trabalha na região, as mudanças estão acontecendo de forma rápida e demonstra que está havendo investimento na região. "A lojas estão se alterando rapidamente. A região está melhorando de nível e muitas empresas sérias têm buscado a Santa Ifigênia por saber que esse é o local onde se concentra os

interessados em tecnologia. Futuros especialistas e empresários podem passar por aqui e elas não querem ficar de fora", explica. Por ter sido bem informada na loja sobre as características do produto que desejava comprar e por ter a garantia por escrito de um ano do PlayStation 2, presente do neto Caíque ainda do Dia da Criança, é que a dona de casa, Dalva Amaral, de 58 anos, escolheu a loja Fratello Games, localizada na Galeria São Paulo. "Estava viajando e não deu tempo para comprar no dia. Eu já comprei outros produtos na região, mas eu ando muito pesquisando e procurando uma loja que me dê segurança. Tenho notado que a região tem mudado muito, mas parece que para melhor. Acredito que o ambiente também pode influenciar na hora da compra. O local onde você pretende comprar precisa ser organizado, lhe prestar um bom atendi-

mento e estar bem estabelecido", explica. De fato, se estabelecer em uma galeria desse porte não é para qualquer um. O aluguel é muito superior aos dos boxes, como são chamados os cubículos dentro das lojas em outros conjuntos que concentra os autônomos. "Essa também é uma forma de você combater o contrabando. Alguns boxes dificilmente lhe darão garantia e nota fiscal. Além disso, você corre o sério risco de chegar lá e o local ser de outra pessoa, que não tem nada a ver com o negócio anterior. Ou seja, o dono fecha e some", alerta Eduardo. De qualquer forma, o melhor é se garantir. Seguir orientações básicas evitará dores de cabeça no futuro. É importante sempre pedir nota fiscal – é garantia que o consumidor tem de que comprou algo naquela empresa, podendo cobrar na justiça se for necessário. Fábio Pelegrini

Carlos Ossamu


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

LENTE DE

AUMENTO

FIM DE UM LONGO CICLO DE 30 ANOS

O

G Abre-se um

novo ciclo na política, que imporá decisões estratégicas aos grandes partidos emergiram o PFL e o PP, a afirmação do PFL em sua refundação e a saída de Delfim Neto do PP dão cores a esta simbologia, de início de fim de um longo ciclo. Este longo ciclo se fechou agora na eleição de 2006, com a decisão maiúscula do presidente do PFL em não se candidatar (e coordenar a renovação), a não-eleição de Delfim Neto, os resultados no Maranhão e na Bahia e a eleição no Rio Grande do Sul, que muda a orientação de um processo mais que centenário. Abre-se um novo ciclo na política brasileira, que imporá aos quatro grandes partidos decisões estratégicas, de forma a continuarem a ser forças hegemônicas neste novo ciclo. Isso significa ter identidade própria, tornarem-se mais programáticos e oferecerem projeto, metas e prioridades não apenas eleitorais ao País, capazes de serem percebidas pelo eleitor. O terceiro milênio político no Brasil finalmente começou.

Como se deve medir o resultado da eleição de 2006? Em primeiro lugar, estabelecendo um pontobase de referência. Quando um candidato favorito perde uma eleição, a tendência é transformar em derrota geral do partido. Isso é ilusão de ótica. A análise certa deve ser comparar com quem detinha o poder antes. O PFL passou de 64 deputados para 65, o PT de 81 a 83. São situações de estabilidade em suas representações. O PSDB viu crescer sua bancada de 58 para 66 e ficou no terceiro plano, ao nível do PFL. Seu crescimento não alterou sua expressão política na Câmara. O PMDB passou de 79 para 89, tornando-se a maior bancada e sinalizando sua pretensão à presidência da Casa. O PMDB, que tende a coligar-se organicamente no governo Lula, mostrou que a plasticidade de seus deputados deu resultado. Mas no Senado perdeu cinco senadores. Passou de 20 a 15. O vencedor foi o PFL, que além de passar de 16 para 18 senadores, passou a ter a primeira maioria no Senado. Os números para governador em si explicam pouco. O importante é analisá-los por dentro. O PFL perdeu um governador, passando de 2 (Bahia e Sergipe) para um. Se a seção da Bahia não fosse a mais importante do PFL não seria uma perda substantiva. O é pelo significado da Bahia. O PMDB passa de 9 a 7 governadores. A perda é mais qualitativa que quantitativa. O PT avança de 3 para 5. O PSDB passa de 7 a 6 governadores. No entanto, obtém uma grande vitória no Rio Grande do Sul, o estado mais orgânico politicamente . m resumo, o PMDB viu coroar na Câmara sua plasticidade e se tornou parceiro de outro nível para o governo Lula. O PFL, pela habilidade de sua direção nacional, se tornou majoritário no Senado. E o PSDB e o PT afirmaram seus avanços na União.

E

COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

JOÃO DE SCANTIMBURGO

REFORMA E CRESCIMENTO

A gosma: mais do mesmo BENEDICTO FERRI DE BARROS

D

iz o ditado que de bumbum de criança e de cabeça de juiz nunca se sabe o que pode sair. Acrescente- se: muito menos das urnas. O conhecimento que possuímos dos fatos políticos é insuficiente para nos dar uma explicação única da vitória de Lula. A eleição é um censo estatístico que exprime a opinião, a vontade e a escolha de um universo de 125 milhões de eleitores. E aqui está o nó do problema. O que passa nas cabeças e leva mão ao voto resulta de um circuito mais intrincado e misterioso do que o dos subterrâneos do Vaticano, onde a racionalidade e a vontade vivem em permanente conflito e a voz das tripas quase sempre prevalece sobre a da razão. E não porque os homens ouçam melhor a voz de sua sensibilidade e privilegiem seus interesses individuais em detrimento do bem coletivo, mas simplesmente porque a cabeça da maioria estatística eleitoral não dispõe de dados nem de potencial que lhe permita avaliar e decidir sobre a coisa mais complicada da vida coletiva, que é sua política e as conseqüências de sua escolha. O enguiço democrático manipulado por todos os interesses e meios disponíveis é esse. O fenômeno do poder escapa ao campo da racionalidade – por isso a voz das urnas é imprevisível e pode ser espantosa.Como neste caso. É complicado? É sim. Muito mais quando se ponderem todos os fatos. Mas pode-se dar uma explicação histórico-cultural simples para a resultante. E não é que os brasileiros não se importem com a corrupção. Os pobres a odeiam mais do que os ricos. É que os brasileiros têm horror à política e aos políticos e sistematicamente têm votado contra tudo "o que aí está" e permanece a despeito das juras em contrário. E Lula foi o mais autêntico exemplo do status quo, da omissão e do imobilismo. Ao eleger Lula, por paradoxal que possa parecer, o povo votou contra o que aí estava e se agravou. Ele nunca esteve nem aí. Ficou de fora, L

Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Adriana David, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Tatiana Vicentini, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

navegando nos páramos excelsos, oníricos e etílicos de seu messianismo primitivo, onde permaneceu blindado e imune perante a maioria do eleitorado às indecências pornográficas de seus "bate-páus", e vítima dos aloprados e burros do seu partido, como reclamou. Como o eleitorado, ele nunca sabia de nada e estava contra tudo que se passava no seu desgoverno. Jamais a política que aí estava ficou tão pior. Não é preciso negar a evidência de que as classes mais baixas foram beneficiadas por seu distributivismo populista. Como não se pode omitir a evidência do mensalão, dos sanguessugas, do dossiê, o fato de que o País e o povo perderam a voga da prosperidade mundial, nem o uso do Caixa 2 por ele confessado em Paris, nem os desastres de sua política externa.

A

melhoria das classes necessitadas sem um efetivo crescimento da riqueza nacional, só pode ser feita às custas de transferência de renda e empobrecimento das classes médias, e isso é o erro fundamental do distributivismo assistencialista. O povo e a nação não ficam mais ricos quando o País deixa de crescer como precisa e pode. São ociosas e mistificadoras comparações com governos passados. O alvo de uma eleição não é julgar o passado, mas preparar o futuro. Lula se colocou contra os tempos favoráveis do mundo, e contra, o que é pior, nossa história no que ela tem de melhor: a singular índole ecumênica da convivência brasileira, lançando pobres contra ricos, nordestinos contra paulistas, negros contra brancos. Evidentemente isso não prevalecerá contra a índole de nossa gente e nosso modo de viver. Lula passará. Só teremos de agüentar mais quatro anos de aumento da turbulência e da gosma com o inchaço do ego presidencial, como se viu e ouviu na primeira entrevista. Isso, se a mistificação eleitoreira prevalecer.

ula passará. Só teremos de agüentar quatro anos de mais turbulência.

O fim da era Pallocci

O PMDB se tornou parceiro de nível para Lula

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

encantadoramente agradável anunciar o crescimento da reforma política na noite da vitória, desfilando pela Avenida Paulista, símbolo da grandeza de São Paulo e do capitalismo econômico que fez dessa terra o perpétuo Bandeirante trabalhando pela Nação. A vitória de Lula estava garantida, escrevi em vários editoriais, acentuando que o tenaz político de Garanhuns sairia vencedor da pugna que lhe era, toda ela, favorável, como ficou demonstrado pelo resultado obtido. Mas, lembremo-nos de que durante a campanha não foram focalizadas idéias como a da reforma política e o crescimento econômico. Lula estava, então, embebido do sucesso de sua campanha, que fazia prever a vitória nas urnas. O fato de ter pesquisas de opinião favoráveis durante todo o tempo da campanha, inclusive com direito de continuar na Presidência, favoreceu demasiado o candidato Lula, que soube bem aproveitar e bem aproveitou, capitalizando votos em quantidade para o seu nome no segundo turno.

É

Céllus

Brasil viveu o mais longo ciclo de um processo de democratização, dos anos 70 em diante até a eleição do PT em 2002. O PT imagina-se abrindo um novo ciclo, mas equivoca-se. A eleição de Lula em 2002 demonstra apenas que a democracia brasileira veio para ficar, independente de quem vença. Nesse sentido, abre a etapa final deste longo ciclo de democratização. Em 2004 o PFL chama seu congresso nacional de Refundação, demonstrando sua compreensão desse processo. A aproximação entre o PFL e o PP da Espanha pavimenta o caminho do PFL em direção ao centro. Se tomarmos o PDS como matriz da qual

ARTHUR CHAGAS DINIZ

O

ministro Tarso Genro, o conhecido Rolando Lero, anunciou, antes mesmo de abertas as últimas urnas, que ali se encerrava a era Pallocci. Pallocci se tornou conhecido nacionalmente depois que assumiu o Ministério da Fazenda carregado de suspeições. Seu período foi marcado por uma política fiscal rigorosa, um aumento da carga tributária já absurda e a manutenção de um superávit primário acima do acertado com o FMI. Superávit primário é um eufemismo que disfarça a diferença entre despesas e receitas, quando das despesas excluem-se as com o pagamento de juros. Mesmo isso não era considerado suficiente pelos petistas progressistas. O mais grave é a chamada “destinação das despesas”, quase todas rubricadas com pagamento de pessoal ativo, aposentados e pensionistas, já que a Previdência Social há muito não gera receitas suficientes para pagar as opíparas aposentadorias de pensionistas oficiais. Esta é a provável

interpretação da fala de nosso Rolando Lero. A segunda interpretação diz respeito à perda da substância moral de Pallocci quando quebrou, com o apoio de Mattoso e de Márcio Thomaz Bastos, o sigilo bancário do caseiro Francenildo, administrador da casa onde orgias de toda a natureza se realizavam. Pallocci tentou desacreditar o caseiro, com o olho pregado na sua relação familiar. Essa frente, aliás, já estava ameaçada pelo companheiro Buratti, que não escondeu a administração danosa do prefeito Pallocci em Ribeirão Preto.

A

qual dessas eras se referiu nosso Rolando Lero quando falou no fim da era Pallocci? Não custa lembrar que, entre tantas decepções eleitorais, vimos com satisfação o fim da era Sarney no Maranhão. Por mais que Roseana diga que sua turma é outra.

A qual das eras Pallocci se referiu nosso Rolando Lero?

ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

hegou agora a hora da verdade, que é a do crescimento econômico, emperrado há muito tempo, e a da reforma política, da qual tanto se fala e nada se realiza. Cabe ao presidente reeleito convidar estudiosos da conjuntura brasileira para dotarem o Planalto de estudos sérios sobre as singularidades brasileiras, os espaços quentes que devem ser suavizados e as justiças ao longo tempo viventes contra os interesses nacionais. Em suma, nesse primeiro comentário sobre a vitória de Lula, fico na expectativa de quem quer conhecer os homens do presidente para avaliar o significado profundo da expressão "reforma política", assim como da expressão "crescimento econômico".

C

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Pesquisas

de opinião favoráveis durante a campanha e o direito de continuar no cargo, favoreceram demasiado o candidato Lula


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

3

Política PRESIDENTE PREVÊ O

Marcos DPaula / AE

De partida: Geraldo Alckmin e dona Lu acenam da sacada de casa antes de partir para férias.

cientista política Lúcia Hipólito afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deverá enfrentar problemas de governabilidade neste início de segundo mandato, porque a própria oposição já sinalizou que não irá atuar contra os interesses do País. Entretanto, ela adverte que Lula e o PT não sabem lidar com a oposição. "O presidente não sabe fazer articulação política, mas sim sindical. Daí o perigo de chamar para si as articulações que pretende fazer neste novo mandato", reiterou ela. Apesar da afirmação, Lúcia acredita que Lula poderá se revelar um talento, neste sentido. Na sua avaO presidente liação, isso será possível se não sabe fazer Lula abrir mão da visão sindicalista que tenta cooparticulação tar os adversários ou tratápolítica, mas los simplesmente como inisim sindical. Daí migos. "Não se pode dizer o perigo de que não existem adversáchamar para si rios, como falou o presias articulações. dente no discurso realizado ontem. Há adversários, Lúcia Hipólito sim, pois quem perde vai para oposição. Entretanto, se ele conseguir realizar boas negociações vai conseguir governar". A cientista ressaltou também que um dos problemas do governo Lula é a falta de operadores políticos com competência para fazer as articulações necessárias. "Tarso Genro tem se mostrado um tanto desastrado nas suas declarações". Lúcia não concorda que a reforma política deva ser a primeira a ser deflagrada. "Se sair agora, vai ser um estelionato e colocará os mandatos dos recém-eleitos sob suspeita, pois irá deslegitimar o processo eleitoral recém-finalizado. Essa reforma deveria ser tratada em meados do ano que vem", explica. (AE)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito domingo para governar o País, com 58 milhões de votos, deu entrevista ontem para o Jornal Nacional, da "Rede Globo" e manteve o tom das entrevistas dadas antes aos jornais da "TV Bandeirantes" e "TV Record". Reafirmou que não tem pressa em mudar seus ministros e que as metas para seu segundo governo, a partir de 1º de janeiro, são crescimento econômico de 5% em 2007, manter o controle da inflação e garantir educação de qualidade. "Não vou trocar ninguém agora e não pretendo fazer grandes mudanças. Especulase muito sobre isso. Convocação da seleção e indicação para ministérios, no Brasil, é assim mesmo, todo mundo acha que pode dar palpite", disse. A equipe será montada de acordo com forças que o apoiaram. "É assim em qualquer lugar do planeta Terra que seja democrático. Vou priorizar os critérios de competência técnica e de compromisso programático, razões pelas quais vencemos a eleição. Aprendi muito e sei o que tenho a fazer para acertar mais", explicou. Lula rebateu o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, que durante o dia fez críticas a ele, num almoço com empresários em São Paulo e cobrou a "agenda do crescimento". "Ele deveria ter o pensamento mais positivo. Vive instigando para que as Convocação da coisas não dêem certo. seleção e indicação Eu não tenho projeto para ministérios, de interesse pessoal. no Brasil, é assim São projetos do governo, de interesse mesmo, todo público, de 190 mundo acha que milhões de brasileiros. pode dar palpite. Portanto, acredito que Presidente Lula os congressistas os apóiem e votem neles. O resultado da eleição nos convida a sermos ainda mais responsáveis do que já fomos em outros momentos", comentou. Bolsa Família – Lula reafirmou que o programa – um dos responsáveis pela sua reeleição –, "pode melhorar com os reajustes e correções necessários". Mas argumentou que pretende investir mais nos programas chamados de 'portas de saída'. "Nós queremos que as pessoas possam ganhar o seu dinheiro com o próprio trabalho. Contudo, temos que reconhecer que com o Bolsa Família e com o aumento do salário mínimo diminuímos a pobreza em 19%. Mas eu quero mais. Nós precisamos exterminar a pobreza nesse País", determinou. Era Palocci – Sobre a fala do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que a "era Palocci" chegou ao fim, Lula foi lacônico. "Não existe 'era Palocci', mas 'era do governo'". E acrescentou: "O fato de o País poder crescer mais é resultado do controle da inflação, do superávit de 25% que obtivemos e vai permitir, no segundo mandato, que a inflação continue controlada, o crescimento de 5% e uma educação de melhor qualidade." (AE)

PETISTAS DEFENDEM AMPLIAR O DIÁLOGO

OAB CONCLAMA PELA REFORMA

C

O

CRESCIMENTO DE 5% EM 2007

Lúcia Hipólito: 'Se Lula fizer boas negociações, vai conseguir governar.'

Lula reafirma não ter pressa em implantar as 'poucas mudanças' que fará em seu segundo mandato e que se concentrará no desenvolvimento econômico. Beto Batista / AE

'LULA NÃO SABE LIDAR COM OPOSIÇÃO'

A

Lula rebate críticas de FHC: disse que o ex-presidente deveria ter pensamento mais positivo.

VIRGÍLIO: MEDIDAS 'GRAVES'. O líder tucano defende corte de gastos no segundo mandato de Lula.

O

líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou ontem, em discurso da tribuna, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa, no segundo mandato, tomar "medidas graves", formar um ministério "de alto nível" e "nunca mais dizer que não sabe o que se passa no seu governo". Lula, de acordo com Virgílio, necessita "enfrentar para valer a questão dos gastos públicos, que crescem acima do PIB (Produto Interno Bruto)." Ele afirmou que o presidente, na campanha eleitoral, "mediocrizou" o debate das privatizações de empresas estatais

Zohra Bensemra / Reuters - 16/05/06

onstruir as bases para a governabilidade no segundo mandato e a reforma política ecoaram como mantra entre os ministros e líderes petistas reunidos em São Paulo. A exemplo do pronunciamento do presidente Lula, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luis Dulci, defenderam o diálogo com o PSDB e PFL. "É possível um diálogo com os dois partidos porque eles também estão de olho em 2010", afirmou Tarso, acrescentando que é necessário desobstruir o processo. "Nós temos que buscar o maior consenso possível", pregou Dulci, como forma de garantir maioria no Congresso. "O consenso deve ser construído, deve ser fruto do diálogo". Ele acredita que há clima para dialogar porque os governadores eleitos também têm interesse no consenso. Dulci definiu a reforma política como "a prioridade das prioridades", embora o tema só deva entrar para valer no Congresso a partir da próxima legislatura, em 2007. Apesar de defender a reorganização do PT pelo debate de "conteúdo" e não de nomes, Dulci disse que o presidente interino da legenda, Marco Aurélio Garcia, tem "todas as condições para permanecer caso Berzoini não volte". O deputado Ricardo Berzoini foi afastado da presidência – oficialmente está licenciado do cargo – logo depois do primeiro turno das eleições, arrastado pelo escândalo do dossiê, que também causou a expulsão política de quatro petistas envolvidos no caso. Além da montagem do futuro governo, a reestruturação do partido é outra preocupação pós-eleitoral dos petistas e do presidente Lula. O próprio Dulci é apontado como um dos nomes para conduzir o PT. Ele, porém, sinaliza que não está disposto a assumir a empreitada. "O PT saiu vitorioso das urnas e vai fazer sua reorganização nessa condição", enfatizou Dulci. (AE)

feitas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Na avaliação de Virgílio, foi o Banco Central (BC) que assegurou a vitória do presidente na eleição de domingo, porque sua maior preocupação sempre foi a inflação. "É essencial o controle rígido da inflação para o crescimento." O líder do PSDB no Senado reconheceu como "necessárias" as políticas assistencialistas, como o programa Bolsa Família, mas afirmou: "É preciso que as políticas tenham entrada e saída, e não olhemos os pobres como clientela. Me preocupa a falta de foco dos

CHÁVEZ COMEMORA

O

presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cumprimentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

programas e a falta de saída." Segundo Virgílio, no primeiro mandato de Lula, foi dada ênfase demais à política de assistência. Por outro lado, acrescentou, "o que se viu foi o Orçamento minguar para as áreas de saúde e educação". O líder do PSDB defendeu ainda a necessidade de a administração federal propor ao Congresso o estabelecimento de marcos regulatórios em diferentes setores da atividade, assim como uma política de licenciamento ambiental. "Eu me ressinto disso (da falta dessa política) para evitar a crise de energia elétrica que se avizinha", disse o senador. (AE)

pela reeleição e classificou de "sábia" a decisão tomada pelo povo brasileiro. "Daqui cumprimentamos e felicitamos o povo do Brasil por essa sábia decisão de reeleger com mais de

60% dos votos esse grande irmão, amigo e companheiro socialista, líder operário, presidente Lula", disse Chávez. "A importância do Brasil é gigantesca", acrescentou ele. (Reuters)

presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, divulgou nota ontem conclamando o presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva e os futuros membros do Congresso Nacional, que serão empossados em fevereiro de 2007, a promoverem, com urgência, uma profunda reforma política no País. "A OAB espera que, já no início das atividades da nova legislatura, haja manifestação objetiva do Congresso e do Governo nesse sentido. É essa a expectativa da sociedade civil brasileira", afirma a nota do presidente da OAB, que está em Salvador (BA) para participar de sessão plenária do Conselho Federal da entidade e da reunião da União Internacional dos Advogados (UIA). "Nenhum regime se sustenta em ambiente de descrédito sistemático em torno de seus agentes políticos. E a tanto levou uma legislação precária, que acumula impropriedades e incongruências e estimula práticas nocivas aos bons costumes políticos", afirma a nota. E acrescenta: "O troca-troca de legendas e a exibição explícita de infidelidade partidária em votações é um espetáculo moral intolerável, que fragiliza as instituições políticas e, por extensão, o Estado democrático de Direito". Busato lembrou que, como forma de contribuição, a OAB instituiu em agosto o Fórum da Cidadania para a Reforma Política, que já está ouvindo a sociedade civil e agentes políticos para encaminhar propostas de aprimoramento da legislação ao Congresso Nacional. A nota da OAB cumprimenta o presidente Lula pelo resultado das eleições e ressalta que em relação ao "contencioso jurídico que envolve o governo reeleito, a OAB confia na lisura e independência das instituições do Estado – Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário –, incumbidas de investigar, enquadrar e punir os que delinqüiram". (AE)


4

Eleições Planalto Par tidos Gover no

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Nós – o PSDB, os aliados – não fomos capazes de convencer o povo. Fernando Henrique

PSDB DEVE SE RENOVAR

FHC DIZ QUE PSDB O futuro é hoje MERECE 'CHACOALHADA' S

Eymar Mascaro

Eduardo Knapp / Folha Imagem

Para o ex-presidente, tucanos não souberam apresentar suas propostas adequadamente à população.

U

NOVOS NOMES

Vários nomes que se consagraram nas urnas em 2006 já figuram na lista dos presidenciáveis em 2010, entre os quais, o do empresário Guilherme Afif Domingos (PFL), que alcançou esplendorosa votação para o o Senado, mais de 8 milhões de votos.

VÔO PRÓPRIO

FHC: 'Não fomos capazes de convencer o povo'.

BOATARIA Para Jereissatti, PSDB não foi 'hábil' em desmentir.

O

presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE), atribuiu ontem à "boataria de privatização" a derrota do tucano, Geraldo Alckmin. Ele disse ainda que o PSDB se manterá na oposição e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguirá "cooptar" o apoio de Aécio Neves e José Serra. "Os marqueteiros do presidente Lula foram muito competentes nisso aí, e nós

não tivemos agilidade necessária para desmentir de maneira efetiva, em tempo hábil, o que foi dito e o que foi espalhado. Minha sensação é que esse foi um dos fatores principais (para a derrota)", afirmou. Tasso referiu-se às afirmações petistas de que Alckmin privatizaria empresas públicas, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras, caso viesse a ser eleito. (Reuters)

DERROTADOS NÃO VÊEM MUDANÇAS E esperam que sociedade fiscalize mais o governo

O

Patrícia Santos/AE

s candidatos derrota- corrupção, como o caso do dos na eleição presi- dossiê, não se repitam. "O que eu espero mesmo é dencial, senadores Cristovam Buarque (PDT) e que a sociedade tenha os mecaHeloísa Helena (PSol), não nismos de fiscalização, moniacreditam em mudanças efeti- toramento, acompanhamenvas para o País após a reeleição to, controle de qualquer governo eleito no primeiro do presidente Luiz turno ou no segundo Inácio Lula da Silva. turno. Porque o que Para Cristovam, o aconteceu no Brasil segundo mandato não é uma coisa qualde Lula deve manter quer", afirmou a sea mesma linha de nadora referindo-se atuação dos primeià corrupção. ros quatro anos. Na Ela disse ainda área de Educação, que, se tivesse passaprincipal foco da do os oitos anos de campanha do senaseu mandato como dor à Presidência, senadora "roubando Cristovam acredita em Brasília", teria que o Brasil perderá mais chances de chetempo. Para ele, as gar à Presidência da propostas de GeralRepública. Mas que do Alckmin (PSDB) ainda acredita que é nesta área eram mais possível governar e consistentes. manter a ética. "Eu acho que o seHelena e "Infelizmente, gundo governo Lula Buarque: parte do povo brasivai ser a continuação continuação. leiro preferiu não do primeiro... O canver, não enxergar, didato Alckmin falou muito mais em Educação preferiu acobertar (a corrupdo que o Lula", disse Cristo- ção)", afirmou à senadora tamvam, ontem, em entrevista à bém em entrevista à CBN. Helena, que está no final do rádio CBN. "Se tiver (mudanças) vão ser coisas mínimas", mandato, disse esperar que o Congresso tenha um papel acrescentou. Para Heloísa Helena, o im- mais efetivo na fiscalização do portante agora é que a socieda- governo e na aprovação de de fiscalize as ações do gover- propostas que beneficiem a sono para que os episódios de ciedade. (Reuters) Geraldo Magela/Ag. Senado

m dia depois da dar nos partidos, vai decidir derrota de seu par- quem vai ser eleito. É um gertido nas urnas, o menzinho autoritário, buroex-presidente Fer- crático, do que aliás o PT gosta nando Henrique Cardoso cul- muito", disse. pou ontem a falta de comuniO ex-presidente também cação do PSDB com o povo. Se- duvidou da promessa de Lula gundo ele, o partido precisa de crescimento de 5% do País passar por uma "chacoalhada" em 2007, dizendo que se tratae continuar na oposição, que va de uma "bazófia". Emplumados – Questionafoi a escolha democrática dos eleitores do partido. do sobre a corrida presidencial "Nós, o PSDB e os aliados, de 2010 e da possibilidade do não fomos capazes de conven- candidato tucano ser José Sercer o povo", disse o ex-presi- ra, Aécio Neves ou Tasso Jedente em um evento em São reissati, Fernando Henrique Paulo com cerca de 300 empre- desconversou e afirmou que sários. esse tipo de assunto só será dis"O PSDB precisa ser mais afir- cutido daqui a dois anos. mativo nas suas propostas e "Isso vai depender do camimais próximo do povo, não po- nho, do percurso de cada um", de deixar passar essa disse o ex-presidenidéia de que não nos te. "Qualquer um deles pode perfeitapreocupamos com a população. Faltou a mente ser presidente capacidade de fazer O PSDB precisa da República. Qual com o que o povo ser mais deles? Eu, de minha sentisse que nós típarte, vou dizer em afirmativo nas nhamos melhores alto e bom som: não condições," desaba- suas propostas sei. E não vou me joe mais fou. gar por ninguém Sobre suas expec- próximo do agora, porque se eu tativas para os pró- povo. fizer isso eu estou ximos quatro anos atrapalhando o BraFHC sil, o PSDB", disse do presidente reeleito Luiz Inácio LuFHC. Ele voltou a criticar o uso das prila da Silva (PT), Fernando Henrique afirmou que vatizações na campanha do pre"não é pessimista", mas que o sidente Lula, que acusou a oposegundo mandato é sempre sição de querer vender a Petromais "difícil e apertado". "É bras e o Banco do Brasil. preciso que ele volte a ter res"Nunca ninguém cogitou peitabilidade e não populari- privatizar o BB, isso é fantasdade. Governar não é ter voto, ma. Mas um País que usa fané você ter o respeito dos ou- tasmas para poder encobrir os tros", disse. desafios reais e as decisões a sePeleja – Em relação aos de- rem tomadas, não amaduresafios deLula, FHC citou a re- ceu ainda", disse FHC. Ele afirforma eleitoral e já adiantou mou que Lula abusou de seu que não está de acordo com al- poder no Planalto: "Nunca guns dos pontos defendidos imaginei que um presidente por aliados do governo, como fosse abusar tanto do poder o sistema eleitoral de lista fe- quanto abusou Lula", disse, cichada, no qual o eleitor vota no tando as visitas que recebeu de partido e não no candidato. "Is- mulheres, negros e catadores so dá um poder imenso à buro- de papel no final do segundo cracia partidária. Quem man- turno. (Reuters)

e quiser, Geraldo Alckmin pode ser o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo em 2008, porque sua votação foi muito boa na capital paulista. Existe, porém, uma manifestação entre tucanos para que o partido não lance candidato próprio a prefeito. É o grupo que deseja manter a coligação com o PFL visando 2010 e que quer apoiar a reeleição do prefeito Gilberto Kassab. Alckmin é cogitado também para presidir o PSDB e seu nome possivelmente será lembrado novamente para disputar o Planalto daqui a quatro anos, juntamente com José Serra e Aécio Neves.

Em 2010, o PFL pensa em disputar a presidência da República com candidato próprio e o mais forte deles é Afif Domingos. Ele consolidou sua base eleitoral em São Paulo. Até 2010, o estado deve registrar mais de 30 milhões de eleitores. O engodo das pesquisas impediu a vitória de Afif para o Senado, dizem analistas.

LIDERANÇAS

JULGAMENTO

Há quem afirme que a eleição ganha por Lula está sub-judice, porque o presidente responde a uma ação no TSE, patrocinada por PSDB e PFL, que o acusa de abuso do poder econômico. A oposição tenta punir Lula por crime de responsabilidade. Por isso, tentou a impugnação de sua candidatura.

DERROTA

As urnas consagraram as lideranças em São Paulo de José Serra, Geraldo Alckmin e Afif Domingos, apesar dos dois últimos terem sido derrotados. Suas votações foram expressivas no Estado. São, portanto, nomes que devem ser lembrados no jogo das próximas eleições.

Lula confessa a amigos que a derrota de Roseana Sarney no Maranhão teve o efeito para ele de uma punhalada no coração. O presidente apoiou a filha de Sarney para o governo daquele estado, mas o PT do Maranhão fechou com a candidatura do vitorioso Jackson Lago, do PDT.

VIRTUAIS

As urnas confirmaram que os votos de Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSol) migraram, na sua quase totalidade, para Lula. Foi o chamado voto ideológico. Essa migração serviu para o candidato Geraldo Alckmin ter mais votos no 1º do que no 2º turno.

MUDANÇA

Os analistas ficaram impressionados com a votação de Lula no Amazonas: o petista alcançou mais de 86% dos votos no estado. Lula também aumentou sua votação no Nordeste, onde obteve mais de 70% dos votos.

José Serra e Aécio Neves vão disputar a indicação no PSDB para a presidência da República em 2010. O governador de São Paulo é sempre um candidato natural ao Planalto, mas vira e mexe, a sucessão presidencial passa também por Minas Gerais. É provável que Serra e Aécio duelem nas urnas em 2010. Se o PSDB escolher Serra como candidato, é quase certo que Aécio saia candidato por outro partido. Um dos mais prováveis é o PMDB. Existe no ar um convite para o governador mineiro mudar de legenda.

APOIO

No calor da campanha de 2006, Lula chegou a prometer ajuda a Aécio Neves, sobretudo porque o PT difìcilmente terá um candidato em condições de disputar a eleição. Lula chega a admitir que Aécio foi um aliado seu atuando na oposição.

REELEIÇÃO

Vitorioso nas urnas, Lula voltou a garantir a petistas que vai trabalhar para acabar com o instituto da reeleição. O presidente não gostou da experiência do exercício de um mandato seguido de outro com FHC. O fim da reeleição é uma reivindicação de Aécio e Serra.

MIGRAÇÃO

SUPREMACIA

SURPRESA

O que surpreendeu mais no 2º turno foi o espantoso crescimento de Lula em Minas. Esperavase que Aécio Neves equilibrasse o jogo no seu estado. Em tempo: Aécio foi reeleito governador no 1º turno com 77% dos Votos. Ele não transferiu voto algum para Alckmin em Minas.

VITORIOSA

Quem sai fortalecida é Marta Suplicy, que coordenou a campanha de Lula em São Paulo no 2º turno e conseguiu diminuir a diferença em favor de Alckmin. A exprefeita está sendo cogitada para ocupar um ministério. Marta é candidata novamente à Prefeitura de São Paulo em 2008.


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Congresso Planalto Corr upção CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

PALOCCI É DENUNCIADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

A diplomação é conseqüência e ninguém pode afrontar a soberania do voto José Roberto Batochio

NOVO GOVERNADOR RECEBE UM ESTADO BEM MELHOR QUE SUA ANTECESSORA, ROSINHA GAROTINHO.

CABRAL ASSUME RIO COM MAIS CONFORTO

O

governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), assumirá em janeiro em situação institucional melhor do que a atual governadora Rosinha, do mesmo partido. Ao se alinhar ao presidente Lula no segundo turno das eleições presidenciais, após um primeiro turno de "neutralidade radical", quando não apoiou nenhum candidato, o novo governo abriu a possibilidade de diálogo com Brasília, ao contrário do registrado nos últimos quatro anos, quando houve constantes trocas de farpas entre Rosinha e o governo Lula. Mas Cabral terá de enfrentar os desafios na segurança pública, que tem sido o calcanhar de Aquiles dos últimos governadores fluminenses. Em 1990, o ex-governador Moreira Franco dizia que iria superar o problema da violência "em seis meses". Desde então, a sensação é que o quadro só se agravou. Outro ponto nevrálgico está nas finanças do governo estadual. Nessa questão, na verda-

de, Cabral já vem trabalhando desde maio, quando conseguiu a nomeação de Antonio Francisco Neto, seu aliado, para a Secretaria da Receita (Fazenda) em substituição a Mário Tinoco, que faleceu no final do ano passado. Quando Anthony Garotinho, marido de Rosinha, foi afastado da disputa presidencial pelos líderes do PMDB, o governo fluminense adotou um severo programa de contenção de gastos, até para não ferir os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mesmo assim, o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) estima que os "restos a pagar" ficarão entre R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões. Nem a oposição ao atual governo acredita, porém, que o caos que vigorou nos últimos meses de gestão de Benedita da Silva, em 2002, quando houve até atrasos de salários, deverá se repetir este ano. O orçamento do governo do Rio para 2006 atinge R$ 35 bilhões. Ao se alinhar ao presidente Lula, Cabral afastou-se do casal Garotinho (que apoiou Ge-

Wilton Júnior / AE

Cenário favorável: Cabral abre canal direto com o Planalto.

raldo Alckmin), mas abriu um canal de negociação com o governo federal, que poderá facilitar a aprovação de projetos. E terá a "sorte" de assumir nos meses finais de preparação para os jogos Panamericanos, previstos para julho de 2007. O evento está demandando pesados investimentos do governo federal em segurança pública. Já foi anunciado que os novos equipamentos e instalações serão doados ao governo do Rio, após o evento. Como ex-capital federal, o Rio ainda sedia importantes

órgãos federais, inclusive vários hospitais públicos. Além disso, a União é titular de terrenos na cidade, onde muitas vezes surgiram favelas, e qualquer movimento na área social, como segurança pública ou saúde, depende de atuação conjunta. O mesmo ocorre em áreas de infra-estrutura, como portos e estradas, em que os investimentos continuam emperrados. Economia - Na área econômica, a situação do Rio apresenta diversos indicadores favoráveis. A Federação das In-

Dida Sampaio / AE - 26.05.2005

QUASE METADE DOS ENVOLVIDOS COM DÓLARES SAIU DA DOSSIÊ DEPÕEM VICATUR, DIZ PF. HOJE À CPMI

MPE PEDE 225 ANOS DE PRISÃO PARA PALOCCI

A

Para promotores, ele se envolveu no episódio do lixo.

O

s promotores do Ministério Público Estadual (MPE), de Ribeirão Preto, ofereceram denúncia à Justiça contra dez pessoas após a conclusão do inquérito policial do lixo. O ex-ministro da Fazenda e deputado federal eleito, Antônio Palocci Filho, está entre os denunciados. Os promotores pediram a pena mínima de 225 anos a Palocci e outras oito pessoas pelas fraudes detectadas no contrato do lixo e nos serviços de limpeza pública, entre os anos de 2001 a 2004, durante a gestão do PT – um décimo denunciado teve pedido de 5.260 anos de prisão. Além da denúncia, os promotores ainda deram parecer favorável aos pedidos de prisões preventivas feitos pelo delegado seccional Benedito Antônio Valencise, que fechou o inquérito em setembro. As denúncias e os pedidos de prisões serão analisados pelo juiz da 4ª Vara Criminal, Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira. Os crimes atribuídos a Palocci e oito pessoas são os de peculato, formação de quadrilha e falsificação de documento público. Todos teriam participado de um esquema de fraude que teria desviado R$ 30,7 milhões dos cofres públicos para a empresa Leão Leão, segundo o levantamento da Polícia Civil, durante as gestões de Palocci (2001-2002)

dústrias do Rio de Janeiro (Fir- "esvaziamento", do estado. "Isjan) mapeou investimentos de so ocorreu até 1999, mas desde R$ 70 bilhões no período 2006- então houve inversão na curva 08, o que corresponde a mais e os dados sinalizam recuperade R$ 23 bilhões por ano. O pe- ção. E os projetos em andatróleo ainda é o vetor principal, mento garantem um bom ritmas o secretário de Energia e mo para os próximos anos". A gerente da assessoria de Indústria Naval, Wagner Victer, alinhava de cor diversas novos investimentos da Firjan, conquistas. Marta Franco, endossa essa Na área siderúrgica, o Rio perspectiva e acredita que a está caminhando para uma nova realidade ainda não foi produção próxima a 20 mi- percebida pelos próprios calhões de toneladas de aço por riocas e fluminenses. Conforano, dobrando o volume atual. me estudos da Fundação CenA indústria naval reabriu 20 tro de Informações e Dados do estaleiros e tem encomendas Rio de Janeiro (Cide), o Produem carteira de US$ 4 bilhões, to Interno Bruto (PIB) per capita no estado ante os US$ 50 milhões regiscresceu 14,8% Confiança no trados há oito crescimento: indústria e n t r e 1 9 9 9 e a n o s . N a á re a 2005, mais do prevê investimentos energética, o que o dobro em de R$ 70 bilhões no parque instalarelação aos 6,5% período 2006/08, o do saltou de registrados pelo 2.400 MW de poPaís no mesmo que corresponde a tência para 6.500 mais de R$ 23 bilhões período. Com isso, o M W, c o m a por ano. construção de Rio ultrapassou São Paulo em várias termelétricas de grande porte. "Isso termos de PIB per capita e hoje sem contar Angra 3, que virá", só fica abaixo do registrado pecomplementa. lo Distrito Federal. Só que na Ele cita ainda o início das capital do estado, na cidade do obras de um novo porto no Rio, houve queda de 26,78% norte fluminense, pelo grupo nesse indicador no mesmo peMMX (Eike Batista) e ressalta ríodo. "Os centros dinâmicos que o complexo petroquímico do Rio estão fora da capital e os que a Petrobras vai começar a formadores de opinião moram construir em Itaboraí, estima- na cidade. Daí que há esse desdo em US$ 8,5 bilhões, é o compasso", aponta Marta. maior investimento anunciaOutro invejável sinal de vitalidade do estado que Sérgio do no País nos últimos anos. O secretário de Desenvolvi- Cabral receberá de Rosinha mento Econômico, Maurício Garotinho: a taxa de desemChacur, brinca que teve de se prego é a mais baixa do País, resocorrer de um analista para gistrando 7,5% da população conviver com essas duas reali- economicamente ativa em sedades opostas. Nos seus afaze- tembro, a média nacional foi res na secretaria está todo dia de 10% no período, segundo o negociando a implantação de Instituto Brasileiro de Geogranovas empresas no estado. Na fia e Estatísticas (IBGE). imprensa e nas conversas do Cabral segue hoje para Braseu dia-a-dia, porém, Chacur é sília para ajustar programas questionado diariamente pelo com o presidente Lula. (AE)

e de Gilberto Maggioni (20022004), como prefeitos. As outras oito pessoas são: Maggioni; os ex-funcionários públicos Isabel Bordini, Donizeti Rosa, Nelson Collela Filho e Luciana Alecrim; os ex-diretos da empresa, Wilney Barquete; Carlos Alberto Ferreira Leão e Luiz Cláudio Ferreira Leão. O décimo denunciado pelo MPE, por lavagem de dinheiro, é o empresário Luiz Carlos Altimari, de Dois Córregos (SP), que teria fornecido 1.315 notas fiscais frias à Leão. Os promotores pediram a pena mínima de 5.260 anos a Altimari. Outras três pessoas ligadas à Leão Leão foram investigadas, mas não denunciadas: os exdiretores Fernando Fischer e Marcelo Franzine e o contador João Francisco Cândido. Os três nem foram indiciados pela Polícia Civil e os promotores pediram o arquivamento das investigações contra todos. Para os pedidos de prisões, consta na denúncia: "A prisão preventiva faz-se necessária, já que, diante do poder econômico dos agentes, os meios para furtar-se da ação da Justiça são fáceis, e, nesse sentido, a segregação provisória dos agentes torna-se imprescindível para assegurar a aplicação da lei penal." A denúncia foi encaminhada à Justiça no dia 25. "Quero consignar a minha estranhe-

Na mira: Antonio Palocci responderá junto com mais nove acusados.

za", comentou o advogado de Palocci, José Roberto Batochio. "Antes do último debate, fariam um estardalhaço?", questiona ele. Sobre o pedido de pena de 225 anos a Palocci, apenas disse: "Sem Comentários, com iniciais maiúsculas." Segundo o advogado, um promotor de primeira instância, de comarca do interior, como nesse caso, não pode acusar deputado federal, mas sim o procurador-geral da República, embora Palocci ainda não tenha sido diplomado. "A diplomação é conseqüência e ninguém pode afrontar a soberania do voto popular", comentou, entendendo que o caso terá que, obrigatoriamente, ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pois Palocci terá "foro especial por prerrogativa de função". (AE)

Polícia Federal de Mato Grosso conseguiu identificar que US$ 109,8 mil, dos US$ 248,8 mil que seriam utilizados na tentativa de compra do dossiê Vedoin, saíram da agência de câmbio Vicatur, de Nova Iguaçu (RJ). A informação foi confirmada ontem pela assessoria de imprensa da instituição. Agora, a polícia investiga outros "laranjas" ligados à empresa. Eles podem ter sacado a diferença do dinheiro reunido por petistas para o dossiê. O porta-voz da polícia apontou ainda que novas casas de câmbio podem ser investigadas. Até agora, são investigadas operadoras de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A assessoria da PF informou também que o expresidente do PT, Ricardo Berzoini, não é investigado no inquérito. (AE)

S

em acesso aos sigilos telefônicos e outros dados recebidos quinta-feira da Polícia Federal, lacrados desde então pelo presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), os integrantes da comissão decidem se vão ouvir hoje o depoimento de três implicados na compra do dossiê contra políticos tucanos ou se farão uma nova convocação depois de analisar os documentos. Até o início da noite de ontem, a ordem de Biscaia aos assessores era a de aguardar sua chegada ao Congresso, sem alterar o calendário. Ou seja: manter os depoimentos marcados para hoje à tarde do churrasqueiro de Lula, Jorge Lorenzetti, do empresário Valdebran Carlos Padilha da Silva e do advogado Gedimar Pereira Passos, todos envolvidos na compra do dossiê Vedoin. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

1 Com a expectativa de crescimento de vendas para o final de ano, shoppings deverão contratar 85 mil pessoas.

Fotos: Newton Santos/Hype

O NATAL JÁ CHEGOU NOS SHOPPINGS DE SÃO PAULO

Na primeira quinzena de novembro, corredores já refletem o espírito natalino Leonardo Rodrigues/Hype

O

s investimentos são quase todos na casa de milhões. Com cada um prometendo uma decoração natalina mais surpreendente – e inédita – que o outro, os shopping centers de São Paulo apostam todas as fichas na melhor época do ano para o comércio. Papai-Noel de todos os tamanhos, fadas, gnomos, florestas encantadas e brasileiras, caixas de presentes gigantes, árvores de Natal altíssimas, globo de neve enorme. Vale tudo para atrair o consumidor quando chega essa época. No Centro Comercial Leste Aricanduva, o investimento é de R$ 2,5 milhões em campanha e decoração natalinas. "Tamanho investimento se justifica não só porque essa é a data mais importante para o comércio, mas porque permite sintetizar um agradecimento ao público que nos prestigia o ano todo", diz Marcos Sergio Novaes, diretor-superintendente. O empreendimento – que engloba o Leste Aricanduva, Interlar Aricanduva e Auto Shopping Aricanduva – costuma receber cerca de 5,5 milhões de pessoas por mês nessa época do ano. A partir de 4 de novembro, quem passar pelo interior do centro de compras vai se deparar com uma floresta encantada repleta de pinheiros, luzes, música, enfeites típicos e quatro caixas de presentes gigantes. Os clientes poderão entrar nas caixas, que terão ambientações de floresta, bosque, céu e noite, e personagens de sonhos, caso das fadas, duendes e magos. Já no Raposo Shopping, a aposta do superintendente, Mauro Miceli, é de que o centro de compras eleve as vendas em cerca de 30% em relação ao ano anterior. "Aliado aos apelos de Natal, entramos na temporada com um excelente cenário. O consumidor terá aqui uma grande e qualitativa gama de opções de compras, nosso índice de vacância é de apenas 1% e, ao longo de 2006, a nova ancoragem já vem elevando mensalmente a receita do empreendimento", explica Miceli. Quanto ao fluxo de público, a meta é atingir 10% de crescimento, também comparado ao mesmo período de 2005. O investimento do shopping será de R$ 500 mil. "O Natal vai ser muito bom para o Raposo." No Villa-Lobos, o investimento em decoração, campanha publicitária e promoção será de R$ 2 milhões. Segundo a gerente de Marketing, Vanessa Marques, a verba é 10% maior que a do ano passado. O shop-

Criança se encanta com a decoração no Raposo Shopping, que espera aumentar as vendas em 30%

Aberta a temporada de vagas

C

om a decoração natalina e os investimentos milionários de fim de ano, chega também a temporada de contratações temporárias em shopping centers. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estima que no final de 2006 as contratações crescerão em torno de 6% em relação ao ano passado – quando cerca de 80 mil novos postos foram abertos. Para este ano, a expectativa é de 85 mil novos postos. No shopping D, por conta da chegada de lojas novas e do

No Shopping Aricanduva, equipe finaliza a decoração das árvores

ping espera vender 15% mais que em 2005. A freqüência, já em meados de novembro, deve começar a aumentar, chegando a registrar 20% a mais de pessoas em dezembro. Mozart – O Shopping Ibirapuera inaugura sua decoração no dia 16 de novembro. O tema deste ano será uma homenagem aos 250 anos de nascimento do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. "Será um Natal bem musical", diz Ricardo Portela, gerente de marketing. O investimento foi de R$ 560 mil, praticamente igual ao do ano passado. A expectativa de vendas, no entanto, é que cresçam entre 10% e 12% e que o shopping receba até 10% a mais de consumidores se comparado com 2005. Em dezembro, passam pelo Ibirapuera todos os dias cerca de 120 mil pessoas. O Shopping Center Norte definiu diversas ações de marketing para garantir o crescimento das vendas do Natal 2006 entre 10% e 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Para isso, serão investidos R$ 2,5 milhões em marketing, 5% a mais que em 2005. "Esperamos receber mais de 9 milhões de pessoas entre os meses de novembro e dezembro, atraídas pelo mix de 475 lojas e pelas promoções de Natal", diz a gerente de Marketing, Gabriela Baumgart.

Duas gerações que se encantam com os apelos do Natal

Parcerias – De acordo com a gerente de Marketing do shopping SP Market, Maria Eugênia Duva, a expectativa para o Natal deste ano é de crescimento de 12% em vendas e 15% na circulação de pessoas. O investimento é de R$ 1,5 milhão (20% a mais que em 2005) na campanha de final de ano, que começou com a decoração temática para o Dia das Crianças e agora para o Natal. O shopping fez uma parceria com a produtora Warner Bros. para uma campanha ancorada no desenho animado Happy Feet, que estréia na segunda quinzena de novembro. Já os shoppings da rede Plaza – Higienópolis, Paulista e West Plaza – investiram em campanha e decoração, ao todo, R$ 4,8 milhões. Os três centros de compras esperam aumentar suas vendas em pelo menos 12% – a expectativa do West Plaza alcança os 17%. Quanto à previsão de aumento de fluxo, gira entre 10% e 15%, tudo comparado a 2005. O Shopping Capital, na Mooca, inaugurou sua decoração no último dia 21. Em seu primeiro ano de funcionamento, o empreendimento investiu R$ 250 mil em atrações. Mas não são apenas as vendas que deverão aumentar neste período. A contratação de temporários também. Kety Shapazian

Papai Noel de todos os tamanhos

crescimento das vendas, haverá 11% mais contratações temporárias que no final de 2005 . Dentre as cerca de 500 vagas previstas, a maioria será para funções ligadas diretamente a atendimento e vendas. Já os lojistas do Villa-Lobos planejam aumentar em 30% o número de funcionários para as vendas natalinas, o que resulta em uma média de 450 vagas para vendedores, seguranças, manobristas e caixas, entre outras funções. No Shopping Ibirapuera, as seis lojas-âncora impulsionam a contratação de

temporários, que este ano deverá chegar a 1,5 mil vagas. O Raposo Shopping, com suas 130 lojas, deve chamar cerca de 200 pessoas para trabalhar no fim do ano temporariamente. Os interessados nas vagas do SP Market devem cadastrar seu currículo no site www.shoppingspmarket.com.br, que possui um sistema de banco de dados vinculado com os lojistas. Já as vagas disponíveis do Shopping Pátio Higienópolis podem ser consultadas através do site www.patiohigienopolis.com.br. (KS)


2

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

VAREJO ADIA PRAZO DE PAGAMENTO

terça-feira, 31 de outubro de 2006

6

por cento é o atual nível de inadimplência, que poderá estourar em 2007 com maiores prazos de pagamento.

ESTRATÉGIA DE ALONGAMENTO DE PRAZOS VAI DE LOJAS DE VEÍCULOS ÀS DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

LEVE AGORA E PAGUE SÓ EM 2007 Marcos Fernandes/LUZ

C

ompre agora e pague a primeira parcela no Carnaval. Ofertas de venda como essa, pregando a antecipação da compra atrelada a prazos de pagamento alongados, estão cada vez mais em voga entre os grandes varejistas. Essa é a estratégia para lidar com um consumidor endividado até o pescoço. A oferta que abre esta reportagem pode ser vista nas concessionárias autorizadas da Ford. Na Casas Bahia, alguns produtos podem ser retirados hoje com a obrigação de quitar a primeira parcela só em 2007; ofertas parecidas são feitas pela Telhanorte, só para citar alguns exemplos. Principalmente quando são oferecidos bens duráveis e semiduráveis – produtos comprados com planejamento, não por impulso –, ofertas de crédito com adiamento de pagamento são a única maneira de vender, segundo Luiz Paulo Fávero, coordenador de pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar). O que os números mostram ao pesquisador é constatado por Fernando de Castro, diretor-geral da Telhanorte. Segundo ele, quem há um ano buscava quitar um produto

COMUNICADO

em suas lojas em até três vezes, hoje negocia o pagamento em até cinco parcelas. Entre os 70 planos de venda oferecidos pela loja de material de construção, os mais procurados são os que prevêem prazos de até 10 vezes. "O brasileiro está endividado e seu limite de crédito quase esgotado. A antecipação da compra é uma forma de dar tempo para esse consumidor gerar um crédito a mais", explica Castro. A Telhanorte veicula em jornais e revistas campanha que chama o consumidor a reformar a casa agora e começar a pagar em 2007. A estratégia, segundo o diretor da empresa, é voltada para as classes B e C. Será normal ver as pessoas menos abonadas entrarem neste Natal ainda pagando as festas do final do ano passado. "Em alguns casos, os prazos de pagamento já superam o ciclo de recompra, como é o caso do celular, em que modelos novos e mais atrativos são lançados rapidamente", diz Fávero, do Provar. Inadimplência – O grande risco dessa estratégia é a inadimplência. Em números absolutos, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o percentual de devedores se mantém na média de 6%, número relativamente baixo quando comparado com o pico atingido em anos anteriores, perto dos 18%. Porém, para Fávero, o risco de uma bolha é maior agora do que em anos anteriores. Segundo ele, apesar da taxa de

inadimplência estar em patamar menor, ela vem se arrastando nesse mesmo nível desde o início de 2006. "Isso mostra que o consumidor não consegue se livrar das dívidas." "Mesmo em anos anteriores, quando o índice atingia picos de 18%, o que se verificava era que, após atingir esse pico, o nível de endividamento voltava a cair para próximo de zero. Ou seja, a população se endividava, mas conseguia saldar a dívida. A inadimplência era sazonal, e não constante como agora", explica Fávero. Novo perfil – O endividamento da população de baixa renda já tem como reflexo a mudança de perfil do consumo. Levantamento periódico de intenção de compra feito pelo Provar mostra que quem lidera a intenção de compra de bens duráveis e semiduráveis por meio de crediário é a classe média. "Há um ano e meio, a baixa renda liderava a pesquisa. Isso confirma que essa categoria de consumidor está comprando menos produtos de maior valor agregado", diz Fávero. Até mesmo os pioneiros em cativar o consumidor de baixa renda, vendendo em suaves prestações, ainda que com juros elevados, como as Casas Bahia, viram a necessidade de ampliar seu raio de ação. A rede anunciou que iniciará vendas por meio de um portal na internet, uma ferramenta de consumo voltada principalmente para a classe média. Renato Carbonari Ibelli

Estratégia da Telhanorte é seduzir o cliente a iniciar o ano com a casa reformada, e pensar na dívida depois

Comércio faturou 7,9% mais

O

faturamento real do varejo na região metropolitana de São Paulo cresceu 7,9% em setembro na comparação com igual período de 2005, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O resultado, segundo a entidade, foi o mais expressivo de 2006. Nos nove primeiros meses do ano, o faturamento teve elevação de 4%. Na comparação entre o mês passado e agosto houve recuo de 2,8%.

ATAS

ABERTURA DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO - PRORROGAÇÃO DE DATAS SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 97/2006 Objeto: Contratação de prestadores de serviços de saúde complementares ao S.U.S. nas áreas Ambulatoriais (incluindo Apoio Diagnóstico e Terapêutico) e Hospitalares. Em razão da constatação de ausência de publicação em diário de grande circulação, para que não se alegue prejuízo à ampla competição, fica redesignada data de processamento do pregão para 16/11/2006 às 08:30 h.

BALANÇO

CONVOCAÇÕES ABITRIGO - Associação Brasileira da Indústria do Trigo CONVOCAÇÃO

Prezados Associados: Em atendimento à determinação do Estatuto Social da ABITRIGO, conforme Artigo 21, § 1° e 2°, convocamos as empresas associadas da ABITRIGO - Associação Brasileira da Indústria do Trigo, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no Hotel Four Points by Sheraton Curitiba - PR - sito na Avenida Sete de Setembro, 4.211 - Curitiba (PR), em 1ª Convocação as 10:00 horas, conforme artigo 24 do Estatuto Social, com a presença de Associados que garanta a maioria absoluta da quantidade de votos qualificados, no dia 23 de novembro do ano de dois mil e seis, ou em 2ª Convocação às 10:30 horas, com qualquer número de Associados; Para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Parâmetros Orçamentários para o ano Calendário 2007; 2. Contribuições Pecuniárias para o ano Calendário 2007. São Paulo, 27 de outubro de 2006. Roland Guth - Presidente Conselho Deliberativo

De acordo com a Fecomercio-SP, os números positivos foram motivados pela recuperação da renda, "ainda que pequena", pela inflação em queda e por uma oferta crescente de crédito. Apesar desse cenário, a entidade ressaltou que a magnitude da taxa básica de juros brasileira "inibe qualquer comemoração". Segmentos — Na análise por segmento, a FecomercioSP verificou que o desempenho positivo do varejo em setembro foi puxado pelos setores de vestuário, tecidos e calçados, com expansão de 12,4%

sobre o mesmo mês de 2005; farmácias e perfumarias (11,9%), eletrodomésticos e eletroeletrônicos (9,5%); concessionárias de veículos (9,4%); material de construção (7,5%); lojas de departamentos (5,3%) e supermercados (1,5%). No período, foram na contramão os setores de autopeças e de móveis, com quedas de 24,9% e 0,3%, respectivamente. A PCCV é apurada mensalmente pela Fecomercio-SP desde 1970. Os dados são coletados em 1,8 mil estabelecimentos comerciais na Grande São Paulo. (AE)


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.