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Opinião José Couto - Presidente do CEC

1500 Maiores Empresas

Parece fácil… parece.

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José Couto

Presidente do Conselho Empresarial do Centro

OGoverno confirmou o que nos tem dito até à exaustão: 12,2 mil milhões de euros vão ser dirigidos às empresas. Este dinheiro vai ser disponibilizado através do PT 2030 (6,7 mil milhões) e do PRR (5,5 mil milhões). Pronto, dito assim, é fácil, ou parece fácil, e é só esperar que a coisa aconteça. Mas estamos preocupados com a capacidade de as empresas absorverem esta quantidade de euros que exige participação e definição de planos de investimento. Na verdade, as Associações Empresariais vêm dizendo que será difícil que, no caso do PRR, o valor tenha um efeito tão positivo, como tem sido noticiado, quer por via da utilização, quer por efeito marginal. Daí terem solicitado rapidez nos processos e abertura dos avisos de concursos para que, em tempo certo, seja possível a execução. Mas o temor da incapacidade de os efeitos serem menos positivos também reside na impossibilidade das empresas apresentarem candidaturas após a pandemia, de onde muitas saíram degradadas e sem capacidade de planearem investimentos. O PRR é um plano que está organizado em três dimensões: a da Resiliência; a da Transição Climática; e a da Transição Digital. Três dimensões que consideramos importantes para a economia nacional. No caso da dimensão da resiliência o que está em causa está para lá da recuperação, é a introdução de novos pressupostos, tecnologias, formas de fazer, numa perspetiva de sustentabilidade e de inclusão, que deverá afetar, sem qualquer dúvida, a economia, a coesão territorial e a resiliência social. Nesta dimensão foram considerados mais 11 mil milhões, distribuídos por 9 componentes, das quais quer a da Habitação, quer a do Investimento e Inovação e Empresarial, são aquelas que mais contam com fundos, seguidas do Serviço Nacional de Saúde e do reforço de Qualificações e Com petências. A dimensão da transição climática, pouco mais de 3 mil milhões de euros, tem como objetivo atingir a neutralidade carbónica. Está estruturada em 6 componentes, com a mobilidade sustentável e a descarbonização da indústria a acolherem o maior volume de fundos, mas também convém realçar os fundos organizados para a eficiência energética dos edifícios. A dimensão da transição digital, a que foram atribuídos 2.46 mil milhões de euros, é composta por 5 componentes, onde a componente Empresas 4.0 obteve o maior valor seguido da Administração Pública.

Parte destes fundos terão aplicabilidade através das Agendas Mobilizadoras Verdes e para Inovação Empresarial, que já tiveram 146 candidaturas, e espelham a constituição de consórcios entre empresas, instituições de ensino superior, organizações e sistema científico e tecnológico e inovação, o que não deixa de ser notável tendo em conta que se propõem investir, antes de avaliação, 14 mil milhões. Para que tudo possa resultar melhor e que se verifique um contributo e envolvimento das empresas é necessário que se verifique, sem mais atrasos, o vetor capitalização de empresas e resiliência financeira através do Banco Português de Fomento, porque será chave pôr a funcionar o processo de recapitalização, para que não se ofereça mais endividamento, porque o necessário é fortalecer o capital das empresas. Se isto for possível em tempo útil, os empresários e empresárias acreditam que poderão ter um maior envolvimento, o que contribuirá para um acréscimo da competitividade do país.

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