Queima das Fitas 2012

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A M I E U Q S A T I F DAS

DCEspecial Aí está a Queima!

3 DE MAIO DE 2012 QUINTA-FEIRA / NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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DIRECTOR ADRIANO LUCAS

A Sé Velha enche-se esta noite de capas e batinas. A serenata monumental, à meia-noite, marca o arranque da maior festa académica do país, que terá também como momento alto o cortejo de domingo. E as noites prometem ser bem animadas, na Praça da Canção


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“Tradição distingue a Queima de outras festas académicas” Serenata monumental, hoje à meia-noite, e cortejo dos fitados, no domingo, são momentos altos da tradição estudantil de Coimbra A noite da serenata monumental – com que logo à meianoite arranca, no Largo da Sé Velha, o programa da Queima das Fitas 2012 – é inesquecível para quem chega à academia e para quem termina o curso. Domingo, a festa percorre a cidade, chegam as famílias para ver os filhos estudantes no cortejo dos fitados. São os dois momentos mais marcantes da tradição académica e distinguem a Queima das Fitas de Coimbra de outras

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festas académicas, como explica a comissária da Tradição, Ana Pinho. No dia da serenata monumental, logo pela manhã é costume ver os finalistas a marcar lugar nas escadas da Sé Velha, para que o momento mais solene da Queima das Fitas seja vivido em local privilegiado e para que a última serenata enquanto estudante fique bem gravada na memória. A emoção é também grande para os que chegam. É o dia em que os caloiros vestem pela primeira vez a capa e a ba-

tina, criando na cidade um movimento de capas negras em direcção à Alta. Aos primeiros acordes ouvidos, os padrinhos traçam a capa aos novos estudantes. A comissária Ana Pinto diz que à meia-noite se pede silêncio a quem assiste – o Largo da Sé Velha costuma ficar repleto – e logo se começam a ouvir as vozes e os acordes das guitarras de elementos da Secção de Fados da Associação Académica de Coimbra (AAC). «Há muita preparação e para os grupos da secção este é

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Andrea Trindade

SERENATA MONUMENTAL é momento inesquecível para estudantes de Coimbra o expoente máximo da Canção de Coimbra», repara. Domingo de manhã, em frente à Sé Nova, os alunos que este ano andaram a construir e a enfeitar os carros do cortejo queimam o gelo e colocam na pasta as fitas que vão exibir e, entre “eferreás”, levantar no ar durante o percurso. O cortejo é tradicionalmente dos fitados que, no ano seguinte, descerão do carro e de car-

“Possibilidade de deixarmos a nossa marca «Durante quatro queimas estive do outro lado e agora aceitei o desafio de estar na organização. São apenas oito os comissários, um de cada

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tola e bengala, com as fitas assinadas, farão o percurso a pé. Medicina quebra tradição no cortejo Depois de lançados oito foguetes – um por cada faculdade –, os primeiros oito carros partem da Praça D. Dinis por hierarquia praxística, ordenados da mais antiga para a mais recente faculdade da Universidade de Coim-

faculdade, escolhido de entre os fitados. É um número muito restrito de estudantes, é uma responsabilidade e a possibilidade de deixarmos a nossa marca. Quanto ao pelouro que me foi atribuído era aquele que tinha em mente. A tradição é muito importante, é o que distingue a nossa Queima das Fitas das outras festas académicas». l

bra. Este ano, pela primeira vez, não é o carro de Medicina que abre o cortejo. A comissária da Tradição lembra que, no ano passado, os alunos de um dos carros de medicina violaram as regras de conduta do desfile, prejudicando os actuais fitados. «Existe um conjunto de normas definidas pelo Conselho de Veteranos e estão previstas sanções para os casos de incumpri-

COMISSÁRIA DA TRADIÇÃO ANA PINHO n 23 ANOS n 5.º ANO DE MEDICINA n n


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“Queima das Fitas não é um festival de Verão”

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Na sua primeira Queima das Fitas como presidente da Direcção Geral da Associação Académica (DG/AAC), Ricardo Morgado prevê “uma grande festa”

CORTEJO é o acontecimento mais mobilizador da festa da academia de Coimbra mento e foi o que aconteceu», explicou Ana Pinho, recordando que um grupo de estudantes prejudicou a fluidez do cortejo ao deitar-se em frente ao carro, só saindo com a intervenção da organização da Queima e da polícia. Assim, de acordo com a responsável do pelouro da Tradição, este ano, logo depois do grupo de gaiteiros e dos antigos estudantes da Universidade, será um carro

de Direito a abrir o cortejo, ainda que não ostentando o número “um” – que sempre pertencerá a Medicina – mas sim o “dois”. «Este ano, será um carro do curso de Administração Pública e Privada, da Faculdade de Direito», indicou. A estes oito carros seguem-se os restantes carros da Universidade de Coimbra, em ordem atribuída por sorteio, seguidos dos carros do Instituto Politécnico de

Coimbra, da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, da Universidade Vasco da Gama e do Instituto Miguel Torga. Bênção das pastas a 3 de Junho A garraiada, no dia 10 de Maio, leva os estudantes de Coimbra ao Coliseu Figueirense. Usando a mesma hierarquia dos carros – Medicina, Direito, Letras, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Eco-

nomia, Psicologia e Desporto – os novos fitados de cada curso hãode agitar as pastas, dando voltas à arena. Arena que é, no final, ocupada pelos estudantes que quiserem enfrentar o touro. A bênção das pastas encerra o programa tradicional da Queima das Fitas. Dia 3 de Junho, a Sé Nova enche-se com os finalistas para uma missa presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes. l

A Venda da Pasta é uma tradição solidária com a Casa de Infância Doutor Elísio de Moura, instituição particular de assistência a raparigas desprotegidas localizada na Alta. De acordo com Ana Pinho, «hoje há menos meninas, serão 26, mas também há menos estu-

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dantes a quererem participar nesta iniciativa». Neste momento ainda não existe o número de fitados suficiente para a venda da pasta – cerca de quatro por cada rapariga – e a comissária aproveita para apelar ao espírito solidário dos estudantes. l

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Ainda faltam estudantes para a Venda da Pasta

Patrícia Isabel Silva

dar a toda a população estudantil.

Diário de Coimbra (DC) Faltam poucas horas para começar a Queima das Fitas. Quais as previsões? Ricardo Morgado (RM) Espero que seja uma grande festa dos estudantes, que se divirtam, mas que sintam o que é Coimbra e a tradição coimbrã, sem demasiados abusos.

DC A Queima de Coimbra é a única do país organizada por uma comissão de alunos eleita. Concorda com o modelo? RM É essa a tradição e o funcionamento. Não tenho contra nada contra. O que posso garantir é que tudo será feito pela organização para que as pessoas se divirtam.

DC Quais as consequências que a crise pode ter? RM Poderá afectar. Nem a Queima, nem nada passa ao lado da crise. O que importa é o espírito.

DC Os abusos na praxe deram que falar, recentemente. Acha que pode ter alguma influência na Queima das Fitas? RM A Universidade de Coimbra tem cerca 20 mil estudantes e o que aconteceu foram casos pontuais. Não acho que vá influenciar a festa.

DC A Comissão Central preparou o programa com um corte significativo no orçamento. Está satisfeito com o resultado que foi possível alcançar? RM A Queima das Fitas não é um festival de Verão, não depende só do cartaz, mas de conseguir juntar pessoas, que tenham elo com a cidade. Apesar da crise ter reduzido as possibilidades, é um cartaz muito agradável e que deve agra-

DC A Queima das Fitas continua a ser uma das principais fontes de rendimento da AAC? RM Sim, é uma das grandes fontes, mas não é a única. Fala-se muito que a Queima das Fitas dá lucros, mas a verdade é que esse lucro é distribuído e o dinheiro é muito bem aplicado no desporto, cultura e outras entidades. l


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“Fazer mais com menos” A festa está a começar. Para trás ficam alguns meses de trabalho, muita negociação e a certeza de que Coimbra pode contar com uma semana académica de “qualidade”, apesar da contenção. A garantia é de Luís Amorim, representante institucional da Queima das Fitas nossos gostos e aquilo que achámos que ia ser melhor para uma generalidade de pessoas.

Patrícia Isabel Silva Diário de Coimbra (DC) Em ano de contenção, os cortes não passam à margem da Queima das Fitas. Como foi programar com tantas limitações? Luís Amorim (LA) Todos os anos elaboramos um pré-orçamento, discriminando todas as nossas actividades. Este ano, para todas baixámos o orçamento, precisamente por causa da crise e dificuldades económicas do país. Pensámos que o nosso esforço pudesse compensar este défice, ou seja, fazer mais com menos. DC E estão a conseguir? LA Sim, as actividades estão a ser feitas na mesma. Temos as nossas actividades culturais e desportivas e também institucionais a decorrer. Tivemos o Cortejo dos Pequenitos, que tem um grande impacto na cidade e não baixámos em nada a qualidade, até aumentámos. Ou seja, estamos a ter actividades com qualidade, apesar do menor investimento. Ao nível do cartaz das bandas, apesar de também termos gasto menos do que o ano passado, temos um cartaz, no mínimo, tão bom, para ser leal com os meus colegas do ano passado. Porque, em nossa opinião, temos um cartaz até melhor. Ao nível das infra-estruturas, a qualidade é garantida e na segurança a mesma coisa. Portanto, acho que estamos mesmo a conseguir fazer mais com menos. DC Perderam um dos principais patrocinadores, a Bwin… LA Era o terceiro principal patrocinador, mas a nossa procura fez com que conseguíssemos compensar isso. Ou seja, o ano passado eram precisas 30 cartas às empresas a pedir apoio para a Queima das Fitas, nós, este ano, tivemos de fazer o dobro. Levámos muitos mais “nãos”, tivemos algumas baixas importantes que, habitualmente, acompanhavam a Queima das Fitas, mas conseguimos encontrar um ou outro “sim” que nos vai compensar e conseguimos atingir os valores do ano passado. DC Chegaram, em algum momento, a ter receio de não conseguir?

LA Chegámos, porque nós também compreendemos a conjuntura económica em que vivemos. Sabíamos que os nossos patrocinadores habituais iam baixar um bocadinho a sua proposta e que muitos deles não podiam sequer apoiar-nos. Portanto, desde o princípio, foi o meu trabalho e do secretário-geral, André Gomes, procurar, novas empresas, novos apoios e o grande exemplo disso é o Forum Coimbra. É um apoio essencial para nós, substitui a Bwin na íntegra e nós não estávamos a conseguir encontrar nenhum que fizesse esse trabalho. A cervejeira, apesar de baixar um bocadinho a proposta, concorre sempre. Temos sempre mais do que uma proposta. As telecomunicações também foram um bom apoio. DC Ainda assim, optaram por não aumentar o Bilhete Geral. É a forma de tentar atrair os estudantes, numa altura em que muitos deles estão em sérias dificuldades? LA Não podíamos aumentar, porque esta é uma festa para os estudantes. Não achamos que seja caro, de maneira alguma, porque temos o aumento do IVA e conseguimos fazer o mesmo preço do ano passado. Para ver alguns dos artistas do cartaz num festival iriam pagar os 40 euros só para assistir a um dia. Nós aqui temos oito dias por 47 euros. Para além disso, pensámos numa nova estratégia: junto dos nossos patrocinadores recolher uma série de vantagens que compensasse o preço que os estudantes pagam. Temos

cerca de 45 euros de vantagens Moche na TMN, o que faz com que o bilhete fique a dois euros. DC Sucedem-se os casos em que muitos jovens têm de abandonar o ensino superior porque não conseguem suportar as despesas. Considera que os estudantes vão conseguir viver a Queima das Fitas com o mesmo espírito? LA Nós achamos que sim, porque não descurámos na qualidade da festa. Sabemos que vamos ter noites completamente lotadas,

Ruído monitorizado DC Frequentemente, na semana académica, há queixas devido ao ruído provocado pelos concertos na Praça da Canção. Este ano, o ruído vai ser monitorizado. Significa que a população vai poder dormir mais descansada na semana académica? LA No início, a Comissão Central vai apresentar as linhas gerais da Queima das Fitas a várias entidades representativas, tanto de Coimbra, como a nível nacional. Fomos visitar a Assembleia da República, fomos recebidos no Supremo Tribunal de Justiça, pelo gabinete de apoio do primeiroministro, presidente da Câmara de Coimbra e da Figueira da Foz, para perceber o que podemos

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LUÍS AMORIM diz que organizar uma “Queima” é “uma sensação espectacular apesar da dificuldade das pessoas e se elas aproveitarem as vantagens do Bilhete Geral, penso que o preço não vai ser o motivo de afastamento das pessoas da festa. DC Quando fecharam o cartaz fizeram-no também a pensar no público em geral e não apenas nos estudantes? LA Temos a noção que a Queima das Fitas é a festa dos estudantes, mas é uma festa da cidade. Temos uma série de actividades para agradecer à cidade. Todos juntos, desde o princípio, fomos dando os

melhorar, de uns anos para os outros, e o que a Queima das Fitas pode fazer para a cidade. Na verdade, um dos problemas para que nos alertam, especialmente as pessoas da cidade, é o barulho e as dificuldades com que as pessoas se deparam na semana académica. É uma festa e como todas as festas há barulho e há perturbação do sono. As pessoas trabalham e nós conseguimos perceber isso. Então, juntamente com a Câmara pensámos numa forma de corrigir esses problemas, com medidores de som, para depois meter controladores nos nossos aparelhos e conseguir minimizar os danos que a poluição sonora causa à população. DC São os próprios elementos da Comissão Central que realizam esse controlo ou haverá alguma entidade externa a fazer a medição? LA Somos nós. l

DC Este ano optaram também pela realização de várias actividades solidárias. O passeio solidário é uma delas. LA Sim, era para se realizar no dia 1 de Maio. Tínhamos marcado para de manhã, mas, para desgosto enorme nosso, choveu. Estava programada uma caminhada desde o D. Dinis até ao Largo da Portagem, com o preço das inscrições a partir de um euro para o Fundo Solidário do Estudante. Vamos ainda pensar em formas de compensar esta “falha”. A questão é que a semana forte está a começar e não vamos organizar uma actividade num dia em que sabemos que vai ter pouca adesão das pessoas. Portanto, temos duas opções: ou fazemos depois do dia 11 ou então deixamos as t-shirts na Sala da Queima [edifício AAC] e as pessoas poderão vir cá contribuir para o Fundo Solidário e recebem a t-shirt. Era, talvez, a principal actividade do Desporto, este ano. DC Portanto, as expectativas são elevadas? LA São as melhores. Estávamos com um certo receio e sabíamos que tínhamos um ano difícil à nossa frente. Os nossos antecessores avisaram-nos e disseram-nos que estávamos tramados. As várias ilustres pessoas que nos receberam para nos dar conselhos também nos disseram que teríamos um ano muito difícil. Avisos não nos faltaram. Isso poderia, de certa forma, assustar-nos, mas, à medida que o tempo foi passando, fomos ficando cada vez mais confiantes, porque as coisas foram aparecendo. Se calhar, porque nós nos esforçámos mais. A verdade é que achamos que vamos ter uma Queima das Fitas espectacular. Trabalhar em contra-relógio DC Porque decidiu candidatar-se a comissário da Queima das Fitas? LA Se calhar, o gosto por Coimbra. Sou de S. João da Madeira, mas o meu pai estudou cá e, desde pequenino, cresci a ouvir as histórias

e aventuras de Coimbra. Quando me candidatei para a faculdade, esta cidade foi a minha única opção. Desde que entrei, tive como prioridade máxima fazer o curso e só integraria algum projecto, tanto ao nível de faculdade, como ao nível de Queima, se conseguisse manter sucesso académico. A possibilidade, ao fim de quatro anos, de poder organizar a minha própria Queima das Fitas. É uma sensação espectacular. DC Os comissários já se conheciam entre si? LA Alguns, se calhar, já se conheciam. Eu conhecia a comissária de Medicina, minha amiga desde o primeiro ano. DC Isso não dificulta o trabalho, visto que têm poucos meses para organizar a festa? LA Assim que somos eleitos, começamos a trabalhar, recolhendo o feed-back dos antecessores para perceber o que tínhamos de fazer e o que podíamos melhorar em relação a ano passado. Depois, definimos o que queremos para a Queima das Fitas e começamos o trabalho a sério, em Janeiro. DC O tempo de que dispõem é suficiente? LA Acho o tempo muito curto. De qualquer das formas, a Queima das Fitas é uma comissão bem estruturada e bem organizada. Somos oito comissários, apoiados pelo secretário-geral e sua equipa. DC Esta experiência pode também acabar por contribuir como um treino para a vossa vida futura? LA Sinto-me uma pessoa, ao nível de organização e de execução de trabalho completamente diferente. Temos de lidar com empresas, temos de organizar um trabalho que se assemelha muito a um trabalho profissional, mas não somos remunerados. Organizar uma festa desta dimensão só por estudantes só acontece em Coimbra. DC Considera que este é o modelo de organização ideal? LA Acho. Por isso é que nós somos recebidos nas várias instituições, porque somos diferentes. l


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“Cortámos 15 a 20% em todo o orçamento” Em 2010, André Gomes esteve no Conselho Geral e regressa agora como secretário-geral da maior festa académica do país. Estudante de Economia, adianta que houve um especial cuidado na despesa, devido à crise alunos, foram penalizados. Acho que não haverá problema nenhum.

Patrícia Isabel Silva

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Diário de Coimbra (DC) A festa está a começar. Quais as expectativas para a edição deste ano da Queima das Fitas? André Gomes (AG) Achamos que a semana vai correr bem, em termos organizacionais. Esperamos que a afluência de público não baixe, apesar da crise, por isso é que mantivemos o preço do Bilhete Geral e temos novidades, com vantagens acrescidas, além do acesso às oito noites do parque. Ou seja, a pessoa ao adquirir o Bilhete Geral por 47 euros tem direito a 45 euros de vantagens na TMN, neste caso da Moche. Portanto, o custo efectivo do bilhete é dois euros. ANDRÉ GOMES está no primeiro mandato de secretário-geral DC Apesar da subida do IVA, optaram por não mexer no preço. Isso exige também um esforço acrescido da parte da organização? AG Exige grande esforço, até pelo corte que tivemos de fazer no orçamento da Queima no global. Temos de ter cuidado naquilo que está ao nosso alcance, que é a despesa, porque a receita depende das pessoas quererem vir ou não à festa e isso temos de esperar.

concessões e vamos ver. Acho que não vamos ter uma quebra tão significativa, mas haverá sempre uma quebra inerente à crise, no que diz respeito à receita de bilheteira.

“RESULTADO PODE SER MELHOR DO QUE O ANO PASSADO”

DC Estão com receios acrescidos? AG Eu acho que a crise não vai afectar tanto como era inicialmente esperado a nossa organização, porque conseguimos reduzir os custos e mesmo que as receitas baixem, mas não tanto como os custos, o resultado pode ser melhor do que o ano passado. É a minha expectativa.

DC Esse corte foi essencialmente no cartaz das Noites do Parque? AG Não. Foi mesmo transversal a toda a Queima das Fitas. Cortámos 15 a 20% em todo o orçamento. Teve de ser, porque estávamos a ter e tivemos quebras a nível das

DC Está satisfeito com o cartaz final? AG O cartaz, em termos de bandas, foi exactamente aquele que quisemos que fosse. É um cartaz que podemos apelidar de versátil: tem noites temáticas para todos os gostos. Começamos pela noite brasileira, depois uma noite de rock

no sábado, uma noite mais popular, com Quim Barreiros, no domingo. Bons nomes nacionais e que estão agora a ser lançados e terminamos com quinta-feira com um dos melhores djs do mundo e, na sexta-feira, com um conjunto dos melhores artistas nacionais. Poderíamos, se calhar, ter contratado mais uma banda internacional, mas pensámos que, internacional só por dizer que tínhamos mais uma estrangeira, preferimos um conjunto de bons nomes portugueses numa só noite. Acho que vai trazer um resultado melhor. DC Será uma noite virada não só para os estudantes, mas para a população em geral? AG Nitidamente, a última sexta-feira foi pensada também para a cidade, porque os estudantes já vêm de sete dias de idas ao parque, a maioria não no primeiro fim-de-semana a casa e aproveita o último para ir. Daí termos pensado

numa noite que fosse um tributo à cidade. Oportunidade a pensar no futuro DC Teme que estas polémicas com a praxe possam, de alguma maneira, influenciar a festa, com algum excesso? AG Acho que não, até porque a Queima das Fitas é um momento de celebração do estudante finalista que está a ver a sua carreira universitária chegar ao fim. Nunca assisti a nenhum abuso especial de praxe, por ser Queima das Fitas. DC Este ano há uma alteração na abertura do cortejo, na sequência de uma sanção do Conselho de Veteranos que determina que o cortejo no carro número 2? Poderá existir algum tipo de agitação? AG A situação foi entendida por todos. Existiu uma infracção de

DC Em termos pessoais, o que o motiva a estar na organização naquela que é considerada a maior festa académica do país? AG Eu já tinha sido membro do Conselho Geral da Queima das Fitas em 2010. Depois, em 2011, não estive, mas achei que poderia ainda dar o meu contributo numa lógica mais no terreno, mais de organização e não na parte de fiscalização. Achei também que perante o momento de crise que o país atravessa, da ausência de oportunidades para os jovens licenciados que esta é uma mais-valia que, a seguir, eu poderei usar no mercado de trabalho, porque acho que dá uma experiência de vida grande e isso tenho certeza que vai compensar. DC Quais são, em concreto, as funções do secretário-geral da Queima das Fitas? AG Para além de dirigir uma equipa de 10 membros, com missões diferentes. Para mim - é esta a minha óptica de organização da Queima das Fitas -, os comissários pensam o que querem da Queima deles, porque eles foram eleitos. E eu e a minha equipa tentamos junto deles tornar esse pensamento realidade. Somos, entre aspas, aqueles que estamos no terreno a tornar realidade tudo o que eles pensaram para a Queima das Fitas. Tudo o que são necessidades logísticas – transporte, alimentação, alojamento – cabe ao secretariado. DC Foi eleito para secretário-geral da Queima das Fitas de 2012 e 2013. No primeiro

ano nestas funções, como tem sido a relação entre comissão e secretariado? AG Uma das minhas competências é estar presente nos três órgãos, isto é, eu é que agendo e secretario a reunião do Conselho Geral, eu é que agendo e secretario a reunião da Comissão Central e, depois, a própria reunião da minha equipa, como é lógico. O que faz com que eu seja o elo de ligação entre os três órgãos. DC Têm de começar a trabalhar com quanto tempo de antecedência? AG Os comissários e o secretário-geral no primeiro ano de mandato tomam posse por volta de Janeiro. Começam logo aí a full-time. Normalmente, no segundo mandato do secretário-geral, o trabalho começa a ser desenvolvido mal acabe a Queima das Fitas no seu primeiro ano. DC Não é um período muito alargado. Cria-vos dificuldades? AG Há um problema essencial: como o Conselho Geral tem membros indigitados da Direcção-geral eles chegam mais tarde, pela simples razão de que a Direcção-geral toma posse a 26 de Janeiro. Só depois dessa data é que vão indigitar essas duas pessoas e, como o órgão é constituído por cinco, espera-se sempre para tomar as grandes decisões para quando esses elementos forem indigitados. DC Há alguma possibilidade de alterar este modelo de organização? AG Não, apesar do tempo de trabalho ser apertado, acho que se vai manter. l


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O melhor da música nacional e internacional em palco na Queima

FOTOS: D.R.

Steve Aoki e The Hives são os cabeças de cartaz de uma semana que contará ainda com as actuações do Grupo Revelação, Buraka Som Sistema, Wray Gunn e Supernada

QUIM BARREIROS volta a animar a noite após o cortejo da Queima Joana Martins A Queima das Fitas de Coimbra arranca dia 4 de Maio para oito noites de festa e animação. A Praça da Canção recebe, assim, os milhares de estudantes que todos os anos marcam o ritmo da semana dedicada aos estudantes e pelo palco principal voltam a passar grandes nomes da música nacional e internacional. A noite da Faculdade de Medicina marca o arranque da festa, com o Grupo Revelação como cabeça de cartaz de um serão que promete muito samba. A banda do Rio de Janeiro, responsável por sucessos como “Deixa Acontecer”, “Tá Escrito” ou “Sina”, sobe ao palco do queimódromo pela primeira vez. A abrir a noite estará o grupo Fragmentos e a Tuna da Faculdade de Medicina

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encerra os festejos da primeira noite. No dia 5 de Maio os “The Hives” são os convidados da noite da Faculdade de Direito. A banda sueca de punk rock traz na bagagem temas como “Hate to Say I told you so”, “Tick Tick Boom” e “Walk Idiot Walk”, naquela que promete ser uma das noites mais concorridas da edição deste ano da Queima das Fitas. Na mesma noite actuarão ainda os vencedores do concurso de bandas e, a abrir o palco para os The Hives, estarão os portugueses We Trust e o seu hit “Time (Better not Stop”. A Estudantina encerra o palco. No domingo seguinte é dia de cortejo e noite de Quim Barreiros. O popular artista regressa assim ao palco da Queima das Fitas, onde ano após ano garante muita

OS BURAKA Som Sistema trazem o seu último disco, “Komba” animação, incluindo no seu reportório temas como “A Garagem da Vizinha”, “Bacalhau à Portuguesa” e “A Cabritinha”, entre muitos outros sucessos que fazem as delícias dos estudantes. Os viseenses Hi-Fi levam a Coimbra o seu mais recente espectáculo, repleto, como sempre, de cor, luz e ritmo. José Mendes é outro dos convidados da já chamada “noite pimba” e irá interpretar temas da música popular portuguesa. A Fan-Farra e a Quantunna fecham as festividades de domingo. Os Wraygunn são os cabeças de cartaz do dia 7 de Maio e apresentam na Queima das Fitas de Coimbra o seu último disco, “L’Art Brut”, que marcou o regresso da banda aos palcos e tem enchido os concertos do grupo de Paulo Furtado um

pouco por todo o país. Ainda assim, a banda de Coimbra não deverá deixar de incluir os sucessos que marcaram a sua carreira. Os PAUS abrem o palco e o encerramento da noite da Faculdade de Letras estará a cargo do Grupo de Cordas e das Mondeguinas. Buraka Som Sistema na noite de terça-feira No dia seguinte os Buraka Som Sistema encabeçam uma noite que promete muito ritmo e animação, ao melhor estilo da banda que revolucionou o kuduro e a música electrónica em Portugal. O grupo traz o seu último disco, ‘Komba’, de onde já saíram hits como ‘Hangover (Bababa)’ e ‘(We Stay) Up All Night’. Mas os estudantes irão ainda dançar ao som de ‘Yah’, ‘Sound

of Kuduro’ e ‘Kalemba (Wegue Wegue)’. Os HMB trazem o soul e o R&B à Praça da Canção, com um concerto que dará início ao serão de terça-feira. A noite dedicada à Faculdade de Farmácia termina com a Phartuna e a Imperial TAFFUC. Os Supernada trazem Manuel Cruz de volta ao palco do queimódromo. O quinteto formado em 2002 lançou em Março deste ano o seu primeiro disco de originais, “Nada é Possível”, que começou a ser gravado em 2006. Os Prana e os X-Wife abrem a noite da Faculdade de Economia e o Coral Quecofónico do Cifrão dará os últimos acordes dessa quarta-feira. A penúltima noite da Queima das Fitas de Coimbra traz à festa dos estudantes o aguardado Steve Aoki. O músico americano irá pôr a Praça da Canção ao dan-

çar ao som dos temas que o consagraram como um dos melhores artistas e produtores de electro house. Jean Elan e Cosmo Klein compõem o panorama musical da noite da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, com encerramento a cargo da Orxestra Pitagórica. A última noite da edição de 2012 da Queima das Fitas de Coimbra traz a All Star Band, que inclui actuações de Rui Veloso, Jorge Palma, Lúcia Moniz, Virgul & Cool Hipnoise. O projecto, que em 2009 passou pelo queimódromo, garante um espectáculo diferente e com muitas parcerias em palco. Os portugueses doismileoito e Salto! são os convidados desta última noite do parque, dedicada à Faculdade de Ciências do Desporto, e que termina com As Fans e o Grupo de Fados. l


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Quatro noites alternativas no Palco RUC Né dos Santos e Filipe Azevedo, com sonoridades electrónicas até a traços de post-rock. O rock está em destaque no Palco RUC amanhã, dia 4, com os portugueses Equations, depois de Mars Red Sky, um trio que chega de Bordéus após ter conquistado a Europa, em palcos onde actuou ao lado de nomes como Sleepy Sun, A Place to Bury Stranger, Queen for the Stone Age ou Motorhead. O hip-hop reina no sábado, com Deau ou Daniel Francisco, rapper de Vila Nova de Gaia que se estreia em Coimbra para apresentar “RetiEssências”, projecto lançado em Janeiro de 2012. Dos Estados Uni-

Organização manteve preços dos bilhetes a pensar na crise Os dois bilhetes gerais para estudantes, de 47 e 55 euros – o mais caro permitirá o acesso às Noites da Queima das Fitas e também ao Chá Dançante e Garraiada – estão este ano associados a promoções TMN. Os preços gerais dão direito a um cartão moche de cinco euros, a umvalededescontode30eurosna compra de um telemóvel moche ou a 15 euros de saldos no cartão. A Comissão Organizadora da Queima das Fitas de Coimbra 2012 preocupou-se em adaptar o valor dos bilhetes ao momento económico, e daí que não tenha havido inflação, em relação a anos anteriores, suportando a organização os encargos resultantes do aumento do IVA. Os bilhetes para estudantes estão acessíveis a todos os que frequentam o Ensino Superior em Portugal e aos alunos do Secundário de Coimbra. Os lucros da Queima, recorde-se, destinam-se às secções da Associação Acadé-

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D.R.

n O Palco RUC volta a estar presente no recinto das Noites do Parque da Queima das Fitas, mas este ano em apenas quatro noites (de 4 a 7 de Maio). O espaço da Rádio Universidade de Coimbra será uma alternativa ao palco principal do queimódromo, destacando-se na programação o britânico Joker (alter-ego de Liam Mc Lean), um dos primeiros produtores de dubstep, com provas dadas também no soul ou R&B, que actuará segunda-feira, dia 7. Não vão faltar, nessa mesma noite, os Sensible Soccers, de Emanuel Botelho e Hugo Gomes – da Rádio Universidade e fundadores da chamada “Música Pop Desempregada” –,

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JOKER (Liam Mc Lean) actua segunda-feira dos chegam DJ Rashad & DJ Spinn, que trabalham juntos há vários anos e fazem da cidade de Chicado o ponto central das suas actuações. MarcoCastroeIgorDomingues são os Throes, um grupo de Porto, «de rock acentuado e diabo no corpo» e estão no Palco RUC domingo. Com eles vem The Shine, um duo de Luanda, que se destaca pelokuduro.Juntosprometempôr o público a dançar num estilo a que se pode chamar “rockuduro”, numa altura em que está prestes a chegar o seu primeiro álbum em

conjunto. Na mesma noite, brilha o britânico Lil Silva. Nas quatro noites, vão marcar presença os DJs RUC. Viúva Escarlate (Tânia Cardoso) e Casal Boss (António Sérgio e João Terêncio), na sexta-feira. Rui Oliveira, Carlos Braz e Rádio Bambaataa, no sábado, e Golpe de Estado e João de Almeida, domingo. A segunda-feira está reservada a André Tejo e Afonso Macedo. O início dos concertos está marcado para a meia-noite, com as actuações a prolongarem-se até às 6h00. l

mica de Coimbra, repúblicas, residênciaseacçõesdesolidariedade. A Comissão Organizadora da Queima das Fitas anunciou que vai este ano tentar evitar as filas nas bilheteiras com a venda de bilhetes online. Os bilhetes pontuais das Noites custam entre oito e dez euros para estudantes. Para a noite do dia 4 (em que actua o Grupo Revelação), os preços são de 10 euros para estudante e 15 euros para não estudante; no dia 5 (The Hives), 10 euros estudante e 15 euros não estudante; no dia 6 (Quim Barreiros), 5 euros estudante e 8 euros não estudante; no dia 7 (Wraygunn), 7 euros estudante e 12 euros não estudante; no dia 8 (Buraka Som Sistema), 8 euros estudante e 13 euros não estudante; no dia 9 (Supernada), 7 euros estudante e 12 euros não estudante; no dia 10 (Steve Aoki), 8 euros estudante e 13 euros não estudante; no dia 11 (All Stars Band), 8 euros estudante e 13 euros não estudante. l



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