Jornal O Vale - Número 77

Page 1

João Ribeiro

O sonho de ser... músico

p. 11

Escola Cooperativa V.S. Cosme - Didáxis Número 77 Dezembro 2009

ENTREVISTA

Comemoração do Ano Internacional Europeu de Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Europeia A Comemoração do Ano Internacional da Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Europeia de Higiene e Segurança no Trabalho assinalou-se com a realização de um seminário subordinado à temática “ Avaliação de Riscos Profissionais”. Esta iniciativa contribuiu para realçar a importância da avaliação dos riscos inerentes aos locais de trabalho dos diferentes sectores de actividade profissional e para a necessidade da implementação prática de medidas efectivas e eficazes. p. 10

Halloween

Um susto de tradição p. 09

A Floresta Autóctone

O hastear da “Bandeira Verde”

Natal p. 04

Afinação Natalícia p. 20


02

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

EDITORIAL NATAL! Eilo novamente entre nós! Os hábitos e valores da família, a dinâmica da Escola e um programa feliz, fazem do Natal uma festa especial, a festa do Ano, entre nós. Natal é encontro, desde sempre, com bom tempo, chuva ou vento, a Escola um mundo de gente de idade em flor, o brilho do sol no rosto, em trânsito permanente. Natal na Escola é sentimento de pertença, pais, alunos e professores em simbiose, é envolvimento, cooperação, estímulo, recompensa e... prevenção. O espírito de Natal nasce com tempo. Os ícones da moda, dedicação e empenho, expressão artística e tecnológica da casa, revestem os espaços de cintilantes reflexos multicolores. Os anjinhos dourados, em cada recanto, parecem cantores e, uníssonos, abraçam-nos com suaves melodias. Nas salas, espaços brilhantes, o Natal acomoda-se todo à volta de uma mesa de conversas amenas, sorrisos abertos e saborosos sabores; menos ortodoxo, mas um manjar, é o arroz de pato; as sobremesas - que cheirinho a canela! - são tradição, mimos caseiros compartilhados; na

troca de presentes, cada livro é um sorriso, uma semente de ler por prazer. Natal, já sabemos, é espiral de consumo numa sociedade sensorial que fomenta, não o pensar, mas o constante sentir do corpo “um espaço e um tempo onde tem lugar o drama da energia”(Valéry). Se o consumo for moderado é prazer ou representação do prazer, se o consumo é o tudo da existência, é perverso. Dentro e fora do Natal, é sempre tempo de viver uma “ecologia do espírito: o homem, mais do que consumidor, deve ser uma criatura que aprende, que pensa, que se ultrapassa…” (Gilles Lipovetsky). No presépio animado, até às Janeiras, o Natal humilde do Menino Yeshua, o novo Sol, é lição para os simples (pastores) e todos os povos do mundo (os Reis Magos). Nas artes do palco, pela voz de tantos meninos, reclama para o Homem mais humanidade, mais solidariedade, porque, “o que se perde, muitas vezes, na democracia, na tecnocracia, na dispersão de nações e credos é a integração do humano nas pessoas concretas” (Augusto Hortal). A Didáxis Solidária e a Kelly (Feliz Natal!) ficam à espera… Natal é final de etapa, momento de balanço e oportunidade de corrigir a rota. Natal é tempo de contemplar as estrelas e de fechar os manuais exaustos que nos hão-de abrir as portas do futuro.

Ano Novo! Neste novo começo, seriam muitos os votos, em múltiplos planos, que poderíamos formular para o novo ano. Uma Escola de qualidade e de excelência, que trabalha na formação e progresso de todos os alunos, que promove o talento e o mérito e que se articula eficazmente com a sociedade, com as empresas e com a universidade, seria uma primeira e justa aspiração. Certamente que estamos no caminho. Todavia, todos sabemos dos problemas conjunturais, do atraso no desenvolvimento económico do País, e do insucesso nas metas traçadas na Estratégia de Lisboa para a Educação até 2010, sobretudo na leitura e na Matemática. Esta situação impõe a todos, Pais, Professores e Alunos, uma cultura de maior exigência de cada um perante si próprio. Educar continua a ser uma tarefa essencial e educar para a autonomia e responsabilidade, uma prioridade. “Para educar é preciso compreender a mensagem daqueles que nos educaram e saber passar essa mensagem” (Daniel Sampaio). Necessária é uma educação que, desde cedo, se desenvolva num clima democraticamente organizado em redor de uma autoridade, que se baseie no afecto, no respeito mútuo, no exemplo e na coerência, na preocupação com o que o outro poderá estar a sentir, nas orientações claras sobre o comportamento, na negociação adequada, no apoio às inicia-

tivas dos jovens, no estímulo à sua capacidade de descoberta, na recompensa… Os alunos que crescem num ambiente de auto-disciplina e com sentido de autonomia resistem melhor à frustração, são mais persistentes, isto é, fazem todo o possível para melhorar resultados, período a período, ano a ano, são independentes, maduros, seguros, decididos, capazes de se porem no lugar do outro sem auto-contemplação, pensam antes de agir, afirmam-se como pessoa e respondem convictamente aos desafios nas múltiplas situações ao longo da vida. Serão cidadãos e profissionais competentes e sobretudo…mais humanos. Se a educação se baseia no autoritarismo ou, por outro lado, na superprotecção, na gratificação imediata e excessiva, no deixa andar, num contexto em que cada um desconhece exactamente o seu papel ou os limites que deve respeitar, então a mudança será mais lenta e o futuro mais distante. Como na fábula do Beija-Flor, cada um terá de fazer a sua parte, mais e melhor… Um bom ano a todos os leitores … Alcino Faria

O PRESÉPIO NA NOSSA ESCOLA O Departamento de Expressões Artísticas e Tecnológicas, com o objectivo de relembrar as velhas tradições e proporcionar aos nossos alunos um ambiente Natalício, quis, mais uma vez, dar um contributo para a escola ficar com brilho / cor conferindo-lhe um aspecto mais caloroso. Para isso, o empenho de todos os elementos deste departamento, bem como dos funcionários e alunos, foi importante para a realização de um pre-

sépio movimentado, que este ano teve a preciosa ajuda do Sr. Alberto Martins, que colaborou com alguns dos seus bonecos movimentados: Igreja, lenhador, pescador, pedreiros e lavrador que em muito contribuíram para o enriquecimento do nosso presépio. Bem-haja. Agradecemos a vossa colaboração A Coordenadora do Departamento: Otília Loureiro

O sr. Alberto Martins colaborador do presépio movimentado

Propriedade: Escola Cooperativa de Vale S. Cosme (DIDÁXIS), Avenida de Tibães, nº 1199, Vale S. Cosme – 4770 568 - V.N. de Famalicão, telf. 252910100 / Fax 252910109 Direcção: Alcino Faria Paginação e arranjo gráfico: José Azevedo Fotografia: Nuno Marinho, Paulo Silva e alunos do Núcleo Multimédia Redacção: Núcleo Multimédia Co-responsável pela redacção: Helena Dias Pereira Assessor de imprensa para o exterior: Pedro Reis Sá Impressão: Empresa do Diário do Minho Colaboração: Professores: Ana Maria Costa; Otília Loureiro; Patrícia Fernandes, Mário Oliveira; Maria João Drumond, Jacinta Morais, Estevão Liberal, Adalberto Machado, Susana Costa, André Vilhena Barbosa, Cristiano Silva, João Dias, Paulo Oliveira, Marta Ferreira. Alunos: Gonçalo Henrique Vilela - 8.6, Inês Vilaça - 9.2, Luís Costa, Diana Correia, Tânia, João Matos e José Ricardo - 11.2, Bárbara Passos e Carla Rafaela - 7.1, Guilherme Marques da Fonseca 11.1 , Hernâni Mendes, Cátia Sousa, Ana Martins e Vanessa Claro 2TCOM, Cáta Cardoso, Fábio Silva e Márcio Santos - 2 TR, Jorge Dias e Rui Silva - 2 TEAC, Eva Neves e Márcia Alves - 3TCOM, Ana Catarina, Ana Vieira, Ana Rodrigues e Filipa - 2TV, Gabriela Silva, Rui Gomes, Solange, Nuno Campos e Ana Sá - 10.2, Ana Íris, Ana Rodrigues, Hilário Rocha, Joana Oliveira, Joana Seara e Sara Martins - 12.1, João Silva e Pedro Araújo - 1TEAC, João Guimarães e José Moreia - 11.3, turma 8.5


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

03

Jornal O Vale

Palestra

“A PARTE LÚDICA DA MATEMÁTICA” infindável possibilidade de combinar hipóteses, entre o movimento de diferentes peças e a relação com os dados. No jogo do Moinho, temos de dar mais importância à colocação inicial das peças. No jogo do Soldado, atender ao peso histórico do jogo, olhar para o tabuleiro como um campo de batalha e procurar impedir o nosso adversário de jogar. Todos eles me transportam no tempo… Sempre que os jogo, imagino os espaços onde originalmente foram jogados, os sons e o modo de estar e viver. Como tem sido a recepção dos alunos às vossas iniciativas? P.M. A recepção dos alunos tem sido fantástica, o que se revela pela curiosidade que demonstram, a vontade de contribuírem para a realização do torneio e as ideias originais que nos apresentam. A animação pedagógica que assumem e realizam e a espontaneidade que demonstram são um manancial de reacções que nos motivam a promover e reforçar esta iniciativa. Que opinião tem da nossa Escola?

No âmbito de Área de Projecto, no passado dia 19 de NoNo âmbito de Área de Projecto, no passado dia 19 de Novembro, o nosso grupo participou e dinamizou a palestra “A parte Lúdica da Matemática”. Nesta actividade conhecemos o Dr. Paulo Morais, professor de Matemática na Escola Secundária de Vieira do Minho, pós-graduado em jogos matemáticos e mestre em Animação Sócio-Cultural, a quem tivemos o prazer de entrevistar.

deixar de nos rever na nossa história local e nacional. Construir uma jogada, concentrar no processo, formular uma estratégia, antever a reacção do nosso adversário e concluir o jogo são elementos que enriquecem a acção e o desenvolvimento pessoal e académico de quem descobre os jogos romanos de tabuleiro.

De que forma os jogos matemáticos poderão contribuir para o sucesso dos alunos?

P.M. Há conteúdos matemáticos que se podem explorar através destes jogos, probabilidades, cálculo e geometria são alguns conteúdos, mas, para os jogar, não é necessário saber matemática. Quem conseguir fazer a ligação entre o jogo e o raciocínio matemático, lógico/formal terá mais ferramentas ao seu dispor. A ligação é muito maior no que diz respeito às competências que ambos exigem: persistência, concentração, pensamento lógico, processos, sequências, visão do todo, interpretação da parte como elemento do todo. Deve-se focar na meta pretendida, desfazer o objectivo maior em objectivos intermédios, sendo que o processo se desenrola com a conclusão de várias etapas. Será, portanto, este o maior contributo dos jogos para a aprendizagem da Matemática: não atender só ao mapa, mas mais ao território, isto é, não se focar em conteúdos específicos, mas mais nos processos.

Paulo Morais-Os jogos matemáticos têm vindo a revelar-se uma ferramenta pedagógica de grande valor, no que concerne à motivação e treino de competências transversais necessárias para a realização das aprendizagens. Em termos de motivação, exploram, de forma eficaz, a perspectiva lúdica inerente à nossa condição de seres humanos, pois o Homem tem natural propensão para o lúdico, para a diversão e para explorar o prazer que daí advém. Nos jogos, é necessário utilizar vários tipos de destrezas, sendo que as principais se prendem à dimensão racional. Outro factor que aumenta o interesse é o facto de se interagir com outra pessoa dotada, à partida, de iguais capacidades, dando o aspecto de imprevisiblidade e desafio que estimula a nossa atenção. Isto também obriga à constante análise do adversário, que se prende com o facto de antecipar e criar jogadas, induzir o adversário a agir, interpretar e formular eventuais raciocínios. O que acabei de descrever são competências que exigem níveis de abstracção de elevado nível, que utiliza premissas exploradas na formulação matemática do mais elevado grau. E tudo isto feito num ambiente divertido e de interacção, “a brincar”. A seu ver, quais as áreas em que os jogos romanos poderão contribuir para uma melhor aprendizagem? P.M.-O torneio dos Jogos Romanos de tabuleiro foram criados para envolver a Matemática, a História, o Português e a Educação Visual e Tecnológica. Através de dinâmicas de animação pedagógica e cultural, estas áreas misturamse de forma natural, focam questões de identidade patrimonial e cultural, incentivam a criatividade e motivam à aprendizagem, suscitando a curiosidade de quem se propõe a descobrir os jogos. Saber como, quando e onde se jogava, explorar estratégias que se fundamentavam em noções bélicas, utilizar os mesmos princípios que os nossos antepassados utilizavam para os construir, reciclar, reutilizar e renovar. Enquanto jogadores não podemos

A Matemática pode ser aprendida como se de um jogo se tratasse?

Qual o jogo que mais lhe agrada? P.M. Pergunta difícil de responder… Todos eles me agradam, mas de uma forma específica. No Tabula, temos a

P.M. A vossa Escola é um espaço de desenvolvimento humano, social e cultural, não só académico. Uma escola que realiza, de forma integrada, o processo educativo como um todo onde todos contribuem, não depende só dos professores… Toda a comunidade está empenhada em crescer na sua dimensão humana. Esta Escola promove qualidade de vida: os processos existem, de forma estruturada, com uma finalidade, abarcando as dimensões biopsicosociais; munem os alunos de ferramentas eficazes e apostam, também, nos melhores “manuais” para as usarem. Vestir a camisola da Cooperativa Didáxis revela ser um orgulho, pelos testemunhos que tenho assistido e pela obra que tenho visto realizar. Que conselhos dá a este projecto? P.M. Que seja provocador, isto é, conhecendo bem as regras e as bases pelo qual se rege (às quais deve obedecer), a partir daí o céu é o limite. Recriar de forma original todos os espaços que têm margem para manobra, explorar bem as questões de identidade patrimonial e cultural, assumir a animação que ele proporciona e ter prazer em arriscar. Agir, sempre, de forma estruturada, com muita energia e alegria. O que espera para o futuro? P.M. Uma adesão em massa, no nosso distrito. Conto com a vossa estreita colaboração: receber as vossas contribuições e registar a maturidade com que vão lidar com este projecto, no concelho de Famalicão. E, em todo o momento, divertirmo-nos com o processo. Esta foi uma oportunidade que consideramos muito enriquecedora para o nosso projecto e para uma divulgação deste tema na nossa Escola. Ana Rodrigues, Hilário Rocha, Joana Oliveira, Joana Seara,Sara Martins.


04

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

A FLORESTA AUTÓCTONE

No dia 23 de Novembro, realizou-se na nossa Escola uma palestra sobre a floresta autóctone conduzida pelo Professor Doutor Paulo Farinha Marques (Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) e pelas Dra. Andreia Gouveia e da Dra Sílvia Morim, duas técnicas do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Vila do Conde. A referida palestra inseriu-se no dia dedicado à Floresta Autóctone e teve por objectivo sensibilizar a comunidade educativa para a importância da preservação e divulgação de determinadas espécies originárias da nossa região e que estão em vias de extinção. Esta deve-se à introdução de

espécies exóticas que exercem predação sobre as nossas espécies, ou simplesmente pelo facto de algumas espécies exóticas terem algumas particularidades que nos favorecem. Árvores como o Carvalho Alvarinho e o Sobreiro são o exemplo entre outras que correm o risco de se extinguirem. Em Portugal, existe uma preocupação para evitar a extinção de determinadas espécies. Temos o caso dos sobreiros e das azinheiras que representam, no seu conjunto, cerca de 37% da área florestal portuguesa e estão protegidos por lei. O dia começou com a plantação de algumas espécies autóctones no espaço escolar e foi, também, assinalado pelo

hastear da “Bandeira Verde”, um galardão que distingue a nossa Escola, no âmbito do Programa Nacional “Eco-Escolas”, e que tanto nos orgulha. Faço pessoalmente um balanço positivo desta data em que ficamos a perceber que, por vezes, as nossas espécies autóctones podem aparentar ter poucos benefícios, mas após alguma insistência e paciência, podem ser muito valiosas para a nossa vida. Esta actividade foi desenvolvida pela professora Dália Liberato (em representação do Grupo Disciplinar de Geografia) e Ana Rita Sousa. Não posso deixar de elogiar o professor Paulo Farinha Marques

que através de um forte poder comunicativo soube captar uma assistência fortemente constituída por alunos do oitavo ano, que de livre e espontânea vontade assistiram a um momento tão enriquecedor para a nossa cultura geral e crescimento intelectual. Foi uma aula diferente, num espaço diferente, onde se falou de um tema a que não podemos ser indiferentes. Por isso, se ficou com curiosidade de saber mais sobre este tema, investigue… e, a partir deste momento, quando olhar um sobreiro, ou outra espécie autóctone, vai de certeza pensar em valorizar a preservação e evitar a extinção… Gonçalo Henrique Vilela, 8.6

PALESTRA “AMAR COM SEGURANÇA” No passado dia 25 de Novembro, pelas 16 horas, os alunos do 8º e do 9º anos que frequentam a disciplina de EMRC (Religião e Moral), bem como os alunos do Curso de Educação e Formação de Serralharia Mecânica, do primeiro ano, foram convidados a assistir a uma palestra sobre o tema “Amor e sexo/sexualidade”, organizada pelos professores Marta Ferreira e Sílvio Nogueira. A palestra foi orientada pela Dr.ª Manuela Galvão (professora de Filosofia, Mestra em Ética e Filosofia Social e Coordenadora da Equipa de Educação e Formação de Adultos da Diocese de Braga) e pela Dr.ª Arminda Moutinho (Médica Escolar). A palestra iniciou com um desafio colocado aos alunos: a tentativa de definição dos conceitos “amor” e “sexo”, o que facilmente levou à percepção das diferenças que distinguem os dois conceitos. De forma a demonstrar as diferentes realidades associadas a cada um dos termos, os alunos procederam ao preenchimento de uma ficha lacunar (a letra de uma música), em que tiveram de colocar as palavras “amor” e “sexo”

nos sítios certos. Foi ao som da música de Rita Lee, cujo título é, precisamente, “Amor e Sexo”, que os alunos verificaram se erraram muito ou não. Posteriormente, ouviram-se as sábias palavras da Dr.ª Arminda Moutinho que deram resposta a questões que, apesar de simples, nem sempre estão assimiladas como: a constituição dos sistemas reprodutores, os perigos das relações sexuais não protegidas, a importância do uso de métodos contraceptivos e do planeamento familiar… Até a problemática da existência da alma foi um dos tópicos em discussão. A Dr.ª Manuela Galvão tratou, de forma muito cativante, temas relacionados com “o amor”, e com os quais nos deparamos constantemente: os valores morais do ser humano e o papel da psicologia na sexualidade, entre outros. Por fim, procedeu-se ao esclarecimento de algumas dúvidas que ainda perduravam, demonstrando que a temática desta palestra é, e sempre será, um dos assuntos dominantes na educação e na vida das pessoas. Inês Vilaça, 9.2

Dr.ª Manuela Galvão e Dr.ª Arminda Moutinho no decorrer da palestra


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

05

Jornal O Vale

“Renewable Energies” No âmbito da disciplina de Inglês, foi feita uma palestra sobre um dos temas abordados nas aulas: "Renewable Energies". Embora este assunto não seja algo novo, o recurso às energias renováveis é, cada vez mais, uma realidade. Estas energias têm vindo a tomar um papel significativo no plano energético a nível Mundial. Os alunos das turmas 11.2 e 11.3 promoveram um colóquio para que este assunto não caia no esquecimento, e também para que o corpo estudantil esteja informado sobre os avanços e recuos no uso das energias limpas: eólica, solar, das marés.... A palavra de ordem neste projecto foi a autonomia: os alunos foram os responsáveis por tudo o que envolveu o planeamento e execução da palestra. Des-

de a elaboração e envio dos convites, reserva das salas necessárias, etc., tudo isto foi responsabilidade dos alunos. Uma vez que esta actividade foi realizada no âmbito da disciplina de Inglês, os palestrantes recorreram ao uso desta língua estrangeira ao longo da palestra, o que provou ser um desafio para os jovens oradores. O dia chegou... e aqueles que iriam dar a cara pelas “Renewable Energies” andavam nervosos, com os olhos colados em papéis, cartões e folhetos. Todos rondavam os aparelhos verificando se tudo estava operacional. O Centro de Recursos foi o ponto de encontro das faces preocupadas e atarefadas dos envolvidos no evento. Finalmente, chegou a hora da apresentação! O nosso convidado, Dr. Manuel

Maria Pereira de Azevedo, da Universidade de Aveiro, apresentou-se e as turmas procederam às respectivas apresentações. A tensão era muita, mas depressa passou o nervosismo inicial e o discurso tornou-se menos mecânico e decorado, mais fluído e receptivo a intervenções do público. A turma 11.2 até teve direito ao seu erro técnico, em que o PowerPoint desapareceu momentaneamente, mas mesmo isso não representou um entrave ao decorrer da apresentação. No fim das intervenções, o nosso convidado especial, Dr. Manuel Azevedo, cuja participação, desde já, agradecemos, deu o seu parecer, criticou as nossas escolhas e apontou os nossos erros. Consideramos que esta palestra cum-

priu todos os seus objectivos, visto que oradores e espectadores puderam aprender um pouco mais de Inglês, trabalhar em equipa, ser mais autónomos, tirar dúvidas, discutir ideias e vislumbrar uma nova imagem do Mundo no que respeita às renewable energies, e, também, obter um conhecimento mais profundo das respectivas tecnologias. Obrigado a todos os que tornaram esta actividade possível e contribuíram para que fosse um sucesso a todos os níveis.

O nosso convidado, Dr. Manuel Maria Pereira de Azevedo, da Universidade de Aveiro, e as turmas que procederam às respectivas apresentações.

EXPOSIÇÃO: ROSA DOS VENTOS Esteve patente, na entrada da nossa Escola, na semana de 9 a 20 de Novembro, no espaço destinado a mostras de trabalhos/exposições, a Exposição e Concurso Rosa dos Ventos. Esta exposição esteve a cargo do grupo disciplinar de Geografia e consistiu numa mostra de trabalhos, mais concretamente de Rosas dos Ventos, elaboradas pelos alunos das turmas do 7º ano, no intuito de aliar a imaginação e a criatividade aos saberes científicos. A nossa turma, 7.1, participou com seis trabalhos. O resultado foi muito gratificante para professores e alunos, pois foram expostos cerca de 60 trabalhos. A eleição da melhor Rosa dos Ventos esteve, também, a cargo dos alunos das turmas do sétimo ano. Damos os nossos parabéns a todos os participantes e professores pela iniciativa, pois o resultado final foi brilhante! Bárbara Passos e Carla Rafaela, 7.1

Luís Costa, 11.2 Diana Correia, 11.2


06

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

José Padeiro entrevista Mário Oliveira

Mário Oliveira é o actual vice-presidente da Associação de Xadrez de Braga e responsável por um dos clubes mais activos do norte: o NXVSC –Didáxis ( Núcleo de Xadrez Vale de São Cosme - Didáxis)

JOSÉ PADEIRO PERFIL

Jogador federado desde 1992. Treinador FIDE e Seleccionador Nacional da Federação Portuguesa de Xadrez desde 2005. Mestre Nacional desde 2005. Melhor elo 2287 em Janeiro de 2008. Título mais importante: Campeão Nacional de Semi-rápidas em 2005. Objectivo imediato: Chegada aos 2300 e consequente título Mestre Fide.

José Padeiro (JP): Obrigado por teres aceite o convite Mário. A minha primeira pergunta vai-te certamente fazer pensar… Quem é Mário Oliveira no xadrez português? Como te definirias, quer como pessoa, quer na envolvência da modalidade? M.O.: Mário Oliveira é um apaixonado por este jogo-ciência desde os 11 anos. Como jogador conquistei os títulos distritais jovens Sub-14, 16, 18 e 20 e no meu último ano Sub20 (1998) obtive os meus melhores resultados: 8º lugar no Nacional de Jovens e 2º lugar no Nacional Universitário. Após essa época retirei-me ajudando ocasionalmente o meu irmão, Tiago Oliveira, na dinamização do Grupo de Xadrez Vila Pouca (Guimarães). Reatei esta paixão em 2003, fundando o Núcleo de Xadrez Vale S. Cosme - Didáxis. Acima de tudo, sirvo (-me) (d)o Xadrez para cultivar amizades, caso contrário, já tinha desistido há muito tempo de promover esta mui nobre modalidade. JP: Neste momento vês-te mais como jogador ou dirigente? M.O.: Claramente como dirigente! O “bichinho” de organizar torneios e formar novos valores escaquísticos esteve sempre dentro de mim… A minha cobaia foi o meu irmão que chegou a ser duas vezes vice-campeão nacional de jovens tornando-se uma referência no Distrito de Braga pelos resultados que alcançou a nível individual e colectivo. Sempre gostei de ensinar (sou professor de Matemática) e tentar encontrar diferentes formas e estratégias de transmitir “padrões de conhecimentos” e o ensino do Xadrez esteve, desta forma, sempre dentro de mim. Quando me inscrevi, em 1990, na Escola E.B. 2,3 João de Meira, o professor João Andersen (o meu 1º treinador) encaminhava-me os “casos mais difíceis”, encarando esta tarefa como um desafio às minhas capacidades didácticas! Fui o seccionista mais novo de sempre do mítico clube Círculo Arte e Recreio, com apenas 15 anos, onde consegui, com um orçamento de zero escudos, patrocínios de várias entidades locais, assegurando a sobrevivência do clube. A par com o meu colega seccionista, Vítor Matos, organizámos o Campeonato Distrital Absoluto (1993), com o patrocínio da empresa “Águas da Penha” e da Escola Secundária Francisco de Holanda - Guimarães (cedeu as instalações, pagou os prémios, registos de

partidas, cartazes…). Escrevia numa máquina de escrever duas vezes por mês notícias e entregava em mão aos jornais e rádios locais e desta forma o Xadrez em Guimarães esteve sempre em dinamismo! A par desta situação, ajudei a minha mãe, professora do 1º Ciclo, nas suas turmas (1993-1995), ensinando Xadrez e tentando incutir conceitos matemáticos e abstractos nas suas aulas, quando não se falava de Actividades de Enriquecimento Curricular, hoje obrigatórias em todas as Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico! Todavia, no início do NXVSC - Didáxis, tive a dupla função de jogador (1º tabuleiro) e dirigente, o que era muito desgastante, mas compensador com as vitórias que íamos obtendo, onde destaco a conquista do mais alto título distrital colectivo em 2006: Campeonato Distrital Absoluto (equipas). Nos dias que correm, sinto que já não sou necessário no tabuleiro, em termos competitivos, podendo canalizar as minhas energias para aquilo que inicialmente me propus: promover a implantação do Xadrez em Vila Nova de Famalicão e proporcionar aos meus atletas as melhores condições para a prática do Xadrez na participação em Torneios Nacionais e Internacionais. JP: Sempre foste um entusiasta do xadrez. O que pensas que te faltou quando eras jovem para teres dado um salto qualitativo importante? M.O.: Faltou-me alguém como eu! (risos) Agora mais a sério… (pausa). Faltou-me jogar (mais, muito mais) partidas lentas, pois quando era jovem apenas se jogavam ao fim de semana torneios de Semi-Rápidas / Rápidas. Jogar um torneio de lentas era um acontecimento quase impossível, exceptuando o Torneio Interno do Clube, Distritais Absolutos, Nacionais de Jovens, Nacionais por Equipas e Taça de Portugal. Depois, sem as novas tecnologias, sentia-se um handicap muito grande na análise e preparação de partidas. Como as minhas energias desde cedo se canalizaram para o dirigismo e formação, nunca pude investir como devia no desenvolvimento da minha força de jogo. No entanto, “O Meu Sistema, Aron Nimzowitsch” é um livro que foi lido e aplicado, várias vezes, nas minhas aulas e partidas. Como tudo na vida, “temos de semear para podermos colher”! JP: Se não estou em erro formaste o teu clube há 6,7 anos. Tem correspondido às expectativas? O que achas que falta para poder chegar ao nível de, por exemplo, um Dias Ferreira? M.O.: Acima das expectativas, claramente. A Escola onde lecciono está enquadrada num meio socialmente desfavorecido, onde o projecto Xadrez tinha tudo para falhar! Ainda foi preciso algum tempo para convencer o Director Pedagógico da minha Escola a investir 200 euros em material (Jogos, Relógios, Folhas de Anotação…) e inscrever os alunos na vertente Desporto Escolar. Passados dois meses de divulgação, contando com o apoio da AXDB, através do professor Fernando Castro, e do inigualável seccionista do Grupo Desportivo Dias Ferreira, Vitorino Ferreira, organizei o 1º Torneio (I TORNEIO DO VALE) no último dia de aulas do 1º Período no ano lectivo 2003/2004 que foi um êxito em termos de participação: 112 alunos! Em Abril de 200, acolhemos a Final Distrital Escolar com a participação de 180 alunos das Escolas do Distrito de Braga, constituindo um acontecimento de boa propaganda para o desenvolvimento do Xadrez na nossa Escola. Do Desporto Escolar ao Federado foi um pequeno passo, com a organização de vários torneios de lentas, promoção de treinos com jogadores mais experientes, intercâmbio entre clubes, nomeadamente o GDDF, o que proporcionou aos nossos atletas um desenvolvimento mais rápido da sua força de jogo.

O GDDF é um projecto em que se vive o Xadrez 24 horas diárias, enquanto que o clube que eu dirijo está inserido numa Escola e dificilmente atingirá o patamar deste importante clube matosinhense. Como diz na gíria escaquistíca: “Vitorino só há um, ele e mais nenhum!”… (risos) JP: Na altura de ingresso no ensino superior abandonaste temporariamente a modalidade. Pensas não serem emcompatíveis os estudos e o xadrez competitivo? M.O.: O meu abandono deveu-se a outra paixão: a música. Quem me conhece dos Nacionais de Jovens de Xadrez sabe que levava comigo a minha companheira de sempre: “A minha Guitarra”… Na Universidade proporcionou-se a criação (1999) de uma banda, F.R.E.I., em que eu era o letrista e vocalista , culminando com a vitória num concurso de bandas e gravação de uma maquete (2003). Após a separação traumatizante (risos) dos membros da banda, decidi investir no Xadrez, já que podia conciliar este amor com o meu outro amor: o ensino da Matemática! Portanto, foram as circunstâncias da vida que me fizeram abandonar temporariamente a modalidade… JP: Relativamente ao xadrez nacional, o que pensas que pode ser feito para uma maior evolução? O que tens feito tu na própria associação distrital para que essa evolução seja notória? M.O.: Como já disse, é necessário que os jogadores disputem (cada vez mais) partidas lentas, façam uma análise individual e em grupo das mesmas e só deste modo poderá haver uma evolução notória e consistente. Desta forma, penso que é necessário que os Clubes, Associações Distritais e a própria Federação promovam a evolução do Xadrez com base neste denominador comum: promoção e organização de Torneios de Lentas. A nível da AXDB, promoveu-se na passada época competitiva treinos da Selecção Distrital de Jovens, elaboração de um ranking da Selecção Distrital de Jovens sendo atribuído um prémio de 65 euros aos dez primeiros classificados (pode ser descarregado por este link), apoio à organização de Torneios Fechados FIDE nos clubes (só no meu clube organizei dois torneios fechados com 10 e 12 jogadores, respectivamente), lançamento do Anuário de AXDB, da minha autoria, organização do I Festival de Xadrez do Minho, que promoveu a aprendizagem da prática do Xadrez a centenas de crianças de Escolas do 1º Ciclo do Distrito de Braga e um apoio constante a todos os Clubes de Desporto Escolar (cedência de material e formação técnica) do Distrito, para que se possam criar condições de criar um clube federado…

cação dos alunos do NXVSC - Didáxis, tenho que lhes prestar a minha homenagem, pois, desde o primeiro dia, têm sido incansáveis em todas as formas de apoio para a expansão e afirmação deste jovem clube no panorama escaquístico nacional! Aproveito a oportunidade para agradecer o contributo da Cooperativa de Ensino Didáxis, da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, bem como, o apoio institucional da Associação de Xadrez do Distrito de Braga no desenvolvimento do Xadrez, no Concelho de Vila Nova de Famalicão.

Perguntas rápidas » Decisão mais difícil que tomaste enquanto director do teu clube: Ainda não a tomei!... » Melhor amigo do xadrez: José Curado (Que é feito de ti Engenheiro?) e Vitorino Ferreira & Co (eles sabem quem são!) » Vitória mais marcante: João Andersen (1995) no Torneio Interno do CAR: “o aluno superou o Mestre!”… » Melhor torneio: Campeonato Nacional de Jovens Sub-20 (1998), 8º lugar. » Derrota mais dolorosa: Nuno Cachada (1995). Ao perder um jogo mais do que ganho perdi a oportunidade de vencer o Torneio Interno do CAR. » Maior alegria que um jogador do teu clube te proporcionou: João Pedro Costa Ribeiro sagrar-se Campeão Nacional Escolar (2005) na Benedita. » Foi um momento mais emocionante para mim do que para ele (risos) » Para terminar gostaria que deixasses uma mensagem a todos os dirigentes da modalidade. É importante fazermos o melhor que sabemos e não aquilo que nos convém. Há outra citação, também, da minha autoria que gostaria de partilhar: » De que vale haver Vento se não temos Rumo!

JP: Imagina que és eleito Presidente da Federação. Quais são as tuas primeiras cinco medidas? M.O.: Não há imaginação que encaixe esse cenário na minha realidade! (risos) Só tomava uma medida: profissionalizava o dirigismo desportivo em termos federativos, tal como em outras Federações com estatuto de utilidade pública desportiva. JP: Achas que existem condições no nosso país para se poder atingir um nível mais elevado? Pensas que os pais estão preparados para investir nos filhos se necessário for? M.O.: Penso que sem a primeira medida acima enunciada o nosso país dificilmente atingirá um nível mais elevado… Relativamente à segunda questão, os pais, na sua generalidade, ainda não vêem o Xadrez como uma modalidade em que valha a pena investir. No entanto, percebo as suas atitudes, face ao panorama competitivo existente! No que concerne aos Encarregados de Edu-

Professor Mário Oliveira, Responsável pelo NXVSC-didáxis


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

07

Jornal O Vale

Campeonato de Jovens de Xadrez da União Europeia Inês Machado Oliveira melhor atleta da comitiva portuguesa

O estreante Luis Silva e Inês Machado Oliveira, a melhor atleta da comitiva portuguesa

Decorreram de 4 a 13 de Agosto, em Mureck, na Áustria, os Campeonatos de Xadrez da União Europeia de Jovens 2009 nos escalões Sub-8, 10, 12 e 14. Inês Machado Oliveira, atleta famalicense do N.X.V.S.C.-Didáxis, conseguiu o 5º lugar feminino em sub-14 (5 pontos, 13º lugar absoluto ex-aqueo) em 48 participantes. Os critérios de desempate não a favoreceram, já que conquistou os mesmos pontos que as segunda, terceira e quarta classificadas. Pela segunda vez consecutiva, esta atleta representou Portugal numa competição internacional. Esta participação deveu-se ao vice-título feminino no escalão sub-14 no Campeonato Nacional de Jovens que se realizou em Portimão no passado mês de Março. De realçar, também, que este resultado individual foi o melhor da comitiva portuguesa e a foi a única atleta a conseguir mais de 50% dos pontos em disputa. Luis Miguel Neves da Silva, atleta famalicense do NXVSC-Didáxis, classificou-se

em 23º lugar ex-aqueo obtendo 4,5 pontos em 9 possíveis. O objectivo inicial de atingir uma perfomance de 50% foi cumprido ficando a certeza de uma experiência positiva em competições internacionais, já que esta foi a sua estreia nestas lides. Esta participação deveu-se ao 8º lugar absoluto no escalão sub-14 no Campeonato Nacional de Jovens, bem como, pela conquista do título nacional, no mesmo escalão, na vertente semi-rápidas, que se realizou em Peniche. O N.X.V.S.C.-Didáxis gostaria de endereçar um sincero agradecimento à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e à Cooperativa de Ensino Didáxis pelo apoio prestado a estes atletas famalicenses. O campeão da União Europeia de sub14 foi o checo Tadeas Kriebel (7,5 pontos em 9 jogos) e a campeã da União Europeia de sub-14 acabou por ser a romena Iaona Gelip, que se classificou no 9º lugar absoluto ex-aqueo, com 5,5 pontos. A delegação portuguesa foi liderada por José Cavadas e contou com o apoio

técnico do Mestre Internacional António Fróis e do Mestre Nacional Vitor Guerra. Os restantes atletas que integraram a comitiva foram: Sub-08 (36 Participantes) André Carmona (25º lugar) Luis Rodrigues (31º lugar) António Ferreira (35º lugar) Sub-10 (44 participantes) Rita Jorge (29º lugar) Hugo Ferreira (35º lugar) João Santana (36º lugar) Sub-12 (55 participantes) André Mateus (38º lugar) Francisco Cavadas (49º lugar) Sub-14 (48 participantes) João Vicente (23º lugar) Inês Santos (45º lugar) Prof. Mário Oliveira

CAMPEONATO DISTRITAL SEMI-RÁPIDAS INDIVIDUAL E EQUIPAS FIM-DE-SEMANA HISTÓRICO NXVSC-DIDÁXIS VENCE EM TODAS AS FRENTES O Núcleo de Xadrez de Vale S. Cosme - Didáxis (N.X.V.S.C. - Didáxis) assinou no passado fim de semana a mais bela página da sua história face aos resultados obtidos no Campeonato Distrital Absoluto de Semi-Rápidas (20 minutos de reflexão para cada jogador acabar a partida) Individual e por Equipas. O Torneio Individual decorreu, no dia 12 de Dezembro, organizado e arbitrado pela Associação de Xadrez do Distrito de Braga e pelo clube anfitrião Clube de Xadrez de Manhente (Barcelos). Este Campeonato contou com o apoio da AXDB, da Junta de Freguesia de Manhente e da Escola E.B. 2,3 de Manhente. Dos 84 participantes, 23 atletas pertenciam ao N.X.V.S.C. – Didáxis, o clube mais representado num total de 10 clubes participantes. O jovem famalicense, com apenas 14 anos, Luís Miguel Neves da Silva (N.X.V.S.C. – Didáxis) venceu isolado, com 6 vitórias e dois empates. Este título

absoluto foi o primeiro obtido por um atleta do NXVSC-Didáxis, resultado vem a confirmar que este atleta é já uma certeza do Xadrez Distrital e Nacional, tornando-se no mais jovem jogador Campeão Distrital Absoluto. Em 2º lugar classificou-se o Mestre Nacional Henrique Castro (Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio - Guimarães), cabeça de série nº 1, que beneficiou de melhor coeficiente de desempate que o jovem jogador famalicense Rui Pedro Gomes (NXVSC-Didáxis) que alcançou um brilhante 3º lugar, mantendo-se invicto (6,5 pontos: 5 vitórias e 3 empates). Desta forma, este torneio mostrou o elevado nível de competitividade e combatividade, denotando uma considerável evolução dos atletas famalicenses do NXVSC-Didáxis sendo de destacar, ainda, as classificações de Inês Machado Oliveira, actual Campeã Nacional Feminina Sub-14 Semi-Rápidas (6º classificado; 6 pontos), Ivo Dias (7º classificado; 6 pon-

Da esquerda para a direita Henrique Castro, Luis Silva e Rui pedro Gomes

tos) e Luís Romano (13º classificado; 5,5 pontos). O Torneio por Equipas decorreu no dia seguinte, 13 de Dezembro, adoptando-se o Sistema Suíço de 7 sessões, onde cada ronda era disputada por 4 tabuleiros de cada clube. A prova contou com a participação de 60 jogadores, distribuídos por 13 equipas do Distrito de Braga, 4 das quais pertenciam ao N.X.V.S.C. - Didáxis o que constituiu um recorde em termos de participação numa prova distrital por equipas. A equipa vimaranense A.M.A.S. era a primeira cabeça de série mas foi superada por uma performance histórica da jovem equipa famalicense NXVSC-Didáxis (4º cabeça de série, à partida) com uma média de idades de 15,25 anos, tornando-se na mais jovem equipa campeã no palmarés distrital! Desta forma, a equipa A do NXVSCDidáxis fez-se representar por Yaroslav Minakov (1º tabuleiro; 6 pontos em 7 jogos), Nuno Miguel Marques da Silva (2º

Tabuleiro; 3,5 pontos em 7 jogos), Rui Pedro Gomes (3º tabuleiro e Capitão; 6 pontos em 7 jogos) e Inês Machado Oliveira (4º tabuleiro; 6 pontos em 7 jogos) totalizando 21,5 pontos em 28 possíveis. Com menos 1 ponto, classificaram-se, em 2º e 3º lugares, respectivamente, as equipas vimaranenses AMAS e João de Meira. A classificação final ficou assim ordenada: 1 NXVSC A 2. AMAS A 3 JOÃO DE MEIRA A 4 A.URGESES A 5 AMAS B 6 NXVSC B 7 JOÃO DE MEIRA B 8 NXVSC C 9 A.URGESES B 10 MANHENTE B 11 MANHENTE A 12 MANHENTE C 13 NXVSC D

Prof. Mário Oliveira

Rui Pedro Gomes, capitão da Equipa A, ergue a Taça de Campeão Distrital Equipas


08

Ano XXII

DILUENTE CRÓNICO

LUSITÂNIA A PONTAPÉ

Gosto de futebol. Não gosto é que, como ultimamente tem acontecido, este desporto seja usado para revelar a mediocridade em que a nossa sociedade de valores vai mergulhando. Apercebi-me desta situação, quando há uns meses, o avançado e capitão dinamarquês, Jon Dahl Tomasson, lançou uma “farpa” na imprensa dinamarquesa, ao dizer que Portugal foi ao Brasil “comprar” Liedson, depois deste ter sido recusado por Dunga, o seleccionador brasileiro. Tomasson disse também que nem na Dinamarca, nem na Escandinávia ocorre esse tipo de situações, “Não fazemos isso na Dinamarca, nem no resto da Escandinávia, comparando com o que acontece nos países do Sul da Europa”. De início apeteceume acusar o escandinavo de racismo puro, mas mais tarde senti-me obri-

“É certo que o desporto é um negócio (prova viva disso são as famosas SADs)” gado (tendo a declaração sido tecida com alguma “dor de cotovelo” ou não) a dar-lhe parte da razão. Vivemos num país em que são precisos seis anos de trabalho em território nacional, para que um individuo receba a nacionalidade portuguesa (nada contra!), e num país em que o título de cidadania é brutal e cegamente misturado com o cargo da representatividade. Para alguém representar organismos como a selecção portuguesa de futebol, bastar-lhe-á apenas, que por território luso tenha passado, e ficado a trabalhar, durante seis anos. Acho que a representatividade devia ser considerada após um prazo mais dilatado do que o necessário para que um indivíduo obtenha naturalização portuguesa. Assim, devia ser aumentado esse prazo para um número de anos necessários, recorrendo a uma

Torneio de Basquetebol

3x3 – “Compal Air”

No dia 18 de Dezembro de 2009, o Departamento de Educação Física e Desporto Escolar, integrado nas actividades e programa de Natal da escola, organizou mais uma vez o já tradicional Torneio de Basquetebol 3x3 “Compal Air”. O evento contou com uma boa adesão dos alunos da escola, sendo que estiveram representados todos os anos e escalões de actividade. O calendário de jogos foi apresentado dias antes da realização do torneio. Durante três horas, os alunos tiveram

comissão de conceituados sociólogos, dispostos a investigar o tópico em questão. É certo que o desporto é um negócio (prova viva disso são as famosas SADs), mas se os clubes/empresas estão para o negócio, para o que estarão as selecções de representatividade nacional?! Arrisco hipótese: Para um falseado jogo de interesses, e então vamos à pressa para a China, arrebanhar meia dúzia de campeões de ténis de mesa… Com isso ganhamos umas medalhas na modalidade e damos corpo ao “espírito olímpico”! Não questiono o sentimento nacional de homens como Luís Cunha, mais conhecido como Nani, que embora nascido em Cabo Verde, passou a maior parte da vida em Portugal, tendo imigrado para terras lusas durante o seu terceiro ano de escolaridade; não questiono o patriotismo de Bosingwa, nascido em Kinshasa, tendo-se mudado para Seia, no distrito da Guarda, no interior de Portugal, com tenra idade, nem de Petit, nascido em Estrasburgo, mas que ainda jovem veio fazer a sua vida para o nosso país. Mas se estamos a falar de atletas como Deco, Pepe e Liedson, que por mais conceituados tecnicistas

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

2 TV

“mais um ano a meter água” No dia 10 de Dezembro de 2009, no âmbito do módulo “Actividade Física – contexto saúde II” da disciplina de Educação Física, a turma 2 TV, segundo ano do Curso Profissional de Técnico de Vendas, com a orientação do professor Estêvão Liberal, realizou uma aula de natação no complexo de piscinas municipais de Oliveira S. Mateus. Esta iniciativa permitiu às alunas o contacto com uma modalidade desportiva, bastante benéfica para a sua saúde, que pode e deve ser praticada regularmente durante toda a vida, sendo que o concelho de Vila Nova de Famalicão está devidamente apetrechado com estruturas deste género. Sendo esta a terceira aula que se proporciona à turma, numa experiência iniciada no ano lectivo transacto, podemos, desta vez,

realçar como aspectos positivos a compreensão, por parte das alunas, da dinâmica de uma aula de natação, de todo o seu espaço envolvente e dos recursos necessários para a sua concretização. Por outro lado, a turma demonstrou bastante interesse em compreender a importância deste tipo de projectos para a população e para o concelho, pelo que, durante a sua passagem, observaram aulas de crianças, adolescentes, adultos e seniores de várias instituições. Por isso, e pela experiência enriquecedora, a turma 2 TV continuará, certamente, a “meter água” ao longo do ano lectivo. Prof. Estêvão Liberal

“Bom ou mau, um “grupo selecção” é o melhor que um país tem para oferecer.” e portugueses de B.I. que sejam, tendo eles visto na selecção portuguesa uma “segunda via” de promoção das suas carreiras (lembro o caso de Liedson, que 4 meses antes de receber a nacionalidade portuguesa deu uma entrevista à TV Globo em que dizia ao povo brasileiro “só se imaginar a jogar de ‘canarinha’ ao peito”) e que nem casa em Portugal alguns deles detêm, não me consigo convencer do seu sentimento nacional. Bom ou mau, um “grupo selecção” é o melhor que um país tem para oferecer. Pouca diferença restaria entre selecções e clubes, caso cada um "contratasse" os atletas que quisesse, independentemente de algo mais: algo que não pode ser demonstrado por um simples papel carimbado. Neste panorama nacional, em que tanto pessoas, como cargos, são aceites e requeridos por conveniência de interesses, e não pelo preenchimento dos requisitos que as funções acarretam, é necessário aclamar uma moral identitária. Ah! E já agora, era bom que esses atletas (e os outros…) soubessem a letra do nosso hino…

a oportunidade de demonstrar os seus dotes e capacidades, sendo que estiveram em evidência os alunos que representam a escola no Desporto Escolar, nomeadamente os núcleos do escalão infantil e iniciado. No final, os vencedores, como prémio pelo seu desempenho, receberam um livro, com o intuito de proporcionar e incentivar hábitos de leitura aos alunos. De uma forma geral o torneio decorreu bastante bem, os alunos demonstraram-se bastante satisfeitos, provandose a importância da realização de um evento desportivo nesta época natalícia, incluído no programa de festas da escola.

PATINAGEM – PROVA DE ROLLER HOCKEY Sobre rodas… e com a taça na mão! No dia 23 de Maio último, as equipas femininas de Infantis A e Infantis B e de Iniciados e Juvenis da nossa escola participaram nas provas de Roller Hockey que se realizaram no Pavilhão Municipal de Galegos, em Penafiel. Esta modalidade está inserida nas actividades praticadas pelo Núcleo de Patinagem e já dá cartas: no primeiro ano de contacto com a modalidade, a equipa de Iniciados e Juvenis feminina foi a vencedora do torneio! Grandes campeãs! A equipa de Infantis A e B também teve uma prestação muito positiva: não venceram o primeiro jogo, mas jogaram muito bem e representaram dignamente a nossa escola. Para além destas duas equipas, houve

ainda outro representante da Escola Cooperativa de Vale S. Cosme, o Hélder Araújo que, por não haver equipa masculina da nossa escola, integrou a equipa do Externato Delfim Ferreira. Rapazes: se gostam de desporto, querem experimentar algo diferente e divertido, calcem uns patins e juntem-se a nós – os campeões sobre rodas! Muitos parabéns a todos! Continuem a praticar, porque, com este início, grandes feitos vos esperam! Prof. Adalberto Machado


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

09

Jornal O Vale

HALLOWEEN

Todos os anos, no dia 31 de Outubro, comemora-se o dia de Halloween, um evento tradicional e cultural, com relevância sobretudo nos países anglo-saxónicos, mas que actualmente é celebrado um pouco por todo o mundo. Reza a história que na Noite das Bruxas os fantasmas voltavam à Terra em busca de alimento e companhia para levarem para o outro mundo. Assim, as pessoas pensavam que encontravam almas penadas, se saíssem de casa nessa noite. Por

isso, para não serem reconhecidas pelos fantasmas, usavam máscaras quando saíam de casa, para serem confundidas com espíritos que andavam à solta a tentarem apanhar almas vivas. E para manter os espíritos longe de casa, as pessoas colocavam tigelas de comida à porta para os satisfazer e os impedir de entrar. Hoje em dia, esta data é comemorada sobretudo pelas crianças, que, usando máscaras de bruxas, monstros e fantasmas e originais lanternas feitas com abó-

de máscaras, protagonizado pelos alunos das turmas 6.8 e 5.4. Parabéns a todos os que participaram, mas em especial às alunas Margarida e Ana Luísa, da turma 5.8 e Ariana Oliveira vencedoras, respectivamente, do concurso de abóboras e de máscaras de Halloween! Prof.: Susana Costa

A Lenda de S. Martinho

GRIPE

Durante o mês de Novembro, mês em que a actividade gripal se fez notar na nossa escola, a equipa operativa definida no plano de contingência activou as medidas necessárias para a manutenção da actividade escolar. O nível de absentismo verificado (ver gráfico) permitiu que apenas fosse necessário implementar medidas de isolamento e distanciamento social bem como a promoção de actividades lectivas via e-mail e/ou actividades de recuperação findo o isolamento profiláctico. Serviços administrativos, fornecimento de refeições e transporte escolar estiveram sempre garantidos, tendo sido apenas necessário reorganizar os serviços de limpeza com vista à desinfecção dos espaços lectivos frequentados pelos alunos das turmas com casos positivos, durante o período de tempo indicado pelo delegado de saúde pública. Como é do conhecimento geral, os testes à gripe A (H1N1) só são feitos,

boras (“Jack O'Lantern”), vão, de porta em porta, brincando ao “Trick or Treat”, isto é, recolhendo doces, guloseimas e frutas ou pregando pequenas partidas. Ora, nesta data tão especial para os mais novos, o Departamento de Línguas Estrangeiras não podia deixar de presentear a comunidade escolar com algumas das delícias desta tradição. Assim, para além da exposição/concurso de abóboras, foi servido um saboroso e inofensivo “Poisonous Tea”, seguido de um divertido desfile

No átrio da sala dos professores, nos dias 10 e 11 do mês de Novembro, desenvolveu-se a actividade do dia de S. Martinho, com a participação dos alunos do 5º ano da disciplina de EMRC, sob a orientação da professora Marta Ferreira. Às 9.40 da manhã, nos referidos dias, procedemos à encenação da Lenda de S. Martinho, que consta do seguinte “Num dia de tempestade, ia o soldado Mar-

nesta fase, a doentes cujo quadro clínico se justifique. Assim, a contabilidade foi efectuada com base na apresentação e/ou comunicação de síndrome gripal. É com satisfação que comunicamos que os 279 casos de gripe registados pela equipa operativa durante o mês de Novembro desenvolveram um quadro benigno. Em Portugal, a monitorização Gripenet regista uma tendência de descida da epidemia, tendo assinalado um primeiro pico epidémico entre final de Outubro e meados de Novembro. Assim, as recomendações vão agora no sentido de manter o cumprimento das medidas de higiene e etiqueta respiratória divulgadas. Enquanto acompanhamos o evoluir da pandemia, devemos manter presente que as medidas preventivas preconizadas para a gripe fazem parte das mais elementares regras de higiene. Prof. Maria João Drumond

tinho montado no seu cavalo, até que encontrou um mendigo quase nú. Martinho, demonstrando ser muito bondoso, pegou na sua capa e, com a espada, cortou-a, dando metade ao mendigo. Entretanto, a tempestade desfez-se e o sol iluminou a Terra, enchendo-a de luz e calor”. Por isso, quando há calor em Novembro, diz-se que é o Verão de S. Martinho. João Paulo, 5.3


10

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

“Avaliação de Riscos Profissionais” actividade, cabe inteiramente a pessoal devidamente especializado, aos Técnicos de Segurança, e que compete ao Estado criar condições para que a profissão não seja exercida por pessoas não qualificadas. 6. A avaliação de Riscos é uma actividade que deve ser implementada como ferramenta de gestão nas Empresas, de forma a contribuir para o seu bom desempenho.

No dia 7 de Novembro de 2009, realizouse, no auditório da CESPU de Vila Nova de Famalicão, uma reunião técnico-científica, promovida pela Didáxis-Escola Cooperativa V.S. Cosme, com o apoio da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e da Associação Nacional de Técnicos de Segurança e Higiene no Trabalho (ANTESHT), subordinada ao tema “Avaliação de Riscos Profissionais”. Na sequência da Sessão de Abertura, que contou com a presença do Dr. Leonel Rocha, Vice-Presidente da C.M. Famalicão, Dr. José Cerqueira, Presidente da Cooperativa Didáxis, Dr. Mário Martins, Director do Centro de Emprego de V. N. de Famalicão, a Dra. Manuela Calado, Representante da Agência Europeia de Higiene do Trabalho, fez uma análise da legislação europeia, neste domínio. Em seguida, a Dra. Carla Gonçalves (Associação Nacional de Técnicos de Segurança do Trabalho) falou sobre a “ Problemática de Higiene e Segurança do Trabalho” e das vantagens dos técnicos de segurança integrarem aquela associação profissional. No âmbito do 1º Painel, ”Avaliação de Riscos Profissionais”, o Engenheiro Pinto Ribeiro desenvolveu este tema ligado ao sector têxtil; o Arquitecto José M. Santos expôs “Os Riscos Profissionais na construção civil”; e o Dr. Ricardo Rego falou sobre “Os riscos Profissionais nos Estabelecimentos de Ensino”. No âmbito do 2º Painel, “ Acção e Consequências de uma Avaliação de Riscos”, o Dr. Sérgio Gonçalves, professor do curso de Segurança e Higiene no Trabalho, abordou a “Problemática das Avaliações de Risco”; o Dr. Jorge Gaspar, Professor Universitário e Consultor, apresentou o tema “Responsabilidade Penal na Avaliação de Riscos”; por sua vez, o Dr. Humberto Silva, Coordenador Executivo da ACT para a Prevenção de Riscos Profissionais, apresentou a “ Estratégia Nacional de Pre-

venção de Riscos”. No final de um profícuo debate, resultaram as seguintes conclusões, que foram aprovadas por unanimidade dos presentes e propostas para divulgação à Rede Nacional de Prevenção de Riscos Profissionais:

1. A actividade de Avaliação de Riscos Profissionais é uma actividade técnica de prevenção de riscos que se enquadra no Perfil Profissional dos Técnicos Superiores e Técnicos de SHT e não poderá ser exercida por pessoas que não possuam as competências necessárias para o efeito. 2. É urgente e necessário implementar uma avaliação de riscos profissionais em todos os ramos de actividade e processos de trabalho, de modo a salvaguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

7. Existe um enquadramento penal no contexto do desenvolvimento das actividades no trabalho em condições de perigosidade para a integridade física, a saúde e a vida dos trabalhadores, quer por parte dos empregadores, quer dos trabalhadores e Técnicos. 8. Há, cada vez mais, a necessidade de uma ligação urgente e objectiva entre o Técnico de SHT e o Médico do Trabalho e os responsáveis de produção, no respeitante às suas áreas de acção, de forma a conseguir-se um conhecimento mais completo na implicação do processo industrial na saúde dos trabalhadores. 9. O Estado deverá assumir um maior envolvimento, clarividente e enquadrador, associado aos Técnicos de SHST e suas Associações, para que se possa garantir a eficaz implementação do sistema de prevenção de riscos profissionais.

divulgação dos princípios de prevenção, na preparação de Técnicos de nível III e são parceiros importantes na Rede Nacional da Prevenção de Riscos Profissionais. Se todos tivermos consciência do quão importante é a vida, a integridade física e a segurança e saúde no trabalho, e se contribuirmos cada um com a sua parte, então teremos melhores locais de trabalho que sejam, efectivamente, seguros e saudáveis. Será bom para os trabalhadores e para as empresas. E para que nunca nos esqueçamos de que do pouco se pode fazer muito, atentemos na seguinte fábula do Beija-Flor: Houve um incêndio na floresta, e todas as áreas ficaram cercadas por um fogo denso. O vento assobiava por todos os lados e os animais não tinham para onde fugir, ficando barrados à frente de um rio. “O que vamos fazer?”, pergunta o elefante; “E agora?”, indagava o leão. “Vamos atravessar o rio”, dizia outro. Mas também havia fogo do outro lado da margem… E a confusão instalou-se, pois nem as aves conseguiam voar alto…De repente, todos pararam e viram que o Beija-Flor ia até à margem do rio, mergulhava, levava algumas gotas de água no bico e voava até ao fogo, deixando uma gotinha cair sobre as labaredas. O elefante virou-se e falou: “Estás louco, Beija-Flor? Achas que com esta simples gotinha poderás apagar um incêndio tão grande?”; e o Beija-Flor respondeu: “Se calhar não, mas eu estou a fazer a minha parte!...”

10. As escolas, nomeadamente as profissionais, desempenham um papel activo na

André Vilhena Barbosa, Coordenador do Curso de

esta primeira edição do “F1 nas Escolas”, 300 alunos portugueses foram envolvidos no desafio. Em todo o mundo o “F1 in Schools” envolve 9 milhões de estudantes em mais de 30 países, sendo em Portugal gerido pela RECET – Rede de Centros Tecnológicos. A actividade/ Concurso “Isto é uma Ideia”, desenvolvida em parceria com o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial – dinamiza a descoberta de jovens empreendedores com ideias inovadoras. Promovido pela RECET, em parceria com os Centros Tecnológicos, o concurso “Isto é uma Ideia” premeia a criatividade dos jovens, lançando-lhes o desafio de criar um produto novo e comercializável, simulando todas as fases do ciclo industrial, utilizando

as novas tecnologias e os conhecimentos adquiridos nas sessões, não esquecendo nunca os conceitos associados de defesa da propriedade intelectual. Este concurso tem também uma componente nacional, já que a equipa vencedora dentro de cada centro irá competir numa grande final, em Lisboa, com as restantes equipas vencedoras. Mais de 300 alunos já sentiram o efeito Pense Indústria e começam a surgir os primeiros grupos para integrar as actividades.

HST, Nível III.

3. Torna-se necessário passar a uma fase objectiva de Avaliação de Riscos Psicossociais com um real enquadramento técnico, de forma a evitar-se a proliferação desgarrada de metodologias sem sentido e as hipóteses de comparação entre realidades semelhantes. 4. A avaliação de riscos pode resultar em responsabilidade penal para o Técnico de SHT, não podendo, assim, ser aliciados outros trabalhadores para esta actividade que não se enquadrem no Perfil Profissional dos Técnicos, nem possuam a respectiva preparação técnica. 5. É necessário perceber que a Segurança no Trabalho, nomeadamente a Coordenação de Segurança, em qualquer ramo de

Projecto Pense Indústria 2.0 O Projecto Pense Indústria 2.0 percorreu, no mês de Novembro, as salas de aulas da Escola Cooperativa de Ensino de Vale S. Cosme de modo a promover as suas duas grandes actividades para 2009/2010: a competição “F1 in Schools” e o concurso “Isto é uma Ideia”. A actividade “F1 in Schools”, que responde às condições estabelecidas no desafio mundial com o mesmo nome, consiste no desenvolvimento, por parte dos alunos e com recurso a software 3D, de carros de Fórmula 1 em miniatura, levando em conta conceitos como a aerodinâmica e o design. Seguindo as regras de trabalho internacionais, os alunos necessitam de planificar e desenvolver um carro de fórmula 1 em miniatura e em balsa.

O trabalho divide-se em várias fases: criação da identidade da equipa, design e aerodinâmica, modelação 3D, maquinagem, pintura, construção do portefólio e de corrida. A escola terá direito a uma versão educacional do software de modelação tridimensional (Solidworks) para os alunos modelarem o carro. O vencedor da final do CITEVE terá lugar na Final Nacional, onde tentará disputar um lugar para Final Mundial. A Final Mundial de 2009 decorreu em Londres com a participação de 20 países e o vencedor foi um grupo Irlandês, os Koni Kats. Esta actividade, com a aprovação do Ministério da Economia e da Inovação, insere-se numa iniciativa apoiada pelo QREN através do COMPETE. Durante

Os professores: Cristiano Silva, João Dias e Paulo Oliveira


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

11

Jornal O Vale

O sonho de ser...Músico Influênciado pela mãe, João Ribeiro comecou desde cedo a conviver com o “Mundo da Música”. Fazendo das melodias o seu passatempo favorito, João continua o seu percurso escolar na Didáxis e ainda tem tempo para ser vice-campeão de alex ryu jitsu. fico tão nervoso como por exemplo há dois anos atrás. J.V.-O que fazes antes de entrar em palco? Tens algum ritual ou superstição? J.R.-Antes de actuar, tento estar calmo e quando toco, penso que estou sozinho. J.V.-Já tiveste muita gente a assistir a um concerto teu ? J.R.-O maior número de pessoas a ver um concerto meu de piano, foi cá na escola, no dia da música, mas em S. Tirso chego a ter algumas dezenas de pessoas a assistir. Com o coro de CCM , já estive a actuar na Casa das Artes em Famalicão, com a plateia cheia, no Porto, e em outros lugares também com muita gente a assistir. JORNAL O VALE-Quando começaste a tocar piano? JOAO RIBEIRO-Eu comecei a tocar piano desde muito cedo, por volta dos quatro anos. Como a minha mãe é professora de música, quando era pequeno, teve alguma influência e também pelo facto de eu crescer numa família ligada à música. J.V.-Conta-me o teu percurso no mundo da música… J.R.-Eu já tenho aulas de música, desde hà muitos anos. Quando eu era pequeno, tinha uns 5 anos, toquei uma pequena peça, muito simples, no casamento de uma prima minha. Mais tarde, já com doze anos toquei em Barcelona, e aos catorze, toquei em França. Ultimamente, tenho tocado com o Grupo Coral da minha freguesia e acompanhado a minha mãe como solista. Até aos 6 anos tive aulas de piano e formação musical com a minha mãe, dos 7 aos 8 tive aulas “curso estrelitas” na Electromúsica, eram umas aulas de piano em grupo. Aos 9 anos voltei a ter aulas com a minha mãe. A partir dos dez anos, tenho estado a estudar no CCM, em V. N. Famalicão. Quando comecei a frequentar o CCM, o meu primeiro professor de piano fui o Prof. Rui Martins, acompanhou-me até ao 4º grau, depois disso, esse mesmo professor foi dar aulas para o Conservatório do Porto, ficando eu, com a professora Inês Costa, que acabou por apenas me

dar aulas só um ano, no 4º grau, repetido. No ano anterior, já no 4º grau, foi um ano em que não me empenhei nada para piano, pois senti-me um pouco desmotivado porque quando se atinge um certo nível num instrumento musical, tem-se que estudar muito, no mínimo 2 a 3 por dia e se não houver um estudo diário, não se consegue avançar. Nesse ano, então, já com a profesora Inês, dei um grande “salto”, conseguindo fazer um excelente exame. No 5º grau até agora 6º grau de piano, o qual frequento, estou a ter aulas com a professora Magda Marques. No ano passado terminei o curso Básico de Piano e agora frequento o Curso Complementar. J.V.-Achas que o facto da tua mãe ser professora de música te influenciou para que seguisses “música”?

J.V.-Qual a peça que mais gostaste de tocar? J.R.-Neste momento é a “Gôndola Veneziana” é uma música muito calma e que exprime muita emoção. J.V.-Que sonho tens tu na música? J.R.-Neste momento não tenho lá grandes sonhos, o meu único objectivo é continuar, primeiro as disciplinas que tenho aqui na Didáxis, só depois a música, é quase como o meu passatempo. J.V.-Sei que também tocas guitarra… comparame os dois instrumentos. J.R.-Fisicamente, é fácil o piano tem muitas mais cordas e é mais pesado.Agora na prática, acho que a guitarra é mais

fácil, pois se repararmos, toda a gente , mesmo que comece muito tarde a estudar música, pode tocar lindamente guitarra, já agora o piano é preciso começar desde “pequeno”. J.V.-Alguma vez pensaste ter um grupo? J.R.-Já pensei em ter um banda de garagem, mas os ensaios iriam tirar-me tempo de estudo, mas se conseguir arranjar um grupo nas férias e para as férias... J.V.-Ou seguir como solista no piano para uma universidade estrangeira? J.R.-Eu nunca pensei em seguir piano como carreira, para isso deveria frequentar um curso específico desde o 10 ano, um curso em que tenho todas as disciplinas a ver com música, o qual só dá para seguir música, e eu espero entrar em engenharia. J.V.-Que tipo de música ouves habitualmente… J.R.-Sempre que estou no MSN, costumo ouvir metállica, Rebell meets Rebell, System of adown, quando estou em casa e quero descontrair, opto por Dire Strait e Led Zepplin, quanto à musica clássica, prefiro ser eu próprio a tocar. J.V.-Grupo preferido? Neste momento gosto mais de ouvir Dire Strait J.V.-E compositor? J.R.-Bach, apesar de ser difícil, o resultado final é muito bonito.

Penso que sim, se ela não fosse professora de música não tinha os incentivos e o apoio que tive para chegar onde cheguei.

J.V.-O que fazes para além de “estudares música” e tocares piano? J.R.-Para além da música, neste momento pratico alex ryu jitsu, o ano passado lectivo, foi vice-campeão Regional, mesmo com uma lesão no joelho, depois foi apurado para as competições Nacionais, ficando em 1º lugar Campeão Nacional.

J.V.-Alguma vez imaginaste em tocar numa sala de espectáculos? Qual? J.R.-Há um sitio em particular que gostava imenso de tocar, na Casa da Música no Porto. J.V.-Costumas ficar muito nervoso ? J.R.-Sempre que toco para o público, eu fico com receio que algo corra mal, mas com o hábito passa, hoje em dia já não

Vice-campeão europeu de Karate na primeira pessoa No passado dia 25 de Novembro, desloquei-me à Áustria para representar a Selecção Portuguesa de Karate, no Campeonato Europeu que decorreu na cidade de Wels. O dia 27 foi o momento da verdade: às 7h00 da manhã, acordámos (o escalão de cadetes) e seguimos com a comitiva, que nos apoiou e gritou com honra e paixão pela nossa selecção. Durante as competições, que se desenrolaram durante o dia, obtivemos o segundo lugar do Campeonato Europeu de Kumite Team, com muita persistência e, principalmente, com muita cabeça. É que, ao contrário do que muitos possam pensar, os desportos de artes marciais, como o karate, também exigem cálculo mental e estratégia, pois nem sempre a força muscular ganha – até porque nós, os portugueses, éramos dos que tínhamos menor estatura física, mas conseguimos obter excelentes

resultados em todos os escalões, mostrando a nossa raça! Feitas as contas, ficámos em quarto lugar no ranking das selecções mais medalhadas de toda a Europa. Nos dias seguintes à minha prova, dediquei todas as forças que ainda me restavam a apoiar os meus colegas, cantando e gritando por Portugal. Foi uma experiência sensacional, algo indescritível, cuja memória da responsabilidade de representar esta grande selecção ficará e deixará uma grande marca no meu coração. Espero repetir em breve esta experiência de vida. Sim! Porque o karate, para mim, não é como um desporto qualquer, mas sim uma filosofia de vida, algo que faz parte de mim e sem o qual eu não conseguiria viver. Hernâni Mendes

Vice-campeão europeu, Hernâni Mendes ao centro


12

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

Área de Integração

(In)Tolerância na Religião

No dia 3 de Dezembro de 2009, três alunos da Turma 2.TR dos Cursos Profissionais realizaram, no âmbito da disciplina de Área de Integração, uma actividade/debate sobre o tema (In)Tolerância na Religião. A ideia partiu da vontade de celebrar o Dia Mundial da Filosofia e da Tolerância que, segundo a UNESCO, deve ser recordado na terceira quintafeira do mês de Novembro. O tema da tolerância e intolerância na religião foi escolhido por se tratar de um assunto extremamente actual, uma vez que os principais conflitos bélicos que assolam o mundo neste momento baseiam-se, infelizmente, em diferenças religiosas. Para além disso, uma espécie de islamofobia parece estar a surgir por toda a Europa, o que põe em causa a construção de um mundo melhor e mais tolerante. Convidamos para a mesa de debate dois professores da nossa escola, activamente envolvidos na vida religiosa: o

professor Vítor Machado e o professor Sílvio Nogueira, que partilharam gentilmente connosco parte da sua sabedoria, contribuindo assim para um melhor esclarecimento deste assunto e tornando a actividade possível. A eles, o nosso profundo agradecimento. Gostaríamos de agradecer igualmente às turmas e professores presentes, pois o sucesso da actividade passou pela participação e discussão daqueles que, assistindo, também colocaram as suas perguntas. A religião é um tema que se encontra sempre actual e desperta nas pessoas o maior interesse, pelo que adorámos realizar a actividade, ficando já prometida nova ronda de discussão. Obrigado, Eduardo, pela tua ajuda! E à Prof. Diana, por tudo! Cátia Cardoso, Fábio Silva, Márcio Santos, 2.TR

Se isto é um Homem Primo Levi Vós que viveis tranquilos Nas vossas casas aquecidas, Vós que encontrais regressando à noite Comida quente e rostos amigos: Considerai se isto é um homem Quem trabalha na lama Quem não conhece paz Quem luta por meio pão Quem morre por um sim ou por um não. Considerai se isto é uma mulher, Sem cabelos e sem nome Sem mais força para recordar Vazios os olhos e frio o regaço Como uma rã no Inverno. Meditai que isto aconteceu: Recomendo-vos estas palavras. Esculpi-as no vosso coração Estando em casa andando pela rua, Ao deitar-vos e ao levantar-vos; Repeti-as aos vossos filhos. Ou então que desmorone a vossa casa, Que a doença vos entreve, Que os vossos filhos vos virem a cara. Jorge Dias 2.TEAC

In Se isto é um homem, Primo Levi, 1947

Considero o texto de Primo Levi emocionante pois este homem testemunhou, na primeira pessoa, o maior horror que o século XX produziu, ao viver um ano no campo de concentração de Auschwitz. O Holocausto judeu foi uma das mais graves - se não mesmo a mais grave - consequências de ideias etnocêntricas, entre muitas outras, como o colonialismo, os Gulags, o genocídio no Ruanda, etc., levado a cabo neste caso pelos alemães, nomeadamente por Adolf Hitler, cuja forma de pensar custou a vida a mais de 6 milhões de judeus. Neste trágico acontecimento ficou demonstrado até que ponto se pode levar uma ideia etnocêntrica, desrespeitadora da diversidade cultural, com tremendas

consequências. Os alemães nazis eram etnocêntricos pois consideravam a sua etnia a melhor de todas (consideravam que a sua etnia se encontrava no centro), e como consequência última, as restantes etnias tinham que desaparecer. Neste caso, as vítimas desse etnocentrismo foram os judeus. Os alemães, tornando-se intolerantes, tentaram exterminar o povo hebraico. Por contraposição a uma atitude etnocêntrica, podemos aceitar a diversidade cultural e sermos relativistas, idealizar que não há culturas superiores nem inferiores, respeitando-se mutuamente, não fazendo qualquer tipo de juízo de valores, prevalecendo a ideia de tolerância. Apesar de parecer uma atitude melhor, há, contudo,

uma questão-chave que se deve colocar a um relativista: deve aceitar-se tudo em todas as culturas, nomeadamente a pena de morte, o apedrejamento, a mutilação genital feminina? Como consequência desta crítica, alguns defendem a existência de valores absolutos, prevalecendo um núcleo de direitos humanos que deve ser respeitado. Quem assim pensa, respeita a diversidade cultural, tal como os relativistas, mas coloca certos limites ao que é tolerável… Na minha opinião, esta é uma questão subjectiva, que depende de cada pessoa. Concordo que haja um respeito mútuo entre culturas, pois só desta forma se consegue construir um mundo melhor; por outro

lado, não me considero totalmente relativista pois não aceito tudo o que se pratica em determinadas culturas, actos desumanos que não têm qualquer cabimento. Trata-se de um assunto delicado, pois não é uma única opinião que dará um novo rumo às coisas, não será uma mera opinião que mudará a lei ou as atitudes de um determinado país e ou de uma determinada cultura. Mas retomo a ideia-chave de Primo Levi, no apelo que ele faz às pessoas de todo o mundo para que transmitam as suas memórias, para que o acontecimento não caia em esquecimento, para que não se repita…


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

13

Jornal O Vale

Viagem pelas palavras

Prof. Patrícia Fernandes Em Janeiro de 2008, Barack Obama tomou posse como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América. O seu percurso político, comparativamente mais curto do que o dos candidatos habituais, ficou marcado por um conjunto de discursos fantásticos, extremamente bem escritos, tremendamente eloquentes. Mas alguns afirmam que não passam de palavras bonitas… O seu percurso ficou marcado por uma

crítica acérrima à política que G. W. Bush vinha desenvolvendo, economicamente no seu país, belicamente no resto do mundo. Mas alguns afirmam que não passam de ideias bonitas… O seu percurso ficou marcado pela defesa da construção de uma América mais unida, de uma sociedade mais justa, de um mundo melhor. Mas alguns afirmam que não passam de sonhos bonitos… Hoje, um ano volvido sobre a sua tomada de posse, o mundo não mudou tanto como ele desejaria, como todos desejaríamos. Talvez o mundo não se tenha tornado subitamente melhor… Mas quem julgaria que isso seria mesmo possível? Poderá um homem sozinho mudar o mundo? Alguns continuam a ver nele a esperança de um futuro melhor. Atribuíram-lhe o Nobel da Paz, não pelo que já fez mas pelo que quer fazer. Talvez ainda não o tenha merecido. Afinal o mundo não mudou tanto como ele desejaria, como todos desejaríamos. Mantêm-se as guerras no Afeganistão

e no Iraque. A Cimeira de Copenhaga foi um fracasso. O mundo parece o mesmo. Mas poderá um homem sozinho mudar o mundo? Seriam medidas sensatas abandonar o Afeganistão e o Iraque subitamente, deixando os países destruídos e com guerrilhas internas constantes, sem qualquer formação das forças de segurança nacionais? Valeria a pena ter assinado um protocolo em Copenhaga mais ambicioso, criando ilusões nos países mais e menos desenvolvidos, se o acordo só entra em vigor se aprovado por uma maioria de 2/3 do Senado? Poderá um homem sozinho mudar o mundo? Mas não é pelo que Barack Obama ainda não fez que o trouxe aqui. É pela ideia e o sonho e a magia que as suas palavras trazem. É por ter inaugurado na política uma nova forma de ver o mundo, de olhar para as pessoas, do respeito pelos seus direitos acima de interesses pessoais. É por trazer a esperança de que sim, é possível construirmos um mundo melhor. (Yes, we

can!) Sim, é possível fazermos TODOS deste mundo um lugar melhor para as novas gerações. Mas isso é uma tarefa que cabe a todos, não dá para se ficar sentado no sofá à espera que um homem sozinho mude o mundo. Obrigado Obama por nos fazeres acreditar, mesmo que não passem de palavras bonitas, ideias bonitas, sonhos bonitos. Barack Obama, Dez Discursos Históricos, Porto, Fio da Palavra Editores, 2009 (95 pp.)


14

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

PALESTRA

A DIVERSIDADE CULTURAL E A INTOLERÂNCIA: O HOLOCAUSTO JUDEU

Empenho e dedicação são as palavras que descrevem a nossa atitude na realização da actividade sobre o Holocausto, que aconteceu no passado dia 29 de Setembro no Espaço Novas Oportunidades. Tudo começou quando, na aula de Área de Integração, a professora Patrícia Fernandes nos sugeriu a realização de uma palestra sobre o grande horror da Segunda Guerra Mundial. Bastou o tema para nos chamar logo a atenção e numa semana organizamos a actividade. Convidámos como oradora a professora Maria João Castro, que no último Verão visitou o campo de Auschwitz. Juntamente com o seu emocionante testemunho, foram apresentadas fotografias do campo de concentração, que, depois do horror a que assistiu durante a Segunda Grande Guerra, está agora transformado em museu para que possa ser visitado. Perante uma assistência emocionada,

a professora Maria João descreveu o campo, os casebres onde se dormia, os sanitários, as salas onde o gás era lançado, os fornos crematórios… Uma das passagens que mais nos emocionou foi a descrição das salas cheias de cabelos, óculos, sapatos, malas, prova dos milhares de pessoas que por lá passaram e morreram. Numa sala estão expostos objectos que os prisioneiros levavam consigo. Já tinham sido forçados a mudar de casa uma vez (quando foram colocados em guetos separados da restante população das grandes cidades) e pensaram que aquela viagem os conduziria a uma nova “casa”. Acharam por isso que loiça, balanças de cozinha e outros objectos lhes seriam úteis… Até chegarem ao campo de concentração e lhes serem retirados todos os bens que detinham... Queremos agradecer a disponibilidade da professora Maria João, cujo testemu-

Visitas de Estudos

LSA, ISEP

As turmas do Curso de Educação e Formação de 2. EEI e dos Cursos Profissionais 1.TEAC e 3.TMI reuniram-se na Escola, no passado dia 22 de Outubro, pelas 13:45h, no intuito de visitar o Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA), no Instituto do Superior de Engenharia do Porto. Quando chegámos, fomos recebidos pelo Director do LSA, Doutor Eduardo Silva, que nos encaminhou para os alunos de mestrado que nos mostraram os projectos que estavam a desenvolver. Nesta visita os nossos alunos foram divididos em dois grupos, repartidos por dois professores.

Empresa S. Roque As turmas 2.EEI, 3.TMI e 1.TEAC participaram na visita de estudo à S. ROQUE – Máquinas e Tecnologia Laser S.A., no dia 3 de Novembro de 2009. A S. Roque é uma empresa que abrange vários sectores, desde a electromecânica – concepção e execução de máquinas têxteis – à electrónica, interessando, deste modo, às diferentes turmas, que puderam testemunhar os processos, métodos e meios inerentes ao trabalho desenvolvido na empresa. A S. Roque recebeu-nos com a maior das cordialidades, principiando por nos ser facultada uma breve explicação das actividades da empresa e das normas de segurança a seguir para a visita às linhas de produção. De seguida, fomos divididos em dois grupos, acompanhados por um professor da turma e por um responsável da empresa pela visita. Na unidade fabril, tivemos a oportunidade de visualizar todo o processo de

Deste modo, pudemos observar o laboratório, onde apreciámos diversos tipos de protótipos de robots autónomos, nomeadamente robots terrestres, aquáticos e aéreos programados em LINUX e em C pthreads, ao mesmo tempo que éramos elucidados acerca do que víamos. Esta visita de estudo revelou ser muito interessante, na medida em que nos proporcionou a possibilidade de compreendermos, na prática, algumas das competências que o nosso curso pode proporcionar. Serviu, também, de incentivo e motivação para a realização e conclusão do curso. João Silva, 1.TEAC.

fabrico das diferentes máquinas produzidas pela S. ROQUE. O processo começa na zona de corte e medição de chapas e tubos, seguindo para a parte de soldadura e, depois, para as CNC e tornos mecânicos. Quando chegámos à parte de montagem e electrificação das máquinas, ficámos a perceber algumas execuções práticas do que temos vindo a aprender, desde a programação de PLC à simples tarefa de ligação de cabos eléctricos. Já para o final, visitámos uma outra unidade, designada por RoqueLaser, onde pudemos observar como se corta chapa e tubo a laser, visto que esta unidade está equipada com maquinaria de alto desempenho de corte a laser. No final da visita, a empresa S. Roque ainda nos distribuiu umas lembranças… Foi, de facto, uma visita muito interessante e produtiva, pois aprendemos bastante!

Didáxis Solidária Na continuação do espírito natalício, consideramos que é propício divulgar um núcleo que está a crescer na nossa Escola e que se designa Didáxis Solidária. Este projecto, como a própria palavra

Pedro Araújo, 1.TEAC.

nho contribuiu para que todos os presentes ficassem a saber mais sobre o tema. Acima de tudo, ficamos todos mais sensibilizados com o horror a que se pode che-

CABELTE A turma de Física do 12º ano do Curso de Ciências e Tecnologias realizou, no dia 2 de Novembro, uma visita à unidade industrial da Cabelte, localizada no concelho de Vila Nova de Gaia. Esta empresa, dedicada ao sector da cablagem, é responsável pela produção de uma vasta gama de cabos, entre os quais a moderna fibra óptica. A visita permitiu perceber quais os processos envolvidos no fabrico dos cabos que todos os dias nos trazem a electricidade até nossas casas, ou permitem que possamos estabelecer uma conversa telefónica. Começou-se por ver a forma como os cabos de cobre são esticados até ao ponto dos grossos cabos deste material se tornarem tão finos quanto desejados – isto num processo chamado Trefilagem. Seguiu-se o processo de Cabliamento, em que os finos cabos eram torcidos uns com os outros de forma a criar um cabo maior e com mais capacidade de transmissão de electricidade ou dados. Por fim, o cabo é protegido através de um isolamento à base de polietileno, num processo denominado de Extrusão. Seguiram-se os cabos telefónicos, cujo processo

Planetário Portátil No passado dia 30 de Outubro, a Escola Cooperativa de Vale S. Cosme – Didáxis uniu-se à celebração do Ano Internacional da Astronomia – AIA 2009 - com a realização de sessões sobre Astronomia num planetário portátil, destinadas aos alunos do 7º ano de escolaridade. Após a celebração de um protocolo de colaboração entre a escola e o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto – CAUP – o projecto Astronomia nas Escolas entrou mais uma vez em acção. Os alunos assistiram a sessões orientadas por dois monitores que fizeram uma viagem guiada pelo Sistema Solar, o que permitiu a ampliação dos conhecimentos dos alunos relativos às características de cada

indica, pretende ser um ponto de encontro em que podemos partilhar, ouvir, conviver, alicerçar, crescer… Pois, se, no quotidiano, nos sentimos sós, desamparados, é bom saber que existe, na comunidade, alguém que se preocupa com o nosso bem-estar. O núcleo Didáxis Solidária tem dois objectivos essenciais: criar um espaço onde

gar quando somos intolerantes para com quem é diferente. Ana Catarina, Ana Daniela Vieira, Ana Rodrigues

se desenrola de forma semelhante, sendo que estes têm a particularidade de serem usados sempre aos pares, ou seja, um para cada sentido da comunicação telefónica; para além disso, são pintados com cores vivas e diferentes para permitir aos técnicos que os instalam uma fácil identificação dos mesmos. Por último, assistiu-se ao processo de produção da tão esperada fibra óptica. Esta é feita a partir de um vidro com características especiais que, ao ser derretido, vai escorrendo, e formando um fio de pequeníssimas dimensões (menos espesso que um fio de cabelo). Como tal, este processo é realizado numa torre com algumas dezenas de metros, única na Península Ibérica (na ocasião da visita, esta torre não estava operacional). Em seguida, este fio de vidro é envolvido num acrilato que o irá impedir de quebrar. Por fim, cada cabo é sujeito a uma série de testes para verificar se a qualidade da fibra está dentro dos padrões exigidos. Esta visita permitiu, assim, perceber o processo de fabrico por detrás de um elemento que é fundamental no nosso dia-a-dia, e que, normalmente, nem damos pela sua presença. José Ricardo 12.2

planeta, assim como uma visão de um céu luminoso com milhares de estrelas, abordando também diversos temas específicos da Astronomia. A exploração do Universo foi uma importante referência: desde as observações efectuadas por Galileo há 400 anos com a sua luneta, até aos dias de hoje, em que temos, por exemplo, o telescópio VLT construído pelo ESO, ocorreu uma grande evolução que permitiu aos astrónomos revelar alguns dos segredos do Universo, a formação estelar, a classificação e evolução galáctica e a dimensão do próprio Universo. Os monitores em diálogo com os alunos, numa viagem de 40 minutos, ajudaram-nos a descobrir o nosso Universo!

se pode fazer trabalho de voluntariado, desenvolver capacidades do Ser, conversar, fazer caminhadas, entre outros; desenvolver um trabalho direccionado para a comunidade, onde se procederá à recolha de donativos, com vista a colmatar alguns problemas das famílias mais carenciadas. Esperemos que todos estejam dispos-

Prof. Jacinta Morais

tos a ajudar, para que este projecto tenha pernas para andar. Para mais informações, podem falar com os professores responsáveis: Marta Ferreira, Yolanda Machado, Ana Rita Sousa, Sílvio Nogueira e Emília Cardoso. Prof. Marta Ferreira


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

15

Jornal O Vale

DIA MUNDIAL DO TRABALHO DIGNO OS DESAFIOS COLOCADOS PELA ACTUAL CRISE ECONÓMICA

“A verdade é que o crescimento económico não pode ser feito contra as pessoas mas com as pessoas e para as pessoas.” No dia 5 de Novembro realizámos uma actividade subordinada ao tema: “O Trabalho Digno e os desafios colocados pela actual crise económica.” Esta actividade inseriu-se no tema da disciplina de Área de Integração: O trabalho, seu estatuto e evolução no Ocidente. A iniciativa coube ao Prof. Artur Silva, membro do Sindicato de Professores da Zona Norte, que nos desafiou para a dinamização de uma actividade relativa ao Dia Mundial do Trabalho Digno (17 de Novembro). O Prof. Artur teve a gentileza

de participar na nossa actividade e forneceu-nos diversos materiais que utilizámos para nos prepararmos, pelo que queremos aproveitar para agradecer a sua ajuda e participação. A actividade tinha o objectivo de informar as pessoas sobre a importância de um trabalho digno ,na medida em que uma vida digna depende de um trabalho digno. Isto significa ter um salário justo e boas condições de trabalho, não ser alvo de discriminação ou de trabalho forçado, beneficiar de medidas contra

a perda ou redução do rendimento familiar, como consequência do desemprego, acidente, maternidade, paternidade ou velhice, etc. A conclusão a que chegámos com a realização desta actividade relaciona-se com o contexto especial de crise que vivemos hoje: os elementos de um trabalho digno têm de se verificar sempre, independentemente do momento em que vivemos. O problema é que a actual crise económica tem posto em causa direitos fundamentais dos trabalhadores e servido de

desculpa para que as empresas fechem - muitas vezes com falências ilegais ou fraudulentas -, para o despedimento de trabalhadores, para o atraso no pagamento de salários, para a contratação precária, para situações de lay-off, etc. A verdade é que o crescimento económico não pode ser feito contra as pessoas mas com as pessoas e para as pessoas. Eva Neves, 3.TCOM Márcia Alves, 3.TCOM Rui Silva, 2.TEAC


16

Ano XXII

Memórias de guerra Já se passaram mais de 60 anos desde a minha participação naquela que se tornou a mais mortífera das Guerras, a 2ª Guerra Mundial. Lembro-me de todos aqueles dias como se os estivesse a reviver novamente. Com apenas 19 anos e apesar de ser rapariga, estava mais do que habituada a trabalhos muito duros. Como era filha única, tinha de ajudar o meu pai nos trabalhos que exigiam maior esforço físico, pois ele não aguentava aquele trabalho sozinho. Numa calma manhã de Setembro, chegou à minha cidade a notícia de que a Polónia tinha sido invadida pela Alemanha, dando assim início à 2ª Grande Guerra. Com este acontecimento, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Todos os habitantes de Paris ficaram extremamente preocupados e começaram rapidamente a organizar-se para um possível ataque. Os rapazes entre os 16 e 25 anos foram logo destacados para fazerem parte

Pequeno Conto

Um sonho: liberdade Desde que fora trazido ainda ovo para a casa na Luz, transferido no dia em que completou três meses para uma solitária gaiola na varanda do velho edifício e agora, jovem periquito, que Henrique sonhava poder voar para lá da velha escola que ficava a dois quarteirões do apartamento. Para lá da escola tudo era de um verde doce, tudo era liberdade. Não se pense que Henrique era maltratado; nunca lhe faltava comida ou água e partilhava a gaiola com mais dois animais: Romeu, o pequeno canário, e Dora, a sábia rouxinol, cada um dos quais na sua perfeitamente branca e limpa gaiola. Recebia ainda, ao entardecer, a visita de Vicente, uma velha e magra gaivota, trazida pelo intenso cheiro a peixe dos caixotes da doca. Vicente contava como era andar sem rumo, molhar as penas nos charcos sujos e a incrível sensação de voar sem limite. Henrique, entusiasmado ouvia e comentava: – Eu queria ser livre mas… – mas tinha medo do frio, tinha medo da chuva e tinha medo da solidão. Romeu concordava, nunca sobreviveria no mundo exterior, havia as rajadas de vento que desviavam os pássaros do rumo, havia as noites escuras e os

das tropas francesas. Apesar de ser muito ligada à minha família, não suportava ver o meu país nesta situação e não poder fazer absolutamente nada; foi então que tomei a decisão mais difícil da minha vida. Disfarcei-me de rapaz e consegui infiltrar-me no exército francês. Com a vida que levava, não era difícil fazer-me passar por um homem. Após alguns treinos feitos sentia-me completamente apta para o combate como qualquer outro homem ali presente. Graças à minha habilidade como actriz, ninguém desconfiava que era uma mulher e assim foi durante muito tempo. O momento pelo qual aguardei muito finalmente chegou. O nosso primeiro combate ocorreu na fronteira entre a França e a Alemanha, ao redor da linha Maginot. Foi um combate terrível e os franceses ficaram rapidamente em desvantagem, já que os alemães conseguiram contornar a linha. Quando me ia apercebendo que muitos dos amigos que tinha feito estavam mortos, entrei em desespero e, quando menos esperava, fui atingida a tiro na perna. Naquela confusão toda só me apercebi de que Jean, talvez o meu único amigo que ainda estava vivo, veio em meu socorro e conseguiu arrastar-me até a um lo-

temíveis predadores. – Assim que sair da gaiola sou apanhado por um gato e comido – dizia o canário tremendo. E Henrique e Dora assentiam. – Nunca um gato voará tão alto como um pássaro, jovem – contrapunha a gaivota. Mas os jovens têm ideias fixas, difíceis de demover. Os anos passaram e Henrique envelheceu sem coragem para se libertar. Dora havia desaparecido após uma suspeita queda da gaiola enquanto lhe era trocada a água e Vicente deixara subitamente de o visitar já há vários anos. Com a crescente sisudez de Romeu, a solidão de Henrique aumentou, bem como o desejo de ser livre. Assim, naquela manhã de terça-feira, quando o velho veio recolher as cascas secas da comida, Henrique saltou da gaiola para o chão e, aproximando-se do bordo da varada, pulou esperando voar. Mas as suas asas haviam sido congeladas pelo tempo e pelo espaço apertado da gaiola. O velho desceu a escada a correr esperando encontrar o periquito esmagado por um sonho maior que o seu frágil corpo, mas encontrou apenas uma fina e curta pena, azul, porque, um instante antes de encontrar o asfalto, Henrique voou para junto de Dora, de Vicente e de todos os pássaros que um dia ousaram ser livres.

“JORNADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA” A actividade “Jornadas de Língua Portuguesa”, este ano intitulada “Esta língua em que me exprimo”, foi dinamizada pela professora Ana Mª Costa e decorreu nos dias 11 e 13 de Novembro, na Didáxis-V.S. Cosme. Na quarta-feira, pudemos assistir à apresentação do livro “Lascas de uma Rocha”, do escritor, professor e músico António Campos Soares. Na apresentação do seu livro, António Campos Soares, docente da nossa escola, principiou por agradecer à família e a todos os que colaboraram na publicação de “Lascas de uma Rocha”. Este livro de poemas “aborda temáticas mais profundas e obscuras, mas procura, também, deixar transparecer laivos de esperança”, segundo o autor. Após esta apresentação, o público interveio activamente, colocando um conjunto de questões ao professor António, as quais transcrevemos. Quanto tempo demorou a escrever este livro? Este livro é o resultado de uma compilação de vários textos, que foram sendo escritos ao longo de seis anos. Quando estive em Granada, escrevi bastante, foi muito produtivo… A magia da cidade inspirou-me muito. Contudo, este último ano também tem sido profícuo na escrita de novos textos… É muito difícil escrever? Nunca me senti forçado a escrever; quando o faço é

nº 77 Dezembro 2009

Ana Íris, 12.1

cal seguro. Ficámos lá cerca de três dias, e eu continuava com imensas dores, mas tinha de aguentar. Assim que as tropas alemãs bateram em retirada, eu e Jean conseguimos caminhar até à cidade mais próxima à procura de ajuda. Por sorte, encontrámos uma modesta família francesa cujo homem da casa era médico. Com tudo isto, não consegui mais manter um meu disfarce e revelei a Jean a minha verdadeira identidade. Apesar de ter ficado magoado comigo por não lhe ter confiado tal segredo, Jean perdoou-me. Quando já estava recuperada, abandonámos aquela casa e partimos para Portugal, que era um país neutro. Mesmo numa ditadura, conseguimos instalar-nos sem problemas, e assim casámos e permanecemos juntos durante muito tempo. Mesmo quando a guerra terminou em 1945, não quisemos voltar a França, afinal já tínhamos tudo o que precisávamos em Portugal. Agora com 80 anos e viúva, gostaria que estas memórias passassem de geração em geração pois esta é uma história que não se deve perder. Gabriela Silva, 10.2

Auto-retrato Jovem, alegre e descontraído, De olhos castanhos, cabelo preto e cara morena, Boa forma física não é o seu forte, Tem o nariz discreto e marcas na cara. Na arte escaquística viciado, Por jogos de vídeo não interessado, Sobre a actualidade bem informado, Ainda que ler não seja o seu acto privilegiado. Formando competente e bem-educado, Nenhum dos seus pensamentos censurado, Ajudando o próximo sempre que tal fosse desejado. Ao pôr-do-sol aparece Rui Gomes, Pronto para mais um árduo dia, Sem que por isso sinta alegria.

Alegre e extrovertido, sempre a pensar no vivido, tentando não apressar, a caminhada para o luar. Pensador por natureza, iludido pela surpresa, oferecida por este Mundo. Representando a minha pessoa, termino este retrato, para observar como o tempo voa.

Nuno Campos, 10.2

sempre o resultado de um pensamento que tive e que procuro desenvolver. Mantenho sempre a criação primeira dos meus textos, os meus rascunhos, e mais tarde, se necessário, é que os aprimoro. Neste último ano, a minha escrita tem traduzido uma temática menos obscura, digamos… mais iluminada por raios de sol. É professor, músico e escritor… Com qual das três vertentes se identifica mais? Há alguma que prevaleça? A faceta de escritor está sempre presente, pois actua em todos os campos; o ser professor também incentiva na música, permitindo, deste forma, ser interveniente na sociedade. Porque é que escolheu o poema “Ruela de Morte” para ser a letra de uma das suas músicas? Este poema, no fundo, é o que mais se enquadra nos requisitos da ideia da banda; é o que traduz o nosso espírito. Este primeiro dia das jornadas de Língua Portuguesa terminou com a abrilhantada participação dos alunos João Brandão, com a rubrica “Eles falam, falam…”, Ivânia, com a recitação muito expressiva de um poema de Eugénio de Andrade, “Palavras”, e com a leitura do texto de Fernando Pessoa “A minha Pátria é a Língua Portuguesa” por José Ricardo. O segundo dia “das jornadas” foi especificamente direccionado para os professores de Língua Portuguesa, com a realização da Palestra sobre os Novos Programas de Língua Portuguesa, que serão implementados no próximo ano lectivo no quinto e sétimo anos de escolaridade.

Estatura média, olhos castanhos, morena Sorriso metálico, alegre de facha Lábios bem definidos, nariz redondo e aguçado, Cabelos com caracóis Capaz de sentir amor por toda a gente, Mais dada à amizade do que ao aspecto Sincera com os que a rodeiam Inteligente e dedicada. Única para um único Ligada à crença e religião Somente no casamento se comprometerá Eis Solange, em quem a alegria permanece Saem desta mesma palavras verdadeiras Que nunca ninguém esquece. Solange 10º.2

Rui Pedro de Sousa Gomes 10º.2

Magro e de média altura, apresentando uma bela estatura, de rosto simpático e pensamento lunático.

Jornal O Vale

De olhos côr de avelã, Cabelo castanho todo emaranhado, Viver a vida, Sem nunca olhar para o lado; Sentimentos que em mim residem, Nunca mais de cá saem, Esperança, alegria e paixão, Jamais me abandonam em qualquer situação; Tenho fé em mim mesma, Sem nunca desistir, E odeio a quem isto faça rir; Os defeitos são muitos, Mais do que as qualidades, Ainda assim toma conta de mim a felicidade. Ana Daniela Magalhães Sá 10.2

Para o efeito, convidou-se a Doutora Madalena Teles Dias Teixeira, que, actualmente, desenvolve a sua actividade profissional no Instituto Politécnico de Santarém, na Escola Superior de Educação, para apresentar e elucidar os presentes acerca destes novos programas. É membro da Associação de Professores de Português e, do seu vasto currículo, constam várias publicações, é autora de vários artigos, nos domínios da linguística e da educação, e organizou mais de uma dezena de encontros científicos. Depois de apresentar as principais alterações que caracterizam os novos programas, quer ao nível dos objectivos, das competências e dos conteúdos programáticos, demonstrou a pertinência e a necessidade de um novo esquema organizacional desses mesmos conteúdos e das metodologias associadas. Neste contexto, destacou um instrumento de trabalho que será fundamental no exercício da docência da nossa língua materna, que é o Dicionário Terminológico (DT), que consiste na tão falada, famigerada e controversa terminologia linguística, já em vigor para o Ensino Secundário (TLEBS – Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário). A realização desta palestra consistiu numa mais-valia para um departamento que está atento às mudanças e procurará, como sempre, actualizar-se nos vários domínios que abrangem a prática docente, com vista a proporcionar o melhor ensino para uma melhor aprendizagem. Prof. Helena Pereira


Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

17

Jornal O Vale

“Artes e Ideias”- Uma exposição na Biblioteca Camilo Castelo Branco

O Departamento de Expressões Artísticas e Tecnológicas apresentou ao público do Concelho de Vila Nova de Famalicão uma exposição intitulada “Artes e Ideias”. Os trabalhos expostos, realizados pelos alunos do 5º ao 9º anos, no âmbito das disciplinas de EVT, EV, APP e ET, divulgaram um diversificado conjunto de materiais e técnicas explorados ao longo

do ano lectivo transacto. O evento decorreu durante o mês de Outubro, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, culminando com a apresentação de um programa cultural, também, produto de projectos desenvolvidos no âmbito de outras disciplinas que integram igualmente a área artística, nomeadamente as dis-

ESTÁGIO NA PAPELARIA DA NOSSA ESCOLA TESTEMUNHOS O estágio na papelaria foi uma boa experiência e, na companhia do Senhor Eduardo, tudo foi mais fácil. Também foi interessante pôr em prática algumas ideias de posicionamento dos produtos. Este estágio serviu, também, para quem ainda não tinha muito à vontade com o acto de estar atrás do balcão, para também ganhar mais confiança. Hernâni Mendes -2TCom

Na minha opinião, este pequeno estágio na papelaria foi uma óptima maneira de me preparar para os próximos meses de estágio a "sério" , para que, assim, tenha uma pequena noção daquilo que me espera e para o que tenho de estar preparada. Gostei da experiência. Ana Martins - 2TCom

Eu gostei muito de estar na papelaria da nossa escola a estagiar. Espero que o Sr. Eduardo também tenha gos-

tado: nós demos o nosso melhor para dar mais "luz" à papelaria. Gostaria de agradecer ao Sr. Eduardo por nos ter deixado lá estagiar e à Direcção da nossa escola, por ter autorizado o nosso estágio lá. OBRIGADA!!!! Cátia Sousa - 2TCom

O nosso pequeno estágio na papelaria da nossa escola deu para nós percebermos e nos ambientarmos com um local de trabalho. Assim, ajudounos a estarmos mais preparados para o nosso grande estágio, nas lojas de Famalicão. Eu gostei e também espero que o Sr. Eduardo tenha gostado da nossa presença e da ajuda que lhe demos. Queria agradecer ao Sr. Eduardo e à Direcção Pedagógica, por nos deixar fazer este pequeno estágio nas instalações da nossa escola. Um Obrigada a Todos! Vanessa Claro – 2 TCom

ciplina de EM e Oficina de Teatro. Do balanço efectuado, quer pelo departamento interveniente, quer pelo público visitante e pela Directora da Biblioteca, Dra. Carla Silva, podemos considerar a experiência bastante gratificante e enriquecedora, uma vez que superou as nossas expectativas. Desta feita, consideramos a possibi-

lidade de repetir o evento com produtos inovadores que pretendemos sejam o reflexo do trabalho desempenhado pela nossa escola. Em nome do Departamento, um muito obrigada. A coordenadora

Otília Loureiro

A MORTE CHEGA CEDO A Vida… O que é a Vida? De acordo com o dicionário de Língua Portuguesa, a definição diz-nos que Vida é “o tempo que decorre desde o nascimento até à morte”. E, então, o que acontece depois? Pura e simplesmente deixa-se de viver? Sim, talvez, mas apenas fisicamente, porque o que de mais importante nos ligava a esse alguém que partiu continua vivo e cada vez mais intenso, como se tentássemos compensar a ausência com a recordação sempre presente em nossos corações. Por vezes, este tempo que decorre desde o nascimento até à morte é interrompido bruscamente, sem aviso prévio, sem tempo para despedidas, como aconteceu com o nosso querido Pedro António, que, no dia 30 de Agosto de 2009, deixou os nossos corações mais pobres, mas ainda assim ricos por terem tido o privilégio de o conhecerem e de com ele criarem laços que perdurarão ad eternum. Assim, para o Pedro, os seus amigos da antiga 7.5, actual 8.5,estão a organizar uma singela, mas sentida, homenagem, que começa com o poema que abaixo poderão ler e continuará, no dia 02 de Fevereiro de 2010, com uma Missa de Aniversário, a ter lugar na Igreja Paroquial de Vale S. Cosme, em hora ainda a definir. Os alunos e professores da 8.5 convidam-vos a participarem nesta homenagem ao Pedro. Obrigada.

A ti, amigo Pedro “A morte chega cedo, Pois breve é toda vida O instante é o arremedo De uma coisa perdida. O amor foi começado, O ideal não acabou, E quem tenha alcançado Não sabe o que alcançou. E tudo isto a morte Risca por não estar certo No caderno da sorte Que Deus deixou aberto.” Fernando Pessoa

Aqui nós deixamos palavras escritas, Que para sempre guardaremos na memória. E, no coração, cada conversa trocada; Cada sorriso que juntos sorrimos; Cada segredo que confessamos; Cada tristeza partilhada; Cada mensagem enviada; Cada lágrima chorada, Fosse de alegria ou tristeza. A nossa pura amizade teve toda a cumplicidade, Toda a afinidade. Pedro Antonio, foste o amigo mais fiel, Cúmplice das nossas aventuras e desventuras. Permanecerás eternamente vivo nas nossas vidas, Que, embora tenham ficado mais pobres por te perder, Tiveram a enorme fortuna de um dia te conhecer. Nosso amigo, colega, irmão, Um anjo guardião, Foste e serás sempre em nossa vida… Hoje, aqui, queremos dizer que te amamos muito

ATÉ UM DIA!

Alunos da 8.5


18

Ano XXII

nº 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

CRÓNICAS

Desemprego

Muito se tem dito ultimamente acerca do estado do nosso país, das escolhas politicamente contestáveis dos nossos ministros, dos casos escandalosos em que os nomes destes constam, das avaliações dos professores e também dos actuais níveis de desemprego. Desta feita, só me centrarei neste último, uma vez que, provavelmente é, de todos os referidos, o mais complexo. O número de desempregados não pára de aumentar, bem como o número de empresas a falir. As questões que se impõem são as seguintes: de quem é a responsabilidade? E o que é que causa esta necessidade aguda de reduzir o número de operacionais? Os trabalhadores culpam os patrões e alegam má gestão de património; os investidores culpam o estado por falta de incentivos; o governo apela à competitividade com o mercado importador. Ou seja, todos tentam afastar a “batata quente”, porque ninguém quer ter o peso da responsabilidade sobre si. E, desta forma, gera-se um jogo

vicioso em que nenhuma das partes envolvidas se quer ver demasiado entranhada. No entanto, não é só em Portugal que esta dura realidade se faz sentir; na maioria dos países industrializados, o panorama também não é o ideal. O número de desempregados aumenta drasticamente e conclui-se, então, que este fenómeno não é um problema exclusivamente português, como muitos pensam ser. Portanto, o problema não é o nosso governo, nem os nossos trabalhadores. Esta crise deve-se ao conjunto de medidas e leis adoptadas a nível europeu, que possibilitam demasiadas facilidades na construção e fundação de empresas de risco que duram, muitas vezes, pouco mais de um ano, bem como ao facto de não serem estimulados o empreendedorismo e a mentalidade activa e pensante na comunidade em geral, o que conduz à incorrecta gestão das empresas e indústrias e ao deficiente aproveitamento de tempo e recursos. Em suma, não é correcto, no meu ponto de vista, culpar determinadas autoridades no que a este tema diz respeito; é, sim, necessário interiorizar que, para conseguirmos contrariar estes números, é preciso um empenho significativo por parte de todos, colocar as lamúrias de parte e olhar em

“Corrupção está na moda.” Hoje em dia é frequente assistirmos a uma constante publicidade sobre esta temática, tanto em jornais como em meios de informação televisivos. Já não é normal iniciar um telejornal sem termos, logo de seguida, uma notícia de última hora a anunciar mais um suspeito de corrupção. O acto corrupto torna-se possível pela manipulação alimentada, muitas vezes, pela burocracia rígida dos serviços – das regras e das leis de forma invisível, graças aos pactos de silêncio e opacidade entre corruptor e corrompido. No fundo, a aplicação da velha máxima de que “ a lei é rígida

OPINIÃO

O livro recentemente escrito por Saramago,

“Caim” , veio mais uma vez reacender a polémica entre a igreja católica e um escritor, coisa que tem acontecido regularmente nos últimos tempos, tendo a igreja católica criticado livros como “ O Código Da Vinci” e “Anjos e Demónios”, ambos de Dan Brown. A polémica entre os fiéis e os não crentes só vem publicitar mais o livro, suscitando nos leitores o interesse de o comprar e verificar com os seus próprios olhos o porquê de tanta polémica, o porquê de os fiéis se “Prémio Nobel da Paz” Obama é, nos dias de hoje, um indivíduo muito noticiado. Para além de ser o primeiro presidente negro dos E.U.A, tem enfrentado oposição da integração das suas ideias na Constituição do país. A última acha da fogueira foi a atribuição do Nobel da Paz a Obama. Verdade seja dita, foi algo inesperado. Obama está no início do mandato e, tirando o seu trabalho a nível das relações com o Médio Oriente, não fez nada de significativo a ponto de lhe ser atribuído o prestigiado Pré-

Gripe A: as letras que mais nos assustam neste momento são mesmo estas. À volta delas, tem-se formado uma agravada polémica, pois é um assunto novo para todos nós. Contudo, trata-se apenas de um vírus como tantos os outros que têm surgido, preocupando-nos apenas o facto de que este sofreu uma mutação que o transformou em algo novo para o nosso orga-

frente, com optimismo, porque só com uma postura positiva e futurista será possível dar um passo por cima desta problemática.

e a prática é mole” transforma-se na mola real dos mecanismos de corrupção. São notícias regulares que nos chocam e que, infelizmente, não acontecem só no nosso país. Apesar disto, Portugal ocupa a 26ª posição dos países menos corruptos a nível mundial, de acordo com o ranking elaborado pela Organização Transparecy International. O estudo, que se baseia na percepção que os agentes económicos têm sobre os níveis de corrupção existentes nos países onde trabalham, posiciona Portugal como o 14º país da UE onde existe menos corrupção. Numa altura em que, no nosso país, se endurecem os discursos anticorrupção, a manutenção da posição de Portugal no ranking deve ser tomada como um “aviso sério” para o governo que não tem tomado

sentirem tão ofendidos. É desta forma que, na maior parte das vezes, livros sem o mínimo interesse literário chegam a best-sellers mundiais quando, à partida, não teriam esse potencial se não tivessem sido tão publicitados mediaticamente, coisa que mesmo estou a fazer neste texto, neste preciso momento. Estou convicto que só quando esta polémica se apagar poderemos apreciar e comentar o livro pelo seu valor literário e não pela polémica que causou.

João Matos, 11.2

mio Nobel da Paz. Sabendo isto, qual será então o significado da atribuição do prémio a Obama? Uma tomada de posição face a descriminação racial, uma vez que Obama é o primeiro negro dos presidente dos E.U.A.? Nãos sabemos, mas esperamos que Obama faça jus ao prémio. Ainda que enfrente oposição dentro do seu país, Obama é, de momento, o homem mais poderoso do Mundo. Tem o potencial de fazer grandes coisas a nível mundial e é isso que se espera dele. Luís Costa, 11-2

nismo. Mas seres conscientes que somos apenas temos que cumprir com os planos de contingência e evitar a todo o custo eventuais contactos com o vírus H1N1. E deste modo, ao sermos responsáveis, podemos evitar este contágio e, assim, minimizar esta grande polémica. Tânia, 11.2

João Guimarães, 11.3

medidas eficazes, nem no lado da prevenção, sobretudo neste, nem no lado da repressão da corrupção. Portugal vive, hoje em dia, um clima de desconfiança, que nos leva, muitas vezes, a perspectivar um caminho de pouca vivacidade para o futuro de algumas sociedades e empresas, inclusive o Freeport, a MotaEngil, e mais… É realmente assustador o número de vezes que a corrupção é mencionada nos nossos meios de informação, mas ninguém duvida de que é a realidade. José Moreira, 11.3

Mousse de café e chocolate

Ingredientes: 125 g de chocolate com 70% de cacau 100 g de manteiga 50 g de açúcar em pó 3 ovos 1 lata de leite condensado 5 dl de natas líquidas 3 cl de licor de café 1 dl café expresso 4 folhas de gelatina Preparação 1. Coloque as folhas de gelatina em água durante 3 minutos. 2. Bata as natas, adicione o leite condensado e mexa. 3. Prepare uma chávena de chá de café expresso quente. 4. Escorra a gelatina e derreta no café. 5. Deixe arrefecer um pouco e junte ao batido das natas e do leite condensado. 6. Derreta o chocolate com a manteiga e junte as gemas batidas com o açúcar e o licor de café. 7. Envolva com as claras em castelo. 8. Numa taça individual coloque pelas mesmas porções, camadas de mousse de café e de mousse de chocolate com licor de café. 9. Decore com fruta fresca e grãos de café. Origem da receita: Continente: África

País: Quénia Catarina 8.1


Ano XXII

nยบ 77 Dezembro 2009

Jornal O Vale

19


20

Ano XXII

O Natal no Vale O Natal na Escola comemorou-se, mais uma vez, de uma forma muito fraternal, solidária (com a recolha de géneros alimentícios, brinquedos e roupas), alegre e criativa. Os alunos procederam à decoração entusi-

ástica das salas, onde, posteriormente, almoçaram, espelhando dinamismo e orgulho pelo trabalho e pelos resultados conseguidos, traduzindose um verdadeiro espírito natalício. Durante a manhã, na sala de eventos, decorreram actividades culturais em que par-

nº 77 Dezembro 2009

ticiparam alunos do 2º e 3º ciclos. Pudemos assistir a uma diversificação de actividades que conjugaram diferentes vertentes: a cultural, com a encenação de vários trechos relacionados com o Natal; a musical, com os melódicos e bem entoados cânticos natalícios; e a não menos importante vertente literária, com a declamação de um poema,

A decoração das salas revelou muito entusiasmo e criatividade por parte dos alunos.

Jornal O Vale

pela aluna Sofia Costa, da turma 5.8, e pela leitura expressiva de um conto de Natal, pela professora Helena Vilela. Aproveitando o espírito reinante, procedeuse, ainda, à entrega dos prémios relativos às Olímpiadas de Matemática. Prof. Marta Ferreira


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.