edicao8

Page 1

• ANO II - Nº 08 •

REV I S TA

PERIÓDICO PROFISSIONAL DE ESTÉTICA ANO II - Nº 08 - 2016

• PERÍODICO PROFISSIONAL DE ESTÉTICA •

R E V I S TA

www.esteticacomciencia.com.br

• ENVELHECIMENTO CUTÂNEO • TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NAS MARCAS DE EXPRESSÃO • PANTALA MASSAGE • TECNOLOGIA IÔNICA PARA A FIRMEZA CUTÂNEA • QUAL A SUA PROPOSTA DE ATENDIMENTO • LIMPEZA DE PELE – A DIFERENÇA DE UM PROCEDIMENTO PERSONALIZADO

OUTUBRO ROSA

A IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA DA MICROPIGMENTAÇÃO NA RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA ISSN 2448-4598


Prezados Prezadosamigos, amigos,clientes clientese eparceiros, parceiros, É com É com imensa imensa satisfação satisfação que que agradeço agradeço a honrosa a honrosa presença presença dede todos todos osos profissionais profissionais dodo segmento segmento dada Estética Estética que que participaram participaram dodo 1º1º Prêmio Prêmio Internacional Internacional dede Beleza BelezaCosmobeauty. Cosmobeauty. Premiamos Premiamos osos melhores melhores resultados resultados dos dos protocolos protocolos com com nossos nossos produtos, produtos, a fim a fim dede incentivar incentivar a inovação, a inovação, criatividade criatividade ee qualificação qualificação dede nosso nosso segmento. segmento. Parabéns Parabéns asas ganhadoras, ganhadoras, que que acreditaram acreditaram e buscam e buscam continuamente continuamente resultados resultados efetivos efetivos em em seu seu atendimento/serviço atendimento/serviço e melhores e melhores resultados resultados com com seus seus clientes clientes através através dede Protocolos Protocolos com com produtos produtos exclusivos exclusivos dada Cosmobeauty Cosmobeauty –– Referência Referência em em Tratamento Tratamento Estético. Estético. E preparem-se, E preparem-se, para para o 2º o 2º Prêmio Prêmio Internacional Internacional dada Beleza, Beleza, teremos teremos muito muito mais mais surpresas surpresas nana próxima próxima edição. edição. Além Além disso, disso, agradeço agradeço dede coração coração a todos a todos osos participantes participantes dodo 1º1º Simpósio Simpósio Internacional Internacional dede Especialização Especialização Avançada Avançada em em Estética Estética Facial Facial e Corporal e Corporal Cosmobeauty, Cosmobeauty, nosso nosso pré pré congresso congresso durante durante a 12ª a 12ª edição edição dada Beauty Beauty Fair Fair foifoi um um grande grande sucesso, sucesso, é um é um prazer prazer contribuir contribuir para para a educação a educação continuada continuada dede todos todos meus meus queridos queridos clientes. clientes. Aos Aos nossos nossos parceiros, parceiros, palestrantes palestrantes renomados renomados e Revista e Revista Estética Estética com com Ciência, Ciência, Beauty Beauty Fair, Fair, Site Site Beleza Beleza Today, Today, Hugo Hugo Turovelzky, Turovelzky, meu meu muito muito obrigada! obrigada! Um Um forte forte abraço, abraço,

Fernanda FernandaSanches Sanches

Dra. Dra. Fernanda Fernanda Sanches Sanches - Presidente - Presidente das das marcas marcas Biomarine Biomarine e Cosmobeauty. e Cosmobeauty.


www.linhacosmobeauty.com.br www.linhacosmobeauty.com.br

/linhacosmobeauty /linhacosmobeauty /cosmobeauty /cosmobeauty /linhacosmobeauty /linhacosmobeauty

SACSAC (55(55 11)11) 4196-1500 4196-1500 | 0800 | 0800 880880 1500 1500



Gel emoliente para extração A revolução na limpeza de pele Com glicídios de ácido fosfórico.

Uso em peles sensíveis e alérgicas • sem trietanolamina •

Poder de emoliência com ou sem vapor

Alta rentabilidade e espalhabilidade




Edição 08 Ano II - 2016 Publicação Profissional Dirigida 100% Brasileira

Índice

Destaques: OUTUBRO ROSA

A importância e relevância da micropigmentação na Reconstrução Mamária A Estética com Ciência é uma publicação direcionada aos profissionais que cuidam da Saúde, Beleza e Bem Estar com segurança e responsabilidade. Conteúdo científico para estudo, reciclagem e pesquisa.

Expediente Editora Viviane Tannus viviane@esteticacomciencia.com.br Diretor Executivo Pedro Tannus pedrotannus@esteticacomciencia.com.br

Qual é a sua proposta de atendimento?

10

Toxina Botulinica tipo a nas marcas de expressão facial

12

Outubro Rosa

16

Protocolo Vencedor do 1º Premio da Beleza – Categoria Corporal

18

Protocolo Vencedor do 1º premio da Beleza – Categoria Facial

20

Limpeza de pele, um procedimento que faz a diferença quando personalizado

21

Envelhecimento cutâneo

23

Pantala massage

30

Pecnologia ionica para a firmeza cutânea

35

A importância e relevância da micropigmentação na reconstrução mamária

36

Jornalista Responsável David Russo Santana MTB - 0079770

Microagulhamento combinado com plasma rico (prp), uma alternativa de tratamento eficaz em procedimeto estético

36

Consultoria em Estética Especializada Dra. Angela Lange

O uso da luz intensa pulsada no tratamento de hipercromias

45

O efeito do tratamento de microagulhamento nas cicatrizes de acne associado a cosméticos com ativos de crescimento

49

Os benéficios da bandagem elástica no pós operátorio de lipoaspiração

52

Procedimentos estetico inetáveis em microvasos

56

Vinhoterapia: resveratrol e suas propriedades antioxidantes no rejuvenescimento

65

Propriedades antioxidantes do extrato de goi berry na melhora da lipodistrofia ginoide A eficácia da fisioterapia oncologica na prevenção de hipomobilidade e linfedena

71 76

O conteúdo editorial deste periódico não contribui aconselhamento medico nem estabelece diagnósticos. Os artigos assinados são de total responsabilidade dos seus autores, como também as informações vinculadas em forma de publicidade. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos ou ilustrações. Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 122 e 130 da Lei 5.988 de 14/12/83.

Diretor Comercial Eduardo Abrahão eduardotannus@esteticacomciencia.com.br Diretor Administrativo Fabio Tannus fabiotannus@esteticacomciencia.com.br Projeto Gráfico StudioX Soluções Gráficas vendas@studioxdigital.com.br _______________________________ Assistente da Editora Kelly Villarins Mirelly da Costa

PROFESSIONAL GROUP EDITORES Assinaturas/Contato Telefone +55 (11) 2691.2548 | (11) 2537-5333 contato@ esteticacomciencia.com.br site: www.esteticacomciencia.com.br

Atenção Assinantes:

Se o seu endereço mudou, notifique rapidamente por e-mail ou telefone. Informamos que a reposição de exemplares anteriores só será realizada mediante reclamação de no máximo 30 (trinta) dias após o envio do exemplar. Obrigado pela a compreensão. Os nomes que constam em nosso expediente não possuem obrigações de horário ou continuidade, sendo assim sem vinculo empregatício com este periódico de acordo com a Lei de Imprensa nº 5250/67.

Colaboradores Desta Edição Aline do Bonfim Navia Aline Ferreira da Silva Aline Surita de Barros Ana Claudia Calazans da Silva Anderson Fernandes de Carvalho Aparecida Miranda Duarte Cintia Ribeiro Munoz Brazolino Daniela Pereira dos Santos Diosiffer Millosevych e Marques Dr. Luiz Carlos Antunes

Dra. Fernanda Sanches Dra. Patrícia Andrei Saslavsky Dra. Paula França Fabiana Guilherme Lima Casagrande Maria Auxiliadora Batestini de Almeida Nancy Chiang Nariely Squena Paula Caroline Garcia

6 | Estética Com Ciência

Prof. Felipe Abrahão Profa. Lilian Sanpei Profa. Lucinéia Leite Stella Marys Mercuri Guidotti Tatiana Raquel Filippin Thais Feihrmann Vania Almeida Cruz Vanusa Andrighetti Constantino Yara Fernanda Mozer dos Passos


24 Acesso

CURSO ONLINE

HORAS

Cosmetologia Estética e Ciências da Pele

7 DIAS POR

SEMANA ESTUDE QUANDO E ONDE QUISER

Diploma em Cosmetologia Estética

Curso em 10 Módulos

Descrição:

Início:

Ênfase em aplicação e tratamento dermocosmético

Novembro de 2016 Carga Horária:

100 Horas

Coordenação:

CERTIFICAÇÃO

ASSOCIADOS

com foco em estética. Desenvolvido com a essência esteta para elucidar os métodos atuais com segurança, responsabilidade e eficácia com aulas demonstrativas

PLATAFORMA

ensinando passo-a-passo as técnicas mais atualizadas do mercado.

MATRÍCULAS ABERTAS 19 3112.9900

-

ipupo.com.br

Prof. Lucas Portilho


R E VI S TA

E D I T O R I A L

OBRIGADA 2016, SEJA BEM VINDO 2017. Caro amigo(a) leitor(a), Estamos próximos de mais um final de ano. Quantas descobertas, não? Só neste ano, a Revista Estética com Ciência trouxe para vocês mais de 50 artigos científicos, sem contar as matérias de todos os nossos colaboradores. Só de eventos em nosso segmento que eu tive o privilégio de participar e acompanhar foram mais de 20, entre congressos, simpósios e cursos de aperfeiçoamento. A Estética inova a cada momento e nós da Revista Estética com Ciência, temos o prazer de manter você informado e atualizado sobre o que há de mais novo na área de Estética. Este ano, foi um ano de evolução principalmente para mim. Conheci tantos profissionais incríveis, gostaria de citar alguns deles: Prof. Felipe Abrahão, Profa. Lucineia Leite, Profa. Paula França, Dra. Ana Carolina Puga, Profa. Lilian Sanpei, Profa. Denise (Unigranrio), Paula Porto, Dr. Marcelo Schulmann, Dr. Gabriel Machado, Dra. Fernanda Feijoeiro, Dra. Patrícia Saslawsky, Eliana Giaretta, Samia Maluf, Silvana Oliveira, Monica Salvagnini, Dra. Priscila Palazzo, Profa. Isabel Piatti, Profa. Flavia Assunção, entre dezenas de outros profissionais que nos ajudaram diretamente ou indiretamente. Porém há mais de um ano tenho outros profissionais que colaboram, apoiam e vestem a camisa da revista Estética com Ciência e eu preciso citar eles também: Prof. André Nessi, Jessica Carbonelli, Prof. Edjasto Ferreira, Dra. Fernanda Sanches, Dr. Luiz Antunes, Eny Santana, Rodrigo Tavares, Micheline Sadde e a Dra. Ângela Lange, que tivemos o prazer de lançar a 2ª Edição do seu livro “Drenagem Linfática Manual, no pós-operatório das Cirurgias Plásticas”, (me perdoe se eu esqueci de citar alguém), quero deixar o nosso muito obrigada pela parceira e confiança de todos vocês. A cada dia aprendo mais e mais com vocês e me apaixono pelo universo da estética. Nesta edição, temos 18 matérias entre artigos científicos e colunas, porém estamos trazendo um assunto muito falado neste último mês “Outubro Rosa”. Com uma matéria incrível escrita pela a Dra. Patrícia Saslawsky, sobre “A importância e relevância da micropigmentação na reconstrução mamária”. É de extrema importância que nós mulheres façamos anualmente os exames rotineiros, precisamos conhecer o nosso próprio corpo e também o nosso histórico genético. Essa é a última edição do ano. Desejo o sonho realizado. A esperança renovada. A paz e o amor esperado. Que as luzes do novo ano brilhem e tragam a todos, novos desafios, novos projetos e muito sucesso. Contamos com todos vocês no próximo ano. Um super beijo,

“Lute até o fim por aquilo que for recíproco. Caso contrário mesmo com o coração apertado, deixe o vento levar... Isso não é desistência, isso é sabedoria”. Natalia Felix

8 | Estética Com Ciência



MODELO DE NEGÓCIO PESSOAL: QUAL É A SUA PROPOSTA DE ATENDIMENTO? Nas aulas que leciono sobre Gestão Específica para o Setor da Estética, na Graduação ou em Pós-Graduação, apresento uma preocupação muito grande que tenho como docente e consultor, e a transmito com a pergunta que gostaria de fazer a todos os leitores:

Você tem um Modelo de Negócio Pessoal com foco na abordagem e envolvimento do seu atendimento? Na maioria das vezes as respostas são negativas e me questionam sobre significado desta referida ação. Pois bem, reforço sempre a importância de não se praticar uma gestão diária mecânica do seu atendimento, ou seja, o profissional que atende como apenas “uma máquina de protocolos” não cria vínculo com o cliente/ paciente e apenas cumpre com o necessário estabelecido no trâmite comercial de oferta dos seus serviços. O grande ponto positivo é criar uma “metodologia”, ou prática de atendimento, onde o seu cliente sinta que é o mais esperado do dia. Para que o seu atendimento seja diferenciado e resulte em fidelização, pontuo abaixo algumas dicas importantes: • Apresente conforto e hospitalidade no seu espaço (sem grandes investimentos, pois conforto não tem nada a ver com luxo) fomentando o interesse do cliente em sentir-se bem e querer voltar o mais rápido possível; • Preocupe-se com o: Pré, Trans e Pós-Atendimento (atenção contínua do profissional de10 | Estética Com Ciência

monstra preocupação com o seu bem-estar e não apenas cuidados pelo momento que está atendendo); • Limite sua opinião aos assuntos pessoais dos clientes/pacientes (existe uma diferença muito grande em escutar e dar a opinião pessoal e esta ação pode deixá-los insatisfeitos); • Tenha marketing olfativo (uma fragrância que marque seu ambiente faz com que o espaço seja lembrado); • Pratique sua observação holística (visão geral), pois uma simples expressão facial do cliente pode significar uma correção de ações ou continuidade de práticas que estão seguindo bem. O diferencial no seu atendimento faz com que os clientes-chave sejam fidelizados, significando também segurança financeira. O ponto principal para o bom atendimento da Estética é primeiramente entender-se como um negócio e não apenas uma parte dele. Faça a diferença! Prof. FELIPE ABRAHÃO Mestrando em Promoção da Saúde – UNASP Especialista em Estética Especialista em Docência para o Ensino Superior Graduado em Administração com Ênfase em Comércio Exterior Maquiador e Visagista Coordenador dos Cursos Superiores de Estética e Gestão de RH – Grupo Educacional HOTEC Docente do Curso Superior de Estética e Cosmética – UNIFIEO Docente convidado para os temas de Gestão em Estética - IPUPO



TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NAS MARCAS DE EXPRESSÃO FACIAL RESUMO

O envelhecimento da pele é um processo contínuo, que afeta, além da função cutânea, a auto estima do indivíduo. Nos dias atuais a estética é uma das áreas que mais cresce, a população busca constantemente a manutenção da beleza tanto facial quanto corporal, como justificativa para melhorar a autoestima, bem como um meio para galgarem posições melhores no ambiente de trabalho, onde, no mundo corporativo, se dá um valor maior a aparência física. Mais e mais pessoas têm buscado pela melhora de sua estética através de procedimentos estéticos, sendo a aplicação da toxina botulínica tipo A um dos mais eleitos. Pela relevância da questão o presente trabalho tem por objetivo demonstrar, por meio de revisão bibliográfica os efeitos da toxina botulínica na redução das marcas de expressão, bem como comparar os dados obtidos na revisão bibliográfica para responder à questão sobre a eficácia da utilização da toxina botulínica. Materiais e métodos: Para o desenvolvimento deste trabalho, será utilizado o método de pesquisa bibliográfica, teórico metodológico, portanto qualitativo. Palavras-chave: BOTOX; Estética Facial; TBA; Toxina Botulínica Tipo A; Rugas, Toxina Botulínica na estética, Toxina botulínica nas marcas de expressão.

ABSTRACT

Skin aging is a continuous process that affects, 12 | Estética Com Ciência

besides the skin function, self esteem of the individual. Nowadays aesthetics is one of the areas fastest growing, the population constantly seeks to maintain the beauty both facial and corporeal, as a justification to improve self-esteem, as well as a means to rise up the best positions in the workplace, where the world corporate, is given a higher value physical appearance. More and more people have sought the improvement of its aesthetic through cosmetic procedures, and the application of botulinum toxin type A one of the elect. The relevance of the question this paper aims to demonstrate, through literature review the effects of botulinum toxin in reducing expression marks and compare the data obtained in the literature review to answer the question about the effectiveness of the use of botulinum toxin . Materials and methods: For the development of this work will be used the literature method, methodological theoretical therefore qualitative. Keywords: BOTOX; Facial aesthetics; TBA; Botulinum Toxin Type A; Wrinkles, Botulinum Toxin in aesthetic Botulinum toxin in the marks of expression .

1. INTRODUÇÃO

A face é a parte do corpo que mantém o relacionamento com o mundo. Através das expressões faciais um indivíduo se comunica com o outro pela forma não verbal e que traduz seus anseios, emoções como preocupação, raiva, alegria, etc. A busca cons-


tante pela aparência, como forma de se posicionar perante o outro vem crescendo a cada dia. A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. Constitui-se em complexa estrutura de tecidos de várias naturezas com o desempenho de suas funções (AZULAY, 2011). O envelhecimento da pele é um processo contínuo, que afeta, além da função cutânea, a auto estima do indivíduo. A idade da pele pode ser mensurada pela presença de determinadas alterações, entre elas as rugas (KEDE, 2015). As rugas dinâmicas, que se desenvolvem a partir da atividade muscular ligada à mímica, constituem componente importante do envelhecimento facial, ao lado da foto envelhecimento, da flacidez cutânea e das alterações do volume provocadas pela reabsorção óssea e do tecido subcutâneo (GLOGAU, 1996) (DRAELOS, 2006). Os sistemas e escalas que classificam e padronizam rugas faciais tem se mostrado úteis na escolha do melhor tratamento para cada indivíduo, na comparação de resultados entre diferentes terapêuticas e na elaboração de protocolos de investigação científica (LEMPERLE, 2001). As rugas dinâmicas incluem as linhas frontais, glabelares, periorbiculares, nasais, periorais e bandas platismais (SHETTY, 2008). Uma das opções para minimizar os efeitos das rugas dinâmicas é a aplicação da toxina botulínica tipo A. Indicações - Rugas causadas pela persistente contração muscular (linhas horizontais da testa, linhas do complexo glabelar, “pés de galinha”, “bunny lines” (linhas de coelho), rugas peribucais, bandas do platisma) – (Rugas hipercinéticas). Contraindicações: Uso em pacientes com doenças no Sistema Nervoso Periférico ou com desordens neuromusculares; Coadministração de antibióticos que contêm amino glicosídeos ou outros agentes que interferem na transmissão neuromuscular; Uso no tratamento de pacientes com processos inflamatórios presentes na pele e no local em que é realizada a aplicação; Gravidez e Amamentação (SHETTY, 2008). 1.1 TEMA Toxina botulínica tipo A nas marcas de expressão facial. 1.2 PROBLEMA Quais as vantagens e desvantagens que a toxina botulínica tipo A pode trazer no tratamento das rugas faciais? 1.3 OBJETIVOS: 1.3.1 Objetivo geral: Analisar, por meio de revisão bibliográfica os efeitos da toxina botulínica na redução das marcas de expressão. 1.3.2 Objetivos específicos: •Analisar as vantagens da toxina botulínica na redução das marcas de expressão. •Analisar as desvantagens da toxina botulínica na redução das marcas de expressão. •Comparar os dados obtidos na revisão bibliográfica para responder à questão sobre a eficácia da utilização da toxina botulínica. 1.4 JUSTIFICATIVA Toxina botulínica é produzida por uma bactéria gram-negativa anaeróbica. Existem oito sorotipos de bactérias, dos quais o tipo A e B são associados ao botulismo em humanos. A ação dessa toxina é impedir a liberação da acetilcolina, tendo como resposta a paralisia muscular. A utilização da toxina botulínica tipo A nas rugas

dinâmicas da face, tem sua procura crescente por pessoas que possuem tais marcas de expressão. Um exemplo clássico temos as rugas peri orbitárias. Estas constituem importante componente do envelhecimento facial e podem ser minimizadas através do tratamento com toxina botulínica. Este estudo pretende informar sobre as vantagens e desvantagens que a toxina botulínica tipo A pode trazer no tratamento das rugas faciais.

2. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, será utilizado o método de pesquisa bibliográfica, teórico metodológico, portanto qualitativo. Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, que pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. Conforme Salomon (2004), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em conhecimentos proporcionados pela Biblioteconomia e Documentação, entre outras ciências e técnicas empregadas de forma metódica envolvendo a identificação, localização e obtenção da informação, fichamento e redação do trabalho científico. Esse processo solicita uma busca planejada de informações bibliográficas para elaborar e documentar um trabalho de pesquisa científica. O presente estudo fez levantamento de artigos científicos, entre 2000 a 2015, relacionados com o tema, retirada de acervos de banco de dados da Pubmed, Lilacs, Bireme e Scielo, utilizando como palavras-chave: Rugas, Toxina Botulínica na estética, Toxina botulínica nas marcas de expressão.

3.0 REFERENCIAL TEÓRICO

A pele constitui-se em complexa estrutura de tecidos de várias naturezas com o desempenho e suas funções. (AZULAY, 2011) O envelhecimento facial ocorre devido às alterações degenerativas nas fibras colágenas e elásticas da derme, diminuição de espessura da epiderme por perda de camadas do estrato granuloso e espinhoso, onde as células ficam mais achatadas e os espaços intercelulares mais largos, associado à atrofia dos músculos de expressão facial com posterior ptose e ocorrência de rugas dinâmicas e estáticas. (DUERKSEN; VIRMOND, 1997). Dentre as alternativas para amenização das marcas de expressão está a utilização da toxina botulínica tipo A, devido a sua eficácia em aplicações estéticas terapêuticas, preventivas e corretivas, não cirúrgicas, com rara resposta imunológica, com relação às rugas dinâmicas. Estas são produzidas em termos gerais por contrações repetitivas dos músculos faciais e pelo envelhecimento do tegumento, isto é a pele humana, através de um mecanismo de ação eficiente, minimamente invasivo, trazendo benefícios reais, dentro de expectativas também reais. (MONTEIRO, 2009; e SANTOS, 2014). A toxina botulínica é uma exotoxina obtida da bactéria anaeróbica gram-positiva Clostridium botulinum, agente etiológico do botulismo. Existem oito sorotipos (A, B, C1, C2, D, E, F e G), sendo o A o mais potente. (SIMPSON, 1981) (RIGONI, 2001) A ação da toxina botulínica é seletiva na terminação nervosa motora colinérgica, inibindo a liberação do neurotransmissor acetilcolina na pré-sinapse da junção neuromuscular, provocando uma redução dose-dependente da contração muscular. O efeito inicia em dois a três dia após aplicação e pode durar de quatro a seis meses, sendo utilizada para atenuar rugas dinâmicas. Essa atenuação se dá Estética Com Ciência | 13


pela denervação química dos respectivos músculos tratados. O uso da toxina botulínica nas linhas e rugas de expressão é um dos procedimentos mais populares, na atualidade, por ser eficaz, seguro e apresentar resultado rápido e muito satisfatório. (SPENCER, 2002) (SOMMER, 2003).

3.1 HISTÓRIA DA BOTULÍNICA NA ESTÉTICA

A Toxina Botulínica (TB) é uma das técnicas de relevância nos dias atuais, pois pode evitar os recursos cirúrgicos para correções inestéticas. Tem por objetivo minimizar os efeitos das marcas de expressão dinâmicas, decorrentes da mímica facial, que se agrava ao envelhecer. Por ser um procedimento não cirúrgico, se torna um objeto de escolha mais atrativo, pois não há a necessidade de uma série de cuidados que devem ser observados no ato cirúrgico como tempo de recuperação mais longo. A partir de 1990, a Toxina Botulínica tornou-se conhecida por sua aplicação cosmética, contemplando a área da beleza. A aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) ocorreu em abril de 1992, para uso em tratamentos estéticos (SILVA, 2009). A TB tornou-se um dos procedimentos não cirúrgicos mais populares nos Estados Unidos (EUA), bem como no Brasil, liberada pelo Ministério da Saúde em 1992. Foi o início da era doso injetáveis para promoção do rejuvenescimento facial ou “liquid-lift”, pelos norte-americanos (FRANCISCHELLI NETO, 2010). Atualmente, a TB é empregada na dermatologia para rugas dinâmicas, assimetrias faciais, elevação ou modelação da sobrancelha, rugas de expressão na testa (SILVA, 2009).

3.2 TIPOS DE TOXINA

Diferentes sorotipos bacterianos irão produzir diferentes toxinas, que apresentam uma atividade farmacológica semelhante, porém diferem-se pelas propriedades sorológicas. Para tanto foram classificadas em grupos: Grupo1: TB A, TB B e TB F; Grupo 2: TB B e TB E; Grupo 3: TB C e TB D; Grupo 4: TB G, considerada relevante contaminante alimentar, bem como, em destaque a TB E (SILVA, 2009).

3.3 MECANISMOS DE AÇÃO

As Neurotoxinas Botulínicas (NTB), produzidas naturalmente pela bactéria Gram-positiva e anaeróbia Clostridium botulinum, são consideradas as toxinas mais potentes conhecidas. Sua alta toxicidade aliada a mecanismos de ação específicos lhes confere características únicas de alta periculosidade, além de grande utilidade nas ciências médicas. (POLI, 2002, ZAGUI et al, 2008). A TB tem grande afinidade pelas células nervosas, onde exerce sua ação. Ao entrar na corrente sanguínea, atinge os terminais nervosos, estabelece ligação com a membrana neuronal, ao nível da junção 16 neuromuscular, ativando o deslocamento da toxina para o citoplasma do terminal do axônio através de endocitose mediada por clatrinas, sendo este processo, responsável pelo bloqueio da transmissão sináptica excitatória, levando a paralisia temporária. A toxina não ultrapassa a barreira cerebral e não inibe a liberação da acetilcolina ou de qualquer neurotransmissor a esse nível. A toxina não se liga às fibras nervosas dos troncos nervosos ou da região pós-sináptica (SPOSITO, 2004).

14 | Estética Com Ciência

3.4 PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO

Após análise das rugas dinâmicas da face, faz-se a higienização da mesma. O paciente é convidado então a fazer os movimentos específicos e com caneta especial se marcam os pontos desejados. Coloca-se o anestésico tópico que permanece 45 minutos antes do procedimento. O paciente pode permanecer sentado, inclinado entre 45º a 60º ou mesmo deitado somente para aplicação. Para a aplicação é utilizado agulha e seringa de insulina. Em seguida serão aplicadas quantidades mínimas em cada ponto demarcado de acordo com o local da ruga. Os efeitos da injeção podem ser sentidos entre o terceiro e o décimo dia após a aplicação e duram em torno de seis semanas a seis meses, ocasião em que o paciente poderá ser avaliado quanto à possibilidade de se recomendar uma nova aplicação em tempo devido. É relatada uma maior duração de efeito e aumento do tempo entre duas aplicações em pacientes que utilizam a TBA por um tempo mais prolongado (SPOSITO, 2004).

3.5 CONTRA-INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES

Gestantes e lactantes, casos de doenças neuromusculares, pacientes alérgicos aos componentes do produto, pacientes fazendo uso de aminoglicosídeos, anti-inflamatórios, anticoagulantes e drogas que atuam na junção neuromuscular (KLEIN, 2001). A aplicação de toxina botulínica para todas as indicações é considerada segura, com poucas complicações e efeitos colaterais. Não há relatos de ocorrência de efeitos adversos letais, tendo sido seguidas as regras de preparação. Contudo, as complicações técnicas dependentes são: ptose palpebral, leve náusea, edema, hematoma local e cefaleia (SADICK, 2001).

3.6 COMPARATIVOS DE CASOS

Em 1990, o consenso do National Institutes of Health incluiu a toxina botulínica na lista de medicamentos seguros e eficientes. No ano 2000, o FDA também aprovou a utilização do BOTOX® e da Toxina B (MyoblocTM, Elan Pharmaceuticals Inc., Morristown, NJ, USA) para distonia, além da utilização do “BOTOX® Cosmetic” para linhas faciais hipercinéticas. (ALLERGAN CORPORATION, 2002). CASO 1 – Carruthers e Carruthers (2004), em estudo retrospectivo de cinquenta pacientes submetidos, em média, a 19 aplicações com finalidade estética, demonstraram que a toxina botulínica do tipo A apresentava segurança e tolerabilidade nos diversos tratamentos a longo prazo. CASO 2 – Estudo da eficácia e tolerabilidade de uma nova toxina botulínica tipo a para tratamento estético de rugas faciais dinâmicas: estudo multicêntrico prospectivo de fase III. Estudo multicêntrico, prospectivo e de rótulo aberto, realizado em três centros dermatológicos e dois centros de cirurgia plástica. Este estudo acompanhou 110 pacientes de ambos os gêneros, com idades entre 25 e 65 anos, que utilizaram toxina botulínica para tratamento de rugas de expressão do terço superior da face, por um período de 6 meses, durante os quais, cada paciente passou por 9 consultas: consulta para triagem (C0), consulta para injeção (C1) e sete consultas de acompanhamento (C2, 3 dias; C3, 14 dias; C4, 45 dias; C5, 90 dias; C6 120 dias; C7, 150 dias; C8, 180 dias), em que foram avaliadas a eficácia e a tolerabilidade do produto. Oito pacientes aleatoriamente selecionados foram submetidos a exames eletromiográficos antes


da injeção (C1) e depois de 14 dias (C3) e 120 dias (C6). Chegou-se ao seguinte resultado demonstrado no gráfico 1

Tanto na opinião dos médicos como dos pacientes, o uso de LBTX-A no tratamento de rugas faciais dinâmicas é seguro e bem tolerado, e que os efeitos da TB A se prolongaram por 90 dias ou mais na maioria dos pacientes. Houve a ressalva, de, por se tratar de uma substância biológica, devem ser realizados outros estudos para que seja determinada a dose máxima eficaz para cada grupo muscular, capaz de gerar resultados mais duradouros e maior satisfação (FERREIRA et al, 2009). CASO 3 - Avaliadas as rugas das regiões frontal e glabelar da face em pacientes submetidas a aplicações seriadas da toxina botulínica tipo A com finalidade estética, analisando-se os intervalos entre as aplicações e as doses utilizadas. Vinte e quatro pacientes do sexo feminino receberam de 5 a 7 aplicações da toxina botulínica tipo A no terço superior da face (GIMENEZ et al, 2010). Figura 2 – Avaliação das rugas das regiões frontal e glabelar da face em pacientes submetidas a aplicações seriadas da toxina botulínica tipo A com finalidade estética.

A dose de toxina botulínica utilizada na maioria dos pontos de aplicação foi de 2U, aumentando-se o número de pontos conforme a necessidade. Na porção lateral do músculo frontal, o ponto em que se utilizou a dose de 1U provoca enfraquecimento apenas parcial do músculo frontal nesta região. Outra questão avaliada foi se haveria necessidade de doses progressivamente maiores para obtenção do mesmo efeito. Segundo seus autores não há a necessidade, pois, a partir da terceira sessão, quando ocorreu o ajuste da dose ideal para cada paciente, a dose total por tratamento manteve-se estável, até a 7ª sessão. Foi comprovado por este estudo que, quase 100% das pacientes apresentaram melhora progressiva ou não alteração do aspecto das rugas frontais e glabelares em repouso (GIMENEZ et al, 2010).

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envelhecimento da pele é um processo contínuo, que afeta, além da função cutânea, a auto estima do indivíduo. Uma das causas do aparecimento das rugas são as mímicas faciais, que leva a formação das rugas dinâmicas. Uma das opções para minimizar os efeitos das rugas dinâmicas é a aplicação da toxina

botulínica tipo A. Esse procedimento destaca-se por ser um método seguro, uma vez que é muito específica (SNAP-25), seus efeitos sistêmicos são quase inexistentes e tem maior duração, sendo de efeito pouco invasivo e com alto grau de satisfação, permitindo ao paciente submetido a técnica retornar a suas atividades profissionais no mesmo dia. Os resultados quanto a aplicação da toxina botulínica tipo A nas marcas de expressão facial se mostrou eficaz e segura, o que leva a uma grande procura por parte da população, embora aplicações repetidas possam levar à redução destes efeitos por imunização em alguns casos. Quanto aos efeitos adversos, o mais frequente foi ptose palpebral, que pode ser revertida em duas semanas, e diplopia, que tratada tem sua reversão em menos de duas semanas. Como há carência de estudos quanto aos efeitos colaterais da toxina botulínica tipo A longo prazo, leva a necessidade de estudos continuados com a finalidade mensurar tanto efeitos colaterais a longo prazo, quanto definição da dose, diluição e formas de aplicação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLERGAN CORPORATION. “Botox cosmetic (botulinum toxin type A) purified neurotoxin complex (glabelar lines)”. Irvine, Calif.: Allergan Corporation, 2002. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R.; ABULAFIA, L. A. Dermatologia. 5.ed. rev. e atual. São Paulo: Guanabara Koogan, 2011. CARRUTHERS E CARRUTHERS. In: 13th Congress of European Academy of Dermatology and Venereology;Florence; 2004. DIAS L. et al.; Eficácia da Toxina Botulinica na Hiperidrose, Rev. Neurociências, vol 9 (3), 2001,pg 93-96: pg 94. DRAELOS ZD. The facial algorithm. J Cosmet Dermatol.2006;5(3):195. DUERKSEN, F.; VIRMOND, M. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Centro de Estudo Dr. Reynaldo Quagliato, Institu Lauro de Souza Lima, 1997. FERREIRA L.M. et al. Eficácia e tolerabilidade de uma nova toxina botulínica tipo A para tratamento estético de rugas faciais dinâmicas: estudo multicêntrico prospectivo de fase III. Surgical & CosmeticDermatology 2009,158-63. FRANCISCHELLI NETO, M. Tratamento para rejuvenescimento facial. Naturale, 2010. Disponível em: < http://www.naturale.med.br/texto_facial.pdf>. Acesso em: 08 maio 2016 GIMENEZ ET AL. Análise retrospectiva das alterações das rugas faciais após aplicações seriadas de toxina botulínica tipo A ;Rev. Bras. Cir. Plást. 2010; 25(2): 297-303. GLOGAU R.G. Aesthetic and anatomic analysis of the aging skin. Sem Cutan Med Surg. 1996;15(3):134-40. KEDE, M.P.V; SABATOVISCH, O. Dermatologia Estética – 3º ed.rev. e ampliada. São Paulo: Atheneu, 2015 KLEIN, A.W. Complications and adverse reactions with the use of botulinum toxin. Semin Cutan Med Surg, v.20, n.2, p. 109-120, 2001. LEMPERLE G, HOLMES RE, COHEN SR, LEMPERLE SM. A classification of facial wrinkles. Plast Reconstr Surg. 2001;108(6):1735-50. POLI, M. A.; LEBEDA, F. J. “An overview of clostridial neurotoxins”. In: MASSARO, E.J. Handbook of neurotoxicology. Totowa: Human Press; p. 293 - 304; 2002. MONTEIRO, Érica de O. Uso avançado da toxina botulínica do tipo A na face / Facial advanced botulinum toxin techniques RBM rev. bras. med;66 (supl.4), dez. 2009 RIGONI M, CACCIN P, JOHNSON EA, MONTECUCCO C, ROSSETTO O. Directed mutagenesis identifies active-site residues of the light chain of botulinum neurotoxin type A. Biochemical and biophysical research communications 2001 288:1231-7. SADICK, N.S. Overview of complications of non cirurgical facial rejuvenation procedures. Clin Plast Surg, v.1, p.109-120, 200 SANTOS, T.J. Aplicação da toxina botulínica em dermatologia e estética e suas complicações: revisão de literatura. 2014. 35f. Monografia (Especialização). Instituto de ciências da Saúde – ICS / Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE. Alfenas, 2014 SHETTY M. K.; Guidelines on the use of botulinum toxin type A, Indian J Dermatol Venereol Leprol, Supp 2008, pg S13-S22:pg S14 SILVA, J.F.N. A aplicação da toxina botulínica e suas complicações: revisão bibliográfica. 2009. 134f. [Dissertação]. Porto: Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, 2009. SIMPSON, L.L. The origin, structure, and pharmacological activity of Botulinum Toxin. Pharmacol Rev 1981 33(3):155-88 SOMMER B, ZSCHOCKE I, BERGFELD D, SATTLER G, AUGUSTIN M. Satisfaction of p atients after treatment with botulinum toxin for dynamic facial lines. Dermatol Surg 2003 29:456-60. SPENCER JM. Cosmetic uses of botulinum toxin type B. Cosmetic Dermatol 2002,15(2):11-4. SPOSITO, M.M.M. Toxina botulínica tipo A – propriedades farmacológicas e uso clínico. Revista acta fisiátrica, v.11, supl. 1,p.S7-S44, nov. 2004. ZAGUI, R. M. B.; MATAYOSHI, S.; MOURA, F. C. “Efeitos adversos associados à aplicação de toxina botulínica na face: revisão sistemática com meta-análise”.Arq. Bras. Oftalmol.; v. 71 (6): 894 - 901; 2008.).

Lucinéia Leite

Biomédica, tecnologia estética, terapeuta naturista (Chinesa e Indiana); Pós Graduada em Nutrição Clínica e Ortomolecular; Pós Graduada em Fisiologia Humana e Saúde da Mulher no Climatério pela USP, com artigo publicado; Pós Graduada em Biomedicina Estética, Especialista em Programação Neuro Linguística (PNL); Membro da Associação Médica Brasileira de Ortomolecular; Membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional

Estética Com Ciência | 15


OUTUBRO ROSA O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de Outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990. Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi (EUA), começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. No mundo a popularidade foi alcançada de forma bonita, elegante e feminina. Isso fez com que diversos monumentos em todo o mundo fossem iluminados de rosa, assumindo importante papel, pois tornouse uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar. No Brasil sua primeira iniciativa foi a iluminação do Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo.

CONHECENDO O CÂNCER DE MAMA O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, só no Brasil, o Ministério da Saúde estima mais de 50 mil casos novos por ano. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma a cada 10 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90 anos de idade. Geralmente o câncer de mama aparece como uma massa ou tumores (cistos) palpáveis, outros sintomas constituem o endurecimento mamário, a presença de secreção pelo mamilo com aspecto de água de rocha ou sangue e o aparecimento de gânglios nas axilas. 16 | Estética Com Ciência

A melhor maneira de se prevenir constitui o auto exame, assim sugere-se se tocar nas partes dos seios e axilas pelo menos uma semana após o período mestrual. Na presença de alguma anormalidade, um médico devera ser procurado, pois 75% dos casos são diagnosticados em estágio avançado. Após os 40 anos recomenda-se um exame de mamografia todos os anos. O tratamento é multidisciplinar. Assim geralmente a mulher será tratada com um cirurgião, um oncologista clínico e um radio-oncologista. A ordem do tratamento depende das condições que o tumor foi diagnosticado. Em casos mais severos no qual e extraído a mama, existem vários tipos de reconstrução da mama.

LINHA DE AJUDA Existem vários tratamentos psicológicos, terapeutas e sociais, Mas um é fundamental o apoio da família e terapias em grupos. O tratamento terapêutico, socialização com grupos e ong’s, surtem em uma boa recuperação a curto prazo, pois amenizam nas experiências e convívio. No Brasil varias mulheres montaram grupos de autoajuda, firmando em apoio emocional á quem esta passando por esse processo difícil e muitas vezes doloroso. Nessa nossa matéria viemos a lembrar, você Querida leitora, sobre o Outubro Rosa e a prevenção do câncer de mama, não deixe de fazer o autoexame e a lembrar suas familiares, amigas e colegas, pois o câncer de mama tem cura. Bibliografia www.hcancerbarretos.com.br www.outubrorosa.org.br Grupos de Apoio www.fundacaolacorosa.com.br www.amigasdamama.org.br www.oncoguia.org.br www.femama.org.br www.associacaorosamulher.org

Diosiffer Millosevych & Marques

Formado em psicologia pela Unoesc (Santa Catarina) Formação terapêutica pelo Febract Cursos em dependência química e terapêutica pela UNIFESP e USP


A Cosmobeauty agradece todas as profissionais que participaram da Campanha 1º Prêmio Internacional da Beleza. Foram mais de 200 inscrições ao longo dos meses. Premiamos os melhores resultados dos protocolos com nossos produtos a fim de incentivar a inovação, criatividade e qualificação do nosso segmento. As ganhadoras foram contempladas com os respectivos prêmios de 1 Mil, 2 Mil e 4 Mil reais em Barras de Ouro em cada categoria: 1 Rejuvenescimento Facial e 2 Corporal - Celulite e Adiposidade Localizada. Parabéns as ganhadoras que acreditaram e buscam, continuamente, resultados efetivos com seus clientes através de protocolos da Cosmobeauty - Referência em Tratamento Estérico.

Categoria:

Categoria:

1º Lugar

2º Lugar

Rejuvenescimento Facial Aparecida Miranda Duarte Vieira

Rejuvenescimento Facial Juliana Veríssimo

Categoria:

Rejuvenescimento Facial

3º Lugar

Categoria:

Corporal Celulite e Adiposidade Localizada

1º Lugar

Kassia Cursi

Aline do Bonfim Návia

Categoria:

Categoria:

Corporal Celulite e Adiposidade Localizada

2º Lugar

Corporal Celulite e Adiposidade Localizada

3º Lugar

Eliana Guerra

Lucivani da Silva

Referência em Tratamento Estético

/linhacosmobeauty

/cosmobeauty

/linhacosmobeauty

www.linhacosmobeauty.com.br SAC (55 11) 4196-1500 | 0800 880 1500


PROTOCOLO VENCEDOR DO 1º PREMIO DA BELEZA – CATEGORIA CORPORAL A esteticista Aline do Bomfim Navia, proprietária da empresa Aline Navia Estética Avançada é formada em Estética desde 2012 pela a Universidade Anhembi Morumbi, participou do 1º PREMIO DA BELEZA, projeto organizado pela a empresa Cosmobeauty no Pré-Congresso da Beauty Fair 2016. Entre centenas de participantes, Aline foi a escolhida na Categoria Corporal com o melhor resultado apresentado, e nós da Revista Estética com Ciência, convidamos a Aline para dividir conosco a metodologia e o protocolo vencedor na Categoria Corporal do 1º PREMIO DA BELEZA. O protocolo Medida Certa da Cosmobeauty vem trazendo excelentes resultados desde que aderi aqui na Clinica, já trabalho com a linha há05 anos e especificamente desde que lançou o Protocolo Medida Certaadotei e não mudarei nunca mais. Afinal ele e o meu carro chefe, um protocolo fácil e prazeroso, onde não encontramos dificuldade alguma em realiza-lo, o tempo de sessão não é extenso e o custo benefício vale muito a pena. Sem contar os excelentes resultados que ele apresenta aonde venho ganhando cada vez mais espaço na região que atendo. O tratamento tem a finalidade de reduzir medidas e tratar HLDG, todas as clientes que receberam esse protocolo obtiveram resultados satisfatórios, principalmente quando é associado a pratica de atividade física e alimentação balanceada. Na cliente em questão, foram 03 meses de tratamento, realizamos as sessões com afrequência de 1 vezes por semana no corpo inteiro, hoje trabalho em regiões mais localizadas, mas quando a cliente solicita, atendo e executo a técnica no corpo todo. Embora o destaque deste protocolo sejaa redução de medidas no abdome, tive ótimos resultados em diminuição de gorduras localizadas nas costas e flancos, além de resultados 100% satisfatórios em redução de Graus de HLDG. Vale lembrar que a cliente ajudou com uma boa alimentação e com atividades aeróbicas assim como; zumba e caminhada.A frequência de 01 vezes por semana também foi satisfatória,mesmo sendo recomendado a realização do protocolo 02 vezes por semana, porém vale ressaltar o comprometimento que a cliente teve em seu tratamento. A cliente relata que o Medida Certo trouxe vários benefícios, o primeiro deles foi a eliminação de líquidos retidos e a textura da pele que visivelmente mudou com as primeiras sessões, tão logo ela passou a beber mais água e sentiu que o corpo respondeu literalmente ao tratamento, o funcionamento intestinal melhorou e os contornos começaram a aparecer, ela ficou extremamente motivada, com isso iniciou uma dieta equilibrada no final do segundo mês e com a ajuda 18 | Estética Com Ciência

da Ciclotermia (troca de temperatura) que o tratamento oferece, o metabolismo acelerou e no total ela eliminou 7kg. O tratamento também foi crucial para que ela se motivasse a dar inicio a atividades físicas na academia e a mesma enfatiza que desde o início do tratamento, sua vida mudou quando conheceu a Clinica e o Medida Certa.

O PROTOCOLO No protocolo utilizamos esfoliação em todas as sessões o que diferencia muito, pois ajuda a eliminar as células mortas e com a barreira cutânea mais fina facilita a permeação dos ativos. Em seguida aplicamos o Lipout, um blend de ativos lipolíticos e drenantes, 1500% superior a cafeína, o mesmo éocluído com um filme plástico.Deixamos a região ocluídacom a Manta Térmica que possui infravermelho longo e um sistema vibracional por cerca de 30 minutos. Após esse passo a pele vai estar aquecida e os ativos começam a permear, pois já ocorreu uma vasodilatação e uma melhora na oxigenação e nutrição desse tecido, damos início a Ciclotermia. Com movimentos de massagem modeladora, realizamos amaciamento e deslizamento com o Gel Crioterápico, e em seguida com o termogênico Hot Gel e com o creme de Massagem BodyRedux misturado com o crioterápico. Essa troca térmica chama-se Ciclotermiaque acelera o metabolismo celular, além de ajudar na textura da pele, evitando a flacidez. Finalizamos o protocolo com o mousse Redumax, que também pode ser utilizado como Home Care Contudo, o protocolo Medida Certa trouxe inúmeros benefícios para a minha clinica, minhas clientes adoram o tratamento. Lidamos com a autoestima das mulheres, por isso é muito gratificante quando conseguimos alcançar o resultado almejado, elas relatam que dificilmente acreditam na estética, pois quase sempre não alcançam seus objetivos. Por esse motivo mantenho esse diferencial aqui na clínica. A Cosmobeauty é uma empresa séria, comprometida com seus clientes, eestá sempre inovando,com tudo isso é fácil obter resultados visíveis em poucas sessões, isso fideliza a cliente e as motivam a continuar o tratamento e renova-lo.


GALVANIC PEEL

®

LANÇAMENTO Peeling Iônico Pulsado

O Arquiteto da Pele Redução da Flacidez e Aumento da Elasticidade Cutânea

ROSTO + PESCOÇO + COLO RESULTADOS

Antes

SAC (55 11) 4196-1500 ou 0800 880 1500 demais localidades - www.linhacosmobeauty.com.br

/linhacosmobeauty

/cosmobeauty

/linhacosmobeauty

Depois


PROTOCOLO VENCEDOR DO 1º PREMIO DA BELEZA - CATEGORIA FACIAL O protocolo foi idealizado por duas grandes profissionais, Cidinha Vieira e pela esteticista e cosmetóloga Paula Barbosa, após descobrir os benefícios do Microagulhamento resolvemos unir aos cosméticos de alta performance da Cosmobeauty.OMicroagulhamento com o objetivo de gerar micro lesões que desencadeiammediadores químicos estimulando os fibroblastos a produzirem mais colágeno e elastina para restaurar a pele danificada. Toda a pele é reestruturada e beneficiada com a reorganização das fibras internas, o que leva à diminuição das rugas, resultando em uma pele mais firme e com mais viço, as microagulhas penetram na pele centenas de vezes, fazendo com que as células reagem a esse estimulo liberando fatores de crescimento e melhorando a estrutura da pele. Junto ao procedimento de Microagulhamento, associamos a linha Vulcan Max da Marca Cosmobeauty, uma linha indicada para tratar as Hipercromias naspeles envelhecidas, por esse motivo resolvemos criar o protocolo que unia o processo de microagulhamento associado a ativos de clareamento, renovação da pele e a linha Vulcan Max tem todos os ativos e benefícios que precisamos nesse caso resultando tratamento com grande satisfação. A Cidinha e a Paula, utilizaram antes do procedimento a Radiofrequência Facial para estimular o colágeno antes de começar o processo de microagulhamento eno final do tratamento, buscaram uma hidratação intensa utilizandoa Máscara de Colágeno (CollagenMask). Vale ressaltar que a CollagenMask é um produto que elas utilizam em diversos procedimentos na Clínica, ele é o produto coringa para ter em cabine

4.Realizar o processo de microagulhamento 5.Aplicar gotas da MelangeTrifator Age Defense 6.Finalizar com o gel dermoprotetor Age Defense Segunda semana 1.Higienizar com sabonete líquido Normalize Cleanser. 2.Esfoliar com esfoliante facial desincruste Vulcan Ice Max 3.Realizar 20 minutos de radiofrequência 4.Protocolo Vulcan Max Foram feitas 3 sessões com intervalo de 21 dias para recuperação da pele. Para finalização do protocolo após 15 dias foi feito higienização com sabonete GlycolicCleanser, aplicamos também a CollagenMask, deixamos agir por 15 minutos, retiramos e em seguida fotografamos. Alguns benefícios exclusivos deste Protocolo: •Tratamento não restringe fototipo. •Paciente não fica com marcas na epiderme. •Não há downtime social. •Procedimento conceito médico - esteticista. •Nova tendência, porém bem embasada cientificamente. •É considerada a primeira opção de tratamento antes da indicação do Laser de CO2.

Confira abaixo o passo a passo do Protocolo Vencedor na Categoria FACIAL: Protocolo de Rejuvenescimento associando a Radiofrequência,Microagulhamento e Peeling Vulcan Max e Age Defense Primeira semana 1.Higienizar com sabonete líquido Normalize Cleanser. 2.Esfoliar com esfoliante facial desincruste Vulcan Ice Max 3.Realizar 20 minutos de radiofrequência 20 | Estética Com Ciência

Aparecida Miranda Duarte Vieira (Cidinha Vieira)

Esteticista formada pelo SENAC desde 1983, Naturopata, Acupunturista, Reikiana, Designer de Sobrancelhas, Micropigmentadora, desenvolveu o método de Sobrancelhas com Arte para facilitar e valorizar o designer. Tornou-se empresária na área da beleza, responsável pelo espaço Que

Beleza Cidinha!


LIMPEZA DE PELE, UM PROCEDIMENTO QUE FAZ A DIFERENÇA QUANDO PERSONALIZADO A limpeza de pele profunda é o procedimento mais conhecido na estética mas, nem sempre é realizado de maneira cuidadosa e personalizada. Infelizmente, grande parte dos profissionais da estética, tem uma visão engessada e realiza os procedimentos baseado em protocolos fechados, que trazem um passo a passo e dele não se libertam. Hoje vamos falar sobre a personalização da limpeza de pele. Para que possamos realizar nossos tratamentos de maneira individualizada. Para isso, temos que conhecer a fundo a anatomia, fisiologia e fisiopatologia das afecções estéticas. A limpeza de pele profunda (denominamos profunda pois trataremos de extração de sujidades que se encontram no interior dos óstios/ poros, sem esquecer do nosso querido folículo pilossebáceo). A epiderme é a camada mais externa do nosso tecido tegumentar. Esta é composta por queratinócitos (que para a discussão de hoje é que terá maior impacto), além de células de Langerhans, células de Merkel e melanócitos. Importante lembrar que na derme estão localizadas nossas glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de sebo (que tem como função proteger nosso tecido tegumentar), estas estão anexas aos folículos pilosos que tem como função secretar o sebo produzido por essas glândulas. A acne é uma afecção estética da unidade pilossebácea que pode ser considerada patologia. É classificada de acordo com sua severidade e varia do grau I ao grau IV. No grau I temos a acne comedogênica (apenas com presença de comedões – abertos ou fechados); grau II acne, pápulo pustulosa (onde encontramos come-

dões, pápulas e pústulas); grau III, nódulo cística (presença de nódulos e cistos além das lesões anteriores) e grau IV, acne conglobata (além de todos os sinais anteriores, apresenta cistos e nódulos purulentos e abcessos). A acne inicia com a obstrução do ducto pilossebáceo resultante de uma hiperqueratose de retenção, com a presença do P. Acnes (principal bactéria responsável pelo desenvolvimento da acne inflamatória), desenvolvem- se as pústulas e pápulas. Entendo um pouquinho da anatomia, fisiologia e fisiopatologia da acne falaremos sobre a limpeza de pele profunda. Utilizada como recurso único ou preparatório para outros procedimentos, os “protocolos” são engessados e constam: - Higienização (leite, gel, emulsão) - Tonificação - Esfoliação - Tonificação - Massofilaxia - Tonificação - Emoliência (geralmente com trietanolamina) - Vapor ou máscara térmica - Extração - Alta frequência - Tonificação - Máscara (calmante) - Tonificação - Sérum ou fluído finalizador - FPS

VAMOS À PERSONALIZAÇÃO. - Higienização: peles secas devem ser higienizadas com cosméticos sem muita concentração de tensoativos (promovem detergência) já Estética Com Ciência | 21


as peles mistas e oleosas, precisam de cosméticos que tenham maior poder de detergência. O gel de limpeza facial é uma boa pedida para qualquer tipo de pele; - Tonificação: utilizada para reduzir o tamanho dos óstios e reestabelecer o pH da pele; passo polêmico, afinal a indicação de tonificação é a cada retirada de cosméticos, porém utilizando o senso crítico, desestabilizamos o pH da pele em tempo integral durante a limpeza de pele, desta forma, é imprescindível sua utilização na finalização do procedimento. Os tônicos podem ser adstringentes, calmantes, hidratantes, isso vai depender dos princípios ativos utilizados na formulação; - Esfoliação: este passo pode ser realizado com esfoliante cosmético (grânulos ou esferas pequenas e em grande quantidade e são indicados para peles mais espessas, grânulos maiores e em menor quantidade para peles mais finas), pode ser realizada também com um peeling de cristal/diamante/ultrssônico, podemos utilizar ainda nas peles mais sensíveis e nas peles acneicas com presença de pústulas, o peeling enzimático. Este passo tem a função de afinar a camada córnea facilitando a extração e a permeação dos princípios ativos; - Massofilaxia: nas peles secas, é realizada antes da emoliência pois, facilitará a permeação dos ativos, promoverá vasodilatação e consequentemente uma melhor oxigenação do tecido. Não deve ser realizada em peles oleosas e acneicas. - Emoliência: podem ser em veículo líquido ou em creme, bastante comum a presença de trietanolamina (mas muitos clientes são sensíveis à este princípio ativo), se a pele for muito sensível é possível realizar a emoliência com gaze ou algodão embebidos em soro fisiológico. Podemos associar óleo essencial de melaleuca que tem ação bactericida e analgésica. - Calor: úmido (vapor), seco (máscara térmica), nem todas as peles devem ser expostas ao calor. Uma pele excessivamente oleosa não deve ser exposta a este passo pois, o calor, fará com que aumente a produção de sebo, essas peles, geralmente tem os óstios dilatados. Uma pele seca (por déficit de água) não deve ser exposta ao calor seco. As peles com rosácea ativa também não devem ser expostas ao calor. Este passo é importante para a dilatação dos poros. - Extração: utilizada para extrair comedões, milliuns e pústulas. Pode ser manual, com o auxílio de cureta (bastante agressivo), com caneta extratora e ainda com auxílio do vácuo, hoje ainda temos a extração com a técnica tissue (utilização de uma máscara composta por albumina, soro fisiológico e óleo essencial, seguido da aplicação de papéis específicos e posteriormente a extração dos comedões. A técnica manual sempre se faz necessária para completar as demais visto que, a extração é realizada de modo superficial). A extração de milliuns exige o auxílio de uma agulha 13 mm (30 G ½). As pústulas também devem ser extraídas com o auxílio desta agulha, devemos romper a camada córnea, afastar as estruturas e drenar a secre22 | Estética Com Ciência

ção para posteriormente extrair o comedão que possa estar no óstio. - Alta frequência: tem ação bactericida, anti-fúngica e cicatrizante pode ser complementado ou substituído pelo LED azul (controla hiperqueratinização, tem efeito bactericida, controla a oleosidade e promove hidratação), nas peles acneicas tem efeito na inibição do P. acnes e normaliza o pH da pele. - Drenagem linfática manual: deve ser realizada em peles acneicas, que são extremamente congestionadas e com excesso de metabólitos. Podemos auxiliar a drenagem com a utilização de laser infravermelho nos linfocentros e nas lesões pustulosas pós extração ( este terá um efeito anti-inflamatório); - Máscara: pode ser calmante, sebo reguladora, hidratante, suavizaste, nutritiva (isso dependerá da intenção); - Tonificação: agora sim, imprescindível para equilibrar o pH e promover adstringência (dependendo do tipo de pele); - Sérum ou fluído finalizador: podendo ser secativo, hidratante, antioxidante, calmante; - FPS: veículo adequado para cada tipo de pele. Lembrando que a limpeza de pele deve ser feita até a acne de grau II, as demais necessitam da atenção do profissional médico. Podemos e devemos trabalhar em associação com a terapêutica médica. As peles com presença de infecção e inflamação intensa, não devem passar pelo procedimento antes da resolução do quadro inflamatório agudo e infecioso. A personalização do atendimento traz o cuidado adequado a tipo de pele e especificidades de cada cliente/paciente. Referências: SHNITKIND E, Yaping E, Green S, et al. Anti-inflamatory properties of narrow-band blue light. J. Drugs Dermatol, New York, v. 5, p.605-10, 2006. SIGURDSSON V, Knulst A, Van Weelden H. Phototherapy of acne vulgaris with visible light. Dermatol, Basel, v. 194, p.256-60, 1997. TAUB AF. Procedural treatments for acne vulgaris. Dermatol Surg, Malden, v. 3, p.1005-26, 2007. TREMBLAY J, Sire D, Lowe N, Moy R. Light-emitting diode 415 nm in the treatment of inflammatory acne: an open-label, multicentric, pilot investigation. J Cosm Laser Ther, London, v. 8, p. 31-3, 2006. GUIRRO, Elaine; Guirro, Rinaldo. Fisioterapia Dermato-Funcional, 3ª edição, São Paulo: Manole. 2004. REBELO T. Guia de produtos cosméticos – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004. AGNES JE. Eletrotermofoterapia – 1 ed - Santa Maria, RS: O Autor, 2013. PINTO MVM. Fototerapia: aspectos clínicos da reabilitação – São Paulo: Andreoli, 2011. BORGES FS. Dermato Funcional. Modalidades terapêuticas nas disfunções Etéticas – São Paulo: Phorte – 2 ed, 2010.

Dra. Paula França Fisioterapeuta Dermato Funcional Fisioterapeuta Intensivista Coach Pioneira do Coach na estética com foco em resultados clínicos Docente de cursos de pós graduação em Estética Palestrante de congressos na área da Estética CEO da empresa Paula França, cursos, treinamentos e consultorias.


ENVELHECIMENTO CUTÂNEO A pele e o maior órgão do corpo humano, e que mais reflete os efeitos da passagem do tempo e fatores ambientais. O envelhecimento cutâneo é um processo progressivo e deterioração morfológica e funcional da pele. Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de renovação celular, e à redução da rede vascular e glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Com o tempo as células vão perdendo sua capacidade de se replicar. Este fenômeno é causado por danos no DNA decorrentes da radiação UV, toxinas ou deterioração relacionada à idade. Conforme as células vão perdendo a velocidade ao se replicar, começam a aparecer os sinais de envelhecimento. Genética Os genes predeterminam a velocidade do envelhecimento de uma espécie porque contêm a informação sobre quanto tempo viverão as células. À medida que vamos envelhecendo, verificam-se alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas que comprometem a integridade da pele, acentuando-se a partir de determinada idade, com a entrada na Menopausa e Andropausa. A genética e o estilo de vida de cada indivíduo influência as funções fisiológicas normais da pele. Se for uma rotina de má alimentação, consumo exagerado de açúcar, falta do consumo de água, ta-

bagismo, privação do sono e dentre outros, podem acelerar o envelhecimento de forma rápida. A radiação ultravioleta (UV), isoladamente, é o maior fator responsável pelo envelhecimento cutâneo.

EXISTEM CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E HISTOLÓGICAS QUE DIFERENCIAM O ENVELHECIMENTO Envelhecimento intrínseco ou cronológico é influenciado por fatores cronológicos, fototipo de pele, funcionamento endócrino, genética, fatores imunitários e vasculares. Com o avançar da idade vão ocorrendo alterações orgânicas como menor funcionalidade do DNA e RNA, com diminuição da diferenciação celular, da síntese de proteínas, hemoglobina e andrógenos, diminuição da contração muscular e redução da bioeletricidade celular, fatores que conduzem ao envelhecimento da pele. Na epiderme verifica-se uma diminuição do número de células por camada, com aumento da permeabilidade da mesma. Ao nível da derme, decorrente de um desequilíbrio entre formação/ degradação, ocorre degeneração de elementos celulares e extracelulares, como diminuição da diferenciação de fibroblastos, diminuição da produção

Estética Com Ciência | 23


de fibras de colágeno e elastina bem como de glicoproteínas e proteoglicanos. As alterações orgânicas referidas levam a diminuição da atividade ganglionar, diminuição das trocas metabólicas por achatamento das papilas dermo-epidérmicas com endurecimento dos capilares e fibras de colágeno. A pele torna-se fina, seca e enrugada.

ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO OU FOTOENVELHECIMENTO Associado a fatores como exposição solar, tabaco, stress, poluição, condições climáticas, hábitos alimentares e de sono, desordens emocionais e uso incorreto de cosméticos/medicamentos conduzem a um agravamento acentuado do envelhecimento biológico, devido ao efeito tóxico dos radicais livres, que desestabilizam as moléculas do organismo, implicando alteração da atividade celular, com consequências nefastas como mutações e necroses. As células, as proteínas bem como os componentes extracelulares como o ácido hialurónico da pele são frequentemente alvo da ação dos radicais livres, sofrendo a alterações morfológicas da pele como rugas profundas, manchas senis, queratoses actínicas, ou até mesmo a cancro da pele. Com as alterações encontradas na pele fotodanificada, a pele torna-se mais fina, seca e há um aumento de rugas, desordens pigmentares aparecem, a pele perde a firmeza e suas propriedades mecânicas. Há menos colágeno nas fibras elásticas, resultando na diminuição da elasticidade na pele. Os fibroblastos e os queratinócitos se reproduzem mais lentamente e a função de barreira da pele é diminuída e o sistema de defesa da pele é menos eficiente, pois há uma redução significativa das células Langerhans.

RADICAIS LIVRES E O ESTRESSE OXIDATIVO Radicais livres são uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Radicais livres são moléculas instáveis, pelo fato de seus átomos possuírem um número ímpar de elétrons. Para atingir a estabilidade, estas moléculas reagem com o que encontram pela frente para roubar um elétron. Uma parte do oxigênio que respiramos se transforma em radicais livres, que estão ligados a processos degenerativos como o câncer e o envelhecimento. O excesso de radicais livres no organismo (ou diminuição dos agentes oxidantes) podem acarretar em efeitos prejudiciais a saúde. O excesso de radicais livres no organismo é denominado Estresse oxidativo. O Estresse oxidativo desempenha papel central na iniciação e condução de eventos que causam o envelhecimento da pele, causando a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele). Ele altera os ciclos de renovação celular, causa danos ao DNA que promovem a liberação de mediadores pró-inflamatórios, que, por sua vez, desencadeiam doenças inflamatórias ou reações alérgicas na pele. Alguns fatores externos que contribuem para a produção de radicais livres são: 24 | Estética Com Ciência

•A exposição à luz solar •Poluição •Tabagismo •Estresse •Excesso do consumo de álcool •Alimentação desregulada •Privação do sono •Níveis elevados de açúcar no sangue •Dentre outros fatores.

COMO COMBATER O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO? ANTIOXIDANTES NO COMBATE AOS RADICAIS LIVRES Os antioxidantes são moléculas com cargas positivas que se combinam com os radicais livres, de carga negativa, tornando-os inofensivos. Logo essas substâncias teriam a capacidade de anular a ação desses radicais, daí o nome antioxidantes. ALGUNS ATIVOS ANTIOXIDANTES MAIS UTILIZADOS FERÚLICO (ANTIOXIDANTE): Poderoso antioxidante, capaz de inibir a formação de melanina, além de neutralizar os radicais livres gerados pelo sol, poluição ambiental, cigarros e estresse. Vitamina E (tocoferol) – é mais importante antioxidante lipossolúvel. A nível cutâneo apresenta efeitos na prevenção do envelhecimento, na regeneração e hidratação. Apresenta ainda efeitos vasodilatador, anticoagulante e anti-inflamatório. Aumenta ainda a atividade da Vitamina A. Vitamina C –apresenta um potente efeito anti-radicais livres e é um cofator para a hidroxilação da prolina e lisina, reações essenciais à síntese de colágeno. Apresenta efeitos despigmentante por redução das reservas de melanina oxidada e inibição da melanogénese. ÁCIDO ALFA LIPÓICO: renova a superfície da pele, aumentando sua elasticidade, tônus e textura. Diminui a aparência de linhas, rugas, poros dilatados e cicatrizes. ARGIRELINE: é um hexapeptídeo modulador da tensão muscular facial com atividade redutora de rugas e linhas de expressão, de forma natural e não invasiva. Alternativa à toxina botulínica e sem injeções, portanto não é um tratamento invasivo e dolorido. Assim como a toxina botulínica, Argireline age na terminação nervosa, reduzindo a liberação de neurotransmissores na junção neuro-muscular, evitando que o músculo se contraia e assim prevenindo e reduzindo as linhas e rugas de expressão (causadas por movimentos repetitivos), mas especificamente as rugas ao redor dos olhos, lábios, nariz e testa. Não altera a função dos músculos de expressão facial, mantendo a expressão natural da face, além de deixar a pele elástica e hidratada. COFFEESKIN: antioxidante global que atua no foto e crono-envelhecimento. Com efeito antioxidante global, o Coffeskin se consagra no mercado mundial por ser uma associação de extrato de café com o bioflavonóide succinil rutina (derivado estável e hidrossolúvel) e carcinina, que reduz a fragmentação do DNA foto-induzida. É rico em polifenóis, bioflavonóides e potentes antioxidantes globais, que normalizam o equilíbrio celular conferindo “proteção tecnológica avançada” à pele e tratamento intensivo no foto e crono-envelhecimento. COENZIMA Q10: é uma substância normalmente


produzida pelo nosso organismo, mas essa produção decresce à medida que a idade avança. Após os 30 anos a quantidade fabricada é tão pequena que o nutriente se tornará essencial, pois suas células não obtêm a quantidade suficiente de Coenzima Q10. É utilizado como medicamento para melhorar o funcionamento cardíaco e doenças crônicas relativas ao envelhecimento e em cosméticos previne o envelhecimento, pois inibe a oxidação dos constituintes lipídicos da pele, protege a mesma contra o estresse oxidativo, melhora a hidratação e elasticidade, auxiliando também na diminuição das rugas e linhas de expressão. ALISTIN: apresenta efeito “anti-aging”. É um pseudopeptídio biotecnológico com atividade prolongada, considerado um antioxidante universal que protege moléculas hidrofílicas e lipofílicas, protegendo o DNA e as proteínas da pele. Possui ação antiglicação: previne a ligação cruzada (”cross-linking”) das proteínas. Combate à propagação do estresse oxidativo das moléculas hidrofílicas, protegendo as enzimas e as proteínas. ÁCIDO HIALURÔNICO: substância altamente hidrofílica (afinidade pela água) encontrada na nossa pele. Possui atividade biológica como principal glicosaminoglicana da derme, proporcionando visco-elasticidade a esta camada. Colabora no controle da hidratação da derme e no tônus da pele, além da prevenção da integridade das fibras de colágeno. ASCORBOSILANE C: redutor dos radicais livres. Ação maximizada pela presença de ácido ascórbico (Vitamina C), regenerador do tecido cutâneo. EXSY-ARL: Pseudodipeptídeo com ação antipoluição, antiglicante e efeito detox. Combate o estresse oxidativo inicial, eliminando a formação de radicais livres e aldeídos tóxicos, protegendo a membrana celular e, consequentemente, impedindo as ligações cruzadas nas proteínas (cross-linking). Desta maneira mantém-se a integridade das fibras colágenas melhorando o sistema de defesa da pele e aumentando a capacidade regeneradora das membranas celulares. A sua propriedade quelante de metais de transição evita a toxicidade do ferro. EXTRATO DE CHÁ VERDE (CAMELLIA SINENSIS): Rico em polifenóis, que possuem ação antioxidante e antirra-dicais livres. Seus constituintes contribuem ainda para minimizar a degradação de fibras colágenas, pela inibição de metalopro-teinases, e promover proteção ao DNA celular. RESVERATROL: É um polifenol importante encontrado em uvas, nozes, frutas e vinhos. Estudos in vitro e in vivo comprovam que quando aplicado topicamente o resveratrol inibe o estresse oxidativo induzido por UVB. Embora possua até 17 vezes mais atividade antioxidante que a idebenona, as propriedades antienvelhecimento do resveratrol vão muito além dessa ação e incluem redução da expressão da enzima tirosinase (reduzindo a hiperpigmentação), bloqueio de metaloproteinases e colagenases (preservando o conteúdo de colágeno e matriz extracelular) e ativação de sirtuínas (aumentando a longevidade celular). O resveratrol aumenta a atividade da enzima SIRT1, que atua na regulação da transcrição de genes relacionados ao antienvelhecimento, apoptose e resistência ao estresse, e por isso ele é conhecido como um imortalizador celular.

TRATAMENTOS Como a busca pela jovialidade é bem estar conti-

nuam a crescer, os avanços de pesquisa dentro da indústria de cosméticos e da estética têm visto um grande crescimento nos últimos 20 anos. Os tratamentos mais procurados são aqueles que apresentam resultados em um curto espaço de tempo e baixo risco. Estes incluem lasers, luz intensa pulsada, preenchimentos à base de ácido hialurônico, toxina botulínica, peeling químico, radiofrequência, e os procedimentos dermoabrasão. Confira algumas opções: Peeling: Os peelings químicos com ácido glicólico, ácido retinóico, ácido mandélico e outros, oferecem um tratamento não invasivo para ajudar a renovar a superfície cutânea. Após a aplicação, há renovação da camada superficial da pele trazendo brilho radiante e minimizando a visibilidade das linhas finas e de manchas. Embora peelings químicos sejam utilizados principalmente na face, eles também podem ser usados para melhorar a pele no pescoço, colo, mãos e braços. PEELING DE DIAMANTE O Peeling de Diamante é um tratamento de renovação celular realizado através da microdermoabrasão da pele onde é usada uma caneta a vácuo com ponteira de diamante que desliza sobre a pele promovendo uma esfoliação superficial. Indicado especialmente para peles fotoenvelhecidas, poros dilatados, irregularidades cutâneas, manchas leves, cicatrizes de acne, flacidez e auxilia no rejuvenescimento facial. Recupera a maciez e uniformidade da pele; Deixa a pele renovada, sem asperezas, auxilia na redução de rugas e linhas de expressão e estimula a produção de colágeno e elastina, prevenindo a flacidez facial. FOTOTERAPIA: É definida como uma modalidade terapêutica que se utiliza de luz, um tratamento através de luz ou por radiação dentro do espectro solar – isso também inclui os raios ultravioletas. Pode ser aplicado raios de luz na pele para o tratamento de rugas, vasos, rosácea, acne, manchas, tratamentos de calvície, remoção dos pelos, cicatrização, estrias entre outros. A fototerapia utiliza-se de diferentes tipos de equipamentos: desde laser, luz intensa pulsada (LIP) e diodo emissor de luz (LED). A potência dos aparelhos e a eficiência dos mesmos, variam, de acordo com o comprimento das ondas, a penetração das mesmas e o calor produzido. RADIOFREQUÊNCIA: Equipamento não invasivo, simples e rápido. O aparelho trabalha com a elevação da temperatura interna do tecido. Promove o aumento da circulação sanguínea. São emitidas ondas eletromagnéticas através de um aparelho moderno que aquece a derme, promovendo a contração das fibras de colágeno e estimulando sua produção. A radiofrequência gera energia e calor sobre a derme, enquanto que a superfície da pele (epiderme) se mantém resfriada e protegida. A radiofrequência permite a correção de sinais de envelhecimento. Pode ser utilizado isoladamente ou associado a outros tratamentos e produtos com o objetivo de tratar a flacidez da pele facial, rugas periorbitais e frontais , flacidez da pele do pescoço, elevação das sombrancelhas, etc. A LUZ PULSADA NO FOTOREJUVENESCIMENTO O tratamento provoca o espessamento da camada de fibras colágenas, o que deixa a pele mais túrgida, melhora a flacidez e promove a reorganização das fibras já existentes. Além disso, a pele do

Estética Com Ciência | 25


rosto fica com coloração mais uniforme, eliminando manchas e diminuindo tamanho dos poros. E mais: os vasinhos, manchas e olheiras podem ser removidos ou suavizados pela luz. O LASER CO2 FRACIONADO Atua disparando vários “microfeixes” de modo que não atinge a região tratada de forma intensa e ininterrúpta. Dessa forma, as pequenas partes da pele que não são atingidas, auxiliam no processo de cicatrização das demais, ou seja, agem como “pontes” que favorecem a reestruturação do tecido e promove uma excelente recuperação da vitalidade da pele, transformando o aspecto envelhecido da pele em um aspecto mais jovial.

ALGUNS ALIMENTOS ANTIOXIDANTES Os alimentos são a melhor fonte de antioxidantes naturais, e uma alimentação rica em frutas, vegetais e grãos fornece para o corpo os antioxidantes necessários para prevenir doenças. AÇAFRÃO (OU CÚRCUMA) - especiaria é lotada de curcuminoides, compostos com ação anti-inflamatória e anti-idade. A cúrcuma é a raiz e o açafrão é a cúrcuma torrada, em pó. Se almoça fora, leve um potinho com o tempero e salpique sobre o arroz com feijão. Betacaroteno - Legumes e frutas vermelhos/cor-de-laranja/amarelos, como abóbora, beterraba, brócolis, cenoura, couve, damasco seco, melão ou ervilha; VITAMINA C - Acerola, brócolis, caju, couve, espinafre, kiwi, laranja, limão, manga, melão, morango, papaia ou tomate; VITAMINA E - Arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha-do-pará, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais (soja, milho e algodão) e semente de girassol; ÁCIDO ELÁGICO - Frutas vermelhas, nozes e romã. ANTOCIANINAS - Alface roxa, amora, açaí, ameixa vermelha, berinjela, cebola roxa, cereja, framboesa, goiaba, jabuticaba, morango e repolho roxo; Bioflavonoides - Frutas cítricas, nozes e uvas escuras; CATEQUINAS - Chá verde, morango ou; uva; ISOFLAVONA - Semente de linhaça ou soja; LICOPENO - Goiaba, melancia ou tomate; ÔMEGA 3 - Atum, cavalinha, salmão, sardinha, semente de chia e de linhaça ou óleos vegetais; POLIFENÓIS - Frutas vermelhas, frutas secas, cereais integrais, cebola, chá verde, maçã, nozes, soja, tomate, uva roxa e vinho tinto; RESVERATROL - Cacau, uva roxa ou vinho tinto; Selênio - Aveia, aves, amêndoa, castanha-do-pará, fígado, frutos do mar, nozes, peixes, sementes de girassol ou trigo integral; Zinco - Aves, carnes, cereais integrais, feijões, frutos do mar, leite ou nozes; CISTEÍNA E GLUTATIONA - carne branca, atum, lentilhas, feijões, frutos secos, sementes, cebolas ou alho. A polpa da melancia é rica em betacarotenos e em vitamina C. As sementes contêm grande quantidade de vitamina E, assim como de zinco e selênio. Uma vitamina de melancia com as sementes pode ser uma forma de utilizar todo poder antioxidante da melancia.

CONCLUSÃO O envelhecimento cutâneo É um fenômeno complexo e progressivo no qual há deteriorização morfológica e funcional da pele. Ainda que o envelhecimento cutâneo genético seja um evento, inevitável o envelhecimento exógeno pode ser adiado pela prevenção da exposição aos fatores conhecidos, tais como irradiação solar, tabagismo, e poluição atmosférica e ambiental. Bibliografia Consultada Costa, Adilson Tratado Internacional de Cosmecêuticos/Adilson Costa.-Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2012 Alberts,Bruce Biologia Molecular da célula / Bruce Alberts,Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff, Keith Roberts e Peter Walter;trad. Ana Beatriz Gorini da Veiga et al. - 4.ed.-Porto Alegre: Artmed, 2004 Introdução a Genética - Anthony J. F. Griffiths; Jeffrey H. Miller. David T. Suzuki. Richard C. Lewontin; Willian M. Gelbart. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002

Brasil e Japão

Profa. Lilian Sanpei

Atua no Japão Como Diretora Estetic Gakuin Japan Shibu (Instrutora Técnica) Na JBHA e EPI Estetic Association Formada em Estética e Cosmetologia Terapias Complementares Especializada em Cosmetologia Avançada Idealizadora de Técnicas Avançadas Responsável pelo trabalho do Mundo Estética no Japão Idealterapy Gakuin no Brasil Juntamente, com a Dra. Lucineia Leite - Biomédica e Fisiologista



28 | Estética Com Ciência


Estética Brasil 2017, visita obrigatória para compradores e profissionais do mercado HAIR BRASIL O evento que já é referência absoluta no mercado com as principais novidades para os profissionais de Estética. Saiba mais: hairbrasil.com

ATUALIZAÇÃO Mais de 100 workshops, congressos e eventos para atualização profissional. Saiba mais: congressos@hairbrasil.com.br

PARTICIPE Entrada gratuita para profissionais de Estética. Solicite sua senha! Saiba mais: atendimentoprofissional@hairbrasil.com.br

Realização

Gestão e realização

Apoio Institucional

Tel.: (11) 3897.6100 / (11) 3199.6100 atendimentoprofissional@hairbrasil.com.br

hairbrasil.com Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

@HairBrasilProfissional @esteticahairbrasil

Estética Com Ciência | 29


PANTALA MASSAGE A procura por tratamentos estéticos para celulite e gordura localizada com resultados visíveis logo na primeira sessão é o sonho de toda mulher. Essa procura impulsiona as empresas a criarem produtos com tecnologias diferenciadas de entrega dos ativos nos sítios de ação específicos dos lipócitos, desencadeando uma ação mais rápida e efetiva. Aliado aos mecanismos de ação dos ativos está a técnica manual ideal para proporcionar modelamento, drenagem, estímulo da lipólise, aumento da circulação e firmeza da pele. As massagens mais realizadas em cabine profissional são a Drenagem Linfática, a Massagem Modeladora e a Massagem Redutora. A diferença entre elas: Drenagem Linfática: é uma massagem realizada com movimentos delicados em direção ao sentido da corrente linfática, com o objetivo de esvaziar os gânglios linfáticos e facilitar a eliminação de líquido, promovendo diminuição do inchaço e da celulite. Massagem Modeladora: é uma massagem mais intensa, com movimentos mais firmes, capaz de mobilizar o tecido adiposo e os músculos para modelar o corpo, auxiliar na redução de medidas e celulite e promover firmeza da pele. Massagem Redutora: também é uma massagem mais rigorosa, porém é realizada em áreas específicas, geralmente onde há um acúmulo maior de gordura como abdômen, glúteos, culotes, coxas e costas. Pensando na obtenção de todos esses resultados em uma única técnica é que surgiu a Pantala Massage. Associa as principais manobras de massagem modeladora e redutora, a um acessório de madeira, com formato anatômico que permite alcançar todas as áreas do corpo, denominadas pantalas. Seu maior diferencial é proporcionar movimentos precisos, ritmados e com a pressão necessária para mobilizar o tecido adiposo, estimular a eliminação da gordura, varrer as toxinas do organismo, aumentar a oxigenação, diminuir o inchaço e suavizar o aspecto da celulite. Alguns ativos são consagrados para auxiliar na redução de gordura localizada, no aumento do metabolismo, no estimulo da circulação e melhora da celulite. O ideal é utilizar produtos que contenham os seguintes princípios ativos: Cafeína: Estimula a lipólise e a redução do tamanho dos adipócitos através da inibição da fosfodiesterase, que promove aumento dos níveis de AMP cíclico que 30 | Estética Com Ciência

aumenta o processo de hidrólise dos triglicerídeos armazenados nos adipócitos. Scopariane: Atua na diminuição da celulite por inibir a diferenciação dos adipócitos, impedindo que os pré adipócitos amadureçam e se transformem em adipócitos maduros, capazes de acumular triglicerídeos. Fosfatidilcolina: É uma lipoproteína presente nas membranas celulares, e atua favorecendo a ação das enzimas que degradam lipídeos da membrana, favorecendo a liberação de gordura. Peptídeo Lipossomado: Peptídeo derivado do Fator de Crescimento Transformador -TGF , que atua através da comunicação celular, estimulando a síntese de moléculas mensageiras essenciais para a lipólise. Nicotinato de Metila: Promove hiperemia, com ação vasodilatadora e estimuladora do metabolismo. Cânfora e Mentol: Promovem resfriamento da pele, com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Fucus Vesiculosus: Aumenta a vascularização, estimula o metabolismo e auxilia na redução de gordura localizada. Gengibre: Aumenta o metabolismo celular por sua ação termogênica, aumenta a circulação e tem propriedade anti-inflamatória e antioxidante. DMAE: É um análogo da colina, que aumenta a biossíntese de acetilcolina na junção neuromuscular melhorando sua contração com uma ação firmadora e rejuvenescedora da pele. Possui forte ação anti-inflamatória, antioxidante e hidratante. Asiaticoside: Lipossomas de Centella Asiática, estimula o tecido conjuntivo e os fibroblastos. Dessa forma reestrutura as fibras de sustentação dermo-epidérmica. Silício Orgânico: É um oligoelemento que temos no organismo e possui a função de regenerar as células da pele e estimular as fibras de sustentação (colágeno, elastina e fibroblastos) para proporcionar firmeza e tonicidade e devolver a luminosidade. Dr. Luiz Carlos Antunes Farmacêutico Bioquímico Industrial. Diretor Científico Samana Cosmética Dermatológica.


Estética Com Ciência | 31





TECNOLOGIA IÔNICA PARA A FIRMEZA CUTÂNEA. No envelhecimento todos os tecidos do corpo sofrem alterações gradativas, porém, na pele essas alterações são refletidas no relevo cutâneo como perda da elasticidade e da resistência, e como conseqüência o surgimento das rugas e flacidez. O conjunto de substâncias que mantém a pele firme também decai com o envelhecimento o que causa perda da coesão entre as células, dando assim espaço para uma desorganização estrutural. Galvanic Peel é um tratamento profissional indicado para proporcionar a firmeza da pele através da tecnologia pulsada da Iontoforese, realizada pela interação de ativos de alta performance concomitantemente com o equipamento I-On. O I-On é um aparelho de corrente galvânica, corrente elétrica de baixa frequência, utilizada para permeação de ativos através da barreira cutânea. Essa corrente também é chamada de corrente contínua, pois os elétrons são direcionados para um único sentido, dependendo da escolha da polaridade (positiva ou negativa). O objetivo da eletroforese é aumentar a permeação dos ativos através da capacidade que a corrente tem em repelir íons de mesma polaridade, transferindo os ativos do meio extra para o meio intracelular. Galvanic Peel proporciona o rejuvenescimento e a remodelagem facial através do aumento do tônus e melhora da estrutura de suporte da pele tornando-a mais firme e resistente. O kit profissional é composto por: GALVANIC PEEL ELIXIR FIRMADOR - É um Peeling Químico com ação renovadora e iluminadora. Ativos: Ácidos Orgânicos - Auxilia na descamação e intensa renovação celular. Seus principais benefícios são melhora na qualidade das fibras elásticas, aumento da densidade do colágeno, diminuição da hiperpigmentação e redução dos sinais do envelhecimento. Ácido Lactobiônico: Com propriedades cicatrizantes, antioxidantes e hidratantes. Ácido Mandélico: Possui ação clareadora. GALVANIC PEEL MELANGE CONCENTRADA - Melange Redensificante e Firmadora com ação através de neurotransmissores para promover aumento da firmeza. Ativos:

Complexo Redensificante: Estimula a síntese de elementos âncoras da junção dermoepidérmica para aumentar a densidade da derme. DMAE: Promove aumento da síntese de acetilcolina, que é um neurotransmissor responsável pela contração muscular, levando ao aumento da firmeza e tônus. Ácido Hialurônico: É um componente da matriz extracelular com propriedades hidratantes. Auxilia o aumento de sustentação da pele, e atua no preenchimento de marcas e sulcos mais evidentes. I-On – Aparelho com tecnologia de Iontoforese para aumentar a permeação dos ativos através do direcionamento iônico. Galvanic Peel Sérum Finalizador - É um concentrado firmador que atua na reestruturação dérmica, com o estímulo dos principais componentes da matriz extracelular, promovendo firmeza, elasticidade e força de tração à pele. Ativos: Raffermine: Agente firmador dérmico de rápida ação, responsável pelo efeito lifting de longa duração, preserva a elasticidade cutânea e reestrutura a derme, pela reorganização das fibras de colágeno. Citrustem: Atua como arquiteto da pele, pois aumenta os níveis de expressão do colágeno tipo VI, elastina e ADAMTS2, que são responsáveis por organizar e redensificar a matriz extracelular. Zirhafirm: Atua como reestruturante, firmador e reposicionador, por estimular a expressão gênica de componentes da matriz como colágeno tipo IV, VII, laminina-5 e desmoplaquina; e inibir a ação de mataloproteinases. Para garantir os resultados o cliente deverá usar o Firmalux, um tratamento Home Care com ação firmadora e reestruturante que melhora o aspecto geral da pele, com diminuição dos sinais do envelhecimento. Contém: DMAE, Ácido Hialurônico, Zirhafirm, Citrustem e Raffermine.

Dra. Fernanda Sanches Farmacêutica Bioquímica e Cosmetóloga Presidente das marcas Biomarine e Cosmobeauty

Estética Com Ciência | 35


A IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA DA MICROPIGMENTAÇÃO NA RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA A realização da mastectomia tem impacto significativo na auto-estima das pacientes de câncer de mama, pois interfere em um dos principais símbolos da feminilidade. Felizmente, existem diversas técnicas que permitem reconstituir a mama após esse procedimento, utilizando próteses de silicone, expansores, dentre outros. Hoje, até mesmo a aréola (região circular com tonalidade mais escura que o tom natural da pele, na ponta da mama) pode ser “reconstruída”, por meio da micropigmentação, um procedimento estético semelhante à tatuagem, que refaz o “desenho” da aréola sobre a pele da paciente. Anteriormente, a reconstituição da aréola era realizada pelo enxerto. Retirava-se um fragmento da pele da região da virilha, que era sobreposto ao seio. Essa técnica, no entanto, está em declínio. Por se tratar de um procedimento estético e não cirúrgico, a micropigmentação pode ser realizada por profissionais da saúde. Cabe ressaltar que a técnica não reconstitui tecidos e terminações nervosas e não recupera a sensibilidade da região mamilo-areolar, comprometida pela mastectomia. É Uma forma de devolver a autoestima para 36 | Estética Com Ciência

mulheres que venceram o câncer de mama. O equipamento utilizado na micropigmentação é diferente das máquinas utilizadas por tatuadores, bem como os pigmentos. A micropigmentação é feita com agulhas apropriadas, individuais e estéreis, que depositam os pigmentos apenas na epiderme (camada mais superficial da pele). Já a tatuagem, deposita os pigmentos na derme (camada mais profunda da pele), causando uma lesão mais profunda e uma possível cicatriz. O resultado é muito natural e pode-se camuflar até algumas cicatrizes ocorridas nas cirurgias reconstrutivas. A técnica 3D dá o efeito de textura e profundidade ao desenho, deixando-o completamente natural. A micropigmentação não é um procedimento cirúrgico e para que seja indolor, é utilizado um anestésico tópico local e não anestesias invasivas. A micropigmentação paramédica é uma técnica exclusiva para profissionais já habilitados nos níveis inicias de micropigmentacão. Essa técnica é uma linha auxiliar da medicina, seja no complemento de cirurgia plástica, dermatologia ou correções estéticas. Essas intervenções pontuais visam atenuar as imperfeições, buscando sempre a condição ori-


forma possível. Como por exemplo: •Não coçar ou esfregar a região após a realização da técnica; •Evitar banhos de mar ou piscina durante as duas primeiras semanas; •Evitar banhos de água muito quente durante as duas primeiras semanas; •Evitar exposição ao sol.

QUANTO TEMPO DURA UMA SESSÃO? •Dura em média 90 minutos.

QUALQUER PACIENTE PODE SER SUBMETIDA AO PROCEDIMENTO? •A técnica é contraindicada para pessoas com diabetes, leucemia, trombose, hemofilia, gota, hipertensão arterial e para gestantes.

QUAL É A DURABILIDADE DO PROCEDIMENTO? •A Micropigmentação dura aproximadamente dois anos na pele, mas como a região em questão não fica muito exposta aos raios solares, a durabilidade da micropigmentação em aréolas mamárias é prolongada.

ginal e/ou a mais natural possível. A micropigmentação paramédica exige também técnicas de colorimetria (mistura de pigmentos hipo-alergênicos), fundamental para se encontrar a cor adequada, mais próxima ao tom natural da pele.

A micropigmentação realizada nas mamas tem sido fundamental para a recuperação de muitas mulheres. É um procedimento estético de extrema importância e relevância, capaz de mudar a vida e devolver a radiância, vitalidade e auto-estima.

O PROCEDIMENTO É INDICADO NOS SEGUINTES CASOS: •Correção de cicatrizes periareolares de mastoplastia; •Aumento de aréolas pequenas; •Reconstrução após a mastectomia; •Intensificação da cor de aréolas muito claras.

CUIDADOS APÓS O PROCEDIMENTO: Como se trata de um procedimento minucioso, é preciso procurar um profissional experiente para garantir excelentes resultados. Além disso, a Micropigmentação de aréolas mamárias também requer cuidados especiais para que a recuperação ocorra da melhor

Patrícia Andrei Saslavsky

Farmacêutica Bioquímica especializada em Cosmetologia. Com mais de 15 anos de experiência, trabalhou em diversas empresas da área, como Naturelle, Classic Collection e Veer Cosméticos, nas áreas de Pesquisa & Desenvolvimento, Marketing Técnico, Produção, Garantia da Qualidade e Assuntos Regulatórios. Atualmente é diretora técnica da PAS Consult, consultoria de Desenvolvimento de cosméticos e dermocosméticos para linha Facial, Corporal e Capilar, com foco específico em produtos de tratamento, eficácia e bemestar. Palestrante em eventos renomados como Beauty Fair e cursos para profissionais da área da saúde e beleza.

Estética Com Ciência | 37



• MICROAGULHAMENTO COMBINADO COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) • O USO DA LUZ INTENSA PULSADA NO TRATAMENTO DE HIPERCORMIAS • OS BENEFICIOS DA BANDAGEM ELASTICA NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO • PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS INETÁVEIS EM MICROVASOS (PEIM) • O ESTUDO DO TRATAMENTO DE MICROAGULHAMENTO NAS CICATRIZES DE ACNE ASSOCIADO A COSMÉTICOS COM ATIVO DE CRESCIMENTO

A EFICÁCIA DA FISIOTERÁPIA ONCOLÓGICA NA PREVENÇÃO DE HIPOMOBILIDADE E LINFEDEMA Estética Com Ciência | 39


MICROAGULHAMENTO COMBINADO COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP), UMA ALTERNATIVA DE TRATAMENTO EFICAZ EM PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS. RESUMO

Atualmente, as alterações estéticas provocam um grande impacto social e, consequentemente, a ciência busca constantemente técnicas seguras e eficazes, baseada em evidencias clinicas, para minimizar seus efeitos. A terapia de indução percutânea de colágeno por microagulhamento é uma tendência no mercado e seus resultados são apresentados em diversos estudos científicos. O uso do plasma rico em plaquetas (PRP) vem se tornando frequentemente utilizado na última década para acelerar processos de recuperação tecidual aplicado a diversas áreas da saúde e seus estudos científicos apontam um potencial enorme de utilização. A técnica de microagulhamento e utilização do plasma rico em plaquetas representa uma possibilidade revolucionária de tratamentos estéticos direcionados especialmente a profissionais biomédicos estetas. A Biomedicina é uma das mais novas profissões da área da saúde que busca entendimento de cada transformação do corpo humano, bem como suas consequências. É uma profissão em constante crescimento e oferece múltiplas possibilidades de atuação, especialmente em relação à saúde estética em relação à disfunção dermato-fisiológica identificando as formas de prevenção e correção. PALAVRAS CHAVE: microagulhamento, indução

percutânea de colágeno, plasma rico em plaquetas.

40 | Estética Com Ciência

ABSTRACT

Currently, the aesthetic changes cause great social impact, and therefore science is constantly seeking safe and effective techniques based on clinical evidence to minimize its effects. Percutaneous induction of collagen therapy by microneedling is a trend in the market and its results are presented in various scientific studies. The use of platelet-rich plasma (PRP) has become commonly used in the last decade to accelerate tissue recovery applied to various areas of health and its scientific studies show a huge potential for use. The microneedling technique and the use of platelet-rich plasma are a revolutionary possibility of targeted cosmetic treatments, especially biomedical aesthetic professionals. Biomedicine is one of the most recent professions in the field of health that seeks for the understanding of each transformation of the human body as well as its consequences. It is a constantly growing profession and it offers considerable scope for action, especially in relation to aesthetic health and to the Dermato-physiological dysfunction identifying forms of prevention and correction.

INTRODUÇÃO

“Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. Este é o conceito de saúde pela Organização Mundial da Saúde, divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948, e esse conceito expressa inclusive o estilo de vida levado (SCLIAR, 2007). O aspecto


do bem estar mental também está relacionado com autoestima, o qual Serra define como os processos de avaliação que o indivíduo faz das suas qualidades, desempenhos ou virtudes (SERRA, 1988). As alterações estéticas representam importante problema social de autoestima, portanto é um problema social de saúde mental. A exigência da pele dentro dos padrões de beleza vigentes aumenta exponencialmente, especialmente devido ao impacto da mídia globalizada na sociedade. A Biomedicina é uma das mais novas profissões da área da saúde. Ela busca o entendimento de cada transformação do corpo humano, bem como suas consequências. É uma profissão em constante crescimento e oferece múltiplas possibilidades de atuação, diversifica-se e atrai um número cada vez maior de jovens em todo Brasil. Desde a sua regulamentação, em 1979, a Biomedicina tem passado por um amplo processo de evolução e crescimento. A cada dia a Biomedicina vence uma barreira, desbrava fronteiras do corpo humano, da ciência. Apesar de ainda jovem, já conquistou espaço no cenário da saúde e beleza. Sendo que os profissionais Biomédicos devidamente habilitados conforme as regras do Conselho Federal de Biomedicina podem realizar procedimentos estéticos com agulhas, com respaldo de Resoluções do Conselho Federal de Biomedicina – CFBM, instância normativa e deliberativa máxima da Biomedicina (CRBM). Neste sentido, a Resolução Nº 197, de 21 de fevereiro de 2011 do CFBM estabelece as atribuições do profissional Biomédico no Exercício da Saúde Estética e permite a sua atuação como Responsável Técnico de Empresa que Executam Atividades para fins Estéticos. Em 2014, a Resolução Nº 241, de 29 de maio deste mesmo ano regulamenta a prescrição de substâncias para fins estéticos por profissionais Biomédicos para fins estéticos. Desta forma o Biomédico Esteta torna-se um profissional engajado na busca de evidências cientificas comprovação dos métodos e aplicação de técnicas seguras e eficazes dirigidas para as diferentes disfunções estéticas da pele, desde as cicatrizes de acne até lipodistrofia ginóide. Para estas disfunções, atualmente os procedimentos ablativos como lasers e peelings, apresentam-se- como os de melhor eficácia para remodelamento de colágeno. No entanto, a terapia de indução percutânea de colágeno por microagulhamento vem despontando como um tratamento de grande valia para as disfunções da pele por apresentar algumas vantagens, tais como: não produzir um efeito ablativo na pele, minimizar o tempo de recuperação da pele e minimizar os efeitos colaterais. Este método, o microagulhamento, permite a aplicação em conjunto de soro despigmentante, substâncias tensoativas, vitamina C, bem como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP). Entre

essas diferentes possibilidades, o uso do PRP vem se sendo amplamente estudado como alternativa de tratamento eficaz em disfunções dermato-funiconais por acelerar o processo de recuperação tecidual, representando uma possibilidade revolucionária e capaz de otimizar os resultados desejados nos tratamentos estéticos.

DESCRIÇÃO

Para essa revisão de literatura foram utilizados livros de estética e dermatologia, disponíveis no acervo da Biblioteca da Universidade Anhembi Morumbi – Campos Centro, e artigos pesquisados nas plataformas Google Acadêmico e Pubmed, nos idiomas português e inglês. Como critério, foram usados artigos com data mínima de 2009 e máxima de 2015.

REVISÃO DE LITERATURA MICROAGULHAMENTO

A técnica de microagulhamento está cada vez mais ganhando notoriedade pelas boas respostas terapêuticas. O investimento de baixo custo, e a vantagem de produzir poucos efeitos adversos, têm motivado mais profissionais a aplicarem a técnica, e estimulando as pesquisas cientificas baseada em evidencias. A técnica se baseia na produção de múltiplas micropunturas na pele gerando lesão tecidual controlada seguida do processo de cascata inflamatória e, consequentemente, estimulo e substituição das fibras de colágeno e elastina. O procedimento de microagulhamento é realizado rolando um equipamento com agulhas sobre a pele para frente e para trás, com a mesma pressão, em várias direções, para que se obtenha uma distribuição uniforme dos furos (FABBROCINI et al, 2009). As agulhas penetram na derme repetidamente e atravessam a epiderme sem removê-la, assim, a epiderme é apenas perfurada, recuperando-se rapidamente (FABBROCINI et al, 2009; CACHAFEIRO, 2015). Esta ação gera múltiplas microlesões na derme, o que estimula o início da cascata de fatores de crescimento, resultando em neocolagênese e neoangiogênesse. Os mediadores agem estimulando a formação de colágeno e capilares sanguíneos que permitem melhor suprimento sanguíneo ao tecido (CACHAFEIRO, 2015). Com este aumento na produção dessas substâncias, toda a pele é reestruturada e beneficiada com a reorganização das fibras internas (TOREZAN, 2013). A indução percutânea de colágeno tem como alvo a dissociação dos queratinócitos, que resulta na liberação de citocinas como a interleucina -1a, predominantemente, além da interleucina- 8, interleucina-6, TNF-a e GM-CSF, resultando em vasodilatação dérmica e migração de queratinócitos para restaurar o dano epidérmico (LIMA et al, 2012). LIMA et al em 2012 realizou estudo cientifico Estética Com Ciência | 41


analisando pele de porco vivo onde foram realizadas e biopsiadas áreas de microagulhamento, com cilindros contendo 192 agulhas de 0,5 a 2,5mm. O exame microscópico imediatamente após a injúria revelou predominantemente ectasia vascular com extravasamento de hemácias ao utilizar todos os comprimentos de agulha. A epiderme apresentou-se íntegra à microscopia óptica, exceto pela presença do local da passagem da agulha. A formação de novo colágeno atinge seu pico em cerca de 10 a 12 semanas após o tratamento; de modo que, segundo a literatura, um resultado completo pode ser observado após 8-12 meses de tratamento (FABBROCINI et al, 2009). CACHAFEIRO 2015 descreve como vantagens da técnica de microagulhamento: baixo custo quando comparada a tecnologias com alto investimento; cicatrização rápida; capacidade de tratamento de áreas de difícil acesso; e tempo rápido de tratamento. Alem dessa, NEGRÃO 2015 descreve como vantagens: não causar hiperpigmentação, técnica segura para fototipos altos, e ampla possibilidade de criar protocolos específicos. Como desvantagem ao tratamento, LIMA et al 2012 ressalta que o procedimento é técnico-dependente e exige treinamento específico.

FISIOLOGIA DO MICROAGULHAMENTO

Três fases do processo de regeneração tecidual são descritas. Na primeira, a de injúria, após a ocorrência do ferimento, inicia-se o extravasamento sanguíneo que preenche a área lesada com plasma e elementos celulares, principalmente plaquetas. A agregação plaquetária e a coagulação sanguínea geram um tampão, rico em fibrina, que além de restabelecer a hemostasia e formar uma barreira contra a invasão de microrganismos, organiza matriz provisória necessária para a migração celular. Essa matriz servirá também, como reservatório de citocinas e fatores de crescimento que serão liberados durante as fases seguintes do processo cicatricial (MENDONÇA, NETTO, 2009). As plaquetas também secretam múltiplos mediadores, incluindo fatores de crescimento. Induzidas pela trombina, ainda sofrem a degranulação plaquetária e liberam fatores de crescimento com ação sobre os queratinócitos e os fibroblastos como os fatores de crescimento de transformação a e ß (TGF-a e TGF-ß), o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), a proteína III ativadora do tecido conjuntivo e o fator de crescimento do tecido conjuntivo. Na segunda fase, os neutrófilos são substituídos por monócitos, e ocorre angiogênese, epitelização e proliferação de fibroblastos, seguidas da produção de colágeno tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Paralelamente, o fator de crescimento dos fibroblastos, o TGF- a e o TGF-ß são secretados 42 | Estética Com Ciência

pelos monócitos. Aproximadamente cinco dias depois da injúria a matriz de fibronectina está formada, possibilitando o depósito de colágeno logo abaixo da camada basal da epiderme. Na terceira fase ou de maturação, o colágeno tipo III vai sendo lentamente substituído pelo colágeno tipo I, mais duradouro, persistindo por prazo que varia de cinco a sete anos (LIMA et al, 2012; FABBROCINI et al, 2009). O instrumento utilizado para a realização do microagulhamento é constituído por um rolo encravado por agulhas estéreis, alinhadas simetricamente em fileiras, sendo que comprimento das agulhas se mantém ao longo de toda a estrutura do rolo e varia de 0,25mm a 2,5mm de acordo com o modelo. Comumente a intervenção sob anestesia local é bem tolerada com agulha que não ultrapasse 1mm de comprimento (LIMA et al 2012). LIMA et al 2012, em seu estudo, propôs estabelecer relação entre o comprimento da agulha utilizada no rolo e o dano provocado na pele, facilitando dessa maneira a escolha do instrumento nas diferentes indicações. A partir dos resultados, os autores propõem classificação da injúria em leve, moderada e profunda, relacionando-a ao comprimento da agulha e a sua capacidade de provocar o trauma planejado e a relação entre o tipo de injúria e as indicações mais apropriadas. Os movimentos de vai e vem devem guiar-se por padrão uniforme de petéquias em toda a área tratada. Para isso, entre 10 e 15 passadas numa mesma direção e pelo menos quatro cruzamentos das áreas de rolagem são suficientes (LIMA et al 2012). No Brasil, os aparelhos variam a quantidade de agulhas de 190 a 240, e o material da agulha, sendo que na literatura não há um consenso sobre qual é o mais adequado (NEGRÃO, 2015). Importante ressaltar que no Brasil, a legislação de equipamentos médicos sob regime de Vigilância Sanitária compreendem todos os equipamentos de uso em saúde com finalidade médica, odontológica, laboratorial, fisioterápica, e, ainda, os com finalidade de embelezamento e estética. Agulhas com componentes plásticos não desmontáveis são produtos enquadrados como de uso único proibidos reprocessamentos, e devem possuir registro na Anvisa (ANVISA).

PLASMA RICO EM PLAQUETAS NA PRÁTICA

O PRP é uma concentração autóloga de plaquetas em um pequeno volume de plasma, com a consequente presença de fatores de crescimento (FC) liberados por estas plaquetas (VENDRAMIN, 2010). As plaquetas são fragmentos anucleados de megacariócitos, produzidos na medula óssea, que possuem grânulos em seu interior, cujas principais substancias são os fatores de crescimento, citocinas, moléculas de adesão, integrinas e proteínas da coagulação e, que são liberadas no momento da ativa-


ção plaquetária (MONTEIRO, 2013). As plaquetas atuam no processo de hemostasia, cicatrização de feridas e reepitelização. Elas liberam diversos FC, quando ativadas, que estimulam a angiogênese, promovendo crescimento vascular e proliferação de fibroblastos, que por sua vez proporcionam um aumento na síntese de colágeno e pelo fato de ser autólogo, não existe contraindicação para sua utilização (VENDRAMIN, 2010). Silvia, 2009 realizou estudo comparativo onde foram analisados 18 coelhos, e em todos foram realizadas 4 falhas ósseas com auxílio de uma trefina cirúrgica, numeradas de I a IV sendo que a I foi preenchida com PRP, a II foi preenchida completamente com enxerto esponjoso autógeno, a III foi preenchida com enxerto mais PRP, e a IV não foi preenchida servindo como controle. Para avaliação foram realizadas técnicas histológicas e classificados conforme intensidade de preenchimento ósseo. O estudo demonstrou que PRP representou significativamente melhoria quando comparados aos grupos que não receberam. A utilização do PRP em medicina se baseia no fato de as plaquetas conterem diversos FC em seus alfagrânulos. Esses fatores têm papel conhecido nos processos de reparação tecidual. Desse modo, a concentração dessas substâncias em tecidos lesados pode ser benéfica para atribuir mais agilidade aos processos de regeneração tecidual (MONTEIRO, 2013). Em julho de 2011, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu parecer sobre o uso do PRP após solicitação da Anvisa mediante reportagem apresentadas a mídia sobre os efeitos “revolucionários”. As pesquisas em artigos científicos levantadas pelo CFM apontam estudos com resultados de favorabilidade de seu uso na área de Ortopedia. Entretanto avaliou outro estudo que concluiu que não houve diferença do PRP com aplicação de placebo. Portanto, o parecer final declara: “O plasma rico em plaquetas vem sendo utilizado por alguns médicos com resultados diversos. Em virtude da variedade de tais resultados, ainda não é possível se definir o grau de utilidade nem aprovar em definitivo seu uso na prática terapêutica, tratando-se de procedimento experimental.” (CRF, 2011). Na área da estética, o PRP vem sendo utilizado com o intuito de promover a aceleração da cicatrização de feridas, e como tratamento coadjuvante de rejuvenescimento, cicatrizes de acne e alopecias. Alguns estudos apontam que a utilização do PRP, sob diversas áreas de utilização como tratamento de alopecia, cicatrização de feridas e rejuvenescimento, traz benefícios quando comparados a grupos de controle. Li et al 2012, realizou estudo para tratamento de alopecia com testes in vitro e concluiu que há maior proliferação de células da papila dérmica quando incubadas com PRP, em comparação aos grupos de controles. Em teste in vivo animais que rece-

beram injeções de PRP subcutâneo mostraram mais velocidade de transição da fase telógena para a anágena, quando comparados aos controles, que receberam apenas injeções de solução salina. VENDRAMIN, 2010 analisou o efeito do PRP sob forma liquida e injetável em enxertias cutâneas em feridas crônicas com mais de 3 meses de evolução em estudo prospectivo randomizado e cego em 42 pacientes sendo que 11 deles não receberam PRP e foram usados como grupo controle, e 28 pacientes receberam PRP injetado em metade das feridas sendo que a outra metade que não recebeu foi usado como controle. Concluiu que as áreas tratadas com PRP apresentaram melhor média de integração de enxerto com 89,81% e a área controle apresentou média de 76,83%. Estes resultados sugerem que a utilização do PRP é capaz de melhora a qualidade da pele.

OBTENÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUESTAS (PRP)

Plasma rico em plaquetas é uma suspensão de plasma obtida a partir do sangue total, preparada de forma a conter concentrações de plaquetas superiores às encontradas normalmente no sangue circulante (MONTEIRO, 2013). Há inúmeros protocolos de obtenção do PRP descritos, porém, genericamente, todos incluem um processo de centrifugação pelo qual os diferentes componentes do sangue total são separados, de acordo com suas diferentes densidades, e difere-se em número, tempo e velocidades de centrifugação a que o sangue total é submetido, volume da amostra inicial de sangue e os tipos de tubos coletores e anticoagulantes utilizados (MONTEIRO, 2013). O gel de PRP é obtido através da adição de trombina e gluconato de cálcio ao PRP. Estes ativam o sistema de coagulação, resultando na gelação do PRP, o que facilita sua aplicação em diversas cirurgias e também ativam as plaquetas para que então sejam liberados FC (VENDRAMIN, 2010). Máquinas automatizadas com seus “kits” tornam simples a obtenção do PRP, porém os custos ainda são elevados. No Brasil, dispomos de kits importados para obtenção do PRP pelo sistema automatizado, porém os custos ficam em torno de R$ 2.300,00. A possibilidade de se obter PRP com custos menores, utilizando-se uma centrífuga convencional, fez surgir protocolos que, embora sejam mais trabalhosos e necessitem de aprendizagem por parte de quem irá realizar o procedimento, permitem a preparação do PRP com custo dez vezes menor e em ambientes mais simples, desde que possuam uma centrífuga. Assim, alguns protocolos foram criados para se obter pequenas quantidades de PRP e trombina autólogos, utilizando-se centrífugas comuns e reduzindo muito os custos na preparação do produto (VENDRAMIN, 2010). VENDRAMIN 2010, a fim de obter um pro Estética Com Ciência | 43


tocolo ideal, realizou em seu estudo 30 testes promovendo a centrifugação de amostras de sangue variando-se a força (g) e o tempo (T) de centrifugação, sendo o produto final submetido à dosagem de plaquetas, para determinar os melhores g e T, que resultavam em maiores concentrações de plaquetas, buscando-se um aumento mínimo de 400% da concentração plaquetária em relação ao sangue testado. Sobre o resultado do estudo, na primeira centrifugação, as maiores concentrações plaquetárias no PRP foram obtidas quando utilizamos a força de 300 g por um tempo de 10 minutos, onde observamos uma média de 4,54 (±0,71) vezes superior ao da amostra de sangue. Na segunda centrifugação, as maiores concentrações plaquetárias no PRP foram alcançadas quando utilizamos a força de 640 g por 10 minutos, onde obtivemos uma média de 4,96 (±0,36) vezes superior ao da amostra de sangue. “Em cada teste foram utilizados dois tubos Falcon, cada um com 10ml de sangue, que foram submetidos à primeira centrifugação (centrífuga JOUAN BR 4i) promovendo a separação das células vermelhas que, por terem um peso específico maior, depositam-se na parte inferior do tubo. Na parte superior fica o plasma com as plaquetas e, entre estas duas camadas, existe outra fina e esbranquiçada, denominada de zona de névoa, que contém as células brancas, principalmente leucócitos, e as plaquetas maiores. Com uma pipeta milimetrada foram colhidos 50 microlitros da porção superior do plasma de cada um dos tubos, totalizando 1,0 ml, que foi colocado em outro tubo Falcon (Tubo A), para obtermos a trombina autóloga. Neste 1ml de plasma foram adicionados 0,3ml de gluconato de cálcio a 10% e o tubo foi colocado em banho–maria por 15 minutos. Durante este tempo, foram pipetados o restante do plasma e a zona de névoa que foram acondicionados em outro tubo Falcon (Tubo B). Os tubos A (após o banho-maria) e B foram submetidos à nova centrifugação, que resultou na separação de um líquido rico em trombina no tubo A e na sedimentação das plaquetas (e algumas hemácias) no fundo do tubo B. Foi retirada a porção superior do plasma no tubo B, que era o plasma pobre em plaquetas (PPP), até a redução de 50% do volume total do plasma neste tubo. O tubo B foi agitado para dispersar as plaquetas no plasma restante, obtendo-se assim o PRP”. Desta forma, a obtenção do PRP pode ser realizada de forma reprodutível e simples, desde que executado por uma pessoa capacitada.

CONCLUSÃO

A obtenção do gel de PRP e fatores de crescimento pode ser feita de forma econômica em ambientes com infraestrutura adequada e que disponham de uma centrífuga e materiais usualmente presentes em ambientes hospitalares como seringas, agulhas e tubos de coleta de sangue. A capacitação do Biomédico Esteta é 44 | Estética Com Ciência

a condição limitante para a obtenção do PRP e para a sua aplicação em associação com a técnica de microagulhamento. Além disso, pode-se sugerir que a associação da técnica de microagulhamento com PRP pode proporcionar a otimização dos resultados, ou seja, a melhora da qualidade da pele. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA. Legislação de equipamentos médicos. Disponível em: http:// portal.anvisa.gov.br/ Acesso em: 18 de abril de 2016. CACHAFEIRO, T. L. Comparação entre laser fracionado não ablativo 1340nm e microagulhamento para tratamento de cicatrizes atróficas de acne: ensaio clínico randomizado. Porto Alegre, 2015. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/119387/000970050. pdf?sequence=1. Acesso em: 18 de abril de 2016. CRBM. Regulamentação e Código de Ética da Profissão de Biomédicos. Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região. Agosto, 2016. Disponível em: http://crbm1.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/12/ REGULAMENTA%C3%87%C3%83O-E-C%C3%93DIGO-DE-%C3%89TICADA-PROFISS%C3%83O-DE-BIOM%C3%89DICO-2.pdf Acesso em: 05 setembro 2016. CRF. PROCESSO-CONSULTA CFM nº 1.477/10 – PARECER CFM nº 20/11. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/pareceres/ CFM/2011/20_2011.htm. Acesso em: 27 setembro 2016. FABBROCINI, G. Et al. Tratamento de rugas periorbitais por terapia de indução de colágeno. Bolonha, 2009. Disponível em: http://www. surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/24/Tratamento-de-rugasperiorbitais-por-terapia-de-inducao-de-colageno. Acesso em 19 de abril de 2016. LI, Z. J. Autologous Platelet-Rich Plasma: A Potential Therapeutic Tool for Promoting Hair Growth. Coreia, 2012. Disponível em: http://www. keystoneperfusion.com/wp-content/uploads/2015/08/Autologous-PRPJ-Derm-Articled1.pdf. Acesso em: 28 de setembro de 2016. LIMA. E. V. A.; LIMA M. A.; TAKANO, D. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Recife, 2012. Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/261/ Microagulhamento--estudo-experimental-e-classificacao-da-injuriaprovocada. Acesso em: 19 de abril de 2016. MENDONÇA, J. R.; NETTO, J. C. Aspectos celulares da cicatrização. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.producao.usp.br/bitstream/ handle/BDPI/7230/art_MENDONCA_Aspectos_celulares_da_ cicatrizacao_2009.pdf?sequence=1&isAllowed=y acesso em: 19 de julho de 2016. MONTEIRO, M. R. Plasma rico em plaquetas em dermatologia. São Paulo, 2013. Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalheartigo/269/Plasma-rico-em-plaquetas-em-dermatologia. Acesso em: 19 de abril de 2016. NEGRÃO, M. M. C. Microagulhamento bases fisiológicas e práticas. Editora CR8, 1° edição. São Paulo, 2015. SCLIAR, M. História do Conceito de Saúde. Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/ v17n1a03 Acesso em: 19 de março de 15. SERRA, A. V. O auto-conceito. Análise Psicológica (1988), 2 (VI): 101-110. 1988. disponível em: http://hdl.handle.net/10400.12/2204 Acesso em: 19 de março de 15. SILVA, P. S. A. plasma tico em plaquetas associados ou não ao osso esponjoso autógeno no reparo de falhas ósseas experimentais. Santa Maria, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n1/a20v39n1 acesso em 27 de setembro de 2016. TOREZAN, Luis. Microagulhamento: novo método para rejuvenescimento da pele. Entrevista concedida a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2013. Disponível em: https://sbcd.org.br/noticia/2499 Acesso em: 19 de julho de 2016 VENDRAMIN, F. S.; FRANCO, D. FRANCO T. R. Utilização do plasma rico em plaquetas autólogo nas cirurgias de enxertos cutâneos em feridas crônicas. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ rbcp/v25n4/04.pdf. Acesso em: 19 de abril de 2016.

Paula Caroline Garcia(1) Vânia Almeida Cruz(2) Anderson Fernandes de Carvalho(3) 1 Esteticista pela Universidade Anhembi Morumbi e Estudante do curso de Biomedicina da Universidade Anhembi Morumbi. 2 Estudante do Curso de Biomedicina da Universidade Anhembi Morumbi 3 Professor Doutor do Curso de Biomedicina da Universidade Anhembi Morumbi e Diretor da Liga Acadêmica de Análises Clínicas - Biomedicina da Universidade Anhembi Morumbi.


O USO DA LUZ INTENSA PULSADA NO TRATAMENTO DE HIPERCROMIAS RESUMO

Como recurso diferenciado para tratamento de manchas hipercromicasé proposto o aparelho deluz intensa pulsadasendo um procedimento sugerido como não ablativo, seguro e eficaz. O presente estudo tem por objetivo avaliar através de conhecimentos científicos se realmente há melhora clínica e quais os efeitos na pele em relação à diminuição de hipercromias. Foram revisados artigos científicos, livros e revistas da área estética e dermatológicas, durante um período de 4 meses, com finalidade de avaliação da eficácia do método de luz intensa pulsada. Foi possível identificar que há melhora clinica em decorrência do tratamento com luz intensa pulsada, estudos revelam seu beneficio e comprovam sua eficácia. PALAVRAS CHAVE: Hipercromias, anatomia e fisiologia da pele, recurso de tratamento, luz intensa pulsada.

ABSTRACT

Like a differentiated resource for the treatment of hypercromies spots it is suggested the intense pulsed light machine, being a method not ablative, safe and effective. The current study has the aim to evaluate in scientific knowledge if really show clinical improvement and which are the effects on the skin about hypercromies decrease. Were reviewed scientific articles, books and magazines on the aesthetic area and dermathological too, during 4 (four) months, on which the main aim was evaluate the method of the intense pulsed light. It was possible indentify the clinical improvement arising this treatment, the searches show the beneficies and comproved the effectiveness. KEY WORDS: Hypercromies, anatomy and skin phisiology, treatment resource, intense pulsed

light.

INTRODUÇÃO

Atualmente, a aparência física é um requisito que se tem levado muito em consideração em qualquer ambiente em que estamos. Uma das principais disfunções dermatológicas que afetam a autoestima são as alterações na pele, como, as manchas hipercrômicas, estas que, podem comprometer as relações sociais e profissionais (MARTINS, MARTINS, 2013). O Brasil por ser um país de clima tropical, associa o bronzeamento à beleza, o que faz com que muitas pessoas se exponham de maneira inadequada e sem proteção aos raios solares, portanto, podendo ocasionar queimaduras, fotoenvelhecimento, aumento de radicais livres, danos ao sistema imunológico e também manchas hipercrômicas (Caracterizadas pelo escurecimento de determinados locais da pele) (FLOR, DAVOLOS, CORREA, 2007; AZULAY, 2008; OKUNO, VILELA, 2005). A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo ela a responsável pela proteção aos raios solares, percepção de estímulos táteis, térmicos e dolorosos, servindo também como barreira de proteção contra agentes externos. Esse órgão é divido em duas camadas, a epiderme (mais superficial) e a derme (mais interna) (CUCÉ, NETO, 2001). A epiderme é uma camada avascular, constituída por células sobrepostas. A parte mais interna é determinada como camada basal, possui células nucleadas que sofrem alterações graduais ao passo que se desprendem e passam para as camadas mais superficiais, dentre estas alterações estáa perda de núcleo, organelas citoplasmáticas e membrana celular. As células que compõem a epiderme são osquera Estética Com Ciência | 45


tinócitos(capazes de sintetizar a queratina, proteína responsável pela firmeza da epiderme), os melanócitos (responsáveis pela síntese de melanina, um pigmento escuro capaz de proteger a pele contra os raios ultravioleta), células de langerhans (atuam como macrófagos, contribuindo para ativação do sistema imunológico), células de merkel (receptores do tato e de pressão)(CUCÉ, NETO, 2001; AZULAY, AZULAY, AZULAY-ABULAFIA, 2008; DOMANSKY, BORGES, 2012). A derme por sua vez é resistente e flexível, proporciona sustentação ao organismo, é uma camada amplamente vascularizada, atua como termorreguladora, proporciona a troca de nutrientes e oxigênio. As principais células da derme são os fibroblastos, que produzem fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele(CUCÉ, NETO, 2001; DOMANSKY, BORGES, 2012). É na camada basal da epiderme que se encontram os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. O número de melanócitos por unidade de superfície é o mesmo, o que vai distinguir a pigmentação de cada individuo será o tamanho, o número, a composição e distribuição dos melanossomas, que são transferidos para as camadas mais superficiais da epiderme através dos dendritos, os quais são desenvolvidos lateralmente e para cima. Em indivíduos de pele branca o melanossama é transferido principalmente para o interior dos queratinócitos, enquanto que nos indivíduos de pele mais escura estes são encontrados até mesmo nas camadas mais superficiais da pele (BUONO, DUARTE, NICOLETTI, ORSINE, 2002). A finalidade da melanina é, sobretudo propiciar o pigmento à pele de maneira que atue como fotoprotetor, refletindo à radiação ultravioleta. Entretanto quando ocorre estimulação desordenada do melanócito, origina-se produção excessiva de melanina, indicando uma hipercromia(BUONO, DUARTE, NICOLETTI, ORSINE, 2002). Dentre os inúmeros tratamentos de hipercromias encontra-se a luz intensa pulsada (LIP), fonte de emissão de radiação eletromagnética, que através de um comprimento de onda emite disparos de luz pulsada em forma de flash, sendo possívelo ajuste da largura de pulso e do comprimento de onda. Se aplicada de maneira adequada, a luz intensa pulsada não causa variação importante no gradiente de temperatura tecidual, não ocasionandofotoablação(ISAAC, SALLES, SOARES, CAMARGO, FERREIRA, 2006; FRANÇA, PAIVA, TOSCANO,NUNES, RODRIGUES, 2010). O espectro de comprimento de onda da LIP é de 400 a 1200 nm, a qual emite uma luz policromática, em que a energia emitida em todas as direções irá espalhar-se. Essa luz policromática é determinada por várias cores que vai do azul até o infravermelho, sendo as cores mais emitidas o amarelo, verde, vermelho e infraver46 | Estética Com Ciência

melho, cada uma destas cores determinará uma propriedade de estimulação celular (NUNES, SIMON, KUPLICH, 2013). São disparados pela LIP pulsos simples, duplos e triplos, com intervalos variáveis (NUNES,SIMON, KUPLICH, 2013). A utilização de pulsos múltiplos proporciona o resfriamento da epiderme, em razão que a energia absorvida pela epiderme se transforma em calor e quando em demasia pode ocasionar queimaduras, com posteriores discromias e cicatrizes. É de imensa importância o uso do gel condutor (gelado) durante a aplicação, localizado entre a ponteira e a pele, este proporcionará resfriamento à epiderme, assim possibilitando a aplicação de energias mais altas, oportunizando maior eficácia no tratamento (CYMBALISTA, 2004). Os comprimentos de onda são selecionados através de filtros específicos que determinam a compatibilidade com a melanina e profundidade de absorção da luz, sendo possível a troca do filtro conforme a anamnese da pele (NUNES, SIMON, KUPLICH, 2013; Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Como limitações da aplicação da LIP, está principalmente lesões pigmentadas e vasculares em peles mais escuras, fototipo IV ou maior, segundo a classificação de Fitzpatrick. (NUNES, SIMON, KUPLICH, 2013). Como contra indicações gerais da Luz pulsada são apontadas: - Não aplicar na pele de pessoas que fazem uso de medicamentos fotossensíveis; - Não aplicar em peles que estejam bronzeadas ou que fiquem expostas a raios UV; - Diabetes descontrolada; - Gestantes; - Lactantes; - Peles com tendência a queloide; - Peles com manifestação de inflamação ou infecção (SILVA, BARONIO, LACERDA, BUENO).

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi elaborado mediante revisão literária com ênfase em uma afecção de pele que influencia na autoestima de muitas pessoas, sendo ela a hipercromia e o proposto tratamento com Luz Intensa Pulsada, denominado por alguns autores como menos agressivo e capaz de tratar ou minimizar o quadro clínico mediante terapêutica. Foram analisados o aporte de obras editoradas e de acervos eletrônicos disponíveis ao domínio público. Inicialmente a estrutura do artigo apresenta noções de anatomia e fisiologia do tecido epitelial, além de discorrer sobre o processo de formação da melanina, bem como a afecção derivada do excesso de produção da mesma, sendo esta a hipercromia. Em sequencia foi citado o tratamento através do aparelho de Luz Intensa Pulsada, o qual emite disparos em forma de energia luminosa, sendo este um


recurso disponível para o tratamento de várias afecções, incluindo manchas hipercrômicas. Este método encontra-se em constante estudo e aplicação clínica, na busca de esclarecimentos sobre sua ação e eficácia em relação a manchas escurecidas presentes no tecido epitelial.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Luz Intensa Pulsada produz um feixe de luz não coerente, permitindo assim que o espectro de radiação seja capaz de alcançar vários comprimentos de ondas ao mesmo tempo (SALLES et al). A LIP gera uma ação denominada fototermólise, em decorrência da emissão de calor e energia através do aparelho. Os cromóforos (hemoglobina e melanina) são responsáveis pela absorção dos fotóns emitidos, nesse processo ocorre intensa transferência de elétrons e emissão de energia sob a forma de calor,ocorrendo uma lesão no local resultante do aquecimento gerado pela transmissão de elétrons, o queprovocará o rompimento da membrana do melanossoma, em seguida as células inflamatórias chegarão à região lesada e absorverão o pigmento. (BONATTI, 2014). A LIP tem como finalidade anular o acúmulo de melanina na epiderme e na derme papilar pela ação da fototermólise, provocando a queima e a coagulação das partículas de melanina. Do mesmo modo ressaltam que os cromóforos são substancias que possuem muitos elétrons capazes de absorver energia ou luz visível e possuem seus espectros naturais de captação para cada comprimento de onda, estes absorvem a luz e a transformam em calor, sendo responsáveis por esse processo fototérmico. (SILVA et al). O grupo de átomos que confere cor a uma determinada substância é denominado cromóforo e é através da melanina designada como cromóforo alvo das lesões melanocíticas, que os comprimentos de onda da luz intensa pulsada são absorvidos. No tratamento de hiperpigmentação é sugerido a aplicação de pulsos curtos na ordem de nano segundos, promovendo abundante aumento no gradiente de temperatura, o que resultará em lise celular e nuclear de melanócitos, ocorrendo explosão de partículas pigmentadas e em subsequência estas partículas serão digeridas e eliminadas pelos macrófagos ou drenadas pela circulação linfática(CYMBALISTA, 2004). Estudo de caso direcionado ao tratamento de hipercromiaspós inflamatória resultantes do uso do laser de CO2 fracionado, demonstra que, apesar de poucos dados literários sobre a eficácia da Luz Intensa Pulsada neste tratamento, houve melhora significativa logo após a primeira sessão. (DANTAS, FELIX) A luz intensa pulsada tem como característica ser uma luz policromática, possuindo vários comprimentos de onda, as cores emitidas variam do azul até o infravermelho, esse aparelho

utiliza-se de um sistema de filtros que variam de acordo com o comprimento de onda apropriado para a absorção de determinados tecidos, é através dessa escolha de filtros que é possível demonstrar a afinidade pela melanina e a intensidade de penetração da energia luminosa. A LIP age sobre o pigmento, a emissão de pulsos de luz, que são disparados sobre a pele, é capaz de fazer desaparecer o pigmento. Os cromóforos alvos (melanina e oxihemoglobina) agem até 1100/1200nm, não sendo necessários comprimentos superiores.Em geral os comprimentos de ondas variam de 500/1200nm, destinados a várias aplicações, onde a absorção de fótons resulta na conversão de energia luminosa em calor, atingindo as células fotossensíveis (SILVA et al). Em estudo realizado com 12 indivíduos do sexo feminino, do hospital das clínicas da faculdade de medicina da universidade de São Paulo, utilizando luz pulsada de alta energia (LPAE) para o tratamento de hipercromia cutânea idiopática da região orbital, no qual a emissão do espectro de comprimento de onda foi entre 515-1200nm, agindo pelo mecanismo de ação de fototermólise, observou-se como ação subsequente ao tratamento cor arroxeada ou acinzentada e posterior formação de crostas na pálpebra inferior. Os indivíduos receberam de duas a quatro sessões com mediana de intervalo entre as sessões 1,33 meses e ao término das aplicações foi possível detectar melhora significativa do clareamento da região palpebral inferior, alguns casos foram determinados como inalterados, entretanto nenhum houve piora clínica. No período de ano após o final do estudo,9 de 12 participantes compareceram novamente para analise e todos apresentaram ausência de hipercromias na região tratada, sendo possível perceber melhora comparada a avaliação realizada no término do tratamento. Desse modo é possível levantar a hipótese de que alguns casos necessitam de maior tempo para demonstrar resultados, ou mesmo para eliminar hiperpigmentaçãopós inflamatória (CYMBALISTA, 2004). Em estudo realizado no ano de 2012 com um paciente do sexo masculino de 59 anos de idade, o qual apresentava em suas mãos máculas hiperpigmentares de cor castanha, pode-se a avaliar a eficácia do tratamento com LIP. Aplicou-se uma sessão do tratamento (LIP), o qual já apresentou melhora na aparência da disfunção. Entretanto, três semanas após o tratamento, foi possível perceber o aparecimento de pápula de bordas regulares, com superfície lisa, de coloração rosada, obtendo o centro encorpado por uma massa de característica crostosa e endurecida, localizada no dorso da mão direita, que foi sugestivamente diagnosticada por ceratoacantomas (CA). Portanto deu-se continuidade no tratamento com a LIP, associando-se á aplicação tópica de imiquimod(imunomodulador) a 5% três vezes na semana, durante oito semanas. Estética Com Ciência | 47


Após 3 meses de tratamento, a lesão foi removida por completo. Tendo portanto, a satisfação estética do cliente (FRANCO; ORTIGOSA, 2012) Foi realizado estudo avaliando 56 casos, entre 28 mulheres de fototipo II – IV, de idade média de 64,5 anos para tratamento com LIP para o fotoenvelhecimento do dorso das mãos, o qual inclui manchas hipercromicas. Os parâmetros utilizados foram:1° aplicação: filtro 640 0nm, energia 20 a 22J e com um intervalo de 30 dias realizou-se uma 2° aplicação com parâmetros: filtro 520nm e energia de 18 a 20J. Nesse intervalo orientou-se a utilização de protetor solar, fator 30, por quatro vezes ao dia, ou todas as vezes que lavassem as mãos, e o contato com produtos químicos deveria ser evitado. Em avaliação realizada pelas próprias pacientes com duas sessões de LIP foi possível observar grau de satisfação, uma vez que a análise foi a seguinte: 4/56 (7,1%) relataram piora ou sem resultado; 12/56 (21,4%) determinaram pouco resultado; 21/56 (37,5%) avaliaram resultado moderado e 22/56 (39,3%) consideraram bom resultado. Uma terceira pessoa também avaliou os casos e com duas sessões constatou o seguinte resultado: 4/56 (7,1%) apresentaram piora ou sem resultado; 12/56 (21,4%) pouco resultado; 22/56 (39,2%) resultado moderado e 18/56 (32,12%) resultado bom (SALLES et al).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das pesquisas e estudos realizados sobre a Luz Intensa Pulsada, pode-se entender que é uma luz policromática, ou seja, vários comprimentos de onda, que quando disparadas são espalhadas, essa luz vai do azul ao infravermelho e cada comprimento é responsável por tratar de uma patologia ou alteração. Esses comprimentos são ajustados por filtros, que determinam a profundidade de absorção. Portanto a LIP, age diretamente nos cromóforos alvos (melanina e hemoglobina), substâncias capazes de absorver os fótons emitidos, provocando assim a fototermolise, que promove o rompimento da membrana dosmelanossomas, permitindo que células inflamatórias cheguem à região ferida, absorvendo o pigmento; anulando portanto, o acumulo de melanina. Em vista disso é possível avaliar-se que há melhora no quadro de hipercromia com o uso da LIP, em procedimentos de cabine, pois ela age no pigmento já formado (melanina).Entretanto, devido a não possuir ação sobre os melanócitos, sugere-se que, para obter melhores resultados, o uso de medicamentos ou dermocosmético é imprescindível. REFERÊNCIAS

AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. BONATTI, Silvilena. Luz Intensa Pulsada na Estética. Negócio Estética, 2014. Disponível em: http://www.negocioestetica.com.br/luz-intensapulsada-na-estetica/. Acesso em: 28/09/2015. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Parecer do Grupo de Trabalho Fisioterapia Dermatofuncional: Luz Intensa Pulsada (IPL OU LIP). Disponível em: http://www.crefito4.org/docs/mi9fa4fi8s. pdf. Acesso em: 26/09/2015.

48 | Estética Com Ciência

CUCÉ, Luiz Carlos; NETO, Cyro Festa. Manual de dermatologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. CYMBALISTA, Natalia Cymrot. Hipercromia cutânea idiopática da região orbital: avaliação clínica, histopatológica e imunohistoquímica antes e após tratamento com luz pulsada de alta energia. 2004.Dissertação (Mestrado em Medicina, título de Mestre em Ciências) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo. DANTAS, Sabrina Fonseca Ingênito Moreira; FELIX, Viviane Cândida Oliveira. Tratamento para Hiperpigmentação Pós Inflamatória causada por laser de CO2 fracionado: caso clínico. Goiania, GO. Disponível em:http://www.faculdadealfredonasser.edu.br/files/ pesquisa/Hiperpigmenta%C3%A7%C3%A3o%20p%C3%B3s%20 Inflamat%C3%B3ria%20(1).pdf. Acesso em: 03/112015. DOMANSKY, Rita de Cássia; BORGES, Eline Lima. Manual de prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em evidências. Rio de Janeiro: RubioLtda, 2012. FLOR, Juliana; DAVOLOS, MarianRosaly; CORREA, Marcos Antonio. Protetores Solares, Quim. Nova, Vol. 30, No. 1, p.153-158, Araraquara - SP, Brasil 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0100-40422007000100027. Acesso em: 25/11/2015. FRANCO, Natália Marques; ORTIGOSA, LucilenaCegatto Martins. Ceratoacantoma solitário após luz intensa pulsada para tratamento de melanoses solares no dorso das mãos. Surgical&CosmeticDermatology, v. 4, n. 4, p. 348-50, out./dez. 2012. FREITAS DE ANDRADE, Laís; SILVA, Talita Oliveira da.Ação do Ácido Mandélico Sobre o Melanócito, VI Congresso Multiprofissional em Saúde, Londrina, PR, 2012. Disponível em:http://www.unifil.br/portal/ arquivos/publicacoes/paginas/2012/8/485_732_publipg.pdf. Acesso em: 19/09/2015. GONÇALVES, Thatiana Siqueira de Freitas. O uso do protetor solar por alunos do curso de formação de oficiais da escola de saúde do exército para a prevenção do câncer de pele. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/TCC_PDF_2010/2010/TCC%20 1%20TEN%20AL%20THATIANA.pdf . Acesso em: 28/10/2014. ISAAC, Cesar; SALLES, Alessandra Grassi; SOARES, Maria Fernanda Dematte; CAMARGO, Cristina Pires; FERREIRA, Marcus Castro.Efeitos da Luz Intensa Pulsada em Sequelas Cicatriciais Hipercrômicas Pósqueimadura Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2006; 21(3): 175-9. Disponível em: http://www.rbcp.org.br/imagebank/pdf/21-03-08.pdf. Acesso em: 24/09/2015. MARTINS, Mauricio; MARTINS, Luis Eduardo Agner Machado. Clariderm: Professional. 2013. 28 f. Monografia (Especialização) - Curso de Medicina, StiefelSkin Science Solutions, Brasil, 2013. Disponível em: <http://gsk. custhelp.com/ci/fattach/get/2519/1383567387/redirect/1/filename/ BRCRDP000413 vFinal 2.0.pdf>. Acesso em: 15/08/2015. NICOLETTI, Maria Aparecida; ORSINE, Eliane Maria de Almeida; DUARTE,Ana Carolina Nogueira; BUONO, Gabriela Arbex. Hipercromias: Aspectos Gerais e Uso de Despigmentantes Cutâneos, Cosmetics e Toiletries, São Paulo, SP, p. 46-51 , vol.14, mai-jun, 2002. Disponível em: http://maquel.com.br/media/academico/artigo/01_05_02_hipercromias. pdf. Acesso em: 19/09/2015. NUNES, Lívia Filla; SIMON, Angela Beatriz; KUPLICH, Monica MagdalenaDescalzo. Abordagens Estéticas Não Invasivas para a Hiperpigmentação Orbital. Caçador, v.2, n.2, p. 93-106, 2013. Disponível em: http://www.periodicosuniarp.com.br/ries/article/view/166/175. Acesso em: 28/09/2015. OKUNO, Emico; VILELA, Maria Aparecida Constantino. Radiação Ultravioleta: Características e efeitos. 1ª edição. São Paulo. Editora Livraria da Física: Sociedade Brasileira de Física, 2005. RODRIGUES DE FRANÇA, Emmanuel; PAIVA, Virínia; TOSCANO, Larissa Paulo Neto; NUNES, Giselle Jacobino Barros; RODRIGUES, Tatiane FialhoAraujo. Ocronose Exógena: Relato de Caso. Surgical&CosmeticDermatology, vol.2, n.4, p.319-321, 2010. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265519558013. Acesso em: 28/09/2015. SALLES, Alessandra Grassi; CAMARGO, Cristina Pires; GIMENEZ Rodrigo; ISAAC César; FERREIRA, Marcus Castro. O uso da luz intensa pulsada (lip) no tratamento do fotoenvelhecimento de dorso das mãos. Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.industra.com.br/v2/wp-content/ uploads/fotorejuvenescimento-das-maos.pdf. Acesso em: 22/11/2015. SILVA, Janaína Bastos; BARONIO, Jussara; LACERDA, Felipe, BUENO, Vandressa; O Efeito da Luz Intensa Pulsada em Manchas Senis: Um Relato de Caso. Florianópolis, SC. Disponível em: http://siaibib01.univali. br/pdf/Janaina%20Bastos,%20Jussara%20Baronio.pdf. Acesso em: 24/11/2015.

CONSTANTINO, Vanusa Andrighetti 1 SQUENA, Nariely 2 FILIPPIN, Tatiana Raquel 3 1 Tecnóloga em Estética e Cosmética, Graduada pela Faculdade Dom Bosco, no ano de 2014, vanusa_andrighetti@hotmail.com 2 Tecnóloga em Estética e Cosmética, Graduada pela Faculdade Dom Bosco, no ano de 2014, nariely.squena@hotmail.com 3 Docente da Faculdade Assis Gurgacz, Graduada em Fisioterapia pela Unioeste, 2003, Pós Graduada em Fisioterapia Cardiorrespiratória e Especialista em Dermato Funcional, tatifilippin@hotmail.com


O EFEITO DO TRATAMENTO COM MICROAGULHAMENTO NAS CICATRIZES DE ACNE ASSOCIADO A COSMÉTICOS COM ATIVOS DE CRESCIMENTO: estudo de caso RESUMO

Introdução: O papel benéfico do microagulhamento associado a cosméticos no tratamento das cicatrizes de acne revelam resultados satisfatórios. Objetivo: Estudo de caso, unicêntrico e descritivo, avaliando os resultados da associação de microagulhas com cosméticos durante e pós-tratamento de cicatrizes de acne. Métodos: Foram considerados registros em prontuários e fotografias padronizadas prévias, durante e pós-procedimento, de 02 pacientes com diagnóstico de cicatrizes de acne na face, tratados com Melange lipossomada trifator (Cosmobeauty), seguido de microagulhas com tamanho 2.0mm e gel finalizador termoprotetor (Cosmobeauty) após procedimento e 01 paciente, também com cicatrizes de acne, porém sem associação de dermacosméticos durante o procedimento. As avaliações clínicas e fotográficas foram realizadas por um período de 03 (três) a 06 (seis) meses, durante 03 (três) a 06 (seis) sessões de tratamento por cliente, 01 sessão a cada 30 dias, quando também foi aplicado questionário de satisfação aos pacientes. Resultados: 03 pacientes apresentam cicatrizes de acne na face, com fototipos l, lll e Vl. Todos os pacientes apresentaram eritema por 03 dias. Na avaliação clínica e por meio de fotografias, o autor considerou resultados bons e muito bons. Cem por cento dos clientes relataram satisfação com o resultado. Conclusões: Observaram-se bons resultados no procedimento com microagulhas sem os dermacosméticos e muito bons nos procedimentos que foram associados aos cosméticos com ativos de crescimento. Não foram apresentados efeitos adversos durante o tratamento, o que nos permite sugerir que o procedimento apresentou bom perfil de segurança e resultado. Palavra-chave: Microagulhamento; Cosméticos; Cicatrizes.

ABSTRACT

Introduction: The beneficial role of microneedles associated with the cosmetic treatment of acne scars

show satisfactory results. Objective: Case study, single center descriptive and evaluating results of the association of microneedles with cosmetics during and post treatment of acne scars. Methods: Were considered notes in records and standardized photographs prior , during and after the procedure , 02 patients diagnosed with acne scars on the face treated with Melange lipossomada trifator ( Cosmobeauty ) , followed by microneedles with size 2.0mm and gel finisher Dermoprotetor ( Cosmobeauty ) after the procedure and 01 patients also with acne scars , but without cosmetics association during procedure. Clinical and photographic evaluations were carried out for a period of 03 ( three) to 06 ( six ) months for 03 ( three ) to 06 ( six ) per client, 01 session every 30 days , when they were also applied questionnaire satisfaction to patients. Results: 03 Patients have acne scars on the face , with skin types I, III and VI . All patients had erythema for 03 days . In clinical evaluation and through photographs the author Considered good and very good results . 100 % of customers reported satisfaction with the result . Conclusions: We Observed good results Associating with growth active cosmetic to treatment with microneedles . There weren’t shown adverse effects during treatment, which allows us to suggest that the procedure showed good safety profile and results . Keyword: Microneedles; cosmetics; scarring

INTRODUÇÃO

A técnica de microagulhamento sobre a pele com o objetivo de gerar múltiplas micropunturas, resultando em estímulo inflamatório e produção de colágeno, tem sido descrita como indução percutânea de colágeno (IPC). Inicialmente, ocorre a perda da integridade da barreira cutânea, tendo como alvo a dissociação de queratinócitos, liberação de citocinas, resultando numa vasodilatação dérmica e migração de queratinócitos para restaurar o dano epidérmico.¹̛ ³Os fibroblastos e ceratinócitos são estimulados seguindo-se a produção de colágeno tipo lll, elastina, Estética Com Ciência | 49


glicominiglicanos e proteoglicanos e formação da matriz de fibronectina, possibilitando assim o depósito de colágeno logo abaixo da camada basal da epiderme. 6 Para que haja correção das cicatrizes, o colágeno é sintetizado, formando ligações cruzadas e depois depositado na região cicatricial, de onde é removido, moldando a reparação, sem cicatrização excessiva. 4 A técnica também funciona como um sistema de entrega transdermal, aumentando a permeação de princípios ativos cosmetológicos, uma vez que os microcanais facilitam a absorção do ativo, aumentando a penetração de moléculas maiores em até 80 vezes mais do que se permite a entrega de ativos nas camadas da pele onde se quer atuar. Sendo assim, é possível afirmar que a ação combinada de microagulhas e de ativos cosméticos podem potencializar os resultados desejados. 5 A técnica de microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno quando usado isoladamente.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de caso. Os voluntários do estudo são Clientes da Laser Stética, Clínica de estética localizada em Bangu - Rio de Janeiro, no qual foram atendidos 03 (três) pacientes, na faixa etária entre 22 e 45 anos, Todos seguindo um mesmo protocolo executado pela mesma Biomédica entre novembro de 2015 a maio de 2016. Os critérios de inclusão foram: Serem clientes da clínica e apresentarem cicatrizes de acne na face. O critério de exclusão foi: ausentar-se do tratamento por mais de 02 sessões. Inicialmente, os três voluntários foram convidados a participar do estudo, sendo aplicado termo de consentimento livre e esclarecido e questionário de satisfação durante todo o tratamento. Após isso, foram submetidos a uma avaliação facial e a um protocolo padrão de atendimento com 04 a 06 sessões de microagulhamento. Foi executado o seguinte protocolo: Condutas1: higienização de limpeza com sabonete glycolic e mousse esfoliante (Cosmobeuty), clorexidine degermante em espuma, álcool etílico e após Melange lipossomada trifator (Cosmobeauty) para dar início ao microagulhamento por meio de instrumento com 192 agulhas de 2.0mm. Procederam-se movimentos de vai e vem até a finalização da técnica por completo em toda a face. Todos os clientes foram submetidos à anestesia tópica local com lidocaína manipulada em gel a 2%, 20 minutos antes do procedimento. O procedimento foi finalizado com utilização de gaze com soro fisiológico 0,9%, para limpeza do orvalho sangrento deixado pela técnica realizada, em seguida foram utilizados água termal e gel finalizador Dermoprotetor Epidermal (Cosmobeauty) para finalizar. A Melange Lipossomada e o Dermoprotetor Epidermal durante e pós-procedimento não utilizado em apenas 01 paciente. Foi recomendado como uso de homecare sabonete Normalize, água termal, Regeneraderm e filtro solar FPS50 para todos os pacientes. Os produtos homecare também seguiram a linha da Cosmobeuty. As avaliações clínica e fotográfica (com a mesma câmera imediatamente antes do tratamento e seis meses após o procedimento) foram realizadas pelo investigador, ocasião em que também foi aplicado questionário de satisfação com os resultados. 50 | Estética Com Ciência

CASO 01: B.S.A., 22 anos, fototipo l, pele lipídica, apresentando cicatrizes de acne em região geniana e orbicular dos olhos. Realizou 05 atendimentos com intervalo de 30 dias. CASO 02: G.M.R, 35 anos, fototipo lll, pele lipídica com manchas hipercrômicas causadas pela acne, apresentando cicatrizes de acne em região geniana. Realizou 06 atendimentos com intervalo de 30 dias. Nesta paciente não houve uso de dermacosmético durante o procedimento. CASO 03: G.M.R, 35 anos, fototipo VI, pele lipídica com manchas hipercrômicas causas pela acne, apresentando cicatrizes de acne em região geniana. Realizou 06 atendimentos com intervalo de 30 dias.

Características da técnica do microagulhamento e dos cosméticos com ativos de crescimento

O instrumento utilizado para a realização do microagulhamento é constituído por um cilindro de polietileno encravado por agulhas de aço inoxidável e estéreis, alinhadas simetricamente em fileiras perfazendo 192 unidades. O comprimento das agulhas se mantém ao longo de toda a estrutura do instrumento. O microagulhamento é um procedimento técnico-dependente, e a familiarização com o aparelho utilizado e o domínio da técnica são fatores que influenciam diretamente o resultado final. Recomenda-se posicionar o aparelho entre os dedos indicador e polegar como se estivesse segurando um háshi e controlar a forca exercida com o polegar. Os movimentos de vai e vem devem ser guiados por um padrão uniforme de petéquias em toda a área tratada, e podem ser de leves a intensos. Entre 10 e 15 passadas em uma mesma região atingem resultado de 250-300 punturas/cm2. O tempo de aparecimento das petéquias varia com a espessura da pele tratada e o comprimento da agulha escolhida. Sendo assim, a pele mais fina e frouxa, comumente fotoenvelhecida, apresentara padrão uniforme de petéquias mais precocemente do que a pele espessa, observada em pacientes com cicatrizes de acne, por exemplo. 6,8 Propuseram classificação relacionando o comprimento da agulha dos aparelhos utilizados para microagulhamento com a profundidade do dano previsto, denominando a injúria como leve, moderada e profunda. Os pacientes avaliados neste estudo foram submetidos à injúria profunda, já que foram tratados com agulhas de 2,0mm de comprimento. Os cosméticos utilizados durante o tratamento para o estudo cuidam da pele integralmente, fornecendo uma rica combinação de nutrientes essenciais a proteção do envelhecimento cutâneo precoce, além de atuarem de forma exaustiva nas camadas mais profundas da pele (derme), rejuvenescendo e protegendo os fibroblastos e os demais componentes da matriz extra-celular. Citando como exemplo, a melange liposomada, que é um concentrado de alta permeação que age diretamente no microrrelevo cutâneo com estímulo de proliferação e diferenciação celular, constitui em sua fórmula ativos de crescimento Epidermal, Transformador, Fibroblástico Básico, Ácido Hialurônico, Phycosaccharide Al e Phycojuvenine e o Dermoprotetor epidermal altamente hidratante com propriedades rejuvenescedoras por estimular regeneração e redensificação tecidual que contem em sua fórmula Aqua Shuttle, Fator de Crescimento Epidermal e Nutridense.2


RESULTADOS

Entre os 03 pacientes tratados, todos apresentavam cicatrizes de acne, e dois deles apresentavam manchas hipercromicas relacionadas às cicatrizes. O fototipo dos pacientes variou de I a VI segundo a classificação de Fitzpatrick.

Na avaliação clínica e por fotografias, o autor considerou os resultados de bom a muito bom na escala que incluía as categorias muito bom, bom, razoável e ruim. (Figura 1, 2 e 3) No questionário de satisfação, 100% dos pacientes relataram satisfação com os resultados. Todos informaram que se submeteriam a intervenção outra vez, caso fosse necessário. O grau da dor e desconforto durante o procedimento foi considerado tolerável pelos pacientes. Foi possível o retorno às atividades laborativas no mesmo dia. Edema moderado e eritema persistiram durante período que oscilou de 2 a 7 dias, sendo bem encoberto pelo uso do filtro solar. Não houve Hiperpigmentação pós-inflamatória em nenhum dos casos. Inclusive houve clareamento das hipercromias, por renovação celular, apresentadas em um dos casos (FIGURA 3). Considerou-se também, que todos os 03 pacientes tratados foram responsivos a técnica utilizada e que repetiriam o mesmo procedimento em outros casos com indicação similar.

DISCUSSÃO

A penetração de agulhas na epiderme e derme, resultando em múltiplas puncturas, desencadeia estímulo para ativação de fibroblastos e queratinócitos, e consequente liberação de fatores de crescimento, proliferação do colágeno e renovação da epiderme

perfurada, 7,8 assim como já foram bem ratificados que os efeitos dos cosméticos, associados ao ativos de crescimento, colaboram na resposta dos resultados. Nesta avaliação retrospectiva dos 03 pacientes, pode-se presumir que a técnica do microagrulhamento isoladamente apresentaria bons resultados nos casos analisados. Porém, o objetivo deste estudo é apresentar nova proposta terapêutica que se baseia na associação concomitante das micropunturas com dermacosméticos. Apesar de ser uma investigação retrospectiva, os resultados nos permitem apresentar algumas conclusões: 1. A literatura mundial atesta que o microagulhamento, como técnica isolada, é capaz de produzir melhoria na qualidade da pele, atenuação de rugas e correção de cicatrizes deprimidas de acne. 2. Na experiência do autor, o tempo de recuperação com o microagulhamento como técnica isolada é maior quando associado aos Dermacosméticos. 3. Nenhum dos pacientes apresentou efeitos adversos, o que nos permite sugerir que o procedimento, no grupo avaliado, apresentou bom perfil de segurança. 4. Quando o autor avalia e compara os casos aqui estudados, verifica-se que os casos tratados com o microagulhamento concomitante com o dermacosmético (FIGURAS 1 e 3) durante o procedimento, contata-se substancial melhora adicional de resultados, o que o estimula a concluir que a adição de cosméticos com ativos de crescimento potencializa os resultados. 5. Com base na experiência apresentada, o autor recomenda a associação de dermacosméticos previamente ao microagulhamento no tratamento de cicatrizes deprimidas de acne, como mais uma proposta terapêutica no amplo arsenal já existente. Novos estudos serão necessários, a fim de avaliar um maior numero de pacientes, averiguando a incidências de efeitos adversos para conclusões mais apuradas sobre segurança da intervenção, bem como investigação da adição de resultados dessa associação. l BIBLIOGRAFIA 1. Bal, S. M. Caussian J, Pavel S, Bouwstra J A. In vivo assessment of safety of microneedle arrays in human skin. Eur J of Pharm Sci. 2008; 35(3):193-202. 2. DEFENSE, A. Linha Cosmobeauty. Disponível em http://www. linhacosmobeauty.com.br . Acesso em 15 de junho de 2011 3. FERNABDES, D. Minimally invasive percutaneous collagen induction. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2006;17(1):51-63. 4. HUNT, T., K. Basic principies of wound healing. The Journal of Trauma 30(12): SI23-Sl28, 2009. 5. KEDE, M.P.V. SABATOVICH, O.(Org.).Dermatologia estética.2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 6. LIMA, E; LIMA, M; TAKANO, D. Microagulhamento: estudo experimental e classificacao da injuria provocada. Surg Cosmet Dermatol. 2013;5(2):110-4. 7. LV, Y.G;, LIU, J; GAO, Y. H; XU, B. Modeling of transdermal drug delivery with a microneedle array. J Micromech Microengim. 2006 ;16(11):151-4. 8. VANDERVOORT, L; LUDWIG, A. Microneedles for transdermal drug delivery;-minireview. Frontiers in Biocience. 2008 ; 13(5) 1711-5. 9. VASCONCELOS, N. B; FIGUEIRA, G. M; FONSECA, J. C. M. Estudo comparativo de hemifaces entre 2 peelings de fenol (formulas de BakerGordon e de Hetter), para a correcao de ritides faciais. Surg Cosmet Dermatol 2013;5(1):40-4.

FABIANA GUILHERME LIMA CASAGRANDE • Biomédica • Especialista em Biomedicina Estética • Diretora técnica da Clínica LaserStética – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: fl.biomedica@gmail.com.

Estética Com Ciência | 51


OS BENEFÍCIOS DA BANDAGEM ELÁSTICA NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA 1

RESUMO Há vários recursos terapêuticos empregados no pós-operatório da lipoaspiração tais como drenagem linfática manual, ultrassom, radiofrequência e a Bandagem Elástica. O Método da Bandagem Elástica é uma técnica de bandagem terapêutica que produz seus efeitos por meio de mecanismos neurofisiológico e biomecânicos. As bandagens são modeladas sobre as características da pele com propriedades únicas, permitindo o levantar da pele e a abertura das vias linfáticas superficiais das áreas afetadas. Além disso, a bandagem pode dar um impulso direcional que orienta a linfa para a direção do sistema linfático proporcionando uma drenagem, assim como a microcirculação. Objetivou-se na pesquisa descrever, por meio de uma revisão de literatura, os benefícios da técnica Bandagem Elástica para o alívio da dor, edema e equimose decorrente do trauma cirúrgico na cirurgia de lipoaspiração abdominal. A pesquisa foi realizada por meio dos descritores em Ciências da Saúde e as buscas nas bases MEDLINE, LILACS e SCIELO no período de 1998 a 2016. É um método que apresenta benefícios, pois é possível permanecer com as bandagens por alguns dias mantendo os hábitos de higiene. Importante lembrar que a bandagem deve ser aplicada com base próxima ao nódulo linfático para onde será dirigido o líqui52 | Estética Com Ciência

do responsável pela formação dos edemas e das equimoses. O uso da Bandagem Elástica em pacientes submetidos à cirurgia de lipoaspiração melhoraram os edemas e equimoses, pode acelerar a reabsorção do exsudato, prevenindo complicações e devolvendo o paciente mais rapidamente às suas atividades de vida diária. Palavras chaves: Lipoaspiração, edemas, equimose e Kinesio Taping.

ABSTRACT There are several therapeutic resources used in liposuction post-surgery such as manual lymphatic drainage, ultrasound, radio frequency and elastic bandage. The elastic bandage Method is a therapeutic taping technique that produces its effects through neurophysiological and biomechanical mechanisms. The bandages are modeled on the skin characteristics with unique properties, allowing the lifting of the skin and the opening of the superficial lymphatic vessels of the affected areas. Furthermore, the bandage can give a directional momentum that directs the lymph to the direction of the lymphatic system providing drainage, as well as microcirculation. This study aimed to describe the research through a literature review, the benefits of elastic bandage technique to relieve pain,


swelling and bruising resulting from surgical trauma to the abdominal liposuction surgery. The survey was conducted by the descriptors in Health Sciences and searches of MEDLINE, LILACS and SCIELO from 1998 to 2016. It is a method that has benefits, it is possible to stay with the bandage for a few days keeping habits hygiene. It’s important remember that the bandage should be applied with base near the lymph node to which will be directed fluid responsible for the formation of swellings and bruises. The use of elastic bandage in patients undergoing liposuction surgery improved edema and ecchymosis, can accelerate the absorption of exudate, preventing complications and returning the patient more quickly to their activities of daily living. Key words : Liposuction , edema , ecchymosis, Kinesio Taping.

1 INTRODUÇÃO O Método Kinesio Taping foi criado na década de 70 pelo Dr. Kenzo Kase, sendo utilizado como importante ferramenta na prevenção e tratamento de lesões trauma-ortopédicas e esportivas, no processo de reabilitação e também auxiliando na performance muscular (BELL; MULLER, 2013; SANTOS et.al, 2010; FU et al., 2008). Trata-se de uma fita elástica hipoalérgica, 100% algodão, aplicada de diferentes maneiras sobre a pele com o intuito de gerar estímulos nervosos e circulatórios proporcionando uma melhor condição biomecânica para a realização dos movimentos (CHEN et al.,2013; KRAJCZY et.al., 2012; KASE,1998). A lipoaspiração realizada como procedimento estético para a retirada de gordura em pacientes saudáveis tem como finalidade reduzir o acúmulo de gordura localizada, a chamada lipodistrofia levando a melhora no contorno corporal. Nas últimas 3 décadas a lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada, reduzindo a invasão da cirurgia e preservando a circulação local (KATZ; BRUCK; COLEMAN, 2001). A dor e o edema decorrem do trauma cirúrgico. A equimose traduz-se pelo sangue impregnado e infiltrado na pele em decorrência à ruptura dos capilares sanguíneos. Apresenta-se inicialmente como uma mancha escura ou azulada devido a infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo (LANGE, 2014). Entre os recursos terapêuticos mais empregados no pós-operatório temos a drenagem linfática manual (DLM), o ultrassom, as terapias combinadas, a radiofrequência a terapia manual (AGNE, 2011; TACANI et al., 2011; SANT’ ANA, 2010) e o Kinesio Taping (BELL; MULLER,2013; SANTOS et.al., 2010; FU et al., 2008). A necessidade de pesquisa na área de estética sobre o tratamento com a Bandagem

Elástica para a melhoria do aspecto cutâneo da cirurgia, melhorando na recuperação do paciente e proporcionando qualidade de vida. O presente trabalho buscou, através de uma revisão de literatura, descrever os benefícios da técnica com Bandagem Elástica para o alívio da dor, edema e equimose decorrente do trauma cirúrgico na cirurgia de lipoaspiração abdominal.

2 METODOLOGIA A pesquisa baseou-se em revisão bibliográfica que segundo GIL (2010) consiste no exame da literatura científica para levantamento e análise do que já se produziu sobre o tema. A identificação dos descritores foi realizada, no site Ciências da Saúde, na lista oficial disponibilizada na página eletrônica da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). Em seguida os resultados foram refinados com base em dois critérios: abrangência temporal dos estudos definida entre os anos 1998 e 2016 e, os idiomas português, inglês e espanhol. As buscas foram realizadas nas bases: Medical Literature Analysis and Retrieved System on-line (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library OnLine (SciELO). A seleção de artigos foi feita em conformidade com o assunto proposto, sendo descartados os trabalhos repetidos, sem relevância ou que fugiram da proposta da pesquisa. Foram encontrados 1.898 artigos (400 no Medline, 653 no Scielo e 845 na Lilac . e a partir dos critérios de exclusão, e da leitura dos títulos e resumos foram selecionados 22 artigos com relevância temática para participar da pesquisa.

3 RESULTADOS O Método Kinesio Taping foi criado na década de 70 pelo Dr. Kenzo Kase, sendo utilizado como importante ferramenta na prevenção e tratamento de lesões trauma-ortopédicas e esportivas, no processo de reabilitação e também auxiliando na performance muscular (BELL; MULLER,2013; SANTOS et.al., 2010; FU et al., 2008). Trata-se de uma fita elástica hipoalérgica, 100% algodão, aplicada de diferentes maneiras sobre a pele com o intuito de gerar estímulos nervosos e circulatórios proporcionando uma melhor condição biomecânica para a realização dos movimentos (CHEM et al., 2013; KRAJCZY et.al., 2012; KASE,1998). As fitas são modeladas sobre as características da pele com propriedades únicas da fita Kinesio, permitindo o levantar da pele e a abertura das vias linfáticas superficiais das áreas Estética Com Ciência | 53


afetadas. Além disso, a fita pode dar um impulso direcional que orienta a linfa para a direção do sistema linfático proporcionando uma drenagem (STOCKHEIMER, 2006). Resultados positivos da técnica Kinesio Taping também são explicados pela melhoria da microcirculação (WILLIAMS, 2004; SZUBA,1998). Muitas são as técnicas de aplicação do Kinesio Taping. Dentre elas estão o leque, o xadrez ou grade, cruzada e Y (Figuras: 1, 2 e 3). Seus principais efeitos fisiológicos são analgesia, suporte muscular e correção articular (LOPES, 2010).

A Bandagem Elástica com o corte na modalidade xadrez ou grade, utilizado em equimoses e dor decorrentes dos pós operatórios, traduz-se pelo sangue impregnado e infiltrado na pele em decorrência a ruptura dos capilares sanguíneos. Aplicação da Bandagem Elástica em tiras de mais ou menos 1cm de largura e a distância também entre elas de 1cm, com tensão de 15%, pontas sem tensão, possibilita a absorção mais rápida.

A Bandagem Elástica com o corte na modalidade de leque, proporciona um impulso direcional que orienta o líquido linfático para os locais pretendidos. Este método possui uma ação sobre a pele e tem como principais funções ajudar na drenagem vascular e linfática, 54 | Estética Com Ciência

ativar o sistema analgésico endógeno e promover a regeneração tecidual. A tensão da bandagem elástica nesta modalidade, deve ser aplicada de 0 a 25%

A Bandagem Elástica com o corte na modalidade cruzada e Y, favorece o paciente com o suporte muscular e correção articular, dando segurança na postura. A tensão da bandagem elástica em 25% para aumentar o espaço e diminuir a compressão dos receptores da dor e melhora da circulação. O mecanismo de ação dessas bandagens é o de limitar o compartimento semelhante ao que ocorre com as estruturas ósseo-aponeuróticas que limitam a distensão da musculatura. (...) O mecanismo de bombeamento necessita da contração muscular, então para que a técnica apresente os benefícios de forma satisfatória, é necessário que ocorra movimentação livre das articulações (SEJMONSMA, 2014) A aplicação do Kinesio Taping no edema e nas equimoses decorrentes dos pós operatórios, está no auxílio da absorção do sangue infiltrado nos tecidos. Na aplicação da bandagem permite direcionar o líquido linfático para os locais pretendidos favorecendo a drenagem assim como a microcirculação. Para além das vantagens físicas, funcionalmente é um método que apresenta benefícios, pois é possível permanecer com as bandas com alguns dias mantendo os hábitos de higiene (PYSZORA, 2010). MORAIS et. al.(2012) relatam que as bandagens funcionais se modelam em conformidade com as características da pele de cada paciente, ativando o processo de drenagem, uma vez que permite um maior espaço entre a pele e o tecido muscular, liberando o tecido conjuntivo. Lipoaspiração consiste na remoção cirúrgica do excesso de tecido adiposo através de cânulas inseridas em pequenas incisões


na pele que provoca uma pressão negativa (SCHWUCHOW, 2008). A lipoaspiração realizada como procedimento estético para a retirada de gordura em pacientes saudáveis tem como finalidade reduzir o acúmulo de gordura localizada, a chamada lipodistrofia levando a melhora no contorno corporal. Nas últimas 3 décadas a lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada, reduzindo a invasão da cirurgia e preservando a circulação local (KATZ ; BRUCK ; COLEMAN, 2001). Este procedimento cirúrgico acarreta sequelas no período pós-operatório como quadros de dor, edema, hematoma, fibrose, alteração da mobilidade tecidual ou dos contornos corporais e alteração ou ausência da sensibilidade tátil e dolorosa (MACEDO, 2010). A aplicação do Kinesio Taping no edema e nas equimoses decorrentes dos pós-operatórios está no auxílio da absorção do sangue infiltrado nos tecidos. Na aplicação da bandagem em forma de leque permite direcionar o líquido linfático para os locais pretendidos favorecendo a drenagem assim como a microcirculação. Para além das vantagens físicas, funcionalmente é um método que apresenta benefícios, pois é possível permanecer com as bandas com alguns dias mantendo os hábitos de higiene (PYSZORA, 2010). Nos edemas pós-cirúrgicos, o taping é utilizado em tensões baixas (a chamada tensão ou de do papel 0 a 15%). Dentre os diversos cortes utilizados, o mais utilizado no pós-operatório é o leque (Figura 2). Este deve ser localizado de maneira a envolver toda a área edemaciada, pois os estímulos táteis proporcionam os “channeling linfáticos”, auxiliando a reabsorção do edema (NEGATA, 2015). Importante lembrar que a fita deve ser aplicada com base próxima ao nódulo linfático, para onde será dirigido o exsudato, líquido responsável pela formação dos edemas e das equimoses. As bandagens funcionais devem ser aplicadas de forma correta para garantir o resultado da aplicação (SILVA, 2014). As aplicações devem ser adaptadas à necessidade de cada paciente. Depois de aplicadas, as bandagens apresentam efeito a longo prazo, agindo até a sua retirada. Ela dura entre 3 a 5 dias, de acordo com os hábito de higiênico. Importante mencionar que elas são impermeáveis, motivo pelo qual, no atendimento pós-operatório, na clínica, poderiam causar impedância, em relação aos recursos eletroterápicos (MORINI, 2014). Usar as bandagens funcionais (Kinesio Taping) para tratamento de edemas e equimoses pode acelerar a reabsorção do exsudato, prevenindo complicações e devolvendo o paciente mais rapidamente às suas atividades de vida diária (MORAIS, 2012).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O uso da Bandagem Elástica em pacientes submetidos à cirurgia de lipoaspiração melhoram os edemas e equimoses, pode acelerar a reabsorção do exsudato, prevenindo complicações e devolvendo o paciente mais rapidamente às suas atividades de vida diária que são comuns no pós-cirúrgico de lipoaspiração. Apesar dos resultados positivos alcançados, torna-se necessária a realização de mais estudos experimentais nesta temática para comprovação da técnica sugerida. REFERÊNCIAS AGNE, J.E. et al. Análise histológica comparative do tecido cutâneo e subcutâneo submetido à radiofrequência capacitiva não ablativa em sujeito com indicação prévia de abdominoplastia. Revista Kinesia, v.3, p.i-f, 2011. BELL, A. M. M. Effects of Kinesio tape to reduce hand edema in acute stroke. Top Stroke Rehabit, v.20, n.3, p.283-288, 2013. CHEN, C.H et al. Two stretching treatments for the hamstrings; proprioceptive neuromuscular facilitation versus Kinesio taping. J. Sportes Rehabit., v.22, n.1, p.59-66, 2013. FU, T.C. et al. Effect of Kinesio taping on muscle strength in athletes-A pilot study. Journal of Science and Medicine in Sport, v.11, p.198-200, 2008. KASE, K et al. . Kinesio Taping Perfect Manual: Armazing Taping Therapy to Eliminate Paim and muscle Disorders. Kinesio Taping Association, 1998. KATZ, B.E.; BRUCK, M.C.; COLEMAN, W.P. The benefits of powered liposuction versus traditional liposuction: a paired comparison analysis. Dermatol Surg., v.27, n.10, p.863-867, 2001. KRAJCZY, M.;BOGACZ, K.; LUNIEWSKI J; SZCZEGIELNIAK J. The Influence of Kinesio Taping ou the Effeets of. Physiotherapy in Patients after Laparoscopic Cholecystectomy 2012. The Científic World Journal, v. 2012, article ID 948282, 5 pages LANGE, A. Fisioterapia dermatofuncional aplicada a cirurgia plástica: intercorrências, complicações, avaliação e tratamento. Curitiba-PR: Vitória, 2014. MACEDO, A.C.; OLIVEIRA, S.M. A atuação da fisioterapia no pré e pósoperatório de cirurgia plástica corporal: uma revisão de literatura. Cad. Esc. Saúde, v.1, n.4, p.185-201, 2010. MORAIS, S.C; CERVAENS, M.O efeito da drenagem linfática manual e das bandas neuromusculares na reabilitação pós lipoaspiração para reconstrução mamária: estudo de caso. Revista Saúde & Tecnologia, p.53-59, 2012. Disponível em:< http://repositorio.ipl.pt/ bitstream/10400.21/1893/1/0%20efeito.pdf.>. Acesso em: 16 abr. 2016. MORINI JUNIOR, N. Bandagem terapêutica: Conceito de estimulação tegumentar. São Paulo: Roca, 2014. NEGATA, K.S. O efeito da bandagem funcional elástica no linfoedema pós mastectomia: Relato de Caso. 2015. Monografia da Universidade de São Francisco, 2015. PYSZORA, A.; KRAJNIK, M. Is Kinesio Taping useful for advanced câncer lymphoedema treatment? A case report. Adv. Palliat. Med., v.9, n.4, p.141144, 2010. SANTOS, D.A.; CIPOLLA, L.; OLIVEIRA, M.M.F. Atuação da Fisioterapia no Tratamento do Linfedema após câncer de mama. Ensaios e Ciência, v.14, n.1, p.177-186, 2010. SCHWUCHOW, l.S et al. Estudo do uso da drenagem linfática manual no pós-operatório da lipoaspiração de tronco em mulheres. 2008 Disponível e,<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/ view/2777> Acesso em:11 maio 2016. SILVA, S et al. Efeitos do Kinesio Taping no tratamento do fibro edema gelóide: ensaio controlado randomizado e cego. Manual Therapy, posturology & Rehabilitation Journal, v.12, p.261-268, 2014. STOCKHEIMER, K.R. Kinesio Taping and Lymhoedema. Advance Healing, p.22-23, 2006. SZUBA, A.; ROCKSON, S.G. Lympheddema: classification, diagnosis and therapy. Vascular Medicine, v.3, p.145-156, 1998. WILLIAMS, A. Understanding and managing lymphedema in people with advanced cancer. Journal of Community Nursing, 2004. Disponível em: < http://www.jcn.co.uk/.>. Acesso em: 11 maio 2016. TACANI et al., Intervenção Fisioterapêutica nas sequelas de Drenagem Linfática Manual Iatrogênica: Relato de Caso. Fisioter Pesq. p.192; 18(2): 188-94, 2011 GIL.A.C., Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184p.

Maria Auxiliadora Batestini de Almeida ¹ MsC. Cíntia Ribeiro Munõz Brazolino² ¹ Discente do curso de Especialização (Lato Sensu) em Estética no Pré e Pós Procedimentos Médicos da Universidade de Vila Velha - UVV, Vila Velha, ES. ² Docente do curso de Especialização (Lato Sensu) em Estética no Pré e Pós Procedimentos Médicos da Universidade de Vila Velha - UVV, Vila Velha, ES. E-mail de contato: salaoestetica.artebeleza@gmail.com

Estética Com Ciência | 55


PROCEDIMENTO ESTÉTICOS INJETÁVEIS EM MICROVASOS (PEIM) RESUMO

O presente estudo tem por objetivo ceder revisão bibliográfica, concisa, acerca dos microvasos, elucidando como esses podem ser tratados, em base estética pelas mãos do profissional biomédico especializado em Procedimentos Estéticos Injetáveis em Microvasos - PEIM. Como metodologia se utilizou uma revisão bibliográfica qualitativa básica, de caráter descritivo-exploratório, a qual inclui análise detalhada e crítica bem como e interpretação científico - literária de conteúdos textuais que seguiam ligados ao tema “Procedimento estéticos injetáveis em microvasos/ Escleroterapia”. Conclui-se que, no Brasil, desde 05 de novembro de 2015, o profissional biomédico, especializado em PEIM, pode ceder tratamento a microvasos, em base estética, por meio da escleroterapia, desde que (1) o caso/ paciente esteja enquadrado como C1 no Sistema de classificação de doenças venosas crônicas (CEAP) ou como Tipo 1 no Sistema de classificação de Francischelli, (2) cada sessão de escleroterapia se valham de, no máximo, 10 ml, (3) sejam seguidos todos os procedimentos indicados a tal procedimento, evitando assim transtornos relacionados a escleroterapia, os quais, embora raros, incluem tromboembolismo venoso, distúrbios visuais, reações alérgicas, tromboflebite, necrose da pele e hiperpigmentação e (4) quando a região a ser tratada se refira aos membros inferiores. Após a realização da sessão de escleroterapia, a região tratada deve ser comprimida com faixas, ligaduras ou meias apropriadas, as quais devem, geralmente, ser utilizadas por até duas semanas. Palavras – Chave: Telangiectasias. Microvasos. Escleroterapia. Profissional Biomédico. PEIM.

INJECTABLE AESTHETIC PROCEDURE IN MICROVESSELS (IAPM)

This study aims to give literature review, concise, about the micro vessels, elucidating how these can be treated in aesthetic basis with the hands of biomedical professional specializing in Aesthetic Procedures Injectable in Micro vessels - EMRP. The methodology was used a basic qualitative literature review, descriptive and exploratory, which includes detailed and critical analysis and interpretation and scientific - literary textual content which followed linked to the theme “injectable aesthetic 56 | Estética Com Ciência

procedure in micro vessels / Sclerotherapy”. We conclude that, in Brazil, from November 5, 2015, the biomedical professional, skilled in PEIM can give treatment to micro vessels in aesthetic basis, by sclerotherapy provided that (1) the case / patient is framed as C1 in chronic venous disease classification system (APEC) or as Type 1 in Francischelli classification system, (2) each sclerotherapy session to pay off of not more than 10 ml, (3) are followed all the procedures such procedure, thereby avoiding related disorders sclerotherapy, which, although rare, include venous thromboembolism, visual disturbances, allergic reactions, thrombophlebitis, skin necrosis and hyperpigmentation and (4) when the area to be treated refers to the lower limbs after realization of sclerotherapy session, the treated area should be compressed with bands, bandages or appropriate socks, which should generally be used for up to two weeks. Keywords: telangiectasias. Microvessels. Sclerotherapy. biomedical professional. PEIM.

INTRODUÇÃO

Perrin e Kern (2010) ditam que microvasos referem-se aos menores sistemas de vasos sanguíneos existentes em um corpo, incluindo os responsáveis pela microcirculação do sangue dentro de tecidos. Referidos autores indicam que exemplos comuns de microvasos incluem: (1) arteríolas, as quais são vasos sanguíneos de pequeno diâmetro que se estendem e se ramificam a partir de uma artéria, (2) capilares, os quais são vasos sanguíneos menores e (3) vênulas, as quais são vasos sanguíneos que permite que o sangue, oxigenado, retorne, a partir dos leitos capilares, para os vasos sanguíneos maiores denominados veias. Nesse contexto Medeiros e Mansilha (2012) ressaltam que as doenças venosas crônicas que acometem os microvasos, na clínica médica, podem ser subdivididos em diversos “segmentos”, sendo que em base estética as principais “subdivisões” desses referem-se às telangiectasias, popularmente chamadas de vasinhos, e as veias reticulares, popularmente chamadas de microvarizes. As telangiectasias podem ser descritas como sendo microvasos sanguíneos dilatados próximos da superfície da pele ou das membranas mucosas dessa, medindo entre 0,5mm - 1mm e coloração avermelhada ou levemente azulada, já as veias reticulares podem ser descritas como sendo micro-


vasos sanguíneos dilatados próximos da superfície da pele ou das membranas mucosas dessa, medindo entre 1mm – 3 mm de coloração azulada intensa (Perrin; Kern, 2010). Gouvêa (2014) indica que os microvasos podem se desenvolver em qualquer parte do corpo, sendo mais comumente observados na face, no entorno do nariz, bochechas e queixo, e também nas laterais das coxas e ao redor dos tornozelos. Figura 1 – Exemplo de telangiectasias

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Exemplo+de+telangiectasias&espv=2&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiqnZGF0KPOAhXBgJAKHfW2B7IQ_AUIBigB

As telangiectasias e veias reticulares, basicamente, podem decorrer de anomalias de desenvolvimento, podendo esses imitar, de perto, o comportamento benigno neoplasias vasculares ou advirem de compostos de agregações anormais de arteríolas, capilares ou vênulas (Maffei et al., 2015). Nesse contexto Perrin e Kern (2010) e Alves e Marques (2012) lembram que, tradicionalmente, as telangiectasias e veias reticulares, em especial os dos membros inferiores, são identificados em meio clinico através de uma investigação das veias que circundam a região acometida, ato esse que pode se valer de técnicas de imagem, Duplex ou ecodoppler venoso5 a fim de melhor embasar o diagnóstico clinico, descartando desse eventuais suspeitas de insuficiência venosa profunda ligadas a formação dos microvasos. ...[...]...A importância de se realizar testes de imagem ou ultra som mais aprofundado nas telangiectasias e veias reticulares das pernas refere-se há clara associação entre telangiectasias perna (vasinhos) e refluxo venoso subjacente. Pesquisas tem apontado para o fato de que cerca de 89% das mulheres com telangiectasias (vasinhos) detém de refluxo nas veias reticulares próximas a região acometida, sendo imprescindível se tratar o refluxo venoso subjacente antes de considerar qualquer tratamento de base estética...[...]... (Perrin; Kern,2010. Pg. 47). Parente e colaboradores (2006), Francischelli Neto (2008) e Pena e Macedo (2011) ditam que a investigação previa por exames de imagem ou ultrassom é imprescindível a se dar início a tratamentos, em especial os de base estética, os quais, inclusive, só são viáveis de ocorrer por profissional biomédico quando o diagnóstico das varizes aponta essas como sendo (1) classificadas como C1 no Sistema de classificação de doenças venosas crônicas (CEAP), que é mais complexo, ou (2) classificadas como Tipo 1 no Sistema de classificação de Francischelli, menos complexo.

Classificação CEAP

Classificação clínica

C0

Não há sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa, porém é indicado peso local.

C1

Telangiectasia ou veias reticulares

C2

Varizes

C3

Edema

C4a

Pigmentação ou eczema

C4b

Lipodermatoesclerose, atrofia branca

C5

Úlcera venosa curada

C6

Úlcera venosa ativa

O tratamento estético para telangiectasias e veias reticulares (Classificação C1 – CEAP) indicado como sendo o “padrão ouro” é a escleroterapia, a qual, de modo simplista, pode ser descrita como sendo um procedimento onde é aplicado, no interior do microvaso acometido, uma substância própria, por meio de uma agulha muito fina, o qual enrijece o microvaso e seus ligantes, os levando a se encolher e assim os tornando imperceptíveis. Referido autor ainda indica que diversos estudos tem relatado que a escleroterapia é o melhor método a tratar os telangiectasias, veias reticulares e malformações venosas e linfáticas (Oliveira et al., 2007; Shiratori et al., 2015). Para realizar a escleroterapia, é indicado que o profissional Biomédico seja capacitado na realização de Procedimento Estético injetável para Microvasos (PEIM), o qual, no Brasil, desde 05 de novembro de 2015, foi aprovado a ser realizado por detentor da certificação PEIM, em sessão plenária realizada junto a sede do conselho Federal de Biomedicina (SINAPRÓ, 2015). A escleroterapia foi aprovado para ser realizado por um professional biomédico devido a este procedimento ser a nível vascular superficial, assim apenas acometendo os microvasos e as telangiectasias, sendo estas não empregadas no Código Internacional de Doenças (CID), sendo assim um procedimento estético. Ainda segundo CENAPRÓ (2015) em referida sessão plenária foram definidos quatro pontos de grande importância, sendo esses: (1) a escleroterapia só poderá ser realizada por profissional biomédico habilitado em PEIM, (2) o profissional biomédico habilitado em PEIM deveria deter de licença sanitária a atuar, (3) o esclerosante permitido para o uso do profissional biomédico é exclusivamente a glicose de 50% ou 75%, sendo assim nenhum outro tipo de esclerosante é permitido e (4) cada sessão de PEIM poderá se valer de, no máximo, de 10 ml. Segundo Araújo e Velasco (2006) Biomedicina (2015) e Maffei e colaboradores (2015) a definição da necessidade de especialização de PEIM por profissional biomédico é primordial, a se realizar a escleroterapia, uma vez que mesmo parecendo simples referido tratamento é complexo e a substância esclerosante utilizada nesse pode vir a ser irritante a alguns indivíduos, podendo levar os mesmos a deter de diversas reações, até mesmo de segmentação cardíaca, pulmonar e cerebral. Tais atos evidenciam a importância do profissional Estética Com Ciência | 57


atuante junto à escleroterapia deter de treinamento aprofundado acerca da mesma, a fim de elevar ao máximo a segurança envolta a tal procedimento. Diante do supra descrito surge a questão: “Como o profissional biomédico, por meio dos Procedimentos Estéticos Injetáveis em Microvasos (PEIM), pode realizar com segurança o procedimento de escleroterapia?

MÉTODOS

O presente estudo tem por objetivo ceder revisão bibliográfica, concisa, acerca dos microvasos, elucidando como esses podem ser tratados, em base estética, com escleroterapia pelas mãos do profissional biomédico especializado em Procedimentos Estéticos Injetáveis em Microvasos - PEIM, ato esse que torna o estudo pertinente aos profissionais da área, estudantes, pesquisadores e interessados no tema. A metodologia empregada em presente estudo se refere a uma revisão bibliográfica qualitativa básica, de caráter descritivo-exploratório, a qual inclui análise detalhada e crítica bem como e interpretação científico - literária de conteúdos textuais que seguiam ligados ao tema “Procedimento estéticos injetáveis em microvasos/ Escleroterapia”. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites (GERHARDT; SILVEIRA, 2009. Pg. 37). Nesse contexto, se faz vital salientar os dizeres de Gerhardt; Silveira (2009): A pesquisa qualitativa não envolve representação numérica, mas sim, o aprofundamento da compreensão. Quando essa é descrita como sendo básica, deve-se entende-la como sendo uma pesquisa que buscar gerar novos conhecimentos, sem necessariamente esses advirem de uma aplicação prática imediata. Sob tal tangente ainda devemos expor os pensamentos de Marconi e Lakatos (2009), onde segue indicado que os estudos descritivos são os que descrevem um fenômeno ou uma situação perante um estudo realizado em determinado espaço-tempo e os exploratórios priorizam a descoberta de ideias e discernimentos. E quanto aos procedimentos, a pesquisa é do tipo bibliográfica. O material utilizado na pesquisa passou uma previa seleção de conteúdos o que permitiu que nesse ocorre-se separação detalhada do que seguia valido ou não ao referido tema/ objetivo do estudo. Tal separação permitiu que os conteúdos selecionados se tornassem base segura para a produção do estudo em si. Os conteúdos selecionados advinham de artigos de ordem científica e livros, de publicação nacional, tendo os mesmos sido publicados nos últimos dez anos. Os artigos de ordem científica foram coletados no acervo público digital de sites como Bireme, Medline, Scielo e Lilacs onde as palavras - chaves foram: Telangiectasias. Microvasos. Escleroterapia. Profissional biomédico. PEIM. Sistema circulatório e desenvolvimento de microvasos Maffei e colaboradores (2015) ditam que nas extremidades inferiores (regiões periféricas) do corpo humano existem, basicamente, dois tipos 58 | Estética Com Ciência

de veias: (1) as superficiais, que se encontram na camada de gordura sob a pele e que podem ser vistas a olho nu e (2) as profundas, que estão no meio da musculatura das pernas e não são visíveis a olho nu. Alves e Marques (2012) ditam que problemas relacionados a veias/ varizes estão ligados, direta ou indiretamente, a “defeitos” nas válvulas e/ ou nas paredes das veias, superficiais ou profundas, sendo que quando o indivíduo está em pé ou sentado, o sangue vai para seus pés facilmente, porém, nessas posições, existe uma certa dificuldade para que o sangue dos pés retorne para o coração, ato que só se faz viável por meio das válvulas existentes no interior das veias. Referidos autores lembram que em indivíduos cujas veias detêm de válvulas e paredes normais o sangue retorna sem grandes problemas ao coração, não causando qualquer alteração fisiológica no mesmo, porém em indivíduos que possuem algum problema/ defeito nas válvulas, quando em pé ou sentados, acabam detendo de uma inversão no caminho do fluxo sanguíneo de suas veias, o que gera um aumento do volume de sangue dentro das veias, principalmente nas superficiais, resultando na dilatação de “emergência” das mesmas o que acaba por provocar atos varicosos nessas. Bastos (2014) salienta que quando veias superficiais de maior calibre se dilatam grandes varizes podem aparecer, porém quando são ramos destas veias que se dilatam surgem telangiectasias ou microvarizes. Nesse contexto Maffei (2015) ressalta ser interessante indicar que as veias safenas são as principais veias superficiais do corpo humano, estando essas (magna e parva) sempre envolvidas nos processos de aparecimento das veias varicosas. Parente e colaboradores (2006) destacam o fato de o melhor tratamento para as varizes é o que busca não somente eliminar as varizes dos vasos alimentados pela safena, como também tratar a veia central que cede fluxo invertido as veias superficiais gerando nessas as dilatações venosas. Segundo Maffei e colaboradores (2015) o tratamento das varizes deve se iniciar com o emprego de um exame minucioso, a fim de se identificar padrões de fluxo e assim melhor compreender qual a “raiz” do problema, seja esse advindo das safenas, das bases periféricas ou dos microvasos. Bastos (2014) salienta que, basicamente, as problemáticas envoltas aos microvasos podem ser divididas em dois tipos, sendo: (1) primárias – denominadas telangiectasias (vasinhos), são mais comumente observadas, detém de tamanhos e formas variadas, são finas como fios de cabelo, possuem coloração levemente azulada ou avermelhada e são descritas pelas mulheres como altamente inestéticas; e (2) secundárias – denominadas veias reticulares (microvarizes), normalmente surgem de doenças adquiridas, são mais difíceis de serem tratadas, possuem maior calibre que as primárias, detém de coloração azulada intensa e também são indicadas como altamente inestéticas. Merlo e colaboradores (2014) ressaltam que as telangiectasias, popularmente: vasinhos, e as veias reticulares, popularmente conhecidas como microvarizes, são microvasos normais que se estendem progressivamente dilatados, e por tal fato tornam-se visíveis. Perrin e Kern (2010) ressaltam que as telangiec-


tasias e as veias reticulares podem ser causadas por fatores hereditários (congênitos) ou advindos de fatores adquiridos. Sob tal foco Gatti e Painter (2012) indicam que as principais causas congênitas da formação das telangiectasias bem como das veias reticulares são: (1) a mancha do vinho do porto (Naevus flammeus); (2) a síndrome de Klippel-Trenaunay; (3) a síndrome de Maffucci; (4) a telangiectasia hemorrágica hereditária; (5) a ataxia-telangiectasia e (6) a síndrome de Sturge-Weber. Ainda segundo Gouvêa (2014) há alguns anos, se acreditava que as telangiectasias e as veias reticulares dos membros inferiores eram causadas pela alta pressão venosa ou “hipertensão venosa”, no entanto, atualmente se sabe que isso é uma inverdade, sendo que as mesmas são causadas pela doença do refluxo venoso, ato que não possui relação com a hipertensão. A telangiectasia e as veias reticulares dos membros inferiores estão, muitas vezes, relacionadas com a presença de refluxo venoso dentro de subjacentes veias varicosas. É interessante destacar que anormalidades de fluxo dentro das veias de tamanho médio das pernas (veias reticulares) também podem levar ao desenvolvimento de telangiectasias (Gatti; Painter, 2012). Barros Jr e colaboradores (2010), Pena e Macedo (2011) e Shiratori e colaboradores (2015) ressaltam que existem diversos fatores que podem ser ligados ao surgimento de telangiectasia e as veias reticulares, sendo os principais os seguintes: • Idade: O desenvolvimento de varizes pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente ocorre entre 18 e 35 anos, e picos entre 50 e 60 anos; • Sexo: Usou-se pensar que as mulheres eram muito mais afetadas do que os homens, no entanto, pesquisas tem demonstrado que esses são acometidos em proporção bem próxima, onde cerca de 82% dos homens adultos é afetado e cerca de 88% das mulheres adultas também; • Gravidez: A gravidez é um fator chave que contribui para a formação de telangiectasia. O fator mais importante ligado a essa é a elevação da circulação hormonal a qual acaba por enfraquecem as paredes das veias. Há também um aumento significativo no volume de sangue durante a gestação, o que tende a distender veias, causando disfunção nas válvulas venosas. Além disso, mais tarde na gravidez, o útero aumentado pode vir a comprimir as veias, causando maior pressão nas veias o que as leva a se dilatarem. Se deve ressaltar que algumas varizes ou vasinhos formados na gravidez podem, espontaneamente, melhorar ou mesmo desaparecer alguns meses após o parto; • Uso de contraceptivos: O uso de medicamentos contraceptivos eleva a circulação corporal de hormônios os quais, tal qual na gravidez, acabam por enfraquecem as paredes das veias, gerando varizes ou vasinhos, e • Estilo de vida/ Ocupação: Indivíduos que atuam por longos períodos em pé no decorrer de suas atividades diárias detém de um risco mais elevado de vir a desenvolver algum grau de doença venosa crônica. Barros Júnior e colaboradores (2010) e Merlo e colaboradores (2014) lembram que tão importante como compreender as causas das telangiectasia e as veias reticulares, ou mesmo das varizes, é compreender sua classificação a fim de melhor

entendê-la a fundo. Referido autor indica que existe uma classificação das varizes, por grau, que é mundialmente aceita, sendo essa cedida pelo sistema de classificação de doenças venosas crônicas (CEAP). Tal classificação é deveras complexa, fato esse que a leva a mesma a não ser amplamente empregada no uso clinico prático, estando à mesma, mais comumente, em uso junto a pesquisadores científicos e estudantes que buscam por aprofundar seus conhecimentos/ análises/ aprendizado acerca das mesmas. Sob tal contexto Parente e colaboradores (2006), Francischelli Neto (2008) e Pena e Macedo (2011) salientam porém que a classificação CEAP, é entendida como sendo simplificada quando denominação de Classificação Francischelli, a qual é amplamente empregada em uso clinico, em especial de segmentação estética, a fim de auxiliar uma melhor compreensão de cada paciente/ necessidade em referência ao grupo/ tipo/ categoria venosa, viabilizando assim uma melhor indicação de tratamento a cada caso. A Classificação de Francischelli se fixa, basicamente, em quatro tipos (Francischelli Neto, 2008): • TIPO 1 - Insuficiência Venosa de Importância Predominantemente Estética (IVIPE): são varizes mais problemáticas a base estética do que a funcional. Adentram nesse tipo (1) as telangiectasias (vasinhos) as quais são microvasos muito finos, da espessura de um fio de cabelo, de coloração avermelhada ou levemente azulada, podendo se apresentar em pequenas regiões ou em áreas maiores, detendo de formatos variados, comumente observados no entorno do nariz, nas bochechas, em certas regiões laterais das coxas e joelhos e (2) as veias reticulares (microvarizes), são indicadas como sendo microvasos de maior calibre, mais longas e de um tom azulado mais intenso, as quais, muito frequentemente, seguem ligadas às telangiectasias, como que “alimentando essas”, são mais comumente observadas na parte posterior dos joelhos. Apesar de as telangiectasias e as veias reticulares não serem consideradas como sendo um problema imediato de saúde essas podem gerar danos profundos na autoestima dos indivíduos por essas acometidos.

• Tipo 2 - Insuficiência Venosa Funcional e Estética (IVIFE): são consideradas como sendo um problema funcional e de segmentação estética. Se apresentam junto a veias de médio e grande calibre. A mesma apresenta riscos imediatos a Estética Com Ciência | 59


saúde do paciente acometido, ato que indica a necessidade pronta de tratamento da mesma. Muitos estudos indicam que a IVIFE causa preocupações funcionais serias associadas a preocupações estéticas também serias, ato esse que leva as IVIFE a serem descritas, por muitos profissionais, como sendo uma patologia de segmentação estética. É fundamental que o profissional a ceder tratamento à IVIFE reconheça a necessidade de correção tanto do segmento funcional quanto do segmento estético da mesma, podendo assim ceder solução a ambas no decorrer do tratamento, satisfazendo tanto as necessidade de saúde quanto de aparência corporal de seu paciente. • Tipo 3 – Funcional Doença Venosa (FDV): nessa as varizes são entendidas como sendo uma problemática puramente funcional, onde as preocupações estéticas não são mencionadas. A FDV se entende, basicamente, como sendo todas as situações varicosas onde o “sujeito” estético inexista envolto a doença. As varizes do Tipo 3 podem acometer grandes áreas antes de indicar a existência de complicações. É importante ressaltar que mesmo que o tratamento da FDV se foque na segmentação funcional o profissional designado a tratar as mesma tem de se manter “conectado” a entendimentos estéticos a sanar o caso da melhor forma possível. • Tipo 4 - Insuficiência Venosa Funcional Sintomática (IVFS): nessa todas as varizes são entendidas como detendo de problema funcional imediato associado a complicações serias. As complicações serias entendidas como sendo mais comumente observadas associadas as IVFS são úlceras, trombo flebites, hiperpigmentação, fibrose, eczema venoso, sangramento, dores, infecções e embolia pulmonar. Na IVFS o paciente não demonstra qualquer preocupação estética detendo anseio por tratamento imediato de sua base funcional.

PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS INJETÁVEIS EM MICROVASOS (PEIM) Shiratori e colaboradores (2015) lembram que, desde a antiguidade, as varizes, em especial dos membros inferiores, têm sido estudadas e tratadas, existindo referências de tais tratamentos que remontam a cerca de 400 a.C. Referidos autores destacam o fato de que no santuário do médico Amynos, próximo a Acrópole de Atenas, existe uma escultura que, provavelmente, representa a gratidão de uma pessoa grega pela cura de uma perna com varizes grossas, muito visíveis. Franschielli Neto (2014) e Bertanha (2014) chamam atenção para o fato de que os ditos “vasinhos” e “microvarizes” não detinham de grande importância junto aos povos antigos, devido ao fato de que esses não geravam dor nem incômodo aos mesmos. Autor ressalta que os vasinhos/ microvarizes passaram a ser motivo de preocupação só depois dos anos sessenta, em decorrência da “libertação sexual” feminina e da moda das minissaias, em especial no Brasil, ato que deixava à mostra as pernas e suas inestéticas microvarizes/

vasinhos. Merlo e colaboradores (2014) ressaltam que desde os anos 60 o Brasil vem se destacando, 60 | Estética Com Ciência


mundialmente, na formulação de técnicas a tratar varizes e vasinhos, tendo nesse sido desenvolvimento diversas técnicas e equipamentos inovadores, tais como a escleroterapia. ...[...]...Pode-se dizer, com certo orgulho, que na área de Flebologia (estudo das veias) o lugar que tem a melhor tecnologia do mundo é o Brasil. Posso mencionar o Angiologista brasileira e características criativas do cirurgião vascular, mas é claro, outros fatores devem ser levados em conta: a preocupação das mulheres brasileiras com o corpo. Não só por causa do clima que pede roupas leves, mas também porque a procura da beleza da mulher brasileira, que é único no mundo...[...]...(Merlo et al.; 2014. Pg 61). Na escleroterapia é injetada, nos vasinhos/ microvarizes indesejados, solução esclerosante que leva os vasinhos/ microvarizes “alvos” a imediatamente se encolher, e, em seguida, os quais, ao longo de alguns dias, se dissolvem, sendo naturalmente absorvidos pelo organismo (Shiratori et al., 2015). A escleroterapia é indicada apenas para vasos de menor calibre (vasinhos/ microvarizes), uma vez que o líquido (ou a espuma) utilizado na mesma, quando aplicado em vasos de maior calibre, pode causar manchas e/ ou complicações graves nesses (Gatti; Painter, 2012). De acordo com o Artigo 3 da normativa do CFBM 003/2015 de 5 de Novembro de 2015, fica vedado ao Biomédico o procedimento de varizes que se enquadram no tipo II, III e IV de acordo com a classificação de Francischelli, considerando ainda que é o dever de todo o profissional da saúde a integração multidisciplinar, em que se deve encaminhar o paciente para o médico. Segundo Figueiredo e Figueiredo (2013) existe, basicamente, três tipos de líquidos esclerosantes, sendo esses: (1) os detergentes (polidocanol, oleato de etanolamina, tetradecil sulfato de sódio e o morruato sódico); (2) ao osmóticos (glicose hipertônica) e (3) os químicos (a glicerina cromada). Referido autor destaca o fato de que no Brasil usa mais frequentemente a glicose, a qual, dentre outros atos detêm de (1) grande tolerância pelos pacientes, (2) baixo risco de alergias causadas pelo mesmo e (3) baixo custo. O liquido esclerosante permitido para o profissional Biomédico é o osmótico que seria a glicose hipertônica. A glicose hipertônica de acordo com o Conselho Federal de Biomedicina é segura e eficaz como um agente esclerosante, podendo ser utilizada em concentrações de 50% a 75%. Com isso não é permitido o uso dos detergentes (polidocanol, oleato de etalomina, tetradecil sulfato de sódio e o morruato sódico) e os químicos (a glicerina cromada). De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, a quantidade de glicose que poderá ser utilizada em um tratamento é de máximo 10ml, não sendo permitido a utilização de maior quantidade da mesma, a fim de evitar complicações se dita não ser conveniente aplicar grandes volumes de liquido esclerosante de cada vez, o que explica o por que o

tratamento de escleroterapia deve se dar em várias sessões (Gaspar; Medeiros, 2006). Segundo Belcsak e colaboradores (2004) a glicose hipertônica promove a desidratação das células da camada endotelial com isso ela promove a destruição e a desintegração desta porção da parede venosa. Sua ação é lenta, e demora de 30 minutos a 4 dias, sendo considerada mais suave, sem grandes descamações quando comparada aos agentes detergentes. É interessante se destacar que a escleroterapia é um procedimento com duração média de 10 minutos, detendo esse de índice de falha mínimo quando comparado a uma cirurgia de veia varicosa, atos esses que levaram a técnica a ser indicada como “padrão ouro” a eliminar vasinhos/ microvarizes bem como menores veias das pernas (Merlo et al.; 2014). Burihan (2014) dita que a escleroterapia é entendida como sendo de resultado superior a diversas técnicas utilizadas em vasinhos/ microvarizes, inclusive as que se utilizam de laser, ato que, segundo referido autor, decorre do fato da solução esclerosante acabar por fecha as “veias alimentadoras”, as quais acabam por causar os vasinhos/ microvarizes, o que reduz, significativamente, as chances de recorrência das ditas “veias de aranha” na área tratada. Ivo e colaboradores (2011) salientam que as injeções utilizadas na escleroterapia são múltiplas junto aos vasinhos/ microvarizes envolvidos. Quando a região tratada são as pernas, após a realização da sessão de escleroterapia a perna tratada do paciente é comprimida com faixas, ligaduras ou meias apropriadas, as quais devem, geralmente, ser utilizadas por duas semanas. Após a sessão de escleroterapia é indicado que o paciente ande, a fim de mobilizar a circulação nas pernas. Bastos (2012) é comum se indicar um intervalo mínimo de quatro semanas entre uma sessão e outra de escleroterapia, a fim de aguardar o resultado final de uma sessão a fim de verificar o que ainda resta a ser tratado na sessão subsequente. Escleroterapia também pode ser realizada com esclerosantes no formato de microespuma, a qual pode ser realizada ou (1) com o auxílio do ultrassom a guiar a aplicação, imprescindível quando o tratamento ocorre junto a varizes de maior calibre ou (2) a olho nu, quando se busca ceder tratamento junto a veias de menor calibre (veias reticulares) (Bastos, 2012). Segundo Rivero e colaboradores (2010) tanto no tratamento de veias maiores como de veias reticulares, com escleroterapia de microespuma, é indicado se realizar um “mapa de varizes” do paciente, o qual é criado com o auxílio de um ultrassom. Ainda segundo Rivero e colaboradores (2010) e Bertanha e colaboradores (2014) na escleroterapia de espuma são misturados fármacos “espuma esclerosantes” com ar ou um gás fisiológico (dióxido de carbono) em uma seringa ou por meio de bombas mecânicas. Segundo referido autor, a escleroterapia de espuma é mais eficaz do que a com líquido uma vez que causa no vaso a ser tratado uma Estética Com Ciência | 61


esclerose mais intensa, vedando por completo o fluxo de sangue alimentador dessa, o que evita, dentre outros atos, que a droga injetada se dilui reduzindo a ação da mesma. Paschôa e colaboradores (2005) ressaltam que existem complicações envoltas a escleroterapia, as quais, embora raras, incluem tromboembolismo venoso, distúrbios visuais, reações alérgicas, tromboflebite, necrose da pele e hiperpigmentação. Sob tal temática Biomedicina (2015), Brittenden e colaboradores (2015) e Bastos (2012) lembram que quando o esclerosante é corretamente injetado dentro da veia não existem riscos de ocorrerem danos para a pele circundante, porém quando esse é injetado incorretamente, ou mesmo fora da veia, pode ocorrer necrose do tecido gerando cicatrizes no local, ato que reforça a necessidade de treinamento intensivo do profissional a realizar tal tratamento estético. Referidos autores ainda ressaltam o fato de que cicatrizes de necrose de escleroterapia são cosmeticamente devastadoras, e pode levar meses para cicatrizar. Apesar do esclerosando ser a base de glicose hipertônica de 50% ou 75%, este não oferece tantos a pessoas com Diabetes ou á quem é pré diabético. Segundo Belcsak e colaboradores (2004) tem que ter um certo respaldo na questão da quantidade a ser utilizada, pacientes com diabetes os pré diabéticos tem que utilizar uma quantidade significativamente menor do que 10ml, que é o permitido pelo conselho, pois a quantidade de 10ml se for usada de maneira integral promove uma alteração significativa nos níveis glicêmicos, podendo ser prejudicial para estes pacientes. Nesse contexto Figueiredo e Figueiredo (2013) e Paschôa e colaboradores (2005) ditam que a grande maioria das complicações na escleroterapia ocorrem devido a uma intensa reação inflamatória ao agente esclerosante na área circundante à veia injetada. Além disso, existem complicações sistêmicas, que mesmo raras, podem ocorrer devido ao fato de o esclerosante iniciar uma “viagem” através das veias no coração, pulmão e cérebro. Autor ressalta que alguns estudos tem indicado que a escleroterapia de espuma foi a responsável por alguns casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo porém vital aqui salientar que em todos os casos relatados de AVC, em decorrência de escleroterapia de espuma, a quantidade injetada no paciente foi imensamente superior a recomendada, não existindo relatos de tais ocorrências em tratamentos que se utilizaram da dosagem indicada/ padrão a tal procedimento estético. No entanto, deve-se ressaltar que estudos apontam que mesmo em quantidades adequadas e/ ou baixas de esclerosante é possível se verificar a ocorrência de bolhas desse, logo após o início da injeção desse, no coração, pulmão e cérebro, as quais rapidamente se dissipam. Tal ocorrência ainda não foi totalmente compreendida, porém os mesmos estudos que apontam sua ocorrência indicam que a escleroterapia é segura, quando realizada dentro dos padrões e em conformidade a classificação Francischelli. 62 | Estética Com Ciência

Tabela 2 – Classificação Francischelli X principais tratamento CLASSIFICAÇÃO FRANCISCHELLI

PRINCIPAIS TRATAMENTOS

TIPO 1

Escleroterapia; Crioescleroterapia; Laser NdYAG; Luz pulsada; Microcirurgia de telangiectasias; Microcirurgia com anestesia local; Microcirurgia com anestesia Epidural

TIPO 2

Escleroterapia; Crioescleroterapia; Laser NdYAG; Luz pulsada; Phlebectomia ambulatorial; Cirurgia convencional de varizes; Tratamento endovascular venoso.

TIPO 3

Phlebectomia ambulatorial; Cirurgia convencional de varizes; Tratamento endovascular venoso.

TIPO 4

Cirurgia convencional de varizes; Tratamento endovascular venoso.

Fonte: Franschielli Neto, 2008. Pág. 1.

No que refere a comparação de benefícios entre escleroterapia e cirurgia vascular, Brittenden e colaboradores (2015), Fariñas e colaboradores (2013) e Silva e colaboradores (2012), ditam que a escleroterapia detém de maiores benefícios quando comparada a cirurgia no curto prazo, porém a cirurgia tem maiores benefícios quando comparada a escleroterapia a longo prazo. A escleroterapia é melhor do que a cirurgia em termos de sucesso imediato do tratamento, taxa de complicações e custo em um ano, mas a cirurgia se mostra com melhores resultados no comparativo a longo prazo (superior a cinco anos), no entanto, autores destacam que é necessário maiores estudos/ investigação a ceder, com maior certeza, comparativos a longo prazo entre escleroterapia e cirurgia vascular.

DISCUSSÃO

Segundo Bastos (2014) problemáticas envoltas aos microvasos podem, basicamente, serem divididas em dois tipos: (1) primárias – denominadas telangiectasias (vasinhos), de tamanhos e formas variadas, de menor calibre, de coloração azulada leve ou avermelhada e inestéticas e (2) secundárias – denominadas veias reticulares (microvarizes), mais difíceis de serem tratadas, de maior calibre, de coloração azulada intensa e altamente inestéticas. Perrin e Kern (2010) e Gatti e Painter (2012) indicam que as telangiectasias bem como as veias reticulares podem advir tanto de atos congênitos como de fatores adquiridos, sendo que principais causas congênitas dessas são a mancha do vinho do porto, a síndrome de Klippel-Trenaunay, a síndrome de Maffucci, a telangiectasia hemorrágica hereditária, a ataxia-telangiectasia e a síndrome de Sturge-Weber. Nesse contexto Barros Jr e colaboradores (2010), Pena e Macedo (2011) e Shiratori e colaboradores (2015) lembram que vários outros


fatores podem ainda contribuir para o desenvolvimento de telangiectasia e as veias reticulares, tais como: idade, sexo, gravidez, uso de contraceptivos, estilo de vida e tipo de ocupação laboral/ diária. A cerca dos dizeres de Barros Jr e colaboradores (2010), Perrin e Kern (2010), Pena e Macedo (2011), Gatti e Painter (2012) e Shiratori e colaboradores (2015), o autor Gouvêa (2014) ressalta que, no passado, se acreditava que as telangiectasias e as veias reticulares eram causados em decorrência da hipertensão venosa, ato que já se sabe ser incorreto. Sob tal foco Barros Jr e colaboradores (2010) e Merlo e colaboradores (2014) enfatizam que tão importante como entender o que causa as telangiectasia e as veias reticulares é compreender a classificação das mesma, de modo a melhor verificar riscos e possíveis/ viáveis tratamentos as mesmas, principalmente quando volta-se o olhar a segmentação estética dessas. No que tange, especificamente, o tratamento das telangiectasias e veias reticulares Oliveira e colaboradores (2007) indicam que, diversos estudos, tem relatado que a escleroterapia é o melhor método a tratar as telangiectasias/ veias, inclusive melhor dos que os métodos que se utilizam de laser, reticulares, ato esse corroborado por diversos autores, incluindo, Burihan (2014) e, em 2015, Shiratori e colaboradores e Maffei e colaboradores. Nesse sentido Cenapró (2015) enfatiza que, desde novembro de 2015, no Brasil o profissional Biomédico pode ceder tratamento de telangiectasias/ veias reticulares, em segmentação estética, desde que esse cumpra as prerrogativas de: (1) ser capacitado a realizar Procedimento Estético injetável para Microvasos (PEIM), (2) deter de licença sanitária a atuar, (3) ceder tratamento somente a telangiectasias/ veias reticulares classificadas como C1, no CEAP, ou como Tipo 1, na Classificação de Francischelli e (4) se valer, por sessão, de no máximo, de 10 ml de esclerosante. Corroborando com dizeres de Cenapró (2015) os autores Biomedicina (2015) e Paschôa e colaboradores (2005) apud Maffei e colaboradores (2015) salientam que o cumprimento de tais prerrogativas é fundamental, uma vez que, mesmo parecendo simples, o tratamento de escleroterapia em telangiectasias/ veias reticulares é complexo, o que traz a tona a necessidade de um treinamento mais aprofundado acerca da mesma, de modo a elevar a segurança envolta a tal procedimento, em especial pelo fato de que a substância esclerosante pode vir a ser irritante a alguns indivíduos, podendo os gerar reações adversas que, embora raras, incluem tromboembolismo venoso, distúrbios visuais, reações alérgicas, tromboflebite, necrose da pele, hiperpigmentação, danos cardíacos, pulmonares e cerebrais. No que refere o tratamento de base puramente estética das telangiectasias/ veias reticulares, Parente e colaboradores (2006), Francischelli Neto (2008), Rivero e colaboradores (2010) e Pena e Macedo (2011) enfatizam que quando as mesmas são manipuladas

por profissional biomédico é vital que, antes de se dar início ao tratamento, seja realizada investigação mais aprofundadas das mesmas, através de exames de imagem ou ultrassom, de modo a assegurar que as essas estejam realmente enquadradas como C1, no CEAP, ou como Tipo 1, na Classificação de Francischelli. No que refere à Classificação CEAP, Barros Júnior e colaboradores (2010) e Merlo e colaboradores (2014), concordam em ditar que essa é deveras complexa, fato esse que a leva a não ser amplamente empregada no uso clinico prático, sendo a mesma, mais comumente, observada junto a pesquisas científicas. Sob tal contexto Parente e colaboradores (2006), Francischelli Neto (2008) e Pena e Macedo (2011) lembram que no uso clínico prático, principalmente de segmentação estética, se utiliza, mais comumente, a Classificação Francischelli, a qual pode ser descrita como sendo a Classificação CEAP “simplificada”. Autores ditam que a Classificação Francischelli cede uma melhor compreensão de cada paciente/ necessidade em referência ao grupo/ tipo/ categoria venosa, viabilizando assim uma melhor indicação de tratamento a cada caso. Somando aos indicativos de Gaspar e Medeiros (2006), Parente e colaboradores (2006), Francischelli Neto (2008), Pena e Macedo (2011), os autores Biomedicina (2015), Cenapró (2015) e Maffei e colaboradores (2015), Gatti e Painter (2012) ditam que a escleroterapia só é indicada a telangiectasias/ veias reticulares classificadas como C1, no CEAP, ou como Tipo 1, na Classificação de Francischelli, uma vez que o líquido (ou a espuma) utilizado na mesma, quando aplicado em vasos de maior calibre, pode causar manchas e/ ou complicações graves nesses. Ivo e colaboradores (2011) e Bastos (2012) ressaltam que na sessão de escleroterapia (1) se utilizam múltiplas injeções, subcutâneas, realizadas junto aos vasinhos/ microvarizes envolvidos, (2) quando a região tratada são os membros inferiores, após o termino da sessão, esses devem ser comprimidos com faixas, ligaduras ou meias apropriadas, os quais, normalmente, se indica serem utilizados por duas semanas (3) após a sessão de escleroterapia é indicado que o paciente ande, de modo a mobilizar a circulação nas pernas, (4) é indicado se deter de um intervalo, mínimo, de quatro semanas entre uma sessão e outra, de modo a aguardar o resultado final de uma sessão antes de se iniciar a subsequente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, no Brasil, desde 05 de novembro de 2015, o profissional biomédico, especializado em PEIM, pode ceder tratamento a microvasos, em base estética, por meio da escleroterapia desde que (1) o caso/ paciente esteja enquadrado como C1 no Sistema de classificação de doenças venosas crônicas (CEAP) ou como Tipo 1 no Sistema de classificação de Francischelli, (2) cada sessão de escleroterapia se valham de, no máximo, 10 ml, (3) sejam seguidos todos os procedimentos indicados a tal procedimento, evitando Estética Com Ciência | 63


assim transtornos relacionados a escleroterapia, os quais, embora raros, incluem tromboembolismo venoso, distúrbios visuais, reações alérgicas, tromboflebite, necrose da pele e hiperpigmentação e (4) quando a região a ser tratada se refira aos membros inferiores, após a realização da sessão de escleroterapia, a região tratada deve ser comprimida com faixas, ligaduras ou meias apropriadas, as quais devem, geralmente, ser utilizadas por até duas semanas.

REFERÊNCIAS Araújo, Marcelo; Velasco, Fermim de Campos Garcia. Métodos físicos utilizados para oclusão de varizes dos membros inferiores. J Vasc Br. 2006;5(2):139-46. Barros Júnior, Newtom de; et al. Gestação e varizes de membros inferiores: prevalência e fatores de risco. J Vasc Bras. 2010;9(2):29-35. Bastos, Francisco Reis. Escleroterapia com espuma. São Paulo: Folium, 2012. 242p. ___________________. Varizes: conhecer para prevenir. São Pulo: Folium, 2014. Belczak, Cleusa Ema Quilici et al. Variação da glicemia após sessão de escleroterapia realizada com 10ml de glicose hipertônica a 75% Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. 2004;03(02):12730 Bertanha, Matheus; et al. Polidocanol versus hypertonic glucose for sclerotherapy treatment of reticular veins of the lower limbs: study protocol for a randomized controlled Trial. Trials. 2014, 15:497. Biomedicina. Coordenador da Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética fala da importância das especializações que oferecem prática ao aluno. Publicado Dez 2015. Disponível em: http://biomedicinaestetica. bmd.br/?p=789#.V1swIrvyvIU. Acesso Maio 2016. Brittenden, Julie; et al. Clinical effectiveness and cost-effectiveness of foam sclerotherapy, endovenous laser ablation and surgery for varicose veins: results from the Comparison of LAser, Surgery and foam Sclerotherapy (CLASS) randomised controlled Trial. National Institute for Health Resea. DOI 10.3310/hta19270. ISSN 1366-5278. VOLUME 19. APRIL 2015. Burihan, Marcelo Calil. Ablação endovenosa (por radiofrequência e laser) e escleroterapia com espuma versus cirurgia convencional para o tratamento de varizes. Diagn Tratamento. 2014;19(2):101-2. 25 CENAPRÓ. Sim, Biomédico pode realizar Procedimento Estético injetável para Microvasos. Publicado em Novembro 2015. Disponível em: http:// www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=649. Acesso Maio 2016. Fariñas, Anai García; et al. Costos del tratamiento de las telangiectasias y várices tronculares con escleroterapia con espuma en el Hospital “Freyre

de Andrade” de La Habana. Revista Cubana de Farmácia 2013;47(1):99109. Figueiredo, Marcondes; Figueiredo, Matheus Fidelis. Pesquisa sobre escleroterapia líquida em varizes dos membros inferiores. J Vasc Bras. 2013 Mar; 12(1):10-15. Franschielli Neto, M. What are Varicose Veins? Publicado 2008. Disponível em: https://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Fsite.ntelecom.com. br%2Fusers%2Fnaturale%2Fclinica_english%2Fvaricose_and_spider_ veins.html&anno=2&sandbox=1. Acesso Maio 2016. _____________________. Uma Breve História do Conhecimento das Varizes, da Escleroterapia e da Crioescleroterapia. Publicado em Jul 2014. Disponível em: http://www.angiologista.com/Historia/historia-dasvarizes.html. Acesso Maio 2016. Gaspar, Ricardo José; Medeiros, Charles Angotti Furtado de. Tratamento combinado da cirurgia de varizes com a escleroterapia de telangiectasias dos membros inferiores no mesmo ato. J Vasc Br. 2006; 5(1):53-7. Gatti, Richard; Painter, Robert. Ataxia – Telangiectasia. São Paulo: Springer, 2012. GERHARDT, Tatiana Enge; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009. Gouvêa, Marco Antônio Lopes. Varizes. São Paulo: Folium, 2014. 26 Ivo, Cláudio Santana; et al. Efeito do tempo da compressão mecânica extrínseca após escleroterapia em veias de orelhas e coelhos. Acta cirúrgica Brasileira. Vol. 26(3)2011 -165. Maffei, Francisco. Doenças vasculares periféricas. 5º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2015. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7º ed. São Paulo: Atlas, 2010. Medeiros, Júlia; Mansilha, Armando. Estratégia terapêutica na doença venosa crônica. Angiol Cir Vasc. Vol.8 no.3 Lisboa set. 2012. Merlo, Ivanésio; et al. Varizes e Telangiectasias II. São Paulo: Dilivros, 2014. MMALVEHY. Eu fiz escleroterapia, mas minhas veias voltaram: o que aconteceu. Publicado Abril 2016. Disponível em: https://miamibeachveia. wordpress.com/tag/health/. Acesso Maio 2016. Oliveira, Raimundo Rosendo de; et al. Terapia alternativa para microvarizes e telangiectasias com uso de agulhas. J. Vasc Bras. 2007;6(1):17-24. Parente, José Inácio; ET AL. Varizes e Telangiectasias: Diagnóstico e Tratamento São Paulo: Revinter, 2006. Pachôa, Adilson Ferraz; et al. Trombose venosa profunda como complicação da escleroterapia química no tratamento de telangiectasias dos membros inferiores. J Vasc Br 2005;4(4):383-6. Pena, Júlio César Oliveira; Macedo, Luciana Bilitário. Existe associação entre doenças venosas e nível de atividade física em jovens? Fisioter. mov. (Impr.) vol.24 no.1 Curitiba Jan./Mar. 2011. 27 Perrin, Michel; Kern, Philippe. Les varices et telangiectasies. 2º Ed. São Paulo: Elsiever, 2010. Rivero, Manuel Jorge Hernández; et al. Escleroterapia con espuma, tratamiento para lãs várices de miembros inferiores en pacientes de La tercera edad. Revista Cubana de Medicina General Integral.2010; 26(2)412-438. Sigvaris. Classificação CEAP. S/ d. Disponível em: http://www.sigvaris. com/br/br/saber/classifica%C3%A7%C3%A3o-ceap. Acesso Maio 2016. Silva, Melissa Andreia de Moraes; et al. Resultados do tratamento da Insuficiência Venosa Crônica grave com espuma de polidocanol guiada por ultrassom. J. vasc. bras. vol.11 no.3 Porto Alegre July/Sept. 2012. Shiratori, Arnaldo Yoshimi; et al. Escleroterapia: Truques e dicas. São Paulo: Martinari, 2015. 240p.

BARROS, Aline Surita de2; CHIANG, Nancy 3; FIGUEIREDO, Ticiana Garrido4 1Biomedicina Estética, Instituto Brasileiro de Eletroterapia e Cosmetologia – IBECO, São Paulo, Brasil. 2 Aluna. Biomedicina Estética. liny_surita@yahoo.com.br. 2016. 3 Aluna. Biomedicina Estética. nancinha@hotmail.com. 2016. 4 Orientadora. Biomedicina Estética, Instituto Brasileiro de Eletroterapia e Cosmetologia – IBECO, São Paulo, Brasil.

64 | Estética Com Ciência


VINHOTERAPIA: RESVERATROL E SUAS PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES NO REJUVENESCIMENTO RESUMO Introdução: A Vinhoterapia é um tratamento aplicado a favor da beleza, principalmente quando refere-se ao rejuvenescimento, pois tem em sua composição cosmética o Resveratrol, um polifenol com propriedades antioxidantes, encontrado principalmente nos vinhos tintos e nas cascas das uvas de cor mais escura. O Resveratrol ajuda a desacelerar o processo de envelhecimento causado pelos radicais livres por meio de seus antioxidantes. O Resveratrol é caracterizado por um conjunto de substâncias formado por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres, prolongando o tempo de vida das células epidérmicas, estimulando os fibroblastos a sintetizar mais colágeno e elastina, reforçando a elasticidade e firmeza da pele e mantendo-a jovem por um tempo maior. Objetivo: O objetivo deste estudo é mostrar de maneira clara por meio de uma revisão literária o uso do Resveratrol e suas propriedades antioxidantes no rejuvenescimento. Material e Método: Para a realização do presente estudo foram levantados dados em ar-

tigos online e bibliotecas virtuais, datados a partir de 2003. Revisão de Literatura: Diante do levantamento bibliográfico foi evidenciado que a Vinhoterapia apresentou resultados positivos nos tratamentos para rejuvenescimento devido as propriedades antioxidantes do resveratrol. Considerações finais: A Vinhoterapia apresenta resultados que atuam na aparência da pele, deixando-a mais viçosa, hidratada, firme, iluminada, proporcionando uma série de benefícios rejuvenescedores aos seus usuários. Palavras-chave: Uva, Rejuvenescimento, Antioxidante.

ABSTRACT

Introduction: The Wine therapy is a treatment applied in favor of beauty, especially when referring to rejuvenation, as it has resveratrol on its cosmetic composition, a polyphenol with antioxidant properties, mostly found in red wines and in the bark of darker grapes. Resveratrol helps to slow down the aging process caused by the free radicals through its antioxidants, characterized by a group of substances formed by vitamins, minerals, natural pigments and enzymes which blocks the harEstética Com Ciência | 65


mful effects of the free radicals, benefiting the epidermal cells lifetime, stimulating the fibroblasts to synthesize more collagen and elastin, prolonging skin’s elasticity and firmness and keeping it young for a longer time. Objective: The aim of this study is to show in a clear way through literature review the use of Resveratrol and its antioxidant properties in rejuvenation. Material and Method: To carry out this study data were collected in online articles and virtual libraries, dated from 2003. Literature Review: Before the bibliographic research, it was evidenced that the Wine therapy presented positive results in treatments for rejuvenation due to the antioxidant properties of resveratrol. Final Thoughts: Wine therapy presents results that act in the appearance of skin, leaving it fresher, hydrated, firm, bright, providing a range of rejuvenating benefits to its users. Keywords: Grape, Rejuvenation, Antioxidant

do considerado um caminho para diminuição das doenças do envelhecimento (ACAUAN, 2007). Tratando-se de um poderoso antioxidante, o resveratrol é uma substancia capaz de retardar ou combater os radicais livres no organismo ajudando a desacelerar o processo de envelhecimento, favorecendo o tempo de vida das células epidérmicas, estimulando os fibroblastos a fabricar mais colágeno e elastina, reforçando a elasticidade e firmeza da pele (ACAUAN, 2007). O presente estudo teve por objetivo levantar relatos bibliográficos acerca do uso da Vinhoterapia e seus benefícios através do Resveratrol e suas propriedades antioxidantes no rejuvenescimento. Para a realização do estudo, foram realizados levantamento de dados em artigos online e bibliotecas virtuais, datados a partir de 2003.

INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo humano recobrindo todo nosso corpo, é considerada uma defesa entre o organismo e o meio ambiente. Ela desempenha algumas funções como proteção contra agressões e agentes externos, manutenção da sua própria integridade, controle de temperatura do corpo,

A vinhoterapia consiste em um tratamento estético que se utiliza de cosméticos contendo em sua formulação, compostos da uva ou do vinho tinto, chamados polifenóis. Os polifenóis são um grupo de moléculas bioativas encontradas nos vegetais, que promovem no organismo efeitos desintoxicante, clareador, renovador, nutritivo, tonificante e revitalizante. Eles ainda podem ser vinte vezes mais eficazes do que a vitamina C e cinquenta vezes mais que a vitamina E (GIEHL et al., 2007). Na estética a vinhoterapia pode ser aplicada de várias maneiras, como em banhos de imersão, máscaras faciais e corporais, banho capilar, esfoliação e massagem relaxante com velas ou óleos próprios para massagem, proporcionando aos clientes, melhora na aparência de linhas de expressões, rugas mais profundas, flacidez e manchas senis (UVIBRA, 2016). Dentre os compostos presentes na uva e no vinho tinto, existe o resveratrol, um poderoso antioxidante encontrado na casca e nas sementes de uvas, principalmente nas de cores mais escuras (ACAUAN, 2007). Produzidos nos vegetais em resposta ao ataque de patógenos, a uva sintetiza o resveratrol como meio de proteção às infecções fúngicas, sendo este encontrada em alta concentração no vinho (NEMEN; SENNA, 2011). Os efeitos do resveratrol são iguais ou até superiores ao da restrição calórica e da atividade física já comprovada, sendo então capazes de aumentar a longevidade. Sabendo que os genes são programados para envelhecer o organismo, o resveratrol age tornando este processo mais lento, no qual este esta sen66 | Estética Com Ciência

REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1: Camadas da Pele

Fonte: http://www.afh.bio.br/tegumentar/tegumentar.asp


barreira á prova d’água, absorção de luz solar, sempre protegendo o organismo de seus efeitos nocivos, metabolização de vitamina D e função sensorial e estética (BENTO, 2015; MOUAD, 2014). Sendo o espelho das mudanças externas do corpo e de tudo o que se passa por dentro do organismo, a pele é capaz de revelar seus desequilíbrios e manifestar também as suas necessidades, podendo ainda associar a percepção da idade e da beleza do indivíduo. Como todos os tecidos existentes no organismo, a pele também possui necessidades nutritivas para que de certa forma, possa garantir sua perfeita formação, desenvolvimento e regeneração, de forma adequada e correta para a realização de todas as suas funções biológicas (DIAS, 2008). A pele sofre transformações iguais aos outros órgãos, mas por se tratar de um órgão externo, suas mudanças são mais visíveis. Ela é formada por camadas responsáveis por sua manutenção e integridade. A epiderme, que é a camada mais superficial constituída por células epiteliais unidas, onde encontramos os queratinócitos e os melanócitos, já a derme que é mais profunda constituída por tecido conjuntivo irregular, fibras de colágeno, fibras de elastina, capilares, vasos linfáticos e nervos, conforme mostra a figura 1 (ROLIM; PERREIRA; ESKELSEN, 2013).

O envelhecimento da nossa pele nos reflete a passagem do tempo, e assim podemos perceber os efeitos naturais da gravidade causada por ele como as linhas de expressões, a diminuição da espessura da pele e o ressecamento cutâneo (FREITAS, 2010). Assim, tendo a idade e o sol como fatores determinantes do envelhecimento, podemos considerar o processo de envelhecimento da pele em dois tipos: fatores intrínsecos (biológico, genético ou cronológico) ou extrínsecos (comportamental, ambiental ou fotoenvelhecimento) e dependendo do grau de exposições a esses fatores o processo se torna ainda mais acelerado (FONTES, 2013). No processo do envelhecimento os fibroblastos são comprometidos, fazendo com que ocorra a diminuição da síntese de proteínas importantes, como a elastina, o colágeno e os proteoglicanos, no qual garante a elasticidade, a resistência e a hidratação da pele. Com a diminuição dessas proteínas, o resultado futuro é o aparecimento de rugas, linhas de expressões, flacidez, hipercromias, diminuição da capacidade de regeneração dos tecidos, perda do tônus, perda do brilho e aumento da fragilidade (PARRINHA, 2014). O colágeno e a elastina são proteínas que garantem as propriedades viscoelásticas da pele, e conforme o desgaste ou degradação química ou oxidativa, elas precisam ser renovadas. Para que essa renovação aconteça, entram em ação as metaloproteinases da matriz (MMPs) que são um grupo de enzimas catabólicas que tem o papel de catabolizar as regiões da matriz extracelular do tecido que precisam ser reparadas. À nível dérmico elas destroem fibras de colágeno, elastina e outras mais de uma forma normal para que ocorra a substituição dessas fibras (RUIVO, 2014). Quando as MMPs estão agindo em condições normais, elas são controladas por inibidores tissulares específicos dessas enzimas (TIMPs). A radiação Ultra Violeta (UV) em contato com a pele provoca um aumento das MMPS, fazendo com que elas fiquem em maior quantidade que as TIMPs, levando a um desequilíbrio entre elas, provocando assim a degradação das proteínas da matriz extracelular. Com essa degradação e com o mau reparo, acontece o acumulo de fragmentos de colágeno e elastina na derme, danificando sua estrutura tornando o principal fator contribuinte para o envelhecimento cutâneo (VILELA, 2010). Dentro da família das MMPs que no total são formadas por 25 genes, e apenas 05 delas tem relação com o envelhecimento cutâneo como demonstra a tabela abaix Estética Com Ciência | 67


Metaloproteinases MMP-1 - Colagenase MMP-1 - Colagenase

Funções Degrada fibras de colágeno em feixes Degradam feixes individuais (de colágeno)

MMP-3 - Estromesilina

Degrada fibras elásticas

MMP-12 – Metaloproteinase de matriz

Degrada feixes individuais (de colágeno)

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2016), o envelhecimento cutâneo é dinâmico, progressivo e irreversível, e com a busca pela juventude da pela e beleza, os avanços das indústrias de cosméticos e a procura por novos tratamentos tiveram um grande crescimento exponencial nestes últimos 20 anos. As técnicas de rejuvenescimento são aperfeiçoadas ao longo do tempo através de avanços tecnológicos e de pesquisas realizadas por meio das queixas que mais preocupam a população, queixas essas, como a preocupação com a aparência física, com a saúde e com a possibilidade de uma maior longevidade (VELASCO et al., 2004). Hoje em dia, inúmeros princípios ativos em formulações cosméticas têm como objetivo tratar a pele com substâncias que atuam na regeneração cutânea, reparando os danos causados á ela, desenvolvendo nutrientes essenciais e agentes antioxidantes, que combatam o estresse oxidativo e proporciona o rejuvenescimento (SATAKE, 2013). Para que se consiga minimizar o impacto do envelhecimento cutâneo, a procura por tratamentos de rejuvenescimento em clínicas de estéticas é grande, várias técnicas são utilizadas pelos profissionais da área. Uma das técnicas que está sendo aplicada é a Vinhoterapia (UVIBRA, 2016). A vinhoterapia consiste em um tratamento estético que se utiliza de cosméticos contendo em sua formulação, compostos da uva ou do vinho tinto. O primeiro registro da uva e do vinho como uso medicinal, deu-se em 2.000 anos antes de Cristo no Egito, e papiros revelam que utilizavam a bebida para tratar doenças de pele. Já os gregos, utilizavam o vinho como auxiliar terapêutico e os romanos usavam óleo e vinho em feridas causadas nas guerras civis. Também existem documentos mostrando que Hipócrates, o pai da medicina, receitava o vinho como suplemento diurético, dietético, purgativo, antitérmico, antisséptico e antidepressivo aos seus pacientes (MARAS68 | Estética Com Ciência

CHIN, 2003). Na Grécia antiga, consideravam o vinho como propriedade curativa do corpo e da alma. E estavam certos, pois atualmente as clínicas e centros de beleza, desenvolvem tratamentos vinhoterápicos com poder de rejuvenescer a pele através de cremes e outros mais produtos cosméticos a base de uva ou vinho tinto. Esta terapia vem se desenvolvendo á passos largos e os especialistas asseguram que essa técnica impede o envelhecimento das células, hidratando e tonificando a pele (SERGIO; VALIM; ALMEIDA, 2013). Em 1996 na cidade Boudeaux localizada no sudeste da França e muito conhecida por seus vinhos famosos, uma grande empresa após realizar diversas pesquisas, constatou que o banho de vinho melhora a qualidade da pele, tornando-a mais firme e luminosa, pois a uva é nutritiva, hidratante e ainda combate a ação dos radicais livres e vai mais além, possuem grande concentração de vitamina E. No Brasil já existem muitas clínicas de estética e Spas, que oferecem este tipo de tratamento, podendo ser realizados de várias formas como banhos em ofurô, massagens com cremes, gomagem corporal contento sementes de uva, banhos relaxantes em hidromassagens com jatos de produtos a base de uva, máscaras faciais e corporais entre outros, e todos contendo componentes da uva ou do vinho tinto (UVIBRA, 2016). Por ser um tratamento bem antigo, onde as mulheres da antiguidade usavam as uvas para fazer máscara antienvelhecimento, as indústrias cosméticas baseadas neste fato, desenvolveram tratamento para todo o corpo, pois veem na uva e no vinho tinto, grandes aliados aos tratamentos de rejuvenescimento devido as suas propriedades antioxidantes existentes nas cascas e nas sementes das uvas, propriedades estas, conhecidas como polifenóis (UVIBRA, 2016). Polifénóis é um grupo de moléculas bioativas encontradas nos vegetais que promovem no organismo efeitos desintoxicantes, clarea-


dor, renovador, nutritivo, tonificante e revitalizante. Eles ainda podem ser vinte vezes mais eficazes do que a vitamina C e cinquenta vezes mais que a vitamina E (GIEHL et al., 2007). Os polifenóis possuem a capacidade de sequestrar radicais livres, os quais são considerados um fator importante de envelhecimento celular, deriva-se de reações do metabolismo celular, necessárias para o correto funcionamento da célula. Os radicais livres são nocivos porque representam moléculas altamente instáveis e na tentativa de se manter estável roubam o elétron de outras moléculas ou átomos, como gorduras, proteínas, DNA, causando muitos danos. Para a reparação destes danos causados pelos radicais livres o organismo providência neutralizações através de enzimas específicas chamadas de antioxidantes, no qual dentro da uva ou do vinho tinto, é encontrado o Resveratrol (PEREIRA; MEJIA, 2016). Resveratrol é um composto fenólico do grupo dos flavonoides encontrado em grande quantidade nas uvas dos grupos Vitis vinifera e Vitis labrusca, e sua síntese ocorre principalmente nas cascas e sementes das uvas. Ele é muito conhecido por sua poderosa ação antioxidante (MINUTTI; GONÇALVES, 2015). Trata-se de um produto secundário do metabolismo imunológico das plantas e é sintetizado devido ao ataque de patógenos, fazendo assim a proteção contra as infecções fúngicas, ou ainda de algumas condições desfavoráveis do meio ambiente (JÚNIOR et al, 2013). É uma das substancias naturais que mais vem sento estudada, pois além de desacelerar ou até mesmo combater a ação dos radicais livres no organismo, ele ainda tem atividades cardioprotetoras, neuroprotetoras e anticancerígenas (PINTO, 2014). Muitos estudos são publicados anualmente comprovando os vários benefícios do resveratrol tanto para prevenção de doenças, quanto para a regressão de alguma doença que já possa estar instalada na pessoa, como câncer, problemas cardiovasculares, problemas neurodegenerativos e o envelhecimento (NARCISO, 2013). O Resveratrol apresenta propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, ajudando assim a desacelerar o processo de envelhecimento, rejuvenescendo a pele melhorando o aspecto de rugas e linhas de expressão. Ele é responsável por favorecer e preservar o colágeno da derme, fazendo com que as células epidérmicas tenham um tempo maior de vida, estimulando os fibroblastos a produzir mais colágeno e elastina, reforçando a elasticidade e sustentação da pele (ALVES, 2015). Nosso organismo tem mecanismos no qual mantém o equilíbrio na produção de radicais livres e as defesas antioxidantes, quando ocorre desequilíbrio nesta produção, os radicais livres aparecem em excesso, causando o

estresse oxidativo, fazendo com que este excesso possa provocar danos em macromoléculas como os lipídios, proteínas e hidratos de carbono (ALVES, 2015). Segundo Pandey e Rizvi (2010), o grupo de proteínas do organismo estudado por eles, desempenhou uma função muito importante ás reações antioxidantes do Resveratrol em diversas doenças, inclusive no envelhecimento, mostrando assim, que uma proteção significante contra os efeitos oxidativos, pode ser conferida (VAGANTE, 2012). Antioxidantes são moléculas de cargas positivas que se combinam com os radicais livres que são de cargas negativas, desta forma tornando-os inofensivos, uma vez que estas substâncias teriam a capacidade de anular a ação desses radicais (NEVES et al., 2014). Também, pode-se dizer que são um conjunto de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais, e ainda enzimas que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres. Além de diminuir o risco de desenvolver certas enfermidades, os antioxidantes também possuem o efeito antienvelhecimento, pois são capazes de retardar ou inibir a oxidação de substratos oxidáveis. Sendo assim, o papel dos antioxidantes, é proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante e destrutiva dos radicais livres (ALVES, 2015). Os antioxidantes tem como mecanismo de ação, exercer efeitos benéficos ao organismo, sendo estes cada vez mais populares dentro dos cosméticos. Eficazes na reparação da pele envelhecida e fotoenvelhecida, melhorando o seu aspecto e qualidade, retardando o envelhecimento cutâneo (PAULOS, 2014). Com o intuito de retardar o envelhecimento cutâneo, é muito importante que a administração de antioxidantes seja feita desde cedo, de modo a prevenir lesões, devolvendo à pele, nutrientes necessários para que ela se torne mais resistente e nunca ocorra déficit destes (FONTES, 2013). Dentro de fórmulas cosméticas, o resveratrol tem a finalidade de proteger a pele de danos causados pelo fotoenvelhecimento, reduzindo as rugas, linhas de expressão, aumentando a hidratação, a elasticidade e a firmeza da pele, devido ao estímulo realizado nos fibroblastos, estes responsáveis pela produção de mais colágeno e elastina, diminuindo assim, o grau de pigmentação das manchas causadas pelo sol, pois atuam diretamente na síntese de melanina (FONTES, 2013). A aplicação de cosméticos contendo resveratrol em sua fórmula, é muito forte no combate as agressões externas que são causadas por raios ultravioleta, poluição, fumo e álcool, e isso graças ao seu grande poder antioxidante dezessete vezes mais potente que a Idebenona, um outro antioxidante que é extraído do germe de trigo. Por todos esses motivos, Estética Com Ciência | 69


o resveratrol é considerado uma super molécula antienvelhecimento de grande importância nos tratamentos estéticos, pois suas propriedades já mencionadas são muito potentes (ALVES, 2015). De acordo com estudos feitos por Minutti e Gonçalves (2015), o tratamento tópico feito com formulação contendo resveratrol, aumentou a espessura da pele, apresentando grande potencial para indivíduos com a pele sensível ou sensibilizada, e que além disso, demonstrou ação antienvelhecimento. Estudos feitos entre os anos de 2003 e 2007 demonstraram que as propriedades antioxidantes do resveratrol aumentaram significativamente a estabilidade do DNA, fazendo com que o tempo de vida da levedura Saccharomyces cerevisiae aumentasse em 70%, na mosca Drosophila melanogaster e na lombriga Caenorhabditis elegans 70%, e em vertebrados e em um peixe da espécie Nothobranchius furze 65% (FONTES, 2013). Segundo Allemann e Baumann (2016), estudos in vitro demostram que a aplicação tópica do resveratrol protegeu a pele contra os danos causados pelos raios UVB-mediado e inibiu o estresse oxidativo. Por tanto, o sucesso da Vinhoterapia, está nos polifenóis existentes na uva ou no vinho tinto, no qual o que mais se destaca pelo seu grande poder antioxidante é o resveratrol, que supera até mesmo a vitamina E utilizada em produtos cosméticos. As empresas que comercializam produtos a base de uva ou vinho tinto, asseguram que seus cosméticos destinados a Vinhoterapia, proporcionam brilho, proteção às fibras de sustentação da pele, desintoxicação de tecidos e melhora na circulação (SERGIO; VALIM; ALMEIDA, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme pesquisas realizadas para a elaboração do presente estudo, a Vinhoterapia é um tratamento muito eficaz no combate ao envelhecimento, melhorando o aspecto da pele através do poder antioxidante do resveratrol existente na formulação dos produtos cosméticos utilizados neste tratamento. Este estudo sugere ainda, que novas pesquisas sejam realizadas para que possa se obter maiores fundamentações quanto ao assunto.

REFERÊNCIAS ACAUAN, A. P. Supermolécula pode prevenir doenças - Extração do resveratrol renderá patente à PUCRS. Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, v. 30, n. 133, p. 6-9, 2007. ALVES, A. C. L. O resveratrol como molécula anti-envelhecimento. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2015. ALLEMANN, I. B.; BAUMANN, L. S. Antioxidantes e as formulações para cuidados com a pele. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/ revistas.asp?id_materia=3980&fase=imprime> Acessado em: 18/03/16. BENTO, B.S. Fotoenvelhecimento Cutâneo – Processo/Produto. Instituto Superior de Ciência a Saúde Egas Moniz, 2015. DIAS, A. M. P. S. P. Nutrição e a Pele. Universidade do Porto, 2008. FREITAS, L. D. O. O processo de envelhecimento natural da pele do idoso: diagnósticos e intervenções de enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010. FONTES, I. J. G. Antioxidantes como substâncias cosmetologicamente activas. Universidade Lusófona de Humanindades e Tecnologias, 2013. HARRIS, M. I. N. C. Pele: Estrutura, propriedades e envelhecimento. Editora Senac: São Paulo, 2009. GIEHL, M. R. et al. Eficácia dos flavonóides da uva, vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e no tratamento secundário da aterosclerose. Scientia Medica. Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-155, 2007. JÚNIOR, E. S. P. et al. Suco de uva: fonte de composto bioativos com benefícios à saúde. Nutrição Brasil, 2013. MARASCHIN, R. P. Caracterização química do vinho Cabernet Sauvignon produzidos na serra gaúcha, 2003. MINUTTI A. F.; GONÇALVES, G. M. S. Estudos dos efeitos de formulações contendo resveratrol sobre a pele de ratos. Anais do XX Encontro de Iniciação Científica. PUC Campinas, 2015. MOUAD, A. M.; Porto, A. L. M. Uma abordagem química sobre a pele e a biocatálise no desenvolvimento de moléculas antioxidantes de aplicação cosmética. Revista Virtual de Quimica, v. 6, n. 6, p. 1642-1660, 2014. NARCISO, L. G. Resveratrol atenua o estresse oxidativo e a lesão muscular de ratos sedentários submetidos a exercício físico. Faculdade de Medicina Veterinária, 2013. NEMEN, D.; SENNA, E. L. Preparação e caracterização de suspenções coloidais de nanocarreadores lipídicos contendo resveratrol destinados à administração cutânea. Quimica Nova, v. 34, n.3, 408-413, 2011. NEVES, G. Y. S. et al. Avaliação do consumo de alimentos ricos em antioxidantes e do conhecimento sobre os radicais livres por parte dos acadêmicos de ciência biológicas e enfermagem da Fafimam. Diálogos & Saberes. Mandaguari, v. 10, n. 1, p. 47-62, 2014. PAULOS, A. C. P. Formulações dermatocosméticas: da actualidade aos desafios futuros. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2014. PARRINHA, A. R. G. Novas tendências em cosmética antienvelhecimento. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2014. PEREIRA, A. M. V.; MEIJA, D. P. M. Peelings químicos no rejuvenescimento facial. Disponível em: <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/ docs/18/96_-_Peelings_quYmicos_no_rejuvenescimento_facial.pdf> Acessado em: 15/03/16. PINTO, M. S. S. Fotoenvelhecimento: Prevenção e Tratamento. Universidade do Algarve Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2014. ROLIM, E. S.; PEREIRA, M. A.; ESKELSEN, M. W. Envelhecimento Cutâneo “Versus” Efeitos do Resveratrol: Uma Revisão de Literatura. Revista Eletrônica Estácio Saúde, v. 2, n. 1, p.69-82, 2013. RUIVO, A. P. Envelhecimento Cutâneo: fatores influentes, ingredientes ativos e estratégias de veiculação. Universidade Fernando Pessoa, 2014. SATAKE, C. Y. Incorporação do trans-resveratrol em sistema nanoestruturados: avaliação das ações antioxidantes e despigmentantes in vitro, 2013. SERGIO, A. S. S.; VALIM, F. M.; ALMEIDA, N. M. Tratamento Facial Utilizando Vinho e Argila Verde no Tratamento de Acne Grau I e II. UninCor – Universidade Valedo Rio Verde, 2013. Sociedades Brasileira de Dermatologia. Envelhecimento. Disponível em: <http://www.sbd.org.br/doencas/envelhecimento/>Acessado em: 10/03/16. VAGANTE, C. S. L. Efeitos do consumo de vinho na saúde humana: Aspectos positivos e negativos. Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2012. VELASCO, M. V. R. et al. Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling de fenol. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, p. 79(1):91-99, 2004. VILELA, F. M. P. Avaliação da segurança in vivo de filtros solares em formulação fotoprotetora. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, 2010. União Brasileira de Vitivinicultura. Vinho e Saúde. Disponível em: <http:// www.uvibra.com.br/vinhoesaude.htm> Acessado em: 18/03/16.

Daniela Pereira dos SANTOS1 dani_santos03@hotmail.com Yara Fernanda Mozer dos PASSOS¹ yaraf.mozer@hotmail.com Ana Cláudia Calazans da SILVA2 anacalazans@uniararas.br 1. Graduanda do Curso de Bacharelado em Estética – FHO|Uniararas. 2.Graduada em Tecnologia Estética pelo Centro Universitário Hermínio Ometto – FHO|Uniararas, Especialista em Cosmetologia Clínica pelo Centro de Ensino Superior de Valença – FAA, Docente do Curso de Bacharelado em Estética do Centro Universitário Hermínio Ometto – FHO|Uniararas, Av. Dr. Maximiliano Baruto, 500 – Jd. Universitário/ Araras – SP – CEP: 13607-339.

70 | Estética Com Ciência


PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES DO EXTRATO DE GOJI BERRY (LYCIUM BARBARUM) NA MELHORA DA LIPODISTROFIA GINOIDE estudo de caso RESUMO

ABSTRACT

Introdução: O Goji Berry (Lycium barbarum), é uma fruta da família Solanácea típica do noroeste chinês utilizada há muito tempo na medicina chinesa devido a suas propriedades antioxidantes, formados por compostos como zinco, zeaxantina, luteína, vitaminas A, C e E, riboflavina (vitamina B2), be-ta-caroteno, licopeno e taurina. Segundo pesquisas, esses antioxidantes quando aderidos à alimentação evidenciam vários benefícios a saúde, além também de auxiliar no tratamento de diversas disfunções estética, como por exemplo a lipodistrofia ginóide. Objetivo: O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do extrato de Goji Berry na lipodistrofia ginóide através de um estudo de caso. Metodologia: O estudo foi realizado nas etapas seguintes: Obtenção do extrato a partir das frutas desidratadas, manipulação e aplicação do creme contendo 15% do extrato em indivíduo do sexo feminino com idade de 38 anos com grau III de lipodistrofia ginóide, e avaliação através da biofotogrametria computadorizada. Resultados: Conforme as análises dos resultados, verificou-se que o tratamento com o extrato de Goji Berry reduziu significativamente o quadro de lipodistrofia ginóide na voluntária. Conclusão: Conclui-se assim, que o extrato apresenta potencial para ser incorporado a formulações cosméticas no tratamento da lipodistrofia ginóide.

Introduction: The Goji Berry (Lycium barbarum) is a fruit of solanaceous family typical of Chinese northwest used for a long time in Chinese medicine due to its antioxidant properties, formed by compounds such as zinc, zeaxanthin, lutein, A, C and E vitamins, riboflavin (B2 vitamin), be-ta-carotene, lycopene and taurine. According to research, when these antioxidants are added to food, many health benefits are observed, and also help treat various aesthetic disorders, such as gynoid lipodystrophy. Objective: The objective was evaluate the effect of Goji Berry extract in gynoid lipodystrophy through a case study. Methodology: The study was conducted in the following steps: obtaining the extract from dehydrated fruits, handling and application of a 15% extract containing cream in na individual 38 years old with gynoid lipodystrophy grade III, and evaluation by computerized photogrammetry. Results: As results of the analysis, it was found that treatment with Goji Berry extract significantly reduced the gynoid lipodystrophy at the voluntary. Conclusion: We conclude therefore that the extract has the potential to be incorporated into cosmetic formulations in the treatment of gynoid lipodystrophy.

Palavras-chave: Goji berry, lycium barbarum, antioxidantes.

KEYWORDS: Goji berry, lycium barbarum, antioxidants

Estética Com Ciência | 71


INTRODUÇÃO O Goji Berry (Lycium barbarum) é uma planta da família Solanacea encontrada no noroeste da China. Seu interesse tem aumentado pelo seu alto valor nutricional e potencial efeito antioxidante. Ele contém um complexo rico em carotenóides, incluindo o betacaroteno, zeaxantina, luteína e taurina, apresenta grande quantidade de vitamina C e é rico em vitaminas B1, B2, B6, além de ser um potente antioxidante (MARTINS, COIMBRA e SCHLICHTING, 2014). Os antioxidantes podem ser definidos como substâncias capazes de retardar ou inibir a oxidação de substratos oxidáveis, podendo ser enzimáticos ou não enzimáticos. Eles reduzem o stress oxidativo, produzido através da formação de um radical menos ativo. Devido às propriedades antioxidantes do Goji Berry, ele vem sendo utilizado no tratamento de distúrbios nos quais está envolvido o estresse oxidativo e outras patologias, como no caso, a lipodistrofia ginóide (MARTINS, COIMBRA e SCHLICHTING, 2014; GIMENEZ, 2001). A Lipodistrofia ginóide, também conhecida de forma errônea por “celulite” foi descrito pela primeira vez em 1920, para descrever uma alteração estética Diversos são os termos utilizados para definir estas alterações, sendo eles: Lipodistrofia, Lipoedema, Fibroedema Geloide, Hidrolipodistrofia, Hirolipodistrofia Ginoide, Paniculopatia edemato fibro esclerótica, e Lipodistrofia Ginoide (SCHNEIDER, 2010; GIMENEZ, 2001). É caracterizada por um processo multifatorial podendo ser determinada por efeitos hormonais, predisposição genética, inatividade, dietas inadequadas, obesidade, distúrbios posturais, bem como o tabagismo, e é caracterizada pela presença de depressão na pele. A etnia, e o uso de determinados medicamentos como terapia de reposição de estrógenos, anticoncepcionais, corticosteroides, podem agravar a situação (RIBEIRO, 2010; TREU et al, 2009; TOGNI, 2006). A Lipodistrofia ginóide é classificada em quatro tipos de formas clínicas: dura ou compacta, flácida ou branda, edematosa e mista (KEDE, SERRA e CEZIMBRA, 2010). Na fase inicial (grau I) da Lipodistrofia ginoide é apresentado alterações metabólicas e edema intersticial reversível, invisível a olho nu (GOMES E GABRIEL, 2006). Já na segunda (grau II) fase conhecida como edematosa tem irregularidades no revelo cutâneo, visível pela compressão e contração muscular, diminuição da temperatura e elasticidade. A terceira (grau III fase apresenta aspecto conhecido como casca de laranja, nódulos frios, dor, palidez, redução da temperatura e elas72 | Estética Com Ciência

ticidade (KEDE E SABATOVICH, 2004). E na quarta (grau IV) e última fase, ocorre um espaçamento do tecido conjuntivo. Os nódulos são mais dolorosos, com aparência fortemente ondulada (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A patologia afeta várias regiões do corpo, como, região glútea, lateral, a face interna e posterior da coxa, o abdômen, a parte posterior e lateral dos braços, face interna dos joelhos e a região dos quadris (LEONARDI e CHORILLI, 2010). Dessa maneira, o propósito desse estudo de caso foi analisar se o uso de cosmético a base de extrato de Goji Berry tem um efeito positivo na melhora do quadro da lipodistrofia ginóide.

MATERIAL E MÉTODOS A presente pesquisa foi submetida à Plataforma Brasil e aprovada sob o número CAAE 52225315.4.0000.5385.

Materiais Obtenção do Extrato e Preparação do Material Vegetal Para a preparação do extrato, foram usados 200 gramas de Goji Berry desidratado, adquiridos num estabelecimento comercial na cidade de Araras – SP. As frutas desidratadas do Goji Berry foram coletadas, selecionadas, limpas e pesadas. Em seguida, passaram pelo processo de extração por maceração em solução hidroalcoólica 70% a temperatura ambiente por um período de 7 dias. O filtrado resultante passou pelo processo de rotoevaporação para extração de todo o álcool, sendo obtido desta forma o extrato bruto hidroalcoólico.

Preparação da formulação farmacêutica com extrato hidroalcoólico do Goji Berry Foi preparado um creme base aniônico clássico na formulação farmacêutica, conforme o Formulário Nacional - Farmacopéia Brasileira (conhecido como Lanette), para incorporação de 15% do extrato de Goji Berry. Não foram utilizados corantes e/ou essências sintéticas ou naturais, para impedir interações com os princípios ativos vegetais. O pH foi ajustado, na faixa entre 5,5-6,5. O creme pronto foi envasado em recipiente adequado, de plástico opaco, ao abrigo da luz e à temperatura ambiente.

Seleção da Voluntária O modelo metodológico abordado foi um estudo de caso no qual participou um indivíduo do gênero feminino com idade de 38


Utilizou-se a Biofotogrametria Computadorizada como forma de avaliação quantitativa no pré e no pôs-tratamento para análise da área (cm²) e do perímetro (cm) das lesões. Foram colocados marcadores adesivos esféricos de 19 mm nas Espinhas Ilíacas Póstero Superior (EIPS) e Trocanteres Maior e uma régua de 5 cm foi afixada na região lombar. A voluntária permaneceu em ortostatismo sendo delimitados os nódulos com lápis dermatografico, e as fotos foram tomadas em vista posterior, sem contração glútea antes da primeira sessão e após o uso do creme. Para tal, foi utilizada uma câmera digital SemiProfissional Canon SX400IS - 16.0MP LCD, sem zoom, posicionada sobre um tripé em nível e prumo a uma distância de 70 centímetros e altura de 103 centímetros. A área avaliada foi delimitada com linhas imaginarias passando superiormente pelas EIPS, inferiormente pela prega glútea, de uma lateral a outra pelos trocanteres maior e medialmente pelo sulco Inter glúteo. Por meio dessas linhas, a região ficou assim dividida: glúteo superior direito, glúteo superior esquerdo, anterior e posterior de coxa.

RESULTADOS As medidas de área e perímetro da lipodistrofia ginoide em diferentes regiões (anterior e posterior de coxa, e glúteo), obtidas por biofotogrametria, estão apresentadas nos gráficos 1 a 3. A capacidade do extrato de Goji Berry em reduzir a lipodistrofia ginoide pode ser representada na forma de porcentagem de redução da área ou do perímetro da lipodistrofia ginoide, relacionando os valores da primeira avaliação (antes da aplicação do creme) com a segunda (após 30 dias de tra-

AVA 2

AVA 1

AVA 2

7

1,6

6

1,2

5

Perímetro (cm)

1,4 1

0,8 0,6 0,4

4 3 2 1

0,2

0

0

CAD CAD

CAE Avaliação/ Região

CAE Avaliação/ Região

Figura 1: Avaliações da área (cm2) e/ou do perímetro (cm) da lipodistrofia ginoide, parte anterior, coxa direita (CAD) e esquerda (CAE) antes do tratamento (AV1), e após 30 dias (AV2) de tratamento com o creme contendo o extrato de Goji Berry.

1,6

AVA 1

AVA 1

AVA 2

1,4

6

1,2

5

1

Perímetro (cm)

Avaliação da Lipodistrofia ginoide por Biofotogrametria

AVA 1 1,8

0,8 0,6 0,4 0,2 0 CPE

AVA 2

4 3 2 1 0

CPD

CPE

CPD

Avaliação/ Região

Avaliação/ Região

Figura 2: Avaliações da área (cm2) e/ou do perímetro (cm) da lipodistrofia ginoide da parte posterior, glúteo (Glúteo) coxa posterior esquerda (CPE) e direita (CPD) antes do tratamento (AV1), e após 30 dias (AV2) de tratamento com o creme contendo o extrato de Goji Berry.

AVA 1

Àrea (cm²) e Perímetro (cm)

A voluntária foi submetida ao tratamento com o creme contendo extrato de Goji Berry após leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A voluntária foi submetida à aplicação do creme, contendo 15% do extrato de Goji Berry, diariamente, 2 (duas) vezes ao dia (manhã e noite), nas regiões do glúteo, interno, anterior e posterior de coxa, com uma quantidade suficiente para cobrir toda a área estudada, durante o período de 30 dias. A mesma também não pode realizar nenhum tipo de tratamento com finalidade estética ou atividade física durante o período do estudo.

Àrea (cm²)

Tratamento da Voluntária

tamento) avaliação. Os resultados apresentados nos gráficos 1 a 3 mostram que a voluntária, apresentou uma redução significativa na lipodistrofia ginoide nas regiões do glúteo, coxa anterior e posterior, logo após 30 dias de tratamento. Esse período de tratamento foi suficiente para reduzir 81,76% da parte anterior da coxa direita. Após 30 dias de tratamento a lipodistrofia ginoide, na voluntária, diminuiu 36,73% na região glútea, e 33,75% da parte posterior da coxa direita.

Àrea (cm²)

anos, apresentando grau III de lipodistrofia ginoide.

AVA 2

7 6 5 4 3 2 1 0 Glúteo (área cm²) Glúteo (perímetro cm)

Avaliação/ Região

Figura 3: Avaliações da área (cm2) e/ou do perímetro (cm) da lipodistrofia ginoide da parte posterior, glúteo (Glúteo) antes do tratamento (AV1), e após 30 dias (AV2) de tratamento com o creme contendo o extrato de Goji Berry.

Estética Com Ciência | 73


A celulite é considerada um problema esteticamente preocupante para milhões de mulheres. Uma das possibilidades do surgimento da celulite é, em consequência, pelo aumento do número e o volume dos adipócitos e, por fim, a ação do estrogênio (hormônio sexual secundário feminino) durante a puberdade. Este hormônio é responsável por reter líquidos ricos em sódio. Neste trabalho foi mostrado que o tratamento corporal com o extrato de Goji Berry conseguiu atenuar o perímetro e a área da lipodistrofia ginoide num período (30 dias) relativamente curto, além de deixar a pele com o aspecto mais firme (GOMES & DAMAZIO, 2009). De forma geral a lipodistrofia ginoide se caracteriza pela presença de depressão na pele, assemelhadas à textura da casca de laranja, observadas regularmente nas coxas e nádegas. Ela é classificada em quatro tipos de formas clínicas: dura ou compacta, flácida ou branda, edematosa e mista. E possui vários fatores responsáveis pelo aparecimento da celulite, entre eles, a herança genética, etnia, fototipo de pele, alimentação inadequada, falta de prática de atividades físicas, uso de nicotina e o uso de determinados medicamentos (KEDE, 2010; TREU et al., 2009). Num artigo de revisão descreveram a base multifatorial para a etiologia da LDG. O processo se originaria com a deterioração da vascularização cutânea, particularmente em resposta às alterações do esfíncter pré-capilar arteriolar nas áreas afetadas juntamente com a deposição de glicosaminoglicanos hiperpolimerizados na parede de capilares dérmicos e entre o colágeno e as fibras elásticas. O aumento da pressão capilar levaria ao aumento da permeabilidade dos capilares venulares e à retenção de excesso do líquido na derme, entre os adipócitos e entre os septos interlobulares, provocando mudanças celulares e hipóxia tecidual (ROSSI; VERGANINI, 2000) O aumento da resistência lipolítica resultante da hipóxia e o aumento da lipogênese, causada pela ação do estrógeno, prolactina e dietas ricas em carboidratos, levariam à hipertrofia dos adipócitos. Os adipócitos alargados, juntamente com a hipertrofia e hiperplasia das fibras reticulares periadipocitárias, formariam micronódulos cercados por fragmentos de proteínas que, posteriormente, causariam esclerose dos septos fibrosos, levando ao aparecimento da lipodistrofia ginóide (PASCHOAL; CUNHA; CIPORKIN, 2012). A melhora do quadro clínico da lipodistrofia ginoide, com o uso de produtos cosméticos de origem natural ou sintético que têm desempenhado um papel importante por diferentes mecanismos de ação nos tratamentos estéticos em geral com resultados eficientes e satisfatórios (RODRIGUES, 2001). A utilização de extratos vegetais é cada vez mais empregada, pois o conhecimento de 74 | Estética Com Ciência

sua atividade é baseado na medicina popular e é acessível a todos. Eles são incorporados a concentrações que variam entre 3 a 15% de inúmeros fitocosméticos em função de sua atividade como, por exemplo, em antirrugas, regeneradores, anti-acne, lipodistrofia ginoide entre outros (PEYREFITTE et al., 1998). Os produtos fitocosméticos destinados ao tratamento da lipodistrofia ginoide podem atuar em diversos aspectos desta afecção, sendo em locais que sofrem acometimento da microcirculação, perda de elasticidade da pele, diminuição endógena da atividade lipolítica e alteração do relevo cutâneo (LEONARDI & CHORILLI, 2010; GUIRRO & GUIRRO, 2002). Estudos de Gross (2005) confirmam que as bagas de Goji Berry da espécie Lycium barbarum despertaram interesse na comunidade científica ocidental pela sua riqueza nutritiva e ação antioxidante. Os antioxidantes podem ser definidos como substâncias capazes de retardar ou inibir a oxidação de substratos oxidáveis, podendo ser enzimáticos ou não enzimáticos. Eles reduzem o stress oxidativo, produzido através da formação de um radical menos ativo. (MARTINS, COIMBRA e SCHLICHTING, 2014; GIMENEZ, 2001). O estresse oxidativo é definido como um acúmulo de espécies reativas de oxigênio que causam danos a estrutura das biomoléculas de DNA, lipídios, carboidratos e proteínas, além de outros componentes celulares. A ocorrência de um estresse oxidativo moderado, frequentemente é acompanhada do aumento das defesas antioxidantes enzimáticas, mas a produção de uma grande quantidade de radicais livres pode causar danos e morte celular (ANDERSON, 1996). A capacidade que um composto possui em doar elétrons ou hidrogênio, em deslocar ou estabilizar um elétron desemparelhado, em reagir com outro antioxidante ou com um oxigênio molecular é definida como potencial antioxidante, sendo assim, estes apresentam ação anticancerígena quando são causados devido à ação de radicais livres, ou seja, um antioxidante é uma substância química que impede a oxidação de outros produtos químicos (MORAES, COLLA, 2006). Os antioxidantes existentes naturalmente no Goji Berry são compostos fenólicos, incluindo, flavonoides e outros compostos fenólicos simples. É amplamente aceito que a atividade antioxidante significativa de alimentos está relacionada ao alto teor de compostos fenólicos totais (SONG, XU, 2013). Os compostos fenólicos em extratos de bagas são caracterizados por terem uma forte capacidade de sequestrar radicais de oxigênio para inibir a oxidação, bem como o crescimento de bactérias patogênicas (HEINONEN et al, 1998; MIKULIC-PETKOVSEK et al., 2012). Esses compostos agem como antioxidan-


tes, não somente pela sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também em virtude de seus radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários ingredientes do alimento, particularmente de lipídios (BRAND-WILLIAMS et al., 1995; SILVA et al., 2010). Além da ação antioxidante, Zhao et al. (2005) mostraram que um glicoconjugado do extrato de Goji Berry foi capaz de inibir a expressão de metaloproteinase de matriz - tipo 1, estimular a proliferação de fibroblastos e aumentar a síntese de colágeno. Além do glicoconjugado, o extrato de Goji Berry possui uma considerável quantidade de ácido ascórbico (42mg/100g), um conhecido indutor da síntese de colágeno (LEE e CHOI, 1999). Estes resultados sugerem que o efeito do extrato de Goji Berry no metabolismo do colágeno também ajuda a explicar a redução da área e do perímetro da lipodistrofia ginoide tratada neste trabalho. No presente estudo, utilizamos a biofotogrametria, que segundo Brand et al. (2009), é um método objetivo, preciso e prático para a análise da lipodistrofia ginoide através de imagens digitais. Essa técnica permite que as imagens possam ser armazenadas, recuperadas e analisadas objetivamente através de métodos automatizados de processamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Nossos resultados permitem concluir que o extrato de Goji Berry apresenta um grande potencial para o tratamento de lipodistrofia ginoide. Esta habilidade provavelmente está relacionada com a sua ação antioxidante. Assim, este trabalho sugere que novos estudos sejam realizados para que tenha uma maior fundamentação do assunto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, D. Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and other damage. Mutation Research, Amsterdam, v.350, n.1, p.103-108, 1996. BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel-Wissenschaft Technologie, London, v. 28, p. 25-30, 1995. GIMENEZ, A.M. Celulitis. Um problema cosmético controvertido. Act Dermatol. 2001; 40:595-610. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional. 2 ed. Editora Manole, 2002. GOMES, R.K; DAMAZIO, G.M. Cosmetologia - descomplicando os princípios ativos. 3ª edição. São Paulo: Livraria Médica Paulista. Editora Ltda., 2009 GOMES, R. K; GABRIEL, M. Cosmetologia: Descomplicando os princípios ativos. 2 ed. São Paulo: LPM, 2006. HEINONEN, I. M.; MEYER, A. S.; FRANKEL, E. N. Antioxidant activity of berry phenolics on human low-density lipoprotein and liposome oxidation. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 23, p. 46-56, 1998.

KEDE, M.P. V; SERRA, A; CEZIMBRA, M. Guia de beleza e juventude. 2ª edição. São Paulo: SENAC, 2010. KEDE, M.P.V; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu, 2004. LEE, K. K.; CHOI, J. The effects of areca catechu extract on anti aging. International Jornal Of Cosmetc Science, Inglaterra, v. 21, p.285-295, set. 1999. LEONARDI, G. R.; CHORILLI, M. Celulite - Prevenção e tratamento. São Paulo: Pharmabooks, 2010. MARTINS, G. S. G; COIMBRA, C. C. B. E; SCHLICHTING, C. L. R. Toxidade do Goji Berry (Lycium Barbarum). Revista Uningá. Paraná, v.20, n.2, p.123128, 2014. MIKULIC-PETKOVSEK, M.; SLATNAR, A.; STAMPAR, F.; VEBERIC, R. HPLCMS’ Identificaton and Quantification of flavonol glycosides in 28 wild and cultivated berry species. Food Chemistry, v. 1, p. 2138-2146, 2012. MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 3, n. 2, p. 109-122, 2006. PASCHOAL, L. H. C; CUNHA, M.G; CIPORKIN, H. Fisiopatologia e Atualização Terapêutica da Lipodistrofia Ginóide - Celulite. 2 ed. rev e ampl. Rio de Janeiro: Di Livros Ed. Ltda, 2012. PEYREFITTE, G.; MARTINI, M. C.; CHIVOT, M. Cosmetologia, biologia geral e biologia da pele. São Paulo: Organização Andrei Editora LTDA, 1998. RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2010. RODRIGUES, R. M. Cosméticos verdes: uma tendência mundial. Rev Racine 65: 28- 30, 2001. ROSSI, A. B, VERGNANINI, A. L. Cellulite: a review. J Eur Acad Dermatol Venereol, 14(4): 251-62, 2000. SCHNEIDER, A.P. Nutrição estética. São Paulo: Atheneu; 2010. SILVA, M. L. C.; COSTA, R. S.; SANTANA, A. S. S.; KOBLITZ, M. G. B. Compostos fenólicos, carotenoides e atividade antioxidante em produtos vegetais. Revista Semina: Ciências Agrárias, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./ set. 2010. SONG, Y.; XU, B. Diffusion Profiles of Health Beneficial Components from Goji Berry (Lyceum barbarum) Marinated in Alcohol and Their Antiozidant Capacities as Affected by Alcohol Concentration and Steeping time. Journal of Food and Science, v. 2, p. 32-42, 2013. TOGNI, A.B. Avaliação dos efeitos do ultra-som associado à fonoforese e endermologia no tratamento do fibro edema gelóide. Tubarão, SC, 2006. Monografia (Graduação). Curso de Fisioterapia, Universidade do Sul de Santa Catarina. TREU, C.; LUPI, O.; BOTTINO, D.; BOUSKELA, E. Parâmetros microcirculatórios e clínicos em pacientes com lipodistrofia ginoide tratadas topicamente com alho (15 ppM). Surgical & Cosmetic Dermatology. 1 (2):64-69, 2009. ZHAO, H. et al. Lycium barbarum glycoconjugates: effect on human skin and cultured dermal fibroblasts. Phytomedicine, Estados Unidos, v. 12, p.131-137, ago. 2005.

Aline Ferreira da SILVA1 lili_fds@hotmail.com Stella Marys Mercuri GUIDOTTI¹ stellamarys.sm.sm@gmail.com Ana Cláudia Calazans da SILVA¹ anacalazans@uniararas.br 1. Graduanda do Curso de Bacharelado em Estética – FHO/ Uniararas. 2.Graduada em Tecnologia Estética pelo Centro Universitário Hermínio Ometto – FHO|Uniararas, Especialista em Cosmetologia Clínica pelo Centro de Ensino Superior de Valença – FAA, Docente do Curso de Bacharelado em Estética do Centro Universitário Hermínio Ometto – FHO|Uniararas, Av. Dr. Maximiliano Baruto, 500 – Jd. Universitário/ Araras – SP – CEP: 13607-339.

Estética Com Ciência | 75


A EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA ONCOLÓGICA NA PREVENÇÃO DE HIPOMOBILIDADE E LINFEDEMA

relato de caso

RESUMO Introdução: O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo todo, depois apenas do câncer de pele não melanoma. Quando detectado em estágio inicial, o tumor apre-senta altos índices de cura, entretanto, no Brasil, mais da metade dos diagnósticos são realiza-dos em estágios avançados. Objetivo: Este estudo tem como objetivo demonstrar a eficácia de procedimentos fisioterápicos como: eletroterapia, fisioterapia respiratória, exercícios meta-bólicos, drenagem linfática, cinesioterapia e outros, realizados em paciente mastectomizada. Métodos: Paciente de 45 anos submetida à mastectomia radical com retirada do linfonodo sentinela foi tratada com fisioterapia no período pós-operatório e avaliada posteriormente através de perimetria e goniometria. Resultados: Após o tratamento fisioterapêutico, a paci-ente foi reavaliada em diversas fases e, através da goniometria pode-se observar que a paciente teve a amplitude de movimento restabelecida. Pela perimetria observa-se que não houve formação de edema considerável no membro homolateral. Conclusão: A análise final mos-trou-se satisfatória, apresentando os efeitos esperados, pois a paciente apresentou baixos níveis de edema, boa recuperação da amplitude de movimento no período pós-operatório e redução da dor nas regiões afetadas. Palavras-chave: linfedema, hipomobilidade, fisioterapia oncológica. INTRODUÇÃO As glândulas mamárias, mamas, são uma característica que distingue os mamíferos. Elas evoluíram como órgãos produtores de leite para fornecer nutrição aos filhos, que nascem em um estado relativamente imaturo e dependente. Podem ser consideradas como glândulas sudoríparas modificadas cobertas por pele e por tecido subcutâneo, e seu desenvolvimento inicia precocemente na vida embrionária. Durante a gravidez, em preparação para a lactação, as glândulas mamárias sofrem proliferação e desenvolvimento acentuado devido ao fato de que o corpo amarelo e a placenta produzem continuamente estrogênios e progesterona e, 76 | Estética Com Ciência

após o parto, a concentração desses hormônios cai abruptamente com a degeneração do corpo ama-relo e da placenta.1,2 A evolução mamária seguida da involução ou do envelhecimento mamário a partir do início do climatério é uma evidencia do fator hormonal. As variações e/ou alterações funcio-nais endócrinas que trazem mudanças nos níveis da progesterona e/ou dos ciclos anovulatórios parecem ser importantes na etiopatogenia das alterações funcionais das mamas. Os sintomas de doença mamária geralmente são localizados, muitas vezes com achados físicos óbvios, já que a mama é facilmente acessível para inspeção e palpação. Uma massa na mama constitui a apresentação mais comum de um carcinoma da mama, sendo muitas vezes uma descoberta acidental, outro sintoma a é dor na mama, e outros sintomas que ocorrem em menor frequência incluem aumento da mama, derrame papilar ou alterações epiteliais no mamilo, retração ou alteração no contorno da mama, ulceração, eritema, uma massa axilar, e raramente dor nas costas ou dor óssea.1,2 O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano e a maior causa de óbitos na população feminina brasileira, especialmente entre 40 e 69 anos. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) estimam que 57120 novos casos sejam diag-nosticados em 2015 no Brasil. Fatores como hereditariedade, paridade e menopausa tardias, obesidade e menarca precoce estão relacionados ao surgimento de câncer de mama, sendo um importante fator prognóstico o diagnóstico precoce. Quando detectado em estádio inicial, o tumor apresenta altos índices de cura. Entretanto, no Brasil, mais da metade dos diagnósticos são realizados em estádios avançados.6,7,8 A abordagem cirúrgica é, na maioria dos casos, inevitável para o tratamento da doença, tendo por objetivo a remoção mecânica de todas as células cancerígenas, aumento da so-brevida, orientação da terapia sistêmica, definição do estadiamento cirúrgico e identificação do grupo de maior risco de metástase, porém, com os avanços da medicina e das técnicas ci-rúrgicas, os traumas psicológicos e danos estéticos têm sido reduzidos através da incor-


poração do conceito estético-terapêutico chamado de cirurgia oncoplástica da mama, cuja finalidade é melhorar a qualidade de vida pós-tratamento, preservando, na mulher tratada por câncer, a função simbólica da mama na construção figurativa da imagem e da identidade feminina. O desenvolvimento de técnicas de reconstrução mamária eficientes tem possibilitado oferecer alternativas que diminuem o impacto referente à deformidade associada à mastectomia, mesmo em tumores localmente avançados.1,7,8 A mastectomia, acompanhada ou não de reconstrução mamária, é uma alternativa im-portante quando o tratamento conservador não é indicado ou escolhido, e ainda é o procedi-mento cirúrgico mais empregado em nosso meio, pois a maioria das pacientes tem diagnóstico primário com tumores acima de 4cm, em média. O membro superior homolateral à cirurgia pode apresentar complicações como dor, linfedema, parestesia, diminuição da força muscular e redução da amplitude de movimento (ADM), sendo consideradas as mais difíceis conse-quências do tratamento do câncer de mama, uma vez que impactam na qualidade de vida das mulheres. Uma das formas mais eficazes de reduzir essas complicações é proporcionar suporte fisioterápico pós-operatório precoce.1,7,8 Uma das principais complicações decorrentes do tratamento para câncer de mama é o linfedema de membro superior. O linfedema pode ser definido como todo e qualquer acúmulo de líquido nos espaços intersticiais, sendo este altamente proteico. Ocorre como resultado de uma deficiência mecânica na dinâmica do sistema linfático, reduzindo assim a sua capacidade no transporte da linfa. Vários métodos vêm sendo empregados para diagnosticar e mensurar o linfedema, desde os mais simples, como a perimetria, até mais complexas e sofisticadas técni-cas de imagem. Os sinais e sintomas clínicos do linfedema são: edema na extremidade afetada, sinal de cacifo no estágio inicial e ausência nos estágios tardios, coloração da pele normal ou pálida, sinal de Stemmer positivo (prega cutânea), edema no dorso da mão, entre outros. Os exercícios devem ser iniciados precocemente, sendo que, até a terceira semana pós-operatória, limitados a 90° na flexão e abdução do membro superior afetado, para evitar complicações cicatriciais. A inclusão de um programa fisioterapêutico deve se recomendada o mais precoce possível. A automassagem linfática deverá ser ensinada, visando melhorar as vias secundárias de drenagem da linfa.4,7 A amplitude de movimento (ADM) é a capacidade de movimentar completamente um segmento garantida por movimentação periódica do membro. Em pacientes mastectomizadas, a diminuição da ADM ocorre devido à remoção dos músculos peitorais maior e menor, resul-tando na redução da força e função do membro superior envolvido. Também pode ocorrer quando o nervo de Bell é temporariamente traumatizado durante a dissecção axilar, ocasio-nando fraqueza do músculo serrátil anterior e desestabilizando a escápula e o movimento de abdução do ombro homolateral. Independente da técnica cirúrgica utilizada, a reeducação da cintura escapular e do membro superior é fundamental a fim de restabelecer a função do membro o mais rapidamente possível.7 A complicação que mais justifica o tratamento fisioterápico pós-cirúrgico é a limitação da ADM.

Estudos revelam que 49% das pacientes avaliadas apresentaram problemas de mo-bilidade no ombro após a cirurgia e o linfedema foi observado em 29% delas. Por esse motivo, quanto mais precoce for o início do tratamento fisioterápico, menor será a possibilidade de desenvolvimento de complicações, diminuição do tempo de recuperação e retorno às ativida-des cotidianas mais rapidamente. O tratamento fisioterápico pós-operatório em pacientes mas-tectomizadas objetiva a reabilitação global, física, psicológica, social e profissional das mu-lheres, proporcionando o retorno às atividades cotidianas em menor tempo e com menos se-quelas possíveis.7,8 Assim sendo, este artigo tem como objetivo avaliar a atuação da fisioterapia no período pós-operatório em paciente submetida à cirurgia de ressecção de mama, na prevenção de linfedema e hipomobilidade. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo trata-se de um relato de caso de uma paciente do sexo feminino de 45 anos com diagnóstico de câncer de mama, T2N0M0, que foi submetida à cirurgia de maste-ctomia radical com retirada do linfonodo sentinela. Após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido concordando participar do estudo a paciente foi avaliada no primeiro dia de pós-operatório iniciando o tratamento fisioterapêutico. Antes e após o tratamento cirúrgico a paciente foi submetida a avaliações constituídas de perimetria e goniometria nos membros superiores. Os atendimentos fisioterápicos foram realizados uma vez por dia, durante os 15 primeiros dias, passando para três atendimentos por semana durante 30 dias, depois duas ve-zes por semana por mais 30 dias, e posteriormente, os atendimentos passaram a ser efetuados semanalmente, além de orientações para cuidado pela própria paciente e após este período foi reavaliada para verificação dos resultados. O protocolo de avaliação incluiu uma anamnese inicial, com anotação dos dados da paciente, história clínica, queixa principal, história da doença, exame físico, sinais e sintomas referentes à dor utilizado a escala analógica da dor, avaliação do edema, feito com uma fita métrica da marca fisiostore e avaliação da amplitude de movimento, realizado através de um goniômetro da marca fisiostore. As posições da paciente durante o procedimento da Goniometria foram: durante a fle-xão, extensão, abdução e adução do braço: sentada; durante a rotação medial do braço e rota-ção lateral do braço: deitada em decúbito dorsal, e o ombro em uma abdução de 90°, com o cotovelo também fletido a 90° e o antebraço em supinação; durante a flexão e extensão do cotovelo/antebraço: sentada, com o membro superior posicionado junto ao tronco, respeitando a posição anatômica; durante a pronação do antebraço: sentada, com o cotovelo fletido a 90°, mantendo-se o braço junto ao corpo e o antebraço em posição neutra entre pronação e a supi-nação, com o goniômetro posicionado na superfície dorsal dos metacarpais; durante a supina-ção do antebraço: sentada, com o cotovelo fletido a 90°, mantendo o braço junto ao corpo e o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação; durante a flexão da mão: sentada, com o cotovelo fletido a 90° e os dedos estendidos durante a realização do medição; durante a extensão da mão: sentada, com Estética Com Ciência | 77


o antebraço em pronação e com o cotovelo fletido a aproximadamente 90°; durante a abdução da mão ou desvio radial: sentada, com o cotovelo fletido e o antebraço em pronação, ou em posição neutra entre a pronação e a supinação; du-rante a adução da mão: sentada, com o cotovelo fletido e o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação. O protocolo de tratamento teve início em ambiente hospitalar com avaliação pré e pós operatória (no 1° dia de pós-operatório) onde iniciou-se também o tratamento com alguns exercícios metabólicos, uso de bota pneumática e orientações à paciente. Após a alta hospitalar (no 2° dia de pós-operatório) o atendimento era realizado em domicílio, em Pato Branco, onde eram realizadas sessões com duração de 50 minutos, com a realização de drenagem linfática manual, exercícios metabólicos, reexpansão pulmonar como inspiração em tempos 3:1 com elevação dos MMII até 90°, expiração abreviada, e higiene brônquica realizando Huff de baixo volume com a glote aberta, deambulação e utilização da eletroterapia (TENS da marca Ibramed) na região do trapézio, sendo acrescentado a cada atendimento novos métodos, como exercícios de cinesioterapia e para aumento da amplitude de movimento, como alongamento ativo e ativo assistido dos MMSS, exercícios de fortalecimento muscular, com exercícios re-sistidos para os MMSS, posteriormente utilizando carga e reeducação postural global. RESULTADOS Os exames complementares pré-operatórios localizaram uma área de câncer de 2,75cm na mama esquerda, observado após a cirurgia uma área total cancerígena de 2,1cm, como pode ser observado a área afetada abaixo, na figura 1, na figura 2 a comparação entre a mama esquerda e direita através da mamografia e na figura 3 a massa tumoral vista na mamografia.

A aplicação do tratamento fisioterápico descrito anteriormente resultou nos dados apresentados nas figuras 4 e 5. As medições realizadas consideradas para este estudo de caso foram a Goniometria e a Perimetria nos períodos pré-operatório imediato e pós-operatório mediato e tardio. Para verificar o grau de mobilidade do mem78 | Estética Com Ciência

bro, foram realizados testes de mobilidade ativa da cintura escapular, da articulação do cotovelo, da articulação radiulnar proximal e da articulação do punho, compreendendo movimentos de abdução e adução, rotação, flexão, ex-tensão, pronação e supinação, No quadro abaixo, observam-se as medidas em cada período. GONIOMETRIA

MOVIMENTO (medido em graus)

ARTICULAÇÃO DO OMBRO

ARTICULAÇÃO DO COTOVELO ARTICULAÇÃO RADIULNAR PROXIMAL

ARTICULAÇÃO DO PUNHO

DATA 09.04.15

12.04.15

07.05.15

FLEXÃO

170

80

EXTENSÃO

45

25

145 30

ABDUÇÃO

165

80

150

ADUÇÃO

45

15

30

ROT MEDIAL DO BRAÇO

90

80

90

ROT LATERAL DO BRAÇO

90

80

90

FLEXÃO

145

140

145

EXTENSÃO

145

145

145

PRONAÇÃO

90

90

90

SUPINAÇÃO

90

90

90

FLEXÃO DA MÃO

75

75

75

EXTENSÃO DA MÃO

80

80

80

ABDUÇÃO DA MÃO/ DESVIO RADIAL

45

45

45

ADUÇÃO DA MÃO/ DESVIO ULNAR

45

45

45

Com relação à goniometria, tendo como base as medidas pré-operatórias, observou-se uma redução na amplitude de movimento de 0 a 67%, sendo o movimento mais afetado o de adução do ombro (-67%), seguido de flexão do ombro (-53%), abdução do ombro (-52%), extensão do ombro (-45%), além de rotação medial e lateral do braço (-11%). Alguns movi-mentos como pronação, supinação, extensão e flexão da mão e outros não sofreram redução na amplitude de movimento. Já no pós-operatório tardio, os movimentos já haviam se restabe-lecido em níveis próximos à normalidade, sendo as seguintes taxas: abdução com 91%, flexão com 85%, extensão e adução com 67%, e os demais movimentos mantiveram 100% da ampli-tude inicial. No gráfico abaixo, pode-se visualizar com clareza os movimentos mais afetados e a evolução durante o tratamento.

Com relação às medidas da perimetria, a variação foi sempre de 0,5 a 1,0 centímetro nos locais de medição do membro superior esquerdo, correlato com a mama retirada, baseado nas medições iniciais do pré-operatório imediato, sendo que os locais com maior ocorrência de edema foram: punho,


articulação do cotovelo e terços médio proximal, do braço e do ante-braço, conforme evidenciado no gráfico abaixo.

DISCUSSÃO Este estudo de caso busca divulgar a experiência bem sucedida da utilização da fisiote-rapia em paciente mastectomizada. A análise dos dados da perimetria permitiu concluir que o tratamento evitou a ocorrência de edemas no membro homolateral. No caso da goniometria, verificou-se que a paciente recuperou de forma rápida e eficiente a amplitude de movimento, estando de acordo com outros estudos sobre o tema encontrado na literatura especializada. Conforme Panobianco e Mamede (2002), das 17 mulheres submetidas à mastectomia, 64,7% apresentaram edema e limitações na ADM. E, no estudo de Pereira, et al. (2005), o protocolo utilizado promoveu resultados significativos no ganho da ADM, bem como benefí-cios na prevenção e diminuição de linfedema. Sendo condizente com o presente estudo, onde pudemos perceber uma significativa diminuição da amplitude de movimento, observada através da goniometria e com o protocolo de fisioterapia houve uma melhora satisfatória na amplitude de movimento. Para Jammal, et al. (2008) as pacientes submetidas à fisioterapia diminuem o tempo de recuperação e retornam mais rapidamente às suas atividades diárias, readquirindo a força, coordenação, amplitude de movimento e autoestima, além de apresentar melhora na qualidade de vida em geral. Foi o que pudemos perceber com o presente estudo onde a paciente relatada, iniciou o tratamento fisioterapêutico rapidamente, em meio hospitalar, e conseguimos constatar uma rápida recuperação e o rápido retorno às suas atividades cotidianas, diminuindo assim, seu tempo de recuperação. De acordo com Ribeiro, et al., apud Tiveron e Barreiros (2004) observou o alívio dos sintomas como dor, edema, dificuldade de movimentação dos membros superiores, sensação de peso no membro e parestesia nas pacientes que realizaram drenagem linfática manual. Sendo condizente com o resultado aqui obtido, onde a paciente foi submetida à sessões de drenagem linfática manual periodicamente para diminuição do quadro álgico e evitar e/ou controlar o edema, avaliado com a fita métrica da marca, onde obteve uma diminuição nos sintomas. Pereira, et al. (2005), relatam que a introdução da fisioterapia promoveu a diminuição das complicações no pós-operatório e a reabilitação da função do membro superior de mulhe-res mastectomizadas.

A fisioterapia introduzida precocemente evita o agravamento dos sinais e sintomas e possíveis complicações da mastectomia radical, neste estudo de caso, a fisioterapia foi iniciada já no ambiente hospitalar, e foi possível evitar o aparecimento de linfedema no membro superior homolateral. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da análise dos dados da goniometria e da perimetria pode-se concluir que o tratamento fisioterápico adotado proporcionou os efeitos esperados e satisfatórios com relação à amplitude de movimento e ao baixo nível de edema do membro superior esquerdo. Assim, a utilização da metodologia fisioterapêutica mostrou-se eficaz e justificável nos casos de carci-noma de mama, mostrando que a intervenção precoce da fisioterapia ajuda a prevenir compli-cações pós-cirúrgicas, bem como reabilita as pacientes para o retorno às suas atividades diárias com maior antecedência. As consequências físicas do câncer de mama são proporcionais à radicalidade do tra-tamento realizado, e, graças à evolução dos métodos diagnósticos e terapêuticos, a maior parte das mulheres sobreviverá à doença, entretanto, além da preocupação com a cura da doença, a completa reabilitação físico-funcional, psicológica, social e profissional deve ser considerada como imprescindível para considerar o sucesso no tratamento das pacientes. Especificamente no caso analisado, além de todos os resultados obtidos, também houve uma melhora significa-tiva na diminuição do quadro álgico da região lombar e região do trapézio, pela aplicação do TENS, além de uma melhora na qualidade de vida em geral REFERÊNCIAS 1. Menke, C. H.; Biazús, J. X.; Nilton, L.; Cavalheiro, J. A..Rotinasemmastologia. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 2. Bland, K. I.; Copeland III, Edward M.; Romrell, L. J.; Wagner, F.B..A mama.1.ed. São Paulo: Manole, 1994. 3. Ribeiro, R. L.; Costa, R. L.; Sandoval, R.A..Conduta fisioterápica no linfedema pós mas-tectomia por câncer de mama. Disponível em: http://www.fmb.edu.br/revista/edicoes/vol_3_num_1/CONDUTA_ FISIOTERAPICA_LINFEDEMA_POS_%20MASTECTOMIA.pdf Acesso em 19/08/2015. 4. Bergmann, A.; Ribeiro, M.J.P.; Pedrosa, E.; Nogueira, E.A.; Oliviera, A.C.G..Fisioterapia em mastologia oncológica: rotinas do Hospital do Câncer III/INCA.Disponível em: http://www.fisiolymph.com.br/_pdf/fisioem-mastologia-oncologica.pdfAcesso 19/08/2015. 5. Panobianco, M.S.; Mamede, M.V..Complicações e intercorrências associadas ao edema de braço nos 3 primeiros meses pós mastectomia. Revista Latino-americano de Enferma-gem. 2002, julho-agosto, v. 10, n. 4. 6.Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Tipos de câncer: Mama. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/ tiposdecancer/site/home/mama Acesso: 10/09/2015. 7. Jammal, M.P.; Machado, A.R.; Rodrigues, L.R..Fisioterapia na reabilitação de mulheres operadas por câncer de mama. O mundo da saúde, v. 32, n. 4, São Paulo, 2008. 8. Batiston, A.P.; Santiago, S.M..Fisioterapia e complicações físicofuncionais após trata-mento cirúrgico do câncer de mama. Fisioterapia e pesquisa, v. 12, n. 3, 2005. 9. Pereira, C.M.A.; Vieira, E.O.R.Y.; Alcântara, P.S.M..Avaliação de protocolo de fisiote-rapia aplicado a pacientes mastectomizadas a Madden. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51, n. 2, 2005.

L.F. Meira1 T. Feihrmann2 1. Docente do curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Pato Branco – FADEP. Mestre em Engenharia Mecânica - Gestão da Produção Ergonomia – Universidade Federal do Paraná. Doutorando em Ciências da Saúde – Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 2. Acadêmica do curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Pato Branco - FADEP e-mail: thaisfeihrmann@gmail.com

Estética Com Ciência | 79


80 | Estética Com Ciência


Estética Com Ciência | 81


IBECO HÁ MAIS DE

15 ANOS

FORMANDO ESPECIALISTAS EM ESTÉTICA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.