Diebold Brasil Magazine
Ano 2 |Edição 5 | Fevereiro de 2011 Uma publicação
“auToaTenDiMenTo Do MercanTiL Do BrasiL JÁ conTa coM auToMaÇÃo De DepósiTo” Banco mineiro é o primeiro a disponibilizar terminais de autoatendimento que recebem depósito em dinheiro fora do envelope e que é creditado na hora na conta do correntista
hoBBY
Esportes na água que ajudam a vida em terra firme
reSultadoS 2010 – o melhor ano da história da Diebold Brasil
SoCioamBiental Parceria com ABPcD prepara deficientes para o mercado de trabalho
Mais uma vez, superamos nossas próprias marcas
O ano de 2010 foi o melhor ano da história da Diebold Brasil, incluindo a nossa época como Procomp. Batemos todos os recordes de desempenho, faturamento e lucratividade. Estamos realizados e somos gratos por todo empenho, dedicação e competência demonstrados pelo nosso time, além da confiança de nosso clientes.
substituição de urnas durante as eleições
As fábricas trabalharam duro para entregar, ao todo, mais de 330 mil equipamentos de TI, entre ATMs, urnas eletrônicas, computadores, impressoras e terminais financeiro-lotéricos. Em ano eleitoral isso sempre acontece; os volumes são estratosféricos. Para essas últimas eleições, fabricamos 195 mil urnas biométricas, frutos de um dos mais belos projetos tecnológicos da história da democracia eletrônica. Esse último modelo é uma obra de arte da nossa engenharia. Resultado: tivemos o menor índice de
oferta para automação de depósito. Você
da história. Para o segmento financeiro, produzimos mais de 15 mil ATMs e atuamos fortemente em projetos globais para bancos de todo o mundo. Em 2011, continuaremos investindo em tecnologias que tornem as ATMs mais seguras e também estamos aperfeiçoando nossa poderá ler sobre esse tema na matéria de capa que traz entrevistas com dois executivos do Banco Mercantil do Brasil. Eles falam sobre o ousado investimento que o banco fez para levar aos seus clientes um autoatendimento com depósito automatizado. E tivemos outras gratas surpresas em
Arnaldo Pereira
EDITORIAl
pelos profissionais do MEC, não havia nada parecido em nenhum lugar do mundo. Então, lá foi nossa engenharia, novamente, encarar um desafio e tanto. Conheça esse projeto na íntegra na matéria das páginas 6 e 7. Começamos 2011 já com muito trabalho, inclusive porque recebemos um pedido extra de urnas no finalzinho de 2010, e estamos confiantes em manter nosso ritmo de crescimento. Obviamente, será difícil se igualar a 2010, mas não impossível. Há anos estamos semeando seriedade, competência, qualidade, preço competitivo e um compromisso extremo com o cliente e acreditamos em uma boa colheita também para esse próximo período. Obrigado e um excelente ano a todos!
2010, como a licitação do Ministério da Educação e Cultura para a fabricação do projetor multimídia. Idealizado
João Abud Junior Presidente Diebold Brasil
Negócios
DieBolD FaBricarÁ Mais uM ProDuto inéDito: O PROJETOR INTERATIVO MULTIMÍDIA DO MEC
Arnaldo Pereira
Equipamento foi idealizado pelo Secretário de Educação à Distância, Eduardo Bielschowsky, e pelo Diretor de Tecnologia, José Guilherme Ribeiro, ambos do MEC; mais uma vez a companhia demonstrou o talento de sua engenharia ao criar um equipamento inédito no mundo; MEC poderá comprar até 100 mil unidades
PC e projetor reunidos em um só equipamento
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A
Diebold Brasil homologou junto ao Ministério da Educação e Cultura o Projetor Interativo Multimídia, um produto inédito no mundo e que deverá ser forte aliado dos professores da rede pública – do fundamental à universidade – no País. Esses novos equipamentos, uma simbiose entre um PC e um projetor, começarão a ser fabricados já no primeiro trimestre de 2011 nas plantas da empresa em Manaus (AM). O negócio foi fechado através de pregão eletrônico na modalidade de registro de preço para até 100 mil equipamentos e no valor total de R$ 146 milhões.
inédito no mundo”, comemora. O projetor multimídia desenvolvido pela Diebold foi homologado pelo MEC após quase cinco meses em teste.
De acordo com o Vice-presidente de Tecnologia da Diebold, Carlos Alberto Pádua, trata-se de um projeto único, pois não existe similar. “O projetor interativo multimídia não é um equipamento tradicional, mas um computador que já vem com dispositivo para projeção, áudio e comunicação sem fio integrada. Um projeto desafiador sob medida para os engenheiros da Diebold”, comenta.
Desafio para a engenharia brasileira
Ele informa que essa máquina foi idealizada pelo Secretário de Educação à Distância do MEC, Eduardo Bielschowsky, para projetar o pacote de aulas multimídia já elaboradas pelo ministério. “A ideia do MEC é que esses equipamentos sejam utilizados pelos professores para projetar as aulas e de uma forma bem simples. Apertando apenas um botão, o professor conseguirá ligar e projetar, rapidamente, filmes, slides e qualquer imagem que ajude a ilustrar a aula”, conta Pádua. O Projetor Interativo Multimídia contará com sistema operacional Linux e pacotes de software BrOffice. O executivo adianta que o equipamento é pequeno, robusto e versátil. Vem com um miniteclado e minimouse embutidos, com interface USB e drive para CD e DVD. “Este foi um projeto onde tivemos que superar desafios nas mais diferentes especialidades. As áreas de engenharia eletrônica, mecânica, produtos e software trabalharam nesse projeto por cerca de oito meses e o resultado foi bastante satisfatório. Passaremos a fabricar um produto que é
No caso da tecnologia de projeção, a Diebold escolheu a Benq como parceira e optou por um projetor cuja lâmpada tem vida útil de 6 mil horas. “Os projetores serão montados em nossas fábricas em regime de CKD. Em função disso, tivemos que investir em equipamentos de calibração do módulo óptico, entre outras adaptações em nossas linhas”, informa o vice-presidente.
A Diebold Brasil tem um talento nato para dar vida a equipamentos que nunca existiram, como é o caso da urna eletrônica e do terminal financeiro-lotérico brasileiro. Com o Projetor Interativo Multimídia, do MEC, não foi diferente. “Até procuramos algo semelhante em outras partes do mundo, mas não encontramos”, informa Domingos Garcia Ré, Coordenador de Produtos PC que, juntamente com sua equipe, funcionou como uma espécie de hub do projeto. Jeferson Kinoshita, Gerente de Engenharia PC, lembra que foi um grande desafio integrar um PC e um projetor dentro de um único equipamento. “Foram quase seis meses de muito trabalho. Além dessa integração, precisávamos resolver o maior desafio de todos: a parte térmica. Qualquer projetor esquenta muito e um PC não foi feito para trabalhar com altas temperaturas. A solução foi construir internamente duas câmaras com ventilação independente e que criam um fluxo de ar frio para resolver esta questão”, detalha. Já para João Ribeiro, da área de Suporte de Produtos, o que não foi fácil para sua equipe foi preparar um sistema operacional Linux com as características exigidas pelo MEC, com toda uma suíte de aplicativos didáticos, players para todos os formatos de áudio e vídeo conhecidos, além dos indispensáveis
softwares de produtividade, como editores de textos avançados, planilhas de cálculos e outros. “Tivemos que fazer tudo isso utilizando a tecnologia de live boot, que faz com que o equipamento retorne às suas configurações iniciais quando religado. Foi uma tarefa árdua para nossos analistas de suporte”, diz Ribeiro. Outra área que também esteve no olho do furacão do desenvolvimento do novo produto foi a Engenharia Mecânica. Élcio Fukushima, Gerente de Projetos, conta que os desafios se acumulavam, a começar pelo fato de que esse tipo de equipamento não existia no mercado. “A equação que tínhamos para resolver era a seguinte: menor dimensão, melhor distribuição interna, menor peso, melhor design e em um prazo curtíssimo”, resume. Ele lembra que muitos da Engenharia Mecânica tiveram que se dedicar integralmente, abdicando de férias e finais de semana. “O projetor exigia certificações importantes como a RoHS, que restringe o uso de substâncias nocivas e a IEC 60.950, que estabelece os níveis de radiação eletromagnética. Por essas e outras, o produto foi exaustivamente testado, inclusive pelo Inmetro, para determinar se cumpria as exigências do edital e se atendia aos interesses dos usuários – professores e alunos”, relatou. Marcelo Almeida, Analista de Produto PC da Diebold e quem coordenou o projeto, reconhece que o produto final ficou muito bom. “Além de eficiente do ponto de vista tecnológico, o projetor interativo tem um design bonito. Passamos mais de um ano trabalhando, desde a audiência pública, quando o MEC lançou a ideia. Começamos a quebrar a cabeça muito antes e vimos nossos esforços recompensados”, finaliza.
Hobby
Executivos
ao mar
Se em um passeio de barco em alto mar, o tático lhe pedir para virar a embarcação a estibordo ou bordejar, você saberia o que fazer? E descer as velas da proa, verificar a escala Beaufort e as adriças? Esses e outros tantos termos náuticos são dominados apenas por marinheiros ou por aqueles que praticam iatismo ou vela, esporte estranhamente pouco popular no Brasil se pensarmos nos milhares de quilômetros de praias que temos por aqui e que o esporte é o que mais trouxe medalhas olímpicas ao País. Mas, segundo Lisias Lauretti, CIO do Serasa, e Augusto Kuhlmann, Diretor Comercial da Diebold, antigos adeptos do esporte, o acesso ao iatismo vem crescendo. Os dois executivos contam como iniciaram no esporte, suas experiências e conquistas, e traçam um paralelo entre a vida na terra e no mar.
Filho de peixe... Descendente de imigrantes alemães, Augusto Kuhlmann aprendeu a velejar aos oito anos de idade por influência do seu pai, um dos fundadores do Clube de Veleiros do Sul, em Porto Alegre (RS). Mas foi na represa do Guarapiranga, no Yacht Club Santo Amaro (SP), que ele passou grande parte de sua vida treinando e participando de regatas. Augusto conta que os engenheiros ingleses da obra de construção da represa foram os primeiros a notar as boas condições para o esporte do local e trouxeram os primeiros veleiros para a região. “Os engenheiros velejavam
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nas horas vagas e, hoje, grandes competidores, como Robert Scheidt, treinam nessas águas que abastecem grande parte da capital paulista”, comenta Kuhlmann. O diretor da Diebold foi um privilegiado no esporte. Seu pai foi construtor de barcos e tinha uma fábrica na avenida Robert Kennedy, localizada às margens da represa Guarapiranga, SP. Da infância à adolescência, o pequeno velejador passou por diversas classes de competição, com barcos de fibra de vidro fabricados pelo seu pai. Na classe Snipe, Kuhlmann conquistou o título de campeão paulista e chegou a disputar o mundial
aos 20 anos, nos EUA (San Diego, Califórnia), ficando em quinto lugar. “Um barco da classe Snipe tem quinze pés e uma tripulação de dois velejadores. Um Snipe possui duas velas: a mestra, que é regulada pelo timoneiro e a buja, que é regulada pelo proeiro”, explica Augusto. Em seguida, mais maduro no esporte, Augusto decidiu partir para a classe Star – um barco de classe olímpica para dois tripulantes – onde velejou por mais dez anos e disputou campeonatos em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro. “Com o passar dos anos, o esporte foi se profissionalizando cada vez mais no País, exigindo maior dedicação dos
Acervo pessoal
Augusto Kuhlmann, 1O à esquerda, com sua tripulação na semana Rolex 2010.
atletas e investimento, o que se tornou inviável para quem precisava conciliá-lo com outra carreira como eu”, conta o executivo que completou em 2010, 20 anos de carreira na Diebold.
enFrentando o mar aBerto Um marco em sua história com o esporte náutico aconteceu em 2002. Na época, Kuhlmann foi convidado por um proprietário de um veleiro oceânico de 32 pés para voltar a competir. “Por se tratar de um veleiro grande, a tripulação foi composta por seis pessoas. Cada função influencia o trabalho do outro e
resulta em uma manobra perfeita ou não. Um entrosamento afinado entre todos é fundamental para atingir bons resultados em uma regata”, explica Kuhlmann, contando que a decisão de enfrentar o mar aberto aconteceu naturalmente. “A Ilhabela é o meu lugar predileto nos finais de semana e também o local mais indicado para competições de vela oceânica do litoral paulista. Esse convite chegou na hora certa. Tudo casou muito bem”.
meteorológica, das condições de vento e mar, da velocidade do barco e das ações frente aos demais competidores. “Para mim, o maior desafio em competições oceânicas são as condições que a natureza impõe como os tipos de correnteza, onda e vento que mudam a cada instante, exigindo concentração total da tripulação e um desligamento do mundo exterior para se focar totalmente na competição”, explica.
Com a posição de tático do barco, Kuhlmann ajudou na seleção da equipe. Nessa função, ele também precisava criar todo o planejamento estratégico da regata, como a verificação da previsão
Falando assim, parece mais a descrição de um trabalho do que de lazer, mas o executivo enxerga mesmo muitas semelhanças entre as duas atividades que ele exerce. Como Diretor Comercial
Corporativo da Diebold, o velejador acredita que o respeito ao trabalho em equipe é um dos princípios que ele leva tanto para o mar quanto para o escritório. “O meu trabalho na Diebold e a regata têm muita coisa em comum, como a necessidade de analisar a situação e criar um plano estratégico antes de uma competição ou de conquistar algum cliente”, afirma. Com essa tripulação, Kuhlmann foi quatro vezes campeão paulista na classe Delta 32 e o próximo desafio da equipe é terminar a construção de um barco novo para uma categoria ainda mais competitiva, utilizando materiais como fibra de carbono, que deixa o barco mais leve e rígido, e tecido especial para as velas, melhorando a performance do barco. “A entrega do barco está prevista para março deste ano e já estamos treinando para utilizá-lo na semana Rolex, em Ilhabela, em julho, a competição mais importante da América do Sul”, afirma.
marinheiroS de primeira viagem Kuhlmann é casado e tem três filhos, dois gêmeos e um mais velho, mas somente um dos gêmeos, o Enrico, já demonstrou interesse pelo esporte e partiu para competições com o pai. “Esse esporte exige sensibilidade e percepção pelos elementos da natureza. Aconselho
somente para pessoas que gostam da natureza e tenham vocação para o mar”, afirma. Para quem deseja iniciar no esporte, o velejador conta que, hoje, o iatismo está bem mais difundido e várias prefeituras e ONGs possuem programas específicos para crianças com resultados bastante significativos até mesmo em competições no exterior.
a DeDiCaÇÃo que FaZ a DiFereNÇa E há quem comece no esporte mais tarde e, através de muita dedicação, alcance resultados surpreendentes, como o CIO da Serasa Experian, lisias lauretti. Aos 20 anos, lisias começou a velejar com um amigo que tinha um barco na praia do lázaro, em Ubatuba (SP). lisias conta que sempre teve interesse por tudo o que fosse do mar e, gradativamente, foi velejando, estudando e aprendendo cada vez mais sobre barcos, até comprar seu próprio veleiro, um 470, barco de classe olímpica, que leva esse nome
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pelo comprimento da embarcação, que é de 470 cm. Mas foi a experiência com um velejador veterano que fez toda a diferença no seu desempenho em alto mar. logo quando começou a velejar, em um campeonato mundial da classe 470, que ocorreu em Porto Alegre (RS), lisias ficou instalado próximo do experiente velejador, David Ullman. “Fiz amizade com ele e, todos os dias, o ajudava a preparar seu barco. Foi um momento especial para mim porque, a partir daí, fiquei mais interessado e comecei a estudar
mais sobre navegação. Na época, eu era estudante de engenharia, então tudo contribuiu para aumentar o meu conhecimento”, comenta. Pouco tempo depois, os resultados apareceram. Nos campeonatos paulistas, lisias costumava ficar acima do 10º lugar. No primeiro campeonato paulista que o CIO disputou depois de conhecer o velejador, ficou em 4º lugar. Ao longo de sua trajetória no iatismo, lisias foi cinco vezes campeão paulista, ficou em 3º lugar no campeonato brasileiro e foi vice-campeão na
eliminatória para a Olimpíada que ocorreu em Barcelona – todas as competições pela classe 470.
dO 470 Para O WindsurF Para lisias, o barco 470 oferece ao iatista uma adrenalina sem igual. É um barco para duas pessoas, com três velas (a mestra, a buja e o balão). A principal diferença em relação a um barco tipo Snipe, por exemplo, é que o proeiro se utiliza do trapézio e fica preso a um gancho, com o corpo todo fora do barco, somente com os pés na lateral para dar equilíbrio durante a velejada.
Na época em que competia, lisias treinava no canal de São Sebastião (SP), e na represa Guarapiranga, no Yacht Club Santo Amaro, assim como Augusto Kuhlmann, e conta que já chegou a ganhar um Match Racing de lightning de Torbem Grael, um dos embaixadores do esporte no Brasil, nos anos 80. “Nesse tipo de competição, o que vale é o talento, porque você não usa o seu barco. São utilizados dois barcos e feito o revezamento entre oito tripulações. Vence a tripulação que se sair melhor velejando nos dois barcos desconhecidos”, explica. Segundo lisias, dependendo da classe, a vela é um esporte bastante caro, mas existem categorias acessíveis, mais baratas e mais simples só para o lazer. Para o CIO, a vela é similar ao xadrez, porque tem um efeito cumulativo. Nos dois casos é fundamental uma estratégia e o
que se aprendeu no decorrer da vida no mar não se perde. “A necessidade de planejamento em uma regata é indiscutível. É preciso pensar em como largar, proteger-se da natureza e dos outros competidores e também saber atacar. Como CIO, também acredito que seja necessário olhar para o entorno para identificar meus desafios e ter uma ação bem estruturada”, comenta. lisias lembra também que o entrosamento com a tripulação ou a equipe de trabalho é importante para que exista eficiência na execução, principalmente, no caso de lidar com algo desconhecido, como situações climáticas desfavoráveis. Seu filho mais velho, de 23 anos, pratica Windsurf com ele. “O bom dessa categoria de vela é a autonomia, porque a qualquer momento posso pegar minha prancha (tenho uma intermediária rápida e bem leve) e entrar no mar. Esse tipo de atividade traz a verdadeira liberdade associada ao esporte”, afirma.
Acer vo pessoal
Acer vo pessoal
lisias competiu por 20 anos com seu 470, mas em 97, com a chegada de seu terceiro filho, decidiu dedicar-se mais à família e passou a praticar somente Windsurf (prancha movida a vela). O CIO comenta que já praticou futebol, tênis e, atualmente, também pratica golfe, mas, de todos os esportes, o iatismo foi o que ele teve os melhores resultados. “Em termos de competição, contato com água e vento, não tem esporte
melhor. Conheci muitas pessoas, praias e cidades diferentes. Tudo o que eu vivi em meu veleiro é indescritível”, afirma.
Notas
Espaço Inovação agora em Brasília Novo espaço mostrará aplicações de segurança bancária e plataforma de gestão remota de redes de autoatendimento
B
rasília (DF) foi a segunda capital escolhida para receber o Espaço Inovação Diebold, com o objetivo de apresentar as últimas novidades tecnológicas para os bancos da capital federal. O novo espaço começou a funcionar no último dia 13 de dezembro nas instalações da filial da empresa, no Free Park Shopping.
“Trouxemos para Brasília uma solução dinâmica e customizada de acordo com as necessidades do mercado. Nosso objetivo, além de mostrar nossos lançamentos e últimas novidades em tecnologia bancária, também será transformar o espaço em um local de debates sobre tendências e demandas regionais”, enfatiza Melo.
Diebold apresenta seus produtos e serviços de forma mais interativa. Ficou muito interessante”, avalia.
Segurança e gestão Com mais de 100 mil terminais de autoatendimento vendidos e instalados no País, a Diebold Brasilé hoje o centro mundial de pesquisa
“Agora, a Diebold apresenta seus produtos e serviços de forma mais interativa. Ficou muito interessante.” David Melo, Gerente de Marketing da Diebold Brasil, explica que o conceito do Espaço Inovação nasceu em 2008 e a ideia era reunir em um único local todas as inovadoras soluções para o mercado financeiro.
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Para Lemi Carlos Figueira de Melo, Gerente de Divisão do Banco do Brasil, que esteve presente ao primeiro evento, o Projeto Espaço Inovação Brasília é uma iniciativa inédita para a região. “Agora, a
em segurança em autoatendimento da companhia. Não apenas segurança, mas o time brasileiro também desenvolveu uma solução robusta para a monitoração e gestão das redes de caixas eletrônicos
Wanderley Pozzembom
Espaço Inovação tem modernos equipamentos para demonstração de soluções
que já foi expor tada para dezenas de países, chamada XMS. Em função dessa expertise, o Espaço Inovação de Brasília manterá uma exposição constante de produtos e serviços voltados para essas áreas. Em termos de segurança, será possível conferir uma solução de monitoração on-line e de gerenciamento de incidentes de segurança que integra em um único sistema alarmes, sensores dos caixas eletrônicos, sistema de geração de aler tas de segurança relacionados com as alterações no perfil histórico de transações dos terminais, câmeras de alta resolução e ferramenta de acionamento remoto dos dispositivos de iluminação,
“O grande desafio dos bancos é manter a alta disponibilidade dos caixas eletrônicos. Cada terminal tem que estar funcionando e não pode faltar dinheiro ou suprimentos, pois um ponto inoperante, além de afetar a imagem do banco diante de seus clientes, ainda traz prejuízo para a instituição.” sirenes e áudio bidirecional. “Temos um sistema bastante completo, capaz até mesmo de acionar bombas de fumaça e abrir um canal de comunicação em tempo real com qualquer pessoa que tenha invadido o
ambiente monitorado”, explica Melo. A plataforma XMS – Extended Managed Services, como é chamada a solução de monitoração e gestão das redes de autoatendimento, também pode ser vista em Brasília. É composta por sistema de Gerenciamento de Disponibilidade, de Transações e Interface com o Cliente. “O grande desafio dos bancos é manter a alta disponibilidade dos caixas eletrônicos. Cada terminal tem que estar funcionando e não pode faltar dinheiro ou suprimentos, pois um ponto inoperante, além de afetar a imagem do banco diante de seus clientes, ainda traz prejuízo para a instituição”, comenta o Gerente de Marketing.
Balanço 2010
Crescimento superior a 20% marca melhor ano da história da companhia
E
a história se repete. Quando parece que não dá para ir mais longe, uma confluência de fatores coopera para novos recordes de faturamento, lucratividade e desempenho. Assim tem sido
marcada a trajetória da Diebold Brasil nesses últimos 25 anos. O último exercício fiscal, para alegria de todos, registrou um crescimento 20% superior a 2009 e para o presidente da companhia, João Abud Junior, esse resultado foi um somatório da grande dedicação do time brasileiro acrescida à boa conjuntura econômica do País, além do ano eleitoral. “Já era quase Natal e estávamos comemorando um novo pedido de urnas eletrônicas que nos ajudou a encerrar o ano com uma satisfação redobrada”, relembra.
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evolução do Faturamento
898 Milhões
898 Milhões
2006
2007
1,4 Bilhão
1,1 Bilhão
1,1 Bilhão
2008
2009
ATMs, urnas, PCs, servidores e impressoras: somadas as quantidades desses equipamentos fabricados pela Diebold em 2010, estamos falando em 327.732 equipamentos de TI comercializados e entregues no período. É um número muito alto e mais que comprovou a capacidade fabril da empresa. “Nossas fábricas de ATMs e de cofres estão localizadas em Manaus (AM). Já a fábrica de urnas fica em Santa Rita do Sapucaí (MG). Todas trabalharam muito durante todo o ano e temos que reconhecer que fizeram um trabalho admirável, pois esses números incríveis envolvem uma gestão e
2010
logística absurdas”, reconhece o presidente. Apesar de automação bancária ser o carro-chefe, há cerca de dez anos a automação eleitoral tornou-se um negócio bastante importante para a companhia. Em 2010, com as eleições gerais, a Diebold produziu 195 mil urnas, movimentando 7 milhões de componentes. Esse tipo de pedido normalmente acontece há cada dois anos. A exceção foi agora em 2011 quando, apesar de não ser ano de eleição, a empresa fabricará 119 mil novas urnas. Já quando o assunto é automação bancária, o maior pico de produção de ATMs se deu
entre 2008 e 2009, quando os bancos decidiram substituir seus equipamentos com mais de dez anos de uso. Em 2010, o número de ATMs fabricadas, perto de 15 mil, foi reflexo do crescimento orgânico, além das encomendas envolvendo dispositivos biométricos e novos mecanismos de segurança. Mas nessa área, o destaque ficou mesmo por conta da nova oferta da Diebold, a revitalização de ATMs, uma opção ambientalmente correta e que ajuda a otimizar investimentos. “Nessa linha da sustentabilidade, já estamos ofertando o descarte ecológico de equipamentos de informática, como urnas e ATMs. Agora, concebemos um novo serviço que recondiciona as ATMs com mais de cinco anos de uso. Trocamos todos os componentes substituíveis e as restauramos completamente. É um trabalho minucioso, mas que traz economia para os bancos e vantagens para o meio ambiente”, informa Abud.
PROJETORES PARA O MEC E MAIS TERMINAIS PARA AS LOTÉRICAS O presidente informa que, fora urnas e ATMs, a companhia também esteve ocupada com uma de suas especialidades: projetos inéditos. Em primeiro lugar, a Diebold ganhou a licitação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) para a fabricação de projetores interativos multimídia, um casamento entre um projetor e um PC. “Imagine o que foi
integrar um equipamento que esquenta, como um projetor, com um PC que não pode esquentar! No final ficou com cara de projetor, mas lá dentro tem um PC
as transações de um caixa de banco e ainda registrar apostas. Esse terminal foi fabricado e aperfeiçoado pela Diebold nesses anos e já está presente
ao negócio de impressão que vendeu, no ano que passou, perto de 150 mil unidades entre impressoras e mecanismos. A empresa também vem se
EM 2010, COM AS ELEIÇÕES GERAIS, A DIEBOLD PRODUZIU 195 MIL URNAS, MOVIMENTANDO 7 MILHÕES DE COMPONENTES. (ver matéria nas páginas 6 e 7). Essa foi a lição de casa de nossa engenharia, mas deu certo e materializamos um projeto que só existia no papel,” orgulhase o presidente. Outra boa notícia de 2010 foi a renovação do contrato com a área de loterias da Caixa. Há cerca de cinco anos, a Diebold venceu uma concorrência para fabricação dos terminais financeiro-lotéricos, um equipamento único no mundo capaz de realizar todas
diviSão do Faturamento
69,01% HARDWARE
28,26% SERVIÇOS
2,73% SOFTWARE
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em cerca de 11 mil lotéricas em todo o País. Além de fabricar, a empresa presta suporte aos mais de 30 mil equipamentos. Agora, nessa nova licitação também vencida pela Diebold, mais 6 mil novos terminais estão sendo fabricados e incluirão uma nova funcionalidade: o abastecimento do bilhete único de transporte, especialmente fabricados para a cidade de São Paulo (SP). É claro que tem mais. A empresa conta com uma área dedicada
dedicando à fabricação de PCs para automação comercial e já começou a formar seu próprio canal de vendas indiretas através de distribuidores para atender a essa vertical. “A nossa sensação é a de que 2010 ainda não terminou. Começamos o ano já com muito trabalho e em uma velocidade acima da média, mas estamos extremamente otimistas com o que nos reservam os próximos doze meses,” conclui Abud.
maioreS ClienteS no ano
Socioambiental
Companhia inicia programa de inclusão profissional e patrocina cursos para portadores de deficiência “A presença do por tador de deficiência no ambiente de trabalho sensibiliza os demais colegas, especialmente quando o veem evoluir, se superar. É uma transformação que envolve a todos.”
S
e normalmente já não é fácil para um jovem entrar no mercado de trabalho e se tornar independente, como será isso para um portador de deficiência? Pensando na dura realidade desses cidadãos, foi criada no Brasil, em 1991, a Lei 8.213, conhecida como Lei de Cotas, que estabelece um percentual de pessoas com deficiência a ser contratado pelas empresas. A ideia era realmente ampliar o mercado de trabalho para o deficiente, mas o tempo passou, muitas empresas até já se
Nádia Augusto, Coordenadora de Operações e Logística da Associação Brasileira das Pessoas com Deficiência (ABPcD). Para mudar essa situação, não basta contar com o auxílio governamental ou políticas assistencialistas. Para Enilson Moraes Pestana, Presidente da ABPcD e do Instituto Aprender a Trabalhar (IAT), somente a qualificação profissional pode dar aos deficientes a chance de que necessitam, e a ação da iniciativa
“Geralmente os salários oferecidos aos deficientes são um pouco inferiores aos benefícios concedidos pelo governo, mas com a capacitação profissional, ele poderá ser mais valorizado.” conscientizaram, e hoje o problema é outro: a falta de profissionais qualificados para ocupar essas vagas. Segundo o último censo do IBGE, 14,5% ou 27 milhões de brasileiros são portadores de algum tipo de deficiência. Destes, 70% vivem abaixo da linha de pobreza, 33% são analfabetos e 90% estão fora do mercado de trabalho. “São milhões de pessoas que vivem à margem da sociedade em comunidades carentes das grandes cidades e no interior do Brasil, sem condições ou recursos para frequentar uma faculdade ou escola técnica e ingressar no mercado de trabalho com dignidade”, lamenta
privada é essencial. “Geralmente os salários oferecidos aos deficientes são um pouco inferiores aos benefícios concedidos pelo governo, mas com a capacitação profissional, ele poderá ser mais valorizado”, analisa. De acordo com Pestana, o que está em jogo não é apenas a remuneração, mas a autoestima do deficiente que anseia em se tornar eficiente e ter seu talento aproveitado. “O objetivo da ABPcD é ensinar o deficiente a viver em sociedade, e um dos pilares é o preparo para a vida profissional”, explica.
Arnaldo Pereira
Da esquerda para a direita: Nádia Augusto, Lisete Ullmann e Enilson Moraes Pestana
Diebold se engaja na capacitação
Humanos e Coordenadora do Programa de Inclusão na Diebold.
Lisete explica que o objetivo da companhia é tratar as questões socioambientais mais importantes. “A comunidade Diebold é formada por pessoas com valores profundos e que A Diebold Brasil, através de seu Comitê Socioambiental desejam contribuir para o bem comum. Nossa atuação na e de sua área de RH, trata desta questão atuando na qualificação do portador de deficiência para o mercado de raiz do problema, contribuindo com a preparação de trabalho é mais uma face desta nossa visão. Ao idealizarmos deficientes. Para isso, firmou parceria com a ABPcD na esse programa, o nosso objetivo, além do preparo profissional e da inclusão do portador qual patrocinará cursos de qualificação profissional dessas pessoas especiais. “A comunidade Diebold é de deficiência no mercado de trabalho, formada por pessoas com é a adaptação deles às suas funções O modelo adotado pela Diebold é o de e ao ambiente corporativo”, explica a valores profundos e que preencher as vagas existentes e não criá-las apenas para cumprir cotas. desejam contribuir para o coordenadora do programa na Diebold.
bem comum.” Segundo Pestana, avaliações de “Quando uma vaga é aberta, verificamos, especialistas identificaram que 50% do de imediato, se podemos contratar pessoa deficiente para ocupá-la, antes de liberar para outros sucesso da inclusão está na identificação das habilidades profissionais”, informa Lisete Ullmann, Gerente de Recursos do portador de deficiências. Os outros 50% dependem
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Arnaldo Pereira
da conscientização de todos os funcionários da empresa receptora do novo profissional. “Pela experiência que obtivemos com os mais de 1.200 profissionais por nós qualificados e já empregados, sentimos que a presença do deficiente no ambiente de trabalho sensibiliza os demais colegas, especialmente quando o veem evoluir, se superar. É uma transformação que envolve a todos”, alerta.
Primeira turma: assistentes administrativos
O recrutamento e seleção para a primeira turma patrocinada pela Diebold foi realizado no final de 2010 pela ABPcD. A divulgação do programa é feita através do portal do instituto que mantém anúncios também em outros sites especializados e participa anualmente da Reatech – Feira Internacional
de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidades. A ABPcD seleciona os currículos dos candidatos a partir do portal. Em seguida, convoca-os para entrevistas e testes. O curso teve início em janeiro. Nesta primeira fase do projeto denominado “Desenvolvimento Assistido”, os treinamentos serão voltados para a formação de assistentes administrativos e serão compostos pelo ensino de informática – Windows, Office, Internet, Redes Sociais e Segurança – e os processos mais comuns nessas ocupações técnicas de rotinas administrativas. Além do treinamento técnico, serão trabalhados no curso os aspectos da conduta do candidato, como comportamento social na empresa e na comunidade, etiqueta empresarial, marketing pessoal, networking, comunicação interpessoal, cidadania e ética profissional. As famílias também são inseridas no treinamento e preparadas para apoiar o portador de deficiência nessa nova fase da vida.
Histórias reais de superação A importância da acessibilidade Segundo a Gerente de RH da Diebold, a acessibilidade é uma preocupação recente, mas vem evoluindo mais rapidamente, especialmente em alguns setores como bancos e comércio. “Apesar de atualmente existir uma legislação baseada no decreto-lei 5.296 e na norma ABNT NBR 9050, o próprio governo ainda não conseguiu adequar todas as vias públicas, meios de transporte, hospitais, escolas, universidades, além de fazer cumprir essas mesmas normas para shoppings, elevadores, entre tantas adaptações”, enfatiza Lisete. “É necessário proporcionar às pessoas com deficiência o direito de ir e vir de modo independente e, no campo profissional, darlhes condições de poder competir com melhores chances no mercado de trabalho”, complementa Nádia.
Números que impressionam:
Carlos Eduardo Reganhã, 30 anos, é Técnico em TI de empresa parceira do Instituto Aprender a Trabalhar (IAT). Em 1995, quando trabalhava como açougueiro e tinha apenas 14 anos, sofreu um acidente e perdeu parte do braço direito. Desde então, sempre teve dificuldades para arrumar emprego. Chegou a trabalhar apenas nove meses em uma empresa e, depois disso, somente de modo informal na área de informática para aproveitar seu curso técnico no ensino médio. “Se não fosse o IAT eu não estaria trabalhando hoje. A instituição e a empresa que me empregou há um ano e meio são responsáveis pelo meu desempenho como Técnico de TI e também pelo círculo de amizades que possuo hoje. Estamos juntos nas redes sociais, em churrascos e integração com a família”, explica Reganhã, que, em paralelo ao trabalho, cursa Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Universidade Estácio de Sá do Paraná.
14,5% ou 27 milhões de brasileiros são pessoas com algum tipo de deficiência, uma população maior que muitos países da Europa e América Latina. 55,6% são do sexo masculino e 44,4% do sexo feminino. 48% são visuais, 23% com deficiência motora (física), 16% têm deficiência auditiva e 13% com deficiência mental. 70% vivem abaixo da linha da pobreza, 33% são analfabetos e 90% não trabalham.
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Seu amigo, Marcelo Paula da Silva, 31 anos, é deficiente visual desde o nascimento. Seu convívio com pessoas com necessidades especiais como ele já acontecia na Secretaria do Trabalho de Curitiba, pois trabalhava como agente de recrutamento e seleção de deficientes. Porém, sua vida mudou quando conheceu o IAT e novas oportunidades lhe foram dadas, como a qualificação em programação que lhe permite hoje um bom emprego na área de TI, além do incentivo para cursar Análise de Desenvolvimento de Sistemas pela OPET – Organização Paranaense de Ensino Tecnológico. “Acho fundamental este trabalho promovido pelo IAT de assessorar empresas na contratação e qualificação dos profissionais deficientes. Só assim teremos chance como os demais”.
Diebold pelo Mundo
Bank of America escolhe solução da Diebold para gerenciar suas mais de 17 mil ATMs O Bank of America, uma das maiores instituições financeiras do mundo e que conta com cerca de 5,9 mil agências e 17 mil caixas eletrônicos, optou por tecnologia Diebold para gerenciar toda sua rede de autoatendimento presente na América do Norte. A solução que já está implementada no banco é a OpteView® ResolveSM, que é uma associação do produto XMS, produto totalmente desenvolvido no Brasil, com o software de acesso remoto Service Link e utiliza dados e análises dos terminais em tempo real para ajudar na gestão da rede. De acordo com Charles Ducey, Jr., Vice-presidente Executivo de Operações para a América do Norte da Diebold, o OpteView Resolve representa um passo gigantesco na maneira com que a Diebold ajuda os seus clientes a monitorar e administrar redes de ATMs. Permite que as instituições financeiras migrem para um modelo de serviços preditivos baseados em coleta de dados. “Estamos orgulhosos em colaborar com o Bank of America no desenvolvimento desta solução. Esperamos poder ajudar mais clientes a revolucionar as suas operações de ATMs com esta plataforma de software avançada, de classe mundial. Isto é apenas o começo”, declarou. A meta do Bank of America é, através dessa tecnologia, aumentar eficiência e disponibilidade dos caixas eletrônicos, reduzindo as intervenções “on-site”, diminuindo o tempo das intervenções e garantindo uma maior disponibilidade e satisfação aos clientes da rede, pois o autoatendimento é um canal estratégico. “O Bank of America possui uma grande rede e tem um trabalho constante de evolução de seus sistemas para ganho de eficiência, porém, as ferramentas em uso chegaram ao limite de sua produtividade. A questão era conseguir aumentar a disponibilidade dos pontos com redução de custos, maior eficiência operacional e um melhor atendimento ao cliente. Estamos conseguindo isso através do alto nível de automação que o OpteView Resolve proporciona graças ao seu workflow, ao acionamento remoto automático e inteligência do software na análise das situações”, explica Luiz Navarro, Diretor de Desenvolvimento de Sistemas de Gerenciamento da Diebold e um dos líderes do time global da companhia que desenvolveu a nova solução. O OpteView Resolve permite um diálogo bidirecional que possibilita ao software detectar eventos de forma proativa, identificar causas e disparar planos de ação predeterminados. Automatiza e supervisiona todos os processos envolvidos no gerenciamento e operação de uma rede de autoatendimento, incluindo diagnóstico remoto, autocorreção e
procedimentos corretivos. Além disso, fornece relatórios customizados e permite obtenção de dados comerciais de uma maneira proativa. Navarro explica que sempre que um problema é detectado em um caixa eletrônico, como uma impressora com recibo atolado, falta de suprimento, cofre aberto ou um problema de hardware, uma notificação automática é imediatamente enviada ao software. Em seguida, o OpteView Resolve dispara um processo de workflow que pode ser configurado pelo administrador do sistema para seguir um fluxo de atividades, sejam elas manuais, automáticas ou de integração com sistemas externos. Através do fluxo de atividades do processo de workflow, o sistema automaticamente organiza e distribui as tarefas entre os grupos de trabalho – tarefas manuais – e também aciona os sistemas integrados, o que desencadeia as tarefas automáticas, tais como: abrir chamado em provedores de serviço, gerar notificações e o mais importante para a produtividade: acionar comandos de resolução remota para o diagnóstico e correção do problema. Uma grande diferença é a gestão baseada em uma análise on-line de comportamento comparado. Outra vantagem é o BI (Business Intelligence Database), que armazena tanto os dados sobre as falhas, como as ações executadas pelo workflow. Essas ferramentas integradas facilitam a análise comparada dos dados históricos com as pesquisas necessárias para a identificação de causas e a otimização dos processos. Para o diretor, vale destacar a grande força tecnológica do OpteView Resolve na solução de problemas de forma remota, o que gera grande economia para os bancos; e a gestão capaz de otimizar a logística de abastecimento e conservação dos terminais. “O autoatendimento tem se tornado nos últimos anos o principal canal de interação com os correntistas. Garantir a satisfação do cliente no uso desse canal exige a integração de vários sistemas, uma atuação rápida e eficaz do pessoal envolvido na operação e um alto nível de automação. Exatamente por isso criamos uma solução abrangente que vai desde a monitoração – comum no mercado atual – até automação e controle dos processos operacionais e ferramentas de análise de dados, para permitir uma gestão integrada das áreas operacionais. E ainda fomos além. O acompanhamento on-line voltado para as áreas de negócios envolvidas no canal indica os pontos de atendimento mais críticos, o nível de impacto nas transações esperadas em função de falhas e outras métricas importantes que proporcionam à administração do canal uma visão da satisfação do cliente. O OpteView Resolve é uma ferramenta de gestão da disponibilidade e operação do canal”, resume Navarro.
Entrevista
Lauro Wilson e Fernando Lemos
Mercantil do Brasil é pioneiro na adoção de automação de depósito
O
Mercantil do Brasil, único banco médio de varejo do País, foi fundado na década de 40 e vem se reinventando há mais de meio século. Ele utiliza a maioria dos canais eletrônicos de atendimento disponíveis para levar seus serviços até os correntistas, mas tem algo que nenhum grande banco de varejo utiliza. Ele dispõe de terminais de autoatendimento que recebem depósito em dinheiro fora do envelope e que é creditado na hora na conta do correntista.
em fazer o que ninguém fez, resultou em um alto nível de satisfação e confiança dos usuários com o autoatendimento do MB. “Ao primeiro contato com a máquina, o usuário fica apaixonado”, descreve Fernando Lemos, Gerente de Canais Eletrônicos do Mercantil do Brasil (MB), sobre a experiência dos clientes com o uso do TPG 4000 da Diebold. Mais recentemente, a instituição decidiu renovar o seu parque e adquiriu 200 dessas máquinas em sua mais nova versão, a 4500, para equipar sua rede de 150 agências e 28 PAEs (Postos de Atendimento Eletrônico) distribuídos pelos principais centros urbanos do Brasil, com maior concentração na Região Sudeste, especialmente em Minas Gerais e no interior de São Paulo.
Essa mesma máquina também aceita o pagamento de contas em dinheiro e é capaz de devolver troco em notas e moedas e, portanto, pode ser utilizada por qualquer pessoa, mesmo que não seja correntista do MB, mesmo que não tenha conta em nenhum outro banco. Além disso, permite o pagamento de contas utilizando cartões de débito de outros bancos, desde que Nessa entrevista exclusiva, Lauro Wilson, Diretor vinculados às redes Banco24Horas ou RVA. Executivo de Tecnologia, e Fernando Lemos, O equipamento é conhecido como TPG 4000, Gerente de Canais Eletrônicos, detalham o caminho terminal desenvolvido pela Diebold Brasil e que já tecnológico traçado pelo banco, a experiência ao está em operação no banco há nove anos. Todo esse disponibilizar um autosserviço mais completo e os pioneirismo e coragem da instituição financeira planos para ampliar a automação de depósito e ECM.
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Élcio Paraíso
Fernando Lemos, responsável pelos canais eletrônicos, informa que, ao primeiro contato com o terminal TPG 4000, o usuário fica apaixonado.
Entrevista
Lauro Wilson TECNOLOGIA DBM: Como o sr. descreveria a evolução tecnológica do Mercantil do Brasil nos últimos anos? Lauro Wilson: O Mercantil do Brasil mantém uma política de acompanhamento e atualização constante do seu parque tecnológico, dentro de seu modelo de gestão dos ativos de TI. Assim, o ambiente tecnológico do MB contempla todas as evoluções aderentes ao mercado financeiro, utilizando sempre tecnologias de última geração adequadas a seu negócio, como computadores de grande porte, dispositivos de armazenamento e equipamentos de comunicação por meio de fibra óptica, todos de última geração. É importante destacar que todos os temas relativos a TI no Mercantil do Brasil são contemplados dentro de um modelo de gestão baseado nas melhores práticas de
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governança, segundo o Cobit. A utilização eficaz deste instrumento permite que os gestores de TI conduzam suas atividades considerando todas as dimensões que envolvem as análises e as decisões sobre Tecnologia da Informação na indústria financeira. Dentro deste contexto, todos os investimentos de TI estão fortemente alinhados com a estratégia de negócio do Mercantil do Brasil e solidamente sustentados por processos de gestão que garantem a implementação rentável das mais modernas alternativas tecnológicas disponíveis atualmente para o mercado
“É importante destacar que todos os temas relativos a TI no Mercantil do Brasil são contemplados dentro de um modelo de gestão baseado nas melhores práticas de governança, segundo o Cobit.” financeiro brasileiro. Uma das diretrizes que norteiam nossas ações é a TI Verde. Dentro desta filosofia, um dos nossos planos de médio prazo é o projeto de construção de um novo Data Center, que certamente será concebido de acordo com os requisitos de eficiência energética e energia limpa. Ainda dentro deste conceito, decidimos revitalizar nossas ATMs com mais de sete anos de uso. Esse serviço está sendo prestado pela Diebold. Isso ajuda a economizar e
praticamos o importante princípio da reutilização. DBM: Qual o tamanho da rede de TI do banco? LW: 4.500 pontos. DBM: O MB partirá para a computação em nuvem? LW: É uma tecnologia que o Mercantil do Brasil está acompanhando a evolução e avaliando sua aplicação prática na indústria financeira. DBM: E em termos de segurança? Quais vêm sendo as medidas adotadas? LW: Uma das diretrizes da Política Corporativa de Segurança do MB é utilizar as melhores soluções de segurança disponíveis no mercado para proteger a privacidade e a integridade das informações de seus clientes. Dentro desta política, em toda a rede de ATMs do Mercantil do Brasil as informações sensíveis dos clientes são tratadas com os mais modernos mecanismos e tecnologias de criptografia de dados. Em 2011, a estratégia permanece e serão implantadas novas funcionalidades de segurança. DBM: O MB decidiu adotar recentemente biometria para aumentar a segurança de seus caixas eletrônicos. Qual foi a tecnologia escolhida? LW: O Mercantil do Brasil escolheu a tecnologia de finger. Entretanto, ainda está no processo de avaliação entre as
alternativas finger print ou finger vein. A alternativa finger print implementa o processo de identificação através da leitura da digital do dedo. Já a alternativa finger vein executa o mesmo processo de identificação por meio da leitura das veias do dedo. Esta decisão dependerá de uma melhor avaliação técnica das implementações conjuntamente com a Diebold.
que demonstra um nível de automação importante, mas em relação à captura das imagens de cheques, isso dependerá das regulamentações e das decisões em outras instâncias sobre a validade e força das imagens como o próprio documento. Assim, enquanto aguardamos esse avanço, estamos avaliando soluções de ECM de mercado para implantação do projeto no MB.
é o único canal que permite esse tipo
DBM: Qual a sua avaliação sobre a tecnologia de automação de depósito presente nos caixas eletrônicos do MB?
Fernando Lemos
FL: O Internet Banking do Mercantil do
de transação. Por outro lado, se deseja fazer uma consulta ou uma transferência de numerário, você tem várias opções e pode utilizar a que melhor lhe convier, ou seja, o internet banking, o call center ou os terminais de autoatendimento. DBM: Como está a distribuição entre autoatendimento e Internet Banking? Brasil é usado hoje por 13% de nossa base de clientes, número muito próximo
LW: O Mercantil do Brasil apostou nessa tecnologia há alguns anos, o que se mostrou totalmente alinhado à nossa estratégia de agregar diferenciais no atendimento. Sua utilização na rede de agências é um sucesso reconhecido pelos gerentes e, principalmente, pelos clientes, o que demonstra o acerto na decisão.
do mercado, sendo que o volume
Hoje, é uma tecnologia totalmente aderente e integrada ao ambiente tecnológico do MB, o que permite todas as implementações dos requisitos de negócios exigidos para este tipo de equipamento.
DBM: O MB tem planos para utilizar
DBM: Quais os planos do banco para automação de depósito? E em relação à ECM ou GED? LW: Hoje, o MB oferece aos correntistas a possibilidade de fazer o depósito em dinheiro em seus terminais de autoatendimento sem a necessidade dos envelopes. O depósito é identificado na hora e já cai na conta do cliente, o
financeiro ali transacionado é bem maior que nos demais canais. Quanto à nossa rede de terminais de autoatendimento, ela é responsável por aproximadamente 90% das transações realizadas por ser autoexplicativa, de fácil utilização e pela comodidade que proporciona. o celular como canal de acesso ao banco?
CANAIS ELETRÔNICOS
FL: Sim, estamos aguardando estudos que estão sendo realizados pela Febraban
DBM: Quais são os canais eletrônicos mais usados pelo MB? Fernando Lemos: Felizmente, no Mercantil do Brasil todos são bastante usados. É claro que devemos estar atentos para o tipo de público e a necessidade de cada um. Por exemplo, se você deseja fazer um saque, deve procurar nossos equipamentos de autoatendimento, que
para implementar o pagamento de contas via celular. Hoje, já disparamos SMS de alerta e informativos para os clientes cadastrados, ou seja, informamos o saldo em conta-corrente e também quando existe um lançamento de crédito ou débito em sua conta, além de divulgar regularmente as ações comerciais que estão em atividade.
DBM: De forma pioneira, o MB
Quantos desses já usam o TPG?
DBM: Quais as vantagens de se
decidiu instalar terminais de
FL: Com a rede Verde-Amarela e o Banco24Horas o Mercantil do Brasil tem 30.000 pontos de autoatendimento. O TPG está instalado nas salas de autoatendimento de nossas agências onde é mais fácil a gestão dos equipamentos. Estamos testando o equipamento, em piloto, em locais externos, e a dificuldade é
optar por esse tipo de tecnologia?
“O Internet Banking do Mercantil do Brasil é usado hoje por 13% de nossa base de clientes, número muito próximo do mercado, sendo que o volume financeiro ali transacionado é bem maior que nos demais canais.”
apresentando aos nossos clientes uma
quanto à segurança do abastecimento e recolhimento de numerário.
de autoatendimento.
DBM: Como foi a reação dos clientes do MB ao terminal?
adquiriu mais 200 novos
pagamento de conta e depósito em dinheiro já há alguns anos. Por que tomaram essa decisão? FL: O TPG está funcionando em nossas agências desde 2001, há nove anos. Apesar das dificuldades iniciais que são o ônus do pioneirismo, o equipamento foi instalado e hoje é referência em termos de inovação em relação ao mercado. A aquisição desses terminais, num primeiro momento, teve como objetivo permitir que o não correntista do MB ali fizesse suas transações, desviando esse público dos caixas, que é um canal de maior custo operacional. Com o passar do tempo, os clientes foram percebendo as facilidades que ele proporciona e hoje ele é usado por todos os que frequentam o Mercantil do Brasil, especialmente para o pagamento de contas e depósito, em dinheiro, após o horário de expediente bancário. DBM: Qual é o diferencial do
FL: As principais são: diminuir a fila nos guichês de caixa; proporcionar ao cliente agilidade em suas transações; redução de custo operacional; permitir depósito em dinheiro e pagamentos on-line com recebimento de troco em moedas e notas, inclusive fora do expediente bancário; além de estarmos solução moderna. DBM: O MB constatou, de fato, uma redução de custos na retaguarda? FL: Com certeza. Como essa tecnologia contribui para diminuir a fila nos guichês de caixa, estamos automaticamente diminuindo os custos, pois uma transação no caixa é bem mais cara do que num terminal DBM: Recentemente, o banco caixas eletrônicos com essa
serviço oferecido pelo TPG?
FL: A reação inicial foi de não
funcionalidade. Quais são
FL: Além de realizar todas as
acreditar no novo equipamento,
os planos?
transações bancárias, o TPG também
o que é natural. Com o tempo,
FL: Os novos equipamentos atenderão
recebe contas de consumo ou
entretanto, foram percebendo as
à crescente demanda do banco
títulos de cobrança em dinheiro de
facilidades que o equipamento oferece,
e fazem parte dos planos para a
correntistas ou não correntistas e
devido, principalmente, ao trabalho
ampliação do nosso autoatendimento
fornece o troco em moedas e notas.
desenvolvido pela equipe envolvida
diferenciado por se tratar de um canal
DBM: Quantos pontos de
no autoatendimento. Hoje, todos
estratégico para o Mercantil do Brasil e
autoatendimento tem o MB?
conhecem seus benefícios.
seus correntistas.
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Estrutura
MARKETING E VENDAs sOB NOVA DIREÇÃO Carlo Benedetto assume a diretoria. Sua missão será manter a satisfação dos clientes e a qualidade no nível de produtos e serviços ofertados pela companhia ao mercado. “Minha missão principal é manter o grau de satisfação de nossos clientes e o nível de qualidade de nossos produtos e serviços.”
A
área de Marketing e Vendas da Diebold Brasil passou a ser comandada desde dezembro passado por Carlo Benedetto. O executivo que exercia o cargo de Diretor de Contas e comandava equipe de atendimento dos bancos HSBC e Nossa Caixa, assume agora um time de 30 profissionais, parte deles dedicados à área de novos negócios, e passa a se reportar diretamente à presidência
da companhia. “Minha missão principal é manter o grau de satisfação de nossos clientes e o nível de qualidade de nossos produtos e serviços”, afirma Benedetto. Atualmente, a Diebold Brasil mantém indicadores que a elevam a uma posição de destaque em nível mundial, graças ao contentamento dos clientes com soluções de ponta desenvolvidas por engenheiros altamente preparados.
Formado em Tecnologia e Processamento e com MBA Executivo Internacional pela USP (Universidade de São Paulo), Benedetto já acumula 28 anos de experiência no setor de TI, dos quais 20 dedicados à Procomp e Diebold. O executivo esteve por seis anos na então Procomp, trabalhou por dois anos na Microsoft e retornou à Diebold, onde permanece há 16 anos. Ocupou posições na área de suporte de software, gerente de produtos e diretor de contas. Antes disso, trabalhou no Bradesco, Digilab e Edisa.
Arnaldo Pereira
Tecnologia
Marco LaLLo Marco Lallo, PMP, é Engenheiro Eletrônico pela USP, com MBA pela FIA e Gerente de Automação Eleitoral da Diebold Brasil
MissÃo MAis QuE cRÍticA C
omeçamos a trabalhar com automação eleitoral no final de 1995, quando par ticipamos da concorrência para a fabricação da primeira urna eletrônica, chamada, naquela ocasião, de CEV (Coletor Eletrônico de Votos). Vencer as concorrências públicas sempre foi uma tarefa extremamente difícil, mas executar contratos no tempo definido é o maior desafio. Na produção das urnas eletrônicas não há espaço para atrasos, pois a eleição não pode ser adiada. Você pode imaginar adiar a eleição por falta de equipamentos? O cronograma macro do projeto é definido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no edital de concorrência pública, que é normalmente publicado com mais de um ano de antecedência das eleições. Ao final do processo de concorrência, depois de definida a empresa vencedora, o contrato é assinado. É a par tir deste momento que o cronograma começa a ser detalhado, alterado, adaptado e corrigido. Isso ocorre frequentemente ao longo da execução do contrato, mas a data final das entregas é imutável. Nós chamamos carinhosamente esta data de “paredão”. O paredão está sempre lá, em um futuro
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próximo, estático e inexorável, esperando que tudo esteja concluído no prazo. E não são poucos os desafios. Para quem não sabe, o edital de concorrência descreve o que deve ser feito, quando e como, embora, durante a execução do contrato, sempre apareçam algumas novidades, para as quais precisamos estar sempre aler tas. O TSE já publicou oito editais para urnas eletrônicas. Nós par ticipamos de todas as concorrências e pudemos observar como estes editais vêm evoluindo, com constantes aperfeiçoamentos e incorporando novas tecnologias. Em 1995, o primeiro edital tinha poucas páginas, mas, como as urnas eletrônicas evoluíram muito nos últimos 14 anos, agora os editais apresentam mais de 300 páginas. Mesmo assim, algumas pessoas podem imaginar que fazer uma nova urna eletrônica é tarefa fácil, mas garantimos que não é! No projeto das urnas eletrônicas sempre existem muitos desafios e surpresas envolvendo hardware, software, logística, manutenção e muito mais. Novamente, o tempo aparece aqui como uma grande dificuldade, pois precisamos projetar, testar, homologar, produzir,
Arnaldo Pereira
transpor tar e entregar tudo em aproximadamente um ano! fazer tudo isso acontecer no prazo é mais uma questão de dedicação do que de organização. Não que a organização de todas as atividades seja trivial; não é, mas só mesmo quem par ticipa desta empreitada sabe quantas equipes são envolvidas nas inúmeras tarefas necessárias e quão dedicadas estas pessoas são. Extremamente conscientes da impor tância de suas atividades, das tarefas mais simples às mais complexas, os envolvidos não medem esforços e percebemos nitidamente o orgulho com que cada um faz, com dedicação, seu trabalho. Outro aspecto impor tante é a experiência acumulada por nossas equipes nas produções das urnas eletrônicas que realizamos em 1998, 2000, 2004, 2006, 2008 e 2010, facilitando nosso planejamento e a identificação dos riscos, assim como permitindo que as equipes trabalhem de forma cada vez mais integrada e cooperada, fazendo mais em menos tempo. Os trabalhos que desenvolvemos durante esses mais de dez anos em parceria com
as equipes da Justiça Eleitoral nos trouxeram inestimável aprendizado e melhor conhecimento das eleições brasileiras, repletas de grandes desafios tecnológicos e logísticos. Com o que já aprendemos com eles, pudemos aperfeiçoar nossa atuação, realizando melhor nossas atividades, auxiliando-os no contínuo aperfeiçoamento das urnas eletrônicas.
“Cultivar um ambiente de profissionalismo, confiança e amizade garante resultados significativos, principalmente em momentos decisivos.” Você pode imaginar que, em função do cronograma sempre aper tado, a complexidade das atividades e o grande número de pessoas envolvidas, as equipes trabalham, muitas vezes, no limite. São equipes da Diebold, de nossos fornecedores, assim como da Justiça Eleitoral, que trabalham de forma interdependente e que estão sempre negociando por recursos, prazos, informações
e tudo mais. Neste ambiente de muita adrenalina, o relacionamento entre as pessoas é de crucial impor tância, pois saber lidar com as peculiaridades de cada profissional pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Cultivar um ambiente de profissionalismo, confiança e amizade garante resultados significativos, principalmente em momentos decisivos. Manter esse ambiente não é trivial, requer um cuidado contínuo e persistente, que pode ser seriamente abalado por uma simples atitude inadequada. Par ticipar desse processo exige muita dedicação, mas traz muitas realizações. A maior delas ocorre quando chega o dia da eleição, pois nós, assim como pais e mães orgulhosos que acompanham os feitos dos filhos, observamos com atenção o desempenho das urnas eletrônicas e, à noite, quando os resultados são divulgados, uma enorme sensação de dever cumprido nos toma, pois sabemos que realmente par ticipamos de um projeto muito impor tante.
Acervo pessoal
Artigo
Simão Davi Silber é Professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo
Perspectivas para a Economia Brasileira em 2011 Simão Davi Silber
N
esse início de 2011, o Brasil encontra-se em uma fase do ciclo econômico muito acelerado e além da capacidade da produção da economia. Os indícios são muito claros: a inflação está em aceleração, a produção está crescendo a um ritmo próximo a 8% ao ano, o desemprego está cada vez menor, o crédito ao setor privado aumentou 20% em 2010 e as contas externas caminharam para um déficit de 2,5% do PIB. Isso coloca um grande desafio para o governo que acaba de assumir o comando da política econômica do País. Aliás, as primeiras medidas já foram tomadas pelo Banco Central no apagar das luzes do governo anterior: aumento do compulsório e novas restrições à expansão do crédito. Porém, novas medidas deverão ser implementadas para colocar a economia em uma trajetória mais consistente e evitar mudanças bruscas de política econômica no futuro, tipicamente do estilo “stop and go”, que poderiam criar uma volatilidade indesejável no comportamento da economia brasileira. O primeiro grande desafio de curto prazo é o de reverter a trajetória de aceleração inflacionária que se instalou no País a partir de meados de 2010. Ao final do ano, a inflação já estava próxima de 6%, distante do limite central da meta de inflação. Ao longo de 2011, o Banco Central deverá aumentar a taxa básica de juros para algo como 12% ao ano para que a inflação volte em direção aos 4,5% fixados pelo Conselho Monetário Nacional, sendo que essa meta só será atingida plenamente em 2012.
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Em segundo lugar, as despesas primárias do Governo Federal estão crescendo a um ritmo incompatível com as perspectivas de crescimento das receitas de 2011. O governo já está anunciando as primeiras medidas de contingenciamento de gastos e os números iniciais apontam para uma suspensão de empenho de aproximadamente R$ 40 bilhões. Além disso, o governo propôs um reajuste do salário mínimo para R$ 540,00 e assim está procurando evitar um crescimento maior das despesas previdenciárias e com o seguro desemprego. O controle do gasto público é difícil de ser feito rapidamente, mas o governo deveria adotar uma estratégia de médio prazo onde as despesas primárias crescessem menos que o crescimento da economia, para abrir espaço para o aumento da poupança pública essencial para os programas de investimento em áreas estratégicas como: infraestrutura, educação, tecnologia e saúde. Uma política monetária e fiscal menos expansionista deverá contribuir para que o País caminhe para um crescimento moderado da produção a partir de 2011. Estima-se que o País tenha condições de crescer 4,5% ao ano sem gerar pressões inflacionárias e desequilíbrios fiscais e de balanço de pagamentos. Quanto mais rápido e substancial o ajuste fiscal, menor a utilização da política de juros para controlar a inflação, abrindo assim um espaço para reduzir consistentemente a taxa de juros e diminuir a atratividade de capital estrangeiro no País, reduzindo as pressões para a apreciação cambial. De qualquer forma, espera-se que o governo adote medidas adicionais para reduzir a entrada de capital estrangeiro.