Revista Eletrônica Bragantina On Line
Discutindo ideias, construindo opiniões!
Número 56 – Junho/2016 Joanópolis/SP
SUMÁRIO Edição nº 56 – Junho/2016
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Nesta Edição: - EDITORIAL – São João dos Viventes .................................................................. Página 3; - EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Resenha: Filosofia clandestina Por Flávio Roberto Chaddad ................................................................................... Página 4; - A ARTE DO TURISMO E DA HOTELARIA – Do mapa ao GPS: uso da localização no turismo Por Leonardo Giovane ............................................................................................. Página 7; - PALAVRAS E EXPERIÊNCIAS – Moderna aos avessos Por Emily Caroline Kommers Pereira .................................................................... Página 9;
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– Você roi suas unhas compulsivamente?
Por Paulo Gannam .................................................................................................. Página 13; - ROMANCE DAS LETRAS – Tudo é consciência Por Betta Fernandes ............................................................................................... Página 16; - O ANDARILHO DA SERRA – Gerais Por Diego de Toledo Lima da Silva ....................................................................... Página 18; - COLCHA DE RETALHOS – Vapor Joaquim Saldanha Marinho Por Rosy Luciane de Souza Costa ......................................................................... Página 20; - MEMÓRIAS – A caminho do Caminho Por Susumu Yamaguchi ......................................................................................... Página 23; - EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Sobre os animais Por Flávio Roberto Chaddad ................................................................................. Página 26.
Edição nº 56 – Junho/2016
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REVISTA ELETRÔNICA BRAGANTINA ON LINE Uma publicação independente, com periodicidade mensal.
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EDITORIAL
SÃO JOÃO DOS VIVENTES
Prezados leitores! O coração estrala de alegria ao ver o movimento junino, os homens montando as barracas e pendurando as bandeirinhas, as mulheres preparando as comidas e bebidas, o parquinho e suas atrações funcionando, a alvorada às seis horas da manhã... As pessoas sorrindo entre as cores de início de inverno, num ar tão típico e simples de interior. Os velhos amigos se encontrando, a história sendo contada e blindada por fortes gargalhadas. Algo tão simples, que de tão simples é difícil de entender... Uns dizem que são as artimanhas de São João, outros culpam Santo Antonio. Quanta história em São Pedro? Certeza mesmo é que, entre tanta gente, nos encontraremos numa das ruas de pedra da nossa terra, tão bela terra!
Diego de Toledo Lima da Silva – Editor (17/06/2016) E-mail: revistabragantinaon@gmail.com
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Flávio Roberto Chaddad Graduado em Engenharia Agronômica e Ciências Biológicas; Graduando em Filosofia; Especialista em Educação Ambiental, Gestão da Educação Básica e Gestão Ambiental; Mestre em Educação Superior e Mestre em Educação Escolar E-mail: frchaddad@gmail.com RESENHA: FILOSOFIA CLANDESTINA
A obra reúne cinco tratados que marca uma época onde havia uma grande crítica ao clericalismo, a instituição católica que dominou toda a Europa. A igreja daquela época mostrava-se intolerante ao pensamento livre e divergente aos seus postulados e, através da Inquisição, condenou milhares de pessoas à morte. Ou seja, foi uma época – a época medieval – de perseguições, mas, em meu ponto de vista, de forma nenhuma representou uma era obscurecida para as artes, filosofia e ciência. Se, pela falta de liberdade, ela pode ser assim considerada, pelos textos contrários ao seu mando não se pode dizer a mesma coisa. Neste sentido, estes materiais produzidos no anonimato visam a contribuir, sobremaneira, para a sua derrocada. Mas, é necessário lembrar que nada muda simplesmente através de textos. É certo que eles contribuíram para isso, mas as condições políticas e econômicas foram determinantes. Segundo Schopke e Baladi (2008), a filosofia clandestina não tinha uma unidade de idéias. Faziam parte deste movimento: ateus; panteístas; deístas; teístas. Porém, não se pode dizer que não havia uma união entre essas vozes tão diferentes. O que as uniam era justamente a crítica à falta de liberdade e de pensamento imposta pela Igreja através da Santa Inquisição. Assim, esta obra se divide em cinco tratados: O verdadeiro filósofo, de César Chesnau Du Marsais; Breviário filosófico ou História do judaísmo, do cristianismo e do deísmo em 33 versos (1791), de Giuseppe Antônio Giachino; Giordano Bruno redevivo ou tratado dos erros populares (1771), cujo autor é anônimo; Das conspirações contra os povos ou das proscrições (1766), de Voltaire e, por fim, o texto “Profissão de fé dos teístas (1768), do mesmo autor.
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No primeiro texto Du Marsais escreve o que seria um filósofo e como ele estaria longe do pensamento religioso vigente da época, pelo seu modo de ação: ele agiria não pelas suas paixões e superstições, mas sim pela sua forma de pensar, de refletir. Ele começa fazendo uma crítica ao que declara como filósofos naqueles dias. Para ele, não adianta apenas ter uma vida retirada, obscura, com alguma sabedoria, com um pouco de leitura e nem mesmo desfazer dos preconceitos da educação em matéria de religião. Deve haver uma idéia mais ampla. Filósofo é aquele que reflete sobre seu movimento. Segundo Du Marsais (2008): “A razão é, com relação ao filósofo, aquilo que a graça é com relação ao cristão no sistema de Santo Agostinho: a graça determina o cristão a agir voluntariamente; a razão determina o filósofo, sem lhe tirar o gosto de agir por vontade própria” (p.27, 2008). Assim, o povo caminha motivado por suas paixões, e o filósofo através de um enorme senso crítico. Baseada na epistemologia [teoria do conhecimento] que estava sendo construída, principalmente, a de David Hume, ele diz que retiramos nossas verdades a partir de uma leitura das sensações que chegam até nós através dos órgãos dos sentidos. Em suas palavras, como um discípulo que escuta o seu mestre, nos as escutamos, para que possamos – através da razão – organizá-las através dos pensamentos, chegando às verdades: “Daí a certeza e os limites dos conhecimentos humanos. Certeza, quando se sente que se recebeu de fora a impressão apropriada e precisa que cada juízo supõe, porque todo juízo supõe uma impressão exterior que ele é peculiar. Limites, quando não é possível receber impressões, seja pela sua natureza, do objeto, seja pela fraqueza dos nossos órgãos. Aumentai, portanto, se for possível, a potência de nossos órgãos e aumentareis o número de nossos conhecimentos” (p.28). Aqui está clara a herança dos filósofos cientificistas dos séculos XVI e XVII, que determinaram que a razão pode conhecer tudo que estiver ao alcance de nossos órgãos do sentidos. Porém com Kant isto vai mudar. Para este filósofo, a razão só conhece o que as categorias do entendimento ou os conhecimentos puros ou apriori permitam que se conheça. Ele atribui ao pensamento uma causa material – o cérebro – indissociado da res extensa, aliás, ele é produto desta e não uma separação como quer Descartes no seu texto “Meditações Metafísicas”. Mesmo sabendo que depois, neste mesmo texto, Descartes diz que o espírito (razão) e matéria se misturam no homem, sendo ambos a mesma coisa. Permanece, mesmo assim, o conceito de Cogito e as suas consequências para a questão ambiental. O filósofo, além destas considerações, não se afinca em um sistema. Ele é livre. Segundo afirma, os homens estão tão presos a moral, ao imediato, que seus pensamentos se mostram presos ao que o senso comum lhe impõe. O filósofo examina e se encaminha pela síntese, através da verificação de cada situação: “O filósofo compreende o sentimento que ele rejeita com a mesma extensão e clareza com que entende o sentimento que adota” (p.31). O filósofo cultiva o dever, além de um desejo de não ser um membro inútil ou Edição nº 56 – Junho/2016
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incômodo para sociedade. O filósofo não age por amor ou por ódio, mas pelo espírito de ordem ou por razão, conforme o imperativo categórico de Kant, marco do iluminismo. Para ele, a religião é fraca perante os instintos e não fornece um sustentáculo contra os mesmos. É necessário controlá-los, refletir sobre eles, da mesma forma que fez Perseu olhando a medusa através do escudo, para não petrificar-se, como afirma: “Parece que ela (natureza) tem ciúmes de seus direitos e muitas vezes escapam das correntes em que a cega superstição quer loucamente detê-la. Somente o filósofo, que sabe usufruir dela, consegue regulá-la através de sua razão” (p.36). O filósofo não pensa com base nos mitos, na superstição. Pelo contrário, ele usa a razão, mesmo sabendo que esta deve lutar e regular nossos instintos. Os estóicos queriam segundo afirma destruir as paixões humanas, transformar os seres humanos em meros fantasmas. O filósofo não quer. Ele sabe das paixões, dos instintos que residem em nosso inconsciente e que foram reelaborados e discutidos profundamente a partir dos séculos XIX e XX, com Schopenhauer, Nietzsche e com a psicanálise de Freud. Enfim, não quer mais e nem menos, apenas o que sua essência lhe determina. E como ele é e age? Há no texto uma definição de como o filósofo age e é, com a qual termino a resenha deste primeiro texto de uma série de cinco: “Ele jamais pratica uma boa ação para parecer que praticou, mas porque não estava nele fazer de outro modo” (p.38).
Referências Bibliográficas
DU MARSAIS, CC. O verdadeiro filósofo. In: BALADI, M; SCHOPKE, R. Filosofia clandestina. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Como citar: CHADDAD, F.R. Resenha: Filosofia clandestina. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 4-6, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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A ARTE DO TURISMO E DA HOTELARIA
Leonardo Giovane M. Gonçalves Técnico em Hospedagem e Graduando em Turismo E-mail: leonardo.giovane@hotmail.com DO MAPA AO GPS: USO DA LOCALIZAÇÃO NO TURISMO
Quando falamos de localização várias coisas vem a nossa mente, e se falássemos de se localizar décadas atrás? Anteriormente as pessoas se localizavam com bússolas, cartas, mapas, estrelas e muitas outras formas para saber onde estavam e para onde poderiam ir. Atualmente se localizar ganhou outra configuração, temos GPS, mapas interativos, aplicativos e muitos outros elementos que facilitam o nosso deslocamento. Mas o objetivo da necessidade de saber onde estamos não sofreu tantas alterações ao longo dos anos, alguns motivos ganharam força, bem como as viagens e, outros perderam força, como as Grandes Navegações. Logo, o turismo, sendo uma atividade que ocorre no espaço geográfico, necessita de uma ferramenta de localização. Usualmente quando chegamos aos Centros de Informação Turísticas (CIT) dos municípios sempre vemos alguns mapas e folders, mas, no entanto, nem todos utilizam uma comunicação cartográfica eficiente, ou seja, a mensagem a ser transmitida pode não estar sendo repassada ao receptor. Os mapas turísticos, muitas vezes, se utilizam de elementos pictóricos, sem escala e que buscam explanar sobre os atrativos da localidade. Assim, torna-se difícil para um turista decodificar as imagens postas, bem como a localização espacial, uma vez que as distâncias expostas não correspondem à realidade. Aí fiquei me questionando como um turista se localizaria usando um mapa turístico. Edição nº 56 – Junho/2016
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Mas logo me lembrei da boa e não tão velha tecnologia, que nos últimos anos vem facilitando o modo de vida das pessoas. Quando fui a Curitiba/PR usei em todo o percurso, feito a pé, taxi, ou ônibus, o GPS. Por meio do GPS poderia saber se estava indo na direção certa, o que estava ao meu redor e também, quais as rotas possíveis para se chegar em algum determinado local no espaço. Claro, que a precisão do GPS não é 100%, mas auxilia e muito no deslocamento e na compreensão do espaço que nos rodeia. Outro mecanismo que pode auxiliar o viajante é a utilização de aplicativos que georeferenciam os atrativos, recursos, equipamentos e serviços turísticos no local, assim, torna-se facilitado o desfrute da viagem. Claro que não são todos os destinos que ofertam esses serviços, mas se ofertam, porque não utilizar? Segurar um celular é melhor do que segurar pilhas de mapas, bússolas e outros instrumentos que podem até ser difíceis de entender. Portanto, antes de preparar a sua viagem, use e abuse da tecnologia, procure na internet atrativos, aplicativos e tudo que puder te ajudar no momento da viagem, pois, assim, viajar se tornará algo ainda mais prazeroso e, além disso, a suas experiências serão ainda melhores, ou seja, o planejamento é essencial.
Como citar: GONÇALVES, L.G.M. Do mapa ao GPS: uso da localização no turismo. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 7-8, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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PALAVRAS E EXPERIÊNCIAS
Emily Caroline Kommers Pereira Escritora e Jornalista E-mail: myzinhacarol@gmail.com MODERNA AOS AVESSOS
Acabei de ler um texto... um texto sobre a mulher moderna. Como tantos textos sobre mulher moderna que há por aí, ele diz que a mulher deve estudar e trabalhar fora, a mulher deve ter independência e fazer o que bem entender com sua vida e seu salário. Isso não está claro no texto, são conceitos ocultos e só quem lê nas entrelinhas consegue entendê-los. Se alguém quiser, pode ler o texto neste link (http://www.sabiaspalavras.com/a-incrivel-geracaode-mulheres-que-foi-criada-para-ser-tudo-o-que-um-homem-nao-quer-2),
para
[tentar]
entender do que falo. Aí está o real problema. Esse pessoal com a mente contaminada por ideais feministas extremos pensam que a mulher "deve" fazer isso ou aquilo. E isto é justamente o que o feminismo original combate, não é? Esse senso de que a mulher "deve" agir assim e assado, como incrustado no inconsciente coletivo. Não sou expert em feminismo, não sou feminista, tampouco sou machista, mas o que sempre ouvi foi que antigamente a mulher era tratada como escrava, devia ser submissa ao homem, dependente dele para tudo, saber lavar, cozinhar, cuidar da casa, ser boa mãe e boa esposa. Em contrapartida, agora, a mulher tem conquistado sua independência e sua liberdade. Afinal, a mulher é igual ao homem e pode fazer o que quer que o indivíduo do sexo masculino faça tão bom quanto ou até melhor. Eu creio que a mulher tem o direito de "querer" o que quiser. Digo, ela tem o direito de ser uma executiva se quiser, mas pode simplesmente ser dependente financeiramente do marido se quiser, oras! Ela tem o direito de ser submissa, de querer ficar em casa, ser mãe de tempo integral, boa esposa e boa DO-NA-DE-CA-SA! Eu, como cristã, vejo na Bíblia o modelo ideal de mulher que quero ser.
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Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis. Seu marido tem plena confiança nela e nunca lhe falta coisa alguma. Ela só lhe faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida. Escolhe a lã e o linho e com prazer trabalha com as mãos. Como os navios mercantes, ela traz de longe as suas provisões. Antes de clarear o dia ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas as suas servas. Ela avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma vinha. Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos. Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada fica acesa durante a noite. Nas mãos segura o fuso e com os dedos pega a roca. Acolhe os necessitados e estende as mãos aos pobres. Não receia a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos. Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura. Seu marido é respeitado na porta da cidade, onde toma assento entre as autoridades da sua terra. Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece cintos aos comerciantes. Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro. Fala com sabedoria e ensina com amor. Cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça.Seus filhos se levantam e
a
elogiam;
seu
marido
também
a
elogia,
dizendo:
"Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera". A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada. Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade. - Provérbios 31:10-31
Eu não sou essa mulher exemplar. Não sou esposa, para começo de conversa, e nem sei se um dia serei. Não cozinho bem e não sei costurar. Não tenho comércio, nem meus braços são fortes e vigorosos. Não sou modelo, nem a mais bela. Mas temo ao Senhor e tenho todo o direito de olhar para esse texto e dizer: eu quero ser como essa mulher. E quero ser submissa, como diz o apóstolo Paulo. Submissa, não capacho de homem. Ser submissa é ser obediente de maneira voluntária, e não ser obrigada a obedecer. Algo que é voluntário nasce do querer, do desejo do coração. Submissão é um ato de amor. A mulher não é obrigada a obedecer ao homem, mas quer obedecê-lo por amor. Aliás, amor é o que rege o relacionamento. Se a missão da mulher é ser submissa, a do homem é amá-la. E assim, ela não encontra dificuldade em ser submissa a um homem que a ama. Ah, e esse amor não é qualquer amorzinho não, mas O Amor! No texto bíblico, está assim:
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Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne". Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito. - Efésios 5:22-33
Entendem? A submissão da mulher é semelhante à submissão da igreja à Cristo! E o Amor do marido é semelhante ao de Cristo pela igreja. Cristo ama a igreja e a igreja se submete a Ele e quer se submeter a Ele. Sendo assim, se o marido amar a esposa como Cristo ama a igreja (com Amor Incondicional), ela se submeterá e quererá se submeter. Simples assim. Não era correto como a mulher era tratada no passado. Ela não pode ser impedida de estudar, se assim deseja. Nem ser impedida de nada. Mas não é correto o modo como a mulher é tratada nos dias atuais. Ela não pode ser impedida de não estudar, se assim deseja. Nem ser impedida de nada, pois ela tem o direito de ser e de querer. Eu não sou casada, sequer namoro, não tenho filhos, amo ler, não vivo sem música, me delicio em conhecer coisas novas, gosto de ser inteligente e se tem algo que me esmero em usar bem é meu cérebro. Não nasci para ser escrava de ninguém, gosto de ter o meu dinheiro para comprar os meus livros e o que eu bem entendo. Sei ser comedida, sei ser ponderada, sei ser consciente e não concordo com aquelas pessoas que ficam ditando regras (pode isso, não pode aquilo). Portanto, conclui a faculdade, embora não pense em continuar estudando pra sempre, quero trabalhar, viajar, conhecer lugares e pessoas. E escrever muito! Não dirijo, e daí? Não passei no exame quando tentei e não tentei mais porque não pude e não quis! É meu direito não querer dirigir! Quando eu precisar, se eu precisar, não restar outra opção, eu aprendo. E quero parar tudo daqui uns dez ou quinze anos. Ou menos. No Brasil ou fora dele. Edição nº 56 – Junho/2016
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Não sei, só Deus sabe. Claro, se eu precisar continuar trabalhando, continuarei, mas será necessidade, não querer. Afinal, se hoje eu trabalho, é porque preciso, não exatamente porque quero.
Como citar: PEREIRA, E.C.K.
Moderna aos avessos. Revista Eletrônica Bragantina On Line.
Joanópolis, n.56, p. 9-12, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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VOCÊ ROI SUAS UNHAS COMPULSIVAMENTE?
Inventor afirma ter desenvolvido uma solução para deixar as unhas de roedores em perfeito estado e a autoestima lá em cima!
Muitas pessoas têm o péssimo hábito de roer as unhas compulsivamente até se ferir e, dificilmente, conseguem inibi-lo, a não ser por uso de medicamentos e outras terapias. De acordo com estimativas científicas, 19% a 45% da população, oscilando conforme a faixa etária, é roedora de unhas. Atualmente, o que existe no mercado é um tipo de “esmalte” que, por ter gosto ruim, diminui a vontade de roer unhas. Ainda assim, há pessoas que roem as unhas com esmalte e tudo. Pensando nisso, o inventor Paulo Gannam, um roedor de unhas desde criança, desenvolveu um “Protetor de Unhas para Portadores de Onicofagia”. Trata-se de uma película que reveste as unhas do usuário de forma elegante e discreta, sem causar desconforto algum, pois cobrem apenas as unhas sem incomodar o tato, e pode ser usado por homens e mulheres. Alguns modelos do invento se propõem a possuir um sistema de pressão sobre a região desejada, com furinhos para permitir maior possibilidade de transpiração. Outros teriam uma base circular de pressão para que o restante do tecido que cobre as unhas seja mais suave, evitando desconfortos numa região maior dos dedos. Segundo o inventor, o protetor de unhas inibe um hábito autodestrutivo e incentiva a pessoa a começar a identificar quais sentimentos estão envolvidos no momento em que ela deseja roer as unhas automaticamente. “Você pode me dizer: Mas basta tirar o protetor e fazer a festa com as unhas, detonálas. É verdade, mas este protetor é direcionado mais ao público que está atravessando um
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momento de dor e forte desejo de encontrar uma forma de parar de roer. Esta é uma forma de ajudar o usuário a manter o compromisso com a mudança de comportamento”, explica. Gannam informa já ter amostras de seu produto feitas em látex de borracha, mas explica que o produto pode ser feito com outros materiais: “Fiz os primeiros modelos em látex de borracha, o mesmo usado na fabricação de luvas cirúrgicas. Depois confeccionei artisticamente as peças de látex com tinta acrílica para tecido à base de água que melhor aderiu ao material, mas dá para fazer com poliuretano também”. O inventor diz estar fazendo mais amostras e estar procurando empresas fabricantes de artefatos elastômeros para fabricar e comercializar o produto, seja para o consumidor final, seja para empresas do setor de cosméticos, moda, artesanato, farmacêutico, no modelo B2B.
Gannam alerta ainda para ter-se o cuidado com o material a ser usado e com a idade a partir da qual crianças poderiam usar. “Ninguém vai querer ver criança se arriscando a engolir um produto tóxico”. Segundo ele, ou se escolhe um produto composto por material que possa ser ingerido sem problema algum para as crianças, ou se elege um público voltado a crianças com idade a partir da qual já existe a consciência do perigo da ingestão de materiais.
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Parceria - Paulo está em busca de parceiros para o desenvolvimento de modelos. Com patente requerida em território nacional, o inventor busca negociá-la ou obter parceria com empresas da área de saúde, higiene e cuidados pessoais, ou de peças de silicone e borracha, para realizar testes e industrializar o produto.
Aqui você encontra um vídeo bem legal em que o inventor fala de seu produto: https://www.youtube.com/watch?v=N6E4TPRXlzM
As invenções de Gannam podem ser conferidas no site: https://paulogannam.wordpress.com/
Outros Contatos: Linkedin: https://www.linkedin.com/pub/paulo-gannam/51/1b0/89b Facebook: https://www.facebook.com/paulogannam.inventionsseekinvestors Google+: https://plus.google.com/+PauloGannaminven%C3%A7%C3%B5es Twitter: https://twitter.com/paulogannam
E você? Já teve ou está com uma grande ideia? Conte para o Paulo, pois pode virar notícia aqui na Revista Bragantina!
Como citar: GANNAM, P. Você roi suas unhas compulsivamente? Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 13-15, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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ROMANCE DAS LETRAS
Betta Fernandes Escritora e Advogada E-mail: bettabianchi40@gmail.com TUDO É CONSCIÊNCIA
Tudo ao seu redor é construído de energia consciente. Colocando de forma bastante simples, tudo é consciência. Especificamente, acredita-se que a energia consciente criando a nossa realidade é o que os seres humanos têm vindo a conhecer como amor. Obviamente, o amor tem sido mal interpretado e diminuiu em nosso mundo com associações românticas e emocionais que não pode ser sondado em um nível científico, mas a ideia por trás de muitas crenças espirituais é que a energia Criando nossas realidades e os reinos além da nossa compreensão consciente é de amor puro. Acredita-se que nós crescemos em maiores percepções sobre exatamente o que o Amor é, enquanto as nossas percepções limitadas dão lugar a entendimentos expandidos de todas as facetas da nossa existência e passamos a ver o Amor como a força motriz energética por trás da nossa realidade. A maneira mais simples para colocá-lo seria dizer que o amor é tudo, e consciente coCriação com a intenção focada nos vê decidir nosso destino e as experiências imediatas que vamos ter. Crescendo para entender que o Amor é tudo, e de que somos construídos, podemos trabalhar com energia muito variável para Criar a nossa realidade e, eventualmente evoluir. Nos encontraremos sem obstáculos na quantidade do bem que podemos fazer para o planeta. Entendendo que não somos simplesmente "Fantoches de Carne" incapazes de maior percepção ou habilidade além do paradigma físico que tivemos sido convencidos ser o único em existência, poderemos encontrar a nós mesmos trabalhando produtivamente para a humanidade em várias facetas do estabelecimento de nosso novo paradigma e nossa evolução para a quinta dimensão. Edição nº 56 – Junho/2016
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Podemos fazer muito para ajudar a evolução espiritual da humanidade, ao abrir-nos até a ideia básica de que o Amor é a força motriz por trás de nossa existência e que nós, como esta energia somos ilimitados na Criação de nossas realidades e crescendo em maiores percepções de nós mesmos enquanto isso. Um número cada vez maior de pessoas em um número cada vez maior de círculos espirituais nos abriram a essa ideia. E trabalhos frutíferos para as dimensões superiores e da evolução da humanidade tem resultado enquanto todos nós temos aproveitado para a motivação que resulta de nos abrir a um paradigma muito além de sua compreensão e que vem para ver o quão distorcida nosso paradigma atual é. Mesmo a ideia de que a consciência é muito mais do que a percepção do indivíduo, provocada exclusivamente pelo cérebro, nos ajuda a quebrar muitas das instaladas barreiras do paradigma físico que nos seguraram das maiores percepções sem distorções. Não se pode acreditar em sua própria capacidade de ancorar a energia mais pura das dimensões mais elevadas, se não se sabe, ou não se pode acreditar que tais dimensões ainda existem. O coletivo finalmente precisa ser despertado para a existência das dimensões superiores, e tem sido sugerido que muitos dos que estão no poder têm conhecimento sobre os reinos espirituais ao longo dos tempos e têm tentado manter a humanidade inconsciente das percepções que podemos ganhar e as verdades que podemos descobrir.
Veja mais em:
Blog: bettafernandes.blogspot.com.br Twitter: @bettabianchi40 Facebook: Betta Fernandes
Como citar: FERNANDES, B. Tudo é consciência. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 16-17, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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O ANDARILHO DA SERRA
Diego de Toledo Lima da Silva Técnico/Engenheiro Ambiental, Andarilho e Cronista E-mail: diegoaikidojoa@hotmail.com
GERAIS
Confesso que carecia de maiores referências geográficas, pois as direções e rumos do mapa me levavam para lugar nenhum. Horas e horas por caminhos desertos. O senhor tolere, isto é o sertão. (*) Tolerância aprendida pelo suor dos passos e do sacrifício do corpo, na imensidão de trechos e almas que trocam de papeis, mudam de forma e assumem direções contrárias. Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze légua, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. (*) Ora! Guimarães, quer dizer que virei criminoso? Mas qual foi meu crime, homem? Andarilho, você cometeu o crime espiritual de se enfiar nestas terras, pisar neste solo, cortar trechos de matas e plantações, ajoelhar-se nas capelas e ouvir a história de sua gente, agora tu és mais um deles. Mais um homem sem endereço, sem identificação e sem sua própria história, mais um dos Gerais. Gerais? Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte. (*) As flores dos campos, as borboletas e os passarinhos, as águas e morros, agora são sua casa. Siga aquela borboleta que ela te guiará pelo caminho. Mas e você, Guimarães? Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. (*) Arre... Guimarães! Vem comigo homem, eu pago a cerveja no Bicão.
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Não teve jeito, no morro das pitangas nos despedimos... Àquela pequena borboleta me guiou por todas as encruzilhadas, por toda dúvida do inóspito caminho. No destino, a salvo, ela pousou numa flor e abriu suas asas, e no seu centro revelou a imagem de uma santa. Retirei meu chapéu e saudei a única verdade do sertão e de minha vida, que os olhos do jardineiro é que abrem o botão da flor... ________________ (*) Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa
Como citar: DA SILVA, D.T.L. Gerais. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 18-19, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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COLCHA DE RETALHOS
Rosy Luciane de Souza Costa Professora, Historiadora e Pesquisadora E-mail: costarosyluciane@hotmail.com VAPOR JOAQUIM SALDANHA MARINHO
D. Pedro II, conhecedor da exploração de grandes barcos na Europa, vislumbrava que esta oportunidade se estendesse também ao Rio São Francisco, o maior rio em extensão genuinamente brasileiro. E para obter essa confirmação, contratou os serviços de estudos e pesquisas do engenheiro Henrique Halfeld, onde existe a consideração de que o Rio São Francisco é navegável de Pirapora a Juazeiro, até por navios de Roda Popa utilizados no Rio Mississipi. O Imperador Dom Pedro II, entusiasmado com os prenúncios sustentáveis e desenvolvimentistas oferecidos pelo Rio São Francisco, contratou num estaleiro Inglês a compra de um navio. Este chegou ao Brasil precisamente no Amazonas, em 1852. Depois de desmontado conduziram-no em carretas puxadas a boi, até os terminais ferroviários; ora em cima do trem de ferro, ora em cima de carros de boi até a cidade mineira de Sabará, onde fora armado por técnicos nacionais, sob a coordenação do Engenheiro Henrique Dumont (pai de Alberto Santos Dumont).
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(Acervo Blog/Geraldo José)
Vapor Joaquim Saldanha Marinho O navio/Vapor após ser inaugurado pelo Imperador Dom Pedro II e batizado com o nome do Presidente da Província de Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho, fora lançado num braço do Rio São Francisco, o Rio das Velhas, em 1871, seguindo rota até adentrar de fato o Velho Chico em Guaicuí (vilarejo beira-rio). O Vapor comportava 12 passageiros em suas acomodações e tinha capacidade para 06 toneladas de carga. Nesta ocasião em que o povo acenou para o 1º Vapor que navegou no Rio São Francisco, o município de Juazeiro tinha 7.863 habitantes. “O Saldanha Marinho ancorou na margem de Juazeiro no dia 05 de fevereiro de 1871, sob o comando do oficial Álvares de Araújo e vários tripulantes da Marinha Imperial de Guerra. Festivamente recebido nas cidades ribeirinhas, desceu até Santa Maria da Boa Vista, retornando a Juazeiro onde passou a ser sua base de operações. Durante muitos anos, o pioneiro Vapor Joaquim Saldanha Marinho não só navegou de Juazeiro a Pirapora, como também de Barreiras a Santa Maria. Em 02 de julho de 1872, um ano e cinco meses após o lançamento do Vapor Saldanha, por iniciativa do Presidente Souza Dantas, Governador
da Bahia, saía da Viação Baiana do São
Francisco em Juazeiro, o Vapor Presidente Dantas.” (Navegação no Rio São Francisco de Ermi Ferrari e o Jornal de 1993 - O Vale Cultural de Wilson Dias). Mas sua importância – tanto histórica quanto econômica – começou na Grande BH. O vapor, também chamado de gaiola, apelido dado pelos ribeirinhos aos barcos movidos por imensas rodas d’água, foi lançado no leito do Rio das Velhas, maior afluente do São Francisco, em 1871, perto de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo. A embarcação fazia a rota Pirapora–Juazeiro, uma das principais do país nas primeiras cinco décadas do século passado. De apito rouco e estridente, o Saldanha Marinho navegava a 23 Km/h rio abaixo e 14 Km/h leito acima. Por viagem, levava cerca de duas dezenas de pessoas e, no máximo, seis toneladas de mercadoria. Cada viagem durava dias. E foi assim por quase 60 anos. Edição nº 56 – Junho/2016
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É necessário frisar que a hidrovia do Velho Chico era um importante corredor entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. Primeiro, porque o São Francisco, conhecido como o Rio da Integração Nacional, corta cinco estados: Minas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Segundo: o barco era o único meio de transporte para muitos moradores das cidades cortadas pelo rio, uma vez que, naquela época, a malha rodoviária do país era deficitária e a aviação era considerada luxo. (Acervo fotográfico do IBGE)
Vapor Saldanha Marinho fazendo o transporte de passageiros e cargas. De 1965 até a década de 1990 funcionou em uma praça como restaurante; posteriormente transportado a outra localidade. Hoje, o Vapor pioneiro das águas sanfranciscanas está instalado próximo a Orla Nova de Juazeiro, como patrimônio histórico brasileiro e central turística da região.
Vapor Joaquim Saldanha Marinho, conhecido como o “Vaporzinho” (pelo tamanho) e por sua caldeira à lenha, e “Gaiola” (pelo impressado de passageiros),depois de anos navegando, descansa na Orla de Juazeiro da Bahia.
Como citar: COSTA, R.L.S. Vapor Joaquim Saldanha Marinho. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 20-22, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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MEMÓRIAS
Susumu Yamaguchi Cronista e Andarilho E-mail: sussayam@gmail.com A CAMINHO DO CAMINHO
A primeira prova do Caminho apanhou-nos ainda antes de seu início, sem qualquer aviso prévio ou sinal, na forma de um enjoo na travessia dos Pireneus, da Espanha para a França. O motorista do táxi havia dito que, em geral, os peregrinos começavam o caminho apenas a partir de Roncesvalles, já em território espanhol, e que apenas os valentes faziam-no em Saint-Jean-Pied-de-Port, no sul da França. Embora ele estivesse se referindo ao trajeto a pé, tínhamos compreendido visceralmente a sua afirmativa. Assim, enquanto eu tentava me recompor da náusea da viagem, sentado ao pé de uma placa que nomeava o Caminho de Santiago como Chemin de Saint Jacques / Jondoni Jakobe Bidea, meu amigo Idair, bem menos abalado, saía à procura do albergue para carimbar nossas credenciais de peregrinos. Nosso condutor acordou sua esposa Maria por telefone e avisou-lhe que estava saindo para Saint-Jean-Pied-de-Port. A resposta soou sonolenta no alto-falante do aparelho, voz grave de quem queria continuar dormindo. Senti-me um tanto constrangido, como se estivesse invadindo logo cedo a intimidade de um quarto desconhecido quando a penumbra ainda abraçava um ar não tocado pela primeira visão do dia. O uruguaio Hector morava há mais de vinte anos na Espanha, mas ainda se recusava a comer carne de cavalos, hábito desta região. Chegou até a tentar certa vez, mas não conseguiu engolir um pequeno pedaço. “Para nós é como se fosse um verdadeiro amigo, um animal quase sagrado” – explicou, como que nos convocando a uma solidariedade sul-americana. Contou que conhecera a cidade de São Paulo há muito tempo, na época em que participava ali da tradicional corrida ciclística 9 de Julho, da qual foi campeão por uma vez. E aqui, não deixou de elogiar a capacidade de persistência dos brasileiros. Sorrindo, contou que um dia fora chamado para apanhar um casal perto de Roncesvalles. Os pés da mulher estavam muito maltratados, dilacerados pelas botas novas adquiridas especialmente Edição nº 56 – Junho/2016
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para fazer o Caminho de Santiago. Ele os levara recentemente para Saint-Jean-Pied-de-Port, e sentiu um grande desconforto por reencontrá-los naquelas circunstâncias, em tão brevíssimo tempo. A moça estava realmente em uma situação de dar pena, e então ele se colocou à disposição para levá-los a passeios por Pamplona e toda a região. O casal de brasileiros havia desistido do Caminho, mas não da lua de mel! A uma indagação de nossa parte disse que a cidade era reivindicada pelo País Basco, mas que havia ainda muita ambiguidade quanto a essa questão; e que, dependendo das conveniências, seus habitantes eram ora espanhóis, ora bascos, principalmente quando se tratava de subvenções ou tributos em relação ao governo central de Madri. De qualquer modo, com a possível exceção da carne de cavalos, Hector parecia estar muito bem adaptado a todas essas questões regionais. Até mesmo uma ligação de seu filho, agradecendo-lhe por haver carregado de créditos o seu celular, parecia confirmar sua plena integração a um país dentro de outro país, mesmo tendo ele vindo de outro distante país. Aparentemente orgulhoso pela retribuição do filho à sua atenção, apenas lhe disse, afetuosamente, que isso era um bom motivo para não se fazer gastos sem propósitos. Ultimamente, dedicava-se à prática de corridas de trenós com cães. Perguntamos se ele pensava um dia participar da Travessia do Yukon, no Alaska. Ele apenas sorriu, sonhador. Na noite anterior, em um bar onde fazíamos um lanche, havíamos combinado com ele que sairíamos às sete horas da manhã para Saint-Jean-Pied-de-Port. Ele adiantara que a corrida sairia por volta de setenta euros (€ 70,00), o que realmente se confirmou quando chegamos ao ponto inicial do nosso Caminho de Santiago, no país basco francês [câmbio em abril de 2002: € 1,00 ≈ US$ 0,92 ≈ R$ 2,16]. Devia haver linhas de ônibus saindo de Pamplona a preços bem menores, mas não chegamos a verificar essa alternativa. O café da manhã que havíamos tomado enquanto aguardávamos sua chegada, consistindo basicamente de alimentos adocicadas como croissant (pão) e magdalena (bolo), certamente fora decisivo para o nosso mal-estar na viagem, especialmente no trecho da longa e ziguezagueante descida dos Pireneus no lado francês. Ainda teríamos muito que aprender no caminho sobre o quê, e quando, comer. O termômetro do carro de Hector indicava uma temperatura externa de 4°C abaixo de zero quando passávamos perto de Roncesvalles. Ele confirmou que havia uma frente fria bastante forte atuando na região. Bem confortável no calor do ar-condicionado, preferi não acreditar e fiquei olhando para os primeiros peregrinos que víamos caminhando ao lado da estrada, inclusive uma mulher que seguia puxando um carrinho com a sua bagagem.
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Margareth – margot.joaninha@hotmail.com
Na gelada manhã lá de fora, entre visíveis hálitos de frio, em pequenos grupos ou sozinhos, aos poucos, eles saíam para o Caminho. Então, eles existiam mesmo!…
Como citar: YAMAGUCHI, S. A caminho do Caminho. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 23-25, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Flávio Roberto Chaddad Graduado em Engenharia Agronômica e Ciências Biológicas; Graduando em Filosofia; Especialista em Educação Ambiental, Gestão da Educação Básica e Gestão Ambiental; Mestre em Educação Superior e Mestre em Educação Escolar E-mail: frchaddad@gmail.com SOBRE OS ANIMAIS A questão que envolve a morte dos animais para saciar a vontade e o hedonismo do ser humano deve ser discutida em seus amplos aspectos. Já pontuei em alguns textos que o monoteísmo judaico-cristão e a razão, sem ética, muito contribuem para isto, não há dúvidas. Mas e a questão divina em si? Ou seja, Deus? Para mim, em primeiro lugar, busco entender a constituição divina, o que é Deus, o que ele pode, se há intenção na criação. Deus significa muito mais que um ser que subjaz por traz deste mundo e com intencionalidade cria e distribui graças ou castigos para os meros seres humanos. Deus não pensa, pois o pensamento ele legou para nós seres humanos, meros mortais, que a todo instante precisa refletir sobre suas ações. Deus é prefeito. As ações de Deus são puras, livres de intenção, ele não precisa disso, ou seja, do pensamento, ele é o Todo. Ele cria sem saber, ele cria sem intenção, ele não julga, ele é. Este Deus que pretendo aqui, este sopro sem intenção, mas criador não legou ao homem sua imagem e semelhança. Ele tem todas as imagens. Deus foi e esta sendo, sem saber. Ele não é uma criação humana para que se justifique a morte de milhares de animais todos os dias, entre outros fatos. Deus é o todo em todas as suas formas. Portanto, se difere completamente do Deus Bíblico que distribui castigos e graças a seus seguidores, cujo homem é sua imagem e semelhança. Ele, portanto, não fornece uma primazia do homem sobre os demais seres vivos e elementos da paisagem. Deus é o conjunto de tudo que está sendo no universo. E os animais? Em nome do Deus cristão, que justifica a morte de milhares de animais todos os dias, os seres humanos satisfazem sua necessidade de se alimentar de carne, carne esta obtida com a dor de seres inocentes, que sentem alegria, tristeza, amor, dor, medo, etc. Edição nº 56 – Junho/2016
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Em todos os anos que passaram, desde o tempo das cavernas até nossos dias, os seres humanos ainda continuam exibindo um comportamento feroz e primitivo. Será que somos seres racionais que refletem ou apenas obedecemos nossos instintos? Schopenhauer e Nietzsche já pontuaram que somos movidos pelo nosso inconsciente que nos diz o como agir, a razão nada mais seria para estes filósofos que mera aparência, ou melhor, representação, ou seja, eles anteciparam a psicanálise de Freud e seus seguidores. Então, baseado, nesta questão, será que nunca seremos seres libertos? Será que nunca conseguiremos ter uma nova aliança com todos os seres vivos? Esta reflexão não é apenas com os animais que sofrem este desígnio absurdo, esta barbárie. Mas, implica em todas as nossas ações. As pessoas não têm consciência quando vão comprar embutidos e carnes em um supermercado ou, então, em um açougue, que esta carne que se encontra na prateleira, na verdade, retrata uma imensa violência sofrida por estes animais. Muitos dizem que os animais foram criados para serem mortos. Que desculpa esfarrapada! Os animais são seres singulares ou particulares, dotados de características que muitas vezes nos humanos pretendemos ter, mas não temos e, que por milênios de história, são sacrificados todos os dias. Mas, eles não foram feitos para serem mortos e nem maltratados, mas sim para nos ensinar a conviver com a diferença. Na medida em que concebemos um animal, temos o dever de cuidar deles e não maltratá-los e nem assassiná-los, como sempre acontece. Quando matamos um animal estamos inibindo a expressão deste Deus, que cria sem saber, pois este animal nada mais é que a expressão divina se manifestando. Não estamos matando uma coisa, um objeto, mas sim um ser único. Nossa civilização, que carece de uma grande mudança de consciência, está acabando com o mundo. Destruindo todas as espécies, que necessitamos, também, como mais uma espécie, para sobrevivermos. O que seria o mundo sem as abelhas, que estão entrando em extinção? É para se pensar até que ponto nossas criações mitológicas devem ser cultuadas, até que ponto o monoteísmo judaico-cristão e a ciência sem ética, instrumental, que transformaram os animais em meras coisas, devem ainda ser levados a sério por nossa civilização. Estas são questões que não querem se calar, principalmente, em um momento de crise mundial. Não falo apenas de crise econômica, mas de civilização, enquanto milhares de seres vivos são expostos a toda forma de violência. Como citar: CHADDAD, F.R. Sobre os animais. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.56, p. 26-27, jun. 2016. Edição nº 56 – Junho/2016
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