Museu Vivo
Paisagem Cultural, Patrimônio Imaterial e Arquitetura Regional Bioclimática Professora Dinah Papi Guimaraens Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) | UFF Maio de 2021
OCA COM COBERTURA DE SAPÊ
Conceitos para a Criação de Museus Vivos
Protótipo de Museu Vivo. Campus da Praia Vermelha. Requalificação da Baía da Guanabara. Registro da UNESCO do Rio|Niterói como Paisagem Cultural Urbana.
Iremos aqui discutir o estabelecimento do Museu Vivo no caso brasileiro e o papel que esse projeto desempenha potencialmente tanto na expressão do conhecimento indígena quanto em seu desenvolvimento comunitário. Procura o Museu Vivo criar um espaço para o fortalecimento da memória comunitária como ferramenta patrimonial imaterial. A realização deste projeto envolveu documentação audiovisual e digital, além de uma pesquisa local sobre paradigmas existentes para a criação de museus vivos.
Metodologia Projetual do Museu Vivo O Museu Vivo do Brasil é baseado no visual teórico da Antropologia, com o objetivo de realizar uma avaliação cultural através do processo documental.
O uso da documentação visual é um suporte vital para a revitalização da cultura e ajuda a identificar tradições culturais em risco de se perder no futuro próximo. Amarração do bambu com embira liana ao pilar central da oca xinguana. Campus da Praia Vermelha | UFF, 2014.
Enfatiza este projeto, por exemplo, o uso da embira liana em ocas do Xingu, onde os recursos naturais tornam-se cada vez mais escassos devido às práticas locais culturais de não replantar aquelas espécies vegetais usadas por artesãos. Portanto, a proposta visa identificar e documentar aquelas técnicas de construção que correm o risco de extinção, bem como outros eventos a serem preservados ou revitalizados através de fotografias, vídeos ou DVDs digitais.
Tradições imateriais indígenas a serem revitalizadas Para priorizar as tradições culturais construtivas a serem revitalizadas, o projeto identificou membros mais velhos da comunidade, particularmente aqueles com conhecimento aprofundado da cultura e da experiência nativas, os quais podem se tornar futuros instrutores de práticas de artes tradicionais. Os idosos são de importância crítica na identificação de plantas e outros recursos naturais locais, relacionados ao patrimônio intangível e à sabedoria indígena sobre a natureza. O processo de pesquisa do conhecimento indígena permite igualmente uma melhor compreensão do conhecimento compartilhado, isto é, sobre as tradições musicais, gastronomia, danças e técnicas artesanais partilhadas por diferentes comunidades indígenas locais, juntamente com recursos de informação acadêmicos existentes, incluindo universidades, arquivos, museus e centros culturais. O projeto do Museu Vivo, portanto, está focado em uma compreensão holística da cultura indígena.
Construção Oca Aweti Yawalapiti Kamayurá. Coord. Dinah Guimaraens, PPGAU/UFF. Novembro, 2014.
Pesquisa do Museu Vivo Pajé Sapaim Kamayurá tocando a flauta xinguana. Campus da Praia Vermelha | UFF, 2014.
A pesquisa do Museu Vivo enfoca o inevitável atrito estabelecido entre práticas culturais tradicionais, o tempo em que estas estão vigentes nas comunidades e os fatores socioeconômicos de significado cultural responsáveis pela perda de tais práticas tradicionais, enquanto simultaneamente tenta se certificar de que o conhecimento sobre as tradições indígenas não estão definitivamente perdidas. Para alcançar tal resultado, é necessário identificar quem ainda tem compreensão de um conhecimentos das tradições, línguas e práticas das comunidades indígenas locais, de forma a criar oportunidades criativas para que a herança indígena possa ser transmitida às gerações futuras.
Projeto do Museu Vivo: Entorno e Lugar O desejo de criar um Museu Vivo - o conceito de uma promulgação viva da memória enquanto expressão do patrimônio cultural brasileiro não é inteiramente novo. Em “Discurso aos Tupiniquins ou Nambás” (1975), o crítico de arte Mário Pedrosa escreve: "Em países como o nosso, [resilientes], embora oprimidos e [frequentemente criticados como] subdesenvolvidos no nível da história contemporânea Ritual da Flauta Xinguana na Inauguração . . . Quando se diz que sua arte da Oca da Praia Vermelha/ UFF, 2014. é primitiva ou popular é o mesmo que dizer que é futurista”.
Manifesto do Museu das Origens As palavras de Pedrosa sugerem que há percepções diferentes sobre o que é considerado valioso na arte e quem decide que tipo de expressão artística é valiosa e qual não o é. Três anos após as palavras de Pedrosa, o fogo destruiu o Museu de Arte Moderna / MAM-Rio, em 08 de julho de 1978. Este terrível evento representa um momento privilegiado para repensar os papéis estéticos e históricos da instituição museológica no Brasil. Mário lançou, sob os pilotis queimados do MAM-Rio, o Manifesto do Museu das Origens, sugerindo que o museu fosse dividido em cinco módulos: Arte Indígena, Arte Virgem (Museu de Arte Inconciente), Arte Moderna, Arte AfroBrasileira e Arte Popular, como uma alternativa histórica à crise vivida pelas vanguardas artísticas no capitalismo tardio.
Museu das Origens (1978). Oca Kamayurá, Parque do Xingu.
Arquitetura Imaterial Indígena A exposição “Alegria de Viver, Alegria de Criar”, com curadoria de Pedrosa após o fogo que destruiu quase completamente as coleções do MAMRio, foi projetada para incluir uma oca Yawalapiti do Xingu a ser disposta no espaço expositivo de pé direito duplo do museu. Esta oca foi promulgada como uma expressão de que “arte não é uma coisa artificial, mas ela vem do homem, seja qual for a tecnologia em que ele mora. A tecnologia prepara, mas não cria nada, nem ontem nem hoje. . . A arte não é crítica. A profissão do intelectual é ser revolucionário. . .” (Entrevista ao Pasquim, em 11 de novembro de 1981). Infelizmente, até mesmo as melhores intenções parecem insuficientes no caso museológico brasileiro quanto à valorização do patrimônio imaterial indígena.
Estrutura de telhado-parede de oca tradicional do Xingu.
Redesenho Museológico: Museu Vivo Tal projeto de reconstrução do MAM-Rio sugere uma apreciação pela interdependência entre arte física e processo de criação em arte dentro de um contexto sociocultural, desafiando conceitos dicotômicos do que é "tangível" e o que é "intangível". Mas, na realidade, terá sido este projeto de redesenho museológico capaz de promover e proteger a cultura indígena e assegurar ali mesmo a participação contínua das comunidades indígenas? Na página do website informativo intitulada "O que é Patrimônio Cultural Intangível", a UNESCO escreve:
"O patrimônio cultural não termina em monumentos e coleções de objetos”. Também inclui tradições ou expressões vivas herdadas de nossos antepassados e transmitidas aos nossos descendentes como tradições orais, artes cênicas, práticas sociais, rituais, eventos festivos, saberes e práticas sobre a natureza do universo ou conhecimentos e habilidades para produzir um artesanato tradicional (UNESCO, 2017).
Aldeia Guarani. Camboinhas|RJ, 2010.
Herança Intangível na Arquitetura
Palácio do Alvorada, Niemeyer (1957-58). Casa kitsch de inspiração modernista. Santa Cruz, RJ, 1978.
Este conceito de herança intangível, a relação entre pensamento e ação, sugere que a arquitetura eclética (às vezes referida como arquitetura kitsch, popular ou vernácula) derivou de uma discussão sobre a relevância de um novo ethos global, um ethos com base na diversidade cultural, no pluralismo e no multiculturalismo. Saberes e práticas culturais respondem às mudanças nas condições ambientais e no diálogo cultural. Por exemplo, a arquitetura de inspiração barroca circular de Oscar Niemeyer e suas formas espiraladas, eventualmente influenciaram a estética das construções populares dos subúrbios do Rio de Janeiro e também do Nordeste do país (CAMPELLO, 2001). Tal arquitetura expressa uma estética mesclada aos princípios construtivos da arquitetura de Niemeyer, que por sua vez incorpora posturas barrocas ao funcionalismo de Le Corbusier (GUIMARAENS & CAVALCANTI, 2006).
Arte e cultura não são, portanto, criados em isolamento criativo, mas são relacionalmente dinâmicos. Que impacto, então, a presença ou ausência de arquiteturas e culturas indígenas têm sobre o ambiente urbano e vice-versa?
Práxis Museológica como Resiliência Cultural Indígena Quando a herança patrimonial imaterial é relacionada ao bem-estar da comunidade, seu valor é muitas vezes reduzido a um desenvolvimento econômico e turístico. No entanto, o patrimônio cultural também potencialmente atualiza algo essencial ao bem estar em um sentido mais complexo e social. O Museu Vivo, como está atualmente previsto, decreta uma reavaliação coletiva do passado, a qual é encenada pelas instituições museológicas no presente, incentivando um futuro mais sustentável. Um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento deste projeto reside no fato de que tanto sua arquitetura quanto sua curadoria foram principalmente determinadas por formas indígenas derivadas de saberes e fazeres tradicionais. Este processo criativo da disposição de uma ontologia nãoocidental no centro do processo criativo museológico desafia os tradicionais paradigmas ocidentais no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, bem como na prática curatorial de museus. Museu Vivo Quechua. Cusco | Raqchid, Peru, 2011.
Paisagem Cultural: Museu Vivo A separação da natureza e da cultura nas ontologias ocidentais revela uma interpretação impessoal e mecanizada do mundo natural, enfatizando problemas de degradação ambiental e urbana. Essa dicotomia estabelecida entre cultura e natureza se reflete nas políticas do patrimônio internacional, como afirma a própria Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, que reconhece formalmente a separação entre paisagens "naturais" e paisagens "culturais". O conceito de paisagem cultural adotado pela UNESCO em 1992, foi incorporado como um novo tipo de "reconhecimento de bens ", de acordo com a Convenção de 1972 que estabeleceu a Lista do Patrimônio Mundial da Humanidade.
Arquitetura imaterial xinguana. Campus da Praia Vermelha | UFF, 2014.
Até 2012, os sítios de renome mundial tornaram-se formalmente interrelacionados com áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais e outros locais de significado simbólico, religioso e emocional, contando com pouco ou nenhum apoio das Redes de Conhecimento Indígena e das comunidades nativas.
Paisagem Cultural Urbana O reconhecimento da paisagem cultural urbana do Rio de Janeiro / Niterói, no entanto, representa uma nova abordagem dos bens culturais na Lista do Patrimônio Mundial. O protótipo do Museu Vivo (instalação temporária de uma oca do Xingu em um contexto urbano) foi concebido como um espaço de observatório polivalente que permite a pesquisa acadêmica de formas tradicionais de construção indígena e também a avaliação científica de ativos ambientais registrados pela UNESCO contribuindo, assim, para a reabilitação histórica e sociocultural do entorno da baía de Guanabara. O valor essencial deste projeto não reside apenas na perpetuação de uma prática tradicional de cultura "intangível", mas tem a intenção de proporcionar bem-estar a todos os envolvidos na criação e no uso da oca xinguana situada no campus universitário. O Museu Vivo não se apresenta como um "monumento" do passado, mas sim se exibe como uma expressão dinâmica da arte indígena e do espaço social em uma área de panorama urbano, constituindo uma intervenção estética e espiritual ativa do indígena brasileiro quanto a sua herança cultural.
Rio de Janeiro|Niterói como registro pela UNESCO de Paisagem Cultural Urbana, 2012.
Protótipo de arquitetura bioclimática do Alto Xingu como requalificação da Baía da Guanabara, novembro de 2014
Arquitetura Bioclimática Indígena: Museu Vivo HERZFELD (2004) mostra como a intimidade cultural e a sociabilidade engendram uma resistência local à monumentalização do espaço social e aos processos neoliberais de reestruturação urbana. FULLILOVE (2005) traça a diversidade dinâmica de emoções que contribui para o ambiente social como "ecossistemas emocionais" que logram galvanizar a solidariedade de grupo em ambientes urbanos contra o estresse traumático potencialmente provocado pela renovação urbana. Com base nessas noções de segurança ontológica e de arquitetura bioclimática indígena (estabelecida pelo meio ambiente natural, pelas condições climáticas e pelas tradições culturais), o Museu Vivo, em termos acadêmicos, explora o fato de como os usos do patrimônio imaterial (práticas culturais, música, dança, gastronomia e ervas medicinais) aparecem estreitamente relacionados aos processos de construção tradicionais de museus locais. Museu Vivo|UFF. Projeto de Liza Ferreira de Souza, 2011
Coletivo Indígena: Xingu | Aldeia Maracanã A prática do Museu Vivo pode também contribuir para uma sustentabilidade social através da resiliência grupal aos processos multiescalares de deslocamento social resultante de contextualizações ambientais, de desenvolvimento urbano ou de economias neoliberais. O protótipo do Museu Vivo representa um envolvimento cívico de índios urbanos da Aldeia Maracanã e membros indígenas do Alto Xingu, Aweti, Yawalapiti e Kamayurá. Este coletivo esteve envolvido, de setembro a dezembro de 2014, em torno da construção de uma oca no Campus da Praia Vermelha, da Universidade Federal Fluminense-UFF. O projeto residiu em uma atividade acadêmica transcultural que foi proposta pela disciplina “Arquitetura Indígena Bioclimática” da Escola de Arquitetura e Urbanismo. De acordo com o decreto n. 3.551 de 08 de abril de 2000, este projeto registrou práticas do patrimônio cultural imaterial brasileiro, em conformidade com o Livro de Registro de Saberes do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, Ministério da Cultura do Brasil-MINC, em relação às formas típicas de construção de habitações indígenas.
Protótipos de Arquitetura Indígena Bioclimática. Corpo discente da EAU | UFF, 2011-2014.
As ocas do Xingu, da Amazônia e de outras comunidades costeiras constituem edifícios tradicionais que são exemplares das práticas de construção de moradias indígenas e fornecem uma expressão vital do próprio patrimônio cultural brasileiro.
Formas Intangíveis na Arquitetura Indígena O protótipo do Museu Vivo tem como objetivo enfatizar as formas "intangíveis" de práticas tradicionais e culturais patrimoniais brasileiras na área da arquitetura indígena (GUIMARAENS, 2003). Com base no conceito de filosofia transcultural (POULAIN, 2001), o projeto do Museu Vivo, como um conceito e uma prática que interliga passado e presente, explora a expressão das formas indígenas de conhecimento em relação ao processo convencional das abordagens ocidentais de pesquisa científica e de construção do saber acadêmico. Na abordagem de pesquisa do Museu Vivo, longe de ser um assunto objetivado de pesquisa, a cultura viva indígena é percebida como um processo, como uma relação dinâmica entre áreas múltiplas de conhecimento, o que pode ser imaginado como regiões do saber acadêmico e da experiência vivencial. Através dessas interdependências e da interação desses modos múltiplos de saber e de ser, entre sistemas de crenças ocidentais e não-ocidentais mais complexos, mais a expressão mais completa da "verdade" emerge. Torna-se possível reconhecer, através desta reflexão, um saber comum intrínseco à humanidade que inclui uma pluralidade de processos de aprendizagem cultural e cognitiva em contextos comunitários.
Cobertura de sapê da oca xinguana como prática intangível na arquitetura. 2014.
Aldeia Maracanã: Museu Vivo O propósito deste projeto, no entanto, não visa apenas salvaguardar a cultura indígena e sua herança imaterial mas também quer fazer frente, construtivamente, aos eventos urbanos brasileiros contemporâneos, de forma a empregar as tradições do passado para apoiar o bem-estar das comunidades indígenas no presente.
Ocupação da Aldeia Maracanã por policiais e remoção forçada de indígenas , 2013.
O projeto ocorreu na sequência do abandono pelas autoridades federais do Museu do Índio / Funai a fim de abrir caminho para a reforma do Estádio Maracanã, com o objetivo de abrigar os “grandes eventos” da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A remodelação do Estádio Maracanã pela Odebrecht e pelo Governador Sérgio Cabral, ao destruir um bem arquitetônico original art deco de 1948, teve que ser aprovado quase irregularmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, Ministério da Cultura do Brasil-MINC. Esta operação faraônica de bilhões de dólares é atualmente o foco da Operação Lava-Jato que combate a corrupção de empresários contratados irregularmente por políticos no país.
“Grandes Eventos” no Rio de Janeiro: Violência Policial Embora existissem inúmeros motivos sociopolíticos para os protestos de rua que emergiram no Brasil a partir de junho de 2013, a agitação social no Rio de Janeiro foi provocada, inicialmente, pela remoção forçada e truculenta, por parte da polícia armada mandatada pelo governo estadual, da liderança local indígena do antigo prédio do Museu do Índio / Funai localizado no Maracanã. Esses líderes indígenas haviam ocupado, por mais de seis anos, um terreno anexo ao Estádio Maracanã, ocasionando sua presença ali uma oposição cotidiana mal recebida por megaempresas como Odebrecht e Andrade Gutierrez à reforma multimilionária do Estádio de Futebol Maracanã. Os indígenas residentes no terreno anexo ao estádio foram essencialmente privados do seu devido direito de posse assegurado por lei através da remoção abrupta de seus representantes. Eventualmente, houve um clima de tensão social extraordinária e de inquietação no Rio de Janeiro, com a vitória das forças esmagadoras da empresa comercial, de negociadores internacionais da indústria da construção civil e de um planejamento urbano estratégico corrupto, todos em suporte dos "grandes eventos", considerados mais importantes que o patrimônio cultural indígena.
Aldeia Ka-rioca e resistência indígena na Conferência Rio +20, 2012.
Laboratório da Paisagem e do Lugar A marginalização das necessidades das comunidades indígenas a favor da reforma do Estádio de Futebol do Maracanã levantou questões importantes sobre o bem-estar de todos os indígenas que vivem e trabalham em ambientes urbanos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em agosto de 2012, revelou que 324.834 índios vivem em áreas urbanas. No total, 896.917 membros de comunidades indígenas residem no Brasil. Este número indica que 36,2% da população indígena do Brasil vive em ambientes urbanos, mas parece ainda haver muito pouco apoio formal e uma inexpressiva compreensão da necessidade de valorizar tal presença cultural substancial. Essa falta de justiça social inspirou a comunidade indígena do Rio de Janeiro e membros da universidade federal a criar uma intervenção com o protótipo da oca / instalação, ao lado da presente proposta educacional sobre arquitetura bioclimática.
Tawywa|oca Assurini e oca xinguana no Campus da Praia Vermelha, 2014.
O projeto atual pretende estabelecer práticas colaborativas entre índios da Aldeia Maracanã, Brasil, e professores e estudantes de arquitetura e urbanismo, relacionando os esforços da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro visando estabelecer um Centro Cultural / Universidade Indígena no antigo Museu do Índio / Funai localizado hoje, em ruínas, no terreno do Estádio do Maracanã.
Patrimônio Imaterial: Saberes e Fazeres
Casa de Reza (Opy), Bracuí, R.J. e artesanato Guarani, 1990. Museografia do Museu da Maré, RJ, com habitações típicas das favelas cariocas, 2015.
Um dos principais objetivos deste projeto transcultural é revelar como a universidade brasileira pode alcançar novas inovações pedagógicas na educação, expressando assim a riqueza brasileira no contexto multicultural através de uma revista digital. Este conceito também está em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Relações Étnicas e o Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas, de acordo com a Lei Brasileira nº 11.645 de 03 de outubro de 2008. O valor do patrimônio intangível (UNESCO 2003) e a arquitetura vernacular (arquitetura orientada pelas necessidades locais, com o emprego de materiais construtivos locais, associados às tradições culturais locais) é uma forma de prática cultural no que toca às seguintes categorias: 1) Registro de Conhecimentos (saberes e formas de fazer enraizadas no dia a dia das comunidades); 2) Registro de Celebrações (rituais e festivais que marcam a experiência coletiva); 3) Registro de Formas de Expressão (literárias, musicais ou plásticas, cênicas e recreativas); 4) Registro de Lugares (mercados, feiras, santuários e práticas coletivas culturais em praças).
Patrimônio Cultural do Alto Xingu Quanto ao patrimônio cultural do Alto Xingu, por exemplo, o Museu Vivo centra-se na categoria 1, consistindo no registro de saberes construtivos e de materiais de construção (madeira, bambu, embira liana e sapê) e na categoria 3, incluindo manifestações musicais, rituais, visuais e artesanais, como é o caso da flauta ritual tradicional xinguana que foi tocada pelo Pajé Sapaim Kamayurá na Universidade Federal Fluminense-UFF em dezembro de 2014, na inauguração da oca do Alto Xingu em Niterói / RJ. Práticas e tradições físicas não são, no entanto, o único meio de Protótipos digitais de ocas. EAU-UFF, expressão no Museu Vivo. Incorpora este museu também displays 2011-2014. digitais interativos e maquetes de protótipos arquitetônicos, juntamente com demonstrações ao vivo de técnicas artesanais de materiais bioclimáticos (madeira, bambu, adobe, folhas de palmeira e fibras vegetais) envolvidas na construção das ocas. A incorporação de elementos virtuais / digitais no Museu Vivo simboliza um conceito cultural de troca presente nas culturas indígenas e um compartilhamento social virtual de técnicas tradicionais, incluindo o design indígena (cestas, artesanato de sementes, cerâmica, esculturas de madeira), música e performances de dança e o uso de ervas medicinais. Idealmente, no futuro, o ambiente físico do Museu Vivo incluirá uma área paisagística com árvores frutíferas e plantas curativas nativas.
Reconstrução Coletiva do Passado O Museu Vivo, como um processo narrativo transnacional, é uma reconstrução coletiva do passado indígena. Idealmente, executará ele uma série de funções, quais sejam: Disponibilizar ao público nacional e internacional a herança intangível artesanal, musical e ritual das culturas do Xingu; Construção de estrutura de oca xinguana, 2014.
Realizar uma Exposição Digital enfatizando as técnicas de construção indígena em madeira, bambu e embira liana, com cobertura de fibra de palmeiras; Criar um website compartilhando redes para disseminar técnicas culturais construtivas e estabelecendo um banco de dados digital; Construir bases práticas e teóricas para a documentação de práticas construtivas intangíveis do Alto Xingu pelo Departamento de Patrimônio Intangível (DPI), Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) e UNESCO, exemplificando celebrações tradicionais, bem como educando turistas sobre a cultura indígena e alertando o público sobre como evitar impactos potencialmente negativos do turismo cultural na região do Parque Xingu.
LAPALU (Laboratório da Paisagem e do Lugar) Tais atividades terão lugar com o apoio do Laboratório da Paisagem e do Lugar-LAPALU do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo-PPGAU-UFF. É também um objetivo (agora e no futuro) desse projeto transcultural e transnacional explorar como a universidade pode expressar inovações pedagógicas no contexto multicultural brasileiro. A relação entre prioridades sociais euro-ocidentais e prioridades sociais indígenas durante o desenvolvimento do Museu Vivo levantou muitas questões que ainda não foram completamente respondidas, incluindo: Como a reconstrução coletiva do passado indígena no presente pode vir a apoiar o desenvolvimento da justiça social em relação ao futuro da cultura indígena na América Latina? Protótipo de arquitetura bioclimática do Como a experiência das populações urbanas indígenas potencialmente pode contribuir para a sustentabilidade social (ou Xingu. Campus Praia Vermelha, UFF, 2014. sustainismo), incluindo adaptabilidade, coesão e identidade das comunidades indígenas?
Como a aplicação do conhecimento do passado é um fator crítico na contemporaneidade e em desafios sociais futuros, especificamente no que se refere ao bem-estar das sociedades indígenas no Brasil? Essas questões representam uma inspiração contínua para o projeto, no que se refere ao papel que o Museu Vivo desempenhará no futuro, como expressão de ações comunicativas na atual práxis museológica.
Conclusão: O Museu Vivo como Revitalização Indígena Cultural Há uma série de coisas que podem ser aprendidas com este projeto e seu conceito de museu vivo como narrativa social dinâmica. Em um sentido geral, este projeto faz parte da reconceptualização em curso do espaço social, através do conceito de filosofia transcultural proposto pelo professor Jacques Poulain, Presidente da Filosofia da Cultura e das Instituições da UNESCO. O projeto abre uma discussão dialógica de comunicação informal entre culturas indígenas e o conhecimento formal da universidade latino-americana para dar origem a uma autoridade compartilhada, com respeito mútuo e as bases do diálogo transcultural exigido pelos tempos contemporâneos (POULAIN, 2012). O atual projeto enfoca o conceito de Paisagem Cultural como "salvaguarda do patrimônio cultural e natural de valor universal excepcional ", realizando a aplicação dos critérios da Convenção da UNESCO definidos em dezembro de 1992 pelo Comitê do Patrimônio Mundial que estabelece três categorias de paisagens culturais, da seguinte forma:
1) Paisagens desenhadas, concebidas e criadas pelo homem, como jardins paisagísticos; 2) Paisagens evolutivas e vinhas, campos de arroz, etc. Protótipo de Museu Vivo (Arquitetura 3) Paisagens associativas de aspectos religiosos, artísticos e culturais como Bioclimática Indígena). Ação participativa. sítios sagrados ou comemorativos (INCOLLÁ, 1999, pp. 11-12). Paraty, 2008.
Seminário de Arquitetura Bioclimática O Museu Vivo cria uma paisagem nova, híbrida e dinâmica, a qual revela um caráter projetual associativo, incorporando práticas rurais do Xingu e de comunidades indígenas da Aldeia Maracanã no Rio de Janeiro aos contextos urbanos das cidades brasileiras. Este projeto documenta processos de construção artesanal do Alto Xingu, interrelacionando-os às inovações tecnológicas de espaços arquitetônicos bioclimáticos de design digital, assim permitindo aos seus participantes virtuais ou físicos experimentar experiências regionais, de afirmação de vida e atividades criativas em um contexto mais global e transnacional. Essa hibridização do projeto do "espaço do museu" como prática e virtualidade digital pode ser percebida como um "espaço fragmentado", onde representações culturais e políticas de relações estabelecidas entre diferentes grupos e categorias sociais são "encenadas". Ainda LÉVY (1996) sugere que o espaço virtual coletivo e social é um espaço real. O museu permite aos aproximadamente 35 mil indígenas urbanos que residem no Rio de Janeiro fornecer informações interativas sobre sua cultura. criativa no complexo urbano da sociedade.
Projetos Vegetais (Parede de Bambu e Sapê; Madeira Reciclada). Oca xinguana e Centro Pompidou-Metz, França, 2014.
Intervenções Criativas na UFF, Niterói O projeto deriva de uma abordagem participativa que permite que membros de comunidades indígenas possam se juntar ao museu, tanto on-line como off-line, como curandeiros, professores e construtores. Possui interatividade digital e informações sobre práticas indígenas, com demonstrações ao vivo de técnicas de construção, cestaria, gastronomia tradicional, artesanato de sementes, esculturas de madeira e performances de música e dança. A revitalização cultural alcançada através do Museu Vivo, como práxis museológica, envolve o aumento de oportunidades para a expressão do patrimônio imaterial. No interior das culturas tradicionais o processo de ensino, incluindo membros de diferentes gerações que participam do processo educacional informal, significa mais do que simplesmente a criação de objetos artesanais. Se a cultura material carrega com ela significados sociais e simbólicos, e até mesmo espirituais, o projeto do Museu Vivo estabelece uma oportunidade para um ensino intergeracional de técnicas de construção de ocas tradicionais e parece revelar que essa transmissão de valores culturais melhora a coesão familiar. De forma semelhante, a atividade de artesanato construtivo e a cooperação da criatividade coletiva xinguana no processo criativo promovem, inequivocamente, o bem-estar da comunidade indígena envolvida.
Projetos de Paisagismo com platôs de madeira | quiosques e de um Observatório da Paisagem. Corpo discente. EAU-UFF, 2014.
Agradecimentos Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU), Universidade Federal Fluminense (UFF) CAPES-Cofecub (MEC) Movimento Aldeia Maracanã
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OCA INDÍGENA|UFF : TRANSCULTURALIDADE UNIVERSITÁRIA
ENCONTROS TRANSCULTURAIS NA EAU|UFF
Durante a construção da oca xinguana recebemos a visita de um grupo de professores do ENTPE-Vaulxen-Velin, Université de Lyon, França e de índios Pueblo de New Mexico, E.U.
EQUIPE DO CANTEIRO|UFF
Equipe de construtores Aweti, Kamayurá e Yawalapiti do Xingu, Ianaculá Rodarte, Pajé Tobi Itaúna e alunos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Ambiental|UFF na Semana Acadêmica de 2014.
SABER ACADÊMICO TRANSCULTURAL
MARCAÇÃO DA ESTRUTURA DE MADEIRA NO TERRENO
ESTEIO CENTRAL DA OCA XINGUANA|UFF
AMARRAÇÃO DO BAMBU COM CIPÓ EMBIRA DO XINGU
O Canteiro da Oca Xinguana foi realizado na Semana Acadêmica de 2014, com apoio CAPES-Cofecub n. 752|12 e Secretaria de Cultura de Niterói no Fórum “Arte Ação Transcultural” proposto por Duda Penteado no MACNiterói. Apresentação do Coral Guarani de Araponga na pintura de Mural Transcultural.
BENÇÃO DO BAMBU PELO PAJÉ TOBI ITAÚNA
CORTE E TRANSPORTE DO BAMBU
TRANSPORTE DO SAPÊ DA COBERTURA E TRAMA DE MADEIRA E BAMBU DA OCA
Berta Ribeiro (1979) observa que a oca xinguana é como um cesto emborcado.
ESTRUTURA DE FECHAMENTO DA COBERTURA DA OCA
CORTE DO BAMBU E AMARRAÇÃO NA ESTRUTURA DE MADEIRA
Arquitetura tradicional Kamayurá |Yawalapiti com trama de madeira e cipó embira.
ESTRUTURA PRONTA E RITUAL DA FLAUTA XINGUANA COM FOGUEIRA
COLOCAÇÃO DO SAPÊ NA COBERTURA
AMARRANDO O SAPÊ NA ESTRUTURA
COBERTURA PRONTA VISTA INTERNA
OUTRAS EXPERIÊNCIAS DE MUSEU VIVO (2017): DESENHO URBANO NO MORRO DO PALÁCIO
SORVETERIA DA WILMA NO BECO DA PAZ, 2017
GRUPOS DE ALUNOS DA UFF NO MUTIRÃO
BECO DA PAZ COM JEFFERSON, FULNIÔ E ALUNOS
RITUAL E ARTESANATO FULNIÔ NO MAQUINHO
ÍNDIOS FULNIÔ NO MAQUINHO, 2017
RITUAL FULNIÔ NO MAQUINHO NO MUTIRÃO
CANTO E DANÇA FULNIÔ NO MAQUINHO
GRAFISMO INDÍGENA POR CAROL POTIGUARA
Durante nossas tardes de segunda-feira no Maquinho neste primeiro semestre de 2017, desenvolvendo nossas atividades e introduzindo teorias e conceitos acerca da Permacultura, das técnicas do Bioconstrutivismo, ganhando inspiração nos conceitos da Escola de Bauhaus, no modelos dos Laboratórios de criação de produtos que criam designers baseados em temas que nos levam a um tempo ao mesmo tempo primitivo e ao mesmo tempo contemporâneo, isto é, tendo como fontes de inspiração as formas e técnicas das primeiras civilizações, elaborando produtos e estruturas concretas baseadas na sustentabilidade e que apresentam respostas imediatas para a nossa sobrevivência atual. Todos nós sentimos que o modelo pós-moderno do capitalismo industrial no século XXI , apresenta uma série de somatizações que esta gerando um quadro de intensa crise global, o que está afetando drasticamente todo o planeta Terra e à todos os indivíduos. Há vários modelos criados no pós-guerra para os países colonizados que estimulam a produção em série e a produção de manufaturas, um modelo extremamente baseado na exploração e no esgotamento dos recursos naturais.
Em resposta a este modelo de produção e a este tempo muito presente nos países que sofreram uma forte colonização, estamos neste momento testemunhando formas e manejos baseados no Bioconstrutivismo com uma participação mais orgânica com forte inspiração em formas e estruturas oriundas dos povos originários latinoamericanos, dando novos sentidos, criando novos lugares, contextos e sobretudo respondendo ao modelo industrial - capitalista pós- moderno que escolhe pela expropriação, a exploração, a mais valia e a acumulação primitiva de capital.
REFLEXÃO CRÍTICA DE CAROL POTIGUARA
Testemunhamos um forte cenário de crise global, em todos os sentidos, porém não estamos passivos a esse quadro que chegou a um status de esgotamento.
Dentro deste contexto, as práticas e as técnicas baseadas na Permacultura, na Bioconstrução, e na cultura dos Povos Originários ganha força e tem criado diversos espaços, ainda que no campo experimentalista e de forma empírica, através do movimento de hortas orgânicas e comunitárias, da construção de casas com materiais, como o Bambu, o pau-a-pique, o sopapo, além das tintas criadas a partir da Argila, da Terra vermelha, do barreado, o designer das casas são no formato arredondado, a ventilação é fluída e natural, explora a luz natural e sobretudo o habitante do lugar cria sua própria estrutura de moradia e sobrevivência de forma sustentável e dentro de uma dinâmica inclusiva do natural e do primitivo, tudo isso de maneira simples e econômica .
O que gostaríamos de chamar atenção, dentro deste contexto, e que para qual Tempo estamos caminhando ?
Para qual temporalidade os grupos sociais e indivíduos estamos caminhando? Tais questionamentos geram uma série de reflexão, uma delas diz, por que estamos indo buscar formas e estruturas naturais e orgânicas?
Estamos desta forma em uma contramão, praticando uma Contracultura ou simplesmente estamos sendo estimulados e induzidos à uma Evolução que aponta fortemente para uma preservação planetária que acena para um forte olhar dos indivíduos e grupos sociais para o uso mais sustentável dos recursos naturais, e que sobretudo, é de nossa responsabilidade criar formas e dinâmicas de preservação e revitalização .
Carolina Camargo de Jesus, História|UFF. Mestranda-PROFLLIND-Museu Nacional| UFRJ.
Coordenação indígena do curso de Arquitetura Bioclimática Indígena|UFF.
PINTURA DE GRAFISMO NA SORVETERIA DA WILMA
DETALHES DO GRAFISMO INDÍGENA
DESENHOS DE ALUNOS COM GRAFISMOS INDÍGENAS
GRAFISMOS INDÍGENAS NAS PORTAS DO ESTÚDIO DO MAQUINHO (EAU|UFF)
O curso “Arquitetura Indígena Bioclimática” tem como finalidade discutir teoricamente a estética visual e arquitetônica das culturas vivas nativas brasileiras. Constrói-se, igualmente, junto aos alunos o conceito de Canteiro Experimental através de oficinas de Muros Verdes, Grafismos e Objetos Cotidianos Indígenas, realizadas no Maquinho em 2017.1 por convite do Diretor Breno Platais.
OFICINAS DE CABAÇAS POR CAROLINA DE JESUS
ENERGIA SOLAR POR DENISE FERREIRA TOTENS VERDES POR SOFIA EDER GRAFISMOS INDÍGENAS POR CAROLINA DE JESUS