Editorial Diretores Sônia Inakake e Almir C. Almeida EDITORA Rosali Figueiredo Dirigida a Condomínios residenciais, comerciais, administradoras, construtoras e shoppings Periodicidade mensal Exceto dezembro / janeiro cuja periodicidade é bimestral Tiragem 20.000 exemplares (60.000 leitores em média) Público leitor dirigido Síndicos, zeladores, administradores e construtores CIRCULAção São Paulo e Grande São Paulo Jornalista Responsável Rosali Figueiredo MTB 17722/SP rosali.figueiredo@gmail.com Reportagem Rosali Figueiredo CAPA koya979 - canstockphoto ASSINATURAS Emilly Tabuço faleconosco@grupodirecional.com.br GERENTE COMERCIAL Sônia Inakake sonia@grupodirecional.com.br Departamento Comercial Alexandre Mendes Fabian Mesquita Gabriel Youssef Atendimento ao cliente Emilly Tabuço João Marconi Juliana Jordão Grillo diagramaçÃO Editora Coronado - Jonas Coronado
Caro Leitor, A Direcional Condomínios comemora neste ano seu 18º aniversário, trabalho pioneiro que permanece como principal referência na mídia especializada voltada aos síndicos, consultores e gestores prediais, com a prestação de informações e exposição dos fornecedores da área. O propósito é seguir nesta jornada vitoriosa aprimorando cada vez mais nossos serviços, por isso, a primeira edição de 2015 traz novidades e temas estritamente relevantes para o momento que estamos vivendo. O ano certamente colocará grandes desafios aos síndicos com a seca dos reservatórios de água e seu consequente impacto não apenas sobre o abastecimento interno quanto à geração de energia elétrica. De outro modo, começa a ganhar corpo entre as pessoas um sentimento de responsabilidade maior sobre o meio ambiente, elas estão acordando para a necessidade de cuidarem mais dos recursos naturais. A reportagem de capa desta edição apresenta muitas alternativas aos síndicos para enfrentarem a escassez de água, incluindo uma solução bastante simples que ajudará a manter um nível razoável nas caixas d’água de cada prédio: a instalação de equipamentos economizadores nas torneiras, chuveiros e descargas das unidades e áreas comuns. De acordo com a Sabesp, um arejador poderá diminuir em até 76% o gasto das torneiras; o redutor em 62% o dos chuveiros: e descargas com volume reduzido diminuirão em até 50% o consumo d’água. Outra providência indispensável será monitorar diariamente as variações no hidrômetro, possibilitando verificar desperdícios e vazamentos. As medidas permitirão não apenas enfrentar o período com menos transtorno, como levarão os condomínios a reduzir custos e a terem mais capital para investir em obras prioritárias, como a compra de geradores, o retrofit elétrico e a impermeabilização. Isso tudo dará mais conforto e segurança aos moradores e, em um verdadeiro efeito dominó, proporcionará mais economia. Os temas são tratados nesta edição, juntamente com a nova seção O Síndico e Sua Região, introduzida aqui com a ideia de ajudar a disseminar a noção da cidadania e de seu impacto positivo sobre o presente e o futuro. Boa leitura a todos, Rosali Figueiredo Editora
EQUIPE DISTRIBUIÇÃO Ailton Candido Douglas Barbosa da Silva Evaldo Mendonça José Ricardo da Silva Roberio Santos Impressão Prol Gráfica Assinatura Anual R$ 180,00
CONTRA O DESPERDÍCIO Cada vez mais os condomínios estão preocupados em informar moradores e a população de que combatem o desperdício de água. Pouco valorizado até algum tempo atrás, o reuso se tornou uma das principais soluções buscadas hoje diante da seca. Leia mais na reportagem de capa e no site da Direcional Condomínios. O link http://bit.ly/1J80VUy traz ampla matéria sobre o reuso.
Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 Tiragem auditada por
Sumário Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Condomínios. A revista Direcional Condomínios não se responsabiliza pelos serviços e produtos oferecidos pelos anunciantes.
R. Vergueiro, 2.556, 7º andar - conj. 73 Cep 04102–000 - São Paulo – SP Tel.: (11) 5573-8110 Fax: (11) 5084-3807 E-mail: faleconosco@grupodirecional.com.br www.direcionalcondominios.com.br
04. Condomínios em Quadrinhos: .........................................................Dia do Zelador 04. Seção Tira-Teima: .........Lei veta remoção de árvore, o que fazer em risco de queda? 06. Capa: ...................................................................Água: Responsabilidade de todos 08. Administração: .............................Homenagem: Zelador ‘faz tudo’ resiste ao tempo 10. Dica: .................................................Impermeabilização: Manta – lajes e coberturas 14. Urbanismo: .........................................................................O Síndico e sua Região 15. Seção Tira-Teima: ................. Não posso armazenar grandes encomendas, e agora? 16. Dica: .............................................................................................................Gerador 19. Coluna: .............Inspeção predial, por que e onde é indispensável a um condomínio? 20. Dica: .................................................................................................Elétrica: Retrofit
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Filiada à
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CONDOMÍNIOS EM QUADRINHOS / 11/02 - DIA DO ZELADOR
SEÇÃO TIRA-TEIMA
LEI VETA REMOÇÃO DE ÁRVORE, O QUE FAZER em RISCO DE QUEDA? Árvores de grande porte trazem bem-estar aos condomínios,
entanto, em casos extremos ele deve acionar o Judiciário e, se
mas muitas delas, em estado precário, acabam provocando insegurança
ele obtiver uma liminar, se eximirá das responsabilidades sobre
pelos riscos de queda. A poda e o corte de árvores em São Paulo são re-
o caso, pois a ordem para tomada de providências teve origem
gulamentados pela Lei 10.365/1987 e em todo País há restrições impostas
judicial. Mas se deve ter, nestes casos, uma aquiescência dos
pela legislação. Muitas vezes a Prefeitura veta a remoção de árvores em
habitantes do entorno, para evitar constrangimentos e conflitos.
situação do risco, deixando os síndicos com as mãos atadas. O advogado Cristiano De Souza Oliveira analisa a seguir medidas que eles podem
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3. DE QUEM SERÁ A RESPONSABILIDADE PELOS DANOS DE UM EVENTUAL SINISTRO?
1. EXISTE ALGUMA BRECHA PARA A AÇÃO DO SÍNDICO?
documental e não verbal, poderá, na condição de prejudica-
Infelizmente não. Mesmo árvores em áreas comuns do condomínio não
do, acionar a municipalidade na Justiça e aguardar a decisão.
devem ser cortadas sem análise e autorização prévia da municipalidade,
Também os condôminos que se sentirem vítimas da situação
pedido esse que por vezes requer consentimento anterior de assembleia. Até
poderão fazê-lo.
Se o condomínio adotou todas as precauções, de forma
para uma obra de impermeabilização deve-se obter aprovação dos órgãos públicos, pois o tipo da árvore deve ser avaliado também em caso de troca.
2. O QUE FAZER QUANDO NÃO SE CONCORDA COM A AVALIAÇÃO DA PREFEITURA? O síndico poderá recorrer administrativamente, é preciso esgotar primeiro as vias administrativas ordinárias, pois nem sempre uma demanda judicial é rápida. Ou seja, observar o que é mais fácil, rápido e menos custoso. No
Cristiano De Souza Oliveira Advogado especializado na área condominial, conferencista e autor do livro “Sou Síndico, E agora?” (Grupo Direcional, 2012) Mais informações: cdesouza@adv.oabsp.org.br
Foto: Rosali Figueiredo
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adotar nessas situações.
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INFORME SEÇÃO PUBLICITÁRIO TIRA-TEIMA
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capa
RESPONSABILIDADE DE TODOS O tema água se encontra no topo das prioridades dos síndicos para 2015. Eles precisam correr contra o relógio para baixar o consumo e garantir o abastecimento interno, com medidas que incluem da gestão diária do hidrômetro à individualização, poço artesiano, reuso etc.
Ilustração: koya979 Canstock photo
ÁGUA:
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Cada condomínio tem procurado seu jeito de economizar água e garantir que os reservatórios permaneçam cheios mesmo em caso de corte na rede pública. As medidas comuns mais adotadas são mudanças nos processos de limpeza e rega, monitoramento diário do hidrômetro para identificar vazamentos e desperdícios, além do fechamento de piscinas, churrasqueiras, saunas e salões de festas. Porém, a busca por soluções mais estruturais tornou-se a prioridade orçamentária do momento e envolve cotações para implantação de poço artesiano, de sistema de reuso e da individualização. No Condomínio Villa Amalfi, complexo de 522 apartamentos situado em mais de 70 mil metros quadrados no bairro do Panamby, zona Sul de São Paulo, a individualização dos hidrômetros começou a funcionar em fase piloto justamente no pico da atual crise. E os resultados não demoraram: além de sinalizar um grande vazamento subterrâneo na área comum, o sistema ajudou a baixar o consumo de 13.892 m3, em setembro de 2014, para 10.780 m3 em dezembro. A conta caiu de R$ 90.376 para R$ 33.640 (considerados aqui os 30% de bônus concedidos pela Sabesp). De acordo com o síndico Jessé de Oliveira, a individualização tem sido reforçada por campanhas junto aos moradores, já que a extensa área do empreendimento dificulta outras soluções, como o reuso e poço artesiano. Também nos 72 apartamentos do Condomínio Edifício Glória Jardim Vitti a economia começou na individualização, em 2011, gerando uma queda imediata de 40% no giro do relógio. Depois se seguiram orientações aos moradores e, mais recentemente, restrição total ao uso dos equipamentos de lazer (piscina, churrasqueira etc.). “Só aqui a economia tem sido de 5 mil litros/dia”, aponta a síndica Elizabeth Bonetto. O condomínio localizado na Freguesia do Ó, bairro da zona Norte de São Paulo, partiu de um gasto de R$ 6 mil em 2008 (1.600 m3) para R$ 3,6 mil em janeiro de 2015 (cerca de mil m3), contando aqui com os bônus da Sabesp. Além disso, “o consumo é anotado todo dia às 7h pelo porteiro, que sinaliza quando há alteração e provável vazamento para tomarmos providências imediatas”. Com 81 anos e há 14 síndica dos Edifícios Málaga e Maiorca, no
Campo Belo, Aurora Rahal diz que nunca tinha vivido uma escassez tão drástica. “O tema não fazia parte da preocupação dos síndicos e agora entrou no cardápio das obras prioritárias”, reconhece. Seu condomínio, de duas torres e 60 unidades, promoveu orientação aos moradores e mudou os hábitos de limpeza e rega, conseguindo bônus nas contas emitidas pela Sabesp em 2014. E prevê a instalação de um poço artesiano na área ocupada pelo playground. Foi a solução escolhida, já que a individualização demandaria muita intervenção nos apartamentos e o reuso ainda gera dúvidas entre os condôminos.
BÔNUS X SOBRETAXA Neste ano a Sabesp adotou normas mais duras de racionamento: além da sobretaxa instituída a partir de 8 de janeiro para quem aumentar sua média de gasto, a empresa anunciou que está diminuindo a pressão na rede. A sobretaxa será de 40% sobre quem gastar até 20% mais água do que a média antes da crise (de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014) e de 100% para os que excederem esse limite. A política escalonada de bônus permanece, dando 30% de desconto para reduções de 20% no consumo; 20% de desconto para quedas entre 15% e 20%; e 10% de desconto para quem conseguir diminuir de 10% a 15% sua demanda mensal.
Os síndicos na luta contra a escassez. No alto, em sentido horário, Elizabeth Bonetto, Jessé Oliveira e Aurora Rahal
REUSO: O QUE APROVEITAR O aproveitamento da água que brota das minas no subsolo, ou, colocado de forma mais apropriada, que provém do rebaixamento do lençol freático, tornou-se permitido com a publicação da Portaria 2069/2014, emitida pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado) em setembro passado. Para o reuso dessa água, os síndicos devem providenciar um cadastramento junto ao órgão e, para minas com vazão acima de 5 mil litros diários, terão que solicitar outorga e apresentar análise físico-química e bacteriológica da água. Deverão ainda instalar um medidor de vazão na saída do reservatório. Em hipótese alguma, a fonte poderá ser utilizada pelas pessoas e mesmo nas piscinas. De acordo com o engenheiro civil Roberto Boscarriol Jr., existem hoje várias possibilidades técnicas de reuso, com custos variados. O ponto central a ser observado pelo síndico está na potabilidade e na sua destinação, afirma. Em geral, a água do reuso deve ser aplicada somente para lavar áreas externas e jardins, venha ela da chuva ou do subsolo. No caso da água pluvial captada na cidade, Boscarriol cita estudo da química Adalgiza Fornaro, da Universidade de São Paulo, indicando forte presença de metais provenientes da combustão dos veículos automotores, entre outros, além de fuligem, vírus e bactérias. Mesmo assim, ele defende o reuso, que pode ser viabilizado pela instalação de simples cisternas cobertas nos jardins dos condomínios ou através de sistemas mais complexos de captação, reservatório e bombeamento. Algumas providências, no entanto, são indispensáveis, conforme enumera: - As cisternas devem ser tampadas e receber uma tela no ponto de captação da água para evitar a presença de pequenos animais, insetos etc.; - As torneiras destinadas ao reuso (rega e lavagem do piso das áreas comuns) precisam ser trancadas por cadeados;
- Caso se deseje outra destinação para essa água, será preciso consultar um técnico, realizar análises e promover sua descontaminação. Métodos caseiros de tratamento não são indicados. Outra possibilidade é o reaproveitamento da chamada água cinza, descartada pelo lavatório dos banheiros e a máquina de lavar roupa, por exemplo. Aqui se torna indispensável o tratamento. Prédios mais novos e sofisticados já são dotados da solução. A engenheira civil Sibylle Muller desenvolveu os projetos de muitos edifícios de São Paulo, estipulando uma tubulação própria para essa água, uma central de tratamento no próprio condomínio e um reservatório exclusivo de reuso, com o propósito de alimentar as descargas sanitárias.
E Q U I P A M E N T OS ECONOMIZADORES Estudos realizados pela Sabesp indicam a eficiência dos equipamentos economizadores para a redução do consumo de água (leia mais em http://bit.ly/1DXUHXo). Segundo o técnico Mauro Imoto, que trabalha há 30 anos na área hidráulica, três deles seriam essenciais aos condomínios: redutores de vazão a serem instalados no flexível das torneiras ou no anel dos chuveiros; arejadores para as torneiras; e válvulas ou caixas acopladas de vaso sanitário com capacidade de seis litros por acionamento. No caso das torneiras e chuveiros, os materiais preservam o conforto do usuário, já que o ar substitui a água e ajuda a preservar a sensação de vazão. Quanto à adaptação das descargas, Mauro lembra a necessidade de que também as peças sanitárias sejam trocadas para que o novo mecanismo funcione de maneira adequada. O técnico deixa outra importante dica aos síndicos de prédios com mais de 14 andares: monitorar a válvula redutora da pressão. Segundo ele, a norma da ABNT 5626/1998 estabelece um limite de pressão de até 4 kg. “Se estiver acima, o consumo será maior e haverá riscos de rompimento dos materiais”, alerta.
LEIA MAIS, EM www.direcionalcondominios.com.br: - Matéria “Síndicos de olho no hidrômetro”, reportando medidas adotadas em outros condomínios; - Texto sobre o uso de água para limpeza e pintura das fachadas; - Artigo do técnico Paulo Félix propondo sistema de reaproveitamento da água de limpeza da piscina. Acesse as informações através do link da Ed. 198; - E no link http://bit.ly/1unTztf, leia reportagens sobre poços artesianos.
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Fotos: Rosali Figueiredo
CAPA
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ADMINISTRAÇÃO
HOMENAGEM: ZELADOR ‘FAZ TUDO’ RESISTE AO TEMPO Fotos: Rosali Figueiredo
Os zeladores Enoque Freitas (Foto à esq.) e Giovani Souza
Aposentado e com 62 anos, Enoque Reis Freitas continua na ativa e fazendo toda diferença na rotina do Edifício Juruá, assim como Giovani Justino de Souza, de 38 anos, no Edifício Itacema. Ambos dão expediente em seus condomínios há 18 anos e comemoram o Dia do Zelador em 11 de fevereiro.
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Da conferência da luz piloto na cobertura à observação dos reservatórios de água nos subsolos, compete aos zeladores orientar ou mesmo realizar um tour periódico em todos as instalações e pavimentos das edificações, rotina essencial para a manutenção e o funcionamento dos condomínios, analisa Carlos Alberto Santos, consultor em gestão de riscos prediais. A função demanda o pentefino constante e exige desses profissionais muita persistência aliada à paciência. Mas não tem jeito, uma de suas missões é esta mesmo, a de “evitar problemas futuros”. Para Enoque Reis Freitas, que chegou ao Condomínio Edifício Juruá há 18 anos como porteiro, no Morumbi, o trabalho de zelador deve estar pautado em um planejamento mensal de tarefas, contemplando a vistoria sistemática do prédio (da casa de máquinas dos elevadores, bombas d’água, portões, luz de emergência, portaria etc.). Ele coordena ainda uma equipe de quatro funcionários (portaria, limpeza e manutenção), controla a locação do salão de festas e zela pelo regulamento, descreve a síndica Maria Isabel Sarno de Oliveira. Nada escapa ao olhar do zelador, que ajuda a identificar vazamentos, sugere reparos e dá sugestões nas obras. “Sr. Enoque conhece todos ‘os buracos’ por onde passam os canos no prédio, tem iniciativa, e é isso o que um síndico precisa desse profissional. Uma pessoa em que se possa confiar, que tenha jogo de cintura e saiba lidar com as pessoas, que trabalhe junto, esteja atento aos problemas e tome providências, constituindo sobretudo uma relação de lealdade”, completa Maria Isabel. Enoque reconhece que um zelador jamais conseguirá agradar a todos, mas precisa do respaldo dos gestores do condomínio, já que muitas de suas posturas atendem às normas internas, de disciplina. Cabe a ele, por exemplo, garantir que os moradores do Juruá não deixem roupas penduradas nas janelas e varandas.
Ele reside com sua família em casa própria e dá expediente no condomínio de segunda-feira a sábado, das 7h às 15h20. E prefere assim, para recarregar as baterias e conscientizar os moradores de que o zelador não é um “plantonista” que está à disposição 24h. Mas para Giovani Justino de Souza, pai de um bebê e de uma menina de 9 anos, morar no Condomínio Edifício Itacema é indispensável, já que ele se define como um “faz tudo”. Giovani está no prédio há 18 anos, começou como porteiro e há muito é zelador, onde acompanha a manutenção e limpeza, cobre folga de porteiros, monitora obra, programa a agenda dos prestadores de serviços, entre outros. “Aqui, os síndicos praticamente somente assinam papel”, ilustra. “Tem que fazer um pouco de tudo. Até defunto já tirei de apartamento!” O expediente de Giovani no prédio de 40 anos, localizado no Jardim América, vai de segunda-feira a sábado, entre 7h e 16h. Não raro, porém, ele tem que acudir moradores em seu almoço ou descanso noturno. E mesmo férias já foram suspensas para cobrir a portaria. O segredo para garantir uma boa relação com todos é “procurar ter postura para que eles possam te respeitar”, acredita Giovani, que já possui casa própria no Jardim Planalto, zona Leste de São Paulo. “Vida de zelador é assim, ele nunca sabe se continuará no cargo com as mudanças de síndicos!”
LEIA MAIS, EM www.direcionalcondominios.com.br: - Um breve Guia de Manutenção para os zeladores, preparado pelo consultor em gestão de riscos prediais, Carlos Alberto dos Santos. Consulte o link da Ed. 198.
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CAPA
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DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO: MANTA – LAJES E COBERTURAS
Fotos: Rosali Figueiredo
PELA RENOVAÇÃO DAS SUPERFÍCIES
Impermeabilização com manta asfáltica no Edifício Plaza JK, na Av. Juscelino Kubitschek, zona Sul de São Paulo Por Rosali Figueiredo
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A aplicação
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de mantas permanece como a principal solução adotada para a impermeabilização de superfícies térreas, de lajes de subsolo e de cobertura. O sistema costuma durar 20 anos, mas há prédios que ficam bem mais tempo sem renovar a proteção. Isso gera tal precariedade que a obra, quando contratada, passa a exigir maior abrangência e mais tempo de paciência dos condôminos até que esteja finalizada. “Em 38 anos, esta é a primeira vez que o Edifício Debret está fazendo troca total da manta”, comenta a síndica Áurea Regina Sampaio Mello, que acompanha uma intervenção prevista para um ano e meio e orçada em R$ 330 mil. Os trabalhos começaram em 2014, depois de meses de conversas com os condôminos. Havia infiltração na garagem e as paredes estavam manchadas, com mofo. Ela diz que a grande dificuldade foi convencer alguns moradores de que não adiantavam neste caso intervenções pontuais. “A manta antiga virou um ‘biscoito’, não aderia mais.” A sorte é que as infiltrações não atingiram a estrutura, comenta. A síndica Áurea Mello: “A manta antiga virou um ‘biscoito’”
DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO: MANTA – LAJES E COBERTURAS MUDANÇA DE ROTINA
Infiltrações denunciam a precariedade do sistema impermeabilizante e deixam o ambiente insalubre
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Segundo Áurea, síndica em dois condomínios, um deles o Debret, localizado em Indianópolis, o edifício está passando por ampla renovação, que resultou em elevadores modernos (substituídos), novas portas corta-fogo, além do revestimento trocado no salão de festas e hall social e de serviço. E depois da impermeabilização virá a recuperação da garagem (pintura e piso) e retrofit da fachada, já em estudo. No entanto, a obra atual é uma das que mais impacta sobre a rotina dos condôminos, pois envolve quase toda área externa comum (exceto uma parte do jardim), a rampa da garagem e o acesso dos pedestres. Por exemplo, para refazer a manta da garagem térrea, foi preciso alugar durante cinco meses vagas de estacionamento privado para os automóveis de cinco unidades. Apesar do revestimento novo, o hall é mantido forrado com papelão para proteger o piso e o salão de festas está fechado. Outro impacto sentido pelos condôminos foram os transtornos causados pelo barulho da quebradeira e pela poeira fina levantada no início dos trabalhos. Além do rateio extra, que acabou parcelado em 24 meses. Entretanto, Áurea defende a contratação dos serviços, justificando que a infiltração trazia riscos às ferragens e estrutura do prédio, e deixava o prédio com visual “péssimo”, “desvalorizando o condomínio e gerando insalubridade, pois a água pingava nos carros e podia atingir as pessoas”.
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DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO: MANTA – LAJES E COBERTURAS GESTÃO DA OBRA Para os síndicos, os serviços de impermeabilização demandam atenção redobrada, incluindo detalhes como conseguir repor o revestimento original dos rodapés das paredes, os quais também recebem a manta. No Debret, colunas largas em mármore terão que ser parcialmente recompostas, bem como trechos de uma parede externa decorada com quartzito recristalizado, uma pedra rara hoje, mas que já foi encontrada por Áurea. Em resumo, “o síndico deve ter uma presença mais constante junto à obra, exigir uma participação maior do supervisor da empreiteira contratada, ficar atento aos acabamentos e a itens como ralos”, descreve. O zelador Paulo Barbosa acompanhou recentemente a troca da manta em toda superfície externa do Condomínio Golden Park, em Indianópolis, na zona Sul de São Paulo, incluindo a remoção e posterior replantio das árvores. A edificação de 26 anos apresentava o mesmo quadro do Debret, nunca havia trocado a proteção e tinha infiltrações na garagem. Mas no Golden as intervenções envolveram uma área ainda maior, além do amplo jardim e piscina, refeita. Alguns condôminos formaram um comitê de gestão dos trabalhos. Paulo Barbosa orgulha-se de eles terem conseguido reaproveitar praticamente toda a vegetação (as árvores ficaram “guardadas” no buraco da piscina durante os serviços) e deixa uma dica valiosa aos síndicos e colegas: fazer com que todos os demais serviços necessários, como elétrica e jardinagem, funcionem de maneira sincronizada e proporcionem uma intervenção sem muitos atropelos.
Zelador Paulo Barbosa, do Condomínio Golden Park: boa gestão da obra garantiu 100% de aproveitamento da vegetação
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- Reportagem sobre as principais anomalias que indicam a necessidade de obras de impermeabilização, conforme quadro preparado pela engenheira civil Rejane Saute Berezovsky, ex-diretora secretária do Ibape- SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). Acesse através do link http://bit.ly/1ltaUcC.
Próxima Edição IMPERMEABILIZAÇÃO – O SISTEMA DE INJEÇÃO
DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO: MANTA – LAJES E COBERTURAS
O ‘BEABÁ’ DO SERVIÇO Confira nesta página uma síntese das orientações do engenheiro civil Carim Atala sobre as obras de impermeabilização com manta asfáltica.
ONDE APLICAR As mantas asfálticas são indicadas para qualquer tipo de edificação, que possua áreas expostas a intempéries, com necessidade de serem impermeabilizadas. São próprias para grandes superfícies (lajes do térreo) e áreas menores (como lajes de cobertura).
QUANDO CONTRATAR O vazamento é o principal sinal que indica a necessidade da obra. Ele representa a perda da estanqueidade do sistema impermeabilizante. Quando a infiltração deixa de ser pontual e passa a ocorrer em vários locais distintos, sinaliza que o sistema como um todo se encontra comprometido.
VIDA ÚTIL Se for dimensionado e executado adequadamente, o sistema impermeabilizante atinge vida útil longa, em torno de 20 anos. Mas para que isso aconteça, todas as fases deste processo precisam estar coerentes com o uso do local em questão. Por exemplo, se na área tratada houver trânsito de veículos, a proteção da camada impermeável deverá estar de acordo com estas características.
MANUTENÇÃO As proteções existentes sobre a camada impermeável demandam um acompanhamento ao longo do tempo. Se o revestimento se destacar e a manta ficar exposta, certamente ela irá se desgastar pelo impacto das intempéries ou mesmo sofrer danos mecânicos (como perfurações). Outro aspecto a ser observado pelos síndicos é tomar cuidado especial quando houver obras elétricas, hidráulicas etc. que interfiram sobre a manta asfáltica. Caso contrário, certamente essas alterações irão comprometer a impermeabilização.
Quando um síndico contratar um serviço, ele deverá tratar com uma única empresa para executar toda a área a ser impermeabilizada. Ele não deverá contratar o serviço parcial ou, pior, com empresas diferentes. Recomenda-se que um único fornecedor realize todas as fases da obra, como quebra, remoção de entulhos, preparação da superfície, impermeabilização, teste de lâmina d'água, camada separadora e proteção mecânica, e aplicação dos revestimentos, sempre de acordo com os procedimentos das normas técnicas e respeitando-se as especificações do fabricante e do órgão de classe (o IBI/ Instituto Brasileiro de Impermeabilização - http://www.ibibrasil.org.br/). Outro aspecto importante é programar toda e qualquer alteração ou modificação da área comum antes da execução dos trabalhos, para evitar interferências futuras em uma impermeabilização recém-executada. É preciso ainda cuidado para se contratar empresas idôneas, que sejam sólidas técnica e financeiramente, para suportar a execução de uma obra de longo prazo. A garantia padrão de mercado sobre esses serviços, bem como sobre as demais obras civis, é de cinco anos.
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CONTRATOS E CONTROLE DA OBRA
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Vista do Jardim Paulistano com o Espigão da Paulista ao fundo
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Unidos por um marco geográfico, a ampla faixa de vegetação que se estende no eixo do Rio Pinheiros, os bairros de Pinheiros, Vila Madalena, Alto de Pinheiros, Jardim Paulistano, Itaim Bibi e Brooklin compõem uma das regiões mais privilegiadas da cidade, tanto pela presença do verde quanto pela sua intensa vida social e cultural. De acordo com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, os moradores de Pinheiros dispõem, por exemplo, de uma cota de 5,25 m² de verde de praças e parques por habitante, enquanto a média da cidade é de 2,6 m². O bairro, inclusive, deve seu nome à antiga presença de bosques de araucárias na margem direita do Rio Pinheiros. O verde representa, assim, um dos traços distintivos desses distritos, que trazem outra peculiaridade: o costume de as pessoas circularem mais a pé pelas ruas, seja no deslocamento para o trabalho, as compras ou o lazer. Para o advogado Michel Rosenthal Wagner, especialista em questões de vizinhança, são bairros que incorporam aquilo que ele costuma definir como “cidade viva”, de indivíduos que frequentam e ocupam as ruas, principal antídoto, segundo ele, contra a degradação urbana e a violência. Paulistano criado na região central da cidade, Michel mora em Pinheiros há vinte anos e há três estabeleceu seu escritório na Vila Madalena. “Essa é uma das poucas regiões de São Paulo que tem o adensamento do verde em suas calçadas e domicílios, não apenas em praças e parques, realidade que se estende, em contiguidade, até o Ibirapuera. Portanto, é um patrimônio da zona metropolitana sobre o qual os condomínios têm responsabilidade de preservar, usufruir e cuidar.” É o caso das calçadas externas, que devem ser desenhadas e mantidas como uma situação de vizinhança adequada para atuar como espaço de integração das pessoas com a cidade, diz. Para a síndica Márcia Carvalho, do Residencial Welcome, em Pinheiros, a vantagem do bairro sobre as demais regiões de São Paulo está justamente nesta possibilidade de acessar os serviços, o lazer e o comércio a pé, além da mobilidade trazida pelas novas estações do Metrô (Faria Lima e Fradique Coutinho). No entanto, na contramão dessa ocupação, a infraestrutura urbana, especialmente a rede elétrica, não
Praça Pôr do Sol (Pinheiros), um dos principais pontos de encontro da cidade
foi modernizada e está bastante precária, aponta. Também a síndica profissional Luzia Maziero, que mora e atua no Itaim Bibi, incluindo seu trabalho no programa Vizinhança Solidária, destaca o convívio dos moradores com a rua, o comércio e os serviços, mas se queixa do trânsito nos dias úteis da semana, gerado pela concentração de prédios de escritórios em algumas vias. Segundo o advogado Michel R. Wagner, é preciso ainda barrar um fenômeno em curso: a expulsão da população mais simples pela elevação dos preços dos imóveis, serviços e mesmo do IPTU, o que poderá afetar uma das principais riquezas de Pinheiros e da Vila Madalena, a sua diversidade populacional. (Por Rosali Figueiredo, texto e fotos)
O advogado Michel Rosenthal Wagner e a síndica Luzia Maziero: em defesa do convívio maior do morador no espaço público
LEIA MAIS, EM www.direcionalcondominios.com.br: - Texto sobre os parques, praças, teatros, cinemas, livrarias, bibliotecas públicas e festas coletivas destes bairros (como os blocos carnavalescos; a MaiFest no Brooklin; e a Feira de Artes na Vila Madalena). Acesse através do link da Ed. 198.
SEÇÃO TIRA-TEIMA
NÃO POSSO ARMAZENAR GRANDES ENCOMENDAS, O QUE FAZER? Com o hábito
cada vez mais frequente de os brasileiros
Entendo que não, pela falta de adequação do fato à situa-
fazerem compras pela internet, os condomínios estão precisando lidar com
ção. Defendo, num primeiro momento, que ambos busquem
uma nova realidade: como receber e onde armazenar a grande quantidade
resolver a questão da melhor maneira possível. Caso seja uma
de pacotes entregues pelos Correios aos condôminos? Cada edifício impõe
encomenda especial, perecível, ou de tamanho volumoso, e
uma regra e, muitas vezes, o serviço de entrega dos Correios volta para o
principalmente, não rotineiro, o morador poderá explicar a
centro de distribuição com a mercadoria porque não localizou o destinatário
excepcionalidade do caso, e requerer certa atenção do condo-
e no condomínio é proibido receber pacotes de grande volume. Saiba como
mínio. Por seu lado, o condomínio, até modernizar o Regimento
regulamentar a questão, em análise da advogada Evelyn Roberta Gasparetto.
Interno, poderá colaborar com cada uma dessas situações. Mas isso não deverá se perpetuar no tempo, pois, caso contrário, o
1. COMO REGULAMENTAR O RECEBIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA E ENCOMENDAS?
condomínio ficará refém das exceções ou, então, poderá causar distinções entre os moradores, o que não deve ocorrer. Segundo
O Regimento Interno é o documento mais indicado para orientar essa
o Art. 5º da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei,
situação. Ele trata de normas cotidianas e pode ser alterado com quórum
sem distinção de qualquer natureza.
menor do que o da Convenção, o que possibilita ao condomínio se adequar à modernidade da vida. E o quórum necessário para a alteração do Regimento Interno pode estar previsto na própria Convenção.
Advogada e coautora, junto com Cristina Muccio Guidon, do livro “Administrando Condomínios” (Editora Servanda, em sua 2ª edição). Mais informações: evelyn@administrandocondominios.com.br.
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Foto:Jacqueline Guidon
2. SE HOUVER RESTRIÇÕES NO CONDOMÍNIO, SEM QUE AS REGRAS ESTEJAM EXPRESSAS EM DOCUMENTO OFICIAL, O CONDÔMINO PODERÁ RECLAMAR O NÃO RECEBIMENTO DA ENCOMENDA?
EVELYN ROBERTA GASPARETTO
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DICA / GERADOR
PRIORIDADE INQUESTIONÁVEL DIANTE DOS “APAGÕES” Os temporais que atingiram São Paulo em janeiro passado, seguidos de corte no fornecimento de energia, causaram muitos transtornos à população, especialmente o de 12 de janeiro, quando deixou 800 mil domicílios às escuras nas regiões Oeste e Sul da cidade, alguns por até quatro dias. Os condomínios dotados de geradores sofreram menos, no entanto, muitos tiveram dificuldade para sustentar um tempo maior de operação. A síndica Márcia Dias Teixeira Carvalho, do Residencial Welcome, em Pinheiros, diz que precisou correr atrás da compra de combustível extra depois de outro temporal, ocorrido nos dois primeiros dias do ano. “Saí às quatro da manhã para comprar e o porteiro me ajudou com o reabastecimento, ficamos 16 horas sem energia.” Márcia relata que seu bairro tem apresentado muita oscilação na carga elétrica, o que causou a queima do controlador automático do equipamento. “Fizemos a operação no manual e irei acionar a concessionária de energia para ressarcir o conserto, que ficou em R$ 4.800,00”, afirma. Um técnico do setor afirma que “os geradores podem funcionar o tempo que for preciso se houver diesel suficiente”. De qualquer forma, ele recomenda uma breve interrupção a cada 24 horas, “para conferir o nível de água e óleo”. Mas a operação deve ser realizada por um profissional preparado e somente depois que a máquina estiver resfriada. No mais, “tendo esse controle, pode deixar rodando”. O técnico relata caso recente de cliente em que o gerador ficou acionado durante quatro dias seguidos no mês de janeiro.
MANUTENÇÃO Mas é preciso que os equipamentos estejam em ordem. O consultor em gestão de riscos prediais, Carlos Alberto dos Santos, diz que tem observado falhas de manutenção entre os condomínios. “Falta, principalmente, contrato periódico junto às empresas especializadas. É preciso que se façam verificações semanais de vazamento e testes quinzenais de funcionamento, anotando, por exemplo, se eles estão operando dentro da
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de combustíveis metálicos por um material plástico resistente, protegidos por diques de contenção em alvenaria.
Foto: Rosali Figueiredo
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voltagem adequada.” O consultor sugere ainda a substituição de tanques
Consultor em gestão de riscos prediais, Carlos Alberto dos Santos observa ausência de manutenção periódica dos equipamentos
DICA / GERADOR DE OLHO NA LEGISLAÇÃO A instalação de catalisadores também entra na lista das pendências de muitos condomínios, aponta Carlos Alberto. O item figura entre os próximos investimentos do Residencial Welcome, revela a síndica Márcia, necessário para sua adequação à nova legislação relativa aos motogeradores da cidade de São Paulo, que estabeleceu índices máximos de emissão de ruídos e gases. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a pasta fará vistorias neste começo de ano “para o atendimento das denúncias já existentes”, quando os síndicos deverão apresentar relatórios contendo “as informações de emissões constantes no Decreto 54.797/2014”. A queixa mais registrada pelo órgão está na “emissão de odor e de fumaça preta, que causa recorrente desconforto olfativo e respiratório, sendo enquadrada ainda no Artigo 62 (Incisos II e V) do Decreto Federal 6.514/2008 e alterações, os quais regulamentam a Lei de Crimes Ambientais”. Um técnico do setor afirma que o controle dos níveis de gases demanda tanto a instalação de oxicatalisadores quanto a regulagem do motor. Já para atenuar os ruídos dos escapamentos, é necessário fazer seu isolamento acústico. Por fim, a diminuição do barulho da máquina tem duas soluções: o isolamento acústico do ambiente em que está instalado o equipamento; ou o “cabinamento” do grupo gerador, que neste caso poderia ficar em uma área externa (em uma espécie de contêiner). E para os condomínios que foram pegos de surpresa com os apagões recentes e se viram no escuro por falta de gerador, o técnico propõe que se programem o quanto antes para fazer sua aquisição: o tempo de espera para a instalação é de 60 dias, 45 dos quais previstos para a entrega pelo fabricante. Além disso, prédios mais antigos devem, em geral, providenciar paralelamente a adequação da rede elétrica e do espaço físico para receber o novo equipamento.
(Por R.F.)
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Fotos: Rosali Figueiredo
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Gerador de 180 KVA instalado em sala confinada, própria, de condomínio residencial de São Paulo. O espaço contém grades de ventilação e sistema de exaustão para a área externa. Em checklist recente de manutenção, foi indicada a necessidade de troca de óleo e filtros. Mas conforme orientação do consultor Carlos Alberto, o tanque de combustível também precisaria estar protegido por dique de contenção em alvenaria
Próxima Edição CONTROLE DE FLUXOS DE MATERIAIS E SERVIÇOS
COLUNA
INSPEÇÃO PREDIAL, POR QUE E ONDE É INDISPENSÁVEL A UM CONDOMÍNIO? Por Flávia Zoéga A. Pujadas
A inspeção predial constitui ferramenta técnica importante
e reformas trará prejuízos (resultantes
e eficaz, que auxilia na elaboração (ou revisão) do plano de manutenção
da perda de desempenho, da funcio-
e na gestão predial, evitando acidentes e intercorrências nos edifícios e
nalidade e da segurança, podendo
condomínios.
ocorrer colapsos parciais ou totais
2009 (com base em dados de conhecimento comum, publicados pela
dos sistemas), bem como risco de acidentes.
imprensa, e com a colaboração do Corpo de Bombeiros do Estado de São
O síndico ou gestor condominial é o
Paulo), sobre acidentes prediais ocorridos em edificações com mais de
responsável pela contratação de pro-
30 anos de uso, constatou que aproximadamente 66% das ocorrências
fissional habilitado para execução do
analisadas estavam relacionados a deficiências e falhas no uso, opera-
laudo de inspeção predial. Além disso,
ção e manutenção das edificações, à perda precoce de desempenho e
cabem também a ele (ou a um profis-
deterioração acentuada. Apenas uma pequena parcela dos acidentes
sional terceirizado, responsável pela
analisados estava relacionada à existência de vícios construtivos (ou ainda
manutenção do edifício) as tomadas
a anomalias endógenas).
de decisões para o cumprimento dos
Diante desse cenário, é fundamental a conscientização dos síndicos e gestores condominiais sobre a importância da atividade da inspeção predial
processos e procedimentos apontados no laudo de inspeção predial.
(a ser realizada por profissionais habilitados - engenheiros ou arquitetos,
A periodicidade de uma inspeção
especialistas e capacitados para a função). O objetivo é proporcionar uma
predial depende do estado de con-
avaliação do estado geral da edificação e de seus sistemas construtivos,
servação e manutenção da edifica-
observados aspectos de desempenho, funcionalidade, vida útil, segu-
ção vistoriada. Para edificações que
rança, estado de conservação, manutenção, utilização e operação da
apresentem diversas deficiências
edificação, bem como o grau de criticidade das deficiências constatadas.
(principalmente se enquadradas como
Estas informações são devidamente apresentadas num laudo técnico, no
críticas), o prazo a ser estabelecido
qual são destacadas as correções e intervenções necessárias, bem como
para realização de uma nova inspeção
suas respectivas prioridades, auxiliando, desta forma, na elaboração (ou
predial deverá ser inferior ao de outra
revisão) do plano de manutenção, de forma a atender aos parâmetros
edificação similar, que apresente me-
especificados na Norma ABNT NBR 5674 – Manutenção de Edificações.
lhores condições de uso, operação,
A realização da inspeção predial é fundamental, lembrando-se que os
manutenção e conservação. Desta
sistemas e elementos construtivos sofrem desgastes ao longo de sua vida
forma, entende-se que cada caso deve
útil, como é o caso, por exemplo, das instalações hidráulicas, sistemas
ser analisado em particular, assim
de combate a incêndios, instalações de gás e elétrica, revestimento de
como ocorre com um “check-up” ou
fachadas, entre outras. Negligenciar as atividades preventivas corretivas
avaliação clínica da Medicina.
FLÁVIA ZOÉGA ANDREATTA PUJADAS
Foto: André Rosso
Engenheira civil, pós-graduada em Perícias e Avaliações, docente em nível superior na área e presidente do Ibape/ SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo) – Gestão 2014/2015. Mais informações: presidencia@ibape-sp.org.br
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Um estudo realizado pela Câmara de Inspeção Predial do Ibape/SP em
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DICA / ELÉTRICA – RETROFIT
FIM ÀS GAMBIARRAS E À INSEGURANÇA Por Rosali Figueiredo
Foto: Edson Martinho
Instalações precárias na entrada de energia do Edifício Itacema, antes do retrofit
A necessidade de racionalizar o uso dos recursos naturais no Brasil atinge hoje também o setor energético. Juntamente com a água, a eletricidade tornou-se bem nobre, demandando valorização e economia. O passo inicial de muitos condomínios para atingir a meta de redução do consumo é providenciar o retrofit de suas instalações, por onde evitarão, por exemplo, fuga de energia. A segurança entra como outro quesito importante nesse tipo de obra. “O relato recorrente dos moradores de que as chaves dos disjuntores se desarmam de uma a duas vezes por semana é o principal sinal de que algo está errado, de que é preciso um retrofit”, afirma o engenheiro elétrico Jair Francisco de Andrade Pinheiro. Ele era subsíndico do Condomínio Nicola Pardelli quando acompanhou uma ampla reforma nas instalações elétricas. O prédio residencial de 50 anos localizado em Pinheiros, São Paulo, apresentava condições bastante precárias, conforme apontou a realização de uma perícia por técnico independente especializado. “Descobrimos coisas absurdas que foram realizadas ao longo do tempo. Os próprios condôminos, inadvertidamente, fizeram obras na prumada, com emendas não autorizadas. Identificamos que o fio saía com uma determinada bitola e chegava à unidade com outra. Havia um grande perigo, pois o centro de medição era usado pelos moradores da forma como achavam mais conveniente”, relata Jair. Portanto, a primeira providência adotada pelos gestores do condomínio há cerca de dois anos foi contratar o laudo diagnóstico, seguido de um levantamento da demanda em cada unidade, para redimensionamento da carga. Decidida a reforma, os trabalhos iniciaram pelo centro de medição, Direcional Condomínios | Fevereiro 2015
inteiramente substituído e remanejado para um espaço confinado. Houve
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ainda aumento de pedido de carga junto à concessionária de energia elétrica, “dimensionando-a para que venha dar vazão futura a novos hábitos e padrões de consumo”. Posteriormente, todo cabeamento das prumadas acabou substituído e os condôminos, por fim, receberam comunicação para que providenciem a adequação de suas unidades.
SITUAÇÃO DE RISCO IMINENTE A partir da reforma em um apartamento do Condomínio Edifício Itacema, o grupo de moradores ficou convencido da urgência de se investir no retrofit das instalações elétricas do prédio de 45 anos, localizado no
DICA / ELÉTRICA – RETROFIT Jardim América, em São Paulo. “O técnico que trabalhava na unidade identificou que os fios já estavam finos, inadequados para a situação e apresentavam sinais de aquecimento. Ele deu o alerta, o que desencadeou todo processo”, conta Edson Martinho, engenheiro eletricista, presidente da ABRAEL (Associação Brasileira de Eletricistas) e diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade). Colaborador da Direcional Condomínios e autor do livro “Distúrbios da Energia Elétrica” (Editora Érica, 2009), Martinho desenvolveu o projeto de retrofit do Itacema. “Fizemos desde o poste de entrada, para suportar os cabos que saem do transformador e chegam ao centro de medição, à troca dos eletrodutos, dos medidores, das caixas e dos disjuntores gerais de cada apartamento.” Também os cabos foram trocados, colocados sem emendas desde o centro de distribuição até cada unidade. A reforma incluiu a instalação do controle de proteção (o fio terra), que não existia. Houve aumento de carga do prédio e avaliação das condições da instalação na área comum (andares e garagem), completa Martinho. Ele considera que a edificação se encontrava em “risco iminente” de acidente, “os disjuntores estavam desligando e o próprio transformador desarmando”. A instalação era tão antiga, que mesmo hoje, “alguns apartamentos ainda têm chave-faca”, observa Martinho. E cada morador dispõe agora de parâmetros técnicos para providenciar uma reforma particular. O especialista observa que a decisão da assembleia dos moradores do Itacema, que aprovou a obra, representa “uma atitude inédita”, pois “poucos condomínios têm essa postura de fazer uma reforma correta, contratando um projeto elétrico de adequação”. Todo o processo levou um ano e gerou um custo de R$ 230 mil, bancado através de rateio extra. Outro condomínio que passou por ampla renovação nas instalações elétricas é o Elisabetta Cappellano, situado na Vila Olímpia, zona Sul da Capital. A síndica Rosângela Rodrigues da Costa afirma que predominava ali a “chave-faca” e o “fusível de cartucho”. O cenário “trazia riscos à segurança”, avalia. A principal mudança ocorreu no centro de medição, mas não houve necessidade de solicitar aumento de carga.
Foto: Edson Martinho
Quadro elétrico com fundo de madeira danificado por princípio de incêndio
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MATERIAIS INADEQUADOS
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DICA / ELÉTRICA – RETROFIT
Foto: Luiza Oliva
Quadro com fundo de madeira atingido por cupins
O engenheiro eletricista Edson Martinho lembra ainda o risco que trazem componentes inadequados, como, por exemplo, os quadros de madeira. Citando a NBR 5410/2004, norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o especialista destaca que todo e qualquer item deve proporcionar segurança e evitar perigo de incêndio. “O quadro de madeira não é proibido em uma instalação elétrica, a menos que esta possa atingir valores de temperatura que venham a queimar o material de fundo, estando todo esse conjunto, provavelmente, fora das especificações”, analisa Martinho (A análise completa está publicada no site da Direcional Condomínios. Acesse através do link http://bit.ly/1BhZtLI).
NOTAS PARA REFORMA E INSTALAÇÕES SEGURAS O engenheiro eletricista Edson Martinho deixa a seguir dicas imprescindíveis aos síndicos quando forem contratar os serviços, bem como para acompanhamento dos trabalhos e do pós-obra. - Contrate um projeto elétrico completo, com previsão de aumento de carga. É preciso avaliar se ela está de acordo com o consumo médio e o perfil do usuário; - Atualize e substitua os medidores, contrate a reforma da cabine de medição e, se necessário, solicite a troca do transformador; - Se precisar construir novo poste de entrada de energia, contrate um projeto de engenheiro civil, para que ele faça os cálculos e forneça as condições necessárias para sustentação dos cabos; - Contrate uma consultoria do profissional que desenvolveu o Direcional Condomínios | Fevereiro 2015
projeto para que ele acompanhe a obra e faça a validação dos
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trabalhos ao final. Ele deverá entregar nesse momento o As Built, documento que designa que a obra foi concluída dentro dos parâmetros acordados e que expressa o estado das instalações após a execução; - É importante que o profissional também entregue um documento onde aponta o que foi executado, bem como forneça requisitos para que cada morador faça reformas internas de adequação; - A revisão da nova instalação elétrica deverá ocorrer depois de cinco anos, padrão a ser seguido em todas as edificações.
DICA / ELÉTRICA – RETROFIT
ÁLBUM: RETROFIT NO EDIFÍCIO ITACEMA
Foto: Edson Martinho
ANTES
Instalações impróprias, incluindo, na imagem acima, o antigo centro de medição
depois
LEIA MAIS, EM www.direcionalcondominios.com.br: - O artigo “Com que frequência devemos renovar a instalação elétrica no condomínio?”, de Edson Martinho. Consulte o link http://bit.ly/1oaUXdg; - Do mesmo autor, leia o complemento do texto anterior: “Custos e etapas de um retrofit elétrico no condomínio”. Acesse http://bit.ly/1scuaPd.
Próxima Edição ELÉTRICA – AUMENTO DE CARGA
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Fotos: Rosali Figueiredo
Edson Martinho mostra o novo centro de medição. Na foto do alto, quadro de distribuição para os andares
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ACESSÓRIOS
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ACESSÓRIOS...
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ACESSÓRIOS
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ACESSÓRIOS, ASSESSORIA
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ADMINISTRADORA, ALAMBRADOS, BIOMETRIA, COBRANÇA
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AMORTECEDOR DE IMPACTO, BOMBAS, CADEIRAS, COBERTURAS...
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COBERTURAS, CONTROLE DE PRAGAS
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DESENTUPIDORA, ELÉTRICA...
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ELÉTRICA, ELEVADOR
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ELEVADOR...
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ELEVADOR
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EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA...
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EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA, HIDRÁULICA
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GERADOR, IMPERMEABILIZAÇÃO...
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IMPERMEABILIZAÇÃO
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IMPERMEABILIZAÇÃO...
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IMPERMEABILIZAÇÃO
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ILUMINAÇÃO, INCÊNDIO, INDIVIDUALIZAÇÃO DE ÁGUA
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INTERCOMUNICADOR, INTERFONE
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MÓVEIS, PAISAGISMO, PERÍCIA PREDIAL, PINTURA PREDIAL...
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INTERFONE, LUZ DE EMERGÊNCIA, MANUTENÇÃO PREDIAL
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INCÊNDIO, INTERCOMUNICADOR, INTERFONE...
EB ENG
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PAISAGISMO, PINTURA PREDIAL
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INTERFONE
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PINTURA PREDIAL
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PINTURA PREDIAL...
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PINTURA PREDIAL
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PINTURA PREDIAL...
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PINTURA PREDIAL
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PINTURA PREDIAL...
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PINTURA PREDIAL, PISOS
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PINTURA PREDIAL...
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PLAYGROUNDS
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PLAYGROUNDS, RADIOCOMUNICAÇÃO
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PERÍCIA PREDIAL, RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL, REDUTOR DE VELOCIDADE, REUSO DE ÁGUA
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SEGURO, SERRALHERIA, SISTEMAS DE SEGURANÇA...
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SISTEMAS DE SEGURANÇA
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SISTEMAS DE SEGURANÇA...
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SISTEMAS DE SEGURANÇA, TERCEIRIZAÇÃO
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TERCEIRIZAÇÃO...
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TERCEIRIZAÇÃO
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TERCEIRIZAÇÃO...
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TERCEIRIZAÇÃO, TRATAMENTO DE PISOS, VIDROS
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capa promocional
OIWA
GABOR RH
VERTICAL