Revista Direcional Escolas

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EDITORIAL

Caro leitor,

DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida EDITORA Rosali Figueiredo PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral TIRAGEM 20.000 exemplares JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP espacodoleitor@grupodirecional.com.br REPORTAGEM Tainá Damaceno MTB 55465/SP CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado ASSISTENTE DE ARTE Fabian Ramos Rodrigo Carvalho ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço GERENTE COMERCIAL Alex Santos alex@condominio.inf.br DEPARTAMENTO COMERCIAL Alexandre Mendes Francisco Grion Paula De Pierro Sônia Candido ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão

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3º Lugar: Maria Eduarda Moreira de Carvalho Diretora Colégio Santa Lucia Filippini Vale compra na loja Saraiva

3º 2º

Direcional Escolas, Fevereiro 2012

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Santo s

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2º Lugar: Rosimeire Divino Becati Diretora Centro Educacional Números e Letras Kit Grupo Direcional

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Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.

1º Lugar: Carolina Sarapo Costa Mantenedora Caxinguele Berçário e Escola Infantil Jogo de Xadrez e Jogo de Damas

Divino

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Sob novo comando, o Ministério da Educação anunciou que pretende neste ano dar prioridade às políticas de formação do professor e de qualidade no ensino. Além de trabalhar para a adoção do Piso Nacional nos estados e municípios, o novo ministro, o economista Aloizio Mercadante, anunciou que criará um programa de residência em sala de aula para estudantes de licenciatura, além da Prova Nacional para Docentes. Não sem tempo. O Brasil ultrapassou o patamar de mais de 90% de suas crianças e jovens entre 4 e 17 anos matriculados na escola, mas o perfil do desempenho em Matemática e Português é dramático. Dados consolidados pelo Movimento Todos Pela Educação e baseados no Saeb indicam que “nenhuma das séries avaliadas (5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio) possui 35% dos alunos com aprendizado adequado, seja em Língua Portuguesa, seja em Matemática”. Os reflexos disso sobre a escola se tornam ainda mais dramáticos quando novos paradigmas de ensino, aprendizagem e avaliação tomam corpo e encontram as instituições e seus profissionais despreparados para fazerem frente a eles. É o caso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), instrumento de avaliação que pegou grande parte das escolas no contrapé (questão abordada na reportagem especial desta edição). E agora, o Ministério da Educação acaba de publicar no Diário Oficial da União as Novas Diretrizes do Ensino Médio, propondo sua organização em torno de quatro grandes eixos: Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura. Há, portanto, muito trabalho pela frente, o que exigirá, tanto do poder público quanto das escolas, clareza de propósitos e disposição para uma autoavaliação contínua nessa trajetória de mudanças. Em 2012, o Grupo Direcional está completando 15 anos de história, oito deles dedicados à publicação da Direcional Escolas e à promoção de eventos específicos para cada segmento em que atua. Um dos nossos destaques neste ano será o 2º Direcional Educação, no dia 13 de abril, no Memorial da América latina, encontro voltado aos gestores e professores. Para abordar o tema “Escola, Família e Você – Parceiros na construção do futuro”, anunciamos as gratas participações de Mario Sergio Cortella e Emília Cipriano. Inscrevam-se e aproveitem a oportunidade! (O evento é gratuito. Mais informações na página 24).

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SUMÁRIO

08 GESTÃO Uma ferramenta da moderna gestão empresarial, o PDCA está sendo aplicado em algumas escolas ou redes de ensino no país. Com adaptações ao contexto escolar, o PDCA diz respeito a uma programação cíclica e progressiva de diagnósticos, ações e avaliações, tendo em vista desencadear um processo de melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados. Mas tanto este como os demais paradigmas de gestão demandam um investimento anterior em liderança, clima organizacional e comunicação junto à equipe de colaboradores, conforme avaliam especialistas entrevistados para a reportagem.

Ilustração: Fabian Ramos

A ESCOLA COMO EMPRESA (O CICLO PDCA)

11 ESPECIAL ENEM E AS MUDANÇAS NO ENSINO MÉDIO

Um parâmetro de avaliação que tem levado as escolas a introduzir mudanças significativas no Ensino Médio, alterando a forma de ensinar e oferecendo uma experiência de aprendizagem mais rica que a dos anos anteriores. Assim o Enem é visto por alguns educadores. Outros, no entanto, questionam a viabilidade de um exame de dimensão nacional, único e centralizado, que sirva como principal porta de acesso aos cursos superiores das universidades federais. Reportagem especial desta edição procura observar os prós e os contras deste instrumento que sacudiu a educação básica no país.

22 PERFIL DA ESCOLA Uma escola de gestão familiar, com quase 50 anos de vida sob o comando de José Carlos Pomarico, o Joana D’Arc tem na disciplina e no foco sobre a sala de aula seus dois pilares fundantes, os quais marcaram sua trajetória no período. Reinaugurada em 1963 no então distante bairro do Butantã, na zona Oeste de São Paulo, o Joana D’Arc tinha apenas uma única sala de aula para todo o curso primário, situação que começou a mudar menos de um ano depois de o gestor assumir a instituição, ao lado de um sócio. Confira a história no Perfil da Escola desta edição.

Foto: João Elias

COLÉGIO JOANA D’ARC

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CONFIRA AINDA

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DICAS LABORATÓRIOS QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA ..................................10 MOCHILAS: ORGANIZAÇÃO E ERGONOMIA ..........................................16 BRINQUEDOTECAS: INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS .................... 21 FIQUE DE OLHO BRINDES & RECORDAÇÃO ESCOLAR ......................................................18



WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR

No site da Direcional Escolas, você encontra grande acervo de informações e serviços que o auxiliam na gestão administrativa, pedagógica e da sua equipe de colaboradores. Acesse e confira. VERSÃO COMPLEMENTAR DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO DE 2012 ESPECIAL

ENEM EM FOCO

O educador Carlos Eduardo Bindi, diretor do Grupo Etapa, e o economista Paulo Nathanael Pereira de Souza, doutor em educação, com ampla experiência na área e como dirigente do ensino, apresentam, em reportagem complementar no site, algumas restrições quanto à forma como o Exame Nacional do Ensino Médio vem sendo conduzido nos anos recentes. Já Elaine Bueno Silva, consultora na área, defende o modelo e sugere aos mantenedores seis passos para um novo planejamento em educação básica, tendo em vista a matriz referencial do Enem.

MOCHILAS - ORGANIZAÇÃO E ERGONOMIA

A fisioterapeuta Samantha Sanches e o presidente do Crefito (Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) em São Paulo, Gil Lúcio Almeida, oferecem mais orientações aos pais e escolas quanto à melhor maneira de as crianças e adolescentes conduzirem suas mochilas, de forma a evitar dores na coluna e sérias lesões no futuro.

PERFIL DO COLÉGIO JOANA D’ARC

Direcional Escolas, Fevereiro 2012

Complementando o perfil da escola, o site publica a entrevista completa da diretora Ana Cristina Pomarico sobre os projetos disciplinares e interdisciplinares desenvolvidos pelo Joana D‘Arc, instituição que está próxima de comemorar 50 anos sob a gestão de sua família.

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GUIA DE FORNECEDORES

Com 68 itens, que vão de acessibilidade e acessórios a viagens, passando por eventos, entretenimento, idiomas, manutenção, papelaria, pinturas especiais, pisos e playgrounds, entre muitos outros, o site da Direcional Escolas disponibiliza ao internauta um valioso cadastro de fornecedores em cada uma dessas áreas ou serviços. Confira no link http://www.direcionalescolas.com.br/anunciantes/fornecedores. E MAIS...

COLUNAS

Acompanhe os colunistas do site da Direcional Escolas, os especialistas Alan Castro Barbosa, Jane Patricia Haddad, Márcia Regina do Carmo Claro Oliveira, Reinaldo Domingos, Reinaldo Passadori e Waldir Ciszevski.



gESTÃO: A ESCOLA COMO EMPRESA (O CICLO PDCA)

Especialistas ainda veem boa parte das mantenedoras administrando seu negócio “um passo atrás da realidade empresarial”. Segundo eles, falta incorporar uma visão de gestão de pessoas (de liderança e de mobilização), que dê sentido aos propósitos estabelecidos, abrindo caminho para a implantação de ferramentas como o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act).

Ilustração: Fabian Ramos

Por Rosali Figueiredo

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ois estatísticos norte-americanos, Walter Andrew Shewhart (falecido em 1967) e William Edwards Deming (morto em 1993), deixaram ao mundo no século passado uma herança que revolucionou a gestão empresarial. É a perspectiva do gerenciamento da qualidade de forma contínua, levado a cabo por meio de um processo denominado PDCA (Plan, Do, Check, Act). Composto por quatro etapas, grosso modo o PDCA propõe planejar um conjunto de ações em função das metas e da superação de problemas ou dificuldades, executar as tarefas, monitorar e avaliar os resultados, e agir conforme a orientação dada por essa análise. “O ciclo PDCA organiza a atividade. Ele estabelece o planejamento como ponto de partida e, com base nessa organização, o gestor age e avalia. É uma ferramenta cíclica, pois vai estabelecendo níveis mais elevados de ação”, resume Heloísa Lück, diretora do Cedhap (Centro do Desenvolvimento Humano Aplicado) e doutora em Educação pela Columbia University (de Nova York), com Pós-Doutorado em Pesquisa e Ensino Superior pela George Washington University (de Washington). Segundo Heloísa, o importante para as empresas não é a nomenclatura em si, tampouco a adoção de um modelo único de gestão, mas “planejar, inventariar recursos e necessidades, articular politicamente a mobilização de pessoas e envolvê-las nas ações”, bem como estipular uma “sequência mais adequada” de trabalho. A consultora, autora de vários livros na área da educação e gestão, observa que a lógica embutida no PDCA é “cíclica, uni-

versal”, ou seja, pressupõe a organização das atividades antes de sua realização, algo que o homem já incorporou em muitas das rotinas pessoais, mas que quando chega ao ambiente do trabalho, gera certa resistência. “Todas as ferramentas pressupõem controle e isso na escola tem uma conotação negativa e autoritária. Mas é preciso que sejam vistas como algo importante, necessário, principalmente o autocontrole, como o exigir de si primeiro um compromisso com o fazer.” Heloísa aponta que o educador, em geral, apresenta grande resistência ao uso das ferramentas de gestão, “pois o professor se orienta pelo princípio da certeza, esperando uma resposta já fechada”. “E uma pessoa que age assim não gosta de abrir o desempenho.” A especialista pondera, no entanto, que tem observado experiências inovadoras em gestão escolar. Uma de suas propostas é a de que o gerenciamento das escolas envolva pelo menos três verbos: planejar (o que significa ter o conhecimento de sua realidade, além de uma visão de conjunto e de futuro); implantar (etapa que exige monitoramento e análise contínua); e avaliar. “O diretor, o coordenador e o supervisor devem acompanhar esse processo como um todo. E cada profissional, incluindo o professor, deve ter um planejamento específico situado no contexto do projeto político-pedagógico, que é o guarda-chuva de todos os demais”, explica (Leia na página ao lado matéria sobre a implantação do PTCA junto ao Programa de Gestão Educacional do Projecta, ferramenta similar ao PDCA).


gESTÃO: A ESCOLA COMO EMPRESA (O CICLO PDCA) CICLO DE MELHORAMENTO CONTÍNUO Mestre em Educação, especialista em Gestão Educacional e bacharel em Pedagogia, Viviane Raquel Ribeiro Rocha vem atuando há oito anos na implantação do Programa de Gestão Educacional (PGE), um modelo gerencial que acompanha o Projecta, sistema de ensino desenvolvido para a rede pública. Como gerente de projetos, já trabalhou com cerca de 20 municípios e 1.500 gestores, em cursos com carga horária de 360 horas, 240 delas presenciais. “O PGE orienta a definição de diretrizes estratégicas como visão, missão, metas e medidas do município e de cada unidade escolar, considerando a história construída pelos profissionais da educação, bem como a importância e a participação dos diferentes atores na política educacional e no projeto pedagógico da escola, com o objetivo de melhorar o desempenho dos alunos e a gestão dos sistemas”, descreve Viviane. Uma das ferramentas utilizadas é o PTCA, similar ao PDCA. “Trata-se de um ciclo de melhoramento contínuo, constituído de quatro grandes etapas: planejar, testar, checar (estudar os resultados) e agir.” Ela exemplifica que “uma forma de utilização da ferramenta pelo diretor pode surgir, de forma simplificada, quando após uma reunião com a equipe pedagógica, ele identifica oportunidades de melhoramento para uma reunião de pais”. Considerando-se a perspectiva dessas quatro etapas, o diretor então “identifica as possíveis causas do problema, que pode ser o horário, o tema da reunião etc.; define estratégias por meio de um plano de ação (o que, quem, quando); testa o novo formato de reuniões e avalia o processo; e decide se o adotará ou não, fazendo ajustes necessários”.

Ilustração: Fabian Ramos

SAIBA MAIS GLEICE DE SOUZA gleice@passadori.com.br HELOÍSA LÜCK heloisaluck@cedhap.com.br VIVIANE ROCHA vivianer@projecta.edu.br WALTER BRAGA wbraga@askbrasil.com walter@walia.com.br

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O PREPARO DO AMBIENTE Heloísa indica, entretanto, que há um pré-requisito indispensável para que tudo isso se torne possível: a efetiva liderança do gestor sobre a equipe. Na verdade, outro consultor na área, Walter Luiz Diniz Braga, ex-professor, ex-diretor de escola e ex-CEO do Grupo Kroton (rede Pitágoras, Projecta e Enade), enfatiza que antes da aplicação de qualquer ferramenta administrativa, “é preciso levar em conta como o poder de liderança é utilizado nas organizações”. “As ferramentas em si representam pouco, ajudam, mas não podem ser utilizadas como mantra. Mais do que nas demais organizações, as escolas são profundamente alicerçadas em relações humanas”, configuram “um ambiente diferente”, analisa. Desta forma, as estratégias de liderança de pessoas devem ganhar espaço prioritário, pois o gestor “pode gerar energia negativa se as relações estiverem baseadas em coerção, opressão e busca de culpa a todo o momento. Mas pode gerar energia positiva e transformadora se seu poder estiver baseado em empatia e confiança.” Walter Braga destaca que a tranquilidade e o bem-estar são indispensáveis em um ambiente de trabalho, especialmente nas escolas, “porque o produto (a aula) se realiza na entrega”. Segundo ele, os indivíduos querem também no ambiente corporativo “se realizar como pessoa”. “O trabalho precisa ter um significado em suas vidas”, diz. Para Gleice de Araújo Albuquerque Mattos de Souza, ex-professora e ex-gestora de escolas que vem atuando com a capacitação de diretores e coordenadores em planejamento e liderança, “a escola ainda está um passo atrás da realidade empresarial”. Gleice compara o papel do gestor escolar ao de um “conector”, como a figura-chave que articula as diretrizes e normatização definida pelo Estado às demandas da comunidade local, às necessidades de aprendizagem dos alunos e às diferenças culturais, motivacionais e de formação das pessoas com quem atua (professores, pais, alunos e equipe de apoio). Portanto, seu grande desafio, mas também a grande dificuldade, é desenvolver “a capacidade de gerir processos e pessoas ao mesmo tempo”. No programa de capacitação em que atua, Gleice afirma que o primeiro aspecto que tem sido trabalhado é o de checar se o gestor consegue “dar direcionamento e adotar ações que possam motivar”. Um dos propósitos é formar “um mapa que irá direcionar quais talentos ou competências o gestor poderá trabalhar em cada pessoa”. O outro é dar sentido ou significado ao trabalho diário do professor e demais colaboradores. Não raro, indica Gleice, identificam-se muitas “lacunas comportamentais” nesses treinamentos com os gestores, uma clara dissonância entre o “input (as demandas) e a resposta (o trabalho realizado)”. O que não deixa de ser uma falha do diretor e coordenador, “que não estão conseguindo criar resultado sobre o que estão fazendo nem dar sentido às solicitações”. O programa do qual participa propõe aos gestores cinco pilares de ação macro: cristalizar a missão, visão e propósitos da escola; desenvolver planos de ação com diagnóstico e estratégia; empreender a mobilização com desejo e paixão; desenvolver a confiança; e gerar compromisso e responsabilidade para com os resultados. Conforme avalia Gleice, “se os mantenedores não entenderem que as escolas precisam ser desenvolvidas com competências essenciais como liderança, comunicação e planejamento, elas não darão conta das mudanças”.

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UM MEIO DE SE ENCANTAR PELA QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA

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om 20 anos ministrando aulas de Física no Ensino Médio, no superior e em cursos de qualificação para professores da área e de Ciências, Marcelo Tadeu Barão vê com otimismo o padrão de ensino oferecido hoje aos estudantes, especialmente na rede privada. “A quantidade de recursos nos laboratórios e o aparato disponibilizado é muito grande”, comenta Marcelo, lembrando que as ferramentas multimídia e a internet contribuíram para enriquecer a abordagem das chamadas Ciências da Natureza entre os estudantes. Professor do novo Colégio Vital Brazil, no bairro do Butantã, do Colégio Imperatriz Leopoldina (CIL), instituição de origem alemã situada no bairro de Santana, e do curso de Engenharia do Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada (IBTA), todos em São Paulo, Marcelo não abre mão de trabalhar com seus alunos nos laboratórios. E vai além: costuma levá-los para experiências externas, como o campeonato nacional de lançamento de foguetes movidos a bicarbonato de sódio e vinagre (no qual foi campeão em 2011 com uma turma do Ensino Médio do CIL) e competições com pontes de macarrão. Em relação aos laboratórios, diz que nada substitui a observação concreta dos fenômenos, nem mesmo os recursos multimídia, já que estes trabalham com situações ideais, sem margem a erro. “É muito comum o aluno dizer no laboratório que a ‘experiência deu erro’, mas na verdade ela nunca está errada, muitas vezes são os nossos procedimentos que não levam em conta todas as variáveis possíveis”, observa. Está aí um grande reforço para a aprendizagem. Segundo ele, os laboratórios e as atividades mais lúdicas contribuem para despertar o interesse dos estudantes para um conhecimento que muitas vezes traz uma parte bastante árida.

Ilustração: Fabian Ramos

DICA: LABORATÓRIOS

Marcelo ajudou a direção do Colégio Vital Brazil a estruturar os laboratórios da nova instituição. Inaugurada no final do ano passado, a escola está com 600 alunos, sem vagas mais para as suas três turmas do 1º ano do Ensino Médio. Com instalações recém-construídas, o colégio montou um Laboratório de Ciências e Física e outro de Química e Biologia, para uso do Fundamental II e do Ensino Médio. “Eles estão equipados com recursos multimídia, mas antes de os estruturarmos, conversamos com os professores do Colégio Albert Sabin (da mesma mantenedora), para identificar as necessidades e o formato”, aponta a diretora pedagógica Suely Nercessian Corradini, ex-coordenadora do Sabin. De microscópios, estufas, televisor, refrigerador e destilador, a acessórios como funis, lâminas, pinças, agitadores e frascos de vidros, entre muitos outros itens, os laboratórios foram preparados para “auxiliar o desenvolvimento de habilidades básicas nos alunos, como a obtenção de dados experimentais, a observação e a apresentação dos procedimentos e resultados, através da produção de relatórios”, diz. Pois conforme ressalta Suely, “não se faz laboratório de qualquer jeito, ele só faz sentido se puder complementar uma aula dada ou servir como ponto de partida para uma nova aula”. (R.F.) SAIBA MAIS MARCELO TADEU BARÃO www.marcelobarao.blog.uol.com.br www.marcelobarao.wordpress.com marcelobarao@uol.com.br

SUELY NERCESSIAN CORRADINI www.vitalbrazilsp.com.br suely@vitalbrazilsp.com.br Na Próxima Edição: Laboratórios - Matemática


ESPECIAL: ENEM

POLÊMICAS À PARTE,

ESCOLAS SE MOBILIZAM PARA MUDAR O ENSINO MÉDIO

Para uns, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) veio para ficar e obriga a que se altere profundamente a forma de ensinar. Para outros, a somatória de problemas técnicos, que chegaram à instância policial e judicial e forçaram o governo a desistir de duas edições anuais, somente mostra a inviabilidade de um Exame centralizado, nas atuais dimensões. Em meio ao fogo cruzado, escolas se mexem para estruturar aquilo que está na matriz atual do Enem: uma nova perspectiva de trabalhar o conhecimento e o desenvolvimento do aluno.

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udou a forma de abordar o conteúdo. Cada vez mais, projetos interdisciplinares procuram alinhavar e dar sentido concreto ao conhecimento, a exemplo do Projeto Museu da Memória, desenvolvido em 2011 pelo Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida (Consa), escola tradicional do bairro de Moema, zona Sul de São Paulo, vinculada à Associação Cultura Franciscana (ACF). O projeto trabalhou, entre outros, uma figura de linguagem - a metáfora - expressa em imagens fotográficas. Aplicada junto aos alunos do 1º ano do Ensino Médio pela professora Isabele Veronese, de Língua, Literatura e Sociedade, a atividade resultou em uma exposição fotográfica e rendeu publicações no blog do portal da escola. 2012 será o terceiro ano do novo currículo do Ensino Médio no Consa. Em lugar de nomenclaturas tradicionais como Gramática, Redação e Literatura, que costumam segmentar o ensino de Língua Portuguesa, entraram Estrutura e Dinâmica Social das Linguagens Jornalística e Publicitária; Estrutura e Dinâmica Social das Linguagens Literária e Cinematográfica; Mídia e Tecnologia (Estrutura e Funções); Língua, Literatura e Sociedade; História da Arte e da Literatura; Arte: Estudos comparados de Literatura e Artes; e Educação Física. Todas estão abrigadas sob o guarda-chuva de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, a primeira entre as quatro grandes áreas do conhecimento utilizadas como Matriz de Referência para o Enem desde 2009. As demais são Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e Suas Tecnologias, e Ciências Humanas e suas Tecnologias. O Consa, por ser escola confessional, introduziu uma quinta área, o Ensino Religioso. Os conteúdos tradicionais ganharam nova organização. Mas a principal mudança introduzida pelo Enem em 2009 é que as escolas devem abordá-los tendo em vista o desenvolvimento de eixos cognitivos comuns a todas as áreas, além de competências e habilidades específicas a cada uma delas. “O Enem mexeu com a estrutura do Ensino Médio. Até algum tempo atrás o trabalho com as habilidades ficava no campo teórico”, analisa a coordenadora do segmento no Consa, Ana Carlota Niero Pecorari. Ana Carlota pondera, entretanto, que a nova estrutura representa

um desdobramento do que já estava, de alguma maneira, preconizado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Dessa forma, ao menos no Consa, a matriz de 2009 convergiu com um movimento em curso na instituição, no sentido de repensar e alterar o Ensino Médio. Essa mobilização iniciou em 2005 por meio do Sistema Educacional Franciscano (Sefran), desenvolvido pela ACF com vistas a subsidiar a ação de suas cinco escolas, e resultou em um novo currículo em 2010, não sem antes investir na capacitação do corpo docente. “Com ou sem Enem, tem que haver mudança de perspectiva na forma de ensinar. Acredito numa construção do conhecimento baseada na habilidade”, diz Ana Carlota. Graduada em Psicologia, formada em Magistério e com uma história de 23 anos como educadora no Consa, Ana acredita que as mudanças deixem reflexos em toda a educação básica. O currículo do Fundamental não foi alterado, ”mas ampliamos a carga horária para oferecer aos estudantes maiores possibilidades de situações de aprendizagem”. E paulatinamente, o foco em habilidades e competências vai ganhando corpo, diz. Como eixos cognitivos comuns a todas as áreas, a Matriz do Enem preconiza o domínio das linguagens (incluindo a Matemática, artística, científica, inglesa e espanhola), a compreensão dos fenômenos, a capacidade de resolver situações-problemas, a construção de argumentações e a elaboração de propostas. “Ler e escrever não é mais somente uma responsabilidade da Língua Portuguesa. O projeto Ciências na Mídia do Consa, por exemplo, envolve todas as séries do Ensino Médio. Alunos são organizados em grupos e escolhem uma reportagem de uma área do conhecimento, como Física, Química, Biologia etc. Fazem uma leitura crítica do material e o apresentam oralmente, resumem e publicam no blog do projeto”, comenta Ana Carlota. Para a coordenadora, os novos componentes curriculares são “extremamente interessantes” e deixam o Ensino Médio “bem melhor do que o que fiz”. O que não está certo, aponta, é a maneira como o Exame tem sido utilizado para ranquear as escolas, tampouco as estratégias que muitas delas utilizam para que apenas alunos com melhor desempenho

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Por Rosali Figueiredo

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ESPECIAL: ENEM façam a prova. Os pais, segundo Ana Carlota, “devem levar em conta um arco mais amplo de referências para avaliar a escola, como observar o tipo de formação que oferece, não pensar que o Ensino Médio deve se resumir ao perfil de uma pré-faculdade, mas vê-lo como um ciclo que ainda trabalha a formação do aluno”. Segundo a coordenadora, o Consa ainda não atingiu a meta do desempenho no Enem, mas avança a cada ano. A instituição conta com outro tipo de avaliação externa, o Proarce (Programa de Avaliação Acadêmica da Rede Católica de Educação). “Ele permite uma análise do resultado, que é discutido com o professor para o planejamento anual. O que é rico dessas avaliações externas é o que a gente vai fazer com isso, é ter esse olhar crítico”, finaliza Ana Carlota, destacando que o propósito é “preparar o estudante para enfrentar todos os tipos de exames”.

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VEIO PARA FICAR

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Um novo paradigma na forma de ensinar, “uma mudança muito boa que veio para revolucionar a educação brasileira”. Assim a consultora educacional Elaine Bueno Silva, pedagoga e ex-mantenedora de escola privada em São Paulo, hoje radicada em Curitiba, Paraná, avalia o impacto do Enem, especialmente a partir de 2009, com sua nova matriz de referência. Elaine dirige uma publicação impressa especializada no Exame, lançada há cerca de um ano com um grupo de sócios. Segundo ela, “o Enem é um meio avaliativo já consolidado historicamente na política educacional do país e direciona a ressignificação do aprendizado no Ensino Médio”. Os problemas logísticos, observa, decorrem da escala, da dimensão de mobilização que empreende, mas não invalidam a prova nem seus propósitos. “Toda mudança gera insegurança, principalmente na educação, área em que as resistências se mostram mais sólidas”, pondera. A consultora aponta que persiste um desencontro entre o que a maioria das escolas pratica e o que o Enem propõe. “Os sistemas de ensino, o currículo e o material didático ainda não se adaptaram”, observa. Ao professor cabe, segundo ela, fazer um planejamento a partir das competências e habilidades e, “a partir disso, buscar o conteúdo”. Elaine lembra que a dinâmica costuma ser adotada na Educação Infantil, mas acaba alterada quando se inicia o ciclo do Fundamental. E que compete ao gestor mudar isso, através do investimento na capacitação dos profissionais, do planejamento coletivo, assentado em princípios como a diversidade e a busca da autonomia do aluno, e do estímulo a práticas que favoreçam a interdisciplinaridade e a contextualização. (R.F.)

NÚMEROS DO ENEM EM 2011 Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio tinha como propósito ser mais um entre os muitos instrumentos que o MEC estava estruturando para avaliar a eficácia do sistema educacional brasileiro, principalmente da rede pública. Não havia um sistema de dados consistente e confiável sobre o nível de aprendizagem do estudante e que também pudesse ser comparado ano a ano. Mas desde então, o Enem se transformou em parâmetro de avaliação das escolas públicas e privadas, já que a média geral de cada instituição é divulgada, tornando-se inevitável a formação de ranking e a disputa entre elas. O Exame tornou-se ainda a principal ou mesmo única porta de acesso às universidades públicas federais. Para as provas de 2011, houve 5,3 milhões de inscrições em todo país. Participaram efetivamente 3,9 milhões de pessoas, entre as quais pouco mais de 3,4 milhões de inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o qual disponibilizou 108.527 vagas em 95 universidades e institutos federais de ensino superior. E para quem ficou de fora, restou o Prouni (Programa Universidade para Todos), que subsidia o aluno em instituições privadas (foram oferecidas neste semestre 195.030 bolsas). (R.F.)


ERROS E FALHAS CRESCERAM COM EXPANSÃO DO EXAME das escolas é uma conta errada”, aponta Carlos Bindi, lembrando que cada avaliador chega a corrigir 300 redações por dia. Afora isso, o diretor acredita que não haja desencontro das boas escolas com aquilo que o Enem propõe. Assim como os exames vestibulares, “o Enem forçou o Ensino Médio a se abrir”, a proporcionar “uma educação de base científica e cultural indispensável para que o jovem possa compreender o mundo, interagir com ele e melhorá-lo, independente do que escolha fazer no futuro”, afirma. Para o economista Paulo Nathanael Pereira de Souza, doutor em Educação e autor do livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” (Integrare Editora, 2011), o Enem perdeu sua finalidade original – de “ajudar a medir o aproveitamento escolar” – e tornou-se instrumento “de classificação para acesso ao ensino superior”, o que obrigou a que se fizesse um Exame global, centralizado pelo MEC. “Aí começaram os problemas, porque é difícil o Brasil, um país tão variado nas suas regionalidades, ter um padrão único de avaliação e medição.” (R.F.) LEIA MAIS Em www.direcionalescolas.com.br, - REPORTAGEM COM AS ENTREVISTAS COMPLETAS DE CARLOS EDUARDO BINDI E PAULO NATHANAEL PEREIRA DE SOUZA; - SEIS PASSOS PARA UM NOVO PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO BÁSICA (POR ELAINE BUENO SILVA). SAIBA MAIS ANA CARLOTA NIERO PECORARI ana.carlota@acf.org.br CARLOS EDUARDO BINDI bindi@etapa.com.br ELAINE BUENO SILVA elaine@revistaenem.com.br PAULO NATHANAEL PEREIRA DE SOUZA paulonathanael@yahoo.com.br

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O Ministério da Educação divulgou ao final do mês de janeiro que 2012 terá somente uma edição do Enem, nos dias 3 e 4 de novembro, e não duas, como anteriormente previsto. A ideia era fazer uma prova neste semestre, nos dias 28 e 29 de abril. Além de inquérito em andamento na Polícia Federal, que indiciou pessoas envolvidas com o vazamento de um pré-teste aplicado em 2010 no Colégio Christus, de Fortaleza, a prova aplicada no final de 2011 rendeu muitas ações judiciais. Entre elas, sobressai a decisão do juiz Luís Carlos Praxedes, da 1ª Vara da Justiça Federal do Ceará, que concedeu aos participantes do Enem 2011 o direito a fazer vista da prova de redação e do espelho de correção (Medida posteriormente derrubada pelo governo). Não é para menos. Brasil afora estouraram casos de notas de redação revistas pelo próprio Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), órgão do Ministério responsável pela avaliação, depois de constatadas correções bastante divergentes feitas pelos dois ou três profissionais destacados para corrigir cada texto. Também a metodologia de correção dos testes, chamada de TRI (Teoria de Resposta ao Item), vem rendendo muita controvérsia. Utilizada como antídoto para diminuir a probabilidade de acertos através do chute, a TRI dá pesos distintos a cada questão, conforme seu grau de dificuldade. Assim, o fato de um estudante acertar mais questões que outro, não representa, necessariamente, nota maior. Pior que isso, entretanto, foi o caso de uma professora de Campinas que entregou as provas em branco e ficou com notas superiores às mínimas estipuladas pelo sistema. Depois de tantos problemas, o MEC divulgou que uma consultoria externa especializada em analisar riscos de operações, contratada pelo órgão, constatou que não há estrutura para duas edições anuais do Enem. Carlos Eduardo Bindi, diretor do Grupo Etapa, acredita que o problema mais grave esteja nos critérios utilizados para a correção e o peso dado às provas. O que gera uma “lente deformada” pela qual os pais acabam olhando para as escolas, observa Bindi. E exemplifica: instituições que obtém notas baixas em áreas como Ciências Humanas e Naturais, Matemática e Linguagens, acabam beneficiadas com uma média elevada porque a nota da redação entra com o mesmo peso de todas as demais, mesmo que esta prova “represente apenas 10% de todo o esforço do estudante”. Afora isso, há o problema da correção, que em redação sente os reflexos da subjetividade. “A classificação

Ilustração: Fabian Ramos

ESPECIAL: ENEM

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DICA: MOCHILAS: ORgANIZAÇÃO E ERgONOMIA

ORIENTAÇÃO EVITA DANOS FUTUROS

O excesso de peso e o transporte

inadequado do material escolar, principalmente na infância e adolescência, entre os sete e catorze anos, são fatores predisponentes a acarretar sérios desvios na coluna vertebral no futuro, alertam os especialistas. Segundo a fisioterapeuta Samantha Sanches, pais e escolas devem se preocupar tanto com o peso da mochila quanto com a maneira como é transportada. “É importante que as escolas ofereçam palestras com fisioterapeutas para dar orientações ergonômicas e posturais das atividades ocupacionais no âmbito escolar”, recomenda Samantha. No Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), da zona Leste de São Paulo, a orientação acontece por meio das professoras da Educação Infantil e do Fundamental I, que acompanham os alunos na organização das mochilas no início do ano letivo, afirma o diretor Flávio Eura. “Elas ensinam o que deve ser colocado primeiro para ocupar menos espaço, como armazenar os materiais dentro da mochila para evitar estragos, e a forma de guardá-los com menor volume final”, diz. Além disso, o Franscarmo deixa à disposição armários individuais para alunos do 6º ano. O diretor justifica que esta é uma fase de transição, quando a quantidade de livros e cadernos passa a ser maior. Eura salienta ainda que a política do colégio visa a que o próprio aluno aprenda a separar, priorizar e organizar seus instrumentos de estudos. A área de

orientação educacional do colégio tem a responsabilidade de “conversar com os pais e orientar os alunos sobre a utilização dos armários e a organização em casa para trazer o material solicitado diariamente”, completa. Outra medida adotada pela escola é estimular o uso de material coletivo, o que, além de evitar sobrepeso e seu esquecimento pelo estudante, exercita a capacidade de socialização e diminui o consumismo, destaca Eura. “É importante a escola orientar a criança para trazer o material de uso na quantidade adequada, evitando exibicionismos pessoais.” O presidente do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo (Crefito/SP), Gil Lúcio Almeida, recomenda a utilização de cadernos mais finos, um para cada disciplina, e que os alunos sejam orientados a levar apenas os livros de uso no dia. De acordo com Almeida, o modelo de mochila mais indicado é o de rodinhas, mesmo assim, há uma forma certa de conduzi-la, sem que a criança faça torções em seu transporte. Para a fisioterapeuta Sanches, na falta das rodinhas, o transporte ideal é o bilateral, ou seja, o mais recomendável é a mochila de costas com duas alças, porque divide o peso entre os dois ombros. Nessa circunstância, no entanto, também há formas mais adequadas para a organização interna do material e a condução da bolsa, evitando-se “vícios posturais, que com o tempo geram dores alucinantes”, adverte o presidente do Crefito. (T.D.)

LEIA MAIS Em www.direcionalescolas.com.br, - matéria complementar contendo dicas dos fisioterapeutas sobre como orientar o transporte da mochila escolar.

Direcional Escolas, Fevereiro 2012

SAIBA MAIS

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FLÁVIO EURA

SAMANTHA SANCHES

direcaoadjunta@franscarmo.com.br

masterfisio@masterfisio.com.br

GIL LÚCIO ALMEIDA imprensa@crefitosp.gov.br Na Próxima Edição: Armários Escolares Individualizados



FIQUE DE OLHO: BRINDES & RECORDAÇÃO ESCOLAR CURTIR ECO

UM MERCADO QUE DÁ ASAS À

IMAGINAÇÃO O calendário de 2012 já está mobilizando as escolas para as datas festivas, especialmente para esse semestre, com a Páscoa e o Dia das Mães. Mas as instituições costumam promover outros eventos no período, como a festa junina ou as feiras de ciências, culturais, do meio ambiente e do livro, momentos que podem ser marcados por recordações com fotos, marcadores de páginas, selos, caixas decorativas, kits de sementes para plantio, fitas alusivas, ou seja, uma infinidade de itens. Confira as opções neste Fique de Olho.

A Curtir Eco chegou há menos de um ano no mercado, mas atua com preços competitivos e mais de 50 produtos em carteira confeccionados com material reciclado, afirma a empresária Gilma Firmino Rosa. Segundo ela, a empresa trabalha com materiais recicláveis, como papel, madeira, algodão e juta, além de produtos feitos a partir de matérias-primas recicladas. Entre elas estão a ecobag (à base de tecido Pet) ou itens fabricados com papel originado do reaproveitamento da bituca de cigarro (como agendas, blocos, pastas para eventos e crachás, itens praticamente exclusivos). Outro destaque é o papel que possui “sementes encapsuladas”, de forma que, ao ser descartado, dá início a um processo de germinação, afirma. Também o pendrive de bambu é uma boa pedida, “uma novidade muito bonita e interessante”, que pode ser personalizado com o logo do cliente. São itens que despertam a sensibilidade do aluno para a questão ambiental, observa Gilma, enfatizando ainda que a Curtir Eco dá preferência aos fornecedores provenientes de comunidades carentes. A empresa atende a clientes de todo país e agora conta com um representante no Nordeste. Fale com a Curtir Eco: (11) 8558-1212 www.curtireco.com.br contato@curtireco.com.br

Por Rosali Figueiredo

ELO BRINDES

Empresa consolidada com 16 anos de mercado, a Elo Brindes oferece “mais de 30 ideias” às escolas, pois seu objetivo é proporcionar uma experiência rica ao aluno, em que o brinde seja útil e lhe dê “a oportunidade de expressar o seu sentimento e criatividade”, afirma Marina Luongo, gerente de marketing. Um dos destaques da empresa é o guarda-chuva personalizado com o desenho do aluno. Mas a gerente aponta ainda a linha ecológica como uma das boas opções às escolas, pois elas têm o desafio de ajudar os estudantes a desenvolver uma nova postura frente ao meio ambiente. Assim, a Elo Brindes já disponibiliza cadernos, lápis, canetas e agendas confeccionados com fibras vegetais ou material reciclado. Segundo Marina, a empresa trabalha com clientes de todo o território nacional, mas lembra que para as regiões mais distantes, como o Norte e Nordeste, o pedido deve ser feito com maior antecedência.

Direcional Escolas, Fevereiro 2012

Fale com a Elo Brindes: (11) 2949-9387 www.elobrindes.com.br elobrindes@elobrindes.com.br

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FACIOLI GRÁFICA E EDITORA

Com sua expertise voltada ao segmento escolar, a Facioli Gráfica está há quase 50 anos no mercado (a serem completados em 2013) e sempre atuou no ramo fotográfico. Desde a década de 90, vem se especializando neste nicho, destacando-se com recordações em fotoprodutos, diz a empresária Elaine Bertoni Clemente. “Dentre eles, temos cartões para várias datas comemorativas (como Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, festa junina e Natal).” Mas há também uma linha exclusiva em agendas, livros de receitas, diários, calendários, lembranças para formatura e diplomas. Responsável pela área de marketing e desenvolvimento de produtos, a empresária conta que a Facioli busca a inovação constante “na criação e na tecnologia dos materiais”. A empresa se dedica ao mercado escolar desde 1996 e, com o avanço da tecnologia digital, pôde ampliar seu portfólio, “com um preço diferenciado, de fabricante”, diz. Já na área de brindes, Elaine destaca a linha com estampas em tecido em bolsas, almofadas e aventais. Neste ano, a empresa atualizou a loja virtual, o que facilitará o atendimento aos clientes de todo Brasil. Fale com a Facioli: (11) 2957-5111 www.facioli.com.br elaine@facioli.com.br


FIQUE DE OLHO: BRINDES & RECORDAÇÃO ESCOLAR KS KAIXAS

O ano de 2012 é especial para a KS Kaixas, que está completando duas décadas de mercado e iniciando na área de brindes escolares, oferecendo às mantenedoras o capricho, a beleza e a criatividade que têm marcado sua linha de caixas, estojos, pastas e materiais de papelaria. Para as escolas, serão, a princípio, cinco itens em Papel Triplex 300 /350 gramas, em peças com design mais simples, que estimulem a intervenção da criança, “através de desenho, pintura ou colagem”, observa a empresária Kelly Mendes. A empresa, especializada em “arquitetura de embalagens especiais”, abre assim um novo leque de atuação e dá mais uma opção aos mantenedores. Kelly faz questão de assegurar que trabalha apenas com fornecedores de papel proveniente de áreas de reflorestamento. Em face da comemoração de seus 20 anos, a empresa está reformulando o site e recomenda que os clientes façam pedidos com no mínimo 20 dias de antecedência, principalmente para o Dia das Mães. Kelly Mendes destaca que atua com preços acessíveis e atende a clientes de todo país. Fale com a KS Kaixas: (11) 3641-9265 / 3835-7647 www.kskaixas.com.br kelly@kskaixas.com.br

O REI DO EVA

Fundado em 1981, O Rei do EVA posiciona-se hoje como uma sólida indústria de brindes. Pioneira no uso do EVA em produtos promocionais, a empresa inovou ainda com o lançamento do mouse pad e no método de impressão para quadricomia. Com um portfólio bastante diversificado, oferece às escolas opções em brindes como chapéu, o próprio mouse pad, chinelo, quebra-cabeça, jogos, porta-copos, viseiras, leques, máscara, pulseira, porta-retratos, chaveiros, tapetes e cubos, além de itens com uma proposta mais pedagógica. O propósito da empresa é o de “explorar um conceito diferenciado no mercado, com criatividade, dinamismo e com custos acessíveis para os clientes”. Seus profissionais são “altamente qualificados e comprometidos com a qualidade e seriedade, tanto no atendimento ao cliente quanto na criação, desenvolvimento e produção de nossos materiais promocionais”. Fale com o Rei do EVA: (11) 2941-0766 www.brindesvisao.com.br comercial@brindesvisao.com.br

MAGO DAS IMAGENS

O foco do Shopping do EVA está na comercialização de painéis educativos e decorativos. Um dos seus destaques é a linha educativa da Grintoy, com “calendários, painéis decorativos, chamadinhas, aniversariantes do mês, aprendendo as cores, trem alfabeto etc.”, enumera a empresária Rosana Moreno. Com cinco anos de mercado, o Shopping do EVA possui centenas de itens em carteira, de fácil visualização em seu portal. Segundo Rosana, os lançamentos e novidades costumam ser anunciados no site e nas redes sociais, como Twitter, Facebook e Orkut. Quanto às encomendas, a empresa atende via internet e telefone, com pagamento online, por meio de cartão de crédito, boleto e depósito bancário. As entregas ficam a cargo dos Correios e são despachadas para todo o Brasil e Exterior, logo após a confirmação do pagamento, diz Rosana. Segundo ela, pedidos exclusivos são submetidos à análise da empresa. Fale com o Shopping do EVA: (11) 3326-1858 www.shoppingdoeva.com.br sac@shoppingdoeva.com.br vendas@baraodasfestas.com.br

Fale com a Mago das Imagens: (11) 3297-3000 www.magodasimagens.com.br contato@magodasimagens.com.br

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SHOPPING DO EVA

Uma das expertises da Mago das Imagens são as recordações personalizadas com as fotos dos estudantes. A empresa trabalha há onze anos com fotografia digital e foi uma das pioneiras no segmento escolar. Seus destaques são as canecas e camisetas, mas segundo o empresário Keller Dâmaso, neste ano as sacolas ecológicas com mensagens e fotos das crianças “serão muito bem aceitas”. Segundo ele, muitas escolas já o consultaram sobre o produto, manifestando o interesse em “trabalhar a sustentabilidade ambiental, o consumo responsável e a preservação da natureza, principalmente em São Paulo”, onde o governo está intensificando a campanha contra o uso das sacolas plásticas. Outro destaque para 2012 fica por conta da caneca mágica, um dos grandes sucessos do ano passado. A foto da criança é impressa em uma superfície preta da cerâmica e somente aparece quando ocorre o contato da cerâmica com um líquido quente, explica Keller. O empresário destaca que a Mago das Imagens tem investido na ampliação da capacidade de produção, para continuar atendendo aos clientes dentro do prazo e com qualidade. “Nenhum atraso é admitido”, enfatiza. A Mago das Imagens atua com clientes de todo o Brasil e conta com um serviço de e-commerce bem estruturado.

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Ilustração: Fabian Ramos

DICA: BRINQUEDOTECAS – INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

VARIEDADE AMPLIA EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS e o hábito de ler os avisos, Sirlândia recomenda manter um quadro com os recados das crianças e as notícias sobre a rotina da brinquedoteca. No Colégio Magister, escola situada na zona Sul de São Paulo, a brinquedoteca Vila dos Sonhos apresenta, além desses espaços, o Magic Hair (onde a criança aprende a lidar com a beleza exterior e interior), a prefeitura (onde o líder veste a roupa de prefeito e age em prol da atendimento das regras da brinquedoteca), o estacionamento (com carros infantis e sinalizações de tráfego) e o mini-Magister (uma sala de aula onde os professores são as próprias crianças). Mas a escola aproveita o espaço lúdico para trabalhar também com a sustentabilidade e deixa à disposição brinquedos confeccionados com sucatas, afirma a coordenadora da Educação Infantil, Rosana Ziemniak. Quanto ao local de instalação, a coordenadora diz que não faz diferença se ela será num lugar fixo ou itinerante, o importante é como será aproveitado o espaço. “Aqui no Magister, a brinquedoteca começou a ser projetada já com uma intenção: fazer as crianças criarem e interagirem umas com as outras”, diz Rosana, lembrando que elas frequentam o local duas vezes por semana, alternando-se atividades espontâneas com aquelas mais orientadas pelas professoras da escola. (T.D.) SAIBA MAIS ROSANA ZIEMNIAK luciene_pereira@magister.com.br

SIRLÂNDIA REIS DE OLIVEIRA TEIXEIRA sireoli@yahoo.com.br Na Próxima Edição: Bibliotecas e Sala de Leitura

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N

o contexto social brasileiro, o brincar lúdico ganhou força nos anos 80, com o surgimento das brinquedotecas, que hoje atuam como agentes de mudança do ponto de vista educacional, avalia Sirlândia Reis de Oliveira Teixeira, psicóloga, psicopedagoga e conselheira da ABBrin (Associação Brasileira de Brinquedotecas). “Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento”, ratifica a especialista. Para a psicopedagoga, que acaba de lançar o livro “Brinquedoteca: Manual em educação e saúde” (Editora Cortez), em coautoria com Beatriz Piccolo Gimenes, é no momento do brincar que a criança compreende relações afetivas e assimila papéis sociais. Neste aspecto, justifica Sirlândia, “a brinquedoteca deve funcionar como um laboratório de vivência e contemplar tanto brinquedos do cotidiano que imitam a realidade (carrinhos, bonecas, panelas etc.), como aqueles que favorecem o desenvolvimento cognitivo (jogos no geral), afetivo (ursinhos de pelúcia) e social (brinquedos de montar e jogos cooperativos)”. Torna-se imprescindível ainda, aponta Sirlândia, disponibilizar livros de acordo com a idade, instrumentos musicais, portfólio variado de brincadeiras e músicas. Segundo a psicopedagoga, os ambientes mais comuns que formam uma brinquedoteca são: canto do faz de conta (com mobiliário infantil de dormitório), cozinha (com pia, geladeira, fogão, mesa e utensílios respectivos), hospital (com consultório médico e materiais que estimulam hábitos de higiene e saúde), supermercado (com carrinhos de feira e mercadorias para comprar), canto das invenções (com jogos de construção e materiais de sucata), teatro (com fantoches), e canto da imaginação (com tapetes e almofadas). Para estimular a comunicação

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉgIO JOANA D’ARC

UMA TRAJETÓRIA EMPREENDEDORA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Há quase 50 anos, dois jovens adquiriram uma pequena escola primária no então distante bairro do Butantã, zona Oeste de São Paulo. Eles partiram de uma sala única, que reunia quatro séries, e conseguiram em cerca de uma década construir uma instituição que atendesse a toda educação básica. O Joana D’Arc vem, desde então, acompanhando as mudanças e resistindo aos sobressaltos da área. E quer agora buscar recursos que lhe permitam renovar as instalações. Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias

A

diretora Ana Cristina Pomarico, do Colégio Joana D’Arc, recebeu uma grande notícia neste início de 2012: a Prefeitura de São Paulo acaba de aprovar o projeto de construção de novas instalações na privilegiada área que a escola ocupa, no bairro do Butantã, bem próxima ao Jockey Clube e à Universidade de São Paulo, na zona Oeste da cidade. A ideia é construir pequenos prédios de três andares, além de ginásio coberto, estacionamento e novos laboratórios. Mas a “tão sonhada escola” da família Pomarico exigirá agora que a gestora parta em busca de recursos extracaixa. Será uma nova etapa de uma história de gestão familiar que já tem quase 50 anos, boa parte deles pontuados pela persistência em trabalhar com a educação e a formação de crianças, jovens e adolescentes. O Joana D’Arc foi, na verdade, reinaugurado pelo pai de Ana Cristina, o diretor José Carlos Pomarico. Ele, então estudante de Engenharia Elétrica com pouco mais de vinte anos, e seu sócio também jovem, Adelino Natal, reabriram em 11 de agosto de 1963 a sala de aula que comportava todo um curso primário, com 30 alunos distribuídos entre o período da manhã e tarde. Cada fileira de carteiras correspondia a uma

série. Era o então Externato Joana D’Arc, criado em 1937 pelas irmãs francesas Baby e Tina, mas fechado após o falecimento da segunda. José Carlos e Adelino alugaram as instalações de Baby e adquiriram os direitos de continuar com a escola. A gestão acabou assumida integralmente pela família Pomarico nos anos 90. No princípio, José Carlos cursava Engenharia Elétrica e Física pela Universidade Mackenzie e dava aulas particulares em sua casa, no bairro de Pinheiros, atividade que começou aos 15 anos. Adelino, por sua vez, era funcionário da Caixa Econômica do Estado. Ambos mantiveram o trabalho em paralelo com a escola, mas para que esta pudesse dar certo, empreenderam um verdadeiro corpo a corpo com as famílias de forma a que as crianças retornassem às aulas. Aproveitaram ainda as instalações para oferecer um curso de alfabetização de jovens e adultos e outro de datilografia. Mais difícil foi convencer o Ministério da Educação, meses depois, que também poderiam implantar o curso ginasial, a despeito da pouca idade e completa ausência de infraestrutura e recursos. Entretanto, em pouco tempo se estruturaram com a construção de novas salas, biblioteca e laboratório, e conseguiram autorização do governo para abrir as turmas. Simultaneamente, José Carlos seguia sua trajetória no Mackenzie e em outras instituições, de aluno a professor e depois a diretor do Colégio Técnico do Instituto Presbiteriano.

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AULA: “LOCAL IDEAL PARA A APRENDIZAGEM”

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O diretor enfatiza que passou “por todas as faixas etárias da educação”. “Dei aulas desde o primário à faculdade de Medicina, me interessava saber como me relacionar com todas essas idades”, lembra José Carlos, que alternava os papéis distintos de gestor e professor, mas focado no resultado concreto da sala de aula. “Nunca encontrei aluno que não quisesse aprender, mas sim, que não quisesse estudar. Como mudar isso? Mostrando que na aula ele aprende com mais facilidade, que a aula é um instante mágico de aprendizado, o local ideal para a aprendizagem. Fazer essa mecânica funcionar é um ponto importante”, defende José Carlos. Segundo ele, o Joana D’Arc tem na gestão da sala


PERFIL DA ESCOLA: COLÉgIO JOANA D’ARC

A GESTÃO DO ENSINO

Com seu lado gestor, José Carlos Pomarico expandiu gradualmente o Joana D’Arc. A implantação do Ensino Médio aconteceu nos anos 70, os 80 conheceram um momento de pico, em que quase dobrou o número de alunos, e entre 2002 e 2009 houve uma breve experiência com o ensino superior (quando introduziu graduação em Administração e Ciências Contábeis, posteriormente incorporada por outra instituição). Na verdade, o período em que mais teve alunos foi um dos piores do Joana D’Arc, avalia. Ocorreu em função do congelamento dos preços e mensalidades determinado pelo Plano Cruzado, de 1986, “quando o pai pagava para a escola menos que um quilo de ervilha torta e pouco estava preocupado com sua proposta, apenas em aproveitar uma oportunidade econômica”. Em termos de gestão do ensino, o Joana D’Arc ainda trabalha com livros didáticos, indicados pelos professores. E procura desenvolver atividades interdisciplinares (a exemplo de sua Central de Projetos) e extracurriculares com o propósito de transformar o ensino-aprendizagem em uma experiência que traga significado concreto para o aluno. A diretora Ana Cristina Pomarico destaca, por exemplo, que recentemente a Educação Infantil e os anos iniciais do Fundamental se lançaram a um

projeto de “caça bactérias”, em que o foco era observar a sua existência concreta “sob as unhas, entre os dedos dos pés, dentro do nariz”. “Retiramos com cotonete amostras de muco e sujeiras escondidas nesses lugares e colocamos para crescer em cultura. A bicharada cresceu até e as crianças realmente acreditaram na existência deles. Foi um experimento digno de Ensino Médio”, conclui Ana Cristina.

A ESCOLA Porte: 700 alunos na Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio; Cerca de 200 alunos no Ensino Técnico, noturno (Abriu a primeira turma de Técnico em Química, em 2012. Possui ainda os cursos de Moda, Mecatrônica e Técnico em Enfermagem); Equipe da Educação Básica: 4 diretores, 3 coordenadores e 70 professores; Equipe de apoio: 30 funcionários; Instalações: Boa parte é própria ou pertence aos mantenedores, sendo que 6 mil metros quadrados abrigam a unidade principal e mil metros quadrados o Joaninha, recém-modernizado. LEIA MAIS Em www.direcionalescolas.com.br, - ENTREVISTA COMPLETA DA DIRETORA ANA CRISTINA POMARICO SOBRE OS PROJETOS DESENVOLVIDOS PELO JOANA D‘ARC. SAIBA MAIS ANA CRISTINA POMARICO www.colegiojoanadarc.com.br anacristina@colegiojoanadarc.com.br JOSÉ CARLOS POMARICO secretaria@colegiojoanadarc.com.br

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de aula uma de suas principais marcas. José Carlos pontua que o colégio nasceu e permanece com duas características marcantes: “um projeto com intenção clara de alfabetizar, educar e formar”; e a atenção ao trabalho docente, ao “gestor da aula”. Para isso, conta com dois pressupostos-chave: “o respeito do aluno com a escola e da escola com o aluno”, colocando a disciplina como seu grande pano de fundo. “Temos o direito de viver esse mundo, porque é nosso, mas para isso temos que ter condições de marcar essa posição.” Ou seja, é preciso “aprender a pedir licença, dizer ‘por favor’ e ‘obrigado’”, defende o diretor. Sob a gestão compartilhada entre José Carlos e as filhas Ana Cristina e Lúcia Helena, além da parceria com a esposa Ahinoan Macedo Arlindo Pomarico, que atua na Educação Infantil, o Joana D’Arc posiciona-se em favor da disciplina e dos valores em relação ao próprio mercado, “hoje concorrido e difícil”. “Desde o início construímos uma imagem de seriedade, mas em contrapartida sempre tivemos a preocupação de ter bons professores. O Joana D’Arc cresceu com essa imagem e até hoje se vale disso.” De outro modo, José Carlos afirma que o diálogo com os familiares e estudantes é franco. “Desde o princípio coloco para eles a posição da escola, seus objetivos, eles ficam sabendo tudo o que vai ser exigido deles e tudo o que poderão exigir do Joana D’Arc. As cartas são colocadas na mesa, o que torna a administração bem mais simples”, comenta. O gestor e educador lamenta, entretanto, a dificuldade que as escolas têm hoje para trabalhar os referenciais familiares. Pesquisa interna realizada há pouco tempo pelo colégio identificou crianças que sequer sabem os nomes de seus avós, as quais chegam à escola sem referência de limites e disciplina. “O aluno tem que ser sensível à disciplina, caso contrário não há possibilidade de educá-lo formalmente”, observa.

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BRINDES

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ACESSÓRIOS, AUDITORIA, INFORMÁTICA, LOUSAS

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Mテ天EIS

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MANUTENÇÃO PREDIAL, MÁQUINAS MULTIFUNCIONAIS, Pinturas especiais, PISOS

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PLAygROUNDS

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Playgrounds

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PLAygROUNDS, QUADRAS, RADIOCOMUNICAÇÃO

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SISTEMAS DE SEgURANÇA, TERCEIRIZAÇÃO, TOLDOS

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