Revista Direcional Escolas

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Direcional Escolas, Outubro 2013


ediTorial

Caro leitor, DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida EDITORA Rosali Figueiredo PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral TIRAGEM 20.000 exemplares JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP rosali.figueiredo@gmail.com REPORTAGEM Raquel Zardetto CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado ASSISTENTE DE ARTE André Akira Claudia Emanuela Sergio Willian GERENTE COMERCIAL Alex Santos alexdirecional@gmail.com DEPARTAMENTO COMERCIAL Paula De Pierro ATENDIMENTO AO CLIENTE Claudiney Fernandes Emilly Tabuço João Carlos Marconi Juliana Jordão Grillo IMPRESSÃO Prol Gráfica

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direcional escolas, outubro 2013

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Fundada e mantida durante nove anos pela Exclusiva Publicações, a revista Direcional Escolas está passando para o comando da THISA Publicações, criada por nossos antigos colaboradores, o gerente comercial, Alex Santos, e a executiva de vendas, Paula De Pierro. A próxima edição, de novembro, já será toda conduzida e organizada pelos novos gestores, aos quais desejamos imenso sucesso. Em primeiro lugar, queremos deixar aqui registrados nossos agradecimentos a todos os fornecedores e colaboradores, que durante quase uma década confiaram neste trabalho, ajudando-nos a levar um conteúdo relevante ao gestor, seja na parte editorial quanto comercial. Em segundo lugar, anotamos que o atual momento do mercado está bastante propício à expansão dos negócios na área da educação e acreditamos bastante na expansão do setor. Por exemplo, a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad 2012, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no final de setembro, somente confirma uma percepção que vínhamos registrando nesse espaço: os brasileiros vão cada vez mais cedo para a escola e lá permanecem por mais tempo. Segundo os dados compilados pelo órgão do governo brasileiro, a taxa de escolarização de crianças de cinco a seis anos saltou de 77,2% em 2002 para 92% em 2012. Por outro lado, nesse período de uma década, a proporção de jovens entre 15 e 17 anos na escola saltou de 81,5% para 84,2%. Atualmente, jovens de 20 a 24 anos dizem ter passado em média 9,9 anos na escola, enquanto duas gerações anteriores a sua, na faixa de 60 anos, permaneceu, em média, apenas 4,4 anos em uma instituição de ensino. O fenômeno, causado, entre outros fatores, pelo ingresso simultâneo de pais e mães no mercado de trabalho, e associado à emergência de uma nova classe média brasileira, responde por uma expansão inédita do número de estudantes na rede privada. Conforme assembleia de mantenedores do Estado de São Paulo promovida em 19 de setembro passado, durante a abertura do Congresso e Feira Saber 2013 (Confira a cobertura do evento nesta edição), a rede particular paulista já representa a segunda maior em todo o País em número de alunos, perdendo apenas para o total de matriculados nas unidades públicas da Federação. Reiteremos, assim, nossa plena convicção de que a Direcional Escolas prosseguirá sua trajetória com muito sucesso. Uma boa leitura a todos, Rosali Figueiredo (Editora) Alex Santos Paula De Pierro (Diretores a partir de novembro de 2013) ACESSE O SITE WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR/PESQUISALEITOR2013/ E RESPONDA À NOSSA ENQUETE! O OBJETIVO É CONHECER MELHOR SUAS NECESSIDADES E APRESENTAR-LHE UM PRODUTO AINDA MELHOR EM 2014.

ALEx SANTOS ALExDIRECIONAL@GMAIL.COM PAULA DE PIERRO PAULA.PIERRO@GMAIL.COM


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SUMário

08 COLUNA GESTÃO DE IMPACTO GARANTA BOM ATENDIMENTO NA PROSPECÇÃO DE MATRÍCULAS O texto desta edição prossegue na abordagem iniciada em setembro, em torno das técnicas indispensáveis a um bom atendimento de pais e familiares. Segundo o consultor Christian Rocha Coelho, neste período de alta sazonalidade, em que as escolas se veem diante da expectativa da rematrícula de seus alunos e captação de novos clientes, os mantenedores devem treinar os colaboradores que atuam na comunicação com a área externa, garantindo assim uma interlocução mais eficaz.

10 CONVERSA COM O GESTOR COBERTURA DO CONGRESSO E FEIRA SABER 2013 Segundo o educador e secretário municipal de Educação de São Paulo, César Callegari, a conexão entre as escolas e a família representa uma das “chaves do sucesso do processo educacional de nossa sociedade”. Como fazer a transição a um novo modelo de escola, promovendo o entendimento com a família e construindo um ambiente de aprendizagem feliz, foi uma das questões que norteou as palestras do Congresso e Feira Saber 2013, realizado de 19 a 21 de setembro no Centro de Exposições Imigrantes, zona Sul de São Paulo.

14 GESTÃO COBERTURA DO CONGRESSO E FEIRA SABER 2013 Com a ideia de proporcionar ao gestor elementos que o ajudem a melhorar os processos administrativos e pedagógicos das escolas, o Congresso e Feira Saber 2013 organizou ampla grade de conferências voltadas à reflexão dessa prática, bem como uma área de exposições com novidades em tecnologia e materiais pedagógicos, entre outros. E promoveu ainda a Assembleia dos Mantenedores, orientando os donos de escolas de São Paulo em temas como inadimplência e calendário escolar de 2014.

CONFIRA AINDA

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DICAS: 18 MÓVEIS ESCOLARES – SALA DE AULA 22 SISTEMAS DE SEGURANÇA – CONTROLE DE ACESSO 25 GRÁFICA – PAPELARIA E COPIADORAS

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FIQUE DE OLHO: 16 TOLDOS E COBERTURAS


www.direcionalescolas.com.br No site da Direcional Escolas, você encontra grande acervo de informações e serviços que o auxiliam na gestão administrativa, pedagógica e da sua equipe de colaboradores. Acesse e confira. CONVERSA COM O GESTOR / PERFIL DA ESCOLA CONHEÇA HISTÓRIAS DE SUCESSO ENTRE AS INSTITUIÇÕES ESCOLARES Através do link http://www.direcionalescolas.com.br/perfil-da-escola é possível conhecer a trajetória bem-sucedida em termos de negócio e de criação de propostas pedagógicas próprias em dezenas de escolas situadas em São Paulo e no Interior. Essa relação envolve desde instituições com propostas diferenciadas (como a Prima Escola Montessori, a Escola Viva, o Colégio Viver e o Giordano Bruno, entre outras) a inclusivas, confessionais (caso do Liceu Coração de Jesus, Colégio Santa Maria etc.), além de cases bem sucedidos de trabalho vinculado a sistemas de ensino (Objetivo de Indaiatuba). Entre os destaques estão ainda escolas públicas que enfrentaram a burocracia e implantaram projetos vitoriosos, como a CEI Vereador José Gomes de Moraes Netto, as EMEF’s Presidente Campos Salles e Desembargador Amorim Lima, e a E. E. Romeu de Moraes. COLUNISTAS APOIO À APRENDIZAGEM Adriana Fóz, Jane Patrícia Haddad, João Luiz Muzinatti e Rodrigo Abrantes, entre outros, integram nossa equipe de colaboradores e disponibilizam no site da Direcional Escolas reflexões pertinentes aos gestores, em áreas como o desenvolvimento físico, emocional, intelectual e cognitivo das crianças e adolescentes; abordagens sobre transtornos da aprendizagem; e o emprego dos recursos da tecnologia digital no ensino. Confira no link www.direcionalescolas.com.br/colunistas.

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GUIA DE FORNECEDORES SUPORTE À INFRAESTURTURA Com dezenas de itens de segmentos diversos, de acessibilidade a acessórios e viagens, passando por eventos, entretenimento, idiomas, manutenção, papelaria, pinturas, pisos, playgrounds etc., o site da Direcional Escolas disponibiliza ao internauta um valioso cadastro de fornecedores. Confira no link http://www.direcionalescolas.com.br/anunciantes/fornecedores.

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COLUNA: GESTÃO DE IMPACTO

CAPTAÇÃO DE MATRÍCULAS NOVAS – PARTE 2: TÉCNICAS DE ATENDIMENTO E VENDAS Por Christian Rocha Coelho

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etomamos aqui a abordagem iniciada na edição de agosto, mostrando de que forma um ótimo atendimento poderá se converter na efetivação de matrículas. Prosseguindo nas técnicas apresentadas, seguimos com: MONTAGEM DO SCRIPT DE BASE - A proposta pedagógica é o principal e mais importante diferencial de uma instituição de ensino, mas não o único. Outros diferenciais sempre atrelados aos serviços educacionais também merecem destaque, como a qualidade do corpo docente, as práticas pedagógicas e didáticas, os projetos interdisciplinares, metodologias, disciplinas, ferramentas de apoio diferenciadas e as formas de tratamento personalizado. Esses diferenciais se complementam conforme mostrado no quadro a baixo: COMUNICAÇÃO POR TELEFONE - A comunicação por te-

lefone segue as mesmas regras da comunicação pessoal, porém, por ser mais rápida, deve ser mais concisa, diretiva e focada. PREÇO E INFRAESTRUTURA Preço e infraestrutura não podem ser considerados diferenciais, pois não existe escola que não os possua. Espaços diferenciados com uma grande área verde, salas multimídia e playgrounds podem ser incorporados ao discurso, desde que seja estabelecido um menor grau de importância. INFORMAÇÕES - São os dados gerais encontrados em todos os concorrentes e que por consequência não acrescentam nenhum diferencial ao serviço. Portanto, não se deve enfatizá-las, tirando apenas as dúvidas dos clientes. VALOR - O valor é a soma dos diferenciais mais o preço de um produto ou serviço. Na verdade o sucesso está relacionado ao melhor custo x benefício, isto é, à maior quantidade de diferenciais e qualidades pelo

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QUADRO: OS DIFERENCIAIS DE UMA ESCOLA

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COLUNA: GESTÃO DE IMPACTO menor preço possível. Depois dos diferenciais e das informações devemos completar o VALOR passando o preço de forma clara e preferencialmente dando a opção mais favorável para o cliente. FECHAMENTO - Se todo o processo de venda foi equilibrado, é provável que as bases para o fechamento do negócio estejam acertadas. Neste momento podemos usar alguma técnica de fechamento como: Ficou alguma dúvida? Vamos efetuar a matrícula? PESQUISA - A Pesquisa de Prospecção (imagem abaixo) preenchida, por telefone ou pessoalmente, tem como finalidade proporcionar dados estatísticos e comerciais imprescindíveis para o desenvolvimento da sua instituição A captação dos da-

dos também permitirá que o contato continue mesmo depois que o atendimento terminar, possibilitando o desenvolvimento do pós-atendimento. PÓS-ATENDIMENTO - Um bom trabalho de pós-atendimento é a melhor ferramenta para aumentar a produtividade da equipe de atendimento e vendas. Ao final do atendimento, devemos coletar as informações cadastrais, completando a pesquisa de prospecção (não esqueça que no começo do atendimento os dados de sondagem inicial, como nome, como conheceu e objetivo, já foram captados). Para não haver constrangimento, explique que, ao preencher a pesquisa, o cliente receberá periodicamente brindes, convites, descontos especiais e participará de promoções.

MODELO DE PESQUISA DE PROSPECÇÃO

Christian Rocha Coelho é especialista em andragogia e diretor de planejamento da maior empresa de gestão, pesquisa e comunicação pedagógica do Brasil, a Rabbit Partnership. Mais informações: (11) 3862.2905 / www.rabbitmkt.com.br / rabbit@rabbitmkt.com.br

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MODELO DE PESQUISA DE PÓS-ATENDIMENTO

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conVerSa coM o GeSTor: coberTUra do conGreSSo e Feira Saber 2013

À PROCURA DA FELICIDADE NAS ESCOLAS

O secretário municipal da Educação de São Paulo, César Callegari, na abertura do Saber 2013, em 19 de setembro passado

Depois de abordar em 2012 a parceria com a família, o Congresso do Saber apresentou neste ano aos gestores e educadores o tema da escola feliz. “Aprender e ensinar com felicidade: o Saber em busca do bem-estar” foi o eixo norteador de conferências e mesas-redondas durante três dias de evento, realizado de 19 a 21 de setembro no Centro de Exposições Imigrantes, zona Sul de São Paulo.

Por Rosali Figueiredo

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a abertura do Congresso e Feira Saber 2013, promovido pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), o educador César Callegari, secretário municipal da área em São Paulo, enfatizou a necessidade de as escolas abandonarem velhas posturas e se abrirem a um novo contexto de aprendizagem, se quiserem, de fato, construir um ambiente de felicidade. A discussão em torno do assunto foi a razão central da programação de dezenas de palestras e encontros que tomaram conta dos três dias do evento, iniciado na manhã do último dia 19 de setembro, em São Paulo, Capital. Durante os trabalhos, educadores, gestores e especialistas de segmentos diversos (de recursos humanos e tecnologia a esportes, por exemplo) pro-


CONVERSA COM O GESTOR: COBERTURA DO CONGRESSO E FEIRA SABER 2013 curaram diagnosticar os entraves que impedem a construção de um ambiente mais satisfatório nas escolas, bem como analisar a viabilidade de soluções e propor caminhos. Para César Callegari, “a escola do Séc. XXI não pode ser considerada como a de 20 anos atrás”. “Ela tem muitos desafios”, entre os quais, para os gestores, “permitir que tenhamos professores que possam ser autores e produtores de sua própria forma de ensinar, de seus caminhos, e também garantir que os alunos, sejam crianças ou jovens, tenham capacidade da descoberta”.

Segundo destaca Callegari, a escola não pode mais ser considerada como mero instrumento de “transmissão de conhecimento”. “Ela e seus professores são basicamente orientadores de descobertas, devem fazer com que os alunos sejam cada vez mais capacitados a fazerem boas perguntas, encontrar caminhos e boas repostas.” Assim, é preciso mudar a cultura e alguns valores, sem abrir mão, entretanto, da função disciplinar exercida especialmente a partir do Ensino Fundamental, quando a escola começa “a

mostrar para a criançada que a vida tem desafios, os quais exigem necessidade de superação, e que o conhecimento pode ser desenvolvido e apropriado não apenas do ponto de vista individual, mas também coletivamente”. “É uma nova cultura, com um grande e enorme desafio de fazer a conexão com as famílias, pois criar pontes firmes de relacionamento com elas representa uma das chaves do sucesso do processo educacional de nossa sociedade”, acrescenta o educador.

Escolas representadas no Saber 2013: da esq. para a dir., Victoria Saracchi, da Prima Montessori; Vergínia Teixeira, do Colégio Nossa Senhora do Morumbi; e Ana Cristina e Lúcia Helena Pomarico do Joana D’Arc

Algumas instituições, até pela sua própria proposta pedagógica, já encontraram o caminho da autoria no processo do ensino-aprendizagem, bem como de construção de um ambiente escolar aprazível, caso da Prima Escola Montessori. Localizada no Jardim Prudência, zona Sul de São Paulo, a instituição “procura a felicidade das crianças, trazê-las para um ambiente onde elas se veem retratadas e respeitadas no seu dia a dia”, afirma uma de suas fundadoras, Victoria Ayroza Saracchi, que participou das atividades do Saber 2013. Diretora administrativa e financeira da escola, Victoria observa, no entanto, que é preciso “acompanhar os novos tempos e as tecnologias, se adaptar a elas”, processo que exige, do ponto de vista do gestor, “um trabalho de fazer seus custos e despesas em conjunto com

toda estrutura da escola”. De perfil confessional, o Colégio Nossa Senhora do Morumbi, também da zona Sul de São Paulo, esteve representado no Saber 2013 por gestores e educadores, entre eles, Vergínia Teixeira de Almeida, gerente administrativa e financeira. Segundo ela, é necessário que as instituições de ensino se estruturem e sejam vistas como empresas, de forma que consigam investir na transição para um modelo de ensino de maior autoria. Isso requer aporte não apenas na parte tecnológica, o que o Colégio tem feito através expansão dos cabos de fibra ótica, compra de lousas digitais e atualização dos recursos de informática, como também na atualização de sua equipe docente. Já para o Colégio Joana D’Arc, da zona Oeste de São Paulo, que esteve representado no Saber pelas mantenedoras Ana

Cristina e Lúcia Helena Pomarico, o principal desafio a um novo contexto de ensino reside na formação humana. “As escolas lidam com duas pontas do problema: o professor, que é a cabeça de tudo e deveria levar as mudanças adiante, e os alunos, que querem as transformações de forma imediata. Mas nos deparamos com profissionais mal formados no mercado e avessos à entrada no mundo digital, por exemplo. Temos caminhos e diretrizes, mas falta gente para fazer esse salto”, analisam as gestoras. Dessa forma, o Joana D’Arc está iniciando um processo de formação in loco de educadores, começando pelas auxiliares de classe, que serão treinadas na própria escola para comporem, no futuro, a equipe titular de docentes.

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CAMINHOS

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conVerSa coM o GeSTor: coberTUra do conGreSSo e Feira Saber 2013

a apoSta na huManizaÇão

Dois dos conferencistas do Saber, a psicopedagoga Jane P. Haddad e o psicanalista Teuler Reis

A coordenadora científica e pedagógica do Saber 2013, Regina Stefano, afirma que a edição deste ano procurou fazer um desdobramento do tema de 2012, quando foi trabalhada a parceria entre as escolas e as famílias. Preocupada com o cenário de violência social e suas consequências dentro da escola, entre elas o bullying, Regina acredita que compete às instituições trabalhar de maneira preventiva, formando os professores para que eles possam levar uma proposta diferente e mobilizadora para a sala de aula. Nesse sentido, a conferencista e psicopedagoga Jane Patrícia Haddad, autora de livros sobre as relações no ambiente escolar, aponta que o principal caminho está em perceber as mudanças na interlocução entre os membros da comunidade escolar. “É possível sim estudar com felicidade, desde que, primeiro, a gente entenda

que hierarquicamente o mundo mudou. Estamos passando de modelos bem verticais, em que o professor manda e o aluno obedece, para modelos mais horizontais, construídos na relação humana entre professor-aluno, aluno-professor”, diz. Para o psicanalista Teuler Reis, um dos conferencistas do Saber 2013, o principal problema da escola é que ela se encontra ainda hoje com o foco muito voltado para o ambiente externo, a exemplo dos vestibulares, Enem e do mercado de trabalho. “A escola tem que voltar seu olhar para a questão humana. A teoria sempre será secundária e deverá vir depois do cuidado e da crença no fazer humano”, avalia. Segundo Teuler, desde 1.800 a escola diz que sua missão é formar cidadãos, “mas até hoje ela não se estruturou para isso”. De um lado, observa Teuler, as disciplinas deveriam ser utilizadas como ferramentas para se atingir a cidadania, no entanto, elas vêm se mantendo como

um fim em si mesmas. De outro, prossegue, as relações entre as pessoas se dão ainda com base na coação, a exemplo de gestores e educadores que desprezam qualquer cuidado na hora de abordar o outro. “O professor que faz grande diferença é aquele que olha o aluno como ser humano, respeita sua integridade e o referencial humano, e evita expô-lo”, compara o especialista. Citando o filósofo francês Michel Foucault, Teuler Reis diz que parte das instituições substituiu “o castigo do corpo pelo da alma”, agredindo o aluno ao chamá-lo de “burro, incompetente e idiota, expondo-o perante os outros”. Está aí a primeira grande lição a ser aprendida por algumas instituições nesta caminhada em busca da felicidade. Teuler Reis é também autor dos livros “A Batalha de uma Educação Comprometida” e “Bullying... tô fora”, ambos publicados pela Editora Wak. (Por Rosali Figueiredo)

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SaiBa MaiS

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ana criStina poMarico anacristina@colegiojoanadarc.com.br

teuler reiS teulerreis@yahoo.com.br

Jane patrÍcia haDDaD janepati@terra.com.br

VerGÍnia teiXeira De alMeiDa tfinanceiro@nsmorumbi.com.br

lÚcia helena poMarico secretaria@colegiojoanadarc.com.br

Victoria aYroza Saracchi prima@primamontessori.com.br

reGina SteFano saber@sieeesp.com.br


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GESTÃO: COBERTURA DO CONGRESSO E FEIRA SABER 2013

RECEITAS PARA

OS NOVOS TEMPOS

Com o objetivo de preparar a escola para fazer a transição a um ambiente de maior autoria, os mantenedores precisam dar atenção especial à gestão de sua equipe e ao acompanhamento dos resultados no dia a dia, conforme apontaram conferencistas escalados para o Congresso Saber 2013.

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imagem de um bom médico clínico que busca junto ao paciente uma série de evidências com o objetivo de levantar o diagnóstico é utilizada pelo professor e consultor Geraldo Peçanha de Almeida, da Universidade Federal do Paraná, para convencer os gestores escolares da necessidade do gerenciamento minucioso do dia a dia das instituições. Afinal, se uma criança começa a atrasar, a chegar sem uniforme ou a negligenciar a lição de casa, isso pode ser indicativo de possíveis falhas na condução dos trabalhos em sala de aula, de dificuldade ou algum tipo de transtorno pessoal do aluno, ou mesmo de problemas familiares. “Precisamos aprender a olhar essas evidências como informação que remete a um fato importante”, defende Geraldo, lembrando que é desse contexto diário que os mantenedores extraem elementos para rever estratégias, definir ações e orientar a correção de rotas e posturas. Saber trabalhar com os indicadores que a própria realidade mostra se encontra, portanto, no cerne da missão do gestor escolar, define Geraldo, também consultor de redes de ensino. Segundo ele, o segredo deste trabalho está na atenção ao detalhe e à forma como os processos se materializam. Mas existe toda uma cultura antiquada de administração escolar que precisa ser revista, adverte o consultor. Entre os equívocos mais comuns entre os gestores, Geraldo destaca: - O foco estrito na burocracia e a justificativa de “falta de tempo” para se afastar do monitoramento do projeto pedagógico; - A ideia de que um educador formado, muitas vezes com pós-graduação, exime a escola da necessidade de investir na formação profissional – “o professor só se qualifica no fazer diário, que é quando as escolas direcionam para onde querem ir”; - A ausência de controle periódico dos resultados produzidos pela área pedagógica – “O gestor precisa internalizar mecanismos de controle para gerenciar a aprendizagem”; e, - Descuido mediante eventual inadequação dos recursos pedagógicos (incluindo o sistema de ensino) com a realidade do aluno.

A CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS Já a consultora educacional Ivanilde Moreira, que falou no Saber 2013 sobre Gestão Escolar

Por Rosali Figueiredo

Geraldo Peçanha de Almeida e Ivanilde Moreira: conferências voltadas ao gestor escolar, com foco no gerenciamento das evidências e das relações humanas

e da Docência em Tempos “Velozes e Furiosos”, enfatiza um aspecto particular do cotidiano da escola: as relações humanas. “Compete ao gestor ser ‘um sedutor’ da sua causa - a escola, e contagiar o time por meio de vínculos. Ele precisa ter profundo conhecimento da natureza humana, das pessoas, que representam seu bem mais precioso”, diz Ivanilde. Desta forma, o primeiro cuidado a tomar é “colocar as pessoas no lugar certo, porque num time você precisa construir um grupo de trabalho, olhando para a habilidade de cada um”, explica. E Ivanilde complementa: “Às vezes uma pessoa não é a mais indicada para ocupar determinada posição. Cada um no time tem uma tendência, uma habilidade maior, assim o gestor precisa ser um articulador da natureza humana, um estrategista para perceber a potencialidade e colocar estrategicamente cada pessoa no seu devido lugar”. No caso do professor, se lhe faltar algum nível de comprometimento com a proposta da escola, “o primeiro passo é ajudá-lo a ter esse compromisso, e não a descartá-lo, porque as pessoas não são descartáveis, têm que ser acolhidas e trabalhadas”. “Então o gestor tem que cuidar e formar as pessoas em serviço, reposicioná-las no time para que se tenha um resultado mais eficiente.” A seguir, Ivanilde traça características chaves do novo contexto em que as escolas estão atuando:

TRABALHANDO O CENÁRIO • Sociedade atual “quebrou” a ideia de hierarquia, o que levou à confusão e ao “deixa rolar”; • O distanciamento entre pais e filhos devido ao trabalho e outros fatores gerou uma má educação (diferente de escolarização); • O aluno precisa entender que desejo não é direito; • Paciência (não lerdeza) é necessária para maturar certos processos;

• Paciência, resistência e persistência (que os jovens não têm) são fundamentais à aprendizagem; • É preciso recuperar a ideia de que a sala de aula não é o quintal da casa nem a rua (Desenvolver a autonomia: eu quero, eu posso, eu devo?).

SER GESTOR DO NOVO AMBIENTE É:

• Promover a interação entre diferentes gerações; • Liderar de forma presente e responsável; • Tornar-se maestro do time; • Buscar a descentralização; • Promover a humanização das relações; • Ser um utopista; • Administrar com base em valores escolhidos e definidos pelo “time” da escola; • Ser regente de um “time” construído pelo vínculo; • Ser pedagogo no sentido amplo (Filosófico, científico, técnico, estético e ético). PREPARANDO O DOCENTE PARA: • Saber que ensinar não é transferir conhecimento; e • EXIGIR: Rigorosidade metódica; pesquisa; reflexão crítica sobre a prática; corporificação das palavras pelo exemplo; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; reconhecimento e a assunção da identidade cultural; consciência do inacabamento; reconhecimento de ser condicionado; respeito à autonomia do educando; bom senso; humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores; alegria e esperança; convicção de que a mudança é possível; curiosidade; convicção de que a mudança é possível, e; praticar a escuta. Fonte: Ivanilde Moreira


GeSTÃo: coberTUra do conGreSSo e Feira Saber 2013 ASSEMBLEIA DE MANTENEDORES: OTIMISMO COM O MERCADO O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) demonstrou otimismo com o mercado da educação básica no País, durante a assembleia dos mantenedores, realizada na abertura do Congresso e Feira Saber 2013. “O mercado está crescendo, o número de alunos aumentando e o de pontos de unidades escolares diminuindo. Se alguém não está crescendo, é porque tem algum problema interno e precisa diagnosticar isso”, observou Benjamin Ribeiro da Silva, presidente da entidade. Segundo ele, “as escolas privadas nunca viveram um momento tão bom no País quanto o atual”. “O ensino particular é o principal sonho de consumo da nova classe média brasileira, ultrapassou o da casa própria”, acrescentou. A rede privada ganhou nos últimos dez anos um milhão de alunos em São Paulo, disse Benjamin, enquanto a pública perdeu 600 mil. O momento, inclusive, é oportuno para que os mantenedores recomponham os valores das anuidades, entretanto, ele advertiu que é preciso estar atento à realidade da região em que a escola está inserida e respeitar a planilha de custos. Utilizando dados atuais da economia, bem como

projeções para 2014, o presidente do Sieeesp avaliou que se for mantido o ritmo médio de expansão de 2,5% ao ano da última década, “a rede privada vai continuar crescendo”. Inadimplência – A assembleia dos mantenedores foi aberta com o assunto da inadimplência, cujo índice “ideal” precisa ficar, no máximo, em 5%, disse Benjamin. O presidente recomendou aos mantenedores evitar conceder descontos sobre juros e/ou multas na negociação da inadimplência; Copa 2014 – Em relação ao impacto da Copa 2014 sobre o calendário escolar, o Sieeesp avalia que as escolas devem manter sua programação normal, mesmo porque, boa parte dos jogos acontecerá após às 17hs. Qualquer alteração do calendário somente se justificará se houver alguma deliberação do Conselho Estadual da Educação (CEE), orientou o sindicato; SEBRAE-SP – O Sieeesp estabeleceu parceria com a regional paulista do Sebrae, convênio que franqueia ao mantenedor um diagnóstico de sua gestão e subsidia boa parte da contratação de consultorias que forem necessárias à solução de eventuais problemas. (Por Rosali Figueiredo)

ExPOSITORES: SUPORTES DIDÁTICOS E DE GESTÃO

SaiBa MaiS Mancini herculeS MaceDo eDuarDo Kapaz Marcelo Jr. comercial@bmqsports.com.br hercules@rseducacional.com.br eduardo@elka.com.br GeralDo peÇanha De alMeiDa geraldo@geraldoalmeida.com.br

iVanilDe Moreira ivanilde@adidatica.com.br

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A feira de expositores de produtos e serviços voltados à educação compõe uma parte relevante do Saber. “Para os gestores, é importante para se atualizar em relação às novidades e levá-las para a sala de aula”, disse Verginia Teixeira de Almeida, gerente administrativa e financeira do Colégio Nossa Senhora do Morumbi, localizado na zona Sul de São Paulo. Expositores tradicionais estiveram no Saber 2013, como a Cantinas do Tio Júlio, que levou, para a versão deste ano, robôs que animaram os presentes (Foto acima). Já a Input, empresa de tecnologia genuinamente nacional criada há 25 anos por Edson Leite, aproveitou o evento para mostrar softwares de solução integrada

para as áreas de secretaria, financeira, de biblioteca, controle de acesso, segurança, recursos humanos, enfermaria, patrimônio e até mesmo de cursos extracurriculares. A Input atua com a tecnologia CloudSphere, que disponibiliza ao gestor, através de tablets e celulares, a qualquer tempo, indicadores de desempenho, entre outros. A empresa estabeleceu ainda parceria com um fabricante brasileiro para lançar no próximo ano um tablet de uso escolar, como material obrigatório do aluno, dentro do sistema operacional Android. Outra empresa que marcou presença foi a Elka Educa, uma divisão da Elka que tem como missão fornecer “ferramentas adequadas à ‘educação pelo brincar’”, disse Eduardo Kapaz Jr., diretor de marketing. Segundo ele, os brinquedos são desenvolvidos de forma “a acompanhar a evolução da criança frente às etapas de seu desenvolvimento”. Finalmente, a RS Educacional levou aos gestores e educadores um portfólio de dez soluções, com destaque para a assessoria em compra e venda de instituições de ensino; implantação de berçário; consultoria pedagógica; e treinamentos, conforme elencou o consultor da empresa, Hercules Macedo. A RS Educacional tem mais de dez anos de mercado e atua junto a instituições privadas e a redes municipais. (Por Rosali Figueiredo)

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FIQUE DE OLHO: TOLDOS E COBERTURAS

GARANTA BELEZA E PROTEÇÃO AO AMBIENTE ESCOLAR

Por Rosali Figueiredo

Da afirmação da identidade visual à proteção de alunos, professores e funcionários contra os efeitos do vento, sol e chuva, os toldos e coberturas cumprem com funções importantes para o cotidiano escolar. Confira, neste Fique de Olho, empresas que oferecem soluções de qualidade aos mantenedores. CANAÃ COBERTURAS

Coberturas em policarbonato e vidro compõem hoje a principal linha de atuação da Canaã, empresa nascida em 1994 e que não apenas se especializou nas mais diferentes soluções aos clientes, entre eles as escolas, como dispõe de serralheria para fabricar as estruturas. Com sede própria e ampla, o que lhe permite estocagem de chapas de policarbonato, a Canaã pode assim oferecer mais qualidade e melhor acabamento, tendo sempre como objetivo conquistar, manter e, com isso, ser indicada para novos clientes. Desde o surgimento do policarbonato no Brasil, a equipe da Canaã vem desenvolvendo técnicas para fabricação de estruturas e perfil que melhor se adaptem ao policarbonato e vidro. “Nosso principal diferencial é transparência e conhecimento na área”, afirma o empresário Miguel Fabio Silva, sempre atento às necessidades dos clientes. A Canaã oferece dez anos de garantia nas placas de policarbonato e dois anos nas estruturas.

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Fale com a Canaã Coberturas: 11 3911-0835 / 3911-1216 www.canaacoberturas.com.br

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atendimento@canaacoberturas. com.br

IGUATEMI COBERTURAS

As coberturas em policarbonato retráteis representam um dos destaques da Iguatemi, empresa que há oito anos atua neste mercado. Entre as principais soluções em toldos e coberturas oferecidas pela empresa às escolas, o gerente comercial Fabio Brito destaca peças em policarbonato que cobrem e protegem as passagens, indicadas porque “são leves e com transparência que agrega beleza, leveza e sofisticação”. Já para áreas de refeitórios e quadras, as mais adequadas são as telhas termoacústicas, recomenda Fabio. Durante o mês de outubro, a Iguatemi está oferecendo promoção em estrutura de alumínio para os gestores escolares. Segundo Fabio, os mantenedores encontram na Iguatemi profissionais qualificados e comprometidos com a qualidade dos trabalhos e a satisfação do cliente. Fale com a Iguatemi Coberturas: 11 – 2023-0346 www.iguatemicoberturas.com.br atendimento@iguatemicoberturas.com.br RPL COBERTURAS A RPL Coberturas já está há mais de 20 anos no mercado, tendo se especializado na instalação de coberturas e proteções em lona, policarbonato e telhas termoacústicas nas edificações. Segundo um de seus diretores, Roberto Laraia, a empresa adota como pilares de seu trabalho a competência, qualidade e pontualidade, além de disponibilizar um atendimento diferenciado. Roberto destaca as coberturas como um dos

pontos fortes da empresa, pois elas proporcionam proteção contra sol e chuva e conforto térmico, além de serem decorativas. “As novidades são as coberturas tensionadas, que usam um mínimo de estrutura metálica, dando a impressão de que estão ‘soltas’ no ar”, diz o empresário. A empresa atende em todo país mediante negociação. Fale com a RPL Coberturas: 11 – 3208-0149 www.rplcoberturas.com.br rplcoberturas@rplcoberturas.com.br VISON TOLDOS

No mercado há 25 anos, a Vison Toldos sempre primou pela qualidade do atendimento e de seus produtos, destaca o empresário Gumercindo Perussi Jr. “A empresa trabalha à frente da concorrência, e oferece hoje estrutura galvanizada (dentro e fora dos tubos), solda ‘mig’ e elétrica, fundo e pintura em P.U. automotivo (e não mais acabamento sintético, de acabamento inferior), além de lona importada, anti-rasgo, vulcanizada e com tramas cruzadas, o que garante maior resistência a ventos fortes”, descreve Gumercindo. Já as placas de policarbonato são provenientes de fornecedores com referência nacional de qualidade, dotadas de proteção U.V. e com garantia de dez anos, além de dois no serviço. Com 15 mil clientes, entre eles instituições de ponta, a Vison está realizando uma promoção especial para escolas que fecharem pedidos para entrega em janeiro de 2014, anuncia Gumercindo. Fale com a Vison Toldos: 11 – 2093-1100 www.visontoldos.com.br visontoldos@visontoldos.com.br


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DICA: MÓVEIS ESCOLARES – SALA DE AULA

ESCOLHA DO MOBILIÁRIO DEVE SE ORIENTAR POR NORMAS TÉCNICAS Por Raquel Zardetto

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uitos são os aspectos que influenciam o aprendizado, entre eles, o ambiente escolar, com especial atenção ao mobiliário. Diante disso, o mercado de móveis escolares busca soluções para atender a essas necessidades, aliando conforto físico e adequação ao conteúdo pedagógico da escola. De acordo com uma especialista na área, Lourrane Andrade, o mobiliário escolar deve seguir as referências normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “O design de móveis tem que se orientar pelas especificações do órgão, com direcionamento adequado a cada faixa etária dos alunos. A partir de setembro deste ano, a fabricação de móveis deverá seguir compulsoriamente as normas”, alerta. A ABNT editou, em 1997, a NBR 14.006, que traz recomendações ergonômicas (postura) e antropométricas (dimensões) desse tipo de mobiliário, totalizando sete padrões ou classes dimensionais para a mesa e cadeira escolares, atendendo às necessidades e tamanhos de alunos desde a fase pré-escolar aos adultos. Eles dizem respeito, por exemplo, às alturas das superfícies da mesa e do assento, a fim de promover conforto, posturas adequadas, a realização de atividades em grupo e a mobilidade em

sala de aula. “As bordas de assentos e encostos devem ser arredondadas, sem arestas vivas que possam causar traumatismos ou incômodos ao aluno. E o encosto deve ser com curvatura que possibilite apoio adequado à região lombar”, acrescenta Lourrane. Fundamental, também, segundo ela, é que o aluno sempre encontre apoio integral aos pés. Outra opção é trabalhar com móveis feitos sob encomenda, segundo apresenta Laura Villares, profissional da área. “O mobiliário customizado atende o conforto dos estudantes nos requisitos de ergonomia, segurança e conforto”, observa. Além de cumprir com a norma da ABNT e apresentar cantos arredondados, essas soluções permitem ao gestor adequar a altura da cadeira e mesa a determinado grupo de crianças, “pois nessa idade eles variam muito de estatura”. Essa adequação é fundamental à concentração e ao melhor rendimento nos trabalhos, acrescenta Laura. Por fim, é um mobiliário que possibilita ao aluno aproveitar com autonomia o material pedagógico disponibilizado em sala.

RESISTÊNCIA O dia a dia da sala de aula também exige que o mobiliário aguente firme eventuais impactos. É comum a cena de alunos sentados sobre a mesa, cadeiras normalmente sendo empilhadas e arrastadas, além da


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DICA: MÓVEIS ESCOLARES – SALA DE AULA

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ação de produtos químicos, sejam eles de limpeza ou os utilizados em aulas de laboratório. “A durabilidade dos móveis é relativa ao uso. Tendo em vista a dinâmica escolar, os móveis duram, em média, 15 anos”, observa outro especialista no setor, Marcelo Rodorigo. Ele sugere que os gestores procurem materiais acreditados pelo Inmetro, além de materiais com acabamento em polipropileno, que facilita a modelagem e possibilita melhor solução para a ergonomia das cadeiras. Maria Guimarães Drummond Gruppi, diretora pedagógica da escola Ponto Ômega, que atende à Educação Infantil no Jardim Paulistano, zona Centro-Sul de São Paulo, conta que, além de uma fisioterapeuta, que orienta toda escolha do mobiliário, tudo o que a escola compra contém o selo do Inmetro. “O selo nos dá a tranquilidade de trabalhar com móveis não só com design apropriado, mas com o tipo de material com que é fabricado”, diz Gruppi. Marcelo lembra, por exemplo, que por trás de cada peça oferecida às escolas deve existir um trabalho rigoroso. Por exemplo, “a tinta usada no mobiliário deve seguir a norma no que se refere ao seu índice de toxicidade, sobretudo com crianças pequenas”, adverte. Para cada segmento, o design é concebido a partir de demandas educacionais específicas. “A mobilidade dos móveis vai depender da etapa escolar. Para a Educação Infantil, os móveis são projetados tendo em vista a necessidade maior de mobilidade. Já para os Ensinos Fundamental e Médio,

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existem móveis que preveem trabalhos em grupo e o formato palestra, com unidades mais fixas”, explica Marcelo. O atendimento a alunos portadores de necessidades especiais também está no leque de opções. “Para o segmento do Ensino Fundamental e Médio, temos uma mesa especial para cadeirantes, com facilidade de manejo do tampo”, exemplifica Marcelo, que também oferece produtos customizados, de acordo com necessidades mais específicas. Para Lourrane, o gestor escolar deve atentar para o preço, porém nunca em detrimento da qualidade. “Não vale a pena colocar em risco a saúde e integridade física do aluno. O móvel escolar é de grande importância, mas tem que passar despercebido, ou seja, não pode dar dor de cabeça ao gestor”, observa. Assim, o ideal é pesquisar bem antes de adquirir o mobiliário e buscar a certificação necessária. “Um aluno com dor, provocada pela inadequação ergonômica, não aprende, pois ela tira o foco da sua atenção. Vale a pena economizar?”, questiona Lourrane. Mas a atenção certamente não para no aluno. Todo o mobiliário voltado ao professor, normalmente oferecido pelo mesmo fabricante, deve seguir os mesmos critérios ergonômicos, bem como estantes para guardar materiais diversos e bancadas para uso do computador. A proposta educacional de cada escola é que vai nortear o processo de escolha do mobiliário, entretanto, a observância da certificação do fabricante, a garantia de manutenção e a durabilidade são aspectos fundamentais como critério para aquisição.

SAIBA MAIS Marcelo Mancini Maria Guimarães Drummond Gruppi comercial@bmqsports.com.br p.omega@uol.com.br

Na Próxima Edição: Móveis Escolares – Biblioteca, sala de leitura e brinquedoteca


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dica: SiSTeMaS de SeGUranÇa

CONTROLE DE ACESSO: CUSTOMIZAR É TENDÊNCIA NAS ESCOLAS

Por Raquel Zardetto

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s instituições de ensino têm acompanhado a tendência de crescimento do mercado de controle de acesso, incorporando novas tecnologias à rotina diária de seus procedimentos de entrada e saída e procurando dar mais segurança à comunidade escolar. O controle de acesso físico pressupõe um conjunto de soluções, de acordo com as necessidades específicas da escola. As mais comuns são o uso de pessoas, como seguranças ou porteiros, e os meios mecânicos, como portões, muros, grades ou catracas, chamadas de barreiras físicas. Cada vez mais sofisticadas, as tecnologias que permitem e agilizam a passagem de pessoas autorizadas por tais barreiras complementam a segurança dos estabelecimentos de ensino, preservando, de forma mais eficaz, o patrimônio humano e material. O cartão magnético e a leitura biométrica representam as inovações do setor. Algumas escolas optam por contratar empresas especializadas para desenvolver o projeto de segurança, adotando estratégias diferentes para cada etapa escolar. De acordo com o especialista Thiago Vallilo, o ideal é desenhar o projeto coletando o máximo de informação da escola, a fim de verificar sua real necessidade. “Vários fatores influenciam na concepção do projeto. É fundamental, por exemplo, conhecer o fluxo de

pessoas nos momentos de entrada e saída, para que se dimensione corretamente quais e quantos equipamentos são de fato necessários”, diz. Para a própria segurança, afirma, é importante que não haja grande concentração de pessoas nas portarias. “A passagem deve ser fluida”, afirma.

CONTROLE NAS ESCOLAS Algumas alternativas podem partir da própria infraestrutura que a escola proporciona, como no Colégio Magister, instituição localizada na zona sul de São Paulo. Ali, os pais ou responsáveis contam com um estacionamento próprio para embarque e desembarque de alunos da Educação Infantil, sempre com o devido registro anterior dos carros que entram no espaço interno da escola. “É ao mesmo tempo um conforto e uma segurança para todos”, define Marcos Alberto Martinho, diretor administrativo e financeiro da instituição. Na Escola da Vila, que possui unidades nos bairros do Butantã e Morumbi, também na zona Sul de São Paulo, a solução encontrada foi programar um sistema de leitura biométrica para familiares de alunos da Educação Infantil. No ato da matrícula, faz-se um cadastro, com RG, fotografia e registro biométrico de quem vai ser o responsável pela saída do aluno na escola, indicado pelos pais. “Esse registro fica em um banco de dados acessado sempre que necessário pela identificação biométrica, que, juntamente com a


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DICA: SISTEMAS DE SEGURANÇA

foto, agilizam a autorização da saída”, conta Ricardo Luz, coordenador de TI e responsável pela implantação do sistema, que está no segundo ano de operação. Segundo Ricardo, antes o procedimento de autorização de saída ocorria via material impresso, o que dava muito mais trabalho.

CUSTOMIZAÇÃO Desenvolver projetos de segurança de acordo com as necessidades da escola é o mais indicado. “Mais do que vender apenas equipamentos, é preciso atender ao que a escola precisa e, mais ainda, prestar um serviço de treinamento e manutenção”, assinala Thiago. E, “aliado ao controle de acesso, independente do sistema escolhido, o ideal é a utilização de câmeras, tanto para identificação de pessoas, como também para preservação do equipamento”, aconselha o especialista. Mas existe antes um trabalho anterior, “de pesquisa do ambiente escolar”, diz, de forma a dimensionar a real necessidade da instituição. A biometria é uma tendência geral do mercado, não só de escolas. Mas, em especial, a leitura biométrica evita transtornos, como a perda do cartão, mais comum entre alunos - crianças e adolescentes. “Encontramos algumas vezes resistência de funcionários na implantação do

sistema. É normal. Temos uma proposta de sempre deixar um técnico, ao menos na primeira semana, para tirar dúvidas e acompanhar o processo”, observa Thiago. Antes de contratar é recomendável, portanto, verificar o porte da empresa e sua capacidade de contemplar o contrato celebrado. Uma solução polêmica presente no mercado é a etiqueta inteligente, “instalada” no uniforme por meio de costura, a qual registra, em tempo real, a entrada do aluno na escola. A tecnologia permite o controle de presença e atua como monitoramento do estudante, tanto pelos pais como pela escola. “A etiqueta nada mais é do que um “chip”, que identifica o aluno e envia automaticamente uma mensagem aos pais ou responsável, via celular ou e-mail, caso a escola opte pelo serviço”, explica Marcos Moreno, especialista em segurança. Segundo ele, o sistema ainda é pouco utilizado, devido a aspectos culturais. No Brasil, uma escola particular em Santos, litoral paulista, começou a utilizar o “uniforme inteligente” de forma opcional neste ano. “Apesar de polêmica acerca de uma suposta invasão da privacidade do aluno, vejo como positiva a solução. O aluno está sob a tutela dos pais e da escola e esse controle pode ser bastante eficiente”, analisa Marcos.

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SAIBA MAIS

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Marcos Alberto Martinho magister@magister.com.br Marcos Moreno moreno@consultoriadeseguranca.com

Ricardo Luz ricardo@vila.com.br Thiago Vallilo dc.tvallilo@gmail.com

Na Próxima Edição: Uniformes


DICA: GRÁFICA – PAPELARIA E COPIADORAS

GESTÃO DE MATERIAL GRÁFICO EXIGE PLANEJAMENTO Por Raquel Zardetto

a reprodução do material didático servem para mostrar “a cara” da escola. E somente com um bom planejamento os gestores poderão contar com a eficácia desses recursos. “Uma dica importante é não deixar tudo para última hora. O ano letivo está repleto de datas comemorativas e o ideal é que a escola se planeje no ano anterior”, aconselha Elaine Clemente, que atua há anos com a área de criação. Ela costuma disponibilizar uma equipe de designers para realização de todas as artes necessárias para produção dos materiais. “Poucas são as escolas que mantém pessoal próprio para esse tipo de trabalho. Normalmente o que chega para nós é apenas o logotipo. O resto, é com a gente”, afirma.

PLANEJAMENTO Adequar o orçamento às possibilidades e necessidades do cliente por meio de consultoria prévia é a proposta de Emerson Navarro, também especializado no setor. “Procuramos pensar em soluções que tenham o menor custo e benefício. É preciso saber do cliente para qual público ele vai destinar a comunicação”, afirma. Desta forma, alguns aspectos como escolha do papel, por exemplo, podem diminuir custos. “Pode ser injustificável o gasto com um papel muito caro. A consultoria pode orientar o trabalho, sem jamais perder de vista a qualidade”, esclarece Emerson, que atua no mercado há 40 anos.

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período de matrículas para o próximo ano está a todo vapor e a estratégia indicada, nesse momento, é estabelecer um relacionamento mais intensificado com as famílias. É hora de se planejar e definir quais serão as ações necessárias, tanto para manter os alunos, como para captar outros novos. O marketing educacional é complexo, pois a escolha da escola implica uma série de aspectos e a abordagem deve ser cuidadosa. Várias são as ferramentas de comunicação que auxiliam a escola neste processo e um dos serviços de apoio para tais ações são os que envolvem o setor gráfico. Por exemplo, um dos principais produtos solicitados pelas escolas são os folders, eficaz peça de relacionamento que traz a possibilidade de informar os diferenciais pedagógicos da escola, seus projetos, bem como sua infraestrutura, física e humana. Também os folhetos são bastante utilizados, já que contêm informações mais gerais sobre a instituição. Outros recursos gráficos que norteiam o processo de comunicação das escolas com seu público são os materiais de recordação, como álbuns escolares, além das agendas customizadas. Tudo isso compõe a parte mais visível das ações de marketing e ajuda a sedimentar a imagem da instituição, mas também os itens de papelaria e

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dica: GráFica – PaPelaria e coPiadoraS De uns 10 anos para cá, o mercado gráfico mudou em função da virtualização e da questão ambiental, que clama por economia de papel. Nesse cenário, a demanda por produtos offline desacelerou. Para se adaptar às mudanças, Emerson conta que procura trabalhar com prazos curtos e flexibilidade na tiragem. “Se o cliente precisar de poucas peças, nós produzimos em até 24 horas”, garante. O acesso a equipamentos de reprodução como copiadoras, impressoras e máquinas multifuncionais, que digitalizam e imprimem imagens ou documentos, trouxe uma nova dinâmica para a gestão de documentos e todo tipo de necessidade de material impresso. Por preços bem acessíveis, toda escola pode adquirir tais equipamentos e produzir suas peças gráficas. Entretanto, é bom tomar cuidado. “Não raro temos que revisar o conteúdo enviado pelo cliente. A diagramação também deixa a desejar muitas vezes. O ideal é buscar o profissional competente para realização do serviço e não deixar para a secretaria”, alerta Emerson.

REPROGRAFIA

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No Colégio Guilherme Dummont Villares, localizado no Morumbi, zona Sul da Capital paulista, a opção foi criar um setor de apoio reprográfico, ou seja, um espaço dentro da escola para desenvolvimento

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e produção próprios para atender às demandas de material gráfico. “É um setor de suporte operacional. Trabalhamos com livros didáticos e paradidáticos do mercado e todo material complementar é criado e desenvolvido pelos educadores na reprografia”, diz Eliana Baptista Pereira Aun, diretora geral do colégio. O material é produzido pelos próprios professores, sob supervisão dos coordenadores de área, e compartilhado com todo corpo docente. “Temos também um periódico semestral, de produção dos alunos, chamado “A pauta é nossa”, que é impresso por nós. Convites, circulares, tudo sai daqui”, conta Eliana, que contratou um designer interno, pois, segundo ela, é interessante que este profissional tenha uma vivência do dia a dia do colégio. Para as famílias, a escola oferece um kit matrícula, composto por folder com uma sinopse geral da instituição e pelos projetos pedagógicos de destaque, tudo produzido internamente. O espaço destina uma área para arquivo e outra para acervo; esta última abriga o que realmente precisa ficar guardado como registro e, assim, construir a memória da instituição. A produção de material multimídia também é incentivada pela direção. “Para enfrentar uma mediação docente que esteja em sintonia com os tempos atuais, incentivamos o uso de outras linguagens, que não só a escrita”, destaca a diretora.

SaiBa MaiS eliana BaptiSta pereira aun eliana@gdv.com.br

na próxima edição: pisos internos


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aceSSÓrioS (e.V.a), aliMenTaÇÃo, brindeS, KiMonoS

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Bebedouros, Etiquetas e R贸tulos, Idiomas, Laborat贸rios

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Lousas, Material de Limpeza, M贸veis, Pinturas

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PinTUraS eSPeciaiS, PlayGroUndS

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PlayGroUndS

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Playgrounds

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Produtos de Limpeza, Projeções Educativas em 3D, Quadras, Sinalização Digital, Telhado, Toldos, Uniformes

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