Revista Direcional Condomínios

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CAPA PROMOCIONAL 08/03 - FELIZ DIA DA MULHER
08/03 - FELIZ DIA DA MULHER

Caro(a) Síndico(a)!

O mundo vai girando cada vez mais veloz e síndicos recorrem à tecnologia em busca de celeridade na gestão. Os aplicativos do setor trazem múltiplas funções, acionadas na palma da mão. E tal e qual a modalidade assemblear on-line revelou-se um recurso objetivo e possível, quem sabe em um futuro próximo aconteça algo semelhante no metaverso. Será? Pois um síndico de Curitiba viveu essa experiência imersiva. Confira seu relato na matéria de capa e os relatos de quem investe em suporte tecnológico para otimizar o trabalho.

Não custa lembrar que para haver futuro, é preciso cuidar do presente. Leia em Uso Racional de Água sugestões para reduzir o desperdício sem perder o conforto. É importante envolver a sociedade condominial nessa questão sustentável. Bem como é importante envolvê-la na conscientização dos tipos de violência e formas de enfrentamento, e é sobre isso a Coluna Cristiano De Souza Oliveira, que estreia nesta edição, com publicação bimensal, assinada pelo advogado condominialista e por Maria Isabel Da Silva, fundadora do Instituto Educacional Encontros da Cidade.

Em uma extensão ao tema, trazemos em Síndico, Conte sua História! a trajetória de Vanilda de Carvalho, síndica que não se refuta em ajudar moradoras em situação de risco. No mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, prestamos nossa homenagem às síndicas por meio das conquistas de Vanilda, que dribla o machismo estrutural para transformar condomínios em lares e mulheres iniciantes no segmento em colegas de sindicatura. Não deixe de conferir também nossas matérias de Impermeabilização, Garagem e Elétrica, com serviços que revitalizam e valorizam os condomínios.

Antes de finalizar, segue um recado bem bacana. A Direcional Condomínios, que nasceu analógica e vai continuar, oferece a você um benefício gratuito. Basta salvar em seu celular o número (11) 9 8714 3110 e nos mandar um OI, que receberá o PDF da edição em seu aparelho. Caso clicar em cima de quaisquer anunciantes, será enviada a eles uma mensagem automática informando sobre seu interesse no produto ou serviço anunciado. Muita praticidade para consultar as empresas, não?

Até o mês que vem! Aliás, esperamos você em nossa Rodada de Negócios em parceria com a Empresários Brasil, no dia 27/04. Inscreva-se gratuitamente pelo site https://sindicosecondominios.com.br

Forte abraço, Isabel Ribeiro

Coluna: Cristiano De Souza Oliveira

Administração: Uso racional da água é imperativo

Capa: Tecnologia a serviço do síndico

Dica: Elétrica: revisão necessária

Informe Publicitário: SEAC-SP

Síndico, Conte sua História!

Vanilda de Carvalho e o poder feminino

DIRETORES

Sônia Inakake e Almir C. Almeida

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Isabel Ribeiro

MTB 24.479/SP isabel@grupodirecional.com.br

DIRIGIDA A

Condomínios residenciais, comerciais e administradoras

PERIODICIDADE MENSAL

Exceto novembro/dezembro, cuja periodicidade é bimestral

TIRAGEM 20.000 exemplares (60.000 leitores em média)

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO

Síndicos, zeladores e administradores

CIRCULAÇÃO

São Paulo e Grande São Paulo

CAPA

Foto Farknot Architect - shutterstockphoto e creativeart - Freepik

Dica Impermeabilização

ASSINATURAS Emilly Tabuço faleconosco@grupodirecional.com.br

GERENTE COMERCIAL Adriana S. dos Santos

DEPARTAMENTO COMERCIAL

Evelyn Neves

Fabian Mesquita

Julio Alcântara

Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais.

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Condomínios.

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CLIENTE

ATENDIMENTO AO

Emilly Tabuço

João Marconi

Juliana Jordão Grillo

Levy Sadao I. de Almeida

DIAGRAMAÇÃO

Jonas Coronado

Thalita Feuerstein

Cristiane Lima

Dica: Garagens revitalizadas

IMPRESSÃO

Grass Indústria Gráfica

EQUIPE DISTRIBUIÇÃO

Douglas Barbosa da Silva

Evaldo Mendonça

José Ricardo da Silva

Pedro Henrique Rodrigues Paiva

Roberio Santos

ASSINATURA ANUAL

R$ 180,00

Direcional Condomínios | Março 2023 3 Rua
(11)
- www.direcionalcondominios.com.br
Vergueiro, 2087, 9º andar – conj. 902 CEP. 04101-000 – São Paulo – SP - Tel.:
5573-8110 - E-mail: faleconosco@grupodirecional.com.br
Tiragem auditada por
Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 ou (11) 98714-3110
EDITORIAL
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COMBATE ÀS VIOLÊNCIAS EM CONDOMÍNIOS

Por Cristiano De Souza Oliveira e Maria Isabel da Silva

OS CONDOMÍNIOS

são reflexo da sociedade e, por mais duro que possa parecer, em um ambiente onde muitos residem (condomínios residenciais), ou ainda, onde alguns trabalham (condomínios comerciais), temos visto, nos últimos tempos, o aumento alarmante de casos de violências físicas, verbais, psicológicas e morais, contra mulheres, crianças, adolescentes, pessoas com deficiência, idosos, funcionários e colaboradores, prestadores de serviços que frequentam o condomínio, entre ocupantes e também síndicos.

Classificar cada uma das diversas formas de violência é importante, mas debater a participação dos condomínios no sistema de combate a qualquer tipo e forma de violência, cremos ser de grande relevância, principalmente no que diz respeito à dignidade da pessoa humana.

É certo que, em virtude da difusão midiática ocorrida nos últimos anos, a visibilidade concedida ao tema atribuiu notoriedade a um problema silencioso que há décadas existe e que persiste.

Antipático, delicado ou difícil, independente do adjetivo, o tema exige a adoção de posturas contrárias à impunidade e indiferença. A sociedade como um todo deve entender seu papel em denunciar, sendo os condomínios neste assunto não um filtro ou um protetor para o anonimato do denunciante, mas um ente importante na própria sociedade para acolher, informar, auxiliar, denunciar e, principalmente, identificar quando possível um agressor e, também, uma suposta vítima.

Políticas Públicas acabam por olhar a questão, incluindo os condomínios no sistema de combate às violências, dando a entender que se trata de uma obrigação única, mas a questão é mais complexa e durante 2023 trataremos do assunto nesta coluna. Aos condomínios compete ser um local harmônico, que não acolhe as violências.

CRISTIANO DE SOUZA OLIVEIRA

Advogado há 27 anos e sócio da Advocacia Cristiano De Souza

MARIA ISABEL DA SILVA

Fundadora e Diretora Pedagógica do Instituto Educacional Encontros da Cidade

Direcional Condomínios | Março 2023 4 COLUNA CRISTIANO DE SOUZA OLIVEIRA
INFORME PUBLICITÁRIO

SOMOS UM país rico em recursos hídricos. De toda a água doce disponível do planeta, cerca de 7,2% está no Brasil, conforme informações da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). Ainda, de acordo com a mesma fonte, somos o país com a maior quantidade de água no mundo, um potencial enorme. No entanto, o estado de São Paulo possui apenas 1,6% do potencial nacional, sendo que abriga 22% da população do país.

Basta buscar informações da ONU, UNESCO e da própria ANA e veremos dados médios de uso no país:

• 70% da água vai para agricultura e pecuária e não podemos deixar de ter alimento;

• 22% para a indústria que promove empregos e desenvolvimento;

• Apenas 8% é para consumo doméstico. Ou seja, daquele 1,6% que poderia parecer algo grandioso, apenas 8% está disponível ao uso doméstico.

É aqui que pesa a nossa responsabilidade no uso racional, pois não geramos benefício algum gastando mais

USO RACIONAL DA ÁGUA

Com o custo alto da água e impacto nas contas condominiais, temos de pensar em ações positivas para reduzir o consumo e gerar a sustentabilidade econômica

que o necessário. Esse desperdício recria todo ano, durante a estiagem do inverno, o velho fantasma do racionamento de água.

Somente a região metropolitana de São Paulo concentra a metade de toda a população do estado e a água existente não está totalmente disponível ao uso, na porta de nossos condomínios e casas. É necessário captar água em mananciais que dependem das chuvas. Entre o tratamento da água e distribuição temos perdas por vazamentos. De acordo com dados da SABESP as perdas correspondem a 18% de tudo que é tratado. Nossa única alternativa para a sustentabilidade no uso de água é fazê-lo de forma racional, reduzindo o consumo sem gerar desconfortos.

REDUÇÃO COM QUALIDADE

Usar a água de forma racional é mais fácil do que se imagina. Eu busco isso dentro de casa. As duchas podem ter jatos fortes, com conforto e uma quantidade de água muito menor. E isso é plenamente possível. Em meu apartamento saí de duchas de 12,2 litros/minuto existentes para duchas de 7,2 litros/minuto gastando R$ 98,00 em cada uma, com uso de um bom redutor de vazão. Reduzimos o tempo de banho também. Reduzi drasticamente o uso do aquecedor a gás e apenas essa economia pagou o custo em 4 meses. Imaginem a redução do consumo de água! Para cada minuto de banho conseguimos economizar 5 litros de água – somos de 3 a 4 pessoas todos os dias. Façam as contas. Os mananciais e o bolso agradecem.

MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA

O hidrômetro individual é a melhor ferramenta para redução de consumo. Seja por uso racional ou porque devemos pagar nossa conta da água separadamente. Se você já possui medição individualizada, que tal usá-la

Direcional Condomínios | Março 2023 6 ADMINISTRAÇÃO
ilustração freepik

no dia a dia para estimar metas e reduzir o consumo?

Para implantar a medição individualizada é importante nos situarmos entre duas configurações:

1. Condomínios onde há previsão para o hidrômetro: Nestes casos o desafio é encontrar o sistema mais adequado, conhecer os prós e contras de cada tecnologia, verificar se o hidrômetro ofertado é realmente o mais indicado e escolher a empresa que ofereça mais qualidade. Recomendo que o custo não seja o fator decisivo, é melhor gastar bem do que jogar dinheiro fora. Fale com profissionais qualificados. Na maioria das vezes uma consultoria tem um custo irrisório frente ao risco de contratar errado.

2. Condomínios sem previsão de medição individualizada: Estes exigem alterações físicas e com boas empresas sempre. Mas é preciso tomar as decisões certas. É difícil acreditar que ainda se faz obra sem um projeto. Nos últimos anos andei em muitos condomínios onde erros conceituais são muito mais frequentes que simples vazamentos. Falta de redutoras de pressão, falta de pressurizadores onde deveria ter, tubulações mal dimensionadas e exposição ao sol são apenas alguns exemplos. Ou seja, uma infinidade de problemas por falta de projeto e fiscalização de obra. A norma NBR 16280 aplicada para reformas de áreas privativas deve ser considerada para as áreas comuns também. Em caso de falta de projeto ou documentação o síndico pode ser responsabilizado civilmente. A solução: faça a coisa certa, busque empresas e profissionais qualificados. Assim, um retrofit hidráulico acompanhado da individualização será um sucesso dentro do seu condomínio.

Se você já possui medição individualizada, use-a a seu favor, faça com que seu condomínio tenha ações positivas para o uso racional da água. Eu, por exemplo, consegui redução de consumo na ordem de 35% para a água e 48% no gás.

AÇÕES POSITIVAS

A barreira para reduzir o consumo está normalmente na cultura e não no conforto. Tenho projetos de mansões e apartamentos de altíssimo padrão onde os moradores preferiram duchas econômicas para reduzir o consumo de água com um bom nível conforto. É uma questão de atitude. Já montei programas de redução de consumo apenas conscientizando e o resultado foi muito positivo. Algumas ações custam muito pouco e o resultado é excepcional. Mas precisa ter boa informação e entender que o resultado pode vir aos poucos. O conhecimento é o melhor caminho e os resultados nessa jornada ajudam a dar o exemplo. Há muitas dicas de economia pela internet. Quanto a uma campanha, pense em várias abordagens:

RENATO LUIZ MOREIRA

1. Coloque avisos com as dicas de consumo, informe com ilustrações que sejam rápidas de serem entendidas até mesmo no elevador, onde o tempo é curto;

2. Espalhe informações o quanto puder, seja na academia ou na cozinha do salão de festas, na brinquedoteca. Adultos podem se tornar mais colaborativos por meio de seus filhos;

3. Se o seu condomínio possui equipe de recreação, faça atividades com as crianças que sirvam para incentivá-las sobre o uso racional de água.

4. Você sabe como funcionam os aparelhos (chuveiro elétrico, aque cedor a gás, etc.)? Saber como funcio nam esses equipamentos ajuda a economizar sem perder o conforto;

5. Se você tem feira, minimercado ou outros serviços dentro do condomínio, aproveite e exponha suas ideias de sustentabilidade;

6. Sei das dificuldades em aprovar a medição individualizada, seja pela falta de informação ou pelo custo, mas busque dados, faça um estudo de possibilidades técnicas no seu condomínio.

Monte o seu programa de uso racional da água. E não esqueça dos grandes vilões de consumo como a ducha do banho, pias, torneiras abertas e vazamentos. Mãos à obra.

(Continue a leitura no site da revista e confira DICAS SIMPLES DE REDUÇÃO DE CONSUMO; acesse (www.direcionalcondominios.com.br)

Engenheiro Civil com atuação há 22 anos em projetos de hidráulica.

Mais informações: renato@morprojetos.com.br

Direcional Condomínios | Março 2023 7 ADMINISTRAÇÃO
Foto Divulgação

“NA SINDICATURA E NA VIDA, MULHERES PRECISAM SE AJUDAR”

Vanilda de Carvalho, 52 anos, luta contra o machismo e a violência doméstica em condomínios

SOU SÍNDICA há 20 anos, comecei como orgânica, depois me especializei e fiz carreira como síndica profissional. A minha vida deu uma guinada com a sindicatura, pois me trouxe realização pessoal e profissional, e um salto financeiro, fruto de preparo, disposição e comprometimento. Não foi fácil, há um custo em tudo isso, mas vieram tão boas surpresas! Alguns colegas muito queridos do setor brincam comigo, me chamam de ‘a rainha do centro’ porque atuo bem mais nessa área da cidade: são oito condomínios, quatro deles tombados, os meus xodós! Cuido dessas edificações paulistanas com todo zelo às particularidades arquitetônicas.

Hoje eu vivo no centro de São Paulo, me apropriei da região (risos). Nasci em Salvador, mas cheguei menininha em Taboão da Serra, perto da capital paulista. Fui criada com três

Vanilda: disposição e comprometimento

irmãos, estudei em escola pública e ganhei a minha primeira boneca aos 11 anos. Meu pai era pedreiro, mas inconstante com o tra balho devido ao alcoolismo. Para não faltar o arroz e o feijão, minha mãe arregaçou as mangas e foi fazer faxinas. Ela pagava as dívidas do meu pai nos bares. A minha força para lutar vem dela.

Ainda jovem, eu abri uma escola de da tilografia perto de casa, mas veio o confisco da Poupança no Plano Collor e deixou os pais sem dinheiro para cursos. Eu criei folhetos, panfletei nas ruas e consegui novos alunos, mas aí veio novo confisco e fechei as portas. Prestei concurso para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e passei. No início, eu monitorava avenidas de São Paulo com binóculos, do topo de edifícios. Via graves acidentes em tempo real e toda aquela violência despertou em mim forte sentido de precaução. Evito situações que possam me colocar em perigo, inclusive na sindicatura. Não toco a campa inha de morador, nem entro em apartamento desacompanhada.

Trabalhei na CET por 18 anos, a maior parte deles de uma sala de rádio, coordenando 60 ‘marronzinhos’. Era um trabalho tenso,

Direcional Condomínios | Março 2023 8 SÍNDICO, CONTE SUA HISTÓRIA!

porém a jornada de seis horas diárias permitiu que eu me graduasse em Administração de Empresas no contraturno, e que ingressasse no mundo condominial. Eu me casei nova e, a essa altura, morava com meu então marido e nossa filha, Lídia, em um apartamento alugado em Pinheiros. Eu era muito curiosa, quis entender o que era fração ideal e acabei síndica. Depois, adquirimos nosso imóvel, e mudamos para um condomínio no início da Rodovia Raposo Tavares. Mais uma vez, virei síndica.

Fui indicada para gerir um predinho de três andares de Osasco e topei. A administradora gostou do meu desempenho e me indicou para os predinhos vizinhos. De repente, eu estava com quatro deles, que foram uma escola para mim. Saí da CET para ser síndica profissional em tempo integral. Nos dois anos iniciais encontrei muitas portas fechadas, talvez por ser mulher. Hoje, faço questão de acolher síndicas iniciantes para que não passem pelo que eu passei. Eu posso não conseguir um prédio para elas, mas indico caminhos. Sempre atuei sozinha, mas há seis meses trabalho com a Marcela Volpato, uma síndica trans com menos tempo de sindicatura, mas muito competente. Na sindicatura e na vida, mulheres precisam se ajudar.

Em 2012 para 2013, abri a minha empresa para poder emitir nota fiscal. Depois assumi a sindicatura de dois condomínios de porte médio em Perdizes, na zona oeste, e de um deles saiu a indicação para me candidatar à gestão do Vilma Sônia, o primeiro edifício comercial da minha carteira, no centro da cidade. Com apenas um mês de atuação, o síndico do condomínio em frente, que estava para se aposentar, ouviu referências sobre o meu trabalho e me convidou para assumir o residencial Ouro Preto, o primeiro dos tombados. Aí começaram a ‘pipocar’ prédios no entorno.

O meu case de sucesso maior é o Vila Rica, na República, um prédio lindo, tombado. É um residencial com 60 quitinetes que havia sido um hotel. Quando assumi a gestão, havia dívidas, risco de corte de água e gás, insetos, uma situação lastimável! Agora está em ordem, com 82 mil reais de saldo e AVCB. Tenho um sentimento especial por ele, mas eu não me apego aos condomínios porque síndico tem prazo de validade. Depois de um tempo, podemos não ser reeleitos. Já ‘arrumamos a casa’, aparece gente de olho no cargo. Os moradores que acompanharam as benfeitorias não moram mais ali ou se esqueceram, então os condôminos acabam achando os honorários caros. Eu já fui ‘dispensada’ e chamada de novo seis meses depois. Voltei, sem mágoas.

Sou durona, mas por dentro meu coração é molinho (risos). Cresci cercada por machismo e violência verbal, então sou solidária com as mulheres.

Se encontro uma brecha nas assembleias, costumo brincar que homem comigo está sempre errado, e que tem de apanhar todo dia! Claro que eu não falo a sério, não defendo violência contra ninguém! Mas quando digo isso, as pessoas riem, porém a mulher que sofre violência em casa entende que tem em mim uma aliada. Uma vez fui procurada para ajudar uma condômina a se mudar do prédio às escondidas. Ela contou que apanhava, que já tinha colocado o marido para fora, mas que ele rondava o condomínio. Comuniquei ao conselho e providenciamos para que ela se mudasse de madrugada, sem que o tal marido soubesse de seu paradeiro.

Eu relatei esse episódio, numa versão menos resumida, em um evento para síndicos no extremo da zona leste há poucos meses. Dias depois, eu estava participando de um evento contra violência doméstica nos condomínios, na Câmara Municipal de São Paulo, e fui abordada por duas mulheres. Uma havia me visto naquele evento e trouxe a outra, a vítima. O marido havia surrado a filha dela e esperava por ambas no apartamento do casal, com uma faca. Por sorte, eu estava cercada de advogados e autoridades que puderam acolhê-la. Também já recebi pedidos de ajuda nas redes sociais. Eu não sou especialista, mas não deixo ninguém no vácuo porque tenho uma rede de contatos. Não podemos ficar impassíveis ao sofrimento dessas mulheres”.

Vanilda de Carvalho, em depoimento concedido a Isabel Ribeiro

Direcional Condomínios | Março 2023 9 SÍNDICO, CONTE SUA HISTÓRIA!

CONTROLE NA PALMA DA MÃO

A conectividade se faz cada vez mais presente nos condomínios. Síndicos investem em aplicativos do segmento buscando por meio de seus recursos melhor fluidez na comunicação e precisão na gestão de onde estiverem; e até o metaverso pode despontar como modalidade assemblear – por que não?

O ADVENTO da pandemia fez surgir novas necessidades e soluções tecnológicas, ou aprimoramento daquelas que já estavam em curso. Os condomínios não ficaram indiferentes a esse cenário, vide as assembleias virtuais, hoje legitimadas. E o que dizer dos aplicativos de controle e gestão, que tanto facilitam o cotidiano dos síndicos? Pelo smartphone é possível conciliar várias tarefas. Já para os condôminos, as vantagens dos apps vão desde autorizar previamente o acesso de um visitante até reaver com mais rapidez o cãozinho fujão – sim, tem app que possibilita cadastrar foto do bichinho, o que torna mais fácil a identificação do tutor nos grandes condomínios.

Cada aplicativo tem seu pacote de comodidades, mas em geral serviços

Celso Lima aponta que os apps são estratégicos para o cumprimento de prazos de manutenções em grandes condomínios

e preços se assemelham. Outra opção são os apps da plataforma das administradoras, mas que podem não contemplar inquilinos, o que seria um limitador para síndicos que apostam nessa ferramenta como canal oficial de comunicação com a massa condominial. “Para condomínios menores, com orçamento mais modesto, é válido, mas aqueles com mais de 300 unidades, requerem um aplicativo completo”, comenta o síndico profissional Celso Lima, que elenca a fluidez da comunicação como o maior trunfo dos aplicativos do gênero.

Egresso do setor de Tecnologia da Informação, Celso não vê grandes problemas quanto à aceitação da ferramenta, mesmo por condôminos mais velhos. Ele lembra que na década de 1980, diante da implantação dos caixas eletrônicos das agências, havia no setor bancário um receio de que os idosos não respondessem bem à novidade, o que se mostrou infundado. “Outra questão superada pelos idosos é o WhatsApp, pois resistiram no início, mas agora utilizam para conversar e para participar do grupinho da família”, ilustra o síndico. “Eu acho que quem tem muita aversão à tecnologia não é por falta de condições de uso, é por não querer, é por adotar um estilo que está cada vez mais raro”, arremata.

O síndico conta que no Horizonte Cidade Universitária, condomínio-clube no Jaguaré, 98% das 394 unidades aderiram ao aplicativo condominial.

“A dificuldade inicial foi estimular as pessoas para se cadastrarem, mas

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Foto Divulgação

observei que depois o próprio morador começa a enxergar que se continuar fora desse meio, ficará isolado e sem informação atualizada, então ele corre atrás de instalar o app”, fala Celso.

Por tratar-se de um condomínio grande, com sete torres de 28 andares cada, e muitos equipamentos para manter em pleno funcionamento, Celso enfatiza que o app é uma solução estratégica também nesse quesito. “Temos mais de 40 itens no condomínio, só de elevadores são 22 equipamentos. Todos os itens estão no app, com prazos de manutenção estipulados pelas NBRs, e o gerente predial recebe alertas de cada um deles para que esse calendário possa ser cumprido sem atrasos”, exemplifica.

A síndica profissional Adriana Araújo não consegue mais imaginar o mundo condominial sem telas, interação e conectividade. “Do meu celular eu consigo enviar recados para a mídia do elevador e quando o morador sai para trabalhar, ele já lê sobre a substituição do porteiro que se acidentou e fica sabendo quem é o novo rosto na portaria”, diz. “O mundo atual é ágil, temos de nos cercar de ferramentas que tragam agilidade”, sentencia.

Gestora de oito condomínios com sua sócia, ela investe em um app para compartilhamento de informações. “Como eu e ela nos alternamos nas visitas aos condomínios, alimentamos as pastinhas contidas nesse app para ficarmos ambas atualizadas sobre as necessidades de reparos apontados. Nossa assistente as acessa, já toma as providências e faz esse registro no app. Estamos alinhadas sempre. Se eu ou minha sócia atendermos uma ligação de um morador acerca desse serviço, basta abrirmos a pastinha de onde estivermos, que conseguimos informá-lo com precisão”.

Adriana relata que esse aplicativo não é condominial, mas de gerenciamento de projeto, com versão gratuita na internet. Porém, no dia a dia dos condomínios, usa a lista de transmissão do WhatsApp em edifícios menores e, nos maiores, investe em um sistema de acesso integrado com app de gestão. “Temos um condomínio de 170 unidades e esse app nos ajuda

A síndica Adriana Araújo cita que os apps de gestão agilizam aviso de chegada de encomendas, reserva de salão e enquetes

muito na comunicação, pois são muitas unidades para colocar numa lista de WhatsApp. Agiliza questões como aviso de chegada de correspondências e encomendas, reserva de salão de festa, e possibilita fazer enquetes”, aponta. “Apps para condomínios são maravilhosos! Apenas não recomendo aplicativo que permite interação entre os próprios moradores porque tumultua muito, só dá confusão. Passei por isso e cancelei o serviço”.

Para a síndica profissional Alessandra Santos Pereira Aguero, pós-graduada em Gestão e Direito Condominial, a tecnologia passou a fazer parte de seu cotidiano de forma mais presente na pandemia. Síndica dos hotéis Quality e Comfort em São Caetano do Sul, ela tomou gosto por fazer assembleias virtuais com os proprietários dos apartamentos naquela época. Hoje, sempre que possível, sugere a modalidade aos condomínios de sua carteira, que ainda inclui o edifício Rarus, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, o Kennedy Park Home e o Kennedy Park Studios, em São Caetano. “Noto que os condôminos

Alessandra Aguero tomou gosto por assembleias virtuais, mais práticas, e pelos aplicativos de celular para gerenciar condomínios

Direcional Condomínios | Março 2023 11 CAPA
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também gostam mais, pois podem participar das reuniões se estiverem em viagem, ou numa pausa do trabalho, e até os mais idosos nem sempre querem sair de casa”.

No ano passado ela implantou um sistema de acesso nos dois Kennedy, integrado com aplicativo contendo recursos de segurança, comunicação e gestão. “Esses aplicativos são bem bacanas porque hoje a portaria consegue receber uma encomenda e avisar o morador que a encomenda chegou. O celular do condômino emite um sinal no ato. Quando o pacote é retirado, é dado baixa no app, e a

mensagem é encaminhada ao morador, servindo como protocolo de entrega. Acabou a situação de o marido aparecer para retirar um pacote que a esposa pegou dias antes, sem nem saber quando foi entregue, e tumultuar a portaria”.

No residencial do Campo Belo, que ela assumiu recentemente, existe portaria virtual e Alessandra está negociando com a empresa para que seja disponibilizado um app, reforçando a segurança, com funções como botão de pânico, e otimizando processos internos do condomínio, entre os quais reserva de salão de festas e registro de ocorrências. Outro app que em breve será disponibilizado é o da nova administradora, e condôminos poderão acessar o boleto condominial e as pastas de prestação de contas. “A administradora anterior só trabalhava com pastas em papel, e até os boletos eram impressos e trazidos por um motoboy. Vivemos não apenas na era tecnológica, mas de conscientização ecológica, sabemos que o uso indiscriminado do papel tem impacto ambiental. Temos de rever antigos hábitos”, sentencia.

O METAVERSO VEM AÍ?

Especialista em segurança e futuro condominial, Odirley Rocha antecipa que nos próximos anos assembleias no metaverso serão tendência. “Em 2018 eu falava nas minhas palestras que 100% das assembleias seriam virtuais em 2025 e me chamavam de louco. Estamos em 2023, acredito que ao menos 50% delas acorram nessa modalidade, então há uma grande chance de isso acontecer. Com o metaverso, é a mesma coisa, porque será mais prático, mais fácil e terá mais engajamento”, aposta. Segundo ele, o mundo virtual e o condominial se cruzarão em outros pontos. “Já há alguns condomínios no Brasil com academias no metaverso. O condômino põe os óculos imersivos e se exercita com a mesma queima de calorias. Nas academias do futuro não existirão equipamentos, os condomínios não terão mais de dar manutenção”.

Odirley Rocha (no alto, de azul) aposta em futuro imersivo e o síndico Maicon Guedes fez assembleia no metaverso

O síndico profissional Maicon Guedes fez a primeira assembleia em metaverso no país, em agosto de 2022, com a participação de 12 moradores de um condomínio pequeno, de alto padrão, em Curitiba. Na pauta, placas fotovoltaicas e formas de reciclagem e coleta de lixo. “Preferimos abordar temas menos complexos porque já havia a barreira da assembleia ocorrer em ambiente totalmente diferente, com avatares”, conta Maicon. “Mas todos gostaram, é bem interessante, depois de meia hora com os óculos de realidade virtual, teu cérebro é enganado e você pensa que está ali de verdade”, complementa. O maior entrave para democratizar esse modelo assemblear, diz Maicon, é o custo alto desses óculos (cerca de R$ 3 mil). Como raras pessoas os possuem, ele alugou os óculos para os participantes e deu treinamento. “Investi tempo e dinheiro, mas a experiência imersiva valeu muito a pena”.

Direcional Condomínios | Março 2023 12 CAPA
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OPERAÇÃO RESGATE

Mantas e injeções são soluções do mercado para resolver problemas de infiltração. Um profissional especializado pode recomendar com propriedade qual o método indicado para a situação e as particularidades de cada condomínio

O síndico Felipe Meireles contratou serviço de impermeabilização por injeção para resolver problemas na laje da garagem, com pontos comprometidos por infiltração, como os retratados nas fotos

SOLUÇÃO do segmento de impermeabilizações, o sistema de injeção química despertou a atenção do síndico profissional Felipe Meireles, que investiu no método para resolver um problema na garagem de um condomínio de alto padrão na zona sul sob sua gestão. A edificação, construída nos anos 1970, possui uma garagem para cerca de 100 veículos. Sobre ela se localizam a torre de apartamentos, as áreas de circulação e um extenso jardim com vegetação nativa. Quando o gestor assumiu o condomínio, se deparou com um problema: vazamento no teto da garagem. Ao passo que procurava

Direcional Condomínios | Março 2023 13 DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO
Fotos Divulgação

uma forma apropriada de resolver a situação, recorreu a paliativos como colocar calhas para captação da água.

O síndico observa que expirou a validade da antiga manta asfáltica aplicada na superfície externa. “Manta tem vida útil; depois disso, com a mudança de temperatura, começa a enrijecer e trinca com qualquer movimentação do terreno. A água vaza por essas fissuras, e foi o que aconteceu nesse condomínio. Porém, ainda não era a hora de trocar o piso da área comum, por isso não substituímos a manta”, explana Felipe. Outro ponto a ser considerado foi o jardim. “Se fossemos mexer nele para remover o antigo revestimento impermeabilizante, teríamos de pedir autorização à Prefeitura por causa das espécies nativas, o que demandaria mais tempo e trabalho”, acrescenta. Em função dessa conjuntura, Felipe concluiu que o sistema de injeção, atuando nos pontos de infiltração de baixo para cima (da laje da garagem para a superfície), seria o mais adequado.

Enquanto pesquisava sobre o método, o síndico se surpreendeu. “O produto é injetado na forma líquida e na hora que encontra água, ele se expande em até oito vezes para fazer a vedação. Foi desenvolvido décadas atrás para acabar com vazamentos em túneis e grandes obras”, comenta. A empresa contratada pelo condomínio, em maio de 2022, removeu as partes comprometidas pela infiltração, utilizou o sistema de injeção de poliuretano e rebocou a área tratada. “Ficou muito bom o serviço, depois foi só chamarmos uma empresa de pintura”, conta.

Felipe, que tem 15 condomínios em carteira, pretende adotar o método em outras edificações. “Todo prédio antigo tem problema de infiltração e a grande maioria não consegue tratar por causa do custo. Quando você apresenta o valor, as pessoas dizem coisas

Direcional Condomínios | Março 2023 14 DICA / IMPERMEABILIZAÇÃO
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Durante remoção de decks para substituição, a síndica profissional Isabelle Lavin Haddad soube que a manta asfáltica no entorno das piscinas estava danificada; promoveu a troca e ficou segura com a impermeabilização

como ‘ah, não está vazando sobre o meu carro’ e ‘pinga só quando chove’. Elas não dão a devida importância. Tem um aspecto cultural também. É mais fácil você convencer a massa condominial de que precisa fazer a impermeabilização para mudar o layout do térreo com um piso mais atual, do que pelo problema da infiltração em si”, analisa o síndico.

O gestor conclui que o sistema por injeção é mais “palatável para o condômino” não apenas devido a um custo inferior ao das mantas, mas também por não envolver muita movimentação. “Em um serviço convencional, você precisa arrebentar tudo, é cus toso e difícil. E se tiver um jardim bonito, por exemplo, vai matar as plantas, tirar toda aquela terra e colocar aonde? Depois será neces sário fazer a reconstituição”, observa. No entanto, Felipe reconhece que no mundo condominial há necessidades distintas e espaço para ambos os sistemas de impermeabilização. “No momento, estou com uma obra de laje de cobertura em prédio comercial e vamos colocar uma nova manta asfáltica”, comenta.

‘EXPERT’ EM INFILTRAÇÕES

A síndica profissional Isabelle Lavin Haddad brinca que impermeabilizações são parte de seu cotidiano. “Todo condomínio que assumo, preciso fazer obra de impermeabilização, é impressionante”. Conforme a demanda, ela contrata serviços de impermeabilização por injeção química, manta asfáltica ou manta líquida, ou até unifica os métodos. No condomínio Green Garden, Vila Nova Conceição, zona sul, onde é síndica orgânica, Isabelle conta que em situações pontuais, como os vazamentos da garagem, a solução por injeção foi a escolha mais adequada – inclusive, um

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dos reparos feitos ainda na gestão anterior, já completou 15 anos sem dar problemas.

O campeão de obras de impermeabilização da carteira de condomínios de Isabelle é o Campo Belíssimo, implantado há 12 anos no Campo Belo, zona sul. O condomínio-clube com duas torres e 220 unidades no total, ocupa um quarteirão e dispõe de muitas opções de lazer, como as piscinas (adulto e infantil), com decks de 600 m2, o que deflagrou em 2022 uma obra vultosa e inesperada. “À princípio, nós iríamos apenas substituir os decks porque a madeira estava podre, mas com a remoção, descobrimos que a impermeabilização em volta das piscinas havia se deteriorado. Na laje abaixo das piscinas, fica a garagem e já havíamos percebido pequenos pontos de umidade, mas não imaginávamos que a causa fosse essa”, comenta. Isabelle expôs a situação, às claras, aos condôminos. “Foi aquele ‘auê’ porque a metragem do entorno das piscinas é gigante, seria um trabalho demorado e de custo significativo. Mas os condôminos concordaram, não havia sentido algum prosseguir com a substituição dos decks sem resolver o problema porque, mais cedo ou mais tarde, teríamos de refazer essa impermeabilização e arrancar o madeiramento novo nesse processo”, relata. A síndica então fez a cotação da impermeabilização com mais três empresas, fora a contratada para refazer o deck, que também entrou na concorrência. “Eu sempre faço uma seleção das concorrentes por qualidade, não pelo preço, porque depois o barato sai caro. Prefiro trabalhar com empresas de ponta”, diz Isabelle. Na votação em assembleia, venceu a prestadora que já estava no condomínio. “Os condôminos preferiram ficar com uma só empresa para os dois serviços, acharam que seria melhor para

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Campo Belíssimo: a alameda do condomínio foi reformada para troca de manta asfáltica, o que resolveu as infiltrações na laje imediatamente abaixo Fotos Divulgação

o caso de terem de acionar a garantia no futuro”, comenta. Para refazer a estrutura de madeira e a substituição da manta avariada, o Campo Belíssimo desembolsou R$ 600.000,00. Isabelle lembra aos colegas síndicos que nas reformas de grande porte, a exemplo desta, é interessante contratar uma consultoria técnica para acompanhar o escopo. “Nós, síndicos, somos generalistas, por isso é sempre bom contarmos com um especialista. Vamos supor que um engenheiro cobre R$ 3.000,00 ao mês para acompanhar o serviço. Numa obra como a do Campo Belo, o condomínio teria uma despesa total de R$ 18.000,00 pelos meses trabalhados. Esse valor é muito pequeno diante do custo total e do valor que agrega”, conclui.

A obra completa levou seis meses para ficar pronta. “Foi um trabalho intenso, fizemos impermeabilização com manta asfáltica e manta líquida, desobstrução de ralo e troca de cano rachado. A equipe trabalhou de segunda à sábado, e às vezes, até aos domingos e feriados”, fala Isabelle. Quando as piscinas foram esvaziadas para serem lavadas pouco antes da entrega dos decks, nova surpresa: pastilhas soltas e algumas trincas, condição que foi resolvida pela prestadora. Agora, a empresa trabalha na impermeabilização em uma das lajes de cobertura.

Vale ressaltar que neste mesmo condomínio já foram realizadas obras de impermeabilização em jardineira e numa das alamedas. “Na alameda, a manta antiga já estava formando ‘uma barriga’, removemos tudo e fizemos nova impermeabilização com duas camadas de manta asfáltica”, narra Isabelle.

Embora algumas obras de impermeabilização sejam mais longas que outras, Isabelle procura não se estressar porque sabe que são em prol da valorização do condomínio e do bem-estar dos condôminos. Foi assim com a reinauguração das piscinas do Campo Belíssimo, em que se sentiu recompensada com a alegria das crianças. E é assim com a recuperação da garagem do Edifício Palácio Jardins, entre outros. Erguido na década de 1970, nos Jardins, o Palácio precisava de cuidados, especialmente na garagem, onde condôminos tinham se acostumado a mudar de vagas para escapar do gotejamento da laje. “O condomínio estava descontente com um episódio financeiro que vivera e não se dispunha mais a aprovar verbas para nada. Quando eu assumi, encontrei uma garagem assustadora. As infiltrações tinham começado a afetar as ferragens, era uma situação de risco e felizmente consegui convencê-los a mudarem de ideia e voltar a investir no condomínio”, diz Isabelle.

O Palácio possui uma extensa área de jardim na frente e uma torre recuada do nível da rua. A infiltração no pavimento de garagem subterrânea provinha da manta instalada sob esse paisagismo, a qual já não cumpria sua função impermeabilizante há muito tempo. “Precisamos remover as plantas e refazer a proteção com nova manta asfáltica. Quando terminamos de replantar o jardim, reformamos a garagem. Os corretores de imóveis diziam que não conseguiam vender apartamentos ali por causa da condição em que ela estava. Hoje em dia, não fica uma unidade vazia”, orgulha­se.

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NOVAS CONDIÇÕES

Edifícios 50+ acendem um alerta: não seria hora de atualizar o sistema de eletricidade? Além de tornar mais segura a vida de quem vive ou frequenta a edificação, uma boa reforma também traz valorização patrimonial

O síndico profissional Roberval Júnior esteve à frente da reforma no Barão das Torres Claras, dos anos 1970; o centro de medição (acima) foi todo reformado, bem como o Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) - versão nova na página ao lado

AVERTICALIZAÇÃO da capital paulista, característica que a acompanha anos a fio, acende um alerta: muitos de seus edifícios já passam dos 50 anos de construção, outros, estão chegando lá. Nada a ver com uma espécie de ‘etarismo urbanístico’, mas a questão é que síndicos precisam estar atentos às condições dessas construções, inclusive no que tange às instalações elétricas. “Energia elétrica gera dois acidentes fatais: choque e incêndio”, afirma o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade).

O síndico Roberval Júnior leva à sério a questão da segurança dos edifícios para moradores e funcionários que neles trabalham. Ao

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Por Isabel Ribeiro Fotos Divulgação

assumir algum novo condomínio, sempre que encontra condições favoráveis, como um corpo diretivo consciencioso, ele contrata uma empresa de análise e mitigação de riscos que faz um levantamento das condições estruturais e das instalações do condomínio. Foi devido a um apontamento dessa empresa que ele conseguiu aprovar uma reforma elétrica no Edifício Barão das Torres Claras, uma construção dos anos 1970, no Campo Belo, zona sul.

A análise, segundo Júnior, sinalizou altíssimo risco de incêndio por conta dos antigos quadros de energia elétrica com fundo de madeira.

“De acordo com as normas vigentes, precisam ser de aço”, fala o síndico e lista mais um ponto de vulnerabilidade. “A ligação da bomba de incêndio havia sido feita em um desses quadros. Esse era um dos itens prioritários do relatório que contratamos”.

Júnior conta que mediante ao relatório conseguiu convencer a todos de que era necessário rever as condições da parte elétrica. “Até mesmo aqueles moradores que antes haviam me pedido para refazer o jardim concordaram na priorização da elétrica”, diz o síndico, que fez o rateio de R$ 230.000,00 entre as 48 unidades do condomínio, fora mais R$ 10.000,00 para o projeto elétrico. Esses foram os custos da primeira etapa da reforma, já concluída. “O centro de medição foi modernizado, a bomba de incêndio agora tem um quadro só para ela, conforme as normas téc nicas, cabos e medidores também foram trocados, está tudo novo”, comenta. Por indicação do engenheiro eletricista que acompanhou a obra, o condomínio solicitou à Enel aumento de carga de energia para atender a quem queira instalar aparelhos de ar-condicionado.

Quando for aprovada a segunda etapa da reforma, será realizada a troca das prumadas, então os condôminos poderão usufruir do aumento de 50% de carga elétrica. “Estamos levantando os custos dessa nova etapa; precisamos trocar essas prumadas; os cabos têm mais de 30 anos. Temos de pensar em segurança”.

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Novo quadro de entrada de energia do prédio, agora com separação para a ligação de bomba de incêndio (quadro vermelho), que antes ficava em um único painel (ver detalhe)

EMPRESA HABILITADA

Para o síndico que está precisando promover uma reforma elétrica, Júnior dá algumas dicas. “Em primeiro lugar é preciso fazer uma avaliação técnica com profissional de confiança; em segundo, contratar uma empresa de engenharia elétrica habilitada”, indica. Sobre valores orçados pelas empresas do setor, destaca que é preciso fazer caber “no bolso do condomínio”, mas que pode não ser interessante comprar o material por fora na tentativa de diminuir a conta. “No edifício do Campo Belo, chegamos a fazer um orçamento direto com os fornecedores e não conseguimos preços tão atrativos quanto os da empresa de elétrica que, por ser distribuidora, compra do fornecedor com um preço mais barato e consegue repassar um custo mais acessível ao condomínio”, explica.

Outra dica de Roberval Júnior é jamais iniciar uma obra sem escopo definido e, inclusive, relata um problema que teve por causa disso em outro condomínio da sua carteira, o Edifício Paço de São Cristóvão, nos Jardins, construção com 51 anos e muita fiação sem embutir, acrescentada ao longo do tempo, e com emendas.

Ao assumir a gestão, ele encontrou uma empresa de elétrica trabalhando no condomínio. “Mas não tinha escopo muito bem definido, eu não conseguia cobrar o trabalho. Quando vi, estavam furando as lajes para passar a fiação da nova iluminação das escadas de emergência, sendo que poderiam ter feito isso pelo shaft”, comenta.

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Júnior descontinuou a reforma com a empresa e contratou outra, que desenvolveu um projeto de retrofit. “Demos um passo para trás, teremos retrabalho, mas fica inviável acompanhar a execução de uma obra grande sem um projeto”.

SALTO NO TEMPO

Condomínios 50+, mesmo tendo instalações muito bem feitas à sua época, podem necessitar de uma reforma elétrica completa porque com o passar dos anos ocorreram mudanças, como lançamentos de equipamentos mais potentes. Será que a velha tomada de pinos magrelos da casa do zelador, da academia ou do salão de festas não está pedindo socorro? E o fundo das caixas de madeiras para medidores de energia, resistiu ao tempo, ou foi corrompido por umidade ou cupins? É preciso considerar que a madeira é inflamável, se algo der errado e um componente elétrico atingir altas temperaturas, há risco de incêndio.

Investir em atualização do condomínio antigo é um plus na segurança, uma oportunidade de alinhamento com mudanças que ocorrem no próprio segmento elétrico. Nos anos 1970, o máximo que se tinha em proteção contra choques era o disjuntor (o fusível).

De 1997 para cá, há 25 anos, é obrigatório por normas técnicas que as edificações tenham em seus circuitos uma peça chamada DR (Dispositivo Referencial Residual). “Não é cara, custa de R$ 150 a R$ 200,00. Você instala uma única vez e o DR fica monitorando a instalação elétrica o tempo todo. É obrigatório ter, mas as pessoas ignoram isso”, diz o engenheiro eletricista Edson Martinho.

Outro dispositivo de proteção é o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), imprescindível nas instalações elétricas e que passou a constar na ABNT de 2004. “Esse dispositivo tem a função de desviar para a terra o surto de tensão que vier a surgir nas instalações da rede elétrica”, explica o especialista e completa que o DPS confere proteção aos portões eletrônicos e equipamentos de portaria, entre outros. Aos gestores que forem reformar o sistema de eletricidade do condomínio, Edson recomenda escolher um profissional habilitado e atualizado para iniciar a revisão e adequação dentro das normas técnicas e das diretrizes da concessionária de energia. Uma vez renovada a parte elétrica dos condomínios antigos, será preciso fazer manutenção a cada cinco anos, assim como é recomendado aos prédios mais jovens. “Com o corpo humano temos o check ­ up anual. Na elétrica, é a cada cinco anos”, compara o engenheiro.

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Direcional Condomínios | Março 2023 21
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PISOS REPAGINADOS

Garagens não devem ser relegadas ao esquecimento. Serviços como pintura epóxi ou de recuperação de granilite, por exemplo, não exigem quebra-quebra e conferem aspecto renovado ao ambiente

Up grade: a garagem do Everton Teixeira, em Pinheiros, foi atualizada com pintura epóxi no piso, pintura das paredes e novos acessórios nas colunas

A GARAGEM subterrânea do Everton Teixeira, condomínio de quase 50 anos, em Pinheiros, não era alvo de renovação. Entretanto, foi iniciada a construção de um prédio na vizinhança. Com o impacto, houve agravamento das trincas preexistentes nas juntas de dilatação e a empresa responsável assumiu os reparos, corrigindo até mesmo trincas não relacionadas à nova obra. Em 15 dias, entregou o espaço no contrapiso de concreto, como era antes, e findou seu trabalho. Todo esse movimento involuntário, porém, originou uma sequência de reforma, desta vez com uma empresa contratada pelo condomínio, especializada em revitalização de pisos, que deu novos ares ao ambiente. “Optamos pela pintura epóxi por causa da beleza e praticidade de manutenção”, conta o síndico orgânico Carlos Alberto Pontes Pinto e Silva, referindo-se ao acabamento moderno escolhido pela maioria dos moradores.

As paredes e o teto foram pintados para completar a melhoria da garagem com cerca de 35 vagas de carros, e as demarcações das mesmas e dos equipamentos de combate a incêndio refeitas. As colunas receberam protetores que são úteis tanto para condomínio quanto condôminos. “Ajuda a evitar pequenas avarias nos veículos caso o condutor se distraia, e ao mesmo tempo protege a pintura e o reboco das próprias colunas. Esses acessórios valem a pena”, comenta Carlos.

Na garagem do prédio de Pinheiros foi realizada também uma adequação à legislação de acessibilidade, uma vez que existe uma rampa que dá acesso aos

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elevadores do hall da garagem construída décadas atrás. A mesma foi refeita para ficar dentro do padrão de angulação exigido na NBR 9050. “Hoje temos um idoso que se locomove por cadeira de rodas e essa correção de nível, além de ser lei, melhora o deslocamento desse morador e favorece também quem está com carrinhos de compras”, acrescenta.

Na iluminação, não foi preciso mexer porque o síndico já havia feito uma substituição de lâmpadas meses atrás. Os modelos conhecidos como tartaruga, de LED, foram trocados por lâmpadas fluorescentes tubulares, de LED, com 1m20 de comprimento. “Estas têm maior durabilidade, resistem por mais tempo ao ‘acende-e-apaga’ do sensor de presença e proporcionam iluminação mais intensa”, diz Carlos.

VINTAGE PRESERVADO

No edifício May Flower, residencial de Higienópolis composto de 14 apartamentos, cada qual com três vagas de veículos, havia uma garagem mal iluminada, com um piso de cimento apresentando manchas profundas de óleo e rachaduras. O edifício foi construído na década de 1960, e seu estacionamento, no subsolo, traz ainda traços vintage como pastilhas recobrindo parcialmente paredes e pilastras, mas este aspecto estava desvalorizado perante o estado deplorável do chão. “Não é porque o prédio é antigo que precisa ser velho, podemos reformar sem alterar suas características”, comenta a síndica profissional Maria das Graças Amaral de Mello.

Atualmente, após um trabalho de revitalização que envolveu etapas como raspagem do concreto rústico e aplicação de duas demãos de tinta epóxi, entre outros procedimentos, é como se houvesse um piso novo na garagem, na opinião da síndica. A execução do serviço no estacionamento com cerca de mil m2 custou R$ 130.000,00, mas atingiu às expectativas e agregou valor ao condomínio, conforme observa Maria das Graças.

O piso da garagem do May Flower deixava o ambiente mais escuro e com aparência de sujeira. Foi revigorado com procedimento que envolveu duas demãos de pintura epóxi, agregando valor ao condomínio

Direcional Condomínios | Março 2023 23 DICA / GARAGEM
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No Condomínio

La Tour, o piso de granilite, encardido e com trincas, foi recuperado com lapidação e cristalização. “Ficou espetacular. Parece que o prédio foi entregue estes dias”, avalia a síndica Maria Fernanda Simões

“Antes da revitalização, mesmo com todas as luzes acesas, era escura e as pessoas reclamavam. Agora, o acabamento do piso favorece a iluminação. Outra vantagem é a questão da limpeza, porque o piso é impermeável, não absorve óleos e sujidades do tipo. Basta limpar com água e detergente neutro para tirar as manchas”, comenta a síndica. “Antigamente, os funcionários da limpeza lavavam a garagem, a gente via sair a água suja, mas olhava para o piso e era como se continuasse sujo”.

Para combinar com a atmosfera de renovação, a síndica providenciou novas identificações numéricas para as vagas, pois as anteriores estavam desgastadas e descoordenadas, com formatos, cores e materiais diferentes. “Depois que a garagem ficou bonita, mandei fazer placas de plástico em uma gráfica, com um custo muito baixo, e o efeito visual com padronização é outra coisa”.

GRANILITE ‘NOVO’

A síndica orgânica Maria Fernanda Simões é arquiteta, trabalha com manutenção predial e notou que era o momento de contratar um serviço de conservação e revitalização para o piso de granilite da garagem do Condomínio La Tour, edificação erguida há 14 anos na Vila Mariana. “A manutenção preventiva na construção é muito importante”, fala a síndica, que aprovou o resultado do trabalho. “Ficou espetacular, parece que o prédio foi entregue estes dias”.

O serviço contratado se chama lapidação de granilite e foi executado nos dois pavimentos de estacionamento do La Tour, que totalizam 2 mil m2 de extensão. O trabalho consistiu de raspagem do granilite para remoção do antigo verniz, tratamento de trincas e rachaduras, e cristalização com um produto conhecido como endurecedor de superfície, para que o piso recuperado não volte a apresentar riscos causados pelos pneus dos veículos. No dia a dia, para continuar limpo e brilhante, basta usar um pano úmido com detergente neutro. Uma lavagem anual é o suficiente para esse piso.

PRÓXIMA EDIÇÃO: QUADRAS: PISOS, ILUMINAÇÃO E ACESSÓRIOS

Direcional Condomínios | Março 2023 24 DICA / GARAGEM
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25 Direcional Condomínios | Março 2023 ACESSÓRIOS...
26 Direcional Condomínios | Março 2023 ACESSÓRIOS
27 Direcional Condomínios | Março 2023
ACESSÓRIOS, ADMINISTRADORA, ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS, ASSESSORIA
28 Direcional Condomínios | Março 2023 AUTOSERVIÇOS, AVCB
29 Direcional Condomínios | Março 2023 AMORTECEDOR DE IMPACTO, BOMBAS, COBERTURAS, CONTROLE DE ACESSO
30 Direcional Condomínios | Março 2023 DEDETIZADORA, DESENTUPIDORA, DESFIBRILADOR, EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA (FITNESS)
31 Direcional Condomínios | Março 2023 ELÉTRICA
32 Direcional Condomínios | Março 2023
ELEVADOR, HIDRÁULICA
33 Direcional Condomínios | Março 2023 GERADOR, HIDRÁULICA, INTERFONE
34 Direcional Condomínios | Março 2023 IMPERMEABILIZAÇÃO
35 Direcional Condomínios | Março 2023 IMPERMEABILIZAÇÃO...
36 Direcional Condomínios | Março 2023
PREDIAL
IMPERMEABILIZAÇÃO, INSPEÇÃO
37 Direcional Condomínios | Março 2023 MANUTENÇÃO PREDIAL

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, MÓVEIS, NORMAS REGULAMENTADORAS, PORTÕES

40 Direcional Condomínios | Março 2023
42 Direcional Condomínios | Março 2023 PINTURA PREDIAL
44 Direcional Condomínios | Março 2023 PINTURA PREDIAL
46 Direcional Condomínios | Março 2023 PINTURA PREDIAL
47 Direcional Condomínios | Março 2023 PINTURA PREDIAL...
48 Direcional Condomínios | Março 2023 PINTURA PREDIAL, PORTARIA VIRTUAL, QUADRAS
49 Direcional Condomínios | Março 2023 PORTARIA VIRTUAL
50 Direcional Condomínios | Março 2023 PISOS, PLAYGROUND
51 Direcional Condomínios | Março 2023
PLAYGROUND
RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL
PLAYGROUND,
PET,
52 Direcional Condomínios | Março 2023 SERRALHERIA, SISTEMAS DE SEGURANÇA
53 Direcional Condomínios | Março 2023 SISTEMAS DE SEGURANÇA, TERCEIRIZAÇÃO...
54 Direcional Condomínios | Março 2023
TERCEIRIZAÇÃO, TRATAMENTO DE PISO, UNIFORMES

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