Revista Direcional Condomínios - Ed. 285 - jan/23

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CAPA PROMOCIONAL FELIZ 2023!
FELIZ 2023!

com

derrota do Brasil na Copa de 2022. Quais lições podemos aprender? Quais decisões do técnico da seleção levaram o ‘Titanic’ a afundar? Grandes especialistas do futebol debateram essas questões. Na Direcional Condomínios, preferimos parafrasear Ariano Suassuna (1927 a 2014): “O otimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. A citação serve para tantas situações! Vamos refletir: existe espaço para o otimismo em 2023? Mesmo com o PIB anual devendo crescer apenas 1%, a inflação estará controlada e o mercado imobiliário alcançará dois dígitos. Ou seja, valorização dos condomínios que se modernizam e mantêm as manutenções em dia.

Sabemos que morar em condomínio é viver em coletividade. Como em um time em que o técnico (síndico) tem grande poder de aglutinação e liderança, trazemos a matéria de capa sobre festas, feirinhas e outros eventos visando mais harmonia entre os condôminos.

Também falamos sobre consideração e respeito com os colaboradores (próprios e terceirizados, sem distinção) e o impacto no desempenho do trabalho; e salão de festas reprogramado para abrigar sala de ginástica; entre outros temas.

Na página 8 publicamos as fotos da Rodada de Negócios, realizada em parceria com Empresários Brasil, bem no Dia do Síndico. E aguardem nossos próximos eventos.

Feliz Ano Novo e bola pra frente! Você é o verdadeiro Campeão!

Forte abraço, Isabel Ribeiro

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 3 Rua Vergueiro, 2087, 9º andar – conj. 902 CEP. 04101-000 – São Paulo – SP - Tel.: (11) 5573-8110 - E-mail: faleconosco@grupodirecional.com.br - www.direcionalcondominios.com.br Tiragem
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Síndico(a)!

SEU CONDOMÍNIO É SEGURO PARA CRIANÇAS?

EM MÊS de férias escolares, nada mais prudente do que trazer aos leitores trechos sobre situações de perigo extraídos de E AGORA CONDOMÍNIO?, livro recém-lançado de Carlos Alberto dos Santos, consultor na área de riscos. Confira:

• ÁREAS ABERTAS - Nas áreas de circulação, é preciso cuidar para que produtos de limpeza, objetos cortantes, mangueiras de água, equipamentos elétricos, entre outros, não sejam esquecidos e/ou depositados em lugar onde as crianças possam alcançá-los.

• CHURRASQUEIRA - (...) Espetos de churrasco têm sido largados nesses ambientes, ao alcance das mãos de crianças e adolescentes, depois de finalizada a confraternização no local. (...) A vistoria após a sua utilização precisa verificar ainda se há garrafas quebradas, entre outros objetos cortantes.

• BRINQUEDOTECA - (...) é preciso cuidar para que as tomadas estejam sempre protegidas; não haja qualquer objeto quebrado, trincado; os brinquedos móveis sejam leves e não causem impacto quando arrastados ou jogados; os brinquedos fixo e mobiliário estejam efetivamente presos e não contenham cantos vivos, como quinas, pontas de ganchos, entre outros.

• PLAYGROUND - (...) Um indício de falta de manutenção da madeira está na presença de um fungo tóxico, o “orelha de pau”. O playground de madeira ou material de reflorestamento deve passar por processo de autoclave, a fim de eliminar a umidade geradora do fungo.

É autor de E AGORA CONDOMÍNIO? Gestão de riscos operacionais, uma cultura, uma necessidade! Com 168 páginas, o livro traz capítulos temáticos, abrangendo elétrica, gás e elevadores, entre outros assuntos.

Vendas pelo WhatsApp (11) 99123-0123

A arrecadação será doada ao Instituto Beaba (www.beaba.org), de apoio a crianças com câncer.

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 4 SEÇÃO TIRA-TEIMA
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS Foto Paulo Mujano
Direcional Condomínios | Janeiro 2023 6 RODADA DE NEGÓCIOS - MELHORES MOMENTOS - 30/11/22 SIGA-NOS NAS REDES PATROCINADORES MOMENTO RODADA MOMENTO MÁGICO MOMENTO BUFFET EMPRESÁRIOS BRASIL E DIRECIONAL CONDOMÍNIOS
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CALENDÁRIO DE OPORTUNIDADES

A PREVISÃO de festejos para este ano é animadora no residencial Dez Vila Ema, zona leste. Gestor e morador, o síndico profissional Renan Lara quer repetir ações do gênero e incluir outras porque constatou que contribuem para interação social. Ele conta que a implantação do condomínio aconteceu na pandemia, havendo muito desgaste dos moradores com obras em atraso por causa das medidas restritivas daquele período e em razão do próprio confinamento. “Apostei nos eventos para desanuviar o ambiente e estimular a socialização. Ninguém se conhecia”.

Renan se tornou gestor em 2021 e no Natal daquele ano iniciou o concurso de portas e janelas decoradas – o qual ganharia uma versão de Halloween no ano seguinte. Em 2022, por sugestão da moradora Juliane Lins, promoveu dois concertos, um com temas musicais da Broadway; outro, de Natal, a custo zero.

Juliane é soprano e junto com o barítono Marcos Fernandes criou o projeto ‘Música em Condomínio’, patrocinado por marcas como Kopenhagen. A proposta desse programa é unir arte e empreendedorismo. Empreendedores-moradores expõem seus produtos durante o dia, em geral no salão de festas, e pagam ao projeto uma taxa de R$ 50, valor destinado à logística, como transporte de piano e aparelhagem de som.

O concerto é realizado à noite. Com duas torres, 294 unidades e cerca de mil moradores, no Dez Vila Ema são necessá-

Na foto maior, Renan Lara entre os cantores líricos Juliane Lins e Marcos Fernandes; ao lado, Festa 'Julina' e melhor porta de Halloween em concurso do Dez Vila Ema

rias mais de uma sessão para contemplar a todos. “Tem quem não assiste a um concerto por falta de recurso ou tempo. Vale a pena sediar uma apresentação de alto nível”, avalia Renan.

Também a Festa ‘Julina’, cuja primeira edição ocorreu em 2022, valoriza o pequeno empreendedor do condomínio. No ano passado todas as barracas de alimento e bebida eram de moradores, condição que será mantida na festa de 2023.

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 8 CAPA
Fotos Divulgação Fotos Divulgação Por Isabel Ribeiro Festejar datas comemorativas ou promover eventos, como feira de empreendedorismo, aproxima condôminos, contribuindo para uma convivência mais harmoniosa. Parcerias internas e externas são bemvindas na execução dessas ações Grace Rosa como heroína em festa icônica do Dia da Crianças, que teve até brinquedo de parque de diversão (imagem ao lado); feira hortifruti instalada no Arvoredo durante a pandemia

GANHO NA COMUNICAÇÃO

A síndica profissional Grace Rosa reside e é gestora do Parque do Arvoredo, condomínio com sete torres e 140 unidades no Itaim Paulista, zona leste. Desde 2016 investe em festividades. “Antes de eu assumir a gestão, muitos moradores nem se conheciam. Hoje todos se falam. A comunicação no Arvoredo melhorou muito”, observa.

Eventos alegram, potencializam o engajamento dos moradores na vida condominial, mas também servem para ajudá-los em tempos difíceis. Na pandemia, duas edições da Feira de Empreendedorismo foram realizadas para impulsionar negócios estagnados. “Tive essa ideia porque além de ajudar o empreendedor, ajudaria o condomínio, pois se entrasse dinheiro, ele não atrasaria o pagamento da cota condominial”, diz Grace. Ainda na fase pandêmica, o condomínio contou com uma feira semanal de hortifruti por cinco meses, descontinuada com o fim do isolamento social.

Embora o Arvoredo tenha feito eventos como Noite do Pijama com Cinema, festejado o Dia das Mães, a Copa do Mundo e o Halloween, até hoje o acontecimento de maior repercussão foi a comemoração do Dia da Criança em 2019. “Tornou o Arvoredo famoso na região e, somado às melhorias físicas, aumentou a procura por imóveis para alugar”, conta Grace.

A megafesta durou 12 horas e custou R$ 5.500,00, montante advindo de doações de empresas parceiras do condomínio e de moradores. A síndica cita que na festa teve lanches e refrigerantes, presentes para a gurizada, robôs gigantes com luz de LED, palhaço e brinquedos típicos de parque de diversão. “O meu pai era ‘parqueiro’, cresci em parque, então eu quis fazer algo diferenciado, que emocionasse o público e ficasse na memória das crianças", diz a síndica.

NATAL SINGULAR

O Residencial Buena Vista, com 40 anos, 8 torres e 400 unidades também se tornou referência no entorno da Estrada de Itapecerica, zona sul, onde está localizado. “Com as benfeitorias e as festas promovidas nos últimos anos, o condomínio ficou famoso. As crianças ouvem comentários nas escolas, ficam envaidecidas, e houve aumento na procura pelos imóveis”, constata a síndica profissional Lanuce Marta. Seu foco é o Natal. “Eu prefiro fazer somente uma grande festa, na linha família, com refrigerante em vez de bebida alcoólica, por exemplo, e na qual o Papai Noel distribui lembrancinhas às crianças. Todos ficam felizes!”, conta Lanuce, acrescentando que o Halloween também é comemorado, mas com estrutura enxuta: portas decoradas, crianças fantasiadas e festinha com doces e música de terror.

As celebrações especiais começaram em 2017, junto com a entrega da quadra e parquinho reformados. Na ocasião teve Papai Noel, brinquedos alugados, pipoca, picolé e refrigerante. Mas o Natal em grande estilo veio em 2019, quando Lanuce quis oferecer algo mais. Inspirada pelas lembranças das festas de aniversário da filha, quando contratava personagens, ela decidiu programar uma atração cover, o ‘Show do Mickey’.

Em 2021, foi a vez do ‘Show Frozen’ e no Natal passado de ‘A Bela e a Fera’. Os shows lotam o salão de festas com 270 lugares e encantam os pequenos, seus familiares e convidados. “São shows caros, custam em média R$ 4 mil, mas são bem produzidos”, avalia a síndica.

A síndica Lanuce Marta (à esq.) e a subsíndica Eliana Alquete cuidam dos festejos natalinos; performance cover de personagens Disney no Natal de 2019 do Buena Vista

“O condomínio confia a mim essa verba e reconhece que temos uma oportunidade de realizar um evento de porte, inclusive para quem nunca pode assistir a espetáculos assim”, conta Lanuce, que tem na subsín dica Eliana Alquete uma parceira para fazer acontecer a magia do Natal.

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 9 CAPA Foto Divulgação Foto
Carolina Gallota Alquete

CAMINHOS PARA VALORIZAÇÃO DOS COLABORADORES

Sai de cena o síndico chefão, que quer resolver tudo na base ‘do grito’ para a entrada do gestor que ouve e acolhe sua equipe de funcionários, primando por um ambiente de trabalho saudável e positivo

A síndica Adriana Monteagudo, com o zelador Gilson Silva (no centro) e o porteiro Carlos Alberto Lima, aposta na relação humanizada no On Panamby

O DIA 2 de dezembro, sexta-feira, estava particularmente agitado para a síndica Adriana Monteagudo. Além de suas atribuições profissionais e como síndica do On Panamby, condomínio com 104 unidades, 12 funcionários terceirizados e o zelador orgânico, era dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo. “Meu filho estava sem aula na escola e tive que ir ao médico porque fui mordida por um cachorro na rua. Mas logo recebi uma boa notícia: minha equipe me interfonou convidando para um café da manhã no refeitório do prédio”, lembra.

Situações como essa, com a equipe satisfeita e reunida em um clima agradável, não são raridade no On Panamby. Desde que assumiu a sindicatura, há quase quatro anos, Adriana aposta na humanização das relações com os colaboradores e também com os moradores. “Ao tratar os funcionários com respeito e empatia, aliado a alguns princípios importantes para uma boa gestão, como honestidade e transparência, o retorno para o condomínio é muito maior. Busco trabalhar a escuta empática, ouvir os colaboradores, me colocar no lugar deles e valorizá-los, independentemente se são funcionários próprios ou terceirizados, já que todos atuam no condomínio”, pontua Adriana, que é formada em Comunicação Social, com pós-graduação em Marketing e Neurociência e com formação em coaching.

“Acredito que para exercermos uma posição de liderança, em qualquer área, devemos ser o exemplo como pessoa”, completa a síndica, que há mais de 20 anos tem experiência em atuações com gestões humanizadas.

CLIMA ORGANIZACIONAL

A experiência e o depoimento da síndica Adriana vão na contramão das condutas de síndicos autoritários, que pouco valorizam a equipe de colaboradores. O conceito de clima organizacional, muito utilizado na área de

Recursos Humanos, também deve ser aplicado nos condomínios. Ambientes estressantes e extremamente competitivos, por exemplo, certamente geram um clima pesado entre colaboradores e seus superiores. Já onde o ambiente é mais leve e saudável, pautado pelo respeito e por uma visão humanista das relações, a tendência é que todos trabalhem mais satisfeitos e felizes.

“Se partirmos do princípio de que clima organizacional refere-se a compreender as necessidades do colaborador, o que reflete diretamente na qualidade do serviço prestado, uma boa forma de dar início à aplicação do conceito é ouvir o funcionário. E isso pode ser feito de diversas formas: manter um diálogo aberto, promover pesquisas e oferecer um canal de relacionamento direto com a gestão, sempre aberto e à disposição”, orienta Renata Ketendjian, comunicóloga, especialista em Desenvolvimento Humano, consultora de empresas para Recursos Humanos e instrutora de treinamentos no Siemaco-SP (Sindicato

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dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo).

A consultora afirma também que faz parte da responsabilidade do síndico lidar com as questões envolvendo os funcionários terceirizados. “O síndico deve estar atento e vigilante, já que é o responsável pelo acompanhamento da equipe terceirizada. Afinal é ele quem está em contato direto com a equipe”, sustenta.

Da esq. para dir., o zelador Joselio Santos, a síndica Simone Alonso Kishiue, e as colaboradoras Bianca Lima e Rafaela da Silva: time afinado

A síndica Simone Alonso Kishiue está em seu terceiro mandato no Condomínio Colinas do Sumaré, com duas torres, 96 unidades e uma grande área de lazer. Pedagoga e mãe de trigêmeos, ao assumir a sindicatura, sua primeira ação foi conhecer em detalhes todas as instalações do condomínio e verificar o que a equipe estava precisando. A parte interna da guarita blindada foi o que mais chamou a atenção de Simone. Havia problemas graves como o micro-ondas instalado em uma prateleira acima do vaso sanitário, cadeira rasgada, encomendas espalhadas pelo chão, ar-condicionado quebrado, fiações expostas. “A gestão anterior havia se preocupado apenas com a segurança”, observa.

De acordo com a gestora, os porteiros estavam sobrecarregados e mal conseguiam andar na guarita, já que muita coisa ficava no chão. “Comprei cadeira nova, instalei um bebedouro para o porteiro ter sempre água fresca à disposição, organizamos a fiação, instalamos piso vinílico e contratei um marceneiro que fez nichos para receber a correspondência por blocos e andares. Na parte superior fizemos nichos maiores para as encomendas”, relata Simone, que também reformou o vestiário, os banheiros e o refeitório dos funcionários, “tudo com material de qualidade e dentro das normas”, frisa. Enquanto detectava falhas nas instalações e promovia melhorias, a síndica seguia ouvindo a equipe (seis funcionários terceirizados e mais o zelador, próprio). “Oferecemos melhores condições de trabalho e os moradores perceberam que todos passaram a trabalhar com mais simpatia, mais alegria. O relacionamento ficou mais leve, porque eu os ouvia. Isso não há dinheiro que pague”, comemora a síndica.

ELOGIOS E RECOMPENSAS

Renata Ketendjian: o síndico precisa saber reconhecer um bom trabalho

Além de ouvir os colaboradores, reconhecendo sua importância, a consultora Renata Ketendjian frisa que outros passos devem ser tomados pelo gestor condominial: “Um deles é reconhecer o bom trabalho constantemente com elogios e recompensas. Investir em treinamentos, tanto técnicos quanto conceituais, é valorizar o colaborador. A responsabilidade do empregador também inclui gerenciar os conflitos da equipe.”

Simone viveu uma situação em que um dos funcionários, manutencista, não respeitava a hierarquia e tomava decisões por conta própria. A síndica então optou por demiti-lo, mesmo sendo um funcionário antigo. “Hoje, quando há algo que o zelador não dá conta de fazer, contrato um profissional para aquele serviço específico. Sai mais barato e não há vínculo com o condomínio”, explica. Já quando o clima ruim parte dos moradores, o síndico não pode se omitir: deve agir e proteger a equipe. “Para isso o síndico pode estabelecer protocolos, treinamentos e orientações específicas, sempre pautado pelo conhecimento da convenção coletiva e leis que protegem a categoria. Trazer às claras as consequências de um assédio moral, por exemplo, direciona a responsabilidade. Não se trata uma fratura com Band-Aid”, instrui Renata Ketendjian.

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Foto Divulgação Foto Divulgação

PROTEÇÃO E CONFORTO

Cobrir passa-pizzas, churrasqueira ou área de passagem evita expor pessoas às intempéries; o policarbonato é opção bastante viável para esse fim

Por Isabel Ribeiro

No Piazza San Marco, duas coberturas no estilo túnel convergem da entrada social e de serviço para o acesso ao edifício

NAS SOLUÇÕES de cobertura em condomínios predomina o policarbonato, cujo efeito estético se assemelha ao do vidro, porém com custo inferior e resistência superior a impactos. A boa nova desse material é que hoje suas folhas contêm proteção contra radiação ultravioleta em ambas as faces, propiciando que eventuais inversões na instalação não prejudiquem o resultado final. No passado, se uma folha com filtro anti-UV na parte externa fosse instalada por engano de modo invertido, poderia amarelar com o tempo.

A chapa de policarbonato pode ser compacta (lisa) ou alveolar (com cavidades entre as faces, produz efeito de vidro canelado). Os dois tipos são encontrados no mercado com graduações de cores, sendo a cristal (transparente), a mais vendida para condomínios pois permite a passagem de até 94% de luminosidade.

Mas locais em que pessoas permanecem por mais tempo, como extensões de salões de festa, por exemplo, fornecedores orientam optar pelo branco leitoso para atenuar a sensação de calor, ou por chapa de policarbonato com proteção refletiva (como na de vidro), e por tetos retráteis pois, quando abertos, ajudam a dissipar o ar quente. Uma alternativa à cobertura de policarbonato é a de telha acústica, recurso bastante empregado em área gourmet por deixar o ambiente mais fresco e atenuar o ruído.

Assim como acontece com a cobertura de vidro laminado – outro material utilizado nos condomínios – a cobertura de policarbonato demanda uma estrutura de alumínio para sua sustentação, porém menos pesada, e também é encontrada em modelo reto ou curvo.

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Foto Isabel Ribeiro

Além de trocar coberturas, o síndico Sérgio Zózimo as instalou em mais áreas do condomínio

VISUAL MODERNO

No Edifício Piazza San Marco, condomínio com 24 anos, no Tatuapé, a escolha para substituir coberturas antigas e desgastadas de policarbonato alveolar recaiu na instalação de chapas de policarbonato compacto de um verde suave, que permite a passagem de 75% de lumi nosidade. A obra, que resultou em aparência moderna e clean, foi iniciada há três anos e concluída no mês passado. Isto porque o síndico Sérgio Zózimo preferiu executá-la por etapas, dando sequência à contratação de novos serviços mediante o término do pagamento parcelado de cada um deles.

A primeira cobertura nova, de modelo curvo, foi instalada no trecho que compreende a entrada social e de serviço. Depois foi a vez de cobrir com policarbonato em modelo também curvado a passagem social, que dá acesso ao hall e ao salão de festas. “Na terceira etapa, fizemos uma cobertura que antes não existia, mas fazia falta, desde a entrada de serviço até o acesso ao prédio. Quando chovia e os moradores iam buscar pizza, ou se molhavam para retirar o alimento no vão apropriado que existe no portão de serviço, ou tinham de usar a entrada principal porque o acesso até lá tem uma cobertura no estilo túnel”, relata. Agora, são dois túneis que acompanham as passagens separadas por paisagismo.

Na área da churrasqueira também teve novidade: como fica em frente a uma das entradas do salão de festas, e geralmente é locada junto com ele, Sérgio, conselheiros e condôminos acharam viável cobrir o então considerável vão a céu aberto entre os dois espaços. Com a cobertura de policarbonato, em formato reto, somada ao telhado da churrasqueira, houve integração entre área interna e externa e ampliação do local de uso. Além de, claro, resultar em menos sujidade no piso do salão, o que tende a acontecer em eventos nos dias chuvosos.

A última etapa da obra consistiu em instalar a nova cobertura reta nos fundos da edificação. O recurso é necessário para quem usa a garagem térrea e precisa acessar a torre pela porta dos fundos, pois existe uma área descoberta entre os dois. Para o acesso nos dias de chuva, o condômino se desloca da garagem sob uma cobertura lateral até a cobertura da entrada da torre. “Obras de cobertura são importantes para os moradores e valorizam o patrimônio”, arremata Sérgio.

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 13 DICA / COBERTURA
Foto Isabel Ribeiro

BOMBAS DE ÁGUA: PREVENÇÃO É PALAVRA-CHAVE

MANUTENÇÃO preventiva no sistema de bombas é vital para o síndico não ser surpreendido com falta de água nos reservatórios do edifício. “Seja qual for o porte do condomínio, as bombas têm papel fundamental em seu pleno funcionamento e requerem atenção”, observa Miguel Sala, síndico profissional egresso do ramo de engenharia, salientando que além da bomba de recalque (que atua para os condôminos terem água limpa nas unidades), existem outras, como as de esgoto, piscina, pressurização, incêndio e drenagem de água pluvial.

O síndico elenca alguns dos problemas mais comuns que podem afetar o desempenho da bomba de recalque: falha no sistema automático de acionamento; relê e disjuntor desarmados por pico de tensão da rede elétrica; registros fechados por esquecimento ou erro de manuseio; vazamento pelo selo mecânico (vedação na junção da parte elétrica e mecânica da máquina).

Segundo Miguel, o bom desempenho da bomba de água está ligado, em grande parte, aos serviços de manutenção preventiva contratados de empresas experientes do setor. Para ele, essa opção ajuda a prolongar a vida útil do equipamento. “É interessante que o síndico informe ao conselho ou corpo diretivo a necessidade de contratar manutenção periódica para evitar gastos urgentes e inesperados ao condomínio, como a troca completa da bomba”, indica Miguel. O síndico pondera que ao se falar em bomba, é preciso lembrar que os sistemas elétrico, mecânico e hidráulico estão envolvido s em seu funcionamento adequado, portanto a manutenção periódica tem de ser completa. “Reajustar o painel elétrico serve para evitar panes”, ilustra Miguel. Também o sistema automático de nível precisa ser considerado nas manutenções pois é essencial para o controle do abastecimento de água na caixa. “Mas sugiro que seja trocado uma vez ao ano”, acrescenta Miguel. Ele indica ainda substituir torneiras de boia a cada cinco anos, evitando contratempos.

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Por Isabel Ribeiro Miguel Sala: vida útil prolongada Foto Divulgação Foto Shutterstock maksimee

ESPAÇO RESSIGNIFICADO

Antigo salão de festas abriga sala de ginástica equipada com auxílio de educador físico

PARA A síndica profissional Cassia Capuzzo, um condomínio precisa passar por mudanças para acolher as necessidades dos tempos atuais e fazer com que o condômino se sinta bem em ocupar seu espaço. “Eu procuro ter esse olhar para auxiliar no processo de modernização. O síndico é o gestor do condomínio, zela pelo patrimônio dos outros, o que ele puder fazer para agregar valor é importantíssimo”, diz. Com esse raciocínio, Cassia conseguiu entregar uma sala de ginástica moderna, no último semestre de 2022, aos moradores de um condomínio com 24 casas de alto padrão na zona sul de São Paulo.

Para tanto foi ressignificado o salão de festas de 42 m², que só não ficava completamente ocioso porque uma salinha contígua servia de escritório administrativo ao zelador. “As casas são espaçosas, os moradores dão festas sem usar o salão. Já há alguns anos queriam ter uma sala fitness, mas pela convenção era preciso unanimidade das unidades para alterar a destinação da área comum. Só conseguimos isso depois que a lei alterou para 2/3 o voto de aprovação dos condôminos”, comenta.

O condomínio aprovou um orçamento de R$ 150 mil para obra civil, aquisição de equipamentos de academia profissionais, contratação de engenheiro elétrico para adequação de energia e de educador físico para assessoria na escolha dos aparelhos – além de quatro aulas posteriores para orientar os moradores quanto ao uso. Cassia formou uma comissão

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Cassia Capuzzo entregou uma academia moderna em condomínio horizontal Fotos Divulgação

composta por ela, a subsíndica e quatro moradoras, que cuidou da transformação junto com os dois profissionais mencionados.

O escritório do zelador foi remanejado para outro ponto do condomínio e, a salinha, aberta para o salão. Um dos dois banheiros foi excluído para ampliar o espaço da academia e uma das janelas, com abertura para uma das casas, foi removida e o espaço fechado com alvenaria, a fim de que o barulho da academia não trouxesse incômodos.

Já o piso de ardósia do ex-salão de festas foi mantido e ganhou uma sobreposição emborrachada. “Eu descobri esse tipo de piso quando reformei a academia de um condomínio tombado no centro da cidade e precisei manter o piso antigo protegido. O do tipo emborrachado é prático e não danifica o piso sob ele”, relata Cassia.

A síndica preocupou-se em promover um espaço acolhedor, que trouxesse bem-estar a quem o utilizasse. “A proposta era entregar uma sala moderna e convidativa, com iluminação amarela, que traz aconchego, e com elementos como ar-condicionado, Wi.fi e caixa de som via Bluetooth”, lista. Hoje o espaço é frequentado por 70% dos moradores, e valorizou o condomínio situado em bairro estritamente residencial. “Não existe comércio no entorno, como academias; para treinar só mesmo indo a um shopping não tão próximo. Mas quem mora nesse condomínio ganhou em mobilidade, com uma sala de ginástica aberta das 6h às 22h”, orgulha-se a gestora.

PERSONALIZANDO A ACADEMIA

Fernando Salles, ex-professor de pós-graduação em Educação Física, trabalha com implantação de academias há 15 anos. Já havia assessorado a síndica Cassia na reforma do espaço fitness de um condomínio em Moema anos atrás. Convidado para auxiliá-la novamente, acompanhou a seleção de 12 equipamentos e acessórios para treino na sala reformada da edificação horizontal. A opinião dos moradores acerca da compra dos utensílios foi considerada, porém, alinhada ao perfil 50+ dos condôminos.

Para quem for montar uma academia em condomínio, o consultor orienta que, antes de mais nada, entenda a qual público se destina. “Hoje em dia,

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Fernando Salles ajudou a montar a academia do condomínio horizontal Foto Divulgação

por exemplo, está em alta entre os jovens a questão da saúde promovida pelo exercício, mas eles gostam de modalidades intensas, como crossfit”, aponta. Por isso, em condomínio com moradores mais novos, acostumados a malhar, instalar a estação de musculação Cross Smith tem grande chance de acerto. O aparelho ocupa pouco espaço, permite o uso simultâneo de três pessoas, que treinam em pé, e possibilita uma gama diversificada de exercícios de musculação e funcionais.

Se o público for mais maduro, o conforto é relevante na escolha dos elementos. No condomínio administrado por Cassia foi instalado um equipamento de musculação multifuncional, com Leg Press e Banco abdominal, entre outros, que permite o uso de até quatro pessoas ao mesmo tempo, e possibilita fazer mais de 30 exercícios. Para as atividades aeróbicas, foram adotados duas esteiras, bicicleta ergométrica e simulador elíptico. “Este último os mais velhos gostam muito”, observa Fernando.

A bicicleta ergométrica eleita promove mais segurança ao usuário. “Nós demos preferência por modelo com pedais na posição horizontal. O condômino fica sentado, com os braços apoiados em barras de suporte laterais, o que o ajuda a manter-se equilibrado. Inclusive favorece o uso por quem tem mobilidade ou equilíbrio reduzidos. O movimento executado nessa bicicleta é o mesmo da convencional, só que a pessoa não fica com o tronco solto”, compara o educador físico.

Quanto às esteiras, são interessantes para os públicos de idades variadas “por ter como movimento a caminhada natural do homem”, explica Fernando. Ele sugere que os síndicos apostem nos produtos de linha profissional porque oferecem maior durabilidade. “A esteira da linha profissional possui componentes mais resistentes e motor de maior calibre, que suporta mais horas de trabalho sem superaquecer e queimar a placa. E o preço dela não é tão superior ao de linhas para uso domiciliar ou condomínio”, compara.

O consultor dá, ainda, uma segunda dica: “Existem esteiras modernas com interações e simulações tecnológicas, mas em condomínio elas estão mais sujeitas a problemas porque não há um professor ajudando os moradores ou fiscalizando o uso dos equipamentos. Por isso, é melhor optar pelas versões mais simples”.

Direcional Condomínios | Janeiro 2023 17 DICA / FITNESS
Fotos Divulgação
18 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ACESSÓRIOS
19 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ACESSÓRIOS...
20 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ACESSÓRIOS, AMORTECEDOR DE IMPACTO, CADEIRA
21 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ADMINISTRADORA, ASSESSORIA, AVCB
22 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 AUTOSERVIÇOS, BOMBAS, COBERTURAS
23 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 CONTROLE DE ACESSO, DEDETIZADORA, DESENTUPIDORA, DESFIBRILADOR, GÁS
24 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ELÉTRICA
25 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ELÉTRICA,
GERADOR
ENERGIA SOLAR,
26 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 ELEVADOR, FITNESS, HIDRÁULICA
27 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 HIDRÁULICA, IMPERMEABILIZAÇÃO...
28 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 IMPERMEABILIZAÇÃO
29 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 IMPERMEABILIZAÇÃO, INSPEÇÃO PREDIAL, INTERFONE
32 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 JANELA ANTIRRUÍDO, MANUTENÇÃO PREDIAL
34 Direcional Condomínios | Janeiro 2023 MATERIAL
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