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2. O ROSÁRIO: UMA CARTOGRAFIA HISTÓRICA

26 GAIO – ROSÁRIO: LEITURA DO LUGAR Câmara Municipal da Moita | Frederico Vicente e Ana Filipa Paisano

A mesma força atrativa daquela orogra ia surge mais tarde, aquando da necessidade de exploração de pedra para a construção nas imediações. Nos séculos XIV e XV, em que por motivos diversos, se veri icou maior edi icação, como refere o arqueólogo, trazer pedra de Lisboa, Palmela ou da Arrábida, onde existiam pedreiras, seria uma epopeia. Por esse motivo, o cabeço do Gaio torna-se novamente num ponto apetecível desta vez para a extração de pedra. Aliado à proximidade com a água, foi possível movimentar pedra dentro do concelho: para a Moita, Sarilhos Pequenos e Alhos Vedros; e para fora do mesmo, para Palhais. O cunhal da igreja de Palhais é um exemplo da aplicação do arenito ferruginoso, o mesmo em Alhos Vedros nas janelas góticas da igreja matriz. A posição geográ ica do Gaio reuniu as condições para o desenvolvimento de uma comunidade e de uma economia sustentada não apenas na indústria das salinas, e apanha de ostras como, também, na exploração da pedra, antes mesmo da cultura da terra.

A história dos lugares também se escreve com lendas e contos populares. A criação do povoado Gaio-Rosário – em particular o Rosário – surge ligada à referência de Martim Afonso. A sabedoria popular, em que esta publicação também se fundamenta, relata que este nobre terá sido proprietário de uma extensa quinta, que iria do Gaio para lá do Rosário, até à fronteira com a povoação de Sarilhos Pequenos – eventualmente uma outra quinta. Não sendo possível con irmar a informação, mas cruzando-a com as plantas cadastrais, conjetura-se que o lugar do Gaio-Rosário resulta certamente de uma única propriedade. Uma herdade autónoma com as suas servidões e dependências que gradualmente foi dividida e subdividida. O que aqui importa sublinhar é noção de unidade e a importância de uma comunidade: a noção de família. De modo a sistematizar estar informação, considera-se relevante fazer uma evolução cartográ ica do Rosário, embora não seja o intuito desta edição uma aprofundada abordagem histórica.

2. O ROSÁRIO: UMA CARTOGRAFIA HISTÓRICA

“Após conquistar Lisboa, Martim Afonso aconselhou D. Afonso Henriques a atravessar o Tejo e desembarcar no Rosairinho, uma vez que seria mais fácil a conquista do castelo em Palmela.”5

5 Excerto de uma conversa com Marieta Moreira, residente no Gaio-Rosário, durante uma das tertúlias realizadas na Associação de Reformados do Gaio-Rosário.

GAIO – ROSÁRIO: LEITURA DO LUGAR

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3. EVOLUÇÃO DO TECIDO URBANO DO ROSÁRIO

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