Uma Canção de Natal

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Conheça a Trilogia: No Último Volume (livro 1: Mariana) Ao Som do Baile (livro 2: Eloísa) Golpeando o Amor (livro 3: Márcia)

Bônus da Trilogia: E Agora? (livro 0: Mariana) Uma Canção de Natal (livro 1,5: Mariana e Matheus) Mas, mãe, eu só... (livro 1,7: Eloísa) Eu avisei, não avisei? (livro 2,5: Márcia) Sempre Com Você (livro 2,7: Márcia) Una Noche Caliente (livro 3,5: Márcia e Gusttavo)



UMA CANÇÃO DE NATAL © 2018 by Divino B’Atista Revisão e preparação de texto: Divino B’Atista Projeto da capa: Divino B’Atista

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem a permissão escrita do autor.

Dados Internacionais de Catalogação (CIP) Batista, Divino Uma Canção de Natal /Divino B’Atista – 1ª ed. – Goiânia, Brasil: 2018. 30p. ; 21 cm 1. Literatura Brasileira. 2. Conto Juvenil. I. Título.

CDD B869

1ª edição – Fevereiro – 2016 Reprodução proibida 
Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


Para vocĂŞ, LEITOR! Obrigado por fazer parte disso.


NOTA DO AUTOR: Uma Canção de Natal se passa depois de No Último Volume, preferencialmente entre o capítulo final e bem antes do epílogo. É necessário ter lido o primeiro volume da série para total compreensão da história. O conto foi escrito com dois pontos de vistas diferentes: o da Mariana, e o do Matheus. Justamente para abranger todos os personagens importantes e espero, de todo o coração, que gostem dessa surpresa! Um feliz Natal e um próspero Ano Novo para todos vocês. Um beijo no coração. Com amor, Divino B’Atista.


Mariana — Finalmente! 25 de dezembro. O melhor feriado de todos. Justamente por ser no mesmo dia em que euzinha aqui, mais conchecida também por Mariana Carey, findar mais um ciclo dessa minha turbulenta vida a procura da ilustre fama como uma Youtuber, e que agora... — Mariaaanaaaaa, telefone pra você! berrou minha mãe, lá da cozinha, atrapalhando mais uma das vinte e nove tentativas de gravar o meu vídeo novo em comemoração ao Natal. Eu precisava “atualizar” o meu público o quanto antes, e o mais rápido possível. Principalmente agora, que tenho 8.487


inscritos no meu canal. Aperto o botão “Pausar” e corro até ela. — É do Jornal Cidade, minha filha. — prosseguiu ela, assim que me viu chegar, com o telefone de gancho ainda sobre a orelha — Querem fazer algum tipo de entrevista especial com vocês. — Com vocês? — repeti, sem entender patifa alguma do que ela estava falando — Como assim, mãe, sou apenas uma. — e fiz menção da palavra com o dedo indicador — No singular. — Você e o Matheus, é claro. — ela me entregou o telefone — Toma, eles querem confirmar o horário e a data com você. Agarrei o aparelho. — Mariana? — a voz rouca do outro lado da linha soou apressada e contente — Que maravilha poder contar com você para essa entrevist... — Mas hoje é Natal. — o cortei. — Eu sei, mas as notícias não tiram folga. — rebateu — Qual o horarário e o local mais apropriado pra... — seu Antônio, o jornalista responsável por fazer a matéria, explicou-me detalhe por detalhe sobre como deveria ser a tal entrevista, e, extasiada, acabei descobrindo que logo, logo eu estaria na capa de um dos maiores jornais da capital. Mariana, Mariana, você conseguiu! Você é um sucesso. — Sim, claro! Ok. Obrigada! — e desliguei.


Bom, parece que o novo ciclo que se inicia me trará muita fama, não é mesmo? Dona Lola e minha mãe estão na cozinha, preparando o banquete. Já é quase uma tradição todo ano minha melhor amiga (Eloísa) e sua mãe (Lola) se reunirem aqui em casa para celebrarmos, não só o Natal, mas, também, o meu aniversário. São tantas opções de comida que tenho certeza de que vou estourar se resolver experimentar tudo que meus olhos famintos desejam. Por isso, desisto de experimentar qualquer coisa comestível e caminho até o meu quarto. Preciso finalizar a gravação do vídeo o quanto antes.


Matheus A pressão logo foi tomando conta de mim. E ela vinha de vários lados. Da minha mãe, que não queria ficar longe do seu único filho na tradicional viagem de fim de ano na Europa. Já que eu iria me mudar pra França e precisava me reorganizar o quanto antes. Vinha do meu pai, dizendo que era uma péssima ideia misturar os dias em que estarei em Paris à trabalho com as férias do meu noivado. Da Mari, porque agora eu não seria


apenas o seu melhor amigo de infância, mas, também, seu noivo. E, bem, digamos que tenho um extra, pois, eu não queria e nem poderia ficar longe da Mari, principalmente agora no seu aniversário. E cá entre nós, depois de tantos anos que passamos longe um do outro, já estava mais do que na hora de dar uma repaginada nessa situção. Eu estava decidido. Viajaremos na véspera de Ano Novo, e tudo teria que ser perfeito. Afonso, sendo o bom (e autóritário) pai que era, apoiou-me nessa jornada suicida. Liguei para sra. Carey e pedi para que avisasse a Mari sobre a viagem inesperada na véspera de Ano Novo para que já fizesse a mala. — Tem certeza, meu filho? Nós podemos cancelar, se você quiser, e viajaremos todos juntos ano que vem. Apesar de ter sido a primeira pessoa a nos apoiar, minha mãe não estava saltitante e toda sorrisos quando eu lhe contei a novidade. Ela estava triste e bastante magoada. Chegando até, cogitar cancelar sua viagem de fim de ano. — Tenho, mãe, não precisa cancelar a viagem. — respirei fundo antes de prosseguir — Está mais do que na hora da senhora acordar, e enxergar, que eu não sou mais uma criança. Sou um homem agora, mãe. — Oh, querido, eu não quis... — e me abraçou.


Mariana — Tá acontecendooooooo! Espera. Só mais um segundo. Só mais uma segundo. 99% do upload concluído. Enviando. Extraindo os arquivos, vamos lá, só mais um pouquinho, Enviando... Arrá! — cliquei no botão “PUBLICAR” e a página recarregou rapidamente, agora, abrindo o vídeo diretamente no YouTube. Desta vez, a velocidade da internet estava uma maravilha e o vídeo logo começou a rodar. Elô parece ler meus olhos ao adentrar o quarto e me encara com o olhar engraçado,


fazendo uma dancinha esquisita da vitória. Já era noite e, por isso, Eloísa já não suportava mais me ver trancafiada ali dentro. — Conseguiu? — ele perguntou, só pra ter certeza. Simplesmente levantei e fui até ela, esmagando-a com um super abraço. Agora sim eu poderia curtir o Natal. E, também, o meu aniversário. Acabei me distraindo mais do que deveria, depois que minha mãe me contou sobre a ligação do Matheus e a viagem. Já faz três dias desde que o baile de formatura e o pedido de casamento aconteceram, e, apesar de ainda não acreditar, algo dentro de mim está convicto de que esse é o único caminho a seguir. Até porque não tenho mais pelo que lutar, a não ser este sonho, até então indispensável, de um amor verdadeiro. Mais do que isso, de ter a chance de ser feliz ao lado do Matheus. Durante esses três dias também não vi nenhum sinal da Márcia. Sinto uma gratidão enorme pelo que ela fez e tenho uma vontade descumunal de querer agradecê-la. — Nem acredito que você vai embora depois de amanhã. — Elô me apertava ainda mais forte, deixando bem claro estar bastante comovida — Tá todo mundo me deixando pra trás, eu sei. — Eu não estou te deixando pra trás, Elô! Afinal, você será madrinha do meu casamento.


— Acredita que a Thata também vai me deixar? O intercâmbio dela começa já no ano que vem. — ela fez biquinho, tentando fazer com que eu sentisse pena, logo que desfiz o abraço. — E quem vai tomar conta do Visconde? — eu realmente estava preocupada. — Quem você acha? — e me mostrou o maior sorriso amarelo que eu já vi em sua face. — MENTIRAAAAA!!!! — voltei a abraçála. Com mais força desta vez. — Calma, calma! Assim você vai acabar me esmagando, Mari. Ainda preciso estar viva para cuidar do Visconde, você não acha? Eu a soltei. — E a sua mãe? O que ela achou disso? — Fique quietinha — ela colocou o dedo sobre os lábios, me pedindo para ficar em silêncio — que da minha mãe cuido eu, ok? Apenas fiz que sim com a cabeça. — Vamos descer agora? — propus, agarrando em uma de suas mãos.


Matheus Depois de fazer as malas, pedi ao meu motorista que me levasse até o endereço da Mariana. Durante o caminho, parei em uma loja de brinquedos e procurei algo para dar-lhe de presente. Eu já estava dentro com carro quando recebi sua primeira mensagem.

Mariana Carey; onde você está?


Matheus; já estou chegando.

Mariana Carey; temos uma entrevista amanhã.

Matheus; quê???

Mariana Carey; vai demorar muito?

Matheus; não muito. Depois de um tempo na estrada, eu já conseguia visualizar a entrada do prédio em que ela morava. Com o aparelho ainda nas mão, envie...

Matheus; Na porta.


Não demorou nem mais que cinco minutos para vê-la no hall de entrada, correndo em minha direção. — Senti sua falta, sabia? — eu disse, no mesmo instante em que lhe abracei. Eu bem que tentei, mas era difícil esconder o presente e, ela foi mais rápida, tomando o grande embrulho de minhas mãos. — Não precisava, Matheus! Eu... — Mari apenas se inclina para mais perto, beijando-me com bastante intensidade. Tenho que admitir, não existe nada comparado com seus beijos. Assim que cessamos o beijo, pude ver a felicidade em seu olhar. — Que história é essa de “entrevista” amanhã? — questionei, bastante curioso até. — Só um minuto. Preciso de mais... — ela segurou o presente com uma das mãos e, com a outra, agarrou meus cabelos e voltou a me beijar com urgência.


Mariana — Não se esqueça de fazer um pedido, Mariana! — minha mãe sussurou, no entanto, saiu alto o bastante para que eu fosse capaz de escutar. Eu já estava com os olhos fechados e segurando o fôlego para soprar todas aquelas 17 velas, quando a voz da Eloísa me tirou a concentração. Abri os olhos com o susto. — ESPERA! — ela segurava um pedaço de papel nas mãos — Fiz uma pequena lista de acontecimentos e pessoas que nasceram e morreram em 25 de Dezembro. Posso ler? De repente, percebi que sabia


perfeitamente o que queria pedir. Com os olhos fechados, dei um grande sopro, que apagou de uma vez só todas as velas. — Agora sim você pode ler, amiga. — e sorri, mostrando os dentes. Todos sorriram com a minha atitude impulsiva. Eloísa correu com seu discurso, començando a ler o tal papel.

336 - Ocorre a primeira celebração de Natal em Roma. 800 - Carlos Magno é coroado como o primeiro imperador do romano ocidental. 1066 - Guilherme, o Conquistador, é coroado rei da Inglaterra. 1599 - Instalação da vila do Natal, no Rio Grande do Norte. 1615 - Fundação da cidade de Belém, no Pará. 1642 - Nasce Isaac Newton, físico e matemático britânico, considerado um dos maiores cientistas da história. 1758 - Confirmado o retorno do cometa Halley. Sua chegada foi definida com base nas leis da mecânica, de Newton. 1914 - Durante a I Guerra Mundial, os exércitos respeitam um cessar-fogo temporário para celebrarem o Natal.


1918 - Nasce Muhammad Anwar alSadat, chefe militar e presidente do Egito, entre 1970 e 1981. 1926 - Hirohito, líder do Japão durante a Segunda Guerra Mundial, é coroado imperador. 1930 - Morte do poeta Hermes Fontes. 1952 - Começam em Colônia e Hanôver, as primeiras transmissões regulares de televisão na Alemanha. Os primeiros testes de transmissão já haviam sido feitos antes da II Guerra, em Berlim. 1977 - Morre o ator e diretor de cinema britânico Charles Spencer Chaplin. Também conhecido somente por Charles Chaplin. 1989 - Depois de 24 anos no poder, o ditador romeno Nicolae Ceausescu e sua mulher Elena foram executados. 1990 - Estréia chefão III.

o

filme O

poderoso

1991 - Ocorre a renúncia de Mikail Gorbachov, oitavo e último líder soviético. 1997 - Um massacre deixa cerca de cem mortos na Argélia. Muitos camponeses, a maioria mulheres e crianças, são degolados e seus corpos mutilados por rebeldes integralistas muçulmanos. 1999 – Nasce Mariana Carey.


Sorrimos ao descobrirmos tantas informações relevantes e repartimos o bolo. Logo, já estávamos abrindo os presentes. O do Matheus foi o primeiro. Era um ursinho peludo vestindo roupas do Papai Noel. Achei uma gracinha. Logo em seguida, foi a vez de abrir o presente da Eloísa, que havia me dado outro livro, o último de uma das minhas séries literárias preferidas. Senti meus olhos lacrimejarem de tanta emoção. Depois foi a vez do da minha mãe, que me presenteou com um vestido muito, mas muito lindo. Acabei dando um abraço nela. Por último, mas não menos importante, abri o da Dona Lola, que supreendentemente me comprou todos os CDs da banda Paramore. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Por fim, decidi mostrar o vídeo que me prendeu no quarto o dia todo, abrindo a página do meu canal no YouTube. — Todos preparados? — animei, empolgada o bastante. E apertei o play. A minha canção de Natal soou pelo ambiente do apartamento, revelando não só mais uma letra de minha autoria, mas, também, minha tímida voz que agora soava desinibida.



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