Revista V48

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Thiago Lacerda: Hamlet no palco, safado da Tijuca na vida real E mais: O Fusca que parou NY jรก chegou aqui; os carros futuristas; viajar por Lisboa

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002_004_VW_Jetta.indd 2 Job: 325039 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 325039-04789-412X275 NOVO FUSCA DESERTO_pag001.pdf

Registro: 101243 -- Data: 12:57:16 28/11/2012

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Foto: Sebastian Lucrecio

ignição Utilitários, conceitos, campeões de vendas, esportivos, compactos, ecológicos e um irresistível clássico revisitado. O variado cardápio de modelos Volkswagen, apresentado no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2012, revela a face de uma marca que se mantém fiel ao compromisso de atender a desejos e necessidades do consumidor, qualquer que seja o seu momento de vida. E a vontade de tornar esse vínculo ainda mais próximo está materializada nesta edição da V. Até o time de designers da marca foi escalado para explicar como trabalha para antecipar tecnologias e conveniências a serviço do cliente antes mesmo que ele saiba que um dia vai precisar disso ou daquilo.

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A obsessão em farejar e rastrear as novas demandas é responsável por grandes feitos, o que explica o lançamento de um produto como o Fusca. A Volkswagen foi buscar na sua origem, no gene inicial, a inspiração para reeditar um clássico, colocando nele a tecnologia e os recursos dos tempos atuais. O DNA é replicado no Taigun. O SUV mostrado pela primeira vez em São Paulo é a nova aposta da marca para o futuro próximo e tem tudo para cair no gosto brasileiro. Quem também caiu no gosto brasileiro – ou das brasileiras primeiro – foi Thiago Lacerda. Que agora vem recebendo muitos elogios da crítica por sua atuação no clássico shakespeariano Hamlet.

Apresentamos também a trajetória de outro jovem talento, o chapeleiro Du E-Holic, que começou vendendo seus criativos adereços no capô de um Volkswagen TL e agora se prepara para dar um giro pelo país, mostrando que tem muita coisa na cabeça. Literalmente. Quem já fez essa cruzada e voltou com a mala cheia de histórias e imagens é a fotógrafa Nair Benedicto, uma das mais respeitáveis precursoras do fotojornalismo brasileiro. Ela faz uma retrospectiva de sua obra e homenageia os leitores desta edição com alguns de seus cliques geniais. Divirta-se!

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Como um bom banco, sabemos onde investir.

Banco Volkswagen. Investindo na maior riqueza de um paĂ­s: sua cultura. 8

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Foto: Fernando Pradi

Lawrence Wahba Ele não recua diante da vida

9 Foto: Iara Venanzi

Cabeça boa Du E-Holic faz chapéus de pneus, palha, veludo, o que pintar

Foto: Omar Paixão

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Foto: Divulgação

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Amarok Expedition Seguimos um time de pilotos de parapente quebrando recordes mundiais no Nordeste

Foto: Victor Affaro

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14 Eis a questão Thiago Lacerda é Hamlet, mas também um safado da Tijuca

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Arranque Tour Matisse, George Clooney, o Rally Dakar...

Arranque Crossover Um chef de Kombi, o Talento Volkswagen Design...

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Gadgetmania Para curtir suas férias, em casa ou na estrada

Nair Benedicto A fotógrafa que vê até os momentos mais doloridos com delicadeza

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Pedaço de nós Lisboa fala nossa língua e tem comidas que tocam direto na alma da gente

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Rebelde com bossa Moda feminina com toque roqueiro

Foto: Victor Affaro

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92 Foto: Iara Venanzi

Fazendas orgânicas A bordo da Saveiro Trooper, o chef Barattino mostra a origem dos melhores ingredientes

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Teoria da evolução Fusca aprimorou o que já era ótimo, mas manteve o charme retrô

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Paramos Nova York Inédito: andamos com o Fusca pelas ruas de Manhattan – o maior sucesso!

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Eles sabem tudo antes Os caçadores de tendências antecipam nossos desejos

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Os carros do futuro Os hits do Salão do Automóvel

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Garagem Imagem poética de uma kombi

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Fotos: Arquivo Pessoal

pilotos Victor Affaro Victor, 30, fotografa desde os 16. Colabora no Brasil para revistas como Vogue, Rolling Stone, Playboy e, mundão afora, para Time, Financial Times e Monocle. Entre os anos 2005 e 2009 morou em Londres e Nova York, lugares em que não perdia nenhuma cena. Hoje tem um estúdio em São Paulo. Do que ele mais gosta? Retratos. Para a V fotografou a bela capa e a entrevista de Thiago Lacerda.

Flávia Vieira Uma vida ao sabor do vento. Voadora de asa-delta, piloto de avião, professora de kitesurf e repórter nas horas vagas, Flávia adorou acompanhar um trecho da Amarok Expedition para a nossa V. “Já conhecia alguns dos voadores do grupo. O que eu não podia imaginar é que a Amarok fosse me surpreender tanto. Um show de carro.” Para não perder o hábito, ela voou também, com o piloto André Fleury.

Iara Venanzi Fale o nome de algum ponto do atlas e é grande a chance de Iara ter passado por lá. Fotógrafa da revista Ícaro, da extinta Varig, ela carimbou muitos passaportes, e já rodou do Uzbequistão ao Jalapão. Sempre delicadíssima, faz retratos e fotos de viagens e gastronomia para revistas como Casa & Comida e Marie Claire. Aqui na V ela foi pertinho: até Amparo fotografar fazendas orgânicas com o chef Barattino.

Conselho Editorial: André Senador, Luiz Antonio Buozzi, Gilberto Santos e Ana Paula Lobão Editora: Raquel Alves raquel@paragrafo. com.br Diretora de redação: Rosiane Moro rosiane@paragrafo.com.br Editora executiva convidada: Cristina Ramalho Edição de Moda: Claudia Berkhout Colaboradores: Flávia Vieira, Fred Melo Paiva, Henrique Martin, Luiz Henrique Ligabue, Marianne Piemonte, Ronaldo Bressane e Tom Cardoso (texto) Caio Salles, Feco Hamburger, Fernando Pradi, Gabriel Rinaldi, Hernan Pittoco, Sebastian Lucrécio, Simon Plestenjak e Victor Affaro (foto) Revisão: Daniela Lima Projeto gráfico: Marcello Serpa Assistente de criação: Katia La Farina Direção de arte: Daniel das Neves Publicidade: Letramidia www.letramidia.com.br tel. (11) 3062-5405 e (11) 3858-0606 Tratamento de imagem: Luciano Bernardes Produção gráfica: José Ricardo Valente Impressão: Ibep Tiragem: 24 mil exemplares. A revista V (ano 9 número 48 dezembro/2012-fevereiro 2013) é uma publicação da Parágrafo Editora Ltda. para a Volkswagen do Brasil. E-mail: revistav@paragrafo.com.br. Faça um test drive: www.vw.com.br/revistav. Proibida a reprodução sem autorização prévia. As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores. Tiragem auditada por Capa: Thiago Lacerda por Victor Affaro

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SER OU NÃO SER Ele só queria seguir carreira num banco. Mas com esta estampa acabou na Globo, nas manchetes, no imaginário de todas as brasileiras. Só galã também não era a dele – então Thiago Lacerda foi brilhar nos palcos como Hamlet Por Tom Cardoso Fotos Victor Affaro

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Carro-chefe

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m sujeito de quase 2 metros de altura aproxima-se da porta do teatro Tuca, na zona oeste de São Paulo. Tem o cabelo raspado dos dois lados – exigência do personagem – e um chimarrão na mão direita, hábito curioso para um carioca. Não parecia, mas era ele mesmo: Thiago Lacerda, 34 anos, metade deles dedicados a uma profissão que abraçou por dever de ofício – ele esperava seguir uma estável carreira como bancário e chegar a um cargo gerencial. Nascido na Tijuca, zona norte do Rio, tinha de aprender a lidar com o público, e o teatro, pensava Thiago, lhe daria o jogo de cintura necessário. Quando percebeu, já estava na TV Globo, contracenando com lendas vivas como Paulo Autran e Mario Lago na minissérie Hilda Furacão. Nunca mais entrou num banco – só para pagar contas. Era preciso também acertar as contas com a crítica. Mais difícil do que virar ator foi se consolidar como um dos talentos de sua geração. Thiago não fazia parte da linhagem de atores-modelos (sua escola, mesmo por acaso, é o teatro), que hoje fornece mão de obra para a maioria das novelas globais, mas mesmo assim sofreu preconceito. Antes de brilhar como o Matteo de Terra Nostra, teve de passar pelo batismo de Malhação – era o Lula, um professor de natação, coisa fácil para quem já foi campeão brasileiro de natação e ganhou mais de 150 medalhas. Thiago livrou-se rapidamente do estigma de galã da TV Globo. Deixou, por exemplo, de fazer novela para viver Calígula no teatro. “Eu aprendi errando”, confessa. Ele conversou com a V num fim de tarde, horas antes de entrar em cena para viver Hamlet, personagem de William Shakespeare. Esparramado na poltrona do teatro, contou que logo volta à TV e não quer ser sempre sério. “Sou um safado da Tijuca.” O crítico da Folha de S.Paulo, ao assistir a Hamlet, afirmou “que a peça con-

“Admiro profundamente as pessoas que são capazes de largar a carreira, por mais bem-sucedida que ela seja, para viver outras coisas. A Ana Paula [Arósio] foi muito corajosa” ta com o brilho inconteste de Thiago Lacerda” e que você “está credenciado a voos mais ambiciosos” na carreira. Foi preciso brilhar num texto de Shakespeare para a crítica respeitá-lo como ator? Preconceito sempre existe. Faz parte da nossa vida, do nosso cotidiano. Mas nunca me preocupei com isso. Nunca parei para pensar se sou perseguido ou não por conta do meu histórico na televisão. E também nunca alimentei nenhum tipo de revanchismo: “Agora vou calar a boca desses caras”. O crítico da Folha apenas se surpreendeu com minha atuação. Para mim, o próximo trabalho sempre é o mais importante, não importa se será um galã de novela ou um texto de Shakespeare. Mas depois de interpretar Calígula e Hamlet você se credenciou para fazer papéis mais densos. Sim, claro, a gente passa a estabelecer alguns parâmetros. E quando a gente estabelece um padrão Hamlet ocorre o contrário do que as pessoas imaginam: “Ah, agora o Thiago está pronto”. Nada disso. Agora que o bicho vai começar a pegar. Vão me passar a cobrar ainda mais. Tem recusado muitos papéis? Sim. Papéis que não me interessam. A gente vai vendo a importância de ser seletivo. Tem coisas que não me dão tesão, que não me intrigam. E tem coisa que você acha que não vai valer, começa a vasculhar e se surpreende. A minha carreira é toda guiada pelo acaso.

É verdade que você decidiu fazer teatro porque sonhava em ser gerente de banco e precisava aprender a lidar com o público? Sim, eu tinha outros planos para mim. Nasci na Tijuca, na zona norte do Rio, e queria seguir uma carreira estável. Tinha 17 anos e fui fazer teatro para me soltar mais. Mesmo durante o curso, em nenhum momento achei que seria ator. O amor, o prazer pelo trabalho, eu descobri em cena. Tudo que eu aprendi foi fazendo, errando muito, observando os outros atores. Eu devo tudo a eles, aprendi um pouco com cada um que trabalhei. Em Hilda Furacão (minissérie da TV Globo, exibida em 1998), o seu primeiro grande trabalho, você contracenou só com fera: Paulo Autran, Mario Lago... Foi incrível. Me lembro como se fosse hoje: eu indo até o estúdio Herbert Richers no Rio para gravar alguns diálogos. Tinha 19 anos. Eu olhava para o lado e lá estavam o Paulo Autran, o Mario Lago, o Rodrigo Santoro, que já era um grande ator, um cara que me ajudou muito. Eu olhava aqueles feras todos e pensava: “Cara, o que estou fazendo aqui?”. E o Autran passou todas as cenas comigo, foi uma experiência maravilhosa, um aprendizado que ficou pra sempre. Nesse mesmo dia eu voltei pra casa na van da produção junto com o Mario Lago. A gente era mais ou menos da mesma região do Rio. Ficamos conversando, ele já velhinho, beirando os 90 anos, contando grandes histórias da época do rádio, falando da relação dele com o teatro.

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“Fui gravar uma cena de uma novela na favela. Fiquei chocado. Criança brincando no esgoto, ao lado de porcos e galinhas. Cadê o saneamento? Cadê a escola? Cadê a saúde? A UPP tinha que subir com um pacote inteiro e não só com policiais” Imagine passar uma tarde com Paulo Autran e Mario Lago. Recentemente, trabalhei com Fernanda Montenegro no cinema. Sou um privilegiado, não tenho do que me queixar. Qual filme com Fernanda? O Tempo e o Vento, baseado no épico de Érico Veríssimo [a estreia está prevista para 2013]. Fui convidado pelo [diretor] Jayme [Monjardim] para interpretar o Capitão Rodrigo, um personagem que tem a envergadura intelectual, desafiadora do próprio Hamlet. Este ano tem sido muito especial para mim. Quando comecei, nem em sonho eu esperava, num mesmo ano, interpretar personagens tão densos como Hamlet e Capitão Rodrigo. Você tem uma visão cética da humanidade. Outro dia declarou que o ser humano estava fadado ao fracasso... Era uma frase existencialista [risos]. Mas você é um pessimista? Eu sou otimista do ponto de vista da espécie humana, mas acho que o homem na sociedade tende a se destruir. Eu vejo o homem se boicotando o tempo inteiro. A água do planeta vai acabar, as florestas vão acabar e a gente acha que a tecnologia vai resolver as coisas – ela está aí apenas pra tapar um buraquinho. Para mim, a única revolução possível é a revolução pela educação. O Brasil é o maior exemplo: não adianta fazer todo investimento possível, visando Copa do Mundo, Olimpíadas, se não investir pesado em educação. Mas não tem jeito. A nossa

estrutura política está corrompida e não interessa aos políticos que a população tenha discernimento para perceber o que está certo e o que está errado. Você acompanhou o julgamento do mensalão? Pela primeira vez a justiça brasileira conseguiu condenar, com agilidade, os principais acusados. O que não ocorreu, por exemplo, com o seu processo (o ator moveu, em 2000, um processo cível contra o apresentador Gugu Liberato, que leiloou em seu programa a sunga que teria sido usada por Thiago durante a encenação de A Paixão de Cristo. Na época, o ator negou que a sunga fosse sua). Sobre o processo, que é muito antigo, prometi nunca mais falar. Tudo que eu tinha pra falar sobre o assunto eu já disse. Estou mais tranquilo, pois o meu processo, depois de tanto tempo, de tantos recursos, acabou no Supremo Tribunal Federal nas mãos de sabe quem? Do Joaquim Barbosa? Sim, do próprio. Graças a Deus está nas mãos dele. Se tivesse na mão de algum outro juiz eu talvez ficasse mais preocupado. Eu gostei muito da forma que o Joaquim Barbosa, como relator, conduziu o julgamento do mensalão. É uma mudança de paradigma na maneira como são julgados os crimes políticos. Porque no Brasil o conceito de prova é muito relativo e os caras sempre conseguiam se safar tentando achar brechas na lei. Espero que a maioria dos acusados no escândalo do

mensalão seja julgada de forma exemplar. É revoltante ligar a televisão e ver um político falando que não existe prova alguma contra ele. Porra, o cara estava com dinheiro escondido na cueca e tem a cara de pau de dizer aquilo! Por causa de Hamlet, você tem passado muito mais tempo em São Paulo do que no Rio com a família. Como você encara a recente onda de violência na maior cidade do país? De novo, volto para a mesma história: enquanto não houver um investimento pesado em educação nada será feito. E estou falando em 30 anos ou mais. Não adianta a polícia ir para a rua, enfrentar a bandidagem, se não existe um trabalho lá na ponta. Não estou dizendo nenhuma novidade. Não acho que o Rio está uma maravilha e São Paulo agora anda de mal a pior, mas adoro São Paulo. Já pensou em morar aqui? Sim, já. Mas talvez eu goste de São Paulo porque moro no Rio. Mas eu sinto uma falta louca da minha cidade, de certa safadeza de que eu gosto muito. Safadeza? O jeito descompromissado do carioca, para o bem e para o mal. De dizer que vai aparecer e não aparecer. De ir para os lugares de chinelo e bermuda, de não ter horário. Eu sou meio safado nesse sentido. Mas ao mesmo tempo admiro a pontualidade do paulistano, da forma profissional que ele encara as coisas. Isso também é muito bom, ainda mais para a questão profissional. Mas mesmo assim acho que não saberia viver sem a safadeza carioca. Tenho a Tijuca na minha alma... E o processo de revitalização do Rio de Janeiro. É pra valer? O Rio está melhor, mas muito ainda em função dos eventos internacionais que vão acontecer. Gosto muito do [José Mariano]

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Cenas de Thiago: como Garibaldi em A Casa das Sete Mulheres; com Selma Egrei na peça Hamlet; e ao lado, o Matteo de Terra Nostra

Beltrame [secretário de Segurança do Estado], que é um cara muito sério. Precisou um gaúcho para colocar ordem na casa carioca. Mas acho que ainda não houve uma ruptura pra valer. As UPPs [Unidade de Polícia Pacificadora] são um avanço, não há como negar, mas não são tudo. Eu fui gravar uma cena de uma novela na favela. Subi o morro e fiquei chocado. Criança brincando no esgoto, ao lado de porcos e galinhas. Cadê o saneamento? Cadê a escola? Cadê a saúde? A UPP tinha que subir com um pacote inteiro e não só com policiais. Mas os índices de criminalidade caíram pela cidade... Caíram porque a gente vivia numa guerra civil. O Rio não deixou de ser uma cidade violenta. Eu moro na Barra da Tijuca. E toda vez que chego em casa eu reduzo a velocidade, dou uma boa olhada para os lados. Não me sinto confortável.

por causa dos meus filhos. Não quero que eles sintam nenhum tipo de pressão quando saem de casa. O curioso é que esse tipo de informação não interessa a ninguém. “Thiago Lacerda toma suco de laranja na praia.” Mas o pior é que tem gente que consome esse tipo de coisa.

Tão invasivo quanto a violência é o assédio dos paparazzi, que faz parte do cotidiano no Rio de Janeiro. Como você lida com isso? Eu acho um saco, constrangedor e humilhante na maioria das vezes. Mas faço tudo o que eu quero. Tento me comportar com a maior naturalidade possível,

A atriz Ana Paula Arósio, seu par romântico em Terra Nostra, decidiu abandonar por tempo indeterminado a carreira para viver numa fazenda do interior de São Paulo. Você já teve vontade de largar tudo?Admiro profundamente as pessoas que são capazes de largar a carreira profissional, por mais

bem-sucedida que ela seja, para viver outras coisas. A Ana Paula foi muito corajosa. Só aumentou ainda mais a admiração que eu tenho por ela. Eu consigo lidar com o assédio, consigo me preservar. Não sofro, mas entendo as pessoas que sofrem. O galã Thiago Lacerda estará de volta às novelas em 2013 ou daqui pra frente só Hamlet, Calígula...? Eu vou fazer televisão no ano que vem. Não tenho convite ainda, mas devo gravar uma novela. Por mim, eu ficava só fazendo Shakespeare, mas sei que é chato ser sério o tempo todo. Nem combina muito comigo. Eu sou o safado da Tijuca [risos].

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Fotos: Divulgação

Se o George Clooney usa...

Referência mundial em estilo e comportamento masculino, a revista Esquire lança no Brasil um manual que ensina os homens a escolher as peças do seu guarda-roupa, as melhores combinações e até como usar relógios, óculos e cortes de cabelo. O Manual de Estilo – Um Guia para Homens de Boa Aparência apenas mostra os passos básicos para não fazer feio por aí. “Não vamos dizer o que você deve fazer, juro. Mas acreditamos que a forma como um homem se apresenta ao mundo pode lhe trazer grandes recompensas”, diz o editor-chefe da Esquire, David Granger. Os capítulos são divididos pelas peças do vestuário, como ternos, sapatos, casacos, acessórios. E em cada um deles é citado um ícone da elegância como referência de estilo: Humphrey Bogart, Al Capone, Steve McQueen, George Clooney, Johnny Depp e até Ramones. A grande dica do livro é que você não precisa de mais roupas, mas sim de roupas melhores. Manual de Estilo – Um Guia para Homens de Boa Aparência Autor: revista Esquire Companhia Editora Nacional Preço: R$ 45 Páginas: 224

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notas arranque tour

Fotos: Divulgação

Por Rosiane Moro

Baixando a poeira

De 5 a 20 de janeiro de 2013 acontece a 5ª edição do Rally Dakar em continente sul-americano com pilotos de todo o mundo. A competição vai percorrer 8 mil quilômetros por três países: Peru, Argentina e Chile. Para quem não pretende encarar as areias do deserto, mas gosta de aventuras, belas paisagens e muita mordomia, a V indica dois hotéis próximos ao circuito que são verdadeiros paraísos. No Peru, a pedida é o hotel Paracas, a quatro horas de Lima. A paisagem da Reserva Natural de Paracas compensa o esforço da pequena viagem, sem falar na piscina com borda infinita, nos amplos quartos com varanda e no Ballestas restaurante, uma verdadeira experiência gastronômica pelas cozinhas peruana, mediterrânea e asiática. Bem no meio do deserto chileno, e aos pés do vulcão Licancabur, fica o Tierra Atacama Hotel e Spa, no pequeno povoado de San Pedro de Atacama. Difícil será escolher entre apreciar a cordilheira dos Andes e o estiloso design do hotel. E nada de ficar de pernas pro ar. A região oferece aventuras dignas do Rally Dakar como passeios de bike, escalada a vulcões, excursões por lagoas altiplanas, gêiseres e salares. Hotel Paracas: www.libertador.com.pe/luxury-collection/hotel-paracas Tierra Atacama: www.tierraatacama.com

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notas Questão de tempo

Tom Hanks, Halle Berry, Susan Sarandon, Hugh Grant e Hugo Weaving vão se desdobrar na telona para interpretar as diversas personagens de A Viagem (Cloud Atlas), novo filme de Tom Tykwer (Trama Internacional) em parceria com os irmãos Wachowski (da trilogia Matrix). Com estreia prevista para 28 de dezembro, o longa baseado no livro homônimo de David Mitchell retrata seis histórias entrelaçadas num espaço de tempo de 500 anos, que começa no século XIX, passa pelo futurístico ano de 2144 e termina numa era ainda desconhecida: 106 invernos depois do outono. Ao longo do filme os atores trocam de personagens, mudam de sexo, moram em lugares diferentes, se apaixonam, se separam. Preste atenção nas belas paisagens percorridas por Halle Berry no papel de uma repórter investigativa a bordo de seu Fusca verde (foto). E prepare o saco de pipocas: o filme tem quase três horas de duração.

Será que ficou bom?

Fotos: Divulgação

Artistas de plantão podem respirar aliviados. Até Henri Matisse (1869-1954), um dos mais aclamados pintores franceses do século XX, tinha dúvidas sobre a qualidade de seus quadros. E para checar se uma obra estava realmente completa costumava refazê-la tempos depois, repetindo a composição, testando cores e texturas das pinceladas. Assim nasceram várias duplas, trios ou séries do pintor, como Young Sailor I e Young Sailor II, ambas de 1906. Na época, incerto com o resultado da segunda obra, Matisse disse a amigos próximos que o quadro fora pintado por um carteiro da região. Agora a coletânea desses “estudos” ganhou exposição exclusiva no Metropolitan Museum, chamada “Matisse: In Search of True Painting”, de 4 de dezembro de 2012 a 17 de março de 2013. São 49 quadros que mostram detalhadamente o metódico processo criativo de Matisse.

Matisse em várias versões: o artista sofria para chegar ao resultado final

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Delícia de pão

Foto: Iara Venanzi

Brigadeiros, bolos de avó, quindins e bombas já são temas de várias lojas de doces paulistanas. O novo café Delasduas, em São Paulo, aposta num clássico baiano: o pão delícia, um pãozinho macio, recheado com creme de queijo e com um pouco de parmesão por cima. Mas as chefs Nina e Isa capricharam nas variações: além do tradicional, fazem integral (levíssimo, com linhaça e creme de tomate) e versões doces, de Ovomaltine, de brigadeiro, com recheio de beijinho (veja na foto). Tem muito mais brasilidades por lá: bolo de coco queimado, torta de camarão, bolo de banana com maçã e castanha, quiche de queijo coalho com melaço – tudo com cara de casa da avó e um toque pop na decoração, com flores, almofadas coloridas, musiquinha boa de fundo. Delasduas Rua Vieira de Morais, 1.064, tel.: (11) 2305-9717

Trabalho dobrado

Não é qualquer bike que cabe facilmente no porta-malas do carro. Para evitar aquele tira roda daqui, vira o guidão pra lá, a Durban, fundada em 2011, tem uma linha de bikes dobráveis bem moderninhas, coloridas e de simples montagem e desmontagem. São inspiradas no conceito Cycle Chic, surgido na Dinamarca em 2006. Destaque para a Metro 6 com quadro e rodas aro 20 feitas de alumínio, guidão com regulagem de altura, câmbio Shimano de seis velocidades, freios V-Brake, para-lamas, bagageiro e tecnologia ViseGrip de dobradiças. E o peso? 11,5 quilos. Os preços variam de R$ 900 a R$ 1.500 e as bikes podem ser encontradas nas principais lojas especializadas do Brasil.

É só dobrar e sair por aí: elas pesam 11,5 quilos

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Mar adentro Retratos do Brasil

Dois filmes produzidos pela Volkswagen estão entre os mais comentados da temporada. Ambos têm a ousadia de associar carros clássicos, Gol e Fusca, com momentos célebres da carreira de craques amados por todo mundo, Bebeto e Rivelino. A peça criada para o novo Gol duas portas mostra a comemoração do gol de Bebeto, na Copa de 1994, anunciando a chegada do filho Matheus. O filme pula para os dias atuais, quando o jogador entrega as chaves do Volkswagen Gol para o filho, 18 anos depois. Já o filme para o Fusca, que se converteu em viral na internet, brinca com uma entrevista que Rivelino concedeu logo depois do tricampeonato mundial, fazendo divertidas referências ao Fusca de 2012. Vale a pena correr para o YouTube.

A Volkswagen of America achou um jeito muito original de valorizar o patrocínio do aniversário de 25 anos da Shark Week, uma série de documentários dedicada ao tubarão. Produzida e veiculada pelo Discovery Channel dos Estados Unidos, a série deste ano contou com um Fusca 2012 transformado em gaiola de observação. A montadora decidiu literalmente mergulhar fundo e participar das gravações e ainda convidou o telespectador para sentar no banco do passageiro e assistir a tudo de um ângulo privilegiado. Volkswagen e Discovery Channel trabalharam juntas na construção da célula de observação, sob os olhares atentos do biólogo especialista em tubarões Lucas Tipple. A 25ª Shark Week ainda não tem data para passar no Brasil, mas o documentário que mostra a construção da gaiola com a forma do Fusca pode ser conferido no YouTube.

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notas arranque crossover

Te cuida, Jaime Oliver

Por Raquel Alves

Escritor, surfista, amante da cozinha e dono orgulhoso de uma Kombi 1978. É assim que Martin Dorey se apresenta enquanto cruza o Reino Unido numa road trip gastronômica em busca das boas histórias e dos sabores que vão rechear os seus livros e os episódios do reality show One Man and His Campervan. Nas andanças de Dorey, o que vale é explorar em cada parada a riqueza dos ingredientes locais. A cozinha da Kombi é compartilhada com fazendeiros, turistas, cozinheiros e curiosos que vão cruzando o seu caminho. Dorey apaixonou-se pelo carro quando começou a surfar nos anos 1980 e aprendeu a cozinhar acampando pela Europa atrás das boas ondas. No Brasil os dez capítulos da série serão exibidos em janeiro pelo canal Globosat HD, mas quem não se importar muito com a qualidade da imagem pode procurar alguns deles no YouTube.

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Fotos: Divulgação

notas A cara do dono Ponto para você e seu carro novo

Um programa de benefícios que deixa você mais perto de um Volkswagen novo é o que oferece o Cartão Volkswagen Itaucard. Desde o seu lançamento em 2006, o Programa Volkswagen Itaucard beneficiou quase 10 mil pessoas, totalizando um montante superior a R$ 22 milhões em resgate de pontos. Só este ano, já foram mais de 2 mil resgates, o que representa cerca de R$ 6 milhões. Você também pode aproveitar essas vantagens. Ao utilizar o seu Cartão Volkswagen Itaucard, você acumula pontos que podem ser trocados por descontos em seu próximo Volkswagen zero-quilômetro ou na compra de peças, serviços, acessórios e revisões na Rede Volkswagen. Para resgatar seus pontos, basta ligar para a central de atendimento Itaucard e fazer a solicitação. Cada ponto vale R$ 1 para troca por um Volkswagen zero-quilômetro e R$ 0,50 para troca por peças, serviços e acessórios. Consulte o regulamento e conheça as condições do Programa de Recompensas Volkswagen Itaucard no site www.itaucard.com.br.

Tem certeza de que o seu possante tem tudo a ver com você? O Banco Volkswagen inventou um jeito lúdico de mostrar para o cliente o que combina mais com a sua personalidade e estilo de vida. A brincadeira, que fez o maior sucesso no Salão do Automóvel 2012, consistia num quiz de perguntas comportamentais chamado Auto Perfil. Baseado nas respostas, o programa apontava o carro ideal e ainda apresentava os melhores planos nas modalidades de financiamento, de consórcio e de seguro. Feliz da vida com a fila de interessados que o jogo atraiu para o estande da Volkswagen, Décio Carbonari de Almeida comemorou: “Muito mais do que planos e taxas atraentes, reforçamos a diversidade do Banco Volkswagen e suas inúmeras modalidades para alcançar os mais variados perfis de clientes”, destacou o presidente do maior banco de montadora em atividade no país.

Nada de limusines, carruagens ou imponentes rabos de peixe. O carro que rouba a cena no álbum de casamento da advogada Elaine Cristina Miranda com o engenheiro Bruno Cesar Vaz é um Gol vermelho 2012 estalando de novo. O casal, que havia vendido outro Gol para quitar o apartamento, esperou passar o aperto, reequilibrou as finanças e dois dias antes do sim no altar da igreja Nossa Senhora da Guia, em Divinópolis (MG), comprou o Gol novinho aí da foto. Foi com ele que Bruno chegou à igreja. E o fotogênico Gol fez tão bonito nas fotos e no vídeo que Elaine e Bruno resolveram fazer mais uns cliques. Uma pedreira na cidade vizinha de Pitangui serviu de cenário para as imagens: “Todo mundo fala que ficou com cara de propaganda da Volkswagen”, derrete-se Elaine.

Foto: Bibinho Kamargos

O Gol por testemunha

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Meninos de ouro

A presença do português Walter De Silva, chefe de Design do grupo mundial Volkswagen, do alemão Klaus Bischoff, chefe do Design Volkswagen, e do italiano Giorgetto Giugiaro, da Italdesign, na etapa final do Talento Volkswagen Design 2012, deu ares globalizados ao evento, provando que a criatividade brasileira está em alta. Colocado em marcha há 14 anos, esse concurso para estudantes de design com foco no DNA Volkswagen deu tão certo que hoje o projeto vem sendo replicado por várias empresas e não só da indústria automobilística. Quem vai desfrutar do prêmio desta última edição – estagiar por um ano no Design Center da marca e visitar o Salão do Automóvel de Frankfurt em 2013 – são João Ruben Sammarco Oliveira, do Senac de São Paulo , Chrystian Wendel, da PUC de Curitiba (PR), Daniela Hiranaka, estudante de design de produto da Unesp de Bauru (SP) e Luiz Antonelli, do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (SP). Eles assinaram as melhores ideias para o tema “Transmutação”, que propunha criar uma forma inovadora de transporte para o futuro. A cerimônia de premiação aconteceu em outubro na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP).

Minimundo

Talvez você nem tenha se dado conta de que a oficina retratada na imagem ao lado não é de verdade. É apenas um quadro, quase uma pequena instalação, ou mais exatamente um “diorama” em escala 1:24, conforme prefere nomear seu autor, Francisco José da Silva. Ex-publicitário, ex-diretor de arte de livros e revistas, esse paulistano de 66 anos inventou um jeito curioso de acolher as cobiçadas miniaturas de carros, criando para elas ambientes bem apropriados como garagens e oficinas. Usando material descartado de computadores, lixo doméstico reciclável e muita criatividade, Francisco coloca a mancha de graxa no piso, o pôster da gostosa na parede ou até os efeitos de luz. Cenários com Fuscas e Kombis lideram as vendas e os pedidos de encomendas, mas outros carrinhos vintage e motos estilosas também têm boa saída. Confira no blog expomini.blogspot.com. br/, que mostra o passo a passo das produções.

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Gadgetmania

Para quem vai viajar, câmeras, tablets e um aplicativo que reserva hotéis num segundo. Vai ficar em casa? A TV mais moderna e um kit que muda luzes e o astral do seu lar

Radical livre

A GoPro Hero3 é a câmera que cabe na palma da mão e vem com acessórios para prendê-la a pranchas, capacetes, bicicletas, skates e carros. A versão mais básica é a White Edition (5 megapixels), mas a mais interessante é a Black Edition, que tira fotos em 12 megapixels e filma em alta definição – para ver na TV gigante da LG aí do lado. Preço sugerido: a partir de US$ 199,99 Onde encontrar: gopro.com

Por Henrique Martin

QUE DELÍCIA DE FÉRIAS Muda o tom

Fotos: Divulgação

Já pensou se as lâmpadas de casa mudassem de cor quando você quisesse? Com a Philips Hue, isso é possível. Ela é uma lâmpada LED que, ligada à rede sem fios, pode ser controlada por iPhone ou iPad de qualquer lugar do mundo. O kit básico vem com três lâmpadas e o bridge, a caixinha que conecta tudo. Preço sugerido: US$ 199 Onde encontrar: www.meethue.com

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Check-in

No meio das férias sempre surge um destino inesperado. E onde ficar sem reserva? O Hotel Tonight (gratuito para iPhone e Android) é o melhor parceiro de viagem. O aplicativo traz uma lista dos quartos disponíveis em diversas cidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. O usuário vê as promoções e faz direto a reserva, sem ligar o computador ou usar o telefone.

Personal Big Brother

A Memoto é uma câmera pessoal que tira fotos a cada 30 segundos do que acontece na sua vida, basta pendurá-la na camisa. Com um GPS integrado e bateria que dura dois dias, ela registra tudo sozinha. Depois, basta conectá-la ao computador e ver as fotos em um aplicativo para Android ou iPhone. Preço sob consulta Onde encontrar: memoto.com

Super size

A nova TV de 84 polegadas da LG é uma das primeiras com resolução Ultra HD (também conhecida como 4K) a chegar às lojas a tempo das compras de Natal. O 4K dá um novo salto na resolução da imagem, com 3840 x 2160 pixels (ou pontos), ou seja, níveis de detalhe enormes e incríveis. E ainda é 3D e acessa a internet. Preço sugerido: US$ 20.000 (nos EUA) Onde encontrar: www.lg.com/us/

Dois em um

Tablet ou notebook? O Sony Vaio Duo 11 pode ser os dois. Basta destravar a tela de 11 polegadas e deslizá-la sobre o teclado. Vem com processador Intel Core i7 de última geração, 128 GB de espaço para armazenamento e pesa apenas 1,3 quilo. Preço sugerido: R$ 5.299 Onde encontrar: sonystyle.com.br

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Valor_retrato

A LEVEZA D

Índio arantxê-manouki do Mato Grosso (2006); e meninas brincando com véus em Laranjeiras, SE(1998)

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A DO OLHAR Há sete anos e meio, Diogo estava encerrando de maneira triste a carreira de jogador de futebol, longe da família e das ondas que tanto ama, em um time modestíssimo, o Cruzeiro de Porto Alegre. Tinha 23 anos, só o ensino médio completo, escassas economias e uma complicada lesão no joelho. Hoje, aos 31, é um artista consolidado no combalido mercado fonográfico brasileiro, somando admiráveis 400 mil cópias vendidas em três lançamentos em CD e dois em DVD.

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Retrato

Nair Benedicto via a mãe escondendo comunistas e aprendeu que essencial era ser livre – então saía para andar de patinete. Cresceu, foi torturada, presa (ao lado de Dilma Rousseff), conheceu a dor. E saiu pelo Brasil retratando índios, crianças, travestis, com a delicadeza de menina Por Fred Melo Paiva Fotos Nair Benedicto

N

air Benedicto é daquelas histórias que dariam um filme. Não deu porque não vem ao caso – no caso dessa paulistana de 72 anos, só poderia dar um belíssimo livro de fotografia, Vi Ver (Brasil Imagem), que acaba de ser lançado. Nair que me perdoe, mas a sua semelhança com Fernando Gabeira é algo impressionante, especialmente no que tange ao nariz. Com meia hora de conversa, no entanto, impressionante mesmo vai se tornando a sua história. Uma das maiores fotógrafas do Brasil – uma das grandes em atividade no mundo –, Nair militou na ALN de Carlos Mariguella em sua luta contra a ditadura. Foi torturada – não diremos “barbaramente torturada” para que não pareça existir tortura que não seja bárbara – e presa junto com uma jovem Dilma Rousseff. Fez três filhos e seis netos, escreveu quatro livros (embora com imagens, não fez menos poesia). Se não plantou uma árvore, seu trabalho como defensora do verde lhe rende créditos e mais créditos de carbono. Nair, como boa Benedicto (um aportuguesamento de Benedetti), descende de italianos. Seus quatros avós vieram da fronteira com a Áustria no final do século XIX. Estabeleceram-se em Jundiaí e Jarinu, no interior de São Paulo. Sua mãe, um tanto prafrentex, foi morar com seu pai antes de se casar. O pai, que não deixava por menos, tinha um filho fora do casamento. Dessa frissônica união nasceram primeiro seis mulheres. O pai de Nair, como se viu, gostava das mulheres – mas na vara de família sonhava mesmo era com um varão.

E, quando ele veio, ficou tão feliz, mas tão feliz, que se empolgou com a possibilidade de estar se iniciando ali uma nova produção em larga escala. Mas o que saiu de sua fabriquinha, fechada logo na sequência, “foi uma decepção total” – a Nair, coitada. Dona Maria Meneghin, a mãe, gostava de dançar. Com o advento da modernidade, seu João Benedicto, o pai, ficava em casa cuidando dos filhos. Morreu cedo, mas não foi disso – foram problemas renais, os mesmos que obrigaram Nair a um transplante há quatro anos. Na ocasião da morte do seu João, viviam numa vila operária no bairro da Liberdade, em que se chegava através de uma rua “boa de descer de patinete”. Os vizinhos eram negros, japoneses, italianos. Donata, a costureira que colecionava revistas de moda, recebia mulheres finas que vinham tirar medidas incomuns dirigindo o próprio carro – algo tão incomum como ver um ET guiando a sua nave. Havia naquele lugar “uma pobreza de dinheiro pouco, mas uma riqueza que se expressava nesse intercâmbio de pessoas”. Sem o marido, a dona Maria segurava a onda em carreira solo. Trabalhava como caixa de mercado durante o dia e engomava camisas em casa no turno da noite. De madrugada, não era raro que se instalasse na vila um intenso burburinho, e que dona Maria acorresse para tirar Nair da cama e liberar o quarto. É que na rua de cima ficava a redação do jornal comunista Hoje, cujos responsáveis eram perseguidos pela polícia. Fugindo pelos

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Menina no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, nos anos 1970. Abaixo, Nair com as índias Ianomâmis em Roraima (1988)

fundos, refugiavam-se nas casinhas da vila. Essas noites insones povoavam a cabecinha da Nair de “lindas fantasias” – histórias de resistência sobre as quais, no dia seguinte, precisava manter segredo. Se você for ver, o que não é o trabalho da fotógrafa Nair Benedicto, senão um grande retrato da vila onde cresceu, “veja você, num lugar chamado Liberdade”? A vila sumiu, por força da grana que destrói coisas belas e ergue predinhos mixurucas no lugar. A Nair cresceu. Quis fazer direito, mas julgou a “lei uma coisa chata”. Descartou a psicologia por medo de enlouquecer “trancada num gabinete”. Nessa fase de indecisão, cursou um ano decisivo na Faap. Aluna do filósofo Vilém Flusser, colega de José Possi Neto e Suzana Amaral, viu-se arrebatada pelo pensamento progressista, uma trombada de frente com a ditadura militar recém-instalada no país. Com Possi e Suzana, foi fazer rádio e TV na USP, interessada pela “imagem em movimento”. Encontrou foi o movimento contra a ditadura.

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Retrato

A bandeira flutua, momento feliz no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em 2003

Não bastasse a agitação na Cidade Universitária, tinha ainda a Maria Antônia. Na rua de Higienópolis, famosa pelos conflitos entre estudantes da USP e do Mackenzie durante a ditadura, ficava o escritório de Jacques Breyton – um empresário francês do setor de iluminação que havia lutado na Resistência contra a ocupação nazista. Nair era secretária da firma, e tinha por costume aproveitar a hora do almoço para ver os ensaios do Teatro de Arena. Breyton foi ficando curioso com aquela secretária que todo dia saía correndo como se a comida fosse fugir do restaurante. Não se aguentou e foi lá perguntar o que se passava. Desse dia em diante, Breyton virou também um frequentador do Arena. Conheceu Gianfrancesco Guarnieri e toda a turma que fazia fervilhar o resistente quarteirão, entre eles o professor Antônio Benetasso, os estudantes Paulo de Tarso Venceslau e José Dirceu. Arrumou até uma esposa por lá – a Nair.

Quando veio o AI-5, em dezembro de 1968, Jacques Breyton e Nair Benedicto passaram a militar na Ação Libertadora Nacional, a ALN. Eram o que se chamava de “apoio” ao grupo guerrilheiro de orientação comunista. Em diversas oportunidades, como fizera a dona Maria com o pessoal do jornal Hoje, Jacques e Nair abrigaram Carlos Mariguella em sua casa na Vila Mariana. Foram presos em 1º de outubro de 1969, quando esperavam as crianças na porta do Liceu. A dona Maria estava junto. Nair foi torturada durante três dias. O filho, Frederic, também tinha sido levado ao Dops. Ameaçavam colocá-lo também no pau de arara. Nair podia ouvi-lo na sala ao lado. Sentiu “a solidão de quem vai morrer”. Pensou que “agora era comigo”, e decidiu não contar nada. Há 15 anos, o estudante secundarista que delatou o casal pediu para encontrá-la. Disse que não conseguia dormir desde que vira Nair no Dops, trêmula em função dos

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Um ensaio de Nair sobre o forró faz parte do acervo do MoMA; e agora ela lançou Vi Ver, livro que é uma curadoria do seu acervo. E um alerta às “pessoas que nem veem nem vivem”

choques. Ela tinha 27 anos. Jacques, 47. Frederic, 1 ano e meio. O bebê não sofreu nada e foi morar com a avó. Jacques não foi torturado, mas ficou 13 meses preso. E Nair passou nove meses no presídio Tiradentes, para onde eram levadas as presas políticas em São Paulo. Uma de suas 13 companheiras era Dilma Rousseff. Assim que foram liberadas para receber livros e revistas, trataram de organizar discussões sobre os textos. “Dilma era brilhante”, lembra. “Tinha uma impressionante clareza e capacidade de síntese.” Livre da prisão, mas impedida de trabalhar nas rádios e emissoras de TV, que exigiam “ficha limpa”, migrou para a fotografia. No ofício que a consagrou, seguiu endurecendo sem perder a ternura. Das imagens de nordestinos no Forró do Mário Zan – material que faz parte do acervo do MoMA – às cenas da greve dos metalúrgicos do ABC que revelaria Lula; das primeiras fotos

feitas dentro de uma unidade da Febem às imagens da Transamazônica, especializou-se “na criança, na mulher, no trabalho e na ecologia”. Fez da sua fotografia arte, vendida e exposta como tal. Vi Ver, seu último livro, não é uma reunião de melhores momentos, embora se divida em “Amazônias” e “Desenredos” (esta dedicada a enredos que “não se fecham, como a situação do menor”). Vi Ver é um jeitoso trabalho de curadoria em seu acervo – um estudo sobre o tempo e um alerta às “pessoas que nem veem nem vivem”. Nair nunca pegou em armas. Ela que pensa. Porque quem tem uma câmera e faz o que ela faz tem uma arma pra lá de poderosa.

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FALA NOSSA LÍNGUA Lisboa, tão longe e tão familiar. Convidamos a chef Carla Pernambuco para uma viagem pela alma portuguesa: nos sabores, as descobertas, a memória do afeto na mesa, aquela alegria dos sentidos

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Foto: Iara Venanzi

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Shutterstock

Foto: Sxc Photos

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Viagem

Os cristãos novos, judeus que foram obrigados a se converter ao catolicismo, substituíam as linguiças (já que não comiam carne de porco) pelas tripas de boi recheadas com outras carnes, temperos e pão. Assim inventaram as alheiras e despistaram os seus perseguidores

“P

osso contar a história da minha vida, desde pequenininha, através da comida. Quase todas as vezes que me lembro de algo, quando penso na infância, na adolescência, em momentos marcantes, me volta à memória um sabor, um cheiro, o ritual de se sentar à mesa e saborear uma refeição. E, como adoro viajar, as comidas são minhas melhores lembranças, grandes descobertas. É curioso isso, o que uma viagem pode provocar, aquele instante de libertação de uma parte da vida, de deixar algo para trás. E a mesma viagem que transforma um, que retorna com outro cabelo, outras ideias, outras ambições, não provoca nada no outro que viajou junto. Em mim provocou – e desde menina aprendi a provar de tudo, até os pratos mais exóticos – e essa sensação de amor pelos sabores volta a cada viagem. Em Portugal me senti como se estivesse visitando alguém da família – ali é um pedaço da gente, do outro lado do mar, isso me comoveu demais. A culinária que fala a mesma língua, o paladar, tudo tão próximo, nosso vocabulário, o português deles, as nossas comidas que se misturam, as palavras que se misturam. Na minha primeira viagem para lá, em 2005, fui convidada com um grupo para um roteiro dos melhores vinhos – e que se prolongava através dos pratos. Comi coisas maravilhosas, como bola de lamego, algo parecido com uma focaccia, recheada com presunto de Parma, uma loucura, que provei em Évora. Ou os doces, um mais maravilhoso do que o outro. Papos de anjo, brisas do Tâmega, lérias... Voltei a Portugal algumas outras vezes, até como convidada no festival Peixe em Lisboa, com apresentações de 20 chefs: 12 por-

tugueses, dois franceses, dois espanhóis, um norte-americano, um austríaco, um sérvio e… faltou um, não? Pois é, gente, eu! E todas as vezes que vou para lá, além de me acabar de comer coisas maravilhosas, fico fascinada com as histórias dos pratos.

RELIGIÃO NO PRATO Por trás da deliciosa alheira, por exemplo, conta-se uma história triste. O prato nasceu com os cristãos novos, judeus que, ao migrarem para Portugal durante a perseguição, foram obrigados a se converter ao catolicismo. Porém, como secretamente mantinham alguns costumes, tinham que descobrir maneiras de disfarçar seus hábitos e tradições. Já que não comiam carne de porco, por exemplo, substituíam as linguiças – itens tradicionais das cozinhas portuguesas – pelas tripas de boi recheadas com diversos tipos de outras carnes, misturadas a temperos e pão. A invenção despistava os perseguidores, convencendo-os de que se tratava de uma típica família católica. Aliás, a religião também tem forte influência na cozinha de Portugal, principalmente, ao que se refere à doçaria portuguesa. Barriga de freira, papo de anjo ou toucinho do céu fazem parte de uma tradição gastronômica do país chamada como doçaria conventual, conhecida mundialmente pelos seus principais ingredientes, em quantidades nada moderadas: açúcar e ovos. Ganharam esse nome já que as receitas foram disseminadas nos conventos portugueses após o cultivo do açúcar e a popularização desse item na cozinha, apesar de restrito a uma camada social mais elevada, o que incluía o clero português. Na época, também era muito comum os conventos receberem filhas da nobreza e de famílias ricas que, entre outras

aptidões, levavam as receitas sofisticadas de suas residências às cozinhas de sua morada religiosa, onde eram aperfeiçoadas… Dizem que a composição desses doces tornou-se um segredo guardado a sete chaves. É o caso também dos pastéis de Belém. Reza a lenda que nasceram com os monges do Mosteiro de Jerônimos, que, buscando manter a existência da ordem, puseram-se a vender pasteizinhos folhados recheados com um delicioso creme à base de ovos, leite e açúcar, servidos quentinhos (hummm, é assim até hoje, o que me dá água na boca só de lembrar). Os turistas que visitavam a famosa cidade bíblica marcada pela Torre de Belém e pelo imponente mosteiro logo se acostumaram com aquela preciosidade, indo e voltando atrás dos tais pastéis. A receita é um dos segredos portugueses mais bem guardados até hoje. Diz que o pasteleiro oficial do mosteiro vendeu o segredo a uma família portuguesa, que vem passando de geração a geração aos seus descendentes e, mesmo assim, nunca foi revelado por inteiro. Atualmente, os únicos doces que carregam o nome “pastel de Belém” são esses, vendidos na antiga Confeitaria de Belém. Em outras regiões de Portugal você encontra o doce pela denominação de pastel de nata, mas, cá pra nós, ora pois, realmente não é a mesma coisa. Assim empolgada com as histórias, e louca para voltar ao além-mar, escolhi aqui alguns dos lugares que mais amo em Lisboa, e uns passeios também, porque a gente não quer só comida...” * A chef Carla Pernambuco tem um programa, Brasil no Prato, no canal Bem Simples, e dois restaurantes, Carlota e Las Chicas

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Foto: Iara Venanzi Foto: Sxc Photos

Foto: Baba Vacaro

As linguiças, alheiras e que tais; castanhas nas ruas de Lisboa, servidas fumegantes; e o toque poÊtico de uma janela portuguesa com certeza

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PEDAÇOS DE NÓS

Fotos: Iara Venanzi

Viagem

Foto: Arquivo Pessoal

PEDAÇOS DE NÓS SOLAR DOS PRESUNTOS: É onde se come o melhor arroz de lavagante. Gostei tanto que entrei na cozinha e pedi para aprender a fazer (foto ao lado). O Solar é um casarão de três andares, mas a comida é fantástica e a carta de vinhos também. Curiosidade: carta de vinhos no iPad (pra quem gosta é um prato cheio, pois tem todas as informações possíveis sobre cada produto). Rua das Portas de Santo Antão, 150 PAVILHÃO CHINÊS: O lugar é sensacional, uma antiga mercearia do princípio do século XX, e o proprietário tem coleções de peças, de miniaturas, uma coisa. Tem até um cartaz do carnaval do Rio de 1890. Bom para um happy hour ou fim de noite regado ao melhor Black Russian da cidade. Rua D. Pedro V, 89-91, Príncipe Real, tel.: 21 342 4729 CANTINHO DO AVILLEZ: Aqui tem uma comida autoral de primeira. Siga a recomendação do chef, que sempre vale a pena. Rua Duques de Bragança, 7 1200-162 , tel.: 21 199 2369 O FUSO: A 30 minutos de Lisboa. Melhor bacalhau de Portugal e, portanto, do mundo. Grelhado inteiro, com pele, espinha etc., alho, azeite e batata cozida. A morcilla da entrada é show. Rua Cândido Reis, 92-94

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CERVEJARIA DA ESQUINA: Para comer os melhores frutos do mar, fresquíssimos, com direito a provar percebes, arrozes deliciosos e ainda, de sobremesa, um ótimo pudim de chá-verde. Rua Correia Teles 56, Campo de Ourique

PAPAÇORDA: Não dá para ir a Lisboa sem bater o ponto neste clássico. Gosto dos peixinhos da horta (tempura de vagens, que imitam peixinhos), do arroz de pato e da fabulosa mousse de chocolate, que é passada e servida de mesa em mesa em uma enorme tigela, acompanhada de uma colherada de creme batido. Rua da Atalaia, 57, 1200-037 CONFEITARIA DE BELÉM: Para comer os clássicos pastéis, vá direto à fábrica que funciona desde 1837. Rua de Belém, 84-92

Fotos: Divulgação

MERCADO DO PEIXE: Além do passeio e da vista estupenda, aqui você escolhe o peixe ou crustáceo que vai querer provar. Do balcão ele vai direto para uma grelha gigante, e tudo fresco, saboroso, ótimo. A carta de vinhos é excelente. Estrada Pedro Teixeira, 78, 1400-047

O RESTO É HISTÓRIA TORRE DE BELÉM: Clássico dos clássicos, na margem direita do Tejo, é sempre encantador ver e rever. É Patrimônio Cultural da Unesco e uma construção linda, com suas cordas e nós esculpidos em pedra, um monumento aos portugueses navegadores – e, portanto, fala direto a nós, brasileiros, ao tempo das descobertas. Largo Princesa, 1.400 MOSTEIRO DOS JERÔNIMOS: Outro Patrimônio Cultural da Unesco, fundado em 1496, por ordem de D. Manuel I em homenagem à memória do Infante Dom Henrique. Mais tarde, foi doado aos monges da Ordem de São Jerônimo. A sacristia, os confessionários, tudo é deslumbrante. Rua Jerônimos, 3. MUSEU DO ORIENTE: É um museu belíssimo, que faz um cruzamento entre as culturas do Oriente e do Ocidente, mostrando a presença portuguesa na Ásia e o papel de Portugal na descoberta das culturas do outro lado do mundo. A coleção Kwok On tem um material incrível de marionetes, teatro de sombras, máscaras, tudo dos espetáculos. Avenida Brasilia, Doca de Alcântara.

ONDE BADALAR Esta dica é de um amigo meu, o Ipe, dono dos bares paulistanos Adega do Santiago e BottaGallo: o site LISBOA À NOITE (www.lisboanoite.com) mostra onde rola a boemia lisboeta no Bairro Alto. Boa comida, bom serviço, ótimos frutos do mar e peixes. Depois é só cair na noite a pé. Rua das Gáveas, 69

ONDE FICAR AS JANELAS VERDES: Instalado num palacete do século XVIII, este pequeno hotel é tão charmoso que parece um cenário de romance – e dizem que foi mesmo, pois nele Eça de Queiroz se inspirou para o Ramalhete de Os Maias. O pequeno almoço, ou café da manhã, tem jeito de casa da gente. Mas o melhor é a biblioteca na cobertura com vista para o Tejo. Rua Janelas Verdes, 47, junto ao Museu de Arte Antiga, tel.: 3 512 1396 8143

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Macacão jeans FORUM Jaqueta de couro YES LONDON Sapato ÁGATHA

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O charme dela invade a praia dele: jaqueta jeans, muito couro, um visual roqueiro pronto para pegar a estrada, mas com um balanço irresistível Por Feco Hamburger Edição Claudia Berkhout

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Camisa HERCHCOVITCH; ALEXANDRE Colete jeans COLCCI; short ÁGATHA; relógio GUCCI

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Jaqueta de couro recortado YES LONDON Camisa de sarja resinada JOHN JOHN JEANS Camiseta paetizada ELLUS

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Camisa jeans MARIA FILÓ Jaqueta de couro CAVALERA Saia JOHN JOHN JEANS

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Camisa jeans MARIA FILÓ; jaqueta de couro CAVALERA; short JOHN JOHN JEANS; sandálias ESPAÇO FASHION

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Styling BETINA BERNAUER e CYNTHIA KISTE; beauty JAYME VASCONCELLOS/CAPAMGT; modelo RHAYENE POLSTER (MEGA MODELS); tratamento de imagem FUJOCKA; agradecimentos OFICINA MECÂNICA ALEX e IGOR MANSBERGER (www.sofuscas.com.br)

Colete jeans JOHN JOHN JEANS; calça de camurça com aplicação de couro ESPAÇO FASHION; sandálias COLCCI

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SELECAO N Valor_carro

O carrinho mais amado de todos os tempos evoluiu, pero sem perder o charme jamais: com motorzão, muita tecnologia e um superequipamento de som, o Fusca afinou o que já era bom – e exala frescor Por Raquel Alves

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Foto: Divulgação

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m olhar darwiniano vai enxergar nessa traseira um quê do carrinho mais amado de todos os tempos. Claro que não é coincidência, o novo Fusca, que a Volkswagen apresentou no Brasil no 27º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo e que já está à disposição dos interessados nas concessionárias, é abertamente inspirado no saudoso Fusca. Digamos que a espécie evoluiu. Despojou-se do que já não era útil, adicionou as melhorias dos novos tempos. Ganhou, enfim, ares mais modernos, motorzão, cockpit confortável, requintes da tecnologia, pero sem perder o charme jamais. E o melhor: o ar retrô, levemente atrevido, foi mantido e até reforçado. Os designers da Volkswagen tinham pela frente o desafio de aproximar ainda mais a atual versão do clássico Fusca refrigerado a ar, mais até do que haviam feito com o

New Beetle, em 1998. O resultado compensou o esforço e pode ser conferido na linha de contorno do carro. Tanta semelhança entre parentes distantes só podia deixar a Volkswagen mais orgulhosa. E foi então que a montadora decidiu se render ao óbvio e se apropriar de vez do apelido carinhoso inventado pelos brasileiros, batizando o novo Fusca de... Fusca. Continuou o que franceses e italianos começaram, assumindo invencionices da boca do povo, como Coccinelle e Maggiolino, respectivamente. As mudanças em relação ao New Beetle começam nas proporções: capô dianteiro mais alongado, perfil rebaixado, aparência mais robusta. O DNA da marca continua lá, estampado na imagem horizontal criada pelo para-choque dianteiro, na entrada de ar frontal e no estilo das lanternas traseiras. As curvas estão mais contidas nesta versão, que traz al-

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Olha o DNA da marca na imagem horizontal criada pelo para-choque dianteiro, na entrada de ar frontal e no estilo das lanternas traseiras. A cara do clássico Fusca está nos para-lamas e nas soleiras das portas

gumas superfícies propositalmente achatadas para reforçar o ar esportivo. Basta reparar nas linhas retas na borda do capô. As referências ao Fusca reaparecem em detalhes como para-lamas salientes e soleiras laterais nas portas. Novo mesmo é o defletor traseiro, um elemento que parece simples enfeite, mas está ali para ajudar a manter as rodas em contato com a estrada, mesmo em velocidades superiores a 200 km/h, como permite o motor de 200 cv. As lâmpadas bixenon e as luzes diurnas perfiladas em 15 LEDs (opcionais) provam que o futuro chegou. A paleta de 11 cores também mescla tons mais clássicos com opções no mais puro espírito vintage, caso do metalizado azul Reef ou do amarelo Saturno.

Chegamos ao interior e nada da sensação de entrar no túnel do tempo. Ao contrário, o ambiente exala frescor, tudo parece novo, moderno, funcional, hi-tech. A lembrança ao passado se limita a detalhes, como para-brisa recuado e superfícies pintadas, como na área do porta-luvas. A maior herança dos velhos tempos está na sensação de limpeza e organização. Para os ocupantes, o espaço interno cresceu. Bitolas mais largas que fazem o carro parecer mais parrudo do lado de fora entregam mais amplitude no cockpit. O teto menos arredondado em relação à versão anterior também cria mais espaço para cabeças e pernas dos passageiros que viajam atrás.

A iluminação abundante nas versões com teto solar torna qualquer viagem muito mais prazerosa. A área envidraçada vem com isolamento térmico e bloqueia 99% da radiação ultravioleta e 92% da energia térmica. Quando o teto é aberto um defletor protege o interior da turbulência do ar. Em dias de sol forte é só puxar a cortina que cobre toda a área, mesmo quando o teto está aberto.

VIDA FÁCIL A comodidade a bordo está por toda parte, sinal de que nem tudo é nostalgia nesse clássico reeditado. Para começar: o Fusca pode ser ligado sem chave na ignição. Quando uma das maçanetas é tocada, o sistema identifica a autorização de acesso, emitida pelo transmissor que o motorista leva no bolso ou na bolsa. O motor é ligado ao toque do botão na frente do câmbio. O sistema também se encarrega de travar portas. Sentado confortavelmente ao volante,

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A tela sensível ao toque do sistema de som RNS 315 vem com navegador integrado. O ambiente interno combina ordem, beleza com um toque retrô

o motorista pode ainda escolher a cor da luz ambiente, entre as opções vermelho, azul e branco. Quer mais conveniência? O sensor de estacionamento está aí pra isso mesmo. O sistema dá uma tremenda mão na hora de estacionar, oferecendo na tela do rádio a imagem do carro visto de cima, apontando possíveis objetos na frente e atrás do carro. Boa notícia para quem não abre mão de um interior estiloso: o couro sintético Native, nas cores preto ou bege, é item de série no revestimento do novo Fusca. Quem opta pelo couro natural Vienna tem a possibilidade de brincar com as composições bicolores, incluindo recortes em vermelho ou azul. O sistema de som, igual ao do Passat, do Jetta, do Tiguan e do CC, conta com áudio RCD 510, incluindo acumulador de CDs e interface para cartão SD. Oferecido como opcional, o som RNS 315 tem tela sensível ao toque e na-

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BONITO E BOM DE TORQUE

Com o mesmo motor aplicado ao Golf GTI alemão, o 2.0 TSI já entrou para o seleto clube dos motores de temperamento ao mesmo tempo nervoso e eficiente >> MOTOR – 2.0l TSI gasolina >> ACELERAÇÃO 0 a 100 km/h – 7,5 s >> VELOCIDADE MÁXIMA – 223 km/h >> POTÊNCIA MÁXIMA – 200 cv a 5100 rpm >> TORQUE MÁXIMO – 280 Nm a 1700 rpm >> TRANSMISSÃO – manual ou DSG Tiptronic de seis velocidades >> SISTEMAS AUXILIARES - ABS, ASR, XDS, ESC

vegador intergado. Agora, incrível mesmo é o som Fender (opcional), com amplificador de 400 watts, e seus twiters e subwoofers adicionais. Para quem não se lembra, Fender é a grife das guitarras. De Jimi Hendrix a Eric Clapton, todo bom roqueiro teve uma Fender pra chamar de sua. Pois a marca mítica associou-se à Volkswagen e à Panasonic para desenvolver um som automotivo diferenciado.

O CORAÇÃO Sob o capô o motor 2.0 TSI responde pelo comportamento esportivo na nova geração do Fusca. Mesmo propulsor aplicado ao Golf GTI alemão, já entrou para o seleto clube dos

>> DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS – 2537 mm >> ALTURA – 1.486 mm >> LARGURA – 1.808 mm >> COMPRIMENTO – 4.278 mm >> VOLUME DO PORTA-MALAS – 310 litros >> NÚMERO MÁX. PASSAGEIROS – 4 >> RODAS LIGA-LEVE 17”, com pneus 215/55 R17. Opcional: rodas liga-leve 18”, pneus 235/45 R 18

motores de temperamento ao mesmo tempo nervoso e eficiente. O TSI entrega potência máxima a partir dos 5.100 rpm. O torque máximo de 280 Nm é atingido a partir de 1.700 rpm. Com o câmbio DSG de dupla embreagem o Fusca chega aos 223 km/h e vai de 0 a 100 km/h em apenas 7,5 segundos. O Fusca traz também bloqueio eletrônico do diferencial XDS, que melhora a dirigibilidade, sobretudo nas curvas. Ele entra em ação sempre que “percebe” a necessidade de controlar a força de frenagem para evitar que a roda interna na curva deslize em falso, aumentando também a eficiência da tração. A segurança a bordo é garantida pelos air bags frontais e laterais de série

Pelo conjunto da obra e pelo apelo de itens tão exclusivos como esse, o Fusca não é propriamente um carro para saudosistas, é sim uma opção de excelente custo-benefício, até para quem teve poucas oportunidades na vida de dirigir um Fusca. Evoluir é mesmo preciso.

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UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK

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Não aguentamos esperar. Antes mesmo de o Fusca chegar por aqui, fomos a Nova York para ver de perto tudo que ele é capaz Por Rosiane Moro Fotos Sebastian Lucrécio

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Fusca já é um velho conhecido dos americanos. Circula por lá desde o ano passado, e a diferença mais marcante em relação ao irmão brasileiro é que o nosso vem com charminho a mais: o aerofólio traseiro, que dá um ar esportivo e invocado ao modelo. De resto, apenas detalhes. A escolha de Nova York não foi ao léu. Além de ser a melhor tradução para a palavra megalópole, com suas ruas repletas de carros, lojas, gente por todos os lados, a cidade também tem a calma e a serenidade dos mais belos cenários do mundo. Para a saborosa missão de testar o Fusca, convidamos o fotógrafo brasileiro Sebastian Lucrécio, morador da Big Apple há quase dez anos. Sem rota traçada no GPS, Sebastian mandou ver com o carrinho pelas ruas de Manhattan e Brooklyn durante dois dias. O resultado foi um belo ensaio fotográfico pra Gisele nenhuma botar defeito. E assim dá-lhe Fusca em todos os ângulos: frente, traseira, lateral, de cima. Difícil dizer qual lado é mais fotogênico. E Sebastian gostou também de seus dias de fama. Por onde passava atraía olhares. “Um fato curioso aconteceu no Financial District. Para circular perto da Bolsa de Valores é preciso passar por dois pontos de segurança com guardas armados e cães farejadores. Fiquei mais tempo ali falando sobre os detalhes do carro com policiais, mostrando o painel, o potente sistema de som, do que eles fazendo a checagem de segurança”, diverte-se o fotógrafo. A maioria das fotos Sebastian fez em Chinatown, seu bairro preferido. É ali também que fica o seu time de futebol, o Bowery Football Club, e aí não teve como fugir. A turma da bola fez questão de tirar uma foto oficial ao lado do Fusquinha azul. “Chinatown é uma região movimentada com muitas pessoas

caminhando pelas ruas, comerciantes carregados de sacolas por toda parte, camelôs nas calçadas. É preciso atenção para não atropelar ninguém. É aí que um bom freio e o câmbio preciso fazem a diferença. É tão agradável dirigir o Fusca que esse anda-para é quase imperceptível”, define. Próxima parada: Long Island City, mais precisamente 5Pointz, conhecido como a meca dos grafiteiros. As antigas fábricas abandonadas transformaram-se em um “espaço de exposições” ao ar livre, onde artistas de todo o mundo com seus aerossóis em punho deixam sua arte registrada nas paredes. “Se eu tivesse que escolher um lugar em Nova York que tenha a cara e o estilo do Fusca seria aqui. Assim como o bairro, o Fusca tem um design moderno, jovial, só que não perdeu o ar retrô daquele que eu andava quando criança”, descreve Sebastian. Por ser mais afastado, o caminho de volta foi perfeito para testar a potência do motor e, segundo o fotógrafo, o Fusca manda muito bem em desempenho, é raçudo e bem ágil nas manobras. “Se pisar, ele vai. É preciso ter respeito com o acelerador, principalmente por aqui, que os radares não perdoam deslizes.” No interior, Sebastian aprovou os bancos confortáveis, os instrumentos sempre à mão e o volante levinho, fácil de manobrar. E, claro, o sistema de som que não deu trégua para os vocais de Jay Z, Tom Jobim e Jordi Savall. Antes de devolver o brinquedo, uma pausa no lava-rápido, no Soho. “Deixar uma preciosidade dessas empoeirada é uma maldade. Mas pra dizer a verdade passei por aqui porque queria ter o gostinho de ser um verdadeiro dono de Fusca. E não tem nada mais com cara de proprietário do que gastar algumas horinhas lustrando o possante, né?”

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Revirando sucata e ouvindo Bob Dylan, Du E-Holic cria chapéus sensacionais. Botou tudo numa VW TL 1970 pintada com tinta lousa e saiu por aí. Abriu uma loja e agora vai rodar pelo Brasil por Ronaldo Bressane fotos Omar Paixão

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Estilo

Ele conta com 40 moldes e mais de 3 mil tipos de retalhos para criar seus chapéus: de pneus de caminhão a sacos de lixo tailandeses

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u sempre fui louco por lixo, quando era criança corri atrás do caminhão de lixo pra dar minha chupeta, não foi, mãe?” “Foi, filho”, sorri a mãe de Du E-Holic, dona Sônia Sampaio, que atende os clientes da loja de chapéus enquanto o filho costura uma cartola roxa e conversa com a V. Mas por que o lixo? “The answer, my friend, is blowin’ in the wind”, responde Bob Dylan no onipresente som que se alastra pela loja na Vila Madalena. Du E-Holic, pseudônimo de Durval Sampaio, paulistano de 31 anos, é um dos folclóricos personagens do mais boêmio dos bairros de São Paulo. Ele vive de inventar chapéus supercoloridos com os mais variados materiais que encontra – enquanto costura, sempre à vista, em frente à vitrine de sua loja, a música está sempre no ar: quando finaliza uma peça, anota no forro a canção que tocava naquele momento. Durante o papo só rolou Dylan, um dos ídolos de Du. Ele mesmo parece uma figura saída dos anos 1960. Alto, permanente sorriso no rosto com barba por fazer, sapatos de palhaço – um verde de bolinhas brancas, o outro branco de bolinhas coloridas –, calças em um tom indefinível entre o rosa e o laranja, camiseta preta com estampa de caveira, óculos

cor-de-rosa, cartola de copa alta e muitas, muitas tatuagens – 38 só de chapéus. Apesar do visual, Du não se considera hippie. “Não gosto de ócio, adoro trabalhar. Às vezes trabalho aqui das seis da manhã até meia-noite”, jura. À entrada de sua loja, um cartaz exibe sua razão de existir: “Confie em mim, trabalhe no que você gosta”. E do que ele gosta são chapéus. Até oito anos atrás, Du fazia dinheiro com sucata. “Me dava muita grana, me ajudou a comprar duas casas. Mas era só ego financeiro.” Insatisfeito, pensou em ser piloto de helicóptero. Um estalo veio quando resolveu ir de chapéu a uma festa. Nenhum modelo que encontrou servia. “Sou mó cabeçudo, mano”, ri. Então ele mesmo costurou uma boina – já costurava as próprias roupas quando adolescente – e pirou o cabeção. Largou a sucata e a escola de aviação e começou a confeccionar os chapéus na raça, sem plano definido a não ser

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encontrar materiais no mesmo lugar em que fez dinheiro: no lixo. “Existe muito preconceito em relação ao lixo, mas ele é mágico para mim. Não tenho nenhuma roupa comprada em loja, só em brechó. Não gosto de consumo fácil, coisa pré-fabricada. Meu prazer é o de transformar as coisas. Acabei de encontrar uma mangueira de bombeiro numa caçamba, um material superduro, perfeito pra fazer chapéu. Você pode fazer chapéu com tudo”, diz – e mal acaba de discursar em favor da reciclagem recebe a visita de uma senhora que vem presenteá-lo com uma sacola cheia de retalhos. Ele revira os trapos, mais feliz do que pinto no lixo. “Que viagem, é a minha cara, olha só esses panos indianos que lindos!”, sorri. Depois de passar um bom tempo fazendo experiências, Du comprou uma Volkswagen TL 1970 e a lotou de peças. O carro também era mexido: pintado com tinta de lousa, re-

cebia desenhos e frases de giz colorido. Sua tenda no Mercado Mundo Mix fez sucesso, e Du precisou comprar uma Kombi para ter mais espaço para vender os chapéus pela cidade. Em seguida, acabou abrindo a loja na Vila Madalena, que se tornou ponto turístico no bairro (durante as duas horas de reportagem, 20 pessoas passaram só para dar um alô ao chapeleiro, fora os clientes). Ele conta 40 moldes e mais de 3 mil tipos de retalhos para desenvolver suas criativas peças – de pneus de caminhão a sacos de lixo tailandeses, passando por veludo, palha, couro. “Minha brisa é ver a galera me assistir costurando. Mas meu estilo é psicodélico, curto as piras sem nexo, misturar materiais. Você nunca vai encontrar um chapéu todo preto na loja”, afirma. E por que chapéus? “Ah, o chapéu te leva pra outro lugar. Ao mesmo tempo que ele esconde um pouco seu rosto, ele tira a sua timidez.

Du E-Holic na sua loja: “O chapéu te leva para outro lugar, te distingue, dá um ar de nobreza”

Todo mundo vem conversar comigo por causa do chapéu. Ele te distingue, te dá um ar de nobreza, reis e altos sacerdotes usam. Tenho saudade da elegância dos anos 1920, todo mundo de chapéu... Já me apaixonei por mulher só porque ela usava chapéu! É um baita assunto pra pegar mulher. Muito melhor do que ter cachorro!”, ri o chapeleiro, solteirão convicto. “Sem falar que os chapéus me levaram pro mundo inteiro.” Verdade: ele recém-chegara do Tennessee, onde tinha ido a convite da Jack Daniel’s, e no dia seguinte já partiria para duas semanas de férias pela Europa – neste ano, havia passado quatro meses na Índia, e ano anterior alguns meses na África. E logo seus chapéus vão fazê-lo voar da Vila Madalena.

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31 de dezembro de 2012 marca o encerramento das atividades da loja – e o início de uma viagem de 500 dias pelo Brasil. Du acaba de comprar um furgão 1952 para pôr o pé e o cabeção na estrada. “Tenho uma carência grande de solidão, consequência desse meu estilo de vida. E a gente é muito escravão desse esquema de São Paulo, né, essa coisa de correr só atrás de dinheiro. Eu corro atrás de experiências”, explica. Com a fama gerada pela loja e as inúmeras aparições na mídia, sem contar comerciais de TV e participações especiais em programas como o Caos, no History Channel, Du diz ter sido

Du acabou de chegar do Tennessee, onde foi a convite da Jack Daniel’s. Neste ano passou quatro meses na Índia e, no ano anterior, na África. Apareceu no History Channel e em muitos comerciais de TV

procurado por outros empresários para criar franquias de sua fábrica de chapéus. Isso o irritou. “Pô, mano, nego só te procura pra fazer negócio. Sei lá, difícil alguém te chamar pra simplesmente tomar uma breja e trocar uma ideia. Nego só quer mais, mais, mais, ganhar mais. Eu só gosto de fazer chapéu, cara, do começo ao fim. Se perder esse prazer, volto a ser sucateiro.” Du revela ter aprofundado seu desapego pelas coisas no período que passou na Índia, lendo as biografias de Jacques Cousteau, Jimi Hendrix e Bob Dylan, meditando em frente ao rio Ganges e trabalhando como garçom em um albergue. “Acho que nesta minha próxima viagem vou encontrar um futuro estilo de vida. Talvez eu invente uma vida em uma comunidade alternativa, não sei. O que sei é que não dá pra ficar fazendo sempre a mesma coisa”, confessa. “Don’t think twice, it’s allright”, canta Dylan na loja de Du E-Holic. E, enquanto o papo termina, mais um chapéu vem ao mundo.

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Eles sabem de tudo – ou pelo menos antecipam que carro vamos ter, que roupa vamos usar, por onde vão andar nossos desejos Por Marianne Piemonte Fotos Simon Plestenjak

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“Aqui nós não seguimos moda, nós criamos, sempre pensando em evoluir baseados no DNA da marca. Diversidade, liberdade e coragem: isso sim é uma tendência mundial”

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ma Lumix, uma Cannon, uma Nikon e uma Olympus. São elas atualmente as principais companheiras do diretor de design da Volkswagen para América Latina, Luiz Alberto Veiga, 58 anos. Estão sempre no carro, no escritório ou aonde quer que ele vá. Com as câmeras fotográficas, Veiga registra imagens que ilustram, documentam e inspiram suas criações. Carros antigos, flores, favelas, sucata, gente na rua. O insight para o desenho de um carro novo pode vir das imagens mais improváveis. E cada clique é compartilhado com amigos virtuais e seguidores nas mídias sociais. Para ele, que foi chefe do estúdio de design da Volkswagen em Postdam, na Alemanha, a musa maior sempre foi e será a natureza.

Mas o olhar apurado do designer faz com que uma simples xícara de café, que descansa sobre a sua mesa durante a entrevista, deixe a função de utensílio doméstico e ganhe status de obra de arte. Veiga faz isso quase intuitivamente, sem que exista alguma demanda ou pressão. O resultado é um mosaico de imagens e cores que retratam o nosso tempo ou anunciam o que está por vir. Esse tipo de ferramenta é hoje a arma secreta de um profissional que entrou na moda, o cool hunter. Os caçadores de tendência, como são chamados em português, são responsáveis por identificar e antecipar as próximas tendências adotadas pelos consumidores.

Veiga, com Marília Biill e Gustavo Motta, aposta na diversidade de uma equipe de talentos

LUIZ ALBERTO VEIGA, diretor de design da Volkswagen para a América Latina

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“No auge da crise, a Europa toda lançou coleções com muito branco, depois disso veio um boom de estampas” CAROLINA ALTHALLER, cool hunter e porta-voz do portal WGSN

Há cerca de cinco anos, pipocaram por aqui agências oferecendo esse serviço. Muitas empresas, principalmente os grandes magazines de moda, valem-se desses relatórios para lançar suas coleções. Hoje, indústrias de alimentos, saúde e esportes usam esses profissionais para direcionar seus lançamentos e campanhas publicitárias. A líder no Brasil nesse mercado é a inglesa WGSN, considerada um dos maiores portais de tendências do mundo. Para receber as informações captadas pelos cool hunters, clientes como a agência Africa ou a Adidas pagam, em média, US$ 16 mil por ano. Quem são esses profissionais? Na Volkswagen, segundo Veiga, todos que trabalham em seu núcleo. Para ele, a principal característica de um designer é a curiosidade, ferramenta que naturalmente serve para apontar direções e observar tendências. “Para nós, as tão faladas tendências têm valor relativo. Aqui, nós não seguimos moda, nós criamos, sempre pensando em evoluir baseados no DNA da marca”, explica. “Nós é que oferecemos material para os cool hunters.” Veiga aposta no faro fino de um pequeno exército de profissionais com as mais variadas formações e vivências, com a certeza de que a pluralidade do grupo é responsável por abastecê-los de contemporaneidade. “Temos músicos, pintores, colegas do México e do interior de São Paulo”, completa Gustavo Motta, um dos designers da equipe, que depois de vencer uma das edições do concurso Talento Volkswagen Design foi admitido como estagiário da montadora e hoje é shape designer da Volkswagen do Brasil. No setor de Marília Emanuele Biill, supervisora de Color&Trim, que trata dos acabamentos de dentro do carro, como painel,

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Tendência

“Não é possível ficar dentro de casa só de olho no computador, um cool hunter precisa circular, e os lugares vão depender do foco que ele tiver” PATRÍCIA HADDAD, cool hunter para a agencia Box 1824

bancos e interior de portas, também não é habitual usar informações de cool hunters. “Estamos preocupados em criar design e não em seguir moda”, diz. Mesmo porque o tempo de criação de um carro é outro. Enquanto cool-hunters estão à caça do que será usado na próxima estação, um automóvel leva de três a quatro anos para ser produzido e espera-se que dure, em média, mais uns dez anos. “Não podemos seguir as tendências volúveis da moda”, diz o diretor de design.

DE OLHOS BEM ABERTOS Enquanto qualquer um de nós mal entendeu o que vai ser moda no próximo verão, Carolina Althaller, 24 anos, a cool hunter e porta-voz da WGSN, diz que já está pensando no outono-inverno de 2014. Carolina é formada em relações públicas, também fez alguns cursos de cool hunting na PUC-Rio e no IAD-SP, mas acredita que a principal característica de um cool hunter é a intuição. “Acho que as pessoas nascem com isso”, diz. No seu arsenal para descobrir o que será bacana estão revistas internacionais, visitas a exposições e muitos carimbos no passaporte. Ela também faz questão de dizer que não há distinção entre sua vida profissional e pessoal, está sempre trabalhando. Quando vai a shows, faz incontáveis fotos do público ou quando sai para jantar com o namorado chega a ficar em silêncio só para ouvir a conversa da mesa ao lado. Carolina diz que nunca vai aos lugares da moda, ela

está sempre inovando para descobrir o que será moda nos próximos meses. Para evitar cair nas possíveis armadilhas industriais, ela estuda bastante história e está sempre atualizada sobre o que acontece no mundo. “No auge da crise, a Europa toda lançou coleções com muito branco, depois disso veio um boom de estampas”, conta. Segundo ela, isso seria uma representação de ânimo para uma recuperação econômica. Enquanto Carolina acredita no seu feeling e em imagens estrangeiras, Patrícia Haddad, 31 anos, aposta na pesquisa. Para fazer um raio X do comportamento cotidiano do consumidor ela vai a campo. Para a Elma Chips, por exemplo, passou dias no Centro de Tradições Nordestinas e nos lugares onde a classe C costuma fazer suas refeições e se divertir. Seu objetivo era a criação de novos sabores de salgadinhos. Nessas incursões, fotografava, conversava com as pessoas e observava seus hábitos alimentares.

Formada em moda, ela prestou serviços para a Box 1824, agência que tem clientes como Itaú, Nike e C&A. Para ser um bom cool hunter ela diz que é preciso gostar de pesquisar, estudar e aprimorar o olhar. “Definitivamente, não é um dom”, diz. Para manter-se atualizada, Patrícia costuma frequentar o circuito de exposições da cidade. Shows em casas restauradas nos bairros fora do circuito de baladas de São Paulo, como o Cine Joia, também estão em sua agenda. “Não é preciso estar em todas as festas, mas é bom saber que elas acontecem”, conta. “Também não é possível ficar dentro de casa só de olho no computador, sem dúvida um cool hunter precisa circular, e os lugares vão depender do foco que ele tiver”, diz. Quem também costuma ser um pesquisador voraz é o executivo de marketing Alexandre Rolin, 39 anos. Entre guias, caçarolas e temperos, seu campo é a gastronomia.

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“As pessoas não estão interessadas apenas em comida, mas na experiência gastronômica. Um exemplo disso é o sucesso das viagens gourmet ou saraus”

Para estar a par do que vai acontecer nessa seara, tão em voga nos últimos anos, ele costuma frequentar os restaurantes da cidade, e quem decide o roteiro de suas férias é a quantidade de estrelas no Michelin que há no lugar. Rolin também é chef de cozinha, formado pelo Senac-SP, e tem passagens pelo marketing da Nestlé e da Yoki. “Sou aquele tipo de pessoa que passa horas no supermercado lendo rótulos”, conta. Como as pessoas vão se alimentar no futuro ou quais os ingredientes dos próximos pratos são questões que nunca o abandonam. “As pessoas não estão interessadas apenas em comida, mas na experiência gastronômica. Um exemplo disso é o sucesso das viagens gourmet ou saraus, em que além

do jantar há uma conversa sobre a origem e criação dos pratos”, conta. O diretor de design da Volkswagen, Luiz Alberto Veiga, acha graça em tudo isso. “Quando comecei a desenhar automóveis não havia nem computador na minha sala”, lembra. No entanto, como um bom observador, ele diz que o Brasil é hoje o maior inspirador de tendências. “Recentemente, levamos alguns alemães para passear por bairros da cidade e eles ficaram maravilhados com tamanha diversidade”, conta. Para ele, as maiores novidades não são nenhuma cor ou forma específica, mas a tradução do espírito do que somos nós. “Diversidade, liberdade e coragem: isso sim é uma tendência mundial”, aponta Veiga.

ALEXANDRE ROLIM, executivo de marketing especializado em gastronomia

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O CÉU É O 072_077_Amarok.indd 72

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Foto: Hernan Pitocco

O LIMITE 072_077_Amarok.indd 73

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Um time de pilotos de parapente quebrando recordes mundiais no sertão cearense. E, por terra, a Amarok seguindo cada movimento deles. Nossa repórter abre este incrível diário de bordo Por Flávia Vieira Fotos Fernando Pradi

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oi com imensa satisfação que aceitei o convite da V para acompanhar a equipe da Amarok Expedition no sertão nordestino. Minha missão seria narrar a aventura de seguir, por terra, a bordo da Volkswagen Amarok Highline, o time de pilotos da Sol Paragliders voando em busca dos recordes mundiais de distância em parapente, numa das regiões mais ermas e áridas de todo o país. Sou piloto de asa-delta há mais de dez anos e já participei de muitas expedições desse tipo, voando e também dirigindo 4x4. Cinco anos atrás tive a oportunidade de conhecer Quixadá, o ponto de partida desta Amarok Expedition e o lugar onde realizei os meus voos mais longos numa asa-delta. Não foi à toa a escolha desse lugar. Quixadá

é uma cidade de médio porte no interior do Ceará que por sua localização e clima se tornou um dos destinos mais procurados no mundo para voos de longa distância e há mais de 15 anos vem recebendo pilotos de parapente e asa-delta de todas as partes do planeta. O lado triste dessa geografia é que, para tão boas condições para o voo livre, foram anos de seca intensa e vida dura para os moradores. Nossa expedição tinha começado há 15 dias e dois recordes mundiais já haviam sido quebrados. O recorde de distância passando por três pontos (288 quilômetros) e o de distância com gol (ou objetivo) declarado (423 quilômetros). Nunca na história do esporte se realizaram tantos voos em que se ultrapassasse a marca dos 400 quilômetros.

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Na página ao lado, o encontro dos voadores com os Profetas da Chuvas, de Quixadá. Nesta página, a imensidão das rochas, nas falésias de Canoa Quebrada, no voo vigiado pela ave: privilégios do parapente

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Amarok Expedition

Todos os olhares do parapente mundial se viravam para Quixadá e os incríveis voos da equipe Amarok Expedition. A expedição já era um sucesso. Para começar, tínhamos um verdadeiro “dream team” de pilotos, com vasta experiência em voos de distância, a bordo de instrumentos de última geração e parapentes de altíssima performance e qualidade, fabricação nacional de uma das marcas mais respeitadas do mundo no mercado, a Sol Paragliders. Sob a coordenação de Fernando Pradi lá estavam: Samuel Nascimento, André Fleury, Marcelo Prieto, Hernan Pitocco, Claudia Otilia Guimarães, Donizete Lemos e Frank Thomas Brown. Em segundo lugar, uma organização impecável e um profundo conhecimento de todos, tanto das condições e rotas de voo quanto das estradas e “caminhos” do

sertão. E, no encalço de tudo isso, a grande pick-up Amarok, oferecendo por terra um suporte à altura dessas “feras do ar”. Um carro capaz de encarar o ritmo frenético de subidas e descidas em montanhas, as estradas de terra precárias e sinuosas, os trechos extremamente radicais. Tudo com muito conforto e segurança. Logo na chegada fui recebida pelo sorriso de Dioclécio de Lima, o Dió, como é carinhosamente chamado o chefe de operações da expedição e o cara que mais entende de picapes, jipes e 4x4 que eu conheço. É ele o invejado e incansável piloto da nossa Amarok.

5H DA MATINA Já soava o toque de despertar de todas as manhãs, afinal os pilotos tinham de decolar às 6h30 para que pudessem aproveitar a luz do dia. Só para dar uma ideia, para

um voo de mais de 400 quilômetros, em uma velocidade média de 45 a 50 km/h, são necessárias 10 a 11 horas no ar e, para que um recorde possa ser “legítimo”, ou seja, homologado pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), o pouso deve acontecer antes da hora oficial do pôr do sol. A maneira de comprovar um recorde se apoia totalmente nos instrumentos que os pilotos levam com eles e que, além de ajudar na navegação, marcam o horário de decolagem, o percurso realizado e o exato momento do pouso. Não há como forjar os dados enviados via satélite a cada segundo e gravados na memória do aparelho, desde o instante em que o instrumento é ligado na rampa de decolagem. O Flymaster, instrumento oficial da Amarok Expedition, uma mistura de GPS com altímetro, é tão moderno e inovador

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A Amarok rodou mais de 8.500 quilômetros, enquanto nos ares os pilotos quebravam três recordes mundiais. E Flavia voou com André Fleury

Em um voo de 400 quilômetros os pilotos cruzam parte do Ceará, todo o Piauí e pousam no Maranhão, passando por muitas mudanças de relevo e clima que ainda é capaz de calcular, pela média de velocidade do piloto, se será possível ou não realizar a quebra do recorde em tempo hábil, permitindo que os pilotos abortem o voo caso não dê para cumprir a meta desejada. Assim eles podem se resguardar para outro dia com condições mais favoráveis ao recorde. Chegou o momento mais esperado para mim. Finalmente assumi o volante da Amarok e, na companhia de Dió, partimos para o resgate dos voadores. Ao descer a rampa de decolagem já entendi o que a tecnologia é capaz também em terra. Fiquei surpresa com o inovador controle de descida desta picape. Dió se divertia com as minhas reações extasiadas: “Gente! O carro tá andando sozinho!”. O sistema de descida controla, de maneira muito eficiente e segura, tanto a aceleração quanto a frenagem. E no momento em que se quer recuperar o controle absoluto é só pisar no freio ou acelerar para desativar o controle automático de descida e o ABS volta a funcionar na ponta do nosso pé.

vezes se apresenta como a única opção de pouso; e, principalmente, as tremendas mudanças que podem ocorrer nas condições no meio do percurso. Imaginem que em um voo de 400 quilômetros, os pilotos cruzam parte do Ceará, todo o estado do Piauí e pousam no Maranhão, passando por muitas mudanças de relevo e de clima que podem influenciar fortemente no desenvolvimento do voo. Escutávamos no rádio a conversa entre eles e seguíamos por terra a rota definida no ar.

8H15 Saímos do asfalto para uma estrada de terra sinuosa, mais próxima da rota voada. Hora de abastecer. Vi que meu companheiro de volante fazia cálculos, olhava o GPS, consultava o mapa e finalmente me disse que teríamos de acelerar o passo para nos manter próximos dos pilotos. Explicava, com toda a sua experiência, que, se os pilotos estavam voando numa velocidade média de 40 km/h, nós deveríamos fazer uma média de quase 80 km/h. E, caso eles

7H30 Já estávamos em rota com os pilotos no visual e um pouco atrasados em relação à média ideal para a realização de mais um recorde. Dessa vez a tentativa era o recorde mundial de distância livre e o objetivo de nossos amigos alados era percorrer mais de 502 quilômetros, uma meta extremamente difícil. As maiores dificuldades em voos de longa distância como esses são: turbulência extrema, com ocasionais “dust devils”, ou seja, pequenos tornados, muito comuns na época de seca no sertão; grandes áreas de uma vegetação chamada jurema, um arbusto seco cheio de espinhos, que algumas

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Amarok Expedition

A Amarok se comportava muito bem em alta velocidade e pude sentir a potência do motor e a estabilidade nas curvas. O que mais me impressionou foi o silêncio a bordo voassem 500 quilômetros, a Amarok percorreria aproximadamente 1.400 quilômetros no total. Nesse caso, só retornaríamos a Quixadá no dia seguinte. A Amarok se comportava muito bem em alta velocidade e pude sentir a potência do motor e sobretudo a estabilidade nas curvas. Nesse momento, o que mais me impressionou foi o silêncio dentro da cabine. Apesar de todos os buracos e as pedras soltas da estrada, ainda podíamos escutar em alto e bom som tudo o que os pilotos diziam no rádio. Com toda a minha experiência em resgate, isso foi um acontecimento inédito.

10H40 Os pilotos decidiram abortar o voo, já que a média de velocidade não estava boa e a condição de vento começava a piorar. Marcaram o local do pouso, um pequeno povoado com quatro casinhas e uma pequena igreja, passaram para nós as coordenadas de GPS e conseguimos alcançá-los antes que o último piloto tocasse o solo. Quando chegamos, todos os moradores do local já se amontoavam ao redor dos pilotos com olhares de admiração e curiosidade, as crianças riam freneticamente, queriam tocar os parapentes, sem entender muito bem como aqueles homens “caíram do céu” bem ali. A volta foi feita pelo asfalto, os pilotos

PARA TODO TERRENO

A versão Highline da Amarok vem com a transmissão automática de oito marchas mais moderna do mundo >> ACELERAÇÃO 0 a 100 km/h – 10,9 s >> VELOCIDADE MÁXIMA – 179 km/h >> MOTOR – Diesel, quatro cilindros, 16 válvulas biturbo “common rail” >> POTÊNCIA LÍQUIDA MÁXIMA – 180 cv a 4000 rpm >> TORQUE LÍQUIDO MÁXIMO – 42,8kgfm – 1750 rpm >> TRANSMISSÃO – Automática de oito velocidades >> TRAÇÃO – 4X4 permanente

>> BLOQUEIO DIFERENCIAL TRASEIRO – Manual >> SISTEMAS AUXILIARES – ABS off road, BAS, EDC, EBD E RBS >> DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS – 3.095 mm >> ALTURA – 1.834 mm >> LARGURA – 1.954 mm >> COMPRIMENTO – 5.254 mm >> VOLUME DA CAÇAMBA – 1.280 litros >> NÚMERO MÁX. PASSAGEIROS – 5

tinham voado pouco menos de 90 quilômetros e nós no carro faríamos, para voltar por estrada asfaltada, quase 200 quilômetros. A Amarok parecia um carro de passeio no asfalto e, com todo mundo dentro (éramos cinco pessoas), me dei conta do amplo espaço interno, uma característica que nesse tipo de carro é bem difícil encontrar. Os pilotos vinham contando suas aventuras no sertão, muitas histórias da generosidade do sertanejo, sempre oferecendo ajuda em momentos de dificuldade, felizes em dividir o pouco de água e de comida que têm.

É NOITE A equipe se reuniu para um briefing do voo e para falar das condições climáticas para os próximos dias, que não pareciam muito promissoras, com ameaças de chuvas, teto de nuvens muito baixo e pouco vento. Além disso, todos estavam muito cansados depois de duas semanas de uma rotina muito intensa de voos no sertão e foi resolvido que iriam tirar dois ou três dias para descansar e recarregar as energias, esperando que as condições melhorassem novamente. O lugar escolhido para o repouso foi Canoa Quebrada, no litoral leste do Ceará, a menos de 200 quilômetros de Quixadá. Lá os pilotos aproveitariam para fazer um verdadeiro test drive na Amarok em todo tipo de terreno: asfalto, terra, pedra e areia. A picape fez um enorme sucesso e o que se seguiu foi muita aventura e diversão! A Amarok nos levou às falésias vermelhas de Canoa Quebrada, onde os meninos deram um show de habilidade. Os moradores e voadores locais vieram ver o espetáculo e cumprimentar os pilotos da expedição, emocionados pela presença desses grandes nomes do parapente mundial. Eu também não resisti e decolei em um voo duplo com o grande recordista mundial, o “mestre” André Fleury. Foi meu primeiro voo de parapente e um dos mais divertidos da minha vida. Era a Amarok Expedition deixando sua marca também no litoral cearense.

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Flávia ao volante se surpreende com o controle da Amarok: “Gente! O carro tá andando sozinho!”

Chega de moleza! Depois de três dias de descanso voltávamos ao sertão e ao ritmo frenético de madrugadas, voos longos, muita poeira e muita estrada. A praia e o descanso realmente despertaram os ânimos da equipe e, já no primeiro dia, mais um recorde mundial na expedição, registrado no voo duplo de André Fleury e Claudinha Ribeiro, uma rota de mais de 210 quilômetros, realizados em pouco mais de seis horas. A melhor marca de voo em distância passando por três pontos, na categoria voo duplo. Mais um para a coleção de recordes da Amarok Expedition.

DOUTOR SERTÃO Dió, o homem fora de estrada

EM NÚMEROS Só para situar o leitor, existem quatro tipos de recordes de distância: o livre, que é voar a maior distância jamais percorrida; o de triangulação, voar a maior distância passando por três pontos virtuais (definidos por coordenadas de GPS), onde o último ponto seja o mesmo que o primeiro, formando uma rota em forma de triângulo; o gol declarado, que significa voar a maior distância e pousar em um ponto predeterminado antes da decolagem; e, por fim, distância passando por três pontos, que consiste em voar a maior distância em uma rota com três pontos predefinidos antes da decolagem. Ao fim da missão, a Amarok Expedition tinha voado mais de 11 mil quilômetros, rodado por terra mais de 14.500 quilômetros e quebrado quatro recordes mundiais. De quebra, assumiu a liderança do XContest, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 2 mil quilômetros por piloto em uma temporada.Uma feliz combinação de audácia, resistência e tecnologia.

Dioclécio Rosendo de Lima Filho, o Dió, é um pernambucano de 35 anos, 16 anos de voo e 15 anos pilotando carros de resgate. Conhecido como “Doutor Sertão”, Dió possui conhecimento de toda a região do semiárido nordestino, tanto de estradas como de trilhas e rotas off road. É figura indispensável em qualquer evento importante de parapente e asa-delta no Brasil e já se tornou diretor de operações das etapas do Circuito Mundial de Parapente no Brasil e do Campeonato Brasileiro de Parapente. Na Amarok Expedition ele foi o invejado piloto da Volkswagen Amarok e observador da FAI para a homologação dos recordes mundiais durante a expedição. Doutor Sertão dá seu diagnóstico sobre o carro: “A primeira coisa que eu digo é que a Amarok me surpreendeu. Em todos esse anos fazendo resgate aqui, poucos foram os carros que terminaram intactos. Já tive muito problema de suspensão, caixa de marcha, motor; eu já perdi motor de carro aqui nesse sertão, porque o ritmo é frenético e a pisada é forte. Mas estamos aí, usando o carro da mesma forma como eu sempre usei, e não tivemos nenhum problema. No quesito conforto é um carro bem espaçoso, e olha que aqui todo mundo é grande. A Amarok oferece um espaço interno que nenhum outro da categoria oferece, a impressão que eu tenho é que se trata de um outro carro, de uma outra categoria”.

PARA SABER MAIS: FACEBOOK.COM/VOLKSWAGENDOBRASIL WWW.SOLPARAGLIDERS.COM.BR WWW.XCNORDESTE.COM.BR

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Foto: Divulgação

Inovação_Salão do Automóvel

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AM FALAR 080_085_Salao.indd 81

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Salão do Automóvel

A Volkswagen aproveitou seu espaço no 27º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, realizado de 24 de outubro a 4 de novembro, para esbanjar tecnologia. Veículos a prova d’água, sustentáveis, movidos a eletricidade, híbridos... Carros para todos os gostos

Taigun Ele é pequeno, estiloso e tem tudo para agradar o público jovem. O Taigun, novo carro conceito da Volkswagen, foi apresentado ao público pela primeira vez no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo e é uma das grandes apostas da marca para os próximos anos. Por fora o design do pequeno SUV traz detalhes dos irmãos mais velhos Touareg e Tiguan, porém sem perder a personalidade própria. Nas laterais saltam aos olhos os para-lamas robustos e o vinco logo abaixo das janelas ligando harmoniosamente a frente com a traseira, com destaque para a proteção inferior embaixo dos pára-choques. O interior para quatro ocupantes é um show de criatividade. Os bancos azuis ganham a companhia de detalhes da mesma cor nas laterais das portas e no painel de instrumentos, que, aliás, é completamente clean. Por baixo do capô, o novíssimo motor 1.0 litro TSI (turbo com injeção direta de gasolina) de três cilindros e potência de 110 cv e torque de 17,9 kgfm a 1.500 rpm. O grande trunfo do Taigun é a economia: percorre 100 quilômetros com apenas 4,7 litros de combustível (110g/km CO2) e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 9,2 segundos. A transmissão é manual de seis marchas.

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Jetta Hybrid O modelo é um dos automóveis mais eficientes do mundo. A combinação de um motor a gasolina de alta tecnologia (1.4 TSI de 150 cv) com motor elétrico sem emissões (20 kW), resulta num desempenho marcante: 0 a 100 km/h em apenas 9 segundos, ao mesmo tempo em que permite atingir um índice de consumo de 19 quilômetros por litro em circuito combinado cidade/estrada. Significa que o sedã consome cerca de 20% menos do que um carro tradicional. E a economia sobe para 30% se considerado apenas o trânsito urbano. O Jetta Hybrid também pode ser utilizado no modo elétrico puro, sem emissões de CO2, em velocidades de até 70 km/h, por distâncias de até dois quilômetros. O novo modelo será lançado ainda este ano, inicialmente nos Estados Unidos e Canadá.

Buggy up!

Fotos: Divulgação

Ícone de liberdade nos anos 1960, o bugue nunca foi considerado um meio de transporte e sim a representação de um estilo de vida. O modelo feito de plástico e fibra de vidro de atrás anos, ganhou uma nova interpretação com o buggy up!, produzido com materiais mais nobres, como aço de alta tecnologia e baixo peso. O novo bugue foi rebaixado em 20 mm e o capô ficou mais achatado. Neste conceito Volkswagen o porta-malas foi suprimido, assim como a terceira coluna, mas o tradicional santoantonio lá está. O interior é a prova d’água, inclusive o sistema de som, com assentos em neoprene e drenos no assoalho.

E-Bugster Soluções ecológicas também estão no foco da Volkswagen. O Fusca, que acaba de chegar ao Brasil, já possui uma versão conceito conversível equipada com motor elétrico. Com dois lugares e 85 kW de potência, esse protótipo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos com emissão zero. O módulo elétrico central pesa apenas 80 quilos e armazena a energia em uma bateria de íons de lítio, alojada atrás dos bancos, com autonomia de 180 quilômetros. O diferencial é que a bateria pode ser reabastecida em apenas 35 minutos em estações de recarga ou mesmo em casa, em tomadas domésticas de 120 volts.

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Salão do Automóvel

Amarok Canyon

Foto: Romulo Fialdini/divulgação

A versão conceitual da Amarok tem como referência os esportes radicais. Projetada para ser um modelo Freestyle, a pick-up média com apelo aventureiro conta com faróis auxiliares fixados no teto, santoantonio exclusivo, proteção da caçamba e estribo lateral rebatido eletricamente. As caixas das rodas foram alargadas 35 mm de cada lado para criar espaço para os pneus todo-terreno 275/65 R18. As lanternas traseiras são escurecidas e as proteções nos pára-lamas emborrachadas. No interior, bancos com revestimento de couro em dois tons e as costuras do volante e da manopla de câmbio acompanham a cor da carroceria. Para garantir as características off-road, a Amarok Canyon utiliza o poderoso motor biturbo 2.0 TDI com 180 cv (132 kW), que oferece torque máximo de 40,81 kgfm entre 1.500 e 2.250 rpm. O sistema 4MOTION de tração integral selecionável, juntamente com a caixa de redução e o travamento do diferencial no eixo traseiro, asseguram a eficiência da transmissão de força para as rodas, mesmo nos piores terrenos.

CC O cupê quatro portas da Volkswagen está mais sofisticado. A versão brasileira, com motor V6 de 300 cv tem transmissão de seis marchas DSG (Direct Shift Gearbox) de dupla embreagem e tração integral 4MOTION. Alcança a velocidade máxima de 250 km/h, percorre de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos e o consumo combinado cidade-estrada é de 10,75 km/l. A ampla lista de equipamentos de série inclui faróis bi-xenônio com LEDs e luzes de curvas estáticas, detector de fadiga, rodas de liga leve de 18 polegadas e pneus autosselantes, vários suportes para copos, assentos esportivos, ar-condicionado, função auto-hold, assistente de saída em subidas, seis airbags, entre outros. Entre os opcionais, teto panorâmico, sistema de navegação, sistema de som Premium com 600 Watts e banco do motorista com massagem. O preço sugerido é R$ 208.024

Gol duas portas

O Gol nasceu com duas portas. Era assim a primeira versão, lançada em 1980. Mais de 30 anos depois, o modelo volta ao leque de produtos da Volkswagen, com visual esportivo e excelente relação custo-benefício. O preço sugerido para a versão 1.0 é de R$ 26.690 e para a versão 1.6 de R$ 30.590. O modelo traz a nova geração de motores 1.0 Total Flex da família EA111 e a denominação TEC (Tecnologia para Economia de Combustível), com melhorias do torque nas baixas rotações, economia de combustível e redução de emissões de CO2. O Gol duas portas vem com itens tecnológicos, como o “Comfort Blinker”, que ao leve toque do motorista na alavanca de seta indica a direção a seguir e o sistema ESS (Sinal de Frenagem de Emergência), alerta para evitar colisões traseiras.

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CLIMA DE FESTA Não só de carros e bólidos futurísticos se um salão do automóvel. Para entreter os mais de 750 mil visitantes, a Volkswagen preparou muitas atrações, como o Espaço Kids, o Espaço Mulher, o Espaço Think Blue e uma lojinha de acessórios com a grife Volkswagen

GT up! O design do pequeno up! é realmente versátil. Mal o carrinho começou a circular em solo europeu , os designers criaram o GT up!, com jeitão de esportivo. Na frente, destaque para as duas entradas de ar que servem de refrigeração para os freios e para a grade em colméia, similar à usada no Golf GTI. As soleiras laterais salientes formam um design harmônico com as rodas raiadas de liga leve de 17 polegadas e pneus 195. O ar descontraído domina o interior, principalmente os painéis centrais dos bancos confeccionados em padronagem xadrez azul contrastando com o painel e a parte superior das portas feitos em preto brilhante.

Luciano Huck foi ao Salão especialmente para conferir o trabalho de seus pupilos do projeto Criar no Espaço Kids

Cross Coupé As mulheres receberam dicas de mecânica e aula sobre essências aromáticas. Neymar, o cara que gosta tanto de bola e quanto de carros. Abaixo, a tecnologia sustentável do projeto Think Blue

Fotos: Divulgação

O que é bom sempre pode ser melhorado. Esse é o lema dentro do centro de design da Volkswagen e a prova é o novo conceito Cross Coupé, apresentado ao público em 2011 e agora totalmente repaginado. Por fora, tem as linhas dinâmicas de um SUV, mas mantém a dirigibilidade e dinamismo de um cupê. O interior de quatro lugares é carregado de itens esportivos, com bancos vermelhos e painel de instrumentos em alumínio. Mas é embaixo do capô que está o maior segredo, movido por uma combinação de motor turbodiesel com injeção direta (TDI) e dois motores elétricos, que faz o seu consumo ser extremamente baixo: 55,55 km/l. O modelo atinge a velocidade máxima de 220 km/h e tem autonomia para 1.287 km, abastecido com diesel, ou 45 km movido a energia elétrica.

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Responsabilidade_documentarista

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PELA PRÓPRI A

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I A NATUREZA Ele estava lá na hora de a onça beber água. Esteve a 2 metros dos tubarões. E no meio de pantaneiros, esquimós, no fundo dos mares – Lawrence Wahba não recua diante da vida Por Tom Cardoso

“Q

uanto mais eu estudo os animais menos eu os entendo.” A frase não é dele – é do seu mestre, Jacques Cousteau (1910-1997) –, mas serve como uma espécie de mantra para Lawrence Wahba, considerado hoje um dos maiores documentaristas da natureza e legítimo sucessor de Cousteau, cineasta e oceanógrafo que ficou conhecido por ser o primeiro explorador a pesquisar – e registrar – hábitos de centenas de espécies de animais mundo afora. O paulistano Lawrence, 44 anos, não é de contar vantagem, mesmo que boas histórias não lhe faltem – ele visitou 51 países, em todos os continentes do planeta, pesquisou 50 espécies de tubarões (sem utilizar gaiolas de proteção) e ficou a dois palmos de distân-

cia de bichos pouco amistosos, como tigres, onças, cobras, crocodilos de água salgada e rinocerontes. Jura nunca ter vivido nenhuma situação de grande perigo – nem sequer se considera um aventureiro. “Perigo eu corri antes de virar documentarista, quando viajava de mochileiro sem estrutura alguma com meus amigos para os lugares mais estranhos. Isso sim era aventura”, diz. Lawrence trabalha duro para reduzir ao máximo os riscos em suas expedições. O preparo físico é de um atleta de alto nível e inclui treinos de natação, corrida, musculação, pilates e ioga. Sua equipe também é formada por profissionais experientes e dificilmente Lawrence encara uma grande viagem sem contar com todo o material técnico necessário.

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Documentarista

Lawrence conta que nunca interferiu no habitat para filmar. Seus documentários já foram exibidos em mais de 160 países

“As pessoas sempre me perguntam como foi conviver de perto com um predador como o tubarão. Eu digo sempre que o verdadeiro predador é o ser humano”

“Não acho a mínima graça viajar correndo perigo. Eu sou pai de dois meninos e quero chegar bem em casa”, diz. Os filhos, Lorenzo, 8, e Luca, 5, já acompanharam o pai em viagens por Bonito, Fernando de Noronha e Pantanal – em breve devem partir para a Amazônia. “Fiz um trato com eles. Enquanto eles não conhecerem o Brasil de ponta a ponta, não sairão daqui. Quero que valorizem o país que eles nasceram”, diz. O documentarista mantém uma relação de amor e de descrença com o Brasil – e com o mundo. A Nova Zelândia foi o único país que ele visitou e testemunhou uma sociedade verdadeiramente comprometida com os valores éticos e ambientais. “As pessoas sempre me perguntam como foi conviver de perto com um predador como o tubarão. Eu digo sempre que o verdadeiro predador é o ser humano. Sou ainda mais radical: no Recife, por exemplo, os tubarões são tão vítimas quanto as pessoas que são atacadas. Os ataques são o resultado da bagunça que nós promovemos no ecossistema marinho.” Lawrence sonha com uma sociedade que reproduza o modo de viver dos golfinhos. “Enquanto um grupo descansa, um grupo acasala-se. Enquanto as mães cuidam dos filhos os machos ficam de guarda para ver se não chega tubarão. Nem a gente é tão altruísta.”

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O documentarista, que ganhou fama após apresentar cerca de 60 reportagens sobre animais no Domingão do Faustão, da TV Globo, não é um apreciador da maioria dos documentários de natureza produzidos no país. “São muito invasivos. Os caras gostam de mostrar os dentes dos bichos, abrem a boca dos animais, mostram as patas, as curiosidades físicas. Nunca interferi na vida dos animais para filmar. Não é minha praia”, diz. Lawrence credita o sucesso como documentarista – os seus filmes já foram exibidos em mais de 160 países em canais como National Geographic, NatGeo Wild, BBC, Discovery Channel, Animal Planet – à capacidade de entender os animais e aprender com eles. “Parece uma frase de efeito, mas é a pura verdade: os animais me tornaram mais humano, mais humilde. Você aprende com eles o quanto é insignificante diante da natureza”, diz. Ele usa como exemplo a saga que viveu para registrar as onças do Pantanal, um dos animais mais ariscos e difíceis de filmar. “Eu já vi diretor de televisão gringo que chega ao Pantanal com uma baita estrutura, com um equipamento impecável,

“Parece frase de efeito, mas é a pura verdade: os animais me tornaram mais humano, mais humilde”

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Lawrence na África. Ele já visitou 51 países em todos os continentes nos seus 20 anos de expedições

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Documentarista

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mas que vai embora sem uma só cena porque simplesmente não tem a humildade de conversar com a população ribeirinha”, diz Lawrence. Foi papeando com um guia local e um trabalhador pantaneiro que o documentarista conseguiu filmar a cena que é hoje disputada a tapa pelos principais canais internacionais voltados para documentários sobre a natureza: uma onça brincando com seus filhotes. Em 120 encontros com onças-pintadas até então, Lawrence nunca tinha conseguido registrar a cena. “Eu fiquei acampado no círculo polar ártico, no mar congelado, durante 20 dias. Na hora de escolher entre a companhia de esquimós e de algum ph.D. em meteorologia da Universidade de Sorbonne, optei pelos esquimós, que sabem interpretar a nevasca, sabem o que fazer quando um urso se aproxima. Quando virei documentarista, esqueci

Foto: Gabriel Rinaldi

“Já vi diretor de televisão gringo que chega ao Pantanal com uma baita estrutura, com um equipamento impecável, mas que vai embora sem uma só cena porque simplesmente não tem a humildade de conversar com a população ribeirinha”

que tinha diploma ou conhecimento. Estou no meio do mato e toda ajuda é bem-vinda.” Não, Lawrence não é formado em biologia e nunca pensou em fazer pós-graduação em geofísica marinha. O seu único diploma é o de cinema pela Faap de São Paulo, o que explica o apuro técnico de seus documentários. Tudo que aprendeu foi durante seus 20 anos de expedições. Foram cerca de 3.500 mergulhos em todos os oceanos do planeta e situações das mais inusitadas – dizer que nunca correu perigo faz parte um pouco de seu charme como documentarista. Quem não sentiria no mínimo um frio na barriga ao descer, a bordo de um submarino caseiro, 600 metros de profundidade só para ter a chance de filmar uma lagosta albina? Ou passar a noite num rio do Pantanal à espera de uma sucuri de 8 metros de comprimento? Ou ficar a apenas 5 metros de distância do temido urso-polar,

considerado o maior carnívoro terrestre do planeta? Lawrence espera um dia ter mais tempo para curtir os dois filhos, que nem sempre podem acompanhá-lo nas expedições. O documentarista aproxima-se do mapa-múndi colado na parede do seu escritório. Ali estão marcados todos os 51 países já explorados. “Eu quero muito chegar aqui”, aponta para Namíbia, na África. “E ali também [Madagascar] ou quem sabe lá [floresta do Nepal]. Não tem lugar no mundo que não me interesse. Eu tenho muito que descobrir, muito animal para ver, muito a aprender.” Um dia o mundo ficará pequeno para Lawrence Wahba.

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VERDE-BAND E O chef José Barattino, do hotel Emiliano, faz da origem dos ingredientes a sua filosofia. Então entrou na Saveiro Trooper e foi até uma fazenda orgânica colher uma salada sensacional Por Luiz Henrique Ligabue Fotos Iara Venanzi

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Gastronomia

“Essa história de orgânico entrou na minha vida quando eu visitei o Château le Puy, na França, e o proprietário me falou do respeito à pequena produção”, fala o chef, enquanto carrega a caçamba da Saveiro

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alvorada foi antes dos passarinhos. E lá fomos nós, eu e “minha” Saveiro Trooper – invocadaça, grafite claro, com rodão fosco e tudo mais –, às seis e pouco da matina, em direção à Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Pensei: “Vou chegar rapidinho”. Coitadinhos de nós. Ficamos presos, bem antes das sete horas, na avenida Cerro Corá. Depois de muito apreciar os engates precisos da primeira e da segunda marchas da nossa Saveiro, chegamos à casa de José Barattino. Esse jovem cozinheiro de 33 anos comanda um dos mais prestigiosos fogões da cidade, o do ultrassofisticado hotel Emiliano.

Havíamos combinado de visitar alguns produtores orgânicos que fornecem verduras, legumes e frutas ao hotel. A ideia era chegar cedo para pegar a colheita das “alfaces mais bonitas e suculentas do Brasil”. Cortando Lapa adentro chegamos serelepes à rodovia dos Bandeirantes. Enfim um tapetão. Acelerar até os 120 km/h de velocidade cruzeiro foi um prazer instantâneo, o problema foi ter que ficar neles, com o ótimo motor e eu ali controlando o pé para não exceder a velocidade máxima. Enquanto isso o papo na cabine de comando foi rolando descontraído. “Essa história de orgânico entrou na minha vida sem querer. Eu estava visitando o Château le Puy, na França, e o proprietário começou a me falar sobre o método de produção biodinâmico, a agricultura orgânica, o respeito à pequena produção...”, e assim Barattino lembrava de seu début orgânico. De volta ao país, o chef começou uma pesquisa sobre agricultura orgânica e produtores. Em dois anos, listou fazendas, arregimentou produtores e mapeou uma cadeia de fornecedores (veja no

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DA CADERNETA DELE

Barattino abre a sua listinha dos produtores orgânicos >> FAMÍLIA ORGÂNICA Entrega em domicílio de mais de 60 produtores orgânicos cadastrados. www.famíliaorganica.com.br >> SÍTIO TERRA MÃE (Campinas, SP) www.sitioterramae.com.br >>FAZENDA PEREIRAS (Itatiba, SP) fazendapereiras.wordpress.com >>SÍTIO DO MONTE (Morungaba, SP) Estrada do Silva, s/n

box). Nesse processo, conheceu o pessoal da Família Orgânica – uma rede de solidariedade que busca unir produtores e consumidores orgânicos – e estabeleceu uma parceria. Além de produtos com sabor e textura superiores, Barattino procura nos orgânicos levantar a bandeira da questão social que envolve o pequeno produtor. É a favor de um comércio mais justo e da valorização do trabalho das pessoas que se dedicam 365 dias por ano a, por exemplo, aguar, plantar e colher alfaces. Aquela mesma que eu, ele e você leitor esquecemos no fundo da geladeira por alguns dias e mandamos direto pela lata do lixo como se fosse apenas uma... alface velha e queimada, sem refletir nada sobre de onde vem a comida. O chef, porém, não é radical. Ele quer apenas entregar aos seus clientes o máximo de sabor que cada ingrediente possui em seu esplendor. Por isso deu um passo atrás e voltou seus olhos para a produção. A partir desses produtos, “fiscalizados” desde a origem, Barattino faz uma cozinha contemporânea, impregnada por suas origens, a culinária clássica italiana. O resultado

>>MARCELINO NOGUEIRA na fazenda Santa Rosa (Amparo, SP) Estrada Constâncio Cintra, km 113. >>SÍTIO CATAVENTO (Indaiatuba, SP) Fernando Ataliba Nogueira. sitiocatavento@gmail.com >>SÍTIO GRALHA AZUL (Sto. Antônio do Pinhal, SP) sitiogralhaazul.net/wordpress

MOLHO ESPECIAL

Para regar sua salada e fazer um almoço delicioso VINAGRETE DE LARANJA Ingredientes: 300 ml de suco de laranja; 300 ml de azeite; sal e pimenta Preparo: Reduzir o suco de laranja em fogo alto até 1/3, deixar esfriar e reservar. Colocar o suco em um liquidificador, temperar com sal e pimenta e emulsionar com os 300 ml de azeite. Corrigir o tempero, se necessário, e servir por cima da salada.

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Gastronomia

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tem dado muito certo. O Emiliano é tido como um dos grandes restaurantes de São Paulo. A conversa seguia animada e engajada quando saímos da rodovia Bandeirantes em direção às cidades de Morungaba e Amparo. Foi nessa hora que os comandos do sistema de som e telefone ao volante provaram ser uma verdadeira mão na roda, ou melhor, no volante. Ninguém merece uma rajada repentina de funk em seus ouvidos, ainda mais em uma bela manhã. Não foi preciso nem olhar, foi só esticar um pouquinho o dedão e tchau popozudas. Aff, Maria! Andar pelas estradas do interior de São Paulo pede concentração máxima. Estrada boa, dia claro, trânsito livre, motorzão ali querendo roncar alto e o ponteiro cravado nos impressionantes 60 km/h. Hay que respeitar as leis do trânsito, mesmo com um carro tão potente... Enfim chegamos ao “campo das alfaces”, na fazenda Santa Rosa. Ali um feliz casal de agricultores nos esperava: Marcelino e Fátima Nogueira, que logo nos levaram para a ronda pela bela horta. Marcelino é daquele tipo de pessoa bem resolvida, o sorriso que não cabe na boca, “não vivo atrás de dinheiro, não. Vivo para a minha horta, e ela me dá o dinheiro de que preciso. Sou livre”. Marcelino não vê problema

Com esses produtos frescos e de alta qualidade, Barattino faz uma cozinha contemporânea inspirada na clássica culinária italiana. Um sucesso

algum em ficar obrigatoriamente todos os dias do ano ali; não há domingo, Natal, ano novo, sol, frio ou chuva. É preciso cuidar, sempre. “A vantagem é que eu não preciso esperar o domingo pra comer churrasco, faço quando me dá vontade.” Além das alfaces, Marcelino planta legumes e hortaliças, mas o que ele gosta mesmo é de plantar alface no verão, quando o cultivo fica mais difícil e a qualidade no mercado cai – as alfaces dele não. Papo vai, papo vem, já é quase uma da tarde e Barattino pede o canivete de Marcelino. Vai pessoalmente colher tudo estalando de frescor.

Alface, espinafre, rabanete, escarola, beldroega, serralha, vagem e caruru em alguns minutos se transformam na salada mais fresca que já se materializou em minha frente. Delícia. De volta à Saveiro, adiantamos o serviço de entrega da Família Orgânica e carregamos parte das compras do hotel em nossa ampla caçamba. A viagem de volta foi ótima, sem imprevistos. Os radares não nos pregaram mais sustos, e o calorzão do interior paulista deu lugar a uma suave brisa de 18 °C que saía do ar-condicionado, afinal de espartano na Saveiro Trooper só a valentia do motor.

CARREGADA DE SABORES

A Saveiro que conduziu o chef Barattino no tour pelas fazendas orgânicas é a versão Trooper com cabine estendida, equipada com motor 1.6 Total Flex >> ACELERAÇÃO 0 a 100 km/h – 10,8 s (G) / 10,5 s (E) >> VELOCIDADE MÁXIMA – 177 km/h (G) / 179 km/h (E) >> POTÊNCIA LÍQUIDA MÁXIMA – 101 cv (G) / 104 cv (E) - 5.250 rpm >> TORQUE LÍQUIDO MÁXIMO – 15,4 kgfm (G) / 15,6 kgfm (A) - 2.500 rpm >> COMPRIMENTO – 4.493 mm >> DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS – 2.750 mm >> LARGURA – 1.893 mm >> ALTURA – 1.509 mm

>> PESO EM ORDEM DE MARCHA – 1.076 kg >> CARGA ÚTIL MÁXIMA – 659 kg >> COMPARTIMENTO DE CARGA – 734 litros >> DIREÇÃO – Hidráulica >> TRANSMISSÃO – Manual de cinco velocidades >> RODAS – 6J x 15 >> PNEUS – 205/60 R15 >> RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL – 55 litros >> NÚMERO DE PASSAGEIROS – 2

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Garagem

POESIA DA IMAGEM Foto Marcel Haberey

O alemão Marcel Haberey, que virou fotógrafo aos 16 anos pilotando uma Nikon FE-2 Reflex, vive o mundo sem fronteiras da tecnologia digital. “A fotografia é feita na cabeça”, diz. Ele fotografou esta Kombi nos fundos de uma velha fábrica de chocolate, no interior da Alemanha, e depois manipulou a cena no Photoshop, numa sobreposição conhecida como“Efeito Orton”, homenagem ao seu criador, Michael Orton. “Eu gosto da atmosfera de casas abandonadas e áreas industriais decadentes. A cena da Kombi, coberta por uma camada verde, me fascinou imediatamente.” Todos os cliques da série, batizada por ele de Orton and the Chocolate Factory, podem ser conferidos no site www.mhy-design.de

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