CADA VEZ MAIS SUSTENTÁVEL
Pensar em moda é ter o consumidor no centro
OS DOIS LADOS DE UMA VIAGEM
O digital está cada vez mais presente nas viagens dos brasileiros
BELEZA ORGÂNICA
Alimentação saudável, natural e pelo WhatsApp
BRASIL R$ 34,00 Ano 14 Edição 79 | Fevereiro 2024 www.ecommercebrasil.com.br 9 772179 731009 79 REVISTA BRASILEIRA DE COMÉRCIO ELETRÔNICO
O que vem por ai?
2024 já começou com tudo. Quem acredita que o ano só começa depois do Carnaval não está acompanhando o mercado de e-commerce. Só neste ano já falamos sobre economia, legislação, tendência, reviravoltas e muito mais. Não acredita? Pois então recomendo fortemente a leitura desta edição.
Aqui você vai encontrar, mais uma vez, a redação falando sobre moda sustentável. De 2021 para cá, temos abordado sem parar esse tema, que promete ser palco de vendas e também de mudanças. Se por um lado temos a geração Z dividida entre compras baratinhas online e o dever imposto sobre eles de salvarem o mundo e serem mais sustentáveis, temos também uma disputa grande entre varejo nacional se reinventando e pressão externa com as concorrentes asiáticas. Vamos falar sobre isso durante um bom tempo.
Também sobre reinvenção é o case desta edição, que trouxe a história da Mato Pra Casa, uma história linda sobre consumo saudável, mas mais ainda sobre capacidade de adaptação sem igual do ser humano. Quer investir em uma ideia nova? Está mudando de carreira? Ou então passando por um momento de decisão difícil? Esse texto é para você e com certeza vai te inspirar a ser a melhor versão de si.
Por fim, mas não menos importante, também tenho algumas considerações sobre os artigos e as colunas que vai encontrar por aqui: o que é o e-commerce, senão um ecossistema em constante adaptação? Quais as tendências vistas na NRF que realmente vão chegar valendo algo em solo brasileiro? E o seu e-commerce está preparado para se reinventar, mesmo que o horizonte pareça calmo e promissor? Nunca se sabe.
Boa leitura!
Por Vivianne Vilela
Vivianne Vilela
Diretora de Conteúdo - E-Commerce Brasil
2024 | E-COMMERCE BRASIL | 03 // EDITORIAL
#Edição79 | Fevereiro 2024
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Editora
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04 | E-COMMERCE BRASIL | 2024
04 | E-COMMERCE BRASIL | 2023
//CORPO EDITORIAL
Acesse:
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Ano
08. ENTREVISTA
Phillip Klien, CEO da ClickBusil
CENTRO
Circuit City vs Best Buy: reinvenções estratégicas que merecem ser estudadas
Comércio de assinaturas é tendência de retenção para o e-commerce nos próximos anos
20. LASS
E-commerce e lending as a service: uma conexão inovadora
Tendências e o que esperar do comportamento de consumo em algumas regiões
SEO não é só Google: o impacto nos marketplaces
Ainda existe e-commerce?
32. FUTURE SHOPPING
A arte e a ciência do modelo de equidade do consumidor no e-commerce
Entregas rápidas e eficientes: Smart Label é protagonista essencial nas entregas rápidas
Como não virar uma barata
06 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //CONTEÚDO
Beleza orgânica
46. SMART LABEL
52. DROPS DO MERCADO
40. SEO
50. DICAS DE LEITURA
38. ASSINATURAS
22. CONSUMO 14 Edição 79 | Fevereiro 2024 26
14. TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS
48. NOS BASTIDORES DO E-COMMERCE
42. CASE
NO
MODA E SUSTENTABILIDADE EM PAUTA: CONSUMIDOR
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OS DOIS LADOS DA MESMA VIAGEM
Convidamos Phillip Klien, CEO da ClickBus, para um bate-papo sobre os caminhos percorridos pelo marketplace no setor do transporte rodoviário brasileiro
Por Amanda Lucio, da Redação do E-Commerce Brasil
Imagine que você está em 2013 e vai fazer uma viagem de ônibus para outro estado. Naquela época, viajar de ônibus ainda era sinônimo de chegar cedo à rodoviária para comprar a passagem e enfrentar grandes filas nos guichês e nas plataformas, pois apenas 2% dos bilhetes eram vendidos de forma online. Os QR codes não eram tão utilizados e ainda não existiam os bilhetes de passagem eletrônicos, mais conhecidos como BP-e, então tudo era feito através da conversão de dados do físico para o digital e vice-versa.
Foi nesse cenário que surgiu a ClickBus, plataforma de venda de passagens de ônibus, que pavimentou a estrada para a digitalização da compra das passagens de ônibus. Após completar uma década de existência, embarcar 51 milhões de viajantes e traçar 380 mil rotas de viagens, a plataforma busca seu novo destino: ser mais do que um ca-
nal de vendas online, mas um sinônimo da categoria. Para fazer isso, a ClickBus busca se estabelecer, nas palavras de Phillip Klien, como uma “empresa de tecnologia focada no Brasil, feita por brasileiros e brasileiras para o mercado brasileiro”, que vem investindo em tecnologia, pesquisa e comunicação para aprimorar e otimizar as vias entre o B2C e o B2B, trabalhando em mão dupla com as empresas de ônibus e o consumidor final.
E-Commerce Brasil: Quais mudanças ocorreram no setor desde a criação da ClickBus?
Phillip Klien: A ANTT regulamenta todas as viagens realizadas por transportes terrestres interestaduais, mas ainda há viagens dentro dos estados que são regulamentadas pelos órgãos estaduais, mas nem todos os números são publicados. Dessa forma, com base na nossa estimativa, existe uma penetração de compras de passagens de 30%
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//ENTREVISTA
a 35% no ambiente digital, isto é, um terço do total. É mais de 15 vezes maior do que dez anos atrás, que era 2%. Mas ainda existe uma oportunidade enorme para atingir as pessoas que vão à rodoviária comprar pelo hábito ou pelo comportamento.
O mercado de ônibus é muito diferente do aéreo, que tem três principais linhas em operação no Brasil para o transporte doméstico. Para ônibus, são mais de 200, com grupos grandes, mas também empresas pequenas, familiares e de recursos diversos, que não investem tanto em tecnologia.
Viemos para suprir essa lacuna, para ajudar também na digitalização dessas empresas. Hoje, existem 250 colaboradores na ClickBus, sendo que mais da metade é focada em produto, tecnologia e dados. Somos, de fato, uma empresa de tech focada no setor rodoviário. Cada vez mais estamos nos aproximando das viações, empresas de ônibus e operadoras para entender como podemos ajudar o ecossistema inteiro, ou seja, como podemos trazer a tecnologia para otimizar o serviço e melhorar a experiência.
ECBR: Como foi transformar uma experiência física em um marketplace digital?
Klien: É uma mudança constante e muitas compras ainda serão realizadas na rodoviária. Em outras indústrias, a digitalização pode chegar a 100%, como é o caso das compras de passagens aéreas.
O que acho fundamental para essa digitalização é ter uma cultura de empresa digital. É preciso entender muito bem o cliente e suas dores, mapear a jornada inteira, quais são os momentos críticos e o que pode ser melhorado. Isso se faz com muita pesquisa. Nós temos um time de dados que cresceu quatro vezes nos últimos quatro anos. Temos diversas ferramentas para mapear em tempo
real o que está acontecendo e acompanhar tendências. Conseguimos ter essa capacidade de entender o cliente, o que eles falam e fazem. Com isso, conseguimos usar todos esses insights para gerar experimentação e hipóteses. Somos uma empresa que acredita muito em testes de incentivos, serviços e, com isso, trazemos robustez para fazer essa migração.
Vou dar um exemplo: no ano passado, mesmo sendo digitais, 54% das passagens eram compradas até 48 horas antes do embarque. Então, mais da metade das passagens de ônibus eram compradas em cima da hora. Isso é totalmente diferente das vendas de passagens aéreas. Todos nós queremos entender o comportamento do viajante, se é necessário trocar as frotas, anunciar novos preços e fomentar essa compra com antecedência para gerar um melhor planejamento e otimização.
Conversamos bastante com os viajantes e as viações, observamos as métricas, as pendências e o que ambos queriam, chegamos à seguinte conclusão: vamos colocar como objetivo a antecipação da compra. Aí criamos o "Click Oferta", que são passagens a preços promocionais muito agressivos, cerca de 30% a 50% de desconto em relação ao valor da rodoviária, só que tem que comprar antes. Lançamos esse produto e fomos testando, até que mudamos a métrica para dez dias. Atualmente, esse é um produto robusto que participa de uma parte significativa da nossa receita e beneficia o viajante, além de ajudar a viação, que agora consegue ter um controle de estoque e inventário muito mais otimizado. Conseguimos mexer no ecossistema inteiro usando dados e tecnologia.
Isso tudo é feito em conjunto com a nossa parceria B2B, oferecendo pacotes diferentes para as viações, algo que prezamos muito. Nessa parceria, nós não só facilitamos essa
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comunicação e ajudamos a multiplicar as vendas através de novos canais, mas também oferecemos a oferta B2B. Algumas viações não têm times inteiros de tecnologia, elas não têm a capacidade de montar uma plataforma de vendas como a nossa. Por isso, desenvolvemos um produto white label, no qual aplicamos a nossa tecnologia na marca da viação e a ajudamos a vender pelos canais diretos usando nossos recursos.
ECBR: O turismo rodoviário tem aumentado nos últimos anos, atingindo mais de um milhão de deslocamentos de janeiro até setembro do ano passado. Como você vê o papel da ClickBus nesse cenário?
Klien: Nos vemos como protagonistas dessa mudança no Brasil, pois o turismo está passando por um grande momento pós-Covid 19. Há muitas tendências para prestar atenção, como o fato de as pessoas conseguirem trabalhar em um modelo híbrido ou remoto, o que propicia a elas passarem mais tempo viajando ou trabalhando longe de casa. O turismo rodoviário se encaixa muito bem nesse cenário, ajudando inclusive a escolher o destino e possibilitando trabalhar de dentro de um ônibus, se precisar.
Cada vez mais, buscamos opções de clientes que têm demandas e necessidades diferentes, vamos ao mercado conversar com essas pessoas e queremos criar produtos customizados para a jornada inteira. Por exemplo: um estudante de Campinas, que vai para São Paulo três vezes por semana, tem uma demanda diferente de quem vai viajar com a família para algum estado do Nordeste passar as férias, por exemplo. São duas demandas, casos de uso e necessidades diferentes. Mapeamos essas jornadas inteiras e tentamos customizar para que os clientes tenham a melhor experiência possível.
Esse entendimento do cliente e seus variados perfis nos permite criar o product market fit, pois existem bolsões regionais - viajar em São Paulo, por exemplo, é bem diferente de viajar no Rio de Janeiro ou no Nordeste, destinos concentrados em praias. Em São Paulo, existe um movimento muito grande para o interior, movido, em alguns casos, pelo trabalho. É importante entender que são consumidores diferentes para conseguir ter uma plataforma de escala em que a pessoa consiga usar e pensar: "Nossa! Parece que foi feito para mim, é exatamente isso que eu quero". Então, a utilização de dados, conversar com o cliente e gerar experiências próprias usando a tecnologia são jeitos de entender cada aspecto que propicia aquela viagem.
ECBR: Durante muito tempo, viajar de ônibus era lidar com o desconforto e a insegurança. O que vocês têm feito para mudar isso?
Klien: Temos observado dados bem interessantes. Fizemos uma pesquisa e vimos que as pessoas que deixaram de viajar de avião ou que não andavam de ônibus há muito tempo voltaram. Ou seja, as pessoas estão redescobrindo o ônibus. O nosso papel no ecossistema é ser a plataforma digital, pois, quando olhamos para as operadoras, temos que aplaudir também. Acho que a Covid "ajudou" o processo de inovação delas nos últimos anos, pois o que elas fizeram para melhorar é incrível. Hoje, viajar de ônibus no Brasil é um conforto, comparado com os Estados Unidos e até com a Europa, porque lá as pessoas têm outras formas de viajar.
Nos EUA, existem muitos aviões, uma grande quantidade de aeroportos, muita gente lá tem carro. Já na Europa, todo mundo usa trem. No Brasil, é o ônibus, aí você vê o aumento de assentos considerados "de luxo", como o leito cama e o semileito. Aqui
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//ENTREVISTA
também temos uma legislação apropriada, e existem casos claros em que o carro tem uma data de utilidade: ele é muito seguro, a manutenção tem que ser muito bem-feita. Além disso, temos um ecossistema forte e empresas que estão investindo bastante, que aproveitaram esse "redescobrimento" pós-Covid para criar uma experiência ímpar. Não só as operadoras, mas também as próprias rodoviárias, que agora têm restaurantes, lojas e shoppings. Agora existe toda uma experiência que vai além da viagem em si, que envolve o antes e o depois e que melhoraram drasticamente em relação ao que tínhamos décadas atrás. Você chega rápido, consegue sala VIP em algumas viações, tem travesseiro, cobertor e 5G. Depois, ao chegar, ainda consegue comer. Então, todo ecossistema passou por um amadurecimento muito grande.
A competitividade da indústria aumentou bastante não só entre as operadoras, mas para outros modais - o aéreo cresceu muito também. Foi preciso uma adaptação. Nós elogiamos muito as operadoras ao ver como elas fizeram esse trabalho de segurança. O Brasil, se não me engano, é o país que tem a menor taxa de acidentes rodoviários nas operadoras regulamentadas. Temos 140, 150 aeroportos e mais de 4.500 destinos rodoviários - é uma capilaridade incrível, então a quantidade de viajantes também é muito maior. Existe quase o dobro de viajantes em nível interestadual em relação ao intermunicipal. O que vemos é uma capacidade de as operadoras investirem, e ajudamos a otimizar. Ou seja, conseguimos gerar incrementabilidade, que permite que a operadora tenha mais dinheiro e consiga investir, atrair de novo a retenção e a aquisição desses novos clientes para aumentar a frequência total.
No entanto, ainda é difícil ver anúncio de viação, pois é uma indústria que carece de comunicação. Já no digital, temos essa opor-
tunidade de melhorar a comunicação. Nossa missão aqui é não só ser um canal de vendas online, queremos ser sinônimo da categoria. Um marketplace no qual dá para resolver tudo: remarcação, compras, tudo. Oferecer tudo. Então, cada vez mais, trabalhamos essa questão de comunicação. Essa questão é tão importante que as empresas olham para nós como um agente de tecnologia, um braço do digital e como expert em comunicação e aquisição de clientes.
ECBR: Qual é o perfil dos compradores da ClickBus?
Klien: É difícil dizer o perfil exato, uma vez que comercializamos para o Brasil inteiro e já vendemos mais de 51 milhões de passagens. O que sabemos é que temos diferentes segmentos e casos de uso. Enxergamos tendências e analisamos dados sobre quais são os destinos quentes, o que está acontecendo na regionalização.
Olha que interessante: sobre o Carnaval de 2024, vendemos mais do que o dobro das passagens antecipadas nas duas primeiras semanas de janeiro. De novo, o que acontece no Carnaval também é que antes existiam apenas polos específicos, como Salvador e Rio de Janeiro, mas, agora, com a tendência de blocos de rua, muita gente está indo para São Paulo! Como englobamos tudo, não só as pessoas que estão viajando para curtir o Carnaval, acabamos vendo também quem viaja para trabalhar em empregos temporários nessa época.
Pegamos todos esses bolsões, fizemos a segmentação e, em cima, deles montamos padrões através de estudos. Por ano, cerca de 10% da população brasileira viaja com a gente, vamos dizer. É difícil isolar determinados casos também, mas existem fatores de sazonalidade muito fortes. De novembro
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a janeiro, temos a representação de quase metade das nossas vendas.
Quando comparamos as diferentes gerações, existe uma diferença da aceitação do ambiente digital. Porém, o que vemos desde o ano passado é que muita gente voltou a andar de ônibus. Não é para substituir, é para fazer uma viagem incremental ou pelo preço da gasolina. Existe também uma taxa grande de novos usuários.
ECBR: Existe alguma iniciativa para engajar as viações ou os colaboradores terceirizados?
Klien: Existe o mercado corporativo, que é uma audiência grande, e a temos estudado bastante. São pessoas que viajam para ir a eventos e reuniões. Existem canais que atuam no fomento de viagens corporativas, e nós enxergamos nisso uma capacidade muito grande de parcerias e lançamento de produtos.
Mas também há as viações, e utilizamos dados e inteligência para melhorar a operação delas - agentes inteligentes de precificação, ferramentas de comunicação e marketing para poder conversar de forma eficiente com os clientes até a elaboração de conexões. Com nosso novo sistema de conexões, conseguimos mapear mais de 100 mil conexões novas, o que possibilita a muitas pessoas considerarem o rodoviário para uma viagem mais longa.
Algumas viações fazem a viagem do Terminal Tietê até Angra dos Reis, mas, se você quiser ir para Campinas, saindo de Angra dos Reis, hoje conseguimos fazer isso através da nossa tecnologia, casando horários, oferecendo só um preço e fazendo a simplificação.
Outro ponto relevante é que temos sempre muita experimentação acontecendo na pla-
taforma: pegamos uma pequena audiência e vamos experimentando para ver como é a adoção, como são as métricas, como as pessoas gostam de determinada feature ou utilização, para poder fazer um roll out completo. Chegamos a 380 mil rotas na nossa plataforma, quase dobrando o número com o uso de tecnologia.
Lançamos também o programa “Bus Transforma”, feito em parceria com as principais ONGs do Brasil, como a Make a Wish. Com essa iniciativa, as pessoas que precisam fazer uma viagem, mas não têm condições de pagar, garantem uma viagem de graça através da ClickBus. Temos um comitê interno que recebe essas solicitações e elege as ganhadoras. Já percorremos o Brasil sete vezes só de viagens do programa no ano passado. Queremos também propiciar isso para fomentar o nosso propósito. Como temos essa participação, podemos devolver algo para a sociedade.
ECBR: A pandemia acelerou a digitalização de vários setores, o que você acha que ainda é um obstáculo para alguns consumidores comprarem passagens online?
Klien: O nosso maior desafio é justamente o segmento offline. Dedicamos muitos recursos para entender, conhecer e saber quais são as dores, as necessidades ou até possíveis vantagens da rodoviária. Tudo isso baseado em muita pesquisa. Há um programa aqui na ClickBus em que cada colaborador ou colaboradora recebe dinheiro para fazer as diárias, interagir com nosso aplicativo para sentir as dores e contar como está sendo a experiência. Novamente, não existe um fator só - como eu falei sobre os diferentes segmentos e bolsões, tentamos pegar essas audiências diversas e entender o que podemos fazer para facilitar. Eu diria que muito do que acontece hoje ainda é o hábito: a pessoa que viajou a vida inteira
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vai justamente porque está acostumada, já conhece a pessoa do balcão, quem mora em cidade pequena, ou não sabe a hora em que vai chegar à rodoviária, enfim. Quer comprar na hora com medo de perder e ter que remarcar.
Pegamos esses fatores e usamos a tecnologia para tentar sanar esses problemas. Cada vez mais, orientamos a nossa plataforma para fazer a simplificação da alteração de passagem, então quem está no metrô ou no Uber pode fazer no aplicativo uma mudança de última hora em caso de atraso ou antecipação. Também tem o fator do incentivo, e estamos começando a gerar esse incentivo para comprar online - seja pelo preço menor, uma oferta melhor, seja com outros benefícios. Também podem existir casos em que o offline tenha alguma vantagem, como pagar em dinheiro. Nós víamos isso até a introdução do Pix, que mudou tudo, pois quase metade das nossas vendas hoje
são em cima do Pix, com uma taxa de adoção talvez muito maior.
ECBR: Quais são as expectativas para o transporte rodoviário no futuro?
Klien: Vejo mais possibilidades, principalmente pela criação de novas rodoviárias, novos pontos de embarque e intermodais para casar com o ônibus. Muitos sites grandes de turismo, antes muito focados nos trajetos aéreos, estão incluindo as opções rodoviárias também. Então, estou otimista com a digitalização e com a possibilidade de as viações investirem em conforto, segurança e conectividade. A tecnologia vai ser o grande agente dessa revolução. Faço uma provocação: vá viajar de ônibus e viva essa experiência, você vai se surpreender.
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General Manager Latam da GFK
CIRCUIT CITY VS BEST BUY: REINVENÇÕES ESTRATÉGICAS QUE MERECEM SER ESTUDADAS
Ovarejo brasileiro passa por um momento de profunda transformação que levará a revisões verdadeiramente estratégicas. Nesse cenário, algumas empresas optarão por melhorar o que já fazem, outras avaliarão compras ou vendas de sua operação (M&A), enquanto haverá aquelas que fecharão as suas portas para investir em novas oportunidades.
Vivi momentos similares em minha carreira e, após algumas dessas revisões, passei a considerar fundamental escutar histórias diferentes, exemplos de outros países ou mesmo de outros setores como forma de inspiração ou de redução de miopia. Aprendi
também a amar o ditado “o erro mais barato para se aprender é o que o outro comete”.
Com o objetivo de estimular os colegas varejistas no Brasil, decidi começar 2024 com este texto, que explora as trajetórias de duas gigantes do varejo de eletroeletrônicos nos Estados Unidos: Circuit City e Best Buy. A análise se concentra em como ambas enfrentaram momentos de crise e as estratégias adotadas, mas também trata de avaliar o impacto dessas decisões até hoje.
Uma vez que o caso da Best Buy é bastante estudado, sendo o CEO da época (Hubert Joly) um grande acadêmico e escritor de
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FELIPE MENDES
//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS
Atuou em empresas de bens de consumo, como Phillip Morris, Mondelez e Unilever, no Brasil, Chile e México, até a posição de Diretor de Marketing. Em consultorias de data analytics, como a GfK, vem liderando empresas e unidades de negócio desde 2008, especializando-se em realizar processos de turnaround comercial, operacional e financeiro, bem como integração de empresas adquiridas. Felipe é membro do YPO (Young Presidents Organization) desde 2014 e atua em Conselhos de Empresas e Associações, além de palestrante frequente em eventos de tecnologia, varejo e comércio eletrônico, sendo investidor de startups nesses segmentos.
sucesso, investi mais tempo em comentar sobre a Circuit City. Acredito que a reinvenção da Best Buy tenha diversos elementos de estudo, mas conhecer mais sobre a falência da Circuit City foi ainda mais enriquecedor para mim.
Circuit City: negligência arrogante, CarMax e tentativa de retorno
A Circuit City, fundada em 1949, foi pioneira no varejo de eletrônicos, crescendo para se tornar uma das maiores cadeias nos EUA. Sua falência em 2009 marcou um dos mais dramáticos colapsos no varejo americano, merecendo a atenção do fantástico Jim Collins, o qual resumiu o ocorrido como um "ciclo de negligência arrogante". Esse ciclo descreve uma espiral descendente iniciada com o sucesso, seguido pela arrogância, consequente complacência resultante, busca por soluções rápidas e, finalmente, declínio.
No caso da Circuit City, olhando em perspectiva, é possível considerar que a liderança da empresa falhou em diversas frentes altamente relevantes para qualquer varejo:
• Experiência dos clientes: em uma decisão polêmica, a Circuit City demitiu funcionários experientes e bem remunerados para cortar custos, substituindo-os por trabalhadores menos experientes e mais baratos, o que prejudicou a qualidade do atendimento ao cliente;
• Gestão da jornada de compra dos clientes: a Circuit City foi lenta em reconhecer a importância do e-commerce, perdendo terreno para concorrentes mais ágeis, como a Best Buy e a Amazon. Em paralelo, a empresa continuou a expandir suas lojas físicas sem considerar as mudanças no comportamento do consumidor;
• Limitação excessiva do sortimento: a Circuit City não diversificou seu portfólio de produtos suficientemente, ficando atrás dos concorrentes que ofereciam uma gama mais ampla de eletrônicos e outros produtos.
Além disso, algo que merece destaque é que, no início dos anos 2000, a Circuit City, que ainda detinha uma posição de liderança no mercado de eletrônicos, teve a oportunidade de adquirir a Best Buy. Na época, a Best Buy era uma empresa média, mas que rapidamente estava ganhando terreno e reconhecimento. A aquisição poderia ter sido uma jogada estratégica para a Circuit City consolidar sua liderança no mercado e eliminar um concorrente crescente.
Nesse caso, os analistas destacaram algumas miopias na análise da oportunidade, que se resume ao fato de que a liderança da Circuit City tinha a percepção de que estava em uma posição de mercado superior à realidade. Portanto, acreditava que seria melhor continuar a prosperar sem incorporar a Best Buy.
Uma iniciativa de muito sucesso: a CarMax
No entanto, outra iniciativa da Circuit City obteve enorme sucesso: a CarMax. Esse conceito de “superloja de carros usados” foi desenvolvido em 1991 por Austin Ligon, então vice-presidente sênior de planejamento, e Rick Sharp, então CEO da Circuit City. A CarMax inaugurou sua primeira loja em setembro de 1993 e, até outubro de 2022, operava em 238 locais.
O objetivo da CarMax era revolucionar a venda de carros usados com uma combinação de grande seleção, preços baixos sem barganha e uma abordagem amigável ao consumidor, ou seja, utilizaram o modelo
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de uma “super store” de eletrônicos, mas o adaptaram aos automóveis.
Apesar de ser um negócio secundário da Circuit City, a assistência financeira da empresa-mãe à CarMax basicamente terminou após o início, forçando seus fundadores a buscar outras formas de garantir capital. Essa independência financeira ajudou a isolar a CarMax da Circuit City, o que foi crucial nos anos seguintes, já que em 2002 a CarMax tornou-se uma empresa independente e de capital aberto.
Em sua atuação como empresa independente, a CarMax teve um desempenho notável. Até 31 de maio de 2022, vendeu 1,6 milhão de veículos, registrou US$ 33,5 bilhões em receita e alcançou US$ 967 milhões em lucros. Esse sucesso estabeleceu a CarMax como a maior varejista de veículos usados nos Estados Unidos, com lojas em 41 estados. Além disso, o preço das ações da empresa aumentou significativamente, de US$ 8,15 em 1º de outubro de 2002 para US$ 101,59 em 12 de agosto de 2022, representando um retorno anualizado de 13,5% e superando o índice de retorno total do S&P 500.
A avaliação para um retorno ao mercado da Circuit City
Há no mercado americano a interessante informação de que a Circuit City está tentando um retorno ao mercado, arrecadando capital (até US$ 25 milhões em uma rodada de financiamento Série A) e formando alianças estratégicas. Seu plano inclui um conceito de loja dentro de loja, focando na integração online e física, para o mercado de eletrônicos de consumo.
As ações concretas até a data, segundo analistas locais, são:
• Alianças estratégicas e co-branding: a estratégia principal envolve formar alianças estratégicas com empresas nacionais através de um programa de co-branding "Powered by Circuit City". Esse programa busca alavancar o reconhecimento da marca Circuit City e sua experiência no varejo de eletrônicos;
• Conceito de loja dentro de loja (store instore): a proposta é que os eletrônicos da Circuit City sejam exibidos dentro dos espaços de varejo de empresas nacionais conhecidas, acessando novas bases de clientes;
• Foco online e em locais selecionados: a integração da marca e dos produtos da Circuit City está planejada para começar online e em locais selecionados, com uma expansão prevista para 2024. Esse método sublinha um equilíbrio entre presença física e varejo online, reconhecendo a natureza evolutiva do comportamento do consumidor na era figital.
Há visões antagônicas sobre a possibilidade de sucesso da Circuit City em seu retorno. Aos promotores da ideia, as razões para acreditar são, principalmente, conectadas ao poder da marca junto aos consumidores, mas também à disposição da empresa em realizar parcerias estratégicas com fabricantes e varejos que querem vender eletroeletrônicos, mas não têm a experiência para isso.
No entanto, há ceticismo, pois o mercado de eletrônicos de consumo é mais competitivo agora do que nunca, com players estabelecidos, como Best Buy e Amazon, dominando o espaço. Além disso, ainda que a marca tenha sua relevância, sua prolongada ausência do mercado a deixou distante das novas gerações de consumidores. Isso pode levar ao fracasso da estratégia de parcerias, ao apresentar um menor retorno do inves-
16 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS
timento das lojas que abram espaço para o “store in-store” da Circuit City.
No entanto, não podemos negar que a marca aprendeu com os seus erros e cogita regressar em um modelo com opções estratégicas claras.
Best Buy: reinvenção e adaptabilidade
Dediquei algumas páginas da edição 69, de junho de 2022, à estratégia de reinvenção da Best Buy conhecida como “Renew Blue” da Best Buy. Caso ainda não seja assinante da revista e queira conhecer o texto “Vender televisão ou publicidade, eis a questão!”, segue o link para minha página do LinkedIn: ecbr.io/artigo-felipe-mendes.
Em função disso, me concentrarei mais em grandes movimentos e resultados, com o intuito de gerar um paralelo entre ambas
milhões em 1995 para US$ 48 milhões em 1996. Em 1997, os lucros diminuíram para meros US$1,7 milhão em receitas de US$ 7,77 bilhões, resultando em uma margem de lucro de apenas 0,02%. Com isso, o valor das ações da empresa sofreu, caindo para tão baixo quanto US$ 1,31 por ação em 1997.
Esses sinais de alarme levaram a Best Buy a uma estratégia de reinvenção completa, com foco na experiência do cliente, adaptação ao e-commerce e inovação tecnológica, alavancada por parcerias estratégicas, expansão do sortimento de produtos e investimento na capacitação dos funcionários. Estas foram as estratégias:
• Foco na experiência do cliente: a empresa investiu na formação de seus funcionários para oferecer um atendimento ao cliente superior, diferenciando-se em um mercado cada vez mais competitivo;
"A Circuit City, fundada em 1949, foi pioneira no varejo de eletrônicos, crescendo para se tornar uma das maiores cadeias nos EUA. ”
as empresas e as decisões das suas equipes de liderança.
Reinventando-se para sobreviver
Em 1996, as receitas da Best Buy subiram para mais de US$ 7 bilhões, porém os lucros caíram aproximadamente de US$ 58
• Aposta no e-commerce e na experiência omnichannel: a Best Buy reconheceu rapidamente a importância do e-commerce, investindo em uma plataforma robusta e integrando experiências de compra online e offline. Em oposição à Circuit City, a Best Buy gerenciou seus custos de forma proativa,
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fechando lojas não rentáveis e otimizando sua rede de distribuição;
• Parcerias estratégicas: formou parcerias com empresas líderes como Apple e Samsung, criando espaços dedicados em suas lojas que atraíram clientes e melhoraram a experiência de compra;
• Expansão do sortimento: expandiu seu sortimento para incluir uma variedade de produtos eletrônicos e serviços relacionados, adaptando-se às necessidades dos consumidores.
Um modelo mais resiliente
A Best Buy relatou recentemente uma queda de 6,9% nas vendas comparáveis, o que demonstra que também está sofrendo com o difícil ambiente de varejo de eletrônicos de consumo, mas seu tamanho hoje é superior aos US$ 40 bilhões, um crescimento de quatro vezes em pouco mais de 20 anos. Seu
modelo atual, com 31% da receita doméstica via online, tem se provado resiliente, mantendo o seu lucro em 3,6% das vendas contra praticamente zero no seu pior momento.
O contraste entre esses dois períodos ilustra a evolução da Best Buy de uma empresa lidando com dificuldades financeiras severas para uma mais resiliente e adaptativa, embora ainda enfrentando desafios do mercado contemporâneo. As mudanças estratégicas iniciadas durante o período de crise tiveram efeitos duradouros, permitindo que a Best Buy se estabilizasse e crescesse diante das evoluções do cenário de varejo.
O que tirar de aprendizados para o varejo brasileiro
A verdade é que ambos os casos demonstram o sucesso de cinco conceitos básicos de varejo:
1. Flexibilidade e agilidade: adaptação (e idealmente antecipação) às mudanças nas jornadas de compra dos consumidores deve ser uma prioridade constante;
“O contraste entre esses dois períodos ilustra a evolução da Best Buy de uma empresa lidando com dificuldades financeiras severas para uma mais resiliente e adaptativa, embora ainda enfrentando desafios do mercado contemporâneo.”
2. Experiência do cliente: investir em capital humano tem direto impacto na experiência do cliente, com efeitos duradouros na satisfação de compra;
3. Diversificação planejada: um portfólio diversificado de produtos e serviços não apenas ajuda a atender às necessidades variadas dos consumidores, mas também reduz riscos;
4. Consideração de aquisições e parcerias: estratégias a longo prazo, incluindo não apenas aquisições, mas também parcerias, ajudam a acelerar os objetivos de crescimento;
5. Adaptação das competências em outros negócios: a geração de novas avenidas de
18 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS
crescimento, utilizando-se da experiência da empresa, rende negócios com potencial de serem maiores até do que a operação básica, como a “fintechização” das operações de e-commerce.
Isso pode parecer bastante frustrante, já que são escolhas óbvias, mas há duas questões centrais: “quando” e “quanto”.
O “quando” vem da necessidade de se manter vigilante e em constante evolução, eliminando a frase “sempre fizemos assim” do vocabulário da liderança. Em um setor que valoriza a experiência, a tal “barriga no balcão”, manter-se inovador, ainda que incrementalmente, demanda alta energia e comprometimento de todos para criar uma cultura de empresa “em modo beta”.
Já o “quanto” vem da capacidade da empresa para realmente investir no futuro. Questões societárias e familiares muitas vezes impedem o reinvestimento na própria empresa, o que deixa pouco dinheiro para cuidar “do básico”, e quase nada de recursos para “os projetinhos de inovação”. Vale ressaltar que investir tem a ver não apenas com dinheiro, mas também (e, em alguns casos, especialmente) com conseguir tempo das pessoas mais experientes e capazes.
O desafio humano para a elaboração de uma real revisão estratégica
Como comentei no início do texto, o varejo brasileiro precisa encarar os desafios atuais como uma oportunidade para uma revisão estratégica profunda. No entanto, ao estar em contato com esse setor todos os dias, percebo dois grandes desafios:
1. “Não dá tempo de parar para pensar”: a agenda enlouquecida do dia a dia do varejo leva à crença de que uma boa operação é suficiente para ter sucesso no longo prazo.
• Ainda que eu defenda que “varejo é operação” e que “o ótimo é inimigo do bom”, também preciso afirmar que “a coisa errada, ainda que muito bem-feita, segue sendo a coisa errada”.
• Mercados evoluem, necessidades de consumidores se aprimoram, novas tecnologias e estruturas de capital aparecem todos os dias. É nesse momento que “a coisa errada bem-feita” aparece.
2. “Sabemos desse negócio mais do que ninguém”: é essencial buscar perspectivas frescas e sem viés no momento do entendimento das tendências de mercado e da sua real performance, comparada aos concorrentes.
• Empresas como a NIQ (anteriormente conhecida como Nielsen) e suas divisões (GfK) podem ser um apoio importante nessa fase de descoberta de tendências, mas desde que exista um genuíno interesse em revisar conceitos, desafiar premissas e desconstruir o negócio atual.
• Já na segunda etapa, a de desenhar planos, acredito que estudar casos reais e até alguns conceitos acadêmicos modernos é fundamental para aumentar a possibilidade de geração de ideias inovadoras.
Espero que este texto tenha provocado em você o desejo de rever a sua estratégia. Fazer isso no meio do ano nunca é fácil, mas, se você gostasse de coisas fáceis, não teria investido dez minutos do seu tempo neste texto.
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E-COMMERCE E LENDING AS A SERVICE: UMA CONEXÃO INOVADORA
ANRF (National Retail Federation) organiza anualmente o NRF Retail's Big Show, um dos principais eventos de varejo do mundo, realizado em Nova York.
O evento é o grande encontro de CEOs, executivos e entusiastas do varejo e destaca as principais tendências de consumo, tecnologia, logística, gestão e inovação.
Alguns temas interessantes se destacaram entre os debates: eficiência foi a premissa mais discutida entre os principais players, o atendimento ao cliente se coloca como uma importante ferramenta para o aumento do LTV, e uma das chaves para atrair e engajar o consumidor é a criação de conteúdo, mais especificamente o conteúdo commerce.
A NRF 2024 trouxe à tona as novas tendências digitais que estão moldando o cenário
do e-commerce. Entre elas, destacam-se a personalização de produtos, o e-commerce intuitivo, a inteligência do consumidor online, o recommerce 2.0 e as devoluções repensadas. As marcas estão buscando entender e atender às necessidades específicas de seus clientes, oferecendo produtos e serviços personalizados, jornadas digitais modulares que se adaptam rapidamente de forma responsiva aos estímulos, tornando cada interação com as plataformas única, intuitiva e aderente aos desejos do consumidor.
Para atender a essa demanda, as empresas estão investindo em tecnologias emergentes, como a IA, um dos assuntos mais comentados no evento com diversos cases aplicados nos últimos meses. A necessidade do consumidor online está sendo influenciada pela ansiedade econômica e pela digitalização,
LUCAS NOGUEIRA
Superintendente executivo no Bradesco
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levando-o a procurar a economia online. O constante aumento das interações dos consumidores nas mais diversas plataformas permite que o ecossistema de varejo digital construa um arcabouço analítico capaz de prever e formatar ofertas cada vez mais personalizadas e eficazes.
Nesse contexto, o Lending as a Service (LaaS) surge como uma solução inovadora. O LaaS é uma tecnologia que permite que qualquer empresa ofereça serviços de empréstimo aos seus clientes de forma personalizada, completa e eficiente.
A conexão entre e-commerce e LaaS é natural. Ambos buscam oferecer uma experiência personalizada e intuitiva para o cliente. O LaaS permite que as plataformas de e-commerce ofereçam serviços de empréstimo integrados, melhorando a experiência do cliente, o acesso ao crédito personalizado, bem como uma experiência 100% digital.
Além disso, pode ajudar esses ecossistemas a entrarem no mercado financeiro, aumentar o portfólio de soluções e gerar uma receita incremental com operações de crédito.
Com o LaaS, as empresas e os usuários dos ecossistemas digitais passam a ter uma nova vivência na busca de serviços bancários de maneira contextual e com custo final mais interessante pelo fato de utilizarem o seu fluxo de vendas como garantia nas operações - é a total democratização do crédito para os empreendedores digitais.
A NRF 2024 destacou várias tendências no e-commerce mundial, evidenciando que esse continuará sendo um campo extremamente fértil para inovação, geração de novos negócios e construção de experiências cada vez mais personalizadas para os usuários.
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Lucas Nogueira é superintendente executivo no Bradesco - Head de soluções de crédito Pessoa jurídica e Lending as a Service.
TENDÊNCIAS E O QUE ESPERAR DO COMPORTAMENTO DE CONSUMO EM ALGUMAS REGIÕES
Acombinação de cenário de consumo brasileiro com o momento de compra nas regiões têm feito alguns estados estarem entre os mais queridos no digital e jamais esperados com tanta escalabilidade.
O favorecimento de isenções fiscais para estabelecer a hospedagem de operações também tem sido o divisor de águas quando falamos do SLA de entrega em algumas regiões brasileiras, sua expansão e estratégias da malha logística para muitas marcas.
Vamos começar pelas campanhas de Black Friday, Natal e Ano Novo realizadas em 2023, tendo como base os dados fornecidos pela revista Mundo Logística. O comportamento do consumidor mudou: troca-se a ideia de ter um consumo sazonal em datas específicas para ter um consumo mais linear, propenso a um maior volume, mas ainda assim com destaque durante os meses de novembro-2023, dezembro-2023 e janeiro-2024.
Outro ponto a destacar é o crescimento de compra em alguns estados fora do Sudeste, como Pernambuco, Bahia e Ceará, que têm oferecido isenção fiscal para a recepção de constantes investimentos em armazéns logísticos e diminuído o prazo de entrega no nordeste e centro-oeste para a maior capilaridade de muitas marcas e o aumento de vendas no digital.
Mas, focando nas tendências de comportamento e consumo, temos que trazer a reflexão de:
• O que o cliente espera?
• Como fazer para melhor atender o consumidor?
• E quando fazer?
Para isso, identificar o seu público é essencial. Hoje, sabemos que a principal geração de consumo tem sido a Z, perfil de cliente que é totalmente influenciado pelo social
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commerce, uma estratégia de redes sociais para vender mais, mas ela precisa ser omnichannel, o lojista deve estar em todos os canais em que essa geração procura a sua marca.
Aqui na Frete Rápido, realizamos um estudo chamado “O comportamento do consumidor na tela de rastreio”, no qual analisamos mais de dois milhões de pedidos realizados em lojas varejistas e constatamos que o consumidor acessa a tela de rastreio em média 60 vezes até a conclusão da entrega, com um tempo médio de sessão de 4.40 minutos.
Esses dados indicam que o consumidor espera ansioso pela entrega da sua encomenda e é o momento perfeito para a loja se comunicar com ele:
• De forma multicanal, via e-mail, SMS, WhatsApp e canal de venda.
• De forma personalizada, com logo, cor, tom de voz da marca e anúncios para estimular a recompra (conforme exemplo abaixo).
Segundo uma pesquisa de social commerce
3.0 da Opinion Box, 72% das pessoas entrevistadas informaram usar as redes sociais para fazer compras, o que significa realizar o pedido de compra, ou ser influenciado para a tomada de uma decisão de compra.
Teremos oportunidades únicas e disruptivas, mas para atender bem é preciso compreender que o cliente está mais exigente do
que antigamente, pois ele já possui uma rotina de compra. Além do fácil manuseio para o comparativo de ofertas, o diferencial competitivo dos lojistas estará em criar mecanismos para melhorar a experiência colocada como essencial a esse cliente e ter políticas de logística reversa eficientes. Isso porque ele irá se questionar se valerá efetuar uma compra com empresas que não
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possuem políticas claras sobre a devolução e a avaria de produtos.
Por fim, trago algumas reflexões e ações a serem tomadas sobre o comportamento de consumo.
Entender os dados
Entender melhor os dados de comportamento do seu cliente, de sua companhia e operação será importante e, para isso, você precisará ter uma gestão de dados com KPIs
que facilitem a tomada de decisão no dia a dia, tomando como exemplo os lojistas que utilizam o TMS FR, no qual personalizam sua torre de controle, auditam fretes e acompanham em tempo real os principais indicadores de sua operação.
Esses fatores entregam gestão à vista para as empresas, que conseguem tomar as melhores decisões, aplicarem estratégias e se comunicarem melhor com seus clientes e, consequentemente, melhorar a eficiência do SAC e do NPS da empresa.
Continuar investindo em excelência
Desmistificar que a excelência da marca já existe e trabalhar para que ela seja uma constância. Compreenda que o seu mercado abrange diversas gerações com perfis de consumidores que exigem uma comunicação diferente e por isso precisa ser personalizável.
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TANDARA PEREIRA
Key Account Manager na Frete Rápido
Cliente no centro
Por fim, ouça o seu cliente em todos os possíveis momentos: somente quem consome poderá dizer o que faz sentido. Além disso, principalmente, entenda por onde esse cliente entra em contato.
Com planejamento, melhoria contínua de serviços e com base em dados operacionais, é possível identificar como alcançar números de crescimento expressivos, e tudo através da excelência em entender e conhecer melhor o cliente e o mercado.
Tandara Pereira é formada em Administração de Empresas pela FAI e MBA em Vendas pela FGV, com 15 anos de experiência na área de tecnologia voltada para os mercados B2B e B2C em fintechs, unicórnios e startups em desenvolvimento. Nos últimos seis anos, vem atuando no apoio estratégico e comercial de várias operações logísticas. Atualmente, é Key Account Manager na Frete Rápido.
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MODA E SUSTENTABILIDADE EM PAUTA: CONSUMIDOR NO CENTRO
Sim, já falamos sobre moda sustentável por aqui, mas ano após ano o consumo aumenta, as tendências avançam e o varejo precisa continuar vendendo. Então é hora de pensar em novas soluções
Por Helena Canhoni e Júlia Rondinelli, da Redação do E-Commerce Brasil
As pessoas passaram a se questionar: aquela roupa baratinha que você vê na internet quando está passeando pelos sites de fast fashion é realmente uma compra sustentável? Talvez, sem perceber, o mundo fashion esteja caminhando para a realidade de entendimento da sobrecarga que a produção exagerada gera. Sobrecarga sobre os recursos naturais, capacidade de absorção de lixo e, por fim, das próprias pessoas.
Para quem já assistiu Wall-e, a animação de 2008 da Pixar Animation Studios, fica mais fácil imaginar nosso futuro não tão distante assim: pessoas fugindo (até para o espaço, talvez) da enorme montanha de lixo impossível de gerir e descartar corretamente.
Mas, antes de imaginar um mundo apocalíptico, há outro questionamento cada vez mais comum: o mercado de moda está ou não vivendo uma crise na atualidade? Por um lado, segundo a The Business of Fashion, a categoria pode ter um crescimento de 2% a 4% até o fim deste ano; em contrapartida, as dificuldades financeiras das famílias e o avanço nos preços do setor - 12,9% de aumento, segundo o IEMI - são fatores que jogam contra o crescimento projetado.
Imaginando o mercado de moda como a estampa de tecido: há as mais diversas cores, padrões e formas em um único pano. Entretanto, toda essa explosão de vivências possui um agente em comum: os consumidores. Construindo o mercado de moda dia a dia,
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é preciso compreender o que o consumo de roupas representa, essencialmente, na vida de cada um e quais são as implicações dessas compras sob uma perspectiva de crise ou alavanca.
Como sempre: o consumidor no centro
Enquanto alguns usam a moda como forma de expressar suas identidades, outros pensam na compra de roupas como um ato essencial para a preservação do planeta; ainda existem as pessoas que são mais práticas e compram as roupas por necessidade, e não obrigatoriamente materializam seus princípios pessoais nessa escolha. Segundo o estudo trajetórias históricas da moda: do luxo antigo à democratização do luxo, de António Machuco Rosa, “luxo e moda deixaram de ser signos manifestando visivelmente uma identidade de condição coletiva para passarem a ser uma forma de adquirir uma identidade individual”.
No bom e velho português, isso quer dizer que muito além da discussão sobre a sustentabilidade, que está em pauta aqui, a moda é, e continuará sendo, por um bom tempo, uma maneira de criar e expressar identidade, de maneira que não há solução simples quando o assunto é diminuir o consumo: não dá para viver sem ela.
Revisitando a matéria de capa da edição 62 desta revista, publicada em abril de 2021, conversamos com André Carvalhal, especialista e consultor sobre moda e sustentabilidade. Na época, nossa proposta era falar sobre como a pandemia havia mudado drasticamente alguns padrões de consumo e como a pauta da sustentabilidade estava se tornando essencial para alguns públicos. De lá para cá, a pandemia de fato acabou e uma nova geração passou a ter um poder estrondoso nas vendas online e no direcionamento de consumo: a geração Z.
O especialista defende que não é justo colocar sobre o consumidor toda a responsabilidade sobre o descarte das peças, uma vez que a indústria precisa dar alguns passos para que as roupas sejam mais duráveis, sem que deixem de ser acessíveis.
De acordo com Natália Vargas, especialista em tendências da WGSN, “o consumo de moda, ainda mais quando pensado para o público mainstream, é diretamente afetado pelas rápidas estéticas nascidas nas redes sociais. A cada 15 dias, por exemplo, podemos ver uma aparência ideal surgindo e consequentemente criando um novo desejo de consumo”.
Oras, então como conciliar os dois mundos?
A moda sob os holofotes
Pode aparentar simplicidade usar o termo ‘mercado de moda’. Contudo, entender o que envolve todo esse conceito não é fácil. Variando entre varejo físico, digital, marketplaces e até mesmo indústrias, a moda é extremamente abrangente e mista. De forma generalista, o mercado de moda é um dos traços mais fortes do Brasil, econômica e culturalmente.
Analisar o mercado de moda fibra a fibra não é, necessariamente, a resposta para compreender em profundidade a situação dessa categoria no mundo. De acordo com a ABTI (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), em 2022, o faturamento no setor de vestuário foi de R$ 150,3 bilhões e, ao que tudo indica, a projeção de crescimento continua com perspectivas positivas.
Considerando que o setor fashion possui uma dependência menor de crédito e é, atualmente, menos endividado, há expectativas boas quanto aos investimentos destinados à moda. Enquanto o governo estuda taxar
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as encomendas vindas de fora do Brasil - o que sabemos, a essa altura do campeonato, envolve fortemente o universo fast fashion -, muitas companhias em território nacional começam a apresentar estruturas mais firmes para enfrentar 2024.
A força do mercado fashion não é segredo. Mesmo em meio à pandemia, o universo da moda conseguiu uma readaptação e, principalmente, manteve sua relevância em alta. “Como consequência da pandemia, as pessoas começaram a utilizar mais ainda seus smartphones para fazer compras. Com o panorama mundial, o que chamamos de comércio social tem a expectativa de movimentar US$ 6,2 trilhões até 2030”, detalha Vargas.
Somente no ano de 2023, o mercado de luxo, por exemplo, ultrapassou US$ 1,6 trilhão, apresentando um crescimento de 8% e 10% em todas as categorias, segundo a Bain & Company and Altagamma. O grande diferencial do mercado das grifes é a construção de experiências exclusivas e singulares para cada cliente em potencial. A sensação de exclusividade trabalha como um poderoso aliado à estratégia de preço desenvolvida pelas marcas.
Vale ressaltar que não estamos falando só do Brasil. Ativistas do mundo inteiro vêm defendendo uma moda mais consciente pelo ponto de vista humano também, devido à insalubridade a que legislações brandas submetem os trabalhadores desse setor em diversos países. Na União Europeia, existe hoje uma legislação que proíbe a destruição de têxteis e calçados não vendidos, prática comum em grandes companhias com a troca das estações.
Originalidade virou kitsch/brega, e padronização é a resposta?
A adoção do fast fashion é cada vez mais comum no Brasil. O termo representa a renovação constante dos produtos lançados, muitas vezes ultrapassando a coerência de lançamentos por estações ou coleções comemorativas. Apesar de ganhar maior notoriedade nos últimos anos, o conceito de fast fashion vem de 1990, com marcas como Zara, H&M e Topshop sendo pioneiras na reprodução de roupas similares à alta costura, mas com preços acessíveis, segundo o Umode, empresa de soluções tecnológicas para o mundo da moda.
De certa maneira, o conceito de Indústria Cultural (1941) - criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer na Escola de Frankfurt - ajuda a compreender o fenômeno do fast fashion. Apesar de ser originalmente considerada um sistema político e econômico, no caso do mercado fashion, mantemos em mente o cerne da teoria: a reprodução de bens de consumo como uma maneira de venda de mercadorias, e não bens culturais ou artísticos.
Quem nunca viu alguém no shopping usando um moletom de Harvard? Esse exemplo deixa clara a reprodutibilidade dos produtos, e especialmente a réplica de uma cultura que não necessariamente corresponde ao país.
De acordo com Enrico Cietta, em seu livro
A Economia da Moda (2019), “o fast fashion era a moda dos produtos de luxo com os preços acessíveis dos produtos básicos”. A moda rápida (em tradução livre) deu a possibilidade para que mais consumidores tivessem acesso a roupas e acessórios que são considerados da alta sociedade.
Mas, calma, não há necessidade de extremos. Isso não significa que as pessoas que adotam o fast fashion são alienadas do mundo e controladas pelas grandes empresas detentoras dessas mercadorias. O real efeito dessa
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comparação é, de maneira simples, explorar como essa tendência se tornou tão popular, assim como a televisão e o rádio.
Atualmente, dentro do mercado de moda, é possível identificar a existência de três visões diversas entre si. Primeiro, há o mercado de luxo - altos preços, produtos únicos, qualidade alta e rotatividade extrema; na sequência, o fast fashion: roupas com preços medianos, alta rotatividade e reprodutibilidade como chave; e, por fim, vivemos uma curva de ascensão da moda circular. Porém, há uma dúvida que fica: é possível trabalhar a coexistência entre as três vertentes ou o mercado de moda realmente enfrentará uma crise em alguns anos?
A executiva da WGSN detalha: “ainda presenciamos o mercado de moda gerando muitos resíduos. Se cada vez mais vemos novas estéticas, - brazilian core, barbie core, mobwife, indie sleeze e por aí vai -, esse tipo de rápida mudança acaba gerando desperdícios, fazendo com que as marcas que entregam com rapidez - as fast fashion - gerem mais lixo”.
Moda circular: reciclar é a nova tendência
Dentro de uma perspectiva mais sustentável, alguns consumidores vêm desenvolvendo uma nova tendência de mercado: a moda circular. Essa nova maneira de consumir roupas é caracterizada, literalmente, pela circularidade, sendo originária do conceito de economia circular, que diz respeito à diminuição do desperdício através do aumento do tempo de uso de produtos e materiais.
O estudo Moda Sustentável, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com o Enjoei, mostra que 70% dos consumidores de brechós estão interessados no fator sustentabilidade ao realizarem suas pesquisas para o consumo consciente de roupas.
E nem só de compras é feita essa mentalidade. Com roupas mais duráveis, como defendido por Carvalhal, existe a possibilidade de uma nova inserção das peças na economia mais de uma vez: 38% dos respondentes afirmaram usar a economia circular para passar roupas adiante, além de só comprar nesse modelo. Além disso, 29% estavam de olho no fator sustentável ao vender em vez de descartar.
No caso específico da moda, isso significa que as roupas são projetadas e promovidas, por lojas e pelos próprios consumidores, para serem usadas por mais tempo e sem a necessidade de desenvolvimento de novas coleções de forma tão acelerada.
Tudo começou por conta do descarte excessivo de produtos químicos e materiais que demoram muitos anos para se decompor das indústrias têxteis, causando graves problemas ao meio ambiente e à sustentabilidade da moda em si. A versatilidade copiosa das coleções e roupas ‘da moda’ é uma das principais responsáveis e a temática que iniciou as preocupações dos consumidores. Pensando sobre a sustentabilidade do planeta no longo prazo, os clientes das marcas cada vez mais exigem um cuidado maior com os impactos na produção, assim como no produto final.
Para Natália Vargas, um detalhe que vale o destaque “é sobre o jeans biodegradável, em que as marcas inovadoras estão criando novas soluções, fibras e materiais em prol de reduzir o desperdício da produção”.
Os brechós e as lojas de revenda sempre existiram, porém, com o movimento dos consumidores, a compra nesses espaços se tornou mais comum e uma boa alternativa às opções de fast fashion ou do mercado de luxo. Hoje, uma nova versão das compras sustentáveis que ganham força são
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“Luxo e moda deixaram de ser signos manifestando visivelmente uma identidade de condição coletiva para passarem a ser uma forma de adquirir uma identidade individual”
os brechós online, que reduzem os custos fixos das lojas físicas e contribuem para a transformação do mercado de moda em uma indústria mais limpa.
Uma oportunidade que não pode ser deixada de lado pelas marcas é ouvir quais são as necessidades que os consumidores apresentam - o que não é nenhuma novidade -, mas efetivamente alterar a produção e os alicerces da empresa pode ser o segredo para sobreviver em meio ao surgimento das novas ideologias. Além disso, compreender a maneira como o consumidor se relaciona com o consumo e quais são as expectativas no momento de compra e de uso não são opcionais.
“Hoje, a experiência é um grande diferencial na hora do consumo, e estar atento às ativações físicas e digitais é cada vez mais importante”, finaliza Vargas.
Além de tudo isso, o “green washing”, termo em inglês para a ideia de que algo é sustentável sem de fato ser, agrava a ideia de que é melhor reutilizar do que comprar algo novo, mas que não vai durar ou terá um impacto negativo ao ser produzido. Alguns estudos já relacionam a busca por fibras consideradas sustentáveis com o desmatamento de partes da Floresta Amazônica.
Agentes de um novo tempo
Apesar das diferentes realidades que o mercado de moda abrange, os verdadeiros
responsáveis pelas mudanças são os consumidores. As tendências geralmente acompanham as ideologias da geração com maior poder aquisitivo para satisfazer as vontades e acomodar os princípios defendidos individualmente. Isso significa que, mesmo que a geração Z, por exemplo, defenda e consuma somente produtos sustentáveis, provavelmente demorará mais para que esse tema se torne o padrão, pois a maior parte do capital não está nas mãos desses clientes.
No passado, é possível afirmar que o consumo de roupas da moda era considerado, de certa forma, como um luxo. Sendo muitas vezes itens exclusivos e não de primeira necessidade para a sobrevivência das famílias, eram poucas pessoas que pertenciam ao mercado fashion.
A democratização do acesso à moda cresce a cada novo ano, e a fast fashion é um exemplo disso. Permitindo que mais pessoas acessem os itens considerados como da moda, essa tendência polêmica conquistou muitas pessoas que possuem o desejo de estarem atualizadas e incluídas. Na época atual, segundo o autor Gilles Lipovetsky, “o luxo [se comporta] como um indicador fundamental do desenvolvimento da individualidade moderna”.
“O varejo de moda traz como impacto a busca da agilidade entre o desejo do consumidor pelo produto e o mundo digital ajuda a preencher essa lacuna entre a descoberta e a conversão”, ressalta Vargas.
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A ARTE E A CIÊNCIA DO MODELO DE EQUIDADE DO CONSUMIDOR NO E-COMMERCE
Entre as muitas maneiras pelas quais o departamento financeiro enriquece a saúde do negócio está a aplicação de cálculos que ajudam a traçar o próximo passo para o negócio. Um desses cálculos é o do Customer Lifetime Value (CLV), ou quanto de receita o negócio pode esperar de um único cliente em relação ao tempo de vida de sua lealdade à marca e/ou ao negócio. Já abordamos isso em 2020 tanto na revista quanto nas palestras do Fórum. O CLV é ótimo para permitir que o negócio expanda sua presença com novas localizações de lojas, ou se deve ou não crescer lateralmente oferecendo novos produtos que anteriormente estavam fora do escopo para o negócio central: Uber expandindo para a entrega de comida, por exemplo.
Enquanto o CLV é uma abordagem enraizada para colocar à prova o futuro do negócio, ele não é usado para "provar o agora" do negó -
cio. A velocidade com que o consumidor opera em sua vida é, na minha estimativa, um dos maiores metadesafios para o profissional de e-commerce de hoje. Fazemos mudanças no site - conteúdo, merchandising, serviços adjacentes etc. - e podemos ver seus impactos quase em tempo real. Mas devemos pensar além da UX para determinar a eficácia de nossa abordagem geral de e-commerce. Profissionais do setor precisam de um método para descobrir quão valioso um consumidor é para o negócio; algo que funcione na área entre o agora do teste A/B e o além do horizonte do intervalo de tempo do CLV.
É aqui que a noção de Consumer EquityCE (equidade do consumidor, em tradução livre) - entra. É um modelo financeiro que ajuda você a determinar o valor geral de um consumidor para o seu negócio. É principalmente aplicado ao CRM, mas funciona mui-
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ANTHONY LONG
//FUTURE SHOPPING
Anthony Long é um inovador na área de marketing e tecnologia com mais de 20 anos de experiência em transformação digital no mercado global, e-commerce e comportamento mobile do consumidor. Já passou pela Kimberly-Clark e seu atual projeto inclui atribuições de longo prazo em e-commerce e transformação digital para as principais marcas globais de consumo na Europa e nos Estados Unidos.
to bem no mundo do e-commerce, porque vai além da modelagem preditiva pura para incluir o valor de curto prazo de um consumidor, levando em conta o engajamento como receita simples. É baseado suficientemente em matemática para tranquilizar sua equipe financeira, enquanto dá a você inputs reais sobre como determinar qual arquétipo de audiência é digno de qual tipo de tratamento de sua parte. Ele preenche a lacuna entre o que imaginamos que acontecerá e o que vemos acontecendo agora.
Tratando as pessoas como elas merecem
Nossos amigos na Wikipédia nos dizem que o CLV é "o valor presente dos fluxos de caixa futuros atribuídos ao cliente durante toda a sua relação com a empresa (...). Se uma relação com o cliente é vista como um ativo da firma, o CLV apresentaria o valor monetário desse ativo."
O CLV tipicamente tem um horizonte de tempo de três a sete anos, o que é totalmente apropriado para investimentos empresariais em larga escala, como planejamento de ativos imobiliários ou de manufatura, mas é menos útil para o e-commerce porque o comportamento de compra online das pessoas é muito mais impactado por suas circunstâncias imediatas, como discutimos na série Cubo de Intenção do Consumidor. Nós nos imergimos na matemática do CLV no passado, portanto, não há necessidade de fazer isso novamente aqui.
Um modelo de CE aborda o futuro com base no que um consumidor fez e está fazendo hoje sem assumir que ele continuará fazendo isso. A modelagem de CE diz a você quais audiências devem ser tratadas preferencialmente ou recompensadas por seus
comportamentos. A ideia é que você crie oportunidades para os consumidores se comportarem de maneiras que sejam valiosas para o seu negócio.
Os cinco fatores da equação CE são:
1. A contribuição de margem de cada item que você vende. Se o produto tem um componente que é consumível, e assim é recomprado ao longo do tempo, você fatora isso como uma unidade vendável autônoma;
2. Serviços de suporte que você ativou para garantir que o consumidor permaneça feliz;
3. Benefícios que você oferece ao consumidor sem custo adicional, como um programa de fidelidade ou frete grátis garantido;
4. A permanência de consistência do consumidor com sua marca, que é normalmente identificada na segmentação do banco de dados do consumidor;
5. A quantidade de vezes que um consumidor interage com a sua marca sem necessariamente fazer uma compra.
Seu objetivo, ao aproveitar um modelo de CE, é equilibrar quanto um consumidor gasta ao longo do ciclo de vida de seu envolvimento com a marca e a qualidade de seu engajamento com ela, fatorando a quantidade de tempo que ele permanece com sua marca. Os três primeiros fatores do modelo são facilmente identificados e são irrefutáveis: os lucros autônomos por unidade vendável e os custos que corroem esses lucros. Nós não fatoramos gastos com publicidade ou mídia porque são custos de aquisição projetados para atrair consumidores. Uma vez que um consumidor fez sua
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primeira compra, ele transita entre ser um lead e um cliente, e ele se torna parte do modelo de CE. Custos de marketing para reter clientes são capturados nos fatores 2 e 3.
Vamos dar uma olhada mais de perto nos fatores 4 e 5, pois é neles que o impacto de curto prazo da lealdade do consumidor é reconhecido:
• A permanência de engajamento consistente com a marca é uma medida de tempo. Manter um cliente pelo maior tempo possível é importante, mas permanências mais longas não são garantia de que esses são consumidores felizes. Consumidores em um segmento de longa permanência podem estar infelizmente presos ao seu ecossistema porque seus custos financeiros/emocionais percebidos para abandoná-los são muito altos para eles irem para a concorrência.
• Clientes "presos e infelizes" terão menor engajamento do que clientes felizes, e assim precisam de seu próprio tratamento para mudar sua percepção da marca.
• Engajamento do consumidor com sua marca - eles respondem a chamadas para ação do CRM, participam de pesquisas ou pedidos de feedback, estão engajados em programas de consumidores como um esquema de lealdade, postam positivamente sobre a marca nas mídias sociais - é um bom indicador da satisfação relativa do consumidor com a marca. Um maior gasto com a marca é ótimo, mas um padrão forte de engajamento tem o potencial de ser ainda melhor do ponto de vista de referência e advocacia da marca.
• Clientes que gastam menos, mas engajam regularmente de maneiras positivas, podem ser mais valiosos para o seu negócio, uma vez que eles compensam o menor gasto com maior potencial de defender a marca.
Eles também merecem seu próprio tratamento especial para trazer esse potencial de advocacia à vida.
O que nos leva à segmentação.
Eu não quero fazer meu dever de matemática... ainda
Segmentação, por definição, deveria ser algo evidente, e você provavelmente a entende de uma forma ou de outra. A Qualtrics, empresa de medição de performance do consumidor, define segmentação como: "segmentação de clientes é o processo pelo qual você divide seus clientes com base em características comuns - como demografia ou comportamentos - para que a equipe de marketing ou de vendas possa alcançar clientes mais efetivamente". A chave é definir seus segmentos não apenas de acordo com o que os consumidores são e o que eles fazem (demografia e comportamentos, como a Qualtrics sugere), mas pelo que você quer que eles façam.
Esse último ponto é o molho secreto de ter uma visão verdadeiramente 360 graus do consumidor: saber o que um consumidor fez é apenas 180 graus do contexto. Saber o que um consumidor ainda não fez, mas você quer que ele faça, é o caminho para construir equidade do consumidor, dando-lhe essa visão de 360 graus de que todos falam (mas a maioria realmente não tem). Assim, seus segmentos podem conter clientes que compram, mas nunca indicam você; recebem comunicações de marketing, mas nunca tomam alguma atitude; e pessoas que compraram no passado, mas não adquiriram mais nada há muito tempo. Esses tipos de segmentos baseados em ação tendem a ser bastante dinâmicos, com clientes se movendo para dentro e para fora dos segmentos existentes e novos agrupamentos de com-
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portamentos de clientes formando novas oportunidades de segmentação.
Se você gosta de dados, isso é nirvana. Se você não gosta, precisa encontrar alguém que goste e colocá-lo para fazer esse trabalho por você.
Estimar vendas de consumidores através de canais próprios e não próprios (contas-chave, outros varejistas de terceiros, o mercado de revenda etc.) é gerido por cálculos de retirada que medem compras de consumidores com base na redução de inventário. Atribuir vendas de forma confiável a um consumidor específico é difícil, senão impossível. O modelo de CE especificamente omite isso, porque a maioria dos negócios orientados para o consumidor mistura varejo offline/ indireto com e-commerce próprio, e varejistas/revendedores quase nunca fornecem atribuição específica de vendas a um consumidor específico. Suas amadas contas-chave usam esses dados para seus próprios propósitos de segmentação e podem não querer ou ser capazes de compartilhar seus dados de vendas. Para ser justo, muitas vezes, existem leis de "justiça de competição", que ditam que dados de vendas entre concorrentes só podem ser compartilhados com seis meses de atraso, tornando os números um tanto interessantes, mas, de outra forma, inutilizáveis.
Se você tem um negócio de ponta a ponta com vendas predominantemente através de canais próprios, pode adicionar ao seu modelo de segmentação de consumidores as receitas atribuíveis a consumidores específicos. Isso se torna nada mais do que outra subsegmentação: alguém que gasta em um nível mais baixo e que regularmente traz sua família e amigos para sua franquia é tipicamente mais valioso do que alguém que gasta mais, mas está constantemente ao telefone com o call center e está compartilhando sua
insatisfação geral nas mídias sociais. Com o tempo, esse consumidor caro pode começar a custar mais do que vale, e injeta risco de acompanhamento à sua marca ao ventilar sua insatisfação quando ela pode ou não ser justificada.
Hora de fazer as contas
Modelos de equidade do consumidor vêm em várias formas, então você pode encontrar o certo para o seu negócio. A matemática pode ser absoluta, mas há aspectos de cada um que introduzem relatividade à equação. Há dois que eu achei mais úteis:
• Valor líquido do consumidor x permanência média do consumidor
• Coeficiente de referência x valor líquido do consumidor
O primeiro pega a contribuição de margem dos itens no pedido de um consumidor menos os custos de suporte e serviços/programas dele e multiplica isso pelo produto da taxa de abandono do carrinho vezes o tempo máximo de engajamento do segmento em que o consumidor está. Chegar a isso envolve o seguinte:
• Pegue o tamanho médio do pedido por consumidor e subtraia seus custos de fornecer atendimento ao cliente e os outros programas que você oferece aos consumidores para mantê-los leais. Isso fica à esquerda.
• Subtraia 1 da taxa de churn do consumidor e multiplique isso pelo tempo médio máximo que os consumidores permanecem engajados com sua marca. Isso fica à direita.
A taxa de churn é um aspecto relativo. Por isso, determine a porcentagem de consumidores a partir de um segmento baseado em duração em que os clientes abandonam
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o engajamento com sua marca. Segmente sua audiência em “baldes” com base em sua permanência com sua empresa. Certifique-se de incluir aqueles que compraram uma vez e desapareceram, bem como aqueles que permaneceram leais a longo prazo, mas estabeleça um limite razoável: esse modelo descreve o valor relativo por permanência e lhe diz quanto você pode esperar dos consumidores em cada segmento, bem como lhe dá uma indicação de onde investir para transformar um consumidor que poderia abandoná-lo (ou seja, alguém menos lucrativo) em um cliente com potencial para trazer à empresa muito valor por fazê-lo permanecer engajado.
Já o segundo aborda a equidade do ponto de vista da defesa, pesando o valor da referência contra os custos de manter o consumidor. Trabalhando de trás para frente, chegue a uma figura de valor líquido do consumidor da mesma forma que no primeiro exemplo. Em seguida, multiplique isso pelo número médio de referências de qualidade que os consumidores trazem em um dado segmento de permanência. Você pode pensar que consumidores com permanência mais longa deveriam trazer mais referências, mas você pode descobrir que a relação entre permanência e referências não é constante.
Colocado de forma simples, quando um consumidor engaja pela primeira vez com sua marca, ele está mais entusiasmado em contar aos seus amigos, e ao longo do tempo a atividade de referência diminui. Esse cálculo mostra o ponto ideal em seu relacionamento quando os consumidores estão trazendo o máximo de valor ao referir amigos antes que esses mesmos referenciadores aumentem custos ao consumir programas caros. Por exemplo, um consumidor de longa data que ativamente fica no programa de lealdade e nunca faz referência a você é menos valioso para o seu negócio do que
um que traz muitos novos consumidores e tem menos interesse em resgatar pontos de lealdade por presentes.
Eu te amo um tanto
assim
O objetivo de administrar um negócio é crescer em receitas e lucros. Por trás das centenas, senão milhares, de fatores e funções necessárias para fazer isso acontecer estão pessoas: funcionários, stakeholders e consumidores. Entre essas três categorias muito amplas, possivelmente a mais importante e mais difícil de gerenciar são os consumidores, especialmente no ambiente de hoje, orientado para o mobile e digitalmente conduzido. Consumidores se movem mais rápido do que empresas, mudando de ideia antes que a companhia possa ativar uma estratégia baseada na mentalidade anterior.
Todos os consumidores merecem ser tratados de forma justa, mas nem todos devem receber o mesmo tratamento. Ter um modelo forte de equidade do consumidor é a ferramenta mais importante para profissionais de e-commerce entenderem quem são seus consumidores mais valiosos, fazendo a empresa espalhar seu amor de maneira mais eficiente. Entender esse conceito e aplicá-lo nos levam mais longe na nossa missão compartilhada de libertar o e-commerce das amarras da UX e da TI, demonstrando o valor estratégico desproporcional do e-commerce para a empresa. Administrar uma empresa bem é tanto uma arte quanto uma ciência, e um modelo de equidade do consumidor entrega ambos.
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COMÉRCIO DE ASSINATURAS É TENDÊNCIA DE RETENÇÃO PARA O E-COMMERCE NOS PRÓXIMOS ANOS
Há algum tempo, algumas marcas mais visionárias perceberam o potencial da recorrência para reter clientes. Surgiram, então, os clubes de assinaturas, que foram se tornando cada vez mais comuns nos mais diversos tipos de e-commerce.
Segundo um relatório da Gartner, estima-se que 75% das empresas que vendem online direto ao consumidor devem oferecer algum tipo de serviço por assinatura já em 2024. Não é à toa que já vemos aí lojas de roupas, cosméticos, drogarias, produtos para pets, vinhos e muitas outras que possuem uma opção de assinatura de produto direto na página de compra do e-commerce.
A ascensão do comércio de assinaturas
Empresas de diversos setores, desde alimentos até artigos de beleza e entretenimento, têm adotado o comércio de assinaturas como uma maneira de manter os clientes envolvidos e satisfeitos, com o bônus da previsibilidade das receitas e da fidelidade gerada pelo compromisso mensal ou anual,
que tornam essa abordagem atraente para quem vende online.
Além disso, o mercado de assinaturas em si é bastante atrativo para o consumidor, o que consequentemente gera oportunidades de negócio para as empresas que aderem a ele. Atualmente, 79% dos consumidores afirmam assinar entre um e quatro serviços, e outros 18% assinam entre cinco e dez serviços, conforme mostra uma pesquisa realizada pela Vindi em parceria com a Opinion Box.
Dessas, 68% são assinaturas digitais, 9% assinaturas de produtos ou serviços físicos e 23% são assinaturas físicas e também digitais. A pesquisa revela, ainda, que 29% dos consumidores gastam entre R$ 51 e R$ 100 mensalmente com assinaturas, enquanto outros 25% gastam entre R$ 101 e R$ 200 mensais. Na primeira faixa, de R$ 51 a R$ 100, os clubes de lazer ficam em primeiro lugar na preferência de 34% dos consumidores. Para a faixa dos R$ 101 a R$ 200, os clubes de assinatura ocupam o terceiro lugar, com 32% da preferência.
ANAHY ZAMBONI
Copywriter da Vindi
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Benefícios e desafios do modelo de assinaturas
Os benefícios do comércio de assinaturas são mútuos. Para os consumidores, a comodidade de receber os produtos que já conhecem em casa regularmente, sem a necessidade de realizar compras constantes, é um atrativo poderoso. Além disso, muitos programas de assinatura oferecem descontos exclusivos, brindes e customização, criando uma experiência mais personalizada.
Já para as empresas de e-commerce, o modelo de assinaturas proporciona uma previsibilidade nas receitas, permitindo a gestão mais eficiente do estoque e do fluxo de caixa. Além disso, a fidelidade do cliente aumenta, proporcionando uma base de consumidores mais estável e engajada.
Para além da gestão da logística, da personalização eficaz dos produtos e da manutenção da qualidade ao longo do tempo, talvez o principal desafio do modelo de assinaturas no e-commerce seja manter a satisfação contínua dos consumidores. Isso porque, de acordo com a última pesquisa aqui citada, 65% dos consumidores relacionam a insatisfação com algum aspecto do serviço no momento do cancelamento da assinatura.
Outro ponto importante é manter a percepção sobre o serviço satisfatória, pois os consumidores são influenciados significativamente por recomendações, positivas ou negativas, e grande parte deles toma decisões baseadas nelas. A pesquisa aponta que 71% dos respondentes assinaram um serviço porque receberam recomendações positivas,
enquanto 56% relatam que já desistiram de realizar uma assinatura por terem recebido algum comentário negativo.
O futuro do e-commerce é a recorrência
Nessa altura, já podemos dizer que boa parte da sustentabilidade do e-commerce daqui para o futuro está na fidelização, isto é, na recorrência de continuar fazendo negócios com seus clientes. Nesse sentido, o mercado de assinaturas segue aquecido. De acordo com a pesquisa da Vindi, 61% dos consumidores esperam que seus gastos com assinaturas permaneçam inalterados nos próximos 12 meses; outros 23% preveem um aumento nos gastos com assinaturas para o mesmo período.
Olhando adiante, 46% dos consumidores esperam reservar um espaço maior no orçamento para produtos e serviços por assinatura nos próximos cinco anos.
Com base nesse cenário, o comércio de assinaturas é uma resposta inovadora às demandas de consumidores por praticidade e personalização. À medida que as empresas de e-commerce buscam se diferenciar em um mercado saturado, a adoção dessa estratégia não apenas impulsiona a retenção de clientes, mas também estabelece uma relação duradoura entre as marcas e os consumidores.
Anahy Zamboni é jornalista e atua há mais de dez anos com criação de conteúdo, redação e copywriting. Já escreveu para segmentos como educação, saúde, beleza, nutrição, finanças e contabilidade. É especialista em marketing digital, performance e SEO. Atualmente, escreve sobre startups, SaaS, mercado de pagamentos e fintechs.
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SEO NÃO É SÓ GOOGLE: O IMPACTO NOS MARKETPLACES
SEO, ou Otimização para Motores de Busca, é um conjunto de estratégias usadas para aumentar a visibilidade e o tráfego de um site nos motores de busca, como Google, Bing e Yahoo. No contexto dos marketplaces, o SEO assume uma forma diferente, focando na otimização para os motores de busca internos dessas plataformas.
Cada marketplace tem seu próprio algoritmo que determina a classificação dos produtos, tornando o SEO uma ferramenta crucial para melhorar a visibilidade do produto nessas plataformas. Mas qual a diferença do SEO para o Google e do SEO para marketplaces?
O que é SEO para marketplaces?
Assim como no SEO tradicional, a otimização em marketplaces envolve a escolha cuidadosa de palavras-chave, a criação de descrições atraentes e informativas para os produtos e a utilização de imagens de alta
LUCAS COLISSE
qualidade. Tudo com o objetivo de fazer com que produtos, departamentos e páginas de conversão sejam exibidos nas pesquisas realizadas por usuários dentro das plataformas.
Principais fatores de ranqueamento
No SEO para marketplaces, é necessário considerar uma variedade de fatores que são distintos dos utilizados para a otimização em motores de busca como o Google. Por exemplo, muitos marketplaces dão grande importância às avaliações dos clientes ao classificar produtos e vendedores. Isso significa que é crucial manter um alto nível de serviço ao cliente para garantir avaliações positivas.
Além disso, o histórico de vendas de um produto pode ter um impacto significativo na sua classificação. Produtos que têm um bom desempenho de vendas tendem a ser classificados de uma forma melhor. Portan-
Jornalista de marketing digital na Enext
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to, desenvolver estratégias eficazes para aumentar as vendas pode ajudar a melhorar a visibilidade do seu produto no marketplace.
Outro fator que alguns marketplaces levam em conta é a taxa de resposta do vendedor. Vendedores que respondem prontamente às perguntas dos clientes podem ser favorecidos pelos algoritmos de classificação do marketplace.
O preço também pode ser um fator determinante na classificação dos produtos em muitos marketplaces. Isso pode envolver não apenas a competitividade do preço, mas também a consistência do preço. Por exemplo, evitar mudanças bruscas de preço pode contribuir para uma classificação mais alta.
Embora exista alguma sobreposição entre a otimização para o Google e a otimização para marketplaces (como a importância das palavras-chave), as diferenças são significativas. Compreender essas diferenças é fundamental para criar uma estratégia de SEO eficaz que seja adaptada às especificidades de cada canal.
O futuro do SEO para marketplaces
À medida que o mundo digital continua a evoluir, também evoluem as estratégias para se destacar nele:
Inteligência artificial e aprendizado de máquina
À medida que a tecnologia avança, é provável que os marketplaces comecem a utilizar ainda mais a inteligência artificial (IA) e o
aprendizado de máquina para melhorar seus algoritmos de busca. Isso poderia levar a resultados de pesquisas mais precisos e personalizados, baseados em uma compreensão mais profunda das preferências e do comportamento dos usuários.
Busca por voz
Com o aumento da popularidade dos assistentes de voz, como Alexa, Siri e Google Assistant, é possível que vejamos um aumento na busca por voz também nos marketplaces. Isso exigirá uma nova abordagem para a otimização de SEO, focada em palavras-chave de conversação e perguntas frequentes.
Foco na experiência do usuário
Assim como o Google tem dado cada vez mais importância à experiência do usuário em suas atualizações de algoritmo, é provável que os marketplaces também sigam essa tendência. Além da já exigida excelência na criação dos textos descritivos dos produtos, fatores como a velocidade de carregamento da página, a facilidade de navegação e a qualidade do atendimento ao cliente podem se tornar ainda mais importantes.
As estratégias e boas práticas de SEO evoluem acompanhando o desenvolvimento tecnológico do mundo. Quando falamos em SEO para marketplaces, o cenário é o mesmo. Dessa forma, sai na frente quem acompanhar as plataformas e agir de acordo com suas regras, comportamentos e tendências dos usuários.
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Lucas Colisse é jornalista formado em 2012. Experiência com diferentes meios de comunicação e diversos públicos-alvo. Submerso no marketing digital desde 2016.
BELEZA ORGÂNICA
Artista plástica se especializa em alimentos orgânicos e, hoje, vende pelo WhatsApp produtos de pequenos produtores para consumidores da capital paulista
Por Giuliano Gonçalves e Lucas Kina, da Redação do E-Commerce Brasil
De acordo com o estudo "Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023", a cada mil brasileiros, aproximadamente 360 afirmam ser consumidores de produtos orgânicos. A pesquisa revela ainda um aumento de 16% no consumo desse tipo de alimento no país durante o período de 2021 a 2023. Dentro dessa “máquina orgânica” existe a do Mato Pra Casa, empresa familiar de alimentos orgânicos que você conhecerá a seguir!
Por mais de 30 anos, a artista plástica Milly Arazi Spatz espalhou sua técnica de pintura por São Paulo, colorindo e alegrando casas e restaurantes. Porém, o esforço e os movimentos repetitivos em murais gigantescos lhe trouxeram alguns problemas nos ombros, o que a levou a algumas cirurgias e a dar um tempo na profissão. Só o que ela não sabia é que aquele período “de molho” seria um convite a um dos trabalhos mais lindos de sua vida…
Nesse tempo de recuperação, Spatz aproveitou e buscou o refúgio do interior paulistano, num sítio em Atibaia (SP). “A verdade é que eu sempre tive vontade de trocar a loucura
da capital pela paz do interior, então essa pausa veio como uma oportunidade”, diz. Em meio à nova rotina, a artista passou a buscar formas de subsistência, e uma delas foi iniciar a plantação de produtos orgânicos.
O começo dos orgânicos
Antes de colocar as mãos na terra, Spatz buscou uma série de cursos gratuitos no Senar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. “Eu conheci muitos produtores nesses encontros. Pessoas simples, muito dedicadas”, lembra. A partir de então, começou a plantar alimentos orgânicos apenas para o consumo próprio, como alface e legumes. De uma hora para a outra, o plantio escalou, e ela decidiu começar a vender.
Foi então que Spatz trombou com um muro bem diferente daqueles que ela pintava: o baixo retorno financeiro. “Eu plantava minha alface, cuidava dela por três meses e não queria vendê-la por R$ 2. Para mim ela valia R$ 30, porque dava o maior trabalhão. Sem contar que em épocas de chuvas eu perdia tudo”. A artista fez as contas e percebeu que todo aquele trabalho não seria
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suficiente para se sustentar, e decidiu mudar a estratégia.
Então, por volta de 2018, Spatz passou a fazer uma ponte entre os amigos plantadores de orgânicos com os amigos consumidores de São Paulo. “Eu comprava dos agricultores, montava cestas com a ajuda dos meus filhos e trazia para São Paulo em meu carro. Meus amigos adoraram, e eu passei a fazer isso todas as semanas”, lembra. Deu tão certo que, em pouco tempo, seus filhos também começaram a trazer os alimentos para suprir a demanda, e nascia a Do Mato Pra Casa. Foi então que, em 2020, a Covid-19 se instaurou no Brasil.
Virada de chave
Se a pandemia trouxe problemas para muitos negócios, o mesmo não se pode dizer para a Do Mato Pra Casa. Nesse período, a artista viu aquele pequeno mural de amigos escalar para uma enorme galeria de arte. “A gente entregava cerca de 30 cestas por semana antes da pandemia. Então, da noite para o dia, eu levantei da cama como uma empresária que entregava 130 cestas de alimentos orgânicos semanais, pois as pessoas não saíam mais para comprar alimentos”.
Por não dar mais conta da logística apenas com a ajuda dos filhos e do marido, Spatz recorreu a seis motoristas e a buscar novos (e maiores) distribuidores de orgânicos. Também entrariam no catálogo produtos de mercearia, à época muito requisitados. “Cresci demais naquele momento e não conseguia gerir o negócio sozinha. Por isso trouxe uma amiga para ser minha sócia e me desafogar daquela loucura que estavam as entregas.
Alessandra Ades, que é nutricionista, entrou para a sociedade e ficou responsável pelas redes sociais, mais requisitadas nesse período do que o próprio e-commerce. “Foi
um dos momentos em que mais trabalhei na vida, e a Ades me ajudou demais. Afinal, além de tocar as publicações, ela conhecia alguns fornecedores”.
Em terra de orgânico, WhatsApp é rei!
Diferentemente de alguns segmentos, a venda de alimentos perecíveis no e-commerce requer uma proximidade maior com os clientes. “Cada pessoa tem uma forma de comprar. Uns preferem orgânicos mais maduros, outros não, e tudo precisa ser conversado constantemente. Por isso, apesar de ter o e-commerce e o Instagram ativos, é pelo WhatsApp que tudo funciona”, conta.
É nele que Spatz sustenta a amizade com seus clientes, muitos deles fiéis desde 2018. “O mercado de orgânicos é como uma grande família. Produtores, fornecedores, clientes… Todos nos conhecemos e de certa forma nos ajudamos”.
A rotina dos pedidos pelo WhatsApp acontece assim: às sextas-feiras, a empresária dispara uma mensagem aos clientes, que escolhem quais produtos querem na cesta. Na segunda-feira, ela viaja para Atibaia, faz a coleta com os pequenos produtores e, na terça-feira, entrega. Há ainda a “xepa” das quintas-feiras: ela permite a compra de alimentos perfeitos para o consumo, mas que não suportariam ficar estocados até a semana seguinte (nesse caso, com um desconto de 20%).
E foi graças à clientela assídua e aos parceiros que a empresária conseguiu segurar as pontas no pós-pandemia, momento em que o mercado de orgânicos desaqueceu muito.
De volta às origens
Na mesma velocidade em que o setor cresceu com a chegada da Covid-19, veio a queda
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durante o pós-pandemia. A volta do consumo presencial e a chegada de grandes redes de supermercados prejudicaram demais os pequenos produtores - e, consequentemente, quem trabalhava com eles.
Se a rotina semanal era entregar mais de 130 cestas de alimentos orgânicos, agora a família voltou para a casa das 30 unidades. “Entregadores, galpão de estoque… Reduzimos tudo e voltamos para a nossa origem, concentrando os esforços somente na fiel clientela. Por um lado, foi bom, pois me vi desacelerando do processo, algo que eu já queria. Mas tem o lado difícil também, como o orçamento bem mais curto que me obriga a redobrar os cuidados em relação às perdas”.
Um fato interessante da Do Mato Pra Casa: por diversas vezes, Spatz compra alimentos em mercados orgânicos em São Paulo para suprir algum problema na entrega. “Se a pessoa reclama de uma alface que não chegou tão bonita, por exemplo, eu prefiro comprar uma com o meu dinheiro e enviar a ela. Eu prefiro gastar do meu orçamento e mantê-la comprando de mim a esperar pela próxima semana para mandar um produto dos meus fornecedores”.
Orgânicos: uma filosofia de vida
Os anos de estudo e trabalho no campo deram a Spatz uma enorme bagagem sobre o universo dos alimentos orgânicos. E, para cada cliente que ela atende, faz questão de explicar o tamanho da complexidade que um alimento livre de agrotóxicos tem até chegar à casa do consumidor. “Consumir alimentos orgânicos, especialmente de pequenos produtores, não é igual a ir a um supermercado. Além de entender como funciona o plantio e a colheita, é preciso haver um respeito em relação ao agricultor”, conta.
Muitas vezes, por exemplo, o consumidor não faz ideia da dificuldade que um tomate orgânico passa durante o plantio para ser colhido perfeitamente. Isso porque, como diversos outros alimentos, é preciso fazer um rigoroso controle contra as pragas, assim como em relação ao sistema de irrigação. Nesse caso, qualquer deslize pode resultar na perda de um plantio de cerca de 100 dias para a colheita.
Frutas também são um ponto sensível para esse mercado, pois normalmente partem das regiões nordeste ou sul. Segundo a empresária, pequenos produtores têm maior dificuldade no plantio por conta do tempo de colheita. Vale destacar que existe toda uma dinâmica para a plantação de frutas. Goiabas, por exemplo, são ensacadas uma a uma, para não darem bicho. Um abacaxi pode levar até 18 meses para ser colhido! Outro ponto é que quase nenhum produtor trabalha com frutas maduras (muitas vezes, é a empresária que faz o controle logístico para entregar o alimento pronto para o consumo).
“Há épocas em que as chuvas detonam as plantações dos pequenos produtores, e eles conseguem salvar muito pouca coisa. Ainda assim, eu faço questão de comprar esses alimentos e colocar nas cestas, explicando o que houve e que a sua compra seria de grande valia para o agricultor. Eu ofereço o produto com desconto e também deixo claro que a pessoa só paga se ela quiser”.
De volta para São Paulo
Não bastando o retrabalho para diminuir a escala do negócio no pós-pandemia, Spatz começou a esbarrar em um novo problema: o aumento dos assaltos na região do sítio em que morava em Atibaia. “Um dos motivos para a minha saída e de minha família da capital de São Paulo era justamente fugir da
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loucura e da violência dos grandes centros. De repente, nós vimos aquele padrão chegar cada vez mais perto de nós no interior, e não fazia mais sentido continuar lá. Então, voltamos para São Paulo”.
Na capital, ela aproveitou os fundos da empresa de sua mãe para seguir tocando a Do Mato Pra Casa, com um volume menor de estoque. “Hoje, eu só tenho armazenada a parte de mercearia, como arroz, feijão, grão de bico e óleo, que não estragam com facilidade. Frutas e legumes eu só encomendo o que realmente será entregue”.
Outro ponto importante é que a experiência das entregas hoje é muito mais personalizada, já que a Do Mato Pra Casa agora só atende clientes da capital paulista. “Se eu percebo que não compensa entregar em determinada região, faço questão de buscar para a pessoa algum fornecedor, de preferência pequeno produtor, que atende por lá”, diz.
Sustentabilidade e solidariedade
Correlacionada ao universo dos orgânicos, a sustentabilidade está presente em quase toda a etapa da jornada do consumidor. Sacos plásticos, por exemplo, simplesmente não existem nas entregas da Do Mato Pra Casa. “Eu fiz questão de ensinar os produtores a não ensacar os alimentos para as entregas”, lembra.
Todas as embalagens utilizadas são biodegradáveis, e Spatz lembra que até os grandes distribuidores estão aderindo ao material. “A sustentabilidade era uma exclusividade dos pequenos, mas o consumidor tem exigido cada vez mais isso de todos. Hoje, até as grandes empresas que trabalham com alimentos orgânicos têm mostrado essa preocupação”.
Além da preocupação com o meio ambiente, a muralista tem um outro compromisso desde os primórdios do negócio: doar todo alimento orgânico excedente a instituições necessitadas, como abrigos de idosos, de crianças ou de pessoas carentes. São muitos os locais que recebem semanalmente alimentos frescos e saudáveis por conta da iniciativa.
Apesar de toda a transformação pela qual o mundo passou nos últimos anos, Spatz entende que ainda há muito a ser feito: “É preciso ter mais respeito pelo próximo, pela natureza, pelos animais. Precisamos evoluir espiritualmente, resgatar o real sentido da vida, e isso só será possível com amor e coexistência”.
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Foto: Divulgação
ENTREGAS RÁPIDAS E EFICIENTES: SMART LABEL É PROTAGONISTA ESSENCIAL NAS ENTREGAS RÁPIDAS
Agilidade - essa é a primeira exigência de consumidores que vivem em uma realidade de consumo cada vez mais veloz nas compras pela internet. Para acompanhar esse ritmo, e disponibilizar comodidade aos clientes, marcas de diferentes segmentos investem cada vez mais na inovação da dinâmica de entrega de seus produtos, e a smart label é protagonista no impulso da agilidade das entregas same day, next day e expressas.
A etiqueta inteligente surge como uma peça-chave para proporcionar eficiência logística, com a redefinição do processo e do roteiro das entregas, transformando a
experiência de compra dos clientes. Ao minimizar os impactos em picos de demanda durante períodos sazonais, a smart label agiliza os processos operacionais de envio por prestadores de serviços logísticos com precisão e eficiência.
O diferencial dessa abordagem está na realização da impressão da etiqueta, integrada diretamente com o sistema da transportadora expedindo a mercadoria já roteirizada de forma automática. Essa comunicação instantânea entre os sistemas agiliza o processo logístico, eliminando etapas manuais na primeira fase da cadeia, “furando a fila” para as etapas seguintes.
MARCELO AKABANE
Gestor de produtos na Total Express
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Nas plataformas de marketplaces, o seller consegue aderir, imprimir e etiquetar suas remessas com a etiqueta inteligente, entregando-as para a coleta ou em pontos de embarque do produto. Isso desburocratiza o processo do embarcador ao cliente final, por reduzir custos e prazos de entrega com a impressão das etiquetas.
A smart label também é econômica e sustentável, por reduzir impactos ambientais associados ao uso de ribbon (plástico de impressão térmica) e produção de papel. A smart label engloba, em uma só impressão, os dados integrados (cliente e transportadora) e é utilizada de forma padronizada em todo o processo, até chegar à casa do consumidor, o que a enquadra nas práticas de responsabilidade ambiental.
Investir em tecnologias inovadoras torna-se imperativo para as empresas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. Isso porque elas eliminam obstáculos, reduzem o tempo de processamento, garantem a integridade das entregas e promovem a sustentabilidade. O seu uso desempenha não só um papel decisivo nas operações logísticas, mas molda o futuro das entregas rápidas em toda a indústria do e-commerce.
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Marcelo Akabane é gestor de produtos e projetos multifacetados das estratégias de negócios com inovações tecnológicas. Possui mais de 15 anos de sólida experiência nos modais rodoviário e marítimo com expertise em necessidades de soluções integradas à tecnologia, inovação, serviços digitais, conectividade IoT e automação, promovendo ideação, otimização e aprimoramento de processos complexos em simples e amigáveis.
AINDA EXISTE E-COMMERCE?
Essa é uma pergunta que vem rondando muitas marcas e varejistas. O e-commerce ainda é um negócio à parte dentro das empresas ou já pertence a um único ecossistema? Por se tornar cada vez mais relevante, os negócios digitais vêm tomando uma proporção cada vez maior dentro do desenho estratégico de vendas e marketing, criando um contexto único de trabalho.
Mas será que isso é tão verdade e será que estamos preparados para um desafio tão grande? É claro que a resposta não é simples e muito menos única. Quando pensamos em um varejista grande, a resposta é quase óbvia. As ações devem andar em paralelo, fortalecendo a marca e tratando o cliente como único, conhecendo seus hábitos de consumo, preferências e principalmente sua jornada de compra. Para tanto, é necessário investir um valor considerável em sistemas e em um time de análise de dados. Assim, será possível olhar de forma holística para a empresa e entender os caminhos futuros que deve tomar.
Entretanto, ao olhar para uma indústria que está começando a migrar para um atendimento de varejo, essa jornada parece quase impossível. Com uma carteira de clientes formada principalmente por pessoas jurídicas, o comportamento individual de compra pode ser completamente diferente do que acontece na loja. Isso porque ainda não
conseguimos extrair dos varejistas grandes informações sobre o comportamento de compra dentro dos estabelecimentos. O mesmo acontece em marketplaces, nos quais a jornada de navegação é invisível para os sellers, que não obtêm praticamente nenhuma informação do mercado e da jornada do cliente que extrapole suas vendas. E, mesmo assim, os dados dos seus consumidores ainda são parcialmente suprimidos.
Ainda nesse caso, existem variáveis de campo que podem influenciar bastante o consumidor no momento da compra. Por exemplo, posicionamento em gôndola, promoções da concorrência, programa de incentivo ao vendedor para uma determinada marca, número de SKUs na loja… Enfim, uma jornada completamente diferente do digital, apesar de terem pontos semelhantes de comparação.
Agora, podemos nos perguntar: e as indústrias B2B? Esse é um caso à parte, pois o comportamento digital de uma empresa que compra digitalmente de seus fornecedores tende a replicar o do atendimento presencial. A digitalização se mostra muito mais como um potencial de capilaridade e economia de escala, atingindo mais clientes e clientes mais distantes. Contudo, é possível que se percam negociações importantes que acontecem de forma presencial, nas quais se montam ações conjuntas e é possível buscar uma maior flexibilização nas negociações.
48 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 PEDRO PADIS
Director of Growth at ADVENTURES.INC
Executive
Atuando desde 2010 com mercado digital, e-commerce e omnichannel, Pedro Padis é Diretor Executive de Growth na Adventures.INC. Com histórico de head de e-commerce do Grupo Aste, coordenou grandes operações de marcas globais como New Balance, Kipling e Diesel. Ainda traz denso background em varejo, tendo passagens pelo Dia e Walmart.
Mas, de fato, gostaria de explorar aqui a grande massa de pequenos negócios que se aventuram no digital e vão para o físico, ou estão no físico e abrem um e-commerce. São esses negócios que chamaria de One Commerce. Isso porque podem construir do zero uma operação que funcione em conjunto. Pensando em uma loja, de qualquer segmento, é possível que se tenha um ERP simples e estoque unificado para todos os canais. Tanto a frente de caixa como o e-commerce e um possível canal B2B vão consumir a mesma informação, podendo ter políticas comerciais diferenciadas.
Pensando em espaço físico, também é possível beber da mesma fonte - um único espaço onde se concentra toda a operação, tanto de armazenagem como de picking e packing, bem como a retirada para entrega e logística reversa no mesmo local, além do time de marketing trabalhando com os mesmos produtos e tendo contato com eles.
Essa ideia de One Commerce é o futuro para quem já está operando a todo vapor. Porém, para quem está começando, é uma obrigação e uma necessidade. Não é possível pensar em uma operação que não nasça integrada, como um negócio único e de fato entregando o mesmo valor de marca ao cliente.
Um exemplo claro desse tipo de negócio são os restaurantes que começaram a operar delivery na pandemia. Esses estabelecimentos têm quase tudo quando pensamos em One Commerce. Contudo, ainda existe um gap importante a ser resolvido, que, com nossa cadeia logística e tipo de produto, ainda tem um caminho muito longo: a experiência do cliente. Embalagens de baixa qualidade, longas esperas, temperatura do alimento e qualidade diferente do que é consumido no
ambiente físico. Ou seja, apesar de ter toda estrutura montada, ainda existe uma distância grande entre a expectativa do cliente e o que é de fato entregue.
Por outro lado, quem está desenvolvendo seu negócio deveria olhar para como é montada essa operação, pois tem um sistema totalmente integrado, está presente em marketplaces, muitos possuem apps e atendem por telefone e WhatsApp. Normalmente, já conhecem seus clientes e são capazes de personalizar promoções voltadas exclusivamente para eles.
Já empresas mais evoluídas têm um longo caminho pela frente. Isso porque montaram um ecossistema que funciona em conjunto, como retirada e troca em loja, entrega partindo da loja, cadastro único de cliente. Contudo, a análise dos negócios ainda é apartada, sortimentos nem sempre equivalentes, quebra de grade, franqueados não integrados no ecossistema, preços e promoções diferenciadas, enfim, uma infinidade de fatores que separam o online e o offline, por mais que exista um esforço enorme para uni-los operacionalmente. Contudo, assim como os restaurantes, ainda existe uma distância enorme quando pensamos em experiência do cliente.
Mas não há como fugir: o One Commerce é a evolução do omnichannel. Não é mais o cliente sendo tratado como um só, é mais do que isso. É a experiência do cliente unificada, uma jornada única, um sentimento de pertencimento. É olhar para a marca e entender que o atendimento vai ser humanizado, mas, ao mesmo tempo, ágil e dinâmico como no digital. Como vimos em diversos filmes, e cito aqui Blade Runner, é como fazer as máquinas e os homens conviverem em um ambiente único e harmônico.
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COMO NÃO VIRAR UMA BARATA
Para inaugurar um novo formato de Dica de Leitura, este mês vamos trabalhar com uma metáfora para a metamorfose da vida humana (e do universo digital)
Por Helena Canhoni, da Redação
do E-Commerce Brasil
Começar um novo ano pode parecer simples, porém é necessário tomar alguns cuidados para não cair em um padrão de rotina que não é saudável. A necessidade de equilibrar vida profissional e pessoal não é segredo e, especialmente, não é um debate recente. Um autor que se destaca por compreender, em essência, uma das maiores dificuldades do mundo moderno é Franz Kafka, em "A Metamorfose”.
Publicada pela primeira vez em 1915, apesar de ter sido escrita em 1912, a novela é uma das obras mais conhecidas e comentadas do autor. Sua relevância se mantém até hoje, sendo reconhecida como um retrato excêntrico sobre a vida de muitos trabalhadores.
Acompanhando uma manhã na vida de Gregor Samsa, que acorda transformado em uma barata gigante, o romance detalha as di-
ficuldades, agonias - como a impossibilidade de se levantar por conta da casca convexa do inseto - e principais desdobramentos dentro do universo da família do personagem. O enfoque, que constitui a crítica de Kafka, recai sobre a preocupação excessiva de não conseguir trabalhar; o protagonista atuava como um caixeiro-viajante visando pagar as dívidas de seu pai com o chefe.
Para o momento atual, um possível paralelo a ser estabelecido é com o prolongamento da jornada de trabalho. Por conta da digitalização das empresas, acelerada pela pandemia, cada vez mais o home office e a constante conectividade ao mundo do trabalho apresentam consequências para os colaboradores.
Quem nunca passou um pouco da hora de encerrar só para terminar de limpar a caixa
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de e-mails? Ou, ainda, logou durante o fim de semana para adiantar alguns detalhes para uma apresentação importante? Pode parecer extremista, mas são as pequenas atitudes que criam um hábito de não impor limites ao tempo de trabalho. Para Samsa, a grande preocupação não era o fato de ele ser um inseto repugnante, mas sim olhar as horas no relógio e se frustrar por não ter condições para trabalhar.
A influência e a pressão do trabalho sobre as pessoas não apresentam nenhum indicativo de diminuição; pelo contrário, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal deve ser sempre um tópico de atenção para as empresas. Mesmo contando com cursos, palestras e incentivos no campo da saúde pessoal, a significância do trabalho, especialmente para os brasileiros, é majoritariamente predominante, e passa por cima de aspectos sociais, pessoais e de saúde.
Trabalhar no conforto de casa é sempre algo que pesa na balança que equilibra a vida pessoal e o mundo corporativo. Porém, os limites, literalmente espaciais, auxiliam na maneira como lidamos profissional e pessoalmente com frustrações e alegrias. O grande segredo do livro de Kafka é promover uma reflexão sobre a maneira como os indivíduos se posicionam e se relacionam com o trabalho.
“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”. Essa é a citação que inicia o livro, porém não é preciso que as pessoas se transformem em baratas para compreender a importância e o significado por detrás de um dos clássicos da literatura. Para além de uma leitura simples, dinâmica e cheia de ironia, Franz espanta, e conquista, o leitor usando menos de 100 páginas.
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Infracommerce | https://www.infracommerce.com.br/
A Infracommerce é pioneira e líder em Full Commerce. É o maior ecossistema independente e integrado que combina tecnologia, serviços e infraestrutura para digitalizar canais de vendas. A companhia entende a estratégia dos clientes e operacionaliza soluções completas e modulares para garantir que eles entreguem a melhor experiência aos seus consumidores. Presente, também, no México, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Argentina e mais de 4.000 funcionários. Desde maio de 2021, está listada na Bolsa de Valores como:“IFCM3”.
Same day e next day delivery com a Infracommerce
O tempo de entrega é um fator crucial para a decisão de compra, então por que você ainda não tem esses recursos de logística na sua loja virtual? Same day delivery é entrega realizada no mesmo dia em que a compra é efetuada, e o next day delivery é a entrega em até um dia útil após a compra, de acordo com as regras da sua operação logística. Ambas são modalidades de entregas que trazem diversos benefícios para o seu e-commerce. Lembrando que, para garantir que o serviço seja executado com excelência, é sempre importante deixar as regras claras para o consumidor e se certificar de que você terá todos os recursos para cumprir com o prometido
Magazine Luiza | www.magazineluiza.com.br/
O Magalu é o maior ecossistema para comprar e vender no Brasil, uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano. Desde maio de 2011, a companhia é listada no Novo Mercado da B3. Nos últimos anos, fez diversas aquisições, consolidando sua presença nacional. Além de 1.400 lojas em 21 estados do país, o Magalu conta com mais cinco marcas online: Netshoes, Zattini, Shoestock, Época Cosméticos e Estante Virtual - além de milhares de sellers em seu marketplace, a plataforma de delivery AiQFome e um SuperApp com quase 38 milhões de usuários ativos.
Conheça a nova funcionalidade do Mundo Seller: a Tela de Reputação!
Uma nova funcionalidade chegou ao Mundo Seller: a Tela de Reputação! Através dela, você consegue acessar todas as qualificações da sua loja de forma rápida, prática e o melhor: na palma de suas mãos! Ou seja, agora é possível monitorar a satisfação dos seus compradores e identificar pontos de melhoria para otimizar a experiência do cliente. Aproveite e confira a novidade! Manter uma boa reputação e atender os clientes com dedicação são excelentes práticas para gerar mais vendas. Ah, você ainda consegue acessar o Mundo Seller através do SuperApp do Magalu. Demais, né?
Nuvemshop | www.nuvemshop.com.br/
A Nuvemshop é a plataforma de e-commerce líder na América Latina e tem o compromisso de potencializar e motivar todos os empreendedores a transformarem seus sonhos em histórias que transcendam. Com mais de 100 mil lojas, integra produtos, pagamentos, envios e disponibiliza de um ecossistema com mais de mil parceiros, como Facebook, Instagram, marketplaces e lojas físicas. Atualmente, a companhia tem mais de mil colaboradores e escritórios no Brasil, México, Argentina e Colômbia.
C-Level da Nuvemshop, Alejandro Vázquez compartilha as tendências de moda para 2024
O varejo de moda em 2024 será um mercado desafiador. A economia global em queda pode levar os consumidores a buscarem conexões mais reais com as marcas. Agora, o investimento em performance precisa acompanhar o de branding, para criar vínculos emocionais. A busca por roupas para viagens também deve crescer, logo é preciso oferecer produtos variados para consumidores em movimento. Ainda que IA e sustentabilidade não sejam novidade no setor, prevemos que não serão mais diferenciais, e sim um marcador de sobrevivência das empresas. Também veremos as fast fashion continuarem a revolucionar o mercado, e as marcas tradicionais precisam aprender para se manterem competitivas. Sua marca está preparada?
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Pagar.me | https://pagar.me/
O Pagar.me, meio de pagamento digital e omnichannel do Grupo StoneCo., possibilita o seu negócio digital aceitar cartão de crédito e débito, boleto bancário, Pix, voucher, entre outras formas de pagamento, com segurança e transparência. Sua tecnologia entrega estabilidade e altas taxas de conversão de pagamentos. Além disso, conta com ferramentas voltadas para o aumento das vendas, como a Compra com um Clique e Retentativa de Pagamento e, ainda, um suporte 100% humano para fazer o seu negócio crescer.
Sucesso na Black Friday 2023: 100% dos clientes do Pagar.me passaram a data sem incidentes
O Pagar.me comemora mais uma Black Friday bem-sucedida. Pelo quinto ano consecutivo, 100% de sua base de clientes passou pela ocasião sem incidentes. Além da preparação da infraestrutura feita com antecedência, as equipes do Pagar.me trabalharam em turnos de 24 horas, de quinta-feira a domingo, assegurando suporte técnico e atendimento comercial disponíveis para todos os clientes em caso de qualquer contratempo. Foram mobilizados 1.560 profissionais, com 1.066 trabalhando presencialmente nos escritórios do Rio de Janeiro e de São Paulo, e 494 atuando remotamente.
PagBrasil | https://www.pagbrasil.com/pt-br/
A PagBrasil é uma empresa brasileira, que possibilita a lojas online, internacionais ou nacionais, oferecerem soluções de pagamentos digitais otimizadas e atualizadas com as necessidades específicas do mercado brasileiro. Com clientes em mais de 45 países, a PagBrasil é parceira das principais plataformas de e-commerce do mercado, e possui recursos exclusivos para o e-commerce, como o PagStream®, plataforma de gestão inteligente de assinaturas.
Google Pay para lojistas Shopify: solução exclusiva da PagBrasil
A PagBrasil agora oferece aos lojistas Shopify a possibilidade de pagamento com Google Pay. A funcionalidade simplifica significativamente a jornada, já que a integração com a conta Google do usuário diminui a quantidade de campos para preenchimento, agilizando a conclusão da compra. A modalidade é encontrada diretamente no checkout transparente da loja parceira da PagBrasil, e no mobile está disponível para o sistema Android.
Wake |https://wake.tech/
A Wake é um ecossistema de soluções integradas com atuação em toda a jornada do cliente. É uma empresa de tecnologia, do Grupo LWSA, desenvolvida para ser a opção de grandes e médios negócios que pensam grande e querem ir além. Com pensamento voltado à alta performance, a Wake atua por meio de três verticais conectadas: Wake Commerce, plataforma de e-commerce; Wake Experience, plataforma de experiências digitais para o consumidor; Squid By Wake, plataforma que conecta marcas com influenciadores digitais. Construa, gerencie e analise todas as etapas de consumo com alta performance e resultados.
Wake amplia oportunidades de vendas omnichannel
O Wake OMS traz mais uma novidade para impulsionar estratégias omnichannel, agregando em oportunidades de vendas e melhorias na experiência do cliente: a prateleira infinita. Com ela, é possível oferecer uma gama maior de produtos ao integrar o estoque de diferentes locais, permitindo que os consumidores tenham acesso a um amplo sortimento de produtos, mesmo que não estejam fisicamente na loja. Dessa forma, a marca tem visão 360 do estoque, diminuição de rupturas, sortimento ilimitado e integração omnichannel. Adote a prateleira infinita com Wake OMS e ainda conte com a Pagar.me para integração com máquinas de cartão e terminais POS.
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Adyen | www.adyen.com/pt_BR/
A Adyen é a plataforma de pagamentos escolhida por muitas das principais empresas do mundo, fornecendo infraestrutura moderna ponta a ponta para eliminar barreiras e entregar a melhor experiência de compras para o consumidor, em qualquer canal. Adyen integra processamento, antifraude e adquirência, e abre a “caixa preta” de insights de dados para levar maiores taxas de conversão às empresas. Com escritórios em todo o mundo, a Adyen atende clientes como Uber, 99, Cabify, Magazine Luiza, Netshoes, Dafiti, Amaro e Azul Linhas Aéreas, impactando mais de 50 milhões de consumidores no Brasil.
C&A dobra a taxa de conversão de pagamentos com Adyen
Gigante do varejo fashion, a C&A alcançou resultados expressivos nas taxas de aprovação de pagamentos online ao adotar um novo mindset para pagamentos ao lado da Adyen. "Logo na primeira semana de uso da ferramenta RevenueAccelerate, da Adyen, conseguimos dobrar a conversão de pagamentos. Chegamos a triplicar essa taxa de autorização posteriormente", afirma Nathalia Lolo Martini, Gerente de Segurança do Produto e Pagamentos da C&A. Além disso, com a gestão de riscos da adquirente, a C&A diminuiu em 35% os chargebacks. "Ao trabalhar com a Adyen, tenho maior e melhor controle sobre todos os pagamentos que recebemos", completa Nathalia.
AMERICANAS | www.americanasmarketplace.com.br
O marketplace da americanas é a parceria certa para potencializar o seu negócio, porque possibilita que lojistas de todos os tamanhos, segmentos e experiências vendam na internet para clientes de todas as regiões do Brasil. Com o suporte e ferramentas do nosso time (como um portal completo), campanhas baseadas em estudos de mercado, repasses semanais, programa de aceleração para diferentes perfis de vendedores, hub de publicidade e muito mais, você pode chegar ainda mais longe. O diferencial que a sua operação precisa para crescer está aqui. Venda na americanas e multiplique os seus resultados!
Americanas Venda+: programa de aceleração de negócio da Americanas Marketplace abre inscrições
O Americanas Venda+ é um programa de consultoria comercial especializada criado para reconhecer e impulsionar a operação dos parceiros que vendem nos sites da Americanas. De forma totalmente gratuita, o programa oferece atendimento comercial 100% personalizado com especialistas comprometidos a ajudar no desenvolvimento de estratégias e planos de negócio que vão potencializar a operação dos parceiros. Para atender ao momento e às necessidades de cada parceiro da melhor forma possível, o programa conta com três níveis: pro, especialista e master, acessados de acordo com o perfil de cada lojista e com as conquistas operacionais dele.
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Bling | https://www.bling.com.br
Mais que um ERP, o Bling é um sistema completo de gestão e vendas com serviços financeiros e vantagens exclusivas - tudo em um só lugar. Por meio de automações e integrações, descomplica a emissão de notas fiscais, boletos, controle de estoque, até a venda online em e-commerces ou marketplaces. Desenvolvido para lojas físicas e/ou digitais, a ferramenta impulsiona o crescimento de micro e pequenos empreendedores que estão vivendo o sonho do negócio próprio.
Integração Bling + Kwai: potencialize suas vendas com o live commerce
O Bling é o primeiro ERP brasileiro a integrar o Kwai, rede social de vídeos curtos que surge como opção de marketplace aqui no Brasil. No marketplace do Kwai, você poderá realizar vendas durante transmissões ao vivo, adotando a estratégia de live commerce, que une transmissões ao vivo e vendas online. Com o aplicativo Kwai, empreendedores podem vender produtos diretamente pelo app, criando conteúdo original ou com a divulgação de criadores comissionados pela plataforma. E com a integração ao Bling, você faz toda a gestão de vendas automatizada junto com esse marketplace. Assim, seu negócio vira uma verdadeira máquina de vendas!
Bradesco |
https://banco.bradesco/html/pessoajuridica/index.shtm
Aumente seu portfólio e fidelize ainda mais os seus clientes! Com o Banking as a Service (BaaS) Bradesco você pode complementar o seu negócio e oferecer aos seus clientes serviços financeiros como empréstimos, pagamento de contas, PIX, boleto, PIX Qr Code entre outros na sua plataforma. Aproveite ainda mais o BaaS Bradesco adicionando serviços financeiros contextuais com condições personalizadas, fidelizando clientes e gerando uma nova fonte de receita para seu negócio, venha fazer parte da revolução financeira em ecossistemas digitais.
Ofereça empréstimo na sua plataforma com LaaS Bradesco
Disponibilize linhas de crédito para seus clientes pessoa jurídica diretamente na sua plataforma com uma experiência 100% digital mantendo sua marca. A nova solução do Bradesco permite que marketplaces, e-commerces e ERPs ofereçam capital de giro sem a necessidade de abertura de conta. Entre os benefícios para seu ecossistema estão o aumento do portfólio de produtos, fidelização de clientes com oferta de serviços financeiros, uma nova fonte de receita, além de integração fluida com a tecnologia fornecida pelo Bradesco. E mais, seus clientes terão acesso a ofertas de crédito e a taxas personalizadas de acordo com suas vendas na plataforma.
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China Link Trading
A China Link Trading é a única trading no mercado com mais de 14 anos de experiência, escritórios próximos aos principais portos do mundo e um serviço 360º pensado para atender especificamente às demandas de pequenos, médios e grandes empresários brasileiros. A empresa mescla consultoria e assessoria em uma solução completa que vai da busca de fornecedores à entrega no armazém do importador. Priorizando a segurança e o dinamismo, a China Link Trading traz as possibilidades da China para a realidade de negócios no Brasil.
Imersão Canton Fair 2024, edição histórica
Em abril, ocorrerá a 135ª edição da Canton Fair em Guangzhou, na China. Com quase 50 anos de história, a feira conquistou o título de maior do mundo em número de visitantes e expositores. Há mais de 14 anos, a China Link tem auxiliado empresários brasileiros a participarem do evento e a expandirem seus negócios por meio da importação da China. Em 2024, a empresa está se preparando para levar a maior quantidade de empresários desde que esse serviço começou a ser oferecido. Atualmente, a Imersão Canton Fair é reconhecida como a mais completa disponível no mercado e a única a oferecer suporte 360, incluindo treinamentos pré, durante e pós-viagem.
ClearSale | https://br.clear.sale/
A ClearSale (CLSA3) é especialista em soluções de prevenção e gerenciamento de risco nos mais diversos segmentos, como e-commerce, mercado financeiro, vendas diretas e telecomunicações. A empresa possui um poderoso banco de dados com conhecimento de mais de 98% dos consumidores no mercado digital. Com capital aberto desde 2021, a ClearSale tem a missão de deixar a vida do consumidor digital mais simples, segura e justa. Atua dessa forma, equilibrando tecnologia e profissionais especializados para entregar excelentes indicadores aos clientes, a fim de gerar cada vez mais confiança no mercado.
ClearSale oferece solução antifraude para link de pagamentos
A ClearSale deixou sua solução antifraude para links de pagamento ainda mais robusta. A ferramenta, que visa minimizar riscos associados a vendas fantasmas e chargebacks, é flexível para se adaptar às necessidades de cada empresa e possui múltiplas camadas de proteção. É a única solução do mercado que conta com um pacote completo de features, incluindo score de fraude e regras de risco capazes de analisar em tempo real padrões para identificar possíveis ameaças, ordenando transações de mais a menos arriscadas, tecnologia fingerprint, que permite a identificação de dispositivo, uso de segundo fator de autenticação e biometria, o que garante ainda mais proteção contra fraudes.
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| https://www.chinalink.info
CRMBonus | https://www.crmbonus.com.br/
A CRMBonus é uma empresa de tecnologia fundada em 2018, especializada em soluções para crescimento de empresas. Sua ferramenta de Giftback foi adotada por mais de 2 mil grandes marcas e está presente em mais de 30 mil lojas. Criada por Alexandre Zolko, Luiz Fernando Dias Guedes e Eduardo Vieira, a companhia conta com um portfólio completo de serviços para relacionamento inteligente com clientes (CRM), como Giftback, serviço de WhatsApp com marca autenticada, gestão de loja e digitalização de vendedores e ativação de carrinho abandonado.
CRMBonus lança soluções com IA para e-commerce
A CRMBonus, empresa líder em soluções de cashback e CRM - e já utilizada por mais de 1100 e-commerces -, começa 2024 expandindo suas soluções voltadas para o digital. No novo módulo CRMBack, torna-se possível identificar a navegação dos usuários do site e, através de inteligência artificial, engajar via WhatsApp no momento certo - na Leroy Merlin, por exemplo, essa iniciativa já gerou mais de R$ 7 milhões em vendas. Já com o Vale Bonus, solução voltada para aquisição de clientes, os e-commerces conseguem ser anunciados para mais de três milhões de clientes de grandes marcas, como XP, Vivo e SafraPay, reduzindo o CAC e atingindo potenciais clientes com alto perfil de compra.
DHL | https://www.dhl.com/br-pt
Líder global em armazenagem e distribuição, a DHL Supply Chain oferece serviços completos, incluindo transporte, armazenamento, packaging e outras soluções personalizadas e flexíveis. Através do DHL Fulfillment Network, a empresa proporciona controle total ao cliente em seu e-commerce, monitorando estoque, pedidos e analisando tendências de vendas. Unindo essa solução modular à experiência da DHL, a expansão global das vendas torna-se ilimitada, otimizando a logística e impulsionando o crescimento sustentável da empresa.
DHL Supply Chain expande rede logística para e-commerce no Brasil
A DHL Supply Chain expandiu sua rede de atendimento para e-commerce no Brasil. Além de seu hub central em Jandira (SP), agora a companhia conta com armazéns em Extrema (MG), Goiânia (GO) e Salvador (BA). Eles fazem parte do DHL Fulfillment Network (DFN), solução de logística colaborativa para vendas online. O DFN dá acesso ao compartilhamento de recursos como áreas de armazenagem, transporte e serviços especiais dedicados ao e-commerce. Disponibiliza também visibilidade total, gestão de abastecimento com inteligência artificial e pagamento variável sob demanda. No segundo semestre, a DHL planeja abrir mais armazéns no ES e no RS.
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ENEXT | https://enext.com.br/
Enext, a VML Company, é especialista em gestão de mídia nos marketplaces. Fundada em 2008, é pioneira no desenvolvimento do mercado digital e referência em gestão de mídia no Mercado Livre, Amazon, B2W, Magalu, Shopee, entre outros. Tem por missão transformar as pessoas para o futuro, acreditando e fortalecendo os conhecimentos internos para transformar a experiência digital e alavancar os resultados dos seus clientes nos marketplaces.
Priscila Marins é nomeada nova sócia da Enext, a VML Company
A Enext, VML Company, anuncia Priscila Marins como sua nova sócia, reforçando seu compromisso em impulsionar resultados em mídia e marketplace. Desde 2017, Marins liderou a área de mídia, tornando-se especialista em retail media após experiência na sede da Amazon, em Seattle. Sob sua orientação, a Enext se destacou como pioneira em retail media no Brasil, conquistando prêmios como Agência de Publicidade do Ano pelo Mercado Ads Awards em 2020 e 2021. A ascensão de Marins fortalece o compromisso da Enext em liderar no setor digital, oferecendo soluções completas desde planejamento estratégico até transformação digital.
Fiserv | https://www.fiserv.com.br/
A Fiserv é uma empresa que aspira movimentar dinheiro e informações de uma forma que mova o mundo. Como líder global em pagamentos e tecnologia financeira, a empresa ajuda clientes a obterem os melhores resultados por meio da inovação em pagamentos, comércio eletrônico, adquirência, entre outros.
Fiserv simplifica integração de vendas omnichannel com Carat
Segundo pesquisa da OpinionBox (2023), 75% dos consumidores brasileiros consideram importante que as marcas estejam em múltiplos canais de vendas. Para atender a essa demanda e ajudar os negócios a irem além das fronteiras, a Fiserv oferece o ecossistema omnichannel Carat, facilitando integrações, unificando experiências de compra e acelerando a jornada do consumidor. Com flexibilidade e uma plataforma robusta, o Carat consolida vendas, aceita todos os meios de pagamento, como cartões, Pix, boletos, vouchers e private label com a maior aceitação de bandeiras, e ainda oferece tokenização omnichannel e solução antifraude completa.
58 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //DROPS DO MERCADO
Frete Rápido |
https://freterapido.com/
A Frete Rápido é líder em TMS para e-commerce na América Latina. Focado em simplificar as conexões entre e-commerce e transportadoras, o TMS da FR é voltado para empresas B2B e B2C, suas funcionalidades abrangem omnicanalidade, múltiplas origens, ship from store, marketplace in/out e delivery. Com o TMS da FR você garante a melhor jornada de compra para seu consumidor, desde o cálculo de frete, otimização de embalagens, campanhas de fretes, rastreio automatizado, gestão e torre de controle, auditoria dos fretes e arquitetura guarda-chuva, podendo controlar diversas contas em um só ambiente.
Bom Pastor reduz 60% dos chamados no SAC com o TMS da Frete Rápido
Após a implantação do TMS da Frete Rápido, a tradicional loja de móveis mineira reduziu 60% das reclamações e aberturas de tickets em seu e-commerce. Utilizando o TMS FR para integrar transportadoras aos canais de venda, para gestão da operação, visibilidade de dados para tomada de decisão e rastreabilidade das encomendas, melhorou a experiência de compra dos seus clientes em sua operação D2C, fornecendo uma jornada encantadora, através das atualizações em tempo real dos status de pedidos e da agilidade na resolução de possíveis imprevistos.
Globalfy | https://globalfy.com/pt/
Globalfy é uma fintech fundada em agosto de 2015 na Flórida pelos empreendedores brasileiros Eva Palatinsky e Diego Sampaio. A startup nasceu com a missão de simplificar a jornada de empresários estrangeiros que desejam abrir ou expandir seus negócios nos Estados Unidos. Os principais serviços oferecidos são: abertura de empresa e conta bancária empresarial nos Estados Unidos, serviços fiscais e contábeis completos, endereço virtual e atendimento personalizado em três idiomas (português, inglês e espanhol).
Sua empresa nasceu para ser global
A Globalfy ajuda empresários estrangeiros a começarem, expandirem e impulsionarem seus negócios nos Estados Unidos. Por meio de planos de assinatura, oferece serviços que cobrem os trâmites de abertura de empresa, suporte contábil e fiscal, garantindo conformidade junto ao governo americano e ao IRS, e conta bancária empresarial (*sujeita à aprovação). Os pacotes asseguram atendimento em inglês, português e espanhol. Com essa estrutura, começar e admin istrar uma empresa no exterior se torna mais simples: tudo é feito online, de forma segura e ágil. Desde 2015, a Globalfy já apoiou mais de nove mil clientes ao redor do mundo em suas jornadas empreendedoras
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Grupo Intelipost |
https://www.intelipost.com.br/
O Grupo Intelipost é líder em tecnologia para logística com soluções para uma entrega perfeita. Aumente sua taxa de conversão em até 20%, reduza em até 50% os tickets de SAC e reduza em até 30% os custos com frete. Formado pelas empresas Intelipost (plataforma completa em gestão logística), Agile (solução de roteirização para otimização logística) e Pegaki (plataforma que conecta rede de pontos com e-commerces, transportadores e centros de distribuição), juntas, as soluções do Grupo Intelipost geram economia para os negócios, melhorando a experiência da entrega.
Intelipost é a única empresa brasileira no quadrante de soluções de frete da Alcott Global Tecnologia e inteligência orientadas ao cliente é a fórmula do Grupo Intelipost para revolucionar a logística no varejo. O Grupo investirá fortemente em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar suas soluções com uso de Inteligência Artificial e Machine Learning em 2024. A expectativa é superar a receita de R$1 bi em cinco anos, e ser uma empresa cada vez mais data-driven, atendendo às necessidades das grandes empresas. Atualmente a plataforma SaaS de gestão de entregas da Intelipost transaciona 50% do market share no mercado enterprise de e-commerce. Grandes contas como Alpargatas, Leroy Merlin e Fisia – distribuidora oficial da Nike no Brasil - já utilizam as soluções Intelipost.
Jadlog | https://www.jadlog.com.br/jadlog/servicos
A Jadlog é uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do País. Em janeiro/2017 se associou com a Geopost, a segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais da Europa. Destacando-se no mercado pela rapidez e qualidade, a Jadlog dispõe de uma das maiores estruturas de distribuição porta a porta de encomendas do país. Através de sua rede de mais 500 franquias espalhadas por todas as capitais, DF e principais cidades, a empresa atende todos os municípios do país. Sua frota é formada por mais de 240 caminhões e carretas e 4.500 utilitários.
Jadlog lança plataforma de entregas para os vendedores do e-commerce
A Jadlog, uma das principais operadoras logísticas do comércio eletrônico, acaba de lançar a Jadlog Entregas (www. jadlogentregas.com.br), plataforma que facilita e agiliza o envio de encomendas para empreendedores e pessoas físicas que atuam vendendo produtos no e-commerce. A Jadlog é a primeira transportadora no país a criar uma plataforma própria para quem já faz os envios de suas encomendas através de postagens. A plataforma realiza todo o processo de forma automatizada para que as encomendas sejam despachadas nos pontos comerciais de bairro parceiros e nas franquias da Jadlog que, juntas, somam mais de quatro mil pontos de envio e entregas de mercadorias no Brasil.
60 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //DROPS DO MERCADO
Kangu | https://www.kangu.com.br/
A Kangu é a plataforma de envios do Mercado Livre, o maior e-commerce da América Latina, com um modelo logístico inovador que concentra os envios em pontos de coleta e recebimento de mercadorias. Na Kangu é possível cotar fretes mais econômicos com as melhores transportadoras do país. Além disso, conta com a exclusividade de ser a única intermediadora de fretes do mercado a ofertar o Mercado Envios, a solução de entregas do Mercado Livre. Com mais de 4 mil pontos no Brasil, México, Colômbia e Chile, a Kangu contabiliza mais de 110 milhões de envios intermediados para 70 mil lojistas online.
Plataforma de fretes do Mercado Livre conta com novas transportadoras
A Kangu é a plataforma de fretes do Mercado Livre feita para vendedores com site próprio ou que vendem pelas redes sociais. Com ela, lojistas têm acesso a diversas transportadoras com os melhores preços do mercado, além de postagem sem filas no Ponto Kangu ou agências do Mercado Livre. Recentemente, a Kangu passou a contar com três novas opções de transportadoras de grande reconhecimento no mercado: Jadlog, Carvalima e também o Mercado Envios, a solução de entregas do Mercado Livre na qual a Kangu é a única intermediadora de fretes a ofertar em todo o segmento.
Loja Integrada | www.lojaintegrada.com.br
Vender online não deveria ser uma tarefa complexa. A Loja Integrada é a plataforma de ecommerce que simplifica a jornada de quem quer começar a vender, e traz inteligência e eficiência para quem já vende e quer crescer ainda mais.
Loja Integrada anuncia entrada de Lucas Bacic, ex-VTEX, como Chief Product and Marketing Officer
A Loja Integrada anunciou Lucas Bacic como novo Chief Product and Marketing Officer da companhia. Lucas irá liderar as áreas de Produto e Marketing com o objetivo de integrar investimentos em inovação à estratégia de crescimento da empresa. Designer e empreendedor, teve sua companhia adquirida pela VTEX em 2018. Atuou como Diretor de Marketing Global na VTEX, com papel estratégico na expansão internacional e IPO da empresa. “Nos próximos anos, a forma como lojistas vendem e operam seus negócios mudará drasticamente. Não existirá mais espaço para plataformas complexas e difíceis de gerenciar - facilidade será o fator óbvio na escolha de que plataforma utilizar", compartilhou Bacic.
2024 | E-COMMERCE BRASIL | 61
Platinum Log | https://tpl.com.br/
A Platinum Log é uma operadora logística que oferece soluções completas e personalizadas para cada necessidade específica de seus clientes. Seja nos segmentos B2B ou B2C, a empresa se destaca por sua automação integrada, transporte eficiente e 11 estruturas de armazenagem, localizadas estrategicamente nas regiões sul e sudeste. Através de sua tecnologia própria, o OMS, proporciona a visualização, integração e gestão em tempo real de todas as etapas operacionais. Com abordagem online e inteligente, a Platinum Log dedica-se integralmente a entregar resultados eficazes e eficiência logística.
Platinum Log: solução logística completa do contêiner ao consumidor final
Especialista em logística, a Platinum Log oferece soluções abrangentes para todos os agentes da cadeia de distribuição varejista. Seja a operação digital ou offline, nossos 11 centros de distribuição possuem formato híbrido capaz de promover não somente escalabilidade, mas capilaridade, estratégia logística e tecnologia que empresas do varejo necessitam. Vai além da simples entrega, e a logística não é somente a entrega. A Platinum Log é a solução logística, não somente parte dela.
RD
- RAIADROGASIL | https://rd.com.br/
A RD RaiaDrogasil foi formada em 2011, por meio da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, que combinam mais de 200 anos de história no varejo farmacêutico brasileiro. Hoje, está presente em todos os Estados do país, com mais de 2,8 mil farmácias. O objetivo da companhia é se tornar um ecossistema de saúde. Por isso, continua ampliando sua capilaridade física e digital, disseminando um novo conceito de Farmácia, com maior oferta de serviços de saúde em um modelo de negócio multicanal.
RD Marketplace entra em 2024 com foco redobrado na qualidade de produtos de saúde, bem-estar e beleza
A RD Marketplace serve como complemento ao sortimento das farmácias Droga Raia e Drogasil e reúne mais de 100 mil itens de saúde, bem-estar e beleza de sellers parceiros. Por ser focada nesses três segmentos, a oferta de produtos é mais especializada em relação a marketplaces tradicionais. O foco em 2024 segue sendo a qualidade e a variedade de produtos para proporcionar uma excelente experiência de compra aos mais de 46 milhões de clientes. Dessa forma, os consumidores são fidelizados e ficam mais propensos a voltar a comprar.
62 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //DROPS DO MERCADO
Selia powered by Luft | http://www.selia.com.br
Simplificamos a entrada de empresas no mercado digital, fornecendo soluções adaptáveis e viáveis para atender às demandas de cada negócio. Nossos serviços são modulares, projetados para empresas que desejam ter uma presença online, sem investir em infraestrutura ou equipes especializadas. Atuamos no segmento de eletrônicos, livros, alimentação, moda, agronegócio, cosméticos, medicação, casa e decoração. Contamos com 15 Centros de Distribuição, com capacidade para expedição de mais de 7 milhões de pedidos por mês. Focamos na eficiência operacional, garantindo entregas rápidas e precisas.
Selia Fullcommerce lidera revolução digital do B2B em 2024
O e-commerce abrange cerca de 1% do volume de R$ 2,4 trilhões no mercado B2B do país. A aposta no B2B é mais do que uma expansão. A Selia visa à transformação digital, promovendo melhores tecnologias e soluções que complementam seu ecossistema para oferecer às empresas e às indústrias do varejo a eficiência de ponta que o mercado B2B exige.
Signifyd | https://br.signifyd.com/
A Signifyd oferece uma plataforma completa de proteção antifraude para o e-commerce. A plataforma da Signifyd utiliza inteligência artificial e a maior Rede de E-commerces do mundo para analisar dados, bloquear transações fraudulentas e reduzir falsos positivos de forma automatizada, maximizando a conversão e o ganho de receitas em tempo real. Com uma garantia financeira integral contra chargebacks fraudulentos, a Signifyd ainda ajuda os e-commerces a eliminar perdas financeiras por chargebacks, permitindo que confiem em seus clientes e vendam mais, sem medo das fraudes.
Nova pesquisa Signifyd x Adobe: o futuro do e-commerce na América Latina
Em parceria com a Adobe, a Signifyd entrevistou 700 tomadores de decisão de e-commerces no México e no Brasil para descobrir qual caminho o comércio eletrônico irá trilhar em 2024. A pesquisa revelou o que os varejistas estão fazendo para se destacar, em que estão investindo, os desafios desse mercado e as soluções em que estão apostando. Em um setor vulnerável a fatores externos, os e-commerces focam em otimizar o que podem controlar. E áreas antes negligenciadas se posicionam como estratégicas para o crescimento contínuo. É objetivo de 33% dos varejistas reduzir os falsos positivos e de 47% agilizar a confirmação de compras. O relatório está disponível no site da Signifyd
2024 | E-COMMERCE BRASIL | 63
Social Digital Commerce | https://socialsa.com/
A Social Digital Commerce é um dos principais players do setor de e-commerce no Brasil e oferece soluções tecnológicas de ponta a ponta para empresas do varejo que desejam potencializar suas vendas. A empresa oferece quatro hubs de serviços: Digital é dedicado aos clientes que desejam vender mais no digital, Retail proporciona experiência da compra física e on-line, International realiza a expansão global do cliente e o Marketing Intelligence integra o BI à plataforma de compras, explorando todas as possibilidades do digital.
Social Digital Commerce avança no mercado de e-commerce da América Latina
A Social Digital Commerce avança no mercado de e-commerce da América Latina. A empresa, que atua há sete anos no desenvolvimento de negócios e-commerce, dá um passo adiante com o plano de expansão após se estruturar no mercado em outros dois continentes: europeu e asiático. Com operação nos Estados Unidos, Portugal e China, a meta da companhia é contratar mais de 400 novos profissionais até o início de 2024 e ampliar sua presença com a operação em países como México, Chile, Argentina e Colômbia.
Total Express |
https://totalexpress.com.br/
A Total Express é a empresa privada de soluções logísticas mais completa do país. Atende com excelência desde o pequeno e médio e-commerce até os gigantes do varejo, incluindo operações complexas de indústrias e governo. Com capilaridade que cobre 100% do território nacional, 2 Mega HUBs, mais de 20 HUBs com malhas regionais, mais de 120 bases last mile espalhadas pelo país e 30 anos de experiência, a Total Express conecta o Brasil.
Total Express lança companhia aérea dedicada ao setor logístico
Seguindo o ambicioso plano de expansão, a Total Express se tornou a primeira do segmento logístico nacional a lançar sua própria companhia aérea. A operação começou em dezembro de 2023 e foi uma resposta estratégica à crescente demanda por entregas na região norte, destacando a necessidade em encurtar distâncias e oferecer um transporte rápido e eficaz para as regiões extremas do país. O lançamento da Total Express linhas aéreas representa, além de um avanço para a empresa, um impulso para eficiência e alcance do setor logístico e do e-commerce em todo o Brasil.
64 | E-COMMERCE BRASIL | 2024 //DROPS DO MERCADO
Tray | www.tray.com.br/
A Tray é uma plataforma para vender produtos físicos na internet, seja em uma loja virtual ou em outros canais de vendas. Com mais de 20 anos de história, sua missão é ajudar a digitalizar o varejo brasileiro, oferecendo recursos para o lojista vender, gerenciar e escalar o seu negócio. É uma solução que facilita o dia a dia, entregando tudo o que você precisa em um único painel, como: marketplaces, logística, pagamento, redes sociais, anúncios e muito mais. Para conhecer mais, acesse: www.tray.com.br
Tray promove integração com a Shein
O ano nem iniciou, e a Tray, plataforma mais completa para seu negócio online, lançou a integração com a Shein, um dos maiores marketplaces de varejo atualmente, com mais de 200 milhões de downloads em todo o mundo. Focada em artigos de moda e vestuário, o marketplace vem ampliando seu catálogo, comercializando acessórios para pet e itens para casa. A integração nativa com a Shein elimina a necessidade de um hub integrador. Agora, os lojistas podem vender seus produtos no marketplace que mais cresce no mundo e administrar tudo no painel da Tray. A integração já está disponível para todos os lojistas Tray (https://www.tray.com.br/shein/).
Uappi | https://uappi.com.br/
A Uappi é formada por um ecossistema completo de serviços para o crescimento do seu e-commerce: ela é plataforma, hub de marketplace, agência de performance e muito mais. A Uappi tem tudo que você precisa para sua loja online crescer: atualizações periódicas, excelente experiência de compra, controle dos números, personalização, otimização de venda, segurança, estabilidade e muito mais. O foco é o crescimento do seu e-commerce, na melhor parceria ganha-ganha.
wap.store desenvolve primeiro projeto internacional com a Prime Body
O mais novo projeto da wap.store, plataforma de soluções e tecnologia, ganha destaque na internacionalização de negócios para a marca portuguesa de suplementação e nutrição Prime Body, com 100% dos produtos saindo de um país e um público diferente do Brasil. As integrações necessárias da plataforma e fatores como multilíngue e multimoeda, foram essenciais para ir além de Portugal e já fechar contrato para atender clientes na Espanha. Feita para negócios que não param de crescer, a wap.store está em constante evolução, preparada para ampliar funcionalidades e implementar suas operações comerciais com dinamismo e excelência
2024 | E-COMMERCE BRASIL | 65
Vindi | https://vindi.com.br/
A Vindi oferece soluções abrangentes para gerenciar, cobrar e receber pagamentos de ponta a ponta. Isso porque, embora seja um processo intermediário, a gestão de pagamentos é essencial para um negócio bem-sucedido, mas, se não for feita da maneira certa, será onerosa em tempo e recursos. Com funcionalidades que se complementam e impulsionam, na Vindi você tem recursos inteligentes, tecnológicos e exclusivos para receber pagamentos online avulsos ou recorrentes e também presenciais.
Taxa de conversão do Pix é destaque para lojistas - aumente suas vendas com o Pix da Vindi
Não há dúvidas de que o Pix dominou os meios de pagamento. Instantâneo, gratuito e disponível 24/7, o seu crescimento no e-commerce também é destaque. Para os lojistas, as vantagens são muitas, desde a alta aceitação da modalidade, melhora no fluxo de caixa e até no aumento de conversão no carrinho de compras: vendas efetivadas após o cliente adicionar os produtos ao carrinho ultrapassam 90% no Pix, diz consultoria. Conheça o Pix da Vindi e ofereça o meio de pagamento mais utilizado do país no seu e-commerce: https://bit.ly/pix-drops-ecbr.
Worldpay | https://www.worldpay.com/
A Worldpay é uma empresa líder em tecnologia em pagamentos que apoia comerciantes, bancos e mercados de capitais a mover o comércio global. Processando 75 bilhões de transações que alcançam o valor de US$ 9 trilhões para mais de 20 mil clientes anualmente, a Worldpay eleva a economia e as comunidades ao redor do mundo.
Consumidores de todas as idades abraçam novas tecnologias e pagamentos digitais
O estudo “Future Shoppers Report”, da Worldpay, revela a força das tecnologias digitais e alternativas entre pessoas acima de 60 anos. Segundo o levantamento da Worldpay, não se deve subestimar o fato de que consumidores seniores estão prontos para o uso de novas tecnologias e pagamentos digitais. “Fornecer tecnologia que torne as experiências ideais e amplie as opções de checkout, considerando todas as gerações, é fundamental para quem busca uma fatia maior do mercado”, afirma Juan Pablo D´Antiochia, vice-presidente da Worldpay, América Latina.
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