Revista E-Commerce Brasil - Edição 77

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REVISTA BRASILEIRA DE COMÉRCIO ELETRÔNICO

Ano 13 Edição 77 | Outubro 2023 www.ecommercebrasil.com.br

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Um divisor de águas para o setor

NEGRO É LINDO Marca de maquiagens Negra Rosa celebra a beleza das pessoas pretas

GENGIBRÃO Galeria é um mix de loja, estúdio de criação e e-commerce

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// EDITORIAL Caminhando para o final do ano, vemos o quanto falamos de inteligência artificial em 2023, e a ideia é falar ainda mais em 2024. Este ano a revista E-Commerce Brasil trouxe insights primordiais sobre novas formas de consumo pós-pandêmicas, que vão desde o live commerce até o metaverso. Para esta edição, o destaque é a relevância da IA, mas não só sua aplicação: do que é feita, para o que serve, o que agrega? Com essas perguntas em mente, é possível explorar suas reais possibilidades no varejo e o papel da interação humana para tecnologias cada vez melhores. Além disso, não podemos deixar de citar uma conversa primordial para todo empreendedor: conversamos com a Rosângela Silva, criadora do Negra Rosa, que nos contou como construiu seu negócio através da resiliência, da troca com parceiros e, principalmente, do sonho de entregar produtos especializados e feitos com muito carinho para a pele negra, ainda muito negligenciada pelo mercado de cuidados e estética no Brasil. Por fim, mas não menos importante: que tal fazer um passeio cultural sem sair de casa? E talvez saindo também de casa? Pois te apresento o Gengibrão, mistura de ateliê, estúdio, exposição de arte e loja (física e online) com a carinha de São Paulo. Vamos juntos nessa exposição? Ah, para não perder viagem, realmente recomendo pensar sobre a pauta ESG sob uma perspectiva de necessidade, não só de moda entre as empresas, como faz nosso querido colunista Pedro Padis. Boa leitura!

Vivianne Vilela

Diretora de Conteúdo - E-Commerce Brasil

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//CORPO EDITORIAL #Edição77 | Outubro 2023 EXPEDIENTE PUBLISHER Rafael Ribeiro

JÚLIA RONDINELLI Editora

DIREÇÃO DE ARTE / DIAGRAMAÇÃO Fabio Lody

JORNALISTA RESPONSÁVEL Júlia Rondinelli

NATHÁLIA TOREZANI Editora

COLABORADORES

Anthony Long, Daniel Mendez, Felipe Mendes, Felipe Oliveira, Guilherme Pedroso, Mayra Gianoni, Pedro Padis.

GIULIANO GONÇALVES Jornalista

EXECUTIVOS DO NEGÓCIO

Rafael Ribeiro, Samuel Gonsales, Vivianne Vilela

ORGANIZAÇÃO Grupo iMasters

A assinatura pode ser feita através da URL ou QRCODE:

VITOR CAMARGO Jornalista

LUCAS KINA Jornalista

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AMANDA LUCIO Jornalista

HELENA CANHONI Estagiária da Redação

ENDEREÇO

Oscar Freire, 2379 - Pinheiros, São Paulo - SP 05409-012

MARGARETE BONAFÉ Assistente de Curadoria

TELEFONE

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EMAIL

revista@ecommercebrasil.com.br

FABIO LODY Diretor de Arte

@Ecommerce_Br EcommerceBrasil /company/e-commerce-brasil @ecommerce_br

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THAIS RODRIGUES Coordenadora de Produção


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//CONTEÚDO Ano 13 Edição 77 | Outubro 2023

08. ENTREVISTA

IA NO E-COMMERCE

Rosângela Silva, criadora de conteúdo online e fundadora da Negra Rosa

30 14. VENDAS

28. BLACK FRIDAY

Como engajar a sua força de vendas nos canais digitais

Como se destacar na Black Friday em 2023?

16. SMART DISPLAY

36. TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

48. LEITURA EM DIA

Como o smart display fortalece a estratégia de mídia de diferentes marcas e e-commerces?

A frugalidade no consumo da geração Z: razões e implicações

Dicas de leitura

18. CASE

42. TENDÊNCIA

50. DROPS DO MERCADO

A arte que cura

O Brasil ainda é um campo aberto para o comércio online

22. FUTURE SHOPPING Saiba o que está além do aparente

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44. NOS BASTIDORES DO E-COMMERCE O ESG versus o mercado asiático


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//ENTREVISTA

NEGRO É LINDO Com R$ 10 milhões em faturamento anual de vendas, a Negra Rosa celebra a beleza das pessoas negras ao criar uma das primeiras marcas de maquiagem feitas para a comunidade no país Por Amanda Lucio, da Redação do E-Commerce Brasil

H

á 50 anos, os ventos do movimento estadunidense “Black is Beautiful” sopravam no Brasil com a ideia de valorizar a beleza e as características das pessoas negras. Essa longa caminhada por reconhecimento e valorização criou uma demanda de cuidados específicos para esse público, que hoje corresponde a 56% da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na busca pelas raízes culturais, os consumidores começaram a procurar produtos que realçassem sua beleza natural e, nos últimos anos, o setor de perfumaria, higiene pessoal e cosméticos saiu na frente. Segundo as informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil ocupa a quarta posição no ranking global do mercado consumidor do setor, registrando um faturamento de US$ 26,9 bilhões em 2022. Nos últimos cinco anos, esse crescimento

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teve aumento de 560% em relação aos períodos anteriores. Com o foco nesse mercado em ascensão, conversamos com Rosângela Silva, criadora de conteúdo online e fundadora da Negra Rosa, uma marca de maquiagem e cosméticos feita para peles negras. A história da marca começou muito antes de sua fundação. Em 2009, Rosângela fazia parte do fórum de maquiagem de Marina Smith do blog 2Beauty, no qual passou a acompanhar conteúdos e a criar seus próprios tópicos para compartilhar dúvidas e dicas com outras mulheres negras, servindo como um ponto de partida para entender as necessidades do público e do mercado. Depois de um encontro em São Paulo organizado por membros do fórum, Rosângela conheceu Ana Heller, sua sócia, e várias outras mulheres com quem conversava na


internet. A partir daí, começou uma amizade com Ana, que foi o ponto de partida para criar a marca em 2016, e que, neste ano, foi adquirida pela Farmax, fabricante de produtos farmacêuticos, que pretende ampliar a operação com um investimento de R$ 100 milhões até 2027. Através das trocas com essa comunidade, ela reconheceu a necessidade de criar produtos específicos para peles negras e desenvolveu a Negra Rosa para o mercado de beleza que demandava inovação e diversidade. Um estudo do Google revelou que as buscas por produtos de maquiagem e cuidados com a pele voltados para peles negras cresceram 60% em 2021, comparadas ao ano anterior. Esses dados ressaltam que o setor não é um nicho, mas um segmento aberto e pronto para expansão. E-Commerce Brasil: Como foi o processo de criação e suas inspirações para a marca? Rosângela Silva: Quando começamos, era muito sobre o tipo de produto que eu, enquanto mulher negra, gostaria de ter, pois existe um déficit grande na oferta de produtos para pele negra, de forma que o básico muitas vezes já é fundamental. Sempre me pergunto: o que está faltando para a comunidade negra? Então vamos primeiro atrás desses itens. Quando estivermos com o básico estabelecido, aí vamos ousar e trazer o último lançamento, mas eu foco muito nisso, em trazer produtos que vão atender, não só pelo hype, mas pela necessidade comentada por diversas mulheres negras. Dentro da minha capacidade de microempreendedora, existia a oportunidade de trazer diversos produtos de uma vez, mas a partir da prioridade conseguimos chegar nos produtos mais importantes. A minha inspiração vem dessas mulheres que estão nas redes sociais diariamente

trocando conosco sobre suas experiências. Minha inspiração não vem de fazer igual aos demais, pois o foco sempre foi fazer um produto para mulheres normais, que não estão ali nos holofotes. Então, eu penso assim: o que eu posso trazer que vai funcionar, vai ser simples de usar e não vai ter grandes dificuldades para essas mulheres? Elas que vão me inspirando quando eu penso em produtos, quando eu penso na comunicação da marca, como eu quero que essa comunicação chegue para elas. Acho que é uma troca de inspiração. Então vejo o que está sendo discutido, dou uma filtrada e comparo com o que funciona e o que não funciona para pele negra que já está sendo feito por outras marcas. Nunca quis que a marca padronizasse as pessoas negras, que tivesse o negro universal, que só ele está em todas as campanhas. Quero que exista uma pluralidade de mulheres reais porque são elas que compram os meus produtos. Tem que ter esse olhar bem cuidadoso para essas mulheres, pois são elas que compram os meus produtos. ECBR: Você veio do universo das blogueiras que testavam os produtos em si mesmas, e isso ainda é bem presente nas suas redes sociais. Como você vê as redes na construção do relacionamento dos clientes com a marca? Silva: Acredito que se não fosse a internet, não existiria a Negra Rosa. Com a popularização dos computadores, fui encontrando pessoas que jamais conheceria se não houvesse internet. A criação do blog e do canal do YouTube foi a partir do pensamento de que talvez outras mulheres negras também estivessem pesquisando sobre os mesmos assuntos. A internet é uma ótima forma de criar uma comunidade, mas temos que ter o cuidado de como vamos nos expor: qual o tipo de persona que vamos construir, se

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//ENTREVISTA

é uma fantasiosa ou se é mais real, dentro do próprio estilo, sem se deixar levar por todos os modismos. Se fizermos de tudo para viralizar, nos perdemos. Sempre fui muito dentro do meu estilo, o que eu acho bacana e aí faço. Se algumas coisas não estão dentro do meu perfil, que eu considero com um teor racista, porque não contemplam todos os tons de pele negra, não faço. Como sempre fui o rosto da marca, apareço até hoje nos tutoriais, mas acredito no cuidado que cada um tem que ter com essa exposição. Por ser uma mulher de 44 anos, vejo a importância de continuar aparecendo para mostrar que todas as idades podem se cuidar e contemplar mulheres mais velhas. ECBR: Como existia uma falta de produtos de beleza criados para pessoas negras no mercado, esse público ficou esquecido. Então, quais são as principais dúvidas e questões sobre autocuidado que você vê no seu público através das redes? Silva: Costumo dizer que cada produto que lançamos tem um processo de ensinamento, porque o racismo fez com que as pessoas negras não fossem incluídas de uma forma verdadeira na questão da beleza, que é ampla. Para muitas mulheres, essa não é uma relação que foi construída desde pequenas com a maquiagem. Com a nova geração, existe outro olhar em relação a esse processo, mas ainda precisamos desmistificar muitos cuidados, como o que pessoas negras não precisam de protetor solar por terem a pele mais resistente pela quantidade de melanina. Essas informações não são passadas de forma contínua como para as pessoas brancas, porque na propaganda sempre tem pessoas brancas, e isso automaticamente vai entrando no subconsciente.

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A cada produto lançado, tive que mostrar o porquê dele, fazendo a parte educativa. Por exemplo: existe toda uma educação por trás de uma mulher que nunca usou base para encontrar um tom específico para a pele dela e desejar esse produto porque de fato quer usá-lo. Nunca é: lancei e deu certo sozinho. É: lancei, ele é para isso e isso, você usa assim, e isso continuamente, não é só uma vez que você vai falar. Você vai realmente educar os seus consumidores sobre o seu produto. As grandes marcas poderiam estar fazendo isso desde sempre, mas só começaram a mudar por causa das reclamações na internet. Foi uma mudança gerada pela consumidora, e não pela indústria, pois quando uma mulher negra se movimenta, a sociedade vai se movimentando junto. ECBR: Além dos produtos em si, a Negra Rosa promove valores relacionados à autoestima, empoderamento e confiança. Como você vê o impacto emocional dos seus produtos na vida das pessoas? Silva: Quando recebemos mensagens agradecendo pelos produtos, achamos o máximo, me sinto contemplada. Acredito que os nossos produtos fizeram com que muitas mulheres começassem a rever sua beleza, naquele sentido de que a gente não está no padrão universal de pessoas negras, temos mulheres múltiplas. O objetivo dos produtos não é padronizar, mas ressaltar a beleza de cada uma. Eu vejo uma inclusão dessas mulheres no mercado de beleza, de se sentirem contempladas, se sentirem olhadas, vistas, escutadas, porque estou fazendo um produto para elas, pensando nas nossas particularidades. Tem todo esse impacto, essa carga emocional em nossos produtos. ECBR: Com a compra pela Farmax, existe uma projeção de investir na operação da


Negra Rosa até R$ 100 milhões até 2027. Quais os planos de expansão? Silva: Com a aquisição, estamos lançando uma nova categoria de produtos focada em cuidados com a pele, o famoso skincare. Estamos ainda na etapa de apresentar os produtos, fazer conteúdo e receber feedbacks. Temos um mundo de possibilidades para ampliar a Negra Rosa com a Farmax mantendo o nosso DNA e a nossa verdade. Estou cuidando dos processos junto com a equipe criativa e de comunicação dos produtos, é uma coisa bem intensa, estou vivendo muitas coisas novas, muita coisa bacana. Estou bem feliz com esse novo momento. Ainda não posso falar muito sobre lançamentos, mas estamos trabalhando em ampliar as categorias de produtos e em pesquisa. Agora estamos num lugar com pessoas pensando em estratégias, ampliando o olhar para a Negra Rosa, então está muito bacana e positivo. ECBR: Desde junho deste ano, você se anuncia como uma “nova” Negra Rosa. Além dos produtos lançados, o que há de novo na marca e no conceito? Silva: A nova categoria, esse rebranding, novo frescor da marca, essa questão de ampliar os canais em que atuamos. A Farmax está em mais de 94 mil farmácias, a gente também quer que a Negra Rosa esteja. Uma das dificuldades que tínhamos antes era dar fácil acesso aos produtos, pois o número de revendedoras era pequeno, e tem gente que quer passar no local e comprar um produto. Nas regiões Norte e Nordeste, pela distância, o frete ficava muito caro, mas com o time da Farmax temos mais pontos de distribuição. É importante ser visto. Também é importante abrir o olhar do comerciante para que ele saiba a importância de ter aquele produto na prateleira dele. Então é um processo, mas a recepção tem sido bastante positiva.

ECBR: Qual o papel das revendedoras ao assistir a compra, dar feedbacks ou suprir as dúvidas que aparecem durante esse processo? Silva: Temos grupos no WhatsApp com as revendedoras para ajudar a tirar dúvidas, pois elas também são divulgadoras da marca, né? Acaba que elas também usam os produtos e passam para as clientes delas, então têm um papel fundamental de levar a marca para outras pessoas. Nosso quadro de revendedoras é pequeno, mas nos ajudou a ficarmos conhecidas organicamente. Elas auxiliam as clientes quando surgem dúvidas ou nos mandam as dúvidas para que exista essa troca. Nessa nova fase, elas continuam com a gente, não fechamos esse canal, estamos até estudando formas de dar mais suporte e fazer treinamentos. ECBR: Como você comentou, a Negra Rosa é uma marca nascida no digital e tem o próprio e-commerce. Com a expansão, quais são os planos para aumentar as vendas no ambiente digital? Silva: Nosso plano é focar no e-commerce, repaginar o site, estudar as melhores opções para ter um site mais dinâmico, bonito e atrativo para o cliente. Ultimamente, estamos conseguindo fazer algumas ações de frete grátis na compra acima de alguns valores, mas pretendemos facilitar cada vez mais a compra no e-commerce. Não apenas no nosso, mas também em marketplaces, como Beleza na Web, Belong Be e na Renner, em que por enquanto só vendemos maquiagem. Já estamos em alguns e-commerces grandes, mas queremos ampliar essas facilidades para o cliente, que às vezes está navegando e comprando em outro site e aproveita o carrinho para levar um produto nosso.

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//ENTREVISTA

ECBR: À medida que a marca cresce, como se manter conectada com a comunidade e compreender suas necessidades e desejos? Silva: Tento continuar conectada, não tanto quanto antes, por estar fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, mas todos os dias vejo o que acontece nas redes sociais e respondo às mensagens. Agora temos uma equipe, mas mesmo assim eu sempre fico de olho no que chega, pois às vezes a questão pode não parecer impactante para o atendimento, mas pode render uma conversa e uma troca com essas mulheres que nos acompanham. A minha própria criatividade vem através da troca com essas pessoas. É importante estar perto do público para saber o que estão falando do produto e o que querem. Sinceramente, isso vai ser para sempre, não consigo me ver sem fazer isso, porque é parte fundamental da construção da marca: estar próxima dos consumidores. ECBR: Ao refletir sobre sua jornada até agora, qual legado você espera deixar com a marca e qual dica você dá para outras mulheres que, assim como você, querem ou estão começando a empreender? Silva: Empreender não é fácil. As pessoas vêm de locais diferentes, com atravessamentos diferentes. Se eu não tivesse a ajuda, o aporte e o conhecimento da Ana para montar uma estratégia bacana, para a Negra Rosa crescer a cada ano, não funcionaria. Não é só você querer empreender: tem uma série de burocracias, impostos caríssimos, custos e nem todo produto pode ser manipulado ou vendido em casa. Além disso tudo, o produto não se vende sozinho em 15 segundos, ainda mais quando dependemos dessa educação que damos aos consumidores que não estão acostumados com esse mercado. O processo de compra e encantamento demora.

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Porém, é legal sim empreender, pois se a pessoa tem um sonho, ela vai atrás. Mas é preciso estar com o pé no chão, já que não é rápido. A dica para empreender é ter paciência e perseverança para ir realmente vencendo os desafios do dia a dia. É também um processo bastante diferente para quem começa sem capital social, ou seja, sem oportunidades ou conhecimento. Não é só sobre dinheiro, é o conhecimento de alguém te colocar em algum lugar que vai te ajudar a dar mais um passo para alcançar os seus objetivos. A maioria da população não tem esse capital social. Sem isso, pode até dar certo, mas muitos vão desistir quando só precisavam de mais tempo ou investimento na construção das ideias.


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//VENDAS

COMO ENGAJAR A SUA FORÇA DE VENDAS NOS CANAIS DIGITAIS A força de vendas é uma parte vital de qualquer empresa, e é inquestionável o papel que o e-commerce desempenha nesse contexto. A integração entre os canais físico e digital tornou-se essencial para alcançar um público diverso e maximizar as oportunidades de negócio. Mas quais as melhores estratégias para engajar a força de vendas em um canal digital? Primeiramente, é preciso entender as diferenças entre os canais, pois possuem características distintas que os tornam únicos em suas abordagens e interações com os clientes. Nos canais físicos, como lojas em shoppings, há interação direta com produtos e atendimento personalizado, enquanto que nos digitais, como e-commerces, marketplaces e redes sociais, prevalece a conveniência 24/7 e uma ampla gama de produtos, mas sem interação física. Para integrar sua equipe no mundo online, foque no engajamento e na proximidade

DANIEL MENDEZ

com os clientes. Além de metas de vendas, os vendedores precisam construir relacionamentos duradouros e investir em estratégias como transmissões ao vivo, posts em redes sociais e conteúdo autêntico diretamente da loja. Isso permite que falem a linguagem do cliente e ofereçam informações relevantes sobre produtos e tendências. O time de vendas também pode aproveitar a tecnologia para resgatar carrinhos de compra abandonados, oferecer incentivos personalizados e manter um acompanhamento das dores e necessidades dos clientes. A integração requer conscientização, treinamento e capacitação. Os vendedores precisam dominar as técnicas de venda online e conhecer, no detalhe, os produtos do e-commerce. Incentivar a equipe a abraçar os canais digitais é o primeiro passo. O ambiente online não deve ser visto como uma substituição do físico, mas um complemento ao seu papel tradicional. Incentivos como metas espe-

Diretor Executivo Linx Commerce

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cíficas para vendas digitais podem motivar o time.

entender o que os consumidores buscam, suas preferências e tendências de compra.

Os impactos positivos dessa integração são inúmeros. Primeiramente, o engajamento ativo aumenta a base de consumidores. Depois, a tecnologia permite acompanhar os comportamentos dos clientes e fornecer informações de acordo com seus interesses, aumentando as taxas de conversão.

A partir disso, o e-commerce identifica quando um cliente visita a loja várias vezes sem efetuar compras e aciona um mecanismo estratégico: entrar em contato com ele de maneira amigável e útil.

Embora digitalizar a força de vendas não seja uma tarefa fácil, ao adotar soluções que possibilitam uma comunicação personalizada, a marca pode criar uma experiência de compra fluida, humana e completa. Imagine uma loja que decidiu fazer a integração entre os dois mundos. Ela não apenas se destaca pelos produtos que oferece, mas também pela forma como se conecta com os clientes, compreendendo suas necessidades. Essa jornada pode começar com o acesso ao e-commerce, que não é apenas uma vitrine online, mas também uma fonte valiosa de informações sobre os consumidores. Dados da Omnichannel Experience Index mostram que 93% das jornadas de compra dos consumidores começam no digital e a maior parte delas termina na loja física. A pergunta é: como essa plataforma consegue decifrar as preferências dos visitantes da loja física? É preciso conhecer de forma real os consumidores. Ao rastrear compras e interações passadas, assim como comportamentos de navegação, a plataforma cria um perfil detalhado de cada cliente. Esses dados permitem

Assim, o vendedor pode enviar uma mensagem e oferecer um cupom de desconto para incentivar uma nova visita ou compra online. Aliás, essa tática é uma extensão da experiência interativa que o cliente já teve. Essa conexão entre os dois mundos é onde a mágica acontece. O vendedor pode personalizar a mensagem, mencionando o que o cliente olhou na loja e sugerindo produtos complementares. A tecnologia desempenha um papel catalisador nesse processo e, quando essa abordagem é bem recebida, ela continua sendo uma aliada, fornecendo informações sobre produtos, atualizações de estoque e até lembretes para futuras compras. O resultado é uma sinergia entre a loja física, a plataforma de e-commerce e a equipe de vendas. A tecnologia é mais do que uma ferramenta; é um facilitador. A venda final não é apenas um fechamento de transação, mas a conclusão de uma jornada personalizada. A intenção é clara: entregar aos vendedores da loja física um canal de vendas digital que seja fluido, humanizado e capaz de proporcionar uma experiência excepcional para o cliente, de ponta a ponta.

Daniel Mendez é Diretor Executivo Linx Commerce. É responsável pelo P&L da unidade de negócios de e-commerce, formado em Sistemas de Informação e com MBA em Tecnologia para Negócios: AI, Data Science e Big Data. Desde 2018 na Linx, ao longo de sua carreira, atuou como software engineer, tech lead e head of product, o que, combinado com seu conhecimento de negócios e capacidade de liderança, o credenciam para definir, controlar e executar o plano da unidade de e-commerce da Linx, a fim de entregar ofertas escaláveis e bem planejadas que impulsionam os resultados e a satisfação dos clientes, alinhado com a visão e a estratégia da empresa

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//SMART DISPLAY

COMO O SMART DISPLAY FORTALECE A ESTRATÉGIA DE MÍDIA DE DIFERENTES MARCAS E E-COMMERCES? Nos últimos anos, o processo de digitalização de marcas foi bastante intenso, fazendo com que variadas estratégias de mídia online fossem adotadas para impulsionar resultados e se conectar com o público-alvo. Segundo estudo realizado pela IAB Brasil e Kantar, só em 2022, o investimento em publicidade digital chegou a R$ 32,4 bilhões, 7% a mais do que em 2021. Uma mídia que está se solidificando aqui no Brasil é a de smart display, um modelo de negócio que funciona de forma automatizada e inteligente. Os smart display são uma forma de facilitar a mídia programática, utilizando uma metodologia de propaganda por banners online, otimizando os processos e potencializando os números de campanhas. Os espaços publicitários de banner disponíveis na internet são comprados pela tecnologia do smart display em leilões que acontecem em microssegundos. É a tecnologia programática que decide se o criativo da marca aparecerá ou não, baseando-se nas configurações definidas. Após a compra do

espaço, o smart display direciona os criativos para o público que está no site no momento. A chave do sucesso desse modelo de mídia é que ele tem uma enorme eficiência e versatilidade, principalmente por trabalhar de maneira automática e por sua segmentação de ponta, otimizando o tempo e aproveitando ao máximo o investimento aplicado dentro da mídia display. O smart display é capaz de entregar grandes resultados para diferentes objetivos de marcas e negócios, pois tem uma alta adaptabilidade. Sua tecnologia consegue impactar variadas etapas do funil de vendas e também atua de forma excelente para o aumento de conversões, tráfego no site, conhecimento de marca, captação de leads, entre outras ações. Awareness e smart display O smart display pode atuar em diversos modelos de campanha, sendo um deles o awareness. Nesse tipo de ação, o objetivo principal da marca é ganhar mais reconhe-

FELIPE OLIVEIRA

Sócio e head dos times de Marketing e Comunidade & Parceria e Novos Negócios na Voxus

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cimento e fortalecer seu nome no mercado com o público interessado.

perior, otimizando o investimento realizado por atingir quem faz sentido para a marca.

Com o awareness, as empresas trabalham de forma mais ativa seu posicionamento, item que vem sendo um ponto crucial para a nova geração optar por uma marca em detrimento de outra na hora da compra. Ele tem o maior foco em gerar diferenciação para o público, causando um impacto positivo para a marca.

Smart display complementa o mix de mídia

Utilizando o smart display para awareness, é possível impulsionar um produto, novo serviço e projeto de uma empresa de maneira mais direcionada e impactando a pessoa correta. Afinal, pela inteligência do smart display, o investimento realizado atinge diretamente quem já está mais aberto a conhecer a marca e se interessa por esse item que está sendo apresentado na comunicação do criativo. Campanhas de performance com a tecnologia de smart display As campanhas de performance por smart display, como o nome já diz, têm foco em performance, ou seja, ajudar a marca ou e-commerce a vender mais, gerar mais resultados de acordo com o objetivo da ação, como leads, venda, tráfego no site, entre outros. O smart display facilita esse processo, pois a tecnologia entende quem é o consumidor para a marca, qual o lugar ideal para impactá-lo, no momento mais adequado e com o melhor custo. Isso faz com que as campanhas tenham uma performance su-

Quando pensamos em estratégia, o smart display tem o papel fundamental de ser mais uma opção de impactar o consumidor de uma marca, sem depender de um canal para ter resultado. Isso faz com que esse anunciante corra menos riscos em caso de algum problema com determinada plataforma, mantendo sua receita alta mesmo em caso de instabilidade. Os banners desse modelo de mídia programática aparecem durante a navegação do usuário em sites, quase sendo um impacto natural na jornada online diária desse potencial cliente. Ao ver um banner online, o usuário consegue tomar uma decisão muito mais imediata com aquilo que o está impactando, trazendo alguma resposta à campanha. Além disso, a mídia display ajuda a compreender quais hábitos e interesses são melhores para fisgar a atenção do usuário. Esse é um fator essencial para aprimorar as campanhas, ajustando o que precisa ser feito para continuar alcançando a performance desejada. Desse modo, fica claro notar que a ferramenta de smart display complementa toda a estratégia de mídia e publicidade, fortalecendo a comunicação da marca, trazendo mais oportunidade de negócio para atender a diferentes metas.

Felipe Oliveira é sócio e head dos times de Marketing e Comunidade & Parceria e Novos Negócios na Voxus, adtech especializada no uso de smart display programático para impulsionar e-commerces. Formado em Administração pela PUC-SP, atua há mais de dez anos nas áreas de desenvolvimento e expansão de novos negócios, parcerias e marketing. Com amplo conhecimento em projetos focados em resultados, possui uma experiência sólida no setor educacional e também no mercado de mídia.

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//CASE

A ARTE QUE CURA A galeria Gengibrão, localizada no centro da cidade de São Paulo, se coloca como a própria raiz que inspira seu nome: estranha, mas com traços medicinais e benéficos às pessoas Por Giuliano Gonçalves e Lucas Kina, da Redação do E-Commerce Brasil

U

m mix de loja, estúdio de criação e e-commerce. Assim pode-se definir a Gengibrão, galeria de artes compráveis de artistas brasileiros independentes. Antes de explicar o curioso nome do negócio, vamos à sua concepção. Fundada no fim da pandemia, em julho de 2021, a loja surge após um “estalo” de Oscar Nunes, ex-bancário, designer gráfico e ilustrador, que já tinha uma produção independente de artes. “Sempre fui muito curioso para pesquisar outros artistas brasileiros e de outros lugares do mundo que faziam trabalhos de ilustração, cerâmica, pintura etc.”, conta.

Gengibrão: autenticidade nas artes e no nome

Dentro desse cenário, Nunes e seu sócio (e marido), Caio Casagrande - que é realizador audiovisual e produtor cultural - perceberam a ausência de um lugar que reunisse o tipo de arte que eles gostavam. Ou seja, a legítima arte brasileira independente e mais ousada, divertida e contemporânea. Ou, nas palavras de Nunes, “algo que saísse um pouco dos estereótipos nacionais inspirados em tucanos e rendas, por exemplo”. E, finalmente, o casal encarou o desafio de abrir a loja física, ainda sem o e-commerce.

Isso porque, conforme o proprietário explica, o aspecto visual do gengibre é quase como algo alienígena, com uma “infinidade de braços, como um monstrinho” - nesse caso, representa as artes, completamente singulares. E, mais do que isso, o sabor da raiz sempre se destaca como algo marcante, que não passa despercebido - seja em uma comida ou bebida. “E no fim, apesar de toda a sua estranheza, é um alimento que traz muitos benefícios às pessoas, exatamente como a nossa empresa”, completa.

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Se você ainda está se perguntando “de onde saiu esse nome Gengibrão”?, saiba que a explicação é tão criativa quanto os produtos oferecidos pela loja. “Todo mundo me faz essa pergunta e, sinceramente, não tenho uma resposta muito boa. O que eu posso dizer é que é inspirado, claro, no gengibre, uma raiz cujas características são bem similares à loja”. Ok, você continua boiando, certo? Calma, porque o complemento de Nunes a seguir vai fazer bastante sentido, acredite.


Como os trabalhos chegam à Gengibrão Se no lançamento da empresa havia cerca de 400 produtos, hoje o catálogo já ultrapassa os 1440. Aliás, se esse universo de arte hoje é semelhante a um organismo vivo, grande parte do mérito é dos sócios, que fazem um verdadeiro garimpo. “Nós sempre estamos pesquisando artistas e muitos outros acabam vindo até nós”. Parte da atuação do casal, portanto, passa por refinar as artes que se apresentam a eles, avaliando e aprovando a estética dos trabalhos baseada no padrão da Gengibrão. Entre as “exigências”, Nunes destaca que sempre dão preferência a projetos mais sustentáveis. E o mesmo vale para a questão da diversidade, tanto racial como dentro da comunidade LGBTQIAP+. “Temos uma quantidade bem grande de artistas LGBTQIAP+, ponto esse que nos dá um orgulho tremendo”, vibra o casal. Produtos A venda dos produtos da Gengibrão é dividida entre o e-commerce e a loja física, com buscas específicas para cada um. Enquanto no primeiro canal a procura é maior por quadros e posters, o segundo conta com destaque ímpar, segundo Nunes, dos itens de vestuário. "São peças únicas que precisam ser provadas, pegas e manuseadas. Não existem dez ou vinte iguais, então é o tipo de produto que dá um enorme trabalho de curadoria, incluindo fotografia, medição e cuidado com o estoque. Vendeu, acabou", explica o sócio. O contato de quem quer vender seu produto na loja é feito por e-mail, e é dessa forma que os sócios conseguem, de maneira mais organizada, avaliar individualmente cada negócio e com um alto critério. É também por esse canal de comunicação que os artistas interessados recebem todas as diretrizes de como vender na Gengibrão. São pessoas

que tiraram certo tempo do dia a dia para organizar ideias, escrever um e-mail e "vender" sua marca para Nunes e Casagrande. "Esse formato de comunicação com artistas tornou-se um crivo de corte para separar o que, de fato, vale para a loja. Não fazemos esse processo por WhatsApp ou Instagram, por exemplo", complementa Nunes. Logística A versatilidade também é um dos trunfos da Gengibrão quando o assunto é a entrega dos produtos vendidos online. Para endereços mais distantes, incluindo os que vão para fora da capital paulista, a logística é feita por transportadoras como Jadlog, Sedex (Correios) e Melhor Envio. Já para compras feitas dentro da cidade, com certa proximidade da loja, a entrega é feita com Uber Flash e Lalamove. "Pela fragilidade dos produtos, um dos nossos maiores cuidados está em como vamos embalá-los para entrega. Até por isso, um dos desafios específicos que temos está na venda de quadros grandes para localidades distantes, já que o custo logístico fica mais alto se a moldura for maior. Algumas vezes, o caminho infelizmente é não vender nesses moldes”, comenta Oscar. O prazo médio de entrega é de uma semana, já que ele e seu marido se dedicam ao momento de embalar e separar os produtos. E o prazo mais "artesanal", como manda o figurino que veste o perfil da Gengibrão, também é motivo de preocupação para Nunes. Ele cita que, por vezes, os clientes cobram uma praticidade vista em grandes e-commerces que atuam no Brasil. "A gente tenta deixar bem claro que fazemos tudo de forma independente. A dedicação é para que a entrega seja feita o mais rápido possível, mas nem sempre isso é imediato do jeito que esperam", pontua.

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O "Clube Gengibrão" A cartilha do intimismo e a proximidade com o cliente se estendem à forma de comunicação da Gengibrão com os clientes. No início, como conta Nunes, o Instagram, por meio do direct, era o canal principal para atendê-los, com alguns casos pelo WhatsApp. Com o tempo, a loja decidiu aplicar o modelo Business da segunda plataforma, o que funcionou para certos clientes mas, com outros, entendeu-se como abordagem menos quista. A partir disso, o uso do meio de comunicação mais utilizado no Brasil se deu por meio de um grupo, intitulado de Clube Gengibrão. "Fizemos uma pesquisa interna e descobrimos que muitos dos clientes não queriam ser abordados diretamente pelo perfil do WhatsApp. Desde então, visando a uma forma menos invasiva de atendimento, convidamos os clientes que querem saber sobre a gente a participarem de nosso grupo fechado. Lá, somente nós - eu e Caio - mandamos mensagens, todas falando sobre novidades, convites para nossos eventos, promoções e cupons", explica Oscar. A criação do grupo com clientes, segundo ele, também trouxe o entendimento de que a Gengibrão possui, de fato, um público que realmente gosta da loja. Alguns, conforme relato de Nunes, passam na galeria quinzenal ou mensalmente em busca de novidades em termos de arte ou programação de eventos. A partir disso que o "Clube Gengibrão" nasceu, centralizando os principais informes em um só local e, de certa forma, recompensando compradores mais fiéis da loja. Canais de venda As vendas, além da loja física e do e-commerce, acontecem também por meio do Instagram, mídia que está em ritmo de

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transformação nos últimos meses e já abriga formatos trazidos do comércio eletrônico para dentro da plataforma. De acordo com Oscar, a plataforma online da Gengibrão bem como o estoque são conectados com o Instagram, facilitando a comercialização e a contagem de peças, já que são modelos únicos. "Os estoques estão alinhados, tanto que sabemos todos os produtos que estão na loja online e na física por meio de um único canal. O WhatsApp serve apenas para tirar dúvidas por enquanto, até porque ele não informa automaticamente os produtos disponíveis, e temos uma variedade muito grande para ficarmos cadastrando um a um em cada plataforma. A arte em mais de uma forma O comprometimento da Gengibrão vai além de oferecer produtos e eventos únicos voltados à arte. Parte importante na engrenagem da loja, uma de suas missões é ampliar a capilaridade do trabalho dos artistas. O impulso coletivo que o estabelecimento consegue promover, com diversos artistas em sinergia, soma-se aos trabalhos de divulgação e curadoria de Oscar e Caio. "O artista obrigatoriamente tem que cadastrar seu produto já com foto e já há uma espécie de 'manual de instruções' do que é uma boa foto (fundo liso e enquadrada, por exemplo). Mesmo assim, temos o hábito de fotografar novamente alguns produtos para a divulgação ficar bem alinhada com nossos parâmetros. Em outras ocasiões, apenas editamos as fotos que recebemos, ajustando luz, sombras etc.", explica Oscar. Além das vendas, a Gengibrão divulga os artistas por meio de uma programação cultural que conta com eles e fornece dicas do que fazer nas redondezas. Feito por meio do


Instagram, esse tipo de comunicação integra o pensamento dos sócios de ir além de uma loja ou galeria de arte, fomentando a cultura e também a vida no centro de São Paulo.

embalagens/envios. Fora isso, um freelancer tem nos ajudado a impulsionar as mídias, o que impacta diretamente o e-commerce", compartilha Oscar.

"Nosso foco é mostrar quem são os artistas por trás dos produtos, seus processos e também dicas de 'rolês' pela nossa região. Um dos nossos posts mais curtidos atualmente é o "dicas de brunch pela região" e, ao final, fazemos um convite para visitarem nossa loja 'de buchinho cheio'", comenta Nunes.

Para o futuro a médio e longo prazos, Oscar e Caio só enxergam crescimento e ampliação de seu campo de alcance com a arte. "Nos próximos cinco anos, eu vejo a Gengibrão crescendo. Nós temos um sonho de aumentar, chegar a novos públicos, aumentar nosso espaço e, quem sabe, chegar a outros lugares também, cidades e até unidades menores da loja em outros lugares de São Paulo", finalizam.

Colhendo frutos com a arte A análise final sobre a Gengibrão tem, como a raiz que dá nome à loja, uma série de versões e caminhos a serem abordados. Se por um lado o objetivo é vender e continuar a prosperar como estabelecimento físico e e-commerce, existe também a perspectiva da motivação aos artistas e à arte em si. "Nós crescemos muito desde a abertura da loja. A equipe evoluiu em número de funcionários conforme o aumento da demanda no e-commerce. No começo, éramos eu e Oscar com uma funcionária na parte de vendas. A partir disso, contratamos uma pessoa somente para controle de estoque e das vendas online. No mesmo caminho, os setores de embalagem, conferência de pedidos e conferência de estoque dos artistas contam, cada, com uma pessoa encarregada. A contratação de funcionários adicionais, atualmente, fica por conta das áreas de relacionamento com o cliente e

Para além do que já foi dito, existe até uma terceira interpretação do 'sabor' que a Gengibrão pode ter. Com os encontros que promovem, por exemplo, há a geração ímpar de descontração e, principalmente, de trocas de experiências entre a loja, quem cria e os apreciadores da arte. A venda, pode-se dizer, fica longe de ser a principal arte servida nessa exposição.

Foto: Divulgação

Um dos gêneros entre os eventos promovidos pela loja é o de ocupar a calçada com arte, culinária e música. Uma verdadeira festa. Esse e outros tipos de ações culturais são promovidas visando celebrar, divulgar e expandir o trabalho dos artistas e da própria Gengibrão, chamando a atenção de quem passa na região do Minhocão.

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//FUTURE SHOPPING

ANTHONY LONG

Inovador na área de marketing e tecnologia lontony@gmail.com

SAIBA O QUE ESTÁ ALÉM DO APARENTE

Q

uando estamos à beira do mar, vemos água, o céu e, entre eles, o horizonte. Sentimos o vento. Talvez pensemos em um coquetel (eu sei que eu penso, de qualquer maneira.) Um marinheiro em alto mar vê as coisas de forma muito mais profunda: o vento e o padrão das ondas enviam informações que ele ou ela precisa saber para ir de onde está até onde deseja chegar. A relativa clareza do horizonte fornece um vislumbre do futuro da viagem. Depois, há as correntes, que normalmente não vemos, mas os marinheiros sabem que terão um impacto significativo na quantidade de tempo e recursos necessários para completar a viagem. O que parece simples para nós é consideravelmente mais complexo e cheio de nuances quando você sabe o que está vendo. O quarto trimestre de 2023 está chegando. Não importa o que tenhamos feito este ano, nem o que você esteja planejando realizar no seu orçamento para 2024. Há algumas mudanças importantes em nosso ambiente que você deve conhecer para auxiliá-lo na gestão do seu negócio. Elas podem impactar seus planos existentes ou até mesmo exigir que você crie novos. Nesta coluna, quere-

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mos compartilhar cinco considerações importantes abrangendo diversos modelos de negócios, para que você possa realizar uma pequena reestruturação com mais êxito ou aproveitar uma nova oportunidade. São elas: 1. Pagamentos integrados e o que eles significam para você; 2. Boas notícias subjacentes às perspectivas econômicas desiguais do Brasil; 3. Alternativas de entrega preferidas pelos consumidores; 4. A morte e o renascimento do social commerce; 5. IA e as aplicações úteis que ela possui para o seu negócio. Pagamentos integrados Primeiramente, uma definição é necessária. Pagamentos integrados em um site de e-commerce significam que os consumidores escolhem seu método de pagamento preferido uma vez e pagam diretamente por um link incorporado, proporcionando uma experiência de pagamento única com um


Anthony Long é um inovador na área de marketing e tecnologia com mais de 20 anos de experiência em transformação digital no mercado global, e-commerce e comportamento mobile do consumidor. Já passou pela Kimberly-Clark e seu atual projeto inclui atribuições de longo prazo em e-commerce e transformação digital para as principais marcas globais de consumo na Europa e nos Estados Unidos.

clique em aplicativos e sites. Então, à medida que os compradores retornam ao site (ou visitam outros sites que usam o mesmo sistema), o processo de checkout requer muito menos etapas de entrada de dados. Em vez de redirecionar os consumidores para um parceiro de pagamento terceirizado, os sites de comércio eletrônico podem incluir os pagamentos com um clique em sua estratégia geral de CX. Esse nível de conveniência não é novidade e é aplicável a quase todos os proprietários de sites de e-commerce. Uma visita impulsiva a um site para conferir algo visto no Instagram (falarei sobre isso adiante nesta coluna) pode resultar em uma venda em poucas etapas, desde que o site esteja alinhado com um provedor de pagamento incorporado. Já discutimos a noção de compras por impulso nesta coluna antes: o surgimento do provedor de pagamento integrado, combinado com uma forte presença nas redes sociais, torna essa realidade muito mais confiável. Essa capacidade tem particular relevância para fornecedores de bens e serviços que desejam capturar os reais de consumidores de maneira eficaz. A indústria de viagens, que é dominada por agências de viagens online, é um excelente exemplo dos benefícios disso. Nas palavras de Laurie Gablehouse, Diretora Global de Soluções de Viagens da Worldline: "os consumidores devem ser capazes de se aventurar online, encontrar a marca (companhia aérea, hotel etc.) de sua preferência, acionar o gatilho, por assim dizer, quando estiverem prontos, e clicar (ou sorrir) para reservar e pagar. A experiência deve ser perfeita, independentemente de a pesquisa e a reserva serem feitas em um laptop ou telefone, ou usando carteiras como PayPal, Apple Pay ou WeChat Pay, ou cartões registrados, para citar apenas alguns exemplos”.

A complexidade reside nas vias de integração. Gerenciar as conexões bidirecionais entre provedores pode ser complexo, o que geralmente também significa caro. Os esquemas de "compre agora pague depois", que têm sido populares na América Latina por muitos anos, aumentam a complexidade da tarefa. Um refinamento adicional desse modelo virá na forma de avanços na tecnologia de blockchain no espaço B2C, IA generativa (novamente, falarei mais sobre isso depois), e até mesmo biometria em algum momento no futuro. Boas notícias subjacentes às perspectivas econômicas desiguais do Brasil Como os Beatles cantaram, "I read the news today / Oh boy". ("Li notícias hoje/Caramba", em tradução). Foi sarcasmo? Ou alegria? A resposta no Brasil é: "Sim". Como todos sabemos, a economia do Brasil tem sido bastante irregular. Quando os marinheiros encontram mares imprevisíveis e difíceis de administrar, eles os chamam de "agitados", que é uma maneira esotérica de dizer difícil. O Brasil entrou em 2023 com um aumento de quase 3% na atividade econômica impulsionada por uma economia de serviços ressurgente e um mercado de trabalho mais forte. Mas parte disso se deveu a um crescimento pré-eleitoral nos gastos governamentais, que foi posteriormente diluído após as eleições devido ao aumento agressivo das taxas de juros para combater a inflação. Quando se trata de como os consumidores se comportam no dia a dia, a situação parece muito boa. A receita no mercado de e-commerce deverá atingir R$ 206,3 bilhões até o final de 2023, com uma taxa de crescimento anual (CAGR 2023-2027) de 14,07%,

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resultando em um volume de mercado projetado de R$ 349,34 bilhões até 2027. O número de usuários que fazem compras online deverá chegar a 147,5 milhões até 2027, com a penetração do comércio eletrônico prevista para ser de mais de 60% até o final deste ano e aumentar para quase 67% até 2027. O gasto médio do consumidor no setor deve ser de aproximadamente R$ 1.580,00 por comprador. O que isso significa para o e-commerce é que agora, mais do que nunca, precisamos nos preparar para esse futuro: sentir o que os consumidores sentem e ajudá-los a gerenciar suas decisões sobre como e onde gastam seu dinheiro. Os brasileiros sempre estiveram entre os mais conscientes em relação a preços na região, mas isso não se resume a simples descontos. A mudança contínua para canais de compras online é clara e forte. Os proprietários de sites de comércio eletrônico têm uma oportunidade melhor do que nunca de direcionar mais investimentos para os canais digitais a fim de criar experiências de compra ainda melhores para os consumidores. Os números provam que o tráfego está presente e crescerá. O boca a boca - outra especialidade brasileira - fornecerá os ventos fortes e constantes que tranquilizam a mente dos marinheiros e lhes dão a propulsão necessária para atravessar as ondas mais irregulares. Alternativas de entrega que os consumidores preferem Em nosso mais recente encontro no Fórum E-Commerce Brasil, eu destaquei a falta de imaginação no e-commerce, mencionando especificamente o curbside delivery (consumidor retira o produto no local estabelecido pela loja sem precisar descer do carro) como algo pouco relevante. Independentemente de eu achar isso emocionante ou não, a realidade é que o curbside delivery está mais

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popular do que nunca entre os consumidores. No Brasil, houve um aumento de 6,7% dessa modalidade entre 2021 e 2022. Pode não ser emocionante, mas se funciona, vale o investimento. Existem alguns aspectos do curbside delivery que podem estimular seu pensamento criativo: • Em uma edição de julho de 2023 do Wall Street Journal, foi observado que os benefícios para os compradores incluíam a conveniência para os pais que precisam pegar compras de última hora em um carro com os filhos. Os benefícios também se estenderam para uma capacidade mais fácil de cumprir orçamentos e evitar compras por impulso. • Para comerciantes e varejistas, fazer com que os clientes retirem suas próprias mercadorias reduz os custos de atendimento. Para os fornecedores intermediários que seguem um modelo de coleta e atendimento ao vivo (como o Instacart nos EUA), isto é algo a se considerar: essa conveniência vem com uma taxa extra significativa e, em um mercado atento aos preços como o Brasil, esse benefício pode não valer a pena para um consumidor ocupado que já está indo para o trabalho e pode fazer uma parada extra a caminho de casa. Comerciantes e varejistas podem transformar isso em vantagem, destacando as economias de custo que vêm com a autocoleta. • O serviço de curbside delivery pode ir muito além dos mantimentos. Quase qualquer coisa que pode ser comprada pode ser entregue dessa forma. Existem várias maneiras de superar a "barreira da convenção" (convencer as pessoas a experimentarem algo a que não estão acostumadas). Uma delas é oferecer ativamente o curbside delivery como uma forma de acelerar o atendimento ao mesmo tempo em que se reduz o impacto


ambiental. Enquanto um consumidor está a caminho de casa, um desvio rápido para pegar suas mercadorias economiza muito em termos de papelão descartável, várias etapas de transporte fulfillment e isso dá ao varejista a chance de conectar um rosto amigável com a entrega. Para empresas menores, isso é quase tão valioso quanto uma visita demorada à loja. Ajudar um consumidor a gerenciar seus dias atarefados e a economizar tempo e dinheiro tem um custo que está - de uma forma ou de outra - embutido no preço que ele paga. As estatísticas ajudam: um pequeno folheto na embalagem pode informar a um consumidor que, ao pegar seu item a caminho de casa, ele economizou vários dias e alguma quantidade de CO2 liberada no ambiente. Isso ajuda muito a diferenciar sua marca, enquanto que o curbside delivery contribui para os laços pessoais reais que as marcas e os varejistas precisam ter com os compradores atuais em movimento. Aqui está a chave: para nós, eles são compradores... mas para eles mesmos, eles são "mãe/pai", "gerente assistente", "cônjuge", "técnico de futebol de fim de semana" ou qualquer outra atividade que não tenha nada a ver com onde eles fazem compras. Vamos buscar modelos de negócios que respeitem isso. A morte e o renascimento do social commerce Existe uma linha tênue entre estar "errado" e estar "à frente do seu tempo". Eu frequentemente sou o primeiro e, ocasionalmente, o último. Quando se trata de social commerce - em minha opinião, de qualquer maneira ainda não estamos decididos... pelo menos, eu espero...

Em algum momento de 2021, enquanto eu estava escrevendo uma edição anterior desta coluna sobre as virtudes do social commerce e como a China está fazendo isso da maneira certa, a Meta começou a se afastar dessa capacidade no Instagram. A partir de fevereiro de 2023, a Meta removeu a aba "Instagram Shop" do aplicativo. Isso ocorreu logo após o desaparecimento, no final de 2021, da página de compras do Instagram, que seria substituída pela aba. O comentário da Meta sobre isso foi, no mínimo, opaco e inútil: "você ainda poderá configurar e administrar sua loja no Instagram, enquanto continuamos investindo em experiências de compra que proporcionam o máximo valor para pessoas e empresas por meio de feed, stories, reels, anúncios e muito mais". Como o site de comércio online PYMNTS observou, "a questão permanece sobre onde está o lugar das compras (não apenas literalmente e não somente em termos de abas) dentro do Instagram. O YouTube da Alphabet não é diferente. A separação entre plataforma social e comércio é esclarecida nas primeiras linhas da página "Comece a Comprar no YouTube": • Conecte sua loja ao YouTube para apresentar seus próprios produtos em seu conteúdo; • Marque produtos de outras marcas em seu conteúdo; • Verifique suas análises de compras no YouTube Analytics para ver o desempenho dos produtos marcados. As razões para a reversão são claras: o impacto do e-commerce nas receitas totais é pequeno em relação à receita de publicidade por meio desses canais, e a receita de publicidade é o modelo ultrapassado que o Instagram e o YouTube implementaram

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em plataformas que de outra forma seriam úteis e boas, para que eles e seus acionistas pudessem ganhar dinheiro. Não há nada de errado em ganhar dinheiro, mas, na minha opinião, essa perspectiva de curto prazo priva os consumidores de um benefício a longo prazo. Esperávamos que essas plataformas inovassem, mas elas escolheram não fazê-lo. A parte de "renascimento" do título desta seção vem das marcas tradicionais recorrendo a plataformas modernas para aumentar a conscientização e a adoção da marca entre os consumidores mais novos. Um exemplo vem da submarca Clinique da Estée Lauder e do sempre presente TikTok - dois nomes que normalmente não associamos. Mas a primeira abraçou o segundo, por três razões muito boas: • A Clinique tem uma herança de mais de 50 anos de inovação em cuidados com a pele, talentosamente cultivada a partir do público-alvo da marca-mãe Estée Lauder; • À medida que a categoria de beleza encontrou ventos frescos e mares acolhedores nas redes sociais, as novas gerações - especialmente a geração Z - começaram a priorizar e valorizar diferentes definições do que é beleza e que tipos de produtos proporcionam beleza. Isso apesar do fato de a biologia fundamental da pele não ter mudado; • Novos públicos precisam ser alcançados por onde passam. As marcas devem ser destemidas sobre como podem expressar sua voz nesses novos ambientes. O renascimento, portanto, não é um empreendimento de UX, mas sim de CX, no qual pode haver uma ponte entre experiências das plataformas populares de redes sociais e a experiência de compra do consumidor. Vale a pena reconsiderar como você vende através das redes sociais, se não durante

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as redes sociais. Mesmo que o comércio por meio de um canal social não interesse à Meta, os consumidores ainda estão lá. Essas pessoas estão se divertindo, se distraindo, trocando mensagens umas com as outras e compartilhando com pessoas que classifico como "conhecidos amigáveis", "conhecidos", "desconhecidos" (alcançados por meio de comentários) e ocasionalmente "conhecidos/desconhecidos elevados" (basicamente, celebridades). Essas pessoas chegam a centenas de milhões. Vamos permitir que elas comprem onde estão relaxadas e interessadas. Deve valer o investimento. IA e as aplicações úteis que ela possui para o seu negócio Como você já percebeu, todo mundo tem falado e escrito sobre IA. Esta coluna evitou o assunto até agora porque o hype e os comentários desenfreados estão por toda parte, mas ainda não são comprovados por dados reais de uso para apoiar ou refutar as afirmações. Já passou tempo suficiente (no momento da escrita desta coluna) para começarmos a considerar não os resultados dessa virada de jogo, mas suas aplicações potenciais mais interessantes e relevantes para o mundo do e-commerce e do consumidor UX. Começamos com o site PYMNTS, que destacou: "as tendências de digitalização e a evolução das expectativas dos clientes e das normas comportamentais criaram uma necessidade para os varejistas... prestarem mais atenção ao aprimoramento e à diferenciação da experiência do cliente omnicanal com toques personalizados e muitas vezes digitais". O artigo prossegue discutindo a personalização e as experiências de compra automatizadas do tipo "se isso, então aquilo", que, francamente, não precisam de IA para serem realizadas. Tudo o que você precisa é de um conjunto focado de regras


comerciais que orientem os consumidores em cada ponto de contato por meio de um conjunto de opções que "façam sentido" para sua experiência de compra em suas categorias de produtos. Isso se chama curadoria e não requer big data. Onde a IA se torna interessante vai além da parte da "escolha personalizada" da experiência. Na Índia - um mercado que tem muitas semelhanças com o do Brasil -, existe uma Interface Unificada de Pagamentos, UPI - Unified Payments Interface, que consolida várias contas bancárias em um único aplicativo móvel (de qualquer banco participante), mesclando vários recursos bancários, roteamento contínuo de fundos e pagamentos de comerciantes em uma só interface. Ela também permite transferências de fundos "peer to peer” que podem ser agendadas e pagas de acordo com a necessidade e a conveniência. Em agosto deste ano, o Reserve Bank of India apresentou um plano para pagamentos "conversacionais", permitindo que os usuários da UPI façam instruções de transferência verbal em seus telefones, que serão processadas usando reconhecimento de fala baseado em IA. O serviço utiliza ferramentas de linguagem de IA de código aberto desenvolvidas pelo Instituto Indiano de Tecnologia de Madras e estará disponível inicialmente em inglês e hindi, antes de incluir outros idiomas. Em mercados emergentes em todo o mundo, uma solução como essa resolve as muitas diferenças dialetais de uma determinada "língua nacional". No Brasil, onde desde o início da década de 1990 houve um nivelamento de condições de concorrência em todos os países de língua portuguesa, essa capacidade torna-se menos sobre variações de linguagem, e mais sobre ser um importante facilitador da CX no e-commerce. Um consumidor pode chegar a uma página de solicitação de pagamento, falar os coman-

dos, e o pagamento ser feito. O backend com IA reconhece a voz e autoriza a transferência. Adicione a isso uma autenticação por impressão digital, como já é comum em qualquer smartphone moderno, além de endereçamento virtual para compradores, para que o cliente não precise inserir detalhes do número do cartão, e temos um sistema de pagamento tão rápido e seguro quanto qualquer outro que temos hoje. Além disso, ele lida com compras com pagamento na entrega para aqueles que estão desbancarizados ou não desejam usar um cartão, e é infinitamente escalável. Navegando na incerteza Assim como o marinheiro, precisamos gerenciar múltiplas realidades em constante mudança enquanto navegamos pelo caminho mais rápido e eficiente entre o "hoje" e "onde queremos estar". Os KPIs são extremamente importantes, mas são indicadores atrasados do que fizemos certo e errado, e são menos úteis para nos ajudar a encontrar e gerenciar o que está por vir. Como profissionais de e-commerce, nosso valor para a empresa é reconhecer quais das tendências futuras são aquelas a serem reconhecidas como reais e vitais para o negócio. Traçamos um curso para evitar ou abraçar essas tendências, como mudanças de vento e condições do mar, para nos manter livres de distrações ou usá-las para nos impulsionar mais rapidamente em direção ao nosso objetivo. Aqui, destacamos algumas das que devem ter o maior impacto no seu negócio, de uma maneira ou de outra. Precisamos identificar quais delas não levarão a nada e quais merecem atenção à medida que você olha para suas metas anuais e além.

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//BLACK FRIDAY

COMO SE DESTACAR NA BLACK FRIDAY EM 2023? Novembro já está logo ali e, com isso, a Black Friday se aproxima e é preciso preparar o negócio para se destacar da concorrência e garantir bons resultados. Em 2022, segundo o estudo feito pelo NielsenIQ Ebit, o e-commerce faturou aproximadamente R$ 6 bilhões durante a Black Friday. Em 2023, a ideia é que esse valor seja ainda maior. Cada vez mais, os clientes buscam uma boa experiência com a loja e diferenciais na hora da compra, não somente desconto e preços baixos. E é por isso que conhecer as tendências da Black Friday 2023 faz toda a diferença! A Black Friday já começou! O evento está marcado para a última sexta-feira de novembro, dia 24, e promete ser melhor do que a anterior! Mesmo que ainda falte um pouco para a data, os lojistas já começaram a se preparar para o aumento das

MAYRA GIANONI

vendas, sendo que 68,8% esperam faturar mais do que no ano passado. Segundo o Relatório de Tendências da Black Friday, realizado pelo Olist, os consumidores já estão se planejando para como gastar e esperam encontrar boas ofertas para comprar o que desejam - 50% da clientela espera gastar mais de R$ 500,00 durante o evento. Marketplace: principal canal de venda Nos últimos anos, o e-commerce ganhou destaque no mercado e se tornou queridinho para os consumidores. Segundo o Olist, 73% dos lojistas brasileiros vão apostar em vender em marketplaces esse canal é a grande aposta da Black Friday 2023, sendo também o mais buscado pelos consumidores, que preferem comprar online em sites de sua confiança.

Head de Marketplace e Experiência do Seller da Americanas

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Quando o assunto é quem vende, os benefícios são muitos e, por isso, acabam sendo uma ótima opção para os lojistas, já que os produtos possuem uma visibilidade maior e as lojas conseguem expandir o público-alvo, além de vender para todo o Brasil.

Quem compra na Black Friday costuma ter muitas opções na hora de decidir em qual loja comprar. Com tantas promoções e a variedade de produtos, é preciso buscar formas de se destacar dos concorrentes e levar essa venda para casa!

É um diferencial e tanto para quem quer ter lucro e facilidade para vender online!

Por isso, se preocupe com a experiência do início ao fim: ao cadastrar os seus produtos, descreva bem as características deles e todas as informações necessárias. Além disso, ofereça um bom atendimento e uma embalagem adequada. Isso faz toda a diferença!

Dicas que levam seu negócio mais longe A Black Friday já se consolidou como uma data tradicional para oferecer descontos em uma alta variedade de produtos. Com isso, muitos clientes já começaram a se organizar para a data. O custo-benefício segue sendo um fator importante, mas, cada vez mais, a experiência durante a jornada de compra tem chamado a atenção. A data promete ser um sucesso e, para garantir os melhores resultados, é preciso investir nas melhores práticas para se destacar da concorrência: Planejamento começa cedo! Uma coisa é certa: para ter bons resultados em qualquer data comercial importante, é preciso planejamento! O primeiro passo para ter uma boa performance durante o evento é ter um planejamento estratégico e com antecedência, garantindo que tudo ocorra como o planejado e que não haja imprevistos lá em novembro. Defina os produtos que serão vendidos, organize o seu estoque, planeje promoções e ações de publicidade, por exemplo. Ofereça uma boa experiência de compra

Disponibilize diversos meios de pagamento Na Black Friday de 2022, o cartão de crédito seguiu sendo o meio de pagamento mais utilizado para comprar durante o evento. Mesmo assim, o pagamento via Pix teve um crescimento exponencial e foi a opção de muitos clientes, assim como o boleto bancário. Segundo o Relatório de Tendências da Zoop, 80% dos consumidores já deixaram de concluir um pedido por não encontrarem o meio de pagamento desejado. Oferecer meios diversos permite que a sua loja alcance mais públicos e facilite a venda dos produtos. Prepare-se e boas vendas! A Black Friday 2023 promete ser uma grande data para o e-commerce. Por isso, invista nessas dicas e construa um relacionamento duradouro com quem compra na sua loja. Espero que essas dicas te ajudem a impulsionar sua loja na data mais esperada do varejo. Boas vendas e até a próxima!

Mayra Gianoni é formada em Relações Públicas pela Unesp e pós-graduada em Gestão de Marketing e Comunicação pela USP. Possui nove anos de experiência em tecnologia para e-commerce, sendo sete deles dedicados ao marketplace. Atualmente, é Head de Marketplace e Experiência do Seller da Americanas, responsável pela experiência e sucesso do seller na Americanas Marketplace.

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UMA ODISSEIA NO ESPAÇO CIBERNÉTICO A inteligência artificial representa um divisor de águas no varejo, que deve aprender a abraçar a nova tecnologia e se reinventar diante das oportunidades humanas e digitais Por Helena Canhoni e Júlia Rondinelli, da Redação do E-Commerce Brasil

I

magine o seguinte cenário: chegar em casa e a porta abrir automaticamente. Dentro de casa, os abajures ao lado do sofá se acendem, a televisão liga no telejornal, a geladeira envia uma mensagem com a lista de compras para a próxima semana. Ou então, quem sabe, você se senta para trabalhar, as luzes do escritório acesas, inicia o navegador e abre um banco de dados com mil linhas; com um simples comando, os números são transferidos, agrupados, tabulados e formatados em um relatório - que sonho ter todo o trabalho pronto em alguns minutos, né? Bom, para tudo isso, basta pedir uma ajuda para a inteligência artificial.

ca imaginou a vida com a Rosie ou com o Jarvas para dar uma ajudinha nas tarefas? A inteligência artificial é uma realidade e, no último ano, o crescimento desse mercado não passou despercebido.

A grande sacada é que esse tipo de futuro não é mais somente realidade no universo dos Jetsons, aquele desenho lá de 1962 sobre uma família que vive no espaço, ou - para os jovens - como a casa do Tony Stark dos Vingadores, de 2008. Até porque quem nun-

Segundo a definição do jornalista Pyr Marcondes, autoridade em publicações para o MIT Technology Review e ex-diretor do Meio & Mensagem, a inteligência artificial é a capacidade de mimetizar a inteligência humana. Essencialmente, isso significa que

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Antes de mais nada, a definição de inteligência artificial não pode ser deixada de lado. Apesar das muitas conversas sobre o assunto, a compreensão exata sobre esse conceito pode não ser clara para todo mundo. Mesmo que possa parecer desnecessário entendê-lo, é na verdade a partir dele que é possível executar e aplicar com maior qualidade e facilidade os benefícios da inteligência artificial ao dia a dia do comércio.


as máquinas “aprendem” a imitar os processos do cérebro humano, como pensamentos complexos e previsão de dados. Mas isso pode ser usado em favor do e-commerce: a velocidade e a capacidade de processamento desses algoritmos podem ser indispensáveis para a evolução do varejo digital. Entretanto, uma pergunta se mantém: como tudo isso apareceu dentro do e-commerce? Uma história de reais e gigabytes Apesar do crescimento acelerado das inteligências, elas não são originais dos dias de hoje. A tecnologia vem sendo um tópico de interesse há muito tempo. Quem lembra de filmes como Metropolis (1927), Blade Runner (1982) ou O Exterminador Implacável (1984)? Essas produções disruptivas são alguns poucos exemplos das discussões sobre a presença tecnológica no mundo. Porém, no comércio eletrônico, não lidamos necessariamente com um robô humanoide executando uma tarefa pré-programada. Existem, sim, aqueles robozinhos virtuais que conversam com o consumidor no canto da tela - os famosos chatbots - ou até mesmo avatares digitais, mas, para o e-commerce, a aplicação da inteligência artificial é responsável, majoritariamente, por algoritmos e aprendizados de máquina automatizados, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM). E tudo isso começou em 1936, com a máquina de Turing (uau!). Lembra daquele filme, O Jogo da Imitação? É a máquina do filme. Mas, para alguns, isso pode não ser tão interessante, então, falando simplificadamente, a IA apareceu realmente no e-commerce em meados dos anos 2000, com a popularização das famosas ferramentas de busca (como Yahoo e Google) operando banners de lojas online, de acordo com a Agência FG.

Ademais, o mercado das IAs, segundo o relatório de pesquisa da Bloomberg Intelligence, tem o potencial de alcançar valores na casa de US$ 1,3 trilhão até 2032. A potência dessas ferramentas dentro do comércio eletrônico apenas começou a ser explorada, sendo um diferencial na economia de tempo e recursos, e permitindo que as empresas se concentrem em atividades estratégicas, conforme explicou Bernardo Martins, CDO na Unidade de Negócios L’Oréal Produtos Profissionais. Funcionalidades da IA, o novo membro da família digital A história da inteligência artificial pode ter começado há alguns anos, mas as ferramentas e aplicações desse recurso são das mais variadas e não deixam de crescer. Pyr Marcondes explica, no artigo ‘A Inteligência Artificial será sempre burra’ (publicado no MIT Technology Review), que um dos grandes diferenciais entre a inteligência cognitiva e a inteligência humana é a memória. É esse aspecto que a torna tão importante para empresas e empreendedores. A partir da capacidade de processamento e armazenamento de informações que a IA é capaz de acelerar as tarefas repetitivas, conforme definiu a Alura, um ecossistema de ensino sobre tecnologia, no artigo ‘Como criar uma inteligência artificial’. As aplicações dessas ferramentas podem ser mais simples do que se imagina, uma vez que não é necessário ser nenhum engenheiro de software para desenvolver ou inserir a IA no dia a dia do e-commerce. Basta pensar nesse modelo como um ajudante muito competente do seu trabalho, pois tudo que lhe for ensinado uma vez continuará a ser executado de maneira correta. Hoje, uma média de 76% dos empreendedores já fazem uso da inteligência artificial em suas empresas, segundo a PWC.

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Através das ferramentas da IA, é possível alcançar uma maior visibilidade acerca das necessidades e expectativas dos consumidores. Em um artigo, Neil Patel, especialista de marketing e cofundador da NP Digital, argumenta que a automatização no comércio eletrônico abrange diferentes possibilidades, como: agendamento de promoções, lançamento de novos produtos simultaneamente a seus anúncios, remoção de produtos sem estoque ou descontinuados, ajustes de preço, aplicação de descontos, monitoramento de compras etc. Reforçando esse posicionamento, Aline Machado, head de e-commerce latam na Henkel Consumer Brands, detalhou que para pequenas e médias empresas “o impacto é especialmente na melhora e otimização de atividades internas que demandam tempo e recursos, além de ajudar em diversos outros pontos, como: melhora no atendimento ao cliente, gestão de estoque, precificação e gestão de demanda”. Ela corrobora ainda a ideia de que a IA não cria nada sozinha e que precisa sempre de um comando humano para funcionar e coletar referências de informações que abastecem sua base de dados. As funcionalidades da IA no comércio eletrônico são como um grande novelo de lã. Aos poucos, pequenos fios vão se soltando e a grande massa de tecido vai afrouxando para que novos desdobramentos dessa ferramenta possam ser trabalhados. Porém, é necessário compreender os desafios atuais que as plataformas e os empreendedores enfrentam na inclusão dessas facilidades. Bernardo ainda esclareceu cinco pontos de atenção acerca da inteligência: custos iniciais altos, competição com grandes varejistas, proteção de dados e privacidade (LGPD), curva de adoção de tecnologia e mudanças na experiência do cliente.

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“A automação excessiva ou a falta de toque humano é uma faca de dois gumes se não for feita com muito cuidado, e pode afetar negativamente a experiência do cliente”, ele salienta. Além disso, de acordo com a pesquisa AI in Retail da Honeywell, que entrevistou cerca de mil diretores de varejo, seis em cada dez varejistas planejam adotar tecnologias de IA. Por conta disso, os cuidados com a implementação da inteligência artificial no e-commerce são cada vez mais necessários. “Tudo tem que ser usado com cautela e atenção, entendendo o verdadeiro objetivo por trás da utilização de cada uma dessas ferramentas e não ser mais um grande modismo interno”, sumarizou Machado. Entretanto, apesar de parecer uma coisa de outro mundo, há uma sequência de passos, detalhada pela executiva, para o desenvolvimento de uma inteligência artificial para o e-commerce: defina o problema - o que deseja resolver -, coleta de dados, limpeza e pré-processamento, treinamento, avaliação, ajuste e por fim implemente o modelo. Um debate que vale a pena ver: livre arbítrio vs. algoritmos Mas, ainda assim, surge mais um questionamento: a inteligência artificial é responsável por todas as escolhas do consumidor? Os banners digitais personalizados, os e-mails automáticos com nomes ou até mesmo os anúncios do Instagram são todos oriundos de um banco de dados com as preferências de cada um? Os donos de e-commerce, assim como seus clientes, estão gradativamente mais preocupados, e conscientes, sobre os conteúdos que circulam no meio digital. Um grande debate acerca da IA como o futuro das segmentações e personalizações é a padronização de escolhas e conteúdos apresentados a um usuário. Isso significa


que as sugestões dos algoritmos sempre serão muito similares aos comportamentos estudados pelos modelos e nada diferente será sugerido. Para Martins, a IA não limita a escolha do consumidor, “mas pode ter um impacto significativo na maneira como ele recebe informações e opções”, uma vez que os algoritmos criam filtros personalizados de acordo com o comportamento de cada usuário. Esses filtros, por sua vez, podem ser responsáveis por “bolhas” de informações alinhadas com suas visões, o que de fato influencia buscas, comportamentos e compras. Marina Rockett, designer e creative technologist da Hogarth Worldwide, apesar de visualizar o movimento ‘bolha’, também acredita no potencial de evolução da inteligência: “no futuro, poderemos ver sistemas de IA que não apenas entendem as preferências do consumidor, mas também introduzem ativamente novidades, garantindo uma experiência equilibrada entre personalização e descoberta”. Daniel Ambrosio, Diretor de Engenharia do Mercado Livre, acredita que a IA, na realidade, amplia as oportunidades e possibilidades de escolha tanto de consumidores quanto de empresas. O executivo entende que toda nova tecnologia gera disrupção, mas também abre portas para o diálogo e novas experiências. Machado não deixou de contribuir sobre o tema, detalhando que hoje acontece uma alfabetização digital dos consumidores. Portanto, é necessário entender como a IA está inserida no cotidiano e o quanto ela influencia comportamentos de compras e ideias. “É preciso que órgãos públicos e empresas de criação de IAs estejam juntos para o desenvolvimento de um ambiente seguro e minimamente controlado”, esclareceu.

Outro ponto primordial para essa discussão é a de que a IA jamais será capaz de substituir a inteligência humana, pois é necessário treiná-la, alimentá-la e informá-la para que desempenhe a sua função. “As máquinas não substituirão o ser humano, uma vez que somente nós temos sentimentos e os usamos para tomada de decisões, para interagir socialmente, bem como para ter criatividade artística e ética”, ela opina. Ok, mas e como colocar em prática? Já vimos até aqui os pormenores da criação e do desenvolvimento saudável de inteligência artificial para o varejo, mas como tirar isso do papel e colocar as mãos à obra? Tanto Machado quanto Rockett se baseiam no argumento de que os empreendedores podem buscar no mercado soluções já existentes e bastante difundidas, como é o caso de chatbots de atendimento, para começar a explorar esse universo. Análises logísticas e de estoque também são funcionalidades já bastante abraçadas pelo e-commerce e cada vez mais acessíveis pelo uso de tecnologias avançadas e personalizadas. Se houver interesse e capital disponível, Rocket recomenda investir na criação de conteúdos digitais: “desde a copy de um site até a arte das postagens e a roteirização dos vídeos”. Já Martins acredita em cinco funcionalidades do varejo que devem se beneficiar enormemente do investimento em inteligência artificial: personalização aprimorada, escala do atendimento ao cliente com assistência visual, otimização de preços e estoques e melhor previsão de demandas. Os impactos da IA são (ou deveriam ser) universais Aline Machado acredita que, independentemente do tamanho da empresa, a aplica-

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ção de novas medidas tecnológicas começa sempre da mesma forma: otimização de tarefas internas que levam tempo e recursos humanos. “Claro que para varejistas de grande porte, devido ao poder de investimento ser muitas vezes maior, o estágio de digitalização e de automação de atividades atinge outro nível”. Segundo a executiva, a inteligência artificial é primordial para melhorar a análise de dados e permitir insights mais detalhados. Por outro lado, Rockett acredita que a popularização da IA é particularmente benéfica para pequenas e médias empresas, uma vez que barateia recursos avançados antes apenas disponíveis para empresas com um alto poder de investimento. “A IA democratizou o acesso a essas ferramentas, permitindo que pequenas empresas ofereçam experiências comparáveis às de gigantes do setor”, ela pontua. “Já para os grandes varejistas, a IA acelera processos, tornando a produção de sites, publicidade, vídeos e outras mídias muito mais eficiente e, por consequência, reduzindo consideravelmente os custos”. De que os efeitos são reais e positivos o leitor já está convencido, mas é importante se perguntar: por quê? Bom, toda novidade precisa ser necessariamente adotada no e-commerce? Para Machado, essa é uma questão de compreender primeiro a demanda que o e-commerce não consegue sanar (como alguma análise, investimento ou otimização) e depois correr atrás de soluções que cumpram tal necessidade. Essa ideia, inclusive, foi reforçada por Martins, que recomenda aos lojistas primeiro olhar para as soluções já existentes antes de criar novas tecnologias dentro de casa (se houver necessidade real para tal).

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Então, primeiro identificar a necessidade e depois, a solução. Tratando de IA, com certeza vai existir alguma solução ou algo que chegue perto. Além disso, ela orienta que um bom começo é investir em capacitação, entender as áreas em que a tecnologia será empregada, bem como os benefícios em médio e longo prazos. “Se a empresa já tem os recursos tanto financeiros quanto pessoas capacitadas e conhecimentos para executar, ou se será necessária a busca por fornecedores especializados”, explica. Rockett complementa que investir do zero na IA pode ser um pouco mais complicado do que adaptar soluções já existentes no mercado. “São necessários vários componentes: primeiro, um claro entendimento do problema que se deseja resolver; segundo, acesso a ferramentas e plataformas de IA adequadas; e terceiro, uma equipe talentosa com habilidades em ciência de dados, engenharia e domínio específico do negócio”. Para ela, um erro comum nesse começo de jornada é acreditar que todo dado é válido, sem considerar qualidade ou relevância da informação para aplicá-lo. O que nos leva de volta à pergunta inicial deste tópico: para que aplicar a IA? Para a executiva, a resposta está no planejamento. O céu é o limite Uma opinião unânime entre os especialistas entrevistados para esta matéria é de que não há volta tanto para o varejo quanto para a sociedade atual depois de abraçar as facilidades da IA. Como explicado, o uso da inteligência artificial não é recente, embora tenha se popularizado com o uso da IA generativa, muito mais fácil de adotar e compreender por parte de usuários sem formação em programação. O que antes ficava restrito aos programadores


e sistemas sofisticados agora está disponível na palma da mão de quem tem um smartphone. Tarefas simples e cotidianas, como redes sociais, bots de atendimento e publicidades online, já estão completamente imersas nesse ecossistema. “Em breve, o uso e a disponibilidade dessas tecnologias estarão cada vez mais intrínsecos à nossa vida e aos nossos afazeres que nem nos daremos conta de que elas existem”, afirma Machado. A executiva entende que a IA pode, inclusive, ajudar a democratizar o acesso da internet e de aparelhos móveis para regiões ainda não contempladas por esse nível de digitalização, mas sem esquecer que esse acesso ainda não é um privilégio universal. De acordo com Martins, é nítido que a tecnologia se torna cada vez mais integrada ao varejo conforme evolui. Experiências cada vez mais híbridas entre o físico e o digital devem se tornar mais comuns com o avanço da IA, bem como a personalização de produtos e a fabricação sob demanda. Outro ponto levantado pelo especialista, porém, é a preocupação com a segurança cibernética, uma vez que a IA deve promover um aumento das transações online ao mesmo passo que novas tecnologias de proteção de dados são desenvolvidas.

minatórios, e que os dados utilizados para treinar os modelos de IA sejam devidamente anonimizados e protegidos”, ela pontua. “A IA é uma dessas tecnologias disruptivas que causam espanto, medo, insegurança, fascínio e todo tipo de sentimento, mas estamos aprendendo a lidar com isso de forma positiva para nos tornarmos ainda mais produtivos e capacitados”, sumariza Ambrosio. “Sabemos que existe um universo de possibilidades para as tecnologias que já usamos hoje, assim como há espaço para novas ferramentas que caminham para um futuro cada vez mais digital, onde segurança, comodidade e agilidade parecem ser os objetivos de muitos produtos e serviços”, conclui.

O papel humano também continuará insubstituível. Ainda mais, segundo Rockett, quando o assunto é empatia, criatividade e tomada de decisões éticas, considerando sua abrangência inclusive como parte da produção de informações e transparência de dados. “Mesmo com a tecnologia assumindo muitas frentes, papéis que requerem interação humana profunda, entendimento contextual e habilidades criativas permanecerão predominantemente humanos. É fundamental garantir que os algoritmos de IA sejam transparentes, justos e não discri-

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//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

FELIPE MENDES

General Manager Latam da GFK

A FRUGALIDADE NO CONSUMO DA GERAÇÃO Z: RAZÕES E IMPLICAÇÕES

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abemos que os jovens adultos, independentemente da geração, enfrentam muitos dilemas. É uma época de formação como cidadão ativo, repleta de “primeiras vezes”: primeiro emprego, primeira casa, primeiro relacionamento estável, primeiros filhos. Essa chegada ao mundo adulto traz inúmeros desejos e necessidades de consumo - igualmente, porém, o poder aquisitivo é reduzido.

a geração Z, e dados de 2014 para analisar a geração Y.

As perguntas que nos fizemos, dentro da GfK, foram: como a geração Z está chegando à vida adulta e, ainda mais importante, quais podem ser as implicações dessas atitudes e valores para o mercado de consumo? Para buscar a resposta, mergulhamos uma equipe no estudo Consumer Life, que acompanha os hábitos e os valores de cidadãos em quase 30 países, há mais de 25 anos.

O contexto vivido pela geração Z e a mudança em suas crenças e valores

Aproveitamos a longevidade do estudo para comprovar uma hipótese bem específica: um jovem adulto de hoje, entre 18 e 26 anos, tem atitudes e valores muito diferentes das de um jovem com a mesma idade, porém da geração Y (millenials)? Como base de análise, utilizamos dados de 2023 para analisar

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O que encontramos foi que temos uma geração com comportamentos potencialmente frugais, e vou explorar neste texto as razões e as implicações para tal, bem como uma proposta para que esse comportamento não se transforme em um pesadelo para as empresas de varejo ou industriais.

Sempre que investigamos o comportamento de gerações, precisamos entender o contexto em que foram forjadas, pois há um impacto muito grande do ambiente geral em seus comportamentos e valores. A geração Z cresceu em um mundo marcado por eventos históricos significativos, incluindo a maior crise do século, de alcance global, que se iniciou como uma questão de saúde, se converteu em uma questão social e até ambiental, e desaguou em uma questão econômica.


Atuou em empresas de bens de consumo, como Phillip Morris, Mondelez e Unilever, no Brasil, Chile e México, até a posição de Diretor de Marketing. Em consultorias de data analytics, como a GfK, vem liderando empresas e unidades de negócio desde 2008, especializando-se em realizar processos de turnaround comercial, operacional e financeiro, bem como integração de empresas adquiridas. Felipe é membro do YPO (Young Presidents Organization) desde 2014 e atua em Conselhos de Empresas e Associações, além de palestrante frequente em eventos de tecnologia, varejo e comércio eletrônico, sendo investidor de startups nesses segmentos.

Esses eventos moldaram sua visão de mundo e suas prioridades e, com isso, eles valorizam a segurança, a proteção da família e o aprendizado muito mais do que os Ys à mesma idade, porém, ao mesmo tempo, reduziram a importância de valores ligados ao “carpe diem”, como diversão, liberdade e até independência.

avanços da inteligência artificial generativa (e o “deep fake”), bem o como a fragilidade das grandes lideranças de opinião (mídia, políticos), o que acaba direcionando a informação para mídias de livre expressão e baixo controle (mídias sociais).

Precisamos recordar que os millennials viveram o que se chamou da época do “Magical Thinking”, da bonança dos anos 90 e 2000, com a queda do Muro de Berlim e a ausência de guerras em países “amigos”, além do crescimento inquestionável do capitalismo e do boom tecnológico, visto quase sem impactos negativos.

Como era de se esperar, forjamos uma geração mais “concreta” e mais pragmática, que valoriza mais a segurança material e que tem até maior ambição, não pelo fato de ganhar mais ou ser rico, mas sim preocupada com ter meios para garantir o seu futuro econômico.

Os Zs vivem ainda uma época de alto questionamento do que é verdade, com alguns estudiosos inclusive dizendo que entraremos na época da “pós-verdade”, em função das possibilidades de se produzir mentira em escala, com alta qualidade, em função dos

O pragmatismo e a praticidade

Outra característica interessante é que a frase “Experiências são mais importante do que posses”, quase que um mantra dos Ys, entre os Zs perde relevância. Além disso, se para os Ys, o que se buscava com as experiências era o prazer, entre os Zs a não posse vem quase que por necessidade,

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e a experiência tem mais cara de “quero ter acesso de vez em quando”.

mática é a sexta, sendo que os Ys as colocam na 11ª e nona posição, atualmente.

Outro elemento interessante é que, quando perguntamos em 2023 aos Zs e Ys atuais, vemos que os Zs estão mais preocupados no geral. A “desigualdade no meu país” é uma preocupação para 22% dos Zs, enquanto que para os Ys é de 16%. É a quarta maior preocupação dos Zs, mas “apenas” a oitava dos Ys. Ainda em base a dados de 2023, perguntamos se estavam preocupados com “ter dinheiro suficiente para pagar suas contas” a Zs e Ys, e vimos 40% nos primeiros e 34% nos últimos.

No entanto, se para os Ys as empresas que atuavam de maneira responsável eram premiadas, para os Zs as que não o fazem devem ser punidas. Não é mais um diferencial, mas um fator “higiênico”, esperado, que as empresas atuem de maneira intencional e ativa nessas questões.

A preocupação com o futuro e a consequente onda de nostalgia Em linha com essa preocupação, perguntamos aos Ys em 2014 e aos Zs em 2023, sobre “sua confiança no seu futuro econômico”. O que vimos é que 26% dos Zs estão pessimistas hoje, enquanto que apenas 18% dos Ys estavam com esse pensamento em 2014. Apenas 8% dos Zs consideram que “agora é um bom momento para se comprar “, sendo que outros 65% dizem que “é momento para se esperar”. Essa “decepção com aquilo que ainda não vivemos” se transforma, no melhor dos casos, em uma onda de nostalgia, a qual ironicamente se torna viral pela mídia social símbolo dessa geração, o TikTok. Jovens nostálgicos querendo saber o que é a Barbie e se divertindo com séries antigas é o que vemos em vários lares como uma espécie de fuga de um futuro incerto. Uma nova consciência ambiental e social A geração Z segue preocupada com questões ambientais: a poluição ambiental é sua oitava maior preocupação e a mudança cli-

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Comparando os jovens adultos de hoje com os de 2014, observamos que 71% consideram hoje que “as marcas precisam ser ambientalmente corretas”, número que era de 59% há dez anos. Há igualmente um maior incômodo em relação a não se considerar “culpado” quando agem de forma ecologicamente correta, porém o fato é que 49% consideram os produtos ambientalmente corretos muito caros. Isso gera frustração e um senso de responsabilização das marcas, por não deixá-los cumprir o seu dever como cidadãos. Outra fonte de frustração é que seus hábitos diários não ajudam muito, e eles sabem disso: comparando com as outras três gerações (Ys, Xs e baby boomers), os Zs são os que menos afirmam reciclar, economizar água e energia, além de comprar somente o necessário para reduzir o desperdício. Nossas análises e evidências empíricas indicam que essa sensação vem muito mais das altas expectativas que essa geração tem com a questão ambiental do que necessariamente de uma menor prática dessas atividades. Do outro lado, há uma completa revisão dos papéis sociais e até do “amor”. Perguntados sobre a importância do romance, apenas 46% dos Zs o consideraram importante, contra 61% dos Ys, quando tinham a mesma idade. Com isso, a estabilidade nos relacionamentos pessoais, que era importante


para 79% dos Ys em 2014, hoje é importante para 72% dos Zs.

em casa”, enquanto que apenas 49% dos Ys assim o declaravam.

Pragmatismo no amor e menos fantasia ou conceitos tradicionais são igualmente observados. Quando perguntados sobre a importância de “papéis tradicionais de gênero”, apenas 29% dos Zs os consideram relevantes, enquanto 42% dos Ys ainda o consideravam há dez anos. O valor da “tradição”, no geral, também caiu cinco pontos na importância de uma geração para outra, enquanto que a “tolerância social” e a “responsabilidade social” cresceram, ambas, cinco pontos. A “igualdade”, como valor pessoal, aumentou ainda mais: nove pontos nessa geração vs a anterior, quando tinham a mesma idade.

Ainda sobre a questão do equilíbrio, a relação com a aparência também sofreu mudanças importantes. Perguntados se a “aparência como sinônimo de bem-estar” era um valor para eles, 50% dos Zs concordaram, um crescimento de nove pontos percentuais vs os Ys de 2014. Porém, “estar bonito” como um valor pessoal reduziu de 51% nos jovens Ys para 44% nos Zs. Isso significa que toda a discussão sobre “beleza interior” tem gerado mudanças efetivas nas crenças dos jovens. Novamente, isso é ótimo como sociedade, mas sabemos que para as indústrias de produtos de beleza pode ser uma má notícia a médio prazo.

A busca de equilíbrio na vida em diversos aspectos A “saúde e o bem-estar” são uma prioridade para a geração Z, segundo 78% dos jovens adultos de hoje. A mesma prioridade se reflete no “equilíbrio entre vida pessoal e trabalho”. Ambos os conceitos estão valorizados quase dez pontos percentuais a mais hoje, quando comparados aos Ys de 2014. Se pensarmos que há condições econômicas mais difíceis hoje, mas que, ao mesmo tempo, esses jovens querem ter uma vida mais equilibrada, é de se assumir que precisarão de um estilo de vida mais frugal, com menor nível de gastos. Parte da solução pode ser a de viver por mais tempo com os pais, tendência que observamos ser crescente no Brasil. De fato, o “lar” ganhou uma nova relevância para essa geração durante a pandemia, já que em muitos casos as famílias investiram em melhorias da casa, muitas delas com o objetivo de entreter os adolescentes e jovens “presos em casa”. O resultado disso é que 58% dos Zs declaram “gostar de passar tempo livre

Outro ângulo, mais positivo, é que a juventude Z está valorizando ainda mais a simplicidade, no geral. Ao serem perguntados se “buscam maneiras de simplificar a vida”, 61% declararam que sim, um crescimento de dez pontos percentuais vs os Ys. Isso pode gerar oportunidades para serviços e produtos que cumpram com essa expectativa, mas também é um desafio para empresas com processos de compra ou uso que apresentem atritos na jornada. Os processos de compra são mais exigentes e informados Se você chegou até aqui, já poderá antecipar que conseguir tirar dinheiro do bolso do jovem Z não será fácil. No estudo Consumer Life de 2023, pudemos observar que 38% dos Zs dizem que “ter menos opções facilita minha escolha de compra” - maior do que os 34% do Ys. Já 41% dos Zs afirmaram que “facilidade de compra é um fator extremamente importante para a compra”, dois pontos percentuais a mais do que os Ys. Ambas as declarações indicam o desejo de um processo simples, o que é bastante interessante

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para o comprador, mas não necessariamente para o e-commerce, que muitas vezes quer que o comprador se inspire em sua jornada e busque produtos e categorias de maior margem ou não previstas. Em base à toda informação que já dividi com vocês, levantamos uma nova linha de análise, relacionada a processos efetivos de compra. Nossa hipótese é de que seria muito mais bem informada e ainda mais “digitalizada”. Para investigar isso, utilizamos dados de um estudo chamado gfknewron Consumer, que monitora toda a jornada de compras recente de eletroeletrônicos no Brasil. Esse estudo se divide entre a fase de pesquisa ou busca de informação e o processo de compra efetivo. Em função de o público da revista ter maior interesse em compras no e-commerce, decidimos iniciar analisando o processo de pesquisa/busca de informação daqueles que efetivamente compraram no online. O que observamos é que 33% dos Zs fizeram jornadas "figital" (uma combinação de físico e digital) e 15% fizeram apenas jornadas “100% offline”, mesmo que a compra tenha sido no e-commerce. Esse comportamento “100% online” é quatro pontos percentuais mais alto do que o dos Ys, o que indica que, apesar de ser uma geração absolutamente “digitalizada”, a interação com o mundo físico ainda traz algo de segurança (inclusive mais do que para os Ys). Já aprendemos o porquê da necessidade de segurança na compra e sabemos que ter boas informações ajuda muito a cumprir com essa necessidade. Algo interessante nesse sentido é que os Zs gastam mais tempo na pesquisa “online” do que os Ys, uma vez que 35% investem três horas ou mais nesse processo, enquanto que apenas 27% dos Ys tomam o mesmo tempo.

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Agora o elemento mais interessante da jornada de pesquisa e busca digital entre os Zs é que ela ocorre com mais intensidade na mídia social, sendo que os Ys têm um hábito comparativamente mais ativo em sites de busca, de verificação de preço ou mesmo de varejistas. Isso demonstra que a “mídia social” é cada vez mais “mídia” no sentido mais amplo, ou seja, um local que acesso para me informar sobre tudo. Mas não apenas isso: esse local que acesso para conhecimento começa a ser visto como local de compra. No estudo Consumer Life de 2023, perguntamos onde as pessoas fizeram a sua última compra, e 15% dos Zs declararam ter feito em “mídias sociais”, contra apenas 10% dos Ys. É pouco em termos percentuais, mas é 50% a mais se pensamos na relação 15% vs 10%. O interessante é que 56% dos Zs julgam a compra nas redes sociais divertida, os mesmos 56% as consideram importantes na hora da tomada da decisão de compra e, o mais relevante, 42% acreditam que nas redes sociais aparecem os produtos mais adequados para eles. Ou seja, encontram simplificação, segurança e praticidade, tudo aquilo o que buscam. Voltamos ao estudo gfknewron Consumer, porque quisemos entender, entre todos os compradores, como estava dividida a compra efetiva entre online e offline. Confesso que o resultado nos surpreendeu, pois enquanto 38% dos Ys compraram online, esse número entre os Zs foi de “apenas” 30%. Isso mesmo, a geração Z chega à idade adulta comprando menos online do que os seus antecessores. Perguntamos então aos Zs quais foram as razões para terem comprado no e-commerce ou em lojas físicas. O que vimos foi que a principal vantagem para o e-commerce


foram os aspectos relacionados à logística (entrega rápida ou grátis), porém nos fatores de “inspiração” (facilidade de encontrar produtos, facilidade de comparar, gama de produtos), a vantagem do e-commerce é mínima. Relembrando estudos anteriores, essa era uma vantagem do mundo online, mas que, por alguma razão a perdemos, tornando a compra ainda mais comparada, racional, mecânica. Como gerar negócios com consumidores frugais Não parece que teremos uma geração com tanto apetite às compras e, além disso, quando fizerem as suas jornadas, buscarão muita informação e irão às lojas físicas sem problemas. Esse cenário é preocupante, pois se “apenas” atendermos ao que querem, não conseguiremos mudar essa tendência de comportamento. A nossa visão é de que precisaremos voltar a encantar esse potencial comprador, e identificamos cinco grandes áreas de trabalho: 1) Entregar informação útil no processo de compra: conte sobre sua estratégia de fornecedores, informe qual o impacto daquele produto no meio ambiente, apresente diferenciais claros e inteligíveis de performance de cada opção, leve o consumidor a “reviews” de pessoas comuns ou micro/ nanoinfluenciadores; 2) Avalie qualquer possibilidade de oferecer “circularidade”: pode ser através de aluguel em vez de compras, de oferta de reparos com garantia, oportunidades de trocas incentivadas, ou mesmo revenda de produtos de segunda mão;

seguro para perda de emprego, mas também uma entrega com hora marcada ou preço fixo nas primeiras revisões; 4) Ressignifique a sua participação em redes sociais: desafie o seu marketing ou a sua agência a pensar em criar, alimentar ou apenas participar de comunidades, buscando uma relação de mão dupla, um local onde mais se aprende, escuta e gera “nudges” do que se fala ou se promove ativamente sua marca. Essa comunidade deve ser um local para informação, não transação, mas deve ter um caminho para compra, se assim quiser o consumidor; 5) Lute, com todas as suas forças e até se unindo a concorrentes (“coopetição”), contra a atitude frugal, mecânica, sem emoção no processo de compra no e-commerce. Para isso, avalie oportunidades de inovação em mídia (em seus domínios ou em outros) para gerar discussão nas redes sociais. Esteja sempre aberto a trazer categorias sedutoras, de marcas desejadas, para se posicionar como um local que oferece inovação e inspiração. Avalie ainda modelos alternativos e inovadores de vendas, como compra por assinatura ou mesmo “pay for use”. Há uma frase conhecida do Alan Kay, um gênio do mundo da tecnologia, que se aplica ao que aprendemos com esse cenário: “a melhor forma de se prever o futuro é inventá-lo”. Ainda temos tempo para criar novos padrões de consumo ou formas de satisfazê-lo, mas precisamos agir já e de maneira decisiva.

3) Proponha alternativas de segurança e previsibilidade no pós-compra: pode ser desde um seguro do produto ou mesmo um

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//TENDÊNCIA

O BRASIL AINDA É UM CAMPO ABERTO PARA O COMÉRCIO ONLINE

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América Latina se posiciona cada vez mais como um dos principais mercados globais para vendas online, especialmente o Brasil, devido à sua vasta população e à rápida expansão da conectividade digital no país. Segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o comércio eletrônico cresceu 5% no Brasil no último ano, chegando a quase R$ 170 bilhões em 2022. A previsão é de que o canal continue crescendo e chegue a R$ 186 bilhões em 2023 e a R$ 273 bilhões em 2027. O comércio online não se limita aos grandes varejistas. Complementando essa visão com uma lupa nos pequenos e médios empreendedores digitais, um levantamento da Nuvemshop apurou crescimento de 25% no faturamento desse segmento somente no primeiro semestre de 2023, com uma movimentação de R$ 1,5 bilhão.

Além disso, estruturalmente, essa tese é reforçada a longo prazo, com fatores como o crescente acesso à internet no Brasil, aproximando-se do nível de economias desenvolvidas, bem como a adoção do 5G e maior aquisição de smartphones. Somado a isso, mais consumidores estão aderindo às compras online: enquanto lojas físicas tradicionais expandem sua atuação para canais digitais, a penetração das lojas online cresceu em níveis superiores à tendência histórica. A participação do e-commerce no varejo passou de 1% para 12% no país na última década, sendo o maior aumento nos últimos três anos. Há muita oportunidade nos terrenos online, porém, como em todo mercado, existem fatores que podem tornar o ambiente de negócios mais desafiador de uma forma

GUILHERME PEDROSO Country Manager da Nuvemshop

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geral. No Brasil, podemos citar a carga tributária, a burocracia ao empreendedorismo e a logística. Nesse ponto, a tecnologia se mostra grande aliada para reduzir as barreiras e facilitar a rotina do empreendedor. Hoje, já vemos exemplos de automatizações e inteligência artificial sendo utilizadas com muito sucesso no varejo online, como o uso de vitrines inteligentes com recomendação de produto ao usuário. Soluções de frete mais eficientes, implementadas de forma nativa ao e-commerce, com centros de distribuição estrategicamente localizados e parcerias com transportadoras e Correios, melhoram os entraves na logística. Vemos cada vez mais o custo de frete e o tempo de entrega diminuindo nos últimos anos. Outro fator desafiador para os lojistas é o abandono de carrinhos, que podem ser recuperados com a utilização de conteúdos personalizados por e-mail marketing, juntamente com a melhora da usabilidade do site e a otimização do checkout, oferecendo opções mais rápidas para finalizar a compra. Outras estratégias são o atendimento 24 horas e personalizado por meio de chatbots integrados automaticamente às lojas e às redes sociais. E, aqui, vale um destaque para as redes sociais. O Brasil tem o terceiro maior comércio em redes sociais do mundo. Em menos de duas décadas, usuários de internet na América Latina saltaram de 3% para 60% da população. O país também é o mais co-

nectado nas redes sociais em toda a América Latina, com mais de 88% da população usando plataformas como Instagram, YouTube, Facebook e WhatsApp, sendo esse último o de maior destaque, usado por 85% dos brasileiros, segundo a Comscore. O TikTok aparece na sequência, já com mais de 80 milhões de usuários. As vendas digitais aliadas às redes sociais já são uma realidade. Porém, para os próximos anos, há um potencial relevante de crescimento para o uso ainda maior de automatizações e inteligência artificial no e-commerce - por exemplo, comandos de voz e recursos de mensagem, tecnologias que auxiliam relacionamentos mais fluidos e naturais com o consumidor. A chave para encontrar espaço no comércio eletrônico brasileiro não se relaciona, portanto, a apenas preço e custo, mas sim a compreender profundamente as necessidades dos clientes e encontrar maneiras de atendê-los de forma diferenciada de acordo com as preferências do consumidor atual, assim como entender as mudanças sociais e econômicas que a sociedade brasileira atravessa. Apesar dos desafios, com planejamento adequado, estratégia sólida e execução eficiente, é possível superá-los e ter sucesso no e-commerce brasileiro. O conhecimento do mercado local, a adaptabilidade e o foco na experiência do cliente são fatores fundamentais para enfrentar esses desafios de forma eficaz. Afinal, espaço há, é preciso ter estratégia.

Guilherme Pedroso é Country Manager da Nuvemshop no Brasil. Tem mais de uma década de experiência à frente de projetos de crescimento em indústrias orientadas ao consumidor, além de contar com uma graduação em engenharia pela Poli-USP e um MBA pelo MIT Sloan School of Management.

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PEDRO PADIS

Executive Director of Growth at ADVENTURES.INC

O ESG VERSUS O MERCADO ASIÁTICO

N

os últimos anos, vimos uma invasão dos marketplaces chineses no Brasil. Muitas opiniões alegam ser uma concorrência desleal pela isenção fiscal aos produtos de menor valor. Mas o fato é que esse fenômeno vai muito além. Mais do que preços competitivos, esse modelo de negócio, mesmo do outro lado do mundo, consegue entregar diferenciais em comparação às operações nacionais. Um dos principais diferenciais é a eficiência logística. Com um custo muitas vezes mais barato, a entrega acontece em tempo recorde. Em apenas alguns dias os produtos já estão na sua casa. Além disso, a infinidade de ofertas que esses marketplaces conseguem agregar em seu sortimento é fantástica, podendo encontrar praticamente qualquer coisa que se necessite (ou eventualmente nem necessite!). Aí, sim, é nesse ponto que a competitividade de preço faz a diferença. Ela consegue fazer com que os consumidores agreguem ao seu carrinho mais e mais produtos, além dos itens que os levaram até o site. Isso porque os custos são tão mais competitivos que o usuário se

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arrisca a trazer produtos que não estejam nas suas necessidades de compra, ou melhor, que até tinha pensado em comprar, mas que nacionalmente havia, no preço, uma barreira. Nesse ponto, trazer inovação ao mercado brasileiro também se tornou mais difícil e mais caro. Muitos comentam que a Polishop não conseguiu se atualizar e acompanhar as transformações digitais. Na minha visão, ela perdeu o espírito inovador frente aos cacarecos advindos do outro lado do mundo. Uma empresa que criou o conceito da Air-fryer, conseguindo vender itens muitas vezes três vezes mais caros do que os concorrentes chineses similares, perdeu sua vitalidade para trazer inovações com receio de que cópias rapidamente ocupassem seu lugar. De acordo com a Ebit/Nielsen, as classes de maior renda (média e alta) são os principais alavancadores dessas operações, e, na última pesquisa do grupo, mais de 72% dos consumidores se mostraram dispostos


Atuando desde 2010 com mercado digital, e-commerce e omnichannel, Pedro Padis é Diretor Executive de Growth na Adventures.INC. Com histórico de head de e-commerce do Grupo Aste, coordenou grandes operações de marcas globais como New Balance, Kipling e Diesel. Ainda traz denso background em varejo, tendo passagens pelo Dia e Walmart.

a aumentar a frequência de compra desses marketplaces. Se olharmos apenas para o fator concorrência, esse indicador deveria ser favorável ao mercado, incentivando a livre concorrência, forçando uma melhora na eficiência operacional e melhorando a experiência do consumidor como um todo. Entretanto, se olharmos para os fatores de responsabilidade social, ambiental e transparência, isso pode nos levar à beira de um abismo. Falando em transparência de dados, já nos deparamos com diversos casos aqui no Brasil sobre empresas que mascararam dados, o que levou essas empresas à bancarrota. Rapidamente, podemos citar Americanas,

Via Varejo, Marisa, Amaro, Livraria Cultura, Westwing, entre outras que não aguentaram essa guerra e estão em sérias dificuldades. Contudo, quando olhamos para os outros dois pilares do ESG, o cenário pode ser ainda pior. O último dia 2 de agosto marcou o esgotamento dos recursos naturais do planeta Terra. Isso quer dizer que, a partir dessa data, o planeta não consegue repor os recursos naturais consumidos pela população. De maneira global, consumimos 1,7 vezes o que a natureza pode nos fornecer anualmente. O Brasil e o México, dentre os países de maior PIB do mundo, são os únicos que conseguem ficar abaixo desse índice, como é possível ver no quadro abaixo:

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Do lado do leste europeu, apenas a Indonésia tem um desempenho que nos chama atenção pelo lado positivo. Por outro lado, praticamente em toda a Europa ocidental e na América do Norte, onde se concentra grande parte do PIB mundial, o consumo está bem acima da média, tendo a China com dois meses de defasagem em relação à média mundial e a Coreia do Sul consumindo seus recursos em um trimestre do ano - países que são consumidores ferrenhos de crédito de carbono para tentar equilibrar seu balanço ecológico. De maneira geral, essa deveria ser uma briga global. As barreiras de consumo deveriam ser trabalhadas sobre o impacto que isso provoca ao longo do tempo. O aço chinês é sempre um bom exemplo disso - desde a extração de ferro aqui no Brasil até a volta com aço, o preço se torna aproximadamente 40 vezes maior. Alguns fundos, como o pioneiro BlackRock, na defesa dos recursos naturais, tirando quase meio bilhão de dólares há aproximadamente quatro anos, mudaram sua posição ao afirmar que CEOs estão se tornando ativistas do ESG e que isso pode prejudicar a geração de valor para os acionistas. De forma geral, isso já bastaria para repensarmos nossa relação de consumo com fornecedores que ultrapassem de longe essa marca global, mas essa questão chama ainda mais atenção quando pensamos no pilar de sustentabilidade social do ESG. Isso porque, além dos impactos sociais já trazerem o que chamamos de injustiça socioambiental, devido aos eventos extremos na terra terem mais impactos em regiões menos favorecidas do globo, o leste asiático é campeão em suspeitas de trabalhos análogos à escravidão e trabalhos forçados com grandes jornadas, além do trabalho infantil.

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Empresas globais, como muitas do ramo de confecção, além de quase todas as de eletrônicos, adotam discursos a favor do ESG, mas mantêm grande parte de suas produções naquela região. Do lado dos consumidores, a geração Y, que prega ativamente o consumo consciente e a racionalização na hora da compra, se vê seduzida pelos preços e pelas ofertas de produto, acreditando que produtos mais caros estão apenas explorando o valor da marca e seus trabalhadores. Esse é o público que mais procura por produtos dos três principais marketplaces atuantes no Brasil. Ou seja, apesar de os consumidores exigirem que as empresas tornem obrigatórias a adoção de políticas de ESG, eles ainda não se veem como parte do processo de evolução e não assumem essa responsabilidade na hora do consumo. Quantas vezes antes de comprar uma mercadoria você pesquisou qual a origem do produto, seus fornecedores, suas referências e seu comprometimento socioambiental? Está na hora de escolhermos um caminho e pagar o preço por isso. Não estou sugerindo qualquer escolha, apenas alertando que vivemos um conflito importante para a evolução do varejo e, consequentemente, para o mercado digital. Só não podemos apenas fechar os olhos e dizer que a culpa também não é nossa.


Busca de fornecedores

Controle de qualidade

Simulação de custos

Auditoria de fábrica

Cases de sucesso:

MATRIZ BRASIL – SANTOS +55 (13) 3301-6030 Rua Alexandre Herculano 197, 5° andar - Gonzaga Santos, SP - CEP 11050-030

UNIDADE ITAJAÍ +55 (47) 2122-5336 Rua Uruguai 223, Sala 1405A - Centro Itajaí, SC - CEP 88302-203

UNIDADE CURITIBA +55 (47) 9634-9222 Av. Cândido de Abreu, 776 – Centro Cívico Curitiba, PR - CEP 80530-000

MATRIZ CHINA – SHENZHEN +86 755 2361-4500 C3308 Huang Square, Binghe Avenue Futian Shenzhen – 518010

UNIDADE HONG KONG +86 852 8326-2548 Room 747, 7/F, Star House, 3 Salisbury Road, Tsim Shatsui, Hong Kong

UNIDADE NINGBO +86 574 2289-4878 7A, Tianyi Square, Haishu Zhejiang Ningbo – 315010

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//LEITURA EM DIA

DICAS DE LEITURA Por Margarete Bonafé Assistente de curadoria do E-Commerce Brasil margarete.bonafe@ecommercebrasil.com.br ANTIFRÁGIL: COISAS QUE SE BENEFICIAM COM O CAOS - NASSIM NICHOLAS TALEB

“...Em Antifrágil, o autor confere um novo conceito à incerteza, tornando-a desejável e até mesmo necessária. Assim como ficamos fisicamente mais fortes quando submetidos à tensão, muitas coisas se beneficiam do estresse, da desordem e da volatilidade. O que Taleb identificou e chama de antifrágil não só tira proveito do caos, como precisa dele para sobreviver e florescer. O antifrágil está além do resiliente e do robusto. Estes resistem a choques e permanecem os mesmos; o antifrágil, por sua vez, se torna cada vez melhor...”

O LIVRO DO CLIMA - GRETA THUNBERG

“...Em O livro do clima, Greta Thunberg reuniu mais de cem especialistas - geofísicos, oceanógrafos e meteorologistas, engenheiros, economistas e matemáticos, historiadores, filósofos e líderes indígenas -, que fornecem o conhecimento necessário para combater o desastre climático. Ao lado deles, ela compartilha suas histórias de protesto e de como descobriu táticas falsamente sustentáveis (“greenwashing”) em todo o mundo, revelando que o problema era muito mais grave do que imaginávamos...”.

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DESMARKETIZE-SE: O NOVO MARKETING NÃO PARECE MARKETING - JOÃO BRANCO

“...Para trazer um novo olhar ao universo do marketing, João Branco, autor best-seller e um dos maiores marketeiros do Brasil, compartilha em Desmarketize-se toda a experiência que adquiriu em mais de 25 anos de carreira em diversas marcas e mercados. Aqui, João traz um fôlego extra para aqueles que têm metas de vendas e já não sabem mais como atrair consumidores em um mundo que muda tanto. Então este é um livro para marketeiros? Sim e não!...”

TRADER OU INVESTIDOR?: APRENDA A INVESTIR NA BOLSA SEM CAIR NAS ARMADILHAS DOS VIESES COMPORTAMENTAIS - FERNANDO CHAGUE E BRUNO GIOVANNETTI

“...Economistas renomados, com foco no comportamento dos investidores no mercado de ações, Bruno Giovannetti e Fernando Chague desenvolveram um trabalho pioneiro sobre a natureza dos equívocos que as pessoas físicas cometem ao começar a investir. Com linguagem clara e direta, Trader ou Investidor? apresenta o resultado dessa pesquisa, mostrando através de gráficos e muitos exemplos como os investidores, sejam eles iniciantes ou mais experientes, podem aumentar significativamente a chance de sucesso. Com base em dados minuciosos e nas pesquisas mais recentes de psicologia, finanças e economia, este livro é um guia essencial para quem deseja investir com inteligência e montar uma carteira que permita arriscar com segurança financeira em longo prazo.”

Fonte: Amazon.com

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//DROPS DO MERCADO OFERECIMENTO

AMERICANAS Marketplace | www.americanasmarketplace.com.br

A Americanas Marketplace soma vitrines para você multiplicar. Nossa plataforma possibilita que parceiros vendam em quatro das maiores marcas da América Latina - a Americanas, a Americanas Empresas, o Submarino e o Shoptime -, que, juntas, recebem mais de um bilhão de visitas de 49 milhões de clientes. Aqui tem espaço para lojistas de todos os tamanhos, segmentos e experiências! Além disso, oferecemos soluções completas para impulsionar seu potencial: são serviços de crédito, publicidade, logística e conteúdos exclusivos em todos os formatos que levarão seu negócio cada vez mais longe.

Americanas acelera o faturamento de lojistas parceiros com repasse semanal A Americanas segue comprometida em levar negócios mais longe e reforçar seu propósito de estar ao lado dos parceiros. Agora, a plataforma lançou o repasse semanal, que acelera o faturamento dos lojistas e abre portas para o crescimento de suas operações. Com o repasse semanal, os parceiros podem garantir o pagamento pelas suas vendas em quatro datas fixas no mês. Eles recebem com mais rapidez e otimizam o fluxo de caixa dos seus negócios, podendo investir em estoque e outras necessidades da operação, ao mesmo tempo que têm um maior controle das suas finanças. Quer saber mais sobre essa novidade? Acesse: https://venda.americanasmarketplace.com.br/ repasse-semanal-23/.

Infracommerce | https://www.infracommerce.com.br/

A Infracommerce é pioneira e líder em Full Commerce. É o maior ecossistema independente e integrado que combina tecnologia, serviços e infraestrutura para digitalizar canais de vendas. A companhia entende a estratégia dos clientes e operacionaliza soluções completas e modulares para garantir que eles entreguem a melhor experiência aos seus consumidores. Presente, também, no México, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Argentina e mais de 4.000 funcionários. Desde maio de 2021, está listada na Bolsa de Valores como:“IFCM3”.

Personalize a entrega de seus produtos mirando em vendas mais altas A logística personalizada representa uma abordagem inovadora no cenário empresarial atual. E o segundo semestre possui, ainda, datas importantes para as marcas: Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Que tal personalizar sua operação logística e atrair mais clientes/compras? Você pode incluir brindes, mensagens, fazer combos de produtos e ter a mesma agilidade e eficiência em suas entregas. A operação logística personalizada da Infracommerce proporciona tudo isso para sua marca. Acredite, isso resulta não apenas em maior satisfação do seu cliente, mas em uma experiência incrível e um processo de fidelização e recompra garantidos!

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Magazine Luiza | www.magazineluiza.com.br/

O Magalu é o maior ecossistema para comprar e vender no Brasil, uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano. Desde maio de 2011, a companhia é listada no Novo Mercado da B3. Nos últimos anos, fez diversas aquisições, consolidando sua presença nacional. Além de 1.400 lojas em 21 estados do país, o Magalu conta com mais cinco marcas online: Netshoes, Zattini, Shoestock, Época Cosméticos e Estante Virtual - além de milhares de sellers em seu marketplace, a plataforma de delivery AiQFome e um SuperApp com quase 38 milhões de usuários ativos.

Magalu lança seu programa de mentoria coletiva A iniciativa é uma oportunidade para parceiros receberem uma avaliação de suas lojas. Durante a mentoria, que acontece ao vivo, especialistas do Magalu analisam critérios como qualidade de cadastro de produtos, nome, imagens, vídeos, descrições, fichas técnicas, participação de promoções, logística e outros detalhes importantes para a operação de vendas no marketplace. Os mentorados recebem dicas de aprimoramento em tempo real e têm a possibilidade de esclarecerem dúvidas e interagirem com outros participantes, também vendedores do Magalu.

Nuvemshop | www.nuvemshop.com.br/

A Nuvemshop é a plataforma de e-commerce líder na América Latina e tem o compromisso de potencializar e motivar todos os empreendedores a transformarem seus sonhos em histórias que transcendam. Com mais de 100 mil lojas, integra produtos, pagamentos, envios e disponibiliza de um ecossistema com mais de mil parceiros, como Facebook, Instagram, marketplaces e lojas físicas. Atualmente, a companhia tem mais de mil colaboradores e escritórios no Brasil, México, Argentina e Colômbia.

Pagar.me | https://pagar.me/

O Pagar.me é uma plataforma de serviços financeiros digitais que possibilita ao seu e-commerce aceitar cartão de crédito, boleto bancário, voucher online e Pix com segurança e transparência. Sua tecnologia proprietária entrega estabilidade e as mais altas taxas de conversão de pagamentos. Além de ferramentas voltadas para o aumento das suas vendas, como Compra Com Um Clique e Retentativa de Pagamentos e, ainda, um suporte 100% humano para fazer o seu negócio crescer!

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//DROPS DO MERCADO

Admitad | https://www.admitad.com/pt/

A Admitad é uma empresa líder global que fornece soluções inovadoras de marketing de performance, com sede em Neckarsulm, Alemanha. A empresa oferece um conjunto de ferramentas e serviços para anunciantes, afiliados e influenciadores de todos os tamanhos para ajudá-los a expandir seus negócios globalmente e aumentar as receitas com parcerias estratégicas.

Potencializando resultados no e-commerce Com mais de 14 anos de experiência e uma abordagem inovadora, a Admitad se destaca ao oferecer um ambiente colaborativo que conecta anunciantes e afiliados em uma parceria estratégica. Sua plataforma proporciona aos lojistas anunciantes uma maneira eficiente e transparente de promover produtos e serviços, alcançando novas audiências e grandes resultados. Com a Admitad, aumente sua performance de forma sustentável no competitivo universo do e-commerce. Aproveite essa oportunidade para maximizar seu potencial e alcançar o sucesso desejado!

Adyen | www.adyen.com/pt_BR/

A Adyen é a plataforma de pagamentos escolhida por muitas das principais empresas do mundo, fornecendo infraestrutura moderna ponta a ponta para eliminar barreiras e entregar a melhor experiência de compras para o consumidor, em qualquer canal. Adyen integra processamento, antifraude e adquirência, e abre a “caixa preta” de insights de dados para levar maiores taxas de conversão às empresas. Com escritórios em todo o mundo, a Adyen atende clientes como Uber, 99, Cabify, Magazine Luiza, Netshoes, Dafiti, Amaro e Azul Linhas Aéreas, impactando mais de 50 milhões de consumidores no Brasil.

Awin | www.awin.com/br

Com vinte anos de experiência, nossa rede oferece uma comunidade global de pessoas, tecnologia e insights de business intelligence. Não importa que tipo de parceiro, nível de serviço ou ferramentas seu negócio precise, a Awin fornece soluções para impulsionar o crescimento sustentável. Parte dos Grupos Axel Springer e United Internet, com ShareASale e Commission Factory, a rede global de afiliados da Awin é composta por 15 escritórios em todo o mundo, mais de mil funcionários, 225.000 afiliados contribuintes e 16.500 anunciantes.

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Bling | https://www.bling.com.br/home

O Bling é um sistema de gestão ERP online que auxilia o pequeno e médio empreendedor nas rotinas do seu negócio. Por meio de automações e integrações, descomplica a emissão de notas fiscais, boletos, controle de estoque, até a venda online em e-commerces ou marketplaces. A empresa segue em expansão com a melhoria de funcionalidades e criação de novas soluções, como a Bling Conta: conta digital que opera integrada ao sistema ERP. Já pensou em controlar todo o processo de venda dos seus canais em um só lugar, além de gerir o fluxo financeiro e até pagar contas? Com o Bling é possível!

Descubra de uma vez por todas qual é o seu produto mais lucrativo e aquele que não te dá tanto retorno assim Com o Relatório de Curva ABC do Bling, você consegue gerar de forma automática diversas informações para categorizar seus produtos, clientes ou projetos de acordo com a relevância e o impacto no seu negócio. Com apenas um clique, o Bling faz todo o ranqueamento dos seus produtos de acordo com a venda no período determinado por você, e assim você consegue criar estratégias para tornar a sua empresa mais eficiente, focar na geração de receita, evitar desperdício ou produtos parados no estoque, facilitando a sua rotina empreendedora e tornando a sua visão mais estratégica.

China Link Trading | https://www.chinalink.info

A China Link Trading é a maior consultoria de importação do Brasil: nosso foco é importar com segurança, agilidade e excelência da China, atendendo empresas de pequeno, médio e grande porte que buscam aumentar seus lucros. A empresa conta com escritórios no Brasil e China, o que garante controle de qualidade, compreensão do mercado interno e melhores possibilidades de negócio. A estrutura operacional da empresa possibilita atender diversas demandas e múltiplos clientes, como negócios já bem estruturados e também aqueles que possuem apenas a ideia e investimento inicial para o projeto.

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//DROPS DO MERCADO

ClearSale | https://br.clear.sale/

A ClearSale é referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos em diferentes mercados, como e-commerce, financeiro, vendas diretas, telecomunicações, entre outros. É a empresa que mais conhece o comportamento do consumidor digital brasileiro, o que a faz impulsionar negócios em todo o ecossistema da economia digital. Por meio de seus especialistas, a ClearSale tem o propósito de gerar um efeito de rede de proteção no mercado digital e promover um impacto positivo, para garantir a melhor experiência ao usuário, com mínima fricção, do onboarding ao transacional.

Mapa da Fraude - Resultados 1º semestre 2023 No primeiro semestre de 2023, o País registrou dois milhões de tentativas de fraude, segundo o Mapa da Fraude da ClearSale, empresa referência em soluções antifraude nos mais diversos segmentos. Em valores, o total chega a somar R$ 2,5 bilhões. O estudo, que analisou 117,1 milhões de pedidos entre 1° de janeiro e 30 de junho, aponta uma queda de 50,6% no número de tentativas de fraude comparado ao mesmo período do ano passado. No entanto, o valor do ticket médio das tentativas de fraudes foi de R$ 1.273, crescimento de 4,1% a mais do que no primeiro semestre de 2022.

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Compass UOL | https://compass.uol

A Compass UOL é uma empresa global especialista em serviços de transformação digital. Projeta e constrói plataformas nativas digitais usando tecnologias de ponta para ajudar empresas a inovar, transformar negócios e prosperar em seus setores. Cultiva os melhores talentos, criando oportunidades para melhorar a vida das pessoas e focando em como as tecnologias disruptivas podem impactar positivamente a sociedade.

Dito | www.dito.com.br/

A Dito é uma empresa de tecnologia com mais de 14 anos de mercado. Estamos sediados em Belo Horizonte e a nossa plataforma de CRM já ultrapassou a marca de 15.000 usuários. Atendemos diversas marcas renomadas como Chilli Beans, FARM, Animale e Piticas. O CRM da Dito integra canais online (E-commerce, Aplicativos) e offline (Loja Física), proporcionando aos clientes o desenvolvimento de estratégias omnichannel de marketing.

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Elo | https://www.elo.com.br/

A Elo é uma das principais empresas brasileiras de tecnologia de pagamentos, com portfólio diversificado de produtos e serviços. Com 10 anos de mercado, tem mais de 180 milhões de cartões emitidos em parceria com mais de 30 emissores. Sua aceitação engloba 11 milhões de estabelecimentos em todo o País, além de 200 países e territórios, resultado da parceria com a Discover Global Network, marca global de pagamentos da Discover Financial Services. A Elo é reconhecida como uma das Melhores Empresas para Trabalhar, de acordo com o ranking Instituições Financeiras, do Great Place to Work 2020.

Frete Rápido | https://freterapido.com/

A Frete Rápido é o maior Hub de Transporte Digital da América latina e fornece tecnologia para empresas B2B e B2C que atuam no e-commerce, com operações omnichannel, multiorigem, ship from store, marketplace in/out e lojas virtuais. O Hub FR permite que o lojista conecte seus parceiros de entrega e utilize as transportadoras já disponíveis na plataforma. As funcionalidades permeiam toda a jornada de compra, como cálculo de frete, consolidação de volumes, rastreio automatizado, gestão, auditoria dos fretes e arquitetura guarda-chuva.

Grupo Intelipost | https://www.intelipost.com.br/

Com o propósito de simplificar a logística no mercado da América Latina, o grupo Intelipost se consolida como líder em gestão de fretes no Brasil. Com soluções que vão desde o cálculo de frete, roteirização a pontos de retirada em seu portfólio, o grupo integra de maneira inteligente toda a cadeia logística com tecnologias de altíssima confiabilidade, atendendo mais de 4 mil lojas, e realiza, em média, 2 bilhões de cotações de frete por mês.

Novo app Intelipost para Shopify realiza cotação rápida e personalizada O aplicativo Intelipost integrado para as lojas Shopify é uma ótima solução para quem deseja aumentar as vendas, reduzir os custos de envios e garantir a melhor experiência de compra ao cliente. O app realiza a cotação precisa por produto e possibilita a criação de regras de frete personalizadas por SKU, categoria de produto e canal de vendas. Nele, é possível cadastrar as informações de dimensões dos produtos e otimizar o frete, já que o app disponibiliza o leilão por proximidade e gestão de estoque. Para utilizá-lo, é necessário ter uma conta ativa na plataforma Intelipost. Disponível gratuitamente na App store da Shopify.

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//DROPS DO MERCADO

Jadlog | https://www.jadlog.com.br/jadlog/servicos

A Jadlog é uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do País. Em janeiro/2017 se associou com a DPDgroup, a segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais da Europa. Destacando-se no mercado pela rapidez e qualidade, a Jadlog dispõe de uma das maiores estruturas de distribuição porta a porta de encomendas do país. Através de sua rede de mais 500 franquias espalhadas por todas as capitais, DF e principais cidades, a empresa atende todos os municípios do país. Sua frota é formada por mais de 240 caminhões e carretas e 4.500 utilitários.

Jadlog lança serviço de postagem por QR code A Jadlog, uma das maiores empresas de transportes de cargas fracionadas do Brasil e uma das principais operadoras logísticas do comércio eletrônico, acaba de lançar o serviço de postagem de produtos por meio de QR code, eliminando a necessidade de impressão da etiqueta de papel. A novidade tecnológica traz mais praticidade e sustentabilidade aos envios de vendedores de marketplaces e também para as postagens de consumidores que trocam ou devolvem produtos em qualquer um dos mais de quatro mil pontos pickup da Jadlog no Brasil. O usuário recebe o QR code e pode utilizá-lo pela tela do celular. A plataforma Enjoei é um dos clientes da Jadlog que já está operando com a novidade.

Kangu | https://www.kangu.com.br/

A Kangu é uma empresa do Mercado Livre com o objetivo de revolucionar a estrutura convencional de fazer entregas na cidade. Sua plataforma de envios oferece cotação de fretes mais econômicos com diversas transportadoras parceiras e os Pontos Kangu, estabelecimentos de bairro que viabilizam envios, devoluções e retiradas mais eficientes das mercadorias. Fundada em 2019, a Kangu já conta com 5 mil pontos de postagem e retirada no Brasil, México, Colômbia e mais recentemente no Chile, contabilizando mais de 110 milhões de envios intermediados para 70 mil lojistas online.

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Linx | www.linx.com.br/linx-digital

Soluções que unificam a operação física e online do varejo, melhoram a performance e oferecem para o negócio inteligência de ponta a ponta. Linx Commerce: plataforma robusta e flexível de e-commerce para varejistas que vendem para outras empresas e/ou para consumidores finais, e buscam presença em marketplaces. Linx Impulse: suíte de personalização, mídia e retargeting com algoritmos de inteligência artificial para transformar experiências de compra online em resultados de negócio. Linx Omni: solução omnichannel que unifica a operação de lojas próprias, franquias e e-commerces.

liveSEO | https://liveseo.com.br/

Fundada em 2017 na Espanha e atualmente com sede no Brasil, a liveSEO trabalha com projetos SEO de alta performance para empresas que querem alavancar os resultados orgânicos e alcançar alta maturidade digital. A agência, que já atuou em mais de 400 projetos e 7 países, realiza um trabalho completo e personalizado. O serviço envolve otimizações técnicas e na estrutura dos sites, pesquisa de palavras-chave e produção de conteúdo, com o propósito de levar os usuários a sites autênticos, reais e com alta qualidade.

liveSEO lança Dicionário de SEO A liveSEO, agência especializada de SEO, anunciou o lançamento do seu "Dicionário de SEO", ferramenta essencial para profissionais e estudantes de marketing digital. O material traz explicações detalhadas dos termos, exemplos práticos e insights de especialistas. Esse dicionário tem como objetivo difundir o SEO de forma simples, direta e didática. Quer aprender SEO, do básico ao avançado? Clique e acesse o blog para conferir conteúdos exclusivos no maior blog de SEO: https://liveseo.com.br/dicionario-de-seo/.

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//DROPS DO MERCADO

Magis5 | https://magis5.com.br/

O Hub Magis5 é o software que conecta o vendedor aos principais marketplaces do mercado e automatiza seu fluxo de venda online, tudo em poucos cliques. Ou seja, ele recebe o pedido, imprime a etiqueta casada com a nota fiscal, empacota o produto e envia. Simples, né? A Magis5 nasceu para auxiliar vendedores que vendem em marketplaces que cansaram de perder tempo organizando coisas que podem ser automatizadas, desde a gestão de vendas e automação da mesa de expedição até a análise de dados do negócio e emissão de relatórios financeiros.

Magis5 é o primeiro hub de automação e integração a ter a Shein em sua plataforma O hub Magis5, que tem foco em integrar, automatizar e fazer a gestão completa de uma operação que atua nos marketplaces, foi o primeiro hub a integrar-se com o grande e-commerce chinês, Shein. Nas últimas semanas, o CEO da empresa, Claudio Dias, fez um webinar com o gerente comercial do marketplace aqui no Brasil, Lucas Nascimento, para contar as novidades e como os recursos tecnológicos do Magis5 podem auxiliar nas demandas e exigências que a Shein faz de seus vendedores parceiros. De tal maneira, a startup de tecnologia, que completará cinco anos de existência neste ano, aumenta seu catálogo e relevância no mercado de e-commerce.

Mirakl | https://www.mirakl.com/

A Mirakl oferece a primeira e mais avançada plataforma SaaS de Marketplace. Com a Mirakl, organizações B2B e B2C podem lançar marketplaces mais rapidamente, crescer e operar com confiança à medida que superam as expectativas crescentes dos clientes. As plataformas são a nova vantagem competitiva no e-commerce e as marcas mais confiáveis do mundo escolhem a Mirakl por sua solução abrangente de tecnologia, experiência e ecossistema. Como resultado, empresas como Carrefour, GPA, Leroy Merlin e KaBuM ganham velocidade, escala e agilidade para vencer no cenário de eCommerce em constante mudança.

PagBrasil | https://www.pagbrasil.com/pt-br/

A PagBrasil é uma empresa brasileira, que possibilita a lojas digitais, internacionais ou nacionais, oferecerem soluções de pagamentos digitais otimizadas e atualizadas com as necessidades específicas do mercado brasileiro. Com clientes em mais de 45 países, a PagBrasil é parceira das principais plataformas de e-commerce do mercado, e possui recursos exclusivos para o e-commerce, como o PagStream®, ferramenta de gestão inteligente de assinaturas. A empresa também oferece split e link de pagamento, bem como uma solução para Pix diferenciada, que garante alta taxa de conversão em vendas.

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Platinum Log | https://tpl.com.br/

A Platinum Log não é parte da solução. É a solução! Atendemos toda a demanda logística de nossos clientes sejam elas B2C, B2B ou derivações destes modelos de negócio. Com opções versáteis de armazenagem, nossa estrutura é integrada por automações que permitem a visualização em tempo real dos micro e macrostatus operacionais através de uma tecnologia própria, o OMS. Online e inteligente. Da estratégia à execução, a Platinum Log está comprometida em entregar resultados e qualidade logística.

Platinum Log: inovação e eficiência na gestão logística para e-commerce A Enivix agora é Platinum Log. Com um olhar voltado para a performance e a eficiência no e-commerce, a Platinum Log traz uma abordagem inovadora e flexível de acordo com cada necessidade. Sua plataforma OMS integrada e sistemas WMS e TMS oferecem uma gestão logística completa, aliando estratégia, execução e análise de resultados em um ambiente online e inteligente. Com 11 centros de distribuição estrategicamente localizados, a empresa atende às demandas B2B e B2C, compreendendo profundamente as particularidades de cada fluxo de negócio. A expertise da Platinum Log promete otimizar a cadeia logística, simplificar a vida de gestores e aprimorar a experiência do cliente final no comércio digital.

Pmweb | https://www.pmweb.com.br/

A Pmweb possui mais de 25 anos de expertise em CRM, com um portfólio premiado de serviços focados em Data Driven Marketing. Integrando soluções e aplicando estratégias e metodologias próprias de marketing e tecnologia para CRM através de marketing clouds como Oracle, Salesforce e Braze, a Pmweb impulsiona a experiência das marcas com seus consumidores e atende os principais players de varejo, hotelaria, grocery, health, aviação, indústria e serviços financeiros. A Pmweb faz parte do Grupo WPP desde 2017 e conta com duas spin-offs: Oto CRM e Letsbook.

O melhor estudo sobre a Black Friday de 2023 A Pmweb, líder em CRM, lançou o famoso estudo de Black Friday que, neste ano, foi desenvolvido em parceria com a Confi.Neotrust, enriquecendo o material com diversos dados relevantes e insights para a data mais importante do varejo. O Estudo Black Friday 2023 traz as principais tendências em CRM para a atuação das marcas durante o período, junto a diversas estratégias, dados, benchmarks e também dicas exclusivas da Pmweb. Para fazer o download do material, basta acessar o Instagram @Pmweb.

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RD - RAIADROGASIL | https://rd.com.br/

A RD foi criada em novembro de 2011, a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A., e com faturamento de R$ 25,6 bilhões em 2021. Somos a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. Cinco anos após a fusão, estamos no início de uma nova etapa na história da empresa, que seguirá pautando a sua atuação em cinco valores essenciais: ética, eficiência, inovação, relações de confiança e visão de longo prazo. Além disso, selamos nosso compromisso com a sustentabilidade baseado em três pilares: cuidar da saúde das pessoas, cuidar da saúde do planeta e cuidar da saúde do negócio.

Capilaridade logística da RD A RD RaiaDrogasil, com farmácias em todo o país e 12 centros de distribuição, acelera cada vez mais o atendimento ao consumidor e fortalece as vendas digitais. Com 93% das transações dos canais digitais atendidas a partir das farmácias, a rede oferece a conveniência ao cliente de poder retirar ou receber um pedido em até duas horas. Planos futuros incluem a abertura de dois centros de distribuição na região norte (Amazonas e Pará), ampliando a capacidade logística da companhia e atendendo com excelência a essa área estratégica.

SAP | https://www.sap.com/brazil/ A Suite SAP Experience, transforma cada engajamento, em qualquer dispositivo ou canal, em um momento pessoal e de compra potencial para conquistar mais clientes, com mais frequência e maior valor. As Soluções de Dados do Cliente (identidade/consentimento), CDP e Marketing com o Emarsys, integradas com a Solução de Commerce, podem ajudar você a transformar visitantes desconhecidos em clientes fiéis e oferecer experiências hiper-personalizadas e confiáveis. Com a SAP, personalize cada experiência em tempo real, trazendo uma orquestração de dados perfeita para o engajamento do cliente com foco no resultado.

Emarsys: plataforma líder de automação e engajamento Com recursos abrangentes, incluindo automação de marketing, segmentação avançada e personalização em tempo real, a Emarsys redefine interações com clientes. Canais diversos como e-mail, SMS e redes sociais permitem jornadas personalizadas. Segmentação por comportamento e histórico garante mensagens direcionadas. Personalização em tempo real se adapta ao comportamento, proporcionando experiências envolventes. Análises detalhadas otimizam campanhas, enquanto integração escalável atrai setores diversos. Suporte exemplar e usabilidade consolidam a liderança da Emarsys. Junte-se à revolução da Plataforma Avançada para Engajamento de Clientes.

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//DROPS DO MERCADO

Social Digital Commerce | https://socialsa.com/ A Social Digital Commerce é um dos principais players do setor de e-commerce no Brasil e oferece soluções tecnológicas de ponta a ponta para empresas do varejo que desejam potencializar suas vendas. A empresa oferece quatro hubs de serviços: Digital é dedicado aos clientes que desejam vender mais no digital, Retail proporciona experiência da compra física e on-line, International realiza a expansão global do cliente e o Marketing Intelligence integra o BI à plataforma de compras, explorando todas as possibilidades do digital.

Social Unlimited Digital Commerce Na Social, você encontra soluções completas para seu negócio, desde o desenvolvimento do projeto até a gestão comercial e operacional, incluindo logística e SAC. Tudo de um jeito integrado, nos mais diversos canais de vendas (online e offline) para otimizar os resultados no Brasil e no exterior. A operação é baseada em planejamento estratégico e tático, com a utilização dos quatro hubs de serviços: Digital, Retail, International e Marketing Intelligence. Seu negócio do tamanho do mundo: mais de 200 profissionais atuantes em três continentes e seis centros de distribuição com benefícios fiscais.

Total Express | https://totalexpress.com.br/

A Total Express é a empresa privada de soluções logísticas mais completa do país. Atende com excelência desde o pequeno e médio e-commerce até os gigantes do varejo, incluindo operações complexas de indústrias e governo. Com capilaridade que cobre 100% do território nacional, mais de 100 hubs espalhados por todos os Estados e quase 30 anos de experiência, a Total Express conecta o Brasil.

Aprimore sua cadeia de abastecimento com o Total B2B O mundo dos negócios é movido pela eficiência, precisão e resultados. Pensando nisso, a Total Express oferece agilidade, eficiência e visibilidade 24 horas para simplificar a cadeia de abastecimento da sua empresa. Se você possui volumes de até 30kg e deseja flexibilidade operacional, redução de custos e ainda contar com uma capacidade operacional robusta, o Total B2B Parcel é o produto certo para você. Com o Total B2B, você impulsiona sua cadeia de abastecimento, e garante resultados eficazes que vão elevar a eficiência operacional da sua empresa.

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Tray | www.tray.com.br/

Com 20 anos de história, a Tray - unidade de e-commerce do Grupo Locaweb - é uma das empresas de tecnologia brasileira mais competitivas do mercado. A plataforma robusta oferece produtos e soluções exclusivas, integrações com os maiores marketplaces do país, além de uma interface amigável e 100% customizável. Ideal para todos os estágios do empreendedor online, fornece um ecossistema completo que atende desde o pequeno varejista até as grandes operações, através da sua divisão corporativa Tray Corp. Para mais informações, acesse: www.tray.com.br.

Tray oferece plano VIP com onboarding exclusivo para clientes Para auxiliar o empreendedor brasileiro a alavancar negócios online, a Tray, plataforma de e-commerce Locaweb Company, oferece apoio exclusivo nas configurações da loja através do plano VIP da plataforma. Nesse plano, o lojista possui um projeto de implementação personalizada, prioridade nos canais, gerente de contas e recursos exclusivos para B2B. Além disso, a plataforma disponibiliza um onboarding atualizado, totalmente personalizado e completo, com imersão em conteúdo, kickoff, reuniões com os gestores de conta e Go live com especialistas Tray. Conheça as vantagens do plano VIP da Tray em Tray.com.br/vip

Vindi | https://vindi.com.br/

A Vindi é um ecossistema completo para gerenciar e receber pagamentos que tem a missão de digitalizar o PIB do Brasil. Com foco na intermediação de pagamentos e na economia de recorrência, a Vindi descomplica o universo de pagamentos através da tecnologia para digitalizar, rentabilizar e escalar negócios. Venda nos modelos online, presencial e recorrente com agilidade e segurança.

Como a Vindi te ajuda a encontrar o oceano azul da Black Friday? Lojistas sabem: a Black Friday é a melhor oportunidade para bater as metas do segundo semestre. Só que a data já está saturada, e aumentar a conversão é desafiador. Neste momento, ter um player de pagamento robusto faz toda diferença. Na Vindi, fortalecemos a infraestrutura para que cada método de pagamento, notificação, funcionalidade e integração funcione no maior grau de eficiência para garantir uma alta taxa de aprovação. Nosso time fica 24 horas de prontidão, acompanhando minuto a minuto a performance das soluções. Ainda preparamos taxas de antecipação especiais para você chegar à campanha de Natal com dinheiro no bolso. Garanta em: bit.ly/ecbr-d77.

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Plataforma de fretes baratos e práticos para quem vende em e-commerce ou redes sociais Integração com + de 20 plataformas Mais de 4 mil pontos de postagem no Brasil Sem contrato ou volume mínimo

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Voxus | https://www.voxus.com.br/

A Voxus é uma AdTech que facilita o acesso a mídia do futuro por meio de uma tecnologia proprietária e automatizada. Potencializando os resultados de e-commerces e negócios digitais, a Voxus atua tanto com foco em performance, aumentando as vendas, quanto com awareness, visando maior alcance da marca. Com essas soluções, Voxus ajuda negócios de todos os tamanhos e setores a aumentarem suas vendas com o uso da Inteligência artificial de ponta e um time especializado. Para saber mais sobre o smart display Voxus, acesse o site e aproveite todas as vantagens da mídia programática!

Voxus desenvolve produto de retail media para Varejista Novo Mundo A Voxus, AdTech de mídia programática, está desenvolvendo o Novo Mundo Ads, sua solução de retail media para a Novo Mundo, maior rede regional de varejo do centro-oeste e do norte. Com amplo conhecimento sobre a tecnologia e possibilidades da programática, a Voxus criou um produto específico para retail, aumentando a visibilidade das marcas dentro do próprio marketplace de seus clientes ao impactar consumidores muitos mais engajados e qualificados para a conversão, além de diversificar o mix de mídia como um todo. Para saber como a tecnologia de retail media da Voxus pode impulsionar o seu negócio, acesse o site da AdTech.

Wake |https://wake.tech/

A Wake surgiu para negócios e empreendedores que pensam grande, querem ir além e buscam resultados expressivos com alta performance de ponta a ponta: é uma plataforma com a melhor transição entre aquisição, transacional e retenção do mercado. Conheça o ecossistema completo, com soluções digitais integradas e focadas na sua jornada de crescimento! Wake, uma marca Enterprise.

Wake Storefront, a solução headless da Wake Responsável pelo desenvolvimento da interface de uma loja virtual, o Wake Storefront foi desenvolvido com alta tecnologia. Entre suas principais características, a solução garante sites mais rápidos (pontuação máxima nos testes com o Google Lighthouse), personalizados (APIs headless e liberdade para criar) e seguros (Powered by AWS), entre outros diferenciais. O produto faz parte da vertical Wake Commerce e marca o posicionamento da empresa em oferecer novas possibilidades para criar experiências únicas de compra, com foco total no cliente.

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//DROPS DO MERCADO

wap.store | https://www.wapstore.com.br/

A melhor plataforma de e-commerce para o crescimento do seu negócio. A wap.store tem tudo que você precisa para sua loja online crescer: atualizações periódicas, excelente experiência de compra, controle dos números, personalização, otimização de venda, segurança, estabilidade e muito mais. O foco principal é o crescimento do seu e-commerce, na melhor parceria ganha-ganha.

wap.store apresenta o projeto de cross border da Matisse A Matisse, empresa especialista em artigos de decoração e louças sofisticadas, cliente da wap.store, começa a transacionar através do cross border, uma modalidade do comércio que permite a compra e venda de diversos produtos, de praticamente qualquer lugar do mundo. Com a plataforma da wap.store, as operações são feitas de forma segura e eficiente e, por meio dela, a Matisse vem conquistando vários mercados internacionais e novos clientes em potencial, o que leva ao crescimento significativo para a empresa.

WEBJUMP | https://webjump.com.br/

A WEBJUMP é a única Adobe Gold Partner brasileira com selo Specialized Commerce na América Latina. Possui expertise nas soluções Adobe Experience Cloud, análises de dados, conteúdo, e-commerce e gerenciamento de jornada do cliente, baseado em inteligência artificial. Por meio de sua metodologia ágil, proporciona a transformação digital para empresas líderes de mercado, com qualidade, transparência e comunicação assertiva em todas as fases dos projetos. A empresa, agora parte do grupo Compass Uol, destaca-se na busca incessante pela excelência - uma filosofia colocada em prática há 15 anos.

Worldpay | https://worldpay.fisglobal.com/

A Worldpay from FIS (NYSE: FIS) é uma empresa líder em tecnologia em pagamentos que apoia comerciantes, bancos e mercados de capitais a mover o comércio global. Processando 75 bilhões de transações que alcançam o valor de US $ 9T para mais de 20.000 clientes anualmente, a Worldpay eleva a economia e as comunidades, avançando no mundo de pagamentos, bancos e investimentos.

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Conecta Negócios. Aproxima Pessoas.

Temos a solução certa pra você! A Total Express possui soluções exclusivas e personalizadas atendendo desde o pequeno empreendedor até aos gigantes do varejo, oferecendo o melhor custo-benefício.

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