Revista E-Commerce Brasil - Edição 78

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REVISTA BRASILEIRA DE COMÉRCIO ELETRÔNICO

Ano 13 Edição 78 | Dezembro 2023 www.ecommercebrasil.com.br

O mercado está mudando (mas estamos de olho por você)

SAÚDE MENTAL EM DIA Cuidar do corpo e da mente deve ser a prioridade em 2024

O CLIENTE CONTINUA NO CENTRO O que levar de 2023 para 2024?

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CAOS, MATURIDADE E CRIAÇÃO

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BRASIL R$ 34,00


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// EDITORIAL Mais um ano que se encerra em grande estilo. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos leitores da revista e do portal pela companhia nesta travessia ao longo de 2023. Vocês são primordiais para que esse trabalho continue a ser executado com tanta graça e responsabilidade ano a ano. Em nome do E-Commerce Brasil e dos nossos parceiros, nossos sinceros agradecimentos. Mas elegância não é sinônimo de facilidade. Embora estejamos fechando 2023 com chave de ouro, o caminho trilhado ao longo dos últimos 12 meses não foi só de sucessos, e é exatamente sobre isso a nossa matéria de capa: altos e baixos, aprendizados, algumas dores de cabeça, mas também muitas possibilidades. O que será que podemos levar de 2023 para 2024? Fica a dica de leitura. Vale a pena também considerar a saúde mental como um processo primordial para melhorar a experiência tanto de colaboradores quanto dos consumidores. Afinal, passamos por um período conturbado há poucos anos e alguns fantasmas da pandemia, das longas horas de trabalho e das incertezas do cenário mundial ainda perambulam por nossas cabeças e precisam, sim, de alguma atenção da nossa parte. Por fim, mas não menos importante, tanto nossa entrevista quanto os três preciosos articulistas de longa data tratam do futuro: logo ali, tão próximo, mas ao mesmo tempo tão cheio de incertezas. Tudo o que podemos esperar é o melhor. Boas festas a todos e um 2024 ainda mais cheio de conteúdo. Um abraço! Até mais,

Vivianne Vilela

Diretora de Conteúdo - E-Commerce Brasil

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//CORPO EDITORIAL #Edição78 | Dezembro 2023 EXPEDIENTE PUBLISHER Rafael Ribeiro

DIREÇÃO DE ARTE / DIAGRAMAÇÃO

JÚLIA RONDINELLI Editora

Fabio Lody

JORNALISTA RESPONSÁVEL Júlia Rondinelli

COLABORADORES

NATHÁLIA TOREZANI Editora

EXECUTIVOS DO NEGÓCIO

GIULIANO GONÇALVES Jornalista

Anthony Long, Alexandre Assis, Bruno Tortorello, Felipe Mendes, Pedro Padis, Sarah Paulino, Tulius Lima.

Rafael Ribeiro, Samuel Gonsales, Vivianne Vilela

ORGANIZAÇÃO Grupo iMasters

A assinatura pode ser feita através da URL ou QRCODE:

VITOR CAMARGO Jornalista

revista.ecommercebrasil.com.br

LUCAS KINA Jornalista

AMANDA LUCIO Jornalista

ENDEREÇO

Oscar Freire, 2379 - Pinheiros, São Paulo - SP 05409-012

HELENA CANHONI Estagiária da Redação

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EMAIL

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MARGARETE BONAFÉ Assistente de Curadoria

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FABIO LODY Gestor de Criação


Digitalize seu Go-To-Market

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Sua marca nos maiores marketplaces

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//CONTEÚDO Ano 13 Edição 78 | Dezembro 2023

08. ENTREVISTA

Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil

CAOS, MATURIDADE E CRIAÇÃO

28 14. ATENDIMENTO

36. TECNOLOGIA

42. FUTURE SHOPPING

Atendimento é questão de "Human First"

A importância de uma tecnologia atualizada para ter resultados e soluções excepcionais

Potencializando o valor estratégico do e-commerce

16. TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

38. NOS BASTIDORES DO E-COMMERCE

48. LEITURA EM DIA

A (r)evolução está batendo à sua porta... você vai abri-la ou espiar pelo buraco da fechadura?

E-commerce para fomentar a indústria nacional

Dicas de leitura

22. CASE

40. IA em CX

Saúde é o que interessa

O impacto que a IA terá em CX

26. SUSTENTABILIDADE Sustentabilidade nas entregas do e-commerce

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50. DROPS DO MERCADO


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//ENTREVISTA

CLIENTE, EMPREENDEDORISMO E CONSUMO: O QUE LEVAR DE 2023 PARA 2024? Em entrevista com Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil, a mensagem para o ano novo é clara: o foco continua sendo o cliente Por Júlia Rondinelli, da Redação do E-Commerce Brasil

M

ais um ano que se encerra e outro que começa. Como acontece com o ciclo natural desta revista, a entrevista da edição 78 traz uma reflexão sobre o que foi positivo e o que foi negativo no e-commerce em 2023, bem como quais as perspectivas para o setor em 2024. Diferentemente da matéria de capa desta edição, a entrevista foca no consumo e no empreendedorismo, dois temas centrais nas pautas deste ano. De 2020 para cá, o consumo no ambiente digital vem ganhando cada vez mais maturidade na percepção do brasileiro, enquanto o empreendedorismo virou um dos alicerces da venda online. Para discutir este assunto, a Revista E-Commerce Brasil recebeu Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil. Ao longo do ano, a empresa levantou a questão do apoio

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na digitalização do seller diversas vezes com incentivos, treinamentos e destaques dentro e fora do marketplace. E-Commerce Brasil: 2023 foi um ano e tanto para o varejo, com alguns altos e baixos. Como você classificaria o atual momento do e-commerce no Brasil? Quais lições os varejistas aprenderam este ano? Daniel Mazini: O cenário do e-commerce no Brasil em 2023 tem sido dinâmico e desafiador. O setor continua a ser uma força significativa na economia. Inclusive, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento do comércio online no Brasil em 2023 deve chegar a R$ 186 bilhões, o que representa um crescimento de 26% em relação a 2022.


Aqui na Amazon Brasil, já estamos celebrando o ano como muito positivo por diversos pontos. O aumento da digitalização tem impulsionado as vendas online, assim como outros fatores: o aumento da confiança dos consumidores nas compras online e a expansão da oferta de produtos e serviços disponíveis no comércio eletrônico. Quando chegamos ao último trimestre do ano, tivemos nosso evento de Black Friday - que começou em 17 de novembro e continuou até 27 de novembro - e que foi o maior de todos os tempos em comparação com o mesmo período de 11 dias dos anos anteriores, celebrando a marca de 60% de crescimento em relação ao mesmo período no evento de 2022. Temos números expressivos para a data, como o da representação de nosso constante investimento no crescimento do empreendedorismo no país. Através de nosso marketplace, esta Black Friday trouxe um crescimento de 140% nas vendas com vendedores parceiros. O forte crescimento em vendas em várias categorias, como Eletrônicos e Videogames, Eletrodomésticos e Casa, Dispositivos Amazon, Itens de Beleza e Cuidado Pessoal, além de Brinquedos, Utensílios de Cozinha e Livros, mostra as preferências do consumidor brasileiro, que vão além do que antes eram itens considerados alvo para compras online. E-Commerce Brasil: Quais dificuldades podemos prever para o cenário do e-commerce em 2024? Quais oportunidades e tendências positivas, em contrapartida? Mazini: Todo ano é desafiador para quem está no varejo. A expansão do uso de tecnologias, como inteligência artificial e machine learning, representa grandes oportunidades de inovação na experiência de compra no

varejo em 2024. Nossa aposta segue sendo investir cada vez mais em operações e em logística. Desde a Black Friday de 2022, inauguramos 48 unidades de última milha e firmamos e expandimos parcerias com empresas brasileiras como a Azul Linhas Aéreas, To Do Green e Favela Llog. Essas parcerias nos ajudaram a incrementar nossa rede logística e fazer com que nossa entrega fosse mais rápida do norte ao sul do Brasil, melhorando também a experiência de entrega em favelas do Rio e São Paulo e aumentando rotas feitas por carros elétricos. Além disso, seis dos nossos dez centros de distribuição já funcionaram completamente com energia 100% renovável, reforçando nosso objetivo de aumentar a sustentabilidade de nossas operações. Também seguiremos comprometidos em promover o sucesso das pequenas e médias empresas, ajudando-as a alcançar mais clientes por meio de programas logísticos, ferramentas, tecnologia e treinamentos gratuitos. No Brasil, nosso marketplace conta com mais de 50 mil vendedores parceiros, dos quais 99% são PMEs com mais de 9,6 milhões de produtos. Mais vendedores parceiros significa maior seleção para nossos clientes. Por isso, seguiremos focados em oferecer programas de logística e entrega cada vez mais rápida e competitiva. E-Commerce Brasil: Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil é o quarto no ranking mundial de empreendedores. Qual o papel dessa fatia do mercado para o desenvolvimento do e-commerce, sobretudo quando pensamos no avanço das vendas online de 2020 para cá? Mazini: Os empreendedores desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do e-commerce no Brasil. Sua agilidade, ino-

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//ENTREVISTA

vação e capacidade de identificar nichos de mercado contribuem para a diversificação do setor. Além disso, ao longo dos últimos anos, o comércio eletrônico tornou-se uma das principais fontes de renda para os empresários brasileiros. De acordo com o estudo que divulgamos este ano, 81% das lojas parceiras da Amazon Brasil foram lançadas entre 2020 e 2022, o que demonstra que os brasileiros encontram na plataforma a oportunidade de ampliar e profissionalizar seus negócios. Os pequenos e médios negócios que vendem no nosso marketplace, lançado em 2017, já geraram mais de 54 mil empregos diretos e indiretos no Brasil. Falando em representatividade, globalmente, mais de 60% das vendas da loja da Amazon vêm de vendedores parceiros, em sua maioria, pequenos e médios negócios. Não focamos apenas no recrutamento de novos vendedores parceiros, mas também priorizamos o desenvolvimento deles com o objetivo de profissionalizar ainda mais o setor, investindo fortemente em treinamento para as PMEs. Durante 2021 e 2022, foram mais de 216 mil treinamentos concluídos e 6,3 milhões de horas de conteúdo consumidas pelos participantes. E-Commerce Brasil: Nesse cenário, qual a importância das grandes organizações no fomento ao e-commerce em comparação ao desenvolvimento das PMEs? Mazini: Grandes organizações desempenham um papel essencial no fomento do e-commerce, proporcionando serviços robustos e recursos tecnológicos. Nos orgulhamos de impulsionar os pequenos negócios brasileiros por meio de treinamentos e programas de aceleração. Um exemplo é a série de treinamentos que oferecemos para apoiar os vendedores par-

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ceiros na preparação para a Black Friday e o Natal. Desde agosto, já treinamos mais de 12 mil empreendedores e seguimos disponibilizando treinamentos online e webinars com foco em estratégia de vendas, otimização do catálogo, listagem e ferramentas de impulsionamento. Além de impulsionar as pequenas e médias empresas a nível nacional, os números demonstram que a Amazon ajuda esses negócios a expandirem para novos países. Milhares de PMEs exportam para os Estados Unidos e outros mercados com o programa Vendas Internacionais da Amazon. E-Commerce Brasil: Os comportamentos de consumo também mudaram muito nos últimos anos. O varejo está pronto para um consumidor mais acostumado com o digital, mas menos disposto a gastar com o que não é prioridade? Como encontrar as melhores estratégias diante dessas mudanças? Mazini: Temos percebido que é necessário focar em estratégias que proporcionem valor percebido aos consumidores que sejam conscientes financeiramente. Isso inclui promoções personalizadas e a oferta de produtos essenciais, ou seja, mantivemos a oferta de itens de uso diário, e a resposta do consumidor foi muito boa ao usar esses períodos para repor suas compras de supermercado, por exemplo. Identificamos consumidores que passaram a ter o hábito de se programar nesses períodos para abastecerem a casa com itens de seu dia a dia. Além disso, a cada ano, segue como grande motivo de orgulho para nós o crescimento da participação de inúmeras marcas brasileiras em nossa vasta seleção de itens. E-Commerce Brasil: Sendo uma grande corporação, que lida com diversas informações e tendências ao mesmo tempo, como a


Amazon filtra o que de fato faz sentido para o crescimento da organização, fomento dos empreendedores parceiros e experiência do cliente final? Mazini: A Amazon, de uma maneira geral, utiliza algoritmos avançados e análises de dados para filtrar informações relevantes e obter insights que façam sentido ao negócio. Mantemos um foco constante na satisfação do cliente, na eficiência operacional e na inovação, e contamos com o benefício de termos uma empresa presente em múltiplos países, com a mesma cultura que encontramos aqui, e estamos em constante contato com a administração dos outros marketplaces pelo mundo sobre melhores práticas e tendências. Realizamos pesquisas globais e locais com nossos clientes, e as métricas do que eles fazem em nosso site e app também nos dão muitos dados que

viram ações. Os feedbacks dos vendedores parceiros também são essenciais para filtrar e aplicar as tendências de maneira eficaz. E-Commerce Brasil: Pensando um pouco em economia circular e descontos para o consumidor, a empresa lançou este ano o Amazon Quase Novo, com produtos usados e de caixa aberta. A quais outras iniciativas o mercado e as empresas de comércio eletrônico podem aderir para promover um consumo mais sustentável? Mazini: O Amazon Quase Novo faz parte do nosso roteiro de experiência de compra com menor impacto ambiental e fomento à conscientização sobre os benefícios de uma economia mais circular. Ao apoiar e educar os clientes a considerarem compras de produtos reembalados ou de segunda mão, estamos incentivando a extensão do

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//ENTREVISTA

ciclo de vida dos produtos e reduzindo o desperdício, bem como impulsionamos a acessibilidade. Uma pesquisa encomendada pela Amazon em 2022 apontou que o brasileiro aceita comprar e ser presenteado com produtos que não são novos, e economizar dinheiro é o principal motivador da compra de produtos de segunda mão (77%). A preocupação com a sustentabilidade também foi apontada (35%), especialmente entre as mulheres (37%). E essa tendência deve seguir em 2024. Nossa preocupação está em todos os pontos. Ao expandirmos parcerias com empresas brasileiras, como a Azul Linhas Aéreas, To Do Green e Favela Llog, não só incrementamos nossa rede logística e tornamos nossa entrega mais rápida do norte ao sul do Brasil, mas também melhoramos a experiência de entrega em favelas do Rio e São Paulo, aumentando rotas feitas por carros elétricos. Além disso, seis dos nossos dez centros de distribuição já funcionaram completamente com energia 100% renovável, reforçando nosso objetivo de aumentar a sustentabilidade de nossas operações. E-Commerce Brasil: Não só de consumidores e produtos é feito o e-commerce: existem pessoas por trás das máquinas, processos, entregas... quais cuidados precisam ser mais discutidos para cuidar da qualidade de vida, de trabalho e saúde física e mental de lojistas e colaboradores? O setor investe nisso? Mazini: A saúde e o bem-estar de nossas(os) funcionárias(os) e associadas(os) são nossa prioridade máxima. Nós garantimos que novas equipes passem por todo o processo de orientação, incluindo treinamentos de segurança. Além disso, oferecemos remuneração e um pacote de benefícios competiti-

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vos desde o Dia 1, bem como oportunidades de crescimento e capacitação constantes. O espírito de inovação faz parte do nosso DNA. Buscamos recrutar pessoas das mais diversas áreas e oferecer oportunidades para carreiras técnicas e generalistas em vários setores da empresa. Nossos consumidores vêm de origens plurais em termos de gênero, raça, etnia, idade, religião, orientação sexual e interesses gerais. E, por isso, acreditamos que é fundamental que nossas(os) funcionárias(os) também reflitam essa pluralidade, pois só assim cumpriremos nossa missão de ser a empresa mais focada no consumidor do planeta e de ser um ótimo lugar para se trabalhar. E-Commerce Brasil: Por fim, mas não menos importante: qual conselho você daria para alguém que está pensando em investir no e-commerce em 2024? Mazini: Para quem deseja investir no e-commerce em 2024, é fundamental entender o mercado, identificar nichos não explorados e investir em tecnologias emergentes. A personalização da experiência do cliente e a atenção às questões sustentáveis também precisam ser prioridades. Além disso, é fundamental estabelecer parcerias estratégicas e manter-se ágil para se adaptar às mudanças do mercado. Mas, com certeza, o primordial será sempre manter seu foco no cliente. O cliente é o que nos abastece diariamente em motivação para aprimorar a experiência de compra. É o cliente que deve impulsionar todos os participantes desse segmento a buscar inovação e qualidade em tudo que movimenta seu negócio.


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Cresça com quem cuida do seu negócio 2023 | E-COMMERCE BRASIL | 13


//ATENDIMENTO

ATENDIMENTO É QUESTÃO DE “HUMAN FIRST”

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uando recebi o convite para escrever sobre temas relacionados ao universo do atendimento ao cliente, passei um bom tempo imaginando o recorte que escolheria fazer para dividir com vocês algumas das experiências e dos insights acumulados na minha carreira. E durante essa reflexão, além de ter a oportunidade de reforçar a minha paixão pela área, ficou claro o quanto ela se transformou nos últimos anos e como ainda há espaço para novas evoluções em função, principalmente, do rápido avanço das tecnologias que fazem parte do nosso dia a dia. Já de início, tenho uma curiosidade para compartilhar: as minhas primeiras formações não têm uma ligação tão óbvia com o que faço hoje. Além de professora, sou economista e, organicamente, acabei tendo a carreira direcionada para a área de atendimento. Quando olho para trás, entendo que esse movimento se deu graças à oportunidade que tive de acompanhar de perto diversos líderes inspiradores que atuavam com operações. O olhar e o interesse genuínos dessas pessoas fizeram com que eu mudasse a direção da minha vida profissio-

nal. E tem sido justamente esse desejo por compreender as pessoas, os seus hábitos e as suas necessidades - o meu lado bem professora - que me permite, junto às mais variadas áreas do negócio, encontrar caminhos para sermos cada vez mais assertivos em nosso dia a dia. Afinal, especialmente no ramo em que estamos, a necessidade do cliente está, em grande parte das vezes, intimamente ligada à busca por saúde e bem-estar. Antes da pandemia, a relação dos consumidores com marcas como a nossa se dava majoritariamente no mundo físico - dinâmica alterada de forma brusca com a chegada dos períodos de isolamento social da pandemia. Foi esse o momento em que o atendimento pelos canais digitais ganhou a relevância que tem hoje. Inclusive, é importante ressaltar que esse não foi um movimento orgânico: o cliente foi, praticamente, obrigado a buscar os sites e os aplicativos para comprar o que antes era possível obter com a ajuda de farmacêuticos e todos os recursos presentes em uma loja física.

SARAH PAULINO

Gerente Executiva de Experiência e Atendimento ao Cliente na RD RaiaDrogasil

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Esse breve histórico nos ajuda a compreender um fator-chave para o sucesso de qualquer relacionamento: a expectativa. Aguardar pela chegada de um medicamento para o filho doente, por exemplo, é uma experiência muito mais sensível do que a espera por outro tipo de produto. Tendo esse ponto de partida, ou seja, que a dor do nosso cliente é muito relevante e deve ser solucionada com o máximo de eficiência, elementos como navegabilidade (do site ou do app), praticidade de pagamento e tempo de espera têm um peso gigante para determinar o nível de satisfação dos clientes. E mais do que saber disso, temos uma série de relatos que nos comprovam o quanto as pessoas contam com a nossa marca para lidar com momentos que são, de fato, estressantes e delicados. E aqui eu chego a algo que acredito ser um insight poderoso: é extremamente importante valorizar as interações que os clientes fazem com os nossos recursos digitais! De maneira análoga ao que temos na farmácia física, os clientes encontram espaço para se expressar nos meios digitais, e a gente pode tirar muito proveito disso. Para ilustrar o que estou dizendo, quero compartilhar um dado: diariamente, nossos times se dedicam à leitura de todos os comentários enviados de maneira voluntária pelos nossos clientes. Isso tem um valor inestimado, porque é o que nos permite entender em detalhes o que está acontecendo com cada pessoa que investiu seu tempo para falar com a gente. Em alguns casos, as mensagens são tão detalhadas, tão ricas, que a gente tem uma verdadeira explosão de ideias sobre o que

pode fazer para melhorar a experiência não só daquela pessoa, mas de todas as que passaram ou passarão por alguma situação semelhante. Em um futuro próximo, será possível contar com a inteligência artificial para aumentar a nossa capacidade de processamento e de compreensão desse grande volume de comunicação, aumentando mais ainda as chances de criarmos ações que tenham o efeito esperado na vida dos clientes. E estamos falando de apenas uma frente de troca entre eles e a nossa marca, deixando de lado outras interfaces importantes. Mesmo na era da digitalização, precisamos ter em mente que, no final do dia, estamos falando de pessoas que querem ter suas necessidades atendidas da forma mais rápida, eficiente e transparente possível, sem deixar de lado o calor humano e o melhor custo-benefício que puderem encontrar. E, particularmente, só vejo um caminho para que isso seja possível nas grandes empresas: obsessão pelo bem-estar e pela satisfação dos clientes. Esse é o ponto de encontro para todos os profissionais e suas áreas, permitindo que a gente crie as sinergias necessárias dentro da empresa para implementar soluções que atendam - e, quem sabe, superem! - as expectativas de quem conta com a gente no seu dia a dia. Em meio à correria que marca o nosso contexto, é preciso tirar alguns minutinhos do dia para se lembrar de que o cliente quer, muitas vezes, o básico bem executado: navegabilidade agradável, praticidade de escolha do produto e de pagamento e entrega feita no prazo prometido. Se pudermos fazer isso, teremos a oportunidade de buscar caminhos mais ousados.

Sarah Paulino é formada em Economia e com MBA em Varejo pela FGV SP. Atualmente, é Gerente Executiva de Experiência e Atendimento ao Cliente na RD RaiaDrogasil. Em seus 15 anos no grupo RD, passou por áreas como Planejamento Orçamentário e Operações de Farmácias, sempre tendo como foco a jornada do cliente.

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//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

FELIPE MENDES

General Manager Latam da GFK

A (R)EVOLUÇÃO ESTÁ BATENDO À SUA PORTA... VOCÊ VAI ABRI-LA OU ESPIAR PELO BURACO DA FECHADURA?

O

s leitores frequentes da Revista E-Commerce Brasil devem ter observado que sempre busco trazer o que está ocorrendo no varejo a nível global. Parte importante desse material é conseguido em conversas com colegas da própria empresa em que trabalho, a GfK - uma empresa do grupo NIQ, porém, de tempos em tempos, consultamos experts externos, como consultores, líderes de importantes redes de varejo e até mesmo “futuristas”. Este ano, realizamos um esforço inédito: conversar com 796 varejistas, de 76 países, sobre quatro aspectos que julgamos relevantes entender mais profundamente: os formatos de varejo que melhor atendem às novas jornadas de compras, novas fontes de receita (e lucro), a relevância do proces-

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so de entrega dos produtos, as tecnologias transformadoras e, não menos importante, a sustentabilidade presente em cada etapa no negócio. O nosso objetivo era entender o que esses quase 800 experts enxergam sobre o futuro próximo em suas operações. Após escutar suas opiniões e intenções, fomos atrás de outras fontes de informação, como as vendas efetivas no varejo de eletroeletrônicos, ou então estudos proprietários de tendências ou de jornada de compras. Nossa intenção era corroborar ou desafiar algumas das premissas na tentativa de trazer ao mercado uma visão integrada, que permita mudanças de rota com mais assertividade. Dividirei as conclusões do nosso trabalho, bem como algumas ideias para implemen-


Atuou em empresas de bens de consumo, como Phillip Morris, Mondelez e Unilever, no Brasil, Chile e México, até a posição de Diretor de Marketing. Em consultorias de data analytics, como a GfK, vem liderando empresas e unidades de negócio desde 2008, especializando-se em realizar processos de turnaround comercial, operacional e financeiro, bem como integração de empresas adquiridas. Felipe é membro do YPO (Young Presidents Organization) desde 2014 e atua em Conselhos de Empresas e Associações, além de palestrante frequente em eventos de tecnologia, varejo e comércio eletrônico, sendo investidor de startups nesses segmentos.

tação, mas talvez a mensagem mais importante seja o nome que demos ao resultado da nossa investigação: a (r)evolução do varejo. Nossa visão é que, após algumas ondas de absoluto ufanismo, seja sobre a morte do formato X, ou do domínio da tecnologia Y, ou de “transformações radicais”, viveremos uma época em que muitas das tendências já identificadas irão se consolidar, trazendo maior eficiência econômica para a empresa ou uma melhor experiência aos clientes. Formatos de varejo que melhor atendem às novas jornadas de compras A primeira conclusão que pudemos observar é que os formatos “especialistas” cresceram mais rápido desde a pandemia. A necessidade de uma compra mais informada, seja em função da busca de performance dos produtos ou por restrições orçamentárias, levou a um maior interesse dos potenciais compradores em toda a jornada de compra, favorecendo aqueles varejistas que tinham maior domínio das categorias e, muitas vezes, um mix mais amplo. A segunda conclusão é que os países de renda média, como o Brasil, foram muito mais rápidos que os de renda mais alta na adoção dos marketplaces. Em linha com o comentado acima, esse formato de venda permite uma maior exploração/comparação de produtos e alternativas, seja em relação às características técnicas como de faixas de preços ou promoções. É uma excelente proposta de valor para o potencial comprador. Porém, há outras formas de se conseguir informação antes da compra efetiva, e recorremos a um estudo global que realizamos de forma contínua, chamado gfknewron consumer, no qual entrevistamos compradores recentes de eletroeletrônicos através de

entrevistas online. Nele, vimos que 41% dos entrevistados que compraram online haviam pesquisado offline, mas, ao mesmo tempo, 34% dos que compraram offline também pesquisaram online. O fato é que as jornadas de compra on e off, que antes eram bastante diferentes, estão cada vez mais similares. Essa avaliação é corroborada em nosso estudo com os 800 varejistas, os quais acreditam que uma oferta “omnichannel” de compra (79% dos entrevistados) é a que terá maior sucesso comercial nos próximos dois/três anos, seguida do “mobile commerce” (70%) e dos “marketplaces“ (65%), enquanto o “social commerce” foi mencionado por 54% dos varejistas como um formato de sucesso no futuro próximo, o que nos pareceu um percentual alto. Essa oferta “omnichannel”, vale destacar, não tem a ver apenas com a possibilidade de comprar no on ou off, mas sim com a sua flexibilidade em toda a jornada. Para colocar isso em números, olhando novamente para os dados das vendas de eletroeletrônicos no mundo, os varejos que contam com a possibilidade de se comprar tanto no on como no off têm pesos muito diferentes entre as regiões. Mesmo na América Latina, que é a de maior destaque a nível global, “apenas” 20% das vendas (eram 8% em 2019) são concentradas nesses varejos com oferta de compras omnichannel. Na China, por exemplo, os varejos que permitem compras nos dois formatos representam apenas 2% das vendas, enquanto na Europa esse percentual é de 17%. O que quero deixar claro é que, mesmo sem ter lojas físicas, você se aproveita do crescimento da jornada omnichannel, mas para isso deve se posicionar como um “local”

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//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

onde o comprador vai buscar informação durante a etapa “online” de sua jornada. Se você for eficiente no processo, encantando e oferecendo uma boa experiência, pode ser que ele termine a jornada em sua loja, sem buscar mais fontes de informação. A (r) evolução é simples: se antes o comprador potencial era quem ia aos canais, hoje são os canais que devem “ir” até o comprador. Finalmente, perguntamos aos varejistas sobre sua preocupação com as vendas diretas das marcas aos clientes. Foi interessante observar que 33% da amostra se declarou preocupada com o impacto em suas vendas, mas 40% já acredita que pode oferecer às marcas vantagens em termos de escala de consumidores ou mesmo serviços adicionais, posicionando o D2C como um canal que lhes oferece menos risco. Novas fontes de receita (e lucro) Esse é um assunto que tenho buscado trazer aos leitores da E-Commerce Brasil, mas também aos que assistem aos seus eventos, pois em um mundo no qual os compradores buscam o melhor negócio nos marketplaces, as margens serão cada vez mais apertadas. É papel do varejo explorar essas “pupilas e cliques”, rentabilizando o seu tráfego. A boa notícia é que parece haver um consenso sobre essa importância, já que 54% dos varejistas afirmaram que alugar espaço em suas lojas para as marcas será uma importante fonte de receita nos próximos dois/três anos. Lembremos que essa foi uma das principais fontes para o turnaround da Best Buy a partir de 2012, conhecido como “Renew Blue” e liderado por Hubert Joly. O segundo elemento, com 49% das menções, foi aproveitar o espaço na loja ou no armazém para oferecer opções de “fullfilment”, o que com certeza gera receita, mas também

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bastante investimento e treinamento, o que pode acabar não gerando a lucratividade esperada. Já o terceiro elemento, com 45% das respostas (e 60% entre varejos online) é a mídia de varejo (retail media), assunto que já foi parte de um texto específico meu (“Vender televisão ou publicidade, eis a questão”), na edição de junho de 2022. Números atualizados dão conta que nos Estados Unidos a receita com retail media já cruzou a barreira dos US$ 100 bilhões, e, globalmente, já é responsável por 11% de todo o investimento em publicidade. Explorando ainda mais o assunto, perguntamos aos varejistas que tipo de serviços eles estavam se preparando para oferecer aos seus clientes e, entre aqueles que declararam estar desenvolvendo algo novo, 62% disseram que o seu foco era justamente o “retail media”, seguido de “serviços financeiros” (45%) e “serviços de assinatura” (31%). Acredito que podemos assumir que os dois primeiros são obrigações para todo varejista e serão largamente implementados, porém modelos de assinatura ainda podem ser explorados como diferencial para os seus clientes, sendo um bom CRM a base para se propor alternativas aos clientes, aprender muito com a resposta, e logo gerar receitas recorrentes e sustentáveis. A relevância do processo de entrega dos produtos Não é surpresa que o elemento “entrega” tenha crescido sua importância nas decisões de compra nos últimos três anos. No estudo gfknewron consumer, a entrega já é o segundo elemento mais relevante (43%) para se decidir por comprar um produto em um varejista, atrás apenas do preço (51%).


Nesse sentido, perguntamos aos varejistas em que áreas do seu negócio eles investirão para crescer a sua qualidade de serviços e eficiência. O “tempo de entrega” foi mencionado por incríveis 86% deles, seguido de investimentos na “cadeia de suprimento” (81%). Como referência, “pessoas” foi o terceiro (77%) item mais citado, enquanto o item“meios de pagamento” teve apenas 67% das respostas, com o mesmo percentual para “sortimento”. Acho válido comentar que, na América Latina, o percentual de 86% para “tempo de entrega” é ainda mais alto (92%), sendo mais uma vez a região de maior destaque global. Sabemos que o investimento em logística é alto, e há muitos possíveis formatos para se experimentar até chegar a uma boa combinação entre fornecedores e soluções internas. Porém, peço sua atenção e investimento (de tempo e dinheiro), já que a entrega nos tempos definidos se tornará algo “higiênico” (básico) para a experiência do cliente, e não mais um fator de encantamento. Quando isso ocorrer, se você estiver defasado, será penalizado com perda de lealdade. Perceba que eu disse entrega “nos tempos definidos”, já que “velocidade” é um serviço, tem o seu claro valor, portanto tem que ser cobrada adequadamente dos clientes.

um constante gerenciamento de “previsões”, sejam elas de número de pessoas em loja no fim de semana, capacidade dos sistemas durante a Black Friday, o correto equilíbrio entre vendas perdidas e dias de estoque, as sensibilidades de preços, ou o dimensionamento de força de trabalho. Apenas no varejo, espera-se que os investimentos em IA, a nível global, sejam de US$ 31 bilhões em 2028. Perguntamos, portanto, quais os principais benefícios esperados pelos varejistas em relação à IA para os próximos dois/três anos, e a maior expectativa está na previsão de demanda (78%), seguida pela personalização da jornada aos consumidores (70%) e a estratégia de preços (67%). A questão de otimização da logística e estoques está logo na sequência, o que podemos entender por ser algo menos “sexy” e mais complexo, porém acreditamos que, para alguns varejistas que sofrem com falta de eficiência de capital por excesso de estoque ou altos custos logísticos, essas aplicações poderiam ser priorizadas para se liberar caixa, que poderia então ser usado para investir na experiência do cliente.

O que observamos nas conversas com os varejistas é que a inteligência artificial (61%) é o maior ponto de atenção, muito à frente de blockchain, realidade aumentada ou virtual, e robótica (automação), todos com apenas metade das respostas (32%). Esses números são similares entre as regiões, incluindo a América Latina.

A ideia de explorar o blockchain foi menos relacionada às famosas criptomoedas e muito mais em relação à possibilidade de se agregar monitoramento de produtos, inclusive pensando na questão de rastreabilidade de novos produtos e dos seus fornecedores, mas também de produtos usados/reciclados. No entanto, ficou claro nas entrevistas que esse conceito ainda não está na cabeça dos varejistas, o que novamente nos pareceu uma oportunidade a ser explorada, em especial conectada à oportunidade dos produtos “de segunda mão”, os recauchutados ou reformados.

Faz todo sentido para nós que a inteligência artificial seja o grande ponto de atenção dos varejistas, já que o seu negócio depende de

Já em robótica, quisemos explorar entre os que entendem o potencial da adoção da tecnologia, na qual esperavam benefícios

As tecnologias transformadoras

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//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

nos próximos dois/três anos. A automação dos processos nos depósitos apareceu com 87%, seguida pelo uso de robôs para confirmação de estoques (62%), ficando as outras alternativas abaixo dos 50%. A “entrega de última milha” foi citada por apenas 23% apenas como curiosidade, talvez em função das dificuldades enfrentadas nos testes realizados até hoje.

Consumer Life da GfK. Os europeus empatam conosco, mas asiáticos e americanos nos seguem bem mais de longe, portanto a inspiração para nossos varejos deve ser a Europa e as suas políticas, cuidando para que a implementação não se torne tão cara que afaste a maior parte dos seus clientes, em função das restrições econômicas típicas de nosso país e região.

Como pudemos observar acima, há muita oportunidade de se ganhar eficiência de capital na gestão logística, porém sabemos que os investimentos são altos e os projetos, complexos - o que pode levar a uma concentração cada vez maior em grandes empresas de logística ou de varejo. A boa escolha do parceiro, nesse segundo cenário, converte-se em uma das decisões mais importantes que qualquer gestor de empresas de e-commerce deve tomar, e merece uma visão que combine custos, confiabilidade e resiliência.

Falando de iniciativas específicas para os próximos dois/três anos, a “adoção de produtos e serviços sustentáveis” obteve 65% das respostas, seguida de perto por práticas corporativas sustentáveis, como gestão de água e energia. O que ainda parece ser uma alternativa de diferenciação é que apenas 37% dos respondentes disseram que adotarão “centros de reciclagem” ou “venda de produtos de segunda mão”, sendo que na América Latina essas duas ações são ainda menos citadas pelos varejistas.

A sustentabilidade presente em cada etapa do negócio Esse é outro critério que se tornou um “fator higiênico”, ou seja, o fato de você não ter algo para oferecer aos seus clientes gera uma penalização. Você afirmar que se preocupa com isso e ter ações isoladas já não gera mais um grande encantamento, pois a expectativa dos clientes é que você “tome conta disso” para eles, sem necessariamente agregar custos excessivos. Em nossos estudos, temos percebido que transferir custos para o cliente é visto como “transferir a responsabilidade”, portanto o posicionamento justificado e transparente de preços é fundamental, caso seja necessário cobrar um “premium”. Essa preocupação é muito mais importante na América Latina, sendo “preservar o meio ambiente” o décimo valor pessoal mais importante para os latinos, segundo o estudo

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Essa tendência tem ganhado velocidade em alguns setores do varejo, em especial a moda, mas certamente eletroeletrônicos e outros bens de ciclo de troca longo têm potencial para acelerar sua adoção, em função do alto custo de aquisição e da possibilidade de se estender a vida útil dos produtos, o que ao mesmo tempo ajuda o bolso do consumidor e o meio ambiente. Pensando agora em atos concretos para os clientes, os varejistas têm concentrado suas ações em buscar produtos com embalagem reciclada (59%) ou que gastem menos embalagem (53%), mas também na educação desses consumidores (55%). Algo que se destaca absolutamente na América Latina é a questão de garantias, as quais para o mundo tem 44% das atenções, mas em nossa região apresenta um percentual de 53%. Novamente, a “sustentabilidade” em países mais humildes tem a ver igualmente com o meio ambiente e a segurança econômica.


Interessante que alguns varejistas ainda nos disseram que não estavam indo atrás de ações de sustentabilidade, e metade deles comentou que seus clientes ainda não os estão pressionando por isso, o que acredito ser uma miopia. Mas o que mais chamou minha atenção é que outra parcela importante não está agindo porque avalia que o potencial de sustentabilidade para o varejo é pequeno, o que considero uma enorme falta de visão estratégica, dado que estamos no negócio de movimentar “coisas” (produtos) de um lado (fábricas) a outro (casas), e boas estratégias de sustentabilidade podem trazer ganhos para todos.

A minha maior preocupação, e deixo a vocês como reflexão, é quanto tempo será realmente dedicado a essa agenda estratégica, a qual compete com todas as aflições e dilemas do dia a dia. Acredito que a pergunta não é “se” deve olhar para isso, mas “como” (ou quando) conseguirá colocar a atenção necessária na busca do sucesso continuado do seu negócio. Essa (r)evolução tem várias oportunidades, mas que podem se converter em uma grande dor de cabeça, se a sua resposta for passiva.

A (r)evolução já está ocorrendo e deve pautar as decisões estratégicas Minha percepção após ler o estudo, e espero tê-la transmitido aos leitores da Revista E-Commerce Brasil, é que, apesar de termos cinco blocos de análise, eles estão absolutamente interligados na busca das duas únicas coisas que importam no varejo: uma boa experiência ao cliente, e que eu consiga entregá-la com eficiência econômica. Nesse sentido, acredito que há dois elementos que resumem as discussões estratégicas nos próximos anos, sem importar tamanho, setor ou estágio de maturidade do seu varejo: 1) A digitalização: aqui incluída a jornada figital dos consumidores, o poder preditivo da inteligência artificial e a automação de processos comerciais, de marketing e logístico; 2) A geração de novas avenidas de lucro: o oferecimento de mídia para as marcas, a venda de serviços financeiros aos consumidores, a oportunidade de converter vendas frequentes em assinaturas e, não menos importante, a otimização dos custos logísticos com parceiros e/ou internamente.

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//CASE

SAÚDE É O QUE INTERESSA No início de dezembro de 2023, o Ministério da Saúde atualizou a relação de doenças conectadas ao trabalho. Após 24 anos, o burnout finalmente foi incluído na lista e reforça a necessidade de “iluminar” uma questão um tanto sensível: a saúde emocional dos colaboradores Por Giuliano Gonçalves, da Redação do E-Commerce Brasil

N

o Brasil, a rotatividade de colaboradores dentro das empresas tem alertado profissionais de RH. Afinal, o país revela o maior índice de turnover do mundo, com 56%. Está à frente inclusive de França (51%), Bélgica (45%) e Reino Unido (43%). De 2022 para 2023, aliás, o número de demissões voluntárias passou de 33% para 48%, muitas delas ligadas à saúde mental. Se não bastassem esses números, um estudo do International Stress Management Association, no Brasil (ISMA-BR), mostrou que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome do burnout. Isso coloca o país no segundo lugar do ranking de número de casos, atrás apenas do Japão. Aliás, a pesquisa ainda indica que 72% dos brasileiros sofrem sequelas devido a um nível de tensão elevado. Números como os apresentados impulsionaram o português Rui Brandão, médico de formação, a tirar do papel (em 2017) o projeto da plataforma Zenklub. “Minha mãe desenvolveu uma bipolaridade tardia, e percebi que não havia um sistema de saúde mental que a maioria das pessoas pudesse

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utilizar de forma mais proativa, acessível e simplificada. Então, minha principal motivação foi literalmente criar um sistema de saúde nacional e democrático”, conta o CEO da empresa. A sensibilidade da saúde mental nos dias atuais Com o avanço tecnológico, cada vez mais percebe-se um crescimento de pessoas em busca de tratamento da saúde mental. Hoje, a classificação de saúde mundial já engloba esse tipo de patologia como um dos principais motivos para afastamento dos trabalhadores de suas funções profissionais - superior, inclusive, às questões relacionadas a doenças físicas. “Em indústrias, esse problema já está entre os top 3 motivos que afastam as pessoas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o volume de consultas de terapia aumentou 30% todos os anos”. Portanto, além de se falar mais sobre o assunto, é nítido que existe uma procura maior por assistência a ele. “Hoje, é preciso garantir que as pessoas entrem em jor-


nadas de acordo com o tipo de patologia que elas possuem, e efetivamente terem bons desfechos clínicos”. Segundo Brandão, pessoas que trabalham em empresas menores sofrem de problemas de saúde mental em maior escala. “Temos estudos internos que comprovam o quanto a saúde mental é importante dentro das empresas, tanto na facilidade de preencher posições como no aumento de retenção desses profissionais”. A saúde mental pré e pós-pandemia Por ter nascido antes da pandemia, a plataforma do Zenklub possui um histórico interessante sobre as mudanças que o evento gerou nas pessoas. Um dos principais indicadores com o advento da crise de saúde mundial foi o de as pessoas entenderem a possibilidade de consumir praticamente tudo no formato digital. “Antes, esse tipo de problema (mental) era resolvido majoritariamente em clínicas e hospitais. Hoje, nós já vivemos outra realidade, e esse ‘tabu’ foi quebrado”. Entre os pontos positivos do pós-pandemia, a democratização ao acesso gerado pelas plataformas é um dos destaques de Brandão. “Em um país de tamanho continental como o Brasil, há uma concentração de especialistas nos grandes centros. Porém, nesses locais também há trânsito, insegurança… Então nós damos acesso à mesma qualidade de profissionais a pessoas em qualquer local do país”. Quebra de tabus em relação à saúde mental Além dessa mudança, ele lembra que há poucos anos não se falava em saúde mental como hoje, com indivíduos de praticamente todos os segmentos buscando resolver essa questão. “As empresas entenderam que, para evoluírem como um todo, é necessário que

os funcionários estejam bem para haver o retorno financeiro que tanto almejam”. Dentro do universo do e-commerce, a Zenklub consegue traçar um panorama da qualidade da saúde mental tanto para os grandes negócios como para os pequenos varejistas. Todos os anos, a empresa roda pesquisas para entender esse dado, e afirma que a saúde mental já esteve pior (na pandemia, por exemplo) do que atualmente. “Vemos a necessidade de realizar um trabalho proativo maior nas grandes empresas. Ainda que elas ofereçam plano de saúde aos funcionários, os problemas relacionados à saúde mental seguem em alta. É justamente aí que entramos como um parceiro da área de RH para atenuar esse número”. Interessante saber que, no primeiro semestre de 2023, o setor que se destacou com o melhor índice de bem-estar foi o de tecnologia, que chegou a 72,3 - em uma escala de 0 a 100. Já o de consumo e varejo teve o menor número, com índice de 57,8. Logística, também parte do comércio eletrônico, apresentou uma nota de 64,4 - muito aquém do ideal quando o assunto é bem-estar emocional. Como comparativo, em 2022, a nota do setor foi 72,0. Reconhecimento merecido O NPS da Zenklub em relação às empresas hoje está em 75, conquistando inclusive o prêmio Top of Mind de RH 2023 como referência em Soluções de Benefícios de Saúde e Bem-Estar. Além disso, a empresa foi selecionada (dentre outras 186) como uma das cinco marcas mais reconhecidas no segmento pelos profissionais de RH no Brasil. Hoje, a plataforma atende a mais de 500 empresas, com mais de um milhão de consultas ao ano.

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//CASE

“É incrível saber que nós conseguimos quebrar a barreira dos clientes de tecnologia e publicidade para empresas muito maiores, como Volkswagen, Azul e Raia Drogasil, por exemplo”. Tamanha é a compreensão das empresas sobre esse tema, que dentro de fábricas como Volkswagen já existem salas específicas para os profissionais fazerem terapia online. Tecnologia em prol do bem-estar Para Brandão, os desafios tecnológicos em relação à plataforma nunca terminam. Hoje, há um desenvolvimento contínuo focado nos especialistas que utilizam a plataforma. Toda a parte transacional, como envio de convites e marcação de consultas, está cada vez mais vinculada à inteligência artificial. “Hoje, o profissional consegue pedir para a Clari (IA da plataforma) para ler as consultas do dia, tal qual os pontos mais importantes para focar com o paciente”. Até no pós-consulta, segundo o CEO, a IA apoia o terapeuta na digitação do conteúdo, completando o texto de acordo com o contexto - nesse caso, há um suporte do ChatGPT, entre outras ferramentas. Essas atualizações visam tanto aumentar a produtividade do profissional como equilibrar (também) a sua saúde mental.

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Futuro da Zenklub O empoderamento profissional de saúde com ferramentas digitais, a fim de elevar a assertividade e a qualidade do trabalho, está entre os tópicos de investimento contínuo da Zenklub para os próximos anos. O mesmo ponto é direcionado à pessoa que recebe o tratamento: para Brandão, o objetivo é que a melhoria da saúde mental do usuário seja cada vez mais rápida. Caso a pessoa tenha um quadro de depressão grave, por exemplo, o foco da plataforma será ajustar o melhor plano para trazê-la a uma depressão leve. “Os acessos da plataforma foram importantes para nos trazer até aqui, de abrir o diálogo com a sociedade sobre o assunto. Daqui para frente, o nosso foco será cada vez mais na rede de especialistas, a fim de sermos o canal mais assertivo na questão da saúde mental”. Hoje, a empresa possui aproximadamente dois mil especialistas atuando. “Não queremos volume, mas bons profissionais, com boas vivências anteriores e intimidade com o universo digital”. Uma coisa é certa: o cuidado com a saúde emocional dos colaboradores só trará benefícios, tanto para a empresa como para o indivíduo. Foto: Divulgação

Um dado curioso: mais de 50% das pessoas que experimentam a plataforma da Zenklub nunca haviam ido a um consultório médico em busca de tratamento. Para Brandão, isso é mais um exemplo da quebra de barreiras promovida pelo digital. Sobre a ótica das empresas, ele também lembra da gama de diversidade atendida pelos terapeutas. “A partir do momento que as empresas financiam a saúde emocional dos funcionários, automaticamente mais minorias passam a cuidar da saúde mental”.


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//SUSTENTABILIDADE

SUSTENTABILIDADE NAS ENTREGAS DO E-COMMERCE

O

avanço da sustentabilidade nas entregas do e-commerce é um movimento sem volta, que demonstra a responsabilidade ambiental cada vez mais consolidada entre os players e as exigências dos consumidores em relação a serviços mais verdes. Nesse cenário, os operadores logísticos e as transportadoras assumem um papel essencial no ecossistema do comércio eletrônico, no qual devem contribuir com ações e soluções focadas nas boas práticas ambientais, especialmente nas grandes metrópoles, onde há um número maior de veículos de entregas circulando. Dispor de alternativas de entrega verde é um ponto estratégico e pode até ser um conversor de vendas das lojas virtuais, já que 73% dos compradores brasileiros do varejo eletrônico estão mais propensos a optar, na hora de fechar negócio, por um varejista ou marketplace que tenha opções de entregas ecologicamente corretas. Além disso, 69% deles consideram esse aspecto importante ao comprar pela internet, conforme apurou a pesquisa E-Shopper Barômetro 2022, a mais recente realizada pelo Grupo Geopost e Jadlog.

Ao mesmo tempo, quase 70% dos consumidores acham que as marcas e empresas do e-commerce devem ser ambientalmente responsáveis, 44% deles se certificam de comprar produtos ecologicamente corretos quando possível, e 38% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente, também de acordo com a pesquisa. Para eles, a utilização de veículos de entregas com baixas emissões de carbono na atmosfera representa a opção mais responsável sob o aspecto ambiental, seguida pela entrega em que vários produtos são combinados e entregues juntos no mesmo dia. A partir de indicadores registrados pela pesquisa, que comprovam a tendência de sustentabilidade no setor, transportadoras e operadores logísticos precisam acompanhar a economia de baixo carbono, adotando, inicialmente, ações internas que sejam ambientalmente responsáveis. Exemplos disso são iniciativas relacionadas ao crescimento paulatino de veículos elé-

BRUNO TORTORELLO CEO da Jadlog

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tricos nas frotas das empresas, bem como de caminhões, carretas e utilitários que são bicombustíveis e têm o GNV (Gás Natural Veicular) como alternativa menos poluente que o diesel e a própria gasolina. Investimentos em veículos leves elétricos, como motocicletas e triciclos, especialmente para as entregas de última milha nos grandes centros, também são fundamentais para a redução de toneladas de CO2 no ar. Nessa seara, transportadores estão investindo em frotas carbono zero e menos poluentes, e inventariando suas operações pelo método do programa GHG Protocol, uma ferramenta que calcula as emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa) e promove as ações para a neutralização do carbono. Com a metodologia, as empresas conseguem medir as emissões diretas provenientes da operação e as indiretas, relacionadas ao consumo de energia elétrica e outras que ocorrem na cadeia de valor, e podem realizar ações de compensação das emissões por meio de parcerias com fundações e ONGs (Organizações Não Governamentais) comprometidas com a economia de baixo carbono.

desgastados e outros materiais como pallets e uniformes em desuso contribui sobremaneira em favor da responsabilidade ambiental. Adicionalmente, é fundamental oferecer soluções logísticas mais verdes, como é o caso dos PUDOs, ou pontos de retirada e envios de produtos, e dos lockers, que se enquadram nas entregas OOH (Out of Home, ou fora de casa). Neles, as entregas e coletas de diversos produtos são consolidadas em um único ponto, fazendo com que uma quantidade menor de veículos circule nos grandes centros, reduzindo trânsito, emissões de CO2 e a poluição sonora. A preocupação com a responsabilidade ambiental, portanto, é irreversível e vem avançando nas entregas do e-commerce, seja por posições politicamente corretas das empresas ou pelas pressões dos clientes. Ações e soluções verdes são fundamentais para que todos os players atuem em favor da jornada positiva do e-shopper e pelo desenvolvimento sustentável do e-commerce.

Além das práticas já mencionadas, outras são pertinentes, como a instalação e utilização de eletropostos e lava-rápidos ecológicos com reuso de água próprios, a adoção de flyers e envelopes biodegradáveis para o transporte de documentos, a remoção de banners e murais, o uso da tecnologia para eliminar a necessidade de imprimir etiquetas de papel e o consumo consciente de recursos naturais nas operações. Uma política de reciclagem que abranja os pneus Bruno Tortorello tem mais de 21 anos de experiência na área de logística e distribuição e é um dos executivos mais destacados do setor. Graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, com especialização em Administração pela FGV e MBA em Gestão Internacional pela FIA, Tortorello foi presidente da Total Express e, anteriormente, liderou áreas comerciais e operacionais do braço logístico do Grupo Abril. Chegou à Jadlog com a missão de alavancar as vendas e os negócios por meio das operações do e-commerce e do fortalecimento do negócio B2B de pequenas encomendas, contribuindo para que a transportadora alcançasse o faturamento de R$ 1 bilhão em 2020.

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CAOS, MATURIDADE E CRIAÇÃO A turbulência vivida pelo varejo em 2023, tanto no físico quanto no online, pode indicar as mudanças que o mercado precisa enfrentar para evoluir Por Amanda Lucio e Lucas Kina, da Redação do E-Commerce Brasil

A

complexa - e ingrata - missão colocada ao fim de mais um ano chega, inevitavelmente, uma vez mais: analisar e tentar compreender, em algumas páginas, o que foi 2023 para o e-commerce. Seja a partir do aspecto político, com novidades em termos de tributação e fiscalização de novos players, ou de uma análise mais focada no próprio setor, é fato que o ano em questão pode ficar marcado como um divisor de águas na história recente do comércio eletrônico. Temos, de um lado, empresas que precisam atualizar estratégias e agir de maneira mais cautelosa para passar por transições necessárias, levando em consideração altas taxas de juros e um cenário instável na economia. Do outro, consumidores com menos crédito e poder de compra em relação a anos anteriores, mas retomando a confiança gradativamente. O que fica, por trás de todas as notícias e levantamentos apresentados neste ano, são as percepções para cada situação.

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A visão por meio dos números da Black Friday 2023, por exemplo, não traduz recortes específicos que variam entre metas batidas e resultados menos empolgantes na comparação com o ano anterior. Como mostrou a própria base de dados do painel Black Friday Hora a Hora, apresentado pela Confi.Neotrust, houve discrepância entre faturamento, pedidos e ticket médio quando a análise é observada pelo o tamanho das empresas. Enquanto grandes varejistas não alcançaram a expectativa positiva, pequenas e médias empresas (PMEs) foram as protagonistas dessa dança. Antes disso, a ascensão de empresas estrangeiras trouxe diferentes sentimentos à mesa do e-commerce nacional. Concorrência desleal ou o ponto de mudança para o setor e tudo que o cerca? A realidade foi que a crescente das marcas Shein e Shopee, além da consolidação de players como Amazon e Mercado Livre, trouxe mais um momento


de reinvenção. Em comum, todas elas têm a mesma visão relacionada ao Brasil: um mercado de extrema importância e potencial claro. Outro acontecimento, agora mais geral, foi a evolução da inteligência artificial e sua aplicação em mais processos de trabalho a cada dia, inclusive no e-commerce. Desde a virada de 2022 para 2023, o tema tem sido debatido e adotado em diversos setores, causando um acirramento da “maratona” pela digitalização. As empresas de gerenciamento de dados, os supermercados e os pequenos lojistas trabalham, agora, para adotar ferramentas de IA em vista de otimizar resultados e demandas operacionais. Só para ter uma ideia da proporção, o Brasil ocupa o top 5 de países que mais usam a tecnologia no mundo, garantindo cerca de 1,3 bilhão de acessos, enquanto o volume de tráfego dos Estados Unidos conta com mais de 5,5 bilhões de acessos, o que corresponde a 22,6% do tráfego mundial de IA, de acordo com o levantamento feito pela WriterBuddy com a Semrush. Se em 2023 o mundo foi sacudido por essa rápida movimentação na forma como lidamos com a tecnologia, quais serão os passos do ano que vem? Para ajudar com a análise do que foi 2023 para o setor, projetando também o que pode ajudar no próximo ano, a redação do E-Commerce Brasil consultou alguns especialistas que, ao longo do ano, monitoraram o e-commerce brasileiro. Mais do que isso, eles também integram parte da percepção geral do ano e vão, pela última vez em 2023, compartilhar essas visões.

isso, sua opinião diz muito sobre o que foi a realidade, já que o comércio eletrônico, de certa forma, só crescia. O ano em questão, portanto, pode representar o início do amadurecimento ainda maior do setor no país. "Em 2023, os varejistas se viram obrigados a não pensar mais como 'unicórnios', e sim como 'camelos' (modelo de startup que busca crescer, mas com sustentabilidade). Hoje, eu vejo um mercado muito mais maduro e se consolidando. Acho que há um outro movimento aqui, que é o de players globais estando entre os principais. A Shein foi a loja preferida dos brasileiros durante a Black Friday. Isso é muito interessante pelo primeiro motivo óbvio de ser um player asiático, mas também de ser um player verticalizado", afirmou. Outro ponto que indica uma mudança dentro do universo do e-commerce brasileiro, de acordo com ele, é o da redução dos descontos nesse ambiente. "Segundo uma pesquisa da XP, os descontos desta Black Friday estão imperceptíveis do ponto de vista matemático, embora as pessoas continuem comprando. Isso já podia ser percebido, pois o varejo já vinha trabalhando com os melhores preços possíveis para incentivar o consumo, que já estava abaixo do esperado”, pontuou o executivo.

E-commerce em metarmofose

Em contraste à informação dada, Ivo traz um pensamento de futuro para o e-commerce: pensar mais em valor e menos no preço. Sua explicação sobre essa frase é que o investimento em marca ganhou os holofotes e, hoje, pode ser o grande diferencial para empresas que buscam destaque em seu meio de atuação.

A avaliação de Diego Ivo, CEO da Conversion, sobre o e-commerce em 2023 é já conhecida e vista para mais setores da economia: momento de muito aprendizado. Também por

Prova disso é que “as empresas precisarão investir em branding. Vejo, de um lado, os marketplaces se consolidando principalmente com vendas de produtos de ticket

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médio mais baixo e menos sensíveis à marca - nesse caso, o marketplace é a marca principal. De outro, a indústria ainda vai ganhar bastante espaço vendendo seus produtos diretamente para o consumidor, integrando tanto estratégia comercial quanto de branding, pois a experiência de um e-commerce torna-se cada vez mais importante para o branding”, salientou Um dos obstáculos para esse desenvolvimento pode ser o ambiente tributário complicado que o Brasil tem. Com a Remessa Conforme se estabelecendo, a concorrência com players internacionais ganha um degrau de igualdade, mas pode onerar demais o consumidor. No final das contas, a manutenção dos impostos não foi algo que ajudou o setor em 2023. Com base no relatório Setores do E-commerce, realizado pela Conversion, Ivo também separou um top 5 das principais categorias e dos principais representantes do e-commerce a nível nacional. Integram a lista: Categorias » Celulares » Eletrônicos e Eletrodomésticos » Moda & Acessórios » Calçados » Casa & Móveis E-commerces (em ordem de destaque) 1. Mercado Livre 2. Amazon 3. Shopee 4. Magalu 5. OLX

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“Para 2024, enxergo a Shein entrando no Top 5. É cedo para dizer, mas poderíamos ver uma ascensão de players verticalizados. Será que os especialistas poderiam tirar o trono das lojas que vendem de tudo? Só o tempo dirá”, comentou, antes de encerrar com uma mensagem para o profissional de e-commerce ou varejo em 2024. “Acho que temos que trabalhar com o cenário que temos: alta taxa de juros e concorrência desleal. Trabalhe como se isso não fosse mudar, e as empresas irão descobrir muitas inovações que podem ser feitas. Além disso, invista em branding. Investir em marca é comprar performance futura. Basta ver que nas campanhas de anúncios os termos de marca vão ser responsáveis pela quase totalidade das vendas. Marca é tudo”, encerrou Ivo. Detalhes e ajustes Luiz Otávio Cambraia, head de Vendas da Neotrust, também contribuiu com sua visão sobre o mercado em 2023 e o vislumbre para o e-commerce no próximo ano. Em resumo, o executivo falou em muito amadurecimento e compreensão neste ano. "A pandemia gerou um 'boom' muito rápido e, desde o segundo semestre de 2022, houve uma normalização esperada dos resultados. Neste ano, apesar do decréscimo visto em panoramas mais gerais, foi um ano de ajuste. A agenda macroeconômica também precisa se alinhar e apresentar mais eficiência a partir de 2024. No entanto, acredito que a crise de crédito regrediu e, no geral, ainda existem projeções de crescimento para períodos futuros", começou. Um dos retratos trazidos sobre 2023, aliás, está na Black Friday. A análise por mais de uma frente, como cita, passa por um faturamento do e-commerce caindo 15,1% em relação a 2022, mas com outras perspectivas


mais positivas. "Houve bom desempenho de e-commerces individuais, médios e pequenos. Outro mote positivo é o das marcas no e-commerce D2C (Direto ao Consumidor), que fez a lição de casa e cresceu em praticamente todas as frentes. No mais, o índice de confiança do consumidor era positivo, mas não se traduziu como o esperado. Ainda temos um trabalho importante de conversão a ser feito dentro do setor para os próximos anos", complementou Cambraia. Baseado nos resultados do ano, portanto, o executivo da Neotrust afirmou que o e-commerce farmacêutico, que cresce desde 2022, deve manter a curva ascendente em termos de desenvolvimento e consumo dos usuários para 2024. Na sua visão, a categoria evoluiu na questão das entregas de última milha e se consolida cada vez mais dentro do setor como um todo. Já mais tradicionais, eletrodomésticos e petshops também estão com o mesmo panorama. E por falar no próximo ano, questionado sobre o que o setor pode esperar, ele fala em observar, de perto, a economia e os fatores macroeconômicos. "Imaginamos que o crescimento do consumo seja uma preocupação do governo federal para 2024, e isso deve motivar a liberação de crédito nesse período. Precisaremos de atenção nas melhoras do cenário e quanto o governo pretende injetar para melhorar o varejo de forma geral. Outra tendência é o crescimento do canal D2C, que está unindo os conceitos de indústria e varejo. Se o trabalho das marcas continuar assim, acredito que a omnicanalidade pode ser ainda maior", salientou. O seu resumo para o e-commerce em 2023 vem com uma palavra: ajuste. "Isso traduz o momento de racionalização no setor no sentido de quais são os investimentos necessários para trazer novos clientes.

Isso vale, principalmente, para compreender como criar esse relacionamento e aumentar o share das compras ao longo dos anos. A maturidade do e-commerce se ajustou aos desafios de 2023. Ainda existem inúmeras possibilidades relacionadas ao tráfego e ao perfil do consumidor do e-commerce atualmente. Os heavy buyers, ou seja, quem compra mais, representam somente entre 5% e 8% da fatia dos usuários, mas com 40% dos pedidos. Isso quer dizer que ainda existem poucos consumidores comprando pouco, o que dá espaço para uma evolução da experiência por parte do setor", finalizou o executivo. Personalizar para conquistar O tema não é mais uma tendência, mas um caminho a ser seguido, que tem sido indispensável para atrair os consumidores e fechar vendas. Foi nesse ritmo que começamos a conversa com Naia Silveira, Especialista em Tendências da WGSN. A executiva comentou que o tema é um dos principais desafios do e-commerce, pois é uma modalidade que tradicionalmente prioriza experiências de usuário simplificadas, e pode aproveitar as oportunidades de comércio dentro do metaverso, que tendem a ser mais complexas que o de costume, por exemplo. Para a Naia, “as experiências de compra online estão explorando as barreiras do entretenimento, da gamificação e da tecnologia para incentivar o consumidor e impulsionar as vendas, propondo formas mais interessantes para a jornada de compra.” Outro ponto levantado foi o desafio de criar vínculos mais significativos com os clientes a partir de relacionamentos fortes, apostando nos criadores de conteúdo, utilizando os interesses compartilhados do público e aumentando a consciência de marca através dos canais digitais.

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//CAPA

Já que os dispositivos móveis são responsáveis pela maior parte do nosso tempo de tela, cerca de nove horas e meia por dia no Brasil, de acordo com os dados da DataReportal (2023), eles se tornaram um canal essencial para os varejistas se conectarem ao consumidor. Nesse sentido, Naia Silveira trouxe uma boa notícia para as empresas: experts preveem uma alta de 38,9% nas vendas por comércio eletrônico em 2024. Especialmente as vendas por dispositivos móveis terão um grande crescimento, citando os EUA como exemplo, pois lá o m-commerce será responsável por mais de 10% de todas as vendas do varejo até 2025 (cerca de 2,5 vezes acima dos índices pré-pandemia). Com o m-commerce no radar, os lojistas podem usar ferramentas de busca visuais para aproveitar ao máximo os recursos e a interatividade dos smartphones, permitindo que o público use a câmera para pesquisar

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os itens de um jeito novo e dinâmico. Porém, o ideal é não usar a IA sem um propósito definido; a ideia é incorporar a tecnologia às plataformas de m-commerce de um modo que realmente agregue valor à experiência do usuário. Outra tendência para o ano que vem que também vale a pena mencionar: a importância que as marcas D2C precisarão dar aos marketplaces online para expandirem seus canais de vendas, pegando carona no alto tráfego de compradores nesses sites. Tendo em vista a montanha-russa do cenário econômico brasileiro, o fortalecimento dos canais digitais têm sido um desafio para esse segmento que sofre com orçamentos apertados e a saturação do cenário. Então, criar uma narrativa de marca, apostar no engajamento criativo e no marketing inteligente tornam-se cada vez mais cruciais para alavancar vendas.


E por falar em comportamento do consumidor, a executiva também chamou atenção para o retorno dos clientes às lojas físicas, relembrando que, quando a pandemia forçou o fechamento do comércio (principalmente no segmento fashion, um dos mais afetados), os varejistas dobraram suas apostas nas estratégias de e-commerce. No entanto, vemos uma retomada do varejo offline, e as marcas estão voltando suas atenções às lojas físicas inovadoras, criando experiências de compras agradáveis e imersivas.

a US$ 161,22 bilhões até 2024, comparadas aos US$ 117,47 bilhões em 2022.

Para Silveira, isso significa que “os canais de e-commerce precisam aproveitar esse hiato para explorar, testar e desafiar os limites do setor. Para as marcas, é fundamental inovar e se preparar para o futuro para não ficarem para trás.” Neste “novo normal”, os compradores estão buscando melhores preços e maior acessibilidade digital, preferindo marcas D2C nativas. Nos EUA, por exemplo, as vendas desse tipo de negócio devem chegar

A lição valiosa deixada por Naia Silveira para o ano que vem tem a ver com esse crescimento simultâneo do e-commerce e das vendas offline nos próximos anos. Por isso, a executiva contou como é importante buscar uma atuação 360°, fortalecendo a performance online e, ao mesmo tempo, promovendo uma integração com os recursos offline.

Ela ainda falou sobre o protagonismo do cuidado com a saúde mental, que cresce a cada dia e também vem se tornando prioritária para o consumidor. Na prática, isso significa que os varejistas precisam investir em soluções online e recursos de apoio. Por isso, vale muito a pena olhar com cuidado para a incorporação de metas de acessibilidade aos canais digitais, por exemplo.

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//CAPA

Para encerrar, a dica de ouro para as marcas com aplicativo próprio: “dê às pessoas motivos para que elas acessem seu app sem a intenção de comprar algo - isso vai permitir que elas conheçam o que mais a sua marca tem a oferecer.” Deixem que os apps compartilhem expertises, contem histórias e façam o público mergulhar no seu universo, façam o cliente se sentir como parte de uma comunidade. Transformação foi a “palavra-chave” de 2023 Na dança das cadeiras do varejo, a retomada após a pandemia veio marcada pela instabilidade da crise econômica. Então, o ano de 2023 se demonstrou relativamente favorável para o crescimento do e-commerce. É o que observou Felipe Mendes, vice-presidente da Vertical de Bens de Consumo e Tecnologia na América Latina da Nielsen IQ. Para ele, este foi o ano em que todo o ecossistema do e-commerce aprendeu que precisaria sustentar seu negócio com crescimentos baixos em vendas, transformando o setor, que foi atrás de mais eficiência em custos e novas oportunidades de receita. Ao relembrar momentos marcantes do e-commerce brasileiro em 2023, alguns temas continuam repercutindo nos debates do setor. A crise da Americanas inaugurou a lista, um acontecimento que redesenhou o mapa do varejo no geral, não só do e-commerce, pois funcionou como uma faca de dois gumes: levou o consumidor a buscar alternativas à medida que disparou uma crise de confiança entre investidores, derrubando o preços das ações e causando processos internos. Sem falar na relação com os fornecedores (indústrias), na qual a crise trouxe ainda mais preocupações em um ano já complexo, já que muitos avaliaram que poderia ser uma crise sistêmica e

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tiveram que redesenhar suas estratégias de crédito e canais. Na sequência, o questionamento da Magalu e da Casas Bahia do 3P como modelo de aposta para aumento da lucratividade: em relatórios a analistas e notas de imprensa, ambas as empresas (e algumas outras) começaram a perceber que ainda que o marketplace traga crescimento de GMV e possibilidade de receitas adicionais de serviços, ele também traz uma maior concorrência de preços (favorecendo o consumidor) e complexidades adicionais que implicam novos custos e novas competências. Toda essa revisão levou a estratégias mais balanceadas e seletivas entre 1P e 3P. Para terminar a recapitulação, o executivo citou também o debate quente sobre a Shein e a Remessa Conforme, no qual novamente apontou que a discussão ultrapassou os muros do e-commerce, do varejo em geral e do consumidor final. O tema envolveu uma ampla cobertura de imprensa, lobby junto às autoridades governamentais e até mesmo discussões diplomáticas. Um tópico que ainda não acabou, e é importante estar atento para o que virá em 2024. E para os próximos anos, qual o futuro do setor? Mendes afirma que ainda é preciso fazer mais exercícios de estratégia, definindo claramente onde cada varejista quer jogar e ser relevante, para depois desenhar como ser lucrativo nessa aposta estratégica. “Questões como: em que categorias investir? Quais serviços irei agregar e quanto irá me custar desenvolvê-los? Como reduzir o custo de aquisição de novos clientes, pensando não apenas em marketing, mas também em recorrência, frequência e serviços adicionais que posso agregar para aumentar o valor dos clientes atuais?” devem ser consideradas, pois é preciso pensar no que os meus fornecedores querem para trabalhar com você,


entregando as melhores condições possíveis, de sortimento, crédito, outras condições comerciais e operacionais, além do preço. E o tema “comportamento do consumidor” não podia ficar de fora desta análise, pois desperta imensa curiosidade dos empresários, e as tendências para o setor anunciam algumas práticas que poderão ser adotadas com eficácia. Ao começar pelas categorias, Felipe disse que 2023 foi um ano difícil para eletroeletrônicos e moda, tão tradicionais no e-commerce, enquanto toda a cesta de bens de consumo (alimentação, higiene e limpeza) seguiu crescendo, bem como o setor de serviços (com destaque para viagens e seguros). “Eu não acredito que esse crescimento seja das categorias como um todo, já que o consumo ‘andou de lado’ no Brasil, mas sim um crescimento do e-commerce como canal de compra, ou seja, um reflexo da democratização do hábito de se comprar online, que vai chegando a outras categorias de produtos”, afirmou. E podemos notar que esse hábito amadureceu ainda mais no país. Portanto, podemos esperar que a participação do e-commerce não retroceda, mas também é verdade que aconteça uma integração cada vez maior de canais às jornadas de compra e um aumento da concorrência entre e-commerce e loja física.

E por fim: o e-commerce não morreu, não parou de crescer, nem nada disso. Ele apenas está em uma nova fase de amadurecimento e precisa de novas decisões estratégicas. A dica é continuar pesquisando, pois ainda há muito conteúdo disponível para preparar uma revisão estratégica, sem perder a oportunidade de questionar as suas premissas atuais de negócio e construir uma nova visão, com seus sócios, funcionários, investidores, fornecedores e clientes, concluiu Felipe Mendes. Nos vemos em 2024 No final de tudo, a mistura de sentimentos e acontecimentos ainda traz incertezas para o ano que se inicia. Dessa forma, entender o passado e criar fórmulas para ultrapassar barreiras é um dos caminhos, mas ainda é necessário mais. O e-commerce no Brasil, ao que parece e com base na visão dos executivos entrevistados, pode crescer se continuar amadurecendo com o caos que permeia a economia atualmente. A ressignificação do “caos” é ideal para o futuro. A criação, no princípio, depende da organização desse fator para seguir com planos mais ambiciosos, bem estruturados e amadurecidos da melhor forma possível.

Para aqueles que têm ambos os modelos de venda, o desafio é a integração, mas, para aqueles que só trabalham no e-commerce, é fundamental começar a considerar as lojas físicas como concorrentes novamente, como fizeram no início do e-commerce no Brasil. Ver quais vantagens o vendedor da loja física e o ambiente da loja entregam, e o que posso oferecer no meu site para que o consumidor tenha uma experiência mais agradável.

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//TECNOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DE UMA TECNOLOGIA ATUALIZADA PARA TER RESULTADOS E SOLUÇÕES EXCEPCIONAIS

A

pandemia resultou em um aumento significativo de compras online e obrigou as empresas do segmento de e-commerce a adotarem tecnologias mais potentes para entregar ao cliente soluções e resultados excelentes. Tudo isso permanece até o ano de 2023, no qual as empresas seguem aprimorando seus serviços. A necessidade que o mercado de e-commerce possui de ser um espaço atualizado faz com que a tecnologia seja sua aliada em todas as vertentes, e para desempenhar esse papel de forma eficiente, muitas empresas optam por metodologias e plataformas renomadas no mercado, como: React, Preact e VTEX, que garantem uma qualidade acima da média. É importante que essas plataformas sejam atualizadas diariamente e manuseadas por uma equipe competente de desenvolvedores para proporcionar bons resultados aos clientes.

É crucial que a tecnologia seja moderna para entregar mais qualidade ao mercado e ao cliente - isso acontece ainda mais atualmente devido a como o público se posiciona perante a tecnologia e a internet. Segundo pesquisa divulgada pelo DataReportal no início de 2023, a influência que a internet possui na vida do brasileiro é de 84,4% (sendo que a média global é de 64,4%), totalizando 9h32min na internet. Mas o que isso representa para o mercado do e-commerce e do mobile? Basicamente, tudo. Pois 97,1% dos usuários realizam compras usando celulares, o que implementa uma necessidade de adaptação de uma tecnologia de ponta para entregar ao usuário uma experiência segura e com soluções excepcionais. Qualidade e dinamismo Um fator aliado que vem sendo utilizado de forma estratégica nas empresas do segmen-

ALEXANDRE ASSIS

Chief Technology Officer (CTO) da Social Digital Commerce

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to de tecnologia é a inteligência artificial, que viabiliza o desenvolvimento de testes antes de o consumidor final ter acesso ao e-commerce. Uma das ferramentas de inteligência artificial usadas nas empresas é o GitHub Copilot, que proporciona testes mais abrangentes e eficazes, buscando entregar mais qualidade e excelência. Outra área da IA que é utilizada no e-commerce é o machine learning, que desempenha um papel importante para criar algoritmos que aprendem com os dados e aprimoram suas experiências. Na prática, os algoritmos usados por machine learning podem ser aplicados para potencializar sistemas de recomendação avançados, verificando o histórico de compras dos consumidores e suas interações nos sites para oferecer sugestões personalizadas. Ao falarmos de qualidade, é importante mencionar a personalização da experiência do cliente, que com base nos dados e nas capacidades de deep learning (uma subárea da IA e aplicada de maneira significativa no e-commerce) viabiliza que as empresas ofereçam recomendações de produtos relevantes, descontos e experiências de compras mais atraentes. Soluções pré-estabelecidas Para que o resultado seja alcançado, é relevante que as soluções já estejam pré-estabelecidas desde o seu desenvolvimento. Atualmente, existem tecnologias próprias para realizar essas soluções - entre elas, está o Headless, um framework que proporciona flexibilidade e eficiência no desenvolvimento de e-commerce. Isso implica a experiên-

cia do usuário, de forma que o processo de compra seja rápido, seguro, estratégico e de alta performance. Expectativas assertivas Todos os fatores mencionados anteriormente são importantes para que o resultado final seja realmente como desejado. Dados de uma pesquisa interna realizada em empresas que utilizam plataformas e soluções para garantir resultados excepcionais mostram que testes prévios são responsáveis por 25% do aumento da velocidade no desenvolvimento do e-commerce, o que permite que a experiência do usuário também seja mais rápida e alcançada de forma assertiva. Resultado positivo Para que o resultado seja excepcional, é necessário fazer uma ordem cronológica de todo o processo de desenvolvimento e entrega: tecnologia atualizada, desenvolvimento do e-commerce/sites com soluções de ponta, testes, mapa de possíveis problemas e soluções para resolvê-los e, após isso, uma bateria de testes automatizados para que o e-commerce seja disponibilizado para o público. O processo feito de maneira correta resultará em experiência de compra otimizada e fidelização do consumidor. Contudo, a importância da tecnologia está atrelada ao processo inicial, que abrange desde o entendimento do projeto até a entrega do produto.

Alexandre Assis é Chief Technology Officer (CTO) da Social Digital Commerce desde 2022 e foi eleito o melhor profissional de tecnologia pela Abradi em 2021. Há mais de 17 anos, é responsável por gestão de equipes de TI com foco em tecnologia, inovação, comércio eletrônico e expertise em projetos de e-commerce.

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PEDRO PADIS

Executive Director of Growth at ADVENTURES.INC

E-COMMERCE PARA FOMENTAR A INDÚSTRIA NACIONAL

E

stamos acompanhando há algum tempo a discussão sobre os marketplaces que importam produtos de outros países e têm uma vantagem tributária para conseguir vender mais barato. Os grandes e-commerces nacionais compraram a briga e lutam para que exista uma equivalência nos benefícios fiscais para que não percam mercado e prejudiquem o mercado nacional. Contudo, o mais relevante nesse contexto é que brigam para vender os mesmos produtos na maioria das vezes.

O mercado digital, apesar das quedas de faturamento nos últimos semestres, ganhou bastante representatividade no comportamento de compra do brasileiro. Mesmo que essas quedas poderiam ter sido projetadas, devido ao fim da pandemia de Covid-19, é fato que muita coisa mudou no hábito de compra. Sendo assim, é hora de pensar que a indústria digital tem um papel relevante no desenvolvimento da indústria e da rede de serviço que envolve uma operação de comércio eletrônico.

Segundo o Webshopper edição 48, as categorias dominantes continuam as mesmas: eletrônicos, moda, informática e casa e decoração. Boa parte desses itens são importados e não fomentam a indústria nacional. Então, a discussão aqui é apenas a interface de venda ao consumidor. Por outro lado, vemos alguns segmentos ganharem espaço, como perfumaria e cosméticos e alimentos e bebidas, nos quais podemos encontrar um grande número de produtos nacionais, mesmo que alguns componentes e produtos sejam importados.

Um dos mercados mais relevantes que surgiu nos últimos anos foi a indústria de cosméticos, alavancada por grandes marcas e por grandes influenciadores. Podemos usar cases como Gusttavo Lima, Boca Rosa, Wepink, entre outros para pensarmos em um faturamento de quase meio bilhão de reais no último ano. Além disso, grandes marcas como Natura, O Boticário e Océane alavancaram suas operações.

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Mesmo assim, são poucos os casos que conseguem chegar com força ao fim da cadeia produtiva nacional. O crescimento


Atuando desde 2010 com mercado digital, e-commerce e omnichannel, Pedro Padis é Diretor Executive de Growth na Adventures.INC. Com histórico de head de e-commerce do Grupo Aste, coordenou grandes operações de marcas globais como New Balance, Kipling e Diesel. Ainda traz denso background em varejo, tendo passagens pelo Dia e Walmart.

de alimentos e bebidas, principalmente o segmento de supermercados, pode ajudar bastante nossa economia. Isso porque, apesar de falarmos de produtos básicos, estamos vendendo basicamente produtos 100% nacionais, destinados a todas as classes e faixas de renda. Ou seja, é um ecossistema completamente nacional, criando empregos e fomentando a renda de todos os envolvidos nessa cadeia. Mas um case específico me chamou bastante atenção. Em uma empreitada capitaneada por Laércio Cosentino, fundador da TOTVS, e Guga Valente, sócio-fundador do Grupo ABC, foi criado um e-commerce chamado BR-ME, um site focado em produtos 100% brasileiros. Aparentemente ainda com muito foco em bebidas, vem evoluindo e trazendo novas categorias de produtos sustentáveis, gourmet, com responsabilidade social, entre outros pilares intimamente ligados aos conceitos de ESG. O mais interessante é que os produtos vendidos no site passam por uma rigorosa curadoria antes de serem aprovados para venda. Mesmo assim, ainda enfrentam um preconceito grande quando um consumidor compara um vinho ou uma bebida destilada nacional com uma importada, mesmo que seja de uma qualidade inferior. Voltando ao início do artigo, são negócios como a BR-ME que precisam de incentivos fiscais e apoio para se desenvolverem. Devido ao fato de os sócios terem outros negócios, a empresa funciona dentro do regime de lucro real. Contudo, visando fomentar pequenos produtores e startups que operam no simples nacional, as margens de lucro ficam muito apertadas para conseguir competir com os grandes marketplaces. Isso porque não se consegue usar o crédito tributário na compra e venda de produtos.

“Empresas que operam no simples dificilmente possuem um ecossistema que esteja preparado para se integrar com os marketplaces que não sejam os gigantes de mercado” Uma saída que eles estão buscando é mesclar a estratégia de 1P e 3P, usando o conceito de venda direta ao consumidor e também abrindo para sellers utilizarem o site como marketplace. Entretanto, a cada iniciativa para driblar uma dificuldade, encontra-se uma nova. Empresas que operam no simples dificilmente possuem um ecossistema que esteja preparado para se integrar com os marketplaces que não sejam os gigantes de mercado. Não é o primeiro artigo em que levanto essa bandeira de que exista uma política governamental para o desenvolvimento do mercado digital no Brasil. Não podemos ficar reclamando dos sites internacionais, pois eles estão usando brechas em nossa legislação. Devemos ter um olhar como consumidores e profissionais do e-commerce de como podemos desenvolver nosso mercado e também como fortalecer nosso ecossistema. Investidores devem, além de investir em empresas de soluções as a service, voltar a investir na economia real. Só assim teremos um mercado realmente competitivo e vibrante em nosso e-commerce.

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//IA EM CX

O IMPACTO QUE A IA TERÁ EM CX

A

compreensão do potencial total da inteligência artificial (IA) nos negócios, incluindo a experiência do cliente (CX), ainda não está completa. O mercado está atualmente entusiasmado com as possibilidades proporcionadas pelo boom

do ChatGPT, mas é esperado um período de desencanto com a tecnologia, seguido de estabilidade e aplicações práticas, como demonstrado no gráfico Hype Cycle do Gartner:

Empresas de tecnologia já estão implementando iniciativas de IA há quase uma década. Soluções que incorporam a IA de forma significativa em processos de vendas, marketing, serviços e funcionalidades de sistemas de gestão já estão disponíveis no mercado.

Entretanto, o impacto atual da IA, especialmente na experiência do cliente, é limitado. Observamos uma competição intensa entre desenvolvedores de tecnologia para explorar ao máximo a IA, o que será mais evidente em breve, especialmente nos setores de e-commerce e varejo.

TULIUS LIMA

Prevendas de Customer Experience na SAP

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Estudos indicam que a IA terá um impacto significativo nos processos de vendas ao consumidor. Por exemplo, espera-se que o uso de IA no mercado de e-commerce alcance US$ 45,7 bilhões em 2032, em comparação com US$ 8,4 bilhões deste ano, com um crescimento anual médio de 18,45% entre 2023 e 2032. No varejo em geral, esse valor deve atingir US$ 49 bilhões, com um crescimento médio de 38% ao ano entre 2022 e 2028. Atualmente, cerca de 35% das empresas já incorporam a IA em seus processos de negócios, enquanto aproximadamente 42% estão explorando suas possibilidades. No entanto, há muito mais a ser explorado, com foco na automação de processos e no aumento da produtividade. Quando se trata do setor varejista, a IA impactará o "front office" e o "back office", aprimorando a experiência do cliente final e as operações diárias de profissionais envolvidos em áreas como e-commerce, marketing, criação e configuração de produtos, entre outras. A IA desempenhará um papel significativo no varejo, impactando áreas como expansão das vendas, otimização de estratégias de preços, aprimoramento dos serviços ao cliente, atendimento eficiente de pedidos, fortalecimento da cibersegurança, otimização na pesquisa e descoberta de novos produtos, tomada de decisões orientadas por dados, eficiência na gestão de estoques, ações de marketing direcionadas, detecção de fraudes, simplificação das operações na cadeia de suprimentos, formação automática de preços e descontos, além da criação de assistentes virtuais inteligentes.

Em resumo, a IA transformará as operações comerciais, permitindo que as empresas prevejam, detectem e automatizem processos. Isso resultará em uma melhoria significativa na experiência do usuário e na reputação da marca, aproveitando recursos como recomendações automatizadas de produtos, suporte personalizado, programas de fidelidade e muito mais. A IA está mudando a maneira como utilizamos a tecnologia em nosso cotidiano, permitindo que os clientes realizem suas ações de maneira mais fácil e personalizada. Essa mudança será evidente em processos como: 1. Recomendações personalizadas de produtos: A IA analisará o histórico de compras e navegação para sugerir produtos, melhorando a experiência do cliente. 2. Chatbots: Ferramentas de IA oferecerão suporte em tempo real e respostas personalizadas, sugerindo produtos e ajudando os clientes a encontrar o que estão procurando. 3. Pesquisa visual: Os usuários poderão tirar fotos e carregá-las no site ou aplicativo para obter resultados relacionados de maneira precisa. 4. Detecção de fraude: A IA será integrada aos aplicativos de compra para detectar fraudes com cartões de crédito, bem como avaliações e pedidos falsos. 5. Gestão de estoque: A IA automatizará a detecção das necessidades de produtos à medida que a demanda crescer, permitindo que os clientes os obtenham mais rapidamente e melhorando a eficiência na gestão de estoques.

Tulius Lima é formado em Ciências da Computação, mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e atua há mais de 25 anos na área de tecnologia. Atualmente, é prevendas de Customer Experience (focado em e-commerce) na SAP, onde ajuda as empresas em suas jornadas digitais.

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//FUTURE SHOPPING

ANTHONY LONG

Inovador na área de marketing e tecnologia lontony@gmail.com

POTENCIALIZANDO O VALOR ESTRATÉGICO DO E-COMMERCE

N

ós, do e-commerce, somos um grupo orgulhoso, e com razão. Gerenciamos o que continua sendo o canal de comércio mais rápido e eficiente em termos de custo. Alguns de nós administram os próprios negócios exclusivamente online, outros gerenciam o canal de e-commerce para uma grande organização, e ainda mais de nós estão ligados a modelos adjacentes que permitem às pessoas encontrar o que querem, de quem querem, e comprá-lo facilmente e com um nível relativo de confiança. Ainda assim, às vezes é difícil manter o ânimo. Somos responsáveis por uma experiência do consumidor que é limitada pelas capacidades tecnológicas, limitada pela disponibilidade e qualidade dos dados, e que - por ser o canal do futuro - está se tornando um pouco cansativa para os consumidores. Além disso, a pressão da gestão de negócios de e-commerce que não são exclusivamente online continua chegando: • Menos de 10% das receitas da empresa vêm do canal de e-commerce próprio em comparação com todos os outros canais de terceiros;

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• Direcionar o tráfego para o seu canal de e-commerce próprio pode não ser a melhor maneira de ver um aumento significativo nas vendas. É exaustivo, e ninguém sabe disso melhor do que eu. Portanto, esta edição da coluna Future Shopping é dedicada a maneiras como todos nós podemos aumentar o valor estratégico do canal de e-commerce para torná-lo um contribuidor inegável para a saúde comercial geral da empresa para além de receitas e lucros, mas nas áreas mais importantes e simbióticas de satisfação do consumidor e de lealdade à marca. Um canal de “momentos de uso” Vamos começar com uma proposta ousada, mas não desconhecida: o e-commerce não deve ser considerado apenas um canal de vendas - medido apenas por receitas e contribuição para o custo dos bens vendidos -, mas como a casa operacional da marca, o lugar onde o consumidor é finalmente motivado a agir com base em todas as entradas que vieram antes. Esta coluna sempre defendeu que o e-commerce pode


Anthony Long é um inovador na área de marketing e tecnologia com mais de 20 anos de experiência em transformação digital no mercado global, e-commerce e comportamento mobile do consumidor. Já passou pela Kimberly-Clark e seu atual projeto inclui atribuições de longo prazo em e-commerce e transformação digital para as principais marcas globais de consumo na Europa e nos Estados Unidos.

fazer mais do que apenas vender coisas, mas às vezes isso é difícil para as pessoas de fora verem claramente. Para bens ou serviços, os indicadores-chave de desempenho contra os quais seu trabalho é medido ainda se resumem a uma combinação de “contribuição” e “eficiência”, e não à construção de lealdade do consumidor. Chegar ao lugar onde o e-commerce pode agregar valor estratégico a uma empresa começa com uma pergunta que todos nós devemos nos fazer: você criou uma experiência de e-commerce que é verdadeiramente relevante para a vida de seus consumidores-alvo? Veja por um ângulo diferente: você vende o que vende, mas está construindo valor no canal de e-commerce de acordo com os “momentos de uso” de seus consumidores? Vamos discutir “momentos de uso”, porque esse é um conceito importante. O momento de uso de um consumidor não é quando eles descobrem que estão sem um produto ou estão percebendo que têm uma necessidade imediata de seus bens ou serviços (fraldas, um bom advogado de divórcio etc.). Um momento de uso acontece quando eles estão interagindo com seu produto, seja um par de meias, um jogo de celular, ou fazendo as aulas de tênis que adquiriram online. Eles já compraram o produto/serviço e agora estão usando/fazendo isso. A pergunta que nós, profissionais de e-commerce, precisamos fazer é: como nos preparamos no processo de e-commerce para que esse momento seja bem-sucedido? A resposta está além da jornada padrão de e-commerce: landing page do produto, página de detalhes do produto, carrinho de compras. Muitas vezes, a experiência de

e-commerce é vista como algo a ser superado rapidamente, em vez de ter o potencial de ser uma experiência enriquecedora e de valor agregado. Construir uma história para o produto em torno de como o consumidor o usa - definindo expectativas a serem descobertas, criando uma imagem mental da experiência de uso e assim por diante - é o primeiro passo no processo de e-commerce que pode construir um valor estratégico real para a empresa. Para os KPIs de desempenho e eficiência que foram historicamente medidos, podemos inserir alguns adicionais que dão uma dimensão significativa ao questionário padrão de "net promoter score". Por exemplo, “quão fácil foi o processo de checkout?” pode ser aprimorado com (ou substituído por) “a página de detalhes do produto ajudou você a descobrir algo que você não sabia sobre o produto?” ou algo ainda mais direto: “a experiência de e-commerce aproximou você da marca?”. Para realizar isso, temos tanto os dados do conteúdo quanto os do consumidor. Os primeiros são algo que a marca cria para se explicar para o mundo exterior - o quê. Os últimos fornecem insights sobre as maneiras como os consumidores operam de forma que esse conteúdo possa ser adequadamente apresentado e recebido de forma que beneficiem tanto o remetente quanto o destinatário - o como. Todos (inclusive esta coluna) falam sem parar sobre personalização e segmentação. Isso é bom em um mundo onde os dados disponíveis do consumidor são robustos, os consumidores optaram por ter seus dados usados, sua pilha de automação de marketing e comércio opera “como um”, e suas regras de negócios (o que você quer realizar dado um conjunto específico de circunstâncias) são claras. Essa, infelizmente, não é a forma como o

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//FUTURE SHOPPING

mundo real opera. Existem lacunas em cada etapa pelas quais todos nós devemos navegar para chegar perto do ideal. Podemos começar a preencher essas lacunas concentrando a mensagem e a entrega nos vários arquétipos de audiência que foram imaginados quando o produto ou serviço foi inicialmente concebido. O professor Scott Galloway, em uma de suas recentes newsletters “No Mercy/No Malice” (“WeBur”, de 17 de novembro de 2023), apontou que, quando o Uber estava em uma fase de desenvolvimento inicial, a administração da empresa imaginou que as pessoas precisavam de caronas para voltar para casa no final da noite após um encontro. Esse era um público específico, digno de ser alvo. Ter dados do consumidor é importante, e você pode se surpreender com o quão raso esse conjunto de dados precisa ser para você mergulhar com segurança. Quando você aplica a segmentação de audiência à experiência de e-commerce, pode oferecer até mesmo um nível básico de personalização que ajuda o consumidor a escolher os produtos e serviços certos pelos motivos certos. Por exemplo, um novo comprador (alguém que nunca comprou do canal online próprio antes) provavelmente merece um nível diferente de atenção em relação a um comprador recorrente. Ambos merecem atenção, mas os dois também merecem ser tratados de maneira diferente: • Um novo comprador se beneficiaria de algumas informações ou detalhes adicionais sobre o que está prestes a comprar? Existe algum conteúdo que ajude o novo comprador a realmente se ver com o produto ou tendo se beneficiado do serviço? Você pode colocar algo extra na caixa ou no ponto de resgate que ajude o comprador a se sentir maravilhoso sobre sua primeira compra?

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• Como podemos recompensar um comprador recorrente por sua lealdade? Isso não se trata de ter um programa de fidelidade baseado em pontos (sobre isso falarei mais em uma coluna posterior) nem de levar uma experiência gratificante para o comprador recorrente para ajudar a construir o senso de lealdade à marca. Pode ser um desconto no local ou frete grátis surpresa como agradecimento pela compra repetida. Pode ser algo tão simples quanto um rápido agradecimento pelo WhatsApp que vem de uma “pessoa real” na empresa, além do fluxo normal de comunicações transacionais. Também é importante que toquemos no conceito de “momento de necessidade”. Quando a maioria das empresas investe em mídia paga - especialmente pesquisa paga -, elas estão investindo para estar no lugar certo durante um momento de necessidade. Parece fazer sentido logicamente “queremos lembrá-lo de nos ligar/usar-nos quando você estiver pronto”. Isso também é bastante cínico, porque, na verdade, você está dizendo que - como um encanador de emergência ou agente de fianças - não precisa existir para o consumidor até que eles queiram/precisem de você. A otimização de mecanismos de busca e o marketing de mecanismos de busca existem no reino dos momentos de necessidade. Há um lugar para isso, com certeza, mas não se constrói uma base estratégica da maneira que focar na gestão da experiência do consumidor em momentos de uso faz. A indústria de seguros se comercializa em torno de momentos de uso, mas ela entra em ação apenas durante momentos de necessidade. O que nos leva ao humilde descascador de maçãs. As coisas existem para aqueles que precisam as querem


Aposto a maior parte da poupança universitária dos meus filhos que muito poucos de vocês possuem um descascador de maçãs mecânico/elétrico dedicado. Remontando à metade do século XIX, os descascadores de maçãs costumavam ser dispositivos de cozinha bastante populares. De uma edição recente da newsletter Scope of Work (atrás de um paywall… sim, eu sou o tipo de indivíduo que paga com prazer por conteúdos diversos), uma recente exploração do descascador de maçãs mecânico nos ensina algumas lições valiosas: • Descascar maçãs era aparentemente muito mais comum nos séculos XVIII e XIX do que hoje… • …mesmo que as maçãs sejam mais populares hoje do que nunca: o consumo total de maçãs atingiu 90 mil quilos globalmente em 2021, de acordo com o agregador global de dados de alimentos e agricultura Faostat.

Isso é 5,57% a mais do que em 2020 e 25,7% a mais do que dez anos antes. • Uma simples pesquisa no Google por “descascador de maçãs automático” produz um grande número de resultados, desde varejistas de utensílios domésticos, tanto grandes quanto independentes, até pesquisas dos cinco melhores descascadores de maçãs que você pode comprar, vídeos de como fazer etc. etc. • Há até mesmo um livro publicado em 1997 por Don Thornton chamado Apple Parers, que tem mais de 200 páginas e contém mais de 550 fotos e 215 desenhos de patentes. Nesse ponto, você deve estar se perguntando: “o que diabos um descascador de maçãs tem a ver com o e-commerce?”. É simplesmente que a presença de descascadores de maçãs nos mostra que para qualquer proble-

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ma particular pode haver um número quase infinito de soluções. Um descascador de maçãs elétrico é - para mim - um desperdício de espaço no balcão, mas para outros é um

comunicadas. Ter ambos, dados e uma visão clara do que torna sua marca e produtos especiais - e ser capaz de articular isso - é o que constrói experiências excepcionais

"Muitas vezes, especialmente em grandes corporações, essa é uma narrativa que não é esperada da gestão” solucionador de problemas necessário (com, se os vídeos forem alguma indicação, algum grau de valor de entretenimento embutido). Se você mudar a visão de sua organização sobre o comércio eletrônico de ser uma utilidade para se tornar uma experiência de solução de problemas, e então adicionar alguma inspiração à maneira como o problema do consumidor é resolvido, você está construindo valor estratégico para a empresa e valor de marca para o consumidor. A curiosidade ou o interesse de um consumidor é um problema que eles querem resolvido, mesmo que eles não necessariamente vejam dessa maneira. É assim que você captura a predisposição para investir em momentos de necessidade e redireciona esses recursos para momentos de desejo. Mudando a narrativa Tudo em marketing digital começa com dados. Mas os engajamentos de marketing digital devem terminar com satisfação pessoal tanto para o consumidor quanto para a marca. Os dados simplesmente nos dão insights sobre o que as pessoas podem estar procurando e as maneiras pelas quais elas provavelmente preferem ser abordadas e

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de e-commerce (e, realmente, de compras em geral). Muitas vezes, especialmente em grandes corporações, essa é uma narrativa que não é esperada da gestão. Ela precisa ser mudada. Você poderia dizer que a construção do valor estratégico do e-commerce acontece a partir de dentro da empresa, enquanto as maneiras de fazer isso acontecem quase inteiramente externas à empresa. Embora essa não seja exatamente a maneira certa de olhar para as coisas: seus compradores mais valiosos são aqueles que vêm até você com um problema, e então você abraça seus momentos de desejo com conteúdo e experiências que são relevantes e ressoam com as necessidades do consumidor. Realmente não há um dentro ou fora para isso, da mesma forma que o comércio eletrônico não é sobre nós ou eles. Para construir valor estratégico na organização, o e-commerce precisa ser sobre o relacionamento entre a marca, seus produtos e o consumidor: o nós maior.


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//LEITURA EM DIA

DICAS DE LEITURA Por Margarete Bonafé Assistente de curadoria do E-Commerce Brasil margarete.bonafe@ecommercebrasil.com.br O DESCONTENTAMENTO DA DEMOCRACIA: UMA NOVA ABORDAGEM PARA TEMPOS PERICULOSOS - MICHAEL J. SANDEL

Em O descontentamento da democracia, a tradição política que deu origem à maior economia do mundo é exposta de ponta a ponta, desde as ideias que motivaram a Revolução Americana e a Independência, em 1776, até o furor conspiratório que culminou na invasão do Capitólio, em 2021. O resultado é um texto primoroso, de fácil leitura e compreensão histórica, com argumentos baseados em uma pesquisa documental refinada e um senso de justiça invejável.

O QUE É ESTRATÉGIA? - SILVIO MEIRA

Antropofagia, poesia ou estratégia? - pergunta Sílvio Meira. Imagina um poema de quase 90 páginas. Um poema concreto, metido a besta, que um dia resolveu falar sobre estratégia. E até conseguiu, para a certeza dos bons entendedores. Mas como “toda estratégia depende da coerência das aspirações, habilidade da gestão e paixão na execução”, não é só estratégia. Complicou: agora é sertão. Quando entra paixão, muda de figura, muda o contexto, transforma-se.

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IDEOLOGIAS - GABRIELA PRIOLI

A advogada e apresentadora Gabriela Prioli apresenta as três principais ideologias que nos ajudam a pensar a política e a sociedade de hoje: liberalismo, conservadorismo e socialismo... Com a linguagem acessível que caracteriza seu trabalho, a autora contextualiza a origem de cada uma das ideologias e seus principais autores, demonstrando como muitas vezes esses conceitos surgem para tentar responder às mesmas perguntas. Mais do que um panorama de ideias, Ideologias é um convite à reflexão e ao diálogo respeitoso entre opiniões divergentes.

ZONA CREPUSCULAR: HISTÓRIAS FANTÁSTICAS DO RABINO - NILTON BONDER

Um livro de rara beleza e humanidade em que testemunhos de ocorrências simultâneas em planos distintos não apenas desafiam a credibilidade, mas também a própria lucidez, Zona crepuscular nos conduz sob a névoa, em visibilidade nebulosa, justamente para não nos deixar perder nem o real nem com o surreal.

Fonte: Amazon.com

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//DROPS DO MERCADO OFERECIMENTO

AMERICANAS Marketplace | www.americanasmarketplace.com.br

A Americanas Marketplace soma vitrines para você multiplicar. Nossa plataforma possibilita que parceiros vendam em quatro das maiores marcas da América Latina - a Americanas, a Americanas Empresas, o Submarino e o Shoptime -, que, juntas, recebem mais de um bilhão de visitas de 49 milhões de clientes. Aqui tem espaço para lojistas de todos os tamanhos, segmentos e experiências! Além disso, oferecemos soluções completas para impulsionar seu potencial: são serviços de crédito, publicidade, logística e conteúdos exclusivos em todos os formatos que levarão seu negócio cada vez mais longe.

Infracommerce | https://www.infracommerce.com.br/

A Infracommerce é pioneira e líder em Full Commerce. É o maior ecossistema independente e integrado que combina tecnologia, serviços e infraestrutura para digitalizar canais de vendas. A companhia entende a estratégia dos clientes e operacionaliza soluções completas e modulares para garantir que eles entreguem a melhor experiência aos seus consumidores. Presente, também, no México, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Argentina e mais de 4.000 funcionários. Desde maio de 2021, está listada na Bolsa de Valores como:“IFCM3”.

O poder da IA nas vendas em datas comerciais A inteligência artificial (IA) é o tema do momento entre as empresas e indústrias que vendem tanto no modelo D2C quanto no B2B. A gestão de dados e a inteligência artificial eficientes e adequadas para o seu negócio são a chave do sucesso para se destacar em datas comerciais como Black Friday, Natal, Dia das Mães etc. Esses são os momentos perfeitos para atrair e fidelizar clientes com campanhas estratégicas e direcionadas para um público específico de acordo com seu hábito de compra. Comece 2024 com as ferramentas certas para acelerar seu negócio. Tecnologias como IA podem ser o pote de ouro da sua loja online.

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Magazine Luiza | www.magazineluiza.com.br/

O Magalu é o maior ecossistema para comprar e vender no Brasil, uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano. Desde maio de 2011, a companhia é listada no Novo Mercado da B3. Nos últimos anos, fez diversas aquisições, consolidando sua presença nacional. Além de 1.400 lojas em 21 estados do país, o Magalu conta com mais cinco marcas online: Netshoes, Zattini, Shoestock, Época Cosméticos e Estante Virtual - além de milhares de sellers em seu marketplace, a plataforma de delivery AiQFome e um SuperApp com quase 38 milhões de usuários ativos.

Nuvemshop | www.nuvemshop.com.br/

A Nuvemshop é a plataforma de e-commerce líder na América Latina e tem o compromisso de potencializar e motivar todos os empreendedores a transformarem seus sonhos em histórias que transcendam. Com mais de 100 mil lojas, integra produtos, pagamentos, envios e disponibiliza de um ecossistema com mais de mil parceiros, como Facebook, Instagram, marketplaces e lojas físicas. Atualmente, a companhia tem mais de mil colaboradores e escritórios no Brasil, México, Argentina e Colômbia.

Pagar.me | https://pagar.me/

O Pagar.me é uma plataforma de serviços financeiros digitais que possibilita ao seu e-commerce aceitar cartão de crédito, boleto bancário, voucher online e Pix com segurança e transparência. Sua tecnologia proprietária entrega estabilidade e as mais altas taxas de conversão de pagamentos. Além de ferramentas voltadas para o aumento das suas vendas, como Compra Com Um Clique e Retentativa de Pagamentos e, ainda, um suporte 100% humano para fazer o seu negócio crescer!

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//DROPS DO MERCADO

Admitad | https://www.admitad.com/pt/

A Admitad é uma empresa líder global que fornece soluções inovadoras de marketing de performance, com sede em Neckarsulm, Alemanha. A empresa oferece um conjunto de ferramentas e serviços para anunciantes, afiliados e influenciadores de todos os tamanhos para ajudá-los a expandir seus negócios globalmente e aumentar as receitas com parcerias estratégicas.

Adyen | www.adyen.com/pt_BR/

A Adyen é a plataforma de pagamentos escolhida por muitas das principais empresas do mundo, fornecendo infraestrutura moderna ponta a ponta para eliminar barreiras e entregar a melhor experiência de compras para o consumidor, em qualquer canal. Adyen integra processamento, antifraude e adquirência, e abre a “caixa preta” de insights de dados para levar maiores taxas de conversão às empresas. Com escritórios em todo o mundo, a Adyen atende clientes como Uber, 99, Cabify, Magazine Luiza, Netshoes, Dafiti, Amaro e Azul Linhas Aéreas, impactando mais de 50 milhões de consumidores no Brasil.

Parceria entre Adyen e VTEX potencializa impacto positivo do comércio unificado nos negócios A Adyen, plataforma de tecnologia de pagamentos utilizada pelas principais empresas do mundo, está entre as primeiras adquirentes integradas ao VTEX Sales App. Entre as principais vantagens da combinação tecnológica das plataformas estão a adoção do modelo de prateleira infinita, a criação de jornadas de compra flexíveis para o consumidor, a perfeita integração de canais e de dados de vendas e o consequente aumento da eficiência operacional do negócio. O terminal Android exclusivo da Adyen, quando combinado com o VTEX Sales App, permite gerenciar inventário, verificar pedidos anteriores, além de ser móvel e prático, possibilitando a eliminação do caixa estático, reduzindo filas.

Awin | www.awin.com/br

Com vinte anos de experiência, nossa rede oferece uma comunidade global de pessoas, tecnologia e insights de business intelligence. Não importa que tipo de parceiro, nível de serviço ou ferramentas seu negócio precise, a Awin fornece soluções para impulsionar o crescimento sustentável. Parte dos Grupos Axel Springer e United Internet, com ShareASale e Commission Factory, a rede global de afiliados da Awin é composta por 15 escritórios em todo o mundo, mais de mil funcionários, 225.000 afiliados contribuintes e 16.500 anunciantes.

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Bling | https://www.bling.com.br/home

O Bling é um sistema de gestão ERP online que auxilia o pequeno e médio empreendedor nas rotinas do seu negócio. Por meio de automações e integrações, descomplica a emissão de notas fiscais, boletos, controle de estoque, até a venda online em e-commerces ou marketplaces. A empresa segue em expansão com a melhoria de funcionalidades e criação de novas soluções, como a Bling Conta: conta digital que opera integrada ao sistema ERP. Já pensou em controlar todo o processo de venda dos seus canais em um só lugar, além de gerir o fluxo financeiro e até pagar contas? Com o Bling é possível!

China Link Trading | https://www.chinalink.info

A China Link Trading é a maior consultoria de importação do Brasil: nosso foco é importar com segurança, agilidade e excelência da China, atendendo empresas de pequeno, médio e grande porte que buscam aumentar seus lucros. A empresa conta com escritórios no Brasil e China, o que garante controle de qualidade, compreensão do mercado interno e melhores possibilidades de negócio. A estrutura operacional da empresa possibilita atender diversas demandas e múltiplos clientes, como negócios já bem estruturados e também aqueles que possuem apenas a ideia e investimento inicial para o projeto.

Revolucionando a importação e o e-commerce O Grupo China Link revolucionou a importação e o e-commerce com o lançamento do IMPO Club, uma plataforma que integra cursos de importação com acesso a um catálogo composto por dezenas de produtos. Essa ampla variedade possibilita que importadores em formação explorem e testem diferentes mercados e nichos, identificando oportunidades de negócios para aquisição em médias quantidades e posterior revenda. Os assinantes têm a oportunidade de aprender sobre o processo de importação enquanto exploram e avaliam a aceitação de produtos, representando uma verdadeira inovação no cenário do comércio eletrônico e da importação.

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//DROPS DO MERCADO

ClearSale | https://br.clear.sale/

A ClearSale é referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos em diferentes mercados, como e-commerce, financeiro, vendas diretas, telecomunicações, entre outros. É a empresa que mais conhece o comportamento do consumidor digital brasileiro, o que a faz impulsionar negócios em todo o ecossistema da economia digital. Por meio de seus especialistas, a ClearSale tem o propósito de gerar um efeito de rede de proteção no mercado digital e promover um impacto positivo, para garantir a melhor experiência ao usuário, com mínima fricção, do onboarding ao transacional.

ClearSale e Mastercard se unem para melhorar a experiência de pagamento no Brasil A parceria entre as empresas beneficia varejistas, bancos e consumidores ao reduzir o tempo e o custo associado às contestações, e dá mais detalhes das informações de compras dos portadores de cartões para diminuir custos de estornos. Os 100 mil comerciantes da ClearSale podem se beneficiar do produto Consumer Clarity, da Mastercard, que inclui o Buy Checker, da ClearSale, oferecendo visibilidade nas transações com cartões de débito e crédito. Isso facilita a avaliação de contestações, reduzindo custos e burocracia para todo o ecossistema.

Compass UOL | https://compass.uol

A Compass UOL é uma empresa global especialista em serviços de transformação digital. Projeta e constrói plataformas nativas digitais usando tecnologias de ponta para ajudar empresas a inovar, transformar negócios e prosperar em seus setores. Cultiva os melhores talentos, criando oportunidades para melhorar a vida das pessoas e focando em como as tecnologias disruptivas podem impactar positivamente a sociedade.

Compass UOL lança solução para expandir o desempenho de e-commerces O Zenith Headless Commerce é uma solução da Compass UOL cujo objetivo é impulsionar a performance e otimizar a taxa de conversão de e-commerces, reduzindo o tempo de lançamento de novas features e proporcionando uma experiência diferenciada aos clientes. Trata-se de um acelerador headless para arquiteturas Composable Commerce, nas quais o front-end se posiciona em uma aplicação dedicada altamente escalável e conectada às melhores ferramentas do mercado. A solução é cloud native, foi construída com microfront-ends, utiliza cloud services de AWS e pode ser conectada a qualquer plataforma de commerce.

Dito | www.dito.com.br/

A Dito é uma empresa de tecnologia com mais de 14 anos de mercado. Estamos sediados em Belo Horizonte e a nossa plataforma de CRM já ultrapassou a marca de 15.000 usuários. Atendemos diversas marcas renomadas como Chilli Beans, FARM, Animale e Piticas. O CRM da Dito integra canais online (E-commerce, Aplicativos) e offline (Loja Física), proporcionando aos clientes o desenvolvimento de estratégias omnichannel de marketing.

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Elo | https://www.elo.com.br/

A Elo é uma das principais empresas brasileiras de tecnologia de pagamentos, com portfólio diversificado de produtos e serviços. Com 10 anos de mercado, tem mais de 180 milhões de cartões emitidos em parceria com mais de 30 emissores. Sua aceitação engloba 11 milhões de estabelecimentos em todo o País, além de 200 países e territórios, resultado da parceria com a Discover Global Network, marca global de pagamentos da Discover Financial Services. A Elo é reconhecida como uma das Melhores Empresas para Trabalhar, de acordo com o ranking Instituições Financeiras, do Great Place to Work 2020.

ENEXT | https://enext.com.br/

Enext, empresa do grupo Wunderman Thompson, é especialista em gestão de Mídia nos Marketplaces. Fundada em 2008, é pioneira no desenvolvimento do mercado digital e referência em gestão de Mídia no Mercado Livre, Amazon, B2W, Magalu, Shopee, entre outros. Tem por missão transformar as pessoas para o futuro, acreditando e fortalecendo os conhecimentos internos para transformar a experiência digital e alavancar os resultados dos seus clientes nos marketplaces.

Frete Rápido | https://freterapido.com/

A Frete Rápido é o maior Hub de Transporte Digital da América latina e fornece tecnologia para empresas B2B e B2C que atuam no e-commerce, com operações omnichannel, multiorigem, ship from store, marketplace in/out e lojas virtuais. O Hub FR permite que o lojista conecte seus parceiros de entrega e utilize as transportadoras já disponíveis na plataforma. As funcionalidades permeiam toda a jornada de compra, como cálculo de frete, consolidação de volumes, rastreio automatizado, gestão, auditoria dos fretes e arquitetura guarda-chuva.

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//DROPS DO MERCADO

Grupo Intelipost | https://www.intelipost.com.br/

Com o propósito de simplificar a logística no mercado da América Latina, o grupo Intelipost se consolida como líder em gestão de fretes no Brasil. Com soluções que vão desde o cálculo de frete, roteirização a pontos de retirada em seu portfólio, o grupo integra de maneira inteligente toda a cadeia logística com tecnologias de altíssima confiabilidade, atendendo mais de 4 mil lojas, e realiza, em média, 2 bilhões de cotações de frete por mês.

Jadlog | https://www.jadlog.com.br/jadlog/servicos

A Jadlog é uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do País. Em janeiro/2017 se associou com a DPDgroup, a segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais da Europa. Destacando-se no mercado pela rapidez e qualidade, a Jadlog dispõe de uma das maiores estruturas de distribuição porta a porta de encomendas do país. Através de sua rede de mais 500 franquias espalhadas por todas as capitais, DF e principais cidades, a empresa atende todos os municípios do país. Sua frota é formada por mais de 240 caminhões e carretas e 4.500 utilitários.

Jadlog opera em ritmo acelerado As entregas do e-commerce relacionadas às vendas na Black Friday e no Natal estão acelerando o ritmo da Jadlog, uma das principais operadoras logísticas do varejo eletrônico. A empresa adotou um plano de pico e está operando cada vez mais com sua infraestrutura em favor da melhor experiência dos e-shoppers. A empresa utiliza a rede Pickup de mais de quatro mil pontos comerciais parceiros de bairro para as entregas e conta com a ajuda do Predict para dar previsibilidade ao consumidor no recebimento da encomenda porta a porta. Para o delivery de última milha, a empresa também usa sua frota elétrica formada por 72 novos veículos, incluindo 50 motocicletas.

Kangu | https://www.kangu.com.br/

A Kangu é uma empresa do Mercado Livre com o objetivo de revolucionar a estrutura convencional de fazer entregas na cidade. Sua plataforma de envios oferece cotação de fretes mais econômicos com diversas transportadoras parceiras e os Pontos Kangu, estabelecimentos de bairro que viabilizam envios, devoluções e retiradas mais eficientes das mercadorias. Fundada em 2019, a Kangu já conta com 5 mil pontos de postagem e retirada no Brasil, México, Colômbia e mais recentemente no Chile, contabilizando mais de 110 milhões de envios intermediados para 70 mil lojistas online.

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Linx | www.linx.com.br/linx-digital

Soluções que unificam a operação física e online do varejo, melhoram a performance e oferecem para o negócio inteligência de ponta a ponta. Linx Commerce: plataforma robusta e flexível de e-commerce para varejistas que vendem para outras empresas e/ou para consumidores finais, e buscam presença em marketplaces. Linx Impulse: suíte de personalização, mídia e retargeting com algoritmos de inteligência artificial para transformar experiências de compra online em resultados de negócio. Linx Omni: solução omnichannel que unifica a operação de lojas próprias, franquias e e-commerces.

liveSEO | https://liveseo.com.br/

Fundada em 2017 na Espanha e atualmente com sede no Brasil, a liveSEO trabalha com projetos SEO de alta performance para empresas que querem alavancar os resultados orgânicos e alcançar alta maturidade digital. A agência, que já atuou em mais de 400 projetos e 7 países, realiza um trabalho completo e personalizado. O serviço envolve otimizações técnicas e na estrutura dos sites, pesquisa de palavras-chave e produção de conteúdo, com o propósito de levar os usuários a sites autênticos, reais e com alta qualidade.

Magis5 | https://magis5.com.br/

O Hub Magis5 é o software que conecta o vendedor aos principais marketplaces do mercado e automatiza seu fluxo de venda online, tudo em poucos cliques. Ou seja, ele recebe o pedido, imprime a etiqueta casada com a nota fiscal, empacota o produto e envia. Simples, né? A Magis5 nasceu para auxiliar vendedores que vendem em marketplaces que cansaram de perder tempo organizando coisas que podem ser automatizadas, desde a gestão de vendas e automação da mesa de expedição até a análise de dados do negócio e emissão de relatórios financeiros.

Mirakl | https://www.mirakl.com/

A Mirakl oferece a primeira e mais avançada plataforma SaaS de Marketplace. Com a Mirakl, organizações B2B e B2C podem lançar marketplaces mais rapidamente, crescer e operar com confiança à medida que superam as expectativas crescentes dos clientes. As plataformas são a nova vantagem competitiva no e-commerce e as marcas mais confiáveis do mundo escolhem a Mirakl por sua solução abrangente de tecnologia, experiência e ecossistema. Como resultado, empresas como Carrefour, GPA, Leroy Merlin e KaBuM ganham velocidade, escala e agilidade para vencer no cenário de eCommerce em constante mudança.

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//DROPS DO MERCADO

PagBrasil | https://www.pagbrasil.com/pt-br/

A PagBrasil é uma empresa brasileira, que possibilita a lojas digitais, internacionais ou nacionais, oferecerem soluções de pagamentos digitais otimizadas e atualizadas com as necessidades específicas do mercado brasileiro. Com clientes em mais de 45 países, a PagBrasil é parceira das principais plataformas de e-commerce do mercado, e possui recursos exclusivos para o e-commerce, como o PagStream®, ferramenta de gestão inteligente de assinaturas. A empresa também oferece split e link de pagamento, bem como uma solução para Pix diferenciada, que garante alta taxa de conversão em vendas.

Platinum Log | https://tpl.com.br/

A Platinum Log não é parte da solução. É a solução! Atendemos toda a demanda logística de nossos clientes sejam elas B2C, B2B ou derivações destes modelos de negócio. Com opções versáteis de armazenagem, nossa estrutura é integrada por automações que permitem a visualização em tempo real dos micro e macrostatus operacionais através de uma tecnologia própria, o OMS. Online e inteligente. Da estratégia à execução, a Platinum Log está comprometida em entregar resultados e qualidade logística.

Transformando o e-commerce com o OMS da Platinum Log O OMS (Order Management System) da Platinum Log está redefinindo a experiência do cliente final no e-commerce. Com sua integração perfeita entre os sistemas WMS, TMS, ERP e marketplaces, oferece uma visão completa e em tempo real de todos os processos logísticos. Essa integração permite que varejistas online gerenciem seus estoques com mais precisão, otimizem as rotas de entrega e garantam que os pedidos cheguem aos consumidores de forma rápida e eficiente. Prepare-se para uma nova era de eficiência e excelência na logística do e-commerce.

Pmweb | https://www.pmweb.com.br/

A Pmweb possui mais de 25 anos de expertise em CRM, com um portfólio premiado de serviços focados em Data Driven Marketing. Integrando soluções e aplicando estratégias e metodologias próprias de marketing e tecnologia para CRM através de marketing clouds como Oracle, Salesforce e Braze, a Pmweb impulsiona a experiência das marcas com seus consumidores e atende os principais players de varejo, hotelaria, grocery, health, aviação, indústria e serviços financeiros. A Pmweb faz parte do Grupo WPP desde 2017 e conta com duas spin-offs: Oto CRM e Letsbook.

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RD - RAIADROGASIL | https://rd.com.br/

A RD foi criada em novembro de 2011, a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A., e com faturamento de R$ 25,6 bilhões em 2021. Somos a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. Cinco anos após a fusão, estamos no início de uma nova etapa na história da empresa, que seguirá pautando a sua atuação em cinco valores essenciais: ética, eficiência, inovação, relações de confiança e visão de longo prazo. Além disso, selamos nosso compromisso com a sustentabilidade baseado em três pilares: cuidar da saúde das pessoas, cuidar da saúde do planeta e cuidar da saúde do negócio.

Marketplace Raia Drogasil é canal para sellers ampliarem contato com o cliente e escalarem novos mercados Com oferta de cerca de 100 mil produtos de saúde, bem-estar e beleza, o Marketplace da RaiaDrogasil é um exemplo de como uma plataforma virtual especializada assegura vantagens aos sellers. Por exemplo, o contato entre o cliente e a marca fica mais fácil, garantindo uma alta taxa de conversão. O marketing também fica mais eficiente. A partir da segmentação, é possível criar estratégias assertivas de resultados. Vender no marketplace nichado dá visibilidade ao negócio e assegura ao empreendedor a possibilidade de alcançar novos mercados em meio à competitividade do ambiente online.

SAP | https://www.sap.com/brazil/ A Suite SAP Experience, transforma cada engajamento, em qualquer dispositivo ou canal, em um momento pessoal e de compra potencial para conquistar mais clientes, com mais frequência e maior valor. As Soluções de Dados do Cliente (identidade/consentimento), CDP e Marketing com o Emarsys, integradas com a Solução de Commerce, podem ajudar você a transformar visitantes desconhecidos em clientes fiéis e oferecer experiências hiper-personalizadas e confiáveis. Com a SAP, personalize cada experiência em tempo real, trazendo uma orquestração de dados perfeita para o engajamento do cliente com foco no resultado.

A principal escolha de solução para seu negócio O SAP Commerce Cloud é líder em B2B Commerce, e referência em soluções prontas para diferentes modelos de negócio. A partir da integração com sistemas, como ERPs e CRMs, ele garante a otimização e junção dos processos, personalização da jornada do cliente, através da análise de dados de comportamento que adaptam-se de acordo com as necessidades do negócio. Além disso, pode extrair relatórios de desempenho que oferecem uma visão detalhada e simplificada de todo o crescimento, e oferece suporte e segurança durante todo o processo. O compromisso com a inovação e o aprimoramento contínuo garante que nossos clientes estejam sempre à frente no mercado.

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Social Digital Commerce | https://socialsa.com/ A Social Digital Commerce é um dos principais players do setor de e-commerce no Brasil e oferece soluções tecnológicas de ponta a ponta para empresas do varejo que desejam potencializar suas vendas. A empresa oferece quatro hubs de serviços: Digital é dedicado aos clientes que desejam vender mais no digital, Retail proporciona experiência da compra física e on-line, International realiza a expansão global do cliente e o Marketing Intelligence integra o BI à plataforma de compras, explorando todas as possibilidades do digital.

Negócios para além do digital Em 2023, a Social Digital Commerce ampliou seus horizontes com o objetivo de entregar soluções e serviços digitais completos e integrados aos seus clientes, oferecendo atuação na gestão de negócios B2B, B2C e B2E. Com quatro hubs de negócio (Digital Management, Retail Management, Marketing Intelligence e International Management), a Social está presente em quatro continentes e continua em expansão com a inauguração de três novos centros de distribuição em Extrema - SP, Espírito Santo - ES e Recife - PE.

Total Express | https://totalexpress.com.br/

A Total Express é a empresa privada de soluções logísticas mais completa do país. Atende com excelência desde o pequeno e médio e-commerce até os gigantes do varejo, incluindo operações complexas de indústrias e governo. Com capilaridade que cobre 100% do território nacional, mais de 100 hubs espalhados por todos os Estados e quase 30 anos de experiência, a Total Express conecta o Brasil.

Total Express está preparada para o novo cenário de importação de encomendas internacionais Em meio às mudanças da nova legislação de importação e da criação do Selo Remessa Conforme, a companhia tem se preparado para estar em conformidade com o programa do Governo Federal, a fim de se tornar a referência na operação de mercadorias internacionais ao facilitar a nacionalização das remessas. A companhia está investindo na capacidade de processar os serviços de desembaraço e entrega de mercadorias internacionais, direcionada tanto para empresas de diversos portes quanto para de consumidor para consumidor com sua solução internacional.

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Tray | www.tray.com.br/

Com 20 anos de história, a Tray - unidade de e-commerce do Grupo Locaweb - é uma das empresas de tecnologia brasileira mais competitivas do mercado. A plataforma robusta oferece produtos e soluções exclusivas, integrações com os maiores marketplaces do país, além de uma interface amigável e 100% customizável. Ideal para todos os estágios do empreendedor online, fornece um ecossistema completo que atende desde o pequeno varejista até as grandes operações, através da sua divisão corporativa Tray Corp. Para mais informações, acesse: www.tray.com.br.

Aplicativo Tray: uma nova facilidade para o seu dia a dia Tray atualiza aplicativo para trazer mais facilidade para o dia a dia de lojistas. Com funções como leitor de estoque, edição de foto e inclusão de pedido manual, agora o lojista, além de acompanhar as suas vendas, consegue fazer pequenas alterações à distância. Essas funções ajudam desde o pequeno lojista ao grande, e são essenciais para quem tem ações externas, como feiras ou revendedores físicos porta a porta. Com alta nota de avaliação nas lojas de aplicativos, a Tray reforça seu compromisso em atender a todos os perfis de lojistas do varejo brasileiro.

Vindi | https://vindi.com.br/

A Vindi é um ecossistema completo para gerenciar e receber pagamentos que tem a missão de digitalizar o PIB do Brasil. Com foco na intermediação de pagamentos e na economia de recorrência, a Vindi descomplica o universo de pagamentos através da tecnologia para digitalizar, rentabilizar e escalar negócios. Venda nos modelos online, presencial e recorrente com agilidade e segurança.

Voxus | https://www.voxus.com.br/

A Voxus é uma AdTech que facilita o acesso a mídia do futuro por meio de uma tecnologia proprietária e automatizada. Potencializando os resultados de e-commerces e negócios digitais, a Voxus atua tanto com foco em performance, aumentando as vendas, quanto com awareness, visando maior alcance da marca. Com essas soluções, Voxus ajuda negócios de todos os tamanhos e setores a aumentarem suas vendas com o uso da Inteligência artificial de ponta e um time especializado. Para saber mais sobre o smart display Voxus, acesse o site e aproveite todas as vantagens da mídia programática!

Voxus lança conteúdo para ajudar no planejamento de marca do próximo ano A Voxus, AdTech brasileira referência no uso de mídia programática display, acaba de lançar em seu blog um conteúdo exclusivo para ajudar no planejamento de marca em 2024. Ressaltando pontos sobre o investimento em mídia awareness e como o planejamento antecipado faz diferença para o resultado, a empresa mostra a importância de ter uma mídia focada em reconhecimento de marca para alcançar mais sucesso nas campanhas durante todo 2024, inclusive em épocas sazonais. Quer saber mais? Acesse o site da Voxus e comece a aplicar as estratégias de awareness hoje mesmo!

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//DROPS DO MERCADO

Wake |https://wake.tech/

A Wake surgiu para negócios e empreendedores que pensam grande, querem ir além e buscam resultados expressivos com alta performance de ponta a ponta: é uma plataforma com a melhor transição entre aquisição, transacional e retenção do mercado. Conheça o ecossistema completo, com soluções digitais integradas e focadas na sua jornada de crescimento! Wake, uma marca Enterprise.

wap.store | https://www.wapstore.com.br/

A melhor plataforma de e-commerce para o crescimento do seu negócio. A wap.store tem tudo que você precisa para sua loja online crescer: atualizações periódicas, excelente experiência de compra, controle dos números, personalização, otimização de venda, segurança, estabilidade e muito mais. O foco principal é o crescimento do seu e-commerce, na melhor parceria ganha-ganha.

wap.store integra com marketplace da Lojas Renner S.A. Com o intuito de potencializar negócios, crescer portfólio e oferecer os melhores canais de venda para os seus clientes, a wap.store, plataforma de e-commerce para grandes negócios, recentemente anunciou uma nova integração com uma das empresas líderes do mercado de moda e lifestyle brasileiro: a Lojas Renner S.A., que possui mais de 58 anos de história. Mais uma potência para complementar o hub de marketplace da wap.store, no qual seus clientes podem integrar, anunciar e vender nos maiores marketplaces do mercado.

WEBJUMP | https://webjump.com.br/

A WEBJUMP é a única Adobe Gold Partner brasileira com selo Specialized Commerce na América Latina. Possui expertise nas soluções Adobe Experience Cloud, análises de dados, conteúdo, e-commerce e gerenciamento de jornada do cliente, baseado em inteligência artificial. Por meio de sua metodologia ágil, proporciona a transformação digital para empresas líderes de mercado, com qualidade, transparência e comunicação assertiva em todas as fases dos projetos. A empresa, agora parte do grupo Compass Uol, destaca-se na busca incessante pela excelência - uma filosofia colocada em prática há 15 anos.

Lançamento da 1ª edição da Revista WEBJUMP Insights com muitas novidades, dicas e insights valiosos Em julho de 2023, durante o maior evento de e-commerce, Fórum E-commerce Brasil, a #WEBJUMP lançou sua primeira edição da revista WEBJUMP Insights, que promete revolucionar a maneira como você se informa e se inspira. A revista será sua fonte definitiva de insights, tendências e histórias cativantes. A empresa compartilha artigos da mais alta gestão do setor de tecnologia sobre as experiências que vive e continua descobrindo sobre #inovação, #personalização em #escala e #inteligência #artificial.

Worldpay | https://worldpay.fisglobal.com/

A Worldpay from FIS (NYSE: FIS) é uma empresa líder em tecnologia em pagamentos que apoia comerciantes, bancos e mercados de capitais a mover o comércio global. Processando 75 bilhões de transações que alcançam o valor de US $ 9T para mais de 20.000 clientes anualmente, a Worldpay eleva a economia e as comunidades, avançando no mundo de pagamentos, bancos e investimentos.

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