Economia & Mercado 153

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JUNHO 2017 • ANO 20 • Nº 153 • PREÇO 1000Kz

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MIL L MILHÕES DE KWANZAS MIL L MILHÕES DE KWANZAS

PRODUÇÃO DE MADEIRA

9

775080

102012

00153

TRANSFORMAR PARA EXPORTAR COM VALOR HUAMBO

EMIS

ENTREVISTA

ÁFRICA

Empresários “fogem” devido a crise

Pagamentos automáticos DPORVJTUBN DPOmBOÃB

Com Tomás Caetano, director do Instituto Nacional de Desenvolvimento Florestal

Retoma do crescimento exige grandes mudanças de políticas



JUNHO 2017 WWW.ECONOMIAEMERCADO.SAPO.AO

18 PAGAMENTOS AUTOMà TICOS CONQUISTAM CONFIANÇA

RADAR

Os instrumentos de pagamento e de transferĂŞncias electrĂłnicos sĂŁo cada vez mais utilizados em Angola. O facto de ser uma forma prĂĄtica e rĂĄpida e de assegurar liquidez imediata, faz com que haja cada vez mais pessoas a utilizarem esta opção de pagamento. Os consumidores tambĂŠm preferem estabelecimentos com terminais de pagamento automĂĄticos, sendo que a rede Multicaixa teve um crescimento de 40,63% em apenas um ano. Segundo a EMIS, estes instrumentos EF QBHBNFOUP UÆN DPOIFDJEP TJHOJmDBUJWPT BWBOĂƒPT UFDOPMĂ?HJDPT OB TVB BQMJDBĂƒĂ€P e utilização e hoje jĂĄ ĂŠ possĂ­vel fazer nos telemĂłveis 90% das operaçþes outrora realizadas nas caixas automĂĄticas.

OPINIĂƒO

48 EMPRESĂ RIOS “FOGEMâ€? DEVIDO A CRISE Os empresĂĄrios do Huambo estĂŁo descontentes com a falta de dinheiro e de mOBODJBNFOUP P RVF UFN DPOUSJCVÉEP QBSB RVF NVJUPT TBJBN EB QSPWÉODJB F invistam noutras regiĂľes ou abandonem mesmo o ramo empresarial. O Governo 1SPWJODJBM BENJUF BT EJmDVMEBEFT OP FOUBOUP EFGFOEF RVF P EJOIFJSP OĂ€P TF GB[ desistindo dos negĂłcios, mas sim com mais investimento.

64 FALTAM RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS PARA REDUZIR AS TAXAS DE MORTALIDADE A situação da saúde sexual e reprodutiva em Angola caracteriza-se por uma elevada taxa de fecundidade, pela prevalência do aborto e pela propagação de doenças de transmissão sexual, nomeadamente o VIH/SIDA. Estes aspectos decorrem ou são agravados pelo acesso limitado aos serviços de saúde em geral e, em particular, ao planeamento familiar, à cobertura prÊ-natal e ao parto institucional.

8 CONTRAPONTO

12 JUSTINO PINTO DE ANDRADE 13 IPSIS VERBIS 16 LUĂ?S TODO BOM

MACRO 18 EMIS 22 INDĂšSTRIA DO CASAMENTO

OPINIĂƒO 26 J. G. MATOS 27 NĂšMEROS EM CONTA

CAPA 28 PRODUĂ‡ĂƒO DE MADEIRA 44 ENTREVISTA

PAĂ?S 48 HUAMBO

EMPRESAS 52 KNT - KENATI LDA

LĂ FORA 56 Ă FRICA

MERCADO E FINANÇAS 60 BANCO BIC

SOCIEDADE 64 SAĂšDE REPRODUTIVA 68 FIGURA DO MĂŠS

LAZER 70 VINHOS 72 AO VOLANTE

28 GESTĂƒO SUSTENTĂ VEL E APOSTA NA TRANSFORMAĂ‡ĂƒO 0 TFDUPS nPSFTUBM QBSUJDVMBSNFOUF B QSPEVĂƒĂ€P EF NBEFJSB GPJ FMFJUP DPNP VNB EBT GPOUFT EF DBQUBĂƒĂ€P EF EJWJTBT OP ÂżNCJUP EB EJWFSTJmDBĂƒĂ€P EB FDPOPNJB F EBT GPOUFT USJCVUžSJBT EP &TUBEP &OUSFUBOUP BP NFTNP UFNQP RVF FOGSFOUB P EFTBmP EF HBSBOUJS uma gestĂŁo sustentĂĄvel dos recursos, Angola tambĂŠm precisa de, urgentemente, dinamizar a indĂşstria transformadora, na medida em que o paĂ­s perde divisas ao exportar produtos nĂŁo transformados.

REMATE 74 NUNO FERNANDES



EDITORIAL | 5

www.economiaemercado.sapo.ao | Junho 2017

PRESERVAR AS FLORESTAS PARA CRIAR RIQUEZA Hermenegildo Tchipilica

A ediรงรฃo deste mรชs da Economia & Mercado destaca o negรณcio LI UILMQZI M W[ XMZQOW[ LI LM[ร WZM[\ItrW MU )VOWTI K]RI[ QUXTQKItย M[ [WKQWMKWV~UQKI[ [rW LM^I[\ILWZI[ 7 ZM\ZI\W Y]M NIbMUW[ u IXMVI[ ]U XMY]MVW KWV\ZQJ]\W Y]M Y]MZMUW[ LIZ XIZI I [WT]trW LM ]U XZWJTMUI Y]M \IV\W \MU LM XZMWK]XIV\M KWUW LM JWV[ M`MUXTW[ =U LW[ NIK\WZM[ UIZKIV\M[ LM[\M [MK\WZ u I QVM`Q[\wVKQI LM ]UI QVLย [\ZQI \ZIV[NWZUILWZI LM[MV^WT^QLI W Y]M \WZVI I UILMQZI VIKQWVIT XW]KW KWUXM\Q\Q^I VW UMZKILW QV\MZVIKQWVIT VI UMLQLI MU Y]M I UILMQZI MU \WZW u UMVW[ ^ITQW[I LW Y]M I [MZZILI <IT KWUW ZMNMZQ] W LQZMK\WZ LW 1V[\Q\]\W LM ,M[MV^WT^QUMV\W .TWZM[\IT <WUn[ +IM\IVW VI MV\ZM^Q[\I Y]M XWLM TMZ I XIZ\QZ LI XnOQVI ยนu VMKM[[nZQW Y]M [M QV^Q[\I VW XZWKM[[W LM [MUQ \ZIV[NWZUItrW M VI \ZIV[NWZUItrWยบ XWQ[ [~ I[[QU W XIy[ \MZn KIXIKQLILM XIZI IKZM[KMV\IZ ^ITWZ IW XZWL]\W M`XWZ\ILW 7 VMO~KQW LI UILMQZI XI[[I IQVLI XWZ ]UI W]\ZI [uZQM LM NIK\WZM[ ,M^M [MZ NMQ\W KWU ZMOZI[ M [MU XZMR]LQKIZ I[ ร WZM[\I[ XWQ[ M[\I[ KWV[\Q\]MU W VW[[W X]TUrW ^Q^W \wU ]U ^ITWZ MKWV~UQKW KWV[QLMZn^MT M KWV\ZQJ]MU XIZI I KZQItrW LM ZQY]MbI )[[QU I M`XTWZItrW LM[MVNZMILI LI[ VW[[I[ ร WZM[\I[ VrW XWLM KWV\QV]IZ I [MZ NMQ\I [MU W LM^QLW ZMXW^WIUMV\W ร WZM[\IT =U LW[ M`MUXTW[ LZIUn\QKW[ u W Y]M [M XI[[I VI ร WZM[\I LW 5IQWUJM MU +IJQVLI WVLM ยนW IJI\M IVnZY]QKW LM nZ^WZM[ ITuU LM KI][IZ LIVW[ o ร WZI KI][I \IUJuU I UQOZItrW LM U]Q\I[ M[XuKQM[ IVQUIQ[ [WJZM\]LW LM UIVILI[ LM MTMNIV\M[ Y]M NWOMU XIZI nZMI[ PIJQ\ILI[ WVLM LM^I[\IU TI^ZI[ M LMZZ]JIU KI[I[ยบ KWVNWZUM VW[ ZM^MTW] ]UI NWV\M )[[QU u VMKM[[nZQW Y]M [M M`MZtI ]U UIQWZ KWV\ZWTW XIZI [M M^Q\IZ W IJI\M QVLQ[KZQUQVILW Y]M ITQUMV\I I[ M`XWZ\Itย M[ QTMOIQ[ =U LW[ JWV[ M`MUXTW[ ZM^MTILW[ VM[\I MLQtrW u W KI[W LI MUXZM[I -[\ZMTI LI .TWZM[\I Y]M M`XTWZI UILMQZI VI XZW^yVKQI LW

O NEGร CIO DA MADEIRA DEVE SER FEITO COM REGRAS E SEM PREJUDICAR AS FLORESTAS, POIS ESTAS CONSTITUEM O NOSSO PULMร O VIVO, Tร M UM VALOR ECONร MICO CONSIDERร VEL E CONTRIBUEM PARA A CRIAร ร O DE RIQUEZA.

0]IUJW WVLM KWV[\Z]Q] ]U MKW[[Q[\MUI ร WZM[\IT [][\MV\n^MT Y]M ^IQ XZWXWZKQWVIZ UIQWZM[ JMVMNyKQW[ XIZI \WLW[ W[ IVOWTIVW[ VW K]Z\W M TWVOW XZIbW[ M KWU KWVKM[[ย M[ VW *Qu MU *MVO]MTI M VI 0]yTI 7 M`MUXTW LI -[\ZMTI LI .TWZM[\I u XIZILQOUn\QKW Rn Y]M ITQI I M`XTWZItrW KWU W ZMXW^WIUMV\W ร WZM[\IT KZQI ZQY]MbI M u ]U JWU XZMVย VKQW LW Y]M LM JWU [M XWLM NIbMZ MU )VOWTI 6M[\I MLQtrW IJWZLIUW[ IQVLI W]\ZI[ \MUn\QKI[ KWUW W VMO~KQW LW[ KI[IUMV\W[ Y]M M[\n I KZM[KMZ UM[UW VW IK\]IT KWV\M`\W IL^MZ[W LM KZQ[M )[ MUXZM[I[ ITuU LM OMZIZMU T]KZW[ \IUJuU IR]LIU Y]MU Y]MQZI MV\ZIZ VW ยนKT]JM LM KI[ILW[ยบ <MUW[ IQVLI ]U ZM\ZI\W LW[ UMQW[ LM XIOIUMV\W[ MTMK\Z~VQKW[ Y]M [rW KILI ^Mb UIQ[ ]\QTQbILW[ MU )VOWTI PI^MVLW UIQ[ KWV[]UQLWZM[ Y]M XZMNMZMU M[\IJMTMKQUMV\W[ KWU M[[M[ \MZUQVIQ[ LM^QLW IW NIK\W LM OIZIV\QZMU [MO]ZIVtI M IVWVQUI\W 8IZI I Z]JZQKI ยน8Iy[ยบ Y]M XWLM TMZ I XIZ\QZ LI XnOQVI ^QIRnUW[ I\u IW 0]IUJW WVLM W]^QUW[ ZMTI\W[ LM MUXZM[nZQW[ Y]M [M Y]MQ`IU LI NIT\I LM LQVPMQZW VI XZW^yVKQI M LM WXWZ\]VQLILM[ LM VMO~KQW[ LM^QLW o KZQ[M 5]Q\W[ XZM\MVLMU IJIVLWVIZ I XZW^yVKQI -[\M[ M UIQ[ \MUI[ u W Y]M ^IQ MVKWV\ZIZ VI[ XZ~`QUI[ XnOQVI[ *WI TMQ\]ZI &

Propriedade Edicenter Publicaรงรตes, Lda Directora Editorial Ana Filipa Amaro Conselho Editorial Laurinda Hoygaard; Justino Pinto de Andrade; Josรฉ Matos; Fernando Pacheco; Josรฉ Severino Coordenaรงรฃo Hermenegildo Tchipilica - hermenegildo.tchipilica@edicenter-angola.com Redacรงรฃo ร ngela Canganjo - angela. canganjo@edicenter-angola.com; Antรณnio Piรงarra - antonio.picarra@edicenter-angola.com; Edjaรญl dos Santos - edjail.santos@economiaemercado.com; Josรฉ Pedro Correia - josecorreia.edicenter@gmail.com; Michel Pedro - michel.pedro@edicenter-angola.com; Susana Gonรงalves - susana.goncalves@edicenter-angola.com Colaboradores Josรฉ Matos; Justino Pinto de Andrade; Luรญs Todo Bom; Mรกrio Paiva; Nuno Fernandes; Sebastiรฃo Vemba 'PUPHSBmB Vasco Cรฉlio (Editor); Afonso Francisco - afonsofrancisco.edicenter@gmail.com; Carlos Aguiar - carlosdaguiar.edicenter@gmail.com; Isidoro Felismina - isidorosuka@gmail.com Design Ana Nascimento โ Executive Paginaรงรฃo Inรชs Maia Capa Executive Publicidade geral@edicenter-angola.com Secretariado Aida Chimene Redacรงรฃo Smart Village Talatona - Zona CS1 - Via AL 19A Talatona, Luanda - Angola Tel.: (244) 222 006 029 Fax: (244) 222 006 032, geral@economiaemercado.com Administraรงรฃo e Publicidade Smart Village Talatona - Zona CS1- Via AL 19A Talatona, Luanda - Angola Tel. (244) 222 011 866 / 867 Fax: (244) 222 006 032 edicenterlda@gmail.com Delegaรงรฃo em Lisboa Iona - Comunicaรงรฃo e Marketing, Lda R. Filipe Folque, 10 J - 2ยบ Dir. - 1050-113 Lisboa Tel. (351) 213 813 566/7/8 Fax: (351) 213 813 569 iona@ iona.pt Impressรฃo e Acabamento %BNFS (SยพmDB -VBOEB "OHPMB Distribuiรงรฃo Edicenter - Tel: (244) 222 011 866 / 867, Media Nova Distribuiรงรฃo, Greeline, Africana Tiragem 5.000 exemplares Angola - Registo Nยบ 249/B/99


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| RADAR

INVESTIMENTOS ISRAELITAS PROMOVEM RELAÇÕES BILATERAIS

INSS DISCUTE MEDIDAS PARA O FUTURO Cento e duas mil empresas públicas e privadas estão inscritas e são controladas pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), informou, em Luanda, o seu director, Jesus Maiato. O responsável fez estas declarações num seminário sobre propostas de medidas de aperfeiçoamento da protecção social obrigatória, realizado na Escola Nacional de Administração (ENAD), durante o qual dissertou sobre o Projecto de Decreto Presidencial que estabelece o Regime Jurídico de Vinculação e de Contribuição da

Protecção Social Obrigatória (Revisão do Decreto Nº 38/08). Jesus Maiato ZMNMZQ] Y]M IXM[IZ LI[ LQÅK]TLILM[ XIZI que todas as empresas cumpram com as respectivas obrigações junto do INSS, o mesmo tem conseguido manter a arrecadação de receitas que permitem honrar com os seus compromissos. O seminário serviu também para debater propostas de medidas que permitam continuar a garantir os compromissos assumidos pelo INSS com os actuais e futuros segurados e respectivas famílias. &

As províncias de Malanje e Cuando +]JIVOW ^rW JMVMÅKQIZ LM ]U XZWRMK\W de construção de sistemas de captação, tratamento e distribuição de água em 62 aldeias, no âmbito do programa do Executivo “Água Para Todos”. O projecto ZM[]T\I LM ]U ÅVIVKQIUMV\W LW Q[ZIMTQ\I Bank Leumi ao Grupo Mitrelli, no valor de 94 milhões de dólares norte-americanos, e tem como propósito estreitar as relações entre Angola e Israel. Entretanto, um outro projecto da responsabilidade do Grupo Mitrelli e cujo investimento de 120 milhões de dólares norte-americanos será assegurado pelo Estado de Israel, irá dotar o país de um complexo de viveiros de piscicultura, projectado para fornecer ao mercado interno 500 toneladas de peixe por ano. O grupo Mitrelli pretende desenvolver outros projectos em Angola, nomeadamente, a criação de uma linha de transporte de energia eléctrica. Os ÅVIVKQIUMV\W[ [MZrW NMQ\W[ LQZMK\IUMV\M aos clientes do Grupo Mitrelli em cada ]U LW[ XZWRMK\W[ W[ Y]IQ[ JMVMÅKQIZrW LM garantias do Ministério das Finanças de Angola. &

RECTIFICAÇÃO Na Entrevista de Capa da última edição da E&M ao presidente da Associação Angolana de Empresas de Publicidade e Marketing (AAEPM), Nuno Fernandes, não foi transcrita a totalidade da resposta à pergunta “O que é que a nova Lei (Geral da Publicidade) trará de novo para o negócio da publicidade?”. Quando falava sobre a obrigatoriedade dos anunciantes fazerem passar a sua comunicação para divulgação obrigatoriamente por agências de publicidade, o presidente da AAEPM disse: ¹j ]U NIK\WZ Y]M XWLM \ZIbMZ JMVMNyKQW[ [M M`XTQKILW LM^QLIUMV\M M Y]M JMVMÅKQI KTIZIUMV\M W XZWL]\WZ LI QLMQI Y]MU KZQI I[ IOwVKQI[ M Y]MU QV^M[\M VW[ UMQW[ XIZI LQ^]TOIZ I 5MLQI -[\IUW[ I IXMZKMJMZ VW[ Y]M Pn ]UI OZIVLM XZM[[rW [WJZM W[ UMQW[ VI VMOWKQItrW MU Y]M [M M[XZMUMU KWUXTM\IUMV\M W[ XZMtW[ M MU Y]M W[ UMQW[ M[\rW I X Z X]JTQKQLILM VW IZ IJIQ`W LW [M] K][\W LM MUQ[[rW 5IQ[ o NZMV\M Y]IVLW [M ÅbMZMU I[ KWV\I[ W[ UMQW[ ^rW XMZKMJMZ Y]M M[\rW QV]VLILW[ LM X]JTQKQLILM I JIQ`W K][\W Y]M VrW KWUXMV[I W [M] \MUXW LM IV\MVI 1[\W LM[^ITWZQbI W \ZIJITPW LM Y]MU KZQI M W QV^M[\QUMV\W LM Y]MU WNMZMKM W[ UMQW[ XIZI LQ^]TOIZ 9]MZMUW[ UIQWZ MY]QTyJZQW 9]M PIRI JITQbI[ Y]IV\W IW[ LM[KWV\W[ LM \IJMTI I [MZMU WNMZMKQLW[ XMTW[ 5MQW[ ) ZMTItrW LQZMK\I )V]VKQIV\M 5MQW LM[^ITWZQbI I KZQI\Q^QLILM M KWUXZWUM\M I XZIbW ÅVIVKMQZIUMV\M W 5MQW Y]M ^MVLM M[XItW[ IJIQ`W LW XZMtW LM K][\W 1[\W I\QVOM QUMV[W I UMLQI QUXZM[[I I[ ZnLQW[ M \MTM^Q[ M[ ) ZMTItrW LQZMK\I )OwVKQI 5MQW[ JMVMÅKQI I IUJW[ M \IUJuU W IV]VKQIV\M LMXMVLMVLW LW ^ITWZ LM QV^M[\QUMV\W X]JTQKQ\nZQW Y]M NItI 7 ZIXMT XWLM [MZ KWV^MZ\QLW MU UIQWZ M[XItW VW[ 5MLQI I NI^WZ LIY]MTMº Por esta descontextualização, a E&M pede desculpas ao visado e aos leitores.



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CONTRAPONTO

PARA QUANDO UMA VERDADEIRA APOSTA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS? ATÉ 2050, A ENERGIA SOLAR REPRESENTARÁ 16% DAS FONTES DE ELECTRICIDADE NO MUNDO, ALÉM DE SER UM SECTOR QUE OFERECE OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL A PEQUENOS E MÉDIOS EMPRESÁRIOS, OS QUAIS NÃO SÃO TIDOS NEM ACHADOS NAS GRANDES E MILIONÁRIAS EMPREITADAS. ESSE É CLARAMENTE UM TEMA QUE DEVE MERECER A ATENÇÃO DE QUEM GOVERNA.

Sebastião Vemba

As expectativas dos angolanos em relação à entrada em funcionamento da Barragem de Laúca, perspectivada para 2018 (apenas), são elevadas. Acostumados aos cortes frequentes de electricidade, ou à ausência deste recurso, os angolanos esperam mesmo que esta infra-estrutura que consumiu elevadas somas dos KWNZM[ LW -[\ILW R][\QÅY]M W QV^M[\QUMV\W LM 4,5 mil milhões de dólares que foi feito. Mas até 2018, nos lares continuar-se-á a perder bens alimentares por falta de conservação e nas unidades empresariais – particularmente industriais – os custos da MTMK\ZQKQLILM KWV\QV]IZrW I []JQZ MU ÆMKPI porque as fontes alternativas ainda são mais regulares do que a rede pública, embora muito mais caras, não só pelo alto preço do combustível mas também por causa de outros custos associados, nomeadamente a manutenção. Entretanto, nas palavras do ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, citado pela Angop, a barragem de Laúca “vai reduzir os custos de importação de combustíveis para o país, na medida em que grande parte do sector industrial vai operar com energia desse empreendimento”, o que não deixando de ser um objectivo realizável não é uma solução global para as carências energéticas no país, pois parece que estamos a esquecer-nos de outras opções, menos onerosas para os cofres do Estado e mais amigas do ambiente, que são as energias renováveis, em particular a energia solar, que já vai ganhando alguma importância em países vizinhos da região da SADC e não só.

De acordo com pesquisas, até 2050, a energia solar representará 16% das fontes de electricidade no mundo, além de ser um sector que oferece oportunidades de investimento sustentável a pequenos e médios empresários, os quais não são tidos nem achados nas grandes e milionárias empreitadas. Este é claramente um tema que deve merecer a atenção de quem governa. Aliás, no ano passado, soube-se das intenções de investimentos no sector das energias renováveis de empresas egípcias e dinamarquesas, sendo que se analisava a necessidade de os ministérios da Energia e Águas e da Indústria, em colaboração com os parceiros internacionais, desenvolverem uma estratégia conjunta e modalidades de cooperação no sector. Mas, infelizmente, de Outubro de 2016 até à presente data nada mais se ouviu falar sobre este assunto, embora o Governo reconheça a importância estratégica das energias renováveis. Foi há exactamente cinco anos que o ministro João Baptista Borges, no VI Fórum Germano-Africano de Energia, decorrido em Hamburgo, Alemanha, falou dos “planos do Executivo” para criar soluções energéticas para as regiões rurais com baixa KWVKMV\ZItrW LMUWOZnÅKI ZMNMZQVLW [M o[ energias renováveis. No entanto, passados cinco anos, é altura de os “planos” serem convertidos em programas exequíveis e com impacto imediato na vida das populações. Aliás, aproveitando o facto de estarmos I KPMOIZ IW ÅU LM UIQ[ ]UI TMOQ[TI\]ZI porque não repensar no assunto? &



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ACTIVOS DO BANCO KEVE CRESCEM Os activos do Banco Keve cresceram acima de 8% apesar da actual situação económica adversa do país. O banco, que apresentou recentemente o exercício económico de 2016, registou um incremento no seu activo na ordem dos 140,6 mil milhões de kwanzas contra os 130,7 mil milhões do ano anterior. “Tal crescimento só foi possível devido ao ânimo aplicado nas várias operações que o banco NWQ LM[MV^WT^MVLWº IÅZUW] W XZM[QLMV\M

da Comissão Executiva, Arlindo das Chagas Rangel. O número de clientes do banco também cresceu mais 29% em 2016, enquanto o volume de crédito a clientes se manteve praticamente inalterado cifrando-se, em termos brutos, nos 58,1 mil milhões de kwanzas. Os fundos próprios da empresa atingiram os 14,7 mil milhões de kwanzas, um crescimento de 21% face ao ano anterior. &

IPCN AUMENTA 1,91% NO PRIMEIRO TRIMESTRE

RECEITAS DIAMANTÍFERAS RECUARAM 48% EM MARÇO O sector diamantífero nacional registou um recuo na arrecadação de receitas no mês de Março de 2017. A exploração diamantífera, segundo o Atlântico Research, permitiu arrecadar 1,060 milhões de kwanzas, o que representa uma redução de 48% em comparação com o período homólogo de 2016. Entretanto, o aumento dos preços em 3%, para 123 dólares norte-americano por quilate e de 8% na quantidade explorada, situando-se nos 719 mil Y]QTI\M[ VrW [M ZMÆMK\Q] VW ^ITWZ global. Nesta comparação mensal a tendência foi inversa, isto é, em 2016 o montante arrecadado cresceu 20 pontos,

impulsionado pelo incremento de 10% nos preços. Apesar do retrocesso nas receitas, o sector diamantífero poderá aumentar a sua produção durante o ano corrente, com o início da actividade de dois projectos da empresa Endiama, Fúri (Fucaúma) e Cacangel, localizados na província da Lunda Norte. A produção diamantífera de Angola durante o primeiro trimestre do ano somou cerca de 1.438 mil quilates. Destaca-se que segundo o Orçamento Geral do Estado para 2017, o sector diamantífero deverá apresentar uma taxa de crescimento de 0,5%. &

No primeiro trimestre do ano, o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) registou uma variação de 1,91 pontos percentuais face ao período homólogo de 2016, de acordo com o relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística. A variação homóloga situou-se em 36,52%, registando um aumento de 15,06 pontos percentuais com relação aos valores observados em igual período do ano anterior. As províncias do Cuanza Norte com 2,59%, Luanda com 2,24%, Lunda Norte com 2,08% e Uíge com 1,9% foram as que registaram um maior aumento no índice de preços. As províncias em que esse aumento foi UMVW[ [QOVQÅKI\Q^W NWZIU W *Qu KWU 1,07%, a Huíla com 1,1%, o Huambo com 1,4% e Cabinda com 1,5%. Os sectores dos bens de primeira necessidade, do vestuário e calçado foram dos que mais contribuíram para o crescimento do índice já que registaram um maior aumento de preços, na ordem dos 3,63%. Para bens e serviços diversos, a variação foi de 3,35%, enquanto nas bebidas alcoólicas e tabaco foi de 3,08%. Os sectores do mobiliário, equipamentos domésticos e manutenção fecharam o trimestre com um aumento de 2,65%. &



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COMPETITIVIDADE E SUSTENTABILIDADE Passei um pouco do meu tempo a analisar o mais recente relatório produzido pelo Fórum Económico Mundial, o qual insere com destaque o Índice Global de Competitividade. APERCEBO-ME QUE ESTAMOS PERANTE UMA NOVA E PERIGOSA REDUÇÃO DO PREÇO DO BARRIL DO PETRÓLEO NOS MERCADOS INTERNACIONAIS, O QUE COLOCA NOVAMENTE EM RISCO A NOSSA CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA ECONÓMICA.

Justino Pinto de Andrade Economista

1. 6M[[M ZMTI\~ZQW ÅKW] UIQ[ ]UI ^Mb M^QLMVKQILI a estreita relação existente entre os conceitos de competitividade e de sustentabilidade, que têm a si acoplado um pressuposto fundamental: a ideia do longo prazo. Quero com isso dizer que, num determinado momento, não basta um país ter capacidade para satisfazer as necessidades essenciais da sua população. Para que seja competitivo, ele tem de o fazer, sim, numa trajectória de continuidade. 2. Apercebo-me que estamos perante uma nova e perigosa redução do preço do barril do petróleo nos mercados internacionais, o que coloca novamente em risco a nossa capacidade de resistência económica. E como nós não somos competitivos, parece-me que estamos quase condenados a viver permanentemente com o coração nas mãos… 3. O Fórum Económico Mundial assume um conjunto de indicadores, devidamente articulados e QV\MZTQOILW[ Y]M XMZUQ\M LMÅVQZ I KWUXM\Q\Q^QLILM dos países, e que, em abono da verdade, deveria servir de guia para uma governação responsável, coerente e consistente. Eis, pois, os indicadores: qualidade das instituições e das infra-estruturas, estabilidade macroeconómica, saúde, ensino básico, pós-básico e formação, dimensão do mercado, MÅKQwVKQI LW UMZKILW LM JMV[ M LW UMZKILW LM \ZIJITPW [WÅ[\QKItrW LW UMZKILW ÅVIVKMQZW readness tecnológica (maturidade tecnológica), inovação e [WÅ[\QKItrW LW \MKQLW MUXZM[IZQIT 4. Comparativamente ao relatório referente ao ano 2015/2016, o último relatório não apresenta no topo da tabela qualquer alteração digna de realce. Mantém praticamente os mesmos 10 países melhor KTI[[QÅKILW[ KWU M[XMKQIT LM[\IY]M XIZI I ;]ytI MU 1º lugar, pelo oitavo ano consecutivo), Singapura (2º) e EUA (3º). Uma nota importante: de um ano para W W]\ZW VrW [M I[[QVITIU [QOVQÅKI\Q^W[ OIVPW[ LM produtividade nas chamadas economias emergentes. 5. A China, hoje a segunda maior economia do mundo – pelo volume do seu Produto Interno

Bruto (PIB) –, ocupa, pelo 3º ano consecutivo, a 28ª posição no ZIVSQVO. Não está no Top 10, embora se lhe reconheça um bom avanço em termos competitivos, devido à montagem de um complexo sistema de inovação. Uma outra economia emergente que merece reparo especial é a Índia (39ª), devido, sobretudo, a avanços no domínio da MÅKQwVKQI LW UMZKILW LM JMV[ [WÅ[\QKItrW LW[ negócios e inovação. Este país tem, igualmente, apostado em outros domínios essenciais, tais como a melhoria das instituições públicas, a abertura aos investimentos estrangeiros e ao comércio internacional e uma UIQWZ \ZIV[XIZwVKQI VW [M] [Q[\MUI ÅVIVKMQZW 6. De uma forma geral, as economias latino-americanas estão a sofrer pesados revezes, muito à custa das presentes incertezas políticas M XMTW IOZI^IUMV\W LI[ []I[ ÅVIVtI[ X JTQKI[ O Brasil (81º) é dos países que mais tem sofrido, ao ponto de ter baixado 20 posições no ZIVSQVO. Contudo, o relatório realça o papel do Chile (33º), apresentando-o como a economia mais competitiva da América Latina, fruto, sobretudo, de uma forte aposta na inovação. 7. A Rússia (43º) – tão destacada hoje no panorama político e militar mundial – vai conseguindo resistir às oscilações nos preços das commodities, comparativamente aos restantes países da Eurásia. Mas não consegue descolar do panorama das restantes economias emergentes, mantendo[M LMUI[QILW NMKPILI IW UMZKILW ÅVIVKMQZW internacional. 8. No que diz respeito ao nosso continente, como seria de esperar, a África do Sul (47º) continua a ser I MKWVWUQI UIQ[ KWUXM\Q\Q^I UIQ[ LQ^MZ[QÅKILI tecnologicamente mais madura e, por isso mesmo, a menos vulnerável às oscilações dos preços das KWUUWLQ\QM[º. São-lhe ainda assinaladas melhorias em alguns dos indicadores de competitividade, em especial, no que diz respeito à qualidade da educação. &


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IPSIS VERBIS JOSÉ LUIS MENDONÇA, ESCRITOR IN JORNAL DE ANGOLA

“E SEI COM A MAIOR DAS CERTEZAS QUE LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA E ALI, NO LARGO DA INDEPENDÊNCIA, ESTÃO A APRENDER ESSA TRISTE ARTE DE MENDIGAR, ENQUANTO EXPÕEM BEBÉS DE TENRA IDADE AO FLAGELO DO SOL ARDENTE DE LUANDA, E ISSO FERE A MINHA SENSIBILIDADE, DE MODOS QUE PEÇO MUI ENCARECIDAMENTE À SENHORA DIRECTORA DO INAC QUE TOME MEDIDAS PARA QUE NENHUM MENDIGO LEVE MAIS ESSES BEBÉS PARA O LARGO A SERVIR DE ISCA DE ESMOLAS”.


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| RADAR

SONS DO ATLÂNTICO ANIMAM LUANDA A 5ª edição do Festival Sons do Atlântico decorreu na Baía de Luanda e contou com a actuação de artistas nacionais e internacionais como Tito Paris, Nelson Freitas, Ary, Yola Semedo, Eduardo Paim, os SSP ou Ana Carolina e Seu Jorge. O evento teve o patrocínio do Banco Millenium Atlântico, da Robert Hudson e da cerveja Tigra. Eufrânio Julho, coordenador de comunicação institucional da Refriango (que detém a Tigra), explicou à imprensa a razão da participação da empresa no evento: “O objectivo é contribuir para a cultura nacional, daí o nosso interesse em juntarmo-nos a esta festa”. &

WORTEN INAUGURA A PRIMEIRA LOJA EM ANGOLA A primeira loja da marca Worten, especializada em electrodomésticos e produtos electrónicos e detida pela Top Brands Angola Retalho, foi inaugurada, em Luanda, no Xyami Shopping Kilamba. Resultado de um investimento de 700 milhões de kwanzas, a nova loja criou XW[\W[ LM \ZIJITPW LQZMK\W[ 7 LQZMK\WZ LI <WX *ZIVL[ )VOWTI 8I]TW ;W][I IÅZUW] que a Worten chega a Angola para ser líder de mercado. “Esta é a nossa aposta, quer pela importância do segmento de tecnologia, quer pelo valor do investimento associado”, frisou. A Worten do Kilamba será a maior loja de tecnologia do país e o responsável destacou as suas vantagens: “Temos uma política de preços imbatível e serviços únicos e inovadores”. Está prevista a inauguração de outra loja no Xyami Shopping Lubango e até IW ÅVIT LM [MZrW IJMZ\I[ UIQ[ KQVKW TWRI[ ?WZ\MV VW XIy[ &

CAIXA ANGOLA CRIA ACADEMIA PARA FORMAR COLABORADORES Consciente da importância da formação dos seus colaboradores, o banco Caixa Angola investiu um milhão de dólares na criação de uma Academia destinada o XZMXIZItrW M[XMKyÅKI MU nZMI[ MU que o banco sente maior necessidade, bem como à formação nas áreas das novas tecnologias. Com capacidade para 100 formandos, a Academia destina-se exclusivamente à formação de colaboradores da instituição que, no entanto, continuará a utilizar outras entidades, como o Instituto de Formação Bancária, para alguns cursos e aspectos

mais temáticos da formação geral dos seus colaboradores. Entretanto, e no âmbito das comemorações do seu 24º aniversário, o Caixa Angola lançou uma marca própria, a “Caixa Artes”, destinada ao apoio à arte e à cultura angolanas. A cerimónia de lançamento decorreu no Memorial Dr. António Agostinho Neto, com a inauguração da exposição “Performance – A História Contada Através da Arte”, com 17 peças, de alguns dos mais destacados artistas nacionais, do acervo de obras de arte do Caixa Angola. &



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| OPINIĂƒO

PRINCĂ?PIOS DE CORPORATE GOVERNANCE Apresentei, recentemente, em Luanda, a convite do Banco Keve, uma conferĂŞncia sobre “PrincĂ­pios de Corporate Governance: O Papel, Importância e Formação dos Administradores /Ă€P &YFDVUJWPTw QBSB VNB BTTJTUÆODJB NVJUP RVBMJmDBEB EF NBJT EF VNB DFOUFOB EF RVBESPT e dirigentes empresariais angolanos. UM CONSELHO DE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO EFICIENTE DEVE CONTEMPLAR, ALÉM DA DIVERSIDADE DE GÉNERO, TAMBÉM, A DIVERSIDADE DE FORMAÇÕES TÉCNICAS E ACADÉMICAS, DE GERAÇÕES, DE CULTURAS E DE CONHECIMENTO EMPRESARIAL EM DIFERENTES SECTORES E AMBIENTES INTERNACIONAIS.

LuĂ­s Todo Bom Presidente do CA da Multitel (Angola); Gestor e Consultor de Empresas (Portugal)

Tentei percorrer, durante a conferĂŞncia, todos os aspectos relevantes associados aos conceitos e prĂĄticas de Corporate Governance, focando-me, em particular, na importância e nas responsabilidades crescentes do Administrador NĂŁo-Executivo, Ă…O]ZI Y]M \MU [QLW ILWX\ILI MU OZIVLM VƒUMZW de empresas angolanas. Foram, assim, abordados os capĂ­tulos que compĂľem a maioria dos CĂłdigos de Corporate Governance, a descrição e as funçþes dos vĂĄrios ĂłrgĂŁos de Governo das Empresas e a sua QV\MZIKtrW XW[Q\Q^I M W[ UWLMTW[ UIQ[ MĂ…KQMV\M[ LM Corporate Governance que integram procedimentos no âmbito legal, de gestĂŁo estratĂŠgica e funcional, comportamental e de supervisĂŁo. O interesse e empenho crescente dos participantes para a importância deste tipo de acçþes resulta da consciencialização de que o exercĂ­cio da função de Administrador NĂŁo-Executivo, pelo seu grau de responsabilidade e de tecnicidade, nĂŁo se compadece com a existĂŞncia Ăşnica de bom senso. De facto, numa empresa bem gerida, os vĂĄrios ĂłrgĂŁos de Governo da Empresa funcionam de forma harmoniosa, e ĂŠ possĂ­vel compatibilizar, com ĂŞxito, a interacção dos Administradores NĂŁo-Executivos, com a ComissĂŁo Executiva, aproveitando as valĂŞncias e os campos de actuação dos vĂĄrios intervenientes, no sentido de tornar a empresa cada vez mais competitiva. O tema da dinâmica e diversidade dos Conselhos de Administração, constitui, provavelmente, uma das ĂĄreas de maior actualidade. =U +WV[MTPW LM )LUQVQ[\ZItrW MĂ…KQMV\M deve contemplar, alĂŠm da diversidade de gĂŠnero, tambĂŠm, a diversidade de formaçþes tĂŠcnicas e acadĂŠmicas, de geraçþes, de culturas e de conhecimento empresarial em diferentes sectores e ambientes internacionais.

Em termos de dinâmica de funcionamento, ĂŠ essencial o aproveitamento das valĂŞncias e capacidades dos vĂĄrios membros do Conselho de Administração em ComissĂľes Especializadas, grupos de trabalho e missĂľes M[XMKyĂ…KI[ KWV\ZQJ]QVLW LM[\M UWLW XIZI W aprofundamento das relaçþes e melhoria da MĂ…KQwVKQI LM[\M ~ZOrW LM OM[\rW A qualidade da gestĂŁo das empresas angolanas ĂŠ crĂ­tica para o processo de crescimento e desenvolvimento econĂłmico LW XIy[ VW [M] XZWKM[[W LM LQ^MZ[QĂ…KItrW LW aparelho produtivo e de incremento da sua capacidade exportadora. Tendo em atenção as caracterĂ­sticas do tecido empresarial de Angola, foi feita uma referĂŞncia particular Ă s Empresas Familiares, face aos LM[IĂ…W[ IKZM[KQLW[ Y]M M[\I[ MUXZM[I[ MVNZMV\IU no âmbito dos seus processos de Corporate Governance. Ao nĂ­vel da Formação dos Administradores NĂŁo-Executivos, partilhei com os participantes I LMĂ…VQtrW LI *I[M +WU]U LM +WVPMKQUMV\W que estes devem possuir e que contemplam o enquadramento legal da administração de empresas, o seu desempenho econĂłmico Ă…VIVKMQZW I OM[\rW M[\ZI\uOQKI W[ XZWKM[[W[ de fusĂľes e aquisiçþes com as respectivas due LQTQOMVKM[, auditoria, controlo e gestĂŁo do risco, recrutamentos, nomeaçþes, remuneraçþes e avaliação do board, ĂŠtica e responsabilidade social e organização, diversidade e dinâmicas do Conselho de Administração. Felicito o Banco Keve por esta iniciativa e agradeço ao seu Presidente Executivo o convite que me formulou para partilhar com tĂŁo distinta I]LQwVKQI M[\M KWVR]V\W LM ZMÆM`‚M[ V]UI nZMI que ĂŠ essencial para o desenvolvimento sĂłcio-econĂłmico de Angola. &



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EMIS

PAGAMENTOS AUTOMÁTICOS CONQUISTAM CONFIANÇA Os instrumentos de pagamento e de transferências electrónicos são cada vez mais utilizados em Angola. O facto de ser uma forma prática e rápida e de assegurar liquidez imediata, faz com que sejam cada vez mais os utilizadores a optarem por esta forma de pagamento. Os consumidores também preferem estabelecimentos com terminais de pagamento automáticos, sendo que a rede Multicaixa teve um crescimento de 40,63% em apenas um ano. Segundo B &.*4 FTUFT JOTUSVNFOUPT EF QBHBNFOUP UÆN DPOIFDJEP TJHOJmDBUJWPT BWBOÃPT UFDOPMÏHJDPT OB TVB BQMJDBÃÀP F VUJMJ[BÃÀP F IPKF K¾ Å QPTTÉWFM GB[FS OPT UFMFNÏWFJT EBT PQFSBÃÑFT outrora realizadas nas caixas automáticas.


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Texto: Michel Pedro 'PUPHSBmB JA Imagens e D.R.

O uso dos instrumentos de pagamento electrĂłnicos, meio que permite ao seu \Q\]TIZ W] ]\QTQbILWZ XIOIZ W] \ZIV[NMZQZ dinheiro da sua conta bancĂĄria atravĂŠs do recurso a cartĂľes electrĂłnicos, tem crescido [QOVQĂ…KI\Q^IUMV\M VW[ ƒT\QUW[ IVW[ )XM[IZ LI ZIXQLMb M MĂ…KnKQI LM[\M[ novos mĂŠtodos de pagamento, que sĂŁo ]UI XZM[MVtI KILI ^Mb UIQ[ NZMY]MV\M na vida econĂłmica de cidadĂŁos de todo W U]VLW I [MO]ZIVtI M I KWVĂ…IVtI estĂŁo na base de algumas preocupaçþes ZMTI\Q^I[ o []I ]\QTQbItrW A Empresa InterbancĂĄria de Serviços (EMIS), gestora dos sistemas de pagamentos electrĂłnicos, tem apostado no aumento da garantia da segurança e da credibilidade, variĂĄveis importantes para o seu uso. Actualmente, segundo a EMIS, pode notar-se uma redução, a nĂ­vel global, LI ]\QTQbItrW LI UWMLI Ny[QKI LM^QLW o UI[[QĂ…KItrW LW ][W LM QV[\Z]UMV\W[ de pagamento electrĂłnicos, que tambĂŠm permitem ter um maior controlo no que diz respeito a crimes como o branqueamento de capitais W] W Ă…VIVKQIUMV\W LW \MZZWZQ[UW ]U NMV~UMVW Y]M \MVLM I KZM[KMZ -U ZM[XW[\I o[ Y]M[\‚M[ LI -KWVWUQI 5MZKILW - 5 ZMTI\Q^I[ IW[ LM[IĂ…W[ LW[ VW^W[ \MUXW[ I -51; ZMNMZM Y]M uma das suas maiores aspiraçþes ĂŠ tornar I KQZK]TItrW LW LQVPMQZW Ny[QKW KILI ^Mb UIQ[ ZIZI ]VQNWZUQbIVLW W[ XIOIUMV\W[ electrĂłnicos em Angola, nĂŁo sĂł para acompanhar o crescimento do paĂ­s mas tambĂŠm para cumprir os objectivos como os anteriormente mencionados que jĂĄ sĂŁo uma preocupação das grandes economias. No entanto, este â€œĂŠ um LM[IĂ…W U]Q\W OZIVLM XZQVKQXITUMV\M XWZ KI][I LW OZIVLM UMZKILW QVNWZUIT Y]M existeâ€? no paĂ­s, salienta a empresa. ) -51; NZQ[I Y]M W[ QV[\Z]UMV\W[ LM pagamento mais comuns nas actividades Ă…VIVKMQZI[ VIKQWVIQ[ [rW W[ <MZUQVIQ[ LM Pagamento AutomĂĄtico (TPA), utilizados em espaços comerciais, e as Caixas )]\WUn\QKI[ +) Ă…`ILI[ MU XIZMLM[ LM

APESAR DA RAPIDEZ E EFICĂ CIA DESTES NOVOS MÉTODOS DE PAGAMENTO, QUE SĂƒO UMA PRESENÇA CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA VIDA ECONĂ“MICA DE CIDADĂƒOS DE TODO O MUNDO, A SEGURANÇA E A CONFIANÇA ESTĂƒO NA BASE DE ALGUMAS PREOCUPAÇÕES RELATIVAS Ă€ SUA UTILIZAĂ‡ĂƒO.

bancos ou empresas. “Os TPA e as CA, que usam cartĂľes para a realização de operaçþes, ZM^MTIU [M UIQ[ MĂ…KQMV\M[ XIZI NIbMZ pagamentos que os cheques e o prĂłprio numerĂĄrioâ€?, destaca. Ainda segundo a EMIS, os instrumentos de pagamento \wU KWVPMKQLW [QOVQĂ…KI\Q^W[ I^IVtW[ tecnolĂłgicos na sua aplicação e utilização M PWRM Rn u XW[[y^MT NIbMZ VW[ \MTMU~^MQ[ 90% das operaçþes outrora realizadas nas caixas automĂĄticas. TambĂŠm atravĂŠs dos computadores pessoais ĂŠ possĂ­vel realizar uma sĂŠrie de operaçþes online. Para a empresa que gere a rede Multicaixa em Angola, os modernos instrumentos de pagamento dĂŁo garantias LM MĂ…KQwVKQI M MĂ…KnKQI o MKWVWUQI LM modo a que esta tambĂŠm se apresente KWUW [MO]ZI o [WKQMLILM EVOLUĂ‡ĂƒO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL De acordo com a EMIS, o sistema bancĂĄrio nacional acompanha a evolução LI[ \MKVWTWOQI[ Ă…VIVKMQZI[ ZM[XMQ\IV\M[ o LQOQ\ITQbItrW LW [Q[\MUI Ă…VIVKMQZW OTWJIT Y]M XZM\MVLM ZML]bQZ I UWMLI Ny[QKI em circulação para garantir segurança M KWVĂ…IVtI UWVM\nZQI M I[[MO]ZIZ I celeridade nos processos de pagamentos e ZMKMJQUMV\W[ LM LQVPMQZW ) QVNWZUItrW prestada pela EMIS dĂĄ conta de que “as WXMZIt‚M[ UIQ[ NZMY]MV\M[ VI[ +IQ`I[ AutomĂĄticas sĂŁo as consultas de saldo, os levantamentos, o pagamento de compras M I[ \ZIV[NMZwVKQI[ JIVKnZQI[ 7 [MZ^QtW

EVOLUĂ‡ĂƒO NOS INSTRUMENTOS DE PAGAMENTO - I° TRIMESTRE 2017 INSTRUMENTOS ANO DE PAGAMENTO

APARELHOS

TRANSACÇÕES

Terminais de Pagamento AutomĂĄtico

65 800

21,3 MilhĂľes

Caixas AutomĂĄticas Fonte: EMIS

2 900

58,2 MilhĂľes

CARTĂ•ES

3,5 MilhĂľes


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“A rede posiciona-se como uma rede de aceitação multimarca, ou seja, aceita as principais marcas de cartões de pagamento, desde logo a marca nacional, que é o cartão de débito, e as principais marcas internacionais (VISA e Mastercard)”, indica a EMIS. 7 [Q[\MUI ÅVIVKMQZW VIKQWVIT disponibiliza a todos os seus clientes, além dos cartões de débito, serviços inovadores como o mobile banking e o net banking, WNMZMKQLW[ XWZ QV[\Q\]Qt M[ ÅVIVKMQZI[ que operam no país. A título de exemplo, ZMÅZIU [M W[ [MZ^QtW[ LW ZMKMV\MUMV\M aberto Banco Postal.

A EMIS REFERE QUE UMA DAS SUAS MAIORES ASPIRAÇÕES É TORNAR A CIRCULAÇÃO DO DINHEIRO FÍSICO CADA VEZ MAIS RARA, UNIFORMIZANDO OS PAGAMENTOS ELECTRÓNICOS EM ANGOLA. NO ENTANTO, ESTE “É UM DESAFIO MUITO GRANDE, PRINCIPALMENTE, POR CAUSA DO GRANDE MERCADO INFORMAL QUE EXISTE” NO PAÍS, SALIENTA A EMPRESA.

LM \ZIV[NMZwVKQI[ JIVKnZQI[ VI[ +) u dos serviços que mais tem crescido, pela sua conveniência e comodidade”. Segundo a empresa, o lançamento do serviço Multicaixa no telemóvel, que LQ[XWVQJQTQbIZn I[ N]VKQWVITQLILM[ LI rede exceptuando os levantamentos LM LQVPMQZW LM^MZn NIbMZ ¹LQUQV]QZ substancialmente as enchentes nas Caixas Automáticas”. A EMIS evidência as vantagens do uso destes instrumentos de XIOIUMV\W ZMNMZQVLW Y]M ¹Pn KILI ^Mb UIQ[ KWV[]UQLWZM[ Y]M XZMNMZMU estabelecimentos com estes terminais e a nível de TPA, a rede Multicaixa teve um crescimento de 40,63% em apenas um ano”. )XM[IZ LM VW[ T\QUW[ \MUXW[ [M ter notado um aumento gradativo na bancarização dos angolanos, a EMIS revela que a população cuja poupança u NMQ\I VW[ JIVKW[ u LM KMZKI LM Salienta, porém, que no que diz respeito aos novos sistemas de pagamentos, o que predomina no país é o pagamento com cartões que tem por base o compartilhamento interbancário de Caixas Automáticas e de Terminais de Pagamento Automático, permitindo a realização destas operações pelo território nacional.

FALTA DE MULTICAIXAS CONDICIONA UTILIZAÇÃO ) M[KI[[Mb LM +IQ`I[ )]\WUn\QKI[ NIKM IW V UMZW LM ]\QTQbILWZM[ [MO]VLW I -51; XZMVLM [M KWU W NIK\W LM W XIy[ M[\IZ I ^Q^MVKQIZ UWUMV\W[ LQNyKMQ[ LM^QLW o KZQ[M Y]M INMK\W] \WLI I MKWVWUQI Rn Y]M XMTW NIK\W LM W IKM[[W o[ LQ^Q[I[ M[\IZ LQÅK]T\ILW \IUJuU [M \WZVI LQNyKQT I ZMXW[QtrW M I manutenção destes equipamentos. Além LQ[[W W KZM[KQUMV\W LI XWX]TItrW NWZtW] VMKM[[IZQIUMV\M ]U I]UMV\W LW V UMZW de meios de pagamento. Quanto aos custos das operações dos novos instrumentos de pagamento, em particular as Caixas Automáticas e os Terminais de Pagamentos Automáticos, I -51; IÅZUI Y]M W [MK\WZ JIVKnZQW []XWZ\I W[ K][\W[ ZMTI\Q^W[ o[ \ZIV[IKt M[ MNMK\]ILI[ KWU W[ [M][ KIZ\ M[ VI ZMLM Multicaixa, na vertente de aceitação e emissão. Mas o portador do cartão de débito não tem custos nem nas \ZIV[NMZwVKQI[ VMU VW[ TM^IV\IUMV\W[ “As operações têm custos com os pedidos, as devoluções, com a apresentação de cheques e também KWU I[ \ZIV[NMZwVKQI[ <wU IQVLI K][\W[ transaccionais com ligações ponto a ponto, real time, de manutenção dos terminais da rede, nomeadamente, as CA e os TPA, entre outros”, pontualizou a EMIS, acrescentando ainda: “Os instrumentos de pagamento existem, XZQVKQXITUMV\M XIZI NIKQTQ\IZ I ^QLI das pessoas nas transacções comerciais, tornando-as mais cómodas, cada vez mais [MO]ZI[ MÅKIbM[ M KuTMZM[ º &


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PAGAR SEM MOEDA &YJTUFN WžSJPT TFSWJĂƒPT EF QBHBNFOUP FMFDUSĂ?OJDPT EJTQPOÉWFJT OP NFSDBEP O e-Kwanza ĂŠ um sistema electrĂłnico mĂłvel, que permite fazer pagamentos F USBOTGFSÆODJBT NPOFUžSJBT B QBSUJS EF UFMFNĂ?WFJT MBOĂƒBEP QFMP #BODP Angolano de Investimentos (BAI). O sistema permite aos clientes transferirem EJOIFJSP QBSB RVBMRVFS QPOUP EP QBÉT CFN DPNP GB[FSFN QBHBNFOUPT FN MPKBT OP DPNĂ…SDJP BNCVMBOUF OP UžYJ FN PQFSBĂƒĂ‘FT DPN PVUSPT VUFOUFT QSFWJBNFOUF SFHJTUBEPT OP TJTUFNB DPN GBDJMJEBEF SBQJEF[ F TFHVSBOĂƒB O BNIX Ă… VN TFSWJĂƒP EP #BODP EF /FHĂ?DJPT *OUFSOBDJPOBM #/* RVF QFSNJUF fazer pagamentos, transferĂŞncias bancĂĄrias, consultar saldos de conta, tudo atravĂŠs do telemĂłvel. O Xikila Money Ă… VN NFJP EF QBHBNFOUP FMFDUSĂ?OJDP NĂ?WFM MBOĂƒBEP recentemente pelo Banco Postal e que permite usar o telemĂłvel como uma DBSUFJSB EJHJUBM $PN CBTF OJTTP Ă… QPTTÉWFM FGFDUVBS EJWFSTPT QBHBNFOUPT WJB mobile &TUF TFSWJĂƒP USBOTGPSNB P UFMFNĂ?WFM OVNB FTQĂ…DJF EF DPOUB CBODžSJB F Ež BP VTVžSJP B QPTTJCJMJEBEF EF FGFDUVBS USBOTBDĂƒĂ‘FT CBODžSJBT EF GPSNB cĂłmoda e segura, a qualquer hora do dia. O Kwanza Online GPJ P QSJNFJSP TFSWJĂƒP BOHPMBOP EF QBHBNFOUP online. Permite fazer compras em lojas que jĂĄ funcionem com e-commerce, facilitando assim o processo de compra e venda em territĂłrio nacional, e QFSNJUF GB[FS QBHBNFOUPT EF TFSWJĂƒPT BUSBWĂ…T EF DPNQVUBEPS tablet ou smartphone.

GLOBAL MERCADOS E FINANÇAS FIQUE A PAR DO MOVIMENTO DE ALGUNS DOS PRINCIPAIS INDICADORES ECONĂ“MICOS NO ĂšLTIMO MĂŠS TAXA DE JURO DEVE MANTER-SE 0 $PNJUĂ… EF 1PMÉUJDB .POFUžSJB EP #BODP Nacional de Angola (BNA), que se reuniu OB ‹ TFTTĂ€P PSEJOžSJB FN mOBJT EF "CSJM decidiu manter a Taxa BĂĄsica de Juro (Taxa BNA) em 16,00% ao ano. Na mesma reuniĂŁo, o BNA constatou que, em .BSĂƒP B UBYB EF JOnBĂƒĂ€P NFOTBM GPJ EF DPOUSB FN 'FWFSFJSP +ž B JOnBĂƒĂ€P EPT Ăşltimos 12 meses situou-se em 37,86%, o que SFnFDUJV VNB EFTBDFMFSBĂƒĂ€P EF FN SFMBĂƒĂ€P BP QFSÉPEP BOUFSJPS VENDA DE DIVISAS DIMINUIU Na semana de 8 a 12 de Maio do ano corrente, P #/" WFOEFV BQFOBT NJMIĂ‘FT EF FVSPT P FRVJWBMFOUF B NJMIĂ‘FT EF EĂ?MBSFT DPOUSB PT NJMIĂ‘FT EF FVSPT SFHJTUBEPT OP QFSÉPEP de 2 a 5 de Maio. %F BDPSEP DPN P TJUF EP #/" OP QFSÉPEP FN BOžMJTF NJMIĂ‘FT EF FVSPT B NBJPS GBUJB GPSBN EFTUJOBEPT ½ DPCFSUVSB EF PQFSBĂƒĂ‘FT para o sector produtivo. PREÇO DO PETRĂ“LEO BAIXOU 0 QSFĂƒP EP QFUSĂ?MFP SFEV[JV QFMB QSJNFJSB vez apĂłs trĂŞs meses consecutivos de ganhos, EFWJEP B BVNFOUPT EB FYQMPSBĂƒĂ€P QFUSPMÉGFSB norte-americana, referiu a OFXTMFUUFS Oil & Gas Atlântico, referente ao mĂŞs de Abril. Recorde-se RVF OP QFSÉPEP FN SFGFSÆODJB P #SFOU F P 85* SFEV[JSBN F mYBOEP TF FN F 64% CBSSJM SFTQFDUJWBNFOUF

O LANÇAMENTO DO SERVIÇO MULTICAIXA NO TELEMĂ“VEL, QUE DISPONIBILIZARĂ AS FUNCIONALIDADES DA REDE EXCEPTUANDO OS LEVANTAMENTOS DE DINHEIRO, DEVERĂ FAZER “DIMINUIR SUBSTANCIALMENTE AS ENCHENTES NAS CAIXAS AUTOMĂ TICASâ€?, ACREDITA A EMIS.

Travessa Ho Chi Minh, Empreendimento $EUF (JLB &EJGÉDJP (BSEFO 5PXFST 5PSSF # Piso 13, Alvalade - Luanda - Angola - Tel.:


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INDÚSTRIA DO CASAMENTO

UM NEGÓCIO EM FRANCO CRESCIMENTO


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%J[FS RVF P DBTBNFOUP FTUž GPSB EF NPEB FN "OHPMB OĂ€P FTUž EFmOJUJWBNFOUF DPSSFDUP HĂĄ cada vez mais pessoas interessadas em contrair o matrimĂłnio e por isso este ĂŠ um dos sectores em ascensĂŁo na economia. É um negĂłcio que se adapta, mesmo em tempo de crise econĂłmica. O planeamento mudou e, hoje, os gastos com a festa sĂŁo pensados de forma B FDPOPNJ[BS F B QFSNJUJS B SFBMJ[BĂƒĂ€P EP TPOIP

Texto: Ă‚ngela Canganjo e Michel Pedro 'PUPHSBmB Afonso Francisco

7 VƒUMZW LM KI[IUMV\W[ \MVLM a subir a cada ano e a preparação da cerimĂłnia continua a ser levada muito a sĂŠrio por parte de quem sonha viver um dia inesquecĂ­vel. NĂŁo ĂŠ por acaso que um casamento chega a custar cerca de 12 milhĂľes de kwanzas para o pacote da “alta sociedadeâ€?, enquanto os menos abastados poderĂŁo ter de desembolsar entre os 6 e os 8 milhĂľes de kwanzas. 7[ [MK\WZM[ TQOILW[ o šQVLƒ[\ZQI LW KI[IUMV\WÂş tĂŞm, por isso, crescido consistentemente o que anima quem trabalha nesta ĂĄrea, pois alĂŠm de gerar novos negĂłcios e, consequentemente, maiores T]KZW[ o[ MUXZM[I[ Y]M WNMZMKMU os mais diversos tipos de suporte XIZI I ZMITQbItrW LI[ NM[\I[ M[\M crescimento cria igualmente novos postos de trabalho. Do aluguer dos carros para W[ VWQ^W[ o XZWL]trW LM nTJ]V[ NW\WOZnĂ…KW[ LW[ IZZIVRW[ LM ÆWZM[ o KWV\ZI\ItrW LM djs, entre tantos outros pormenores, quem XZM\MVLM KI[IZ \MU Y]M NIbMZ W[ mais variados tipos de exercĂ­cios atĂŠ ao dia D. Organizar um casamento VrW u ]UI \IZMNI NnKQT UI[ I[ preocupaçþes com o orçamento e os preparativos para o grande dia nĂŁo parecem desanimar os apaixonados. Os noivos MĂĄrcio Tembua e Gisela Mateus

ZM^MTIZIU o -KWVWUQI 5MZKILW - 5 Y]M IXM[IZ LI crise que o paĂ­s vive, conseguir concretizar o casamento dos seus sonhos continua a ser uma aventura estimulante. š9]MZMUW[ NIbMZ \]LW W Y]M chame a atenção dos nossos KWV^QLILW[ M NIUQTQIZM[ )Ă…VIT W dia ĂŠ nosso. Queremos tornĂĄ-lo ƒVQKW M M[XMKQITÂş ZMNMZQZIU EXPO SUPERA EXPECTATIVAS Atento ao crescimento que o sector tem vindo a registar, o Grupo Arena, em parceria com a revista “Luxâ€?, realizou, em Luanda, a 2ÂŞ edição da Expo 6WQ^W[ -U LMKTIZIt‚M[ o - 5 5IV]MT 6W^IQ[ LI organização, revelou que para WZOIVQbIZ ]UI NMQZI KWUW M[\I “o valor que se gasta, no seu todo, ĂŠ de 500 mil dĂłlaresâ€?. Manuel Novais explicou que o evento, que este ano contou com a participação de 100

expositores entre nacionais e estrangeiros, visou promover M LQVIUQbIZ I QVLƒ[\ZQI LW casamento em Angola atravĂŠs de iniciativas que pretenderam ZM^MTIZ IW XƒJTQKW W[ UIQ[ diversos tipos de produtos e serviços relacionados com o casamento disponĂ­veis no paĂ­s. O tambĂŠm administrador LI -^MV\W[ )ZMVI ZMNMZQ] Y]M o mercado dos casamentos em Angola ĂŠ bastante promissor e salientou que existe uma “perspectiva de NWZ\M KZM[KQUMV\W XIZI W[ prĂłximos anosâ€?. Manuel Novais ZMNMZQ] IQVLI Y]M Pn nZMI[ Y]M mudam muito rapidamente e que apresentam constantes novidades, tendo citado, por M`MUXTW W KI[W LI NW\WOZIĂ…I digital que, inclusivamente, e OZItI[ o M^WT]trW [M \WZVW] menos onerosa. O responsĂĄvel garantiu Y]M VMU W NIK\W LM W[ VWQ^W[ VMU [MUXZM \MZMU IKM[[W o

MANUEL NOVAIS, DA EXPO-NOIVOS, REVELOU QUE PARA ORGANIZAR UMA FEIRA COMO ESTA, “O VALOR QUE SE GASTA, NO SEU TODO, É DE 500 MIL DĂ“LARESâ€?.


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| MACRO

QVNWZUItrW VMU I M[KI[[Mb LI[ divisas impediram que o sector movimentasse bons lucros nos T\QUW[ IVW[ ¹) LQ^MZ[QÅKItrW LW[ [MZ^QtW[ TQOILW[ o[ NM[\I[ de casamento é, ao mesmo tempo, causa e consequência do crescimento do sector”, LMNMVLM ¹)K\]ITUMV\M ]U casamento é um evento maior do que costumava ser. Existem QVÅVQ\I[ XW[[QJQTQLILM[ XIZI a realização da cerimónia”, NZQ[W] Manuel Novais explicou que este ano a organização procurou inovar em relação I W]\ZI[ NMQZI[ OIZIV\QVLW que os visitantes pudessem encontrar na Expo-Noivos tudo o que precisam para um KI[IUMV\W XMZNMQ\W ¹9]Q[MUW[ UW[\ZIZ ITOW LQNMZMV\M <Q^MUW[ empresas de planeamento LM KI[IUMV\W[ Y]M NIbMU I OM[\rW LW M^MV\W M WNMZMKMUW[ tudo num só espaço, desde as matérias-primas para a realização do casamento aos NW\~OZINW[º MVNI\QbW] Por sua vez, a empresária Suraya Mendes, com mais de 15 anos de experiência no ramo, diz que o mercado continua I NI[KQVIZ W[ VWQ^W[ M Y]M I[ oscilações constantes nos preços dos materiais condicionam a ]VQNWZUQbItrW LW[ WZtIUMV\W[ tanto para os noivos como para as empresas prestadoras de serviços. Na sua perspectiva, o sector acompanha a dinâmica LI MKWVWUQI LW XIy[ M ZMNMZM que, actualmente, o mercado apresenta-se mais exigente. AS DIFICULDADES DO SECTOR Já a empresária Cláudia Mita, da loja Zeyangel Lda, revelou que o maior obstáculo ao negócio consiste, hoje em dia, na importação de produtos, devido o LQÅK]TLILM LM IKM[[W o[ LQ^Q[I[

Quanto aos preços das roupas, salientou que, para os noivos, W[ UM[UW[ ^IZQIU MU N]VtrW da qualidade e da origem, bem como da época em que se realiza o casamento, sendo que o preço dos vestidos de noiva pode variar entre os 350 mil e os UQT S_IVbI[ 2n W[ NI\W[ LW[ noivos podem custar entre os 300 mil e os 800 mil kwanzas. /aUM <M_IVQ N]VKQWVnZQW da loja Milano, revelou que a UIZKI \MU ^MVLQLW NI\W[ XIZI noivos e camisas personalizadas NMQ\I[ XWZ MVKWUMVLI M KWVNM[[W] Y]M VI []I TWRI ¹W[ NI\W[ UIQ[ XZWK]ZILW[ [rW indianos e variam entre os 200 e os 235 mil kwanzas”. Enquanto isso, Nana Cardoso, directora geral da Naeltec 4LI MUXZM[I Y]M NIb KWV^Q\M[ que podem custar entre 1000 e 1500 kwanzas, e brindes para casamentos para todos W[ OW[\W[ M JWT[W[ MVNI\QbI Y]M “os clientes querem eternizar W LQI WNMZMKMVLW TMUJZIVtI[ personalizadas aos amigos presentes”. &

OS SECTORES LIGADOS À “INDÚSTRIA DO CASAMENTO” TÊM CRESCIDO CONSISTENTEMENTE O QUE ANIMA QUEM TRABALHA NESTA ÁREA, POIS ESTE CRESCIMENTO, ALÉM DE GERAR NOVOS NEGÓCIOS CRIA IGUALMENTE NOVOS POSTOS DE TRABALHO.



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| OPINIÃO

O TRILEMA DA ECONOMIA GLOBAL DE RODRICK 0 FDPOPNJTUB %BOJ 3PESJL EB 6OJWFSTJEBEF EF )BSWBSE FYQMJDJUPV PT EFTBmPT EB FDPOPNJB global no livro intitulado “O paradoxo da globalização”, utilizando um trilema que tem por vértices a “globalização”, o “Estado-nação” e a “democracia”. A GLOBALIZAÇÃO NÃO É MAIS DO QUE A UNIVERSALIZAÇÃO DO SISTEMA CAPITALISTA. A APLICAÇÃO DA LÓGICA DE MERCADO À ESCALA GLOBAL REDUNDA NATURALMENTE EM MAIOR EFICIÊNCIA GLOBAL, O QUE NÃO SIGNIFICA MAIOR JUSTIÇA SOCIAL.

José Gualberto Matos Engenheiro

Segundo ele, não é possível satisfazer simultaneamente os três vértices do trilema. Numa altura em que a globalização vem sendo posta em causa nos dois lados do Atlântico, trago o tema a M[\M M[XItW XIZI ZMÆM`rW Segundo Rodrick, para garantir a integração económica e ao mesmo tempo a democracia é XZMKQ[W [IKZQÅKIZ W -[\ILW VItrW 8IZI OIZIV\QZ W -[\ILW VItrW [WJMZIVQI M I LMUWKZIKQI u VMKM[[nZQW [IKZQÅKIZ I QV\MOZItrW MKWV~UQKI OTWJITQbItrW 8IZI \QZIZ XIZ\QLW LI OTWJITQbItrW M ao mesmo tempo garantir a soberania é necessário [IKZQÅKIZ I LMUWKZIKQI Como consequência do trilema, os mercados OTWJITQbIZIU [M UI[ W[ -[\ILW[ VrW )KMTMZIZ I OTWJITQbItrW [MU [IKZQÅKIZ VMU [WJMZIVQI VMU democracia, não é sustentável à luz do postulado de Rodrick. A globalização, ao limitar o poder LW[ -[\ILW[ [WJZM W[ UMZKILW[ X M MU ZQ[KW W KPIUILW KWV\ZI\W [WKQIT [MO]VLW W Y]IT W -[\ILW corrige as injustiças geradas pelos mercados, por via da redistribuição. O poder de redistribuir está associado ao poder de tributar e isso não é possível sem o controlo sobre os mercados. =U M`MUXTW u W LI KWV[\Z]trW LI =VQrW -]ZWXMQI ) QV\MOZItrW MKWV~UQKI XTMVI LW M[XItW europeu só será possível mediante o sacrifício LI [WJMZIVQI LW[ -[\ILW[ M W ITIZOIUMV\W LI LMUWKZIKQI LI[ QV[\Q\]Qt M[ XIV M]ZWXMQI[ 1[[W UM[UW ÅKW] XI\MV\M VI[ ZMIKt M[ LW[ MTMQ\WZILW[ que se seguiram aos programas de austeridade LMZQ^ILW[ LW ZM[OI\M LM ITO]V[ -[\ILW[ M]ZWXM][ 6MU \WLW[ W[ -[\ILW[ M[\rW LQ[XWVy^MQ[ XIZI KMLMZ [WJMZIVQI j W KI[W LW :MQVW =VQLW 7 *ZM`Q\ VI UQVPI WXQVQrW M`XTQKI [M U]Q\W o T]b LW \ZQTMUI LM :WLZQKS +WUW \IUJuU [M M`XTQKI W ZM[]T\ILW eleitoral em França. 1UXWZ\I ZMTMUJZIZ Y]M W [Q[\MUI LM *ZM\WV Woods colapsou devido a um outro trilema, o

\ZQTMUI KTn[[QKW LM 5]VLMTT .TMUQVO [MO]VLW W qual nenhum governo consegue ao mesmo tempo garantir livre circulação de capitais, controlar o ^WT]UM LM UWMLI VI MKWVWUQI M KWV\ZWTIZ I[ \I`I[ de câmbio. De um outro ponto de vista, a globalização \ZW]`M KWV[QOW I LM[TWKITQbItrW LI QVL [\ZQI A deslocalização, sendo uma vantagem para o KIXQ\ITQ[\I QVLQ^QL]ITUMV\M ZM^MTW] [M LM[I[\ZW[I XIZI U]Q\I[ VIt M[ XWZY]M I LM[TWKITQbItrW destrói emprego. Há muitos analistas que acham Y]M I MTMQtrW LM <Z]UX VW[ -=) NWQ IR]LILI pelas consequências de anteriores políticas de deslocalização. A globalização implicou também W INZW]`IUMV\W LM NZWV\MQZI[ M Q[[W KZQW] M[XItW XIZI W \MZZWZQ[UW [M M`XIVLQZ M QV\MZVIKQWVITQbIZ -[\M NMV~UMVW M[\n I [MZ QO]ITUMV\M UW\Q^W LM apreensão, constituindo mais uma barreira à QV\MOZItrW MKWV~UQKI 7[ -[\ILW[ XZMKQ[IU LM controlar o movimento de pessoas e bens para combater o terrorismo. A globalização não é mais do que a universalização do sistema capitalista. A aplicação da lógica de mercado à escala global redunda VI\]ZITUMV\M MU UIQWZ MÅKQwVKQI OTWJIT W Y]M VrW [QOVQÅKI UIQWZ R][\QtI [WKQIT ) ^MZLILM u Y]M I OTWJITQbItrW LW[ T\QUW[ \MUXW[ IKMV\]W] I LM[QO]ITLILM [WKQIT ) MÅKQwVKQI LW [Q[\MUI KIXQ\ITQ[\I JI[MQI [M VI KWUXM\QtrW" UI`QUQbI W JWTW UI[ VrW W LQ^QLM XWZ QO]IT ) Y]M[\rW u" XIZI quem deve o governo governar, para os mercados ou para a sociedade? A economia é importante, mas VrW u W ÅU T\QUW LI NMTQKQLILM LW [MZ P]UIVW Na minha opinião, a globalização desenfreada e a qualquer custo tem os dias contados. O processo de integração económica vai ser demorado e será feito XWZ IXZW`QUIt M[ []KM[[Q^I[ M I ]U ZQ\UW Y]M [MZn ditado pela velocidade que for possível imprimir ao XZWKM[[W LM QV\MOZItrW XWTy\QKI LW[ -[\ILW[ VItrW &


NÚMEROS EM CONTA | 27

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INQUÉRITO DE INDICADORES MÚLTIPLOS E DE SAÚDE FORAM RECENTEMENTE DIVULGADOS OS RESULTADOS DO INQUÉRITO DE INDICADORES MÚLTIPLOS E DE SAÚDE 2015 (IIMS 2015-2016), REALIZADO PELO INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA COM O OBJECTIVO DE ACTUALIZAR OS PRINCIPAIS INDICADORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE. REVELAMOS AQUI ALGUNS RESULTADOS RELACIONADOS COM A MORTALIDADE E SAÚDE INFANTIS.*

MORTALIDADE INFANTIL ANOS ANTERIORES AO INQUÉRITO

MORTALIDADE NEONATAL

De 0 a 4 anos

24

MORTALIDADE PÓS-NEONATAL (1)

MORTALIDADE INFANTIL

20

44

MORTALIDADE PÓS-INFANTIL

MORTALIDADE INFANTO-JUVENIL

25

68

De 5 a 9 anos

25

33

57

39

95

De 10 a 14 anos

35

45

81

70

145

(1) Calculado como a diferença entre a taxa de mortalidade infantil e mortalidade neonatal

NOTA: Os dados recolhidos no historial de nascimentos permitem calcular, para períodos determinados, as seguintes probabilidades de morte: Mortalidade neonatal: a probabilidade de morrer antes de atingir um mês de vida; Mortalidade pós-neonatal: a probabilidade de morrer entre o primeiro mês de vida e antes de completar o primeiro ano de vida (diferença entre a mortalidade infantil e neonatal); Mortalidade infantil: a probabilidade de morrer durante o primeiro ano de vida; Mortalidade pós-infantil: a probabilidade de morrer entre o primeiro e o quinto ano de vida; Mortalidade infanto-juvenil/crianças menores de 5 anos: probabilidade de morrer antes de completarem os 5 anos.

De acordo com os resultados obtidos, entre 2011 e 2015 estima-se que o total da mortalidade em crianças menores de cinco anos tenha atingido as 181 mortes em cada 1.000 crianças nadas-vivas. No período anterior, entre 2010 e 2006, esse total terá sido de 249 mortes em cada 1.000 crianças nadas-vivas. Entre 2001 e 2005, calcula-se que tenha atingido as 376 mortes em cada 1.000 crianças nadas-vivas.

VACINAÇÃO

NUTRIÇÃO

31% das crianças de 12-23 meses receberam todas as vacinas recomendadas e 19% não receberam nenhuma. A taxa de cobertura para todas as vacinas é de 40% na área urbana e 17% na área rural e aumenta consoante o nível de escolaridade da mãe, sendo de 16% entre as crianças de mulheres sem instrução e de 51% entre as crianças de mulheres com nível de escolaridade secundário ou superior. A mesma tendência se verifica por quintil de riqueza.

ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS POR IDADE EM MESES Percentagem 60 50 40 30

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 Meses

Percentagem

67,6 56,1

55,5

51,6 39,6

41,8 30,6

BCG

DTPT1

DTPT2

DTPT3

Malnutrição aguda

0

COBERTURA VACINAL DAS CRIANÇAS DE 12-23 MESES POR TIPO DE VACINA

68,8

Malnutrição geral

20 10

71,9

Malnutrição crónica

PolioPolioPolio- Sarampo Todas mielite 1 mielite 2 mielite 3 as vacinas

A prevalência da malnutrição crónica moderada é de 32% entre as crianças residentes nas áreas urbanas e de 46% nas áreas rurais. Verifica-se uma diferença de 10% no indicador de baixo peso entre as áreas urbanas – 15% - e rurais – 25%. Existe uma relação inversa entre o nível de escolaridade da mãe e os três indicadores de malnutrição, ou seja, quanto maior é o nível de escolaridade da mãe, menor é a prevalência da malnutrição nas crianças. Observa-se o mesmo comportamento entre os indicadores de malnutrição e o quintil socioeconómico. *Poderá obter informações adicionais sobre o inquérito junto do Instituto Nacional de Estatística (www.ine.gov.ao), do Ministério da Saúde (MINSA) (www.minsa.gov.ao) e junto da ICF International (www.DHSprogram.com).


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| CAPA

PRODUÇÃO DE MADEIRA

GESTÃO SUSTENTÁVEL E APOSTA NA TRANSFORMAÇÃO


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CAPA | 29

0 TFDUPS nPSFTUBM QBSUJDVMBSNFOUF B QSPEVÃÀP EF NBEFJSB GPJ FMFJUP DPNP VNB EBT GPOUFT EF DBQUBÃÀP EF EJWJTBT OP ¿NCJUP EB EJWFSTJmDBÃÀP EB FDPOPNJB F EBT GPOUFT USJCVU¾SJBT EP &TUBEP &OUSFUBOUP BP NFTNP UFNQP RVF FOGSFOUB P EFTBmP EF HBSBOUJS VNB HFTUÀP TVTUFOU¾WFM EPT SFDVSTPT "OHPMB UBNCÃ…N QSFDJTB EF VSHFOUFNFOUF EJOBNJ[BS B JOEÔTUSJB USBOTGPSNBEPSB OB NFEJEB FN RVF P QBÉT QFSEF EJWJTBT BP FYQPSUBS QSPEVUPT OÀP USBOTGPSNBEPT


30

| CAPA

Texto: 4FCBTUJĂ€P 7FNCB 'PUPHSBmB +" *NBHFOT

A falta de uma indĂşstria transformadora desenvolvida torna a madeira nacional pouco competitiva no mercado internacional, na medida em que a madeira em toro ĂŠ menos valiosa do que a serrada. De acordo com um enquadramento MKWV~UQKW LW [MK\WZ ÆWZM[\IT MTIJWZILW XMTW MinistĂŠrio da Agricultura, em termos de valorização da produção nacional, estimada actualmente em 1,2 milhĂľes de m3 de madeira em toro, este produto corresponde a 28,5 mil milhĂľes de kwanzas, sendo 12,6 UQT UQTP‚M[ ZMTI\Q^W[ o ÆWZM[\I VI\]ZIT M ! UQT UQTP‚M[ o ÆWZM[\I XTIV\ILI Entretanto, ao nĂ­vel da exportação, o excedente de 142.000 m3 anuais de madeira LI ÆWZM[\I VI\]ZIT ^ITM IXMVI[ UQT UQTP‚M[ LM S_IVbI[ [M M`XWZ\ILI MU JZ]\W KWV\ZI W[ ! UQT UQTP‚M[ LM S_IVbI[ [M antes for transformada. Por sua vez, o excedente de madeira da ÆWZM[\I XTIV\ILI I^ITQILW MU U3/ ano, estĂĄ valorizado em 6,2 mil milhĂľes

LM S_IVbI[ [M NWZ M`XWZ\ILI MU JZ]\W ao passo que a madeira serrada rende aos cofres do Estado 7,5 mil milhĂľes de kwanzas. Em 2016, Angola produziu um total de 171.258 m3 de madeira, mais 7.887 m3 comparativamente ao ano anterior. Ainda VW IVW XI[[ILW W XIy[ M`XWZ\W] ! m3 LM UILMQZI MU \WZW UIQ[ ! U3 do Y]M MU M \IUJuU M`XWZ\W] ! m3 LM UILMQZI [MZZILI UIQ[ !! U3 acima da cifra de 2015, ano em que a produção nacional foi de 163.371,40 m3. Os destinos da exportação nacional sĂŁo +PQVI >QM\VIUM Ă‘VLQI 8WZ\]OIT ,]JIQ e ItĂĄlia. Comparativamente a 2015, no ano passado as exportaçþes registaram um aumento na ordem dos 400%, passando de 31.303 m3 XIZI ! U3. AUMENTO DA ZONA DE PRODUĂ‡ĂƒO )[ XZW^yVKQI[ LW =yOM KWU +IJQVLI com 18%, Bengo, com 10%, e Kwanza Norte, com 6%, tiveram o maior Ă­ndice de produção de madeira em toro em 2015. Entretanto, estima-se que o paĂ­s

REGIĂ•ES PRODUTORAS 2015 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Fonte: Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF)

1. UĂ­ge; 2. Cabinda; 3. Bengo; 4. Kwanza Norte; 5. Kwanza Sul; 6. Benguela; 7. Kuando-Kubango; 8. Huambo; 9. HuĂ­la; 10. Lunda Sul; 11. Malanje; 12. Moxico; 13. Cunene; 14. Zaire

51% 18% 10% 6% 2% 3% 0% 3% 1% 1% 2% 2% 0% 1%


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ESTIMA-SE QUE O PAĂ?S TENHA 31 INDĂšSTRIAS DE TRANSFORMAĂ‡ĂƒO %& ."%&*3" 4&/%0 0*50 /0 6­(& & $"#*/%" 4&5& /0 #&/(0 $*/$0 /0 )6".#0 & 53ÂŞ4 /0 ,8"/;" /035&

tenha 31 indĂşstrias de transformação de UILMQZI [MVLW WQ\W VW =yOM M +IJQVLI [M\M VW *MVOW KQVKW VW 0]IUJW M \Zw[ VW Kwanza Norte. A capacidade instalada de produção ronda os 1.210 m3 por dia, sendo a provĂ­ncia do UĂ­ge a maior produtora, com 370 m3 por dia, informou o “Jornal de Angolaâ€?. Por sua vez, o director do Instituto de Desenvolvimento Florestal, TomĂĄs Caetano, IĂ…ZUW] MU MV\ZM^Q[\I o -KWVWUQI 5MZKILW - 5 Y]M [M \MU ZMOQ[\ILW š]U crescimento nos nĂ­veis de produçãoâ€? e que “existem muitas garantias de implantação de novas indĂşstriasâ€?. ,M IKWZLW KWU I TMQ [rW I\ZQJ]yLI[ IW[ WXMZILWZM[ LW [MK\WZ ÆWZM[\IT TQKMVtI[ simples, com validade anual, e concessĂľes, que vĂŁo atĂŠ aos 25 anos de exploração. “Esta ĂŠ uma modalidade que vamos ensaiar, mas que ainda nĂŁo estĂĄ em vigor. É mais complexa, mas mesmo assim permite ter maior controlo por parte da entidade que faz a concessĂŁo, jĂĄ que ĂŠ por um perĂ­odo longo. É preciso apresentar um plano de exploraçãoâ€?, esclareceu TomĂĄs Caetano. Ainda de acordo com este responsĂĄvel, que defendeu a gestĂŁo sustentĂĄvel LW[ ZMK]Z[W[ I[ ÆWZM[\I[ \wU ]U papel importante na protecção e no MVZQY]MKQUMV\W LW[ [WTW[ M VW KWUJI\M I situaçþes nefastas de alteraçþes climĂĄticas. “HĂĄ uma componente muito importante que ĂŠ preciso ressaltar, e a prĂłpria Lei I[[QU W LQb" I ÆWZM[\I KWUW \IT VrW u ]U ZMK]Z[W QVĂ…VQ\W -V\rW u XZMKQ[W XZQWZQbIZ o processo de repovoamento ou incentivar os produtores a plantar ĂĄrvores em ĂĄreas onde nĂŁo haja produção agrĂ­cola. Esta XZn\QKI ^IQ ZML]bQZ []J[\IVKQITUMV\M I XZM[[rW [WJZM I ÆWZM[\I VI\]ZITÂş LMNMVLM] ;MO]VLW W š2WZVIT LM )VOWTIÂş W LM[IĂ…W do Governo angolano passa por “nĂŁo

EXPORTAĂ‡ĂƒO DE MADEIRA NOS ĂšLTIMOS 5 ANOS Valor em metros cĂşbicos

Em toro (m3)

35000

Serrada (m3)

30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF)

VALORIZAĂ‡ĂƒO DA EXPORTAĂ‡ĂƒO DE MADEIRA NOS ĂšLTIMOS 5 ANOS Valor monetĂĄrio

Em AkZ

1.200.000,000 1.000.000,000 800.000,000 600.000,000 400.000,000 200.000,000 0 2011 Fonte: Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF)

2012

2013

2014

2015


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| CAPA

apenas produzir mas aumentar as espรฉcies a serem produzidasโ , para garantir a [][\MV\IJQTQLILM LW[ ZMK]Z[W[ Nร O EXISTEM LEIS ACABADAS Por altura das comemoraรงรตes do Dia Internacional das Florestas, assinalado a 21 de Marรงo, o Ministรฉrio da Agricultura apresentou a โ Lei de Bases de Florestas e Fauna Selvagemโ , em vigor deste o dia LM 2IVMQZW ;WJZM W LQXTWUI M I []I ZMO]TIUMV\ItrW <WUn[ +IM\IVW Iร ZUW] Y]M ยนVrW M`Q[\MU WJZI[ IKIJILI[ [WJZM\]LW Y]IVLW [M \ZI\I LM ]UI TMQยบ porรฉm garantiu que o documento รฉ de um nรญvel avanรงado. โ ร uma lei muita avanรงada porque nรฃo teve sรณ a participaรงรฃo de tรฉcnicos IVOWTIVW[ UI[ \IUJuU W KWV\ZQJ]\W de consultores internacionais. Esta TMQ ITQKMZtW] [M [WJZM\]LW VW LQZMQ\W KWUXIZILWยบ Iร ZUW] De acordo com o responsรกvel, o sector ร WZM[\IT MU )VOWTI \MU [M LM[MV^WT^QLW [WJ ^nZQW[ XWV\W[ LM ^Q[\I [MVLW Y]M I nรญvel da macro organizaรงรฃo destaca-se a aprovaรงรฃo da Lei n.ยบ 6/17 de 24 de Janeiro. โ Nรฃo existia um instrumento jurรญdico que congregasse toda a actividade ZMTI\Q^I IW [MK\WZ ร WZM[\IT UI[ M`Q[\QI de facto regulamento do tempo colonial M \IUJuU QV[\Z]UMV\W[ M`IZILW[ XWZ vรกrios departamentos ministeriais que nรฃo permitiam um alinhamento na actuaรงรฃo das autoridadesโ . &

CONSUMO INTERNO ESTIMADO DE MADEIRA EM TORO POPULAร ร O

24,4 MILHร ES DE HABITANTES

CONSUMO

732.000 M3/ANO

PER CAPITA

0,03 M3/HABITANTE FLORESTA NATURAL (29,8%)

TOTAL EXCEDENTE MADEIRA (478.000 M3/ANO)

142.000 M3/ANO

FLORESTA PLANTADA (70,2%)

336.000 M3/ANO

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF)

UM OLHAR SOBRE O MERCADO INTERNACIONAL 0 EFTFOWPMWJNFOUP EB JOEร TUSJB EB USBOTGPSNBร ร P EF NBEFJSB OP QBร T QSFOEF TF ยฝ OFDFTTJEBEF EF TF FYQMPSBS BP NยพYJNP B DBEFJB QSPEVUJWB EFTUF TFDUPS DVKP EFTEPCSBNFOUP WBJ BMร N EB DBEFJB EF WBMPS EB QSร QSJB NBEFJSB OPNFBEBNFOUF BPT TFDUPSFT Uร YUJM RVร NJDP F BMJNFOUBS EFGFOEFN FTUVEPT JOUFSOBDJPOBJT %F BDPSEP DPN P TJUF CSBTJMFJSP 1BJOFM 'MPSFTUBM P NFSDBEP JOUFSOBDJPOBM EB NBEFJSB ร EPNJOBEP QPS TFHNFOUPT RVF Wร P EFTEF B NBEFJSB FN CSVUP B QSPEVUPT DPNP P QBQFM F B DFMVMPTF 0 UPQ EB QSPEVร ร P EF NBEFJSB ร PDVQBEP QFMP $BOBEยพ &TUBEPT 6OJEPT EB "Nร SJDB F 4Vร DJB 4FHVOEP EBEPT SFDFOUFT EB 8PSME "UMBT OP $BOBEยพ B FYQPSUBร ร P EF NBEFJSB HFSB BOVBMNFOUF NJM NJMIร FT EF Eร MBSFT TFOEP RVF B MJTUB EF EFSJWBEPT FYQPSUBEPT ร DPNQPTUB

FN QFMB NBEFJSB NBDJB CSBORVFBEB USBOTGPSNBEB FN QPMQB QBTUB EF QBQFM EF KPSOBM F NBEFJSB TFSSBEB &TUBEPT 6OJEPT $IJOB F +BQร P Tร P PT NBJPSFT NFSDBEPT FTUSBOHFJSPT QBSB BT FYQPSUBร ร FT DBOBEJBOBT EF NBEFJSB F TFVT EFSJWBEPT +ยพ BT FYQPSUBร ร FT EF QSPEVUPT nPSFTUBJT EPT &TUBEPT 6OJEPT DSFTDFSBN BP MPOHP EPT ร MUJNPT BOPT BUJOHJOEP VN SFDPSEF EF NJMIร FT EF Eร MBSFT FN WBMPS UFOEP B $IJOB $BOBEยพ F .ร YJDP DPNP PT USร T QSJODJQBJT NFSDBEPT 1PS mN B 4Vร DJB DPN EP UFSSJUร SJP PDVQBEP QPS nPSFTUBT ร P UFSDFJSP NBJPS FYQPSUBEPS EF QBQFM F DBSUร P EP NVOEP QSPEV[JOEP DFSDB EF EB QSPEVร ร P UPUBM NVOEJBM &N B FYQPSUBร ร P Mร RVJEB EF NBEFJSB F TFVT EFSJWBEPT DPOUSJCVJV DPN NJM NJMIร FT EF Eร MBSFT QBSB B FDPOPNJB EBRVFMF QBร T



34

| CAPA

PRODUĂ‡ĂƒO DE MADEIRA

DEVASTAĂ‡ĂƒO FLORESTAL E SAQUE DA MADEIRA "/(0-"/" "OHPMB FTUž B TPGSFS iVN DPSUF BOžSRVJDP F JOTVTUFOUžWFMw EBT TVBT SJRVF[BT WFHFUBJT JODMVJOEP FTQĂ…DJFT OPCSFT o VNB EFWBTUBĂƒĂ€P RVF PDPSSJB EF GPSNB DBNVnBEB NBT RVF B QBSUJS EF QBTTPV B GB[FS TF ½T DMBSBT TFN RVBMRVFS HBOIP QBSB B FDPOPNJB EP QBÉT F TFN SFQMBOUBĂƒĂ€P FN QSFKVÉ[P EB nPSB F EB GBVOB 7MBEJNJS 3VTTP MÉEFS EB BNCJFOUBMJTUB 'VOEBĂƒĂ€P ,JTTBNB F PVUSPT DJEBEĂ€PT QSFPDVQBEPT QSPOVODJBN TF TPCSF P BTTVOUP Texto: "OUĂ?OJP 1JĂƒBSSB 'PUPHSBmB $BSMPT "HVJBS "SRVJWP F +" *NBHFOT

7 IUJQMV\ITQ[\I >TILQUQZ :][[W denuncia que “grandes ĂĄreas estĂŁo a ser devastadas na provĂ­ncia do Kuando3]JIVOW KWU W[ \WZW[ I [MZMU MV^QILW[ XIZI I 6IUyJQI 7 UM[UW IKWV\MKM VI[ provĂ­ncias do Kwanza-Norte, Moxico, Malanje, Zaire, UĂ­ge e Bengoâ€?. Vladimir :][[W ^IQ UIQ[ TWVOM M IKZM[KMV\I Y]M com um crime do gĂŠnero, “nĂŁo sĂł desaparecem as espĂŠcies vegetais, mas \IUJuU Pn ]UI ZMXMZK][[rW [QOVQĂ…KI\Q^I na fauna angolanaâ€?. ,M IKWZLW KWU W IK\Q^Q[\I šVW[ ,MUJW[ XZW^yVKQI LW *MVOW M MU ITO]UI[ nZMI[ LI XZW^yVKQI LW 3_IVbI 6WZ\M I[ ÆWZM[\I[ sĂŁo o habitat dos elefantes. Com o corte UI[[Q^W LI[ ÆWZM[\I[ W[ IVQUIQ[ ^rW procurar outras ĂĄreas nĂŁo apropriadas e Q[[W Ln T]OIZ I ]U KWVÆQ\W MV\ZM W PWUMU (enquanto destruidor dos habitat M W IVQUIT OMZITUMV\M KWU KWV[MY]wVKQI[ UWZ\IQ[ XIZI IUJW[Âş >TILQUQZ :][[W XZW[[MO]M" š-U W]\ZI[

nZMI[ KWUW VI ÆWZM[\I LI 3]UJQZI VI /IJMTI W KWZ\M LM nZ^WZM[ X‚M MU perigo a rica avifauna, particularmente as espĂŠcies endĂŠmicasâ€?. Por outro lado, “a remoção da vegetação leva Ă erosĂŁo M KWUW KWV[MY]wVKQI ZMOQ[\IU [M W[ LM[TQbIUMV\W[ LM \MZZI[ Y]M LIVQĂ…KIU infra-estruturas, incluindo as casas dos populares e as estradasâ€?. ;MO]VLW >TILQUQZ :][[W I[ []I[ denĂşncias sĂŁo comprovadas por recentes relatĂłrios de imagens por satĂŠlite, “que indicam que Angola sofreu uma redução, entre os anos 2000 e 2013, de 13,7% da []I nZMI ÆWZM[\IT LM^QLW o M`XTWZItrW desenfreada das espĂŠcies vegetaisâ€?. AlĂŠm de tudo, trata-se de “uma exploração sem grande retorno econĂłmico para Angola, pois a madeira sai do paĂ­s de forma ilegal e em contentores, sem qualquer mecanismo de controloâ€?. >TILQUQZ :][[W LM[\IKI W XIXMT Y]M a Fundação Kissama tem desenvolvido contra a devastação de 160 mil hectares LM ÆWZM[\I[ XWZ IVW MU )VOWTI KWVNWZUM dados do Instituto de Desenvolvimento .TWZM[\IT 1,.

Trata-se de uma luta tenaz pela KWV[MZ^ItrW LI IK\]IT nZMI ÆWZM[\IT natural do paĂ­s, avaliada em 54 milhĂľes LM PMK\IZM[ ¡ WJRMK\Q^W Y]M VrW [M consegue alcançar apesar do programa de repovoamento aprovado pelo Governo MU Y]M XZM^w I XTIV\ItrW LM ĂĄrvores em 50 milhĂľes de hectares em cinco anos. SAQUE E EXPORTAĂ‡ĂƒO ILEGAL NA LUNDA-SUL Na condição de activista e lĂ­der da


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.]VLItrW 3Q[[IUI >TILQUQZ :][[W \MU ZMKMJQLW ]U OZIVLM KI]LIT LM LMVƒVKQI[ IKMZKI LW ZW]JW LI UILMQZI IVOWTIVI Uma das denĂşncias vem da ĂĄrea da /IJMTI XZW^yVKQI LW 3_IVbI ;]T WVLM ]U [M] KWTIJWZILWZ šJI[\IV\M XZMWK]XILWÂş :IUW[ *]\I ITMZ\I Y]M “diariamente, colunas de camiĂľes passam pela povoação, transportando toros de madeira vindos do Leste do paĂ­s, provavelmente da Lunda-Sulâ€?. “No inĂ­cio, passava um camiĂŁo por Uw[ UI[ ]T\QUIUMV\M XI[[IU KMZKI LM

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" (07&3/"%03" %" 1307­/$*" %& $"#*/%" "-%*/" %"-0.#" 5&. %&'&/%*%0 6. $"%" 7&; ."*03 $0/530-0 & '*4$"-*;"§¤0 /0 "#"5& %& &41Š$*&4 /" '-03&45" %0 ."*0.#& " ."*03 %0 1"­4 /" 4&26ª/$*" %" $3&4$&/5& &91035"§¤0 *-&("- %& 50304 1"3" 0 $0/(0 #3";;"7*--& & 065304 1"­4&4 7*;*/)04


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i0 5"."/)0 %04 TOROS É DE DIMENSĂƒO 3&%6;*%" &/53& & $&/5­.&5304 DE DIĂ‚METRO O 26& &. -*/(6"(&. DOS MADEIREIROS É %&4*(/"%0 $0.0 A;&30 & A;&30 *450 26&3 %*;&3 26& 4¤0 50304 1&26&/04 26& "*/%" /¤0 5ÂŞ. TAMANHO PARA SEREM "#"5*%04w %&/6/$*". ".#*&/5"-*45"4

dez a quinze camiĂľes por dia em grupos LM \Zw[ I Y]I\ZW \ZIV[XWZ\IVLW \WZW[ de madeira com 40 a 50 centĂ­metros de diâmetro. Os toros sĂŁo cortados em tamanho pequeno, para poderem ser transportados para o exterior do paĂ­s em contentoresâ€?, denuncia o cidadĂŁo. :IUW[ *]\I []JTQVPI Y]M VI M[\MQZI

da previsĂŁo dos serviços meteorolĂłgicos que anteviram uma anormal elevação da temperatura nas estaçþes quentes, šI /IJMTI \IUJuU M[\n I [WNZMZ M[\I alteração climĂĄtica, certamente causada XMTW LMZZ]JM LM ]U OZIVLM VƒUMZW LM ĂĄrvores e outras espĂŠcies vegetais, sem a preocupação do repovoamentoâ€?.

i"/(0-" 40'3&6 6." 3&%6§¤0 &/53&

2000 e 2013, de 13,7% OS ANOS

%" 46" ¢3&" '-03&45"- %&7*%0 ¥ &91-03"§¤0 DESENFREADA DAS &41Š$*&4 7&(&5"*4w %&/6/$*" 7-"%*.*3 36440

DEVASTAĂ‡ĂƒO NO MOXICO -V\ZM\IV\W ]U W]\ZW KWTIJWZILWZ da Fundação Kissama, que prefere o anonimato, sustenta que a partir do Luena, capital da provĂ­ncia do Moxico, “partem diariamente mais de 15 camiĂľes carregados de toros em direcção I 4]IVLI LM WVLM MUJIZKIU MU contentores com destino Ă Chinaâ€?. 7 IJI\M LI[ nZ^WZM[ u NMQ\W UIQ[ KWVKZM\IUMV\M šV]UI ÆWZM[\I LW 5W`QKW Y]M [M M[\MVLM I\u o BpUJQI M Y]M \MU madeira de qualidade, onde estĂĄ uma JZQOILI LM KPQVM[M[ I NIbMZ W KWZ\M W seu acondicionamento e transporte dos torosâ€?. “O tamanho dos toros ĂŠ de dimensĂŁo reduzida, entre 20 a 30 centĂ­metros de diâmetro, o que em linguagem dos madeireiros ĂŠ designado como ‘zero 20’ e ‘zero 30’. Isto quer dizer que sĂŁo toros XMY]MVW[ Y]M IQVLI VrW \wU \IUIVPW XIZI [MZMU IJI\QLW[ 7 1,. 1V[\Q\]\W LM ,M[MV^WT^QUMV\W .TWZM[\IT VW 5W`QKW M na Lunda-Sul diz que nada pode fazer, pois ĂŠ um negĂłcio que envolve entidades graĂşdasâ€?. Calcula-se que sejam devastados diariamente cerca de 50 hectares de ĂĄrea


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ÆWZM[\IT VW 5W`QKW M XWZ M[[M NIK\W “é necessário fazer alguma coisa, caso contrário vamos ter num futuro próximo ]UI IT\MZItrW IUJQMV\IT KWUW I Y]M IKWV\MKM VI /IJMTI WVLM W KTQUI U]LW] muito”, alerta a mesma fonte. QUEIMADAS NO BIÉ E SAQUE EM CABINDA 7 1,. \MU \IUJuU LMV]VKQILW I[ queimadas anárquicas da vegetação para conversão em carvão, o que afecta o ecossistema – uma prática que ocorre KWU UIQWZ QVKQLwVKQI VI ZMOQrW 4M[\M LW XIy[ 5I[ I[ Y]MQUILI[ IJZIVOMU outras regiões, como no Andulo, província do Bié, onde recentes denúncias alertam para constantes queimadas, em prejuízo dos campos agrícolas de milho, UIVLQWKI NMQRrW M LW UMQW IUJQMV\M -U +IJQVLI I LMTMOItrW XZW^QVKQIT LW 1,. ITMZ\I XIZI W NIK\W LM ¹W IJI\M anárquico de árvores, além de causar LIVW[ o ÆWZI KI][I \IUJuU I UQOZItrW LM U]Q\I[ M[XuKQM[ IVQUIQ[ [WJZM\]LW LM manadas de elefantes, que fogem para nZMI[ PIJQ\ILI[ WVLM LM^I[\IU TI^ZI[ M LMZZ]JIU KI[I[º Por seu lado, a governadora da XZW^yVKQI LM +IJQVLI )TLQVI ,ITWUJI tem defendido um cada vez maior KWV\ZWTW M Å[KITQbItrW VW IJI\M LM M[XuKQM[ VI ÆWZM[\I LW 5IQWUJM I UIQWZ LW XIy[ VI [MY]wVKQI LI KZM[KMV\M exportação ilegal de toros para o Congo-Brazzaville e outros países vizinhos. De acordo com a governadora, o Estado não impede a exploração do referido recurso natural, defendendo apenas o exercício legal e controlado da actividade, em empresas madeireiras de serração licenciadas para o efeito e IJ[WZ^MVLW NWZtI LM \ZIJITPW IVOWTIVI A seu ver, a madeira deve servir, em XZQUMQZW T]OIZ W[ KIJQVLMV[M[ M W[ angolanos em geral, com a restante produção a ser exportada de forma legal. Na sua opinião, os empresários devem industrializar este recurso natural, numa altura em que se realizam importantes construções na província que necessitam de artefactos de madeira, como portas e janelas, que até agora são importados de vários países. &


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PRODUĂ‡ĂƒO DE MADEIRA

INVESTIGAĂ‡ĂƒO E REFLORESTAMENTO "/5&4 %04 -6$304 " FNQSFTB &TUSFMB EB 'MPSFTUB Ă… EFTEF Iž VN BOP SFTQPOTžWFM QFMB HFTUĂ€P EB FYQMPSBĂƒĂ€P nPSFTUBM OP 1MBOBMUP $FOUSBM BQĂ?T UFS BTTJOBEP DPN P (PWFSOP VN DPOUSBUP EF DPODFTTĂ€P EF UFSSBT B MPOHP UFSNP QBSB EFTFOWPMWFS VNB HSBOEF QMBOUBĂƒĂ€P EF NBEFJSB OVNB žSFB DPN NBJT EF NJM IFDUBSFT OBT QSPWÉODJBT EF #FOHVFMB )VBNCP )VÉMB F #JĂ… /FTUF NPNFOUP B FNQSFTB FTUž GPDBEB OP SFMBOĂƒBNFOUP EF VNB JOEĂ”TUSJB EF nPSFTUBT TVTUFOUžWFM FN "OHPMB DSJBEPSB EF OPWBT PQPSUVOJEBEFT EF OFHĂ?DJPT F EF FNQSFHBCJMJEBEF

Texto: &EKBÉM EPT 4BOUPT 'PUPHSBmB $BSMPT "HVJBS

Nos prĂłximos dez anos, a Estrela da Floresta planeia aumentar a venda de produtos de madeira, tendo em conta a demanda do mercado domĂŠstico, e exportar o excesso da produção para os mercados regionais africanos, o que poderĂĄ representar mais uma fonte de receitas para o paĂ­s. Dado o potencial das XTIV\It‚M[ ÆWZM[\IQ[ MU )VOWTI I MUXZM[I acredita que a exportação dos seus produtos pode impulsionar a actividade industrial do sector, garantindo elevadas receitas no futuro. Contudo, a maioria da madeira colhida ĂŠ actualmente processada e consumida no mercado nacional. O gestor da Estrela da Floresta, Darren 4IXX LQ[[M o -KWVWUQI 5MZKILW - 5 Y]M I MUXZM[I Rn I[[QVW] W[ primeiros contratos de exploração e os KTQMV\M[ M[\rW I [MZ WJZQOILW[ I NIbMZ I[ KWTPMQ\I[ WJMLMKMVLW I XILZ‚M[ IUJQMV\IQ[ UMTPWZILW[ TMUJZIVLW Y]M durante muitos anos, nĂŁo existia qualquer KWV[QLMZItrW XMTI[ Y]M[\‚M[ IUJQMV\IQ[ e que a legislação era inexistente ou ignorada. š-[\IUW[ I \ZIJITPIZ VW [MV\QLW LM tornar as empresas chinesas cumpridoras

(3"/%& 1"35& %"4 '-03&45"4 40# (&45¤0 %" &453&-" %" '-03&45" Š "/5*(" $0. ¢3703&4 26& +¢ 5ª. ."*4 %& "/04 & 26& 4&37&. "1&/"4 1"3" ."%&*3" %"­ A NECESSIDADE DO 3&1-"/5*0 %& /07"4 ¢3703&4 26& 4*37". 1"3" 10-1" & 1"3" '";&3 1"1&-

LI[ VWZUI[ IUJQMV\IQ[ M LM [MO]ZIVtI VW \ZIJITPW j ]UI \IZMNI LQNyKQT UI[ MTM[ [MZrW WJZQOILW[ I K]UXZQ TI[ -[\IUW[ I educĂĄ-los e vamos chegar lĂĄâ€?, garantiu. A empresa revela que estĂĄ a desenvolver ]U XIZY]M QVL][\ZQIT ÆWZM[\IT VI[ proximidades da ĂĄrea de plantação com W WJRMK\Q^W LM I\ZIQZ VW^W[ KTQMV\M[ LM diversas ĂĄreas da indĂşstria transformadora. š-[\M XIZY]M QVL][\ZQIT ÆWZM[\IT QZn I\ZIQZ clientes provenientes de vĂĄrios sectores da indĂşstria transformadora de produtos de madeira e outros sectores de serviçosâ€?, detalhou JosĂŠ Evangelista, outro dos gestores da Estrela da Floresta. Segundo este responsĂĄvel, estĂĄ ainda IJMZ\W ]U XZWKM[[W LM TQKQ\ItrW XIZI compradores de madeira com a intenção de assegurar o fornecimento estĂĄvel desta matĂŠria-prima a longo prazo. Esta garantia “facilita os investimentos nas tecnologias de processamento avançado e permanente de madeira. IrĂĄ criar WXWZ\]VQLILM[ MKWV~UQKI[ [QOVQĂ…KI\Q^I[ VI ĂĄreaâ€?, sustentou JosĂŠ Evangelista. -V\ZM\IV\W OZIVLM XIZ\M LI[ ÆWZM[\I[ [WJ OM[\rW LI -[\ZMTI LI .TWZM[\I u IV\QOI KWU nZ^WZM[ Y]M Rn \wU UIQ[ LM IVW[ e que servem apenas para madeira, daĂ­ a necessidade do replantio de novas ĂĄrvores que sirvam para polpa e para NIbMZ XIXMT :MĂ…ZI [M Y]M W \MUXW LM ^QLI


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recomendĂĄvel para tal situa-se entre os 10 M W[ IVW[ [MVLW Y]M M[[M \ZIJITPW LM replantação jĂĄ começou. REFLORESTAMENTO EM ENSAIOS ) - 5 IKWUXIVPW] W \ZIJITPW KQMV\yĂ…KW LM ^MZQĂ…KItrW LI ILIX\ItrW LW[ eucaliptos com crescimento aumentado, recentemente plantados, e que estĂŁo a ser testados em solo nacional. SĂŁo cerca de 1500 plantas, de 12 variedades, em ensaio VI ZMOQrW LW )T\W +I\]UJMTI V]UI bWVI XZ~`QUI LI IV\QOI NnJZQKI LM +MT]TW[M LM Angola, na provĂ­ncia de Benguela. 6W[ XZQUMQZW[ \Zw[ IVW[ [MZrW analisadas as espĂŠcies de eucaliptos que melhor se adaptam ao solo nacional e posteriormente o volume de plantação irĂĄ crescer, esperando-se que atinja mais de 4000 hectares atĂŠ 2023, segundo XMZ[XMK\Q^I I MUXZM[I Y]M M[XMZI \IUJuU que o projecto tenha um efeito directo no emprego local. No primeiro trimestre de 2017, a Estrela da Floresta montou o seu primeiro viveiro, com uma capacidade de produção de U]LI[ W []Ă…KQMV\M XIZI XTIV\IZ anualmente cerca de 300 hectares. AtĂŠ I MUXZM[I KWUMtIZn I M[\IJMTMKMZ um novo viveiro, mais avançado, que serĂĄ capaz de produzir mais de 10 milhĂľes de mudas por ano quando atingir a sua capacidade plena. O especialista em solos Colin Smith defende que os projectos a longo prazo LM^MU [MZ NMQ\W[ KWU U]Q\I XIKQwVKQI sem pressa, aproveitando ao mĂĄximo os avanços tecnolĂłgicos para diminuir a margem de erro pois, alerta, muitos projectos faliram por causa do carĂĄcter QUMLQI\Q[\I Y]M ZWLMQI I WJ\MVtrW LM lucros. š2n \ZIJITPMQ MU XIy[M[ MU Y]M W[ eucaliptos nĂŁo se adaptaram aos solos e ao clima porque nĂŁo foram feitos os estudos

0 &41&$*"-*45" &. 40-04 $0-*/ 4.*5) %&'&/%& 26& 04 130+&$504 " -0/(0 13";0 %&7&. 4&3 '&*504 $0. .6*5" 1"$*ª/$*" 4&. 13&44" "1307&*5"/%0 "0 .¢9*.0 04 "7"/§04 5&$/0-³(*$04 1"3" %*.*/6*3 " ."3(&. %& &330 10*4 "-&35" .6*504 130+&$504 '"-*3". 103 $"64" %0 $"3¢$5&3 *.&%*"5*45" 26& 30%&*" " 0#5&/§¤0 %& -6$304


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/0 13*.&*30 53*.&453& %& " &453&-" %" '-03&45" .0/506 0 4&6 13*.&*30 7*7&*30 COM UMA CAPACIDADE DE PRODUĂ‡ĂƒO %& .6%"4 26& Š 46'*$*&/5& 1"3" 1-"/5"3 "/6"-.&/5& $&3$" %& )&$5"3&4 VMKM[[nZQW[ M W QV^M[\QUMV\W IKIJW] XWZ ser mal feito. Por isso, ĂŠ necessĂĄrio fazer I[ KWQ[I[ XI[[W I XI[[WÂş M`MUXTQĂ…KI W consultor sul-africano. A empresa garante que as novas plantaçþes serĂŁo geridas de forma sustentĂĄvel, cumprindo padrĂľes IUJQMV\IQ[ M [WKQIQ[ QV\MZVIKQWVIQ[ M rigorosos. As plantaçþes revitalizadas e as novas produzirĂŁo madeira para indĂşstrias locais permitindo a formação de parques LI QVLƒ[\ZQI ÆWZM[\IT XIZI I[ IXWQIZ EMPREGO EM CRESCIMENTO A empresa contratou os seus primeiros \ZIJITPILWZM[ ÆWZM[\IQ[ MU Ă…VIQ[ LM 2016 e a primeira parte de seu grupo de OM[\rW MU ,MbMUJZW LW UM[UW IVW KWU OZIVLM XIZ\M LM VW^W[ UMUJZW[ I juntar-se Ă equipa em Janeiro de 2017. Actualmente, a organização emprega mais

$PMJO 4NJUI FTQFDJBMJTUBT FN TPMPT

de 50 pessoas das comunidades locais, QV\MOZILI[ MU \Zw[ KWWXMZI\Q^I[ M M[\n MU fase de crescimento. A maioria das pessoas M[\n JI[MILI VW M[KZQ\~ZQW LW 0]IUJW W] \ZIJITPI VI[ XTIV\It‚M[ LQ[\ZQJ]yLI[ IW longo dessa zona. 5IZKQIT \uKVQKW ÆWZM[\IT ZMKuU NWZUILW ILQIV\I Y]M IJZItW] W LM[IĂ…W XWZY]M W XZWRMK\W u šIUJQKQW[W M I cooperação que tem com as comunidades u OZIVLM M LM U]Q\I ZM[XWV[IJQTQLILMÂş š)[ IUJQt‚M[ LW[ XZWRMK\W[ u Y]M QVÆ]MVKQIU I []I KWV\QV]QLILM W] VrW Independentemente de serem de curto ou TWVOW XZIbW LM^M PI^MZ ]UI JWI OM[\rWÂş frisou. JĂĄ o consultor operacional Darren Lapp disse que, alĂŠm do potencial ecolĂłgico e logĂ­stico, pela proximidade com os caminhos-de-ferro de Benguela o projecto tem a mais-valia de poder empregar U]Q\I OMV\M 8WZuU W M[XMKQITQ[\I WJ[MZ^I que nĂŁo querem fazer igual ao que se NMb VI IV\QOI NnJZQKI LM KMT]TW[M LW )T\W +I\]UJMTI UI[ [QU NIbMZ UMTPWZ “Do ponto de vista econĂłmico, W XW[QKQWVIUMV\W LI[ ÆWZM[\I[ VW )T\W +I\]UJMTI [MZ^QZn XIZI W UIQWZ escoamento dos produtos por conta da proximidade aos caminhos-de-ferro. Por outro lado, vai potenciar a MUXZMOIJQTQLILM MU \WLI[ I[ []I[ NI[M[ quer na plantação quer na exploração ÆWZM[\ITÂş ZMNWZtW] ,IZZMV 4IXX TMUJZW] Y]M W LM[IĂ…W u ĂĄrduo e que ainda estĂĄ na sua primeira NI[M KWU KMZKI LM [MQ[ UM[M[ LM \ZIJITPW sendo que os resultados estarĂŁo Ă vista dentro de 10 a 15 anos e traduzir-se-ĂŁo em madeira de alta qualidade. Nada parece IUMLZWV\IZ W \uKVQKW Y]M \ZIJITPI VW [MK\WZ LM ZMÆWZM[\ItrW Pn UIQ[ LM IVW[ š-] IKZMLQ\W VM[\M \ZIJITPW UI[ MTM deve ser sempre acompanhado pelo apoio LW[ OW^MZVW[ )[ M`XMZQwVKQI[ ^Q^QLI[ VI AmĂŠrica do Sul e na AmĂŠrica do Norte e, nos Ăşltimos quatro anos, em Ă frica, fazem UM KZMZ Y]M IY]Q \MZMUW[ JWV[ ZM[]T\ILW[ Um grande exemplo para Angola pode [MZ W =Z]O]IQ Y]M MU !! IXW[\W] VW ZMÆWZM[\IUMV\W M W /W^MZVW NIK\]ZI PWRM milhares de dĂłlares com a exportação de polpa de papel e emprega muitas pessoasâ€?, sustentou Darren Lapp. &



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PRĂ TICAS SUSTENTĂ VEIS PODEM DESENVOLVER O SECTOR FLORESTAL EM ANGOLA " JOEĂ”TUSJB EB NBEFJSB FN "OHPMB OĂ€P Ă… OPWB NBT mDPV EVSBOUF NVJUPT BOPT FDMJQTBEB QFMB FDPOPNJB EF QFUSĂ?MFP 4FSž RVF VNB NVEBOĂƒB UFOEFOUF B VN FDPTTJTUFNB nPSFTUBM TVTUFOUžWFM QPEF DPOUSJCVJS QBSB B DSJBĂƒĂ€P EF FNQSFHP F EJWFSTJmDBĂƒĂ€P EF RVF B FDPOPNJB BOHPMBOB UBOUP QSFDJTB A INDĂšSTRIA MADEIREIRA LOCAL POSSUI A EXPERIĂŠNCIA BĂ SICA NO ENTANTO, HĂ UMA OPORTUNIDADE SIGNIFICATIVA PARA AUMENTAR A SUA PRODUTIVIDADE, FORNECENDO-LHE AS MAIS RECENTES TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS.

JosÊ Evangelista Engenheiro mecânico e director da empresa Estrela da Floresta

A indĂşstria da madeira em Ă frica enfrenta vĂĄrios LM[IĂ…W[ ZMTIKQWVILW[ KWU W LM[ÆWZM[\IUMV\W M prĂĄticas de corte ilegal. Os nĂ­veis de consumo de madeira neste continente excedem os registados em qualquer outro e a maior parte deste material ĂŠ usado de modo insustentĂĄvel para XZWL]bQZ KWUJ][\y^MT 7[ KWTMK\WZM[ LM UILMQZI XIZI KWUJ][\y^MT [rW \QXQKIUMV\M QVKIXIbM[ LM ZMÆWZM[\IZ I[ nZMI[ Y]M WK]XIU ,]ZIV\M I KWVNMZwVKQI [WJZM U]LIVtI[ climĂĄticas de 2015, realizada em Paris, 176 KPMNM[ LM -[\ILW LMĂ…VQZIU I UM\I IUJQKQW[I LM ZMÆWZM[\IUMV\W LM UQTP‚M[ LM PMK\IZM[ LM ÆWZM[\I[ LMOZILILI[ MU ĂŽNZQKI -U ;M\MUJZW de 2016, o Banco Africano de Desenvolvimento juntou as mĂŁos aos investidores do sector privado para iniciar acçþes com vista a atingir essa meta. A indĂşstria madeireira em Ă frica oferece um enorme potencial de desenvolvimento e estĂĄ em crescimento, quer atravĂŠs de investimentos M[\ZIVOMQZW[ Y]MZ I\ZI^u[ LM XZWRMK\W[ ÆWZM[\IQ[ comunitĂĄrios que vĂŁo surgindo Ă volta dos grandes investimentos. De acordo com o Centro Internacional de Pesquisas Florestais, os mercados de madeira domĂŠsticos ou comunitĂĄrios na Ă frica []J[IIZQIVI MUXZMOIU KMV\MVI[ LM UQTPIZM[ LM XM[[WI[ NWZVMKMVLW \ZIJITPW I KWU]VQLILM[ inteiras e assumem grande importância socioMKWV~UQKI M IUJQMV\IT Este sector, em grande medida informal, estĂĄ numa situação de catch-22 ou sem saĂ­da. Para as comunidades pequenas ĂŠ uma questĂŁo de necessidade operarem de forma sustentĂĄvel, mas sĂŁo tipicamente incapazes de o fazer devido Ă falta de fundos e de conhecimento. Existem grandes oportunidades para a introdução de novas tecnologias em Ă frica e para a inovação dentro do sector informal da madeira, vitais para desenvolver XZn\QKI[ ÆWZM[\IQ[ [][\MV\n^MQ[ M KZQIZ MUXZMOW[

O sector continua largamente desregulado e []J ZMXZM[MV\ILW ]UI ^Mb Y]M W[ UILMQZMQZW[ informais nĂŁo possuem grandes incentivos para o ZMÆWZM[\IUMV\W M W[ M[NWZtW[ NMQ\W[ VM[[M KIUXW XMTW[ OW^MZVW[ INZQKIVW[ [rW QV[]Ă…KQMV\M[ Angola reconhece o potencial do sector ÆWZM[\IT M M[\n I LIZ XI[[W[ [QOVQĂ…KI\Q^W[ XIZI I implementação de prĂĄticas sustentĂĄveis, dos quais se podem destacar a promulgação da Lei de Bases da Floresta e Fauna Selvagem e o InventĂĄrio Florestal Nacional, cujos primeiros resultados foram apresentados no inĂ­cio deste ano. AlĂŠm disso, o Governo cedeu 80 mil hectares de plantaçþes e uma ĂĄrea adicional de terra da ĂĄrea do Planalto Central Ă Estrela da Floresta, com vista a apoiar a criação de indĂşstrias de processamento de madeira e a aumentar os empregos nesta regiĂŁo. ) KZQItrW LM ]U MKW[[Q[\MUI ÆWZM[\IT [][\MV\n^MT XZWXQKQI JMVMNyKQW[ MVWZUM[ o[ N]\]ZI[ OMZIt‚M[ das comunidades atravĂŠs da oferta de empregos M LQ^MZ[QĂ…KItrW MKWV~UQKI )[ XZn\QKI[ LM LM[ÆWZM[\IUMV\W [][\MV\n^MT [rW M[[MVKQIQ[ Y]IVLW IKWUXIVPILI[ XWZ ]UI KWV\ZQJ]QtrW KWV[Q[\MV\M para uma economia diversa, uma cadeia de NWZVMKQUMV\W [I]Ln^MT KWV\ZQJ]Qt‚M[ Ă…[KIQ[ M M[\IJQTQLILM LM MUXZMOIJQTQLILM )[ MUXZM[I[ Y]M QV^M[\MU VI QVLƒ[\ZQI UILMQZMQZI \wU W LM^MZ UWZIT LM IXWQIZ I NWZUItrW LW[ \ZIJITPILWZM[ locais, de modo a que o seu investimento deixe um legado social e econĂłmico. Chegou a altura da economia moderna penetrar no sector madeireiro africano e criar mecanismos e ecossistemas que permitam Ă s comunidades locais operarem de forma legal e sustentĂĄvel. Se as empresas crescerem inovadoras e as indĂşstrias criativas emergirem de forma mais construtiva em torno da indĂşstria madeireira, os indivĂ­duos, as comunidades e a economia em geral crescerĂŁo e desenvolver-se-ĂŁo. &



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ENTREVISTA TOMÁS CAETANO, DIRECTOR DO INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL

“EXISTE UM GRANDE DÉFICE DE INDÚSTRIAS %& 53"/4'03."§¤0w " NBEFJSB GPJ FMFJUB DPNP VN QSPEVUP EF FYQPSUBÃÀP F DBQUBÃÀP EF EJWJTBT QBSB B FDPOPNJB BOHPMBOB OP ¿NCJUP EB EJWFSTJmDBÃÀP EBT GPOUFT EF SFDFJUB EP QBÉT &OUSFUBOUP BQFTBS EB WBTUB ¾SFB EF nPSFTUB FYQMPS¾WFM FTUJNBEB BDUVBMNFOUF FN NBJT EF NJMIÑFT EF IFDUBSFT B QBSUJDJQBÃÀP EP TFDUPS OP 1*# BOHPMBOP BJOEB Å JOTJHOJmDBOUF OÀP TÏ EFWJEP ½ CBJYB QSPEVÃÀP NBT TPCSFUVEP EFWJEP BP EÅmDF EF VNB JOEÔTUSJB USBOTGPSNBEPSB TFHVOEP BmSNB P EJSFDUPS EP *OTUJUVUP /BDJPOBM EF %FTFOWPMWJNFOUP 'MPSFTUBM 5PN¾T $BFUBOP i0 QBÉT QPEF TFS BVUP TVmDJFOUF FN UFSNPT EF QSPEVÃÀP EF NBEFJSBw EJTTF BDSFTDFOUBOEP RVF iÅ OFDFTT¾SJP RVF TF JOWJTUB OP QSPDFTTP EF TFNJ USBOTGPSNBÃÀP F EF USBOTGPSNBÃÀPw

Texto: 4FCBTUJÀP 7FNCB 'PUPHSBmB $BSMPT "HVJBS

Economia & Mercado (E&M) - Qual é a avaliação que faz da situação EB JOEÔTUSJB nPSFTUBM OP QBÉT F RVF expectativas existem para a mesma, considerando que recentemente foi apresentado um novo diploma para regular o sector? Tomás Caetano (TC) o 0 TFDUPS nPSFTUBM BOHPMBOP QPEF TFS BOBMJTBEP TPC W¾SJBT WFSUFOUFT OPNFBEBNFOUF BT WFSUFOUFT TPDJBM FDPOÏNJDB BNCJFOUBM F OÀP NFOPT JNQPSUBOUF B WFSUFOUF DVMUVSBM &N UFSNPT FDPOÏNJDPT B nPSFTUB DPOUSJCVJ EJSFDUB F JOEJSFDUBNFOUF QBSB P 1*# EPT QBÉTFT OPNFBEBNFOUF BUSBWÅT EB FYQMPSBÃÀP F DPNFSDJBMJ[BÃÀP EB NBEFJSB F TFVT TVCQSPEVUPT 'BMBOEP EP QJMBS TPDJBM TBCFNPT RVF BT nPSFTUBT TÀP GPOUFT JOEJTQFOT¾WFJT EF NBUÅSJBT QSJNBT F EF BMJNFOUBÃÀP EBT DPNVOJEBEFT SVSBJT %JHBNPT RVF TÀP GPOUFT QSJN¾SJBT QBSB P TVTUFOUP EBT QPQVMBÃÑFT QPS WJB EP GBCSJDP EB MFOIB EP DBSWÀP F EB QS¾UJDB EB DBÃB BMÅN EB FYUSBDÃÀP EF QSPEVUPT QBSB mOT NFEJDJOBJT E&M – Mas, economicamente, qual é a avaliação que faz da situação do TFDUPS nPSFTUBM QBSUJDVMBSNFOUF OP RVF respeita à exploração da madeira? TC o %FQPJT EB BQSFTFOUBEB B MFHJTMBÃÀP FTU¾ FN DVSTP OP QBÉT VN JOWFOU¾SJP OBDJPOBM RVF K¾ QFSNJUJV BQVSBS RVF FYJTUFN FN "OHPMB DFSDB EF NJMIÑFT EF IFDUBSFT EF nPSFTUB F RVF B UBYB EF EFTnPSFTUBÃÀP Å EF BP BOP 0T EBEPT NPTUSBN UBNCÅN RVF B SFTFSWB OBUVSBM EB nPSFTUB BOHPMBOB Å EF DFSDB

EF NJMIÑFT EF NFUSPT DÔCJDPT F RVF B DBQBDJEBEF N¾YJNB EF DPSUF FOUSF B nPSFTUB OBUVSBM F B nPSFTUB QMBOUBEB Å EF DFSDB EF NJMIÑFT EF IFDUBSFT QPS BOP P RVF RVFS EJ[FS RVF QBSB B nPSFTUB OBUVSBM B DBQBDJEBEF N¾YJNB QFSNJTTÉWFM EF DPSUF Å EF DFSDB NJM NFUSPT DÔCJDPT QPS BOP +¾ OB nPSFTUB QMBOUBEB B FYQMPSBÃÀP N¾YJNB QFSNJTTÉWFM Å EF DFSDB EF NJM NFUSPT DÔCJDPT QFSGB[FOEP VN UPUBM QFSNJUJEP EF DPSUF EF NFUSPT DÔCJDPT "DSFTÃB TF RVF B nPSFTUB QMBOUBEB QSPEV[ NBJT EP RVF B OBUVSBM QPSRVF Å IPNPHÅOFB BP QBTTP RVF OB nPSFTUB OBUVSBM FYJTUF VNB EJTQBSJEBEF EF EJ¿NFUSPT EBT ¾SWPSFT F TÏ QPEFN TFS DPSUBEBT BT QFSNJUJEBT QPS MFJ E&M - Quais são as principais zonas de produção? TC o "T QSJODJQBJT [POBT EF QSPEVÃÀP TÀP B QSPWÉODJB EP 6ÉHF RVF FN UFWF VNB QSPEVÃÀP DPSSFTQPOEFOUF B DFSDB EF EF UPEB B QSPEVÃÀP OBDJPOBM $BCJOEB DPN B QSPEVÃÀP EF EB QSPEVÃÀP OBDJPOBM #FOHP DPN F ,XBO[B /PSUF DPN QFSGB[FOEP VN UPUBM EF NFUSPT DÔCJDPT "JOEB FN GPSBN MJDFODJBEPT QBSB FYQPSUBÃÀP NFUSPT DÔCJDPT EF NBEFJSB FN UPSP F NFUSPT DÔCJDPT EF NBEFJSB TFSSBEB +¾ FN GPJ QSPEV[JEP VN WPMVNF EF DFSDB EF NFUSPT DÔCJDPT EPT RVBJT GPSBN FYQPSUBEPT NFUSPT DÔCJDPT EF NBEFJSB 4F SFQBSBS OPT OÔNFSPT I¾ VN BVNFOUP HSBEVBM UBOUP EB QSPEVÃÀP JOUFSOB DPNP EP WPMVNF EF FYQPSUBÃÀP


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QPSRVF BMÅN EBT QSPWÉODJBT RVF DJUFJ SFGFSFOUFT B OP BOP QBTTBEP IPVWF UBNCÅN B FOUSBEB EF PVUSBT QSPWÉODJBT DPNP QSPEVUPSBT OPNFBEBNFOUF .PYJDP ,VBOEP ,VCBOHP F -VOEB 4VM E&M - Em termos de volume de negócios, em quanto está avaliado o sector? TC o /ÀP EJTQPNPT EF EBEPT m¾WFJT QPSRVF NVJUPT EPT QSPDFTTPT RVF QBTTBN QFMP *OTUJUVUP /BDJPOBM EF %FTFOWPMWJNFOUP 'MPSFTUBM OÀP DIFHBN BUÅ ½ GBTF EF JNQMFNFOUBÃÀP EPT

QSPKFDUPT "TTJN TFOEP OÏT HVJBNP OPT QFMBT GBDUVSBT EBT USBOTBDÃÑFT NBT BJOEB BTTJN PT EBEPT OÀP TÀP UPUBMNFOUF m¾WFJT QPSRVF OÏT TPNPT B QSJNFJSB QPSUB OP QSPDFTTP EF FYQPSUBÃÀP F QPEF EBS TF P DBTP EF B NBEFJSB OÀP DIFHBS B TFS FYQPSUBEB & . o .BT P QBÉT BJOEB Å VN importador de madeira, certo? TC o 0 QBÉT QPEF TFS BVUP TVmDJFOUF FN UFSNPT EF QSPEVÃÀP EF NBEFJSB NBT FYJTUF VN HSBOEF EÅmDF EF JOEÔTUSJBT EF USBOTGPSNBÃÀP $PNFÃBN BHPSB B

BQBSFDFS TJOBJT EF FNQSFFOEFEPSFT OP TFDUPS NBT OÀP QPEF IBWFS JOEÔTUSJB TFN IBWFS VN BVNFOUP TVCTUBODJBM EB QSPEVÃÀP QPSRVF FTTB DBEFJB EF WBMPSFT DPNFÃB OP QSPDFTTP EF FYQMPSBÃÀP QBTTB QFMB TFNJ USBOTGPSNBÃÀP F TFHVF QBSB PVUSBT GBTFT "TTJN TFOEP Å OFDFTT¾SJP RVF TF JOWJTUB OP QSPDFTTP EF TFNJ USBOTGPSNBÃÀP F EF USBOTGPSNBÃÀP BUÅ DIFHBSNPT BP NPCJMJ¾SJP "MJ¾T FYJTUF VN EFDSFUP DPOKVOUP EPT NJOJTUÅSJPT EB "HSJDVMUVSB EPT 5SBOTQPSUFT F EP *OUFSJPS RVF QSPÉCF B QBSUJS EF EF .BJP EF B USBOTQPSUBÃÀP JOUFSQSPWJODJBM EB


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NBEFJSB FN UPSP QBSB RVF PT PQFSBEPSFT DPNFDFN B USBOTGPSNBS B NBEFJSB OB ¾SFB EF FYQMPSBÃÀP F BTTJN GB[FS SFTTVSHJS B JOEÔTUSJB USBOTGPSNBEPSB EB NBEFJSB OBT [POBT EF FYQMPSBÃÀP DSJBOEP QPTUPT EF USBCBMIP BMÅN EF HBSBOUJS B TFHVSBOÃB OB USBOTQPSUBÃÀP F HFSBS B TVTUFOUBCJMJEBEF OPT TPMPT POEF TF FYQMPSB FTTF SFDVSTP E&M - Como se caracteriza o sector em termos de pequenas e médias indústrias? TC " OPTTB UVUFMB Å BUÅ ½ TFNJ USBOTGPSNBÃÀP BP QBTTP RVF B USBOTGPSNBÃÀP K¾ FTU¾ TPC B UVUFMB EP .JOJTUÅSJP EB *OEÔTUSJB &OUSFUBOUP EFWF SFGFSJS TF B JNQPSU¿ODJB RVF GPJ EBEB QFMP 1SFTJEFOUF EB 3FQÔCMJDB BP TFDUPS nPSFTUBM FMFHFOEP B NBEFJSB DPNP VN QSPEVUP QBSB FYQPSUBÃÀP F DBQUBÃÀP EF EJWJTBT & Å QPS JTTP RVF P TFDUPS UFN VN QSPHSBNB EJSJHJEP QBSB P BVNFOUP EB QSPEVÃÀP EB NBEFJSB F QBSB B TVB FYQPSUBÃÀP QPSRVF OP RVBESP EF DSJTF FN RVF P QBÉT TF FODPOUSB TPCSFUVEP EF DSJTF EF EJWJTBT B NBEFJSB QPEF TFS VN QSPEVUP EF FYQPSUBÃÀP QPS FYDFMÆODJB E&M - Como é que a madeira angolana se posiciona no mercado global em termos de competitividade? TC 0 OPTTP BJOEB Å VN NFSDBEP JODJQJFOUF EFWJEP B W¾SJPT GBDUPSFT 5FNPT EF UFS VNB JOEÔTUSJB DPN RVBMJEBEF RVF OPT QFSNJUB JOTFSJS QSPEVUPT DPNQFUJUJWPT OP NFSDBEP JOUFSOBDJPOBM © QSFDJTP JOWFTUJS OP IPNFN F OP FRVJQBNFOUP )¾ BJOEB VNB RVFTUÀP NVJUP JNQPSUBOUF RVF Å B EB DFSUJmDBÃÀP QSPDFTTP BUSBWÅT EP RVBM HBSBOUJNPT RVF P OPTTP QSPEVUP FOUSB FN NFSDBEPT DPNP P FVSPQFV RVF TÀP NVJUP NBJT FYJHFOUFT "OHPMB OÀP EFWF TFS BQFOBT FYQPSUBEPSB EFWF BHSFHBS WBMPS ½ NBEFJSB RVF QSPEV[ &TUF Å P OPTTP HSBOEF EFTBmP QPSRVF B NBEFJSB FN UPSP RVF FYQPSUBNPT BDUVBMNFOUF Å NBJT CBSBUB EP RVF B USBOTGPSNBEB E&M - Que tipo de acções de mTDBMJ[BÃÀP UÆN TJEP QSPNPWJEBT QFMP Governo? TC " mTDBMJ[BÃÀP UFN EVBT GBDFUBT

" /07" -&* &45"#&-&$& /03."4 & %*3&*504 %& 646'3650 %04 3&$63404 '-03&45"*4 4"-7"(6"3%"/%0 0 %*3&*50 %& 640 1"3" " 1016-"§¤0 363"- /0 26"%30 %04 4&64 %*3&*504 $0/46&56%*/¢3*04 ."4 © 13&$*40 -*.*5"3 0 640 %&45&4 3&$63404 40#3&56%0 26"/%0 4& 3&'&3& "0 4&6 640 1"3" $0.©3$*0

TFOEP B QSJNFJSB QSFWFOUJWB F B TFHVOEB QVOJUJWB 5FNPT P EFTBmP EF HBSBOUJS VNB mTDBMJ[BÃÀP EF RVBMJEBEF DPN QFTTPBM CFN GPSNBEP CFN SFNVOFSBEP F CFN FRVJQBEP P RVF RVFS EJ[FS RVF P JOUFSFTTF Å FMFWBS B RVBMJEBEF EFTTB mTDBMJ[BÃÀP & Å QPS JTTP RVF K¾ GPJ BQSPWBEB QFMP &YFDVUJWP B DIBNBEB DBSSFJSB EB mTDBMJ[BÃÀP F P DPSSFTQPOEFOUF FTUBUVUP SFNVOFSBUÏSJP QBSB RVF PT mTDBJT EFJYFN EF DPOTUBS OB DBSSFJSB BENJOJTUSBUJWB POEF OÀP UÆN NVJUPT JODFOUJWPT F NFJPT EF USBCBMIP TJUVBÃÀP DPN RVF BDUVBMNFOUF TF EFCBUFN E&M – Como é que estão a ser tratados os vários casos de exploração ilegal de que há relatos? TC /ÀP TF QPEF EJ[FS RVF OÀP FYJTUBN BDUPT USBOTHSFTTJWPT QBSUJDVMBSNFOUF OVN UFSSJUÏSJP WBTUP DPNP Å P BOHPMBOP "T JOGSBDÃÑFT PDPSSFN TPCSFUVEP OP EPNÉOJP EB DBÃB GVSUJWB F I¾ SFHJTUPT OB QSPWÉODJB EP ,VBOEP ,VCBOHP TPCSFUVEP BP OÉWFM EB FYQMPSBÃÀP EP NBSmN RVF Å GFJUB OÀP TÏ QPS BOHPMBOPT NBT UBNCÅN QPS DJEBEÀPT EF QBÉTFT WJ[JOIPT *TUP PDPSSF EFWJEP ½T EFCJMJEBEFT RVF FYJTUFN BP OÉWFM EB mTDBMJ[BÃÀP .BT DPNP EJ[ B MFJ B mTDBMJ[BÃÀP OÀP Å FYDMVTJWB TFOEP RVF UPEBT BT GPSÃBT WJWBT EFWFN mTDBMJ[BS EF GPSNB B HBSBOUJSFN B QSFTFSWBÃÀP EP QBUSJNÏOJP nPSFTUBM E&M – E como é que as autoridades lidam com os casos de queimas ilegais em comunidades rurais? TC " OPWB MFJ FTUBCFMFDF OPSNBT

F EJSFJUPT EF VTVGSVUP EPT SFDVSTPT nPSFTUBJT TBMWBHVBSEBOEP P EJSFJUP EF VTP QBSB B QPQVMBÃÀP SVSBM OP RVBESP EPT TFVT EJSFJUPT DPOTVFUVEJO¾SJPT .BT Å QSFDJTP MJNJUBS P VTP EFTUFT SFDVSTPT TPCSFUVEP RVBOEP TF SFGFSF BP TFV VTP QBSB DPNÅSDJP 1PS MFJ P GBCSJDP EF DBSWÀP Å DPOTJEFSBEP VNB USBOTHSFTTÀP BENJOJTUSBUJWB & . &N RVF SFHJÑFT EP QBÉT TÀP NBJT frequentes essas transgressões? TC "T QSPWÉODJBT RVF NBJT QSPEV[FN DBSWÀP TÀP P )VBNCP B )VÉMB F P #JÅ F JTUP Å QSFPDVQBOUF QPS TFSFN QSPWÉODJBT DPN NBJPS DPCFSUVSB nPSFTUBM & . 2VBJT TÀP PT QSJODJQBJT EFTBmPT RVF P TFDUPS nPSFTUBM UFN QFMB GSFOUF considerando todos os entraves que ainda existem? TC "OHPMB OÀP QPEF FTUBS ½ NBSHFN EBRVJMP RVF TF QBTTB B OÉWFM SFHJPOBM JOUFSOBDJPOBM F HMPCBM F QPS JTTP P QBÉT UFN FTUBEP QSFTFOUF FN GÏSVOT JOUFSOBDJPOBJT EP TFDUPS nPSFTUBM © QSFDJTP QSPNPWFS B NVEBOÃB EB DPOTDJÆODJB EPT FNQSFT¾SJPT OBDJPOBJT EF NPEP B RVF OÀP UFOIBNPT BQFOBT NBEFJSFJSPT o VN UFSNP RVF OÀP HPTUP EF VTBS o NBT TJN FNQSFT¾SJPT nPSFTUBJT $SFJP RVF IVNJMEFNFOUF FTUBNPT B DBNJOIBS QBSB RVF P TFDUPS nPSFTUBM UFOIB VN QBQFM SFMFWBOUF OB FDPOPNJB EF "OHPMB NBT Å QSFDJTP BCSJS P NFSDBEP F DPMPDBS P OPTTP QSPEVUP OBT SPUBT JOUFSOBDJPOBJT &OUSFUBOUP FTUF QBTTP TÏ TFS¾ QPTTÉWFM DPN B RVBMJmDBÃÀP EBT QFTTPBT F DPN B RVBMJEBEF EP QSPEVUP &


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HUAMBO

EMPRESĂ RIOS “FOGEMâ€? DEVIDO A CRISE Os empresĂĄrios do Huambo estĂŁo descontentes com a falta de dinheiro F EF mOBODJBNFOUP P RVF UFN DPOUSJCVÉEP QBSB RVF NVJUPT TBJBN EB QSPWÉODJB F JOWJTUBN noutras regiĂľes ou abandonem mesmo o ramo FNQSFTBSJBM 0 (PWFSOP 1SPWJODJBM BENJUF BT EJmDVMEBEFT OP FOUBOUP EFGFOEF RVF P EJOIFJSP OĂ€P TF GB[ EFTJTUJOEP EPT OFHĂ?DJPT NBT TJN DPN NBJT JOWFTUJNFOUP

Texto: EdjaĂ­l dos Santos 'PUPHSBmB Carlos Aguiar

A falta de divisas para a importação de bens comerciĂĄveis e de matĂŠrias-primas estĂĄ na base do descontentamento dos empresĂĄrios no Huambo. Numa visita de trĂŞs dias ao Planalto Central, a Economia & Mercado apurou que alguns empresĂĄrios, que tambĂŠm se queixam da escassez de oportunidades de negĂłcios, pensam mesmo em explorar outros mercados, como Luanda e Benguela, ou, caso nĂŁo haja alternativa, fechar as portas. Falando sob a condição de anonimato, um empresĂĄrio local disse que deixou de fazer negĂłcios o ano passado e estĂĄ com MVWZUM[ LQĂ…K]TLILM[ XIZI ILY]QZQZ LQ^Q[I[ “Estamos desde 2016 sem fazer negĂłcios e com muita LQĂ…K]TLILM XIZI IZZIVRIZ UWMLI M[\ZIVOMQZI XIZI XWLMZ continuar a trabalhar. Tenho duas empresas, uma de comĂŠrcio e importação e outra de construção. Vou fechar a de comĂŠrcio, porque nĂŁo conseguimos importar, e manter apenas a de construção, que tem pequenas obras em cursoâ€?, lamentou o empresĂĄrio. Este interlocutor revelou ainda que vai trocar o Huambo por Benguela, que, acredita, oferece mais oportunidades de negĂłcio


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no momento. “HĂĄ mais oportunidades em Benguela. Quem [IJM VI nZMI LI[ [ITQVI['Âş KWVĂ…LMVKQW] Entretanto, um outro empresĂĄrio, que tambĂŠm preferiu o anonimato, vai abandonar a sua empresa porque conseguiu um emprego em Luanda. “A situação estĂĄ difĂ­cil. Nos Ăşltimos meses estive Ă procura de emprego e consegui uma vaga como director Ă…VIVKMQZW LM ]UI MUXZM[I MU 4]IVLI >W] XIZI I KIXQ\IT trabalhar porque aqui nĂŁo dĂĄ maisâ€?, desabafou. O entrevistado denunciou ainda que na ĂĄrea da construção, “as pequenas empresas nĂŁo tĂŞm acesso Ă s grandes obrasâ€? Y]M IĂ…ZUI š[rW [MUXZM MV\ZMO]M[ I OZIVLM[ MUXZM[I[ M I construtoras de governadores que passaram pelo Huamboâ€?. “O DINHEIRO FAZ-SE COM DINHEIROâ€? Sobre o assunto, o director provincial da IndĂşstria e Geologia M 5QVI[ *WVQNnKQW >Q[[M\IKI ILUQ\M Y]M šI[ LQĂ…K]TLILM[ LM falta dinheiro existem, mas as pessoas tĂŞm que pensar que o dinheiro faz-se com dinheiro, daĂ­ a necessidade de se continuar a investirâ€?. “Reconhecemos todos que a economia do paĂ­s vive um momento difĂ­cil, porĂŠm os recursos irĂŁo aparecer paulatinamente, porque se compararmos o ano de 2015 com o actual, 2017, estamos melhor e a tendĂŞncia ĂŠ melhorarmos atĂŠ IW Ă…VIT LM IVW M PI^MZ UIQ[ LQVPMQZWÂş NZQ[W] Segundo este responsĂĄvel, o “problema, neste momento, ĂŠ a falta de ‘cambiais’ para os promotores do investimentoâ€?, que estĂŁo sem moeda estrangeira para importar matĂŠria-prima e manter a produção das suas fĂĄbricas. “Admitimos que as LQĂ…K]TLILM[ LM WJ\MVtrW LM LQ^Q[I[ [rW ]U handicap, porĂŠm, existe tambĂŠm alguma timidez do empresariado nacional que continua a investir apenas na capital do paĂ­s. NĂŁo obstante, o Huambo tem produzidoâ€?, vincou. Quanto ao suposto favorecimento de empresas de construção de ex-governantes, BonifĂĄcio Vissetaca adiantou que responde pela ĂĄrea da construção e lembrou que “no trabalho de melhoria da imagem da cidade com passeios e outras obrasâ€? em execução, estĂŁo tambĂŠm envolvidas muitas pequenas empresas,

“AS DIFICULDADES DE FALTA %& %*/)&*30 &9*45&. ."4 AS PESSOAS TĂŠM QUE PENSAR QUE 0 %*/)&*30 '"; 4& $0. %*/)&*30 DAĂ? A NECESSIDADE DE SE CONTINUAR " */7&45*3w %&'&/%& #0/*'¢$*0 VISSETACA.


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W Y]M NMb I]UMV\IZ W VMO~KQW LI[ ÅZUI[ LM JZQ\IOMU LI ZMOQrW que passaram a registar uma maior procura do produto. Para este director provincial, as prioridades do sector industrial VW 0]IUJW LMXMVLMU U]Q\W LW[ ZMK]Z[W[ ÅVIVKMQZW[ UI[ reactivar o parque industrial antigo e revitalizar as pequenas indústrias rurais, que vão transformar a produção agrícola nas localidades para evitar que os produtos se estraguem, é urgente. “Os negócios têm riscos e os empresários não podem parar de tentar. O ânimo no Huambo é forte, aqui nada pára, os empresários fazem parte das associações e cooperativas para que a informação circule rapidamente e a coordenação seja melhor, daí estarmos sempre à procura de alternativas para a saída da crise”, sublinhou Bonifácio Vissetaca. ABERTO A NOVOS INVESTIDORES O Huambo conta com 560 unidades industriais, segundo o último censo sobre a indústria no país. Entre as registadas na XZW^yVKQI KWV[\IU [MZZITPIZQI[ XIVQÅKILWZI[ KIZXQV\IZQI[ produção de bebidas, exploração de madeiras, entre outras, mas em funcionamento o número cai para 263 unidades, a que se somam mais cinco unidades extractivas, num total de 268 indústrias, transformadoras, extractivas e da construção.

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6I nZMI LM M`XTWZItrW ÆWZM[\IT M`Q[\MU MUXZM[I[ MU actividade. “Temos três grandes empresas de exploração ÆWZM[\IT" I KPQVM[I )VO ;PMVO Y]M [M LMLQKI o \ZIV[NWZUItrW da madeira, a Almeidas, que produz contraplacados, e a Macro Service, que faz bens diversos com a madeira explorada”, precisou o director provincial da Indústria e Geologia e Minas. Bonifácio Vissetaca informou ainda que a exploração feita XWZ MUXZM[I[ KPQVM[I[ M[\n I [MZ Å[KITQbILI V]U XZWKM[[W LM adequação às normas, tudo por conta da empresa que faz a OM[\rW KWVKM[[rW M Å[KITQbItrW LI[ ÆWZM[\I[ VI XZW^yVKQI I Estrela da Floresta. 6I nZMI LM JMJQLI[ W LQZMK\WZ XZW^QVKQIT IÅZUI Y]M M[\rW “bem”, porque contam com a cervejeira Cuca, a Refriango, que produz uma variedade de refrigerantes e água engarrafada, assim como com as águas locais do Kuima e de São Gonçalo. Bonifácio Vissetaca revelou que está prevista, ainda para este ano, a abertura das empresas Planaltos, que produz papel higiénico, e Sai Gás, que opera no enchimento de botijas de gás doméstico. “O Huambo mostra-se aberto ao investimento em sectores como a produção de alimentos por pequenas indústrias, bem como os de concentrados de fruta, embalagens, garrafas e [IKW[º ÅVITQbW] &


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KNT - KENATI LDA

QUEBRAR BARREIRAS APOSTANDO NA INOVAÇÃO É uma pequena empresa multidisciplinar cuja actividade em muito ultrapassa a sua própria EJNFOTÀP 5FN BDUVBMNFOUF GVODJPO¾SJPT FGFDUJWPT F VNB SFEF EF DPMBCPSBEPSFT nVUVBOUF que, além de Luanda, se estende à s cidades de Cabinda, Sumbe, Lobito e Benguela. Aposta OB GPSÃB EF USBCBMIP KPWFN B RVFN HBSBOUF GPSNBÃÀP OBT ¾SFBT FTQFDÉmDBT EF BDUVBÃÀP da empresa.


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www.economiaemercado.sapo.ao | Junho 2017

Texto: Pedro Correia 'PUPHSBmB Afonso Francisco

A KNT – Kenati Lda intervĂŠm na montagem e gestĂŁo de sistemas electrĂłnicos, informĂĄticos e de telecomunicaçþes, assim como na prestação de serviços tecnolĂłgicos em diversas ĂĄreas, nomeadamente no comĂŠrcio de equipamentos electrĂłnicos e electrodomĂŠsticos, em particular na venda, instalação, manutenção e reparação de aparelhos de ar condicionado. Alfredo Abambres ĂŠ o rosto principal da empresa cuja sociedade divide com amigos, alguns deles antigos companheiros de armas. A ideia de criação do projecto tem mais de uma dĂŠcada. “Em 2005, e com o apoio de alguns amigos, avançåmos com o plano de criar alguma coisa que nos ocupasse o dia-a-dia apĂłs a reforma. E foi da acção deste grupo, a que chamĂĄmos o ‘grupo dos cinquentĂľes’, que nasceu o projectoâ€?, explica o actual director-geral da KNT. ) [MUMV\M ÆWZM[KM] KQVKW anos depois. Em 2010, a Kenati Lda arranca com dez ĂĄreas de intervenção, mas para abrandar logo a seguir. SĂł em 2012 consegue a estabilidade []Ă…KQMV\M XIZI [M I^MV\]ZIZ no mercado e expandir a sua actividade, atĂŠ essa altura limitada Ă venda, instalação, manutenção e reparação de sistemas de ar condicionado em condomĂ­nios e algumas instituiçþes, elegendo como pĂşblico-alvo os trabalhadores dos bancos com quem jĂĄ mantinha relaçþes, funcionĂĄrios de empresas petrolĂ­feras e membros das forças armadas e ordem interna.

APOSTA GANHA EM TEMPO DE CRISE Ao contrĂĄrio do que se possa pensar e contrariando a lĂłgica de muitas empresas de pequena dimensĂŁo, ĂŠ o surgimento da crise – resultante da baixa do preço do petrĂłleo no mercado internacional –, a desvalorização do kwanza e a consequente redução do poder de compra que leva a KNT a apostar forte neste segmento de mercado. )XM[IZ LI[ LQĂ…K]TLILM[ de aquisição de moeda externa para a compra dos equipamentos, a empresa aposta na parceria com outras empresas do ramo para manter a sua actividade e atĂŠ expandi-la para outros pĂşblicos. É nessa altura que decide introduzir o pagamento a prestaçþes. “Pareceu-nos uma boa ideia, atĂŠ porque o parcelamento dos pagamentos sĂł ĂŠ permitido a Y]MU \MVPI KWV\ZI\W[ Ă…`W[ LM trabalho, o que nos garante uma segurança de retorno do investimentoâ€?, diz Alfredo Abambres. Este modelo de negĂłcio obteve resultados imediatos e o stock da empresa esgotou rapidamente, o que a obrigou a esforços suplementares para garantir a satisfação de um nĂşmero cada vez maior de clientes. O director-geral da KNT refere, no entanto, que nos Ăşltimos tempos se registou uma redução no cumprimento dos compromissos de pagamento das prestaçþes. “HĂĄ quem se atrase alguns meses com as mais variadas desculpas. Em relação ao ano passado temos atrasos na ordem dos 20% do total de clientes a quem concedemos a facilidade do pagamento a prestaçþesâ€?. Mesmo assim, diz Alfredo Abambres, o

“EM 2005, E COM O APOIO DE ALGUNS AMIGOS, AVANÇà MOS COM O PLANO DE CRIAR ALGUMA COISA QUE NOS OCUPASSE O DIA-A-DIA APĂ“S A REFORMA. E FOI DA ACĂ‡ĂƒO DESTE GRUPO, A QUE CHAMĂ MOS O ‘GRUPO DOS CINQUENTĂ•ES’, QUE NASCEU O PROJECTOâ€?.

investimento continua a ser KWJMZ\W XMTW ZM\WZVW Ă…VIVKMQZW desta ĂĄrea de intervenção, mantendo a estabilidade da Kenati Lda. Para o empresĂĄrio, estes constrangimentos podiam ser evitados se os bancos decidissem colaborar mais e aplicassem as regras de cobrança de dĂ­vidas, em vez de atirarem essa responsabilidade para as empresas, como ĂŠ o caso da KNT. No entanto, Alfredo Abambres diz ter encontrado compreensĂŁo junto das empresas cujos

trabalhadores têm dívidas para com a Kenati Lda, retendo parte dos salårios para liquidar os valores em dívida. Regra geral, diz o director da KNT, o volume de negócios Ê bom apesar das oscilaçþes do mercado. Por essa razão, a empresa vai apostar agora mais forte noutras åreas, como a venda de material informåtico e protecção de cabos, comercialização e instalação de câmaras e sistemas de vigilância, assim como na disponibilização de serviços de canalização.


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FORMAÇÃO ONLINE E INTERACÇÃO COM O PÚBLICO Uma das apostas futuras da Kenati Lda, passa pela formação através da Internet. O passo inicial foi dado no início de Abril com a abertura de uma “Academia”, online onde o utilizador poderá fazer cursos básicos em diversas áreas de informática e de marketing. Em breve vai também surgir um website para a promoção de emprego, onde se poderão encontrar ofertas de trabalho por todo o país. No contacto directo com o público, além das habituais acções de marketing, a KNT está a preparar o que considera ser uma iniciativa inédita em Angola, com o lançamento do concurso “Touch and Type”, uma actividade de rua que

pretende estender às escolas e a outras instituições em vários pontos do país. De uma maneira divertida, em que se põe à prova a velocidade de digitação, o objectivo é saber até que ponto as pessoas acham importantes os dispositivos móveis, com que frequência utilizam esses equipamentos, onde os compram e como utilizam os softwares. Alfredo Abambres garante que o concurso está já licenciado e que vai ser acompanhado de outras iniciativas, nomeadamente palestras e atribuição de prémios aos utilizadores mais rápidos na digitação. A KNT quer mesmo levar alguns dos vencedores ao concurso internacional deste género e, talvez, inscrever um angolano no “Guiness Book” como o mais rápido a digitar. &

UMA DAS APOSTAS FUTURAS DA KENATI LDA, PASSA PELA FORMAÇÃO ATRAVÉS DA INTERNET. O PASSO INICIAL FOI DADO NO INÍCIO DE ABRIL COM A ABERTURA DE UMA “ACADEMIA” ONLINE, ONDE O UTILIZADOR PODERÁ FAZER CURSOS BÁSICOS EM DIVERSAS ÁREAS DE INFORMÁTICA E DE MARKETING.



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Ă FRICA

RETOMA DO CRESCIMENTO EXIGE GRANDES MUDANÇAS DE POLĂ?TICAS O crescimento econĂłmico na Ă frica subsaariana, no seu conjunto, deve cair para 1,4% – o seu nĂ­vel mais baixo em duas dĂŠcadas – devendo atingir apenas uma modesta recuperação de 2,6% em 2017, embora um certo nĂşmero de paĂ­ses, especialmente na Ă frica Ocidental e Oriental, continue a manifestar um desempenho robusto, tal foi a previsĂŁo do Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI) anunciada no inĂ­cio do mĂŞs de Maio.

Texto: MĂĄrio Paiva 'PUPHSBmB iStockphoto e D.R.

O Outlook econĂłmico regional do FMI, divulgado naquela ocasiĂŁo num documento intitulado “Um Novo Arranque para o Motor do Crescimentoâ€?, enfatiza a necessidade dos paĂ­ses da Ă frica Subsaariana implementarem com urgĂŞncia novas polĂ­ticas para impulsionar o crescimento econĂłmico regional. š7 LuJQT XIVWZIUI OTWJIT ZMÆMK\M

I M`Q[\wVKQI LM QV[]Ă…KQMV\M[ XWTy\QKI[ de ajustamentoâ€?, na opiniĂŁo de Adebe Aemro Selassie, director do departamento africano do Fundo, para quem o “atraso na implementação de polĂ­ticas de ajustamento, que sĂŁo fundamentais neste momento, estĂĄ a criar incerteza, fazendo recuar o investimento e gerando riscos que poderĂŁo I]UMV\IZ I[ LQĂ…K]TLILM[ VW N]\]ZWÂş A demora ou lentidĂŁo na implementação de polĂ­ticas de ajustamento ocorreu sobretudo em paĂ­ses altamente dependentes de um ou mais recursos, tais como Angola

e NigĂŠria, paĂ­ses exportadores de petrĂłleo, e outros paĂ­ses da UniĂŁo EconĂłmica e MonetĂĄria da Ă frica Central que se debatem ainda com a diminuição da receita orçamental e as pressĂľes sobre a balança de pagamentos – mesmo trĂŞs anos depois da queda dos preços de petrĂłleo. Mas as vulnerabilidades – embora tenham sido mais evidentes no grupo de paĂ­ses supracitados – tambĂŠm emergiram em muitos paĂ­ses africanos que nĂŁo estĂŁo altamente dependentes dos produtos de base. Embora alguns desses paĂ­ses, como Costa do 5IZĂ…U 9]uVQI M ;MVMOIT \MVPIU UIV\QLW de um modo geral, altas taxas de crescimento durante vĂĄrios anos, os seus LuĂ…KQ\[ Ă…[KIQ[ continuaram elevados, na medida em que os [M][ OW^MZVW[ \MV\I^IU ZM[WT^MZ QV[]Ă…KQwVKQI[ no domĂ­nio social e em infra-estruturas. Em consequĂŞncia disso, mesmo a dĂ­vida pĂşblica e o custo dos emprĂŠstimos estĂĄ a subir. Dir-se-ia que se trata do “lado mauâ€? dos investimentos em infra-estruturas, o reverso amargo que chega depois. O relatĂłrio do FMI atesta igualmente o facto de apesar do investimento externo ter-se tornado nos Ăşltimos tempos mais favorĂĄvel, nĂŁo se espera que possa ajudar muito ao crescimento das economias africanas. Sobretudo deve realçar-se que os preços do petrĂłleo deverĂŁo estar muito abaixo dos picos de 2013. “De modo semelhante, apesar de terem estado numa tendĂŞncia descendente desde 2016, os


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O RELATÓRIO DO FMI ATESTA IGUALMENTE O FACTO DE APESAR DO INVESTIMENTO EXTERNO TER-SE TORNADO NOS ÚLTIMOS TEMPOS MAIS FAVORÁVEL, NÃO SE ESPERA QUE POSSA AJUDAR MUITO AO CRESCIMENTO DAS ECONOMIAS AFRICANAS. K][\W[ LM ÅVIVKQIUMV\W XIZI I[ KPIUILI[ economias de fronteira na região vão permanecer mais elevados do que noutros mercados emergentes e podem rapidamente ÅKIZ UIQ[ IXMZ\ILW[ VW N]\]ZW NIKM IW[ MNMQ\W[ LW ZMTI`IUMV\W LI XWTy\QKI Å[KIT e da normalização da política monetária dos Estados Unidos da América”, refere o documento. O panorama das economias africanas está igualmente ensombrado por nuvens como a seca persistente em muitos países, as pestes e a insegurança alimentar. Segundo o

relatório do FMI, embora o impacto da seca que assola várias regiões da África esteja a esvanecer, a insegurança alimentar parece estar a aumentar, com regiões da África Austral e Oriental a confrontarem-se com a seca e a peste. Tudo indica que de momento não existe lugar para abrandamento do ajustamento e das reformas. FMI SUGERE PRIORIDADES Selassie, o director do departamento africano do FMI, antecipa uma modesta recuperação, passando de 1,4% em 2016 para 2,6%

MU ITOW QV[]ÅKQMV\M XIZI KWTWKIZ novamente o continente sobre os carris do crescimento do rendimento XMZ KIXQ\I. Mas o cenário de mudança estará dependente de factores de contingência em três dos maiores pesos pesados das economias africanas – a recuperação da produção petrolífera na Nigéria, o aumento da despesa pública em Angola e o abrandamento dos efeitos nefastos da seca na África do Sul. Contudo, para um vasto conjunto de países africanos o panorama antevê-se algo sombrio com várias incertezas – desde


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uma possível apreciação do dólar norte-americano à deterioração da situação ÅVIVKMQZI I Vy^MT OTWJIT ,M^M LM[\IKIZ -se ainda a persistência de factores de QV[MO]ZIVtI KWUW KWVÆQ\W[ LM LQ^MZ[I natureza, insegurança alimentar e até mesmo ocorrência de fome em várias regiões da África Subsaariana. Nesse sentido, Selassie enfatiza o facto de que “apesar da restauração da estabilidade macroeconómica ser um requisito prévio (para a retoma do crescimento), ela necessita de ser complementada com reformas estruturais, para apoiar a recuperação económica, e com políticas que reforcem a protecção social dos sectores mais vulneráveis”. Para os países mais afectados, o FMI sublinha ser ainda necessária uma consolidação da reforma tributária com ênfase na mobilização de receitas. Paralelamente, onde for possível, deve WKWZZMZ UIQWZ ÆM`QJQTQLILM KWU I[ \I`I[ de câmbio e a eliminação das restrições cambiais como factores importantes para absorver parte do choque. Ainda assim, o chefe do departamento africano do Fundo estima que o continente africano permaneça uma região de grande potencial de crescimento a médio prazo, com a premissa de implementação de fortes políticas de reformas. Uma segunda linha prioritária deve ser a eliminação das fragilidades estruturais para apoiar o equilíbrio dos vectores macroeconómicos. Isto exigirá dos países africanos medidas estruturais para I[[MO]ZIZ I [][\MV\IJQTQLILM Å[KIT M IR]LIZ a alcançar um crescimento económico mais duradoiro por via da melhoria da colecta de impostos, do fortalecimento LI []XMZ^Q[rW ÅVIVKMQZI XWZ XIZ\M LI autoridade monetária e cambial, com a eliminação das fraquezas estruturais de longa data ao nível do ambiente de VMO~KQW[ Y]M QUXMLMU I LQ^MZ[QÅKItrW económica. Em terceiro lugar, o Fundo prioriza o reforço da protecção social dos sectores mais vulneráveis na medida em que “o actual clima de baixo crescimento e alargamento dos desequilíbrios macroeconómicos faz emergir o risco da reversão dos progressos já alcançados no

O CRESCIMENTO ECONÓMICO AFRICANO SERÁ APOIADO PELA MELHORIA DA SITUAÇÃO CLIMATÉRICA NA ÁFRICA ORIENTAL E AUSTRAL, MAS DEVERÁ AINDA SER CONSTRANGIDO POR UM FORTE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO, GRANDES INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURAS E NO SECTOR MINEIRO, QUE DEVERÃO ALAVANCAR OS SECTORES DA ENERGIA, DA CONSTRUÇÃO E DOS TRANSPORTES.

alívio da pobreza”. Acresce o facto dos “programas de protecção social existentes serem frequentemente fragmentados, mal orientados, cobrindo apenas uma pequena parte da população”. Deste modo, o relatório do FMI sugere que as poupanças derivadas da anulação de políticas mal delineadas e orientadas, como o subsídio de combustíveis, devem ser canalizadas para auxiliar aqueles sectores mais vulneráveis. OS GRANDES DESAFIOS DE 2017 Com o patamar do crescimento económico na África Subsaariana colocado entre os 2,6 e os 2,8%, depois dos modestos 1,6% em 2016, e tendo como expectativa um crescimento económico global de 3,4% este ano, contra os previstos 3,1% de 2016, ]U KWVR]V\W LM QV[\Q\]Qt M[ ÅVIVKMQZI[ continentais e globais, referenciadas pela unidade de pesquisa do ECOBANK, espera

ver uma ligeira melhoria dos resultados económicos continentais este ano, de seguida sintetizadas. • O crescimento económico africano será apoiado pela melhoria da situação climatérica na África Oriental e Austral, mas deverá ainda ser constrangido por um forte crescimento da população, grandes investimentos em infra-estruturas e no sector mineiro, que deverão alavancar os sectores da energia, da construção e dos transportes. Uma procura robusta por bens e serviços, tais KWUW <1+¼[ \MKVWTWOQI ÅVIVKMQZI M JMV[ LM consumo rápido, paralelamente à retoma das exportações e da melhoria dos preços dos produtos de base, ajudarão igualmente ao crescimento económico de África durante o corrente ano. • A expectativa do aumento dos preços do petróleo bruto e dos metais em 2017 pode favorecer os países exportadores de petróleo, como Nigéria


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Adebe Aemero Selassie, director do departamento africano do FMI

ou Angola, mas apresenta riscos para os países importadores, que poderão deparar [M KWU XZM[[ M[ QVÆIKQWVQ[\I[ MU XIy[M[ KWUW W 9]uVQI W /IVI W] W]\ZW[ LI África Ocidental, com a erosão do poder de compra dos consumidores. Estes últimos países também poderão conhecer políticas ÅVIVKMQZI[ UIQ[ ZM[\ZQ\Q^I[ • Se os preços do petróleo subirem também poderão ocorrer pressões no sector externo com o contínuo aumento do custo das importações a minar o resultado das exportações. Isto, segundo diversas instituições especializadas, fará permanecer elevada a procura de divisas, colocando maior pressão nas moedas nacionais no sentido da desvalorização. • Apesar da retórica eleitoral do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, se basear nos estímulos Å[KIQ[ M VW I]UMV\W LI[ LM[XM[I[ MU infra-estruturas, o que pode antecipar uma recuperação posterior da economia norte-

-americana durante este ano favorecendo o aumento do investimento externo directo em África, a abordagem proteccionista do novo inquilino da Casa Branca poderá minar as perspectivas de crescimento ao nível global, com implicações negativas na África Subsaariana. Semelhante desenvolvimento XWLMZn ZM[]T\IZ VW I]UMV\W LI QVÆItrW dos EUA – tendo em conta o aumento dos impostos, o aumento das taxas de juro e consequente perda de competitividade e abrandamento da economia do gigante norte-americano, com consequências negativas no crescimento mundial e sobre a perspectiva de investimento directo externo em África. • A normalização da política monetária da Reserva Federal (banco central) dos EUA continuará a provocar ondas de choque nos mercados monetários e de capitais nos países emergentes, nos denominados “mercados de fronteira”. • Apesar do continente africano

KWV\QV]IZ I JMVMÅKQIZ do actual apetite dos investidores por nichos de maior rendimento, tais benefícios poderão ser contrariados em alguma medida pelo renovado apelo às autoridades norte-americanas para investimentos menos arriscados e com mais elevado retorno. • Os principais mercados de capitais na África Subsaariana, VWUMILIUMV\M LI 6QOuZQI /IVI 9]uVQI e África do Sul, serão afectados por estes choques negativos, enfraquecendo a liquidez em termos de moeda externa. Neste ambiente, a volatilidade das taxas de câmbio nos países da África Subsaariana vai persistir, parcialmente devido a uma antecipação de uma posterior subida das taxas de juro nos EUA. • 7[ OZIVLM[ LM[IÅW[ LI bWVI Euro XZM[[ M[ LMÆIKQWVQ[\I[ XZM^Q[ M[ LM crescimento económico pessimistas, grandes LuÅKM[ Å[KIQ[ M I]UMV\W LW [\WKS da divida), associados ao aumento das tensões políticas paralelas ao fortalecimento da moeda norte-americana, vão continuar a debilitar o euro, com riscos inerentes para as moedas de países africanos, muito dependentes das relações comerciais com a Europa. Logo, a volatilidade monetária vai aumentar na Europa, associada às preocupações emergentes do Brexit, à crise da imigração e a novos problemas económicos. • A melhoria das perspectivas económicas da China pode auxiliar as receitas de exportações africanas, com efeitos positivos sobre a receita em geral, assim como nas taxas de câmbio. • O grande nível de insegurança vai persistir em África. A contínua actividade do grupo terrorista Boko Haram ao longo de países como a Nigéria, Níger, Tchad e +IUIZ M[ XIZITMTI o LW )915 VW 5IOZMJM Y]M [M M[\MVLM IQVLI IW 5ITQ XWLM QVÆ]QZ VW I]UMV\W LW XMZQOW \MZZWZQ[\I VW 9]uVQI [MU NITIZ LW TWVOW KWVÆQ\W VI ;WUnTQI ) ZMOQrW LW[ /ZIVLM[ 4IOW[ LM[LM I :,+ o :MX JTQKI +MV\ZW )NZQKIVI KWV\QV]I I [MZ XITKW LM KWVÆQ\W[ LM ^nZQI WZLMU • A realização de eleições vai fazer aumentar os factores de risco em vários mercados da África Subsaariana. São referenciados os casos das eleições gerais em Angola, no próximo mês de Agosto, assim KWUW I[ MTMQt M[ VW 9]uVQI &


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BANCO BIC

CRÉDITO MALPARADO CRESCEU 55% EM 2016 Apesar do crĂŠdito vencido constituir uma preocupação para a instituição, o Presidente do Conselho de Administração do Banco Internacional de CrĂŠdito, Fernando Teles, garante que o aumento do mesmo estĂĄ controlado e que o banco dispĂľe de provisĂľes na ordem dos 204% do valor em cobrança duvidosa. Em 2016, a instituição aumentou P mOBODJBNFOUP BP &TUBEP QFSEFV USBCBMIBEPSFT F MVUPV DPOUSB BT EJmDVMEBEFT QSPWPDBEBT QFMB FTDBTTF[ EF EJWJTBT

Texto: EdjaĂ­l dos Santos 'PUPHSBmB Afonso Francisco e Carlos Aguiar

O crĂŠdito vencido do Banco Internacional de CrĂŠdito (BIC) atingiu os 36 mil e 572 milhĂľes de kwanzas no ano passado, um aumento de 55% em relação a 2015, ano em que o crĂŠdito vencido da instituição atingiu os 23 mil 639 milhĂľes de kwanzas. “Cerca de 85% desse crĂŠdito vencido tem garantia real que pode ser penhorada em caso de incapacidade dos devedores em honrar o compromisso em tempo oportuno. Muitos casos estĂŁo a chegar agora ao conhecimento pĂşblico, mas sĂŁo acçþes que temos em tribunal hĂĄ mais de dois anosâ€?, esclarece o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da instituição. Fernando Teles frisa que hĂĄ pessoas importantes no paĂ­s com valores em dĂ­vida para com o banco e com as quais continuam a negociar, pois sabe-se que podem pagar. JĂĄ no caso de quem nĂŁo consegue entregar o valor em dĂ­vida, o banco usa as prĂłprias provisĂľes,

utilizando-as como custo do banco e abatendo no activo. Em 2016, o BIC disponibilizou Ă economia um crĂŠdito acima de 1.400 milhĂľes de kwanzas, sendo 546 milhĂľes e 556 mil kwanzas em crĂŠditos ao Estado e mais de 368 milhĂľes e 398 mil kwanzas em crĂŠditos cedidos a empresas e particulares. Esses nĂşmeros representam um crescimento de 20% em relação ao exercĂ­cio de 2015, sendo os sectores da agricultura, construção e do comĂŠrcio os grandes JMVMĂ…KQnZQW[ Pelo quarto ano consecutivo, o BIC emprestou menos dinheiro aos particulares e empresas ao contrĂĄrio do que aconteceu com o apoio ao Estado, que aplicou grande parte desses emprĂŠstimos na construção de grandes obras

e estradas, executadas na sua maioria por empresas que sĂŁo clientes do banco. “Ao nĂ­vel das empresas e particulares, infelizmente, nĂŁo aparecem, como nĂłs gostarĂ­amos, grandes projectos XIZI Ă…VIVKQIZ \IT^Mb LM^QLW o situação de crise que tambĂŠm notamos que estĂĄ a desanuviarâ€?, R][\QĂ…KI .MZVIVLW <MTM[ “BALANÇO POSITIVOâ€? “Apesar da actual conjuntura ser adversaâ€?, o banco considera “positivoâ€? o balanço de 2016 em que os activos totais passaram de 970 mil e 663 milhĂľes de kwanzas para 1 triliĂŁo, 27 mil milhĂľes e 33 milhĂľes de kwanzas, um crescimento de 6% em relação a 2015 e um aumento real de 56 mil e 370 milhĂľes de kwanzas.

APESAR DAS DIFICULDADES NO QUE DIZ RESPEITO Ă€S DIVISAS E DE TODAS AS LIMITAÇÕES E RESTRIÇÕES NOS PAGAMENTOS AO EXTERIOR, FERNANDO TELES AVANÇA QUE O BIC CONSEGUIU FAZER UMA “BOA GESTĂƒOâ€?.


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|MERCADO E FINANÇAS

CRÉDITO CONCEDIDO MONTANTES EM MILHÕES DE KWANZAS

TIPO DE CRÉDITO

2012

2013

2014

2015

2016

VARIAĂ‡ĂƒO

CRÉDITO A EMPRESAS E PARTICULARES

247.710

223.255

274.912

329.177

368.398

12%

CRÉDITO AO ESTADO

204.301

315.212

366.428

419.733

546.556

30%

CRÉDITO VENCIDO

3.866

11.047

18.810

23.639

36.572

55%

CRÉDITO VENCIDO/ CRÉDITO CONCEDIDO

0,86%

2,05%

2,93%

3,16%

4,00%

27%

COBERTURA DO CRÉDITO VENCIDO

566%

223%

170%

214%

204%

-5%

COBERTURA DO CRÉDITO CONCEDIDO

9%

11%

12%

15%

20%

32%

Fonte: Banco BIC

EM 2016, O BIC DISPONIBILIZOU À ECONOMIA UM CRÉDITO ACIMA DE 1.400 MILHÕES DE KWANZAS, SENDO 546 MILHÕES E 556 MIL KWANZAS EM CRÉDITOS AO ESTADO E MAIS DE 368 MILHÕES E 398 MIL KWANZAS EM CRÉDITOS CEDIDOS A EMPRESAS E PARTICULARES.

A brochura publicada com os resultados do ano passado mostra que os capitais prĂłprios cresceram 12% em relação a 2015, ao passarem de 100 mil milhĂľes e 927 milhĂľes de kwanzas para 112 mil milhĂľes e 969 milhĂľes, um aumento de 12 mil milhĂľes e 42 milhĂľes de kwanzas. ) QV[\Q\]QtrW Ă…VIVKMQZI ZM^MTW] ainda que em 2016 registou uma redução de 1% no nĂşmero de colaboradores, passando dos 2081 trabalhadores para os 2069, com saĂ­das motivadas por vĂĄrias razĂľes, como licenças para continuação de estudos e abandono do posto de trabalho. Segundo Fernando Teles, que apresentou os resultados LW M`MZKyKQW Ă…VLW W ^WT]UM LM negĂłcios cresceu 15%, passando de 1,6 mil milhĂľes para 1,8 mil milhĂľes de kwanzas, ou seja, um aumento real de 240 mil milhĂľes e 44 milhĂľes de kwanzas. JĂĄ o produto bancĂĄrio da QV[\Q\]QtrW Ă…VIVKMQZI KWU anos de existĂŞncia cresceu igualmente 26%, passando de 70 mil e 308 milhĂľes de kwanzas em 2015 para 88 mil e 749 milhĂľes em 2016, indicador que motiva a administração do banco a

PERDAS EM PORTUGAL 0 #BODP #*$ 1PSUVHBM SFHJTUPV QSFKVÉ[PT EF NJMIĂ‘FT EF euros em 2016, noticiou recentemente a imprensa portuguesa. O registo de imparidades de 39,5 milhĂľes de euros, devido Ă reestruturação da dĂ­vida da Portugal Telecom International Finance (PTIF), foi a principal causa dos resultados negativos da instituição liderada por Fernando Teixeira dos Santos. A imprensa dĂĄ conta que esta foi a fĂłrmula encontrada para o CBODP EFJYBS EF FTUBS FYQPTUP ½ 15*' /P mOBM EF P #BODP BIC tinha um investimento de 48 milhĂľes de euros em trĂŞs linhas de obrigaçþes da PTIF, que passou para a empresa Oi. As obrigaçþes detidas pelo BIC sĂŁo vencidas em 2018 e 2019. Como o banco pretende manter estes tĂ­tulos, a instituição pode vir a constituir mais provisĂľes ou apresentar ganhos, conforme a evolução da cotação desses tĂ­tulos. Actualmente, os mesmos estĂŁo avaliados em 9,9 milhĂľes de euros.

O Banco BIC registou uma melhoria de 0,6% da margem mOBODFJSB EJGFSFOĂƒB FOUSF KVSPT DPCSBEPT F KVSPT QBHPT QBSB PT NJMIĂ‘FT EF FVSPT FORVBOUP PT DVTUPT PQFSBDJPOBJT diminuĂ­ram 9,5%, para os 98,6 milhĂľes de euros. “Abrimos o BIC Portugal, porque vai ajudar-nos no futuro. HĂĄ alguns constrangimentos no mercado portuguĂŞs, mas estamos a tentar ultrapassĂĄ-los. PorĂŠm, hĂĄ algum preconceito relativamente a Angola, que jĂĄ demonstra boas prĂĄticas ao nĂ­vel de compliance P RVF NPTUSB RVF FTUBNPT B GB[FS P trabalho de casa para evitar problemas lĂĄ foraâ€?, retorquiu Fernando Teles na apresentação das contas do BIC Angola. O BIC estĂĄ presente em Angola, Portugal, Ă frica do Sul, Cabo 7FSEF F /BNÉCJB " JOTUJUVJĂƒĂ€P HBSBOUF RVF B JOUFSOBDJPOBMJ[BĂƒĂ€P OĂ€P mDBSž QPS BRVJ FTUBOEP P CBODP BUFOUP B PQPSUVOJEBEFT EF expansĂŁo noutros paĂ­ses de Ă frica e da Ă sia.


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continuar a investir na expansão da actividade pelo país. Para garantir o atendimento dos mais de 1,3 milhões de clientes, em 2016 foram abertas quatro novas agências no Kuima (Huambo), no Shopping Avennida (Luanda), no Kikuxi II (Luanda) e no bairro dos Kwanzas (Luanda). Na Huíla, foi encerrada a agência de Capelongo. COM MENOS DIVISAS, MAS ABERTOS A FUSÕES A redução das receitas em moeda estrangeira no mercado nacional \MU \QLW ]U QUXIK\W [QOVQÅKI\Q^W em termos cambiais, em particular ao nível das reservas internacionais líquidas, que decresceram cerca de 13% face ao ano anterior, para um stock de 21,4 mil milhões de dólares a 31 de Dezembro de 2016. Esta diminuição limitou o volume de vendas de divisas aos bancos comerciais por parte do Banco Nacional de Angola (BNA), registando-se vendas de 11 mil milhões de dólares durante o ano de 2016, uma redução de quase 6 mil milhões de dólares face ao ano anterior. O ano passado registou-se uma nova desvalorização do kwanza face ao dólar norte-americano de cerca de 23% (em 2015 essa

percentagem tinha sido de 32%), o que, em conjunto com a remoção dos subsídios estatais aos preços internos dos combustíveis, levou a ]UI IKMTMZItrW LI QVÆItrW )XM[IZ LI[ LQÅK]TLILM[ VW que diz respeito às divisas e de todas as limitações e restrições nos pagamentos ao exterior, Fernando Teles avança que o BIC conseguiu fazer uma “boa gestão”. “Tentámos resolver os casos mais graves e prioritários, muitos deles previamente indicados pelo Banco Nacional de Angola. Nos casos de doenças temos alguma liberdade de os resolver”, esclarece. O gestor adiantou que tem consciência de que a crise é passageira e que acredita que nos próximos três anos essa situação será ultrapassada e defende que com a aprendizagem proporcionada pela própria crise vão “gerir melhor as situações e decisões”. Quanto a possíveis fusões, Teles pensa que 30 bancos no mercado são um exagero e defende, por isso, a necessidade de alguns se unirem, “mais tarde ou mais cedo”. “Com o BFA? Não temos nada negociado, mas nós estamos sempre abertos ao negócio...”, manifestou o PCA do BIC. &


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Texto: Ângela Canganjo 'PUPHSBmB Afonso Francisco e D.R.

SAÚDE REPRODUTIVA

A baixa cobertura do planeamento familiar em Angola é apontada como uma das principais causas na origem das elevadas taxas de mortalidade materna e neonatal, igualmente associadas a uma elevada taxa de fertilidade e ao IKWUXIVPIUMV\W LMÃ…KQMV\M LI OZI^QLMb LW XIZ\W M X~[ XIZ\W ) M[\M[ yVLQKM[ LM UWZ\ITQLILM MTM^ILW[ R]V\IU [M IQVLI I[ mortes de mulheres que recorrem ao aborto para interromper ]UI OZI^QLMb QVLM[MRILI Esta problemática esteve em destaque numa conferência, ZMKMV\MUMV\M ZMITQbILI MU 4]IVLI [WJZM W \MUI ¹7 7ZtIUMV\W M I[ 6MKM[[QLILM[ LI ;IƒLM :MXZWL]\Q^I MU )VOWTIº ,MNMVLMVLW I UMTPWZQI LW[ [MZ^QtW[ LM [IƒLM UI\MZVW QVNIV\QT KWUW NWZUI LM ZML]bQZ I[ ITIZUIV\M[ \I`I[ nacionais de mortalidade materna e neonatal, os especialistas presentes alertaram o Executivo para a importância do aumento LW WZtIUMV\W LM[\QVILW o [IƒLM ZMXZWL]\Q^I 6M[\I KWVNMZwVKQI foram ainda abordadas outras causas das referidas taxas de mortalidade e sugeridas medidas que poderão contribuir para a []I LQUQV]QtrW

FALTAM RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS PARA REDUZIR AS TAXAS DE MORTALIDADE

TAXA DE FECUNDIDADE AUMENTA ) LQZMK\WZI M`MK]\Q^I LI )[[WKQItrW LW 7J[MZ^I\~ZQW LM 8WTy\QKI[ 8ƒJTQKI[ LM 8MZ[XMK\Q^I LM /uVMZW LM )VOWTI );;7/- ,MTUI 5WV\MQZW ZM^MTW] Y]M I \I`I OTWJIT LM NMK]VLQLILM MU )VOWTI M[\QUI\Q^I LW VƒUMZW LM Ã…TPW[ Y]M uma mulher apresenta ao longo da vida durante o seu período ZMXZWL]\Q^W LM IKWZLW KWU LILW[ ZMKMV\M[ u LM MU UuLQI [MVLW Y]M VW KMV[W ZMITQbILW MU M[[M ^ITWZ MZI LM ¹-[[I \I`I M[\I^I I LQUQV]QZ M W QVY]uZQ\W UW[\ZW] VW[ Y]M I]UMV\W]º IÃ…ZUW] I ZM[XWV[n^MT Y]M IKZM[KMV\W] Y]M I[ U]TPMZM[ VI[ nZMI[ Z]ZIQ[ KWV\QV]IU I \MZ UIQ[ Ã…TPW[ \Zw[ MU UuLQI Y]M I[ U]TPMZM[ LI[ bWVI[ ]ZJIVI[ ) LQZMK\WZI M`MK]\Q^I LI );;7/- KWV\W] IQVLI Y]M I QV[\Q\]QtrW Y]M LQZQOM \MU KWV[\I\ILW I M`Q[\wVKQI LM LMÃ…KQMV\M[ [MZ^QtW[ LM [IƒLM LI U]TPMZ MU \WLW[ W[ U]VQKyXQW[ M KMV\ZW[ LM [IƒLM ^Q[Q\ILW[ VI[ XZW^yVKQI[ LM 0]IUJW 4]VLI 6WZ\M +IJQVLI M 4]IVLI JMU KWUW I NIT\I LM [MZ^QtW[ KQZƒZOQKW[ M incubadoras na maioria dos hospitais municipais e centros de [IƒLM ¹-`Q[\M IQVLI ]U MVWZUM LuÃ…KM LM ZMK]Z[W[ P]UIVW[ como médicos especialistas em obstetrícia, ginecologia, VMWVI\WTWOQI M XMLQI\ZQIº IKZM[KMV\W] :MNMZQ] Y]M I NIT\I LM QVNZI M[\Z]\]ZI[ LM IXWQW IW[ [MZ^QtW[ LM [IƒLM KWUW IUJ]TpVKQI[ VI UIQWZQI LW[ PW[XQ\IQ[ M KMV\ZW[ comunais é outro dos problemas, já que coloca tremendas LQÃ…K]TLILM[ o M^IK]ItrW LM XIKQMV\M[ LW[ U]VQKyXQW[ M KWU]VI[ XIZI W[ PW[XQ\IQ[ XZW^QVKQIQ[ <IUJuU MU NIT\I VI UIQWZQI LW[ [MZ^QtW[ [IVQ\nZQW[ M[\IZrW W[ NnZUIKW[ N]VLIUMV\IQ[ L]ZIV\M ]UI OZI^QLMb KWUW W nKQLW N~TQKW M W NMZZW Y]M [MZ^MU XIZI XZM^MVQZ I IVMUQI UITNWZUIt‚M[ LW NM\W W IJWZ\W M[XWV\pVMW M I UWZ\M UI\MZVI XMZQVI\IT I\u [M\M LQI[ IX~[ W XIZ\W

A situação da saúde sexual e reprodutiva em Angola caracteriza-se por uma elevada taxa de fecundidade, pela prevalência do aborto e pela propagação de doenças de transmissão sexual, nomeadamente o VIH/ Sida. Estes aspectos decorrem ou são agravados pelo acesso limitado aos serviços de saúde em geral e, em particular, ao planeamento familiar, à cobertura pré-natal e ao parto institucional.


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,MTUI 5WV\MQZW KWV[QLMZI Y]M W [Q[\MUI LM [Iย LM IVOWTIVW VrW ZM[XWVLM o LMUIVLI LI XWX]TItrW MU QLILM ZMXZWL]\Q^I VW Y]M [M ZMNMZM o LQ[XWVQJQTQbItrW LM Uu\WLW[ KWV\ZIKMX\Q^W[ e tratamentos preventivos, o que acaba por contribuir para W LM[MV^WT^QUMV\W LM ^nZQI[ LWMVtI[ IW Vy^MT LW [Q[\MUI reprodutor (endometriose, cancro uterino e fรญstula obstรฉtrica, XWZ M`MUXTW M IQVLI XIZI I WKWZZwVKQI LM UQTPIZM[ LM OZI^QLMbM[ QVLM[MRILI[ ) M[\I [Q\]ItrW LQ[[M R]V\IU [M ]U Y]ILZW LM XWJZMbI M LM JIQ`W Vy^MT LM M[KWTIZQbItrW M I NIT\I LM QVNWZUItrW o XWX]TItrW NMUQVQVI NIK\WZM[ Y]M MUX]ZZIU ]U Vย UMZW KWV[QLMZn^MT LM U]TPMZM[ XIZI I XZn\QKI LW IJWZ\W QTMOIT M QV[MO]ZW -U ZMTItrW I M[\M I[XMK\W I ZM[XWV[n^MT LI );;7/- OIZIV\Q] que as prรกticas abortivas em Angola sรฃo um facto e acontecem de forma ilegal e insegura tanto em ambientes domรฉsticos KWUW MU KTyVQKI[ PW[XQ\IQ[ M KMV\ZW[ Xย JTQKW[ VM[\M[ KI[W[ XZI\QKILI[ XMTW[ XZWร [[QWVIQ[ LM [Iย LM IW [MZ^QtW LW -[\ILW M KWU W[ ZMK]Z[W[ LW -[\ILW ยน)KZMLQ\IUW[ Y]M I KZQUQVITQbItrW do aborto nรฃo inibirรก a prรกtica do mesmo e terรก um impacto VMOI\Q^W VW [MV\QLW MU Y]M ^IQ I]UMV\IZ W Vย UMZW LM UWZ\M[ LMKWZZMV\M[ LM IJWZ\W[ ยน ZMUI\W] )[[QU M XIZI [M ZM^MZ\MZ I [Q\]ItrW LMNMVLMU W[ M[XMKQITQ[\I[ Y]M ITuU LI UMTPWZQI LW[ [MZ^QtW[ LM [Iย LM u VMKM[[nZQW Y]M

[M XZWUW^I W LM[MV^WT^QUMV\W MKWV~UQKW M P]UIVW I ZML]trW LI XWJZMbI W I]UMV\W LI M[KWTIZQbItrW MU \WLW[ W[ Vy^MQ[ LI XWX]TItrW M LI[ U]TPMZM[ MU XIZ\QK]TIZ I[[QU KWUW ]UI LQ^]TOItrW Mร KIb LI QVNWZUItrW M ML]KItrW ) -KWVWUQI 5MZKILW - 5 \MV\W] WJ\MZ LILW[ UIQ[ M[XMKyร KW[ ZMTI\Q^W[ o [Iย LM ZMXZWL]\Q^I R]V\W LM ITO]UI[ LI[ XZQVKQXIQ[ QV[\Q\]Qtย M[ I MTI LQZMK\IUMV\M TQOILI[ UI[ I\u o LI\I LW NMKPW LI MLQtrW VrW WJ\M^M ZM[XW[\I[ ABORTO: CRIMINALIZAR OU Nร O? A proposta de lei que neste momento se encontra em discussรฃo VI M[XMKQITQLILM VI )[[MUJTMQI 6IKQWVIT )6 M Y]M ^IQ []J[\Q\]QZ W LQXTWUI TMOIT MU ^QOWZ LI\ILW LM KZQUQVITQbI LM NWZUI IJ[WT]\I W IJWZ\W XMTW Y]M \MU XZW^WKILW I ZMIKtrW LM ^nZQW[ [MK\WZM[ XZQVKQXITUMV\M LM WZOIVQbItย M[ TQOILI[ o LMNM[I LW[ LQZMQ\W[ LI U]TPMZ ) LQ[K][[rW LW \MUI TM^W] I Y]M I IXZW^ItrW LI XZWXW[\I NW[[M ZM\QZILI LI IOMVLI LW XTMVnZQW M ILQILI 6W Uw[ LM 5IZtW I I[[WKQItrW 7VLRIVOW .MUQVQ[\I ZMITQbW] MU 4]IVLI ]UI UIZKPI KWV\ZI I XMVITQbItrW LW IJWZ\W [WJ W TMUI ยน+PMOI LM 5]TPMZM[ 5WZ\I[ XWZ )JWZ\W[ +TIVLM[\QVW[ยบ LMNMVLMVLW Y]M I KZQUQVITQbItrW LW IJWZ\W [MU Y]ITY]MZ M`KMXtrW \IT KWUW u XZWXW[\I u ]U ZM\ZWKM[[W

DELMA MONTEIRO DEFENDE QUE UM QUADRO DE POBREZA E DE BAIXO Nร VEL DE ESCOLARIZAร ร O E A FALTA DE INFORMAร ร O ร POPULAร ร O FEMININA, Sร O FACTORES QUE EMPURRAM UM Nร MERO CONSIDERร VEL DE MULHERES PARA A PRร TICA DO ABORTO ILEGAL E INSEGURO.

A conferรชncia โ O Orรงamento e as Necessidades da Saรบde Reprodutiva em Angolaโ realizou-se em Luanda


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na luta pelo reconhecimento dos direitos das mulheres e uma ^QWTItrW OZW[[MQZI LI[ OIZIV\QI[ M XW[\]TILW[ KWV[\IV\M[ LW XZW\WKWTW LM /uVMZW M ,M[MV^WT^QUMV\W LI +WU]VQLILM LM ,M[MV^WT^QUMV\W LI ร NZQKI )][\ZIT ;),+ ) IL^WOILI )VI 8I]TI /WLQVPW NWQ ]U LW[ ZW[\W[ LI KWV\M[\ItrW o KZQUQVITQbItrW LI 1V\MZZ]XtrW >WT]V\nZQI LI /ZI^QLMb \MVLW KWV[QLMZILW ยนM`KM[[Q^Iยบ I X]VQtrW LI U]TPMZ ยนXWZ MTI Y]MZMZ IJWZ\IZยบ ยน6rW KWVKWZLW Y]M [M KZQUQVITQbM I QV\MZZ]XtrW ^WT]V\nZQI LI OZI^QLMbยบ Iร ZUW] X]JTQKIUMV\M ZMNMZQVLW VW MV\IV\W" ยน\IUJuU \MVPW LM KWVKWZLIZ Y]M VI[ VW[[I[ KQZK]V[\pVKQI[ \IT^Mb [MRI UMTPWZ V]UI XZQUMQZI NI[M UIV\MZ [M I TMQ KWU ITO]UI[ M`KMXtย M[ M UIQ[ \IZLM ^WT\IZ I I^ITQIZ [M I Y]M[\rWยบ <IUJuU I KQLILr 1[IJMT LW[ ;IV\W[ 8+) LI ;WVIVOWT [M R]V\W] IW KWZW LM ^WbM[ KWV\ZI I IXZW^ItrW LW VW^W +~LQOW 8MVIT M VI []I KWV\I LM 1V[\IOZIU KWTWKW] W slogan" ยน-] LQOW VrW o KZQUQVITQbItrW LI[ U]TPMZM[ยบ 7]\ZI[ XMZ[WVITQLILM[ IJWZLIZIU W \MUI M I[ []I[ KWV[MY]wVKQI[ KWUW NWQ W KI[W LW RWZVITQ[\I 6]VW .MZVIVLM[ Y]M VI KWT]VI LM WXQVQrW V]UI MLQtrW IV\MZQWZ LI - 5 ITMZ\W] XWZ M`MUXTW XIZI W NIK\W LM I KZQUQVITQbItrW \W\IT LW IJWZ\W NWUMV\IZ ]U VMO~KQW KTIVLM[\QVW M`MZKQLW [MU I[ KWVLQtย M[ KTQVQKIUMV\M IKWV[MTPn^MQ[

6I [MY]wVKQI LM[\I LQ[K][[rW W ;MKZM\IZQILW 6IKQWVIT LI 8I[\WZIT 2]^MVQT ;682 ZMITQbW] ]U workshop durante o qual I UuLQKI 4WZMVI ;IKZIUMV\W LM[\IKW] I[ KWV[MY]wVKQI[ LW IJWZ\W VI [Iย LM LI U]TPMZ MVY]IV\W I X[QK~TWOI KTyVQKI -\apVLZI LM 6I[KQUMV\W NITW] LW[ ^nZQW[ XZWJTMUI[ Y]M W IJWZ\W ^WT]V\nZQW XWLM KI][IZ VI [Iย LM X[yY]QKI LI U]TPMZ ZM[]UQVLW W[ VI M`XZM[[rW" ยน[yVLZWUM X~[ IJWZ\Wยบ 6I WKI[QrW I R]ZQ[\I /MZ\Z]LM[ 5IV]MT TMUJZW] Y]M ยนRn MU IT\]ZI MU Y]M XI[[W] I ^QOWZIZ W IK\]IT K~LQOW XMVIT embora as prรกticas de aborto fossem consideradas crime jรก se KWV\MUXTI^IU KQZK]V[\pVKQI[ I\MV]IV\M[ M IOZI^IV\M[ยบ )ร ZUIVLW [M ยนI NI^WZ LI ^QLIยบ I 1OZMRI +I\~TQKI LQb Y]M I UM[UI ยนVrW XWLM [MZ VMOWKQILI VMU JIVITQbILIยบ KWUW M`XTQKW] W XWZ\I ^Wb LI +WVNMZwVKQI -XQ[KWXIT LM )VOWTI M ;rW <WUu +-);< ,WU 5IV]MT 1UJIUJI -[\M ZM[XWV[n^MT LQb Y]M I QV[\Q\]QtrW LMNMVLM Y]M W[ ยนKI[W[ M`KMXKQWVIQ[ยบ LM^MU [MZ \ZI\ILW[ KWUW \IT M Y]M VrW [M XWLM IL^WOIZ Y]M I[ M`KMXtย M[ [MRIU VWZUIQ[ ยน) 1OZMRI UW[\ZW] [M [MUXZM LQ[XWVy^MT XIZI ZMKMJMZ M[[M[ JMJu[ M OIZIV\QZ I[[Q[\wVKQI X[QKWT~OQKI M ZMTQOQW[I o[ [MVPWZI[ VM[[I[ [Q\]Itย M[ M`KMXKQWVIQ[ยบ ZMQ\MZW] W XWZ\I ^Wb LI +-);< MU LMKTIZItย M[ o IOwVKQI LM VW\yKQI[ ยน>Wb LI )UuZQKIยบ KWVKT]QVLW Y]M I QV[\Q\]QtrW ยนY]MZ UIV\MZ ]U LQnTWOW KWU I[ NIUyTQI[ I NI^WZ LI ML]KItrW [M`]IT VW [MQW NIUQTQIZยบ &

ASSINE Jร A SUA REVISTA E Nร O PERCA A OPORTUNIDADE DE A RECEBER EM CASA OU NO SEU LOCAL DE TRABALHO


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|FIGURA DO MĂŠS

ADEBAYO VUNGE Responsåvel pelo Gabinete de Comunicação Institucional do MinistÊrio das Finanças

“A CRISE VEIO ENSINAR-NOS A VALORIZAR O TRABALHO�

Economia & Mercado (E&M) - Qual ĂŠ a receita para se ser um bom gestor, principalmente na conjuntura econĂłmica em que nos encontramos? Adebayo Vunge (AV) - A crise veio ensinar-nos a valorizar grandemente o trabalho. Ora, as empresas, os trabalhadores e o Estado encontram-se em permanente risco: risco de baixa lucratividade, risco de perda de

emprego e risco de queda de receitas. O actual cenĂĄrio macroeconĂłmico tem-nos imposto a necessidade de uma gestĂŁo prudencial, olhando-se para as diversas nuances da despesa. O bom gestor, na actual conjuntura, deve impor uma polĂ­tica que permita SFDVQFSBS B DPOmBOĂƒB JOUSPEV[JS reformas estruturais e mudar o nosso modelo econĂłmico assente no petrĂłleo

F OB FTDBTTB QSPEVĂƒĂ€P JOUFSOB As empresas devem olhar para as oportunidades do mercado. Estamos a viver o “Novo Normalâ€?, onde devemos fazer mais com menos. Devemos BWBOĂƒBS EF NPEP NBJT TJHOJmDBUJWP DPN B EJWFSTJmDBĂƒĂ€P F JOUSPEV[JS B cultura do pagamento de impostos, alargando de modo massivo a base tributĂĄria.


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E&M - Qual ĂŠ a sua opiniĂŁo sobre a actual situação econĂłmica do paĂ­s? AV - Angola estĂĄ a atravessar um momento bastante delicado da sua )JTUĂ?SJB FORVBOUP /BĂƒĂ€P 0 EJMFNB IPKF OĂ€P Ă… NBJT QPMÉUJDP 1PEFNPT dizer que Angola ĂŠ um paĂ­s estĂĄvel, TPC FTUF QPOUP EF WJTUB 0 EFTBmP Ă… darmos sustentabilidade ao crescimento que obtivemos com o boom do QFUSĂ?MFP 0 EFTBmP Ă… P EF SFMBOĂƒBSNPT o crescimento econĂłmico e sĂł isso nos permitirĂĄ melhorar os nossos indicadores sociais, principalmente dos sistemas de ensino, de saĂşde e EF QSPUFDĂƒĂ€P TPDJBM 0 EFTBmP Ă… P EF crescermos, desta vez sem o petrĂłleo. É o que tem sido apelidado de “Novo Normalâ€? e creio que podemos trilhar este caminho. & . 2VBJT TĂ€P PT QSJODJQBJT EFTBmPT QSPmTTJPOBJT RVF UFN QFMB GSFOUF AV - HĂĄ uma frase muito interessante EF 'FSOBOEP 1FTTPB i5FOIP FN NJN todos os sonhos do mundoâ€?. Eu sou jovem e enquanto tal continuo a sonhar, a lutar pelos meus sonhos, a empreender e a idealizar. O primeiro passo para a vitĂłria ĂŠ o sonho, o anseio, o desejo. O mais importante Ă… B OPTTB QSFEJTQPTJĂƒĂ€P QBSB GB[FS BDPOUFDFS /Ă€P OPT mDBSNPT QFMPT discursos. E digo mais: quando me questionam se sou bem-sucedido, sou peremptĂłrio: ainda nĂŁo estou satisfeito, pessoalmente. Creio que posso mais. E esta ĂŠ uma exigĂŞncia que coloco a mim mesmo. Tenho vĂĄrios projectos, do ponto de vista pessoal, em carteira. O resumo de tudo isto ĂŠ que o meu maior TPOIP PV EFTBmP EP QPOUP EF WJTUB QSPmTTJPOBM Ă… P EF GB[FS DPJTBT RVF FOHSBOEFĂƒBN P QBÉT 2VFSP EBS P NFV contributo. E&M - Que obstĂĄculos encontra para DPODSFUJ[BS FTTF EFTBmP AV - A nossa conjuntura ĂŠ delicada, NBT UBNCĂ…N EFTBmBOUF F JOTQJSBEPSB 1BSB BMDBOĂƒBSNPT ÆYJUPT UFNPT EF TFS perseverantes. É verdade que nĂłs, os jovens, muitas vezes nĂŁo sabemos esperar, temos pressa, padecemos de

RESPONSABILIDADES GestĂŁo macroeconĂłmica em matĂŠrias relacionadas com a DPOmBOĂƒB F BT FYQFDUBUJWBT EP pĂşblico, relacionamento com os media, questĂľes mais internas de endomarketing e supervisĂŁo EB DPNVOJDBĂƒĂ€P JOTUJUVDJPOBM EF uma rede de doze organismos directamente tutelados pelo ministĂŠrio sobre temas da DPOUSBUBĂƒĂ€P QĂ”CMJDB ½ QPMÉUJDB tributĂĄria, da supervisĂŁo de mercado de capitais e seguros BPT KPHPT EB GPSNBĂƒĂ€P FN mOBOĂƒBT QĂ”CMJDBT ½T UFDOPMPHJBT entre outros. MĂ XIMA DE GESTĂƒO “O Ăşnico lugar onde sucesso vem antes de trabalho ĂŠ no dicionĂĄrioâ€?, Albert Einstein.

ansiedade, mas creio que o obstĂĄculo maior estĂĄ em conseguirmos contornar esses mesmos obstĂĄculos. Nem sempre UFNPT FTTB QSFEJTQPTJĂƒĂ€P & . 2VBJT BT QSJODJQBJT EJmDVMEBEFT que se colocam aos responsĂĄveis pela comunicação institucional em Angola? AV - Esta ĂŠ uma matĂŠria nova. Estamos todos em aprendizagem, mas precisamos todos de comunicar mais, dialogar mais, sermos mais transparentes nos processos e exigentes com os resultados. 1FSDFCFSNPT NFMIPS BT FYQFDUBUJWBT do pĂşblico e da sociedade dos nossos dias. Se vivemos na era da sociedade EF JOGPSNBĂƒĂ€P Ă… UBNCĂ…N OPSNBM que tenhamos de interagir mais com os cidadĂŁos, no caso das entidades pĂşblicas, e com os clientes, no caso das JOTUJUVJĂƒĂ‘FT QSJWBEBT " DPNVOJDBĂƒĂ€P como outras, ĂŠ uma ferramenta importante para a gestĂŁo. Quem nĂŁo comunica, nĂŁo existe. &

CARREIRA/CURRICULUM VITAE "EFCBZP 7VOHF EF BOPT DBTBEP F DPN USÆT mMIPT Ă… OBUVSBM EF -VBOEB "JOEB FTUVEBOUF EP $VSTP .Ă…EJP EF +PSOBMJTNP OP *.&- JOJDJPV B TVB BDUJWJEBEF QSPmTTJPOBM DPNP FTUBHJžSJP OP KPSOBM i"OHPMFOTFw 1BTTPV QFMP semanĂĄrio “ComĂŠrcio Actualidadeâ€?, pela revista “Figuras & NegĂłciosâ€?, de Victor "MFJYP F QFMP i/PWP +PSOBMw 5SBCBMIPV OB 51" DPNP DSJBEPS F BQSFTFOUBEPS dos programas “Vencedoresâ€? e “Jovemaniaâ€?, e como co-guionista da telenovela “Reviravoltaâ€?. -JDFODJPV TF FN $PNVOJDBĂƒĂ€P 4PDJBM OB 613" POEF WJSJB B MFDDJPOBS DPNP BTTJTUFOUF BT DBEFJSBT EF )JTUĂ?SJB EB $PNVOJDBĂƒĂ€P 4PDJBM F 5FPSJBT F 5Ă…DOJDBT EF Jornalismo. $PODJMJPV P USBCBMIP FN DPOTVMUPSJB EF DPNVOJDBĂƒĂ€P F BTTFTTPSJB EF JNQSFOTB RVF MIF QFSNJUJV USBCBMIBS DPN FOUJEBEFT DPNP B 6OJUFM DPN B JOWFTUJHBĂƒĂ€P sobre jornalismo em Angola, pesquisa de que resultaram duas obras: “Dos Mass Mediaâ€? (2006) e “A Credibilidade dos Media em Angolaâ€? (2010). &N GPJ OPNFBEP BEJEP EF JNQSFOTB EB &NCBJYBEB EF "OHPMB FN 'SBOĂƒB QBTTBOEP QPS JTTP B SFTJEJS FN 1BSJT EVSBOUF NBJT EF USÆT BOPT %F SFHSFTTP BP QBÉT F Kž EFQPJT EF UFS MJEFSBEP P EPNÉOJP EB $PNVOJDBĂƒĂ€P F .BSLFUJOH *OTUJUVDJPOBM EP 1&35 1SPKFDUP &YFDVUJWP QBSB B 3FGPSNB 5SJCVUžSJB Ă?SHĂ€P BGFDUP BP .JOJTUĂ…SJP EBT 'JOBOĂƒBT GPJ OPNFBEP SFTQPOTžWFM QFMP (BCJOFUF EF $PNVOJDBĂƒĂ€P *OTUJUVDJPOBM EP NFTNP .JOJTUĂ…SJP DBSHP RVF PDVQB actualmente. &N .BJP MBOĂƒPV B PCSB i1FOTBS ¢GSJDBw CBTFBEB OVN DPOKVOUP EF UFYUPT F SFnFYĂ‘FT TPCSF B BDUVBMJEBEF FDPOĂ?NJDB F QPMÉUJDB BGSJDBOB QVCMJDBEPT FOUSF 2011 e 2015, no “Jornal de Angolaâ€?.


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| LAZER

VINHOS

O JANTAR DA Fร BRICA DE DISCOS Texto: Sebastiรฃo Vemba 'PUPHSBmB iStockphoto

Em um ano de Clube de Vinhos de Portugal, grupo que reรบne XZWร [[QWVIQ[ LI KWU]VQKItrW M ZM[\I]ZItrW IVOWTIVW[ M XWZ\]O]M[M[ pela primeira vez fez-se um jantar durante o qual no que menos se falou foi de vinhos. >WT\nUW[ IW >Q\Zย ^QW ]U LW[ ZM[\I]ZIV\M[ LW 0W\MT -XQK ;IVI VI JIQ`I LM 4]IVLI M LM^QLW o QUXW[[QJQTQLILM LM KWUXIZwVKQI de alguns dos membros do Clube, estiveram presentes dois KWV^QLILW[ [MVLW ]U LMTM[ W Uย [QKW 5nZQW .]Z\IVW ยน5IZQ\Wยบ QV\MOZIV\M LI *IVLI 5IZI^QTPI .WQ KTIZIUMV\M XWZ KI][I LMTM M LI QV[Q[\wVKQI LW ;uZOQW :WLZQO]M[ Y]M I KWV^MZ[I [MO]Q] W Z]UW Y]M [MO]Q] .ITnUW[ LI QVLย [\ZQI LQ[KWOZnร KI UI[ W XZQVKQXIT XWV\W LM LQ[KWZLpVKQI MV\ZM W[ XZM[MV\M[ NWQ I Y]M[\rW LI ^QIJQTQLILM W] VrW LM ]U QV^M[\QUMV\W V]UI NnJZQKI LM LQ[KW[ MU )VOWTI 7[ IXWQIV\M[ LW ;uZOQW LMNMVLQIU Y]M VrW MZI ^Qn^MT \IT MUXZMMVLQUMV\W IW XI[[W Y]M W[ LW 5IZQ\W \QVPIU ]UI XW[QtrW KWV\ZnZQI ,MXWQ[ LM \MZUW[ XZW^ILW ]U /ZIQVPI :M[MZ^I *ZIVKW ,W]ZW KWUW welcome drink, enquanto aguardรกvamos pela entrada,

um carpaccio de bresola KWU Zย K]TI M TI[KI[ LM XIZUM[rW Y]M NWQ IKWUXIVPILW XWZ ]U -VKZ]bILW ,rW [WJZM W[ Y]IQ[ W]^QUW[ ZnXQLW[ KWUMV\nZQW[ NMQ\W[ XWZ 4]y[ 4WXM[ ยท RWZVITQ[\I LM ^QVPW[ M LQZMK\WZ LI ZM^Q[\I ยน>QVPW[ ยท /ZIVLM[ -[KWTPI[ยบ TIVtILI ZMKMV\MUMV\M MU 8WZ\]OIT ยท KWUMtW] W LMJI\M UIQ[ TWVOW LI histรณria do Clube, grupo onde se fala sobre quase tudo ao longo LW[ RIV\IZM[ M WVLM LM[\I ^Mb I KWV^MZ[I VrW XI[[W] UM[UW LI NnJZQKI LM LQ[KW[ )W XWV\W LM VrW \MZUW[ W]^QLW ITOW LM Y]M VW[ X]Lu[[MUW[ TMUJZIZ LW 5ITPILQVPI *ZIVKW )TMV\MRW ยท Y]M IKWUXIVPW] W XZI\W LM XMQ`M ยท W] LW ,WU :INIMT <QV\W )TMV\MRW 9]QV\I LW +IZUW <QV\W )TMV\MRW M 9]QV\I LI +W[\I LI[ )O]IVMQZI[ ,W]ZW ยท Y]M IKWUXIVPIZIU W risotto de KWLWZVQb [MT^IOMU IW ^QVPW \QV\W KWU XMZVI LM KWLWZVQb TIKILI ao mel e sultanas douradas. 6I UIVPr [MO]QV\M W XZQUMQZW KWUMV\nZQW I XZWX~[Q\W LW RIV\IZ NWQ [WJZM I NnJZQKI LM LQ[KW[ 6QVO]uU XIZ\QTPW] KWUW u KW[\]UM fotos dos vinhos de que mais gostou, embora tivessem sido feitos ^nZQW[ KWUMV\nZQW[ [WJZM W[ XZMNMZQLW[ LM KILI ]U )XM[IZ LM[\I ยนLQ[\ZIKtrWยบ M LI[ LQ[KWZLpVKQI[ JZQVLW] [M o IUQbILM MV\ZM XZWร [[QWVIQ[ XIy[M[ M IKQUI LM \]LW IW KWV^y^QW MV\ZM XM[[WI[ Y]M [IJMU IXZW^MQ\IZ ]UI JWI \ItI LM ^QVPW XIZI KMTMJZIZ I[ ^Q\~ZQI[ M admitir as derrotas. &


PUB SAA


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| LAZER

AO VOLANTE

SUV Sร O OS NOVOS HERร IS DO MERCADO PEUGEOT 3008 ELEITO CARRO DO ANO Eโ ฆ ,]I[ LI[ XZQVKQXIQ[ UWV\ZI[ da indรบstria automรณvel, o ;ITrW LM /MVMJZI M W ;ITrW de Nova Iorque, foram o KMVnZQW LI I\ZQJ]QtrW LM LWQ[ LW[ XZuUQW[ UIQ[ LM[MRILW[ XMTW[ NIJZQKIV\M[" W LM ยน+IZZW LW )VW ยบ M W LM ยน+IZZW 5]VLQIT LW )VW ยบ ZM[XMK\Q^IUMV\M 6I[ ^u[XMZI[ LI IJMZ\]ZI LW ;ITrW LM /MVMJZI I LM 5IZtW XI[[ILW NWQ LQ^]TOILW Texto: Susana Gonรงalves 'PUPHSBmB iStockphoto e D.R.

W ^MVKMLWZ LW \y\]TW LM ยน+IZZW LW )VWยบ W OITIZLrW mais desejado da indรบstria I]\WU~^MT VI -]ZWXI [IyLW da lista de 30 modelos em KWUXM\QtrW M M[KWTPQLW XWZ ]U Rย ZQ KWUXW[\W XWZ RWZVITQ[\I[ M[XMKQITQbILW[ LM XIy[M[ 7 MTMQ\W NWQ W 8M]OMW\ W XZQUMQZW ;=> LI PQ[\~ZQI LI KWUXM\QtrW KZQILI MU ! M Rn XZMUQILW KWU W]\ZW[ XZuUQW[ QV\MZVIKQWVIQ[ -V\ZM W[ XZQVKQXIQ[ I\ZQJ]\W[ IKTIUILW[ XMTW[ R]ZILW[ M[\rW

W M[\QTW LW ;=> W [M] design interior e a sua performance =UI LI[ QVW^Itย M[ Y]M LQ[\QVO]M M[\M ^MyK]TW u W KPIUILW i-Cockpit, Y]M WNMZMKM ]UI M`XMZQwVKQI ย VQKI IW UW\WZQ[\I +WU ]UI LQZMKtrW UIQ[ QV\MV[I e intuitiva, o novo Peugeot KWV\I KWU ]U ^WTIV\M KWUXIK\W display elevado LM XWTMOILI[ M KMV\ZIT U]T\QUuLQI [MV[y^MT IW \WY]M KWU JW\ย M[ MZOWVย UQKW[ 7 K]RI KWUMZKQITQbItrW MU )VOWTI VrW NWQ KWVร ZUILI []KMLM] IW 7XMT )[\ZI KWUW

ยน+IZZW LW )VWยบ M JI\M] W[ KWVKWZZMV\M[ )TNI :WUMW /Q]TQI Y]M ร KW] MU [MO]VLW T]OIZ M W 5MZKMLM[ *MVb +TI[[M - W \MZKMQZW KTI[[Qร KILW -[\M u W Y]QV\W UWLMTW LI ยนUIZKI LW TMrWยบ I ZMKMJMZ W OITIZLrW M W [MO]VLW I KWVY]Q[\n TW VW[ ย T\QUW[ \Zw[ IVW[ LMXWQ[ LW W \MZ KWV[MO]QLW MU -U I XZWMbI KW]JM IW 8M]OMW\ MU ! NWQ I ^Mb LW M MU ! ! W XZQUMQZW \y\]TW LI 8M]OMW\ NWQ ITKIVtILW XMTW &


www.economiaemercado.sapo.ao | Junho 2017

‌ JAGUAR F-PACE É O CARRO MUNDIAL DO ANO Ainda durante o SalĂŁo de Genebra, o comitĂŠ do prĂŠmio “Carro Mundial EP "OPw BOVODJPV PT USÆT mOBMJTUBT EB FEJĂƒĂ€P EF EFTUF QSĂ…NJP FTDPMIJEPT QPS VN KĂ”SJ GPSNBEP QPS KPSOBMJTUBT EF QBÉTFT 0T DPOUFNQMBEPT GPSBN P +BHVBS ' 1BDF P "VEJ 2 F P 7PMLTXBHFO 5JHVBO O vencedor foi revelado durante o SalĂŁo de Nova Iorque, que decorreu FN "CSJM F B IPOSB EP UÉUVMP EF i$BSSP .VOEJBM EP "OPw DPVCF BP Jaguar F-Pace, a primeira incursĂŁo da marca no mundo SUV e o segundo automĂłvel deste tipo a receber, alĂŠm deste prĂŠmio, a distinção i8PSME $BS %FTJHOw EFQPJT EP .B[EB $9 FN Inspirado no F-TYPE, o Jaguar F-PACE ĂŠ descrito pela marca como “um SUV de alta performance com o ADN de um desportivo, com uma JNBHFN QPEFSPTB F VNB QSFTFOĂƒB FN FTUSBEB JSSFTJTUÉWFMw Tecnologicamente avançado, disponibiliza as opçþes Head-Up Display (que fornece ao condutor informaçþes indispensĂĄveis Ă condução) e Activity Key (uma prĂĄtica pulseira que funciona como uma chave QSFTFODJBM NBT NBJT TJNQMFT EF USBOTQPSUBS F EJGÉDJM EF FTRVFDFS PV perder), bem como equipamento avançado de assistĂŞncia Ă condução para tornar todas as viagens mais fĂĄceis e seguras. Este equipamento inclui ainda o sistema multimĂŠdia avançado InControl, que mantĂŠm o condutor ligado ao mundo exterior. A chegada do F-Pace ao mercado nacional estĂĄ prevista para breve, mas ainda sem data marcada.


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| REMATE

MOÇAMBICANDO Escrevo-vos de fora, de Moçambique, terra que tenho abraçado nos últimos anos, que me recebe muito bem, de gente afável, cujos responsáveis têm uma atitude menos musculada que os nossos e onde, no geral, nos serviços públicos somos tratados com respeito, pese a opinião crítica dos cidadãos que acham que já foram melhores. Mas é grande a diferença para os nossos. O PREÇO MÉDIO DE UMA REFEIÇÃO COMPLETA VARIA ENTRE OS CINCO E OS SETE DÓLARES EM RESTAURANTES DE BOA QUALIDADE. NA MELHOR UNIDADE HOTELEIRA DE MAPUTO, NO SEU MELHOR RESTAURANTE, UMA SOPA, PRATO PRINCIPAL, SOBREMESA E UMA GARRAFA DE ÁGUA FICARAM-ME EM 17 DÓLARES. QUANTO PAGARIA EM LUANDA?

Nuno Fernandes Jornalista Presidente do Conselho Executivo Grupo Executive

Notamos que estamos num país com muito menos recursos que o nosso; que cometeu algumas asneiras (muito graves no conceito dos seus cidadãos) no que concerne à má utilização de fundos públicos, mas percebemos que o país funciona. O seu aeroporto, não sendo faraónico, é digno, extremamente limpo e funcional. A sua parte comercial é incomparavelmente superior à do nosso 4 de Fevereiro, que claramente envergonha qualquer um. As salas de acolhimento, as zonas dedicadas à restauração e o freeshop são exemplares no serviço, na limpeza e no aspecto. E na delicadeza do pessoal que atende. No seu interior, promove-se o país e não se destrói a sua imagem. As ruas de Maputo, ainda que merecendo cuidados, sobretudo nos passeios que requerem algum investimento, são limpas; os vendedores de rua não as ocupam como nas nossas (as vendas têm expositores e localização próprios) e não se vê lixo. A cidade é densamente arborizada e as casas, de agradável arquitectura, são, regra geral, cuidadas. Água e luz, fornecidos pelos serviços competentes, fazem parte do dia-a-dia dos cidadãos que prezam os seus jardins privados e públicos. Geradores são peças de grandes unidades e o cidadão comum pouco ou nada conhece sobre a sua utilização. Não são precisos. O preço médio de uma refeição completa varia entre os cinco e os sete dólares em restaurantes de boa qualidade. Na melhor unidade hoteleira de Maputo, no seu melhor restaurante, uma sopa, prato principal, [WJZMUM[I M ]UI OIZZINI LM nO]I ÅKIZIU UM em 17 dólares. Quanto pagaria em Luanda? Numa unidade hoteleira desse calibre um café ÅKI MU KQVKW L~TIZM[

Não precisei de cativar uma viatura para me deslocar. O serviço de táxis funciona muito bem. Os carros são limpos e os taxistas muito afáveis. É só ir à próxima paragem de táxis, onde abundam, ou requisitar por telefone. Percebemos que a exploração do gás é ainda N]\]ZW UI[ I MKWVWUQI M[\n UIQ[ LQ^MZ[QÅKILI que a nossa, pese não ser corrente o uso da expressão. O país já consome muito da sua XZWL]trW IOZyKWTI IQVLI Y]M QV[]ÅKQMV\M M a indústria extractiva (exploração de rubis e carvão) está em marcha. Moçambique tem a maior reserva de carvão mineral do Mundo. O Turismo é, para o Governo de Moçambique, uma séria aposta e o país conseguiu-se colocar na rota mundial. Está a ser desenvolvido um trabalho muito sério no que respeita à conservação dos parques nacionais e à defesa da biodiversidade que, a par da implementação de unidades de turismo de excelente nível, vão ser garante de importante fonte de receitas e de emprego. Todo este quadro, onde ainda se fazem [MV\QZ U]Q\I[ LQÅK]TLILM[ u IJZItILW IOWZI por um vento de esperança relativamente à possibilidade do regresso de uma paz efectiva entre o Governo e as forças da Renamo. Bons acordos são aqueles que aglutinam, que promovem a integração e a partilha. Em Moçambique, a força política que governa o país convive com o facto de a oposição, no seu conjunto, ser maioritária. O diálogo é a melhor ferramenta para se resolverem as diferenças. Tenho fé, muita fé mesmo, no futuro daquele país irmão cuja história se cruzou com a nossa em múltiplos aspectos. Para quem vá a 5WtIUJQY]M ÅKI I QVNWZUItrW LM Y]M ]U L~TIZ americano é transacionado a 64 meticais. &


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