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Rita de Cássia Zuim Lavoyer
Professora, pós-graduada em Estudos Literários, Linguísticas e Psicopedagogia. Estudante de Gastronomia. Possui 10 livros publicados. Classificada em vários concursos literários. Administra o blog www.ritalavoyer.blogspot.com Encontre-a no facebook por Rita Zuim Lavoyer.
LIBERTE O TEMPO
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Diante dos meus anseios de criança já quis que o tempo voasse para que eu meus sonhos alcançasse. Parecia-me ele de lerdo flutuar. Do dia, horas havia de estudar de tarefas, de orar e a delícia de brincar. O relógio, em sua sisudez, estabelecia a vez com ponteiros, qual agulhas, que indicam das horas as frações, costuravam-me espaços afora, definindo dos meus períodos as durações. Diante dos reveses também quis o tempo parar para logo depois planar em suas asas e, do meu peito, as penas da saudade arrancar matando-a no ninho, extirpando da história meus amores e seus carinhos. Quis o tempo meu prisioneiro. Julgando-me dele proprietária
tentei, com a minha sorte, domá-lo. No embalo das minhas saudades, hoje não me calo. Aprendi: não tem jeito!
Ele é senhor de si mesmo, não adianta, em nossas mãos, prendê-lo, tampouco arrancar-lhe os ponteiros. Preso no meu invólucro, vazando entre meus dedos, quando os olhos abri decifrei um belo segredo:
Não tentes em mim pôr tuas rédeas, não craves em ti tamanha maldade. Estão na passagem do tempo as lembranças que deixam saudades. Se eu não passar como devo não verás na linha da vida evolução, nem a tua, nem a minha. Caminha respeitando do teu relógio a precisão. No sentido horário seremos horas e minutos, acertando teu tempo na exatidão do agora. Sobre um o outro seremos o conduto para o nascimento de uma nova aurora.