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EM PLENO SECULO (1/2) [3979/3980]
from NOBEL DA PAZ
(1)
O juiz quiz que elle seja condemnado à morte. Quem cumpre as ordens e appedreja o coitado, quiz tambem. Desaffectos seus, da egreja ou do exercito, estão, sem dó, querendo que se veja um cirquinho, e se entreteem. Participam, com orgulho, da tortura: que elle grunha como um porco! Um pedregulho o risonho algoz empunha. Quando a pedra, em cheio, accerta de quem fora ja poz unha numa palpebra entreaberta, rindo, o povo testemunha.
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(2)
A segunda pedra pega bem na bocca e os dentes quebra. Na platéa, um ex-collega do accusado urra e celebra. A terceira pedra cega um dos olhos: se requebra no estertor quem se relega, contra as regras de Genebra. Quando a quarta pedra attinge com extrema precisão o nariz da viva esphinge, brota sangue em borbotão. Quincta, sexta... e mais se exvae quem trahiu sua nação inclemente e, agora, attrae a sedenta multidão.