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ODE AUTOCRITICA (1/3) [8172]
from NOBEL DA PAZ
(1)
Puxar pela memoria requeria o facto. Eis que puxei o quanto pude. Requinctes de sadismo, no regime cubano, uns escriptores no detalhe relatam, como aquelle em que o subjeito, sabendo que irá, para trabalhar, ao campo de forçados, antes é levado frente ao publico risonho a fim de confessar o seu delicto: de idéas discordar. Reconhescendo seu “erro”, pedirá perdão ao povo, que ri da sua cara, pois aquillo em nada reduzir vae sua pena.
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(2)
Então eu dou palpite que riria melhor a tal platéa si a attitude do preso, mais humilde, ante seu crime, tivesse que ser. Maximo acchincalhe seria que lambesse elle, no peito e até na sola, a bota popular de cada cidadão dessa ralé.
Achando ser delirio o que supponho, appenas eu commento que me excito com esse panorama tão horrendo.
É quando perguntar si me commovo alguem vae, pois me informam que, ao estylo daqui, sadicos entram mesmo em scena:
(3)
“Mas, Glauco, isso occorreu no dia a dia da nossa dictadura! Alguem se illude com falsas negativas? Todo um time bem craque em torturar (Mas não expalhe, sinão vae dar idéa!) tinha feito que cada prisioneiro, ao implorar perdão, lambesse os tennis ou o pé descalço dum cagueta cujo sonho ter era tal prazer! Acha bonito, Glaucão, tudo o que estava accontescendo?” Respondo que, bonito, não. De novo, porem, eu lhes affirmo que tranquillo me sinto. Ter tesão ninguem condemna.