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RHAPSODIA SEEGERIANA (1/2) [8384]

(1)

{Glaucão, notei que alguns poemas seus retornam à palavra de partida no verso final. Isso me lembrou aquella canção, triste, de protesto do Pete Seeger, onde elle questiona: “Aonde irão as flores, affinal? Meninas essas flores colher vão. Que irão ellas fazer? Irão casar. E seus jovens maridos? Virarão soldados. Onde irão elles parar? Irão pro cemeterio. Que será de tantas tumbas feito? Darão flores.

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Destino qual terão as flores? Sim, serão todas colhidas por meninas, que tudo perpetuam.” Concluindo, indaga Seeger: “Quando, um dia, alguem alguma licção disso tirará?”

Canção assim é mesmo magistral, concorda, Glauco? Sinto o pacifismo um tanto pessimista, porem vivo.}

(2)

-- Sim, acho o Pete Seeger um dos meus auctores favoritos. Sempre vida terá no pacifismo o que restou das nossas utopias, que, de resto, nas novas gerações alguem abbona. O Johnny Rivers tinha a principal dansante cover dessa astral canção. Será que tal licção terá logar nos dias actuaes? Hem? Não sei, não. Ah, quantas vezes elle fez chorar um joven semicego! Mais fará!

Cantores folk estão entre os auctores mais intellectuaes e, para mim, mais mestres das palavras mais ferinas, ainda que suaves, e seu lindo legado ficará. Não quero nem pensar, quando estiver ja bem gagá, naquillo que verei, digo, que mal ouvir conseguirei, mas ‘inda scismo que nunca perco o utopico objectivo.

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