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QUANDO GOVERNA A CASERNA (1/4) [4101/4104]

(1)

Num quartel desactivado descoberto por acaso foi um typo inusitado de mictorio, extranho vaso. Tem, no fundo, um furo, usado num castigo immundo e raso. Na parede, do outro lado, fica alguem, si for o caso e, si o caso é de castigo, muita coisa a ver commigo tem: por isso me interesso. Syndicando do apparato, enthusiastico, eu constato que, entre os recos, fez successo.

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(2)

No regime militar teve largo emprego o troço, mas ninguem ousou fallar. Finalmente, em verso, eu posso. Na abertura circular a cabeça entrava, e nosso oppressor nos quiz mijar bem na cara, eu cito e endosso. Sob o queixo, um preso tem, empoçada, a urina, bem perto e fetida, a ennojal-o.

Desse mijo, uma porção ja desceu, mas pelo vão da garganta e não do rallo.

(3)

De joelhos, alguem tinha que ficar, peito encostado na parede. A cara vinha sahir, presa, do outro lado. Si um recruta a mijadinha dar quizesse, esse coitado que lhe abrisse a bocca! A minha ja se abriu assim, a um sado. Ja bebi mijo na marra, mas meu caso não exbarra num collar, de louça, egual. Typo tal de pellourinho nunca vi, mas adivinho o suffoco seja qual.

(4)

Me contaram que o subjeito, logo appós levar o jacto bocca addentro, era um perfeito chupador, exposto ao acto. Disse um reco: “Eu approveito que está aberta a bocca e tracto de metter-lhe a rolla! O jeito é chupar, sinão lhe batto!”

Foi assim que, num quartel, o esquerdista ao prazer bel ficou, ante o direitista. Hoje o reco está vencido, mas, cabreiro, eu não duvido que o perigo ainda exsista.

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