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CAPITULO VI - O JOGO GANHO 31/32

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SYNOPSE

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CAPITULO VI O JOGO GANHO

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Indaga-me Raymundo o que é que faço com elle e que proveito tiro disso. Respondo que não viso compromisso, só grana e diversão no tempo excasso. O cego é um escriptor, nem é ricaço, mas paga e leva, em troca, um pau mestiço na bocca, um pé na cara, faz serviço de escravo e massagista dum devasso. "Caralho! Tu tens cara de neguinho discreto, comportado... mas appromptas! Appenas não entendo esse ceguinho! Entendo até que pague as tuas comptas, que queira ser pisado... Até adivinho seus traumas... Mas tu... tudo não me contas!"

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"Como é que um escriptor pode ser cego?" Raymundo acha impossivel, mas lhe conto que tecla numa machina de prompto effeito, como aquella em que eu navego. "Precisas me levar la! Não sossego emquanto não puder ver esse tonto debaixo do teu pé! Porra, si eu monto num desses, pincto o septe!" Eu não me nego. Acciono o cellular e ao cego ligo: prepare-se elle para ser zoado, que, desta vez, commigo irá um amigo. "E mora elle sozinho?" É apposentado, explico, está enfurnado em seu abrigo: à nossa mercê temos um veado!

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