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Café e suas histórias DE ANAPUENA HAVENA Quem vê uma xícara de café nem imagina quanta história o pequeno fruto carrega; o longínquo caminho que teve que percorrer para hoje estar incrivelmente em nossas mesas. Existe uma lenda que diz que o café foi descoberto por um jovem pastor etíope, chamado Kaldi. Ele estava com seu rebanho nas montanhas altas, quando observou que alguns animais desapareciam atrás da montanha durante à noite, retornando inquietos e agitados. O pastor seguiu os animais e viu que eles agitavam-se após comer o fruto. Então Kaldi também experimentou do fruto e logo sentiu-se mais enérgico. Colheu alguns frutos e os levou até um monge, que preparou uma infusão e após bebê-la, sentiu também uma agradabilíssima sensação e agitação. O monge passou a consumir a infusão durante suas noites de oração e percebeu que a bebida o ajudava a manter-se acordado. Em pouco tempo a notícia se espalhou e todos queriam consumir o fruto misterioso, cheio de energia. Por séculos, os árabes tiveram o domínio sobre a planta; acreditando em seu mágico poder energizante, guardavam o café como algo muito valioso. Até que um monge indiano, chamado Baba Budan, que estava em peregrinação em Meca, contrabandeou sete sementes. Elas foram levadas à Índia, onde cresceram e prosperaram. Posteriormente, graças ao comércio marítimo com a Índia, a Holanda começou a comercializar o café mundialmente, cultivando-o em suas colônias. Os holandeses então presentearam o rei Luis XIV da França com uma muda de café, que foi colocada em uma belíssima estufa para ser preservada. Mas um soldado ambicioso desejava que a França também comercializasse o fruto e pensou que a colônia francesa de Martinica seria lugar ideal para o seu cultivo. Então, durante a madrugada, ele foi até a estufa do rei e pegou uma muda da planta. Seguiu então para a colônia. Ele estava certo, da pequena muda surgiriam milhões de pés de café. Aos poucos, o café foi conquistando todo o mundo. No Brasil, sua chegada ocorreu em 1727 e deve-se ao governador do Estado do Grão-Pará, que interessado em comercializar o café, encarregou o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, homem bem afeiçoado, a conseguir algumas mudas da planta. Para realizar a missão secreta, o sargento-mor dirigiu-se à Guiana Francesa com o pretexto de resolver questões da fronteira. Aproximou-se da esposa do governador da capital, a Madame d´Orvilliers, e ganhando sua simpatia, ele conseguiu a tão desejada planta. E desta forma o Brasil conseguia sua primeira muda de café, tornando-se até hoje o maior produtor de café do mundo.
(trecho do livro Encantos do Café, de Anapuena Havena)
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PRÉ - VENDA 2
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Edições Hórus, Unip Lda Autora: Anapuena Havena Pode reservar o seu exemplar através do nosso email: edicoes.horus@gmail.com
10€ P.VP.
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ISSN : 2183-9204 EDITORA EDIÇÕES HÓRUS EDITOR CHEFE
INÊS NABAIS COLUNISTAS ANAPUENA HAVENA Pág.2 ANA SOPHYA LINARES Pág.6 ANTÓNIO FERNANDES Pág.10 MADALENA CORDEIRO Pág.16 MARGARIDA VALE Pág. 18 MARISA NEVES Pág. 14
GRÁFICOS E DESIGN INÊS NABAIS FOTOS: PIXABAY
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© 2017 por Edições Hórus. Todos os direitos reservados. A sua reprodução em um todo ou em parte é proibido. A revista Hórus Cultuliterarte é marca registada da Editora. Os textos publicados são da inteira responsabilidade dos autores e não dizem respeito à opinião do editor e seus conselheiros, isentos de toda e qualquer informação que tenha sido apresentada de forma equivocada por parte dos autores aqui publicados. .
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EDITORIAL
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esta que é já a 10ªe 11ª Edição da Hórus Cultuliterarte queremos destacar os magníficos textos, poesias, resenhas e contos aqui publicados. Decidimos juntar as duas edições de setembro/outubro na mesma, por causa das férias...Mas já estamos de volta e com muito trabalho! As férias passaram num instante. O tempo voa. Temos recebido muitas obras para publicação de livros a solo até ao final deste ano. Vejam as nossas promoções nesta edição e as candidaturas para as mais recentes antologias. Começámos bem este ano e esperamos acabá-lo ainda melhor! O nosso agradecimento vai para todos os autores, amigos, seguidores, fornecedores e família que nos dão o apoio e nos incentivam a ser cada vez melhores naquilo que fazemos e que mais amamos fazer. Mas o nosso agradecimento também vai para aqueles que acompanham a nossa evolução: a concorrência. Sem eles também não existíamos. E ás pessoas que desdenham também. Continuaremos firmes e hirtos na nossa profissão ;)
Esta nossa revista foi fundada em dezembro de 2016. Constatamos o quanto estamos a ter sucesso com esta nossa Revista que está ao alcance de todos que nela queiram participar e divulgar os seus trabalhos basta que nos seja enviado por correio eletrónico até dia 29 de cada mês para edicoes.horus@gmail.com. Quero dar as boas-vindas a todos os participantes desta edição e aproveitar para convidar novos participantes para as próximas edições com a divulgação de Livros, Publicidade e Novidades! Esperando que esta edição vos agrade, meus amigos! Até à próxima edição!
Inês Nabais Gerente/Editora das Edições Hórus e Autora desde os doze anos. Participou em Antologias. Publicou dois Livros pela Corpos Editora “Pedaços de Mim” e “Eu sou tu e tu sou Eu”, pela Poesia Fã Clube "Sonhos Coloridos" e em Edição de autor "O Sonho e a Sombra de Eduardo". Fundou a Revista Hórus Cultuliterarte a 2 de dezembro de 2016.
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Biografia Ana Sophya Linares é uma nova escritora. Tem 33 anos e tem apenas o 12º ano. Já publicou poemas na antologia de poemas de Perdidamente II, da editora Grupo Múltiplas Histórias Editorial e também na Antologia do Poesia Fã Clube, Volume I, Setembro 2016, da editora Poesia Fã Clube. 6
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Os bons ensinamentos Bernardo tinha feito das boas. Havia de ver, dissera o diretor. Tinha andado à luta com um rapaz por casa de um canivete. - Já para a sala. - Dissera o diretor. - De castigo por duas horas. Vais escrever no quadro a tabuada duas vezes. E fazer uma cópia que te irei dar. E ai de ti que cometas erros, dar-te-ei umas belas reguadas. - Sim, professor. - Dissera Bernardo, desanimado. Ele odiava ir à escola. Brigava muito, os outros alunos punham-no de parte. Tinha problemas em casa, o pai gastava tudo o que ganhava na bebida, mal tinha o que vestir, quanto mais comer… Sentia que não estava ali a fazer nada, queria trabalhar para ajudar a mãe. Mas esta sempre dizia que a ajudaria mais estudando muito para, um dia, ser médico ou advogado. Mas Bernardo não tinha nenhum incentivo. Até ao dia em que chegou um novo professor à escola. Este novo professor puxava muito por eles, incentivava-os a responder às perguntas com espontaneidade, não com autoridade. Escusado será dizer que os alunos adoraram. Mas ele era visto com desconfiança e inveja por parte dos outros professores. Afinal, quem era ele para mudar o sistema instituído? Não demorou muito até denuncia-lo à P.I.D.E.. Quando chegaram, os alunos alarmados, tentaram ajudar o professor a esconder. Mas este rejeitou a ajuda. Virou-se para Bernardo e disse: - Sê o melhor que puderes. Estuda muito, que te vais tornar doutor. – Dito isto, tomou o braço de um dos polícias e seguiu com ele. Bernardo nunca o esqueceu. Não fazia ideia do que se tinha passado com ele. Só anos mais tarde, ao ver um mendigo à porta da antiga escola, esfarrapado, magro, gelado, reconheceu o antigo professor. Foi a mesma eloquência a falar que lhe despertou a atenção. Já formado, com filhos, não hesitou. Levou o professor para casa. Viva-se tempos conturbados, mas, com certeza, o antigo professor havia de encontrar vaga nalgum estabelecimento, apesar de não exercer à anos. Mas nem isso o deteve para ajudar aquele pobre homem. Tudo havia de fazer para o ajudar. Fora ele que o inspirara a exercer a profissão que escolhera. A mulher olhava de lado. Mas a mãe, que também morava com Bernardo, logo tratou de ajudar o pobre homem. O pai não tinha falecido, mas, farto das sovas que a mãe levava, levoua de casa assim que se instalou num posto médico. - Então, homem, que lhe aconteceu? – Perguntou Bernardo. O homem, com vergonha de falar, encolheu-se. Bernardo, com todo o respeito, aproximou-se dele. - Calma, estou aqui para o ajudar. Nunca o esqueci, sabe? Você tem sido a inspiração de toda a minha vida. - Sabe, não estou habituado a tanta gentileza… Já vão anos… Fui torturado selvaticamente na prisão, para onde me levaram, a minha família abandou-me com medo que o ‘mal’ que padecia se pegasse… Não consegui emprego em nenhum lado… Olhe, tive de vir morar para a rua…Mas hoje sei que tudo valeu a pena… Pois tornaste-te num belo senhor médico. - Não imaginava. – Disse Bernardo, consternado. – Se soubesse, tinha feito algo. - E que poderias tu fazer? Nada, afinal. O melhor que fizeste foi não fazer nada e seguir com a tua vida. – Respondeu o professor. - Eu vou ajudá-lo agora. Eu devo-lhe muito. Você vai voltar a ser professor. Não o vou deixar jamais desamparado. Ajudou-o a vestir-se, depois do banho. A mãe deu-lhe roupa velha do filho, que caia larga a Pedro. Era esse o nome do professor. Mas Pedro não se importou. 7 Proof Copy: Not optimized for high quality printing or digital distribution
Tudo corria bem, até que alguém, com inveja daquele tratamento a um sem-abrigo, chamou a polícia. Mas, estando no pós 25 de Abril, ninguém apareceu. Pelo contrário, os polícias foram avisar aquele nobre médico da falsa acusação que tinha sido proferida ao professor. Bernardo agradeceu e foi para casa, contar à sua esposa. - Mas quem faria uma coisa dessas? – Perguntou Bernardo. - Alguém com inveja, só pode. – Disse a mãe de Bernardo. - Devíamos era livrar-nos dele. Ele não está aqui a fazer nada. – Disse a esposa. - Mas como assim? Ele não fez mal algum. Está tudo bem. Se não te agrada sai tu e vai para casa da tua mãezinha. Mas os miúdos ficam. A esposa, ameaçada de perder o seu conforto e os seus filhos, calou-se. - Agora já não falas? Pois muito bem. – Disse Bernardo. Ele sempre desconfiara que a esposa casara com ele por interesse, que não o amava de verdade. E, agora, parecia se ter confirmado. Chateado, levantou-se e foi dar uma volta. Precisava apanhar ar. Tinha uma estranha sensação que a esposa tivera algo a ver com a denúncia. Não podia confirmá-lo, mas tinha essa sensação. Mas porquê? Se ainda estivessem no estado novo, ela também teria sido levada à P.I.D.E.. Não, isso não podia continuar assim. Tinha de pôr cobro a essa história. Na sua família ninguém se divorciara jamais. Nem a sua mãe, que levara tanta pancada do pai. Mas ele também já não amava a esposa como antes. Seria a falta de amor razão suficiente para se divorciar? Não, não se iria divorciar. Talvez mandá-la para casa da mãe não fosse má ideia. Só por uns tempos, para ver se acalmava. Os miúdos podiam ir com ela, era o melhor. Passaram meses, e nada aconteceu. Estava quase nas férias dos miúdos e ninguém mais tinha incomodado Bernardo acerca do professor. Sabia como as crianças estavam pelas cartas que tinham mandado, sempre alegres, com desenhos. A esposa não era completamente iletrada, mas pedia às crianças para escreverem por ela. Parecia mais calma, desejosa de voltar. Sabia que tinha cometido um erro e queria voltar. Mas, pelo sim, pelo não, queria que o professor não estivesse em casa. Já era hora de ele arranjar uma casa para si, dissera. Para além que ficava mal visto um senhor assim morar na mesma casa onde morava a sua mãe, que ainda não havia perdido o marido. Cujo se podia enervar ao descobrir o facto. Soou-lhe a ameaça. Queria ver os filhos de novo, mas não se podia rebaixar a uma ameaça, principalmente contra a sua mãe. Achou por bem deixar a esposa mais uns tempos longe, chamando só os filhos. Assim ela havia de aprender uma lição. O verão passou, a esposa mandou mais algumas cartas, repetindo a ameaça, ao que Bernardo respondeu que os filhos ficariam eternamente com ele caso ela continuasse com a ameaça. O professor iria quando estivesse pronto e era o fim da discussão. Depois disso, nenhuma carta chegou. Passou o verão, vieram as aulas dos miúdos e quão felizes eles estavam por voltar a ver os velhos amigos. Parecia que nem sentiam a falta da mãe. Estar lá ou não estar, era igual. Sempre tinham sido mais ligados a Bernardo. Bernardo é que não quisera os separar da mãe. Afinal, era ela que os criava, com ajuda da avó paterna. Mas não, não sentiam falta dela. Anos passaram sem Efigénia, a esposa de Bernardo, dar notícias. Nunca mais mandou os filhos à casa da avó materna. Nunca mais a esposa mandou uma carta. Nunca mais os visitou. O professor, entretanto, refez a sua vida. A verdade é que se tinha apaixonado pela mãe de Bernardo, com aprovação deste. Mas, com medo de falatórios e escândalos, saiu de casa de Bernardo, instalandose 8numa casa não muito longe. Mesmo assim, ia jantar frequentemente a casa de Bernardo. Pelo convívio e por Dona Sara, mãe de Bernardo. Proof Copy: Not optimized for high quality printing or digital distribution
convívio e por Dona Sara, mãe de Bernardo. A vida continuou assim, calma, sem transtornos. Até que, um dia, bateram à porta, estando D. Sara sozinha em casa. Ela foi ver quem era. Ao reparar que era o marido de arma na mão, fugiu. Ele tinha descobertos, através dos falatórios e de Efigénia, do caso amoroso que a envolvia e a Pedro, o professor. Tentou se esconder o mais que pode… Estava Bernardo na clínica quando o foram chamar. Algo de mal se tinha passado com os seus pais. Bernardo não sabia do seu pai à anos, como se podia ter passado algo de mal com ele e com a mãe? Logo à sua mente veio um nome: Efigénia… Se alguém sabia de algo que se havia passado de mal com eles era ela. Ela é que espalhava veneno. Chegou a casa, a mãe estava moribunda. O marido estava sentado a um canto, com a arma na mão. - Tive de o fazer, compreendes? Compreendes? – Dizia o pai. Bernardo mal conseguia aguentar a raiva que vinha de dentro dele. - Quem te chamou? O que vieste fazer? Foi Efigénia, não foi? – Perguntou Bernardo. O pai acenou que sim com a cabeça. Bernardo tentou salvar a mãe, sem sucesso. Morreu no local, vitima dos ferimentos contra si infligidos. Bernardo não quis mais saber do pai. Este foi preso, mas Bernardo nem se deslocou ao tribunal. Efigénia também tinha sido chamada, mas nem se dignou a visitar o ainda marido e os filhos. Para ele, foi a gota de água. Decidiu divorciara-se. Tinha direito à vida e os filhos, a uma mãe melhor. Entrou com os papeis de divorcio e, para seu espanto, não foi tão difícil assim. Visto que a sua esposa tinha abandonado o lar fazia anos, e nunca tentara qualquer forma de contato, deram-lhe o divorcio em um ano. Estava livre, finalmente. Agora, poderia seguir a sua vida…
Ana Sophya Linares
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O RASTILHO DA CHAMA QUE ATEIA O FOGO, DA HIPOCRISIA COMUM! – António Fernandes
O País ardeu. A Norte e Centro. Perto da meia centena de pessoas morreram. Milhares de animais morreram também. A floresta foi devastada. Aldeias foram reduzidas a escombros. Bens móveis e imóveis foram reduzidos a cinzas. Pelo caminho ficaram projetos e pecúlios de uma vida inteira daqueles que fugidos das zonas ardidas escaparam mas a quem o desaparecimento de um vizinho, conhecido ou familiar, jamais ficará pelo caminho porque ficará sempre presente no imaginário. A tragédia esmorecerá com o tempo e nova flora rebentará ou será plantada assim como a fauna serrana. As casas serão reconstruídas umas e construídas outras. As pessoas desaparecidas, essas, não serão nunca substituíveis, de acordo com os valores sociais que todos defendemos e consubstanciam a nossa educação. O País foi assolado por uma vaga de calor sem precedentes a que o total abandono a que foi votada a floresta em que o mato, as silvas e demais vegetação se propiciaram em ser a tocha de incêndio, cresceu e, em resultado da seca prolongada, secou. É nesta dominante que:O RASTILHO DA CHAMA QUE ATEIA O FOGO, DA HIPOCRISIA COMUM, assume contorno indelével da responsabilidade de que todos sacodem a assunção de culpa ao não cuidarem do ambiente como deviam mas também ao violarem as suas mais elementares regras de segurança, a que estão obrigados, assim como, ao comportamento adequado ao meio em que estão inseridos. É demasiado fácil apontar o algueiro no olho do semelhante sem ver a tranca que obstrui o próprio olho. Uma tranca que vai engrossando consoante a grosseria com que se trata o ambiente vai acumulando erros sobre erros no equilíbrio ambiental mas sobremaneira, no equilíbrio das biodiversidades. Não há mea culpa ou ato de contrição, nem sequer rezas aos Santos da devoção que perdoem um ritual de vida em permanente atentado contra as mais elementares regras do bom senso e da inteligência coletiva. 11
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A culpabilização da classe política e demais cidadãos com responsabilidades pela segurança já não colhe porque os super homens só existem na banda desenhada.
Mas, os Homens que povoam o País existem. Somos todos nós! Aqueles que a troco da comodidade não olham a meios para a conseguir: – Poluindo o ar; as terras; a agua; – Eliminando a vida selvagem a troco de uma estrada melhor ou outra qualquer conveniência; – Alterando a flora visando a rentabilidade, vulgo sustentabilidade, plantando espécies que nada tem a ver com o meio; – Alterando habitats; – Concentrando a mole em grandes urbes para que esteja tudo à mão; – Desertificando toda a periferia e o território mais distante; – Abandonando os progenitores em aldeias mais recônditas; – Não acautelando os resíduos domésticos, industriais e outros; – Não reciclando; – Entre outros;
É óbvio de que parte das medidas acima referidas estão diretamente dependentes de linhas de orientação política geral. Simplesmente, somos todos nós que elegemos quem essas linha de orientação geral estabelece para que nos proporcionem melhor qualidade de vida sem a devida correspondência cautelar do futuro que é de todos. Por isso, em última instância, a culpa é exclusivamente de todos nós porque somos quem, não só quer, como exige! Neste contexto bem podemos derramar as lágrimas de crocodilo que quisermos. As mãos e a consciência é que nunca conseguiremos limpar. Disse!
Braga, 21-10-2017
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Edições Hórus, Unip Lda Autor: Estevão de Sousa Design de capa: Inês Nabais Disponível Brevemente Pode reservar o seu exemplar através do nosso email: edicoes.horus@gmail.com 10€ P.VP. Sinopse: "RAPTO EM LONDRES é a estória do rapto de uma jovem e bela cientista que se vê envolvida num sequestro perpetrado pelo próprio marido ao serviço de uma tenebrosa rede de terrorismo internacional, cujo drama só termina pela intervenção abnegada da Scotland Yard e daquele que vem a ser a sua grande paixão."
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Por amor Sentados na sala lúgubre esperávamos o retorno de nossos pais para preparar a ceia daquela noite. Papai e mamãe haviam saído sem destino naquela manhã, era uma época de recessão e nada tínhamos. Lá fora, um vento gelado castigava quem se atrevia a andar pelas ruas frias. Estávamos entrelaçados para nos aquecer, meus irmãos menores tinham um calor próprio, que se aquecia com sua própria intensidade! Seus olhos brilhavam de encantamento a esperar o Papai Noel... Menti para eles as mentiras mais lindas que alguém pudesse contar; tudo por amor. Menti que nossos pais haviam saído para comprar muitas coisas, menti que viria alguém para consertar o aquecedor, menti que nossos parentes distante mandariam muitas cobertas quentes , muitos brinquedos...e também iguarias de fartar, e , que seríamos muito felizes àquela noite, apesar da crise e da miséria em que vivíamos, papai estava sem emprego. Seus espíritos infantis se acenderam, varremos a casa, limpamos cada canto para poupar mamãe que se encontrava combalida e desesperançada saíra nesse dia com um xale ralinho enrolado no pescoço magro. Forramos caixinhas com papel luminoso e fizemos um lindo trabalho. Com o passar das horas nos preparamos com nossas melhores roupas e nada...a noite descia vagarosa a prender as horas, nada de papai e mamãe. A tarde chorava baixinho e uma neblina fina caia sobre nossa vidraça. Comíamos biscoitos invisíveis para pássaro tempo e aquecíamos as mão também no fogo imaginário, porque verdadeiro não era. A noite desceu de repente, a lua clareou as casas vizinhas, menos a nossa, que permanecia no escuro. Através da vidraça vimos dois faróis se aproximando devagar e assim permaneceu um tempo. De repente como num lampejo nossa casa se iluminou todinha, os faróis do caminhão de energia ligou a luz que papai devia há meses. Pulamos de alegria, era como se enxergássemos pela primeira vez! Vi tudo muito claro, a cadeira de papai lustrosa parecia um trenó. Por volta das onze horas, nosso cão inquieto fazia muito barulho, então abrimos a porta pesada e avistamos mamãe e papai em direção à casa. Mal conseguiam caminhar na nevasca com tantos embrulhos. Mamãe tão carinhosa beijou cada um e agradeceu por termos organizado toda a casa e facilitado seu trabalho, foi colocar seu chinelo de pelo e encher a mesa tosca e os armários das mais gostosas iguarias. Papai ligou o aquecedor naquele momento e senti toda a magia do Natal naquele dia em que nada tínhamos e tudo tivemos! Nos abraçamos com amor e a nevasca desceu completamente. · Marisa Neves- Estudante de psicologia da Universidade Federal de Rio Grande e escritora
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Madalena Cordeiro AMOR É MÁGICO Quero surfar nas ondas dos seus cabelos. Não é o mar. Mas é amar. Quero caminhar nas curvas do seu corpo, Quero cavalgar nesta estrada sem limites. Quero estar nos seus sonhos... Se puder quero estar nos seus pensamentos. O amor é mágico! Pensar em você... Faz acontecer. Olha pra mim; dentro dos meus olhos e diz: O amor é mágico! Tantas coisas acontece ao redor... É o amor! Só pode ser o amor! É o amor! É o amor! É o amor! Alegremos todos! É o amor! Viva o amor! Viva!!!
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O Slow Era a festa da escola e todos ansiavam pela tarde em que pudessem vestir aquela roupa especial e ter o prazer de dançar muito. Cada um tinha as suas ideias, as suas músicas preferidas e alguém em vista para conquistar. Era a recompensa do trabalho de muito tempo e merecida. Rapazes e raparigas eram unânimes nos seus objectivos: a diversão. Estavam naquela idade em que já começavam a olhar para si de modo cuidado, a imagem do espelho tinha que ser perfeita e o retorno nunca era o pretendido. Eles tinham escolhido calças especiais, daquelas que permitiam movimentos mais ousados e não ficavam malvistos, sapatos que não magoavam os pés e camisas que favorecessem o seu físico. Elas iam ao cabeleireiro, ritual interessante, onde se dava a transformação. Deixavam de ser as lagartas e davam lugar ás borboletas. Todos queriam voar. À hora marcada eles estavam em fila, alinhados, à espera das meninas que se faziam esperar. Muito. Era da praxe e do crescimento. "Saber esperar é uma virtude" estavam sempre a ouvir estas palavras e agora passavam à prática. Era duro. Elas chegavam, aos poucos, deslumbrantes, espampanantes, deliciosas e falsamente crescidas. Eram as mesmas meninas de todos os dias mas com uma roupagem nova. Vestidos diferentes, curtos e compridos, com folhos e sem eles, decotados ou pouco e com sapatos de salto. Eram autênticas armadilhas do equilíbrio mas a prova final era decisiva. A música começou a ouvir-se e as melodias conhecidas soavam não só no aparelho como também no coração de cada um. Primeiro eram as movimentadas, para descontraírem, para afastarem aquela vergonha que teima em se instalar. Funcionou. Depois começavam a ficar mais calmas e os grupos organizavam-se. Os pés queixavam-se dos sapatos novos e dos saltos que desconheciam. Elas sentavam-se e descalçavam os membros doridos e inexperientes. A vontade era muita mas a dor incomodava. Eles encostavam-se à parede, a olhar para elas, a fazer olhinhos para as conquistas que contavam fazer. Elas baixavam o olhar mas riam baixinho, entrando no jogo da sedução que era planeado ao mais ínfimo detalhe. Eis que chega o momento esperado, música para dançar agarrado, sentir o corpo junto ao outro, ouvir-lhe o bater do coração, sentir o sangue a ferver e a emoção a crescer. Eles convidam as suas preferidas. Umas aceitam, ansiosas e outras recusam na esperança do seu preferido reconsiderar e tomar a atitude certa. A música enche a sala juntamente com as hormonas que pulam livremente, sem controlo algum. Há pares que se apertam cada vez mais, sugerindo uma fusão de almas e corpos. Namorados rodopiam naquele espaço mágico onde tudo pode acontecer. Existem paixões que se sentem e se querem concretizar. Umas serão e outras ficarão para nova oportunidade. É o momento que decide e que sabe. Os olhos já não olham, sentem e sabem quem é quem para si. O som fica mais baixo mas os casais não se soltam. Aquele era o momento, o tema porque tinham ansiado e querem que se prolongue. Os sons seguintes continuavam na mesma temática, canção de amor, que pode ser cantada ao ouvido, escrita como se fosse para cada um presente. A um canto está ela, de vestido rosa pálido, cabelo apanhado e lábios pintados. Não se senta, pensa estar noutro corpo, ser outra pessoa. No outro lado está ele, de fato emprestado e sapatos que magoam. Olha para ela e suspira. Tinha decidido que era no baile que se declarava. Ela sabia, suspeitava e ansiava. Ele avançou, ela corou, ele pediu e ela aceitou. Juntos, ligados, uma só pulsação, um só bater de coração, uma emoção grande, um corpo que se movimenta, que responde e um beijo que sela aquilo que as palavras não sabem dizer. A música já tinha parado mas eles dançavam, rodopiavam, voavam num baile de amor, de paixão, onde se dançava aquele slow. Margarida Vale 19
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Sempre gostei de escrever e o facto de ser uma mistura fina, pai de origem madeirense e mãe algarvia, permitiu que todas os pequenos relatos fossem acumulados na minha mente. A fé e a bruxaria por um lado e a racionalidade e o conhecimento pelo outro foram uma mais valia importantíssima.
Depois da percurso de vida ter sofrido um embate, a escrita voltou a soltar-se e tal como um vulcão, que brota inesperadamente, os contos e as memórias unem-se e pulam para as teclas sedentas que, de modo obediente, acompanham o comando que recebem.
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As candidaturas foram prorrogadas atĂŠ dia 28 de fevereiro de 2018. Envie os seus contos para edicoes.horus@gmail.com
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