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Lawtechs – Proteção de dados: essencial para o presente e o futuro

Proteção de dados: essencial para o presente e futuro

Tema se torna mais essencial do que nunca para resguardar a privacidade dos cidadãos e combater a falta de transparência no uso das informações

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Mais uma vez, o Web Summit trouxe até nós a possibilidade de debater temas contemporâneos e essenciais para lidar com a revolução digital que vivemos e que ainda viveremos. Em 2020, o uso de dados continuou sendo um dos destaques. Ciente da importância dessas discussões, compilamos nossas impressões sobre esta edição do evento.

Aymeric Sarrazin e Peter Körte, respectivamente CEO e CTO da Siemens, lembraram como a Internet das Coisas (IoT) possui o potencial de mudar o mundo que conhecemos, fazendo com que praticamente todos os devices que possuímos estejam conectados. Foi ressaltado, porém, que a ciberssegurança é um dos desafios dessa revolução. Para proteger essa circulação massiva de dados será preciso muito treinamento e capacitação, uma vez que a IoT nos desafiará a abrir nossos dados para contribuir com toda essa integração.

Uma reflexão que chamou a atenção foi: quem é o dono dos nossos dados? A ponderação foi proposta por Cindy Cohn (diretora executiva da Electronic Frontier Foundation), que lembrou que os usuários permanecem dotados de seus direitos civis

quando estão na internet e que internautas não deveriam perder o controle de seus dados assim que dão um aceite em termos ou acordos de privacidade.

Abordando a ética na coleta de dados, Or Lenchner (CEO da Luminati) e Jen King (diretora do Center for Internet and Society da Stanford University) argumentaram que as empresas precisam lembrar que a captura de dados não pode prejudicar o ecossistema digital e que, oferecendo a transparência necessária, os consumidores poderiam confiar nessa troca. Outra defesa interessante feita por eles foi de que os dados “não são a nova economia, mas coletar dados já é uma indústria”.

Julien Gremillot (diretor de ciberssegurança da Accenture) mencionou que os países deveriam trabalhar de forma conjunta para criar uma regulação padrão para proteção de dados. De acordo com ele, a segurança cibernética deve ser uma prioridade. Apesar de citar os negócios nessa equação, ele lembrou que os usuários são as maiores vítimas de ataques cibernéticos, não as empresas.

Argumentando a favor de uma relação mais transparente, Emmanuel Schalit (CoFounder da Dashlane) e Rashmi Gopinath (sócia do B Capital Group) afirmaram que as empresas devem notificar seus clientes sobre problemas com dados e que os usuários devem ter a garantia de realizar a requisição dessas informações, por exemplo.

O Web Summit ainda proporcionou debates fundamentais, conduzidos por especialistas como Helen Dixon (comissária de proteção de dados do Department of Data Protection da Irlanda) e Brad Smith (presidente da Microsoft). Eles abordaram, entre outros assuntos, o futuro dos dados, a importância da tecnologia para a inclusão e a recuperação econômica.

O Web Summit 2020 representou, para todos nós, mais uma oportunidade ímpar de contar com a visão de grandes especialistas em relação ao tema do uso de dados. As conversas sobre esses assuntos são relevantes por causa do exponencial crescimento da quantidade de informações pessoais na internet. Nesse sentido, temas como ciberssegurança, proteção de dados e vigilância se tornam mais essenciais do que nunca em um mundo que pretende combater a falta de transparência e resguardar privacidades e identidades de cidadãos no presente e no futuro.

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