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RHtechs – Olhares sobre inovação, tecnologia e gestão de pessoas
Insights do Web Summit 2020 sobre a transformação digital no ambiente de RH mostram futuro do setor
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Textos por: Felipe Azevedo, presidente da LG lugar de gente
Atransformação digital na gestão de pessoas vem se tornando uma realidade para empresas de todos os portes e segmentos. Não por acaso, diversos aspectos sobre a utilização da tecnologia no RH ganharam espaço no Web Summit 2020, maior evento de tecnologia e inovação do mundo.
Nesta edição, com a pandemia, a área de gente e gestão precisou se adaptar e já pode contar com várias tecnologias em nuvem. Não tenho dúvida de que as soluções facilitaram muitos processos da gestão do capital humano e que as companhias as adotarão. A questão é “quando” e não “se”.
Durante o evento, foram abordados assuntos relacionados a inovação, tecnologia e gestão de pessoas. A seguir, compartilho os principais insights sobre cada um deles.
Inteligência Artificial em pauta
Como não poderia deixar de ser, a Inteligência Artificial (IA) nas empresas foi um dos temas debatidos no Web Summit 2020. O painel “Humanizing tech: Are we friends?”, que contou com a participação de Linden Tibbets, CEO
do IFTTT; Yiying Lu, Designer, Lecturer & Creative Director; Artemy Lebedev, Designer at Art do Lebedev Studio; e Debbie Millman, CEO da Design Matters Media; mostrou o quanto as novas tecnologias proporcionaram voz, poder e oportunidades para pessoas ao redor do mundo.
Eles ressaltaram que o algoritmo deve ser usado com responsabilidade para proporcionar conexões. Uma das formas de humanizar a utilização da IA na gestão de pessoas, segundo eles, é criando um personagem com o qual as pessoas se relacionam.
Na LG lugar de gente, essa humanização já é realidade com a LiGia, nossa plataforma de Inteligência Artificial. Além de utilizarmos internamente em nossa área de Gente e Gestão, oferecemos ao mercado a possibilidade de personalizar sua ferramenta de IA de acordo com sua cultura e atender com chatbots a diversas demandas dos colaboradores, como solicitar férias ou consultar vagas aderentes ao seu perfil. Tudo sem nenhuma interação humana.
Novos modelos de trabalho
Os desdobramentos da pandemia na gestão de pessoas também foram destaque no evento. No painel “Work after crisis”, Cal Henderson, Co-founder & CTO da Slack; e Jemima Kiss, Co-founder da Hothouse Solutions, lembraram que, depois de quase 12 meses seguindo recomendações de isolamento social, ainda estamos tentando nos ajustar a esse novo mundo de trabalho remoto e encontrar as melhores maneiras de fazer as coisas – inclusive trabalhar.
Para manter seus negócios, as empresas precisaram se adaptar e o RH teve o desafio de organizar os novos formatos de trabalho e manter um bom relacionamento com os colaboradores, garantindo o engajamento e a produtividade.
Isso só foi possível por meio das soluções de tecnologia para gestão de pessoas, que já existiam e muitas vezes não eram plenamente utilizadas pelas companhias. Games para treinamentos, aplicativos de feedback e chatbot para RH, dentre outras, são algumas soluções que a LG lugar de gente oferece ao mercado e que otimizam o relacionamento entre empresa e colaboradores e melhoram a experiência dos funcionários.
Diversidade na prática
Durante o bate-papo “Using data to deliver on diversity”, Danielle DeRuiterWilliam, Co-founder & Head of Growth and Expansion na The Justice Collective; Zander Lurie, CEO da SurveyMonkey; e
Emma Hinchliffe, Associate Editor da Fortune, falaram sobre a necessidade de encontrar formas de as empresas se comprometerem e pensarem em um conceito expandido de diversidade, para além da simples contratação baseada em gêneros ou raças, e proporcionar uma experiência completa dessa ação.
Eles destacaram que a diversidade tem que vir de cima pra baixo, com envolvimento total das lideranças e do C-level das empresas. As empresas que têm investido na diversidade já mostram resultados melhores e ganham muito aprendizado nessa jornada.
A tecnologia pode contribuir muito com esse cenário. Por exemplo, ao utilizar uma solução de games corporativos em um processo seletivo, a seleção é feita com base no comportamento dos candidatos durante o jogo. Isso garante a contratação por competências e elimina vieses pessoais do recrutamento.
Organizando o trabalho remoto
O painel “How to smash distributed work”, liderado por Drew Houston, Co-founder & CEO da Dropbox, mostrou que, com a quarentena, trabalhar em casa deixou de ser um experimento para se tornar uma proposta de longo prazo. Segundo ele, a Dropbox tirou bons aprendizados desse contexto e provou que é possível ser eficiente mesmo quando os colaboradores estão espalhados por diferentes lugares do país e do mundo.
Drew reforçou que, enquanto muitas empresas tinham um certo receio de fazer a transição para o remoto, a pandemia mostrou quão rápida essa mudança pode ser. É claro que não existe substituto para a experiência presencial, mas é preciso encontrar boas maneiras de seguir remotamente, sem sobrecarregar os membros da empresa, que muitas vezes tiveram dificuldade de equilibrar o trabalho e a vida pessoal, já que ambos passaram a ocupar o mesmo espaço: a casa.
Plataformas de colaboração
Dmitry Grishin, Founder & General Partner na Grishin Robotics, falou sobre como a tecnologia pode contribuir com o trabalho colaborativo durante o painel “Collaboration platforms: All for one, one for all”. Ele destacou que nos últimos meses houve uma grande aceleração da mentalidade digital, com o surgimento de novas ferramentas de educação online e a utilização de videoconferência. Para Dmitry, nesse período, as pessoas se tornaram mais criativas, comunicativas e produtivas com o trabalho remoto e esse formato irá perdurar.
Contar com uma equipe capacitada é ter garantia de alta produtividade e qualidade na entrega. Para ajudar as companhias a oferecer treinamentos digitais aos seus colaboradores, a LG lugar de gente e a Fundação Dom Cabral (FDC) fizeram uma parceria para ofertar trilhas de conhecimento. Com elas, as empresas podem reinventar a capacitação de talentos utilizando conteúdos inovadores de especialistas da FDC. Aliada a elas, estão experiências digitais e metodologias de gamificação. Dmitry acredita que o modo como o negócio é gerido é o mais importante, independente do lugar onde estejam as pessoas. A tecnologia auxilia muito nesse sentido, com a disponibilidade de ferramentas que tornam não somente possível o modelo remoto, mas também aumentam a qualidade do trabalho e a acessibilidade.
Outro destaque trazido por ele é o uso de jogos corporativos. O gestor defende o amplo crescimento do uso de gamificação, que torna os colaboradores mais motivados e assume um espaço cada vez mais relevante dentro das empresas. Segundo Dmitry, muitas organizações têm investido nos encontros virtuais com games e será cada vez mais comum o uso dessas soluções para gerar mais engajamento, colaboração e diversão no ambiente de trabalho. Mais à frente será possível, inclusive, disponibilizar um universo virtual para as empresas, no qual os colaboradores possam criar experiências juntos.
Sem dúvida, a gamificação pode contribuir com a gestão de pessoas, aumentando o engajamento e proporcionando uma boa experiência para os funcionários. Em nossa experiência e portfólio de games corporativos, você tem à disposição games prontos ou sob medida, que podem ser usados em qualquer etapa do ciclo do colaborador na empresa. A solução fornece um método lúdico de mapeamento e aprendizado, ao mesmo tempo em que concede indicadores mais fidedignos aos gestores e ao RH.
Dmitry também acredita que o investimento em IA será acelerado, inclusive para áreas em que usualmente ainda não é utilizado. O machine learning
poderá aumentar a colaboração e a produtividade. O uso dessas tecnologias não está, e não estará, focado em grandes transformações de automatização das empresas, mas em investimentos que tornam a vida mais simples.
Transforme sua empresa com o design do espaço de trabalho
Na palestra “Transform your business with workspace design”, Jane Geraghty, CEO da Landor & Fitch, ressaltou que, no ambiente atual, quando a mudança é a única constante, as empresas devem confiar no propósito de sua marca para informar a tomada de decisões, inspirar mudanças e navegar com sucesso na turbulência. Para ela, também é vital orientar os funcionários, ajudando-os a trabalhar de maneira diferente, mudando comportamentos e abraçando novos estados de normalidade.
Mas mesmo as melhores empresas podem ignorar uma de suas ferramentas de transformação mais poderosas: o local de trabalho. Segundo Jane, 70% das empresas disseram que irão diminuir o espaço de trabalho por conta da conjuntura trazida pela covid-19 (e agora ainda temos que considerar novas variantes do vírus, como a mapeada na Inglaterra no fim de 2020). Por isso, agora é o momento de reavaliar como trabalhamos no escritório, trazer a cultura da conectividade que aprendemos durante esse período para lidar com a crise e aplicála na busca pelo sucesso.
Para isso, ela levanta 6 chaves imperativas do design no ambiente de trabalho: a cultura, que diz respeito a como você deseja que as pessoas na empresas ajam; a função, para pensar como as pessoas devem trabalhar; a interação, que versa sobre como possibilitar uma melhor interação nos moldes que a empresa deseja promover; a sustentabilidade, para promover um impacto positivo no mundo através das pessoas; o espaço (arquitetura), sobre como se quer desenhar um espaço ao redor dos colaboradores; e a tecnologia, voltada à capacitação de pessoas. Se todos esses pontos forem pensados a partir do propósito da empresa, teremos excelentes ambientes de trabalho pós-covid.
Digitalização: resiliência x disrupção
Sebastian Klauke, membro do Conselho Executivo do Grupo Otto, liderou a palestra “Digitisation: Resilience vs disruption”. Durante a apresentação, ele apontou que a competitividade da organização moderna está diretamente relacionada ao nível de digitalização.
Apesar do nome da palestra, Sebastian explica que não há um “versus”, mas que podemos falar de resiliência na disrupção.
O consumo se tornou cada vez mais eletrônico e, para andar lado a lado com os processos de digitalização, o palestrante sugeriu quatro caminhos:
1. Começar cedo
Segundo ele, essa é a chave para o crescimento, pois tempo e investimento são necessários para aprender e para se estabelecer. É preciso encarar o desafio de ser rápido e agressivo, mesmo quando o ambiente ainda não está completamente pronto. Como o Grupo Otto começou cedo, foi capaz de tomar decisões mais assertivas, pautadas nas informações aprendidas. A ideia de começar cedo e buscar por transformação digital não quer dizer fazer isso uma vez, no começo da sua jornada, mas ter isso como cultura. Buscar o que há de mais novo na tecnologia, ser mobile first, implementar IA e lidar com Realidade Aumentada: isso nunca irá acabar, sempre haverá evolução.
2. Manter-se executando
Sebastian recomenda que as pessoas e empresas invistam cada vez mais naquilo que já têm conhecimento. Aqui vem a resiliência. Para ser competitivo, é preciso se manter ativo nas suas atividades e encontrar inovações dentro do seu contexto. As coisas que sua empresa já faz bem são a chave para mantê-la viva na próxima onda digital. Tecnologias novas sempre irão surgir. Nos acostumamos a ouvir sobre o quanto é importante nos inserirmos em cloud computing e software architecture, mas nunca devemos cansar da otimização.
3. Encontrar novas formas de gerar valor
É importante estabelecer novos modelos de negócio e verificar o que há no horizonte, focar em inspiração. Uma das formas significativas de gerar valor é a personalização, que configura uma inovação incremental. A disrupção pode criar um grande negócio, mas inovações dentro do que você já tem podem ser muito mais promissoras no longo prazo.
4. Cultura em primeiro lugar
Sebastian finalizou trazendo uma quarta variável, ainda mais importante: a cultura. A habilidade de transformar a cultura da sua empresa vai trazer novos processos e horizontes. Mas a estratégia só funcionará se vier do topo e contar com a integração de toda a empresa. “Isso envolve muito investimento e persistência, mas provavelmente será a coisa mais recompensadora que fará como gestor”, afirma.
O que os gestores de pessoas podem aprender com o Web Summit 2020?
Mais do que nunca, vemos que a tecnologia está a favor das pessoas e que as empresas podem se beneficiar das inovações já disponíveis. A LG lugar de gente, por exemplo, conta com soluções que permitem otimizar processos da área de gente e gestão, dar independência e autonomia para os líderes na gestão de suas equipes e melhorar a experiência de colaboradores e candidatos.
O evento nos mostrou que a pandemia acelerou a utilização da tecnologia nas companhias e que esse é um caminho sem volta. Aquelas empresas que adotaram novas soluções já perceberam os benefícios e não vão voltar atrás. Fica cada vez mais evidente que investir em inovação na gestão de pessoas é investir na sustentabilidade do negócio.
Comportamento e Consumo na Era Digital
Confira os 12 principais ensinamentos do Web Summit 2020 em relação ao comportamento do cliente e aos hábitos de consumo
Por Guga Schifino, CEO da DX.CO e coordenador da comissão de transformação digital da ABF
Muito do que foi visto e discutido na edição digital do Web Summit tem um forte impacto nos negócios de varejo. O comportamento do consumidor, afinal de contas, é muito influenciado pelas condições sociais, culturais, políticas e econômicas da sociedade. De forma bastante sintética, aqui vão 12 vetores de transformação do comportamento e do consumo na Era Digital, na ótica do principal evento de inovação do mundo:
1. Um grande recomeço – É isso que a era digital impõe: não basta ser uma boa empresa, é necessário ser uma empresa boa. O foco não é só o cliente, e sim a comunidade. São as pessoas que estão no centro do novo mundo, e o resultado econômico deve ser consequência de melhorar a vida dos indivíduos. Barbara Coppola, CEO da IKEA, trouxe o pensamento que melhor traduz esse necessário movimento global. Diz ela: “o mundo será mais simples, igualitário e transparente. As pessoas e empresas que serão relevantes na era digital provavelmente terão essas características também”. Ou, como disse Cal Henderson, fundador da Slack: “Emergimos pós-Covid mais fortes e colaborativos”. Já a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, prêmio Nobel, trouxe a expressão Sheroes (she + heroes), e disse: “deem espaço para as mulheres que elas mudarão o mundo”.
2. Dados são o novo império – Com fortíssima presença chinesa, pelas empresas Huawei, Tencent, Alibaba, Xaiomi, JD e ByteDance (TikTok), entre outras, o país mais populoso do mundo mostrou como os