Rio de Janeiro Editora Betel 2017
© 2017 editora betel Todos os direitos reservados. revisão: Felipe Gomes preparação de originais, diagramação e capa: Alt3 Editorial categoria: Vida Cristã; Devocional isbn: 978-85-8244-058-2 1ª edição: julho/2017 As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia do Culto (Editora Betel, 2015), tradução revista e corrigida de João Ferreira de Almeida, salvo quando especificado outra versão.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Jéssica de Almeida - CRB 7/6858 C376e Cavalcanti, Sarah, 1962 Em dia com a Palavra/ Sarah Cavalcanti. – Rio de Janeiro: Editora Betel, 2017. 112 p. ; 17 cm. ISBN 978-85-8244-058-2 1.Reflexões. 2. Devocional. 3. Palavra de Deus. 4. Bíblia. 5. Vida Cristã. I. Título. CDD: 248.4
EDITORA BETEL
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AGRADECIMENTOS A Deus, o autor da vida, fonte de todas as bênçãos e amor. Aos meus pais, Jonas e Helena, que lutaram bravamente para que as filhas tivessem oportunidades que a vida lhes negou. Aos meus amados filhos Willy, Vitor e Gabriela, que compreenderam o desafio da empreitada e incentivaram o sonho da conquista. Às minhas irmãs Ruth, Áurea e Elizabeth, companheiras de tantas aventuras na jornada dessa vida. Aos amigos pelo apoio e encorajamento tão necessários à realização de um projeto dessa natureza. À Editora Betel pela credibilidade, pelo investimento e pela possibilidade de compartilharmos a expansão do Reino de Deus.
SUMÁRIO Apresentação 9 1. Marcas de uma mulher extraordinária
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2. O que você tem em casa?
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3. Proteja sua família!
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4. Confissão, crise e cura
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5. Becos e saídas
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6. Certezas no vale
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7. Caminhos solidários
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8. Lições na Praia
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9. O vento que venta lá, também venta cá
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10. Reconstruindo sonhos
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11. Há sempre um Tito!
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12. Lições com Rispa
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13. O Deus das grandes batalhas
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14. Características de um ministro de Deus
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15. Faça o bem sem olhar a quem
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16. Segredos que a oração nos ensina
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17. Refletindo a glória de Deus
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APRESENTAÇÃO A Palavra de Deus sempre nos encoraja a prosseguir em nossa caminhada terrena, apresentando as histórias de vida de seus personagens sem omitir suas limitações, contradições e humanidade. São pessoas que tiveram o caráter forjado por perdas, dores, injustiças e angústias, mas que mesmo assim se mantiveram fiéis a Deus. Nossas experiências e desafios durante esta jornada nos irmanam a eles e nos enchem de esperança para seguirmos em frente, confiando que é possível enfrentar as adversidades com coragem, esperança e fé. Sarah Cavalcanti
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1 MARCAS DE UMA MULHER EXTRAORDINÁRIA “E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.” (Juízes 4.4). O cenário descrito no livro de Juízes narra um tempo de decadência moral, espiritual e política da nação de Israel. Depois da morte de Josué, o povo ficou sem liderança religiosa e isso facilitou com que se tornassem infiéis a Deus. Com esse comportamento, o povo atraiu a ira de Deus sobre si de tal maneira que Ele utilizou a força e o domínio das nações inimigas para disciplinar e ensinar o Seu povo. Esse cenário de fracassos, quedas, anarquia, desorganização e confusão religiosa e moral, desencadeou 11
um ciclo de pecado, punição, súplica e salvação. Dessa forma, o povo pecava e, ao sentir as consequências da desobediência e do seu afastamento de Deus, clamava por socorro. Deus interferia em resposta ao clamor do povo, elegendo pessoas comuns como juízes para liderar e libertar o povo da opressão dos inimigos. Assim, a autoridade dos juízes não consistia na coragem ou no heroísmo militar, mas no fato de serem pessoas conduzidas pelo Espírito Santo de Deus em suas estratégias para vencer as batalhas contra seus inimigos. Dentre esses juízes, encontramos uma mulher chamada Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote. Ela julgou Israel quando o povo vivia debaixo da opressão do rei de Canaã, Jabim, e seu general, Sísera. A posição de liderança ocupada por Débora, numa época em que as mulheres não tinham qualquer valor ou prestígio social, revela-nos que não há paradigmas culturais, sociais ou religiosos que sejam capazes de impedir os propósitos e o agir de Deus na história da humanidade. A vida de Débora evidencia qualidades indispensáveis a todos que marcaram épocas e impactaram gerações. Tais pessoas escreveram a história com fidelidade, ousadia e credibilidade. Eis as marcas de uma mulher extraordinária:
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Fidelidade O texto não apresenta muitos detalhes sobre a vida pessoal de Débora, o que nos leva a concluir que, possivelmente, ela foi uma mulher como tantas outras de sua época, isto é, sem descendência aristocrática, qualificações peculiares ou quaisquer outros atributos especiais que a elevassem a posição de juíza em Israel. O que a fez tão especial? A leitura da narrativa bíblica traz informações sobre o modo de vida daquele povo. Eles estavam totalmente afastados dos ensinamentos e da fé dos primeiros patriarcas e perderam o que os diferenciava dos demais povos: a fé em um único Deus. Essa era a principal identidade de Israel, um povo monoteísta, que deveria viver sob as leis e o governo de Deus. O fato é que a convivência com as diferentes culturas e crenças induziu o povo de Israel a um sincretismo religioso sem precedentes. Ainda assim, independente da decadência moral e espiritual daqueles que estavam ao seu redor, Débora permaneceu fiel. Seu modo de vida se opunha frontalmente à vida daqueles que estavam ao seu redor. Ela conservou-se fiel à sua fé, aos seus princípios e a Deus. E isso foi um diferencial tanto para sua vida quanto para a comunidade em que estava inserida. A informação de que era uma profetisa revela-nos que ela transmitia as orientações de 13
Deus ao povo. Para isso, era imprescindível uma vida pautada na obediência e fidelidade à Palavra de Deus. Ainda hoje, Deus conta com pessoas cujas vidas sejam incorruptíveis, que sejam como sal da terra e luz do mundo, que não negociem seus valores, seus princípios, sua fé, a despeito da apostasia e do pecado que os cercam. Infelizmente, algumas pessoas têm encontrado no comportamento alheio desculpas para uma vida espiritual infrutífera, vazia e desprovida de qualquer relevância.
Ousadia Em uma época de total indiferença quanto à figura feminina e seu valor na sociedade, Débora nos surpreende ao exercer um papel de liderança, uma função destinada exclusivamente ao sexo masculino. Segundo estudiosos, naquele tempo a mulher era confinada a tarefas domésticas; no templo, não podiam ir além de um átrio externo destinado às mulheres; enfrentavam muitas restrições durante o período menstrual, inclusive a proibição de ir ao templo; entre outros. Débora surgiu nesse cenário como uma mulher que revirou os rígidos costumes sociais, quebrou paradigmas, reordenou prioridades, ampliou a visão e mudou conceitos. Para quebrar paradigmas é preciso ousar! 14
O papel feminino na sociedade mudou muito desde então. No passado, muitas mulheres foram mutiladas, humilhadas, amordaçadas, queimadas, apedrejadas, mas hoje grande parcela da população feminina vive uma nova realidade de conquistas e realizações. Entretanto, novos paradigmas surgem para serem vencidos, dentre eles o da ditadura da beleza. Podemos dizer que hoje enfrentamos um novo tipo de escravidão: a escravidão do espelho. Segundo a historiadora Mary Del Priore, o Brasil é o primeiro país no mundo em número de cirurgias plásticas puramente estéticas, deixando para trás até países muito mais ricos do que o nosso. Vivemos o paradigma de que a embalagem vale mais do que o conteúdo; a aparência em detrimento da essência. Infelizmente, algumas mulheres se tornaram vítimas dessa escravidão e encontram-se aprisionadas em porões da baixa autoestima. Devemos, como mulheres cristãs, cuidar da saúde e primar pela aparência sempre, mas a todo tempo tomando os devidos cuidados para não cair na armadilha vigente da beleza padronizada. É importante lembrar que toda mulher tem o seu valor e a sua beleza. Nadar contra essa correnteza não é tarefa fácil. Não se pode esquecer a recomendação bíblica de que a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada (Provérbios 31.30). 15
Credibilidade Ao descrever as orientações e estratégias para a batalha contra os cananeus, a narrativa bíblica informa que, lá pelas tantas, Baraque, o homem responsável pelo exército de Israel, impôs uma condição para guerrear contra o inimigo: Débora deveria acompanhá-los nessa empreitada. Ainda que, num primeiro momento, essa atitude pareça demonstrar fraqueza ou insegurança, na realidade, tal hesitação se fundamentava na superioridade bélica do inimigo. A companhia de Débora, portanto, inspiraria confiança ao reduzido exército israelita. Com essa atitude, ele legitimou a competência e a credibilidade de Débora, mesmo em uma sociedade patriarcal. Sua presença traria encorajamento e certeza de vitória, isso graças à sua profunda comunhão com Deus e o testemunho inabalável de sua fé. Além do mais, a presença de Débora era a certeza de que Deus não abandonaria Seu povo. Cabe aqui mais uma reflexão: será que a nossa presença em determinados lugares e em nossa esfera de influência nos confere credibilidade? Vivemos uma época de absoluta certeza quanto ao valor e a influência feminina na política, nas artes, na educação e nas demais áreas da vida pública e privada de nossa sociedade. A grande questão é se as 16
mulheres estão fazendo bom uso das oportunidades e conquistas conseguidas a custo de sacrifício pelas gerações passadas.
Para a reflexão nossa de cada dia A história de Débora acabou. A boa notícia é que tanto a minha quanto a sua história ainda não e, por isso, o exemplo dessa grande mulher deve provocar em nós muito mais do que inspiração, sonhos ou admiração. A trajetória de Débora nos desafia a agir em nossa geração com fidelidade, ousadia e credibilidade para que, assim, o poder de Deus seja manifesto de maneira excepcional em diferentes épocas e lugares. Uma mulher extraordinária será sempre extraordinariamente usada por Deus!
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