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Odisseu e Circe

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Referências

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Filha de Hélio, o Sol, Circe era a rainha das feiticeiras. Conhecia tudo sobre ervas. Pegava umas folhas daqui, juntava com outras dali e fervia em um caldeirão com água. Estava pronta mais uma poção mágica. Em suas mãos, as ervas se transformavam em arma mortal.

A bruxa vivia na ilha de Eana, na costa da Itália, cercada por falcões e feras amansados com suas misturas. Morava em um castelo, de onde saía uma luz que atraía os navegantes. De lá também vinha uma bela canção que ela interpretava. Ninguém resistia ao encanto.

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Os marinheiros chegavam curiosos para conhecer a dona de voz tão afinada. Ela os recebia com agrados: banquetes com comida farta, vinhos de primeira qualidade e licores que misturava com as poções mágicas. Resistir como? Só que, ao final, Circe

os tocava com uma varinha de condão. Sabe o que acontecia? Os homens viravam porcos.

A história se repetiu com a tripulação de Odisseu. O herói voltava da Guerra de Troia. Estava louco para reencontrar a mulher, Penélope, e o filho, Telêmaco. Fazia quase vinte anos que estava longe. Quando avistaram a Ilha de Eana, os marinheiros decidiram parar para recuperar as forças. E então Odisseu enviou alguns homens para lá a fim de buscar ajuda.

Perto do castelo, os marujos ouviram a música. E a bela voz. A feiticeira convidou-os a entrar. Todos aceitaram, menos um deles, que, desconfiado, voltou ao navio para avisar o comandante. Os que entraram comeram e beberam à vontade. Depois, a feiticeira os tocou com a varinha e eles viraram porcos.

Como os homens não retornaram, nosso herói pensou: “Eles caíram em uma armadilha”. Decidiu, então, libertar os tripulantes. Juntou um grupo e recomendou muito cuidado. Pressentia perigo. No caminho, encontrou-se com o deus Hermes, que lhe falou sobre os riscos que correria ao se aproximar de Circe e lhe deu uma planta com poderes para resistir às bruxarias.

Odisseu foi muito bem recebido. Depois de comer e beber chegou a hora da magia. Circe tocou-o com a varinha mágica e disse, gargalhando: “Vá se juntar aos porcos”. Mas a erva de Hermes cortou

a magia. Tomando a espada, Odisseu imobilizou a bruxa. Ela caiu no chão, sem poder reagir.

Por essa a feiticeira não esperava. Ajoelhou-se ante Odisseu e implorou piedade.

Ele era muito astuto e não se deixou levar pela bruxa. Mandou-a libertar os companheiros e deixar que partissem sãos e salvos. Tudo resolvido, descansaram, recuperaram as forças e se aprontaram para partir. Só que a história não terminou aí.

Circe se apaixonou por Odisseu. Ele se encantou por ela. Viveram um ano juntos. Mas a saudade de casa voltou a tomar conta do coração do herói. Ele fez as malas e partiu. Ela continuou no castelo, enfeitiçando os homens que caíam no seu encanto.

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