Revista PODER | Edição 144

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ÁTOMO

DEU QUÍMICA

Pioneira da indústria petroquímica nacional, Unipar vive história de enredo romanesco, em nada a dever àquela protagonizada por seu próprio chairman e acionista, Frank Geyer, e multiplica seus ativos na pandemia POR PAULO VIEIRA

V

FOTOS PICO GARCEZ

ocê não vê, mas nós estamos aí. O velho slogan da empresa Persico Pizzamiglio, que chegou a ser relevante na fabricação de tubos de aço no Brasil, poderia funcionar para a Unipar Carbocloro, a um dia refinaria de petróleo que hoje produz cloro, soda e PVC – este último ironicamente o material plástico, ou polímero, para ser mais preciso, que desbancou o aço dos encanamentos e ajudou a jogar uma pá de cal na Pizzamiglio. Com essas três commodities duras, digamos, a empresa teve uma performance histórica em 2020, o (primeiro) ano em que vivemos em perigo, a despeito de uma queda preocupante de pedidos de PVC no primeiro semestre do ano passado, quando a pandemia começou. No fim, 2020 representou para empresa um crescimento de 26,9% da receita bruta em relação a 2019, além de aumento de 5% de utilização de capacidade instalada nas operações de cloro e soda cáustica nas três unidades fabris da Unipar, Santo André e Cubatão, ambas em São Paulo, e Bahia Blanca, na Argentina. Essas informações até não fariam feio num relatório setorial da indústria pesada brasileira, mas soam um tanto extravagantes aqui. Notadamente porque tudo com o que lida a Unipar tem glamour tendendo a zero: para fazer o cloro e a soda, bastam água, sal e eletricidade para realizar a reação química, a eletrólise, dos componentes; no caso do PVC, entra ainda etileno, um hidrocarboneto extraído do petróleo. Trata-se de uma aula de cursinho de química básica em escala literalmente industrial.


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