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CULTURA INC
HIGH-TECH
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POR CARLA JULIEN STAGNI
DIRETO PARA O FUTURO
O advento da casa inteligente já é uma realidade. Luzes que acendem e entram no ritmo de sua música favorita, um aparelho que estimula a meditação e outro que faz seus “bons drinques” ao toque de um botão. Ar puro e gadgets que otimizam seus exercícios também fazem parte do pacote
REMADA
Que tal remar sem sair de casa, mas com a impressão de estar em um rio de verdade? O Hydrow é um aparelho para se exercitar com dispositivos sensoriais que faz com que a prática indoor seja mais próxima da feita ao ar livre. A começar pelo movimento que, por ser eletromagnético e controlado por computador, faz com que seja semelhante a estar na água. Uma tela 22” sensível ao toque e alto-falantes frontais trazem o rio para sua sala. É possível escolher atividades imersivas em Miami, Boston, Escócia, Londres, entre outros destinos. O design do Hydrow também é um ponto a se destacar por ser arrojado e não fazer feio na decoração da casa.
HYDROW.COM PREÇO: R$ 11 MIL
MÚSICA BOA
Para quem faz questão de som puríssimo em suas experiências musicais e até de streaming, o Walkman® WM1ZM2 Signature Series tem chassis em OFC banhado a ouro. Com isso a pureza do som foi aumentada para 99,99%. Os graves são nítidos e poderosos, a atmosfera é mais expansiva e os médios e agudos perduram de forma agradável. A qualidade é compatível com wi-fi para transferência e streaming. Tem capacidade de 256 GB e ranhura para cartões SD.
SONY.COM PREÇO SOB CONSULTA
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ARCO-ÍRIS
A iluminação inteligente pode criar climas inesperados. Entre as novidades para esse fim está o Nanoleaf Shapes. São painéis modulares com formatos diferentes que permitem a cada pessoa criar layouts exclusivos. O Nanoleaf reage ao toque, pode ser conectado a músicas e acompanhar o ritmo, e conta com 16 milhões de cores.
NANOLEAF.ME PREÇO: R$ 689
SONINHO BOM
Um insone crônico decidiu unir práticas de respiração da meditação, ioga, entre outros, à tecnologia. Com a ajuda de um grupo de designers industriais, depois de dois anos de pesquisa e inúmeros protótipos, nasceu o Dodow Sleep Aid Device. O gadget auxilia a pessoa a entrar em um ritmo ideal de seis respirações por minuto para colocá-la em estado de repouso e reequilibrar seu sistema nervoso autônomo. Cada expiração é 50% mais longa do que a inspiração para cansá-la. Funciona sincronizando à respiração com um pulso de luz lento e constante. O efeito hipnótico ajuda a relaxar rapidamente.
MYDODOW.COM PREÇO: R$ 230
FOTOS DIVULGAÇÃO * PREÇOS PESQUISADOS EM MAIO, SUJEITOS A ALTERAÇÕES;
CORRIDA INTELIGENTE
Nurvv é um wearable esportivo premiado que mede sua corrida a partir do ponto de impacto. Palmilhas inteligentes contam com rastreadores leves que se adaptam a qualquer tênis e fornecem insights, orientações e treinamento para ajudar o usuário a otimizar a experiência, treinar de forma mais saudável, melhorar a performance... graças ao fornecimento de métricas exclusivas, como passada, pronação e equilíbrio, além de sinalizar quais áreas do corpo estão sob risco de lesão e maneiras específicas de evitar isso. É compatível com sistemas iOS: 12 ou mais, Android™ 6.0 ou mais, Apple Watch Series 3, ANT+ Garmin e Bluetooth HRM.
NURVV.COM PREÇO: R$ 1.300
AR PURO
O ventilador purificador Dyson Purifier Cool Formaldeído™ TP09 (Níquel/Ouro) detecta, captura e retém automaticamente poluentes para um ar mais limpo, purificando o ambiente. O sistema de filtragem mais avançado da Dyson combina um sensor com filtro catalítico que destrói continuamente o formaldeído. O filtro de carvão ativado remove gases e odores e um filtro HEPA captura 99,97% das partículas de 0,3 mícron. O controle do ventilador é compatível com serviços de voz Amazon Alexa, Apple Siri e Google Home.
DYSON.COM PREÇO: R$ 3.400
CHEERS
Um bar em casa que não precisa de mixologista. Sim, esse sonho já é realidade. Com o toque de um botão, o Bartesian Cocktail
Maker 720 é capaz de produzir seu drinque favorito. Basta abastecer a máquina com suas marcas favoritas de vodka, tequila, uísque, gim ou rum, além de água, e inserir a cápsula do cocktail que quer fazer, que contém bitters, extratos, concentrados de suco e misturadores. Uma vez que a cápsula é inserida, a bebida é identificada via código de barras. Dá até para personalizar a intensidade, variando de mocktail a forte.
BARTESIAN.COM/ PREÇO: R$ 1.800
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CULTURA INC.
POR LUÍS COSTA
ESQUINA DE MUNDOS
Em Gyuri, a cineasta pernambucana Mariana Lacerda filma o reencontro da fotógrafa Claudia Andujar com o povo yanomami, uma relação construída de intimidade e admiração mútua
Em 2018, a documentarista pernambucana Mariana Lacerda encontrou, em um catálogo de uma exposição da fotógrafa Claudia Andujar, um relato escrito por ela em 1975: “Constato que me sinto à vontade neste mundo yanomami. Não me sinto mais uma estranha. Este mundo ajuda a me compreender e a aceitar o outro mundo em que me criei. Os dois mundos estão se juntando num grande abraço. É, para mim, um mundo só”.
É essa relação entre dois mundos que Mariana retrata em Gyuri, seu primeiro documentário em longa-metragem. “Um filme que, ao narrar Claudia, cria um mundo onde homens, mulheres e crianças possam viver colhendo da terra o alimento; do ar e do balançar das folhas, o sopro da vida”, afirma.
Lançado durante o 25º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, o filme registra encontros. No início, Claudia, nascida na Suíça, conversa em húngaro com o filósofo Peter Pál
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Pelbart e revisita cenas de sua infância e dos horrores da Segunda Guerra Mundial. “Sugeri que Claudia voltasse a essa sua primeira língua como maneira de alcançar outras formas de fazer emergir a sua história de vida, singular, mas que, quando narrada, nos faz semelhantes a ela”, diz a cineasta. “Percebi, dois anos depois, o que se tornaria para mim o real exercício de fazer documentários: abrir um espaço para que o outro venha, permitir-me o tempo do outro e assim devolvê-lo a ele mesmo, que também já não é mais o mesmo.”
Claudia Andujar em cena do documentário Gyuri, de Mariana Lacerda (na foto abaixo)
Claudia Andujar, fotógrafa, sobre o povo yanomami, “mundo” que ela conheceu nos anos 1970
FOTOS DIVULGAÇÃO
É nessa conversa que Claudia conta a história do menino judeu Gyuri, que lhe deu o primeiro beijo. Aos 90 anos, ela ainda guarda consigo a foto de Gyuri e de seu pai, ambos levados ao campo de concentração de Auschwitz. Da rememoração da infância em fuga, o filme passa a acompanhar o reecontro dela, em 2018, com o povo originário yanomami, que conheceu no início dos anos 1970. Ali Claudia registrou, por anos, a rotina na floresta e na maloca. O trabalho fotográfico foi ferramenta ativa pela proteção da comunidade, ameaçada por doenças e pela violência provocada pela expansão da atividade garimpeira.
No retorno de 2018, Claudia é recebida pelo xamã, escritor e líder político Davi Kopenawa, uma das lideranças responsáveis pela demarcação do território yanomami em 1992, e pelo ativista Carlo Zacquini, missionário católico defensor dos povos originários.
Previsto para estrear no dia 7 de julho, o filme aparece em um momento crítico para o povo yanomami, no aniversário de 30 anos da demarcação de suas terras. Nos últimos quatro anos, eles sofreram diversos ataques do garimpo ilegal, agravado em 2020 com a Covid-19, levada pelos invasores. Em abril passado, houve a denúncia de estupro e morte de uma menina yanomami. Em maio, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos solicitou à Corte Interamericana de Direitos Humanos uma intervenção para proteger os direitos à vida da população yanomami em razão da “situação de extrema gravidade e urgência de danos irreparáveis aos seus direitos no Brasil”. n
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