DE CONVERSA EM CONVERSA POR ANTONIO BIVAR
ASSÉDIO E HIPOCRISIA Para nosso colunista, está declarada mais uma vez a guerra dos sexos: tudo sobre as atuais polêmicas de assédio sexual na indústria do entretenimento
O
tema do assédio sexual contra a mulher foi o mais assuntado mês passado e o que mais ibope rendeu nas redes e na mídia em geral. Do desfile de pretinhos básicos do mulherio no Globo de Ouro, do discurso da Oprah e do sorriso
90 J.P FEVEREIRO 2018
monolítico de Meryl Streep à resposta francesa de Catherine Deneuve & amigas em carta aberta publicada no Le Monde liberando os homens a não se sentirem tolhidos no sedutor approach aos encantos do eterno feminino... Praticamente não se falou noutra coisa. Na torcida entre as duas facções, parece que Deneuve levou vantagem. Moças gostam de serem abordadas. Depende de como a coisa é feita,
para o bom resultado o approach tem de ter finesse. Os críticos mais céticos viram em ambos os lados do fuzuê um tanto de hipocrisia. Estava declarada a guerra dos sexos como fazia tempo não se via no picadeiro do entretenimento, desde a grega Lisístrata e suas correligionárias. Os homens, crucificados pela tangente hollywoodiana, levantaram a voz em uníssono perguntando: “E as mulheres também não assediam os homens?”. Teve até quem se lembrasse do tempo quando mulher assediava macho e se este não se rendesse ao assédio ela espalhava que ele era viado. De modo que, desde que o mundo é mundo, homens e mulheres se assediam. Nem todos e nem todas, mas uma minoria bastante representativa. Quando a denúncia explode, o caso chega ao noticiário, ganha processo e puxada de tapete de quem estava acostumado a