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COLUNA DA JOYCE

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POLE POSITION

POLE POSITION

LIBERTAS

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), DIAS TOFFOLI, não descarta levar a julgamento ainda neste ano a ação sobre a validade do decreto de indulto editado pelo presidente da República, Michel Temer, em dezembro de 2017. Entre as regras do decreto, Temer estabeleceu que poderia receber o perdão quem cumpriu um quinto da pena em caso de crimes sem violência ou grave ameaça. A medida não atingiria, por exemplo, o ex-presidente Lula, condenado a 12 anos e um mês de prisão e que começou a cumprir pena em abril – ele só terá cumprido um quinto da sentença em 2020. Mas o critério poderia alcançar outros condenados da Lava Jato.

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Escrito nas estrelas

“Quem assumir o comando, seja quem for, virá para melhorar o Brasil.” A frase, dita por fontes celestiais, foi interpretada pela astróloga MARIA EUGÊNIA DE CASTRO, ouvida especialmente pela PODER. Com Júpiter na casa 10, o ponto mais alto do mapa astral, como a profissional explicou, benefícios coletivos são aguardados para os próximos meses. "Porém, se ele [presidente] não for bem, cai e roda. Não conseguirá se manter no cargo." Maria Eugênia explica que Urano, um planeta de transformação, está na casa 11 e indica mudanças na forma de fazer política que deverão ocorrer nos próximos anos, até 2020. "Estamos saindo da Era de Peixes e engatinhando na de Aquário, levam-se 80 anos para uma era se estabelecer. Esses períodos geram mudanças sociais e culturais grandes, a sociedade fica mais confusa e caótica até se reorganizar. Mas vai se reorganizar", prevê, otimista, a fundadora da Sociedade de Astrologia do Rio de Janeiro e autora de diversos livros, entre eles Certezas Provisórias (Doc Editora).

NÃO É A MAMÃE Um empresário muito bem colocado na sociedade paulistana resolveu participar do grupo de WhastApp das mães da escola de seu filho. A ação não se revelou uma boa ideia. Único homem da comunidade, resolveu falar sobre política semanas antes das eleições, e suas posições não foram nada bem-vindas pelas demais mamães. Detalhe: o colégio em questão é o bilíngue mais caro da cidade.

CHAMA

Comenta-se em alguns corredores do mercado financeiro que HENRIQUE MEIRELLES tem tudo para ser um dos pivôs do próximo governo, seja ele qual for. Ainda que tenha participado do pleito presidencial, o nome dele foi ventilado por seus principais adversários, mesmo no primeiro turno, que já davam como naufragada a campanha do MDB. Uma eventual indicação de Meirelles serviria para sinalizar ao mercado que a próxima gestão tende a ser moderada e sem grandes rupturas na economia. Henrique Meirelles comandou o Banco Central entre 2003 e 2010, no governo Lula, e foi ministro da Fazenda de Michel Temer entre 2016 e 2018.

Resta um Historicamente, a classe artística costuma declarar apoio em eleições presidenciais a candidatos de esquerda. Fernando Haddad (PT), por exemplo, contou desta vez com o voto de Chico Buarque, enquanto Ciro Gomes (PDT) trouxe para o seu time Caetano Veloso. Mas outro grupo de artistas, com cerca de 90 pessoas, chegou a redigir, ainda em

O MEIRELLES

agosto, um manifesto por GERALDO ALCKMIN (PSDB). Indeciso que é, o tucano perdeu tempo e demorou a divulgar quem era da sua banda.

SHALOM Além de uma sede da fundação que leva o nome do patriarca da família, os herdeiros de Moise Safra acabam de inaugurar em Nova York, nos festejos do ano-novo judaico, uma suntuosa sinagoga no coração de Manhattan. O espaço foi construído em um elegante endereço do Upper East Side (130 East 82nd Street) e também abrigará palestras, eventos e cursos de temática cultural e espiritual. Um dos fundadores do Banco Safra, Moise morreu em 2014, aos 79 anos. Deixou a mulher, Chella Cohen Safra, e os filhos Jacob, Ezra, Edmond, Esther e Olga.

MATCH POINT Fã e amigo de ROGER FEDERER, JORGE PAULO LEMANN tem mais um motivo para estreitar relação com o tenista suíço. O empresário brasileiro, um dos homens mais ricos do mundo, acaba de construir uma quadra de grama nos padrões da ATP em uma de suas casas nos arredores de Zurique, às margens de um lago. Tudo indica que será lá que Federer, recordista de títulos de Grand Slam, fará sua preparação para o torneio de Wimbledon de 2019. Vale lembrar que Lemann foi tenista profissional nos anos 1960 e defendeu tanto o Brasil como a Suíça na Copa Davis.

ROTA DE FUGA

Cerca de 2 mil milionários brasileiros fizeram as malas e deixaram o país com suas fortunas em 2017, segundo dados da empresa global de pesquisa de mercado New World Wealth. Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil ficou no top 10 de países com maior fuga de indivíduos donos de US$ 1 milhão ou mais em ativos, somando 12 mil "emigrantes milionários" desde 2015. O movimento tende a aumentar.

3 PERGUNTAS PARA...

THOMAS TRAUMANN, jornalista e ex-ministro de Comunicação do governo Dilma Rousseff, que entrevistou 14 ex-ministros da Fazenda para o livro O Pior Emprego do Mundo

POR QUE DECIDIR FALAR DOS MINISTROS DA FAZENDA?

A ideia foi tentar explicar Brasília para os brasileiros. Brasília tem mecanismos e simbolismos, uma lógica muito particular. A minha intenção era explicar como as decisões são tomadas, o que se leva em consideração, quais são as pressões... Mas para falar sobre tudo isso era preciso escrever uma enciclopédia (risos). Então, peguei a ideia-mãe e cheguei ao ministro da Fazenda. Poderia ter escolhido um ministro do Supremo ou o presidente da Câmara, mas a lógica era explicar o poder por meio de um personagem. Concluí que o ministro da Fazendo era o melhor, até porque eu tinha sido testemunha de como era essa relação e poderia escrever com muito mais vivência. Queria descrever esse processo ao longo do tempo, mostrar como tem coisas que se repetem: pode ser um governo militar, PSDB, PT, certas coisas são exatamente iguais porque o poder tem mecanismos claros e não importa quem esteja no comando.

DE TODOS, QUEM ATRAVESSOU O MOMENTO MAIS CRÍTICO?

O Maílson da Nóbrega (governo José Sarney) enfrentou um período dramático com a hiperinflação. Se você recebesse o salário no dia 5 e não gastasse nos primeiros dez dias, ele se desvalorizava 40%. As pessoas gastavam tudo nos primeiros dias, faziam estoque de alimentos, foi uma situação complicada. Tanto que ele chegou a propor para o presidente [José] Sarney renunciar para que o [Fernando] Collor assumisse antes. Para mim, isso é o símbolo de como era crítica a situação. A Zélia [Cardoso de Mello, ministra do governo Collor] também teve uma situação muito difícil no Plano Collor com o bloqueio das contas bancárias. Até hoje as pessoas têm trauma, perderam a confiança no sistema bancário e a questão da segurança dos depósitos virou um problema no Brasil. Em valores atuais, é como se ninguém pudesse mais ter R$ 10 mil livres para saque. De repente virou um pandemônio. E os resultados foram péssimos: não se controlou a inflação e caímos numa retração. Um terceiro momento complexo veio após as manifestações de 2013 (governo Rousseff), porque elas obrigaram o governo a tomar medidas que tiveram custos fiscais absurdos. A União nunca havia feito financiamento direto para metrôs e, de uma hora para outra, o fez em 12 cidades, deu aval de empréstimos para todos os estados, tomou atitudes fundamentais para levar o país ao déficit em que está hoje.

ACREDITA QUE UM DIA MINISTRO DA FAZENDA DEIXARÁ DE SER “O PIOR EMPREGO DO MUNDO”?

Seria ótimo, como o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, cuja importância é pequena na vida do cidadão americano, mas em Brasília, a curto ou a médio prazo, não vai ser assim. É só analisar a atual campanha eleitoral, em que toda semana vimos entrevistas com os conselheiros econômicos dos candidatos. Nunca houve tanto interesse sobre o que pensam esses assessores.

MULTIMERCADO

Há pouco mais de 20 anos, instituições bancárias atuavam em várias frentes, como distribuidoras, corretoras, seguradoras e até agências de turismo. O multimercado, no entanto, acabou gerando antipatia no comércio, que se organizou e conseguiu reverter o quadro. Assim, os bancos passaram a ser só... bancos. Mas, pouco a pouco, esse cenário parece estar voltando. A dúvida é: quem leva a queda de braço? O clima é quente nos bastidores das associações representantes. MENOS É CHATO Pensador singular, o americano ROBERT VENTURI faleceu em setembro, aos 93 anos, deixando um legado importante: "Less is a bore" ("Menos é chato"), em oposição à máxima "Less is more" ("Menos é mais"), de Mies van der Rohe. Venturi era daqueles arquitetos cujos escritos carregam o mesmo poder da obra edificada. Dois de seus livros são essenciais: Complexidade e Contradição em Arquitetura (WMF Martins Fontes), de 1966, e Aprendendo com Las Vegas (Cosac Naify), escrito com sua mulher e sócia, Denise Scott Brown, e Steven Izenour. Em 1991, ele ganhou a premiação máxima da arquitetura, o Pritzker.

VISITAR a exposição The Art of Making Buildings, do italiano Renzo Piano, na Royal Academy of Arts, em Londres. Uma visão geral da arquitetura high-tech de Piano por meio de 16 de seus projetos mais significativos, entre eles o Centre Pompidou, de Paris. DESCOBRIR o sítio arqueológico de Göbekli Tepe, na Turquia, o mais novo patrimônio mundial da humanidade segundo a Unesco. OUVIR “Under the Staircase”, playlist do Spotify gravada com exclusividade por Paul McCartney no icônico Studio 2 do Abbey Road. Destaque para a dançante “Nineteen Hundred and Eighty Five”, dos Wings. CONVIDAR um amigo cinéfilo para passar o dia, de sessão em sessão, na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. ESCOLHER um destino inédito para a viagem de Réveillon. DANÇAR com o casal Mats Ek e Ana Laguna nos espetáculos Memory, Axe e Old and Door. No Teatro Alfa, em São Paulo.

SEPARAR um tempo para ler a obra de James Baldwin, escritor americano que abordava questões raciais e de sexualidade. Terra Estranha e O Quarto de Giovanni, dois de seus premiados romances, acabam de ser publicados no Brasil pela Cia.

das Letras. REVER Amarcord em homenagem aos 25 anos da morte

de Federico Fellini. OUVIR repetidas vezes o clássico OK Computer, do Radiohead, e celebrar o aniversário de 50 anos do vocalista Thom Yorke.

ENGAJAR-SE no Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

SENTAR no balcão do Casimiro, no novíssimo edifício Santos Augusta, e pedir um dos cocktails desenvolvidos pelo estrelado barman Kennedy Nascimento.

“Na vida, diferentemente do xadrez, o jogo continua depois do xeque-mate.”

ISAAC ASIMOV

com reportagem de aline vessoni e dado abreu

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