Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos

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Roseane Moreira Sampaio Barbosa

SOBRE AS AUTORAS

Luciléia Granhen Tavares Colares

Roseane Moreira Sampaio Barbosa

Eliane de Abreu Soares

Professora Adjunta do Instituto de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Mestre em Nutrição Humana pela UFRJ. Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

A

Educação Nutricional representa um desafio tanto para os profissionais de educação quanto para os nutricionistas. No que diz respeito ao consumo alimentar, mudar o comportamento é

tarefa reconhecidamente difícil. O ideal é que se criem hábitos saudáveis a partir da alimentação complementar, aquela que se inicia após o período de aleitamento materno, conforme se preconiza neste Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos. Os guias alimentares são importantes ferramentas para auxiliar educadores, no âmbito escolar ou na área de saúde, cuidadores de crianças no domicílio e na creche, e nutricionistas, além de mães e pais na tarefa de tornar mais saudável a alimentação das crianças. Esta obra aborda os pressupostos para a elaboração de guias alimentares de modo geral, sem deixar de considerar as especificidades quando esses são dirigidos para crianças, levando em conta as peculiaridades dos guias de diversos países.

Guia Al im e n ta r p a ra Cri a n ça s d e 2 e 3 An o s

Doutora em Ciências na área de Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/ FioCruz).

Carlos Eduardo Schettino

Cláudia dos Santos Cople Rodrigues / Maria da Silva T. Naegeli / Alexandra G. da Silva Rodrigues

Nutricionista graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Professora Adjunta do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Bases da Pediatria

BIZU de Nutrição – 3.000 Questões para Concursos, 2a Ed.

Doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Luciléia Granhen Tavares Colares

OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE

Eliane de Abreu Soares Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP).

Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Área de interesse Nutrição Pediatria

Barbosa | Colares | Soares

Professora-Associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Nutrição – da Gestação ao Envelhecimento Márcia Regina Vitolo

Nutrição e Saúde na Adolescência Silvia Eloiza Priore / Renata Maria S. Oliveira / Eliane Rodrigues de Faria / Sylvia do Carmo Franceschini / Patrícia Feliciano Pereira

Tabela de Equivalentes, Medidas Caseiras e Composição Química dos Alimentos, 2a Ed. Manuela Pacheco Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site: www.rubio.com.br

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e 3 Anos

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Roseane Moreira Sampaio Barbosa Professora Adjunta do Instituto de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nutricionista graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Luciléia Granhen Tavares Colares Professora Adjunta do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora em Ciências na área de Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FioCruz). Mestre em Nutrição Humana pela UFRJ. Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Eliane de Abreu Soares Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP). Professora-Associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos Copyright © 2013 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-64956-47-6 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora. Produção e Capa Equipe Rubio Editoração Eletrônica Edel

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B211g Barbosa, Roseane Moreira Sampaio Guia alimentar para crianças de 2 e 3 Anos/Roseane Moreira Sampaio Barbosa, Luciléia Granhen Tavares Colares, Eliane de Abreu Soares. – Rio de Janeiro: Rubio, 2013. Inclui bibliografia ISBN 978-85-64956-47-6 1. Crianças – Brasil – Nutrição – Manuais, guias, etc. 2. Lactentes – Brasil – Nutrição – Manuais, guias, etc. I. Título. 12-6602. 11.09.12

CDD: 649.3 CDU: 618.63 25.09.12

039022

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 sl. 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55(21) 2262-3779 • 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Colaboradores

Anna Carolina Batista Bayer Programadora Visual da Coordenadoria de Comunicação da UFRJ. Bacharel em Desenho Industrial com Habilitação em Programação Visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Emilson Souza Portella Professor Auxiliar do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Estácio de Sá (Unesa). Nutricionista graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Haydée Serrão Lanzillotti Professora-Associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Nutricionista graduada pela UERJ.

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Dedicatória

Aos nossos familiares, pais, mães, irmãos, irmãs, esposos e filhos, que sempre nos incentivaram com paciência, carinho, compreensão e tornaram possível a concretização deste trabalho.

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Agradecimento

Agradecemos à Superintendência Geral de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em especial a Fortunato Mauro, pela parceria para elaboração do design gráfico do Guia e da Cartilha Alimentar para Crianças.

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Apresentação

Guias alimentares são desenvolvidos com o objetivo de melhorar a qualidade da dieta de populações. Podem ser utilizados como ferramenta de educação alimentar e nutricional com a finalidade de orientar e transmitir os conhecimentos científicos sobre as recomendações nutricionais e a composição dos alimentos por meio de mensagens objetivas que facilitem sua compreensão e promovam o consumo de alimentos saudáveis. Este livro tem como objetivo orientar a elaboração de um guia alimentar que tome como base as recomendações dos organismos internacionais competentes e apresentar um exemplo prático de guia alimentar e sua cartilha para crianças de 2 e 3 anos. A escolha dessa faixa etária explica-se pelo fato de que crianças com menos de 2 anos beneficiam-se dos programas governamentais que priorizam a vigilância nutricional no primeiro ano de vida, além de já existir guia alimentar para essa mesma faixa. Atualmente, é necessário contemplar crianças de 2 e 3 anos que são atendidas em creches.

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O livro está dividido em quatro capítulos. O Capítulo 1 apresenta uma revisão da literatura sobre as etapas de elaboração de guias alimentares propostas por pesquisadores e organismos internacionais. No Capítulo 2 é realizado um estudo comparativo entre os diversos guias alimentares no Brasil e no mundo. No Capítulo 3 são descritas as etapas para elaboração de um guia alimentar para crianças de 2 e 3 anos e, no Capítulo 4, é apresentada a cartilha elaborada para fornecer informações mais detalhadas sobre o guia alimentar para essas crianças. Esta obra destina-se a todas as pessoas responsáveis pela alimentação de crianças nessa faixa etária, seja em creches ou em domicílios, e pode ser utilizado para promoção da alimentação saudável na infância.

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Prefácio

A Educação Nutricional tem sido um desafio para os profissionais de saúde, mais particularmente para os nutricionistas. Diversos países vêm desenvolvendo guias alimentares, que tentam combinar as necessidades nutricionais com os hábitos alimentares. Sabe-se que esses guias destinados a crianças são instrumentos que visam orientar os responsáveis pela alimentação da criança segundo os pressupostos de uma alimentação saudável sob a perspectiva dietética. No entanto, é amplamente reconhecida a dificuldade de se realizarem mudanças comportamentais relativas ao consumo alimentar. Então, ao que parece, o caminho mais profícuo é formar hábitos alimentares a partir da alimentação complementar, ou seja, aquela que se inicia após o período de aleitamento materno. A desconsideração das regras de uma alimentação equilibrada em macro- e micronutrientes, da interação entre nutrientes e destes com as substâncias alimentares inibidoras de sua absorção põe em risco a saúde dos indivíduos ao longo da sua existência. As autoras realizaram uma revisão da literatura sobre a elaboração, a implementação e a avaliação de guias alimentares em diversos países,

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verificando que em muitos deles existe um esforço para a construção de guias próprios com o objetivo de melhorar os hábitos alimentares da população. Essa tarefa motivou a criação de um guia alimentar destinado a crianças de 2 e 3 anos, que considerou os hábitos alimentares no contexto do município do Rio de Janeiro. Esse cuidado com o contexto é necessário tendo em vista que o Brasil possui uma diversidade cultural alimentar em suas diferentes regiões. Esta obra, cuidadosamente escrita para mães, pais, educadores, educadores em saúde e cuidadores de crianças, aborda os pressupostos para a elaboração de guias alimentares sem deixar escapar as especificidades, quando esses são dirigidos para crianças, levando em consideração as peculiaridades dos guias de diversos países. Deve-se destacar o Capítulo 3, Proposta Metodológica para Elaboração de Guia Alimentar para crianças de 2 e 3 anos, no qual são fornecidos, com riqueza de detalhes, os passos necessários a sua criação. Por fim, as autoras e seus colaboradores apresentam o guia e sua cartilha complementar em arte-final, exemplificando as brincadeiras para a prática de exercício físico e apresentando dicas para uma alimentação adequada, as porções recomendadas de acordo com os grupos alimentares e a possível variedade de alimentos de cada grupo. Gostaria de recomendar a leitura deste livro aos profissionais de Educação e Saúde e defender a relevância de sua presença nas bibliotecas especializadas nessas áreas do conhecimento. Haydée Serrão Lanzillotti Professora-Associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Abreviaturas

CRE

Coordenadoria Regional de Educação

DRI

ingestões dietéticas de referência (dietary reference intakes)

EDI

Espaços de Desenvolvimento Infantil

FAO

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization of the United Nations)

FBDG

guias dietéticos baseados nos alimentos (food-based dietary guidelines)

FSA

Food Standards Agency, Reino Unido

GABA

guias alimentares baseados nos alimentos

INAD

Instituto de Nutrição Annes Dias

INTA

Instituto de Nutrição e Tecnologia dos Alimentos, Chile (Instituto de Nutrición e Tecnologia de los Alimentos)

Lilacs

Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde

NRC

National Research Council, EUA

OMS

Organização Mundial de Saúde

ONPP

Office of Nutrition Police and Promotion, Canadá

RAE

equivalente de atividade de retinol (retinol activity equivalent)

RDA

ingestão dietética recomendada (recommended dietary allowance)

SMS

Secretaria Municipal de Saúde

SNE

Sociedade para Educação e Nutrição

TMB

taxa metabólica basal

USDA

United States Department of Agriculture

VET

valor energético total

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Sumário

Capítulo 1 Elaboração de Guias Alimentares, 1 Capítulo 2 Guias Alimentares para Crianças em Diversos Países, 7 Capítulo 3 Proposta Metodológica para Elaboração de Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos, 17 Capítulo 4 Cartilha Complementar ao Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos, 39 Anexo

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Cartilha Complementar ao Guia Alimentar, 45

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Capítulo 1

Elaboração de Guias Alimentares Roseane Moreira Sampaio Barbosa Luciléia Granhen Tavares Colares Eliane de Abreu Soares

Introdução A discussão sobre a elaboração de guias alimentares teve início em 1992 com a realização da Conferência Internacional de Nutrição, na qual os países foram estimulados a desenvolver guias alimentares para diferentes grupos etários. Para atingir este objetivo, cada país precisou planejar ações que tivessem como base a sua cultura e os problemas de saúde relacionados às dietas.1 Alguns organismos internacionais e diversos pesquisadores propuseram etapas para a elaboração dos guias alimentares, as quais são abordadas neste capítulo.

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e Organização Mundial de Saúde No relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO – Food and Agriculture Organization of the United Na-

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tions), desenvolvido em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS)2 sobre a elaboração de guias alimentares baseados nos alimentos (GABA) e guias dietéticos baseados nos alimentos (FBDG – Food-based dietary guidelines), foram destacadas quatro etapas: 1. Identificação dos problemas de saúde relacionados à dieta, por meio de fontes locais, regionais e internacionais, além de estimativa da magnitude desses problemas e estabelecimento das prioridades: nessa etapa é de fundamental importância o levantamento na literatura de estudos epidemiológicos, clínicos e experimentais. 2. Análise dos padrões de consumo alimentar: devem ser determinadas a extensão dos problemas de saúde relacionados à dieta e a necessidade de modificação do comportamento alimentar. Essa análise, que permite definir o conteúdo, a proposta e o objetivo dos GABA/FBDG, pode ser realizada por meio de diferentes métodos, como o recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar, a história dietética e o registro alimentar. Como cada método tem aplicação específica e limitações, pode-se melhorar a acurácia da análise por meio da combinação de métodos. 3. Relação entre os GABA/FBDG, as políticas e programas nacionais de alimentação e nutrição: as ações governamentais devem estar em consonância com os GABA/FBDG ao enfatizar as práticas que tragam benefícios para a saúde, tais como a atividade física regular e a promoção da ingestão dietética adequada. 4. Elaboração dos GABA/FBDG: essa etapa consiste em adequar as recomendações de energia, de macro- e de micronutrientes ao grupo etário específico. O relatório da FAO/OMS (1996)2 estabelece que o guia alimentar deve instituir as quantidades adequadas para o consumo de energia – incluindo percentual adequado de carboidratos, lipídios e proteínas, – bem como de vitaminas e minerais. Além disso, o papel da atividade física no gasto energético deve ser analisado. Vitaminas e minerais, componentes das atividades metabólicas, são essenciais para o crescimento, o desenvolvimento e a prevenção de doenças infecciosas e crônicas, sendo recomendado o consumo de leite, carnes, cereais, hortaliças, frutas e leguminosas, que são ricos nesses nutrientes. O consumo de fibras alimentares também deve ser estimulado, pois melhora o funcionamento do intestino.2

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Capítulo 2

Guias Alimentares para Crianças em Diversos Países Roseane Moreira Sampaio Barbosa Luciléia Granhen Tavares Colares Eliane de Abreu Soares

Introdução Conforme ressaltado por Barbosa et al. (2006),1 a maioria dos países desenvolveu guias alimentares para a população adulta e saudável, porém poucos elaboraram guias específicos para a população infantil, talvez devido à dificuldade na adaptação das porções de alimentos e dos conteúdos das mensagens a fim de torná-los compreensíveis e motivadores. Especificamente para crianças em idade pré-escolar algumas iniciativas foram desenvolvidas (Tabela 2.1). Essa maioria optou por elaborar uma representação gráfica do guia alimentar com base em uma figura (p. ex., prato, trem, flor), diferentemente da Nigéria, do Chile e do Brasil, que se valeram somente de mensagens. A nova edição do guia alimentar brasileiro não utiliza mais representação da pirâmide alimentar, mas apenas os 10 passos para a alimentação saudável, inclusive a recomendação das porções de cada grupo alimentar.2

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1 a 3 anos

Prato

Reino Unido4

Faixa etária

1 a 3 anos

Representação gráfica

Portugal3 Roda

País

3 porções 2 porções 1½ porção 1 porção 1 porção

Frutas Laticínios Carnes, pescados e ovos Leguminosas Gorduras e óleos

Consumir diariamente alimentos de todos os grupos

Realizar uma alimentação variada e saudável

Não apresenta

Mensagens

Leite e derivados

Não consumir alimentos ricos em fibras alimentares, como arroz e os alimentos dos grupos macarrão integral, devido a menor capacidade gástrica da criança com proporções maiores e por reduzirem a absorção de minerais como cálcio e ferro Carne, peixe, ovos e feijões (cereais, frutas e hortaliças) Evitar o consumo de ovos crus, frutos oleaginosos (para evitar Alimentos e bebidas ricos devem ser consumidos em engasgos), alimentos salgados (quantidade de sal não deve ser maior quantidade que os em açúcar e alimentos maior do que 2g ao dia), além de adição de açúcar ou sucos alimentos dos grupos em gordurosos adoçados, devido principalmente à formação de cáries proporções menores Oferecer água e leite, que poderá ser semidesnatado (após as (açúcares e gorduras), refeições), para crianças a partir de 2 anos destacando-se que o grupo dos alimentos ricos em açúcar e gorduras não são essenciais a uma dieta saudável

Frutas e hortaliças

Não apresenta o número de porções, somente orientações como:

3 porções

Hortaliças

Pães, arroz, batata, macarrão

4 porções

Quantidade ou frequência de consumo

Cereais e derivados, tubérculos

Grupos de alimentos

Tabela 2.1 Guias alimentares para crianças elaborados em diversos países

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Não tem

Pirâmide

Arco-íris

Nigéria5

EUA6

Canadá7

2 a 3 anos

2 a 3 anos

2 a 5 anos

2 porções 1 porção

Carnes e leguminosas

3 colheres de chá

Óleos

Leite

2 equivalentes

Carnes e leguminosas

4 porções

2 xícaras

Leite

Hortaliças e frutas

1 xícara

Frutas

3 porções

1 xícara

Cereais

3 equivalentes

Hortaliças

Não apresenta

Cereais

Não apresenta

Guias Alimentares para Crianças em Diversos Países

(continua)

Manter a criança ativa por meio de brincadeiras, como andar de bicicleta, dançar, jogar bola no verão e construir boneco de neve no inverno

Oferecer o mesmo alimento mais de uma vez

Desligar a televisão durante as refeições

Realizar as refeições junto com a família

Respeitar a quantidade consumida pela criança

Oferecer água para saciar a sede, e não substituir as frutas por sucos

Servir pequenas quantidades nas refeições e nos lanches, devido à capacidade gástrica da criança

Consumir todos os alimentos em quantidades adequadas

A criança deve praticar diariamente pelo menos 30min de atividade física

Oferecer novos alimentos

Desenvolver hábitos de alimentação saudáveis

Acompanhar o crescimento das crianças

Limitar o consumo de açúcar e manter a dieta da criança mesmo quando doente

Fornecer vegetais folhosos verde-escuros, frutas coloridas, frutas cítricas, cereais, legumes e alimentos de origem animal

Aumentar gradualmente a oferta de alimentos, distribuída em 4 a 5 refeições diárias

Adicionar óleo de palma ou óleo vegetal para aumentar o valor energético dos alimentos

Oferecer dieta que contenha variedade de alimentos em quantidades adequadas

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Diversos pratos de tamanhos diferentes

Não apresenta

Chile9

Representação gráfica

Cuba8

País

1 a 3 anos

1 a 3 anos

Faixa etária

Diária 2 vezes por semana 2 vezes por semana 2 vezes por semana 2 a 3 vezes por semana Diária Diária

Produtos lácteos Leguminosas Carnes sem gorduras Pescados Ovos Azeite e gorduras Açúcar

Diária

Frutas

2 porções

Açúcares e doces

Diária

1½ porção

Gorduras

Diária

2 porções

Carnes, ovos, pescado e leguminosas

Hortaliças

2 porções

Leite, iogurte e queijo

Pães

2 porções

Frutas

4 a 5 vezes por semana

1 porção

Hortaliças

Cereais, macarrão e arroz

3 porções

Quantidade ou frequência de consumo

Cereais

Grupos de alimentos

Tabela 2.1 Guias alimentares para crianças elaborados em diversos países (continuação)

Estimular a prática da atividade física por meio de brincadeiras

Ler os rótulos dos alimentos e dar preferência àqueles com baixas quantidades de gordura, açúcar e sal

Evitar frituras e preferir preparações assadas e cozidas

Substituir a carne por feijão duas vezes na semana

Oferecer diferentes tipos de frutas e legumes

Estimular a criança a se alimentar sozinha, sendo a variedade de cores dos alimentos no prato muito importante para despertar o seu apetite

Consumir os mesmos alimentos que a família e realizar as refeições em conjunto

Manter o peso saudável

Realizar o desjejum diariamente

Reduzir o consumo de açúcar e sal

Dar preferência às carnes de peixe e frango, pois são mais saudáveis

Consumir óleos vegetais em vez de manteiga

Consumir legumes e frutas

Incluir todos os grupos alimentares na dieta

Mensagens

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Capítulo 3

Proposta Metodológica para Elaboração de Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos Roseane Moreira Sampaio Barbosa Luciléia Granhen Tavares Colares Eliane de Abreu Soares Anna Carolina Batista Bayer Emilson Souza Portella Haydée Serrão Lanzillotti

Introdução Sabe-se que o comportamento alimentar humano tem suas bases fixadas na infância, transmitido pela família e sustentado por tradições. Dessa maneira, a frequência com que os pais praticam hábitos alimentares saudáveis pode estar associada a melhor ingestão alimentar e ter implicações a longo prazo sobre o comportamento alimentar dos filhos.1 De acordo com Marin et al. (2009),2 o papel da família e dos profissionais da escola ou da creche na alimentação e na educação nutricional das crianças é fundamental e tem particular importância, uma vez que pode oferecer aprendizagem formal a respeito da alimentação sau­dável. Todavia, muitos profissionais responsáveis pela alimentação dessas crianças no ambiente escolar, como diretores, merendeiras e recreadores,

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não dispõem dos conhecimentos necessários para realizar uma seleção alimentar adequada e uma intervenção educativa nessa área. De acordo com Focesi (1990),3 o ambiente escolar é propício para a aplicação de programas de educação em saúde, pois na escola todas as dimensões do aprendizado estão presentes: ensino; relação entre lar, escola e comunidade; relação entre espaço físico e ambiente emocional. O papel da educação alimentar e nutricional está vinculado à produção de informações que sirvam como subsídios para auxiliar a tomada de decisão dos indivíduos. Essas informações, que devem ser consistentes, coerentes e claras, devem também recorrer ao máximo aos recursos tecnológicos de comunicação. Diante disso, a elaboração de um guia alimentar poderá ser uma das ferramentas de educação nutricional a ser utilizada por responsáveis da alimentação da criança, seja na creche ou no domicílio, como estratégia para a promoção da sua saúde. Os guias alimentares são elaborados com o objetivo de transformar o conhecimento científico acerca da alimentação e da nutrição em conceitos básicos, de modo a divulgar orientações adequadas com relação a uma dieta saudável.4 Neste capítulo será apresentada uma proposta metodológica para elaboração de guia alimentar para crianças de 2 e 3 anos de idade atendidas em creches públicas da cidade do Rio de Janeiro. Estabeleceram-se seis etapas para sua elaboração, conforme recomendações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1996);5 da Sociedade para Educação e Nutrição (SNE) (2004);6 e ainda dos autores Calderón & Morón (1998)7 e Molina (2008).8 As creches que possibilitaram viabilizar a proposta do guia alimentar pertencem à sétima Coordenadoria Regional de Educação (CRE) da cidade do Rio de Janeiro. O município do Rio de Janeiro possui 10 CRE, e cada uma é responsável pela execução nas suas regiões das políticas de educação, tendo como atribuições coordenar, orientar e supervisionar escolas, oferecendo suporte administrativo e pedagógico a creches, pré escolas e escolas de ensino fundamental.9 A sétima é uma das maiores coordenadorias do município e é bastante representativa, sendo responsável por 26 creches e dois Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI), que estão localizados nos bairros de Jacarepaguá, Taquara, Cidade de Deus, Freguesia, Rio das Pedras, Tanque, Curicica, Pechincha, Praça Seca, Vila Valqueire, Barra da Tijuca, Ita-

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Foram selecionadas oito creches pertencentes à sétima CRE para captação de responsáveis e recreadores. Com o intuito de evitar vieses na escolha das creches, estas foram selecionadas por sorteio. Também participaram do estudo nutricionistas do Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro, responsáveis pelo planejamento dos cardápios destinados às crianças das creches municipais.

Etapas da elaboração do guia alimentar para crianças de 2 e 3 anos Primeira etapa – Escolha do ícone para representar graficamente o guia Participaram dessa etapa durante as reuniões pedagógicas com os responsáveis 426 pessoas, sendo 18 nutricionistas do INAD, 338 responsáveis de crianças e 88 recreadores da educação infantil pertencentes às oito creches públicas selecionadas da sétima CRE.

19 Proposta Metodológica para Elaboração de Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos

nhangá, Vargem Pequena, Vargem Grande e Recreio dos Bandeirantes. Esta CRE atende 1.100 crianças na educação infantil.

Para a realização dessa etapa foi confeccionado um banner contendo cinco representações gráficas de guias alimentares: a roda dos alimentos, o prato, o arco-íris, a pirâmide e o trenzinho (Figuras 3.1 a 3.5). Os quatro primeiros ícones foram selecionados pelo fato de terem sido utilizados em guia alimentar para crianças em outros países;4,10-12 e o trenzinho foi elaborado pelos pesquisadores desse estudo para representar a alimentação saudável de maneira lúdica, inserida no contexto infantil.13 Aplicou-se um questionário a responsáveis, recreadores e nutricionistas para a escolha da melhor representação gráfica (Tabela 3.1), tendo sido abordadas questões relativas à identificação dos conceitos básicos de nutrição (variedade, proporcionalidade e/ou moderação), de acordo com a SNE (2004),6 além do conhecimento acerca dos grupos alimentares e alimentação saudável. Para que fosse feita a comparação das representações gráficas pelos diferentes atores envolvidos nesta etapa, foi utilizado o teste de Friedman, considerando o nível de significância de 5% (p <0,05).

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Representações gráficas Grupo das gorduras

Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 anos

20

Grupo das frutas Grupo do leite

Grupo das carnes

Água

Grupo dos feijões Grupo dos legumes e verduras

Grupo do pão, macarrão e farinha

Figura 3.1 Roda dos alimentos: elaborada em Portugal em 1977 e reestruturada em 2006 Fonte: adaptada de Rodrigues et al., 2006.4

Grupo das gorduras, óleos e açúcares Grupo das carnes Grupo do leite Grupo dos legumes e verduras

Grupo dos feijões

Grupo das frutas

Grupo dos pães, arroz, massas e tubérculos

Figura 3.2 Pirâmide de alimentos: elaborada por Philippi et al. em 2003,14 adaptada da pirâmide norteamericana de 1999 Fonte: adaptada de Davis, 1999.10

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Grupo das frutas e hortaliças

Grupo do leite

Grupo das carnes

Figura 3.3 Arco-íris: desenvolvido no Canadá em 1995 Fonte: adaptada de ONPP, 2007.11

Proposta Metodológica para Elaboração de Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos

21 Grupo do pão, macarrão e farinhas

Grupo do pão, macarrão e farinha

Grupo das frutas legumes e verduras

Grupo das carnes

Grupo do leite Grupo das gorduras

Figura 3.4 Prato: desenvolvido na Inglaterra em 1995 Fonte: adaptada de Hunt et al., 1995.12

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Grupo das frutas

Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 anos

22

Grupo do pão, macarrão e farinha

Grupo dos legumes e verduras

Grupo do leite

Grupo das leguminosas

Grupo das carnes

Grupo dos açúcares

Grupo das gorduras

Figura 3.5 Trenzinho dos alimentos: desenvolvido pelos pesquisadores deste estudo em 2007 Fonte: adaptada de Barbosa et al., 2008.15

Tabela 3.1 Questionário aplicado a recreadores e responsáveis para a escolha da melhor representação gráfica Com relação às figuras apresentadas, qual das opções melhor se adéqua às questões? 1. Qual dessas figuras possibilita melhor visualização dos grupos do pão, do macarrão e da farinha, das frutas, dos legumes e verduras, das carnes, do leite e dos feijões? (Avaliação do conhecimento dos grupos alimentares) (  ) Figura 3.1 (  ) Figura 3.2 (  ) Figura 3.3 (  ) Figura 3.4 (  ) Figura 3.5 (  ) Não sabe 2. Qual figura deixa mais claro quais alimentos devem ser consumidos em maior ou menor quantidade? (Avaliação de proporcionalidade e moderação) (  ) Figura 3.1 (  ) Figura 3.2 (  ) Figura 3.3 (  ) Figura 3.4 (  ) Figura 3.5 (  ) Não sabe

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Anexo

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Guia Alimentar para Crianรงas de 2 e 3 anos

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Roseane Moreira Sampaio Barbosa

SOBRE AS AUTORAS

Luciléia Granhen Tavares Colares

Roseane Moreira Sampaio Barbosa

Eliane de Abreu Soares

Professora Adjunta do Instituto de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Como Fazer seu Trabalho de Conclusão de Curso em Nutrição

Nutricionista graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Márcia Regina Vitolo

Luciléia Granhen Tavares Colares

para os nutricionistas. No que diz respeito ao consumo alimentar, mudar o comportamento é

Professora Adjunta do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

tarefa reconhecidamente difícil. Sendo assim, o ideal é que se criem hábitos saudáveis a partir

Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

da alimentação complementar, aquela que se inicia após o período de aleitamento materno, conforme se preconiza neste Guia Alimentar para Crianças de 2 e 3 Anos. Os guias alimentares são importantes ferramentas para auxiliar educadores, no âmbito escolar ou na área de saúde, cuidadores de crianças no domicílio e na creche, e nutricionistas, além de mães e pais na tarefa de tornar mais saudável a alimentação das crianças. Esta obra aborda os pressupostos para a elaboração de guias alimentares de modo geral, sem deixar de considerar as especificidades quando esses são dirigidos para crianças, levando em conta as peculiaridades dos guias de diversos países.

G ui a A l i m entar p ara Cri anç as d e 2 e 3 A no s

A Educação Nutricional representa um desafio tanto para os profissionais de educação quanto

Mestre em Nutrição Humana pela UFRJ.

BIZU de Nutrição – 3.000 Questões para Concursos, 2a Ed. Cláudia dos Santos Cople Rodrigues / Maria da Silva T. Naegeli / Alexandra G. da Silva Rodrigues

Doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Doutora em Ciências na área de Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/ FioCruz).

OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE

Eliane de Abreu Soares Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP).

Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Área de interesse Nutrição

Barbosa | Colares | Soares

Professora-Associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Nutrição – da Gestação ao Envelhecimento Márcia Regina Vitolo

Nutrição e Saúde na Adolescência Silvia Eloiza Priore / Renata Maria S. Oliveira / Eliane Rodrigues de Faria / Sylvia do Carmo Franceschini / Patrícia Feliciano Pereira

Tabela de Equivalentes, Medidas Caseiras e Composição Química dos Alimentos, 2a Ed. Manuela Pacheco Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site: www.rubio.com.br

Guia Alimentar para Crianças de 2

e 3 Anos

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