Antimicrobianos – Guia Prático, 3ª edição | Rodrigo Siqueira-Batista | Andréia Patrícia Gomes

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3a edição

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A editora e os autores deste livro não mediram esforços para assegurar dados corretos e informações precisas. Entretanto, por ser a medicina uma ciência em permanente evolução, recomendamos aos nossos leitores recorrer à bula dos medicamentos e a outras fontes fidedignas, bem como avaliar, cuidadosamente, as recomendações contidas no livro em relação às condições clínicas de cada paciente.

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Rodrigo Siqueira-Batista Andréia Patrícia Gomes

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Antimicrobianos – Guia Prático, 3a edição Copyright © 2021 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-8411-136-7 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em partes, sem a autorização por escrito da Editora. Produção Equipe Rubio Capa Bruno Salles Imagem de capa ©iStock.com/SARINYAPINNGAM Editoração eletrônica EDEL CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ A634 3. ed. Antimicrobianos: guia prático/organização Rodrigo Siqueira-Batista, Andréia Patrícia Gomes. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Rubio, 2021. 544 p.; 17cm Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-8411-136-7 1. Agentes anti-infecciosos. 2. Antibióticos. I. Siqueira-Batista, Rodrigo II. Gomes, Andréia Patrícia. 21-69420

CDD: 615.329 CDU: 615.33

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l. 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefone: 55 (21) 2262-3779 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Autores

Rodrigo Siqueira-Batista Professor Associado do Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professor Titular da Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Nível 2. Membro da Comissão de Biossegurança e Controle de Infecção nos Serviços de Saúde (Biociss) do Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente da Fadip. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), MG. Ex-professor Titular de Clínica Médica do Curso de Graduação em Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), RJ. Ex-professor Adjunto de História e Filosofia da Ciência do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Pós-doutorado pelo Laboratório de Física Experimental de Altas Energias do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), RJ.

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Pós-doutorado pelo Departamento de Ecologia do Instituto de Biologia da UFRJ. Doutor em Ciências (Saúde Pública) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ. Mestre em Medicina (Doenças Infecciosas e Parasitárias) pela UFRJ. Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Especialista (Residência Médica) em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela UFRJ. Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Filosofia pela UERJ. Graduado em Matemática pela Universidade Estácio de Sá (Unesa), RJ.

Andréia Patrícia Gomes Professora Associada do Departamento de Medicina e Enfermagem Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ. Integrante da Comissão de Biossegurança e Controle de Infecção nos Serviços de Saúde (Biociss) do Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Ex-professora Titular de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Curso de Graduação em Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), RJ. Doutora em Ciências (Saúde Pública) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fiocruz. Mestre em Medicina Tropical pelo Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz. Especialista (Residência Médica) em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Diplomada em Medicina (com grau de dignidade acadêmica, Cum Laude) pela UFRJ. Diplomanda em Direito pela UFV.

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Colaboradores

Ademir Nunes Ribeiro Júnior Professor Adjunto da Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Assessor de Integração Docente Assistencial da Escola de Medicina da Fadip. Doutorando em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Diplomado em Enfermagem pelo Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Parte II: Antimicrobianos e seus Me­

canismos de Ação – Capítulo 2 Parte V: Opções Terapêuticas nas En­

fermidades Infecciosas – Capítulo 25

Aloisio de Freitas Jorge Júnior Diplomando em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade

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Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte VII: Profilaxia nas Doenças In­

fecciosas – Capítulos 32, 35 a 38

Ana Cecília Finamore Bastida Diplomanda em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte VII: Profilaxia nas Doenças In­

fecciosas – Capítulos 31, 33, 34, 36 e 39

Igor Rodrigues Mendes Mestre em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Diplomado em Engenharia Agronômica pela UFV. Diplomando em Medicina pelo Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Estagiário (iniciação científica) do Laboratório de Métodos Epidemiológicos e Computacionais

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em Saúde do Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Parte II: Antimicrobianos e seus Me­

canismos de Ação – Capítulos 2 e 3

Leandro Almeida de Oliveira Diplomando em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte VI: Situações Especiais na Te­

rapia Antimicrobiana – Capítulos 26 a 30

Leonardo Brandão Barreto Professor Adjunto de Neurologia da Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Professor Assistente de Neurologia da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), MG. Chefe do Serviço de Neurologia da Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto (SCMOP), MG. Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). Doutorando em Biotecnologia pela Ufop. Mestre em Clínica Médica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Clínica Neurológica pela Escola de Pósgraduação Médica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Especialista em Neurologia pela Santa Casa da Misericórdia do Rio

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de Janeiro – 24a e 25a Enfermarias – Serviço do Professor Sérgio Novis. Diplomado em Medicina pela Escola de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques (FTESM), RJ. Parte VI: Situações Especiais na Te­

rapia Antimicrobiana – Capítulo 27

Leonardo de Almeida Oliveira Diplomando em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte VI: Situações Especiais na Te­

rapia Antimicrobiana – Capítulos 26 a 30

Lucas Borges Gomes Ferreira Pinto Diplomado em Medicina pela Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Parte IV: Agentes Etiológicos nas

En­fermidades Infecciosas – Capítu­ los 7 e 8 Parte V: Opções Terapêuticas nas En­fermidades Infecciosas – Capítu­ los 11 a 13, 16 a 18 e 22

Luciene Muniz Braga Professora Adjunta do Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFV.

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Presidente da Comissão de Biossegurança e Controle de Infecção nos Serviços de Saúde (Biociss) do Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Vice-líder do Grupo de Pesquisa Tecnologia, Cultura e Comunicação em Saúde e em Enfermagem (TECCSE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG. Vice-líder do grupo de pesquisa de Tecnologias e Inovações em Enfermagem e em Saúde (Tiesa) da UFV. Doutora em Enfermagem pela Universidade de Lisboa, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Portugal. Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG). Especialista em Controle de Infecção Hospitalar pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Diplomada em Enfermagem pela UFJF. Parte VII: Profilaxia nas Doenças In­

fecciosas – Capítulo 9

Maria Alexandra de Carvalho Meireles Diplomanda em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte III: Características Gerais dos

Antimicrobianos – Capítulos 4 a 6 Parte VI: Características Gerais dos

Antimicrobianos – Capítulo 27

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Paulo Sérgio Balbino Miguel Professor Efetivo do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR). Ex-professor Titular da Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Ex-assistente de Pesquisa do Laboratório de Agentes Patogênicos do Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutor em Microbiologia pela UFV. Mestre em Microbiologia pela UFV. Diplomado em Ciências Biológicas pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), MG. Parte IV: Agentes Etiológicos das Enfermidades Infecciosas – Capí­ tulos 7 e 8 Parte V: Opções Terapêuticas nas Enfermidades Infecciosas – Capí­ tulos 20 e 21

Randyston Brenno Feitosa Diplomando em Medicina pela Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), MG. Parte III: Características Gerais dos

Antimicrobianos – Capítulos 4 a 6 Parte VI: Características Gerais dos

Antimicrobianos – Capítulo 27

Renato Neves Feio Professor Titular do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Curador do Museu de Zoologia João Moojen da UFV.

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Líder do Grupo de Pesquisa em Biodiversidade de Vertebrados da UFV. Integrante do Conselho Consultivo – Grupo temático Amphibia do Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – 2014-2019. Doutor e Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia) pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Diplomado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Parte V: Opções Terapêuticas nas

Enfermidades Infecciosas – Capí­ tulo 25

Romario Brunes Will Diplomando em Medicina pelo Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Parte II: Antimicrobianos e seus

Mecanismos de Ação – Capítulos 2e3 Parte IV: Agentes Etiológicos das Enfermidades Infecciosas – Capítu­ los 7 e 8

Taciana de Souza Bayão Diplomanda em Medicina pela Departamento de Medicina e

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Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Parte IV: Agentes Etiológicos das

Enfermidades Infecciosas – Capítu­ los 7 e 8 Parte V: Opções Terapêuticas nas Enfermidades Infecciosas – Capí­ tulo 25

Vanderson EsperidiãoAntonio Professor Adjunto do Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Membro Associado do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA) e da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). Doutorando em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista (Residência Médica) em Cirurgia Geral pelo Hospital Central da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (HCPM). Diplomado em Medicina pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), RJ. Parte VII:

Profilaxia nas Doenças Infecciosas – Capítulos 32, 35, 37 e 38

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Dedicatória

Aos nossos filhos, Gabriel e Beatriz, que nos ensinam, em cada sorriso, o significado pleno do infinito.

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Agradecimentos

A atualização desta obra – a qual chega agora às mãos do leitor – consolidou-se ao longo de um intenso processo de trabalho, para o qual contribuíram diletos companheiros. Com efeito, não poderíamos publicar esta 3a edição sem agradecer, de coração, àqueles que nos brindaram com sua preciosa cooperação: Aos queridos alunos do Curso de Medicina da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Escola de Medicina da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), pois suas aguçadas “curiosidades” mantiveram-se como potentes estímulos para nossas tentativas contínuas de estudo, pesquisa e aprimoramento; Aos colegas docentes – do Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV e da Escola de Medicina da Fadip –, com os quais temos aprendido, sobremaneira, nestes momentos de convivência; Ao querido professor Manoel Otávio da Costa Rocha pelas preciosas palavras no prefácio desta 3a edição; Ao querido amigo Prof. Mauro Geller pelo luminoso prefácio à 2a edição; Aos queridos amigos Prof. Sávio Silva Santos e Prof. Walter Tavares, pelos belos textos de apresentação e prefácio na 1a edição; Aos diletos colaboradores (revisores) da 3a edição – Ademir Nunes Ribeiro Júnior, Aloisio de Freitas Jorge Júnior, Ana Cecília Finamore Bastida, Igor Rodrigues Mendes, Leandro Almeida de Oliveira, Leonardo Brandão Barreto, Leonardo de Almeida Oliveira, Lucas Borges

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Gomes Ferreira Pinto, Luciene Muniz Braga, Maria Alexandra de Carvalho Meireles, Paulo Sérgio Balbino Miguel, Randyston Brenno Feitosa, Renato Neves Feio, Romario Brunes Will, Taciana de Souza Bayão e Vanderson Esperidião-Antonio – e da 2a edição – Alex Pinheiro Simiqueli de Faria, Eduardo Guimarães-Pereira, Elaine Travaglia Santos, Felipe Ramos-Oliveira, Márcia Valéria Colli, Vanderson Esperidião-Antonio – colegas que se dedicaram, com grande esmero, à minuciosa revisão de importantes partes desta obra; Aos queridos amigos da Editora Rubio, especialmente ao Fabio e ao Leonardo, pela força e pela fé permanente em nosso trabalho; Mas, sobretudo, aos pacientes, mulheres e homens muitas vezes submetidos ao sofrimento, os quais merecem todos os nossos esforços para a construção de uma medicina mais digna e de um mundo cujos valores inegociáveis sejam a liberdade, a equidade e a com­ paixão. Os Autores

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Prefácio

Nas últimas décadas, a Medicina vem passando por profundos avanços e transformações, com destaque para o aumento da quantidade e qualidade das informações, desenvolvimento de novos medicamentos, técnicas propedêuticas e terapêuticas. Ao mesmo tempo, aperfeiçoaram-se os métodos de investigação, análise e relatos científicos, a consciência das implicações éticas das ações médicas em suas relações com pacientes e a sociedade. No campo das doenças infecciosas, esse avanço compreende mudanças extraordinárias e desafios constantes na prática clínica diária, exigindo permanente atualização e presteza de ações, apropriadas e eficazes, por parte dos profissionais de saúde. O aumento da capacidade de intervenção do médico associa-se igualmente ao aumento de sua responsabilidade, na medida em que se compreende que todo ato médico tem um componente ético. Assim, toda ação terapêutica deve pautar-se pelos princípios da beneficência e não maleficência, pilares da medicina ocidental, ao mesmo tempo que deve fundamentar-se no conhecimento das características do paciente e do problema clínico enfrentado. Neste contexto de pletora de informações e premência de decisões, coloca-se à disposição dos profissionais de saúde este guia prático de antimicrobianos, iniciativa meritória dos Professores Rodrigo Siqueira-Batista e Andréia Patrícia Gomes, com ampla experiência clínica, científica, docente e editorial.

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Este guia contém informações sucintas, precisas e úteis para tomada de decisões no manejo clínico do paciente infectado e que servirão como valioso auxílio imediato para todos os que lidam com esse importante tema da Terapêutica Clínica. Manoel Otávio da Costa Rocha Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Membro Titular da Academia Mineira de Medicina.

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Sumário

Parte I

Fundamentos da Terapia Antimicrobiana, 1

1 Diretrizes para o Uso Clínico de Antimicrobianos, 3 Parte II

Antimicrobianos e seus Mecanismos de Ação, 13

2 Mecanismos de Ação e Principais Representantes dos Grupos de Antimicrobianos, 15

3 Principais Interações Medicamentosas dos Antimicrobianos, 49 Parte III

Características Gerais dos Antimicrobianos, 67

4 Espectro, Efeitos Adversos e Posologia dos Principais Antimicrobianos, 69

5 Espectro, Efeitos Adversos e Posologia dos Principais Imunomoduladores em Uso Clínico, 169

6 Grupos de Efeitos Adversos dos Antimicrobianos, 173

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Parte IV

Agentes Etiológicos das Enfermidades Infecciosas, 177

7 Principais Bactérias Causadoras de Doença Humana, 179   8 Principais Grupos de Protozoários e Metazoários Parasitos do Homem, 183

9 Transmissão das Doenças Infecciosas, 187 Parte V

Opções Terapêuticas nas Enfermidades Infecciosas, 195

10 Antimicrobianos de Escolha (e alternativas) de Acordo com o Agente Etiológico, 197

11 Antimicrobianos Sugeridos para o Tratamento das Diferentes Condições Infecciosas, 211

12 Terapia Antirretroviral, 243 13 Tratamento da Influenza, 253 14 Tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), 259 15 Conduta Terapêutica na Sífilis Congênita, 279 16 Tratamento da Tuberculose, 283 17 Tratamento da Coinfecção TB/HIV, 293 18 Tratamento das Hepatites Virais, 297 19 Tratamento da Hanseníase, 303 20 Tratamento da Moléstia de Chagas, 309 21 Tratamento das Leishmanioses, 311 22 Tratamento da Malária, 319 23 Tratamento da Dengue, da Chikungunya e da Zika, 331 24 Tratamento das Riquetioses, 341 25 Conduta nos Casos de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, 343

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Parte VI

Situações Especiais na Terapia Antimicrobiana, 359

26 Uso de Antimicrobianos na Gravidez, nos Recém-nascidos e na Lactação, 361

27 Uso de Antimicrobianos nas Infecções do Sistema Nervoso Central, 371

28 Uso de Antimicrobianos na Insuficiência Renal e na Insuficiência Hepática, 377

29 Uso de Antimicrobianos nos Enfermos Obesos, 411 30 Uso de Antimicrobianos em Situações de Bioterrorismo, 413 Parte VII

Profilaxia nas Doenças Infecciosas, 421

31 Profilaxia Antimicrobiana em Situações Clínicas, 423 32 Profilaxia Antimicrobiana em Cirurgia, 437 33 Profilaxia das Principais Infecções Oportunistas na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), 445

34 Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV, 451 35 Profilaxia nos Casos de Acidentes com Material Biológico, 459 36 Profilaxia nos Casos de Violência Sexual, 463 37 Profilaxia do Tétano, 467 38 Profilaxia da Raiva Humana, 471 39 Vacinação, 479 Parte VIII

Epílogo, 493

40 Os Antimicrobianos e a Metáfora da Guerra, 495 Bibliografia, 499 Índice, 509

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Parte I

Fundamentos da Terapia Antimicrobiana

Capítulo 1 • Diretrizes para o Uso Clínico de Antimicrobianos, 3

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Capítulo

1 Diretrizes para

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o Uso Clínico de Antimicrobianos

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Introdução

Capítulo 1

Diretrizes para o Uso Clínico de Antimicrobianos

Os antimicrobianos são fármacos em uso desde o século passado, empregados para o tratamento das mais diferentes condições infecciosas. Em linhas gerais, são incluídos no grupo dos antimicrobianos duas classes de compostos:* Os antibióticos, moléculas produzidas por microrganismos, capazes de agir na lise ou inibição de crescimento de outros microrganismos. Os quimioterápicos, substâncias químicas sintéticas ou de origem vegetal, que possuem pequena toxicidade para as células normais do hospedeiro e elevado poder lesivo sobre os agentes patogê­nicos. A instituição de terapia antimicrobiana não é isenta de risco, devendo este ser implementada de forma conscienciosa (CDC, 2019). A possibilidade de ocorrerem efeitos adversos – por vezes graves –, a emergência de patógenos resistentes a múltiplos fármacos e o gasto irresponsável com tratamentos desnecessários estão, indubitavelmente, entre os principais problemas enfrentados. Desse modo, antes de prescrevê-la é lícito ponderar sobre uma série de questões, em especial aquelas referentes à pessoa sob cuidados, ao patógeno provavelmente implicado e ao antimicrobiano a ser utilizado (Figura 1.1), devendo-se atentar para estas três dimensões com o intuito de minimizar o risco de prescrições errôneas.

A Pessoa Como bem esclarece Tavares (2001), o primeiro princípio do uso clínico das substâncias antimicrobianas é o diagnóstico sindrômico e anatômico de um processo infeccioso, ou seja, trata-se de responder inicialmente se o paciente apresenta de fato uma enfermidade infecciosa tratável por tais fármacos. A anamnese e o exame físico atentos e adequadamente realizados quase sempre serão capazes de pôr fim à dúvida, sendo necessário, em um selecionado número de casos, o uso de exames complementares. *Um conceito utilizado mais recentemente diz respeito aos probióticos, ou seja, microrganismos benéficos utilizados para ocupar um nicho, beneficiando, assim, o hospedeiro. Citam-se como exemplos Lactobacillus spp. e Saccharomyces spp., para as disfunções do tubo digestivo.

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Paciente

NH2 H N O

O

H S N Patógeno

Antibiótico

OH O

Fonte: adaptada de Siqueira-Batista, 2003; Siqueira-Batista & Gomes, 2011. A ilustração foi refeita com base no desenho elaborado por Ademir Nunes Ribeiro Júnior e Rodrigo Siqueira-Batista.

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Capítulo 1

Figura 1.1 • Abordagem “triangular” da terapia antimicrobiana, proposta originalmente por Rodrigo Siqueira-Batista (2003) e modificada por Rodrigo Siqueira-Batista & Andréia Patrícia Gomes (2011). A correta prescrição dos fármacos deve considerar os três vértices do triângulo e a esfera circunscrita, no sentido indicado pelas setas (uma inovação dessa versão da imagem): 1o passo – avaliação da pessoa, para que se averigue a existência de uma provável condição clínica para a qual esteja indicada a terapia antimicrobiana, o que deverá ser feito por anamnese e exame físico minuciosos e, se necessário, pela realização de ensaios laboratoriais e métodos de imagem; 2o passo – considerar o provável patógeno implicado no quadro, com especial atenção para a microbiota residente, extremamente relevante para a emergência das complicações infecciosas, e para os eventuais agentes etiológicos primários, responsáveis pelas doenças infecciosas; 3o passo – indicação do antimicrobiano mais adequado, considerando os prováveis organismos envolvidos na entidade nosológica, na perspectiva de torná-lo o mais ideal possível para a pessoa a qual será dirigido o cuidado, com menor impacto possível para o ambiente (p. ex., com o intuito de minimizar a pressão de seleção de bactérias resistentes). Com efeito, o ponto de partida e de chegada é a pessoa; todavia, não se pode descuidar dos dois outros “vértices” (agente etiológico e fármaco) do triângulo inscrito na esfera (ambiente). Maiores detalhes serão apresentados, no decorrer do capítulo.

Diretrizes para o Uso Clínico de Antimicrobianos

MEIO AMBIENTE

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Algumas considerações importantes referem-se à existência ou não de febre. Este achado, em muitas ocasiões, relaciona-se com a penetração de um agente infeccioso, passível de tratamento, no organismo. No entanto, outras condições clínicas cursam com febre – como as neoplasias e as colagenoses, por exemplo –, devendo, posto isso, ser estabelecido o diagnóstico diferencial, quando pertinente. Ademais, algumas doenças infecciosas habitualmente não cursam com febre – podem-se mencionar boa parte dos casos de tétano, a sífilis e a hanseníase –, além de algumas condições do paciente predisporem à não ocorrência de febre, mesmo em infecções graves – uremia, diabetes melito, hipotireoidismo, insuficiência hepática grave e uso de corticosteroides, entre outras. Se o paciente estiver realmente infectado, deve-se estabelecer o provável local onde grassa o processo infeccioso. Nestes termos, torna-se bastante útil distinguir os seguintes contextos clínicos: Doenças

infecciosas: são aquelas desencadeadas direta ou indiretamente por um agente infeccioso inexistente na microbiota do hospedeiro (patógeno primário); são etiologicamente específicas e prioritariamente comunitárias (p. ex., varicela e malária). infecciosas: são infecções oriundas do desequilíbrio ecológico entre a resposta do hospedeiro e sua microbiota usual (p. ex., infecções nos serviços de saúde e pé dia­ bético).

Capítulo 1

Diretrizes para o Uso Clínico de Antimicrobianos

Complicações

Contaminação:

refere-se à presença transitória de um microrganismo em superfícies, sem penetração nos tecidos ou estabelecimento de relação com o hospedeiro; pode ocorrer em seres vivos ou não vivos (p. ex., presença do vírus da hepatite B em móveis na sala de hemodiálise).

Colonização:

refere-se à presença de microrganismos em um determinado local, com crescimento e multiplicação, sem que ocorra dano ao hospedeiro (p. ex., presença de Staphylococcus aureus resistente à meticilina nas narinas de pacientes internados em UTI).

Infecção:

diz respeito à presença de determinado agente etiológico causando dano ao hospedeiro, por multiplicação ou

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Parte II

Antimicrobianos e seus Mecanismos de Ação

Capítulo 2 • Mecanismos de Ação e Principais Representantes dos Grupos de Antimicrobianos, 15 Capítulo 3 • Principais Interações Medicamentosas dos Antimicrobianos, 49

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Capítulo

2 Mecanismos de

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Ação e Principais Representantes dos Grupos de Antimicrobianos

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Mecanismos de Ação e Principais Representantes dos Grupos de Antimicrobianos

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Amoxicilina/ácido clavulânico, ticarcilina/ ácido clavulânico, ampicilina/sulbactam, amoxicilina/sulbactam, piperacilina/ tazobactam

Penicilinas associadas a inibidores de betalactamases

O ácido clavulânico, o sulbactam e o tazobactam são inibidores competitivos de betalactamases, sendo destruídos à medida que inativam a enzima

Mecanismo de ação Relaciona-se com a presença do anel betalactâmico. O fármaco liga-se às proteínas ligadoras de penicilinas (PBP; do inglês, penicillin-binding proteins), localizadas na superfície externa da membrana citoplasmática, o que impede a formação de peptidoglicanos constituintes da parede celular, ocasionando lise osmótica das células bacterianas. O rompimento do anel betalactâmico, em qualquer ponto, resulta na perda completa da ação antimicrobiana desses fármacos

Principais representantes Penicilinas “naturais”: penicilina G (benzatina, cristalina e procaína) e penicilina V Penicilinas antiestafilocócicas: Isoxazolilpenicilinas (cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina e oxacilina), difenicilina, meticilina, nafcilina, pirazocilina e quinacilina Aminopenicilinas: ampicilina, amoxicilina, epiciclina, ciclaciclina, pivampicilina, lenampicilina, talampicilina, hetaciclina, bacampicilina e metampicilina Carboxipenicilinas: carbenicilina, carindacilina, carfecilina e ticarcilina Ureidopenicilinas: azlocilina, mezlocilina, piperacilina, pirbenicilina, furbenicilina, furazlocilina, alpacilina e aspoxicilina Sulfobenzilpenicilinas: sulbenicilina, sulfocilina e suncilina

Grupo

Penicilinas

Tabela 2.1 Antimicrobianos e seus mecanismos de ação

Capítulo 2

16

08/03/2021 14:07:28

Observações

A associação destes inibidores de betalactamases às penicilinas aumenta sobremaneira a potência antimicrobiana destes fármacos

As isoxazolilpenicilinas têm ótima ação contra Staphylococcus, no que se assemelham a fármacos como a meticilina e a nafcilina. Pivampicilina, lenampicilina, talampicilina, hetaciclina, bacampicilina e metampicilina se comportam como profármacos da ampicilina


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Grupo

Mecanismo de ação Como antibióticos betalactâmicos, as cefalosporinas atuam na síntese de parede celular, ligando-se às penicillin-binding proteins (PBP). O grupamento característico do grupo é o núcleo central, o ácido 7-aminocefalosporínico, responsável pelas características farmacológicas do grupo

Principais representantes Primeira geração: cefalotina, cefazolina, cefapirina, cefaloridina, cefacetrila, cefanona, cefazaflur, ceftezol, cefazedona, cefalexina, cefadroxila, cefradina, cefaloglicina, cefatrizina, cefroxadina Segunda geração: cefuroxima, cefamandol, ceforanida, cefonicida, cefotiano, cefoxitina, cefmetazol, axetil cefuroxima, cefaclor, cefprozila e hexetil cefotiano Terceira geração: ceftriaxona, cefotaxima, cefodizima, cefmenoxima, ceftizoxima, cefbuperazona, cefotetano, moxalactam, cefixima, cefdinir, ceftibuteno, cefetamete pivoxila, cefpodoxima proxetila, ceftetrame pivoxila e cefcanel daloxato Terceira geração com potente ação anti-Pseudomonas: ceftazidima, cefoperazona e cefsulodina Quarta geração: cefepima

Mecanismos de Ação e Principais Representantes dos Grupos de Antimicrobianos

Cefalosporinas

Capítulo 2

17

08/03/2021 14:07:28

Observações

(continua)

De modo geral, a cada nova geração aumenta a atividade contra gramnegativos e diminui a atividade contra gram-positivos. Outra característica relacionada com a “progressão” de gerações é a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica: penetram bem as cefalosporinas de terceira e quarta gerações. É importante comentar que cefuroxima (segunda geração) e a cefodizima (terceira geração) não devem ser empregadas para tratamento de infecções do sistema nervoso central, uma vez que sua adequada penetração no liquor não é completamente previsível Na verdade, cefoxitina, cefmetazol, cefbuperazona e cefotetano são cefamicinas Moxalactam pertence ao grupo dos oxacefens. O uso de cefalotina associada a antibióticos aminoglicosídeos e à furosemida deve ser evitado, devido aos riscos de insuficiência renal aguda por necrose tubular aguda


Capítulo

3 Principais Interações

03-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 49

Medicamentosas dos Antimicrobianos

04/03/2021 12:27:32


Tabela 3.1 Interferência produzida por diferentes substâncias e circunstâncias na atividade de antimicrobianos Substância ou condição de pH que provoca interferência na ação

Antimicrobiano Aminoglicosídeos

Ácido etacrínico

Aumenta ototoxicidade

Cefalotina

Aumenta nefrotoxicidade

Penicilinas e outros betalactâmicos

Sinergismo para patógenos sensíveis

pH urinário alcalino

Aumenta atividade nas vias urinárias

Polimixinas

Aumentam nefrotoxicidade

Vancomicina, teicoplanina

Aumentam nefrotoxicidade

Aciclovir, valaciclovir

Aumentam nefrotoxicidade

Alimentos

Reduzem absorção

Omeprazol e similares

Reduzem absorção oral (apesar de ser uma via pouco usual)

Solução contendo succinato de hidrocortisona

Inativação

Corticosteroides

Potencializam a depleção de potássio

Ciclosporina

Aumenta nefrotoxicidade

Aminoglicosídeos

Sinergismo nefrotóxico

Cidofovir

Aumenta nefrotoxicidade

Vancomicina

Aumenta nefrotoxicidade

Solução de cloreto de sódio (0,9%)

Precipitação

Solução contendo heparina

Precipitação do antimicrobiano

Solução com meticilina

Inativação

Solução glicosada com pH ácido (pH entre 3,5 e 6,5)

Inativação

Carbenicilina

Solução contendo succinato de hidrocortisona

Inativação

Cefaclor

Alimentos

Reduzem absorção

Principais Interações Medicamentosas dos Antimicrobianos

Ampicilina

Capítulo 3

Efeito observado na atividade do antimicrobiano

Anfotericina B

Canamicina

(continua)

50

03-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 50

04/03/2021 12:27:32


Tabela 3.1 Interferência produzida por diferentes substâncias e circunstâncias na atividade de antimicrobianos (continuação)

Cefaloridina

Cefalotina

Cetoconazol

Clindamicina (continua)

Efeito observado na atividade do antimicrobiano

Fenilbutazona

Aumenta nível sérico (por redução da excreção tubular do antimicrobiano)

Probenecida

Aumenta nível sérico (por redução da excreção tubular do antimicrobiano)

Ácido etacrínico

Aumenta nefrotoxicidade

Furosemida

Aumenta nefrotoxicidade

Soluções com heparina

Precipitação

Ácido etacrínico

Aumenta nefrotoxicidade

Aminoglicosídeos

Aumentam nefrotoxicidade; risco de insuficiência renal aguda

Furosemida

Aumenta nefrotoxicidade

Polimixinas

Aumenta nefrotoxicidade

Soluções de lactato de Ringer

Inativação

Alimentos

Aumentam absorção

Cimetidina e outros bloqueadores H2

Reduzem absorção

Efavirenz

Reduz efeito

Isoniazida

Reduz efeito

Rifampicina

Reduz nível sérico

Soluções contendo sulfato de magnésio

Inativação

Metronidazol

Sinergismo para aneróbios

Soluções contendo gluconato de sódio

Inativação

Principais Interações Medicamentosas dos Antimicrobianos

Cefalosporinas

Substância ou condição de pH que provoca interferência na ação

(continua)

51

03-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 51

Capítulo 3

Antimicrobiano

04/03/2021 12:27:32


Capítulo

4 Espectro, Efeitos

04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 69

Adversos e Posologia dos Principais Antimicrobianos

17/03/2021 11:32:26


Espectro, Efeitos Adversos e Posologia dos Principais Antimicrobianos

Espectro Streptococcus spp., Enterococcus spp., Neisseria spp., pouco ativa contra anaeróbios (Listeria monocytogenes); alguns gram-negativos entéricos (Escherichia coli, Proteus mirabilis, Salmonella spp., Shigella spp.), Haemophilus influenzae

Streptococcus spp., Enterococcus spp., Neisseria spp., pouco ativa contra anaeróbios (Listeria monocytogenes); alguns

Fármaco

Amoxicilina

Ampicilina

Doses habituais Dose usual: – 20 a 50mg/kg/dia, VO, 8/8h ou 12/12h; – 30 a 50mg/kg/dia, VO, 8/8h ou 12/12h Casos graves: – 50 a 100mg/kg/dia

Dose usual: – 50 a 500mg/kg/dia, VO, 6/6h; OU

Efeitos adversos principais Hipersensibilidade (podem ocorrer febre, exantema maculopapular, prurido e eosinofilia) e aumento transitório de aminotransferases; já descritas nefrite intersticial e trombocitopenia. Diarreia, náuseas e vômitos, quando usada por via oral. Dermatite de contato e reação de hipersensibilidade tardia são raras

Hipersensibilidade e aumento transitório de aminotransferases; já descritas nefrite intersticial e trombocitopenia. Diarreia,

PENICILINAS

Tabela 4.1 Principais características dos antimicrobianos, com implicações clínicas

Capítulo 4

70

04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 70

17/03/2021 11:32:26

Apenas 40% de absorção por via oral. Indicada a ingestão em horário afastado das refeições Várias cepas de Salmonella spp. e H. influenzae são resistentes

Menos distúrbios gastrintestinais que a ampicilina Melhor absorção oral que a ampicilina. Não usar para tratamento de infecções por S. aureus Em caso de cepas resistentes, associar inibidor de betalactamase Tem-se demonstrado aumento da resistência de cepas de gramnegativas entéricas Devido à emergência de cepas resistentes de Haemophilus, Shigella, Salmonella, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Staphylococcus spp., Enterococcus spp. e Neisseria gonorrhoeae, deve-se repensar o uso deste antimicrobiano nas infecções por estes germes

Observações


04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 71

Gram-positivos sensíveis à penicilina G (porém é menos ativa que este fármaco) e gram-negativos como Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp., Enterobacter, Acinetobacter spp., Serratia spp. e Bacteroides fragilis

gram-negativos entéricos (Escherichia coli, Proteus mirabilis, Salmonella spp., Shigella spp.), Haemophilus influenzae

PENICILINAS

Carbenicilina

Capítulo 4

71

17/03/2021 11:32:26

Hipersensibilidade, distúrbios da coagulação (disfunção plaquetária), hepatite medicamentosa e convulsões (em pacientes com insuficiência renal crônica); risco de sobrecarga de sódio

náuseas e vômitos, quando usada por via oral. Febre e exantema maculopapular. Assim como com Amoxicilina, embora raramente, dermatite de contato e hipersensibilidade tardia podem acontecer. Colite associada a Clostridioides difficile já foi descrita

Dose usual: – 100 a 500mg/kg/ dia, IV, de 1/1h ou 2/2h ou 4/4h

– 100 a 200mg/kg/ dia, IM ou IV, 6/6h (em crianças) Observação: a dose na meningoencefalite purulenta deve ser de 200 a 400mg/kg/ dia, IV, 4/4h ou 6/6h

(continua)

Inativa, na maior parte das vezes, contra Klebsiella spp. e Serratia spp. Sem ação contra Enterococcus spp. Grande resistência de Pseudomonas em ambiente hospitalar, necessitando associação com outro fármaco Não é mais utilizada no Brasil. Atualmente apenas a ticarcilina em associação ao ácido clavulânico está disponível para uso clínico

A ampicilina é bacteriostática para Enterococcus spp. Não usar para tratamento de infecções por S. aureus Tem-se observado aumento da resistência de cepas gram- negativas entéricas Devido à emergência de cepas resistentes de Haemophilus, Shigella, Salmonella, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Staphylococcus spp., Enterococcus spp. e Neisseria gonorrhoeae, deve-se repensar o uso deste antimicrobiano nas infecções por estes germes


Espectro, Efeitos Adversos e Posologia dos Principais Antimicrobianos

Espectro Enterobacteriaceae, Streptococcus spp., Neisseria spp., H. influenzae, M. catarrhalis e T. pallidum. Alguma atuação sobre anaeróbios (cepas de Peptococcus spp. e Peptostreptococcus spp.) Enterobacteriaceae, Streptococcus spp., Neisseria spp., H. influenzae, M. catarrhalis e T. pallidum. Precária atuação sobre S. aureus e anaeróbios Enterobacteriaceae, Streptococcus spp., Neisseria spp., H. influenzae, M. catarrhalis e T. pallidum. Precária atuação sobre anaeróbios

Fármaco

Cefetametepivoxila (terceira geração)

Cefixima (terceira geração)

Cefodizima (terceira geração)

Doses habituais

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Hipersensibilidade é o principal efeito adverso

Distúrbios gastrintestinais e hipersensibilidade são os principais efeitos adversos

Dose usual: 1 a 2g/ dose, IV ou IM, 12/12h ou 24/24h

Crianças: 
 – 8mg/kg/dia, VO, 24/24h Adultos: 
 – 400mg, VO, 24/24h

Hipersensibilidade e Crianças: 
 alterações gastrintestinais são – 20mg/kg/dia, VO, os principais efeitos adversos 12/12h Adultos: 
 – 0,5 a 10g, VO, 12/12h

Efeitos adversos principais

CEFALOSPORINAS

Ação imunoestimuladora da função fagocitária e do crescimento linfocitário (linfócitos OKT4) Há evidências de importante benefício para os indivíduos imunossuprimidos infectados

Não ativa contra MRSA, Enterococcus spp., Pseudomonas spp. e Bacteroides fragilis Não estão disponíveis no Brasil atualmente

Não ativo contra MRSA, Enterococcus spp. e Pseudomonas spp. Não estão disponíveis no Brasil atualmente

Observações

Tabela 4.1 Principais características dos antimicrobianos, com implicações clínicas (continuação)

Capítulo 4

78

17/03/2021 11:32:26


04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 79

Enterobacteriaceae, Streptococcus spp., Staphylococcus spp. (várias cepas), Neisseria spp., H. influenzae, M. catarrhalis, T. pallidum, Vibrio cholerae e Eikenella spp.

Cefotaxima (terceira geração)

CEFALOSPORINAS

P. aeruginosa e Enterobacteriaceae, incluindo Salmonella typhi resistente ao cloranfenicol

Cefoperazona (terceira geração)

Capítulo 4

79

17/03/2021 11:32:26

Hipersensibilidade é o principal efeito adverso Diarreia também é descrita

Hipersensibilidade, leucopenia e trombocitopenia (raros); pode causar hipoprotrombinemia (reversível com a administração de vitamina K), às vezes com hemorragias. Em enfermos que ingerem álcool pode ocorrer efeito dissulfiram-símile Crianças: – 50 a 100mg/kg/dia, IV, de 6/6h Recém-nascidos (1a semana de vida): – 25mg/kg de 12/12h

Dose usual: 
 – 50 a 200mg/kg/ dia, IV, de 8/8h ou 12/12h

(continua)

Inativo contra Enterococcus spp., MRSA, P. aeruginosa e Acinetobacter spp., Listeria monocytogenes, Serratia e Bacteroides fragilis

Um dos fármacos empregados no tratamento das infecções por P. aeruginosa Alcança elevada concentração nas vias biliares, com ou sem obstrução

Não empregar nas infecções do SNC (preferir ceftriaxona ou cefotaxima) Não ativo contra MRSA, Enterococcus spp. e Pseudomonas spp., Acinetobacter, Bacteroides fragilis e Listeria spp.


Espectro, Efeitos Adversos e Posologia dos Principais Antimicrobianos

Espectro Entamoeba hystolitica e Clostridioides difficile Campylobacter fetus

Leishmania donovani, E. histolytica, Trichomonas vaginalis, T. cruzi e fungos (gêneros Candida, Fusarium, Cryptococcus e Aspergillus) L. guyanensis, L. brasiliensis T. cruzi

Fármaco

Metronidazol (continuação)

Miltefosina

04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 156

Nifurtimox
 (Nitrofurfurili-
 deno)

Crianças: 
 – 1mg/kg/dia, VO, de 12/12h ou de 24/24h Adultos: 
 – 100mg/dia, VO, de 12/12h ou de 24/24h 2,5mg/kg/dia de 12/12h (dose máxima diária = 150mg) Dose usual: 
 – 8 a 10mg/kg/dia, VO, de 8/8h por 60 a 120 dias

Epigastralgia, náuseas, vômitos, emagrecimento, púrpura, leucopenia (com agranulocitose), dermatite e neuropatia periférica

Giardíase:
Crianças (<10 anos): – 125mg, VO, de 8/8h, 5 dias Adultos: 
 – 250mg, VO, de 8/8h, 5 dias Enterocolite pseudomembranosa: 
 – 250mg, VO, de 6/6h, 10 dias

Doses habituais

Náuseas, vômitos, anorexia, diarreia; raramente observase elevação de AST e ALT e de escórias nitrogenadas

Efeitos adversos principais

ANTIPARASITÁRIOS

Pode provocar oligospermia temporária Não disponível no Brasil

É um fosfolipídio que atua na formação da membrana plasmática – além da ação imunomoduladora – empregável no calazar Trata-se de um fármaco de depósito, com meia-vida média plasmática de 8 dias

Eventualmente cepas de T. vaginalis e B. fragilis são resistentes

Observações

Tabela 4.1 Principais características dos antimicrobianos, com implicações clínicas (continuação)

Capítulo 4

156

17/03/2021 11:32:35


04-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 157

Anaeróbios (incluindo B. fragilis), B. coli, Gardnerella vaginalis, Helicobacter pylori, Giardia intestinalis, T. vaginalis e E. hystolitica Cryptosporidium spp., E. hitolytica, Giardia intestinalis, T. saginata, H. nana, A lumbricoides, Enterobius vermicularis, A. duodenale, N. americanus, Fasciola hepatica, S. stercoralis, C. belli, microsporídeos, Trichuris trichiura

Nimorazol

Nitazoxanida

ANTIPARASITÁRIOS

Hymenolepis nana, Hymenolepis diminuta, Echinococcus granulosus, Dibothriocephalus latus, Diphylidium caninum e E. vermicularis

Niclosamida

Capítulo 4

157

17/03/2021 11:32:35

Náuseas, vômitos, dor e distensão abdominal

Similar ao metronidazol

Muito bem tolerada; raramente náuseas, vômitos e diarreia

Teníase (saginata): 
 – 25mg/kg, VO, dose única Himenolepíase: 
 – 50mg/kg, VO, dose única; amebíase, giardíase, isosporíase, ascaridíase, enterobíase, tricuríase e infecções por Blastocystis hominis: 7,5mg/kg/dose (adultos = 500mg;

Crianças: 
 – 125 a 250mg, VO, de 12/12h Adultos: 
 – 250 a 500mg, VO, de 12/12h

Crianças: 
 – 1.000mg, VO, divididos em duas tomadas (500mg/ cada), intervaladas de 1h; 2 horas após a segunda tomada, administrar um purgativo salino Adultos: 
 – o dobro da dose descrita para as crianças

(continua)

É uma alternativa para o tratamento da colite pseudomembranosa 
(C. difficile)

Recomenda-se administrar o fármaco após o café da manhã e o jantar

Não é absorvida por via oral Até o momento, sem descrição de teratogenicidade em humanos


Capítulo

6 Grupos de Efeitos

06-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 173

Adversos dos Antimicrobianos

04/03/2021 12:33:18


Tabela 6.1 Antimicrobianos mais frequentemente relacionados com alterações hematológicas

Capítulo 6

Grupos de Efeitos Adversos dos Antimicrobianos

Efeitos adversos

Fármacos mais frequentemente relacionados

Agranulocitose

Ampicilina, carbenicilina, cefalosporinas, cloranfenicol, estreptomicina, flucitosina, gentamicina, griseofulvina, oxacilina, pirimetamina, sulfas, trimetoprima

Anemia

Quinopristina/dalfopristina, zidovudina

Anemia aplásica

Cloranfenicol, estreptomicina e sulfonamidas

Anemia hemolítica

Anfotericina B, cefalosporinas, isoniazida, penicilinas, primaquina, tetraciclinas e zidovudina

Anemia megaloblástica

Pirimetamina, sulfonamidas e trimetoprima

Disfunção plaquetária

Azlocilina, carbenicilina, flucitosina, mezlocilina, rifampicina e ticarcilina

Distúrbios de coagulação

Aminoglicosídeos, ampicilina, cefoperazona, clindamicina, cloranfenicol e sulfonamidas

Leucopenia

Ampicilina, carbenicilina, cefalosporinas, cloranfenicol, estreptomicina, flucitosina, gentamicina, griseofulvina, oxacilina, pirimetamina, sulfas e trimetoprima

Trombocitopenia

Ampicilina, carbenicilina, cefalosporinas, cloranfenicol, estreptomicina, flucitosina, gentamicina, griseofulvina, oxacilina, pirimetamina, sulfas, trimetoprima e zidovudina

Fontes: Bennett et al., 2020; Tavares, 2014.

174

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04/03/2021 12:33:18


Parte V

Opções Terapêuticas nas Enfermidades Infecciosas

Capítulo 10 • Antimicrobianos de Escolha (e alternativas) de Acordo com o Agente Etiológico, 197 Capítulo 11 • Antimicrobianos Sugeridos para o Tratamento das Diferentes Condições Infecciosas, 211 Capítulo 12 • Terapia Antirretroviral, 243 Capítulo 13 • Tratamento da Influenza, 253 Capítulo 14 • Tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), 259 Capítulo 15 • Conduta Terapêutica na Sífilis Congênita, 279 Capítulo 16 • Tratamento da Tuberculose, 283 Capítulo 17 • Tratamento da Coinfecção TB/HIV, 293 Capítulo 18 • Tratamento das Hepatites Virais, 297 Capítulo 19 • Tratamento da Hanseníase, 303 Capítulo 20 • Tratamento da Moléstia de Chagas, 309 Capítulo 21 • Tratamento das Leishmanioses, 311 Capítulo 22 • Tratamento da Malária, 319 Capítulo 23 • Tratamento da Dengue, da Chikungunya e da Zika, 331 Capítulo 24 • Tratamento das Riquetioses, 341 Capítulo 25 • Conduta nos Casos de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, 343

10-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 195

25/03/2021 11:03:14


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04/03/2021 12:40:10


Capítulo

10 Antimicrobianos de

10-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 197

Escolha (e alternativas) de Acordo com o Agente Etiológico

04/03/2021 12:40:10


Tabela 10.1 Esquemas terapêuticos para os diferentes agentes etiológicos de moléstias humanas

Capítulo 10

Antimicrobianos de Escolha (e alternativas) de Acordo com o Agente Etiológico

Patógenos

Fármacos de escolha

Alternativas

Acanthamoeba spp.

Pentamidina, isotianato de propamidina, fluconazol

Metronidazol, aminoglicosídeos

Acinetobacter spp.

Ampicilina/sulbactam

Imipeném

Actinobacillus spp.

Penicilina + aminoglicosídeo

Ceftriaxona, cefotaxima, ciprofloxacino, sulfametoxazol/ trimetoprima

Actinomyces spp.

Penicilina G, ampicilina

Doxiciclina, ceftriaxona

Aeromonas spp.

Sulfametoxazol/trimetoprima Quinolonas

Alcaligenes spp.

Sulfametoxazol/trimetoprima Imipeném, meropeném

Ancylostoma duodenale

Albendazol ou mebendazol

Pamoato de pirantel

Ancylostoma braziliensis

Albendazol

Ivermectina

Angiostrongylus cantonensis

Albendazol

Tiabendazol

Anisakis spp.

Remoção endoscópica

Albendazol + cirurgia

Ascaris lumbricoides

Albendazol ou mebendazol

Ivermectina

Aspergillus spp.

Anfotericina B ou itraconazol

Caspofungina e voriconazol

Babesia spp.

Clindamicina + quinino

Azitromicina

Bacillus anthracis

Ciprofloxacino

Clindamicina, meropeném

Bacillus spp.

Vancomicina, clindamicina

Fluoroquinolona, imipeném

Bacteroides fragilis

Metronidazol, piperacilinatazobactam

Imipeném, meropeném

Balamuthia mandrillaris

Albendazol, pentamidina ou fluconazol

Itraconazol, miltefosina

Balantidium coli

Tetraciclina

Metronidazol

Bartonella baciliformis

Tetraciclinas, estreptomicina e sulfametoxazol/ trimetoprima

Cloranfenicol

Bartonella henselae

Eritromicina

Doxiciclina e azitromicina

Bertiella spp.

Praziquantel

Niclosamida

Blastocystis hominis

Metronidazol

Sulfametoxazol/trimetoprima (continua)

198

10-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 198

04/03/2021 12:40:10


Tabela 10.1 Esquemas terapêuticos para os diferentes agentes etiológicos de moléstias humanas (continuação) Alternativas

Blastomyces dermatidis

Anfoterina ou itraconazol

Fluconazol

Bordetella pertussis

Eritromicina, azitromicina e claritromicina

Sulfametoxazol/trimetoprima e tetraciclinas

Borrelia spp.

Penicilina G, tetraciclinas ou ceftriaxona

Eritromicina e ciprofloxacino

Brucella spp.

Doxiciclina + rifampicina, doxiciclina + estreptomicina + rifampicina

Sulfametoxazol/trimetoprima + gentamicina

Burkholderia cepacia

Sulfametoxazol/ trimetoprima

Ciprofloxacino, meropeném e cloranfenicol

Burkholderia mallei

Piperacilina/tazobactam e Amoxicilina/ácido clavulânico e sulfametoxazol/ imipeném trimetoprima + doxiciclina

Burkholderia pseudomallei

Ceftazidima + sulfametoxazol/trimetoprima

Imipeném ou meropeném

Klebsiella granulomatis

Estreptomicina, tetraciclina ou azitromicina

Doxiciclina e cloranfenicol

Campylobacter fetus

Eritromicina ou ampicilina

Gentamicina, imipeném

Campylobacter jejuni

Azitromicina

Eritromicina e ciprofloxacino

Candida spp.

Fluconazol ou itraconazol

Cetoconazol, anfotericina B e caspofungina

Capillaria hepatica

Tiabendazol

Albendazol

Capillaria philippinensis

Albendazol

Mebendazol

Capnocytophaga spp.

Penicilina G

Clindamicina, metronidazol, amoxicilina/ácido clavulânico e imipeném

Cardiobacterium hominis

Penicilina G + gentamicina

Cloranfenicol, tetraciclinas

Chlamydia (chlamydophila) psittaci

Doxiciclina ou tetraciclina

Eritromicina e cloranfenicol

Chlamydia (chlamydophila) pneumoniae

Doxiciclina

Eritromicina, azitromicina, claritromicina (continua)

199

10-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 199

Antimicrobianos de Escolha (e alternativas) de Acordo com o Agente Etiológico

Fármacos de escolha

Capítulo 10

Patógenos

04/03/2021 12:40:10


Capítulo

11 Antimicrobianos

11-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 211

Sugeridos para o Tratamento das Diferentes Condições Infecciosas

08/03/2021 14:10:07


Antimicrobianos Sugeridos para o Tratamento das Diferentes Condições Infecciosas

Principais patógenos Implicados Enterobacteriaceae, Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus (relacionado com a presença de surtos em unidades de terapia intensiva neonatais) e Listeria monocytogenes Enterobacteriaceae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae. Eventualmente, alguns agentes que causam infecção nos recém-natos H. influenzae, S. pneumoniae, N. meningitidis, bacilo gramnegativo N. meningitidis, S. pneumoniae, H. influenzae N. meningitidis e S. pneumoniae

Considerações sobre o caso clínico

Recém-natos

Primeiro ao terceiro mês

11-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 212

Três meses a dois anos

Dois a cinco anos

Cinco a sessenta anos

1

Ceftriaxona + vancomicina

Ceftriaxona + vancomicina

Cefotaxima + vancomicina

Ampicilina + ceftriaxona (ou cefotaxima)

Ampicilina + cefotaxima

Fármaco de escolha

MENINGOENCEFALITES

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina +meropeném

Vancomicina + meropeném

Ampicilina + gentamicina

Terapia alternativa

7 a 14 dias

10 a 14 dias

10 a 14 dias

21 dias

21 dias

Tempo de tratamento sugerido

Tabela 11.1 Patógenos implicados e tratamento antimicrobiano (fármacos e tempo) das principais condições infecciosas

Capítulo 11

212

08/03/2021 14:10:07


11-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 213

Oxacilina + ceftazidima

S. aureus, Enterobacteriaceae, Pseudomonas

S. aureus (MRSA) S. aureus e Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae S. pneumoniae e Enterobacteriaceae S. pneumoniae, L. monocytogenes e Enterobacteriaceae

Traumatismo craniano aberto ou penetrante, ou traumatismo raquidiano

Pós-neurocirurgia ou punção lombar

Sinus dermal

Estrongiloidíase disseminada

Otite média crônica

Alcoolismo

MENINGOENCEFALITES

Vancomicina + ceftriaxona

Staphylococcus epidermidis, S. aureus e Enterobacteriaceae

Derivação ventriculoperitoneal

Ceftriaxona + ampicilina

Ceftriaxona

Ceftriaxona + ampicilina

Oxacilina + ceftriaxona

Vancomicina + cefepima (ou ceftazidima)

Ceftriaxona

S. pneumoniae e H. influenzae

Fístula liquórica e fraturas de base de crânio

Ceftriaxona + vancomicina

N. meningitidis, H. influenzae, S. pneumoniae e L. monocytogenes, enterobactérias

Acima dos sessenta anos

Capítulo 11

213

08/03/2021 14:10:07

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

Vancomicina + meropeném

14 a 21 dias

14 a 21 dias

21 dias

21 dias

21 dias

21 dias

21 dias

14 a 21 dias

14 a 21 dias

(continua)


Capítulo

12 Terapia

12-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 243

Antirretroviral

08/03/2021 14:11:05


Adultos Tabela 12.1 Situações de priorização de atendimento para início da terapia antirretroviral Situação

Recomendação

PVHIV sintomática LT-CD4+ <350 céls./mm³ Priorização de acesso ao atendimento pelos serviços da rede de assistência à PVHIV

Gestante Tuberculose ativa Coinfecção HBV

Iniciar terapia antirretroviral com celeridade

Coinfecção HCV Risco cardiovascular elevado (>20%) Na impossibilidade de obter contagem de LT-CD4+, não se deve adiar o início de tratamento. PVHIV: pessoas vivendo com HIV; HBV: vírus da hepatite B; HCV: vírus da hepatite C; TARV: terapia antirretroviral. Fonte: adaptada de Brasil, 2018a.

Tabela 12.2 Esquema de terapia antirretroviral inicial preferencial para adultos Terapia antirretroviral

Situação Adultos em início de tratamento1

TDF2/3TC + DTG3

Dose diária

Observação

(300 mg/300 mg) “2 × 1” + 50 mg

Capítulo 12

Terapia Antirretroviral

1×/dia Coinfecção TDF2/3TC/EFV TB-HIV4 sem critérios de gravidade (conforme critérios elencados a seguir)

(300 mg/300 mg/600 mg) – DFC

Coinfecção TB-HIV com um ou mais dos critérios de gravidade a seguir4: LT-CD4+ <100 céls/mm³

(300mg/300mg) “2 × 1”

TDF2/3TC + RAL

1x/dia

Concluído o tratamento completo para TB, poderá ser feita a mudança (switch) de EFV para DTG Concluído o tratamento completo de TB, deverá ser feita a mudança (switch) de RAL para DTG em até 3 meses (continua)

244

12-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 244

08/03/2021 14:11:05


Tabela 12.2 Esquema de terapia antirretroviral inicial preferencial para adultos (continuação) Situação

Terapia anrirretroviral

Dose diária

Presença de outra infecção oportunista

1×/dia

Necessidade de internação hospitalar/doença grave

400mg

Tuberculose disseminada

12/12h

Observação

+

TB: tuberculose; TDF: tenofovir; 3TC: lamivudina; DTG: dolutegravir; EFV: efavirenz; RAL: raltegravir. Para informações atualizadas e mais detalhes sobre TARV em gestantes, consultar o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais”, disponível em: http://www. aids.gov.br/pcdt.

1

TDF é contraindicado como terapia inicial em pacientes com disfunção renal preexistente, taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) <60mL/min ou insuficiência renal. Uso com precaução em pacientes com osteoporose/osteopenia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes melito (DM) não controlados. Se usado, ajuste de dose deve ser feita quando TFGe <50mL/min.

2

O O DTG não é recomendado em mulheres vivendo com HIV (MVHIV) com possibilidade de engravidar e que não utilizem métodos contraceptivos eficazes, preferencialmente os que não dependam da adesão (DIU ou implantes anticoncepcionais) e para todas as PVHIV em uso de fenitoína, fenobarbital, oxicarbamazepina e carbamazepina. Pacientes devem ser avaliados quanto à possibilidade de troca dessas medicações a fim de viabilizar o uso do DTG.

3

 O DTG aumenta a concentração plasmática da metformina. Para manter o controle glicêmico, um ajuste na dose da metformina pode ser necessário.

Realizar exame de genotipagem pré-tratamento e iniciar TARV, de forma a ajustar o esquema terapêutico posteriormente, se houver necessidade de mudança deste (não postergar início da TARV pela indisponibilidade imediata do resultado do exame).

4

Fonte: adaptada de Brasil, 2018a.

245

12-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 245

Capítulo 12

 Suplementos de cálcio ou ferro devem ser tomados 6h antes ou 2h depois da tomada do DTG. Quando acompanhado de alimentos, o DTG pode ser administrado ao mesmo tempo que esses suplementos.

Terapia Antirretroviral

 Antiácidos contendo cátions polivalentes (p. ex., alumínio e magnésio) devem ser tomados 6 horas antes ou 2 horas depois da tomada do DTG.

08/03/2021 14:11:05


Capítulo

14 Tratamento das

14-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 259

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

08/03/2021 14:12:34


Tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

14-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 260

Vírus

Chlamydia trachomatis Trichomonas vaginalis Papilomavírus humano

Clamídia Tricomoníase Condiloma

Protozoário

Neisseria gonorrhoeae

Bactéria

Bactéria

Fungo

Bactéria

Bactéria

Gonorreia

Chlamydia trachomatis

Linfogranuloma venéreo

Bactéria

Candida albicans

Klebsiella granulomatis

Donovanose

Vírus

Candidíase

Herpes simples vírus (HSV-2)

Herpes

Bactéria

Múltiplos patógenos

Haemophilus ducreyi

Cranco mole (cancroide)

Bactéria

Tipo

Vaginose bacteriana

Treponema pallidum

Agente

Sífilis

IST

Fonte: adaptada de Brasil, 2019a; Brasil, 2020a.

Verrugas

Corrimentos

Úlceras

Síndrome

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Transmissão sexual

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Curável

Tabela 14.1 Infecções sexualmente transmissíveis (IST): principais síndromes clínicas, agentes etiológicos, possibilidade de transmissão sexual e cura

Capítulo 14

260

08/03/2021 14:12:34


Queixa de úlcera genital História clínica: avaliar práticas sexuais e fatores de

risco para IST Lesões: ulcerativas erosivas, precedidas ou não por

Anamnese e exame clínico

pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional

IST como causa provável?

Não

Sim

Investigar outras causas

Laboratório disponível?

Fatores de risco para IST Idade abaixo de 30 anos Novas ou múltiplas parcerias sexuais Parcerias com IST História prévia/presença de outra IST Uso irregular de preservativo

Não

Evidência de lesões vesiculosas ativas?

Visualização de bacilos Gram-negativos agrupados em correntes na bacterioscopia

Sim

Sim

Não

Sim

Sugestivo de H. ducrey

Avaliar histórico de exposição ao risco, sinais e sintomas clínicos

Identificação de T. palladium

Não

Sim

Tratar sífilis, cancroide, donovanose, linfogranuloma venérreo Realizar biopsia

Tratar herpes genital

Tratar sífilis e cancroide

Tratar o cancroide

Visualização de treponemas móveis na microscopia de campo escuro

Tratar herpes genital, donovanose e/ou linfogranuloma venéreo, conforme avaliação

Tratar sífilis primária/ secundária

Sinais e sintomas persistem após 14 dias?

Não

Sim

Alta

Referenciar

Realizar aconselhamento centrado na pessoa e nas suas práticas sexuais Contribuir para que a pessoa a reconheça e minimize o risco de infecção por uma IST Oferecer testagem para HIV, sífilis e hepatite B e C Oferecer vacinação para hepatite A, hepatite B e HPV, quando indicado Informar a pessoa sobre a possibilidade de realizar prevenção combinada para IST/HIV/hepatites virais Tratar, acompanhar e orientar a pessoa e suas parceiras sexuais Notificar o caso, quando indicado

Tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

Lesões com mais de 4 semanas?

Sim

IIST: infecção sexualmente transmissível. Fonte: adaptada de Brasil, 2020a.

261

14-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 261

Capítulo 14

Figura 14.1 • Fluxograma para manejo de infecções que cursam com úlcera genital

08/03/2021 14:12:35


Capítulo

16 Tratamento da

16-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 283

Tuberculose

08/03/2021 18:19:02


16-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 285

1 comp. 300/150mg + 1 comp. de 150/75mg ou 3 comp. 150/75mg 2 comp. 300/150mg ou 4 comp. 150/75mg 2 comp. 300/150mg + 1 comp. de 150/75mg ou 5 comp. 150/75mg

51 a 70kg Acima de 70 Kg

5 comprimidos

Acima de 70kg

36 a 50kg

4 comprimidos

51 a 70kg

1 comp. 300/150mg ou 2 comp. 150/75mg

3 comprimidos

36 a 50kg

A apresentação 300/150mg em comprimido deverá ser adotada assim que disponível.

Tratamento da Tuberculose

Fonte: adaptada de Brasil, 2018e.

1

Unidade/dose

20 a 35kg

2 comprimidos

20 a 35kg

Faixas de peso

R: rifampicina; H: isoniazida; Z: pirazinamina; E: etambutol; comp.: comprimido.

RH 300/150mg1 ou 150/75mg (comprimidos em doses fixas combinadas)

RHZE 150/75/400/275 mg (comprimidos em doses fixas combinadas)

Esquema

4 meses (fase de manutenção)

2 meses (fase intensiva)

Duração

Tabela 16.1 Esquema terapêutico básico na tuberculose (adultos e adolescentes maiores de 10 anos de idade)

Capítulo 16

285

08/03/2021 18:19:03


Tratamento da Tuberculose

16-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 286

35 (30 a 40)

Pirazinamida

Fonte: adaptada de Brasil, 2018e.

Isoniazida

Rifampicina

10 (7 a 15)

Isoniazida

4RH

15 (10 a 20)

Rifampicina

300 200

15 (10 a 20) 10 (7 a 15)

750

200

300

mg/dia

mg/kg/dia

2RHZ

≥21 a 25kg

Até 20kg

Fármacos

Fases do crescimento

300

450

1.000

300

450

mg/dia

≥26 a 30kg

300

500

1.000

300

500

mg/dia

≥31 a 35kg

300

600

1.500

300

600

mg/dia

≥36 a 39kg

Peso do paciente

300

600

1.500

300

600

mg/dia

≥40 a 44kg

Tabela 16.2 Esquema básico para o tratamento da tuberculose em crianças (menores de 10 anos de idade)

Capítulo 16

286

08/03/2021 18:19:03

300

600

2.000

300

600

mg/dia

≥45kg


Capítulo

23 Tratamento

23-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 331

da Dengue, da Chikungunya e da Zika

08/03/2021 14:19:16


Tabela 23.1 Diagnóstico diferencial: chikungunya, dengue e Zika

Capítulo 23

Tratamento da Dengue, da Chikungunya e da Zika

Sinais/sintomas

Chikungunya

Dengue

Zika

Febre Duração

Febre alta (>38,5ºC) Febre alta (>38ºC) 2 a 3 dias 2 a 7 dias

Sem febre ou febre baixa (≤38ºC) 1 a 2 dias subfebril

Exantema

Surge do 2o ao 5o dia

Surge no 1o ao 2o dia

Surge do 3o ao 6o dia

Mialgias (frequência)

++

+++

++

Artralgia (frequência)

+++

+

++

Artralgia (intensidade)

Moderna/intensa

Leve

Leve/moderada

Edema da articulação (frequência)

Frequente

Raro

Frequente

Edema da articulação (intensidade)

Moderado a intenso

Leve

Leve

Conjuntivite

30%

Raro

50% a 90% dos casos

Cefaleia

++

+++

++

Linfonodomegalia

++

+

+++

Discrasia hemorrágica

+

++

Ausente

Acometimento neurológico

++

+

+++

Leucopenia

++

+++

++

Linfopenia

Frequente

Incomum

Incomum

Trombocitopenia

++

+++

+

Fonte: adaptada de Brasil, 2019a.

Tabela 23.2 Sinais de alerta em caso suspeito de dengue  Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua  Vômitos persistentes  Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)  Hipotensão postural e/ou lipotimia  Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal  Sangramento de mucosa  Letargia e/ou irritabilidade  Aumento progressivo do hematócrito Fonte: adaptada de Brasil, 2016b.

332

23-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 332

08/03/2021 14:19:16


Capítulo

27 Uso de

Antimicrobianos nas Infecções do Sistema Nervoso Central

27-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 371

17/03/2021 13:05:06


Tabela 27.1 Penetração de antimicrobianos no liquor com meninges normais e inflamadas

Capítulo 27

Uso de Antimicrobianos nas Infecções do Sistema Nervoso Central

Meninge normal Pobre (<10% da concentração sérica)

Razoável (>10% e <30% da concentração sérica)

Boa (>30% da concentração sérica)

 Amicacina  Amoxicilina  Amoxicilina/ácido clavulânico  Ampicilina  Ampicilina/sulbactam  Anfotericina B  Carbenicilina  Cefalotina  Cefazolina  Cefepima  Cefotaxima  Cefoxitina  Ceftazidima  Ceftriaxona  Cetoconazol  Ciprofloxacino  Clindamicina  Eritromicina  Estreptomicina  Etambutol  Fosfomicina  Gentamicina  Imipeném  Lincomicina  Meropeném  Meticilina  Metronidazol  Naficilina  Ofloxacino  Oxacilina  Penicilina G  Piperacilina  Polimixina B  Rifampicina  Tetraciclina  Vancomicina

 Aciclovir  Aztreonam  Doxiciclina  Pefloxacino  Sulfametoxazol/ trimetoprima  Sulfonamidas

 Cloranfenicol  Flucitosina  Fluconazol  Isoniazida  Pirazinamida

(continua)

372

27-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 372

17/03/2021 13:05:06


Capítulo

28 Uso de

Antimicrobianos na Insuficiência Renal e na Insuficiência Hepática

28-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 377

17/03/2021 13:06:21


Uso de Antimicrobianos na Insuficiência Renal e na Insuficiência Hepática

3

2,5

1,5

Aciclovir

Amicacina

Amoxicilina

Fármaco

28-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 378

20

0

15

6a8

12

8**

4*

Intervalo Meia- Percentual usual vida de ligação entre as (horas) proteica doses (horas)

Intervalo

8

8 a 12

75 a 100 50

Dose

24 a 36

12

6a8

10 a 50

12

8

4

50 a 80

16 a 24

25

36 a 48

24

12

<10

Clearance de creatinina

Intervalo

Intervalo

Método de ajuste

Ajuste na insuficiência renal

Após HD em adulto, administrar dose usual; após DP, administrar metade da dose usual

**

Via oral via intravenosa após HD em adulto, administrar 3/4 da dose usual *

Observações

HD: sim (40%) Após HD em adulto, DP: não administrar 250mg CAPD: 250mg, 12/12h

HD: sim (80%) DP: sim (50%) CAPD: 15 a 20mg/L/dia

HD: sim (60%) DP: não CAPD: não é necessária dose extra

Percentual de redução da concentração sérica por hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP)

Tabela 28.1 Doses dos principais antimicrobianos em pacientes com insuficiência renal e com função hepática sem alteração

Capítulo 28

378

17/03/2021 13:06:21


28-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 379

24

70

20

1

Amprenavir

Anfotericina B

Atovaquona

Azitromicina

Azlocilina

40

50

99

90

20

4a6

24

12

24 a 48

12

6

Intervalo

Intervalo

Intervalo

Dose

Intervalo

4a6

24

24 a 48

100

6

6a8

24

24 a 48

100

6a8

Uso de Antimicrobianos na Insuficiência Renal e na Insuficiência Hepática

1

Ampicilina

Capítulo 28

379

17/03/2021 13:06:21

8 a 12

24

24 a 48

100

8 a 12

HD: sim (70%) DP: não CAPD: não é necessária dose extra

HD: não DP: não CAPD: não é necessária dose extra

HD: não DP: não CAPD: não é necessária dose extra

HD: sim (40%) DP: não CAPD: não é necessária dose extra

(continua)

Após HD em adulto, administrar 3g

Farmacocinética desconhecida na insuficiência renal

Não é necessária correção na insuficiência renal

Não é necessária correção na insuficiência renal

Após HD em adulto, administrar 500mg


Parte VII Profilaxia

nas Doenças Infecciosas

Capítulo 31 • Profilaxia Antimicrobiana em Situações Clínicas, 423 Capítulo 32 • Profilaxia Antimicrobiana em Cirurgia, 437 Capítulo 33 • Profilaxia das Principais Infecções Oportunistas na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), 445 Capítulo 34 • Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV, 451 Capítulo 35 • Profilaxia nos Casos de Acidentes com Material Biológico, 459 Capítulo 36 • Profilaxia nos Casos de Violência Sexual, 463 Capítulo 37 • Profilaxia do Tétano, 467 Capítulo 38 • Profilaxia da Raiva Humana, 471 Capítulo 39 • Vacinação, 479

31-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 421

17/03/2021 13:36:16


31-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 422

17/03/2021 13:36:16


Capítulo

31 Profilaxia

Antimicrobiana em Situações Clínicas

31-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 423

17/03/2021 13:36:16


Profilaxia para Endocardite Infecciosa (EI) Tabela 31.1 Pacientes com risco de aquisição de endocardite infecciosa grave Condições de risco de endocardite infecciosa grave

 Prótese cardíaca valvar  Valvopatia corrigida com material protético  Antecedente de endocardite infecciosa  Valvopatia em enfermo transplantado cardíaco  Cardiopatia congênita cianogênica não corrigida  Cardiopatia congênita cianogênica corrigida que evolui com lesão residual  Cardiopatia congênita corrigida com material protético (primeiros seis meses)

Outras condições de risco de endocardite infecciosa

 Valvopatias (leve, moderada ou grave)*

*No caso de prolapso de válvula mitral, apenas se insuficiência valvar moderada ou importante. Fonte: adaptada de SBC, 2017. Sugere-se consultar também Cahill et al., 2017.

Capítulo 31

Profilaxia Antimicrobiana em Situações Clínicas

Tabela 31.2 Procedimentos dentários e indicação de profilaxia de endocardite infecciosa Profilaxia Indicada

 Para pacientes com risco de EI grave e que se submeterão a procedimentos que envolvem a manipulação de tecido gengival, região periodontal ou perfuração da mucosa oral.

Profilaxia Não Indicada

 Anestesia local em tecido não infectado  Radiografia odontológica  Colocação, ajuste ou remoção de aparelhos ortodônticos  Queda natural de dente-de-leite  Sangramento oriundo de trauma da mucosa oral ou dos lábios

Fonte: adaptada de SBC, 2017.

424

31-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 424

17/03/2021 13:36:16


Tabela 31.3 Esquemas antimicrobianos de profilaxia para endocardite infecciosa antes de procedimentos dentários Via de administração Oral

Parenteral (intravenosa ou intramuscular)

Antibiótico

Dose adulto

Dose criança

Padrão

Amoxicilina

2g

50mg/kg

Alergia à penicilina

Clindamicina

600mg

20mg/kg

Cefalexina

2g

50mg/kg

Azitromicina

500mg

15mg/kg

Claritromicina

500mg

15mg/kg

Ampicilina

2g

50mg/kg

Cefazolina

1g

50mg/kg

Ceftriaxona

1g

50mg/kg

Padrão

Alergia à penicilina

Clindamicina

600mg

20mg/kg

Cefazolina

1g

50mg/kg

Ceftriaxona

1g

50mg/kg

Fonte: adaptada de SBC, 2017.

Fármaco

Dose única 30min antes Criança

Parenteral (EV)

Ampicilina* + gentamicina

50mg/kg

Parenteral (EV) – alergia à penicilina

vancomicina + gentamicina

20mg/kg

Adulto 2g

1,5mg/kg 1g

1,5mg/kg

*Fazer reforço com 1,0g, 6h após o procedimento. EV: endovenoso. Fonte: adaptada de SBC, 2017.

425

31-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 425

Capítulo 31

Via de administração

Profilaxia Antimicrobiana em Situações Clínicas

Tabela 31.4 Esquemas medicamentosos de profilaxia para endocardite infecciosa antes de procedimentos geniturinários e gastrointestinais

17/03/2021 13:36:16


Capítulo

34 Profilaxia da

Transmissão Vertical do HIV

34-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 451

17/03/2021 13:20:32


Tabela 34.1 Esquemas de tratamento antirretroviral para início de tratamento em gestantes vivendo com HIV/AIDS Esquema preferencial TDF + 3TC + RAL1,2

Medicações alternativas  Contraindicação ao TDF: AZT  Contraindicação ao TDF e AZT: ABC3

Esquema alternativo

Medicações alternativas

TDF + 3TC + EFV

 Quando estejam presentes aspectos de má adesão  Para uso do EFV, é mandatória a demonstração de sensibilidade na genotipagem pré-tratamento  Contraindicação ao TDF: AZT  Contraindicação ao TDF e AZT: ABC3

TDF + 3TC + ATV/r

 Contraindicação ao ATV/r: DRV/r  Contraindicação ao TDF: AZT  Contraindicação ao TDF e AZT: ABC3

4

A partir da 14a semana de gestação, de acordo com a situação clínica da gestante. Realizar switch do RAL para DTG após término da gestação. 3 Autorizada apenas se HLA-B*5701 negativo. 4 Para uso do EFV, é mandatória a demonstração de sensibilidade na genotipagem pré-tratamento. Fonte: adaptada de Brasil 2019c. 1 2

Tabela 34.2 Esquema posológico da zidovudina (AZT) injetável no parto para a gestante vivendo com HIV

Capítulo 34

Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV

Dose de ataque (2mg/kg) na primeira hora Peso (kg)

Quantidade de AZT (mL)

Número gotas/min

40

8

36

50

10

37

60

12

37

70

14

38

80

16

39

90

18

39

Dose de manutenção (1mg/kg) em infusão contínua Peso (kg)

Quantidade de AZT (mL)

Número gotas/min

40

4

35

50

5

35

60

6

35 (continua)

452

34-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 452

17/03/2021 13:20:32


Capítulo

39 Vacinação

39-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 479

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Tabela 39.1 Principais vacinas em uso clínico

Capítulo 39

Vacinação

Vacina

Tipo

Contraindicação

Efeitos adversos

BCG–ID

Vírus vivo atenuado

Imunossupressão Crianças <2kg

Linfadenite regional, efeitos locais e infecção disseminada

DTPa – Difteria, tétano e pertússis

Toxina atenuada/ germe inativado (pertússis)

Anafilaxia

Manifestações locais

DTPa acelular infantil

Toxina atenuada/ germe inativado (pertússis)

Maiores de sete anos Anafilaxia Reações graves à vacina

Manifestações locais, episódio hipotônico – hiporresponsivo, encefalopatia pós-vacinal, convulsão, vômitos, febre e choro persistente

Varicela

Vírus vivo atenuado

Imunossupressão Anafilaxia

Exantema Reações locais

Dupla bacteriana – difteria e tétano

Toxoide

Alergia grave

Reações locais, neurite, febre, náuseas e irritabilidade

Dupla bacteriana infantil

Toxoide

Maiores de sete anos Alergia grave

Reações locais, febre, choro persistente, perda de apetite e sonolência prolongada

Poliomielite Sabin/Vop

Vírus vivo atenuado

Gestação Imunossupressão Anafilaxia

Poliomielite associada à vacina, meningite asséptica, reações alérgicas e poliomielite por vírus derivado da vacina

Poliomielite Salk/Vip

Vírus intativado

Anafilaxia

Reações locais Anafilaxia

Haemophilus influenzae B (HiB)

Polissacarídeo capsular

Anafilaxia

Reações locais Febre Desconforto intestinal Irritabilidade (continua)

480

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Tabela 39.1 Principais vacinas em uso clínico (continuação) Gestação Imunossupressão Anafilaxia

Contraindicação

Meningite Reações locais Parotidite Purpura trombocitopênica Artrite

Efeitos adversos

Hepatite B

Antígeno de superfície (HBsAG) recombinante

Anafilaxia

Reações locais Púrpura trombocitopênica idiopática Anafilaxia Febre Irritabilidade

Hepatite A

Vírus inativado

Anafilaxia

Reações locais Manifestações respiratórias Sintomas sistêmicos como náuseas e sonolência

Pneumocócica 23

Polissacarídeo capsular

Anafilaxia

Reações locais Dor muscular Cefaleia

Pneumocócica conjugada 10v

Germe inativado

Anafilaxia

Reações locais Convulsão Manifestações respiratórias

Meningocócica conjugada C

Germe inativado

Anafilaxia

Reações locais Febre Aumento dos gânglios

Influenza

Germe inativado

Anafilaxia

Reações locais Manifestações sistêmicas Síndrome de Guillain-Barré

Febre amarela

Vírus vivo atenuado

Gestação Imunossupressão Anafilaxia Menores de 6 meses

Doença neurológica Síndrome de Guillain-Barré Reações locais Manifestações sistêmicas

Rotavírus

Vírus vivo atenuado

Imunossupressão Anafilaxia

Sintomas brandos de gastroenterite

HPV 2 – tipos 16 e 18

Vírus inativado

Gestação Anafilaxia

Reações locais (continua)

481

39-Antimicrobianos-Guia Pratico.indd 481

Vacinação

Tipo Vírus vivo atenuado

Capítulo 39

Vacina Tríplice viral: Sarampo Caxumba Rubéola

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