Terapia Nutricional Domiciliar | Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker / Rubia Daniela Thieme

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OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE

Dietoterapia nas Doenças do Adulto SOBRE AS ORGANIZADORAS

Aline Marcadenti de Oliveira Flávia Moraes Silva

Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

Dietoterapia nas Doenças Gastrintestinais do Adulto

Graduada em Nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Aline Marcadenti de Oliveira Flávia Moraes Silva Valesca Dall’alba

Doutora em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Medicina Interna pela UFPR. Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE). Professora-associada do Departamento de Nutrição da UFPR. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição da UFPR.

Rubia Daniela Thieme Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialização em Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço (20092010) e em Saúde do Adulto e do Idoso (Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar) (2010-2012), ambas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR).

O ato de alimentar na terapia nutricional deve ser entendido em sua complexidade, sendo mais que apenas a oferta de nutrientes via sonda. Aspira-se a valorização do ato de alimentar compreendendo o domicílio como um cenário único. Diferente de qualquer outro lugar de cuidado, a nutrição enteral em casa torna possível fomentar reflexões para as diversas profissões envolvidas, tanto na área técnica quanto na participação, na construção e na implementação de políticas públicas referentes à saúde e à nutrição. A obra Terapia Nutricional Domiciliar apresenta 28 capítulos, elaborados por vários profissionais experientes na área da atenção domiciliar, que irão contribuir para a prática de outros profissionais e equipes de saúde que atuam nessa modalidade de cuidado. Os capítulos abordam a história da terapia nutricional domiciliar, a nutrição enteral inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) e a atuação dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente que utiliza essa modalidade terapêutica, bem como aspectos importantes para as atividades do nutricionista.

Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica Larissa Calixto-Lima Nelzir Trindade Reis

Nutrição e Metabolismo em Cirurgia Metabólica e Bariátrica Luciana Zuolo Coppini

Nutrição Clínica – Bases para Prescrição Nelzir Trindade Reis Larissa Calixto-Lima

Nutrição Clínica no Dia a Dia, 2a ed.

Mestre em Segurança Alimentar e Nutricional pelo Programa de Pósgraduação em Segurança Alimentar e Nutricional da UFPR.

Larissa Calixto-Lima Maria Cristina Gonzalez

Doutoranda do Programa de Pósgraduação em Políticas Públicas da UFPR.

SMI – Série Medicina Interna: Doenças do Sistema Digestório e da Nutrição

Professora no curso de Nutrição na Universidade Positivo, PR. Coordenadora do curso de Pósgraduação em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço na Universidade Positivo, PR.

Enio Roberto Pietra Pedroso Manoel Otávio da Costa Rocha Área de interesse Nutrição

Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site:

www.rubio.com.br

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Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker Graduada em Nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Doutora em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Medicina Interna pela UFPR. Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Terapia Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE). Professora-associada do Departamento de Nutrição da UFPR. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição da UFPR. Rubia Daniela Thieme Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialização em Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço (2009-2010) e em Saúde do Adulto e do Idoso (Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar) (2010-2012), ambas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). Mestre em Segurança Alimentar e Nutricional pelo Programa de Pós-graduação em Segurança Alimentar e Nutricional da UFPR. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da UFPR. Professora no curso de Nutrição na Universidade Positivo, PR. Coordenadora do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço na Universidade Positivo, PR.

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Organizadoras

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Terapia Nutricional Domiciliar Copyright © 2019 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-8411-110-7 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora. Produção Equipe Rubio Editoração Eletrônica Edel Capa Bruno Sales Imagem de Capa ©iStock.com / vadimguzhva CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ T293 Terapia nutricional domiciliar/organizadoras Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker, Rubia Daniela Thieme. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2019. 256p.; 24cm Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-8411-110-7 1. Nutrição. 2. Dietoterapia. I. Schieferdecker, Maria Eliana Madalozzo. II. Thieme, Rubia Daniela 19-57015

CDD: 615.854 CDU: 615.874.2

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 sl. 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55 (21) 2262-3779 • 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Ana Paula de Mello Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Gerontologia titulada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar – Saúde do Adulto e do Idoso – da UFPR.

Chefe da Unidade de Gestão de Riscos Assistenciais do Complexo Hospital das Clínicas da UFPR (CHC-UFPR). Gerente de Riscos da Rede Sentinela do CHC-UFPR. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão de Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche).

MBA Executivo em Saúde com ênfase em Gestão de Clínicas e Hospitais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ana Paula Hesketh Rabuske Hoffmann

Especialização em Preceptoria no Sistema Único de Saúde (SUS) – Instituto Sírio-Libanês/Ministério da Saúde.

Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela UFPR.

Preceptora e Docente de Nutrição na Residência Multiprofissional em Saúde – Neurologia – do Hospital Municipal São José, Joinville – SC.

Nutricionista da Secretaria Municipal da Educação de Guaratuba, PR.

Capacitação Profissional em Saúde Baseada em Evidências – Instituto Sírio-Libanês/Ministério da Saúde.

André Dong Won Lee

Nutricionista na Clínica Neurológica e no Espaço Maturidade, Joinville – SC. Nutricionista no Hospital Municipal São José, Join­ville – SC. Membro da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) e Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). Docente de Nutrição, Higiene e Saúde da Criança, graduação em Pedagogia, Faculdade Guilherme Guimbala, Joinville – SC.

Ana Paula Hermann Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (PPGENF-UFPR). Mestre em Enfermagem pelo PPGENF-UFPR. Especialista em Qualidade e Segurança no Cuidado ao Paciente pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Sírio-Libanês, SP.

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Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Mestre em Alimentação e Nutrição pela UFPR.

Médico assistente da Nutrologia Médica e Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Mestre e Doutor em Cirurgia do Aparelho Digestivo do HC-FMUSP.

Angela Cristina Lucas de Oliveira Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenadora da área de Alimentação e Nutrição da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, PR.

Ann Kristine Jansen Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Doutora em Nutrição pela Unifesp.

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Colaboradores

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Professora-associada do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde da UFMG. Subcoordenadora do Programa de Residência Multidisciplinar, área de concentração Saúde do Idoso, do Hospital Risoleta Tolentino Neves, BH. Membro Titular do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG. Consultora em Nutrição do Idoso do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG). Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo Interdisciplinar de Estudo em Epidemiologia (NIEPE).

Bárbara Matylde Madalozzo Martins Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade do Vale do Itajaí (Univale), SC. Especialização lato sensu em Gerontologia pela Universidade Espírita do Paraná. Mestre em Distúrbios da Comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

Carla Corradi-Perini Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFPR. Doutora em Ciências da Saúde pela PUCPR. Professora adjunta do curso de Graduação em Nutrição e Professora do Programa de Pós-graduação em Bioética da PUCPR. Professora visitante do Doutorado em Humanidades da Universidade Católica de Moçambique (UCM). Professora da Especialização em Cuidados Paliativos da PUCPR. Realiza curso de pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica, Argentina. Pesquisadora dos grupos de pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde (BIOHCS) e Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da Nutrição (Gepecin) da PUCPR.

Caryna Eurich Mazur Graduada em Nutricão pela Universidade Estadual do Cen­tro-Oeste (Unicentro), PR. Especialização em Obesidade e Emagrecimento pela Universidade Gama Filho (UGF) e em Educação a Distância pela Faculdade São Bráz (FSB). Mestrado em Segurança Alimentar e Nutricional pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Cíbele Pereira Kopruszynski Graduada em Nutrição pela Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Dr. Bezerra de Menezes, PR. Especialista em Nutrição Clínica com ênfase em Terapia Nutricional pelo Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos (CBES), PR. Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Doutora em Alimentos e Nutrição – Área de concentração Ciências Nutricionais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Araraquara. Professora adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar do Hospital das Clínicas da UFPR (HC-UFPR).

Cláudia Seely Rocco Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Tecnologia de Alimentos pela UFPR. Doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Departamento de Nutrição da UFPR.

Clovis Cechinel Médico, Residência em Clínica Médica e Geriatria. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenador Médico do Programa Melhor em Casa Curitiba/Fundação Estadual de Atenção Especializada em Saúde (Feaes).

Cristina Martins Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutora em Ciências Médicas – Nefrologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Nutrição Clínica pela New York University (NYU), EUA. Dietista-nutricionista Registrada pela Academy of Nutrition and Dietetics (AND), EUA. Especialista em Nutrição Renal pela AND. Clínica Certificada em Suporte Nutricional pela American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (Aspen), EUA. Especialista em Suporte Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE). Especialização em Nutrição Clínica pela UFPR. Especialização em Alimentação e Nutrição pela UFPR.

Professora do Departamento de Nutrição da Unicentro.

Assessora Científica da Fundação Pró-renal Brasil – Curitiba, PR.

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Medicina Interna na UFPR.

Diretora Geral do Instituto Cristina Martins de Educação em Saúde.

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Estela Iraci Rabito

Representante da AND e da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) para a padronização internacional da Terminologia do Processo de Cuidado em Nutrição no Brasil.

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Dan Linetzky Waitzberg

Professora adjunta do Departamento de Nutrição e do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição da UFPR.

Médico-Cirurgião. Professor-associado do Departamento de Gastrenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Coordenador do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia Digestiva – Metanutri da FMUSP. Coordenador da Comissão de Nutrologia do Complexo Hospitalar Hospital das Clínicas da FMUSP. Coordenador Clínico da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo (Icesp), Hospital Santa Catarina. Diretor do Grupo de Apoio de Nutrição Enteral e Parenteral (Ganep Nutrição Humana).

Darla Silverio Macedo Graduada em Nutrição pela Universidade Estadual do Cen­tro-Oeste, PR. Mestre em Nutrição e Alimentos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do curso de Nutrição na Faculdade Campo Real, Guarapuava, PR. Nutricionista no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Guarapuava, PR.

Débora Christina de Alcântara Lopes Residência em Clínica Médica no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e em Geriatria no Hospital Universitário Cajuru. Geriatra do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) de Geriatria na Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.

Denise Philomene Joseph van Aanholt Graduada em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo – Campus Pompeia. Especialista em Nutrição Clínica e Administração Hospitalar pela Universidade do Sagrado Coração (USC), SP. Especialista em Home Care pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Especialista em Terapia Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/ SBNPE). Doutoranda na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Auditora em Terapia Nutricional pela Conex Aud e BB auditoria.

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Mestre e Doutora em Ciências Médicas (investigação biomédica) pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Tutora do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar – Complexo Hospital de Clínicas da UFPR.

Flávia Monteiro Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora adjunta do curso de Nutrição do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade). Mestre em Segurança Alimentar e Nutricional pela UFPR. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Gama Filho (UGF).

Franciele Savaris Soria Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Mestre em Distúrbios da Comunicação pela UTP. Doutora em Distúrbios da Comunicação pela UTP. Docente fonoaudióloga clínica da UTP.

Gabriela Martins Dias Professora substituta da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Atenção Hospitalar com ênfase em Oncologia e Hematologia pelo Hospital de Clínicas da UFPR. Terapeuta Ocupacional formada pela UFPR.

Gilberto Simeone Henriques Graduado em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutor em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP). Professor-associado do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ingrid Meireles Gomes Doutora em Enfermagem do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (PPGENF-UFPR). Mestre em Enfermagem pelo PPGENF-UFPR. Enfermeira Supervisora da Seção de Enfermagem Ambulatorial do Complexo Hospital de Clínicas/UFPR.

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Presidente da Solus Soluções Estéreis – Curitiba.

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Técnica em Administração pela Escola Técnica de For­ mação Gerencial (ETFG). Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão de Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche) da UFPR.

Ivete Berkenbrock Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Especialista em Medicina Interna pelo Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre. Coordenadora da Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Curitiba, PR.

Jaqueline Dias do Nascimento Celleti Graduada no curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutoranda do curso de Pós-graduação em Enfermagem da UFPR. Colaboradora da Unidade de Investigação da Escola Superior de Enfermagem do Porto (UNIESEP), Portugal – como Bolsista do Programa Doutorado-Sanduí­ che Exterior. Mestre em Enfermagem pela UFPR. Especialista em Gerência de Enfermagem pela Universidade Positivo, PR. Chefe de Setor de Gestão de Linhas de Cuidado no Complexo Hospital de Clínicas – UFPR. Membro do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão de Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche) da UFPR.

Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde pelo Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Especialista em Saúde da Família pela Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Saboia/Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), CE.

Kimielle Cristina Silva Nutricionista pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH). Analista de Saúde das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Doutoranda em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB). Especialista em Saúde Coletiva com área de concentração Epidemiologia, Avaliação e Informação em Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Laerte Honorato Borges Júnior

Médico pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Residência Médica em Anestesiologia com Título pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) e Associação Médica Brasileira (AMB).

Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário do Triângulo (Unitri), MG. Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especialista em Gestão Hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS) pela UFU. Especialista em Gestão em Serviços de Saúde pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), SP. Mestre e Doutor em Ciências da Saúde pela UFU. Diretor do Serviço de Atenção Domiciliar na Fundação Saúde de Uberlândia, MG. Gerente de Atenção às Doenças Crônicas no Hospital das Clínicas da UFU (HC-UFU). Docente na Faculdade de Medicina da UFU.

Karyne Sant’Ana Gonzales Gomes

Larissa Boaventura

Graduada em Nutrição pelas Faculdades Integradas Espírita (Fies), PR. Pós-graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Saúde Coletiva pela Universidade Positivo (UP) e Saúde da Família pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Saúde Coletiva pela Associação Brasileira de Nutrição (Asbran). Nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, PR.

Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Enfermeira do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) no município de Curitiba, PR.

Kelly Poliany de Souza Alves

Mestre em Medicina Interna pela UFPR.

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Professora-assistente do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR.

João Alberto Martins Rodrigues

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Lauren Machado Pinto Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Saúde do Adulto e do Idoso pelo Programa de Residência Multiprofissional do Hospital de Clínicas da UFPR.

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Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão de Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche) da UFPR.

Marcia Regina Beux

Letícia Hacke

Doutora em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Mestre em Tecnologia Química – área de concentração Tecnologia de Alimentos pela UFPR.

Especialização em Saúde do Adulto e Idoso pelo Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição pela UFPR.

Especialista em Didática pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Graduada em Ciências Biológicas pela UFPR. Professora-associada II de Microbiologia de Alimentos do curso de Nutrição da UFPR.

Docente convidada dos cursos de Pós-graduação na Universidade Tuiuti do Paraná, Universidade Positivo, Instituto Censupeg (Centro Sul Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação) e no curso de Capacitação para Acompanhantes de Pessoas Idosas em Viagens, pela Associação Brasileira de Atenção e Apoio à Pessoa Idosa.

Professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição (Segurança Alimentar e Nutricional) da UFPR.

Professora Titular da disciplina de Nutrição nos cursos de Enfermagem e Fisioterapia, da disciplina de Nutrição e Atividade Física nos cursos de Educação Física e da disciplina de Processo de Cuidado Nutricional no curso de Medicina da Universidade do Contestado (UNS), SC.

Especialista em Saúde da Família na modalidade Residência Multiprofissional pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e Faculdade Pequeno Príncipe (FPP).

Atua como nutricionista clínica na Clínica Santa Maria e no Ambulatório da Unimed Rio-Mafra, SC.

Lize Stangarlin Fiori Graduada em Nutrição pela Universidade Franciscana (UFN). Doutora e Mestre em Ciência e Tecnologia dos Alimentos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Marcia Maria Arenhart Soares Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Maria Carolina Gonçalves Dias Graduada em Nutrição pela Universidade do Sagrado Coração de Jesus (USC), SP. Mestre em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). Nutricionista Chefe da Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Coordenadora Administrativa da Equipe Multipro­ fissional de Terapia Nutricional do Hospital das Clínicas, SP.

Professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo, PR.

Maria Ribeiro Lacerda

Luana Tonin

Professora aposentada da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (PPGENF-UFPR). Mestre em Enfermagem pela UFPR. Residência em Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade Pequeno Príncipe (FPP), PR. Especialista em Saúde Pública com ênfase em Estratégia Saúde da Família (ESF) pela Escola de Saúde Pública (Esap). Professora do curso de Graduação de Enfermagem da FPP.

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Mestre e Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFPR. Professora visitante do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS. Bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq-Nível 1D-CA EF – Enfermagem. Coordenadora do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche) da UFPR.

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Supervisora de estágio na Clínica Escola de Terapia Ocupacional (Ceto) da UFPR, com o desenvolvimento de visitas domiciliares junto a pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral (AVC) e hanseníase.

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Co p y r i g h t©2019Ed i t o r aRu b i oL t d a .Sc h i e f e r d e c k e r / Th i e me .Te r a p i aNu t r i c i o n a l Do mi c i l i a r .Al g u ma sp á g i n a s ,n ã os e q u e n c i a i s ,ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .

Patrícia Audrey Reis Gonçalves Pinheiro Graduada em Nutrição pela Faculdades Integradas Espírita (FIES), PR. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Saúde Coletiva, Gestão em Saúde Pú­ blica e Nutrição Clínica pela Universidade Positivo, PR. Especialista em Gestão em Saúde Pública pela Faculdade Itecne de Cascavel, PR. Especialização em Nutrição Clínica pela Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR). Título de especialista em Saúde Coletiva pela Associação Brasileira de Nutrição (Asbran). Nutricionista da Secretaria Municipal da Saúde de Cu­ ritiba – PR, com atuação no Departamento de Atenção Primária à Saúde.

Regina Célia Titotto Castanharo Doutoranda no Programa de Pós-graduação Mestrado e doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Enfermagem, área de concentração Prática profissional, pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFPR. Professora adjunta do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR. Ex-coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da UFPR. Ex-membro do Conselho Setorial do Setor de Ciências da Saúde da UFPR. Especialista em Terapia Ocupacional Dinâmica pelo Centro de Estudos de Terapia Ocupacional (Ceto), SP e em Ativação de Processos de Mudança na Formação de Profissionais de Saúde pelo Ministério da Saúde/ SGTES/EGES, Fiocruz e Rede Unida – SP. Graduada em Terapia Ocupacional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Tutora do grupo de Terapia Ocupacional do PET Saúde (Programa de Educação para o Trabalho em Saúde) Curitiba, com atividades predominantemente desenvolvidas no contexto da Atenção Básica à Saúde, em especial atendimentos domiciliares a adultos, idosos, e atividades de Educação em Saúde junto a creches e escolas. Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Terapia Ocupacional, atuando como presidente no biênio 2013–2015 e colaboradora nos anos 2015–2016. Pesquisadora na área de Infância e Adolescência, nos contextos da Atenção Básica em Saúde (ABS) e Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis.

Professora do Departamento de Nutrição da UFPR. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Coordenadora do curso de Nutrição da UFPR.

Renata Carolyne Chavoni Zago Graduada em Nutrição pela Universidade Paranaense (Unipar). Especialista em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP. Especialista em Nutrição Oncológica pela Residência Multiprofissional do Hospital Erasto Gaertner, PR. Especialista em Gestão em Gastronomia pela Universidade Positivo, PR. Nutricionista Clínica do Centro de Oncologia do Paraná. Professora de cursos de Pós-graduação em Nutrição Clínica do Instituto Ana Paula Pujol (Iapp) – SC, Centro Sul Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-gradua­ ção (Censupeg) – PR e Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade) – PR.

Renata Labronici Bertin Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Ciência dos Alimentos pela UFSC. Especialização em Nutrição Esportiva pela Tanbrazyl, PR. Professora adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Rosibeth del Carmen Muñoz Palm Graduada em Terapia Ocupacional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora adjunta e integrante do corpo docente do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR. Coordenadora do Grupo de Estudos de Terapia Ocupacional e Cuidados Paliativos (Getocp) da UFPR. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Setor de Ciências da Saúde da UFPR. Membro do Conselho Deliberativo da Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos (ATOHosP). Vice-presidente da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa em Terapia Ocupacional (Reneto) (2016-2018). Membro do Banco de Avaliadores (Basis) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/MEC).

Regina Maria Ferreira Lang

Silvana Maria dos Santos

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Graduada em Nutrição pelas Faculdades Integradas Espírita (Fies), PR.

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Valéria Girard Fabiano Alves

Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela UFPR.

Especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Tatiana Braga de Camargo

Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE).

Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (PPGENF-UFPR). Mestre em Enfermagem pelo PPGENF-UFPR. Enfermeira da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas da UFPR.

Gerente médica da empresa PróCare Saúde na área de atenção domiciliar, RJ.

Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Presidente da SBNPE do capítulo do Rio de Janeiro, nos biênios 2006-2007 e 2010-2011.

Membro do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão de Cuidado Humano em Enfermagem (Nepeche) da UFPR.

Vinícius Pafume de Oliveira

Thalita Paula Toso

Fisioterapeuta do Hospital de Clínicas de Uberlândia (Serviço de Atenção Domiciliar e UTI neonatal), MG.

Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Título de Especialista em Terapia Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE). Mestre no Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). Gerente de Nutrição do Hospital das Nações, PR. Professora convidada na Universidade Positivo, PR.

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Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário do Triângulo (Unitri), MG.

Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade de Uberaba (Uniube). Especialista em Regulação em Saúde pelo Instituto Sírio-Libanês, SP. Mestre do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Coordenador do Serviço de Atenção Domiciliar e Diretor dos Serviços de Reabilitação do Município de Uberlândia, MG.

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Mestrado em Antropologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Eduardo Galeano

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Dedicamos esta obra às pessoas que vivem a singularidade e que respeitam a diversidade. Este livro dedica-se, portanto, às pessoas que possuem necessidades especiais de alimentação, bem como seus familiares e cuidadores, e aos profissionais da saúde que atuam na atenção à saúde e em Terapia Nutricional em todos os pontos da rede, sobretudo, na Atenção Básica e em domicílio.

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Dedicatória

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Agradecemos à Universidade Federal do Paraná (UFPR), instituição de ensino pública, que nos permite o processo de ensino e aprendizagem, a construção do conhecimento científico por meio da pesquisa e a extensão universitária por meio de projetos inseridos na sociedade. Ao Departamento de Nutrição (DNUT) da UFPR e ao Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição (PPGAN) da UFPR, pelo apoio e incentivo na elaboração da obra. À Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba/PR, sobretudo às nutricionistas Angela Cristina Lucas de Oliveira e Patrícia Audrey Reis Gonçalves Pinheiro, com extensão para as demais nutricionistas e profissionais da saúde que atuam no cuidado em Terapia Nutricional Domiciliar deste município. Aos colaboradores e parceiros, sem os quais esta obra não seria possível, nossa gratidão! As Organizadoras

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Agradecimentos

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O ato de alimentar na nutrição enteral deve ser entendido em sua complexidade, sendo mais que apenas a oferta de nutrientes via sonda. Aspira-se a valorização do ato de alimentar compreendendo o domicílio como um cenário único. Diferente de qualquer outro lugar de cuidado, a nutrição enteral em casa torna possível fomentar reflexões para as diversas profissões envolvidas, tanto na área técnica quanto na participação, na construção e na implementação de políticas públicas referentes à saúde e à nutrição. Na década de 1990, iniciaram-se atividades na assistência com nutrição enteral em pacientes hospitalizados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), oportunizando-se conhecer a realidade da alta hospitalar de indivíduos com sonda. Na sequência, junto ao Departamento de Nutrição (DNUT), foi iniciado projeto de extensão, para acompanhar os pacientes com sonda que recebiam alta hospitalar e residiam em Curitiba e região metropolitana. A experiência foi desafiadora e envolvente, devido à realidade das pessoas que precisavam se alimentar por tubo e voltar para suas casas, enfrentando a falta de estrutura básica, familiar e econômica. As famílias, ao chegarem em seus lares, precisavam relembrar diversas orientações dadas por vários profissionais no momento da alta e não possuíam compreensão suficiente para praticá-las. Na década de 2000, iniciaram-se atividades junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba na organização do Programa de Atenção Nutricional às Pessoas com Necessidades Especiais de Alimentação (PAN). Muitos acadêmicos tiveram a oportunidade de vivenciar o cotidiano da terapia nutricional enteral domiciliar, seja como bolsistas do projeto de extensão ou das pesquisas que a partir dele foram realizadas.

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Nesse período, a terapia nutricional via sonda em ambiente hospitalar era frequente no HC-UFPR. Os desafios, nesse ponto de atenção à saúde, eram os de integrar todos os profissionais da equipe no cuidado ao paciente em terapia nutricional, realizar a alta hospitalar responsável e fazer a comunicação com os profissionais da atenção básica. Foi, então, que um projeto que integrasse os profissionais da Atenção Especializada Hospitalar e da Atenção Básica, os pacientes, os familiares e os cuidadores foi desenvolvido. Tal projeto tinha como objetivo estabelecer fluxo de contrarreferência, ou seja, padronizar a comunicação entre os profissionais dos pontos de atenção à saúde, bem como entre os profissionais e pacientes, familiares e cuidadores. Em 2012, juntamente com equipe de profissionais de saúde, foi iniciada a elaboração do Caderno de Atenção Domiciliar – Cuidados em Terapia Nutricional, publicado pelo Ministério da Saúde em 2015. Agora, os desafios eram ainda maiores, pois a responsabilidade era a de publicar um material que seria referência para o Brasil. A fase de amadurecimento em relação à terapia nutricional enteral domiciliar estava se consolidando cada vez com maior intensidade, bem como o sonho de maior qualidade do cuidado em domicílio estava cada vez mais concreto. Os pacientes, familiares e profissionais da saúde envolvidos com os cuidados em terapia nutricional em domicílio são parte desse sonho. A sensibilização com relação às mudanças que ocorrem para o indivíduo e sua família, ao precisar se alimentar por sonda, é necessária para todos os envolvidos, a fim de possibilitar melhor qualidade de vida e humanização do cuidado. Assim, a integração da equipe pode trazer benefícios importantes para pacientes e familiares.

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Apresentação

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Acredita-se que os 28 capítulos desta obra, desenhados por vários profissionais experientes na área da atenção domiciliar, irão contribuir para a prática de outros profissionais e equipes de saúde que atuam nessa modalidade de cuidado. Os capítulos abordam a história da terapia nutricional domiciliar, a nutrição enteral inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) e a atuação dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente que utiliza essa modalidade terapêutica, bem como aspectos importantes para as atividades do nutricionista.

apresentados. Esta realização só foi possível devido ao apoio recebido dos professores e técnicos do DNUT da UFPR, do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição (PPGAN) da UFPR, do HC-UFPR, de acadêmicos do curso de Nutrição e mestrandos do PPGAN-UFPR, das nutricionistas da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e dos colaboradores deste livro, que se dedicaram para entregar aos leitores capítulos de excelência científica, técnica e humanística. Gratidão a todos!

A publicação desta obra é mais uma etapa realizada para a concretização dos anseios aqui

As Organizadoras

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Desde o início dos primeiros agrupamentos humanos, a alimentação do enfermo sempre foi objeto de atenção por parte dos familiares, ao longo da história. No fim da Idade Média, começaram a surgir as primeiras enfermarias para tratamento dos pacientes, embriões que mais tarde evoluiriam para os hospitais, como conhecemos hoje. Em períodos de guerra, sobretudo, os hospitais de retaguarda ficavam abarrotados de feridos. Os cuidados resumiam-se, basicamente, a tratar das feridas e das fraturas e a alimentar os pacientes. Entretanto, tal alimentação costumava ser incompleta e insuficiente para cobrir as necessidades dos enfermos. Foi somente em meados do século XX que ocorreu um grande salto de qualidade da nutrição parenteral. Esforços de investigadores de todo o mundo, em particular da Escandinávia, do Japão, da Alemanha e, principalmente, dos Estados Unidos culminaram com seu desenvolvimento. Pela primeira vez na história, foi possível manter um indivíduo vivo por dias, meses e até anos sem ingerir nada por via oral ou enteral. Esta verdadeira revolução nos cuidados nutricionais foi, inicialmente, restrita aos pacientes hospitalizados. Com a evolução do conhecimento, a nutrição enteral passou da simples oferta de alimentos in natura, administrados por sondas de grande calibre, para a administração de dietas líquidas, quimicamente definidas, oligoméricas ou mesmo monoméricas, estéreis, infundidas por sondas extremamente finas e maleáveis, bem toleradas pelos pacientes. Paralelamente, houve grande avanço nas técnicas de avaliação do estado nutricional, dos conhecimentos da resposta metabólica ao jejum e ao trauma, no que concerne ao desenvolvimento de cateteres, sondas, bombas de infusão e assim por diante. Deste modo, o suporte nutricional dos anos 1970 e 1980 deu lugar à

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terapia nutricional parenteral e enteral, na qual é possível não apenas dar “suporte nutricional” ao paciente, mas também influenciar positivamente seu tratamento – daí a terminologia “terapia nutricional”. Chegamos ao século XXI com técnicas avançadas de terapia nutricional para nossos pacientes; no entanto, novos desafios surgem diariamente. Uma das grandes barreiras a serem ultrapassadas é a dependência da internação hospitalar para a administração da técnica nutricional. Na verdade, desde os primórdios da nutrição clínica moderna, nos anos 1970, muitos autores propuseram a administração de suporte nutricional em domicílio, porém as barreiras sempre foram enormes. Em nosso país, a evolução foi ainda mais lenta: a terapia nutricional em domicílio era realidade em poucos centros, até poucos anos atrás. A possibilidade de manter o paciente em casa, libertando-o da internação hospitalar, é muito tentadora, ainda que isso demande enormes desafios. As vantagens são: maior conforto ao paciente e sua reintegração às rotinas do lar, desfrutando do convívio dos parentes de maneira reconfortante e estimuladora. Entretanto, na dinâmica da vida moderna, muitas vezes os familiares precisam trabalhar o dia inteiro e não há disponibilidade de um cuidador entre os parentes próximos. Do ponto de vista técnico, os desafios também são imensos, porém superáveis desde que existam profissionais qualificados e fonte pagadora. É neste cenário que recebemos com imensa satisfação a obra Terapia Nutricional Domiciliar, organizada por Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker e Rubia Daniela Thieme. Elas aceitaram o desafio hercúleo de agrupar, em uma única obra, toda a complexidade dos cuidados para com pacientes em terapia nutricional domiciliar. O livro

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Prefácio

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insere-se na literatura nacional como uma contribuição ímpar. Muito além do que o título possa sugerir, ele aborda com detalhes toda a complexidade da terapia nutricional domiciliar. Seguindo uma lógica inteligente e racional, o livro está distribuído em 28 capítulos escritos pelas organizadoras e por um grupo de renomados profissionais nas diversas áreas relacionadas com a terapia nutricional em domicílio. Além dos escritos mais evidentes, voltados às indicações e contraindicações de terapia nutricional domiciliar, avaliação nutricional, princípios da nutrição enteral e da nutrição parenteral, prescrição nutricional e monitoramento, os demais capítulos avaliam o paciente em toda a dimensão da enfermidade, com parágrafos dedicados aos cuidados de enfermagem, de terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia e cuidados clínicos em geral. Outros capítulos igualmente relevantes examinam, em detalhes, aspectos socioantropológicos de bioética, qualidade microbiológica, educação alimentar nutricional e segurança alimentar. Ainda, em sintonia com as demandas suplementares e de Saúde Pública, são abordados temas como a terapia nutricional na atenção primária e na saúde suplementar, judicialização na terapia nutricional domiciliar e custo-efetividade da terapia nutricional no domicílio. Por fim, são disponibilizadas listas

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de características das fórmulas comerciais, bem como aspectos gerais para a elaboração de preparações enterais com alimentos in natura. A despeito da complexidade e da profundidade científica, o livro é escrito de maneira concisa e apresenta leitura agradável. O texto está acompanhado de figuras e ilustrações interessantes e didáticas, além de tabelas bastante completas. Sinto-me particularmente privilegiado pela oportunidade de escrever este prefácio, seguramente por ter sido o orientador na pós-graduação strictu sensu de ambas as autoras. Foram anos de agradável convívio e crescimento científico para o binômio orientador-orientado. Já naquela oportunidade, ambas demonstraram enorme conhecimento e rigor científico, o que pode ser facilmente constatado neste magnífico trabalho. Enfim, a obra Terapia Nutricional Domiciliar vem contribuir de maneira extremamente significativa para o engrandecimento da literatura científica nacional. Trata-se de leitura obrigatória para nutricionistas, médicos e demais profissionais da saúde afeitos à terapia nutricional. Antonio Carlos Ligocki Campos Professor Titular e Vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Clínica Cirúrgica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre e Doutor em Clínica Cirúrgica pela UFPR.

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AB

atenção básica

Abemid

Associação das Empresas de Medicina Domiciliar

Abran

Associação Brasileira de Nutrologia

Abrato

Associação Brasileira de Terapia Ocupacional

ACB

análise de custo-benefício

ACE

análise de custo-efetividade

ACI

Agency for Clinical Innovation

ACU

análise de custo-utilidade

AD

atenção domiciliar

Ada

American Dietetic Association

ADI

ATOHosP

Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Avaq

anos de vida ajustados por qualidade

AVC

acidente vascular cerebral

AVD

atividades da vida diária

AVE

acidente vascular encefálico

BANS

British Artificial Nutrition Survey

Basis

banco de avaliadores

BIOHCS

bioética, humanização e cuidados em saúde

Caisan

Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional

Avaliação, Diagnóstico e Intervenção

CBES

Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos

Adima

Avaliação, Diagnóstico, Intervenção e Monitoramento e Aferição

CE

custo-efetividade

Ceaf

Aids

síndrome da imunodeficiência adquirida

componente especializado da assistência farmacêutica

AIVD

atividades instrumentais da vida diária

CecanSul

AMB

Associação Médica Brasileira

Centro Colaborador de Alimentação de Nutrição da Região Sul

Amib

Associação de Medicina Intensiva Brasileira

Cepon

Centro de Pesquisas Oncológicas

Amulsic

Ambulatório Multiprofissional de Síndrome de Intestino Curto

Ceto

Clínica Escola de Terapia Ocupacional

CF

Constituição Federal

CFFa

Conselho Federal de Fonoaudiologia

CFM

Conselho Federal de Medicina

CGAN

Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição

ANCP

Academia Nacional de Cuidados Paliativos

AND

Academy of Nutrition and Dietetics

ANS

Agência Nacional de Saúde Suplementar

Anvisa

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CNJ

Conselho Nacional de Justiça

APLV

alergia à proteína do leite de vaca

CNPJ

cadastro nacional de pessoa jurídica

APS

atenção primária à saúde

CNSAN

Asbran

Associação Brasileira de Nutrição

Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional

ASG

avaliação global subjetiva

Coffito

Asha

American Speech-Language-Hearing Association

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

CP

cuidados paliativos

Crest

Clinical Resource Efficiency Support Team

DCNT

doenças crônicas não transmissíveis

Aspen

American Society for Parenteral and Enteral Nutrition

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Lista de Siglas e Abreviaturas

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DHA

ácido docosa-hexaenoico

MRSA

methicillin-resistant staphylococcus aureus

DHAA

direito humano à alimentação adequada

MS

Ministério da Saúde

DND

Divisão de Nutrição e Dietética

Mufa

ácido graxo monoinsaturado

EAN

educação alimentar e nutricional

MUST

Malnutrition Universal Screening Tool

EEUSP

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

MWD

microfiltered water dispensers

Nadi

Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar

Efad

European Federation of Associations of Dietetics)

Emad

equipes multiprofissionais de atenção domiciliar

Emap

equipes multiprofissionais de apoio

EMTN

equipe multiprofissional de terapia nutricional

EPA

ácido eicosapentaenoico

ESAD

empresa de serviço de atenção domiciliar

ESPEN

European Society for Parenteral and Enteral Nutrition

EVA

etinil vinil acetato

FOIS

Nasf

Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NCP

Nutrition Care Process

NDE

Núcleo Docente Estruturante

Nead

Núcleo Nacional das Empresas de Atenção Domiciliar

NED

nutrição enteral domiciliar

Nevo

nutrição enteral por via oral

NICE

National Institute for Health and Care Excellence

Niepe

Núcleo Interdisciplinar de Estudo em Epidemiologia

Escala de Ingestão Funcional por Via Oral (do inglês, Functional Oral Intake Scale)

NP

nutrição parenteral

GANEP

Grupo de Apoio Enteral e Parenteral do Hospital Beneficência Portuguesa de Nutrição Humana

NSP

Núcleo de Segurança do Paciente

NYU

New York University

OMS

Organização Mundial da Saúde

Genca

Gastroenterological Nurses College of Australia

PAN

pessoas com necessidades especiais de alimentação

Gepecin

Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da Nutrição

PAN

Programa de Atenção Nutricional às Pessoas com Necessidades Especiais de Alimentação

GER

gasto energético de repouso

PAT

Programa de Alimentação do Trabalhador

GET

gasto de energia total

PCDT

protocolo clínico e diretrizes terapêuticas

HEN

home enteral nutrition

PCN

processo de cuidados em nutrição

IAN

insegurança alimentar e nutricional

PEG

gastrostomia endoscópica percutânea

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Plansan

Icda

International Confederation of Dietetic Associations

Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

PMC

Programa Melhor Casa

ICHC

Instituto Central do Hospital das Clínicas

PNAE

Programa Nacional de Alimentação Escolar

IDNT

International Dietetics and Nutrition Terminology

PNAN

Política Nacional de Alimentação e Nutrição

IDR

ingestão diária recomendada

PNH

Política Nacional da Humanização

IMC

índice de massa corporal

PNSAN

Política Nacional de Segurança Alimentar Nutricional

Inca

Instituto Nacional de Câncer

PNTN

Programa Nacional de Triagem Neonatal

LC

linhas de cuidado

PPGA

LDO

Lei de Diretrizes Orçamentárias

Programa de Pós-Graduação em Antropologia

LOA

Lei Orçamentária Anual

PPGAN

LOS

Lei Orgânica da Saúde

Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição

Losan

lei orgânica de segurança alimentar e nutricional

PTS

projeto terapêutico singular

Q-ALY

quality adjusted life years

RAS

rede de atenção à saúde

RDA

ingestão dietética recomendada (do inglês, recommended dietary allowance)

MDSA MNA

Ministério do desenvolvimento Social e Agrário miniavaliação nutricional

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Resolução da Diretoria Colegiada

TI

Rename

Relação Nacional de Medicamentos

TMV

transplante multivisceral

Reneto

rede nacional de ensino e pesquisa em terapia ocupacional

TND

terapia nutricional domiciliar

TNE

terapia nutricional enteral

SAD

serviço de atenção domiciliar

TNED

terapia nutricional enteral domiciliar

SAN

segurança alimentar e nutricional

TNOD

terapia nutricional oral domiciliar

SIC

síndrome de intestino curto

TNP

terapia nutricional parenteral

Sicnut

sistematização do cuidado em nutrição

transplante intestinal

TNPD

terapia nutricional parenteral em domicílio

UNIESEP

Escola Superior de Enfermagem do Porto (Uniesep)

Unitri

Centro Universitário do Triângulo

US

unidade de saúde

UTI

unidades de terapia intensiva

VET

valor energético total

Sisvan

Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional

SNG

sonda nasogástrica

SUS

Sistema Único de Saúde

TCC

triglicerídeos de cadeia curta

TCM

triglicerídeos de cadeia média

VO

via oral

TFD

tratamento fora do domicílio

WHO

World Health Organization

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RDC

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1

Atenção Domiciliar – Histórico e Princípios, 1 Valéria Girard Fabiano Alves

2

Terapia Nutricional na Rede de Atenção à Saúde, 11 Rubia Daniela Thieme • Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

3

Terapia Nutricional Enteral na Atenção Primária à Saúde – Experiência de 10 Anos de Programa de Atenção Nutricional às Pessoas com Necessidades Especiais de Alimentação, 25 Patrícia Audrey Reis Gonçalves Pinheiro • Karyne Sant’Ana Gonzales Gomes • Angela Cristina Lucas de Oliveira

4

Terapia Nutricional Enteral na Saúde Suplementar, 33 Denise Philomene Joseph van Aanholt

5

Terapia Nutricional Parenteral Domiciliar no Brasil, 41 Maria Carolina Gonçalves Dias • André Dong Won Lee • Dan Linetzky Waitzberg

6

Terapia Nutricional Oral Domiciliar, 51 Marcia Maria Arenhart Soares • Rubia Daniela Thieme • Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

7

Indicações e Contraindicações para Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 55 Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker • Rubia Daniela Thieme

8

Avaliação Nutricional, 61 Estela Iraci Rabito

9

Processo de Cuidado em Nutrição, 67 Cristina Martins • Estela Iraci Rabito • Thalita Paula Toso

10 Prescrição Dietética, 75 Cláudia Seely Rocco • Estela Iraci Rabito

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Sumário

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11 Monitoramento da Nutrição Enteral Domiciliar, 81 Karyne Sant’Ana Gonzales Gomes • Patrícia Audrey Reis Gonçalves Pinheiro

12 Cuidados da Medicina na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 89 Clovis Cechinel • João Alberto Martins Rodrigues • Ivete Berkenbrock • Débora Christina de Alcântara Lopes

13 Cuidados de Enfermagem na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 93 Maria Ribeiro Lacerda • Jaqueline Dias do Nascimento Selleti • Luana Tonin • Ingrid Meireles Gomes • Ana Paula Hermann • Tatiana Braga de Camargo • Larissa Boaventura

14 Atuação do Terapeuta Ocupacional na Atenção Domiciliar com Pacientes em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 101

Gabriela Martins Dias • Lauren Machado Pinto • Regina Célia Titotto Castanharo • Rosibeth del Carmen Muñoz Palm

15 Cuidados da Fisioterapia na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 111 Vinícius Pafume de Oliveira • Laerte Honorato Borges Júnior

16 Cuidados da Fonoaudiologia na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 115 Bárbara Matylde Madalozzo Martins • Franciele Savaris Soria

17 Segurança Alimentar e Nutricional em Nutrição Enteral Domiciliar, 121 Caryna Eurich Mazur • Rubia Daniela Thieme • Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

18 Judicialização na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 129 Kimielle Cristina Silva • Kelly Poliany de Souza Alves

19 Fórmulas Comerciais na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 137 Maria Carolina Gonçalves Dias

20 Fórmulas com Alimentos na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 145 Ann Kristine Jansen • Gilberto Simeone Henriques

21 Qualidade Microbiológica e Higiênico-Sanitária na Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 153 Lize Stangarlin Fiori • Marcia Regina Beux

22 Custo-Efetividade e Nutrição Enteral Domiciliar, 167 Ana Paula Hesketh Rabuske Hoffmann • Marcia Maria Arenhart Soares • Renata Carolyne Chavoni Zago • Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

23 Terapia Nutricional Enteral Domiciliar do Adulto e do Idoso, 173 Ana Paula de Mello • Darla Silverio Macedo • Letícia Hacke

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Nutricional Enteral, 183

Silvana Maria dos Santos

25 Educação Alimentar e Nutricional no Cuidado em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar, 189 Regina Maria Ferreira Lang • Flávia Monteiro

26 Qualidade de Vida em Cuidados Paliativos, 197 Cíbele Pereira Kopruszynski • Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

27 Bioética em Terapia Nutricional Domiciliar, 201 Carla Corradi-Perini

28 Terapia Nutricional Enteral Domiciliar – Aspectos Gerais para Elaboração de Preparações Enterais com Alimentos, 209

Renata Carolyne Chavoni Zago • Renata Labronici Bertin

Índice, 219

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24 Alimentar-se Não pela Boca – Considerações Acerca de Aspectos Socioantropológicos na Terapia

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Valéria Girard Fabiano Alves

Histórico da atenção domiciliar no mundo O atendimento domiciliar surgiu nos Estados Unidos no início do século XX, frente à necessidade de controle das doenças contagiosas. Caracterizou-se pela orientação dos familiares pelas enfermeiras comunitárias. A partir do momento em que as doenças infectocontagiosas começaram a diminuir naquele país, entre 1925 e 1930, as doenças crônico-degenerativas passaram a ser a principal causa de mortalidade.1 O envelhecimento populacional e a elevada prevalência de doenças crônicas resultaram em aumento do número de internações hospitalares. Além disso, a longa permanência dos pacientes em ambiente hospitalar tornou-se uma realidade.1 A partir de 1955, começou a haver um questionamento sobre os custos de manutenção dos pacientes hospitalizados. Assim, o home care surge como uma modalidade de assistência à saúde que poderia proporcionar qualidade aos serviços com menor custo. Os planos de saúde

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norte-americanos passaram a investir nessa modalidade de atendimento; e, no período de 1970 a 1985, surgiram inúmeras empresas de home care nos Estados Unidos.1,2

Histórico da atenção domiciliar no Brasil No Brasil, em 1968, os serviços domiciliares estavam restritos à vigilância epidemiológica materno-infantil. Nessa época, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo começou a realizar atividades de visitação em domicílio, mas a atenção domiciliar propriamente dita surgiu somente no fim da década de 1980, quando foi fundada a Geriatric’s Home Care no Rio de Janeiro, a primeira empresa do setor no Brasil.1,2 As motivações e os desafios daquela época são retratadas nas palavras do fundador da Geriatric’s Home Care, Dr. Ricardo Rodrigues: Ao iniciar minhas atividades médicas como geriatra me defrontei com o alto índice de reinternações hospitalares, especialmente da população idosa, por

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Atenção Domiciliar – Histórico e Princípios

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2

TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

motivos diversos tais como: não adesão terapêutica, problemas sociais, impossibilidade de locomoção, a não existência de cuidadores, dependência total do paciente idoso, rede de assistência distante ou de difícil acesso. Nessa época, em 1982, estudava em artigos da Sociedade Espanhola de Geriatria sobre o desempenho de cuidados assistenciais domiciliares e idealizava um modelo multidisciplinar domiciliar de cuidado, integrado, que poderia ajudar a minimizar tais dificuldades. Reiterava minhas percepções iniciais ao trabalhar como médico internista hospitalar e revisor (hoje auditor), de que poderíamos criar um modelo de maior eficiência através da assistência domiciliar, reduzindo reinternações hospitalares e internações de longa permanência. O desejo de montar um serviço privado de atenção domiciliar foi concretizado em 1986, em um momento em que não se tinha estrutura formada para tal atuação, desde fornecedores específicos à cultura para se mover o cuidado do hospital para as residências. Os desafios foram grandiosos, desde montar infraestrutura logística própria a construir uma equipe de operações e atendimento para um modelo que não tinha benchmark nacional a seguir, mas o desejo de fazer um atendimento mais humanizado e resolutivo no âmbito domiciliar sempre nos norteou, e conseguimos superar cada obstáculo com muito trabalho e dedicação.

O desenvolvimento de tal modalidade de atenção à saúde no país fazia parte da discussão das políticas de saúde, que estava sob pressão dos altos custos das internações hospitalares e exigia um melhor gerenciamento de recursos financeiros.3 O crescimento do setor foi gradativo ao longo da década de 1990. Em 1995, foi fundada a Associação das Empresas de Medicina Domiciliar (Abemid),1,2 que posteriormente desenvolveria um escore com critérios relacionados com a complexidade dos cuidados necessários para cada paciente, definindo sua elegibilidade ou não ao atendimento domiciliar (Figura 1.1).4 As características do atendimento prestado àquela época consistiam em uma tentativa de criar um ambiente muito semelhante ao hospitalar, dentro do domicílio, para pacientes que ainda precisavam de cuidados até sua recuperação, mas que não precisariam permanecer em hospitais gerais até a alta total. Discutia-se o modelo hospitalocêntrico, associado ao crescente avanço tecnológico dos meios diagnósticos e terapêuticos. Houve a

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necessidade da mudança de paradigmas para um foco mais humanista da atenção à saúde, que se via refletido no modelo de atendimento domiciliar prestado à época. Até então, entretanto, não se dispunha de qualquer material oficial que pudesse balizar tal atividade. A primeira medida para regular a assistência domiciliar foi a Resolução no 1.668, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 3 de junho de 2003, que dispôs sobre normas técnicas, definindo as responsabilidades do médico, das empresas públicas e privadas e a interface multiprofissional.5 O Estatuto do Idoso, publicado no mesmo ano de 2003, por meio da Lei no 10.741, incluiu, no Capítulo IV, “Direito à Saúde”, a assistência domiciliar na atenção integral à saúde do idoso.6 Ainda em 2003, surgiu o Núcleo Nacional das Empresas de Atenção Domiciliar (Nead), que lançou a “Tabela de Avaliação para Internação Domiciliar”, assim como a “Tabela de Manutenção em Internação Domiciliar”. Ambas foram amplamente utilizadas pelo setor para a avaliação da elegibilidade e para a permanência na atenção domiciliar.7 Além disso, o Nead realizou o primeiro censo do segmento no país. O estudo teve início com o mapeamento das entidades que atuam nessa área, identificando 108 empresas cadastradas nos Conselhos Regionais de Medicina em todo o Brasil. Os dados revelaram que cerca de 15 mil profissionais da área da saúde atuavam no setor, atendendo, em média, 30 mil pessoas em casa por mês. Os números mostravam o quanto a assistência domiciliar se expandira na década anterior e o grande potencial para seu crescimento em diversas regiões do país.3 Somente três anos depois, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada no 11, de 26 de janeiro de 2006, dispôs sobre o regulamento técnico para o funcionamento dos serviços de atenção domiciliar, público ou privado, nas modalidades de assistência e internação domiciliar.8 Essa resolução definiu a atenção domiciliar como um termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, à prevenção, ao tratamento de doenças e à reabilitação desenvolvidas em domicílio. Ela permanece como a principal diretriz do setor até este momento. Alguns anos depois, frente à demanda permanente do setor por maior regulamentação, a

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TABELA DE AVALIAÇÃO DE COMPLEXIDADE ASSISTENCIAL – ABEMID Efetuada em_____/____/_____ Nome do Paciente:

Complexidade:

Idade:

Programação em dias de atendimento – 24h:

Convênio:

Programação em dias de atendimento – 12h:

Matrícula: Diagnóstico Principal:

Programação em dias de atendimento – 6h:

Diagnóstico Secundário: Descrição Suporte terapêutico

Pontos atribuídos

Itens da avaliação Sonda vesical permanente

1

Sonda vesical intermitente Traqueostomia sem aspiração

2 2

Traqueostomia com aspiração

5

Aspiração de vias aéreas superiores

3

Acesso venoso profundo contínuo

5

Acesso venoso intermitente

4

Acesso venoso periférico contínuo

5

Diálise domiciliar

5

Oral

1

Subcutânea

3

Intravenosa

5

Intratecal

5

O2 intermitente

2

O2 contínuo Ventilação mecânica intermitente

3

Ventilação mecânica contínua

5

Úlcera de pressão grau I

2

Úlcera de pressão grau II

3

Úlcera de pressão grau III

4

Úlcera de pressão grau IV Independente

5

Semidependente

2

Dependente total

5

Dependência de reabilitação Fisioterapia/fono/etc. Sessões diárias

Independente

0

Dependente

2

Terapia nutricional

Suplementação oral

1

Gastrostomia

2

Sonda nasoenteral

3

Quimioterapia

Suporte ventilatório

Lesão vascular/cutânea

Grau de atividade da vida diária relacionada a cuidados técnicos

Jejunoíleo Nutrição parenteral total Classificação dos pacientes Inferior a 7 pontos Paciente não elegível para internação domiciliar De 8 a 12 pontos Baixa complexidade De 13 a 18 pontos Média complexidade Acima de 19 pontos Alta complexidade

4

0

3 5 TOTAL

Ao obter um escore igual a 5, o paciente migra automaticamente para média complexidade Ao obter dois ou mais escores iguais a 5, o paciente migra automaticamente para alta complexidade Obs.: A migração acima referida ocorre independentemente dos pontos totais obtidos Assinatura e carimbo:

Figura 1.1 Escore Abemid Fonte: adaptada de Conexão Home Care, 2011.4

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Data:

3

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Atenção Domiciliar – Histórico e Princípios

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4

TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou, por meio da Resolução Normativa no 211, de 11 de janeiro de 2010, o novo rol de procedimentos. Entre os 73 novos procedimentos para a cobertura obrigatória dos planos de saúde, determinava a integral nos casos de internação domiciliar como alternativa à internação hospitalar. A operadora deveria cobrir os medicamentos e todos os materiais necessários. Nos casos em que a atenção domiciliar não substituísse a internação, a cobertura estaria condicionada ao contrato.9 Em 2011, o Ministério da Saúde (MS) instituiu a atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e lançou o Programa Melhor em Casa, por meio das Portarias no 2.02910 e no 2.52711, respectivamente. Este programa caracteriza-se como “um serviço indicado para pessoas

que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde, ou ainda para pessoas que estejam em situações nas quais a atenção domiciliar é a mais indicada para o seu tratamento”.12 O Melhor em Casa evoluiu para todas as regiões do Brasil, em maior ou menor intensidade, de acordo com as condições de montagem das equipes capazes de desenvolver o serviço. Dados de maio de 2016 apresentam 476 estabelecimentos com equipes de atenção domiciliar implantadas, distribuídas em todas as regiões do Brasil (Figura 1.2).13 O número de internações neste programa alcançou seu pico em junho de 2015, quando havia 18.605 internações domiciliares ativas, mas os dados de 2016 revelam uma redução expressiva desse número para 2.985 atendimentos.13

Figura 1.2 Equipes de atenção domiciliar implantadas no Brasil Fonte: Ministério da Saúde, 2016.13

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Estela Iraci Rabito

Introdução Os métodos de avaliação nutricional são utilizados no Processo do Cuidado em Nutrição em dois momentos: na avaliação para fundamentação do diagnóstico de Nutrição e no monitoramento da intervenção nutricional/dietética. A escolha dos métodos a serem utilizados para pacientes em terapia nutricional enteral domiciliar (TNED) deve ser apropriada e considerar o ambiente onde serão desenvolvidos, bem como as possíveis limitações para realizá-los. Protocolos de atendimento e monitoramento devem ser estabelecidos pela equipe de assistência domiciliar, pois podem ser indicadores da necessidade de alteração da terapia nutricional empregada. Entre os processos de monitoramento do estado nutricional, destacam-se a triagem e a avaliação nutricional. A triagem nutricional é útil para a identificação de risco de má nutrição e déficit nutricional. Enquanto isso, os métodos de avaliação podem identificar excessos e deficiências de nutrientes específicos, situações que acarretam

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prejuízos do estado nutricional, assim como manifestações clínicas relacionadas com os hábitos de vida e ingestão alimentar. Entre os procedimentos para a avaliação nutricional, os métodos tradicionais podem ser utilizados quando os usuários de terapia nutricional domiciliar forem deambulantes e sem comprometimentos físicos. No caso de pacientes acamados e/ou com doenças que levem a alterações antropométricas, ou necessitem de investigação específica, os profissionais devem utilizar métodos apropriados e adaptados para a avaliação do estado nutricional. Tradicionalmente, destacam-se os métodos de avaliação antropométrica, avaliação de consumo alimentar, exame físico e avaliação de exames laboratoriais, que devem ser complementados com a anamnese e a avaliação subjetiva.1 Este capítulo é complementar ao Capítulo 3 do Caderno de Atenção Domiciliar: Cuidados em Terapia Nutricional, publicado pelo Ministério da Saúde em 2015.2 O primeiro passo para a avaliação nutricional é identificar os pacientes em risco nutricional ou desnutrição. Isso porque tal situação pode acarretar

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Avaliação Nutricional

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

desfechos negativos para o paciente e aumentar os custos do cuidado, além de estar relacionada com o aumento de chances de reinternações hospitalares.

■■

Preferências alimentares considerando aspectos éticos e culturais.

■■

Intolerâncias e alergias alimentares.

■■

Medicações em uso (inclusive suplementos alimentares, compostos bioativos e fitoterápicos).

Triagem Nutricional

■■

Histórico de uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas.

Duas ferramentas de triagem nutricional apresentam especificações para o uso em ambiente domiciliar. A primeira delas, a Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), foi idealizada na Inglaterra e conta com uma versão em português que está disponibilizada no site http://www.bapen.org.uk/ images/pdfs/must/portuguese/must-toolkit.pdf.3 Enquanto isso, a segunda ferramenta, da American Society of Parenteral and Enteral Nutrition/ Academy of Nutrition and Dietetics (ASPEN/AND) (Tabela 8.1), é uma versão adaptada, pois ainda não apresenta versão validada para o português. Identificado o risco de má nutrição, a avaliação subjetiva do estado nutricional, por meio da anamnese estruturada pelo serviço, poderá ser realizada. Os elementos subjetivos da avaliação deverão investigar:1

■■

Alterações recentes na capacidade funcional.

■■

Fatores psicológicos envolvidos e relacionados com o processo do cuidado domiciliar.

■■

Fatores socioeconômicos e acesso aos alimentos (segurança alimentar e nutricional).

■■

Mudanças recentes da ingestão alimentar, por via oral ou enteral (quantitativas e qualitativas).

■■

Funcionamento do aparelho digestório (mastigação, deglutição, sintomas gastrintestinais).

■■

Apetite.

Finalizada a avaliação subjetiva, os métodos de avaliação nutricional objetivos poderão ser utilizados. Entre eles, recomenda-se iniciar pelo exame físico. Assim, o profissional poderá observar a necessidade de adaptação dos métodos de antropometria e de investigação laboratorial.

Exame Físico A observação, a inspeção e a palpação podem ser úteis para identificar problemas relacionados com a via de alimentação, as deficiências nutricionais e as complicações pela imobilização prolongada. Conforme descrito no instrumento da AS­ PEN/ AND, a observação dos reservatórios teciduais de massa magra e massa gorda e a existência de

Tabela 8.1 Ferramenta adaptada ASPEN/AND para diagnóstico de desnutrição Desnutrição no contexto de circunstâncias sociais ou ambientais Característica clínica

Desnutrição moderada

Desnutrição grave

(1) Ingestão energética

<75% do requerimento energético estimado por ≥3 meses

<50% do requerimento energético estimado por ≥1 mês

(2) Interpretação da perda ponderal

% 5 7,5 10 20

% >5 >7,5 >10 >20

Tempo 1 mês 3 meses 6 meses 1 ano

Tempo 1 mês 3 meses 6 meses 1 ano

Achados no exame físico Característica clínica

Desnutrição moderada

Desnutrição grave

(3) Massa gorda (redução)

Leve

Grave

(4) Massa magra (redução)

Leve

Leve

(5) Acúmulo de fluido

Leve

Grave

(6) Força da pressão palmar reduzida

NA

Redução mensurável

NA: não se aplica. Fonte: adaptada de White et al., 2012.4

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Karyne Sant’Ana Gonzales Gomes Patrícia Audrey Reis Gonçalves Pinheiro

Introdução O monitoramento do suporte nutricional consiste na observação e no registro das atividades envolvidas no cuidado da terapia nutricional enteral domiciliar (TNED), incluindo avaliação clínica, dietética, bioquímica e antropométrica. Desse modo, podem-se garantir a nutrição adequada, o acompanhamento do estado nutricional e a detecção precoce de eventuais complicações, com vistas à intervenção adequada.1 Os pacientes em TNED devem ser acompanhados por equipe multiprofissional com habilidades, conhecimentos e treinamento relevantes em monitoramento nutricional, procedimentos e complicações durante os procedimentos.2 Além disso, destaca-se o papel do cuidador, uma vez que este é o responsável pelos cuidados diários do paciente. O monitoramento do paciente em TNED tem como objetivo promover melhor qualidade de vida, pois possibilita aos pacientes permanecerem em ambiente doméstico, o que humaniza o tratamento e traz mais conforto aos pacientes e familiares.1,3,4 A TNED pode evitar a hospitalização recorrente ou

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prolongada e, consequentemente, reduzir a probabilidade de complicações relacionadas com o tempo de permanência hospitalar. Assim, os processos de monitoramento da TNED são fundamentais e devem ser padronizados. Recomenda-se bastante que os serviços de saúde desenvolvam protocolos para organização de fluxos, procedimentos e respon­sabilidades, além de estabelecer parâmetros para o monitoramento nutricional de pacientes em cuidado nutricional domiciliar.2,5 Neste capítulo, serão abordados os objetivos, os parâmetros nutricionais, antropométricos e clínicos e as complicações relacionadas com o monitoramento de pacientes em TNED, além do papel da equipe de cuidados primários e da família.

Monitoramento da terapia nutricional enteral domiciliar Objetivos Após a alta hospitalar, é importante assegurar a continuidade dos cuidados ao paciente por

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Monitoramento da Nutrição Enteral Domiciliar

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

profissionais de saúde habilitados para o monitoramento do suporte nutricional. Os principais objetivos do monitoramento nutricional são:2,4,6,7 ■■ Assegurar que o suporte nutricional seja fornecido de maneira segura. ■■

Detectar e tratar precocemente complicações clínicas.

■■

Avaliar se as metas e os objetivos nutricionais estão sendo alcançados.

■■

Minimizar complicações associadas à TNED.

■■

Adequar e/ou alterar o tipo de suporte nutricional conforme a evolução clínica e nutricional.

■■

Identificar problemas de tolerância relacionados com a alimentação e eventuais mudanças na ingestão alimentar.

■■

Registrar regularmente o estado nutricional.

■■

Verificar a fixação, a posição e a condição da sonda e das ostomias.

■■

Esclarecer dúvidas e angústias dos pacientes e/ou cuidadores.

Padrões de Qualidade Os processos da assistência nutricional domiciliar, quando instituídos por um sistema de saúde, devem ser padronizados com revisão dinâmica e revisados periodicamente, de modo que contemple indicadores de qualidade, tanto os objetivos quanto os subjetivos. Como indicadores objetivos, podemos citar dados de reinternação hospitalar, complicações relacionadas com terapia enteral e mortalidade. Já os dados de qualidade subjetivos podem incluir variáveis relacionadas com o simbolismo alimentar, a satisfação e a qualidade de vida do paciente e do cuidador.3,5,8 Para o aprimoramento constante de um programa de TNED, os resultados devem ser avaliados quanto aos valores de referência locais ou nacionais.8 Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, o tempo médio de hospitalização é de 23 dias no período de 1 ano (ou 8% em 1 ano). A hospitalização em metade dos casos decorre da doença de base; 25% de problemas clínicos; e 25% de complicações da TNED, sendo o mais comum a infecção de cateter.5

Frequência do Cuidado Nutricional Todo o planejamento nutricional deve ser realizado mediante a avaliação da condição geral atual da

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pessoa, de sua doença e de seu estado nutricional, sendo imprescindível o monitoramento clínico e nutricional periódico. Isso porque, conforme a resposta ao tratamento e a evolução do quadro clínico, faz-se necessário alterar a terapia nutricional proposta inicialmente.3 A avaliação nutricional inicial no domicílio deve ocorrer dentro do período de uma semana. Na sequência, a nova revisão deve ocorrer dentro de 2 a 6 semanas, para posteriormente estabelecer a configuração do cuidado, podendo o intervalo de monitoramento ir aumentando à medida que o paciente é estabilizado no suporte nutricional.9,10 Recomenda-se o plano de cuidado nutricional contemplar visitas periódicas com a frequência mínima de 3 meses. Tal atenção deve ser mantida até a suspensão da TNED. Alguns autores recomendam que a frequência de monitoramento pode ser realizada entre 3 e 6 meses. Bebês e crianças podem precisar ser monitorados com mais frequência do que os adultos. Entretanto, em geral, a frequência de acompanhamento será determinada pela condição clínica, pela gravidade da doença, pelo estado nutricional e pela existência de complicações da alimentação por sonda.1,3,4,6,9 É importante o plano de monitoramento (Tabela 11.1) também contemplar a coordenação entre os diferentes níveis de cuidados primários e cuidados especializados, o que contribui para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada. Além disso, devem ficar estabelecidos os meios de comunicação entre equipe, paciente e família, contemplando-se um plano integral de educação aos pacientes e/ou cuidadores.1,4

Indicadores Clínicos, Nutricionais e Antropométricos Para alcançar os objetivos do suporte nutricional enteral, sugere-se que o protocolo de monitoramento leve em conta, especialmente, os parâmetros clínicos, nutricionais e antropométricos, além de dados subjetivos e psicossociais.

Complicações da terapia nutricional enteral domiciliar As complicações que podem acontecer na TNED são as mesmas ocorridas no ambiente hospitalar. Por isso, é importante o monitoramento adequado

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Tabela 11.1 Parâmetros nutricionais da TNED e sugestão de frequência de monitoramento Parâmetro

Pediatria

Adultos e idosos

Justificativa

Dados clínicos ■■ Temperatura ■■ Pressão arterial

A cada revisão

A cada revisão

Para verificar e avaliar os sinais vitais, o uso correto de medicamentos e uma possível interação medicamentosa

■■ Bebês: mensal ■■ Crianças: a cada 3 a 6

A cada 3 a 6 meses

Para garantir que o paciente esteja recebendo nutrientes Para atender aos requisitos e verificar que o método atual de alimentação ainda é o mais adequado Para possibilitar a alteração da ingestão

A cada revisão

A cada revisão

A via de apoio nutricional deve ser periodicamente reavaliada quanto a adequação, eficácia e segurança (sempre que for seguro, aumentar a ingestão oral e reduzir a ingestão por sonda enteral)

■■ Bebês: semanalmente a

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para avaliar o estado nutricional atual e determinar se os objetivos nutricionais estão sendo alcançados

■■ Glicemia ■■ Medicamentos

Nutricional ■■ Valor energético e

proteico ingerido ■■ Ingestão hídrica ■■ Volume total da dieta

■■ Via de acesso da

alimentação (oral, gastrostomia, jejunostomia e outros) ■■ Consistência da alimentação Antropometria Peso

mensalmente ■■ Crianças: mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis Altura

Mensalmente a 3 meses

No início da terapia

Índice de massa corporal (IMC)

Mensalmente a 3 meses

A cada revisão

Para avaliar o estado nutricional

Comprimento e perímetro cefálico (<36 meses)

Mensalmente a 3 meses

Não aplicável

Circunferência do braço (<12 meses)

Mensalmente a 3 meses

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para avaliar a composição corporal (massas magra e gorda)

Prega cutânea tricipital (<12 meses)

Mensalmente a 3 meses

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para avaliar a composição corporal (massa gorda)

Prega cutânea subescapular

Mensalmente a 3 meses

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para avaliar a composição corporal (massa gorda) Para o cálculo do peso estimado

Altura do joelho

Mensalmente a 3 meses

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para cálculo do peso e da altura estimados

Circunferência da panturrilha

Mensalmente a 3 meses

Mensalmente a 3 a 6 meses, quando estáveis

Para avaliar a composição corporal (massa magra)

Região suborbital, bíceps, tríceps, região da cintura

A cada revisão

A cada revisão

Para a avaliação subjetiva de perda/ ganho de massa adiposa

Região de têmporas, masseter, clavícula, deltoide, adutor, escápula, panturrilha

A cada revisão

A cada revisão

Para a avaliação subjetiva de perda/ ganho de massa muscular

Edema (membros inferiores ou sacral), inspeção de tecidos de proliferação rápida (unha, cabelo, pele)

A cada revisão

A cada revisão

Para verificar sinais específicos de deficiências de nutrientes (p. ex., hipoalbuminemia ou deficiência de tiamina)

Exame físico

(continua)

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Monitoramento da Nutrição Enteral Domiciliar

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

Tabela 11.1 Parâmetros nutricionais da TNED e sugestão de frequência de monitoramento (continuação) Parâmetro Disfagia, dentição e estado funcional e de mobilidade

Pediatria

Adultos e idosos

Justificativa

A cada revisão

A cada revisão

Para avaliar outros fatores que possam interferir no estado nutricional

A cada revisão

A cada revisão

Para avaliar a tolerância da alimentação

Conforme indicado pela condição clínica Ao menos uma vez ao ano

Conforme indicado pela condição clínica Se o progresso clínico for satisfatório, exames laboratoriais raramente são necessários

Para avaliar o provimento da alimentação ofertada e a necessidade de ajustes na dieta ou na suplementação Podem ser usados seletivamente em pacientes metabolicamente instáveis ou nos casos de suspeita de alguma deficiência ou excesso

Função gastrintestinal ■■ Náusea, vômito ■■ Refluxo ■■ Diarreia ■■ Obstipação

■■ Distensão abdominal

Exames laboratoriais ■■ Hemograma ■■ Eletrólitos

■■ Proteínas totais ■■ Albumina ■■ Ferritina ■■ Glicemia

■■ Perfil lipídico ■■ Ácido úrico ■■ Cálcio ■■ Fósforo

■■ Função renal ■■ Função do fígado

Ferro, zinco, cobre, ácido fólico, magnésio, vitaminas A, B12, D etc.

Em alguns casos, dependendo da doença de base e da condição clínica, além das concentrações de minerais e vitaminas

Complicações Feridas, infecção de cateter, saída, migração e obstrução da sonda

A cada revisão

A cada revisão

Para possibilitar a intervenção adequada

A cada revisão

A cada revisão.

Para avaliar mudanças do estado patológico e psicossocial que possam influenciar a terapia nutricional

Avaliação psicossocial Segurança alimentar, depressão, vulnerabilidade social, ambiente doméstico, competências do paciente ou cuidador

Nota: vale ressaltar que algumas das observações clínicas podem ser verificadas também pelos pacientes ou pelos cuidadores. Fonte: adaptada de ACI/Genca, 2015;6 Durfee et al., 2014;7 Nice, 2016.9

para prevenir e treinar o paciente ou seus cuidadores em sua resolução (Tabela 11.2), uma vez que eles serão os primeiros a enfrentá-las.4 As complicações da TNED podem ser: 1,4 ■■

Mecânicas.

■■

Gastrintestinais.

■■

Infecciosas.

■■

Metabólicas.

■■

Respiratórias.

■■

Psicossociais.

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A aspiração e os distúrbios metabólicos são as complicações mais graves, por poderem acarretar consequências letais ao paciente. Na Espanha, segundo Wanden-Berghe et al. (2014),11 as complicações mais comuns são as infecções do local de acesso. São também frequentes obstrução do acesso, constipação, diarreia e complicações metabólicas. Embora, geralmente, todas possam ser resolvidas em casa, a equipe de saúde deve ser acionada sempre que houver sinais significativos. A solução para evitar complicações da TNED, na maioria dos casos, está relacionada com a orientação adequada de pacientes e seus cuidadores.4

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Ana Paula Hesketh Rabuske Hoffmann Marcia Maria Arenhart Soares Renata Carolyne Chavoni Zago Maria Eliana Madalozzo Schieferdeker

Introdução A alimentação e a nutrição são condicionantes da saúde e da vida humana. Consistem em direi­ to social e fundamental do ser humano, expres­ so na Emenda Constitucional no 64, artigo 6o da Constituição Federal. Já a segurança alimentar e nutricional (SAN) é um dos requisitos para a rea­ lização do exercício da cidadania, sendo um de seus princípios fundamentais o direito humano à alimentação adequada (DHAA).1 A importância do reconhecimento deste prin­ cípio faz-se necessária nas situações em que ha­ ja ameaça a sua implantação. São exemplos os casos em que o indivíduo depende de cuidados especiais, sobretudo nutricionais, para a manuten­ ção de sua qualidade de vida e bem-estar físico, psicológico e social.2 Sob tal perspectiva, os pacientes com necessi­ dades especiais de alimentação no ambiente do­ miciliar podem estar sujeitos à insegurança alimen­ tar e nutricional e, assim, necessitam ter seu DHAA garantido. No contexto atual de crescimento dos

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gastos em saúde, devido ao aumento das doenças crônicas, à introdução de novas tecnologias e ao envelhecimento populacional, torna-se essencial a escolha de alternativas eficientes para a recupe­ ração e a proteção do indivíduo. As análises eco­ nômicas vêm sendo cada vez mais utilizadas para auxiliar na tomada de decisão.3-6 As fórmulas e os suplementos comerciais para uso enteral representam gasto significativo para as famílias e a gestão pública e tornam-se insus­ tentáveis financeiramente com o uso prolongado.7 Assim, o conhecimento dos custos e da eficiência das fórmulas e preparações enterais utilizadas em domicílio mostra-se essencial para a tomada de decisão de todos os envolvidos no cuidado com o paciente. As análises econômicas em saúde buscam de­ terminar a alternativa terapêutica mais eficiente e a que produz os melhores resultados com os recursos investidos. As análises mais utilizadas são: custo-be­ nefício, custo-efetividade e custo-utilidade.3 Neste capítulo, será aprofundada a análise custo-efetivi­ dade, porém vamos diferenciá-la das outras duas.

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Custo-Efetividade e Nutrição Enteral Domiciliar

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

Antes de definirmos o que vem a ser a análise de custo-efetividade (ACE), é importante diferen­ ciarmos os conceitos de eficácia, efetividade e efi­ ciência. A eficácia está relacionada com o benefí­ cio/resultado de um tratamento quando utilizado em condições ideais, geralmente em um ensaio clínico. A eficiência refere-se ao benefício frente às opções terapêuticas existentes, porém leva em consideração o custo. Já a efetividade relaciona-se com a realidade do indivíduo. Ou seja, o benefício consegue ser verificado no dia a dia e como algo mais permanente, duradouro.3,5 A análise de custo-benefício (ACB) demonstra os custos e benefícios/resultados de um tratamen­ to exclusivamente em unidades monetárias. Está sendo cada vez menos utilizada, pela dificuldade em transformar desfechos humanísticos e clínicos em unidades monetárias. A vantagem desse méto­ do é a possibilidade de comparação de diferentes resultados de diversos tratamentos/intervenções/ programas.3,4 A análise de custo-utilidade (ACU) expressa a quantidade e a qualidade de vida segundo a uti­ lidade, ou seja, a satisfação obtida pelo paciente com o tratamento/intervenção. Os resultados são demonstrados em custo/QALY (do inglês, quality-adjusted life years [anos de vida ajustados por qualidade]).3 A ACE confronta os custos, medidos em uni­ dades monetárias, com os desfechos/resultados, mensurados em unidades clínicas de sucesso. Os estudos de ACE são sempre comparativos e desti­ nam-se a selecionar a melhor opção para alcançar a eficiência. Por exemplo: custo por anos de vida ganhos; ou por mortes evitadas; ou por dias sem dor; ou por ausência de complicação; ou, ainda, por hospitalizações evitadas. Na comparação das alternativas, são calculadas razões que demons­ tram o custo adicional, a fim de uma unidade extra do benefício clínico.3-5,8 Geralmente, os pacientes que necessitam de nutrição enteral (NE) recebem alta do hospital com a prescrição de fórmulas comerciais e uma receita de preparação com alimentos como alternativa. O uso de alimentos no preparo da nutrição enteral é indicado, pois são de mais fácil acesso. Isso porque se utilizam produtos de uso convencional da famí­ lia, relacionados com fatores psicossociais do ato de alimentar-se. Tal fato ajuda a garantir o direito humano à alimentação adequada e saudável, pre­ visto constitucionalmente.2,9

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Dados encontrados no Brasil sugerem que as preparações com alimentos apresentam me­ nor custo com relação às fórmulas comerciais.10 Apesar desses achados, ainda não há evidências da eficiência tanto de fórmulas comerciais quan­ to de fórmulas com alimentos utilizados em do­ micílio.11 A grande dificuldade em determinar a custoefetividade de intervenções nutricionais no nível domiciliar, ou até mesmo hospitalar, é a combina­ ção de fatores a que os pacientes estão submeti­ dos. A maioria dos estudos que analisaram a custoefetividade relata os efeitos de uma combinação de intervenções, incluindo a NE, a nutrição paren­ teral, os suplementos orais especializados e os su­ plementos orais padronizados. O desafio é realizar uma análise somente com pacientes submetidos a um tipo de intervenção (p. ex., recebendo somen­ te NE).12 Além disso, os estudos envolvendo a cus­ to-efetividade de fórmulas e preparações para NE só consideram os custos dos alimentos/fórmulas/ suplementos7,10 ou utilizam o conceito de ACE de maneira inadequada. Levam em conta a alterna­ tiva custo-efetiva como aquela com menor custo, sem considerar os desfechos.7 Assim, este capí­ tulo busca apresentar uma forma de construção da ACE no contexto da terapia nutricional enteral domiciliar (TNED) para a elaboração de evidências sobre o assunto.

Construção da Análise de Custo-efetividade Definição do Problema a Ser Investigado É necessário definir de maneira objetiva o proble­ ma que será investigado na ACE. Por exemplo: qual a fórmula/preparação para NE que apresenta melhor custo-efetividade no aporte energético pa­ ra ser utilizada em domicílio?

Seleção das Alternativas ou das Tecnologias em Saúde A seleção das alternativas ou tecnologias em saúde deve ser embasada em uma revisão de literatura. No problema proposto, as alternativas referem-se à fórmula comercial, à preparação com alimentos e à preparação mista para NE.

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Indicação do Interessado na Resposta do Estudo A identificação do ponto de vista que um estudo assume ou a quem ele se dirige determina quais custos e desfechos devem ser mensurados e con­ siderados em um estudo de custo-efetividade.4 As perspectivas mais comumente utilizadas são aquelas que consideram o ponto de vista do pa­ ciente e da família, do setor público ou da socie­ dade como um todo. A perspectiva mais abran­ gente é a da sociedade, na qual todos os custos são incluídos, não importando sobre quem eles incidem.8 A título de comparação, recomenda-se que os estudos de custo-efetividade apresentem resultados de interesse para a sociedade como um todo. Contudo, como tal ponto de vista in­ clui todos os custos e impactos na saúde, não necessariamente fornecerá informações específi­ cas para o empregador, o governo, o plano de saúde e os indivíduos, o que dificulta a tomada de decisão.4 No caso da TNED, a perspectiva da família envolveria os gastos com alimentos; fórmulas comerciais e suplementos; o tempo de cuida­ do com o paciente; a remuneração do cuidador, quando for o caso; e água, energia elétrica e gás para o preparo da NE. A perspectiva do setor pú­ blico abrangeria gastos com fórmulas/suplemen­ tos, em casos de programas que forneçam esses produtos aos usuários; profissionais habilitados em prestar assistência domiciliar; transporte dos pro­ dutos e dos profissionais; e estrutura para estoque dos produtos, entre outros. Nesse caso, a perspec­ tiva social seria a soma dos componentes sob a perspectiva da família e do setor público.

Seleção dos Desfechos ou Outcomes Os desfechos, ou outcomes, representam os resul­ tados, impactos ou consequências de uma inter­ venção na saúde e podem ser traduzidos em uni­ dades monetárias, clínicas e humanísticas.3 São classificados em desfechos finais (DF) e desfechos intermediários (DI). Apesar de levarem um longo período para ocorrerem e demandarem estudos com grandes amostras e longo seguimento, os DF são os que representam maior impacto para o pa­ ciente e a sociedade. São exemplos de DF morte e QALY, considerado padrão-ouro, pois avalia o

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ganho de anos de vida desejável pelo paciente. Os DI não refletem as consequências das alternativas a longo prazo. Por isso, seus resultados podem ser questionáveis. Apesar disso, os DI são usa­ dos em estudos que buscam reduzir o tempo, a complexidade e os custos. São exemplos de DI os exames laboratoriais e de imagem.5 Na TNED, os desfechos a serem avaliados podem ser diminui­ ção das complicações, hospitalizações e aumento dos dias de administração adequada de energia e proteínas. A coleta das informações pode ocorrer de modo retrospectivo, mas o ideal é um acompa­ nhamento prospectivo.5,12

Seleção dos Componentes do Custo Para os cálculos da ACE, todas as interferências que geram impacto nos custos e/ou desfechos devem ser incluídas. Essa tarefa raramente é sim­ ples e torna-se complexa quanto mais próximo do mundo real pretende-se chegar.5 Devido aos numerosos fatores que afetam direta ou indire­ tamente os custos de uma intervenção, muitas vezes não se mostra viável incorporar todos os elementos envolvidos. Na prática, deve haver um esforço para incluir determinada categoria de acordo com a relevância para o estudo.4 Por exemplo: para um paciente em TNED recebendo fórmula preparada com alimentos, o ideal seria levantar todos os procedimentos e recursos con­ sumidos (água, alimentos, energia elétrica, gás e tempo utilizados por familiares, cuidadores ou paciente). No entanto, os gastos variarão con­ forme local de compra, época do ano, forma de preparo, manipulador e escolha dos ingredientes, entre outros. Na estimativa dos custos, alguns aspectos eco­ nômicos devem ser considerados na análise. O preço de mercado não necessariamente reflete o custo real de intervenção/tratamento. Portanto, recomenda-se a utilização da estimativa mais pró­ xima do custo real. Os valores devem ser expressos em uma moeda estável e em um ano específico. Às vezes, não é possível obter o preço dos pro­ dutos referente ao ano de realização do estudo, e será necessário extrapolar para anos anteriores. Como os preços mudam constantemente, realizase o ajuste conforme a inflação dos próximos anos ou dos anos anteriores.4,13

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Custo-Efetividade e Nutrição Enteral Domiciliar

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

Cálculo e Análise de Custo-efetividade

em um plano de custo-efetividade (Figura 22.1), sempre tendo como referência uma alternativa que sirva como padrão. A alternativa A é custoefetiva com relação às demais (B e C), pois exige menor gasto para obter um dia sem sintoma. Já a alternativa B mostra-se a menos recomendada, pois apresenta a pior razão custo-efetividade in­ cremental, maior gasto para obter o desfecho clí­ nico. Por sua vez, a alternativa C é custo-efetiva com relação a B, mas não a A.5 No plano (ver Figura 22.1), o ponto em que os eixos x e y se cruzam indica o ponto de partida de custos e efetividade para a alternativa à qual se pretende comparar (C). Indicando o quanto outra alternativa custa a mais ou a menos (eixo y) e o quanto é mais ou menos efetiva (eixo x), pode-se determinar o plano. Como a alternativa B é mais cara e menos efetiva que C, este ponto encontrase no Quadrante IV; assim, a alternativa B deverá ser descartada. Já a alternativa A, por ser mais ba­ rata e menos efetiva que C, está posicionada no Quadrante III e deverá ser considerada (trade off). Os resultados apontam para a escolha da alter­ nativa A, porém, com a alternativa C, é possível aumentar a efetividade do tratamento, gastando mais dinheiro. Isso dependerá do contexto e do tomador de decisão que envolve a ACE. A alter­ nativa considerada ideal é aquela posicionada no Quadrante II, pois apresenta melhor efetividade com um menor custo.

A custo-efetividade (CE) é calculada por meio da seguinte expressão: CE = custo/efetividade. Os cálculos e análises devem estar fundamen­ tados na história natural da doença e no tempo em que as alternativas ou tecnologias de saúde estão sendo utilizadas pelos pacientes estudados.5 Para facilitar a identificação da alternativa custoefetiva, as variáveis comparáveis podem ser ponde­ radas em um quadro comparativo (Tabela 22.1) ou

Tabela 22.1 Comparações de custo-efetividade para alternativas de nutrição enteral domiciliar hipotéticas Razão de custoefetividade incremental (RCEI)

Alternativas

Custo (R$)

Efetividade (dias sem sintomas)

A

50

5

R$10,00/dia sem sintoma

B

150

3

R$50,00/dia sem sintoma

C

100

6

R$16,70/dia sem sintoma

Fonte: adaptada de Secoli et al., 2010.5

Diferença de custo (+) y

IV

I B

Trade off – mais efetivo e de maior custo

(descartada)

Diferença de efetividade (–)

C

A

x Diferença de efetividade (+)

Cenário ideal

(trade off)

III

II Diferença de custo (–)

Figura 22.1 Plano de custo-efetividade

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Regina Maria Ferreira Lang Flávia Monteiro

Introdução Sabe-se que a alimentação humana é complexa e permeada de simbolismos que se traduzem em escolhas, hábitos e comportamentos alimentares.1 Os hábitos alimentares expressam a cultura de um grupo social e representam práticas cotidianas. São crenças, tabus, preferências, aversões e modos de consumo provenientes da socialização, da bagagem cultural e simbólica, bem como disponibilidade física e financeira com relação aos alimentos.2,3 Ela fornece suprimento das necessidades biológicas do ser humano e os nutrientes presentes desempenham funções metabólicas e fisiológicas capazes de promover um bom funcionamento orgânico, reduzindo o risco de algumas doenças. Por outro lado, também apresentam potencial de gerar distúrbios nutricionais ao indivíduo quando o balanço qualiquantitativo dos nutrientes não for o adequado.4 Embora indispensável, a dimensão biológica retratada anteriormente não consegue dar conta

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da complexidade real da alimentação. Lidar com o ser humano de modo fundamentalmente biológico torna-se simplista e secundariza a história, o contexto e a subjetividade de vida das pessoas.4 Já a dimensão psicossocial e cultural considera a relação de cada indivíduo com o alimento e a alimentação, bem como seus significados e rituais envolvidos. Considera, nesse contexto, a relação das pessoas com o tempo, com o trabalho, com as escolhas e valores, com os locais de consumo, com a partilha e a comensalidade, com as representações do corpo na sociedade e os aspectos ligados à saúde.5,6 Por sua vez, as perspectivas econômica, ambiental e política da alimentação relacionam-se com o sistema alimentar e a segurança alimentar e nutricional (SAN) de uma população. Os modelos de produção, processamento, distribuição e o próprio marketing e o comércio determinam as práticas, impõem padrões de consumo e distanciam o indivíduo da garantia da soberania alimentar, da sustentabilidade e do direito humano a alimentação e nutrição adequadas.

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Educação Alimentar e Nutricional no Cuidado em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

A SAN vai além da questão biológica, pois diz respeito ao acesso quantitativo e qualitativo dos alimentos, a segurança das relações sociais entre indivíduos e destes com os alimentos, estando, desta forma vinculada às questões sociais, econômicas, ambientais e culturais.7 Desse modo, o conceito de SAN tem como princípios a justiça social, o direito humano a alimentação e nutrição adequadas (DHAA) e a soberania alimentar, conforme definição apresentada na Lei no 11.346/200: “Art. 3o – A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.”8

Dessa forma, entendemos que o acesso à alimentação adequada corresponde ao direito humano mais básico e essencial para desfrutar dos outros previstos na Constituição Brasileira de 1988.9 Além disso, a alimentação é a essência da nutrição e a base para expressão do estado nutricional de cada indivíduo. Esse direito deve ser garantido sem distinção de sexo, idade, condição socioeconômica, crenças e localidades. Ademais, deve ser assegurado em situações de necessidades nutricionais especiais em função de doenças de base – agudas ou crônicas – e de vias de alimentação e consistências diferenciadas, que é o caso da terapia nutricional oral ou enteral. De acordo com o Ministério da Saúde, “os cuidados em terapia nutricional, historicamente reconhecidos e realizados no âmbito hospitalar, têm se apresentado como demanda crescente na atenção à saúde em âmbito domiciliar, o que tem gerado a necessidade de desenvolvimento de estratégias para sua organização e qualificação”.10 A partir das considerações supracitadas, o objetivo desse capítulo é, por meio da fundamentação crítico-reflexiva da educação alimentar e nutricional, contribuir para a qualificação dos cuidados em alimentação e nutrição que devem compor a atenção integral à saúde dos indivíduos no domicilio, pois, como afirma Boog (1997),11 “as mudanças necessárias ao controle das doenças, entre elas as relativas à alimentação, devem ser buscadas numa perspectiva de integração e de harmonização nos diversos níveis: físico, emocional e intelectual”.

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Educação Alimentar e Nutricional Problematizadora – Conceitos e Relação com a Terapia Nutricional Domiciliar A educação alimentar e nutricional (EAN) é uma estratégia fundamental para a prevenção e o controle dos possíveis problemas alimentares e nutricionais, derivados de doenças crônicas não transmissíveis e de deficiências alimentares, bem como a promoção da saúde e da alimentação saudável.12,13 A EAN ainda contribui para valorização das diferentes expressões da cultura alimentar, fortalecimento de hábitos regionais, redução do desperdício de alimentos e consumo sustentável, como apresenta o conceito definido pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas, publicação federal do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário – MDSA (2012): “Educação Alimentar e Nutricional, no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar.”14

A partir deste conceito, a EAN pode ser incorporada em diversos setores, entre eles as políticas de saúde e alimentação e nutrição, sempre considerando os princípios organizativos e doutrinários do campo no qual está inserida. O referido Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas apresenta, ainda, nove princípios organizativos e estruturantes que podem nortear a construção de práticas mais qualificadas (Tabela 25.1).15 Assim, a EAN deve ser concebida a partir de um referencial metodológico ativo que preveja planejamento participativo, monitoramento, avaliação e que seja baseado em práticas pedagógicas críticas, reflexivas e transformadoras, contribuindo para a compreensão dialética da realidade. Vários autores16-19 apontam que essa abordagem

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Tabela 25.1 Princípios para as ações de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas ■■ Sustentabilidade social, ambiental e econômica ■■ Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade ■■ Valorização da cultura alimentar local e respeito à

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■■ ■■ ■■

diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas Comida e alimento como referências: valorização da culinária enquanto prática emancipatória Promoção do autocuidado e da autonomia Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos Diversidade nos cenários de prática Intersetorialidade Planejamento, avaliação e monitoramento das ações

Fonte: Brasil, 2012.14

metodológica é fundamental para o processo de aprendizagem significativa, caracterizada por dois movimentos simultâneos: um de continuidade e outro de ruptura. No processo de continuidade, o indivíduo ou grupo é capaz de relacionar os conteúdos abordados (p. ex., alimentação na terapia nutricional enteral) com conhecimentos prévios. Ou seja, os novos conteúdos precisam ser apoiados em estruturas cognitivas já existentes. No processo de ruptura, os novos conhecimentos servirão para novos desafios que deverão ser trabalhados

pela análise crítica, levando cada indivíduo a ultrapassar as suas vivências, que incluem conceitos prévios, sínteses anteriores, entre outros, a fim de ampliar as possibilidades de conhecimento.20 Nesse contexto, fundamentados na concepção freiriana da educação, Mitre et al. (2008)16 destacam o papel da Metodologia da Problematização quando afirmam que “a ação de problematizar enfatiza a práxis, na qual o sujeito busca soluções para a realidade em que vive e o torna capaz de transformá-las pela sua própria ação, ao mesmo tempo em que se transforma (...). Problematizar, portanto, não é apenas apresentar questões, mas sobretudo expor e discutir os conflitos inerentes e que sustentam o problema”. A partir dessas observações, é lícito afirmar que a problematização freireana e a reflexão sobre as maneiras de ensinar, educar, saber ouvir e, sobretudo, compreender escolhas e práticas alimentares são fundamentais para a efetivação da EAN. No caso do cuidado alimentar em terapia nutricional enteral domiciliar, uma forma de trabalhar a problematização é ter como referência a chamada Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez (Figura 25.1). Berbel (2012)20 afirma que, no trabalho baseado na problematização, “partimos da realidade (observação da realidade), passamos por um

Construção do plano de ação Apropriação e ampliação do referencial conceitual que fundamentem a construção de um plano de ação em terapia nutricional enteral domiciliar

Pontos-chave Questões relevantes que gerem necessidade de proposições de ações e que estimulem a transformação da realidade observada

Hipóteses de solução É o confronto entre a teoria e a realidade, ou seja, momento de criar estratégias viáveis conforme as necessidades para a terapia nutricional enteral domiciliar

Aplicação à realidade Desenvolvimento de ações educativas problematizadoras na prática da terapia nutricional enteral domiciliar

Observação da realidade Reconhecimento da cultura e das práticas alimentares do paciente em terapia nutricional enteral domiciliar

Realidade

Figura 25.1 Metodologia da problematização com o Arco de Maguerez, adaptado para a ação educativa na terapia nutricional enteral domiciliar Fonte: adaptada de Bordenave & Pereira, 2004.19

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

amplo processo de estudo e reflexão (discussão sobre o teórico e o empírico etc.) e retornamos para a realidade (execução efetiva na realidade), com algum grau de intervenção”. Dessa forma, o Arco de Maguerez, apresentado inicialmente por Bordenave & Pereira em 1977,19 possui cinco etapas: 1. Observação da realidade e definição de um problema. 2. Pontos-chave. 3. Teorização. 4. Hipóteses de solução. 5. Aplicação à realidade. A seguir, é apresentada a descrição de cada etapa da Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez.

Primeira Etapa: Observação da Realidade Consiste na imersão dos sujeitos, aqui chamados de profissionais de saúde e cuidadores, na realidade do paciente em terapia nutricional. As vivências, as observações e as discussões promovem reflexão crítica dos observadores, gerando subsídio para a segunda etapa da metodologia do arco da problematização.

Segunda Etapa: Pontos-Chave São questões relevantes, observadas na etapa anterior, que geram necessidade de proposições de ações, que estimulem a transformação da realidade. Nesta fase, cabe analisar os principais problemas e seus determinantes, sendo necessário suscitar questionamentos que conduzam reflexões sobre o tema.

humanos, físicos e financeiros disponíveis e em tempo hábil para sua execução. Nesta etapa, devemos considerar as diferentes dimensões da alimentação discutidas anteriormente, para que as intervenções sejam acessíveis ao grupo ou indivíduo em questão.

Quinta Etapa: Aplicação à Realidade Desenvolvimento de ações educativas problematizadoras. Nesta etapa, cabe avaliar se a intervenção inicial ocorreu conforme o esperado, ou seja, verificar se tanto os aspectos metodológicos como instrumentais necessitam de ajustes baseados em cada realidade específica. Vale destacar que a EAN visa promover a autonomia e o educador é um parceiro do educando na resolução dos problemas, ampliando o diálogo na perspectiva de integração e harmonização física e emocional. Além disso, a descontinuidade e as possíveis transgressões são consideradas fases previsíveis, pois as mudanças são lentas e graduais. A Tabela 25.2 revela tópicos importantes de serem considerados no planejamento baseado na Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez,21 voltado para as ações de EAN com indivíduos em terapia nutricional enteral domiciliar e no seu núcleo familiar, e para os cuidadores formais/informais e equipe de profissionais de saúde.

Ações de Incentivo, Proteção e Apoio em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar

Quarta Etapa: Hipóteses de Solução

No desenvolvimento das ações de EAN, é necessário fornecer informações corretas sobre alimentação e saúde (incentivo), evitar que informações incorretas e contraditórias alcancem os cuidadores e/ou pacientes (proteção) e ao mesmo tempo propiciar aos cuidadores e/ou pacientes condições que tornem factível a adoção das orientações que recebem (apoio), garantindo que o DHAA seja plenamente atingido. Quando trabalhadas de forma sinérgica e complementar, apresentam capacidade maior de transformação duradoura em relação às práticas alimentares e à terapia nutricional.22

É o confronto entre a teoria e a realidade, ou seja, o momento de criar estratégias viáveis conforme as necessidades elencadas. Deve ser feito um plano de ação coerente em função dos recursos

Mudanças de hábitos e comportamentos alimentares nem sempre ocorrem de modo fácil. Transpondo para a necessidade de mudanças diante de uma intervenção dietética de maior urgência

Terceira Etapa: Teorização É a fase de instrumentalização, apropriação e ampliação do referencial conceitual. É o momento de indagar o porquê dos problemas observados por meio de operações analíticas, que justifiquem as questões elencadas nas etapas anteriores.

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Tabela 25.2 Descritivo das etapas do Arco de Maguerez como ferramenta de problematização da realidade para construção das ações e/ou projeto de educação alimentar e nutricional aplicado na terapia nutricional enteral domiciliar Etapas do Arco de Maguerez

Exemplo de tópicos a serem considerados no planejamento ■■ Organização da linha de cuidado em terapia nutricional em nível local ■■ Identificação do paciente (idade, sexo, história clínica, diagnóstico nutricional)

■■ Condições de moradia (acesso a água, luz, equipamentos e utensílios para o preparo do alimento/

produto da terapia nutricional)

Etapa 1 – Observação da realidade

■■ Presença do cuidador formal ou informal ■■ Condições psicossociais e culturais (escolaridade, religião, tabus, crenças, aspectos emocionais,

escolaridade)

■■ Condições econômicas (ocupação, renda, programas de transferência de renda) ■■ Respeito à regionalidade alimentar (alimentos regionais e práticas alimentares locais)

■■ Acesso aos serviços de saúde (periodicidade, qualidade, manejos) ■■ Características da terapia nutricional (data de início, consistência, número de refeições e/ou

administração de fórmulas enterais, via de acesso/localização (em caso de sondas ou ostomias), alterações de apetite, mastigação, deglutição e digestão, alterações de conduta pela equipe de terapia nutricional ■■ Compreensão da importância de uso e/ou administração da terapia nutricional ■■ Dificuldade de assimilação das orientações da equipe de terapia nutricional

Etapa 2 – Pontoschave

■■ Falta de capacitação da equipe de terapia nutricional ■■ Falta de apoio e incentivo para continuidade da terapia nutricional (cuidador ou equipe de terapia

nutricional)

■■ Manejo incorreto dos alimentos e/os fórmulas enterais, bem como de equipamentos e utensílios ■■ Problemas socioeconômicos que limitam a qualidade da terapia nutricional ■■ Condições emocionais desfavoráveis para adesão à terapia nutricional

Etapa 3 – Teorização

Etapa 4 – Hipóteses de solução Etapa 5 – Aplicação à realidade

■■ Discussões com a equipe multiprofissional, com o cuidador e com o paciente em terapia nutricional ■■ Fomento ao pensamento crítico-reflexivo buscando a interpretação dos problemas e/ou pontos-

chave elencados

■■ Sistematização de referencial teórico ■■ Construção de um plano de ação – curto, médio e longo prazo – buscando a resolução dos

pontos-chave elencados

■■ Proposição de metas factíveis ■■ Análise da viabilidade da ação educativa proposta ■■ Gestão do plano de ação educativo crítico-reflexivo ■■ Avaliação das possíveis intercorrências ■■ Ajustes das ações educativas, quando necessário

e complexidade (no caso a terapia nutricional oral e, sobretudo a enteral), a aceitação e a adaptação da nova realidade pelo paciente pode ser árdua e penosa. Para que haja uma resposta favorável frente às novas condutas alimentares, é considerada essencial à inclusão de metodologias educativas, participativas, críticas e reflexivas nas ações de EAN. A seguir, apresentamos um detalhamento de cada fase da promoção da alimentação saudável adaptada para a realidade da terapia nutricional: ■■ Ações de incentivo: são aquelas que difundem informações pertinentes e estimulam os indivíduos à adesão de práticas adequadas ao

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seu cotidiano. Entretanto, somente a informação não é suficiente para modificar comportamentos. É preciso fazer o paciente dar significado a ela, ou seja, entender a devida relevância prática em sua vida e torná-la protagonista neste processo de transformação. O objetivo das ações de incentivo é promover a autonomia do paciente e do cuidador diante das possíveis intercorrências que surjam no cotidiano. É importante salientar que isto não significa que o profissional de saúde deixará de intervir, auxiliar e efetuar ajustes de procedimentos na terapia nutricional quando isto se fizer necessário, mas que irá

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Renata Carolyne Chavoni Zago Renata Labronici Bertin

Introdução Na década de 1950, a nutrição enteral (NE) apresentou grande progresso na alimentação para indivíduos que não conseguem alimentar-se fisiologicamente. Este processo abarca o papel de manutenção da qualidade de vida e sustentação do direito humano à alimentação, além de prover estabilização ou melhora do estado nutricional. Historicamente, a aplicação, o avanço e o sucesso da NE como forma de alimentação segura e eficaz estiveram associados ao desenvolvimento de dispositivos de acesso enteral, além da criação de misturas nutricionais e formulações enterais definidas.1 A NE é utilizada para oferta de alimentos e nutrientes por via oral, sondas nasoenterais ou estomas alimentares (para o tubo gastrintestinal), com a finalidade de melhorar ou manter o estado nutricional do paciente.2,3 A necessidade da NE pode permanecer por várias semanas ou meses e isso não justifica manter o doente em ambiente hospitalar só para alimentá-lo, por este motivo a frequência de prescrição da nutrição enteral

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domiciliar (NED) tem aumentado, sobretudo em doentes com câncer de cabeça e pescoço, esôfago e demais doenças e distúrbios neurológicos.4-6 Na prática clínica, tanto para o uso hospitalar quando para NED, as dietas enterais são categorizadas quanto à forma de preparo:7,8 ■■ Dietas artesanais preparadas com alimentos in natura ou combinações de alimentos deste tipo com produtos alimentícios. ■■

Dietas enterais mistas, que são combinações de alimentos in natura e módulos de nutrientes ou suplementos.

■■

Dietas enterais comerciais em pó, que necessitam de reconstituição em água, ou líquidas prontas para ofertar ao paciente.

De acordo com Mitne (2006),9 os alimentos in natura são aqueles em seu estado natural, cujo objetivo é fornecer nutrientes, tais como: leite, ovos, carnes, frango, legumes, verduras, leguminosas, cereais e frutas. Já os produtos alimentícios representam aqueles que passaram por algum tipo de processo industrial, como suplementos proteicos,

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Terapia Nutricional Enteral Domiciliar – Aspectos Gerais para Elaboração de Preparações Enterais com Alimentos

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leite em pó, ovos na forma liofilizada, óleos vegetais, açúcar, amido de milho, dentre outros. Com relação ao módulo de nutrientes, o mesmo é caracterizado como produto alimentício. Conforme Resolução da Diretoria Colegiada 390/2006, suplementos nutricionais são compostos por vitaminas, minerais, proteínas e aminoácidos, lipídios, ácidos graxos, carboidratos e fibras, que podem ser isolados ou associados entre si.10 As formulações enterais com alimentos foram propostas há mais de 3 mil anos.11 Entretanto, surgiram dúvidas em relação ao seu uso por sonda, sua estabilidade, composição química e efeito osmótico, o que dificultou seu uso particularmente após o desenvolvimento de fórmulas para nutrição enteral industrializadas com composição, estabilidade e osmolaridade definidas.12 São raros os trabalhos que apresentam resultados com preparações enterais artesanais analisadas por bromatologia, ou estudos experimentais que quantifiquem precisamente micronutrientes e macronutrientes, bem como análises de custo, estabilidade e osmolaridade adequadas. Na literatura, temos estudos que analisam os alimentos das preparações por tabela de composição química, mas não consideram as perdas que ocorrem no processamento dos alimentos.12-14 Contudo, nos últimos anos, o interesse de utilização destas fórmulas aumentou11 por ser uma opção mais viável ao paciente (menor custo), pela melhoria da identidade sociocultural com o alimento ofertado (auxiliando na desmistificação da nutrição enteral como alimentação artificial),15 por proporcionar a flexibilidade na escolha dos ingredientes e pela promoção do convívio do paciente com seus familiares.7,16-18 Mesmo com a nova demanda na utilização de NE com alimentos, torna-se estratégica e necessária a realização de mais trabalhos que corroborem e norteiem a prática dietética, de forma a oferecer subsídios a uma proposta de preparação enteral adequada nutricionalmente, de baixo e de fácil preparo, reduzindo os erros provenientes das medidas caseiras/usuais e minimizando os erros de protocolos de preparo advindos do exercício da técnica dietética. No presente capítulo adotaremos o termo preparações enterais elaboradas com alimentos em substituição aos termos: dieta artesanal, formulação enteral artesanal e dieta enteral com alimentos, devido ao viés de interpretação destes, encontrados nas publicações científicas.

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Aspectos Gerais para Elaboração de Preparações Enterais Domiciliares Com Alimentos Muitos questionamentos têm sido descritos na literatura sobre o uso das preparações com alimentos, graças a sua estabilidade, variação na composição físico-química e maior risco de contaminação microbiológica, que podem comprometer a qualidade delas.18-22 No entanto, o uso das preparações enterais manipuladas no âmbito domiciliar têm sido cada vez mais indicadas, devido a sua viabilidade econômica,5,7,18,19,23,24 a possibilidade do convívio do paciente com familiares, a melhora da qualidade de vida deles e a garantia do direito à alimentação adequada e saudável.25 Walia et al. (2016),26 destacam mais algumas vantagens e desvantagens referentes ao uso das preparações enterais elaboradas com alimentos no âmbito domiciliar (Tabela 28.1) e ressaltam que as mesmas estão intimamente ligadas às necessidades nutricionais do paciente, às condições clínicas e ao apoio familiar. Cabe destacar que as preparações enterais elaboradas com alimentos podem variar quanto a composição nutricional e características físicoquímicas (osmolalidade, viscosidade, fluidez, estabilidade, homogeneidade e pH) e em função da escolha da matéria-prima (alimentos in natura, produtos alimentícios, módulos de nutrientes). Estas mudanças ocorrem de acordo com as diferentes fontes de macronutrientes e micronutrientes e também graças aos procedimentos e técnicas adotados em seu processo de preparação e armazenamento.7,14,22 De acordo com Menegassi et al. (2007),22 a não padronização dos procedimentos (mistura, peneiramento, processamento, entre outros) a que são submetidos os alimentos in natura na elaboração dessas dietas, a descrição incorreta dos ingredientes em medidas caseiras/usuais (copos, xícaras e colheres), a não padronização do tempo de cocção e o equívoco na compra e/ou substituição dos alimentos contribuem para o caráter variável da composição nutricional das preparações enterais elaboradas com alimentos. Além disso, ainda há pouco relato na literatura sobre a efetiva perda de nutrientes durante o

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Tabela 28.1 Vantagens e desvantagens das preparações enterais elaboradas com alimentos no âmbito domiciliar Vantagens ■■ Criação de um sentimento de “hora da refeição”27 ■■ Maior ligação física e emocional com cuidadores27

■■ Aumento da diversidade alimentar26 ■■ Oportunidade para o paciente e familiares fazerem

escolhas sobre a nutrição do paciente27

■■ Apoio emocional para cuidadores e pacientes que sofrem

com a perda da alimentação oral normal26

■■ Diminuição da intolerância alimentar28,29 ■■ Melhora da função intestinal27,29 ■■ Diminuição da aversão oral27 ■■ Diminuição do custo27

Desvantagens ■■ Maior tempo de preparo30 ■■ Maior necessidade de monitoramento30

■■ Aumento do risco de infecção/contaminação28 ■■ Maior risco de deficiência/excesso de macro e

micronutrientes26

■■ Maior dificuldade para determinar a ingestão real de

nutrientes26

■■ Aumento de complicações com a alimentação enteral,

como entupimento da sonda26

Fonte: adaptada de Walia et al., 2016.26

processo de pré-preparo e preparo das fórmulas enterais domiciliares elaboradas com alimentos, gerando dúvidas para sua empregabilidade, devido a incertezas sobre a qualidade nutricional delas.14,31 Com vistas a ampliar o uso das preparações enterais elaboradas com alimentos, diversos trabalhos têm sido elaborados na tentativa de desenvolver e criar dietas com menor custo e melhor composição físico-química, que sejam padronizadas, reprodutíveis e que possam ser empregadas com segurança nutricional e microbiológica na prática clínica.7,14,17-20,22,23,32 No entanto, para que as preparações enterais elaboradas com alimentos possam ser confeccionadas de forma a atender dois requisitos mínimos é preciso que tenhamos: ■■

Qualidade, segundo padrões normativos estabelecidos pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) no 63 de 6 de julho de 2000.8

■■

Atendimento às necessidades nutricionais dos pacientes a que se destinam; para que isto aconteça, algumas estratégias, procedimentos e cuidados devem ser considerados.9,26,33

No início da elaboração das preparações enterais com alimentos, os nutricionistas devem trabalhar com diferentes atributos do conceito de segurança alimentar e nutricional (SAN) e do direito humano a alimentação adequada (DHAA). Portanto, as orientações para a elaboração delas devem respeitar as condições socioeconômicas, a possibilidade de acesso aos alimentos, os aspectos qualitativos e quantitativos da alimentação (que atendam as necessidades nutricionais do

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individuo) e os hábitos alimentares da família do usuário.34 Posteriormente, a composição da preparação enteral manipulada com alimentos in natura, produtos alimentícios e/ou módulos de nutrientes deve estar de acordo com as necessidades nutricionais do paciente e suas doenças associadas, com sinalização do valor energético, de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e eletrólitos.18,26,33 Cabe destacar que alguns alimentos, produtos alimentícios e/ou módulos de nutrientes se destacam por sua capacidade de adaptação (ou não) à elaboração das dietas enterais, para que as mesmas estejam adequadas com relação a fluidez, estabilidade, homogeneidade e osmolalidade,7,18 e não tragam efeitos indesejáveis aos pacientes. (Tabela 28.2).

Fontes de Nutrientes para a Elaboração de Preparações Enterais Domiciliares com Alimentos As fontes de nutrientes podem variar dependendo do tipo de ingrediente selecionado para compor a dieta. Podem-se escolher os alimentos de acordo com as diferentes fontes de macronutrientes, vitaminas e minerais.9,18 A água, por sua natureza dipolar, dissolve e dispersa muitas substâncias polares ou iônicas para formar soluções líquidas.35,36 Em geral, é o meio de diluição mais utilizado na adequação da viscosidade das dietas enterais elaboradas com alimentos. O volume e a potabilidade da água são importantes para a qualidade final da dieta, a fim de

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Tabela 28.2 Descrição de nutrientes, fontes alimentares e aspectos relevantes a serem considerados para a elaboração das preparações enterais com alimentos, produtos alimentícios e/ou módulos de nutrientes Nutriente

Fontes

Aspectos relevantes

Proteína

Leite em pó desnatado

■■ Sobrecarga de lactose pode causar diarreia ■■ Coagulação da caseína (presença ácido gástrico) pode causar obstrução da sonda

Proteína

Clara de ovo

■■ Possibilidade de contaminação por Salmonella (tempo de cocção inadequado)

Proteína

Proteína vegetal (ervilha)

■■ Proteína de baixo valor biológico, sendo necessária grande quantidade para

Proteína

Proteína em pó

■■ Nem sempre é isenta de lactose ■■ Em grande quantidade pode espessar a solução e necessitar de maior diluição

Lipídio

Óleo: girassol, milho, soja, canola Azeite de oliva

■■ Utilizar no máximo 40% das necessidades energéticas ■■ Interferem pouco na osmolalidade final da solução9

Lipídio

Gordura do leite (nata)

■■ Fornece alto teor de gordura saturada ■■ Pode ser misturado a outros alimentos mais facilmente que o óleo ■■ Usar fonte alternativa de gordura insaturada

atender às necessidades nutricionais, embora forneça alta quantidade de carboidrato ■■ Pode deixar solução mais espessa e favorecer entupimento da sonda

■■ Ao misturar com outros ingredientes pode provocar a coalescência das partículas

de gordura, as quais podem obstruir a sonda Lipídio

Gema de ovo

■■ Fornece alto teor de gordura saturada e colesterol ■■ Possibilidade de contaminação por Salmonella (tempo de cocção inadequado) ■■ Emulsiona facilmente com outros ingredientes

■■ Ao misturar com outros ingredientes pode provocar a coalescência das partículas

de gordura, o que pode obstruir a sonda Lipídio

Emulsão de lecitina de soja

■■ Dissolve bem na água e pode ser utilizada para aumentar o valor energético

Carboidrato

Amido

■■ Em geral, todos os amidos de tubérculos e raízes formam pastas mais viscosas

que podem obstruir a sonda18

■■ Diluir para que o amido não deposite no fundo do frasco ■■ Grau de gelatinização dos diferentes tipos de amido é variável de acordo com

teor de amilose e amilopectina18 Carboidrato

Oligossacarídeo (maltodextrina)

■■ Fácil diluição em água ■■ Não favorece obstrução da sonda ■■ Confere baixa osmolaridade ■■ Insípido

Carboidrato

Glucose e glucose de milho

■■ Fácil diluição em água ■■ Não favorece obstrução da sonda ■■ Confere alta osmolaridade

Carboidrato

Sacarose, lactose e frutose

■■ Fácil diluição em água ■■ Em excesso pode causar diarreia ■■ Confere alta osmolaridade

Fonte: adaptada de Jonkers-Schuitema, 2009.33

atender as necessidades nutricionais dos pacientes e prevenir o risco de contaminação da mesma.9 O volume de água pode representar um risco, pois muitas vezes, no ajuste da consistência da dieta para que esta passe por sondas de menor calibre, pode acontecer a hiperdiluição da preparação, ou seja, redução da densidade calórica em relação ao planejado para o paciente.9

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Carboidratos Os carboidratos abrangem um dos maiores grupos de compostos orgânicos encontrados na natureza. São abundantes, amplamente disponíveis e apresentam baixo custo. Eles são componentes frequentes dos alimentos, podendo ser tanto naturais como ingredientes isolados na forma de

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suplementos. Normalmente, apresentam estruturas moleculares, tamanho e configurações distintas e variadas propriedades físicas e químicas.37 Devido a essas características, é importante realizar escolhas adequadas de fontes alimentares de carboidrato, bem como definir de maneira adequada a quantidade utilizada, pois o carboidrato pode interferir diretamente na viscosidade e osmolalidade da dieta.9 A viscosidade é a medida da resistência ao movimento de um fluido37 e um importante parâmetro na avaliação de dietas enterais devido à sua influência na velocidade de aplicação delas. Normalmente, os carboidratos que mais contribuem para o aumento da viscosidade são os polissacarídeos. Os que mais se encontram distribuídos na natureza são o amido, a celulose, a pectina, o ágar, o alginato (no reino vegetal) e o glicogênio (no reino animal).38 Uma das propriedades mais importantes de vários polissacarídeos, em especial os amiláceos, é a sua interação com as moléculas de água quando expostos a temperatura ótima, formando géis e soluções viscosas que podem atuar como agentes espessantes, geleificantes e estabilizantes de emulsões, o que contribui para a estrutura e características texturais dos alimentos.35,38 Cabe destacar que a gelatinização do amido, a viscosidade das soluções e as características dos géis formados dependem não só da temperatura, mas também dos demais componentes da solução, já que em muitos casos o amido é acompanhado por açúcares, proteínas, gorduras, ácidos, os quais podem propiciar reações químicas, retardando ou impedindo sua união com as moléculas de água.36 A dextrinização do amido é um processo a ser adotado na elaboração das dietas, pois com o tratamento térmico do alimento fonte (farinha de mandioca, farinha de trigo, amido de milho, farinha de milho, féculas dentre outros), há mudança estrutural (despolimerização), que o torna mais solúvel, com menor propriedade geleificante e melhor digestibilidade,39 podendo ser usado em maior quantidade, sem aumentar a consistência da preparação. Poucos são os estudos que determinam a osmolalidade das dietas enterais manipuladas com alimentos, devido ao alto custo e/ou a não disponibilidade de equipamento específico.9,18,40 No entanto, a osmolalidade é determinante fundamental na aceitação fisiológica da dieta. Uma

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carga osmolar adequada se faz necessária para que a dieta infundida seja tolerada pelo organismo de indivíduos submetidos à nutrição enteral manipulada com alimentos, garantindo o sucesso do plano dietoterápico.12 Os nutrientes que mais podem interferir na osmolalidade de uma fórmula são os carboidratos simples (monossacarídeos como frutose, dextrose ou glicose e dissacarídeos como sacarose e lactose), minerais e eletrólitos (devido à sua capacidade de dissociação em partículas menores), proteínas hidrolisadas, aminoácidos cristalinos, e triglicerídeos de cadeia média (mais solúveis do que os de cadeia longa).41 Visando obter preparações enterais elaboradas com alimentos mais adequadas, de osmolalidade e viscosidade baixa e a fim de não provocar diarreia osmótica e/ou obstrução da sonda, a mistura entre fontes de carboidratos in natura (arroz, batata, mandioca, cenoura, inhame, abóbora, frutas etc.) e de produtos alimentícios (açúcar, xarope de milho, macarrão, amido de milho, creme de arroz, dentre outros) torna-se uma alternativa viável.9,18

Fibras Fibras alimentares e/ou dietéticas são consideradas um conjunto de polímeros de carboidratos (com três ou mais unidades monoméricas) e compostos associados que ocorrem nos alimentos ou que são extraídos deles, não são digeridos (resistentes à hidrólise pela ação das enzimas digestivas humanas) nem absorvidos no intestino delgado, chegando intactos ao cólon.35,42-44 Seus componentes estão divididos nos seguintes grupos: polissaca­ rídeos não amiláceos, oligossacarídeos, carboidratos análogos (amidos resistentes), lignina, compos­ tos associados à fibra alimentar (compostos fenólicos, proteína de parede celular, oxalatos, fitatos, ceras, cutina e suberina) e fibras de origem animal como quitosana, quitina, colágeno e condroitina.45 A utilização de fibras alimentares em preparações enterais tem sido relatada na preservação da barreira intestinal, prevenindo e auxiliando na melhora de quadros diarreicos, de constipação e distensão abdominal (regularização do trânsito intestinal), sendo prescritas com o intuito de favorecer a tolerância à dieta e prevenir complicações clínicas.41,46-48 A composição de fibra alimentar das preparações enterais elaboradas com alimentos provém principalmente dos alimentos de origem vegetal, como cereais, leguminosas,

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Terapia Nutricional Enteral Domiciliar – Aspectos Gerais para Elaboração de Preparações Enterais com Alimentos

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A Achados físicos focados na nutrição, 69, 72 Ações - de apoio, 194 - de incentivo, 193 - de proteção, 194 Aconselhamento em nutrição, 72 ADIMA (avaliação, diagnóstico, intervenção e monitoramento e aferição), 72

Análise - de custo-benefício, 168 - de custo-efetividade, 168 - de custo-utilidade, 168 - de sensibilidade, 171 - incremental, 171 - microbiológica das preparações, 157 Anormalidade de eletrólitos, 86 Ansiedade, 86

Administração de medicamentos por sonda, 91

Aspiração, 84

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 2

- Básica, 12

Atenção

Água engarrafada, 160

- - Núcleo de Apoio Saúde da Família (NASF), 109

Alimentação, 185

- domiciliar, 12, 13, 102

- em situação de doença, 185

- - no Brasil

Amulsic, 46

- - - histórico da, 1

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Índice

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

- - - perspectivas atuais da, 5

Contaminação

- - no mundo, histórico da, 1

- cruzada, prevenção da, 160

- - terapia ocupacional na, 105 - especializada, 12

- de fórmulas enterais industrializadas e com alimentos, 154

- nutricional nos pontos da rede de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde, 12

- microbiológica na terapia nutricional enteral domiciliar, 153

Atendimento no Amulsic, 46

Coordenação do cuidado em nutrição, 72

Atuação

Cuidado paliativo, 197

- fonoaudiológica no home care, 117

Cuidador, 102

- multiprofissional, 112

Cuidados

Autonomia, 198, 204

- de enfermagem, 94

Avaliação

- - e contexto domiciliar, 99

- antropométrica, 63, 176

- - e dispositivos e vias de acesso da terapia nutricional, 95

- de consumo alimentar, 64 - econômica e social, 45 - nutricional, 61, 68 - para planejamento de atenção domiciliar, 7

B Bacillus cereus, 156

- - e família, 97 - paliativos - - e alimentação, 198 - - legislação brasileira na qualidade de, 199 Cultura, 183 Custo-efetividade, 170 - e nutrição enteral domiciliar, 167

Bioética - clínica, 202 - e saúde pública, 201

D

- social, 202

Dados bioquímicos, testes e procedimentos clínicos, 69, 72

Biomedicina, 184

Demência avançada, 90

Bolus, 96

Depressão, 86

C

Desfechos, 169 - finais, 169

Cálculo e análise de custo-efetividade, 170

- intermediários, 169

Câncer terminal, 90

Desidratação, 86

Carboidratos, 142, 149, 212

Desospitalização, 36, 203

- análogos, 214

Deterioração da sonda, 85

Cartilha de cuidado nutricional domiciliar, 87

Diagnósticos de nutrição, 69

Clostridium perfringens, 157

Diarreia, 84, 85

Complicações metabólicas, 84

Dieta(s)

Constipação, 84

- artesanais, 209

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- enterais

- de peso, 63

- - comerciais em pó, 209

Exame físico, 62

- - evolução da, 137 - - industrializadas, perspectivas de fornecimento de, 141 - - mistas, 209

F Faringite, 85

Direito humano à alimentação, 26, 123

Farmácia do hospital das clínicas da FMUSP, 42

Disfagia, 116

Fármacos via sondas, 91

- grave, 117

Fibra(s) alimentar(es), 142, 149, 213

- leve, 117

- de origem não vegetal, 214

- moderada, 117

Ficha de códigos de diagnósticos, 71

Dispositivo(s) de acesso enteral, 96

Filtros, 160

- gastrostomia/jejunostomia/ileostomia, 96

Fisioterapia, 111

- nasoenteral, 96 - nasogástrico, 96

- no tratamento de pacientes com terapia nutricional, 112

Distúrbios metabólicos, 84

- respiratória e motora, técnicas de, 113

E

Fonoaudiologia na terapia nutricional enteral domiciliar, 115

Economia, 174 Educação, 174 - alimentar e nutricional, 189 - - problematizadora, 190 - em nutrição, 72 Energia, 142 Entrega de alimento e/ou nutriente, 72

Formulário de cuidado nutricional domiciliar, 87 Fórmula(s) - características físico-químicas das, 147 - características nutricionais das, 147 - com alimentos, 145, 146 - comerciais, 137

Equipe

- cuidado no preparo e na distribuição das, 149

- de enfermagem, treinamento do cuidador e do paciente pela, 44

- enteral(is)

- multiprofissional, 20 Escherichia coli, 156, 157 Escore Abemid, 3

- - com alimentos, 146 - - industrializadas e com alimentos, contaminação de, 154

Esofagite, 85

- não industrializadas à base de alimentos, 145

Estabilidade, 147

- nutricional(is), 17

Estatura, 176

- - com alimentos, 130

Estenose, 85

- - industrializadas, 130

Estimativa

- - mistas, 130

- da estatura a partir da altura do joelho, 64

Frequência do cuidado nutricional, 82

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221

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

G

L

Gastrenterocolite, 86

Lignina, 214

Gotejamento

Lipídios, 142, 149, 215

- contínuo, 96 - intermitente gravitacional, 96

H Hábitos alimentares, 189

Listeria monocytogenes, 156, 157

M Medidas

Habitus, 186

- antropométricas, 69, 72

Hiper-hidratação, 86

- de perímetro do braço e da panturrilha, 64

Hipercalcemia, 86

Métodos de avaliação nutricional, 61

Hiperglicemia, 86

Migração ou deslocamento da sonda, 85

Hipocalemia, 86

Minerais, 216

Hipofosfatemia, 86

Modalidades de atenção domiciliar, 103

Hipoglicemia, 86

Monitoramento

História

- e aferição dos resultados, 70

- do cliente, 69

- papel da família e do cuidador no, 87

- relacionada a alimentação/nutrição, 69, 72 Home care, 115 - atuação fonoaudiológica no, 117 Humanização, 184

I Inatividade, 86 Indicadores clínicos, nutricionais e antropométricos, 82 Infecção(ões) - da pele, 85 - do local de acesso, 84 Ingestão, 70 Insociabilidade, 86

N Náuseas e vômitos, 85 Necessidade(s) - de organização do serviço, 26 - nutricionais, recomendações e estimativas das, 177 Núcleo Nacional das Empresas de Atenção Domiciliar (Nead), 2 Nutrição - enteral, 51 - - domiciliar, 56 - - - contraindicações, 57

Integralidade, 184

- - - custo-efetividade e, 167

Interação fármaco-nutriente, 176

- - - indicações, 56

Intervenção em nutrição, 70

- - - monitoramento da, 81

J

- - - segurança alimentar e nutricional em, 121

Judicialização da saúde, 26

- parenteral domiciliar

- na terapia nutricional enteral domiciliar, 129, 130

- - histórico da, 41

29 - indice -Terapia Nutricional Domiciliar.indd 222

- - no Brasil, histórico da, 41

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O

- para via enteral ou associada à via oral, 78

Obstipação, 86

- para via oral, 77

Obstrução

- recomendações gerais da, 76

- da sonda, 85

Processo de cuidado em nutrição, 67

- do acesso, 84

- documentação padronizada do, 70

Oligossacarídeos, 214

- padronização internacional do, 68

Organização, 174

Programa

Osmolaridade, 147

- de Alimentação do Trabalhador (PAT), 132

Otite, 85

- de Atenção Nutricional, 28, 29

Outcomes, 169

- de Reabilitação Intestinal, 47

P

- Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), 132

Padrões de qualidade, 82 Perímetros corporais, 176 Peso corporal, 176 pH, 147

Projeto terapêutico singular (PTS), 103 Proteínas, 142, 149, 214

Q

Plano de atenção domiciliar, 35

Qualidade

Pneumonias aspirativas e infecciosas, 86

- da matéria-prima utilizada, 162

Polissacarídeos não amiláceos, 214

- de vida, 197

Política

- microbiológica e higiênico-sanitária, 153

- de Segurança Alimentar e Nutricional, 131 - Nacional de Alimentação e Nutrição, 25

R

Potabilidade da água, 159

Reabilitação intestinal, 47

Pregas cutâneas, 176

Rede de atenção à saúde, 12

Preparações enterais domiciliares com alimentos, 209

Registro das informações, 87

- aspectos gerais, 210 - fontes de nutrientes para a elaboração de, 211 Prescrição dietética, 198

Relação indivíduo-alimento, 185 Representação social, 184

S

- dados da, 76

Salmonella, 156

- - adscrição, 76

Saúde, definição, 11

- - cabeçalho, 76

Segurança alimentar, 86

- - inscrição, 76

- e nutricional (SAN), 189, 123

- - subinscrição, 76

- - conceito além de nutrientes, 122

- - superinscrição, 76

- - e domicílio, 123

- etapas da, 75

- - em nutrição enteral domiciliar, 121

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TERAPIA NUTRICIONAL DOMICILIAR

Seleção

- - - respiratórias, 86

- da fórmula enteral, 140

- - contaminação microbiológica na, 153

- dos componentes do custo, 169

- - controle higiênico-sanitário em, 158

Serviços de Atenção Domiciliar (SAD), 102, 103, 108

- - critérios de seleção para aprovação, 140

Síndrome de intestino curto, 43

- - - da medicina na, 89

Sinusite, 85

- - - de enfermagem, 93

Sistema Único de Saúde (SUS), 4, 12

- - do adulto e do idoso, 173

Sódio, 142 Sonda

- - educação alimentar e nutricional no cuidado, 189

- de Levine, 137

- - estratégias para o cuidado, 95

- gastrojejunal, 36

- - fonoaudiologia na, 115

Staphylococcus aureus, 156

- - fórmulas

Substâncias associadas aos polissacarídeos não amiláceos, 214

- - - com alimentos na, 145

- - cuidados

- - - comerciais na, 137 - - indicações e contraindicações para, 55

T Tempo e temperatura dos alimentos, 158 Terapia nutricional domiciliar, 205 - bioética em, 201 - fisioterapia na, 111 - e experiência de doença, 184

- - judicialização na, 129, 130 - - métodos - - - de administração de dietas em, 96 - - - para análise microbiológica das preparações em, 157 - - prescrição, 35

- enteral (TNE), 25, 34

- - protocolos e monitoramento do atendimento em, 177

- - ações de incentivo, proteção e apoio em, 192

- - qualidade microbiológica e higiênicosanitária na, 153

- - administração, 36

- - sistematização do cuidado em adultos e idosos, 174

- - aspectos gerais para elaboração de preparações enterais com alimentos, 209

- na atenção

- - atuação do fonoaudiólogo na equipe, 118

- - básica, 13

- - avaliação nutricional de adultos e idosos em, 175

- - domiciliar, 15

- - competências do enfermeiro, 94

- - - efetividade da, 16

- - complicações, 82, 85

- - - incidência, 14

- - - gastrintestinais, 85

- - - prevalência, 14

- - - infecciosas, 86

- - - seleção da fórmula nutricional para, 17

- - - mecânicas, 85

- - especializada, 18

- - - metabólicas, 86

- - hospitalar, 19

- - - psicossociais, 86

- - - administração da fórmula nutricional, 19

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- - - complicações da, 15

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- - - equipe multiprofissional de, 20

Terapia ocupacional, 104

- - - preparo da fórmula nutricional, 19

- ações, 107, 108

- - - prescrição da fórmula nutricional, 19

- na atenção domiciliar, 105

- - - seleção da fórmula nutricional, 19

Tratamento cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico, 90

- - - seleção, prescrição, preparo e administração da fórmula nutricional para, 19 - na saúde suplementar, 33

Treinamento do cuidador e do paciente pela equipe de enfermagem, 44 Triagem nutricional, 62

- oral, 51 - - da avaliação do consumo alimentar à recomendação de, 52 - - objetivos e recomendação da, 52 - parenteral - - contribuição da divisão de farmácia do hospital das clínicas da FMUSP na, 42 - - domiciliar no Brasil, 41 - processo de cuidado em, na rede de atenção à saúde, 17

29 - indice -Terapia Nutricional Domiciliar.indd 225

V Vazamento de fluido gástrico, 85 Viscosidade, 147 Vitaminas, 216

Y Yersinia enterocolitica, 157 Yersiniose, 157

225

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Dietoterapia nas Doenças do Adulto SOBRE AS ORGANIZADORAS

Aline Marcadenti de Oliveira Flávia Moraes Silva

Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker

Dietoterapia nas Doenças Gastrintestinais do Adulto

Graduada em Nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Aline Marcadenti de Oliveira Flávia Moraes Silva Valesca Dall’alba

Doutora em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Medicina Interna pela UFPR. Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/SBNPE). Professora-associada do Departamento de Nutrição da UFPR. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Alimentação e Nutrição da UFPR.

Rubia Daniela Thieme Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialização em Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço (20092010) e em Saúde do Adulto e do Idoso (Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar) (2010-2012), ambas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR).

O ato de alimentar na terapia nutricional deve ser entendido em sua complexidade, sendo mais que apenas a oferta de nutrientes via sonda. Aspira-se a valorização do ato de alimentar compreendendo o domicílio como um cenário único. Diferente de qualquer outro lugar de cuidado, a nutrição enteral em casa torna possível fomentar reflexões para as diversas profissões envolvidas, tanto na área técnica quanto na participação, na construção e na implementação de políticas públicas referentes à saúde e à nutrição. A obra Terapia Nutricional Domiciliar apresenta 28 capítulos, elaborados por vários profissionais experientes na área da atenção domiciliar, que irão contribuir para a prática de outros profissionais e equipes de saúde que atuam nessa modalidade de cuidado. Os capítulos abordam a história da terapia nutricional domiciliar, a nutrição enteral inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) e a atuação dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente que utiliza essa modalidade terapêutica, bem como aspectos importantes para as atividades do nutricionista.

Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica Larissa Calixto-Lima Nelzir Trindade Reis

Nutrição e Metabolismo em Cirurgia Metabólica e Bariátrica Luciana Zuolo Coppini

Nutrição Clínica – Bases para Prescrição Nelzir Trindade Reis Larissa Calixto-Lima

Nutrição Clínica no Dia a Dia, 2a ed.

Mestre em Segurança Alimentar e Nutricional pelo Programa de Pósgraduação em Segurança Alimentar e Nutricional da UFPR.

Larissa Calixto-Lima Maria Cristina Gonzalez

Doutoranda do Programa de Pósgraduação em Políticas Públicas da UFPR.

SMI – Série Medicina Interna: Doenças do Sistema Digestório e da Nutrição

Professora no curso de Nutrição na Universidade Positivo, PR. Coordenadora do curso de Pósgraduação em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional com Treinamento em Serviço na Universidade Positivo, PR.

Enio Roberto Pietra Pedroso Manoel Otávio da Costa Rocha Área de interesse Nutrição

Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site:

www.rubio.com.br

9 788584 111107

Schieferdecker - Terapia Nut Domiciliar 2.indd 1

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