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A Revista do Médico Veterinário • www.revistavetequina.com.br
ANO 9 - Nº 51 - JANEIRO / FEVEREIRO 2014
por arame farpado na região do antebraço em equino: relato de caso
Tratamento cirúrgico da Osteíte Podal Séptica em equinos com laminite crônica: relatos de casos • Considerações sobre a Perfusão Regional Antibiótica em membros de equinos • Uso da perfusão intravenosa para a tratamento de Osteomielite Traumática em equino: relato de caso • Frequência de Patologias Orais em equinos das regiões norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro • Uso do Óleo de Copaíba como auxiliar no tratamento de Pitiose Cutânea em equinos: relatos de casos
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S U M Á R I O
FOTO CAPA: ARQUIVO PESSOAL DA AUTORA KARINA CALCIOLARI FOTO DESTAQUE: MAX GIMENEZ RIBEIRO
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USO DA PERFUSÃO INTRAVENOSA PARA O TRATAMENTO DE OSTEOMIELITE TRAUMÁTICA EM EQUINO: RELATO DE CASO Relata-se o caso do atendimento de um equino, com osteomielite traumática, segundo relato do proprietário o animal havia sofrido uma queda sobre um obstáculo (mata-burro), e o mesmo passou a apresentar dificuldade de locomoção, claudicação intensa e perda de escore corporal. Após diagnóstico clínico, institui-se o tratamento com gentamicina enrofloxacina e cetoprofeno, além de bandagem ortopédica e tala de PVC e ferradura com extensão de talão. O tempo médio para resolução clínica foi de 35 dias. Após o término do tratamento o animal aguarda procedimento cirúrgico. (Página 22) FREQUÊNCIA DE PATOLOGIAS ORAIS EM EQUINOS DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Este artigo tem como objetivo identificar e caracterizar a presença de patologias orais em equinos das regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. As anomalias mais frequentes, em todas as raças pesquisadas, foram as pontas excessivas de esmalte dentário, com 99,50% de prevalência, seguida pelos ganchos, com 57,50%, e feridas na bochecha, com 55%. A execução de exames orais periódicos e tratamento clínico-cirúrgico apropriado certamente resultará em um equino mais saudável e com uma melhor qualidade de vida. (Página 28) USO DO ÓLEO DE COPAÍBA COMO AUXILIAR NO TRATAMENTO DE PITIOSE CUTÂNEA EM EQUINOS: RELATO DE CASOS O presente trabalho teve como objetivo relatar cinco casos clínicos atendidos em equinos com lesões granulomatosas cutâneas crônicas, localizadas na porção distal dos membros, abdômen e focinho de equinos mantidos a campo. O Estado do Maranhão possui um grande plantel de equinos e pelo alto consumo de vacina contra pitiose equina revela ser uma região endêmica, além de áreas alagadiças e com altos índices pluviométricos, favorecendo a proliferação do oomyceto Pytium insidiosum. O uso do óleo de copaíba como auxiliar após a extirpação cirúrgica e cauterização das áreas afetadas revelou ser um grande aliado na recuperação das lesões granulomatosas proliferativas. (Página 32) •1
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MAX GIMENEZ RIBEIRO LEONARDO TORRES GOULART (2009)
LESÃO POR ARAME FARPADO NA REGIÃO DO ANTEBRAÇO EM EQUINO: RELATO DE CASO Os equinos são comumente acometidos por lesões nos membros, sendo umas das afecções mais atendidas na rotina do médico-veterinário. Cavalos têm características peculiares de cicatrização e o entendimento destas direciona o profissional ao tratamento mais adequado ao tipo de ferida. Reporta-se o caso de um equino acometido por uma laceração grave na região do antebraço após ficar preso em uma cerca de arame farpado. Houve perda neuromuscular significativa e consequentemente déficit motor do membro afetado. Foi avaliada a evolução da cicatrização total da lesão com recuperação de 90% da capacidade motora permitindo a atividade esportiva moderada. (Página 10)
TRATAMENTO CIRÚRGICO DA OSTEÍTE PODAL SÉPTICA EM EQUINOS COM LAMINITE CRÔNICA: 14 CASOS O objetivo do presente trabalho foi estudar a evolução clínica e cirúrgica do fresamento da falange distal de animais apresentando laminite crônica com osteíte podal. Foram utilizados 14 equinos adultos, de ambos os sexos, apresentando laminite crônica com osteíte podal, nos quais foram realizado a técnica de fresamento da falange distal através da sola, utilizando rineta e broca adaptadas a uma furadeira elétrica. Os resultados mostraram que a técnica permitiu um amplo e rápido acesso ao osso podal e a recuperação total de nove equinos e recuperação parcial de três equinos. (Página 16)
RENAN GRIGOLETTO
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PERFUSÃO REGIONAL ANTIBIÓTICA EM MEMBROS DE EQUINOS As infecções que acometem o sistema locomotor de equinos são tratadas comumente com o uso de antimicrobianos e anti-inflamátorios sistêmicos. No entanto, atualmente ocorre a expansão da indicação e uso da perfusão regional de antimicrobianos (IVAR ou antibiose) nas infecções distais dos membros de equinos. Essa técnica pode ser usada acompanhando a terapia conservadora ou como única forma de terapia antimicrobiana. O objetivo desta revisão é fornecer subsídios para o clínico de equino acerca da perfusão regional antibiótica em membros de equinos, suas indicações, os principais fármacos utilizados, métodos de aplicação e possíveis complicações. (Página 4)
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JANEIRO / FEVEREIRO 2014
ARQUIVO PESSOAL DOS AUTORES
ANO 9 - Nº 51
EDITORIAL
Veterinária cartesiana “Divide as dificuldades que tenhas de examinar em tantas partes quantas for possível, para uma melhor solução.” René Descartes (1596-1650)
O pensamento científico modificou-se significativa na Idade Moderna, com destaque para as contribuições de René Descartes no século XVII. É o período em que se inicia a especialização nas ciências, momento em que se busca, no detalhamento de cada uma das partes, o aprofundamento do conhecimento. Deve-se destacar que esta especialização permitiu maior produtividade, a exemplo do que ocorreu, contemporaneamente, na indústria (Revolução Industrial), com a subdivisão do trabalho. Desde então, a importância e contribuição da especialização tem total reconhecimento pela comunidade, não apenas científica ou industrial. Na medicina veterinária não é diferente. E nesse sentido merece destaque a recente edição da Resolução 1051/2014. A partir dela, a Acupuntura Veterinária se juntou às outras seis especialidades – nomeadamente Medicina Veterinária Intensiva, Homeopatia, Anestesiologia, Cirurgia, Patologia em animais, Oncologia e Dermatologia – reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Embora seu uso seja mais frequente em animais de companhia de pequeno porte, também é utilizada em equinos, destacadamente para o tratamento de lesões na coluna. Em editorial da Revista Nosso Clínico, “irmã” desta Revista Equina, publicado em 2012, foi destacado a importância do perfil T ao veterinário. O termo cunhado por David Guest em 1991 refere-se a formação representada pela barra vertical do T, a profundidade obtida com a especialização, aliada ao conhecimento periférico (barra horizontal do T), à capacidade de colaborar em áreas diferentes de sua especialização (inclusive política). Deve ser, paradoxalmente, em especialista generalista. Com o exposto nos parágrafos anteriores em mente, é motivo de comemoração o reconhecimento da “nova” especialidade, mas sempre lembrando a ordem das palavras deve ser a prioridade do profissional: primeiro Médico Veterinário, depois de Equinos e finalmente Especialista em, por exemplo, Acupuntura. Roberto Arruda de Souza Lima Professor da ESALQ/USP raslima@usp.br www.arruda.pro.br
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Considerações sobre a em membros de equinos “Considerations about the regional antibiotic perfusion in equine limbs”
RESUMO: As infecções que acometem o sistema locomotor de equinos são tratadas comumente com o uso de antimicrobianos e antinflamátorios sistêmicos. No entanto, atualmente ocorre a expansão da indicação e uso da perfusão regional de antimicrobianos (IVAR ou antibiose) nas infecções distais dos membros de equinos. Essa técnica pode ser usada acompaFigura 1: IVAR sendo nhando a terapia conservadora ou como realizada em equino em única forma de terapia antimicrobiana. O posição quadrupedal objetivo desta revisão é fornecer subsídios para o clínico de equino acerca da perfusão regional antibiótica em membros de equinos, suas indicações, os principais fármacos utilizados, métodos Antonio Matos Neto* de aplicação e possíveis complicações. (mneto_@hotmail.com) Unitermos equinos, membro, terapia antimicrobiana, antibiose Prof. de Clínica e Cirurgia das Faculdades Integradas de ABSTRACT: Infections that affect the musculoskeletal system in horses are treated with systemic antimicrobials Ourinhos (FIO) - SP and anti-inflammatory drugs. However, the expansion of the indication and the use of antibiotic regional perfusion Doutorando em Clínica de (IVAR or antibiosis) in distal equine infections members currently occur. This technique can be used following the Grandes Animais - FMVZ/UNESP conservative or the only way to antimicrobial therapy. The aim of this review is to provide grants for clinical equine - Botucatu, SP about antibiotic regional perfusion in limbs of horses, their indications, main drugs used, application methods and Simone Biagio Chiacchio possible complications. Prof. Adjunto do Depto. de Clín. Keywords: horses, limb, antimicrobial therapy, antibiosis Vet. - FMVZ/UNESP - Botucatu RESUMEN: Infecciones que afectan el sistema músculo-esquelético en caballos son tratados con antibióticos sistémicos y los medicamentos anti-inflamatorios. Sin embargo, la expansión de la indicación y el uso de la perfusión regional de antibióticos (IVAR o antibiosis) en distales miembros infecciones de equinos se produce actualmente. Esta técnica se puede utilizar seguiendo de la conservadora o la única forma de terapia antimicrobiana. El objetivo de esta revisión es proporcionar subvenciones para veterinario de equinos acerca de la perfusión regional de antibióticos en las extremidades de los caballos, sus indicaciones, los principales fármacos utilizados, métodos de aplicación y las posibles complicaciones. Palabras clave: caballos, miembro, el tratamiento antimicrobiano, antibiosis
Introdução A antibioticoterapia integra a rotina clínico-cirúrgica equina, sendo sua utilização imprescindível para a terapêutica e profilaxia de afecções na região distal dos membros. Assim, os antimicrobianos são utilizados respectivamente para combater infecções presentes ou na terapia profilática em pro-
cedimentos cirúrgicos. Em qualquer situação o objetivo é manter concentrações bactericidas/bacteriostáticas satisfatórias nos tecidos alvos, sem causar efeitos colaterais sistêmicos44, que podem ser desencadeados pelo uso prolongado de alguns fármacos e/ou administrações dos mesmos em doses elevadas12,17,29.
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Pierre Barnabé Escodro Prof. Adjunto do Curso de Med. Vet. da Univ. Fed. de Alagoas (UFAL) e Líder do Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos (GRUPEQUI-UFAL) Guacira Leika Pastório Médica Veterinária Autônoma Everson José da Silva Biomédico Pesquisador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos (GRUPEQUI-UFAL) Jean Guilherme Fernandes Joaquim Serviço de Acupuntura Veterinária - FMVZ/UNESP Botucatu - Instituto Bioeticus * Autor para correspondência
ARQUIVO PESSOAL DOS AUTORES
“Consideraciones acerca de la perfusión regional de antibióticos en las extremidades de equinos”
abordar a IVAR, buscando elucidar o clínico de equino sobre os principais antimicrobianos utilizados na técnica, métodos de aplicação, mecanismos de ação e possíveis complicações. Mecanismo em ação Uma das principais dúvidas sobre a IVAR diz respeito sobre sua efetividade em relação à injeção intra-articular (IA) nos processos infecciosos articulares, principalmente na metacarpo/metatarso falângica. Orsini33 defende que a injeção intra-articular de antibióticos consegue manter a concentração terapêutica elevada e prolongada no fluido articular, sendo muito mais eficaz e menos onerosa que a terapia antimicrobiana sistêmica. Porém adverte que a administração intra-articular de antibióticos pode desencadear sinovite química, dependendo do fármaco e concentração, podendo ocorrer artrites em casos mais severos. Desta forma, a IVAR torna-se uma indicação viável, porém ainda há dúvidas em relação da sua capacidade de aumentar a concentração antibiótica em líquidos sinoviais, assim Beccar-Varela, Epstein e White² utilizaram a amicacina em perfusão intravenosa regional em cavalos com sinovites radiocarpais induzidas por lipopolissacarídeos (LPS) e em cavalos do grupo controle (sem indução de sinovite), notando que
a concentração máxima do fármaco foi atingida em média 30 minutos após a aplicação, chegando à concentração média de amicacina no fluido articular de 144,5 µg/ ml no grupo Sinovite, enquanto que no Grupo controle a média ficou em 60 µg/ml (Gráfico 1). Segundo os autores, as concentrações alcançadas na maioria dos animais do Grupo Sinovite obtiveram razão entre a Concentração Máxima no Fluido Articular (Cmax) e a Concentração Inibitória Mínima (CIM) maior que 8, o que segundo a literatura é efetivo para ação bactericida total. Nos animais em que não se obteve as concentrações ideais, os autores atribuem a falha ao torniquete, que não deve ter conseguido manter o fármaco por tempo suficiente na região (será abordado no subtítulo Métodos de Aplicação). Com o tratamento único descrito, todos os animais diminuíram a claudicação em no máximo 72 horas, mostrando a efetividade da IVAR em processos articulares infecciosos dos membros. Como nota-se, o efeito bactericida dos antimicrobianos é proporcional ao pico de concentração dos fármacos nos tecidos moles ou fluido articularem, desta forma, os tecidos infeccionados apresentam normalmente, trombose vascular e isquemia, limitando a entrega dos antibióticos sistêmicos aos tecidos alvo, sem concentrações eficientes para o efeito bactericida14,19.
Concentração de Amicacina no Fluido Articular 1000
AMICACINA
100
• Controle • Sinovite –– CIM (16 µg/ml)
10
..... Cmax/CIM<8
µg/ml
1 0
1
2 3
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Tempo pós IVAR (hs)
Gráfico 1: Média nas Concentrações de amicacina em fluidos articulares radiocarpais de equinos do Grupo com Sinovite induzida por LPS (n=5) e controle (n=5) em relação ao tempo após IVAR na veia cefálica. A técnica foi realizada 6 horas após a indução da sinovite
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FONTE: BECCAR-VARELA, EPSTEIN E WHITE (2011)
Há cerca de duas décadas iniciou-se as pesquisas e estudos clínicos da infusão ou perfusão venosa antibiótica regional (IVAR) na espécie equina, também denominada de antibiose, que pode estar ou não associada à terapia antimicrobiana sistêmica6,33. A IVAR consiste na infusão de um fármaco antibiótico em uma região isolada, a mantendo temporariamente na circulação sistêmica através de estase circulatória local6,13,14. A técnica foi primeiramente descrita por Bier e colaboradores em 1908, para obtenção de analgesia nos membros de ruminantes com a utilização de anestésicos locais. No entanto, as primeiras aplicações clínicas em animais foram realizadas na década de 6015, de onde surgiu a ideia de tratar infecções localizadas. Em 1970 ocorreram as primeiras IVAR em coelhos14, em 1975 na espécie bovina38 e em 1990, Dertz e Kehnscherper descreveram a técnica em equinos7,37. A IVAR representa método terapêutico de fácil execução e baixa morbidade na medicina equina. Clinicamente, a sua utilização tem permitido aos médicos veterinários alcançarem melhores resultados no tratamento de infecções musculoesqueléticas distais, atribuindo os resultados ao aumento das concentrações séricas regionais do antimicrobiano. Atualmente é considerada uma ferramenta extremamente útil no arsenal terapêutico das infecções dos membros, principalmente nas distais do carpo e tarso3,4,8,37,38,42. Como já citado, método é indicado para terapêutica e profilaxia de infecções ortopédicas e feridas da região distal do membro equino, que envolve ossos, articulações, cápsulas, bainhas dos tendões e tecidos do casco34,39. Baixas doses de antimicrobianos, com custos terapêuticos menores, são utilizadas para tecidos distais do membro através do sistema venoso, fazendo com que o fármaco seja mantido na área infectada, aumentando sua eficácia e diminuindo o risco de toxidade sistêmica7,11,35. Assim, o tratamento pode ser realizado em doenças ósseas como a osteomielite, fraturas expostas43, laminite séptica, osteíte séptica da falange distal e dos ossos sesamoides proximais, artrite séptica15,44, sinovites2, bursite séptica6, tenosinovites séptica e infecções pós-cirúrgicas6,45. Perfurações de sola, feridas no casco, lacerações de bulbo e coroa e pododermatite séptica1,5,38 também são enfermidades eleitas ao procedimento. O objetivo desta revisão bibliográfica é
A perfusão regional de antimicrobianos na região distal do membro equino é um excelente método de terapia, sendo que concentrações elevadas do fármaco no local da infecção proporciona uma maior eficácia11,12. À medida que o agente antimicrobiano diluído entra no sistema venoso, o antibiótico alcança os tecidos, mediante difusão a partir do compartimento ou leito vascular próximo. Durante a perfusão ocorre a dilatação dos capilares, vênulas pós-capilares e vasos linfáticos, o que origina o relaxamento dos contatos entre as células endoteliais, com uma maior difusão, sem promover danos celulares24. Se as concentrações de antibiótico forem elevadas no sistema vascular, os gradientes de pressão entre os compartimentos intravascular e extravascular são criados, permitindo que o fármaco se difunda para os tecidos circundantes, como liquido sinovial, tecidos moles e osso, incluindo locais pouco vascularizados onde os patógenos se encontram protegidos. Assim, as concentrações teciduais locais de antimicrobianos podem atingir de 25 a 100 vezes a concentração mínima inibitória para os patógenos frequentes dos equinos9,15,35. Utilizando somente a administração regional ocorre uma maior segurança no tratamento, devido ao alcance da concentração mínima inibitória ser superior, o que reduz o aparecimento de resistência emergente. Diminuindo também efeitos adversos como nefrotoxidade, ototoxicidade e neurotoxicidade44.
gicas9. A colocação do torniquete é de extrema importância para uma perfusão de sucesso26,27, sendo este, um instrumento aplicado em torno da extremidade desejada para comprimir vasos sanguíneos, controlar hemorragias e evitar a circulação distal45,46. A boa colocação do torniquete pode minimizar a perda do fármaco para a circulação sistêmica, os torniquetes podem ser de borracha estreita, borracha larga, torniquetes pneumáticos ou faixas de Esmarch. Segundo Alkabes et al.1, o último mostrou-se ser mais eficaz na prevenção da perda de fármaco da parte distal do membro, mais fácil de usar e menos dispendioso do que o torniquete pneumático. Levine et al.27 comparou os torniquetes de borracha estreita (1 cm de largura), borracha larga (12,5 cm de largura) e pneumático (ATS-1000, Aspen Labs, Englewood, CO) em membros torácicos de equinos, ralizando a IVAR de 2,5 g de amicacina diluída em 50 ml de Solução de Cloreto de Sódio a 0,9 % na veia cefálica e após 30 minutos coletando o fluido articular na metacarpo falângica e mensurando a Cmax de amicacina (µg/ml). Os resultados mostraram que o torniquete pneumático é o melhor com Cmax média de 236 µg/ mL, seguido do de borracha larga (64,2 µg/ mL) e de borracha estreita (2,1 µg/mL), não indicando os de borrachas estreitas. Esse dado é muito importante, pois muito clínicos utilizam faixas estreitas como “garrotes” e equipos de soro para realizar a IVAR, devendo ser revista tal técnica.
Métodos de aplicação A IVAR pode ser executada com o animal em posição quadrupedal (Figura 1), sem prévia sedação, ou se necessário for, com sedação e/ou bloqueio anestésico. Também pode se submeter o equino à técnica sob anestesia geral. O resultado da aplicação regional é a elevada concentração do fármaco em fluido sinovial, ossos e bainhas dos tendões, sendo menos provável resultar complicações de contaminação bacteriana em relação às técnicas de antibioticoterapia intraóssea ou articular regional11,34. A escolha da região para colocação do torniquete vai depender do local da infecção, as veias cefálica ou safena são utilizadas quando a infecção envolve os carpos ou tarsos e articulação radiocarpal. As veias palmar / plantar digitais9,34,43 podem ser utilizadas para o tratamento de condições que envolvem a articulação metacarpo/metatarso falângica ou articulações interfalan-
Figura 2: Utilização de escalpe para realização de IVAR, a esquerda utilização da veia palmar medial; a direita da veia plantar
FONTE: KELMER ET AL. (2009)
A infusão é realizada através de um cateter 20 ou 22 G; ou escalpe 19 ou 23 G (Figura 2), podendo ser utilizados mais delgados em potros6 ,20,27. O tempo de manutenção do torniquete deve ser em média de 15 minutos em potros20 e 25 minutos em cavalos adultos1,6. Também se pode optar por manter o cateter por alguns dias, o que é mais fácil na veia cefálica (Figura 3) / safena em relação às palmares/plantares, podendo ficar até sete dias21. O volume de perfusão não é conhecido com precisão, sugerindo-se ser aplicada após a retirada do mesmo volume de sangue. Como regra geral os maiores volumes resultam em maior pressão intravascular e uma maior difusão para os tecidos circundantes. Por outro lado, altas pressões intravasculares irão aumentar a probabilidade de fuga sob o torniquete para a circulação sistêmica. Na prática clínica, os fármacos utilizados na IVAR são tipicamente diluídos em um volume de aproximadamente 40 a 60 ml de uma solução de eletrólito equilibrada para um cavalo adulto, e 10 a 15 ml em potros20,35. Alguns autores citam que a solução geralmente é infundida ao longo de um minuto e após 30 minutos o torniquete e o cateter ou escalpe são removidos. Segundo White e Moore45 o torniquete pode ser liberado imediatamente após a infusão que leva cerca de 30 minutos, dependendo da quantidade de solução utilizada, sendo aplicada uma taxa de 2 ml/min. Como notado, a IVAR pode ser facilmente realizada com o animal em posição
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FONTE: KELMER ET AL. (2009)
Figura 3: Cateter mantido na Veia Cefálica de equino .................................................................................
quadrupedal. Não se conhece o número, frequência de perfusões regionais que deve ser realizado para conseguir a cura das infecções ortopédicas. Tem se realizado aplicações únicas em enfermidades clínicas, duplas, triplas ou até quádruplas15,44. Segundo Butt7as perfusões são repetidas diariamente, uma vez ao dia, durante quatro dias no total. Já Burba6 faz perfusões uma vez ao dia de três a cinco dias, com 1g de cefazolina ou 750 mg de amicacina. Principais Antibióticos Os antibióticos mais utilizados na IVAR são ao aminoglicosídeos (amicacina e gentamicina) e a penicilina potássica, propiciando concentrações terapêuticas no fluido articular com administração regional. Outros antibióticos utilizados são ampicilina, ceftiofur, quinolonas (enrofloxacina e marbofloxacina) e sulfadiazina-trimetropim. Os aminoglicosídeos e algumas cefalosporinas de terceira geração mantêm concentrações eficazes acima da concentração inibitória mínima de agentes patogênicos por mais de 24 horas. Em adição, a maioria dos agentes antimicrobianos com uma formulação intravenosa pode ser utilizada para perfusão regional, porém estudos devem ser realizados para que haja segurança na escolha do fármaco34.
A eleição do fármaco é dependente da cultura bacteriana, porém Bertone3 alerta que caso exista a possibilidade de infecção articular, o tratamento deve ser iniciado enquanto aguarda-se a cultura e antibiograma, pois se iniciado precocemente aumenta as chances de um prognóstico favorável, já que os danos à cartilagem articular ocorrem em pouco tempo. A perfusão resulta em concentrações locais nas estruturas sinoviais e ossos relevantes para que seja considerado o tratamento de infecções ortopédicas nas regiões distais em cavalos30. Não existem dados sobre a dose ideal de agentes antimicrobianos, variando entre os agentes antimicrobianos entre aproximadamente 150 mg a 1g de diluído em solução salina fisiológica (0,9%), para um volume total de 25 a 60 ml de solução31,35,36. Em cavalos adultos, as doses que variam de 500 mg a 3g foram utilizados para amicacina e gentamicina, que são os mais frequentes antibióticos utilizados1,25,40, pois tem boa eficácia contra a maioria dos patógenos que causam infecções ortopédicas em cavalos, e concentrações de doses dependentes28, ou seja, quanto maior a concentração da droga, mais rápida a erradicação do patógeno18. Segundo Cimetti9, a amicacina, associada com dimetilssulfóxido (DMSO), 20% em solução, realizada na perfusão regional intravenosa, demonstrou ter um efeito eficaz anti-inflamatório e analgésico. Diluído em 250 ml de Ringer Lactato, o DMSO foi agregado com 1 a 2g de amicacina e infundido, o tratamento teve eficácia em 86%. O sulfato de amicacina sozinho é o antibiótico mais utilizado na dosagem de até 2,5g8,27, sendo 5 mg/kg diluídos em até 60 ml de solução de cloreto de sódio 0,9% ou fisiológica2. O ceftiofur pode ser utilizado para perfusão regional em uma dose de 4 mg/kg28. Rodrigues, et al.37 relatou a utilização de 500 mg de ceftiofur associado com gentamicina, sem efeitos de vascularização. A vancomicina, na dose de 300 mg em cavalos adultos, diluída em 60 ml de solução fisiológica é considerada um fármaco seguro para perfusão regional do membro, sendo rara sua aplicação por via intravenosa sistêmica, no entanto a utilização da vancomicina em equinos deve ser limitada ao tratamento de infecções graves causadas por micro-organismos resistentes a todos os outros agentes antimicrobianos36,37. A enrofloxacina (1,5 mg/kg) pode também ser utilizada para perfusão regional do membro, no entanto, a sua utilização re-
sulta frequentemente em edema perivascular e celulite discreta, e relatos não tem demonstrado sucesso após o tratamento, portanto também deve ser reservados para o tratamento de micro-organismos resistentes aos agentes antimicrobianos mais seguros9. Outra quinolona, a marbofloxacina, também foi testada em IVAR na veia cefálica de equinos, na dose de 0,67 mg/kg, obtendo resultados satisfatórios em relação à Cmax na articulação radiocarpal23. Outros antimicrobianos têm sido estudados para serem utilizados na perfusão regional intravenosa, como a ampicilina, eritromicina e cefotaxima28, necessitando mais pesquisas para sua indicação. Kelmer et al.22 relata que o risco de tromboflebite com a eritromicina é alto, tendo que ser avaliado seu uso ao antibiograma e necessidade específica. Complicações e Contraindicações Apesar de raras, existem limitações citadas para a IVAR, entre elas: edema dos tecidos moles no local da colocação do cateter e trombose da porta de entrada24,35. A inflamação nos locais da infusão intravenosa pode ocorrer, resultando em um discreto aumento da espessura subcutânea27. Em relação às limitações para realização da IVAR, deve-se lembrar de que em membros com edema acentuado ou trauma, a dificuldade na identificação das veias aumenta, assim como a dificuldade para cateterização ou venopunção15. Pode ser difícil ou impossível realizar a técnica em animais com tecidos moles edemaciados, membros com linfangite ou onde ocorreu a trombose venosa. Nestes casos, a realização da perfusão intraóssea é a técnica de eleição, porém condutas para abordagem cirúrgica devem ser adotadas37. Doses elevadas e soluções muito concentradas de antibióticos podem promover necrose de tecidos moles na região de aplicação. As doses devem ser correlacionadas com o tamanho do membro15,39. Assim como os efeitos colaterais dos fármacos para terapia intravenosa regional devem ser estudados e conhecidos adequadamente, com o propósito de se estabelecer técnicas seguras para a realização deste. Segundo Correa10, após a perfusão regional com enrofloxacina em dose única, notou-se edema e acentuação da claudicação nos membros de um animal com histórico de pododermatite séptica, a aplicação resultou em isquemia periférica dos tecidos, seguido por exungulação17, tendo de ser eutanasiado posteriormente. •7
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Torniquetes inadequados (estreitos), pouco apertados ou com tempo de manutenção curta (abaixo de 20 minutos), podem causar efeitos insatisfatórios, assim que uma vez que o torniquete não está bem executado, o efeito do antimicrobiano é perdido32. Considerações Finais A IVAR tem sido valiosa para o tratamento de infecções dos membros de equinos, trazendo resultados satisfatórios, com tempos e custos reduzidos. Os aminoglocosídeos são os mais utilizados na rotina clínica, sendo a amicacina normalmente efetiva contra as bactérias patógenas ortopédicas. Porém, ainda é emergente a necessidade de mais pesquisas para determinar outros antimicrobianos de segurança clínica, dose ideal de fármaco, torniquetes com garantia de segurança e tempo mínimo para utilização do mesmo.
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“Injury by barbed wire on the forearm region in equine: case report”
por arame farpado na região do antebraço em equino: relato de caso
ARQUIVO PESSOAL DA AUTORA KARINA CALCIOLARI
“Lesiones por alambre de puas en la region del antebrazo en equina: reporte de un caso”
Figura 1: Alongamento e contração no membro afetado realizado durante a fisioterapia
RESUMO: Os equinos são comumente acometidos por lesões nos membros, sendo umas das afecções mais atendidas na rotina do médico veterinário. Cavalos têm características peculiares de cicatrização e o entendimento destas direciona o profissional ao tratamento mais adequado ao tipo de ferida. Reporta-se o caso de um equino acometido por uma laceração grave na região do antebraço após ficar preso em uma cerca de arame farpado. Houve perda neuromuscular significativa e consequentemente déficit motor do membro afetado. Foi avaliada a evolução da cicatrização da lesão havendo recuperação de noventa por cento da capacidade motora permitindo a atividade esportiva moderada. Unitermos: cavalo, cerca, ferida, óleo de rícino ABSTRACT: Horses are commonly affected by limb injuries, considered one of the most common diseases seen in veterinarian routine. Horses have peculiar characteristics of healing and understanding these issues directs the professional treatment most appropriate to the type of wound. This article refers to the case of a horse affected by a severe laceration on the forearm region after becoming trapped in a barbed wire fence. There was significant loss neuromuscular and consequently motor deficit of the affected limb. The evolution of the wound as well as the ability of the horse motor were evaluated based on the prescribed treatment. The animal showed complete healing of the lesion with 90% recovery of its motor capacity allowing it to moderate sports activity. Keywords: horse, fence, wound, “castor oil” RESUMEN: Los caballos son comúnmente afectados por lesiones de los miembros, siendo una de las enfermedades más comunes que se observan en la rutina del veterinario. Los caballos tienen características peculiares de la cicatrización y la comprensión de estas dirige el profesional al tratamiento más adecuado para el tipo de herida. Se refiere al caso de un caballo afectado por una grave laceración en la región del antebrazo después de ser atrapado en una cerca de alambre de púas. Hubo pérdida neuromuscular significativa y consecuentemente déficit motor de la extremidad afectada. Se evaluó la evolución de la herida, así como la capacidad motora del caballo al tratamiento prescrito. El animal mostró una cicatrización total de la lesión con la recuperación del 90% de la capacidad motora lo que permite la actividad deportiva moderada. Palabras clave: caballo, valla, heridas, aceite de rícino
Karina Calciolari* (karinacalciolari@hotmail.com) Mestranda do Programa de Cirurgia Veterinária na Fac. de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV-UNESP) - Campus de Jaboticabal, SP Jairo de Melo Júnior Médico-Veterinário Autônomo Especialista em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais Sofia Amorin Cerejo Mestranda do Programa de Anestesiologia na Faculdade de Medicina (FMB-UNESP) Campus de Botucatu, SP Vitor Foroni Casas Docente de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na Univ. de Franca (UNIFRAN) Lucas de Freitas Pereira Docente de Farmacologia Veterinária, Obstetrícia Veterinária e Doenças Infecciosas na Univ. de Franca (UNIFRAN) José Abdo de Andrade Hellú Responsável Técnico na empresa J.A. Saúde Animal * Autora para correspondência
Introdução Os equinos por sua natureza têm atitudes de fuga e por este motivo como consequencia respostas rápidas a qualquer estímulo de perigo22. São animais ativos e estão comumente envolvidos em atividades atléticas as quais os predispõem a injurias traumáticas, especialmente em membros2,20,22. Cercas de arame farpado ou liso constituem a causa mais comum de feridas, em-
bora vários outros objetos possam ser incriminados20,9. Estes objetos comumente se prendem aos membros dos cavalos resultando em lacerações e esfacelamentos de pele, músculos e tendões. Relata-se um caso de lesão por arame farpado em um equino com perda significativa de inervação e musculatura local, com tratamento por primeira intenção sem sucesso, porém seguido de cicatrização por segunda intenção com produto a base de
óleo de rícino e tratamento de suporte com sucesso. Revisão de Literatura Feridas e lacerações em membros de equinos fazem parte da rotina do veterinário de equinos. Feridas nesta espécie, principalmente nas extremidades dos membros, são em geral de caráter complicado. Tal fato se dá pela falta de tecido de revestimento muscular e constituição quase que
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