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ANO 9 - Nº 54 - JULHO / AGOSTO 2014
A Revista do Médico Veterinário • www.revistavetequina.com.br
• Avaliação de receptora para transferência de embrião em equinos • Vírus do Oeste do Nilo: estamos em áreas livres?
Considerações acerca da
em potros
• Agronegócio: ganho econômico do respeito aos equinos
• Tratamento fisioterápico para lesão de Menisco Medial em um equino: relato de caso
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S U M Á R I O
JULHO / AGOSTO 2014
TRATAMENTO FISIOTERÁPICO PARA LESÃO DE MENISCO MEDIAL EM UM EQUINO: RELATO DE CASO A fisioterapia equina pode ser empregada no tratamento da maioria dos casos que envolvem o sistema locomotor dos equinos, utilizam-se técnicas não invasivas que incluem frio, calor, massagem, exercício, luz, eletricidade, manipulação e aparelhos mecânicos, para a reabilitação das injurias. O objetivo foi demonstrar a utilização e eficácia da fisioterapia veterinária como tratamento de lesão crônica de menisco em equinos. Concluise que a fisioterapia vem tornando-se indispensável na reabilitação de lesões musculoesqueléticas e articulares, auxiliando a reabilitação do animal frente aos tratamentos clínicos. (Página 12)
FOTO PRINCIPAL CAPA: ARQUIVO PESSOAL DOS AUTORES
AVALIAÇÃO DE RECEPTORA PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM EQUINOS Durante um programa de transferência de embriões, a escolha da receptora é de fundamental importância para o sucesso da técnica. O objetivo deste trabalho foi reunir aos principais fatores relacionados a seleção de éguas receptoras de embrião, no momento da incorporação no plantel e da transferência. Os fatores abordados no presente trabalho foram: tamanho; idade; escore corporal; comportamento; sanidade geral e reprodutiva; sincronia entre doadora e receptora; características uterinas e os custos relacionados à manutenção dessas éguas. (Página 18) VÍRUS DO OESTE DO NILO: ESTAMOS EM ÁREAS LIVRES? No Brasil, é possível que ocorra a transmissão durante o ano todo, pois as condições são favoráveis para os vetores, principalmente para o Culex pipiens. Alguns estudos demonstraram que 3% dos animais submetidos à sorologia para o Vírus do Oeste do Nilo foram positivos. A profilaxia mais efetiva é o controle dos vetores e a vacinação, que significa outro grande problema no Brasil, pela não comercialização da mesma devido à falta de confirmação da presença do vírus no país e a soropositividade em equinos. (Página 28)
IMAGEM: INTERNET
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA HIDRATAÇÃO PARENTERAL EM POTROS A rápida instituição de hidratação parenteral em neonatos equinos pode significar a vida do paciente, que na maioria das vezes chega ao clínico com horas sem mamar e desidratação severa, já em choque hipovolêmico. As dúvidas em relação ao volume a ser infundido, tipo de solução (cristaloide/coloide) e velocidade de administração são constantes pelos profissionais, com pouco material específico na literatura nacional. Este artigo de revisão tem como objetivo abordar a hidratação parenteral em neonatos equinos, esclarecendo as principais dúvidas sobre o tema e indicando as principais soluções cristaloides e coloides a serem utilizadas. (Pagina 4)
ARQUIVO PESSOAL (2013)
ANO 9 - Nº 54
AGRONEGÓCIO: GANHO ECONÕMICO DO RESPEITO AOS EQUINOS Na equinocultura, a mais egoísta visão econômica converge para a visão focada no bemestar da tropa. Tanto o cavalo utilizado na lida, que compõem a maior parte da tropa brasileira, quanto aquele destinado ao esporte e lazer representa um ativo com custos e despesas associadas a ele. Assim, para obter melhores resultados econômicos, é essencial um olhar mais aprofundado sobre a relação entre a natureza, tamanho, força e sensibilidade dos equinos, e como as pessoas do ramo lidam com tais características. (Página 34) COLUNA (VOCÊ SABIA?): QUAL A SUA OPINIÃO? ARQUIVO PESSOAL DO AUTOR
www.passoapasso.org.br
Na coluna deste mês, vamos fazer uma série de perguntas específicas de imagens de raio X, de ultrassom e algumas dos pacientes envolvidos ou dos pacientes que vão gerar imagem; já na edição seguinte, eu farei as considerações das perguntas realizadas nesta coluna intitulada “qual a sua opinião ?” (Página 38)
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EDITORIAL
A nova classe média Nos últimos anos tem-se ouvido muito sobre a nova classe média. A inclusão de inúmeras pessoas que sobreviviam com rendimentos baixíssimos e alçaram ao status de classe média. Notícia que motivou diversas empresas na busca por este novo consumidor, pesquisas sobre hábitos de consumo e expectativas de crescimento econômico alavancado por esta fatia do mercado. O que nem todos tem acompanhado, ou buscado maiores detalhes, é a definição estatística e econômica do que é essa nova classe média. De acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, a nova classe média é composta por indivíduos que vivem em famílias com renda per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00. Renda per capita é o resultado da soma da renda familiar dividida pelo número de membros dessa família. Ou seja, um casal que sobrevive com um salário mínimo é de classe média, de acordo com a definição oficial. Da mesma forma, poderia dizer que a grande maioria dos médicos veterinários de equinos estão acima da classe média, compondo a chamada elite.... Mas não será este o foco do editorial. A questão a ser proposta aos leitores é se podemos fazer um paralelo com a tropa brasileira. Hoje a "classe média" dos cavalos praticamente não consome medicamentos, suplementos alimentares nem cuidados veterinários. Quase que o único cuidado veterinário nesses animais é a aplicação de vermífugo. E se fossem olhados como está sendo vista a nova classe média de humanos? Com gastos marginais em cuidados com a tropa de lida, o mercado cresceria dezenas de milhões de reais por mês. Hoje as ações de marketing e vendas focam nos equinos utilizados em esporte e lazer. Há muito mais para ser explorado, como se pode observar do exemplo dado pela nova classe média festejada por quem enxerga nela a redução da pobreza no Brasil. Roberto Arruda de Souza Lima Professor da ESALQ/USP raslima@usp.br www.arruda.pro.br
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Considerações acerca da
em potros “Considerations about parenteral hydration of foals” “Consideraciones sobre la hidratación parenteral de los potros”
FONTE: AUTORES
RESUMO: A rápida instituição de hidratação parenteral em neonatos equinos pode significar a vida do paciente, que na maioria das vezes chega ao clínico com horas sem mamar e desidratação severa, já em choque hipovolêmico. As dúvidas em relação ao volume a ser infundido, tipo de solução (cristaloide/coloide) e velocidade de administração são constantes pelos profissionais, com pouco material específico na literatura nacional. Este artigo de revisão tem como objetivo abordar a hidratação parenteral em neonatos equinos, esclarecendo as principais dúvidas sobre o tema e indicando as principais soluções cristaloides e coloides a serem utilizadas. Unitermos: potro, fluidoterapia, coloides, cristaloides
Figura 1: Reconhecimento de um potro desidratado e instituição rápida da hidratação parenteral pode melhorar o prognóstico do paciente ...........................................
ABSTRACT: Fast institution of parenteral hydration in equine neonates may mean the patient’s life, which most often comes to veterinarian with some hours without suckle and severe dehydration, already in hypovolemic shock. Questions regarding the volume to be infused, type of solution (crystalloid / colloid) and rate of administration are constant by professionals with little specific material in the Brazilian literature. This review article aims at approaching the parenteral hydration in equine neonates, clarifying the main questions on the topic and indicating the main crystalloid and colloid solutions to be used. Keywords: foal, fluid, colloids, crystalloids RESUMEN: Institución de hidratación parenteral en neonatos equinos puede significar la vida del paciente, que a menudo viene con el veterinario con algunas horas sin amamantar y deshidratación severa, ya en estado de shock hipovolémico. Las preguntas relacionadas con el volumen a infundir, tipo de solución (cristaloides / coloides) y la frecuencia de administración son constantes por profesionales con poco material específico en la literatura brasileña. Este artículo de revisión tiene por objeto abordar la hidratación parenteral en neonatos equinos, aclarando las principales preguntas sobre el tema e indicando las principales soluciones cristaloides y coloides para ser utilizado. Palabras clave: potro, fluido, coloides, cristaloides
Everson José da Silva Biomédico Pesquisador GRUPEQUI-UFAL Jackellyne Lais Ferreira Lins Zootecnista e graduanda em Medicina Veterinária UFAL. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC-CNPq. Karina Pessoa de Oliveira, M.V., responsável pelo Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias-UFAL Pierre Barnabé Escodro* (pierre.escodro@pq.cnpq.br) Prof. Adjunto e líder do Grupo de Pesquisa em Equídeos da Univ. Federal de Alagoas (GRUPEQUI-UFAL) * Autor para correspondência
1. Introdução O controle do volume e da composição dos diversos líquidos corporais é fundamental para que se mantenha a homeostase do organismo. Em potros recém-nascidos, considerados de risco, essa homeostase hidroeletrolítica é de difícil execução, necessitando de maiores subsídios para sua instituição e coerente infusão. Assim, deve-se considerar que essa regulação é constante e complexa, dependente de diversos fatores, entre eles, perdas contínuas ou inter-
mitentes de líquidos, prematuridade, síndromes de má adaptação, diarreia, sepse, doenças imunomediadas e enfermidades infecciosas de origem bacteriana ou protozoária1. A rápida instituição de hidratação parenteral em neonatos equinos pode significar a vida do paciente, que na maioria das vezes chega ao clínico com horas sem mamar e desidratação severa, já em choque hipovolêmico. Em contrapartida, há ainda muitos colegas que ficam com medo de administrar fluidos
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2. Líquidos Corporais Os líquidos corporais são divididos primordialmente em duas partes: líquido extracelular e líquido intracelular. O extracelular se divide ainda em líquido intersticial e plasma3. Em condições fisiológicas, considera-se que 60% da massa de um organismo equivalem a líquidos, sendo o intracelular 40% desse total. Já os líquidos extracelulares correspondem a 20%, sendo 15% da parte intersticial e 5% referente ao plasma4. Em neonatos de todas as espécies considera-se um volume maior de água no organismo, podendo representar mais de 70% em relação à massa corporal. Especificamente em relação aos potros, Magdesian5 (2014) relata que os mesmos compreendem de 75 a 83,3% da sua massa em líquidos corporais, além de apresentar maior compartimento extracelular. Ainda, deve-se considerar a alta ingestão de líquido do neonato, visto que o leite é a única fonte alimentar, podendo ingerir de 15 a 30% de seu peso por dia, com débito urinário de aproximadamente 6 ml/kg/hora e densidade urinária diminuída. Isso faz com que potros que não mamem entrem em rápido estado de desidratação6. O plasma é a parte não celular do sangue e equivale a 60% do volume desse, podendo variar dependendo de diversos fatores (espécie, idade, estado fisiológico e outros)3. Está em constante comunicação com o líquido intersticial com quem efetua trocas de substâncias através das membranas capilares. Assim, a composição líquida nesses dois compartimentos é bem parecida, com exceção da parte proteica, em alta concentração apenas no plasma7. As principais proteínas plasmáticas são
a albumina, as globulinas e o fibrinogênio, produzidas principalmente no fígado. A albumina é a mais abundante e a menor proteína plasmática. Sua função é a de manter a pressão osmótica e o volume de líquidos, além de transportar ácidos graxos e hormônios esteroides. As globulinas são responsáveis pela atividade enzimática, transporte de lipídios e vitaminas lipossolúveis, além de atuarem na defesa do organismo. O fibrinogênio está em menor quantidade no plasma e sua atividade está relacionado à coagulação sanguínea3,8. Devido à presença dessas proteínas e ao fato de não serem difusíveis pela membrana celular é que podemos observar o efeito de Gibbs-Donnan, que diz que íons de dois compartimentos inicialmente equilibrados e divididos por uma membrana permeável a esses e não permeável às macromoléculas como proteínas tendem a manter seu equilíbrio. Esse comportamento torna o meio com maior quantidade de moléculas (nesse caso o interior das células) mais propenso aos efeitos da osmose e a sua consequente ruptura, isso é evitado pela ação da Na+-K--ATPase, que fica bombeando íons para fora da célula mantendo seu equilíbrio volumétrico1,9. Nos casos em que há desequilíbrio desses líquidos causados por razões como redução na ingestão, aumento na perda de fluidos e eletrólitos ou pela combinação desses fatores, comumente causados por condições clínicas adversas, ocorrem mudanças na pressão osmótica ocasionando redistribuição da água entre os compartimentos4. Essa redistribuição pode chegar a níveis que atrapalhem à correta atividade metabólica das células e por isso existem diversos procedimentos clínicos que buscam restaurar o equilíbrio hídrico3. A hidratação parenteral objetiva restaurar os volumes fisiológicos através da reposição de componentes sanguíneos perdidos. Pode ser realizada através de sangue total, plasma ou ainda de soluções cristaloides ou coloides10.
3. Avaliação da Desidratação e Cálculo de Reposição em potros A avaliação da desidratação consiste na fiel interpretação do estado do potro em relação aos níveis de líquidos e eletrólitos, estabelecendo uma conduta fluidoterápica adequada, visando evitar erros consequentes à administração de volumes ou substâncias não indicadas. Por isso é importante avaliar o tipo e o grau de desidratação para assim determinar qual líquido e melhor forma de reposição fluídica11. Existem três tipos principais de desidratação em animais: isotônica, hipertônica e hipotônica. Desidratação hipotônica é a que ocorre perda de líquido hipertônico do meio extracelular (LEC). Com isso, água sai do meio extra celular (LEC) para o intra celular (LIC) ocasionando um edema no interior das células, que é considerada grave. Desidratação hipertônica é a ocasionada pela perda de líquido hipotônico do LEC. A água migra do LIC para o LEC, desidratando as células. A isotônica é o tipo em que ocorre a perda de líquido isotônico dos meios intra e extra celular1. A avaliação do grau de desidratação é realizada com análise de sinais clínicos como perda de peso, aumento da frequência cardíaca e do tempo de preenchimento capilar, perda da elasticidade cutânea, ressecamento das mucosas, diminuição da temperatura nas extremidades e diminuição da produção de urina12. Dessa forma, a hidratação dos potros deve considerar um detalhado exame clínico do neonato, com três objetivos básicos: mensuração e interpretação dos parâmetros fisiológicos e reatividade do potro, identificação da etiopatogenia da desidratação e instauração do tratamento principal e avaliação da imunidade passiva transmitida. A mensuração e interpretação dos parâmetros fisiológicos devem levar em conta a normalidade do potro conforme seu tempo de nascimento, indicado na Tabela 1. Em relação à reatividade e vivacidade do potro, tem-se preconizado o uso da Escala
Tabela 1: Parâmetros fisiológicos em potros recém-nascidos nos tempos: Logo após o nascimento (t0), de 2 a 4 horas pós Nascimento (t2-4) e com 24 horas após o nascimento (t24) Parâmetro
T0
T2-4
T24
Frequência Cardíaca (minuto - bpm)
40-60
100-200
80-120
Frequência Respiratória (minuto - mpm)
40-60
20-40
20-40
Temperatura (ºC)
37-39
37-39
37-39
1-2
1-2
1-2
Tempo de Preenchimento Capilar (segundos)
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FONTE: ADAPTAÇÃO DE CARR (2014)
intravenosos em neonatos, devido ao aumento da pressão capilar hidrostática induzir fluxo aumentado para o interstício, potencializando o risco de edema pulmonar e infusão pleural. Na maioria das vezes, esses episódios ocorrem devido à falta de elucidação literária nacional sobre cuidados com os potros recém-nascidos, identificação do neonato de alto risco, escolha coerente do fluido a utilizar em determinada situação, volume e velocidade de infusão2. Este artigo de revisão tem como objetivo abordar a hidratação parenteral em neonatos equinos, esclarecendo as principais dúvidas sobre o tema e indicando as principais soluções cristaloides e coloides que podem ser utilizadas.
Tabela 2: Escore de Apgar modificado para avaliação de neonatos equinos de um a cinco minutos após o nascimento (Landim-Alvarenga et al., 2006)
0 pontos
1 ponto
2 pontos
Frequência cardíaca / Pulso - bpm
Não detectado
<60
>60
Frequência Respiratória / minuto - mpm
Não detectado
Baixa e irregular 37-39
40-60, regular
Decúbito Lateral, Flácido
Decúbito Lateral, Algum tônus Muscular
Hábil em manter decúbito esternal
Não Responde
Leve Contração Muscular
Tosse / espirro
Tônus Muscular
Estimulação de Mucosa Nasal
FONTE: VASSALO ET AL. (2014)
Escore
Variáveis
VG (%)
PPT (g/L)
LEVE (4 a 6%)
40 a 50
6,5 a 7,5
MODERADA (6 a 8%)
50 a 65
7,5 a 8,5
> 65
> 8,5
SEVERA (acima de 8%)
FONTE: ADAPTAÇÃO DE DEARO (2002)
Tabela 3: Avaliação de desidratação a partir dos volumes globulares (VG) e proteínas plasmáticas totais (PPT) para potros
Tabela 3: Valores de referência para determinação do grau de desidratação em animais grandes.
Tabela 4: Avaliação de desidratação a partir do tempo de preenchimento capilar
LEVE (4 a 6%)
2a4
MODERADA (6 a 8%)
4a6
SEVERA (acima de 8%)
>6
de Apgar modificada, buscando pontuar a interação do potro com o meio ambiente minutos após o seu nascimento, sendo considerado por Vassalo et al. 13(2014) como prática e acessível na neonatologia veterinária, com restrição à esfera acadêmica e ampla necessidade de divulgação aos profissionais de campo (Tabela 2). A identificação da etiopatogenia da desidratação deve ser pesquisada logo após cateterização da veia jugular e a instituição da fluidoterapia, buscando instaurar o tratamento principal. Prematuridade, síndromes de má adaptação, diarreia, sepse, doenças imunomediadas, hipóxia tissular, hipoglicemia e enfermidades infecciosas de origem bacteriana ou protozoária são importantes desencadeadores de desidratação14. É importante que fique claro ao proprietário/responsável pelo animal, que a hidratação parenteral constitui um tratamento adjuvante suporte essencial, pois sem ela o paciente desenvolverá choque e óbito, porém, há a necessidade de exames complementares e tratamento específico para a enfermidade diagnosticada, muitas vezes
FONTE: OS AUTORES
TPC (segundos)
associada à infusão de coloides naturais como plasma hiperimune, principalmente em casos de falência na transmissão de imunidade passiva. Nesse raciocínio, o terceiro objetivo do exame clínico é a avaliação da imunidade passiva transmitida ao potro, pois a placenta do equino é epiteliocorial, o que impede que moléculas maiores passem para o mesmo, nascendo agamaglobulêmico ou com taxas baixas de IgM. A absorção das Imunoglobulinas ocorre através da ingestão do colostro em até 6 a 8 horas do nascimento, pois em 16 horas a absorção direta não será mais tão efetiva. Vários autores citam que a concentração de 800 mg/dl de IgG é considerada limítrofe de segurança no potro neonato, sendo que abaixo disso deve-se considerar a utilização de terapias imunoestimulantes, como plasmas hiperimunes15. Analisando esses parâmetros vitais é possível identificar a porcentagem aproximada e o nível de desidratação em animais de grande porte. Em geral, desidratações de até 4% são assintomáticas, sendo difí-
ceis de serem diagnosticadas. Sinais clínicos leves sugerem desidratação de 4 a 6% e são consideradas leves. Sinais mais severos, associados com depressão, diminuição da pressão intraocular, pulso fraco, retração da órbita ocular, entrópio e jugular com distensão comprometida indicam desidratação moderada12. Exames laboratoriais também podem ser utilizados para auxiliar o diagnóstico e os mais usados são o volume globular (VG) e a proteína plasmática total (PPT), conforme apresentado na Tabela 3. Em potros neonatos, os valores de PPT isolados devem ser considerados como inconclusivos, pois naqueles animais agamaglobulêmicos, as PPT têm valores menores que os indicados na Tabela 3, porém, podem apresentar desidratação moderada à severa16. Dessa forma, em locais onde a hemogasometria não está presente, a desidratação em potros deve ser calculada de forma genérica, avaliando-se o VG e o tempo de preenchimento capilar, visto que o normal é de 1 a 2 segundos (demonstrado na Tabela 1). Na Tabela 4, busca-se ilustrar como o TPC pode auxiliar no cálculo do Grau de Desidratação, sempre associandose ao VG: Após a correta análise e diagnóstico do grau de desidratação, é possível determinar o volume a ser infundido, considerando que 75 % da massa corporal do potro são compostas por líquidos5. A partir daí, pode-se considerar a fórmula apresentada pelos autores na Figura 2. Outro ponto a ser considerado é a velocidade de infusão em grandes animais, cuja reposição do grau de desidratação deve ser realizada em poucas horas (2 a 4 horas) a partir do início do tratamento17, porém em potros, por ter maior LIC e maior percentagem líquida na massa corporal, pode-se ter que realizar a fluidoterapia de maneira mais rápida, avaliando os riscos de edema tissular, visto que na maioria das vezes a desidratação em potros é isotônica ou hipotônica (em animais agamaglobulêmicos), havendo alta mobilidade líquido do LEC para o LIC. Assim, Magdesian18 (2003) preconiza a avaliação do grau de desidratação e hidratação parenteral em potros com soluções cristaloides ou cristaloides/coloides, no volume de 10 a 20 ml/kg nos primeiros 10 a 30 minutos, com restante do volume até a segunda hora de atendimento. A partir da primeira reposição volumétrica, a avaliação clínica, hemograma completo e glicemia devem ser realizadas. Deve-se
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FONTE: AUTORES
Figura 2: Proposta de fórmula para reposição do volume hidroeletrolítico em potros a partir do grau de desidratação calculado
atentar para à função renal, pois os rins de potros são menos efetivos do que os de cavalos adultos, com permeabilidade aumentada, além da tentativa de mensuração do débito urinário e pressão arterial média. Após o cálculo de reposição, deve-se analisar as perdas diretas (por diarreia, por exemplo) e indiretas, associadas à falta de ingestão de líquidos e/ou leite. Dessa forma deve-se realizar novas avaliações laboratoriais a cada 8 a 12 horas, calculandose novamente a reposição da desidratação, associando às necessidades de manutenção diárias, que na literatura variam entre 50 a 80 ml/kg/hora para potros17,18. A tabela 5 traz uma ilustração em que
Carr14 (2014) propõe uma abordagem de manutenção volêmica para potros submetidos à fluidoterapia intravenosa. Propõese também, em casos de potros submetidos às cirurgias durante esse período, repor de 15 ml/kg/hora durante o ato cirúrgico, devido às perdas líquidas inerentes à anestesia/cirurgia. Uma vez determinados o volume e velocidade de infusão, buscando seguir essa última de forma uniformizada (calculando o volume a ser infundido por ml/kg/hora), existem diversas soluções a serem utilizadas na hidratação parenteral de potros, sendo as soluções cristaloides e coloides de relevante importância.
FONTE: ADAPTAÇÃO DE CARR (2014)
Tabela 5: Volume de hidratação parenteral para reposição das necessidades diárias em potros neonatos Volume em ml/kg/24 horas Primeiros 10 kg de massa corporal
100
Segundos 10 kg de massa corporal
50
Massa corporal adicional
25
Composição de eletrólitos (mEq/l) Fluido
Na+
Cl-
K
Ca(mg/dl)
Mg(mg/dl)
Tampão
mOsmol/l
pH
Solução isotônica (0,9%)
154
154
0
0
0
0
308
5,0
Ringer lactato
130
109
4
3
0
Lactato
273
6,6
Solução hipertônica (7,2%) 1232 1232
0
0
0
0
2464
4,0
FONTE: ADAPTAÇÃO DE COOK & BAIN (2003)
Tabela 6: Principais soluções cristaloides utilizadas na hidratação de potros
4. Soluções Cristaloides Soluções são misturas homogêneas entre duas ou mais substâncias. Em meios orgânicos, as soluções são do tipo aquoso, sendo a água seu principal solvente19. Várias forças intermoleculares podem agir em soluções. Quando uma substância apolar se dissolve em outra apolar existe predomínio de forças de dispersão, por outro lado, forças íon-dipolo predominam em soluções de substâncias iônicas em água20. Quando a magnitude das forças de atração entre moléculas de soluto e solvente chegam à mesma magnitude das forças que existem entre o soluto ou entre as moléculas do solvente haverá formação das soluções. Um claro exemplo desse fenômeno acontece quando NaCl entra em contato com H2O, e as forças íon-dipolo agem atraindo o dipolo positivo da água para o ânion Cl- e o negativo para o Na+. Essas forças são suficientes para desassociar a molécula de NaCl em Na+ e Cl-. Esse processo é chamado de hidratação20. Soluções cristaloides contém água e eletrólitos diversos, sendo o sódio o mais utilizado e mais abundante no líquido extracelular. Como essas partículas não alteram propriedades oncóticas, fica garantida a sua livre circulação entre os meios a depender da concentração de Na+ desses10. Em potros, Carr14 (2014) levanta que o total de sódio por dia não deve ultrapassar a relação de 3 mg/kg, sendo que cita preferir o uso de soluções com dextrose a 5% para reposição eletrolítica em relação as salinas de forma contínua. Cristaloides são os fluidos mais utilizados em equinos, mas nem todos esses possuem apresentação em 5 litros, sendo esse requisito importante no tratamento de equinos adultos que necessitem de cuidados por período prolongado. Além disso, eles apresentam uma menor taxa de complicações associadas ao seu uso em comparação aos coloides em tratamentos intensivos17. Existem três tipos principais de soluções, a depender de sua tonicidade com relação ao plasma (280 a 295 mOsm/l) que são utilizados na terapêutica: hipotônicas (abaixo de 240 mOsm/l), isotônicas (240 a 340 mOsm/l) e hipertônicas (superior à 340 mOsm/l). Os principais isotônicos são: Cloreto de sódio 0,9%, Glicose 5%, Ringer e Ringer lactato. E os hipertônicos: cloreto de sódio a partir de 7,5% e Glicose a partir de 10%. Soluções isotônicas são mais indicadas para manutenção volêmica enquanto que •7
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soluções hipertônicas para reposições. Isso devido às características próprias de cada uma: as isotônicas apresentam mesma osmolaridade que o plasma, enquanto que as hipertônicas são capazes de sequestrar eletrólitos e fluidos dos compartimentos intersticial e intracelular para o intravascular auxiliando na redução de edemas e na estabilização da pressão arterial. 5. Soluções Coloides As soluções coloidais, ou simplesmente coloides, são um tipo de dispersão de partículas de uma substância em um meio dispersante constituído por outra substância. Suas partículas de tamanho entre 1 e 100 mm, são bem maiores do que as de soluções21. Essas partículas apresentam grande área superficial e algumas características peculiares, como seu comportamento perante a luz: efeito Tyndall (espalhamento), não ser filtrável em papel comum e não precipitarem9. Dentre os principais meios dispersantes está a água e os coloides que se dispersam nela são divididos em hidrofóbicos, que tem aversão à água e hidrofílicos, que gostam da água. Moléculas muito grandes normalmente são coloides hidrofílicos, como no caso das proteínas. Coloides hidrofóbicos não se agrupam mesmo quando em contato com a água graças à sua capacidade de estabilização por adsorção, que torna possível sua interação com a água e também à repulsão eletrostática entre coloides desse tipo, as suspensões de gordura na água (leite) e água na gordura (maionese) são alguns exemplos clássicos21. Devido ao seu tamanho e peso molecular, os coloides não são capazes de atravessar passivamente a membrana capilar, o que ocasiona aumento da pressão oncótica plasmática e consequentemente uma expansão volêmica mais duradoura. Isso contribui no prolongamento de suas ações, diminuindo risco de edemas e promovendo o mesmo efeito do uso de cristaloides com bem menos volume administrado22. Eles podem ser classificados em naturais ou sintéticos. Dentre os naturais está o plasma, que é o coloide mais utilizado em equinos apesar do seu alto custo. Os coloides sintéticos surgem como alternativa para o plasma com relação a aspectos como preço e maior eficácia em aumentar a pressão oncótica graças a sua menor redistribuição para o espaço intravascular16. O avanço nos últimos anos no entendimento do funcionamento dos coloides tem promovido o seu melhor uso. Novos tipos
de coloides e formas de utilização vem sendo propostas constantemente. Dentre elas a de um melhor entendimento acerca da pressão osmótica que promovem controle mais efetivo sobre os fluidos ocasionando assim uma melhor oxigenação dos órgãos e redução dos edemas. Atualmente, já sabemos que o uso de coloides deve buscar além da manutenção da pressão oncótica e reposição de proteínas plasmáticas em pacientes enfermos, uma melhoria da circulação desses em relação às forças de Starling. Essas forças definem o movimento de fluidos através de membranas entre os capilares e o interstício a partir das pressões hidrostática e oncótica dentro e fora dos vasos23. Assim, em casos onde ocorre perda de líquidos e proteínas (queda das pressões hidrostática e oncótica), devem ter reposição que busque a restauração de ambas, em casos desse tipo é notória a necessidade de um fluido que contenha mais do que cristaloides ou coloides, mas sim uma solução mista18. 6. Indicações de utilização dos Cristaloides e Coloides Cristaloides tem inúmeras vantagens, além de baratas e estéreis, podem ser utilizadas para carrear medicamentos ou outros compostos. Em compensação, eles passam pouco tempo no espaço intravascular, escapando rapidamente para o espaço intersticial, isso pode ser uma contraindicação em potros com desidratação, visto que a maioria são isotônicas ou hipotônicas24. Cristaloides isotônicos são mais utilizados em equinos adultos por serem mais baratos e parecidos com o plasma em sua composição eletrólita, apresentarem baixo risco de eventos adversos e podem ser usados para casos de manutenção ou substituição do plasma. A solução NaCl 0,9% apresenta vantagens quando utilizados em alcalose metabólica hiperclorêmica e hiponatremia, podendo causar seus opostos: acidose metabólica, hiperclorêmica e hipernatremia quando mal administrados17. Outros isotônicos mais complexos como Ringer e Ringer lactato apresentam um balanceamento mais regular de eletrólitos, capacidade de tamponamento, efeito diurético, baixo risco para o paciente, não atrapalhando a cascata de coagulação sanguínea22. Em compensação, seu uso exige uma grande quantidade de volume infundido, o que pode causar edemas, hipercalemia, hiponatremia e super-hidratação, além de redução na pressão coloidosmótica. O uso do Ringer lactato, apesar de ser o mais in-
dicado, também pode ocasionar choque e trauma se os rins e fígado estiverem comprometidos pois assim o lactato não será metabolizado11. As soluções cristaloides hipertônicas podem ser mais eficazes que o Ringer lactato em expansão volêmica, apresentam baixo custo e necessitam de pouco volume administrado, mas seus efeitos benéficos são temporários, podem causar flebite quando administrados em vasos de pequeno calibre e hipernatremia, hipercloremia e hiperosmolaridadade em pouco tempo17. Nessa realidade, a solução hipertônica de NaCl de 7,0 a 7,5 % pode ser utilizada em potros, na dose de 4 ml/kg para expansão volêmica, com imediata reposição de coloides associados aos cristaloides, de preferência ringer com lactato. Para fins de elaboração, pode-se preparar uma solução com dois terços do volume de solução NaCl 0,9% e um terço de NaCl 20 %. Os coloides podem ser classificados de acordo com sua origem em naturais (biológicos) ou sintéticos. Os naturais mais utilizados são o plasma e o sangue total. O plasma é formado principalmente por albumina, uma proteína obtida a partir de vários doadores através da cromatografia ou fracionamento por resfriamento. A albumina promove aumento da pressão oncótica e é capaz de carrear diversos hormônios, drogas e toxinas. Além disso, o plasma contém globulinas, fibronectinas, fatores de coagulação e anticoagulantes. Algumas das proteínas da cascata de coagulação se perdem com o tempo e congelamento, sendo encontradas apenas no plasma fresco (de até 6 horas). As desvantagens do plasma (albumina) são o preço elevado, a sua elevada taxa de extravasamento para o meio extra vascular (em torno de 60%), risco de infecções e distúrbios de coagulação (plasma congelado). Equinos em tratamento com albumina devem ser constantemente monitorados para sinais de reações de hipersensibilidade, taquicardia, taquipneia, tremores, cólica e urticária16. O sangue inteiro é utilizado nos casos de choque hemorrágico severo. As complicações relacionadas com transfusão sanguíneas incluem reações com incompatibilidade do tipo sanguíneo, com anticorpos do plasma e leucócitos. Efeitos adversos ainda incluem toxicidade ao citrato e hipocalcemia. No caso de autotransfusão deve-se usar anticoagulante e filtrar o sangue. É importante notar que o sangue inteiro não exerce pressão oncótica significativa, sendo necessária a administração conjunta de
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