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E D I Ç Ã O 0 2 | A N O 0 1 | S Ã O PA U L O , 2 7 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 6
A Friends & Family, festa/evento que abre os festejos dos 10 anos do SneakersBR, foi o momento ideal para essa publicação dar seu segundo passo. Uma tarde/noite de celebração da cultura sneakerhead, cada vez mais ampla, abrangente e inclusiva. Num momento de notícias que parecem fazer o mundo andar de marcha a ré, bom saber que tem um monte de gente colocando o pé, bem calçado, no acelerador pro futuro.
Douglas Prieto, Ricardo Nunes, Guilherme Theodoro, Marcelo Ribeiro, Jaime Ha, Armen Pamboukdjian, Guilherme Lopes, Allan Alves, Guillermo Guillis, Déborah Lima, Tiego Jesus.
Quem diria que, menos de um mês depois da primeira, a segunda edição do ZYne já estaria impressa?
CRIADORES
CRIATURAS
Pensar, criar e realizar. Sem ordem alguma, mas sempre de maneira ordeira, ainda que de vez em quando desordenadamente. Jaime Ha e Ricardo Nunes (SneakersBR) e Felipe Savone (adidas Originals) não são dos que só sonham,mas também dos que fazem sonhar.
DERYCK CABRERA
Queria que falasse um pouco de como o tênis se relaciona com a cultura. Exite moda relacionada com todos os estilos de músicas. Mas eu sou da Black Music, cresci nesse meio vendo clipes de raps gringos. O primeiro tênis que me despertou desejo foi o NikeAir Force 1, todo branco. Na época era impossível ter um aqui, só se alguém que fosse viajar pra fora do país trouxesse. O tênis que você usa transparece o seu humor do dia. Que artistas têm a “cara” do Friends & Family? Quem você escalaria pra tocar aqui? Kanye West, que já tem uma relação forte com moda, além de ser um rapper foda. E brasileiro, apesar de subestimado, o Don L. É um cara que está muito à frente na cena. E a história do “No Corre”? Conta como foi. A adidas fez essa parceria com o Sneakers BR e me chamou, junto com o Sants (beatmaker) e a Drica Barbosa (cantora). Fizemos uma música em três encontros, foi algo que valorizou nossa experiência musical. Nós três temos bastante afinidade, foi tranquilo pra fazer. Aqui no evento tivemos uma cabine, com dois computadores e um aplicativo. Várias pessoas se aventuraram em remixar “No Corre”, foi bem intuitivo e vários bons resultados apareceram. Foi bem legal ver as pessoas tendo acesso ao trabalho que faço, mostrando curiosidade em produção musical.
O que mais chamou sua atenção na Friends & Family? Gostei muito por ser um evento completo, com bastante coisa interativa. Essa proximidade com o visitante prende a atenção e torna a experiência mais rica.
Como você enxerga esse antagonismo entre os valores de alguns dos tênis expostos e comercializados aqui com a realidade da periferia? É muito fácil influenciar uma pessoa pra fazer coisa errada. O marketing pode ser feito de uma forma que cria um instinto animal, ter o tênis a qualquer custo. Conheço pessoas que usam meios errados, negativos, pra conseguir objetos de desejo como tênis. Eu ainda não posso comprar todos tênis que desejo, mas não vou fazer nada negativo pra conseguir isso. O outro lado disso tudo é a consciência, e aí entra a questão cultural: você pode não ter condições de comprar o tênis do Pharrell, mas pode ouvir a música dele, e ver que existe uma mensagem de que não é só consumo por consumo. E você deve valorizar o que tem, e não só cobiçar.
JOÃO PAULO FARIA
Vocês estão em um espaço do evento. O que vocês estão produzindo? Eu estou fazendo exposição das minhas fotos em collab com a NotTheSamo, site e zine de notícia. E poder curtir também, ver os tênis raros e mostrar um pouco de fotografia, do meu trabalho que eu faço mais urbano, que é uma coisa bem na pegada da festa.
uma coisa que saiu e foi influenciada pela cultura de rua. É uma festa que soma, pois a maioria das pessoas aqui tem uma mente mais aberta, pode gostar de pixo, pode gostar da fotografia, de música. A festa está bem legal. É um negócio que, na verdade, eu estou bem orgulhoso de participar.
E sobre as marcas queque estão produzindo o evento? Fale mais dessa collab com a Oldmasters. A Rider está aí comemorando 30 anos Essa collab é com a OldMasters, uma de mercado nacional. Estão participando marca de São Paulo, e que é composta por da festa com um lounge bacana na parte uma jaqueta windbreaker à prova dágua e externa. A adidas não precisa nem falar. algumas camisetas. Essa vai ser a segunda A marca expôs todos aqueles tênis que collab da NotTheSamo. A primeira foi com acho que nunca eu, nem uma porção a Sickhead, marca que faz umas coisas pra pessoas teria chance de ver ou tocar, e skate e tal. A NotTheSamo tem a idéia de aqui a gente pode vê-los, além de timeline impulsionar o mercado brasileiro e não com a história da adidas. A SneakersBR só mostrar as marcas e produtos gringos. comemorando dez anos. Pô, a SBR é um A idéia é também mostrar que nosso site gigante, com nível de coisa gringa, com produtos também são feitos com conceito e fama mundial e uma bela reputação. Fora materiais bons. as novidades que eles nos apresentam, tênis que nunca ninguém viu e eles tem a chance E o que você está achando do Friends and de pegar, mostrar a foto e etc. São coisas Family? que o brasileiro quer ver mais de perto Muita gente aqui gosta da cultura de rua. mesmo, e não só uma foto de site gringo e A festa é quase 100% sneakerhead mesmo, o SBR faz isso por nós.
FRAGMENTOS
FRAGMENTOS
7
MOTOS SHINERAY 50®
233 R$ 24.500,00
adidas Ultra Boost X Parley
AÇÕES DO GOOGLE®
BONECOS DO FOFÃO
245
Os 40 raros pares de tênis expostos na Friends & Family totalizam cerca de R$ 250.000,00. Destacamos aqui o modelo mais caro da exposição e tudo que você pode comprar com o que ele vale.
250 MIL REAIS
OS TÊNIS DE
EXPOSIÇÃO
BIG MAC®
3063
GIN TÔNICA
980
SACOS DE DORITOS®
4083
POTES DE NUTELLA®
3071
Todos os tênis desta exposição tiveram seus valores de revenda pesquisados em sites internacionais especializados, que monitoram este mercado. Para efeito ilustrativo, seus valores foram convertidos de moedas estrangeiras para reais e arredondados, logo não representam o preço no mercado de revenda com 100% de exatidão.
LITROS DE GASOLINA
7206 10
IPHONES SE®
ANOS DE ASSINATURA DA REVISTA CARAS®
49
FAZEDORES
Gessic a Justino Niterói
QUANDO AS PESSOAS SE CONECTAM, OBSERVAM E SE CONHECEM, A SOCIEDADE SE TORNA MELHOR, MAIS PRODUTIVA. Glocal. Com esse termo, a niteroiense de nascença e abraçada pelo Rio de Janeiro Gessica Justino define sua atuação. Sua crença é baseada de que tudo funciona melhor em rede. Por isso, acredita que fronteiras geográficas existem para serem ultrapassadas e que o comportamento de cada um, do que veste ao que come, reflete uma personalidade única, mas que jamais deve estar isolada, e sim em constante troca de referências com outras pessoas. Para ela, quando as pessoas se conectam, observam e se conhecem, a sociedade se torna melhor, mais produtiva. E as soluções para os problemas aparecem como um novo passo de dança, através de conexão, relação e realização. Global e local.
Você pode chamar Baixo Ribeiro de galerista, artista, ativista. Definições são necessárias para explicações à distância ou apresentações prévias. Mas uma conversa com Baixo é quase que imprescindível para entender quem ele é de fato, o quê faz e por quê faz o que faz. Basicamente, tornar o espaço a sua volta melhor, seja se cercando de boas pessoas, tomando cuidado da coisa pública como se fosse (ou provavelmente com mais zêlo) sua e entendendo a cidade como um espaço de convivência e inclusão através da arte e da livre expressão do pensamento. Co-fundador da Choque Cultural (2004), a galeria tornou-se referência absoluta da arte urbana, revelando novos artistas e consagrando nomes icônicos da cena. Baixo é um “fazedor” natural, bem e do bem.
BAIXO É UM “FAZEDOR” NATURAL, BEM E DO BEM. FAZEDORES
Foto Alexandre Vianna
B a ixo Rib e iro S ão Pa u l o
TRANSFORMAR A MARCA EM MOVIMENTO CULTURAL PARECE SER O RUMO. Rafael Acioly tem 22 anos e é ilustrador freelancer do Rio de Janeiro. Atualmente, gerencia junto com mais dois amigos a Voltz, marca nascida em 2009 e batizada assim porquê “estava cursando eletromecânica na época. Só me veio na cabeça esse nome, aí adicionei o Skateboards’ e voilá! Nada de muito mistério.” Um referência ao AC/DC também é citada quando se fala do batismo. Transformar a marca em movimento cultural parece ser o rumo. “Estamos remando em direção a 2017 com projetos de produção de muito material. O caminho dela é se tornar mais do que uma simples marca de vestuário, e sim uma referência na cena underground de música e arte do Rio de Janeiro.”
FAZEDORES
R afae l Ac io l y R io d e J a ne iro
FAZEDORES
O liv ia L ang S ão Pa u lo
A videomaker Olivia Lang assinou na Friends & Family um painel com garotas sneakerheads, mostrando seus desafios por conta do interesse num universo que originalmente não pensou nelas. “A dificuldade começa desde a numeração, que parte do 38. E as marcas estão vacilando: mulheres compram!” Para a exposição, Olivia preocupou-se em reunir personagens incomuns na cena, já que, segundo ela, existe uma repetição constante no público que frequenta os eventos. “Meninas que gostam de tênis por diversas razões, seja por conforto, comodidade, ou por usar um par assinado por alguém famoso. Os motivos não importam, cada uma tem o seu.” Olivia conta, bem humorada, suas primeiras incursões no universo e questionamentos do tipo “Onde está seu namorado?”, como se fosse impossível uma garota se interessar e ir atrás de uma cultura que lhe diga algo, seja ela qual for. Ocupar o espaço, mostrar o que as garotas esperam e observar criticamente visões estigmatizadas está no dia a dia de Olivia.
OCUPAR O ESPAÇO, MOSTRAR O QUE AS GAROTAS ESPERAM E OBSERVAR CRITICAMENTE VISÕES ESTIGMATIZADAS .
Leonardo Bittencourt Pai e Contador adidas Y-3 Yohji Run
VISU
Bruno Luciano
Fundador NotTheSamo Camiseta OFF-white
Giovanna Almeida Empresรกria Asics Gel-Lyte III
Deise Nicolau
Modelo adidas Stan Smith
Ana Carolina Estudante Nike Sock Dart
Beatriz Santos Estudante Vans Old Skool
VISU
Fernando SimĂľes
DJ, Designer Puma Blaze Of Glory STAMPD
Raphael Jesus Fidelis Videomaker Fila