No decurso da pesquisa que vimos
desenvolvendo desde 2011, destaca-se
cada vez mais a necessidade de estudar o
arranjo assumido pelos grupos que
dançam o Coco no Cariri cearense, com
destaque para o recorte constituído
pelos grupos do município do Crato.
Temos contemplado a hipótese de que a
constituição (pré-)institucionalizada
destes grupos artísticos
contemporâneos, formados por sujeitos
advindos dos espaços das manifestações
artísticas tradicionais, instaura uma
zona de contato/conflito simbólica entre
o grupo e a comunidade. Percebida como
uma fronteira, de materialidade
eminentemente ideológica, conforme a
abordagem bakhtiniana que adotamos,
essa zona de contato será componente
central de nossa tentativa de descrever a
instauração e superação de conflitos
intergrupais e intersubjetivos.