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R$ 20,00 #28 09 | 10 | 11 2014

RAZÃO | EMOÇÃO | PRAZER | DEVANEIO

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ISSN 2179 - 2046


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COLABORADORES

Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, MINI, Porsche, Triumph e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP 1

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Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br

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Ouvidoria www.eurobike.com.br/ouvidoria (11) 3474 7930

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Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha

1 Andréa de Lima, 2 Betto D’Elboux

Assistência de arte e finalização: Rafael Cury Caprecci

5 Eduardo Sardinha, 6 Érico Hiller,

Administração: Nelson Martins

9 Percy Faro

Preparação e revisão: Denis Araki

3 Carol Da Riva, 4 Eduardo Petta,

Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos

7 Juan Esteves, 8 Paula Diniz,

Publicidade: custom press - eduardo@custompress.com.br Produção: custom press Tiragem desta edição: 10.030 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Auditado pela BDO


EDITORIAL Caro leitor,

Este final de ano traz vários lançamentos aguardados com grande expectativa pelo mercado premium. Junto ao grande evento do setor, o Salão do Automóvel que acontece esse mês, estão chegando o Audi S3 Sedan, o BMW 235 e dois modelos da Triumph: Thunderbird Commander e Sport 1150. Bons motivos para que você venha nos visitar, não é mesmo? Comunicamos, também, que nossa operação em Brasília continua a todo vapor: o showroom definitivo abre suas portas no começo de outubro! E em São Paulo, na rua Clodomiro Amazonas, inauguramos uma nova loja para atender o pós-venda BMW Motorrad, além de comercializar motos seminovas. Nesta edição, que coincide com mudanças no cenário econômico, conversamos com o consultor Ricardo Czapski, que nos fala sobre finanças pessoais em uma interessante abordagem. Apresentamos o sensacional Porsche Macan em clima alto astral, em belo ensaio arte-fotográfico de Juan Esteves. Também conheça o Grupo de Aeromodelistas Birutas do Ar, em São Paulo, depois viaje sem escalas para Budapeste! Boa leitura. Um grande abraço,

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Henry Visconde Presidente magazine@eurobike.com.br


CONTEÚDO

# 29 09 | 10 | 11 2014 6 | razão 8 | Atrevido e ousado, conservador e retraído 14 | Projeto Mucky: proteger e preservar é preciso

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22 | emoção 24 | Porsche Macan S 38 | SUV único


44 | prazer 46 | Voar com os pés no chão 60 | Achados e imperdíveis

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66 | Budapeste: a “Paris” do Leste


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A riqueza mora na diversidade


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Atrevido e ousado, conservador e retraído Qual dessas características descrevem melhor seu perfil de investidor? Por Andréa de Lima

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Responda rápido, você é um money maker ou um money saver? Conhecer seu perfil é um passo importante na hora de definir como organizar a vida financeira. No Brasil, 80% da população brasileira é classificada como money saver e os outros 20% como money maker. Isso é o que revela uma pesquisa da XP corretora de investimentos, encomendada à Box 1824 e divulgada em meados deste ano. A enquete ouviu 700 pessoas em seis cidades brasileiras


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Ricardo Czapski / Cr창nio


Ricardo Czapski

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Se você se identificar com o perfil a seguir, de ser pragmático e sensato, segurança é seu forte, quer distância de mercado de capitais ou produtos complexos que impliquem em algum risco, é cliente cativo dos grandes bancos, a quem delega a tarefa de “cuidar” do seu dinheiro, investe no que é mais fácil, não quer se aprofundar nas informações sobre o mundo financeiro, considere-se um money saver.

“Esse é o típico perfil de quem associa segurança à tranquilidade, para quem investir não é prioridade. Esses até sabem que precisam investir, mas têm dificuldade. São fiéis a uma instituição financeira e, claramente, compõe a maioria dos perfis de investidores no Brasil”, explica o consultor financeiro Ricardo Czapski, 45 anos, autor de um audiolivro chamado Planejamento Financeiro Pessoal, da Editora Universidade Falada.

Não é por acaso que a tradução livre de money saver faz todo sentido aqui ser o tradicional poupador, pois faz referência à maioria dos que “guardam” e não multiplicam o dinheiro de sua reserva.

Agora, se você é um tipo engajado, estrategista, experiente, sagaz, familiarizado com o universo financeiro, daqueles que gostam de investir, multiplicar, que pesquisa e faz questão de se aprimorar no quesito educação financeira, considere-se um


Ricardo Czapski / Ciro Schu

Czapski admite que o money maker é, do ponto de vista de um consultor financeiro, um sujeito muito mais desafiador, pois ele tem um nível de conhecimento maior sobre o universo financeiro, requer mais. Além de aplicar principalmente por home broker e não se deixar seduzir por promessas de renda fácil, o money maker acompanha de perto a economia. São os empreendedores de sucesso, que planejam tudo, o seu negócio, a vida pessoal e até a dos funcionários, e são por vezes ávidos por riscos.

Por que será que o planejamento financeiro ainda é um tabu por aqui? Talvez isso tenha a ver com a dificuldade de a cultura ocidental encarar o envelhecimento e, por consequência, a aposentadoria. Temas como Programa de Preparação para Aposentadoria e Preparação para o Pós-Carreira foram exaltados nos anos 1990. Naqueles anos a máxima de que o mundo corporativo impunha um teto de 55, 60 anos para os profissionais perderem valor surpreendia. Hoje é fato. Então, por que esperar para pensar em como continuar a usufruir a vida com conforto apenas quando a rotina do trabalho deixar de ser realidade? Por que não considerar que a vida produtiva pode conciliar perfeitamente bem com o planejamento financeiro, de forma indolor? Como recomenda o consultor financeiro, deveríamos olhar para o futuro e para a própria aposentadoria como férias, pois isso certamente teria uma conotação de prazer. “Ninguém planeja falhar, mas muitas pessoas falham porque não se planejam. E, se planejamos uma viagem com tanto gosto antes para desfrutar ao máximo durante, para se aposentar deveria ser assim também, tudo fica mais fácil”, sugere Czapski. De acordo com o Censo do IBGE de 2010, somente 1% dos aposentados se mantém com recursos próprios.

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“Para o money maker, investir não é sua atividade principal, enquanto ele trabalha, seu dinheiro rende”, argumenta o consultor. E continua: “o money maker está sempre de olho em oportunidades, por exemplo algo que um amigo esteja investindo. É alguém que ao investir acredita que pode ser parte de alguma coisa maior”. E é por meio deles, muitas vezes, que os chamados negócios sociais sustentáveis, promovidos por instituições que, para não depender exclusivamente de financiamentos externos, desenvolvem suas próprias estratégias de geração de recursos, têm ganhado força.

O amanhã é agora

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money maker. Integrante da menor parcela da população brasileira, mais ousada, que faz questão de fazer a gestão de seus investimentos, o money maker profere, de acordo com Czapski, frases como: “a melhor pessoa para cuidar de meus investimentos sou eu mesmo” ou “investimento para mim é fazer o dinheiro render”.


Ricardo Czapski / Mauro Neri

RAZÃO Para a geração Millenium, tanto trabalho se confunde com a vida privada, porque está permeado do chamado hedonismo, assim como vida futura e aposentadoria são bem conjugadas com previdência privada. Reservar parte da receita desde o início da carreira para investir e seguir usufruindo é um bom paralelo para quem, em ciência da computação, faz um buffer, uma região de armazenamento de memória física utilizada para armazenar temporariamente os dados enquanto eles estão sendo movidos de um lugar para outro.

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Não parece, mas é Pouca gente diria que um consultor financeiro com dez anos de carreira, uma carteira de 2500 clientes, administrador de empresas, com pós em comunicação pela ESPM e mestrado em marketing pela PUC-SP, nas horas vagas, entre um deslocamento e outro pela capital paulista, atua como fotógrafo de grafite. Nos últimos oito anos, Ricardo Czapski contabiliza um acervo de 12 mil imagens. Para ele esse registro fotográfico confere ao grafite o status de arte. “O grafite retrata a violência, a falta de moradia, mas também o amor, documenta muita coisa bonita.” Vinte por cento da edição de seu livro Grafitti São Paulo foi encaminhada a instituições sociais.

“Eu, por exemplo, recomendo aos meus clientes investir em um fundo que destina 25% para ações sociais. Isso porque o money maker, comumente, é alguém que está no alto da pirâmide, quer compartilhar, busca o bem coletivo, não teme o amanhã, aliás, aposta nele”, afirma o consultor. Se, na média geral, os fundos rendem 10% ao ano, os fundos com ações sociais rendem 8% (20% a menos), mas, ainda assim, “isso gera um bem-estar entre os investidores”, conta Czapski. Para ele, ter dinheiro dá trabalho, assim como mantê-lo, daí, provavelmente, o medo que temos de perdê-lo. “Quando você tem pouco, não tem muitas opções. Mas, quando já conseguiu muito, tem de tomar decisões, e ninguém quer perder o que conquistou”, destaca. “Acredito que a felicidade não depende de quanto a gente ganha, mas de como e em que gastamos nosso dinheiro. “A partir de R$ 2500 você passa a ter crédito no mercado, e aí passa a querer sempre mais. E, quando você não tem crédito, se acomoda com o que tem e fica menos infeliz. Mas, o fundamental disso tudo é saber o que nos faz feliz”, finaliza o consultor, cujo próximo projeto fotográfico vai focar no trabalho de mulheres grafiteiras na Grande São Paulo.


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Por Paula Diniz | Fotos Érico Hiller

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Projeto Mucky: proteger e preservar ĂŠ preciso


RAZÃO

“No dia 6 de agosto de 1985 eu estava, finalmente, com o Mucky em mãos”, conta Lívia Botár, criadora do Projeto Mucky, nome do sagui que deu origem ao trabalho e trajetória de vida dela com os macacos. Antes de Mucky, Lívia era publicitária, sócia de um estúdio de produção gráfica. O pequeno sagui mudou completamente sua vida: para melhor. Trouxe novo sentido e uma nobre missão. Lívia chegou a ter 112 macacos em viveiros instalados em sua própria casa no bairro do Limão, em São Paulo, até 1995. Desde 2004 beneficia mais de 220 primatas que vivem em uma bela sede de 20 mil metros quadrados em Itu, SP. O terreno foi doado por uma parceira do Projeto. Há 29 anos Lívia leva o Projeto Mucky no muque, como diz sorrindo de contentamento, apesar das grandes dificuldades que enfrenta para manter a ONG com a qualidade que tem. “Durante todos esses anos, recebemos o apoio vital de pessoas maravilhosas que se sensibilizaram e entenderam a importância de proteger e preservar estes primatas. Afinal, estamos interconectados, somos todos interdependentes.” O Projeto O Projeto Mucky é uma ONG e um órgão de utilidade pública municipal que cuida de primatas de diversas espécies brasileiras. Socorrer, medicar, manter, pesquisar, buscar a procriação das espécies em risco e, mesmo considerando as dificuldades, reintegrar os primatas à natureza é o desejo do Projeto. “A reintegração é um sonho. Para isso, precisamos de um patrocinador que possa nos proporcionar esse trabalho com os macacos que têm potencial emocional e clínico para retornar à natureza.” É o único projeto do gênero no Brasil. Também ocupa-se em combater o comércio de animais silvestres através da conscientização e educação ambiental.
 Desde que surgiu, quase dois mil macacos já foram cuidados, recebendo tratamento direto ou indireto. Profissionais de diversas áreas também ganharam orientação sobre os primatas, para colaborar como voluntários.

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Hoje são 15 funcionários trabalhando e morando na sede em Itu e cerca de 25 voluntários com participação presencial ou à distância. Eles limpam os viveiros, ajudam a cuidar dos animais, trabalham no site, nos materiais de comunicação do Projeto, entre muitas outras possibilidades de contribuição. Felizes os macacos que chegaram até o Mucky, o paraíso dos primatas. Lá, o tratamento é de primeira. O diferencial e a força do Projeto é sua metodologia multidisciplinar, com tratamento individualizado, holístico e 24 horas. Os macacos fazem acupuntura, hidroginástica, têm alimentação balanceada, brinquedos em seus viveiros – todos identificados por plaquinhas com os nomes dos moradores.


Hoje, o apoio de pessoa física representa 95% da verba da ONG, que tem muitos parceiros, mas não patrocinadores. Representantes do Projeto participam de feiras, eventos e ministram

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Admirável o amor, a coragem e dedicação desses funcionários e voluntários. Eles precisam de doações, patrocinadores, padrinhos que financiem os custos mensais dos macacos, da estrutura e dos funcionários. “A parte financeira é nosso maior desafio. Precisamos de doações com urgência para conseguir levar o Projeto adiante.”

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A origem dos macacos acolhidos é das mais diversas: maus tratos, abandono, apreensão, encaminhamento de animais perdidos e feridos etc. Lívia lamenta ao lembrar que a comercialização de animais silvestres é legalizada desde 2004. Com isso, o número de pessoas que possuem macacos como animais de estimação é muito grande. “Muitos lidam com o animal como se fosse um brinquedo. Quando cansam ou enjoam dele, simplesmente o descartam ou passam a mal tratá-lo.”


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palestras sobre meio ambiente e primatas. “Desestimulamos as pessoas a terem animais silvestres. Nos últimos dois meses, graças à competência da nossa equipe e ao amor que dedicamos ao trabalho, não tivemos nenhum caso de óbito e conseguimos ter sucesso em 100% dos casos de recuperação dos macacos que acolhemos.” Como contribuir? Para ser voluntário, é preciso preencher o formulário no site e marcar a entrevista na sede do Projeto com antecedência. “O que o voluntário quiser e souber fazer será muito bem-vindo. Importante é que haja comprometimento, regularidade e amor

ao trabalho.” Para ser padrinho, pessoa física pode contribuir a partir de 30 reais; empresas, a partir de 2 mil reais. O Projeto também precisa de patrocinadores. Qual perfil vocês buscam nos candidatos a voluntários? “Paixão por natureza e pelos animais, capacidade de se adaptar à vida rural, perceber o outro e suas necessidades e disposição para mergulhar no trabalho.” “Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais.” (Victor Hugo)


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O encanto estĂĄ nos olhos de quem vĂŞ


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POR JUAN ESTEVES

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PORSCHE MACAN S


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SUV único Por Percy Faro A cada novo produto a Porsche reafirma o conceito projetado e criado pelos seus fundadores, Ferdinand e Ferry, de se posicionar à frente no seleto segmento dos automóveis esportivos em todo o mundo. É uma cultura praticada há mais de 60 anos e que acaba de ser renovada com o Macan. O modelo chegou ao Brasil abrindo novas perspectivas para a Porsche, baseado numa plataforma que reúne parâmetros diferenciados em termos de esportividade, tecnologia, desempenho e prazer ao dirigir um SUV premium compacto.

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Comercializado no mercado brasileiro nas versões S e Turbo, o Macan possui as características que identificam a Porsche – aceleração máxima, alto poder de frenagem, ampla potência de motor, agilidade e precisão de direção – tanto nas estradas pavimentadas como em pisos irregulares. Como acontece em todos os veículos da marca, alto nível de conforto e praticidade no uso diário também são imediatamente reconhecidos no novo SUV alemão. Da mesma forma, o capô envolvente e a linha levemente inclinada do teto destacam sua elegância esportiva porque muitos elementos de design foram reproduzidos de outros carros da Porsche e aprimorados para o Macan. A versão S é equipada com motor V6 biturbo de 3,0 litros, com 340 cv de potência. Incorpora também tração ativa nas quatro rodas controlada eletronicamente, uma característica técnica comum a todas as versões do Macan. A transmissão de dupla embreagem com sete marchas transfere a potência conforme necessário e quase sem interrupções, permitindo que o Macan S acelere de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos. A velocidade máxima é 254 km/h e os valores europeus de consumo de combustível ficam entre 11,1 e 11,5 km/l. Outras características inconfundíveis do Macan incluem suas proporções, o design e os pneus de uso misto nas rodas de aro grande. Os bancos do motorista e do passageiro estão colocados em uma posição baixa, típica dos carros esportivos, e o volante multifuncional possui alavancas de troca de marcha. Entre

os equipamentos opcionais está o sistema de suspensão a ar, que o Macan disponibiliza com pioneirismo em seu segmento. Outro requinte técnico é o PTV Plus, especialmente adaptado para o Macan. O PTV é um sistema de vetoramento de torque, que distribui diversos níveis de torque às rodas traseiras e trabalha em conjunto com um bloqueio de diferencial no eixo traseiro, controlado eletronicamente. Mesmo quando está parado, detalhes de design tomados dos carros esportivos da Porsche ressaltam o que o Macan tem a oferecer em termos de desempenho. Um exemplo disso é o formato de janela lateral e a linha descendente do teto até a traseira do carro, conhecida como a linha de extensão da Porsche, que indicam uma clara alusão ao 911. As asas traseiras também têm o perfil suave do 911. Já em relação ao 918 Spyder, considerado o veículo que evoluiu ainda mais o DNA do design Porsche, o Macan herda esta mesma característica, e o formato básico de seus faróis principais se baseia no do lendário modelo. Todas as versões do Macan saem de fábrica com o botão Sport, localizado no console central, à esquerda do seletor de marchas. Quando pressionado, o sistema de gestão eletrônica do motor faz com que a resposta do motor seja ainda mais rápida. Um desafio marcante no desenvolvimento da carroceria do Macan foi a meta de criar um veículo que mostrasse imediatamente ser um Porsche quando comparado a outros SUV compactos. Ou seja, criar um carro esportivo único para este segmento de mercado. Considerando as diversas características do veículo, entre elas um dos sistemas de direção mais avançados do mundo e o mais recente estágio de evolução da tração nas quatro rodas, certamente a meta foi alcançada. Resta agora ao Macan, que significa tigre no idioma indonésio, agir de acordo com seu nome: potente e pronto para atacar a todo o momento e em qualquer terreno.


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Quando fantasia e realidade se confundem


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Voar com os pés no chão Por Betto D’Elboux | Fotos Eduardo Sardinha

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Eles são apaixonados por aeromodelos e, há 10 anos, têm um ponto de encontro para extravasar toda a alegria e felicidade que este hobby proporciona semanalmente


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“Don’t slow down don’t touch the ground”, diz a letra de “Don’t Slow Down”, da banda de reggae britânica UB40. Talvez, por isso, tenhamos escolhido subir tanto, naquela linda manhã invernal. No céu, poucas nuvens e um sol bonito. Não daqueles que esquentam. Pelo contrário! A temperatura estava baixa, não fazia nem 10ºC, e todos usávamos agasalhos quando chegamos ao incrível platô de Arujá. Foi ali, naquele frio ensolarado de agosto, que o fotógrafo Eduardo Sardinha e eu conhecemos o Grupo de Aeromodelistas Birutas do Ar. Ou simplesmente Gaba, para os íntimos. Fomos bem recebidos pelo nosso anfitrião, o capitão e piloto de Airbus Rubens Bertolucci, e, imediatamente, cercados pelo grupo de aeromodelistas que já nos esperava. A empolgação de cada um deles estava escancarada em seus sorrisos. Todos falavam ao mesmo tempo. “Não é um brinquedo! Isso é muito sério!”, dizia um. “É mais difícil pilotar um aeromodelo do que um avião real, pois, quando ele passa por você os controles de comando se invertem. E isso acontece o tempo todo”, ensinava outro. Nem todos que ali estavam eram pilotos, como Bertolucci. Mas muitos


Naquele primeiro momento, ficou claro que, para aqueles destemidos pilotos (de aeromodelos, claro), as palavras de

É um hobby. Claramente! Com tudo o que está implícito nesta palavra. Normalmente, é uma atividade interessante que se goste muito de fazer nas horas vagas e para passar o tempo. Ou seja, é praticada por prazer, nos tempos livres. O hobby não é um trabalho e tem como objetivo o relaxamento de quem o pratica. É exatamente isso o que acontece, todos os dias, no platô do Gaba. Ao longo da semana, cerca de 20 aficionados se encontram lá.

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“Todo dia a insônia Me convence que o céu Faz tudo ficar infinito E que a solidão É pretensão de quem fica Escondido, fazendo fita” “Pro Dia Nascer Feliz”, Barão Vermelho

Cazuza do verso acima são muito reais. Ninguém fica sozinho quando o papo é decolar as pequenas aeronaves. E, sim, o céu que abriga os aviõezinhos e divide os espaços deles com aves, urubus e grandes aviões de carreira, faz tudo ficar infinito...

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trabalham ou trabalharam com aviação, de alguma forma. Sempre gostaram de aviões, fosse pilotando-os por dentro ou, como a maioria, por fora, com os pés fincados e firmes no chão.


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Mas, nos fins de semana, essa turma beira aos 70 praticantes de aeromodelismo. O mais incrível é que nem assim há congestionamento aéreo. “As pessoas vêm aqui porque gostam de encontrar os amigos, e não apenas para voar. Voar é apenas a desculpa”, explica Vladmir Figueiredo, o popular Vlad, que criou o Gaba há 10 anos, mas, como se aposentou da aviação em abril deste ano, agora pode se dedicar integralmente ao clube e os seus associados. “There’s a feeling I get when I look to the west And my spirit is crying for leaving In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees And the voices of those who stand looking It makes me wonder” “Stairway to Heaven”, Led Zeppelin E como voam! O platô, que tem uma pista de decolagem feita exclusivamente para aeromodelos, favorece tanto as deco-


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É, sim, um hobby. E também uma viagem, uma “piração”, que exige boa dedicação de quem o pratica. Dá para montar o seu próprio aeromodelo do zero, ou comprar os “quase prontos para voar” (tradução livre dos modelos Almost Ready to Fly – ARF), ou, ainda, contratar alguém que monte para você. A boa notícia é que, quase sempre, quem monta ou faz reparo e manutenção em aeromodelos também dá aulas de pilotagem e de técnicas de voo e malabarismos aéreos.

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lagens de aviões quanto de planadores. Quando pedimos que eles alinhassem suas aeronaves para as fotos, todos ficaram orgulhosos, tal qual meninos, com seus queridinhos. E tudo isso em meio a uma paisagem fantástica, onde os olhos se encantam e se perdem no horizonte. Se você não está controlando um aeromodelo, a vista, os pensamentos – e quem sabe até os sonhos – também voam longe...


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Mas, então, por tudo isso, por toda essa dedicação, esse amor... há uma tendência para a ciumeira, não? A namorada, noiva, esposa, companheira não se sente preterida pelos aviõezinhos? Nada! O Gaba – aliás, diferentemente dos outros clubes de aeromodelismo – trata bem de toda a família. É um dos poucos clubes que faz isso. O que, indubitavelmente, faz toda a diferença. Assim, qualquer pessoa que vá apenas para acompanhar ou assistir aos pilotos conta com um salão com TV, wi-fi, sofás, revistas, banheiros exclusivos, lanchonete.

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O céu é o limite? Gostar de aeromodelismo implica em dedicação, cuidado e uma dose de paixão. Montar um aeromodelo é tão fascinante que alguns fanáticos chegam a levar um ano, dia após dia, naquela missão detalhista, vitoriosa, quase ecumênica. E amam muito fazer tudo isso, mesmo que, no primeiro voo, seu filhote, cuidado com tanto carinho, se desfaça em pedaços no solo. Ainda assim, terá valido a pena.


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Isso é importante para evitar que o prazer se torne um problema, gere uma crise ou cause... rompimentos! Sim, porque, embora não seja um hobby muito caro – pelo contrário, é um dos mais acessíveis financeiramente – ele exige investimento, tanto financeiro quanto de tempo. “Felizmente, aqui no Gaba tivemos bem poucas separações nestes 10 anos. Não enchem nem uma mão”, contabiliza Vlad. Orgulhoso, ele revela que o seu maior truque não é a pista, o platô bem localizado, a lojinha, nem o conforto e as áreas de lazer. “É a comida que nós servimos! Tem gente que diz que vem até aqui só por causa do nosso restaurante!”, diverte-se Vlad, complementando que a culinária, que é servida apenas

nos fins de semana, segue a moda francesa: não há estoque de alimentos, já que ele compra apenas produtos sempre frescos, que são usados a cada sábado e domingo. Na pista, aeromodelos simples se misturam a outros, mais elaborados, com riqueza de detalhes. O espaço é deveras democrático e todos podem participar, independentemente do equipamento. O céu não é o limite, mas o bolso sim! Quem pode mais, investe mais. Simples assim. Nem idade é motivo: há pilotos de 15, 16 anos, até os com mais de 90 anos. Diz a lenda que, certa vez, um aeromodelista bastante experiente ficou um bom tempo pilotando um... urubu! “Mas fulano, cadê


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o seu avião?” “Está ali! Você não está vendo?” “Acho que quem não está vendo é o senhor.” A aeronave já havia se estatelado no chão há tempos, e ele seguia acompanhando um urubu, acreditando que fosse seu aeromodelo…

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Helicópteros e drones Mas não são apenas aviões e planadores que tomam de assalto os céus de Arujá. Muitos helicópteros e drones também são vistos por lá. Que o diga o especialista em malabarismo com helicópteros Julio Cesar, conhecido como Japa. “Eu sou advogado e trabalhava muito em um escritório. Tinha uma renda mensal excelente, muito boa mesmo. Mas não era feliz. Não o tanto que sou hoje”, confessa, acrescentando que sua dedicação aos malabarismos já rendeu participação em produções cinematográficas


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– pilotando drones que levavam câmeras – e até em apresentações internacionais, em feiras do setor, nos Estados Unidos. “It’s a beautiful day Sky falls, you feel like It’s a beautiful day Don’t let it get away” “Beatiful Day”, U2 O Japa domina esta “libélula frenética” da foto com uma facilidade e velocidade alucinantes. Quase nos hipnotiza e, então, lem-

bramos que é hora de partir. Extasiados, tomamos o caminho de volta com a certeza de que voltaremos um dia, quem sabe para decolar com as nossas próprias aeronaves. Ou apenas para saborear uma boa panqueca. E viajar em nossos pensamentos. Afinal, como bem disse o UB40, “that you must reach that horizon before the setting of the sun”. Gaba – www.gaba.com.br


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PRAZER

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Conjunto Navigator Feminino Este conjunto Navigator é um vestuário altamente funcional para aventura e viagem, integrando a mais recente tecnologia em tecidos repelentes da água e da sujeira que possibilitam a condução com tempo úmido, quente ou frio. Eurobike Triumph Triumph Porto Alegre (51)33737600 Triumph Ribeirão Preto (16)39657000 www.eurobike.com.br

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Além disso, pode ser acionada e configurada remotamente via celular, através de software opcional.

-D esligamento automático na ausência de uso por tempo prolongado. - Mensagem de voz informa etapas do banho.* - Essência pode ser adicionada de forma automática.* -F unção Keep Warm mantém a temperatura da água durante o tempo desejado.** - Higienização automática através da função Auto Clean.* - Autodiagnose com conexão à assistência técnica iHouse. - Integração com sistemas de automação de mercado. - Interface de comunicação wireless padrão ZigBee.*** - Possível emissão de relatório de consumo on line.

Existente em duas versões (SH 130 e SH 320) com as seguintes características:

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De ontem e de hoje


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Budapeste: a “Paris” do Leste Por Eduardo Petta | Fotos Carol Da Riva

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Calma, muita calma nesta hora! Há no título um claro exagero. Mas os exageros são bem aceitos nessa cidade de mulheres exageradamente lindas. A noite de Budapeste é uma festa! Outro exagero? Pois depende em qual porta se vai bater


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Renascida em 1989, após quase quarenta anos vestida de cinza com o paletó justo e apertado da cortina de ferro, a capital húngara Budapeste entra cada vez mais nos roteiros de turismo jovem da Europa.

segura em sua mão cadavérica uma cabeça humana. Os tempos estão mudando. Se há uma década era preciso gritar na rua, a clamar por um ser que falasse inglês, hoje, a juventude domina bem melhor a língua de Shakespeare.

O traje vetusto caiu. Veste apenas a pele dos mais velhos. Por trás das muralhas, castelos e monumentos imponentes, dança uma Budapeste com vinte anos de idade, despontando para o mundo, fresquinha, perfumada. Mantém os traços medievais, mas já se vislumbra a pós-moderna em galerias de arte, barzinhos badalados e animadas discotecas. Mulheres bonitas chacoalham a cintura soltas pela noite ao som de DJs undergrounds. A nova Budapeste é divertida como os grafismos e adornos cômicos de suas portas, janelas e telhados. Possui a picardia de colocar, em uma de suas tantas praças, estátuas como a de um Hamlet às avessas. Uma sátira onde o esqueleto

Mas, aviso aos navegantes: nem todos, nem todas. Se uma loira de olhos verdes faiscantes lhe dirigir o olhar, pode ser que ela vos fale só na língua pátria. Mas não é possível negar a beleza e o exotismo do dialeto magyar, como eles dizem, “a única língua que o diabo respeita”. Aos olhos e ouvidos ocidentais, seus letreiros, chiados e sussurros acabam por se converter em um dos charmes da cidade. Parafraseando Pessoa, “primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Pois entranhemos nesta cidade encantada pela marcha serpenteante das águas azuis do Danúbio, a demarcar com o tom sereno de uma valsa a geografia das paisagens.


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Um rio a unir e a dividir com suas águas uma cidade em dois nomes: a histórica e majestosa Buda, na margem oeste, com suas ruas e ladeiras arborizadas a sombrear belas residências; e a burguesa Peste, planície onde se espalham a leste: comércio, parques, teatros e um dos skylines mais impressionantes da velha Europa. Integrantes, durante a segunda metade do século 19 e até o final da Primeira Guerra Mundial, do Império Austro-Húngaro (1867-1918), os dois mundos antigos e bem diferentes de Buda e Peste se conectam hoje por nove pontes. Um conjunto arquitetônico harmonioso, pautado no feliz encontro da arte barroca com a art nouveau, do moderno tecnológico contemporâneo com resquícios old fashion dos tempos sob o domínio comunista. Um centro urbano para se circular ao ar livre em ônibus dos tempos soviéticos, ou pelo seu intricado mundo subterrâneo, cujo metrô, também desta época, leva a todos os lugares. Mas voltemos ao ar livre, às margens do Danúbio, onde turistas e nativos se encontram a pé, circulam pelas praças. Budapeste é uma cidade romântica, com espaço para os casais


Um bom começo de tudo é o castelo de Buda (na verdade o antigo Palácio Real). Do seu ponto mais alto, descortina-se uma vista panorâmica que ajuda a se situar nas cercanias. Nas proximidades do castelo, há um gracioso bairro medieval e uma atra-

No centro de Buda, a ponte próxima ao Parque Margareth, na ilha de mesmo nome, propicia outro ponto de vista privilegiado. Ciclistas passeiam pelo parque e emprestam um colorido à paisagem. Cores que se misturam ao som do burburinho das famílias e casais no parque, a dar um tom alegre, romântico e jovial, sem deixar de lado uma aura de imponência à capital magyar. Outro parque encantador de Buda é o Tabán. Conhecê-lo é uma boa desculpa para comer no Borpiac, que fica num lugar bem

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Caminhando

ção surpreendente: o labirinto do castelo de Buda. Trata-se de uma enorme gruta natural de calcário, antigo refúgio de homens pré-históricos, cujas galerias foram posteriormente ligadas ao palácio por razões militares, durante a Guerra Fria. Relaxe. Hoje os fortes soldados ganham a vida colocando uma águia no seu braço. Por alguns euros – é claro.

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andarem de mãos dadas, principalmente ao raiar da primavera. Não é difícil entender a paixão do personagem José Costa, o ghost-writer do romance de Chico Buarque, que se perdeu em amores e de amores pela capital húngara – e pela irresistível Kiska, é verdade. Em Budapeste, é mesmo preciso se perder para se encontrar. Andar, flanar pela cidade, conhecer gente que é do povo – e que fale inglês, de preferência. Apenas uma dica: decore a palavra köszönöm (algo como “cãssanam”), que significa obrigado, e portas irão se abrir. Agora é caminhar.


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escondidinho, mas tem ótima cozinha húngara e carta de vinhos especial. O vinho húngaro não é de se dispensar. Existem 22 áreas vinícolas no país, sendo que as de Tokaj e as de Eger estão entre as mais conhecidas. De Eger vem, por exemplo, o Egri Bikavér (sangue de boi de Éger). Dizem que, em 1552, a cidade foi

cercada pelos turcos durante um mês. Os inimigos se assustaram com a força dos húngaros e diziam que estes provavelmente bebiam sangue de boi. A culinária rica em carne de Budapeste também merece ser desfrutada. Seus pratos são carregados na páprica, do tipo doce ou picante. Um dos mais tradicionais é o gulyás, uma sopa que


leva carne, cebola e batata. Também há um prato parecido com o goulash, um cozido chamado de pörkölt.

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Ainda em Peste, vale a pena conhecer o Parlamento, de estilo neo-gótico e muito parecido com o Parlamento inglês, e a Catedral de São Estevão, homenagem ao rei cristão da Hungria, coroado no ano 1000 por Roma e depois canonizado santo. Uma herança católica que ainda hoje os dez milhões de húngaros, dois milhões deles em Budapeste, fazem questão de perpetuar. Seja você cristão ou não, para coroar qualquer passeio que se faça em Budapeste tenha em mente terminar num dos tantos balneários de águas termais, para relaxar. O Széchezyi, no

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Já do lado de Peste, estão alguns endereços chiques, como o Four Season Hotel, sem dúvida o hotel com a melhor vista da cidade, e a Vigadó Ter, praça com alguns bares e cafés agradáveis.


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City Park, é o mais tradicional. Uma vez lá, de banho tomado, corpo purificado, aproveite para visitar o castelo Vajdahunyad, cujo jardim intimista cercado por lagoas é um ótimo refúgio na cidade. E ainda estique cinco minutos a pé até a Praça dos Heróis, monumento que fica no começo da aristocrática Andrassy, espécie de Champ Elisées de Budapeste, onde se encontram as embaixadas e alguns hotéis e restaurantes exclusivos. Na esquina da Andrassy fica a livraria Irok Boltja, a antítese das grandes livrarias-supermercados que se espalha ram pelo mundo e que faz sonhar qualquer devorador de livros à moda antiga. O local, que também figura no livro e no filme Budapeste, de Chico Buarque, existe há mais de trinta anos e foi reformado há cinco, quando trocou a direção. Pela livraria circulam jovens bem


DEVANEIO vestidos e interessados pela leitura, uma das paixões dos novos húngaros – assim como a noite.

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A noite é que é Pois se os dias são mesmo bárbaros em Budapeste, descubra que a noite é que é tudo de bom. Comece em Peste, no passeio da rua Liszt Ferenc, próximo à Opera House. Em apenas uma quadra concentram-se diversos bares e restaurantes, alguns chiques, outros mais populares. O Fresco, de visual mouro futurista, é point de gente cool. Se você tem entre 20 e 40 anos, tente o Barokko, com ares de night club dos anos 1980, ótimos drinks e um pouco mais de descontração no subsolo. Ainda há outros. A Liszt Ferenc é perfeita para um começo de noite ou para se ambientar à vida noturna da cidade. Outro lugar a se pensar antes de sair é Váci Utka, a artéria comercial da cidade e ponto de referência da região central, onde fica o antigo bairro judeu, local da Grande Sinagoga da Europa.


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O mais radical deles é o Szimpla, um lugar onde é possível passar na frente por várias vezes sem suspeitar que o que rola lá dentro é tão divertido. Para chegar ao seu interior, entra-se por um corredor escuro de uma rua deserta nas redondezas da Sinagoga, até dar de cara com essa mistura de bar, casa noturna e centro cultural. A decoração incorpora o ar decadente de uma casa em ruínas e procura dar um clima alegre com

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Em reconstrução, o bairro é cheio de cantinhos escondidos, galerias com lojas descoladas e uma cena muito interessante. É que em Budapeste criou-se uma tradição de se abrir bares em prédios abandonados, espécies de ocupações autorizadas. Um reflexo do espírito underground que a cidade parece transpirar. Paga-se uma renda ao senhorio, até que este se decida por demolir a construção, espalha-se mesas, banquinhos, cerveja, música, e voilá, mágica: ferve de gente.


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objetos diversos de demolição. Há internet wireless livre e muita gente passa o dia ali trabalhando, numa boa. Todas as terças, no começo da noite, há jazz ao vivo. Uma vez aquecido, pé na noite apenas para crescidos. Destino: o Gödör Klub, escondido numa espécie de subterrâneo da Praça Erzsébet. O espaço é amplo e bem iluminado. Logo na entrada, no palco: shows de rock. O bar fica em espaço separado

e conta com mesas de bilhar. Por fim, para bem mais tarde, só para aqueles que possuem o coração da madrugada, a sugestão é perder-se no West-Balkán. Não dá para resistir à alegria da pista. O DJ incendeia com uma mistura de música cigana húngara e beats de eletrônica. Alquimia que coloca toda a gente para dançar. Brincadeira que só acaba quando o dia amanhece. Para a nova geração húngara (e para os seus sortudos visitantes), Budapeste é mesmo uma festa.


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