Eurobike magazine #36

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COLABORADORES

Editorial: Eduardo R. da Cunha Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da Cunha Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Patricia Miller Publicidade: Eduardo Rocha – eduardo@custompress.com.br Preparação e revisão: Denis Araki Produção: Custom Press Comunicação Tiragem desta edição: 11.550 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista. Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, MINI e Porsche Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: 16 3965 7000 Website: www.eurobikemagazine.com.br e-mail: contato@eurobikemagazine.com.br Ouvidoria:www.eurobike.com.br/ouvidoria – 0800 077 7000

Carol da Riva

Érico Hiller

Cristiano Xavier

Oscar Pilagallo

Eduardo Petta

Percy Faro

Eduardo Sardinha

Eurobike na internet www.eurobike.com.br

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Av. Amarilis, 95 Cidade Jardim - São Paulo - SP CEP - 05673-030 Tels.: 11 99250-6160 www.custompress.com.br contato@custompress.com.br


EDITORIAL

Caro leitor, O momento é de retomada – da economia e dos planos que fizemos para o ano novo. Hora de movimentar energias e envidar esforços para alcançar os objetivos propostos. Criatividade, adaptações e novas possibilidades se fazem necessário. Nesse sentido, o Grupo Eurobike aposta fortemente nos lançamentos de suas marcas representadas e tem o prazer de compartilhar com seus clientes o que vem por aí, sempre com o intuito de oferecer a maior gama de opções, para todas as necessidades, sem perder qualidade. Já recebemos o novo Audi A3 e o Audi Q7 diesel! Sem contar o Range Rover Evoque Cabrio. A partir de abril, desembarcam os novos Porsche 911 GTS, MINI Countryman, os modelos Audi A5 e Q5 e BMW Série 5, que já estão disponíveis para pré-venda. Ainda neste semestre chega também a BMW G310R. Além, é claro, do Porsche Cayman, do Panamera e do Cayenne S E-Hybrid, este último apresentado nas páginas seguintes. Venha experimentar! Nesta edição acompanhamos o belo – e inspirador – trabalho de Renata Maluf à frente da Fundação Julita. Um grande exemplo de que, entre o querer e o fazer, está a ação. E os resultados são muito positivos. Valorizar fontes de energia alternativa é uma de nossas bandeiras, e já falamos algumas vezes sobre energia solar. Portanto, é com muita satisfação que apresentamos, nas páginas centrais, o sensacional Cayenne S E-Hybrid pelas lentes de Eduardo Sardinha, nas dependências da Usina Solar Tanquinho, em Campinas. Põe solar nisso! Sabemos que adrenalina e prazer estão intimamente ligados, mas poucos imaginam até onde isso pode chegar. Cristiano Xavier, fotógrafo e caçador de tornados, nos leva para uma inacreditável experiência de observar esses fenômenos. Você teria coragem? Ele organiza expedições para os turistas mais destemidos. Para finalizar, como depois da tempestade sempre vem a calmaria, o clima muda completamente. Carol e Eduardo Petta nos mostram a dourada Mianmar, que convida à meditação e à contemplação. Boa leitura! Um grande abraço,

Henry Visconde Presidente




#36 JAN|FEV|MAR|ABR 2017


8. RAZÃO 10. NO EMBALO DA SOLIDARIEDADE

16. EMOÇÃO 18. PORSCHE CAYENNE S E-HYBRID 31. OPCIONAIS E ACESSÓRIOS 32. TRADIÇÃO HIBRIDA 34. PERFIL: PORSCHE PANAMERA EM NÚMEROS 36. UMA VIAGEM DE SONHO 44. EUROBIKE ADVENTURE TRIP

56. PRAZER 58. CAÇADOR DE TORNADOS 72. ACHADOS E IMPERDÍVEIS NA EUROBIKE

74. DEVANEIO 76. MIANMAR: UMA VIAGEM NO TEMPO


RAZÃO


10. “Pelo preço de um jantar, é possível ajudar a transformar a vida de mais de mil crianças de baixa renda atendidas pela Fundação Julita”


RAZÃO ENTREVISTA


No embalo da solidariedade Renata Maluf ajuda a viabilizar a Fundação Julita com uma festa tão animada quanto filantrópica

Por Oscar Pilagallo Fotos Érico Hiller

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Divulgação

RAZÃO ENTREVISTA

Em um sábado de junho de 2015, o frio teimoso do inverno paulistano era um convite sedutor para se passar a madrugada em casa, diante da TV e de uma cumbuca de pipoca. A partir das dez da noite, no entanto, centenas de pessoas desafiaram as baixas temperaturas e começaram a desembarcar no Espaço Traffô, na Vila Olímpia. Uma delas era Renata Maluf, que dias antes deixara a presidência da Fundação Julita, cargo que ocupara nos cinco anos anteriores. Como os outros convidados, ela espantou o frio dançando madrugada adentro ao som do DJ Milton Chuquer e do percussionista Paulo Campos, artistas que têm no currículo a animação de festas de celebridades, como as de Athina Onassis. Mas Renata tinha uma razão a mais para estar feliz naquela noite, além da alta voltagem da diversão. O fato é que o sucesso do evento — uma ideia que ela colocou de pé pela primeira vez em 2010 — gerava fundos para viabilizar financeiramente o antigo projeto filantrópico da fundação situada na carente Zona Sul de São Paulo, a poucos quilômetros da balada. Desde então, a festa beneficente “Fazer o Bem Faz Muito Bem”, incorporada ao calendário anual da entidade, representa uma fonte importante e permanente de recursos. “Pelo preço de um jantar, é possível ajudar a transformar a vida de mais de mil crianças de baixa renda atendidas pela Fundação Julita”, diz Renata.

Com uma folha de pagamentos de 120 funcionários — dos quais 40 educadores —, a Fundação Julita depende da contribuição de pessoas, físicas e jurídicas. Da receita de R$ 6 milhões prevista para este ano, por exemplo, apenas dois terços virá de dinheiro público, por meio de um convênio mantido com a prefeitura de São Paulo. Quanto ao terço restante, não está garantido, e é preciso sempre correr atrás, uma necessidade ainda mais premente em momentos de crise econômica. Parte do dinheiro que falta para fechar as contas vem de empresas de telefonia, que alugam um pequeno pedaço do terreno da fundação, onde estão instaladas antenas. Outra parte vem do aluguel de um imóvel da entidade. A iniciativa privada também comparece. Todas essas rendas juntas, porém, não são suficientes. Daí a relevância da festa anual criada por Renata, que permite a renovação, a cada ano, de uma iniciativa filantrópica que já contempla no horizonte a marca de sete décadas. A fundação foi criada por Antônio Manoel Alves de Lima, filho de Octaviano Augusto, pioneiro da exportação de café brasileiro. A atividade do pai, levada adiante pelo herdeiro, chegou a chamar a atenção de Olavo Bilac. Certo dia, em visita a Buenos Aires, o poeta olhou um edifício e registrou em tom parnasiano: “Casa querida! Como tu lembras, aqui, no estrangeiro, todas as casas da minha vida”.


Divulgação

Ele se referia à sede do Café Paulista, fundada por Octaviano, cujo produto — assim dizia o slogan — era “o melhor do mundo”. Nos primórdios da República, o nome com o qual seria batizada a fundação entra na história. É uma história de amor que tem como protagonistas representantes da mais fina flor da aristocracia paulistana. Em 1898, Antônio Manoel se casa com Julita Prado, sobrinha do primeiro prefeito de São Paulo, Antônio da Silva Prado, cuja família era dona dos melhores endereços da cidade. Viveram juntos por quase meio século, até Julita morrer, em 1945. Segundo o mito ainda corrente na fundação, ela teria voltado num sonho do marido e pedido que ele construísse uma escola na região mais ensolarada de suas terras. Em 6 de dezembro de 1951 é constituída a Fundação Julita. De acordo com o primeiro estatuto, a missão da entidade era construir casas para abrigar famílias da zona rural e criar um espaço em que elas pudessem morar, plantar e vender seus produtos de forma cooperada. Foram construídas quatro casas de dois quartos, de tão boa qualidade que resistiram ao tempo, tanto que hoje uma delas foi adaptada para servir ao setor administrativo da fundação. Além disso, a entidade oferecia às crianças assistência médica, educação, alimentação e orientação profissional. A natureza mais assistencialista da fundação permaneceu a mesma até

1969, quando Antônio Manoel, que a presidiu desde o início, morreu aos 96 anos. A Fundação Julita é um oásis em meio à violência das comunidades ao seu redor, entre elas as do Jardim Ângela, Capão Redondo e Jardim São Luiz, que se espalham entre as subprefeituras de Campo Limpo e de M’Boi Mirim, ambas às voltas com problemas recorrentes derivados de infraestrutura inadequada nas áreas de transporte, educação e saúde. Trata-se de um lugar muito diferente daquele que, nos anos 1950, Antônio Manoel escolheu para sediar a entidade e onde comprou um terreno de quase 60 mil metros quadrados, dos quais cerca de 80% constituem a propriedade da fundação. Na época, com o processo de ocupação apenas engatinhando, a região ainda era considerada rural, dominada por chácaras e sítios que aos poucos se desmembravam em lotes menores. São Paulo acelerava o desenvolvimento econômico e a Fundação Julita atraía trabalhadores que vinham de longe para se empregar nas primeiras indústrias da vizinha Santo Amaro. Não distante da represa do Guarapiranga, era uma área aprazível, conhecida como Riviera Paulista, uma referência algo exagerada ao chique litoral mediterrâneo da França. Renata Maluf entrou para a fundação como voluntária, atendendo a um convite para participar de sua diretoria, Eurobike magazine 12 | 13


RAZÃO ENTREVISTA durante a gestão de Lucien Bernard Mulder Belmonte, que a partir de 2003 moldou o perfil atual da entidade, centrado no atendimento das comunidades locais. A decisão de se dedicar à fundação foi uma decorrência natural da formação humanística dessa ex-aluna do tradicional Colégio São Luís. Adolescente nos anos 1980, ela testemunhava a atividade socialmente solidária dos padres jesuítas. “Eu sempre quis fazer um trabalho social relevante”, diz Renata. A oportunidade surgiu em 2010, quando, para sua surpresa, foi indicada para assumir a presidência da fundação. Queria intensificar o trabalho voluntário, mas teve antes que vencer uma resistência inicial, provocada pela impressão de não estar suficientemente preparada para o cargo. Afinal, sua experiência profissional é de advogada especializada na área de direito imobiliário — ela é o “M” do conceituado escritório MGB Advogados, que mantém com outros dois sócios. A impressão estava errada, e nos cinco anos seguintes Renata manteve a entidade nos trilhos, até passar o bastão a Hélcio Alcides Nosé. Hoje, com mais de 60 anos de serviços prestados, a Fundação Julita é uma referência no terceiro setor. A excelência pode ser notada já a partir da intensa arborização. A área verde preservada abriga a Fazendinha, com cavalos, vacas, galinhas, coelhos e até ovelhas. Os animais, mantidos soltos na propriedade, dão às crianças de uma inóspita periferia da cidade a sensação de estar no interior, desfrutando as tais “terras ensolaradas” da mensagem onírica de Julita. Palco de atividades de conscientização ambiental, o espaço dispõe de tecnologias relacionadas ao uso da água e energia e à reciclagem de resíduos sólidos. O Centro de Educação Ambiental prevê o desenvolvimento de pesquisa e a utilização de bioconstruções para ampliar a infraestrutura local.

presentes no terreno: castanheiro, ipê-amarelo, paineira e araucária.

O bosque é dotado de centros de cultura, esportes e saúde. A fundação oferece oficinas de música, fotografia e expressão corporal, além de disponibilizar para a comunidade uma biblioteca com acervo de cerca de 15 mil livros. Com quatro quadras poliesportivas, promove jogos, sete dias por semana, para 2.500 adolescentes, com direito a refeições supervisionadas por nutricionistas. Na área da saúde, provê atendimento psicológico e odontológico, fornece informações sobre controles de doenças e dependência química, estimula hábitos saudáveis de higiene e incentiva a prática de meditação.

O Programa Castanheira é dedicado à educação infantil, promovendo o desenvolvimento integral das crianças, através de atividades culturais, ambientais, esportivas e de cidadania. O Ipê-Amarelo é voltado para a educação complementar, com a realização de oficinas de maracatu e percussão, artes visuais, dança, comunicação, expressão e criação. Algumas atividades visam a mediação de conflitos. O foco do Paineira é o mundo do trabalho, incluindo técnicas comerciais e administrativas. E o Programa Araucária atende aos idosos, que contam com programação cultural, rodas de leitura, além de aulas de relaxamento e meditação.

Embora estabeleça uma conexão intensa com os moradores de todo seu entorno, a Fundação Julita tem vocação especial para o ensino das crianças e dos adolescentes. No primeiro ano da gestão de Renata, os programas educacionais foram divididos em quatro pilares batizados com nomes de árvores

Para Renata, a maior recompensa do trabalho voluntário é poder observar o resultado — simbolizado no caso do exaluno da fundação que se tornou educador — e saber que aquilo se deve em parte aos embalos de solidariedade social que ela um dia idealizou.



EMOÇÃO


18. Porsche Cayenne S E-Hybrid 31. Opcionais e acessórios 32. “Tudo começou em 1899 com o Lohner Porsche, primeiro veículo do mundo a contar com um motor elétrico, alimentado por bateria” 34. Porsche Panamera 36. “Tudo foi pensado e planejado para criar um roteiro rico e repleto de atividades para encantar as pessoas” 44. “Sempre com o intuito de quebrar a rotina, de sair fora do perfil de uso diário de seus carros, agregando aventura e momentos prazerosos, seja na convivência, seja nas atividades”


EMOÇÃO ENSAIO

PORSCHE CAYENNE S E-HYBRID POR EDUARDO SARDINHA


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EMOÇÃO ENSAIO


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EMOÇÃO ENSAIO


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EMOÇÃO ENSAIO

Agradecemos à CPFL, que gentilmente nos deu acesso à Usina Solar Tanquinho para a produção deste ensaio


OPCIONAIS E ACESSÓRIOS

Proteções das soleiras das portas em carbono, iluminado

Cabo de energia para estações de carga públicas

Estação de carga doméstica

Tampa do tanque de combustível com fecho de segurança

Cárter protetor do porta-malas impermeável e lavável

Ponteiras de escape esportivas em aço inox

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EMOÇÃO ENSAIO

Tradição hibrida Por Percy Faro

Tudo começou em 1899 com o Lohner Porsche, primeiro veículo do mundo a contar com um motor elétrico, alimentado por bateria, juntamente com um propulsor a combustão, que foi projetado e construído por Ferdinand Porsche. Hoje, passados quase 120 anos de constante evolução, faz parte da ampla gama de produtos da marca alemã a nova geração do Cayenne, composta pelas versões Turbo, S e S E-Hybrid, que se destacam pela eficiência, prazer ao dirigir e alto desempenho.

Potência e torque foram aumentados e a economia de combustível melhorada. O fabricante afirma que não são metas incompatíveis ou contraditórias. Elas foram possíveis graças às diversas modificações individuais em todo o sistema de transmissão. Por exemplo, as novas versões do Cayenne consomem uma quantidade significativamente menor de combustível devido à sua função de marcha neutra, à função “auto stop-start plus” ainda mais avançada e à gestão térmica otimizada.

O Cayenne S E-Hybrid é também o primeiro hibrido na categoria de SUVs de luxo. O modelo é uma história de sucesso na Porsche. A empresa apresentou a primeira geração em 2002 e o veículo transformou em realidade a ideia de um carro esportivo no segmento. Ele determinou padrões de referência desde o início. Mantendo posição de destaque na categoria, acomoda até cinco passageiros, possui grande quantidade de equipamentos, acabamento de luxo e oferece muito espaço.

Aletas de resfriamento de ar estão sendo usadas pela primeira vez no Cayenne. Situadas por trás da abertura de admissão de ar central e controladas pela gestão do motor, elas abrem ou fecham de acordo com a situação de direção e necessidades de resfriamento específicas. Assim, elas ajustam o volume de ar disponível para o resfriamento. Quando fechadas, melhoram a aerodinâmica, o que reduz a força de arrasto do ar e proporciona economia de combustível.

O avanço técnico do S E-Hybrid é grande em comparação ao Cayenne S Hybrid anterior. Equipado com uma bateria de tração de íon de lítio com capacidade de energia de 10,9 kWh, resulta em uma autonomia, apenas no modo elétrico, de 18 a 36 km, dependendo do estilo de direção e da topografia da rota. A potência do motor elétrico foi mais do que dobrada, pulou de 47,6 cv (34 kW) para 96,3 cv (70 kW). O Cayenne S E-Hybrid roda, em média, 29,4 km/l (79 g/ km de CO2). O motor V6 de três litros com supercompressor (337 cv/245 kW) e o motor elétrico geram uma potência combinada de 421 cv (306 kW) a 5.500 rpm e um torque total de 590 Nm entre 1.250 a 4.000 rpm. São valores que representam desempenho de carro esportivo. Faz de zero a 100 km/h em 5,9 segundos e atinge velocidade máxima de 243 km/h – a velocidade máxima usando apenas o motor elétrico é de 125 km/h. A bateria de tração pode ser carregada com uma tomada elétrica ou mesmo enquanto o carro está sendo dirigido.

Para a mais recente geração do Cayenne, os projetistas da Porsche trabalharam em um design ainda mais afilado. O estilo da dianteira do veículo, das asas frontais e do capô é completamente novo. As aletas complementam o forte apelo visual. A traseira, igualmente atualizada, apresenta uma disposição do conjunto ótico que cria efeito tridimensional e as luzes de freio, assim como os faróis de LED na dianteira, foram projetadas com quatro elementos. Os projetistas também não pouparam esforços em relação ao espaço ocupado pelo condutor, que agora conta com um novo volante esportivo multifuncional, com borboletas para troca de marchas localizadas na parte de trás do volante – seu visual e suas funções se baseiam no volante do 918 Spyder de competição. Os bancos traseiros ficaram ainda mais confortáveis e a ventilação dos assentos traseiros pode ser encomendada como opcional.


CAYENNE S E-Hybrid MOTOR Número de cilindros: 6 Cilindrada: 2.995 cm³ Potência: Motor a Combustão: 245 kW (333 CV); Motor Elétrico: 70 kW (95 CV); Sistema total: 306 kW (416 CV) Torque máximo: Motor a Combustão: 440 Nm; Motor Elétrico: 310 Nm; Sistema total: 590 Nm Taxa de compressão: 10.5 : 1 Transmissão: Automática Tiptronic S de 8 velocidades CONSUMO E EMISSÕES Urbano l/100km (EU5): ND Rodoviário l/100 km (EU5): ND Combinado l/100 km (EU5): 3,4 Emissões CO2 em g/km: 79 Ciclo combinado de consumo de corrente eléctrica em kWh/100 km: 20,8 - 18,6

PERFORMANCE Velocidade máxima: 243 km/h Aceleração dos 0 - 100 km/h: 5,9 s Aceleração (80 - 120 km/h): 3,9 s DADOS TÉCNICOS Comprimento: 4.855 mm Largura: 1.939 mm Altura: 1.705 mm Distância entre eixos: 2.895 mm Coeficiente aerodinâmico (Cx): 0.36 Peso vazio (DIN): 2.350 kg Peso máximo admissível: 3.050 kg Capacidade do porta malas: 1.690 l Reservatório de combustível: 80 l

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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA


UMA VIAGEM DE SONHO A primeira viagem internacional organizada pelo Grupo Eurobike para seus clientes não deixou por menos: um tour pelas fábricas e museus da Audi, Porsche e BMW na Alemanha

O intuito da viagem foi proporcionar uma experiência inesquecível e com todo o conforto a um grupo que tem muitos interesses em comum, entre eles a paixão pelas marcas que representamos. Foi a primeira viagem internacional da Eurobike, e por isso o roteiro foi escolhido a dedo: Munique, Ingolstadt, Dingolfing, Ludwigsburg, Wurzburg, Leipzig, Bayreuth e Stuttgart. É claro que você pode ir sozinho para a Alemanha, fazer os tours, visitar os museus e até as fábricas, mas nossa viagem não foi apenas isso. Tudo foi pensado e planejado para criar um roteiro rico e repleto de atividades para encantar. Da degustação de vinho em uma vinícola antiquíssima até dirigir um Porsche em uma Autobahn. O grupo foi rapidamente formado por clientes do Brasil inteiro: Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Uberlândia, Olímpia e Vitória. Pessoas incríveis com as quais aprendemos muito, e a convivência durante esses dez dias foi fantástica. O programa foi montado em função da visita às fábricas – sonho de todos os clientes – e aos museus, além, é claro, de pontos turísticos de interesse de todos. A chegada foi em Munique, onde visitamos o BMW World, que tem duas atrações principais: um showroom apresentando todas as novidades BMW, MINI, Rolls-Royce e BMW Motorrad, com butique de lifestyle onde acontecem até entregas de veículos para clientes, ou seja, um lugar repleto de novidades; e o museu, com toda a história da BMW, os carros, as motocicletas, muito bem montado, detalhado, lindo. Em Ingolstadt conhecemos o museu da Audi, com carros clássicos incríveis: o primeiro Audi, modelos de competição, relíquias protegidas por redomas de vidro, de tão preciosas, e um carro que ficou perdido no deserto por quarenta anos e foi resgatado inteiro. Eurobike magazine 36 | 37


EMOÇÃO EXPERIÊNCIA


Visitamos a fábrica da BMW em Dingolfing, objeto de grande expectativa por nós. Tecnologia levada ao extremo. Tudo automatizado. Vimos o processo do alumínio se transformando em para-choque, por exemplo, a perfeita e milimétrica junção do motor com a parte superior do carro – o momento do “casamento” – , ponto alto nas três fábricas em que estivemos. Fomos a Ludwigsburg, onde aconteceu um dos eventos mais esperados, a locação dos carros no Porsche Travel Club, em

modelos 911, para o passeio pela estrada. Os cliente trocaram os carros entre eles ao longo do percurso, experimentando as variadas opções, foi muito bom! A Porsche Travel oferece uma estrutura fantástica. Um briefing antes do passeio explica todos os detalhes. Sorrisos não faltaram. Cada cliente recebeu um kit de “mimos Porsche”. Para chegar a Stuttgart, viajamos com os carros por uma região de serra, passando por construções medievais, paradas para sessão de fotos em lugares que mais pareciam Eurobike magazine 38 | 39


EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

pinturas, cafés em locais charmosos, tudo em grande estilo, sob a supervisão dos guias. O ponto alto desse percurso foi quando nosso comboio pôde, então, acelerar na Autobahn. Chegando em Stuttgart, um super almoço no restaurante da Porsche e um importante aprendizado: na próxima viagem já sabemos que serão necessários mais dias com os carros! Em Ludwigsburg e Wurzburg, cidadezinhas medievais em meio às árvores amarelas e vermelhas de outono, montamos uma programação também muito prazerosa, com visita a uma produtora de vinhos, a Burgerspital Weingut, onde aprendemos que Ludwigsburg tem os três tipos de solo apropriados para produção de vinho. Degustamos o premiado riesling, o mais consumido na Alemanha, e vimos todo o processo de fabricação e os belos tonéis de madeira entalhada onde ele é armazenado. A vinícola é muito antiga e tradicional. Um fato curioso é que após a Segunda Guerra Mundial foram encontradas, em meio aos destroços, garrafas intactas. De lá para Leipzig, onde visitamos a fábrica da Porsche e um museu em formato de diamante, com relíquias como o


trator Porsche e um 911 GT3 RS violeta, que deixou todos de queixo caído. Visitamos a produção do novo Panamera antes mesmo que chegasse ao Brasil (nessa fábrica se produz Cayenne, Macan e Panamera), e pudemos comprovar que a fabricação da Porsche é artesanal. Ali se pode observar a paixão que os funcionários nutrem pelo produto, principalmente no momento da fixação do emblema Porsche. Assistimos à montagem do Cayenne híbrido e de modelos personalizados sendo produzidos sob encomenda, enfim, ficamos impressionados com o nível de detalhamento.

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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

Após a visita à fábrica, almoçamos no próprio espaço, em um restaurante cuja vista é a pista onde acontecem os testes, o que deixou todos ainda mais eufóricos para fazer os cursos de pilotagem lá disponíveis. Para a próxima vez, já pensamos em programá-los antes do passeio com os carros. Visitamos Bayreuth, uma cidadezinha muito charmosa no caminho de volta para Stuttgart, onde está a fábrica em que se produzem os esportivos da Porsche. O prédio mantém a arquitetura original e a linha de montagem é fascinante, com carros de todas as cores. A produção dos superesportivos é a mais artesanal de todas.


O museu da Porsche, em Stuttgart, é incrível. Abriga vários modelos da marca e, inclusive, o primeiro fusca produzido a pedido de Hitler. Para finalizar, visitamos o museu da Mercedes, que conta a história do automóvel e da evolução da sociedade, não apenas da marca. Muito bonito também. Todos muitos satisfeitos, voltamos ao Brasil.

e o departamento de marketing conseguiram reunir todos os elementos para que a experiência fosse um sucesso. E foi. Superou não só as nossas, mas também as expectativas de nossos clientes. Tivemos dez dias de agradável convívio, de amizade mesmo. Somos muito gratos pela confiança em nós depositada e pela oportunidade de poder proporcionar essa experiência tão enriquecedora. Por isso já estamos programando a próxima. Aguardem novidades!

Quando decidimos realizar essa viagem, idealizada por Rogério Motta, nosso gestor de Porsche, BMW e MINI de Brasília, imaginamos ter um enorme desafio pela frente. Mas ele Eurobike magazine 42 | 43


EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

Eurobike Adventure Trip

Por Eduardo Rocha Fotos Rômulo Augusto


A edição mais recente do Eurobike Adventure Trip aconteceu em Dourado, SP, no final do ano passado, e como não poderia deixar de ser, foi muito bacana Conhecer novos lugares é sempre muito bom. Saí de São Paulo com destino a Dourado, centro geométrico do Estado de São Paulo, com um Land Rover nem tão antigo, mas raro – apenas dez unidades rodando no Brasil –, um Discovery I com motor V8 e câmbio manual (muito bom de dirigir). Comprei de um colecionador de Itaipava, RJ, que entre mais de 50 clássicos guardados em sua garagem (alguns de valores impensáveis) tinha esse modelo 1997, esquecido no meio de tantas raridades, e que sempre esteve na minha lista dos desejos.

Quem tem Land Rover gosta dos novos e dos antigos. Sabe que um antigo tem seu valor e, portanto, precisa ser preservado. Após uma revisão rápida de motor e suspensão, o carro ganhou diversos itens novos para tornar sua condução mais do que agradável. Então, pé na estrada, pois o Eurobike Adventure Trip me aguardava. Atravessei por terra de Brotas a Dourado, com um pôr do sol muito bonito. Foram cerca de 45 minutos de viagem. Eurobike magazine 44 | 45


EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

Cheguei no Santa Clara Eco Resort, que à noite não revela toda sua beleza, mas já mostra, em suas instalações, ser um hotel bastante diferenciado. Fui encontrar o grupo no restaurante que, aliás, é digno de menção. Variedade imensa de pratos, para todos os gostos. Tudo muito refinado, sem ser pretensioso. Jantamos, conversamos um pouco e peguei um Range Rover Evoque da organização para voltar ao meu hotel em Brotas, pois minha agenda começava cedo. Já havia dirigido o modelo em outras ocasiões, inclusive em estradas de terra na Serra da Canastra, e cada vez gosto mais. Confortável, tecnológico e, sobretudo, muito firme. Uma delícia no asfalto e na terra também. Como sempre, um Range Rover. No dia seguinte acordei cedo, com café reforçado, e parti para a Pousada Primavera da Serra, onde passamos o dia.

Primavera da Serra é um dos meus locais prediletos no Brasil. Rústico, mas sofisticado, e extremamente acolhedor, com suas construções do tempo do café. É como voltar no tempo de criança, quando passava temporadas na fazenda do meu avô ou dos amigos. Ideal para férias com crianças. Fui o primeiro a chegar e aproveitei para fazer algumas fotos e apreciar a paisagem, com um irresistível aroma no ar, de costela assando há mais de 6 horas no fogo de chão. A equipe do Adventure Trip sempre nos prepara surpresas como essa. Uma tortura, para quem ama um bom churrasco. O Eurobike Adventure Trip proporciona experiências únicas aos clientes Land Rover do Grupo Eurobike. Sempre com o intuito de quebrar a rotina, de sair fora do perfil de uso diário de seus carros, agregando aventura e momentos prazerosos, seja na convivência, seja nas atividades. O bom gosto é uma marca registrada.


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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

Logo chegou o nosso grupo, vindo de Dourado. Cafezinho fresco, briefing rápido e fomos para a pista cuidar da diversão e aprender com nossos instrutores. Começamos com uma forte descida para entrar na mata, seguida de um trecho bem sinuoso e apertado até a saída. Solo bem úmido e escorregadio. Depois, a pista e todos os seus obstáculos. Aclives muito fortes, depressões cheias de água, trechos com forte inclinação lateral. O sol quente e o calor recomendaram que fizéssemos uma pausa para o almoço, a tal costela, que nesse momento já estava com umas 10 horas de fogo. Após um rápido descanso e cafezinho, começou a pro-

gramação da tarde. Hora de voltar para o playground. Agora com lama. Com recursos como o Terrain Response e o Hill Descent Control, os Evoque enfrentam com tranquilidade terrenos diversos. Mas é essencial que o proprietário aprenda a usar e tire o máximo da tecnologia disponível. Voltamos à pista, que possuía diferentes níveis de atoleiro. Todos instruídos, passaram com tranquilidade. O que mais agradou foi um longo trecho de lama em diferentes estados, muita água e alguns buracos submersos, que garantiram o entretenimento. Aquele foi um momento multiplicador de sorrisos. Muito divertido.


O sol quente e o calor recomendaram que fizÊssemos uma pausa para o almoço, a tal costela, que nesse momento jå estava com umas 10 horas de fogo

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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

Na estrada vê-se que a região é muito bonita, mas quase totalmente cultivada. As áreas preservadas se resumem aos morros e entornos de rios. Paramos apenas para algumas fotos em locais mais altos.

muito refinado e bem cuidado. Fomos à piscina onde, aliás, o charme e refinamento segue o mesmo padrão das acomodações. Muito conforto, inclusive com aspersores para refrescar o ambiente. Ali já nos aguardava, para a happy hour, uma farta mesa onde sentamos em volta para prosear e falar sobre o dia delicioso. Tudo isso e mais um sorteio de mimos para os participantes.

Chegamos ao Santa Clara Eco Resort. O hotel faz jus à sua fama. Uma belíssima fazenda, com enormes árvores e um paisagismo irretocável. Tudo com cara de fazenda,

Adventure Trip é sempre bom, pois conhecemos gente nova e reencontramos alguns dos companheiros de edições anteriores. Dos meus já conhecidos, estavam Moré e

Fim da tarde, hora de pegar a estrada (de terra) e voltar a Dourado para relaxar e jogar conversa fora à beira da piscina.


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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA


Catia, que estiveram em todos os Adventure Trip. O casal é uma simpatia e o Moré, um show à parte. Consegue arrancar risadas do grupo o tempo todo, com suas tiradas. Engraçadíssimo. Ao final da tarde, o calor intenso trouxe uma forte chuva de verão. Os atentos garçons do Santa Clara rapidamente nos transferiram para uma área coberta, onde pudemos continuar nossa “prosa” até a hora do jantar. A refeição, aliás, foi excelente, como tudo no hotel. No dia seguinte, manhã livre. Todos foram para a piscina e para o spa L’Occitanne. Moderno e sofisticado, contrasta

com o jeitão de fazenda do hotel, tudo muito bonito. Resolvi explorar a cidade de Dourado. A cidade é muito simpática, com casas bonitas e vários prédios antigos de arquitetura eclética brasileira. Tem uma boa infraestrutura e uma excelente sorveteria tradicional. Muito boa a escolha do local do evento. A região é bem quente, mas o hotel, muito arborizado, é um perfeito oásis. Voltei para o hotel, almoçamos, dois dedos de prosa, nos despedimos e mais uma vez pé na estrada. Já ansioso com o próximo evento em 2017. Tomara que seja logo.

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EMOÇÃO EXPERIÊNCIA

O Eurobike Adventure Trip foi realizado na região dos municípios de Brotas e Dourado, no estado de São Paulo. Estivemos no Santa Clara Eco Resort (www.santaclaraecoresort.com.br) e na Pousada Primavera da Serra (www.primaveradaserra.com.br)


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58. “Nesse momento, a adrenalina já está a mil e nossos olhos atentos a qualquer funil que toque o solo, sempre sob orientação da nossa equipe” 72. Achados e imperdíveis na Eurobike


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Caรงador de


Tornados Sou um amante da natureza e de suas várias manifestações de beleza. Como fotógrafo, desenvolvi meu olhar e aprendi a planejar com atenção os detalhes que podem me garantir estar no lugar certo e na hora certa para captar uma grande imagem. Dentre esses detalhes de planejamento, a previsão meteorológica é de fundamental importância e, durante meus 20 anos de experiência, estudei sobre os fenômenos climáticos e me apaixonei por eles

Por Cristiano Xavier

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Atualmente, como sócio proprietário da Onelapse Expedições Fotográficas, viajo aos mais diferentes locais do mundo procurando fotografar o que a natureza tem de mais incrível. África, Islândia, Patagônia, Yukon, Atacama, cada lugar tem suas particularidades e conhecer sobre o clima local aumenta, e muito, minhas chances de sucesso. A partir dessa atração pelos fenômenos do clima, eu me vi querendo mais e mais presenciar de perto cenas únicas até que, em meados de 2014, a chance de caçar tornados nos EUA me apareceu quando conheci um meteorologista norteamericano que poderia me colocar frente a frente com esse espetáculo.


O corredor dos tornados, ou Tornado Alley, fica no meio oeste dos EUA e se estende de norte a sul, abrangendo principalmente os estados de Dakota do Norte, Dakota do Sul, Wyoming, Colorado, Nebraska, Kansas, Oklahoma e Texas. Essa abundância de tornados é possível porque nessa região ocorre o encontro de massas de ar frio vindas do Canadá e de ar quente e úmido vindas do Golfo do México, gerando grande instabilidade e consequentemente funcionando como uma maternidade de gigantescas tempestades. Nosso objetivo naquele ano era seguir as tempestades e fotografar o espetáculo das supercélulas, que poderiam ou não gerar tornados. Eurobike magazine 60 | 61


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Desembarquei em Denver, no Colorado, para encontrar a equipe que me acompanharia durante essa jornada de sete dias intensos. Nesse momento um misto de medo, ansiedade e excitação me preenchiam, mas no fundo eu desejava muito aquilo, estava na minha essência e, apesar de não saber exatamente como seria a aventura, eu tinha certeza de que estava prestes a vivenciar uma experiência inesquecível. Nossa rotina era acordar, não muito cedo, pois não havia necessidade, tomar café e nos reunir para analisar os modelos climáticos e traçar nossa rota em direção às tempestades. Era uma oportunidade riquíssima de aprender

como analisar as imagens de radar e de satélite e também saber como as camadas da atmosfera, direção e velocidade dos ventos, temperatura e o relevo influenciam na geração dos tornados. No primeiro dia, de acordo com as previsões, definimos ir rumo a Nebraska. Estava iniciada a caçada. Nossa saída começava por volta das onze da manhã e, na maioria dos dias, o céu estava limpo e o calor muito intenso, o que são bons sinais para a formação das tempestades, pois a alta temperatura gera o lift necessário para o crescimento vertical das grandes cúmulos-nimbo. Por volta de 15h as


áreas de instabilidade começaram a pipocar no radar, e coube aos experientes meteorologistas decidir qual das tempestades tem maior potencial. A partir daí começamos a segui-la. Como a rota é imprevisível, não sabíamos exatamente onde estaríamos no final do dia, o que deixava a decisão de onde passar a noite ser tomada na última hora. Isso se tornou um dos pontos mais interessantes da caça aos tornados, pois nos proporcionava a verdadeira vivência e descoberta de pitorescos lugares no interior rural dos EUA. Atravessamos os estados do Colorado, Kansas, Nebraska, Wyoming e

Oklahoma conhecendo a vida no campo, conversando com os personagens típicos, comendo a comida caipira e à noite tomando uma cerveja e jogando sinuca ao som da música country no único bar de uma pequena cidade. Um programa bem diferente do tradicional turismo Miami, Orlando e Nova Iorque. Os dados fornecidos pelo radar e atualizados a curto prazo são muito precisos e, aliados ao mapa rodoviário, nos direcionam ao encontro das tempestades. Se necessário, traçam também nossa rota de fuga. Além desses dados, temos a observação in loco dos fenômenos. Quando paramos Eurobike magazine 62 | 63


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o carro e descemos, procuramos observar a direção e a temperatura do vento. Vento quente sendo sugado em direção à supercélula denomina-se inflow e é um indício de que a tempestade está crescendo e acumulando energia, um ótimo sinal para geração de tornados. Já o vento frio soprando a partir da supercélula, outflow, significa que a grande torre de nuvens está perdendo energia e se desfazendo em chuva. Essa tempestade não gera mais tornados e é prontamente abandonada enquanto seguimos na caçada por outra. Quando acertamos na escolha, nos deparamos com a incrível visão da parte frontal da supercélula, um disco de nuvens que dispara relâmpagos incessantemente e se contorce

em espiral lembrando cenas do filme Armagedom. Nesse momento, a adrenalina já está a mil e nossos olhos atentos a qualquer funil que toque o solo, sempre sob orientação da nossa equipe. Quando é hora de sair, a ordem é entrar no carro imediatamente e nos afastar até um ponto alguns quilômetros à frente, onde paramos novamente para mais cinco a dez minutos de fotos, seguindo nesse ritmo enquanto a “nave mãe” avançava em nossa direção. Lá pelo quinto dia, estávamos em Cheyenne, no Wyoming, quando nosso meteorologista decidiu ir rumo sul. As chances eram boas e durante o caminho fomos refinando nossa rota Eurobike magazine 64 | 65


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Quando é hora de sair, a ordem é entrar no carro imediatamente e nos afastar até um ponto alguns quilômetros à frente

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em direção a uma grande supercélula próximo à cidadezinha de Simla, já no estado do Colorado. Atravessamos a cidade e numa estrada de terra paramos na entrada de uma fazenda. Descemos do carro e, olhando pra cima, o céu fervia nervosamente. Rapidamente armei uma câmera no tripé programada para registrar um timelapse e com outra câmera em mãos presenciei o grande funil se formar e descer até tocar o solo a uns dois quilômetros de nós. Durou um minuto e se desfez. Nesse momento a ordem foi entrar no carro e sair dali rápido. Voltando pela mesma estrada, cruzamos a mesma cidadezinha novamente, só que já não se via ninguém nas ruas e o som das sirenes de alerta de tornados ecoavam aos quatro cantos. Nos afastamos mais uns cinco quilômetros e outro tornado dez vezes maior que o primeiro já estava em solo, girando atrás da cidade. Paramos o carro para mais alguns minutos de fotos e seguimos novamente, nos aproximando cada vez mais da ação. Entramos no raio da supercélula, o dia virou quase noite e a lataria do carro já sofria com o granizo. Do alto de uma colina avistamos o monstro girando sobre a plantação de trigo. Dessa vez não seria possível parar o carro, pois chovia forte e nos vimos numa situação da qual nunca me esquecerei: nós na estrada

Rapidamente armei uma câmera no tripé programada para registrar um timelapse e com outra câmera em mãos presenciei o grande funil se formar e descer até tocar o solo a uns dois quilômetros de nós

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enlameada e o tornado na plantação à nossa direita, lado a lado, por quase cinco minutos, que pra mim duraram horas. O carro balançava passando pelos buracos enquanto eu tentava estabilizar a câmera na única fresta da janela aberta por onde era possível registrar as imagens. Mais alguns momentos de coração batendo a mil por hora e o tornado se volta pra esquerda, estabiliza a um quilômetro e meio de nós e se desfaz bem na nossa frente. A chuva foi amansando, saímos da nuvem espessa, o que era quase noite já voltou a ser dia. Paramos, descemos, olhamos pra trás e nos deparamos com o céu mais negro que meus olhos já viram. Ali finalizava um dia memorável e, graças à experiência da equipe em nos colocar nos lugares seguros, pude registrar estas cenas fantásticas que mesclam a fúria e a beleza da natureza. www.onelapse.com.br


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76. “Com suas rudimentares máquinas de tear movidas no pedal, elas tecem mantas e xales com o fio delicado e sensível da flor de lótus que cresce no Inle”


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MIANMAR Uma viagem no tempo

Fechada por 50 anos ao turismo, a antiga Birmânia revela segredos, como os milenares Templos Dourados, o balé dos pescadores do lago Inle, monges ativistas e cidades em ruínas esquecidas pela história

Por Eduardo Petta Fotos Carol Da Riva


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DEVANEIO A cada passo que dava por Yangon, antiga capital dos tempos em que Mianmar era colônia britânica (entre 1855 e 1948) e a maior cidade do país, penso em me beliscar para ter certeza de que meu relógio não voltou no tempo. Encontro crianças e mulheres lindas com as bochechas besuntadas de thanaka (o tradicional make-up, um pó amarelo feito da casca da cortiça), os homens vestindo saia longa até os tornozelos, chamada de longyis, os velhos mascando chiclete feito de nozes de areca, cujo sumo deixa os dentes vermelhos como sangue. Não fossem os traços asiáticos teria a impressão de estar no centro de Havana, com os mesmos prédios e carros decadentes. Paramos para desfrutar um típico chá preto adocicado com leite condensado. As pequenas mesinhas do restaurante parecem feitas para criança. O guardanapo, como nos outros restaurantes locais, é um rolo de papel higiênico. O garçom, assim como a maior parte dos 5 milhões de habitantes de Yangon, praticamente não fala inglês, mas é um mestre em comunicar-se com sorrisos e gestos. O dia anoitece e, passo após passo, as velhas construções do centro antigo conduzem até o luminoso templo de Shwedagon, uma enorme cúpula dourada. É o lugar sagrado onde estão oito fios de cabelo de Sidarta Gautama, o Buda em pessoa. Uma reluzente estrutura oitavada com quase 100 metros de altura, ladeada por 64 estupas (tipo de construção cônica), em que milhares de estátuas de Buda são reverenciadas todos os dias. Hoje é dia de iniciação dos noviços, a chamada samanera. Enfeitadas como pequenos Sidarta Gautama, crianças entre 5 e 15 anos desfilam em fantasias coloridas acompanhadas da família, pedindo a bênção de Buda, lavando alguma de suas várias imagens com água pura. No dia seguinte, todas essas crianças fantasiadas desfilando pela cidade em elefantes, carroças de boi, charretes entrarão para o monastério. “Elas vão raspar o cabelo e vestir o robe escarlate (ou rosa, para as meninas) por um ano”, diz a guia Song Swe. Tradição que se repetirá uma segunda vez na vida, aos 20 anos de idade, dessa vez para viver como um monge ordenado. “Uma questão de honra para suas famílias”, diz Song Swe, mas quase nem posso ouvir sua voz entre os mantras e sinos que dominam o ambiente, enevoado por incensos perfumados. Libertação e Vida Nova Do tamanho da Alemanha, tocado ao norte pelas montanhas do Himalaia, ao leste pelas florestas da China e à oeste e ao


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sul pelo Golfo de Bengala, Mianmar sempre povoou o nosso imaginário. Mas o que encontrávamos nos guias de viagem era sempre: “Visitar ou não Mianmar?”. O motivo: o regime militar vigente desde a década de 1950, quando o líder Aung San foi assassinado, pavimentando o caminho para o governo atual. Um governo acusado de corrupção, tráfico de heroína e violações dos direitos humanos e que, entre outros atos de barbárie, matou milhares de pessoas em 1988, recusou-se a reconhecer o resultado das eleições de 1990 e, em 2007, sufocou a chamada Revolução Açafrão, liderada pelos monges budistas de Mandalay. Mas as coisas começaram a mudar para essa nação com 55 milhões de habitantes e uma imensa riqueza em petróleo e gás natural em abril de 2011. De olho no comércio com as ricas vizinhas China, Índia e Tailândia, o país começou uma série de reformas democráticas e abriu combate ao narcotráfico. E, o melhor de tudo, soltou a líder ativista Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz de 1991, depois de 15 anos de prisão domiciliar, permitindo a ela concorrer e ganhar um cargo no Congresso. E o que sentimos ao chegar foi uma atmosfera de paz e harmonia, muito segura para turistas.


Depois de duas noites em Yangon, capital, tomamos o bimotor da Air Mandalay, com capacidade para 30 passageiros, até Heho. Em menos de uma hora já estávamos fora do aeroporto, a bordo de um táxi por US$ 30 (os preços são tabelados), adentrando Shan State. O motorista, que deve ter nascido com o dedo grudado na buzina, ziguezagueava pela estrada esburacada desviando de animais, pedestres e outros veículos. Uma hora depois chegamos a Nyaung Shwe, simpático vilarejo e porta de entrada para o lago Inle. O balé do lago Inle Paramos o carro na frente do centenário mosteiro Shwe Yan Pyay e entramos pela sua galeria de budas incrustados em paredes terracota. O silêncio tomava a atmosfera. Quando saímos, alguns pequenos noviços lavavam suas túnicas escarlate, outros se sentavam às janelas ovais vendo a vida passar na rua empoeirada, e outros, ainda, jogavam peteleco, uma espécie de sinuca de dedo. Numa velha e pequena televisão, monges adolescentes assistiam a um filme de Bruce Lee ao melhor estilo Sessão da Tarde. Muito simpáticos, nos convidaram para almoçar e meditar com eles.

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Contratamos um barqueiro nativo e adentramos a imensidão do lago Inle, navegando em sua placidez de 116 quilômetros quadrados de água cristalina a 880 metros de altitude, cercado de belas montanhas. Como o lago é coberto de plantas flutuantes com longas raízes, os pescadores Intha desenvolveram uma maneira única no mundo de remar. Com uma perna eles se equilibram numa das bordas da canoa. Com a outra, impulsionam o remo de madeira, fazendo a embarcação deslizar. Os pescadores vivem e trabalham sobre essas águas. Em cima delas plantam verduras, legumes, grãos; erguem suas casas em palafitas; transitam por vilas e mercados flutuantes. Todo o lago é repleto de canais, nos quais ficam esses vilarejos. Dá para viajar bastante pelo Inle. Ao seu redor existem mais de cem monastérios e dezenas de pequenas vilas flutuantes onde ocorre o mercado diário, com os nativos das etnias das montanhas que o circundam, como Akha, Pa’O e Karen. Vestidos em seus trajes tradicionais, eles dão um colorido especial ao movimento cotidiano do Inle. Numa manhã de sol pudemos acompanhar as peças de prata sendo esculpidas a mão pelos artesãos da vila de Na Khin Htay Shwe. A menina Mya Hin Tha nos mostrou como há séculos sua família especializou-se em trabalhar brincos e pulseiras em forma de peixes cheios de escamas e com


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DEVANEIO movimento. “Leve uma para dar sorte”, ela me disse. Na vila vizinha, Pew Khan, a atração são as senhoras tecelãs. Com suas rudimentares máquinas de tear movidas no pedal, elas tecem mantas e xales com o fio delicado e sensível da flor de lótus que cresce no Inle. As peças ficam lindas, mas supercaras, pela dificuldade em trabalhar a linha. Um xale chega a custar US$ 300. Fomos surpreendidos no monastério Nga Hpe Kyaung com um show de gatos saltitantes. Mas nada superou o cair do sol no lago, com os pescadores jogando suas tarrafas, equilibrados no balé de uma perna só. Mergulho no tempo Foi difícil despedir-se da paz do Inle. Mas tínhamos outro avião nos esperando. Meia horinha de voo e aterrissamos em Mandalay (segunda maior cidade do país), a base para conhecer as chamadas “cidades desertas”: Ava, Amarapura e Mingun, antigas capitais do reino que hoje servem ao turismo e à arqueologia. Quente, feia, seca e poluída. Suja e de trânsito caótico, sem calçadas nem iluminação nas ruas, Mandalay, com 1 milhão de habitantes, nos desanimou ao primeiro olhar. Impressão que começou a melhorar quando o dia amanheceu e pude ver que sua gente apressada esbanjava gentileza. Fica aqui, no pagode Arakan (também chamado de Mahamuni Paya), a imagem de Buda mais venerada do país, o Buda Mahamuni. Ela teria sido feita na presença do próprio Buda, a pedido do rei de Arakan, em 554. Ao vê-la Buda teria suspirado, e a imagem adquirido sua expressão. Depois de barganhar, reservamos um táxi com arcondicionado por um dia (custam em média US$ 10 a mais, ou seja, US$ 60) e partimos em nossa expedição pelas cidades desertas. No avião havíamos ficado amigos da guia Zun Thart, que nos deu dicas preciosas. Como a de deixar a cidade às 6 da manhã para curtir Ava, antiga capital do império birmanês do século 14 ao 18, protegidos do sol. Meia hora de táxi, a travessia do rio Myitnge em uma balsa, e lá estávamos alugando uma charrete para conhecer as ruínas. Foi mais um mergulho no tempo. Sem o som dos automóveis, curtindo a trilha sonora dos cascos do animal a ganhar terreno, fomos desfrutando dos templos pelo caminho, até estacionar a charrete no secular mosteiro Bagaya, todo esculpido em madeira. Ao nosso lado parou uma charrete de monjas. De cabeças raspadas e vestidas de túnica rosa, elas entraram carregando flores de lótus e embelezando cada uma das imagens de Buda. Não havia outros turistas. Ficamos sentados sentindo


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a energia do local, quando a criançada nativa nos cercou para conversar. Quando deu meio-dia, o monge-chefe chamou as crianças para almoçar e nos convidou para a refeição. Praticando ótimo inglês, ele nos falou da alegria de seu povo em receber visitantes. “Eu sei que muitos guias de viagem dizem para vocês não virem para cá. Mas eu penso como o Dalai Lama, quando perguntado se deviam visitar o Tibete: ‘Venham e contem a todos sobre o nosso povo’.”

Só a navegação no rio Irrawaddy já valeria o passeio, observando sua gente ribeirinha lavando roupa, a dar banho nas crianças, na lida da pesca. Mas, nem bem o barco aportou, pudemos ver a grandeza do que deve ter sido o Mingun Pahtodawgyi, um imenso pagode que teve sua construção interrompida por um terremoto em 1800, quando se preparava para superar o Shwedagon, em Yangon, como o maior do reino.

Tiramos uma siesta e deixamos o sol baixar para conhecer a famosa Amarapura, apelidada de “Cidade da imortalidade”. Ali fica a lendária e fotogênica ponte U-Bein, de 1200 metros, erguida para os pedestres há mais de 200 anos com 984 postes de madeira. Andar pela U-Bein é um exercício antropológico, tamanha a variedade de rostos birmaneses que a utilizam como uma via normal para caminhar. E o sol descendo no rio desenha duas pontes no reflexo do horizonte.

Apanhamos um carro de boi-táxi e percorremos as ruazinhas de terra até o pagode Hsinbyume, todo pintado de branco e de formas onduladas representando os sete oceanos para chegar ao paraíso. Fiz amizade com um antigo líder revolucionário de Mingun, Uí Man. Ele me contou que mobilizou o vilarejo na campanha pela eleição de Suu Kyi. Mostrou sua casa, com diversas fotos dela, e me colocou na camiseta um broche com a imagem da ativista e a inscrição “Nossa Líder”. Ao fim do dia, Uí me chamou para bater uma pelota de palha com seus amigos. Aos 70 anos, exibiu maestria no toque da bola, dando de chaleira e calcanhar sem deixar a bola cair no chão na roda.

A maior emoção estava reservada para o nosso último dia em Mandalay. Foi quando fomos até a beira do rio Irrawaddy, que atravessa o país de norte a sul, para ter a chance de singrar suas águas. Em um porto movimentado que me lembrou Santarém (PA), com suas gaiolas chegando e saindo abarrotadas de mercadorias, fomos até o cais e tomamos um barco só para a gente por US$ 30.

Mar de templos Nossa última parada foi Bagan, o outrora reino de Pagan, uma das joias da Ásia. Seus fabulosos templos e pagodes


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budistas às margens do rio Irrawaddy tiveram seu auge no ano 1057, quando o rei Anawrahta trouxe para a região artistas, artesãos, monges e mais de trinta elefantes carregados com as escrituras budistas. Nos dois séculos seguintes, outro rei mandou erguer os magníficos templos, que só foram interrompidos quando o temível Kublai Khan os saqueou, em 1287. O terremoto de 1975 causou outros estragos, mas desde então uma força conjunta de arqueólogos trabalha para restituir a grandeza do local. Nesses três dias de Bagan tínhamos uma rotina. Acordávamos às 5 horas, ainda no breu, para ver o dia raiar perto de algum templo. Quando o sol esquentava, por volta das nove, retornávamos ao hotel, e só saíamos de lá para ver o fim do dia, o anoitecer e o céu estrelado. Dos cerca de 3 mil templos, muitos são simples. Mas às vezes é dentro de um desses que está uma imagem sensacional ou um afresco de Buda. E assim passamos os dias como caçadores e fotógrafos de Buda.

Ali eu fui testemunha de um bonito gesto de fé e delicadeza. Uma velha monja cega passava as mãos tateando a estátua do Buda deitado, enquanto sua guia, outra monja, mais jovem, a ajudava e descrevia detalhes. Pude vê-la por minutos assim, percorrendo com os dedos desde a cabeça até os pés da imagem de mais de 10 metros de comprimento, sentindo cada centímetro. Para eles, a imagem de Buda é muito mais do que uma simples imagem. Ela representa a presença do sagrado e a lembrança de que, mesmo em tempos de turbulência, é preciso manter a paz de espírito e a alegria de viver. Uma bonita metáfora de Mianmar.

Quem Leva: http://pt.mundus.com.br/




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