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EXPEDIENTE
Editorial: Eduardo R. da Cunha Rocha, Luiz Alberto Pandini Direção de arte: Eduardo R. da Cunha Rocha Administração: Patricia Miller Publicidade: Eduardo Rocha – eduardo@custompress.com.br Preparação e revisão: Denis Araki Produção: Custom Press Comunicação Tiragem desta edição: 5000 exemplares Tratamento de imagens: Premedia CROP Impressão: MaisType Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista. Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, McLaren, MINI e Porsche. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: 16 3965 7000 e-mail: contato@eurobikemagazine.com.br Ouvidoria: www.eurobike.com.br/ouvidoria – 0800 077 7000 Colaboraram nessa edição: Audrey Ma Ana Augusta Rocha Célio Messias Eduardo R. C. Rocha Fernanda Freixosa Luiz Alberto Pandini Rodrigo Ruiz
Website: www.eurobike.com.br/magazine instagram.com/eurobikeoficial/ facebook.com/eurobike youtube.com/eurobikenet
Av. Amarilis, 95 Cidade Jardim - São Paulo - SP CEP - 05673-030 Tel.: 11 96768-2222 www.custompress.com.br contato@custompress.com.br
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EDITORIAL
Novidades a caminho Caro leitor, Iniciamos 2020 trabalhando bastante, para lhe oferecer uma estrutura cada vez melhor. No primeiro semestre, teremos algumas mudanças na nossa estrutura de atendimento. Em Ribeirão Preto, o Showroom da MINI estará junto ao da BMW. Já em Brasília, no primeiro trimestre, a Porsche muda para outro endereço ainda a ser divulgado. Lá também, a BMW Motos passa a ser representada pela Eurobike, com atendimento no mesmo endereço de BMW e MINI. Já no segundo semestre, o Porsche Center Goiânia também passa a ser representado pela Eurobike. Muitos lançamentos já chegaram por aqui: O Novo Audi Q3, Porsche Cayenne Coupé, os BMW X2 M35i, X3M e X4 M Competition, assim como o novo Land Rover Discovery Sport. A nova BMW S 1000 RR também já está a caminho. Nessa edição, trouxemos a cobertura do Eurobike Experience, um sucesso, realizado no Autódromo de Goiânia, onde nossos clientes puderam testar alguns de nossos modelos. Apresentamos um raio-x dos BMW X2 M35i e X3 M Competition e uma matéria sobre o novo Porsche Taycan, inclusive com uma curiosidade, de como a montadora alemã trabalha na criação dos nomes de seus modelos. Bem interessante. Em motorsports, temos Endurance Brasil, agora de BMW, Formula E e a categoria monomarca McLaren GT, ainda pouco conhecida no Brasil. Nos clássicos, mais um pouco de história dos motorsports. O AutoUnion Tipo C, que em 1936 passava dos 300 km/h. Para os apaixonados por gastronomia, uma matéria sobre a sofisticação do churrasco da atualidade. Muita inovação, novos chefs, novos sabores e sobretudo um agregador de pessoas junto ao fogo. Para estimular ainda mais nosso paladar, o Eurobike Adventure Trip voltou, agora com uma pegada mais gourmet e nos levou à Serra da Canastra, que está se tornando um importante polo gastronômico no Brasil. Boa leitura! Um grande abraço,
Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br
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#40 JAN 2020
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EDITORIAL EUROBIKE EXPERIENCE BMW X2 M35i E BMW X3M A GÊNESE DO NOME TAYCAN PORSCHE TAYCAN ENDURANCE BRASIL MCLAREN GT FORMULA E ACHADOS E IMPERDÍVEIS FLECHAS DE PRATA O ESPÍRITO DO FOGO CANASTRA GOURMET
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PERFORMANCE: EUROBIKE EXPERIENCE
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Eurobike Experience promove test drives com Porsche, BMW e Audi na pista em Goiânia Por Luiz Alberto Pandini Fotos Fernanda Freixosa
Os clientes da Eurobike tiveram nos dias 27 e 28 de Setembro, a rara oportunidade de conhecer os atributos de quatro carros de luxo e esportivos. O Eurobike Experience, realizado no Autódromo Internacional de Goiânia, colocou à disposição do grupo os
modelos Audi RS4, BMW M2 Competition, Porsche 718 Boxster GTS e Porsche 911 Carrera S. As atrações incluíram um Drive Experience multimarca e a presença de carros McLaren na pista e no lounge montado nos boxes.
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PERFORMANCE: EUROBIKE EXPERIENCE
Realizado pela primeira vez em um autódromo, o Eurobike Experience proporcionou a cerca de 200 convidados um contato diferente com várias marcas e modelos de automóveis. “Este foi o maior evento de test drive já realizado pela Eurobike e o resultado foi altamente positivo. Os clientes puderam conhecer os atributos de automóveis de várias marcas admiradas em todo o mundo”, avalia Henry Visconde, presidente do Grupo Eurobike. Foram realizados 80 test drives sob orientação da equipe de pilotos instrutores formada por Beto Gresse, Rodrigo Hanashiro, Alan Hellmeister, Eric Darwich, Fábio Carbone, José Luís Ribeiro, Maurizio Sala, Vitor Batista e William Freire. Os convidados da Sikkens AkzoNobel, uma das patrocinadoras do evento, fizeram hot laps (voltas rápidas no banco do passageiro) a bordo de um McLaren 600LT, modelo de rua focado para performance em pistas. O Audi RS3, atual campeão do Endurance Brasil na categoria GT4, também proporcionou fortes emoções aos convidados em suas hot laps. A Pirelli montou um box de assistência técnica de pneus e um lounge com simulador de trocas de pneus de Fórmula 1. O Ranking Pirelli de troca de pneus movimentou o local durante todo o dia e terminou com a marca recorde de pouco mais de 8 segundos. Cinco lounges temáticos foram montados nos boxes. Quatro foram dedicados às marcas representadas e neles estiveram em exposição um Audi Q8, um BMW X2 M35, um McLaren 600LT e um Porsche Cayenne Turbo. No quinto box temático, da própria Eurobike, foi servido um café gourmet oferecido pela Cyrela e exposto um kit de apresentação da Akrapovic, uma das mais conceituadas fabricantes de sistemas de exaustão para motocicletas e carros esportivos do mundo. Um pouco mais adiante, estavam um Audi A5 com película protetora de vidros da PSMaxx e um Audi Q5 com blindagem Carbon. Representantes 8 | Eurobike magazine
do Banco Alfa ofereceram condições de financiamento especiais aos potenciais compradores de veículos. Havia espaço também para a arte. Os convidados puderam apreciar trabalhos dos artistas Adhemar Cabral (uma escultura inspirada nos McLaren de Fórmula 1 pilotados por Ayrton Senna) e Roberto Muccillo (pinturas de carros Audi, BMW, McLaren e Porsche de corrida). Os participantes concorreram ao sorteio da escultura de Cabral (em parceria com a Akzo Nobel) e de duas pinturas de Muccillo (oferecidas pela Eurobike). Eurobike magazine | 9
PERFORMANCE: EUROBIKE EXPERIENCE
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PERFORMANCE: EUROBIKE EXPERIENCE
Na mesma ocasião, foram sorteadas duas aplicações de película protetora de vidros da PSMaxx. Para os patrocinadores, a participação no Eurobike Experience cumpriu o objetivo de estreitar laços com os parceiros e realizar uma ação diferenciada de relacionamento com os clientes. A AkzoNobel, multinacional holandesa de tintas e parceira global da McLaren, fornece tintas de alta tecnologia para a equipe de F1 e também para os supercarros esportivos. “Convidamos 12 | Eurobike magazine
15 clientes para desfrutar as atividades do evento em Goiânia. Todos puderam sentir na pista a emoção e adrenalina de dar uma volta no carro exclusivo da McLaren, junto aos pilotos profissionais. “Sem dúvida, conseguimos proporcionar a eles uma experiência marcante”, comenta Ozinei Manzano, gerente de Vendas Brasil – VR da AkzoNobel. “O evento foi fantástico, o Grupo Eurobike é exemplo no tratamento a clientes e parceiros”, prossegue Manzano.
Percepção semelhante teve a Pirelli. “É sempre muito importante participar de um evento de um parceiro premium como a Eurobike. Isso nos possibilita estar cada vez mais próximos dos nossos clientes do segmento High Value, onde a Pirelli possui próximo de 60% de market share. Estar no Eurobike Experience nos deu a possibilidade de proporcionar aos clientes uma experiência completa unindo tecnologia, segurança e performance”, ressalta Fábio Magliano, gerente de Produtos Car e Motorsport da Pirelli para a América Latina. O Eurobike Experience teve patrocínios e apoios de Akrapovic, Banco Alfa, Carbon Blindados, Cyrela, Pirelli, PSMaxx, Sikkens AkzoNobel, Sococo Água de Coco e sorvetes Naturalle Ice Up.
Sobre a Eurobike A Eurobike é uma empresa tradicional no ramo automobilístico e representa as marcas Audi, BMW Autos e Motos, Jaguar, Land Rover, MINI, Porsche e McLaren. O grupo está presente nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasília e Goiânia. Saiba mais sobre a Eurobike e receba todas as novidades da rede conectando sua página no Facebook: www.facebook.com/eurobike. Para assistir os vídeos da Eurobike, acesse: www.youtube.com/eurobikenet Ou confira as últimas novidades em imagens em: www.instagram.com/eurobikeoficial Site oficial: www.eurobike.com.br Eurobike magazine | 13
PERFORMANCE - RAIO-X: X2 M35i E X3 M
Topo de linha do BMW X2
Características dinâmicas legítimas de um M
BMW X2 M35i DNA M para o mais potente Sports Activity Coupe compacto da BMW 14 | Eurobike magazine
Definindo tendências para tecnologias de ponta
O mais potente motor de 2 litros com TwinPower Turbo já produzido pela BMW. 306 cv 4 cilindros turbo, gasolina; Torque máximo poderoso: 450 Nm; Tração integral com tecnologia xDrive; Câmbio de 8 velocidades Steptronic; Launch Control: 0 a 100 km/h em 4,9 s; Exclusivos bancos M sports: conforto e suporte ao motorista. Eurobike magazine | 15
PERFORMANCE - RAIO-X: X2 M35i E X3 M
BMW
X3 M
Esportivo ao extremo, inédito BMW X3 M Competition 16 | Eurobike magazine
Desenvolvido pela BMW M, traz componentes produzidos com tecnologia de impressão 3D
Sistema M Drive: configura os mapeamentos do motor, da suspensão, controles de estabilidade (DSC) e tração (M xDrive), o Drivelogic, as características da direção Servotronic e o Head Up Display. Tudo isso por meio de dois botões (M1 e M2) posicionados no volante e programáveis individualmente.
Uma usina de força: apto a entregar 510cv de potência e 600Nm de torque; Novo motor de seis cilindros em linha, a gasolina, de 2.993 cm³, biturbo; Transmissão M Steptronic, de oito marchas, com Drivelogic, e que conta com um padrão diferenciado de escalonamento de marchas; Velocidade máxima de 285 km/h 0 a100 km/h em meros 4,1 segundos. Eurobike magazine | 17
PERFORMANCE: PORSCHE TAYCAN
A GÊNESE DO NOME “TAYCAN”
Seiscentas opções ou apenas uma: Taycan. O que significa o nome do primeiro Porsche totalmente elétrico e como ele surgiu. Por Eduardo Rocha Fotos Porsche Press A tarefa A missão era encontrar um nome para um veículo novo que não tinha antecessor. Afinal, este é o primeiro Porsche puramente elétrico, que une as características de um carro esportivo de Zuffenhausen, inegavelmente exclusivo, mas sem extravagância. Suas virtudes: poder, velocidade, superioridade em todas as medidas e extremamente bonito, é claro. Na Porsche, os nomes dos modelos estabelecem uma conexão entre as respectivas séries e suas características. 18 | Eurobike magazine
O Boxster ganhou seu nome por combinar o estilo roadster com seu motor boxer. O Cayenne (nome de uma pimenta), como esperado, adicionou um pouco de tempero, e o Cayman (nome de um tipo de jacaré) recebeu esse nome por sua ferocidade e agilidade. Macan une equilíbrio, poder, fascínio e dinamismo, enquanto o Panamera, robusto, com poder de ganhar a famosa e temível Carrera Panamericana. Mas e o novo modelo? O nome deste quatro portas não teria números como 911, 718 ou 918; em vez disso, devia transmitir tudo o que torna o carro especial e muito atraente.
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PERFORMANCE: PORSCHE TAYCAN
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O nome devia destacar sua importância dentro da família Porsche. Novo, dinâmico, emocionante. Um nome que conte uma história, que una tradição, modernidade e futuro. Uma representação do caráter do veículo e do espírito da marca Porsche. O caminho Quando a equipe do projeto se reuniu, ainda não fora decidido como o nome Taycan seria exibido em detalhes. Designers, engenheiros, especialistas de marketing e vendas, advogados internos e externos e especialistas em marcas e direito de marcas, trabalhando em conjunto. Segundo Michael Reichert, gerente do projeto de nomeação do Taycan, todos os aspectos do processo de determinação de nomes são abordados. Criativo, técnico, jurídico e linguístico. “Um nome para um carro é, em última análise, uma decisão emocional mas que deve ser muito embasada em fatos e argumentos. Isso requer uma abordagem sistemática e muita atenção aos detalhes.
“Honestamente, é difícil imaginar um desafio mais emocionante” Kjell Gruner, diretor de marketing da Porsche
Uma questão a ser respondida: qual a impressão a ser causada no cliente? Um esportivo elétrico, vivo, dinâmico? Os termos do mundo da hidrodinâmica e da aerodinâmica poderiam ser um bom ponto de partida para um nome adequado? A equipe segue, discutindo, experimentando, selecionando, descartando e repensando as coisas. Foram desenvolvidas seiscentas ideias, que vão sendo filtradas e eliminadas, restando somente as favoritas. Duplas de vinte e três nacionalidades e idiomas consideram o som e o significado de nomes potenciais, para excluir associações desagradáveis ou inadequadas. Os advogados deliberam todos os riscos possíveis de violação de marca registrada, inspecionam bancos de dados em todo o mundo contendo milhões de marcas registradas, revisam nomes e localizam eventuais detentores de direitos. Uma tarefa hercúlea que durou um ano e meio. O nome No trecho final, os especialistas em marketing selecionaram seus nomes favoritos, montando a lista que foi apresentada ao grupo montado no outono europeu de 2017. A decisão é tomada então: Taycan. Um nome que preenche todos os aspectos fonéticos, legais, criativos, estratégicos e específicos para um novo modelo. Composta por dois termos de origem turca, essa palavra pode ser traduzida aproximadamente como “alma de um jovem e intrépido cavalo”. E isso é exatamente o que será o primeiro Porsche totalmente elétrico: animado, impetuoso e vigoroso. Um espírito livre. O nome reflete uma nova era do carro esportivo, já presenteado com o slogan: “Alma eletrificada”. Imagine a experiência ao dirigir.
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PERFORMANCE: PORSCHE TAYCAN
TAYCAN ELÉTRICO, ESPORTIVO E SUSTENTÁVEL
Por Eduardo Rocha Fotos Porsche Press
“O Taycan vincula nossa herança ao futuro. Leva adiante a história de sucesso de nossa marca, uma marca que fascinou e emocionou pessoas em todo o mundo por mais de 70 anos “, disse Oliver Blume, presidente do Conselho Executivo da Porsche AG, que abriu a estreia mundial em Berlim: “Este dia marca o início de uma nova era”. O novo Porsche Taycan, sedan esportivo de quatro portas é um pacote exclusivo, que reúne desempenho e conectividade típicos dos Porsche com a usabilidade no dia a dia. Com métodos de produção avançados e os recursos presentes no Taycan, a Porsche está estabelecendo novos padrões tanto no campo da sustentabilidade, quanto no campo da digitalização dos automóveis. Os primeiros modelos da nova série são o Taycan Turbo S e Taycan Turbo. Eles são a vanguarda da Porsche E-Performance e estão entre os modelos de produção mais potentes que o fabricante de carros esportivos possui atualmente em sua linha de produtos. Versões menos potentes deste veículo também com tração nas quatro rodas estão por vir. O primeiro deles será o Taycan Cross Turismo no final do próximo ano. Até 2022, a Porsche investirá mais de seis bilhões de euros em eletromobilidade. O desempenho lado a lado com a eficiência A versão mais emblemática do Taycan, a Turbo S, pode gerar até 560 kW (761 PS com um consumo combinado de energia 26,9 kWh/100 km; emissões combinadas de CO2 de 0g/km) e o Taycan Turbo até 500 kW (680 PS; Taycan Turbo: consumo de energia combinado 26,0 kWh/100 km; emissões combinadas de CO2 0g/km). 22 | Eurobike magazine
Utilizando o Launch Control, o Turbo S acelera de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos, enquanto o Taycan Turbo completa esse sprint em 3,2 segundos. No quesito autonomia, o Turbo S roda até 412 quilômetros, e o Turbo até 450 quilômetros (de acordo com o WLTP em cada caso). Ambos chegam aos 260 km/h de máxima. O Taycan é o primeiro veículo elétrico de produção com um sistema de 800 volts, em vez dos habituais 400 volts utilizados por outros elétricos.
“Prometemos um verdadeiro Porsche para a era da eletromobilidade - um carro esportivo fascinante que não apenas excita em termos de sua tecnologia e dinâmica de condução, mas também desperta paixão em pessoas de todo o mundo, assim como fizeram seus lendários predecessores. Agora estamos cumprindo essa promessa”, Michael Steiner, membro do Conselho Executivo da Porsche AG – Pesquisa e desenvolvimento.
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PERFORMANCE: PORSCHE TAYCAN
A vantagem, em particular nas estradas, está em recarregar suas baterias em pouco mais de cinco minutos, usando corrente contínua (CC) da rede de carregamento de alta potência para uma autonomia extra de até 100 quilômetros (de acordo com o WLTP). A capacidade total do Performance Battery Plus é de 93,4 kWh. Os proprietários do Taycan podem carregar confortavelmente até 11 kW de corrente alternada (CA) em casa. Design: DNA Porsche Com linhas limpas, o Taycan sinaliza o início de uma nova era no Design Porsche, mas mantendo seu inconfundível DNA. Alguns elementos novos foram introduzidos, como o logotipo Porsche com efeito de vidro, que foi integrado à barra de luzes na parte traseira. Sua linha, aerodinamicamente otimizada, contribui significativamente para o baixo consumo de energia e, portanto, maior autonomia. 24 | Eurobike magazine
O design do interior sinaliza o início de uma nova era. O cockpit com uma ampla faixa de tela e estrutura clara mostra uma arquitetura completamente nova. O painel de instrumentos curvo forma o ponto mais alto do conjunto, com foco no eixo de visão do motorista. Uma central de infotainment de 10,9 polegadas tem ainda uma tela opcional para o passageiro e se combinam para formar uma faixa de vidro integrada com aparência de um longo painel preto. Todas as interfaces foram projetadas para o Taycan.
O número de controles clássicos, como interruptores e botões foi extremamente reduzido. No lugar, controles inteligentes e intuitivos usando apenas o toque ou um comando de voz, que por exemplo, responde ao comando “Hey Porsche”. Seu interior é totalmente livre de couro, fato inédito, fabricado com materiais reciclados inovadores que confirmam o conceito de esportivo elétrico sustentável.
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PERFORMANCE: PORSCHE TAYCAN
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Os recessos da bateria no compartimento traseiro asseguram mais conforto e espaço para os pés na traseira e permitem a baixa altura do veículo, típica dos carros esportivos. Quanto ao espaço para bagagem, estão disponíveis dois compartimentos: na frente com capacidade para 81 litros e na traseira para 366 litros. Motores e transmissão inovadores O Taycan Turbo S e o Taycan Turbo tem dois motores elétricos excepcionalmente eficientes, um no eixo dianteiro e outro no traseiro, os tornando carros de tração nas quatro rodas. A potência e torque desse conjunto permitem respostas “instantâneas” e um temperamento excitante. A transmissão de duas velocidades instalada no eixo traseiro é mais uma inovação desenvolvida pela Porsche. A primeira marcha dá ao Taycan ainda mais aceleração desde o início, enquanto a segunda marcha com uma relação de marchas longas garante eficiência e reservas de energia igualmente altas. Ou seja, mais autonomia. Chassi em rede centralizada A Porsche usa um sistema de controle numa rede central para o chassi do Taycan. O Porsche 4D Chassis Control analisa e sincroniza todos os sistemas de chassi em tempo real.
Esses incluem suspensão pneumática adaptável com três câmaras, controle eletrônico do amortecedor PASM (Porsche Active Suspension Management), o sistema de estabilização eletromecânico Porsche Dynamic Chassis Control Sport (PDCC Sport) e o Porsche Torque Vectoring Plus (PTV Plus). O controle de tração nas quatro rodas com os dois motores elétricos e o sistema de recuperação dos freios, são únicos. O poder de recuperação dos freios é significativamente maior que o dos concorrentes. Testes de direção mostraram que em aproximadamente 90% dos casos de frenagem, ela é realizada pelo sistema dos motores elétricos, sem que os freios hidráulicos sejam ativados. Completando toda essa tecnologia, diferentes modos de condução para diferentes perfis de uso também estão disponíveis, como em outros modelos Porsche. Algumas configurações especiais permitem o uso ideal da propulsão puramente elétrica. São quatro modos de condução: “Range”, “Normal”, “Sport” e “Sport Plus”. Além disso, os vários sistemas individuais podem ser configurados conforme desejado, no modo “Individual”. Realmente, um carro impressionante.
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PERFORMANCE: MOTORSPORTS
DUPLO SENTIDO
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Audi e BMW, os dois carros da equipe Eurobike no Endurance Brasil Por Luiz Alberto Pandini Fotos Rodrigo Ruiz
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PERFORMANCE: MOTORSPORTS
Duas marcas, duas categorias, um único objetivo: a vitória. A temporada 2019 do Endurance Brasil teve um roteiro bastante movimentado para a equipe Eurobike. O time se dividiu entre o Audi RS3 (o carro que levou Henry Visconde ao título da categoria GT4 na temporada de 2018) e o BMW M3 (utilizado até a temporada de 2017). Obteve três vitórias com o Audi e subiu ao 32 | Eurobike magazine
pรณdio com o BMW, mostrando competitividade com ambos os carros nas respectivas classes. As mudanรงas (de automรณvel e de marca) foram motivadas pelo remanejamento de categorias do Endurance Brasil. Em 2018, o Audi competiu na categoria GT4 ao lado de outros Eurobike magazine | 33
PERFORMANCE: MOTORSPORTS
carros de turismo e foi campeão com cinco vitórias. Para 2019, o regulamento foi alterado. A GT4 passou a receber também veículos do tipo Gran Turismo e foi criada uma nova divisão para carros de turismo, denominada GT4 Light. Divergências de interpretação do regulamento técnico fizeram o Audi permanecer na GT4 nas duas primeiras provas do campeonato. 34 | Eurobike magazine
Nas três provas seguintes, realizadas em Santa Cruz do Sul, Nova Santa Rita e Interlagos, o modelo foi enquadrado na GT4 Light – e venceu todas, com Visconde dividindo o cockpit com diferentes pilotos (Tiel Andrade, Júlio Martini, Rafael Biancini e Felipe Steyer).
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PERFORMANCE: MOTORSPORTS
Nesta altura, a Eurobike tinha um novo objetivo: voltar à categoria GT4 com o vitorioso BMW M3, campeão em anos anteriores. A primeira prova, em Interlagos, serviu como teste, tendo ao volante os experientes Maurizio Sala e Bruno Bonifacio. Na prova seguinte, em Goiânia, Henry Visconde e Kreis Júnior levaram o carro ao terceiro lugar. 36 | Eurobike magazine
A mudança de categoria fez Visconde abdicar da possibilidade de chegar a mais um título. Mas ele está confiante em ser competitivo na categoria mais rápida, agora com o BMW M3. “Gosto muito de correr e um dos meus objetivos é representar as marcas do grupo nas provas de longa duração”, explica Visconde. “Neste ano, as mudanças no regulamento acabaram
embaralhando as cartas, mas conseguimos vitórias e pódios com os dois carros. Isso é muito importante para manter uma boa exposição da Eurobike nas pistas”, finaliza.
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PERFORMANCE: MOTORSPORTS
McLaren, puro GT Por Luiz Alberto Pandini Fotos Divulgação
Chegar em um autódromo e encontrar um McLaren pronto para acelerar. Não é um sonho: é o Pure McLaren, um programa feito sob medida para quem deseja aproveitar ao máximo os carros da marca. Pilotar um McLaren no limite (o seu ou o do carro, não importa), nos melhores autódromos do mundo e recebendo todas as instruções de uma equipe altamente profissional e especializada. Parece um sonho, mas existe. O Pure McLaren proporciona tudo isso e atende tanto àqueles que desejam dirigir melhor nas estradas quanto aos que pretendem pilotar em provas oficiais. No Pure McLaren, o cliente pode alugar um carro da marca ou levar seu próprio automóvel. O programa existe na Europa desde 2018 e foi implantado nos Estados Unidos em 2019, com excelentes resultados nos dois lados do Atlântico. A filosofia da empresa é simples: todo McLaren é projetado para ser conduzi-
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do ou, se for o caso, pilotado. A beleza das linhas não é pretexto para um McLaren ser admirado apenas como obra de arte estática. Seu lugar é nas pistas, sua vocação é o movimento – de preferência, em alta velocidade. Para quem deseja competir, há o Pure McLaren GT Series, sancionado pela FIA e aberto exclusivamente aos McLaren 570S GT4 com motor V8 biturbo de 3,8 litros. Eles podem ser comprados por toda a temporada ou alugados a cada prova. Como todos os carros são iguais, não há divisão por classes: nas corridas, todos lutam pela vitória na classificação geral. Existe uma pontuação à parte, a Bruce McLaren Cup, aberta exclusivamente a quem está em seu primeiro ano como piloto – o critério é a data de expedição da licença. As provas acontecem em autódromos clássicos como Silverstone (Inglaterra), Hockenheim (Alemanha), Spa-Francorchamps (Bélgica) e Hungaroring (Hungria). Cada fim de semana tem quatro sessões de treinos livres, duas de treinos classificatórios
e duas provas contando pontos para o campeonato. Terminadas as corridas, o ambiente é amigável e descontraído, com grande participação dos familiares e amigos. É um campeonato para pilotos não profissionais – os chamados “gentlemen drivers”, homens e mulheres de negócios que desejam apenas extravasar a paixão pela velocidade nas pistas. Para eles e elas, o tempo para se dedicar a todas as providências inerentes à preparação de um carro para uma corrida simplesmente não existe. Por isso, a McLaren fornece tudo: acomodações, transporte e preparação de carros, treinamento individual e todo o aparato necessário para uma corrida de alto nível em ambiente sofisticado e confortável. Pela mesma razão, o calendário anual é enxuto, com seis eventos no máximo. Em 2018, a britânica Mia Flewitt foi a campeã do Pure McLaren GT Series. O título da Bruce McLaren Cup ficou com o árabe Sultan Ojjeh.
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PERFORMANCE: MOTORSPORTS
Luta de gigantes
Dez fabricantes de automóveis estão na luta pelo título da temporada 2019-2020 da Fórmula E. Entre elas, quatro marcas representadas pela Eurobike: Audi, BMW, Jaguar e Porsche. Por Luiz Alberto Pandini Fotos Divulgação O automobilismo entrou de vez na era da eletricidade. A temporada 2019-2020, a sexta da história da Fórmula E, sacramenta o engajamento da indústria com o desenvolvimento da propulsão elétrica. Dez das doze equipes inscritas representam oficialmente fabricantes de automóveis dos mais variados perfis. Quatro delas são de marcas representadas pela Eurobike: Audi, BMW, Jaguar e Porsche. Iniciada em 2014, a Fórmula E cresceu a cada temporada. Os carros têm chassis, pneus e carenagem padronizados, permitindo às equipes e fábricas se concentrarem no desenvolvimento do trem de força, leia-se motores elétricos e sistemas de transmissão – exatamente o que mais interessa a elas na pesquisa de tecnologias a serem eventualmente aplicadas nos carros de rua. 40 | Eurobike magazine
A Porsche é uma das duas fábricas estreantes da temporada 2019-2020, ao lado da Mercedes-Benz. Aproveitando a experiência dos profissionais que até 2017 atuaram na campanha vitoriosa no Campeonato Mundial de Endurance, a fábrica preparou sua entrada na Fórmula E nos últimos dois anos. A equipe, oficialmente denominada TAG Heuer Porsche, tem como pilotos o suíço Neel Jani (carro 18) e o alemão Andre Lotterer (carro 36). Participante da Fórmula E desde a primeira temporada, a Audi Sport ABT Schaeffler mantém inalterada sua dupla de pilotos: o brasileiro Lucas Di Grassi (carro 11) e o alemão Daniel Abt (carro 66). É uma equipe forte, que lutou por vitórias em todos os campeonatos e levou Di Grassi ao título em 2016-2017. A BMW i Andretti Autosport iniciou a temporada 2018-2019 com vitórias e é outra equipe muito bem cotada. Seus pilotos são o britânico Alexander Sims (carro 27) e o alemão Maximilian Guenther (carro 28). Na Panasonic Jaguar Racing, o ambiente é de otimismo: a primeira vitória aconteceu na temporada 2018-2019 com o inglês Mitch Evans. Ele continua no comando do carro 20 e terá como companheiro de equipe outro inglês, James Calado (51). Na pré-temporada, a equipe teve o brasileiro Sérgio Jimenez participando dos testes – um prêmio pela conquista do título do Jaguar I-Pace SV eTrophy na temporada 2018-2019. Além da já mencionada Mercedes-Benz, as outras equipes da Fórmula E ligadas a fabricantes de automóveis são DS Techeetah, Nissan e-dams, Mahindra Racing, NIO 333 Racing e Venturi Racing (esta última, a equipe do outro brasileiro inscrito na temporada, Felipe Massa). Envision Virgin Racing e Geox Dragon não têm vínculo com fábricas, mas contam com uma estrutura respeitável e têm chances de brigar por vitórias. A Virgin Racing é parceira da Audi e a Dragon pertence a Jay Penske (filho de Roger Penske, dono da equipe mais forte da Fórmula Indy).
popularidade crescente, na interação com o público e na pesquisa tecnológica. Evidentemente, todas buscando vencer. Vale a pena acompanhar esta luta de gigantes. Box 14 e-Prix em 12 países O calendário da temporada 2019-2020 da Fórmula E prevê a realização de 14 corridas em 12 países. A primeira etapa, na Arábia Saudita, e a última, na Inglaterra, terão rodada dupla – ou seja, duas corridas no mesmo fim de semana, ambas valendo pontos para o campeonato. Quase todas as corridas acontecem em circuitos montados nas vias urbanas ou parques das cidades. As exceções são as do México (realizada no Autódromo Hermanos Rodriguez) e da Alemanha (no desativado aeroporto Tempelhof, em Berlim). 22/11 23/11 18/01 15/02 29/02 21/03 04/04 18/04 03/05 06/06 21/06 11/07 25/07 26/07
Diriyah, Arábia Saudita Diriyah, Arábia Saudita Santiago, Chile Cidade do México, México Marrakesh, Marrocos Sanya, China Roma, Itália Paris, França Seul, Coreia do Sul Jacarta, Indonésia Berlim, Alemanha Nova York, Estados Unidos Londres, Inglaterra Londres, Inglaterra
Para mais informações: fiaformulae.com
Nenhuma outra categoria do automobilismo mundial tem hoje tantas fábricas envolvidas quanto a Fórmula E. Todas de olho na Eurobike magazine | 41
LIFESTYLE: COMPRAS
ACHADOS E IMPERDÍVEIS
Boné BMW Classic R$254,00
Chaveiro BMW Serie 1 R$ 183,64
Tenis Puma BMW Motorsport Unissex R$ 768,00
Garrafa Tipo Squeeze 420 ML BMW R$ 200,00
Chaveiro BMW M R$ 355,00
Camisa Polo Masculina BMW R$ 418,00
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Carrinho a pedal 911 Carrera Preço: R$2.399,49
Moinho de sal e pimenta Porsche Preço: R$ 1.124,01
Boné Racing com seis secções em cinza e estampa Preço: R$ 173,00
Copo Térmico com tampa 100% hermética. Mantém a temperatura tanto das bebidas quentes quanto das frias. Preço: R$ 294,31 Conjunto de duas xícaras de café com escudo Porsche Preço: R$ 294,31
Óculos de sol Porsche Preço: R$ 1.821,35
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LIFESTYLE: VINTAGE CARS
FLECHAS DE PRATA
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Primeira aparição do Auto Union “Silver Arrow“ no circuito de Avus em Berlim em 1934: Hans Stuck ao volante do carro da Auto Union Typ A
Por Eduardo Rocha Fotos: Audi Mediacenter
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LIFESTYLE: VINTAGE CARS
Há 89 anos, começou um dos capítulos mais dramáticos de toda a história do esporte a motor. Em 27 de maio de 1934, os carros de corrida alemães que logo adquiririam o apelido “Flechas de Prata” , Silberpfeil em alemão, foram inscritos para sua primeira corrida, no circuito de Avus, em Berlim
Embora nem a Auto Union, empresa da qual a Audi em sua forma atual se tenha desenvolvido mais tarde, nem a Mercedes Benz tenham vencido esse evento, não demorou muito para que esses dois fabricantes começassem a dominar as corridas internacionais de Grand Prix, situação que prevaleceu até o início do a Segunda Guerra Mundial em 1939. Parece quase incrível hoje, mas em 1936 os carros de corrida da Auto Union alcançavam velocidades impressionantes de até 380 quilômetros por hora nas longas retas do circuito de Avus. Nascia aí uma lenda. Os carros de corrida com o emblema dos quatro anéis foram inscritos para a corrida que aconteceria no circuito Avus em 27 de maio de 1934. Pilotados por Hans Stuck, August Momberger e Hermann Prince zu Leiningen, essa foi sua primeira aparição na competição. Eles se destacavam pela impressionante pintura prateada, mas possivelmente a característica mais notável foi que o motor estava posicionado atrás do motorista. A primeira temporada de corridas de automóveis que os projetistas tiveram que obedecer uma nova fórmula foi em 1934: os carros eram limitados a um peso seco total de 750 kg, mas os motores podiam ser de qualquer tamanho e não havia restrições quanto ao tipo de combustível. Ferdinand Porsche era o cérebro por trás dos carros de corrida da Auto Union, por assim dizer. Ele os projetou para o novo grupo de fabricação de veículos automotores com esse nome, criado em 1932 por uma fusão das marcas Auto Union, DKW, Horch e Wanderer, e supervisionou sua construção e testes a partir de março de 1933 no departamento de corridas da Auto Union, que estava localizado na fábrica da Horch em Zwickau. A aprovação de seu projeto estava sujeita aos motores que desenvolviam pelo menos 250 cavalos de potência a 4500 rpm. O piloto Hans Stuck confirmou isso com um recorde mundial de velocidade no circuito de Avus em março de 1934. Logo depois, durante a corrida em Avus, os novos carros de corrida Auto Union deram um show impressionante. Mesmo durante o treino, a velocidade média de volta de 245 km/h de Hans Stuck havia deixado claro quem era o candidato mais rápido. Na corrida, mesmo tendo sido realizada sob forte chuva, a Auto Union superou os outros participantes (com Momberger registrando a maior velocidade média de 225,8 km/h). Na décima volta, Stuck havia conquistado um minuto de vantagem sobre 46 | Eurobike magazine
seus rivais mais próximos - mas então uma falha o tirou do jogo. Na linha de chegada, Momberger ficou em terceiro, atrás dos pilotos da Alfa Romeo, Guy Moll e Achille Varzi, para garantir um lugar no pódio. E, aliás, a equipe da estrela de três pontas ainda estava lutando com problemas técnicos persistentes e optou por não participar dessa corrida.
A evolução Os carros do Auto Union Grand Prix passaram por três estágios de melhoria na temporada de 1937: 1934 Tipo A: 295 cv 1935 Tipo B: 375 cv 1936/37 Tipo C: 520 cv Eurobike magazine | 47
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O piloto Bernd Rosemeyer a mais de 272 km/h, na grande reta no Donington Grand Prix
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Durante esse período, o conceito básico de design permaneceu inalterado. O motor V16 estava no centro do chassi, atrás do banco do motorista, e, portanto, antecipou por várias décadas o layout usado quase que exclusivamente em carros de corrida modernos. Em sua forma final, o motor tinha uma cilindrada de 6 litros e era extremamente flexível: seu torque máximo era de 87 kgm a 2500 rpm, o que significava que apenas uma caixa de quatro velocidades era suficiente. Uma única árvore de comando operava todas as 32 válvulas; o virabrequim, originalmente usinado em uma peça única, logo foi substituído por uma versão desenvolvida pela Hirth, uma empresa especializada. Ele consistia em segmentos individuais aparafusados através de acoplamentos estriados. Era sobrealimentado por um Supercharger tipo Roots, o que extraía dos 16 cilindros, 520 cv.
disponível, o engenheiro-chefe Robert Eberan von Eberhorst esboçou um novo design para os “Flechas de Prata”.
Os pilotos mais famosos desses carros foram Bernd Rosemeyer, Hans Stuck, Hermann Paul Müller, Ernst von Delius, Rudolf Hasse e Achille Varzi.
Através desses sucessos no esporte a motor, a Auto Union mostrou sua força e competência em áreas como aerodinâmica, construção de estruturas fortes e leves e motores de alto desempenho, o que demonstra o imenso conhecimento técnico proveniente de sua pesquisa desde antes de sua fusão com DKW, Horch e Wanderer. A Audi dos dias de hoje.
O fim da era Ferdinand Para a temporada de 1938, a fórmula mudou e, como o contrato de Ferdinand Porsche havia terminado e ele não estava mais 50 | Eurobike magazine
Uma equipe de aproximadamente 60 pessoas, incluindo a mecânica de corrida, era necessária no departamento de corridas, formado em 1933. Seus membros foram escolhidos especialmente, na maioria dos casos, da força de trabalho da fábrica da Horch em Zwickau, onde o departamento de corridas estava localizado. Entre 1934 e 1939, a Auto Union participou de 61 corridas de circuito ao todo, tendo vencido 24 delas e conquistado 23 segundos lugares. Em 1934, 1936 e 1938, um piloto da Auto Union foi campeão alemão de corridas de estrada.
País de origem: Alemanha Produção: 1936 - 1937 Projetado por: Dr. Ing. h. c. Ferdinand Porsche Predecessor: Auto Union Type B Sucessor: Auto Union Type D Motor Configuração 45º, V16 Localização: Longitudinal centro traseiro Bloco de alumínio, cabeçote em liga leve Deslocamento 6.006 cc Diâmetro / curso 75,0 mm / 85,0 mm Compressão 9.2: 1 Valvetrain: 2 válvulas / cilindro, OHV Alimentação de combustível 2 Carburadores Solex Supercharger do tipo Roots Potência 520 cv a 5.000 rpm Binário 86,68 kgfm a 2.500 rpm Potência para 0,69 cv / kg 87 cv / litro
Corpo de alumínio do chassi na estrutura tubular de cromo-molibdênio Suspensão Tirantes dianteiros de suspensão, barras de torção, amortecedores de fricção Eixo de balanço da suspensão traseira, barras de torção, amortecedores de fricção Direção: Rosca Sem-fim Freios a tambor Transmissão Caixa de velocidades 5 velocidades Manual Tração nas rodas traseiras
História da corrida - Grandes vitórias Grande Prêmio da Alemanha de 1936 (Bernd Rosemeyer) Grande Prêmio da Suíça de 1936 (Bernd Rosemeyer) Grande Prêmio da Itália de 1936 (Bernd Rosemeyer) Grande Prêmio da Bélgica de 1937 (Rudolf Hasse)
Dimensões Peso 750 kg Comprimento / largura / altura: 3.920 mm / 1.690 mm / 889 mm Números de desempenho Velocidade máxima 314 km / h (195 mph)
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O ESPIRITO
DO FOGO Por Ana Augusta Rocha Fotos Kriz Knack
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Ele mudou a vida humana. Há cerca de 800.000 anos atrás, foi o fogo que possibilitou um salto de qualidade na existência de nossos ancestrais. O historiador-pop e das multidões esclarecidas, Yuval Harari em seu livro SAPIENS lembra que “por volta de 300.000 anos o Homo erectus, os neandertais e os bisavós dos Homo sapiens já usavam o fogo em bases diárias”.
O calor das fogueiras possibilitou que comêssemos com mais diversidade e com mais segurança alimentar. E outro detalhe importante: ajudava para que não fôssemos nós os devorados, visto que ao redor das chamas estávamos protegidos dos animais selvagens, que as temiam. Eurobike magazine | 53
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É uma história humana tão antiga que já virou atávica: a fogueira, a brasa, a labareda nos co-movem. Nas noites frias a lareira atrai, nos momentos sociais o churrasco reúne – democrático, geral e irrestrito: churrasqueamos da laje ao luxo. Mas qual seria hoje o luxo do fogo? De que forma o churrasco se reinventou no século XXI de modo a criar experiências e sofisticar a gastronomia? Fomos atrás dessas respostas para você. E encontramos um mundo onde a carne reina, é forte e se solidariza até mesmo com quem tem horror a ela valorizando as opções veganas também. Se, ao redor das fogueiras ancestrais se contavam histórias, hoje em dia os mestres do fogo criam uma nova narrativa, alcançam a fama e fascinam audiências enquanto chefs assadores. Muitos consumidores estão ávidos para, eles também, contarem essas histórias. 54 | Eurobike magazine
O CHURRASCO SE SOFISTICA A especialização sem fim do mundo contemporâneo, por que não, chega cada dia mais aos ambientes gastronômicos. E os churrascos vem atraindo não somente um grande público, mas especialistas em sua arte. Os famosos chefs assadores e suas receitas sofisticadas propõem diferenciações, desde a escolha da lenha (lenha de árvores frutíferas dá um sabor especial, afirma-se), até a eleição do ferramental adequado, ou seja, o tipo de estrutura onde se coloca a carne e outros assados, que podem ser verdadeiras obras de engenharia. Parrilheiras que assam inclinadas e tem várias gradações de inclinação e altura são um exemplo. Braseiros com estratégicos recortes laterais para o ar entrar e criar a combustão desejada são outro. Braseiros de chão com estruturas de varais elevados
para defumação ainda outra viagem... Hoje as possibilidades são muitas, pode acreditar. As carnes também estão sendo redesenhadas. Vamos destrinchar esse assunto: as consideradas nobres e bem brasileiras como a picanha e a fraldinha continuam a reinar; mas surgem no cenário propostas de cortes diferentes seguindo a cultura açougueira de outros países. Um exemplo é o flat iron, um corte que sai do dianteiro do animal, é fino como a fraldinha (logo de rápido cozimento), mas com menos gordura. Você apenas sela a carne em fogo alto e está pronta e suculenta. Outro exemplo é o short rib, também dianteiro e que trafega entre o acém como base e a costela. Quando cortado na longitudinal ele dá origem ao assado de tira. “Muito saborosa, a peça é como o acém, rica em colágeno, então seu tempo
de fogo deve derreter o colágeno. Primeiro sele a peça (bem perto do fogo alto), em seguida asse-a, mais longe do calor, por uns 8 minutos de cada lado”, orienta a equipe de jornalistas do Paladar, o caderno especializado de O Estado de São Paulo. O Denver Steak é outro sujeito que está ficando famoso. Aprenda a reconhece-lo, pois ele é encontrado meio que escondido, como miolo do acém. Tem a característica da suculência e altura, e o marmoreio da gordura é bem homogêneo. A origem da carne também é fundamental: o gado europeu como o Angus ou o de origem japonesa como o Wagyu são as preferidas e mais propaladas. Aliás quanto mais indicação de origem e tratamentos especiais para o animal, melhor, segundo esses chefs que trazem no centro da questão a importância para os bons tratos do animal. Então saiba: além dos mais Eurobike magazine | 55
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diferentes modos de fazer, preocupe-se também com a vida – quando e onde – que estes animais tiveram. Diversidade de receitas é outro ponto central. Uma famosa chef, por exemplo, pode estar divulgando a realização de um “Presunto Campeiro (Country Ham) glaceado com Mapple Syrup, utilizando cortes curados e defumados lentamente sobre lenha frutífera, com compota cítrica de abacaxi. Uma clara inspiração no churrasco americano. Outro chef, na contrapartida, pode propor um Beef Bulgogi de Angus Defumado com amendoim torrado e caramelizado. Uma clara
alusão à cozinha coreana, onde a carne, depois de grelhada receberá um molho de soja, alho picado e semente de gergelim. E será servido com verduras. Ou seja: estão valendo todas as inspirações (e pirações também) do mundo, para o novo espetáculo da carne. Se antes chamávamos apenas de churrasco, hoje há uma filosofia por traz, temperada entre a ancestralidade, o fogo primevo e uma paixão ardente por criar essas experiências marcantes e inovadoras.
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MEGA EVENTOS AO REDOR DO TEMA Em todo o brasil, festivais de carne tem acontecido. A Churrascada é o evento brasileiro de maior expressão e maior proporção, nas artes que envolvem a carne. É um festival gastronômico que nasceu em 2015 inspirado em festivais internacionais dos quais falaremos mais a frente. Se baseia numa fórmula vencedora: grandes nomes do churrasco, cortes de altíssima qualidade e valor agregado, preço fixo, altas pirotecnias e um público cativo que só faz aumentar. No ambiente da Churrascada os chefs são distribuídos em estações. Cada estação é identificada com o nome do chef, o nome do prato e as marcas que estão patrocinando o assador. Uma territorialidade bem definida e que exalta a autoralidade de cada chef. “Agora em 2020 estamos indo para o quinto ano da Churrascada e ela espelha esse desejo mundial pela valorização da gastronomia. Os eventos de churrasco ganharam ainda mais destaque dentro desse cenário, por que oferecem uma atmosfera democrática, que reúne qualquer tipo de pessoa”, explica Felipe Aversa, sócio da Agencia Haute, criadora da marca no Brasil. “Se nas primeiras edições reuníamos cerca de 1.300 pessoas por evento, hoje cada dia da edição não recebe menos de 2.500 participantes”, celebra Felipe. Camisetas, jeans, bonés e tatuagens. Alguns participantes ostentam chapéus de cowboy. Muita cerveja, grandes barbas, gente moderna: esse é o clima. Toneladas de carne da melhor qualidade. A fórmula parece simples, mas o que se vê num dia de Churrascada revela uma mega produção organizada com meses e meses de antecedência. Para começar uma equipe forte: a agência Haute e seus quatro sócios acompanham tudo de perto com os especialistas em carnes Gustavo Bottino e Rogério Betti. Estará sempre prevista uma longa e colorida bancada totalmente vegana, a cada evento, o que levanta a bandeira do respeito a tudo e a todos os gostos. Na edição paulistana acontecida no início de agosto do ano passado, chamou a atenção o badalado burger feito de plantas (plant based food) de uma das FoodTechs mais celebradas do país da atualidade. Para os apaixonados pelas ferramentas e assadores foram apresentadas novas criações como o “Assador Carrossel”, do chef Marcos Livi e a “Churrasqueira Roda Gigante”, do chef Roberto Ravioli, ambos paulistas. Isso sem falar em outros apetrechos (assadores principalmente) inspirados nas criações do chef argentino Francis Malmann. Para se ter uma ideia, a última festa paulistana recebeu 60 chefs-assadores - entre eles 12 estrangeiros. A lenda do churrasco americano, Wayne Mueller (do Louie Mueller BBQ de 1949), Christina Hendricks (uma das estrelas do canal Food Network), Mauro Chiaveri (que 58 | Eurobike magazine
fez carreira no Franklin BBQ), Richard Turner (do festival inglês Meatopia), Hattem Mattar (primeiro pitmaster do mundo árabe) e muitos outros. Foi uma festa. Também esteve em grande destaque, claro, ela, a carne. Um exemplo foi a Wagyu A1 - máximo grau de marmoreio da carne, que fez sua estreia pela primeira vez em um festival gastronômico no Brasil. Em 2019 em São Paulo, a Churrascada contou também com um espaço dedicado a homenagear importantes nomes da carne brasileira, como: Marcos Bassi, István Wessel e Sylvio Lazzarini Neto. Um bar de drinks garantia a temperatura máxima e o inesperado ficou por conta do duelo entre açougueiros onde equipes de países se apresentam – e competem – nas artes de destrinchar as carnes para demonstrar sua habilidade. São as famosas “Butcher Wars”/ Guerra de Açougueiros. (Em tempo, no universo Churrascada aprofissãodeaçougueiroéalçadaàpatamaresdegrandestatus...) JEFFERSON FINGER GERAÇÕES PERTO DO FOGO “Eles fazem cerca de 4 eventos por ano, mas os fãs gostariam que fossem dez”, afirma categórico Jefferson Finger, chefchurrasqueiro do Barbacoa que acompanha e promove o Churrascada desde as primeiras edições. Hoje em dia ele é um dos chefs brasileiros com destaque mundial no setor, e sempre trazendo novas técnicas para o cenário. “O evento Churrascada trouxe oportunidade de dar destaque a essa paixão do brasileiro, que é a carne. E em grande estilo. Isso é o que o brasileiro gosta, ambiente festivo, a carne no mais alto posto. Por isso foi um grande sucesso, desde sua primeira edição”, complementa. Nos festivas e no restaurante Barbacoa, onde é o responsável pelas carnes em todas as 15 unidades do grupo (estão atualmente na Itália e Japão, além do Brasil onde contam com 6 restaurantes), Jefferson defende uma genética de gados de origem europeia, como por exemplo a carne do gado Angus, de raiz escocesa, e hoje amplamente criado no país. “Os produtos brasileiros utilizados hoje já saem, desde a fazenda, com extrema qualidade criando a possibilidade de cortes perfeitos e criativos”, explica. “O que determina se uma carne será macia ou não é a genética do boi. As pessoas hoje tem muito interesse pelo gado, me perguntam muito, mundialmente, a minha opinião sobre quem leva o troféu da melhor carne. E eu digo com muito realismo (e uma dose de orgulho, claro): a carne brasileira é considerada hoje uma das melhores do planeta”, complementa. Junto com a ABIEC (Associação Brasileira das Industria Exportadoras de Carne) e com o apoio do Barbacoa, Jefferson tem percorrido muitos países para divulgar a carne do brasil no exterior. “Eu já fui à mais de 22 países fazendo churrasco. As pessoas se surpreendem que nossa produção tenha atingido
esses patamares de excelência nos últimos anos”, sustenta. “E o Brasil não deve nada para ninguém em termos de carne e churrasco. Na ultima edição do Churrascada recebemos 30 chefs estrangeiros e eles foram taxativos que estamos assando num nível muito superior. Jefferson vem de um a família com tradição no assunto. Seu avô seu Vidal, de origem alemã era açougueiro no Paraná. Bom de faca e de paciência para alcançar a perfeição, já na sua juventude era muito chamado para organizar os churrascos festivos da cidade onde moravam. Com a chegada dos filhos, Geraldo (pai de Jefferson) e seus irmãos, os Finger eram ainda mais requisitados. “Eu hoje quando estou fazendo meu trabalho, me inspiro no meu avô e no meu pai… O churrasco é algo meio sagrado para mim. Eu não penso e fazer nada mais na vida que não seja a carne”, conclui.
“a carne brasileira é considerada hoje uma das melhores do planeta”
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UM CHEF FECHADO COM O FOGO ABERTO: ESSE É O FASCINIO DE MALLMANN. Talvez a maior expressão viva dessa arte de aquecer os ambientes, deliciar os sentidos e excitar a imaginação da mídia pelos pecados da carne, viva a maior parte do tempo na Patagônia. Estamos falando do mais famoso chef argentino, Francis Mallman criador de uma culinária executada sobre a chama aberta. Um curso intensivo com ele de 4 dias, ao redor do fogo e em sua ilha patagônica no Lago La Plata, custa a pechincha de EU$34.000,00. Sempre tem alguém disposto a bancar esse investimento! Francis Mallmann é um dos chefs mais famosos e amados da América do Sul. Tem vários livros publicados com suas técnicas e inúmeros documentários feitos a respeito de seu modo peculiar de cozinhar. É um homem apaixonado pela carne e seus sabores. Cresceu na Patagônia em um penhasco com vista para o Lago Moreno e o fogo desempenhou um grande papel na infância de Francis e nas memórias que o ajudaram a definir suas técnicas de cozinha. O fogo é, desde sempre, uma das grandes marcas da Patagônia, terra gelada e ventosa. Quando tinha apenas dezenove anos, brigado com seu pai que queria vê-lo estudando numa universidade, abriu seu primeiro restaurante em Bariloche, e rapidamente começou a ganhar admiradores e clientes leais. Depois de alguns anos, período em que alcançou grande sucesso, aproveitou a oportunidade para abrir um restaurante no Uruguai, onde sua clientela continuou a crescer. Nas baixas temporadas sulamericanas, Francis fechava seus restaurantes e viajava para a Europa, onde trabalhava com chefs de renome mundial na França, sob a direção de, por exemplo, Alain Senderens, Roger Verge e Raymond Oliver. Em seus retornos à América do Sul, onde continuava a cozinhar a culinária francesa, logo começou a explicitar seu desejo de servir refeições que celebravam técnicas baseadas nas práticas de cozimento a lenha e sobre o ferro fundido, técnicas pelas quais a América do Sul é conhecida. Hoje, Francis continua atraído pelo cozimento em fogo aberto, ressaltando os aromas que só podem ser alcançados através dos alimentos feitos em grelhas. A partir de seus talentos, ele cria pratos arrojados e saborosos que surpreendem o paladar e, ao mesmo tempo, são deliciosos e sedutores. Certamente esse chef charmoso e irreverente marca o cenário com sua personalidade intensa. Ele é brasa e encandece ao falar de suas técnicas e da diferença que mora numa simples escolha: as melhores matérias primas e a paixão pelo fogo em todas suas fases: fumaça, chama, brasa e cinzas. Segundo Mallmann,
em cada etapa da fogueira há a chave para a confecção de um alimento, de forma deliciosa e muito particular. Os restaurantes de Francis incluem o 1884 em Medoza, Argentina; o Garzon no Uruguai no povoado de mesmo nome; o Patagonia Sur situado em Buenos Aires; o Los Fuegos no Faena Hotel em Miami; o Siete Fuegos no The Vines Resort & Spa, Fuegos de Apalta em Viña Montes no Chile e o Restaurant Francis Mallmann no Chateau La Coste, na França. Ele tem dois livros de culinária: Seven Fires: Grilling the Argentina Way, e Mallmann on Fire, e tem um programa de culinária na Argentina no canal Gourmet, além de ter ganhado um episódio no documentário da Netflix, o ‘Chef’s Table’. Ele mesmo um personagem saborosíssimo e fascinante. UMA CHAMA MUNDIAL. A carne como centro das atenções espalha-se rapidamente. Festivas internacionais como o Meatopia (EUA e Inglaterra), um dos primeiros no mundo com essa característica, também inspiram novas iniciativas. Nascido da concepção de Josh Ozersky, jornalista de gastronomia e autor de inúmeros livros, o Meatopia tem um manifesto onde sustenta sua paixão pela qualidade, sustentabilidade e sabor para as pessoas: “Celebre os produtos… Orgulhamo-nos de usar carne de animais (terra, ar e mar) criados naturalmente e que tenham tido uma vida boa, livres de crueldade. Nas mãos de nossos verdadeiramente excelentes chefs, o Meatopia é um final adequado, prestando-lhes o máximo respeito”. Nada mais contemporâneo e saboroso, não? Para saber mais: www.facebook.com/churrascadabrasil https://meatopia.co.uk Eurobike magazine | 61
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Canastra Gourmet Eurobike Adventure Trip levou clientes das marcas Jaguar e Land Rover para final de semana com pegada gastronômica na Serra da Canastra Por Eduardo Rocha Fotos Célio Messias
Estávamos já a algum tempo sem promover o Eurobike Adventure Trip e em conversa com o Guilherme Passalacqua, achamos que era hora de retomar, mas com uma pegada diferente. O Augusto Carvalho, que já tinha em mente um roteiro, rapidamente o transformou em programação para o final de semana. Passeio com experiências gourmet na Serra da Canastra, que está se tornando um polo de produtos como queijo (já faz um tempo), café, embutidos e futuramente até vinhos. Saímos de Itatiba 1 dia antes, para fazer o levantamento dos passeios e validar nossa programação. Mas antes de ir à Capitólio, ao Obba Coema Village Hotel, precisávamos nos encontrar com o Silvio Vezalli, do Canastra 360, para o levantamento, que começou no final da tarde e terminou já bem de noite, com direito a avistamento de animais como lebres, veado e tamanduá. Dia seguinte, levantamento dos roteiros concluído e receptivo no hotel devidamente preparado, tudo pronto. O grupo chegou ao anoitecer, daí check-in, jantar, um pouco de prosa e descanso para um sábado com programação cheia. Eurobike magazine | 63
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No dia seguinte, café bem cedo e partimos passeando rumo à Fazenda Armadillo, onde se produz o Canastra Coffee, café de altitude. Lá, uma subida razoavelmente íngreme, nos levava ao alto de uma montanha. O barista e proprietário Pedro Braz já nos aguardava, não na sede, mas sim no alto dessa montanha com uma farta mesa de cafés, iguarias da região e uma vista de 360 graus, inclusive para os cafezais. Além de degustar todas aquelas delícias e fazer muitas fotos, tivemos uma aula sobre os cafés de altitude. De lá continuamos nosso passeio pela Canastra, rumo a São Roque de Minas. Atravessamos São Roque de Minas e logo chegamos na Estância Capim Canastra do premiado produtor Guilherme Ferreira que nos aguardava para uma degustação de queijos, harmonizados com cervejas artesanais. Eurobike magazine | 65
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Descemos em pequenos grupos para a Cave, onde Guilherme nos apresentou variações do queijo Canastra com curas de 30, 60, 90 e 120 dias. Impressionante as nítidas alterações de sabor conforme o tempo de cura do Canastra. Deliciosos! Enquanto isso, no andar de cima, um balcão lotado de petiscos diversos para aguardar o almoço que já perfumava o local todo. Lá fora, Diego Martins, do Caseirinho Queijos Artesanais, também produtor de manteiga, fracionava uma fresquíssima mussarela para nossa degustação.
Impressionante as nítidas alterações de sabor conforme o tempo de cura do Canastra
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Almoço sob a copa das árvores, boa conversa e para fechar, um excelente sorvete de queijo Canastra com calda de goiabada. Em seguida, café preparado por Pedro Braz, ao mesmo tempo em que nos deu uma aula sobre café, sobre o ponto ideal dos grãos e sobre o preparo, que requer alguns cuidados. O resultado é uma bebida com personalidade, mas sem o amargor dos
grãos ainda verdes torrados. Sequer necessita de açúcar. Final de tarde, hora de retornar ao hotel pois no domingo ainda tínhamos atividades programadas. Domingo, no café da manhã, parte do grupo decidiu ir de lancha passear nos canyons. Nós fomos visitar o complexo Eurobike magazine | 71
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de cachoeiras do Retiro Viking, muito bonito por sinal, mas o calor intenso nos fez antecipar a ida ao nosso próximo ponto de encontro para o almoço, o Leão de Judá Charme Hotel em São Sebastião do Paraiso. O hotel, além de muito bonito, tem um ótimo restaurante. Foi um ótimo final de semana, focado na paisagem e na gastronomia local. A Canastra cada vez mais se mostra um importante polo turístico. Seja por suas belezas naturais ainda pouco exploradas, seja pelos produtos regionais sofisticados, que começam a mostrar a cara. Esse foi mais um Eurobike Adventure Trip. Agora em 2020 tem mais.
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