COLABORADORES
Editorial: Eduardo R. da Cunha Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da Cunha Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Patricia Miller Publicidade: Eduardo Rocha – eduardo@custompress.com.br Preparação e revisão: Denis Araki Produção: Custom Press Comunicação Tiragem desta edição: 10.500 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista. Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, MINI e Porsche Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: 16 3965 7000 Ana Augusta Rocha
Juan Esteves
Ana Maria Junqueira
Monica Schalka
Betto D’Elboux
Reinaldo Junqueira
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EDITORIAL
Caro leitor, A Eurobike faz 15 anos! E só temos a agradecer aos nossos clientes, colaboradores, parceiros e amigos por nos acompanharem até aqui. Excelentes resultados e negociações pautadas em confiança. Muito obrigado a todos e vamos em frente! Em clima de comemoração e com muito orgulho anunciamos que, a partir de janeiro de 2018, a Eurobike é a concessionária oficial da McLaren no Brasil. Sensacional, não é mesmo? E tem mais: estamos construindo três novas concessionárias para inauguração em breve – Audi Londrina, Audi Maringá e Porsche Ribeirão Preto. Tudo isso somado aos lançamentos Range Rover Velar, novo BMW X5 M, Panamera Sport Turismo Híbrido, os novos Audi RS3 Sedan e Sportback, e o TT RS com 400 cv, só vem confirmar nosso otimismo em um ambiente mais estável. Para abrir esta edição, escolhemos a história de Andy Dierberger. Um bem-sucedido empreendedor que tem como princípios restaurar, reutilizar e renovar – do solo aos carros antigos. Se tudo pode ser mais produtivo e eficiente, por que não? Conheça a trajetória do produtor de óleos essenciais que também restaura Land Rovers e aeronaves. Nas páginas centrais, temos o prazer de apresentar os elegantes Audi A5 Sportback e Q5: não pudemos escolher apenas um, você decide! E por falar em tomar decisões, conheça a história do executivo do mercado financeiro que trocou sofisticados escritórios por um... veleiro! E agora seus indicadores são geográficos e meteorológicos. Uma escolha feliz. Para voltar à terra firme, propomos um roteiro de carro por Andaluzia, que tem mais de 900 quilômetros de costa – tanto de mar como de oceano. Aproveite todo o charme que essa região espanhola oferece. Boa leitura! Um grande abraço,
Henry Visconde Presidente
PERSPECTIVA ILUSTRADA DA FACHADA
322 M2 COM 4 SUÍTES
VISTA PERMANENTE P A R A O I P Ê G O L F C LU B
AMBIENTES INTERNOS
Av . Pr o f . Jo ã o F i u s a , 2 . 3 4 0 ( 1 6 ) 379 7 6 3 6 3 b i l d ex k l u s i v .c o m . b r Exklusiv Golf: Registro de Incorporação nº R5, matrícula 160.959 do 2º Registro de Imóveis de Ribeirão Preto – SP. Todos e quaisquer móveis, objetos de decoração, paisagens, vinculados em folheto com descritivo “perspectiva ilustrada” são meramente ilustrativos e não fazem parte do objeto do contrato. Na entrega do empreendimento, estas ilustrações, desenhos e modelos poderão apresentar diferenças. A vista apresentada nas imagens é meramente elucidativa, não sendo a fotografia exata do local do empreendimento. Intermediação: Creci/SP 20878 J.
#37 SET|OUT|NOV|DEZ 2017
8. RAZÃO 10. ANDY DIERBERGER. O RESTAURADOR
20. EMOÇÃO 22. AUDI A5 SPORTBACK E AUDI Q5 38. OPCIONAIS E ACESSÓRIOS 40. Black ou white?
44. PRAZER 46. UM SONHO DE SUCESSO 60. ACHADOS E IMPERDÍVEIS NA EUROBIKE
62. DEVANEIO 64. ANDALUZIA UM ROTEIRO DE CARRO PELO SUL DA ESPANHA
RAZÃO
10. “João Andreas Dierberger, ou Andy Dierberger, não lembra em nada um executivo típico”
RAZÃO ENTREVISTA
ANDY DIERBERGER. O RESTAURADOR Por Ana Augusta Rocha Fotos Reinaldo Junqueira
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Uma espécie de Indiana Jones se aproxima... ou seria um velejador de longas provas oceânicas? Ou quem sabe ainda um restaurador de obras valiosas... Talvez todas as alternativas anteriores juntas. Certamente um homem com poucas gravatas em suas gavetas. Até porque gravatas não são confortáveis, não são naturais e não têm um uso prático em meio aos laranjais floridos (de onde se desprende, em setembro, a fragrância de neroli, um perfume indescritível) e por onde ele caminha estação após estação, mais cheio de passos e gestos para com as plantas do que de palavras para nós. João Andreas Dierberger, ou Andy Dierberger, não lembra em nada um executivo típico, fica bem pouco atrás de uma mesa, mas sim à frente de um negócio onde o diálogo com a natureza é estratégico e vital. Por um instante imagino que ele pudesse, sem constrangimento algum, usar uma gravata Hermés para corrigir a rota de uma muda a uma estaca. Ou a colocaria ao vento para espantar predadores. A imaginação voa longe quando seu entrevistado tende a falar pouco. Mas por acaso alguém duvida que o silêncio fala por si? Palavras brotarão, no entanto, em algumas situações específicas. Por exemplo, dentro da oficina de restauro de seus Land Rovers antigos, onde alguns carros-achados estão sendo meticulosamente desmontados. Carcaças devidamente despidas e suas pilhas de peças e parafusos em caixas, que aguardam os cuidados de uma equipe que certamente também não terá gravatas em suas gavetas – mais provável graxas nos armários. Ali, naquela oficina na cidade de Barra Bonita, SP, carros que eram sombras de um passado ganharão um futuro novamente. E ali também Andy ganha ares de palestrante, TED-X. Restaurar o fascina, e sobre esse assunto não somente as palavras, mas os olhos expressam. Depois de algumas horas com ele, nossa equipe percebe que o restauro, reuso, reaproveitamento e renovação não se limitam aos carros, mas se voltará também para veleiros antigos de madeira, aviões que são raridades e uma ou outra motocicleta vintage. E principalmente para os 6 mil hectares de terras plantadas, da família, entre São Paulo, Minas Gerais e Paraguai, e onde são cultivadas espécies produtoras de óleos essenciais, outro tema que provocará suas palavras e brilho nos olhos. A terra cultivada tem sido seu maior e mais constante restauro, pois é trabalho incessante e impres-
cindível para a continuidade dos negócios. E que se faz necessário a um ritmo de 10% ao ano, ou seja, 600 hectares anuais de replantio para que o Brasil e mais de 20 países clientes da Dierberger não parem de receber os frutos dessa dedicação: 46 toneladas anuais de óleos essenciais e 100 toneladas de suco concentrado de limão siciliano orgânico. Agora, leitor, é essencial saber sobre esses óleos extraídos por sofisticados processos de vapor ou por prensagem a frio nas unidades industriais da empresa. Eles compõem desde os perfumes mais sofisticados do planeta até alimentos e produtos de outras indústrias, como a de limpeza e higiene. São eles: óleos de mandarina verde, laranja azeda, bergamota, limão siciliano, eucaliptos do tipo citriodora, globulus e staigeriana, citronela, cidra, palmarosa e vetivert que, entre outras produções como cidra e macadâmia,
Acima, um dos campos de vetivert; À esquerda, a raiz do vetivert de onde se extrai aessência
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compõem o portfólio de produtos da empresa. As matériasprimas cultivadas nas fazendas usadas para extração de óleo essencial continuam num processo industrial de agregação de valor, gerando cascas secas, frutas cristalizadas, suco concentrado, terra vegetal e ração animal, no conceito de reciclagem e total reaproveitamento. Bem ele: poucas palavras, muitas atitudes. A Dieberger, fundada em 1893, vem atravessando os séculos vivendo da terra. E fazendo viver a terra, condição para sua própria subsistência e para a geração de produtos super nobres utilizados em aromas, fragrâncias e cosméticos. É
uma história antiga a paixão da família pelas plantas. Teve início em uma travessia feita em 1889, por um rapaz de apenas 19 anos, jardineiro e sonhador que resolve deixar a Europa e uma vida de sofrimentos e embarcou com um amigo dinamarquês do porto de Gênova para o Brasil. Imigrou na terceira classe de um navio com apenas 100 libras esterlinas no bolso. Esse mesmo Johann Dierberger que se tornaria João mais à frente na nova terra, e que, chegando ao país, foi direcionado a um trabalho pesadíssimo na construção de uma ferrovia em Minas Gerais. E que, mais tarde, por sorte ou felicidade, conheceria Veridiana Prado, paulistana influente que o contrataria como jardineiro. Além de um
Reynaldo Dierberger fundariam a Irmãos Dierberger em Limeira, uma estação experimental onde introduziriam as mais diferentes variedades frutíferas do mundo, e outra empresa voltada para o paisagismo. Em 1926 foram pioneiros na exportação de laranja para os Estados Unidos, criando novos rumos para a agricultura nacional, até então muito voltada para a monocultura do café. O avô, em seu propósito de se tornar um grande exportador de laranjas, inventou soluções para poder enviar sua produção, como a criação de caixas especiais e navios que fossem refrigerados com barras de gelo. Em 1954, João Dierberger Jr. inovou mais uma vez criando a atual indústria de extração de óleos essenciais em Barra Bonita. Nos final dos anos 1980 foi a vez da terceira geração, Andy e seu irmão Christian já estavam à frente dos negócios e passavam pelos enormes desafios que se avizinhavam com o século 21: sustentabilidade, qualidade e diferenciação. O que os levou a transformar o manejo de suas terras para uma produção orgânica. Um esforço enorme de adequação em toda a cadeia produtiva. Mudar tudo, da terra ao homem que trabalha a terra. Foram os primeiros no país a produzir óleos essenciais certificados e orgânicos e passaram a exportar 30% de sua produção para os principais mercados do mundo. A mecanização da colheita foi outro desafio dos novos tempos. Mas talvez o maior deles tenha sido enfrentar o greening, praga surgida em 2004 e que hoje infecta a citricultura no mundo inteiro com a bactéria Candidatus Liberibacter americanos, que abate enormemente a planta e sua produtividade. Para combater o greening a empresa teve de abrir mão recentemente de seu status de orgânica, adaptouse ao combate químico de baixo impacto e se alinhou com a sua indústria compradora. Hoje os óleos essenciais estão na categoria LP (low pesticide) de baixa presença química devido a um manejo de combate à praga feitos no pós-colheita. “Foi um dos maiores desafios da nossa geração. Tive que fazer dezenas e dezenas de palestras e encontros para situar o mercado como um todo do drama que estávamos vivendo. Foi um momento muito difícil para a empresa e para todos os produtores de cítricos”, afirma Andy.
emprego, ela daria a João oportunidade de plantar em terras ainda desocupadas na cidade de São Paulo, trecho onde hoje se encontra a Praça Roosevelt. Numa área da chácara cedida por Veridiana, João começaria sua trajetória de sucesso com as plantas. Em 1893 este primeiro João já inaugurara uma elegante floricultura. Em 1914, ainda mais bem sucedido, enviaria seus dois filhos para a Europa, a fim de aprenderem as línguas tão úteis para se comunicar com os imigrantes vindos em grande número, de todos os lugares do Velho Continente, naqueles anos. Em 1924 seus filhos João Dierberger Jr. e
Nos últimos anos as inovações têm passado pelo consorciamento de culturas nos pomares: “O cultivo de citronela em meio aos cítricos tem sido muito interessante em termos de produtividade e até mesmo para afastar os insetos que podem ser os vetores de transmissão da praga. É tudo muito recente e temos, dia a dia, nos dedicado a criar métodos e produtos melhores”, explica. A meta de colheita de 1000 caixas de frutas por hectare plantado foi muito afetada nos anos recentes, ao passo que os mercados mundiais cresceram em sua demanda. Lembrando que 1 tonelada de fruta produz de 3 a 6 quilos de óleo essencial apenas. Para não perder as oportunidades de Eurobike magazine 14 | 15
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um mercado em ascensão, a Dierberger envolveu produtores vizinhos, que se tornaram seus fornecedores, e criou no Rio Grande do Sul uma nova unidade de processamento e extração na região de Montenegro, grande produtora de mandarina. Ainda no conceito de agregação de valor, foi desenvolvido o aproveitamento da casca após a extração do óleo nela contido para frutas cristalizadas que integram panetones, sorvetes e produtos de panificação em geral. Em 2006 foi também criada a Dierberger Fragrâncias, empresa especializada em formulações para produtos de perfumaria que abrangem desde a perfumaria funcional até perfumaria final, incorporando, entre outras matérias-primas, os óleos essenciais produzidos pela agroindústria do grupo. O grupo tem hoje cinco empresas e produz mais de 150 toneladas/ ano de óleos essenciais. Todos esses dilemas, desafios e superações Andy revela
em meio às suas plantações, na fazenda de Barra Bonita, um misto de mata nativa (40% de sua área) e pomares plantados e replantados incessantemente. Andy mora na fazenda, rodeado por suas centenas de milhares de árvores, numa casa antiga que ele, como era de se esperar, restaurou completamente. “As coisas de valor, a história e a beleza devem ser continuadamente restauradas para que se renovem no tempo, eu me sinto com esta obrigação na minha vida”, conclui, olhando para a paisagem de curvas de nível que abrigam os pomares Dierberger. O perfume intenso da florada de setembro e o verde que se multiplica a perder de vista deixa agora não apenas ele, mas toda a equipe sem palavras.
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EMOÇÃO
22. Audi A5 Sportback e Audi Q5 38. Opcionais e acessórios 40. “Black or white”
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Audi A5 Sportback...
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ou Audi Q5: você escolhe POR JUAN ESTEVES
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Black or white?
“I said if you’re thinkin’ of being my baby It don’t matter if you’re black or white”
Por Betto D’Elboux
Claro, ao perguntar à Audi o que podemos esperar desses novos modelos, ela diria que o A5 Sportback combina o design de um cupê com a funcionalidade de um Avant, possui um design poderoso (o capô do A5 Sportback ganhou quatro vincos, a grade dianteira hexagonal e as lanternas traseiras estão mais largas, e ele está 85 kg mais leve), uma propulsão poderosa, além de sistemas de infotainment e soluções de conectividade inovadoras. Do Audi Q5, a marca diria que se trata de conforto, estilo e dinâmica; destacará que a sua aparência é expressiva e a tecnologia pioneira. Ok. Mas vai muito além disso.
E se você soubesse que, agora, a marca criou uma solução para um antigo problema dos grandes centros urbanos? Sim, a função Traffic Jam Assist (presente nos dois modelos) visa preservar a sua paciência e o seu conforto, conduzindo o veículo praticamente sozinho (em alguns intervalos, ele te pede que assuma o volante, mas apenas por questões de segurança). Isso é possível graças à combinação dos sistemas de Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC), com o Assistente de Permanência em Faixa (Active Lane) e com os sensores de estacionamento (Park Assist). Com todas essas soluções atuando em conjunto, em velocidades de até 65 km/h, você sequer precisará segurar o volante o tempo todo. É preciso fazer isso para não levar multas, mas, tecnicamente, você não precisaria fazer. O próprio ACC está mais evoluído. Este sistema, que originalmente mantém a distância do veículo à sua frente (ele já está presente em diversos modelos, há alguns anos), desacelerando automaticamente caso necessário, agora permite que esta distância fixa seja definida por você.
Ambos os carros entregam valores intangíveis muito maiores: pilotá-los é uma verdadeira experiência! Exagero?
O Virtual Cockpit do Audi MMI (sistemas de conectividade, infotainment e navegação da marca), o mesmo que já
A canção de Michael Jackson que titula esta matéria deixa bem claro: não é importante se você prefere preto ou branco. E o recado do saudoso popstar vale também para os novo Audi A5 Sportback ou Audi Q5. Em um mundo ideal, fique com os dois e terá o máximo de prazer, desempenho e tecnologia.
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equipava os Audi TT, está presente nestes dois modelos também. É aquele momento de questionar se estamos mesmo dirigindo um carro ou um videogame: você configura e define o que quer ver prioritariamente, em uma tela de 12,3”. Quer o mapa do navegador maior, para não ter de desviar a atenção para a tela de 8” do console? Pois escolha isso. Prefere a clássica visão do velocímetro e do conta-giros em evidência? A decisão é sua! Para resumir as qualidades tecnológicas, ambos os modelos também vêm com o sistema Key Less Go, ou seja, a tranca se abre sem precisar introduzir a chave, desde que ela esteja com você e próxima do carro; e para o tradicional moonwalk de Michael Jackson, ou seja, na hora de manobrar em marcha à ré, o monitor MMI e uma câmera na traseira ajudam muito. Usinas de força – O Audi A5 Sportback chegou em quatro versões com propulsores turbo: Attraction é a de entrada, com motor 2.0 TFSI de 190 cv (R$ 189.990); Ambiente, com motor 2.0 TFSI de 252 cv (R$ 213.990); e duas com a tração integrada Audi quattro, a Ambition (R$ 239.990); e a Ambition Plus, que é igual à Ambition, mas com um pacote superior de acessórios (R$ 268.990). Todas as quatro versões são equipadas com transmissão S tronic de sete velocidades, com dupla embreagem e trocas de marchas
quase instantâneas. Estas podem ser trocadas com toques na alavanca ou por meio de paddle shifts, no volante. Para uma maior economia de combustível, o câmbio oferece a função roda-livre. O Audi Q5, montado sobre a plataforma modular do A4 (MLB), agora está 50 kg mais leve, mesmo com dimensões maiores. Ele vem em três versões, todas com o mesmo câmbio S tronic de sete velocidades, e também com o mesmo motor turbo 2.0 TFSI de 252 cv, com 37,7 kgfm de torque e tração integrada Audi Quattro. A diferença entre os modelos Attraction (R$ 244.990), Ambiente (R$ 274.990) e Ambition (R$ 292.990) está apenas nos pacotes de acessórios. Com tudo isso, definitivamente, a única coisa que lhe restará escolher no seu próximo carro, seja ele um Audi A5 Sportback ou um Audi Q5, será a cor. E qual delas você prefere?
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46. “O desejo maior era conhecer o mundo pelo mar. Surfista aficcionado, sabia que não suportaria ficar longe das ondas por muito tempo. Velejar seria a forma de unir suas paixões” 60. Achados e imperdíveis na Eurobike
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Um sonho de sucesso
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É preciso ter os pés no chão para sonhar alto. Saber dosar a mistura certa de coragem e cálculo… Foi assim — com muito planejamento e entusiasmo de sobra — que Renato Matiolli traçou seus sonhos de velejar pelo mundo afora
Por Monica Schalka
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Engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado em Wharton e longos anos como executivo no BCG, renomada consultoria internacional, Renato não teve medo de seguir novos rumos. Apaixonado por mar desde seus tempos de garoto, sentiu que era chegado o momento de ir além do sucesso profissional que parecia tão bem delineado. Queria mais. O desejo maior era conhecer o mundo pelo mar. Surfista aficcionado, sabia que não suportaria ficar longe das ondas por muito tempo. Velejar seria a forma de unir suas paixões. Foram meses de busca por um bom barco que abrigasse conforto, praticidade técnica e adequação aos futuros percursos. Um catamarã Lagoon de 45 pés, que boiava tranquilo nas águas da Croácia, foi o modelo escolhido. Barco selecionado e negócio (bem!) fechado — afinal, seus anos como consultor não passaram incólumes —, Renato
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tinha mais um importante e decisivo passo a cumprir: convencer Sarinha, sua eterna namorada, a entrar no sonho e, literalmente, embarcar com ele nessa viagem sem prazo de retorno. Sarah, filha única de uma família de hoteleiros, já tinha tradição de “estrada”. Formada em Hotelaria em Les Roches de Marbella, já havia morado em Lisboa, Panamá e Rio, além de ter trabalhado em Londres, Algarve, entre outras cidades. Aceitou sem grandes hesitações mas com uma condição: que tivessem a bordo um cão para fazer companhia. Feijão, o doido/doce bull terrier que os acompanha desde o primeiro embarque, foi escolhido de forma meticulosa e estudada. Era necessário ser um cão tranquilo, sem necessidade de grandes espaços para correr; que não fosse alucinado por água, para não se jogar do barco; que não tivesse muito pelo, para aguentar o calor dos trópicos… Enfim, algumas características que facilitassem a vida a bordo. Eurobike magazine 48 | 49
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E assim a tripulação do Sail Ipanema foi formada: Renato no comando operacional, Sarah no receptivo geral e Feijão encarregado de fazer nada. Sem tradição e prática na vela, Renato usou de seus conhecimentos de engenharia e surf para tornar-se o bom capitão que é hoje. Foram quatro meses de reconhecimento e aprendizado no manejo do catamarã em águas mediterrâneas. Grécia, Itália, Espanha, Portugal e, obviamente, Croácia, onde o barco foi comprado, foram os primeiros destinos visitados. Após esse período, sentiu-se pronto para abandonar as águas protegidas do Mediterrâneo, atravessar o Estreito de Gibraltar e realizar a primeira e grande travessia: cruzar o Atlântico e levar o Sail Ipanema para as águas tranquilas do Caribe. Quando perguntado sobre o que fazer durante todo o longo percurso de uma travessia oceânica, Renato responde de forma simples e emocionada: “As pessoas nos perguntam o que é que a gente faz durante as travessias! Bom, para ser since-
ro, além de curtir a companhia um do outro, entreter o Feijão, velejar, pescar, cozinhar, ler, dormir e admirar o planeta (as ondas, o vasto oceano, os golfinhos, os peixes voadores, as estrelas cadentes, o nascer e pôr do sol e da lua a cada dia/noite) não fazemos muita coisa. Eu penso na vida. Penso nas minhas escolhas do passado e nas pessoas. Penso na minha família, meus avós que já faleceram, meus antigos e novos amigos. Também ouço muita música e presto atenção nelas de forma diferente; é interessante como nosso gosto muda e como algumas músicas agora têm um significado completamente diferente, é difícil explicar. Também penso bastante no Brasil, no Rio de Janeiro, e como é complexo e complicado esse mundo em que a gente vive. Também penso como a vida é injusta para tanta gente. Penso sobre por que nós conseguimos e merecemos tirar esse tempo para curtir a vida, e penso como podemos retribuir algum dia”. Mas engana-se quem imagina que a vida a bordo resume-se apenas em um mar azul profundo, sol dourado e horas de descanso ouvindo música. O trabalho é constante — prin-
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cipalmente nas escalas prolongadas — e pode ser pesado. É preciso um cuidadoso planejamento e execução das tarefas de manutenção e conservação para o sucesso do sonho. Renato administra o Sail Ipanema com o mesmo rigor que administrava seus projetos de consultoria. Sarah cuida das cabines, da cozinha, dos detalhes do enxoval do barco seguindo padrões detalhistas de uma boa hotelaria. O resultado é gratificante na opinião dos dois: “O Ipanema continua com cara de novo! Não podíamos estar mais felizes!”. Mas, tarefas cumpridas e barco reluzente, é hora de voltar ao sonho. Quando Sarah e Renato decidiram por um caminho diferente, sabiam o que buscavam: uma vida saudável, proximidade com a natureza, novos amigos e novos lugares. Buscavam, acima de tudo, paz em dias mais tranquilos do que os vividos nas grandes cidades onde moravam. Queriam trabalho, sim, mas não queriam mais a pressão da vida executiva, da rotina exaustiva dos grandes hotéis.
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No entanto, a atividade mais prazerosa na vida diária do casal de velejadores-esportistas é, sem dúvida, mimar o Feijão, um cão-marujo nato. Acostumado desde filhote a viver a bordo (carioca, tirou seu primeiro passaporte aos dois
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Chegaram lá! Quase dois anos após o início da aventura, já passaram por inúmeros locais, entre eles Barbados, St. Lucia, Antigua & Barbuda, Ilhas Virgens Britânicas, Porto Rico, Ilhas Turcas e Caicos, Bahamas, Cuba, Jamaica, Cartagena, Aruba, Curaçao… Fizeram amizades com pessoas dos mais variados estilos e nacionalidades. Praticaram esportes como scuba (onde nadaram com simpáticos golfinhos nas Bahamas), longas saídas de stand-up (com Feijão como proeiro!), kitesurf onde quer que tenha um bom vento à disposição, snorkeling em coloridos corais e, obviamente, a paixão inicial, o surf, agora acompanhado do bodyboard puxado pelo ding do veleiro.
meses de idade para embarcar na Croácia!), Feijão transita tranquilamente por entre os decks do catamarã, sentindose seguro e totalmente à prova de enjoos. Um tanto preguiçoso, não gosta de acordar cedo, porém está sempre disposto a um passeio de stand-up, não importando a hora ou destino. Talvez pela pouca convivência com outros cães, Feijão não tem a completa percepção de ser um animal, o que o faz ter um comportamento peculiar. Feijão está mais para um tripulante do que para um pet. Quando levado para terra firme, dá alguns passos, cheira alguns arbustos mas logo se mostra pronto para embarcar novamente. O Sail Ipanema, o horizonte sem fim, o vento no focinho, juntos, formam o seu mundo mais querido.
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A aventura do trio de velejadores continua e sem prazo para acabar. Nestes últimos meses o Sail Ipanema está baseado em San Blas, desconhecido arquipélago na costa do Panamá, lar dos índios Kunas, que ocupa um lugar especial no coração de Renato e Sarah. Foi nesse ponto exuberante do mundo, há três anos, que os planos de uma vida mais significativa começaram a tornar-se realidade ao encontrarem um casal de suecos — Daniel e Anna — que estavam dando a volta ao mundo, acompanhado de sua cadela, Vera. Escutaram sobre a vida no mar, aprenderam sobre vela, pesquisaram os barcos à venda e seguiram os passos dos amigos. Ainda faltam muitas etapas nessa aventura dos três. Sarah, Renato e Feijão têm uma agenda cheia para os próximos meses: cruzar o Canal do Panamá, relaxar em Ilhas Pérola, explorar as belezas de Galápagos e de lá rumar firme para o Pacífico Sul com proa para Polinésia Francesa e Ilhas Gambier. Nesta próxima etapa, o Sail Ipanema continuará sua vocação mesmo velejando pela primeira vez no hemisfério Sul. Dias lentos entremeados de muito sol, mar azul, trabalho, pla-
nejamento minucioso (sempre essencial em longas travessias!), novas culturas, novos amigos e muita, muita paz. Com sorte, Feijão será contemplado com seu petisco predileto: atum fresco, pescado por seus pais. Sarah fará sua yoga em pleno Pacífico e Renato poderá, finalmente, surfar em ondas com as quais sonhou desde sua infância. Planejaram detalhadamente esse sonho. Nada mais justo do que também curti-lo em detalhes inesquecíveis! Vale lembrar que um pouco dessa paz pode ser vivida por quem quer que se entusiasme em ser aventureiro, mesmo que só por alguns dias. O Sail Ipanema aceita convidados em busca de um turismo não-tradicional. Longas velejadas e banhos curtos estão inclusos nos pacotes anunciados no site do barco. Vale conferir. www.sailipanema.com.br https://www.instagram.com/sailipanema/ https://www.facebook.com/ipanemasail/ https://www.facebook.com/matiolli https://www.facebook.com/sarah.moreira
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ACHADOS E IMPERDÍVEIS NA EUROBIKE
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64. “O nome tem origem em Al-Andalus, como era chamada a Península Ibérica pelos árabes no século 8 — mais um indício que Andaluzia é a cara da Espanha”
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Andaluzia Um roteiro de carro pelo sul da Espanha Há quem diga que se você não conhece Andaluzia, não conhece a Espanha. A região mais meridional do país tem essa fama por conta das tradições e dos costumes intrínsecos em seus habitantes há séculos, que não se deixam levar tanto assim pela globalização, muito menos pelos turistas que invadem ano a ano essa pérola espanhola. Banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo, sua costa tem mais de 900 quilômetros, bastante convidativa para um roteiro de verão, ou em qualquer outra época do ano
Por Ana Maria Junqueira
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O nome tem origem em Al-Andalus, como era chamada a Península Ibérica pelos árabes no século 8 — mais um indício que Andaluzia é a cara da Espanha. A região combina perfeitamente com quatro rodas. Fazer a Andaluzia de carro é a melhor maneira de conhecê-la, sem pressa, descobrindo agradáveis surpresas pelo caminho. O roteiro pode começar em Antequera, cidadela pouco conhecida e que, por isso mesmo, tem tanta graça.
de madeira escancaradas, porém tapadas por cortinas estampadas que balançam com o vento. Isso dá privacidade aos moradores e, ao mesmo tempo, não abafa o adentrar da brisa nos dias de verão escaldante.
As construções são pintadas de branco com telhados de telha de barro, encrustadas na montanha. Do alto, sua visão mais parece um cenário cinematográfico ou uma fotografia do século passado.
A igreja principal da cidade, a Colegiata Santa Maria, é uma miscelânea de estilos, um belo retrato das influências de Andaluzia, região que já passou pelo domínio de povos variados com o passar dos séculos. Construída no local onde estava uma antiga mesquita da época moura, as colunas de hoje têm um quê renascentista italiano, a cúpula é gótica e o teto traz um lindo trabalho de madeira chamado mudéjar, que lembra a trama da palhinha de assento de cadeiras.
Estacione o carro e caminhe pelas ruas e ladeiras. Logo chama a atenção o fato de que as casas ficam com as portas
Não se surpreenda se, sentado para um almoço em um dos restaurantes locais, você se deparar com um prato típico
daqui: porra de Antequera. É uma sopa fria, grossa, que tem este nome por conta do pilão usado para seu preparo chamado (sim!) também de porra. Na receita entram alho, farelo de pão, azeite, vinagre, sal e água, triturados no pilão até se tornarem uma massa grossa, à qual acrescenta-se tomate. Trocadilhos à parte, a porra é boa. E um bom local para prová-la é o restaurante Arte de Cozina. A próxima parada do roteiro pode ser Ronda. Ela é cortada por um cânion, que servia como uma fortaleza natural e, por isso, jamais precisou ser murada para proteção, como outras vilas da época. Chega a ser impressionante contemplar as paredes imensas de pedra que dividem a cidade, unidas por três pontes que atravessam um barranco de mais de cem metros de
profundidade. A Ponte Árabe foi construída no século 14, a Ponte Velha tem um único arco de cerca de dez metros de diâmetro, e a Ponte Nova (Puente Nuevo) tem grandes chances de ser a sua preferida. É uma obra de engenharia espantosa do século 18 e sua edificação foi assentada na base da ribanceira. São 98 metros sobre Tajo de Ronda, um profundo desfiladeiro de 150 metros de profundidade, por onde corre o rio Guadalevín. Ronda é o berço das touradas e a “plaza de toros” vale a visita, ainda que você não seja um fã da tradição espanhola. Ali está um pequeno museu, que relata a história das touradas em Ronda. A arena pode ser visitada e é propriedade da Real Maestranza de Caballería de Ronda, sociedade de cavaleiros que garante a sobrevivência do manejo das artes bélicas a cavalo. Eurobike magazine 66 | 67
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A arena é uma das mais antigas e belas da Espanha. Tem estilo neoclássico e 136 colunas de pedra lisa com 68 arcos. O telhado é coberto por azulejos árabes e algumas áreas são dedicadas às principais dinastias de toureiros de Ronda, as famílias Romero e Ordóñez. Ronda, além das touradas, também é conhecida pelo povo espanhol como “cidade dos castelos”, e ainda tem muralhas e portas que permanecem a dar entrada à cidade. A Puerta del Almocábar era o acesso ao centro pelo sul, enquanto a Puerta de la Exijara era destinada aos judeus. Caminhando por suas ruelas, notam-se os palacetes aristocratas e as belas casas que foram residência da nobreza muçulmana e cristã. Um desses palácios abriga
Ronda, além das touradas, também é conhecida pelo povo espanhol como “cidade dos castelos”
hoje o Museu Municipal de Ronda. Já a Casa del Rey Moro ostenta decoração gótica e mudéjar e jardins suspensos. Ronda tem ainda a tradição dos antigos banhos árabes, que é guardada como um segredo, preservado ao longo dos séculos. No bairro de San Miguel, os banhos são alimentados pelas águas do fluxo contíguo das Culebras, por meio de um sistema hidráulico sofisticado em torno da roda árabe tradicional. A edificação conserva as três zonas habituais nesse tipo de complexo térmico: as salas de banho frias, temperadas e quentes. A sala central é a maior delas, com belos arcos feitos de tijolos e pedras, e dela se abrem claraboias estreladas fechadas por vidro. Também está preservada a área de Eurobike magazine 70 | 71
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caldeiras que servia para esquentar a água e que, depois da conquista cristã, tornou-se curtume para tratamentos de couros e peles. Dá uma dor no coração deixar Ronda, um dos grandes xodós andaluzes. De lá, dirija até a costa em direção a Marbella, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Hotspot de duas décadas atrás, o balneário perdeu grande parte de seu prestígio para as concorrentes Saint Tropez, Ibiza, Mykonos... Mas, ainda sim, tem seu propósito. Uma dica? Não se assuste com a ostentação de Puerto Banus, pois não é essa a essência que queremos extrair de Marbella. O charme está mesmo no centrinho, o Casco Antiguo, aos pés da Sierra Blanca. As lojinhas locais parecem abduzir as mulheres, pois vendem peças cheias de estilo, como chapéus, batas, saídas de praia, bolsas, sandálias e, claro, espadrilles, a preços convidativos. Tem um clima boho chic, uma cidade para curtir sem pressa. Além disso, lojas de azeites e de vinhos valem a visita, onde se pode fazer uma parada para degustação — separe um espaço na mala para as garrafas, dificilmente irá resistir!
O charme estĂĄ mesmo no centrinho, o Casco Antiguo, aos pĂŠs da Sierra Blanca
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No coração da vila está a Plaza de Los Naranjos, da época renascentista, rodeada por edifícios nobres e a antiga Casa del Corregidor. Já as praias de Marbella convidam ao ócio, mesmo fora do alto verão. São 26 quilômetros de litoral com hotéis, condomínios, lojas e restaurantes, sob um céu que parece nunca perder as fortes tonalidades de azul. Em Marbella, entregue-se ainda ao “tinto de verano”, drinque referência daqui. É uma espécie de sangria com vinho tinto gelado e frutas. Peixes e frutos do mar são encontrados, literalmente, a cada esquina, e são fresquíssimos. Uma boa recomendação pé na areia é o restaurante Trocadero Playa. Se você gosta de gazpacho, aproveite, pois tem origem na gastronomia marbellí. Outra sopa fria popular é o ajoblanco, feito com amêndoas, azeite e alho. E se tudo isso não bastasse para valer a estadia, Marbella é conhecida ainda por ser a “capital do golfe”. Portanto, se quiser arriscar dar umas tacadas, este é o local.
A viagem continua até Málaga, o polo artístico andaluz, que fica no litoral do Oceano Atlântico. Málaga é a cidade-natal de Pablo Picasso. Inclusive, o museu em homenagem ao artista é parada obrigatória. As salas que abrigam a coleção permanente do museu foram todas renovadas este ano. O trabalho de Picasso pode ser visto em ordem cronológica, passando por diferentes estilos e escolas, mas, sempre, com grande intensidade na sua expressão. O museu está no Palacio de Buenavista no centro histórico de Málaga, e também chama atenção por ser um exemplo da arquitetura local do século 16, com elementos renascentistas e mudéjares — o mesmo estilo já visto em Antequera e Ronda, e por toda Andaluzia. Mas não é apenas por Picasso que Málaga tem lugar de destaque na cena cultural da região. Aqui foi implementado o moderno, descolado e temporário Centre Pompidou. O espaço será explorado por cinco anos, renováveis por mais cinco. O centro provisório foi idealizado por Alain Saban, presidente do Centre Pompidou. A unidade de Málaga tem Eurobike magazine 74 | 75
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como propósito ser um projeto piloto, um laboratório, que oferece ao público em um local já construído um apanhado de obras de referência do Centre Pompidou fora de Paris.
maiores fortalezas árabes da região da Andaluzia, onde está também o Museu Arqueológico, que contém peças fenícias e romanas.
O resultado é arrebatador. Não só o cubo multicolorido onde está localizado é lindo e “Instagramável”, como as exposições que ocorrem dentro dele tendem a ser provocadoras, sobretudo para os jovens.
Caminhando por Málaga, você irá se surpreender com as ruínas de um teatro romano — e, dizem os fofoqueiros, logo ali pertinho está o apartamento de outro filho famoso de Málaga, o galã Antonio Banderas. O teatro romano de Málaga está aos pés da Alcazaba e sua construção provavelmente é do século 1, durante o império de Augusto, e foi usado até o século 3. Dizem que os árabes aproveitaram parte dele para usar na edificação da Alcazaba.
Málaga é ainda capital da Costa do Sol e tem clima ameno, o que a faz ser o refúgio de tantos europeus. A Alameda Principal é fechada ao trânsito de carros, o que permite caminhar sem preocupação nenhuma pelas ruas do centro. Por ser uma cidade portuária, as principais civilizações mediterrâneas passaram por aqui. A Alcazaba é uma das
A festa da Semana Santa na região toda é um espetáculo para os olhos. Em Málaga, em especial, as procissões tomam as ruas e o fervor popular desperta em cada bairro.
Se você quiser ver de perto, programe-se com antecedência, pois a cidade lota. Por fim, finalize sua road trip em Granada. Aos pés da bela Serra Nevada, entre os rios Darro e Genil, a cidade é uma das mais interessantes de toda a região. O importante legado andaluz é somado a joias arquitetônicas do Renascimento e a instalações modernas do século 21. Granada é a última cidade do roteiro, e também foi a última cidade a ser reconquistada pelos Reis Católicos em 1442. Daí, já dá para imaginar a intensidade da influência árabe na cidade. A Alhambra e o Generalife estão entre as atrações que você não poderá deixar de ver. Prepare-se para encarar um formigueiro de visitantes e programe-se para comprar os ingressos com antecedência. Mesmo assim, valerá a pena.
A Alhambra foi o maior centro político e aristocrático do ocidente muçulmano. O local tem pátios retangulares e fontes, e a construção mais antiga é a Alcazaba. Da Torre de la Vela é possível contemplar uma linda vista da Alhambra. O Generalife era a residência de campo do sultão, a horta para abastecimento dos palácios e a zona de lazer da nobreza. A entrada é feita pelo colorido Patio de la Acequia e é imprescindível passear sem pressa por aqui. Esse conjunto de edificações e jardins dificilmente não deixa as pessoas estupefatas com a beleza e riqueza de detalhes. As alamedas de árvores dão uma folga a quem as visita sob o sol forte do sul da Espanha. A forma perfeita para encerrar uma jornada memorável.
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Onde encontrar: ANTEQUERA Colegiata Santa Maria Calle San Salvador, 2, Antequera Tel: +34 952 70 81 42 Restaurante Arte de Cozina Calle Calzada, 27, Antequera Tel: +34 952 84 00 14 | artedecozina.com RONDA Plaza de Toros Calle Virgen de la Paz, 15, Ronda Tel: +34 952 87 41 32 | www.rmcr.org Museu Municipal de Ronda Plaza Mondragón, s/n, Ronda Tel: +34 952 87 08 18 | www.andalucia.org/es/turismo-cultural/ visitas/malaga/museos/museo-municipal-de-ronda-palacio-demondragon Casa del Rey Moro Calle Cuesta de Santo Domingo, 9, Ronda Tel: +34 952 18 71 19 | www.andalucia.org/es/turismo-cultural/ visitas/malaga/monumentos/casa-del-rey-moro MARBELLA Restaurante Trocadero Playa Playa de Santa Petronila, Marbella Tel: +34 610 70 41 44 | grupotrocadero.com/restaurantes/ trocadero-playa
MÁLAGA Museu Picasso Palacio de Buenavista, Calle San Agustín, 8, Málaga Tel: +34 952 12 76 00 | www.museopicassomalaga.org Centre Pompidou Malaga Pasaje Doctor Carrillo Casaux, s/n, Muelle Uno, Puerto de Málaga, Málaga Tel: +34 951 92 62 00 | www.centrepompidou-malaga.eu Alcazaba de Malaga Calle Alcazabilla, 2, Málaga Tel: +34 630 93 29 87 | www.malagaturismo.com/es/recursosturisticos/detalle/alcazaba/6 GRANADA La Alhambra y El Generalife Calle Real de la Alhambra, s/n, Granada Tel: +34 958 02 79 71 | www.alhambra-patronato.es
Quem leva: Magari Blu Viagens www.magariblu.com Tel: 11 3062 7784