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SUICÍDIO: por que muitos jovens estão colocando um ponto final na vida
28580 – CONEXÃO 04/2013
Out-Dez 2013 – Ano 7 no 28
Exemplar: 6,60 – Assinatura: 21,00
ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE
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Entender a mensagem dEle pode transformar sua visão de mundo e ajudar você a mudar a sociedade, aqui e agora AO PONTO: LAURENTINO GOMES REVELA OS BASTIDORES DA REPÚBLICA
ENTENDA O IMPACTO DO DILÚVIO GLOBAL SOBRE A TERRA
LIÇÃO DE VIDA: A HISTÓRIA DA MODELO QUE DEIXOU A 2013 | 1 VICTORIA’S SECRET OUT DEZ
________ Editor ________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte
Da redação
Editor associado Eduardo Rueda
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opinião de quem segue A e curte a revista
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Globosfera
Drogas, pornografia, protestos e retrato dos jovens brasileiros
8 Ao
Lau BASTIDORES da R
10 Entenda
O impacto do Dilúvio GLOBAL sobre a Terra
Cortesia
28580 – Conexão 04/2013
Microrrevoluções
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Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Hitler, Robespierre, Che Guevara, George Washington, Martin Luther King e Jesus Cristo. O que todos eles têm em comum? Foram revolucionários. Uns para o bem, outros para o mal, a cosmovisão desses homens mudou para sempre a cara do mundo. Nesta edição, a Conexão 2.0 analiza as ideias radicais do maior revolucionário de todos os tempos – o Filho de Deus. E nessa enxurrada de ideias, pegamos carona numa onda formada pelo Dilúvio. Num diálogo entre Bíblia e ciência geológica, você vai entender o impacto dessa catástrofe global na topografia, geografia e clima da Terra. Tragédia, aliás, é o que acontece com milhares de pessoas que a cada ano tiram a própria vida. Você verá que conhecer as causas desse tema, que é tabu até na imprensa secular, é um dos caminhos para preveni-lo. Outra prevenção para o suicídio é a fé. Longe de ser uma muleta para os fracos, ela funciona como proteção para pessoas de mente aberta. Falando em gente esclarecida, já imaginou nosso país sem mensalão, “pizza” e o “jeitinho” brasileiro? Pois é, a corrupção no Brasil tem raízes históricas e culturais muito fortes, e romper com elas começa por algumas atitudes do seu cotidiano. Mas, se serve de consolo, existem países piores do que o nosso. É o caso de Bangladesh. Muito calor, umidade, trânsito desordenado, gente e miséria. Foi nesse contexto que universitários brasileiros e australianos procuraram fazer a diferença em um projeto realizado pela ADRA na cidade de Dacca. Pobreza não era o problema dela, mas sim um profundo vazio espiritual e a sensação de que seu corpo era tratado como um simples pedaço de carne. Confira o testemunho de uma modelo de sucesso que deixou o emprego de anjo para alcançar o Céu. E se você não ganha milhões no mundo da moda, mas busca o “emprego dos sonhos”, a Conexão 2.0 preparou dicas para quem quer gabaritar concursos públicos. Pra você que sonha em mudar o mundo, a revista deste mês foi feita sob medida: revolucionariamente imperdível! Então, aproveite!
________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte
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22 Perguntas
Pena de morte, demografia, fé inteligente e Natal
30 Aprenda
se preparar para A concursos públicos
18 Reportagem
Entenda por que a cada 40 segundos alguém dá fim ao jogo da própria vida
1
26 M
A q p
A, O DOS
... SE NÃO HOUVESSE CORRUPÇÃO NO BRASIL
8 AO PONTO
LAURENTINO GOMES CONTA OS BASTIDORES DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Outubro-dezembro 2013 Ano 7, no 28
A
Ilustração da Capa: Thiago Lobo
S
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h
ADA 40 Á FIM AO
Editor: Wendel Lima Editor Associado: Eduardo Rueda Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Designer Gráfico: Marcos Santos
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Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa
CAPA
QUÃO REVOLUCIONÁRIA É A MENSAGEM DE CRISTO?
Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz Colaboradores: Edgard Leonel Luz, Orlando Mário Ritter, Ivan Góes, Antônio Marcos Alves, Marco Antonio Leal Góes, Enildo do Nascimento, Almir Augusto de Oliveira, Douglas Jeferson Menslin, Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli
26 MUDE SEU MUNDO
A EXPERIÊNCIA DOS JOVENS QUE VIRAM DE PERTO A POBREZA DE BANGLADESH
Assinatura: R$ 21,00 Avulso: R$ 6,60 www.conexao20.com.br Tiragem: 30.000
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LIÇÃO DE VIDA
A MULHER QUE DEIXOU A VIDA DE MODELO PARA SER UM MODELO DE MULHER
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EGUE
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9117/28580 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.
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Douglas Assunção / Imagem: Fotolia
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Informação Conectado & Opinião Globosfera
Texto Wendel Lima
Ao ponto Entenda
conexao20@cpb.com.br desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? é aqui mesmo!
esta é uma publicação necessária! tem linguagem acessível, com informações relevantes e intrigantes. ou seja, quando um jovem toma a revista em mãos, fica curioso para conhecer seu conteúdo. sou professor de história e leciono para cursinhos pré-vestibular. sempre introduzo cada semestre ou ano letivo com uma aula sobre criacionismo. instigo meus alunos a pensar cientificamente a partir da perspectiva criacionista. na última vez que fiz isso, deixei à disposição de uma sala de 60 alunos alguns exemplares da edição da conexão 2.0 sobre a pré-história. faltaram revistas! A conexão 2.0 é uma ferramenta eficaz na pregação do evangelho porque tem conteúdo singular e linguagem não religiosa. mais do que sua manutenção, a conexão 2.0 merece uma potencialização de investimentos e periodicidade. essa revista precisa chegar
nas mãos de um público que foi doutrinado a pensar que ciência e religião são incompatíveis, mas que está aberto a questionar seus próprios paradigmas. sou grato por ter uma experiência tão espiritual e missionária com esse material. rodrigo Zeviani fiz uma apresentação da matéria de capa de abril, sobre sexualidade, para quatro turmas do ensino médio do colégio Adventista de vila Alpina, em são paulo. em todas as salas, houve bastante interesse pelo tema. tenho percebido que a revista já não é mais desconhecida. mais uma vez, o grande diferencial da reportagem foi o modo como foi mencionado um princípio cristão (casamento e sexo como uma bênção) sem falar diretamente sobre regras e dogmas. andré fernando
facebook.com/conexao20
saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista.
no novo site da revista você tem acesso ao complemento das matérias, vídeos, podcasts e tirinhas de ministérios parceiros, além das colunas de um time de especialistas que falam sobre comportamento, ciência e religião.
ção (capela) sobre os dinossauros para nossos alunos do colégio Adventista de campo mourão, pr.parabéns pela matéria!
Mailson Matias: lembrei do antigo slogan da revista – “A revista do jovem que pensa” – enquanto lia o artigo o “choque de cosmovisões”. conteúdo de altíssima qualidade, que me fez (e ainda está fazendo) pensar na influência da visão grega na leitura de um livro escrito por hebreus, a bíblia. com certeza, não guardarei esse conhecimento só pra mim.
lucas schultz: poxa, que reflexão! tapa na cara! (comentário sobre o texto “santidade na cidade”, da coluna “texto e contexto”, de paulo cândido).
andrea Weffort: preparamos uma programa-
visões” está demais! muito bem escrito, bem explicado e com certeza agregou muito para mim. gostei também do “imagine” sobre música clássica. vou aplicar isso para as crianças da minha sala (risos).
stefanny Viana: o “imagine” dessa edição ficou muito bom! A música sacra eleva a alma.
Haniedson oliveira: As matérias do site estão muito legais. já terminei de ler minha revista impressa e nem estou com a sensação de que “acabou e tenho que esperar a do próximo trimestre”.
Paola Neves: Acabei de “devorar” a minha conexão 2.0. e o texto “choque de cosmo-
angela Gomes sousa: Assinei a revista e amei. mal posso esperar para ler a próxima!
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conexao20.com.br
Joziane Moreira: sou simplesmente apaixonada por essa revista. todos os assuntos dela são muito importantes. pena que não é mensal.
twitter.com/conexao_20 @suuuse: genteeeeee, que matéria foi essa: “choque de cosmovisões” da revista @conexao_20? shoooow de bola. excelentíssima!
Douglas Assunção / Imagem: Fotolia
@MayaraMah: A assinatura da revista é um dos melhores investimentos que eu poderia ter feito. vale a pena ler cada matéria. e amei o site!
@ricardolCoelho: muito fera a capa da revista desse trimestre! @gioeugenia: Adoooro quando minha @conexao_20 chega na sextafeira #diadapreparação #sábadodomeusenhor.
@onidiaPedraca: A conexão 2.0 está arrasando! maravilha, deus continue abençoando vocês!
@thiagoaor: Adorei a matéria “A lógica do consumo” da @conexao_20 de abril-junho. também vi o vídeo império do imediato. valeu o #tempo dedicado a ele.
@Hendersonrogers: recebi minha revista @conexao_20 hoje! tem tanta matéria boa que nem sei por onde começar a ler! como sempre, estão de parabéns!
@Gleidysangel: não importa quantas vezes eu leia, vez após vez me orgulho de ser assinante. curto muito a sessão “ponto de vista” e “tudo ligado”.
© Michael Brown | fotolia
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Texto Wendel Lima
veto à pornografIa
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viciado EM 2 Horas
esse foi o tempo necessário para que a cocaína injetada em camundongos afetasse o cérebro das cobaias. rápido? sim, e destrutivo. A pesquisa da universidade da califórnia (euA), publicada na revista nature neuroscience, indicou que a substância tóxica desenvolveu novas estruturas cerebrais (espinhas dendríticas) que são ligadas à memória, ao uso de drogas e à mudanças de comportamento. ou seja, a simples experimentação já induziria ao “aprendizado” do vício, gravando o consumo na memória. no brasil, mais de 6 milhões de pessoas já experimentaram cocaína ou um de seus derivados; 45% deles fizeram isso antes dos 18 anos e; 48% se tornaram dependentes. moral da história: é mais do que arriscado experimentar a droga que mata 30% de seus usuários entre cinco e dez anos de consumo. Fonte: g1.com
Imagens: © ag Visuell e Verdatel | fotolia
Fontes: folha.com.br e tecmundo.com.br Imagens: © Y. L. photografies | fotolia
tErMôMEtro dos protestos
A diversidade de reivindicações feitas durante os protestos foi uma das marcas das manifestações de junho. mas entre tantas bandeiras levantadas, quais delas representam mais pessoas? e quais demandas ainda continuam na boca do povo depois de alguns meses? A plataforma causa brasil (causabrasil.com.br) oferece essa medição de hora em hora, desde o dia 16 de junho. o site funciona como um termômetro das menções espontâneas feitas no facebook, twitter, instagram, You tube e google plus. A ferramenta categoriza e agrupa esses dados em cinco eixos temáticos: direitos básicos, economia, liberdades individuais, copa no brasil e políticos. Até o fim de setembro, 1,8 milhão de menções tinham sido analisadas.
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todos os lares do reino Unido terão o acesso a sites de pornografia bloqueados por seu provedor de internet. A decisão foi anunciada em julho pelo primeiro-ministro david Cameron, em entrevista à bbc. os britânicos que quiserem ter acesso a esse tipo de material terão que desabilitar os filtros virtuais. Além disso, o governo do reino unido tornará ilegal a posse de pornografia online que simule estupros. essa restrição já existia para conteúdo impresso. A decisão foi elogiada por grupos que combatem a violência contra a mulher. mas o que mais merece aplausos foi a justificativa dada pelo primeiro-ministro para tomar essa decisão: “A pornografia online está corroendo a infância.” talvez cameron tenha baseado seu argumento numa pesquisa da universidade de plymouth, divulgada em outubro de 2012, também no reino unido. o estudo mostrou que o vício na pornografia online tem atingido crianças de 10 e 11 anos.
Imagem: Divulgação
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Novo retrato
dos jovens Eles gostam,
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Eles são mais de um quarto da população brasileira. Em sua maioria, católicos, solteiros, pardos ou negros, e estudaram até o ensino médio. São, sobretudo, otimistas quanto ao seu bairro e país. Esse é o retrato dos jovens de 15 a 29 anos traçado pela pesquisa Agenda Juventude Brasil, encomendada pelo Governo Federal para embasar e avaliar as políticas públicas para essa faixa etária. O estudo foi realizado em abril e maio com mais de 3 mil entrevistados. No campo da religião, o levantamento confirmou a diminuição dos católicos (56%) e o crescimento dos evangélicos (27%) e sem religião (15%). Um dado que merece destaque: seis em cada sete entrevistados disseram que participam, participaram ou desejam participar de movimentos de transformação social do Brasil. Fontes: ultimato.com.br e participatorio.juventude.gov.br Imagem: © Olly | Fotolia
O estudo The State of the Bible 2013, encomendado pela Sociedade Bíblica Americana, indicou que apenas 26% dos norte-americanos leem regularmente (quatro vezes ou mais por semana) a Bíblia. Entre os jovens de 18 a 28 anos, 57% leem o Livro Sagrado apenas três vezes ou menos por ano. A ironia é que 88% dos entrevistados disseram possuir uma Bíblia e um terço deles acredita que o país está declinando moralmente pela falta de estudo dela. O contato superficial com a Bíblia explica um outro dado lamentável: 58% dos entrevistados disseram não estar dispostos a seguir todas as orientações das Escrituras. Como resposta a essa tendência, a Igreja Adventista tem incentivado a leitura diária de um capítulo da Bíblia. O projeto “Reavivados por Sua Palavra” tem envolvido milhões de cristãos ao redor do mundo. A iniciativa conta com um site (reavivamentoereforma.com/rpsp), vídeos e postagens com comentários sobre os textos e uma mobilização diária no Twitter com a hastag #rpsp. Participe!
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têm, mas não leem
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Fonte: adventistreview.org Imagem: Divulgação SBB
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Ao ponto
Texto Fernando Torres Ilustração Rogério Chimello
BASTIDORES DA REPÚBLICA
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Se Deodoro era defensor do Império, o que o motivou a aderir à República? O grande mentor intelectual do movimento foi o militar Benjamim Constant, mas Deodoro era o único que tinha condições de assumir a liderança, por sua posição de veterano de guerra. Conhecido por não “levar desaforo pra casa”, ele também teve motivos de ciúme. 8 |
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Os ideais da República se mantiveram após a proclamação ou logo se perderam? Esse foi outro aspecto que me surpreendeu. A mitologia republicana fala sobre um passeio militar nas ruas do Rio de Janeiro, sem resistên-
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Redação
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Quando o Brasil, como República, finalmente entrou nos eixos? O poder chegou às mãos dos civis com Prudente de Morais, em 1894, mas com política muito parecida com a do fim do Império: o presidente é um representante da aristocracia
rural que apoia seu poder nos barões do café, a antiga nobreza. É uma República tutelada, de cima para baixo, que exclui a população de suas decisões. Isso se manteve mais ou menos assim até recentemente. Há uma segunda proclamação da República em 1984, com Sonho Impossível o movimento Diretas Já, e só em 1993, ocorreu o plebiscito planejado por Constant para Barry Black o povo decidir se queria um regime republicano, monarquista ou parlamentarista.
Barry C. Black, capelão do Senado dos Estados Unidos, é o primeiro negro na história da nação a trabalhar pelas necessidades espirituais dos legisladores norte-americanos. Além de ter títulos em Divindade, Aconselhamento e Gestão, Black conquistou o título de doutor em Ministério e o PhD em Psicologia. Comissionado em 1976 como capelão da Marinha dos Estados Unidos, o contra-almirante Black se aposentou depois de quase trinta anos de carreira militar, terminando seu diferenciado serviço como chefe dos capelães da Marinha – o único afroamericano a servir nesse cargo. Suas condecorações incluem a Medalha por Serviços Relevantes à Marinha, Medalha da Legião do Mérito, Medalhas por Serviços Meritórios e Medalhas de Comendas do Corpo da Marinha e dos Fuzileiros Navais. Almirante de duas estrelas da Marinha, Barry Black foi eleito para o cargo de 62º capelão do Senado e serve no Capitólio desde julho de 2003. Nascido em Baltimore, Maryland, o capelão Black é um orador conhecido nos Estados Unidos, Inglaterra e outras partes do mundo. Ele e sua esposa, Brenda, têm três filhos: Barry II, Brendan e Bradford.
“Barry Black é uma força em prol da integridade, bondade e compaixão no Capitólio. Sonho Impossível é uma leitura fascinante.” Dr. Rick Warren, autor do best-seller Uma Vida com Propósitos e pastor da Igreja de Saddleback, Lake Forest, Califórnia
“De um homem extraordinariamente singular vem uma história poderosamente singular.” Max Lucado, pastor da Igreja de Oak Hills, San Antonio, Texas
“Em Sonho Impossível, Barry Black mostra como trilhar o caminho em sua jornada de fé.”
B
Jon Kyl, senador dos Estados Unidos
“Sonho Impossível é uma autobiografia inspiradora escrita por um notável homem de Deus, um grande líder, um poderoso pregador e um verdadeiro patriota.” Dr. Lloyd J. Ogilvie, ex-capelão do Senado dos Estados Unidos
“O capelão Barry Black incorpora o que há de melhor no espírito americano e na tradição cristã. O Senado e o país são gratos por seu serviço.” Barack Obama, presidente dos Estados Unidos
é a história do capelão Black, um relato da vitória sobre um começo não promissor nos guetos de Baltimore. Suas viagens por mares desconhecidos exemplificam o poder que Deus tem de transformar. Leia sua história e descubra como você também pode alcançar satisfação sem precedentes através de uma fé viva em Deus.
, que conquistou o título de doutor em Ministério e o PhD em Psicologia, é contra-almirante reformado da Marinha dos Estados Unidos e o 62º capelão do Senado norte-americano. É um orador muito conhecido em várias partes do mundo.
Os fatos relatados em sua trilogia ecoam na estrutura do Brasil de hoje? Sim, todas as nossas características atuais estão refletidas no século 19, como a estrutura do estado centralizado, permeável pelos pactos de poder e a corrupção. Problemas como a não incorporação dos escravos na sociedade civil, falta de educação e má distribuição de riqueza são empurrados com a barriga ao longo de mais de dois séculos. Mais que os dois livros anteriores, 1889 contribui para a reflexão de como o Brasil chegou até aqui e como podemos nos organizar para avançar.
Biografia
cia. Mas ofusca que correu muito sangue nos dez anos seguintes. Também houve um descolamento entre discurso e prática. Os republicanos defendiam ideais civis, como liberdade de imprensa, estado laico, ampliação do direito de voto, educação para todos... Nas ruas, porém, a República se configurou como um golpe militar, preocupado em afastar o povo analfabeto das decisões. Rapidamente, se transformou em uma ditadura, com a posse do marechal Floriano Peixoto, em 1891, que se impõe a ferro e fogo e fuzila 180 inimigos em Florianópolis [a cidade tem esse nome justamente por causa dele]. Sem falar nas 12 mil vítimas da Revolução Federalista (RS) e conflitos como a Guerra de Canudos (BA) e a Revolta da Armada (RJ). 20261 - Sonho impossív
É a tal intriga de amor com a baronesa de Triunfo? Isso mesmo. Ele e o senador Gaspar Silveira Martins disputavam o coração da viúva Maria Adelaide de Andrade Neves, a baronesa, mas o rival levou a melhor. Monarquista até então, Deodoro mudou de lado quando o imperador nomeou o inimigo como presidente da província sulista. A gota d’água aconteceu na madrugada de 16 de novembro, quando D. Pedro II chamou o senador para compor o ministério no lugar do Visconde de Ouro Preto, destituído pelo próprio Deodoro na noite anterior. Foi só aí que ele proclamou efetivamente a República, não no dia 15. Uma curiosidade: como era idoso e doente, o marechal montou o cavalo mais manso do exército, imediatamente aposentado por bons serviços prestados à República.
Sonho impossível
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Qual é o grande furo de reportagem de 1889 ? Acho que é a constatação de que a República se impôs mais pela fragilidade do Império do que pela força de seus ideais. Isso revela fatos jogados à sombra. D. Pedro II, um grande intelectual, possuía alma republicana e sabia que a mudança de regime era inevitável. Em carta à condessa de Barral, ele revela que preferia ser presidente e, quando viajava para o exterior, carregava a própria bagagem e gostava de ser chamado de Pedro de Alcântara e não de imperador. Já o marechal Deodoro da Fonseca tinha pouca formação intelectual e dizia que república e desgraça no Brasil eram a mesma coisa.
Barry C. Black
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SOB GRANDE EXPECTATIVA, o jornalista Laurentino Gomes finalmente lança 1889, o último capítulo da trilogia sobre a história do Brasil no século 19. Os dois primeiros episódios – 1808 e 1822 – instigaram o interesse do leitor sobre o impacto da vinda da família real portuguesa ao país e os bastidores do 7 de setembro. Agora, depois de pesquisar 150 obras, o escritor se volta para o processo que culminou na proclamação da República e seus consequentes desdobramentos. Veja os melhores momentos da conversa que tivemos com ele.
S
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So ca so no via ex te hi ta se fé
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Diga o que lês que direi quem tu és...
Leia somente os melhores livros!
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Biografia
o título de doutor em Ministério e o PhD ormado da Marinha dos Estados Unidos e o ano. É um orador muito conhecido em várias
MARCOS DE BENEDICTO, pastor, jornalista e doutor em Teologia, é editor de livros.
Sueli Nunes Ferreira Marcos De Benedicto
De Bem com
De Bem com Voce
ória do capelão Black, um relato da vitória guetos de Baltimore. Suas viagens por mares er que Deus tem de transformar. Leia sua m pode alcançar satisfação sem precedentes
SUELI NUNES FERREIRA, jornalista e pedagoga, é editora de revistas.
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Como aproveitar os melhores anos da sua vida
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SONHO IMPOSSÍVEL
MIL CAIRÃO AO TEU LADO A HISTÓRIA DA VIDA
DE BEM COM VOCÊ
Barry C. Black
Susi Mundy e Maylan Schurch
Michelson Borges
Sueli Oliveira e Marcos De Benedicto
Sonho Impossível é a história do capelão Black, um relato da vitória sobre um começo não promissor nos guetos de Baltimore. Suas viagens por mares desconhecidos exemplificam o poder que Deus tem de transformar vidas. Leia sua história e descubra como você também pode alcançar satisfação sem precedentes através de uma fé viva em Deus.
Franz Hasel, foi convocado para a Companhia Pioneira 699, a tropa de elite de Hitler. Enquanto milhares ao redor morriam como vítimas da guerra, eles foram carregados nas asas dos anjos – algumas vezes literalmente. Esta é a história verdadeira e tocante de uma família que escolheu ser fiel a qualquer custo e encontrou refúgio na sombra do Todo-poderoso.
Depois de dez anos da publicação de A História da Vida, o livro passou por uma atualização e esta nova edição revista reúne o que há de mais atual com respeito à controvérsia entre criacionismo e evolucionismo – sem perder a característica que identifica a obra desde o início: a linguagem é simples e o conteúdo, acessível.
Este livro vai mexer com você. Descubra como é bom viver de bem com Deus, pais, amigos, sexo oposto e com você mesmo. Só para você ficar com água na boca, este livro debate questões como: namoro, tentações, solidão, divórcio dos pais. E mais, muito mais. Respostas práticas e sem rodeios. Não dá para não ler.
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Elio Yzael / Imagem: Fotolia
o dos Estados Unidos
há de melhor no espírito americano e na tradição u serviço.”
Sonho impossível
spiradora escrita por um notável homem de Deus, um verdadeiro patriota.”
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a como trilhar o caminho em sua jornada de fé.”
Barry Black atribui sua forte iniciação espiritual às orações de sua mãe quando, ao batizar-se, pediu que Deus abençoasse o filho que trazia no ventre. Usando ilustrações coletadas na família, educação, religião, Forças Armadas e política, Black apresenta uma fé determinada e inamovível em seu Criador. Sua confiança no controle de Deus sobre sua vida o levou a impressionantes conquistas. Sonho Impossível descreve os caminhos improváveis que levaram Black a tornar-se: • Almirante de duas estrelas da Marinha • O único afro-americano a servir como chefe dos capelães da Marinha dos Estados Unidos • O primeiro negro na história da nação a servir como capelão do Senado dos Estados Unidos Em cada capítulo, ele compartilha as lições que aprendeu – conselhos preciosos para a vida. Sonho Impossível demonstra que não existem atalhos para a excelência. Com franqueza e visão interior, Barry Black mostra como você pode encontrar bênçãos na aflição, sustentação no poder da oração e eficácia na liderança.
Jovens
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ste livro vai mexer com você. A proposta dos autores é mostrar como é bom viver de bem com Deus, os amigos, o sexo oposto e você mesmo.
Só para você ficar com água na boca, De Bem com Você debate as seguintes questões: • Como é que se faz para arrumar um namorado? • É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? • Como lidar com a solidão? • E quando os pais se separam? • A pessoa nasce ou se torna homossexual? • Como vencer as tentações? E mais, muito mais. Respostas práticas e sem rodeios. Não dá para não ler.
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s, San Antonio, Texas
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Uma história de fé inamovível e superação de dificuldades
17138 Sonho Impossível
ular vem uma história poderosamente singular.”
Barry C. Black
Ferreira | De Benedicto
ridade, bondade e compaixão no Capitólio. Sonho
a Vida com Propósitos e pastor da Igreja de Saddleback,
Barry C. Black
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Entenda
Texto Bruno Quaresma, Eddie Roger, Bárbara Katherinne e Guilherme Pereira Ilustração Thiago Lobo
COMO O DILÚVIO GLOBAL IM
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DESDE O SÉCULO PASSADO, a maioria dos geólogos passou a admitir que a história da Terra parece ter sido marcada por grandes catástrofes. Em vez de uniformismo e mudanças graduais e lentas, estudos apontam, cada vez mais, que a topografia do planeta foi modificada brusca e rapidamente. Os cientistas criacionistas interpretam esses dados como evidências do Dilúvio bíblico, a maior tragédia ambiental de todos os tempos. O infográfico abaixo vai ajudar você a entender a relação dessa catástrofe com a formação dos oceanos, das cordilheiras e dos fósseis. Imaginar esse caos é de tirar o fôlego!
E C A
ANTES DO DILÚVIO, HAVIA UMA ÚNICA CIVILIZAÇÃO E APENAS UM CONTINENTE. Foi um período de calmaria geológica, sem vulcões e terremotos.
1
e n (G b
Não havia chuva e os rios não transbordavam.
O ambiente era mais favorável à vida. A existência humana era medida em séculos (Gn 5).
A ausência de fósseis representativos indica que, provavelmente, não houve destruição em massa de seres vivos nessa época.
2
c la
Os seres vivos tiveram que se adaptar à nova geografia e clima. A expectativa de vida do homem diminuiu drasticamente (Gn 11). Algumas espécies de animais foram extintas, a começar pelos dinossauros.
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________ C.Qualidade ________ Depto. Arte
Fontes: Dr. Nahor Neves Souza Júnior, geólogo e diretor do Geonscience Institute Research – Brasil; site evidenciasonline.org; livro A História da Redenção, de Ellen G. White (CPB, 1972); e revista Planeta, dezembro de 2012.
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HOUVE MORTE SÚBITA E RÁPIDO SOTERRAMENTO DE TRILHÕES DE SERES VIVOS POR EXTENSAS E ESPESSAS CAMADAS SEDIMENTARES. ISSO FAVORECEU A FOSSILIZAÇÃO.
________ Ger. Didáticos
,
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AL IMPACTOU A TERRA
3 Lateralmente, com a formação de mega-tsunamis com ondas de quilômetros de altura. 2 De baixo, através de colossais fraturas da crosta terrestre, de onde jorraram água e lava vulcânica (Gn 7:11).
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As geofraturas promoveram a fragmentação do mega-continente Pangea.
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EM MEIO AO CAOS, A FAMÍLIA DE NOÉ E UM PAR DE CADA TIPO BÁSICO DOS ANIMAIS PRESERVADOS FORAM SOBRENATURALMENTE PROTEGIDOS NUM BARCO COM 170 METROS DE COMPRIMENTO.
Nas margens opostas, as camadas se dobraram e se levantaram formando as grandes cordilheiras, como o Himalaia, os Andes e os Alpes.
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1 De cima, quando uma camada especial de vapor d’água que havia na atmosfera despencou do céu (Gn 7:11) acompanhada de um bombardeio de meteoritos.
O deslocamento de milhares de quilômetros das placas tectônicas formou as bacias oceânicas do Atlântico, Índico e parte do Pacífico.
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EM POUCO MAIS DE UM ANO, A GRANDE CATÁSTROFE ARRASOU COM O PLANETA. A DESTRUIÇÃO VEIO DE TRÊS DIREÇÕES:
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Interpretação Capa & Reflexão Reportagem
Texto Wendel Lima Ilustrações Thiago Lobo
Perguntas Imagine
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OUTRA
LÓGICA
A proposta do cristianismo é mudar o mundo, começando pela transformação do homem. o que essa religião tem a dizer para a geração que sonha em revolucionar tudo, começando pela comunidade?
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o GRITo De INsaTIsFaÇÃo generalizada que tomou as ruas do Brasil de junho para cá foi um sintoma claro de que o país passa por uma crise institucional sem precedentes. ainda que as bandeiras levantadas nas manifestações sejam as mais diversas, o pedido por mudanças estruturais é o mesmo. Boa parte dos brasileiros não se sente representada pelos homens e mulheres que elegeram e não vê mecanismos acessíveis ao cidadão comum para intervir nos rumos da nação. Nesse cenário de indignação, como em outros momentos da história brasileira, os jovens foram os protagonistas. segundo uma pesquisa do Ibope feita no dia 20 de junho, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas em cem cidades brasileiras,
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63% dos manifestantes tinham entre 14 e 29 anos; 43% deles completaram o ensino superior, 62% se mobilizaram pelo Facebook e 61% tinham muito interesse por política, apesar de 96% não terem filiação partidária.1 o ponto é que os protestos das ruas parecem apontar para um fenômeno social mais abrangente de uma geração que deseja também mudar o mundo, mas usando novos mecanismos. Talvez esta seja a primeira geração de brasileiros que nasce num mundo globalizado e hiperconectado; que procura conciliar realização pessoal com transformação social; que enxerga o respeito à diversidade como ponto de partida para o diálogo e a criatividade como um caminho para a mudança; de jovens que se identificam como líderes orgânicos de microrrevoluções em sua comunidade.2
Mas antes que você se orgulhe ao imaginar que sua geração pode mudar tudo, é importante pensar no que precisa ser mudado e como isso pode ser feito. longe de criticar a participação política legítima, mas procurando uma motivação espiritual para ela, esta matéria da Conexão 2.0 quer levar você a refletir que problemas como corrupção, desigualdade, exploração e violência urbana são, em última instância, pecados coletivos e estruturais que têm sua origem na natureza humana. e mudar a sociedade nesse nível é o que o cristianismo propõe e pode fazer. sErÁ? antes que você torça o nariz pensando que esse texto sugere uma resposta simplista para os desafios tão complexos da nossa sociedade, fique tranquilo porque queremos refletir sobre religião num nível mais profundo. out-dez
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corrupção, desigualdade, exploração e violência urbana são, em última instância, pecados coletivos e estruturais que têm sua origem na natureza humana. se a geração atual entender isso, poderá canalizar sua vontade de mudar o mundo para viver a lógica revolucionária do reino de deus
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a lÓgica capitalista um valor da cultura norte-americana e da sociedade ocidental é a premissa de que sucesso é ter dinheiro. quando essa ideia é consciente ou incoscientemente incorporada, toda a dinâmica da vida do indivíduo vai girar em torno desse objetivo.
É verdade que é difícil pensar que a solução para os grandes problemas do Brasil estejam na fé. afinal, o país tem milhões de templos, centenas de escolas confessionais, vários programas religiosos na tV e no rádio, mas ainda assim não vemos mudanças significativas na sociedade. Para piorar, segundo o Censo 2010, 85% dos jovens brasileiros se dizem filiados a alguma igreja cristã, mas isso parece não diminuir a desonestidade sem limites da nossa cultura – que começa com o escandoloso desvio de dinheiro público, passa pela esperada sonegação de impostos e termina com a natural e esperta pirataria de produtos. o que parece claro, no entanto, é que o cristianismo nominal – de fachada, professado por causa de mera tradição familiar ou cultural – não muda nada nem ninguém. apesar de o Brasil ter sido colonizado por cristãos, o cristianismo duvidoso trazido pelos portugueses sofreu sincretismo com as tradições índigenas nativas e as influências das religiões de matriz africana. o resultado foi um mosaico religioso bem diferente dos ensinos originais de Cristo. MUdaNÇa dE CosMoVisÃo diante disso, como a religião poderia fazer a diferença não apenas no mundo porvir, mas também na realidade atual? segundo os missiólogos3 – acadêmicos que estudam o impacto do evangelho nos indivíduos e na sociedade – o caminho é entender que a mensagem de
seguindo essa lógica, tempo é dinheiro. Logo, inteligência é gastar a vida correndo atrás dele.
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Produtos culturais como livros, revistas e filmes são manifestações concretas da cosmovisão de uma sociedade.
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Cristo implica transformação de cosmovisão, ou seja, mudança do modo pelo qual interpretamos e damos significado a tudo que vemos e com que interagimos. o termo “cosmovisão” tem sido usado em várias áreas do conhecimento, da Filosofia às ciências naturais. a expressão foi criada pelo filófoso germânico immanuel Kant, em 1790. Mas numerosos acadêmicos têm discorrido sobre ela, atribuindo ao termo novos significados. alguns sugerem sinônimos como ideologia, estruturas sociais, pressupostos e paradigmas. 4 o fato é que o conceito de cosmovisão tem influenciado o pensamento ocidental nos últimos 200 anos. e, ao mesmo tempo em que parece intuitivo, se mostra também muito abstrato e complexo. entre tantas definições, os missiólogos têm preferido o conceito dado pela antropologia cultural. Para esse campo do conhecimento, de modo geral, cosmovisão poderia ser definida como “um quadro bem fundamentado de crenças, convicções e valores, que oferece uma perspectiva verdadeira e unificada sobre o significado da existência humana”.5 Vale lembrar que, evidentemente, todos possuem uma cosmovisão, ainda que boa parte dos seres humanos nunca tenha refletido sobre isso. a razão? ela começa a ser formada de forma subconsciente e normativa na infância. Quando seus pais disseram para você que comer com a mão diretamente no prato, sem usar talheres, era errado, você não argumentou dizendo que isso não era um padrão universal. Crianças têm poucos filtros, e costumam absorver, sem senso crítico, os costumes e valores com os quais têm contato. isso mostra que o contexto em que você foi criado e vive é fundamental na formação de sua cosmovisão. aliás, a cultura na qual você está inserido é a manifestação concreta da visão de mundo
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do seu grupo. segundo o missiólogo Paul hiebert, a cultura é o “sistema mais ou menos integrado de ideias, sentimentos, valores e padrões de comportamento compartilhado por um grupo de pessoas que organizam o que pensam, sentem e fazem”.6 logo, se você nunca se perguntou qual é sua cosmovisão, um bom começo é analisar o discurso dos produtos culturais (livros, filmes, revistas, músicas) que você consome sem sentir desconforto moral. outro parâmetro que funciona é você se perguntar qual é a motivação por trás das suas ações, especialmente dos hábitos mais normais, como padrões de relacionamento, de alimentação, de uso do dinheiro e do tempo. a basE do iCEbErG Para o assunto ficar ainda mais claro, a cultura, como manifestação da cosmovisão, pode ser comparada a um iceberg. no grande bloco de gelo, a ponta – a menor de suas partes – fica visível, acima da superfície da água. essa ponta poderia representar os padrões de comportamento da cultura. abaixo dela e da superfície, estariam dois níveis de princípios que motivam a conduta: as crenças e os valores. o estudioso Charles h. Kraft,7 ao analisar a cultura norte-americana de hoje, sugeriu o seguinte quadro para aplicar esse esquema. segundo ele, na base da cosmovisão dos ianques estão os valores que justificam toda a dinâmica da sua sociedade. o valor, por exemplo, de que dinheiro e/ou bens materiais são a medida do sucesso infuencia a formação de crenças como: “tempo é dinheiro”; “estudar é o caminho para ganhar melhor”; e “quem conquista mais dinheiro tem mais prestígio”. esse valor e as crenças baseadas nele, por sua vez, têm impacto nos padrões de comportamento. logo, parece natural, por exemplo, calcular a importância de alguém mediante sua condição econômica; comprar bons carros, roupas e gadgets para manter a aparência
de sucesso financeiro; e não perder tempo com atividades que não rendam uns trocados, como cuidar da saúde e dos relacionamentos familiares (veja a ilustração “a lógica capitalista”). ou seja, seu comportamento é a expressão concreta e visível de sua cosmovisão, é a ponta de seu iceberg. aUtoCoNHECiMENto Por isso, pensar na sua cosmovisão é tocar no que há de mais íntimo, secreto e precioso em você. afinal, a visão de mundo tem a função de oferecer para o ser humano pelo menos quatro coisas essenciais: (1) uma explicação para a existência; (2) os critérios para avaliar como boas ou más as experiências vivenciadas; (3) os elementos que integram e organizam a vida, trazendo estabilidade para o indivíduo; e (4) as ferramentas para monitorar a necessidade e velocidade das mudanças pessoais.8 não é por acaso que alguém se dá conta dos valores de sua cosmovisão quando as circunstâncias o levam a se confrontar com visões de mundo diferentes da sua. nesse processo de procurar entender o outro, muitos acabam entendendo melhor a si mesmos. Pensar sobre isso se torna mais importante num mundo em que as culturas não são mais limitadas pela geografia, e no qual os conflitos de cosmovisão têm sido cada vez mais frequentes. Que o digam os milhares de imigrantes de etnias diferentes que vivem em nova York, londres, são Paulo ou qualquer outra metrópole cosmopolita. NoVo disCUrso, NoVas EXPEriÊNCias Mas a possibilidade de choque, convivência ou mudança de cosmovisão mostra que a visão sobre a realidade não é estática, mas dinâmica. diariamente, as influências externas que o indivíduo recebe passam por três filtros internos. o primeiro é o cognitivo, que avalia se a informação recebida está de acordo ou não com os pressupostos da cosmovisão. o segundo, o afetivo, faz o mesmo
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na era da informação, o caminho natural para ganhar mais dinheiro é investir em conhecimento.
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Falta tempo para aquilo que não dá lucro, como dedicar tempo para a família e cuidar da saúde.
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A LÓGICA DO REINO No Sermão da Montanha (Mt 5–7), Cristo fez uma releitura do Antigo Testamento, trazendo à tona a essência da religião dos judeus. Ele falou da lógica de um reino que começaria no coração humano, influenciaria toda a sociedade e seria completamente estabelecido com a volta dEle à Terra. Esse discurso deve ter mexido com a multidão, porque Jesus queria transformar a cosmovisão dos seus ouvintes.
Orar em secreto? Dar esmolas com discrição? Não fazer cara de coitado quando jejuar? (Mt 6:5-18)
A terra será herdada pelos mansos? (Mt 5:5) E nós, zelotes, que sempre lutamos contra os romanos e em favor de Israel?
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Felizes os...
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processo com a experiência vivenciada. E o terceiro, o avaliativo, vai ponderar que decisão deve ser tomada,9 e se a nova informação será completa ou parcialmente rejeitada ou assimilada, bem como se a nova experiência deve ser repetida ou evitada. O processo pode ser facilmente compreendido, mas nem sempre é simples de ser vivenciado. A mudança de cosmovisão quase sempre é acompanhada de dúvidas, instabilidade e desconforto. Na adolescência, muitos experimentam algo semelhante. Criado na infância com a visão de mundo ensinada pelos pais, o indivíduo passa por conflitos internos na juventude para definir como será sua própria cosmovisão. Semelhantemente, um processo dramático tende a acontecer na conversão religiosa, mesmo para as pessoas que nasceram em culturas fortemente influenciadas pelo cristianismo. A conversão é quando o indivíduo se depara com um novo discurso e novas experiências que parecem apontar para uma lógica de vida diferente da que ele viveu até ali. Diferentemente da fé nominal vivenciada pela maioria dos brasilerios, é desse nível de transformação que a mensagem original de Cristo, como revelada na Bíblia, trata. 16 |
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A LÓGICA DO REINO Um dos trechos da Bíblia que muito podem ajudar a entender a mudança radical proposta por Jesus é o chamado Sermão da Montanha (Mt 5–7). Nesse discurso, Ele falou sobre o caráter de Seus súditos (5:1-12); a influência do cristianismo na sociedade (5:13-16); os princípios de Sua lei (5:17-48); a espiritualidade autêntica (6:1-16); as prioridades da vida (6:19-34); os padrões de relacionamento (7:1-12); e o compromisso com Seu reino (7:13-27). A chegada do reino de Deus através do ministério, morte e ressurreição de Jesus foi o tema da pregação dEle (Mt 4:17), de Seu primo e antecessor, João Batista (Mt 3:2), e do apóstolo Paulo (At 28:31). Mas, ao contrário do que esperavam Seus compatriotas, o reino sobre o qual Cristo pregava não seria estabelecido por meio de estruturas convencionais e manipuladas pelo homem. Ele, mais do que ninguém, sabia que o orgulho, egoísmo, ambição, inveja e outros sentimentos destrutivos não se mudam com revolução política, repressão policial ou imposição de leis. No plano de Cristo, os valores de Seu reino seriam primeiramente plantados em nível individual (Lc 10:11; 17:21). Seus seguidores experimentariam uma transformação radical,10 contínua e crescente, que faria deles sal para uma sociedade sem
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Onde está meu tesouro aí está meu coração? (Mt 6:21)
sabor e luz para um mundo escuro (Mt 5:13-16). Isso significaria ser humilde, equilibrado, misericordioso, puro e pacificador; significaria amar os diferentes e indesejáveis; isso seria praticar a bondade para quem não pode retribuir e buscar a santidade sem a intenção de ser aplaudido; seria não viver como escravo da ansiedade e do consumo, e priorizar, por meio do uso do tempo e do dinheiro, as coisas do reino de Deus. Para fazer com que os ouvintes daquele sermão enxergassem essa nova lógica, Cristo fez uma releitura da cultura e da religião deles, tocando nas bases da cosmovisão de Seu auditório. Ele mostrou que Sua mensagem era contracultural e libertadora. Disse que deveriam levar a fé a sério, porque Ele fazia isso: praticava tudo o que dizia (Mt 7:28, 29; 23:1-3). E foi a coerência desse novo discurso e do exemplo de Cristo que fez a multidão enxergar a “velha” religião, até ali ineficaz para muitos deles, como algo novo e transformador. A proposta de Cristo não se limitava à mudança de comportamento ou aceitação de novas crenças, Seu discurso e ministério trabalharam no nível do sistema de valores, da cosmovisão. Ele sabia que transformação duradoura e radical só acontece quando a mensagem revolucionária do evangelho é assimilada e vivida com essa profundidade.
REDESCOBERTA Hoje, o cristianismo passa por uma crise de credibilidade. Na Europa, há décadas, as catedrais têm deixado de congregar fiéis para receber turistas. Nos Estados Unidos, o número dos sem religião ou sem igreja já chega a 20% da população.11 E no Brasil, o Índice de Confiança Social das igrejas, uma das instituições mais confiáveis para os brasileiros, caiu dez pontos nos últimos cinco anos.12 Assim como o judaísmo da época de Jesus, a igreja e o mundo precisam redescobrir a mensagem de Cristo. E isso só acontecerá com uma compreensão renovada e correta da Bíblia (Lc 24:44-49). Quando os cristãos entenderem isso, poderão fazer diferença na sociedade. Vão rejeitar os valores antibíblicos da cultura em que vivem e manter os que não contrariam o Livro Sagrado. Mas, acima de tudo, vão influenciar intencionalmente a sociedade com os princípios do reino de Deus. Dois mil anos depois, o discurso pregado por Jesus para os judeus ainda ecoa como a solução para o Brasil e o mundo no século 21. Não porque seja uma proposta essencialmente política, mas porque pode transformar todos que fazem política. A religião ensinada por Ele é a mensagem original do cristianismo. Religião que Cristo espera que seja vivida pela igreja, organização da qual Ele é a cabeça e Seus seguidores são o corpo (Ef 1:22). Moldada pela cosmovisão bíblica, essa comunidade de fiéis pode cumprir a missão libertadora de cooperar com Deus na transformação da visão de mundo de pessoas de todas as épocas e culturas (Mt 28:19,20). E, quando esse chamado pessoal e coletivo é aceito, a igreja prepara o mundo para o estabecimento universal do reino de Deus (Dn 2:44), antecipa o fim desse período injusto da história humana (Mt 24:14) e abre as portas para o início de uma realidade restaurada e eterna (Ap 21:1-4). Entender e experimentar essa nova lógica pode mudar o mundo, a começar por você. Referências: 1 Pesquisa de Opinião Pública sobre os Manifestantes, do Ibope para o Fantástico g1.globo.com/fantastico. 2 Veja o vídeo-resumo da pesquisa O Sonho Brasileiro (osonhobrasileiro.com.br). 3 “Missiófilos, missiólogo e missionários”, de Marcelo Dias, em revista Ministério (set-out 2013), p. 29. 4 Paulo Cândido de Oliveira, “A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI”, em Elias Brasil (org.), Teologia e Metodologia da Missão: VIII Simpósio Bíblico-Teológico Sul-Americano (Parma, 2011), p. 644, 645. 5 Larry L. Lichtenwalter, “Transformação da cosmovisão e missão: narrativa, teologia e ritual no Apocalipse”, em Elias Brasil (org.), Teologia e Metodologia da Missão: VIII Simpósio Bíblico-Teológico Sul-Americano, p. 184. 6 Paul G. Hiebert, Anthropological Insights for Missionaries (Baker Book House, 1985), p. 30. 7 Charles H. Kraft, Anthropology for Christian Witness (Orbis, 1996), cap. 12, p. 3. 8 Paulo Cândido de Oliveira, “A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI”, p. 653. 9 Ibidem, p. 655. 10 George R. Knight, Caminhando com Jesus no Monte das Bem-Aventuranças (CPB, 2001), p. 7. 11 “Americans and Religion Increasingly Parting Ways, New Survey Shows”, em adventistreview.org. Levantamento do Centro Nacional de Pesquisa de Opinião (NORC), um instituto independente na Universidade de Chicago. 12 “Cai a confiança dos brasileiros nas instituições”, notícia publicada em 2 de agosto de 2013 no ibope.com.br. O índice, medido pelo Ibope anualmente, avalia instituições e grupos sociais. OUT-DEZ
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Amai os vossos inimigos? (Mt 5:43-48). Mas será que Ele está falando dos publicanos e samaritanos também? (Lc 9:51-56)
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Reportagem
Texto Fernando torres Manipulações de imagens vandir dorta Jr.
GAME over A cada 40 segundos, alguém dá fim ao jogo da própria vida. entenda por que isso acontece e saiba como prevenir o suicídio
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ToDas as MaNHÃs, enquanto aguardava sua vez de atravessar a movimentada avenida entre o estacionamento e o prédio do escritório, M., 27, sentia vontade de se atirar entre os carros. “ouvia uma voz que dizia nitidamente para eu me jogar, que morrer resolveria meus problemas de uma vez por todas e que ninguém iria sentir minha falta”, conta ela. M. vivia dias difíceis: enfrentava um doloroso processo de separação, um sério desentendimento com os pais, crise na profissão e incredulidade espiritual. “para onde eu olhava, não enxergava saída. Não sentia mais vontade de viver. a única coisa que me impedia de me matar era o medo de falhar e, então, conviver com a vergonha e as consequências da tentativa”, recorda. embora seja tratado como tabu, o impulso autodestrutivo de M. é mais frequente do que queremos enxergar. a cada 40 segundos, pelo menos uma pessoa no mundo tira a própria vida, o equivalente a 1 milhão de casos por ano, segundo relatório de 2012 da organização Mundial de saúde (oMs). Mesmo no Brasil, que registra índices abaixo da média, ocorrem mais de 8 mil casos por ano, uma média de 24 vítimas fatais ao dia, de acordo com o Ministério da saúde. o fenômeno é ainda mais preocupante entre os jovens: na faixa etária que vai de 10 a 24 anos, o suicídio é a segunda causa de morte mais recorrente no planeta.
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CUltUra E rEliGiÃo o contexto sociocultural também influencia. no Brasil, por exemplo, os maiores índices estão concentrados no Rio Grande do sul, especialmente nas áreas rurais. “a população gaúcha, em grande parte, é composta de pessoas de ascendência alemã, que carregam consigo genética, tradições e tendências suicidas de suas regiões de origem. além disso, por ser uma região muito agrícola, os lavradores têm maior disponibilidade de substâncias tóxicas, como certos pesticidas”, analisa o psiquiatra José Manoel Bertolote, professor da Universidade estadual Paulista (Unesp) e autor do livro O Suicídio e sua Prevenção (Unesp, 2012). também não se pode negar o vínculo entre suicídio e religião, seja como fator protetor ou facilitador. o cristianismo, amparado no mandamento bíblico “não matarás” (ex 20:13), condena o ato e o classifica como pecado. não por acaso, países com população majoritariamente cristã têm taxas bem menores que as nações com grande concentração de ateus. Caso da lituânia, no leste europeu, onde o coeficiente de vítimas é de 38,6 por 100 mil habitantes, sete vezes superior à proporção brasileira.
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o CaMiNHo do fiM Qual o motivo de índices tão altos? o que leva alguém a colocar um ponto final na vida? não há explicações exatas. as razões se embaralham de forma múltipla e complexa, mas conduzem ao fim da esperança e do crédito em si mesmo e na sociedade. o estopim pode ser o término do relacionamento, a perda do emprego, a morte de um parente, pressão nos estudos, alcoolismo, o diagnóstico de uma doença, dificuldades financeiras... seja qual for a razão, é muito comum que ela esconda fatores biológicos. “Quase a totalidade das pessoas que comete suicídio apresenta transtornos psiquiátricos, como depressão, bipolaridade e esquizofrenia”, afirma o psiquiatra humberto Corrêa, coordenador da Comissão de estudos e Prevenção de suicídio da associação Brasileira de Psiquiatria. só a depressão responde por cerca de 30% dos casos de suicídio, segundo a oMs (veja gráfico). Basicamente, as pessoas que sofrem da doença apresentam alterações na transmissão de serotonina, o neurotransmissor responsável pelo humor. a degradação dessa substância química no organismo também está relacionada com o aumento da agressividade, da violência e dos impulsos, fatores determinantes na cartilha de quem tenta se matar. não raro, esse quadro neurológico é genético. “ter parentes de primeiro grau que já tentaram ou cometeram suicídio é suficiente para ser incluído no grupo de risco”, lembra Corrêa.
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A média é de 24 casos por dia no país, mais de 8 mil casos por ano O Rio Grande do Sul concentra o coeficiente de 10 ocorrências para cada 100 mil habitantes No segundo lugar, estão as comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul, com 8,6 vítimas para cada 100 mil habitantes Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e Ministério da Saúde (2009)
CAUSAS
RADIOGRAFIA DO SUICÍDIO
No Brasil, o coeficiente de mortalidade é de 4,5 para cada 100 mil habitantes
35,8% Transtorno relacionado à dependência de substâncias 22,4% Transtorno de personalidade 11,6% Esquizofrenia 10,6% Transtornos de ansiedade 6,1% Outras doenças mentais 5,1% Eventos estressantes, como divórcio e desemprego 3,6% Sem diagnóstico 3,2% Transtornos mentais orgânicos (Mal de Alzheimer, etc.) 1,0% Outras desordens psicóticas 0,6% Transtornos de humor (depressão e bipolaridade)
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HERÓIS? Cenários de guerra ou insatisfação social podem dar margem a fenômenos coletivos como o terrorismo de 11 de setembro e os ataques dos homens-bomba na Palestina – vide ainda a suposta ameaça de suicídio coletivo entre os índios Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Esse sacrifício do mundo material em favor de um ideal coletivo é o que o sociólogo francês Émile Durkheim define como “suicídio altruísta”, na obra O Suicídio, publicada em 1897 (veja quadro na página 21). Voltando no tempo, também seria uma forma de explicar o episódio bíblico em que Sansão derrubou as colunas do templo de Dagom, matando milhares de filisteus e a si próprio (Jz 16:29, 30) “As pessoas hoje não gostam de enquadrar Sansão como suicida, mas sua atitude foi consciente e voluntária. Vale lembrar que, naqueles tempos, sacrifício era uma postura admirável”, reflete o teólogo e psicólogo Graciliano Martins, professor dos cursos de Psicologia e Teologia da Faculdade Adventista da Bahia. DA TEOLOGIA PARA A SAÚDE PÚBLICA Pode parecer estranho, mas, para os cristãos dos primeiros séculos, o suicídio também era associado ao martírio e encarado como um ato heróico. A visão começou a mudar a partir do século 4, quando o teólogo Santo Agostinho questionou um movimento que considerava santas as pessoas que se jogavam das alturas para atingir o céu. Na Idade Média, a Igreja Católica se posicionou frontalmente contra o ato e proibiu que os suicidas fossem enterrados: seu corpo deveria ser entregue às feras e às aves de rapina. Com o tempo, a própria sociedade civil ocidental adotou postura rígida sobre o assunto, com atitudes como decretar a prisão para quem tentasse se matar e confiscar os bens das famílias da vítima. “Até 1961, a Inglaterra considerou tentativa de suicídio como crime”, lembra Humberto Corrêa.
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Fonte: Suicide and psychiatric diagnosis: a worldwide perspective, de J.M. Bertolote e A. Fleischmann
Foi a partir do século 18 que o tema ganhou interesse da medicina. O suicídio, então, passou a ser visto como ato de loucura. Só no século 20, o ato se enquadrou como problema de saúde pública. Em maio de 2013, o conceito de “comportamento suicida” chegou ao novo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM 5, trazendo o assunto definitivamente para o rol dos estudos científicos. FALE AGORA OU CALE-SE PARA SEMPRE A reclassificação traz consigo duas virtudes. A primeira é que as tentativas de suicídio poderão ser tratadas como tal e não apenas uma ocorrência não identificada ou deliberadamente mascarada nas estatísticas oficiais. A segunda, e mais importante, é que a quebra do tabu aumenta a capacidade de prevenção. “O debate público sobre o tema hoje é a melhor ferramenta para prevenir o suicídio em qualquer idade. Existe muito preconceito sobre o assunto, e o silêncio dentro dos lares, escolas, imprensa e na sociedade em geral só serve para agravar ainda mais as barreiras existentes”, opina Adriana Rizzo, membro do Centro de Valorização da Vida (CVV), a maior ONG brasileira de prevenção ao suicídio. Criada há 51 anos, a entidade tem uma rede de voluntários em todo o país disponíveis para atender pessoas angustiadas via telefone (141), chat ou e-mail de forma acolhedora e sem críticas, seguindo o modelo da organização inglesa Samaritans. “Nós nos colocamos à disposição para compreender por que a pessoa chegou a pensar em tirar sua vida. Muitas vezes, a atenção dispensada faz com que ela se sinta melhor, reorganize suas ideais e decida continuar a viver,” esclarece Adriana. A estratégia do CVV demonstra o que deveria ser óbvio: colocar uma pedra sobre o tema e simplesmente evitá-lo não irá fazer com que menos pessoas optem pelo caminho do fim. Na verdade, quanto mais a pessoa fala sobre seus sentimentos e perdas, melhor.
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CoMPortaMENto aMbiValENtE há de se levar em conta também as diferenças entre intenção e execução, bem como também ao nível de letalidade do método escolhido. esta é uma hipótese, inclusive, para explicar o maior número de vítimas do sexo masculino em comparação ao feminino. “os homens costumam empregar meios mais letais, como armas de fogo e enforcamento. Já as mulheres têm frequência mais elevadas de tentativas, porém, com menos mortes”, compara José Manoel Bertolote. a propósito, as tentativas frustradas demonstram a ambivalência do comportamento suicida. afinal, há uma diferença muito grande entre realmente querer morrer e o desejo de ter uma vida diferente em variados aspectos. Mas elas não devem ser encaradas como ferramenta para chamar a atenção. “Uma tentativa é o principal prelúdio para o suicídio de fato, ou seja, é o principal fator de risco. assim, a vítima deve ser imediatamente encaminhada para um serviço especializado com o objetivo de tratar o transtorno psiquiátrico, identificar os fatores de risco e se estabelecer estratégias para reduzi-los”, afirma humberto Corrêa.
à luZ da BÍBlia
com base na bíblia, a igreja Adventista do sétimo dia assume a postura de que qualquer atentado contra a vida é pecado. “portanto, a priori, a pessoa que cometeu um ato deliberado de autoagressão fatal está automaticamente perdida”, diz o teólogo e psicólogo graciliano martins, da faculdade Adventista da bahia. no entanto, a teologia adventista também leva em conta que há muitos casos relacionados a transtornos psíquicos. como esta reportagem demonstrou, o indivíduo pode chegar a um estado em que não tenha controle de suas ações, praticando um ato não condizente com sua consciência. “como pecar se considera uma ação consciente e voluntária, podemos inferir que, em tais situações, a justiça e a misericórdia divina podem salvar uma pessoa que na verdade é vítima de sua condição mental”, opina martins. sem dúvida, crer desse modo é um alento para quem perdeu um ente querido nessas condições. imagens: © pavel losevsky, venusangel e picsfive | fotolia
ValE a PENa ViVEr Quebrar a redoma de tabus em que o suicídio foi envolvido passa necessariamente pela mídia e o poder público. “Precisamos de mais campanhas que sensibilizem as pessoas sobre a importância do problema e a criação de serviços de atendimento específicos para grupos de risco”, clama Corrêa. É o caso, por exemplo, do programa mundial Suicide prevention (supre), comandado pela oMs e com representantes distribuídos em todo o globo – no Brasil, a sede fica em Campinas, sP. além de lutar contra o preconceito, o projeto busca reduzir o acesso a instrumentos que possam culminar em suicídios, tais como venenos e armas de fogo. as religiões também têm papel importante na prevenção. Fora dos aspectos biológicos e neurológicos, são elas que apontam um sentido para a vida na terra e além dela. “Viver é um ato de reconhecimento e gratidão para com deus, que fez tudo para que nós fôssemos felizes e tivéssemos a vida eterna”, afirma o teólogo Graciliano Martins. M., a garota do início desta reportagem, descobriu isso em tempo. em meio à sua confusão mental, ela conversou com uma amiga de trabalho, que lhe estendeu a mão e a encaminhou a um profissional. ela fez o tratamento medicamentoso e psicoterápico e, com o tempo, encontrou soluções alternativas para o jogo da vida. descobriu que, no fim das contas, enfrentar a vida era muito melhor que chegar ao game over.
à luZ da sociologia
para o sociólogo alemão émile durkheim, suicídio é “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”. no ensaio o suicídio (1897), ele classifica o xeque-mate em três níveis: EGoÍsta: o indivíduo desfaz ou enfraquece os laços sociais e põe seus interesses acima dos coletivos. para ele, sua vida não faz diferença para o mundo. referência para casos pós-divórcio. altrUÍsta: acontece quando o indivíduo coloca o mundo físico em segundo plano, em favor de um ideal, a exemplo dos kamikazes japoneses. também ocorre em sociedades tribais, oprimidas pela sociedade dominante. aNôMiCo: caracteriza-se por situações de caos social, seja econômico ou existencial. o indivíduo não se enquadra mais na sociedade e não reconhece suas funções nela. out-dez
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e o u o o a
só assim, ela poderá enxergar saídas mais viáveis. “É errado pensar que as pessoas que falam em suicídio não o levem a cabo. Pelo contrário, ao revelar suas intenções elas estão clamando por ajuda”, pondera Graciliano Martins.
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Básica
Texto Eduardo Rueda Imagem © Sergey Volcov | Fotolia
A verdadeira fé é um escudo
Curiosa
FÉ, UMA MULETA? Você já deve ter ouvido muita gente – famosa, inclusive – dizendo que a fé ou a religião não passa de uma muleta. Alguns dizem que ela é só para os emocionalmente frágeis. Dizem que os “crentes” têm preguiça de pensar, que são ignorantes e, por isso, aceitam as coisas “pela fé”. Mas será que é realmente assim? Antes de tudo, é preciso estabelecer a diferença entre credulidade e fé. Credulidade é a tendência a acreditar facilmente em tudo, sem averiguar os fatos. Em outras palavras, é ser ingênuo. A fé cristã, por outro lado, não é ignorante. Nossas principais crenças estão baseadas em fatos, dos quais existem evidências de sobra – como é o caso da historicidade de Jesus Cristo e de Sua ressurreição. Embora não devamos ser como Tomé (Jo 20:24-29), que só acreditava vendo, Deus não exige de nós uma fé cega. Ele deixou evidências suficientes na natureza para acreditarmos em Sua existência e poder (Rm 1:20). Se a fé é só para os fracos, o que dizer de homens como Isaac Newton, Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Johannes Kepler, René Descartes e tantos outros? Eles acreditavam em Deus e na Bíblia, e nem por isso eram fracos ou ignorantes. Pelo contrário: os chamados “pais da ciência” conseguiam conciliar muito bem a pesquisa científica com suas convicções religiosas. Para ser cristão, você não precisa deixar seu cérebro criar teia de aranha. De acordo com a Bíblia, nosso culto deve ser “racional” (Rm 12:1). Além de tudo, a fé bíblica também estimula o raciocínio, uma vez que somos convidados a estudar a pessoa e as obras do Criador – o Ser mais complexo do Universo. Portanto, em vez de ser um “salto no escuro”, a fé é uma atitude em direção à luz. A verdadeira fé, baseada no conhecimento correto sobre Deus, longe de ser uma muleta, é um escudo (Ef 6:16), que nos protege nos aspectos emocional, moral e espiritual. Fontes: Got Questions (gotquestions.org), “É a fé em Deus uma muleta?”; Watchtower Online Library (wol. jw.org), “Is religious faith an emotional crutch?”; R.C. Sproul, Boa pergunta (Cultura Cristã, 1999); Michelson Borges, “O berço da ciência”, Revista Adventista, março de 2006 (revistaadventista.com.br); Lee Strobel, Em defesa de Cristo (Vida, 2001).
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Texto Eduardo Rueda Ícones © Amathieu | Fotolia
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GENTE DEMAIS?
7.183.250.529. Parece um número de RG ou CPF, mas não é. Esse é o número atual de habitantes em nosso planeta (“atual” até o fechamento desta edição). A informação é do site do Worldometers, que atualiza quase que em tempo real várias estatísticas mundiais. Considerando que a cada segundo nascem em média três pessoas (cerca de 211 mil por dia), até você terminar de ler este texto o mundo terá pelo menos 900 novos habitantes. A Índia é o país em que mais nascem crianças. Por minuto, são realizados em média 33 partos, e o país deve 22 |
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ultrapassar a população da China (mais de 1,3 bilhão de habitantes) até 2035. No Brasil, a população já passou da marca de 193,9 milhões de pessoas, segundo estimativa do IBGE. Nosso país é o quinto mais populoso do mundo, ficando atrás da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Se todos os “terráqueos” fossem postos em fila, formariam uma linha de mais de 2 milhões de quilômetros, o suficiente para ir à Lua cinco vezes. E se todos os seres humanos fossem aglomerados em um só lugar, como em um estádio de futebol, ocupariam uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro.
Segundo a ONU, a humanidade consome atualmente os recursos naturais de um planeta e meio. Em menos de 40 anos, serão necessários três planetas Terra pra dar conta do recado. A previsão é que em 2050 a população mundial se estabilize em torno de 9 bilhões de pessoas, com a maioria vivendo em cidades. Haja esgoto, hospitais, energia, comida... Fontes: IBGE (saladeimprensa. ibge.gov.br/noticias, acessado em 31/8/2012); Laboratório de Demografia e Estudos Populacionais (ufjf.br/ladem); ONG Vida Humana Internacional (hli.org); ONU (un.org); EcoD (ecodesenvolvimento.org); worldometers.info; countrymeters.info; mundosustentavel.com.br; planetasustentavel. abril.com.br e maisquecuriosidade. blogspot.com.br.
M o to s
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Ponto de vista
Texto Fernando Dias Imagem © Anika | Fotolia
Canibal
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Pena de morte Mais fácil do que roubar um doce. Será? Em Benin, país da Costa Oeste da África, o furto de um chocolate já acabou em pena de morte por empalamento, antiga tortura que se tornou popular com o nobre romeno conde Vlad, que inspirou o personagem Drácula. O caso aconteceu em 1987. Absurdos à parte, a maioria dos países que aplicam pena de morte o faz por crimes mais graves do que esse. Na China, por exemplo, tráfico de drogas é punido com fuzilamento, enquanto que nos Estados Unidos só os homicídios mais chocantes levam à execução. No Brasil, ao contrário do que muita gente pensa, a pena de morte existe para os casos de traição nacional em tempos de guerra. A Bíblia parece ambígua quanto ao assunto. Ao mesmo tempo que o Pentateuco prescreve a penalidade para dez tipos diferentes de crime, o texto sagrado valoriza a vida, o perdão e a regeneração. Como se posicionar quanto ao assunto?
Não
Apesar de o Catecismo dar brecha para sua aplicação, o professor Felipe Aquino afirma que, “na pratica, a Igreja [Católica] é contra”. Para o padre Federico Lombardi, “uma execução capital é sempre uma notícia trágica, motivo de tristeza, inclusive quando [o condenado] é culpado de delitos graves”.
Sim
Para o teólogo presbiteriano Robert C. Sproul, a pena de morte é estabelecida na Bíblia, em Gênesis 9:6. Para ele, a tradução correta de “não matarás” (Êx 20:13) é “não assassinarás”. Portanto, não há impedimento bíblico para a execução de criminosos. Sproul pensa que é positivo combater a criminalidade com a pena capital e que a Bíblia dá total apoio a essa prática.
Depende
“A Igreja Adventista do Sétimo Dia não tomou posição sobre a pena de morte”, alerta o teólogo George W. Reid. Segundo ele, a prática é de “resposabilidade da sociedade”, uma vez que a Bíblia atribui ao Estado a aplicação da justiça em textos como o de Romanos 13:1-7. Já o filósofo Arthur F. Holmes, da Igreja Presbiteriana, entende a execução em casos extremos como “moralmente permitida, [embora] não moralmente ideal”. De qualquer forma, empalar um chocólatra parece crueldade demais, até para um vampiro!
É aquele que devora outro da mesma espécie. Também significa “pessoa glutona”, “comilão” ou “indivíduo cruel”. A palavra surgiu com Cristóvão Colombo, que em seu diário se referiu aos índios do Caribe como “caribales”. O navegador e sua tripulação ouviram que esses nativos eram devoradores de carne humana. Quem copiou o manuscrito de Colombo confundiu a letra “r” com a letra “n”, dando origem ao termo “caníbal”, em espanhol. Aliás, confundir as letras pode ser um sintoma de...
Dislexia É a dificuldade de ler, escrever, soletrar e identificar as palavras. Não é falta de atenção nem preguiça. A dislexia é um transtorno genético e neurobiológico. De 10% a 15% da população mundial sofre com o distúrbio. Alguns gênios da humanidade eram disléxicos, como: Albert Einstein, Thomas Edison, Agatha Christie e...
Leonardo da Vinci Pintor, cientista, matemático, inventor, anatomista, poeta, arquiteto, botânico, engenheiro, músico e escultor – ufa! –, da Vinci é considerado um dos mais completos artistas do Renascimento. Entre as principais obras de Leonardo, estão La Gioconda (Mona Lisa) e A Última Ceia, que retrata um dos momentos finais da vida terrestre de Cristo, cujo nascimento é celebrado no...
Natal Comemorado em quase todos os países, é uma das datas mais importantes da cristandade. Infelizmente, nas últimas décadas, tem sido sinônimo de consumismo. Grande parte das pessoas, preocupadas apenas em comprar, vender e trocar presentes, se esquece do “Aniversariante”. Árvores, piscapiscas, enfeites, peru e Papai Noel parecem ter tomado o lugar do menino Jesus. Nesta época de “canibalismo consumista”, existe um quadro de “dislexia espiritual” que nem Leonardo da Vinci seria capaz de pintar.
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Texto Eduardo Rueda
Do canibal ao Natal
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Tudo ligado
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Fontes: George W. Reid, “Pena de morte”, revista Diálogo Universitário, 1996, 8(1), 35; Arthur F. Holmes, Ethics: approaching moral decisions (InterVarsity Press, 1984); R. C. Sproul, Boa Pergunta (Cultura Cristã, 1999); Catecismo da Igreja Católica (Loyola, 2000); sites pena-de-morte.info; doutrinacatolica.com.br; pt.wikipedia.org.
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Imagine
Texto Jefferson Paradello Ilustração carlos seribelli
... se não houvesse corrupção no Brasil
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esQUeÇa toda aQUela histÓRia de “era uma vez, em um reino muito distante.” estampada nos principais jornais do país, a corrupção foi a principal motivação da onda de protestos de junho. Milhares foram às ruas por causa de um desvio aqui, um caixa dois ali, um enriquecimento ilícito acolá. e se você pensa que não tem nada a ver com a malandragem institucionalizada, lembre-se de que sempre damos “aquele jeitinho” pra tudo. a corrupção parece estar arraigada em nossa cultura, mas romper com ela pode tornar sua vida e seu país muito melhores.
HEraNÇa GENÉtiCa
se não terminar em “pizza”, o caso do mensalão entrará para a história, como exemplo de punição à corrupção. mas, infelizmente, a arte de passar a mão no dinheiro público não é algo novo no brasil. ela só foi aprimorada ao longo do tempo. durante o período em que a corte de d. joão vi esteve aqui, de 1808 a 1821, já se fazia isso. bento maria targini, homem pobre que se tornou o responsável pelas contas públicas e as despesas reais após a chegada da comitiva ao país, ficou rico rapidinho. e quando o rei retornou a portugal, targini tinha uma das maiores casas do rio de janeiro. o povo, claro, o chamava de ladrão.
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EdUCaÇÃo dE QUalidadE
você sabe que a finlândia é o país que tem a melhor educação do planeta. o que talvez você não saiba é que isso está relacionado, em partes, ao investimento que é feito anualmente no ensino. são cerca de 6% do produto interno bruto (pib) de um território com menos de 6 milhões de habitantes investidos na formação educacional contra 6,1% do pib de uma nação de 194 milhões de cidadãos. há ainda a valorização e o reconhecimento dos professores, que ganham um salário equivalente a 8 mil reais – bem diferente do pago por aqui. e por falar em finlândia, sabe qual é o país com menor índice de corrupção do mundo? pois é. lá o dinheiro chega ao seu destino.
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saÚdE QUE fUNCioNa
se você já precisou do sistema público de saúde, esse tópico provavelmente não lhe trará boas lembranças. talvez para você o sus seja sinônimo de equipamentos ultrapassados, falta de médicos, meses de espera por uma consulta e risco de morte diante da ineficiência no atendimento de emergência. por que esse caos? simples: má gestão e falta de recursos. só para se ter uma ideia, de 2002 a 2011, 2,3 bilhões de reais destinados à saúde pública desapareceram devido à corrupção.
fora das rUas
provavelmente você viu ou ouviu sobre as manifestações populares que ocorreram em todo o país a partir do mês de junho deste ano. o motivo que inicialmente levou as pessoas às ruas foi o aumento na tarifa do transporte público na cidade de são paulo. em cada região do brasil, motivações distintas incitaram o povo a protestar. na capital paulista, no entanto, uma pesquisa do instituto datafolha mostrou que metade dos entrevistados estava lá para lutar contra a corrupção. A queda do valor das passagens, indignação contra políticos e melhora na qualidade do transporte vinha em seguida. se a corrupção fosse uma fábula, o tempo gasto para cobrar mudanças por parte dos governantes e suas práticas poderia ser utilizado para aquela caminhada que você quase (ou) nunca faz.
É bem verdade que a corrupção é uma espécie de doença social que não atinge apenas o Brasil. dezenas de outros países sofrem com a mesma praga. Porém, em relação a isso, o brasileiro é mais “experiente” no assunto, já que acompanha diariamente os episódios de uma novela que parece não ter fim. além de fiscalizar os representantes da nação e aquilo que fazem com o dinheiro público, a mudança começa nas urnas, durante as eleições. É preciso levar em consideração o histórico do candidato, sua conduta e aquilo que já fez pelo povo. e, sem dúvida, acompanhar sua gestão. Quanto ao cidadão comum, a honestidade é o melhor remédio para prevenir o sistema individual contra ataques deste vírus que corrói tanta gente.
fontes: 1808, de Laurentino gomes (planeta, 2007). “Investimento público na educação representa 6,1% do pIB, diz governo”, em http:// goo.gl/LEk1X9; “Dados sobre a população mundial”, em http://www.ibge.gov.br/paisesat/ main_frameset.php; “Corruption perceptions index 2012”, em http://www.transparency.org/ cpi2012/results; “Corrupção na Saúde desviou r$ 2,3 bilhões em nove anos”, em http://goo. gl/Jl81gq; “Lista aponta 10 ‘práticas de corrupção’ do dia a dia do brasileiro”, em http:// goo.gl/oaDxxW; “Corrupção é principal motivação de manifestantes em Sp, diz Datafolha”, em http://goo.gl/onpobn. out-dez
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HoNEstidadE diÁria
falar sobre os outros é fácil. e quanto a nós? podemos nos considerar corruptos apenas por que tentamos evitar aquela multa ao subornar o policial? e se furarmos filas? existe algum problema em inflar o preço daquela nota fiscal cujo valor será reembolsado pela empresa? com a ajuda do promotor de justiça jairo moreira, que coordenava a campanha “o que você tem a ver com a corrupção”, a bbc brasil elaborou uma lista com dez atitudes de brasileiros que, às vezes, não percebem que estão cometendo corrupção. e ela incluiu falsificar carteirinha de estudante. veja quais são os outros nove itens em http://goo.gl/oAdxxW e se déssemos aquele jeitinho para sermos mais honestos?
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Ação Mude seu mundo
Texto Adriane Santana e Marcelo Heidemann Fotos ADRA Bangladesh
Lição de vida Aprenda
De frente com a miséria A experiência humanitária de 11 estudantes brasileiros e australianos numa das cidades mais populosas e desiguais do mundo, dacca, a capital de bangladesh
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oNZe VoluNTÁRIos e uma missão. Destino: Dacca, cidade com 7 milhões de habitantes e capital de um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh. Desafio: dedicar 12 dias para servir a população local e apoiar alguns projetos da aDRa, oNG adventista que atua em 125 países. para tanto, os estudantes brasileiros e australianos enfrentaram calor, umidade, trânsito caótico mas, acima de tudo, o choque de ver tanta pobreza concentrada no mesmo lugar. essa aventura solidária você confere a seguir.
PobrEZa E iNtolErÂNCia Bangladesh fica ao sul da Ásia e é caracterizado pela grande densidade demográfica. Metade dos seus 150 milhões de habitantes vive com menos de um dólar por dia, o que coloca o país em 146º lugar no ranking do índice de desenvolvimento humano (idh). o que mais chocou o grupo de professores e estudantes de enfermagem e teologia da avondalle University, da austrália, foi se deparar com o trabalho quase escravo das crianças. lá, com o apoio dos pais, os menores trabalham pesado o dia inteiro em fábricas de todo tipo. afinal, a família deles precisa comer. o ponto é que essa situação lamentável evidencia a desigualdade social do mundo. Muitas roupas de marcas internacionalmente conhecidas são fabricadas em Bangladesh às custas dessa exploração. Para piorar, o país bengali sofre anualmente com enchentes e ciclones, tragédias que ceifam vidas e destroem casas e plantações.
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Núcleos infantis da ONG atendem 240 crianças com apoio pedagógico, atendimento médico, refeições diárias e cursos profissionalizantes
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P da perspectiva missionária, Bangladesh apresenta outro desafio. Quase 90% das pessoas são muçulmanas. as orações em árabe são transmitidas cinco vezes ao dia por meio de autofalantes. Com certa frequência, há manifestações de uma minoria islâmica que exige que as onGs cristãs deixem o país. lá, os seguidores de Cristo representam apenas 1% da população e sofrem com a intolerância religiosa. brasilEiros ENGaJados o pastor landerson santana, brasileiro, é o diretor da adRa Bangladesh. ele chegou ali em
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fevereiro, acompanhado da esposa e dos dois filhos. a equipe de voluntários também foi liderada por uma brasileira, letícia Fialho, estudante de enfermagem na austrália. ela é esposa de outro brasileiro, odailson, aluno de teologia na avondalle. landerson e odailson se conheceram numa expedição solidária, em 2011, na amazônia. na época, odailson liderava uma equipe de 16 voluntários da austrália e landerson era o diretor da adRa Brasil para a região. em 2013, pela terceira vez, odailson acompanhou um grupo do projeto One Mission, uma iniciativa da universidade australiana que tem o objetivo de levar assistência a países subdesenvolvidos. Para letícia, liderar os voluntários em Bangladesh foi uma decisão difícil. Faltando um mês para a viagem, ela descobriu que estava grávida. Mesmo pressionada pelos amigos e familiares que a alertaram sobre os riscos de saúde que ela correria com o clima quente e o saneamento precário de dacca, letícia não desistiu porque sabia que sem sua presença a missão seria cancelada. o grupo chegou à Bangladesh no dia 27 de junho e, primeiro, conheceu um pouco da capital e a sede administrativa da igreja adventista. encarar o trânsito caótico com milhares de rickshaws (riquexós) – os triciclos pedalados por um homem e que podem carregar até três pessoas – fez parte da aventura. em dacca, os carros e micro-ônibus, em sua maioria muito velhos, não respeitam sinalizações e pedestres. ProJEtos da adra os voluntários atuaram em dois dos 12 projetos desenvolvidos pela adRa Bangladesh: no Chalantika Mother and Child health Project que beneficia a 120 crianças com apoio pedagógico, atendimento médico, duas refeições diárias e cursos profissionalizantes e de alfabetização; e no Mirpur Children Center que também atende 120 crianças, com a vantagem de oferecer curso de informática e creche para 30 menores. Por quatro dias, os voluntários ajudaram as professoras contando histórias, ensinando músicas e visitando algumas crianças que moram nas favelas próximas ao projeto. Bairros inteiros construídos na beira de riachos contaminados, sobre plataformas de bambu e cobertos com telhas de zinco.
os voluntários ficaram mais chocados ainda quando visitaram algumas fábricas metalúrgicas no centro de dacca. eles viram crianças trabalhando em condições precárias. em locais insalubres, os menores passam o dia inteiro em troca de baixos salários. os acidentes de trabalho são comuns e com eles a mutilação de dedos e membros do corpo. saÚdE, EdUCaÇÃo E aGriCUltUra na sexta-feira, dia 5 de julho, uma feira de saúde foi organizada numa escola adventista. Foi a oportunidade de os estudantes de enfermagem orientarem a população sobre higiene e saúde, além de realizarem atendimentos básicos. dois voluntários passaram o dia cortando o cabelo das crianças. no sábado, dia 6, o grupo visitou o internato adventista para conhecer alguns dos jovens que são mantidos com auxílio que vem do exterior. os voluntários entregaram os 15 mil dólares que conseguiram arrecadar na austrália para ajudar outros bengalis a estudar. nativos como Prince, um jovem de família muçulmana que estudou nesse colégio, tornou-se adventista e hoje trabalha como designer gráfico no escritório da denominação. os missionários também conheceram um projeto de geração de renda e redução da vulnerabilidade nas inundações. esse projeto é desenvolvido pela adRa na zona rural de Manikgonj. a onG oferece orientação técnica em plantio e recursos para elevar o terreno onde a casa dos agriculltores foram edificadas. Poços que dão acesso a água limpa e banheiros também são construídos pela adRa. além disso, as famílias recebem aulas de alfabetização, inglês, economia e costura. MUdar o MUNdo depois de 12 dias de aventura solidária, os estudantes voltaram para a austrália com a grata lembrança do sorriso tímido e sincero de gratidão dos bengalis e com a certeza de que ao tentarem mudar o mundo, o mundo interior deles é que foi transformado. Para saber +
adrabangladesh.org | adrabrasil.org.br onemission.org.au | avondale.edu.au
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Muitas crianças trabalham em fábricas precárias. É a mão de obra quase escrava de Bangladesh que também produz as roupas das grifes mundiais
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para saber +
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Lição de vida
Texto Leonardo siqueira Ilustração carlos seribelli
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A modelo que deixou o seleto time de angels da victoria’s secret para ser a mulher de provérbios 31
a Modelo KYlie BisUtti, aos 21 anos, sabia que aquele post mudaria sua vida de uma vez por todas. “eu sabia que aquela era a mensagem certa, e esperava que ela pudesse ajudar a libertar outras pessoas que estavam presas num mundo de insegurança, autocomiseração, transtornos alimentares e que se sentiam vazias. Um mundo que eu conhecia muito bem. eu não queria mais fazer parte daquilo. era suicídio de carreira, eu pensei, enquanto apertava o botão ‘enviar’”, detalha a americana no livro I’m no angel
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(Eu não sou um anjo), uma referência ao apelido que só um grupo seleto de modelos da grife de lingerie ostenta. o post havia sido redigido como resposta a alex eklund, fundador do site live 31, que ajuda mulheres a ter uma visão mais positiva e bíblica sobre si mesmas. antes mesmo de enviar a mensagem, Kylie já havia deixado bem claro em seu feed o que queria dali pra frente. “deixo a Victoria’s secret para ser a mulher de Provérbios 31”, tuitou. desde então, Kylie passou a ser vista como uma mulher diferente. não daquelas que aparecem em poses sensuais nas capas e anúncios de revista, mas como uma mulher que, segundo a Bíblia, é “muito mais valiosa que os rubis” (Pv 31:10).
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iNÍCio EM las VEGas Criada em Jackpot, uma pequena cidade de nevada, que fica a 727 quilômetros de las Vegas, Kylie entrou na indústria da moda por acaso. Quando ainda estava no ensino fundamental, sua mãe ficou sabendo de um concurso que selecionaria jovens modelos. Kylie sentia-se um pouco desajeitada, mas suas longas pernas faziam com que outras pessoas a incentivassem a alimentar a ideia de ser uma modelo. a partir daquele momento, várias oportunidades surgiram, e quando menos percebeu, já estava completamente envolvida na indústria da moda. “atuava como modelo em quase todos os fins de semana em style shows no famoso shopping Fashion show em las Vegas. Com 14 anos, eu já era a modelo mais jovem da minha agência”, conta. ao mesmo tempo em que juntava algum dinheiro, o relacionamento dela com o pai, o herói que tanto admirou e com quem adorava passar seu tempo livre, se enfraquecia cada vez mais. a vida de modelo fez com que Kylie e sua família se mudassem de uma pequena região rural para las Vegas, a cidade em que “tudo acontece”.
“o daniel disse que eu teria meu próprio estúdio, o que seria uma mensagem de boasvindas confortante depois do que vivi em quartos minúsculos em nova York. Já do lado de fora, acendi as luzes e descobri que eu tinha, sim, colegas de quarto, e muitas por sinal! Baratas do tamanho de um sachê de açúcar espalhadas pelo chão corriam debaixo da cama, da geladeira e do fogão”, lembra a jovem, que após perder o trabalho na Big apple, aceitou o convite de um agente para passar um período de dois meses no Japão. o ponto mais alto de sua carreira, no entanto, ocorreu em 2009 quando foi selecionada pela Victoria’s secret para fazer parte do casting de “anjos” da marca. neste período, Kylie já era casada e conhecia um pouco a respeito da Bíblia. Mike, seu esposo, sentia-se incomodado com a profissão da esposa. “ele nunca me pediu que parasse de ser modelo, ao contrário, sempre me incentivou. ele apenas orava, e suas orações foram ouvidas”, disse Kylie a um dos diversos programas de tV que a entrevistou após declarar publicamente que não queria mais ser uma angel. os detalhes da decisão, as situações nos sets de fotografia que a fizeram buscar mais a deus e o papel importante que o marido dela, Mike, desempenhou nesta decisão estão todos retratados de forma clara e contundente no livro, que certamente irá surpreender ao leitor.
a aUsÊNCia do ModElo assim, sua família também acabou entrando em um ritmo frenético de trabalho e atividades. “’Pai, sinto sua falta’, eu disse. ‘Você tem trabalhado tanto. sinto que nunca o vejo’. ‘eu sei, Ky.’ ele secou suas mãos. ‘estou trabalhando muito para que você e sua mãe possam ter coisas legais. eu quero que você tenha o que eu não pude ter enquanto crescia’”, relata a escritora. a jovem modelo comenta que a atenção que o pai não dava era preenchida de outras formas e por outras pessoas. “ironicamente, a atenção cada vez menor que eu recebia do meu pai fazia com que outras pessoas, incluindo rapazes mais velhos, se interessassem mais por mim”, conta. na adolescência, os rapazes começaram a vê-la de um jeito diferente. não como uma “girafa”, mas como uma sexy e linda garota. do iNÍCio ao toPo da desilusão amorosa que teve com Jake, na adolescência, ao convite para trabalhar em uma agência de modelos em nova York aos 16 anos, Kylie fala sobre a falta de privacidade e respeito que, muitas vezes, as modelos em início de carreira têm que enfrentar.
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MEU CorPo Era do CliENtE no livro, Kylie conta com detalhes como começou sua carreira de modelo e revela os bastidores de uma profissão que só quer “vender sexo”, diz a escritora. “Para falar a verdade, seu corpo realmente não pertence a você. É do cliente. Uma vez que ele está pagando pelo seu corpo, ele pode fazer exatamente o que quiser com você”, denuncia. a ex-modelo da grife de lingerie mais famosa do mundo revela que se sentia como um pedaço de carne ao tirar a roupa e posar de forma sensual para as câmeras. ela sabia que, de um jeito ou de outro, estaria mexendo com o público masculino.
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Para saber +:
kyliebisutti.com i’m no angel: from victoria’s secret model to role model (tyndale house publishers, 2013), 304 pp. out-dez
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________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte
Aprenda
Texto Kátia santos, daniel moreno, Haroldo Henrique e Eduardo Rueda Ilustração carlos seribelli
A se preparar para concursos públicos BoM salÁRio, CaRGa de trabalho reduzida, segurança, estabilidade... essas são apenas algumas vantagens de quem se torna funcionário público. nesta edição, você vai aprender passo a passo como conseguir o “emprego dos sonhos”.
dEfiNa sUa ÁrEa dE iNtErEssE
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não adianta bancar a metralhadora, atirando para todos os lados. cada concurso tem um conteúdo muito específico. Analise seu perfil e escolha a área com a qual você se identifica mais. isso ajudará você a dar um foco para seus estudos.
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NÃo EsPErE a PUbliCaÇÃo do Edital
comece desde já a estudar as matérias básicas: português e redação, matemática e raciocínio lógico, noções de direito Administrativo e constitucional e informática. essas matérias aparecem em mais de 75% dos concursos para ensino médio e ensino superior.
UsE a tÉCNiCa do PolVo
você não tem oito braços, mas aproveite tudo o que estiver ao seu alcance: livros, apostilas, videoaulas, áudios, etc. bons materiais podem ser encontrados gratuitamente na internet.
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PaGUE o PrEÇo
EstabElEÇa UM HorÁrio dE EstUdo
regularidade e disciplina são elementos essenciais para seu sucesso. duas ou três horas por dia é um bom começo.
passar em um concurso público leva tempo e não acontece da noite para o dia. o tempo ideal de preparo para quem deseja passar na prova é de, no mínimo, seis meses de estudo intensivo.
EstUdE atÉ Passar
se você for reprovado, não desista! dezenas de concursos são abertos semanalmente. estude, faça sua parte e, com certeza, sua hora vai chegar!
Fontes: William Douglas, Como passar em provas e concursos (Elsevier, 2008); francisco Velter e Luiz roberto Missagia, Concurso público: da decisão à aprovação (Elsevier, 2012); site concursospublicos.pro.br.
conheça as faculdades adventistas
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Mari Baroni / Imagem: Fotolia
educacaoadventista.org.br/ensino-superior
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________ Depto. Arte
Vandir Dorta / Foto: William Moraes
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MATRÍCULAS ABERTAS
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