Conexão 2.0 - SAÚDE EM JOGO

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TEXTO E CONTEXTO: Razões para você celebrar a Páscoa P. 20

Jan-Mar 2022 – Ano 15 no 61

Exemplar: 10,60 – Assinatura: 33,70

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

SAÚDE EM JOGO

As mudanças que sua geração não pode deixar para depois P. 10 REPORTAGEM: O REFLEXO DOS “PADRÕES DE BELEZA” NA AUTOIMAGEM P. 14

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IMAGINE O MUNDO SEM AS VACINAS P. 22

44034 – Revista CNX 1 TRIM 2022 15/2/2022 15:50

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Editor(a)

APRENDA A REDUZIR O IMPACTO DO USO DE SMARTPHONES P. 32

Custos

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Da redação

MUDANÇA VITAL Equipe da Conexão 2.0

DO FIM DO século 19 para cá, a humanidade experimentou um salto em longevidade. Isso foi reflexo de diversos fatores, como os avanços científicos e tecnológicos, a melhora nos hábitos de higiene e alimentação e a produção de imunizantes. Aliás, imagine como seria o mundo sem as vacinas (leia as p. 22, 23). Pasme: a expectativa de vida no Império Romano era de apenas 30 anos aproximadamente. E até o século 19, um chinês também não vivia muito mais do que isso. A própria realidade da Europa não era diferente nessa época. No entanto, hoje pessoas como Joe Biden (presidente mais velho da história dos Estados Unidos) estão em plena atividade aos 80 anos, e a rainha Elizabeth II irá completar, em junho, 70 anos só de reinado. Será que a gente irá chegar lá com tanta vitalidade? Claro que nosso mundo ainda se mantém muito desigual nesse quesito. Afinal, o último relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), mostrou que, em 2019, a expectativa de vida nas regiões mais desenvolvidas era de 80 anos, enquanto nos países menos desenvolvidos era de 65 (link.cpb.com.br/8b91e0). Na Costa do Marfim e na Nigéria, as pessoas vivem, em média, 55 anos. No Chade e na República Centro-Africana, 54. E, em Serra Leoa, o número cai para 53. Mas, para além das questões estruturais que perpetuam essas diferenças, também é fato que, em algumas regiões do mundo, a longevidade está bastante relacionada com o estilo de vida. É o caso de comunidades como Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Nicoya (Costa Rica), Ilha de Ikaria (Grécia) e Loma Linda (Estados Unidos), as famosas blue zones, onde existem grupos que vivem acima da média. Talvez, para alguém da sua idade, a conversa até aqui esteja velha demais. E pode ser que alguns achem que não faça muito sentido se preocupar com isso agora. Mas as pesquisas têm mostrado que os adolescentes brasileiros estão colhendo prematuramente os resultados de hábitos prejudiciais, como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo (confira a matéria de capa nas p. 10-13). Indicadores que, aliás, pioraram no contexto da pandemia e desafiam a saúde pública. Por exemplo, um levantamento feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) no ano passado com 208 adolescentes mostrou que 86% deles não estavam fazendo atividade física. Mas por que cuidar do próprio corpo? Para simplesmente ficar em forma? Viver alguns anos a mais? Claro que essas e outras coisas podem ser resultado. Mas se for só isso, parece egoísta, não acha? Pare pra pensar também no fato de que viver bem é um modo de glorificar a Deus e servir melhor e por mais tempo o próximo. Isso dá um sentido e uma motivação especial para o cuidado com a saúde! E mais: faz você ter mais respeito pelo “seu” corpo e pelo corpo dos outros. Afinal, são criações divinas. A tendência de transformar pessoas em meros objetos (leia a reportagem nas p. 14-16) espelha não apenas a lógica capitalista que torna tudo descartável, mas também a dificuldade de se entender o ser humano de maneira completa ou integral. Por isso, esta edição buscou mostrar que, além de você cultivar hábitos saudáveis, é importante fazer isso de uma perspectiva 3D, ou seja, cuidando da saúde física, mental e espiritual. Inclusive, dentro do pacote de mudanças editoriais que preparamos para 2022, procuramos manter esse equilíbrio. Esperamos que você aprecie as novidades e que esse conteúdo gere mudanças positivas na sua vida ao longo do ano que está pela frente. 2 | jan-mar 2022

MENU 4 CONECTADO

OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A REVISTA

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GLOBOSFERA

VÍDEOS, PODCASTS, APPS, LIVROS, NÚMEROS E FRASES PARA REFLETIR

8 ENTENDA

OS BENEFÍCIOS DOS OITO REMÉDIOS NATURAIS

17 PERGUNTAS

A DIETA VEGETARIANA NA BÍBLIA, FÉ E AUTOMUTILAÇÃO

18 BATE-PAPO

CONVERSA SOBRE CUIDADO DO CORPO E CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA DE FILMES E SÉRIES

5 AO

PES COM EA

1

28 SAVE THE DATE

PARA COLOCAR NA AGENDA E SE ENGAJAR

31 FAÇA VOCÊ MESMO

PROJETOS REALIZADOS NO ESPAÇO MAKER DE UM INTERNATO ADVENTISTA

32 APRENDA

A REDUZIR O IMPACTO DO USO DE SMARTPHONES

33 NA CABECEIRA

TEXTOS CURTOS E CRIATIVOS SOBRE CIÊNCIA E RELIGIÃO

34 GUIA DE PROFISSÕES A PROFISSÃO QUE AJUDA AS PESSOAS A TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

14 REPORTAGEM

O PROBLEMA DE SE VER OU TRATAR OS OUTROS COMO OBJETO

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UE

PS, RASES

TO

NA LAÇÃO

ADO AÇÃO SÉRIES

22 IMAGINE

... O MUNDO SEM AS VACINAS

5 AO PONTO

PESQUISADOR EXPLICA COMO O DESMATAMENTO E A POLUIÇÃO NOS AFETAM

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CAPA

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Jan-Mar 2022 Ano 15, no 61

HORA DO CHECK-UP

Ilustração da capa: Kaleb

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia

MO

Casa Publicadora Brasileira Rodovia SP 127, km 106 Caixa Postal 34, CEP 18270-970, Tatuí, SP Fone: (15) 3205-8800 / WhatsApp: (15) 98100-5073 Site: cpb.com.br

DO S

Serviço de Atendimento ao Cliente Segunda a quinta, das 8h às 20h / sexta, das 8h às 15h45 / domingo, das 8h30 às 14h Contato: (15) 3205-8888 Ligação grátis para pedidos: 0800 979-0606 E-mails: sac@cpb.com.br / conexao20@cpb.com.br

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S UM A

ATIVOS GIÃO

SÕES

DA A EL

Editores: André Vasconcelos e Márcio Tonetti Coordenação Pedagógica: Doris Lima Projeto gráfico: Marcos Santos e Renan Martin

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TEXTO E CONTEXTO

POR QUE CELEBRAR A PÁSCOA

Diretor-Geral: Edson Erthal de Medeiros Diretor Financeiro: Uilson Garcia Diretor Conselheiro: José Carlos de Lima Redator-Chefe: Marcos De Benedicto

MUDE SEU MUNDO

A HORTA URBANA CULTIVADA POR ALUNOS

Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: Filipe Lima Chefe de Arte: Marcelo de Souza Conselho Executivo: Ágatha Lemos, Alexander Dutra, Doris Lima, Eder Fernandes Leal, Edgard Luz, Henilson Erthal de Albuquerque, Ivan Góes, Luiz Carlos Penteado Jr., Raquel de Oliveira Xavier Ricarte, Rérison Vasques, Rubens Paulo Silva, Samuel Bruno do Nascimento e Vanderson Amaro da Costa Assinatura: R$ 33,70 Avulso: R$ 10,60 www.conexao20.com.br 9114/44034 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sejam impressos, eletrônicos, fotográficos ou sonoros, entre outros, sem prévia autorização por escrito da editora.

26 LIÇÃO DE VIDA

COMO UMA ESTUDANTE CONSEGUIU RECUPERAR A SAÚDE E A AUTOESTIMA

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Informação Conectado & Opinião Ao ponto

Globosfera Entenda

Vinícius Loeschner Maris São Caetano do Sul (SP)

JUSTIÇA RESTAURATIVA Achei muito assertiva a abordagem da revista sobre esse tema (ed. julhosetembro de 2021), que é tão pouco conhecido, discutido e aplicado no Brasil. Em contraposição ao sistema tradicional punitivo que temos, com poucos resultados satisfatórios, a justiça restaurativa parece ter uma proposta mais eficiente no que se refere à restauração do ofensor (sem deixar de responsabilizá-lo pelo crime que cometeu). Além disso, tem o objetivo de ajudar a vítima a superar o trauma sofrido. Parabenizo os editores por levantarem essa discussão. Angelica Vasconcelos Tatuí (SP)

SENTINDO NA PELE Achei excelente a matéria sobre Ella Simmons (ed. julho-setembro de 2021), primeira mulher negra a ser eleita vice-presidente mundial da Igreja Adventista. Tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente em visita ao 4 | jan-mar 2022

Brasil. Mulher simpática, competente, cristã e de uma presença marcante. A Igreja Adventista precisa alargar mais o espectro de atuação das mulheres em posições de liderança, pois ainda observamos o predomínio masculino, o que não condiz com a representatividade da comunidade religiosa.

Janaína Xavier Artur Nogueira (SP)

PROBLEMAS EM REDE A matéria de capa (ed. julho-setembro de 2021) trouxe reflexões sobre um assunto que, com frequência, é conversa na roda de amigos. Considero relevante discutirmos as questões mencionadas e ressalto que, mesmo imersos no ambiente virtual, em que há respostas para “praticamente tudo”, não podemos dar crédito a qualquer informação ou opinião. Outro conteúdo que chamou minha atenção foi o tema abordado na coluna Texto e Contexto da mesma edição. Num tempo de crise, em que morte e fome nos rodeiam, sentir o cuidado de Deus por meio da história de Noemi e Rute conforta o coração cansado e traz à lembrança o compromisso cristão no cuidado e proteção dos “pequeninos do Senhor”. Essas duas mulheres me ensinam que, na fraqueza e em tempos de angústia, nossa união e preocupação com o próximo são uma fortaleza para o coração.

SOBRE A VOLTA DE JESUS O texto do Ponto de Vista da edição de outubro-dezembro foi muito didático e simples, mas sem perder a riqueza dos detalhes bíblicos. O autor apresentou as diferentes interpretações da volta de Cristo. Muito esclarecedor! Elias dos Santos Vasconcelos Brusque (SC)

HERDEIROS DA TERRA O artigo publicado na edição de outubro-dezembro nos faz lembrar de que, em algum momento da experiência cristã, também receberemos de Deus um chamado para alguma missão especial. O texto que foi explorado (Gn 12:1-3) traz princípios acerca desse chamado. Conforme foi ressaltado pelo autor, o elemento “terra” como promessa é determinante no chamado de Deus, pois está relacionado à aliança divina com os patriarcas. A história não mudou nesse sentido. Ao chamar-nos para alguma missão, Deus também quer nos fazer condutores de bênçãos, e nos promete uma “terra” (Ap 21 e 22), seguindo o mesmo padrão do chamado/pacto que fez com Abraão. Chamado, terra e missão.

D e im E d p fo e d e e c p p r v

Ezinaldo Ubirajara Benevides (PA)

Sthefania Rocha dos Santos Florianópolis (SC)

RELIGIÃO E SOCIEDADE O artigo da seção Texto e Contexto (ed. julho-setembro de 2021) que trouxe lições sobre a história de Rute me fez refletir sobre o fato de que o próprio Deus não rejeita o estrangeiro. Pelo contrário, Ele dá exemplo do nosso dever de acolher, amar e oferecer oportunidades aos mais vulneráveis. A sociedade seria melhor se essa religião fosse vivida pela maioria. Suelen Marques Cesário Lange (SP)

Acesse, curta e comente: instagram.com/educacaoadventistabrasil Ou envie seu feedback para: conexao20@cpb.com.br

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IMAGINE Gostei do texto sobre como seria se o Ocidente não tivesse se secularizado (ed. outubro-dezembro de 2021). É importante destacar que um Estado laico promove a pluralidade de crenças e ideias, já um Estado que tem uma religião oficial contribui diretamente para a perseguição de outras denominações, limitando a liberdade de escolha de cada indivíduo. Creio que o melhor privilégio que o ser humano pode ter é a liberdade de escolha. O livre-arbítrio é fundamental para a construção de uma sociedade equilibrada e saudável. A partir do momento que a força estatal se impõe acima da escolha de cada indivíduo, forma-se uma sociedade anarquista e cega para a opinião alheia. A liberdade é essencial para a convivência humana e para a criação de novas culturas e costumes.

V f a p A d p d s p p


Ao ponto

Texto Letícia Leme Ilustração Kaleb

AMBIENTE MAIS

SAUDÁVEL

s

AS DISCUSSÕES SOBRE meio ambiente, que ganharam força nos últimos anos, não têm que ver apenas com o aquecimento global e as mudanças climáticas. Na realidade, também envolvem a nossa saúde. Afinal, fatores como o desmatamento e a emissão de gases poluentes têm gerado sérias consequências para a vida humana. É o que mostra o biólogo e professor do mestrado em Promoção da Saúde do Unasp, Maurício Lamano Ferreira. Confira o pingue-pongue com o mestre em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente pelo Instituto de Botânica de São Paulo e doutor em Ciências pela USP.

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De que forma o desmatamento e a poluição do meio ambiente impactam a saúde humana? Existem diversas formas de desmatamento, mas a principal delas é por meio do fogo. As pessoas ateiam fogo em terrenos para abertura de áreas de pastagem ou expansão da agricultura. Essas emissões de compostos de carbono são um problema para a saúde pública, principalmente para a saúde respiratória da população que vive nos entornos. Você é um estudioso das florestas urbanas. Como elas ajudam a reduzir os efeitos da poluição? As florestas urbanas possuem duas funções importantes para a melhoria da qualidade do ar. A primeira é que elas servem como barreira física para a poluição de materiais pesados, e que poderiam

trazer malefícios à saúde. E a segunda é que elas têm um alto potencial de evapotranspiração, ou seja, de umidificar a atmosfera. Dessa forma, as árvores contribuem para uma situação mais confortável de respiração humana e animal. Qual é o peso do nosso estilo de vida em tudo isso? Qualquer modo de vida humana está associado à emissão de poluentes atmosféricos. Se não for diretamente na obtenção da matéria-prima para confecção ou produção do item a ser utilizado, refere-se à mobilidade e logística desse produto, que estão fundamentadas no uso de combustíveis fósseis. É claro que qualquer coisa que usamos é retirada em algum momento da natureza, mas há uma questão proporcional nisso. Se eu retirar para 100 mil pessoas é diferente de retirar

para 7 bilhões de indivíduos. O alto contingente populacional do planeta exige uma alta quantidade de consumo de matéria-prima e, com isso, há um grande impacto ambiental. Felizmente, as novas gerações parecem estar mais preocupadas com o consumo consciente. Como o uso de canudos de inox, por exemplo, pode evitar a degradação do planeta? Muitos consideram que o uso de canudos de inox é modismo. Mas é um modismo que vem para o bem. Só tem que se tomar cuidado com a questão sanitária desse material. É um item pessoal assim como uma escova de dente. Portanto, deve ser guardado dentro de algum lugar bem higienizado. No entanto, a questão não é consumir por meio de canudo a qualquer custo, seja de inox,

plástico ou papel. A questão é rever comportamentos. Há necessidade de usar canudos para qualquer bebida que se ingere fora de casa? O comportamento humano frente às necessidades é que deveria ser avaliado. Que mensagem final você deixaria aos nossos leitores? Conservar o meio ambiente é uma responsabilidade coletiva. É importante tomar cuidado para não confundir e culpar sempre a vítima. Às vezes a gente fala: “tem que apagar a luz e escovar os dentes com a torneira fechada”. Sem dúvida, são práticas absolutamente importantes. Mas existe uma questão sistêmica. A responsabilidade não é só daqui da ponta. Seja minha, sua, do adolescente, criança ou adulto. A responsabilidade é de todos. jan-mar

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Texto Márcio Tonetti Imagens Adobe Stock

PARA ASSISTIR

s u C p f é c d

Clínica e SPA Vida Natural – O canal da instituição localizada em São Roque (SP) reúne vídeos com dicas para você fortalecer a imunidade, emagrecer com saúde, prevenir doenças e saber como desfrutar dos remédios naturais (link.cpb.com.br/467102).

Adobestock

YouTube Sabor Saúde – A dieta saudável faz parte da rotina da cantora adventista Melissa Barcelos. E, durante a pandemia, ela decidiu abrir sua cozinha vegetariana para compartilhar com os seguidores de seu canal dicas e receitas favoritas (link.cpb.com.br/2c88ff).

Testemunho Coração Restaurado (2019, 4 min.): Conheça a história do médico Elson Nunes, que precisou mudar radicalmente o estilo de vida por conta do sedentarismo na juventude (feliz7play.com).

Apps Adolescentes Unicamp – Lançado no ano passado por um grupo de pesquisa em educação e neurociência da Universidade Estadual de Campinas, o aplicativo (link.cpb.com.br/12b783) apresenta quizzes para você cuidar da sua saúde jogando e se divertindo. O projeto também inclui um site (fcm.unicamp.br/adolescentes) com muita informação útil sobre enfermidades que têm atingido os adolescentes hoje em dia.

Podcast Toque de Saúde (2021, 63 episódios): Apresenta um bate-papo com especialistas sobre saúde e bem-estar. Produzido pela Rádio Unasp, em parceria com o mestrado em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo, o podcast se propõe a promover o estilo de vida saudável e popularizar descobertas científicas (link.cpb.com.br/74e13e).

Sabe – Conectado ao Disque 100, o aplicativo permite que crianças e adolescentes denunciem situações de violência, maus-tratos, abuso sexual e outros tipos de violações de seus direitos. Além do app, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos humanos também lançou um site (sabe.mdh.gov.br/infantil). Com uma linguagem acessível, as plataformas incluem materiais educativos, vídeos e histórias.

PARA LER

Sinta-se Bem (CPB, 2021, 192 p.), de Lídia la Marca (link.cpb.com.br/ef5a9e)

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Guloseimas do Bem (CPB, 2021, 80 p.), de Ágatha Lemos, Karen Espíndola e Lia Machado (link.cpb.com.br/8a5d83)

A Ciência dos 8 Remédios Naturais (Unaspress, 2019, 220 p.), de Fábio Marcon Alfieri e Gina Andrade Abdala, organizadores (link.cpb.com.br/71cda0)

T a d c ja

e a e o e m c c a li

L E a a


PARA PENSAR

A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo sobre o estilo de vida dos adolescentes. Foi o que mostrou, por exemplo, um estudo realizado pela Fiocruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os pesquisadores ouviram 9.470 adolescentes entre 12 e 17 anos que responderam a um questionário virtual no período de junho a setembro de 2020. O levantamento mostrou o seguinte cenário:

43,4% dos entrevistados ficaram mais sedentários. Antes da crise sanitária e das medidas de isolamento social, o índice dos que não praticavam atividade física por 60 minutos em nenhum dia da semana era de 20,9%.

Thaís Trivelato, nutricionista pós-graduada em auditoria em saúde que trabalha na área de auditoria de empresas de alimentos, em texto publicado na coluna Viva Leve, do Portal Adventista, no dia 4 de janeiro (link.cpb.com.br/480e74).

Como a glicose é a principal fonte de energia para o cérebro, muito açúcar pode colocá-lo em um estado de sobrecarga. Quando o cérebro é superestimulado, ele pode levar à hiperatividade e a mudanças de humor. Entretanto, essas mudanças comportamentais são apenas consequências de curto prazo. Algumas evidências sugerem que a hiperatividade cerebral em adolescentes está ligada a déficits cognitivos na idade adulta.”

48,7% dos adolescentes entrevistados disseram sentir preocupação, nervosismo ou mau humor na maioria das vezes ou sempre.

Lina Begdache, cientista da Binghamton University, nos Estados Unidos, que tem pesquisado sobre o efeito do açúcar no cérebro de crianças e adolescentes, em um artigo publicado no site do Nexo (link.cpb.com.br/ea7624).

Crer Faz Bem (CPB, 2015, 232 p.), de Julián Melgosa (link.cpb.com.br/089fb8)

70% dos adolescentes na faixa dos 16-17 anos passaram a ficar mais de 4 horas por dia em frente ao computador, tablet ou celular, além do tempo das aulas on-line.

Binghamton University

Adobestock

Muitas vezes, a alteração de hábitos não acontece simplesmente porque não há uma real vontade de mudar. Consequentemente, o primeiro passo para transformação já fica comprometido e o planejamento é adiado. Mas se você quer mudar de verdade, comece agora! E não tenha medo ou vergonha das pequenas atitudes.”

Portal Adventista

PARA SABER

23,9% dos participantes começaram a ter problemas para dormir e 59% sentiram dificuldades para se concentrar nas aulas a distância. Além disso, aumentou em 4% entre eles o consumo de alimentos não saudáveis, como congelados, salgados e doces. Fonte: “Pesquisa da Fiocruz aponta os impactos da pandemia na rotina dos adolescentes brasileiros”, divulgada no site da Fundação Oswaldo Cruz em 1/12/2020 (link.cpb.com.br/e3e568).

Oficinas de Espiritualidade e Saúde (Unaspress, 2020, e-book, 89 p.), Gina Andrade Abdala, Maria Dyrce Dias Meira e Carlos Antonio Teixeira, disponível em link.cpb.com.br/33047a

New Start: Os 8 Remédios Naturais e a Hipertensão (Unaspress, 2020, e-book, 16 p.), de Patrícia Moreno Pereira e Marcia Salgueiro, disponível em link.cpb.com.br/84d3d4

Saiba Como Consumir Alimentos Crus de Forma Segura (Unaspress, 2020, e-book, 7 p.), de Marcia Salgueiro (link.cpb.com.br/036faa) jan-mar

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8 | JAN-MAR 2022 Texto Guilherme Cavalcante Ilustrações Adobe Stock e Rogério Chimello

Os benefícios da exposição diária à luz solar são vários e conhecidos. Sabe-se, por exemplo, que nosso corpo produz vitamina D quando exposto à luz do Sol. A vitamina D é crucial para a absorção do cálcio e a manutenção da saúde da pele e dos ossos. Pesquisadores das universidades de Haifa e de Ben-Gurion, em Israel, descobriram que os hábitos de exposição à luz solar e/ou suplementação de vitamina D estavam diretamente associados a um menor número de dias com mal-estar físico ou mental, bem como com um status de saúde bom ou muito bom entre funcionários do setor tecnológico no país. A recomendação é que a exposição da pele ao Sol ocorra por pelo menos vinte minutos ao dia, em especial antes das 10h e depois das 15h.

LUZ SOLAR

NOS ÚLTIMOS ANOS, institutos de pesquisa, empresas e instituições governamentais têm buscado formas de medir a qualidade de vida ao redor do mundo. Rankings como o Best Countries Index, promovido pelo BAV Group e pela Universidade da Pennsylvania, bem como o How’s Life, ligado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), oferecem um panorama de alguns dos países com melhor

qualidade de vida no mundo, a grande maioria no continente europeu. Mas uma mudança para a Europa ou o fim da pandemia são realmente necessários para se ter qualidade de vida? Afinal, o que é viver bem? O que você pode fazer para obter qualidade de vida? Segundo a Organização Mundial da Saúde, viver bem é muito mais do que ter um bom carro, uma boa casa ou morar em um lugar com criminalidade baixa, sendo

Pesquisadores da Universidade do Pacífico, em Seattle, e da Universidade da Carolina do Norte, ambas nos EUA, perceberam significativa melhora no rendimento e na qualidade do trabalho profissional em pessoas que faziam ao menos 30 minutos de exercícios físicos por dia em relação aos sedentários. Não apenas isso, os estudos demonstraram que o nível de satisfação profissional tende a ser maior entre aqueles que mantêm o hábito de fazer exercícios físicos. Isso pode envolver desde atividades de carga elevada, como esportes profissionais, musculação e corrida, por exemplo, como caminhadas leves e/ou moderadas.

EXERCÍCIO FÍSICO

Embora uma parte considerável da população não tenha acesso à água potável (cerca de 800 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS, e 35 milhões de brasileiros, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil), provavelmente não seja o seu caso. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, demonstrou que o consumo de 2 a 2,5 litros de água pura (sem contar outras bebidas) reduz em até 200 calorias o consumo energético do dia e facilita a circulação do sangue, prevenindo doenças e possibilitando o controle do peso.

CONSUMO DE ÁGUA

“um estado de completo bem-estar físico, mental e social”. Pesquisadores têm reconhecido também a importância do bem-estar espiritual. E o Entenda desta edição vai mostrar como os chamados oito remédios naturais podem melhorar sua qualidade de vida.

Os benefícios dos oito remédios naturais

Entenda


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Quando você pensa em mudar de hábitos de vida já começa a coçar a cabeça pensando em todas as coisas que vai precisar fazer? Relaxe, literalmente. Ter momentos adequados de repouso é fundamental para viver bem. Pesquisas mostram que um repouso noturno que varie entre 7 e 8 horas por dia, aliado a pequenas pausas durante o trabalho e a momentos de lazer, não apenas reduz o risco de desenvolvermos problemas como ansiedade, estresse e depressão, como pode até mesmo melhorar a mobilidade durante a terceira idade.

REPOUSO

Um aspecto geralmente não mencionado em rankings de qualidade de vida é a importância da fé e da esperança em Deus para se viver bem. Contudo, um estudo publicado em 2018 por pesquisadores da Universidade de Kent, no Reino Unido, concluiu que a religiosidade desempenha papel crucial no chamado “envelhecimento positivo”, isto é, na vivência de uma terceira idade saudável e positiva. Pesquisas também têm demonstrado a função decisiva da fé para melhor controle próprio, otimismo sobre o futuro e resiliência mental em momentos de doença.

CONFIANÇA EM DEUS

Não é apenas quem mora numa chácara que pode desfrutar dos privilégios de uma boa respiração ou de acesso ao ar puro. A limpeza da casa ou do apartamento, o hábito de cultivar plantas, mesmo que pequenas, a troca constante do filtro de ar-condicionado ou a limpeza do ventilador, bem como deixar as janelas abertas por algumas horas ao dia são medidas importantes para melhorar a ventilação e garantir um ar mais puro. Nutrir o hábito de permanecer ao ar livre durante parte do dia também é importante. Aliás, a OMS reconhece o acesso ao ar puro como um dos pilares do seu programa de qualidade de vida.

AR PURO

Fontes: sites Forbes (link.cpb.com.br/10fc07), Harvard Health Blog (link.cpb.com.br/5986f8), Agência CBIC (link.cpb.com.br/100491), Organização Mundial da Saúde (link.cpb.com.br/02657e), Igreja Adventista do Sétimo Dia (link.cpb.com.br/c46ffa) e Food & Mood Centre (link.cpb.com.br/37275e); artigos científicos “Plain water consumption in relation to energy intake and diet quality among US adults, 2005–2012” (link.cpb.com.br/c7f974); “Blue Zones: lessons from the world’s longest lived” (link.cpb.com.br/735e19); “The affordability of a healthy and sustainable diet: an Australian case study” (link.cpb.com.br/0afe89); “Impact of healthy lifestyle factors on life expectancies in the US population” (link. cpb.com.br/bbbc56); “Health and quality of life in an aging population – Food and beyond” (link.cpb.com.br/cf88db); “Overeating, binge eating, quality of life, emotional difficulties, and HbA 1c in adolescents with type 1 diabetes: A Danish national survey” (link.cpb.com.br/9fa400); “Vitamin D supplementation improves quality of life and physical performance in osteoarthritis patients” (link.cpb.com.br/5a3b04); “Vitamin D status and quality of life in healthy male high-tech employees” (link.cpb.com.br/0529e6); “Correlation between common postoperative complications of prolonged bed rest and quality of life in hospitalized elderly hip fracture patients” (link.cpb.com.br/1fabf6); “Physical activity and quality of life: assessing the influence of activity frequency, intensity, volume, and motives” (link.cpb.com.br/2d5d80); “The role of religion, spirituality and/or belief in positive ageing for older adults” (link.cpb.com.br/e3ce1e).

O uso de substâncias ilícitas, como drogas, é amplamente reconhecido como nocivo à saúde. Porém você sabia que o hábito de comer em excesso, independentemente do tipo de alimento, está associado ao desenvolvimento de diabetes, transtornos emocionais e depressão? É o que demonstrou um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, com adolescentes entre 12 e 17 anos. Por isso, lembre-se sempre da máxima: “abstenha-se do que faz mal e faça sábio uso do que é bom”.

TEMPERANÇA

Regiões como a das blue zones (ou zonas azuis, com expectativa de vida acima da média) têm demonstrado que uma dieta saudável é crucial para melhor qualidade de vida. Inclusive, estudos realizados com crianças e adolescentes apontam para uma redução brusca nos sintomas de depressão e na saúde mental como um todo. A dieta da população da ilha de Ikaria na Grécia, é considerada, por exemplo, a principal responsável por assegurar que as pessoas naquele local vivam oito anos a mais do que os estadunidenses. E se engana quem pensa que uma dieta saudável é cara. Um estudo feito na Austrália demonstrou que uma cesta básica de vegetais, legumes, frutas e uma pequena porção de peixe era 15% mais barata do que a cesta de comida comum no país.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

prevenindo doenças e possibilitando o controle do peso.


Interpretação Capa & Reflexão Reportagem

Texto Alysson Huf e Thamires Mattos Ilustrações Adobe Stock

Perguntas Bate-papo Texto e contexto Imagine

HORA DO CHECK-UP Por que os indicadores da saúde dos adolescentes no Brasil devem deixar você em estado de alerta

É b a o n m e

n é d p a “ P d a t ju

in e a fe t p e e n s m B t c d p d

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É BEM PROVÁVEL que, como a maioria das famílias da pandemia de Covid-19. O isolamento social dos últimos brasileiras, a sua goste de fazer um “banquete” durante dois anos contribuiu para o sedentarismo da população e, as festas de fim de ano. Depois de uma boa ceia de Natal consequentemente, para o aumento do índice de sobrepeso e ou Ano-Novo, sentimos alegria. Mas no primeiro dia do obesidade em todas as faixas etárias. novo ano, muitos fazem planos de mudança. Comer de No dia a dia, profissionais de educação física confirmam essa maneira balanceada e praticar atividades físicas costumam informação. Daniela Cortes faz parte desse grupo: é educadora estar entre as diversas “metas de ano novo”. física e pós-graduada em psicomotricidade. Atua como profesPara Ana Ribeiro, 2021 terminou com uma ceia farta: car- sora e percebeu que os alunos passaram a ser mais sedentários nes, farofa, arroz (sem passas!) e um pouco de salada. Sua avó durante a pandemia. Além de reforçar que a falta de alimentação é cozinheira de mão cheia e capricha nas massas. O cardápio balanceada e de exercícios físicos é extremamente prejudicial, da semana entre Natal e Ano-Novo teve empadas, pizzas, ela enfatiza que a responsabilidade sobre esse assunto não é panquecas e salgados fritos. No entanto, a adolescente de 16 apenas da escola ou do colégio que o adolescente frequenta. anos se alimenta de forma equilibrada no restante do ano. “Por melhor que seja o trabalho do professor, é preciso que a “Tenho horários definidos para comer e não exagero”, explica. família esteja envolvida nesse processo. Um adolescente que Por outro lado, ela não pratica exercícios físicos, alegando falta possui bons exemplos dentro de casa terá maior facilidade para de tempo entre as atividades do colégio, trabalho como menor praticar atividade física e se alimentar bem”, comenta. aprendiz, afazeres da casa e estudo para o vestibular. “AcrediOutra importante fonte de dados sobre o assunto é o Estuto que a alimentação balanceada pode ajudar com essa falta”, do de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), que justifica. Será que isso é suficiente para ter uma vida saudável? mobilizou cerca de 500 pesquisadores de 30 universidades Para a nutricionista Mileni Fernandes Rosa, a resposta é, brasileiras (acesse: erica.ufrj.br). Entre 2013 e 2014, eles coleinfelizmente, não. “O exercício físico regular faz parte de um taram informações sobre 75 mil adolescentes de 12 a 17 anos estilo de vida saudável; ele faz parte da manutenção da saúde em 1.247 escolas públicas e privadas de 124 municípios. A assim como a alimentação adequada. Tudo que fica parado en- primeira fase da pesquisa de abrangência nacional revelou que ferruja, e com o nosso corpo não é diferente”, expõe. Ela é mes- 25,5% dos participantes apresentavam sobrepeso ou obesidade, tra em Políticas Públicas e Gestão Educacional e 9,6% estavam com pressão alta e 47,3% tinham possui experiência na área de educação alimentar baixa presença de “colesterol bom” (HDL) no e nutricional em escolas. Por isso, lembra que um Para que a sangue. No artigo “Obesidade na adolescência e estilo de vida sedentário e/ou com alimentação atividade física seus principais fatores determinantes” (link.cpb. não balanceada está atrelado a problemas de com.br/83f07c), as pesquisadoras Carla Cristina se torne um saúde, principalmente à obesidade. “Devido às Enes e Betzabeth Slater chamam a atenção para mudanças demográficas e socioeconômicas, no hábito é preciso as mudanças fisiológicas e psicossociais pelas Brasil – e no mundo – a obesidade está atualmen- ter disciplina quais a pessoa passa na adolescência. Elas deste muito maior que a desnutrição”, revela. Mileni e praticar algo tacam ser muito importante o desenvolvimento complementa sua fala ao frisar que o excesso de bons hábitos nesse período, pois “é nessa fase de peso está ligado ao surgimento de uma série de que você goste que esses hábitos são estabelecidos e muitas vezes problemas de saúde, como hipertensão arterial, mantidos na vida adulta”. doenças cardíacas, diabetes, entre outras. Como já foi mencionado, sobrepeso e obesidade não são Antes de mais nada, vamos definir o que é obesidade e o que questões meramente estéticas. As autoras lembram que a é sobrepeso. Ambos os conceitos estão relacionados ao excesso obesidade aumenta o risco de doença e morte na população de gordura corporal e implicam em riscos à saúde da pessoa. adulta, “enquanto na população jovem esse evento vem se conO sobrepeso é um excesso um pouco menor que a obesidade vertendo em um problema que causará profundas repercussões e com riscos menos acentuados. A obesidade, por sua vez, é na saúde pública”. Elas ressaltam que a obesidade em crianças um excesso mais marcante que inflige dano ao organismo. Por e adolescentes está associada ao aparecimento precoce de himeio do Índice de Massa Corporal (IMC) é possível verificar pertensão arterial, colesterol alto, diabetes tipo 2 e distúrbios como o indivíduo está em relação ao acúmulo de gordura na esfera emocional – sem mencionar os danos à postura e as no corpo (entenda melhor no box “Você está no peso ideal?”) alterações no sistema locomotor. De acordo com o Ministério da Saúde, 6,4 milhões de crianNas últimas três décadas, diversos estudos demonstraram ças brasileiras estão acima do peso, sendo que 3,1 milhões uma relação direta entre sobrepeso durante a adolescência evoluíram para a obesidade. Quase um terço das crianças en- e aumento do risco de mortalidade na fase adulta, especialmente tre 5 e 9 anos de idade têm excesso de peso. Entre as crianças por doença coronariana, isto é, obstrução gradual ou súbita menores de 5 anos, 7% já são obesas. de vasos sanguíneos do coração (link.cpb.com.br/472809). É importante destacar que esses números foram embasa- Além disso, segundo a pesquisa de Ana Cristina e Betzabeth, a dos no Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças atendidas probabilidade de um adolescente obeso ter o mesmo distúrbio pela Atenção Primária à Saúde (APS) em 2019 – ou seja, antes aos 35 anos é superior a 30%. jan-mar

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ALIMENTAÇÃO DESBALANCEADA Uma das principais causas do sobrepeso e da obesidade é a alimentação desbalanceada. O consumo exagerado de alimentos gordurosos ou com alto teor de açúcar, juntamente com uma ingestão deficiente de frutas, legumes e verduras, acentua o ganho de peso. Ana Cristina e Betzabeth citam, por exemplo, um estudo realizado nos Estados Unidos com 1.817 adultos (link.cpb. com.br/03040b). O experimento revelou uma associação entre sobrepeso/obesidade e o “consumo de bebidas com adição de açúcar, consumo de grandes porções de alimentos, refeições realizadas concomitantemente com outra atividade, e tempo despendido assistindo televisão”. Felizmente, no Brasil o consumo de refrigerantes por adolescentes caiu de 27,2%, em 2015, para 17,2%, em 2019, conforme indicou a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada pelo IBGE no ano passado (link.cpb.com.br/f3c6c0). Por outro lado, caiu o consumo de frutas frescas (de 30,9% para 26,9%) no mesmo período. Um hábito alimentar ruim e que poucas pessoas sabem que está associado à obesidade é o de não tomar o desjejum. A regularidade no café da manhã favorece o consumo de alimentos saudáveis, como frutas e grãos, diminuindo o percentual de gordura ingerida. Esse hábito também está relacionado a uma regularidade na realização das refeições, o que tende a diminuir a frequência com que se come fora de hora ao longo do dia. Além disso, hábitos alimentares influenciam fortemente o estado emocional. Para se ter uma ideia, pesquisas apontam que pessoas que seguem uma dieta rica em frutas, verduras, grãos não processados, peixes e carnes magras possuem risco de depressão 35% mais baixo que pessoas que consomem grandes quantidades de gordura e açúcar (link.cpb.com.br/add7ea). Esses hábitos alimentares são formados desde a infância. Como explica Mileni, “desde cedo, as atitudes familiares inter-

ferem em preferências e aversões alimentares. Mas, devido às mudanças no estilo de vida da sociedade, as crianças em idade escolar às vezes passam mais tempo em instituições escolares que com a família, tendo estas agora sua parcela de responsabilidade na formação do comportamento alimentar”. Assim, os ambientes educacionais podem influenciar de forma positiva ou negativa os hábitos alimentares de crianças e adolescentes. Educadores precisam estar conscientes disso, afinal, para muitos estudantes, “eles são a personificação da escola”. SEDENTARISMO De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os países mais sedentários. Um estudo feito pela organização e publicado em 2018 revelou que 47% dos brasileiros em idade adulta não praticavam atividade física pelo mínimo de tempo recomendado – de 150 a 300 minutos de exercícios aeróbicos moderados e/ou 75 minutos de atividade intensa por semana (link.cpb.com.br/4fb629). O dado é preocupante, especialmente quando consideramos que o sedentarismo mata mais que o tabagismo. Ana Cristina e Betzabeth salientam que “a prática de atividade física entre jovens apresenta relação inversa com o risco de doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a obesidade. Além disso, o padrão de atividade na adolescência determina parte dos níveis de atividade física na idade adulta”. As autoras apontam ainda que o tempo que crianças e adolescentes passam em frente a uma tela de TV, computador ou celular também está relacionado aos hábitos alimentares. Além de não se exercitarem por tempo suficiente, adolescentes que passam mais de duas horas por dia diante de uma tela consomem quantidades menores de legumes e frutas quando comparados a jovens que ficam menos tempo expostos às telas. Chama a atenção o fato de que o sedentarismo tende a ser maior entre as meninas. De acordo com uma pesquisa publicada

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VOCÊ ESTÁ NO PESO IDEAL? O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular como a pessoa está em relação a seu peso ideal. Um indivíduo considerado dentro do peso normal para seu biotipo possui um IMC que varia entre 18,6 e 24,9. O cálculo é bem simples (inclusive, você encontra várias “calculadoras de IMC” na internet e apps com essa finalidade): IMC=

peso altura x altura

Basta pegar seu peso e dividir pela sua altura ao quadrado. Por exemplo: uma pessoa com 1,65 m de altura e 70 kg fará o cálculo assim: IMC= 12 |

70 kg 1,65 m x 1,65 m

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IMC=

70 kg 2,7225 m

IMC= 25,7

Entendendo o resultado:

IMC = 18,5 ou menos (abaixo do normal): Algumas pessoas possuem baixo peso como característica de seu organismo. Outros podem estar com problemas, como alguma deficiência nutricional. É preciso saber qual o caso. Por isso, procure um médico.

IMC = 18,6 – 24,9 (normal): Você está dentro do padrão esperado. Cultive hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares, para se manter dentro do peso ideal.

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na Revista Brasileira de Enfermagem (link.cpb.com.br/1b94ea), é praticamente consenso em muitas publicações que as moças se exercitam menos que os rapazes. Por exemplo, a edição de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) mostrou que 38,5% dos meninos e apenas 18% das meninas eram fisicamente ativos. Entre as razões disso está o fato de que muitas escolas oferecem poucas atividades voltadas especificamente para as meninas. “Por motivos culturais e/ou estruturais, sabe-se que atividades de massa, como o futebol, por exemplo, são mais executadas por eles, enquanto elas adotam mais exercícios de menor gasto calórico como caminhadas”, explicam os autores da publicação. O mesmo estudo aponta que quanto maior o poder aquisitivo e a escolaridade do indivíduo, maior a frequência com que ele se exercita. Uma explicação para esse fenômeno, segundo os autores, “talvez seja o fato de A alimentação saudável as camadas sociais mais populares terem poucos espaços públicos destinados à promoção da não precisa ser um “fardo”. prática de exercícios físicos e/ou em virtude da difiEla é, na verdade, uma culdade de deslocamento para grandes centros urressignificação banos em ambientes propícios para essas atividades”. Daniela Cortes explica que, para que as atividades físicas se tornem um hábito na vida do adolescente, não é preciso apenas ter disciplina. “O adolescente precisa gostar da atividade física que pratica. Você precisa ‘testar’ várias coisas, como esportes diversos, academia, caminhada, corrida, até achar o que gosta”, salienta. De forma semelhante, Mileni também reforça que a alimentação saudável não precisa ser um “fardo”. Ela é, na verdade, uma ressignificação. “A educação alimentar nutricional trabalha com o pensar, agir e sentir para que as pessoas escolham seus próprios alimentos”, conclui. Portanto, se você estiver em dúvida sobre o que colocar naquela lista de metas para 2022, que tal incluir uma reeducação alimentar e a prática de atividades físicas? Assim, você poderá curtir o banquete do fim do ano com tranquilidade, mantendo, é claro, o equilíbrio.

IMC = 25 – 29,9

IMC = 30 – 34,9

(sobrepeso): Esta é uma préobesidade. Muitas pessoas nessa faixa já apresentam doenças associadas ao excesso de gordura no organismo, como diabetes e hipertensão. Reveja seus hábitos e busque ajuda para não entrar na faixa da obesidade.

(obesidade grau I): Tome cuidado! Você precisa se cuidar, mesmo que seus exames médicos sejam normais. Mude seus hábitos e procure um nutricionista ou endocrinologista para acompanhar você.

IMC = 35 – 39,9

IMC = 40 ou acima (obesidade grau III): Alerta vermelho! É bem provável que você já tenha alguma doença associada ao excesso de peso. Você deve procurar ajuda médica com urgência e evitar que seu quadro piore.

(obesidade grau II): Você precisa mudar seu estilo de vida. Repense sua alimentação, inicie uma rotina de exercícios leves e moderados e procure um médico para acompanhar seu desenvolvimento.

Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

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Reportagem

Texto Ariany Nascimento Imagem Adobe Stock

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Eu, objeto? Como os "padrões de beleza" e a objetificação do corpo impactam na saúde dos adolescentes

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PODE-SE DIZER QUE o espelho é um dos objetos mais comuns do nosso cotidiano. Há quem passe os primeiros momentos de cada dia olhando o próprio reflexo para decidir o que vestir, maquiar-se ou identificar o que gosta ou não no próprio corpo. Para muitos, esse momento não passa de minutos dentro da rotina, mas, para outros, é uma batalha diária que toma bem mais tempo. Paula Macena, estudante da Southern Adventist University, no estado do Tennessee, nos Estados Unidos, passou por uma experiência assim. Ela conta que, certa vez, se viu chorando diante do espelho: “Uma voz dentro de mim me perguntou: ‘Por que você está chorando? O que você está fazendo?’”. A estudante sofria de anorexia nervosa, transtorno alimentar que faz a pessoa enxergar o próprio corpo de forma distorcida (em geral, muito acima do peso). Paula admite que essa conversa consigo mesma foi determinante para que ela mudasse a forma de ver sua aparência e de enxergar os outros. Mas a jornada para chegar a esse ponto não foi fácil. Paula não está sozinha quanto a isso. Em 2012, um estudo feito por pesquisadores no Brasil com adolescentes de 14 e 15 anos mostrou que 51% dos meninos e 65,6% das meninas se encontravam insatisfeitos com sua imagem corporal (link.cpb.com.br/138f09). Quase uma década depois, outra pesquisa brasileira, realizada em 2020 com jovens entre 15 e 24 anos, também revelou que 79,5% dos entrevistados mostravam insatisfação com a imagem corporal, sendo a maioria deles do sexo feminino (link.cpb.com.br/acdf49). A verdade é que a aparência tem sido objeto de discussão há séculos. Pinturas e esculturas mostram o quanto a aparência e o corpo foram importantes na história da humanidade. Psicólogos e antropólogos estudam esse tema há anos e a conclusão sempre é a mesma: o ser humano se importa com as aparências e não é pouco. Cuidar da aparência não é um problema, obviamente. O excesso de cuidado é o que torna isso nocivo. “A partir do momento que as pessoas não querem mais tirar uma foto sem uma boa maquiagem ou uma roupa de grife, mesmo que estejam em seu dia a dia, podemos já nos preocupar”, comenta o doutor Jarbas Henrique Barbosa, médico psiquiatra. “A aparência é algo necessário, nunca obrigatório. A obrigatoriedade de se sentir como um objeto de desejo já é vista como algo patológico”, conclui. Quando esse é o ponto, podemos chamar de objetificação do corpo. Ao definir o termo, o dicionário diz que a objetificação do corpo é um processo que atribui ao ser humano a natureza de um objeto

material, tratando-o como um objeto ou coisa. Para o professor de psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Reynaldo Thiago da Silva Rocha, pode­­se ir além na definição: “O problema é quando os limites em relação ao que eu determino como certo e errado para mim são ultrapassados”. Falar sobre o corpo é falar de algo muito maior e mais complexo do que apenas padrões de beleza. Ao discutir sobre esse tema, descobre-se um mundo inteiro escondido dentro do ser humano. Ao objetificar-se, a pessoa rejeita esse mundo escondido e passa a olhar apenas a superfície. Isto engloba questões raciais e de gênero também. “Foi muito difícil para eu dissociar a ideia do corpo como algo sensual. Por outro lado, demorou para eu aprender que a objetificação do corpo também é minha responsabilidade, uma vez que tenho que aprender a não me objetificar e não objetificar os outros”, Paula diz. Quando se olha apenas a cor da pele, isso é objetificação do corpo. Quando se julga a pessoa pelas roupas que ela veste, pelas boas ou más aparências; quando, ao se olhar no espelho, o indivíduo não gosta do que vê, isso é objetificação A obrigatoriedade do corpo. “Tratar alguém como objeto, sem considerar seu emode se sentir cional ou psicológico, resulta em como um objeto perda de afeto e em desequilíbrio de desejo é algo psíquico que pode levar a quadros patológico depressivos ou ansiosos”, argumenta o doutor Barbosa. Esse desequilíbrio pode ocorrer tanto com quem objetifica os outros quanto com aqueles que objetificam a si mesmos. “As pessoas que não aceitam e maltratam o próprio corpo, lutando para modificar arbitrariamente a aparência mediante cirurgias, são mais vulneráveis a alguns transtornos mentais e alimentares como anorexia, bulimia e até o transtorno dismórfico corporal”, atesta Alison Ribeiro Souza, professor de psicologia da Faculdade Espírito Santo (FAES) e da Faculdade de Tecnologia e Ciência (UniFTC). Infelizmente, esse problema tem sido diagnosticado em muitas pessoas. Mas há tratamento e formas de ajudar quem necessita e vai em busca de ajuda. Paula Macena é um exemplo disso. Quando mais precisou, sua família, seus amigos e médicos estavam lá para ajudá-la. Hoje ela usa suas experiências para auxiliar outros. “Procuro conscientizar as pessoas a respeito da imagem corporal por meio do meu Instagram e de músicas que escrevo. Acho bom saber que talvez eu possa confortar alguém a respeito da realidade dessas coisas”, ela conta. jan-mar

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MENTE, CORPO E ESPÍRITO Pode até parecer inútil dedicar esse espaço para falar da objetificação do corpo, quando, no fim das contas, tudo parece estar indo bem mesmo com o tal problema apresentado. Não é verdade? Não. A forma pela qual a pessoa enxerga seu corpo e o do outro afeta e é afetada diretamente pelas dimensões mentais e espirituais. O ser humano é composto por três dimensões: mental (emoções e afeto), f ísica (corpo) e espiritual (relacionamento com Deus). Souza também apresenta uma quarta dimensão: a social, que são os relacionamentos. Todas são interligadas e uma influencia a outra. “Vamos pensar em uma pessoa que está em um quadro depressivo. Tem gente que pensa que a depressão é uma doença psicológica. Não. A depressão é uma doença biopsicossocial-espiritual porque vai abranger todas as nossas dimensões”, explica o psicólogo. A ideia de que é possível cuidar apenas do corpo e das aparências sem se preocupar com as outras dimensões do ser humano é, na verdade, impossível. “Sempre lutei “Sinto que, na maioria das vezes, com a minha focalizamos mais em uma dimensão. Pensamos ‘vou cuidar da minha saúde imagem mental’ e acabamos deixando de lado corporal desde nossa saúde f ísica e espiritual. Mas, criança e, na para chegar em um ponto em que você adolescência, esteja verdadeiramente saudável e bem consigo mesmo, é importante manter o comecei a ter equilíbrio dessas três dimensões”, Paula problemas expõe. Viver bem é cuidar do corpo, da com anorexia” mente e do espírito, considerando as três dimensões como uma só. Ao enxergar o ser humano como um ser integral (mente, corpo e espírito), o cuidado com o outro e consigo é transformado. E por meio de conversas e projetos a respeito do corpo e da saúde podemos encontrar soluções para o atual dilema. ESPELHO DA SOCIEDADE Ninguém nasce objetificando a si mesmo nem aos outros. Esse conceito, de acordo com Souza, começa na infância, quando a criança passa a observar os arredores, as conversas, os comentários, as imagens da TV e as músicas. “O que a criança anda observando? São esses comportamentos que ela irá reproduzir no decorrer da vida”, diz o psicólogo. “Uma criança que presencia outras pessoas supervalorizando determinado padrão de beleza e desvalorizando outros padrões irá internalizar isso. E se essas emoções não forem bem trabalhadas, principalmente pela família, ela vai reproduzir isso no futuro”, complementa. 16 | jan-mar 2022

Esse futuro não demora para chegar, pois já na adolescência se vê os resultados de uma infância que foi exposta a ideias negativas do corpo. “Sempre lutei com a minha imagem corporal desde criança. Na adolescência, comecei a ter problemas com anorexia e passei muito tempo no hospital por conta disso”, lembra Paula Macena. “Quando a criança se tornar adolescente, ela não vai conseguir entender que existem múltiplos padrões de beleza formados, por exemplo, pela sua estatura, cor de pele, vestimenta, entre outros aspectos. Provavelmente enxergará apenas um padrão. A verdade é que não existe um padrão e muito menos um padrão correto. No entanto, saber disso não é a mesma coisa que entender isso e muito menos de internalizar isso”, o professor analisa. Infelizmente, temos visto, por exemplo, a onda de “gordofobia” se fortalecer especialmente nas mídias sociais. A ponto de, em março de 2020, o periódico científico Nature Medicine publicar, com base numa extensa revisão de estudos acadêmicos, um consenso internacional, apoiado por mais de 100 instituições, pelo fim do estigma ligado ao excesso de peso (link.cpb.com.br/730272). Foi constatado que, entre adultos obesos, de 19 a 42% sofrem discriminação, o que tem se refletido principalmente no bem-estar emocional das vítimas. Entre os adolescentes, os efeitos podem ser ainda piores devido ao bullying. De acordo com especialistas, adolescentes acima do peso apresentam uma tendência bem maior a desenvolver ansiedade e depressão (link.cpb.com.br/0d4468). A ideia do corpo como algo sensual e, portanto, como objeto também é fruto de um pensamento infelizmente enraizado na cultura ocidental. Através de filmes, seriados e músicas, a criança e o adolescente são constantemente envolvidos na cultura de objetificação. Aliás, o professor Alison Ribeiro Souza considera que esse seja um dos maiores problemas quanto ao tema. “Internalizamos, absorvendo as coisas da mídia sem analisar criticamente”, ele observa. No entanto, também é preciso dizer que a mídia tem feito autocríticas, percebendo os problemas sociais decorrentes desses estereótipos e buscando oferecer ajuda. Além disso, nos últimos anos, movimentos como o “Body Positive” vem lutando contra o corpo objetificado, isto é, a ideia de que a aparência importa mais do que todos os outros aspectos que definem o ser humano. O corpo tem sua importância e sua função; jamais será apenas um objeto. “O nosso corpo conta a nossa história. Ele fala da nossa subjetividade e do nosso eu mais íntimo. Na medida em que a gente tenta transformar aquilo a partir de uma história que não é nossa, por exemplo, da modelo da revista, de um fisiculturista, a tendência é que surjam conflitos”, conclui Reynaldo Rocha, professor de psicologia na USP.


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Ponto de vista

Curiosa

Texto Bruno Flávio Carmo Lopes

Texto Bruno Flávio Carmo Lopes

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE A DIETA VEGETARIANA?

Pense comigo: para que alguém coma carne é necessário que um animal morra. Vamos também lembrar que a morte e o sofrimento são inimigos de Deus trazidos pelo pecado (1Co 15:26). Juntando esses pontos é fácil perceber que comer carne não era plano de Deus. Basta dar uma olhada nos alimentos disponíveis no Éden (Gn 1:29-31): ervas, frutas e sementes. Também dá para perceber isso nas descrições da nova Terra como um lugar em que até os animais carnívoros comerão vegetais (Is 65:25). De maneira semelhante, Deus descreve o cardápio do Seu povo após diversas libertações. Ele fala, por exemplo, de fartura de cereais, frutas, pão, azeite, vinho, leite e mel (Dt 8:7-10 e 11:14; Am 9:14; Jr 29:5). Isso mostra que, geralmente, Deus não pensa em carne quando o assunto é um final feliz. Também é importante notar que foi somente depois do Dilúvio (Gn 9:3-4) que Deus permitiu que Noé e sua família comessem carne. Eles e sua descendência poderiam comer dos animais puros, que foram preservados em maior quantidade (Gn 7:2, 3). No contexto do Novo Testamento, Paulo fala de judeus convertidos que pararam de comer carne porque não sabiam se ela vinha de animais sacrificados a ídolos ou abatidos incorretamente (Rm 14:2; 1Co 8). Pelo fato de serem frágeis na fé (1Co 8:4; Rm 14:2), ele se mostrou disposto a abandonar completamente os alimentos cárneos para não lhes causar má impressão (1Co 8:13). Já em outro momento, Paulo fala de alguns que seguiriam enganos, proibindo a ingestão de alimentos que não haviam sido, necessariamente, proibidos por Deus (1Tm 4:1-4). Esses textos mostram que é preciso evitar o extremismo e o julgamento. Alguns personagens bíblicos foram vegetarianos por um tempo. Daniel e seus amigos, por exemplo, adotaram uma dieta sem carne quando chegaram em Babilônia (Dn 1:8) e, anos mais tarde, o profeta abandonou a carne em um período de oração (Dn 10:3). Deus nunca desejou ou planejou a morte. Portanto, nunca desejou que comêssemos carne. Por isso, é bom começar a se acostumar com a ideia de que no Céu haverá muita festa, mas sem churrasco. Fonte: Artigo “World religions and the vegetarian diet”, publicado por Jo Ann Davidson no Journal of the Adventist Theological Society (2003).

FÉ E AUTOMUTILAÇÃO A foto vencedora do Pulitzer de 1963 chocou o mundo. Nela o monge Tich Quang Duc está sentado como se meditasse, mas seu corpo arde nas chamas que ele mesmo ateou como protesto contra o governo do Vietnã do Sul. Ele praticou o ritual budista da autoimolação, no qual se queimar (completa ou parcialmente) é uma forma de demonstrar o desejo de abandonar o corpo. Duc fazia parte de um grupo incomum, que acredita que causar dor em si mesmo é um modo de exercer sua fé.

Sim

Os budistas não são os únicos que adotam a automutilação religiosa. Por exemplo, alguns muçulmanos xiitas imitam um antigo mártir se cortando, a fim de mostrar que estão prontos para se sacrificarem. Já o movimento sincrético filipino “catolicismo do calvário” acredita que ser surrado e crucificado concede poderes de cura. Aliás, esse grupo não é reconhecido pelo Vaticano, mas surgiu a partir de uma prática católica comum no país: a mortificação da carne. A mortificação ensina que algumas formas de autoflagelação (como se chicotear) são um meio de fugir das inclinações carnais e resistir às tentações. A flagelação católica também pode ocorrer como penitência, ou seja, usada como reparação por um pecado. Apesar de incomuns, essas práticas persistem.

Depende

Outros grupos têm um modo mais sutil de autoflagelação, que não envolve mutilação. É o caso de um rito do judaísmo hassídico que admite suaves chicotadas. Seu objetivo é semelhante ao da penitência católica, mas sua prática é simbólica. Há protestantes que aceitam a mortificação da carne, mas sem mutilação ou propósito salvífico. A Confissão de Augsburgo, por exemplo, reconhece que labores físicos e o jejum são formas de mortificação que ajudariam a não dar ocasião ao pecado. No entanto, alguns protestantes rejeitam a mortificação da carne, mas defendem a mortificação do pecado. A diferença é que ela não seria feita pelo homem, mas sim pelo Espírito Santo, que afastaria as inclinações pecaminosas. Sendo assim, práticas como o jejum seriam meio de se conectar com o Espírito e submeter-se a essa transfor­mação.

Não

Finalmente, há quem rejeite qualquer tipo de mortificação. Os adventistas, por exemplo, recomendam o jejum para humilhação diante de Deus, a fim de buscar forças e perceber a vontade do Senhor. Contudo, é comum que quando publicam sobre o assunto destaquem que jejuar não deve ser uma forma de mortificação ou penitência. Fontes: New Catholic Encyclopedia, 2ª ed., v. 4, 5 e 9 (Gale, 2003); Artigo “Starvation and self-mutilation in religious traditions”, de Liz Wilson, no livro The Oxford Handbook of Religion and Violence (Oxford University Press, 2013); Negotiating Charisma: The Social Dimension of Philippine Crucifixion Rituals, de Peter J. Bräulein (Brill, 2009); Shia Muslim Processional Performances, de Peter Chelkowski (Cambridge University Press, 1985); The Book of Customs, de Scott-Martin Kosofsky (HarperCollins, 1869); The Augsburg Confession: A Commentary, de Leif Grane (Augsburg Fortress Publishing,1987); Mortification of Sin in Believers, de John Owen (Johnstone & Hunter, 1850-53); “Santo de casa faz milagre”, istoe.com.br.

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Bate-papo

Texto Diego Bispo Ilustraçãow Adobe Stock

Do cuidado do corpo à classificação indicativa de filmes e séries VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ percebeu que a edição do primeiro trimestre de 2022 trouxe novas seções (veja, por exemplo, as p. 28-31). Esta é uma delas. E o objetivo aqui é oferecer sugestões de temas atuais que possam contri-

buir para discussões nas aulas de cultura geral e religião, capelas, entre outras atividades espirituais da rede educacional adventista. Então, seguem aí duas dicas que esperamos ser úteis nesse propósito.

O PESO DAS ESCOLHAS NA NOSSA SAÚDE Seguir os princípios para uma vida saudável também é uma forma de adorar a Deus com o nosso corpo. Isso lembra as palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31, NTLH). Por isso, ao trabalhar com a ideia de que “Viver Bem é Cuidar do Corpo”, o tema do Plano Mestre de Desenvolvimento Espiritual (PMDE) do primeiro bimestre procura dar uma dimensão mais ampla do cuidado com a saúde. Dentro dessa proposta, é interessante compreendermos, por exemplo, como a noção de saúde integral se desenvolveu ao longo da história, tornando-se parte da prática educacional

adventista. Isso vai nos ajudar a entender melhor, inclusive, porque nossas cantinas não vendem alimentos cárneos ou refrigerantes, por exemplo. No mundo de hoje, estamos cercados de informações sobre como ter um estilo de vida saudável. Mas como era na segunda metade do século 19, quando a educação adventista estava apenas começando? Hoje será que temos aproveitado o conhecimento disponível para colocar em prática ensinamentos que nos ajudarão a viver mais e melhor? Quando o tema é saúde, conforme escreve Ellen White, “não existe acaso” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 29). Qualidade de vida também tem que ver com as nossas escolhas.

A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA, O ENTRETENIMENTO E A BÍBLIA Em setembro de 2021, da noite para o dia, o assunto do momento entre os estudantes passou a ser a série Round 6, considerada a mais vista de todos os tempos da Netflix. Por influência dessa produção, que acaba de entrar em sua segunda temporada, até crianças começaram a brincar de “Batatinha frita 1, 2, 3” nos intervalos. O problema é que o conteúdo envolve cenas de tortura psicológica, suicídio, palavrões, tráfico de órgãos, além do assassinato a sangue frio daqueles que são os perdedores nas brincadeiras. No Brasil, a classificação indicativa da série sulcoreana era de 16 anos. Depois, foi atualizada para 18. Entretanto, o fácil acesso que até as crianças têm a

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esse e outros conteúdos nos leva a pensar sobre: (1) a importância de observar a classificação indicativa de filmes, séries, jogos, apps, etc., que é proposta pela Secretaria Nacional de Justiça (acesse o Guia Prático de Classificação Indicativa: link.cpb.com.br/5e59dd); (2) quais critérios são levados em conta por esse órgão na classificação de conteúdos; (3) os cuidados que especialmente crianças, adolescentes e jovens, que estão em fase de desenvolvimento, precisam ter ao consumir entretenimento. A Bíblia diz que “os olhos são como uma luz para o corpo” (Mt 6:22, NTLH), isto é, o que colocamos diante de nós, fatalmente irá nos afetar de alguma forma.

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#FICAADICA

1. Como eram as condições sanitárias e hábitos de saúde durante os anos 1840-1860? O período abrange a fase formativa do adventismo. A partir daí, o cuidado com a saúde se tornou uma preocupação para a igreja e, consequentemente, para a educação adventista. É interessante pensar sobre isso, tendo em vista os hábitos “estranhos” das pessoas e as condições sanitárias daquela época, inimagináveis para a maioria hoje. 2. Como são nossos hábitos hoje, uma vez que temos tanta informação sobre como cuidar melhor da saúde? Consumo excessivo de fast-food, sedentarismo, uso de bebidas alcóolicas, exposição contínua às telas de TV, smartphones e tablets são alguns dos piores hábitos a ser mencionados. Só que hoje em dia os maus hábitos de saúde não são resultado de desinformação, como eram, muitas vezes, séculos atrás. Há vários vídeos no YouTube que podem ser usados para ilustrar as consequências das nossas escolhas (link.cpb.com.br/e62ae6). 3. Por que Deus Se preocupa com a minha saúde? A Bíblia diz que o nosso corpo é o “templo do Espírito Santo” (1Co 6:19). Por essa razão, a vontade de Deus é que os seres humanos cuidem da dádiva do corpo, por meio de hábitos corretos, para que tenham uma “vida completa” (Jo 10:10, NTLH).

#FICAADICA

1. Qual é a classificação indicativa das séries mais assistidas atualmente? Quando apliquei essa proposta no Colégio Adventista de São Caetano do Sul (SP), onde trabalhei como capelão antes de ser chamado para ser pastor da escola de Mauá (SP), selecionei o pôster de algumas séries para saber se os alunos assistiam Stranger Things, Lucifer, Peaky Blinders e a própria Round 6. Apesar da confirmação quase unânime, mais de 90% deles não tinham idade suficiente para as classificações dessas séries e se preocupavam pouco com isso. Observar os “top 10” da Netflix dá uma boa noção do que os alunos têm assistido. 2. Como os conteúdos são classificados? O Guia Prático de Classificação Indicativa mostra de maneira detalhada os critérios utilizados em cada um dos eixos norteadores (sexo e nudez, violência e drogas). É interessante conhecer esses critérios porque eles nos ajudam a entender por que, por exemplo, os filmes da franquia Vingadores têm classificação para 12 anos e os da franquia Jogos Vorazes para 14, uma vez que ambos contêm violência. 3. Que princípios bíblicos podem ser considerados para a escolha dos entretenimentos? Existem vários. Mas pode-se destacar três muito importantes: (1) tempo. O tempo gasto poderia ser mais bem aproveitado (Ef 5:16); (2) conteúdo. A Bíblia diz claramente o que precisa ocupar a minha mente (Fp 4:8); (3) aprendizado (1Ts 5:21). Se eu não consigo extrair nenhum aprendizado valioso pra minha vida cristã, talvez não seja a melhor escolha.

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Texto e contexto

Texto Mateus Maia Ilustração Adobe Stock

a r a r b e l e c e u q r o P

Páscoa Saiba o que essa data tem que ver com você

“ELE ESTÁ FUGINDO!” Os gritos eram intensos e perturbadores. Os murros na parede faziam tremer toda a sala. Poucas carteiras resistiam em pé. Lá estava o garoto de 10 anos, do tamanho de um adulto, em uma explosão de fúria, quebrando tudo o que encontrava pela frente. A violência que atropelava por fora refletia anos de abusos f ísicos e verbais que recebeu desde muito pequeno. Carregava não somente uma cicatriz permanente em seu braço esquerdo provocada por sua mãe viciada em drogas, mas também em seu coração. Após o surto, fez aquilo que era acostumado. Alguém gritou: “Ele está fugindo da escola! Chamem a polícia!” O monstruoso garoto correu sem rumo o mais rápido que pôde. Mas correr para onde? Nenhum lugar era seu. Depois de incontáveis quarteirões, exausto, parou em um local imundo e escuro. Querendo recuperar o ar, curvou-se com as mãos no joelho, respirando profundamente. Seu suor escorria dos cabelos para as bochechas e, por um momento, parecia estar sozinho. De repente, levantou-se como um animal selvagem e arisco, pronto para se defender. Uma mulher descabelada, suada e de bochechas avermelhadas o tinha seguido. Ele não estava sozinho. Aos poucos ela foi se aproximando e, logo que ele a reconheceu, foram separados por uma viatura com uma sirene ensurdecedora. De dentro do carro, saíram o diretor e o policial. Ao ser conduzido para o banco de trás do veículo, o garoto persistiu em continuar olhando nos olhos de sua professora. O nome dela é lembrado por ele até hoje: Rachel Macy Stafford. 20 | JAN-MAR 2022

2 p m lo q o p g p ir p

A m e d e L P r a

p c D t e s

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A professora contou para a revista Seleções em 2012 que se sentiu péssima naquele dia. Diante da paralisia de todos, sua reação foi correr atrás daquele menino. Ela havia se esforçado tanto para não perdêlo de vista, seguindo-o por mais de dez minutos, mas quando conseguiu se aproximar do garoto, não soube o que dizer, ficou sem reação. Ao desabafar para sua psicoterapeuta, que também conhecia a realidade do garoto, ouviu dela: “Rachel, não se sinta mal, você fez por ele o que ninguém jamais fez. Todos o deixam ir embora querendo que não volte. Mas você se importou com ele. Você correu atrás dele.” Essa história ilustra bem o significado da Páscoa. A humanidade estragou tudo e fugiu sem rumo, mas Deus Se importou com a gente. Ele nos amou e correu atrás de nós. Isso fica claro desde o começo de nossa história. Adão e Eva usaram seu poder de escolha de forma errada ao aderirem à rebelião que Lúcifer tinha levantado contra Deus e Seu governo. Percebendo sua nudez física e espiritual, esconderam-se de Deus, mas surpreendentemente Deus foi atrás deles. A humanidade começou a descobrir que ela não poderia fazer nada para resolver o problema do pecado e sua grave consequência, a morte. Somente Deus poderia nos salvar e, para que pudéssemos entender como seria o plano de resgate divino, eventos e símbolos foram usados para que algo maior pudesse ser entendido. A PRIMEIRA PÁSCOA Um deles foi a marcante libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, onde foi celebrada a primeira Páscoa. A opressão já durava séculos. Mas, depois de nove pragas lançadas sobre o Egito, era chegado o momento decisivo de Deus provar Seu poder e quebrar o poder opressor. Então Moisés disse que os israelitas deveriam se preparar para esse desfecho por meio de um jantar especial, que deveria incluir três elementos especiais.

A palavra Páscoa vem do hebraico e significa “passar por cima” ou “pular”. Mas por que Deus estava estabelecendo uma nova festividade de “passar por cima”? Naquela noite, todos os filhos mais velhos morreriam, a não ser nas casas que tivessem o sangue do cordeiro pascal nos batentes das portas. O vermelho serviria de sinal para que a condenação da morte não entrasse e alcançasse o filho mais velho, mas que desviasse ou “passasse por cima” e não atingisse ninguém daquele lar. O pecado é algo tão grave que cobra um alto preço: nossa morte eterna. Estávamos condenados, mas essa maldição “passou por cima” de nós e alcançou Jesus na cruz que morreu em nosso lugar. Isaías 53:5 diz que Jesus “foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades” e que “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos sarados”. ATUALIZANDO O STATUS Voltando naquela história do início, a professora se importou e correu atrás de seu aluno. E, a partir daquele dia, o garoto não foi mais o mesmo. O aluno começou a mudar porque tinha a certeza de que alguém se importava com ele. Da boca de quem tinha em sua ficha: “Incapaz de exprimir amor e de manter relações afetivas” ouviu em sussurro: “Professora, eu amo a senhora, eu nunca disse isso para ninguém”. Deus correu. Não porque estava com medo de algo, mas porque não poderia ficar paralisado diante dos erros vergonhosos que você cometeu. Ele correu para erguer e libertar você da opressão do pecado. Se muitos torciam para que aquele aluno nunca mais voltasse, o mal desejou que você desaparecesse. Mas Cristo Se importou tanto que morreu na cruz e ressuscitou para que você encontrasse a verdadeira liberdade. Mesmo que o pecado tenha determinado que você é “incapaz de exprimir amor a Deus e ao próximo”, você sabe que agora é diferente. Jesus não desistiu, Ele Se importa com você, Ele o ama! Aproveite as festividades da Páscoa para atualizar seu status. Apague a bio “escravo do pecado” e compartilhe que hoje você é uma filha, um filho de Deus. Diga a Jesus: “Mestre, eu te amo. Obrigado por me salvar. Quero que seja o meu Salvador e Senhor”.

ALIMENTOS

SIGNIFICADO NO PASSADO

SIGNIFICADO MAIS AMPLO

ERVAS AMARGAS

Simbolizavam a amargura da escravidão no Egito.

Simbolizam a amargura da escravidão do pecado e a aflição que Jesus passaria em nosso lugar para nos libertar.

PÃES SEM FERMENTO

A libertação da escravidão era certa e aconteceria de forma tão rápida que não seria possível esperar a massa descansar na fermentação; deveriam comer de forma apressada, prontos para a saída.

O fermento carregava o símbolo da corrupção. Assim Jesus seria incorruptível, ou seja, puro e sem pecado. Certa seria Sua vitória.

CORDEIRO

Seu sangue serviria de marca para que o filho mais velho da família não morresse.

Jesus é o verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ele é o nosso Salvador. jan-mar

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Imagine

Texto Jessica Manfrim Ilustração Adobe Stock

o mundo sem

as vacinas

RIO DE JANEIRO, 10 de novembro de 1904. A cidade, então capital do Brasil e que passava por uma reforma urbana, é tomada por agitações, enfrentamentos e protestos populares contra a lei e a regulamentação da vacinação obrigatória contra a varíola. O governo revoga a obrigatoriedade da vacina em 16 de novembro do mesmo ano. Depois do fim da Revolta da Vacina, como ficou conhecida, a cidade pa22 | jan-mar 2022

recia um cenário de guerra: bondes virados, trincheiras e barricadas feitas com material de demolição, casas e lojas arrombadas, postes de iluminação quebrados. Esse foi o resultado de uma política de reforma urbana que excluía os mais pobres dos benefícios de moradia adequada, saneamento básico e, principalmente, de informações corretas sobre o imunizante. Se, atualmente, muitas pessoas têm dúvidas sobre co-

mo as vacinas são feitas e seus efeitos no corpo humano, imagine há mais de cem anos. A grande questão é que, durante o século 20, imunização, saneamento básico e antibióticos fizeram a expectativa de vida crescer e a mortalidade por doenças cair. Ter saúde é uma combinação de bem-estar físico, mental e social e ausência de enfermidades. Então, como seria o mundo sem a descoberta das vacinas?

F d va C d s c G c É d B


o m o o a r. r m

POPULAÇÃO REDUZIDA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 2 e 3 milhões de pessoas são salvas por ano devido aos programas de vacinação em todo o mundo. A imunização de crianças baixou a taxa de mortalidade infantil pela metade. Até o século 19, um terço das crianças morria antes de completar um ano de vida e metade daquelas que sobreviviam à primeira infância morria antes de completar 15 anos. Muitas dessas mortes foram causadas pela varíola, que matava até 30% dos infectados, a maior parte crianças pequenas. Entre 1880 e 1980, calcula-se que a varíola tenha matado por volta de 500 milhões de pessoas. Felizmente, em 1980, a varíola foi erradicada do mundo, graças à vacina criada pelo médico britânico Edward Jenner, em 1796. Sem vacinas para doenças como varíola, febre amarela, sarampo, rubéola, poliomielite, difteria e tétano, por exemplo, o mundo seria bem menos populoso. Há 500 anos, a população mundial era de aproximadamente 420 milhões de pessoas, e praticamente dobrou em 1800, chegando a 900 milhões, em um período anterior ao saneamento básico e às imunizações. Seguindo essa taxa de crescimento, a população mundial estaria atualmente em 2 bilhões de pessoas e não em quase 8 bilhões. Apesar de despovoado, a taxa de natalidade seria muito maior do que os atuais 1,7 filho por mulher no Brasil e 2,4 no mundo. Em 1960, a taxa brasileira era de 6 filhos por mulher e a mundial de 4,9. As pessoas teriam mais filhos para algum deles sobreviver ou, como diziam os mais antigos, “vingar”.

SEQUELAS FÍSICAS, CUSTOS ELEVADOS COM SAÚDE E MAIS EPIDEMIAS

MENOR DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO

Muitas vezes, doenças deixam sequelas. A varíola, além de deixar marcas na pele, causava cegueira em até um terço das pessoas que sobreviviam. Por sua vez, a pólio deixava crianças com problemas respiratórios graves devido à paralisia dos músculos, cuja sobrevivência dependia dos “pulmões de aço” (grandes ventiladores de pressão negativa que expandem a caixa torácica ajudando na respiração). A criança ficava apenas com a cabeça para fora da máquina. O tratamento melhorou apenas com a invenção do respirador artificial. A vacinação contribui para diminuir as complicações causadas pelas doenças, que podem ser crônicas. Sem imunizantes, complicações graves e até invalidez seriam muito mais frequentes, afetando, além do próprio indivíduo que não poderia exercer suas potencialidades de forma plena, as famílias, a economia e o sistema de saúde. Os gastos públicos e particulares com saúde e tratamento de sequelas também seriam maiores. O tempo de enfrentamento de uma doença é muito maior sem as vacinas, impedindo temporária ou permanentemente a pessoa de trabalhar. A população também estaria mais sujeita a epidemias e a pandemias sem as imunizações, o que levaria a mais gastos públicos. Apesar do gasto para comprar vacinas, governos e sistemas de saúde conseguem economizar em longo prazo.

Uma população mundial menor e menos saudável teria um impacto muito grande: menos pessoas significa menos ideias circulando, o que resulta em menor desenvolvimento tecnológico e inovação, prejudicando a economia mundial. Os adultos teriam que lutar pela sobrevivência e ainda cuidar daqueles que tiveram sequelas, impactando a força de trabalho. Com a economia fragilizada, os governos não teriam condições de proporcionar pensões para aqueles que não podem trabalhar devido a complicações de enfermidades. Criação e inovação demandam tempo e pessoas. Uma população mais saudável proporciona desenvolvimento para a sociedade. Com mais doenças infecciosas sem tratamento, as viagens nacionais e internacionais representariam riscos muito maiores de cadeias de contágio de doenças como febre tifoide e cólera e do surgimento de novas variantes virais muito mais potentes. A quarentena para os viajantes seria uma medida preventiva rotineira e obrigatória, prejudicando o turismo, uma fonte de renda para muitos países, e o comércio internacional, pois o consumo seria bem inferior ao atual. Desenvolvimento social e econômico depende de pessoas saudáveis. Especialistas afirmam que, apenas com o uso de vacinas, a média de vida da população mundial aumentou em 30 anos e as pessoas passaram a adoecer menos e ter mais qualidade de vida. A vacinação também é uma forma de solidariedade entre gerações (idosos são mais vulneráveis) e entre pessoas que não podem ser vacinadas (por terem o sistema imunológico debilitado ou por alergia grave a algum componente da vacina, como o ovo), protegendo toda a população. Conhecer a história da vacina e seu processo de desenvolvimento até a aplicação no braço é fundamental. Sem vacinas, o mundo tecnológico e inovador atual não existiria.

Fontes: A Revolta da Vacina, de Nicolau Sevcenko (Cosac Naif, 2010); “De um para todos: a importância da vacinação”, em Imune.pt, 14 de maio de 2021 (link.cpb.com.br/f50fcd); “Como seria o mundo sem vacinas?”, em Imune.pt, 8 outubro de 2021 (link.cpb.com.br/d7b1c6); Recusa de Vacinas: Causas e Consequências, de Guido Carlos Levi (Segmento Farma, 2013, link.cpb.com.br/8a9840); “Os últimos dias da varíola”, na Revista Manguinhos, 2005 (link.cpb.com.br/08adea); “E se as vacinas nunca tivessem sido inventadas?”, artigo de Fábio Marton para a Revista Superinteressante, 14 de fevereiro de 2021 (link. cpb.com.br/51e570); “Você consegue imaginar como seria o mundo hoje sem as vacinas?”, matéria do G1, 29 de outubro de 2021 (link.cpb.com.br/139b7d); “Smallpox”, em World Health Organization (link. cpb.com.br/5997d0); “Pela 1ª vez, mundo tem mais avós do que netos”, BBC News Brasil para o site da Época Negócios, 3 de abril de 2019 (link.cpb.com.br/360699); “Sequelas da Covid-19 prejudicarão saúde do brasileiro por uma década, diz especialista em UTIs”, artigo de Matheus Magenta, da BBC News Brasil em Londres, 23 abril 2021 (link.cpb.com.br/503685).

Para assistir

“Revolução das Vacinas: Como era o mundo sem vacinação”, Episódio 1 (11 min., 2021), do canal Drauzio Varella (link.cpb.com.br/71d443); “Human population through time” (6 min., 2016), do canal American Museum of Natural History (link.cpb.com.br/ca00dc).

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Ação Mude seu mundo

Texto Letícia Alves Fotos CAB

Lição de vida Save the date Faça você mesmo Aprenda Na cabeceira Guia de profissões

Horta urbana

Projeto desenvolvido por estudantes na capital paranaense promove a saúde, a sustentabilidade e a solidariedade

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“PLANTAR É CULTIVAR saúde! O contato com a natureza é uma forma de terapia natural. Trabalhar com a terra traz paz e tranquilidade, proporcionando bem-estar e qualidade de vida.” É assim que a engenheira agrônoma Mainara Canedo explica os benef ícios obtidos pelo plantio de hortas urbanas. Quem vive nas grandes cidades nem sempre tem esse contato com a natureza capaz de proporcionar tantos benef ícios. Por entender a relevância disso, o Colégio Adventista do Boqueirão (CAB), em Curitiba (PR), desenvolve um projeto de horta urbana. Em 2021, alunos do 1º ano do ensino médio plantaram e colheram 400 pés de alfaces. Para 2022, uma “lavoura” de milho já foi plantada e está sendo administrada pelos estudantes, que se envolvem em todas as etapas da produção agrícola. A iniciativa foi resultado das aulas de geografia e ensino religioso, que colocaram alunos como Afonso Simião, de 15 anos, para cuidar da terra, desde o preparo para receber as mudas. “Eu nunca tinha plantado nada. Foi uma experiência surpreendente que quero repetir”, garante o estudante.

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Luís Halama, professor de geografia no colégio, sempre gostou de aulas interativas, levando os alunos para excursões pedagógicas e aplicando o conteúdo no dia a dia. Em 2019, ele resolveu iniciar o projeto com suas turmas. “Tínhamos um espaço ocioso e transformamos em uma horta. A partir de então, resolvemos trabalhar esse projeto de agricultura urbana”, conta. Desde a primeira turma, há um envolvimento muito grande. Os estudantes participam ativamente das etapas, afinal, quem não gosta de ver a teoria se tornando prática? “Eles mesmos formam as equipes para regar, limpar e acompanhar o crescimento das plantinhas. Quando você se desprende da teoria e aplica o assunto estudado, eles se interessam”, o professor sublinha. “Conseguimos rever conteúdos importantes como: condições de solo para produção agrária, questões climáticas e como as estações do ano interferem na produção de alimentos”, detalha. A horta proporcionou aplicações não só nas aulas de geografia, mas também de ensino religioso. “Tiramos várias lições na questão espiritual, aplicando especialmente as parábolas e como Jesus usava a natureza para ensinar verdades espirituais no contexto em que viveu”, conta o pastor Renato Telles, capelão do colégio. Para o estudante Afonso Simião, o conhecimento obtido excedeu as disciplinas acadêmicas. “Eu aprendi a importância das relações que a gente cria em sala de aula e como elas podem ser convertidas em um objetivo, trazendo resultados incríveis. Parece algo simples, mas por trás disso houve um esforço de cada um de nós”, compartilha. PROMOÇÃO DA SAÚDE Em um mundo tecnológico, em que desde cedo as pessoas são expostas aos estímulos eletrônicos, o contato com a natureza traz alívio às rotinas tediosas. “Os cuidados com a horta são capazes de promover equilíbrio na saúde física e emocional, fazendo com que o aluno se sinta parte de um processo que beneficia não só ele, mas também a comunidade”,

argumenta a diretora do Colégio Adventista do Boqueirão, Cássia Venturini May. Ter contato com uma horta e aprender sobre o cultivo dos alimentos impacta na forma de esses alunos se alimentarem. Eles recebem o estímulo para terem uma dieta mais saudável, além do incentivo para replicar a ideia em casa, isto é, criando a própria horta. Uma pesquisa realizada na Europa por uma organização de jardinagem e horticultura, a Royal Horticultural Society, em parceria com a National Foundation for Educational Research (NFER), apontou que alunos que participam de projetos que envolvem educação ambiental têm melhores resultados no seu desempenho acadêmico, físico e mental quando comparados aos estudantes que não têm a mesma oportunidade (acesse: link.cpb.com.br/86d579). Outra pesquisa, realizada pela Universidade de Sheffield, no Reino Unido, e publicada na revista acadêmica Cities, revelou que cuidar de hortas ou plantas, pelo menos duas a três vezes por semana, impacta positivamente no bem-estar, aliviando o estresse e incluindo atividade física na rotina (acesse: link.cpb.com.br/ce4450). O estudo da Universidade de Sheffield mostra que, mesmo que os benef ícios para a saúde sejam evidentes, o principal motivo para o cultivo é o prazer de cuidar e ver as plantas crescendo ao longo do tempo. Exatamente a parte preferida da estudante Júlia Vitória Tauil no projeto. “O que eu mais gostei foi ver o que a gente plantou dando resultado. Quando a gente vinha limpar, regar e via as mudas crescendo, era muito bom”, conta. “O processo de semear ou plantar, esperar o crescimento, semana a semana, e acompanhar o desenvolvimento dessa planta ou fruto, é um exercício bem rico e gratificante, além de despertar o respeito à natureza”, afirma a psicóloga Erica Garcia. ESTÍMULO À SOLIDARIEDADE Além de preparar o solo, plantar e cuidar ativamente da horta, os alunos distribuíram as verduras colhidas em instituições de longa permanência para idosos já atendidas pela escola. “Os alu-

nos também aprendem sobre responsabilidade social e se sentem realizados porque o trabalho que eles desenvolveram pode ajudar pessoas”, comenta a diretora, Cássia. Na entrega, os estudantes demonstravam alegria e satisfação em fazer o bem ao próximo com o fruto de seu próprio esforço. Com um sorriso no rosto, Lorenzo Lopes, aluno do 1º ano do ensino médio, entregava a colheita e cumprimentava quem encontrava pelo caminho. “A gente regou e trabalhou todos os dias até chegar a hora de colher. Hoje fomos distribuir nos lares. É sempre bom ajudar e a sensação é melhor ainda ao saber que nós diretamente fizemos parte disso”, comemora. “Percebo que eles são muito dispostos para ajudar. Eles viram na prática, por meio do contato com a natureza, o que, talvez, não observavam em sala de aula. Isso ressignifica o processo de aprendizagem”, reconhece o capelão, pastor Renato Telles. “Projetos assim são fundamentais, para a sociedade e para a família. Atitudes como plantar, colher e, em seguida, distribuir aos mais necessitados, atua na estrutura do caráter, e em atitudes como perceber o outro, entender que as necessidades são diferentes”, explica a psicóloga Erica Garcia. RESPEITO PELA NATUREZA O projeto pretende estabelecer desde cedo relações saudáveis com o meio ambiente e entre as pessoas. “Formamos cidadãos capazes de assumir novas atitudes na busca de soluções para os problemas socioambientais e estimulamos a busca da melhoria da qualidade de vida e de sua relação com a natureza”, explica o professor Luís Halama, que é especialista em educação ambiental. A horta escolar contribui para a modificação nos hábitos e atitudes quanto à percepção que os estudantes possuem da natureza. O cultivo junto às lições aplicadas molda a consciência de respeito e cuidado, ensinando a necessidade da conservação do meio ambiente e a importância dele para a sociedade. jan-mar

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Lição de vida

Texto Rafael Brondani Ilustração Kaleb

ELA VIVIA CANSADA. Não tinha disposição para nada. Quem via, poderia pensar que Gabriela Arantes Oliveira Sousa, de 29 anos, gostava de curtir preguiça. Ledo engano. Até porque sua rotina era recheada de atividades. Mas a estudante de Pedagogia, que é mãe de duas meninas, sofria as consequências de uma vida sedentária e da alimentação incorreta. Além disso, a jovem não encontrava forças para orar nem para fazer uma leitura. Porém, no fim de janeiro de 2021, ela tomou uma decisão que mudou completamente o rumo de sua existência. Bem, ela mesma vai nos contar a história. Moro em Brasília (DF) com minha família. Certo dia, uma amiga me convidou para participar de um programa de desintoxicação, a fim de fazer aquela faxina no corpo. No início fiquei relutante porque sabia que mexeria muito comigo. Eu estava no ápice do meu peso, com 87 quilos. Nunca havia chegado tão longe, nem nas minhas gestações. TEORIA SEM PRÁTICA Incomodada com a balança, relembrei quando era estudante do ensino médio. Embora satisfeita com o peso que tinha na época, não levava tão a sério a alimentação equilibrada. Fui aluna da Educação Adventista, fiz todo o ensino médio na instituição. A Educação Adventista mudou totalmente o rumo da minha 26 | jan-mar 2022

história. Foi em uma semana de oração que senti minha vida sendo mudada. Ali abri meu coração e Deus fez a transformação. Senti a necessidade de mudar minhas vestimentas, mudar minha alimentação e mudar como aluna também. As lembranças da vida escolar também me impulsionaram a aceitar o convite da minha amiga para colocar em prática, de uma vez por todas, o que eu havia aprendido na escola. Aceitei participar do desafio. Minha amiga compartilhava das mesmas crenças que eu em relação à saúde. Na verdade, eu tinha a teoria, mas precisava colocar em prática. VIDA NOVA Quando a desintoxicação começou, senti dificuldades. A gente fica com abstinência do açúcar, então vem a irritabilidade, a dor de cabeça, a vontade de desistir... Mas durante o processo vemos que nos transformamos, e que estamos mais dispostos. Ali entendi por que Deus nos pede a abstenção de vários alimentos. Em 40 dias, pasmem, eliminei 12 quilos. Depois de quatro meses, 19 quilos foram embora, no total. Além de me sentir totalmente disposta, recuperei minha autoestima, vendo-­me como eu queria. Toda mudança requer esforço, mas o resultado é sempre gratificante. Conheço os desafios de quem lida com a comida em excesso. Depois de comer,

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q m d d e p n d v


A mudança de hábitos levou uma jovem a experimentar muito mais do que a perda de peso

dá vontade de chorar por não ter tido domínio próprio. A comida sempre vai ser meu ponto fraco, mas é justamente na fraqueza que Deus nos faz vencedores! Hoje, considero-me uma nova mulher. Faço exercícios regularmente, consigo ter comunhão com Deus e busco o domínio próprio diariamente. Sou grata à minha amiga, que me incentivou a participar do programa de desintoxicação. E se você me permite um conselho: esteja sempre com amigos que fazem você crescer e melhorar. Eles são verdadeiros anjos de Deus. E mais importante: seja essa pessoa, esse amigo. Ao olhar a jornada pela qual passei no último ano, posso afirmar que vivo uma vida completamente diferente. Consigo ver com clareza de pensamento o mundo obscuro em que vivia, não pelo peso, porque ele foi apenas a consequência, mas pela mente. E sempre me pego pensando em como cheguei naquele estado. Eu venci a obesidade, venci o sedentarismo e sou grata por coisas simples da vida, como terminar de subir uma escada sem estar ofegante. Por experiência própria, posso dizer que a alimentação incorreta limita nossa mente e nosso corpo. O comer demasiadamente nos deixa fracos e sem vontade de fazer nada, porque o corpo faz um esforço enorme para realizar a digestão, por isso ficamos lentos. Uma alimentação natural, integral e em pouca quantidade dá disposição para o exercício físico, deixa você mais alegre, menos doente e com

suas faculdades mentais a pleno vapor. Até voltei para a faculdade depois disso! Atualmente sou uma estudante de Pedagogia. DECISÕES DIÁRIAS Posso dizer que atribuo o sucesso da minha transformação de vida também às decisões diárias, uma vez que não basta mudar de hábitos apenas por um período. A mudança deve ser para a vida toda. Minha maior motivação é saber que Deus espera o tipo natural de alimentação para que eu me conecte melhor com Ele, sem mente embotada, obscura. Fico muito feliz em saber que consegui e posso vencer. Isso me anima muito! Eu me achava fraca quando se tratava de comida, mas veja os resultados. É totalmente possível quando a gente se dispõe a mudar. Além da Bíblia, meu livro de cabeceira é uma obra da escritora norte-americana Ellen G. White, intitulada Conselhos Sobre o Regime Alimentar. A base da minha alimentação está escrita nesse livro. O centro da obra inteira é Jesus. Com o livro, aprendi o real motivo da abstenção de alguns alimentos, da prática de exercício físico, do bom sono, do consumo de água. Enfim, convido você a conhecer essa nova vida, independentemente do peso que você tenha. Não se trata de ser gordo ou magro, mas de ter qualidade de vida. A mudança vai muito além de um numeral na balança, e a reforma de saúde é para todos.

INFLUÊNCIA Compartilhei minha jornada com centenas de seguidores nas mídias sociais. Diariamente, recebo diversas mensagens de pessoas que começaram a ler o livro Conselhos Sobre o Regime Alimentar depois de ver minhas postagens. Muita gente começou a emagrecer e até a fazer exercícios após ver meu processo. Sempre digo que nunca vai ser fácil, porque tudo o que a gente faz para melhorar exige esforço. Mas vença a tentação diária, viva um dia de cada vez, literalmente. Isso deixará você mais forte. Não se autossabote ou dê desculpas. Ser verdadeiro consigo mesmo é uma das partes mais importantes desse processo. O resultado de uma vida melhor chega e isso é muito gratificante. A SEMENTE GERMINOU Estou muito feliz e posso afirmar que a semente que germinou agora foi plantada enquanto eu ainda era estudante do ensino médio na rede. A Educação Adventista foi o primeiro passo para tudo o que estou vivendo hoje. Digo com toda a convicção que a Educação Adventista foi fundamental para eu me tornar a mulher que sou agora. Através dela, subi os primeiros degraus que me levaram à vida que vivo atualmente, com um marido e duas filhas e com a saúde mais forte do que nunca. jan-mar

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Save the date

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Desenvolva o hábito de orar e veja os resultados

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A situação é terrível e você não consegue encontrar uma solução nem tranquilidade para pensar numa saída. Então você imagina como seria se tivesse a capacidade de se teletransportar. Mas a trilha sonora de suspense ou aquela de tristeza profunda está no ar e a situação parece ficar pior a cada segundo. Um medo sufocante toma conta de você. Tenso, né?! Ter superpoderes à disposição em momentos terríveis como este seria ótimo. Mas isso é coisa apenas para filmes, séries ou HQs. Certo? Depende. Na verdade, podemos sim contar com um grande poder para solucionar nossos problemas. Assim como na jornada de um grande herói, somos chamados a deixar nossa visão limitada da vida para enxergá-la através de uma lente que revela uma grande luta entre o bem e mal. E precisamos “cruzar esse portal” para enxergarmos nossa posição nesta luta – também chamada de Grande Conflito (Dn 10:1). Neste momento, algumas perguntas precisam ser respondidas: De que lado você está? Ou melhor, a forma como você vive/luta está revelando de qual lado você está? Afinal, não posso dizer ou achar que estou aliado a um exército e não usar as suas táticas de guerra, certo? A maior arma desta grande guerra cósmica não fere, não mutila, não faz sangrar, não diminui nem menospreza ninguém. Pelo contrário, esta arma cura, restaura, transforma, empodera, conscientiza e, principalmente, nos faz enxergar quem somos diante do nosso Criador.

5 passos para criar o hábito de orar

Prepare o ambiente. Organize-o de forma que o lugar seja agradável para passar algum tempo em oração.

Estabeleça, todos os dias, um horário específico.

Leia a Bíblia. Reserve um momento para a leitura da Palavra de Deus.

QUE ARMA É ESSA ENTÃO? Quando Davi foi insultado pelo atrevido Golias, ele sabia quem estava ali com ele. Por isso, Davi disse ao filisteu: “Você vem contra mim com espada, com lança e com escudo. Eu, porém, vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você afrontou” (1Sm 17:45). A intimidade com Deus faz coisas maravilhosas que mudam o mundo. Somos íntimos daqueles com quem passamos tempo e desenvolvemos uma relação de confiança. Quantas vezes, em um primeiro momento, não fomos com a cara de alguém e com o passar do tempo nos tornamos bons amigos. A intimidade traz isso! Ser íntimo de alguém é poder conversar sobre tudo, sem medo de ser julgado; é poder esperar conselhos, compreensão, carinho e socorro. De Jesus podemos esperar tudo isso e um universo de bênçãos e milagres. Momentos antes da conversa com Golias (1Sm 17:34-36), Davi contou para Saul sobre algumas das suas façanhas ao lado de Deus. Ele só derrotou um urso e um leão porque Deus nunca saiu de perto dele. Se liga numa coisa: o tempo que Davi passava com Deus gerou confiança para enfrentar desafios cada vez maiores. Ele sabia que enfrentaria problemas, mas os enfrentaria com Deus. Não se trata de ausência de dificuldades, mas da certeza da presença divina.

Preocupe-se com as pessoas que você conhece e ore por elas. A sua oração poderá ajudar a restaurar alguém.

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Fonte: Cristiane Caxeta / Portal Adventista

Abra o seu coração a Deus. “Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro” (Sl 32:3, NTLH).

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a) Grita para todo mundo procurar. b) Refaz todos os seus passos olhando para todos os lados. c) Fica parado em estado de choque. d) Antes de qualquer coisa, faz uma oração. Assim como quando temos uma novidade – boa ou ruim – e saímos para contar ao nosso(a) amigo(a), ter esse tipo de relacionamento com Jesus é a melhor solução para toda a humanidade. Filipense 4:6, 7 diz: “Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.” Você sabia que uma grande oportunidade de desenvolvermos nossa intimidade com Deus é por meio do programa dos “10 Dias de Oração”, que é realizado todos os anos em nossas escolas no mês de fevereiro? Num período de 24 horas, temos 1.440 minutos ou 86.400 segundos. Mesmo assim, reclamamos de falta de tempo. Agora pensa aí: será que já existiu um ser humano mais ocupado do que Jesus? Ele só precisava salvar o planeta, curar pessoas, expulsar demônios, ensinar sobre o Amor de Deus e tantas outras coisas (Jo 20:30). Mesmo com sua agenda lotadíssima e um cansaço f ísico descomunal, Jesus tirava um tempo para a intimidade com Deus. Em Marcos 1:35, lemos o seguinte: “Tendo-se levantado de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava.” Ter intimidade com Deus precisa ser importante para nós, porque só assim arrumaremos tempo para isso. O apóstolo Paulo, por exemplo, famoso por ser implacável em suas perseguições aos primeiros cristãos, teve um encontrou com o Jesus que mudou sua vida (confira essa história em Atos 9:10-16). Que tal aproveitar o contexto dos “10 Dias de Oração” (10-19 de fevereiro) para se conectar com Jesus também. Seguem aí algumas dicas de como você pode se engajar.

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1 Faça uma lista com os nomes das pessoas pelas quais você vai orar (1Sm 12:23). Encontre uma forma de dizer que está orando por elas. Envie um “zap”, uma mensagem, um áudio, um vídeo ou uma carta. Escrever com a sua própria letra a oração que você fez e entregar à pessoa por quem orou também pode fazer muita diferença. Quem recebe não esquecerá desse gesto.

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2 Busque apoio dos colegas e dos professores para criar na sua sala uma caixa de pedidos. Providencie papel colorido e peça que cada aluno escreva um pedido de oração e coloque na caixa. Todos os dias, no início das aulas, a turma pode orar por alguns pedidos.

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3 Cada escola pode colocar uma cruz no pátio, preparar post-its coloridos e possibilitar que os alunos escrevam seus pedidos e os coloquem na cruz. 4 Paralelamente, pode ser feita uma escala de oração por turma, para que cada uma se reúna em volta da cruz e ore por todos os pedidos. 5 Outra ideia é a do “telefone de oração”. Com o apoio e orientação da direção da escola e dos professores, também pode ser organizado um momento em que os alunos que desejarem possam ligar para seus familiares apenas para orar (uma oração de 40 segundos e pronto). 6 Que tal produzir stories com orações curtas e divulgar nas suas mídias sociais? Compartilhe orações curtas e convide seus seguidores a deixar seus pedidos no post. Depois, ore por eles e retorne com uma mensagem no DM. Esses conteúdos podem ser compartilhados posteriormente nos canais da unidade escolar. 7 Turmas do ensino médio podem, acompanhadas pela Orientação do colégio, passar pelas salas do ensino infantil, fundamental I e II e fazerem uma oração pela turma e entregar algum cartão sugestivo de oração. 8 Cada escola pode criar um momento no intervalo das aulas, no qual pessoas possam contar seus testemunhos de oração. 9 Tente espalhar pelo colégio cartazes com frases que estimulem maior intimidade com Deus por meio da oração. 10 Não se limite à data. A oração precisa se tornar um hábito, assim como estudar e praticar exercício físico.

Saiba de uma coisa, a amizade com Deus é possível e maravilhosa, mas Ele não força a barra, não invade seu espaço ao ponto de retirar de você a decisão de ter um tempo com Ele. Se você quiser, Ele prometeu: “Derramarei água sobre o chão sedento e torrentes sobre a terra seca” (Is 44:3). Todos os que têm fome e sede de justiça, que anelam a Deus, podem estar certos de que serão satisfeitos. Mas o coração tem que estar aberto à influência do Espírito; caso contrário não poderá ser obtida a bênção de Deus.

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Vamos fazer um rápido teste. Você precisa responder a primeira coisa que vem à sua cabeça, ok? Você perdeu uma nota de R$ 200,00 que era para comprar seu lanche da semana. O que você faz?


Texto Ângelo Bandeira de Moura Bernardes Fotos Victor Gabriel Santos Oliveira

Espaço Maker Saiba como um internato adventista tem unido aprendizagem, criatividade e diversão

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e r, s a, s. o

Faça você mesmo

APOSTO QUE VOCÊ já sabe dos benef ícios de malhar o corpo, mas no Espaço Maker do Instituto Adventista Pernambucano de Ensino (IAPE) os alunos são estimulados a malhar a mente. Tudo começa com o GUGALAB, laboratório de jogos e experiências de aprendizagem. Nele os estudantes aprendem a criar jogos educativos, que são utilizados por outros alunos e servem como ferramenta de ensino. Outro destaque é o projeto Ideas, uma competição de palestras que transforma alunos em oradores de alta performance. Eles são treinados em oratória, expressão corporal e roteirização. Depois se apresentam diante de um público com uma palestra de cinco minutos sobre qualquer tema pelo qual sejam apaixonados. Já no IAPE Jury Trial, os alunos fazem as vezes de advogados, investigando casos embasados em fatos reais, montando estratégias de defesa e duelando em um júri simulado dentro do modelo americano. Por fim, no Politké, os alunos elaboram uma campanha política na íntegra, que vai desde a escolha do candidato até a participação em comícios e debates. Com o protagonismo do aluno e a preocupação em exercitar a mente, a cultura Maker do IAPE é um exemplo de como se pode unir aprendizagem, criatividade e diversão.

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Aprenda

Texto Quézia Salles Design Renan Martin

A reduzir o impacto do uso de smartphones O USO DE smartphones se tornou praticamente indispensável em nosso cotidiano. E por causa do isolamento social na pandemia, as formas de comunicação mediadas por aparelhos eletrônicos conectados à internet se intensificaram ainda mais. Somente em 2020, os brasileiros passaram cerca de 774 milhões de minutos conectados a uma ou mais mídias simultaneamente. Desse tempo, 88% foi consumido por meio de smartphones ou tablets. Embora facilitem nossa vida em determinadas ocasiões, o uso excessivo pode ocasionar diversos problemas físicos, emocionais, espirituais, sociais e acadêmicos. Por isso, confira algumas dicas práticas que irão ajudar você a reduzir os impactos negativos desse gadget no dia a dia.

1

ESTABELEÇA LIMITES DE TEMPO

Defina um limite de tempo ou um horário fixo durante o dia para acessar cada aplicativo. Tanto o sistema Android quanto o iOS disponibilizam ferramentas que ajudam a monitorar o tempo gasto em cada um deles. Também é possível configurar um alarme para que, quando o tempo estabelecido for atingido, o usuário seja notificado. Comprometa-se a deixar a plataforma assim que isso acontecer.

2

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DESATIVE AS NOTIFICAÇÕES PUSH

Nos Estados Unidos, por exemplo, o usuário recebe, em média, 46 notificações na tela de bloqueio por dia. No Brasil, o 2º país que mais gasta tempo na internet, o número tende a ser maior. Logo, se você tem muitos apps no celular, é mais fácil perder o foco. Selecione as notificações que você realmente precisa receber e desative aquelas que só irão atrasar sua vida.

3

MINIMIZE SUA EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO

4

ENCONTRE ATIVIDADES ALTERNATIVAS AO USO DO SMARTPHONE

5

PRIORIZE O CONTATO PESSOAL

6

DIMINUA O BRILHO DA TELA AO ENTARDECER

7

NÃO LEVE O CELULAR PARA A CAMA!

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Embora os estudos sejam inconclusivos quanto aos efeitos das ondas de radiação emitidas pelos celulares, é certo que eles emitem, ainda que em baixa frequência. Por isso, ao falar, opte pelo alto-falante ou por fones de ouvido; ao transportá-lo, deixe-o na mochila em vez de colocálo junto ao corpo; evite usá-lo quando o sinal estiver fraco pois, ao tentar se conectar com a torre, ele emite ainda mais ondas de radiação.

Depois que você passar a gastar menos tempo nos aplicativos e receber menos notificações, terá tempo de sobra! O que fazer nesses momentos? Desenvolva um novo hábito, como a leitura, o aprendizado de um novo idioma ou instrumento musical. Seja criativo!

Que tal estabelecer alguma regrinha com seus amigos e familiares de não mexer no celular enquanto estiverem na companhia uns dos outros? O primeiro a mexer paga a conta, lava a louça ou qualquer outro desafio.

Fontes: “Resumo do cenário digital 2020”, comscore.com; “Push Notifications Statistics (2021)”, businessofapps.com; “Brasil é o 2º país que mais passa tempo na internet e também o 3º que mais usa redes sociais”, tudocelular.com; Hiperconectados, de Kátia Oliveira (PoloPrinter, 2015).

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Ao deixá-lo distante, você evita a tentação de mexer nele antes de dormir e assim que acordar. Aproveite esse tempo para ler a Bíblia e conversar com Deus.

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Apesar das discussões sobre a eficácia do brilho de tela, modo noturno ou luz amarela sobre o sono, uma coisa é certa: evitar contato com luzes antes de dormir melhora a qualidade do sono! Distancie-se de todos os aparelhos eletrônicos ao menos uma hora antes de dormir e constate a diferença.


Na cabeceira

Texto Equipe da editoria infantojuvenil da CPB Design Renan Martin

Experiências diárias com Deus Trechos

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“Não é fácil viver na contramão do mundo, mas o único medo que devemos ter é de perder a eternidade ao lado de Cristo. É a aprovação Dele que realmente importa.” (30 de abril)

S

“Você já ouviu falar no efeito Marangoni? Hoje testaremos esse efeito utilizando leite, um prato, corantes alimentares, um palito de dente e detergente.” (5 de agosto)

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“Todos nós, em maior ou menor escala, somos influenciadores. Será que os que estão ao nosso redor nos veem como uma fonte verdadeira e confiável?” (13 de setembro)

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“Fósseis são restos de seres vivos ou evidências de sua presença preservadas em rochas. Que tal aprender a fazer um modelo de fóssil? Misture duas medidas de água com uma de gesso...” (12 de novembro)

“PREMIADO EM 1913 pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, Robert Millikan é considerado um dos cientistas mais famosos da América. Como diretor do Laboratório de Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia, Millikan ajudou a instituição a se transformar em um dos principais centros de pesquisa do país. Além de outros prêmios, como a Medalha de Edison e a Medalha Hughes, em 1923, o físico experimental americano recebeu a honra máxima da ciência: um Prêmio Nobel por seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico e a carga elementar do elétron. Não somente mais um cientista renomado e premiado, Millikan também acreditava na reconciliação entre ciência e religião, o que podia ser evidenciado pelos livros que publicou. O físico afirmava que jamais se encontraria uma verdadeira contradição entre ciência e religião.” O texto acima, extraído de um dos dias de dezembro do Devocional Teen, intitulado O Incrível Laboratório de Deus, expressa fielmente a principal característica dessa obra. Ao longo do ano, em 365 textos incríveis, a bióloga Mayara Lustosa e o pesquisador Rodrigo Barbosa propõem interações entre as Escrituras Sagradas e pesquisas científicas. Essa combinação ajudará o leitor teen a enxergar a beleza da criação divina e a crer no magnífico poder de Deus. A cada dia, meninos e meninas serão incentivados a colocar a mão na massa para perceber por si mesmos que pode haver harmonia entre fé e ciência, uma complementando a outra. A obra abrirá os olhos deles para enxergar nos experimentos apresentados lições para seu crescimento e fortalecimento espiritual. Na obra, Deus é apresentado como o Cientista por excelência. Afinal, foi Ele quem uniu Seu poderoso sopro com o pó da terra em uma reação química sobrenatural para trazer à

vida o ser humano. Antes disso, Ele já havia aplicado Sua palavra para criar tudo o que existe. E você acha que é só isso? Ele fez muito mais, continua fazendo e ainda fará. Quem quiser conhecer melhor nosso grande Criador-Cientista não pode perder os inspiradores textos desse devocional, em que o leitor é convidado a realizar experiências científicas espetaculares. Você conhecerá personagens célebres da história da ciência e participará pela fé da obra de transformação que ocorrerá em sua própria vida, dia a dia. Temas importantes e atuais como pureza, bullying, autoestima, saúde, criacionismo, escolhas, relacionamentos, amizades e muitos outros são apresentados nas páginas desse livro, em textos curtos, mas profundos, criativos e tocantes. O resultado é um devocional inteligente, dinâmico e totalmente fundamentado na Bíblia, que dá gosto ler a cada dia. Não será estranho se um leitor entusiasta da ciência quiser lê-lo de capa a capa sem parar! Afinal, é no laboratório de Deus que podemos ver as incríveis obras do Criador. E quanto mais aprendemos a respeito Dele, mais vontade temos de estudar a Seu respeito. jan-mar

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Guia de profissões

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NUTRIÇÃO A profissão que ajuda as pessoas a ter uma alimentação saudável e qualidade de vida

PERFIL PROFISSIONAL

O nutricionista é um profissional da saúde capaz de ajudar as pessoas a melhorar sua relação com a alimentação e a imagem corporal. Ele promove qualidade de vida, seja no atendimento clínico em instituições públicas e privadas, no controle de qualidade da alimentação escolar, na gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição, no desenvolvimento de produtos alimentícios na indústria ou quando empreende, optando por montar seu próprio negócio. Acima de tudo, o profissional de nutrição deve gostar de trabalhar com o público, ter empatia, flexibilidade e boa comunicação.

MATRIZ CURRICULAR

ELE É LEMBRADO sempre que se fala de alimentação saudável ou quando alguém decide praticar novos hábitos, o que inclui eliminar aqueles quilos a mais. O nutricionista é um profissional curioso que se preocupa em manter um estilo de vida balanceado e gosta de saber como cada alimento se comporta no organismo. E considerando o problema da obesidade no país, que aumentou 72% no período de 2006 a 2019, segundo dados do Ministério da Saúde, e o maior número de pessoas cozinhando em casa, talvez como reflexo da pandemia, esse profissional ganhou importância ainda maior.

Com duração de quatro anos, o curso envolve disciplinas da área médica, como bioquímica, fisiologia e anatomia, bem como de áreas específicas, como composição dos alimentos, vigilância sanitária, nutrição, exercício físico e estética. É focado na formação profissional, o que envolve aulas teóricas e práticas sobre avaliação nutricional, qualidade nutricional dos alimentos e educação alimentar. Na parte prática, o aluno deve passar por estágios nas áreas de saúde coletiva, nutrição clínica e unidades de alimentação e nutrição.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Para atuar na profissão é preciso obter o registro no Conselho Regional de Nutricionistas (CRN). O campo de atuação é amplo e compreende a área clínica (montagem de cardápios e consultas), esportiva (cardápios para atletas e consultoria em academias), hospitalar (atendimento para pacientes

e cozinhas dos hospitais), saúde coletiva (atua em restaurantes, hotéis, spas), indústria de alimentos (rotulagem de produtos) e na área de marketing nutricional. Outro nicho é o atendimento aos vegetarianos e veganos, grupo que tem crescido significativamente.

REMUNERAÇÃO

A média salarial de um nutricionista varia conforme a região do país e a empresa ou instituição na qual se trabalha, mas a faixa nacional é de R$ 3.067,12 para uma jornada de 44 horas semanais, de acordo com a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN). É importante destacar que, geralmente, esse profissional acaba trabalhando em mais de uma instituição e, assim, acumula diferentes salários. Para aqueles que seguem na área acadêmica, os salários podem chegar a R$12.000,00.

ONDE ESTUDAR Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), campus São Paulo (SP) 60 vagas R$ 879,00 Noturno, oito semestres unasp.br Faculdade Adventista da Bahia (FADBA) 60 vagas R$ 1.019,00 Diurno, oito semestres adventista.edu.br/nutricao

Fontes: Evellin Müller, mestra em Ciências pela USP (com ênfase em Nutrição em Saúde Pública) e coordenadora do curso de Nutrição e Gastronomia do UNASP, campus São Paulo; sites guiadacarreira.com.br e querobolsa.com.br.

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