Conexão 2.0 - Luz, Câmera, ilusão

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Entenda por que Hollywood apostou numa safra de filmes bíblicos

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Jul-Set 2014 – Ano 7 no 31

Exemplar: 6,98 – Assinatura: 22,20

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

Para movimentar bilhões de reais, a indústria da pornografia vende um sexo que não existe. Saiba como esse consumo pode aprisionar você e o que fazer para sair dessa IMAGINE SE A BÍBLIA FOSSE RECONTADA NA LINGUAGEM DE HOJE

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MUDE SEU MUNDO: A ESCOLINHA DE FUTEBOL QUE PREPARA PARA A VIDA

AO PONTO: O ÁLCOOL E O SERTANEJO UNIVERSITÁRIO

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Da redação

menu

Editor Wendel Lima

luz, cÂMera e ilusão

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William de Moraes

ILUSÃO É O engano dos sentidos ou da mente. Confusão de aparência com realidade, de falso com verdadeiro. Fantasia da imaginação. Promessa de prazer que se revela decepcionante, dolorosa ou efêmera. Quase todas as definições apresentadas pelo dicionário Houaiss para o verbete “ilusão” se aplicam muito bem à pornografia. Consumida cada vez mais cedo por crianças e adolescentes, disponível a um clique nas plataformas digitais e promovida por uma indústria que movimenta bilhões de dólares anualmente, a pornografia está contaminando a alma das novas gerações. Essa intoxicação é perigosa porque invade o centro de controle da vontade e coloca em risco algo que é frágil, valioso e difícil de consertar: a sexualidade. Do lado de lá da tela, luz, câmera e ação retratam um sexo falso. Tudo é irreal ou exagerado: o tamanho dos órgãos genitais, o contorno dos corpos, o apetite sexual das atrizes e a duração da relação. Para representar cenas que ferem a própria dignidade, os atores contracenam à base de drogas e álcool. Dessa maneira, o sexo é vendido como uma mercadoria que serve como droga que produz alta-tensão ou ameniza a dor de quem está do lado de cá da tela. Nos contos da pornografia, o sexo é superficial e não satisfaz, porque separa o prazer do relacionamento pessoal. Ao fazer isso, colabora para insensibilizar seus consumidores, que são treinados a olhar a intimidade entre duas pessoas como algo banal. Perde-se com isso o ideal de Deus para o sexo: unir um homem e uma mulher por toda a vida. A matéria de capa desta edição é um alerta, bem como um convite para quem precisa quebrar o ciclo de dependência com a pornografia. Espero que ela cumpra seu papel!

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A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A REVISTA

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gloBosfera

COPA DO MUNDO, SOlIDARIEDADE, GAME, ENERGÉTICOS E TPM

10 entenda

A DIVERSIDADE RElIGIOSA DO MUNDO

22 perguntas

BOlA, PIADAS, TATUAGENS E MIlAGRES

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aprenda

A NÃO PERDER TEMPO

PSIC EXP MÚS

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18 reportagem

COMO BlOCKBUSTERS SOBRE A BÍBlIA PODEM SER APROVEITADOS PElOS CRISTÃOS

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... SE AS HISTÓRIAS DA BÍBlIA FOSSEM CONTADAS NA lINGUAGEM DE HOJE

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PSICÓlOGA E JORNAlISTA EXPlICAM A RElAÇÃO ENTRE MÚSICA E ÁlCOOl

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capa

SAIBA POR QUE AO MESMO TEMPO QUE SEDUZ, A PORNOGRAFIA DESTRÓI

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Julho-Setembro 2014 ano 7, no 31 capa: Thiago Lobo

casa puBlicadora Brasileira

Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de atendimento ao cliente Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 Domingo, das 8h30 às 14h

S M

editor: Wendel Lima editor associado: Eduardo Rueda e Wellington Barbosa Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri designer Gráfico: Marcos Santos diretor Geral: José Carlos de Lima diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros redator-chefe: Marcos De Benedicto redator-chefe associado: Vanderlei Dorneles

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GUE E

24 imagine

Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra chefe de arte: Marcelo de Souza colaboradores: Edgard Leonel Luz, Orlando Mário Ritter, Ivan Góes, Antônio Marcos Alves, Marco Antonio Leal Góes, Enildo do Nascimento, Almir Augusto de Oliveira, Douglas Jeferson Menslin, Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli

26 mude seu mundo

A ESCOlINHA DE FUTEBOl QUE PREPARA GAROTOS PARA AS “PENEIRAS” DA VIDA

assinatura: R$ 22,20 avulso: R$ 6,98 www.conexao20.com.br Tiragem: 29.500

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lição de Vida

CONHEÇA O ESTUDIOSO DA CIÊNCIA QUE FUNDOU UMA SOCIEDADE CRIACIONISTA

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Douglas Assunção / Imagem: Fotolia

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O Último Trem

Ainda Que Caiam os Céus

Arco-íris Sobre o Inferno

Fugindo Para a Liberdade

Siegfried Neuendorff experimentou as agruras da Segunda Guerra Mundial quando era apenas uma criança na Alemanha e arriscou a vida para alimentar judeus. Essa compaixão e coragem o motivaram a embrenhar-se na selva mais perigosa da América do Sul. Esta é a história incrível de um incansável missionário a quem Deus usou para transformar incontáveis vidas. Uma viagem empolgante e inesquecível.

Uma fé sólida e inabalável. Isso era tudo o que o jovem Mikhail Kulakov possuía. O governo comunista soviético lhe tirara a profissão, a família e a liberdade. Seu crime? Servir fielmente a Deus. Ele foi preso, interrogado e condenado a cinco anos em campos de trabalho forçado. Todavia, nem mesmo a perspectiva de banimento eterno numa remota vila da Sibéria o deteve de confiar firmemente nas promessas de Deus.

Este livro relata os horrores da Segunda Guerra Mundial através dos olhos de um jovem japonês que se uniu à resistência contra os americanos e tornou-se um assassino. A prisão de Saburo e sua condenação à morte formaram o pano de fundo para um encontro capaz de transformar sua vida. Ele encontrou com outro Homem condenado que morreu muito tempo atrás para garantir sua liberdade. Ao ler esta história, você também vai encontrar o Homem que libertou Saburo.

Não havia emprego na Romênia comunista, especialmente para guardadores do sábado. O dinheiro era escasso, assim como a comida. Em muitas noites, a mesa da família Tarita tinha somente pão caseiro e uvas colhidas no pomar. E a situação estava ficando pior. Você vai se emocionar com a incrível jornada de mais de 750 quilômetros, e ficará convencido de que Deus continua operando verdadeiros milagres na vida de Seus filhos.

Wellesley Muir

Maylan Schurch e Mikhail P. Kulakov

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Ligue

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Tsuneyuki Mohri

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Doru Tarita e Kara Kerbs

Ou dirija-se a uma

0800-9790606* www.cpb.com.br SELS de sua Associação das livrarias da CPB de atendimento: Segunda a quinta, das 8h às 20h 4@casapublicadora | jul-set 2014 cpb.com.br/facebook *Horários Sexta, das 8h às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

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Informação Conectado & Opinião Globosfera Ao ponto Entenda

conexao20@cpb.com.br

Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!

facebook.com/conexao20

Saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista.

No site da revista você tem acesso ao complemento das matérias, além das colunas de um time de especialistas que falam sobre comportamento, ciência e religião.

israel Benhur: essa é a revista para o jovem que tem visão e percepção. Que busca melhor compreensão, direção, comunhão e diversão que conduz à salvação e que quer continuar sendo cristão.

Douglas Assunção / Imagem: Fotolia

karina grace oliveira: Gostei de tudo no infográfico sobre a arca de Noé, principalmente da arte que compara o tamanho da arca com outras embarcações conhecidas. Não tinha noção disso e agora tenho. E, só para constar: vou usar nas minhas aulas os artigos “A criatura que rompeu com o

rdade

sobre o artigo “Mundo novo”

Criador” e “lições de uma tragédia”. tainara dantas: Uma revista com a cara do jovem adventista, que consegue passar conhecimento à luz das verdades bíblicas de uma forma atual e atrativa. Cada dia mais admirada com esse trabalho. leio e recomendo!

diego Barreto: Recomendo a todos que seguem a Cristo. Já é hora de amadurecermos e deixarmos o velho e obsoleto conceito de “sagrado x secular”. fernando luciano Vieira: Esclarecedor!

sergio patricio de souza: danilo d’sousa: Explica bem como o cristiaCom a leitura da Conexão 2.0, eu solidifico nismo deve ser vivenciado. meus pensamentos a sobre o artigo “Música respeito de vários temas clássica não é coisa de intrigantes e vejo a revista ‘véio’” como fonte confiável, sem mentiras e baseada Wilson franco Bueno: na Bíblia! Sou muito música clássica é para edificado ao ler a revista. quem tem bom gosto.

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conexao20.com.br

a

twitter.com/conexao_20 mudaram seu jeito de

nota do editor: fizemos essa surpresa para os apresentadores do programa Conexão, da TV Novo Tempo, ministério parceiro da nossa revista. Nossa participação foi exibida no dia 4 de junho. Para ver ou rever, acesse novotempo.com/ conexaojovem.

flertar e o que

isso significa

ENTENDA. EXPERIM ENTE.

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MUDE

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@c_cinthia: Chegou minha @conexao_20. Ansiosa pelas matérias! Tenho certeza de que a leitura será instigante!

REPORTAGEM: Como os apps www.conexao20.com .br

@criacionismo: Edição imperdível!

@pgconexaojovem: Olha aí, viramos capa de revista! Presente lindo da equipe da revista Conexão 2.0. Especial

@ranmaildo: chegou minha primeira revista. Já estou fã.

2014 Exemplar: 6,98 – Ano 7 no 32 – Assinatura: 22,20

eiro mida. mília o e uvas estava nar de 750 o de que eiros

________ Ger. Didáticos

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LUCIANA NO MONO NOMON NO MONO

________ Editor

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________ Ger. Didáticos

CONEXÃO MONO NOMON NOMO 2014 NO | 1 NO

________ C.Qualidade

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________ Depto. Arte

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© Michael Brown | Fotolia

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A L M E I DA

Texto Wendel Lima

Quando pisou no gramado do estádio de Wembley,

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H E L BE RT R. A L M E I DA

na Inglaterra, para defender a Seleção Brasileira sub-17, Helbert sonhava com uma carreira gloriosa no mundo da bola. Em excursão pela Europa, atuou ao lado de futuros destaques do futebol nacional. Porém, em breve ele seria convocado para defender um novo time. Atendendo ao chamado de Jesus, o autor deste livro conta como trocou os gramados pelo campo do evangelho. Hoje, sua grande motivação é ajudar você a se tornar vencedor

fazendo de você um campeão no time de Cristo.

um gol de placa

convocado para defender a Seleção brasileira sub-17. Chamado por Cristo,

e vencer o jogo

tornou-se pastor. em aproximadamente 20 anos de ministério, trabalhou em minas Gerais, São Paulo e hoje atua na região Norte do brasil. Casado com lucijane Veloso Almeida, eles têm dois filhos jovens: Helbert igor e Victor Hugo.

JOGADA DE

30079

Como fazer Helbert r. AlmeidA foi revelado nas categorias de base do Cruzeiro e

da vida Designer

Vida Cristã

Editor

C.Qualidade

Divulgação Unasp-EC

é tempo para virar o jogo ou consolidar a vitória. Este livro irá orientá-lo a driblar as tentações, o desânimo e as provações,

Jogada Cra

com garra a decisiva partida contra o pecado. Enquanto o juiz não apita o fim da partida, sempre

JO G A DA D E C R AQU E

no jogo da vida. Suas valiosas experiências e orientações irão motivá-lo a resistir à pressão do adversário e a jogar

Foto: Cristiano Vargas

Depto. Arte

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copa da solidariedade

Todo mundo aproveitou a Copa da melhor maneira que pôde. Teve gente que ganhou dinheiro, que treinou uma segunda língua com os gringos, mas a maioria aproveitou para ver os jogos dentro e fora dos estádios. Porém, milhares de jovens adventistas fizeram mais. Eles utilizaram o clima de integração do mundial para praticar e incentivar a solidariedade. Nas 12 cidades-sede do campeonato, voluntários doaram sangue, entregaram revistas de alerta sobre o turismo sexual, água e folhetos informativos trilíngues para os torcedores, além de distribuírem milhares de livros A Única Esperança. Em São Paulo, uma igreja em Itaquera foi usada como ponto de alimentação para os policiais que trabalharam na abertura da Copa. E no Rio, depois de coletarem 200 bolsas de sangue, os jovens formaram uma “gota gigante” no estádio do Olaria Atlético Clube.

Quando pisou no gramado do estádio de Wembley, na Inglaterra, para defender a Seleção Brasileira sub 17, Helbert, como muitos garotos brasileiros, sonhava com uma carreira gloriosa no mundo da bola. Em excursão pela Europa, atuou ao lado de futuros destaques do futebol nacional. Porém, em breve ele seria convocado para defender um novo time. No livro Jogada de Craque, recém-lançado pela editora CPB, o autor conta por que deixou os gramados em nome da fé. Pastor há quase 20 anos, Helbert Almeida tem usado sua experiência com o futebol para orientar os jovens. Neste livro, ele mostra como resistir à pressão do adversário, como viver com garra e driblar as tentações, o desânimo e as provações. Para saber mais, acesse: cpb.com.br.

monte sua seleção

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Divulgação Novo Tempo

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jogada de craque

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Para quem gosta de jogos online, o game A Seleção dos Sonhos (novotempo.com/selecaodossonhos) une o contexto de futebol e Copa do Mundo com a vida e personalidade dos 12 discípulos de Cristo. A primeira fase do jogo é um quiz em que são testados os conhecimentos bíblicos do usuário. Na segunda, o jogador descobre com qual discípulo ele mais se parece ou tem maior afinidade. Finalmente, o usuário precisa escolher 12 amigos do Facebook e convidá-los para sua seleção. Cada ação do jogo é recompensada com pontos e no fim você acompanha o desempenho dos seus amigos.

E d o p d n c e p A t d e p in q o O c c e g d 2 a e c 1 2 c

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Divulgação Unasp-EC

A TPM assombra o calendário das mulheres e dos homens que convivem com essas namoradas, esposas, irmãs, mães ou colegas de trabalho e escola. O desconforto físico e psicológico da Tensão Pré-Menstrual e seu impacto sobre o cotidiano e os relacionamentos das mulheres é o tema do videodocumentário À Flor da Pele. A produção dos alunos de Jornalismo do Unasp tem cerca de 20 minutos e mescla a opinião de profissionais de saúde com depoimentos descontraídos de estudantes e casais. O documentário explica o que é a TPM, orienta sobre os casos crônicos e explica como aliviar essa tensão que é cíclica. Acesse: http://bit.ly/1kIqKNa

Ele faz parte da cultura alimentar do brasileiro. Puro ou com leite, o café é consumido por milhões de pessoas nos desjejuns, intervalos das refeições e reuniões de negócios. Mas, por trás daquele cheiro inconfundível de café fresco, existe uma substância que traz prejuízos mentais e físicos: a cafeína. A presença dela em outros alimentos também coloca ressalvas no consumo de itens como chá preto, chocolate e bebidas energéticas. Apesar de proporcionar a sensação de energia inesgotável, ela pode viciar, e mesmo quando usada moderadamente afeta o revestimento dos vasos sanguíneos. Os que ingerem regularmente a cafeína podem desenvolver arritmia cardíaca, osteoporose, ansiedade e distúrbios do sono. Um problema grave é que os jovens têm abusado dos energéticos. Na Austrália, entre 2004 e 2010, foram registrados 297 atendimentos por intoxicação com energéticos, sendo a maioria deles casos com adolescentes. Desses, 128 precisaram ser internados e 21 tiveram problemas graves no coração e cérebro. Fonte: record.net.au

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Para ficar alerta!

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tensão mensal

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Ao ponto

Texto Liana Feitosa Ilustração Leblu

Al nã de en ci re

sucesso Movido a Álcool

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por que vocês escolheram este tema? francismari Barbin: Queria um tema que fosse pouco estudado no Brasil e que tivesse importância clínica e sociocultural. mariana lioto: O fato de eu ter problemas de alcoolismo na família.

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a relação entre álcool e música sertaneja é um fenômeno contemporâneo ou vem desde a música de raiz? fB: O vínculo do álcool com a música sertaneja é antigo e remete ao início da música de raiz, nas primeiras décadas do século 20. Porém, percebe-se claramente um forte apelo ao uso de álcool neste novo subestilo musical. ml: A presença do tema se observa na música de raiz, mas também em outros ritmos. O que é possível afirmar é que o consumo de bebidas aparece com frequência nas músicas mais modernas, em geral, de maneira positiva. o que mais chamou sua atenção na pesquisa? 8 |

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fB: Estudos constatam que o Brasil possui uma cultura banalizadora sobre o ato de beber, fator que pode fomentar uma variável favorável ao consumo de etílico. O álcool, em detrimento das outras drogas, possui um elemento de socialização fortemente enraizado em nossa cultura o que explica seu consumo em quase todos os momentos de lazer. Neste contexto, a propaganda, a mídia e a música são agentes importantes de estímulo, porque criam um ambiente acolhedor e reforçador do ato de beber. Resta saber o quanto essas letras influenciam o consumo de etílicos. que promessas existem nas letras das canções analisadas? fB: Essas músicas e propagandas fazem referência ao álcool como fonte de prazer e diversão e o associam à praia, dia ensolarado, mulheres bonitas, liberdade de escolha e “cura” de sentimentos negativos e desilusões amorosas. Obviamente, as letras fazem alusão a um lado positivo que não é real no consumo de álcool.

ml: Existem associações recorrentes: quem bebe nunca está sozinho e sempre aproveita a vida rodeado de amigos e mulheres. A bebida também aparece relacionada com a fuga da opressão do trabalho ou como auxílio em conquistas sexuais. Minha pesquisa não pode afirmar se as promessas podem ou não ser cumpridas. O referencial teórico do trabalho não pode medir isso. Trata-se de um estudo do que as músicas dizem, apenas o discurso, e não sobre se induzem à prática. como uma discussão séria sobre a questão poderia ter mais impacto na sociedade? fB: No Brasil, ainda engatinhamos no quesito tratamento. E quando falamos em prevenção, estamos ainda muito distantes do mínimo ideal. O caminho seria unir saberes e forças de grupos religiosos, entidades da sociedade civil e profissionais de saúde e educação para pensarmos em politicas públicas preventivas que realmente funcionem. É cientificamente comprovado,

por exemplo, que a religião é um fator importante de proteção contra o uso abusivo de substâncias psicoativas. A mídia poderia nos ajudar também abrindo mais espaços para debates sérios sobre as drogas, especialmente as lícitas. No combate ao tabaco, tivemos um grande avanço. As leis estão mais rígidas e os comerciais foram banidos. Precisamos fazer o mesmo com o álcool e seria importante haver um tipo de restrição a apologias nas letras das músicas, por exemplo. Mas envolveria muitas questões delicadas e acho difícil isso acontecer por enquanto. Você gosta da música sertaneja universitária? fB: Gosto do estilo sertanejo. Existem muitas canções bonitas que remetem à história do homem simples do campo, mas realmente não curto músicas de estilo apelativo, principalmente as que fazem menção ao sexo e uso de drogas. ml: Eu convivo com esse estilo porque é muito popular na minha cidade, Cascavel, PR.

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Pricila Cajá / Imagem: Fotolia

A PSICÓLOGA FRANCISMARI Barbi (esq.) e a jornalista Mariana Lioto (dir.) estudaram algo ainda pouco explorado na academia: a relação entre o estilo sertanejo universitário e o consumo de álcool. Ao analisar as letras de músicas, elas constataram que beber é associado a fazer amigos, conquistar mulheres, fazer sexo casual e fugir de problemas. Das 48 duplas analisadas na dissertação de mestrado de Mariana, por exemplo, apenas sete não falam da bebida nas canções. Francismari, por sua vez, acredita que esse tipo de música cria um ambiente acolhedor e reforçador do consumo de álcool.

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Algumas perguntas não vão simplesmente desaparecer. No entanto, a própria ciência está oferecendo respostas.

Acompanhe a vida patriarcal e a maneira dramática como Deus guiou Israel através do deserto.

de viem n o o

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Pricila Cajá / Imagem: Fotolia

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Descubra

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Esta obra reúne o que há de mais atual com respeito à controvérsia entre criacionismo e evolucionismo.

e e para onde vamos?

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Este livro responde vinte perguntas sobre fé e ciência com as quais os cristãos se deparam com frequência.

Suas Raízes

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Entenda

Texto Wendel Lima Design Fernando Santana Ilustração rogério chimello

a diversidade religiosa do Mundo

sem religião Budismo 480 milhÕes ou 7% da população mundial.

1,1 Bilhão ou 16% da população mundial.

cristianismo 2,2 BilhÕes ou 32% da população mundial.

1,6 da

judaísmo 14 milhÕes ou 0,2% da população mundial.

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Vivem mais judeus nos estados unidos

sete países são de maioria budista: camBoja, tailândia, mianmar, Butão, sri lanka, laos e mongólia.

são maioria em seis países: repÚBlica tcheca (76%), coreia do norte (71%), estônia (60%), japão (57%), hong kong (56%) e china (52%).

de 232 países pesquisados,

68% são de maioria cristã e 87%

dos cristãos vivem neles.

são 232 cerca de 8 áfrica, o

(5,7 milhÕes)

do que em israel. seus principais segmentos são:

católicos (50%),

os judeus são maioria apenas em israel (76%).

além do sudeste asiático, a concentração de budistas só é representativa na europa e estados unidos (3,5 milhões).

esse grupo inclui ateus e agnósticos, mas principalmente quem acredita em deus mas não tem vínculo institucional com igreja.

média de idade: 47 anos

média de idade: 46 anos

protestantes (37%) e ortodoxos (12%).

seus sunit

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média de idade: 42 anos 10 |

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média de idade: 35 anos

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méd


smo

32% dial.

Com o processo de globalização, não existem mais limites geográficos para as grandes religiões mundiais. A migração e o avanço das tecnologias de comunicação fizeram com que, por exemplo, o islamismo invadisse a Europa e os Estados Unidos tivessem quase 3,7 milhões de adeptos do budismo. Mas essa troca cultural também tem gerado conflitos religiosos. Por isso, entender um pouco a complexidade e diversidade de crenças no mundo pode promover o respeito pela fé do outro.

islamismo 1,6 Bilhão ou 23% da população mundial.

hinduísmo

religiÕes populares

1 Bilhão ou 15%

da população mundial.

405 milhÕes ou 6% da população mundial.

outras religiÕes 58 milhÕes ou 0,8% da população mundial.

ã e 87%

neles.

são maioria em 21% dos 232 países pesquisados. cerca de 82% deles vivem no norte da áfrica, oriente médio e sul da ásia.

97% dos hindus vivem nos únicos três países em que são maioria: nepal, índia e ilhas maurício. somente a índia tem 973 milhões de praticantes.

são religiões baseadas mais na tradição oral do que em um sistema institucional. alguns exemplos são as tradições tribais da áfrica e indígenas do Brasil.

os são:

%),

%) %).

anos

seus maiores grupos são os sunitas (87%) e xiitas (13%).

as principais ramificações

adoram os deuses xiVa e Vixnu.

90% deles estão no sudeste da ásia. outras concentrações estão na áfrica, américa central e Brasil.

são religiões pouco pesquisadas nos censos, como o xintoísmo, zoroastrismo, taoismo e wicca.

89% deles estão no sudeste da ásia, principalmente na índia, china e japão.

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sados,

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média de idade: 33 anos

média de idade: 38 anos

média de idade: 44 anos

Fonte: Pew-Templeton Global Religious Future Project (2010).

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média de idade: 45 anos JUL-SET

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Interpretação Capa & Reflexão Reportagem

Texto Michelson Borges Colaboração Wendel Lima Ilustração Thiago Lobo

Perguntas Imagine

ILuSÃO Na TeLa

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A sedutora indústria do sexo rebaixa a dignidade de suas atrizes e aprisiona seus consumidores. Saiba como não cair nessa armadilha

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A EXATRIZ PORNÔ Shelley Lubben, em seu livro Truth Behind the Fantasy of Porn (A Verdade por Trás da Fantasia da Pornografia), afirma que a pornografia é “a maior ilusão do mundo”. Segundo ela, muitas mulheres desse universo fazem uso de drogas e bebidas alcoólicas para poder fingir que gostam do que fazem. Embora a indústria do sexo tente pintar outra realidade, Shelley revela que “as mulheres têm uma dor indizível por ser espancadas, cuspidas e xingadas. [...] Pornografia é nada mais do que sexo falso, contusões e mentiras em vídeo. Confie em mim, eu sei”. No livro, Shelley traz testemunhos de outras exatrizes, como o de Michelle Avanti, que em sua primeira cena tentou desistir: “Um ator disse que eu não poderia voltar atrás porque havia assinado um contrato”, disse Michelle. “Fui ameaçada de ser processada em uma enorme quantia em dinheiro, se não fizesse a cena. Acabei tomando doses de vodca para fazer a cena. Como eu fazia mais e mais cenas, abusei da prescrição de pílulas que me eram dadas a qualquer momento por diversos médicos em San Fernando Valley.” Shelley diz que muitas mulheres acabam nesse mundo por culpa da extrema erotização da sociedade. “Onde mais poderia uma criança que foi hipersexualizada ter tanta atenção? Os olheiros da pornografia ficam à espreita pesquisando por anos os perfis online e, como predadores, aproximam-se das desavisadas fêmeas sexualizadas. Fingindo ser admiradores, postam elogios [...] e as adolescentes emocionalmente carentes rapidamente caem na armadilha.” Jennifer Case é outra atriz que deixou a indústria do sexo, segundo ela, “pela graça de Deus”. Hoje, Case também milita contra a pornografia e diz aos homens: “Há uma pessoa real do outro lado das imagens que você está vendo, e você está destruindo a vida dela e a vida dos filhos dela.” Numa entrevista para o site The Porn Effect, ela testemunha de sua própria experiência sobre os malefícios que a indústria pornográfica provoca nas mulheres envolvidas. Case diz que ficou traumatizada, foi oprimida e se sentiu abusada. Assim como outras atrizes desse segmento, ela também se tornou viciada em drogas e precisava do dinheiro da pornografia para continuar alimentando o vício. Além disso, teve que lidar com doenças sexualmente transmissíveis.

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Mercado que só cresce Apesar dos riscos relacionados com a pornografia (para quem faz e para quem consome), segundo matéria publicada no site LifeSiteNews, a produção e a venda de conteúdos pornográficos representam a sétima maior indústria dos Estados Unidos. “Novos vídeos e páginas de internet são produzidos a cada semana, com a revolução digital trazendo grande número de novos sistemas de distribuição.” Os rendimentos anuais do segmento chegam perto dos 15 bilhões de dólares, nos Estados Unidos, e quase 100 bilhões ao redor do mundo. Essa indústria é maior do que Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix e EarthLink juntas. Perto de 50 milhões de norte-americanos adultos visitam regularmente sites de sexo virtual. De acordo com o National Council on Sexual Addiction and

Compulsivity (Conselho Nacional Sobre o Vício e a Compulsividade Sexuais), existem mais de 20 milhões de viciados em sexo nos Estados Unidos, 70% dos quais afirmam ter problemas de comportamento sexual virtual. De acordo com pesquisas do Barna Group, quase 40% dos adultos acreditam não haver imoralidade nenhuma em ver material de sexo explícito. Além disso, aproximadamente um a cada quatro acredita que não deveria haver restrições quanto à pornografia ou ao seu acesso. “Infelizmente, 28% dos cristãos acreditam que, mesmo com o que está escrito em Mateus 5:28, não há nada de errado em ver pornografia”, diz Regis Nicholl, colunista do site BreakPoint. “O mais triste é descobrir que por volta de 50% dos cristãos e 40% de seus pastores admitem ter problemas com a pornografia”, revela.

Manual de segurança

Para evitar o mal da pornografia (e outros perigos) online, são necessários alguns procedimentos e cuidados. Por exemplo: (1) Mantenha o computador em uma sala de uso comum da casa. Isso evitará que você se sinta “sozinho” e, portanto, livre para acessar certos sites. Isso é policiamento e autoproteção.

(2) Fiscalize seu próprio tempo de utilização do equipamento. Estabeleça limites.

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(3) Se for navegar em chats, escolha aqueles que sejam confiáveis.

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(6) Domine a máquina para não ser dominado por ela.

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(5) Não marque encontros com alguém que você conheceu pela internet, a menos que tome todos os cuidados para que isso seja seguro.

(4) Em bate-papos virtuais, não prossiga em diálogos que gerem desconforto para você ou se tornem muito pessoais.

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E o problema começa cada vez mais cedo. As palavras “sexo” e “pornô” estão entre as dez mais procuradas por crianças na internet. O ranking foi feito pela empresa de segurança Symantec, que identificou as cem principais buscas feitas durante quatro meses, por meio de seu serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que supervisiona o que as crianças e os adolescentes fazem na internet. A palavra “sexo” aparece em quarto lugar e “pornô” em sexto. Para o especialista em tecnologia da informação e autor do livro Como Proteger Seus Filhos na Internet (Novo Conceito, 2012), deixar a criança diante de um computador com acesso à web, sem qualquer tipo de monitoração, é a mesma coisa que colocá-la numa esquina e não ficar vendo o que acontece. Perda do prazer Grande número de jovens consumidores de pornografia na internet está sofrendo de ejaculação precoce, ereções pouco consistentes e dificuldades de sentir desejo com parceiras reais, é o que afirma reportagem publicada na revista Psychology Today. Pesquisa feita pela Universidade de Pádua, na Itália, indicou que 70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desempenho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na web. Outros estudos de comportamento sugerem que a perda do desejo acontece porque esses grandes consumidores de pornografia estão abafando a resposta natural do cérebro ao prazer. Anos substituindo os limites naturais da libido por uma intensa estimulação acabariam prejudicando a resposta desses homens à dopamina. Esse neurotransmissor está por trás do desejo, da motivação e dos vícios. Ele rege a busca por recompensas. Uma vez que o prazer está fortemente ligado à pornografia, o sexo real parece não oferecer recompensa. Então, essa seria a causa da falta de desejo em muitos homens. Em seu site, Regis Nicholl publicou o testemunho de um homem que escreveu o seguinte: “Desde que coloquei internet de alta velocidade em casa, comecei a ver muito mais pornografia e meu desejo e desempenho sexuais diminuíram lentamente. Agora, está se tornando um problema real. Eu simplesmente não fico tão excitado quanto ao sexo como de costume e parece que perco o interesse depois de alguns minutos.” William Struthers, da Faculdade Wheaton, explica que “os homens parecem ter sido feitos de tal maneira que a pornografia sequestra o funcionamento adequado de seu cérebro e tem efeito de longo prazo em seus pensamentos e em sua vida”. Struthers é psicólogo com formação em neurociência e especialidade de ensino nas bases biológicas da conduta humana. Atalho para a intimidade No livro Wired for Intimacy: How Pornography Hijacks the Male Brain (Programado Para a Intimidade: Como a Pornografia Sequestra o Cérebro Masculino), ele se vale da neurociência para explicar por que a pornografia é uma grande tentação para a mente masculina. “A explicação mais simples da razão por que os homens veem pornografia, ou procuram prostitutas, é que eles são levados a procurar intimidade”, explica ele. O impulso para obter intimidade sexual foi dado por Deus e é essencial para os homens, reconhece Struthers, mas é facilmente mal direcionado. Os homens são tentados a buscar “um atalho para o prazer sexual por meio da pornografia” e acham que dá para se acessar esse atalho com facilidade. Segundo Struthers, quando o homem vê imagens pornográficas, essa experiência cria novos padrões na programação do cérebro, e experiências repetidas formalizam a programação.

O que a Bíblia e a Igreja dizem

De modo geral, a sociedade contemporânea só classifica como nociva e criminosa a pornografia que se utiliza de crianças como objeto de desejo, enquanto tolera e estimula o consumo dos chamados filmes adultos. Porém, a Bíblia e as igrejas cristãs vão na contramão desse pensamento. Saiba por quê.

Brincar com a sexualidade

é colocar em risco algo frágil, valioso e difícil de consertar (1Co 6:18-20).

O desejo sexual foi planejado

por Deus para “colar” duas pessoas por toda a vida (Gn 2:24; Mt 19:4-6, 1Co 6:16).

A pornografia abre portas para

outros pecados sexuais

(Mt 5:27, 28). Ela contamina e domina

o centro de controle da vontade.

O sexo pornográfico é

superficial e não satisfaz,

porque separa o prazer do

relacionamento pessoal.

Vendido como uma mercadoria, ele serve como uma droga que produz alta-tensão ou ameniza a dor.

Para a Igreja Adventista,

a pornografia destrói a intimidade dos casamentos, ofende a dignidade feminina,

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insensibiliza seus consumidores

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principalmente quando são crianças.

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e explora seus personagens, Fontes: Declarações da Igreja (CPB, 2003), p. 69, 70; Os Dez Mandamentos (CPB, 2006), p. 61-72; e Celebração do Sexo (Hagnos, 2006), p. 631. jul-set

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O ciclo do vício

É difícil encontrar alguém que nunca teve contato com material de sexo explícito, seja intencional ou acidentalmente. Apesar das restrições de idade, calcula-se que, nos Estados Unidos, 70% da produção pornográfica vá parar na mão dos adolescentes. E, no Reino Unido, que 90% desse conteúdo seja consumido via internet. Curiosidade, ebulição hormonal, fácil disponibilidade e fuga dos problemas existenciais são os fatores apontados para explicar tanto interesse pelo conteúdo erótico. O problema é que tão popular quanto o consumo, são os efeitos negativos da pornografia. Ela cria expectativas irreais sobre a sexualidade e dificulta que casais reais desenvolvam intimidade emocional. Além disso, em muitos casos, o vício está associado a problemas de autoestima e autoaceitação. Quem está preso a esse ciclo, talvez precise de ajuda profissional, da família e de líderes religiosos para se libertar de falsas crenças a respeito de si mesmo. Veja como funciona o círculo vicioso.

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ERO P ES S E

A pessoa é tomada por pensamentos sexuais e busca obsessivamente por estímulos.

Sensação de total impotência diante do próprio comportamento.

O hábito que leva à masturbação é repetido, o que aumenta a fixação.

É compulsivo, porque o viciado não controla seu comportamento.

RITUAL

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DESEJO

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Fonte: Adolescentes em Conflito (Vida, 2003), p. 340-351.

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Violência e exploração A socióloga americana Gail Dines é uma das fundadoras do movimento Stop Porn Culture, dá aulas de sociologia e gênero na Faculdade Wheelock, em Boston, e é uma grande crítica da indústria pornográfica. Em seu livro Pornland (Terra do Pornô), ela levanta uma hipótese perturbadora: os filmes pornográficos, acessados pela internet por qualquer adolescente, seriam os responsáveis pelo aumento de casos de violência sexual contra a mulher e contra crianças. “As imagens têm um impacto profundo sobre nós. Isso não significa que alguém que se masturbe vendo pornografia irá estuprar uma mulher. Mas os estudos mostram que, no caso de homens inclinados a praticar violência sexual, quanto mais pornografia eles

assistirem, maior será a chance de cometerem crimes”, disse Gail em entrevista para a coluna Mulher 7×7, no site da revista Época. “Já entrevistei muitos desses agressores e tenho certeza absoluta de que o crescimento da divulgação de materiais pornográficos usando crianças, ou explorando o universo infantil, está aumentando a violência sexual contra crianças. Algumas pesquisas mostram que, entre 40% e 80% dos homens que baixam da internet pornografia infantil acabarão se envolvendo em algum tipo de abuso contra menores. Os estudos definitivamente sugerem que há uma ligação”, completa ela. De acordo com a professora, a pornografia relaciona sexualidade ao menosprezo pelas mulheres. “É uma combinação muito ruim, especialmente quando pensamos que os meninos veem pornografia pela primeira vez por volta dos 13 anos. O que significa para um menino que ainda está desenvolvendo sua sexualidade ver pornografia? Quanto mais erotizamos essas imagens, mais dizemos aos homens que é dessa maneira que eles devem tratar as mulheres, que eles devem achar isso excitante. E os garotos vão construir sua identidade sexual em torno dessas imagens.” Em seu site, o ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Rick Santorum, afirmou que a pornografia naquele país é uma “pandemia”. “Ela contribui para a ódio e a violência contra as mulheres. É um fator que contribui para a prostituição e o tráfico sexual”, escreveu. E tem mais: número significativo de pessoas envolvidas com a indústria da pornografia no cinema e na internet é vítima de tráfico humano internacional. O Departamento Estadual Americano registra que há mais de 12 milhões de escravos modernos, aproximadamente 1,5 milhão dos quais são forçados para o mercado do sexo. Apelo de quem sabe o que diz A ex-atriz Jennifer Case admite que os consumidores de pornografia têm parte da culpa em manter essa indústria

de ilusão, mas ela acredita que só com a ajuda de Deus alguém consegue deixar esse e outros vícios. “Homens, Deus ama vocês! Eu amo vocês também e sempre orarei por todos, para que as cadeias sejam quebradas”, diz ela. “Você é escravo da pornografia tanto quanto qualquer atriz pornô. Se você está vendo pornografia ou está viciado nela, você está tentando preencher um vazio interno que só Deus pode completar. Toda vez que vê pornografia, está aumentando o vazio e você destruirá sua vida.” Num apelo muito franco, Case diz que “essas mulheres [do mundo pornográfico] são preciosas e merecem ser amadas exatamente como vocês [homens] merecem. Você pode realmente estar sendo cúmplice na morte de alguém! Atores e atrizes pornôs morrem o tempo todo de AIDS, overdose de drogas, suicídio, etc. Por favor, parem de olhar pornografia!” Impressionam os apelos sinceros de mulheres como Shelley Lubben e Jennifer Case. Elas sabem que, como qualquer vício, o da pornografia geralmente começa com o descuido e a curiosidade e vai se aprofundando, até que a pessoa se dá conta de estar escravizada pelo hábito destrutivo. O alcoólatra deve ficar longe da bebida. O dependente químico deve passar longe das drogas. E o viciado em pornografia também deve tomar medidas preventivas. Se o problema dele é a internet, deve-se acessá-la sempre acompanhado de outras pessoas, limitar o tempo de navegação, ser muito focado e específico no uso (evitando navegar a esmo por aí) e colocar filtros no computador (veja o box “Manual de segurança”). Finalmente, e mais importante: como disse Jennifer, só com a ajuda de Deus se pode conseguir a libertação plena. Portanto, se você vive esse drama, intensifique ou estabeleça uma conexão com Deus, por meio da oração sincera, do estudo diário e reflexivo da Bíblia, do apoio de um líder e/ou de um grupo cristão e da frequência regular à igreja.

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* Artigo adaptado da revista deste ano da campanha Quebrando o Silêncio (quebrandoosilencio.org). jul-set

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Baixa autoestima feminina Mas o problema não se restringe aos homens. Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Tennessee, nos Estados Unidos, recrutaram 308 universitárias, entre 18 e 29 anos, para completar um questionário online. Elas responderam questões sobre a qualidade do namoro, satisfação sexual e autoestima. Segundo matéria publicada no site da revista Superinteressante, “o resultado mostrou uma relação entre felicidade, autoestima e filmes pornôs. Quanto mais pornografia os namorados ou maridos viam, maior era a chance de ter um relacionamento infeliz. Quem reclamou sobre o vício exagerado do namorado em assistir a vídeos pornôs mostrou autoestima mais baixa e insatisfação com o namoro e com a vida sexual. De tanto se compararem, ou ser comparadas às moças dos filmes, elas ficam mais inseguras com o desempenho na cama ou com o próprio corpo”. A verdade é que a pornografia traz um estresse enorme para o relacionamento, principalmente no casamento. É comum que a esposa do usuário expresse sentimentos de traição, desconfiança e perda de autoestima. Com frequência, esses sentimentos levam à depressão clínica com feridas psicológicas e emocionais duradouras.

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Reportagem

Texto Leonardo Siqueira Ilustração Rogério Chimello

DA BÍBLIA PARA AS TELONAS

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Saiba por que Hollywood investiu em uma nova safra de filmes bíblicos e como eles podem incentivar a discussão sobre o livro mais vendido no mundo

QUEM ASSISTIU AO épico Noé e conhece a história bíblica, provavelmente torceu o nariz ao ver que a adaptação do cineasta Darren Aronofsky não foi exatamente o que muita gente esperava. Especialmente o público religioso. Como a própria Paramount Pictures destacou, o filme não deveria ser visto como uma história recontada linha por linha, mas como a dramatização de temas bíblicos mais amplos. No que a produção parece não falhar, como era de se esperar, é nos efeitos especiais e na ação. No filme, anjos caídos, representados por gigantes de pedra, ajudam o patriarca a construir a arca, enquanto Tubalcaim (Gn 4:22), personagem que na Bíblia é descrito como descendente do rebelde Caim, prepara um exército que quer conquistar a embarcação.

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Com cenas inéditas, a produção não contou com o mesmo orçamento que o épico Noé, embora fosse mais fidedigna ao relato bíblico. “O filme não tinha a pretensão de ser um blockbuster, mas os resultados poderiam ter sido melhores. Vender 100 mil ingressos é um número muito modesto para o padrão brasileiro”, conta Laércio Bognar, diretor da Diamond Films Brasil, distribuidora do grupo Telefilmes. Mas a lista de épicos bíblicos não para por aí. Exodus, de Ridley Scott, deverá ir às salas de cinema norte-americanas ainda neste ano e contará com nomes como Christian Bale, Sigourney Weaver e Ben Kingsley no elenco. No Brasil, o lançamento do longa está previsto para o início de 2015. JUL-SET

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Adaptado de uma história em quadrinhos homônima publicada em 2006 por Aronofsky e o produtor Ari Handel, o filme foi um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, com quase 43 milhões de dólares em ingressos vendidos no país. Segundo dados do site Box Office Mojo, o filme, que está disponível em DVD, Blu-ray e Blu-ray 3D desde 1º de agosto, havia arrecadado mais de 345 milhões de dólares em todo o mundo. Mas Noé não foi o único longa-metragem de temática bíblica a estrear no cinema. O Filho de Deus, uma adaptação da série A Bíblia (The Bible), que primeiro fez sucesso nos Estados Unidos para depois bater recordes de audiência na América Latina e no Brasil, também foi para as telonas.

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4 O Manto Sagrado (1953) 5 A Paixão de Cristo (2004) 6 Quo Vadis (1951)

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1 Os Dez Mandamentos (1956) 2 Ben-Hur (1959) 3 Sansão e Dalila (1949)

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7 A s Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005)

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Fonte: site da revista Veja, em 21.04.2014.

8 A Bíblia (1966) 9 Salomão e a Rainha de Sabá (1959) 10 O Príncipe do Egito (1998)

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Mercado religioso? Estaria a indústria do cinema também interessada no público religioso? Para Bognar a resposta é não. “É mera coincidência. O público não demonstra se quer ou não este tipo de conteúdo. Quando se tem um filme grande, um blockbuster como Noé ou Exodus, as empresas pegam carona por saberem com certa antecedência que estes filmes serão lançados. Aí fica a impressão de que o mercado está demandando um filme do gênero X”, explica Bognar, que desde dezembro do ano passado dirige a distribuidora responsável pelo lançamento do filme O Filho de Deus. Como exemplo, o executivo cita uma série de títulos que foram lançados recentemente e que tratavam de temáticas semelhantes. “Hollywood é quem determina esse tipo de situação. E não é a primeira vez que isso ocorre. Neste ano mesmo, por exemplo, por coincidência, lançamos o filme Hércules em janeiro e, em setembro, haverá outro filme chamado Hércules, que será distribuído pela Paramount”, cita. Bognar também citou um caso do ano passado, quando duas produções abordaram o mesmo assunto: um ataque à Casa Branca. No Brasil, um ficou conhecido como O Ataque (The White House Down) e o outro como Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen), com o ator Morgan Freeman. Para o especialista em religiões e arqueologia do Oriente Médio, James Hoffmeier, Hollywood está percebendo que as histórias que mais influenciaram a civilização ocidental foram esquecidas ou mal retratadas em produções anteriores. Por isso, ele acredita que “os cristãos deveriam ficar atentos para aproveitar a oportunidade de tais filmes para se engajar em profundas questões teológicas que essas histórias contêm”, sugere. Já o produtor e professor de Antigo Testamento, Grenville Kent, acredita que a capital do cinema tem lá seus motivos para se interessar pelas histórias incríveis e atemporais da Bíblia. “É um mercado grande e lucrativo que os cristãos e judeus podem formar, ainda que os fãs do livro sagrado quase sempre sintam-se desapontados quando Hollywood distorce as histórias da Bíblia, como ocorreu com o filme Noé”, comenta o australiano. Desafios da adaptação Adaptar qualquer história para o cinema é sempre um desafio. “Adaptar do livro para a tela é sempre difícil, e as adaptações bíblicas são um desafio porque muitas de suas histórias são longas e detalhadas, o que faz com que haja a necessidade de cortes”, contextualiza Kent. Na opinião de Hoffmeier, existe uma tensão entre a liberdade artística do roteirista e a fidelidade ao texto bíblico. “Os filmes tendem a enfatizar aspectos da narrativa bíblica que não eram de suma importância para o autor original. Ao cinema fazer isso, o leitor fica no comando, não mais o autor, e esse é um procedimento muito perigoso”, diz o professor da Trinity International University (EUA).

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EFEITO COLATERAL Mesmo sob fortes críticas dos cristãos, o filme de Aronofsky, ao que parece, estimulou a leitura do livro sagrado. É o que indicou o aplicativo de leitura da Bíblia mais popular do planeta, o YouVersion. Já no fim de semana de estreia do longa, a leitura da história de Noé, a partir do capítulo 6 de Gênesis, aumentou 300% nos Estados Unidos e 245% em outras partes do globo. As estatísticas foram divulgadas no Twitter pela equipe responsável pelo aplicativo. Para eles, trata-se do maior crescimento na leitura de um trecho específico desde a criação do programa. Mas, mesmo atingindo números expressivos de bilheteria, o blockbuster não entrou para a lista dos filmes religiosos mais vistos nos Estados Unidos (veja o box Top 10). Coincidência ou não, o fato é que Hollywood continuará lucrando com filmes como Noé. Nem que para isso tenha que acrescentar certa liberdade ou licença poética ao texto original. Na avaliação de Bognar, que tem mais de uma década de experiência na indústria cinematográfica, os filmes que continuarão fazendo sucesso têm algumas características em comum: um bom elenco, orçamento generoso e um trailer cativante. E é claro, terão que divertir o público.

GÊNESIS SEGUNDO ARONOFSKY Como era de se esperar, existem muitas diferenças entre o que a Bíblia diz sobre Noé e o que foi mostrado nos cinemas (atenção, spoilers abaixo). Algumas divergências são periféricas e poderiam ser encaradas como licenças artísticas, enquanto outras são centrais e mostram que o filme é uma releitura da Bíblia.

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Deus falou com o profeta e pediu que ele construísse uma arca (Gn 6:13, 14).

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Noé era um homem justo e bom (Gn 6:9).

Apenas o patriarca, sua esposa, seus três filhos e noras entraram na embarcação (Gn 7:13).

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Noé foi chamado também para pregar a fim de salvar o máximo de pessoas (2Pe 2:5).

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Noé tem visões e conta com a ajuda de gigantes de pedra (anjos rebeldes) para construir a arca.

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Noé se mostra instável e tenta matar as netas que nasceram na arca.

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Tubalcaim, descendente de Caim, invade a arca e tenta convencer Cam a matar o pai.

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Deus privilegia Noé e parece não mostrar compaixão para com o resto da humanidade. JUL-SET

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Por outro lado, o cinema lida com uma linguagem e técnicas próprias, e geralmente é no fim do filme que o escritor revela a mensagem que deseja comunicar. “Eventos emocionantes podem ocorrer durante a história, mas um bom final é o melhor momento, não apenas porque nos conta o que acontece, mas porque nos dá uma visão mais ampla que revela o sentido geral da história e, quem sabe, das nossas vidas”, contrapõe Kent. Não por acaso, diz Kent, quase sempre o telespectador espera um “final feliz”. “Muitas histórias bíblicas têm um final triste. Pense em João Batista que teve a cabeça cortada por dizer a verdade”, exemplifica. As peculiaridades da linguagem visual do cinema são outro ponto que deve ser considerado, especialmente pelo público cristão que está acostumado com sermões e filmes com um forte apelo “evangelístico”. Para Kent, que dirige e apresenta a série Big Questions, sobre ciência e religião, os religiosos não podem esperar de um filme a linguagem utilizada nos púlpitos, muitas vezes com frases prontas e lições de moral. Nessa linha ainda, ele defende que os filmes cristãos também podem ser eficazes como produções evangelísticas, desde que simplesmente contem histórias e deixem o público decidir o que fará com ela. “Histórias épicas são entendidas de formas complexas e em muitos níveis”, analisa. Por isso, aconselha Kent: “Mostre e não conte.”

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Básica

Texto Eduardo Rueda Imagem © Wasser zu Wein | Fotolia

Milagres não podem ser testados porque estão além das leis que conhecemos

Milagres são possíveis? Milagre é um “ato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis naturais” (Dicionário Houaiss). O principal argumento daqueles que não acreditam em milagres é que eles violam as leis da natureza – “regras” que explicam como o mundo funciona. Um exemplo é a lei da gravidade, responsável por fazer com que objetos soltos a certa altura caiam, em vez de subir. Acreditar que Deus realiza milagres não implica necessariamente aceitar que isso seja uma quebra das leis naturais. Essas leis são baseadas nas observações que os cientistas fazem do mundo natural, e seria presunção afirmar que a ciência sabe tudo sobre as propriedades da luz, do calor e do som, por exemplo. O conhecimento humano, por mais desenvolvido que seja, é limitado, e não sabemos completamente como as coisas acontecem. Deus, como criador das leis da Física, da Química e da Biologia, pode muito bem adaptá-las, em vez de violá-las, para cumprir determinado propósito. Imagine, por exemplo, que Ele fizesse com que um punhado de sal num copo d’água não se dissolvesse. Isso não significaria que o sal, como substância, perderia sua propriedade de se dissolver na água. O sal continuaria tendo essa propensão, mas, por intervenção divina, ele deixaria de se dissolver. De modo semelhante, para realizar milagres, Deus não precisa infringir as leis naturais que Ele próprio criou, basta interferir no fluxo ou no estado natural das coisas. Essa interferência pode fugir da normalidade e ser impossível, do ponto de vista humano, mas se torna plenamente compreensível quando admitimos a possibilidade de um Deus todo-poderoso (na edição de janeiro, vimos evidências da existência de Deus). O fato de milagres não poderem ser reproduzidos em laboratório não prova a inexistência deles, mas apenas aponta seu caráter sobrenatural. Os milagres de Deus nuncam acontecem por acaso. Seus atos sobre-humanos na história bíblica se concentraram em três períodos principais (os dias de Moisés e Josué, a época dos profetas Elias e Eliseu e o tempo de Jesus e Seus apóstolos). Em cada caso, a função básica dos milagres era preparar as pessoas para as novas mensagens de Deus e confirmar sua fé (Jo 4:48). No entanto, é preciso tomar cuidado com os falsos milagres, realizados pelas forças enganosas do mal – embora seu poder seja infinitamente menor que o de Deus (Êx 7:10, 11; Ap16:12-14; 2Co 11:14). Fontes: Kwabena Donkor em A Lógica da Fé (CPB, 2014), “Milagres são possíveis?”; Got Questions (gotquestions.org), “Devem os milagres na Bíblia ser interpretados literalmente?”; Watchtower Online Library (wol.jw.org), “Are miracles really possible? – Three common objections” e; John McArthur, O Caos Carismático (Editora Fiel, 2011), p. 145

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Texto Eduardo Rueda Imagem © h4nk | Fotolia

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O ramo da ciência que estuda nossa capacidade de “achar graça” nas coisas é chamado de “humorologia”. Segundo os especialistas, o humor ocorre, de modo geral, diante de situações inesperadas e ideias contraditórias ou absurdas, que contrariam nossos padrões mentais de normalidade. O humor não é exclusividade dos humanos. Os cientistas detectaram entre ratos, cães, chimpanzés, pinguins e outras espécies manifestações equivalentes ao nosso riso. Por que a galinha atravessou a rua? Pra chegar Os benefícios do bom humor para ao outro lado! (Dãã!) Bem, esta pode não ser a a saúde são inúmeros. Um simples piada mais engraçada do mundo (na verdade, riso movimenta vários músculos da é uma das piores!), mas você já parou para se face e do corpo. Uma boa gargalhaperguntar por que a gente ri? Cientificamente, da produz uma sensação de relaxao riso é regulado pelo sistema de recompenmento e prazer, capaz de diminuir sa do cérebro, responsável pela liberação de consideravelmente o nível de estressubstâncias que causam a sensação de prazer. se e fortalecer o sistema imunoló-

Bom humor

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gico. O riso ajuda também a ativar a circulação sanguínea, a reduzir a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas. Ele aumenta o índice de colesterol bom e a absorção de oxigênio pelos pulmões, contribui para retardar o envelhecimento, melhora a digestão e queima calorias. Além de todos esses benefícios, o bom humor tem vantagens sociais. Se ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa carrancuda, por outro lado, sorrir aproxima as pessoas e facilita os relacionamentos, afinal, como dizia Salomão, “a alegria embeleza o rosto” (Pv 15:13).

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Fontes: Eduardo Lambert, A Terapia do Riso: a Cura pela Alegria (Pensamento, 1999); “Livro desvenda a ciência do humor e de sua ligação com a inteligência”, Folha de S. Paulo online, 28 abr. 2014 (folha.uol.com.br); sites minhavida.com. br; e do Hospital Albert Einstein (einstein.br)

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Ponto de vista

Texto Fernando Dias e Eduardo Rueda Imagem © Halfpoint | Fotolia

Bola

Tatuagem

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Já foi o tempo em que a tatuagem era exclusividade de grupos marginalizados. Nas últimas décadas, tem crescido cada vez mais o número de tatuados de todas as classes e culturas. Da arte ao gosto pessoal, a pintura permanente do corpo tem ganhado espaço e popularidade. Entre as religiões, as opiniões se dividem.

Sim

Para os budistas, tatuagens são algo comum. Elas são usadas por monges, para expressar sua devoção religiosa. Já no hinduísmo, as tatoos, especialmente na testa, além de serem permitidas, são incentivadas e fazem parte da religião. Acredita-se que as tatuagens tragam bem-estar e proteção espiritual.

Não

Para protestantes, católicos e judeus, de modo geral, a tatuagem é proibida ou, no mínimo, desaconselhada, com base nas Escrituras Sagradas, mais especificamente em Levítico 19:28 que, em seu contexto original, se refere a antigas práticas pagãs associadas a rituais de luto. Tanto a Bíblia de Jerusalém (tradução católica) quanto a Nova Versão Internacional (protestante) traduzem a palavra hebraica qa‘aqa‘, no texto acima, por “tatuagem”. Os adventistas creem que o ser humano foi criado à perfeita imagem de seu Criador e que seu corpo é o templo do Espírito Santo, não necessitando assim de nenhum acréscimo (Gn 1:26, 27, 31; 1Co 6:19, 20; 3:16, 17). De acordo com o Comentário Bíblico Adventista, embora a tatuagem seja “um costume não imoral em si mesmo”, ela é “[indigna] do povo de Deus, pois tende a macular a imagem do Criador”. No islamismo, o argumento é semelhante. Segundo o xeique Jihad Hassan Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas no Brasil, a tatuagem é proibida porque desconfigura e modifica a criação de Deus.

Depende

Uma vez que o espiritismo se ocupa mais com o espírito do que com o corpo, não há na doutrina espírita restrições referentes à tatuagem. O que há são orientações baseadas no bom senso. Os espíritas desestimulam tatuagens com desenhos sinistros, sensuais ou com palavras de baixo calão, que, afirmam, podem atrair maus fluidos. A posição do candomblé e da umbanda é semelhante à do espiritismo: para eles, o que vale é o bom senso e a consciência de cada um, embora levem em consideração a tradição dos ancestrais quanto à pintura do corpo em rituais religiosos. Fontes: Niara de Oliveira (jornalista), “Tatoo versus religiões”, em mundodastatuagens.com.br; wikipedia.org, “tatuagem”; Bíblia de Jerusalém (Editora Paulus, 2002); Nova Versão Internacional (Editora Vida, 2002); Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (CPB, 2011), v. 1, p. 856, 857; James Black, “Body piercing and tatoos: a biblical perspective”, Youth Ministry Accent (periódico adventista para líderes de jovens), abril-junho de 2008, p. 6-12 e; site redeamigoespirita.com.br, “Tatuagem e piercing na visão espírita”.

Sua origem remonta à Pré-História. Era usada em rituais religiosos, como instrumento de caça e como objeto de diversão. Passou por diversas mudanças em seu formato e na aparência. Oficialmente, a primeira bola de futebol a rolar no Brasil foi trazida da Inglaterra por Charles Miller, em 1884. Era feita de couro curtido (capotão), e a câmera era uma bexiga de boi. Por falar em animal, uma espécie que gosta de correr atrás de bolas (principalmente das de tênis) são os...

Cães Chamado de “o melhor amigo do homem”, o cão convive muito bem com as pessoas e, em muitos casos, chega a ser considerado parte da família. Cada vez mais, cresce o número de pet shops especializados em oferecer para os “auaus” os mais variados tipos de mordomia. Nos Estados Unidos, por exemplo, a empresa i Love Dogs vende a coleira mais cara do mundo (cerca de 7,3 milhões de reais), com 52 quilates de puro...

Diamante É um dos materiais mais resistentes do mundo, e sua utilidade não se limita à fabricação de joias. Os diamantes são usados também para fabricar instrumentos de corte, perfuração e polimento. O que faz com que reflitam tanta luz são as facetas, criadas no processo de lapidação. Para se formar, o diamante precisa de uma temperatura que varia entre 110ºC e 300ºC, em profundidades de 80 a 100 km. A mina de Luó, uma das maiores jazidas de diamante do mundo, se encontra na...

Angola A lingua oficial de lá é o português, mas os angolanos também se comunicam em outras línguas e inúmeros dialetos. O símbolo nacional é o antílope gigante, também conhecido como pelanca-negra, espécie rara, encontrada somente em terras angolanas. Embora seja um dos países mais ricos da África subsaariana, o nível de desigualdade lá chega a ser absurdo. Dos cerca de 5 milhões de habitantes da capital Luanda, boa parte ainda não tem água potável, e o país tem a segunda pior taxa de mortalidade infantil do mundo. Enquanto a bola rolou por aqui, quem não tinha diamante no bolso levou uma vida de cão, como nossos irmãos angolanos. jul-set

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Texto Eduardo Rueda

Da bola à Angola

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Tudo ligado

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Imagine

Texto Lucas rocha Ilustração rogério chimello

... se a Bíblia fosse recontada hoje

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TODA HISTÓRIA tem dois elementos principais. Os acontecimentos (story) e como eles são contados (telling). Os relatos que mais nos fascinam combinam os melhores fatos da vida de um personagem com a forma mais genial de narrativa. O relato bíblico, apesar de ser um dos mais antigos que conhecemos, usou a melhor tecnologia de seu tempo, o livro, para contar a mais importante história. A utilização inicial de rolos com peles de animais (pergaminho) e posteriormente da imprensa, tornou viável a divulgação e preservação da mensagem judaico-cristã. Por isso, o cristianismo também ficou conhecido como a religião do livro. Porém, e se as histórias que originalmente foram contadas em livros fossem narradas hoje em quadrinhos, seriados, novelas e filmes? Isto é, e se o story da Bíblia fosse contado com o telling da indústria cultural?

o incríVel sansão

As histórias de super-heróis nasceram basicamente nos quadrinhos. O relato sobre Sansão, por exemplo, renderia um excelente HQ. A história dele tem vários elementos interessantes, como: uma pessoa comum dotada de poderes sobrenaturais; que teve que escolher entre usar ou não sua força para o bem; e que lutou contra seu nêmesis (o vilão e arquirrival), em cenas recheadas de ação e aventura. Porém, a diferença crucial entre o relato bíblico e as histórias produzidas pela Marvel e DC Comics seria a explicação para a força incomum de Sansão. Enquanto o incrível Hulck é fruto do avanço científico, Sansão foi extraordinário porque Deus o escolheu para uma missão.

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cartuns salomÔnicos

Outro gênero que envolve a narrativa em quadros são os cartuns. As frases curtas, diretas e impactantes de Salomão descritas no livro de Provérbios, por exemplo, combinariam muito bem com ilustrações bem-humoradas e reflexivas das tirinhas. A ironia e o cinismo dos cartuns e das tirinhas encontrariam eco na sutileza e criticidade dos provérbios bíblicos.

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a alternatiVa de c.s. leWis

Uma solução para retratar as narrativas bíblicas com a extensão que os filmes exigem seria adaptá-las usando metáforas, como as Crônicas de Nárnia. No conto de C.S. lewis, um leão, criador da terra de Nárnia, se entrega em sacrifício e depois ressuscita, livrando o mundo das mãos da vilã da história. Narrativas como essa reverberam a figura do Messias e despertam, de um modo criativo e novo, o interesse pela mensagem cristã.

imaginação

a BíBlia na noVela das 8

Talvez o gênero narrativo mais popular no Brasil sejam as novelas. As tramas, geralmente baseadas na história de mulheres que lidam com o amor, o ódio e a vingança, costumam ser desenvolvidas com 30 personagens, em 180 episódios de 50 minutos. Assim como nos filmes, numa narrativa mais longa como essa, seria indispensável criar falas que não estão no texto bíblico. De qualquer maneira, a relação entre Jacó e suas duas esposas, Raquel e Rebeca, parece render uma grande novela das 8.

fontes: Allan Novaes, mestre em Comunicação (Umesp) e membro da comissão avaliadora do HQMix; Lizbeth Kanyat, mestre em ficção televisiva pela ESPM; Matheus Siqueira, jornalista e especialista em produção de vídeos para web; Milton Luiz Torres, doutor em Arqueologia Clássica pela University of Texas System e pós-doutor em Literatura Antiga (UFMG) e; Natália Maeda, roteirista de filmes.

TRUE eVangelista

Apesar de não ter histórias muito detalhadas, a Bíblia tem inúmeros relatos interessantes que renderiam, por exemplo, filmes de arte experimental com o livro de Eclesiastes, uma série de drama no melhor estilo True Detective (lançada este ano pela HBO) com a história do profeta Jonas, e curtasmetragens de comédia com fundo moral baseados em Provérbios. O importante é que essas produções não retratem uma versão higienizada da Bíblia, pintando seus personagens como perfeitos e forçando certas narrativas a ter um final feliz. O caminho parece ser utilizar essas histórias como ponto de partida para a discussão das grandes questões que desafiam a humanidade.

Para que a produção cultural com abordagem cristã seja estimulada e apreciada, é preciso que o público religioso entenda que toda ficção é uma releitura do original. E como tal, tem que ser analisada como uma recriação que, idealmente deveria manter o espírito do relato bíblico. Ou seja, se alguém quer conhecer o ipsis litteris da Bíblia, que leia o livro sagrado, e não espere isso dos produtos culturais. O ponto é que as últimas séries e filmes com temáticas bíblicas parecem ter aumentado as vendas de Bíblias e a procura de apps sobre o livro sagrado. E quando isso acontece, muitas pessoas são levadas a estudar por si mesmas o texto bíblico e a descobrir nele que nenhuma tecnologia substitui a capacidade imaginativa e reflexiva da mente humana. JUL-SET

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Adaptar as narrativas bíblicas para a linguaguem audiovisual é um desafio porque elas são muito enxutas. Enquanto um roteiro de filme tem em média 120 páginas, uma história bíblica no mesmo formato renderia cerca de 40. Na Bíblia, a lista de acontecimentos de uma história aparece pronta, o ponto é que lacunas precisam ser preenchidas. Mesmo com a ajuda de relatos auxiliares, como o de comentários bíblicos, seria necessário recorrer à imaginação e especulação, gerando assim controvérsias sobre o que realmente aconteceu. Vide a polêmica sobre o filme Noé.

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Ação Mude seu mundo

Texto Lucas Rocha Ilustração Leblu

Lição de vida Aprenda

Além das quatro linhas

Além dos treinos que o projeto “Gol de Esperança” proporciona aos participantes, existe a preocupação com aspectos que vão muito além das quatro linhas. “Nosso objetivo é usar o esporte para promover educação, saúde, cidadania e, principalmente, salvação”, afirma o pastor Jair Miranda, coordenador-geral do projeto e diretor da ASA na região leste de São Paulo. Segundo ele, as atividades esportivas, principalmente o futebol, atraem os adolescentes de forma natural. Por isso, defende que o esporte bretão seja o meio de campo para apresentar a mensagem bíblica para esse público.

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GABRIEL DE SOUSA, 14 anos, pedalava sua bicicleta pela Avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, em São Paulo, quando viu alguns garotos reunidos em frente ao Colégio Adventista do Tucuruvi para jogar bola. O estudante parou de pedalar sua bicicleta para jogar bola, mas o que ele realmente conseguiu foi dar os primeiros passos em direção a Cristo. Isso porque o grupo que chamou a atenção de Gabriel não estava ali apenas para entrar em quadra, já que eram integrantes do “Gol de Esperança”, projeto da Ação Solidária Adventista (ASA).

Ex-atletas de futebol usam o esporte para virar o jogo da vida de adolescentes de São Paulo

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ideia de ex-boleiros Apesar de ter sido iniciado em São Paulo, o projeto “Gol de Esperança” foi inspirado em um trabalho realizado pelo pastor Jair em João Pessoa, na Paraíba. Em 2007, ele começou um projeto evangelístico e assistencial usando a bola para atrair adolescentes.

Com o nome de “Escolinha Vida Total”, o programa atendeu 35 garotos de 14 a 17 anos. Entre eles estava Denisval Araújo que ficou sabendo da iniciativa por meio de um grupo de desbravadores. “Quando eles apareceram na escola em que estudava, decidi ir. Mesmo sabendo que era algo ligado a uma igreja, eu fui, mas só por causa da bola”, relembra o agora estudante de Educação Física. Na época, Araújo, que tinha completado 14 anos, não era adventista, tampouco se preocupava com questões religiosas. Antes dos treinos, o pastor Jair contava do seu passado como jogador de futebol no Treze Futebol Clube, alertava sobre a ilusão do sucesso, desestimulava o profissionalismo e falava sobre sua mudança de vida para só então começar pregar a Bíblia. “Certa vez ele prometeu um meião para quem decorasse os Dez Mandamentos. Na semana seguinte, quase todos sabiam de cor”, relata Araújo. Em outubro de 2007, três meses após o contato com a “Escolinha Vida Total”, Araújo se tornou adventista e há seis anos atua como evangelista voluntário. Apesar de ter dado frutos, o projeto em João Pessoa não avançou. Entretanto, em 2010, Jair juntou-se ao pastor Carlos Alberto Batista, que jogou em grandes clubes do Brasil e foi campeão mundial pelo São Paulo Futebol Clube, em 1992. Unindo forças e compartilhando a mesma visão, eles criaram o “Gol de Esperança”. Tudo começou em um campo de futebol no bairro de União de Vila Nova, na Zona Leste de São Paulo. Desde então, o projeto cresceu e abriu uma nova unidade no Colégio Adventista do Tucuruvi, voltada para a prática do futsal. A ideia já está sendo replicada também pela Igreja Adventista em bairros da Zona Sul. gols fora de campo O projeto oferece acompanhamento escolar e assistência médica para 100 adolescentes que treinam nas duas unidades do “Gol de Esperança”. “Como a maioria dos participantes é criança carente, oferecemos um lanche a cada treino. Por incrível que pareça, alguns não têm nem o que comer em casa”, lamenta Jair. Quem frequenta regularmente a escolinha é registrado no cadastro da ASA para receber cestas bási-

cas, o uniforme do projeto e ser beneficiado com outras assistências gratuitas. Preocupado com a qualidade do serviço oferecido, o pastor Miranda lamenta não poder aumentar o número de crianças atendidas. “A preocupação é com a qualidade, não com a quantidade”, argumenta. A última prova da qualidade de atendimento do projeto foi conseguir um consultório odontológico volante para atender as 60 famílias beneficiadas pela unidade de União de Vila Nova. A integração com a família também é outro aspecto importante do projeto. Os pais são chamados para acompanhar não só os treinos, como também o desempenho acadêmico e o comportamento do filho. “A grande maioria dos pais elogia o projeto por ter contribuído para melhorar o comportamento do filho”, destaca o pastor. Ele conta com mais dois assistentes que coordenam os treinos em cada unidade: o ex-jogador Carlos Alberto e o motorista Nelson Oliveira. Apesar de ter alcançado sucesso nos gramados na década de 1990, Carlos Alberto sabe que a fama e o dinheiro no esporte não é para todos. Por isso, ele explica que o projeto não estimula a profissionalização, e sim a educação formal. “Na primeira reunião com eles, já deixamos claro que o objetivo do projeto não é levar nenhum jovem para a profissionalização”, destaca o ex-jogador, que também já vestiu as camisas do Fluminense e Santos. expansão O projeto tem perspectivas de expansão. “A intenção é que cada colégio adventista das regiões norte e leste de São Paulo seja um ponto do ‘Gol de Esperança’”, idealiza Miranda. Além disso, a expansão do programa deverá incluir, ainda neste ano, a prática de outros esportes, como o tênis de mesa. Independentemente da modalidade esportiva que é oferecida, para os garotos das comunidades atendidas, o “Gol de Esperança” é uma porta aberta para novas oportunidades. “O projeto traz garotos que inicialmente estavam dispersos, muitos sem nada para fazer. O esporte acaba os trazendo para perto da igreja e para longe das drogas e do crime”, avalia Carlos Alberto. jul-set

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O foco no evangelismo é notado antes mesmo de a bola rolar. No início de cada treino, os “alunos” vão para uma sala de aula estudar a Bíblia. Só depois que cantam, oram e acompanham o estudo bíblico é que eles vão para o ginásio do colégio jogar bola. “Nosso aquecimento é diferente. A gente se preocupa em ter comunhão com Deus”, ressalta Mateus Ricardo, de 15 anos. A fórmula tem dado resultado. Após vários treinos, Gabriel e Mateus, com mais um companheiro de time, Victor Samuel, de 14 anos, abraçaram a nova fé e, em outubro, foram batizados na Igreja Adventista.

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Lição de vida

Texto Isadora Stentzler Ilustração Leblu

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Darwin às avessas Desde criança, ele também demonstrava vocação para a ciência. Mas suas pesquisas o levaram a outra conclusão: Deus é o Criador. A história de Ruy Vieira, o fundador da Sociedade Criacionista Braileira

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Charles queria pesquisar. Na sua casa em Shrewsbury, na Inglaterra, mantinha uma coleção de besouros, e minerais, e ovos de pássaros, e morcegos, e cães, e insetos e ratos que fugiam do controle do pai – já temeroso pelo hábito do filho que caçava para amontoar. Como se fosse um personagem peculiar, típico dos filmes de Tim Burton, Charlinho perdia as horas lúdicas com amigos para passar longo tempo ao lado de seus escrupulosos animais, em análises que só ele compreendia. Mas desse hábito caçador, cansou. Entendeu que mais proveitoso era observar. Ao crescer, foi analisar animais maiores e transformou o que era hábito e objetivo de estudo. Falo de Charles Robert Darwin, criador da teoria da seleção natural das espécies, disseminada após o quinquênio de suas viagens a bordo do navio Beagle. “Os cinco anos de pesquisa mais produtivos da minha vida”, contou em seu livro A Origem das Espécies, publicado em 1859. Para pôr o ponto final na obra, o menino Charles concluiu que “tudo na natureza é resultado de leis fixas”. Tornou-se agnóstico.

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Vocação para a ciência Um século depois, outro garoto, o Ruy, também queria pesquisar. Na garagem da sua casa em Marília, São Paulo, mantinha um laboratório de química que já era maior que o da própria escola. Como se tivesse saído de um filme do Tim Burton, Ruyzinho perdia as horas lúdicas com amigos para misturar elementos e ver o “sangue do diabo” um pó vermelho, não ser capaz de tingir nem a roupa dos outros. Mas desse hábito, não cansou. Entendeu que dele poderia fazer sua futura profissão. Biologia, química e tudo o que tinha a ver com ciência. Falo agora de Ruy Carlos de Camargo Vieira, presidente da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB). Antes, evolucionista por formação. Vieira conta sua história via Skype. Ele está em Brasília, sentado em frente à coleção de revistas da Creation Research Society que

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As profecias e Newton A reviravolta só aconteceu quando foi morar na capital paulista, em 1946. “Quando fui para São Paulo estudar, morei com minha avó que era metodista. Ali tive os primeiros contatos com a Bíblia. Inclusive ganhei uma bem grande do meu avô e fui com ela para algumas reuniões da escola dominical. Mesmo assim me questionava muito a respeito

da criação em seis dias e sobre o dilúvio.” No entanto, a vida seguia e a prioridade do momento não era alterar o curso de uma ideia tão bem fixada. À época, Vieira ingressava no colegial, correspondente ao Ensino Médio de hoje. “E quando me aproximei de verdade mesmo? Foi quando estudei sobre as profecias.” No penúltimo ano da faculdade de Engenharia Mecânica e Elétrica da Escola Politécnica da USP, em 1952, Vieira participou de uma série evangelística, na capital paulista, sobre os livros de Daniel e Apocalipse. Três anos antes, sua avó havia morrido e ele já havia se aproximado da Bíblia, livro no qual encontrava conforto e as memórias da senhora metodista. Vieira então iniciou os estudos bíblicos naquele ano, e logo em agosto foi batizado. “Mas ainda pensava muito sobre a criação em seis dias e o dilúvio.” Com esse assunto na cabeça, Vieira ia para a faculdade quando se deparou com um livro exposto no sebo à rua. “Era esse aqui”, mostra pela webcam a capa amarelada de Observações Sobre as Profecias de Daniel e Apocalipse de São João, escrito por Isaac Newton, em 1733. “Eu conhecia o Newton autor do cálculo, não o Newton das profecias!” Como fora este o assunto que o aproximou do evangelho, ler as palavras do pai do cálculo sobre as profecias criaram em Vieira a convicção cristã mor para não voltar ao evolucionismo. abraçando Uma causa Uma escolha que deixou rastros. Devido a seu conhecimento, não demorou para que Ruy recebesse cargos em sua igreja local e contribuísse para a conversão de outras pessoas. Reforça. À época, ele se tornou diretor do ministério jovem e também foi convidado a dar palestras em outras igrejas. Convite aceito que evocou uma reflexão sobre o dilúvio e o criacionismo, assunto prioritário para ele. Mas a maior contribuição ocorreu em 1972, ano em que fundou a SCB, aos moldes da Creation Research Society. “Eu estava acompanhando uma palestra sobre datação com carbono

14 e perguntei ao palestrante Orlando Rubem Ritter o que é que ele tinha de fonte sobre o assunto. Então ele me indicou a Sociedade Criacionista Americana, que tinha uma revista com quatro publicações anuais”, lembra. A partir do exemplo americano, Vieira conseguiu fundar no país a primeira sociedade criacionista, com apoio, inclusive, da Sociedade Bíblica Brasileira. O objetivo era trazer ao Brasil as traduções da revista da entidade americana e as divulgar por aqui. Uma ideia também alimentada por ver que nos livros do Ensino Médio dos filhos faltava qualidade para explicar o assunto. A aventura deu certo. Completados 42 anos de existência em abril de 2014, a SCB já traduziu 30 livros, 3.600 artigos, 20 vídeos, adaptou revistas e dublou um filme. Além de produzir a revista Folha Criacionista, hoje apenas Revista Criacionista, – principal impresso da SCB. Outras iniciativas incluem palestras, folhetins a vestibulandos, o seminário “Filosofia das Origens” e um gama de materiais disponíveis no site da entidade (www.scb.org.br). E ainda conforme contou Ruy, só para este ano estão previstas a tradução de mais quatro livros. O resultado desse avanço são as conversões de pessoas, como a de um dos associados da SCB e também palestrante dos encontros “Filosofia das Origens”. Ex-agnóstico, Tarcísio da Silva Vieira se converteu após participar de um dos eventos realizados em Brasília, em 2002. Consequência indireta dos esforços de Vieira. “E para mim é isso o que mais importa”, enfatiza o senhor de cabelos grisalhos. É por isso que se vê a história de Ruy ao pé da trajetória de Darwin. Mas às avessas. Porque o ponto final dado por Vieira foi que Deus existe. Pela história, e pela arqueologia, e pela palentologia, e pela astronomia e pela biologia e por todas as “ias” científicas estudadas por ele. Assim, Vieira entendeu que se há uma origem, ela se deu com Deus, Aquele que fez “o céu, a terra, o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7). Algo que nunca mais duvidou. Ponto final. jul-set

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influenciou na criação da SCB. Hoje, com 84 anos, ajeita o óculos de grau sobre o nariz e mostra convicção na decisão que tomou em 1952, quando se tornou um adventista do sétimo dia e aposentou as teorias evolucionistas. “Cristo representa tudo para mim. Ele é Criador, mantenedor e sustentador de todas as coisas”, reconhece com um sorriso no rosto. O currículo acumulado é de dar inveja. Engenheiro mecânico e eletricista, foi professor de Mecânica dos Fluidos no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), lecionou Física Técnica na Universidade de São Paulo (USP), chefiou o departamento de Hidráulica e Saneamento na USP – fundando a pós-graduação que é considerada a melhor na área no Brasil –, integrou a Comissão de Especialistas do Ensino de Engenharia do Ministério da Educação e Cultura, representou o MEC no Conselho da Agência Espacial Brasileira, foi membro fundador da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em duas gestões e membro do Conselho Federal de Educação. Alguém com bagagem científica suficiente para colocar em xeque as teorias da origem do Universo. Sua aproximação com o criacionismo se deu de forma contrária à do evolucionismo. A começar pela alfabetização. Enquanto em casa não se dialogava a respeito do assunto, na escola, Vieira era bombardeado pelas teorias de Darwin. O que fazia sentido para ele, já que era a única coisa que até então haviam lhe ensinado sobre o surgimento de todas as coisas.

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Aprenda

Texto Wellington Barbosa Ilustração © jesadaphorn | Fotolia

Como administrar o tempo Você já parou para pensar em quanto tempo desperdiçamos com aquilo que não é importante? O assunto assume maior seriedade quando entendemos que o sucesso é o resultado da combinação do bom uso do tempo com os talentos que possuímos. Quanto aos talentos, sabemos que são distintos e variados; mas em relação ao tempo, temos a certeza de que ele é igual para todos! Por isso, a Conexão 2.0 trouxe algumas dicas que vão ajudar você a fazer as pazes com o relógio.

Planeje seu dia

Com base em suas prioridades, faça uma lista diária de atividades e seja fiel a ela. Use uma agenda (física ou virtual) e monitore o progresso das tarefas. Lembre-se de que “a disciplina é a mãe do sucesso”.

Organize sua área de trabalho Estabeleça prioridades

Equilibre suas atividades de acordo com o grau de relevância. Faça primeiro as tarefas importantes; em seguida, as urgentes e, por último, as circunstanciais (não essenciais).

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Aprenda a dizer não

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Qualquer atividade que não esteja em seu programa de prioridades poderá sabotar sua gestão de tempo. Portanto, aprenda a dizer não. Resista à tentação de sair com os amigos, por exemplo, quando você tiver tarefas importantes que precisam ser feitas naquele momento. Não aceite novos compromissos nesse período.

Não enrole

Corra da tentação de adiar atividades, deixando-as para a última hora. É uma armadilha pensar que “sob pressão você produz melhor”. Se você pode concluir um trabalho antes do prazo, aproveite o tempo que “sobrou” para revisar ou melhorar essa tarefa. 30 |

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A desorganização tem impacto nos resultados. Por esse motivo, mantenha seu ambiente de estudos organizado. Separe um local em casa para esse fim e mantenha sempre à mão os recursos necessários, sejam impressos ou digitais. Separe os arquivos em pastas de fácil localização e não se esqueça de fazer uma cópia de segurança (backup). Isso evitará que você perca tempo procurando por algo importante.

Cuidado com as redes sociais

Elas podem roubar muito tempo útil. Use-as com sabedoria em relação ao tempo, aos relacionamentos e ao conteúdo.

Separe tempo para você

Diariamente e semanalmente, tenha períodos para se dedicar a Deus, a sua família, aos seus amigos e a você mesmo. Assim você terá maior disposição para alcançar seus objetivos. Fontes: Christian Barbosa, A Tríade do Tempo (Campus, 2008); sites blogcmmi.com.br e ideiademarketing.com.br.

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