História da Vida - Nível 2 - Volume 1 / 2016

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História da Vida

Nível 2 | Volume 1 CIÊNCIA E RELIGIÃO PODEM SER HARMONIZADAS? QUEM FORAM OS PRIMEIROS CIENTISTAS? ELES CRIAM EM DEUS?

LEIA E DESCUBRA!

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O QUE É CIÊNCIA E COMO ELA SE DESENVOLVEU?

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Editor: Michelson Borges Projeto Gráfico: Thays Lóia Diagramação e capa: Paulo Martins Imagem de capa: Fotolia | Andrey Kiselev

História da Vida nível 2: Marca Registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, do Ministério da Indústria e do Comércio. Todos os direitos reservados. Não é permitida a reprodução total ou parcial de matérias deste periódico sem autorização por escrito dos editores. 8950/33996 ??.000 exemplares Março-Abril 2016 Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Leandro Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto Redator-Chefe Associado: Vanderlei Dorneles Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Didáticos: Alexander Dutra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Coordenadora pedagógica: Goretti Cândido CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127, km 106, CP 34; CEP:18270-970 - Tatuí, SP

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da Ciência

Por Michelson Borges “Ponham à prova [examinem] todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1 Tessalonicenses 5:21). Essa recomendação do apóstolo Paulo parece mais o conselho de um cientista, afinal, o que se espera dos pesquisadores é exatamente isto: que ponham à prova e examinem com critério tudo o que investigam. Assim deve caminhar a boa ciência. Mas, afinal, o que é ciência? Ela pode ser harmonizada com o conhecimento bíblico? Continue lendo. A ciência experimental é uma grande ferramenta humana usada para compreender a realidade que nos cerca, embora essa ciência tenha suas limitações, como o fato de poder trabalhar somente com o material, o que é “palpável”, mensurável. Assim, nem tudo que posa de científico realmente é. Exemplo: o Universo surgiu do nada e a vida é resultado de ajuntamento de matéria, ambos os eventos ocorridos há bilhões de anos. Você acha que essas sejam afirmações científicas? Primeiro é preciso perguntar: É possível investigar isso em laboratório ou fazer observações in loco (no local em que ocorreram)? Claro que não! A menos que alguém tivesse máquina do tempo. De igual maneira, dizer que Deus criou o Universo também não é uma afirmação científica. Portanto, o naturalismo (a ideia de que tudo pode surgir do nada) e o teísmo (a crença em Deus) são ideias filosóficas, não científicas.

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Wikipédia

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Dizer que o naturalismo e a religião são, em última instância, assuntos de fé significa que cientistas não podem ser religiosos? Muito pelo contrário. Os chamados “pais” ou “precursores da ciência” eram, em sua maioria, devotos cristãos. Talvez o mais destacado deles seja Isaac Newton (1643Isaac Newton 1727). Autor do clássico e influente Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, escreveu também As Profecias do Apocalipse e o Livro de Daniel. Segundo Newton, “a predição de coisas futuras se refere à situação da Igreja em todas as épocas: entre os antigos profetas, Daniel é o mais específico na questão de datas e o mais fácil de ser entendido. Por isso, no que diz respeito aos últimos tempos, deve ser tomado como a chave para os demais.” E escreveu também: “Rejeitar suas [de Daniel] profecias é rejeitar a religião cristã, pois que essa religião está fundada nas profecias a respeito do Messias.” Isso mostra quanto o cientista levava a Bíblia a sério. A revista Sapiens nº 4 chamou atenção para esse lado quase desconhecido do descobridor da gravidade, das leis do movimento, um dos precursores mais importantes da óptica e reinventor da matemática. Segundo Sapiens, Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas são definidos por Deus, assim como a composição da matéria. Ele já via incoerência até mesmo no pensamento que Darwin desenvolveria mais de um século depois: “Se os homens, animais, etc., tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais. Alguns animais poderiam ter um olho só, outros, mais dois [e quem sabe um olho em formação, ou algo assim].” “Em 1727, enquanto os criadores das máquinas a vapor nasciam na Inglaterra, Newton morreu tentando descobrir a data que Deus tinha marcado para o Juízo Final”, diz a revista. Nos últimos dias de vida, Newton passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. “A vida de Newton ilustra claramente como a excelência científica e uma firme fé em Deus podem andar de mãos dadas” (Ariel Roth, A Ciência Descobre Deus, p. 22). Mas o que dizer dos cientistas de hoje? Teria a ciência provado que Deus não existe e que a Bíblia não é digna de confiança? Uma pesquisa recente surpreendeu ao revelar o que os cientistas pensam sobre religião. Confira aqui: http://goo.gl/ GMHzIk (digite esse endereço em seu navegador de internet).

© Fotolia | James Thew

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Os pais da ciência

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O berço da c 33996 _ Revista História da Vida - Nível 2 - Volume 1

No livro A Alma da Ciência, os autores dizem o seguinte: “O tipo de pensamento conhecido hoje como científico, com sua ênfase na experimentação e formulação matemática surgiu numa cultura específica – a da Europa Ocidental – e em nenhuma outra. Os mais diversos estudiosos reconhecem que o cristianismo forneceu tanto os pressupostos intelectuais quanto a sanção moral para o desenvolvimento da ciência moderna” (p. 15, 16).

1. A Bíblia ensina que a natureza é real, diferentemente de outros sistemas religiosos que a consideram irreal, como o panteísmo, o hinduísmo e o idealismo. 2. A doutrina bíblica da criação implica que o mundo não é ilusório; antes, é “uma esfera de estruturas definíveis e relações reais e, portanto, um objeto passível tanto do estudo científico quanto filosófico”. 3. Outra convicção bíblica que favoreceu o desenvolvimento da ciência é a ideia de que a natureza tem valor e o que Deus fez é bom. Os gregos antigos, por exemplo, não tinham essa convicção. Muitos historiadores acreditam que esse seja um dos motivos pelos quais os gregos não desenvolveram uma ciência empírica, que requer observação prática e de primeira mão, bem como a experimentação.

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Mas quais pressupostos seriam esses?

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5. Universo racional e ordenado. Para que se tornasse objeto de estudo, o mundo deveria ser encarado como um lugar em que os acontecimentos ocorrem de modo confiável e regular – o que, diga-se de passagem, também foi um legado do cristianismo. 6. A crença num Deus fidedigno e racional levou ao pressuposto de um Universo racional e ordenado. A ciência hoje ainda é mantida por esse pressuposto.

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4. Desdeificação da natureza. “Enquanto a natureza é objeto de adoração religiosa, sua análise é considerada uma heresia. [...] O monoteísmo da Bíblia [do Deus fora da matéria] exorcizou os deuses da natureza, libertando a humanidade para desfrutá-la e investigá-la sem medo. Somente quando o mundo deixou de ser um objeto de adoração foi que pôde tornar-se um objeto de estudo” (p. 23, 24).

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Ombros de gigantes

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Ilustrações: Lívia Haydée

René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo do século 17. Para ele, as leis matemáticas investigadas pela ciência eram legisladas por Deus da mesma forma que um rei determina leis para seu reino.

Van Helmont (1577-1644), um dos primeiros químicos. “Creio que a natureza é o projeto de Deus, por meio do qual uma coisa é aquilo que é, fazendo ou agindo como lhe é ordenado.”

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Newton dizia que, se conseguiu ver mais longe, foi porque estava apoiado sobre ombros de gigantes. Quais gigantes seriam esses? Outros cientistas religiosos, como estes:

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Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo polonês que defendeu o heliocentrismo em oposição ao geocentrismo. Ele afirmava que as leis da natureza não são intrínsecas e não podem ser deduzidas a priori: antes são impostas ou infundidas por Deus, e só podem ser conhecidas a posteriori, por meio da investigação empírica.

Galileu Galilei (1564-1642), físico, matemático e astrônomo italiano. Ele argumentou que não podemos presumir saber como Deus pensa; devemos sair e olhar para o mundo que Ele criou (inaugurando assim o método científico).

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Quando cientistas modernos qualificam certos pesquisadores atuais de “pseudocientistas” pelo simples fato de acreditarem no criacionismo, estão, na verdade, ofendendo até mesmo aqueles que os precederam e lhes legaram o próprio meio de sobrevivência: a ciência. (Aliás, veja aqui o que uma pesquisa científica pode fazer com uma hipótese: http://goo.gl/Pjsjrc).

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© Fotolia | Erica Guilane-Nachez e Hugolacasse

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A aposta de Pascal Blaise Pascal (1623-1662) foi um grande intelectual francês, físico e matemático, um dos mais notáveis cientistas da História. Em seus últimos anos da adolescência, ele inventou o primeiro aparelho de calcular (alguns o chamam de o primeiro “computador”). Ele também inventou uma célebre aposta com o objetivo de demonstrar que a crença é mais lógica do que a descrença. Segundo ele, há 50% de chances de um ateu estar certo e 50% de chances de um crente estar certo. Se não houver vida eterna, o crente não perderá nada. Mas, se houver e o ateu a desprezar, ele perderá tudo! Nas palavras de Pascal, “se você ganhar, você ganha tudo; se você perder, você não perde nada. Não hesite, então; aposte na existência de Deus.” Pascal disse que a razão e a ciência não poderiam ajudar uma pessoa a conhecer Deus – somente experimentando Cristo as pessoas podem conhecer Deus. “Nós nunca creremos com uma fé inquestionável e vigorosa a menos que Deus toque nossos corações.” São dele também as celebres frases: “O coração tem razões que a razão não conhece.” “O conhecimento de Deus sem o da própria miséria produz orgulho. O conhecimento da própria miséria sem o de Deus produz desespero. O conhecimento de Jesus Cristo gera o meio-termo, pois nEle encontramos Deus e nossa miséria.” “É preciso saber duvidar quando necessário, afirmar quando necessário e submeter-se quando necessário. Quem não faz assim não entende a força da razão.” “Não tenho palavras para qualificar aquele que duvida e não corre atrás da certeza, aquele que, ao mesmo tempo, é sumamente infeliz e injusto, e ainda se sente tranquilo e satisfeito e se vangloria disso tudo.”

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Texto e ilustração: Michelson Borges

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Para obter mais informações e materiais de apoio, acesse www.historiadavida.com.br

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